caixa aberta 27

Transcrição

caixa aberta 27
CAIXA
BOLETIM INFORMATIVO DO STEC
Distribuição Gratuita
Nº
27
MAIO 2011
2 editorial
?
3 sindical
3 contratação
GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO
O GRUPO CGD, OS PECS
E AS ELEIÇÕES
para onde
vai a CGD
4 COLÓQUIO
- GRUPO CGD, QUE FUTURO?
7 CONSELHO NACIONAL ELEGE
CONSELHO FISCAL E CONSELHO
DISCIPLINAR, E APROVA ACORDO
STEC/CAIXA BI E PLANO DE
ACTIVIDADES DO STEC PARA 2011
18 horas livres
7º TORNEIO DE FUTSAL
- "TÁRTAROS" CAMPEÕES
8 CAIXA INTERNACIONAL
8 ASSINADO PROTOCOLO DE
COOPERAÇÃO ENTRE O STEC
E O COMITÉ SINDICAL DO BCI MOÇAMBIQUE
9 GRANDE MANIFESTAÇÃO NACIONAL
- 19 DE MARÇO
PASSEIO À SERRA DE MONCHIQUE
11 entrevista
MARIANA MORTÁGUA
- Economista
V CONCURSO DE FOTOGRAFIA STEC
- OS VENCEDORES
1
editorial
para onde vai a CGD?
No imaginário colectivo da população portuguesa, há algumas
questões que ao longo de gerações sempre foram óbvias, em
termos da atitude a tomar:
- Se o assunto era a segurança do
dinheiro, logo o nome CGD vinha à
memória!
- Se a questão era a aquisição de
habitação própria, contactava-se,
obviamente, a CGD!
- Se havia necessidade de concretizar
um financiamento público, era a
CGD que o garantia!
- Se era necessário assegurar o
recato e a boa gestão das pequenas
poupanças, escolhia-se a CGD!
Tudo isto acontecia, sem o recurso a
quaisquer acções de marketing ou campanhas publicitárias!
Os tempos mudaram, as mentalidades
também e as práticas, essas mudaram
ainda mais!
A ganância do lucro e o aumento do risco, sempre, sempre mais, começou a
sobrepor-se a tudo!
A concorrência passou a ser o modelo,
copiaram-se os seus métodos e abandonou-se gradualmente tudo aquilo que
distinguia, com vantagem, a CGD!
A cultura da Empresa foi descaracterizada e a CGD passou, na prática, a ser
mais um Banco!
índice
02
Que ganhou o país com isso? As popu- As campanhas publicitárias e as acções
lações? Os clientes? Os trabalhadores? de marketing, sucedem-se, apesar dos
O sistema bancário?
dispendiosos custos! As nomeações
para novos cargos de chefia, em regra
Nada! Rigorosamente nada!
sempre acompanhadas por reduções de
Zero absoluto!
postos de trabalho administrativo, passaram a ser o «pão nosso de cada dia»
E começou a delapidação do valioso pa- na CGD, pese embora levarem a um autrimónio da CGD! E começou a utilização mento de custos, num tempo em que a
abusiva do seu capital e prestígio, para economia está em crise e os negócios
as negociatas, para os favores políticos, escasseiam!
para tudo e mais alguma coisa!
Como corolário desta nova e pouco ediE começaram a ser admitidos, às cata- ficante situação, para onde a CGD tem
dupas, os comissários políticos, os ami- vindo a ser atirada, os lucros de exercígos, os conhecidos, os familiares, os cio começaram drasticamente a diminuir,
bem nascidos e naturalmente os que ar- na directa proporção do descontentarastavam um apelido pomposo.
mento que os trabalhadores evidenciam,
Qualificações? Competência? Para quê?! e chegou-se mesmo em 2010, ao cúmuIsso passaram a ser detalhes sem qual- lo do impensável - alienar a Sede da Insquer importância!
tituição e «vendê-la» ao Fundo de Pensões, como um meio de fazer crescer
E as referências de credibilidade e rigor? os lucros!
E os valores da confiança, da segurança,
e até mesmo do sigilo, que distinguiam a É tempo de parar e arrepiar caminho!
CGD? Que preocupações há agora com É tempo de voltar a reinventar a CGD à
isso? Que valor têm hoje?
luz dos seus valores de sempre! É tempo de regressar à cultura de Empresa e
Passou a prevalecer outra forma de es- ao espírito de coesão social interna, que
tar. As pequenas poupanças, são desva- ao longo de gerações, projectou a CGD
lorizadas e, na prática, atiradas à rua! Os para o patamar cimeiro das Instituições
clientes institucionais (leia-se de âmbito Bancárias em Portugal!
público) desde sempre clientes da CGD,
são disputados e regateados por todos É tempo de salvar a CGD!
os Bancos, como num leilão, onde a
CGD perde sempre!
CAIXA ABERTA Nº27 MAIO 2011
EDITORIAL
• PARA ONDE VAI A CGD?
03
• CAIXA INTERNACIONAL
• ASSINADO PROTOCOLO DE
CAIXA CONTRATAÇÃO
• O GRUPO CGD, OS PECS E AS
ELEIÇÕES
03
•
•
•
CAIXA SINDICAL
GREVE GERAL DE 24 DE
NOVEMBRO
COLÓQUIO - GRUPO CGD, QUE
FUTURO?
CONSELHO NACIONAL ELEGE
CONSELHO FISCAL E CONSELHO
DISCIPLINAR, E APROVA ACORDO
STEC/CAIXA BI E PLANO DE
ACTIVIDADES DO STEC PARA 2011
2
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
•
COOPERAÇÃO ENTRE O STEC
E O COMITÉ SINDICAL DO BCI MOÇAMBIQUE
GRANDE MANIFESTAÇÃO
NACIONAL - 19 DE MARÇO
09
CAIXA FORMAÇÃO
• FORMAÇÃO EM INGLÊS
• FORMAÇÃO EM COMUNICAÇÃO
• WORKSHOP DE FOTOGRAFIA EM
LISBOA E PORTO
11
ENTREVISTA
• MARIANA MORTÁGUA ECONOMISTA
16
CAIXA COM HISTÓRIA
• BREVE HISTÓRIA DO DIVÓRCIO
18
HORAS LIVRES
• 7º TORNEIO DE FUTSAL "TÁRTAROS" CAMPEÕES
• PASSEIO À SERRA DE MONCHIQUE
• V CONCURSO DE FOTOGRAFIA
STEC - OS VENCEDORES
21
PROTOCOLOS
24
INSÓLITO
• COMER (PÓ) E CALAR!
contratação
o grupo CGD, os pecs e as eleições
A situação contratual que se está a viver na CGD e nas restantes Empresas do Grupo, com
as quais o STEC já tem acordo contratual, saiu da fase de bloqueio e indefinição, em que se
encontrava desde Maio de 2010, para entrar agora numa nova fase - a que se vai iniciar com
a aplicação das medidas que a «troika» impôs a Portugal e que se reflectem no grupo CGD
e com a clarificação das medidas restritivas do OE de 2011, para este mesmo Grupo.
Com a aprovação do Orçamento de
Estado de 2011, os trabalhadores
das Empresas do Grupo CGD foram
alguns dos poucos portugueses
seleccionados e "distinguidos"
para darem o seu contributo a
este Orçamento, que o mesmo
é dizer para, mais uma vez,
ajudarem ao seu financiamento.
Não há Promoções por Mérito! Quanto
aos Subsídios de Férias e de Natal, são
penalizados gradualmente em 5%, 10%,
15% e 20%, a partir de 1.500 €!
Quanto ao cumprimento de revisões salariais anuais? Um estranho e preocupante silêncio, para já.
O STEC apresentou recentemente a sua
proposta de revisão contratual e salarial
E neste quadro, os trabalhadores do Gru- e por conseguinte esta última questão
po acabam de saber, finalmente e ao fim não pode continuar na indefinição por
de 6 meses, pela Administração da CGD, muito mais tempo.
via Intranet, que a decisão do governo
tinha sido a aprovação do "modelo de Agora, com o conhecimento público das
adaptação das medidas do OE 2011, ao medidas da «troika», os trabalhadores do
Grupo CGD, apresentado por esta Admi- Grupo CGD vão ser duplamente atinginistração... mas de que até ao momento dos, designadamente pelo enfraquecise continua a desconhecer o conteúdo!
mento intencional e drástico que o Grupo
CGD irá sofrer, determinado no imediato
Para além do facto de ter sido assumi- pela privatização de duas, das suas áreda a imediata regularização de algumas as importantes de negócio - os seguros
cláusulas contratuais, em incumprimento e a saúde.
desde Janeiro de 2011, como é o caso
das Diuturnidades, Anuidades, Prémios Mas como, na sequência desta "ajuda"
de Antiguidade e Promoções por tem- da «troika», vão ocorrer eleições em Porpos máximos, as medidas penalizadoras tugal, o cenário poderá ainda tornar-se
fixadas, reflectem uma dimensão e uma mais negro, já que há forças políticas que
gravidade sem precedentes no Grupo defendem aberta e irresponsavelmente...
CGD - Não há Participação de Lucros! a futura privatização da CGD!
Todos os que trabalham no Grupo CGD,
assistem há muito a estas ameaças e
quais os seus autores e sabem, que
muitos daqueles que «engrossam a voz»
para atacar a CGD e o seu grupo, são em
regra os primeiros a apelar à sua intervenção sempre que um problema económico ou financeiro grave se coloca.
Lembram-se das aquisições aventureiras do BCP, em 2001? Lembram-se do
défi ce público e do recurso ao Fundo de
Pensões da CGD, em 2004? Lembram-se
da falência do BPN, em 2008?
Quem já passou por tudo isto - e estes
são apenas alguns exemplos - e resistiu
e levantou a cabeça e ressurgiu sempre
e mais uma vez, não pode entrar em fatalismos e pensar que "isto é o fim da
linha". Não é o "fim da linha", é apenas
mais um «pedregulho» que nos atiraram
para o meio do caminho... mas não é
isso, nunca foi isso, que nos fez parar.
O STEC nasceu, cresceu e dinamizou-se
no seio dos trabalhadores da CGD e do
seu grupo, para os representar e defender. Já teve oportunidade de provar isso
e de mostrar que esta é a sua causa!
JUNTOS VAMOS CONSEGUIR!
sindical
greve geral de
24 de novembro
O STEC aderiu à Greve Geral convocada pela CGTP,
apresentando o pré-aviso a todas as Empresas do Grupo CGD,
em resposta à decisão do Governo de avançar com um conjunto
de medidas restritivas no Orçamento de Estado para 2011,
gravemente lesivas para os trabalhadores do Grupo CGD.
A Greve Geral de 24 de Novembro, a que os trabalhadores da CGD e de várias Empresas do
Grupo aderiram, com maior incidência na CGD que praticamente esteve paralisada, fica como
um marco de protesto e de descontentamento por estas medidas e pela discricionaridade e
injustiça da sua aplicação.
3
sindical
colóquio - grupo CGD, que futuro?
O STEC realizou nas suas instalações da Sede em Lisboa, no dia 2 de Dezembro,
um Colóquio sob o tema: Grupo CGD, que futuro?
Participaram como oradores o Dr. Francisco
Marques Bandeira, Vice-Presidente da CGD,
o Dr. José Castro Caldas, Investigador do
Centro de Estudos Sociais da Universidade
de Coimbra e o Dr. Manuel Carvalho da
Silva, Secretário-Geral da CGTP e também
investigador do CES.
No início do debate o presidente da Direcção do
STEC, João Lopes, que foi o moderador, fez uma
retrospectiva do papel da CGD no Sector Financeiro, da sua imagem junto do público e da sua - O que fazer para que o Grupo CGD retome e dinamize a sua vocação
importância para o País e deixou algumas pistas
de sempre e intervenha de uma forma positiva e determinada na ecopara reflexão, referindo ser imperioso encontrar
nomia, desenvolvendo uma cultura própria, tanto interna como exterrespostas para alguns desafios, nomeadamente:
namente, em moldes que permitam recriar uma imagem de credibilidade e confiança junto da população e dos vários sectores da economia,
em geral?
- Como estimular o nível de auto-estima dos trabalhadores e o espírito
de grupo, incutindo-lhes um sentimento de orgulho pelo carácter de
serviço público que a sua prestação profissional reveste?
- Como fortalecer o Grupo CGD e colocá-lo decisivamente ao serviço
do País, das populações e da economia e a assumir-se, em termos de
mercado, como um instrumento de intervenção moderadora e reguladora e não como uma entidade abstracta e sem rosto, igual a tantas
outras, que operam em concorrência aberta e onde, lamentavelmente,
às vezes, tudo parece valer?
Procuramos fazer aqui uma síntese do que de mais importante se disse neste debate.
STEC:
Qual é ou qual vai ser a contribuição dos trabalhadores
do Grupo para o Orçamento de Estado para 2011?
Os colaboradores são o principal activo do Grupo, sem esquecer que somos
um banco, que existem clientes e que
é nessa relação entre banco e clientes
que baseamos a nossa forma de estar e
de nos relacionarmos. Eu não considero
que a questão principal, neste momento,
sejam as medidas do Orçamento Geral
do Estado para 2011. A coisa mais importante é continuarmos a ser o principal
Banco do sistema financeiro português.
É continuarmos a ter as melhores condições de trabalho, as melhores condições
sociais, as melhores condições médicas
que existem no sistema financeiro. Esta
é que é a nossa principal preocupação.
Enquanto no Sector Empresarial do Estado os seus custos operativos (custos
com pessoal e serviços de terceiros)
cresceram 22,7%, na Caixa cresceram
3%, no triénio 2007-2009, pese embora ter crescido mais 5% em número de
balcões.
Dr. Francisco Bandeira
Só há um sistema social forte na Caixa,
só há Serviços Sociais fortes, se a Caixa for forte. E a Caixa só é forte se tiver
resultados. A Caixa só conseguirá ser o
regulador do mercado, que tem vindo a
ser, se tiver peso para fazer valer a sua
posição.
O que temos vindo a afirmar junto do accionista é que nós comparamo-nos bem,
quer com o Sector Bancário, quer com o
Sector Empresarial do Estado, e que é
um erro crasso tratar de forma igual o
que é diferente. E o que nós queremos
é que nos permitam tratar diferente o
que é diferente, tal como no negócio,
nas pessoas. Assim, o que pedimos ao
accionista é medidas de flexibilidade
4
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
que responsabilizem a Administração
da Caixa pela sua aplicabilidade e que
permitam diferenciar, a nível dos custos,
diferenciar ao nível do pessoal.
Relativamente ao BPN quero aqui dizer
que a Caixa não tem nenhuma relação
com o BPN que não seja a que é dada
pelo aval do Estado que é feito ao financiamento à tesouraria do BPN e ao
esforço, ao sacrifício e à redução da
dedicação em exclusivo à CGD de alguns dos seus membros do Conselho
de Administração.
sindical
STEC:
Qual a sua perspectiva sobre o que estamos a viver, a saída da actual
crise, e o papel que o Grupo CGD deve assumir nesse contexto?
Sendo eu um economista generalista,
cuja única relação com a Caixa Geral de
Depósitos é ter sido cliente durante toda
a vida, vou falar como alguém que olha
para estas coisas de fora.
Antigamente nós dizíamos que um Estado não pode entrar em falência por definição de Estado. Mas agora aprendemos
que afinal é mais fácil um Estado entrar
em bancarrota do que um banco, inclusivamente um banco de média dimensão.
O problema é o risco sistémico. Mesmo
um banco de pequena dimensão, se entrar em falência em certas circunstâncias,
pode acarretar um dominó, pelas interdependências que foram construídas no
sistema financeiro. Agora a Banca é um
negócio que não está sujeito a falência
porque conseguiu externalizar esse risco para todos nós. As implicações disto: começando pela implicação radical,
se os bancos têm uma natureza pública,
isto é, se os riscos, em última análise,
recaem sobre o conjunto da sociedade,
então a actividade bancária não deveria
ser uma actividade privada.
Mas também posso retirar implicações
mais moderadas, que radicam nesta
ideia: se o problema é o risco sistémico, como é que nós podemos pensar
o sistema financeiro reconfigurado, em
que este risco sistémico seja minorado, como é que nós podemos pensar o
sistema financeiro com a existência de
bancos privados, que fazem o seu negócio, mas como em todos os negócios,
que podem falir, sem que isso nos leve a
todos atrás disso?
Dr. José Castro Caldas
Há uma tecnologia de controle dos incêndios muito antiga que é a tecnologia dos
corta fogos: para que um incêndio, que
possa existir, se mantenha circunscrito
num determinado espaço, constrói-se um
corta fogo artificial ou natural.
Uma das formas de cortar fogos no sistema financeiro, adoptada nos Estados
Unidos depois da Grande Depressão, foi
a separação estrita entre banca comercial e banca de investimento.
Da experiência que temos desta crise em
Portugal, que em relação Banca já vai em
três anos, aquilo que parece apontar é
para a necessidade de recentrar a Banca
no seu “core business” tradicional, que é
canalizar poupanças para o investimento e eventualmente deixar para outras
instituições que não a Banca, outros negócios, outros voos mais arriscados que
são feitos nos mercados financeiros.
Como é que ainda não percebemos todos que o sistema financeiro deve passar por uma operação de “downsizing”,
precisa de diminuir de dimensão em todo
o mundo?! O sistema financeiro transformou-se todo ele numa bolha. Uma bolha de uma complexidade artificialmente
construída, que passou por aquela inovação toda dos produtos e que foi tão
elogiada.
A Banca pública deverá servir objectivos públicos mas não significa que deva
servir objectivos dos governos do momento. Sendo pública, ainda deve ter
uma relação com os seus clientes que
se distingue da Banca comercial privada,
por uma atitude prudencial mais vincada, isto é, não me parece boa prática da
Banca pública copiar as práticas comerciais mais agressivas da Banca privada,
deve ainda cultivar a transparência, ao
contrário do que é a prática do mercado,
que é a cultura da opacidade, deve ainda, não só ter práticas de relacionamento entre trabalhadores e direcção mais
intensas, como deve ainda abrir esse diálogo a outros corpos da sociedade tão
importantes como os trabalhadores, na
prossecução desses objectivos políticos
da Banca, deve, enfim, ter uma prática
moderadora e reguladora como foi dito.
A questão que se me põe como dúvida é se, tendo uma prática moderadora
e reguladora, a Banca pública pode fazer frente, com sucesso, à concorrência
com outras instituições mais agressivas no mercado, ou se, pelo contrário,
essa função moderadora e reguladora só
pode ser bem sucedida num quadro de
uma regulação dos mercados financeiros
mais estreita e num quadro de uma moderação das práticas comerciais e negócios dos bancos que os abarquem a todos e não apenas a alguns.
STEC:
Qual o papel a desempenhar pelos trabalhadores, nomeadamente os
do Grupo CGD, para a saída da crise e a importância fundamental, da
valorização do factor trabalho para o alcance do mesmo objectivo?
Não posso deixar de transmitir uma saudação muito sincera, por duas razões:
primeiro, a realidade muito importante
que do meu ponto de vista e do ponto
de vista da CGTP constitui este Sindicato na Caixa Geral de Depósitos e saudar
todas as trabalhadoras e trabalhadores,
também pela grande adesão à greve geral do dia 24 de Novembro. Foi um acto
de coragem, que é muito importante.
Dr. Manuel Carvalho da Silva
co e que o financeiro está a ganhar. Está
aberta a guerra. Mas como é que se vai
sair daqui, se (olhamos para a Europa
neste momento concreto e verificamos
quem comanda) o poder político, ele próprio, entregou ao sector financeiro o poA Srª Angela Merkel disse, não há mui- der que tem, acompanhado da ausência
to tempo, que o problema é uma guerra de mecanismos de controlo. Isto é, deu o
entre o poder financeiro e o poder políti- poder e passou a servidor desse poder.
Vai ter que haver alterações da situação
política, ou então, a estratégia do poder
financeiro, de cilindrar o poder político e
controlar a situação concreta dos povos,
vai provocar um desmoronar imenso das
condições de vida das pessoas. O cenário é mesmo complexo!
As saídas dos grandes buracos tiveram
sempre como primeiros protagonistas
continua
5
sindical
continuação
para a construção, os trabalhadores e a
mobilização dos povos e das suas organizações. O grande avanço das sociedades depois da 2ª Guerra Mundial foi determinado pela valorização do trabalho,
com os factores de segurança e estabilidade no emprego a serem o grande pilar
para estas mudanças.
são também de um problema estrutural.
A destruição, de forma absolutamente leviana, criminosa mesmo, de grande parte
do aparelho produtivo português, propiciou grandes e chorudos negócios.
Foi aí que começaram a nascer alguns
dos actuais accionistas dos mercados
e criou-se a ilusão de que isso era moderno e que acompanhado do consumo,
Há agora umas entidades abstractas que levado aos limites, seria o máximo. Foi
estão acima disto tudo, que são os mer- este jogo das expectativas, das falsas
cados. Mas o que é que são os merca- expectativas, que nos perdeu!
dos? Esta é uma questão sobre a qual
todos nos devemos interrogar.
A precariedade e um conjunto de outros
mecanismos estão a reduzir a retribuição
Havia a promessa de regulação, e não do trabalho. Ceder nos salários é camifoi só em Portugal, diziam: o Estado está nhar para o desastre.
a meter o dinheiro aqui, mas isto irá ser
pago até ao último tostão. Bastou chegar A Organização Internacional do Trabao primeiro Orçamento de Estado e o que lho, já na Cimeira Intergovernamental de
se assistiu foi à transferência das dívidas 2009, colocava as três causas da crise e
dos privados, porque o essencial das al- do prolongamento da crise: o facto dos
terações que ocorreram na dívida pública accionistas dos grandes Grupos Econósão o resultado disso. Não foi por pagar micos e Financeiros, em nome da crise,
mais abono de família, mais prestações se estarem a apropriar dos lucros e não
sociais, mais subsídio de desemprego, estarem a fazer o reinvestimento necesnão foi por isso! O que aconteceu é que sário; a diminuição da retribuição do trao dinheiro foi enviado para outro sítio e balho (e colocava isto como um perigo
devia estar contabilizado na entidade universal); a precariedade no emprego,
para a qual foi enviado e não nas contas porque os factores de estabilidade e sedo Povo, que é o Orçamento do Estado. gurança no emprego foram mesmo criaMas não foi isso que se passou.
dos para segurar o emprego, esta foi a 1ª
razão, a razão estruturante.
A situação da União Europeia é preocupante, já que se constata um certo cami- A partir de meados de 2011 as receitas
nhar para o abismo que pode ser muito da União Europeia são apenas três: recomplicado. Em Portugal estamos com dução de salários; desregulação ainda
problemas que são fruto da situação Eu- maior do trabalho, seja ele onde for e
ropeia e da situação Mundial, mas que ataque ao estado social.
O modelo social foi composto por valorizações no emprego, no salário, no
respeito pelo tempo (o tempo é o bem
social mais precioso, depois da saúde, e
quando nos infernalizam o nosso tempo,
pelo tipo de organização do trabalho que
nos impõem, infernalizam-nos a nossa
vida toda), pelo compromisso capital-trabalho, para a construção de direitos sociais, mas foi também construído
na base de opções macro-económicas
que davam dimensão ao social. E agora
quer-se que as opções macro-económicas, por compromissos políticos, pura e
simplesmente, ignorem o social.
A CGD é a entidade de referência das
poupanças dos Portugueses. E hoje é de
novo vital chamar a atenção para este
aspecto. A Caixa Geral de Depósitos tem
aqui um papel importantíssimo, voltar
às origens, claro com formas diferentes,
hoje com as formas de agir no contexto
em que vivemos e em que os condicionalismos são outros, mas a Caixa é fundamental num processo de crescimento
e de desenvolvimento económico que o
país precisa.
Nós temos que nos mobilizar e exigir que
na governação tem que existir ética, rigor, transparência, clareza, a todos os
níveis. Quando falo da governação não
falo só do Governo, falo de todas as instituições, tanto públicas como privadas.
Tem que haver valores, tem que haver
ética e autoridade moral em todos os
aspectos da nossa vida, porque se não,
não há soluções.
A encerrar as intervenções, o Presidente do STEC referiu:
Das intervenções dos oradores algumas coisas nos parecem claras:
- Os diversos oradores, de uma forma ou de outra, referiram sempre que o Grupo Caixa,
nomeadamente a sua empresa líder, tem uma importância fundamental para o País
como referência do Sistema Bancário Português e como instrumento de dinamização
da nossa economia que tão urgente e necessária é;
- A questão da importância da valorização salarial e os perigos que advirão de políticas
de redução salarial como aquelas que estão a ser seguidas;
- A questão da mobilização dos trabalhadores e a valorização do factor trabalho,
questões que são fundamentais para a participação dos trabalhadores na dinamização
económica que temos que encetar rapidamente no País e que implica, nomeadamente,
muita abertura ao diálogo, muita participação dos trabalhadores nas decisões que
vierem a ser tomadas.
- Não mais é possível, sob pena de comprometermos a própria recuperação económica,
continuar a assistir a que uns mandam e outros obedecem;
- As pessoas têm que participar na reconstrução, têm que sentir que a reconstrução
também é sua. Se isso não for possível, não vamos a lado nenhum.
6
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
sindical
conselho nacional
Elege Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar,
e aprova Acordo STEC/Caixa BI e Plano de Actividades do STEC para 2011
Após as eleições para os Órgãos Sociais
do STEC, realizaram-se nos dias 2 e 3
de Dezembro de 2010, as duas primeiras
reuniões do Conselho Nacional, onde foi
dada posse aos membros anteriormente
eleitos na área da Sede e das Delegações
de Coimbra e do Porto.
O Presidente da MAG deu as boas-vindas a
todos os eleitos e exortou-os a uma participação activa na discussão dos assuntos do
Sindicato, como porta-vozes dos problemas
dos colegas nos locais de trabalho. Também
o Presidente da Direcção usou da palavra para
cumprimentar os empossados e desejar-lhes
um bom trabalho.
Assim foram eleitos os seguintes elementos:
Conselho Disciplinar:
Presidente: Ilda Nascimento Ferreira Marques, sócia nº 1761;
Vice-Presidente: Fernando José Marques Maduro, sócio nº 1905;
Relator: Paulo Manuel Santos Vitorino, sócio nº 643.
Como membros suplentes foram eleitos:
Jorge Marques Loureiro, sócio nº 2327, e
Américo Hermínio Teixeira, sócio nº 238.
Conselho Fiscal:
Presidente: Carlos Alberto Cardoso Ferreira Gapo, sócio nº 500;
Vice-Presidente: José António Duarte Teles, sócio nº 180;
Relator: José Luís Lança da Silva, sócio nº 1272.
Como membros suplentes foram eleitos:
Carlos Santos Guerra Figueira, sócio nº 164, e
Maria Isabel Marques Oliveira Fernandes, sócia nº 145.
Na primeira reunião foi ainda discutido e aprovado o Regulamento Interno de funcionamento do Conselho Nacional e eleitos, nos termos Aos membros efectivos eleitos foi dada posse na reunião do Conselho Nados estatutos, os membros do Conselho Fiscal cional realizada em 3 de Dezembro de 2010.
e do Conselho Disciplinar.
Também nesta reunião foi discutida e votada a ratificação do Acordo de EmFoi apresentada a sufrágio uma única lista presa, efectuado entre o STEC e o Caixa Banco de Investimento. A Direcção
para cada um dos órgãos. A Mesa da Assem- deu algumas explicações sobre o documento já previamente distribuído e
bleia Geral verificou a regularidade das mes- do modo como decorreram as negociações, focando a importância de este
mas e procedeu-se à votação, por voto directo ser o primeiro acordo para aquela Empresa. Não havendo qualquer questão
acerca do documento, o mesmo foi ratificado por unanimidade.
e secreto.
No segundo ponto foi apresentada pela
Direcção a proposta de Orçamento e
Plano de Actividades para 2011, já anteriormente distribuída aos membros do
C.N. A Direcção procedeu à fundamentação da proposta, tendo o Presidente
do Conselho Fiscal justificado o respectivo parecer favorável, aconselhando a
aprovação do Orçamento.
Deu ainda entrada na Mesa uma proposta entregue pela Comissão de Reformados, no sentido de ser integrado
no Plano de Actividades um novo ponto, O Plano de Actividades e Orçamento foi
para justificar a verba destinada a esta posto à votação, tendo sido aprovado
Comissão, no Orçamento, tendo sido a por unanimidade e aclamação.
proposta aprovada por unanimidade.
Foram efectuados alguns pedidos de esclarecimento, a que a Direcção respondeu. Foram ainda feitas sugestões no
sentido de se tentar dar mais visibilidade
ao Sindicato no exterior e também ideias
para minimizar os custos com deslocações de membros do Conselho Nacional
e delegados sindicais a reuniões.
7
sindical
caixa internacional
Em Janeiro, na sequência de curso de Inglês efectuado
em Portugal no departamento de formação da CGTP-IN,
o STEC participou com um membro da Direcção, em
Malta, num curso totalmente efectuado em inglês,
ministrado pelo Instituto Sindical Europeu/ETUI, com
o intuito de melhorar a sua qualidade de participação
nas organizações comunitárias e internacionais
(representações e desenvolvimento de projectos), e
ainda contribuir para uma participação mais qualificada
e mais capacitada no que respeita à utilização da língua
inglesa como veículo de transmissão de informação.
Em Fevereiro o STEC esteve presente, em Nova Deli, a convite
da União Internacional de Sindicatos e como observador, no
1º Congresso da TUI BIFU (Federação Mundial de Sindicatos
do Sector Financeiro) onde foi analisada a situação do sector
em cada país face à crise e a necessidade de uma acção sindical também global.
Mais recentemente, em Abril, o STEC fez-se representar num
Seminário, em Berlim, sobre o tema:
“Equilíbrio Trabalho/Vida: Igualdade de oportunidades para
mulheres e homens no mercado do trabalho - compatibilidade
entre trabalho e vida familiar”.
Esta acção insere-se em projecto financiado pela EU e foi desenvolvido pelas organizações anfitriãs:
- KRIFA (Confederação Sindical Dinamarquesa),
- EZA (Centro Estudos Assuntos Trabalhadores - Alemanha) e
- WOW (Organização Mundial de Trabalhadores - sede Bélgica).
assinado protocolo de cooperação
entre o STEC e o comité sindical
do BCI - Moçambique
No passado mês de Março, estiveram em Lisboa, a convite
da Direcção do STEC, três elementos do Comité Sindical
do Banco Comercial de Investimentos, SA de Moçambique.
No decorrer do encontro, os elementos do referido Comité participaram
numa acção de formação Sindical realizada nas instalações do STEC
e fizeram uma visita ao Edifício da João XXI em Lisboa, onde tiveram a
oportunidade de reunir com o GPS, os Serviços Sociais, o Director de pessoal,
Dr Henrique Melo e com o Vice-Presidente da CGD, Dr Francisco Bandeira.
A Delegação moçambicana, teve ainda
oportunidade de actualizar informação
sobre a actividade geral do STEC e de
integrar equipas de trabalho no contacto
com os trabalhadores.
A afinidade existente entre os membros
do STEC e do Comité Sindical, quer a nível profissional, quer a nível linguístico,
bem como as vantagens recíprocas que
poderão decorrer da cooperação entre
as duas estruturas, nomeadamente no
plano sindical, levaram à assinatura de
um Protocolo de Cooperação.
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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
sindical
grande manifestação
nacional - 19 de março
Realizou-se no passado dia 19 de Março
mais uma Grande Manifestação Nacional de
repúdio contra as medidas governamentais,
marcada pela Central Sindical CGTP-IN.
Trabalhadores de todo o país, sectores de actividade e idades,
marcaram presença com palavras de ordem de protesto que ecoaram
pelas ruas da capital, vincando a indignação generalizada.
Os trabalhadores, descontentes, mostraram a sua indignação em relação à situação
vivida nos últimos tempos no país e saíram à rua como forma de luta organizada,
com o objectivo de alcançar melhores condições de vida e de trabalho.
O STEC marcou também a sua presença.
formação
formação em inglês
A Direcção promoveu a realização
de dois módulos de Formação em
Inglês, nas instalações da Sede do
STEC em Lisboa, estando ainda a
decorrer o segundo módulo.
Esta Formação que teve início em 16 de Abril, funciona em
dois horários, um horário laboral, dedicado aos sócios reformados e familiares de sócios com disponibilidade, e um
horário pós laboral elaborado a pensar nos sócios e familiares,
no activo.
Os módulos são ministrados pela formadora Drª Manuela Carmo
Costa e contam com nove participantes em cada horário.
9
formação
formação em comunicação
Destinada aos novos elementos
da Direcção eleitos em Maio de
2010, esta acção de Formação foi
ministrada pela Drª Anabela Dinis
da CGTP e realizada no âmbito do
protocolo entre o STEC e aquela
Central Sindical. Esta acção contou
também como participantes e
a seu pedido, os membros da
delegação do Comité Sindical
do BCI, Banco Moçambicano do
Grupo CGD que estiveram de visita
a Lisboa a convite do STEC.
workshop de fotografia
em Lisboa e Porto
Realizou-se em Janeiro, em Lisboa e em Fevereiro, no Porto,
mais uma edição do Workshop de fotografia, dirigido pelo
fotógrafo Victor Garcia, formador credenciado pelo IEFP,
destinado a todos os sócios e familiares do STEC, interessados
em melhorar os seus conhecimentos nesta área.
Os cursos, com uma duração de
22 horas e repartidos em 2 fins-de-semana, incidiram inicialmente
sobre matérias teóricas, tais como
a história da fotografia e alguns
conceitos básicos.
Abordaram-se também aspectos essenciais para a realização de imagens fotográficas nas vertentes estética e técnica,
de forma a melhorar todos os passos,
desde pensar a fotografia, analisar todos
os parâmetros e só depois disparar.
Na fase final, os participantes puderam
pôr em prática os conhecimentos adquiridos, passando a utilizar o modo manual das máquinas e, entusiasticamente,
viram os resultados dos seus trabalhos,
em análise conjunta com o formador.
Devido a não haver inscrições em Coimbra, não foi realizado o Workshop nessa
cidade.
Em contrapar tida, devido ao elevado
número de inscritos em Lisboa realizou-se uma 2ª edição em Abril, na Sede do
STEC.
10
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
entrevista
Mariana Mortágua
economista
[email protected]
A crise global que vivemos tem
A crise global que vivemos tem
sido
sido objecto
objecto de
de inúmeras
inúmeras análises
análises
e
comentários,
mas
e comentários, mas poucas
poucas
soluções…
soluções… Nunca
Nunca as
as pessoas
pessoas
foram
tão
bombardeadas
foram tão bombardeadas com
com
um
um certo
certo dicionário
dicionário de
de economia.
economia.
Pode, em linguagem clara e
sucinta, explicar-nos esta CRISE?
MM: Esta crise tem duas fases diferentes e é isso que é interessante. As
pessoas ouvem falar de uma crise financeira e, de repente, toda a gente fala de
irresponsabilidade dos banqueiros, que
os mercados financeiros já não funcionam, que a teoria neo-liberal tinha tido
uma derrota histórica etc. O que é interessante nesta crise é que, de um momento para o outro, deixamos de ouvir
falar da crise dos mercados financeiros
é só ouvimos falar de crise de dívida soberana. De repente o problema está no
Estado que gasta demais, na Segurança
Social que gasta demais e nos trabalhadores que ganham demais. Como é que
uma crise financeira se transforma numa
crise de dívida pública? Para já, a crise
financeira não é fruto de irresponsabilidade, ela é fruto de um problema sistémico - é o sistema que causa as próprias
crises. É a forma como os mercados financeiros têm vindo a ser liberalizados
ao longo dos anos, a forma como se têm
construído produtos financeiros altamente complexos, que nem as próprias
pessoas que os criaram ou que lidam
com eles percebem, só sabem que dão
lucros no futuro. A forma como se têm
criado offshores, espaços sem qualquer
regulamentação, a forma como se tem
desenvolvido uma coisa a que se chama shadow banking system, um sistema
bancário sombra, que não recebe depósitos, não concede empréstimos normais, só pede emprestado nos mercados financeiros e empresta para novos
investimentos e como não é um banco
comercial não tem que ter regulação de
reservas de capital,etc. Isto desenvolve
um sistema financeiro altamente instável, muito assente em expectativas e que
não tem qualquer correspondência com
a base real da economia. A crise nasce disto mesmo, nasce de uma coisinha
pequeníssima que foi o sub prime nos
EUA, que foram empréstimos hipotecários a famílias que provavelmente não
teriam hipótese de os pagar no futuro,
porque os bancos queriam mais lucro e
pensavam: quando isto for abaixo o que
eu tenho a fazer é tomar as casas das
pessoas e vendê-las. Quando o mercado
foi abaixo e se aperceberam que tinham
que vender as casas , estas começaram
a ser muitas, o preço desceu e as pessoas tiveram noção do conjunto de activos tóxicos que os bancos tinham, das
trafulhices, da corrupção, etc. Uma coisinha que podia ter sido uma crise muito
limitada nos EUA, tomou proporções de
crise global.
"As agências
de rating são
instituições privadas,
que são pagas pelas
instituições que elas
próprias avaliam,
completamente
permeáveis a
pressões externas,
a pressões dos
grandes clientes."
Será esta
Será
esta apenas
apenas mais
mais uma
uma crise
crise
cíclica (entre
cíclica
(entre as
as dezenas
dezenasde
decrises
crises
que têm
que
têm ocorrido
ocorrido pelo
pelo mundo)
mundo)ou
ou
terá um
terá
um carácter
carácter mais
mais persistente?
persistente?
MM: Esta é a mais grave desde 1929
e, tal como nessa altura, implicará certamente uma reconfiguração do sistema
capitalista. É cíclica no sentido em que
os mercados financeiros vão abaixo e
voltam acima, ganhando com a própria
crise. Os mercados financeiros causaram a crise, causaram défices enormes
quando os estados tiveram de injectar milhões para salvar a economia. Os
mesmos mercados estão agora a usar a
crise para se recapitalizarem e recuperarem os seus lucros
Mas, por outra perspectiva, é uma crise sistémica, no sentido em que as causas não serão corrigidas sem mudanças
estruturais na forma como a economia e
o sistema financeiro estão organizados.
E
E afinal
afinal o
o que
que são
são “OS
“OS MERCADOS”
MERCADOS”
e
qual
o
seu
papel
e qual o seu papel nesta
nesta crise?
crise?
MM: Eu posso dar uma resposta pouco convencional: Krugman escrevia,
num artigo em tom de provocação, que
os mercados financeiros eram recém-licenciados em Economia e Gestão,
que recebiam milhões até aos 27 anos
para gastar em prostitutas e cocaína.
Isto é a resposta não convencional do
Krugman, não é minha. O que é que são
os mercados financeiros.... os mercados
financeiros são também agentes, nestas
faixas etárias, que ganham muito dinheiro a especular e que se reformam aos
30 anos com muito dinheiro, sem saber
com o que é que especulam, os quais
as consequências das suas decisões.
Mas a maior parte são instituições financeiras, muitas delas são fundos de
pensões, fundos de investimento seguradoras, bancos de investimento, etc.
Por exemplo, os maiores investidores
institucionais, são fundos de pensões,
fundos de pensões que têm as pensões
dos EUA, (não de Portugal porque o sistema ainda é público apesar das pressões para a sua privatização).
Por
Por exemplo,
exemplo, o
o caso
caso do
do Chile
Chile
que
que tinha
tinha um
um sistema
sistema público
público
e
e passou
passou a
a privado?
privado?
MM: O Chile entretanto tornou o sistema público de novo, por causa destes
problemas. Há aqui um aspecto interessante que é o da financeirização da vida,
da economia e das famílias, que têm
impactos a vários níveis. As empresas
já não são geridas com base no longo
prazo. As empresas são geridas para
dar lucros de curto prazo que permitam
a sua valorização na bolsa, dando muito dinheiro aos fundos de investimento,
aos fundos de pensões, aos bancos, a
quem tem acções e a quem especula
nos mercados. Este processo também
afecta as pessoas. Com o recuo do estado social, das políticas de habitação,
segurança social e de educação, o que
vai acontecendo é que as pessoas, sem
uma segurança social pública, vão pôr o
dinheiro no banco que investem em activos no mundo todo. Sem acesso a uma
educação gratuita, vão ter que pedir um
empréstimo para pagar a educação,
o mesmo para a casa, o mesmo para
11
entrevista
a saúde, o mesmo para os seguros de
acidentes. A vida das pessoas está cada
vez mais ligada aos mercados financeiros, à volatilidade desses mercados e
os fundos de pensões são um óptimo
exemplo disso. Convém que fique claro
uma coisa: é que os mercados financeiros estão muito longe daquela que é a
sua função original; a função dos mercados financeiros é colmatar o risco, gerir
o risco do mercado e alocar a poupança
ao investimento. Seria impossível fazer
grandes investimentos se não houvesse
muitos investidores privados que colocam o seu dinheiro nos mercados financeiros, que depois o distribuem, portanto
esta é a sua função. Nós precisamos de
mercados financeiros que dirijam os fundos para investimento produtivo. O problema é que este mercados financeiros
já não cumprem essa função, pelo contrário, estão a criar distorções na economia, não servem a economia real.
Os défices
défices são
Os
são realmente
realmente
sempre maus?
sempre
maus?
em recessão. O segundo ponto é uma
ideia muito difundida por aí que é pensar o Estado como uma família - se uma
família não se pode endividar por que é
que o Estado pode? Chamamos a isto
a “falácia da composição”: a economia
está endividada, os agentes privados
estão endividados, empresas, bancos,
estados estão endividados, o que é que
aconteceria se toda a gente começasse
a poupar para pagar as suas dívidas ao
mesmo tempo? Se todas as famílias poupassem, não consumissem, se todas as
empresas poupassem, não investissem
e se o Estado também poupasse? A ser
assim, a economia agravaria a sua situação recessiva porque não havia ninguém
a investir, a injectar dinheiro, a promover
o consumo, a promover o emprego. Se
toda a gente poupar ao mesmo tempo
será um desastre, que terá como consequência mais endividamento e mais
défice, criará um ciclo recessivo, que é
um pouco aquilo que está a acontecer
agora. É por isso que as medidas de
austeridade não funcionam. Outra questão sobre os défices, é o Pacto de Estabilidade e Crescimento, que impõe um
limite de 3% do défice e 60% da dívida a todos os países da União Europeia
como se todos os países fossem iguais
- é impensável.
MM: Não. Os défices não são maus
e há vários motivos pelos quais não são
maus. Primeiro, porque são os únicos
instrumentos que o Estado tem para
contrariar ciclos económicos. O Estado
tem uma função contra-cíclica - se uma
economia está em recessão o Estado é
Como se
se relacionam
relacionam os
ataques
Como
os ataques
o único agente que tem possibilidade de
especulativos
ao
aumento
especulativos ao aumento do
do
intervir, injectar dinheiro na economia,
custo da
são
custo
da dívida?
dívida? E
E os
os CDS
CDS são
gerar investimento, gerar emprego, etc.
um “produto”
um
“produto” financeiro
financeiro ou
ou um
um
Só o Estado pode fazer isto porque é
instrumento financeiro
instrumento
financeiro especulativo?
especulativo?
a única instituição que se pode endividar a este ponto, que pode ter défices.
MM: Há vários instrumentos pelos
Estes têm uma função, são um instru- quais os ataques especulativos estão remento de política económica que serve lacionados com o aumento do custo da
para injectar dinamismo numa economia dívida. Apresento duas formas: o papel
12
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
das agências de rating e dos seguros de
dívida (credit default swaps - CDS). São
coisas um pouco complexas. A ideia
importante a reter é que, por um lado,
as agências de rating não têm estado a
reflectir as reais condições do país, mas
sim a reflectir as expectativas sobre as
reais condições do país. As agências de
rating criam um agravamento das expectativas negativas, que levam a um
pior rating, originando, necessariamente, o aumento das taxas de juro. Por sua
vez, o aumento das taxas de juro leva a
um agravar das condições económicas
e financeiras do país, criando piores expectativas que conduzem a piores ratings e elevam as taxas de juro. Isto é um
ciclo do qual nós nunca conseguiremos
sair, agravado por vários factores, como
são os produtos especulativos, entre os
quais os CDS (credit default swaps), que
são seguros sobre a dívida. O conceito
não está totalmente errado, é um seguro para proteger de um investimento.
O problema é que começaram a difundir aquilo a que se chama “naked”
CDS, que é o mesmo que eu ter um
seguro sobre um carro, mas não ter o
carro. Os investidores compram seguros sobre a dívida portuguesa, mas não
têm dívida portuguesa. Estão simplesmente a apostar que o país vai falir e
que, portanto, vão ganhar dinheiro com
isso. Quanto maior é o risco do país falir, maior é o preço destes CDS. Depois,
como estes instrumentos também são
um medidor de risco, ou seja, quando
alguém quer investir na economia portuguesa a primeira coisa que vai ver é
o rating e a evolução dos CDS, entramos outra vez num ciclo especulativo.
Quando o risco está a subir, comprar
CDS é um bom negócio, e porque se
Mariana Mortágua
compram mais CDS, o seu preço sobe,
assim como a expectativa do risco relacionado com a dívida e também os juros
depois exigidos pelas obrigações soberanas. Como sobem os juros, aumenta
o risco associado à economia, e também o preço dos CDS, e assim sucessivamente. Deste modo, podemos dizer
que neste momento os CDS estão a ser
utilizados como instrumento financeiro
especulativo.
Como avalia
avalia o
Como
o comportamento/
comportamento/
actuação recente
actuação
recente do
do BCE
BCE e
e das
agências
de rating?
das
agências
de rating?
MM: Em relação às agências de rating eu acho que ficou claro. Mas há
mais problemas. As agências de rating
são instituições privadas, que são pagas
pelas instituições que elas próprias avaliam, completamente permeáveis a pressões externas, a pressões dos grandes
clientes.
O Banco Central Europeu é outra
questão. O BCE foi criado com estatutos muito específicos, com o objectivo
de controlar a inflação. É o único objectivo do BCE, independentemente da
actividade da economia, do crescimento do PIB, do nível de emprego, tem de
controlar a inflação. E com o argumento
de estabilização da moeda europeia, o
BCE está proibido de emprestar dinheiro
aos países membros, ou seja, comprar
dívida pública directamente aos países.
Está ainda impedido de emitir moeda, ou
obrigações europeias, o que tem agravado os problemas da economia europeia.
Isto acontece, em grande medida,
porque o Banco Central Europeu está
demasiado dependente das economias
mais fortes da União Monetária, em especial da Alemanha, e gere a política
monetária de acordo com os seus interesses, e não os interesses dos países
periféricos.
Quando estalou a crise o BCE percebeu, tarde demais, que tinha que fazer
uma intervenção nos mercados financeiros para colmatar a quebra de liquidez que se vivia no mercado secundário.
Começou então a emprestar mais aos
bancos privados a uma taxa reduzida,
1%. Mas ao mesmo tempo que o BCE
empresta aos bancos privados, não empresta aos Estados, nem lhes compra
dívida pública. O que acontece é que
os bancos privados vão-se financiar ao
BCE para depois comprar dívida aos
países. O problema aqui é óbvio: a taxa
de empréstimo do BCE é 1% e a taxa
de empréstimo aos países ronda os 9%,
promovendo assim a especulação, e favorecendo os lucros da banca.
Até
Até agora
agora os
os vários
vários PEC
PEC e
e medidas
medidas
de
combate
à
crise
foram-nos
de combate à crise foram-nos
apresentados
como o
o único
único
apresentados como
caminho.
outras alternativas?
alternativas?
caminho. Que
Que outras
MM: É preciso que se perceba que os
PEC não são um caminho. A austeridade não conduz a lado nenhum, a não ser
aumentar a crise. O que está a acontecer com estas medidas de austeridade
é que todo o ajustamento da economia
está a ser feito pelo lado dos salários,
pelo lado do estado social, e mais ninguém está a pagar por esta crise. O pagamento, na maior parte dos países da
Europa, está a ser feito à custa do poder
de compra dos trabalhadores. Não se vê
uma única medida com vista ao sector
financeiro, aos Bancos. O problema é
quando se tira poder de compra aos trabalhadores, há menos consumo, menos
dinamismo na economia, as vendas vão
necessariamente cair, as empresas vão
falir, haverá menos investimento, mais
desemprego – é isto a que temos estado
a assistir. Portanto, este é um ciclo recessivo que não contribui em nada para
nos ajudar a sair desta crise. Que alternativas é que há? Eu acho que há aqui
dois níveis de alternativas que são pos-
síveis. Há coisas que têm de ser feitas a
nível europeu e uma delas é a emissão
de euro-obrigações. A UE tem de ter
uma forma de financiar os seus países
sem estar dependente de lógicas especulativas. Uma segunda coisa que tem
de acontecer é um orçamento comunitário reforçado, ou seja, não tem qualquer
lógica termos uma união monetária, com
uma moeda em comum e sem orçamento comum. A UE não tem mecanismos
para financiar os países, sem ser através
das lógicas dos mercados financeiros
ou do FMI. Por exemplo: se a Califórnia
está deficitária, o FMI não vai ajudar a
Califórnia, porque os EUA têm mecanismos internos que transferem automaticamente fundos daqueles estados que
têm muitas receitas para os estados
que têm menos receitas e é isto que tem
que acontecer na UE. Precisa de haver
um mecanismo de transferências para
colmatar os desequilíbrios dentro da
própria UE. É preciso ter orçamentos
reforçados que financiem projectos de
investimento, que financiem projectos
de criação de emprego. É necessário
haver mais coordenação também a nível da segurança social e dos salários,
que não devem ser alinhados pelos va-
13
entrevista
lores mais baixos, mas pelos mais elevados – o discurso da competitividade
leva apenas a dumping social. Portanto,
precisamos de um orçamento comunitário, de obrigações europeias, de um
Banco Central que tenha instrumentos
para ajudar os países. Um Banco Central que possa definir a sua taxa de juro,
não só de acordo com a inflação mas
também de acordo com a evolução da
economia e sobretudo de acordo com o
emprego, que possa comprar obrigações
aos países, que possa emitir moeda, ter
uma política monetária como tinham os
bancos nacionais. Um Banco Central
que não sirva os interesses da Alemanha
e da França, mas que sirva os interesses
de uma União Monetária, que tem vários
países com condições diferentes.
Isto leva-nos a um outro ponto - o
Pacto de Estabilidade. É preciso acabar
com um Pacto de Estabilidade que trata
todos os países como se fossem o mesmo. Aplicar a todos os países o mesmo
tipo de regras, os mesmos limites de
endividamento, entre outras coisas, é
um erro económico, é tratar variáveis diferentes como se fossem as mesmas e
nós já aprendemos ao longo da história
que impor os mesmos modelos a países
diferentes não funciona. A América Lati-
na é um exemplo disso e a África é outro
exemplo. A história tem-nos ensinado
que há diferentes formas de crescimento e desenvolvimento para realidades
diferentes e é preciso que isso seja interiorizado.
Depois, é urgente haver uma regulação do sistema financeiro, é preciso
implementar uma taxa sobre as transacções financeiras e operações em bolsa,
já Keynes defendia isso. Tem de se controlar a especulação e eu pessoalmente
defendo que é preciso acabar com muitos produtos financeiros especulativos.
Em relação a políticas nacionais, não
há motivo para serem os trabalhadores
a pagar esta crise. Em Portugal, o trabalho é muito mais taxado que o capital
e isso não pode acontecer. Mesmo em
termos de IRC, é sabido que a Banca
paga taxas efectivas muito baixas. As
mais valias da bolsa até há pouco tempo não eram taxadas. Há espaço para
fazer uma reforma fiscal em Portugal,
que permita que este ajustamento não
seja feito pelo lado dos trabalhadores.
Por outro lado é preciso ter uma política industrial a sério em Portugal. Tem de
haver um plano para o desenvolvimento do país. As energias renováveis são
um bom exemplo do que poderia ser um
14
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
plano e haverá, provavelmente, campo
em muitas outras áreas: reabilitação urbana, transportes,etc. É preciso investir
nos bens transacionáveis. Por que razão
é que a economia portuguesa se desenvolveu em torno de bens não transaccionáveis e não dos transaccionáveis?
Porque houve um conjunto de grandes
grupos económicos que se foram desenvolvendo à custa da privatização de serviços públicos, monopólios naturais, em
áreas sem concorrência e que garantiam
grandes rendas por vários anos.
A energia, a saúde ou as telecomunicações são exemplos destes sectores.
Este processo levou a um enviesamento
da economia portuguesa em torno da
produção de bens não “exportáveis”,
mais lucrativos, em detrimentos dos restantes.
É preciso uma política que se vire para
o investimento público e para a criação
de emprego. Tirar poder de compra às
pessoas não vai resolver o problema. As
pessoas têm de perceber que o que foi
feito agora foi tirar anos de ganhos sociais em termos de salários, em termos
de direitos. Quando é que um trabalhador vai voltar a ganhar aquilo que ganhava? É um erro considerar que a competitividade se faz pelos baixos salários
e a prova disso é que há muitos países
competitivos que não têm salários baixos. Eu não quero competir com a Polónia, nem com a China, e não quero ter
as condições de trabalho que eles têm.
E depois, se toda a gente tivesse uma
política de baixos salários quem é que
importava? Exportávamos para quem?
O problema é que à medida que a austeridade se vai generalizando na Europa, e a Europa ainda é o sítio para onde
nós exportamos, é o sítio para onde a
Alemanha exporta, quem é que vai comprar as nossas exportações? É um dos
problemas pelos quais a competitividade pela baixa dos salários não tem qualquer razão de ser.
Como jovem
jovem economista,
Como
economista, como
como vê
vê o
futuro
eo
dos
sindicatos
neste
o
futuro
e papel
o papel
dos
sindicatos
contexto
adverso?
neste
contexto
adverso?
MM: Bom, o futuro em geral, já o vi
mais claro. Acho que é um momento difícil porque se criou uma ideia de inevitabilidade da austeridade, que é necessária porque não há outro caminho. Acho
que é preciso combater essa ideia. Há
outros caminhos, a crise não aconteceu
porque vivemos acima das nossas possibilidades, ou porque há Estado a mais,
por mais que se pense às vezes isso, a
crise aconteceu por haver pouco e mau
Estado. Os mercados financeiros não
são sítios sem lei; os offshores não são
Mariana Mortágua
sítios onde o regulador se esqueceu de
regular - as coisas acontecem porque
há um contexto institucional que permite que elas aconteçam. Acho que vêem
aí tempos difíceis, mas também espero
que esses tempos sejam marcados por
contestação - É preciso que as pessoas
percebam que esta situação não é inevitável e que as coisas podem ser feitas de
forma diferente. Quanto à questão dos
sindicatos, acho têm um papel importantíssimo neste período. Os Sindicatos são
uma meio privilegiado para movimentar e consciencializar os trabalhadores.
Acho que há também uma necessidade
e urgência de os sindicatos perceberem,
que têm de adaptar-se aos novos problemas das condições de trabalho. Estão
a crescer e a criar-se novas formas de
exploração do trabalho, que têm características diferentes e que eu acho que
exigem respostas diferentes das Comissões de Trabalhadores e dos Sindicatos.
Esta é a geração dos precários, que, na
sua maioria, não se revê nos sindicatos,
é inegável. O mundo do trabalho mudou
em Portugal, o que não diminui em nada
o papel dos sindicatos, acho que só
obriga a uma reflexão e a uma evolução.
Pelos vistos não estão criadas as condições de revolta que acontecem noutros
países, é a ideologia do medo, as pessoas têm medo de perder o pouco que têm.
Por outro lado, as pessoas saem hoje da
Faculdade com a ideia que têm que ser
individualistas, sacar o mais possível e o
resto não interessa nada, salve-se quem
puder! Esta é uma geração sem memória
de conquistas...
É importante combater a ideia de que
nos jovens tem menos direitos porque as
gerações anteriores foram privilegiadas.
É um discurso enviesado que terá como
consequência um agravamento das condições para todos. As novas gerações
devem exigir ter tantos direitos como as
anteriores, e não o contrário – os direitos
de uns são os direitos de outros.
Em
que é
é que
que o
o FMI/FEEF
FMI/FEEF vai
vai alterar
alterar
Em que
esta
esta situação?
situação? ÉÉ mesmo
mesmo inevitável?
inevitável?
MM: Bom, o plano de “resgate” que
nos foi apresentado (em inglês) não é
muito diferente dos planos de austeridade anteriores em termos de efeitos para
a economia. É mais grave porque é mais
duro e prolongado, mas, sobretudo, porque carrega uma forte componente antidemocrática. É preciso ver que tanto
o FMI como a Comissão Europeia não
são instituições democráticas, sujeitas a
sufrágio. Estão portanto muito longe das
reivindicações das pessoas, e têm toda
a liberdade para implementar medidas
anti-sociais, imunes a protestos.
É hoje muito claro que a austeridade
não irá resolver os problemas da nossa
economia. Já vamos no quarto PEC e
a situação só piorou, sobretudo a nível
social, com o desemprego a subir continuamente, enquanto os apoios sociais
são cortados. A economia não poderá
recuperar e crescer enquanto houver
desemprego mais pobreza e cortes sucessivos no poder de compra dos trabalhadores.
Veja-se também o que aconteceu à
Grécia e à Irlanda. Implementaram os
mesmos planos de austeridade, aceitaram o mesmo tipo de empréstimos do
FMI e da União Europeia, e agora estão
à beira de ter de reestruturar a sua dívida, para além da profunda recessão
que enfrentam e do aumento dos níveis
de desemprego.
Não podemos fechar os olhos à realidade. Não é possível pagar as taxas
cobradas pelo empréstimo, somadas
ainda às taxas especulativas que estamos e vamos pagar pelas emissões de
dívida pública. Do ponto de vista moral
e de justiça elementar também não me
parece justo que sejam os trabalhadores a pagar os juros especulativos ou a
nacionalização dos prejuízos privados,
como o BPN, por exemplo.
A renegociação da dívida irá acontecer. Não sou só eu que digo, vários economistas estão a defender esta ideia.
Não é possível pagar juros, mesmo que
a 5% quando a economia está a (de)
crescer a -2%. Nestas condições a renegociação é inevitável, mais tarde ou
mais cedo. Defendo que seja mais cedo,
em melhores condições, e que esteja
associada a uma auditoria que nos permita perceber que parte da dívida nos
pertence e que parte é pura especulação ou socialização de prejuízos. Há
várias experiências positivas que vão
neste sentido, como a auditoria feita no
Equador, e que agora também está a
ser exigida por vários grupos na Grécia
(através de uma petição assinada por
vários economistas internacionais).
É preciso romper com a lógica da
austeridade que, sem resolver o problema da dívida, agrava a situação da economia e impede o crescimento.
15
história
breve história do divórcio
Um dos paradoxos da moderna sociedade ocidental é a
simultânea popularidade do casamento e do divórcio.
De facto, o divórcio tornou-se o parceiro vulgar do casamento, já
que segundo as estatísticas, e, dependendo do país em vivemos,
um em cada dois, três ou quatro casamentos acaba em divórcio.
A pergunta que é feita com maior frequência sobre o divórcio,
“por que é tão vulgar hoje em dia?”, é implicitamente histórica, pois qualquer
resposta implica a questão “por que era tão invulgar no passado?”
Têm sido apresentadas razões muito diferentes para explicar o
aumento do divórcio. De entre elas salientamos uma mudança
ou declínio da “moralidade”, o decréscimo da influência da
religião, os efeitos dos movimentos feministas, as mulheres
casadas que trabalham fora de casa e as crescentes expectativas do casamento.
O mundo ocidental foi durante séculos influenciado pelo direito canónico e pela doutrina católica romana, que afirmava
(e continua a afirmar) que a validade do matrimónio contraído
não pode ser dissolvida. Mesmo depois da Reforma Protestante e do caso de Henrique VIII no século XVI, e apesar da
progressiva rejeição da postura da igreja católica, só nos finais
do século XX chegamos a um ponto em que as leis civis do
divórcio, as atitudes populares e as práticas das nossas leis
nada devem, praticamente, às doutrinas católicas que foram
dominantes ao longo dos séculos.
Mas nem sempre foi assim: No inicio da era cristã o que prevalecia eram as leis judaica e romana. A lei judaica dava ao
marido grande autoridade para repudiar a mulher se “coabitar com ela e depois ela deixar de lhe agradar porque descobriu nela qualquer coisa de inconveniente”. Mesmo assim,
havia limitações aos poderes do marido, já que ele não podia
divorciar-se da mulher se maliciosa e falsamente a acusasse
de algo. A lei romana permitia o pedido de divórcio mútuo ou
unilateral sem restrições, porque o casamento também exigia
o consentimento mútuo das partes. Só mais tarde o imperador Justiniano restringiu o divórcio aos casos de justa causa:
um dos fundamentos aceitáveis incluíam o adultério, quer por
parte do marido, quer por parte da mulher.
Eram estas as leis que vigoravam, com mais ou menos diferenças, consoante ao costumes das diversas sociedades e
culturas.
Por volta do século IV, vários textos bíblicos foram interpretados pela maioria das autoridades eclesiásticas de maneira
diferente de até então. É nesta época que se institui na doutrina
católica o celibato – o estado de ser não-casado. O casamento, segundo esta doutrina, era oferecido àqueles que não
conseguiam ser sexualmente continentes, e, consequentemente mais fracos, pelo que era considerado um estado inferior.
Assim o divórcio poderia ser bem-vindo como uma espécie
de retorno ao estado de celibato (não obstante um celibato
manchado). Mas não é assim. As autoridades eclesiásticas,
baseadas na passagem bíblica “o que Deus uniu, não pode
o homem separá-lo”, entendem que um contrato matrimonial
válido não pode ser dissolvido.
Muito claramente, a posição cristã relativamente ao divórcio
desviou-se, em todas as circunstâncias, dramaticamente, das
doutrinas e práticas judaicas e romanas prevalecentes.
tura, os hábitos e costumes das populações sobreviveram durante muito tempo às tentativas por parte da igreja para impor
as suas normas.
Por exemplo a lei canónica sobre o casamento foi aceite na
Islândia no século XIII, mas as tentativas para a impor a uma
população, cuja lei permitia o divórcio, só datam de 1429.
Ainda que a igreja tenha substituído, com sucesso, a lei indígena do divórcio, esta foi uma breve vitória, porque um século
e meio mais tarde a Islândia, tal como a maioria dos países
da Europa Central e da Europa do Norte, acolheram calorosamente a Reforma.
No início do século XVI, a Reforma Protestante iniciada por
Martin Lutero propõe uma reforma profunda na doutrina da
Igreja Católica, tendo a adesão imediata de vários sacerdotes
e governantes da Europa. A vitória desta nova doutrina, não
traz grandes alterações à lei do casamento. Apesar de admitir o divórcio (Lutero defende que o divórcio não significa
que seja feito pelo homem, porque não pode acontecer sem
a vontade de Deus), este só poderia ser aceite basicamente
fundamentado em questões sexuais (impotência sexual, recusa
da mulher em ter relações sexuais com o marido, adultério).
Ao contrário da incompatibilidade sexual, a incompatibilidade
emocional, de um modo geral (salvo em questões de extrema
violência marital), não justificava o divórcio.
Os ensinamentos de Lutero e depois de Calvino sobre o divórcio foram as doutrinas mais importantes articuladas durante
a Reforma por que se inspirou a legislação de grande parte
da Europa. Em alguns territórios protestantes, contudo, reformistas desenvolveram doutrinas legislação próprias, a maioria
das vezes mais progressista, sendo a Suécia, ainda no século
XVI, o primeiro país a adoptar leis que permitiam aos homens
e mulheres divorciarem-se, baseando-se no facto de terem
casamentos opressivos, intoleráveis ou simplesmente desagradáveis.
No entanto estas leis quase nunca tinham efeitos práticos, já
que muitas vezes os juízes e chefes espirituais eram influenciados por um forte sentido de tradição e pelos princípios de
indissolubilidade matrimonial, pelo que a grande maioria dos
pedidos de divórcio era rejeitada. Para além disso o processo
(principalmente em Inglaterra) era muito longo e caro o que
levava as pessoas a desistir.
No início do século XVII, a Europa começa a colonizar a América e são formadas várias colónias. Embora as cartas das
várias colónias proibissem a promulgação de legislação que
fosse contra a lei prevalecente em Inglaterra, as normas matrimoniais nas colónias divergiam substancialmente da doutrina
anglicana. O casamento foi declarado um acto civil, pelo que
só aos magistrados civis, e não os ministros eclesiásticos, era
permitido solenizar casamentos
Simultaneamente algumas colónias criaram disposições ad
Estas novas regras, apesar de implementadas, não foram de hoc (mais tarde leis) para o divórcio. A partir de 1629, na coimediato adoptadas por todos os países. As leis locais, a cul- lónia de Massachusetts Bay, o divórcio, tal como o casamento,
16
STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
história
de tradição europeia espalhou-se para além da sociedade
ocidental do mundo atlântico. O divórcio foi introduzido na
Austrália, Índias Ocidentais e em alguns países de África. Nos
finais do século XIX a configuração do divórcio tinha dimensões mundiais, adequadas a um período que viu um surto de
imperialismo europeu.
pôde ser obtido nos tribunais civis. Apesar deste avanço, os
motivos que poderiam ser invocados eram ainda muito restritivos, não indo muito além do adultério e dos “hábitos cruéis
do marido”. De seguida outras colónias adoptarem medidas
mais “liberais” das cláusulas do divórcio.
Depressa a Europa teve conhecimento destas novas práticas,
o que fez com que muitos europeus se instalassem no Novo
Mundo com o propósito de se divorciarem.
Apesar do grande avanço em relação ao velho continente, as
taxas de divórcios eram ainda muito baixas o que é explicável
por predisposições religiosas e ideológicas gerais.
Depois da independência (finais do século XVIII), assiste-se a
uma súbita vaga de legislação relacionada com o divórcio em
quase todos os estados (ex-colónias) e muitos deles liberalizaram as suas políticas de divórcio para além dos fundamentos
normalmente aceites do adultério e crueldade extrema.
Simultaneamente na Europa, assiste-se a uma progressiva
secularização (processo pelo qual a religião deixa de ser o
aspecto cultural agregador), bem como se dá início ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Todos estes factores levaram
a que, um pouco por toda a Europa (principalmente Europa do
Norte), as leis do casamento se alterem e o divórcio deixasse
de ser regulamentado pelo direito eclesiástico e se tornasse
um assunto de direito civil.
Em França, nos finais do século XVIII e início do século XIX,
o divórcio chega mesmo a ser retratado como trazendo três
benefícios principais à sociedade: promover o crescimento populacional (casais desavindos não mantêm relações sexuais e
consequentemente não procriam), regenerar a moralidade e
aumentar a felicidade e a harmonia dentro das famílias.
Data também desta época as primeiras considerações na lei
do divórcio em relação aos filhos e às obrigações sociais conferidas pela paternidade.
Curiosamente (ou não) eram as mulheres que mais utilizam as
novas leis para pedirem o divórcio. A razão é simples: os homens gozavam de maior mobilidade, ausentando-se por largos
períodos de tempo, deixando muitas vezes as mulheres em
casa a proverem a própria subsistência e a dos filhos. Ora se
conseguiam manter-se sozinhas, muitas vezes durante anos,
não precisavam de se subjugar ao marido.
Em muitos aspectos o divórcio foi alterado com leis cada vez
mais liberalizantes desde 1800 até à eclosão da 1ª Grande
Guerra, em 1914. Primeiro espalhou-se geograficamente, de
tal modo que por volta de 1914 só alguns estados católicos da
Europa, nomeadamente Espanha, Portugal, Itália e a Irlanda,
não tinham disposições para o divórcio e assim permaneceram até bastante tarde no século XX. Mais ainda, o divórcio
Os cinquenta anos que antecederam a 1ª Guerra Mundial foram
sem dúvida, um período transitório de grande importância na
história de divórcio. Na maioria dos países, estados e colónias,
o divórcio ou foi legalizado ou liberalizado, as taxas de divórcio
começaram a aumentar apreciavelmente e o divórcio tornou-se
uma importante questão social.
Mas só a partir da 1ª Grande Guerra é que se dá um crescimento considerável do divórcio (um aumento da taxa de divórcio
é uma característica de muitos períodos pós-guerra), já que
até aqui eram principalmente as classes mais abastadas que
recorriam a ele.
Além das alterações às leis e políticas de divórcio, o desenvolvimento social e económico generalizado também desempenhou um papel preponderante. É normalmente aceite que o
número de divórcios tende a aumentar em épocas de prosperidade e, nada melhor para o explicar como verificar que as
taxas de divórcio durante a grande depressão económica de
1929, baixaram consideravelmente nos Estados Unidos para,
depois da crise passar, voltarem a aumentar.
Depois da 2ª Guerra Mundial, volta-se a assistir a uma subida
nas taxas de divórcio, mas é a partir dos anos 60 do século XX
que se dá um rápido e massivo alastramento do divórcio.
Face às modificações verificadas na sociedade – há uma completa “revolução cultural” a nível mundial, as leis do divórcio,
na maioria dos países, pela primeira vez adoptam medidas
de não culpabilidade, isto é, permitem a dissolução do casamento em circunstâncias onde não existia qualquer culpa,
responsabilidade ou ofensa precisa a ser atribuída a qualquer
dos conjugues.
Apesar de toda esta evolução a nível mundial, nalguns países
da Europa como Espanha, Itália, Irlanda e Portugal, onde existia uma forte e particular influência da Igreja Católica Romana
na modelação da lei da família, o divórcio continuava a ser
proibido àqueles que tinham contraído matrimónio de acordo
com o rito católico romano.
Só nos finais dos anos 70 (em Portugal) e princípios dos anos
80 (Espanha e Itália) é que as leis do divórcio foram completamente revistas e aprovadas.
A República da Irlanda a par do Vaticano, Andorra e São Marinho, são os únicos países da Europa onde o divórcio ainda não
é permitido. Curiosamente a Irlanda (um país profundamente
católico) fez um referendo em 1986 com o propósito de uma
emenda à Constituição de forma a permitir que fosse decretada uma lei do divórcio, e o resultado foi de 66% contra e
apenas 34% a favor.
O aumento do divórcio em massa durante o século XX é um
fenómeno generalizado, explicado pelas expectativas crescentes em relação ao casamento, pelas alterações económicas,
sociais, legais e culturais que permitem que mais casamentos
se desfaçam.
No fundo um casamento não deixa de ser uma embarcação
frágil, desgovernada e levada pelas crescentes marés de expectativas, continuando a tripulação a discutir qual das velas
deveria erguer, enquanto a embarcação dos seus sonhos é
desfeita em pedaços nos penhascos de uma reviravolta da
atribulada vida em comum.
FONTE: DESFAZER O NÓ - BREVE HISTÓRIA DO DIVÓRCIO, DE RODERICK PHILLIPS
- EDIÇÃO ORIGINAL: CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1991
- EDIÇÃO PORTUGUESA: TERRAMAR
17
horas livres
7º torneio de futsal
"tártaros" campeões
O 7º Torneio de Futsal do STEC decorreu no
Pavilhão Municipal do Luso, na Mealhada,
durante os dias 19 e 20 de Fevereiro.
Participaram as equipas:
Secadegas, de Guimarães;
Stecvários, de Ansião;
Eros 888, de Vila Nova de Gaia;
Educa-con-dores e Tártaros, de Lisboa.
No primeiro dia do Torneio, jogando todas as
equipas umas com as outras, efectuaram-se 10
jogos de apuramento.
No segundo dia efectuaram-se 4 jogos para efeito de classificação final.
A grande vencedora do torneio foi a equipa dos
Tártaros, que ganhou, na final, à equipa dos Secadegas, pelo resultado de 1 - 0.
Tártaros - Lisboa
A Classificação final por equipas ficou assim ordenada:
1º
Tártaros
- Lisboa
2º
Secadegas
- Guimarães
3º
Educa-con-dores
- Lisboa
4º
Eros 888
- V.N. Gaia
5º
Stecvários
- Ansião
Guarda-redes menos batido:
António Capelão - “Secadegas”
1 golo sofrido
Secadegas - Guimarães
Melhor marcador:
Rui Sequeira - “Educa-con-dores”
5 golos marcados
A seguir ao jogo da final as equipas juntaram-se
para um almoço de convívio, que foi servido no
Restaurante do Conjunto Turístico Quinta dos
Três Pinheiros, na Mealhada, empreendimento
onde as equipas ficaram alojadas.
O almoço que juntou cerca de 70 participantes
e acompanhantes, decorreu com toda a boa disposição e camaradagem, sendo distribuídos prémios e lembranças a todos os participantes.
António Capelão
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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
Rui Sequeira
horas livres
passeio à serra de Monchique
Partimos rumo à serra algarvia,
num sábado nebuloso, para um
fim-de-semana diferente. O ponto
de encontro estava marcado nas
Caldas de Monchique, no hotel
onde ficámos instalados.
A envolvência da natureza
antecipava uma tranquila e relaxada
estadia para recarregar baterias.
Através de estradas sinuosas dirigimo-nos a uma tradicional destilaria de
aguardente de medronho onde assistimos a todo o processo da “estila”. A
caldeira estava acesa transformando o
medronho, anteriormente fermentado
nas pipas, em vapor, que ao passar pelo
tubo de cobre arrefecido pela água, se
transformava na preciosa aguardente
que saía a um ritmo lento mas contínuo,
imprescindível para garantir a qualidade
da mesma. Todos tivemos oportunidade
de a provar e os mais audazes apreciaram-na ainda quente, acabada de fazer.
Algumas iguarias regionais, como o pão,
a chouriça e a assadura acompanharam
a nossa prova. Antes de partirmos, fomos ainda interpelados pelo proprietário
para beber mais um cálice de aguardente, a “abaladiça”, fazendo jus à tradição,
na abalada.
Dando continuidade ao roteiro gastronómico, jantámos num dos mais conhecidos restaurantes de Monchique,
saboreando algumas iguarias, onde
destacamos o arroz com castanhas,
feijão e carne como tendo sido a mais
apreciada.
No domingo de manhã iniciámos uma
caminhada em torno das Caldas de
Monchique. O ritmo da marcha foi ditado pelos menos velozes, permitindo-nos
contemplar a natureza e a beleza da paisagem. O guia explicou-nos as características do local, que pelas suas particularidades climatéricas é comparado
à Serra de Sintra. A presença da água
é valorizada neste local, em muitos momentos da história, desde o tempo dos
romanos. A formação das rochas e do
solo têm uma grande influência vulcânica e a vegetação, para além de diversificada, é também marcada pela abundância de ferro no solo.
O nosso passeio terminou depois de um
merecido almoço-convívio no centro de
Monchique, preenchido com mais algumas especialidades típicas e regado
com um bom vinho da região algarvia e
mais uma melosa, a “abaladiça”!
Esperamos por todos em próxima iniciativa, já no mês de Maio.
19
horas livres
V concurso de fotografia STEC
- os vencedores
Embora com participação inferior aos
concursos anteriores, realizou-se mais um
concurso de fotografia do STEC.
O Júri, constituído pelos fotógrafos Vítor Garcia,
Luís Garção e Arnaldo Carvalho avaliou os trabalhos e decidiu da atribuição dos prémios.
Apresentamos aqui apenas as fotografias premiadas em cada categoria:
Sendo certo que nem todos podem ganhar, agradecemos a participação nesta iniciativa e esperamos
poder contar com todos em próximos concursos.
PRETO E BRANCO
1º PRÉMIO
COR
"Tempos Passados"
Ana Isabel de Almeida B. S. Biléu
1º PRÉMIO
Sem Título
Ana Luz Mendes Lopes
COR
2º PRÉMIO
"Guardião da Noite"
Ana Isabel de Almeida B. S. Biléu
PRETO E BRANCO
2º PRÉMIO
"Solitário"
Tiago João Ferreira Santos
COR
3º PRÉMIO
"4 Horas da Tarde"
Paulo Jorge Raposo Cavaco
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STEC | CAIXA ABERTA Nº27 | MAIO 2011
PRETO E BRANCO
3º PRÉMIO
"Metro"
Inês João do Nascimento A. L. Delgado
protocolos
Apresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o
STEC e outras entidades. Para qualquer esclarecimento
complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as
Delegações de Coimbra e Porto.
ensino privado
COLÉGIO DO VALE
Avenida Vale Bem, 24
Marisol
2820-391 CHARNECA DA CAPARICA
Tel. 212 979 650
Fax. 212 979 659
E-mail. [email protected]
www.colegiodovale.pt
Protocolo com 10% de desconto no valor mensal do serviço "Frequência" para filhos de sócios, não acumulável com outros descontos, a novos alunos que venham a inscrever-se no Colégio do
Vale ao abrigo do presente protocolo.
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Rua Manuel José Martins Gonçalves, 270
Póvoa do Varzim
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enfermagem, transporte em ambulância, acesso à rede dentária e
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à rede de prestadores, transportes em ambulância) - preço anual40,00€ com taxa moderadora de 10,00€, por consulta.
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lojas Prink mediante a apresentação do cartão de sócio ou declaração emitida pelo STEC que comprove a situação de sócio.
Para usufruir do referido desconto deverão cumulativamente fazer
adesão ao cartão Prinkard.
DEPILCONCEPT
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2005-177 SANTARÉM (Zona do Hospital)
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A DepilConcept Santarém compromete-se a conceder aos associados do STEC e seus familiares os seguintes benefícios:
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SERVILUSA
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A Servilusa praticará descontos para funerais aos associados do
STEC, seus cônjuges, ascendentes e descendentes directos de
1º grau numa percentagem de 45% dobre Organização Técnica e
Serviço de Agência da tabela em vigor; 10% sobre os Artigos Religiosos, Serviço de Florista, Manutenção e Limpeza de Jazigos e
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Protocolos STEC
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Observações:
- Os descontos apresentados são válidos nas Lojas da Rede de
Viagem;
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reserva;
- Os descontos não são aplicáveis nas taxas, suplementos, seguros, impostos e em bilhetes aéreos, comboio ou barco adquiridos isoladamente;
- Os descontos não são acumuláveis com outras campanhas ou
descontos;
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desconto de 5% nas reservas antecipadas e 3% nas Ofertas.
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insólito
comer (pó) e calar!
Obras nas agências da CGD é quase sempre sinónimo
de confusão e enorme falta de respeito por quem lá
trabalha e também por quem tem que lá ir.
É insólito, ou talvez não, como, com tantos anos de experiência nesta matéria, se
continuam a cometer os mesmos erros e
a insistir na mesma solução, quando o razoável seria fazer o contrário. E dizemos
talvez não, porque quem tem o poder de
decidir, sempre tem optado por fazer conviver, à força, contra tudo e contra todos,
martelos, cimento, pó, tábuas e pregos,
barulho e confusão, com pessoas que lidam com dinheiro, papéis, computadores
e especialmente clientes, num ambiente
que se supõe dever ser de silêncio, dignidade, higiene e salubridade.
Por outro lado, quem tem a ousadia de
se queixar do barulho, do pó, dos rasgões nos casacos, da falta de higiene e
segurança, nem que seja só em jeito de
desabafo, é mal visto e até ameaçado,
por certas hierarquias, às vezes só pelo
simples facto de falar do assunto com
os seus representantes sindicais. Que
acontecerá se, como é de lei, algum trabalhador, legitimamente, se queixar às
autoridades de saúde? Nada de bom,
seguramente!
qualidades humanas e profissionais para
dirigir o que quer que seja, um retrocesso
civilizacional e a negação total de quem,
pomposamente, designa os outros por
colaboradores…
É como quem diz: colaborem… mas não
digam nada, basta obedecer e agradecer
reverentemente!
Felizmente que há excepções, mas essas deveriam ser a regra, numa empresa
com o nome da CGD.
Este clima de medo, de arrogância gratui- Simplesmente insólito!... não é?
ta, do “come e cala; quem não está bem
Será por simples teimosia, falsos critérios muda-se; quem manda pode; você não é
de poupança, ou então simples afirmação pago p’ra pensar”, promovido a “cartilha”,
pessoal de quem anda sempre à procura como forma privilegiada de gerir pessoas, é, para além de uma primária falta de
de, a todo o custo, “mostrar serviço”?
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Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 27 , Maio de 2011 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 Exemplares
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