viver_conviver05

E D I T O R I A L
PRESERVAR O CONDOMÍNIO É VALORIZAR O SEU PATRIMÔNIO
P
or falta de conhecimento ou
de meios financeiros para
tanto, muitos condomínios
deixam para um segundo plano as
inspeções regulares que ajudam a
preservar o patrimônio. É como
ir ao médico, mesmo para quem
não tem seguro ou que não gosta
de ser examinado, é necessário
manter-se vigilante. Os exames de
rotina são indispensáveis para a
saúde do corpo. O mesmo acontece com a saúde de um empreendimento. A melhor forma de se
evitar surpresas desagradáveis é
cuidar da conservação, pois, há
muitos sinais sintomáticos como
infiltrações, vazamentos, sobrecar-
gas e defeitos de construção, que
desvalorizam a propriedade.
A primeira impressão é a que
fica. Com o condomínio não é diferente. Tanto para o proprietário,
para o comprador como para o vendedor, o mau estado de conservação é totalmente negativo, mesmo
que sejam marcas simples que vão
do mofo a pequenas trincas e rachaduras. O condomínio é o patrimônio
de uma coletividade e, portanto,
precisa ser preservado, não apenas
para permitir um morar bem como
para valorizar seu investimento.
Essa preocupação não deve
ser unicamente do síndico, mas,
solidariamente, de todos os proprietários, pois o que vale é a imagem do conjunto. A falta de cuidado com um bem pode gerar
prejuízos para alguns e transtornos para todos. A não preservação pode terminar em reparos
dispendiosos e muitas vezes urgentes.
Por isso, a idéia é que, periodicamente, sejam feitas avaliações
sobre o estado de saúde do condomínio. É muito mais barato preservar do que consertar. Essa verificação é trabalho para profissionais especializados em inspeções
e avaliações, a fim de diagnosticar
desde o revestimento, até dilatações, impermeabilizações, sistemas
elétrico, hidráulico e elevadores. As
perdas chegam, na opinião de avaliadores, a até 30% sobre o valor
do bem, se o condomínio não for
bem cuidado. O sonho acalentado
da casa própria precisa ser sempre
lembrado e o bem, tratado com
todo carinho: prevenir é muito
melhor que remediar.
Boa Leitura!
José Roberto Graiche
Presidente:
José Roberto Graiche
EXPEDIENTE
Jornalista responsável:
Carlos Alberto Ceneviva (MTB 5.771)
Produção Gráfica:
Décio Soncini
FYI Comunicações
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Tel.: (11) 3525-7407
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VIVER & CONVIVER
Tiragem 20.000 exemplares
Grupo Graiche
Rua Treze de Maio, 1954
1º, 2º, 3º e 4º andares
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Abril de 2008 GRAICHE
3
E N T R E V I S T A
SAUL GALVÃO :
VINHO, ESSÊNCIA DO SABOR
S
aul Galvão (de França Júnior) nasceu em uma cidade tão tradicional quanto os
vinhos que ele aprecia, Jau, ou, como era conhecida antigamente, Jahu. Foi lá
que também nasceu o Comandante João Ribeiro de Barros, o primeiro aviador a atravessar o Atlântico sem apoio terrestre ou marítimo, em 1927.
De uma família de fazendeiros, Saul Galvão, que cultiva a boa comida e o bom
vinho, formou-se em direito no Largo de São Francisco. Optou, porém, pelo
jornalismo, começando a trabalhar no também tradicional jornal “ O Estado de S.
Paulo” sem saber que depois se tornaria um especialista na arte de comer e beber.
Em 1976, passou a se interessar efetivamente pela cozinha e pelos vinhos,
incentivado pelas viagens à Europa. Diante das dificuldades para escolher os seus
preferidos, resolveu estudar o assunto. Desde então dá dicas para a seleção dos
vinhos a seus leitores.
Saul fez estágios nas cozinhas do Le Moulin de Mougins, de Roger Vergé, e do Troisgros, de Pierre Troisgros, na
França, dois dos melhores chefes do mundo. Conheceu inúmeras regiões vinícolas e muitas pessoas que fazem o
vinho na França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Uruguai, Argentina e Brasil.
Seu primeiro livro surgiu, em 1988, “Os Prazeres da Mesa”. Em 1992, escreveu “Tintos e Brancos” com informações
sobre os vinhos dos principais países produtores. Em seguida, veio “A cozinha e seus vinhos”, com indicações sobre os
melhores vinhos para tornar deliciosa uma refeição. Em 2001, mais um livro de receitas, “A essência do sabor”, com
pratos envoltos em papel alumínio e indicações de vinhos para acompanhá-los e o último, “Tintos & Brancos”. O próximo
será “Cozinhando para vinhos”, com informações sobre vinhos dos países presentes em nosso mercado.
V&C – Como estabelecer a relação
custo/benefício na escolha de um
vinho?
SG – Vinho bom é o que mais agrada à
pessoa, é aquele que você pode pagar.
Não existem fórmulas para determinar a
relação custo/benefício, já que a máxima
qualidade vs preço é muito relativa. O
que é bom para o Rockfeller,
provavelmente, não será bom para
você e vice-versa.
V&C – De que terra vêm os melhores vinhos do mundo?
SG - Sem dúvida, a melhor terra em
matéria de vinho é a França, por
apresentar produtos top em quase
todas as suas principais categorias.
Tintos, brancos, rosês e espumantes,
doces e secos, de origem francesa são
os melhores do mundo. E a Itália? Bem,
a diferença entre a França e a Itália, é
que a produção italiana é mais variada
4 GRAICHE Abril de 2008
Infelizmente,
a tendência no
Brasil é tomar
vinho tinto muito
quente e vinho
branco gelado
demais.
que a francesa, tem muitas cepas
autóctones espetaculares. Mas os
vinhos italianos não deram volta ao
mundo como os franceses.
V&C – Como servir um vinho na
temperatura ideal?
SG – É mais ou menos simples. Como
moramos em um país tropical, onde a
temperatura geralmente é alta, o
vinho tinto precisa ser bebido fresco.
Como a temperatura de uma água
fresca, entre 16 e 18 graus para os
vinhos clássicos. Os vinhos com
menos tanino, tipo borgonha, entre
14 e 16 graus. Os beaujolais, na casa
dos 12 graus. Infelizmente, a tendência no Brasil é tomar vinho tinto
muito quente e vinho branco gelado
demais. No verão, antes das refeições, devemos colocar o vinho tinto
na geladeira para adquirir uma temperatura adequada. Os brancos não
devem ser bebidos supergelados e
sim por volta dos 10 graus. Os
brancos mais ligeiros, um pouco mais
gelado, assim como os doces, próprios para a sobremesa.
V&C – E os vinhos brasileiros,
brancos e tintos?
SG – O melhor vinho brasileiro continua
sendo o espumante. Depois vêm os
tintos. Os brancos nacionais ainda
estão engatinhando apesar de estarem
melhorando graças à tecnologia.
Felizmente, têm preços bons.
ficando alcoólicos demais. Não raro
encontramos alguns com 14 ou 15
graus. Infelizmente, contribuem para
esse estado de coisas o aprimoramento
V&C - Existem muitos mitos a
respeito de vinhos?
SG – Existem mitos demais, um
excesso de bobagens a respeito dessa
notável bebida, muito esnobismo. O
vinho foi feito para dar prazer e não
para perturbar a paciência de quem
quer se deliciar com uma boa bebida.
Precisamos acabar com esses bebedores de rótulos e substituí-los por quem
realmente curte o bom vinho. O rótulo
não é uma garantia de que se está
bebendo um bom vinho.
V&C - No Brasil, o vinho já desceu
do pedestal e foi para seu verdadeiro lugar, a taça?
SG – Aqui tem muito enochato. Beber
significa experimentar um vinho de
cabeça aberta, sem preconceitos, o que
nem sempre é fácil. Na medida em que
você experimenta diversos vinhos,
aprimora o paladar e, certamente,
chegará ao vinho ideal, de acordo com
seu gosto pessoal. E se alguém escolher
um determinado vinho e for criticado
pela escolha, saiba que ninguém tem
nada a ver com isso. Cada um gosta a
seu modo.
V&C - O bom vinho deve combinar
apenas com o prato ou com a
ocasião, o ânimo do grupo e a
temperatura?
SC – Está na hora de se acabar com
esses tipos de preconceitos, chega de
regras. Cada um faça a sua escolha. O
importante é se deliciar com ela.
V&C - Que graduação deve ter um
bom vinho?
SC - Estão exagerando, os vinhos estão
Precisamos
acabar com esses
bebedores de
rótulos e substituílos por quem
realmente curte o
bom vinho.
tecnológico e o aquecimento da terra.
Agora, virou moda o vinho forte.
R&V - É possível eleger-se um vinho
ou uma uva como o melhor?
SG – É muito perigoso mas pode-se
dizer que a Merlot está dando ótimos
vinhos no Brasil, alguns dos quais com
preços bastante competitivos. A uva
Merlot, teoricamente, é mais macia e
melhor comportada que a Cabernet
Sauvignon. Os Merlots nacionais além
de gostosos são também versáteis à
mesa, indo bem com carnes vermelhas
e brancas (porco e vitela), aves em
geral e terrinas. O lombo de porco,
que tem algo de doce, se acomoda
otimamente com a maciez do Merlot.
Os vinhos Merlot que mais agradaram
são da ótima safra de 2005, quando
choveu pouco e tudo favoreceu a
maturação das uvas. E eles estão mais
que no ponto para beber. A Merlot
vem se revelando a melhor uva tinta
da serra gaúcha. Além dos dois
melhores vinhos nacionais, na minha
opinião, Terroir Merlot da Miolo e o
Salton Desejo Merlot, é preciso
mencionar o Salton Classic, o Reserva
Miolo Merlot, o Salton Volpi, o Luiz
Argenta Merlot Grand Reserva 2005 e
o Lovara também 2005.
V&C - O que mais se come e mais se
bebe tradicionalmente em São Paulo,
pizza com vinho ou pastel com chopps?
SG – Lamentavelmente, em São Paulo
acontece o contrário, comendo-se pizza
com chopps, quando o certo seria com
vinho. Até mesmo pastel deveria ser
comido com vinho. Mas são duas
bebidas excelentes.
V&C - Depois de escrever “Os
prazeres da mesa” (Ática), “A
cozinha e seus vinhos” (Senac/SP),
“Guia de tintos e brancos”
(Conex), “Braz, pizza paulistana”,
“A essência do sabor ” (DBA) e
“Tintos & Brancos”, o que você
pretende lançar?
SG – Estou trabalhando em um novo
livro que vai se chamar “Cozinhando
para vinhos”. Minha idéia é de que ele
esteja pronto para o fim deste ano.
Abril de 2008 GRAICHE
5
ESFORÇO PARA TORN
SAUDÁVEL E OS NOS
S
ão Paulo, apesar de ser uma cidade com altos índices de
poluição, é amada pela maioria de seus habitantes,
orgulhosos de seu movimento dinâmico, de suas atrações
culturais, de suas opções gastronômicas, de seus museus e
velhos casarões muitos deles lembrando o Ciclo do Café e,
naturalmente, seus parques, apinhados de gente de todos os
recantos do país.
Há, porém, quem não gosta da
natureza e inexplicavelmente ataca a
beleza de nossas árvores que nos dão
sombra e um ar de melhor qualidade.
Nossas autoridades procuram plantar
cada vez mais e a campanha para seu
plantio continua em progressão, absolutamente necessária. Basta dizer que uma
tonelada de carbono equivale a cinco
árvores de ecossistemas degradados,
como ocorre na Mata Atlântica ou na
própria Floresta Amazônica.
Fala-se nos 6 milhões de automóveis que tanto carbono
deixam no ar de São Paulo, mas, poucas vezes são citadas
informações sobre o que fazem nossos aviões sobrevoando a
cidade. Basta a análise deste simples exemplo: um avião numa
viagem entre São Paulo e Paris, ida e volta, solta, na nossa
atmosfera, 1.730 quilos de carbono, por passageiro de classe
econômica.
Daí a importância de todos se preocuparem com nosso
meio ambiente e de podermos ampliar nossas áreas verdes.
De todos os parques de São Paulo, sem dúvida, o mais famoso
é o do Ibirapuera, que já completou 70 anos. Poucos entretanto conhecem como tudo começou e talvez sabendo se
animem a preservar mais o verde.
Por volta de 1920, o então prefeito
de São Paulo, José Pires do Rio decidiu
aproveitar uma várzea que se chamava
Ypy-ra-ouêra em tupi-guarani ou “paupodre”, em português. Fui incumbido
dessa notável missão o entomologista e
jornalista, Manuel Lopes de Oliveira, o
Manequinho Lopes, que se transformou no primeiro administrador dessa
área. A ele devemos nosso Parque do
Ibirapuera.
Ali foram plantados eucaliptos australianos, para sanear o
solo da várzea e diversas espécies ornamentais nacionais e
estrangeiras, destinadas à arborização da cidade. Manequinho
Lopes organizou um viveiro, que hoje leva seu nome – todos
conhecem esse viveiro situado na Avenida Quarto Centenário
Um avião numa viagem
entre São Paulo e Paris, ida
e volta, solta, na nossa
atmosfera, 1.730 quilos de
carbono, por passageiro de
classe econômica
6 GRAICHE Abril de 2008
M E I O
A M B I E N T E
NAR NOSSA ATMOSFERA MAIS
SSOS PARQUES MAIS VERDES
dentro do próprio parque - , semeando
equilíbrio psicológico ao homem”.
árvores como Pau-ferro, Ipê, Pau-Brasil,
Desde o princípio, São Paulo
Tipuana, Pau-Jacaré e Sibipiruna, e
queria ter um parque de presença
plantas arbustivas e rasteiras,
internacional. E assim foi feito,
notadamente floríferas
dando ao local todos os requisitos
Somente no início dos anos 50, uma
de grandes áreas verdes do mundo.
comissão, encarregada de organizar os
Para tornar o parque com o mesmo
festejos do IV Centenário de fundação
nível de seus grandes rivais, o
da cidade, resolveu construir um grande
Central Park de Nova Iorque e o
Parque,como ele é hoje, atendendo a
Hyde Park de Londres, o Ibirapuera
funções social e recreativa pedidas pela
está oferecendo novidades
cidade. Em 21 de agosto de 1954, estava gastronômicas: duas novas lanchocriado o Parque Ibirapuera, em torno do
netes – Praça da Paz e ao lado do
Viveiro Manequinho Lopes, com
Planetário, onde se poderá tomar o
1.800.000 m2.
café da manhã, almoçar ou lanchar
Como conta a atual diretora do
no final da tarde. Nos finais de
Parque, Francisca Queiroz, “para os
semana, há a opção de um cardápio
que amam e os que não amam a
diferenciado de almoço em um
natureza, é importante saber que as
ambiente de beleza e tranqüilidade.
árvores tem
Também nos
grande importância
seus passeios o
Para tornar o parque
na vida da cidade,
paulistano pode
com o mesmo nível de seus
pois, fornecem
conhecer o Projeto
inúmeros benefíHumano,
grandes rivais, o Central Park Genoma
cios ao meio amque ocupa as
de Nova Iorque e o Hyde Park antigas dependênbiente: amenizam
a temperatura,
do prédio da
de Londres, o Ibirapuera está cias
umidificam o ar,
Prodam. É uma
oferecendo novidades
retém partículas
mega-exposição
de poeira e de
voltada principalgastronômicas
poluição na sua
mente para
copa, purificam o ar produzindo o
escolares, mostrando a evolução do
oxigênio, reduzem os ruídos, servem
homem. Quando essa mostra terminar,
de barreira contra os ventos, evitam a
em agosto, o local será ocupado pelo
erosão, fornecem abrigo e alimento à
Museu de Artes da Secretaria da
fauna e transmitem bem estar e
Cultura de São Paulo.
O parque tem ainda três parquinhos para crianças e mesas para as
famílias fazerem pic-nics, um
bicicletário com 280 bicicletas novas
– todas com seguro em caso de
acidentes – além do Museu de Arte
Moderna, o Planetário com exibições
permanentes e o Pavilhão Japonês
que estará apresentando programação especial, a partir de junho, para
comemorar o centenário da imigração nipônica.
Abril de 2008 GRAICHE
7
T U R I S M O
VIAJANDO PELA CID ADE
Sugestões para aproveitar os fins-de-semana
H
á exatos 37 anos, o então
prefeito Figueiredo Ferraz
falava na necessidade de
São Paulo parar de crescer. A
cidade, entretanto, está mais
agitada que nunca e aqui, praticamente, tudo é 24 horas. São
farmácias, supermercados, cinemas
sempre de portas abertas. Os
consumidores podem freqüentar
bares, restaurantes, academias,
eletricistas, borracheiros, chaveiros, lojas de peças, guinchos e uma
série de outros serviços, em
qualquer horário.
São Paulo só não tem praia. De
resto, tudo pode ser encontrado
aqui. E não é sem razão que em finsde-semana, prolongados ou não,
boa parte desses quase 20 milhões
de habitantes, prefere ficar na
Capital, fugindo dos congestionamentos das estradas, na ida e na
volta, especialmente, quando o
destino é o litoral.
São Paulo tem áreas que
lembram o clima das grandes
metrópoles pelos parques,pelos
Jardins, pela Oscar Freire, pelos
Museus, pelos Shoppings, pelos
bons restaurantes: é como estar
na Madison Avenue, nas lojas
Tiffanys ou Saks de Nova Iorque,
ou no Bois de Bologne, nas ruas
elegantes de Faubourg SaintHonoré, Avenue Montaigne ou
Rue de la Paix, Galeria Lafaiete e
Centro Georges Pompidou de
Paris. São Paulo, como a capital
francesa, também tem centenas de
bicicletas para alugar. E atrações
para crianças de zero a cem anos!
8 GRAICHE Abril de 2008
GUERRA NAS ESTRELAS - Crianças e adultos poderão ver de perto a Guerra das
Estrelas até 29 de junho. O caça Jedi pilotado por Anakin Skywalker está estacionado no
subsolo da Bienal do Ibirapuera, juntamente com outras duas naves e uma moto voadora. É a primeira mostra de 200 objetos originais da saga de George Lucas na América
Latina. As rampas da Bienal se transformam em plataformas de acesso a uma estação
espacial.
MUSEU DO ÓCULOS – Em um casarão antigo da Rua dos Ingleses, 108, na Bela Vista,
também crianças e adultos poderão visitar o Museu do Óculos, onde estão expostos 200
das 600 peças que compõem o acervo. Entre as peças mais raras, há até um óculos
alemão do Século XIII ao lado de outros que pertenceram a artistas famosos como Elis
Regina e Jô Soares.
MARIA FUMAÇA – Todos os domingos, saindo de Campinas, a Maria Fumaça chega a
Jaguariúna, com partidas às 10h10 e 14h10. O trajeto de 24,5 Km de extensão é percorrido em trem a vapor do século 19 e passa por seis estações construídas em meados de
1920, numa viagem de 3h30. Além da paisagem, os passageiros de todas as idades
aprendem a história da antiga ferrovia, por onde se escoava a produção de café do fim
do século XIX e que foi restaurada recentemente. O bilhete custa R$ 30,00. Gratuito
para crianças de até 5 anos e idosos com mais de 60 anos. A partida é da Rua Dr.
Antônio Duarte da Conceição, 1.500 (acesso pela Rodovia Dom Pedro, Km 133). Fone:
(19) 3207-3637 e (19) 3207-0625
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM – MIS - Para maiores de 5 anos, o MIS está dividido em setores de fotografia, vídeo, cinema, áudio e biblioteca e apresenta exposições
temporárias. Avenida Europa , 158. Tel.: 3062-9197 http://www.mis.sp.gov.br/.
MUSEU DE ANATOMIA HUMANA - Para crianças entre 9 e 12 anos de idade, o
MAH é ideal para quem tem curiosidade em conhecer como funciona o corpo humano.
Crianças a partir dos 13 anos podem visitar o museu, além do o laboratório de anatomia
humana. Avenida Prof. Lineu Prestes, 2415 - prédio Biomédicas 3, ao lado do Hospital
Universitário. Fone/fax 3091-7360 www.icb.usp.br/icb_museu.html
MUSEU DE ANATOMIA VETERINÁRIA - Para visitantes a partir dos 6 anos, um
bom programa para quem gosta de animais. Ligado à Faculdade de Veterinária da USP
reúne mais de duas mil peças, como esqueletos de animais silvestres e aquáticos. Rua
Prof. Lúcio Martins Rodrigues, s/n. Cidade Universitária - São Paulo Tel.: 3091-4234
MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA (MAE) - Para crianças a partir dos 6
anos, o MAE apresenta exposição permanente “Formas de Humanidade” mostrando
aspectos da vida indígena, África, Mediterrâneo, Oriente Médio, Pré-História. Av. Prof.
Almeida Prado, 1466 - Cidade Universitária - São Paulo - Tel.: 3091-4905. www.mae.usp.br
FEIRINHAS - Além das tradicionais, já existentes na Paulista sob o Masp, na Praça da
República e na Praça Benedito Calixto, uma nova feira está surgindo na rua Mato Grosso,
lembrando o bairro portenho da Ricoleta, com donos de restaurantes, bistrôs, bares,
docerias. Outra semelhança do novo point da rua Mato Grosso é que, como a Ricoleta,
fica perto de um cemitério. No caso portenho, ao lado de onde está Evita Perón. Aqui,
ao lado do cemitério da Consolação.
S A Ú D E
TRANST
ORNO OBSESSIVO COMPULSIVO
TRANSTORNO
A REPETIÇÃO QUE NÃO LEV
LEVAA A NAD
NADAA
O
TOC é uma doença que
pertence ao bloco dos Transtornos Neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes”. O
aspecto essencial dessa
doença é traduzido por
pensamentos obsessivos e
atos compulsivos recorrentes.
Segundo o Dicionário Aurélio,
a obsessão se caracteriza pela
preocupação com determinada idéia, que domina de forma
doentia o espírito, decorrente
ou não de sentimentos
recalcados ou reprimidos.
Pensamentos obsessivos
são idéias, imagens ou impulsos que invadem a mente do
individuo de forma estereotipada, involuntária e geram
uma sensação muito desagradável. Esses pensamentos
podem expressar diferentes
temas como sexo, religião e
violência entre outros.
A doença também pode ser
definida como compulsão,
uma tendência à repetição ou
como o ato de compelir. A
compulsão, muitas vezes, se caracteriza
por uma ação que tenta aliviar ou
eliminar o sofrimento causado pelo
pensamento obsessivo.
Eis alguns exemplos para facilitar a
compreensão: Paciente toda vez que vê
sua irmã tem pensamentos violentos
que se traduzem como imagens
mentais machucando a irmã com
facadas. Fica imaginando a cena muitas
vezes. A paciente gosta da irmã, tem
bom relacionamento com ela e sabe
que tais pensamentos são absurdos,
produzidos por sua doença. Eles
aparecem de maneira repetitiva e a
Sísifo de Tiziano
incomodam muito. Isso é um pensamento obsessivo.
A mesma paciente diz que dá cinco
tapas em sua perna com a mão direita
para que tais pensamentos “saiam” da
sua cabeça ou então reza mentalmente
uma Ave Maria para que o pensamento
ruim em relação a sua irmã seja “anulado”. Isso é compulsão.
Para um diagnostico definitivo é
necessário que os chamados sintomas
obsessivos, atos compulsivos ou
ambos estejam presentes na maioria
dos dias por no mínimo duas semanas
consecutivas. Os sintomas obsessivos
devem ter as seguintes características:
1- Serem reconhecidos como
pensamentos ou impulsos do
próprio indivíduo;
2- Haver pelo menos um
pensamento obsessivo ou ato
compulsivo contra o qual o
paciente oponha resistência e
que incomode o paciente.
3- O pensamento que comanda a execução do ato não deve
ser em si mesmo prazeroso.
4- Os pensamentos, imagens
ou impulsos devem ser desagradavelmente repetitivos.
Freqüentemente Depressão e TOC ocorrem juntos.
Ataques de Pânico e sintomas
fóbicos ansiosos muitas vezes
estão associados ao TOC. O
mito grego de Sisifo pode ser
considerado uma forma de
compreensão do TOC.
O castigo de Sísifo é uma
expressão excelente do padrão de
funcionamento repetitivo, cansativo, “
doloroso” que a nada leva, que nada
transforma. O tratamento
medicamentoso e psicoterápico (base
cognitivo comportamental ou
psicodinâmica) tem melhorado a
qualidade de vida destes pacientes.
David Souza Lima,CRM-SP 112350
[email protected]
Abril de 2008 GRAICHE
9
B E L E Z A
E
E S T É T I C A
PARA AS MULHERES PRÁTICAS
QUE SABEM COMPRAR BEM
U
m novo e curioso conceito de
moda está cativando as mulheres de todo o mundo. Novo,
curioso e muito prático. Pra que investir
R$200 se pode-se pagar apenas R$20. A
idéia é misturar um par de óculos
Jacobs, um lenço Pucci e um short
baratinho do Bom Retiro. Ninguém vai
desconfiar das diferenças. Outra
tendência da moda atual é adquirir peças
lisas e deixar o brilho para os acessórios.
Por fim, dentro dessa filosofia de
praticidade, jamais comprar por impulso. Primeiro analisar o que vai ser
adquirido, Depois, comprar numa
Marisa ou Riachuelo da vida e passar a
idéia de que está de Dolce & Gabbana.
A mulher brasileira sabe que a moda,
os conselhos de beleza, as sugestões de
estética correm mais rápido do que as
estações do ano. O verão, que oficialmente terminou em 22 de março, na
verdade já foi esquecido desde fevereiro, quando começaram os lançamentos
de vestidos, taillleurs, cintos, bolsas e
sapatos, da estação outono/inverno.
Enquanto no Hemisfério Norte tudo
tem seu tempo certo, aqui podem
acontecer as quatro estações em um
mesmo dia. E sem dúvida, algum dia
deverá nevar em São Paulo...
10 GRAICHE Abril de 2008
Quem acompanha moda
sabe que está fora de moda
fazer uma divisão radical do
tipo inverno/verão. As mulheres de São Paulo estão permanentemente antenadas para
encontrar aqui o que está
sendo usado lá fora e não
querem se restringir ao
básico. Foi por isso que, de
uns tempos a esta parte, os
grandes magazines dos
principais shoppings nacionais
passaram por grandes transformações,
partindo para uma linha de
popularização da moda.
Essas mesmas lojas, que antes só
vendiam roupas
mais tradicionais, na
base das camisetinhas brancas,
lingeries, camisolas
e roupas de malha,
diversificaram
completamente
seus estoques
passando a vender
moda. Hoje, a
maioria das mulheres elegantes está
despreocupada com
o fato de comprar
roupas baratas. É
um sinal de segurança da compradora.
A busca de belo
estilo por menos dinheiro jamais sairá
de moda. A paulistana esperta sabe
comprar bem e barato. A primeira
coisa é saber o que está na moda;
segundo, não comprar só porque está
barato e terceiro, ter certeza de que
o que está comprando lhe cai bem.
Depois de tudo isso, examine a
compra, experimente o modelo e só
então vá ao caixa, porque uma vez
pago, será tarde demais. A boa compradora deve ter grande capacidade
de “fuçar” todas as araras da loja para
encontrar coisas incríveis. Os entendidos recomendam esse “monitoramento” das araras, pelo menos, uma
vez a cada 15 dias. Vão ficar sabendo
que não faltam jaquetas de couro
sintético e pulseiras de acrílico que
lembram grandes marcas. É o olho
clínico do investigador, em busca do
tesouro.
Falando ainda em moda, não se pode
esquecer que, terminaram o verão e a
praia. Agora as mulheres precisam
renovar o estoque
de produtos de
beleza. Para os
cabelos, cremes
para restaurar a
força e o brilho dos
fios danificados.
Juntar também
extratos como os
óleos de semente
de linhaça e os de
polifenóis de chá
verde, hidratantes
que melhoram sua
pele e suavizam as
rugas.
Para terminar,
além de ter
dinheiro e querer
gastá-lo, é bom saber que a moda
pode ser comprada, mas, estilo cada
um tem o seu! Escolha uma loja e boa
sorte: H&M, Roberto Cavalli,
Lagerfeld, Victor & Rolf e Madonna, a
americana Target, Top Shop, Fortune
21, French Connection, Warehouse e
La Redoute.
A busca de belo
estilo por menos
dinheiro jamais
sairá de moda.
A paulistana
esperta sabe
comprar bem e
barato
A L I M E N T A Ç Ã O
ANTES DE COMER, CONFIRA PARA SABER SE
ESTÁ INGERINDO ALIMENTO SAUDÁVEL
D
e anos recentes a esta data, o
consumidor brasileiro passou a
observar, atentamente, o prazo de
validade dos produtos que adquire, especialmente, alimentos. Antigamente, esses artigos
não apresentavam indicações de data de
fabricação e a única preocupação do
comprador era checar os preços. Hoje, ele
olha os valores, a validade e lê atentamente
os rótulos, para ter certeza de que está
comprando um produto saudável. Lê ou
tenta ler, pois, muitas vezes, as informações
nutricionais vêm escritas em letras tão
pequenas, que só mesmo com uma lente,
para entender os dados.
O rótulo não pode conter indicações
adjetivas sobre qualidades ou benefícios para
a saúde do consumidor. Atualmente,
pertencem ao vocabulário de quem compra
palavras como “diet”, “light”, gorduras trans,
baixos teores, sem colesterol, nomes que
nem sempre são corretamente entendidos, tanto do ponto de vista de seu
significado como seus efeitos.
Os meios de comunicação têm dado
extraordinária colaboração, advertindo,
sempre que possível, sobre os malefícios de
determinados alimentos, como os “fast
foods”. Em fevereiro, o Instituto de Defesa
do Consumidor avaliou rótulos de 20 marcas
de pizzas congeladas ou resfriadas. Constatou que em apenas dois pedaços de pizza
está todo o volume de gordura saturada e
metade de sal que um adulto deve consumir
durante um dia.
Os tais dois pedaços de pizza investigados pelo Idec apresentaram quantidade de
sal equivalente a 20 refeições de filé de
frango, brócolis, arroz, feijão, salada de
verduras e legumes ou a 6,5 pratos de bife à
milanesa, arroz, feijão, salada de maionese.
Gordura trans é a gordura mais prejudi-
cial, resultante do processo de
hidrogenação que transforma a gordura
vegetal líquida em sólida. O fato da embalagem dizer que o produto contem 0% de
gordura trans pode não ser verdadeiro uma
vez que a lei permite até 0,2 g por porção.
Light ou Diet? Os fissurados em emagrecimento gostam dos dois nomes. Na
verdade, segundo o IDEC, os produtos light
precisam ter no mínimo 25% a menos de
calorias em relação aos produtos normais. O
diet não pode ter nenhum nutriente e muito
menos açúcar.
Não conter glúten é informação básica
para os que sofrem de doenças celiáticas. É
uma reação ao glúten, encontrado em
produtos à base de centeio, trigo, aveia, malte
e cevada. O colesterol é o mais brando, pois,
só 30% vêm dos alimentos, cabendo os 70%
restantes à produção do nosso fígado.
C U R I O S I D A D E S
POR QUE OS GAGOS NÃO GAGUEJAM QUANDO CANTAM?
Muita gente conheceu e bem um famoso cantor brasileiro, Nelson Gonçalves, dono de uma
belíssima voz, uma interpretação impecável, mas, para conversar e dar entrevista, era horrível.
Gaguejava a não mais poder. Os especialistas em fonoaudiologia têm explicação fácil para o
fenômeno, por que os gagos não gaguejam quanto cantam. Eles dizem que o ser humano tem uma
neurofisiologia que é adaptada para processar a fala em uma seqüência temporal. A gagueira
prejudica o processo de segmentação temporal no cérebro.
No caso da música, explica a professora Cláudia Furquim Andrade, quem canta não está em
fala auto-expressiva, isto é, a letra já existe e a pessoa a sabe de cor. O gago se atrapalha porque
junta, ao mesmo tempo, o pensamento, a linguagem e a emoção. A gagueira tem cura e existem
muitos processos para promover a fluência da expressão.
Outra curiosidade é que dar susto em gago não funciona, só no cinema, provavelmente até vai
piorar. Entre os gagos mais famosos do mundo, podemos nos lembrar o rei Jorge VI, o primeiro
ministro britânico Winston Churchil, o filósofo Aristóteles, o cientista inglês , Charles Darwin, o
imperador Napoleão Bonaparte, o matemático Isaac Newton, o escritor Machado de Assis e a
incomparável artista Marylin Monroe. No caso dela, nem a gagueira atrapalhava...
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Abril de 2008
GRAICHE 11