folheto da exposição - Museu Municipal de Santarém
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folheto da exposição - Museu Municipal de Santarém
‘ ’ : o zo oun ive rso ent re o rea l o fantá st i co e Desde os tempos pré-históricos o animal está omnipresente nos diversos planos da vida do Homem. Poder-se-iam, sem esforço, encontrar exemplos na religião (ritos), na cultura (provérbios, canções e fábulas), na literatura (não esquecendo o seu papel no próprio processo de fabrico dos livrosligantes, pigmentos e pincéis), na arte e na arquitectura onde o animal foi tema travestido ou metáfora predilecta. Nos bestiários medievais as suas representações inspiravam-se no real, no familiar, mas também no exótico, no mitológico (dragão, unicórnio, fénix) e no fantástico (híbridos e criaturas compósitas). Não raro as suas características eram postas em paralelo, de forma alegórica, com as dos humanos, ou eram associadas a um simbolismo crístico, encerrando, neste último caso, ensinamentos morais e religiosos elementares a uma sociedade profundamente iletrada. Fabulistas bem conhecidos da Antiguidade como Fedro e Esopo, ou outros mais recentes como La Fontaine, Krylov, Jules Renard e mesmo Kafka recorreram ao animal como metáfora e como símbolo, dando razão a Mahatma Gandhi, para quem ‘uma civilização pode ser julgada pela forma como trata [e retraMoeda (5 cêntimos) ta] os seus ani- Dólar Americano Metal mais’. C. 1920 Publicação bimensal Nº 9 Setembro/Outubro| 2011 Departamento de Acção social, Ambiente, Património e Educação Núcleo de Museu e Património Cultural Rua Passos Manuel. 2000-118 Santarém tel: 243 377 290 [email protected] www.museu-santarem.org Núcleo Museológico de Arte e Arqueologia (Igreja de S. João de Alporão) Destaques do M euseu Caça ao Javali Escultura repr e s e n ta n do uma cena de caça, onde uma matilha de cães ataca um javali. De ba te n do se em fúria, o animal acaba por espezinhar um Caça ao Javali dos três caninos que o Christophe Fratin fustigam. A peça, de gran- (1801-1864) Bronze de realismo plástico e C. 1850 qualidade estética, reflecte a opção típica do autor na modelação das figuras, normalmente magras e raquíticas, como viviam na natureza. A escultura é bem reveladora dos conhecimentos de anatomia animal e de taxidermia do autor, que chegou o ser considerado o como o melhor escultor de animais da Grande Exposição de Londres, realizada em 1851. As obras de Fratin tiveram grande procura comercial no mercado de arte, sobretudo da classe média. Actualmente as suas produções estão representadas em vários museus da europa (Louvre, Metz, Lyon, Nîmes, Viena) e dos EUA (Baltimore). Medalha Medalha comemorativa da Exposição Canina de Évora (1903). O anverso mostra, em alto relevo, dois pássaros pousados e cinco voando e ao fundo vêem-se duas torres pertencendo a uma casa que se encontra ladeada de mais casas. O reverso ostenta nove cães em alto relevo nas mais variadas posições. Medalha Comemorativa A. Erdmomd. Le Médaillier Édit Bronze 1903 Gárgula Gárgula antropomórfica, de corpo híbrido e grande rosto histriónico. De tipo de esquina, encontra -se acocorada e coroada, com os cabelos ligeiramente trançados, prolongando-se ao longo da caleira de esgotamento de água. As duas mãos seguram o rosto e os dedos estão metidos na boca, por onde sai a água. Este tipo de esculturas remonta ao antigo Egipto, embora tenha sido na Idade Média que se popularizou a sua utilização na arquitectura, onde serviam de desaguadouros das águas pluviais. Normalmente representando figuras grotescas, eram vistas como guardiãs das catedrais que durante a noite ganhavam vida. Galo Estatueta reproduzindo um galo de pé, nas suas cores naturais, pousado sobre uma base imitando um acanastrado de troncos. Exibe uma cabeça robusta e forte, com crista grande e direita, bico de tamanho médio e meio encurvado, orelhas oblongas, barbilhos grandes ligeiramente enrugados, pescoço levemente arqueado, tronco comprido e inclinado, peito saliente e cauda aberta. A base de apoio é rectangular com um pequeno degrau saliente em toda a volta. Gárgula Igreja de Marvila Calcário Séc. XIV Ida para o Trabalho Cena do quotidiano rural mos tra n do um casal de lavradores junto a casa, ao nascer do sol, preparando-se para partir Ida para o trabalho para o trabalho. O homem Tomás da Anunciação segura a canga do carro, (1818-1879) preparando-se para empa- Óleo sobre tela relhar os animais, enquanto C. 1858 a mulher prepara o farnel. Vários galináceos (sete galinhas e um pato) debicam o chão ou empoleiram-se no alpendre. A obra reflecte a influência da pintura naturalista, onde é luz é utilizada para transmitir melancolia e o lado bucólico do mundo rural. Azulejo Azulejo figurando uma coruja pintada de castanho, constituído por um só bloco. Tem fundo branco e é circundado por uma faixa azul que serve de rebordo. Galo Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) Faianças das Caldas Cerâmica policromada C. 1901 A obra cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro foi prolífera e diversificada, entronizando-se na tradição cerâmica das Caldas, tendo popularizado e reproduzino peças inspiradas nos grandes pratos natureza-morta, nas figuras de movimento e no célebre Zé Povinho. Gárgula Gárgula de canto repr e s e n ta n do um monstro híbrido, de corpo compósito (tipo grifo). Todo o corpo está repleto de escamas e as mãos têm garras. Do seu lado direito desenvolvese, em pedra, o rabo retorcido e do seu lado esquerdo tem uma cabaça. O rosto revela esgares demoníacos e a língua para fora serve de canalização à água da goteira. Azulejo Cerâmica vidrada Gárgula Igreja de Marvila Calcário Séc. XIV