Laser de Baixa Potência
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Laser de Baixa Potência
www.apcd-saude.org.br Rua Rondinha, 54 - C. Inglesa São Paulo - SP - CEP 04140-010 Julho | Agosto | Setembro | 2010 | nº 29 Laser de Baixa Potência Expansão da largura óssea de rebordo associada ao uso de Straumann® BoneCeramic Utilização no tratamento da parestesia pós exodontia de terceiros molares inferiores resultados previsíveis na Implantodontia IMPRESSO Pode ser aberto pela ECT comemoração da posse dos novos eleitos da diretoria Enxerto ósseo Utilização do β-Fosfato Tricálcio para preenchimento 2 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 Editorial expediente 10 14 Dr. Sérgio Yunes - Editor beiro, mostra que todos os cirurgiões-dentistas e profissionais relacionados e ASBs, devem estar preparados para situações de emergências médicas em consultório ou ambulatório odontológico, uma vez que essas situações que apresentam potencial risco de vida, podem e devem ocorrer em ambiente odontológico e geralmente estão relacionadas ao aumento do estresse, medo e ansiedade. Outros artigos importantes constam em nossa revista. Boa leitura! para devolução de sua morfologia....... 12 Utilização do Laser de Baixa Potência no tratamento da parestesia pós exodontia de terceiros molares inferiores................. 16 Cursos - 1º Semestre - 2011............... 18 APCD Saúde comemora posse dos novos eleitos................................................ 22 Campeonato de Bilhar APCD Saúde.... 23 Aniversariantes.................................. 24 Indicador Profissional......................... 26 22 Eleições APCD Índice A importância do planejamento adequado para obtenção de resultados previsíveis na Implantodontia...................................... 4 Emergências médicasem ambiente odontológico.................................................... 6 Expansão da largura óssea de rebordo associada ao uso de Straumann® BoneCeramic................................................. 10 Utilização do β-Fosfato Tricálcio no preenchimento da cavidade do seio maxilar Parestesia Presidente Wagner Nascimento Moreno 1º Vice-Presidente Gilberto Machado Coimbra 2º Vice-Presidente Arne Aued Guirar Ventura Assessor da Presidência Admar Kfouri Secretário Geral Ossamu Massaoka 1º Secretário Moacyr Nunes Leite Junior 2º Secretário Durval Paupério Sério Tesoureiro Geral Takashi Yagui 1º Tesoureiro Carlos Teruo Itabashi 2º Tesoureiro Kunio Shimabukuro Depto. Assessor de Benefícios Auro Massatake Minei Depto. Assessores Científico Cheng Te Hua Luci Z. Finotti Patricia Takahama Depto. Assessor de Comunicações Paulo Yoshiteru Nagamine Depto. Assessor de Congressos e Feiras Luiz Afonso de Souza Lima Depto. Assessores Cultural Marta Tashiro Valsuir José Vezzoni Depto. Assessores de Defesa de Classe Elizabeth Aparecida Braga Helenice Formentin Ikegami Depto. Assessores E.A.P Cidney Hiroaki Cato Hiroshi Miasiro Milton de Souza Teixeira Samuel Moraes Cecconi Depto. Assessor de Esportes Mauricio Fazzura Depto. Assessor de Patrimônio Luiz Carlos Serrano Lima Depto. Assessor de Prevenção Nicola Felipe Lopez Bempensante Depto. Assessor de Rel. Internacionais Jum Kasawara Depto. Assessor da Revista e Informática Sérgio Yunes Depto. Assessores Social Julia Hiçae Uchida Silvia Cristina Ramos Coimbra Depto. Assessor de Turismo Shindi Nakajima Depto. Assessor de Clínica Sônia Maria Moraes Cecconi Depto. Assessor Nova Geração Arlindo Carvalho de Oliveira Neto Jornalista Responsável Israel Correia de Lima (Mtb 14.204) - Tel. 3477-4156 Editor de Arte Guilherme Gonçalves Impressão Input Comunicação Visual Ltda. A pós o banho de democracia com eleições na APCD Central e Regionais, parabenizamos os novos dirigentes da nossa APCD Saúde, agora sob a presidência do doutor Wagner Nascimento Moreno. Esperamos que a promessa em seu discurso de posse não se confirme: pintar a sede da nossa Regional de preto e branco, conforme sua paixão corintiana e ainda mais no centenário do Timão. Brincadeiras a parte, o jantar de posse aconteceu no Bufê Évidence, no bairro de Vila Clementino e contou com o comparecimento maciço das Regionais da capital, conforme podemos confirmar nas fotos publicadas nesta edição. “A importância do planejamento adequado para obtenção de resultados previsíveis na Implantodontia”, demonstra um caso clínico de um paciente para sua total reabilitação oral. Um artigo escrito pelos professores Jum Kasawara, Rodrigo Salgado Schiavo, Cristine Haralambos Bassoukou, Alexander D’Alvia Salvoni e Patricia D’Alvia Salvoni Cassoli. “Emergências médicas em ambiente odontológico”, artigo do doutor Francisco Barata Ri- Implantes Foto capa: Gehring János Rua Rondinha, 54 - Chácara Inglesa São Paulo - SP - CEP 04140-010 Fone (11) 5078-7960 www.apcd-saude.org.br [email protected] [email protected] Atendimento: 2ª a 6ª das 9h às 18h Bem-vinda nova Diretoria APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 | 3 Reabilitação oral A importância do planejamento adequado para obtenção de resultados previsíveis na Implantodontia Figura 2A Figura 1A Figura 3A Figura 2B Figura 1B A tualmente a reabilitação oral através do sucesso dos implantes osseointegráveis, vem mostrando grande exigência quando se diz respeito à estética. Porém em alguns casos falhas ocorrem em função de planejamentos equivocados e precipitados. Paciente M.C.P., 41 anos, sexo feminino, apresentando doença periodontal severa com mobilidade grau 3 (figura 1A e 1B), e ausência de elementos dentais, principalmente na arcada superior, foi submetida a reabilitação protética após a realização de implantes. Na primeira etapa do tratamento optou-se pela exodontia dos elementos superiores e a instalação de Prótese Total Imediata (figura 2A), para recuperação da Dimensão Vertical de Oclusão, da estética e função mastigatória além da posterior avaliação do suporte ósseo remanescente. O planejamento inicial consistia na instalação de 6 implantes. Após 60 dias foi confeccionado um Guia Cirúrgico em resina acrílica através da duplicação da Prótese Total instalada anteriormente, onde foram colocados 8 anéis de titânio distribuídos 4 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 Figura 3B bilateralmente (figura 2B), no intuito de aumentar as possibilidades de posicionamento dos implantes para a melhor distribuição das cargas oclusais. Solicitou-se então a Radiografia Panorâmica com o Guia em posição para o planejamento cirúrgico de acordo com a arquitetura óssea remanescente, confirmando assim a posição correta dos implantes. Todos os implantes ofereceram torques superiores à 45N, proporcionado a realização de moldagem transcirúrgica para a confecção de uma prótese imediata provisória aparafusada, sem a presença de flange (figura 5), com a intenção de aguardar a cicatrização, o condicionamento tecidual, a osseointegração, e para avaliar a necessidade estética da paciente. Após 6 meses foi instalada definitivamente uma prótese tipo Protocolo Bränemark, com a presença de flange (figura 6A e 6B) devolvendo o suporte labial, restabelecendo a estética e fonética. Todo tratamento tem como objetivo confeccionar uma restauração com as exigências de uma dentição natural, nos termos de função, conforto e aparência. Figura 6A Figura 4 Figura 6B Figura 5 Referências bibliográficas 1. Atttard NJ, Zarb GA. Immediate and early implant loading protocols: a literature review of clinical studies. J Prosthet Dent. 2005 Sept;94 (3): 242-9. 2. Francischone CE, Nary Filho H, Matos DAD, Lira HG, Neves JB, Vasconcelos LW et al. Osseointegração e o tratamento multidisciplinar. São Paulo: Quintessence; 2006. p.55-93. 3. Higginbottom FL. Implants as na option in the esthetic zone. J Oral Maxillofac Surg. 2005; 63 (Suppl 2): 33-44. Profº Jum Kasawara Profª do Curso de Especialização em Implantodontia do CPO SL Mandic- Campinas; Profª do Curso de Atualização em Implantodontia da APCD-Saúde Profº Rodrigo Salgado Schiavo Profª Dr. Alexander D’Alvia Salvoni Profº Coordenandor dos Curso de Especialização em Implantodontia do CPO SL Mandic- Campinas e São Paulo; Profº do Curso de Mestrado em Implantodontia do CPO SL Mandic- Campinas; Profº do Curso de Atualização em Implantodontia da APCD-Saúde Profº do Curso de Especialização em Implantodontia do CPO SL Mandic- Campinas; Profº do Curso de Atualização em Implantodontia da APCD-Saúde Profª Cristine Haralambos Bassoukou Profª Patricia D’Alvia Salvoni Cassoli Profª do Curso de Especialização em Implantodontia do CPO SL Mandic- São Paulo; Profª do Curso de Atualização em Implantodontia da APCD-Saúde Profº do Curso de Especialização em Implantodontia do CPO SL Mandic- Campinas e São Paulo; Profºdo Curso de Atualização em Implantodontia da APCD-Saúde APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 | 5 Procedimentos Emergências médicas em ambiente odontológico T odos os Dentistas e profissionais relacionados, ACDs e pessoal de escritório, devem estar preparados para situações de emergências médicas em consultório e ou ambulatório Odontológico, uma vez que essas situações que apresentam potencial risco de vida, podem e devem ocorrer em ambiente Odontológico e geralmente estão relacionadas ao aumento do estresse, medo e ansiedade1,2. Essas situações não estão restritas a ocorrerem na “cadeira do dentista” podendo acontecer em qualquer sítio do consultório Odontológico, tais como sala de espera, bem como nas dependências. Todo o pessoal deve estar envolvido, isto e, treinados e capacitados para administrar o Suporte Básico de Vida para controle destas situações. Raramente o Dentista será solicitado a realizar Ressuscitação Cardiorrespiratória em ambiente Odontológico, porém é mais do que provável que o profissional lance mão de manobras de suporte básico de vida, ao longo de sua vida profissional, embora alguns estudos3 mostrem incidências de parada cardiorrespiratória em ambientes Médico e Odontológico. Preparação para as Emergências médicas A América Dental Association4 em 2002, por meio do seu conselho científico determinou um protocolo e um kit mínimo que os Dentistas devem ter em consultórios e ou ambulatórios Odontológicos, esse protocolo que devem ser incluído na rotina do ambiente Odontológico. Então para o reconhecimento e o controle apropriado das situações mais comuns de Emergências Médicas no ambiente Odontológico incluem o seguinte Protocolo (Quadro 1). Suporte Básico de Vida Ao contrário do que muitos pensam nas situações de Emergências Médicas o mais importante para o seu efetivo controle são as manobras de Suporte Básico de Vida e não a administração de drogas que ficam em segundo plano na abordagem de situações que envolvem risco de vida. Os procedimentos incluem a manutenção das vias aéreas no paciente inconsciente, técnicas de administração de Oxigênio no paciente consciente ou inconsciente em ambiente Odontológico e monitoração dos dois mais importantes sinais vitais a pressão sanguínea e o pulso cardíaco (freqüência cardíaca), juntos vamos obter informações importantes quanto ao status do sistema cardiovascular. Juntos estes três procedimentos consistem o ABC do suporte básico de vida. Quando todos os 3 procedimentos (ABC) são empregados juntamente a técnica é chamada de Ressuscitação Cárdio Respiratória (RCP) em inglês CPR (cardiopulmonary resuscitation). Uma vez que o ABC tenha sido satisfatoriamente estabelecido “missão cumprida” então o profissional pode dar uma Quadro1. Protocolo da A.D.A 20024 6 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 atenção específica sobre “qual” ou “quais” foram as causas que determinaram a situação de emergências médicas e considerar então a administração de drogas. Manejo-Controle do Paciente Inconsciente em Ambiente Odontológico A perda da Consciência é uma ocorrência relativamente comum em consultório Odontológico. A situação clássica em ambiente Odontológico é o paciente “desmaiar” logo após a administração do anestésico local em função do medo, estresse e ansiedade5,6,7. Independente do fator precipitante, a perda da consciência trará para o profissional uma situação com um potencial risco de vida, demandando cuidados imediatos. O Quadro 2 mostra a sequência dos acontecimentos após a obstrução das vias aéreas. língua (músculo relaxado-obstrução anatômica das vias aéreas) ocorre sempre quando a cabeça esta numa posição mediana (Figura 1), onde o queixo quase encosta no tronco, o paciente numa posição supina onde além do relaxamento muscular a força gravitacional “empurra” a língua para posterior obstruindo a orofaringe. Também que a língua obstrua a orofaringe. A obstrução completa das vias aéreas pode resultar em asfixia e parada cardíaca num período de 5 a 10 minutos, já uma obstrução parcial da vias aéreas, através de mecanismos mais complexos, pode levar ao mesmo resultado9. Em todos os casos de inconsciência, o tratamento imediato consiste em reconhecer a obstrução das vias aéreas de imediato e iniciar as medidas necessárias para o problema. Uma vez que se mantenha a via aérea patente pela inclinação posterior da cabeça-elevação do queixo ou tração da mandíbula (Head tilt-chin lift) o profissional pode então proceder com medidas mais definitivas de suporte de vida10,11,12 (RCP, administração de drogas, outras). Abordaremos as manobras básicas de suporte básico de vida. Administração do Suporte Básico de Vida: A-B-C Quadro 2 - Após a obstrução das vias aéreas (língua-anatômica ou por corpo estranho),originando uma Hipóxia, Bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos<60 batimentos/minuto) e o comprometimento cardiovascular (“parada” cardíaca) A causa mais comum da perda da consciência na Odontologia é a sincope vasovagal6,7,8, (desmaio) resultado do medo e ansiedade (apreensão), o tratamento inicial na maioria das situações de inconsciência é essencialmente o mesmo, uma única exceção é a reação anafilática aguda onde neste caso específico a administração de drogas (adrenalina/epinefrina) assim que possível é a primeira e mais importante medida que salvará a vida em questão. A Inconsciência é acompanhada de relaxamento muscular este fato que é responsável pelos problemas associados pela hipóxia e ou anóxia. O paciente inconsciente perde os reflexos de proteção das vias aéreas, o que resulta na obstrução da orofaringe pela base da Imediatamente após o reconhecimento do quadro de “inconsciência”, devemos assegurar a abertura das vias aéreas, seguindo o seguinte protocolo: 1.P - Posicionar o paciente em posição supina na cadeira Odontológica, com os pés ligeiramente elevados. Figura 1 - Paciente inconsciente APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 | 7 Procedimentos Figura 2 - Ver, Ouvir e Sentir a Respiração 2.A - Desobstrução das vias aéreas - acessar as vias aéreas. VER, OUVIR e SENTIR se o paciente esta respirando (Figura 2) a. Inclinação (extensão) da cabeça para trás (posterior) - Head Tilt (Figura 3). Aplicar a mão na testa do paciente e a outra na mandíbula fazendo a rotação da cabeça para trás (extensão dorsal da cabeça). b. Embora a inclinação ou extensão dorsal (posterior) da cabeça seja uma manobra efetiva no restabelecimento de uma via aérea patente, existem situações em que as vias aéreas ainda permanecerão obstruídas. Então nesses casos adicionalmente a inclinação da cabeça para trás, deveremos realizar o avanço da mandíbula para anterior, numa posição ou situação de “prognatismo”, fazendo com que a base da língua desobstrua “completamente a orofaringe. Uma vez que a língua está “aderida” na mandíbula, e este avanço mandibular para frente desloca a língua juntamente com a mandíbula desobstruindo as vias aéreas13,14 (Figura 4). Esta manobra é realizada colocando os 2 dedos (indicador e médio) no ângulo da mandíbula movendo, avançando a mandíbula anteriormente ou para frente, onde alcançaremos uma posição oclusal “topo a topo” ou de prognatismo. 3.C - Avaliação da Circulação - Após se estabelecer uma via aérea permeável (desobstruída), o socorrista deve determinar a avaliação da circulação. Devemos monitorar a ritmo cardíaco e pressão arterial. Vários sítios podem ser utilizados para verificação do ritmo cardíaco, pulso radial, pulso braquial e o pulso carotídeo (artéria carótida) no pescoço (Figura 5 e 6). A artéria carótida (Figura 3 e 4) é o sitio mais confiável indicador para a avaliação da função cardiovascular no adulto9,2,10. O socorrista quando da localização do pulso, não deve demorar mais de dez segundo para avaliar o mesmo, e se o socorrista não encontrar o pulso, deve imediatamente iniciar as compressões torxicas externas (30:2), 2 respirações e 30 compressões - 100 compressões toráxicas por minuto. Porém se o pulso foi avaliado e está “fraco”, mas esta presente, o socorrista deve continuar os passos de suporte básico de vida até a chegada da assistência médica. Figura 4 - Deslocamento anterior da mandíbula (Jaw Thrust) 4.D - Tratamento Definitivo - Uma vez que as vias aéreas estão desobstruídas (estabelecidas) e a circulação esta adequada, o socorrista (doutor) poderá então prosseguir com o controle definitivo da situação, isto é, instituir tratamentos específicos, por exemplo: hipoglicemia; administração de glicose, simples desmaio: amônia-aromática-inalação. Conclusões Figura 3 - Inclinação posterior da cabeça e levantamento do queixo (Head Tilt) 8 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 E evidente que as situações de emergências médicas não são freqüentes, porém podem e devem ocorrer em ambiente Odontológico. Todos os membros do “time” Odontológico devem estar preparados para administrar as manobras de Suporte Básico de Vida, e somente com treinamento e capacitação traz aos profissionais a experiência na abordagem destas situações para que se estabeleça uma sequência no Figura 5 - Localização da Artéria Carótida - Pulso Carotídeo - (A) Localização da Cartilagem Tireóide (Pomo de Adão), (B) deslizamento lateral dos dedos indicador e médio até encontrar a fenda entre a cartilagem tireóide e o músculo esternocleido mastóideo atendimento tornando este efetivo. Estes passos discutidos em detalhes P-A-C são segmentos do Suporte Básico de Vida e estas medidas são essenciais na manutenção da vida da vítima ou paciente. Embora que C: circulation (circulação adequada) deve sempre ser determinada, se na palpação do pulso em 10 segundos e ele não estiver presente deveremos imediatamente iniciar as compressões toráxicas externas. A seguir no Quadro 3. Os algoritmos das Situações de Emergências Médicas. Figura 6 - Crianças menores de 1 ano - verificar o pulso Braquial, na parte superior interna do braço 11. Peter Safar, M.D, Resuscitation in the Dental Office, Presented before the Sixth Annual Meeting, American Dental Society of Anesthesiology, Inc., New York, September 13, 1959. 12. Part 3: Overview of CPR, http://circ.ahajournals.org/cgi/content/ full/112/24_suppl/IV-12 located on the World Wide Web at: The online version of this article, along with updated information and services, visitado em 11.08.09 13. Malamed, S.F. Medical Emergencies in Dental Office-6th Edition-Mosby-2000 14. Acute upper airway obstruction-Med Line plus- visitado em 02.01.09 - http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000067.htm Referências bibliográficas 1. TB Fast, MD Martin, and TM Ellis Emergency preparedness: a survey of dental practitioners J Am Dent Assoc 1986; 112: 499-501. 2. SF Malamed. Managing medical emergencies - J Am Dent Assoc 1993; 124: 40-53. 3. Beckeret Linda et al, Cardiac Arrest in Medical and Dental Practices Implications for Automated External Defibrillators - Arch Intern Med vol161, June 25, 2001 www.archinternmed. 4. Office emergencies and emergency kits: J Am Dent Assoc-Ada Counsil on Scientific Affairs - 2002; 133;364-365. 5. Boorin MR, Anxiety. Its manifestation and role in the dental patient; Dent Clin North Am. 1995 Jul; 39(3):523-39. 6. S.W.Parry and R.A. Kenny; The Management of vasovagal syncope, QJ Med 199;697-705. 7. Matsuura H, Analysis of Systemic Complicatons and Deaths During Dental Treatment in Japan - Anesth Prog 36:219-228 1989. 8. Margrethe Vika et al; Fear of blood, injury, and injections, and its relationship to dental anxiety and probability of avoiding dental treatment among 18-year-olds in Norway, International Journal of Paediatric Dentistry. 18(3):163-169, May 2008. 9. McCarthy, M Frank, Medical Emergencies in Dentistry, 1982, Philadelphia, W.B.Sauders Company10. Malamed SF, Emergency medicine: beyond the basics, 1997;128;843854 - J Am Dent Assoc –JADA Quadro 3 Dr. Francisco Barata Ribeiro Professor de Anestesia e Sedação; Capacitado em Sedação Inalatória - University of Birmingham AL; Capacitado em Sedação Enteral e Parenteral - University of Southern Califórnia; Máster Level Colege of Sedation American Society of Dental Anesthesiology APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 | 9 Implantes Expansão da largura óssea de rebordo associada ao uso de Straumann® BoneCeramic U m dos principais fatores que podem impedir a colocação de implantes em uma reabilitação oral é a falta de espessura óssea, que ocorre com freqüência em regiões edêntulas de rebordos maxilares. Técnicas cirúrgicas invasivas como o uso de enxerto em bloco, embora sejam eficientes em casos de extrema reabsorção óssea, incluem a coleta de osso autógeno, e podem acarretar dor pós-operatória, lesão em nervos ou artérias, e infecção1,2. Artigos atuais sobre expansão óssea têm descrito uma técnica nova, que é realizada de maneira atraumática, com o uso de um kit de expansores parafusados3,4. Os parafusos são de diâmetros crescentes e apresentam um formato cônico, e são utilizados após a perfuração feita por uma broca de 2mm de diâmetro. Assim, ao invés de continuar com as outras brocas de diâmetros maiores do kit cirúrgico, procede-se com o uso dos parafusos expansores, que são rosqueados de maneira delicada, expandindo assim a região da perfuração, onde será colocado o implante. Enxertos de biomateriais particulados, como o “Straumann® BoneCeramic”, podem auxiliar o procedimento quando a tábua vestibular se encontra frágil após a expansão4. Caso clínico - A paciente A.L.P.C., sexo feminino, 67 anos, se apresentou à clínica para tratamento reabilitador da região anterior da maxila. A queixa principal era de insatisfação com uma prótese fixa anterior de 3 elementos (11, 21 e 22) que acabara de fraturar. Com o planejamento do caso, foi definido que seriam colocados dois implantes para reabilitar a região correspondente aos elementos 21 e 22. Na tomografia computadorizada, foi detectada uma largura óssea de 3,5mm na região do dente 21, correspondente ao pôntico da antiga prótese fixa. Já o dente 22, precisava ser extraído e seria substituído por um implante imediato. Assim, foram escolhidos dois implantes de 3,8mm Figura 2 Figura 1 Figura 3 10 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 de diâmetro (XiVE, Dentsply-Friadent, Alemanha), de modo que passou a ser requerido, na região do elemento 21, um aumento da largura óssea, que foi realizado com um kit de parafusos expansores (Microdent, Espanha) após a perfuração do rebordo, feita com uma broca cilíndrica de 2mm. Após a expansão óssea do rebordo (Figuras 1 e 2), os implantes foram colocados, porém deixando a tábua vestibular levemente fragilizada e com uma trinca vertical na região do elemento 21 (Figura 3). Para terminar a correção de volume ósseo, foi utilizado o biomaterial composto de fosfato de cálcio bifásico “Straumann® BoneCeramic” (Instituto Straumann AG, Basel, Suíça) (Figura 4), preenchendo os defeitos ósseos, e recuperando o volume tecidual do rebordo (Figura 5). Seis meses após a cirurgia, com os implantes já osseointegrados e com o tecido mole periimplantar apresentando boas condições, procedeu-se com a confecção das coroas de metalocerâmica planejadas para reabilitar o paciente. A técnica de expansão óssea atraumática, combinada com o uso de “Straumann®BoneCeramic”, se mostrou um eficiente método para aumentar a largura e restaurar o volume do rebordo maxilar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Garg AK, Morales MJ, Navarro I, et al. Autogenous mandibular bone grafts in the treatment of the resorbed maxillary anterior alveolar ridge: Rationale and approach. Implant Dent. 1998;7:169- 176. 2. Li J, Wang HL. Common implant- related advanced bone grafting complications: classification, etiology, and management. Im- plant Dent. 2008;17:389-401. 3. Siddiqui AA, Sosovicka M. Lateral bone condensing and expansion for place- ment of endosseous dental implants: A new technique. J Oral Implantol. 2006;32:87-94. 4. Cortes ARG, Cortes DN. Nontraumatic bone expansion for immediate dental implant placement: An analysis of 21 cases. Implant Dent. 2010;19:92-7 Figura 4 Dr. Arthur R. G. Cortes Implantodontista; Mestre em Patologia Bucal Figura 5 APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 | 11 Enxerto ósseo Utilização do β-Fosfato Tricálcio no preenchimento da cavidade do seio maxilar para devolução de sua morfologia Q uando ocorre a perda de dentes em região posterior de maxila, há uma reabsorção fisiológica do tecido ósseo. A enxertia óssea para devolução da morfologia original é uma alternativa dentro do planejamento da reabilitação. O osso autógeno é considerado o “padrão ouro” das técnicas de reconstrução óssea, pois tem grande potencial osteogênico, osteoindutor e osteocondutor. Entretanto, há de se considerar inúmeros fatores antes de decidir qual técnica utilizar. No “padrão ouro” há, principalmente, maior morbidade devido à necessidade de duas áreas cirúrgicas (doadora e receptora), maior tempo operatório e limitação quanto à disponibilidade óssea. Atualmente o procedimento de levantamento do assoalho de seio maxilar com enxertos ósseos e com posterior instalação dos implantes osseointegráveis pode ser considerado um procedimento seguro e com resultados cada vez mais previsíveis, dependendo do tipo de biomaterial utilizado. A pesquisa constante em busca do melhor material de enxertia óssea que possa substituir o osso autógeno traz, a cada dia, novas alternativas para os profissionais. Hoje, há uma opção de biomaterial sintético composto de β-Fosfato Tricálcio (β-TCP) que, quando comparado ao enxerto autógeno, apresenta algumas vantagens: - redução do tempo cirúrgico, - menor morbidade, - quantidade ilimitada, - menor risco de lesões vasculares e nervosas. O biomaterial β-TCP possui características que indicam a sua utilização em enxertos ósseos: - osteocondução, - interconectividade com multiporos, - porosidade, - estabilidade no preenchimento, - reabsorção completa em menor tempo, quando comparado à hidroxiapatita. No caso ilustrado, a paciente I.M.P., 69 anos, gênero feminino, apresentava pneumatização do seio maxilar direito com conseqüente perda óssea local (Fig. 1). O primeiro momento cirúrgico foi planejado para a enxertia óssea com β-TCP (Cerasorb®). Após todos os procedimentos de antissepsia e anestesia, o acesso local foi feito via parede anterior de seio maxilar através de incisão em crista com relaxante. A osteotomia foi realizada com fresas diamantadas esféricas em peça de mão com irrigação abundante, seguida pelo descolamento da membrana sinusal e preenchimento da loja com o biomaterial (Fig. 3). Por fim, foi realizada síntese utilizando fio de seda 4-0. A paciente foi orientada quanto à medicação e aos cuidados pós operatórios. O segundo momento cirúrgico, seis meses após o primeiro, foi para a instalação cirúrgica dos implantes BIOMET 3i® Osseotite hexágono externo (HE), cônicos de 4x13mm (região do 14), 4x11,5mm (região do 15) e 4x10mm (região do 16) (Fig. 4). Após três meses foi realizada a reabertura e posteriormente à reparação tecidual foi confeccionada a prótese metalo-cerâmica parafusada sobre os implantes (Fig 6). Portanto, a utilização do biomaterial sintético β-TCP dá condição ao organismo para a neoformação óssea na região com densidade e quantidade adequada e possibilita a instalação de implantes osseointegráveis de forma previsível e segura, tanto ao profissional, quanto ao paciente. 12 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 Figura 1 - região: 1° quadrante. Radiografia inicial Figura 2 - β-TCP + sangue Figura 3 - Colocação do enxerto Figura 4 - Instalação dos implantes Biomet 3i seis meses após o enxerto Referências bibliográficas Figura 5 - Radiografia com os implantes nove meses após o enxerto 1. CLAVERO J.; LUNDGREN S. Ramus or chin grafts for maxillary sinus inlay and local onlay augmentation: comparison of donor site morbidity and complications. Clin. Implant. Dent. Relat. Res., Hamilton, v.5, n.3, p. 154-60, 2003. 2. DRISKELL TD.; HASSLER CR.; MCCOY LR. The significance of resorbable bioceramics in the report of bone defects. 26th Annu. Cons. Eng. Med. Biom., p. 199-255, 1973. 3. MISCH CM et al. Reconstruction of maxillary alveolar defects with mandibular symphysis grafts for dental implants: a preliminary procedural report. Int. J. Oral Maxillofac. Implants., v. 7, p. 360-6, 1992. 4. PETERS F.; REIF D. Funcional material for bone regeneration from Beta-Tricalcium phosphate. Mat-wiss. U. Werkstofftech, n.4, p. 203-207, 2004. 5. SIMUNEK A. et al. Deproteinized bovine bone versus β-TCP in sinus augmentation surgery: a comparative histologic and histomorphometric study. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, v.23, p. 935-942, 2008. 6. SUBA Z et al. Maxillary sinus floor grafting with β-Tricalcium Phosphate in humans: density and micro architecture of the newly formed bone. Clin. Oral Impl. Res., v. 17, p. 102-8, 2006 7. ZIJDERVELD SA. et al. Maxillary sinus floor augmentation usin a β-Tricalcium Phosphate (Cerasorb) alone compared to autogenous bone grafts. Int. Oral Maxillofac. Implants, v.20, p.432-440, 2005. Dr. Odair Borghi Figura 6 - Prótese instalada Mestre em Implantodontia; Especialista em Implantodontia e Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais; Coordenador do curso de Atualização em Implantodontia da APCD Jd. Paulista; Professor do curso de Especialização do Centro de Treinamento Biomet 3i Dr. Ricardo Ramalho Vecchiatti Figura 7 - 24 meses após o enxerto Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais; Mestrando em Implantodontia; Professor do curso de Atualização em Implantodontia da APCD Jd. Paulista APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 | 13 Parestesia Utilização do Laser de Baixa Potência no tratamento da parestesia pós exodontia de terceiros molares inferiores A parestesia é a deficiência neurosensorial de maior ocorrência e consiste em sensações desagradáveis, anormais e espontâneas onde não há a total perda de sensibilidade. Podem ser permanentes traduzindo em irritação de nervos periféricos sensitivos. Costumam se traduzir principalmente por “formigamento” 1, 2, 3. Também são descritas como sensações estranhas. Sendo reconhecidas por qualquer pessoa que já recebeu uma injeção de anestésico local em tratamentos odontológicos. Quando não persistem, as parestesias podem não indicar uma lesão neurológica, mas já quando persistentes, indicam anormalidade das vias sensoriais. Na odontologia, a parestesia manifesta-se, na maioria das vezes, pelos nervos alveolar inferior, mentoniano e lingual e é decorrente de fatores locais e sistêmicos. Dos fatores locais podemos incluir: fraturas mandibulares, lesões compressivas (neoplasias benignas e malignas e cistos), dentes impactados, infecções locais, lesões iatrogênicas (após tratamento endodôntico, exodontias e bloqueios anestésicos), cirurgias de implantes e de finalidade ortodôntica e as pré-protéticas. Dos fatores sistêmicos podemos citar: doenças degenerativas, infecções virais, desordens metabólicas e algumas reações medicamentosas4, 5, 6. Diversos tipos de tratamento têm sido propostos como a administração de medicação sistêmica, fisioterapia local, estimulação elétrica, cirurgia para reparação nervosa, aplicação de laser de baixa potência e outras terapêuticas como homeopatia e acupuntura, sendo que o prognóstico de recuperação varia consideravelmente de acordo com o grau de injúria. O uso de lasers de baixa potência (LILT – Low Intensity Laser Therapy) tem sido citado na literatura, nas áreas odontológica apresentando efeito biomodulador e indicado nos casos de sintomatologia dolorosa, e reparo tecidual. A irradiação por laser de baixa potência no trajeto da inervação afetada demonstrou ser eficiente quanto à melhora sensorial sendo vantajosa por não ser dolorosa nem traumática promovendo maior conforto ao paciente. 14 | APCD SAÚDE | jul | ago | set | 2010 Alguns efeitos da terapia com os lasers de baixa potência em nível celular já estão bem estabelecidos como a estimulação da atividade mitocondrial, estimulação da síntese de DNA e RNA, variação do pH intra e extracelular, aceleração do metabolismo, e aumento da produção protéica e modulação da atividade enzimática. Quando a célula tem a sua função debilitada esses efeitos são bastante evidentes. Estudos mostram que a terapia com luz laser de baixa potência tem efeitos mais pronunciados sobre órgãos ou tecidos enfraquecidos, ou seja, em estresse. Os efeitos da irradiação com laser de baixa potência na regeneração nervosa pode acontecer pela ação direta em diferentes componentes celulares e extracelulares assim como uma ação indireta nos tecidos inervados pelas fibras nervosas que estão em reparação7. Referências bibliográficas 1. MACHADO, A. V. Neuroanatomia Funcional. 2 ed. Ed. Atheneu: Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1993. 2. ROWLAND, L. P. Merritt. Tratado de Neurologia, 9 ed. Ed. Guanabara Koogan:Rio de Janeiro, 2000. 3. SANVITO, W. L. Propedêutica Neurológica Básica. 6 ed. Ed. Atheneu: São Paulo, 2000. 4. PRADO, M.M.B. Estudo sobre a parestesia do nervo alveolar inferior pós cirurgia de terceiros molares inferiores [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2004. 5. AKAL, U.K., SAYAN, N.B., AYDOGAN, S., YAMAN, Z. Evaluation of the neurosensory deficiencies of oral and maxillofacial region following surgery. Int J Oral Maxillofac Surg; v.29, p.331-6, 2000. 6. GIULIANI, M., LAJOLO, C., DELI, G., SILVERI, C. Inferior alveolar nerve paresthesia caused by endodontic pathosis: A case report and review of the literature. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.92, p.670-4, 2001. 7. ANDERS, J.J.; GEUNA, S.; ROCHKIND, S. Phototherapy promotes regeneration and functional recovery of injured peripheral nerve. Neurol Res, v.26, p.233–239, 2004. Dr. Edgar Kazuyoshi Nakajima Cirurgião-dentista; Graduado pela Faculdade de Odontologia da USP; Mestre em Lasers em Odontologia – IPEN/FOUSP; Professor do Mestrado em Lasers em Odontologia – IPEN/FOUSP