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RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Aprofundar a democracia num mundo fragmentado Publicado Para o Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD) Lisboa MENSAGEM - Serviço de Recursos Editoriais, Lda Rua Dr. Manuel de Arriaga, 68-D 2745-158 QUELUZ PORTUGAL MENSAGEM - Serviço de Recursos Editoriais Rua Dr. Manuel de Arriaga, 68-D – 2745-158 QUELUZ Telef. +351 214 342 110 • Fax +351 214 342 119 Direitos de Autor ©1998 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 1 UN Plaza, New York, New York, 10017, USA http://www.undp.org/undp/hdro Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, de qualquer forma ou por qualquer meio, electrónico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem autorização da Trinova Editora. Edição em língua portuguesa MENSAGEM - Serviço de Recursos Editoriais Rua Dr. Manuel de Arriaga, 68-D – 2745-158 QUELUZ Telef. +351 214 342 110 • Fax +351 214 342 119 Tradução: José Freitas e Silva e Maria Natércia Estêvão Coordenação da tradução e revisão técnica: João Estêvão Capa e design: Gerald Quinn, Quinn Information Design, Cabin John, Maryland Paginação e preparação gráfica: João Mendes - Artes Gráficas, Lda – Telemóvel 919 032 125 Impressão e acabamento: SIG – Sociedade Industrial Gráfica, Lda. Bairro de S. Francisco, Lote 1-6 P. 2685-466 Camarate – PORTUGAL Telefone: (351) 21 9473701 • Fax: (351) 21 9475970 ISBN 972-8730-04-7 Depósito Legal N.° ?????? / ?? Agradecimento: A tradução e a publicação da edição portuguesa do Relatório do Desenvolvimento Humano 2002 foi possível graças ao apoio do Instituto da Cooperação Portuguesa. EQUIPA PARA A PREPARAÇÃO DO Relatório do Desenvolvimento Humano 2002 Directora e Autora Principal Sakiko Fukuda-Parr Consultora Principal Ngaire Woods Conselheira Especial Nancy Birdsall Equipa nuclear Omar Noman (Deputy Director), Haishan Fu (Chief of Statistics), Silva Bonacito, Emmanuel Boudard, Claes Johansson, Petra Mezzetti, Tanni Mukhopadhyay, Richard Ponzio, Paul Segal, David Stewart e Aisha Talib Consultores principais Isabella Bakker, Nicole Ball, Christian Barry, Michael Brzoska, Richard Falk, Ann-Marie Goetz, Robert Jenkins, Mary Kaldor, Adeel Malik, Malini Mehra, Santosh Mehrotra, Pippa Norris, Siddiqur Osmani, Paul Streeten e Ashutosh Varshney Conselheiro Estatístico: Tom Griffin Editores: Stephanie Flanders and Bruce Ross-Larson Design: Gerald Quinn Prefácio Este Relatório do Desenvolvimento Humano tem a ver, em primeiro lugar e acima de tudo, com a ideia de que a política é tão importante como a economia para um desenvolvimento bem sucedido. A redução sustentada da pobreza exige um crescimento equitativo, mas também exige que os pobres tenham poder político. E a melhor maneira de conseguir isso, de modo consistente com os objectivos do desenvolvimento humano, é pela criação de formas fortes e aprofundadas de governação democrática, a todos os níveis da sociedade. Mas, essa afirmação é controversa. Muitos detractores sugerem que, especialmente nos países em desenvolvimento, a democracia tende a ser demasiado confusa, descontrolada e sujeita à manipulação e ao abuso, para poder proporcionar a estabilidade e a continuidade necessárias à reforma social e económica sustentada. Todavia, como o Relatório deixa claro, tais argumentos estão errados por dois motivos. Primeiro, enquanto existir campo para um debate legítimo e vivo acerca das melhores políticas e práticas para assegurar o crescimento económico, as democracias, no fim de contas, não são piores do que outras formas de governo quanto à promoção do bom desempenho económico. E as democracias são notavelmente melhores quanto à satisfação das mais prementes necessidades sociais dos cidadãos, particularmente em momentos de crise ou de desalojamento, que mais afectam os pobres. Segundo— e não menos importante—a participação democrática constitui um objectivo decisivo do desenvolvimento humano e não apenas um meio de o alcançar. No entanto, se estamos a falar de sistemas globais de governação que enfrentam os descomunais desafios de um mundo crescentemente interligado, acerca dos governos nacionais que se esforçam por satisfazer as necessidades dos seus cidadãos, ou acerca das empresas e das forças privadas da vida nacional e mundial destruídas pelas mudanças económicas, sociais e tecnológicas das últimas décadas, é claro que a efectiva governação democrática ainda não é uma realidade. Também, como se pode ver pelo Relatório, tendo em conta as tendências actuais, uma parte significativa dos estados do mundo não têm qualquer probabilidade de virem a atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, incluindo o ultrapassadíssimo alvo de redução da extrema pobreza a metade, em 2015. Muitos países estão mais pobres do que há 10, 20 e 30 anos, nalguns casos. Tal como é perturbante a onda de euforia que viu saltar para 140 o número de países que, ao longo dos últimos quinze anos, adoptaram muitos dos fundamentos da democracia—em especial o sistema de eleições multipartidárias – e que começa a transformar-se em frustração e desespero. Se, por um lado, há algumas notáveis e bem-vindas excepções, a verdade é que, por outro, muitos dos governos destes países não foram capazes de proporcionar os empregos, os serviços e a segurança pessoal que os seus cidadãos tão intensamente necessitam e desejam. Um número crescente de governos democráticos desta nova vaga – incluindo alguns já estabelecidos há mais tempo – têm resvalado para a prática de actos cada vez mais anti-democráticos, desde alterações à constituição pelos líderes políticos e campanhas de enfraquecimento dos poderes legislativo e judicial, até à manipulação descarada das eleições, muitas vezes com consequências devastadoras para o desenvolvimento humano. Além disso, nos países em que é reconhecido o princípio de que quem governa é a maioria saída das urnas de voto, é à custa dos direitos da minoria que tal acontece: demasiadas vezes, a ausência de uma cultura democrática significa que quem perde as eleições ou é perseguido pelos vencedores ou recusa reconhecer a legitimidade dos resultados eleitorais. As democracias exigem não só governos legítimos mas também oposições legítimas. Nalguns destes países – e em muitos outros que ainda têm de dar alguns passos, por tímidos que sejam, rumo à democracia – o resultado é o aparecimento de uma população cada vez mais alienada e cheia de raiva, especialmente constituída por jovens. Essa hostilidade está a artilhar uma retaliação tanto contra os regimes v vigentes como contra as forças impessoais da globalização. Nos casos mais extremos, os grupos radicais ou fundamentalistas estão a adoptar soluções violentas para os seus sofrimentos, o que ficou tragicamente ilustrado pelos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001 e pelas suas repercussões mundiais. Quando combinadas com as crescentes ameaças transnacionais, desde a SIDA até às mudanças climáticas, e exacerbadas por um sistema económico global que, na maior parte dos casos, permanece firmemente instalado a favor dos países industriais, o resultado é uma crescente crise de governação em muitas partes do mundo. Das ruas de Seattle, Washington e Génova, em Itália, até às fábricas e aos campos de vastas zonas da Ásia, da África e da América Latina, por todo o lado há cidadãos que perderam a confiança na capacidade e no empenho dos seus líderes políticos para lidar com estes desafios prementes. Que resposta devemos dar? Tornou-se vulgar, nos anos recentes, ouvir os autores de políticas governamentais e especialistas de desenvolvimento a caracterizarem a boa governação como sendo “o elo que falta” para haver um crescimento e uma reforma económica bem sucedidos nos países em desenvolvimento. Mas a atenção tem sido centrada quase exclusivamente nos processos económicos e na eficiência administrativa. A mensagem central deste Relatório é esta: a governação eficiente constitui o ponto central do desenvolvimento humano e as soluções duradouras precisam de ultrapassar tão estreitas questões e de estar firmemente enraizadas numa política democrática, considerada no seu sentido mais amplo. Por outras palavras, não se trata da democracia tal como ela é praticada por um dado país ou grupo de países em particular, mas, antes, de um conjunto de princípios e de valores nucleares que possibilitem aos pobres a conquista de algum poder através da participação, ao mesmo tempo que lhes é dada protecção contra os inúmeros actos de arbitrariedade que a sua vida sofre por parte dos governos, das multinacionais e de outras forças. Isso significa garantir que as instituições e o poder estejam estruturados e distribuídos de maneira que os pobres disponham realmente de voz e de espaço e que sejam criados mecanismos através dos quais os poderosos – quer se trate de líderes políticos, empresas ou de outros actores com influência – possam ser considerados responsáveis pelas suas acções. A nível nacional, um tal aprofundamento da democracia impõe um enfoque no reforço das instituições estatais democráticas que constituem os fundamentos necessários à realização de quaisquer objectivos mais vastos. E, a nível global, destaca a urgência de criar um espaço muito mais democrático em que as instituições internacionais e as coligações transnacionais operem como mais alto grau de transparência e dêem aos países em desenvolvimento, quer assento à mesma mesa, quer um significativo acordo em decisões que os afectam. De modo mais prático, para o trabalho de organismos como o PNUD, também sublinha a importância de consagrar recursos e saber especializado à difícil questão de como dar forma prática a estas ideias, identificando e ajudando os países a aplicarem políticas e práticas – em áreas que vão desde o reforço dos parlamentos, até à formação de forças policiais responsáveis e até ao poder descentralizado a nível local – que melhor levem a cabo estes objectivos há tanto tempo visados. Como todos os Relatórios do Desenvolvimento Humano este é uma análise não apologética e independente visando o progresso do debate sobre o desenvolvimento humano. Como tal, não representa uma declaração formal da política seguida pelo PNUD, ou pelas Nações Unidas. Não obstante, creio que a sua mensagem central é muito relevante para um trabalho mais vasto do PNUD e dos seus parceiros. Os objectivos de Desenvolvimento do Milénio continuam a ser atingíveis. Mas só conseguiremos chegar lá, se os líderes nacionais e mundiais tiverem a visão e a coragem de começar por enfrentar estas questões decisivas da governação democrática. Mark Malloch Brown Administrador do PNUD A análise e as recomendações quanto à política a seguir contidas neste Relatório não reflectem, necessariamente, as opiniões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da sua Comissão Executiva ou dos seus Estados membros. O Relatório é uma publicação independente, encomendada pelo PNUD. É o resultado do trabalho colectivo de uma equipa de eminentes consultores e conselheiros e da equipa do Relatório de Desenvolvimento Humano. Sakiko Fukuda-Parr, Directora do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano, chefiou os trabalhos, com amplo aconselhamento e larga colaboração de Nancy Birdsall, Conselheira Especial do Administrador. vi Agradecimentos A preparação deste Relatório não teria sido possível sem as contribuições valiosas de um grande número de pessoas e de organizações. A equipa do Relatório está particularmente grata a Amartya Sen pelos seus conselhos e interpretações sobre o importante papel da democracia no desenvolvimento humano e pela sua continuada participação na preparação anual dos Relatórios do Desenvolvimento Humano. CONTRIBUIÇÕESS A investigação de apoio comissionada para o Relatório teve a contribuição de Isabella Bakker, Nicole Ball, Christian Barry, Michael Brzoska, Lynn Carter, Richard Falk, Ann-Marie Goetz e Robert Jenkins, Mary Kaldor, Kees Kingma e Herbert Wulf, Linda Maguire, Adeel Malik, Malini Mehra, Santosh Mehrotra, Shandana Khan Mohmand, Pippa Norris e Dieter Zinnbauer, Siddiqur Osmani, Paul Streeten, Ashutosh Varshney e Ngaire Woods. Os estudos a nível regional sobre temas específicos comissionados para o Relatório tiveram a contribuição de Marek Dabrovski and Radzislawa Gortat, Mohammad Fajrul Falaakh, Takashi Inoguchi, Wojciech Marchlewski, Lincoln Mitchell e Leo Glickman, Ahmed Mohiddin, Nazih Richani, Naomi Sakr, Catalina Smulovitz e Enrique Peruzzotti, Sergio Spoerer, Katarina Subasic, Wisdom Tettey e Raimo Vayrynen. Muitas organizações partilharam generosamente as suas séries de dados e outros materiais de investigação: Centro de Análise e Informação sobre o Dióxido de Carbono, Centro para as Comparações Internacionais e Inter-Regionais (Universidade da Pensilvânia), Organização para a Alimentação e Agricultura, Freedom House, Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, Organização Internacional do Trabalho, União Internacional das Telecomunicações, União Inter-Parlamentar, Pro- grama Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA, Estudos de Rendimento do Luxemburgo, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Grupo PRS, Instituto Internacional de Estocolmo para a Investigação sobre a Paz, Transparência Internacional, Centro de Oslo do PNUD para a Governação, Fundo das Nações Unidas para a Infância, Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Departamento das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento, Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Instituto Inter-Regional de Investigação das Nações Unidas sobre a Criminalidade e a Justiça, Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, Divisão das Nações Unidas para a População, Universidade de Maryland – Polity IV Project, Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial para a Propriedade Intelectual, Organização Mundial do Comércio. PAINEL CONSULTIVO O Relatório beneficiou significativamente do conselho intelectual e da orientação prestados por um painel consultivo externo de peritos eminentes em temas de democracia, desenvolvimento humano, política económica global e governação. Do painel fizeram parte Charles Abugre, Tunku Abdul Aziz, Kwesi Botchwey, Diane Elson, Richard Goldstone, Rima Khalaf Hunaidi, Asma Jahangir, Devaki Jain, Anders B. Johnsson, Devesh Kapur, Martin Khor, Klaus M. Leisinger, Juan J. Linz, Mahmood Mamdani, Olawuyi Omitoogun, Hafiz Pasha, Ann Pettifor, Sonia S. Picado, Sandra Pralong, Bengt Säve-Söderberg, Paul Streeten, Mark Suzman e Emmanuel TumusiimeMutebile. Do painel consultivo sobre estatísticas fizeram parte Sudhir Anand, Lidia Barreiros, Jean-Louis vii Bodin, William de Vries, Lamine Diop, Carmen Feijo, Andrew Flatt, Paolo Garonna, Leo Goldstone, Irina Krizman, Nora Lustig, Shavitri Singh, Tim Smeedling, Sudardi Surbakti, Alain Tranap e Michael Ward. CONSULTAS O Relatório beneficiou dos inputs fornecidos em várias reuniões regionais. Estes encontros, organizados com a ajuda dos escritórios regionais do PNUD, procuraram obter as perspectivas regionais sobre os temas do Relatório para África, América Latina e Caraíbas, Países Árabes, Ásia e Pacífico, Ásia do Sul e Europa Central e de Leste, Comunidade de Países Independentes. Os encontros forma organizados pelos escritórios do PNUD, em cada um dos seguintes países Bangladesh, Costa Rica, Indonésia, Japão, Marrocos e Polónia. O sucesso destes encontros deveu-se em muito aos seus organizadores, particularmente a Bo Asplund, Marc Destanne de Bernis, Bouna Sémou Diouf, Ligia Elizondo, Sukehiro Hasegawa e Jorgen Lissner. A equipa do Relatório está igualmente grata a todos quantos, nos escritórios nacionais, também participaram na organização de encontros, incluindo Latifa Bakhiyi, Mohamed Boussami, Jeanne Felix, Akiko Fuji, Charaf-e Gharbaoui, Shamim Hamid, Andre Klap, Karolina Myzk, Edward Newman, Olivier Ranaivondrambola, Bona Siahaan, Alek Siwinski e Cathy Stevulak. A equipa do Relatório agradece ainda a todos os que participaram nas consultas. In Dhaka (Bangladesh): Muzzamel Huq, Akmal Hussain, Javed Jabbar, Abdur Rob Khan, Prakash Chandra Lohani, Neelabh Mishra, Saeed Quereshi, Mohan Man Sainju, Bhabani Sen Gupta, Rehman Sobhan e Asha Swarup. Em São José (Costa Rica): Manuel Alcántara, Dante Caputo, Thomas Carothers, Michael Coppedge, Pablo Da Silveira, Miguel Gutiérrez, Osvaldo Iazzetta, Gabriela Ippólito, Marta Lagos, Nobert Lechner, Sebastián Mazzuca, Juan Mendez, Cerdas Rodolfo, Juan Manuel Salazar, María Herminia Tavares, Jorge Vargas Cullell, Evelyn Villarreal and Laurence Whitehead. Em Jacarta (Indonésia): Dewi Fortuna Anwar, Antonio Assuncao, Ernesto Bautista, G. Bayasgalan, Binny Buchori, Edimon Ginting, Bambang Harymurty, Vu Quoc Huy, Dita Indahsari, Yuli Ismartono, Ryaas Rasjid, Bong-Scuk Sohn, Phonesaly Souksa- viii vath, R. Sudarshan, Wilfrido V. Villacorta, Erna Witoelar e Roya Tabatabaei Yazdi. Em Tóquio (Japão): Julius Court, Wakako Hironaka, Ryokichi Hirono, Yukiko Kawahashi, Katsuhide Kitatani, Yoko Kitazawa, Yoko Komiyama, Kyoko Kuwajima, Kazumoto Momose, Kimihide Mushakoji, Shuzo Nakamura, Deepak Nayyar, John O’Shea, Yasuaki Onuma, Yasutami Shimomura, Makoto Taniguchi, Ramesh Thakur, Chizuko Ueno and Yozo Yokota. Em Tânger (Marrocos): Rachid Belkahia, Benacer El Baz, Mostapha Faïk, Nader Fergany, Ahmed Gouitâa, Carol Hakim, Ahmed Ibrahimi, Moncef Kouidhi, Amina Lemrini, Camille Mansour, Achille Mbembe and Sandra Pepera. Em Varsóvia (na Polónia): Viatsheslav Bakhmin, Dagmara Baraniewska, Andrzej Brzozowski, Janusz Czamarski, Wojciech Gasparski, Miroslawa Grabowska, Pawel Grzesik, Barbara Imiolczyk, Antoni Kami´nski, Lena Kolarska-Bobi´nská, Ilko Kucheriv, Lidia Kuczmierowska, Barbara Mrówka, Krzysztof Mroziewicz, Ewa Poplawska, Jerzy Regulski, Janusz Reykowski, Anna Rozicka, Andrzej Rychard, Talis Tisenkopfs, Irena Wóycicka, Sabit Zhusupov and Andrzej Zoll. Durante os preparativos do Relatório foram muitos os indivíduos consultados e que deram o seu valioso conselho, informações e que disponibilizaram material, participando ainda em encontros. A equipa do Relatório agradece a Yasmin Ahmad, Alessandra Alfieri, Bettina Aten, Yusuf Bangura, Benjamin Barber, Grace Bediako, Eric Bertherat, Claude Jean Bertrand, Ana-Pilar Betrán, Yonas Biru, Dana Blumin, Barbara Boland, Françoise Bravard, Sharon Capeling-Alakija, Edelisa Carandang, Marc Cassidy, Shiu-Kee Chu, Marc Copin, Patrick Cornu, Marlo Corrao, Marie-France Croisier, Sam Dawes, Michael Doyle, Michael Edwards, Elisabeth Feller-Dansokho, Mariona Ferrer, Rodolfo Roque Fuentes, Maria Gratschew, Emmanuel Guindon, Messaoud Hammouya, Andrew Harvey, Eivind Hoffmann, Bela Hovy, José Augusto Hueb, Jens Johansen, Lawrence Jeffrey Johnson, Ian Johnstone, Gareth Jones, Harriet Kabagenyi, Tapio Kanninen, Karin Karlekar, Daniel Kaufmann, Jim Ketterer, Richard Kohl, Karoly Kovacs, Murat Küpcu, Olivier Labe, Georges LeMaitre, Xiaobo Lu, Nyein Nyein Lwin, Douglas Lynd, Esperanza Magpantay, Monty G. Marshall, Adriana Mata-Greenwood, Jorge Matter, Caralee McLiesh, Farhad Mehran, Maria Helena Capelli Miguel, Branko Milanovic, Mick ix Moore, Caroline Moser, Sumie Nakaya, Andrew J. Nathan, Rachel Neild, Guillermo O’Donnell, Paul Oquist, Enrique Ordaz, Jude Padayachy, Rosario Pardo, Christine Pintat, William Prince, Agnes Puymoyen, Jonathan Quick, Hanta Rafalimanana, Asenaca Ravuvu, Mireille Razafindrakoto, Matthias Reister, Horacio Santamaria, Akilagpa Sawyerr, Bernhard Schwartlander, Andrei Shleifer, Joseph Siegle, Petter Stålenheim, Leonard R. Sussman, Karen Taswell, Viviene Taylor, Gordon Telesford, Ramesh Thakur, Maja Tjernström, John van Kesteren, Antonio Viegas, Neff Walker, Tessa Wardlaw, Siemon Wezeman, Abiodun Williams, Yuxue Xue, Sylvester A. Young and Hania Zlotnik. LEITORES DO PNUD Um grupo de leitores, constituído por colegas do PNUD, deu opiniões extremamente pertinentes, sugestões e interpretações durante a fase de elaboração do Relatório. A equipa do Relatório está particularmente agradecida a Neil Buhne, Fernando Calderon, John Hendra, Zahir Jamal, Abdoulie Janneh, Bruce Jenks, Sirkka Korpela, Robert Leigh, Justin Leites, Carlos Lopes, Linda Maguire, Kamal Malhotra, Khalid Malik, Lamin Manneh, Elena Martinez, Saraswathi Menon, Kalman Mizsei, K. Seeta Prabhu, Tore Rose, Andrew Russell, Julia Taft, Pauline Tamesis, Gulden Turkoz-Cosslett, Antonio Vigilante, Gita Welch, Caitlin Wiesen and Kanni Wignaraja. O Relatório beneficou ainda da colaboração de colegas do PNUD que trabalham no Bureau for Crisis Prevention e Recovery, Bureau for Development Policy, e Institutional Development Group, e no UN Development Fund for Women. cação de estagiários: Jenny Berg, Michael G. Bober, Natalia Caruso, Nina Hoas, Eva Kamau, HalimaNoor Khan e Thomas Pave Sohnesen. Linda Cheng e Emily White deram o seu inestimável apoio à equipa de estatísticas. Liliana Izquierdo, Juan Luis Larrabure e Natalia Palgova, do escritório das Nações Unidas para o Serviço de Projectos, também prestaram todo do o seu apoio administrativo. EDIÇÃO, PRODUÇÃO E TRADUÇÃO Como em anos anteriores, o Relatório beneficIou dos revisores da Communications Development Incorporated – Meta de Coquereaumont, Paul Holtz, Bruce Ross-Larson, Stephanie Rostron e Alison Strong. O Relatório foi desenhado por Gerald Quinn e paginado por Damon Iacovelli e Jason Osder. O Relatório beneficou ainda da tradução, design e trabalho de distribuição de Elizabeth Scott Andrews, Maureen Lynch e Hilda Paqui. *** A equipa expressa o seu sincero apreço pelos revisores do Relatório – John Cavanagh, Mary Kaldor, Terry Lynn Karl and Adam Przeworski – que reviram cuidadosamente os primeiros escritos do Relatório. A equipa também está grata a Irena Krizman, Lene Mikkelsen e Darryl Rhoades, os revisores estatísticos que escrutinaram o uso de dados no Relatório e emprestaram o seu conhecimento estatístico. Finalmente, os autores estão particularmente gratos a Mark Malloch Brown, Administrador do PNUD, pela sua liderança e visão. Apesar de gratos por todo o apoio recebido, os autores assumem a inteira responsabilidade pelas opiniões expressas no Relatório. APOIO ADMINISTRATIVO Oscar Bernal, Renuka Corea-Lloyd and Mamaye Gebretsadik deram apoio administrativo à preparação do Relatório. Outros colegas do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano que deram o seu inestimável apoio: Sarah Burd-Sharps, Mary Ann Mwangi, Shahrbanou Tadjbakhsh, Frederik Teboul, Nena Terrell e Anne Louise Winsløv. O relatório beneficiou ainda do trabalho e dedi- Sakiko Fukuda-Parr Directora Relatório do Desenvolvimento Humano 2002 ix Índice INTRODUÇÃO Aprofundar a democracia num mundo fragmentado BALANÇO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 1 10 CAPÍTULO 1 O estado e o progresso do desenvolvimento humano 13 Tendências da participação política e da democracia no mundo 14 Os objectivos de desenvolvimento do milénio: compromissos e perspectivas 16 Apêndice 1.1 Avaliar a governação: indicadores de democracia e de direitos políticos e civis CAPÍTULO 2 Governação democrática para o desenvolvimento humano 51 O papel da liberdade e da participação políticas no desenvolvimento humano Democracia e desenvolvimento humano 54 CAPÍTULO 3 Aprofundar a democracia atacando os défices democráticos 63 Responsabilidade pública das instituições democráticas 65 Reforçar as instituições democráticas formais 69 Promover a política democrática para aprofundar a prática democrática Aprofundar a democracia atacando os défices democráticos 83 36 52 79 CAPÍTULO 4 Democratizar a segurança para evitar o conflito e construir a paz 85 Assegurar a paz e a responsabilidade pública 86 As principais prioridades para uma governação mais democrática do sector da segurança Construção democrática da paz em sociedades dilaceradas pela guerra 94 Democratizar a segurança num mundo fragmentado 99 90 CAPÍTULO 5 Aprofundar a democracia a nível mundial 101 Pluralismo e democracia mundial: o papel das campanhas da sociedade civil e dos processos de participação múltipla Construir instituições internacionais mais democráticas 112 Aprofundar a democracia – imperativos mundiais e nacionais 121 x 102 Notas 123 Notas bibliográficas Bibliografia 128 126 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS A santidade da vida humana Kofi Annan 14 Desenvolvimento humano e dignidade humana Aung San Suu Kyi 52 O futuro do mundo pertence à democracia Seyyed Mohammad Khatami 64 Governação democrática em África Abdoulaye Wade 86 Eliminar as minas terrestres em sociedades devastadas pela guerra Jody Williams O papel do Jubileu 2000 na redução da dívida Bono 104 103 CAIXAS 1.1 Desigualdade mundial – níveis grotescos, tendências ambíguas 19 1.2 A pobreza é relativa 20 1.3 Realizando os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio – país a país 31 1.4 Relatórios nacionais do desenvolvimento humano – inovações nas políticas nacionais 32 2.1 Boa governação – para quê? 51 2.2 Desenvolvimento humano – o conceito é maior que o índice 53 2.3 Princípios fundamentais da democracia – a Declaração Universal sobre a Democracia da União Inter-Parlamentar 2.4 Democracia e crescimento económico – uma revisão da literatura 56 3.1 Pessoas pobres, justiça pobre 66 3.2 Enviesamento sexual subverte processo legal 66 3.3 Influência das empresas na política 68 3.4 As quotas fazem a diferença na participação política das mulheres 70 3.5 Poder judicial da Índia – independência e activismo na defesa das instituições e práticas democráticas 72 3.6 Activismo judicial manteve a bandeira da democracia a flutuar – molemente – na África do Sul do apartheid 3.7 O papel dos organismos de supervisão independentes: a Comissão Federal de Eleições do México 73 3.8 Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul – promovendo valores e práticas democráticas com a investigação do racismo nos meios de comunicação 74 3.9 O processo de reforma da China – expandir a participação e a responsabilização 74 3.10 Meios de comunicação vigilantes fazem funcionar as instituições democráticas 76 3.11 Meios de comunicação da Internet – vencer as restrições 77 3.12 Iniciativas orçamentais sensíveis ao género – um instrumento cada vez mais popular 80 3.13 Tecnologia e o poder da governação electrónica 81 3.14 Democracia participativa em funcionamento – preparando a nova constituição da Tailândia 82 3.15 Costa Rica – cidadãos auditam a qualidade da democracia 83 4.1 Quem é quem no sector da segurança 87 4.2 Velhos hábitos custam a morrer – a grande herança do regime militar 88 4.3 Princípios da governação democrática no sector da segurança 90 4.4 Democracia e reforma do sector da segurança: A experiência da África do Sul nos anos 1990 91 4.5 Maior consideração pela polícia através do policiamento da comunidade 94 4.6 Construir forças de segurança sustentáveis e etnicamente equilibradas na Bósnia e Herzegovina 95 55 73 xi 4.7 4.8 4.9 4.10 4.11 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 Reduzir as pequenas armas através da construção democrática da paz 97 Limpar as minas terrestres exige capacitação de civis e comunidades 97 Trazer as mulheres para a mesa das negociações 98 Construir a paz através de comissões da verdade 99 Lições para a construção da paz a longo prazo no Afeganistão 100 Acesso a medicamentos essenciais contra o HIV/SIDA – o que tornou a campanha bem sucedida? Do diário de campanha da CPTech 106 Tornar a violação num acto de genocídio e num crime contra a humanidade – o tribunal do Ruanda Deverão ser construídas grandes barragens? 109 Pressão das organizações não governamentais para a responsabilidade social das empresas 111 Revisão da questão de um Conselho de Segurança Económica 118 Nações Unidas ou Cinco Unidos? Reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas 120 O Protocolo de Bio segurança—um modelo para a governação mundial inclusiva? 122 107 QUADROS 1.1 A maioria das pessoas já pode votar em eleições multipartidárias, 1999 15 1.2 Em todo o mundo, o número de pessoas que vive com menos de 1 dólar por dia pouco mudou nos anos 1990 18 1.3 A mortalidade materna é muito mais alta nalgumas regiões 27 1.4 Exportações e serviço da dívida dominam os fluxos de recursos de e para os países em desenvolvimento 31 A1.1 Indicadores subjectivos da governação 38 A1.2 Indicadores objectivos da governação 42 A1.3 Progresso em direcção aos Obectivos de Desenvolvimento do Milénio 46 3.1 Queda na filiação em partidos políticos 69 4.1 Quem guarda os guardas? Países que viveram intervenções armadas nos anos 1990 87 4.2 Durante o século XX, os democídios foram muito mais vulgares sob regimes totalitários e autoritários 87 4.3 Nos Estados Unidos, os pobres têm mais probabilidades de ser vítimas de crime violento, 1999 88 4.4 Em 1996-2001 alguns países dominaram as exportações mundiais de armas convencionais 89 5.1 As ONG internacionais cresceram rapidamente nos anos 1990 103 5.2 O uso do veto tornou-se raro no Conselho de Segurança das Nações Unidas 119 5.3 Os vetos no Conselho de Segurança da ONU são aplicados a um pequeno conjunto de assuntos, 1990-2001 119 5.4 A África tem falta de representantes na sede da Organização Mundial de Comércio 121 FIGURAS 1.1 O mundo está a tornar-se mais democrático 15 1.2 Ratificação dos tratados de direitos humanos 16 1.3 A imprensa torna-se mais livre 16 1.4 A participação das mulheres atrasa-se em toda a parte 17 1.5 Os mais pobres sofreram mais com os conflitos 17 1.6 Países a caminho de atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 18 1.7 Sem conseguir sair da pobreza 18 1.8 Desempenho variável dentro das regiões 20 1.9 Nenhuma ligação automática entre IDH e IPH-1 21 1.10 Países ricos apresentam pouca variação do IDH, mas grandes diferenças no IPH 1.11 Disparidades mundiais na alfabetização 22 xii 21 1.12 1.13 1.14 1.15 1.16 1.17 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 5.1 5.2 5.3 5.4 Disparidades mundiais na mortalidade de menores de cinco anos 26 Disparidades mundiais na esperança de vida 27 Devastação devida ao HIV/SIDA – quedas da esperança de vida na África Subsariana 27 Emissões de dióxido de carbono com origem desproporcionada nos países de rendimento elevado 28 A ajuda pública ao desenvolvimento tem que duplicar para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Diminuiu a ajuda da maioria dos países membros da CAD, 1990-2000 30 Reforço mútuo de capacidades 53 Democracia não é obstáculo ao rendimento elevado 57 Rendimento baixo não é obstáculo à democracia 57 Probabilidade de mudança de regime – rendimento mais alto significa maior estabilidade 58 Democracia e desenvolvimento humano – as ligações 58 África do Sul: despesa pública de saúde utilizada para contrariar as enormes disparidades étnicas e regionais 59 Despesa pública de saúde esquece os pobres e favorece os ricos 59 Nenhuma ligação automática entre democracia e equidade 60 Nenhuma ligação automática entre democracia e desenvolvimento humano 60 A desigualdade está a piorar em muitos países em transição 63 Confiança nas instituições 69 Crescimento espectacular dos meios de comunicação social nos países em desenvolvimento 77 Quem possui os meios de comunicação? 78 Mudança de foco das notícias para o entretenimento no serviço público de radiodifusão 79 Fluxos crescentes de fundos de desenvolvimento através das organizações não governamentais 102 Que vozes contam no FMI e no Banco Mundial 113 Mulheres nos conselhos de directores de instituições financeiras internacionais 115 Que vozes são ouvidas nas negociações internacionais? 121 DESTAQUES 1.1 Progresso em direcção aos objectivos de desenvolvimento do milénio—quantos países estão no caminho? 1.2 Medir o desenvolvimento humano: os índices de desenvolvimento humano 34 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Nota sobre as estatísticas no Relatório do Desenvolvimento Humano 141 MONITORIZAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: AUMENTAR AS ESCOLHAS DAS PESSOAS . . . 1 Índice de desenvolvimento humano 149 2 Tendências do índice de desenvolvimento humano 153 3 Pobreza humana e privação de rendimento: Países em desenvolvimento 157 4 Pobreza humana e privação de rendimento: Países da OCDE, Europa Central, do Leste & CEI . . . PARA LEVAREM UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL . . . 5 Tendências demográficas 162 6 Compromisso com a saúde: acesso, serviços e recursos 7 Principais crises e desafios de saúde no mundo 170 8 Sobrevivência: progressos e retrocessos 174 . . . ADQUIRIREM CONHECIMENTO . . . 9 Compromisso com a educação: despesa pública 30 24 160 166 178 xiii 10 11 Literacia e escolarização 182 Tecnologia: difusão e criação 186 . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . 12 Desempenho económico 190 13 Desigualdade no rendimento ou consumo 194 14 A estrutura do comércio 198 15 Fluxos de ajuda dos países membros do CAD 202 16 Fluxos de ajuda, capital privado e dívida 203 17 Prioridades na despesa pública 207 18 Desemprego nos países da OCDE 211 . . . ENQUANTO O PRESERVAM PARA AS GERAÇÕES FUTURAS . . . 19 Energia e ambiente 212 . . . PROTEGENDO A SEGURANÇA PESSOAL . . . 20 Refugiados e armamentos 216 21 Vítimas da criminalidade 220 . . . E REALIZANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS 22 Índice de desenvolvimento ajustado ao género 222 23 Medida de participação segundo o género 226 24 Desigualdades entre os sexos na educação 230 25 Desigualdades entre os sexos na actividade económica 234 26 Género, carga de trabalho e afectação do tempo 238 27 Participação política das mulheres 239 INSTRUMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS E DO TRABALHO 28 Estatuto dos principais instrumentos internacionais dos direitos humanos 29 Estatuto das convenções sobre direitos fundamentais do trabalho 247 30 INDICADORES BÁSICOS PARA OUTROS PAÍSES MEMBROS DA ONU 243 251 Notas técnicas 1 Cálculo dos índices de desenvolvimento humano 252 2 Avaliação do progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Referências estatísticas 260 Definições de termos estatísticos 262 Classificação dos países 269 Índice de indicadores 273 Países e regiões que produziram relatórios de desenvolvimento humano xiv 276 259 INTRODUÇÃO Aprofundar a democracia num mundo fragmentado Este Relatório trata de política e desenvolvimento humano. Trata da maneira como o poder e as instituições políticas – formais e informais, nacionais e internacionais – moldam o progresso humano. E trata do que é preciso para que os países estabeleçam sistemas de governo democráticos, que façam progredir o desenvolvimento humano de todas as pessoas – num mundo onde tantos são deixados para trás. A política é importante para o desenvolvimento humano porque as pessoas de toda a parte querem ser livres de determinar os seus destinos, de exprimir os seus pontos de vista e de participar nas decisões que moldam as suas vidas. Estas capacidades são tão importantes para o desenvolvimento humano – para o aumento das opções das pessoas – como saber ler ou desfrutar de boa saúde. Nos anos de 1980 e 1990, o mundo fez progressos significativos na abertura dos sistemas políticos e na expansão das liberdades políticas. Cerca de 81 países deram passos significativos no sentido da democracia e, hoje, 140 dos quase 200 países do mundo têm eleições multipartidárias – mais do que nunca. Mas, a euforia do fim da guerra-fria deu lugar às sombrias realidades da política do século XXI. Face à enorme pobreza e a agudas tensões sociais e económicas, vários países em desenvolvimento prosseguiram com a democratização. Alguns dos que deram passos nesse sentido, depois de 1980, já recuaram para governos mais autoritários: militares, como no Paquistão desde 1999, ou pseudo-democráticos, como no Zimbabwe nos últimos anos. Muitos outros ficaram entre a democracia e o autoritarismo, com liberdades políticas limitadas e políticas fechadas ou disfuncionais. Outros, incluindo estados falhados como o Afeganistão ou a Somália, tornaram-se terrenos de germinação do extremismo e do conflito violento. Mesmo onde existem instituições democráticas firmemente estabelecidas, os cidadãos sentem-se fre- INTRODUÇÃO quentemente impotentes para influenciar as políticas nacionais. Eles e os seus governos também se sentem mais sujeitos a forças internacionais que têm pouca capacidade de controlar. Em 1999, o Inquérito do Milénio da Gallup International perguntou a mais de 50.000 pessoas de 60 países se o seu país era governado segundo a vontade do povo. E apenas 1 em cada 10 disse que o seu governo correspondia à vontade do povo. A globalização está a forjar maior interdependência, mas o mundo parece mais fragmentado – entre ricos e pobres, entre os poderosos e os sem poder e entre aqueles que saúdam a nova economia global e aqueles que exigem um percurso diferente. Os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, lançaram nova luz sobre essas divisões, devolvendo as alianças militares estratégicas ao centro da política nacional e inspirando debates inflamados sobre o perigo de comprometer os direitos humanos em nome da segurança nacional. Para a política e as instituições políticas promoverem o desenvolvimento humano e salvaguardarem a liberdade e a dignidade de todas as pessoas, a democracia tem que se alargar e aprofundar. É esse o tema deste Relatório. Para a política e as instituições políticas promoverem o desenvolvimento humano e salvaguardarem a liberdade e a dignidade de todas as pessoas, a democracia tem que se alargar e aprofundar Económica, política e tecnologicamente, o mundo nunca pareceu mais livre – ou mais injusto Na Conferência da ONU sobre Financiamento para o Desenvolvimento, de Março de 2002 em Monterrey, México, líderes e políticos de todo o mundo avaliaram os progressos no sentido dos objectivos de desenvolvimento e de erradicação da pobreza fixados na Cimeira do Milénio da ONU, em 2000. Também prometeram um esforço mundial sem precedentes para atingir esses objectivos até 2015. Muitos países em desenvolvimento estão a fazer progressos em várias frentes, em particular, na real- 1 Tal como o desenvolvimento humano exige muito mais do que rendimentos crescentes, a governação para o desenvolvimento humano exige muito mais do que ter instituições públicas eficientes 2 ização do ensino primário universal e da igualdade dos sexos no acesso à educação. Mas, para grande parte do mundo as perspectivas são sombrias. Com as actuais tendências, 33 países com mais de um quarto da população mundial atingirão menos de metade dos objectivos até 2015. Se o progresso global continuar a este passo de caracol, serão precisos mais de 130 anos para libertar o mundo da fome. Há dois problemas que parecem espinhosos. O primeiro é a privação de rendimento. Para reduzir a metade a percentagem de pessoas que vivem com 1 dólar por dia, estimativas optimistas sugerem que é necessário um crescimento anual de 3,7% do rendimento per capita nos países em desenvolvimento. Mas, nos últimos 10 anos, apenas 24 países cresceram a este ritmo. Entre eles estão a China e a Índia, os países em desenvolvimento mais populosos. Mas, 127 países, com 34% da população mundial, não cresceram a este ritmo. Na verdade, muitos tiveram um crescimento negativo nos últimos anos e a percentagem da sua população na pobreza aumentou, quase certamente. O segundo grande problema é a mortalidade juvenil. Embora 85 países estejam a caminho de reduzir as taxas de mortalidade de menores de cinco anos em dois terços relativamente aos níveis de 1990, ou já o tenham feito, eles possuem menos de um quarto da população mundial. Entretanto, 81 países, com mais de 60% da população mundial, não estão a caminho de alcançar esse objectivo até 2015. O mais perturbador é que muitos dos países com menos probabilidades de atingir os objectivos são os mais pobres do mundo: os países menos desenvolvidos. E a maioria é da África Subsariana: 23 dos 44 países da região estão a fracassar na maioria das áreas e outros 11, como Angola e Ruanda, têm demasiado poucos dados para se fazer um juízo. A África do Sul é o único país da região onde menos de 10% das crianças são subalimentadas. Em seis países – incluindo a Eritreia, a Etiópia e o Níger – a percentagem é de mais de 40%. Sem uma viragem significativa, há uma possibilidade real dos líderes mundiais estarem, daqui a uma geração, a fixar outra vez os mesmos objectivos. Estas perspectivas mistas realçam um paradoxo perturbador. A expansão da democracia, a integração das economias nacionais, as revoluções tecnológicas – tudo aponta para uma maior liberdade humana e um maior potencial para melhorar a vida das pessoas. Mas, são demasiados os países em que a liberdade parece estar sob ameaça cada vez maior. Democracia. O mundo está mais democrático do que nunca. Mas, dos 140 países que têm eleições multipartidárias, apenas 80 – com 55% da população mundial – são inteiramente democráticos segundo um critério. E 106 países ainda limitam importantes liberdades cívicas e políticas. Paz. O número de guerras entre países diminuiu consideravelmente. Nos anos 90, os conflitos entre países mataram cerca de 220.000 pessoas, uma redução de aproximadamente dois terços em relação aos anos 80. Mas, os conflitos civis são mais nocivos do que nunca. Nos anos 90, cerca de 3,6 milhões de pessoas morreram em guerras internas dos estados, e o número de refugiados e de pessoas deslocadas internamente aumentou 50%. Oportunidade: A nova tecnologia e uma maior integração económica estão a abrir caminho a mercados verdadeiramente mundiais. Mas, no meio da riqueza das novas oportunidades económicas, 2,8 mil milhões de pessoas ainda vivem com menos de 2 dólares por dia. O 1% mais rico da população mundial tem tantos rendimentos anuais como os 57% mais pobres. E, em muitas partes da África Subsariana, a vida das pessoas mais pobres está a piorar. Alguns argumentam que ultrapassar o hiato entre o potencial e a realidade é uma questão de tempo e de vontade política. Para outros, o problema não é o ritmo lento da mudança – é a orientação básica. Mas sobre um ponto há amplo acordo: num mundo mais interdependente, a política e as instituições políticas são ainda mais importantes para o desenvolvimento humano. Por todo o mundo, as discussões sobre o desenvolvimento estão a dar mais ênfase às instituições e à governação. Esses debates concentram-se na eficiência das instituições públicas e nas regras para fazer funcionar os mercados e promover o crescimento económico – desde o profissionalismo e a transparência dos sistemas fiscais à capacidade dos sistemas judiciais fazerem cumprir contratos comerciais. Essas questões são importantes para o desenvolvimento humano. Quando as instituições funcionam mal, as pessoas pobres e vulneráveis tendem a ser as que sofrem mais. Mas, tal como o desenvolvimento humano exige muito mais do que rendimentos crescentes, a governação para o desenvolvimento humano exige muito mais do que ter instituições públicas eficientes. A boa governação tam- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 bém exige a promoção de instituições justas e responsáveis, que protejam os direitos humanos e as liberdades básicas. Não se trata apenas dos juízes serem formados, mas sim de observarem, ou não, os procedimentos devidos e serem, ou não, cegos para as diferenças de raça e de classe. Não se trata apenas das escolas serem construídas, mas dos estudantes das zonas pobres estarem tão bem equipados como os estudantes das zonas abastadas. Isto continua a ser território relativamente novo para investigação séria, e as ligações entre instituições políticas e resultados económicos e sociais não são completamente entendidas. Este Relatório explora essas ligações do ponto de vista do progresso do desenvolvimento humano. Defende que os países só podem promover o desenvolvimento humano para todos quando tiverem sistemas de governo que sejam inteiramente responsáveis perante todas as pessoas – e quando todas as pessoas puderem participar nos debates e nas decisões que moldam a sua vida. Fazer progredir o desenvolvimento humano exige uma governação que seja democrática tanto na forma como na substância – para as pessoas e pelas pessoas A governação democrática é válida por si própria. Mas, também pode fazer progredir o desenvolvimento humano por três razões. Primeiro, desfrutar de libertar política e participar nas decisões que moldam a vida de uma pessoa são direitos humanos fundamentais: fazem parte do desenvolvimento humano por direito próprio. Em Brunei, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emiratos Árabes Unidos, o direito de voto das mulheres nunca foi reconhecido. Independentemente do seu rendimento, isso restringe significativamente as suas opções na vida. A democracia é o único regime político que garante as liberdades políticas e cívicas e o direito a participar – tornando a governação democrática um bem em si mesma. Segundo, a democracia ajuda a proteger as pessoas de catástrofes económicas e políticas como fomes e quedas no caos. Isto não é pouca coisa. Na verdade, pode significar a diferença entre a vida e a morte. Amartya Sen, galardoado com o prémio Nobel, mostrou como as eleições e uma imprensa livre dão aos políticos, em democracias, incentivos muito mais fortes para evitar fomes. INTRODUÇÃO Desde 1995, cerca de 2 milhões de pessoas – uns espantosos 10% da população – morreram de fome na Coreia do Norte. Em 1958-61, aproximadamente 30 milhões de pessoas morreram de fome na China. Mas, desde que conseguiu a independência em 1947, a Índia não teve uma única fome, mesmo face a graves fracassos das colheitas. A produção alimentar foi duramente atingida durante a seca de 1973, em Madrasta. Mas, os políticos eleitos reagiram com programas de obras públicas para 5 milhões de pessoas e evitaram uma fome. As democracias também contribuem para a estabilidade política, criando espaço para a oposição política e para a alternância do poder. Entre 1950 e 1990, os tumultos e as manifestações foram mais vulgares nas democracias, mas foram muito mais desestabilizadores nas ditaduras. Além disso, as guerras foram mais frequentes em regimes não democráticos e tiveram custos económicos muito mais elevados. Terceiro, a governação democrática pode desencadear um ciclo virtuoso de desenvolvimento – na medida em que a liberdade política dá poder às pessoas para exercer pressão a favor de políticas que aumentem as oportunidades sociais e políticas, e na medida em que debates abertos ajudam as comunidades a moldar as suas prioridades. Da Indonésia ao México e à Polónia, iniciativas no sentido da democratização e da abertura política ajudaram a produzir este tipo de ciclo virtuoso, com uma imprensa livre e um activismo da sociedade civil fornecendo às pessoas novas maneiras de participar em decisões e em debates políticos. Dois exemplos proeminentes são a programação orçamental participada e a programação orçamental sensível ao género. Em Porto Alegre, Brasil, a participação dos cidadãos na preparação dos orçamentos municipais ajudou a reformular a despesa, fazendo-a incidir em prioridades críticas de desenvolvimento humano. Durante os primeiros sete anos desta experiência, a percentagem de famílias com acesso a serviços de água aumentou (de 80% para 98%) e a percentagem da população com acesso a saneamento básico quase duplicou (de 46% para 85%). A programação orçamental sensível ao género, que examina as implicações dos orçamentos nacionais e locais na igualdade dos sexos, é seguida em pelo menos 40 países. Na África do Sul, esses esforços prepararam os parlamentares para o exame minucioso das propostas orçamentais e levaram à inclusão da Os países só podem promover o desenvolvimento humano para todos quando tiverem sistemas de governo que sejam inteiramente responsáveis perante todas as pessoas – e quando todas as pessoas puderem participar nos debates e nas decisões que moldam a sua vida 3 análise sensível ao género nos documentos políticos e a uma orientação mais eficiente da despesa pública. As ligações entre democracia e desenvolvimento humano não são automáticas: quando uma pequena elite domina decisões económicas e políticas, a ligação entre democracia e equidade pode romper-se. A democracia que uma nação opta por desenvolver depende da sua história e das suas circunstâncias – os países serão necessariamente «democráticos de maneira diferente» 4 Nos últimos anos, as pessoas de todo o mundo lutaram pela democracia e venceram, na esperança de conquistar liberdade política – e oportunidades sociais e económicas. Mas, muitas já sentem que não conseguiram a democracia. Durante os anos de 1990, a desigualdade de rendimentos e a pobreza aumentaram acentuadamente na Europa Central e do Leste e na Comunidade de Estados Independentes (CEI), por vezes a ritmos sem precedentes. E, apesar da democracia estar mais difundida, o número de pessoas pobres na África Subsariana continuou a aumentar. Quando os governos democráticos não respondem às necessidades das pessoas pobres, o público inclina-se mais para apoiar líderes autoritários, ou populistas, que afirmam que a limitação das liberdades cívicas e das liberdades políticas acelerará o crescimento económico e promoverá o progresso social e a estabilidade. Na América Latina, a elevada desigualdade de rendimentos e pobreza andam de mãos dadas com a pouca confiança do público nas instituições políticas e com a maior disponibilidade para aceitar a governação autoritária e violações dos direitos humanos. Líderes autoritários prometem melhores resultados e argumentam que a democracia tem que ser sacrificada ao crescimento económico e ao progresso social. Mas não há provas desse trade-off. Estudos estatísticos mostram que nem o autoritarismo nem a democracia são factores determinantes quer do ritmo de crescimento económico, quer da maneira como se distribui. Experiências em todo o mundo apoiam essas conclusões. A Costa Rica, a democracia mais estável da América Latina, atingiu 1,1% de crescimento anual do rendimento per capita entre 1975 e 2000, mais do que a média regional de 0,7%, e apresenta a mais equitativa distribuição do rendimento, educação e saúde da região. Mas, no Brasil a democracia coexiste com desigualdades sociais e económicas que estão entre as maiores do mundo. O Paraguai, mais autoritário, atingiu a taxa de crescimento médio do rendimento per capita da região, mas também não conseguiu aumentar as oportunidades sociais e económicas. A democracia que dá poder às pessoas tem que ser construída – não pode ser importada Em muitos países, um desafio central para o aprofundamento da democracia está a construir as instituições fundamentais da governação democrática: • Um sistema de representação, com partidos políticos e associações de interesses a funcionarem bem. • Um sistema eleitoral que garanta eleições livres e justas, bem como o sufrágio universal. • Um sistema de fiscalização baseado na separação de poderes, com ramos judiciais e legislativos independentes. • Uma sociedade civil vibrante, capaz de monitorizar negócios governamentais e privados – e de fornecer formas alternativas de participação política. • Meios de comunicação livres e independentes. • Controlo civil eficaz das forças armadas e de outras forças de segurança. Estas instituições apresentam-se sob muitas formas e modelos. Porque a democracia que uma nação opta por desenvolver depende da sua história e das suas circunstâncias, os países serão necessariamente «democráticos de maneira diferente». Mas, em todos os países, a democracia é muito mais do que uma decisão individual ou eleição organizada à pressa. Exige um processo mais profundo de desenvolvimento político para inculcar valores e cultura democráticos em todas as partes da sociedade – um processo nunca formalmente concluído. Construir instituições democráticas conseguindo, ao mesmo tempo, desenvolvimento social e económico equitativo cria tensões. Dar a um povo igualdade política formal não cria um desejo ou uma capacidade iguais de participar em processos políticos – ou uma capacidade igual de influenciar resultados. Os desequilíbrios dos recursos e do poder político subvertem frequentemente o princípio de uma pessoa, um voto e o objectivo das instituições democráticas. E os processos judiciais e as instituições reguladoras serão minados se as elites os dominarem à custa das mulheres, das minorias e dos que não têm poder. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Um problema crítico é o dinheiro na política, que subverte as instituições democráticas quando exerce influência indevida sobre quem é eleito e sobre o que os legisladores votam. Debates recentes nos EUA sobre a reforma do financiamento das campanhas e as ligações financeiras entre a Enron e políticos importantes dos dois principais partidos do país mostram que este é um problema sério, tanto das democracias antigas como das novas. Os candidatos presidenciais às eleições norteamericanas de 2000 gastaram 343 milhões de dólares nas suas campanhas, contra 92 milhões em 1980. Incluindo os gastos dos partidos políticos, provavelmente foi gasto mais de mil milhões de dólares nas campanhas de 2000. Em 2001, Michael Bloomberg gastou a quantia recorde de 74 milhões de dólares para se tornar Presidente da Câmara de Nova Iorque, o equivalente a 99 dólares por voto. O seu principal adversário gastou 17 milhões de dólares. À medida que sobem os custos das campanhas, também aumenta o risco dos políticos serem desproporcionadamente influenciados por interesses empresariais. No ciclo eleitoral norte-americano de 2000, as empresas deram 1,2 mil milhões de dólares em contribuições políticas – cerca de 14 vezes a quantia já considerável com que contribuíram os sindicatos e 16 vezes as contribuições de outros grupos de interesses. Embora muitos países europeus tenham limites mais austeros para o financiamento empresarial, aparecem modelos semelhantes em muitos outros países. Na Índia, grandes empresas forneceram 80% do financiamento dos principais partidos, em 1996. Ao mesmo tempo, os partidos políticos estão em declínio em muitas partes do mundo. Em França, Itália, Noruega e nos Estados Unidos, a filiação em partidos políticos implantados é metade do que era há 20 anos, e por vezes menos. E pesquisas recentes na América Latina e na Europa Central e do Leste concluíram que as pessoas têm mais confiança na televisão do que nos partidos políticos. Desencadear um ciclo virtuoso para o desenvolvimento humano exige a promoção da política democrática Promover a política democrática significa expandir capacidades como a educação, para possibilitar que as pessoas desempenhem um papel mais efectivo nessa política e fomentar o desenvolvimento de grupos da INTRODUÇÃO sociedade civil e doutras instituições informais, para ajudar as instituições democráticas a representar melhor as pessoas. Nas últimas duas décadas, apareceram muitas novas maneiras de as pessoas participarem em debates e actividades públicas. Embora tenha diminuído a filiação em partidos políticos, sindicatos e outros veículos tradicionais da acção colectiva, houve uma explosão do apoio a organizações não governamentais (ONG) e a outros novos grupos da sociedade civil. Em 1914, havia 1.083 ONG internacionais. Em 2000, havia mais de 37.000 – aproximadamente um quinto das quais formado nos anos 90. A maioria dos países desenvolvidos assistiu a um aumento ainda mais acentuado do número de ONG e organizações sem fins lucrativos nacionais: em 1996, a Índia tinha mais de um milhão de organizações sem fins lucrativos e o Brasil tinha 210.000. Mais de 7 mil milhões de dólares de ajuda aos países em desenvolvimento correm agora através das ONG internacionais, reflectindo e apoiando uma expansão significativa do âmbito e da natureza das actividades das ONG. Além de defenderem e se envolverem em projectos de desenvolvimento, as ONG estão a assumir papéis mais directos na tomada de decisão e monitorização locais e a desenvolver novas formas cooperativas de governação. O Conselho de Intendência das Florestas reúne grupos ambientalistas, a indústria da madeira, trabalhadores florestais, povos indígenas e grupos comunitários para certificar madeira para exportação cortada de forma sustentável. Em Porto Alegre, Brasil, e noutros sítios, os processos orçamentais já envolvem consultas a grupos da sociedade civil. No Reino Unido, o Grupo do Orçamento das Mulheres foi convidado a analisar as propostas orçamentais do governo. O voluntariado também está a florescer. Na Holanda, calcula-se que o trabalho de voluntários seja igual a 445.000 empregos a tempo inteiro, o equivalente a 13,6 mil milhões de dólares. Na Coreia do Sul, cerca de 3,9 milhões de pessoas dão mais de 451 milhões de horas, com um valor que ultrapassa 2 mil milhões de dólares. No Brasil, pelo menos 16% dos adultos dão tempo como voluntários. A acção dos consumidores é outra maneira das pessoas vulgares se envolverem em debates públicos sobre questões políticas – digamos, boicotando tapetes feitos com trabalho infantil, ou comprando produtos que ajudem os pequenos produtores de café. A ameaça dessa acção pode tornar as empresas responsáveis Nas últimas duas décadas, apareceram muitas novas maneiras de as pessoas participarem em debates e actividades públicas 5 Para serem plurais e independentes, os meios de comunicação têm que ser livres, não só do controlo do estado, mas também das pressões empresariais e políticas 6 perante as expectativas públicas de responsabilidade social das empresas. Estes e outros exemplos têm muito campo para alargar a participação na governação e promover resultados mais equitativos para as pessoas. Em grande medida, a sociedade civil trabalha para fortalecer as instituições democráticas e não para as minar. Os grupos da sociedade civil não se adaptam facilmente aos modelos tradicionais de governação e responsabilização – o que faz parte do seu valor para as democracias. Mas quando esses grupos resultam de coisas por fazer ou usam tácticas que são contrárias aos valores democráticos, podem ser, ao mesmo tempo, cívicos e «incívicos». O aparecimento desses grupos coloca um desafio ao envolvimento político verdadeiramente democrático. Não há soluções simples para este problema. Mas muitos grupos da sociedade civil reconhecem que têm que ser publicamente responsáveis pelos seus actos. Na Etiópia, ONG nacionais adoptaram códigos de conduta para promover a efectiva auto-regulação. Os códigos salientam a importância da transparência e da responsabilidade – e a necessidade das ONG assegurarem que representam verdadeiramente as pessoas cujas vidas afectam. Meios de comunicação livres e independentes são outro pilar crucial da democracia. Por todo o mundo, continua a haver restrições às liberdades cívicas básicas – como os direitos de livre expressão, de reunião e de informação. Poucos países têm leis de liberdade de informação, por exemplo. Mas, em muitos países, novas liberdades de imprensa e tecnologias estão a permitir aos meios de comunicação contribuírem mais para a política democrática, abrindo debates públicos e denunciando a corrupção e os abusos. A transparência dos resultados das eleições do Gana de 2000 foi ajudada pelos esforços das muitas estações de rádio privadas do país. Essas estações dificultaram a falsificação dos votos, dando credibilidade aos resultados anunciados. A maioria dos cidadãos vulgares tem muito mais fontes de informação a que recorrer do que tinha há 10 anos, principalmente nos países em desenvolvimento. E menos dessa informação fica sujeita ao controlo rígido do estado. Mas, para serem plurais e independentes, os meios de comunicação têm que ser livres, não só do controlo do estado, mas também das pressões empresariais e políticas. Embora as reformas do mercado e a integração económica tenham reduzido a propriedade estatal de meios de comu- nicação, aumentou a concentração na propriedade privada. Quatro grupos privados de comunicação são proprietários de 85% dos jornais diários do Reino Unido que representam dois terços das tiragens. E nos Estados Unidos, seis empresas controlam a maior parte dos meios de comunicação. As pressões comerciais e políticas distorcerão sempre o campo de actuação no mercado de ideias. Mas, a resposta a uma excessiva influência empresarial ou política não é o regresso à regulamentação rigorosa pelo estado. Os meios de comunicação precisam de ser livres e responsáveis – razão pela qual está a ser colocada ênfase em altos padrões de profissionalismo e ética. Os jornalistas e os meios de comunicação só são livres quando servem o público em primeiro lugar e o governo, ou os accionistas privados, em segundo lugar. Há uma gama de mecanismos que podem promover esses objectivos sem recorrer a controlos governamentais, incluindo a auto-regulação através de organismos independentes, de códigos profissionais de ética e do uso de provedores oficiais, bem como da formação e do aumento da consciência dos jornalistas. Estabelecer o controlo democrático das forças de segurança é outra prioridade – de outra maneira, longe de garantir a segurança pessoal e a paz, as forças de segurança podem miná-las activamente. A desilusão popular não é o único problema que as democracias mundiais enfrentam. Em muitas, um obstáculo ainda maior é o grande poder das forças armadas, da polícia e dos serviços secretos – para não mencionar senhores da guerra, grupos paramilitares e empresas de segurança privada. Na segunda metade do século XX, 46 governos eleitos foram derrubados pela força por regimes autoritários. E, desde 1989, exércitos nacionais intervieram directamente nos assuntos políticos de 13 países subsarianos, ou cerca de um em cada quatro países da região. Nalguns países – Nigéria, em 1993 e Mianmar, em 1990 – líderes militares arrancaram, pela força, o controlo a governos eleitos (ou não lhes entregaram o poder), a pretexto de manter a paz civil. Noutros, como o Zimbabwe em 2000-02, governos eleitos minaram a democracia e a segurança pessoal utilizando partes do sector da segurança para os seus próprios fins. Noutros países ainda, o risco de um es- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 tado falhado – onde o sector da segurança está fragmentado ou até privatizado – é tão grande como o risco de voltar ao regime autoritário brutal. Quando a ordem cede num país, são os pobres quem normalmente sofre primeiro e mais. Com grande frequência, a violência contra civis emana de forças sob controlo governamental. Durante o século XX, os governos mataram cerca de 170 milhões de pessoas, muito mais do que as que morreram em guerras entre países. A governação não democrática das forças de segurança também pode distorcer as prioridades de segurança. Muitos governos continuam a militarizar as suas forças policiais, esbatendo a distinção entre elas e as forças armadas, ou subfinanciando-as gravemente. Sem controlo democrático civil das forças de segurança – incluindo uma força de polícia nacional eficiente e justa – os governos não podem garantir a segurança das pessoas e o desenvolvimento humano é gravemente retardado. As relações entre civis e forças de segurança raramente são as ideais, mesmo em democracias antigas. Mas, há exemplos encorajadores nalgumas novas democracias, incluindo a África do Sul, vários países da Europa do Leste e países latino-americanos anteriormente propensos a golpes de estado, que mostram que o progresso é possível. O êxito nesta área pode contribuir para o processo mais amplo de fortalecer as instituições e a política democráticas. Também pode promover a paz e a estabilidade externa, porque as guerras entre países democráticos são bastante raras. Nas sociedades dilaceradas pela guerra, recuperar o controlo das forças armadas é condição básica do progresso. De outra forma, os esforços de paz enfrentam o risco constante de reversão, especialmente as iniciativas de partilha do poder e de expansão da representação política. A falta de controlo também pode gerar a ilicitude galopante e criar condições para o florescimento de extremistas violentos – como no Afeganistão e na Somália, nos anos de 1990. Mesmo nessas circunstâncias são possíveis soluções. Mas, exigem líderes políticos comprometidos com processos inclusivos e justos – em especial na desmobilização e na reintegração de antigos combatentes e na construção de forças de segurança profissionais etnicamente equilibradas – e nos investimentos numa paz justa e duradoura, incluindo inovações recentes como as comissões da verdade. Criar espaço político para uma ampla reconciliação de base INTRODUÇÃO e para promover líderes locais dinâmicos, incluindo mulheres e jovens, são essenciais para a recuperação nacional. Nalguns casos, como no Afeganistão e em Timor Leste, os países também precisam de ajuda internacional em grande escala para manter a paz e a ordem, responsabilizar os violadores dos direitos humanos e construir instituições democráticas que consigam resolver disputas profundamente enraizadas, sem recorrer à violência. A interdependência mundial também exige maior participação e responsabilidade na tomada de decisão global Num mundo integrado, esses princípios democráticos têm uma Capacitar as pessoas para influenciar as decisões que afectam as suas vidas e para responsabilizar os seus governantes, já não é apenas uma questão nacional. Num mundo integrado, estes princípios democráticos têm uma dimensão global, porque regras e actores globais afectam muitas vezes a vida das pessoas, tanto como os nacionais. Esta nova realidade tem sido reflectida em recentes protestos anti-globalização, tanto em países industrializados como em países em desenvolvimento. Embora estes protestos assumam diferentes formas e sejam conduzidos por diferentes agendas, muitas vezes estão unidos pela exigência de que actores e instituições globais sejam mais inclusivos e receptivos aos problemas das pessoas mais pobres do mundo. Os contestatários não estão sozinhos ao considerarem que este é um problema urgente. Em 2001, foi lançado um fundo mundial para resolver um desequilíbrio na investigação em saúde. A malária, por exemplo, mata pelo menos um milhão de pessoas por ano, quase todas nos países mais pobres. Nos anos 50, a Organização Mundial da Saúde visava erradicar a doença. Mas, ao longo das décadas atraiu pouco financiamento público para investigação ou tratamento. Em 1992, menos de 10% da despesa mundial com a investigação em saúde destinaram-se a 90% do fardo mundial da doença. As regras do comércio internacional também funcionaram contra os interesses económicos dos países em desenvolvimento e não reduziram o proteccionismo nos países industrializados, especialmente através de medidas anti-dumping e outras barreiras não tarifárias. Em média, as tarifas dos países industrializados sobre as importações provenientes dos países em desenvolvimento são quatro dimensão global, porque regras e actores globais afectam muitas vezes a vida das pessoas, tanto como os nacionais 7 Um maior pluralismo na política mundial também tem sido ajudado por novas formas de colaboração entre governos e grupos da sociedade civil mundial 8 vezes mais do que aquelas que incidem nas importações provenientes doutros países industrializados. Além disso, os países que pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) dão cerca de mil milhões de dólares por dia de subsídios à agricultura doméstica – mais de seis vezes o que gastam na ajuda pública ao desenvolvimento para os países em desenvolvimento. Os esforços para construir uma governação global mais inclusiva e responsável enfrentam dois grandes desafios. O primeiro é aumentar o pluralismo: expandir o espaço para os grupos que estão fora das instituições formais do estado poderem participar na tomada de decisão global e, em particular, no desenvolvimento de mecanismos para alterar o comportamento de empresas privadas. O segundo é aumentar a participação e a responsabilidade nas instituições multilaterais, para dar um papel maior aos países em desenvolvimento. Aumentar o pluralismo na tomada de decisão global. Através de uma série de campanhas de perfil elevado, movimentos da sociedade civil têm estado a promover o pluralismo a nível mundial. Algumas tácticas têm sido dramáticas e eficazes, como a cadeia humana que, em 1998, a campanha de alívio da dívida do Jubileu 2000 formou em torno dos líderes dos países do G-8 em Birmingham, Reino Unido. Um activismo semelhante focou outras questões – desde o papel dos «diamantes de sangue» no financiamento da guerra de guerrilha em África, até à maneira como o acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (TRIPS) corria o risco de privar os pobres do acesso a medicamentos essenciais. Um maior pluralismo na política mundial também tem sido ajudado por novas formas de colaboração entre governos e grupos da sociedade civil mundial. Talvez o exemplo melhor sucedido seja o tratado de 1998, que procura criar o Tribunal Penal Internacional. Apesar da oposição de vários países importantes, o tratado foi recentemente ratificado – reflectindo o apoio mobilizado por centenas de organizações dos direitos humanos em todo o mundo. Maior pluralismo está, também, a ser integrado nos mecanismos e sistemas internacionais, como no caso da Comissão Mundial sobre Barragens, da nova abordagem consultiva das estratégias de redução da pobreza nacional pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, e do Compacto Global da ONU sobre a responsabilidade social das empresas, recentemente lançado. Maior participação e responsabilidade nas instituições multilaterais. Embora a emergência de uma sociedade civil mundial tenha criado oportunidades de aprofundamento da democracia a nível internacional, as instituições internacionais existentes precisam de reformas. Os países em desenvolvimento deviam ter uma palavra mais forte no seu funcionamento. Dada a sua enorme – e crescente – influência, essas instituições também deviam ser mais responsabilizadas pelas suas políticas e pelos seus actos. Veja-se a Organização Mundial do Comércio. Todos os países membros têm um lugar e um voto, o que é muito democrático. Mas, a verdadeira tomada de decisão ocorre por consenso, fortemente influenciada pelos países maiores e mais ricos. O desequilíbrio da participação dos países em desenvolvimento também é evidente nos movimentos da sociedade civil global. Das 738 ONG acreditadas junto da conferência ministerial de 1999 da OMC, em Seattle, Washington, 87% eram de países industrializados. O défice democrático em organizações internacionais é inevitável, porque as pessoas não elegem directamente os seus representantes junto da OMC, do FMI, do Banco Mundial ou do Conselho de Segurança da ONU. Muitos defendem que os desequilíbrios do poder político e económico global também tornam inevitável a tomada de decisão não representativa a nível intergovernamental. Este argumento tem considerável força. Nomeadamente, a influência dos Estados Unidos sobre instituições como o FMI e a OMC tem pouco a ver com o poder formal de voto – e muito com a posição global dos Estados Unidos. Talvez não seja coincidência que as instituições internacionais mais representativas, como o Conselho Económico e Social da ONU e a Assembleia Geral da ONU, também sejam considerados os menos poderosos. A realidade é que os países poderosos – cruciais para o êxito de qualquer instituição internacional – tendem a gravitar em torno das instituições que lhes dão mais influência. E levam consigo a sua força: seja para as reuniões da «sala verde» da OMC, ou para as reuniões do conselho executivo do FMI. Os esforços para melhorar a representação dos países em desenvolvimento têm que ter em conta estas realidades básicas. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Ainda assim, há considerável espaço para tornar as instituições globais mais democráticas. Têm sido feitas muitas propostas para eliminar praticas manifestamente antidemocráticas, como o veto no Conselho de Segurança da ONU e a maneira como são seleccionados os líderes do FMI e do Banco Mundial. Várias comissões, grupos de especialistas e organizações da sociedade civil também recomendam o aumento da transparência publicando, por exemplo, as decisões tomadas pelos conselhos executivos das principais instituições financeiras internacionais e tornando a tomada de decisão na OMC mais inclusiva e transparente. Nos últimos anos, o Banco Mundial e as Nações Unidas fizeram esforços importantes para se tornarem mais abertas e transparentes. Os progressos em muitas das propostas mais ambiciosas de reforma democrática – como a do Conselho de Segurança da ONU – pararam. Mas, continua a existir uma forte pressão para estender os princípios democráticos a essas organizações, em particular, desde que muitas passaram a estar muito mais profundamente envolvidas nas políticas económicas e sociais nacionais. Quanto mais profunda for a sua intervenção em reformas sensíveis da governação dos países em desenvolvimento, maior é a necessidade das organizações internacionais serem abertas e responsáveis. O argumento tradicional contra essas reformas é que tornariam a tomada de decisão pesada e impraticável. Mas, contra isso devem ser colocadas as realidades de um mundo mais integrado. Seja o objectivo a paz, o crescimento económico ou a sustentabilidade ambiental, os esforços internacionais para promover a mudança não funcionam se os actores nacionais se sentirem excluídos. Em todo o INTRODUÇÃO mundo, as Nações Unidas, o FMI, o Banco Mundial e a OMC estão a enfrentar o facto de que a propriedade é importante. Cada vez mais, as principais potências mundiais reconhecem que uma sensação generalizada de exclusão e de impotência nos países em desenvolvimento pode ameaçar o crescimento económico e a segurança, tanto dos países industrializados como dos países em desenvolvimento. * * * Os esforços internacionais Uma lição duradoura da última década é que as instituições políticas nacionais não estão a acompanhar os desafios da governação de um mundo mais interdependente. Enquanto as novas democracias lutam por lançar as bases da governação democrática, novas forças e instituições estão a exercer poderosa influência na vida das pessoas. E novos tipos de conflito estão a proliferar dentro dos países e entre eles. Muitos esperavam que os ataques terroristas de 11 de Setembro inspirassem a unidade global para enfrentar os desafios da governação nacional e internacional. E há sinais encorajadores nesse sentido, como o compromisso do aumento da ajuda assumida na Conferência sobre Financiamento do Desenvolvimento, de Março de 2002. Mas, existe uma possibilidade igualmente forte dos ataques e do que se lhes seguiu enfraquecerem ainda mais as instituições mundiais, minarem os direitos humanos e exacerbarem a fragmentação económica e social. É clara a necessidade de agir. Também é necessária a vontade de agir de maneira a cultivar a democracia, fazer progredir o desenvolvimento e expandir as liberdades humanas em todo o mundo. para promover a mudança não funcionam se os actores nacionais se sentirem excluídos 9 Balanço do desenvolvimento humano PROGRESSO GLOBAL FRAGMENTAÇÃO GLOBAL DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO • Desde 1980, 81 países tomaram medidas significativas no sentido da democracia, com 33 regimes militares substituídos por governos civis2 • 140 dos cerca de 200 países do mundo realizam já eleições multipartidárias, mais do que em qualquer outra altura da história3 • Das 81 novas democracias, apenas 47 são totalmente democráticas. Muitas outras não parecem estar em transição para a democracia, ou caíram de novo no autoritarismo, ou no conflito4 • Apenas 82 países, com 57% da população mundial, são inteiramente democráticos5 • Em 2000 havia mais de 37.000 ONG internacionais registadas, mais um quinto do que em 1990. Mais de 2.150 ONG têm estatuto consultivo junto do Conselho Económico e Social da ONU e 1.550 estão associadas ao Departamento de Informação Pública da ONU6 • Há ONG que ainda não têm estatuto consultivo junto do Conselho de Segurança, ou da Assembleia Geral da ONU. Apenas 251 das 1.550 ONG associadas ao departamento de Informação Pública da ONU estão sedeadas em países em desenvolvimento7 • 125 países, com 62% da população mundial, têm uma imprensa livre ou parcialmente livre9 • Entre 1970 e 1996, o número de jornais diários dos países em desenvolvimento mais do que duplicou, passando de 29 para 60 exemplares por 1.000 habitantes, e o número de televisões aumentou 16 vezes10 • 61 países, com 36% da população mundial, ainda não têm uma imprensa livre11 • Em 2001, 37 jornalistas morreram no cumprimento do dever, 118 foram presos e mais de 600 jornalistas, ou organizações noticiosas, foram fisicamente atacados ou intimidados12 • O número de países que ratificaram as seis principais convenções e acordos de direitos humanos aumentou significativamente desde 1990. As ratificações do Convénio Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (ICESCR) e do Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR) aumentou de cerca de 90 para cerca de 15013 • 106 países ainda restringem importantes liberdades civis e políticas14 • 38 países não ratificaram ou não assinaram o ICCPR, e 41 não ratificaram ou não assinaram o ICESCR15 • Em 10 países, mais de 30% dos parlamentares são mulheres16 • Em todo o mundo, apenas 14% dos parlamentares são mulheres – e em 10 países nenhum é mulher17 • Entre 1996 e 2001, apenas se registaram 6 vetos no Conselho de Segurança da ONU – em comparação com 243, entre 1946 e 1995, uma média de 50 por década18 • A Organização Mundial do Comércio funciona na base de um país, um voto, mas a maioria das decisões fundamentais é tomada pelas principais potências económicas em reuniões da «sala verde» • Os directores executivos que representam a França, Alemanha, Japão, Federação Russa, Arábia Saudita, Reino Unido e os Estados Unidos detêm 46% dos direitos de voto no Banco Mundial e 48% no Fundo Monetário Internacional19 JUSTIÇA ECONÓMICA • A percentagem da população mundial que vive na pobreza extrema caiu de 29%, em 1990, para 23%, em 199920 • Durante os anos 1990, a pobreza extrema foi reduzida a metade na Ásia Oriental e Pacífico e caiu 7 pontos percentuais na Ásia do Sul 21 • Os 5% das pessoas mais ricas do mundo têm rendimentos 114 vezes superiores aos dos 5% mais pobres22 • Durante os anos 1990, o número de pessoas em extrema pobreza na África Subsariana aumentou de 242 milhões para 300 milhões23 • A Ásia Oriental e Pacífico atingiu um crescimento anual de 5,7% do rendimento per capita nos, anos 1990; e a Ásia do Sul 3,3%24 • Na Europa Central e do Leste e na CEI, o rendimento per capita diminuiu 2,4% ao ano, nos anos 1990, e na África Subsariana 0,3%25 • 20 países da África Subsariana, com mais de metade da população da região, estão mais pobres agora do que em 1990 – e 23 estão mais pobres do que em 197526 • Espera-se que os mais de 500 milhões de utilizadores actuais da Internet aumentem para cerca de mil milhões, até 200527 • 72% dos utilizadores da Internet vivem em países da OCDE com elevados rendimentos, com 14% da população mundial. 164 milhões residem nos Estados Unidos28 10 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Balanço do desenvolvimento humano PROGRESSO GLOBAL FRAGMENTAÇÃO GLOBAL SAÚDE E EDUCAÇÃO • Desde 1990, 800 milhões de pessoas tiveram acesso a melhor abastecimento de água e 750 milhões a melhor saneamento básico29 • 57 países, com metade da população mundial, reduziram a metade a fome, ou estão em vias de o fazer, até 201530 • As taxas de vacinação juvenil na África Subsariana caíram para menos de 50%31 • Ao ritmo actual, levaria mais de 130 anos para o mundo se ver livre da fome32 • Alguns países em desenvolvimento fizeram progressos na luta contra o VIH/SIDA. O Uganda reduziu a incidência do VIH de 14%, no princípio dos anos 1990, para cerca de 8%, no fim da década33 • No fim de 2000, quase 22 milhões de pessoas tinham morrido de SIDA, 13 milhões de crianças tinham perdido a mãe, ou ambos os pais, por causa da doença e mais de 40 milhões de pessoas vivem com o VIH. Dessas, 90% estavam em países em desenvolvimento e 75% estavam na África Subsariana.34 • Entre 1970 e 2000, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu em todo o mundo, de 96 para 56 por 1.000 nados-vivos35 • Todos os dias, mais de 30.000 crianças, em todo o mundo, morrem de doenças evitáveis36 • No mundo, há 100 milhões de mulheres «que faltam» e que estariam vivas se não fosse o infanticídio, a negligência e o aborto sexualmente selectivo37 • Todos os anos mais de 500.000 mulheres morrem como resultado da gravidez e do parto38 • Em todo o mundo, a escolarização primária aumentou de 80%, em 1990, para 84%, em 199839 • 51 países, com 41% da população mundial, atingiram, ou estão em vias de atingir a escolarização primária universal40 • 113 milhões de crianças em idade escolar não andam na escola – 97% delas estão em países em desenvolvimento41 • 93 países, com 39% da população mundial, não têm dados sobre tendências da escolarização primária42 • 90 países, com mais de 60% da população mundial, atingiram ou estão em vias de atingir a igualdade sexual no ensino primário, até 2015 – e mais de 80, no ensino secundário43 • 60% das crianças de todo o mundo que não frequentam a escola primária são raparigas44 • Dos cerca de 854 milhões de adultos analfabetos de todo o mundo, 544 milhões são mulheres45 PAZ E SEGURANÇA PESSOAL • 38 operações de manutenção da paz foram montadas desde 1990 – em comparação com apenas 16, entre 1946 e 198946 • A ratificação do Tribunal Penal Internacional pelo 60º país, em Abril de 2002, criou uma estrutura permanente para julgar crimes contra a humanidade • Ocorreu genocídio na Europa e na África, com 200.000 pessoas mortas na Bósnia em 1992-95 e 500.000 mortas no Ruanda em 199447 • Apareceram novas formas de terrorismo internacional, com 3.000 pessoas de mais de 80 países mortas nos ataques de Setembro de 2001 ao World Trade Center, na cidade de Nova Iorque48 • Nos anos 1990, verificou-se a um grande declínio das mortes devidas a conflitos inter-estados, para 220.000 pessoas em toda a década – contra aproximadamente três vezes mais nos anos 198049 • Cerca de 3,6 milhões de pessoas foram mortas em guerras dentro dos estados, nos anos 199050 • Durante os anos 1990, o número de refugiados e de pessoas deslocadas internamente aumentou 50%51 • Metade do total de baixas civis são crianças,52 e calcula-se que existam 300.000 soldados crianças em todo o mundo53 • Reflectindo a pressão de cerca de 1.400 grupos da sociedade civil, em 90 países, o Tratado de Proibição das Minas, de 1997, foi ratificado por 123 estados54 • Países importantes como a China, Federação Russa e Estados Unidos não assinaram o Tratado de Proibição das Minas • 90 países ainda estão gravemente afectados por minas terrestres e projécteis que não explodiram, com 15.000 a 20.000 vítimas de minas por ano55 Nota: As notas deste balanço aparecem na secção Notas do Relatório. BALANÇO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 11 CAPÍTULO 1 O estado e o progresso do desenvolvimento humano O desenvolvimento humano tem a ver com pessoas, com o aumento das suas escolhas para levarem a vida que prezam. Crescimento económico, comércio e investimento internacionais crescentes, progresso tecnológico – são todos muito importantes. Mas, são meios e não fins. A sua contribuição para o desenvolvimento humano no século XXI dependerá de expandirem as escolhas das pessoas, de ajudarem a criar um ambiente para as pessoas desenvolverem todo o seu potencial e levarem uma vida produtiva e criativa. Fundamental para a ampliação das opções humanas é construir capacidades humanas: o conjunto de coisas que as pessoas podem fazer ou ser. As capacidades mais básicas para o desenvolvimento humano são levar uma vida longa e saudável, ser educado, ter acesso aos recursos necessários para um padrão de vida digno e poder participar na vida da comunidade. Como este Relatório enfatiza, garantir a dignidade das pessoas também exige que elas sejam livres – e capazes – de participar na formação e na administração das leis e das instituições que as governam. Um pobre que não possa mandar os filhos à escola, mas tenha que os mandar trabalhar nos campos, carece de desenvolvimento humano. O mesmo se passa com uma mulher rica e educada, cujo género a exclua de votar em eleições. Na nova era de integração mundial de hoje, estará o desenvolvimento humano a avançar? Tem havido progressos claros nalgumas áreas. A parte da população mundial que vive na pobreza extrema está a diminuir lenta mas firmemente, de 29% em 1990 para 23% em 1999.1 A escolarização primária aumentou em todo o mundo, de 80% em 1940 para 84% em 1998.2 Desde 1990, 800 milhões de pessoas obtiveram acesso a fontes de água melhorada e 750 milhões a melhor saneamento básico.3 Também houve grandes melhorias nos direitos civis e políticos: desde 1980, 81 países deram passos significativos na democratização,4 com 33 regimes militares substituídos por governos civis.5 Mas, num mundo em globalização, a crescente interligação das nações e das pessoas torna as diferenças entre elas mais clamorosas. Uma rapariga nascida hoje, no Japão, pode ter 50% de probabilidades de ver o século XXII6 – enquanto um recém-nascido no Afeganistão tem uma probabilidade em 4 de morrer antes dos cinco anos. E os 5% de pessoas mais ricas do mundo tem rendimentos 114 vezes superiores aos dos 5% mais pobres.7 Todos os dias, mais de 30.000 crianças de todo o mundo morrem de doenças evitáveis,8 e aproximadamente 14.000 pessoas são infectadas pelo HIV/SIDA.9 No Botswana, mais de um terço dos adultos tem a doença; na Suazilândia e no Zimbabwe, mais de um quarto. Se o controlo da tuberculose não melhorar, mil milhões de pessoas irão contraí-la até 2020 – e 35 milhões morrerão dela10. Na África Subsariana, o desenvolvimento humano regrediu, na realidade, nos últimos anos e a vida dos seus povos muito pobres está a pior. A percentagem de pessoas que vivem com 1 dólar por dia era praticamente a mesma no princípio e no fim dos anos 1990 – 47%.11 Assim, por causa do aumento da população, o número de pessoas pobres da região aumentou. E se na maior parte do mundo aumentou a percentagem de crianças que estão vacinadas contra as principais doenças, desde 1990, as taxas de vacinação na África Subsariana caíram para menos de 50%.12 O progresso global em matéria de liberdades políticas também tem sido desigual. A disseminação da democratização parece ter parado, com muitos países a não conseguirem consolidar e aprofundar os primeiros passos no sentido da democracia e vários a caírem de novo no autoritarismo. Cerca de 73 países – com 42% da população mundial – ainda não realizam eleições livres e justas13,e 106 governos ainda restringem muitas liberdades civis e políticas.14 Além disso, os conflitos continuam a custar a vida a milhões de pessoas: desde 1990, 3,6 milhões de pessoas morreram em guerras civis e de violência étnica, 16 vezes mais que o número de mortos em guerras entre estados.15 Há um crescente reconhecimento de que todos os países pagam um preço por estas injustiças globais. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO A disseminação da democratização parece ter parado, com muitos países a não conseguirem consolidar e aprofundar os primeiros passos no sentido da democracia 13 respeito por todos os direitos humanos e liberdades fundamentais internacionalmente reconhecidos.” – Declaração do Milénio CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL Acredito que, no século XXI, a missão das Nações Unidas será definida por uma nova e mais profunda consciência da inviolabilidade e da dignidade de todas as vidas humanas, independentemente da raça ou da religião. Isto exigirá que olhemos para lá do quadro dos estados e para debaixo da superfície das nações e das comunidades. Temos que nos concentrar, como nunca, na melhoria das condições dos indivíduos, homens e mulheres, que dão ao estado ou à nação a sua riqueza e o seu carácter. Um genocídio começa com o assassínio de um homem – não pelo que fez, mas por causa de ser quem é. Uma campanha de “limpeza étnica” começa com um vizinho a atacar outro. A pobreza começa quando até a uma criança é negado o seu direito fundamental à educação. O que começa por ser uma falha no apoio à dignidade de uma vida acaba, demasiadas vezes, como uma calamidade para nações inteiras. Neste novo século, temos que partir do entendimento de que a paz pertence, não apenas aos estados e aos povos, mas a todos os membros dessas comunidades. A soberania dos estados já não pode mais ser usada como um escudo para graves violações dos direitos humanos. A paz tem que se tornar real e tangível na existência diária de todas as pessoas necessitadas. A paz tem que ser procurada, acima de tudo, porque é necessária para que todo o ser humano possa viver uma vida digna e segura. Na verdade, uma lição do século XX é que onde a dignidade do indivíduo é espezinhada ou ameaçada – onde os cidadãos não desfrutam do direito básico de escolher o seu governo, ou do direito de o mudar regularmente – segue-se muito frequentemente o conflito, com civis inocentes a pagarem o preço em vidas desfeitas e comunidades destruídas. Os obstáculos à democracia têm pouco a ver com cultura e religião, e muito mais a ver com o desejo dos que estão no poder em manter a sua posição a todo o custo. Isto não é um fenómeno novo nem limitado a nenhuma parte particular do mundo. Pessoas de todas as culturas prezam a sua liberdade de escolha e sentem a necessidade de ter uma palavra nas decisões que afectam as suas vidas. Kofi Annan Secretário-Geral das Nações Unidas E há uma maior aceitação da necessidade de acções para estreitar o hiato entre o potencial e a realidade mundiais – e para fazer progredir o desenvolvimento humano mundial no seu sentido mais profundo (ver a contribuição especial do Secretário-Geral da ONU Kofi Annan.). Ao analisar o progresso dos países no sentido do desenvolvimento humano, nas suas muitas dimensões, este capítulo realça as orientações para a mudança nos anos vindouros – e até que ponto será preciso ir. O capítulo começa por olhar para as tendências mundiais da participação política e da democracia, os temas deste Relatório. Depois, considera os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, fixados pela comunidade mundial para monitorizar o desenvolvimento segundo várias dimensões. Avalia o progresso em direcção aos objectivos, mostrando que muitos países estão no caminho, mas que muitos outros estão atrasados e sem probabilidades de atingir os objectivos. TENDÊNCIAS DA PARTICIPAÇÃO POLITÍCA E DA DEMOCRACIA NO MUNDO “Não pouparemos esforços para promover a democracia e fortalecer o estado de direito, bem como o 14 A participação e a liberdade política são partes fundamentais do desenvolvimento humano. O mundo tem mais países democráticos e mais participação política do que nunca, com 140 países a realizarem eleições multipartidárias (quadro 1.1). Em 2000, dos 147 países com dados, 121 – com 68% da população mundial – tinham alguns ou todos os elementos da democracia formal (figura 1.1)16, em comparação com apenas 54 países, com 46% da população mundial, em 1980. Desde então, 81 países deram passos importantes na democratização, enquanto 6 regrediram.17 Dezenas de regimes autoritários foram substituídas por governos mais responsáveis perante as pessoas – uma verdadeira realização para o desenvolvimento humano. Mas a verdadeira democratização significa mais do que eleições. Exige a consolidação das instituições democráticas e o fortalecimento das práticas democráticas, com valores e normas democráticas incorporados em todas as partes da sociedade (ver capítulos 2 e 3). As últimas duas décadas do século XX foram apelidadas de «terceira vaga» de democratização, na medida em que regimes ditatoriais caíram em dezenas de países.18 Tal como outros movimentos da história da libertação, estas revoluções democráticas foram desencadeadas pelo povo. Nos anos 80, pressões cada vez maiores contra os excessos das ditaduras militares na América Latina fizeram-nas cair uma a seguir à outra, começando pelo Equador e pelo Peru. Na Europa Central e do Leste e no que é hoje a Comunidade de Estados Independentes (CEI), a queda do Muro de Berlim, em 1989, foi o ponto de viragem. Em África, uma oposição crescente ao longo dos anos 80 e 90 expulsou muitos ditadores há longo tempo instalados, incluindo Moussa Traoré do Mali, em 1991, e Kamuzu Banda, do Malawi, em 1994. O poder popular nas Filipinas afastou Ferdinando Marcos, em 1986. Para alguns países a transição foi menos dramática, como foi o caso da passagem para um governo civil na Coreia do Sul e na Tailândia e da introdução de eleições no Nepal. Talvez o mais importante tenha sido o advento da democracia total na África do Sul, em 1994 – o resultado de longas negociações. As reformas democráticas foram relativamente modestas nos países Árabes, com poucos casos de fermento RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 democrático. Mas, monarquias como a Jordânia e Marrocos aumentaram o espaço para participação popular na vida política da comunidade e a Tunísia deu passos para expandir a participação política. Mesmo assim, a região foi mais lenta a democratizar do que outras partes do mundo, e apenas 4 de 7 países têm sistemas eleitorais multipartidários.19 A mudança global dos regimes autoritários para regimes democráticos revela-se em vários indicadores de governação (apêndice 1.1). Segundo o indicador de democracia de Polity IV, o número de países autoritários diminuiu de quase 70, em 1980, para menos de 30, em 2000.20 No mesmo período, o número de regimes democráticos duplicou, de 41 para 82. O colapso da União Soviética contribuiu para o salto na cobertura de países. Globalmente, a antiga União Soviética e o resto da Europa do Leste tornaram-se mais democráticas. Os indicadores gerais não captam a complexidade das transições políticas. A maioria das tentativas de democratização são fragmentadas, envolvendo pequenos e grandes passos, para a frente e para trás. Vejase o Peru. Em 1980, após 12 anos de governo militar, passou a um regime democrático. Mas, a situação deteriorou-se lentamente, com o regime do Presidente Alberto Fujimori a tornar-se cada vez mais autoritário. A despeito das irregularidades que levaram observadores internacionais a retirar-se, Fujimori foi proclamado vencedor das eleições de 2000. Mas, a indignação pública com os escândalos políticos acabou por obrigá-lo a fugir do país. Alejandro Toledo foi eleito presidente depois das eleições de 2001. Se as tendências recentes e de longo prazo são impressionantes, a ligeira queda da democracia restringida, na África Subsariana e Ásia do Sul na segunda metade dos anos 90, reflecte o facto da «terceira vaga» de democratização parecer ter parado. Dos 81 países que tomaram medidas de democratização, apenas 47 são considerados democracias plenas.21 Muitos outros não parecem estar em transição para nada ou voltaram a cair no autoritarismo – ou no conflito, como é o caso da República Democrática do Congo, da Serra Leoa e outras. Isto tem sido muito vulgar na África Subsariana e na Ásia Central. Na Bielorrússia, Camarões, Togo, Usbequistão e noutros países, estados de partido único autorizaram eleições, mas acabaram por apenas permitir uma abertura limitada à concorrência política. A maioria dessas democracias «limitadas» enferma de uma participação política superficial, em que os cidadãos têm pouca confiança nos FIGURA 1.1 O mundo está a tornar-se mais democrático Número de países Regimes democráticos em ascensão enquanto o autoritarismo diminui Parcelas da população mundial 82 Mais democráticos 67 45% 38% 8% 39 Intermédios 44 1985 26 Autoritários 30% 13 57% 11% 1985 1990 1995 2000 2000 Fonte: Polity IV 2002. QUADRO 1.1 A maioria das pessoas já pode votar em eleições multipartidárias, 1999 Região ou grupo de países África Subsariana Países Árabes Ásia Oriental e Pacífico Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa CentraL, do Leste e CEI OCDE Desenvolvimento humano baixo Mundo Número de países com sistemas eleitorais multipartidários (países com dados) População dos países com sistemas eleitorais multipartidários (milhões) Parcela da população regional que vive em países com sistemas eleitorais multipartidários (percentagem) 29 (42) 4 (17) 9 (16) 4 (8) 464 115 401 1.170 77,2 48,5 22,0 85,5 25 (26) 468 94,9 21 (25) 30 (30) 350 1.120 88,0 100,0 23 (36) 140 (189) 527 3.923 64,4 65,8 Nota: Os países com desenvolvimento humano baixo também estão incluídos nos seus respectivos grupos regionais. A soma dos dados regionais não corresponde ao total mundial porque alguns países incluídos no total mundial não estão incluídos num grupo regional. Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. seus governos e estão descontentes com a política, ou os países são dominados por um único partido, ou grupo forte, apesar de eleições formais.22 MEDIDAS MAIS AMPLAS DE PARTICIPAÇÃO E LIBERDADE POLITICA A participação política democrática exige mais do que a eleição de governos – a política verdadeiramente democrática exige direitos civis e políticos para dar espaço à participação efectiva. Ilustrando a maior im- O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 15 FIGURA 1.2 Ratificação dos tratados de direitos humanos Número de países 191 CDC CEDAW ICERD ICCPR ICESCR 150 CAT 100 50 0 1990 2000 Nota: Ver definições no quadro de indicadores 28. Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UNOHCHR 2002. FIGURA 1.3 A imprensa torna-se mais livre Resultados médios na liberdade de imprensa 1980 2000 3,0 OCDE de rendimento elevado 2,5 América Latina 2,0 MUNDO Ásia Oriental & Pacífico África Subsariana Países Árabes Europa Central, do Leste & CEI Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Freedom House 2000. 16 Ásia do Sul portância atribuída aos direitos humanos em todo o mundo, o número de países que ratificaram os seis principais convénios e convenções sobre direitos humanos aumentou significativamente desde 1990 (figura 1.2). Defender os direitos humanos é crucial para garantir o bem-estar das pessoas e assegurar uma sociedade humana e não discriminatória – e para permitir uma cidadania activa e empenhada. As liberdades de associação e de reunião, de expressão e de consciência, como estão vertidas no Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos são fundamentais para a participação política. Uma imprensa livre e activa é particularmente importante para a criação e consolidação da democracia. O Índice de Liberdade de Imprensa da Freedom House indica níveis e tendências mundiais, mostrando que a liberdade de imprensa também tem vindo a aumentar (figura 1.3). Além dos direitos civis e políticos, oportunidades equitativas de participação são cruciais para a política democrática. Mas, pelo mundo fora, as mulheres estão gravemente sub-representadas na política interna, constituindo apenas 14% dos parlamentares nacionais. Há pouca diferença entre países industrializados e em desenvolvimento. Na maioria dos países industrializados, incluindo a França, Japão e Estados Unidos, as mulheres representam 10-20% dos parlamentares.23 As excepções positivas em todo o mundo incluem, quer países em desenvolvimento, quer países industrializados (figura 1.4). Os países nórdicos estão particularmente bem, mas na Argentina, Moçambique e África do Sul, cerca de 30% dos parlamentares são mulheres. Entretanto, há vários países Árabes que não têm nenhuma representação feminina. Além disso, os conflitos internos são normalmente travados com armas pequenas e os combatentes usam estratégias que têm o maior impacte sobre os vulneráveis. As crianças representam metade das baixas civis em guerras26 e, em todo o mundo, existem cerca de 300.000 soldados crianças – na Serra Leoa, Sudão e noutros países.27 As guerras civis também têm efeitos graves no crescimento económico e na produção alimentar, como é revelado por indicadores do desenvolvimento humano como a taxa de mortalidade infantil e a escolarização.28 Sete dos dez países com os índices mais baixos de desenvolvimento humano sofreram recentemente grandes guerras civis. Durante a guerra civil de 16 anos em Moçambique, mais de 40% das escolas foram destruídas ou obrigadas a fechar e mais de 40% dos centros de saúde foram destruídos. As indústrias foram tão danificadas que a produção do pós-guerra era de apenas de 20-40% da capacidade anterior à guerra, com prejuízos económicos estimados em 15 mil milhões de dólares – várias vezes o PIB de Moçambique do pós-guerra.29 As lutas internas e entre estados também causam fluxos massivos de refugiados e de populações deslocadas. No fim de 2000, mais de 12 milhões de pessoas estavam refugiadas, 6 milhões estavam deslocadas internamente e cerca de 4 milhões eram refugiados a regressar, pessoas à procura de asilo ou pessoas que, por outras razão, constituíam motivo de preocupação para o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados30 – ao todo, mais 50% do que em 1990.31 O aumento do número de refugiados e de populações deslocadas indica que os conflitos armados de hoje são mais intensos. 1,5 A OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO PROLIFERAÇÃO DO CONFLITO CIVIL DO MILÉNIO : COMPROMISSOS E PERSPECTIVAS 1,0 A paragem das transições democráticas realça a fragilidade das democracias. A proliferação de conflitos, particularmente de conflitos internos, realça a fragilidade dos estados (figura 1.5). Hoje, os conflitos internos ultrapassam largamente o número de guerras entre estados. Desde 1990, morreram aproximadamente 220.000 pessoas em guerras entre estados, em comparação com cerca de 3,6 milhões em guerras internas dos estados.24 Particularmente trágico é o facto dos civis, e não os soldados, serem cada vez mais as vítimas dos conflitos. Os civis representaram mais de 90% das baixas – feridos e mortos – em conflitos no pós-guerra-fria.25 Na Assembleia Geral da ONU, de 2000, chefes de estado e de governo inventariaram as grandes desigualdades de desenvolvimento humano no mundo e reconheceram «a sua responsabilidade colectiva em defender os princípios da dignidade humana, da igualdade e da equidade a nível mundial.32 Além de declararem o seu apoio à liberdade, à democracia e aos direitos humanos, fixaram oito objectivos para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza, a realizar até 2015: • Erradicar a pobreza extrema e a fome. • Alcançar o ensino primário universal. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 desses 40 países, com mais de metade da população da região, estão mais pobres agora do que em 1990. Estes incluem 11 dos 20 países mais pobres do mundo. Há países que se aproximaram mais dos objectivos do que outros. Muitos países em desenvolvimento já atingiram, ou estão a caminho de atingir o ensino primário universal e a igualdade sexual na educação. Dada a importância da educação para muitas outras áreas do desenvolvimento, isto pressagia uma aceleração do progresso em direcção aos outros objectivos. A maioria dos países em desenvolvimento também atingiu, ou está a caminho de atingir os objectivos de erradicação da fome e do abastecimento de água melhorada (parte do objectivo ambiental). Mas, mais de 40 países, com 28% da população mundial, não estão a caminho de reduzir a fome para metade, até 2015. E 25 países, com 32% da população mundial, podem não reduzir para metade a percentagem da população sem acesso a fontes de água melhorada. O mais premente, porém, é a mortalidade juvenil: 85, países com mais de 60% da população mundial, não estão a caminho de atingir a meta (ver destaque 1.1). Um objectivo que não pode ser monitorizado não pode ser conhecido nem esquecido – e uma das conclusões mais espantosas é a falta de dados. As metas para a pobreza, HIV/SIDA e mortalidade materna não podem ser directamente monitorizados com os actuais dados internacionais. Mesmo as metas que podem ser monitorizadas, têm muitas falhas de dados. Para complicar as coisas, os países a que faltam dados podem ser os que têm os piores desempenhos, dando uma impressão inflacionada da proporção de países que estão a progredir. OBJECTIVO 1 – FIGURA 1.4 A participação das mulheres atrasa-se em toda a parte Percentagem de assentos parlamentares ocupados por mulheres, 2000 Suécia 40 Dinamarca Finlândia, Noruega Islândia Holanda Argentina, Alemanha Moçambique, África do Sul 30 20 Mundo 10 Djibouti, Kuwait, Micronésia, Nauru, Palau, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu, Emirados Árabes Unidoss, Vanuatu 0 Fonte: IPU 2002c e quadro de indicadores 23. FIGURA 1.5 Os mais pobres sofreram mais com os conflitos Baixas por região 1990–99 1,5 milhões 1,0 milhões 0,5 milhões ERRADICAR A POBREZA EXTREMA O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO América Latina & Caraíbas Ásia Oriental & Pacífico Em 1999, 2,8 mil milhões de pessoas viviam com menos de 2 dólares por dia, 1,2 mil milhões das quais mal sobreviviam nas margens de subsistência, com menos de 1 dólar por dia (quadro 1.2). Durante os anos 90, o número de pessoas extremamente pobres diminuiu apenas ligeiramente. Mas, por causa do aumento da população, a percentagem da população mundial que vive em extrema pobreza diminuiu de 29%, em 1990, para 23% em 1999. Ásia do Sul Meta 1a: Reduzir para metade a proporção das pessoas que vive com menos de 1 dólar por dia Europa Central, do Leste & CEI E A FOME Países Árabes Alcançar a igualdade sexual e dar poder às mulheres. • Reduzir a mortalidade juvenil. • Melhorar a saúde materna. • Combater o HIV/SIDA, malária e outras doenças. • Garantir a sustentabilidade do ambiente. • Desenvolver uma parceria mundial para o desenvolvimento.33 A maioria dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio tem metas quantificáveis e monitorizáveis para medir o progresso em relação a padrões fixados pela comunidade internacional. Este Relatório avalia as probabilidades que os países têm de atingir os objectivos até 2015, se se mantiverem as recentes tendências, classificando-os como atingidos, a caminho, atrasados, muito atrasados ou em queda (quadro do apêndice A1.1 e nota técnica). A análise assume que as tendências na próxima década serão as mesmas que na última década. Se os países ficam aquém ou ultrapassam as expectativas, depende das suas acções e das da comunidade mundial entre agora e 2015. Muitos países fizeram progressos (destaque 1.1). Mas, parece improvável que grande parte do mundo, geralmente os países mais pobres, atinja os objectivos. Embora 55 países, com 23% da população mundial, estejam a caminho de atingir pelo menos três quartos dos objectivos, 33 países, com 26% da população mundial, estão a falhar em mais de metade (figura 1.6). Serão necessários esforços extraordinários na África Subsariana, onde 23 países estão a falhar e outros 11 não têm dados suficientes para serem avaliados – um possível indicador de que estão ainda mais atrasados. Isso apenas deixa 10 países subsarianos a caminho de realizar pelo menos metade dos objectivos. A falta de dados torna difícil avaliar o progresso em relação à meta de reduzir para metade a privação de rendimento. Mas, o crescimento lento dos rendimentos médios indica que muitos países terão que lutar para atingir o objectivo. Estimativas optimistas sugerem que serão necessários 3,7% de crescimento anual do PIB per capita mas, nos anos 90, só 24 países atingiram esse crescimento (figura 1.7).34 China e Índia, os países mais populosos, estão neste grupo. Mas, o rendimento em cerca de 130 países, com 40% da população mundial, não está a crescer suficientemente depressa – incluindo 52 países que tiveram, na realidade, crescimento negativo nos anos 90. Mais uma vez, o progresso é muito ilusório nos países mais pobres: 40 de 44 países subsarianos, com 93% da população da região, cresceram muito devagar. Metade África Subsariana • Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Marshall 2000. 17 FIGURA 1.6 Países a caminho de atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Todos os países membros da ONU excluindo OCDE de rendimento elevado África Subsariana …mas o progresso dos mais pobres é insuficiente Muitos países estão a caminho de atingir a maioria dos objectivos… Objectivos Objectivos Fora do caminho 3 3 4 dos objectivos 1 4 dos objectivos Fora do caminho 1 2 dos objectivos 2 dos objectivos No caminho 1 1 4 dos objectivos 33 países 31 países a caminho a caminho em menos de em metade a metade dos três quartos objectivos dos objectivos Parcela da população mundial 26% 55 países 23 países a caminho em três quartos dos objectivos ou mais 33% No caminho 4 dos objectivos 8 países a caminho a caminho em menos de em metade a metade dos três quartos objectivos dos objectivos 2 países a caminho em três quartos dos objectivos ou mais 23% Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados no quadro do apêndice A1.3 QUADRO 1.2 Sem conseguir sair da pobreza Em todo o mundo, o número de pessoas que vive com menos de 1 dólar por dia pouco mudou nos anos 1990 Número de países por taxa de crescimento do PIB per capita (Percentagem média anual, 1990-2000) Região Parcela (percentagem) 1990 1999 África Subsariana Ásia Oriental e Pacífico, excluindo a China Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa Central, do Leste e CEI Médio Oriente e África do Norte Total Excluindo a China 47,7 27,6 18,5 44,0 16,8 1,6 2,4 29,0 28,1 FIGURA 1.7 75 Total (excluindo OCDE de rendimento elevado) 52 África Subsariana 20 24 Nota: 1 dólar por dia corresponde a 1,08 dólares a preços de 1993 em paridades de poder de compra (PPC). Fonte: World Bank 2002c. 4 A diminuição da parcela da população em pobreza extrema é promissora, mas o nível continua a ser preocupantemente elevado. E o fracasso da redução da pobreza na África Subsariana, a região mais pobre do mundo, é uma grave preocupação. Rendimento per capita. A taxa de privação de rendimento de um país é determinada pelo seu rendimento per capita e pela distribuição desse rendimento. Embora não haja a garantia de que os pobres beneficiarão de um aumento do rendimento per capita do seu país, o crescimento agregado aumenta normalmente os seus rendimentos.35 Desde meados dos anos 70, o aumento do rendimento per capita tem variado significativamente 242 452 92 495 74 7 6 1.276 916 300 260 46 490 77 17 7 1.151 936 20 Rendimento 0–3,7% Mais de em queda de cres- 3,7% de cres- cimento cimento Nível de crescimento do rendimento Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados no quadro de indicadores 1.2. 18 46,7 14,2 7,9 36,9 15,1 3,6 2,3 22,7 24,5 Número (percentagem) 1990 1999 entre as regiões (caixa 1.1). A impressionante redução da pobreza da Ásia Oriental e Pacífico deve-se, principalmente, à quadruplicação do seu PIB per capita entre 1975 e 2000. Mas, a África Subsariana terminou o milénio 5% mais pobre do que em 1990. A Europa Central e do leste e a CEI foram a única outra região que sofreu uma diminuição do rendimento per capita durante os anos 90. O crescimento na região está a aumentar e alguns países têm-se comportado bastante bem. Mas, em muitos países, o rendimento continua a ser muito mais baixo do que no passado (figura 1.8). Desigualdade de rendimento dentro dos países. A quantidade de crescimento necessária para reduzir RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAIXA 1.1 Desigualdade mundial – níveis grotescos, tendências ambíguas O nível de desigualdade em todo o mundo é grotesco. Mas, as tendências das últimas décadas são ambíguas. As diferenças de desempenho económico entre países e regiões significa que a desigualdade aumentou entre algumas regiões e diminuiu entre outras. Entre 1975 e 2000, um crescimento impressionante na Ásia Oriental e Pacífico aumentou o seu rendimento per capita – em termos de paridade do poder de compra (PPC) – de cerca de 1/14 do rendimento per capita médio dos países da OCDE para mais do que 1/6. No mesmo período, a África Subsariana sofreu o inverso, com o seu rendimento per capita a cair de 1/6 do dos países da OCDE para apenas 1/14, devido à sua própria queda no rendimento e ao crescimento consistente dos países da OCDE. Os países subsarianos com pior desempenho têm, actualmente, rendimentos de 1/40, ou menos, do dos países da OCDE. América Latina e Caraíbas sofreram uma ligeira deterioração em relação aos países da OCDE, com o seu rendimento per capita médio a cair de pouco menos de metade para pouco menos de um terço, enquanto os Países Árabes caíram de um quarto para um quinto. O rápido crescimento dos dois maiores países – a China desde os anos 1970 e a Índia desde o fim dos anos 1980 – permitiu-lhes recuperar, em certa medida, a distância em relação aos países ricos. Desde 1975, a China melhorou o seu rendimento per capita em relação aos países da OCDE de 1/21 para 1/6, enquanto a Índia melhorou de 1/14, em 1980, para 1/10. Estas comparações agregadas dão uma imagem incompleta. Quando se considera o desenvolvimento humano, a desigualdade dentro do país deve ser tomada em conta, porque simples comparações do PIB per capita assumem que todas as pessoas de um país têm o mesmo rendimento. Os dados sobre a desigualdade interna do país, baseados em inquéritos às famílias, não são, muitas vezes, comparáveis entre países ou no tempo, pelo que as conclusões devem ser cautelosas. Ainda assim, podem ser feitas estimativas razoáveis e há estudos que encontraram resultados interessantes. As tendências de longo prazo na desigualdade interpessoal, utilizando taxas de câmbio PPC, mostram que o mundo se tornou muito mais desigual. Entre 1970 e os anos 1990, o mundo foi mais desigual do que alguma vez antes de 1950 (segundo qualquer indicador de desigualdade, em Bourguignon e Morrison 2001) – resultado das revoluções industriais que ocorreram nalgumas partes do mundo. Mas, a tendência na desigualdade desde 1970 é ambígua, dependendo dos dados e do indicador de desigualdade. A tendência no bem conhecido índice de desigualdade de Gini varia de um estudo para outro. Um dos estudos mostra o seu aumento até aos anos de 1980 e, depois, um nivelamento; um outro mostra-o com um pico por volta de 1970. No primeiro estudo, o índice de desigualdade de Theil aumenta constantemente até aos anos 1990; em ambos, a variância do logaritmo dos rendimentos atinge um pico por volta de 1980. Outros estudos encontram tendências ligeiramente diferentes. Mas, em todos os estudos e em todas as medidas, as alterações desde 1970 são relativamente pequenas e estatisticamente insignificantes. Por exemplo, todas as estimativas do coeficiente de Gini, de 1970 até à mais recente, estão dentro do intervalo de 0,63 a 0,66, que não se distinguem estatisticamente (Bourguignon e Morrison 2001 calculam que o intervalo de confiança de 90% é de cerca de 0,04.). Os factores mais importantes que aumentaram a desigualdade mundial na segunda metade do século XX foram: • Crescimento económico rápido dos países já ricos da Europa Ocidental, América do Norte e Oceânia em relação à maior parte do resto do mundo. • Crescimento lento no subcontinente indiano até ao fim do século XX, e crescimento lento constante em África. Os factores que diminuíram a desigualdade foram: • Crescimento rápido na China, desde os anos 1970 e na Índia, desde o fim dos anos 1980. • Convergência dos países europeus e dos Estados Unidos até aos anos 1990. O crescimento rápido da Ásia do Sudeste, ainda que impressionante, teve pouco efeito na desigualdade mundial, devido às populações relativamente pequenas envolvidas. Embora possa ser difícil distinguir tendências claras na desigualdade mundial, nas últimas décadas, o seu nível é extremamente elevado – uma razão suficiente para preocupação. Mlanovic (2001) encontra algumas estatísticas espantosas, tomando em conta a desigualdade interna dos países e utilizando taxas de câmbio PPC. As estimativas mais recentes disponíveis são para 1993, mas a estagnação nos países mais pobres e um crescimento robusto em muitos dos mais ricos implica que não seja provável que tenham melhorado. • O 1% de pessoas mais ricas do mundo recebe tan2000 27.843 tos rendimentos como os dólares 57% mais pobres. • Os 10% mais ricos da população dos EUA têm um rendimento igual ao dos 43% 1990 mais pobres do mundo. Ou 23.267 dólares seja, o rendimento dos 25 milhões de americanos mais ricos é igual ao rendimento de quase 2 mil milhões de pessoas. • O rendimento dos 5% mais ricos do mundo é 114 vezes o dos 5% mais pobres. 1975 16.048 dólares Disparidades mundiais no rendimento: estarão as regiões a fechar o hiato? PIB per capita (milhares de dólares PPC de 2000) 10 9 2000 1990 1990 8 PRO- GRESSO 1975 7 RETRO- CESSO 2000 6 5 4 3 1975 2 2000 1 2000 1975 0 Ásia Oriental e Pacífico Desenv. humano baixo Ásia do Sul África Subsariana Países Árabes Mundo América Latina & Caraíbas Europa Central, do Leste & CEI OCDE de alto rendimento Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Banco Mundial 2002e. Fonte: Bourguignon and Morrisson 2001; Schultz 1998; Milanovic 2001. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 19 CAIXA 1.2 A pobreza é relativa FIGURA 1.8 Desempenho variável dentro das regiões Crescimento anual do PIB per capita (percentagem) 1990–2000 Europa Central, do Leste e a CEI 4 2 África Subsariana Polónia Eslovénia Albânia 0 –2 –4 Moçambique Uganda Cabo Verde Burkina Faso Etiópia Média Média Federação Russa Kyrgyzstan Comores Burundi Serra Leoa –8 –10 –12 Geórgia Fonte: Quadro de indicadores 12. 20 servado um aumento da desigualdade do rendimento – de forma mais constante e significativa no Reino Unido e nos Estados Unidos. Entre 1979 e 1977, o PIB real per capita dos E.U.A. cresceu 38%, mas o rendimento de uma família com ganhos medianos cresceu apenas 9%. Assim, a maioria dos ganhos foi captada pelas pessoas muito ricas, com o rendimento do 1% mais rico das famílias a crescer 140%, três vezes a média. O rendimento do 1% do topo das famílias foi, em 1979, 10 vezes maior que o das famílias medianas – e 23 vezes em 1997. O Canadá e a Dinamarca contrariaram a tendência da OCDE, registando uma desigualdade estável ou ligeiramente reduzida. Isso foi conseguido principalmente através da política fiscal e de transferências sociais – indicando que, com vontade política, nada é inevitável em relação ao aumento da desigualdade com rendimentos crescentes. Fonte: : Smeeding e Grodner 2000; Atkinson 1999; cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em World Bank 2001e; Krugman 2002. Congo –6 Azerbaijão Turquemenistão Ucrânia Mesmo as pessoas mais pobres dos países mais ricos têm, geralmente, rendimentos muito mais elevados do que as pessoas pobres dos países em desenvolvimento – mas, mesmo assim sofrem graves privações. Qual a razão? À medida que um país fica mais rico, os seus habitantes exigem que bens e serviços mais caros façam parte da vida normal. As crianças podem não conseguir participar em conversas nas aulas se os pais não tiverem uma televisão; um operário da construção civil pode não conseguir trabalho sem um carro. Esses bens, outrora de luxo, tornam-se necessidades à medida que proliferam na sociedade. Por isso, mesmo num país rico sem privação absoluta de rendimentos, a privação relativa de rendimentos pode levar à pobreza absoluta em dimensões importantes do desenvolvimento humano – como a educação, o amor-próprio ou a capacidade de obter um emprego digno. Os países da OCDE aumentaram os seus rendimentos nas últimas duas décadas, mas a maior parte tem ob- Rep. Dem. Congo a pobreza depende do nível de desigualdade de um país – quanto mais desigual for a distribuição do rendimento, menores são os benefícios do crescimento para os pobres. Os estudos das tendências da desigualdade dentro dos países sofrem da falta de dados fiáveis e comparáveis (ver caixa 1.1). As provas disponíveis, muito limitadas, indicam que a desigualdade de rendimento dentro de cada país, a nível mundial, tem aumentado nos últimos 30 anos.36 Entre os 73 países com dados (e 80% da população mundial), 48 observaram um aumento da desigualdade desde os anos 50, 16 não experimentaram mudanças e só 9 – com apenas 4% da população mundial – viram diminuir a desigualdade.37 O aumento da desigualdade impediu a redução da pobreza. Dados os actuais níveis de desigualdade, a maioria dos países não está a crescer suficientemente depressa para satisfazer a meta da pobreza. Assim, os esforços têm que se concentrar num crescimento mais favorável aos pobres.38 Desigualdades para além do rendimento. O índice de desenvolvimento humano (IDH) deste Relatório, quando calculado para regiões e para grupos dentro dos países, pode dar uma informação sumária sobre as desigualdades em vários aspectos do desenvolvimento humano, dentro dos países (destaque 1.2). Esta informação pode realçar contrastes violentos, que em muitos países alimentaram debates nacionais e ajudaram os políticos a avaliar as diferenças de desenvolvimento humano entre regiões, entre áreas urbanas e rurais e entre grupos étnicos e grupos de rendi- mento. Na África do Sul, em 1996, o IDH da Província do Norte era de apenas 0,531, contra 0,712 de Gauteng.39 Na Guatemala, em 1998, o IDH rural, em 0,536, estava muito abaixo do IDH urbano, em 0,672.40 Em 1996, o IDH dos «intocáveis» do Nepal, em 0,239, era quase metade do dos Brâmanes, em 0,439.41 Outra maneira de olhar para a distribuição das realizações do desenvolvimento humano dentro dos países é calcular o índice da pobreza humana (IPH), um indicador introduzido no Relatório do Desenvolvimento Humano de 2000, para ir além do rendimento e considerar a pobreza nas mesmas múltiplas dimensões que o IDH: saúde, educação e padrão de vida digno. Tanzânia e Uganda, por exemplo, têm posições semelhantes de IDH (140 e 141), mas o Uganda tem uma pobreza humana mais elevada (figura 1.9; quadro de indicadores 3). A pobreza não é um problema apenas dos países em desenvolvimento (caixa 1.2). O IPH-2, calculado em relação a certos países que pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pode ser particularmente revelador (ver destaque 1.2). O seu enfoque nas privações diferencia mais claramente os países industrializados, utilizando indicadores como as taxas de pobreza, alfabetização funcional e desemprego de longo prazo (ver nota técnica). Calculados para 17 países da OCDE – com IDH aproximadamente idênticos – os IPH-2 vão de 6,8% na Suécia até 15,8% nos Estados Unidos (figura 1.1; quadro de indicadores 4). RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Meta 1 b: Reduzir para metade a proporção das pessoas que sofre de fome tivo. E em mais 15 países – 6 da África Subsariana – a situação piorou nos anos 90. Se a proporção da população com fome tem estado a diminuir, o aumento explosivo da população mundial significa que o número de pessoas subalimentadas não tem vindo a diminuir suficientemente depressa. Durante os anos 90, diminuiu apenas 6 milhões de pessoas por ano.44 A esse ritmo, levaria mais de 130 anos a livrar o mundo da fome. As crianças sofrem duplamente com a fome: ela afecta a sua vida quotidiana e tem consequências devastadoras para o seu futuro mental e para a sua saúde física. Em 50 países, com quase 40% da população mundial, mais de um quinto das crianças com menos de cinco anos têm peso a menos.42 O facto de 17 desses países estarem na categoria de desenvolvimento humano médio sublinha a difusão da fome. Mesmo assim, o problema é pior entre os países mais pobres do mundo. Na África Subsariana, apenas a África do Sul tem uma incidência de menos de 10% de subalimentação juvenil. Em seis países subsarianos, esse número é de mais de 40%. Um indicador grosseiro da maneira como os países estão a avançar para reduzir a fome para metade, até 2015, vem das alterações no número de pessoas subalimentadas – um indicador menos exacto da fome do que as taxas de subalimentação juvenil, baseado na disponibilidade alimentar nacional e na distribuição estimada. Em 1997-99, cerca de 815 milhões de pessoas estavam subalimentadas: 777 milhões em países em desenvolvimento, 27 milhões em economias em transição e 11 milhões em países industrializados.43 Há algumas razões de optimismo. Cinquenta e sete países, com metade da população mundial, reduziram a fome para a metade, ou estão a caminho de o fazer, até 2015 (ver destaque 1.1). Mas, esse progresso está longe de ser universal. Vinte e quatro países estão muito atrasados para atingir esse objec- OBJECTIVO 2 – ALCANÇAR O ENSINO PRIM Á RIO FIGURA 1.9 Nenhuma ligação automática entre IDH e IPH-1 IDH IPH-1 0,600 Uganda 40% 0,500 35% 0,400 Tanzânia 30% UNIVERSAL Meta 2a: Garantir que as crianças de toda a parte – rapazes e raparigas, igualmente – concluem um curso primário completo A educação é importante em si mesma e tem fortes efeitos spillover sobre as taxas de mortalidade, o rendimento e até a coesão social. A escolarização primária está a aumentar em todo o mundo, tendo subido de 80%, em 1990, para 84%, em 1998. Mas, isso ainda significa que dos 680 milhões de crianças em idade escolar primária, 113 milhões não estão na escola – 97% delas em países em desenvolvimento.45 Muitos países têm boas perspectivas de atingir o ensino primário universal. Mas, há poucos em situação intermédia: a maioria dos que não estão no caminho para atingir o objectivo está muito atrasada, ou piorou a escolarização primária (ver destaque 1.1). A África Subsariana regista os piores resultados – dos 21 países com dados, 14 estão muito atrasados em relação ao objectivo, ou regrediram na escolarização. Fonte: Quadro de indicadores 1 e 3. FIGURA 1.10 Países ricos apresentam pouca variação do IDH, mas grandes diferenças no IPH IDH 0,942 15,8 IPH-2 12,9 15,1 15,3 12,5 12,1 12,3 11,2 11,1 9,1 8,8 8,5 11,5 10,5 10,7 7,5 IDH 0,913 6,8 Es a nh pa lia ca ha an da an em Itá Irl Al o id o rg Un bu ar m na Di o in m xe Re Lu a di ça o lân an Fr Fin pã Ja s do ni sU da do ica lan Ho ta Es a dá na lg Bé Ca ia a eg áli str Au éc Su ru No Fonte: Quadros de indicadores 1 e 4. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 21 Alfabetização funcional. Entre os países da OCDE, assume-se muitas vezes que as taxas de alfabetização estão perto de 100%. O conceito de analfabetismo funcional descreve a incapacidade de compreender e utilizar canais comuns de comunicação e informação num contexto quotidiano, desde jornais e livros a panfletos e instruções sobre frascos de medicamentos. Com base neste indicador, surpreendentemente, 10-20% da população na maioria dos países da OCDE são funcionalmente analfabetas, com a Suécia e a Noruega a terem resultados relativamente bons, com 8% e 9%, enquanto a Irlanda, Reino Unido e Estados Unidos têm níveis superiores a 20% (quadro de indicadores 4). FIGURA 1.11 Disparidades mundiais na alfabetização Taxa de alfabetização de adultos (percentagem) 100 2000 90 1990 80 1975 70 60 50 40 30 OBJECTIVO 3 – 20 Desenv. humano baixo África Subsariana Países Árabes Ásia do Sul Ásia Oriental e Pacífico América Latina & Caraíbas E DAR PODER ÀS MULHERES Europa Central, do Leste & CEI Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UNESCO 2002. Além disso, 93 países, com 39% da população mundial, não têm dados suficientes para se fazer um juízo. Matricular crianças na escola primária é apenas metade da batalha, porque só é significativo se a concluírem – o que exige que elas e as famílias consigam resistir à pressão de prescindir do rendimento e trabalho em casa. Dos poucos países com dados sobre a conclusão do ensino primário, a maioria parece estar no caminho (quadro do apêndice A1.1). Mas, mais uma vez as notícias são piores em relação à África Subsariana, onde 6 países estão no bom caminho e 5 estão muito atrasados, ou a regredir, e é provável que os 33 países sem dados estejam entre os que têm mau desempenho. Alfabetização. Um dos resultados mais importantes do ensino primário é a alfabetização. E as taxas de alfabetização demoram a mudar, reflectindo a educação de gerações anteriores de crianças e a história da escolarização. Desde 1975, as taxas de alfabetização aumentaram substancialmente em todas as regiões em desenvolvimento (figura 1.11). A Ásia Oriental e Pacífico e a América Latina e Caraíbas parecem estar a convergir, com cerca de 90% de alfabetização dos adultos. Mas a África Subsariana, Ásia do Sul e os Países Árabes, apesar de progressos significativos, estão muito mais atrasados, com taxas de alfabetização de adultos de cerca de 60%. Nos últimos 25 anos, as taxas de alfabetização nos países com desenvolvimento humano baixo duplicaram – embora apenas para 50%. 22 ALCANÇAR A IGUALDADE SEXUAL Meta 3a: Eliminar as disparidades sexuais no ensino primário e secundário, de preferência até 2005, e em todos os níveis educativos, até 2015 Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para à igualdade sexual na educação respondem a significativas disparidades sexuais em muitas partes do mundo, particularmente na Ásia do Sul e na África Ocidental, Central e do Norte. Na Índia, a taxa de escolarização de rapazes com idades entre os 6 e os 14 anos é 17 pontos percentuais mais elevada do que a de raparigas da mesma idade; no Benim, 21 pontos percentuais. Todavia, em muitos países em desenvolvimento, principalmente da América Latina, as raparigas não estão em desvantagem, ou até têm uma ligeira vantagem.46 Mesmo assim, dos 854 milhões de adultos analfabetos que se calcula existirem no mundo, 544 milhões são mulheres – e dos 113 milhões de crianças que não estão na escola primária, 60% são raparigas.47 O mundo ainda está a uma grande distância de realizar a igualdade de direitos e de oportunidades entre homens e mulheres. Os hiatos estão a fechar-se na escolarização primária e, em menor extensão, na secundária: 90 países, com mais de 60% da população mundial, atingiram, ou estão em vias de atingir a igualdade sexual no ensino primário, até 2015 – e mais de 80 no ensino secundário (ver destaque 1.1; quadro do apêndice A1.1). Talvez mais surpreendente seja o desempenho dos Países Árabes – geralmente associados a uma elevada desigualdade sexual. Quase todos os que têm RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 dados estão no caminho para atingir o objectivo em relação à escolarização primária. Mais uma vez, é a África Subsariana que está a fazer menos progressos, muito embora muitos dos seus países tenham atingido ou estejam a caminho de atingir a igualdade sexual na escolarização primária. A educação é apenas um aspecto do desenvolvimento humano em que há discriminação entre os sexos. Em todo o mundo, as mulheres ainda ganham apenas cerca de 75% do que os homens ganham. A violência doméstica contra as mulheres é vulgar em muitas sociedades. E calcula-se que haja no mundo 100 milhões de mulheres «que faltam» – 50 milhões só na Índia – que estariam vivas se não fosse o infanticídio, a negligência, ou os abortos sexualmente selectivos. Um inquérito recente na Índia descobriu 10.000 casos de infanticídio feminino por ano e um estudo numa clínica de Bombaim descobriu que 7.999 dos 8.000 fetos abortados eram femininos.48 O índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) adapta o IDH às desigualdades de realizações de homens e mulheres (ver destaque 1.2 e quadro de indicadores 21). Com igualdade sexual no desenvolvimento humano, o IDG e o IDH seriam iguais. Mas, em relação a todos os países, o IDG é mais baixo do que o IDH, indicando que existe desigualdade sexual em toda a parte. A extensão da desigualdade varia significativamente. Embora muitos países tenham taxas de alfabetização semelhantes para homens e mulheres, 43 países – incluindo a Índia, Moçambique e Iémen – têm taxas masculinas pelo menos 15 pontos percentuais mais elevadas do que as taxas femininas. Os resultados piores das mulheres em muitos aspectos do desenvolvimento humano resultam do facto de a sua voz ter menos impacte do que a dos homens nas decisões que moldam as suas vidas. Esta desigualdade de poder é parcialmente captada pela medida de participação segundo o género (MPG), introduzido no Relatório do desenvolvimento Humano 1995 para ajudar a avaliar a desigualdade sexual nas oportunidades económicas e políticas. Este ano, o MPG foi calculado em relação a 66 países (quadro de indicadores 23). Algumas observações: • Os valores do MPG vão de menos de 0,300 a mais de 0,800 – o que indica uma enorme variação na capacitação das mulheres em todo o mundo. • Apenas 5 dos 66 países – Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – têm um MPG acima de 0,800, enquanto 22 têm um MPG inferior a 0,500. • Alguns países em desenvolvimento ultrapassam o desempenho de países industrializados muito mais ricos. As Bahamas e Trindade e Tobago estão à frente da Itália e do Japão. O MPG de Barbados é 25% mais elevado do que o da Grécia. A mensagem: rendimento elevado não é condição prévia para criar oportunidades para as mulheres. Desigualdades para além do género. Os objectivos de Desenvolvimento do Milénio consideram a desigualdade sexual na educação – mas este é apenas um aspecto do injusto acesso à escolarização. Enquanto os fossos sexuais na educação são grandes nalguns países e inexistentes noutros, os hiatos de riqueza existem em todo o mundo. Entre os exemplos extremos incluem-se o Senegal, onde a taxa de escolarização de crianças de 6 a 14 anos das famílias mais pobres é 52 pontos percentuais inferior à das crianças das famílias mais ricas, e a Zâmbia, com uma diferença de 36 pontos. Esses hiatos de riqueza perpetuam o ciclo da pobreza: os que nascem pobres provavelmente morrerão pobres. Além disso, nalguns países (Egipto, Índia, Marrocos, Níger e Paquistão) o hiato entre os sexos na educação é muito maior em relação às famílias pobres. Na Índia, hiato entre os sexos na escolarização é de apenas 3 pontos percentuais nas famílias mais ricas, mas é de 34 pontos percentuais nas mais pobres.49 Uma causa desses hiatos é o enviesamento, em muitos países, do investimento público na educação em favor dos ricos. No Equador, os 20% mais pobres das famílias recebem apenas 11% do investimento público na educação, enquanto os 20% mais ricos recebem 26% – mais do dobro.50 Mesmo quando o investimento público é distribuído mais equitativamente, os pais ricos conseguem comprar, em escolas particulares, uma educação muito melhor para os filhos. No Chile, Peru, Filipinas e Tailândia, o investimento privado representa mais de 40% do investimento na educação.51 A desigualdade da educação também é um grave problema nalguns países industrializados. Nos Estados Unidos, a raça é um factor significativo: as minorias têm menores níveis de escolaridade. Considerando a educação paterna e o estatuto de imigrante, os jovens afro-americanos têm pior desempenho nos testes de alfabetização funcional do que os jovens americanos brancos – em média, no equivalente de quatro a cinco anos de escolaridade. O hiato em relação aos hispano-americanos é de um e meio a dois anos.52 O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Os resultados piores das mulheres em muitos aspectos do desenvolvimento humano resultam do facto de a sua voz ter menos impacte do que a dos homens nas decisões que moldam as suas vidas 23 DESTAQUE 1.1 PROGRESSO EM DIRECÇÃO AOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO – QUANTOS PAÍSES ESTÃO NO CAMINHO? Número de países OBJECTIVO 3 Promover a igualdade entre os sexos e dar poder às mulheres 90 81 OBJECTIVO 1 Erradicar a pobreza extrema e a fome OBJECTIVO 2 Alcançar o ensino primário universal 57 Atingido ou a caminho Atrasado, muito atrasado ou a regredir OBJECTIVO 4 Reduzir a mortalidade juvenil OBJECTIVO 7 Garantir a sustentabilidade ambiental 85 68 51 44 População com nutrição adequada Escola- Escola- rização rização primária secundária feminina feminina Escola- Crianças que rização atingem primária o 5.º ano 24 8 14 Taxa de mortalidade de menores de cinco População com fontes de água melhorada 20 25 43 81 64 67 Sem dados 93 68 75 116 2 Objectivo 1 de Desenvolvimento do Milénio – reduzir a fome para metade Número de países 68 No Realizado caminho África Subsariana Países Árabes Ásia Oriental e Pacífico Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa Central, do Leste e CEI Total 2 1 0 0 3 0 6 14 5 6 3 10 11 51 51 Muito Atrasado atrasado A regredir Sem dados 2 0 0 0 2 0 4 11 1 3 3 5 0 24 6 0 1 0 3 1 15 9 10 9 2 10 13 68 24 Número de países 15 6 4 Realizado No Atrasado Muito caminho atrasado 3% 46% <1% 24% A regredir 4% Sem dados 8% Percentagem da população mundial Objectivo 2 de Desenvolvimento do Milénio – alcançar o ensino primário universal Número de países África Subsariana Países Árabes Ásia Oriental e Pacífico Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa Central, do Leste e CEI Total 93 No Realizado caminho 0 1 3 0 2 1 8 7 6 7 0 11 11 43 Muito Atrasado atrasado A regredir Sem dados 0 0 0 0 0 0 0 9 4 0 0 2 0 15 5 0 0 1 1 1 9 23 6 9 7 17 12 93 43 Número de países 15 8 9 0 Realizado 25% No Atrasado Muito A regredir caminho atrasado 15% 0% 4% 2% Sem dados 39% Percentagem da população mundial 24 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Objectivo 3 de Desenvolvimento do Milénio – alcançar a igualdade sexual no ensino primário Número de países África Subsariana Países Árabes Ásia Oriental e Pacífico Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa Central, do Leste e CEI Total 70 No Realizado caminho 5 1 5 0 3 4 20 15 12 7 5 13 16 70 64 Muito Atrasado atrasado A regredir Sem dados 0 0 0 0 0 0 0 8 1 1 0 1 0 13 1 0 0 0 0 0 1 15 3 6 3 16 5 64 Número de países 20 13 1 0 Realizado 24% No Atrasado Muito A regredir caminho atrasado 39% 0% 2% 1% Sem dados 19% Percentagem da população mundial Objectivo 4 de Desenvolvimento do Milénio – reduzir a mortalidade de menores de cinco até dois terços Number of countries 85 No Realizado caminho África Subsariana Países Árabes Ásia Oriental e Pacífico Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa Central, do Leste e CEI Total 0 0 0 0 0 0 0 7 11 13 6 25 10 85 Muito Atrasado atrasado A regredir Sem dados 3 1 1 1 0 0 7 24 4 3 1 8 13 59 10 1 1 0 0 2 15 0 0 1 0 0 0 2 59 Número de países 15 7 2 0 Realizado 0% No Atrasado Muito A regredir caminho atrasado 24% 19% 38% 4% Sem dados <1% Percentagem da população mundial Objectivo 7 de Desenvolvimento do Milénio – reduzir para metade a proporção de pessoas sem água potável sustentável Número de países África Subsariana Países Árabes Ásia Oriental e Pacífico Ásia do Sul América Latina e Caraíbas Europa Central, do Leste e CEI Total 75 No Realizado caminho 1 0 0 3 1 0 5 9 8 6 4 21 8 63 63 Muito Atrasado atrasado A regredir Sem dados 4 0 1 0 1 0 7 9 3 4 0 2 0 18 0 0 0 0 0 0 0 21 6 8 1 8 17 75 Número de países 18 7 5 Realizado 4% 0 No Atrasado Muito A regredir caminho atrasado 39% 5% 27% 0% Sem dados 10% Percentagem da população mundial Nota: As regiões incluem apenas países com IDH, enquanto o total inclui todos os países membros da ONU, excluindo os países da OCDE com rendimentos elevados. Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados no quadro do apêndice A1.3. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 25 OBJECTIVO 4 – REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL Meta 4a: Reduzir em dois terços as taxas de mortalidade infantil e de menores de cinco anos Todos os anos, cerca de 11 milhões de crianças morrem de causas evitáveis,53 muitas vezes por necessidade de melhoramentos, simples e fáceis de proporcionar, na nutrição, saneamento básico e na saúde e educação maternas. Algumas regiões em desenvolvimento obtiveram rápidos melhoramentos nesta área – em particular, os Países Árabes, onde 6% das crianças morrem antes dos cinco anos, contra 20% em 1970 (figura 1.12). Embora a América Latina e Caraíbas estejam a comportar-se globalmente bem, oito países estão longe de atingir a meta da mortalidade infantil. Na Ásia Oriental e Pacífico, 13 países estão no caminho, mas 3, incluindo a China, estão muito atrasados – e no Camboja as taxas de mortalidade de menores de cinco anos estão a aumentar (ver destaque 1.1). A Europa Central e do Leste e a CEI, comportando-se mal no seu conjunto, conjugam bons desempenhos dos países europeus e piores desempenhos dos países mais populosos da CEI. Na África Subsariana, 34 de 44 países estão muito atrasados ou em queda. As vacinas contra as principais doenças são um elemento vital no melhoramento da sobrevivência das crianças. Depois de subir nos anos 1980, a vacinação nos países em desenvolvimento estagnou em cerca de 75%, nos anos 90. E nos últimos anos, a percentagem FIGURA 1.12 Disparidades mundiais na mortalidade de menores de cinco anos Taxa de mortalidade de menores de cinco (por 1.000 habitantes) 250 1970 200 1990 PROGRESSO 2000 150 100 de crianças vacinadas na África Subsariana desceu para menos de 50%.54 A mortalidade juvenil tem um efeito dramático na esperança de vida de um país, que faz parte do IDH e é um excelente indicador da saúde global de um país. Entre 1975 e 2000, a Ásia Oriental e Pacífico aumentou em cerca de 8 anos a esperança de vida, para quase 70 anos (figura 1.13). A Ásia do Sul, América Latina e Caraíbas e os Países Árabes também conseguiram aumentos consistentes. Mas, os países de elevado rendimento da OCDE ainda estão muito à frente dos restantes, com uma esperança de vida de 77 anos – mais 7 do que a região seguinte melhor posicionada. A África Subsariana, assolada pelo HIV/SIDA e por conflitos, viu a esperança de vida regredir nos anos 1990, quando os níveis já eram tragicamente baixos. A Europa do Leste e a CEI também sofreram um declínio e constituem a única outra região onde a esperança de vida é agora mais baixa do que em 1990. OBJECTIVO 5 – MELHORAR A SA Ú DE MATERNA Meta 5a: Reduzir as taxas de mortalidade materna em três quartos Todos os anos morrem mais de 500.000 mulheres em consequência da gravidez e do parto,55 com enormes disparidades regionais (quadro 1.3). A situação é pior na África Subsariana, onde uma mulher tem 1 possibilidade em 13 de morrer na gravidez ou durante o parto. Aumentar o número de partos assistidos por técnicos de saúde é essencial para reduzir as taxas de mortalidade materna e, mais uma vez, há grandes variação – com cerca de 29% de partos assistidos por pessoal qualificado na Ásia do Sul e 37% na África Subsariana.56 Não há dados suficientes sobre a mortalidade materna, nem sobre os partos assistidos por técnicos de saúde, para avaliar como os países estão a progredir em direcção a este objectivo importante, o que indica uma necessidade urgente de dados mais completos e comparáveis sobre esta questão vital. OBJECTIVO 6 – COMBATER A HIV/SIDA, MAL Á RIA E OUTRAS DOENÇAS 50 Meta 6a: Travar e começar a inverter a propagação do HIV/SIDA 0 Desenv. África humano Subsariana baixo Países Árabes Ásia do Sul Ásia América Europa OCDE de Oriental Latina Central, rendimento e Pacífico & Caraíbas do Leste elevado & CEI No fim de 2000, quase 22 milhões de pessoas tinham morrido de SIDA, 13 milhões de crianças tinham per- Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UNICEF 2002. 26 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 QUADRO 1.3 FIGURA 1.13 A mortalidade materna é muito mais alta nalgumas regiões Disparidades mundiais na esperança de vida Região Probabilidade de morrer na gravidez ou no parto África Subsariana 1 em 13 Ásia do Sul 1 em 54 Médio Oriente e África do Norte 1 em 55 América Latina e Caraíbas 1 em 157 Ásia Oriental e Pacífico 1 em 283 Europa Central, do Leste e CEI 1 em 797 OCDE 1 em 4.085 Nota: Os dados referem-se ao ano mais recente disponível. Fonte: UNICEF 2002. Esperança de vida à nascença (anos) 80 2000 75 1990 70 PRO- GRESSO RETRO- CESSO 1975 65 60 55 1990 50 2000 1975 45 dido a mãe, ou ambos os pais, com a doença e mais de 40 milhões de pessoas viviam com o vírus do HIV – 90% das quais nos países em desenvolvimento e 75% na África Subsariana.57 No Botswana, o país mais afectado, mais de um terço dos adultos tem HIV/SIDA e uma criança nascida hoje apenas pode esperar viver 36 anos – cerca de metade do que viveria se a doença não existisse (figura 1.14). No Burkina Faso, o 20.º país mais afectado, 330.000 adultos vivem com HIV/SIDA e a esperança de vida diminuiu 8 anos.58 A incidência na esperança de vida é apenas o princípio. Na Tailândia, um terço das famílias rurais afectadas pela SIDA viu o seu rendimento cair para metade, porque o tempo dos agricultores e dos que cuidam deles foi retirado dos campos.59 Ao mesmo tempo, as despesas médicas dispararam. Na Costa do Marfim, o tratamento de um paciente masculino com SIDA custa uma média de 300 dólares por ano, um quarto a metade do rendimento anual líquido da maioria das pequenas quintas.60 O efeito nas famílias pobres, com poucas ou nenhumas poupanças para enfrentar esses choques, é devastador. Na Costa do Marfim urbana, o consumo de alimentos caiu 41% per capita e os gastos escolares reduziram-se para metade.61 O HIV/SIDA é, também, uma preocupação nas Caraíbas, a região com a segunda mais alta taxa de infecção. Na América Latina, 13 milhões de pessoas têm HIV/SIDA. A Europa Central e do Leste e a CEI têm taxas de infecção em rápido crescimento – 240.000 pessoas estão actualmente infectadas na Ucrânia.62 E há avisos de que a Ásia está à beira de uma epidemia. Na cidade de Ho Chi Minh, Vietname, um em cada cinco trabalhadores do sexo é seropositivo, contra quase zero em meados dos anos 1990. E aproximadamente 4 milhões de pessoas estão ac- 40 Desenv. África humano Subsariana baixo Ásia do Sul Países Árabes Ásia América Europa OCDE de Oriental Latina Central, rendimento e Pacífico & Caraíbas do Leste elevado & CEI Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UN 2001d. tualmente infectadas na Índia, apenas ultrapassada pela África do Sul63. Sem fortes medidas preventivas, como na Tailândia, a epidemia poderá ficar descontrolada. Não existem dados de tendências comparáveis para avaliar em que medida os países estão a combater bem a doença. Mas, é claro que as políticas podem fazer a diferença e que a eficácia contraceptiva e os direitos reprodutivos das mulheres são vitais. Através de medidas preventivas, o Uganda reduziu as taxas de HIV de 14% no princípio dos anos 1990 para cerca de 8% no final da década. É, também, vital proporcionar tratamento e cuidados aos que já estão afectados. Mas, por 300 dólares por paciente ano – bastante mais de metade do PIB per capita da África Subsariana – os medicamentos anti-retrovirais que podem prolongar a esperança de vida estão fora do alcance do paciente africano médio com HIV. Enquanto sede das principais empresas farmacêuticas, alguns países industrializados pressionaram os países em desenvolvimento para não fabricarem genéricos alternativos dos medicamentos patenteados. Mas, em Novembro de 2001 a conferência ministerial da Organização Mundial de Comércio em Doha, Catar, aprovou a Declaração sobre Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio e Saúde Pública, afirmando o direito soberano dos governos protegerem a saúde pública. O estatuto legal dessa declaração ainda não é claro, mas indica que as decisões de O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO FIGURA 1.14 Devastação devida ao HIV/SIDA – quedas da esperança de vida na África Subsariana Esperança de vida sem HIV/SIDA 65 60 55 50 -19 anos África do Sul -17 anos Quénia -34 anos Botswana -26 anos Zimbabwe Declínio da esperança de vida até 2000-2005 Fonte: UNDESA 2001. 27 FIGURA 1.15 Emissões de dióxido de carbono com origem desproporcionada nos países de rendimento elevado Parcela da Emissões população CO2 mundial Todas as outras regiões 12% 19% Europa Central, 7% do Leste & CEI Ásia Oriental 31% & Pacífico 44% OCDE de rendimento 14% elevado Fonte: Quadro de indicadores 19 e cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados no quadro de indicadores 5. conflitos podem agora favorecer a saúde pública. Uma questão que continua a ser duvidosa é se os países podem passar por cima das patentes e produzir medicamentos genéricos para exportação para outros países em desenvolvimento – uma questão crucial para todos os países em desenvolvimento sem indústria farmacêutica própria. O objectivo 8, desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento, inclui a aspiração de resolver este problema com a ajuda das empresas farmacêuticas. Se isso se revelar possível, à luz da declaração de Doha, é claro que o direito internacional tem que pôr a saúde pública em primeiro lugar. Meta 6b: Travar e começar a inverter a incidência da malária e outras grandes doenças Todos os anos, há mais de 300 milhões de casos de malária, 90% dos quais na África Subsariana.65 E todos os anos, 60 milhões de pessoas são infectadas com tuberculose.66 As actuais tecnologias médicas podem evitar que estas doenças sejam fatais, mas a falta de acesso significa que a tuberculose mata 2 milhões de pessoas por ano67 e a malária, 1 milhão.68 Os mais pobres são, tipicamente, os que mais sofrem. Sem um controlo muito mais eficaz, cerca de mil milhões de pessoas de pessoas serão infectadas e 35 milhões morrerão de tuberculose, até 2020.69 Além dos seus custos humanos, a doença tem uma pesada incidência económica: por exemplo, a elevada frequência da malária pode baixar o crescimento económico em 1% ou mais por ano.70 Estão em curso trabalhos para reforçar os sistemas nacionais de saúde e aumentar o apoio internacional, e há alguns sinais encorajadores: a Organização Mundial da Saúde, por exemplo, chegou a um acordo com a firma suíça Novartis sobre o medicamento Coartem, um tratamento extremamente eficaz da malária. O preço deste medicamento, que pode reduzir as taxas de infecção e de fatalidade em 75%, caiu para menos de 2,50 dólares por tratamento.71 Mas, continua a estar muito longe do que muitas pessoas podem pagar – e é só o início dos esforços para vencer essas doenças. OBJECTIVO 7 – GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DO AMBIENTE A diversidade das questões ambientais entre países e regiões torna extremamente difícil fixar metas 28 globais, pelo que este objectivo estabelece princípios gerais para atingir a sustentabilidade e reduzir os custos humanos da degradação ambiental. Meta 7a: Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e nos programas nacionais e inverter a perda de recursos ambientais O aquecimento global é uma preocupação universal – e as emissões de dióxido de carbono são uma das suas principais causas. Essas emissões aumentaram significativamente, para mais de 6,6 mil milhões de toneladas em 1998, acima dos 5,3 mil milhões em 1980.72 Os países de rendimento elevado geram uma percentagem muito mais elevada do que a sua percentagem da população mundial (figura 1.15). Em todo o mundo, a produção de bens tornouse, em geral, mais eficiente energeticamente nas últimas décadas. Mas, o aumento do volume da produção global significa que essas melhorias estão longe de ser suficientes para reduzir as emissões mundiais de dióxido de carbono. Por isso, o Protocolo de Quioto à Convenção Quadro sobre Mudança Climática visa reduzir as emissões, principalmente através de controlos da poluição industrial. O protocolo podia ser um grande passo no sentido do controlo das emissões. Mas, ainda é preciso que 165 países, responsáveis por 89% das emissões mundiais de dióxido de carbono, o ratifiquem (quadro de indicadores 19). O participante fundamental que falta é os Estados Unidos, responsáveis por quase um quarto das emissões mundiais de dióxido de carbono. A ratificação de tratados internacionais pode ser um meio útil para medir o empenhamento formal de um país nas questões ambientais, que não são globalmente monitorizáveis. A desflorestação, os riscos para as espécies em perigo e o estado das pescas mundiais são amplamente cobertos pela Convenção sobre a Diversidade Biológica, de 1992, ratificada por 168 países (quadro de indicadores 19). Mas, esses tratados não são garantia de acção. O que é preciso é uma compreensão pormenorizada da situação em cada país, com planos para garantir que a fruição da Terra pelas pessoas não se faz à custa dos outros – hoje ou no futuro. Com esse fim, a Agenda 21, aprovada em 1992 pelos governos na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD), no Rio de Janeiro, estabelece princípios para atingir o de- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 senvolvimento sustentável, baseados na necessidade de gerir a economia, o ambiente e as questões sociais de uma forma coerente e coordenada. Em Março de 2002, 73 países tinham assinado a Agenda 21 e 33 países tinham-na ratificado.73 Um tema importante tratado pela Agenda 21 é a desertificação. Os ecossistemas de terra seca – que cobrem mais de um terço da área terrestre do mundo – são extremamente vulneráveis à sobreexploração e à utilização inadequada da terra. Pobreza, instabilidade política, desflorestação, excesso de pastos e más práticas de irrigação, tudo pode minar a produtividade da terra. O custo humano é enorme. Mais de 250 milhões de pessoas que vivem da terra são directamente afectadas pela desertificação. Além disso, está em risco o sustento de mil milhões de pessoas em mais de uma centena de países. Estes incluem muitas das pessoas mais pobres, mais marginalizadas e politicamente mais destituídas de poder do mundo. A Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação – ratificada por 115 países – visa combater a desertificação e mitigar os efeitos da seca, particularmente em África. Isso exige estratégias integradas de longo prazo, que focam o aumento da produtividade da terra e a reabilitação, conservação e gestão sustentável dos recursos terrestres e aquáticos.74 As consequências para a saúde são significativas. Ocorrem todos os anos cerca de 4 mil milhões de casos de diarreia, que levam a 2,2 milhões de mortes, predominantemente entre crianças – representando 15% das mortes de crianças em países em desenvolvimento. Outras preocupações incluem as lombrigas, que infectam cerca de 10% das pessoas nos países em desenvolvimento, e o tracoma, que deixou seis milhões de pessoas cegas e outros 500 milhões em risco.76 A dignidade humana também está em jogo. Um inquérito nas Filipinas concluiu que entre as razões dadas para quererem latrinas, as famílias rurais citavam, à frente das vantagens sanitárias, o desejo de privacidade, locais mais limpos, ausência de moscas e ausência de embaraço.77 Houve progressos nos anos 90: mais 800 milhões de pessoas do que em 1990 têm acesso a água melhorada e mais 750 milhões, a melhor saneamento básico.78 A maioria dos países com dados está a caminho de reduzir para metade a percentagem de pessoas com acesso a fontes de água melhorada (ver destaque 1.1). Mas, o desafio continua a ser enorme, com 27% da população mundial a viver em países que estão muito atrasados em relação ao objectivo. Meta 7b: Reduzir para metade a proporção de pessoas sem água potável sustentável As implicações do objectivo 8 são claras: uma acção mundial tem que criar um ambiente em que todas as pessoas e todos os países tenham a possibilidade de realizar o seu potencial. Meta 7c: Atingir, até 2020, uma melhoria significativa das vidas de pelo menos 100 milhões de habitantes de barracas As condições ambientais afectam, em particular, a saúde das pessoas pobres. Perigos tradicionais como a falta de água potável, saneamento básico e eliminação de lixos levam a grandes surtos de diarreia, malária e cólera. Perigos modernos como a poluição do ar, urbana e dentro de casa, podem levar a infecções respiratórias, enquanto a exposição a produtos químicos e lixos agro-industriais também causam danos. A Declaração do Milénio separa os objectivos de água potável e saneamento básico, usando este como um indicador da melhoria de vida dos que vivem em barracas. Em 2000, 1,1 mil milhões de pessoas não tinham acesso a água potável e 2,4 mil milhões não tinham acesso a nenhuma forma de serviços de saneamento básico melhorado.75 OBJECTIVO 8 – Mais de 250 milhões de pessoas que vivem da terra são directamente afectadas pela desertificação DESENVOLVER UMA PARCERIA MUNDIAL PARA O DESENVOLVIMENTO Ajuda internacional aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Uma responsabilidade fundamental é o financiamento. A ajuda pública e de novas fontes é essencial para o arranque do desempenho dos países que falham na realização dos objectivos – bem como para manter no caminho os que estão a progredir. Mas, quanta ajuda é necessária? Calcular com precisão os custos de realização dos objectivos do milénio é quase impossível – mas é importante para compreender a dimensão da responsabilidade das nações mais ricas. Avaliações pormenorizadas por país deviam constituir a base para os cálculos mundiais. Estas permitiriam investigações completas do modo como os países estão a progredir em direcção aos objectivos, uma melhor compreensão das áreas que as O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 29 FIGURA 1.16 A ajuda pública ao desenvolvimento tem que duplicar para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Total da APD necessária para alcançar todos os objectivos 96 a 116 mil milhões de dólares APD actual 56 mil milhões de dólares APD Fonte: World Bank e IMF 2001. FIGURA 1.17 Diminuiu a ajuda da maioria dos países membros da CAD, 1990-2000 3 países 1,6 mil milhões dólares 3 países 5,6 mil milhões dólares 2 países 1,8 mil milhões dólares A ajuda aumentou < 0,3% 0.3 a 0,5% > 0,5% Contribuição para a ajuda (em percentagem do PIB) A ajuda diminuiu 3 3 países países 5,3 milhões 6,2 milhões de dólares de dólares 7 países 33,0 milhões de dólares Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados no quadro de indicadores 15. 30 políticas devem focar e uma estimativa muito mais precisa dos custos destas políticas e das possíveis fontes de financiamento. Actualmente, os estudos nacionais deste tipo são muito escassos para representar um quadro mundial (caixas 1.3 e 1.4). Fazer uma estimativa global do custo de realização de todas os objectivos, utilizando meios menos directos é complicado, porque é preciso ter em conta os efeitos secundários positivos do sucesso em diferentes áreas. Está-se a chegar a algum consenso sobre um valor que toma em conta essas sinergias – um total aproximado de 40 a 60 mil milhões de dólares por ano, além dos actuais 56 mil milhões (figura 1.16). Ainda que aproximados, estes números dão uma ideia do que é preciso. Quando comparados com a actual ajuda pública ao desenvolvimento proveniente dos países industrializados, cerca de 56 mil milhões de dólares por ano, é claro que a ajuda tem que duplicar. Isso corresponderia a cerca de 0,5% do PNB dos países da Comissão de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – muito menos do que os 0,7% acordados, em 1970, na Assembleia Geral das Nações Unidas. A Declaração do Milénio não fixa objectivos específicos para a ajuda mas, se o fizesse, a maior parte dos países da OCDE estaria a actuar mal. Dos 22 países da CAD, 17 deram menos de 0,5% do seu PNB em ajuda externa e 11 deram menos de 0,3% – e a maioria deu menos em 2000 do que em 1990 (figura 1.17).79 Os países com economias grandes são os que dão mais em termos absolutos, mas não em percentagem do PNB. Com 13,5 mil milhões de dólares, o Japão dá a maior ajuda de todos os países, embora em percentagem do seu PNB esteja no meio da classificação. Os Estados Unidos dão a segunda maior quantia, mas a percentagem mais baixa (quadro de indicadores 15). A ajuda caiu substancialmente nos últimos anos, mas os anúncios em Março de 2002 – na Conferência Internacional das Nações Unidas sobre Financiamento para o Desenvolvimento – sugerem que esta tendência poderá ser invertida. A administração Bush propôs uma ajuda crescente nos próximos três anos fiscais, de forma que a partir do terceiro ano os Estados Unidos cheguem a um adicional de 5 mil milhões de dólares por ano sobre o nível actual – representando um aumento de 50%, para cerca de 0,15% do seu PNB.80 Os chefes de estado e de governo da UE anunciaram uma nova meta de 0,39% do PNB, a ser atingido até 2006, representando mais 7 mil milhões de dólares por ano.81 Ainda que longe de duplicar a ajuda, e dos 0,5% do PNB necessários, os aumentos propostos constituem um passo na direcção certa. Alguns países, geralmente mais pequenos, contrariaram a recente tendência de diminuir a ajuda. Durante os anos 90, a Irlanda duplicou a sua ajuda de 0,16% para 0,3% do PNB e o Luxemburgo triplicou, de 0,21% para 0,71%. Formas alternativas de financiamento tornaramse mais importantes, mas ficaram muito aquém de substituir uma maior ajuda oficial. Embora pequenos em relação à ajuda pública ao desenvolvimento, os recursos gerados por organizações não governamentais (ONG) são substanciais (quadro 1.4). O mesmo é verdadeiro em relação às contribuições de filantropos. A Rede da Fundação George Soros dá cerca de 500 milhões de dólares por ano, a maior parte nos países em desenvolvimento e em transição, com um enfoque nos direitos humanos, na cultura e no desenvolvimento económico e social.82 E a Fundação Bill e Melinda Gates deu mais de 4 mil milhões de dólares desde o princípio de 2000, metade dos quais foram gastos em iniciativas para a saúde mundial.83 Muitos países em desenvolvimento ainda pagam quantias enormes em dívida. Nem toda a dívida é má: muitas vezes, pedir hoje emprestado para fornecer retornos amanhã é prudente. Mas, em muitos países a dívida estrangula a bolsa pública – e muitas vezes é para o dinheiro gasto improdutivamente, desde há muito, por regimes autoritários. O passo mais recente para reduzir a dívida é a iniciativa para os Países Pobres Fortemente Endividados (HIPC), lançada pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1996, para proporcionar um alívio completo da dívida aos países mais pobres do mundo, a maior parte fortemente endividados.84 Para os países com desenvolvimento humano baixo, 28 dos quais fazem parte da iniciativa, o serviço da dívida caiu de 5,1% do PIB, em 1990, para 3,6%, em 2000 (quadro de indicadores 16). Mas, também tem havido apelos, conduzidos pelo Jubileu 2000, de que o alívio não é suficiente – e que demasiados países desesperadamente necessitados não estão incluídos. Novos compromissos recentes do Banco Mundial e do FMI de aprofundar e alargar o alívio da dívida são desenvolvimentos positivos.85 Melhor ajuda Pode ser necessária mais ajuda para atingir os objectivos, mas não há garantias de que tenha o impacte RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 QUADRO 1.4 Exportações e serviço da dívida dominam os fluxos de recursos de e para os países em desenvolvimento Tipo de fluxos Percentagem do PIB dos países em desenvolvimento, 2000 Exportações Serviço da dívida Investimento directo estrangeiro, líquido Ajuda Donativos líquidos das ONG 26,0 6,3 2,5 0,5 0,1 Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados nos quadros de indicadores 14, 15 e 16. certo nos lugares certos. Para as transferências atingirem as metas estabelecidos na Declaração do Milénio, tem que haver não só mais ajuda, mas também melhor ajuda. Quem deve recebê-la? Os doadores estão a concentrar a ajuda em países com capacidade demonstrada para a controlar e utilizar eficientemente.86 Ainda que compreensível, esta abordagem também comporta grandes riscos. Significa que os países que se atrasarem na realização dos objectivos, e que tenham maior necessidade de recursos, têm menos probabilidade de receber ajuda. A ajuda não só deve ser dirigida para os países que mais precisam, mas também tem que ir parta os sectores certos. Apenas 2 mil milhões de dólares da ajuda anual dos países da CAD é dirigida para a educação.87 Para atingir os objectivos para a educação, esta tem que aumentar 9 a 12 mil milhões de dólares, de cerca de 3,5% da ajuda para bem mais do que 10%. Igualmente, uma percentagem maior da ajuda deve ser dirigida para outros serviços sociais básicos para se atingirem os objectivos. Mas, isso levanta questões difíceis, como estabelecer prioridades e chegar a um entendimento sobre a melhor maneira de distribuir a ajuda pelas áreas concorrentes. Comércio e investimento directo estrangeiro As transferências financeiras unilaterais não serão suficientes para construir uma parceria mundial, nem devem ser. Os países em desenvolvimento precisam de concorrer e prosperar na economia mundial para conduzir o seu próprio desenvolvimento. Os fluxos financeiros que os países em desenvolvimento recebem das exportações impedem o crescimento dos fluxos de outras origens, indicando até que ponto CAIXA 1.3 Realizando os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio – país a país Examinar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, a nível mundial, apenas permite compreender os progressos que estão a ser feitos, a distância que há a percorrer e o que é preciso fazer – para atingir os objectivos ou para avançar para novos desafios. Estas questões precisam de ser investigadas a nível nacional e estão a ser produzidos relatórios nacionais dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para preencher esta lacuna. Foram publicados relatórios sobre a Bolívia, Camboja, Camarões, Chade, Madagáscar, Nepal, Tanzânia e Vietname, e estão a ser elaborados mais. Os relatórios fornecem uma história mais profunda e mais pormenorizada do que a análise global – e por vezes contradizem-na. Dar acesso a água potável no Uganda Na última década, os serviços de água do Uganda expandiram-se consideravelmente e os dados nacionais mostram que a percentagem de pessoas sem acesso a água potável caiu de 82%, em 1991, para 46%, em 2001 – colocando o país no caminho da meta do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio. Todavia, os dados internacionais indicam que o Uganda está muito atrasado em relação ao objectivo (quadro do apêndice A1.3). Para compreender realmente o progresso de um país, é importante chegar a um consenso sobre definições, fontes e processos de normalização. O Uganda também deu mais um passo e fixou uma meta nacional para o acesso universal a água potável. Isso exigirá a protecção futura de mais fontes de água, para contrariar o quadro de água em recessão – o que requer participação e posse da comunidade. Combater o HIV/SIDA no Malawi O governo do Malawi reconhece que o seu problema de HIV/SIDA cresceu muito para além do âmbito do sector tradicional da saúde pública e que, se não for contida, a epidemia poderá tornar-se o maior perigo para o desenvolvimento nacional. Actualmente, a política concentra-se no aumento da consciência e na melhoria da informação, promovendo agressivamente a mudança de comportamento e o aumento do uso do preservativo – particularmente nos grupos de alto risco. O governo criou uma rede de parcerias descentralizadas entre os sectores público e privado, encarregada de pôr em prática uma campanha multi-sectorial contra o HIV /SIDA. Educação primária nas Filipinas Para os países com melhor desempenho, atingir os objectivos não é uma meta suficiente para o desenvolvimento – continua a haver novos desafios, específicos de cada país, e não devem ser menosprezados. As Filipinas já atingiram o objectivo da escolarização primária universal. Mas, melhorar ainda mais os níveis da educação, a política está agora concentrada no aumento das taxas de conclusão e na qualidade do ensino. Foram fixadas metas nacionais para aumentar o número de professores em 70%, até 2015, o número de salas de aula em 60% e a provisão de manuais em 130%. Fonte: UNDP 2002e. muitos desses países já estão integrados (ver quadro 1.4). E durante os anos 90, o investimento directo estrangeiro cresceu mais depressa do que outros fluxos financeiros para países em desenvolvimento, de 0,9% para 2,5% do seu PIB (quadro de indicadores 16). Os países em desenvolvimento – em especial os mais pobres – ainda recebem apenas uma pequena fracção do investimento directo estrangeiro total, mas esse influxo é, actualmente, maior do que a ajuda pública ao desenvolvimento. Em princípio, participar no mercado mundial oferece as mesmas vantagens que uma economia de mercado florescente dentro de um país. Mas, o comércio mundial é altamente regulado, com os poderosos a dominar e o campo de jogo longe de estar nivelado. O pobre médio num país que vende para O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 31 CAIXA 1.4 Relatórios nacionais do desenvolvimento humano – inovações nas políticas nacionais Publicados todos os anos, ou de dois em dois anos, os relatórios nacionais do desenvolvimento humano baseiam-se no quadro analítico do Relatório do Desenvolvimento Humano mundial, examinando as questões mais prementes do desenvolvimento do país e explorando maneiras de colocar o desenvolvimento humano na vanguarda da agenda política nacional. Os relatórios nacionais do desenvolvimento humano são produtos exclusivos dos países, redigidos pelos principais peritos e intelectuais nacionais e que, muitas vezes, contêm dados publicados apenas nos próprios países. Através de um processo de consulta, investigação e redacção do relatório conduzido pelo país, reúnem diversas opiniões, põem questões difíceis em cima da mesa e ajudam a mobilizar a acção para a elaboração de políticas de desenvolvimento humano. Os relatórios também são um instrumento de análise política e de planeamento, que contribui para o progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e que proporciona um meio único e valioso para a análise de questões globais. Seis princípios fundamentais justificam a criação de bons relatórios nacionais do desenvolvimento hu- mano e moldam a política institucional do PNUD em relação aos relatórios: • Domínio nacional. • Análise independente. • Análise de alta qualidade. • Preparação participada e inclusiva. • Apresentação flexível e criativa. • Acompanhamento sustentado. Desde 1992, foram produzidos mais de 400 relatórios regionais e nacionais do desenvolvimento humano, em mais de 135 países. Todos os relatórios nacionais enfatizam conceitos fundamentais do desenvolvimento humano. Além disso, cada equipa nacional trata temas específicos ligados às questões mais urgentes do desenvolvimento do país. Os relatórios têm tratado de abordagens de desenvolvimento humano à governação, pobreza, crescimento económico, género, paz e segurança, sobrevivência e saúde, ambiente, educação e tecnologias de informação e comunicação. Embora 299 relatórios nacionais tenham sido sobre o desenvolvimento humano em geral, a maioria tratou de outras questões prementes que a nação enfrentava na altura da publicação – incluindo 263 que analisaram assuntos relacionados com a governação, tais como a sociedade civil, juventude, direitos humanos, papel do estado, descentralização, coesão social e exclusão, participação, desigualdade e democracia (ver quadros). Os relatórios fornecem recomendações políticas concretas sobre a maneira de atacar essas áreas temáticas através do prisma do desenvolvimento humano. Relatórios nacionais do desenvolvimento humano publicados desde 1992 Europa do Leste & CEI 157 Países Árabes 26 Ásia e Pacífico 50 América Latina e Caraíbas 63 África 106 Relatórios nacionais do desenvolvimento humano por tema Tema Desenvolvimento humano geral Governação Pobreza, rendimentos e crescimento económico Género Paz e segurança Sobrevivência e saúde Ambiente Conhecimento África Países Árabes Ásia e Pacífico Europa do Leste e CEI América Latina e Caraíbas Total 86 41 54 12 7 11 18 11 18 14 15 8 1 5 4 10 32 20 35 11 3 13 12 11 100 145 123 27 28 34 39 45 63 43 39 5 9 6 8 8 299 263 266 63 48 69 81 85 Relatórios nacionais de desenvolvimento humano com análise de temas relacionados com a governação Tema Governação Sociedade civil Juventude Direitos humanos Papel do estado Descentralização Coesão social e exclusão Participação Desigualdade Democracia África Países Árabes Ásia e Pacífico Europa do Leste e CEI América Latina e Caraíbas Total 19 8 0 3 3 2 0 4 0 2 1 0 3 0 2 1 0 5 0 2 4 1 4 1 3 2 3 1 0 1 30 12 7 11 21 11 25 18 2 8 11 0 2 2 15 5 2 1 1 4 65 21 16 17 44 21 30 29 3 17 Nota: Os relatórios podem cobrir mais de um tema. Fonte: Cálculos da Unidade Nacional do Relatório de Desenvolvimento Humano baseados em PNUD 2002d. 32 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 mercados mundiais enfrenta barreiras com o dobro da altura das que enfrenta o trabalhador típico nos países industrializados,88 onde só os subsídios agrícolas são de cerca de mil milhões de dólares por dia – mais de seis vezes a ajuda total. Essas barreiras e subsídios custam aos países em desenvolvimento mais em oportunidades perdidas de exportação do que os 56 mil milhões de dólares de ajuda que recebem todos os anos.89 Se houvesse um nivelamento do campo de jogo mundial, muitos dos lucros viriam para áreas de baixo rendimento e baixa qualificação, como as da agricultura, dos têxteis e do vestuário. Portanto, em muitos casos, tanto os países mais pobres como as pessoas mais pobres beneficiariam.90 Eliminar barreiras comerciais e subsídios que inibem as importações provenientes de países em desenvolvimento é, por isso, uma prioridade urgente e, potencialmente, um caminho para o desenvolvimento muito acelerado. O apelo da Declaração do Milénio para um sistema de comércio não discriminatório responsabiliza claramente os países mais ricos do mundo, mas é um pequeno passo no sentido da alteração do sistema. E embora a liberalização do comércio traga ganhos substanciais para todos, ela não é universalmente uma situação apenas com vantagens – alguns sectores de alguns países ficarão a perder e é provável que manifestem oposição. Mas os perdedores têm que ser vistos como algo mais do que grupos de pressão para ultrapassar. São indivíduos, famílias e comunidades, cujas vidas mudam imediatamente e para pior, devido à globalização e à concorrência externa. Pessoas de todo o mundo partilham este desespero e, à medida que o comércio continua a liberalizar-se, o seu número será cada vez maior. Embora a questão continue a ser tema de debate vigoroso, vários estudos recentes sugerem que o aumento do comércio internacional, nos anos de 1980 e 1990, foi um factor de acentuado crescimento da desigualdade nos países industrializados.91 Mas, reter o comércio é, muito provavelmente, prejudicar aqueles que são ainda mais pobres nos países em desenvolvimento. Uma vez que o comércio aumenta o rendimento global, a resposta a este dilema moral – que parece pôr os trabalhadores pobres dos países industrializados contra trabalhadores ainda mais pobres de países em desenvolvimento – é redistribuir alguns dos ganhos mundiais por aqueles que ficam directamente a perder. Isso significa prover maior segurança social e mais ajuda para encontrar emprego alternativo para as pessoas que perdem os seus postos de trabalho. Canadá e Dinamarca utilizaram, com êxito, a segurança social e transferências fiscais para contrariar a desigualdade crescente nos salários de mercado antes de impostos (ver caixa 1.2), mostrando que as inevitáveis perdas sectoriais devidas ao aumento do comércio podem ser distribuídas equitativamente dentro de cada economia. Para garantir que os ganhos resultantes da globalização são mais amplamente distribuídos, os países industrializados precisam de eliminar barreiras comerciais contra os países em desenvolvimento. A reunião de 2001 da Organização Mundial de Comércio, em Doha, produziu um quadro para baixar as barreiras comerciais em todo o mundo, mas é motivo de preocupação que as reduções nas áreas mais importantes – barreiras contra os têxteis e subsídios à agricultura – possam falhar quando forem desenvolvidas as regras formais. Os países industrializados também têm que garantir que os trabalhadores nacionais de sectores atingidos pela concorrência mundial não suportam todo o fardo dos ajustamentos que a inovação mundial e a integração podem trazer. A nova era da integração mundial oferece enormes benefícios potenciais. Mas, eles não serão realizados enquanto a integração não incluir mais população mundial. Isso tem implicações importantes para as políticas nacionais e internacionais, bem como para os países em desenvolvimento. Talvez o mais importante seja a necessidade de incluir mais pessoas nas decisões que moldam as suas vidas no mundo moderno – e incluir mais pessoas nos ganhos económicos e sociais. O desafio de alcançar estes objectivos e, finalmente, fazer funcionar a governação democrática a favor do desenvolvimento humano, no seu sentido mais completo, é o enfoque deste Relatório. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO O pobre médio num país que vende para mercados mundiais enfrenta barreiras com o dobro da altura das que enfrenta o trabalhador típico nos países industrializados 33 DESTAQUE 1.2 MEDIR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: OS ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO Diferentes caminhos no IDH 1975 2000 0,950 Suíça 0,900 Finlândia 0,850 0,800 Venezuela Brasil 0,750 0,700 0,650 0,600 Fonte: Quadro de indicadores 2. Índice de desenvolvimento humano O índice de desenvolvimento humano (IDH) é uma medida resumo simples de três dimensões do conceito de desenvolvimento humano: viver uma vida longa e saudável, ser instruído e ter um padrão de vida digno (ver nota técnica). Assim, combina indicadores da esperança de vida, escolarização, alfabetização e rendimento, para permitir uma visão mais alargada do desenvolvimento dum país do que usando apenas o rendimento – que, frequentemente, é equiparado ao bem-estar. Desde a criação do IDH, em 1990, foram desenvolvidos três índices complementares para realçar aspectos particulares do desenvolvimento humano: o índice de pobreza humana (IPH), o índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) e a medida de participação segundo o género (MPG). O IDH pode realçar os sucessos de alguns países e o progresso mais lento de outros. A Venezuela começou com um IDH mais elevado do que o Brasil, em 1975, mas este fez progressos muito mais rápidos. A Finlândia tinha um IDH mais baixo do que a Suíça, em 1975, mas hoje está ligeiramente à frente. As classificações segundo o IDH e o PIB per capita também podem diferir, mostrando que podem ser atingidos altos níveis de desenvolvimento humano sem rendimentos elevados – e que os rendimentos elevados não garantem altos níveis de desenvolvimento (ver quadro de indicadores 1). O Paquistão e o Vietname têm rendimentos similares, mas o Vietname fez muito mais para traduzir esse rendimento em desenvolvimento humano. Igualmente, a Jamaica atingiu um IDH muito melhor do que Marrocos, com aproximadamente o mesmo rendimento. A Suazilândia atinge o mesmo IDH que o Botswana com menos de dois terços do rendimento, e o mesmo é verdade em relação às Filipinas e à Tailândia. Portanto, com as políticas correctas, os países podem fazer progredir o desenvolvimento humano mesmo com baixos rendimentos. A maior parte das regiões teve um progresso constante do IDH ao longo dos últimos 20 anos, com a Ásia Oriental e o Pacífico realizando um desempenho particularmente bom nos anos 1990. Os Países Árabes também cresceram significativamente, excedendo a média dos países em desenvolvimento. A África Subsariana, em contrapartida, esteve quase estagnada – a par com a Ásia do Sul, em 1985, tem ficado muito para trás. Dois grupos de países passaram por este retrocesso: os países da CEI, através de um processo que, para muitos, se transformou numa longa e penosa transição para a economia de mercado, e os países africanos pobres, cujo desenvolvimento foi retardado ou invertido por uma variedade de razões – incluindo o HIV/SIDA e conflitos internos e externos. Embora o IDH seja um ponto de partida útil, omite aspectos vitais do desenvolvimento humano, nomeadamente a capacidade de participar nas decisões que afectam a vida de cada um. Uma pessoa pode ser rica, saudável e bem-educada, mas sem essa capacidade o desenvolvimento humano é retardado. A omissão de dimensões das liberdades no IDH foi realçada desde os primeiros Relatórios do Desenvolvimento Humano – e motivaram a criação de um índice de liberdade humana (ILH), em 1991, e de um índice de liberdade política (ILP), em 1992. Nenhuma dessas medidas sobreviveu ao seu primeiro ano, o que testemunha a dificuldade de captar adequadamente, num único índice, aspectos tão complexos do desenvolvimento humano. Mas, isso não significa que os indicadores de liberdades política e civil possam ser completamente ignorados quando se considera o estado do desenvolvimento humano dum país. Quando os indicadores de democracia e participação são considerados juntamente com o IDH, aparecem algumas histórias diferentes. Grécia e Singapura têm classificações próximas no IDH, mas quando também se considera a participação democrática, a Grécia sai-se consideravelmente melhor. O mesmo se aplica à Bielorrússia e à Federação Russa, com esta obtendo melhores resultados na democraticidade – ao medir as suas realizações democráticas (ver quadro de indicadores 1 e quadro do apêndice AI.1). Não há uma relação simples entre o IDH e democracia, embora os países com níveis mais elevados de democraticidade também tenham IDH relativamente elevados. O Capítulo 2 IDH, IPH-1, IPH-2, IDG – Mesmas componentes, medidas diferentes 34 Índice Longevidade Conhecimento Nível de vida digno Participação ou exclusão IDH 1. Taxa de alfabetização de adultos 2. Taxa de escolarização combinada PIB per capita (dólares PPC) – IPH-1 Probabilidade à nascença Taxa de analfabetismo de adultos de não viver até aos 40 anos Privação no aprovisionamento económico, medido por: 1. Percentagem de pessoas que não usa fontes de água melhoradas 2. Percentagem de crianças menores de cinco anos com peso deficiente – IPH-2 Probabilidade à nascença Percentagem de adultos que são de não viver até funcionalmente analfabetos aos 60 anos Percentagem de pessoas que vivem abaixo da linha de privação de rendimento (50% da mediana do rendimento disponível das famílias) Taxa de desemprego de longa duração (12 meses ou mais) IDG Rendimentos auferidos estimados feminino e masculino, reflectindo o poder das mulheres e homens sobre os recursos – Esperança de vida à nascença Esperança de vida à nascença feminina e masculina 1. Taxas de alfabetização feminina e masculina 2. Taxas de escolarização combinadas do primário, secundário e superior feminina e masculina RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 examina em pormenor a relação e conclui que não existe uma ligação automática entre democracia e desenvolvimento. Índice de pobreza humana Enquanto que o IDH mede o progresso global de um país na realização do desenvolvimento humano, o índice de pobreza humana (IPH) reflecte a distribuição do progresso e mede a acumulação de privações ainda existente. O IPH mede a privação nas mesmas dimensões do desenvolvimento humano básico que o IDH. IPH-1 O IPH-1 mede a pobreza nos países em desenvolvimento. Aborda as privações em três dimensões: longevidade, medida pela probabilidade à nascença de não viver até aos 40 anos; conhecimento, medido pela taxa de analfabetismo de adultos; e aprovisionamento económico global, público e privado, medido pela percentagem de pessoas que não utilizam fontes de água melhoradas e pela percentagem de crianças menores de cinco anos com peso deficiente. IPH-2 Dado que a privação humana varia com as condições sociais e económicas da comunidade, foi concebido um índice separado, o IPH-2, para medir a pobreza humana em países seleccionados da OCDE, baseado na maior disponibilidade de dados. O IPH-2 aborda a privação nas mesmas três dimensões que o IPH-1 e numa adicional, a exclusão social. Os indicadores são a probabilidade à nascença de não viver até aos 60 anos, a taxa de analfabetismo funcional dos adultos, a percentagem de pessoas que vivem abaixo da linha de privação de rendimento (com rendimento disponível das famílias inferior a 50% da mediana) e a taxa de desemprego de longa duração (12 meses ou mais). Índice de desenvolvimento ajustado ao género O índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) mede os progressos nas mesmas dimensões, e utilizando os mesmo indicadores, que o IDH, mas capta as desigualdades na realização entre mulheres e homens. É, simplesmente, o IDH ajustado para baixo pela desigualdade entre os sexos. Quanto maior a disparidade entre os sexos quanto ao desenvolvimento humano básico, menor o IDG de um país, comparado com o seu IDH. Medida de participação segundo o género (MPG) A medida de participação segundo o género (MPG) mostra se a mulher pode tomar parte activa na vida económica e política. Ela aborda a participação, medindo a desigualdade entre os sexos nas áreas fundamentais da participação económica e política e da tomada de decisão. Rastreia a percentagem de mulheres no parlamento, entre os legisladores, funcionários superiores e gestores e entre trabalhadores especializados e técnicos – e a disparidade ente os sexos quanto ao rendimento auferido, reflectindo a independência económica. Diferindo do IDG, expõe a desigualdade de oportunidades em áreas seleccionadas. Mesmo rendimento, IDH diferente Mesmo IDH, rendimento diferente Rendimento Rendimento Índice de desenvolvimento humano PIB per capita (dólares PPC) PIB per capita (dólares PPC) Índice de desenvolvimento humano 0,800 4.000 0,800 7.000 Jamaica Tailândia Filipinas 3.500 0,700 Vietname 6.000 Marrocos 0,600 5.000 0,700 3.000 2.500 0,600 Botswana Suazilândia 2.000 0,500 Paquistão Fonte: Quadro de indicadores 1. 4.000 0,500 Fonte: Quadro de indicadores 1. Disparidades mundiais IDH Índice de desenvolvimento humano 1,00 2000 1995 1990 1985 1980 ,900 PROGRESSO RETROCESSO 1990 ,800 2000 1995 ,700 ,600 ,500 ,400 ,300 Ásia do Sul África Subsariana Países Países Ásia América Europa OCDE Árabes em desen- Oriental Latina Central, de alto volvimentoe Pacífico & Caraíbas do Leste rendimento & CEI Fonte: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados no quadro de indicadores 2. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 35 APÊNDICE 1.1 AVALIAR A GOVERNAÇÃO: INDICADORES DE DEMOCRACIA E DE DIREITOS POLÍTICOS E CIVIS Muitos indicadores procuram revelar a extensão da democracia ou dos direitos políticos e civis nos países. Mas – ao contrário do rendimento, saúde e educação – não há uma medida incontroversa e sem ambiguidade. Os investigadores têm duas opções, mas ambas com inconvenientes. Podem usar indicadores objectivos, como a afluência eleitoral ou a existência de eleições concorrenciais, ou indicadores subjectivos, baseados em opiniões de especialistas sobre o grau de democracia de um país (ver resumos de alguns indicadores objectivos e subjectivos de governação nos quadros abaixo e dados compreensivos, por países, nos quadros dos apêndices A1.1 e A1.2). Os indicadores objectivos não podem reflectir todos os aspectos da democracia. Nalguns casos, um país pode realizar eleições sem nunca resultarem numa mudança de poder. Noutros, há mudanças de poder, mas as liberdades civis como a liberdade de imprensa podem ser reduzidas. A governação verdadeiramente democrática requer participação generalizada substantiva – e responsabilidade das pessoas que detêm o poder. Os indicadores objectivos não conseguem captar esses conceitos. Os indicadores subjectivos deviam, em princípio, captar mais do que se entende pelo conceito de democracia. Mas, sendo subjectivos, estão sujeitos a enviesamentos de diferenças de opinião e de percepção. Vários índices subjectivos cobrem uma grande parte dos países do mundo; este Relatório baseia-se principalmente em três. Ainda que sejam úteis para resumir tendências gerais, são subjectivos e abertos à discussão. Por isso, não devem ser tomados como peremptórios, mas como dando uma indicação geral do progresso. A base de dados da Polity IV, desenvolvida no Centro para o Desenvolvimento Internacional e Gestão de Conflitos, da Universidade de Maryland, compila informação anual sobre características de regime e de autoridade da maioria dos países independentes do mundo. A autocracia é definida como um sistema político em que a participação dos cidadãos é fortemente restringida, os principais dirigentes governamentais são escolhidos entre a elite política e há poucos constrangimentos institucionais ao exercício do poder. A democracia é definida como um sistema com procedimentos institucionalizados para a participação política aberta e concorrencial, a eleição dos principais dirigentes governamentais e limites substanciais aos poderes dos dirigentes. O resultado de cada país em organização política baseia-se numa escala linear que vai da autocracia à democracia. Este indicador mede os factores institucionais necessários à democracia – se as leis e instituições permitem a participação democrática – mas não a verdadeira extensão da participação política. A base de dados inclui resultados desde 1975 e, por isso, é útil para identificar as tendências ao longo do tempo. A Freedom House inquire os direitos políticos e as liberdades cívicas em todo o mundo. Define direitos políticos como as liberdades que permitem às pessoas participar, sem limitações, no processo político, e liberdades civis como a liberdade de desenvolver pontos de vista, instituições e autonomia pessoal independentemente do estado. Em 1997, a Freedom House publicou uma avaliação da liberdade de imprensa, tendo em conta as liberdades na lei e na prática, a liberdade de influências políticas e económicas no conteúdo dos meios de comunicação e as violações das liberdades, tais como prisões ou assassinatos de jornalistas. Os seus inquéritos baseiam-se numa vasta gama de fontes – incluindo reportagens noticiosas estrangeiras e domésticas, publicações de organizações não governamentais, análises de grupos de especialistas e de académicos e contactos profissionais. Uma ampla cobertura de países e dados para muitos países, que remontam a 1980 e antes, tornam esta base de dados a única capaz de fornecer tendências mundiais sobre a liberdade de imprensa. Uma equipa do Banco Mundial construiu seis índices agregados, com base em numerosos indicadores provenientes de mais de uma dezena de fontes. Os indicadores são combinados em diferentes agrupamentos, para criar índices agregados de democracia (intitulado «voz e responsabilidade»), instabilidade política e violência, regras legais, suborno (corrupção), eficiência governativa e carga regulamentadora. O índice de voz e responsabilidade, usado no capítulo 2, combina vários indicadores do processo político, incluindo a selecção de governos, com indicadores de liberdades civis e direitos políticos, e de liberdade e independência da imprensa. Este índice não inclui tendências de longo prazo, mas é melhor do que outros indicadores para fazer a distinção entre os países em desenvolvimento. Indicadores objectivos da governação Indicador Fonte Data das eleições mais recentes União Inter-Parlamentar Afluência eleitoral União Inter-Parlamentar Ano em que as mulheres receberam o direito de votar União Inter-Parlamentar Assentos no parlamento ocupados por mulheres União Inter-Parlamentar Membros de sindicatos União Inter-Parlamentar Organizações não governamentais Anuário das Organizações Internacionais Ratificação do Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos • Reconhecendo que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o ideal de seres humanos livres, gozando de liberdade civil e política e de ausência de medo e de miséria, só pode ser atingido se as condições permitirem que todas as pessoas gozem dos seus direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais. Secção de Tratados da ONU Ratificação da Convenção sobre Liberdade de Associação e Negociação Colectiva, 1987 • A Organização Internacional do trabalho declara que o “reconhecimento do princípio da liberdade de associação” é um meio de melhorar as condições dos trabalhadores e de estabelecer a paz Secção de Tratados da ONU 36 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Indicadores subjectivos da governação Indicador Fonte Conceito medido Metodologia Intervalo Resultado em organização política Base de dados Polity IV, Universidade de Maryland • • • • • • Competitividade no recrutamento dos dirigentes governamentais Abertura no recrutamento dos dirigentes governamentais Constrangimentos sobre o dirigente governamental Regulação da participação Regulação do recrutamento de dirigentes governamentais Competitividade da participação Opinião de especialistas internos –10 (menos democrático) a 10 (mais democrático) Liberdades civis Freedom House • • • • Liberdade de expressão e de crença Liberdade de associação e direitos organizacionais Regras legais e direitos humanos Autonomia pessoal e direitos económicos Opinião de especialistas internos 1,0–2,5; livre 3,0–5,0; parcialmente livre 6,0–7,0; não livre Direitos políticos Freedom House • • • • • Eleições livres e justas para cargos com poder real Liberdade de organização política Oposição significativa Ausência de domínio de grupos poderosos Autonomia ou inclusão política de grupos minoritários Opinião de especialistas internos 1,0–2,5; livre 3,0–5,0; parcialmente livre 6,0–7,0; não livre Liberdade de imprensa Freedom House • Objectividade dos meios de comunicação • Liberdade de expressão Opinião de especialistas internos 0–30; livre 31–60; parcialmente livre 61–100; não livre Voz Base de dados e responsabilidade Indicadores de Governação, Banco Mundial • Eleições livres e justas • Liberdade de imprensa • Liberdades civis • Direitos políticos • Militares na política • Mudança de governo • Transparência • As empresas são mantidas informadas dos desenvolvimentos das leis e das políticas • As empresas podem exprimir as suas preocupações com mudanças da lei e das políticas Agregado de várias fontes, –2,5 a 2,5; quanto incluindo Freedom House e mais alto, melhor International Country Risk Guide Estabilidade Base de dados política e ausência Indicadores de violência de Governação, Banco Mundial • Percepções da probabilidade de desestabilização (tensões étnicas, conflito armado, agitação social, ameaça terrorista, conflito internacional, fraccionamento do espectro político, alterações constitucionais, golpes militares) Agregado de várias fontes –2,5 a 2,5; quanto incluindo Economist Intelligence mais alto, melhor Unit, PRS Group e Business Environment Risk Intelligence Lei e ordem International Country Risk Guide • Imparcialidade legal • Cumprimento democrático da lei Opinião de especialistas internos 0–6; quanto mais alto, melhor Regras legais Base de dados Indicadores de Governação, Banco Mundial • • • • • • Mercados negros Aplicabilidade dos contratos privados e governamentais Corrupção na banca Crime e roubo como obstáculos aos negócios Prejuízos e custos do crime Imprevisibilidade do poder judicial Agregado de várias fontes incluindo PRS Group e Economist Intelligence Unit –2,5–2,5; quanto mais alto, melhor Eficiência governativa Base de dados Indicadores de Governação, Banco Mundial • • • • Qualidade burocrática Custos de transacção Qualidade dos cuidados públicos de saúde Estabilidade governativa Agregado de várias fontes incluindo PRS Group, Freedom House e Business Environment Risk Intelligence –2,5 a 2,5; quanto mais alto, melhor Índice da percepção de corrupção Transparency International • Corrupção oficial tal como é vista pelos homens de negócios, pelos académicos e pelos analistas de risco Inquéritos de especialistas no país 0–10; quanto mais alto, melhor Suborno (corrupção) Base de dados Indicadores de Governação, Banco Mundial • Corrupção entre funcionários públicos • Corrupção como obstáculo aos negócios • Frequência de “pagamentos irregulares” a funcionários e ao poder judicial • Percepções de corrupção no funcionalismo público. Pagamento de comissões dos negócios Agregado de várias fontes incluindo Freedom House, Economist Intelligence Unit e Business Environment Risk Intelligence –2,5–2,5; quanto mais alto, melhor Fonte: Marshall e Jaggers 2000; Freedom House 2000, 2002; Kaufmann, Kraay e Zoido-Lobatón 2002; PRS Group 2001; Transparency International 2001; UPI 1995, 2002; OMT 1997; UIA 2000; ONU 2002a. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 37 A1.1 Indicadores subjectivos da governação Ordem segundo IDH Regras legais e eficiência governativa Democracia Resultado em Liberorganização dades política a civis b 2000 2000 (–10 a 10) (7 to 1) Estabilidade Voz e política e responsa- ausência de Lei Direitos Liberdade bilidade d, e violência d políticos b de imprensa c 2000–01 2000–01 e ordem f 2000 2000 (–2,50 (–2,50 2001 (7 a 1) (100 a 0) a 2,50) a 2,50) (0 a 6) Regras legais d 2000–01 (–2,50 a 2,50) Corrupção Eficiência goverÍndice de Suborno nativa d percepção (corrupção) d 2000–01 da corrupção g 2000–01 (–2,50 2001 (–2,50 a 2,50) (0 a 10) a 2,50) Desenv. humano alto 1 2 3 4 5 38 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 10 10 10 10 10 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 5 10 15 9 10 1,58 1,65 1,33 1,24 1,70 1,32 1,38 1,24 0,87 1,26 6,0 6,0 6,0 5,0 6,0 1,70 1,70 1,70 1,34 1,69 1,35 1,51 1,71 1,29 1,58 8,6 9,0 8,9 6,6 8,5 1,76 2,21 2,05 1,05 1,75 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 10 10 10 10 10 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 15 12 15 23 14 1,24 1,53 1,61 1,03 1,69 1,18 1,57 1,48 1,20 1,61 6,0 6,0 6,0 5,0 6,0 1,58 1,77 1,67 1,59 1,83 1,58 1,93 1,84 0,93 1,67 7,6 9,2 8,8 7,1 9,9 1,45 2,16 2,09 1,20 2,25 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 10 9 10 10 10 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 8 21 17 9 14 1,73 1,11 1,46 1,60 1,34 1,61 1,04 1,10 1,34 1,27 5,0 5,0 6,0 6,0 6,0 1,91 1,22 1,61 1,71 1,86 1,93 1,24 1,77 1,62 1,51 8,4 6,7 8,3 9,5 7,8 1,91 1,15 1,86 2,09 1,56 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 10 10 10 10 10 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 10 13 18 8 27 1,41 1,42 1,57 1,59 1,10 1,48 1,21 1,24 1,21 0,82 6,0 5,0 6,0 6,0 6,0 1,86 1,57 1,54 1,71 0,72 1,86 1,67 1,79 1,27 0,68 8,7 7,4 7,5 9,4 5,5 1,78 1,38 1,16 2,09 0,63 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong Grécia Singapura 10 10 — 10 –2 2 3 3 3 5 1 1 5 1 5 20 30 — 30 68 1,15 0,98 –0,33 1,12 0,11 1,01 –0,54 1,13 0,79 1,44 4,0 5,0 4,0 3,0 6,0 1,12 0,94 1,37 0,62 1,85 1,57 0,87 1,10 0,65 2,16 7,0 7,6 7,9 4,2 9,2 1,45 1,12 1,16 0,73 2,13 26 27 28 29 30 Chipre Korea, Rep, of Portugal Eslovénia Malta 10 8 10 10 — 1 2 1 2 1 1 2 1 1 1 18 27 17 21 14 1,28 0,98 1,42 1,07 1,43 0,48 0,50 1,41 0,87 1,05 5,0 4,0 5,0 5,0 5,0 0,96 0,55 0,94 0,89 0,68 0,91 0,44 0,91 0,70 0,73 — 4,2 6,3 5,2 — 1,24 0,37 1,21 1,09 0,13 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — — 10 8 10 1 5 2 2 2 1 7 1 1 1 16 74 24 33 28 1,27 –0,93 1,04 0,57 1,19 — 0,86 0,74 0,55 0,75 — 6,0 5,0 4,0 4,0 1,16 1,29 0,64 0,22 0,76 — 0,88 0,58 0,18 0,60 — — 3,9 3,5 5,3 — –0,17 0,31 –0,36 0,65 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Bahrein Uruguai 9 9 9 –9 10 2 2 2 6 1 1 1 2 7 1 26 19 27 75 30 0,99 1,21 0,63 –0,96 1,08 0,62 0,69 0,87 –0,04 1,05 4,0 4,0 5,0 5,0 2,5 0,36 0,55 1,19 0,42 0,63 0,23 0,27 1,13 0,62 0,61 3,7 4,1 7,5 — 5,1 0,23 0,43 1,40 0,04 0,71 41 42 43 44 45 Bahamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — 6 10 — –7 1 2 2 2 5 1 1 1 1 4 7 20 16 18 48 1,15 0,94 1,37 — 0,08 0,68 0,73 1,08 — 0,64 4,0 4,0 4,0 — 5,0 0,85 0,78 0,61 — 1,10 1,04 0,86 0,74 — 0,13 — 5,6 4,5 — — 0,74 0,73 0,87 — 0,59 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago –8 — 7 10 10 5 3 3 2 2 6 3 2 1 2 76 51 50 20 28 –0,51 — 0,48 1,00 0,61 1,09 — 0,18 0,29 0,27 4,0 — 5,0 4,0 4,0 1,12 — 0,29 0,29 0,41 0,60 — 0,10 0,26 0,62 — — 3,9 4,8 5,3 0,13 — 0,02 0,20 0,49 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A1.1 Indicadores subjectivos da governação Ordem segundo IDH Regras legais e eficiência governativa Democracia Resultado em Liberorganização dades política a civis b 2000 2000 (–10 a 10) (7 to 1) 51 Qatar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Estabilidade Voz e política e responsa- ausência de Direitos Liberdade bilidade d, e violência d Lei políticos b de imprensa c 2000–01 2000–01 e ordem f 2000 2000 (–2,50 (–2,50 2001 (7 a 1) (100 a 0) a 2,50) a 2,50) (0 a 6) Regras legais d 2000–01 (–2,50 a 2,50) Corrupção Eficiência goverÍndice de Suborno nativa d percepção (corrupção) d 2000–01 da corrupção g 2000–01 (–2,50 2001 (–2,50 a 2,50) (0 a 10) a 2,50) –10 — 8 6 2 2 6 4 1 62 46 24 –0,54 — 0,81 1,40 — 0,50 6,0 — 5,0 1,00 — 0,36 0,82 — 0,22 — — 3,4 0,57 — –0,03 54 México 55 Cuba 8 –7 3 7 2 7 46 94 0,12 –1,49 0,06 0,07 2,0 4,0 –0,41 –0,32 0,28 –0,22 3,7 — –0,28 –0,12 56 57 58 59 60 Belarus Panamá Belize Malásia Federação Russa –7 9 — 3 7 6 2 1 5 5 6 1 1 5 5 80 30 25 70 60 –1,04 0,77 1,01 –0,13 –0,35 0,04 0,57 0,32 0,31 –0,41 4,0 3,0 — 3,0 3,0 –0,81 –0,12 0,74 0,34 –0,87 –0,99 –0,14 0,55 0,53 –0,57 — 3,7 — 5,0 2,3 –0,06 –0,45 0,48 0,13 –1,01 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 8 8 –7 6 1 3 2 7 3 1 2 2 7 4 16 26 44 90 44 — 0,59 0,50 –1,35 0,03 — 0,37 –0,08 –0,38 –1,45 — 4,0 4,0 4,0 — — 0,02 –0,02 –0,89 –0,33 — –0,26 –0,54 –1,12 –0,63 — 3,9 2,8 — — — –0,16 –0,51 –0,90 –0,51 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 10 7 7 9 2 2 4 5 3 1 1 4 3 2 13 17 60 34 29 — 1,27 –0,41 –0,34 0,37 — 1,12 –1,36 –0,33 0,21 — — 1,0 2,0 5,0 — 1,00 –0,77 –0,81 0,44 — 0,76 –0,38 –0,81 0,10 — 4,5 3,8 2,8 3,2 — 0,49 –0,39 –0,59 –0,46 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 7 3 3 2 5 7 6 3 1 6 92 44 31 28 61 –1,07 0,05 0,53 0,63 –0,32 0,51 0,39 0,47 0,12 –0,55 5,0 — 2,0 3,0 4,0 0,19 –0,52 –0,26 –0,59 –0,05 0,00 0,38 –0,27 0,10 –0,02 — — 4,0 — — –0,35 1,01 –0,02 0,13 –0,63 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Oman Cazaquistão Ucrânia 5 8 –9 –4 7 4 3 5 5 4 4 2 6 6 4 59 30 71 70 60 –0,22 0,53 –0,50 –0,80 –0,31 –0,84 –0,21 1,00 0,29 –0,59 3,0 2,0 5,0 4,0 4,0 –0,35 –0,49 1,06 –0,60 –0,63 –1,03 0,03 0,85 –0,61 –0,75 — 2,9 — 2,7 2,1 –0,80 –0,49 0,44 –0,83 –0,90 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 5 — — — 7 4 3 2 5 5 4 3 1 6 4 53 54 20 65 58 –0,07 0,15 — –0,81 –0,55 –1,00 –0,23 — — –0,75 — 3,0 — — 4,0 –0,43 –0,53 — — –0,16 –0,72 –0,35 — — –0,15 — 4,1 — — 3,6 –0,69 –0,04 — — –0,48 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 9 –9 –7 5 7 2 7 5 4 3 2 7 6 3 4 11 89 76 74 51 0,78 –1,42 –0,70 –0,23 –0,70 0,35 0,11 –0,70 –1,63 –0,87 2,0 — 4,0 3,0 3,0 –0,38 –1,02 –0,78 –0,31 –0,83 –0,30 –1,23 –0,95 –0,44 –1,20 — — 2,0 — — –0,06 –1,12 –1,05 0,00 –0,97 91 92 93 94 95 São Vicente e Grenadinas Albânia Equador República Dominicana Uzbequistão — 5 6 8 –9 1 5 3 2 6 2 4 3 2 7 16 56 40 30 84 — 0,01 –0,14 0,42 –1,18 — –0,60 –0,80 0,46 –1,17 — 2,0 3,0 2,0 — — –0,71 –0,76 0,01 –0,71 — –0,89 –0,94 –0,24 –0,86 — — 2,3 3,1 2,7 — –0,60 –0,98 –0,20 –0,66 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde –7 –3 3 –2 — 6 5 6 4 2 7 6 6 4 1 80 74 72 60 32 –1,11 –0,61 –0,36 0,10 0,92 0,39 0,82 0,02 0,13 — 4,0 5,0 4,0 4,0 — –0,19 0,81 –0,39 0,66 0,15 0,14 1,30 –0,21 0,42 — 3,5 5,3 — 4,9 — –0,30 0,86 –0,64 0,09 — Desenv. humano médio 96 97 98 99 100 –10 — 8 — — h i h O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 39 A1.1 Indicadores subjectivos da governação Ordem segundo IDH Regras legais e eficiência governativa Democracia Resultado em Liberorganização dades política a civis b 2000 2000 (–10 a 10) (7 to 1) Estabilidade Voz e política e responsa- ausência de Direitos Liberdade bilidade d, e violência d Lei políticos b de imprensa c 2000–01 2000–01 e ordem f 2000 2000 (–2,50 (–2,50 2001 (7 a 1) (100 a 0) a 2,50) a 2,50) (0 a 6) Regras legais d 2000–01 (–2,50 a 2,50) Corrupção Eficiência goverÍndice de Suborno nativa d percepção (corrupção) d 2000–01 da corrupção g 2000–01 (–2,50 2001 (–2,50 a 2,50) (0 a 10) a 2,50) 101 102 103 104 105 Samoa (Ocidental) Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — –3 6 7 7 2 5 2 3 4 2 6 2 2 2 21 61 22 37 59 — –0,57 0,94 0,21 0,12 — –0,32 –0,70 0,62 –0,29 — — 4,0 3,0 5,0 0,49 –0,72 0,13 –0,65 –0,42 — –0,61 0,02 –0,25 –1,10 — — — 3,6 3,1 — –0,85 –0,45 –0,33 –0,83 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia –3 9 –7 –7 7 5 2 7 6 4 6 1 7 7 3 74 23 71 80 47 –1,19 1,17 –1,40 –1,29 –0,40 –1,27 0,07 –0,28 0,44 –1,56 2,0 2,0 5,0 4,0 2,0 –0,97 –0,05 –0,52 –0,57 –0,87 –0,81 0,25 –0,81 –0,30 –0,50 — 4,8 — 2,6 1,9 –0,62 0,35 –0,83 –0,76 –1,01 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto –5 –1 10 9 –6 7 6 3 3 5 7 6 2 1 6 79 79 28 22 69 –1,30 –0,69 0,73 0,27 –0,65 — –1,77 0,72 –0,61 0,21 — — 4,0 3,0 4,0 –1,20 –1,25 0,42 –0,41 0,21 — –1,31 0,39 –0,47 0,27 — — — 2,0 3,6 — –1,08 –0,19 –0,72 –0,16 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 7 –4 8 — 8 3 4 3 2 4 3 5 3 1 3 45 55 40 25 49 –0,04 –0,40 –0,06 1,00 –0,33 0,25 –0,44 0,31 — –0,77 1,0 3,0 4,0 — 2,0 –1,06 –0,44 –0,79 — –1,00 –0,58 –0,45 –0,73 — –0,63 2,7 — 2,4 — 2,9 –0,63 –0,58 –0,80 — –0,69 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — 6 –6 9 –9 4 3 4 3 5 4 2 5 2 6 22 34 53 42 77 0,16 0,32 –0,23 0,66 –0,93 — –0,52 0,16 –0,05 — — 6,0 6,0 4,0 — — 1,24 0,46 0,23 0,15 — 0,60 0,10 –0,17 — — 5,4 — 2,7 — — 1,25 0,44 –0,39 — 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 9 –7 –5 2 2 2 7 5 3 6 2 7 6 2 6 27 100 69 55 61 0,80 –1,93 –0,90 0,02 –0,77 0,71 –1,20 –1,25 –0,11 –0,13 3,5 3,0 0,5 2,0 — 0,68 –1,02 –0,94 –0,08 –0,38 0,83 –1,25 –1,03 –0,06 0,34 6,0 — 2,9 3,4 — 0,89 –1,18 –1,08 –0,28 0,34 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-Nova Guiné Quénia Camarões — — 10 –2 –4 3 4 3 5 6 1 4 2 6 7 37 52 29 70 71 — –0,15 –0,03 –0,68 –0,82 — — –0,48 –0,83 –0,13 — — 2,0 2,0 2,0 — –0,19 –0,28 –1,21 –1,02 — — –0,67 –0,76 –0,40 — — — 2,0 2,0 — — –1,21 –1,11 –1,11 –6 –1 4 4 6 6 71 38 –1,38 –0,35 –1,36 — 2,0 — –1,11 — –1,58 — — — –0,49 — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão –6 –7 –8 5 7 6 6 7 7 57 85 76 –1,43 –1,53 –1,27 –0,39 –2,01 — 3,0 2,0 — –0,74 –1,04 — –0,48 –1,34 — 2,3 — — –0,79 –1,24 — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh –2 6 –7 –2 6 5 4 6 6 4 5 3 7 5 3 72 57 69 69 60 –1,06 –0,06 –1,05 –0,63 –0,20 –0,62 –0,26 0,00 –1,07 –0,57 3,0 — — 2,0 2,0 –0,82 –0,65 –0,72 –1,12 –0,76 –1,32 –1,04 –0,39 –0,77 –0,54 — — — — 0,4 –0,48 –0,31 –0,31 –0,70 –0,64 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda –2 7 4 2 –4 5 4 4 5 5 6 2 4 4 6 59 32 55 63 40 –0,80 0,28 –0,44 –0,44 –0,79 –0,38 –0,34 –1,36 — –1,31 2,0 3,0 2,0 — 4,0 –1,45 –0,68 –1,13 –0,19 –0,65 –1,32 –0,35 –1,00 — –0,32 — — 1,0 — 1,9 –0,84 –0,93 –1,05 — –0,92 136 Congo 137 Comoros h Desenv. humano baixo 40 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A1.1 Indicadores subjectivos da governação Ordem segundo IDH Regras legais e eficiência governativa Democracia Resultado em Liberorganização dades política a civis b 2000 2000 (–10 a 10) (7 to 1) 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo 2 –6 1 8 — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benin Guiné Gambia Estabilidade Voz e política e responsa- ausência de Direitos Liberdade bilidade d, e violência d Lei políticos b de imprensa c 2000–01 2000–01 e ordem f 2000 2000 (–2,50 (–2,50 2001 (7 a 1) (100 a 0) a 2,50) a 2,50) (0 a 6) 4 5 4 4 6 4 6 5 3 7 49 67 62 34 83 –0,07 –0,59 –0,17 0,12 –1,70 –0,34 –0,87 –0,42 –0,68 –2,59 4 –6 6 –1 –5 5 5 2 5 5 6 7 2 6 7 77 68 30 71 70 –1,19 –1,04 0,47 –0,98 –0,73 161 162 163 164 165 Angola –3 Ruanda –4 Malawi 7 Mali 6 República Centro-Africana 6 6 6 3 3 4 6 7 3 2 3 80 72 52 22 61 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique –2 6 1 –3 6 5 5 5 4 4 6 4 5 4 3 –1 4 — 6 4 5 6 4 4 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa j j Regras legais d 2000–01 (–2,50 a 2,50) Corrupção Eficiência goverÍndice de Suborno nativa d percepção (corrupção) d 2000–01 da corrupção g 2000–01 (–2,50 2001 (–2,50 a 2,50) (0 a 10) a 2,50) 5,0 — 4,0 3,0 1,0 0,16 –0,57 –0,39 –0,13 –2,09 –0,43 –0,66 –0,75 0,16 –1,38 2,2 — 2,6 2,9 — –0,92 –0,97 –0,87 –0,39 –1,24 –0,95 –0,38 –0,72 –0,99 0,49 2,5 — — 3,0 5,0 –0,54 –0,43 –0,57 –0,59 0,00 –0,81 — 0,12 0,41 0,41 2,4 — — — — –0,71 –0,97 — 0,13 0,13 –1,26 –1,42 –0,14 0,32 –0,59 –1,98 –1,16 0,03 –0,13 — 3,0 — 3,5 3,0 — –1,49 –1,17 –0,36 –0,66 — –1,31 — –0,77 –1,44 — — — 3,2 — — –1,14 0,35 0,10 –0,41 — 72 56 64 39 48 –0,88 –0,87 –0,85 –0,26 –0,22 — –1,21 –0,55 –0,54 0,20 — 1,0 5,0 4,0 3,0 –0,86 –1,50 –0,24 –0,79 –0,32 — –1,48 –1,01 –0,02 –0,49 — — — — — — 0,10 –0,40 –0,93 0,10 80 62 75 –1,35 0,11 –1,35 –1,54 –0,61 –1,26 — 2,0 3,0 –1,07 –1,17 –0,38 –1,14 –1,16 –1,60 — — — –1,40 –1,09 –0,45 k Nota: Os dados deste quadro são medidas subjectivas da governação e, por isso, estão abertas à discussão e não devem ser tomadas como peremptórias. As medidas são provenientes de várias instituições e são baseadas em metodologias e sistemas de registos diferentes. Por isso, valores mais altos podem reflectir resultados melhores ou piores, dependendo da medida. O intervalo de resultados para cada medida está indicado no cabeçalho da coluna, com o primeiro valor representando o resultado pior. Os indicadores não reflectem, de forma nenhuma, a posição oficial do PNUD. Para mais pormenores sobre as definições e metodologias, ver apêndice A1.1. Os dados para um conjunto de anos foram recolhidos nos dois anos indicados. a. Desenvolvido pelo projecto Polity IV da Universidade de Maryland, esta medida reflecte a presença de factores institucionais necessários para a democracia—se as leis e instituições permitem a participação democrática—mas não mede a extensão da participação política. Os resultados variam de –10 (autoritário) a 10 (democrático). b. Freedom House designa como livres os países com um resultado médio em liberdades civis e direitos políticos entre 1 e 2,5; são parcialmente livres os que têm um resultado entre 3 e 5; e não são livres os países com um resultado entre 6 e 7. Os países com um resultado médio de 5,5 podem ser classificados, quer como parcialmente livres, quer como não livres, dependendo dos principais dados utilizados para determinar os seus resultados em liberdades civis e direitos políticos. c. Freedom House designa os países com um resultado entre 0 e 30 como tendo uma imprensa livre; com um resultado entre 31 e 60, os países têm uma imprensa parcialmente livre; e com um resultado entre 61 e 100 não têm imprensa livre. d. Este indicador, desenvolvido na investigação do Banco Mundial, é baseado numa compilação estatística de percepções da qualidade da governação. Os dados são de um inquérito que cobre um grande número de inquiridos em países industrializados e em desenvolvimento, assim como organizações não governamentais, agências de avaliação do risco comercial e grupos de especialistas. As medidas não reflectem, de forma nenhuma, a posição oficial do Banco Mundial, que fornece estes dados. As estimativas estão sujeitas a uma grande margem de erro. Para pormenores adicionais sobre a metodologia, ver apêndice A1.1 e Kaufman, Kraay e Zoido-Lobatón (2002). O índice varia de cerca de –2,50 até cerca de 2,50 (mais alto é melhor). e. O índice de voz e responsabilidade combina vários indicadores do processo político (incluindo a selecção de governos), com indicadores de liberdades civis, direitos políticos e de liberdade de imprensa e independência. f. A medida de lei e ordem, de International Country Risk Guide, varia de 0 a 6 (mais alto é melhor). g. O índice de percepção da corrupção, de Transparência Internacional, varia entre 0 e 10 (mais alto é melhor). h. O país está num período de transição, em que novas instituições estão a ser planeadas, constituídas legalmente e postas a funcionar. i. O país está ocupado por uma potência estrangeira. j. O país teve um colapso total da sua autoridade política central. k. O resultado cai fora do intervalo aproximado indicado no cabeçalho da coluna. Fonte: Coluna 1: Polity IV 2002; colunas 2 e 3: Freedom House 2001; coluna 4: Freedom House 2000; colunas 5, 6, 8, 9 e 11: World Bank 2001c; coluna 7: PRS Group 2001; coluna 10: Transparency International 2001. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 41 A1.2 Indicadores objectivos da governação Sociedade civil Participação Últimas eleições para câmara baixa ou única a Membros de Assentos no par- sindicatos Ano em que lamento ocupados (em % da Organizações as mulheres por mulheres força de trabalho não goverreceberam (em % do não agrícola) d namentais direito de votarb total) c 1995 2000 Ano Afluência eleitoral (%) Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 2001 1998 2000 1999 2001 74 81 61 91 95 1900, 1913 1861, 1921 1917, 1950 1919, 1948 1902, 1962 36,4 42,7 23,6 24,9 26,5 52 77 31 38 29 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 2000 1999 1998 2000 1999 51 84 73 62 65 1920, 1960 1915 1919 1945, 1947 1906 13,8 34,9 32,9 10,0 36,5 13 71 22 19 60 Ordem segundo IDH Ratificação de instrumentos de direitos e Convenção Convenção sobre internacional liberdade de sobre associação e direitos civis negociação e políticos colectiva 87 Desenv. humano alto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 42 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 1999 1997 2001 2001 1999 43 71 59 87 80 1971 1944 1918, 1928 1915 1918 22,4 10,9 17,1 38,0 25,1 20 6 26 68 37 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 1999 1998 1997 1999 2001 86 82 66 90 81 1919 1918 1918, 1928 1893 1945 16,7 31,0 13,7 30,8 9,1 40 30 36 23 31 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong Grécia Singapura 2000 1999 — 2000 2001 71 79 — 76 95 1931 1948 — 1927, 1952 1947 26,6 13,3 — 8,7 11,8 11 23 18 15 14 26 27 28 29 30 Chipre Korea, Rep, of Portugal Eslovénia Malta 2001 2000 1999 2000 1998 91 57 62 70 95 1960 1948 1931, 1976 1945 1947 10,7 5,9 18,7 12,2 9,2 54 9 19 — 58 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 1999 — 1998 2001 1998 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Bahrein Uruguai 1998 2001 2001 1973 1999 41 42 43 44 45 Bahamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Trindade e Tobago g i 1997 1999 2002 2000 1999 1997 1998 2000 Lituânia 2000 2001 63 — 74 75 56 g 84 46 87 — 92 68 57 70 64 80 k — 87 69 59 62 1950 — g, h 1920 1947 1918 20,4 — 14,2 31,3 8,3 1920 1918 1931, 1949 1973 i, j 1932 14,0 20,7 10,1 – 11,5 1961, 1964 1918 1949 1951 —h 19,6 17,8 19,3 13,3 0,0 —h 1948 1945 1921 1946 g i l 0,0 23,5 16,2 l f f f f f f f 2.571 2.975 2.329 3.162 2.171 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 2.685 1.072 3.203 2.122 2.647 ● ● ● ● ● ● ● ● ● 2.966 3.551 3.388 2.806 2.684 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 1.175 3.505 1.996 1.478 3.257 ● ● ● ● ● ● ● ● 3.116 1.800 1.130 2.137 1.039 ● ● ● ● ● — — ● ● 783 1.315 2.289 1.197 636 ● ● — — 36 25 52 52 27 16 — 12 f f f f ● ● ● ● ● 346 184 1.891 1.666 2.050 ● ● ● ● ● ● ● ● 1.259 2.084 1.262 288 923 ● ● ● ● ● ● ● ● 269 897 772 130 499 — — — 452 195 1.148 — — ● ● — 26 13 — — 10,6 20,9 f ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 848 468 ● ● ● ● ● RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A1.2 Indicadores objectivos da governação Sociedade civil Participação Últimas eleições para câmara baixa ou única a Ordem segundo IDH 51 Qatar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Afluência eleitoral (%) Ano — 1999 1998 g — 64 72 g Membros de Assentos no par- sindicatos Ano em que lamento ocupados (em % da Organizações as mulheres por mulheres força de trabalho não goverreceberam (em % do não agrícola) d namentais direito de votarb total) c 1995 2000 — g, h 1951 1918 — 8,3 17,0 g — — — 220 171 774 Ratificação de instrumentos de direitos e Convenção Convenção sobre internacional liberdade de sobre associação e direitos civis negociação e políticos colectiva 87 ● ● ● 1.566 647 ● ● 474 591 212 1.065 1.752 ● ● ● ● ● ● ● ● 167 1.277 1.390 306 383 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Desenv. humano médio f 54 México 55 Cuba 2000 1998 64 98 1947 1934 15,9 27,6 31 — 56 57 58 59 60 Belarus Panamá Belize Malásia Federação Russa 2000 1999 1998 1999 1999 61 76 90 — 62 1919 1941, 1946 1954 1957 1918 18,4 9,9 13,5 14,5 6,4 96 14 — 12 75 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 2000 2001 2000 1997 1998 60 67 65 — 73 1951 1944 1929, 1946 1964 1946 18,8 26,2 9,3 — 6,7 — 51 41 — — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 2001 2000 1998 2000 2001 53 81 45 56 70 1924 1956 1954 1946 1932 13,8 5,7 12,2 9,7 9,6 — 26 7 15 3 186 444 1.122 1.115 1.028 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano — 2001 — 2000 2000 — g, h 1963 1934 1948 1952 — — 6,7 17,6 2,3 — — 32 — — 688 343 1.830 203 577 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Oman Cazaquistão Ucrânia 1999 2001 — 1999 1998 1921 1937 — g, h 1924, 1993 1919 3,1 17,2 — 11,2 7,8 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 1999 2001 1999 1999 1999 68 63 57 74 87 1918, 1921 1955 1951 1932 1930 7,2 18,3 17,9 6,0 4,2 — 8 — — 22 ● ● 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 1997 1999 2000 2001 1998 65 99 68 80 80 1944 1927 1921 1931 1961 16,0 26,0 10,5 4,4 8,0 — — 75 — 9 499 101 223 707 563 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 91 92 93 94 95 São Vicente e Grenadinas Albânia Equador República Dominicana Uzbequistão 2001 2001 1998 1998 1999 69 60 — 66 93 1951 1920 1929, 1967 1942 1938 22,7 5,7 14,6 14,5 7,2 — — 10 17 — 153 389 728 519 216 ● ● ● ● ● ● ● ● China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 1998 1999 2000 1997 2001 — 92 83 47 54 1949 1957, 1959 1963 1974 1975 21,8 11,5 3,4 3,3 11,1 55 10 — — 17 1.275 748 1 537 120 ● 96 97 98 99 100 g g — 78 — 70 51 52 79 — 63 70 g g O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO g g f f f f f — 23 — — — f f ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 287 1.071 232 274 890 ● 397 996 150 82 1.420 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 43 A1.2 Indicadores objectivos da governação Sociedade civil Participação Últimas eleições para câmara baixa ou única a Ordem segundo IDH Ano Afluência eleitoral (%) Membros de Assentos no par- sindicatos Ano em que lamento ocupados (em % da Organizações as mulheres por mulheres força de trabalho não goverreceberam (em % do não agrícola) d namentais direito de votarb total) c 1995 2000 101 102 103 104 105 Samoa (Ocidental) Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 2001 2000 2001 2000 2001 86 64 89 38 70 1990 1918 1953 1939 1978, 1993 6,1 6,7 20,0 9,5 12,9 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 1997 1999 1998 1997 1999 66 89 82 100 93 1962 1930, 1994 1949, 1953 1946 1945 4,0 29,8 10,4 26,0 8,0 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 1999 2000 2000 1997 2000 95 94 82 70 48 1963 1924 1924 1938, 1952 1956 5,0 12,4 10,5 10,2 2,4 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 2001 2001 2001 1998 1999 73 44 75 65 54 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 2001 1999 1997 1999 1998 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 1999 1990 2000 2000 1998 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-Nova Guiné Quénia Camarões 1998 1998 1997 1997 1997 o ● ● — — — 16 30 80 90 232 658 1.148 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 438 287 408 64 587 ● ● ● ● ● ● 77 — 49 62 — 1965 1935 1957 1954 1955 17,0 — 10,0 9,0 9,3 75 74 81 65 76 1975, 1980 1965 1964 1919, 1963 1946 0,0 10,7 1,8 3,6 5,6 1963 1956 12,0 — l 1947 1964 1953 — 9,7 9,3 l 1945 1951 1958 1967 s 1972 4,9 7,9 21,2 0,7 2,0 1950 1959 1958 1946 1962 9,1 8,0 3,3 0,0 24,7 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 1997 2000 — q 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 1999 1999 2002 1997 2001 — 66 99 61 75 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 2000 1998 1999 1997 2001 60 — 41 57 70 ● ● — 22 5 5 19 q ● ● 0,0 20,4 0,5 8,9 6,3 q ● ● ● 1974 1989 1963 1950 1968 — 20 ● ● ● 62 63 58 60 — k ● 663 1.590 361 437 1.033 4 2 23 — 4 o m 165 130 284 460 276 Convenção Convenção sobre internacional liberdade de sobre associação e direitos civis negociação e políticos colectiva 87 — 22 — — 3 5,5 11,0 20,7 9,1 8,8 1998 1996 q k n 1955 1956 1955 1975 1946 p 136 Congo 137 Comoros l — — 25 7 — Ratificação de instrumentos de direitos e 12 — 14 26 — f f f f f f — 356 817 1.718 264 356 207 714 625 136 — — — 17 15 ,, 268 397 822 567 — — 303 84 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Desenv, humano baixo 44 r 35 55 — q q l l l 6 — — f 873 414 64 — — — — 4 364 398 107 205 593 — — 17 — 4 308 369 894 130 487 f ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A1.2 Indicadores objectivos da governação Sociedade civil Participação Últimas eleições para câmara baixa ou única a Ordem segundo IDH Ano Afluência eleitoral (%) 84 54 68 67 — 1959 1961 1962 1945 1967 22,3 3,0 12,0 19,2 — 32 — 70 62 69 1952 1955 1956 1958 1960 8,5 14,7 6,0 8,8 2,0 91 — 92 22 — 1975 1961 1961 1956 1986 49 80 90 45 80 1958 1977 1955 1958 1975 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo 2000 2001 2001 2001 1993 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benin Guiné Gambia 2000 1994 1999 1995 2002 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 1992 1994 1999 1997 1998 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 1997 1999 2000 1997 1999 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Membros de Assentos no par- sindicatos Ano em que lamento ocupados (em % da Organizações as mulheres por mulheres força de trabalho não goverreceberam (em % do não agrícola) d namentais direito de votarb total) c 1995 2000 1993 1999 1996 q p 91 — 50 l 1961 1948 1961 Ratificação de instrumentos de direitos e Convenção Convenção sobre internacional liberdade de sobre associação e direitos civis negociação e políticos colectiva 87 17 3 12 22 — 554 225 489 565 480 ● ● ● ● ● ● ● ● 13 7 — 2 — 556 78 371 249 237 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 15,5 25,7 9,3 12,2 7,3 — — — 14 — 235 241 318 298 207 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 2,4 7,8 7,8 11,0 30,0 — — 4 — — 190 118 380 340 311 ● ● — — — 226 253 328 14,4 1,2 8,8 l q l l ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Ratificação, adesão ou sucessão. Assinatura ainda não seguida de ratificação. a. Os dados são de 8 de Março de 2002. b. Os dados referem-se ao ano em que o direito de votar foi reconhecido numa base universal e igual. Onde são indicados dois anos, o primeiro refere-se ao primeiro reconhecimento parcial do direito de votar. c. Os dados são de 18 de Março de 2002. Onde existem câmaras baixa e alta, os dados referem-se à média ponderada da parcela de assentos de mulheres nas duas câmaras. d. Os dados são provenientes de várias fontes nacionais, utilizando diferentes metodologias de recolha. Para informações adicionais, ver ILO (1997). e. A Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos foi adoptada em 1966 e a Convenção sobre Liberdade Sindical e a Protecção do Direito Sindical em 1948. f. Os dados referem-se a um ano diferente do indicado. g. O país nunca teve um parlamento. h. O direito de votar das mulheres ainda não foi reconhecido. i. A primeira assembleia legislativa do Barém foi dissolvida por decreto do Emir em 26 de Agosto de 1975. j. De acordo com a constituição em vigor (1973), todos os cidadãos são iguais perante a lei; no entanto, as mulheres não tiveram capacidade para exercer os direitos eleitorais nas únicas eleições legislativas realizadas no Barém, em 1973. Contudo, as mulheres foram autorizadas a votar no referendo de 14-15 de Fevereiro de 2001, que aprovou a Carta de Acção Nacional. k. Os dados referem-se à afluência média nos anos de 1990. Não existem dados oficias disponíveis. Os valores são de International IDEA (1997). l. Informações das eleições mais recentes não ficaram disponíveis a tempo para publicação; os dados referem-se às eleições anteriores. m. Os dados referem-se aos sindicalizados em percentagem da população economicamente activa. n. Calculado com base nos 54 assentos parlamentares (ou seja, excluindo os 36 delegados especiais rotativos designados numa base ad hoc). o. O parlamento eleito em 1990 nunca foi convocado ou autorizado a reunir e muitos dos seus membros foram detidos ou forçados ao exílio. p. Parlamento unicamaral transitório criado por decreto. q. O parlamento foi dissolvido ou suspenso por um período indefinido. r. Os membros eleitos do Tshogdu (câmara do parlamento) são provenientes de círculos eleitorais uninominais. O tempo da sua eleição varia, dependendo da expiração do prazo dos membros. s. Refere-se à antiga República Democrática Popular do Iémen. Fonte: Colunas 1 e 2: IPU 2002a; coluna 3: IPU 1995; coluna 4: Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano com base em dados de assentos parlamentares, de IPU 2002b; coluna 5: ILO 1997; coluna 6: UIA 2000; colunas 7 e 8: UN 2002a. ● ● O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 45 A1.3 Progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Ordem segundo IDH Objectivo 1 Erradicar a pobreza extrema e a fome Objectivo 2 Alcançar o ensino primário universal Objectivo 3 Alcançar a igualdade sexual e dar poder às mulheres Objectivo 4 Objectivo 7 Reduzir a mortali- Garantir a sustentabidade juvenil lidade do ambiente Meta Meta Reduzir em dois Reduzir para Meta terços as taxas de metade a proporReduzir a Meta mortalidade infantil ção de pessoas proporção das Eliminar as disparidades sexuais e de menores sem acesso a de cinco anos fontes de água pessoas que Meta em todos os níveis de ensino a sofrem de fome Garantir que todas as crianças po- Taxa de escola- Taxa de escolamelhorada Taxa de mortalidem completar o ensino primário rização primária rização secundária dade de meno- População que usa Pessoas subalimentadas Taxa de escolari- Crianças que bruta feminina bruta feminina res de cinco anos fontes de água (em % da popuzação primária atingem o 5.º ano em % da em % da (per 1,000 live melhorada lação total) b (%) (%) masculina masculina births) (%) Desenv. humano alto 22 23 25 26 27 Israel Hong Kong Singapura Chipre Coreia do Sul — — — — — — — A caminho A piorar A caminho — — — Realizado A caminho — Realizado A caminho Realizado Realizado A caminho Realizado — Realizado Realizado A caminho — A caminho A caminho A caminho — — A caminho A caminho A caminho 29 30 31 32 33 Eslovénia Malta Barbados Brunei República Checa — — — — — A caminho Realizado — A caminho — Realizado Realizado — — — Realizado A caminho — A caminho A caminho Realizado A caminho — Realizado Realizado A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho — — 34 35 36 37 38 Argentina Hungria Eslováquia Polónia Chile — — — — Realizado Realizado A piorar — A caminho A caminho — — Realizado — Realizado A caminho A caminho Realizado A caminho A caminho Realizado Realizado Realizado A caminho Realizado A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho — A caminho A caminho — A caminho 39 40 41 42 43 Bahrein Uruguai Bahamas Estónia Costa Rica — Realizado — A caminho A caminho A caminho A caminho — A caminho A caminho A caminho A caminho — — A caminho Realizado A caminho — A caminho A caminho Realizado Realizado — Realizado Realizado A caminho A caminho A caminho Muito atrasado A caminho — A caminho A caminho — A caminho 44 45 46 47 48 Seychelles São Cristóvão e Nevis Kuwait Emirados Árabes Unidos Croácia — — Realizado — — — — A caminho — A caminho A caminho — Realizado — Realizado — — A caminho A caminho A caminho — — Realizado Realizado Realizado A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho — A caminho — — — 49 50 51 52 53 Lituânia Trindade e Tobago Qatar Antígua e Barbuda Letónia A caminho Muito atrasado — — A caminho A caminho Muito atrasado Muito atrasado — A caminho Realizado A caminho — — Realizado A caminho A caminho A caminho — A caminho Realizado Realizado A caminho — Realizado Muito atrasado A caminho A caminho A caminho Muito atrasado — — — A caminho — Desenv. humano médio 46 54 55 56 57 58 México Cuba Belarus Panamá Belize A caminho A piorar — A caminho — Realizado A caminho — — — A caminho — Realizado — — A caminho A caminho A caminho — — Realizado Realizado Realizado — — A caminho A caminho Muito atrasado A caminho Muito atrasado A caminho A caminho A caminho — — 59 60 61 62 63 Malásia Federação Russa Dominica Bulgária Roménia — A caminho — A piorar — Realizado A caminho — A caminho A caminho — — — — Realizado Realizado — — A caminho A caminho Realizado — — A caminho A caminho A caminho Muito atrasado A caminho Muito atrasado A caminho — A caminho A caminho A caminho — 64 65 66 67 68 Líbia Macedónia Santa Lúcia Maurício Colômbia — A caminho — A caminho A caminho — A caminho — A caminho A caminho — A caminho — A caminho A caminho — A caminho — Realizado A caminho — A caminho — Realizado Realizado A caminho A caminho A caminho A caminho Muito atrasado Muito atrasado — A caminho A caminho A caminho RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A1.3 Progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Ordem segundo IDH Objectivo 1 Erradicar a pobreza extrema e a fome Objectivo 2 Alcançar o ensino primário universal Objectivo 3 Alcançar a igualdade sexual e dar poder às mulheres Objectivo 4 Objectivo 7 Reduzir a mortali- Garantir a sustentabidade juvenil lidade do ambiente Meta Meta Reduzir em dois Reduzir para Meta terços as taxas de metade a proporReduzir a Meta mortalidade infantil ção de pessoas proporção das Eliminar as disparidades sexuais e de menores sem acesso a pessoas que Meta em todos os níveis de ensino a de cinco anos fontes de água sofrem de fome Garantir que todas as crianças po- Taxa de escola- Taxa de escolamelhorada Taxa de mortalidem completar o ensino primário rização primária rização secundária dade de meno- População que usa Pessoas subalimentadas Taxa de escolari- Crianças que bruta feminina bruta feminina res de cinco anos fontes de água (em % da popuzação primária atingem o 5.º ano em % da em % da (per 1,000 live melhorada lação total) b (%) (%) masculina masculina births) (%) 69 70 71 72 73 Venezuela Tailândia Arábia Saudita Fiji Brasil A piorar A caminho — — A caminho Muito atrasado — Muito atrasado — — A caminho — A caminho — — Realizado — A caminho — — Realizado — A caminho — — Muito atrasado A caminho A caminho A caminho A caminho — A caminho A caminho — A caminho 74 75 76 77 78 Suriname Líbano Arménia Filipinas Oman A caminho — — Muito atrasado — — — — Realizado Muito atrasado — — Realizado — A caminho — A caminho — A caminho A caminho — Realizado — Realizado A caminho A caminho Muito atrasado Muito atrasado A caminho A caminho A caminho A caminho — Muito atrasado Muito atrasado 79 80 81 82 83 Cazaquistão Ucrânia Geórgia Peru Granada — A caminho — Realizado — — — — A caminho — Realizado — Realizado — — Realizado — A caminho A caminho — Realizado — A caminho A caminho — A piorar Muito atrasado Muito atrasado A caminho A caminho A caminho — — Atrasado A caminho 84 85 86 87 88 Maldivas Turquia Jamaica Turquemenistão Azerbaijão — — A caminho A caminho — — A caminho — — — — — — — Realizado A caminho A caminho A caminho — A caminho Realizado Muito atrasado — — A caminho A caminho A caminho Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado A caminho Atrasado — — — 89 90 91 92 93 Sri Lanka Paraguai São Vicente e Grenadinas Albânia Equador A caminho A caminho — A caminho A caminho — A caminho — Realizado A caminho — A caminho — — — A caminho A caminho — Realizado — Realizado Realizado — Realizado — A caminho Muito atrasado Muito atrasado A caminho A caminho Realizado A caminho A caminho — — 94 95 96 97 98 República Dominicana Uzbequistão China Tunísia Irão Muito atrasado A caminho A caminho — A caminho — — Realizado Realizado A piorar — — A caminho A caminho — Realizado — Realizado A caminho A caminho Realizado — A caminho A caminho A caminho A caminho A piorar Muito atrasado A caminho A caminho Muito atrasado — Muito atrasado — Realizado 99 100 101 102 103 Jordânia Cabo Verde Samoa (Ocidental) Quirguistão Guiana A caminho — — A caminho A caminho — — A caminho A caminho A piorar — — — — A caminho — A caminho A caminho A caminho A caminho — Realizado Realizado Realizado Realizado Atrasado A caminho A caminho A caminho Muito atrasado A caminho — A caminho — A caminho 104 105 106 107 108 El Salvador Moldávia Argélia África do Sul Síria Muito atrasado A caminho A caminho — — A caminho — A caminho A caminho A caminho — Realizado A caminho — A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho A caminho Realizado Realizado A caminho Realizado A caminho A caminho Muito atrasado A piorar A piorar A caminho — A caminho A caminho — — 109 110 111 112 113 Vietname Indonésia Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia A caminho A caminho — — A piorar — A caminho — — — — A caminho — — Realizado A caminho A caminho — A caminho Realizado A caminho A caminho — — Realizado Atrasado A caminho A caminho Muito atrasado A caminho Atrasado A caminho — — — O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 47 Ordem segundo IDH 48 Meta Meta Reduzir em dois Reduzir para Meta terços as taxas de metade a proporReduzir a Meta mortalidade infantil ção de pessoas proporção das Eliminar as disparidades sexuais e de menores sem acesso a de cinco anos fontes de água pessoas que Meta em todos os níveis de ensino a sofrem de fome Garantir que todas as crianças po- Taxa de escola- Taxa de escolamelhorada Taxa de mortalidem completar o ensino primário rização primária rização secundária dade de meno- População que usa Pessoas subalimentadas Taxa de escolari- Crianças que bruta feminina bruta feminina res de cinco anos fontes de água (em % da popuzação primária atingem o 5.º ano em % da em % da (per 1,000 live melhorada lação total) b (%) (%) masculina masculina births) (%) 114 115 116 117 118 Bolívia Egipto Honduras Gabão Nicarágua Atrasado A caminho Muito atrasado A caminho Muito atrasado — A caminho — — A caminho — — — — Muito atrasado — A caminho — — Realizado — A caminho — — Realizado A caminho A caminho A caminho Muito atrasado A caminho A caminho A caminho A caminho — A caminho 119 120 121 122 123 São Tomé e Príncipe Guatemala Ilhas Salomão Namíbia Marrocos — A piorar — Muito atrasado A caminho — — — A caminho A caminho — — — — Muito atrasado — Muito atrasado — Realizado A caminho — A caminho — Realizado A caminho Muito atrasado A caminho A caminho Muito atrasado A caminho — Realizado — Atrasado A caminho 124 125 126 127 128 Índia Suazilândia Botswana Myanmar Zimbabwe Muito atrasado Muito atrasado A piorar A caminho Muito atrasado — A caminho A piorar — — — Muito atrasado A caminho — — A caminho A caminho Realizado — A caminho Muito atrasado A caminho Realizado — Muito atrasado Atrasado A piorar A piorar Muito atrasado A piorar A caminho — — Muito atrasado A caminho 129 130 131 132 133 Gana Cambodja Vanuatu Lesoto Papua-Nova Guiné Realizado A caminho — Atrasado Muito atrasado — A caminho — A piorar — — — — — — — — — Realizado Muito atrasado — Atrasado — Realizado Muito atrasado Atrasado A piorar A caminho Muito atrasado Muito atrasado A caminho — — A caminho Muito atrasado 134 135 136 137 Quénia Camarões Congo Comoros Muito atrasado A caminho Muito atrasado — — — — — — — — — Realizado — A caminho — A caminho — Muito atrasado A caminho A piorar A piorar Muito atrasado A caminho Atrasado A caminho — Realizado RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A1.3 Progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Ordem segundo IDH Objectivo 1 Erradicar a pobreza extrema e a fome Objectivo 2 Alcançar o ensino primário universal Objectivo 3 Alcançar a igualdade sexual e dar poder às mulheres Objectivo 4 Objectivo 7 Reduzir a mortali- Garantir a sustentabidade juvenil lidade do ambiente Meta Meta Reduzir em dois Reduzir para Meta terços as taxas de metade a proporReduzir a Meta mortalidade infantil ção de pessoas proporção das Eliminar as disparidades sexuais e de menores sem acesso a pessoas que Meta em todos os níveis de ensino a de cinco anos fontes de água sofrem de fome Garantir que todas as crianças po- Taxa de escola- Taxa de escolamelhorada Taxa de mortalidem completar o ensino primário rização primária rização secundária dade de meno- População que usa Pessoas subalimentadas Taxa de escolari- Crianças que bruta feminina bruta feminina res de cinco anos fontes de água (em % da popuzação primária atingem o 5.º ano em % da em % da (per 1,000 live melhorada lação total) b (%) (%) masculina masculina births) (%) 158 159 160 161 162 Benin Guiné Gambia Angola Ruanda A caminho A caminho A caminho A caminho A piorar A caminho Muito atrasado — — — — — — — — Muito atrasado A caminho A caminho — — Muito atrasado Muito atrasado A caminho — — Muito atrasado A caminho Muito atrasado A piorar A piorar — Muito atrasado — — — 163 164 165 166 167 Malawi Mali República Centro-Africana Chade Guiné-Bissau A caminho Muito atrasado Muito atrasado A caminho — — Muito atrasado — Muito atrasado — — A caminho — Muito atrasado — A caminho A caminho — Muito atrasado — A caminho A piorar — Muito atrasado — Atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Atrasado A caminho Muito atrasado — — 168 169 170 171 172 173 Etiópia Burkina Faso Moçambique Burundi Níger Serra Leoa — A caminho A caminho A piorar Muito atrasado Atrasado Muito atrasado Muito atrasado A piorar — Muito atrasado — — — — — A caminho — A piorar Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado — A piorar — Muito atrasado — A caminho — Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado Muito atrasado — — — Muito atrasado — Muito atrasado — A caminho A piorar — A piorar A piorar — — — — — — — A piorar — — A caminho — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — A caminho — — — — — — — — Realizado — — — Realizado Muito atrasado — — Muito atrasado — — — — — — — — — — — — — Realizado A piorar — — Muito atrasado — — — — — — — — — — — — — Realizado Muito atrasado A caminho A caminho A piorar Atrasado Muito atrasado Muito atrasado A caminho A caminho A caminho A caminho — Muito atrasado A caminho Muito atrasado A caminho Muito atrasado A caminho — A caminho — — — A caminho — — — — A caminho — — — — A caminho A caminho — Outros Afeganistão Andorra Bósnia Herzegovina Iraque Kiribati Coreia do Norte Libéria Liechtenstein Ilhas Marshall Micronésia Mónaco Nauru Palau São Marino Somália Tonga Tuvalu Jugoslávia Número de países na categoria (% da população mundial) c Realizado ou a caminho Atrasado, muito atrasado ou a piorar Sem dados 57 (49,2) 51 (40,6) 44 (32,2) 90 (63,3) 81 (44,4) 85 (24,4) 68 (43,4) 43 (28,0) 68 (8,5) 24 (5,7) 93 (39,4) 8 (1,6) 116 (51,9) 14 (3,4) 64 (19,0) 20 (22,0) 67 (19,4) 81 (61,2) 2 (0,1) 25 (32,1) 75 (10,3) Nota: O quadro apresenta os resultados de análises de avaliação do progresso em direcção aos objectivos de 2015, com base na interpolação linear de tendências dos anos de 1990. Cada um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio inclui várias metas. A selecção dos objectivos e metas que estão no quadro foi baseada principalmente na disponibilidade de dados. A avaliação de tendências utiliza dois pontos de dados, com pelo menos cinco anos de diferença. Para pormenores adicionais ver nota técnica 2. O quadro inclui todos os países membros da ONU, excepto países da OCDE de rendimento elevado; também inclui Hong Kong, China (RAE). a. Os objectivos da igualdade sexual no ensino primário e secundário deveriam ser alcançados até 2005 e, o mais tardar, até 2015. O progresso em direcção aos objectivos foi avaliado aqui com base na meta de 2015. b. Um indicador complementar para monitorizar a fome é a prevalência de crianças com peso insuficiente, mas os dados disponíveis para análise de tendências são muito limitados. c. As parcelas da população não somam 100%, porque as análises excluem países da OCDE de rendimento elevado. Fonte: Coluna 1: FAO 2001; coluna 2: UNESCO 2001; coluna 3: UNESCO 1999b; colunas 4 e 5: UNESCO 1999a; coluna 6: UNICEF 2002; coluna 7: WHO, UNICEF and WSSCC 2000. O ESTADO E O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 49 CAPÍTULO 2 Governação democrática para o desenvolvimento humano A boa governação é talvez o factor singular mais importante para a erradicação da pobreza e para a promoção do desenvolvimento. – Kofi Annan, Secretário-Geral das Nações Unidas1 Em todo o mundo, há mais gente a reconhecer que a governação conta para o desenvolvimento – que as instituições, regras e processos políticos desempenham um papel relevante, influenciando, por exemplo, o crescimento da economia, a frequência escolar, ou os progressos e retrocessos do desenvolvimento humano. Portanto, a promoção do desenvolvimento humano não é apenas um desafio social, económico e tecnológico: é também um desafio institucional e político. Acompanhando este novo consenso, existe uma convicção crescente de que muitos dos problemas reflectem fracassos de governação. Estudos efectuados numa série de países e regiões consideram que a fraca governação é responsável pela pobreza persistente e pelo atraso no desenvolvimento. A crise da governação torna-se evidente, quando há corrupção generalizada, serviços públicos ineficientes e todo um lote de outros fracassos. Estes estudos também revelaram o que uma má governação representa para os cidadãos comuns: escolas sem professores, tribunais sem justiça, funcionários locais que se deixam subornar em qualquer ocasião2. Que significa promover a boa governação? Não há uma resposta única. Mas, uma grande parte do debate recente tem sido focalizada naquilo que torna as instituições e as normas mais eficazes, incluindo a transparência, participação, capacidade de resposta, responsabilidade e força da lei. Tudo isto é importante para o desenvolvimento humano – especialmente porque as instituições ineficazes causam, geralmente, o maior dos prejuízos aos pobres e às pessoas vulneráveis. Todavia, tal como o desenvolvimento humano é muito mais do que o crescimento do rendimento nacional, a governação para o desenvolvimento hu- mano é muito mais do que instituições e normas eficazes (caixa 2.1). Por três razões, temos de a relacionar também com o facto de as instituições e as normas serem justas – e o facto de toda a gente ter uma palavra quanto ao modo como funcionam: • A participação nas normas e nas instituições que dão forma à nossa comunidade constitui um direito humano e faz parte do desenvolvimento humano. • Uma governação mais inclusiva pode ser mais eficiente. Por exemplo, quando os habitantes locais são consultados acerca da localização de um novo centro de saúde, há mais probabilidades de ela ser constituída no lugar certo. • Uma governação mais participativa também pode ser mais equitativa. Sabe-se muito acerca das políticas económicas e sociais que ajudam a erradicar a pobreza e a promover um crescimento mais inclusivo. Mas, poucos países perseguem essas políticas com firmeza, frequentemente porque os beneficiários potenciais não têm poder político e os seus interesses não estão inteiramente representados nas decisões de política. A governação para o desenvolvimento humano tem a ver, em parte, com a existência de instituições CAIXA 2.1 Boa governação – para quê? Na perspectiva do desenvolvimento humano, a boa governação é governação democrática. E a governação é democrática quando: • Os direitos humanos e as liberdades fundamentais das pessoas são respeitados, o que lhes permite viver com dignidade. • As pessoas têm opiniões em relação às decisões que afectam as suas vidas. • As pessoas podem responsabilizar quem decide. • As interacções sociais são governadas por normas, instituições e práticas inclusivas e justas. • As mulheres e os homens são parceiros iguais nas esferas privada e pública da vida e da tomada de decisões. • As pessoas não são discriminadas com base na raça, etnia, classe, género ou qualquer outro atributo. • As necessidades das gerações futuras estão reflectidas nas políticas actuais. • As políticas económicas e sociais correspondem às necessidades e aspirações das pessoas. • As políticas económicas e sociais visam a erradicação da pobreza e o alargamento das escolhas que todas as pessoas têm na sua vida. Fonte: Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano. GOVERNAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO 51 Liberdade e a participação políticas fazem parte do desenvolvimento humano, quer como objectivos de desenvolvimento, por direito próprio, quer como meios de promover o desenvolvimento humano 52 eficientes e de normas que promovem o desenvolvimento, fazendo com que os mercados funcionem e assegurando que os serviços públicos correspondem às expectativas. Mas, também tem a ver com a protecção dos direitos humanos, com a promoção de ampla participação nas instituições e normas que afectam a vida das pessoas e com a obtenção de resultados económicos e sociais mais equitativos. Deste modo, a governação para o desenvolvimento humano está relacionada não apenas com resultados eficientes e equitativos, mas também com processos justos. A governação para o desenvolvimento humano tem de ser democrática na substância e na forma – pelo povo e a favor do povo (ver a contribuição especial de San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz). O PAPEL DA LIBERDADE E DA PARTICIPAÇÃO POL Í TICAS NO DESENVOLVIMENTO HUMANO Liberdade e a participação políticas fazem parte do desenvolvimento humano, quer como objectivos de desenvolvimento, por direito próprio, quer como meios de promover o desenvolvimento humano. A LIBERDADE E A PARTICIPAÇÃO POL Í TICAS SÃO OBJECTIVOS ESSENCIAIS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO A liberdade política e a possibilidade de participar na vida da nossa comunidade são capacidades tão importantes para o desenvolvimento humano como saber ler e escrever e estar de boa saúde. As pessoas que não têm liberdade política – como a de poder aderir a associações e formar e exprimir opiniões – dispõem de muito menos opções na vida. E ter a possibilidade de participar na vida da nossa comunidade – exigindo o respeito dos outros e exprimindo uma opinião nas decisões comunitárias – é fundamental para a existência humana. Que a liberdade e a participação políticas são cruciais para o desenvolvimento humano nem sempre foi bem compreendida. Na verdade, existe uma con- COLABORAÇÃO ESPECIAL Desenvolvimento humano e dignidade humana O respeito pela dignidade humana implica o compromisso de criar as condições em que os indivíduos podem desenvolver um sentido de autovalorização e de segurança. A verdadeira dignidade surge com a confiança na nossa capacidade de estar à altura dos desafios postos pela situação humana. E uma tal confiança não tem grandes probabilidades de se desenvolver em pessoas que vivem sob a ameaça da violência e da injustiça, sujeitas à má governação e à instabilidade, ou à pobreza e às doenças. A erradicação destas ameaças deve ser o alvo daqueles que reconhecem o carácter inviolável da dignidade humana e daqueles que lutam pela promoção do desenvolvimento humano. O desenvolvimento como crescimento, progresso e realização de potencialidades depende dos recursos disponíveis – e nenhum recurso é mais forte do que as pessoas dotadas de confiança no seu próprio valor como seres humanos. O conceito de desenvolvimento humano já não é novo. Mas alguns analistas ainda consideram audaciosas e temerárias as suas aspirações – alguns até diriam que são irresistíveis e imprudentes. São inúmeros os problemas, a mudar e sempre os mesmos – um espectro complexo e fluido de questões sociais, económicas e políticas, impossíveis de captar inteiramente. O que é um problema para a sua delimitação é o núcleo do desafio posto pela tarefa que o desenvolvimento humano representa. Exige um esforço constante e capacidade de reflexão, flexibilidade e reacções rápidas. O processo de desenvolvimento humano pede determinação humana e engenho. As pessoas desesperadas, indefesas e privadas da sua dignidade dificilmente são capazes de tais acções. E, deste modo, voltamos à conexão entre desenvolvimento humano e dignidade humana. O desenvolvimento humano abrange todos os aspectos da existência humana. É geralmente aceite que o seu âm- bito inclui os direitos políticos e sociais, assim como os direitos económicos – mas nem sempre é atribuído o mesmo peso aos diferentes direitos. Por exemplo, algumas pessoas ainda sustentam que a ajuda humanitária e a assistência económica não podem retardar o progresso político e social. Esta ideia insidiosa estabelece uma dissonância entre requisitos completamentares. Se as pessoas que constituem o alvo da ajuda não estão habilitadas a agir por conta própria, não se pode alcançar mais do que um alívio – limitado, de muito curta duração – dos problemas enraizados em males sociais e políticas que existem de longa data. No fim de contas, o desenvolvimento humano não se destina a produzir objectos impotentes para a caridade. Nesta época, quando o mundo está preocupado com a ameaça do terrorismo, vale a pena pensar que as pessoas que se sentem privadas de controlo sobre a sua própria vida – indispensável para uma vida digna – estão sujeitas a procurar a sua realização pela via da violência. Proporcionar-lhes apenas uma certa suficiência material não basta para as conquistar para a paz e a concórdia. O seu potencial em termos de desenvolvimento humano tem de converter-se em realidade e a sua dignidade humana tem de ser respeitada, para poderem alcançar as capacidades e a confiança indispensáveis à edificação de um mundo forte e próspero, numa harmónica diversidade. Aung San Suu Kyi Vencedor do Prémio Nobel da Paz, 1991 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 fusão largamente difundida, de que o desenvolvimento humano tem a ver apenas com resultados económicos e sociais, como a redução da privação de rendimento e a melhoria da saúde e da educação. Embora elas sejam importantes para o desenvolvimento humano, o objectivo é muito mais vasto – promover a liberdade, o bem-estar e a dignidade das pessoas em toda a parte. O crescimento económico é um meio para atingir estes fins mais amplos. O êxito do índice de desenvolvimento humano (IDH) – em si mesmo apenas uma medida parcial das dimensões económicas e sociais do desenvolvimento humano – tem contribuído para esta confusão, porque deixa de lado tantos aspectos do desenvolvimento humano (caixa 2.2). TAMBÉM ALARGAR O ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO : PORQUE PARTICIPAR E PORQU Ê AGORA ? Colocar a participação no centro das estratégias do desenvolvimento humano leva-nos a formular uma pergunta acerca do seu âmbito: quais são as capacidades que fazem parte do desenvolvimento humano? O desenvolvimento humano é, certamente, mais amplo que a educação e a saúde. Muitas outras capacidades também são importantes para alargar as escolhas humanas. Mas, a política pública têm a ver com o estabelecimento de prioridades. E a abordagem do desenvolvimento humano exige uma de- SÃO IMPORTANTES PARA GERAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO Como dizia o primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano, em 1990, “As pessoas são a verdadeira riqueza de uma nação”3. As pessoas não são apenas os beneficiários do progresso económico e social, são também os seus agentes, quer individualmente, quer como participantes em causas comuns com outros. É por esta razão que as estratégias de promoção do desenvolvimento humano, tradicionalmente, têm enfatizado o investimento na educação e na saúde e a promoção do crescimento económico equitativo. Trata-se de dois pilares do desenvolvimento, porque mobilizam a actuação individual através do reforço das capacidades produtivas. Mas, este Relatório destaca um terceiro pilar de uma estratégia para o desenvolvimento humano no século XXI: a promoção da participação através da governação democrática. A participação promove a actuação colectiva, assim como a actuação individual – importante porque a acção colectiva através dos movimentos sociais e políticos tem sido, frequentemente, um motor de progresso em questões centrais do desenvolvimento humano: protecção do ambiente, promoção da igualdade entre os sexos, encorajamento dos direitos humanos. Além disso, a participação e outros ganhos do desenvolvimento humano podem reforçar-se mutuamente. A liberdade política habilita as pessoas a reivindicarem os seus direitos económicos e sociais, ao passo que a educação faz aumentar a sua capacidade para reivindicar políticas económicas e sociais que respondam às suas prioridades (Figura 2.1)4. CAIXA 2.2 Desenvolvimento Humano – o conceito é mais vasto do que o índice Ironicamente, a abordagem desenvolvimento na perspectiva do desenvolvimento humano tornouse vítima do êxito do seu IDH (índice de desenvolvimento humano). De facto, o IDH reforçou a interpretação estreita e ultra-simplificada do conceito de desenvolvimento humano, como sendo apenas algo que tem a ver com a expansão da educação, da saúde e de níveis de vida dignos. Isto obscureceu o conceito mais amplo e mais complexo de desenvolvimento humano, como expansão das capacidades que alargam as escolhas das pessoas quanto a disporem de uma vida digna de apreço. Apesar de cuidadosos esforços para explicar que o conceito é mais vasto do que a me- dida, o desenvolvimento humano continua a ser identificado com o IDH – enquanto as liberdades políticas, a participação na vida da comunidade e a segurança física são frequentemente negligenciados. Mas, tais capacidades são universais e fundamentais, na mesma medida em que o são o saber ler e o gozar de boa saúde. São coisas valorizadas por toda a gente – e, sem elas, há outras coisas que ficam excluídas. E não são incluídas no IDH porque são difíceis de medir adequadamente, não porque sejam de algum modo menos importantes para o desenvolvimento humano. Fonte: Fukuda-Parr 2002. FIGURA 2.1 Reforço mútuo de capacidades Gozar de liberdade e participação políticas Acção colectiva para maior equidade Acção colectiva para maior equidade DESENVOLVIMENTO HUMANO REFORÇADO Gozar de um nível de vida digno GOVERNAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO Ser instruído e gozar de boa saúde Ligações de reforço mútuo através da acção individual 53 A par com o espírito de empreendimento económico, que conduz os mercados, o espírito de empreendimento social conduz, agora, os debates de política sobre temas que interessam às pessoas 54 cisão sobre que capacidades são mais importantes para a política pública5. Não existe uma resposta única: as sociedades e as pessoas valorizam as capacidades de modo diferente, dependendo da sua situação. Os Relatórios do Desenvolvimento Humano têm aplicado dois critérios na identificação de uma capacidade importante. Em primeiro lugar, ela tem de ser valorizada universalmente pelas pessoas em todo o mundo. Em segundo lugar, ela tem de ser fundamental, no sentido em que a sua falta elimina muitas opções na vida. Diferentemente, o conceito básico de desenvolvimento humano tem-se mantido em aberto. Diversas capacidades podem ser consideradas importantes ao longo do tempo e em diferentes partes do mundo. Na década posterior ao primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano, a liberdade política e a participação tornaram-se muito mais proeminentes nos debates sobre políticas públicas. As mudanças políticas operadas nos anos 1990 construíram um maior consenso quanto ao valor da liberdade política e dos direitos humanos – consenso que está reflectido em decisões intergovernamentais recentes como a Declaração do Milénio da Assembleia Geral das Nações Unidas e o documento consensual da Conferência das Nações Unidas sobre o Financiamento do Desenvolvimento, de Março de 2002. Numa era de globalização rápida, os mercados e a liberalização económica – não o planeamento governamental – são, frequentemente, os principais condutores das mudanças económicas e sociais. Mas, há uma década, com a herança da guerra-fria ainda viva, o mundo estava dividido quanto à importância da liberdade política e da participação. E 1990 foi a ponta final da era de planeamento do desenvolvimento, com o Estado como actor principal. Em resultado disso, as estratégias de desenvolvimento humano sublinhavam a necessidade de redistribuir os investimentos públicos em favor das prioridades do desenvolvimento humano, em especial os dois pilares da expansão dos cuidados de saúde primários e educação e da promoção do crescimento favorável aos pobres. As mudanças no mundo alteraram as prioridades do desenvolvimento humano e tornaram a liberdade política, a participação e a acção colectiva muito mais importantes como temas de política pública. A par com o espírito de empreendimento económico, que conduz os mercados, o espírito de empreendimento social conduz, agora, os debates de política sobre temas que interessam às pessoas. Adicionalmente, está a formar-se um consenso quanto à importância da acção colectiva de pessoas e grupos da sociedade civil, na concepção do curso do desenvolvimento humano. Há outras capacidades que podem, hoje, ser consideradas importantes – como a segurança pessoal ou a capacidade de estar livre do perigo físico ou da violência. O capítulo 4 destaca a importância da governação democrática relativamente das forças de segurança. DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO HUMANO Os princípios democráticos decorrem natural e inevitavelmente desta visão do desenvolvimento humano. A palavra democracia, do grego, significa “regime do povo”. Resume bem a abordagem da governação pelo desenvolvimento humano, porque exprime a ideia de que as pessoas estão em primeiro lugar: a governação tem de se ajustar às necessidades do povo, não o contrário. Se pode haver uma coisa como “vontade do povo” num mundo com interesses desiguais e concorrenciais, o princípio democrático de base – de igual preocupação com todas as pessoas na formação das estruturas de governação – capta uma parte fundamental daquilo que deve ser o desenvolvimento humano. O sistema democrático de votar em eleições acrescenta outro elemento crucial da governação, de um ponto de vista do desenvolvimento humano, porque as eleições são o paradigma da responsabilidade imposta. Quando um governo não é capaz de corresponder às necessidades e aos desejos do povo, o povo pode afastá-lo do poder. Nenhuma forma de responsabilidade é mais directa. Também não há nenhuma forma de participação mais igualitária. O princípio de “uma pessoa, um voto” dá a cada indivíduo uma intervenção igual na escolha do governo – em teoria, se não na prática. Outras formas de participação também podem ser importantes para assegurar a responsabilidade dos actores estatais ou não estatais quando, por uma razão ou outra, as urnas não conseguem cumprir a sua missão. Mas, há sempre o risco de grupos ou interesses particulares exercerem uma influência indevida e imporem os seus pontos de vista, como os que têm mais recursos, ou apenas mais determinação. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Seria errado igualar a democracia à realização de eleições livres e cair na falácia do “eleitoralismo”6. Alguns analistas consideram o simples facto de haver eleições como condição suficiente para a existência da democracia, assumindo que se houver eleições livres e justas com regularidade, todas as outras instituições e práticas democráticas surgirão naturalmente. Mas, a democracia também exige instituições que funcionam. Exige um parlamento que represente o povo e não um que seja controlado pelo presidente, primeiro-ministro, burocratas ou militares. Exige um poder judicial que faça cumprir as regras legais com a mesma preocupação relativamente a todas as pessoas. Exige partidos políticos e sistemas eleitorais que funcionem bem. Exige forças de segurança que sejam profissional e politicamente neutras e que sirvam as necessidades das pessoas. Exige meios de comunicação acessíveis e livres, independentes e imparciais, em vez de meios de comunicação controlados pelo Estado ou por interesses empresariais. E exige, também, uma sociedade civil dinâmica, capaz de exercer um papel vigilante em relação ao governo e aos grupos de interesses – e de fornecer formas alternativas de participação política. Estas instituições, escoradas em valores democráticos e no respeito dos direitos humanos, fornecem os mecanismos de controlo contra os riscos de tirania – e de populismo porque, em democracia, os políticos populistas podem mobilizar apoios através da propaganda política e de apelos ao racismo e outras formas de intolerância. Nas sociedades democráticas, as pessoas participam na esfera pública de muitas maneiras: debatendo questões com amigos e vizinhos, escrevendo aos jornais sobre as coisas boas e más das políticas governamentais, participando nas manifestações de protesto, tornando-se membros dos partidos políticos ou dos sindicatos – transmitindo-lhes a sua opinião sobre decisões que afectam as suas vidas. A participação implica envolvimento em processos deliberativos que podem colocar as preocupações das pessoas em primeiro plano. O espaço aberto para o debate político livre e os diferentes modos como as pessoas podem exprimir os seus pontos de vista são a essência da vida democrática e o que faz funcionar a tomada de decisões nas democracias. Nos sistemas representativos de governo, a tomada de decisões é delegada aos funcionários governamentais. Mas decisões informadas requerem o contributo das pessoas afectadas por elas e não podem assentar apenas no “conhecimento de especialistas”. As democracias assumem modelos e formas diferentes – porque os sistemas políticos variam, podem ser “diferentemente democráticos” em muitas frentes . Para os parlamentares do mundo, a essência da democracia reside nos seus princípios básicos (caixa 2.3). É o único regime político compatível com o desenvolvimento humano no seu sentido mais profundo, porque em democracia o poder político é autorizado e controlado pelas pessoas sobre as quais ele é exercido. A mais benigna das ditaduras que possamos imaginar não seria compatível com o desenvolvimento humano, porque este tem de ser CAIXA 2.3 Princípios fundamentais da democracia – a Declaração Universal sobre a Democracia, elaborada pela União Inter-Parlamentar Em 1995, a União Inter-Parlamentar reuniu especialistas oriundos de várias regiões e de várias disciplinas do conhecimento para se desenvolver um padrão internacional de democracia. Com base nesse trabalho, foi adoptada, em 1997, a Declaração Universal sobre a Democracia. A declaração começa com princípios básicos. A democracia é um ideal universalmente reconhecido, baseado em valores que são comuns às pessoas de todas as partes do mundo, independentemente das diferenças culturais, políticas, sociais ou económicas. Como ideal, a democracia visa proteger e promover a dignidade e os direitos fundamentais do indivíduo, inculcar a justiça social e incrementar o desenvolvimento económico e social. A democracia é um sistema político que habilita as pessoas a escolherem livremente um governo eficiente, honesto, transparente e responsável. A democracia baseia-se em dois princípios nucleares: a participação e a responsabilidade. Toda a gente tem o direito de participar na gestão dos assuntos públicos. Do mesmo modo, toda a gente tem o direito de aceder às informações sobre as actividades do governo, o direito de apresentar petições ao governo e o direito à reparação legal, através de mecanismos administrativos e judiciais reconhecidamente imparciais. A democracia genuína pressupõe uma parceria genuína entre homens e mulheres na condução dos assuntos da sociedade. A democracia é também inseparável dos direitos humanos e tem por fundamento o primado da lei, de que são garantes as instituições judiciais e os mecanismos de controlo – independentes, imparciais e eficientes. A declaração enuncia os requisitos prévios para um governo democrático, sublinhando a necessidade de instituições devidamente estru- turadas e com funcionamento correcto. Estas instituições têm de servir de mediadores nas tensões e de preservar o equilíbrio entre as revindicações concorrenciais da sociedade. É essencial a existência de um parlamento que represente todos os sectores da sociedade. Deverá estar dotado de poderes institucionais e de meios práticos para exprimir a vontade do povo, legislando e controlando a acção do governo. Uma característica fundamental do exercício da democracia é a realização de eleições livres e regulares, com base no sufrágio universal, igual e secreto. Uma sociedade civil activa é também essencial. A capacidade e a vontade dos cidadãos de influenciarem a governação das nossas sociedades não devem ser consideradas como dados adquiridos; é necessário criar as condições que podem levar ao exercício genuíno dos direitos de participação. A sociedade tem de assumir o compromisso de ir ao encontro das necessidades básicas dos grupos mais desfavorecidos, para assegurar a sua participação no funcionamento da democracia. É claro que as instituições e os processos essenciais a qualquer democracia têm de incluir a participação de todos os membros da sociedade. Devem defender a diversidade, o pluralismo e o direito à diferença no seio de uma sociedade tolerante. A democracia deve também ser reconhecida como um princípio internacional, aplicável às organizações internacionais e aos estados nas suas relações internacionais. A democracia é sempre um trabalho em evolução, um estado ou uma condição permanentemente perfectível. Apoiar a democracia significa alimentar e reforçar uma cultura democrática através dos meios que a educação tem ao seu alcance. Fonte: Johnsson, IPU 2002. GOVERNAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO 55 plenamente assumido. Não pode ser oferecido de cima. Como explicou o Relatório do DesenvolviCAIXA 2.4 Democracia e crescimento económico – uma revisão da literatura Porque se espera uma relação positiva entre democracia e crescimento económico e porque devem ter os países mais ricos maior probabilidade de serem democráticos? Alguns investigadores argumentam que as democracias garantem melhor os direitos de propriedade do que as não-democracias (ver, por exemplo, Clague e outros 1996) e que a imposição dos direitos de propriedade e contratos é essencial para o investimento e o crescimento. As democracias também parecem ser melhores na gestão e consolidação de reformas económicas, porque são melhores a ganhar o apoio de grupos que perdem com as reformas (Haggard 1997). Mas há pouco consenso nestes pontos – porque existem argumentos que defendem que a democracia é má para o crescimento. Veja-se o argumento de que os ditadores estão menos abertos à pressão de grupos de pressão com interesses próprios e, assim, são mais capazes, se o quiserem, de se concentrarem no bem-estar da nação. Os estudos empíricos de democracia e crescimento são igualmente inconclusivos. Borner, Brunetti e Weder (1995) descobriram que 3 estudos empíricos identificavam uma associação positiva entre democracia e crescimento, 3 encontravam uma associação negativa e 10 não identificavam uma relação conclusiva. Num outro estudo influente, Barro (1996) testou uma relação não-linear e descobriu que em níveis baixos de democracia, mais democracia é melhor para o crescimento – mas, em níveis elevados, mais democracia é prejudicial para o crescimento. Outra pesquisa também encontrou efeitos conflituantes. De acordo com Tavares e Waczairg (2001), a democracia aumenta a acumulação de capital humano e diminui a desigualdade de rendimento, aumentando o crescimento – mas, também baixa a acumulação de capital físico e sobe o consumo público, diminuindo o crescimento. Uma descoberta espantosa: as taxas de fertilidade são significativamente mais baixas nas democracias, em todos os níveis de rendimento, e sobem e descem de acordo com a transição dos países entre ditaduras e democracias. Isto tem fortes implicações no bem-estar das mulheres. E, como Przeworski e outros (2000) descobriram, também significa que mesmo se a democracia não tem efeito no crescimento agregado do PIB, pode afectar o crescimento PIB per capita. Outra conclusão forte indica que enquanto o desempenho económico das ditaduras varia de péssimo a excelente, as democracias tendem a agrupar-se no meio. Os países com crescimento mais rápido têm sido ditaduras, mas nenhuma democracia teve alguma vez um desempenho tão mau como o das piores ditaduras (Przeworski e outros 2000). O mesmo é verdadeiro para a redução da pobreza (Varshney 2002). Assim, a democracia parece prevenir os piores resultados, mesmo que não garanta os melhores. O desenvolvimento económico aumenta a possibilidade de um país ser democrático? A teoria da modernização defende que a conversão para a democracia é um resultado inevitável do desenvolvimento económico, o que faz os países mais ricos terem maior probabilidade de transitarem para a democracia. Mas, as evidências não são nesse sentido: os países de rendimento médio têm tido maior probabilidade de mudar de ditaduras para democracias, do que os países pobres ou ricos, de acordo com Przeworski e outros (2000). Na América Latina, Landman (1999) observou que o nível de desenvolvimento económico não tem um efeito significativo na taxa de mudança para a democracia, para nenhuma das sete medidas de democracia. A taxa de crescimento económico tem, também, pouco impacte: as ditaduras podem cair durante períodos de expansão ou de contracção. Ainda assim, os países de rendimento elevado têm maior probabilidade de ser democráticos, quando outros factores são tomados em consideração (Londregran e Poole 1996; Barro 1997). A explicação é que os regimes democráticos têm maior probabilidade de sobreviver nos países de rendimento elevado, embora não tenham maior probabilidade de emergir. Entre 1951 e 1990, nenhum dos 31 regimes democráticos com rendimentos per capita acima de 6.055 dólares (dólares em paridade do poder de compra, de 1985) caiu, enquanto 38 democracias pobres entraram em colapso (Przeworski e outros 2000). Também há provas de que as reversões para o autoritarismo são prováveis em períodos de quebra da economia, mas não é claro, argumentam Londregan e Poole (1996), se o mau desempenho económico provoca a queda de democracias ou se as democracias que estão prestes a cair exibem um mau desempenho. Vários estudos consideram a relação entre democracia e desigualdade do rendimento, mas a pobreza dos dados torna os resultados frágeis. A impossibilidade de comparar dados entre países e dentro dos países ao longo do tempo não permite conclusões claras. Fonte: Clague e outros 1996; Haggard 1997; Borner, Brunetti e Weder 1995; Barro 1996, 1997; Tavares e Waczairg 2001; Przeworski e outros 2000; Landman 1999; Londregan e Poole 1996. 56 mento Humano 2000, a democracia é, também, o único regime político que respeita a concorrência aberta pelo poder e é consistente com o respeito e a promoção de todos os direitos humanos – civil, cultural, económico, político e social. EXISTIRÀ UM TRADE - OFF ENTRE DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO ? Em muitos países, permanecem as interrogações sobre compatibilidades e trade-offs entre democracia e desenvolvimento. Os golpes de Estado militares, na maior parte dos casos, são justificados com o fundamento de que os governos democraticamente eleitos são incompetentes para gerir a vida económica e social. Frequentemente, os regimes autoritários argumentam que têm vantagem na construção de estados fortes capazes de tomar decisões drásticas no interesse do povo. Também sustentam que os processos democráticos criam desordem e impedem uma gestão eficiente – que os países têm de escolher entre democracia e desenvolvimento, entre alargar a liberdade política e aumentar os rendimentos. Estes argumentos não são apoiados em provas empíricas. E mais, existem boas razões para acreditarmos que democracia e desenvolvimento são compatíveis. Apenas com duas excepções, todos os países mais ricos do mundo – os que têm rendimentos per capita superiores a 20.000 dólares (em paridade do poder de compra de 2000) – têm os regimes mais democráticos do mundo (figura 2.2). Além disso, 42 dos 48 países com desenvolvimento humano elevado são democracias8. Estes resultados não querem dizer que existe uma relação causal – isto é, que a democracia leve ao crescimento económico ou rendimento elevado. Na verdade, a correlação entre democracia e rendimento enfraquece ou desaparece quanto consideramos apenas os países de rendimento baixo (figura 2.3). De facto, a literatura disponível não encontra nenhuma relação causal entre democracia e desempenho económico, em qualquer direcção. Um estudo sistemático de Adam Przeworski e outros, para 135 países entre 1950 e 1990, desacredita a noção de trade-off entre democracia e desenvolvimento9. De modo semelhante, os estudos sobre as fontes de crescimento económico não encontram nenhuma evidência forte de que a democracia seja um factor de explicação (caixa 2.10)10. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A DEMOCRACIA CONTRIBUI PARA A ESTABILIDADE E PARA O DESENVOLVIMENTO ECON Ó MICO E SOCIAL EQUITATIVO A democracia expande a liberdade política, um resultado desejável, em si mesmo. Mas, as instituições e os processos democráticos também podem contribuir para o desenvolvimento, em especial o desenvolvimento humano. A concorrência pelo poder político – através de eleições e outras características da democracia – dá mais possibilidades aos políticos de responderem às necessidades e aspirações das pessoas. Pode também ajudar a gerir os conflitos e a promover a estabilidade. Nas democracias, as pessoas têm voz – apoiadas na liberdade de expressão e de pensamento, liberdade de informação, meios de comunicação social livres e independentes, e no debates político aberto – o que lhes permite ser ouvidas na tomada de decisão pública. A pressão pública pode influenciar as decisões e as acções dos funcionários públicos, assim como dos agentes privados, como na poluição ambiental ou práticas de trabalho abusivas. Estes processos democráticos estão claramente relacionados com três aspectos do desenvolvimento. Em primeiro lugar, as democracias são melhores que os regimes autoritários na gestão conflitos, porque o espaço político e as instituições que fornece para a disputa aberta dão aos oponentes a esperança de que a mudança é possível sem a destruir o sistema. Alguns políticos sustentam que a democracia conduz à instabilidade política e mina o desenvolvimento. Mas, os estudos empíricos mostram que o inverso é verdadeiro. A agitação sociopolítica e a transmissão do poder ocorrem mais frequentemente nas democracias do que nas ditaduras, mas não quebram o desenvolvimento. Entre 1950 e 1990, as democracias suportaram duas vezes mais motins e manifestações e três vezes mais greves laborais. Todavia, estes acontecimentos – assim como as mudanças de governo – não travaram o crescimento económico nas democracias. Mas isso aconteceu nas ditaduras. Estas também se revelaram mais propensas a convulsões políticas violentas, suportando uma guerra, em média, cada 12 anos, em comparação com a média de cada 21 anos nas democracias. E as guerras causaram maiores dificuldades económicas nas ditaduras do que nas democracias11. Estas conseguem mitigar os conflitos internos, de tal modo que não evoluem para crises políticas e perturbações económicas. FIGURA 2.2 Democracia não é obstáculo ao rendimento elevado PIB per capita, 2000 (dólares EUA em paridade de poder de compra) O mais alto 30.000 REINO UNIDO Rendimento 20.000 COREIA DO SUL BARÉM 10.000 FED. RUSSA MALÁSIA O mais baixo SÍRIA CONGO 0 CHINA HAITI BRASIL JORDÂNIA MARROCOS SENEGAL ÍNDIA TOGO UGANDA MOÇAMBIQUE MALI -2,0 0 -0,5 -1,0 -1,5 Menos democrático COSTA RICA 0,5 1,0 Resultado da democracia 1,5 2,0 Mais democrático Nota: O resultado da democracia é o indicador de voz e responsabilidade, de World Bank 2001c. Fonte: World Bank 2001c, 2002e. FIGURA 2.3 Rendimento baixo não é obstáculo à democracia PIB per capita, 2000 (dólares EUA em paridade de poder de compra) 20.000 COREIA DO SUL O mais alto BARÉM 15.000 10.000 Rendimento MALÁSIA COSTA RICA FED. RUSSA BRASIL 5.000 UGANDA CONGO 0 -2,0 JORDAN MARROCOS CHINA SÍRIA SENEGAL -1,5 Menos democrático -1,0 O mais baixo MOÇAMBIQUE MALI HAITI ÍNDIA TOGO -0,5 0 0,5 1,0 Resultado da democracia 1,5 2,0 Mais democrático Nota: O resultado da democracia é o indicador de voz e responsabilidade, de World Bank 2001c. Fonte: World Bank 2001c, 2002e. GOVERNAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO 57 FIGURA 2.4 Probabilidade de mudança de regime – rendimento mais alto significa maior estabilidade Probabilidade de mudança de regime num dado ano, 1955-99 1 10 1 11 Democrático para autoritário 1 18 1 25 1 25 Autoritário para democrático 1 37 1 50 1 24 1 28 1 28 1 34 1 40 1 1 44 48 1 61 1 80 1 100 1 147 1 159 1 130 o o 0–1.000 1.001– 2.001– 3.001– 4.001– 5.001– 6.001– 7.001– 8.001+ 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 Rendimento PIB per capita, 1985 (dólares EUA em paridade de poder de compra) Fonte: Alvarez e outros 2002. FIGURA 2.5 Democracia e desenvolvimento humano – as ligações DESENVOLVIMENTO HUMANO Expandir as capacidades para aumentar as escolhas que as pessoas têm na vida Gozar de liberdade política e poder participar na vida da comunidade Ser instruído, educado e livre de se exprimir Poder sobreviver e gozar de boa saúde Direito civis Diálogo social aberto Pressão pública e e informado e liberdade política acções responsáveis Gozar de um padrão de vida digno Pressão pública e acções responsáveis Democracia Instituições e prática democrática caracterizados por • Contestação do poder • Participação popular • Responsabilidade dos poderosos A força destas ligações é variável. São mais fortes para liberdade e participação políticas; são fortes para conhecimento e informação; e mais fracas para sobrevivência, saúde e bem-estar económico. 58 A mesma relação mantém-se na direcção oposta – isto é, rendimentos elevados ajudam as democracias a sobreviver, depois de terem emergido, e a probabilidade de regresso ao autoritarismo declina à medida que os rendimentos aumentam (figura 2.4)12. Os rendimentos elevados também contribuem para a estabilidade política13. Em segundo lugar, as democracias são melhores a evitar catástrofes e a gerir quebras súbitas nas actividades económicas que ameaçam a sobrevivência humana. Como Amartya Sen tem sustentado, as instituições e os processos democráticos fornecem fortes incentivos aos governos para a prevenção da fome. Sem partidos da oposição, sem o exercício da liberdade de crítica e sem o risco de serem demitidos das respectivas funções oficiais, os governantes podem actuar na impunidade. Sem uma imprensa livre, os que sofrem de fome em áreas rurais isoladas podem ficar invisíveis para os governantes e o público. “As fomes matam milhões de pessoas em diversos países do mundo, mas não matam os governantes. Os reis e os presidentes, os burocratas e os patrões, os chefes e comandantes militares nunca são vítimas da fome.”14 Vejamos os casos da China, Índia e Coreia do Norte. Na Índia, as fomes eram vulgares sob o domínio colonial – por exemplo, cerca de dois a três milhões de pessoas morreram durante a vaga de fome na região de Bengala, em 1943. Mas, desde a independência e o estabelecimento do regime democrático, não houve recorrência da fome – não obstante graves fracassos de colheita e perdas pesadas de poder de compra para vastos segmentos da população, como aconteceu em 1968, 1973, 1979 e 1987. Em cada um dos casos, o governo actuou no sentido de evitar a fome. Por exemplo, a produção de alimentos caiu abruptamente durante a seca de 1973, em Madrasta, mas a forme foi evitada, em parte porque 5 milhões de pessoas foram postas rapidamente a trabalhar em projectos de obras públicas. Em contraste, durante o período de 1958-1961, as fomes na China mataram cerca de 30 milhões de pessoas. E uma das piores vagas de fome de toda a história continua a grassar na Coreia do Norte, tendo já matado cerca de um em cada dez cidadãos. Os incentivos políticos nas democracias também parecem ajudar as sociedades a evitar outras catástrofes, especialmente a ruína económica e o colapso do desenvolvimento. Nas democracias, as piores crises económicas têm sido muito menos graves do que as piores que ocorreram em ditaduras. É certo que al- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 gumas das mais altas taxas de crescimento económico têm sido alcançadas sob governos não democráticos, nomeadamente nos tigres Ásia Oriental, entre os anos 1960 e os anos 1990. Mas, os regimes autoritários também têm conduzido alguns países à ruína económica – como aconteceu no Congo de Mobutu Sese Seko, no Haiti de Papa e Bébé Doc e no Uganda de Idi Amin. Entre 1950 e 1990, apenas 1 dos 10 países com menos de 1% de crescimento anual, durante pelo menos 10 anos, era uma democracia. Em terceiro lugar, as democracias ajudam a divulgar ao mundo questões críticas da saúde, como as implicações negativas para as mulheres de um número elevado de partos, os benefícios da amamentação e os perigos do acto sexual desprotegido, no contexto do HIV/SIDA. Nestas áreas, o diálogo aberto e o debate público podem difundir a informação e influenciar o comportamento. As quebras abruptas de natalidade em estados indianos altamente alfabetizados, como o de Querala, devem-se não só ao nível elevado da alfabetização, mas também à sua interacção com debates públicos acerca dos benefícios das famílias pequenas15. Os debates públicos, livres e abertos, constituem a pedra angular do que Amartya Sen chama o “papel construtivo” que as democracias podem desempenhar na promoção do desenvolvimento. E, entre países com rendimentos semelhantes, nos regimes democráticos as pessoas vivem mais tempo, morrem menos crianças e as mulheres têm menos filhos16. Este resultado importante tem fortes implicações no desenvolvimento humano, dada a importância da fertilidade mais baixa para a vida e as escolhas das mulheres e para a saúde das futuras gerações. Compreender o que está por trás deste resultado e identificar as políticas que fizeram a diferença são prioridades da investigação. AS FIGURA 2.6 África do Sul: despesa pública de saúde utilizada para contrariar as enormes disparidades étnicas e regionais Despesa per capita (rand) 600 700 Gauteng 32,3 Estado Livre KwaZulu-Natal Cabo Setentrional Cabo Oriental Noroeste Província Seten- trional Mpumalanga 45,8 44,9 42,9 44,7 40,1 52,9 45,1 600 8,7 Brancos Cabo Ocidental Disparidades regionais 1992/93 Taxa de mortalidade infantil, 1990 (por 1.000 nados vivos) Disparidades étnicas 1987 Taxa de mortalidade infantil, 1990 (por 1.000 nados vivos) 24,4 500 500 400 400 Indianos Mestiços 300 11,0 36,3 300 200 200 Africanos 55,0 100 100 0 0 Fonte: Mehrotra e Delamonica 2002. FIGURA 2.7 Despesa pública de saúde esquece os pobres e favorece os ricos… Parcela da despesa pública em serviços de saúde (percentagem) 30 Os mais ricos 30 Os mais ricos 30 25 25 25 20 20 20 15 15 Os mais pobres 10 30 Os mais ricos 5 5 0 0 0 Gana 15 Os mais pobres 10 5 0 Bulgária 1987 Quénia 1995 1992 …enquanto as despesas de educação mostram disparidades ainda maiores Parcela da despesa pública em educação (percentagem) 45 LIGAÇÕES ENTRE DEMOCRACIA Os mais ricos 45 45 45 E DESENVOLVIMENTO EQUITATIVO PRECISAM , 40 40 AINDA , DE SER REFORÇADAS 35 35 35 35 30 30 30 30 25 25 25 25 20 20 20 20 15 15 15 15 Quando consideramos algo mais do que o crescimento, as instituições e os processos democráticos contribuem parta o desenvolvimento humano (figura 2.5). Mas as ligações não são, de modo nenhum, automáticas. As injustiças sociais estão amplamente espalhadas nos regimes democráticos e autoritários, deliberadamente ou não, na afectação de serviços públicos ou na discriminação contra ocupantes de casas, crianças da rua, imigrantes e outros grupos so- Os mais pobres 10 5 Indonésia 1994 Os mais ricos 20 15 Os mais pobres 10 25 Os mais pobres 10 5 0 Os mais ricos 10 Os mais pobres 5 0 Nepal 1996 40 Os mais ricos Os mais pobres 10 5 0 Nicarágua 1993 40 Os mais ricos Os mais pobres 10 5 0 Tanzânia 1993 Costa do Marfim 1995 Fonte: World Bank 2001e, pp. 80–81. GOVERNAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO 59 FIGURA 2.8 Nenhuma ligação automática entre democracia e equidade Gini coefficient of income distribution 0 Mais 10 20 30 Equidade 40 CHINA MARROCOS UGANDA MOÇAMBIQUE JORDÂNIA REINO UNIDO SENEGAL RUSSA FED. COREIA DO SUL ÍNDIA COSTA RICA MALÁSIA 50 MALI 60 BRASIL Menos 70 -2,0 -1,5 -1,0 Menos democrático -0,5 0 0,5 1,0 Resultado da democracia 1,5 2,0 Mais democrático Nota: O resultado da democracia é o indicador de voz e responsabilidade, de World Bank 2001c. Fonte: World Bank 2001c, 2002e. FIGURA 2.9 Nenhuma ligação automática entre democracia e desenvolvimento humano Índice do desenvolvimento humano 1,00 O mais alto 0,90 REINO UNIDO COREIA DO SUL BARÉM 0,80 COSTA RICA SÍRIA 0,70 MALÁSIA FED. RUSSA BRASIL JORDÂNIA CHINA IDH 0,60 MARROCOS ÍNDIA CONGO TOGO HAITI 0,50 UGANDA SENEGAL 0,40 MALI MOÇAMBIQUE 0,30 O mais baixo 0,20 -2,0 -1,5 Menos democrático -1,0 -0,5 0 0,5 1,0 Resultado da democracia Nota: O resultado da democracia é o indicador de voz e responsabilidade, de World Bank 2001c. Fonte: World Bank 2001c, quadro de indicadores 1. 60 1,5 2,0 Mais democrático cialmente marginalizados. A discriminação contra as minorias étnicas, mulheres, idosos e outros mantém-se, inclusive em democracias há muito estabelecidas, como foi relatado recentemente pela Comissão para a Igualdade Racial, no Reino Unido17. Os incentivos políticos para responder às necessidades das pessoas comuns podem ser ultrapassados pelos incentivos para responder às exigências dos ricos, ou dos poderosos. Sabe-se muito sobre o modo de promover um desenvolvimento equitativo que beneficie os pobres: alargando o acesso ao crédito, reformando a propriedade da terra, investindo nos serviços sociais básicos para todos, promovendo o sector informal, seguindo saudáveis políticas macroeconómicas saudáveis. Mas, muito frequentemente, essas políticas não são adoptadas, devido aos enviesamentos sistemáticos que protegem os interesses das elites. Em todo o mundo, as despesas públicas são frequentemente desviadas em favor dos ricos, em áreas críticas como a saúde básica e a educação (figuras 2.6 e 2.7)18. Além disso, as políticas de tributação e de despesa não são mais progressivas nos países com desigualdades de rendimento mais elevadas. De acordo com um estudo que abrange mais de 50 países, os que têm mais altas disparidades de rendimento têm mais baixos impostos de rendimento e despesas públicas do que os países com rendimentos distribuídos de forma mais equilibrada19. Estes enviesamentos ocorrem tanto nos regimes autoritários como nos democráticos. As democracias variam entre as que registam uma distribuição de rendimentos altamente desigual e as que são mais igualitárias. O mesmo é verdadeiro para regimes menos democráticos (figura 2.8). Do mesmo modo, há um conjunto de realizações em indicadores fundamentais do desenvolvimento humano, como a taxa de mortalidade de menores de 5 anos ou a taxa de escolarização líquida primária. O Mali progrediu mais depressa do que o Togo na estabilização das suas estruturas democráticas, mas não fez melhor na difusão da escolarização primária, no aumento da alfabetização ou na redução da mortalidade infantil. O Barém e a Síria têm feito tanto para difundir a instrução primária como a mais democrática Jordânia – e mais do que Marrocos (figura 2.9). Algumas democracias revelam enormes desigualdades, muitas vezes crescentes, no rendimento, riqueza, vantagens sociais e poder. Vejamos os casos do Brasil e da Federação Russa, com algumas das RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 maiores disparidades a nível mundial. Em muitos países latino-americanos, as disparidades nos rendimentos e na educação cresceram nos anos de 1990, após a reposição da ordem democrática nos anos de 198020. As desigualdades de rendimentos também deram um salto na antiga União Soviética, na Europa Central e do Leste e nos Bálticos. Em contraste, a Indonésia, a Coreia do Sul e a Malásia alcançaram um crescimento económico sólido e uma redução das desigualdades de rendimentos nos anos 70, em regimes não democráticos21. Assim, ainda que a democracia possa promover um desenvolvimento equitativo, os objectivos da democracia e da equidade devem ser considerados como largamente independentes – ambos exigindo esforço persistente e vontade política. A democracia pode não assegurar, automaticamente, o desenvolvimento económico e social equitativo, mas a pobreza não impede o enraizamento da democracia: Costa Rica, Jordânia, Moçambique e Senegal têm alargado as liberdades e a participação populares, muito mais do que os seus vizinhos menos democráticos com rendimentos semelhantes. A lição a colher é a que a democracia não é um luxo para os países em desenvolvimento. Pelo contrário, a democracia possui um valor intrínseco para o desenvolvimento humano, porque tem ligações fortes com as liberdades políticas e civis e porque pode contribuir para o desenvolvimento económico e social. Mas, estas ligações não são automáticas e reforçá-las é o desafio da governação democrática – fazendo com que as instituições democráticas sirvam o desenvolvimento humano. O DESAFIO DA GOVERNAÇÃO , HOJE A democracia e o desenvolvimento humano têm algo mais em comum. Ambos são mais uma viagem do que um destino – mais uma promessa do que uma competição. As sociedades podem ser mais ou menos democráticas, tal como as pessoas podem fazer opções mais amplas ou mais restritas para levarem a vida que apreciam. Mas não há um ponto final definido. Nenhuma sociedade jamais é completamente democrática ou plenamente desenvolvida. O que importa é caminhar em frente e não recuar. As pessoas, em todo o lado, querem decidir o seu destino. O tipo de democracia que elas escolhem não tem de seguir um modelo particular – da América do Norte ou da Europa Ocidental, por exemplo. O modelo tem de ser adaptado às circunstâncias locais e à história. Mas, em toda a parte, a democracia requer um longo processo de desenvolvimento político. Necessita de instituições de base, formais e informais, estatais e privadas. Não florescerá sem a difusão da cultura democrática – de valores e princípios que guiam o comportamento dos indivíduos e dos grupos. As ameaças à democracia vêm não só de partidos políticos, personalizados e incapazes de representar o povo, mas também da intolerância, extremismo e falta de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade humana. Por consequência, as prioridades para fazer progredir os princípios democráticos varia segundo o contexto social, tal como as prioridades do desenvolvimento humano variam através do tempo e no seio das comunidades. Promover a mesma preocupação com toda a gente na formação das estruturas da governação, significava algo de diferente na era da indústria estatal e do rádio de transístor, do que significa na era das empresas transnacionais e da Internet. Resulta, então, que o cumprimento da promessa de uma governação democrática no mundo do século XXI depende, simplesmente, de se conseguir que as instituições do Estado funcionem melhor. Igualmente, deve-se ter em conta o facto de que a integração económica global e a liberalização política estão a dar uma nova configuração ao ambiente em que operam as instituições do Estado – muitas vezes, mudando fundamentalmente aquilo que para as pessoas significa ter uma opinião sobre o modo como estão a ser governadas. Sem dúvida que o estado-nação é ainda uma força poderosa, moldando as vidas individuais e, na maior parte dos casos, é o mais importante. Mas há novos agentes que também estão a tornar-se importantes, desde a Organização Mundial do Comércio até às grandes empresas nacionais e internacionais, até aos novos grupos formados na sociedade civil e aos meios de comunicação social, Tanto a nível tanto local, como internacional. À medida que os agentes mudam, também mudam as regras: desde a preparação orçamental local participativa até às regras regionais de comércio a nível, até à protecção internacional dos direitos humanos. E à medida que as vidas das pessoas se tornam mais interdependentes, os princípios democráticos de participação e de igual preocupação com todos têm de reflectir-se no modo como estes novos agentes estruturam as suas instituições e no modo como as regras são elaboradas e aplicadas. A governação democrática, neste ambiente em mudança rápida, é muito mais do que as pessoas terem GOVERNAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO As pessoas, em todo o lado, querem decidir o seu destino. O tipo de democracia que elas escolhem não tem de seguir um modelo particular 61 direito de voto. Tem a ver com o reforço das instituições democráticas, para que caminhem a par com a mudança na distribuição do poder económico e político. E tem a ver com a promoção da política democrática, que torna possíveis a participação e a re- 62 sponsabilidade pública, mesmo quando o poder e os processos relevantes ficam de fora das instituições formais do estado. O que esta estratégia em duas partes implica para a governação constitui o tema do resto deste Relatório. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAPÍTULO 3 Aprofundar a democracia atacando os défices democráticos Noutros tempos havia prolongadas discussões sobre se um ou outro país já estava «pronto para a democracia». Isso só mudou recentemente, com o reconhecimento de que a própria questão estava errada: um país não tem que se considerar pronto para a democracia, tem antes que se aprontar para a democracia. Esta é uma mudança verdadeiramente significativa. – Amartya Sen1 As últimas duas décadas do século XX assistiram a uma alteração histórica na difusão da democracia. Cerca de 81 países – 29 na África Subsariana, 23 na Europa, 14 na América Latina, 10 na Ásia e 5 nos Países Árabes – deram passos no sentido da democratização2. Isto significou, muitas vezes, o derrube de um regime autoritário de partido único, a introdução de eleições multipartidárias ou ambas as coisas – um grande progresso. Mas, a recente experiência com a democracia nesses países – e em todo o mundo – mostra que o processo de aprofundamento da democracia e de a fazer funcionar a favor das pessoas mal começou. Porque é que há hoje menos optimismo em relação à democracia, do que no período eufórico imediatamente a seguir à guerra-fria? Uma razão é que muitos países que abraçaram a democracia sofreram reversões, enquanto muitos outros limitaram a concorrência política e o contínuo abuso dos direitos políticos e cívicos. Hoje, 47 dos 81 países são considerados democracias em funcionamento.3 Depois, temos a preocupante difusão das democracias «iliberais», como no Quirguistão e no Zimbabwe, onde governos eleitos agem da mesma maneira que os seus antecessores autoritários, privando os cidadãos de direitos humanos e ignorando limites constitucionais do poder.4 Então, porquê chamar-lhes «de transição»? Não parecem estar em transição para parte nenhuma.5 Mesmo onde a democracia está mais firmemente estabelecida, as pessoas estão desapontadas com os resultados económicos e sociais. Muitos lutaram pela democracia – e ganharam – na esperança de maior justiça social, mais ampla participação política e resolução pacífica de conflitos violentos. Com ou sem razão, esperavam que a democracia trouxesse um desenvolvimento mais efectivo. Desde 2000, só na América Latina, foram pressionados para resignar os presidentes da Argentina (duas vezes), do Equador, do Peru e da Venezuela. Ora, 10 a 20 anos depois, a democracia não produziu dividendos na vida das pessoas comuns de muitos países. A desigualdade dos rendimentos e a pobreza aumentaram fortemente na Europa do Leste e na antiga União Soviética, por vezes a ritmos sem precedentes (figura 3.1). A pobreza continuou a aumentar numa África Subsariana mais democrática. E muitos regimes democráticos recentes da América Latina não parecem mais bem equipados para atacar a elevada pobreza e desigualdade da região do que os seus antecessores autoritários. A instabilidade política e a violência também prejudicaram transições democráticas na Indonésia, Nigéria, antiga Jugoslávia e outros países. Talvez mais grave, pessoas de todo o mundo parecem ter perdido a confiança na eficiência dos seus governos – e muitas vezes parecem estar a perder a fé na democracia. Mais de 70% das respostas a um inquérito na América Latina queixam-se do aumento da pobreza, do crime, da corrupção e do tráfico e consumo de droga.6 Mas, a pouca fé nos governos e nos políticos não se limita às novas democracias. O Inquérito do Milénio da Gallup International perguntou a mais de 50.000 pessoas em 60 países: “Diria que o seu país é governado pela vontade do povo?” Menos de um terço disse que sim. O Inquérito também perguntou: “O governo corresponde à vontade do povo?” Apenas 10% disseram que sim.7 Para algumas pessoas, estes desapontamentos significam que a democracia é incompatível com o desenvolvimento económico e social. A história e as APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS As últimas duas décadas do século XX assistiram a uma alteração histórica na difusão da democracia FIGURA 3.1 A desigualdade está a piorar em muitos países em transição Coeficiente de Gini do rendimento per capita 60 Quirguistão 50 Federação Russa 40 30 Países em transição República Checa 20 1978–88 1993–95 Fonte: Milanovic 1998, p. 41. 63 provas, como se mostra no capítulo 2, defendem que não é esse o caso. Mas, a história também ensina que a democracia, em si, não garante maior justiça social, crescimento económico mais rápido ou maior estabilidade social e política. Os laços entre a democracia e o desenvolvimento humano podem ser fortes – mas não são automáticos. E em quase todos os países, esses laços precisam de ser reforçados. A melhor maneira de conseguir isso é através do reforço das instituições democráticas e da promoção de uma política democrática, o enfoque deste capítulo (ver a con- tribuição especial do Presidente do Irão, Seyyed Mohammad Khatami). RESPONSABILIDADE PÚBLICA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCR Á TICAS Se as democracias nem sempre respondem às necessidades e às preocupações das pessoas comuns, que fazer para que funcionem melhor? A pergunta gira em volta da questão de saber se as pessoas podem fazer mais do que exprimir, simplesmente, os seus Os laços entre a democracia e o desenvolvimento humano podem ser fortes – mas não são automáticos 64 CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL O futuro do mundo pertence à democracia A humanidade, angustiada pela sua jornada através do século XX, marcada pela carnificina, pelas calamidades e pelas discriminações, está ansiosa por um futuro melhor no novo século – um futuro guiado pela justiça a iluminar os céus carregados do passado e do presente e baseada na dignidade e nos direitos de todos os seres humanos. Tem-se dito muito sobre as dores e os sofrimentos da humanidade. Demasiadas vezes, vítimas de todas as idades pagaram o preço do poder, da riqueza e das fraudes de alguns privilegiados. Num canto do mundo, as pessoas podem ter atingido condições de vida aceitáveis. Mas, a ruptura entre a forma e o conteúdo e a angústia espiritual que daí decorre têm atormentado a sua vida. Noutras partes do mundo, muito mais populosas, as pessoas debatem-se com um grande número de aflições – desde a pobreza, a ignorância e a exclusão, até governantes não democráticos que, muitas vezes, são subservientes em relação às grandes potências mundiais. No século passado, a democracia evoluiu enquanto valor, inspirando novos modelos de governação. Numa era de despertar para os povos e as nações, os governantes tem que se entender com este valor – e permitir que os seres humanos realizem a liberdade, a espiritualidade e a dignidade. As principais características da democracia – que devem distinguir-se claramente das suas várias manifestações – incluem o direito das pessoas a determinar o seu destino; a emanação da autoridade, particularmente da autoridade política, da livre vontade e escolha das pessoas e a respectiva sujeição ao seu contínuo exame; e a institucionalização dessa responsabilidade. Não há nenhuma forma de democracia que possa prescrever-se como uma versão única e final. Daí os esforços que se desenrolam para formular a democracia, no contexto da espiritualidade e da moralidade, poderem anunciar mais um modelo de vida democrática. Os princípios democráticos tornaram-se critérios de boa governação, internamente. Merecem tornar-se a nova norma que governa as interacções mundiais. Assim, as exigências de alguns detentores do poder não devem suplantar os interesses da humanidade através de práticas agora familiares de avalizar governos não democráticos, que não correspondem à vontade e às necessidades do seu povo, e da aplicação de padrões duplos e múltiplos em resposta a incidentes em todo o mundo. A estrutura do poder no nosso mundo contemporâneo tem que ser reformada. Numa sociedade global, cujos constituintes são nações, com direitos e dignidade iguais – muito à semelhança da igualdade dos indivíduos dentro das nações – diferentes culturas e civilizações devem trabalhar em conjunto para construir um mundo moral e humano com liberdade e progresso para todos. A comunidade mundial exige, em última análise, o aparecimento de uma sociedade moral sensível, evitando o uso da força e da coerção nas disputas nacionais e internacionais. Valores e normas que não estejam codificados em leis, e leis que careçam de mecanismos de aplicação não terão um efeito tangível. Assim, a globalização está interligada com a articulação de novos direitos e ética colectivos e o impacte que daí decorre nas normas e instituições nacionais e internacionais. O futuro do mundo pertence à democracia, a todos os níveis da governação, fazendo progredir os valores éticos, legais e políticos, baseados no diálogo e na livre troca de ideias e de culturas. Desenvolvamos as Nações Unidas para promover a participação equitativa de todas as nações e civilizações na governação mundial de amanhã. Seyyed Mohammad Khatami Presidente da República Islâmica do Irão RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 pontos de vista e as suas preferências e de controlar o poder dos governantes e influenciar as decisões. A responsabilidade tem a ver com poder – com as pessoas terem não só uma palavra a dizer nas decisões oficiais, mas também o direito de responsabilizar os seus governantes. Podem exigir respostas a perguntas sobre decisões e acções. E podem sancionar os funcionários ou organismos públicos que não cumprem as suas responsabilidades. Hoje, a insistência em que os funcionários públicos sejam responsabilizados está a estender-se às empresas, às organizações multinacionais e outras que têm mais poder na tomada de decisão pública. Por causa da sua influência na vida das pessoas e das comunidades, são detentores da confiança do público – e, por isso, devem responder pelas suas acções perante os parlamentos nacionais e perante o público. Responsabilidade significa coisas diferentes em contextos diferentes. Perante quem, para quê e segundo que padrões é julgada a responsabilidade? Muitas vezes a preocupação é com as sanções contra erros legítimos: quando uma empresa viola os padrões de poluição ambiental, por exemplo. Se uma empresa pode poluir o seu ambiente com impunidade, não há responsabilidade, porque as leis e os regulamentos nacionais são fracos, ou não se fazem cumprir. Noutros casos, a preocupação pode ser sancionar os professores, os médicos e outros que não estejam a satisfazer padrões profissionais mínimos. Todos esses tipos de responsabilidade são fulcrais para a governação democrática – para garantir que os detentores de responsabilidades públicas estão a agir eficientemente e de maneira justa. Nas democracias, as pessoas podem pedir responsabilidades de duas maneiras: através da acção da sociedade civil e através das estruturas de representação e delegação. Mas, com excepção das eleições, a maioria dos mecanismos formais de responsabilização é delegada. O mais importante é a fiscalização dos poderes judicial, legislativo e executivo – e entidades supervisoras especializadas e independentes, como comissões dos direitos humanos, comissões de serviço público, provedores de justiça, auditores e organismos gerais e anti-corrupção. O problema é que as instituições democráticas de muitos países – especialmente nas democracias mais recentes – estão sobrecarregadas e carecem de meios para desempenhar as suas funções. Os partidos políticos estão desorganizados. Os representantes não podem manter-se em estreito contacto com os seus eleitores. As agências de supervisão e regulação carecem de pessoal bem formado. E os burocratas são mal pagos, têm demasiado trabalho, ou ambas as coisas. Muitos países que realizaram eleições presidenciais multipartidárias pela primeira vez, nos anos de 1980 e 1990, fizeram-no com partidos políticos criados apenas uns meses antes. Os constrangimentos de recursos não são a única fraqueza institucional. Por vezes, as instituições nacionais são ineficientes porque o verdadeiro poder reside noutro sítio. Num mundo mais integrado, os estados fracos e endividados enfrentam enormes áreas de decisão política sobre as quais partilham o controlo com actores internacionais – se é que chegam a partilhá-lo. As decisões a nível mundial podem vincular estados, e as eleições nacionais e os mecanismos de controlo carecem de alcance para responsabilizar actores poderosos. Ou os estados podem ter pouca autoridade real, porque caíram nas mãos de grupos subversivos: movimentos de guerrilha, traficantes internacionais de droga e sindicatos do crime, proprietários rurais poderosos, bandos dos bairros pobres.8 Mesmo onde existem, os arranjos para a responsabilização não funcionam bem em muitas democracias. Não promovem os interesses da maioria das pessoas. E fazem um trabalho ainda pior na protecção dos interesses das minorias, das mulheres e dos pobres. Há duas razões principais: • As instituições democráticas estão subvertidas pela corrupção e pela captação das elites. • As instituições democráticas têm um alcance inadequado e há lacunas na prática democrática. SUBVERSÃO A responsabilidade tem a ver com poder – com as pessoas terem não só uma palavra a dizer nas decisões oficiais, mas também o direito de responsabilizar os seus governantes DAS INSTITUIÇÕES PELA CORRUPÇÃO OU POR INTERESSES PECUNI Á RIOS A corrupção, os abusos de poder, as intimidações por elementos criminosos – tudo enfraquece a responsabilidade democrática. As agências de supervisão e regulação também podem não agir quando captadas por interesses políticos ou especiais. Por exemplo, no fim dos anos 1990, a Ásia Oriental sofreu de uma permanente neblina atmosférica – que criava graves problemas de saúde – porque os proprietários de plantações subornavam funcionários indonésios para fecharem os olhos a incêndios florestais ilegais. Queimar a terra era muito mais barato do que limpá-la manualmente. Corriam luvas a todos os níveis da hierarquia administrativa, quase garantindo que os supervisores APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 65 CAIXA 3.1 Pessoas pobres, justiça pobre Os sistemas judiciais parecem, muitas vezes, mais diligentes no processamento de crimes cometidos por pobres do que de crimes contra eles. De acordo com a sua Comissão Pastoral Territorial, entre 1964 e 1992, o Brasil viveu 1.730 homicídios politicamente motivados de camponeses, de trabalhadores rurais, de líderes sindicais, de trabalhadores religiosos e de defensores dos direitos humanos. Até 1992, apenas 30 desses casos tinham sido levados a julgamento e apenas 18 resultaram em condenações. Inquéritos junto de pessoas pobres concluem que, na melhor das hipóteses, a polícia e o poder judicial são considerados indiferentes – e na pior, abusadores agressivos dos direitos judiciais. Um inquérito recente do Banco Mundial concluiu que em todo o mundo os pobres, muitas vezes, vêem a polícia como: • Indiferente – ausente quando é necessária, só chegando quando alguém foi morto. • Corrupta – fazendo falsas detenções, acusações e prisões, com a libertação condicionada a grandes subornos; roubando dinheiro a crianças; ameaçando, chantageando e extorquindo aos cidadãos; usando drogas ilegais; sendo conivente com criminosos. • Brutal – perseguindo vendedores ambulantes; confiscando documentos de identificação; vi- olando mulheres que apresentam queixas; espancando pessoas inocentes; torturando e matando rapazes sem abrigo. Os sistemas judiciais reforçam estes enviesamentos ao não punirem os abusos policiais. A corrupção também pode subverter a vigilância – pelas autoridades que recebem queixas sobre a polícia, pelos provedores de justiça, por comissões judiciais independentes e por comissões nacionais de direitos humanos. Quando o presidente da Comissão dos Direitos Humanos do México foi assassinado, em 1990, um comandante da polícia foi acusado do homicídio. No decurso do julgamento, foram assassinadas seis testemunhas de acusação. Em 1992, El Salvador criou um provedor de justiça dos direitos humanos. Mas, em 1998, a assembleia nacional substituiu o activista que ocupava o cargo por um homem que tinha nove queixas pendentes registadas contra ele pelo próprio gabinete dos direitos humanos – incluindo acusações de corrupção, de obstrução da justiça e de violação de princípios legais. O gabinete desacreditou-se mais tarde por causa da alta rotatividade do pessoal, aparente má administração de fundos e reduzida ênfase na investigação de queixas de direitos humanos. Fonte: Narayan, Chambers, Shaha e Petesh 2000, p. 163-64; Goetz e Jenkins 2002; Pinheiro 1999, p. 55. CAIXA 3.2 Enviesamento sexual subverte processo legal Um estudo sobre disputas de terras no distrito ugandês de Kabale verificou que o enviesamento sexual e a corrupção levam, habitualmente, os tribunais locais a não defender os direitos das mulheres às terras em disputas com parentes masculinos sobre venda de terrenos da família e de propriedades. Estas disputas envolvem, muitas vezes, filhos adultos ou parentes masculinos, que assediam viúvas idosas para desistirem das terras que herdaram dos maridos, ou maridos que vendem terras da família sem consultarem as mulheres. Confrontadas, habitualmente, com pedidos de pagamentos “informais” pelos funcionários, as mulheres que tentaram levar os seus casos a tribunal foram, geralmente, incapazes de ultrapassar os subornos dos seus parentes masculinos. Nalguns casos, os vendedores das terras conluiaram-se com membros do conselho da aldeia. O enviesamento sexual e a corrupção não são controlados por nenhum tipo de responsabilização. O sistema eleitoral é particularmente inadequado, porque as mulheres enfrentam muitos obstáculos para conquistar assentos nos conselhos de aldeia locais. Fonte: Goetz and Jenkins 2002. não penalizariam agentes inferiores por não fazerem cumprir os regulamentos. Os subordinados retribuíam o favor não denunciando os que estavam por cima. Só quando a neblina dos incêndios começou a espalhar-se por cima da Malásia e de Singapura, em 1997, é que o embaraço internacional catalisou uma repressão.9 66 A Transparência Internacional, Bangladesh, num estudo de 2000 sobre a indústria bancária do país, descobriu que as pessoas que obtinham crédito do sector bancário oficial tinham que pagar um suborno directo de 2% a 20% do valor do empréstimo. As percentagens mais elevadas eram extorquidas aos candidatos rurais sem instrução, em parte porque os subornos eram partilhados por funcionários governamentais que analisavam os empréstimos.10 Pior, os mutuários pagavam, muitas vezes, até metade do valor do empréstimo para assegurar uma promessa dos gerentes dos balcões de que o empréstimo não teria que ser reembolsado, promessa muitas vezes não cumprida. Quando os supostos beneficiários ficam com poucas opções, a não ser a conivência com o suborno, isso mina a sua disponibilidade para protestar – e a corrupção torna-se mais difícil de denunciar. Os processos judiciais também podem ser minados, dando pouca protecção às pessoas comuns, especialmente os pobres. Muitas vezes, os sistemas judiciais são inacessíveis. Usam uma linguagem oficial que muitas pessoas não sabem falar ou escrever. E muitas vezes estão abertos a subornos. Onde as vítimas não têm o recurso judicial, os que abusam delas ficam, muitas vezes, impunes – especialmente quando são membros da polícia. Estudos realizados na América Latina mostraram que as minorias, os pobres e outros grupos marginalizados (como os homossexuais e as crianças da rua) são desigualmente vítimas de abuso físico e doutros maus-tratos pela polícia (caixa 3.1). O enviesamento sexual nos processos judiciais é outro problema. Os conselhos de aldeia, dominados pelos homens, falham sistematicamente na defesa dos direitos das mulheres, como nas disputas de terras no Uganda (caixa 3.2). Os processos eleitorais podem ser subvertidos pela fraude. Numerosas eleições foram contestadas por candidatos da oposição, sob acusações de fraude e de irregularidades. Em 1997, o Presidente camaronês Paul Biya foi reeleito com 93% dos votos – mas os três principais partidos da oposição tinham boicotado a eleição e o governo tinha rejeitado pedidos de uma comissão eleitoral independente.11 Muitas outras eleições recentes foram igualmente estragadas: entre outras, as do Haiti em 2000,12 do Chade em 2001, do Zimbabwe em 2002 e de Madagáscar em 2002. O dinheiro na política é especialmente grave porque pode distorcer as instituições democráticas, a todos os níveis. Pode distorcer o processo eleitoral RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 e a medida em que os líderes eleitos representam os seus eleitores. E pode distorcer a política parlamentar e o funcionamento dos poderes judicial e executivo. Este problema chegou, recentemente, ao topo da agenda política em muitos países, frequentemente como resultado de escândalos aos mais altos níveis do governo. Em vários países, políticos têm sido acusados de aceitar dinheiro de criminosos para seu próprio benefício, ou para fins de campanha. A queda dos Democratas Cristãos em Itália, nos anos 1990, ficou a dever-se muito a acusações de que o partido estava “financeiramente ligado à máfia”.13 E na Alemanha, no princípio dos anos 1980, o “Caso Flick” abalou gravemente o país, na medida em que revelou contribuições ilegais da Companhia Flick.14 Políticos de topo dos principais partidos políticos, alegadamente, desrespeitaram as leis de financiamento das campanhas.15 O escândalo fez com que fossem aprovadas leis sobre as contribuições para campanhas, destinadas a evitar abusos financeiros políticos. Todavia,, em 1999, o antigo chanceler Helmut Kohl demitiu-se de presidente honorário do seu partido depois de ter reconhecido a existência de uma rede de contas secretas e de receber donativos clandestinos equivalente a 6,5 milhões de dólares.16 Este escândalo envolveu, mais tarde, outros membros da União Democrática Cristã. Os processos eleitorais não podem funcionar sem financiamento. Mas, onde desempenha um papel decisivo na política, o dinheiro transforma o poder económico desigual em vantagem política desigual e mina o princípio de “uma pessoa um voto”. O problema não é novo. Mas, o custo elevado das eleições piorou a situação, quase seguramente. Em 1980, os candidatos presidenciais dos EUA gastaram 92 milhões de dólares – mas, esse custo elevou-se a 211 milhões, em 1988 e a 343 milhões, em 2000.17 Incluindo os gastos dos partidos políticos, o custo total, em 2000, foi de mais de mil milhões de dólares.18 Embora um grande orçamento de campanha não garanta o êxito, é importante em muitas disputas: um estudo das campanhas norte-americanas dos anos de 1970 mostrou que os candidatos que desafiaram membros titulares do Congresso ganharam mais 1 ponto percentual de votos, por cada 10.000 dólares gastos.19 Esses custos contribuem para um campo de jogo desnivelado nas competições políticas, porque tornam quase impossível a entrada numa corrida de um candidato mal financiado. Esses custos também aumentam a dependência dos políticos de certas fontes de financiamento, deixando o sistema democrático vulnerável à influência indevida de grupos de interesses especiais – particularmente interesses empresariais (caixa 3.3). ALCANCE INADEQUADO E LACUNAS DA PR Á TICA DEMOCR Á TICA Mesmo estruturas formais de participação e responsabilização que funcionam bem, apenas são, na melhor das hipóteses, instrumentos embotados. As eleições e outros controlos formais apenas permitem aos cidadãos pôr termo ao mandato de políticos que deles abusem. E aderir a partidos políticos, procurar influenciar as suas agendas e votar em eleições, raramente é suficiente para salvaguardar os direitos das mulheres, das minorias e dos pobres. Nem esses mecanismos têm alcance para atacar injustiças que afectam a vida diária das pessoas. Por exemplo, uma análise recente do Banco Mundial ao impacte das reformas agrárias da Colômbia concluiu que nem as repetidas inquirições parlamentares tinham ido ao cerne do problema, que era as elites terem-se apoderado do programa e terem-no distorcido à medida dos seus próprios fins. Houve conluio entre vendedores e compradores para empolar os preços das terras, dividir os excedentes e fazer o governo pagar a conta.20 Uma solução para esses problemas é descentralizar o poder para baixar os níveis de governo – trazendo-o para mais perto do povo. Mas os funcionários locais não são mais imunes à captura pelas elites do que os do governo central. Na verdade, longe de reforçar a democracia local, a descentralização pode, realmente, reforçar o poder e a influência das elites locais.21 Nessas circunstâncias, os cidadãos podem ter mais sorte com os funcionários que estiverem mais distante. Um inquérito recente, realizado em 12 países, concluiu que em apenas metade havia algum tipo de provas – algumas bastante limitadas – de que a descentralização dá poder a mais pessoas, reduz a pobreza, aumenta o progresso social, ou mitiga a desigualdade espacial.22 A descentralização ajuda os pobres principalmente quando o política local é democrática, com fortes estruturas e práticas participativas abertas. Só se for acompanhada de forte apoio a grupos comunitários é que a descentralização pode dar poder às pessoas comuns.23 Estas estruturas formais de responsabilização em democracia são fortes, teoricamente, mas são, APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS Mas, onde desempenha um papel decisivo na política, o dinheiro transforma o poder económico desigual em vantagem política desigual e mina o princípio de “uma pessoa um voto” 67 CAIXA 3.3 Influência das empresas na política Porque é que os interesses económicos influenciam a política nas democracias? Por vezes, é uma questão de funcionários públicos corruptos procurando vantagens pessoais. Mas, há outros dois factores que também intervêm. Primeiro, os governos servem o interesse público promovendo empresas, o que cria postos de trabalho e gera crescimento económico. As políticas que desencorajassem o êxito das empresas poderiam não só minar as economias nacionais, mas também conduzir as empresas para o estrangeiro. Segundo, as empresas tendem a dominar recursos e acessos inigualáveis para os outros grupos – representem eles trabalhadores, consumidores ou causas ambientais. Dinheiro das empresas e patrocínio político Em muitos países, as contribuições e as pressões das empresas são características proeminentes da paisagem política. A aprovação nos Estados Unidos, no princípio do ano 2002, da histórica legislação de reforma do financiamento das campanhas deveu-se muito ao escândalo público da extraordinária expansão das contribuições empresariais para as campanhas, muitas delas em “papel-moeda”. As empresas deram 1,2 mil milhões de dólares em contribuições políticas, durante as eleições de 2000 – cerca de 14 vezes a quantia já enorme com que contribuíram os sindicatos e 16 vezes as contribuições de outros grupos de interesses. Embora muitos países europeus tenham limites mais apertados para o financiamento empresarial, aparecem padrões semelhantes noutros países. E na Índia, calcula-se que as grandes empresas tenham fornecido 80% do financiamento dos grandes partidos. Os donativos e as pressões empresariais abafam muitas vezes as vozes dos trabalhadores, dos consumidores, das mulheres, dos ambientalistas e de outros grupos de interesse e de cidadãos. Por exemplo, as agro-indústrias exerceram considerável influência nas posições nacionais em negociações comerciais internacionais. E casos muito publicitados – como o do projecto energético de Dahlon, no valor de 3 mil milhões de dólares, da Enron na Índia e de Aguas del Tunari, projecto empresarial de águas na Bolívia – mostram como as preocupações das pessoas, dos intelectuais, dos ambientalistas e de outros grupos locais são, muitas vezes, ignoradas até se transformarem em protestos e grandes confrontações. Na Bolívia, centenas de trabalhadores entraram numa greve geral, parando os transportes e gerando uma violenta resposta da polícia, na qual um manifestante foi atingido a tiro. Foi declarada, pouco depois, a lei marcial. Casos como estes alimentam o cepticismo do público em relação à responsabilidade empresarial e não só dentro do movimento anti-globalização. As preocupações com a influência empresarial têm ressonância mais alargada na opinião pública inter- nacional. No seu Inquérito do Milénio de 1999, a Gallup International entrevistou 57.000 pessoas de 60 países – e descobriu suspeita e desprezo generalizados pela conduta empresarial e expectativas mais elevadas quanto à responsabilidade social das empresas. Quase quatro de cada cinco inquiridos responsabilizam as empresas pela saúde e segurança públicas. Dois terços disseram que as empresas são responsáveis por suborno e corrupção. Em 12 estados europeus, mais de metade das pessoas inquiridas disseram que as empresas não dão atenção suficiente às suas responsabilidades sociais. As pessoas estão cada vez mais preocupadas com o facto das empresas não serem responsabilizadas pelos seus actos, ou porque as leis são fracas, ou aplicadas com fraqueza. Na verdade, mesmo quando a legislação interna é adequada, muitas vezes não é aplicada. Nos Estados Unidos, dá-se menos atenção ao crime de colarinho branco na aplicação das leis, do que outros tipos de crime recebem. Entre 1992 e 2001, a Comissão de Títulos e Câmbios enviou 609 processos de colarinho branco à procuradoria dos EUA para acusação criminal. Mas, apenas 187 foram processados, dos quais 142 réus foram considerados culpados e 87 foram para a prisão. Abordagens múltiplas para influenciar os processos de política Os donativos a políticos e partidos políticos são, apenas, uma das maneiras das empresas influenciarem a política. As empresas envolvem-se numa ampla gama de actividades para garantir que os seus pontos de vista têm audiência e influenciam a política. As empresas preparam e apresentam projectos de legislação, prestam testemunhos e participam em consultas. Também influenciam a maneira como as políticas são aplicadas – negociando programas de execução, apoiando certos indigitados para cargos oficiais e influenciando o poder judicial através de seminários de informação. Um estudo recente de três comissões consultivas comerciais dos EUA concluiu que dos 111 membros, apenas 2 representavam sindicatos – e nenhum representava os consumidores (o lugar reservado a uma organização ambientalista não tinha sido preenchido). Mas, as empresas estavam bem representadas, com 92 membros de empresas e 16 de associações sectoriais. Os debates políticos nos EUA sobre a mudança climática ilustram essas tendências. A U.S. Global Climate Coalition, um grupo industrial que coordena a participação empresarial nos debates políticos internacionais, tem pressionado agressivamente para esse fim, pondo vigorosamente em causa os argumentos científicos sobre a mudança climática. E se a maioria dos cientistas de topo concorda que têm que ser reduzidas as emissões de gases de estufa, a aliança tem argumentado energicamente que os objectivos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto são “irrealistas”. O que é que se pode fazer? Não podemos aspirar a acabar com as assimetrias dos recursos e do acesso. Então, como pode ser atacada a influência indevida das empresas? A reforma do financiamento político é crucial e deve incluir: • Aumentar a transparência e a divulgação das fontes de financiamento de todas as eleições, partidos e candidatos. • Fixar limites claros para os gastos, bem como para as contribuições – por nível e por fonte. • Conceder financiamento público aos candidatos e aos partidos. Muitos países estão a seguir estas medidas. A Indonésia, Coreia do Sul e Tailândia introduziram legislação compreensiva, que exige transparência e fixa limites para os gastos e contribuições. Em 2000, o Reino Unido começou a exigir a todos os partidos a divulgação da origem dos donativos acima de 5.000 libras a nível nacional e de 1.000 libras a nível local. O financiamento público pode assumir diferentes formas – desde uma abordagem “maximalista”, em que o financiamento público é a principal fonte de financiamento dos partidos e das eleições (como na Alemanha, Coreia e Suécia), até uma abordagem “minimalista”, em que apenas as eleições são parcialmente subsidiadas (como no Canadá, Austrália e Irlanda). O Reino Unido não concede financiamento estatal directo, mas os candidatos têm oportunidades de radiodifusão e serviço postal gratuitos. As iniciativas também podem ser dirigidas ao outro lado da moeda, introduzindo normas de comportamento empresarial socialmente responsáveis na actividade política. Uma actividade política mais responsável inclui: • Transparência, com as empresas a tornarem claras as suas actividades políticas. A Novartis publica documentos com tomadas de posição sobre protocolos de biosegurança e a Astra Zeneca revela o seu financiamento as grupos de pressão. • Responsabilidade, com as empresas a fazerem um esforço para corresponder às preocupações públicas. A Scottish Power estimula comentários externos à sua política. • Consistência, com as empresas a tornarem as suas posições consistentes com as dos grupos que defendem os seus interesses, como associações industriais ou “grupos-líder”. A abordagem mais eficaz – e mais ambiciosa – seria as empresas saírem pura e simplesmente da política. Há toda a probabilidade disso exigir legislação, porque todas as empresas teriam que agir simultaneamente. Mas, algumas estão a tomar medidas nesse sentido. A Shell, por exemplo, deixou de fazer contribuições políticas. Fonte: Center for Responsive Politics 2001; Mahbub ul Haq Human Development Center 1999; Madeley 1999; Humans Rights Watch 2002; Parry 2001; Grunwald 2002; Zadek 2001; Leaf 2002; Korten 1995; SustainAbility 2001, p. 14; Global Climate Coalition 2002; Sridharan 2001. 68 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 muitas vezes, minadas por concentrações de poder e de influência que se auto-perpetuam. Nalguns países, os mesmos primeiros-ministros alternaram no poder durante décadas, e continua a política dinástica. No México, o mesmo partido esteve no poder durante mais de 70 anos, até que as eleições de 2000 puseram fim ao seu governo. Apesar das convulsões democráticas e de algumas incursões na política de grupos subrepresentados, as elites agarram-se ao poder do estado e prevalecem estruturas de poder desiguais.24 Romper esses círculos viciosos exige o reforço das instituições democráticas e das capacidades do estado. Mas, isso é apenas parte da solução. A pressão política também tem que vir de estruturas formais externas, através do aparecimento de uma política democrática mais vibrante. REFORÇAR AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS FORMAIS A maioria dos 81 países que, recentemente, deram passos no sentido da democratização têm, todavia, que se livrar da herança de passados autoritários, e as instituições e práticas democráticas ainda têm que se enraizar. Os processos representativos parecem estar em crise, mesmo em democracias bem firmadas. Nos Estados Unidos, o número de eleitores registados nas eleições presidenciais caiu de 96%, em 1960, para 51%, em 2000, e no Reino Unido, de 78%, em 1992, para 59%, em 2001. Embora estas tendências não sejam universais – o número de eleitores tem estado a aumentar nalguns países, especialmente na América Latina – assistiu-se a grandes quedas em mais oito países da OCDE.25 Em França, Itália, Noruega e Estados Unidos, a filiação partidária é metade (ou menos) do que era há 20 anos (quadro 3.1). De acordo com inquéritos recentes na América Latina e na Europa Central e do Leste, há muito menos pessoas com confiança nos partidos políticos do que na igreja, nas forças armadas ou na televisão (figura 3.2).26 Os países podem começar a restaurar a confiança do público nas estruturas representativas e a reduzir a concentração de poder político: • Desenvolvendo veículos mais fortes para a participação política formal e a representação através dos partidos políticos e dos sistemas eleitorais. • Reforçar os controlos sobre o poder arbitrário, separando os poderes entre o executivo, o judicial e o legislativo e criando entidades independentes eficazes. QUADRO 3.1 Queda na filiação em partidos políticos Países Período França Itália Estados Unidos Noruega República Checa Finlândia Holanda Áustria Suiça Suécia Dinamarca Irlanda Bélgica Alemanha Hungria Portugal Eslováquia Grécia Espanha 1978–99 1980–98 1980–98 1980–97 1993–99 1980–98 1980–2000 1980–99 1977–97 1980–98 1980–98 1980–98 1980–99 1980–99 1990–99 1980–2000 1994–2000 1980–98 1980–2000 Variação de membros Número Percentagem –1.122.000 –2.092.000 –853.000 –219.000 –225.000 –207.000 –136.000 –446.000 –119.000 –143.000 –70.000 –28.000 –136.000 –175.000 8.000 50.000 38.000 375.000 809.000 –64,6 –51,5 –50,4 –47,5 –41,3 –34,0 –31,7 –30,2 –28,9 –28,0 –25,5 –24,5 –22,1 –9,0 5,0 17,0 29,6 166,7 250,7 Fonte: Mair e van Biezen 2001, p. 12. • Descentralizando democraticamente: devolvendo poder do governo central às províncias e às localidades, escorado em instituições e práticas democráticas locais mais fortes. • Desenvolvendo meios de comunicação livres e independentes. FIGURA 3.2 Confiança nas instituições Percentagem de pessoas que expressam “muita” ou “alguma” confiança Europa Central e do Leste 1997–98 Forças armadas Igreja DESENVOLVER VE Í CULOS MAIS FORTES PARA Presidente A PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POL Í TICA FORMAL Televisão Polícia Para funcionar bem, uma democracia depende de partidos políticos que funcionem bem e sejam sensíveis ao povo, mas novas democracias significam novos partidos. Estes partidos ainda não são capazes de satisfazer as suas funções tradicionais de educação política, mobilização e representação de interesses diferentes. Em muitos países africanos, os partidos da oposição desaparecem entre eleições, enquanto os partidos do poder se comportam como era costume nos sistemas de partido único. Escassez de financiamento público e limites à obtenção de fundos deixam os partidos dependentes de alguns poucos indivíduos ricos para financiar as suas actividades e campanhas. E com incentivos e favores políticos a fluírem dos partidos no poder, os políticos estão cada vez mais a mudar de filiação política – a “virar a casaca” – para aderirem ao partido vencedor. Esta prática tornou-se tão vulgar na África Ocidental que alguns governos, como os do Benim e do Níger, tornaram-na ilegal. 27 APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS Poder judicial Assembleia Nacional Partidos políticos 0 20 40 60 80 60 80 América Latina 2000 Igreja Forças armadas Televisão Presidente Polícia Poder judicial Assembleia Nacional Partidos políticos 0 20 40 Fonte: Lagos 2001; Rose e Haerpfer 1999. 69 CAIXA 3.4 As quotas fazem a diferença na participação política das mulheres Em todo o mundo, as mulheres representam menos de 14% das câmaras baixas dos parlamentos, uma percentagem que está a crescer a passo de caracol. Para acelerar esta tendência, muitos países introduziram quotas. São usadas nos 11 países que alcançaram uma representação de mulheres superior a 30%, da Suécia e outros países nórdicos à Argentina – o primeiro país latino-americano a introduzir uma quota, em 1991 – e a Moçambique. As quotas podem ser percentagens legisladas nos parlamentos, ou objectivos voluntários adoptados pelos partidos políticos. Quotas legisladas em parlamentos Na Índia, um terço dos lugares dos governos locais (panchayats) estão reservados a mulheres, desde 1993. Os partidos e grupos de interesse locais tiveram que descobrir candidatas para os representar e ganhar o seu apoio. Em 1998, as mulheres ganharam 40% dos lugares em eleições para os panchayat. Em França, uma emenda constitucional de 1999 exigia que pelo menos metade dos candidatos a eleições municipais fossem mulheres. Como resultado, elas conseguiram 48% nas eleições em 2001, contra 22% em 1995. Nas eleições nacionais, em que essa exigência não existe, a quota de mulheres eleitas aumentou de 7%, em 1998, para apenas 9%, em 2001. Quotas voluntárias nos partidos políticos Em 1994, o Congresso Nacional Africano da África do Sul introduziu uma quota de um terço para mulheres, desencadeando ganhos impressionantes. Com 120 mulheres numa Assembleia Nacional de 400 membros, o país está actualmente em 8.º lugar no número de mulheres em parlamentos nacionais, vindo de 141.º em 1994. No Reino Unido, o Partido Trabalhista introduziu listas só de mulheres para os lugares abertos, de 1993 até às eleições gerais de 1997. Em 2000, a Câmara dos Comuns britânica tinha 121 membros femininos, quase o dobro de 1995. Mas as quotas não são uma bala de prata Progressos e retrocessos das mulheres nos parlamentos nacionais, 1995-2000 103 países onde cresceu a representação das mulheres 107 países onde não se alterou a representação das mulheres 40 países onde diminuiu a representação das mulheres As quotas destinam-se a facilitar o acesso de mulheres a cargos electivos. Mas, aumentar a participação política das mulheres exige uma estratégia de longo prazo, para alterar práticas muito antigas que mantêm as mulheres fora da política. Essa alteração não pode ser legislada de um dia para o outro. Nem todos – incluindo alguns activistas dos direitos das mulheres – consideram as quotas uma estratégia sustentável. Mas, sem essas medidas radicais seria difícil atingir a massa crítica de representação das mulheres, necessária para fomentar uma nova cultura – uma cultura que culminasse na presença equilibrada de mulheres tanto nos parlamentos como nos órgãos governativos dos partidos políticos. As quotas são principalmente um remédio temporário e não são um substituto duma maior tomada de consciência, do aumento da educação política, da mobilização dos cidadãos e da eliminação de obstáculos processuais à nomeação e eleição das mulheres. E ser eleita para um cargo é apenas o início das lutas das mulheres pela participação total – não significa que adquirem uma verdadeira base política, e a inexperiência é um problema para os novos legisladores. Assim, melhorar a qualidade da participação das mulheres na elaboração da política é tão importante como aumentar o número de mulheres eleitas, e estão em curso muitas iniciativas para apoiar as mulheres, uma vez eleitas. Nas Filipinas, o Centro para o Desenvolvimento Legislativo, uma organização não governamental (ONG), dá apoio em áreas como a preparação de agendas legislativas, desenvolvimento de propostas, defesa e participação nas deliberações em comissão e em plenário. Esta formação têm ajudado as legisladoras de três províncias a aprovar leis relacionadas com o género, como a criação de centros de crise para mulheres, e promoveu decisões políticas sensíveis ao género em temas como o da violência contra mulheres. Forjar laços entre mulheres políticas e grupos de mulheres sustenta iniciativas de defesa para aprovar leis que promovam os direitos das mulheres. Em Trindade e Tobago, uma rede de ONG chamada Trabalhando para Obter a Igualdade de Direitos, formou 300 mulheres para concorrerem às eleições governamentais locais, em 1999. O objectivo eram sensibilizar as mulheres para preocupações específicas do seu sexo e para a maneira como essas preocupações podem ser resolvidas através da sua participação como advogadas ou como funcionárias públicas. O número de candidatas designadas para concorrer foi de 91 – um aumento de quase 100% em relação a 1996. E 28 conquistaram assentos – um aumento de 50%. Fonte: International IDEA 2002b; IPU 2000a, 2001, 2002b; Reyes 2000. Frequentemente, a estrutura organizativa dos partidos é tudo menos participativa. Os partidos que não são abertos e transparentes não têm probabilidades de ser democráticos nos seus compromissos políticos. Sem democracia interna, os partidos tornam-se feudos individuais. A liderança carismática, mais do que a plataforma política, orienta muitas vezes a lealdade partidária. Criar uma cultura democrática nos partidos políticos é, assim, vital. No mínimo, isso deve envolver eleições abertas e concorrenciais para a liderança do partido. Seria útil incluir essa exigência no programa de qualquer reforma política – como no 70 novo código eleitoral do Panamá, criado em 1995. As eleições são processos complexos que exigem organização sistemática. Melhorar o recenseamento dos eleitores e os cadernos eleitorais e criar comissões eleitorais independentes são pedras angulares de um sistema livre e justo. A inclusão de partidos e candidatos como participantes, monitores e defensores de eleições, e não apenas como concorrentes, pode ajudar a garantir a estabilidade – como em Moçambique, em 1994, onde representantes dos partidos foram incluídos em todos os aspectos da preparação das eleições.28 Os meios de comunicação RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 também podem contribuir para este esforço – difundindo informação, focando o debate público e aumentando a educação cívica e eleitoral (ver abaixo). E a sociedade civil também. Na Indonésia, organizações não governamentais (ONG) desempenharam um papel central na educação dos eleitores, explicando aos cidadãos os seus direitos e deveres, o valor da votação numa democracia e a natureza das novas leis eleitorais, para votarem de acordo com a sua livre vontade e consciência. Essas campanhas também ajudaram a convencer os cidadãos da justeza do sistema, da sua nova transparência e dos novos partidos e personalidades que entravam na vida política do país. Muitos países estão a tentar reforçar os sistemas de representação. Seja em democracias estabelecidas, ou em novas democracias, esses esforços tendem a ter elementos comuns: • Melhorar a governação dos partidos políticos, com padrões éticos, formação, disciplina e melhor gestão financeira. o Partido Democrata da Tailândia, por exemplo, lançou-se num processo de profissionalização da gestão do partido. O Partido Labang Demokratikong Pilipino, das Filipinas, está a trabalhar no problema dos favores políticos, criando um instituto de investigação e realizando seminários e discussões políticas.29 • Promover a participação das minorias e das mulheres. Os partidos políticos são um grande factor institucional que está por trás da crónica subrepresentação das minorias e das mulheres. A situação está a melhorar, mas a passo de caracol. Em 103 países, a percentagem de mulheres no parlamento aumentou entre 1995 e 2000, mas em todo o mundo a média ainda é apenas de 14%. Muitas vezes, é necessária uma acção afirmativa para vencer obstáculos enquistados. As quotas, quer nos parlamentos, quer nos partidos, têm sido fundamentais para aumentar a representação. São usadas nos países com maior representação de mulheres no parlamento e estão a produzir alterações em países onde a participação feminina na política é historicamente mais baixa, como a França e a África do Sul (caixa 3.4). • Construir sistemas eleitorais. Muitos países, quer democracias há muito estabelecidas, quer novas democracias, estão a reformar os seus sistemas eleitorais. O êxito das eleições mexicanas de 2000 assentou, em grande medida, na reforma de 1996 dos quadros eleitoral e político, bem como na completa reforma da comissão eleitoral, o Instituto Federal Eleitoral. • Limitar a influência distorcedora do dinheiro na política. A reforma das finanças políticas está sob activo debate em muitos países, visando aumentar a transparência, nivelar o terreno de jogo (fixando limites aos gastos e às contribuições), encorajar subsídios públicos e contribuições das bases e gerir influências institucionais e empresariais indevidas na política pública. Na sequência de alegações de corrupção política, uma resposta vulgar tem sido novas leis – já introduzidas nalguns países, como a França e os Estados Unidos, e acaloradamente debatida noutros, como a Índia. Entre os elementos destas iniciativas contam-se leis de divulgação, limites dos gastos, proibição de certos tipos de donativos, subsídios públicos directos e indirectos para os partidos e os candidatos e subsídios para emissões políticas (ver caixa 3.3). Mas, um estudo em 60 países, feito pelo Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral, mostra que leis mais rigorosas são apenas um primeiro passo – e que quando as leis do financiamento político são acompanhadas pelo silêncio, pela indiferença e pela falta de formação técnica, os abusos são mais capazes de florescer.30 REFORÇAR Se o poder judicial consegue manter a sua independência é, muitas vezes, o teste decisivo para saber se o governo democraticamente eleito consegue evitar tornar-se autocrático OS CONTROLOS SOBRE O PODER ARBITR Á RIO SEPARANDO OS PODERES As democracias sofrem reversões quando os governos eleitos são derrubados. Mas, muitos governos eleitos tornaram-se autoritários, comportando-se cada vez mais como os seus antecessores autocráticos. As chaves para evitar esses abusos do poder são o reforço da separação dos poderes e a independência dos poderes legislativo e judicial – e a profissionalização da burocracia e das forças armadas. Se o poder judicial consegue manter a sua independência é, muitas vezes, o teste decisivo para saber se o governo democraticamente eleito consegue evitar tornar-se autocrático. A feroz independência do poder judicial da Índia é uma pedra angular da democracia do país. Na verdade, o esticar da corda entre um poder judicial, que luta para se manter autónomo, e os partidos políticos e executivo é uma característica da vida política indiana. Dos esforços para eliminar a revisão judicial da legislação, nos anos 70, até ao activismo judicial dos anos 90, ocupando-se de processos de corrupção política, o poder judicial tem defendido vigorosamente a separação de poderes e garantido que os mecanismos de controlos são uma realidade (caixa 3.5).31 No Egipto, o Tribunal Cons- APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 71 CAIXA 3.5 Poder judicial da Índia – independência e activismo na defesa das instituições e práticas democráticas O sistema judicial indiano – Supremo Tribunal e altos tribunais estaduais – tem sido uma pedra angular da democracia no país, desde a independência. Ao longo das décadas, o sistema judicial repeliu contínuas interferências na sua independência. Nos últimos anos, um activismo judicial renovado tem defendido, vigorosamente, os direitos fundamentais dos cidadãos. Também tem salvaguardado bens ambientais e outros bens públicos. E tem atacado questões de responsabilidade democrática e acusações de corrupção no executivo. Nos anos de 1970, os tribunais enfrentaram vários desafios à sua independência. Num caso célebre, em 1976, o primeiro-ministro da altura tentou eliminar o uso da análise judicial para limitar os poderes do parlamento. A tentativa foi derrotada e os tribunais determinaram que o quadro básico da constituição não podia ser alterado. Nos anos de 1980, os tribunais começaram a ouvir litigações de interesse público, envolvendo os direitos humanos de pessoas pobres e destituídas de poder, especialmente em casos de brutalidade e tortura policial, violação sob custódia e tratamento desumano nas cadeias. Esses processos também protegeram bens públicos, como o ar puro e a água limpa e provisão de sangue não contaminado. Este activismo judicial coincidiu com o aparecimento de organizações da sociedade civil e de movimentos sociais dedicados à justiça social e a objectivos dos direitos humanos. A sinergia criada entre a sociedade civil, os membros com mentalidade reformadora das classes médias e vários magistrados do Supremo e dos altos tribunais, como os juízes P. N. Bhagwati e Krishna Iyer, ajudou a avançar essas causas. Reformas legais providenciaram acções de classe em nome dos pobres, dos oprimidos e dos cidadãos vitimados. Nos anos de 1990, os tribunais procuraram defender o princípio da separação de poderes e desligar os serviços secretos do controlo do executivo político. Fizeram-no para restabelecer a responsabilidade do Gabinete Central de Investigações, a principal agência de investigação do governo. Uma série de escândalos tinha revelado uma relação perigosa entre este gabinete, o gabinete do primeiro-ministro e outras elites políticas. Os tribunais restabeleceram a autoridade sobre o gabinete e fixaram o mandato do seu director num mínimo de dois anos. Houve contramovimentos no parlamento, que alegavam que o poder judicial estava a intrometer-se nas funções legislativa e administrativa, para além do que lhe competia, e que os juízes estavam a explorar recentes julgamentos por corrupção. Continua a haver um debate vivo sobre estas instituições, o seu desenvolvimento e a sua contribuição para a vitalidade da política democrática na Índia. Fonte: Kohli 2001; Rudolph e Rudolph 2001. titucional desempenhou um papel fundamental na imposição da supervisão judicial das secções de voto, nas eleições de 1987 e 2001. 32 Em 1997, o Tribunal Constitucional do Mali anulou a primeira volta das eleições legislativas e ordenou nova votação, em resposta a uma petição de partidos da oposição. E em 2001, o Tribunal Constitucional do Gabão anulou um decreto presidencial que nomeava todos os membros do Conselho Económico e Social do país, dizendo que o decreto violava a exigência constitucional da eleição de 85% dos membros do conselho pelos seus pares de todo o país.33 Durante o apartheid, o governo da África do Sul usou a lei e os tribunais para aplicar – e defender – as suas políticas, fazendo com que a maioria oprimida visse o sistema judicial como um instrumento da opressão branca. Mas, os defensores dos direitos humanos e alguns juízes complacentes impediram que o processo judicial perdesse toda a credibilidade, o 72 que se revelou crucial para a criação duma constituição democrática. Hoje, fortes medidas garantem um poder judicial independente e o Tribunal Constitucional assegura uma adequada separação de poderes entre os três ramos do governo. Além disso, o Tribunal Constitucional e a independente Comissão Judicial de Serviços tornaram os tribunais mais representativos – dos 199 juízes dos tribunais superiores, 45 são pretos e 26 são mulheres. Em 1994, quando acabou o apartheid, não havia mais do que um ou dois de cada (caixa 3.6).34 Em muitas novas democracias, porém, o domínio do ramo executivo – e a influência excessiva das forças de segurança, especialmente das forças armadas – continua a ser uma herança persistente. Mudar para um sistema mais equilibrado, com um poder judicial e um poder legislativo independentes, não acontece de um dia para o outro. O poder legislativo desempenha muitas vezes um papel limitado na decisão política – por exemplo, com os orçamentos discutidos apenas na sua fase final, em muitos parlamentos. Na África do Sul, os parlamentares não têm poder para alterar orçamentos, mas apenas para aprovar ou rejeitar o que é apresentado. Mas a rejeição não é uma opção realista, porque imobilizaria o governo.35 Noutros países, a maioria dominante altera muitas vezes a constituição sem amplo debate. Quando aumenta a pressão e o seu poder é posto em causa, os governantes podem tentar mantê-lo através, por exemplo, de emendas constitucionais que reforcem o poder do executivo. Nos Camarões, os tribunais militares podem exercer jurisdição sobre civis em processos que envolvam agitação civil. Estabelecer o controlo civil das forças armadas e da polícia é um desafio enorme em muitas novas democracias (ver capítulo 4). Muitos países continuam a manter normas burocráticas, que entram, muitas vezes, em conflito com reformas democráticas, mesmo em democracias há muito estabelecidas, como o Japão. Os funcionários públicos podem não se adaptar prontamente ao papel de detentores de responsabilidades públicas. Conflitos jurisdicionais entre comissões eleitorais e ministérios do Interior realçam as dificuldades para vencer as normas burocráticas. O mesmo se passa com a relutância dos assistentes e nomeados presidenciais em tolerar o aparecimento de partidos políticos e de organizações da sociedade civil. Muitas vezes os poderes legislativo e judicial carecem simplesmente de capacidade técnica, de espaço nos gabinetes e de acesso à informação. Um es- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 tudo de 1993 sobre a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile e Honduras concluiu que as comissões parlamentares careciam de pessoal especializado. Os parlamentares de El Salvador e do México também estão privados de assistência profissional, tendo apenas secretárias. Menos de uma dúzia dos 205 membros do parlamento do Nepal tem alguma formação em economia.36 Muitos países estão a tentar enfrentar esses problemas, com êxito misto. Além de fornecerem aos parlamentos e ao poder judicial equipamento, métodos e pessoal técnico adequadamente formado, estão a introduzir inovações e reformas estruturais para reforçar os controlos dos abusos do poder. E estão a reforçar as comissões parlamentares para fomentarem tomadas de decisão mais eficazes e controlarem o executivo. Em 1983, a Irlanda criou um sistema de comissões que faz investigação para os membros do parlamento.37 Em Portugal, Roménia e outros países, os líderes da oposição são escolhidos para liderar poderosas comissões legislativas, incluindo a comissão de finanças.38 E em Marrocos, a constituição de 1996 introduziu um poder legislativo bicamaral, para promover uma representação mais pluralista.39 Outra abordagem é reforçar as entidades independentes – em particular, provedores de justiça, comissões eleitorais e de direitos humanos. Todos podem promover e defender reformas críticas e práticas democráticas em países com desequilíbrios de poder entre o executivo e os outros ramos. As comissões eleitorais independentes desempenham um papel decisivo na garantia da liberdade e da justiça das eleições (caixa 3.7). Uma condição importante da sua independência é a autonomia orçamental total, devidamente protegida por arranjos legais – e com orçamentos que não sejam apenas para eleições, mas também para processos preparatórios, depois auditados. As comissões independentes têm sido fundamentais para proteger e promover os direitos humanos. Em 1998, 40% dos parlamentos de todo o mundo tinham organismos oficiais de direitos humanos.40 A comissão da África do Sul controla activamente a aplicação dos direitos garantidos constitucionalmente. Tem atacado um amplo leque de questões, incluindo a prestação de serviços sociais, os direitos das comunidades rurais e o racismo nos meios de comunicação. A comissão está a transformar em realidade a visão de uma nação baseada nos direitos humanos (caixa 3.8). CAIXA 3.6 Activismo judicial manteve a bandeira da democracia a flutuar – molemente – na África do Sul do apartheid Até 1994, a África do Sul essencialmente não tinha constituição escrita e, seguramente, nenhuma lei de direitos. O parlamento era soberano e nenhum tribunal tinha o poder de derrubar as suas leis – independentemente de serem injustas e parciais. Mas, os tribunais tinham o poder de interpretar legislação, que usavam para atenuar algumas das leis mais notórias do apartheid. O Centro de Recursos Legais, uma firma legal de interesse público, usava activamente os tribunais para combater as leis do apatheid. O centro obteve acórdãos dos mais altos tribunais do país, que deram alívio a centenas de milhares de negros sul-africanos – como a reversão, pelo tribunal, das políticas que impediam as mulheres e os filhos de trabalhadores urbanos de se juntarem aos maridos e pais em cidades “brancas”. Noutro processo, o centro impediu a expulsão de negros sul-africanos de áreas legalmente reservadas a brancos sul-africanos. Outra organização dos direitos humanos, os Ad- vogados para os Direitos Humanos, proporcionou advogados de defesa gratuitos em centenas de processos que acusavam vítimas analfabetas do sistema de apartheid por transgredirem leis opressoras. Sem os esforços dessas organizações, dos advogados que trabalhavam para elas e dos seus apoiantes noutros países, os tribunais da África do Sul teriam perdido toda a legitimidade aos olhos dos negros sul-africanos. Foi crucial, para o estabelecimento de uma constituição democrática, que a maioria negra mantivesse alguma confiança. Doutra maneira, a credibilidade do sistema judicial para salvaguardar os valores constitucionais da igualdade e da protecção da dignidade de todas as pessoas teria ficado fatalmente minada. Vistos à distância, pode parecer que esses esforços foram óbvios. Mas, na altura, havia pouca ou nenhuma luz ao fundo do túnel. A justiça e a justeza atingidas devem-se a muitos activistas que lutaram por elas. Fonte: Goldstone 2002. CAIXA 3.7 O papel dos organismos de supervisão independentes: A Comissão Federal de Eleições do México As eleições presidenciais do México, em 2000, assinalaram um grande passo em frente para a democracia do país. Este resultado positivo foi amplamente atribuído às reformas constitucionais de 1996 dos sistemas eleitoral e político – e aos esforços e crescente credibilidade da Comissão Federal de Eleições (Instituto Federal Eleitoral). Essas alterações foram motivadas pela pressão da sociedade civil, da oposição e da comunidade internacional, resultando das eleições presidenciais controversas, de 1988, e de questões que se arrastavam sobre o processo eleitoral de 1994. Em 1990, as reformas constitucionais criaram a Comissão Federal de Eleições e um Tribunal Eleitoral, que trata de recursos de disputas relacionadas com eleições. As reformas do princípio e meados dos anos de 1990 reforçaram a independência e a autoridade da comissão. As reformas constitucionais de 1996, em particular, eliminaram a supervisão executiva do Ministro dos Assuntos Internos e criaram um Conselho Geral apartidário de nove “conselheiros eleitorais” independentes. Entre as outras inovações eleitorais do México, conta-se a criação de comissões de observadores, incluindo juízes como membros da comissão eleitoral e estabelecendo um serviço profissional para supervisionar eleições, que é responsável pela actualização anual dos cadernos eleitorais. A comissão eleitoral também instituiu reformas do financiamento das campanhas, embora os críticos argumentem que o Congresso aprovou um tecto muito mais alto do que o proposto inicialmente, para beneficiar o rico PRI – partido que esteve no poder durante mais de 70 anos. Estas melhorias contribuíram para a oposição conquistar uma maioria na Câmara de Deputados, nas eleições legislativas decisivas de 1997 – pela primeira vez na história moderna do México – e para as eleições presidenciais de 2000 levarem um candidato da oposição, Vicente Fox, ao poder. As reformas eleitorais reforçaram consideravelmente a participação democrática directa de todos os cidadãos mexicanos nas instituições e nos processos governativos. Fonte: Lopez-Pintor 2000; Instituto Federal Electoral 2002; Grayson 2000; Washington Office on Latin America 2000; Maguire 2002; Di Rosa 2002. APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 73 DESCENTRALIZAÇÃO DEMOCR Á TICA CAIXA 3.8 Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul – promovendo valores e práticas democráticas com a investigação do racismo nos meios de comunicação A Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul – uma instituição independente criada pela constituição do país de 1994 – virou a sua atenção para o racismo nos meios de comunicação. As suas investigações começaram, em 1998, com uma queixa da Associação dos Advogados Negros e da Associação dos Contabilistas Negros da África do Sul, acusando dois jornais de racismo em notícias que envolviam negros. Mais tarde, a comissão decidiu alargar o seu inquérito ao racismo nos meios de comunicação em geral. A discriminação racial em todos os níveis da sociedade tinha aparecido muito em queixas apresentadas à comissão, desde a sua criação, criando riscos para uma África do Sul pacífica e integrada. Ao alargar a sua investigação, a comissão não procurava fazer dos meios de comunicação bodes expiatórios. Estava, antes, a reconhecer o imenso poder destes meios para moldar as opiniões e as percepções públicas. O clamor que acompanhou o anúncio do inquérito foi significativo em si mesmo. Os críticos argumentavam que o inquérito violava o direito dos meios de comunicação à liberdade de expressão, minando o papel da comissão como protectora de todos os direitos atribuídos na constituição e na lei de direitos da África do Sul. No seu relatório, a comissão partilhava o seu entendimento e interpretação do racismo, particularmente do “racismo subliminar”. Mas, a comissão já tinha atingido um importante objectivo: gerou uma ampla discussão pública sobre uma questão que ameaçava ser um grande obstáculo à construção da democracia e ao respeito pelos direitos humanos na África do Sul. Ao fazê-lo, aumentou a perspectiva de um consenso popular. Fonte: Pityana 2000. CAIXA 3.9 O processo de reforma da China – expandir a participação e a responsabilização À medida que se desenrola a reforma na China e que o governo e o Partido Comunista deixam de governar todos os aspectos da sociedade e da economia, os líderes do país deram passos para aumentar a participação e a responsabilização no governo local. Os primeiros esforços foram nos anos de 1980, na sequência de uma série de iniciativas populares dos aldeões, que conduziram às eleições para comissões de aldeia, ao abrigo da Lei Orgânica das Comissões de Aldeia de 1987. A lei tem tido resultados mistos, levando a um vivo debate entre eruditos sobre se as eleições de aldeia podem servir de base para uma reforma política mais fundamental. De acordo com fontes não oficiais do governo central, apenas 60% das eleições satisfazem todos os requisitos legais relevantes. Uma vez eleitos, as actividades dos líderes de aldeia podem ser limitadas por estruturas de poder pré-existentes. Mesmo assim, a maioria dos analistas concorda que as eleições estão a aumentar a responsabilidade, a legitimidade e a eficiência da administração popular. As eleições estão a dar mais voz ao povo na formulação de políticas e programas nacionais de Fonte: UNDP China Country Office 2002; UNDP 1999a. 74 reforma. Esta nova forma de interacção política será testada, nos próximos anos, com reformas agrícolas fundamentais. Ajudarão as reformas a evitar grandes dificuldades da população rural? E permitirão que as pessoas fiquem nas áreas rurais em vez de migrarem para as cidades e vilas? Também tem havido importantes mudanças a nível nacional, com o partido e o governo a ficarem muito menos entrelaçados. Vários altos funcionários do governo não são membros do partido. Além disso, grande parte do sistema de serviço público está a ser profissionalizada. E tem havido esforços ambiciosos para combater a corrupção. O estado está a ser reduzido e racionalizado a todos os níveis de governo – central, provincial e inferior. O governo também manifestou o seu empenho em reforçar o estado de direito e eliminar os resquícios do velho estilo de “regras pelo homem”. Em suma, a grande reforma de todos os aspectos da governação chinesa foi posta em marcha, pelo menos com potencial para alterar a relação entre o estado e os seus cidadãos. Em princípio, a descentralização do poder do centro para as províncias, distritos, ou localidades permite às pessoas participar mais directamente na tomada de decisão. Mas, na realidade, pode simplesmente transferir poder de um conjunto de elites para outro. A descentralização democrática – dando, verdadeiramente, voz às pessoas – exige mais do que apenas descentralizar e devolver poder. Também exige o alargamento da participação – especialmente de pessoas que muitas vezes são marginalizadas, como as mulheres, as minorias e os pobres – e o aumento da responsabilidade dos funcionários públicos, a nível local. O panchayati raj da Índia ilustra este processo. A despeito do êxito da democracia a nível nacional e estadual, os governos locais da Índia, mandatados constitucionalmente – os panchayati raj – eram propensos à captura pelas elites e à subversão pela autoridade política central. As emendas constitucionais de 1992 e 1993 revitalizaram os panchayats, dando-lhes estatuto constitucional, determinando eleições regulares e reservando um terço dos assentos para mulheres e representação proporcional para grupos sociais marginalizados. Em muitas regiões da Índia, esta alteração aumentou significativamente a visibilidade e a extensão da participação popular. Também permitiu que grupos marginalizados entrassem nos debates políticos – injectando novos recursos políticos no sistema, aumentando a legitimidade das instituições estaduais e dando uma medida de uniformidade à estrutura institucional dos governos locais, em todo o país. Em Madhya Pradesh e no Rajastão, dois estados com rendimentos baixos e algumas das piores taxas de escolaridade e de alfabetização do país, a alfabetização saltou 20 pontos percentuais entre 1991 e 2001. O envolvimento da comunidade no levantamento das famílias e na identificação das crianças que não estavam na escola, foi um importante factor de expressão das necessidades. Embora tivessem aberto 80.000 escolas nos 50 anos desde a independência, foram criadas mais 30.000 no prazo de três anos após o anúncio do esquema, em 1997.41 Além disso, a escolarização de raparigas e de crianças das tribos aumentou fortemente. Nem todas as instituições do panchayati raj foram afectadas da mesma maneira. As autoridades políticas de vários estados – Querala, Madhya RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Pradesh, Madrasta, Rajastão, Bengala Ocidental – apoiaram a descentralização através dos panchayats e descentralizaram eficientemente a tomada de decisão para níveis locais. Nalguns estados, o progresso foi mais lento, devido à ausência de transferências de recursos. E noutros, como o de Bihar, a reforma exacerbou divisões sociais e violência, enfraquecendo ainda mais essas instituições.42 Os êxitos foram mais pronunciados nos estados onde os princípios democráticos permeiam partidos políticos locais e outras instituições e processos, e reflectem-se na forte confiança que o povo tem neles.43 Onde as hierarquias locais estão mais profundamente enraizadas, a reforma avançou menos. A Bolívia constitui outro exemplo interessante de descentralização democrática. A sua Lei de Participação Popular, de 1994, alargou a participação política e descentralizou a tomada de decisão fiscal. A lei criou municípios em áreas rurais sem presença anterior do estado. Reconheceu, oficialmente, organizações populares locais. Reduziu a desigualdade, redistribuindo recursos fiscais com base na densidade populacional. E deu mais poder aos governos locais, descentralizando as infra-estruturas físicas para cuidados de saúde, educação, estradas locais, sistemas de irrigação e actividades culturais. As organizações populares desempenham um papel fundamental: a lei estabelece procedimentos para elas fazerem propostas para satisfazer necessidades municipais e para supervisionar os serviços e projectos do governo municipal. A lei da Bolívia levou a uma capacitação muito positiva nalgumas comunidades, mas não noutras. Alguns críticos dizem que as organizações locais são demasiado heterogéneas e desorganizadas – e que minam outras organizações da sociedade civil, como os sindicatos, que representam os interesses das pessoas. Outros dizem que as elites continuam a poder sequestrar o processo. Dizem que o impacte da lei teria sido maior se tivesse sido acompanhada de medidas para reestruturar os partidos políticos locais e actuar contra a corrupção. Atribuem os resultados limitados da lei à continuação dos sistemas e processos políticos baseados em favores políticos, em que as decisões são tomadas sem consulta sistemática. Mesmo assim, esta iniciativa inovadora traz, mais claramente, grupos da sociedade civil para a governação local e aprofunda a prática democrática.44 A descentralização democrática também está a espalhar-se em países industrializados, com medidas para devolver o poder à Escócia e ao País de Gales, no Reino Unido, e às regiões, na Itália e em Espanha. Mas, um dos desenvolvimentos mais interessantes na descentralização, durante a última década, talvez tenha sido a expansão da participação popular e da responsabilização dos funcionários públicos, a nível local, na China e no Vietname. Em 1998, o Vietname publicou o Decreto da Democracia Popular, em parte como resposta à insatisfação de alguns agricultores com a falta de transparência na afectação dos orçamentos locais. O decreto define áreas políticas em que população local precisa de ser mantida informada, incluindo procedimentos administrativos e planeamento e despesas orçamentais. Também traça áreas em que a população local deve discutir e comentar as decisões do governo, antes de serem tomadas. Entretanto, a China introduziu eleições em aldeias e em algumas municipalidades (caixa 3.9). DESENVOLVER O debate informado é a força vital das democracias MEIOS DE COMUNICAÇÃO LIVRES E INDEPENDENTES Talvez nenhuma reforma possa ser tão significativa para fazer funcionar as instituições democráticas como a reforma dos meios de comunicação: construir meios de comunicação diferentes e pluralistas, que sejam livres e independentes, que atinjam grande acesso e difusão, que apresentem informação precisa e não tendenciosa. O debate informado é a força vital das democracias. Sem ele, os cidadãos e os decisores ficam sem poder, carecendo dos instrumentos básicos para a participação e representação informada. Os meios de comunicação livres desempenham três papéis cruciais na promoção da governação democrática: • Como um fórum cívico, dando voz a diferentes partes da sociedade e permitindo o debate de todos os pontos de vista. • Como agente mobilizador, facilitando o envolvimento cívico entre todos os sectores da sociedade e reforçando os canais de participação pública. • Como vigilantes, controlando abusos do poder, aumentando a transparência do governo e tornando os funcionários públicos responsáveis pelos seus actos no tribunal da opinião pública (caixa 3.10). As duas últimas décadas assistiram a grandes progressos na difusão dos meios de comunicação APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 75 CAIXA 3.10 Meios de comunicação vigilantes fazem funcionar as instituições democráticas Provavelmente, uma imprensa livre nunca é mais importante para a governação democrática do que quando actua como um guarda atento dos direitos do público. O jornalismo vigilante e de investigação, que já não é reserva privada de publicações alternativas, está a entrar na corrente principal em todos os cantos do mundo. • Estimular debates sobre política económica. Carlos Cardoso, de Moçambique, usava o seu boletim noticioso diário por fax, o Metical, para dar um ponto de vista de oposição às prescrições políticas contidas nos acordos do governo com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os seus esforços ajudaram a animar debates sobre os programas do Banco Mundial e do FMI e sobre a responsabilidade do governo moçambicano para com o seu povo. • Controlar eleições. No Gana, a transparência dos resultados das eleições de 2000 deveu-se, em parte, ao grande número de estações de rádio privadas do país. As estações tornaram difícil a falsificação da votação e deram credibilidade aos resultados declarados. O pessoal da rádio monitorizou as eleições e noticiou irregularidades, e os cidadãos comuns usaram as rádios para informar sobre actividades suspeitas. Antigamente, os cidadãos só conseguiam saber os resultados das eleições através de canais oficiais e era corrente a suspeita de que os resultados oficiais nem sempre reflectiam os votos depositados. • Denunciar abusos dos direitos humanos. Uma investigação a fundo de Daniel Bekoutou, um repórter nascido no Chade que colabora com grupos dos direitos humanos, levou à detenção e indiciação do antigo ditador do Chade Hissène Habré pelas autoridades senegalesas, em Fevereiro de 2000. As investigações de Bekoutou revelaram provas de assassinatos políticos, de tortura e de “desaparecimentos” no Chade, quando Habré era presidente. Esta indiciação sem precedentes em África mostra como os meios de comunicação podem ajudar a responsabilizar até chefes de Estado pelos seus crimes. • Denunciar a corrupção política. No Peru, semanários como o Caretas, o Oiga e o Si e jornais como o La Republica e o El Comercio publicaram investigações críticas do então presidente Alberto Fujimori. As investigações revelaram esquadrões da morte, envolvimento militar na corrupção e ligações entre os senhores da droga e o establishment político. O mais espectacular foi a transmissão pela televisão por cabo, em 2000, de vídeos de subornos feitos em troca de votos, gravados secretamente pelo chefe da segurança do Peru. Fujimori demitiuse imediatamente após a emissão. • Dar poder às mulheres. A coligação palestiniana para as mulheres, a Comissão Técnica dos Assuntos das Mulheres, fez aumentar a consciência dos direitos das mulheres através de uma parceria activa com os meios de comunicação. Na preparação das eleições de 1996 para o Conselho Legislativo, um boletim informativo quinzenal, Women and Elections, defendeu uma quota de 30% para as mulheres. Embora a quota não tivesse emergido, o esforço aumentou a consciência do problema e fixou a legitimidade da comissão. Tem mantido as questões das mulheres na vanguarda do debate nacional, fornecendo oradores à rádio, informando jornalistas locais e estrangeiros e apresentando suplementos de jornais e programas de rádio e de televisão. Fonte: Tettey 2002; Smulovitz e Peruzzotti 2002b; Sakr 2002. independentes. Reformas económicas e políticas abrandaram as restrições aos meios de comunicação – incluindo a censura e os controlos da propriedade – e reforçaram as garantias constitucionais e legais de liberdade de expressão e informação. Muitos países, da Indonésia ao Catar, aboliram leis de imprensa restritivas.45 E a desregulamentação e privatização dos mercados dos meios de comunicação tornou-os mais competitivos e, muitas vezes, mais diversificados e pluralistas – nomeadamente através da penetração crescente de empresas mundiais e regionais de multimédia, como a CNN e Al-Jazira, nos mercados nacionais. A tecnologia da informação e a Internet também alargaram muito o 76 âmbito das comunicações de massas, tornando possível, mesmo a pequenas organizações de comunicação, atingir grandes audiências. A Internet também pode derrubar as barreiras do controlo do estado (caixa 3.11). Estas alterações expandiram substancialmente a natureza e a escala dos meios de comunicação. Entre 1970 e 1996, o número de jornais diários nos países em vias de desenvolvimento mais do que duplicou, passando de 29 para 60 exemplares por 1.000 pessoas (figura 3.3). Em muitos países, forças políticas, económicas e tecnológicas estão a nivelar o campo de jogo no mercado de ideias, permitindo que se ouçam novas vozes e novos pontos de vista. A maioria das pessoas tem muito mais fontes de informação – tanto em quantidade como em diversidade – do que há apenas 10 anos. Uma informação amplamente disponível é crucial para a governação democrática, porque ajuda a desafiar as autoridades governamentais e provoca um debate mais equilibrado sobre problemas e políticas. A liberdade e a diversidade estão a reforçar os papéis dos meios de comunicação como agentes mobilizadores e vigilantes. Todavia, muitos países estão a uma grande distância de ter meios de comunicação genuinamente livres e independentes, que possam servir fins democráticos. Subsistem, por exemplo, monopólios de meios de comunicação de propriedade do estado: por exemplo, o Líbano é o único estado árabe que permite emissões privadas. Poucos países tem leis da liberdade de informação e muitas vezes os jornalistas trabalham sob limitações rígidas. De acordo com a Freedom House, só num punhado de novas democracias é que a liberdade de imprensa é comparável à das democracias estabelecidas. Fazendo uma lista, estão a maioria dos países da Europa Central e do Leste e os países bálticos, vários países da América Latina e Caraíbas (tais como Costa Rica, Jamaica e Trindade e Tobago) e alguns da África (Maurícias, Senegal, África do Sul) e da Ásia (Mongólia, Filipinas, Tailândia).46 Mesmo onde as liberdades de imprensa estão constitucionalmente garantidas, os governos inventaram novas maneiras de controlar a imprensa. Em muitos países da Europa Central e do Leste e noutros, são usadas acções de difamação para silenciar os críticos.47 No Chile, o “desrespeito da autoridade” é um crime contra a segurança do estado e, apesar da Lei de Imprensa de 2001, restrições à liberdade RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 de expressão ainda impregnam a legislação chilena – onde as leis de difamação que o regime de Augusto Pinochet usou muito ainda estão em vigor.48 Em vários países, o crime vago de “perigosidade” tem sido usado para restringir o jornalismo independente. A República Democrática do Congo ilegaliza as notícias que possam “desmoralizar” o público. No Zimbabwe, com uma história de meios de comunicação vigorosos e independentes, o presidente obrigou a aprovar legislação que restringe severamente as liberdades de imprensa. O jornalismo também continua a ser uma ocupação perigosa. Em 2001, 37 jornalistas morreram em serviço. Outros 118 foram presos.49 Em todo o mundo, mais de 600 jornalistas, ou as suas organizações noticiosas, foram intimidados ou fisicamente atacados – principalmente porque algumas pessoas não concordavam com o que noticiavam. Em 1944, o escritor Albert Camus disse: “A imprensa é livre quando não depende, nem do poder do governo, nem do poder do dinheiro”.51 Para serem livres e independentes e para produzirem informação factual não tendenciosa, os meios de comunicação tem que estar livres não só do controlo CAIXA 3.11 Meios de comunicação da Internet – vencer as restrições A Internet, com as suas baixas barreiras de acesso, proporciona fontes de informação alternativas, vencendo, muitas vezes, as restrições impostas à imprensa, rádio e televisão institucionalizadas. Para milhares de jugoslavos, nos meses que levaram às eleições de Setembro de 2000, a Internet tornou-se a única maneira dos partidos da oposição, dos meios de comunicação independentes e dos rivais de Slobodan Milosevic comunicarem com o público. A estação de rádio independente B92, tendo sido tomada pelo governo, emitiu o seu programa na Internet – fornecendo, diariamente, boletins informativos em sérvio e em inglês, bem como entrevistas, vídeos e reportagens do país e do estrangeiro. The Bosnian Serb Weekly Reporter, proibido pelo Ministério sérvio da Informação, reapareceu nas caixas de correio dos seus leitores electrónicos. Organizações não governamentais que faziam campanha a favor de eleições democráticas e justas apresentavam análises e previsões pré-eleitorais e definiam os direitos e deveres de um “verdadeiro” votante. E o movimento de oposição liderado pelos estudantes Otpor (Resistência) informava sobre os frequentes ataques às suas instalações e a detenção dos seus membros pelo regime no poder. Fonte: Subasic 2002. do Estado – mas também das pressões políticas e institucionais. Com um maior pluralismo dos meios de comunicação vem uma expectativa de maior pluralismo político nos meios de comunicação e de maior potencial para um debate mais alargado e melhor informado. Mas as pressões comerciais e políticas ainda distorcem o mercado de ideias. Países em desenvolvimento Televisões por 1.000 pessoas 1970=10 1997=157 FIGURA 3.3 Crescimento espectacular dos meios de comunicação social nos países em desenvolvimento JORNAIS DIÁRIOS (milhares) 8 Países desenvolvidos TELEVISÕES RÁDIOS (mil milhões) (milhões) 2.5 2.5 Países desenvolvidos 2.0 6 Países desenvolvidos 2.0 1.5 1.5 4 Países em desenvolvimento 2 1.0 1.0 Países em desenvolvimento Países em desenvolvimento 0.5 0.5 0 1970 0 0 1996 1970 Circulação (por 1.000 pessoas) Índice, 1970 = 100 Países em desenvolvimento Circulação por 1.000 pessoas 1970=29 1996=60 200 150 100 50 1970 Mundo 1970=107, 1996=96 Países desenvolvidos 1970=292 1996=226 1996 1970 1997 Rádios (por 1.000 pessoas) Índice, 1970 = 100 Televisões (por 1.000 pessoas) Index, 1970 = 100 300 300 200 Países em desenvolvimento Rádios por 1.000 pessoas 1970=90, 1997=245 Mundo 1970=205, 1997=418 1997 Mundo Televisões por 1.000 pessoas 1970=81 1997=240 Países desenvolvidos 1970=263 1997=548 200 Países desenvolvidos 1970=643, 1997=1,061 100 1970 1997 100 1970 1997 Fonte: UNESCO 1999b. APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 77 FIGURA 3.4 Quem possui os meios de comunicação? Posse familiar 57% Posse do estado 29% Posse dos empregados Posse 4% Outros alargada 6% 4% JORNAIS DIÁRIOS Posse do estado 72% Posse familiar 24% Posse alargada 2% Outros 2% ESTAÇÕES DE RÁDIO Posse do estado 60% Posse familiar 34% Posse alargada 5% Outros 1% ESTAÇÕES DE TELEVISÃO Nota: as percentagens representam parcelas médias de propriedade para cinco jornais e empresas de radiodifusão do topo, em 97 países. Fonte: Djankov e outros 2001. 78 A liberalização, a privatização e a nova tecnologia tiraram os meios de comunicação das mãos do governo e puseram-nos em mãos privadas. A maioria dos meios de comunicação que se publicam no mundo é propriedade privada, embora o sector público ainda detenha 60% das estações de televisão de todo o mundo (figura 3.4).52 Porém, a propriedade privada dos meios de comunicação está altamente concentrada, muitas vezes por famílias. No Reino Unido, quatro grupos são proprietários de 85% da imprensa diária (representando dois terços da circulação total). Nos Estados Unidos, seis empresas controlam a maioria dos meios de comunicação: AOL Time Warner, General Electric, Viacom, Disney, Bertelsmann e News Corporation. Na Austrália, o império de comunicação de Rupert Murdoch controla 60% da circulação de jornais diários.53 Nalguns países, famílias de políticos influentes são grandes proprietárias de meios de comunicação; o caso mais conhecido é o de Silvio Berlusconi e sua família, em Itália. A Televisa do México e a Globo do Brasil são dois dos maiores monopólios de comunicação do mundo, controlados por indivíduos e suas famílias, abrangendo todos os aspectos da produção e distribuição de televisão, rádio, filme, vídeo e grande parte das indústrias publicitárias dos respectivos países. Na Venezuela, duas grandes empresas familiares dominam o mercado: o Grupo Phelps e o Grupo Cisneros.54 Da Bolívia à França e aos Estados Unidos, cidadãos, políticos e jornalistas estão a lançar-se em vivos debates sobre a maneira como a politização dos meios de comunicação e os baixos padrões profissionais contribuem para a deterioração da vida democrática.55 Os meios de comunicação podem estar submetidos a fins manifestamente políticos, comprometendo a ética profissional básica de fornecer informação precisa e não tendenciosa. A verdade é a primeira baixa da guerra, mas os meios de comunicação são normalmente as vítimas e não os agressores. Mas, não no Ruanda em 1994, quando a rádio – o mais vulgar meio de comunicação do país – foi usada para incitar ao genocídio. Os jornalistas envolvidos enfrentam agora acusações de crimes contra a humanidade perante o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda. As empresas de comunicação são negócios e é de esperar que se comportem como tal. Daí a crescente tendência para o “infotenimento” – a fusão da informação com o entretenimento – também visto como uma ameaça por muitos (figura 3.5). As empresas de comunicação também têm um papel cívico como fornecedoras de notícias e informação. As tensões entre estes dois papéis nunca serão eliminadas – e a resposta a uma excessiva influência empresarial sobre as notícias não pode ser um regresso ao controlo excessivo do estado. As soluções têm que conjugar a necessidade de responsabilizar os meios de comunicação e a necessidade de os manter livres. Os meios de comunicação podem estar livres do controlo, tanto empresarial, como do estado, se isso servir em primeiro lugar e acima de tudo ao público e se seguir padrões mais altos de profissionalismo e de ética. Há uma gama de mecanismos para promover padrões mais elevados de profissionalismo e responsabilidade, que não depende de controlos restritivos do estado: • Comissões independentes dos meios de comunicação. Entre o punhado de comissões independentes dos meios de comunicação está a Comissão dos Meios de Comunicação do Gana, que está autorizada “a tomar todas as medidas adequadas para garantir a criação e manutenção dos padrões jornalísticos mais elevados nos meios de comunicação de massas”.56 Usando uma combinação de persuasão moral e boa vontade profissional, a comissão tem decidido muitas vezes contra o abuso do poder pelos jornais e tem-nos levado a pedir desculpas e a fazer retractações. Até agora tratou de mais de 50 casos e resolveu 28 amigavelmente. • Sanções do mercado – votar com a carteira. O público pode sempre retirar o seu apoio a um jornal ou meio de comunicação infractor, recusando-se a comprá-lo ou a vê-lo. O jornal estatal do Zimbabwe, The Herald, perdeu mais de 40% dos seus leitores, passando de 744.000, em 2000 para 430.000, em 2001, em parte porque as pessoas perderam a fé na sua credibilidade. Em contrapartida, o privado Daily News viu o número dos seus leitores aumentar de 512.000, em 2000 para 582.000, em 2001.57 • Auto-regulação. A auto-regulação inclui padrões profissionais e linhas de orientação internas dos jornais e das agências noticiosas. Conselhos de imprensa que examinem queixas sobre o desempenho dos meios de comunicação são outro elemento fundamental. Os provedores do leitor, mantidos por jornais do Brasil, Canadá, Japão, Espanha e Estados Unidos, também pertencem a esta categoria.58 Há maior atenção à necessidade de elevar os padrões RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 profissionais através da ética, da formação, da educação e de uma maior ênfase na qualidade. Muitos dos elementos acima estão reunidos no Media Accountability System (também conhecido por M*A*S), de Claude Jean Bertrand, que destaca maiores esforços dos meios de comunicação para desenvolver padrões éticos, especialmente através de debates abertos com o público. O sistema também torna claro que a responsabilidade dos meios de comunicação não deriva unicamente dos esforços institucionais. Começa pela consciência de cada jornalista e tem que se basear em normas e padrões socialmente aceites de boa conduta. Nos últimos anos, tem havido desenvolvimentos positivos a este respeito: os meios de comunicação noticiosos estão mais disponíveis para examinar publicamente a ética e o desempenho da imprensa e os cursos de jornalismo estão a tratar da ética com mais frequência. PROMOVER A POLÍTICA DEMOCRÁTICA PARA APROFUNDAR A PR Á TICA DEMOCR Á TICA Embora o reforço das instituições democráticas seja essencial, não é suficiente para promover uma participação mais efectiva das pessoas e uma tomada de decisão mais responsável pelos que estão no poder. Uma cidadania alerta é que faz funcionar as instituições e os processos democráticos. A pressão política de baixo para cima é normalmente a espoleta mais eficaz da mudança. Os grandes progressos do desenvolvimento humano nos últimos dois séculos – a abolição da escravatura, o reconhecimento da igualdade de direitos das mulheres, o progresso da própria democracia – não teriam sido concedidos de cima. Teve que se lutar por eles. Se muito se tem escrito sobre os desafios da criação de instituições democráticas, tem havido muito menos análise da política democrática: as lutas das pessoas pobres e marginalizadas para reivindicarem os seus direitos e vencerem obstáculos institucionalizados. Estas lutas dependem tanto do reforço das liberdades civis, das instituições da sociedade civil e de meios de comunicação livres, como do reforço das liberdades políticas e das instituições políticas. “É muito possível ter responsabilidade na… alta política do Estado, governantes honestos e eleições livres e ainda assim uma profunda injustiça ou irresponsabilidade na política profunda da sociedade, isto é, nas relações entre ricos e pobres, poderosos e fracos.»59 FIGURA 3.5 Mudança de foco das notícias para o entretenimento no serviço público de radiodifusão Variação percentual, 1971 a 1996 40 Entretenimento 30 20 10 0 Bélgica República Checa Noruega Itália França Turquia Coreia do Norte –10 –20 –30 Notícias e assuntos correntes Fonte: Norris 2000, pp. 107–108. Uma tendência da última década é a expansão da política democrática, com uma onda de activismo cívico em todo o mundo, a exigir maior responsabilidade das autoridades governamentais e das empresas privadas e organizações multinacionais. Estes actores da sociedade civil estão a usar abordagens novas e inovadoras para fazer ouvir as suas mensagens e expandir o seu papel de vigilantes que controlam para participantes activos na fixação das agendas. Um dos exemplos mais significativos é o aparecimento da planificação orçamental participada e responsável: as iniciativas da sociedade civil para examinar a despesa pública e, nalguns casos, participar no desenvolvimento de orçamentos oficiais. Poucas decisões governamentais têm tanto significado para as pessoas comuns como as que são tomadas durante a elaboração de orçamentos públicos – especialmente para os pobres, que dependem das “rendimentos públicos” como a escolaridade, cuidados de saúde, estradas, abastecimento de água e electricidade. Todavia, as pessoas comuns têm, normalmente, pouca intervenção na formulação do orçamento. Na maioria dos países, o processo orçamental é quase exclusivamente uma prerrogativa de burocratas e do executivo. Os parlamentos também participam, mas muitas vezes só no fim. E grande parte do processo é normalmente envolvida em segredo sem igual em qualquer outra zona de decisão do governo com excepção da segurança nacional. APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 79 CAIXA 3.12 Iniciativas orçamentais sensíveis ao género – um instrumento cada vez mais popular Os orçamentos sensíveis ao género são um novo instrumento inovador que dá poder às organizações das mulheres e à sociedade civil para manter a despesa pública responsável por compromissos internacionais e nacionais de promoção da igualdade dos sexos. Nos últimos anos, essas iniciativas espalharam-se a mais de 40 países. Estão organizadas em rede mundial, com o apoio de agências como o Secretariado da Commonwealth, o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para as Mulheres e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Ainda experimentais, as iniciativas demorarão a desenvolver-se e a dar frutos. O que são orçamentos sensíveis ao género? Orçamentos sensíveis ao género não são orçamentos separados para mulheres e raparigas. Em vez disso, são análises da despesa pública na óptica do género. São uma maneira de assegurar consistência entre compromissos sociais para atingir metas de igualdade entre os sexos – como na educação ou trabalho – e os recursos que são atribuídos. A questão fundamental é: que impacte tem a política fiscal na igualdade entre os sexos? Ela reduz, aumenta, ou não altera a desigualdade entre os sexos? Os orçamentos sensíveis ao género foram iniciados por activistas australianos que levaram o governo a avaliar o impacte na igualdade entre os sexos de todos os elementos do orçamento nacional, entre meados dos anos de 1980 e meados dos anos de 1990. Posteriormente, muitos outros países adoptaram o conceito para aumentar a participação e a responsabilização no processo orçamental, especialmente à luz de compromissos internacionais para promover a igualdade dos sexos. Diferentes iniciativas nacionais Na última década, os defensores da igualdade entre os sexos começaram a usar orçamentos sensíveis ao género de muitas maneiras. Alguns foram iniciados pelo governo, como na Austrália. Outros foram iniciados por grupos da sociedade civil, como nas Filipinas e na África do Sul. E ainda outros foram iniciados por parlamentares, como no Uganda. A maioria incide na monitorização, enquanto alguns se envolvem nas fases preparatórias, como no Brasil e no Reino Unido. A maioria funciona a nível nacional, mas alguns – como o Uganda – incidem nos níveis locais, onde as relações tradicionais e opressivas entre os sexos são mais fortes. Todos apontam para o efeito deste novo instrumento de estimular uma nova política participada que desafia o “poder da bolsa”. Na África do Sul, a Iniciativa Orçamental das Mulheres capacita os parlamentares e outros com análises e informações para supervisionar e criticar os orçamentos do governo. Tem sido uma experiência de cooperação entre o Grupo de Política para Economia e Género (parte da Comissão Parlamentar das Finanças) e duas organizações não governamentais (ONG) concentradas na investigação política. Ao ligar investigadores e membros do parlamento, os investigadores podiam ter a certeza de que o seu trabalho avançaria como defesa, enquanto os parlamentares teriam uma base sólida para a sua defesa. Desde o princípio que se esperava que os membros nucleares da iniciativa também recorressem a outros, como investigadores e pessoas de referência. A iniciativa publicou uma série de livros e, mais recentemente, uma série de documentos chamados Money Matters, escritos para serem acessíveis a uma larga gama de leitores. O governo da África do Sul também introduziu a análise do orçamento sensível ao género no executivo, sob a liderança do Ministro das Finanças. Esta decisão, em conjunto com a iniciativa, teve alguns efeitos positivos. Por exemplo, todas as análises sectoriais do orçamento incluem já uma análise sensível ao género. Na Tanzânia, o orçamento sensível ao género inspirou-se na Austrália e na África do Sul. Iniciado pela Programa de Rede sobre o Género, uma ONG tanzaniana, os principais pontos fortes do programa são as alianças criadas com o governo, especialmente com os seus activistas da igualdade entre os sexos. Formando uma equipa com um investigador da ONG e um agente do governo, a iniciativa tem autorização para fazer investigações em quatro ministérios sectoriais (educação, saúde, agricultura, e indústria e comércio), no Ministério das Finanças e na Comissão de Planeamento e no processo do orçamento. Também tem feito investigação em distritos seleccionados. No México, a ONG Equidad de Genero (Igualdade de Género) e o Centro Fundar para Análise e Investigação, uma ONG de investigação de políticas, lançaram-se em projectos de preparação orçamental sensível ao género no interior dos seus estados e municipalidades, avaliando-os à luz das experiências de descentralização e da transferência de recursos para os orçamentos locais. Têm tentado fazê-lo envolvendo organizações da sociedade civil, funcionários públicos e instituições estatísticas, e têm incitado o debate público sobre decisões orçamentais locais. Nas Filipinas, o organismo sobre o género – sob a forma da Comissão Nacional sobre o Papel das Mulheres Filipinas – dá assistência técnica às agências governamentais na elaboração de orçamentos e planos de desenvolvimento e género, e monitoriza as dotações de 5% das agências governamentais estipuladas para essas actividades. A iniciativa do Uganda foi encabeçada pelo Fórum para as Mulheres em Democracia, uma ONG criada por deputadas e que tem fortes ligações com as reuniões de grupos de interesses especiais do parlamento. Reúne mulheres que ocupam assentos reservados para elas, pessoas com deficiências, jovens e trabalhadores, bem como mulheres que conquistaram assentos “abertos”, com o objectivo de ultrapassar a monitorização das dotações orçamentais e dos processos para examinar o impacte de todas as despesas e receitas e aumentar a inclusão e transparência dos processos oficiais. No Reino Unido, O Grupo Orçamental das Mulheres, um grupo extragovernamental de activistas, tem, desde 1990, submetido oficialmente um documento consultivo pré-orçamental, em Novembro de cada ano, delineando as principais políticas e as alterações propostas ao tesouro. O grupo concentra-se nos impostos e benefícios e não nas despesas, porque estas afectam uma percentagem da população muito maior do que nos países em desenvolvimento. Em Porto Alegre, Brasil, a iniciativa orçamento e género faz parte do processo mais amplo de orçamento participativo. Algumas ONG, como o Centro de Assessoria e Estudos Urbanos (CIDADE) apoiam este processo, com a CIDADE a acompanhar e analisar reuniões do conselho, a realizar seminários e cursos de formação para delegados, membros do conselho e líderes da comunidade, a investigar a percepção que os participantes têm destes processos e a difundir informação através de documentos, do jornal mensal De Olho no Orçamento e do seu sítio na Web. Os cidadãos participam em duas reuniões anuais organizadas pelo governo local, em que são seleccionados 5 sectores prioritários de uma lista de 14 (sistema de esgotos, habitação, pavimentação, educação, assistência social, saúde, transportes, organização da cidade, desportos, lazer, desenvolvimento económico, cultura, saneamento ambiental, iluminação pública), analisando os pedidos regionais ou temáticos e as dotações orçamentais. O saneamento ambiental e a iluminação pública foram acrescentados à lista, em 200001, através deste processo participativo. Entre 1991 e 2001, o número de cidadãos que participam no processo orçamental quintuplicou. Embora esta iniciativa não vise especificamente questões de género, o processo participativo e o trabalho de investigação e defesa que lhe estão associados realçaram várias preocupações relacionadas com o género e abrem perspectivas para outras iniciativas de orçamento sensível ao género. Fonte: Budlender, Sharp e Allen 1999; Byanyima 2000; Cagatay e outros 2000; Esim 2000; Himmelweit 2000; Budlender e outros 2002; Sharp 2000; Bakker 2002; Osmani 2002a; Caruso 2002; Hewitt e Mukhopadhyay 2001. 80 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Mas, iniciativas recentes de grupos de cidadãos para examinar os orçamentos locais e centrais estão a ajudar a abrir este processo à intervenção das pessoas comuns. Muitas dessas iniciativas começam por auditorias sociais, ou por avaliações de impacte – análises que trazem a lume as preocupações com as prioridades de investimento e a má utilização de fundos. Esses esforços ajudam, por vezes, a inverter decisões oficiais. Em Israel, o governo propôs cortes profundos na despesa social, em 1998. O Centro Adva, uma organização de análise política apartidária orientada para a acção, avaliou o impacte potencial desses cortes. Como resultado, uma ampla coligação fez lobby junto do governo – e os cortes nos cuidados com as crianças e nas pensões foram retirados, os cuidados de saúde universais foram mantidos e os cortes nas horas de ensino e de assistência no domicílio foram reduzidos. No Rajastão, Índia, uma organização popular chamada Mazdoor Kisan Shakti Sangathan (MKSS, ou Associação Poder dos Operários e Camponeses) lançou uma campanha, em 1988, para garantir salários mínimos para os trabalhadores nos trabalhos públicos durante a seca. Cedo se tornou claro que a corrupção estava na origem dos baixos salários. O MKSS analisou as contas do governo e descobriu que as autoridades locais estavam a facturar aos governos central e estadual custos salariais muito superiores ao que era pago aos trabalhadores. Para combater essa e outras fraudes – incluindo estimativas inflacionadas de projectos de obras públicas e o uso de materiais de má qualidade – as investigações do MKSS catalisaram agências estatais para controlar a despesa e exigir que todas as contas das aldeias fossem examinadas em reuniões da aldeia abertas a todos. Estes novos tipos de participação popular estão a espalhar-se pelo mundo à medida que grupos da sociedade civil vão além dos assobios e dos protestos para assumirem funções de fiscalização, que normalmente são da responsabilidade de instituições do estado. O movimento Poder Ciudadano da Argentina controla o funcionamento interno dos partidos políticos – função anteriormente desempenhada unicamente por agências estatais. Além disso, o movimento está a forçar a mudança através de uma melhor aplicação das leis e regulamentos existentes, da reforma institucional e de mais transparência e controlo. Iniciativas como estas levaram à programação orçamental participada – participação pública mais CAIXA 3.13 Tecnologia e o poder da governação electrónica Da Ásia à Europa, à América Latina e à África, os governos estão a adoptar maneiras mais inovadoras de interagir com os cidadãos, adaptando muitas práticas do comércio electrónico. Seja a lista de e-mail do primeiro-ministro do Japão, com 2 milhões de subscritores, ou as consultas em linha patrocinadas pelo governo na Europa e na Austrália, a Internet está a encorajar um envolvimento mais directo do cidadão com os representantes eleitos. As vantagens da governação electrónica para a prestação de serviço público também começou a estender-se a países em desenvolvimento. No estado indiano de Karnataka, os agricultores podem descarregar resultados agrícolas e informação relacionada, a partir dos quiosques de informação do RTC (Resultados de Propriedade, Arrendamento e Cultura) mais próximos. Nos Emiratos Árabes Unidos, o Projecto de Tribunais do Dubai criou um sistema em linha completo para seguir e acompanhar processos em tribunal, desde a abertura do processo à decisão final. No Chile, um projecto de governo electrónico permite que os pobres se inscrevam em linha para cupões de alojamento e subsídios – evitando o tempo, o custo e a burocracia da inscrição em pessoa nos escritórios do Ministério da Habitação, localizado apenas nas principais cidades. A Internet também melhorou a transparência e denunciou a corrupção em departamentos governamentais. Estão a proliferar sítios anti-corrupção na Web, dentro e fora do governo, inspirados em trabalhos como o Respondanet da América Latina (www.respondanet.com), que liga técnicos, funcionários públicos e cidadãos preocupados com o uso adequado de fundos públicos. Esperando-se que os 500 milhões de actuais utilizadores da Internet cresçam para aproximadamente mil milhões, até 2005, os governos deviam expandir a governação electrónica em benefício de todos os cidadãos – pelo menos onde o tempo e o financiamento necessários não são proibitivos. • Anunciar todas as reuniões públicas em linha, de maneira sistemática e fidedigna. • Usar formulários de comentários, inquéritos em linha e grupos-alvo para obter os meios necessários para um verdadeiro governo electrónico. Na África do Sul, os cidadãos podem analisar propostas políticas em linha e fazer comentários, mesmo antes de uma questão de política chegar à fase de Documento Verde e de projecto de lei. • Manter consultas governo-cidadão em linha. Para terem verdadeiro impacte na decisão política, essas consultas deviam ser altamente estruturadas. Fonte: UNPAN 2002; Nua Publish 2002; Clift 2002; Working Group on E-Government in the Developing World 2002. sistemática e institucionalizada na preparação de orçamentos. Em 1989, Porto Alegre, no Brasil, introduziu um processo que permite aos cidadãos participar na preparação dos orçamentos municipais. Nos seus primeiros sete anos, o processo resultou em notáveis ganhos de desenvolvimento humano para os pobres: a percentagem de famílias com acesso a serviços de água subiu de 80% para 98%, a parte das pessoas com acesso a instalações de esgotos saltou de 46% para 85% e o número de crianças matriculadas na escola pública duplicou.60 Esta abordagem foi retomada em cerca de 100 outras municipalidades do Brasil. Além disso, mais de 40 países usaram a programação orçamental participada para promover despesa pública sensível ao género (caixa 3.12). A programação orçamental participada mostra que até o véu da complexidade técnica que tem protegido os orçamentos do questionamento público pode ser levantado, uma vez que grupos de cidadãos tenham tempo, capacidade e acesso à informação. Estas novas formas de participação popular – desde APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 81 CAIXA 3.14 Democracia participativa em funcionamento – preparando a nova constituição da Tailândia Durante a elaboração do projecto da nova constituição da Tailândia, organizações da sociedade civil insistiram e conseguiram que lhes fosse dada a oportunidade de fazer propostas substantivas. A Assembleia de Redacção da Constituição era, em si mesma, um órgão participativo, com 99 membros – 76 representando as diferentes províncias do país. Organizações da sociedade civil fizeram sugestões à assembleia em duas ocasiões. Além disso, 28 organizações activas em questões de democracia reuniram-se regularmente no princípio de 1997, para formular projectos de resolução sobre a nova constituição. Outro conjunto de re- comendações foi publicado conjuntamente pelas principais redes de organizações não governamentais (ONG), organizações privadas, a Comissão Coordenadora do Desenvolvimento Rural (com 300 membros), as 28 organizações democráticas, o Grupo da Reforma Política e da Sociedade Civil, a Rede Mulheres e Constituição, a Organização do Trabalho da Tailândia e pelo Fórum Popular Regional para a Constituição. Estas iniciativas foram completadas por outras, que alargaram o debate sobre a nova constituição através de campanhas nos meios de comunicação de massas e de audições públicas organizadas em Banguecoque e em todas as províncias. Fonte: UNDP 1999d. influenciar agendas através de protestos até aumentar a cooperação na tomada de decisão – estão a reforçar as instituições democráticas. A governação electrónica é outra avenida emergente para a participação das pessoas na política, encorajando o envolvimento mais directo do cidadão com os representantes eleitos (caixa 3.13). As exigências populares de maior responsabilidade já não param no estado ou nas fronteiras nacionais. Como se viu no capítulo 5, a integração económica global reforçou o poder e a influência de actores globais – organizações intergovernamentais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização Mundial do Comércio e as empresas mundiais. Estas instituições mundiais e as suas regras governam importantes aspectos das políticas económicas nacionais e têm enormes impactes na vida das pessoas – criando um hiato global-nacional na participação e na responsabilidade democrática. Estão a funcionar redes mundiais da sociedade civil para compensar esses hiatos, com êxito diferente. Estão a ser ajudadas nos seus esforços pela Internet, que torna possível criar redes formais de organizações não governamentais (ONG), bem como redes muito mais livres de indivíduos e organizações que podem mobilizar acção colectiva. Por exemplo, uma campanha da Rede de Acção da Floresta Tropical e do Greenpeace levou a Home Depot, o maior retalhista de madeira do mundo, a deixar de comprar madeira de florestas em perigo e de fornecedores que se envolvessem em abates insustentáveis. A característica fundamental desta iniciativa foi a mobiliza- 82 ção de centenas de organizações ambientais e grupos populares.61 Abundam acções dessas. Se não fosse a Internet, essas organizações e grupos populares teriam ficado isolados, envolvidos em esforços dispersos. O Capítulo 5 discute mais pormenorizadamente como essa acção pública mundial se tornou uma verdadeira força na governação mundial, fiscalizando as empresas, governos e organizações intergovernamentais e conseguindo grandes progressos para o desenvolvimento humano. Esses esforços autónomos são bastante prometedores, porque proporcionam um canal mais directo de responsabilização – desafiando as limitações convencionais da acção social, que tipicamente exige passar por instituições estabelecidas de responsabilização. Mas, esse desprezo pela convenção também levanta questões difíceis para a responsabilização e a governação democrática. Em particular, a capacidade dessas redes mundiais infligirem grandes e imediatos custos à reputação dos actores públicos e privados tende a funcionar contra a noção do processo devido. Os critérios de ponderação da informação são normalmente vagos e sujeitos a alterações sem aviso prévio, e o alcance da informação incorrecta maliciosa é enorme. Estas e outras preocupações com as funções e responsabilidades mais correctas dos actores da sociedade civil criaram a exigência de que esses grupos sejam publicamente mais responsáveis pelas suas actividades: uma exigência que muitos estão a tentar satisfazer. As ONG etíopes adoptaram códigos de conduta para uma efectiva auto-regulação. Os códigos salientam a importância da transparência e da responsabilidade e a necessidade de assegurar que as ONG sejam verdadeiramente representativas das pessoas cuja vida afectam. Expandir o espaço político e social do empenhamento social popular é fundamental para aprofundar a democracia e construir a governação democrática. As responsabilidades pela expansão desse espaço são tanto do estado, que tem que proteger as liberdades civis e políticas, como dos membros da sociedade que se envolvem neste exercício e o animam. Na década passada, 62 países assinaram o Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, aproximadamente o dobro dos que assinaram nos 25 anos anteriores. Mas, até Fevereiro de 2002, 39 países ainda não tinham assinado.63 E se garantir liberdades políticas e civis básicas é um RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 primeiro passo crucial, muitos países restringem as actividades dos sindicatos, das organizações profissionais e das ONG. Nalguns países, as ONG podem ser proibidas por terem objectivos políticos. E como foi assinalado, em muitos países os meios de comunicação estão limitadas na manifestação de divergências ou têm uma difusão inadequada. Não se pode dizer que o activismo civil tenha falhado, apenas porque algumas acções não levam à mudança. Algumas iniciativas estão condenadas a falhar, da mesma forma que todos os candidatos, menos um, perderão necessariamente uma eleição. O que é importante nas democracias é a disseminação da prática democrática, onde as pessoas podem exprimir os seus pontos de vista, influenciar decisões e controlar o desempenho em relação aos compromissos – tanto nacionais como internacionais. A abordagem única da Tailândia, na elaboração do projecto da sua constituição é um exemplo deste tipo de democracia participada (caixa 3.14). APROFUNDAR A DEMOCRACIA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO Reforçar a responsabilidade é fundamental para um mais amplo processo de implantação de valores, práticas e princípios democráticos em todos os aspectos da sociedade – para construir democracias fortes, duradouras e inclusivas, mais sensíveis e responsáveis perante as pessoas comuns. Mas o hiato entre a aspiração e a prática democrática é grande, tanto nas democracias antigas, como nas novas. A subrepresentação crónica das mulheres, a negligência dos interesses das minorias e o funcionalismo militar e civil não responsável e não transparente são questões comuns. A experiência notável da Costa Rica em matéria de consultas públicas sobre o estado da democracia é uma boa ilustração disto (caixa 3.15). Os défices democráticos podem significar uma cidadania oca. As pessoas não têm direitos inteiramente iguais, porque as constituições não os garantem, ou porque as instituições administrativas não os fazem cumprir. E quando há um desfasamento entre normas e direitos, os direitos não são respeitados – como é frequentemente o caso da discriminação das mulheres. Democratas realistas dizem que isso é de esperar da democracia representativa, que acima de CAIXA 3.15 Costa Rica – cidadãos auditam a qualidade da democracia A Auditoria dos Cidadãos sobre a Qualidade da Democracia foi um processo sistemático de deliberação e análise pública realizado na Costa Rica, em 1998-2001. Fez o levantamento da maneira como a democracia funciona na vida quotidiana para os cidadãos médios, identificando os pontos em que a vida se aproxima mais das suas aspirações democráticas – e aqueles em que há falhas. O processo começou por definir padrões de avaliação da qualidade da democracia – um conjunto de aspirações democráticas partilhadas. Um painel de proeminentes costa-riquenhos – políticos, académicos, líderes empresariais e outros – foi constituído para esse fim, alargado com inquéritos e consultas a grupos-alvo. Seguiu-se uma pesquisa no terreno, envolvendo mais de 50 investigadores a recolherem testemunhos empíricos, que depois foram avaliados por painéis de cidadãos, em função dos padrões e usando uma metodologia objectiva. A auditoria concluiu que as pessoas não avaliam a qualidade da democracia como um todo. Em vez disso, usando a metáfora do acidentado território da Costa Rica, salientaram contrastes gritantes entre diferentes partes da vida democrática. Entre os picos está a qualidade do sistema eleitoral e a análise constitucional das políticas públicas. Entre os vales estão os governos locais. As regiões quentes são a falta de participação dos cidadãos nas organizações sociais e políticas e nas políticas públicas, as extensas práticas de clientelismo em programas de política social e o mau tratamento dos cidadãos pelos burocratas. Ao investigar as aspirações democráticas, a auditoria proporcionou uma importante pers- pectiva. Para os costa-riquenhos, a democracia é mais do que um regime democrático. Embora as eleições e a liberdade estejam no núcleo democrático, a maioria das pessoas também acredita que a democracia é uma maneira de exercer poder político na vida quotidiana. Por outras palavras, a democracia é um regime político que exige um tipo particular de estado – um estado que protege os direitos humanos, que assegura a responsabilização e as normas legais e que trata as pessoas com justiça e respeito. Os cidadãos vêem a democracia como uma maneira de organizar a sociedade, de modo que as pessoas não sofram desigualdades extremas que impeçam o exercício da sua cidadania. A auditoria também descobriu graves diferenças subnacionais na qualidade da vida democrática, sublinhando a importância de ultrapassar as abordagens convencionais estado-nação da democracia. Estas perspectivas chamam de novo a atenção para a importância das desigualdades sociais e económicas e da participação política. A auditoria já deixou a sua marca. A proposta de reforma administrativa do governo inclui um capítulo sobre os direitos dos cidadãos, baseado, largamente, nas conclusões da auditoria sobre o mau tratamento generalizado pelos funcionários públicos. A auditoria também ajudou câmaras empresariais e sindicatos a lançar novas trocas de impressões sobre a questão fracturante da liberdade de organização nas firmas privadas. Além disso, a auditoria está a inspirar outros países no sentido de realizarem exercícios semelhantes. Fonte: Vargas Cullell 2002; O´Donnell 1999; 2001; Proyecto Estado de la Nación 2001. tudo é um sistema de concorrência política e não um sistema destinado exclusivamente a dar poder aos cidadãos, a gerar elevada ou directa participação nos assuntos governativos, ou a produzir justiça económica e social. E, certamente, a democratização não garante mais justiça social do que crescimento económico, paz social, eficiência administrativa, harmonia política, mercados livres ou o fim da ideologia. Mas, as instituições, práticas e ideais da democracia têm capacidade de pôr em causa a concentração de poder político e evitar o aparecimento da tirania. Assim, desempenham um papel crucial na construção duma governação que seja tanto do povo como para o povo. APROFUNDAR A DEMOCRACIA ATACANDO OS DÉFICES DEMOCRÁTICOS 83 CAPÍTULO 4 Democratizar a segurança para evitar o conflito e construir a paz Quando estávamos no regime militar, não recebíamos nada do governo, mas tínhamos paz. Agora estamos numa democracia, não recebemos nada do governo e não temos paz. – Muhammad Umaru, alfaiate da Nigéria1 O desenvolvimento humano, no seu sentido mais amplo, exige governação democrática – com todas as pessoas a poderem participar nas instituições e nas decisões que moldam suas vidas e com todos os que têm poder a serem responsáveis pelas suas acções. Atingir o desenvolvimento humano também depende da paz e da segurança pessoal. Em sítios onde os governos não proporcionaram paz social – incluindo, nos últimos anos, Afeganistão, Libéria, Serra Leoa e Somália – as pessoas começaram a questionar se existe um trade-off entre assegurar a paz e estabelecer uma governação democrática. Com 53 importantes conflitos armados nos anos de 1990, que resultaram num número estimado em 3,6 milhões de mortos (principalmente civis), é fácil compreender por que razão algumas pessoas podem defender uma paz despótica a nenhuma paz.2 O desafio de manter a paz está a agigantar-se em muitos outros países, incluindo vários dos que abraçaram triunfalmente a democracia nos anos 80 e 90 do século passado. Desde 1989, os exércitos nacionais intervieram nos assuntos políticos de 13 estados subsarianos: cerca de um em cada quatro países da região.3 No Paquistão, em 1999, líderes militares retomaram o controlo das instituições democráticas sob a bandeira da manutenção da paz civil. No Zimbabwe, em 2000-02, o governo eleito minou a democracia e a segurança pessoal, usando as forças de segurança do país para prosseguir os seus fins. Noutros países, o risco de um “estado falhado” – em que a segurança é fragmentada e até privatizada – é pelo menos tão grande como o risco de regressar ao governo autoritário brutal. Significa isso que a ordem civil é incompatível com a verdadeira democracia nesses países? Muitos diriam que sim, argumentando que as pessoas precisam de governos que se concentrem na paz e na construção do estado, em primeiro lugar, e depois na construção da democracia. Outros tirariam a conclusão oposta: que as pessoas desses países nunca verão a paz pública e a segurança pessoal durar até a polícia, as forças armadas e outras forças de segurança estarem sob firme controlo democrático. Exemplos recentes apoiam o segundo argumento, mostrando que é improvável que as democracias estabelecidas experimentem a guerra civil4 – e que mesmo as democracias menos enraizadas continuam a ser mais capazes de lidar com a agitação política do que os regimes autoritários. Porquê? Provavelmente porque as democracias, ao contrário das ditaduras, oferecem maneiras não violentas de resolver conflitos políticos e os grupos de oposição têm razão para esperar que a sua vez chegue. A nível internacional, a investigação também mostra a quase ausência de guerra entre democracias, o que apoia a noção de paz democrática.5 O facto dos países democráticos parecerem gozar uma paz permanente entre eles, desafia o ponto de vista amplamente defendido de que os estados-nação estão condenados a existir num estado de guerra. Todavia, a história também mostra que os primeiros anos da construção de um estado democrático tendem a ser os mais perigosos, tanto para a democracia como para a paz civil. Entre 1951 e 1999, 46 governos eleitos foram derrubados pela força por regimes autoritários. E quase todos as democracias mais estáveis de hoje – incluindo os Estados Unidos – sofreram uma guerra civil no princípio da sua história. A maior parte levou várias gerações a desenvolver um exército profissional sob controlo democrático civil. Isto devia fazer hesitar qualquer pessoa que argumente que os objectivos da construção da democracia e da segurança da DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ As democracias, ao contrário das ditaduras, oferecem maneiras não violentas de resolver conflitos políticos e os grupos de oposição têm razão para esperar que a sua vez chegue 85 Na segunda metade do século XX, 50 países passaram de regimes militares autoritários ordem pública estão perfeitamente alinhados. A governação democrática é mais fácil de iniciar do que de institucionalizar (ver a contribuição especial do Presidente do Senegal, Abdoulaye Wade). Este capítulo foca a importância que a segurança pessoal e a ordem pública têm para o desenvolvimento humano, sustentadas por forças de segurança pública sob firme controlo democrático. Pergunta por que razão estas coisas são tão difíceis de atingir, mesmo em democracias bem estabelecidas. Depois, avalia sumariamente as implicações para o progresso do tipo de governação democrática esboçado neste relatório, em todas as democracias do mundo, mas especialmente nas mais recentes, e em situações de pós-conflito como no Afeganistão, onde as bases do governo e da ordem pública têm que ser reconstruídas. para governos democraticamente eleitos ASSEGURAR A PAZ E A RESPONSABILIDADE P Ú BLICA Construir um estado que funcione exige um nível básico de segurança. E sendo sensível à necessidade de segurança, a governação democrática pode ajudar a lançar as bases para manter a ordem e gerir o de- senvolvimento. Segue-se que o desenvolvimento humano será travado em qualquer país em que as forças armadas, a polícia e outras instituições relacionadas com a segurança dominem instituições democráticas, ou não sejam democraticamente responsáveis por grande parte do seu poder, ou sejam fragmentadas e anárquicas (caixa 4.1). Todavia, é essa hoje a situação na maioria dos países em desenvolvimento. Na segunda metade do século XX, 50 países passaram de regimes militares autoritários para governos democraticamente eleitos.7 Mas, continuam a ser muito frequentes as intervenções armadas nos assuntos políticos do estado (quadro 4.1). Em muitas outras democracias em desenvolvimento, as forças armadas continuam a exercer profunda influência política e económica (caixa 4.2). Além disso, as forças de segurança são, muitas vezes, largamente responsáveis pela formulação da política de segurança, quer em novas democracias, quer em democracias antigas. Tanto nos países democráticos como nos países não democráticos, partes do sector da segurança podem tornar-se instrumentos de políticos ou partidos extremistas. Ou podem, na realidade, cair em mãos privadas – com senhores da guerra, grupos paramilitares ou empresas de segurança privadas. CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL Governação democrática em África Na longa e sombria história de África – incluindo períodos recorrentes de governo militar e autocrático – não é exagero afirmar, que no início do terceiro milénio, são muitos os indícios de que o nosso continente está, finalmente, no caminho certo. Ultrapassando os muitos planos forjados desde a independência, há 40 anos, os chefes de estado africanos conceberam, pela primeira vez, uma visão de longo prazo que esboça as principais prioridades da África e os meios para as satisfazer, em parceria com países ricos. A Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, aprovada na Cimeira de Lusaca de Julho de 2001, salienta três grandes princípios como parâmetros para transformar a África – permitindo que o continente recupere o tempo perdido em relação aos países desenvolvidos: • Primeiro, o reconhecimento de que a boa governação é indispensável ao desenvolvimento da África. • Segundo, a aceitação do desenvolvimento regional como a abordagem escolhida pelos estados africanos. • Finalmente, pela primeira vez, a abertura da África ao capital privado. Neste quadro, a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África foca oito áreas prioritárias: desenvolvimento da infra-estrutura em sentido lato, educação, saúde, agricultura, 86 ambiente, nova tecnologia da informação e comunicação, energia e acesso aos mercados de países desenvolvidos. Construir a capacidade nacional para satisfazer estes compromissos vai exigir reformas da administração e dos serviços públicos, forte supervisão parlamentar, tomada de decisão mais participativa a todos os níveis, medidas eficazes para combater a corrupção e uma reforma judicial completa. Novas e corajosas formas de governação democrática estão a varrer a África. Encorajando o pluralismo político, eleições livres e abertas, controlo civil das forças armadas, um sector privado crescente e a protecção dos sindicatos e doutros grupos da sociedade civil, os líderes da África estão a trazer nova esperança e novas oportunidades aos seus povos. Abdoulaye Wade Presidente do Senegal RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 QUADRO 4.1 Quem guarda os guardas? Países que viveram intervenções armadas nos anos 1990 Argélia, 1992 Burundi, 1993 República Centro-Africana, 1996 Comores, 1998 Congo, 1993 and 1997 Congo, Rep. Dem., 1997 Costa do Marfim, 1999 Etiópia, 1991 Gâmbia, 1994 Guiné-Bissau, 1999 Haiti, 1991 Lesoto, 1994 and 1998 Myanmar, 1990 Níger, 1995 Nigéria, 1993 Paquistão, 1999 Ruanda, 1993 Serra Leoa, 1997 Somália, 1991 Fonte: Chege 2001; Economist Intelligence Unit 2002; Eldis 2002; World Bank 2002a. Além disso, os serviços de segurança legítimos são muitas vezes incapazes de lidar com o aumento da criminalidade, com violações dos direitos humanos ou com a violência étnica. Em todos esses casos, a segurança pessoal e a governação democrática estão em risco, porque os meios para o uso legítimo da força não estão sujeitos ao controlo democrático. O EXEMPLO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO PARA O CONTROLO DEMOCR Á TICO DO SECTOR DA SEGURANÇA Ao longo da história e em muitos países democráticos de hoje, governos autoritários resistiram a iniciativas no sentido da democracia, ou anularam-nas – argumentando que a democracia é incompatível com a ordem pública e a segurança pessoal. Mas, a história sugere que o contrário é verdadeiro: o controlo civil democrático das forças de segurança do estado, longe de se opor à segurança pessoal, é essencial para ela. Sem esse controlo, os supostos garantes da segurança pessoal podem ser a sua maior ameaça. Durante o século XX, as “mortes pelo governo”, ou “democídios” – através da violência directa ou de negligência grosseira em grandes desastres – foram calculadas em 170 milhões de pessoas, muito mais do que o número de mortes em guerras (quadro 4.2).8 Os democídios incluem milhões de mortes na China, na Alemanha e na União Soviética, e muitas mais numa escala mais pequena. Nada disto teria sido possível sem CAIXA 4.1 Quem é quem no sector da segurança? A comunidade da segurança dum país pode incluir um conjunto de actores: • Organizações autorizadas a usar a força: forças armadas, polícia, forças paramilitares, gendarmarias, serviços de informação (militares e civis), serviços secretos, guardas costeiros, guardas fronteiriços, autoridades aduaneiras, unidades de reserva e de segurança local (forças de defesa civil, guardas nacionais, guardas presidenciais, milícias). • Administração civil e órgãos de vigilância: presidente e primeiro-ministro, órgãos consultivos de segurança nacional, parlamentos e comissões parlamentares seleccionadas, ministros da defesa, assuntos internos e negócios estrangeiros, autoridades consuetudinárias e tradicionais, órgãos de gestão financeira (ministros das finanças, gabinetes do orçamento, unidades de au- ditoria financeira e de planeamento), organizações da sociedade civil (institutos civis de análise, provedorias de justiça). • Instituições de imposição da justiça e da lei: sistema judicial, ministros da justiça, prisões, serviços de investigação e instrução criminal, comissões dos direitos humanos e provedores, serviços correccionais, sistemas de justiça consuetudinária e tradicional. • Forças de segurança não previstas na lei: exércitos de libertação, exércitos de guerrilha, unidades particulares de escolta, empresas privadas de segurança, milícias de partidos políticos. • Grupos da sociedade civil não previstos na lei: grupos profissionais, meios de comunicação, organizações de investigação, organizações de protecção, organizações religiosas, organizações não governamentais, grupos comunitários. Fonte: Ball e outros (a publicar). o apoio e os esforços da polícia, dos serviços secretos, das forças armadas e de forças paramilitares, oficiais e não oficiais. Onde os governos se apoiam na segurança como base do seu poder, as forças de segurança são, frequentemente, a principal causa de insegurança dos seus cidadãos e dos estados vizinhos. Sem mecanismos de controlo, as instituições de segurança caem muitas vezes em cima dos membros mais vulneráveis da sociedade, impedindo lutas diárias pela sobrevivência e outras liberdades básicas. Em grande parte da África existe tortura, intimidação e assédio de civis, perpetrados pela polícia em nome dos regimes no poder.9 E em todo o mundo, demasiadas forças policiais estão ausentes de onde são necessárias, não respondem aos pedidos de ajuda ou só entram em cena quando alguém foi morto. QUADRO 4.2 Durante o século XX, os democídios foram muito mais vulgares sob regimes totalitários e autoritários Tipo de governo Número de pessoas Número desarmadas de mortas inten- pessoas cionalmente mortas pelo governo em guerras (milhões) (milhões) Democrático Autoritário Totalitário 2 29 138 4 15 14 Fonte: Rummmel 1997, quadro 4. DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ 87 CAIXA 4.2 Velhos hábitos custam a morrer – a grande herança do regime militar Normalmente oculta após a entrega do poder a governos eleitos, a influência política e económica das forças armadas continua a ser forte e irresponsável na maior parte das democracias mais jovens – e, também, em muitas das mais antigas. Desde significativos negócios empresariais, formais e informais, até poderes constitucionais para dissolver governos eleitos e ameaças veladas aos líderes eleitos que põem em causa interesses militares, as forças armadas continuam a ser uma instituição pública extremamente poderosa. Os seus vastos interesses políticos e económicos em muitos países, exigem que os líderes democráticos avancem cuidadosamente, acedendo por vezes a exigências das forças armadas para proteger imperativos democráticos. Entre os exemplos muito conhecidos de forte influência militar após o poder directo das forças armadas incluem-se os seguintes: Nigéria. O papel das forças armadas da Nigéria, primeiro no derrube (1993) e, depois, na recondução de líderes democraticamente eleitos (1999), mostra a sua posição no centro do governo. O vencedor das eleições de 1999, o Presidente Olusegun Obasanjo, é um antigo líder militar. E indivíduos das forças armadas – especialmente oficiais reformados – continuam a exercer influência política, providenciando fundos substanciais para os partidos políticos. Muitos antigos soldados são, actualmente, membros da Assembleia Nacional. Oficiais reformados também mantêm uma influência penetrante em sectores importantes da economia, incluindo a agricultura, banca, petróleo e transportes aéreos. Chile. A reforma constitucional de 1989 trouxe a paridade entre representantes civis e militares no governo. Mas a coligação no poder, a Concertacion, tem lutado para eliminar os as- sentos dos senadores “designados” (oito são nomeados e dois antigos presidentes têm lugares vitalícios), redefinir o papel do Conselho de Segurança Nacional e rever o financiamento militar. Por exemplo, as forças armadas recebem 10% das receitas de exportação da Codelco, a empresa estatal do cobre. Indonésia. Mais de três anos depois da restauração do regime democrático, as forças armadas e a polícia ainda mantêm um controlo efectivo sobre as políticas e práticas de segurança. Também continuam a ter 38 lugares de nomeação no parlamento nacional, embora sejam muito menos lugares do que há alguns anos, e vários generais reformados prestam serviço no gabinete da presidente. Cerca de dois terços das despesas militares são financiadas por interesses empresariais militares fora do controlo do governo central. Turquia. O regime democrático na Turquia foi interrompido pelas forças armadas em 196061, 1971-73 e 1980-83. As forças armadas têm uma função constitucional e tradicional como guardiãs supremas da constituição, e especialmente do carácter secular do estado. A constituição de 1982, criou um Conselho de Segurança Nacional de alto nível com metade dos seus membros provenientes das forças armadas. A influência do conselho na política nacional tem crescido em resposta a preocupações de segurança regional. Argentina. A Comissão Nacional dos Desaparecidos da Argentina examinou três juntas militares que governaram o país entre 1976 e 1982 e condenou várias figuras poderosas. Mas, mais tarde, a pressão das forças armadas levou a perdões presidenciais para os oficiais condenados. Fonte: Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano, Ball e outros 2002, Chege 2001, Omitoogun 2002; The Economist 2002. Apesar de tudo isto, as pessoas precisam desesperadamente da polícia para lhes dar segurança física básica nas suas vizinhanças. Avaliações participativas da pobreza concluem muitas vezes que a falta de segurança física é uma das principais preocupações dos pobres.10 A ironia é que os que mais necessitam de forças de segurança profissionais e a funcionar bem – as pessoas pobres e socialmente excluídas – são geralmente as que mais desconfiam dos serviços que essas instituições públicas prestam, e não é sem razão. Reconhecem que, com muita frequência, as forças de segurança estão por trás da proliferação do conflito civil. A governação não democrática das forças de segurança também pode distorcer as prioridades de segurança. Em muitos países, uma tendência para a segurança militar levou governos a militarizar as forças de polícia (esbatendo ainda mais a diferença entre elas e as forças armadas) ou a subfinanciá-las gravemente, minando a sua capacidade de garantir a segurança do povo. Especialmente nos países de rendimento baixo, a polícia e outras forças de segurança tem salários quase de subsistência, formação limitada ou inexistente, gestão corrupta e elevados níveis de analfabetismo. Assim, as desigualdades económicas e sociais traduzem-se em grandes desigualdades da segurança pessoal. Em resposta, as comunidades pobres sentem que têm que criar milícias locais, ou mesmo, que recorrer a formas menos organizadas de fazer “justiça”. Mesmo nos Estados Unidos, os pobres têm muito mais probabilidades do que os ricos de ser vítimas de crime violento (quadro 4.3). Além disso, nos países industrializados, as empresas e os indivíduos contribuem, cada vez mais, para a indústria de segurança mundial privada, que movimenta 100 mil milhões de dólares por ano – consequência directa duma segurança pública fraca.11 QUADRO 4.3 Nos Estados Unidos, os pobres têm mais probabilidades de ser vítimas de crime violento, 1999 Rendimento familiar das vítimas (dólares) Menos de 7.500 7.500–14.999 15.000–24.999 25.000–34.999 35.000–49.999 50.000–74.999 75.000 e acima Taxas de vitimação (crimes por 1.000 pessoas com 12 anos ou mais) 59,5 45,6 36,1 39,1 30,8 33,7 24,1 Fonte: U.S. Bureau of Justice Statistics 1999, quadro 14. 88 UM PODER EM SI PR Ó PRIO : A DIFICULDADE EM MANTER AS FORÇAS DE SEGURANÇA RESPONS Á VEIS Porque é que tem sido tão difícil para os regimes democráticos – especialmente para os novos – controlar as forças de segurança e torná-las mais sensíveis às necessidades de segurança do povo? Porque a história projecta uma grande sombra. Os líderes eleitos nas jovens democracias dependem, muitas vezes, das forças de segurança, incluindo unidades militares, para se manterem nos cargos, porque essas RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 forças são as mais poderosas da sociedade. Pela mesma razão, os líderes podem resistir activamente a uma maior responsabilização e abertura para os militares, porque dependem do poder deles para os seus próprios fins. Outra razão é a tendência natural para o secretismo e falta de transparência em questões de segurança. As políticas de segurança – tanto internas como externas – estão no centro das relações de poder dentro das sociedades e entre elas. Todavia, normalmente também são a área em que a sociedade civil, o governo e as suas instituições de vigilância têm menos a dizer. A falta de transparência e de responsabilização é particularmente problemática na planificação orçamental, onde alguns indivíduos seleccionados do ramo executivo tomam decisões sobre políticas e recursos da segurança. Funcionários fundamentais do ministério das finanças e de outras áreas do executivo são muitas vezes excluídos da tomada de decisão – ou vêm as suas decisões contornadas. Órgãos parlamentares – que até podem ter poderes de fiscalização da constituição nacional – e os meios de comunicação e a sociedade civil são normalmente mantidos na ignorância. Para piorar as coisas, em muitos países, as forças armadas têm fontes de receita fora do orçamento oficial. Na Nigéria, sob o General Sani Abacha, uma grande parte do Fundo do Petróleo ia para as forças armadas. Ou então as forças armadas têm consideráveis actividades empresariais. O Exército Popular de Libertação chinês tinha um grande império empresarial. Este começou a ser desmantelado pelo governo central, em 1998, fazendo aumentar o orçamento oficial da defesa.12 Essas actividades extra-orçamentais tendem a ser quase impossíveis de fiscalizar e controlar, dando às forças armadas uma margem considerável para tratarem dos seus assuntos, independentemente de qualquer controlo democrático. E dado o secretismo que muitas vezes envolve as compras de armas, a aquisição de armamento dispendioso por líderes militares irresponsáveis é propício à corrupção, mesmo depois de acabar o regime militar directo. As decisões de aquisição baseiam-se, muitas vezes, na política externa e não apenas em critérios técnicos. Isso permite que os decisores militares, e os seus homólogos civis do ramo executivo, escondam interesses financeiros pessoais atrás de afirmações mal definidas de “segurança nacional”. Hierarquias militares rígidas e falta de controlo e auditoria parlamentar em matérias de segurança limitam ainda mais o escrutínio cuidadoso dos contratos de armas. Segundo um estudo do governo dos EUA, cerca de metade dos subornos conhecidos desde meados dos anos 90 foram em contratos de defesa – e esses são apenas os subornos conhecidos.13 Os negociantes de armas, tanto dos países industrializados como dos países em desenvolvimento, conduzem as suas negociações em privado e muitas vezes encaminham armas e pagamentos através de países intermediários, que não colaboram nos casos de corrupção (quadro 4.4). O mercado mundial de armas, sustentado por poderosos interesses económicos, reforça o secretismo excessivo e a corrupção nos sectores da segurança de muitos países. Os governos e as suas forças de segurança têm a obrigação de proteger a segurança das suas fronteiras e do seu povo. Isso talvez justifique mais confidencialidade do que se aplica a outras áreas do governo. Mas, nos sistemas democráticos também devia haver a obrigação dos decisores políticos e das forças de segurança serem responsáveis perante o público, pelas suas decisões e pela maneira como utilizam recursos públicos. Pequenos ajustamentos podem satisfazer necessidades legítimas de confidencialidade, sem violar os princípios da administração pública saudável. A responsabilização efectiva em matérias de segurança nunca será materializada se as instituições de supervisão não tiverem capacidade para avaliar actividades de segurança. Sem essa capacidade, persistirá um ciclo de ignorância. Quando a participação, ou um papel de monitorização das decisões Nos sistemas democráticos também devia haver a obrigação dos decisores políticos e das forças de segurança serem responsáveis perante o público, pelas suas decisões e pela maneira como utilizam recursos públicos QUADRO 4.4 Em 1996-2001 alguns países dominaram as exportações mundiais de armas convencionais Exportador Estados Unidos Federação Russa França Reino Unido Alemanha Outros Total Exportações (mil milhões de dólares EUA) 54 21 11 8 6 20 121 Parcela do total mundial (percentagem) 45 17 9 7 5 17 100 Nota: Os dados são valores do indicador de tendência, que apenas indica o volume de transferências internacionais de armas e não o seu valor financeiro real. Os relatórios de transferência de armas publicados apenas dão informação parcial porque nem todas as transferências são integralmente relatadas. Estas estimativas são conservadoras e podem subestimar as verdadeiras transferências de armas convencionais. Fonte: SIPRI 2002. DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ 89 travada por um fracasso sistemático em transformar o papel dos militares e da polícia. CAIXA 4.3 Princípios da governação democrática no sector da segurança • A autoridade suprema em matérias fundamentais de segurança tem que depender dos representantes eleitos. • As organizações de segurança devem funcionar de acordo com a lei constitucional e internacional e com o respeito pelos direitos humanos. • Informações sobre planeamento e recursos de segurança devem estar amplamente disponíveis, tanto dentro do governo como para o público. A segurança tem que ser gerida usando uma abordagem compreensiva e disciplinada. Isso significa que as forças de segurança devem estar sujeitas aos mesmos princípios de gestão do sector público que as outras partes do governo, com pequenos ajustamentos adequados à confidencialidade da segurança nacional. • As relações entre civis e militares têm que se basear numa hierarquia de autoridade bem ar- ticulada entre autoridades civis e forças de defesa, nos direitos mútuos e nas obrigações das autoridades civis e das forças de defesa, e numa relação com a sociedade civil baseada na transparência e no respeito dos direitos humanos. • As autoridades civis precisam de ter capacidade para exercer controlo político sobre as operações e o financiamento das forças de segurança. • A sociedade civil tem que ter meios e capacidade para monitorizar as forças de segurança e fornecer contributos construtivos para o debate político sobre a política de segurança. • O pessoal da segurança tem que ser formado para desempenhar profissionalmente as suas funções e deve reflectir a diversidade das respectivas sociedades – incluindo mulheres e minorias. • Os decisores políticos têm que dar a máxima prioridade à protecção da paz regional e local. AS PRINCIPAIS PRIORIDADES PARA UMA GOVERNAÇÃO MAIS DEMOCR Á TICA NO SECTOR DA SEGURANÇA Os países que procuram atingir a governação democrática das forças de segurança enfrentam três desafios. O primeiro é estabelecer a liderança directa das forças de segurança por departamentos do executivo, a fiscalização fiscal pelo parlamento e por órgãos especializados de auditoria e a monitorização pelos meios de comunicação e pela sociedade civil. O segundo desafio é desenvolver uma cultura de profissionalismo e neutralidade política dentro das forças de segurança. O terceiro é separar claramente uma força de polícia eficaz das forças armadas e encorajar o policiamento da comunidade. Mesmo em democracias antigas, as relações entre os civis e as suas forças de segurança raramente são ideais. Mas, há exemplos encorajadores em várias novas democracias – na África do Sul, Europa do Leste e em países da América Latina anteriormente propensas a golpes de estado – que mostram que é possível progredir. Também mostram que o êxito pode dar um impulso adicional ao desafio mais amplo de reforçar as instituições democráticas e promover a política democrática. Manter as forças armadas e a polícia responsáveis Ramo executivo (defesa, finanças, interior, etc.) P RO CURA Parlamento DE Justiça Forças armadas e polícia RE SPO NSABILIZ AÇ ÃO Auditores governamentais Sociedade civil e meios de comunicação Provedores independentes e comissões de direitos humanos REFORÇAR E PELA SOCIEDADE CIVIL Fonte: Baseado em U K Department for International Development 2000; ver também Nathan 1994; Bland 1999; e Legault 2001. de política de segurança, é negada aos actores civis legítimos, fica a faltar-lhes o conhecimento pormenorizado das questões de segurança. Então, este conhecimento limitado facilita às forças de segurança o argumento de que a tomada de decisão deve permanecer com os que têm conhecimento relevante – com as forças armadas. Os princípios nucleares da governação democrática do sector da segurança podem ajudar os governos a equilibrar a necessidade de secretismo com a necessidade de maior controlo democrático (caixa 4.3). Mas, são poucos os países que se aproximam deste ideal e a governação democrática está a ser 90 O CONTROLO DEMOCR Á TICO DAS INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PELO ESTADO Com a passagem à democracia, pressupõe-se que o controlo oficial das forças de segurança seja transferido para as autoridades civis. Mas, o verdadeiro controlo e a responsabilidade pública ficam muitas vezes para trás. Em muitos países, as forças armadas têm uma posição altamente privilegiada na atribuição dos recursos nacionais. Igualmente, a despesa com as forças de segurança não concorre em pé de igualdade com a despesa para satisfazer as necessidades básicas de todas as pessoas, particularmente das vulneráveis. A governação democrática exige que as decisões acerca do tamanho, estrutura e operações de forças de segurança assentem em bases legais sólidas, exercidas com responsabilidade política. As autoridades civis precisam estar sob controlo, mas também precisam de dar orientação clara às forças RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 de segurança, trabalhando com elas e respeitando o seu conhecimento. O processo orçamental é o principal instrumento para a transparência e a responsabilidade. Os orçamentos fazem uma apresentação pormenorizada dos planos pelos quais as pessoas podem responsabilizar o parlamento e por cuja boa execução o parlamento pode responsabilizar as forças de segurança. A gestão da despesa com a segurança tem quatro elementos relacionados: • Identificar as necessidades e os objectivos fundamentais do sector da segurança como um todo e as missões específicas que diferentes forças de segurança serão solicitadas a realizar. • Determinar o que é possível fazer. • Afectar recursos com base em prioridades dentro e entre as de diferentes agências de segurança. • Garantir o uso eficiente e eficaz de recursos. Os departamentos executivos – incluindo a chefia do executivo e os ministérios da defesa, das finanças e do interior – têm que desempenhar o papel central na governação e regulação da responsabilidade fiscal das instituições de segurança. Reforçar a capacidade dos civis de gerir e controlar os orçamentos das forças de segurança é, por isso, uma primeira prioridade, especialmente onde as elites militares dominam a tomada de decisão, por causa do poder e do conhecimento desiguais. Todas as despesas com diferentes forças de segurança – com o seu pessoal, as suas operações e o seu equipamento – deviam ser incluídas nos respectivos orçamentos. Esses orçamentos também deviam indicar o modo como essa despesa é financiada. Todavia, a maioria dos orçamentos de segurança não satisfaz nenhuma das condições. As dotações intra-orçamentais são opacas e a despesa total – que pode incluir fundos de vários departamentos – continua a não ser clara. Em países com extensas actividades não orçamentadas, os próprios governos carecem muitas vezes de informação exacta. É por isso que não pode ser usado um padrão essencial da responsabilização – comparação entre plano e execução. Funcionários do ministério da defesa e doutras áreas do ramo executivo precisam de conhecimentos técnicos específicos de defesa para tomar decisões adequadas sobre política de defesa, planificação orçamental e abastecimentos. Tratar o problema da não orçamentação é, muitas vezes, altamente político, exigindo alterações fundamentais a longo prazo das relações entre civis e mili- CAIXA 4.4 Democracia e reforma do sector da segurança: A experiência da África do Sul nos anos 1990 Sob o apartheid, a África do Sul era uma sociedade altamente militarizada, representando as despesas com a defesa 19% do total das despesas do governo no ano fiscal de 1978. No fim dos anos 1980, as despesas militares representavam 4% do PIB, tornando a despesa militar da África do Sul na maior do continente. O poder das forças armadas do tempo do apartheid – a Força de Defesa da África do Sul – penetrava profundamente na vida dos sul-africanos e influenciava directamente as decisões. O desmantelamento do apartheid e a transição para a democracia, entre 1990 e 1994, coincidiram com esforços para reestruturar as forças armadas. Entre 1989 e 1998, o orçamento militar caiu mais de metade (em termos reais) e o Departamento de Defesa reformou, ou transferiu, milhares de militares, no âmbito de programas de desmobilização e racionalização. Além disso, a política de defesa põe agora ênfase na cooperação regional e não na desestabilização. Outras mudanças incluíram o desmantelamento da indústria de armas nucleares, encerramento de bases militares em todo o país, destruição de enormes quantidades de armas excedentes, abolição do serviço militar obrigatório para os brancos e uma redução global para desenvolver uma “força nuclear” sustentável e profissional. O actual programa do departamento de defesa visa reduzir os níveis da força de 86.000 para 65.000 homens. O progresso da reforma do sector da segurança da África do Sul deve-se, em grande medida, a um empenhamento político de alto nível e a esforços para colocar os militares sob firme controlo civil. Um processo de análise, em 1996, envolvendo representantes do governo, especialistas civis e organizações não governamentais reorientou a missão, os papéis e as tarefas das forças armadas do pós-apartheid – a Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF) – tornando-as defensivas em vez de ofensivas. As forças armadas estão agora subordinadas e totalmente responsáveis perante o parlamento e o executivo, e têm que respeitar os direitos humanos e o processo político democrático. Mesmo assim, a herança de 30 anos de militarização foi difícil de erradicar e as forças armadas ainda têm considerável poder político, económico e ideológico. Por vezes empregada para combater o crime violento, a Força de Defesa Nacional também começou a reemergir como instrumento de política externa. Estes papéis alargados podem pôr em perigo a neutralidade política e o profissionalismo dos militares, impedindo a sua capacidade de desempenhar o seu principal papel de salvaguarda dos cidadãos contra ameaças externas. Fonte: Batchelor, Cock e McKenzie 2000; Nathan 2000. tares.14 A qualidade da liderança no ramo executivo é fundamental para determinar a medida em que as normas legais e culturais da governação democrática encontram aceitação. Os esforços param criar uma força de segurança que siga os princípios democráticos e uma despesa pública saudável, só serão bem sucedidos se a liderança política e administrativa do país estiver empenhada em criar instituições eficientes e responsáveis e em assegurar que funcionem bem. (caixa 4.4). As democracias maduras sugerem que uma vasta gama de organismos oficiais de supervisão pode reforçar e impor o controlo civil democrático do sector da segurança, em particular, proporcionando transparência fiscal. Esses organismos incluem comissões parlamentares especializadas de supervisão e conselhos independentes de auditoria. Mas, estes só são eficazes na medida em que tiverem informação e competência necessárias para desempenharem as DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ 91 Os cidadãos podem ajudar a moldar a política de segurança, mesmo nos países mais pobres 92 suas funções. Muitos parlamentos não estão equipados para desempenhar sequer um papel limitado de supervisão, em parte por causa de décadas – e por vezes séculos – de supremacia executiva e em parte por causa da cultura de secretismo. A confidencialidade não deve ser a regra – mas, uma excepção bem justificada. Uma cultura de secretismo e de autoridade não responsável pode minar a supervisão civil desde o primeiro dia. A lição para a reforma da governação é de que mesmo modestas injecções de transparência podem produzir benefícios. Quando a planificação orçamental da segurança e outros aspectos da política de segurança se aproximam mais dos ideais da transparência (ver caixa 4.3), há a possibilidade de que também se aproximem do verdadeiro controlo civil democrático. Maior transparência reforça a influência de instituições democráticas formais, como o parlamento e o poder judicial. Também liberta o potencial da sociedade civil e dos meios de comunicação para reforçar a responsabilização e o controlo civis, examinando orçamentos da segurança, fornecendo contribuição técnica e abrindo a política de segurança ao debate público. Os cidadãos podem ajudar a moldar a política de segurança, mesmo nos países mais pobres. Na Serra Leoa, em 1998, pouco depois da recondução do governo eleito, que tinha sido derrubado pelo exército e pelos rebeldes da Frente Unida Revolucionária, o ramo executivo começou a desenvolver planos para reconstituir as forças armadas. Em resposta, as organizações da sociedade civil realizaram consultas multilaterais com as partes interessadas e apresentaram ao governo um leque de propostas de reforma – incluindo fotografias de todos os recrutas, que circularam amplamente para que os civis pudessem vetá-los por abusos dos direitos humanos. O governo respondeu favoravelmente a muitas dessas sugestões. A Europa Central e do Leste também mostra que são possíveis soluções em que todos ganham, quando as instituições democráticas se combinam com novas formas de democracia participativa. A participação popular promove a confiança pública e aumenta o moral das forças de segurança, ajudando mesmo a manter responsáveis os actores da segurança. Estes esforços estão a levar a uma nova ideia de democracia e segurança. Desde o princípio dos anos de 1990, muitos países da Europa Central e do Leste – República Checa, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslovénia e, em menor extensão, Bulgária e Roménia – têm vindo a democratizar as relações entre civis e militares.15 Com poucas excepções, há poucas ameaças de intervenção militar directa na política interna. Novos mecanismos legais e institucionais de supervisão civil dos assuntos militares criaram oportunidades para maior transparência e para participação dos parlamentos, meios de comunicação, académicos e organizações da sociedade civil na política de segurança. Forjando uma abordagem mais holística das relações entre civis e militares, estas reformas democráticas apoiaram passos em muitos países para criar mecanismos civis de elaboração da política de defesa e de gestão do sector da segurança. Mas, quando os soldados do ministério do interior, a polícia paramilitar e os serviços secretos são arrastados para as lutas internas, muitas vezes os esforços para melhorar o controlo civil democrático são prejudicados. Na Federação Russa e na Ucrânia, os ministérios do interior têm 100.000 soldados e equipamento pesado para gerir a dissidência política interna.16 Portanto, é tentador para os eleitos (especialmente políticos extremistas) manipular forças de segurança para fins partidários – ou pior, para criar grupos armados não oficiais, como a milícia Ogoni, na Nigéria. Lidar com esta e outras questões da capacidade de construção do estado é essencial para consolidar o efectivo controlo democrático. CONSTRUIR O PROFISSIONALISMO E A NEUTRALIDADE POL Í TICA Os esforços para transformar as instituições de segurança também têm que obrigar à mudança a partir de dentro. Isto exige uma mudança da cultura interna e novos incentivos para os membros respeitarem a autoridade civil democrática e promoverem o interesse público. Os oficiais superiores precisam de tomar uma posição firme contra a corrupção. Também precisam de tornar claro que não toleram o desvio de recursos do estado doutras maneiras – como usar veículos militares e da polícia para fins particulares. Atingir estes objectivos pode ser uma questão de formação profissional. Na verdade, a longo prazo não há, provavelmente, nenhum substituto para a formação militar e a educação de base alargada, que ensine os soldados a respeitar os direitos humanos e a submeter-se aos princípios da governação democrática. As academias militares nacionais fazem-no, mas RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 precisam de estar presas a elevados padrões profissionais de recrutamento, instrução e promoção que sejam menos propensos à interferência política e à corrupção. Talvez, até mais urgente seja a formação profissional dos agentes da polícia, que pode fazer muito pela responsabilidade e pela confiança pública. Os programas de admissão de agentes da polícia deviam concentrar-se naquilo que significa ser agente da polícia numa sociedade democrática, com especial ênfase no policiamento por consentimento.17 Atingir estes objectivos também exige rendimentos públicos suficientes. Sem equipamento adequado e salários decentes, as forças de segurança sofrerão de pouca disciplina e de corrupção. Quanto à polícia, os recursos públicos podem, por vezes, ser completados com parcerias inovadores públicoprivado. Desde 1990, a Comissão de Ligação dos Cidadãos com a Polícia, de Carachi, Paquistão, tem proporcionado cuidados de saúde gratuitos a agentes da polícia feridos no cumprimento do dever. Financiada pelas empresas, a comissão também forneceu, recentemente, a ligação de gás a apartamentos ocupados por agentes da polícia e respectivas famílias, bem como linhas de água, mobiliário, iluminação e um parque infantil. Iniciativas público-privado como estas aumentam o moral dos agentes da polícia – outro elemento da construção de uma força de polícia mais eficaz e livre de corrupção. Além de prosseguir estes objectivos cruciais de longo prazo, os líderes democráticos têm que trabalhar, hoje em dia, para alterar o comportamento das forças de segurança – especialmente punindo violações dos direitos humanos e conduta não profissional. Códigos profissionais de conduta da polícia, forças armadas e serviços de informação e tribunais de inspecção dentro dos serviços de segurança podem ajudar nesta matéria. Comissões civis que investiguem possíveis excessos também podem ajudar. As investigações de violações dos direitos humanos durante as guerras civis de El Salvador, Guatemala e Serra Leoa, lançadas no pós-guerra pelos governos e por organizações da sociedade civil, são medidas importantes para uma maior responsabilização no sector da segurança. Ajudaram a denunciar violações dos direitos humanos cometidas ocultamente – ou mesmo abertamente – por forças de segurança. A médio e longo prazo, a reforma judicial também é fundamental para impor a responsabilidade nas forças de segurança. A acção policial contra o crime não pode promover a segurança pessoal se os juízes puderem ser facilmente subornados ou se não houver prisões para criminosos condenados. Quando os sistemas judiciais são controlados por indivíduos privilegiados, cujas nomeações são meramente recompensas políticas, é provável que a aplicação da lei seja parcial – e é mais provável que as regras sejam por lei (o que pode permitir a manipulação dos tribunais) em vez de serem da lei.18 Quando os sistemas judiciais não desempenham as tarefas básicas, incluindo a emissão de mandatos e outras ordens legais, os agentes da polícia têm muitas vezes que recorrer a acções ilegais para desempenhar funções regulares.19 Sistemas judiciais e penitenciários corruptos também minam o profissionalismo e a credibilidade do sector da segurança se permitirem que crimes dos soldados ou dos agentes da polícia fiquem sem punição. SEPARAR A POL Í CIA DAS FORÇAS ARMADAS Em muitos países, a responsabilidade e o comportamento das forças de segurança são prejudicados porque se E PROMOVER O OBJECTIVO DA COMUNIDADE falha na demarcação clara Em muitos países, a responsabilidade e o comportamento das forças de segurança são prejudicados porque se falha na demarcação clara entre as forças armadas (como guardiãs da segurança externa) e a polícia (como guardiã da lei e da ordem internas). Misturando as funções e a capacidade de fogo da polícia com as dos militares corre-se o risco de exageros e de violência desnecessária, como no Haiti e nalgumas partes da América Central. Transformar a polícia num instrumento de poder arbitrário, também aumenta a perspectiva dos políticos – como no Zimbabwe, em 2000-02. No Botswana, Gana, Maurícias, Senegal e África do Sul, uma clara divisão de trabalho entre as forças armadas e a polícia estimulou o profissionalismo de ambas.20 Outros governos latino-americanos, com longas histórias de controlo militar, incluindo El Salvador e Guatemala, também têm estado a separar as forças armadas da polícia.21 Essas reformas precisam de ser conjugadas com esforços para melhorar o estatuto e a capacidade da polícia. Mesmo em comunidades onde o abuso físico e a corrupção da polícia foram norma, os esforços para criar confiança podem fomentar uma nova relação entre a polícia e o povo. Uma maneira, é a polícia envolver-se na vida dos jovens, das minorias étnicas e dos grupos de rendimento baixo. Outra, é apoiar o policiamento da comunidade (caixa 4.5). As forças policiais com agentes de diferentes origens tendem a responder melhor aos desafios de entre as forças armadas DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ e a polícia 93 comunidades diversas. A nomeação e formação de agentes femininas da polícia no estado do Pará, Brasil, aumentou as participações à polícia e hospitais da violência contra mulheres e raparigas. Na Bósnia e Herzegovina e na Macedónia, forças policiais etnicamente mais equilibradas estão a fomentar a confiança e o respeito pela polícia. Além disso, as forças policiais não deviam dar tratamento especial a certas unidades, como a investigação criminal e os narcóticos. Fazê-lo cria graves tensões internas. Essas reformas levam tempo e exigem um profundo empenhamento político. Para que a mudança seja sustentada, os líderes democráticos têm que garantir que as instituições de segurança se sentem parte do processo. Essas reformas colocam desafios únicos, mas também produzem benefícios únicos – para a segurança dos cidadãos e para a credibilidade da democratização. As reformas da polícia da África do Sul são um exemplo notável. Após as eleições de 1994, os membros do governo e do parlamento adquiriram conhecimentos em supervisão e liderança através de auto-formação e de colaboração com sindicatos, igrejas e instituições de investigação. A despeito dos muitos desafios, uma forte liderança política e parcerias com a sociedade civil estão a conduzir a uma força policial menos militarizada e mais profissional. CONDIÇÕES PARA A MUDANÇA NO SECTOR DA SEGURANÇA Uma reforma substancial do sector da segurança envolve tantos aspectos profundamente enraizados da CAIXA 4.5 Maior consideração pela polícia através do policiamento da comunidade As reformas da polícia, especialmente as que criam novas forças, têm que fomentar novas relações com as comunidades locais. O policiamento da comunidade pode vencer a desconfiança e fazer avançar a colaboração entre as comunidades e a polícia, dando às pessoas um papel substancial na definição e orientação do desempenho do policiamento. Em 1997, uma experiência piloto de policiamento da comunidade em Hatillo, Costa Rica, um bairro da capital, envolveu a comunidade na luta contra o crime, através de quatro esquadras de polícia locais e de uma comissão consultiva dos cidadãos junto do comandante do distrito policial. As esquadras de polícia faziam patrulhas regulares, Fonte: Neild 1998. 94 enquanto a comissão identificava problemas de segurança e possíveis soluções. Um ano depois do projecto ter começado, o crime na área tinha diminuído 10%, a percepção de insegurança, 17%, e o medo de ser assaltado em casa, 32%. Embora 71% da população inquirida em Hatillo acreditasse que o crime tinha aumentado no país, apenas 38% pensavam que o mesmo era verdadeiro em relação a Hatillo. Além disso, apenas 8% dos inquiridos afirmaram nunca ter visto um polícia no bairro, contra 35% antes do projecto. O projecto ajudou a melhorar a imagem da força policial em Hatillo e o êxito levou à sua expansão para outras comunidades. governação local e nacional, que pode parecer uma tarefa desesperada. Tem uma dimensão política (controlo civil das forças de segurança), uma dimensão económica (consumo de recursos pelas forças de segurança), uma dimensão social (garantir a segurança dos cidadãos) e uma forte dimensão institucional (profissionalização do sector da segurança e separação institucional dos vários intervenientes).22 Mas alguns desenvolvimentos podem ajudar a desencadear grandes reformas no sector da segurança. • Limitações económicas: as reformas resultam de pressões financeiras para reduzir as forças armadas – como no Uganda e noutros países africanos. • Controlo civil: ocorre uma mudança de poder e as forças armadas são apeadas por opção ou pela força – como na Indonésia e em muitos países da América Latina. • Tendência ocidental: as forças armadas são modernizadas no âmbito de esforços para aderir à União Europeia ou à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – como em muitos países da Europa Central e do Leste. • Novos exércitos: financiadas e inicialmente formadas, muitas vezes, por doadores estrangeiros e influenciadas pela sociedade civil para respeitar os direitos humanos – como na Bósnia e Herzegovina, Timor Leste, El Salvador, Estónia, Letónia e Lituânia. • Escândalos: conduzidos, muitas vezes, pelos meios de comunicação e influentes na reforma da polícia, agências de informação e das relações entre civis e militares – como em muitos países industrializados. Quando esses desenvolvimentos se conjugam com uma liderança empenhada e uma sociedade civil envolvida, há condições para reformas democráticas significativas que possam reforçar uma mudança política mais ampla – especialmente em países que estão a recuperar de conflito armado violento. CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA DA PAZ EM SOCIEDADES DILACERADAS PELA GUERRA Em sociedades dilaceradas pela guerra, criar um controlo efectivo do uso da força armada é a base de todos os outros progressos. Sem ele, os construtores da paz enfrentam o risco constante de reversão na construção de um estado funcional. No extremo, como no Afeganistão e Somália, o resultado será a ilegalidade desmedida e um ambiente fértil para o extremismo violento. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 A intervenção internacional oportuna pode mitigar a tensão entre a construção da paz civil e a criação do controlo democrático. Como? Criando um ambiente de paz civil para as instituições democráticas nacionais se desenvolverem. Só no princípio dos anos de 1990 foram empreendidas mais missões de manutenção da paz do que durante as primeiras quatro décadas e meia. Mas, se esta nova geração de operações de paz pode ajudar a pôr termo à violência, só por si, elas não podem promover uma paz democrática duradoura. As tensões internas nunca serão facilmente eliminadas quando o conflito e a má governação tiverem fracturado as fundações do estado. Isso reforça a defesa da manutenção de paz democrática preventiva, para promover a resolução pacífica dos conflitos em fermentação, antes que se tornem guerras. Onde a ordem básica foi quebrada, as pressões de tempo e recursos limitados produzem tensão entre a restauração da paz civil e o estabelecimento do controlo democrático. O Camboja, no princípio dos anos de 1990, sugere que a realização de eleições nacionais e locais numa atmosfera de violência e desconfiança generalizadas pode resolver o processo de paz, ou legitimar as partes beligerantes, como aconteceu na Bósnia e Herzegovina depois dos Acordos de Paz de Dayton. Mas as experiências em Timor Leste, El Salvador, Moçambique e outros cenários pós-conflito sugerem que é possível um progresso acentuado em três áreas-chave: • Reforma ou criação de forças armadas e polícia profissionais. • Gestão da desmobilização e reintegração de combatentes. • Criação de espaço político para uma reconciliação de base alargada. REFORMAR OU CRIAR FORÇAS ARMADAS E POL Í CIA PROFISSIONAIS Como foi assinalado, as forças armadas e a polícia têm papéis difíceis de distinguir em muitos países em desenvolvimento. Durante as guerras, a distinção desaparece completamente, com as forças armadas a assumirem a responsabilidade pela segurança do estado, tanto externa, como interna. Isto sugere uma necessidade de identificar as principais ameaças à segurança nas sociedades dilaceradas pela guerra e de arranjar políticas adequadas para as forças armadas, polícia, serviços de informação e outras forças de segurança. Entre as principais tarefas inclui-se a ne- cessidade de tornar as forças armadas mais administráveis, sustentáveis e profissionais e claramente separadas da polícia. Depois de conflitos armados, muitos países da África Ocidental e Austral e da América Central reviram a composição e o papel das suas forças armadas. A Serra Leoa e a África do Sul absorveram antigos combatentes nas suas forças armadas, ao mesmo tempo que reformavam as missões e orientações dos respectivos militares. No Afeganistão, espera-se que um exército multi-étnico resolva a luta de facções entre as etnias Tajiques, Pastunes, Hazaras e outros. Uma experiência similar na Bósnia e Herzegovina fornece lições para outros países dilacerados pela guerra (caixa 4.6). Desenvolver uma força de polícia civil (apolítica) – é normalmente uma prioridade nos acordos de paz. É especialmente importante para promover a paz civil depois da guerra, quando o crime organizado, o contrabando de armas e a violência são implacáveis – e têm probabilidade de aumentar bruscamente quando as comunidades se enchem de combatentes desempregados. De El Salvador e Gaza à Bósnia e Herzegovina, a Moçam- CAIXA 4.6 Construir forças de segurança sustentáveis e etnicamente equilibradas na Bósnia e Herzegovina Com a assinatura dos Acordos de Paz de Dayton, em 1995, a comunidade internacional procurou lidar com os três exércitos beligerantes do tempo da guerra, que tinham causado tantos prejuízos na Bósnia e Herzegovina – as Forças Muçulmanas Bósnias, o Conselho de Defesa Croata da Bósnia-Croácia e o Exército Bósnio-Sérvio. Mas, a assistência rapidamente se alargou, para estabelecer padrões de governação democrática para todo o espectro de agências de segurança, ou não, do país (forças armadas, polícia, serviços de alfândegas e fronteiras, judiciais, penais e de informação). A comunidade internacional não empenhava tantos recursos para reformar o sector de segurança dum país, desde o fim da II Guerra Mundial. Várias iniciativas procuraram criar confiança entre os antigos exércitos e criar condições para uma segurança adequada, comum, duradoura e com custos mais eficientes. As elevadas despesas militares, consumindo 40% do orçamento público, continuam a ser uma preocupação importante. Mas, com a lenta desmo- bilização de 370.000 dos 400.000 soldados que se calculava existirem em 1995, o orçamento militar tornou-se mais administrável. Mesmo assim, são necessários recursos substanciais para criar empregos, educação e aconselhamento para antigos soldados. Mais estimulante do que criar forças de segurança sustentáveis é reduzir a desconfiança entre antigos combatentes. E até o problema dos três exércitos num estado estar resolvido, tudo o que se conseguiu em termos de aplicação do controlo civil democrático e de profissionalização das forças armadas continuará a ser frágil e incerto. Os programadores internacionais esperam que as políticas de defesa convirjam até 2005, permitindo uma abordagem comum a nível do estado. Temse criado consenso entre os exércitos bósnios, com exercícios conjuntos, rigorosos critérios de selecção de novos agentes da polícia e a criação, em Janeiro de 2001, do primeiro contingente multi-étnico bósnio para servir como observadores militares da ONU no estrangeiro – um bom exemplo de construção da paz em acção. Fonte: King, Dorn e Hodes (a publicar). DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ 95 Desmobilizar combatentes e reintegrá-los na vida normal é uma das prioridades mais estimulantes das situações pós-conflito 96 bique e ao Ruanda, a transição da guerra civil para a sociedade civil está ligada a forças de polícia de base ampla, que são democraticamente responsáveis, imparciais, despolitizadas e compostas por diferentes contingentes políticos e grupos étnicos.23 Essas forças só podem aparecer através de formação eficaz – particularmente nas competências de policiamento da comunidade e outras formações especializadas – e através de melhor equilíbrio étnico e sexual. Pode ser tentador converter soldados em agentes da polícia, mas isso deve ser tratado com cuidado. Os soldados, especialmente os que cometeram violações dos direitos humanos, podem ter métodos e experiências pouco adequadas à polícia. A comunidade internacional pode ajudar a construir forças de polícia responsáveis e eficientes em ambientes de pós-conflito. Até 1989, só três operações de manutenção da paz incluíram unidades de Polícia Civil da ONU. Com o fim da guerra-fria, abriu-se espaço para a assistência internacional dar mais ajuda policial. Para além da assistência regional e bilateral, a Polícia Civil da ONU é agora uma presença vulgar numa nova geração de manutenção da paz, embora muitos argumentem que o seu papel exige mais desenvolvimento. No Camboja, a Polícia Civil da ONU provia segurança pública e prendia suspeitos. Em El Salvador e Haiti, ela ajudou a projectar e formar uma nova força de polícia civil – experiências recentemente reproduzidas em Timor Leste e Kosovo. À medida que as Nações Unidas assumem missões de manutenção da paz mais complicadas, envolvendo segurança pública, a sua Polícia Civil e a comunidade de desenvolvimento mais alargada exigem agentes de polícia muito sólidos, que não sejam apenas bons polícias, mas também peritos na construção de instituições – polícias com experiência na criação de academias de polícia, na organização e reestruturação de organizações policiais e no fomento de policiamento comunitário, que sirva os cidadãos em vez de fortalecer o poder dos regimes estabelecidos (ver caixa 4.5).24 Para terem êxito, essas intervenções exigem apoio dos eleitores nacionais à reforma da polícia. Também exigem a recolha de dados precisos e credíveis sobre a criminalidade interna – e que se convençam os líderes de países dilacerados pela guerra de que o policiamento repressivo é parte do problema e não parte da solução. GERIR A DESMOBILIZAÇÃO E A REINTEGRAÇÃO DE COMBATENTES Desmobilizar combatentes e reintegrá-los na vida normal é uma das prioridades mais estimulantes das situações pós-conflito. Desde 1990, ocorreram importantes desmobilizações de pós-guerra num grande número de países: Bósnia e Herzegovina, El Salvador, Eritreia, Etiópia, Guatemala, Haiti, Moçambique, Nicarágua, Serra Leoa e Uganda. Além disso, desmobilizações em menor escala tiveram lugar no Chade, Líbano, Mali, Panamá, Ruanda e África do Sul. Esses esforços exigem a máxima participação possível, de modo que os grupos afectados sintam a reforma como sua. Muitos intervenientes têm interesse nos resultados. Nestes, incluem-se os combatentes desmobilizados – antigas crianças soldados de ambos os sexos, soldados governamentais e guerrilheiros. Também se incluem famílias de antigos combatentes, comunidades onde os antigos combatentes se reinstalam e outros grupos que tentam reintegrar-se – como refugiados regressados e pessoas deslocadas internamente. Incluem-se, ainda, forças locais de segurança, agências governamentais, organizações não governamentais locais e internacionais, as Nações Unidas e suas agências e outros doadores oficiais. Mas, por causa das pressões de tempo e do enorme número de pessoas e grupos envolvidos, muitos desses intervenientes tiveram pouca voz activa no desenho dos programas de desmobilização e reintegração. Na verdade, o processo é muitas vezes liderado por agências externas, emudecendo a voz das pessoas locais. A participação limitada pode ser inevitável imediatamente após o conflito. Mas, os programas de desmobilização e reintegração deviam ser estruturados de maneira que pudessem ser ajustados ao longo do tempo, através do diálogo inclusivo com antigos combatentes, suas famílias, comunidades afectadas e outros. No Uganda, para testar a viabilidade da sua reintegração, alguns soldados foram autorizados a visitar as suas zonas de residência antes da desmobilização. E as interacções entre antigos soldados e oficiais superiores veteranos ajudaram à desmobilização no Ruanda, no fim dos anos de 1990. Não surpreende que a assistência dirigida aos antigos combatentes tenha gerado aceso debate, levantando questões de justiça e responsabilidade. Há argumentos humanitários para dar aos antigos com- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 batentes apoio especial: depois da desmobilização, estão desempregados e longe de casa. Nalguns casos, deram anos das suas vidas para combater por aquilo que consideravam ser o bem do país. Mas, também podem ter sido recrutados à força para as forças armadas (como no caso do exército Derg, na Etiópia e da Renamo, a Resistência Nacional Moçambicana). E podem ter grande dificuldade em se reinstalar na vida civil, talvez ameaçando o processo de paz com o seu envolvendo em actividade criminosa, ou em oposição política violenta. O apoio a antigos combatentes também pode reduzir o comércio ilícito de pequenas armas e de armas ligeiras. Esse comércio – avaliado em 4 a 6 mil milhões de dólares por ano – é uma fonte de rendimentos atraente para antigos combatentes em sociedades pobres afectadas pelo conflito (caixa 4.7). Na Serra leoa, estas questões foram tidas em conta aquando do desarmamento e desmobilização de mais de 75.000 combatentes, desde 1998, incluindo cerca de 7.000 crianças combatentes.25 Na maioria dos casos, o número de antigos combatentes é ultrapassado de longe pelo número de refugiados e outras pessoas deslocadas pela guerra, que regressam e precisam de ser prontamente equipadas para uma grande quantidade de desafios pós-conflito, como as minas terrestres (caixa 4.8). Dados os escassos recursos, os programas de apoio à desmobilização têm, assim, que alcançar um equilíbrio entre ajudar demasiado e de menos os antigos combatentes. Parece ter-se desenvolvido o consenso de que esforços especiais para os antigos combatentes são, geralmente, necessários e justificados durante a desmobilização e a reinstalação – mas, esse apoio na fase de reintegração devia ser, na medida do possível, de base comunitária, ou da área, e fazer parte de programas de desenvolvimento mais alargados. Na verdade, o apoio das comunidades é muitas vezes crucial para a reintegração dos antigos combatentes. Estas conclusões sublinham a necessidade de processos inclusivos que promovam a reconciliação e a construção da paz, promovendo a cooperação quotidiana no terreno. CRIAR ESPAÇO POL Í TICO PARA UMA RECONCILIAÇÃO DE BASE ALARGADA O conflito armado não conduz à abertura e participação política. De facto, muitas vezes acaba com elas. O conflito armado também é o pior inimigo dos CAIXA 4.7 Reduzir as pequenas armas através da construção democrática da paz Em todo o mundo, a proliferação descontrolada de um número estimado em 550 milhões de pequenas armas – incluindo 100 milhões de carabinas de ataque – contribui para cerca de 500.000 mortes por ano relacionadas com armas de fogo. A sua disponibilidade e sua utilização não se limitam apenas aos conflitos, mas também alimentam o crime violento, a exploração económica e o tráfico ilícito de bens e pessoas. Um esforço notável de recolha e controlo do fluxo de pequenas armas é o que está a ser feito na Albânia, onde centenas de milhares de armas e explosivos militares continuam a circular. Aproximadamente um terço das armas roubadas de arsenais governamentais, em 1997, foram recuperadas e mais de 100.000 armas foram destruídas. O êxito do programa pode atribuir-se, por um lado, à grande consciência pública e à campanha realçando o impacte sócio-económico das pequenas armas e, por outro lado, aos dados completos sobre pequenas armas para um sistema regional de aviso precoce. Para além do aumento da transparência, a participação directa da comunidade foi inestimável na troca de armas roubadas por apoio a obras públicas, tais como construção de estradas, reabilitação de escolas e instalação de iluminação telefones públicos. Criar capacidades de governação – no seio de um esforço mais alargado de reforma da segurança – é fundamental para aplicar uma estratégia global de redução das pequenas armas, incluindo o desenvolvimento legislativo e de regulação, imposição da lei, detecção e marcação, gestão e segurança das reservas, e destruição das pequenas armas e das armas ligeiras recuperadas. A cooperação entre as alfândegas, a polícia, os serviços de informação e funcionários do controlo de armas, a nível nacional e internacional, é outro aspecto importante do programa de acção da ONU para combater a disseminação de pequenas armas e armas ligeiras. Um Código Internacional de Conduta sobre Transferências de Armas, recentemente proposto pelo laureado com o Prémio Nobel da Paz e antigo Presidente da Costa Rica, Dr. Óscar Árias, poderia restringir ainda mais o fluxo de armas mortíferas – tanto as grandes como as pequenas são usadas para matar ou ferir milhares de civis todos os anos. Fonte: Árias Foundation, BASIC e Saferworld 1997; Muggah e Berman 2001; UN 2001b; UNDP 2001a, 2002a. CAIXA 4.8 Limpar as minas terrestres exige capacitação de civis e comunidades Dezanove países estão afectados por minas terrestres e engenhos por explodir, com estimativas grosseiras de 15.000 a 20.000 vítimas de minas todos os anos. Para destruir as minas terrestres, os programas humanitários contra as minas dão poder às autoridades civis, e não apenas às militares, para fixar prioridades e assumir a liderança de programas de desminagem de longo prazo. Se fossem deixadas apenas aos militares, as actividades de desminagem apenas serviriam limitados interesses estratégicos, ignorando áreas onde a limpeza de minas poderia beneficiar civis. Na Tailândia, as forças armadas têm cooperado com grupos da sociedade civil na limpeza, com base em resultados do Inquérito sobre o Impacte de Minas Terrestres. No Afeganistão, através de um leque de parcerias, foram limpos, em 2000, 24 milhões de metros quadrados de terrenos minados ou suspeitos. Outras histórias recentes de êxito vêm do Azerbaijão, Moçambique e Tajiquistão. Durante 2000 e o princípio de 2001, as operações de limpeza de minas foram realizadas em 76 países e regiões. Programas bem sucedidos contra minas – que incluem consciência das minas, criação de capacidade, assistência às vítimas, assistência e defesa socio-económica, além de remoção e destruição das minas – encorajam o regresso das pessoas refugiadas e deslocadas internamente. Também ajudam à reabilitação social e económica de comunidades, particularmente na segurança alimentar. Um amplo compromisso político de alto nível sustenta estes programas multifacetados que, segundo se calcula, custam 200 milhões de dólares por ano. Limpar um pequeno campo que pode conter apenas uma mina, custa milhares de dólares e desfazer a contaminação mundial de minas terrestres custará milhares de milhões. Em países fortemente minados, os programas de acção contra minas são uma prioridade da construção da paz, essenciais para ajudar as organizações humanitárias e de desenvolvimento a funcionar eficientemente e para reduzir a ameaça de novo conflito violento. Fonte: : ICBL 2001; Canada, Department of Foreign Affairs and International trade 2001, United Nations 2001a. DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ 97 direitos humanos, dos pobres, dos direitos das minorias e da liberdade de informação. O período antes de um cessar-fogo (por vezes de uma vitória militar) e imediatamente após uma guerra é, assim, decisivo para criar uma política mais aberta e inclusiva. Terminar uma guerra pode ser tão desestabilizadora como a própria guerra e é impossível democratizar imediatamente a tomada de decisão política. Mas, precisa de haver tanta abertura e participação, quanto possível, para que a paz e uma verdadeira reconciliação se enraízem – e para reforçar a sociedade civil e as partes da população com mentalidade democrática. Para ser específico, se o termo da guerra se basear num acordo de paz, as principais vozes na concepção do futuro do país serão as partes negociadoras e as suas equipas. Os civis, particularmente as mulheres, estão normalmente muito subrepresentados nas conversações de paz (caixa 4.). O predomínio esmagador de combatentes nas negociações pode constranger, gravemente, o desenvolvimento democrático dessas sociedades e reduzir a estabilidade da paz, a longo prazo. Mas o diálogo inter-congolês e o maior envolvimento de mulheres na CAIXA 4.9 Trazer as mulheres para a mesa das negociações Na maioria das circunstâncias de pós-guerra não é fácil alargar a participação no processo formal de paz. As negociações de paz e o desenho e aplicação dos esforços de construção da paz e de reconstrução – incluindo a reforma do sector da segurança – envolvem, normalmente, apenas um pequeno grupo de pessoas. Em muitos casos são homens, especialmente os que pegaram em armas. Recompensados com um lugar na mesa de negociações, obtêm uma forte importância na política e nas instituições do pós-guerra, incluindo as forças armadas e a polícia. Na maioria dos casos, as mulheres são quase completamente excluídas da tomada de decisão do pós-guerra. Só recentemente foi reconhecido internacionalmente o seu papel nos vários aspectos e fases da negociação e da construção da paz. As mulheres trazem para as negociações de paz uma compreensão prática das preocupações de segurança da vida real. E o seu empenhamento na paz é, muitas vezes, decisivo para garantir a sustentabilidade dos acordos de paz. Do Burundi à Guatemala e à Irlanda do Norte, o seu envolvimento nos processos de paz tem mostrado benefícios reais para os grupos vulneráveis. Na Somália, 100 mulheres, representando seis clãs, participaram na Conferência Nacional Somali de Paz em Maio de 2000. Como resultado, foram atribuídos a mulheres 25 assentos na Assembleia Nacional Transitória de 245 membros. Entre as iniciativas para corrigir enviesamentos correntes, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução, em Outubro de 2000, para incitar os estados membros a aumentar a representação de mulheres a todos os níveis da tomada de decisão, em instituições e mecanismos para prevenir, gerir e resolver conflitos. Apela a todos os intervenientes na negociação e aplicação de acordos de paz para que adoptem uma perspectiva de género e incluam mulheres nos mecanismos de aplicação dos acordos. A decisão de incluir quatro mulheres nas conversações de Bona, Alemanha, sobre o futuro do Afeganistão, em Dezembro de 2001, e duas mulheres para servirem a níveis superiores do governo provisório do Afeganistão mostra que é possível o progresso nesta área. Fonte: UN Information Centre Bonn 2001; Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano; Anderlini 2000; Ball e outros 2002. 98 construção da paz noutros países sugerem que este problema está, lentamente, a conquistar mais amplo reconhecimento. Os construtores da paz também têm que reconhecer que os longos e mortíferos conflitos transformam completamente as sociedades – seja através da deslocação de populações locais, seja da destruição das infra-estruturas, ou da perturbação da família e das redes sociais tradicionais. Nas sociedades dilaceradas pela guerra, como o Sri Lanka, os combatentes são recrutados nas comunidades pobres. Para a sua sobrevivência, as mulheres dessas comunidades têm, muitas vezes, transcendido o papel tradicional do seu sexo em termos de família, trabalho e comunidade. As negociações de paz e os líderes locais têm que ter em conta estas realidades radicalmente alteradas, ao desenharem programas de recuperação e reconciliação. Dar mais voz a grupos anteriormente marginalizados não só é moralmente correcto, mas também é prático. Um número cada vez maior de processos de paz trata a necessidade de reforçar as instituições democráticas e de proteger os direitos humanos, incluindo medidas para criar ou fortalecer as instituições de direitos humanos. Em 1992, um acordo de paz patrocinado pela ONU, em El Salvador, criou o Procurador para a defesa dos Direitos Humanos para evitar violações dos direitos humanos em áreas como as da conduta policial, condições prisionais, direitos das crianças e violência contra mulheres.26 O Provedor dos Direitos Humanos da Bósnia e Herzegovina, criado pelos Acordos de Paz de Dayton de 1995, tem extensos poderes para investigar, relatar, desencadear e intervir em processos judiciais.27 Dados os graves problemas de direitos humanos e as pressões que o ramo judicial enfrenta na maioria das sociedades dilaceradas pela guerra, as instituições dos direitos humanos são muitas vezes essenciais na transição para a democracia, promovendo compromissos internacionais de direitos humanos e fornecendo uma vigilância administrativa fundamental – especialmente no sector da segurança. Outros exemplos recentes, em Timor Leste, Guatemala e Kosovo, sublinham a sua importância para a construção democrática da paz em estados que emergem de conflitos complexos, civis ou de outra natureza. Para construir um futuro mais estável e inclusivo, os estados em situações de pós-conflito precisam de lidar com o passado. Muitos países a RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 recuperar de guerras estão a explorar novas vias para a justiça, como julgamentos comunitários em Timor Leste e o processo de gacaca no Ruanda, que podem ajudar a criar apoio público.28 Além disso, os tribunais de crimes de guerra – e, no futuro, um Tribunal Penal Internacional permanente – estão a reparar injustiças do passado (ver capítulo 5). Comissões da verdade também têm proporcionado um caminho para as pessoas manifestarem motivos de queixa por atrocidades do passado – e dar-lhes uma sensação de que foi feita justiça (caixa 4.10). Desde 1974, mais de 20 dessas comissões procuraram rectificar a memória histórica dos países, com diferentes objectivos, estruturas e resultados. Esses processos enfrentam o desafio de gerir a tensão entre a justiça (castigo) e a reconciliação (perdão). Nem sempre conseguem o melhor equilíbrio. Mas, em muitas sociedades que emergem dum conflito, esses mecanismos podem ser a melhor e a única opção disponível. CAIXA 4.10 Construir a paz através de comissões da verdade Graves violações dos direitos humanos pelas forças de segurança eram muito vulgares sob os regimes militares, em vários países latino-americanos, nas décadas de 1980 e 1990. Quando os regimes civis eram restabelecidos, muitas vezes, era difícil processar os perpetradores. Na Argentina, em 1982 e no Chile, em 1991, as forças de segurança só tinham deixado o poder sob condição de amnistia legal. Em El Salvador, em 1992 e na Guatemala, em 1994, um tratado de paz excluía o procedimento judicial. Também era difícil processar, por causa do elevado número de violações e dos problemas para estabelecer a prova. Por toda a América Latina, nasceram comissões para registar acusações, estabelecer a prova e publicar factos, como a Comissão Nacional dos Desaparecidos, criada na Argentina, em 1983. A comissão, criada pelo então Presidente Raul Alfonsin e presidida pelo escritor Ernesto Sabato, relatou 9.000 desaparecimentos no seu relatório final Nunca Mas. Outras comissões foram criadas mais tarde no Chade (1992), no Haiti (1994) e em Timor Leste (1999), dando voz à dor das vítimas e permitindo que os novos regimes democráticos desfizessem as mentiras ditas pelos anteriores regimes para encobrir abusos. Talvez a mais conhecida comissão da verdade e reconciliação seja a da África do Sul, que funcionou entre 1996 e 1998. Presidida pelo Arcebispo Desmond Tutu, tinha um orçamento anual de cerca de 18 milhões de dólares, com 300 empregados em quatro gabinetes nacionais. O mais importante é que tinha o poder de conceder amnistias – o principal instrumento para encorajar os perpetradores a confessar. No fim, 21.297 vítimas, ou membros das respectivas famílias, fizeram depoimentos e mais de 8.000 pessoas pediram amnistia, embora poucas fossem funcionárias de nível superior. A comissão tem sido reconhecida como fundamental na cura da África do Sul do pós-apartheid. Fonte: Hayner 2001; Ball e outros 2002; U.S. Institute of Peace 2002; Tepperman 2002. DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA NUM MUNDO FRAGMENTADO O conflito faz parte de todas as sociedades. A questão é: como podem as sociedades dar expressão ao conflito e dar espaço político aberto para todos os grupos sem gerar violência e guerra? Pressupõe-se que as democracias dêem uma resposta, com debate político aberto e concorrência aberta pelo poder. Mas, muitas democracias bem estabelecidas não eliminaram os conflitos violentos – como mostram a recente violência em Guzarate, Índia, e velhos conflitos na Irlanda do Norte e Sri Lanka. Noutros países, processos democráticos foram impiedosamente minados por regimes autoritários, muitas vezes militares, que esmagam o espaço para a sociedade civil e a política democrática. A paz e a segurança pessoal perdem, especialmente quando a responsabilidade e a eficácia das forças de segurança se deterioram. O número alarmante de países propensos ao conflito sublinha a necessidade de uma abordagem mais ampla da prevenção do conflito – uma abordagem que evite a segmentação artificial entre o pré-conflito, a crise e o pós-conflito. Também indica a necessidade de uma mistura adequada de respostas políticas, de segurança, humanitárias e desenvolvimentistas. Garantir uma paz justa e sustentável em situações propensas ao conflito, significa construir estados fortes e transparentes, com polícia e forças armadas profissionais sob liderança civil. Significa desenvolver um quadro democrático que tolere a diversidade. Significa construir uma sociedade civil aberta que promova a governação democrática e a segurança pessoal. E significa instilar em todas as instituições do estado – mas, especialmente nas forças de segurança, uma cultura de democracia enraizada no respeito pelas regras legais e pelos direitos e dignidade individuais. É esta a essência da construção democrática da paz. Em países que estão a recuperar de conflitos armados violentos – como o Afeganistão (caixa 4.11) e a Serra Leoa – os custos humanos de falhar na realização da governação democrática das forças de segurança são claros. Mas, estes são apenas exemplos extremos dos dilemas da segurança por que passam todos os países ao decidirem como enfrentar ameaças à segurança interna e externa, como o crime violento generalizado, ou o terrorismo interno e internacional. Nos Estados Unidos e noutros países, preocupações acrescidas com o terrorismo desencadearam debates sobre os perigos de comprometer os direitos humanos por razões de segurança nacional. Medidas antiterroristas tomadas em resposta a esta e a outras ameaças à segurança correm, muitas vezes, o risco de violar os direitos humanos ou, pelo DEMOCRATIZAR A SEGURANÇA PARA EVITAR O CONFLITO E CONSTRUIR A PAZ 99 CAIXA 4.11 Lições para a construção da paz a longo prazo no Afeganistão Devastado por duas décadas de guerra civil, misturada com três anos de seca e com minas terrestres e kalashnikoves (carabinas de ataque) omnipresentes, o Afeganistão enfrenta desafios sem precedentes para dar paz e esperança aos seus 23 milhões de habitantes. Ao tratar os potenciais “disparadores de conflitos” na actual fase de recuperação, organizações da ONU reconhecem a necessidade de ligar respostas humanitárias de curto prazo à recuperação a longo prazo. Também reconhecem que a chave para garantir uma paz justa e duradoura no Afeganistão dependerá da liderança e do empenhamento dos afegãos. Os êxitos e fracassos das operações de paz da ONU, no valor de muitos milhares de milhões de dólares, nos anos 90, oferecem as seguintes lições para uma estratégia de construção da paz a longo prazo no Afeganistão: • Sequenciar habilmente as fases de reconstrução, de modo que os imperativos de segurança sejam equilibrados com a necessidade de abrir lentamente os processos de governação e de ajudar os mais vulneráveis. • Financiar e dotar de pessoal os programas de reintegração dos 4,8 milhões de refugiados e deslocados internamente no Afeganistão (80% são mulheres e crianças), bem como os antigos combatentes. • Construir uma forte governação local para tratar do conflito interétnico e intertribal, da discriminação contra as minorias e dos pontos fracos do governo central. • Projectar instituições de segurança etnicamente equilibradas e profissionalizadas, sob claro controlo civil e orientadas por princípios democráticos, para proteger a segurança física de todos os cidadãos (como na Bósnia e Herzegovina e na África do Sul, nos anos 1990). • Fortalecer instituições populares para a resolução e gestão de conflitos: polícia, justiça e mecanismos alternativos de disputa de povoamentos, como as shuras. • Capacitar os líderes civis para supervisionarem programas compreensivos de acção contra as minas e reforçar a capacidade das comunidades para fornecer incentivos à destruição de armas. • Criar respeito pelas regras legais e compromisso com a reconciliação nacional. • Promover líderes locais dinâmicos, incluindo mulheres e jovens. • Garantir um empenhamento político e financeiro sustentado da comunidade internacional – sempre um problemas nos segundo e terceiro anos dos programas, quando a publicidade mundial se orientou para outro lado. Fonte: Ottaway e Lieven 2002; UNDP 2001d, 2002b. menos, facilitar que sejam violados – incluindo a proibição da tortura e outros tratamentos desumanos, ausência de prisão arbitrária, a presunção de inocência, o direito a um julgamento justo e os direitos à liberdade de opinião, expressão e reunião.29 No Dia dos Direitos Humanos de 2001, 17 peritos independentes da Comissão de Direitos Humanos da ONU emitiram uma declaração denunciando violações dos direitos humanos e medidas que visaram grupos-alvo, como migrantes, meios de comunicação, activistas políticos, defensores dos direitos humanos, refugiados e pessoas à procura de asilo, e 100 minorias étnicas e religiosas.30 As democracias enfrentam desafios difíceis para encontrar maneiras legítimas de evitar ataques terroristas e levar os perpetradores à justiça. Há poucas soluções simples. Mas, o respeito pelos direitos humanos está no cerne do que é uma democracia e no cerne do controlo civil democrático do sector da segurança. Ao tratar de preocupações legítimas com a segurança pública, as sociedades livres não podem dar-se ao luxo de perder de vista a protecção das liberdades humanas fundamentais. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAPÍTULO 5 Aprofundar a democracia a nível mundial Com o 11 de Setembro, quebrou-se uma ilusão: que podemos beneficiar da boa vida do Ocidente, independentemente da situação do resto do mundo… Os dentes do dragão estão enterrados no solo fértil de males não corrigidos, de conflitos deixados em aberto durante anos, de estados fracassados, da pobreza e da privação. – Tony Blair, Primeiro-Ministro do Reino Unido1 Tem sido dito que os ataques terroristas de 11 de Setembro marcaram o fim da era pós-guerra fria. Da noite para o dia, um vasto conjunto de desafios mundiais em ebulição veio à superfície, e a comunidade internacional encontrou-se num território novo e desconhecido. Nos primeiros meses depois dos ataques, a esperança era que a tragédia comum uniria o mundo. E fê-lo, de várias formas. Em Março de 2002, A Conferência das Nações Unidas sobre Financiamento para o Desenvolvimento, realizada em Monterrey, México, inverteu o declínio do pós-guerra fria em ajuda aos países em desenvolvimento. Meses antes, um acordo obtido na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Doha, Catar, deu uma nova vida às negociações multilaterais sobre o comércio, evitando o impasse que encerrou o anterior encontro ministerial em Seattle, Washington. Estes desenvolvimentos trazem a esperança de que os próximos anos marquem uma nova era na tomada de decisão mundial. Mas, existem também razões para temer uma fragmentação ainda maior e um maior enfraquecimento das instituições internacionais. A guerra contra o terrorismo e a violência crescente no Médio Oriente, arriscam-se a criar novas linhas de fractura mundiais. Os estados mais poderosos do sistema internacional não estão a esforçar-se, consistentemente, para obter abordagens multilaterais para as questões da segurança internacional. E eventos não relacionados – o colapso da Enron nos Estados Unidos, a instabilidade na Argentina – ajudam à in- APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL quietação mundial sobre as regras e instituições subjacentes ao comércio mundial. Económica e politicamente, a frustração dos países em desenvolvimento sobre a distribuição enviesada do poder mundial nunca foi tão grande. Este ambiente global de alerta, surge depois de um período notável de mudança e de sorte muito diversa. Os anos 1990 começaram com grandes promessas, com o fim da guerra-fria anunciando uma nova era. Um mundo despedaçado pelas divisões ideológicas tinha de ser integrado pelos mercados e pela tecnologia. Houve uma vaga de novas democracias, uma prosperidade sem precedentes na América do Norte e Europa Ocidental e um dinamismo tecnológico excepcional – mais evidente na tecnologia da informação e comunicações e nas revoluções do genoma humano. O desenvolvimento avançou também, notavelmente, nos dois maiores países do mundo em desenvolvimento, China e Índia. Mas, se alguns países em desenvolvimento tiveram bons desempenhos – quer economicamente, quer no alargamento das liberdades políticas – a última década assistiu também a vários retrocessos: a pior praga da história humana, como é a mortandade provocada pela SIDA, ultrapassou a da peste bubónica, na Europa, durante a Idade Média2. Uma das piores fomes de sempre, na Coreia do Norte. Conflitos graves em mais de 50 países3. Períodos de forte instabilidade nos sistemas financeiros dos mercados emergentes. E aumentos bruscos das desigualdades sociais e económicas, incluindo aumentos súbitos da pobreza em países como o Afeganistão e o Paquistão. As regras de comércio funcionam, em geral, contra os produtos dos países em desenvolvimento, como os agrícolas e os têxteis, e não conseguem restringir os abusos proteccionistas dos países industrializados. Em média, as tarifas sobre importações provenientes dos países em desenvolvimento são quatro vezes mais altas que as aplicadas às importações provenientes de outros países industrializados. E os países industriali- Económica e politicamente, a frustração dos países em desenvolvimento sobre a distribuição enviesada do poder mundial nunca foi tão grande 101 FIGURA 5.1 Fluxos crescentes de fundos de desenvolvimento através das organizações não governamentais Financiamento das ONG para as economias em desenvolvimento 7,2 mil milhões de dólares Público 36% Público 1.000 milhões Público 20% Privado 1970 Parcela EUA a do total, 50% 1997 Parcela EUA a do total, 38% Nota: Inclui contribuições da ajuda pública ao desenvolvimento para as ONG e donativos da ajuda pública ao desenvolvimento através das ONG. a. Média das contribuições públicas e privadas. Fonte: Lindenberg e Bryant 2001 zados concedem cerca de mil milhões de dólares por dia de subsídios à agricultura – mais de seis vezes do que gastam em ajuda pública ao desenvolvimento para os países em desenvolvimento4. Em face destes desafios, protestos e gritos de frustração têm chegado às ruas, quer nos países industrializados, quer nos países em desenvolvimento, reflectindo preocupações de que as pessoas e países marginalizados e menos poderosos estejam a ser prejudicados, devido à forma como são geridos a segurança mundial e os assuntos económicos. Estes protestos nascem de diferentes interesses e têm agendas diferentes. Mas, são sintomáticos de uma crença quase universal de que a cooperação mundial deve desenvolver melhor trabalho na prevenção e gestão de uma série de questões – especialmente aquelas que afectam as pessoas dos países em desenvolvimento. Tal crítica põe em evidência as instituições e a tomada de decisão mundiais – e a necessidade de as tornar mais inclusivas, democráticas e eficazes. Não existe nenhuma governação do mundo que possa ser tornada mais democrática. Mas, há dois elementos que podem tornar os acordos mundiais mais eficazes e mais reflexivos dos ideais democráticos: • Primeiro, um maior pluralismo – aumentando o espaço dos intervenientes não estatais, para que possam influenciar as políticas e tornar os intervenientes poderosos mais responsáveis. • Segundo, organizações internacionais mais democráticas – aumentando a representação, transparência e responsabilidade na tomada de decisão. De acordo com a União das Associações Internacionais, a participação em ONG internacionais aumentou mais depressa nas regiões de rendimento baixo e médio do que nas regiões de rendimento elevado, registando-se os maiores aumentos na Ásia e na Europa do Leste6. No Nepal, o número de ONG registadas cresceu de 220, em 1990, para 1.210, em 1993, na Tunísia, de 1.886, em 1988, para 5.186, em 1991. Em 1996, o maior estudo de sempre sobre organizações não lucrativas encontrou mais de um milhão destes grupos na Índia e 210.000 no Brasil7. O fluxo de recursos através das ONG internacionais aumentou também substancialmente, crescendo mais de sete vezes nas últimas três décadas (figura 5.1). Em resultado, está a surgir uma nova política mundial, com potencial para desencadear a mudança e a inovação. Uma característica significativa destes novos movimentos é a pressão que eles exercem sobre os políticos e as organizações dos países industrializados, para responderem às necessidades dos países em desenvolvimento. Em 1992, foi lançada uma campanha internacional para eliminar as minas terrestres. Poucas pessoas previram o seu sucesso. Contudo, em 1997, umas 1.400 ONG, em cerca de 90 países, conseguiram obter um Tratado para a Eliminação de Minas, assinado para proibir o uso, produção, comércio e armazenagem de minas terrestres antipessoais8. A campanha das minas terrestres aumentou a consciencialização e ajudou a monitorizar o cumprimento do tratado, sendo galardoada com o Prémio Nobel (ver a contribuição especial da Embaixadora da Campanha, Jody Williams). PLURALISMO E DEMOCRACIA MUNDIAL: O PAPEL JUBILEU 2000 DAS CAMPANHAS DA SOCIEDADE CIVIL E DOS PROCESSOS DE PARTICIPAÇÃO M Ú LTIPLA Ao longo dos últimos 20 anos, têm havido uma explosão nas redes transnacionais da sociedade civil. A primeira organização não governamental (ONG) internacional registada, a Sociedade Anti-escravatura, formou-se em 1839, e até 1874 havia 32. Mas, houve um aumento impressionante no século XX, com o número de ONG internacionais a crescer de 1.083, em 1914, para mais de 37.000, em 2000. Perto de um quinto das ONG internacionais actuais formou-se depois de 1990 (quadro 5.1)5. E, em todo o mundo, existem mais de 20.000 redes de ONG transnacionais. Esta revolução equipara-se, de muitas formas, ao rápido crescimento dos negócios mundiais durante o mesmo período. 102 A crescente dívida dos países muito pobres tem provocado uma afronta moral em todo o mundo – afronta canalizada a favor de um movimento efectivo pela redução da dívida, pela campanha do Jubileu 2000. A campanha pressionou os políticos dos países industrializados, através de acções cívicas e de protesto em países africanos, asiáticos e latino-americanos sobre os efeitos devastadores da dívida crescente sobre as suas perspectivas de desenvolvimento. A campanha mundial alargou, assim, as vozes de diversos grupos em todo o mundo – e coordenou-os num movimento global. O Jubileu 2000 teve o seu início na Universidade de Keele (em Staffordshire, Reino Unido) em 1990, quando foi proposta uma campanha sobre o pro- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 blema crescente da dívida dos países em desenvolvimento. O Jubileu 2000 foi lançado em 1996. Em 1997, a Confederação Internacional dos Sindicatos Livres – representando 137 países e 124 milhões de trabalhadores – aprovou o carta do Jubileu 2000, depois do Banco Mundial ter anunciado que, em apenas um ano, a dívida dos países em desenvolvimento tinha aumentado mais de 7%9. A União Internacional dos Médicos – uma poderosa organização internacional formada por eminentes professores de medicina – juntou-se à confederação, apoiando a campanha do Jubileu. As duas organizações trabalharam, posteriormente, para o lançamento do Jubileu 2000 em Espanha, coordenando os esforços das ONG espanholas. QUADRO 5.1 As ONG internacionais cresceram rapidamente nos anos 1990 Objectivo 1990 2000 Crescimento (percentagem) Cultura e Recreio Educação Investigação Saúde Serviços Sociais Ambiente Desenvolvimento económico, infra-estruturas Lei, políticas e apoio jurídico Religião Defesa Política Total 2.169 1.485 7.675 1.357 2.361 979 9.582 2.712 1.407 244 1.275 31.246 2.733 1.839 8.467 2.036 4.215 1.170 9.614 3.864 1.869 234 1.240 37.281 26,0 23,8 10,3 50,0 78,5 19,5 0,3 42,5 32,8 –4,1 –2,7 19,3 Fonte: Anheier, Glasius e Kaldor 2001. CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL Eliminar as minas terrestres em sociedades devastadas pela guerra Os movimentos sociais internacionais têm crescido significativamente nos últimos anos e estão a influenciar crescentemente as políticas mundiais. Esta tendência é evidente no enorme e inesperado sucesso da Campanha Internacional para a Eliminação de Minas Terrestres, entre o seu lançamento, em 1992, e a assinatura do Tratado de Eliminação de Minas, em 1997, que proíbe o uso, produção, comércio e armazenagem de minas terrestres antipessoais Na sua curta vida, o Tratado – assinado por 143 países e ratificado por 123 – tem tido um impacte significativo em todo o mundo. Mais de 25 milhões de minas armazenadas foram destruídas. A produção de minas terrestres caiu significativamente e o comércio de armas quase desapareceu. Os recursos para a eliminação de minas e para a assistência às vítimas têm aumentado. Mais importante, o número de novas vítimas de minas está a diminuir em muitos países. Além disso, o movimento de eliminação continua a ganhar impulso. A sociedade civil mundial – umas 1.400 organizações não governamentais, de cerca de 90 países, que formam a Campanha Internacional para a Eliminação de Minas Terrestres – foi responsável pelo aumento da consciência pública e conduziu o movimento que resultou no Tratado para Eliminação de Minas. Trabalhando com os governos, a campanha saiu do quadro diplomático normal e formulou o Tratado em apenas um ano. A campanha reconheceu a assinatura do Tratado, em 1997, como o início do verdadeiro trabalho para eliminar as minas terrestres. Ela sabia que, para a execução plena e o cumprimento do Tratado, continuavam a ser necessárias es- APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL tratégias inovadoras para sustentar as suas parcerias e manter o impulso. Para além de continuar a defesa mundial da eliminação das minas terrestres, a campanha criou outro poderoso instrumento para fazer avançar os seus esforços – o Monitor das Minas Terrestres, que utiliza 120 investigadores em todo o mundo para monitorizar o Tratado e outros aspectos do problema das minas terrestres. O Landmine Monitor Report, publicado anualmente, apresenta as linhas básicas em relação às quais se mede o progresso na eliminação das minas terrestres. A Campanha Internacional para a Eliminação das Minas Terrestres e o seu Monitor das Minas Terrestres mostraram o papel essencial que a sociedade civil pode desempenhar na mudança das políticas mundiais e na monitorização do cumprimento das políticas acordadas. A campanha reconhece que a sociedade civil não substitui o governo. Mas uma governação verdadeiramente democrática deve fornecer a sede para a sociedade civil advogar a mudança e assegurar a responsabilidade na obtenção dessa mudança. Jody Williams, Embaixadora da Campanha, Campanha Internacional para a Eliminação de Minas Terrestres 103 Pressionando decisores políticos influentes, instituições financeiras internacionais e outros, o Jubileu 2000 encontrou aliados como a estrela de Campanhas nacionais começaram a florescer em todo o mundo. Durante o mesmo ano, organizações como os Amigos da Terra, Testemunhas pela Paz, Pão para o Mundo, a Conferência dos Bispos Católicos, as Igrejas Metodista, Menonista e Presbiteriana, a campanha Cinquenta Anos Chegam e os Hóspedes Temporários lançaram o Jubileu 2000 nos Estados Unidos e pressionaram fortemente o Congresso Americano para apoiar o alívio da dívida. Em 1999, havia 31 campanhas nacionais10. Pressionando decisores políticos influentes, instituições financeiras internacionais e outros, o Jubileu 2000 encontrou aliados como a estrela de rock Bono (ver o contributo especial do líder dos U2). Estes esforços desempenharam um papel importante na obtenção de concessões para a redução da dívida, por parte dos países do G-7, incluindo um alargamento da iniciativa para os países pobres fortemente endividados (PPFE) e compromissos bilaterais para anulação da dívida, por parte de países como os Estados Unidos. A campanha das ONG foi facilitada pelo crescente reconhecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, de que a redução da dívida é essencial para revitalizar o desenvolvimento de muitos países. A CAMPANHA PELOS MEDICAMENTOS ESSENCIAIS Por volta de 1996, os inibidores protésicos e a terapia tripla para doentes com SIDA reduziram significativamente as mortes nos países em que os doentes podiam pagar os 10.000 a 15.000 dólares, por ano, necessários para o tratamento . Ao mesmo tempo, um conjunto de ONG internacionais ficaram preocupadas com o impacte que o acordo da OMC sobre Direitos da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (TRIPS) iria ter sobre os preços e sobre o acesso a medicamentos vitais. Em Outubro de 1996, a Acção Internacional para a Saúde, uma rede de trabalhadores de saúde pública rock Bono CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL O papel do Jubileu 2000 na redução da dívida Muitas coisas sobre o século XXI são bizarras. O facto das pessoas ouvirem as estrelas de rock falar de política. O facto de a vossa filha, se nascida no Malawi, ter poucas hipóteses de chegar ao 5.º aniversário – mas, se nascida nos Estados Unidos, poder, provavelmente, chegar aos 80. Os factos que nos chocam devem fazer-nos zangar e, também, inspirar-nos para sermos corajosos. Se se espera que toda a gente, nascida em Accra ou em Albuquerque, seja capaz de atingir o seu pleno potencial, então, as imensas desigualdades estruturais que definem o nosso mundo têm de ser quebradas. O movimento do Jubileu 2000 mostrou o que pode acontecer quando se reúnem forças. Milhões apontaram o caminho que todos nós devemos seguir. Gente vulgar de todo o mundo exprimiu as suas preocupações sobre a injustiça económica mundial – dívidas impagáveis e injustas – alterando, desse modo, a política dos países ricos a favor dos países pobres. As pessoas dos países ricos disseram que não queriam o dinheiro de volta; as pessoas dos países pobres disseram que os benefícios deviam ser usados para reduzir a pobreza. As associações de estudantes e as associações de mães uniram-se às amas, na Zâmbia e aos padres, no Peru. Vinte e quatro milhões de pessoas, de mais de 60 países, assinaram a maior petição do mundo, utilizando canetas, lápis, polegares e computadores. Onde estas pessoas lideraram, os políticos começaram a segui-las. O movimento fez história – embora não em termos de conseguir, de facto, um cancelamento suficiente da dívida. Para isso, ainda estamos todos a trabalhar. Mas, em termos 104 da simples força das pessoas que se juntam para pressionar os governos – ricos e pobres – a serem mais sensíveis e mais responsáveis. Temos de informar e ouvir os mais necessitados, sobre a forma como podem ser apoiados. No Uganda, as escolas que utilizam dinheiro libertado pela redução da dívida possuem quadros nas paredes pormenorizando o modo como o dinheiro é gasto – para que os alunos e os pais verifiquem. A Rede da Dívida do Uganda, por sua vez, recebe financiamento oficial para garantir que o dinheiro do alívio da dívida é bem gasto à escala nacional. Esta óptima prática deve ser copiada muito mais amplamente, e mostra como a responsabilidade e a transparência podem fortalecer a democracia. Os movimentos de pessoas nos países ricos devem ajudar a dar voz aos líderes democraticamente eleitos dos países pobres e aos grupos da sociedade civil. Aos países ricos não deve ser permitido dar ordens apenas porque têm o poder. Alguns de nós, estão bem colocados para desenvolver e amplificar a melodia – por maior democracia, responsabilidade e transparência – mas o coro tem de ser mais forte. Os indivíduos, comunidades e instituições têm de andar rapidamente. Está demasiado em jogo para que o silêncio seja a opção de alguém. Bono U2 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 com membros em mais de 70 países, efectuou o primeiro encontro das principais ONG sobre o assunto. Rapidamente, a Acção Internacional para a Saúde e o grupo de pressão CPTech, sedeado nos Estados Unidos, formaram uma coligação e começaram a fazer campanha pelo acesso atempado aos medicamentos, sendo um objectivo fulcral remodelar os acordos de comércio para apoiar os objectivos de saúde pública. Pouco tempo depois, os Médicos Sem Fronteiras juntaram-se à coligação. A África do Sul tornou-se um centro da campanha quando, em Julho de 1997, a sua nova Lei dos Medicamentos foi posta em causa pelas empresas farmacêuticas dos Estados Unidos. A África do Sul queria avançar com um projecto de lei que propunha cumprir objectivos bastante modestos: autorizar importações paralelas de medicamentos e de medicamentos genéricos de substituição. Mas, as grandes empresas farmacêuticas dos Estados Unidos opuseram-se severamente às medidas de comércio paralelo e reclamaram que as medidas sobre medicamentos genéricos de substituição violavam as medidas do acordo TRIPS. Dando peso às ameaças das empresas farmacêuticas, o governo dos Estados Unidos começou a pressionar o governo da África do Sul para rejeitar ou modificar o projecto de lei. Em 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tornou-se também um centro de atenção, quando o Ministro da Saúde do Zimbabwe apresentou uma resolução ao seu executivo ministerial, pedindo aos membros que aprovassem uma revisão da estratégia dos medicamentos. A intenção era assegurar que a saúde pública, mais do que os interesses comerciais, teria a primazia nas políticas farmacêuticas e de saúde, e rever as opções do Acordo TRIPS para salvaguardar o acesso a medicamentos essenciais. A resolução foi delineada com um significativo contributo do grupo de campanha das ONG. A resolução da OMS criou uma agitação na indústria farmacêutica. Em poucas semanas, 37 empresas farmacêuticas processaram o governo sul-africano pela sua nova Lei dos Medicamentos e, ao mesmo tempo, pressionaram os seus governos (Estados Unidos e países da União Europeia) para se oporem à nova resolução da OMS. Embora a OMS viesse a adoptar uma estratégia dos medicamentos revista, em Janeiro de 2001 as empresas farmacêuticas reactivaram o seu litígio contra o governo sul-africano – fortalecendo uma ampla campanha das ONG pela preservação do acesso aos medicamentos essenciais. APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL Por exemplo, a Oxfam anunciou uma campanha exigindo que a Glaxo se retirasse da questão da África do Sul e reduzisse os seus preços. A publicidade adversa e a pressão do governo forçaram as empresas farmacêuticas a retirar o seu caso e a compensar o governo sul-africano pelos seus projectos legítimos (caixa 5.1). Entretanto, a campanha começou a procurar fornecedores de genéricos de medicamentos essenciais para o HIV/SIDA. Uma empresa farmacêutica da Índia, a CIPLA, chegou a acordo com os Médicos Sem Fronteiras para fornecer aos países africanos medicamentos a 350 dólares ano por paciente. Esta mudança transformou a imoralidade da retenção de medicamentos que salvam vidas numa opção real – pressionando fortemente os políticos da Europa e América do Norte, assim como as principais empresas farmacêuticas e o regime TRIPS. Em Novembro de 2001, a conferência ministerial da OMS, em Doha, adoptou a declaração sobre o acordo TRIPS, pedindo aos países membros que o executassem de forma a proteger a saúde pública e a promover o acesso de todos aos medicamentos. A declaração dá aos países a liberdade de escolher as razões para a concessão de licenças obrigatórias e o direito de determinar aquilo que constitui uma necessidade nacional, ou uma circunstância urgente. A declaração também dá aos países membros menos desenvolvidos o prazo de 2016 para executarem o acordo TRIPS para as farmacêuticas, e tem em conta a possibilidade de alargamentos posteriores. Embora isto tenha sido um importante passo para facilitar o acesso a medicamentos essenciais, a campanha continua em plena actividade. A declaração não resolveu muitas questões, nomeadamente as medidas para ajudar países sem capacidade de produção a conseguir acesso a medicamentos genéricos produzidos noutros países. A Os crimes contra a humanidade, no século XX, conduziram a uma crença poderosa e universal de que há certos actos pelos quais os indivíduos têm de ser responsabilizados pela comunidade internacional CAMPANHA PELOS DIREITOS HUMANOS INTERNACIONAIS E O TRIBUNAL CRIMINAL INTERNACIONAL Desde há muito que as relações internacionais se baseiam na soberania do estado e na imunidade da soberania – protegendo os estados e os seu líderes da interferência externa. No entanto, os crimes contra a humanidade, no século XX, conduziram a uma crença poderosa e universal de que há certos actos pelos quais os indivíduos têm de ser responsabiliza- 105 CAIXA 5.1 Acesso a medicamentos essenciais contra o HIV/SIDA – o que tornou a campanha bem sucedida? Do diário de campanha da CPTech A campanha trabalhou de perto com os governos. As organizações não governamentais (ONG) ajudaram os governos dos países em desenvolvimento a estruturar políticas e iniciativas, ao mesmo tempo que pressionavam também os decisores políticos da União Europeia e dos Estados Unidos, onde estão sedeadas as principais empresas farmacêuticas. Por exemplo, os activistas aconselharam o governo da África do Sul sobre a sua Lei dos Medicamentos e ajudaram o Zimbabwe a delinear a resolução que pedia à Organização Mundial de Saúde (OMS) a aprovação de uma revisão da estratégia dos medicamentos. Em Fevereiro de 1999, os membros da campanha dos EUA propuseram acrescentar uma medida às legislações africanas de comércio internacional, para cortar o financiamento às agências que pressionem os países africanos para adoptarem leis da propriedade intelectual que ultrapassem as exigências do acordo da Organização Mundial de Comércio sobre Direitos da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (TRIPS). Em 1999, a CPTech, Acção Internacional para a Saúde e os Médicos Sem Fronteiras organizaram um workshop sobre o licenciamento obrigatório, em Genebra. A informação apresentada no workshop chocou as delegações dos países em desenvolvimento, inspirando uma coligação, cada vez melhor informada e determinada, das ONG e dos delegados dos países em desenvolvimento, para enfrentarem as políticas do comércio de medicamentos dos Estados Unidos e da União Europeia. Os negociadores dos países em desenvolvimento especialistas e bem informados. As ONG trabalharam de perto com os países sul-africanos, que consideravam fundamental uma nova estratégia básica de medicamentos, para conter as pressões comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia sobre as questões das patentes. O Dr. Olive Shisana, o principal negociador dos países africanos, era tenaz e muito bem informado – lendo, com frequência, secções do acordo TRIPS e das decisões do licenciamento obrigatório dos Estados Unidos, aos negociadores dos Estados Unidos e da União Europeia, pouco informados. A estratégia final foi uma vitória quase completa para os países em desenvolvimento e ONG. As ONG locais desempenharam um papel importante. Em Setembro de 1998, as ONG da Tailândia organizaram a primeira manifestação exigindo licenças obrigatórias para os medicamentos do HIV. Os esforços tailandeses foram parcialmente bem sucedidos: os reguladores tailandeses permitiram a concorrência pelo fluconazol e, em nove meses, o seu preço caiu de 200 baht, para 6,5 baht. A Campanha de Acesso ao Tratamento foi formada na África do Sul, nos fins de 1998, através de um processo semelhante. Os activistas dos países industrializados foram mobilizados. Em 1999, a CPTech começou a fazer reuniões com os activistas da SIDA para discutir questões de patentes e de comércio – centrando-se nas crescentes disparidades entre países industrializados e países em desenvolvimento quanto ao acesso aos medicamentos. Poucos dos activistas estavam informados sobre o licenciamento obrigatório, ou sobre as pressões comerciais dos Estados Unidos sobre a África do Sul, Tailândia e outros países. Os fabricantes de genéricos marcaram a diferença. As empresas farmacêuticas nos países em desenvolvimento desempenharam um papel essencial no processo. A CIPLA, da Índia, ofereceu substitutos genéricos de medicamentos para o HIV, a 350 dólares ano por cada tratamento – uma pequena fracção do preço cobrado pelas empresas ocidentais detentoras das patentes sobre os medicamentos. A pressão exercida pelos substitutos genéricos provenientes dos países em desenvolvimento transformou o debate. O governo dos Estados Unidos alterou a sua posição. Na caótica conferência ministerial da OMC de 1999, em Seattle, Washington, o Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, anunciou uma mudança de política, afirmando que os cuidados de saúde e as políticas de comércio dos Estados Unidos iriam assegurar às pessoas dos países em desenvolvimento o acesso aos medicamentos necessários. E, depois do presidente George W. Bush assumir funções, em Janeiro de 2001, o novo negociador norte-americano do comércio chocou a indústria farmacêutica do país ao declarar que o governo não iria subverter a ordem do executivo Clinton e iria continuar a considerar a saúde pública nas questões relacionadas com o comércio e os direitos da propriedade intelectual. Uma crescente cobertura dos meios de comunicação centrou-se no imperativo moral de proteger a saúde pública nos países em desenvolvimento. A Comissão Europeia desempenhou um papel construtivo. Em 2000, a Comissão Europeia fez uma revisão alargada da sua política comercial de acesso aos medicamentos. Uma série de consultas às ONG e às empresas farmacêuticas trataram, quer das questões gerais, quer das questões técnicas, permitindo aos responsáveis pelo comércio da Comunidade Europeia clarificar questões e avaliar os diferentes argumentos. Estas discussões criaram o ambiente que, em 2001, conduziu à declaração de apoio da OMC à saúde pública, medicamentos essenciais e acordo TRIPS. A publicidade adversa forçou as empresas farmacêuticas a retirar os seus processos. Em Março de 2001, o processo judicial que opunha as empresas farmacêuticas dos Estados Unidos e da União Europeia ao governo da África do Sul começou com vasta publicidade mundial. A petição dos Médicos Sem Fronteiras, via Internet, solicitando às empresas que retirassem a acção, recebeu cerca de 250.000 assinaturas – aproximadamente o mesmo número que os sul-africanos mortos pela SIDA, no ano anterior. Fonte: Love 2002. dos pela comunidade internacional. Tragicamente, a última década do século XX apresentou vários casos em que o consenso contra os criminosos de guerra foi posto à prova, em países como a Bósnia e Herzegovina e o Ruanda. Os mecanismos judiciais mundiais enfrentaram um desafio sem precedentes, porque a esmagadora maioria dos conflitos ocorreu dentro dos próprios estados. À medida que cresceu a intervenção internacional nestes conflitos, houve uma inevitável procura de mecanismos judiciais para responsabilizar os que cometeram injustiças. Vários tribunais ad hoc tiveram um impacte importante sobre a lei internacional, incluindo o reconhecimento da violação como acto de genocídio e como crime contra a humanidade, passível de acção penal (caixa 5.2). 106 Campanhas pelos direitos humanos internacionais ficaram a dever o seu sucesso inesperado a associações voluntárias de cidadãos, agindo com base em valores e objectivos transnacionais. A Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos têm desenvolvido formas extremamente eficazes de influência sobre os governos, em especial para os direitos civis e políticos. Têm sido estabelecidas ligações entre as ONG internacionais, activistas locais e indivíduos e grupos que foram alvo de abusos governamentais. A informação tornou-se um instrumento de “poder suave”, porque muitos governos tinham relutância em ver a sua imagem embaciada por relatos objectivos, que não poderiam ser rejeitados como sendo propaganda hostil. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 O aparecimento destas redes evoluiu até ao ponto em que é plausível colocar a emergência da “sociedade civil mundial” como uma constituinte de redes comprometida com a realização da justiça mundial sobre um conjunto de questões. A força desta nova dimensão da política mundial foi aumentada por uma capacidade flexível de introduzir relações de colaboração com os governos, na prossecução de objectivos comuns. A expressão melhor sucedida deste processo de colaboração conduziu ao estabelecimento do Tribunal Criminal Internacional. Logo em 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas instruiu a Comissão do Direito Internacional para estudar a questão de um tribunal criminal internacional. Mas, a iniciativa não teve resultados durante várias décadas, devido à guerra-fria. Então, na sequência do estabelecimento de tribunais ad hoc para o Ruanda e para a antiga Jugoslávia, a Assembleia-Geral pediu à Comissão que apresentasse um projecto de estatuto para um Tribunal Criminal Internacional. Em 1996, a Assembleia Geral levou o processo um pouco mais longe, mandatando a conferência diplomática para procurar obter um acordo intergovernamental sobre a criação desse tribunal. Realizada em Roma, em 1998, a conferência conduziu à adopção, na forma de tratado, do Estatuto de Roma do Tribunal Criminal Internacional. As organizações de direitos humanos da sociedade civil, em todo o mundo, mobilizaram apoio a favor do tribunal, fazendo campanhas nacionais e internacionais pela ratificação. O tribunal ultrapassou um marco centra,l em Abril de 2002, quando a 60.ª ratificação foi recebida pelas Nações Unidas – a massa crítica necessária para criar o tribunal. O Tribunal Criminal Internacional tem autoridade para processar o genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão (se conseguir uma definição aceite deste tipo de crime e as condições para a sua aplicação). O exercício de jurisdição criminal está limitado pela aceitação do princípio da complementaridade: o tribunal apenas pode actuar se os sistemas de justiça nacionais não conseguirem indiciar e processar os alegados culpados deste tipo de crime. Neste sentido, o tribunal internacional é uma segunda linha de protecção, com a segurança primária a ser estabelecida nos sistemas judiciais nacionais. Continuam a existir enormes obstáculos ao Tribunal Criminal Internacional, incluindo a oposição de países poderosos, como os Estados Unidos e APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL CAIXA 5.2 Tornar a violação num acto de genocídio e num crime contra a humanidade – o tribunal do Ruanda Em 1998, o testemunho de uma mulher do Ruanda, identificada apenas por JJ, fez história jurídica – conduzindo ao primeiro caso em que a violação foi levada a tribunal como acto de genocídio e crime contra a humanidade. Jean-Paul Akayesu, presidente da Câmara de Taba, Ruanda, foi considerado culpado por ordenar, instigar e ser cúmplice de actos de violência sexual, num caso apresentado ao Tribunal Criminal Internacional do Ruanda. A primeira pessoa processada por crimes de guerra por um tribunal militar internacional foi Sir Peter von Hagenbach, em 1474. A violação constava das acusações apenas porque von Hagenbach não informou a cidade, onde ele e os seus homens cometeram essas violações, que ela estava oficialmente ocupada. Levou bastante tempo até a violação se tornar uma acusação fundamental em julgamentos internacionais contra criminosos de guerra. As Convenções de Genebra dedicam apenas dois artigos especificamente à violação e só implicitamente a condenam, entre outros crimes, como “ultrajes à dignidade pessoal”, ou “tratamento desumano”. As Convenções não tratam a violação como um crime de guerra, mas como um “grave abuso”. A violação foi definida pela primeira vez como crime contra a humanidade, em 1996, nos estatutos do tribunal jugoslavo para os crimes de guerra. Esta definição tornou-a numa ofensa passível de acusação judicial, considerada bastante revolucionária. Mas, os activistas dos direitos humanos e grupos de mulheres queixaram-se que a categoria de “crime contra a humanidade” envolvia questões de prova difíceis. Assim, depois de meses de debate, a violação foi também incluída na categoria de “genocídio” – um conceito menos limitador. Nesse sentido, o tribunal jugoslavo preparou o caminho para o julgamento ruandês contra Akayesu, que foi inicialmente preso, em 1995, por acusações que não incluíam crimes sexuais. A condenação de Akayesu representa um passo fundamental na evolução da lei internacional e enviou uma importante mensagem, não apenas à comunidade internacional, mas também aos países em que, tal como colocou o Relator Especial das Nações Unidas sobre o Ruanda, “a violação é a regra e a sua ausência a excepção”. Fonte: Neuffer 2001. vários países da Ásia. Os Estados Unidos, que “não assinaram” o tratado e se retiraram em Maio de 2002, fazem objecção ao tribunal, porque receiam que cidadãos americanos sejam levados a julgamento através de um processo que consideram questionável. Estas controvérsias afectam questões como o financiamento e a independência judicial. Existem também dificuldades práticas para determinar se foi feita justiça a nível nacional. Além disso, tal como realçou a litigação sobre o antigo ditador chileno Augusto Pinochet, existe um apoio crescente ao exercício de jurisdição universal pelos tribunais nacionais: deter um indivíduo por indiciamento e acusação por crimes de estado, quando e onde quer que tenham ocorrido. Em teoria, isto poderia menosprezar o papel do Tribunal Criminal Internacional. Mesmo assim, a criação de um tribunal internacional amplamente ratificado é uma inovação prometedora. O tribunal proporciona uma medida de protecção legal contra os piores abusos do poder estatal sobre as pessoas. Limita a soberania territorial quando torna os líderes responsáveis perante padrões externos. Tal responsabilidade pode ter um efeito dissuasor, ao mesmo tempo que fornece às vítimas dos crimes justiça e reparação punitiva. E estende as regras legais ao comportamento dos mais altos fun- 107 O crescimento das campanhas transnacionais da sociedade civil vem a par com a emergência de novos processos multiparticipados, como uma nova característica importante do poder e tomada de decisão mundiais cionários – e àqueles que actuam sob a sua autoridade. Por todas estas razões, o tribunal internacional é um resultado importante para uma campanha na qual as ONG deram às Nações Unidas um apoio bem audível. O crescimento das campanhas transnacionais da sociedade civil vem a par com a emergência de novos processos multiparticipados, como uma nova característica importante do poder e tomada de decisão mundiais. Em parte, isto deve-se ao reconhecimento de que a participação, o apoio público e o direito de propriedade, por parte de actores locais e de governos, é vital para que a cooperação internacional funcione. Mas, reflecte também um aumento nas aspirações da sociedade civil, académicos e grupos de negócios de se envolverem na política, a nível mundial. Estes novos processos desafiam o tradicional modelo intergovernamental de relações internacionais. Chegam ao interior dos estados, envolvendo comunidades locais e pessoas afectadas. E também vão para além dos governos, até aos grupos, alianças e peritos transnacionais. Igualmente importante, os novos processos multiparticipados vão além de meras consultas, até a um papel mais activo para os actores não estatais no estabelecimento de agendas e na formulação e acompanhamento das políticas. A COMISSÃO MUNDIAL DAS BARRAGENS A Comissão Mundial das Barragens, que começou a funcionar em 1998, foi descrita como uma linha divisória nos novos processos mundiais. A Comissão é uma experiência em matéria de negociações multiparticipadas, com quatro comissários dos governos, quatro da indústria privada e quatro das ONG. Ela analisou a eficácia do desenvolvimento de grandes barragens e desenvolveu critérios, directrizes e padrões internacionalmente aceites para o planeamento, definição, avaliação, construção, funcionamento, acompanhamento e desactivação das barragens. As suas conclusões foram publicadas num importante relatório. O processo da Comissão representa uma abordagem nova, inovadora e complexa, a um importante problema mundial (caixa 5.3). A Comissão estabeleceu padrões de referência significativos e normas, para incorporar as considerações ambientais. China, Índia e outros países grandes, criticaram alguns resultados, receando que a oposição à construção de barragens venha a dificultar os seus esforços para satisfazer as necessidades nacionais de energia. Mas a 108 Comissão promoveu um debate rico e com nuances sobre as reflexões ambientais. Isto sublinha a lição da campanha a favor do Tribunal Criminal Internacional: que novos processos nem sempre criam consensos novos. Tal como com o Tribunal, um desafio fundamental para os apoiantes da Comissão é encontrar formas para se envolverem num diálogo construtivo com os seus opositores. ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DA POBREZA O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial adoptaram um novo procedimento multiparticipado para criar estratégias para a redução da pobreza, no contexto dos programas de redução da dívida. Todos os países que reclamem redução da dívida, ao abrigo da última fase da iniciativa para os países pobres fortemente endividados (PPFE), devem adoptar uma Estratégia de Redução da Pobreza, ou uma estratégia interina, desenvolvida através de um processo amplamente participado. O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial descrevem-no como um processo em que o país que pede o empréstimo e a sua população assumem a liderança, cabendo ao governo a preparação dos Documentos de Estratégia para a Redução da Pobreza, com a participação activa da sociedade civil, doadores e instituições internacionais. As instituições internacionais esperam que o processo venha a gerar ideias frescas sobre estratégias para obter crescimento participado e objectivos de redução da pobreza – e ajudar a desenvolver um sentido de propriedade e de empenho nacional para atingir aqueles objectivos. O novo processo tenta assegurar que um conjunto mais amplo de participantes ganhe influência e partilhe o controlo sobre o estabelecimento de prioridades, tomada de decisão, afectação de recursos e acesso a bens e serviços públicos. Mas, o tipo de participação considerado tem implicações confusas para a governação democrática. Muito especialmente, o termo participação tende a referir-se a um amplo conjunto de interacções com participantes aos níveis governamental, nacional e local. Uma reunião intra-governamental num Ministério das Finanças conta como participação, da mesma forma que uma avaliação da pobreza participada ao nível da aldeia. Algumas interacções envolvem difusão da informação. Outras envolvem consulta. Em casos raros, a interacção envolve o tipo de planeamento colaborativo e de tomada de decisão, considerado na des- RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAIXA 5.3 Deverão ser construídas grandes barragens? Em 2000, a Comissão Mundial sobre Barragens lançou o seu relatório completo, Barragens e Desenvolvimento, para tratar da sua acrimoniosa discussão sobre a construção de grandes barragens. Os defensores das grandes barragens acreditam que elas são uma via eficiente e eficaz para satisfazer as necessidades de água e energia de uma sociedade, argumentando que os opositores sobrestimam a capacidade das alternativas para satisfazer as necessidades crescentes. Os apoiantes sustentam, igualmente, que uma tomada de decisão mais transparente, participada e publicamente responsável sobre as barragens pode ser proibitivamente dispendiosa. E acreditam que as decisões sobre os efeitos sociais e ambientais, de maior extensão, das barragens, são políticas – e deveriam ser resolvidas através do processo político, não através de um processo de tomada de decisão de um projecto específico. Os que se opõem às grandes barragens argumentam que os governos as constroem sem um pleno reconhecimento dos seus custos sociais e ambientais. Sustentam, também, que os grupos favoráveis às barragens subvalorizam os meios alternativos para satisfazer as necessidades de água e energia da sociedade. E acreditam que a tomada de decisão e as operações das barragens propostas não são transparentes e não dão oportunidades de participação às pessoas afectadas pelos projectos. O relatório da Comissão Mundial sobre Barragens consigna estas e outras questões e apresenta uma estrutura para a tomada de decisão baseada em sete prioridades estratégicas: obter a aceitação pública, avaliar todas as opções disponíveis, tratar das barragens existentes, sustentar os rios e os modos de vida, reconhecer direitos e benefícios conjuntos, garantir a concordância e partilhar os rios pela paz, desenvolvimento e segurança. O relatório propõe a adopção de uma abordagem com base nos direitos, em consonância com a Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Declaração das Nações Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento e a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento. O debate sobre as barragens reflecte divisões mais profundas na comunidade do desenvolvimento sobre a natureza da tomada de decisão legítima e viável – divisões ilustradas pelos recentes conflitos sobre as decisões de recolocação das empresas e por protestos contra a Organização Mundial de Comércio em Seattle, Washington, em 1999, e contra o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional em Praga, República Checa, em 2000. Por um lado, está a visão tecnocrática da execução das políticas económicas e dos projectos, que já foi sancionada pelas autoridades mandatadas. Por outro, há apelos, cada vez mais audíveis, para que estas políticas tenham mais em conta os crescentes custos humanos e ambientais para as pessoas e as comunidades. No passado houve um consenso bastante amplo de que as questões sociais e políticas poderiam ser separadas das questões económicas e tecnocráticas. Esta clara demarcação tornava a tomada de decisão con- vencional mais fácil, sendo as questões ambientais e sociais resolvidas por meio de processos políticos e as questões económicas e técnicas resolvidas através da tomada de decisão específica do programa. Mas, tal como o debate sobre as barragens salientou, esta separação é agora contestada com muito mais veemência. O relatório da Comissão Mundial sobre Barragens mostra que a tomada de decisão com base no modelo convencional de desenvolvimento – isolada das implicações sociais, ambientais, culturais e políticas – já não é realizável. Mas, reconhece que continuam a existir ainda argumentos consideráveis sobre o que constitui uma alternativa. Embora o relatório tenha recebido muitos aplausos, também foi objecto de sérias críticas e reservas – particularmente do lobby de construção de barragens, que se acha dividido entre os que desejam aceitar as recomendações do relatório e outros importantes actores que continuam a opor-se, implacavelmente. Além disso, alguns grandes países em desenvolvimento queixaram-se de que a abordagem recomendada pelo relatório ameaça a sua soberania. Deste modo, os conteúdos do relatório e a forma como foi produzido estabeleceram um precedente útil para a comunidade internacional. Ao trazer responsabilidade e participação a um assunto anteriormente considerado tecnocrático e para além do escrutínio público, a Comissão Mundial sobre Barragens alargou o debate e aumentou a oportunidade para inovações idênticas noutras áreas contestadas. Fonte: American University International Law Review 2001. crição do controlo participado sobre as decisões e os recursos. Os problemas talvez não sejam acidentais, porque o desejo das instituições internacionais de construírem um processo participativo de criação de capacidades e de tomada de decisão colidiu com a necessidade de cobrir a redução da dívida tão depressa quanto possível. De facto, estas instituições têm sido, com frequência, sujeitas a intensa pressão para pagar a redução da dívida, por parte dos mesmos grupos da sociedade civil que pressionam por uma mais profunda participação popular. Veja-se o exemplo do Burkina-Faso, onde a participação no processo PPFE/Estratégia de Redução da Pobreza assumiu a forma de uma reunião de hora e meia, de doadores e da sociedade civil12. Nos casos em que a participação se tem limitado a consultas ad hoc, workshops e reuniões, há poucos indícios de que APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL ela tenha afectado a tomada de decisão, ou a responsabilidade. Estas e outras experiências com o processo da Estratégia de Redução da Pobreza realçaram que uma tomada de decisão mais genuinamente inclusiva exige uma partilha total da informação e das tarefas, envolvimento dos participantes na avaliação e acompanhamento do progresso, e reformas institucionais que encaixem novos participantes no processo de estabelecimento de prioridades, tomada de decisão, execução e acompanhamento, duma forma progressiva e continua. Estes são os elementos comuns a duas experiências bem sucedidas de Estratégia de Redução da Pobreza, no Uganda e no Vietname13, se bem que, ao desenvolverem as suas estratégias, ambos os países também fossem capazes de utilizar as políticas e instituições existentes. Nas suas actividades de redução da pobreza, ambos os países foram respon- 109 sabilizados pela transparência, consulta e participação institucionalizadas no planeamento e controlo. O COMPACTO MUNDIAL DA ONU E OUTRAS INICIATIVAS PARA A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS Da mesma forma que os mercados se globalizaram, também a ideia de cidadania da empresa e a prática de responsabilidade social da empresa devem ser globalizadas 110 Desde o seu lançamento formal em Julho de 2000, o Compacto Mundial da ONU cresceu, passando a incluir várias centenas de empresas participantes, assim como grupos internacionais de trabalhadores e mais de uma dúzia de organizações da sociedade civil internacionais. O seu objectivo é juntar esses intervenientes para defender e promulgar nove princípios fundamentais extraídos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, dos Princípios Fundamentais sobre os Direitos do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho, e da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento. Ao assinar o Compacto, é solicitado às empresas que se comprometam com estes princípios nos seus domínios de actividade empresarial. O Compacto foi levado a efeito em mais de 30 países, incluindo o Brasil e a Índia14. Das 400 empresas que manifestaram interesse em apoiar os princípios fundamentais do Compacto, apenas 70 deram exemplos de como efectivaram estes princípios15. Esses exemplos práticos são necessários para serem incluídos no Website do Compacto, depois do que as empresas ficam mais abertas ao escrutínio público sobre o seu comprometimento na responsabilidade social. É claro que o Compacto não é um regime regulador – nem mesmo um código de conduta. As Nações Unidas descrevem-no como “uma plataforma baseada no valor, criada para promover o saber institucional. Ela utiliza o poder da transparência e do diálogo para identificar e disseminar as boas práticas baseadas nos princípios universais”16. Dito isto, o Compacto reflecte a forma como as organizações internacionais e os grandes actores privados multinacionais compreendem a necessidade de responder não apenas aos mercados globais, mas também às pressões sociais e políticas globais. Da mesma forma que os mercados se globalizaram, também a ideia de cidadania da empresa e a prática de responsabilidade social da empresa devem ser globalizadas. Várias ONG apoiam o Compacto Global, mas gostariam que ele tivesse maior força reguladora – algo para o qual não tem capacidade, nem mandato. Em Nova Iorque, o secretariado do Compacto apenas em- prega quatro profissionais. E nenhum país membro lhe deu mandato para “pôr e dispor”, ou para actuar legalmente. Embora reconhecendo que o Compacto Global é uma inovação importante, muitas organizações da sociedade civil desconfiam que possa ser utilizado nas relações públicas. Em conformidade, várias delas – incluindo a Corpwatch – começaram a investigar as actividades de empresas que assinam o Compacto. Tal pressão ajuda as empresas a estarem mais conscientes da atenção pública sobre os seus registos ambientais e laborais. De facto, muito do movimento corrente no sentido da responsabilidade social das empresas deve-se à pressão exercida pelas ONG, consumidores e meios de comunicação (caixa 5.4). OS PR Ó XIMOS PASSOS NO APROFUNDAMENTO DO PAPEL DA SOCIEDADE CIVIL As ONG estão a ajudar a redefinir a política mundial, desempenhando dois papéis distintos. Um é o de pressionar os decisores políticos através de campanhas. Este papel dá voz a grupos diferentes, mas não atribui qualquer responsabilidade a estas organizações para que se comprometam com os processos de mudança formais. Todo o grupo ou indivíduo tem direito a ter voz. Esta é uma parte legítima do pluralismo democrático. Desde que esta voz não infrinja os direitos e liberdades de outros, ela não tem de ser canalizada ou controlada. Mas, o segundo papel das ONG é totalmente diferente – envolvendo-as directamente nas negociações mundiais. O aprofundamento deste papel requer acordos formais que envolvem responsabilidades, quer para as ONG internacionais, quer para as agências intergovernamentais. Isto sugere a necessidade de dar alguma estrutura formal ao seu papel na tomada de decisão. As ONG que participam nos fóruns mundiais estão a tentar conduzir esta questão por três vias. A primeira, foi a de agregar os pontos de vista e solicitações de várias ONG e apresentar um caso coerente para negociação. Por exemplo, grupos guarda-chuva, tais como a Organização das Mulheres para o Ambiente e o Desenvolvimento tentaram, com frequência, desempenhar um papel construtivo na agregação de solicitações e negociação de propostas. Da mesma forma, a Conferência das Organizações Não Governamentais está a tentar estabelecer uma plataforma para a discussão conjunta de questões e RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAIXA 5.4 Pressão das organizações não governamentais para a responsabilidade social das empresas Os anos 90 assistiram a um considerável aumento do activismo das organizações não governamentais (ONG) sobre a responsabilidade das empresas. Esta foi, em parte, uma resposta à percepção de que os governos não eram eficazes a controlar as grandes empresas, no seguimento da extensa desregulamentação dos anos 80. Os activistas das ONG tornaram-se também mais conscientes do poder e influência das empresas transnacionais e ficaram preocupados com as consequências sociais e ambientais negativas nos países em desenvolvimento que poderiam resultar de uma globalização não regulada. As campanhas da ONG centraram-se em três áreas principais sobre o impacte das empresas transnacionais. A primeira, direitos do trabalho, foi iniciada por ONG orientadas para o desenvolvimento internacional, como a Oxfam, Ajuda Cristã e o Instituto Católico para as Relações Internacionais. Algumas centraram-se em questões específicas dentro da sua área de especialização – por exemplo, o Fundo Salvem as Crianças centrou-se no trabalho infantil. Além disso, surgiram novas ONG e coligações de ONG, tais como a Campanha Roupas Limpas, na Europa, e a Aliança para a Justiça nas Maquiladoras das Américas. Uma segunda área proeminente envolve os direitos humanos, particularmente relacionados com as acções das forças de segurança e com os direitos das populações indígenas. As companhias mineiras e petrolíferas, desenvolvendo novas fontes de recursos naturais nos países em desenvolvimento, encontraramse frequentemente em conflito com os grupos indígenas nas áreas em que laboram. Contudo, muitos governos, interessados em aumentar as exportações, receitas fiscais e direitos de exploração, reprimiram a oposição local. Em consequência, algumas empresas transnacionais foram coniventes, pelo menos tacitamente, na eliminação das populações indígenas. O exemplo mais notório foi o envolvimento da Shell na repressão, na Nigéria, do povo Ogoni. Organizações, tais como o Observatório dos Direitos Humanos e a Amnistia Internacional levantaram questões sobre o impacte das empresas transnacionais sobre os direitos humanos. As ONG têm estado igualmente activas na chamada de atenção para os efeitos das acções das empresas sobre o ambiente. A Shell foi também alvo de uma campanha do Greenpeace contra o dumping da plataforma petrolífera da Brent Spar, no Mar do Norte. Outros exemplos incluem as campanhas contra os impactes ambientais das empresas mineiras transnacionais – como a BHP, na Papua Nova Guiné. Em 1997, os Amigos da Terra delinearam um código de conduta modelo para os projectos mineiros. Sem um sistema intergovernamental de regulação dos negócios mundiais, muitas ONG vêem nos códigos de conduta inclusivos para as empresas transna- cionais – se eficazmente controlados e verificados com independência – um meio de limitar o poder dessas empresas. Mas, existe um amplo consenso de que tais códigos deveriam complementar a regulamentação dos governos, e não substituí-la. A grande variedade de organizações torna a generalização difícil. Por exemplo, as ONG ambientais centram-se nos códigos ambientais, enquanto as ONG para o desenvolvimento tendem a salientar os direitos do trabalho. Seja qual for a causa, as campanhas dirigidas pelas ONG podem ameaçar a reputação das empresas – forçando-as a reagir. Na área das minas, empresas há muito atingidas pela corrupção e pela falta de preocupação com o ambiente e com as comunidades indígenas, reagiram com a criação da Iniciativa para a Mineração Mundial. Outras campanhas das ONG incluem as que conduziram ao Código de Vestuário de White House (Estados Unidos), condenando as lojas exploradoras dos trabalhadores nos países em desenvolvimento, e ao Acordo Banir o Suborno no Comércio Estrangeiro. Muitas empresas reagiram a tal activismo, estabelecendo códigos de conduta e modificando práticas de comércio. Algumas estabeleceram, também, padrões para as empresas domésticas sobre questões do trabalho, ambientais e dos direitos humanos. Muito menos actividade desta teria ocorrido sem os esforços de alto nível das ONG. Fonte: Jenkins 2001. procedimentos, tais como a acreditação das instituições intergovernamentais. Uma segunda forma de diálogo estruturado envolve a formulação de códigos de conduta comuns para os membros. Isto decorre da necessidade de muitas ONG se distanciarem dos grupos violentos e niilistas, em evidência em muitos protestos contra a globalização. Assim, grupos tais como os Amigos da Terra Europa lançaram códigos realçando o protesto pacífico e propostas defendendo que se tomem decisões, em vez de reagir simplesmente pela negativa. Códigos idênticos sobre defesa de causas, não-violência e tolerância foram adoptados pela Fundação Nova Economia, do Reino Unido. O terceiro conjunto de medidas relaciona-se com o crescente envolvimento das ONG dos países em desenvolvimento, para aumentar a representatividade de grupos sedeados nos países industrializados. Apenas 251 das 1.550 ONG associadas ao Departamento de Informação Pública das Nações Unidas são originárias dos países em desenvolvimento, e as ONG dos APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL países em desenvolvimento representam uma parcela ainda menor daquelas que têm estatuto consultivo no Conselho Económico e Social das Nações Unidas17. Mas. estão a ser criadas coligações e as ONG nacionais estão a participar em redes mundiais sobre questões de relevância para elas. Na campanha do Jubileu 2000, um exemplo frequentemente referido vem do Uganda, onde ONG dos países industrializados, tais como a Oxfam, prestaram assistência técnica a organizações locais para que pudessem desenvolver propostas para o diálogo com os seus governos sobre a redução da dívida. Os resultados foram depois englobados na campanha mundial. Um processo semelhante evidenciou-se na campanha dos medicamentos essenciais. Entidades oficiais intergovernamentais estão igualmente a responder à necessidade de estruturar a participação das ONG na governação mundial. Nalguns casos, envolvendo especialmente direitos humanos, os organismos dos tratados das Nações Unidas permitem relatórios “alternativos”, preparados pelas 111 Existe uma consciência crescente de que a responsabilidade, no que diz respeito às ONG, deve ter dois sentidos 112 ONG, para acompanhar os relatórios oficiais. Noutros casos, tais como o do processo do comité para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), são organizadas discussões entre as delegações oficiais e as ONG antes das deliberações formais. As organizações internacionais formularam também políticas para as ONG, traçando critérios para a sua acreditação e mecanismos de compromisso. Os movimentos das ONG e de organismos intergovernamentais para estruturar o papel das ONG, fazem parte de uma evolução natural que tem o potencial para trazer uma voz fresca à tomada de decisão mundial. Mas estes novos processos multiparticipados são apenas um pequeno passo em direcção a uma governação mundial mais inclusiva – uma vez que tratam apenas de umas quantas questões precisas. Os grupos da sociedade civil reuniram igualmente as suas energias para interferir mais largamente nas instituições internacionais, pressionando para ter mais voz e uma participação mais profunda. Estes esforços podem, frequentemente, trazer um novo conhecimento, especialização e energia à tomada de decisão. Mas um acesso mais fácil às instituições e negócios internacionais – através de revoluções na tecnologia das comunicações e alianças mundiais – pode aumentar também a voz das organizações obscuras, não representativas, ou anti-democráticas. E pode debilitar a responsabilidade formal. Estas preocupações vieram ao de cima, a nível mundial, nos recentes debates sobre o acesso das ONG às instituições internacionais, tais como a OMC. As ONG internacionais travaram uma longa campanha por maior acesso a essas instituições, mas os progressos foram limitados. A Assembleia-Geral das Nações Unidas, por exemplo, ainda não permite às ONG participarem na tomada de decisão formal. Por um lado, os responsáveis dos países em desenvolvimento queixam-se que os seus direitos soberanos estão a ser enfraquecidos pelas ONG, que não têm a legitimidade de governos eleitos. Por outro, as ONG contrapõem que estão apenas interessadas em ter voz, não em ter voto, e que as instituições nacionais dão, com frequência, pouca oportunidade aos seus cidadãos de serem ouvidos. Não existem soluções simples para estes dilemas, especialmente em países onde todos os elementos da governação fundamentais para o desenvolvimento humano – económicos, sociais e políticos – estão a passar por uma mudança notável. Mas, existe uma consciência crescente de que a responsabilidade, no que diz respeito às ONG, deve ter dois sentidos. Para contribuir genuinamente para instituições democráticas mais fortes e para mais políticas democráticas, os grupos da sociedade civil estão a reconhecer que têm de ser, também, responsáveis pelas suas acções. De outro modo, arriscam-se a perder a confiança pública e a legitimidade que lhes permite envolverem-se na vida cívica. CONSTRUIR INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS MAIS DEMOCR Á TICAS As organizações multilaterais enfrentam dois problemas distintos no mundo contemporâneo: o empenhamento inadequado dos governos membros poderosos e a desilusão dos estados mais fracos. Em face destes desafios, os decisores políticos estão bem conscientes de que as instituições internacionais têm de se tornar mais eficazes e mais responsáveis. Estas preocupações foram expressas nas propostas de novas instituições para lidar com o problema da globalização. Em várias comissões de alto nível nomeadas por políticos, organizações internacionais e fundações privadas, foram apresentadas propostas de uma nova organização mundial para o ambiente, um mecanismo mundial para as falências, um regulador financeiro mundial e uma organização tributária internacional. A criação destas novas instituições exigirá uma vontade política enorme por parte dos estados poderosos: uma vontade política que, até aqui, não é muito evidente. Mais profundamente, contudo, a estrutura e trabalho de qualquer destas novas instituições deverá ter em conta algumas das lições emergentes sobre como, e porquê, as instituições internacionais precisam de ser tornadas mais representativas e mais responsáveis. Embora a globalização tenha aumentado muito as exigências sobre as instituições mundiais, ela aumentou também a crise de legitimidade e eficácia. Grandes camadas do público já não acreditam que os seus interesses estejam representados em instituições como o FMI, o Banco Mundial, o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a OMC – ou que as instituições sejam adequadamente responsabilizadas pelo que fazem. A representação e a responsabilidade sempre foram fracas nestas instituições multilaterais. Mas, actualmente as fraquezas são flagrantes, porque as instituições são chamadas pelos seus membros poderosos RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 a entrar muito mais profundamente em áreas que anteriormente eram do domínio dos governos nacionais – especialmente nos países em desenvolvimento. Ao longo das últimas duas décadas estas instituições têm prescrito e requerido cada vez mais reformas estruturais e institucionais. Por exemplo, nos anos 80, foi exigido aos países que pediram empréstimos ao FMI e ao Banco Mundial que atingissem 6 a 10 critérios de desempenho – e nos anos 90, cerca de 2618. Os esforços para aprofundar a democracia nas instituições internacionais devem enfrentar as realidades do poder mundial. Os países poderosos irão, inevitavelmente, investir mais energia e capital político em instituições que permitam que o seu poder seja exercido. Uma vez que fazem parte de um clube de elite, os países são relutantes em perder esse poder, ou vê-lo diluído pela abertura a novos membros. Isto explica porque as propostas de reforma encontram sempre dura resistência. E é por isso que a ampla aceitação do princípio da democratização se tem traduzido em tão pouco progresso ao nível das propostas específicas. PROMOVER OS PRINC Í PIOS DEMOCR Á TICOS NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS MUNDIAIS Embora os países em desenvolvimento sejam profundamente afectados pelas decisões de instituições como o FMI, o Banco Mundial e a OMC, eles têm pouco poder nas suas tomadas de decisão. Existe um inevitável défice democrático nas organizações internacionais, porque as pessoas não conseguem eleger (ou destituir) directamente os seus representantes. Isto seria verdade mesmo que todos os países membros das organizações internacionais fossem democracias desenvolvidas. Ao abrigo das actuais disposições, os cidadãos não poderiam, mesmo que o desejassem, exercer o seu voto para influenciar, restringir ou responsabilizar, os seus governos pelas suas acções numa organização internacional. E também não podem contar com os seus parlamentos e políticos para responsabilizar as organizações internacionais. Dito isto, o défice democrático não impede, contudo, a melhoria da representatividade das organizações internacionais. O papel dos governos dos países em desenvolvimento na governação mundial tem de ser apoiado através de alterações na representação formal. Esta é uma condição necessária (embora insuficiente) para emendar o enviesamento existente nas organizações internacionais. Embora muitas orga- APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL nizações trabalhem por “consenso” e digam que isto diminui a importância do poder de voto formal e dos lugares, as decisões consensuais são sempre suportadas pelas realidades do poder e pelo conhecimento de quais os intervenientes que podem vetar, ou impulsionar, as decisões finais. Na realidade, a tomada de decisão por consenso poucas vezes dá voz aos intervenientes marginalizados. O que é necessário é reescrever a forma como os lugares e os votos são atribuídos dentro das organizações internacionais, para melhor reconhecer o interesse dos países em desenvolvimento. A sua cooperação e empenho nos acordos internacionais são vitais, se qualquer organização internacional quiser ser bem sucedida na condução da globalização. Por esta razão, as antigas regras sobre a representação já não são viáveis nem desejáveis. Posto claramente, o FMI e o Banco Mundial não serão capazes de fazer eficazmente o seu trabalho se permanecerem atados a estruturas que reflectem o equilíbrio de poder do final da Segunda Guerra Mundial. Nos passados 55 anos, os seus papéis e deveres modificaram-se de forma irreconhecível, assim como as expectativas dos seus membros, cujo número aumentou largamente. Cerca de metade do poder de voto no Banco Mundial e no FMI, mantém-se nas mãos de sete países (figura 5.2). Este poder de voto é exercido nos organismos formais de tomada de decisão – os conselhos executivos – de cada instituição. Igualmente importantes são as influências informais e tradições que enformam o trabalho destas organizações. Estes processos informais aumentam mais o peso da balança a favor dos países industrializados. Por exemplo, os dirigentes do Banco Mundial e do FMI são escolhidos de acordo com uma convenção política pela qual os Estados Unidos e a Europa nomeiam o seu candidato para cada um deles, respectivamente. Outros países e críticos censuram, com razão, o processo por ser antidemocrático e insuficientemente responsável. Embora mais profundamente, as instituições são frequentemente criticadas por académicos, ONG de países industrializados e analistas de países em desenvolvimento, por basearem o seu conselho económico e a condicionalidade das políticas numa visão estreita do mundo, que reflecte os interesses dos seus membros mais poderosos. Em particular, está generalizada a percepção de que é excessiva a sua responsabilidade perante o maior participante, sobre- FIGURA 5.2 Que vozes contam no FMI e no Banco Mundial Poder de voto no FMI 52% 48% E.U.A., Japão, França, R.U., Arábia Saudita, Alemanha, Federação Russa Resto do mundo Poder de voto no Banco Mundial 54% 46% E.U.A., Japão, França, R.U., Arábia Saudita, Alemanha, Federação Russa Resto do mundo Fonte: IMF 2002a; World Bank 2001b. 113 O novo papel do FMI e do Banco Mundial realça a necessidade de uma participação mais profunda por parte dos que pedem empréstimos: os países em desenvolvimento 114 tudo através de influências informais, tais como a localização, o provimento de funcionários e sua sensibilidade às pressões sobre questões seleccionadas19. Estas preocupações sobre quem são representados pelo FMI e Banco Mundial, foram levantadas à medida que as instituições começaram a impor políticas sobre um conjunto cada vez mais amplo de questões. As preocupações com a corrupção e outros aspectos da política que afectam os desequilíbrios macroeconómicos nos estados membros do FMI, levaram a que a organização se juntasse ao Banco Mundial para dar mais atenção às questões da governação nos seus programas e prescrições de política. Estas mudanças aumentaram o escrutínio sobre a governação interna das instituições – em particular, a representação dos países, a forma como o aconselhamento político é formulado e os riscos desiguais que lhe estão associados. O novo papel do FMI e do Banco Mundial realça a necessidade de uma participação mais profunda por parte dos que pedem empréstimos: os países em desenvolvimento. Uma fonte primária de controvérsia relaciona-se com a participação dos países em desenvolvimento e industrializados na tomada de decisão. Os membros do FMI não possuem poder de voto igual. O peso dos votos baseia-se em duas componentes. Na sua qualidade de membro, cada país possui um conjunto de 250 votos básicos20. A segunda componente é determinada pelo poder económico. Os votos acompanham as quotas do país, que reflectem a força económica dos países. Desde a formação do FMI, tem havido um grande desequilíbrio na evolução das duas fontes do poder de voto. Os votos básicos diminuíram extraordinariamente, enquanto as quotas aumentaram. A parcela dos votos básicos no poder de voto diminuiu de 12,4% para 2,1%21. Ao mesmo tempo, mais 135 países tornaram-se membros, incluindo muitas economias em transição22. Durante este período, a natureza básica do FMI e do Banco Mundial modificou-se. Eles foram criados no fim da Segunda Guerra Mundial como instituições de assistência mútua. O FMI providenciava recursos a qualquer país com dificuldades temporárias na sua balança de pagamentos. O Banco Mundial ajudava a canalizar investimentos para os países, para a reconstrução e desenvolvimento do pós-guerra. Este sentido de assistência mútua alterou-se nos anos que entretanto decorreram. Actualmente, o FMI e o Banco Mundial emprestam exclusivamente às economias em desen- volvimento e emergentes. Além disso, os seus empréstimos estão associados a condições que crescentemente causam efeito negativo nas políticas internas do estado. O resultado é um novo tipo de divisão entre os países credores, os que possuem um poder crescente na tomada de decisão e que o utilizam para aumentar as condicionalidades, e os países devedores, os que contraem os empréstimos e que vêem as condicionalidades como uma imposição externa. Isto pode ser preocupante quando existe uma considerável divisão de opinião sobre os aconselhamentos de política, e quando os riscos que lhes estão associados são suportados quase exclusivamente pelas pessoas do país que contrai o empréstimo. Vejamos a convertibilidade total da conta de capitais, sugerida pelo FMI nos últimos anos. Muitos analistas reclamam que este conselho contribuiu para uma maior instabilidade na Ásia Oriental, Federação Russa e noutros sítios. O FMI foi sujeito a fortes críticas por este conselho, assim como pela forma como lidou com várias crises. Este debate é complexo e o FMI tem defendido vigorosamente o seu papel. A questão aqui não é debater os méritos técnicos do aconselhamento político. É ver o que pode ser feito para tornar a tomada de decisão mais transparente e responsável – e aumentar a voz dos países em desenvolvimento na tomada destas decisões. Existe, actualmente, um reconhecimento crescente da necessidade do Banco Mundial e do FMI aumentarem a representação dos países em desenvolvimento. Podem fazê-lo de várias formas. Em primeiro lugar, aumentando a proporção dos votos básicos atribuídos a cada membro. Quando o FMI foi criado, foi dado a cada membro um número igual de votos básicos, assim como uma percentagem de votos que reflectisse a sua dimensão económica. Como foi referido, os votos básicos foram negligenciados e, actualmente, contam para menos de 3% do total de votos23. Repor o grau de paridade na força de voto para os países em desenvolvimento, exige que se aumente os votos básicos para uma proporção convencionada dos direitos de voto. Em segundo, aumentar a voz dos países em desenvolvimento dentro das instituições. Formalmente considera-se que todos os membros dos conselhos executivos do FMI e do Banco Mundial devem eleger os presidentes das instituições. Mas, por convenção, os europeus seleccionam um candidato a director do FMI e o governo dos Estados Unidos escolhe o Presidente do Banco Mundial. Este RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 processo de selecção fechado e secreto, baseado no privilégio, funciona como um simbolismo adverso em instituições comprometidas com uma maior responsabilidade e transparência. O processo de selecção tem de ser aberto e tornar-se, talvez, um pouco mais transparente, tendo em atenção as ideias dos candidatos sobre a visão para as organizações. Um comité de selecção para esse posto permitiria uma mais ampla participação e transparência. Outro passo, seria aumentar o número de lugares para os países em desenvolvimento nos conselhos executivos. Actualmente, os directores executivos dos países em desenvolvimento representam uma larga parcela dos membros e têm um contributo mínimo na formação de políticas. O número de directores executivos dos países em desenvolvimento poderá facilmente ser aumentado, em paralelo com um maior contributo do pessoal técnico, que poderia ajudá-los a preparar-se para discussões políticas importantes. Para além disso, tal como em muitas outras instituições, a representação feminina ao mais alto nível continua a ser baixa (figura 5.3). O carácter democrático destas instituições poderá ser melhorado através da revisão do papel das quotas, aumentando o equilíbrio entre sexos na tomada de decisão de alto nível, e do reforço dos directores executivos dos países em desenvolvimento e seu envolvimento na selecção dos presidentes das instituições. Estas reformas modificariam também as ideias sobre as instituições financeiras internacionais – distanciando-se da suspeita continua de dominação externa para uma situação em que os países em desenvolvimento sintam maior participação e responsabilidade na tomada de decisão. Em terceiro lugar, tornando as instituições mais responsáveis pelas suas acções, não apenas perante os seus membros dirigentes, mas também perante as pessoas afectadas pelas suas decisões. Os governos são responsabilizados através de várias instituições sociais, políticas e legais. Estas instituições devem ser usadas também para tornar as instituições financeiras mundiais mais responsáveis. Especificamente, isto significa assegurar a transparência e controlar e avaliar as suas regras, decisões, políticas e acções. Transparência. Embora seja uma pedra basilar da responsabilidade, as instituições financeiras internacionais argumentam há muito que têm que limitar a transparência para proteger a propriedade da informação, ou a sua confidencialidade, e para não afectar negativamente a discussão plena e franca nos APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL seus processos de tomada de decisão. Mas, esta revolução ocorreu em muitas organizações internacionais, tais como o FMI e o Banco Mundial. O Banco Mundial adoptou uma política de abertura de informação em 1993, abrindo o caminho para outras instituições. Em 2001, o Banco alargou o âmbito da política para incluir a divulgação de documentos sobre a iniciativa para os Países Pobres Fortemente Endividados e os Documentos de Estratégia para a Redução da Pobreza, incluindo resumos das discussões do conselho sobre estes documentos, e papéis dos delegados da Associação Internacional de Desenvolvimento sobre as negociações de reabastecimento. Em Setembro de 2001, uma revisão desta política de abertura alargou ainda mais a informação disponível ao público, passando a incluir um maior número de documentos relativos a projectos e os sumários do presidente sobre as discussões do conselho sobre as Estratégias de Ajuda aos Países e os Documentos sobre Sectores Estratégicos. Foi igualmente desenvolvida uma abordagem mais sistemática para acesso aos arquivos do Banco. No FMI, onde anteriormente a maior parte da informação não estava acessível a qualquer um de fora da instituição, a pesquisa é agora publicada no seu Website, paralelamente com uma considerável informação sobre o trabalho realizado com cada país. O FMI está também a pressionar os governos para permitir uma maior exposição e publicação das políticas e acordos com o FMI (isto será mantido confidencial se o governo assim o desejar). Mas, continuam a existir lacunas graves na transparência. Para a responsabilidade democrática, as mais notórias são as decisões dos conselhos executivos do Banco e do FMI. As minutas dos encontros do conselho não são publicadas. Não há votos, não podendo, portanto, ser registados ou publicados. Isto significa que os cidadãos dos países membros (ou outros interessados) não podem responsabilizar os directores executivos, ou os seus governos, pelas suas políticas no FMI e no Banco Mundial. O secretismo das deliberações do conselho e das posições dos membros é, frequentemente, defendido com o argumento de que reforça o carácter colegial do conselho executivo, a franqueza da discussão e a sua capacidade para tomar decisões por consenso. Curiosamente, o Comité de Política Monetária do Banco de Inglaterra apresentou uma vez um argumento idêntico – desfeito pela experiência subsequente daquela agência, cujas minutas e votos FIGURA 5.3 Mulheres nos conselhos de directores de instituições financeiras internacionais FMI 100% Homens Banco Mundial Mulheres 8% 92% Homens Fonte: Women’s Environment and Development Organization 2002. 115 A mais recente forma de responsabilidade nas organizações internacionais vai além da transparência e das avaliações e apresenta uma forma mais activa e participativa – melhor descrita como responsabilidade de tipo judicial 116 têm sido registados e publicados pouco depois dos encontros, desde 1998. Monitorização e avaliação. Como grande parte das instituições, as organizações mundiais estão sob constante pressão dos accionistas, membros, ONG e críticos, para avaliar as suas operações e eficácia de uma forma mais cuidada, eficaz e pública. Isso inclui a sua própria submissão a escrutínio externo e independente e a um constante controlo interno. A nova expectativa de que as instituições façam e publiquem avaliações críticas independentes sobre si próprias, foi salientada pela publicação de um exame crítico independente à política das Nações Unidas no Ruanda, comissionado pelo Secretário-Geral em Maio de 199924. Da mesma forma, o conselho executivo do FMI publicou avaliações independentes da Facilidade de Ajustamento Estrutural Melhorada, da sua supervisão e da sua investigação. Mais recentemente, o FMI criou um Gabinete de Avaliação Independente, semi-independente. No Departamento de Avaliação de Operações do Banco Mundial, são realizadas avaliações mais extensivas. Este departamento faz parte do Banco e depende directamente do conselho executivo, classificando o impacte no desenvolvimento e o desempenho das políticas do Banco, os processos e operações de empréstimos. Para serem eficazes, os resultados de todas estas avaliações devem ser publicados, acompanhados e investigados, e devem ser feitas as necessárias alterações. Isto é particularmente importante para as grandes organizações que sofrem de grande inércia. Sem a publicação de avaliações independentes sobre o que as organizações estão a fazer, não só se torna difícil para o público julgar se uma organização está a realizar bem, ou mal, as suas responsabilidades, como é também impossível para quem está de fora apoiar os que, internamente, reconhecem a necessidade de mudança. Através da publicação de relatórios críticos, as instituições podem estimular a atenção pública e a pressão externa para a mudança, ajudando a vencer a inércia, ou direitos adquiridos dentro da organização. Por estas razões, o FMI pode querer reavaliar a sua política de não publicação do trabalho do Gabinete de Inspecção e Auditoria Interna, ou as avaliações internas realizadas pelo pessoal operacional. Da mesma forma, o Banco Mundial pode querer considerar a publicação de todo o trabalho do Departamento de Avaliação de Operações (desde 1993, a sua Annual Review of Development Efectiveness tem sido publicada juntamente com sínteses de relatórios de avaliação sobre projectos seleccionados). Responsabilidade de tipo judicial. A mais recente forma de responsabilidade nas organizações internacionais vai além da transparência e das avaliações e apresenta uma forma mais activa e participativa – melhor descrita como responsabilidade de tipo judicial. Tal como os tribunais, os provedores e outros processos de apelo à justiça permitem aos cidadãos responsabilizar os governos nas instâncias nacionais, estão a surgir entidades correspondentes a nível internacional para responsabilizar as organizações internacionais. Esta forma de responsabilidade pretende assegurar que as organizações actuem dentro dos seus poderes – e de harmonia com as suas regras operacionais. As acções ou decisões específicas são examinadas e é prestada atenção a qualquer quebra das regras. A responsabilidade de estilo judicial não corrige as más decisões. Mas, pode publicitar o que está mal feito e encoraja as organizações a reconsiderar as decisões. As evoluções recentes nesse sentido mais dignas de nota são o Painel de Inspecção do Banco Mundial, criado em 1993 para tratar dos empréstimos, e o Consultor do Acordo/Gabinete do Provedor, criado em 1999 para se ocupar do trabalho da Sociedade Financeira Internacional e da Agência Multilateral de Garantia do Investimento. O Painel de Inspecção investiga queixas de qualquer grupo de pessoas que possa demonstrar que: • Vive numa área do projecto (ou representa pessoas que lá vivem) e tem probabilidades de ser negativamente afectado pelas actividades do projecto. • Acredita que o mal real, ou provável, que sofreu resulta do fracasso do Banco em acompanhar as suas políticas e procedimentos. • As suas preocupações foram discutidas com a gestão do Banco, mas não está satisfeito com o resultado. O Painel de Inspecção faz avaliações preliminares das queixas, tomando em conta as respostas da gestão do Banco às alegações. O Painel pode, então, recomendar ao conselho executivo do Banco que o deixe prosseguir com uma investigação completa. O conselho possui o poder de lançar investigações completas e de tomar decisões finais baseadas nas conclusões do Painel e nas recomendações da gestão do Banco. O Consultor do Acordo/Gabinete do Provedor – estabelecido depois de consultas aos participantes, ONG, e membros da comunidade empresarial – RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 tem como objectivo abordagens viáveis, construtivas, para lidar com as preocupações ambientais e sociais e com as queixas das pessoas directamente afectadas pelos projectos financiados pela Sociedade Financeira Internacional e pela Agência Multilateral de Garantia de Investimento. O trabalho do gabinete assenta no diálogo, mediação e conciliação. O gabinete tem poder para fazer recomendações, mas não para actuar como juiz, tribunal ou agente da polícia. Estas duas experiências resultaram ambas no desenvolvimento e publicação de princípios de funcionamento e procedimentos pormenorizados – padrões perante os quais as instituições podem ser responsabilizadas. Neste aspecto, elas aumentaram a transparência e as oportunidades de controlo e avaliação. Dito isto, existem vários limites à responsabilidade de tipo judicial, especialmente para os países em desenvolvimento. Primeiro, nem todos estão em igual posição de utilizar os procedimentos – não apenas na apresentação de queixas formais, mas também no assegurar de que a ameaça de tais acções torna os funcionários conscientes dos seus poderes e das regras das suas organizações. Em muitos casos, as pessoas nos países em desenvolvimento confiaram nas ONG dos países industrializados para ajudar a financiar e a expor os seus casos. Os críticos alegam que o papel das ONG corre o risco de enviesar o trabalho de tribunais de responsabilidade para questões e áreas de maior preocupação das pessoas dos países industrializados, tal como é expresso através das suas ONG. Tal deixaria sem auxílio as pessoas dos países em desenvolvimento que não atraíram a atenção de tais ONG. Um risco adicional é o de que os resultados de um processo formal, tal como o do Painel do Banco, possam acabar por ser determinados mais pelos desejos das ONG dos países industrializados de colher publicidade através de confrontações e de declarações de intenções, do que por medidas tranquilas que melhorem mais moderadamente a vida das pessoas directamente afectadas pelos projectos. Segundo, a responsabilidade de tipo judicial pode ser utilizada para atacar decisões correctas que apenas sofrem de pequenas imperfeições técnicas em relação às regras. Pode ser também longa, dispendiosa e consumidora de tempo – desviando os recursos dos objectivos centrais da instituição. Por esta razão, a abertura para que uma queixa despolete uma inspecção plena é fundamental. APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL Terceiro, a responsabilidade de tipo judicial analisa se uma instituição aderiu às suas políticas e regras operacionais. Não analisa, nem julga, a qualidade ou propósitos dessas políticas ou regras. Nem substitui, ou oferece recurso, à responsabilidade dos decisores políticos de adoptarem boas medidas e regras. Ela não pode evitar, ou chamar a prestar contas, as más decisões tomadas dentro das regras – o que significa que a responsabilidade pela qualidade das regras tem de ser obtida por outros meios. Quarto, a responsabilidade de tipo judicial não resolve os problemas de tomada de decisão não representativa, ou fraca. Mas, novas instituições de fiscalização e controlo podem disseminar uma maior transparência e controlo das instituições mundiais. Oferecem também às pessoas, dentro dos próprios países, alguma medida de reparação nas instituições que afectam a sua vida – ainda que tenham pouca, ou nenhuma, voz nelas. PROMOVER OS PRINCÍPIOS NAS N AÇÕES U NIDAS DEMOCR Á TICOS A exigência de uma maior inclusão e democracia nas Nações Unidas conduziu a exigências de alargamento da base representativa da organização. As propostas de reforma centram-se em três áreas. A primeira, envolve a expansão da representação no sistema das Nações Unidas – aumentando a pluralidade de vozes, para que a instituição não seja vista como servindo apenas governos e burocratas. Houve propostas de uma Assembleia Popular – algo semelhante a um parlamento europeu eleito, com os cidadãos de todo o mundo a elegerem os representantes. Além disso, foram apresentadas propostas para permitir às organizações da sociedade civil participar nas discussões da Assembleia-Geral, do Conselho Económico e Social e do Conselho de Segurança. Um segundo conjunto de propostas de reforma centra-se na mudança do poder nas organizações internacionais, aproximando-as daquelas com procedimentos de tomada de decisão mais democráticos. Tais reformas iriam reparar o desequilíbrio de poder que pesa a favor das organizações em que a tomada de decisão é dominada por poucos países. Ironicamente, as partes mais representativas das Nações Unidas – a Assembleia-Geral e o Conselho Económico e Social – são geralmente consideradas as menos eficazes. Especialmente para as questões económicas e sociais, grande parte do poder e in- Os críticos alegam que o papel das ONG corre o risco de enviesar o trabalho de tribunais de responsabilidade para questões e áreas de maior preocupação das pessoas dos países industrializados, tal como é expresso através das suas ONG 117 fluência transferiu-se para o Banco Mundial e FMI, melhor financiados. Em parte, isto deve-se ao facto de os países industrializados poderosos, que são os maiores contribuintes das Nações Unidas, estarem pouco inclinados a dotar a Assembleia Geral e o Conselho Económico e Social de poderes reais, dado que estes organismos são dominados pelos países em desenvolvimento. Em última análise, a governação mundial tem de equilibrar o poder e os princípios, a eficácia e a legitimidade. Reconhecendo isto, foram feitas propostas para apoiar o papel das Nações Unidas no campo económico e social. A proposta de um Conselho Económico de Segurança tenta reforçar o papel das Nações Unidas, ao mesmo tempo que recon- CAIXA 5.5 Revisão da questão de um Conselho de Segurança Económica O Relatório do Desenvolvimento Humano de 1994 propôs a criação de um Conselho de Segurança Económica das Nações Unidas. Vários outros avançaram com a ideia, incluindo a Comissão para a Governação Mundial, em 1995, Stewart e Daws, em 2000 e, mais recentemente, a Universidade das Nações Unidas, em 2001. O Relatório do Desenvolvimento Humano de 1994 propôs que: Um passo em frente no reforço do papel das Nações Unidas no desenvolvimento humano sustentado seria a criação de um Conselho de Segurança Económica (CSE) – um fórum de tomada de decisão, ao mais alto nível, para rever as ameaças à segurança humana mundial e chegar a acordo sobre as acções requeridas. O Conselho deverá manter-se pequeno e governável. Deverá ser composto por 11 membros permanentes provenientes dos principais países industrializados e dos países em desenvolvimento mais populosos. Deverão juntar-se-lhes, numa base rotativa, outros 11 membros provenientes de representações geográficas e políticas. O sistema de votação num Conselho de Segurança Económica não deve incluir veto. Mas, para assegurar a todas as representações que os seus legítimos interesses serão protegidos, o sistema de voto deverá ser o da aprovação de todas as decisões, não apenas por uma maioria de todos os membros, mas também por maiorias dos países industrializados e dos países em desenvolvimento. Para além de coordenar as actividades das agências das Nações Unidas, o Conselho de Segurança Económica deverá intervir, como guarda zeloso, na direcção política de todas as instituições financeiras internacionais e regionais. Para executar eficazmente as suas decisões, o Conselho deverá ter acesso a um fundo mundial de segurança humana. O Conselho deverá ser apoiado por um secretariado profissional, que prepare as opções de política a pôr à sua consideração. Uma alternativa intermédia ao Conselho de Segurança Económica seria a de aumentar o mandato do actual Conselho de Segurança, de forma a poder considerar, não apenas as ameaças militares, mas também as ameaças à paz derivadas das crises económicas e sociais. Desde então, tem havido algum progresso a este respeito, tendo-se o Conselho de Segurança das Nações Unidas reunido para uma sessão sobre o HIV/SIDA em 2000, o que foi um reconhecimento das grandes ameaças à segurança humana. Mas, tal como outras propostas que procuram revitalizar o propósito inicial de fazer das Nações Unidas uma influência importante no desenvolvimento económico e social, o avanço do Conselho de Segurança Económica tem sido penosamente lento. Estas e outras propostas visam reverter a transferência do poder sobre a política económica e social para o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, com as agências das Nações Unidas relegadas para um papel relativamente menor. Uma entidade como o Conselho de Segurança Económica é, também, projectada para melhorar a coordenação entre as diversas agências das Nações Unidas que, ao longo dos anos, têm estado frequentemente em conflito. Fonte: Comission on Global Governance 1995; Naygar 2001;Stewart e Daws 2000; UNDP 1994, p.84. 118 hece que qualquer proposta deste tipo deverá ter o apoio dos principais poderes mundiais (caixa 5.5). O terceiro conjunto de propostas de reforma procura eliminar, ou reduzir, os procedimentos das Nações Unidas considerados como essencialmente antidemocráticos. Entre estes, o uso do veto no Conselho de Segurança atraiu muita atenção – com o fundamento de que a atribuição deste poder aos cinco membros permanentes do Conselho divide os países em cidadãos de primeira classe e cidadãos de segunda classe. Nos últimos anos, o rápido crescimento das operações de paz concentrou mais atenção no Conselho de Segurança (ver Capítulo 4). Os vetos não impediram o seu recente activismo, porque houve poucas discordâncias entre os cinco membros permanentes (quadro 5.3). No entanto, os processos confidenciais do Conselho de Segurança e o poder de veto dos seus cinco membros permanentes têm sido objecto de repetidas críticas. Ainda que tenha havido progressos em tornar alguns processos mais transparentes, as propostas para uma reforma mais alargada continuam a não ser consideradas (caixa 5.6). A pressão a favor das reformas irá provavelmente aumentar. PROMOVER OS PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO NA Poucas pessoas negam as enormes vantagens do aumento do comércio mundial. Durante o último ano, a conferência da OMC, em Doha, e o alargamento da qualidade de membro à China, realçaram o vasto potencial da organização para melhorar as vidas das pessoas mais pobres do mundo. A maior parte dos países em desenvolvimento apoiam o princípio das negociações multilaterais para a abertura dos mercados mundiais em benefício de todos. Mas, muitos países têm preocupações muito difundidas sobre os acordos da OMC – em especial sobre a forma como são negociados. Embora todos os países tenham um lugar e um voto na OMC, a tomada de decisão real acontece na “ sala verde” – os encontros de pequenos grupos convocados pelo director-geral e grandemente influenciados pelo Canadá, União Europeia, Japão e Estados Unidos. A maior parte dos países em desenvolvimento é habitualmente excluída. Até há poucos anos, o público em geral também ignorava o assunto. A maior parte das pessoas sabia pouco sobre as negociações em curso na OMC e RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 QUADRO 5.2 O uso do veto tornou-se raro no Conselho de Segurança das Nações Unidas Chinaa França União Soviética/ Federação Russa Reino Unido Estados Unidos Total Total 5 18 120 32 74 249 2001 2000 1999 1998 1997 1996 – – 1 – 1 – – – – – – – – – – – – – – – – – – – 2 – – – 2 – 2 0 1 0 3 0 1986–95 1976–85 1966–75 1956–65 1946–55 – – 2 – 1 3 9 2 2 2 2 6 7 26 79 8 11 10 3 – 24 34 12 – – 37 60 33 31 82 Período a. Entre 1946 e 1971 o assento da China no Conselho de Segurança foi ocupado pela República da China (Taiwan). Fonte: Global Policy Forum 2002a. QUADRO 5.3 Os vetos no Conselho de Segurança das Nações Unidas são aplicados a um pequeno conjunto de assuntos, 1990-2001 Data do voto Membro que vetou Voto(sim-veto-não ou abstenção) Assunto 14 Dezembro 2001 Estados Unidos 12-1-2 Sobre a retirada das forças israelitas do território palestiniano controlado e condenando actos de terror contra civis 27 Março 2001 Estados Unidos 9-1-5 Sobre a criação de uma força de observação das Nações Unidas para proteger os civis palestinianos 25 Fevereiro 1999 China 13-1-1 Sobre o alargamento da manutenção de paz das Nações Unidas na antiga República Jugoslava da Macedónia 21 Março 1997 Estados Unidos 13-1-1 Exigindo a cessação imediata da construção do Jabal Abu Ghneim em Jerusalém Oriental 7 Março 1997 Estados Unidos 14-1-0 Exigindo que Israel se abstenha de estabelecer actividades em Jerusalém Oriental 10 Janeiro 1997 China 14-1-0 Autorização de 155 observadores para verificação do acordo sobre cessar-fogo na Guatemala 17 Maio 1995 Estados Unidos 14-1-0 Sobre os Territórios Árabes Ocupados (Jerusalém Oriental) 2 Dezembro 1994 Federação Russa 13-1-1 Sobre transporte de mercadorias entre a Bósnia- Herzegovina e a antiga Jugoslávia 11 Maio 1993 Federação Russa 14-1-0 Sobre Chipre (finanças) 31 Maio 1990 Estados Unidos Não disponível Sobre os Territórios Árabes Ocupados 17 Janeiro 1990 Estados Unidos Não disponível Sobre a violação das imunidades diplomáticas no Panamá Fonte: Global Policy Forum 2002d. APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL 119 CAIXA 5.6 Nações Unidas ou Cinco Unidos? Reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas A reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas tem estado na agenda da Assembleia Geral, desde 1979. Mas ganhou muito mais evidência no período pós-guerra fria, uma vez que o Conselho se tornou mais apto para actuar. Em 1988, o Conselho aprovou apenas 13 resoluções – em 1992, aprovou 93. Este activismo renovado, especialmente no estabelecimento e na manutenção da paz, reforçou os apelos a um Conselho de Segurança mais representativo, responsável e aberto, tanto dos países industrializados, como dos países em desenvolvimento. Quando o Secretário-Geral das Nações Unidas convidou Estados membros a apresentar comentários sobre a reforma do Conselho em 1992, 80 estados responderam. A Assembleia Geral estabeleceu então um grupo de trabalho sem restrições, para considerar todos os aspectos da questão do aumento do número de membros do Conselho de Segurança e outras propostas. As propostas de reforma vieram de entidades estatais e da sociedade civil: por exemplo, do Grupo de Trabalho das ONG sobre o Conselho de Segurança e de grupos de especialistas independentes, tais como a Comissão para a Governação Mundial. Todas as propostas focam duas questões: alargar o Conselho e suavizar o seu veto. A falta de consenso, com os cinco membros permanentes do Conselho a apoiar o status quo, impede o progresso em qualquer matéria. Várias propostas sugeriram o alargamento do Conselho, através do aumento, quer dos assentos permanentes, quer dos assentos não permanentes. Além disso, a Alemanha, Índia e Japão juntaram forças para vencer os membros permanentes. Mas, vários países opuseram-se ao aumento do número de assentos permanentes. Muitos outros apoiam o aumento do número de membros do Conselho, mas numa base rotativa, através de eleições periódicas e com uma quota de assentos consignada para todas as regiões. Mas, ainda que seja largamente aceite que deve ser assegurada representação aos estados africanos, asiáticos, latino-americanos e da Europa do Leste, a questão de quais os países que devem representar cada região levanta problemas espinhosos: como escolher entre Argentina e Brasil, por exemplo, ou entre Índia e Paquistão. Os passos para reestruturar o poder de veto também são controversos. Entre outros, a Comissão sobre a Governação Mundial e o Comité Canadiano para o 50.º Aniversário das Nações Unidas defenderam, empenhadamente, que deverá ser negado poder de veto aos novos membros permanentes. Mas, muitos vêem nisto uma nova forma de discriminação entre membros de primeira classe e membros de segunda classe, dentro do Conselho. O Comité Canadiano levantou igualmente a possibilidade de requerer um duplo ou triplo veto para travar uma resolução e sugeriu limitar as matérias que podem ser vetadas apenas às emendas à Carta e à nomeação do Secretário-Geral. Como alternativa, a Fundação Ford sugeriu que o estabelecimento da paz e as medidas de imposição sejam as únicas medidas susceptíveis de poder de veto. A Comissão sobre a Governação Mundial considerou um processo de reforma em duas fases. Inicialmente, os cinco membros permanentes concordariam em renunciar ao uso do veto, à medida que fossem incluídos os novos membros sem poder de veto. Na segunda fase, os cinco membros permanentes acustomar-se-iam progressivamente a não ter poder de veto e poderiam, então, deixá-lo acabar. Esta sugestão baseia-se no facto de, nos últimos anos, os países terem estado a fazer maiores esforços para evitar o veto. O debate sobre o veto é representativo de uma muito maior preocupação com o papel das Nações Unidas no mundo. Num mundo mais unipolar, muitos críticos alegam que a instituição se tornou num instrumento de política externa para alguns poderes importantes. Uma preocupação relacionada é a de que a vontade da comunidade internacional se baseie em procedimentos que tornem as Nações Unidas mais democráticas. Dados os desequilíbrios do poder mundial, tais esforços não podem ir mais longe. Mas, num mundo em que as agências internacionais estão, pela primeira vez, a promover activamente a democracia, existe uma muito maior fiscalização da tomada de decisão nas organizações internacionais. Em resposta à forte pressão da Austrália, Canadá e Suécia, o Conselho de Segurança tornou-se mais aberto e transparente. A informação é menos restringida – por exemplo, é agora publicada uma agenda, antes das reuniões do Conselho, para permitir aos não membros pressionarem sobre assuntos específicos. O fluxo de informação para a Assembleia Geral também melhorou. Mas, o Conselho de Segurança é ainda largamente visto como um legado, fora de prazo, da Segunda Guerra Mundial, funcionando basicamente como um instrumento de alguns poderes importantes. Com pouco, ou nenhum, progresso na agenda de reformas mais alargada, tal como a eliminação do veto, esta percepção irá manter-se. Fonte: Paul 1995, 2001; UNAC 1995; Global Policy Fórum 2002c; Comission on Global Governance 1995; Thakur e Newman 2000ewman 2000. ainda menos sobre as suas implicações. Ainda hoje, muitos parlamentares e políticos parecem ignorar importantes negociações da OMC, ainda que, enquanto membros, os seus países sejam compelidos a mudar as suas políticas – por vezes de forma substancial – com base nos acordos resultantes. Recentemente, contudo, grupos da sociedade civil, quer dos países em desenvolvimento, quer dos industrializados, têm ficado muito envolvidos nas questões da OMC. Os sindicatos e grupos orientados para o desenvolvimento, pobreza e ambiente procuraram usar a OMC para aprofundar as suas causas. E a OMC está a sentir a sua influência, não tanto em resultado da actividade das ONG no seu próprio seio, mas devido à grande crítica pública que as ONG lhe lançaram. 120 Em 1993, em Bangalore, Índia, uma assembleia de 500.000 agricultores empenhou-se em desafiar os acordos da Ronda do Uruguai, da OMC . Grupos de agricultores franceses desencadearam, igualmente, grandes protestos contra o acordo de agricultura da OMC. E grupos ambientais e de consumidores salientaram as ameaças aos padrões de segurança ambiental e alimentar derivadas dos acordos da OMC. Em resultado destes e de outros esforços, o secretariado e muitos membros da OMC começaram a trabalhar mais directamente com organizações da sociedade civil, contribuindo para a política de diálogo e para o processo de negociação dentro da OMC. Em princípio, o procedimento por consenso da OMC dá a todos os países membros o poder de veto. O processo de tomada de decisão e o poder que RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 QUADRO 5.4 A África tem falta de representantes na sede da Organização Mundial de Comércio Número de países 15 16 6 Número de representantes 0 1a3 4a6 Nota: A partir de Agosto de 2001. Fonte: CUTS-ARC 2001. ele confere aos países em desenvolvimento, permitiu que muitos resistissem à inclusão de padrões laborais na agenda da cimeira ministerial de 1999, em Seattle, Washington (Estados Unidos). Mas, as negociações feitas “nas salas traseiras”, entre os países poderosos que sustentam a tomada de decisão “por consenso”, conduziram a frequentes queixas. A OMC é acusada de ser uma das organizações internacionais menos transparentes, em grande parte porque poucos países membros em desenvolvimento podem participar efectivamente nas negociações e tomada de decisão. As decisões baseiam-se no princípio “um país, um voto” e são tomadas por consenso, dando à OMC a aparência de uma tomada de decisão democrática. As decisões são tomadas pelo Conselho Geral ou por representantes nos organismos subsidiários (tais como o Conselho TRIPS, ou a Comissão de Agricultura). As decisões importantes são igualmente tomadas, ou sancionadas, pelos ministros da OMC, em conferências ministeriais habitualmente realizadas de dois em dois anos. Mas, na prática, a OMC é dominada por alguns países industrializados importantes – enquanto os países em desenvolvimento mais pobres têm pouca ou nenhuma capacidade de representação ou de negociação. No ano 2000, 15 países africanos não tinham representante na sede da OMC, em Genebra (quadro 5.4) – enquanto as Maurícias, um país muito pequeno, tinha cinco. A OMC respondeu a estas disparidades tentando estabelecer uma unidade de assistência técnica aos países em desenvolvimento, para ajuda nas negociações. As exigências de uma maior expressão na OMC fazem eco da história recente de sub-representação nas negociações internacionais. Em relação à sua parte na população mundial, os países de desenvolvimento humano baixo e médio possuem pouca representação nas negociações das convenções internacionais, como, por exemplo, a convenção sobre os recursos de plantas genéticas (figura 5.4). Uma reforma mais profunda no processo de tomada de decisão, vai exigir a APROFUNDAR A DEMOCRACIA A NÍVEL MUNDIAL consideração de propostas para melhorar a transparência e a participação no sistema da OMC. Primeira, as consultas, discussões, negociações e tomada de decisão da OMC têm de se tornar verdadeiramente transparentes, participativas e democráticas. As discussões e negociações em planificação e que têm lugar na OMC devem ser divulgadas, e deve ser permitida a participação de todos os membros. Para facilitar a representação equitativa das várias posições dos membros, deverá ser considerado um sistema de negociação que combine a participação plena de todos, com a eficiência de um mecanismo de representação. O Protocolo de Cartagena sobre a Biodiversidade oferece um modelo interessante para esse sistema (caixa 5.7). Segunda, a OMC deverá ser imparcial e deve ser vista como imparcial. Em particular, não deve ser vista como tomando partido pelos países mais poderosos, a expensas dos países em desenvolvimento. O sistema deverá reflectir o facto de a maior parte dos membros da OMC serem economias em desenvolvimento e em transição que têm, pelo menos, tanto interesse como os países industrializados num sistema multilateral justo e equilibrado. Os procedimentos deverão permitir aos países em desenvolvimento fazer ouvir os seus interesses e exercer os seus direitos. Além disso, os países em desenvolvimento deverão estar melhor representados no secretariado da OMC, especialmente nos lugares superiores. Terceira, deverá haver maior transparência na OMC – e noutras organizações internacionais – relativamente a processos nacionais democráticos. Os parlamentares deverão estar constantemente informados dos desenvolvimentos na OMC e noutras organizações internacionais. E, dados os efeitos potenciais que estes desenvolvimentos têm sobre as políticas e práticas nacionais, eles devem ser debatidos. O debate aberto pode sofrer oposição por parte de grupos afectados negativamente, mas o processo pode criar legitimidade política para a liberalização do comércio. Tal é o caso da Índia, onde alguns grupos continuam a opor-se à liberalização do comércio, mas onde o debate aberto criou um grupo de apoio entre os principais partidos políticos. FIGURA 5.4 Que vozes são ouvidas nas negociações internacionais? Países do Mundo IDH baixo IDH médio IDH elevado Representação nas negociações do Compromisso Internacional sobre Recursos de Plantas Genéticas, 1998. Fonte: UNDP 2000a. APROFUNDAR A DEMOCRACIA – IMPERATIVOS MUNDIAIS E NACIONAIS Muitas reformas têm sido propostas neste capítulo, abrangendo uma variedade de formas para avançar 121 CAIXA 5.7 O Protocolo de Bio segurança – um modelo para a governação mundial inclusiva? As negociações mundiais proliferaram nos últimos anos – e assumiram uma importância muito maior. Isto conduziu as pessoas a comparar os muitos tipos de negociações em curso e a procurar modelos mais transparentes e democráticos. Em particular, muitos fóruns têm vindo a procurar formas de dar a todos os países participantes uma oportunidade mais justa de se manifestarem. O Protocolo de Cartagena sobre Biodiversidade, estabelecido ao abrigo da Convenção sobre a Diversidade Biológica, é um exemplo ilustrativo. As negociações para o Protocolo iniciaramse em 1996 e concluíram-se em 2000. Numa das etapas, à medida que a data marcada para a conclusão das negociações se aproximava e as divergências entre as partes em confronto ainda pareciam grandes, houve receios de que as negociações se quebrassem. Mas, uma combinação de métodos transparentes e inovadores e um presidente activo e imparcial, permitiram a conclusão bem sucedida de uma das negociações mais renhidas da lei internacional. Juan Mayr Maldonado, o Ministro do Ambiente da Colômbia, introduziu os novos métodos quando se tornou presidente da Reunião Extraordinária da Conferência dos Partidos para a Convenção sobre a Diversidade Biológica, realizada em Cartagena, em 1999. Ele continuou a usar estes métodos numa consulta informal aos membros, em Viena, em Setembro de 1999, até à conclusão das negociações na reatada Reunião Extraordinária da Conferência dos Partidos, em Montreal, em Janeiro de 2000. As características principais dos métodos envolviam: • O agrupamento dos participantes dos países de acordo com os seus interesses e posições, em vez de ser pela geografia, ou pelo rendimento. Uma inovação significativa foi a formação de grupos com ideias semelhantes, o que permitiu a muitos dos países em desenvolvimento reunir-se em função de um interesse comum, enquanto os poucos que tinham uma posição diferente se podiam associar a outro grupo. Isto representou um afastamento da regra segundo a qual os países em desenvolvimento ficavam sob a cobertura única do “Grupo dos 77 e a China”. • A selecção de representantes de cada grupo para intervirem como relatores, dependendo o número de relatores do número de membros do grupo. Esta abordagem teve em consideração uma representação mais equilibrada dos pontos de vista. • A permissão a todos os países membros de estarem presentes durante as negociações, ainda que estas negociações fossem levadas a efeito entre os relatores de grupo. Assim, as reuniões eram transparentes e abertas à participação de todos os membros. • O encorajamento da participação de organizações não governamentais (ONG). Em Viena, o presidente encontrou-se em separado com as ONG e com a Indústria. Em resposta aos pedidos das ONG para acederem às negociações, foi providenciada recepção instantânea, via áudio, numa sala de “difusão” próxima da sala de consulta do governo. Assim, as ONG e os representantes das organizações internacionais puderam seguir as discussões. E em Montreal, todos os observadores, incluindo os meios de comunicação, conseguiram ter assento nas sessões plenárias. Estas novas disposições conduziram as complicadas, e por vezes contenciosas, negociações sobre o Protocolo a um resultado positivo. Elas ajudaram a atingir um equilíbrio efectivo entre três prioridades por vezes opostas: permitir a participação de todos os membros, permitir que as negociações entre tantos países fluíssem dentro das limitações de tempo, e garantir transparência e abertura, para que os membros tivessem a informação necessária para acompanhar as discussões. A nova abordagem melhorou igualmente o fluxo de informação para as ONG e aumentou o seu envolvimento. Fonte: Ling 2000; Khor 2002. com processos democráticos a nível mundial. Esses processos incluem formas de aumentar a representação, a transparência e a responsabilidade, para promover reformas específicas nas instituições internacionais. O argumento tradicional contra uma maior participação e representação é o de que estas tornam a 122 tomada de decisão inviável e não praticável. Mas, este ponto de vista deve ser comparado com uma nova realidade. As Nações Unidas, FMI, Banco Mundial e OMC, todos consideraram que sem uma maior participação e representação, o progresso é quase sempre impossível. Espera-se das organizações internacionais a provisão de uma larga variedade de bens públicos mundiais, que exigem uma profunda concordância de todo o mundo. Estas organizações exigem que as pessoas, quer dos países desenvolvidos, quer dos países em desenvolvimento, se comprometam com os objectivos globais – e actuem em concordância. Compromisso e acção só podem ser obtidos se as organizações internacionais forem consideradas legítimas. Tal não significa que as instituições internacionais devam – ou possam – reflectir os interesses de todos os grupos no mundo. Mas, significa que estas instituições devem ter em conta uma diversidade de interesses e decidir entre eles duma forma clara e justa. Alcançar uma democracia mais profunda, a nível mundial, vai requerer o alargamento do espaço político para um conjunto de actores da sociedade civil e o envolvimento mais profundo dos países em desenvolvimento na tomada de decisão das instituições internacionais. Os esforços para a obtenção destes objectivos devem ser confrontados com as realidades do poder mundial. Mas, eles oferecem a possibilidade, quer para os países industrializados, quer para os países em desenvolvimento, de serem melhor servidos por uma cooperação mundial mais inclusiva, que dê às pessoas excluídas e marginalizadas uma voz mais forte. A possibilidade de realizar isto vai depender largamente dos cidadãos e governos de países mais poderosos reconhecerem que a reforma é do seu interesse. Mas, num mundo mais interdependente, este interesse está a tornar-se mais evidente. As organizações internacionais estão a promover a democracia e os princípios democráticos nas economias em desenvolvimento e em transição – um desenvolvimento muito positivo. Mas, elas não serão bem sucedidas sem o corolário natural: maior democracia, transparência e responsabilidade nas próprias instituições. Este duplo processo – aprofundando a democracia a nível nacional e mundial – tem o potencial para transformar a vida das pessoas de todo o mundo. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 Notas Balanço do desenvolvimento humano 1. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. Segundo Marshall e Jaggers 2000, p.12, uma alteração de 3 ou mais no resultado de organização política considera-se significativa. Este resultado foi atribuído aos países que eram membros da União Soviética em 1980. 2. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. 3. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. 4. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. 5. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. 6. Anheier, Glasius e Kaldor 2001. 7. Quadro de indicadores 29. 8. Kendig 1999. 9. Freedom House 2000. 10. UNESCO 1999b. 11. Freedom House 2000. 12. Cooper 2002 e CPJ 2002. 13. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UNOHCHR 2002. 14. Freedom House 2002. O número refere-se ao número de países descritos como «não livres» ou «parcialmente livres». 15. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UNOHCHR 2002. 16. Quadro de indicadores 23. 17. Quadro de indicadores 23. 18. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Global Policy Forum 2002. 19. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em IMF 2002 e World Bank 2001b. 20. World Bank 2002c. 21. World Bank 2002c. 22. Milanovic 2001. 23. World Bank 2002c. 24. Quadro de indicadores 12. 25. Quadro de indicadores 12. 26. Quadro de indicadores 12. 27. Nua Publish 2002. 28. Nua Publish 2002. 29. WHO, UNICEF e WSSCC 2000. 30. Quadro do apêndice A1.3. 31. UNICEF 2002. 32. FAO 2002. 33. UNAIDS 2000a. 34. UNAIDS 2001. 35. Quadro de indicadores 8. 36. WHO 1997. 37. Projecto Fome 2002. 38. UNICEF 2002. 39. UNESCO 2000. 40. Quadro do apêndice A1.3. 41. UNESCO 2000. 42. Quadro do apêndice A1.3. NOTAS 43. Quadro do apêndice A1.3. 44. UNESCO 2000. 45. Filmer 1999. 46 Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados ONU 2002. 47. Marshall 2000. 48. Laurenti 2002. 49. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Marshall 2000. 50. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Marshall 2000. 51. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Quadro de indicadores 20 e UNHCR 2001. 52. UNICEF 1996. 53. UNHCR 2001a. 54. ICBL 2001. 55. ICBL 2001. Capítulo 1 1. World Bank 2002c. 2. UNESCO 2000, p. 9. 3. WHO, UNICEF e WSSCC 2000, p. v. 4. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. Segundo Marshall e Jaggers 2000, p. 12, uma alteração de 3 ou mais no resultado de organização política é considerada significativa. Aos países que eram membros da União Soviética em 1980 foi atribuído este resultado. 5. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. 6. Oeppen e Vaupel 2002. 7. Milanovic 2001. 8. WHO 1997. 9. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em WHO 2001. 10. WHO 2002a. 11. World Bank 2002c. 12. UNICEF 2002, p. 10. 13. Freedom House 2002. 14. Freedom House 2002. O número refere-se ao número de países descritos como «não livres» ou «parcialmente livres». 15. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Marshall 2000. 16. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. 17. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. Segundo Marshall e Jaggers 2000, p. 12, uma alteração de 3 ou mais no resultado de organização política é considerada significativa. Aos países que eram membros da União Soviética em 1980 foi atribuído este resultado. 18. Huntington 1991. 19. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. 20. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. 123 21. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002, em que um resultado de organização política de 6 ou mais denota total democracia. 22. Carothers 2002. 23. Quadro de indicadores 23. 24. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Marshall 2000. 25. UNHCR 2000. 26. UNICEF 1996. 27. UNHCR 2001a, p. 2. 28. Stewart e Fitzgerald 2000. 29. Carnegie Comission on Preventing Conflict 1997, p. 20. 30. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em UNHCR 2002. Para além dos refugiados que regressam e das pessoas à procura de asilo, as pessoas que por outros motivos constituem preocupação para o Altocomissário da ONU para os Refugiados incluem os migrantes forçados, as pessoas apátridas e outros. 31. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Quadro de indicadores 20 e UNHCR 2001, p. 4. 32. ONU 2000b, parágrafo 2. 33. ONU 2000b, pp. 56–58. 34. Hanmer e Naschold 2000. 35. Dollar e Kraay 2001. 36. Dikhanov e Ward 2001. Os autores acham que o índice de desigualdade interna dos países de Theil aumentou constantemente, de 0,211 em 1970 para 0,267 em 1999. 37. Cornia e Kiiski 2001. 38. Cornia e Court 2001. 39. UNDP 2000b. 40. UNDP 1999b. 41. UNDP 1998. 42. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Quadro de indicadores 3. 43. FAO 2001. 44. FAO 2001. 45. UNESCO 2000, pp. 8–9. 46. Filmer 1999. 47. UNESCO 2000. 48. Hunger Project 2002. 49. Filmer 1999. 50. World Bank 2001e, p. 80. 51. OCDE e UNESCO Institut for Statistics 2001. 52. Willms 1999. 53. WHO 1997. 54. UNICEF 2002, p. 11. 55. UNICEF 2002, p. 12. 56. UNAIDS 2001. 57. UNDESA 2001. 58. UNAIDS 2000b. 59. UNAIDS 2000b, p. 32. 60. UNAIDS 2000b, p. 27. 61. UNAIDS 2000b. 62. UNAIDS 2001. 63. UNAIDS 2000a. 64. WHO 2000a. 65. WHO 2000a. 66. WHO 2000. 67. WHO 2001. 68. WHO 2000. 69. Sachs 2001, p. 25. 70. WHO 2001. 71. CDIAC 2001. 72. UNCCD 2002. 73. UNCCD 2002. 74. WHO, UNICEF e WSSCC 2000, p. v. 75. WHO, UNICEF e WSSCC 2000. 76. WHO, UNICEF e WSSCC 2000, p. 34. 124 77. WHO, UNICEF e WSSCC 2000, p. v. 78. A Grécia carece de dados de 1990 e por isso não está incluída no número 1.17. 79. Larson 2002. 80. UE 2002. 81. Open Society Institute 2001, p. 9. 82. Bill e Melinda Gates Foundation 2002. 83. World Bank 2002d. 84. World Bank 2002d. 85. Morrisey 2002. 86. Naschold 2002. 87. World Bank 2002c. 88. Mehrotra 2001. 89. World Bank 2002c. 90. Ver discussão em Atkinson 1999, p. 6–7. Capítulo 2 1. ONU 1998. 2. Court e Hyden 2000, 2001; Mahbub ul Haq Human Development Centre 1999; UNDP 2001e, 2002c; Kaufmann, Kraay e Zoido-Lobatón 1999, 2002. 3. UNDP 1990, p. 9. 4. UNDP 2000a. 5. A abordagem do desenvolvimento pelas capacidades – e o desenvolvimento humano, sua aplicação – deixa em aberto a definição final de fins válidos para valores sociais e individuais. De acordo com Sen, a democracia é uma condição essencial para identificar prioridades numa sociedade (Nussbaum e Sen 1993). 6. Schmitter e Karl 1991. 7. Schmitter e Karl1991. 8. Polity IV 2002. 9. Przeworski e outros 2000; Alvarez e outros 2002. 10. Barro 1997. 11. Przeworski e outros 2000. 12. Przeworski 2000. 13. Barro 1991. 14. Sen 2000, p. 181. 15. Sen 2000. 16. Przeworski e outros 2000. 17. Comission for Racial Equality 2001. 18. World Bank 2001e. 19. Przeworski 1998. 20. Karl a publicar. 21. Quibria 2002. Capítulo 3 1. Tanzi, Chu e Gupta 1999, p. 1. 2. Cálculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Polity IV 2002. Segundo Marshall e Jaggers 2000, p. 12, uma alteração de 3 ou mais no resultado de organização política é considerada significativa. Aos países que eram membros da União Soviética em 1980 foi atribuído este resultado. 3. Based on Polity IV 2002. 4. Zakaria 1997. 5. Carothers 1999. 6. Latinobarómetro 2002. Os dados são de entrevista a 1,000–1,200 residentes urbanos em cada um dos 17 países latino-americanos – para um total de 18.000 entrevistas – realizadas pela Corporación Latinobarómetro, uma ONG chilena sem fins lucrativos, todos os anos desde 1995. 7. Gallup International 1999. 8. UNDP 1999c. 9. Goetz e Jenkins 2002. 10. Goetz e Jenkins 2002. 11. Freedom House 2001, p. 123. 12. Freedom House 2001, p. 244. 13. ACE Project 2001a. 14. von Alemann 2000. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 15. ACE Project 2001a. 16. International IDEA a publicar; Business Week 2000; Hooper 2000. 17. Mitchell e Glickman 2002. 18. Center for responsible Politics 2002. 19. ACE Project 2001a. 20. Deininger 1998. 21. UNDP 2001b, p. 45. 22. UNDP 2001b. 23. Mehrotra 2002. 24. Mahbub ul Haq Human Development Centre 1999. 25. International IDEA 2002a. 26. Marta Lagos 2001. 27. Fomunyoh 2001 p. 48. 28. Projecto ACE 2001b. 29. NDI 2001. 30. International IDEA a publicar. 31. Kohli 2001; Rudolph e Rudolph 2001. 32. Richani 2002. 33. Fomunyoh 2001, p. 45. 34. Goldstone 2002. 35. Bakker 2002; Budlender, Sharp e Allen 1999. 36. Mahbub ul Haq Human Development Centre 1999. 37. Whaley 2000. 38. Davis 2002. 39. Ketterer 2001, pp. 135–50. 40. IPU 1998. 41. Mehrotra 2002. 42. Mitra 2001. 43. Em 1996, o Centro de Estudos das Sociedades em Desenvolvimento, sedeado em Nova Deli, entrevistou 10.000 pessoas, em 104 dos círculos eleitorais parlamentares da Índia, sobre as suas atitudes para com as questões sociais, políticas e económicas. O inquérito identificou vários graus de confiança nas instituições e nos processos políticos (Mitra 2001). 44. Calderón 2002; UNDP 2002c. 45. Sakr 2002. 46. Freedom House 2000. 47. Pralong 2002b. 48. Human Rights Watch 2001. 49. Cooper 2002. 50. CPJ 2002. 51. Internacional Federation of Journalists 1999. 52. Os dados sobre a propriedade de meios de comunicação são duma inquérito em 97 países sobre quem são os proprietários dos cinco maiores jornais, rádios e canais de televisão; ver Djankov e outros 2001. 53. Os dados sobre concentração dos meios de comunicação são de Bertre 2001, p. 7. 54. Smulovitz e Peruzzotti 2002b. 55. Bertre 2002; UNDP 2002c. 56. Tettey 2002. 57. Tettey 2002. 58. Bertre 2002. 59. Lonsdale 1986, citado em Luckham e outros 2000. 60. de Sousa Santos 1998; Osmani 2002a. 61. Hammond e Lash 2000. 62. UNOHCHR 2002. Capítulo 4 1. Onishi 2002. 2. SIPRI 2001; SIPRI refere-se a conflitos armados com mais de 1000 mortes registadas num ano. O Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseou-se nos dados de Marshall 2000 para as estimativas de pessoas mortas nos anos 90. 3. Chege 2001. NOTAS 4. Hegre e outros 2001. 5. Brown, Lynn-Jones e Miller 1996. 6. Cáculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. 7. Cáculos do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseados em Alvarez e outros 2002. 8. Rummell 1997; Leitenberg 2001. 9. Hills 2000. 10. Narayan e outros 2000. 11. Security Industry Association 2000. 12. Mulvenon 2001. 13. U.S. Government 2000, capítulo 2 14. Hendrickson e Ball 2002, p. 13. 15. Edmunds, Cottey and Forster 2002 ; Edmunds 2002. 16. Edmunds, Cottey e Forster 2002. 17. Neild 1998. 18. Hills 2000. 19. Neild 2001a. 20. Chege 2001. 21. Neild 2001a. 22. Wulf 2000. 23. Call e Barnett 1999. 24. Call and Barnett 1999. 25. Lecoq 2002. 26. Reif 2000. 27. Reif 2000. 28. Gacaca é um sistema tradicional de justiça em que as pessoas se juntam, a convite dos mais velhos da localidade para solucionar as questões da comunidade. Os que forem considerados culpados voltam para a cadeia e aos considerados inocentes é concedida a liberdade. Gacaca está a ajudar o Ruanda a lidar com a situação de mais de 100.000 suspeitos que aguardam o julgamento na cadeia por acusações de genocídio ou semelhantes. 29. Amnesty International, Cairo Institute for Human Rights Studies, Federation International des Ligues des Droits de l’Homme, Human Rights Watch and International Commission of Jurists 2002. 30. UNOHCHR 2001. Capítulo 5 1. Ford 2001. 2. WHO 2000b. 3. SIPRI 2001, p. 52. 4. World Bank 2001c. 5. Anheier, Glasius and Kaldor 2001, p. 4. 6. Anheier, Glasius and Kaldor 2001, p. 6. 7. Edwards 2000, pp. 9–10. 8. ICBL 2002. 9. Jubilee Australia 1999. 10. Jubilee Australia 1999. 11. Love 2002. 12. Woods 2002. 13. Woods 2002. 14. Global Compact 2001. 15. Korpela 2002. 16. Global Compact 2001. 17. Kendig 1999 in Edwards and Gaventa 2001, p. 9. 18. Kapur 2001. 19. Woods 2002. 20. Stewart and Daws 2000. 21. Buira 2000. 22. Buira 2000. 23. Buira 2000. 24. Woods 2002. 25. Khor 2002. 125 Notas bibliográficas Balanço do desenvolvimento humano baseia-se em Alvarez e outros 2002; Anheier, Glasius and Kaldor 2001; Cooper 2002; CPJ 2002; FAO 2002; Filmer 1999; Freedom House 2000, 2002; Global Policy Forum 2002; Hunger Project 2002; ICBL 2001; IMF 2002a; IPU 2002; Kendig 1999; Laurenti 2002; Marshall 2000; Marshall and Jaggers 2000; Milanovic 2001; Nua Publish 2002; Polity IV 2002; UN 2002; UNAIDS 2000a, 2001; UNESCO 1999b, 2000; UNHCR 2001a; UNICEF 1996, 2002; UNOHCHR 2002; WHO 1997; WHO, UNICEF and WSSCC 2000; World Bank 2001b, 2002c. Capítulo 1 baseia-se em Carter e outros 2002; Court 2002; Alvarez and others 2002; Atkinson 1999; Atkinson and Brandolini 2001; Bill and Melinda Gates Foundation 2002; Bourguignon and Morrison 2001; Carnegie Commission on Preventing Deadly Conflict 1997; Carothers 2002; CDIAC 2001; Cornia and Court 2001; Cornia and Kiiski 2001; Court and Hyden 2000; 2001; Dikhanov and Ward 2001; Dollar and Kraay 2001; EU 2002; FAO 2001; Filmer 1999; Freedom House 1999, 2000, 2002; Hanmer and Naschold 2000; Hunger Project 2002; Huntington 1991; ILO 1997; International IDEA 1997; IPU 2002a, 2002b, 2002c; Kaufmann, Kraay and Zoido-Lobatón 1999, 2002; Krugman 2002; Larson 2002; Machel 1996; Malik 2002; Marshall 2000; Marshall and Jaggers 2000; Mehrotra 2001; Milanovic 2001; Morrisey 2002; Naschold 2002; OECD 2001; OECD and UNESCO 2001; Oeppen and Vaupel 2002; Open Society Institute 2001; Polity IV 2002; PRS Group 2001; Sachs 2001; Schultz 1998; Smeeding and Grodner 2000; Stewart and Fitzgerald 2000; Transparency International 2001; UIA 2000; UN 2000a, 2000b, 2001c, 2002a; UNAIDS 2000a, 2000b, 2001; UNCCD 2002; UNDESA 2001; UNDP 1998, 1999b, 1999d, 2000b, 2002d, 2002e; UNESCO 1999a, 2000, 2001, 2002; UNHCR 2000, 2001a, 2001b, 2001c, 2002; UNICEF 1996, 2002; UNOHCHR 2001, 2002 ; U.S. Bureau of Census 1999; WHO 1997, 1998, 2000a, 2000b, 2001; WHO, UNICEF and WSSCC 2000; Willms 1999; World Bank 2001c, 2001d, 2001e, 2002c, 2002d, 2002e; World Bank and IMF 2001. Capítulo 2 baseia-se em Alvarez e outros 2002; Atkinson and Brandolini 2001; Barro 1991, 1996, 1997; Barro and Lee 2000; Barry 2002; Balgescu and others 2001; Borner, Brunetti and Weder 1995; Clague and others 1996; Commission for Racial Equality 2001; Court and Hyden 2000, 2001; Fukuda-Parr 2002; Haggard 1997; Hyden and Court 2001; Johnson, IPU 2002; Karl forthcoming; Kaufmann, Kraay and Zoido-Lobatón 1999, 2002; Landman 1999; Lijphart 1999; Linz and Stepan 1978, 1996; Linz and Valenzuela 1994; Londregan and Poole 1996; Mahbub ul Haq Human Development Centre 1999, 2000, 2001; Mehrotra and Delamonica 2002; Milanovic 1998; Nussbaum and Sen 1993; Osmani 2002b; Przeworski 1998, 2000; Przeworski and others 2000; Quibria 2002; Schmitter and Karl 1991; Sen 1989, 2000; Streeten 2002; Tavares and Waczairg 2001; UN 1998; UNDP 1997b, 1997c, 2000a, 2001e, 2002c; UNESCO 2002; Varshney 2002; Waczairg 2000; World Bank 2001c, 2001e, 2002b. Capítulo 3 baseia-se em ACE Project 2001a, 2001b; Adejumobi 2000; Atkinson and Brandolini 2001; Ayee 2000; Bakker 2002; Bertrand 2001, 2002; Borner, Brunetti and Weder 1995, Budlender, Sharp and Allen 1999; Budlender and others 2002; Business Week 2000; Byanyima 2000; Çagatay and others 2000; Calderón 126 2002; Carothers 2002; Caruso 2001; Center for Responsive Politics 2001; Chege 2001; Clift 2002; Common Cause 2001; Cooper 2002; CPJ 2002; Davis 2002; de Sousa Santos 1998; Deccan 2002; Deininger 1998; Di Rosa 2002; Djankov and others 2001; Esim 2000; Falaakh 2002; Fomunyoh 2001; Franco 2000; Freedom House 2000, 2001; Gallup International 1999; Global Climate Coalition 2002; Goetz and Jenkins 2002; Goldstone 2002; Grayson 2000; Grunwald 2002; Haggard 1997; Hammond and Lash 2000; HCCI 2001; Hewitt and Mukhopadhyay 2001; Himmelweit 2000; Hooper 2000; Human Rights Watch 2001, 2002; Inoguchi 2002; International Federation of Journalists 1999; International IDEA 2000a, 2000b, 2000c, 2001, 2002a, 2002b, forthcoming; Instituto Federal Electoral 2002; IPU 1998, 2000a, 2000b, 2001, 2002a, 2002b; Kaldor 2002; Kamal 2000; Karam 1998; Karl forthcoming; Ketterer 2001; Kohli 2001; Korten 1995; Lagos 2001;Latinobarómetro 2002; Leaf 2002; Lijphart 1999; Linz and Stepan 1978, 1996; Linz and Valenzuela 1994; Loada 2001; Lonsdale 1986; Lopez-Pintor 2000; Luckham and others 2000; Madeley 1999; Maguire 2002; Mahbub ul Haq Human Development Centre 1999; Mair and van Biezen 2001; Marshall and Jaggers 2000; McChesney 1999; Mehrotra 2002; Mehrotra and Delamonica 2002; Méndez and Pinheiro 1999; Mezzetti 2002; Milanovic 1998; Mitchell and Glickman 2002; Mitra 2001; Narayan, Chambers, Kaul Shaha and Petesh 2000; Narayan, Patel, Schafft, Rademacher and Koch-Schulte 2000; NDI 2001; Norris 2000, 2002; Norris and Zinnbauer 2002; Nua Publish 2002; O´Donnell 1999, 2000, 2002; Osmani 2002a; Parry 2001; Pinheiro 1999; Pityana 2000; Polity IV 2002; Pralong 2002b; Proyecto Estado de la Nación 2001; Rana 2000; Reyes 2000; Richani 2002; Rose and Haerpfer 1999; Rudolph and Rudolph 2001; Sakr 2002; Sandbrook 2000; Sen 2000; Sen and Drèze 2002; Sharp 2000; Shell 2002; Smulovitz and Peruzzotti 2002a, 2002b; Sridharan 2001; Streeten 2002; Subasic 2002; SustainAbility 2001; Tanzi, Chu and Gupta 1999; Tettey 2002; Tokman and O'Donnell 1998; UNDP 1993, 1997a, 1997b, 1997c, 1999a, 1999b, 1999c, 1999d, 2000a, 2001b, 2001c, 2001e; UNDP China Country Office 2002; UNDP Viet Nam Country Office 2002; UNESCO 1999b; UNOHCHR 2002; UNPAN 2002; Vargas Cullell 2002; Varshney 2002; von Alemann 2000; Waczairg 2000; Washington Office on Latin America 2000; Whaley 2000; World Bank 2001c, 2001e; Working Group on E-Government in the Developing World 2002; Zadek 2001; Zakaria 1997. Capítulo 4 baseia-se em Alvarez e outros 2002; Amnesty International, Cairo Institute for Human Rights Studies, Federation International des Ligues des Droits de l’Homme, Human Rights Watch and International Commission of Jurists 2002; Anderlini 2000; Annan 1999; Arias Foundation, BASIC and Saferworld 1997; Ball 1988; 1997, 1998, 2000, 2001; Ball and Spies 1998; Ball and others 2002; Ball and others forthcoming; Batchelor, Cock and McKenzie 2000; Bendaña 1999; BICC 2001; Bland 1999; Brömmelhörster and Paes forthcoming; Brown and Miller 1996; Brzoska 1981, 1992, 1995; Buzan 1991; Call and Barnett 1999; Canada, Department of Foreign Affairs and International Trade 2001; Chege 2001; Collier and Hoeffler 2001; The Economist 2002; Economist Intelligence Unit 2002; Edmunds 2002; Edmunds, Cottey and Forster forthcoming; Eldis 2002; GENIE 2001; Gurr, Marshall and Khosla 2001; Hayner 2001; Hegre and others 2001; Hendrickson RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 and Ball 2002; Hills 2000; ICBL 2001; Jubb 2001; Kaldor 2001; King, Dorn and Hodes forthcoming; Kingma 2000, 2001; Krause 1997; Lecoq 2002; Legault 2001; Leitenberg 2001; Londono and Guerrero 1999; McCulloch 2000, forthcoming; Muggah and Berman 2001; Mulvenon 2001; Narayan, Chambers, Kaul Shaha and Petesh 2000; Nathan 1994, 2000; Neild 1998, 2001a, 2001b; Nübler 2000; OECD DAC 1997; Omitoogun 2002; Onishi 2002; Ottaway and Lieven 2002; Pauwels 2000; Reif 2000; Rummel 1997; Security Industry Association 2000; SIPRI 2001, 2002; Sköns and others 2001; Stewart 1998, 2000; Stewart and Fitzgerald 2001; Summers 2000; Tepperman 2002; U.K. Department for International Development 2000; UN 1999, 2001a, 2001b; UN Information Centre Bonn 2001; UNDP 1994, 2001a, 2001d, 2002a, 2002b; UNOHCHR 2001; U.S. Bureau of Justice Statistics 1999; U.S. Department of State Bureau of Arms Control 2000; U.S. Government 2000; U.S. Institute of Peace 2002; Wallensteen and Sollenberg 2000; World Bank 2002a; Wulf 2000. NOTAS BIBLIOGRÁFICAS Capítulo 5 baseia-se em American University International Law Review 2001; Albin 1999, 2001; Anheier, Glasius and Kaldor 2001; Broad and Cavanagh 1998; Buira 2000; Commission on Global Governance 1995; CUTS-ARC 2001; Edwards 1999, 2000; Edwards and Gaventa 2001; Edwards and Hulme 1995; Feldstein 1998; Ford 2001; Global Compact 2001; Global Policy Forum 1997, 2002a, 2002b, 2002c, 2002d; Held 1995, 2001; ICBL 2002; IMF 2002a, 2002b; Imhof, Wong and Bosshard 2002; Jenkins 2001; Jubilee Australia 1999; Kaldor 2002; Kapur 2001; Kapur, Lewis and Webb 1997; Kendig 1999; Kennedy, Messner and Nuscheler 2002; Khor 2002; Korpela 2002; Krueger 1997; Lindenberg and Bryant 2001; Ling 2000; Love 2001, 2002; Mehrotra 2001; Mikesell 1994; Nayyar 2001; Neuffer 2001; Paul 1995, 2001; SIPRI 2001; Stewart and Daws 2000; Thakur and Newman 2000; UN 2000b; UNAC 1995; UNDP 1994, 1999c, 2000a; WHO 2000b, 2001; Woods 2002; Women’s Environment and Development Organization 2002; World Bank 1998, 2001a, 2001b. 127 Bibliografia Os documentos de apoio, estudos regionais e notas de apoio estão disponíveis no Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano. Documentos de apoio Bakker, Isabella. 2002. “Fiscal Policy, Accountability and Voice: The Example of Gender Responsive Budget Initiatives.” Ball, Nicole, and Michael Brzoska, with Kees Kingma and Herbert Wulf. 2002. “Voice and Accountability in the Security Sector.” Barry, Christian. 2002. “Towards Social Justice in Governance.” Falk, Richard. 2002. “Trends towards Transnational Justice: Innovations and Institutions.” Goetz, Ann Marie, and Robert Jenkins. 2002. “Voice, Accountability and Human Development: The Emergence of a New Agenda.” Kaldor, Mary. 2002. “Civil Society and Accountability.” Khor, Martin. 2002. “Some Aspects of Global Governance and Decision-Making Processes.” Malik, Adeel. 2002. “State of the Art in Governance Indicators.” Mehra, Malini. 2002. “Corporate Accountability—Breakdown, Reforms and Innovations.” Mehrotra, Santosh. 2002. “Basic Social Services for All? 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AQUIRIREM CONHECIMENTO . . . 9 Compromisso com a educação: despesa pública 10 Alfabetização e escolarização 182 11 Tecnologia: difusão e criação 186 178 IV. . . . TEREM ACESSO AOS RECURSSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . 12 Desempenho económico 190 13 Desigualdade no rendimento ou consumo 14 A estrutura do comércio 194 198 15 Fluxos de ajuda dos países membros da CAD 16 Fluxos de ajuda, capital privado e dívida 17 Prioridades na despesa pública 18 Desemprego nos países da OCDE 207 211 202 203 V. . . . ENQUANTO O PRESERVAM PARA AS GERAÇÕES FUTURAS . . . 19 Energia e ambiente 212 VI. . . . PROTEGENDO A SEGURANÇA PESSOAL . . . 20 Refugiados e armamentos 21 Vítimas da criminalidade 216 220 VII. . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS 22 Índice de desenvolvimento ajustado ao género 222 23 Medida de participação segundo o género 226 24 Desigualdade entre os sexos na educação 230 25 Desigualdade entre os sexos na actividade económica 26 Género, carga de trabalho e afectação do tempo 27 Participação política das mulheres 234 238 239 VIII. INSTRUMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS E DO TRABALHO 28 Estatuto dos principais instrumentos internacionais de direitos humanos 29 Estatuto das convenções sobre direitos fundamentais do trabalho 30 243 247 INDICADORES BÁSICOS PARA OUTROS PAÍSES MEMBROS DA ONU Nota técnica 1: cálculo dos índices de desenvolvimento humano 252 Nota técnica 2: Avaliação do progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Referências estatísticas 260 Definições de termos estatísticos Classificação dos países Índice dos indicadores 251 262 269 273 Países e regiões que produziram relatórios do desenvolvimento humano 276 259 Nota sobre as estatísticas no Relatório do Desenvolvimento Humano O objectivo principal deste Relatório é avaliar o estado do desenvolvimento humano em todo o mundo e fornecer, em cada ano, uma análise crítica de um tema específico. Combina a análise política temática com dados pormenorizados de países, focando o bem-estar humano e não apenas as tendências económicas. Os indicadores reflectem o rico corpo de informação disponível internacionalmente. Como utilizador de dados, o Relatório apresenta a informação estatística que tem sido construída através do esforço colectivo de muitas pessoas e organizações. O Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano agradece, reconhecidamente, a colaboração de muitas agências que tornaram possível a publicação dos últimos dados sobre o desenvolvimento humano (caixa 1). Para permitir comparações entre países e no tempo, os quadros estatísticos do Relatório são baseados, sempre que possível, em dados internacionais normalizados, coligidos e processados pelas agências irmãs do sistema internacional ou, em alguns casos, por outros organismos. Estas organizações, quer recolham os dados a partir de fontes nacionais, quer através dos seus próprios inquéritos, harmonizam as definições e os métodos de recolha para tornar os seus dados tão internacionalmente comparáveis quanto possível. Os dados produzidos por essas agências podem, às vezes, diferir dos produzidos pelas fontes nacionais, devido, frequentemente, aos ajustamentos para harmonização dos dados. Em alguns casos, quando não há informação disponível proveniente das organizações internacionais — em particular para os índices de desenvolvimento humano — foram utilizadas outras fontes. Estas estão devidamente referenciadas nos quadros. O texto do Relatório foi redigido com base numa ampla variedade de fontes — documentos comissionados, documentos oficiais, relatórios nacionais de desenvolvimento humano, relatórios de organizações internacionais, relatórios de organizações não governamentais, artigos de jornais e outras publi- cações académicas. Sempre que se utilizam informações dessas fontes, em caixas ou quadros no texto, as fontes são indicadas e as citações completas são feitas nas referências bibliográficas. Adicionalmente, em cada capítulo, uma nota bibliográfica apresenta as principais fontes utilizadas e notas finais indicam as fontes das informações estatísticas que não foram retiradas dos quadros de indicadores do Relatório. OS QUADROS INDICADORES Os dados do Relatório deste ano reflectem o esforço contínuo ao longo dos anos para publicar os melhores dados disponíveis e para melhorar a sua apresentação e transparência. Como parte deste esforço, a eficiência dos quadros de indicadores foi melhorada nos últimos anos, para focar os indicadores mais fidedignos, significativos e comparáveis entre países. Ainda que muitos dos quadros apresentem indicadores convencionais, onde possível estão reflectidas inovações na medida do desenvolvimento humano. Um exemplo é o da medida da criminalidade. Nos anos anteriores, o Relatório baseava-se em dados dos crimes denunciados à polícia, informação que dependia fortemente do cumprimento da lei e do sistema de registo de cada país. No entanto, os dados baseados directamente nas experiências individuais com a criminalidade têm aumentado progressivamente. O Relatório também reconhece o progresso nas estatísticas sobre o uso do tempo e a alfabetização funcional. Enquanto, nos anos anteriores, o Relatório realçava os inquéritos sobre o uso do tempo, melhorias recentes nos métodos de inquirição e cobertura dos países forneceram uma abundância de novas informações, caminhando das medidas económicas tradicionais para os modos de vida dos povos do mundo. O Relatório deste ano apresenta uma série inicial de resultados destes novos inquéritos sobre o uso do tempo. Apresenta, também, resultados dos inquéritos sobre alfabetização funcional, que per- NOTA SOBRE AS ESTATÍSTICAS NO RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 141 CAIXA 1 Principais fontes de dados utilizados no Relatório do Desenvolvimento Humano Com a partilha generosa de dados, as seguintes organizações tornaram possível ao Relatório do Desenvolvimento Humano publicar as importantes estatísticas de desenvolvimento que aparecem nos quadros de indicadores. Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) Esta organização das Nações Unidas fornece dados sobre refugiados através da sua publicação Refugees and Others of Concern to UNHCR: Statistical Overview. Banco Mundial O Banco Mundial produz e compila dados sobre tendências económicas, bem como um vasto conjunto de outros indicadores. O seu World Development Indicators é a fonte primária para vários indicadores apresentados neste Relatório. Centro de Análise e Informação sobre o Dióxido de Carbono (CDIAC) O CDIAC, um centro de dados e análise do Departamento de Energia dos Estados Unidos, concentra-se no efeito de estufa e na alteração do clima mundial. É a fonte dos dados sobre emissões de dióxido de carbono. Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED) A CNUCED fornece estatísticas económicas e de comércio através de um conjunto de publicações, incluindo o World Investment Report. É a fonte original de dados sobre fluxos de investimento que o Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano recebe de outras agências. Divisão da População das Nações Unidas (UNPOP) Este gabinete especializado das Nações Unidas produz dados internacionais sobre tendências da população. O Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseia-se em World Population Prospects e World Urbanization Prospects, duas das principais publicações de dados da UNPOP, para as estimativas e projecções demográficas. Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNSD) A UNSD fornece um amplo conjunto de resultados e serviços estatísticos. Muitos dos dados de contas nacionais fornecidos ao Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano por outras agências tem origem na UNSD. Estudo do Rendimento do Luxemburgo (LIS) Um projecto cooperativo de investigação com 25 países membros, o LIS concentra-se nos temas da pobreza e da política. É a fonte das estimativas de privação de rendimento para muitos países da OCDE. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) A UNICEF acompanha o bem-estar das crianças e fornece uma ampla série de dados. O seu State of the World’s Children é uma fonte importante de dados para o Relatório. Fundo Monetário Internacional (FMI) O FMI possui um extenso programa de desenvolvimento e compilação de estatísticas sobre transacções financeiras internacionais e balança de pagamentos. Grande parte dos dados financeiros fornecidos ao Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano através de outras agências é proveniente do FMI. Instituto Internacional de Estocolmo para a Investigação sobre a Paz (SIPRI) O SIPRI desenvolve investigação sobre paz e segurança internacional. O SIPRI Yearbook: Armaments, Disarmament and International Security é a fonte de dados sobre despesa militar e transferências de armas. Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) Um centro independente de investigação, informação e debate sobre os problemas de conflitos, o IISS mantém uma extensa base de dados militar. Os dados sobre as forças armadas são da sua publicação The Military Balance. 142 Instituto Inter-regional de Investigação das Nações Unidas sobre a Criminalidade e a Justiça (UNICRI) Este Instituto da ONU realiza investigação internacional comparada para apoio ao Programa das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e a Justiça Penal. É a fonte de dados sobre vítimas da criminalidade. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) Esta agência especializada das Nações Unidas é a fonte de dados sobre assuntos relacionados com a educação. O Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano utiliza dados publicados nos Statistical Yearbook e World Education Report da UNESCO, bem como dados recebidos directamente do seu Instituto de Estatísticas. Organização Internacional do trabalho (OIT) A OIT mantém um extenso programa de publicações estatísticas, sendo o Yearbook of Labour Statistics a sua colecção mais compreensiva de dados sobre a população activa. A OIT é a fonte de dados sobre salários, emprego e ocupações e de informação sobre o estatuto de ratificação das convenções dos direitos do trabalho. Organização Mundial da Saúde (OMS) Esta agência especializada mantém um largo número de séries estatísticas sobre temas de saúde, a fonte para os indicadores relacionados com a saúde, neste Relatório. Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) Como agência especializada da ONU, a OMPI promove a protecção dos direitos de propriedade intelectual, em todo o mundo, através de diferentes formas de acção cooperativa. O Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseia-se na OMPI para dados relacionados com patentes. Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) A FAO reúne, analisa e difunde informação e dados sobre a alimentação e a agricultura. É a fonte de dados sobre indicadores de insegurança alimentar. Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) A OCDE publica dados sobre uma variedade de tendências sociais e económicas nos seus países membros, bem como fluxos de ajuda. O Relatório deste ano apresenta dados da OCDE sobre ajuda, emprego e educação. Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA (ONUSIDA) Este programa conjunto da ONU observa a propagação do HIV/SIDA e fornece actualizações regulares. O seu Report on the Global HIV/AIDS Epidemic é a fonte primária de dados sobre HIV/SIDA. Tratados Multilaterais das Nações Unidas Depositadas junto do Secretário-Geral (Secção de Tratados das Nações Unidas) O Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano colige informação sobre o estatuto dos principais instrumentos internacionais de direitos humanos e tratados ambientais, apoiado na base de dados que este gabinete das Nações Unidas mantém. União Internacional das Telecomunicações (UIT) Esta agência especializada das Nações Unidas mantém uma extensa colecção de estatísticas sobre informação e comunicações. Os dados sobre tendências nas telecomunicações provêm da sua base de dados World Telecommunications Indicators. União Inter-Parlamentar (UIP) Esta organização fornece dados sobre tendências na participação política e estruturas da democracia. O Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano baseia-se na UIP para os dados relativos a eleições e para a informação sobre a representação política das mulheres. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 mitem uma observação mais aprofundada de uma área vital do desenvolvimento humano do que os inquéritos convencionais ofereciam (caixa 2). Enquanto o Relatório incorpora inovações em muitas áreas vitais do desenvolvimento humano, em muitas outras os desafios da medição só agora começam a ser enfrentados. No emprego, por exemplo, apenas são fornecidas informações limitadas para os países em desenvolvimento, devido às dificuldades na medição da verdadeira situação do emprego (caixa 3). O ambiente também coloca dificuldades de medição, embora esteja a ser feito muito trabalho nesta área. Uma iniciativa importante é o Sistema de Contabilidade Integrada do Ambiente e da Economia, desenhado para ajudar na concepção e execução de estratégias para o desenvolvimento sustentável (caixa 4). LACUNAS NOS DADOS Apesar destes progressos na medida do desenvolvimento humano, persistem muitos problemas e muitas insuficiências. Faltam, ainda, dados suficientes e fidedignos em muitas áreas do desenvolvimento humano. Lacunas através dos quadros mostram a necessidade urgente de aperfeiçoamentos tanto na qualidade como na quantidade das estatísticas de desenvolvimento humano. A demonstração mais perfeita destes problemas de dados é, talvez, o grande número de países excluídos do índice de desenvolvimento humano (IDH). O objectivo é incluir todos os países membros da ONU, juntamente com Hong Kong, China (RAE) e Suíça no exercício do IDH. Mas, devido à falta de dados fidedignos, 18 países foram excluídos, CAIXA 2 Avaliação contínua da literacia de adultos A definição tradicional de literacia tem servido, desde há muito, para classificar as pessoas em duas categorias – os alfabetizados e os não alfabetizados – baseando-se numa simples questão feita num censo ou inquérito, ou na percentagem de adultos com o mínimo de quatro anos de escolaridade. Em contraste, o Inquérito Internacional sobre Literacia de Adultos (IALS) define literacia num contínuo, de acordo com a aptidão para compreender e usar a informação escrita em actividades diárias em casa, no trabalho e na comunidade. Na primeira avaliação comparativa internacional sobre qualificações de literacia de adultos, o estudo do IALS combinou métodos de inquérito às famílias e de avaliação do ensino, para fornecer estimativas comparáveis de qualificações de literacia para 24 países. Os inquéritos analisam amostras representativas de adultos (16-65 anos), em suas casas, pedindo-lhes para realizarem um conjunto de tarefas comuns utilizando materiais próprios de uma grande variedade de contextos sociais e culturais. Os dados transversais dos países são compilados de forma a assegurar que os resultados são comparáveis entre países com culturas e línguas diferentes e que quaisquer fontes de enviesamento conhecidas são corrigidas. O estudo do IALS é patrocinado conjuntamente pelas Estatísticas do Canadá, o Centro dos Estados Unidos para Estatísticas da Educação e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico. O IALS relata sobre três áreas de literacia: • Literacia de prosa – o conhecimento e as qualificações necessárias para compreender e utilizar informação de textos, incluindo editoriais e artigos de jornais, poemas e ficção. • Literacia documental – o conhecimento e as qualificações requeridas para localizar e utilizar informação em diferentes formatos, incluindo mapas, gráficos, quadros, impressos de pagamentos ou de pedidos de emprego e horários de transportes. • Literacia quantitativa – o conhecimento e as qualificações requeridas para aplicar operações aritméticas aos números em materiais impressos, tais como utilizar um livro de cheques, calcular uma gorjeta, completar um impresso de encomendas ou calcular, num anúncio, o montante do juro de um empréstimo. A análise dos dados do IALS revela vários factos importantes. Primeiro, os países diferem muito no nível e na distribuição social das qualificações de literacia. Segundo, essas diferenças podem ser atribuídas a um punhado de factores básicos, incluindo diferenças entre países na quantidade e na qualidade do ensino inicial. No entanto, os resultados também sugerem que vários aspectos da vida adulta, incluindo o uso das qualificações de literacia em casa e no trabalho, transformam as qualificações depois do ensino formal. Finalmente, em muitos países, as qualificações de literacia têm um papel importante na afectação das oportunidades económicas, premiando os qualificados e penalizando os pouco qualificados. Uma análise completa dos dados disponíveis actualmente pode ser encontrada em OCDE e Statistics Canadá (2000). O IALS começou, em 2002, um novo ciclo de recolha de dados, para melhor compreender o papel das qualificações de literacia na determinação dos resultados económicos dos indivíduos. Os países participantes são a Argentina, Bélgica (comunidades francesa e flamenga), Bermudas, Bolívia, Canadá, Costa Rica, Itália, Coreia do Sul, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Suíça e os Estados Unidos (para informações mais pormenorizadas ver http://nces.ed.gov/surveys/all/index.asp). Este Relatório utiliza a percentagem de adultos sem qualificações de literacia de prosa no índice de pobreza humana de um conjunto de países da OCDE, apresentados no quadro 4. Fonte: Baseado em Murray 2001. NOTA SOBRE AS ESTATÍSTICAS NO RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 143 CAIXA 3 Medindo o desemprego nos países em desenvolvimento – as limitações das estatísticas do trabalho O desempenho dos mercados de trabalho tem sido avaliado convencionalmente com base na taxa de desemprego. Mas, a relevância e utilidade da taxa de desemprego para este propósito difere entre países e ao longo do tempo. Tal como é definida e medida habitualmente, a taxa de desemprego é mais baixa em muitos países em desenvolvimento do que em países da OCDE. Isso não significa que os mercados de trabalho sejam mais eficientes nesses países em desenvolvimento. O desemprego, definido como a completa falta de trabalho, é apenas uma manifestação do problema de emprego que estes países enfrentam. O conceito de desemprego não é sempre significativo nos países em vias de desenvolvimento, por diversas razões. Em primeiro lugar, a maior parte dos países em desenvolvimento não tem programas de redução do desemprego, deixando os que se encontram sem emprego formal envolverem-se em actividades do sector informal para sobreviverem. Frequentemente, este trabalho não os emprega a tempo inteiro ou gera rendimento suficiente para uma vida digna. Em segundo lugar, um vasto número de pessoas trabalha por conta própria. Quando estes trabalhadores enfrentam períodos sem trabalho, tendem a não procurar emprego formal mas, em vez disso, a desenvolver actividades alternativas por conta própria, apesar destas poderem gerar um rendimento mais baixo do que o das suas actividades habituais. Em terceiro lugar, o trabalho em comunidades rurais é muitas vezes organizado de acordo com arranjos tradicionais, com o trabalho disponível distribuído entre todos os trabalhadores, mas com o custo de baixar o seu tempo médio. Deste modo, o problema nos países em desenvolvimento é muitas vezes resumido como subemprego – uma falta parcial de trabalho, baixo salário e subutilização de qualificações, ou produtividade baixa – em vez do desemprego, tal como é medido habitualmente. O subemprego foi recentemente reconhecido como um fenómeno importante nos países da OCDE e na Europa Central e do Leste, assim como na CEI, à medida que os trabalhadores passam por downsizings e reorganizações. Nestas economias, muitos trabalhadores não têm oportunidades para desempenhar o tipo de trabalho que seriam capazes e gostariam de fazer. Como resultado, eles podem trabalhar menos produtivamente ou menos horas do que conseguiriam ou gostariam de trabalhar, ficar desempregados ou abandonar a força de trabalho definitivamente. Apesar de ser difícil medir estes aspectos do emprego, estão a ser reunidas estatísticas sobre o subemprego em mais de 50 países de todo o mundo. O próximo passo é compilar estes dados e trabalhar para uma base de dados internacional de estatísticas de subemprego. Fonte: ILO 2002a. este ano, do IDH e, portanto, dos principais quadros de indicadores. Os indicadores fundamentais disponíveis para esses países são apresentados no quadro 30. Existem muitas ligações na cadeia que vai desde a medição de um conceito até à verificação de estatísticas a nível internacional—e não existem formas de as reforçar onde são fracas. Mas, a melhoria da capacidade estatística dos países é amplamente reconhecida como sendo vital, bem como a necessidade de empenhamento político e financeiro a nível nacional e internacional. É, também, vital uma relação mais forte entre as estatísticas nacionais e internacionais—frequentemente, os dados estão disponíveis a nível nacional, mas não internacionalmente. Estão a ser dados passos para reforçar esta ligação. Na educação, por exemplo, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) está a conduzir reuniões de trabalho para ajudar a formar estaticistas nacionais de todo o mundo no rigor da recolha internacional de dados. Contudo, são necessários ainda mais esforços tanto a nível nacional como internacional. 144 DADOS UTILIZADOS NO INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO O índice de desenvolvimento humano é calculado utilizando dados internacionais disponíveis no momento em que o Relatório é preparado. Para que um país seja incluído no índice, os dados devem, preferencialmente, estar disponíveis nas agências estatísticas internacionais relevantes para todas as quatro componentes do índice. Contudo, o país pode ainda ser incluído se for possível encontrar estimativas razoáveis numa outra fonte. Devido às sucessivas revisões nos dados e na metodologia do IDH, os valores e as ordenações não são comparáveis entre as edições do Relatório. No entanto, o quadro 2 apresenta tendências comparáveis do IDH, baseadas em metodologia e dados consistentes. ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA As estimativas da esperança de vida utilizadas no Relatório são as da revisão de 2000 da base de dados World Population Prospects (UN 2001), da Divisão RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAIXA 4 Contabilizar o ambiente As estratégias para um desenvolvimento sustentável dependem de informações acerca da interacção entre a economia e o ambiente. Esta informação é necessária para acompanhar o progresso em direcção aos objectivos ambientais, para avaliar estratégias alternativas de desenvolvimento e para desenhar instrumentos de política ambiental. Como resposta a estas necessidades, foi desenvolvido o Sistema de Contabilidade Integrada do Ambiente e da Economia (referido habitualmente como SEEA). Baseado no Sistema de Contas Nacionais da ONU, revisão de 1993 (UN 1993), o SEEA junta a informação económica e ambiental num quadro comum, para medir a contribuição do ambiente para a economia e o impacte da economia no ambiente. No início da década de 1990, vários países desenvolvidos e em desenvolvimento começaram a fazer experiências com a compilação do SEEA e, em 1994, o Grupo de Londres para a Contabilidade do Ambiente foi criado para fornecer aos profissionais um fórum para partilharem a sua experiência no desenvolvimento e execução de contas do ambiente. O SEEA fornece indicadores e estatísticas descritivas aos decisores políticos para monitorizarem as interacções entre o ambiente e a economia, bem como uma base de dados para planeamento estratégico e análise de políticas para identificarem as vias de desenvolvimento mais sustentáveis. Desta forma, o SEEA ajuda os governos a formular e monitorizar políticas económicas com maior eficácia, a determinar regulamentações ambientais e estratégias de gestão de recursos mais eficazes e a utilizar os impostos e subsídios com maior eficiência. Oferece, também, uma forma de melhorar o diálogo de políticas entre diferentes participantes, ao fornecer um sistema transparente de informação sobre a relação entre as actividades humanas e o ambiente. O SEEA, que pretende medir de uma forma sistemática a interacção entre a economia e o ambiente, representa um passo importante para a estandardização e harmonização de conceitos, definições e métodos. O sistema tem quatro componentes: • Contas de activos de recursos naturais. Estas contas registam stocks e mudanças nos stocks de recursos naturais como terra, peixe, floresta, água e minerais, permitindo uma monitorização mais efectiva da riqueza de uma nação. Também permitem o cálculo de indicadores tais como o valor total de capital natural e os custos económicos do esgotamento de recursos naturais. • Contas de fluxos para poluição, energia e materiais. Estas contas fornecem informações ao nível da indústria, sobre o uso de energia e de materiais como inputs para a produção e sobre a criação de poluentes e lixos sólidos. Produzem indicadores de eco-eficiência e poluição e de intensidade material, que podem ser utilizados para avaliar a pressão sobre o ambiente e analisar opções alternativas para reduzir esta pressão. • Contas de despesas de protecção ambiental e gestão de recursos. Identificam despesas em que incorrem a indústria, governo e famílias para proteger o ambiente ou para gerir recursos naturais. Podem ser utilizados para avaliar o impacte económico da regulamentação e impostos ambientais e o seu efeito na redução da poluição. • Avaliação de fluxos não mercantis e de agregados ajustados ambientalmente. • Esta componente apresenta técnicas de avaliação não mercantil e a sua aplicabilidade em responder a questões específicas de política. Discute o cálculo de vários agregados macroeconómicos ajustados aos custos de esgotamento e de degradação e as suas vantagens e desvantagens. Um número crescente de países da OCDE e em desenvolvimento introduziu contas ambientais, compilando componentes diferentes, de acordo com as suas preocupações e prioridades ambientais. Os países ricos em recursos desenvolvem habitualmente contas de activos para desenharem políticas mais adequadas de gestão dos recursos naturais. Os países em que a poluição é uma preocupação central desenvolveram contas de fluxos físicos, muitas vezes ligadas a contas de protecção ambiental, de forma a analisar o impacte dos padrões de consumo e produção no ambiente e o impacte de despesas ambientais na redução de emissões. Projectos-piloto demonstraram que alguns dos componentes do SEEA podem ser compilados usando informação de diversas fontes de dados. Estes exercícios identificaram lacunas e inconsistências nos dados, ajudando a melhorar os dados ambientais e económicos. Os resultados foram já utilizados por departamentos governamentais de planeamento para desenhar políticas e por organizações não-governamentais e academias nos seus esforços de defesa. Fonte: Preparado pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, baseado em London Group on Environmental Accounting (2002) e UNSD e UNEP (2000). da População das Nações Unidas. Esta Divisão da ONU produz, semestralmente, estimativas e projecções da população mundial. Na revisão de 2000, foram feitos importantes ajustamentos para permitir a incorporação do impacte demográfico do HIV/SIDA, o qual conduziu a mudanças significativas nas estimativas e projecções da esperança de vida para muitos países, em particular na África Subsariana. As estimativas da esperança de vida publicadas pela Divisão da População das Nações Unidas são médias de cinco anos. As estimativas da esperança de vida para 2000, apresentadas no quadro 1 (sobre o IDH), foram obtidas através duma interpolação linear baseada nessas médias de cinco anos. Enquanto os índices de desenvolvimento humano requerem estimativas anuais, outros quadros que mostram dados deste tipo, como o quadro 8 (sobre a sobrevivência), apresentam as médias de cinco anos sem as alterar. As estimativas para anos posteriores a 2000 recorrem a projecções de médias móveis. NOTA SOBRE AS ESTATÍSTICAS NO RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 145 ALFABETIZAÇÃO PIB DE ADULTOS As taxas de alfabetização de adultos apresentadas no Relatório são estimativas e projecções da UNESCO, da sua avaliação da alfabetização de Janeiro de 2000. Estas estimativas e projecções baseiam-se nos dados da população publicados na revisão de 1998 da base de dados World Population Prospects (UN 1998) e em novas estatísticas de alfabetização recolhidas através de censos nacionais da população, ou através de processos de estimação mais aperfeiçoados. ESCOLARIZAÇÃO BRUTA COMBINADA DO PRIMARIO , SECUNDARIO E SUPERIOR As taxas de escolarização bruta de 1999 apresentadas no Relatório são estimativas provisórias da UNESCO, baseadas na revisão de 1998 das estimativas e projecções da população. Estas taxas são calculadas dividindo o número de crianças matriculadas em cada nível de escolarização pelo número de crianças no grupo de idades correspondente ao nível. As taxas são, assim, afectadas pela idade e sexo específicos da população estimada, publicada pela Divisão da População, e pelos métodos e calendarização dos inquéritos utilizados pelos registos administrativos, censos da população e inquéritos nacionais de educação. Contudo, a UNESCO revê periodicamente a sua metodologia para a projecção e estimação da escolarização. As taxas de escolarização brutas podem esconder diferenças importantes entre países, devido às diferenças entre os grupos de idades correspondentes a cada nível de escolarização e à duração dos programas de educação. Factores como as repetições de ano escolar podem, também, conduzir as distorções nos dados. Para o IDH, um indicador de acesso à educação preferido como um substituto do conhecimento é a escolarização líquida, cujos dados são coligidos por anos simples de idade. Porque este indicador mede apenas a escolarização de um grupo específico de idades, os dados podem ser agregados de forma mais fácil e mais fidedigna e podem ser usados em comparações internacionais. Mas os dados da escolarização líquida só estão disponíveis para um número muito reduzido de países, o que não justifica a sua utilização no IDH. 146 PER CAPITA ( DOLARES PPC ) Os dados do PIB per capita (dólares PPC) utilizados no cálculo do IDH são baseados em taxas de câmbio segundo as paridades de poder de compra (PPC). Os dados são fornecidos pelo Banco Mundial, com base nos últimos inquéritos do Programa de Comparações Internacionais (PCI). Esta série mais recente de inquéritos do PCI cobre 118 países, o maior número de sempre. O Banco Mundial também forneceu estimativas baseadas nesses inquéritos para mais 44 países e regiões. Os inquéritos foram realizados separadamente em diferentes regiões. Porque os dados regionais são expressos em moedas diferentes e podem estar baseados em diferentes sistemas de classificação ou fórmulas de agregação, os dados não são exactamente comparáveis entre regiões. Os dados de preços e despesas dos inquéritos regionais foram combinados utilizando um sistema de classificação padrão para compilar dados PPC comparáveis internacionalmente (caixa 5). O ano base para os dados PPC é 1996; os dados para o ano de referência, 2000, foram extrapolados utilizando variações relativas de preços, no tempo, entre cada país e os Estados Unidos, o país base. Para os países não cobertos pelo Banco Mundial, as estimativas PPC são dos Penn World Tables 6.0 (Aten, Heston e Summers 2001). DADOS, METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DOS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO O Relatório deste ano apresenta dados para a maior parte dos indicadores fundamentais, com um desfasamento de apenas dois anos entre o ano de referência dos indicadores e o ano de lançamento do Relatório. Todas as fontes de dados utilizadas nos quadros de indicadores estão devidamente referenciadas. Quando uma agência fornece dados que coligiu a partir de outras fontes, ambas estão indicadas nas notas dos quadros. Mas, quando uma organização estatística internacional se baseia no trabalho de muito outros contribuintes, apenas a última fonte é indicada. As notas sobre as fontes também mostram os dados originais das componentes utilizadas em todos os cálculos do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano, para assegurar que todos os cálculos possam ser repetidos facilmente. Os indicadores que podem ser definidos de forma curta e expressiva estão incluídos nas definições de termos estatísticos. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 CAIXA 5 As razões das paridades de poder de compra Para comparar estatísticas económicas entre países, devese começar por converter os dados numa moeda comum. Ao contrário das taxas de câmbio convencionais, as taxas de câmbio segundo as paridades de poder de compra (PPC) permitem essa conversão tendo em conta as diferenças de preços entre países. Eliminando diferenças nos níveis de preços nacionais, o método ajuda a comparar valores reais para o rendimento, pobreza, desigualdade e padrões de despesa. Embora a utilização das taxas de câmbio PPC seja conceptualmente clara, persistem problemas práticos. O Banco Mundial compilou PPC directamente para 118 dos cerca de 220 diferentes organismos de política nacional do mundo. Para os países em relação aos quais não compilou PPC directamente, o Banco produziu estimativas utilizando regressões econométricas. Esta abordagem assume que as características e relações económicas geralmente observadas nos países inquiridos, também se aplicam aos não inquiridos. Embora esta hipótese possa não ser necessariamente válida, as relações económicas funda- mentais são consideradas como aplicáveis em geral e podem ser relacionadas com as variáveis observadas independentemente nos países não inquiridos. As complicações dos procedimentos de inquirição e a necessidade de ligar os países mundial e regionalmente deram lugar a uma quantidade de questões relacionadas com a apresentação dos dados. No passado, também levaram a atrasos significativos na produção dos resultados PPC. Em consequência desses problemas, alguns governos e organizações internacionais ainda se abstêm de utilizar as PPC nas decisões correntes de política operacional, embora façam uma utilização extensiva do método nas suas análises. A importância das PPC na análise económica sublinha a necessidade de melhorar os dados. Este esforço requer apoio institucional e financeiro. Em colaboração com a Eurostat e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico, o Banco Mundial lançou uma iniciativa para melhorar ainda mais a qualidade e disponibilidade das PPC. Fonte: Ward 2001. CLASSIFICAÇÃO DOS PA Í SES Os quadros de indicadores incluem os países membros da ONU, juntamente com Hong Kong, China (RAE) e Suíça. Os países são classificados de quatro formas: nos principais agregados mundiais, por regiões, segundo o nível de desenvolvimento humano e segundo o rendimento (ver as classificações dos países). Estas designações não exprimem, necessariamente, nenhum julgamento sobre o estádio de desenvolvimento de um país ou região particular. Pelo contrário, são classificações usadas por diferentes organizações, por razões operacionais. O termo país, como é utilizado no texto e nos quadros, refere-se, quando apropriado, a territórios ou áreas. Principais classificações do mundo. Os três grupos mundiais são os países em desenvolvimento, Europa Central e do Leste e a CEI e OCDE. Estes grupos não são mutuamente exclusivos. (Substituir o grupo OCDE pelo grupo OCDE de rendimento elevado, pode dar lugar a grupos mutuamente exclusivos; ver a classificação dos países). A classificação mundo representa o universo dos 173 países incluídos nos principais quadros de indicadores. Classificações regionais. Os países em desenvolvimento são, depois, classificados nas seguintes regiões: Países Árabes, Ásia Oriental e Pacífico, América Latina e Caraíbas (incluindo o México), Ásia do Sul, Europa do Sul e África Subsariana. Estas classificações regionais são consistentes com as Agências Regionais do PNUD. Uma classificação adicional é a dos países menos desenvolvidos, tal como definidos pelas Nações Unidas (CNUCED 2001). Classificações de desenvolvimento humano. Todos os países são classificados em três grupos, segundo a realização em desenvolvimento humano: desenvolvimento humano elevado (com IDH igual ou superior a 0,800), desenvolvimento humano médio (0,500-0,799) e desenvolvimento humano baixo (menos de 0,500). Classificações de rendimento. Todos os países são agrupados pelo rendimento, segundo a classificação do Banco Mundial: rendimento elevado (PNB per capita igual ou superior a 9.266 dólares, em 2000), rendimento médio (756-9.265 dólares) e rendimento baixo (755 dólares ou menos). AGREGADOS E TAXAS DE CRESCIMENTO Agregados. Os agregados para as classificações descritas acima são apresentados no fim da maior parte dos quadros. Os agregados que representam o total da classificação (como a população) são indicados com um T. Devido aos arredondamentos, os totais mundiais nem sempre são iguais à soma dos totais dos subgrupos. Todos os outros agregados são médias ponderadas. Em geral, um agregado só é apresentado numa classificação quando os dados estão disponíveis para metade dos países e representam dois terços do peso NOTA SOBRE AS ESTATÍSTICAS NO RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 147 disponível nessa classificação. O Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano não preenche os dados que faltam para efeitos de agregação. Portanto, os agregados para cada classificação apenas representam os países cujos dados estão indicados nos quadros, se referem ao ano ou período indicado e respeitam apenas às fontes primárias referenciadas, a não ser quando indicado de outro modo. Os agregados não são apresentados quando não existem processos adequados de ponderação. Os agregados para os índices, taxas de crescimento e indicadores que cobrem mais do que um ponto no tempo são baseados apenas nos países para os quais existem dados para todos os pontos necessários. Para a classificação mundial, que apenas se refere ao universo dos 173 países (a não ser quando indicado de outro modo), os agregados nunca são apresentados quando não existe nenhum agregado para uma ou mais regiões. Os agregados do Relatório de Desenvolvimento Humano não são conformes com os de outras publicações, devido às diferenças na classificação dos países e na metodologia. Quando indicado, os agregados são calculados pela agência de estatísticas que fornece o próprio indicador. Taxas de crescimento. As taxas de crescimento para vários anos são expressas como taxas anuais médias de variação. No cálculo das taxas pelo Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano são utilizados apenas os pontos inicial e final. As taxas de crescimento de ano para ano são expressas como variações percentuais anuais. 148 APRESENTAÇÃO Nos quadros de indicadores, os países e áreas estão ordenados por ordem decrescente dos seus valores IDH. Para localizar um país nos quadros, recorre-se à lista e ordem dos países na aba da contracapa, que inclui os países alfabeticamente e com a sua ordem IDH. Pequenas citações das fontes são apresentadas no fim de cada quadro. Estas correspondem à referência completa nas fontes estatísticas que se seguem aos quadros de indicadores e à nota técnica. Quando apropriado, as definições de indicadores aparecem nas definições dos termos estatísticos. Todas as outras informações relevantes aparecem nas notas no fim de cada quadro. Devido à falta de dados comparáveis, nem todos os países foram incluídos nos quadros de indicadores. Para os países membros da ONU não incluídos nos principais quadros, são apresentados indicadores básicos de desenvolvimento humano num quadro separado (quadro 30). Na ausência das expressões anual, taxa anual e taxa de crescimento, um hífen entre dois anos indica que o dado foi recolhido durante um dos anos referidos, tal como 1995-2000. Uma barra entre dois anos assinala uma média para os anos indicados, tal como 1997/99. Utilizaram-se os seguintes símbolos: .. Dados não disponíveis. (.) Menos de metade da unidade indicada. < Menor que – Não aplicável T Total. RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 1 Índice do desenvolvimento humano Ordem segundo IDH a MONITORIZAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: AUMENTAR A ESCOLHA DAS PESSOAS . . . Taxa de escolaridade, Taxa de bruta Esperança alfabetização conjunta dos de vida de adultos 1.°, 2.° e 3.° à nascença (% 15 anos níveis (anos) e mais) (%) b 2000 2000 1999 Ordem do Valor do PIB índice de per capita desenvolvi- (dól. PPC) mento humano menos (IDH) ordem 2000 IDH c PIB per capita (PPP US$) 2000 Índice da esperança de vida Índice da educação Índice do PIB 29.918 24.277 27.840 27.178 25.693 0,89 0,91 0,90 0,89 0,90 0,98 0,99 0,98 0,99 0,99 0,95 0,92 0,94 0,94 0,93 0,942 0,941 0,940 0,939 0,939 2 15 4 5 7 34.142 29.581 25.657 26.755 24.996 0,87 0,90 0,89 0,93 0,88 0,98 0,96 0,99 0,93 0,99 0,97 0,95 0,93 0,93 0,92 0,939 0,936 0,935 0,933 0,930 -4 -2 5 2 6 28.769 24.223 23.509 27.627 26.765 0,90 0,89 0,88 0,85 0,89 0,94 0,97 0,99 0,98 0,96 0,94 0,92 0,91 0,94 0,93 0,928 0,928 0,928 0,926 0,926 -5 6 7 -6 -5 0,87 0,88 0,86 0,88 0,89 0,90 0,97 0,96 0,99 0,94 1,00 0,92 0,95 0,88 0,91 0,925 0,925 0,925 0,917 0,913 -15 -2 -14 5 -1 19.472 20.131 25.153 16.501 23.356 0,89 0,90 0,91 0,89 0,88 0,97 0,91 0,83 0,92 0,87 0,88 0,89 0,92 0,85 0,91 0,913 0,896 0,888 0,885 0,885 4 1 -9 10 -4 20.824 17.380 17.290 17.367 17.273 0,88 0,83 0,84 0,84 0,88 0,88 0,95 0,94 0,94 0,88 0,89 0,86 0,86 0,86 0,86 0,883 0,882 0,880 0,879 0,875 -4 1 2 0 1 0,86 0,85 0,83 0,81 0,77 0,91 0,86 0,89 0,92 0,93 0,84 0,86 0,82 0,80 0,80 0,871 0,856 0,849 0,844 0,835 5 1 6 10 8 0,80 0,81 0,84 0,81 0,82 0,91 0,94 0,90 0,85 0,92 0,79 0,75 0,76 0,84 0,75 0,835 0,833 0,831 0,831 0,831 10 16 12 -2 14 0,74 0,76 0,86 0,75 0,85 0,88 0,95 0,86 0,89 0,74 0,86 0,77 0,74 0,81 0,84 0,826 0,826 0,820 0,814 0,813 -9 6 14 -3 -10 0,83 0,80 0,81 0,78 0,82 0,74 0,83 0,88 0,93 0,84 0,87 0,81 0,73 0,71 0,75 0,812 0,811 0,809 0,808 0,805 -19 -5 11 16 6 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 78,5 79,7 78,8 78,4 78,9 — — — — — d d d d d 97 101 97 109 116 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 77,0 79,2 78,1 81,0 77,6 — — — — — d 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 78,9 78,6 77,7 76,2 78,1 — — — — — d 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 77,4 77,7 76,6 77,6 78,5 — — — — 98,4 d 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 78,5 78,7 79,5 78,2 77,6 97,6 94,6 93,5 97,2 92,3 95 83 63 81 75 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 78,0 74,9 75,7 75,5 78,0 97,1 97,8 92,2 99,6 92,0 68 90 96 83 80 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 76,8 75,9 74,9 73,4 71,3 98,0 91,5 — 96,8 99,3 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 73,3 73,3 75,3 73,3 74,4 100,0 99,7 95,8 87,6 97,7 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 69,2 70,6 76,4 70,0 76,2 95,4 99,8 95,6 97,8 82,0 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 75,0 72,7 73,8 72,1 74,3 n o 76,3 88,0 98,3 99,6 93,8 d d d d d d d d d d d d i. j d d d. i. j d d. m n i. j d INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 95 89 102 82 103 84 94 106 97 90 72 94 91 99 84 e e e e e e f h 50.061 25.103 29.866 20.070 23.626 77 76 70 83 81 15.494 16.779 13.991 12.377 12.416 76 84 78 80 79 11.243 9.051 9.417 15.084 9.035 74 86 67 70 59 17.012 10.066 8.650 12.510 15.799 68 — 68 80 65 n p 17.935 12.508 8.091 7.106 8.964 g k l k k. q 149 1 Índice do desenvolvimento humano Ordem segundo IDH a 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Taxa de escolaridade, Taxa de bruta Esperança alfabetização conjunta dos de vida de adultos 1.°, 2.° e 3.° à nascença (% 15 anos níveis (anos) e mais) (%) b 2000 2000 1999 69,6 73,9 70,4 n 81,2 86,6 99,8 n d 75 69 82 n PIB per capita (PPP US$) 2000 18.789 10.541 7.045 q. r Ordem do Valor do PIB índice de per capita desenvolvi- (dól. PPC) mento humano menos (IDH) ordem 2000 IDH c Índice da esperança de vida Índice da educação Índice do PIB 0,74 0,82 0,76 0,79 0,81 0,93 0,87 0,78 0,71 0,803 0,800 0,800 -25 -5 13 0,79 0,85 0,84 0,90 0,75 0,64 0,796 0,795 1 35 Desenvolvimento humano médio 54 México 55 Cuba 72,6 76,0 91,4 96,7 56 57 58 59 60 68,5 74,0 74,0 72,5 66,1 99,6 91,9 93,2 87,5 99,6 d 96,4 98,4 98,1 80,0 94,0 n n Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa n 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 72,9 70,8 69,8 70,5 73,1 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 73,4 71,3 71,2 72,9 70,2 90,2 84,5 91,7 92,6 95,5 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 71,6 69,1 67,7 70,6 73,1 76,3 92,9 85,2 94,0 86,0 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 72,9 69,3 71,0 64,6 68,1 98,4 95,3 71,7 98,0 99,6 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 73,2 68,8 65,3 66,5 69,8 100,0 89,9 94,4 96,7 85,1 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 75,3 66,2 71,6 72,1 70,1 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 69,6 73,2 70,0 67,1 69,0 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 70,5 70,2 68,9 70,3 69,7 96 97 98 99 100 150 n 86,9 98,0 97,0 91,6 93,3 n 88,9 84,7 91,6 83,6 99,2 84,1 71,0 76,3 89,7 73,8 d j. t i. j i. j d d. i. j n j. t i. j n d 71 76 9.023 — 77 74 73 66 78 7.544 6.000 5.606 9.068 8.377 0,73 0,82 0,82 0,79 0,68 0,92 0,86 0,86 0,80 0,92 0,72 0,68 0,67 0,75 0,74 0,788 0,787 0,784 0,782 0,781 7 18 24 -7 -2 5.880 5.710 6.423 7.570 5.086 0,80 0,76 0,75 0,76 0,80 0,86 0,90 0,88 0,84 0,86 0,68 0,68 0,69 0,72 0,66 0,779 0,779 0,775 0,773 0,772 16 18 6 -2 20 5.703 10.017 6.248 5.794 6.402 0,81 0,77 0,77 0,80 0,75 0,83 0,77 0,85 0,83 0,84 0,67 0,77 0,69 0,68 0,69 0,772 0,772 0,772 0,770 0,762 15 -18 4 10 0 61 83 80 82 78 11.367 4.668 7.625 3.799 4.308 0,78 0,73 0,71 0,76 0,80 0,71 0,90 0,83 0,90 0,83 0,79 0,64 0,72 0,61 0,63 0,759 0,758 0,757 0,756 0,755 -26 17 -13 29 20 80 82 58 77 77 2.559 3.971 13.356 5.871 3.816 0,80 0,74 0,77 0,66 0,72 0,92 0,91 0,67 0,91 0,92 0,54 0,61 0,82 0,68 0,61 0,754 0,754 0,751 0,750 0,748 41 20 -38 -1 22 70 80 65 77 62 2.664 4.799 7.580 4.485 6.974 0,80 0,73 0,67 0,69 0,75 0,89 0,87 0,85 0,90 0,77 0,55 0,65 0,72 0,63 0,71 0,748 0,747 0,747 0,743 0,742 34 6 -22 9 -18 3.639 3.956 2.936 3.530 4.426 0,84 0,69 0,78 0,79 0,75 0,79 0,92 0,88 0,84 0,83 0,60 0,61 0,56 0,59 0,63 0,742 0,741 0,741 0,741 0,740 18 13 24 19 4 5.555 3.506 3.203 6.033 2.441 0,74 0,80 0,75 0,70 0,73 0,79 0,80 0,87 0,80 0,91 0,67 0,59 0,58 0,68 0,53 0,733 0,733 0,732 0,727 0,727 -8 17 17 -20 24 3.976 6.363 5.884 3.966 4.863 0,76 0,75 0,73 0,76 0,75 0,80 0,72 0,75 0,78 0,75 0,61 0,69 0,68 0,61 0,65 0,726 0,722 0,721 0,717 0,715 0 -26 -22 -1 -13 65 72 69 92 70 n 70 63 73 65 60 n n 62 81 71 70 64 58 71 77 72 76 73 74 73 55 77 n s q. r q. r RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 1 Índice do desenvolvimento humano Ordem segundo IDH a Taxa de escolaridade, Taxa de bruta Esperança alfabetização conjunta dos de vida de adultos 1.°, 2.° e 3.° à nascença (% 15 anos níveis (anos) e mais) (%) b 2000 2000 1999 Ordem do Valor do PIB índice de per capita desenvolvi- (dól. PPC) mento humano menos (IDH) ordem 2000 IDH c PIB per capita (PPP US$) 2000 Índice da esperança de vida Índice da educação Índice do PIB 65 68 66 63 72 5.041 2.711 3.963 4.497 2.109 0,74 0,71 0,63 0,75 0,69 0,75 0,87 0,88 0,74 0,90 0,65 0,55 0,61 0,64 0,51 0,715 0,712 0,708 0,706 0,701 -15 12 -4 -13 21 72 93 63 67 65 5.308 9.401 3.556 1.996 3.043 0,74 0,45 0,77 0,72 0,69 0,69 0,88 0,71 0,84 0,79 0,66 0,76 0,60 0,50 0,57 0,697 0,695 0,691 0,688 0,684 -22 -56 -2 19 1 64 67 58 70 76 15.073 1.152 1.783 2.424 3.635 0,43 0,71 0,63 0,62 0,70 0,77 0,88 0,85 0,80 0,62 0,84 0,41 0,48 0,53 0,60 0,679 0,667 0,655 0,653 0,642 -73 39 21 6 -10 61 86 63 58 49 2.453 6.237 2.366 1.792 3.821 0,68 0,46 0,72 0,67 0,66 0,70 0,76 0,65 0,75 0,62 0,53 0,69 0,53 0,48 0,61 0,638 0,637 0,635 0,632 0,631 2 -44 4 14 -19 0,72 0,33 0,71 0,64 0,32 0,68 0,81 0,50 0,57 0,77 0,47 0,69 0,60 0,53 0,64 0,622 0,610 0,602 0,577 0,577 17 -54 -16 -1 -33 0,25 0,52 0,30 0,53 0,52 0,75 0,75 0,81 0,62 0,66 0,71 0,39 0,55 0,50 0,45 0,572 0,552 0,551 0,548 0,543 -62 25 -12 1 15 2.802 2.031 2.280 1.022 1.703 0,72 0,34 0,53 0,43 0,42 0,35 0,76 0,55 0,72 0,65 0,56 0,50 0,52 0,39 0,47 0,542 0,535 0,535 0,513 0,512 -18 -5 -9 19 0 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 69,2 67,8 63,0 69,7 66,6 80,2 97,0 98,5 78,7 98,9 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 69,6 52,1 71,2 68,2 66,2 66,7 85,3 74,4 93,4 86,9 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 51,0 67,6 62,9 62,4 67,3 83,2 99,2 98,9 85,5 55,3 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 65,7 52,7 68,4 65,1 64,8 74,6 71,0 66,5 83,1 68,6 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 68,3 44,7 67,6 63,3 44,4 76,6 82,0 48,9 57,2 79,6 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 40,3 56,0 42,9 56,8 56,4 77,2 84,7 88,7 71,5 67,8 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 68,0 45,7 56,7 50,8 50,0 34,0 83,4 63,9 82,4 75,8 51,3 59,8 80,7 55,9 63 35 825 1.588 0,44 0,58 0,75 0,49 0,35 0,46 0,512 0,511 27 4 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 60,0 56,0 62,0 43,2 57,8 47,0 40 34 33 1.928 1.797 1.412 0,58 0,52 0,62 0,42 0,50 0,42 0,49 0,48 0,44 0,499 0,499 0,494 -7 -7 7 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 51,8 58,6 53,5 60,6 59,4 57,1 41,8 48,7 46,3 41,3 62 60 58 51 37 1.442 1.327 1.575 893 1.602 0,45 0,56 0,47 0,59 0,57 0,59 0,48 0,52 0,48 0,40 0,45 0,43 0,46 0,37 0,46 0,493 0,490 0,485 0,479 0,478 5 6 -1 14 -5 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 52,6 52,6 51,7 43,1 44,0 49,8 66,5 63,9 64,6 67,1 52 44 45 22 45 1.467 840 896 2.377 1.208 0,46 0,46 0,44 0,30 0,32 0,50 0,59 0,58 0,50 0,60 0,45 0,36 0,37 0,53 0,42 0,471 0,469 0,462 0,445 0,444 -2 14 9 -28 -1 136 Congo 137 Comores u i. j d i. j o o 50 78 52 55 72 o o 70 55 65 42 62 o — 61 38 51 43 1.648 6.431 3.546 2.358 4.492 7.184 1.027 2.635 1.964 1.446 p q. v q. r Desenvolvimento humano baixo i. j INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO w q. r 151 1 Índice do desenvolvimento humano Ordem segundo IDH a Taxa de escolaridade, Taxa de bruta Esperança alfabetização conjunta dos de vida de adultos 1.°, 2.° e 3.° à nascença (% 15 anos níveis (anos) e mais) (%) b 2000 2000 1999 Ordem do Valor do PIB índice de per capita desenvolvi- (dól. PPC) mento humano menos (IDH) ordem 2000 IDH c PIB per capita (PPP US$) 2000 Índice da esperança de vida Índice da educação Índice do PIB 0,43 0,44 0,27 0,47 0,44 0,61 0,40 0,68 0,37 0,51 0,28 0,47 0,34 0,45 0,34 0,440 0,438 0,433 0,431 0,431 21 -16 12 -11 11 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 51,1 51,5 41,4 53,3 51,3 75,1 40,2 78,1 37,3 61,4 32 40 49 36 31 523 1.677 780 1.510 765 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 47,8 52,0 53,8 47,5 46,2 46,8 55,7 37,4 41,0 36,6 38 26 45 28 45 1.630 837 990 1.982 1.649 0,38 0,45 0,48 0,38 0,35 0,44 0,46 0,40 0,37 0,39 0,47 0,35 0,38 0,50 0,47 0,428 0,421 0,420 0,414 0,405 -17 5 -4 -30 -23 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 45,2 40,2 40,0 51,5 44,3 42,0 66,8 60,1 41,5 46,7 23 40 73 28 24 2.187 943 615 797 1.172 0,34 0,25 0,25 0,44 0,32 0,36 0,58 0,65 0,37 0,39 0,51 0,37 0,30 0,35 0,41 0,403 0,403 0,400 0,386 0,375 -36 -6 7 0 -15 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 45,7 44,8 43,9 46,7 39,3 42,6 38,5 39,1 23,9 44,0 31 37 27 23 23 871 755 668 976 854 0,35 0,33 0,31 0,36 0,24 0,39 0,38 0,35 0,23 0,37 0,36 0,34 0,32 0,38 0,36 0,365 0,349 0,327 0,325 0,322 -7 0 1 -14 -10 40,6 45,2 38,9 48,0 15,9 36,0 18 16 27 591 746 490 0,26 0,34 0,23 0,38 0,16 0,33 0,30 0,34 0,27 0,313 0,277 0,275 0 -4 0 Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 64,7 51,9 66,8 69,5 70,0 62,9 48,7 68,6 76,8 78,2 73,7 52,8 62,0 85,9 88,3 55,6 61,5 99,3 — — 61 38 62 71 74 53 42 77 87 94 3.783 1.216 4.793 4.290 7.234 2.404 1.690 6.930 23.569 27.848 0,66 0,45 0,70 0,74 0,75 0,63 0,40 0,73 0,86 0,89 0,69 0,48 0,62 0,81 0,84 0,55 0,55 0,91 0,94 0,97 0,61 0,41 0,64 0,63 0,72 0,53 0,47 0,71 0,91 0,94 0,654 0,445 0,653 0,726 0,767 0,570 0,471 0,783 0,905 0,932 — — — — — — — — — — Desenv. humano alto Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 77,4 67,1 52,9 — 78,9 49,7 91 67 38 24.973 4.141 1.251 0,87 0,70 0,46 0,96 0,75 0,46 0,92 0,62 0,42 0,918 0,691 0,448 — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 78,2 69,7 59,7 — 86,0 62,4 93 73 51 27.639 5.734 2.002 0,89 0,75 0,58 0,97 0,82 0,59 0,94 0,68 0,50 0,930 0,747 0,554 — — — Mundo 66,9 — 65 7.446 0,70 0,75 0,72 0,722 — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa i. j j. t i. j k Nota: Como resultado de revisões dos dados e da metodologia, os valores dos índices de desenvolvimento humano não são exactamente comparáveis com os dos Relatórios do Desenvolvimento Humano anteriores. O índice foi calculado para os países membros da ONU, com dados fidedignos para cada uma das suas componentes, bem como para Hong Kong, China (RAE) e Suíça. Para os dados dos restantes 18 países membros da ONU ver quadro 30. Os agregados para as colunas 5-8 são baseados em todos os dados do quadro. a. A ordem do IDH é determinada utilizando valores IDH até à sexta casa decimal. b. Estimativas provisórias da UNESCO sujeitas a revisão futura. c. Um valor positivo indica que a ordem do IDH é mais elevada que a do PIB per capita (dólares PPC), um valor negativo indica o inverso. d. Com o fim de calcular o IDH, foi utilizado um valor de 99,0%. e. Com o fim de calcular o IDH, foi utilizado um valor de 100,0%. f. O rácio é subestimado, porque muitos estudantes do secundário e do superior prosseguem os seus estudos em países vizinhos. g. Com o fim de calcular o IDH, foi utilizado um valor de 40.000 dólares (PPC). h. Exclui estudantes e população Turcas. i. UNICEF 2002b. j. Os dados referem-se a ano ou período diferente do indicado, diferem da definição padrão ou respeitam apenas a parte do país. k. Os dados referem-se a 1998. l. Os dados referem-se a 1999. m. UNESCO 1997b. Os dados referem-se a 1995. n. Os dados são do Secretariado da Organização dos Estados das Caraíbas Orientais. o. Os dados são de fontes nacionais. p. Porque a taxa de escolarização bruta combinada não estava disponível, foram utilizadas estimativas do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano para as Seychelles (73%) e Vanuatu (38%). q. Aten, Heston e Summers 2001. Os dados diferem da definição padrão. r. Os dados referem-se a 1996. s. Dependente dos resultados do processo de cálculo do PIB per capita (dólares PPC) para Cuba, ainda em curso, foi utilizada a estimativa do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano para a média ponderada subregional das Caraíbas, de 4.519 dólares (PPC). t. UNICEF 2000. u. World Bank 2002b. v. Os dados referem-se a 1997. w. Estimativas do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano baseadas em fontes nacionais. Fonte: Coluna 1: Calculado com base em dados da esperança de vida à nascença, de UN (2001); coluna 2: excepto quando indicado de outro modo, UNESCO (2002a); coluna 3: excepto quando indicado de outro modo, UNESCO (2001a); coluna 4: excepto quando indicado de outro modo, World Bank (2002b); agregados calculados pelo Banco Mundial para o Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano; coluna 5: calculado com base nos dados da coluna 1; coluna 6: calculado com base nos dados das colunas 2 e 3; coluna 7: calculado com base nos dados da coluna 4; coluna 8: calculado com base nos dados das colunas 5-7; ver nota técnica 1 para pormenores; coluna 9: calculado com base nos dados das colunas 4 e 8. 152 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 2 Tendências do índice de desenvolvimento humano Ordem segundo IDH MONITORIZAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: AUMENTAR AS ESCOLHAS DAS PESSOAS. . . 1975 1980 1985 1990 1995 2000 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 0,859 0,863 0,868 0,844 0,844 0,877 0,872 0,883 0,861 0,861 0,888 0,883 0,906 0,875 0,873 0,901 0,894 0,926 0,896 0,888 0,925 0,925 0,932 0,927 0,927 0,942 0,941 0,940 0,939 0,939 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 0,863 0,863 0,861 0,854 0,836 0,884 0,885 0,873 0,878 0,856 0,898 0,894 0,888 0,893 0,873 0,914 0,913 0,902 0,909 0,896 0,925 0,918 0,922 0,923 0,908 0,939 0,936 0,935 0,933 0,930 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 0,874 0,848 0,841 0,868 0,840 0,886 0,863 0,848 0,876 0,854 0,892 0,875 0,858 0,883 0,867 0,905 0,897 0,878 0,891 0,890 0,914 0,914 0,916 0,907 0,909 0,928 0,928 0,928 0,926 0,926 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 0,831 — 0,818 0,849 0,828 0,846 0,859 0,831 0,855 0,846 0,860 0,868 0,846 0,866 0,856 0,884 0,885 0,870 0,875 0,879 0,912 0,907 0,894 0,902 0,897 0,925 0,925 0,925 0,917 0,913 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 0,819 0,790 0,756 0,808 0,722 0,838 0,814 0,795 0,829 0,755 0,855 0,836 0,823 0,845 0,782 0,876 0,855 0,859 0,859 0,818 0,895 0,877 0,877 0,868 0,857 0,913 0,896 0,888 0,885 0,885 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta — 0,691 0,737 — 0,731 0,801 0,732 0,760 — 0,766 0,821 0,774 0,787 — 0,793 0,845 0,815 0,819 0,845 0,826 0,866 0,852 0,855 0,852 0,850 0,883 0,882 0,880 0,879 0,875 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — — — 0,785 0,777 — — — 0,799 0,793 — — — 0,805 0,805 — — 0,835 0,808 0,804 — — 0,843 0,830 0,809 0,871 0,856 0,849 0,844 0,835 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — — 0,702 — 0,757 — — 0,737 — 0,777 0,813 — 0,754 — 0,781 0,820 0,792 0,782 — 0,801 0,817 0,808 0,811 — 0,815 0,835 0,833 0,831 0,831 0,831 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — — 0,745 — 0,753 0,805 — 0,769 — 0,773 0,817 — 0,770 — 0,777 0,822 — 0,787 — — 0,816 — 0,805 — 0,812 0,826 0,826 0,820 0,814 0,813 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — — — 0,722 — — — — 0,755 — — — — 0,774 — — 0,797 0,816 0,781 — — 0,789 0,781 0,787 0,812 0,811 0,809 0,808 0,805 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 153 2 Tendências do índice de desenvolvimento humano Ordem segundo IDH 1975 1980 1985 1990 1995 2000 — — — — — 0,790 — — 0,802 — — 0,804 — — 0,763 0,803 0,800 0,800 54 México 55 Cuba 0,689 — 0,734 — 0,752 — 0,761 — 0,774 — 0,796 0,795 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa — 0,712 — 0,616 — — 0,731 0,710 0,659 0,809 — 0,745 0,718 0,693 0,827 0,809 0,747 0,750 0,722 0,824 0,776 0,770 0,772 0,760 0,779 0,788 0,787 0,784 0,782 0,781 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — — 0,755 — — — 0,763 0,788 — — — 0,784 0,794 — — — 0,786 0,777 — — — 0,778 0,772 — — 0,779 0,779 0,775 0,773 0,772 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 0,630 0,660 0,716 0,604 — 0,656 0,690 0,731 0,645 — 0,686 0,704 0,738 0,676 — 0,723 0,724 0,757 0,713 — 0,746 0,750 0,766 0,749 0,772 0,772 0,772 0,770 0,762 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 0,587 0,660 0,644 — — 0,646 0,683 0,679 — — 0,670 0,697 0,692 — — 0,706 0,723 0,713 — 0,680 0,737 0,743 0,737 — 0,730 0,759 0,758 0,757 0,756 0,755 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia — 0,652 — — — — 0,684 — — — — 0,688 — — — 0,759 0,716 — — 0,795 0,715 0,733 — — 0,745 0,754 0,754 0,751 0,750 0,748 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 0,641 — — 0,593 — 0,669 — — 0,617 — 0,692 — 0,629 0,654 — 0,704 — 0,676 0,686 — 0,730 — 0,707 0,717 0,748 0,747 0,747 0,743 0,742 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 0,687 — — 0,616 0,665 0,690 — — 0,650 0,699 0,692 — — 0,676 0,705 0,720 — — 0,697 0,717 0,736 — — 0,719 0,735 0,742 0,741 0,741 0,741 0,740 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — — 0,627 0,617 — — 0,673 0,673 0,646 — — 0,691 0,694 0,667 — — 0,702 0,705 0,677 0,731 — 0,702 0,719 0,698 0,714 0,733 0,733 0,732 0,727 0,727 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 0,523 0,514 0,556 — — 0,554 0,566 0,563 0,636 — 0,591 0,613 0,607 0,658 0,587 0,625 0,646 0,645 0,677 0,626 0,681 0,682 0,688 0,703 0,678 0,726 0,722 0,721 0,717 0,715 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 154 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 2 Tendências do índice de desenvolvimento humano Ordem segundo IDH 1975 1980 1985 1990 1995 2000 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — — 0,676 0,586 — — — 0,679 0,586 0,720 0,650 — 0,671 0,606 0,741 0,666 — 0,680 0,644 0,759 0,689 — 0,703 0,682 0,704 0,715 0,712 0,708 0,706 0,701 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 0,501 0,649 0,538 — 0,469 0,550 0,663 0,580 — 0,530 0,600 0,683 0,614 0,583 0,582 0,639 0,714 0,634 0,605 0,623 0,663 0,724 0,665 0,649 0,664 0,697 0,695 0,691 0,688 0,684 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto — — — 0,514 0,435 — — — 0,548 0,482 0,533 0,740 0,650 0,573 0,532 0,553 0,740 0,657 0,597 0,574 0,582 0,669 0,636 0,630 0,605 0,679 0,667 0,655 0,653 0,642 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 0,518 — 0,565 — 0,506 0,566 — 0,576 — 0,543 0,597 — 0,584 — 0,555 0,615 — 0,592 — 0,579 0,628 — 0,615 — 0,609 0,638 0,637 0,635 0,632 0,631 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — — 0,429 0,407 0,512 — — 0,474 0,434 0,543 — — 0,508 0,473 0,569 — — 0,540 0,511 0,615 — 0,629 0,569 0,545 0,620 0,622 0,610 0,602 0,577 0,577 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 0,494 — 0,547 0,438 — 0,556 — 0,572 0,468 — 0,613 — 0,621 0,481 — 0,653 — 0,597 0,506 0,501 0,620 — 0,563 0,525 0,531 0,572 0,552 0,551 0,548 0,543 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — 0,478 0,420 0,443 0,410 — 0,518 0,441 0,489 0,455 — 0,547 0,462 0,512 0,505 — 0,574 0,479 0,533 0,513 — 0,572 0,519 0,523 0,499 0,542 0,535 0,535 0,513 0,512 0,417 — 0,467 0,480 0,517 0,498 0,510 0,502 0,511 0,506 0,512 0,511 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 0,345 0,346 — 0,372 0,374 — 0,404 0,395 — 0,442 0,419 — 0,473 0,462 — 0,499 0,499 0,494 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 0,394 0,289 — — 0,335 0,443 0,328 — — 0,353 0,440 0,370 0,374 — 0,386 0,465 0,416 0,404 0,399 0,416 0,476 0,453 0,445 0,439 0,445 0,493 0,490 0,485 0,479 0,478 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda — 0,399 0,328 — — 0,430 0,433 0,388 — — 0,445 0,427 0,403 — 0,386 0,447 0,434 0,425 — 0,388 0,457 0,441 0,448 — 0,404 0,471 0,469 0,462 0,445 0,444 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 155 2 Tendências do índice de desenvolvimento humano Ordem segundo IDH 1975 1980 1985 1990 1995 2000 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. — 0,337 0,449 0,313 — — 0,360 0,463 0,330 — — 0,379 0,480 0,356 — 0,422 0,390 0,468 0,380 — 0,427 0,418 0,432 0,400 — 0,440 0,438 0,433 0,431 0,431 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 0,369 — 0,288 — 0,272 0,403 — 0,324 — — 0,412 — 0,350 — — 0,415 — 0,358 — — 0,416 0,408 0,388 — 0,375 0,428 0,421 0,420 0,414 0,405 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana — 0,336 0,316 0,252 0,333 — 0,380 0,341 0,279 0,351 — 0,396 0,354 0,292 0,371 — 0,346 0,362 0,312 0,372 — 0,335 0,403 0,346 0,369 0,403 0,403 0,400 0,386 0,375 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 0,256 0,248 — 0,232 — 0,257 0,253 — 0,259 0,302 0,298 0,283 0,275 0,282 0,290 0,322 0,304 0,297 0,290 0,310 0,335 0,331 0,308 0,300 0,313 0,365 0,349 0,327 0,325 0,322 0,280 0,234 — 0,307 0,254 — 0,338 0,246 — 0,344 0,256 — 0,316 0,262 — 0,313 0,277 0,275 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Nota: Os valores do índice de desenvolvimento humano deste quadro foram calculados utilizando uma metodologia consistente e séries de dados consistentes. Não são exactamente comparáveis com os valores dos Relatórios do Desenvolvimento Humano anteriores. Fonte: Colunas 1-5: calculado com base nos dados da esperança de vida à nascença, de UN (2001); os dados das taxas de alfabetização de adultos são de UNESCO (2002a); os dados das taxas de escolarização bruta combinada do primário, secundário e superior são de UNESCO (2001a); e os dados do PIB a preços de mercado (dólares EUA constantes de 1995), da população e do PIB per capita (dólares PPC) são de World Bank (2002b); coluna 6: coluna 8 do quadro 1. 156 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 3 Pobreza e privação humanas MONITORIZAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: AUMENTAR AS ESCOLHAS DAS PESSOAS. . . Países em desenvolvimento Índice de pobreza humana (IPH-1) Ordem segundo IDH Ordem Valor (%) População Crianças Probabilidade Taxa de que não usa com peso à nascença de analfabetismo fontes deficiente de água menores não viver até de adultos † aos 40 anos † (% 15 anos melhoradas † de 5 anos † (% da coorte) e mais) (%) (%) 1995-2000 a 2000 2000 1995-2000 b População abaixo da linha de privação de rendimento (%) 1 dólar dia 2 dólares dia Linha (dól. PPC (dól. PPC de pobreza 1993) 1993) nacional 1983-2000 b 1983-2000 b 1987-2000 b Ordem IPH-1 menos ordem privação rendimentoc Desenvolvimento humano elevado 23 25 26 27 31 Hong Kong, China (RAE) Singapura Chipre Coreia do Sul Barbados — 5 — — — — 6,5 — — — 2,0 2,3 3,1 4,0 3,0 6,5 7,7 2,9 2,2 — — 0 0 8 0 — 14 d — — 5d — — — <2 — — — — <2 — — — — — — — — — — — 32 34 38 39 40 Brunei Argentina Chile Barém Uruguai — — 3 — 1 — — 4,1 — 3,9 3,2 5,6 4,5 4,7 5,1 8,5 3,2 4,2 12,4 2,3 — 21 6 — 2 — — 1 9 5 — — <2 — <2 — — 8,7 — 6,6 — 17,6 21,2 — — — — 2 — 0 41 43 44 45 46 Baamas Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait Emirados Árabes Unidos — 2 — — — — 4,0 — — — 11,8 4,0 — 3,0 5,4 4,6 4,4 — 18,0 23,7 4 2 2 — — — 5 — 10 14 — 12,6 — — — — 26,0 — — — — 22,0 — — — — -15 — — — 47 50 51 52 Seychelles Trindade e Tobago Catar Antígua e Barbuda — 6 — — — 7,9 — — — 4,1 4,8 — — 6,2 18,8 — — 14 — 9 6d 7d 6 10 d — 12,4 — — — 39,0 — — — 21,0 — — — -12 — — Desenvolvimento humano médio 54 55 57 58 59 México Cuba Panamá Belize Malásia 11 4 8 14 — 9,4 4,1 8,4 11,0 — 8,3 4,4 6,4 6,8 5,0 8,6 3,3 8,1 6,8 12,5 14 5 13 24 — 8 4 7 6d 18 15,9 — 14,0 — — 37,7 — 29,0 — — 10,1 — 37,3 — 15,5 -14 — -13 — — 61 64 66 67 68 Dominica Líbia Santa Lúcia Maurício Colômbia — 27 — 15 10 — 16,2 — 11,3 8,9 — 6,4 5,3 5,4 10,1 — 20,0 — 15,5 8,3 3 28 2 0 9 5d 5 14 d 16 7 — — — — 19,7 — — — — 36,0 — — — 10,6 17,7 — — — — -18 69 70 71 72 73 Venezuela Tailândia Arábia Saudita Fiji Brasil 9 21 29 38 17 8,5 14,0 16,9 21,3 12,2 6,5 9,0 6,4 6,3 11,3 7,4 4,5 23,7 7,1 14,8 16 20 5 53 13 5 19 d 14 8d 6 23,0 <2 — — 11,6 47,0 28,2 — — 26,5 31,3 13,1 — — 17,4 -23 14 — — -3 74 75 77 78 82 Suriname Líbano Filipinas Omã Peru — 12 23 52 19 — 9,9 14,6 32,1 12,8 7,4 5,0 8,9 6,8 11,6 — 14,0 4,7 28,3 10,1 5 0 13 61 23 — 3 28 24 8 — — — — 15,5 — — — — 41,4 — — 36,8 — 49,0 — — — — -8 83 84 85 86 89 Granada Maldivas Turquia Jamaica Sri Lanka — 25 18 20 31 — 15,8 12,7 13,2 17,6 — 12,5 9,6 5,4 5,8 — 3,3 14,9 13,1 8,4 6 0 17 29 17 — 43 8 4 33 — — 2,4 3,2 6,6 — — 18,0 25,2 45,4 — — — 18,7 25,0 — — 5 5 9 90 91 93 94 96 Paraguai São Vicente e Granadinas Equador República Dominicana China 13 — 26 22 24 10,2 — 16,1 14,0 14,9 8,7 — 11,1 11,9 7,9 6,7 — 8,4 16,4 15,9 21 7 29 21 25 5 — 15 5 10 19,5 — 20,2 3,2 18,8 49,3 — 52,3 16,0 52,6 21,8 — 35,0 20,6 4,6 -15 — -10 6 -7 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 157 3 Pobreza e privação humanas Países em desenvolvimento Índice de pobreza humana (IPH-1) Ordem segundo IDH Ordem Valor (%) População Crianças Probabilidade Taxa de que não usa com peso à nascença de analfabetismo fontes deficiente de água menores não viver até de adultos † aos 40 anos † (% 15 anos melhoradas † de 5 anos † (% da coorte) e mais) (%) (%) 1995-2000 a 2000 2000 1995-2000 b População abaixo da linha de privação de rendimento (%) 1 dólar dia 2 dólares dia Linha (dól. PPC (dól. PPC de pobreza 1993) 1993) nacional 1983-2000 b 1983-2000 b 1987-2000 b Ordem IPH-1 menos ordem privação rendimentoc 97 98 99 100 101 Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde Samoa Ocidental — 30 7 37 — — 17,0 8,2 20,8 — 7,8 9,3 7,9 10,4 7,8 29,0 23,7 10,3 26,2 19,8 — 5 4 26 1 4 11 5 14 d — <2 — <2 — — 10,0 — 7,4 — — 14,1 — 11,7 — — — — 4 — — 103 104 106 107 108 Guiana El Salvador Argélia África do Sul Síria 16 32 39 — 34 11,4 18,1 23,4 — 19,3 15,4 10,9 10,5 24,4 6,9 1,5 21,3 33,3 14,7 25,6 6 26 6 14 20 12 12 6 — 13 — 21,0 <2 11,5 — — 44,5 15,1 35,8 — 43,2 48,3 22,6 — — — -8 24 — — 109 110 111 113 114 Vietname Indonésia Guiné Equatorial Mongólia Bolívia 43 33 — 35 28 27,1 18,8 — 19,4 16,3 12,8 12,8 33,7 15,0 18,4 6,6 13,1 16,8 1,1 14,5 44 24 57 40 21 33 26 — 13 10 — 7,7 — 13,9 14,4 — 55,3 — 50,0 34,3 50,9 27,1 — 36,3 — — 10 — 5 -1 115 116 117 118 119 Egipto Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe 48 36 — 41 — 31,2 20,5 — 24,4 — 10,3 16,0 32,0 11,5 — 44,7 25,4 — 33,5 — 5 10 30 21 — 12 25 — 12 16 3,1 24,3 — — — 52,7 45,1 — — — 22,9 53,0 — 50,3 — 22 -7 — — — 120 121 122 123 124 Guatemala Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia 40 — 57 59 55 23,5 — 34,5 35,8 33,1 15,6 8,2 46,7 11,8 16,7 31,4 — 18,0 51,1 42,8 8 29 23 18 12 24 21 d 26 d 9d 47 10,0 — 34,9 <2 44,2 33,8 — 55,8 7,5 86,2 57,9 — — 19,0 35,0 13 — -6 35 -13 125 126 127 128 129 Suazilândia Botswana Myanmar Zimbabwe Gana — — 44 60 45 — — 27,2 36,1 28,7 36,3 49,5 26,0 51,6 27,0 20,4 22,8 15,3 11,3 28,5 — — 32 15 36 10 d 13 36 13 25 — 33,3 — 36,0 44,8 — 61,4 — 64,2 78,5 40,0 — — 25,5 31,4 — — — -5 -19 130 131 132 133 134 Cambodja Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia 75 — 42 62 49 43,3 — 25,7 37,5 31,9 24,4 8,6 35,4 21,6 34,6 32,2 — 16,6 36,1 17,6 70 12 9 58 51 46 20 d 16 35 d 23 — — 43,1 — 26,5 — — 65,7 — 62,3 36,1 — 49,2 — 42,0 — — -18 — -3 47 46 51 30,7 30,0 31,9 36,2 34,8 20,6 24,2 19,3 44,1 38 49 4 21 14 25 33,4 — — 64,4 — — 40,0 — — -10 — — 135 Camarões 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo 138 139 140 141 142 Paquistão Sudão Butão Togo Nepal 68 53 — 63 76 41,0 32,7 — 37,9 43,4 20,1 27,3 20,2 34,1 22,5 56,8 42,2 — 42,9 58,2 12 25 38 46 19 38 17 19 25 47 31,0 — — — 37,7 84,6 — — — 82,5 34,0 — — 32,3 42,0 4 — — — 2 143 144 145 146 147 Laos Iémen Bangladesh Haiti Madagáscar 64 69 72 71 61 39,1 41,8 42,4 42,3 36,7 30,5 20,0 21,4 31,6 31,6 51,3 53,7 58,7 50,2 33,5 10 31 3 54 53 40 46 48 28 33 26,3 15,7 29,1 — 49,1 73,2 45,2 77,8 — 83,3 46,1 19,1 35,6 65,0 70,0 6 20 8 — -10 158 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 3 Pobreza e privação humanas Países em desenvolvimento Índice de pobreza humana (IPH-1) Ordem segundo IDH Ordem Valor (%) População Crianças Probabilidade Taxa de que não usa com peso à nascença de analfabetismo fontes deficiente não viver até de adultos † de água menores aos 40 anos † (% 15 anos melhoradas † de 5 anos † (% da coorte) e mais) (%) (%) 1995-2000 a 2000 2000 1995-2000 b População abaixo da linha de privação de rendimento (%) 1 dólar dia 2 dólares dia Linha (dól. PPC (dól. PPC de pobreza 1993) 1993) nacional 1983-2000 b 1983-2000 b 1987-2000 b Ordem IPH-1 menos ordem privação rendimentoc 148 149 150 151 152 Nigéria Djibouti Uganda Tanzânia Mauritânia 58 56 67 54 82 34,9 34,3 40,8 32,7 47,9 33,7 42,3 48,4 33,3 33,1 36,1 35,4 32,9 24,9 59,8 43 0 50 46 63 27 18 26 29 23 70,2 — — 19,9 28,6 90,8 — — 59,6 68,7 34,1 45,1 55,0 41,6 57,0 -18 — — 5 15 153 154 155 156 157 Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. Costa do Marfim Eritreia 66 79 65 70 74 40,0 45,2 39,7 42,3 42,9 53,6 28,5 34,7 40,2 31,7 21,9 62,7 38,6 53,2 44,3 36 22 55 23 54 25 18 34 21 44 63,6 26,3 — 12,3 — 87,4 67,8 — 49,4 — 86,0 33,4 — 36,8 53,0 -11 16 — 28 — 158 159 160 161 162 Benim Guiné Gâmbia Angola Ruanda 80 — 84 — 77 46,8 — 48,5 — 44,3 29,7 38,3 40,5 41,6 51,9 62,6 — 63,4 — 33,2 37 52 38 62 59 29 23 17 — 29 — — 59,3 — 35,7 — — 82,9 — 84,6 33,0 40,0 64,0 — 51,2 — — 3 — 5 163 164 165 166 167 Malawi Mali República Centro-Africana Chade Guiné-Bissau 73 81 78 86 85 42,5 47,3 45,2 50,5 49,3 50,4 38,5 45,3 41,0 42,2 39,9 58,5 53,3 57,4 61,5 43 35 40 73 51 25 43 24 28 23 — 72,8 66,6 — — — 90,6 84,0 — — 54,0 — — 64,0 48,7 — -5 -5 — — 168 169 170 171 172 173 Etiópia Burkina Faso Moçambique Burundi Níger Serra Leoa 87 — 83 — 88 — 56,5 — 47,9 — 62,5 — 43,6 43,0 49,2 50,1 41,4 51,6 60,9 76,1 56,0 52,0 84,1 — 76 — 40 — 41 72 47 34 26 45 40 27 31,2 61,2 37,8 — 61,4 57,0 76,4 85,8 78,4 — 85,3 74,5 — — — 36,2 63,0 68,0 15 — 7 — 4 — † Assinala os indicadores utilizados para calcular o índice de pobreza humana (HP-1). Para mais pormenores ver a nota técnica 1. a. Os dados referem-se à probabilidade, à nascença, de não viver até aos 40 anos, vezes 100. São estimativas para o período indicado. b. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. c. A privação de rendimento refere-se à percentagem da população que vive com menos de 1 dólar (PPC) por dia. As ordenações são baseadas nos países com dados disponíveis para ambos os indicadores. Um valor positivo indica que o país tem melhor desempenho na privação de rendimento do que na pobreza humana, um valor negativo indica o contrário. d. Os dados referem-se a ano ou período diferentes do indicado, diferem da definição padrão ou respeitam apenas a uma parte do país. Fonte: Coluna 1: determinado com base nos valores do IPH-1 da coluna 2; coluna 2: calculado com base nos dados das colunas 3-6; para pormenores, ver nota técnica 1; coluna 3: UN 2001; coluna 4: UNESCO 2002a; coluna 5: calculado com base em dados da população que utiliza fontes de água melhoradas, de WHO, UNICEF e WSSCC (2000); coluna 6: UNICEF 2002b; colunas 7-9: World Bank 2002b; coluna 10: calculado com base em dados das colunas 1 e 7. Posições IPH-1 de 88 países em desenvolvimento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Uruguai Costa Rica Chile Cuba Singapura Trindade e Tobago Jordânia Panamá Venezuela Colômbia México Líbano Paraguai Belize Maurício Guiana 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Brasil Turquia Peru Jamaica Tailândia República Dominicana Filipinas China Maldivas Equador Líbia Bolívia Arábia Saudita Irão Sri Lanka El Salvador Indonésia Síria Mongólia INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 Honduras Cabo Verde Fiji Argélia Guatemala Nicarágua Lesoto Vietname Myanmar Gana Congo Camarões Egipto Quénia Iraque Comores Omã Sudão Tanzânia 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 Índia Djibouti Namíbia Nigéria Marrocos Zimbabwe Madagáscar Papua-NovaGuiné Togo Laos Congo, Rep. Dem. Zâmbia Uganda Paquistão Iémen Costa do Marfim Haiti Bangladesh Malawi 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 Eritreia Cambodja Nepal Ruanda República Centro-Africana Senegal Benim Mali Mauritânia Moçambique Gâmbia Guiné-Bissau Chade Etiópia Níger 159 4 Pobreza e privação humanas MONITORIZAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: AUMENTAR AS ESCOLHAS DAS PESSOAS. . . Países da OCDE, Europa do Leste, Central e CEI Índice de pobreza humana (IPH-2) Pessoas População abaixo da linha Probabilidade que são de privação de rendimento à nascença de funcional(%) não viver até mente Desemprego † † † aos 60 anos analfabetas de longo prazo 50% da 11 dól. dia 4 dól. dia (% da (% idades (em % da mediana do (dól. PPC (dól. PPC coorte) 16-65) força de trabalho) c rendimento d, † 1994) f 1990) 1995-2000 a 1994-98 b 2000 1987-98 e 1994-95 e 1996-99 e Ordem IPH-2 menos ordem privação rendimento g Ordem Valor (%) Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 2 1 12 13 14 7,5 6,7 12,3 12,6 12,9 9,1 8,0 9,5 10,5 9,1 8,5 7,5 16,6 18,4 h 17,0 0,2 1,4 0,8 4,0 1,8 6,9 6,6 12,8 8,2 14,3 4,3 6,3 7,4 — 17,6 — — — — — -2 -2 0 5 -1 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 17 — 3 9 4 15,8 — 8,5 11,2 8,8 12,8 8,7 9,2 8,2 11,3 20,7 — 10,5 —i 10,4 0,2 0,2 0,9 1,2 2,4 16,9 — 8,1 11,8 5,1 13,6 — 7,1 — 4,8 — — — — — 1 — -4 -8 2 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria — 8 15 5 — — 11,1 15,1 9,5 — 9,6 11,4 9,9 12,0 10,6 — —i 21,8 9,6 — 0,6 3,8 1,5 0,9 1,3 9,3 8,0 13,4 9,2 10,6 — 9,9 15,7 — — — — — — — — 2 2 -4 — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 7 6 16 — 11 10,8 10,5 15,3 — 12,2 11,4 10,6 10,4 10,7 9,1 —i 14,4 22,6 18,4 —i 0,6 3,9 5,6 k 1,2 6,5 3,9 7,5 11,1 — 14,2 0,3 7,3 — — — — — — — — 6 1 5 — -3 21 22 24 28 29 Espanha Israel Grécia Portugal Eslovénia 10 — — — — 11,3 — — — — 10,3 8,0 9,4 13,1 13,8 —i — — 48,0 42,2 6,0 — 6,4 1,7 — 10,1 13,5 — — — — — — — — — — — — <1 0 — — — — 30 33 35 36 37 Malta República Checa Hungria Eslováquia Polónia — — — — — — — — — — 8,4 13,7 21,9 16,6 17,5 — 15,7 33,8 — 42,6 — 4,4 3,1 10,2 6,1 — 4,9 10,1 2,1 11,6 — — — — — — <1 <1 8 10 — — — — — 42 48 49 53 Estónia Croácia Lituânia Letónia — — — — — — — — 23,8 15,8 21,6 23,7 — — — — — — — — — — — — — — — — 18 — 17 28 — — — — Ordem segundo IDH Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 j Desenvolvimento humano médio 56 60 62 63 65 Bieolorrússia Federação Russa Bulgária Roménia Macedónia — — — — — — — — — — 26,0 30,1 18,8 21,6 14,5 — — — — — — — — — — — 20,1 — — — — — — — — — 53 22 23 — — — — — — 76 79 80 81 87 Arménia Cazaquistão Ucrânia Geórgia Turquemenistão — — — — — — — — — — 14,7 31,6 26,3 17,5 27,6 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 62 25 — — — — — — — 160 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 4 Pobreza e privação humanas MONITORIZAR O DESENVOLVIMENTO HUMANO: AUMENTAR AS ESCOLHAS DAS PESSOAS. . . Países da OCDE, Europa do Leste, Central e CEI Índice de pobreza humana (IPH-2) Pessoas População abaixo da linha Probabilidade que são de privação de rendimento à nascença de funcional(%) não viver até mente Desemprego † † † aos 60 anos analfabetas de longo prazo 50% da 11 dól. dia 4 dól. dia (% da (% idades (em % da mediana do (dól. PPC (dól. PPC coorte) 16-65) força de trabalho) c rendimento d, † 1994) f 1990) 1995-2000 a 1994-98 b 2000 1987-98 e 1994-95 e 1996-99 e Ordem IPH-2 menos ordem privação rendimento g Ordem Valor (%) Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 2 1 12 13 14 7,5 6,7 12,3 12,6 12,9 9,1 8,0 9,5 10,5 9,1 8,5 7,5 16,6 18,4 h 17,0 0,2 1,4 0,8 4,0 1,8 6,9 6,6 12,8 8,2 14,3 4,3 6,3 7,4 — 17,6 — — — — — -2 -2 0 5 -1 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 17 — 3 9 4 15,8 — 8,5 11,2 8,8 12,8 8,7 9,2 8,2 11,3 20,7 — 10,5 —i 10,4 0,2 0,2 0,9 1,2 2,4 16,9 — 8,1 11,8 5,1 13,6 — 7,1 — 4,8 — — — — — 1 — -4 -8 2 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria — 8 15 5 — — 11,1 15,1 9,5 — 9,6 11,4 9,9 12,0 10,6 — —i 21,8 9,6 — 0,6 3,8 1,5 0,9 1,3 9,3 8,0 13,4 9,2 10,6 — 9,9 15,7 — — — — — — — — 2 2 -4 — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 7 6 16 — 11 10,8 10,5 15,3 — 12,2 11,4 10,6 10,4 10,7 9,1 —i 14,4 22,6 18,4 —i 0,6 3,9 5,6 k 1,2 6,5 3,9 7,5 11,1 — 14,2 0,3 7,3 — — — — — — — — 6 1 5 — -3 21 22 24 28 29 Espanha Israel Grécia Portugal Eslovénia 10 — — — — 11,3 — — — — 10,3 8,0 9,4 13,1 13,8 —i — — 48,0 42,2 6,0 — 6,4 1,7 — 10,1 13,5 — — — — — — — — — — — — <1 0 — — — — 30 33 35 36 37 Malta República Checa Hungria Eslováquia Polónia — — — — — — — — — — 8,4 13,7 21,9 16,6 17,5 — 15,7 33,8 — 42,6 — 4,4 3,1 10,2 6,1 — 4,9 10,1 2,1 11,6 — — — — — — <1 <1 8 10 — — — — — 42 48 49 53 Estónia Croácia Lituânia Letónia — — — — — — — — 23,8 15,8 21,6 23,7 — — — — — — — — — — — — — — — — 18 — 17 28 — — — — Ordem segundo IDH Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 j Desenvolvimento humano médio 56 60 62 63 65 Bieolorrússia Federação Russa Bulgária Roménia Macedónia — — — — — — — — — — 26,0 30,1 18,8 21,6 14,5 — — — — — — — — — — — 20,1 — — — — — — — — — 53 22 23 — — — — — — 76 79 80 81 87 Arménia Cazaquistão Ucrânia Geórgia Turquemenistão — — — — — — — — — — 14,7 31,6 26,3 17,5 27,6 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 62 25 — — — — — — — 160 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 4 Pobreza e privação humanas Pessoas População abaixo da linha Probabilidade que são de privação de rendimento à nascença de funcional(%) não viver até mente Desemprego † † † aos 60 anos analfabetas de longo prazo 50% da 11 dól. dia 4 dól. dia (% da (% idades (em % da mediana do (dól. PPC (dól. PPC coorte) 16-65) força de trabalho) c rendimento d, † 1994) f 1990) 1995-2000 a 1994-98 b 2000 1987-98 e 1994-95 e 1996-99 e Países da OCDE, Europa do Leste, Central e CEI Índice de pobreza humana (IPH-2) Ordem segundo IDH 88 92 95 102 105 112 Azerbaijão Albânia Usbequistão Quirguistão Moldávia Tajiquistão Ordem Valor (%) — — — — — — — — — — — — 20,4 12,4 23,9 26,4 27,4 25,3 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 88 82 — Ordem IPH-2 menos ordem privação rendimento g — — — — — — † Assinala os indicadores utilizados para calcular o índice de pobreza humana (HP-2). Para mais pormenores ver a nota técnica 1. Nota: Este quadro inclui Israel e Malta, que não são países membros da OCDE, mas exclui a Coreia do Sul, México e Turquia que são membros. Para o índice de pobreza humana e indicadores relacionados para estes três países, ver quadro 3. a. Os dados referem-se à probabilidade, à nascença, de não viver até aos 60 anos, vezes 100. São estimativas para o período determinado. b. Baseado nos resultados do nível 1, na escala da literacia de prosa, do Inquérito Internacional sobre Literacia de Adultos. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. c. Os dados referem-se ao desemprego com duração de 12 meses ou mais. d. A linha de pobreza é medida em 50% do equivalente da mediana do rendimento familiar disponível. e. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. f. Baseado na linha de pobreza dos EUA: 11 dólares (PPC de 1994) por dia e pessoa para uma família de três pessoas. g. A privação de rendimento refere-se à percentagem da população que vive com menos de 50% da mediana do rendimento familiar disponível. Um valor positivo indica que o país tem melhor desempenho na privação de rendimento do que na pobreza humana, um valor negativo indica o contrário. h. Os dados referem-se à Flandres. i. Com o fim de calcular o IPH-2 foi utilizada uma estimativa de 15,1%, a média não ponderada dos países com dados disponíveis. j. Os dados referem-se a uma estimativa para 2001 (LIS 2001). k. Os dados referem-se a 1999. Fonte: Coluna 1: determinado com base nos valores do IPH-2 da coluna 2; coluna 2: calculado com base nos dados das colunas 3-6; para pormenores, ver nota técnica 1; coluna 3: calculado com base em dados de sobrevivência, de UN (2001); coluna 4: excepto se indicado de outro modo, OECD e Statistics Canada (2000); coluna 5: OECD 2001b; coluna 6: LIS 2002; coluna 7: Smeeding, Rainwater e Burtless 2000; coluna 8: Milanovic 2002; coluna 9: calculado com base nos dados das colunas 1 e 6. Posições IPH-2 para 17 países seleccionados da OCDE 1 2 3 4 Suécia Noruega Holanda Finlândia 5 6 7 8 9 10 11 Dinamarca Alemanha Luxemburgo França Japão Espanha Itália INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 12 13 14 15 16 17 Canadá Bélgica Austrália Reino Unido Irlanda Estados Unidos 161 5 Tendências demográficas . . .PARA VIVEREM UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL. . . Taxa de crescimento anual da população (%) População total (milhões) Ordem segundo IDH 1975 2000 2015 b 4,0 8,2 23,1 9,8 13,9 4,5 8,8 30,8 10,2 19,1 4,7 8,6 34,4 10,3 21,9 0,4 0,3 1,1 0,2 1,3 220,2 0,2 13,7 111,5 4,7 283,2 0,3 15,9 127,1 5,2 321,2 0,3 16,4 127,5 5,2 População urbana (em % do total) a População com menos de 15 anos (em % do total) População com 65 anos e mais (em % do total) Taxa de fertilidade total (por mulher) 1975 2000 2015 b 2000 2015 b 2000 2015 b 0,3 -0,2 0,8 (,) 0,9 68,2 82,7 75,6 94,9 85,9 74,7 83,3 78,7 97,3 90,7 78,9 84,2 81,9 98,0 94,8 19,8 18,2 19,1 17,3 20,5 15,8 12,4 15,9 13,9 18,0 15,4 17,4 12,6 17,0 12,3 18,2 22,3 16,1 19,9 15,2 2,2 1,9 2,0 1,9 2,5 1,8 1,5 1,6 1,5 1,8 1,0 1,0 0,6 0,5 0,4 0,8 0,6 0,2 (,) (,) 73,7 86,6 88,4 75,7 58,3 77,2 92,5 89,5 78,8 59,0 81,0 94,3 91,0 81,5 59,0 21,7 23,3 18,3 14,7 18,0 18,7 18,7 14,7 13,3 14,2 12,3 11,7 13,6 17,2 14,9 14,4 14,0 17,8 25,8 20,7 2,0 2,8 2,1 2,1 1,6 2,0 2,0 1,5 1,4 1,7 1975-2000 2000-15 1970-75 c 1995-2000 c Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 6,3 52,7 56,2 5,1 7,6 7,2 59,2 59,4 5,3 8,1 7,0 61,9 60,6 5,4 7,8 0,5 0,5 0,2 0,2 0,3 -0,2 0,3 0,1 0,1 -0,2 55,7 73,0 88,7 81,8 67,4 67,4 75,4 89,5 85,1 67,3 69,5 78,4 90,8 85,7 71,0 16,7 18,7 19,0 18,3 16,6 12,1 17,4 15,1 15,1 11,8 16,0 16,0 15,8 15,0 15,6 22,1 18,6 18,9 19,5 20,0 1,8 2,3 2,0 2,0 2,0 1,5 1,7 1,7 1,7 1,4 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 0,4 78,7 3,2 3,1 55,4 0,4 82,0 3,8 3,8 57,5 0,5 80,7 4,4 4,1 55,2 0,8 0,2 0,7 0,8 0,1 1,1 -0,1 1,0 0,6 -0,3 73,7 81,2 53,6 82,8 65,6 91,5 87,5 59,0 85,8 66,9 95,0 89,9 64,0 87,5 70,6 18,7 15,5 21,6 23,0 14,3 17,3 12,1 21,8 18,8 12,0 14,4 16,4 11,3 11,7 18,1 16,0 21,0 13,1 14,5 22,4 2,0 1,6 3,8 2,8 2,3 1,7 1,3 1,9 2,0 1,2 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 35,6 3,4 4,4 9,0 2,3 39,9 6,0 6,9 10,6 4,0 39,0 7,7 8,0 10,5 4,8 0,5 2,3 1,8 0,6 2,3 -0,2 1,6 1,0 -0,1 1,1 69,6 86,6 89,7 55,3 100,0 77,6 91,6 100,0 60,1 100,0 81,1 93,5 100,0 65,1 100,0 14,7 28,3 16,3 15,1 21,9 12,5 24,3 13,9 12,7 14,0 17,0 9,9 10,6 17,6 7,2 19,8 11,5 13,4 21,2 12,9 2,9 3,8 2,9 2,3 2,6 1,2 2,9 1,2 1,3 1,6 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 0,6 35,3 9,1 1,7 0,3 0,8 46,7 10,0 2,0 0,4 0,9 50,6 10,0 1,9 0,4 1,0 1,1 0,4 0,5 1,0 0,7 0,5 (,) -0,2 0,4 45,2 48,0 27,7 42,4 80,4 69,9 81,9 64,4 49,2 90,9 74,6 88,2 77,5 51,6 93,7 23,1 20,8 16,7 15,9 20,2 19,2 17,2 15,3 12,0 16,9 11,5 7,1 15,6 13,9 12,4 14,8 11,6 18,0 18,5 18,1 2,5 4,3 2,7 2,2 2,1 2,0 1,5 1,5 1,2 1,9 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 0,2 0,2 10,0 26,0 10,5 0,3 0,3 10,3 37,0 10,0 0,3 0,4 10,0 43,5 9,3 0,3 2,9 0,1 1,4 -0,2 0,3 1,6 -0,2 1,1 -0,5 38,6 62,0 63,7 80,7 52,8 50,0 72,2 74,5 88,2 64,5 58,4 78,7 76,4 90,2 69,4 20,7 31,9 16,4 27,7 16,9 16,7 23,0 12,8 24,5 13,3 10,4 3,2 13,8 9,7 14,6 11,4 6,4 18,7 10,7 17,4 2,7 5,4 2,2 3,1 2,1 1,5 2,8 1,2 2,6 1,4 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 4,7 34,0 10,3 0,3 2,8 5,4 38,6 15,2 0,6 3,3 5,4 38,0 17,9 0,8 3,7 0,5 0,5 1,5 3,4 0,7 (,) -0,1 1,1 1,4 0,6 46,3 55,4 78,4 79,2 83,1 57,4 62,3 85,8 92,2 91,9 62,0 66,5 89,1 95,0 94,4 19,5 19,2 28,5 28,2 24,8 14,9 14,6 23,7 20,2 22,6 11,4 12,1 7,2 2,9 12,9 13,7 14,8 9,7 6,1 13,4 2,5 2,2 3,6 5,9 3,0 1,4 1,5 2,4 2,6 2,4 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 0,2 1,4 2,0 (,) 1,0 0,3 1,4 4,0 (,) 1,9 0,4 1,2 5,2 (,) 2,8 1,9 -0,1 2,9 -0,7 2,6 1,1 -1,1 1,8 -0,6 2,5 73,4 67,6 42,5 35,0 83,8 88,5 69,4 59,0 34,1 96,0 91,5 71,3 66,5 39,3 96,9 29,6 17,7 32,4 — 31,3 24,5 13,7 27,1 — 25,9 5,4 14,4 5,1 — 2,2 7,7 16,9 7,1 — 6,6 3,4 2,1 4,3 — 6,9 2,4 1,2 2,8 — 2,9 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 0,5 0,1 4,3 3,3 1,0 2,6 0,1 4,7 3,7 1,3 3,2 0,1 4,6 3,5 1,4 6,6 1,2 0,4 0,5 1,0 1,4 1,3 (,) -0,3 0,5 65,4 33,3 45,1 55,7 63,0 86,7 63,8 57,7 68,5 74,1 91,6 72,3 64,4 71,6 79,3 26,0 — 18,0 19,5 25,0 21,1 — 16,8 13,0 19,4 2,7 — 14,1 13,4 6,7 9,2 — 16,9 16,6 9,6 6,4 — 2,0 2,3 3,4 3,2 — 1,7 1,4 1,6 162 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 5 Tendências demográficas Taxa de crescimento anual da população (%) População total (milhões) Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia 1975 2000 2015 b 0,2 0,1 2,5 0,6 0,1 2,4 0,7 0,1 2,2 4,8 0,4 -0,1 59,1 9,3 98,9 11,2 119,2 11,6 9,4 1,7 0,1 12,3 134,2 10,2 2,9 0,2 22,2 145,5 População urbana (em % do total) a População com menos de 15 anos (em % do total) População com 65 anos e mais (em % do total) Taxa de fertilidade total (por mulher) 1975 2000 2015 b 2000 2015 b 2000 2015 b 1,4 0,3 -0,6 82,9 34,2 65,4 92,7 36,8 60,4 95,0 43,3 60,4 26,7 — 17,4 22,7 — 12,6 1,5 — 14,8 5,7 — 17,8 6,8 — 2,0 3,7 — 1,1 2,1 0,7 1,2 0,3 62,8 64,2 74,4 75,3 77,9 78,5 33,1 21,2 26,3 16,4 4,7 9,6 6,8 14,1 6,5 3,6 2,8 1,6 9,7 3,5 0,3 27,9 133,3 0,3 2,0 2,1 2,4 0,3 -0,4 1,3 1,6 1,5 -0,6 50,3 49,0 50,2 37,7 66,4 69,4 56,3 48,0 57,4 72,9 72,6 61,7 51,7 66,4 74,0 18,7 31,3 38,4 34,1 18,0 14,3 24,9 27,9 26,7 13,6 13,3 5,5 4,2 4,1 12,5 14,0 7,8 4,9 6,2 13,8 2,2 4,9 6,2 5,2 2,0 1,3 2,6 3,4 3,3 1,2 1975-2000 2000-15 1970-75 c 1995-2000 c Desenvolvimento humano médio 54 México 55 Cuba 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 0,1 8,7 21,2 2,4 1,7 0,1 7,9 22,4 5,3 2,0 0,1 6,8 21,4 7,1 2,1 -0,1 -0,4 0,2 3,1 0,8 (,) -1,0 -0,3 1,9 0,1 55,3 57,5 46,2 60,9 50,6 71,0 67,5 55,1 87,6 59,4 76,0 69,3 59,3 90,3 62,0 — 15,7 18,3 33,9 22,6 — 12,2 15,2 30,4 15,1 — 16,1 13,3 3,4 10,0 — 17,9 14,6 5,1 13,0 — 2,2 2,6 7,6 3,0 — 1,1 1,3 3,8 1,9 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 0,1 0,9 25,4 12,7 41,1 0,1 1,2 42,1 24,2 62,8 0,2 1,3 52,6 30,9 72,5 1,4 1,1 2,0 2,6 1,7 0,9 0,8 1,5 1,6 1,0 38,6 43,4 60,0 75,8 15,1 37,8 41,3 75,0 86,9 19,8 43,6 48,6 81,3 90,0 24,2 32,1 25,6 32,8 34,0 26,7 27,2 21,1 27,0 27,6 22,0 5,7 6,2 4,7 4,4 5,2 6,0 8,3 6,4 6,5 7,8 5,7 3,2 5,0 4,9 5,0 2,7 2,0 2,8 3,0 2,1 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 7,3 0,6 108,1 0,4 2,8 20,3 0,8 170,4 0,4 3,5 31,7 0,9 201,4 0,4 4,2 4,1 1,4 1,8 0,5 0,9 3,0 0,9 1,1 0,3 1,3 58,4 36,7 61,8 49,5 67,0 86,2 49,4 81,2 74,1 89,7 91,0 59,9 87,7 81,3 92,6 42,9 33,3 28,8 30,5 31,1 38,6 28,2 24,3 23,1 23,8 3,0 3,4 5,1 5,6 6,1 4,4 5,7 7,3 6,3 6,5 7,3 4,2 4,7 5,3 4,9 6,2 3,2 2,3 2,2 2,3 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 2,8 42,0 0,9 14,1 49,0 3,8 75,7 2,5 16,2 49,6 3,8 95,9 4,1 16,0 43,3 1,2 2,4 4,2 0,5 (,) (,) 1,6 3,2 -0,1 -0,9 63,0 35,6 19,6 52,2 58,3 67,2 58,6 76,0 55,8 67,9 69,8 69,0 82,6 58,2 70,4 23,7 37,5 44,1 27,0 17,8 14,0 29,6 41,5 22,2 12,8 8,6 3,5 2,5 6,9 13,8 10,3 4,9 3,7 8,1 15,7 3,0 6,0 7,2 3,5 2,2 1,4 3,6 5,8 2,1 1,3 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 4,9 15,2 0,1 0,1 40,0 5,3 25,7 0,1 0,3 66,7 4,8 31,9 0,1 0,5 79,0 0,3 2,1 0,1 3,0 2,0 -0,6 1,4 0,3 2,9 1,1 49,5 61,5 32,6 18,1 41,6 56,3 72,8 37,9 27,6 65,8 61,4 77,9 47,2 35,2 71,8 20,5 33,4 — 43,7 30,0 14,8 26,7 — 40,5 24,1 12,9 4,8 — 3,5 5,8 15,0 6,5 — 3,2 7,2 2,6 6,0 — 7,0 5,2 1,6 3,0 — 5,8 2,7 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 2,0 2,5 5,7 13,5 2,7 2,6 4,7 8,0 18,9 5,5 3,0 6,1 8,7 21,5 7,8 1,0 2,5 1,4 1,3 2,9 0,9 1,6 0,5 0,8 2,3 44,1 47,6 51,5 22,0 39,0 56,1 44,8 51,9 22,8 56,0 63,5 49,9 53,9 29,9 65,0 31,5 37,6 29,0 26,3 39,5 25,4 28,4 17,5 22,5 34,1 7,2 4,3 6,8 6,3 3,5 7,8 4,5 8,1 8,8 4,3 5,0 6,2 4,3 4,1 5,7 2,5 3,6 1,9 2,1 4,2 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 0,1 2,4 6,9 5,0 14,0 0,1 3,1 12,6 8,4 24,9 0,1 3,4 15,9 10,1 30,6 0,8 1,1 2,4 2,0 2,3 0,6 0,6 1,5 1,3 1,4 27,0 32,7 42,4 45,3 39,1 54,8 42,3 63,0 65,4 36,7 68,0 51,9 69,4 73,0 38,4 — 30,0 33,8 33,5 36,3 — 22,7 27,1 28,4 25,9 — 5,9 4,7 4,3 4,7 — 8,0 6,2 6,2 5,0 — 4,7 6,0 5,6 6,3 — 2,6 3,1 2,9 2,8 1,3 d 2,0 3,0 3,7 1,7 0,7 d 1,2 1,4 2,5 1,9 17,4 49,8 45,8 57,8 21,4 35,8 65,5 64,0 78,7 62,2 49,5 73,5 73,2 81,1 73,5 24,8 29,7 37,4 40,0 39,3 19,4 24,8 27,2 36,4 31,9 6,9 5,9 3,4 2,8 4,6 9,3 6,2 5,0 3,7 3,3 4,9 6,2 6,4 7,8 7,0 1,8 2,3 3,2 4,7 3,6 96 97 98 99 100 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 927,8 d 1.275,1 d 1.410,2 5,7 9,5 11,3 33,5 70,3 87,1 1,9 4,9 7,2 0,3 0,4 0,6 d INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 163 5 Tendências demográficas Taxa de crescimento anual da população (%) População total (milhões) Ordem segundo IDH 2015 b População urbana (em % do total) a População com menos de 15 anos (em % do total) População com 65 anos e mais (em % do total) Taxa de fertilidade total (por mulher) 1975 2000 2015 b 2000 2015 b 2000 2015 b 0,8 1,1 -0,1 1,6 -0,2 21,1 37,9 30,0 41,5 35,8 22,1 34,4 36,3 60,3 41,6 27,6 36,0 44,0 73,2 45,2 41,2 33,9 30,6 35,6 23,1 36,6 25,0 25,7 29,5 16,7 4,6 6,0 5,0 5,0 9,3 4,7 6,0 6,5 6,1 10,2 5,7 4,7 4,9 6,1 2,6 4,5 2,9 2,4 3,2 1,6 2,5 2,1 3,1 2,0 1,8 1,5 0,2 2,4 1,3 1,1 40,3 48,0 45,1 18,8 19,4 57,1 56,9 51,4 24,1 41,0 65,2 67,2 57,9 31,6 55,0 34,8 34,0 40,8 33,4 30,8 26,8 30,5 34,3 25,1 24,7 4,1 3,6 3,1 5,3 4,8 4,9 5,4 3,4 5,5 6,4 7,4 5,4 7,7 6,7 5,2 3,2 3,1 4,0 2,5 2,6 0,7 7,1 3,1 11,2 84,4 2,8 2,3 2,2 2,2 2,2 2,8 1,0 1,3 2,0 1,5 27,1 35,5 48,7 41,3 43,5 48,2 27,6 56,6 62,4 42,7 61,4 29,6 59,5 69,9 45,8 43,7 39,4 35,2 39,6 35,4 43,4 27,1 25,9 33,7 26,9 3,9 4,6 3,8 4,0 4,1 3,5 4,6 4,2 4,9 5,2 5,7 6,8 7,3 6,5 5,5 5,9 3,7 2,7 4,4 3,4 8,7 1,8 7,2 0,2 16,3 3,0 2,9 2,8 2,1 2,6 2,0 2,4 2,4 1,7 2,4 32,1 40,0 48,9 27,0 36,7 52,7 81,4 56,1 47,0 39,7 64,3 88,9 62,6 56,4 46,2 41,8 40,2 42,6 — 43,6 33,7 40,8 35,2 — 37,3 3,4 5,8 3,0 — 3,5 4,1 5,5 3,7 — 3,8 7,0 4,3 6,8 — 6,4 4,3 5,4 4,3 — 4,9 0,4 0,7 1,8 2,3 29,9 37,7 1.008,9 1.230,5 0,9 1,0 3,4 2,7 2,2 1,9 2,6 3,2 1,8 1,5 1,3 0,7 9,1 20,6 37,8 21,3 14,0 19,7 30,9 55,5 27,7 26,4 28,6 39,4 64,4 32,2 32,7 44,8 43,7 34,7 33,5 41,6 41,6 39,0 28,1 26,9 38,7 2,6 3,8 4,1 5,0 3,5 2,9 3,9 4,9 6,4 4,3 7,2 6,5 6,9 5,4 6,5 5,6 5,3 3,4 3,3 4,8 1975 2000 0,2 3,3 0,7 4,1 3,8 0,2 4,9 0,8 6,3 4,3 0,2 5,8 0,7 8,0 4,2 0,2 1,6 0,1 1,7 0,4 16,0 25,8 7,4 48,0 134,6 30,3 43,3 16,2 78,1 212,1 38,0 44,6 23,2 94,4 250,1 0,2 3,4 1,4 4,8 38,8 0,5 6,1 2,5 8,3 67,9 3,0 0,6 2,5 0,1 6,0 6,4 1,2 5,1 0,1 11,4 1975-2000 2000-15 1970-75 c 1995-2000 c 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 0,8 30,2 6,1 9,9 7,1 1,5 47,7 12,6 19,3 13,1 1,7 55,3 16,4 26,4 18,6 2,8 1,8 2,9 2,7 2,5 0,6 1,0 1,7 2,1 2,3 12,8 23,9 19,6 30,1 10,3 49,0 27,7 35,3 36,1 16,9 56,0 36,7 45,9 42,4 26,1 42,1 33,1 45,2 40,9 43,9 36,8 25,3 39,9 36,0 38,6 2,8 4,6 3,2 3,2 2,8 3,9 6,0 3,1 4,0 3,4 6,6 5,8 7,4 6,9 5,5 4,4 3,3 5,0 4,6 5,2 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 0,1 1,2 2,6 13,6 7,5 0,2 2,0 4,8 30,7 14,9 0,3 2,1 6,6 40,0 20,2 2,7 2,0 2,5 3,3 2,7 2,4 0,3 2,2 1,8 2,0 15,7 10,8 11,9 12,9 26,9 21,7 28,0 17,4 33,4 48,9 28,6 38,9 22,3 47,2 58,9 42,0 39,3 40,1 43,5 43,1 36,2 36,6 36,0 38,3 39,5 3,2 4,2 2,4 2,8 3,7 3,7 5,6 2,9 3,0 3,8 6,1 5,7 6,1 8,1 6,3 4,6 4,8 4,6 4,6 5,1 1,4 0,3 3,0 0,7 4,7 1,1 2,9 3,2 3,0 2,8 35,0 21,2 65,4 33,2 72,6 42,6 46,3 43,0 46,0 39,8 3,3 2,6 3,1 3,0 6,3 7,0 6,3 5,4 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 70,3 16,7 1,2 141,3 31,1 2,1 204,3 42,4 3,1 2,8 2,5 2,3 2,5 2,1 2,6 26,4 18,9 3,4 33,1 36,1 7,1 39,5 48,7 11,6 41,8 40,1 42,7 38,4 35,4 38,8 3,7 3,4 4,2 4,0 4,3 4,5 6,3 6,7 5,9 5,5 4,9 5,5 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 2,3 13,1 3,0 7,0 75,6 4,5 23,0 5,3 18,3 137,4 6,6 32,1 7,3 33,1 183,2 2,8 2,2 2,2 3,9 2,4 2,5 2,2 2,2 3,9 1,9 16,3 5,0 11,1 16,6 9,9 33,4 11,8 19,3 24,7 25,0 42,7 17,9 27,1 31,2 34,4 44,3 41,0 42,7 50,1 38,7 41,2 37,2 37,3 48,9 32,9 3,1 3,7 3,5 2,3 3,1 3,3 4,2 3,7 2,0 3,7 7,1 5,8 6,2 7,6 6,4 5,8 4,8 5,3 7,6 3,8 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 4,9 7,9 54,9 0,2 10,8 8,1 16,0 113,9 0,6 23,3 10,2 24,1 165,3 0,7 38,7 2,0 2,8 2,9 4,4 3,1 1,5 2,7 2,5 0,7 3,4 21,7 16,3 23,4 68,9 8,3 35,7 29,5 44,1 84,0 14,2 45,6 39,4 55,5 86,9 20,7 40,6 44,7 45,1 43,2 49,2 35,1 41,9 41,4 41,5 49,3 3,7 3,0 3,0 3,2 2,5 4,1 3,1 3,3 5,2 2,2 5,8 6,6 6,9 6,7 7,1 4,4 6,1 5,9 6,1 7,1 136 Congo 137 Comores 0,2 0,9 17,3 620,7 0,5 Desenvolvimento humano baixo 164 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 5 Tendências demográficas Taxa de crescimento anual da população (%) População total (milhões) Ordem segundo IDH 1975 2000 2015 b 1975-2000 2000-15 População urbana (em % do total) a População com menos de 15 anos (em % do total) População com 65 anos e mais (em % do total) 1975 2000 2015 b 2000 2015 b 2000 2015 b Taxa de fertilidade total (por mulher) 1970-75 c 1995-2000 c 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep, Dem, 16,2 1,4 5,0 4,8 23,1 35,1 2,7 10,4 9,4 50,9 49,3 4,1 14,8 13,5 84,0 3,1 2,7 2,9 2,7 3,2 2,3 2,9 2,3 2,4 3,3 10,1 20,3 34,8 34,2 29,5 32,3 57,7 39,6 47,4 30,3 46,2 73,8 45,2 57,4 39,3 45,0 44,1 46,5 44,3 48,8 40,4 43,5 44,2 40,1 48,0 2,4 3,2 2,9 2,5 2,9 3,0 3,0 2,9 2,7 2,8 6,8 6,5 7,8 7,0 6,3 5,5 6,0 6,0 5,6 6,7 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 6,8 2,1 3,0 4,1 0,5 16,0 3,7 6,3 8,2 1,3 21,5 5,7 9,4 11,3 1,8 3,5 2,2 2,9 2,8 3,5 2,0 3,0 2,7 2,2 2,1 32,1 12,7 21,9 16,3 17,0 43,6 18,7 42,3 27,5 30,7 50,9 26,2 53,0 35,5 40,5 42,1 43,9 46,4 44,1 40,3 38,4 40,4 42,8 41,6 36,7 3,1 2,9 2,7 2,8 3,1 3,8 3,5 2,8 3,0 4,0 7,4 6,5 7,1 7,0 6,5 5,1 5,7 6,1 6,3 5,2 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 6,2 4,4 5,2 6,2 2,1 13,1 7,6 11,3 11,4 3,7 20,8 10,5 15,7 17,7 4,9 3,0 2,2 3,1 2,4 2,4 3,1 2,1 2,2 2,9 1,8 17,8 4,0 7,7 16,2 33,7 34,2 6,2 14,7 30,2 41,2 44,1 8,9 21,3 40,7 49,7 48,2 44,3 46,3 46,1 43,0 48,5 42,8 44,2 46,3 40,5 2,8 2,6 2,9 4,0 4,0 2,6 2,8 3,2 3,8 4,0 6,6 8,3 7,4 7,1 5,7 7,2 6,2 6,8 7,0 5,3 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 4,1 0,6 32,8 6,2 10,3 7,9 1,2 62,9 11,5 18,3 12,4 1,7 89,8 18,5 23,5 2,6 2,5 2,6 2,5 2,3 3,0 2,4 2,4 3,2 1,7 15,6 16,0 9,5 6,3 8,7 23,8 31,5 15,5 16,5 32,1 30,9 43,0 22,0 23,1 48,2 46,5 43,5 45,2 48,7 43,9 46,4 43,6 44,4 47,7 41,8 3,1 3,6 3,0 3,2 3,2 2,8 3,3 3,2 2,6 3,4 6,7 6,0 6,8 7,8 6,6 6,6 6,0 6,8 6,9 6,3 3,7 4,8 2,9 6,4 10,8 4,4 9,8 18,5 7,1 2,2 3,2 1,6 2,9 3,6 3,2 3,2 10,6 21,4 9,0 20,6 36,6 14,5 29,1 46,7 47,6 49,9 44,2 45,0 49,7 45,0 2,9 2,0 2,9 2,4 1,9 2,9 6,8 8,1 6,5 6,8 8,0 6,5 Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 2.908 T 332 T 126 T 1.293 T 318 T 828 T 303 T 354 T 925 T 732 T 4.695 T 634 T 246 T 1.859 T 513 T 1.402 T 606 T 397 T 1.129 T 852 T 5.773 T 907 T 333 T 2.108 T 624 T 1.762 T 866 T 383 T 1.209 T 898 T 1,9 2,6 2,7 1,5 1,9 2,1 2,8 0,5 0,8 0,6 1,4 2,4 2,0 0,8 1,3 1,5 2,4 -0,2 0,5 0,3 26,1 14,6 40,3 19,7 61,4 21,4 20,9 57,7 70,4 74,9 40,0 25,7 52,8 37,7 75,4 29,4 33,9 63,4 76,9 78,7 48,5 34,5 59,0 50,1 80,5 35,0 42,7 64,8 80,4 81,9 32,7 43,1 37,6 26,9 31,6 35,1 44,6 20,8 20,4 18,3 28,1 40,4 32,2 21,3 26,3 29,0 42,4 15,9 17,3 15,7 5,1 3,1 3,7 6,2 5,4 4,6 3,0 11,6 13,0 14,9 6,4 3,4 4,6 8,4 7,2 5,7 3,2 12,9 16,2 18,5 5,4 6,6 6,5 5,0 5,1 5,6 6,8 2,5 2,5 2,1 3,1 5,4 4,1 2,1 2,7 3,6 5,8 1,5 1,8 1,7 Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 895 T 2.678 T 424 T 1.063 T 1.127 T 4.048 T 4.717 T 839 T 1.218 T 0,7 1,7 2,7 0,4 1,0 2,5 72,6 29,5 17,4 78,5 42,6 29,7 82,0 50,9 38,5 19,1 29,8 43,7 16,3 24,2 40,9 13,9 5,9 3,1 17,3 7,5 3,4 2,3 4,9 6,7 1,7 2,6 5,6 Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 747 T 1.855 T 1.396 T 878 T 929 T 2.675 T 3.037 T 2.397 T 3.096 T 0,7 1,5 2,2 0,4 0,8 1,7 75,0 35,0 21,8 79,1 51,2 31,0 82,3 60,9 38,0 18,4 27,4 36,9 15,8 22,2 32,4 14,7 6,6 4,5 18,3 8,5 5,2 2,1 4,6 5,7 1,7 2,2 4,0 Mundo 4.066 T e 6.057 T e 7.207 T e 1,6 1,2 37,9 47,2 53,7 29,9 25,8 6,9 8,3 4,5 2,8 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa a. Como os dados são baseados em definições nacionais do que são de cidades e áreas metropolitanas, as comparações entre países devem ser feitas com precaução. b. Os dados referem-se a projecções de variações médias. c. Os dados referem-se a estimativas para o período indicado. d. As estimativas da população incluem Taiwan, província da China. e. Os dados referem-se à população mundial total, de acordo com UN (2001). A população total dos 173 países incluídos nos principais quadros de indicadores foi estimado em 3.998 milhões em 1975 e 5.951 milhões em 2000, e foi projectado em 7.061 milhões em 2015. Fonte: Colunas 1-3, 13 e14: UN 2001; coluna 4: calculado com base nos dados das colunas 1 e 2; coluna 5: calculado com base nos dados das colunas 2 e 3; colunas 6-8: UN 2002d; colunas 9 e10: calculado com base nos dados da população com menos de 15 anos e da população total, de UN (2001); colunas 11 e 12: calculado com base nos dados da população com idade igual ou superior a 65 anos e da população total, de UN (2001). INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 165 6 Compromisso com a saúde: acesso, serviços e recursos Ordem segundo IDH . . .PARA VIVEREM UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL. . . PopuPopulação População lação com com com acesso Crianças de um ano vacinadas instalações fontes aos medisanitárias de água camentos Contra a Contra o adequadas melhoradas essenciais tuberculose sarampo (%) (%) (%) a (%) (%) 2000 2000 1999 1999 1999 Taxa de utilização de terapia Utilização de reidra- de contratação oral ceptivos (%) (%) c 1994-2000 b 1995-2000 b Partos assistidos Despesa de saúde por técnicos Médicos Pública Privada Per capita de saúde (por 100.000 (em % do (em % do (dól. (%) habitantes) PIB) PIB) PPC) 1995-2000 d 1990-99 b 1998 1998 1998 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 2,2 e 1,3 2,7 e 2,5 e 2,6 3.182 e 2.145 1.939 e 2.137 e 1.714 5,7 e 7,4 e 6,0 e 5,7 5,2 e 7,1 e 1,3 e 2,8 e 1,6 1,7 e 4.271 e 2.701 e 2.173 e 2.243 1.704 e 323 303 164 290 302 7,6 7,3 5,8 6,9 5,9 2,8 2,0 e 1,2 e 1,5 e 2,3 e 3.857 2.288 e 1.675 e 2.785 e 2.121 e 272 350 219 218 554 5,7 7,9 5,2 6,3 5,6 0,4 e 2,6 e 1,6 e 1,8 e 2,6 e 2.731 e 2.697 e 1.569 1.163 e 1.676 e 424 385 — 392 163 5,4 6,0 — 4,7 1,1 1,6 3,6 — 3,6 2,1 1.043 1.607 — 965 678 255 136 312 228 261 — 2,4 5,1 6,7 — 125 85 303 268 357 — — 100 98 99 — — — — 50 28 — — 58 f — Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália — 100 100 — 100 100 100 100 — 100 95-100 95-100 95-100 95-100 95-100 98 13 — — — 93 96 96 83 89 — — — — — — — 75 — — — — 98 — 100 413 311 229 395 240 7,0 6,6 6,6 6,3 6,0 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 100 — 100 — 100 100 — 100 — 100 95-100 95-100 95-100 95-100 95-100 — — — — 99 92 99 96 94 96 — — — — — 76 — — — — 99 — 100 100 — 279 326 251 193 299 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 100 — 100 — 100 100 — 100 100 100 95-100 95-100 95-100 95-100 95-100 — 84 — — — 81 84 91 92 90 — — — — — 82 f — — — 51 — — 99 — — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália — — — — — — — — — — 95-100 95-100 95-100 95-100 95-100 59 — 90 — 81 91 75 77 83 70 — — — — — — — — 75 60 — — — 100 — 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong. China (RAE) Grécia Singapura — — — — 100 — — — — 100 95-100 95-100 — 95-100 95-100 — — — 88 98 93 94 — 88 93 — — — — — 81 — — — — — — 100 — 100 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 100 63 — — 100 100 92 — 100 100 95-100 95-100 95-100 95-100 95-100 — 75 88 96 91 — 85 96 98 60 — — — — — — 80 — — — — 100 100 — — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 100 — — 85 99 100 — — 79 99 95-100 95-100 80-94 50-79 95-100 — 98 98 99 99 86 94 95 99 99 — — — — — — — — — — 91 99 — 98 — 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 100 — 97 — 95 100 — 94 — 98 95-100 80-94 80-94 95-100 50-79 96 96 94 — 99 99 97 96 94 93 — — — — — — — — 62 — 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 93 — 96 96 — 96 — 98 98 — 80-94 95-100 95-100 50-79 95-100 — 99 89 99 — 86 92 88 99 96 — — — — — 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — — — 88 — — — — 86 95-100 80-94 95-100 80-94 50-79 98 99 96 99 — 95 99 92 97 91 — — — — — 166 g g e e e e e e e e e e e — 3,0 e 2,5 0,9 — — 470 e 859 746 — 4,5 — 6,6 e 2,4 e 5,2 2,2 — 0,6 e 6,1 e 1,6 601 — 380 e 654 e 318 353 236 110 100 370 5,7 4,7 2,7 2,6 1,9 1,5 1,5 e 3,1 1,6 7,3 285 248 e 289 358 621 — — 98 100 98 152 297 141 117 189 2,5 5,1 e 5,2 3,1 — 1,8 1,3 e 1,5 2,7 — 612 243 e 257 408 — 99 — — — 99 181 132 229 395 79 0,8 4,8 9,5 e 4,7 e 2,5 7,6 — 2,0 e 1,5 1,8 g g e e 1.428 — — 183 204 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 6 Compromisso com a saúde: acesso, serviços e recursos Ordem segundo IDH PopuPopulação População lação com com com acesso Crianças de um ano vacinadas instalações fontes aos medisanitárias de água camentos Contra a Contra o adequadas melhoradas essenciais tuberculose sarampo (%) (%) (%) (%) (%) a 2000 2000 1999 1999 1999 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Taxa de utilização de terapia Utilização de reidra- de contratação oral ceptivos (%) (%) c 1994-2000 b 1995-2000 b Partos assistidos Despesa de saúde por técnicos Médicos Pública Privada Per capita de saúde (por 100.000 (em % do (em % do (dól. (%) habitantes) PIB) PIB) PPC) 1995-2000 d 1990-99 b 1998 1998 1998 — 96 — — 91 — 95-100 50-79 80-94 99 — 99 87 99 97 — — — 43 — 48 — — 100 126 114 282 — 0,4 4,0 — 1,6 2,6 — 179 166 54 México 55 Cuba 73 95 86 95 80-94 95-100 99 99 95 96 — — 66 — 86 100 186 530 2,6 — 2,8 — 236 — 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa — 94 42 — — 100 87 76 — 99 50-79 80-94 80-94 50-79 50-79 99 99 96 99 96 98 90 82 88 97 — 7 — — — 50 — — — — — 90 — 96 — 443 167 55 66 421 4,6 4,9 2,3 1,4 — 1,0 2,3 0,5 1,0 1,2 85 246 82 81 — 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 100 53 97 — 97 100 58 72 — 80-94 80-94 80-94 95-100 50-79 99 98 99 97 97 99 96 98 92 98 — — — — — — 86 64 40 — 100 — 98 94 — 49 345 184 128 204 3,8 3,9 3,8 — 5,3 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 99 85 74 96 98 100 91 84 80 50-79 95-100 80-94 80-94 95-100 99 86 93 97 98 95 79 75 82 96 — — — — — — — 77 — 72 100 — 86 95 85 47 85 116 236 24 2,4 1,8 5,2 2,6 1,9 1,2 1,6 4,2 1,6 4,1 151 120 227 171 112 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 100 43 77 83 99 95 47 87 95 100 95-100 95-100 0-49 95-100 80-94 99 95 93 — — 94 75 99 85 88 — — 18 24 30 32 — 77 — 61 91 100 88 84 88 166 48 127 25 210 — 2,9 2,9 — 2,2 — 1,4 3,6 — 9,7 — 86 308 — 469 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia — 83 92 99 — — 87 39 91 — 0-49 50-79 80-94 50-79 50-79 93 87 98 99 99 91 79 99 99 99 30 28 88 20 — 60 46 24 66 68 97 56 91 99 99 316 123 133 353 299 4,0 1,6 2,9 2,7 2,9 e 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 76 97 56 91 — 77 94 100 83 0-49 50-79 95-100 50-79 95-100 94 97 — 98 89 80 93 94 86 80 33 29 — — 15 40 64 — — 64 96 56 — — 81 436 93 50 40 121 0,8 2,4 2,9 3,7 3,3 e 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 84 — — 83 95 71 — — 83 79 95-100 50-79 50-79 95-100 0-49 88 99 99 97 72 96 97 99 95 92 — 31 27 — — 66 62 — — 57 95 97 88 — 58 140 300 360 36 110 3,0 4,1 1,0 1,7 1,7 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas 96 Albânia — Equador 59 República Dominicana 71 Usbequistão 100 93 — 71 79 85 80-94 50-79 0-49 50-79 50-79 99 93 99 90 98 87 85 99 96 96 — 48 — 22 19 — — 66 64 56 — 99 69 96 96 88 129 170 216 309 4,2 2,0 1,7 1,9 3,4 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 75 — 95 96 74 80-94 50-79 80-94 95-100 80-94 92 97 99 — — 90 84 99 94 — 29 — — — — 84 — 73 53 53 89 90 — 97 53 162 70 85 166 17 2,1 2,2 1,7 3,6 1,8 e Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 38 — 81 99 71 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO g g e e e e e e e e e e e 2,2 0,2 1,5 — 1,0 4,2 2,1 0,6 2,9 1,5 2,0 3,8 2,5 4,0 1,4 2,5 1,1 0,6 1,8 3,6 2,1 0,9 2,0 3,0 0,6 3,0 2,9 2,5 3,8 1,0 e e e e e e e e 208 62 86 — 90 — 37 — 62 28 16 141 193 150 153 157 30 — 29 86 175 36 59 95 25 40 108 128 139 37 e e e e e e e e e 167 6 Compromisso com a saúde: acesso, serviços e recursos Ordem segundo IDH 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 106 107 108 109 110 PopuPopulação População lação com com com acesso Crianças de um ano vacinadas instalações fontes aos medisanitárias de água camentos Contra a Contra o adequadas melhoradas essenciais tuberculose sarampo (%) (%) (%) a (%) (%) 2000 2000 1999 1999 1999 Taxa de utilização de terapia Utilização de reidra- de contratação oral ceptivos (%) (%) c 1994-2000 b 1995-2000 b Partos assistidos Despesa de saúde por técnicos Médicos Pública Privada Per capita de saúde (por 100.000 (em % do (em % do (dól. (%) habitantes) PIB) PIB) PPC) 1995-2000 d 1990-99 b 1998 1998 1998 99 100 87 83 — 99 77 94 74 100 95-100 50-79 0-49 80-94 50-79 — 98 91 99 99 — 97 87 99 99 — 13 — — 19 — 60 — 60 74 100 98 95 51 99 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 73 86 90 73 66 94 86 80 56 76 95-100 80-94 80-94 80-94 80-94 97 97 95 95 85 83 82 97 93 71 24 — — 20 28 57 56 — 75 57 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 53 — 30 66 94 43 — 60 79 95 0-49 0-49 50-79 50-79 80-94 48 98 97 96 99 24 79 93 79 95 — 20 32 40 — 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 77 21 84 — 85 90 70 79 — 92 0-49 0-49 0-49 0-49 50-79 93 89 99 — 91 98 55 99 — 83 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 34 41 75 31 — 71 77 82 88 — 80-94 80-94 50-79 0-49 95-100 — 80 93 68 97 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja — 46 68 63 18 — 68 85 64 30 80-94 50-79 50-79 0-49 0-49 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 100 92 82 86 92 88 91 42 49 62 — 98 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 g 34 301 18 107 350 4,8 2,2 4,5 2,6 2,9 92 84 — 70 56 85 56 144 48 16 2,6 3,3 0,9 0,8 0,8 — — 60 48 56 — 77 97 59 61 25 201 243 130 202 — — 18 25 15 50 33 60 — 38 54 86 65 — 41 — 66 90 50 82 — — — — 7 — — 50 48 — 85 76 40 42 — 97 88 88 88 71 86 85 79 73 55 — 24 50 22 — — 33 54 22 24 98 — 72 44 34 — 80-94 80-94 0-49 50-79 — 95 70 96 77 — 77 58 79 62 — — — 30 23 — — 26 39 19 89 60 53 44 56 51 96 50-79 80-94 39 — 23 — 13 22 — 21 61 62 69 88 75 62 50-79 0-49 80-94 78 65 90 54 53 76 19 — — Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 34 27 46 45 53 54 81 90 69 97 50-79 0-49 50-79 50-79 50-79 76 86 63 78 91 43 73 71 74 71 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 28 42 63 91 75 46 47 57 100 50 0-49 50-79 0-49 80-94 50-79 71 72 54 26 83 54 55 41 21 53 136 Congo 137 Comores e e e 1,3 2,2 0,8 4,6 2,1 e e 85 e 11 e 51 143 25 1,0 3,8 1,6 4,0 0,9 — 230 116 17 8 — 5,2 — 4,1 — — 0,9 — 2,4 — — 13 — 69 — 83 … 86 47 93 3,9 2,1 8,5 — 2,1 4,7 1,0 4,0 — 2,3 74 122 54 — 78 14 30 46 48 15 — 3,3 1,2 — 2,5 — 3,3 3,2 4,2 1,0 — 142 — — 46 24 30 14 6 30 2,5 0,2 3,0 1,7 0,6 1,5 1,6 4,0 e 2,9 6,3 127 97 36 e 19 17 12 5 7 13 7 — — 2,5 2,4 1,0 — — 0,7 5,5 — — — 25 31 — — 62 25 7 2,0 — 3,8 — 40 — 24 — — 20 — — 57 9 16 0,7 — 3,2 3,1 — 3,6 18 — 36 23 11 20 — — 24 28 — 21 54 50 12 21 22 12 8 4 24 23 20 1,3 1,3 1,2 — 1,7 1,3 4,2 1,3 — 1,9 9 11 6 — 12 — 16 24 — — 28 19 15 — 15 24 47 42 — 38 8 11 18 14 — 1,4 1,1 0,8 5,4 1,9 2,8 1,0 2,0 1,6 4,1 21 5 30 — 18 g g e e e e Desenvolvimento humano baixo 168 e RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 6 Compromisso com a saúde: acesso, serviços e recursos Ordem segundo IDH PopuPopulação População lação com com com acesso Crianças de um ano vacinadas instalações fontes aos medisanitárias de água camentos Contra a Contra o adequadas melhoradas essenciais tuberculose sarampo (%) (%) (%) a (%) (%) 2000 2000 1999 1999 1999 Taxa de utilização de terapia Utilização de reidra- de contratação oral ceptivos (%) (%) c 1994-2000 b 1995-2000 b Partos assistidos Despesa de saúde por técnicos Médicos Pública Privada Per capita de saúde (por 100.000 (em % do (em % do (dól. (%) habitantes) PIB) PIB) PPC) 1995-2000 d 1990-99 b 1998 1998 1998 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 90 33 78 70 20 54 37 64 78 45 50-79 50-79 50-79 50-79 — 87 75 94 90 30 72 62 90 60 15 21 — 36 — — 24 — 25 13 — 36 — 46 50 70 4 14 7 8 7 1,3 1,4 3,6 2,6 — 1,8 3,4 3,4 1,9 — 8 19 23 23 — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia — 13 23 58 37 77 46 63 48 62 80-94 50-79 50-79 80-94 80-94 84 98 90 72 96 62 88 79 52 88 25 — 18 21 26 15 5 16 6 — 47 21 60 35 51 9 3 6 13 4 1,2 — 1,6 2,3 2,3 2,5 — 1,6 1,5 1,9 28 — 12 19 13 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 44 8 77 69 31 38 41 57 65 60 0-49 0-49 0-49 50-79 50-79 52 94 84 84 62 46 87 83 57 39 — — — 22 39 — 13 31 7 15 f 22 31 56 24 44 8 — — 5 4 — 2,0 2,8 2,1 2,0 — 2,1 3,5 2,2 1,0 — 10 11 11 9 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 29 47 15 29 43 27 49 24 — 60 0-49 0-49 50-79 50-79 50-79 45 74 46 76 84 30 70 27 53 57 36 13 — 37 27 4 — 8 12 6 16 35 10 31 44 3 17 — 3 — 2,3 — 1,2 1,5 2,8 0,6 — 2,4 2,8 0,7 7 — 4 9 8 — 20 28 — 59 28 0-49 50-79 0-49 84 47 73 75 36 62 — 38 28 — 8 — 25 16 42 — 4 7 0,6 1,2 0,9 3,0 1,4 4,4 5 5 8 Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste. Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 52 45 81 48 78 39 55 — — — 78 63 86 75 85 89 54 — — — — — — — — — — — — — 80 72 89 90 95 74 67 97 — — 69 56 84 86 92 56 51 96 89 89 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo — 52 50 — 81 67 — — — — 85 70 90 76 52 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo — 59 46 — 81 77 — — — — 93 72 89 91 56 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Mundo 56 81 — 81 72 — — — — — — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa e e e a. Os dados sobre o acesso aos medicamentos essenciais são baseados em estimativas recebidas dos gabinetes regionais e de países e dos conselheiros regionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ainda, do Inquérito sobre a Situação Mundial dos Medicamentos, realizado em 1998-99. Estas estimativas representam a melhor informação disponível, até esta data, no Departamento de Medicamentos Essenciais e Política de Medicamentos da OMS e estão, actualmente, a ser validadas pelos países membros da OMS. O departamento distribui as estimativas por quatro agrupamentos: acesso muito baixo (0-49%), acesso baixo (50-79%), acesso médio (80-94%) e acesso bom (95% ou mais). Estes agrupamentos, utilizados aqui na apresentação de dados, são frequentemente utilizados pela OMS para interpretar os dados, porque as estimativas percentuais podem sugerir um elevado nível de correcção, mais do que os dados oferecem. b. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. c. Os dados referem-se a mulheres casadas com 15-49 anos, mas o conjunto de idades coberto pode variar entre países. d. As definições de técnicos de saúde qualificados podem variar entre países. Os dados referem-se ano mais recente disponível durante o período indicado, ou a uma média móvel para uma série de anos circundando o período. e. Os dados referem-se a 1999. f. Os dados referem-se ao período do inquérito, 1994-95. g. Estimativas provisórias sujeitas a revisão futura. Fonte: Colunas 1 e 2: WHO, UNICEF e WSSCC 2000; coluna 3: WHO 2001a; colunas 4-6: UNICEF 2002b; coluna 7: UN 2002c; coluna 8: WHO 2002a; coluna 9: WHO 2002d; colunas 10-12: World Bank 2002b. INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 169 7 Principais crises e desafios da saúde no mundo Ordem segundo IDH . . .PARA VIVEREM UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL. . . Crianças com peso Pessoas deficiente subalipara a mentadas idade (em % do total(% menores da população) de 5 anos) 1997/99 1995-2000 a Crianças com altura Crianças Pessoas que vivem deficiente nascidas com HIV/SIDA para a com idade insuficiência Adultos Mulheres Crianças (% menores de peso (% 15-49 (15-49 (0-14 de 5 anos) (%) anos) anos) anos) 1995-2000 a 1995-2000 a 2001 b 2001 b 2001 b Consumo Casos de Casos de de malária Tuberculose cigarros (por (por por adulto 100.000 100.000 (média habitantes) habitantes) d anual) 2000 1999 1992-2000 e Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália — — — — — — — — — — — — — — — 5 4 6 8 7 0,08 0,08 0,31 0,16 0,07 400 880 14.000 2.900 800 <100 <100 <500 330 140 — — — — — 5 5 7f 11 6 763 1.060 1.980 1.910 g 1.906 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia — — — — — 1h — — — — 2h — — — — 8 4 — 7h 6 0,61 0,15 0,21 <0,10 <0,10 180.000 <100 3.300 6.600 330 10.000 <100 160 110 <100 — — — — — 6 4 9 32 11 2.193 2.035 2.377 3.076 1.222 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria — — — — — — — — — — — — — — — 6 6 8 6 7 0,50 0,33 0,10 0,15 0,24 6.000 27.000 7.400 770 2.200 300 1.000 550 <100 <100 — — — — — 10 10 11 11 13 2.871 1.772 1.790 1.963 1.709 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália — — — — — — — — — — — — — — — 4 7 4h 6 6 0,16 0,10 0,11 0,06 0,37 — 8.100 660 180 33.000 — 550 190 <100 770 — — — — — 9 12 12 12 8 — 1.803 2.246 1.235 1.960 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura — — — — — — — — — 14 h — — — — 11 h 6 8 — 7 8 0,50 0,10 0,08 0,17 0,20 26.000 — 660 1.800 860 1.300 — <100 <100 <100 — — — — — 21 8 113 9 47 2.572 2.223 952 3.571 1.156 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta — — — — — — — — — — — — — — — — — 7 6 7 0,25 <0,10 0,52 <0,10 0,13 150 960 5.100 <100 — — <100 350 <100 — — 9 — — — 5 52 47 21 6 — 2.778 2.071 2.944 — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — — — — — 5h — 1h — 2h 7h — 2h — 3h 10 — 6 7 9 1,20 i — <0,10 0,69 0,06 — — <100 30.000 300 — — <10 3.000 <100 — — — 1 — 1 52 f 16 31 35 512 — 2.498 1.524 2.742 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — — 4 — 3 — — 1 9 5 — — 2 10 8 7 6 5 10 — <0,10 0,10 i 0,30 0,26 0,30 <100 — 4.300 150 1.400 — — <500 — 100 — — — — — 20 31 23 33 19 2.166 2.631 1.185 1.785 1.562 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — 4 5 — 4 — — 5 — 10 — — 6 — 24 — 5 6 13 h 7 3,50 1,00 0,55 — — 2.700 1.500 2.800 — — <100 — 320 — — — — 38 — — 25 52 22 8 31 j 370 2.009 — — 3.080 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — 15 3 13 14 6h 1 — 7h 17 5h 1 — 4h — 10 h 6 4 — — — <0,10 0,07 2,50 — — <100 260 5.600 — — <10 <100 300 — — — — — 33 j 14 j 39 76 12 — — 2.303 — 2.015 170 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 7 Principais crises e desafios da saúde no mundo Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Crianças com peso Pessoas deficiente subalipara a mentadas idade (em % do total(% menores da população) de 5 anos) 1997/99 1995-2000 a Crianças com altura Crianças Pessoas que vivem deficiente nascidas com HIV/SIDA para a com idade insuficiência Adultos Mulheres Crianças (% menores de peso (% 15-49 (15-49 (0-14 de 5 anos) (%) anos) anos) anos) 1995-2000 a 1995-2000 a 2001 b 2001 b 2001 b Consumo Casos de Casos de de malária Tuberculose cigarros (por (por por adulto 100.000 100.000 (média habitantes) habitantes) d anual) 2000 1999 1992-2000 e — — 4 6 10 h — 8 7h — 10 8 5 — — 0,40 — — 1.000 — — <100 — — — 54 México 55 Cuba 5 17 8 4 18 5 9 6 0,28 <0,10 32.000 830 3.600 <100 6 — 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa — 16 — — 6 — 7 6h 18 3 — 14 — — 13 5 10 4 9 7 0,27 1,50 2,00 0,35 0,90 3.700 8.700 1.000 11.000 180.000 — 800 180 770 — 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 11 — — 5 5h — 6h 5 6 6h — 8h 15 7 8h 9 9 7h 6 — <0,10 i <0,10 0,24 <0,10 — — — 1.100 <100 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 6 13 21 21 14 h 16 7 5 19 h 11 h 10 14 14 16 h 8h 13 7 6 7 — 0,10 0,40 0,50 i 1,79 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano — — 10 11 — 14 8h 6 — 3 20 3h 11 — 12 3 12 h 9 11 6 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 35 24 — 11 5 3 28 24 4 3 14 30 23 10 15 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 18 13 — — — 3 8 — 43 8 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 8 9 37 23 13 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 96 97 98 99 China Tunísia Irão Jordânia 44 4 79 — — — 16 10 794 — Desenvolvimento humano médio h — 36 856 h 57 1 71 51 40 f 68 91 2.043 271 582 844 2.081 — — 4.000 – <100 — — — 2 — 7j 43 117 30 28 — 3.458 1.726 — — — 350 20.000 — 220.000 — <100 4.000 — 21.000 — 1 250 94 130 10 15 26 28 48 — 1.401 517 1.185 1.014 — 0,07 0,65 1,20 — — <100 220.000 1.800 — — — 13.000 190 — 33 — 344 3.485 h 1 17 24 47 22 21 — 1.107 813 2.081 — 9 18 8 6 6 0,15 <0,10 0,11 0,07 0,99 480 2.500 200 1.200 76.000 <100 <10 – <100 — 4 15 28 <1 — 42 196 10 154 65 925 1.587 — 1.880 1.405 12 26 — 27 16 6 10 11 h 12 15 <0,10 0,35 — 0,06 <0,10 i 180 13.000 — — — — 1.500 — — – 5 257 — — 17 96 160 2j 55 34 — 189 — — 2.068 4 — 17 33 5 3 — 20 17 11 11 5 10 17 9 1,22 <0,10 <0,10 <0,10 — 7.200 <100 280 1.400 — 800 — — <100 — — 1 19 1.111 124 4 93 60 38 40 — 10 5 25 4 — 14 15 5 19 — 32 27 6 31 10 5 16 13 6 — — 0,30 2,50 <0,10 — — 5.100 61.000 150 — — 660 4.700 <100 — — 686 6 1 4j 24 50 72 63 — — 272 800 1.234 9 — 5 5 10 4 11 5 17 12 15 8 6 5 7 10 0,11 — <0,10 <0,10 220.000 — 5.000 150 2.000 — <200 — 1 — 27 — 36 23 18 6 1.790 1.436 789 1.725 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO h 766 — 600 392 — 171 7 Principais crises e desafios da saúde no mundo Ordem segundo IDH 100 Cabo Verde 172 Crianças com peso Pessoas deficiente subalipara a mentadas idade (em % do total(% menores da população) de 5 anos) 1997/99 1995-2000 a — 14 h Crianças com altura Crianças Pessoas que vivem deficiente nascidas com HIV/SIDA para a com idade insuficiência Adultos Mulheres Crianças (% menores de peso (% 15-49 (15-49 (0-14 de 5 anos) (%) anos) anos) anos) 1995-2000 a 1995-2000 a 2001 b 2001 b 2001 b 16 h 13 — — — Consumo Casos de Casos de de malária Tuberculose cigarros (por (por por adulto 100.000 100.000 (média habitantes) habitantes) d anual) 2000 1999 1992-2000 e — 50 j — RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 7 Principais crises e desafios da saúde no mundo Ordem segundo IDH Crianças com peso Pessoas deficiente subalipara a mentadas idade (em % do total(% menores da população) de 5 anos) 1997/99 1995-2000 a Crianças com altura Crianças Pessoas que vivem deficiente nascidas com HIV/SIDA para a com idade insuficiência Adultos Mulheres Crianças (% menores de peso (% 15-49 (15-49 (0-14 de 5 anos) (%) anos) anos) anos) 1995-2000 a 1995-2000 a 2001 b 2001 b 2001 b Consumo Casos de Casos de de malária Tuberculose cigarros (por (por por adulto 100.000 100.000 (média habitantes) habitantes) d anual) 2000 1999 1992-2000 e 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — 10 14 12 10 — 11 12 12 3 — 25 10 23 10 — 6 14 13 7 — <0,10 2,70 0,60 0,24 — <100 8.500 6.300 1.200 — — 800 830 — — <1 3.340 — — 18 137 37 j 26 62 — — 1.565 524 — 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 6 — — 19 6 6 — 13 33 26 18 25 h 21 36 — 7 — 6 9 9 0,10 i — 20,10 2.700.000 — — 0,30 35.000 0,10 27.000 — 250.000 — 2.500 1.300 — 143 <1 95 48 48 323 35 113 33 930 1.088 1.255 1.085 1.504 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto — 47 42 22 4 — — 13 10 12 — — 25 26 25 — 13 6 8 10 3,38 <0,10 <0,10 0,10 <0,10 3.000 <100 — 1.200 780 420 — — 160 — 2.506 h 302 — 379 — 97 j 42 128 121 18 — — — 279 1.221 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 21 9 29 — 22 25 — 12 16 24 39 — 25 26 46 6 — 13 7h 12 1,60 — 0,20 — 1,00 27.000 — 1.500 — 27.000 3.000 — 210 — 4.800 543 2.202 h 400 31.614 h 350 72 134 52 67 28 912 532 — — 442 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — 33 6 23 12 21 h 26 h 9h 47 10 h 27 h 28 h 23 h 46 30 h — 15 h 9h 26 — — 22,50 0,08 0,79 33,44 — 110.000 2.000 1.500.000 89.000 — 30.000 — 170.000 14.000 16.971 1.466 <1 193 2.913 67 469 107 123 — 638 — 817 119 — 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 23 7 39 15 37 13 36 13 25 46 23 37 27 26 46 11 16 10 9 9 38,80 — 33,73 3,00 2,70 170.000 — 1.200.000 170.000 74.000 28.000 — 240.000 34.000 12.000 4.760 225 5.422 15.348 477 513 44 435 53 176 — — 309 174 — 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — 25 26 46 25 20 h 16 35 h 23 21 19 h 44 — 37 35 7h — — 9 10 — 31,00 0,65 15,01 11,83 — 180.000 4.100 1.400.000 500.000 — 27.000 500 220.000 69.000 3.208 — 1.692 545 3.423 h 63 291 j 278 194 52 — — — 329 — 32 — 14 25 19 42 — 18 7,15 — 59.000 — 15.000 — 5.916 1.946 175 20 j 422 — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 18 21 — 38 17 19 — — 40 21 h — 15 0,11 2,60 <0,10 16.000 230.000 — 2.200 30.000 — 58 13.932 283 14 80 57 620 — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 17 23 28 34 33 25 47 40 46 48 22 54 41 52 45 13 21 — 26 30 6,00 0,49 <0,10 0,12 <0,10 76.000 14.000 350 1.500 3.100 15.000 1.500 <100 — 310 8.939 h 33 755 15.200 h 40 28 j 117 42 j 73 j 62 390 604 — 797 232 146 Haiti 147 Madagáscar 148 Nigéria 56 40 7 28 33 27 32 49 46 28 h 15 9 6,10 0,29 5,80 120.000 12.000 1.700.000 12.000 1.000 270.000 15 h 2.363 h 30 113 97 j 22 231 308 188 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 173 8 Sobrevivência: progressos e retrocessos . . .PARA VIVEREM UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL. . . Probabilidade à nascença de ultrapassar os 65 anos a Esperança de vida à nascença (anos) Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nados-vivos) Taxa de mortalidade de menores de cinco (por 1.000 nados-vivos) Taxa de mortalidade materna Masc. registada (% de (por 100.000 coorte) nados-vivos) 1995-2000 b 1985-99 c 1970-75 b 1995-2000 b 1970 2000 1970 2000 Fem. (% de coorte) 1995-2000 b Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 74,4 74,7 73,2 71,4 71,7 78,1 79,3 78,5 77,9 78,7 13 11 19 21 17 4 3 6 6 6 15 14 23 29 20 4 4 6 6 6 90,0 90,8 89,3 89,5 90,2 82,2 84,8 82,3 80,7 83,1 6 5 — — — 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 71,5 74,3 74,0 73,3 70,7 76,5 78,9 77,9 80,5 77,2 20 12 13 14 13 7 4 5 4 4 26 14 15 21 16 8 4 5 4 4 85,7 90,0 89,1 92,1 90,3 77,4 84,4 82,7 84,0 77,9 8 — 7 8 6 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 73,8 72,4 72,0 73,6 70,6 78,6 78,1 77,2 75,9 77,7 15 18 18 14 26 3 4 6 4 5 18 24 23 19 33 4 5 6 4 5 90,5 90,1 88,3 85,5 89,9 82,2 78,0 81,5 78,3 79,7 5 10 7 10 — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 70,7 71,0 71,3 71,7 72,1 77,0 77,3 76,1 77,2 78,2 19 22 20 17 30 5 4 6 6 6 26 26 26 20 33 5 5 6 6 6 88,4 89,3 87,7 87,6 90,9 80,1 79,2 80,0 80,9 81,6 (,) 8 6 15 7 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 72,8 71,6 72,0 72,3 69,5 78,1 78,3 79,1 78,0 77,1 27 24 — 38 22 5 6 — 5 4 34 27 — 54 26 5 6 — 6 4 91,4 89,7 91,6 91,4 86,6 79,8 85,1 83,1 81,6 79,6 6 5 — 1 6 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 71,4 62,6 68,0 69,8 70,6 77,8 74,3 75,2 75,0 77,6 29 43 53 25 25 6 5 6 4 5 33 54 62 29 32 7 5 6 5 6 90,3 87,5 88,4 87,3 89,7 83,2 72,1 75,3 72,8 84,2 (,) 20 8 11 — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 69,4 68,3 70,1 67,1 69,3 76,4 75,5 74,3 72,9 70,7 40 58 21 59 36 12 6 5 18 8 54 78 24 71 39 14 6 5 21 9 88,1 87,8 87,0 84,1 81,1 80,6 79,4 72,0 70,6 59,0 (,) (,) 9 41 15 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 70,0 70,4 63,4 63,5 68,7 72,8 72,8 74,9 72,9 73,9 25 32 76 55 48 8 9 10 13 14 29 36 96 75 57 9 10 12 16 16 85,4 85,1 85,4 84,0 84,7 66,4 65,8 75,6 75,5 71,4 9 8 23 46 26 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 66,5 70,5 67,9 — 67,2 69,0 70,0 76,0 — 75,9 38 21 58 — 49 15 17 10 21 9 49 26 76 — 59 18 21 12 25 10 76,0 81,9 87,2 — 86,2 57,4 54,8 80,1 — 80,7 — 50 29 130 5 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 62,5 — 69,6 71,3 65,9 74,6 — 73,3 71,4 73,8 61 — 34 23 48 8 13 8 17 17 83 — 42 28 57 9 17 8 21 20 83,6 — 85,3 83,6 82,4 75,8 — 69,5 59,7 73,9 3 — 6 18 70 Ordem segundo IDH Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 174 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 8 Sobrevivência: progressos e retrocessos Probabilidade à nascença de ultrapassar os 65 anos a Esperança de vida à nascença (anos) Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nados-vivos) Taxa de mortalidade de menores de cinco (por 1.000 nados-vivos) Taxa de mortalidade materna Masc. registada (% de (por 100.000 coorte) nados-vivos) 1995-2000 b 1985-99 c 1970-75 b 1995-2000 b 1970 2000 1970 2000 Fem. (% de coorte) 1995-2000 b 62,6 — 70,1 68,9 — 69,6 45 — 21 12 13 17 65 — 26 16 15 21 75,7 — 79,8 69,4 — 56,9 10 150 45 54 México 55 Cuba 62,4 70,6 72,2 75,7 79 34 25 7 110 43 30 9 80,8 84,1 69,9 78,1 55 33 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 71,5 66,2 67,6 63,0 69,7 68,5 73,6 73,6 71,9 66,1 22 46 56 46 29 17 20 34 8 18 27 68 77 63 36 20 26 41 9 22 80,0 83,5 82,1 82,0 77,0 51,3 76,0 77,4 70,8 46,4 20 70 140 41 44 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 71,0 69,2 52,9 67,5 — 70,8 69,8 70,0 72,7 — 28 46 105 85 14 14 19 17 22 — 32 56 160 120 16 16 22 20 26 — 83,5 79,9 76,0 82,5 — 64,2 62,5 68,3 74,2 65 15 42 75 7 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 65,3 62,9 61,6 65,7 59,5 73,0 70,7 70,4 72,4 69,6 — 64 70 47 74 17 17 25 20 25 — 86 113 61 102 19 20 30 23 29 80,4 80,6 79,1 82,3 78,8 70,1 63,0 67,6 71,6 66,5 30 21 80 60 44 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 53,9 60,6 59,5 64,0 65,0 70,9 68,4 67,2 70,1 72,6 118 50 95 51 45 24 18 32 27 28 185 61 135 68 54 29 22 38 33 32 78,4 72,8 75,4 77,7 81,8 73,4 63,7 59,3 66,4 75,7 — 38 160 110 100 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 72,5 58,1 49,0 64,4 70,1 72,4 68,6 70,5 64,1 68,1 24 60 126 — 22 25 30 12 60 17 30 90 200 — 27 30 40 14 75 21 85,1 75,7 78,1 72,7 79,0 70,8 67,2 72,1 47,6 51,8 35 170 14 65 25 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 69,2 55,4 — 51,4 57,9 72,7 68,0 — 65,4 69,0 36 115 — 157 150 24 40 21 59 38 46 178 — 255 201 29 50 26 80 45 84,5 75,2 — 65,4 78,6 67,1 66,2 — 66,8 68,7 50 270 1 350 130 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 69,0 60,6 69,0 65,1 65,9 74,8 65,4 71,0 71,6 69,6 49 82 — 65 56 17 52 74 17 26 64 120 — 100 76 20 70 105 19 31 84,1 71,7 79,8 82,8 78,2 77,5 56,9 65,0 71,8 69,4 95 65 80 60 190 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — 67,7 58,8 59,7 64,2 — 72,8 69,5 67,3 68,3 — 68 87 91 — 21 27 25 42 51 — 82 140 128 — 24 31 32 48 67 — 87,0 77,3 74,5 75,0 — 78,6 69,0 64,9 62,9 43 — 160 230 21 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 63,2 55,6 53,9 56,6 57,5 69,8 69,5 68,0 69,7 68,9 85 135 122 77 — 32 22 36 28 30 120 201 191 107 — 40 28 44 34 40 79,4 75,8 74,3 74,4 76,2 70,9 70,6 68,9 68,9 64,6 55 70 37 41 35 Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO d d 175 8 Sobrevivência: progressos e retrocessos Probabilidade à nascença de ultrapassar os 65 anos a Esperança de vida à nascença (anos) Ordem segundo IDH Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nados-vivos) Taxa de mortalidade de menores de cinco (por 1.000 nados-vivos) 1970-75 b 1995-2000 b 1970 2000 1970 2000 Fem. (% de coorte) 1995-2000 b Taxa de mortalidade materna Masc. registada (% de (por 100.000 coorte) nados-vivos) 1995-2000 b 1985-99 c 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 56,1 63,1 60,0 58,2 64,8 68,5 66,9 63,7 69,1 66,6 106 111 80 111 46 21 53 55 34 27 160 146 101 162 61 26 63 74 40 33 75,8 75,3 70,2 75,9 72,5 62,0 57,8 54,1 65,6 53,6 — 65 110 120 28 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 54,5 53,7 57,0 50,3 49,2 68,9 56,7 70,5 67,2 65,1 143 80 90 112 104 50 55 24 30 35 234 115 128 157 172 65 70 29 39 48 75,4 53,7 77,4 74,1 69,5 72,2 40,2 72,5 65,6 61,7 220 — 110 95 380 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 40,5 63,4 53,8 46,7 52,1 50,0 67,2 61,9 61,4 66,3 165 78 — 144 157 103 54 62 62 37 281 111 — 243 235 156 73 78 80 43 47,0 73,6 64,0 63,9 72,8 41,0 62,7 53,9 57,0 63,9 — 65 150 390 170 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 53,8 45,0 55,1 — 53,7 65,6 52,4 67,7 — 64,0 116 — 113 — 115 32 60 37 58 44 170 — 165 — 168 40 90 45 75 59 70,5 48,7 72,7 — 67,9 59,3 43,5 63,9 — 56,2 110 520 150 — 190 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 55,6 49,4 52,9 50,3 47,3 67,4 45,1 66,6 62,3 50,8 70 104 119 127 132 21 56 41 69 101 99 155 184 202 196 25 69 46 96 142 72,5 31,3 74,1 64,7 45,1 67,4 28,0 66,3 59,9 39,2 550 230 230 540 230 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 53,2 49,3 56,0 49,9 40,3 44,4 55,8 42,9 56,3 56,5 99 122 86 112 — 74 78 73 58 95 142 179 138 190 — 101 110 117 102 135 29,6 55,9 23,7 53,8 55,8 24,5 46,6 22,1 48,3 46,3 330 230 700 210 440 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 54,0 49,5 44,7 51,0 45,7 67,2 51,2 55,6 52,2 50,0 107 125 90 96 127 35 92 79 77 95 160 190 130 156 215 44 133 112 120 154 70,4 46,9 48,0 43,6 42,6 63,1 42,5 41,4 38,5 38,4 — — 370 590 430 46,7 48,9 50,9 58,8 100 159 81 61 160 215 108 82 45,4 58,6 37,9 52,1 — — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 49,0 43,7 43,2 59,0 55,0 60,7 117 104 156 85 66 77 181 172 267 110 108 100 58,8 53,9 62,3 56,9 48,3 57,2 — 550 380 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 45,5 43,3 40,4 42,1 44,9 51,3 57,3 52,5 59,4 58,1 128 165 145 194 145 80 72 90 85 54 216 250 218 303 239 142 100 105 117 82 45,3 53,7 50,0 58,9 55,4 40,1 52,4 44,9 53,4 53,2 480 540 650 350 350 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 48,5 44,9 44,0 41,0 46,4 52,0 51,6 51,3 45,5 41,9 148 109 120 160 110 81 86 110 102 81 221 180 201 241 185 125 139 184 146 127 46,3 48,7 44,6 39,1 28,1 34,2 43,8 42,1 32,9 24,9 520 490 — — 510 136 Congo 137 Comores d d d d Desenvolvimento humano baixo 176 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 8 Sobrevivência: progressos e retrocessos Probabilidade à nascença de ultrapassar os 65 anos a Esperança de vida à nascença (anos) Ordem segundo IDH Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nados-vivos) Taxa de mortalidade de menores de cinco (por 1.000 nados-vivos) 1970-75 b 1995-2000 b 1970 2000 1970 2000 Fem. (% de coorte) 1995-2000 b Taxa de mortalidade materna Masc. registada (% de (por 100.000 coorte) nados-vivos) 1995-2000 b 1985-99 c 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 46,5 43,5 47,2 41,8 46,0 51,1 50,5 40,5 52,3 50,5 129 150 109 164 147 104 120 112 80 128 218 250 181 279 245 165 183 202 139 207 43,2 47,7 22,8 51,0 44,9 37,9 41,6 21,7 39,4 39,4 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 45,4 44,3 44,0 37,3 37,0 47,7 51,5 53,5 46,5 45,4 158 — 149 197 183 102 73 98 112 92 239 — 252 345 319 173 114 154 175 128 37,3 47,1 51,4 40,6 39,6 35,4 40,7 44,8 37,7 34,2 600 1.000 500 530 — 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 38,0 44,6 41,0 42,9 43,0 44,6 39,4 40,7 50,9 44,3 180 124 189 221 149 172 100 117 142 115 300 209 330 391 248 295 187 188 233 180 38,1 26,3 30,4 48,5 34,4 32,9 22,9 28,2 45,5 28,5 — — 1.100 580 1.100 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 39,0 36,5 41,8 41,5 42,5 45,2 44,1 44,5 45,3 40,6 149 — 160 163 163 118 132 117 105 126 252 — 239 290 278 198 215 174 198 200 38,6 37,8 35,6 34,8 31,0 33,6 32,5 31,4 29,7 26,3 830 910 — 480 1.100 44,0 38,2 35,0 40,6 44,2 37,3 138 197 206 114 159 180 233 330 363 190 270 316 28,5 37,1 28,2 23,5 34,9 23,4 — 590 — Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 55,6 44,2 51,9 60,4 61,1 49,9 45,3 69,2 70,4 72,1 64,1 51,3 65,9 68,8 69,4 61,9 48,8 68,4 76,4 77,8 108 148 132 87 86 128 135 34 40 20 61 98 46 33 30 68 107 20 12 6 166 240 204 126 123 203 223 42 53 26 89 155 61 43 37 94 174 25 14 6 68,4 46,1 71,1 77,2 77,6 63,8 41,4 79,0 87,2 88,8 61,3 41,7 64,9 68,5 65,2 59,4 36,6 55,3 77,3 80,0 — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 71,3 58,4 44,6 77,0 66,5 52,2 25 100 141 7 46 99 32 150 230 7 62 154 88,2 72,9 47,0 78,1 63,8 43,8 — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 72,0 62,6 49,5 77,8 69,2 59,0 21 85 126 6 31 80 26 121 202 6 38 120 88,8 78,2 59,0 80,0 67,1 53,6 — — — Mundo 59,9 66,4 96 56 146 81 72,2 63,6 — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa 530 550 d 650 560 — a. Os dados referem-se à probabilidade, à nascença, de viver até aos 65 anos, vezes 100. b. Os dados referem-se a estimativas para o período indicado. c. Os dados da mortalidade materna são os relatados pelas autoridades nacionais. Periodicamente, a UNICEF e a Organização Mundial da Saúde avaliam esses dados e fazem ajustamentos para ter em conta os problemas bem documentados de sub-registo e má classificação das mortes maternas e para realizar estimativas para os países sem dados (para pormenores sobre as estimativas mais recentes ver Hill, AbouZahr e Wardlaw 2001). Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. d. Os dados referem-se a ano ou período diferentes do indicado, diferem da definição padrão ou respeitam apenas a uma parte do país. Fonte: Colunas 1, 2, 7 e 8: UN 2001; colunas 3 e 5: UNICEF 2002a; colunas 4, 6 e 9: UNICEF 2002b. INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 177 9 Compromisso com a educação: despesa pública . . . ADQUIRIREM CONHECIMENTO . . . Despesa pública de educação a Em % da despesa pública total Em % do PNB Ordem segundo IDH 1985-87 c Despesa pública de educação por nível (em % de todos os níveis) b 1995-97 c 1985-87 c Pré-primária e primária 1995-97 c 1985-86 c Secundário 1995-97 c 1985-86 c Superior 1995-97 c 1985-86 c 1995-97 c Desenvolvimento humano elevado Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 6,5 7,3 6,7 5,1 i 5,1 7,7 d 8,3 d 6,9 d, g 3,1 d, j 5,5 d 14,7 12,8 14,1 14,3 i 12,5 16,8 d 12,2 d 12,9 d, g 6,0 d, j 13,5 d 45,2 48,0 — 24,7 i — 38,7 e 34,1 e, f — 29,9 e, j 30,6 e 28,3 20,1 63,6 h 46,4 i 61,9 h 23,0 38,7 64,7 45,5 38,9 e 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão g Finlândia 5,0 4,8 6,9 — 5,5 5,4 d, g 5,4 d 5,1 d 3,6 7,5 d 11,9 14,0 — — 11,6 14,4 d, g 13,6 d 9,8 d 9,9 d 12,2 d 44,7 — 22,6 — 30,8 38,7 e, f, g 35,9 e 30,9 e 39,3 e, f 33,0 e 30,3 — 35,9 — 41,6 36,1 41,9 39,8 41,8 36,2 e, f, g 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 4,7 5,5 4,8 7,2 5,9 5,4 d 6,0 d 5,3 d 8,1 d 5,4 d 18,8 18,0 g 11,3 g 13,7 7,8 15,4 d 10,9 d 11,6 d 13,1 d 10,4 d — 29,4 26,7 — 23,1 30,6 e 31,4 e 32,3 e, f 33,6 e 28,1 e 73,6 40,8 45,9 — 46,9 48,1 49,5 44,0 39,3 49,0 e d i 1 2 3 4 5 e, j e e e e, f e e e, f e e 43,5 — 39,4 38,3 30,1 51,9 — 32,2 e 28,7 e 32,0 e 42,7 — 39,7 28,5 35,5 43,4 72,2 41,5 40,3 49,2 e 8,8 10,0 19,8 6,1 11,5 11,0 d 12,3 d, g 17,0 g 8,2 d 23,3 — 42,8 31,5 g 37,6 30,5 33,3 e 42,3 e, g 21,9 35,3 e, f 25,7 — 30,8 37,9 g 41,3 36,9 47,9 31,2 35,0 38,0 34,6 e 4,5 3,7 d 5,8 d 5,7 5,1 11,9 — — — 7,4 13,2 17,5 d 11,7 d 12,6 10,8 37,6 47,0 51,0 — 31,0 36,7 45,3 e, f 34,2 e 29,9 22,6 g 50,7 36,7 30,6 — 43,3 50,8 36,6 41,6 48,4 32,0 6,2 — — 1,4 i 5,6 7,2 — 5,1 d 3,5 4,6 d 17,2 — — 8,9 i 6,3 19,0 — 13,6 d 12,6 6,9 g 31,0 — — 37,7 g 51,1 — — 31,3 e 45,7 36,8 e 32,5 — — 27,4 g 19,9 — — 50,2 34,8 46,3 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — 4,6 3,3 5,2 3,2 4,7 7,5 d 3,6 4,4 3,3 — 12,5 15,3 12,3 15,0 14,6 24,8 d 15,5 12,0 15,5 — 44,2 57,0 — 37,7 40,5 37,6 e, f 58,3 30,1 f 32,6 — 17,9 19,5 — 28,4 28,0 15,1 18,8 34,5 29,0 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 4,0 — 4,5 3,7 l 4,8 — 7,2 5,4 3,8 5,0 18,9 — 21,6 14,6 l 13,4 13,2 25,5 22,8 8,8 14,0 — — 35,1 50,3 — — 18,5 40,2 38,1 — — — 22,3 40,1 — — 50,7 24,3 42,5 69,8 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 2,1 10,2 — 5,3 g 6,3 1,7 7,9 5,3 5,9 4,4 g 13,2 16,0 — 12,9 14,0 20,3 16,3 — 22,8 — — 29,5 — — 47,5 — 27,0 — 15,1 40,5 g — 54,3 — — 36,8 — 38,7 — 50,9 33,1 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 4,1 — 6,7 5,4 5,0 4,0 4,8 d 6,0 d 7,3 d 4,9 d 9,5 — 9,5 20,9 8,3 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 3,7 6,7 2,5 2,2 3,9 5,0 d 7,6 d, g 2,9 3,1 d 3,0 26 27 28 29 30 Chipre k Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 3,6 3,8 3,8 i — 3,4 31 32 33 34 35 Barbados g Brunei República Checa Argentina Hungria 36 37 38 39 40 178 e e, f, g, h 11,5 9,6 d 13,5 d 17,1 d, g 9,1 d 16 17 18 19 20 g, i e, f e, h e e e e, g e, f e, f e g e e e, f f f, h g 13,5 13,1 28,7 16,7 30,5 i 27,9 e 27,2 e, f 35,3 e, f, g 21,5 e, j 30,5 e 25,1 — 26,4 — 18,7 25,2 e, f, g 17,7 e 29,3 e 12,1 e, f 28,9 e 18,1 12,9 19,8 — 16,6 19,3 e 17,9 e 23,7 e, f 22,0 e 21,2 e 3,3 — 17,7 28,3 10,2 4,7 e 22,5 e 23,8 e 29,1 e 15,1 e — 18,9 25,1 20,1 27,9 16,6 e 18,2 e, g 37,1 25,0 e, f 34,8 g 4,2 10,9 12,7 — 8,2 6,5 8,0 e, f 16,4 e 16,9 10,9 g 22,3 — — 19,2 16,9 — — 15,8 e 19,5 15,5 e g — 18,2 20,3 — 22,4 12,7 11,1 e, f 16,1 — 19,6 — — 41,4 2,1 — — 17,9 28,3 11,4 30,2 f — — — — 8,9 — 16,2 — 18,3 13,3 g RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 9 Compromisso com a educação: despesa pública Despesa pública de educação a Em % do PNB Em % da despesa pública total Despesa pública de educação por nível (em % de todos os níveis) b Pré-primária e primária Secundário Superior 1985-87 c 1995-97 c 1985-87 c 1995-97 c 1985-86 c 1995-97 c 1985-86 c 1995-97 c 1985-86 c 1995-97 c 4,7 2,7 3,4 3,4 g — 6,5 — 7,6 12,4 — — 16,5 — 36,6 15,8 — — 12,1 — 30,6 56,2 — — 58,9 — 12,7 10,3 — — 12,2 54 México 55 Cuba 3,5 6,8 4,9 d 6,7 — 18,4 23,0 d 12,6 31,5 i 26,3 50,3 e 31,9 26,8 i 42,0 32,5 33,0 e 17,6 12,9 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 5,0 4,8 4,7 6,9 3,4 5,9 5,1 5,0 4,9 3,5 d — 14,3 15,4 18,8 — 17,8 16,3 19,5 15,4 9,6 g — 38,3 55,7 37,8 — — 31,1 62,8 32,7 23,2 e, f 74,8 h 25,2 27,7 37,1 — 72,5 19,8 25,8 30,6 57,4 h 14,0 20,4 2,3 14,6 — 11,1 26,1 6,9 25,5 19,3 e, f 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 5,6 5,4 2,2 9,6 — — 3,2 3,6 — 5,1 14,1 — 7,5 g 20,8 — — 7,0 10,5 — 20,0 62,4 — — — — — — 42,7 f — 54,4 26,2 65,3 h — — — — 73,8 23,8 — 23,6 2,6 12,4 — — — — 18,0 16,0 f — 22,0 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia i Venezuela Tailândia 5,5 3,3 2,6 5,0 3,4 9,8 g 4,6 4,1 5,2 g 4,8 — 10,0 22,4 19,6 17,9 22,2 g 17,4 16,6 22,4 g 20,1 — 45,2 42,0 — 58,4 — 31,0 40,5 — 50,4 — 37,6 32,5 — 21,1 — 36,3 31,5 29,5 20,0 — 5,6 21,2 — 13,2 — 24,7 19,2 34,7 g 16,4 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano i 7,4 6,0 4,7 10,2 — 7,5 — 5,1 3,5 g 2,5 13,6 — 17,7 22,8 11,7 22,8 — — — 8,2 — — 45,9 f 63,7 — — — 53,5 — — 72,9 h — 7,7 f 13,5 — 84,4 — 20,3 — 68,9 27,1 — 19,6 7,7 — 15,6 — 26,2 — 16,2 f 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia — 2,1 4,1 3,4 5,3 2,0 3,4 4,5 4,4 5,6 — 11,2 15,0 19,8 21,2 10,3 15,7 16,4 17,6 14,8 — 63,9 — — — 15,8 56,1 40,9 7,2 f — — 10,1 — — 74,2 h 63,0 23,3 51,3 63,0 73,5 81 82 83 84 85 Geórgiag Peru Granada Maldivas Turquia — 3,6 4,5 5,2 1,2 l 5,2 2,9 4,7 6,4 2,2 d — 15,7 8,6 8,5 — 6,9 19,2 10,6 10,5 14,7 d, g — 39,5 — — 45,9 22,0 35,2 — — 43,3 e, f — 20,5 — — 22,4 45,1 21,2 — — 22,0 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 4,9 4,1 5,8 2,7 1,1 i 7,5 — 3,0 3,4 4,0 i 11,0 29,3 29,3 7,8 14,3 i 12,9 — 18,8 8,9 19,8 i 31,9 — — — 36,6 31,3 — 14,6 — 50,0 f, i 34,0 — — 90,2 h 29,7 37,4 — 63,9 74,8 18,1 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 6,0 — 3,5 1,3 9,2 g 6,3 g — 3,5 2,3 7,7 11,6 11,2 21,3 10,0 25,1 13,8 g — 13,0 13,8 21,1 73,3 — 45,5 47,3 — — 63,9 g 38,4 49,5 — 26,6 — 35,8 19,7 — — 20,6 36,0 12,5 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 2,3 6,2 3,7 6,8 2,9 2,3 7,7 4,0 7,9 — 11,1 14,8 18,1 15,8 14,8 12,2 g 19,9 17,8 19,8 — 29,5 m 44,0 i 42,0 — 61,5 37,4 42,5 29,0 — — 33,2 m 37,0 i 37,9 62,9 h 15,9 32,2 37,2 33,9 64,5 — Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda g 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO e, f h f g, h h f, h f h e, f h f, i g h i f 17,2 e 14,9 — 22,5 — — 13,5 13,2 18,0 7,0 13,9 f 10,7 — 2,7 — — 23,9 18,5 16,0 — — 34,7 e, f 19,4 — — 9,8 23,8 22,4 — 7,5 9,3 19,7 f, i — — 17,8 20,8 — — 10,3 g 21,3 13,0 — 21,8 18,2 10,7 34,1 — m i 15,6 18,5 22,9 33,0 — 179 9 Compromisso com a educação: despesa pública Despesa pública de educação a Em % do PNB 1985-87 c Ordem segundo IDH 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — 9,7 8,5 3,1 g 3,6 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 9,8 6,1 4,8 — 0,9 g, i g 1995-97 c — 5,3 5,0 2,5 10,6 Em % da despesa pública total 1985-87 c 1995-97 c Despesa pública de educação por nível (em % de todos os níveis) b Pré-primária e primária 1985-86 c 1995-97 c Secundário Superior 1985-86 c 1995-97 c 1985-86 c — 8,8 17,8 — — — 14,1 7,7 7,2 13,3 — 24,8 33,6 — — f — 14,3 25,9 f 22,0 24,4 i f — 7,1 14,3 f 27,7 33,3 — 22,4 7,3 12,5 g — — 23,5 10,0 16,0 28,1 — 10,9 38,8 — — — 6,6 — 63,5 24,5 — 60,4 23,8 — — — 68,0 71,3 6,5 52,9 5,1 l 7,6 4,2 3,0 1,4 n 27,8 — 14,0 — 4,3 g, i 16,4 l 22,0 13,6 7,4 g 7,9 n — — 38,4 — — — 43,5 41,9 43,0 — — 73,1 h 25,3 — — 95,3 29,5 29,8 26,0 73,5 1,7 — 11,7 2,1 4,5 1,7 2,2 5,7 4,9 4,8 3,9 29,5 17,1 20,1 g — 5,6 11,5 15,1 11,1 14,9 — 9,2 10,7 f — — — 14,9 19,9 f 50,7 — — 55,7 51,2 f — — — 71,2 56,0 9,8 66,7 h h, l h, i 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala i 4,8 5,8 5,4 3,8 1,9 3,6 2,9 l 3,9 l — 1,7 19,5 9,4 12,0 18,8 13,8 16,5 — 8,8 l — 15,8 49,1 — 45,6 55,7 — 52,5 — 68,6 l — 63,0 16,7 — 16,7 27,0 — 21,5 — 13,9 — 12,1 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocosi Índia Suazilândia 4,7 g — 6,2 3,2 5,6 3,8 g 9,1 5,3 3,2 5,7 12,4 g — 21,5 8,5 20,6 7,9 g 25,6 24,9 11,6 18,1 — — 35,3 38,0 39,4 — 58,0 34,6 39,5 35,8 — — 47,6 25,3 29,6 — 28,9 48,8 26,5 27,1 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar i Zimbabwe Gana Cambodja 7,3 1,9 7,7 3,4 — 8,6 1,2 g 7,1 g 4,2 2,9 15,9 — 15,0 24,3 — 20,6 14,4 g — 19,9 — 36,3 — — 24,5 g — — 47,7 g 51,7 g — — 40,7 — — 29,5 g — — 40,3 26,4 — — 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 7,4 4,1 — 7,1 2,8 4,8 8,4 — 6,5 — 24,6 13,4 — 14,8 g 16,4 18,8 g — — 16,7 16,9 g — 39,1 g — 59,9 — — 41,2 — — — — 32,7 g — 17,7 72,6 h — 29,2 — — 86,8 4,9 g — 6,1 — 9,8 g — 14,7 — 30,0 g — 50,4 36,6 i 35,6 g — 11,6 35,1 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 3,1 — 3,7 2,7 1,4 4,1 8,8 — — 7,1 — 7,0 36,0 — — 51,8 — 44,0 33,3 — — 27,9 — 35,6 18,2 — — 13,0 — 20,4 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh i 4,9 2,2 0,5 — 1,4 4,5 3,2 2,1 7,0 2,2 19,7 10,4 6,6 — 9,9 24,6 13,5 8,7 21,6 g 13,8 34,0 35,7 — — 46,1 45,9 45,1 48,3 — 44,8 29,1 19,9 — — 34,7 26,9 19,0 30,7 — 43,8 22,8 33,4 — — 10,4 24,7 19,0 7,4 — 7,9 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigérian Djibouti Uganda 1,9 1,9 l 1,7 — 3,5 g, i — 1,9 0,7 — 2,6 20,6 — 12,0 — — — 16,1 g 11,5 — — 51,0 42,3 — — 44,5 g, i — 30,0 — — — 18,1 26,5 — — 33,4 g, i — 33,4 — — — 10,8 27,2 — — 13,2 — 21,1 — — — 136 Congo 137 Comores f h l g g h i — 7,7 17,3 — — 1995-97 c 21,3 — 23,2 — — 16,6 — — — 15,2 — — 17,1 15,3 19,5 — 13,1 16,5 13,7 26,6 17,2 — — 12,5 — — 11,7 g 17,3 g — — — 22,3 — 12,4 27,4 34,4 — g g g — 28,7 — — 13,2 28,0 17,2 i Desenvolvimento humano baixo 180 g, i RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 9 Compromisso com a educação: despesa pública Despesa pública de educação a Em % do PNB Ordem segundo IDH Em % da despesa pública total 1985-87 c 1995-97 c 1985-87 c 1995-97 c Despesa pública de educação por nível (em % de todos os níveis) b Pré-primária e primária 1985-86 c 1995-97 c Secundário Superior 1985-86 c 1995-97 c 1985-86 c 1995-97 c 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia i Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. — — 3,1 — 1,0 — 5,1 2,2 3,7 — 9,9 — 9,8 — 8,2 — 16,2 7,1 33,1 — 57,5 32,6 43,9 50,1 — — 39,4 41,5 34,2 — 20,5 36,2 26,9 25,1 71,3 h — 35,3 18,4 42,5 — 12,7 27,4 18,3 19,0 28,7 — 21,2 23,2 23,2 — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia l Benim Guiné Gâmbia — — — 1,8 3,7 5,0 1,8 3,2 1,9 4,9 — — — 13,0 8,8 g 24,9 — 15,2 26,8 21,2 40,2 — — 30,8 g 49,0 45,2 44,5 59,1 35,1 f 48,9 42,7 — — 36,9 g 21,3 36,2 17,6 21,7 29,6 31,6 17,1 — — 23,5 13,8 18,6 — 18,8 26,1 f 12,9 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 6,2 3,5 3,5 3,2 2,6 — — 5,4 2,2 — 13,8 22,9 9,0 17,3 16,8 — — 18,3 g — — — 67,6 41,3 48,4 55,2 i — — 58,8 45,9 53,2 i 86,8 h, i 15,3 15,2 22,6 17,6 i — — 8,9 21,6 16,5 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique — 1,8 3,1 2,3 2,1 2,2 — 4,0 3,6 g — — — 9,3 14,9 5,6 — — 13,7 11,1 g — — — 51,5 38,1 — 43,5 — 46,2 f 56,6 — — — 28,3 20,3 — 24,2 — 23,7 25,1 — 3,1 — 1,7 4,0 2,3 — 18,1 — 12,4 18,3 12,8 — 45,0 — 33,2 42,7 59,7 f — 32,2 — 29,3 36,7 32,3 — 171 Burundi 172 Níger l 173 Serra Leoa f i 5,0 11,5 23,3 13,4 18,8 g i i — — 20,5 17,7 24,0 i f — — 14,4 30,7 — 9,0 — 15,9 f 18,3 — f 19,8 — 24,2 17,1 — — Nota: Devido a muitas limitações nos dados, as comparações da despesa de educação, no tempo e entre países, devem ser feitas com precaução. Para notas pormenorizadas sobre os dados, ver UNESCO (1999b). a. Os dados referem-se à despesa pública total de educação, incluindo despesa corrente e de capital. Ver as definições de termos estatísticos. b. Os dados referem-se à despesa pública corrente de educação. As despesas por nível podem não somar 100, devido aos arredondamentos, ou à omissão das categorias “outros tipos” e “não distribuído”. c. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. d. Os dados podem não ser exactamente comparáveis aos dos anos anteriores, devido a alterações metodológicas. e. As despesas previamente classificadas de “outros tipos” foram distribuídas entre os diferentes níveis de educação. f. Os dados incluem despesa de capital. g. Os dados referem-se a um ano ou período diferentes do indicado. h. Os dados referem-se a despesas combinadas dos níveis pré-primário, primário e secundário. i. Os dados referem-se apenas ao Ministério da Educação. j. Os dados referem-se apenas à comunidade Flamenga. k. Os dados referem-se apenas ao Ministério da Educação Grega. l. Os dados não incluem a despesa do ensino superior. m. Os dados não incluem despesas em escolas especializadas e técnicas de nível médio. n. Os dados referem-se apenas à Administração Central. Fonte: Colunas 1-4: UNESCO 2000; colunas 5-10: UNESCO 1999b. INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 181 10 Alfabetização e escolarização . . . ADQUIRIREM CONHECIMENTO . . . Taxa de alfabetização Taxa de alfabetização Escolarização primária Taxa de escolarização de adultos de jovens líquida secundária líquida (% 15 anos e mais) (% 15-24 anos) (%) (%) Estudantes do superior Crianças em ciências, que matemática atingem e engenharia o 5º ano (em % do (%) total do superior) 1995-97 a 1994-97 a 1985-87 a 1998 b 1985-87 a 1998 b — — — — — 97 98 94 96 97 100 100 96 100 — 85 — 89 89 79 96 100 94 95 — — 97 — — — 18 31 — — 32 — — — — — — — — — — 94 — 95 99 — 95 99 100 100 99 91 — 86 97 — 90 85 93 — 95 — — — — 100 — 20 20 23 37 — — — — — — — — — — — — — — — — 100 98 99 — 94 100 100 100 88 — 82 79 85 — 83 94 94 89 — — — — — — 31 25 29 21 28 — — — — 97,1 — — — — 98,4 — — — — 99,8 — — — — 99,8 85 — 90 100 96 100 87 100 100 100 60 — 81 84 68 c — 88 77 — 88 — — — — 99 — 31 30 21 28 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 95,3 88,0 87,8 93,2 85,6 97,6 94,6 93,5 97,2 92,3 99,4 98,2 97,7 99,4 98,2 99,8 99,4 99,2 99,8 99,7 100 — 96 98 99 100 95 — 95 — — — 65 c 82 — 92 85 — 86 — — — — — — 30 — — — — 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 92,5 94,5 84,4 99,5 86,1 97,1 97,8 92,2 99,6 92,0 99,6 99,8 98,8 99,7 96,7 99,8 99,8 99,8 99,8 98,6 96 96 100 — 95 81 97 100 94 100 76 85 — — 74 73 — 88 89 81 100 98 — — 100 17 34 31 29 13 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — 80,9 — 95,1 98,8 — 91,5 — 96,8 99,3 — 96,4 — 97,8 99,7 — 99,4 — 98,6 99,8 — 80 — 96 97 — — 90 100 82 77 c 51 c — — 66 100 — 79 74 85 — — — — — 21 6 34 30 32 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — 99,4 93,0 76,8 95,8 — 99,7 95,8 87,6 97,7 — 99,8 97,5 93,2 98,7 — 99,8 98,8 98,4 99,3 — 99 89 97 89 — 96 88 97 92 — 75 — 82 56 c — 57 70 80 66 — — 100 95 98 43 — 43 — 24 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 93,8 — 92,9 — 72,2 95,4 — 95,6 — 82,0 96,0 — 97,1 — 84,2 97,2 — 98,3 — 92,4 100 — 86 — 82 87 96 — — 67 83 — 35 — — 100 77 — — 57 — — 90 — — — 32 18 — 23 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 69,0 — 95,8 99,1 90,2 76,3 — 98,3 99,6 93,8 79,7 — 99,5 99,8 95,5 90,7 — 99,8 99,8 97,5 89 — — — 93 83 — 77 94 93 — — — — 73 70 — 81 85 72 — 99 — — 97 27 — 38 38 41 Ordem segundo IDH 1985 2000 1985 2000 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália — — — — — — — — — — — — — — — 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia — — — — — — — — — — 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria — — — — — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 21 22 23 24 25 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 182 c c c c RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 10 Alfabetização e escolarização Taxa de alfabetização Taxa de alfabetização Escolarização primária Taxa de escolarização de adultos de jovens líquida secundária líquida (% 15 anos e mais) (% 15-24 anos) (%) (%) Estudantes do superior Crianças em ciências, que matemática atingem e engenharia o 5º ano (em % do (%) total do superior) 1995-97 a 1994-97 a 1985 2000 1985 2000 1985-87 a 1998 b 1985-87 a 1998 b 74,4 — 99,8 81,2 — 99,8 86,8 — 99,8 94,8 — 99,8 92 — — 86 — 94 66 — — 67 — 83 — — — — — 29 54 México 55 Cuba 85,3 94,0 91,4 96,7 93,9 98,8 97,0 99,8 99 88 100 97 46 69 56 75 86 — 31 21 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 99,0 87,1 86,4 76,4 99,0 99,6 91,9 93,2 87,5 99,6 99,8 94,4 94,9 92,7 99,8 99,8 96,8 98,0 97,6 99,8 — 91 — — — — — 99 98 73 — 49 — — — — — 39 93 — — — — — — 33 26 — — 48 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 96,3 96,3 60,8 — — 98,4 98,1 80,0 — — 99,4 99,2 86,7 — — 99,7 99,6 96,5 — — 97 — — — — 93 94 — 96 — 79 — — — — 81 76 71 79 — — — — 95 — 25 32 — 38 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 77,2 86,6 86,7 90,3 — 84,5 91,7 92,6 95,5 — 89,3 94,0 94,9 97,4 — 93,9 96,9 98,0 98,9 — 100 65 86 — — 93 87 — 77 — — 32 18 — — 63 — — 55 — 99 73 89 — — 17 31 — 21 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 59,4 86,1 78,4 — 76,3 76,3 92,9 85,2 — 86,0 80,0 96,8 88,8 — 90,0 92,7 99,1 92,5 — 95,2 53 98 82 84 — 59 100 98 — 78 29 — 15 43 — — 76 — — 76 89 — — — — 18 — 22 — 17 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 96,8 90,9 45,5 — 99,3 98,4 95,3 71,7 — 99,6 99,4 96,4 74,0 — 99,8 99,7 98,7 97,9 — 99,9 — 98 69 — — — — 66 — — — 51 — — — — — 58 74 — — — 96 — — 33 — 30 42 — 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 82,7 — 93,2 73,9 — 89,9 — 96,7 85,1 — 93,0 — 97,3 90,7 — 96,8 — 99,1 96,5 — 96 — — 95 — 100 — — 100 — 49 — — 38 — 61 — — — — — — — — 48 — — — 22 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 79,5 — — 87,1 88,4 86,9 — — 91,6 93,3 89,6 — — 93,9 94,7 94,0 — — 96,8 97,1 91 — — — 89 92 — 96 100 92 62 — — 60 25 79 — 82 — 42 — — — — 78 20 — — 28 22 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — 71,7 85,1 76,9 98,3 — 84,7 91,6 83,6 99,2 — 93,1 94,3 85,2 99,6 — 97,8 97,3 91,1 99,7 — — — — — — — 97 87 — — — — — — — — 46 53 — — — 85 — — — 22 — 25 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 71,9 52,6 56,2 74,8 57,3 84,1 71,0 76,3 89,7 73,8 93,1 78,3 80,7 94,6 77,0 97,8 93,4 94,0 99,3 88,1 94 94 85 — 100 91 98 — 64 99 — 32 — — 12 50 55 — 60 — 94 91 — — — 53 27 36 27 — Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO c c c 183 10 Alfabetização e escolarização Taxa de alfabetização Taxa de alfabetização Escolarização primária Taxa de escolarização de adultos de jovens líquida secundária líquida (% 15 anos e mais) (% 15-24 anos) (%) (%) Ordem segundo IDH Estudantes do superior Crianças em ciências, que matemática atingem e engenharia o 5º ano (em % do (%) total do superior) 1995-97 a 1994-97 a 1985 2000 1985 2000 1985-87 a 1998 b 1985-87 a 1998 b 65 — — 37 — 85 — 91 77 — — — 25 20 44 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 73,5 — 96,1 69,1 96,3 80,2 — 98,5 78,7 98,9 81,2 — 99,7 81,4 99,8 87,1 — 99,8 88,2 99,8 — — — 74 — 96 85 85 81 — — — — 15 — 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 44,5 78,9 59,4 88,9 74,7 66,7 85,3 74,4 93,4 86,9 69,5 86,8 75,5 94,5 92,6 89,0 91,3 87,2 97,0 97,7 89 — 100 — 98 94 100 93 97 — 50 — 52 — 42 58 — 38 49 — 94 — 94 — 88 50 18 31 — 28 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 66,7 97,2 97,8 73,6 43,2 83,2 99,2 98,9 85,5 55,3 89,1 99,7 99,1 89,9 57,0 96,9 99,8 99,6 95,9 69,8 — — 94 92 — 83 — 85 97 92 — — — 28 — 26 — 53 — — — — — — — — 23 25 — 15 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 65,1 — 60,8 — 57,1 74,6 — 66,5 — 68,6 75,8 — 66,5 — 69,6 83,4 — 71,7 — 79,3 92 — 72 — — — — — — 83 23 — 22 — — — — — — — — — 51 — 50 26 — 31 — — 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — 70,8 33,5 45,2 66,1 — 82,0 48,9 57,2 79,6 — 84,7 48,3 60,0 81,5 — 91,6 67,4 72,6 90,4 — — 58 — 81 — 86 79 — 77 — — — — — — 31 — 39 35 — 86 75 — 76 — 4 29 25 22 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 63,3 78,2 75,8 51,1 57,9 77,2 84,7 88,7 71,5 67,8 78,2 86,5 90,2 74,8 69,9 88,3 90,9 97,2 91,0 78,9 92 — — — — 81 — — — 100 24 — — — — 57 — — — 20 90 — 79 — 49 27 37 23 — 23 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — 74,8 52,7 63,8 54,8 — 83,4 63,9 82,4 75,8 — 85,1 65,1 85,0 81,7 — 90,5 75,7 95,1 93,7 — 73 — — 76 100 60 85 — — — 14 — — — — 14 22 — — — — — — — — 13 — — — 58,9 52,7 80,7 55,9 87,6 55,8 97,4 58,7 — 55 — 50 — — — — — — — — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 31,4 40,0 — 43,2 57,8 — 41,4 57,7 — 57,0 77,2 — — — — — 46 16 — — — — — 5 — — — — — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 38,3 26,5 30,7 25,9 32,0 57,1 41,8 48,7 46,3 41,3 56,9 39,5 47,5 40,7 40,2 75,4 60,5 70,5 64,9 50,7 72 58 71 — 54 88 — 76 61 100 — 19 — — 19 23 — 27 35 — — — 55 — — 11 14 — 6 — 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 35,1 52,8 40,7 46,7 50,8 49,8 66,5 63,9 64,6 67,1 50,2 67,7 64,7 66,6 65,3 64,4 80,1 86,8 84,0 78,8 25 — — 32 57 80 63 — 32 100 — — — 11 — — 13 — — 9 — — — 79 — — 20 41 — 15 136 Congo 137 Comores c Desenvolvimento humano baixo 184 c c c RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 10 Alfabetização e escolarização Taxa de alfabetização Taxa de alfabetização Escolarização primária Taxa de escolarização de adultos de jovens líquida secundária líquida (% 15 anos e mais) (% 15-24 anos) (%) (%) Ordem segundo IDH Estudantes do superior Crianças em ciências, que matemática atingem e engenharia o 5º ano (em % do (%) total do superior) 1995-97 a 1994-97 a 1985 2000 1985 2000 1985-87 a 1998 b 1985-87 a 1998 b 48 60 73 59 32 — — — 12 17 4 — 22 — 12 81 64 — 85 — 39 — — — — 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 56,2 31,9 63,3 24,5 40,6 75,1 40,2 78,1 37,3 61,4 77,4 37,9 77,2 34,9 61,4 90,6 48,9 88,2 50,7 81,7 54 33 88 49 58 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 27,7 41,9 22,0 — 20,5 46,8 55,7 37,4 — 36,6 42,9 55,9 33,9 — 35,2 65,0 70,2 53,1 — 57,1 — — 51 27 62 59 34 — 46 61 — — 13 9 14 — 19 16 13 23 75 70 — — — — — 18 42 — 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana — 46,5 48,2 19,2 27,8 — 66,8 60,1 41,5 46,7 — 65,9 59,3 34,9 45,1 — 83,3 71,1 66,3 67,2 — 62 45 18 48 57 91 — 42 53 — — — — — — — 7 — — — — — 84 — — — — — — 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 21,8 22,7 24,2 13,4 28,9 42,6 38,5 39,1 23,9 44,0 39,0 38,0 37,5 20,9 43,2 66,6 58,2 54,8 34,6 60,6 37 45 31 25 48 55 — 35 34 41 — — — 3 — 7 — 16 9 7 59 — 51 — — 14 — 36 18 46 32,3 9,6 — 48,0 15,9 — 45,5 14,2 — 63,9 23,0 — 50 25 — 38 26 — 3 — — — 6 — — 73 — — — — Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 62,7 39,4 45,8 74,7 82,4 43,7 44,4 98,5 — — 73,7 52,8 62,0 85,9 88,3 55,6 61,5 99,3 — — 78,4 52,3 63,1 93,1 90,8 57,4 61,7 99,6 — — 84,6 66,0 79,1 97,4 94,0 69,8 77,7 99,8 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo — 69,2 34,5 — 78,9 49,7 — 83,9 48,8 — 89,4 65,5 — — — — — — — — — — — — — — — — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo — 77,1 50,8 — 86,0 62,4 — 91,5 64,0 — 95,6 75,4 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Mundo c a. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. b. As taxas de escolarização são baseadas na nova Classificação Internacional Tipo da Educação, adoptada em 1997 (UNESCO 1997a), por isso, podem não ser exactamente comparáveis com as dos anos anteriores. c. Os dados referem-se a 1984. Fonte: Colunas 1-4: UNESCO 2002a; colunas 5-8: UNESCO 2002c; coluna 9: UNESCO 1999b; coluna 10: calculado com base em dados sobre estudantes do ensino superior, de UNESCO (1999b). INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 185 11 Tecnologia: difusão e criação . . . ADQUIRIREM CONHECIMENTO . . . Receitas Despesas Cientistas Patentes de de investigação e concedidas royalties e desen- engenheiros a residentes e direitos volvimento em I&D (por milhão (dól. PPC (I&D) (por milhão de pessoas) por pessoa) (em % do PIB) de pessoas) 1998 2000 1990-2000 a 1990-2000 a Linhas telefónicas (por 1.000 pessoas) Assinantes de telemóveis (por 1.000 pessoas) 1990 2000 1990 2000 1990 2000 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 502 681 565 393 456 532 682 677 498 525 46 54 22 4 11 751 717 285 525 447 19,3 16,4 12,7 3,0 17,1 101,1 67,3 77,4 29,4 85,7 103 271 31 72 75 29,3 144,2 44,7 76,4 17,9 1,7 3,8 1,7 1,6 1,7 4.095 4.507 3.009 2.307 3.320 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 545 510 464 441 534 700 701 618 586 550 21 39 5 7 52 398 783 670 526 720 23,0 31,0 11,1 2,1 41,7 295,2 143,0 101,9 36,5 102,3 289 15 189 994 187 134,3 0,0 137,1 80,5 219,9 2,5 2,1 2,0 2,8 — 4.103 5.686 2.490 4.960 — 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 574 495 441 567 418 727 579 589 720 467 18 5 19 29 10 644 493 727 631 762 11,3 2,6 7,5 9,7 6,6 36,7 19,1 28,2 62,9 59,0 183 205 82 52 165 — 39,0 123,9 — 20,0 2,6 2,2 1,8 1,9 1,6 3.058 2.686 2.678 3.240 1.605 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 478 441 281 434 388 750 611 420 500 474 2 4 7 16 5 861 586 658 563 737 4,6 5,8 3,7 14,8 1,3 27,1 24,8 29,7 90,6 17,8 202 235 106 103 13 307,0 34,4 132,5 12,9 9,8 — 2,3 1,5 1,2 1,0 — 2.873 2.132 2.197 1.322 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 316 343 450 389 349 421 482 583 532 484 1 3 24 0 17 609 702 809 557 684 1,3 4,9 2,9 0,7 6,6 11,3 29,5 34,3 10,5 45,2 42 74 6 (,) 8 10,1 82,8 — 0,5 — 0,8 3,7 — 0,5 1,1 1.562 1.570 93 1.045 2.182 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 419 310 243 211 360 647 464 430 386 522 5 2 1 0 0 321 567 665 612 292 0,6 0,6 1,2 2,8 0,2 11,9 8,5 6,2 11,0 17,1 — 779 6 105 18 — 14,7 2,1 5,9 0,0 b 0,2 2,7 0,6 1,5 (,) c 369 2.139 1.583 2.161 96 c 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 281 136 158 93 96 437 245 378 213 372 0 7 0 (,) (,) 111 289 424 163 302 (,) 0,5 2,1 0,2 1,5 0,4 14,4 15,4 7,4 10,4 — — 28 8 26 0,9 — 4,3 0,4 11,2 — — 1,3 0,5 0,7 — — 1.317 711 1.249 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 135 86 66 192 134 314 282 221 250 278 0 0 1 10 0 205 174 222 300 132 0,5 0,6 0,6 0,2 0,2 7,0 8,8 4,9 1,7 16,3 24 30 — — 2 3,0 0,9 6,7 — 0,0 1,0 0,7 0,6 — — 1.706 1.460 370 — — 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 274 204 101 237 247 376 363 249 569 244 8 0 0 — 15 104 387 52 31 249 1,0 2,4 0,5 0,0 0,7 0,1 28,4 1,9 0,1 1,8 — 1 — — — — 1,1 0,3 b 0,0 0,0 — 0,8 0,1 — — — 2.164 533 — 214 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 206 124 172 212 141 391 235 365 b 321 231 17 0 (,) 0 0 548 320 231 142 103 0,2 0,0 0,5 0,1 (,) 14,3 0,1 3,7 4,8 5,1 — — 9 27 — — — — (,) — — — 1,2 — 0,1 — — 1.494 2.031 145 Ordem segundo IDH Anfitriões de Internet (por 1.000 pessoas) Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 186 b RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 11 Tecnologia: difusão e criação Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Receitas Despesas Cientistas Patentes de de investigação e concedidas royalties e desen- engenheiros a residentes e direitos volvimento em I&D (por milhão (dól. PPC (I&D) (por milhão de pessoas) por pessoa) (em % do PIB) de pessoas) 1998 2000 1990-2000 a 1990-2000 a Linhas telefónicas (por 1.000 pessoas) Assinantes de telemóveis (por 1.000 pessoas) 1990 2000 1990 2000 1990 2000 190 253 234 268 499 303 8 — 0 202 287 166 0,0 2,4 0,5 0,1 4,2 10,7 — — 71 — 0,0 1,0 — — 0,4 — — 1.090 65 31 125 44 1 0 142 0 0,1 (,) 5,7 0,1 1 — 0,4 — 0,4 — 213 1.611 Anfitriões de Internet (por 1.000 pessoas) Desenvolvimento humano médio 54 México 55 Cuba 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 153 93 92 89 140 269 151 149 199 218 0 0 0 5 0 5 145 70 213 22 (,) 0,1 (,) 0,2 0,1 0,2 5,4 1,2 3,1 2,2 50 — — — 131 0,1 0,0 b — 0,0 b 0,6 0,6 — — 0,4 1,1 2.296 — — 154 3.397 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 164 242 102 48 148 294 350 175 108 255 0 0 0 0 0 16 90 112 7 57 0,0 0,1 0,1 0,0 (,) 2,4 2,2 1,9 (,) 0,8 — 23 71 — 19 0,4 0,4 0,1 — 1,4 — (,) 0,8 — 0,3 — 1.289 1.393 361 387 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 127 52 69 76 24 313 235 169 108 92 — 2 0 (,) 1 16 151 53 217 50 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,2 2,8 1,1 0,7 1,1 — — 1 — 1 0,0 (,) 0,1 0,0 0,1 — 0,2 c — 0,3 0,1 — 360 — 194 102 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 77 57 65 92 118 137 106 182 174 195 1 0 (,) 0 0 64 68 136 94 212 (,) 0,1 0,1 (,) (,) 0,2 0,7 5,2 (,) 1,7 (,) — 2 — — 0,0 — 0,7 0,0 b — — — 0,8 — — — — 168 — — 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 157 10 60 80 136 152 40 89 113 206 0 0 2 0 0 5 84 65 12 16 (,) (,) 0,0 (,) (,) 0,8 0,3 0,3 0,5 0,7 8 (,) — 55 84 — 0,1 — 0,0 (,) 0,2 0,2 — 0,3 1,0 1.308 156 — — 2.121 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 99 26 177 29 121 139 67 332 91 280 0 (,) 2 0 0 34 50 46 28 246 (,) (,) 0,0 0,0 0,1 0,3 0,4 (,) 1,0 1,1 67 — — — (,) — 0,0 0,0 12,7 — — (,) c — — 0,5 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 45 60 86 7 27 199 82 104 40 50 b 0 0 0 (,) 0 142 2 56 23 149 0,1 0,0 (,) (,) 0,0 0,6 0,3 0,2 0,1 0,2 — 10 — — — 2,5 — — — 36,9 — — — — — — — 2.735 188 — 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 124 12 48 48 69 220 39 100 105 67 0 0 0 (,) 0 21 8 38 82 2 0,0 (,) (,) (,) (,) (,) 0,1 (,) 0,9 (,) — — — — 25 0,0 — — — — — — — — — — — 140 — 1.754 6 38 40 58 24 112 90 b 149 92 126 (,) (,) 0 (,) 0 66 6 15 58 45 (,) (,) (,) (,) 0,0 0,1 (,) (,) 0,1 0,1 1 — 1 — — 0,1 0,9 0,0 — — 0,1 0,3 0,5 — — 459 124 590 — — 96 97 98 99 100 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO b — 229 — — 303 187 11 Tecnologia: difusão e criação Ordem segundo IDH Receitas Despesas Cientistas Patentes de de investigação e concedidas royalties e desen- engenheiros a residentes e direitos volvimento em I&D (por milhão (dól. PPC (I&D) (por milhão de pessoas) por pessoa) (em % do PIB) de pessoas) 1998 2000 1990-2000 a 1990-2000 a Linhas telefónicas (por 1.000 pessoas) Assinantes de telemóveis (por 1.000 pessoas) 1990 2000 1990 2000 1990 2000 26 72 20 24 106 47 77 79 100 133 0 0 0 0 0 17 b 2 46 118 32 0,0 0,0 0,0 (,) (,) 14,2 0,4 0,1 0,1 0,4 — 14 — — 42 — 0,1 — 0,4 0,2 — 0,2 — 2,2 0,8 — 574 — 19 334 Anfitriões de Internet (por 1.000 pessoas) 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 32 93 41 1 6 57 114 103 32 31 (,) (,) 0 0 (,) 3 190 2 10 17 (,) 1,2 0,0 0,0 (,) (,) 4,4 (,) (,) 0,1 — — — — — — 1,4 — — — — 0,6 — — 0,1 — 992 29 274 — 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 4 45 32 28 30 13 36 56 60 86 0 0 0 0 (,) — (,) 45 70 21 0,0 0,0 0,0 (,) (,) 0,0 (,) 0,1 0,2 (,) — 2 56 — (,) — — 0,4 b 0,2 0,9 — — 0,1 — 1,9 — 660 468 171 493 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 17 22 13 19 21 46 32 31 31 57 0 0 0 0 (,) 24 98 18 0 61 0,0 0,0 (,) 0,0 (,) (,) (,) 0,3 5,4 0,5 — — — — (,) 0,0 — — — — — — — — 0,2 c — — 203 c — 103 c 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 15 39 16 6 17 18 63 50 32 32 0 0 (,) 0 0 3 47 83 4 33 (,) (,) (,) (,) (,) 0,8 1,9 0,1 (,) 1,0 — — 3 1 — 0,1 b — 1,3 0,1 0,2 — — — 0,6 — — — — 158 — 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 21 2 12 3 (,) 93 6 18 12 2 0 0 0 0 0 123 (,) 23 6 10 (,) 0,0 (,) (,) 0,0 1,5 (,) 0,3 (,) (,) 1 — (,) (,) — (,) b (,) — — — — — — — — — — — — — 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 18 7 8 8 3 34 10 13 10 6 0 0 0 0 0 2 10 2b 4 10 0,0 0,0 0,0 (,) 0,0 1,1 (,) 0,1 0,1 (,) — — — (,) — — 5,7 — 0,2 — — — — — — — — — — — 7 8 7 10 0 0 24 0 0,0 0,0 (,) 0,1 — — — — — — 34 — 8 2 4 22 12 20 (,) 0 0 2 1 0 (,) 0,0 0,0 (,) 0,0 1,2 — — — (,) b 0,0 — — — — 78 — — 102 — — — 51 136 Congo 137 Comores b Desenvolvimento humano baixo 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 3 3 2 11 2 9 12 8 19 4 0 0 0 0 0 11 (,) 2 2 1 0,0 (,) 0,0 0,0 0,0 (,) (,) (,) (,) (,) — — — — (,) 0,0 b — — — (,) 8,4 — — — — 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 7 2 3 11 2 9 3 4 15 3 0 0 0 0 0 3b 4 (,) (,) 8 0,0 0,0 0,0 0,0 (,) (,) (,) (,) (,) (,) — — — — — — (,) — — — — 0,2 0,1 c — 0,8 188 — 12 15 c — 25 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 11 Tecnologia: difusão e criação Ordem segundo IDH Linhas telefónicas (por 1.000 pessoas) Assinantes de telemóveis (por 1.000 pessoas) 1990 2000 1990 2000 1990 2000 Anfitriões de Internet (por 1.000 pessoas) Receitas Despesas Cientistas Patentes de de investigação e concedidas royalties e desen- engenheiros a residentes e direitos volvimento em I&D (por milhão (dól. PPC (I&D) (por milhão de pessoas) por pessoa) (em % do PIB) de pessoas) 1998 2000 1990-2000 a 1990-2000 a 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 3 3 9 6 1 5 7 8 22 (,) 0 0 0 0 0 5 3 9 26 (,) 0,0 0,0 (,) (,) 0,0 (,) (,) 0,1 0,2 (,) — — (,) — — (,) — — 0,2 b — — — — — — — — — 2 — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 6 — 3 2 7 18 8 8 8 26 0 — 0 0 0 30 0 9 5 4 (,) 0,0 0,0 (,) 0,0 (,) (,) 0,0 (,) (,) — — — — 1 (,) — — — — — — — — — — — 174 — — 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 8 2 3 1 2 5 2 4 3 3 0 0 0 0 0 2 5 5 1 1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (,) 0,1 (,) (,) (,) — — — — — 0,2 b 0,0 — — — — — — — (,) — — — — 47 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 1 6 3 2 3 1 9 4 4 4 0 0 0 0 0 1 0 (,) 2 2 0,0 0,0 (,) 0,0 0,0 (,) (,) (,) (,) (,) — — — — — — — — — — — — — — — — — — 17 — 2 1 3 3 2 4 0 0 0 2 (,) 2 0,0 0,0 0,0 0,0 (,) (,) — — — 0,0 b — — 0,3 — — Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 21 3 35 17 62 7 11 124 392 473 78 6 77 104 147 33 15 210 524 609 (,) 0 (,) (,) (,) (,) (,) (,) 10 13 52 3 38 74 121 4 19 69 459 524 (,) (,) (,) (,) 0,1 (,) 0,1 0,3 8,5 11,1 0,7 (,) 0,2 0,6 3,9 (,) 0,4 3,0 92,0 120,0 — — — — — — — 78 266 306 1,0 16,0 106,0 784,0 501,0 86,0 81,0 325,0 70,0 69,0 — — — 0,9 0,6 — — 0,9 2,2 2,3 — — — 496 287 158 — 2.544 2.973 3.369 Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 416 28 4 556 92 8 11 (,) (,) 487 50 3 9,1 (,) (,) 98,1 0,6 (,) 290 — — 71,0 859,0 1,0 2,3 — — 2.989 584 — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 470 45 10 605 139 27 13 (,) (,) 527 92 5 10,9 0,1 (,) 117,2 1,5 0,1 300 — — 70,0 1,0 105,0 2,3 — — 3.344 818 — 99 163 2 121 1,7 17,8 — 72,0 — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Mundo b c 21 — — c c a. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. b. Os dados referem-se a 1999. c. Os dados referem-se a um ano anterior a 1990. Fonte: Colunas 1-6: ITU 2002; coluna 7: WIPO 2001; colunas 8-10: World Bank 2002b; agregados calculados pelo Banco Mundial para o Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano. INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 189 12 Desempenho económico . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . PIB per capita Ordem segundo IDH Valor PIB Taxa de crescimento anual mais alto PIB do PIB per capita Mil milhões Mil milhões per capita em (%) de dólares de dól. PPC (dólares PPC) 1975-2000 a 2000 2000 2000 1975-2000 1990-2000 (dólares PPC) Ano Variação média anual do índice de preços no consumidor do valor (%) mais alto 1990-2000 1999-2000 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 161,8 227,3 687,9 226,6 390,1 134,4 215,3 856,1 278,6 492,8 29.918 24.277 27.840 27.178 25.693 2,6 1,4 1,5 1,9 1,9 3,1 1,6 1,9 1,8 2,9 29.918 24.277 27.840 27.178 25.693 2000 2000 2000 2000 2000 2,2 1,9 1,7 1,6 2,1 3,1 1,0 2,7 1,6 4,5 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 9.837,4 8,5 364,8 4.841,6 121,5 9.612,7 a 8,3 408,4 3.394,4 129,4 34.142 29.581 25.657 26.755 24.996 2,0 1,7 1,8 2,7 2,0 2,2 1,8 2,2 1,1 2,4 34.142 29.581 25.657 26.755 24.996 2000 2000 2000 2000 2000 2,7 2,7 2,4 0,7 1,5 3,4 5,2 2,5 -0,7 3,4 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 239,8 1.294,2 1.414,6 162,3 189,0 206,6 1.426,6 1.404,4 147,4 217,1 28.769 24.223 23.509 27.627 26.765 1,0 1,7 2,0 1,6 2,0 0,2 1,3 2,2 2,1 1,7 28.769 24.223 23.509 27.627 26.765 2000 2000 2000 2000 2000 1,6 1,6 2,9 2,1 2,2 1,6 1,7 2,9 2,9 2,4 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 18,9 1.873,0 93,9 49,9 1.074,0 21,9 2.062,2 113,3 76,9 1.363,0 50.061 25.103 29.866 20.070 23.626 3,9 1,9 4,0 0,8 2,1 4,1 1,2 6,5 1,8 1,4 50.061 25.103 29.866 20.070 23.626 2000 2000 2000 2000 2000 2,0 2,2 2,3 1,8 3,7 3,1 1,9 5,6 2,6 2,5 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 558,6 110,4 162,6 112,6 92,3 768,5 125,5 171,0 174,3 93,8 19.472 20.131 25.153 16.501 23.356 2,2 2,0 4,6 0,9 5,2 2,3 2,2 1,9 1,8 4,7 19.472 20.131 25.153 16.501 23.356 2000 2000 2000 2000 2000 3,8 9,7 5,8 9,0 1,7 3,4 1,1 -3,7 3,2 1,4 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 8,7 457,2 105,1 18,1 3,6 15,8 821,7 173,0 34,5 6,7 20.824 17.380 17.290 17.367 17.273 4,8 6,2 2,9 — 4,6 3,1 4,7 2,5 2,8 4,0 20.824 17.380 17.290 17.367 b 17.273 2000 2000 2000 2000 2000 3,7 5,1 4,5 24,6 b 3,0 4,1 2,3 2,9 10,8 2,4 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 2,6 4,8 c 50,8 285,0 45,6 4,1 5,4 c 143,7 458,3 124,4 15.494 16.779 c 13.991 12.377 12.416 1,3 -2,2 b — 0,4 0,9 1,7 -0,7 1,0 3,0 1,9 15.494 — 13.991 b 13.204 12.416 2000 — 2000 1998 2000 2,5 — 7,8 b 8,9 20,3 2,4 — 3,9 -0,9 9,8 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 19,1 157,7 70,5 8,0 19,7 60,7 349,8 143,2 10,1 d 30,1 11.243 9.051 9.417 15.084 d 9.035 -0,1 b — 4,1 0,9 b 1,4 1,9 4,5 5,2 1,7 2,6 11.243 b 9.051 b 9.417 — 9.557 2000 2000 2000 — 1998 8,4 b 25,3 8,9 1,2 b 33,9 12,0 10,1 3,8 — 4,8 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 4,8 5,0 15,9 0,3 37,8 5,2 13,8 33,0 0,5 31,4 17.012 10.066 8.650 12.510 15.799 1,5 -0,9 b 1,1 5,7 b -0,9 b 0,1 1,0 3,0 4,7 -1,4 17.103 10.982 b 8.691 12.510 b 25.382 b 1989 1989 1999 2000 1979 2,1 21,6 b 15,6 3,4 b 2,0 1,6 4,0 11,0 — 1,8 b -1,6 1,1 1,8 -2,9 2,3 — — 8.551 10.320 9.005 — — 1990 1990 1982 — 1,7 86,3 32,6 b 5,7 — 6,3 5,4 1,0 3,6 46 47 48 49 50 190 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 46,5 0,6 19,0 11,3 7,3 c 48,9 — 35,4 26,3 11,7 c 17.935 — 8.091 7.106 8.964 c -3,7 2,8 — -3,1 b 0,5 b b b b b b RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 12 Desempenho económico PIB per capita Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Valor PIB Taxa de crescimento anual mais alto PIB do PIB per capita Mil milhões Mil milhões per capita em (%) de dólares de dól. PPC (dólares PPC) 1975-2000 a 2000 2000 2000 1975-2000 1990-2000 (dólares PPC) 14,5 0,7 7,2 — 0,7 16,7 — 10.541 7.045 — 4,6 b -0,9 — 2,8 -2,3 54 México 55 Cuba 574,5 — 884,0 — 9.023 — 0,9 — 1,4 3,7 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 29,9 9,9 0,8 89,7 251,1 75,5 17,1 1,3 211,0 1.219,4 7.544 6.000 5.606 9.068 8.377 -1,8 b 0,8 2,9 4,1 -1,2 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 0,3 12,0 36,7 — 3,6 0,4 46,6 144,1 — 10,3 5.880 5.710 6.423 — 5.086 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 0,7 4,4 81,3 120,5 122,2 0,9 11,9 264,3 140,0 388,8 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 173,3 1,5 595,5 0,8 16,5 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 86 87 88 89 90 Ano Variação média anual do índice de preços no consumidor do valor (%) mais alto 1990-2000 1999-2000 — 10.541 b 10.121 — 2000 1989 2,7 — 29,2 9.023 — 2000 — 19,4 — -1,4 2,3 1,6 4,4 -4,6 8.486 b 6.000 5.606 9.151 12.947 1989 2000 2000 1997 1989 336,7 1,1 2,0 3,6 99,1 — -0,2 b -0,5 -6,7 b — — -1,5 -0,4 — -1,5 — 7.200 b 9.073 — 5.965 b — 1988 1986 — 1990 1,8 117,5 100,5 — 13,0 5.703 10.017 6.248 5.794 6.402 4,4 b 4,1 1,6 -0,9 5,5 0,9 4,0 1,1 -0,6 3,3 5.703 b 10.017 6.653 7.845 6.896 2000 2000 1997 1977 1996 2,9 6,9 20,6 20,9 4,9 235,6 3,8 1.299,4 1,6 18,6 11.367 4.668 7.625 3.799 4.308 -2,2 0,7 0,8 -0,1 — -1,2 0,7 1,5 3,0 4,2 19.525 5.143 7.625 4.298 4.385 b 1980 1999 2000 1998 1998 1,0 3,3 199,5 88,0 — 9,7 300,1 — 87,3 188,9 2.559 3.971 — 5.871 3.816 — 0,1 2,8 b — -8,4 b -2,5 1,1 0,3 -3,1 -8,8 4.044 b 4.072 — 8.127 b 8.977 b 1990 1982 — 1989 1989 72,0 8,2 0,1 67,8 200,4 b 3,0 53,5 0,4 0,6 199,9 13,4 123,2 0,7 1,2 455,3 2.664 4.799 7.580 4.485 6.974 -7,6 -0,7 3,9 b 5,8 b 2,1 -12,4 2,9 2,9 5,4 2,1 14.328 5.442 7.580 b 4.485 b 7.063 1985 1981 2000 2000 1998 24,7 27,3 2,3 7,1 79,9 b Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 7,4 4,4 5,3 16,3 7,5 9,6 20,6 23,6 68,3 24,3 3.639 3.956 2.936 3.530 4.426 0,5 -7,9 b -9,6 b 3,2 0,7 -0,4 -8,0 -7,3 3,9 -0,4 3.981 8.049 8.435 3.530 5.149 1975 1988 1986 2000 1981 23,5 — 170,8 9,9 13,1 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 0,3 3,8 13,6 19,7 7,7 0,6 12,0 40,5 50,5 60,4 5.555 3.506 3.203 6.033 2.441 3,9 b -1,3 b 0,2 1,7 -2,6 b 2,6 2,7 -0,3 4,2 -2,4 5.555 3.710 3.561 6.033 3.091 2000 1982 1997 2000 1989 2,3 27,8 37,1 8,7 — 96 97 98 99 China Tunísia Irão Jordânia 1.080,0 19,5 104,9 8,3 5.019,4 60,8 374,6 19,4 3.976 6.363 5.884 3.966 8,1 2,0 -0,7 0,4 9,2 3,0 1,9 1,0 3.976 6.363 7.959 4.881 2000 2000 1976 1986 8,6 4,4 26,0 3,5 b -1,0 — 2,7 Desenvolvimento humano médio 1,9 74,7 15,0 c 18,2 31,8 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO b b b b b b b 9,5 — b b b b b b b 168,6 1,4 0,6 1,5 20,8 0,8 10,3 45,7 — — — 4,2 9,5 -98,8 1,5 -0,9 1,1 7,0 — — -0,8 4,4 -1,1 13,2 — b 4,1 3,8 — -1,1 54,9 b 8,2 — 1,8 6,2 9,0 b 0,2 (,) 96,1 7,7 — 0,3 2,9 14,5 0,7 191 12 Desempenho económico PIB per capita Ordem segundo IDH 100 Cabo Verde 192 Valor PIB Taxa de crescimento anual mais alto PIB do PIB per capita Mil milhões Mil milhões per capita em (%) de dólares de dól. PPC (dólares PPC) 1975-2000 a 2000 2000 2000 1975-2000 1990-2000 (dólares PPC) 0,6 2,1 4.863 3,0 b 3,3 4.863 b Ano Variação média anual do índice de preços no consumidor do valor (%) mais alto 1990-2000 1999-2000 2000 6,0 b — RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 12 Desempenho económico PIB per capita Ordem segundo IDH Valor PIB Taxa de crescimento anual mais alto PIB do PIB per capita Mil milhões Mil milhões per capita em (%) de dólares de dól. PPC (dólares PPC) 1975-2000 a 2000 2000 2000 1975-2000 1990-2000 (dólares PPC) Ano Variação média anual do índice de preços no consumidor do valor (%) mais alto 1990-2000 1999-2000 0,2 1,3 0,7 13,2 1,3 0,9 13,3 3,0 28,2 9,0 5.041 2.711 3.963 4.497 2.109 0,4 b -4,7 b 0,3 -0,1 -5,7 b 1,9 -5,1 5,0 2,6 -9,5 5.041 b 4.570 b 4.016 5.018 6.030 b 2000 1990 1999 1978 1989 3,8 23,1 b 6,3 b 8,5 18,9 b 1,0 18,7 6,1 2,3 31,3 53,3 125,9 17,0 31,3 153,3 161,3 402,4 57,6 156,8 640,3 5.308 9.401 3.556 1.996 3.043 -0,3 -0,7 1,0 4,8 b 4,4 -0,1 (,) 2,8 6,0 2,5 5.997 11.484 3.714 1.996 b 3.481 1985 1981 1998 2000 1997 19,5 b 8,7 6,7 4,1 b 13,7 — 5,3 -0,5 -1,7 3,7 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 1,3 1,0 1,0 8,3 98,7 6,9 7,1 4,3 20,2 232,5 15.073 1.152 1.783 2.424 3.635 10,4 b -10,8 b -0,4 b -0,5 2,9 18,9 -11,8 -0,3 1,6 2,5 15.073 b 3.999 b 2.127 b 2.721 3.635 2000 1988 1989 1978 2000 — — 53,7 b 8,7 8,8 — — — 4,6 2,7 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 5,9 4,9 2,4 (,) 19,0 15,7 7,7 12,0 — 43,5 2.453 6.237 2.366 — 3.821 0,1 -1,5 -3,5 -0,9 b (,) 0,4 0,1 0,6 -0,8 1,4 2.601 12.112 5.284 — 3.917 1979 1976 1977 — 1980 17,3 5,7 b 35,1 b — 10,1 -15,1 — — — 6,0 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 0,3 3,5 33,3 457,0 1,5 0,7 11,3 101,8 2.395,4 4,7 1.648 6.431 3.546 2.358 4.492 2,2 -0,1 b 1,3 3,2 1,9 -1,0 1,8 0,6 4,1 0,2 2.226 6.596 b 3.632 2.358 4.492 1996 1980 1998 2000 2000 10,8 b 9,9 b 3,8 9,1 9,4 — — 1,9 4,0 12,2 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 5,3 — 7,4 5,2 3,2 11,5 — 33,3 37,9 17,4 7.184 — 2.635 1.964 1.446 5,1 1,3 b 0,3 0,1 1,9 b 2,3 4,8 0,4 1,8 2,0 7.184 — 2.898 1.989 1.446 b 2000 — 1998 1978 2000 10,4 25,9 27,0 b 28,4 6,3 b 8,6 -0,1 — 25,2 -0,8 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 0,2 0,9 3,8 10,4 8,9 0,6 4,1 11,7 30,8 25,3 2.802 2.031 2.280 1.022 1.703 0,1 b 2,6 0,5 0,4 -0,6 -0,9 2,1 1,4 -0,5 -0,8 3.189 b 2.101 2.666 1.115 2.574 1991 1997 1994 1990 1986 2,8 b 9,8 b 9,3 15,1 6,5 — 6,1 15,6 5,9 1,2 3,2 0,2 2,5 0,9 825 1.588 (,) -1,4 b -3,4 -2,4 1.326 2.147 b 1984 1984 9,2 b — -0,9 — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 61,6 11,5 0,5 266,2 55,9 1,1 1.928 1.797 1.412 2,8 0,6 4,0 b 1,2 5,6 3,4 1.928 1.797 1.412 b 2000 2000 2000 9,7 81,1 b 9,6 b 4,4 — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 1,2 5,5 1,7 8,5 47,1 6,5 30,6 8,3 15,6 209,9 1.442 1.327 1.575 893 1.602 -1,2 2,1 3,2 b — 2,2 -0,4 2,4 3,9 2,3 3,0 2.059 1.327 1.575 b 893 b 1.602 1980 2000 2000 2000 2000 8,5 8,6 28,2 32,6 b 5,5 1,9 1,5 25,1 — 2,4 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 4,0 3,9 41,1 0,6 6,2 11,7 13,0 113,7 — 26,8 1.467 840 896 — 1.208 -2,0 -1,7 -0,7 -5,0 b 2,5 b -2,7 -0,9 -0,4 -3,9 3,8 2.423 1.246 1.160 — 1.208 b 1980 1975 1977 — 2000 21,9 18,7 32,5 — 10,5 13,7 12,0 6,9 — 2,8 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 111 112 113 114 115 136 Congo 137 Comores b Desenvolvimento humano baixo INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 193 13 Desigualdade no rendimento ou consumo . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . Medidas de desigualdade Parte do rendimento ou consumo (%) a Ordem segundo IDH Ano do inquérito 10% 20% mais ricos mais ricos para 10% para 20% mais pobres b mais pobres b 10% mais pobres 20% mais pobres 20% mais ricos 10% mais ricos Índice de Gini c 4,1 3,7 2,8 3,2 2,0 9,7 9,6 7,5 8,3 5,9 35,8 34,5 39,3 37,3 41,3 21,8 20,1 23,8 23,0 25,4 5,3 5,4 8,5 7,3 12,5 3,7 3,6 5,2 4,5 7,0 25,8 25,0 31,5 28,7 35,2 1,8 — 2,8 4,8 4,2 5,2 — 7,2 10,6 10,0 46,4 — 40,1 35,6 35,8 30,5 — 25,1 21,7 21,6 16,6 — 9,0 4,5 5,1 9,0 — 5,5 3,4 3,6 40,8 — 32,6 24,8 25,6 2,6 2,8 2,2 3,6 2,5 6,9 7,2 6,1 9,6 6,9 40,3 40,2 43,2 34,5 38,0 25,2 25,1 27,7 20,5 22,5 9,9 9,1 12,3 5,7 9,1 5,8 5,6 7,1 3,6 5,5 33,1 32,7 36,8 24,7 31,0 4,0 3,3 2,5 — 3,5 9,4 8,2 6,7 — 8,7 36,5 38,5 42,9 — 36,3 22,0 23,7 27,4 — 21,8 5,4 7,1 11,0 — 6,2 3,9 4,7 6,4 — 4,2 26,9 30,0 35,9 — 27,3 2,8 2,4 — 3,0 — 7,5 6,1 — 7,5 — 40,3 44,2 — 40,3 — 25,2 28,3 — 25,3 — 9,0 11,6 — 8,5 — 5,4 7,3 — 5,3 — 32,5 38,1 — 32,7 — — 2,9 3,1 3,9 — — 7,5 7,3 9,1 — — 39,3 43,4 37,7 — — 24,3 28,4 23,0 — — 8,4 9,3 5,8 — — 5,3 5,9 4,1 — — 31,6 35,6 28,4 — — — 4,3 — 4,1 — — 10,3 — 10,0 — — 35,9 — 34,4 — — 22,4 — 20,5 — — 5,2 — 5,0 — — 3,5 — 3,5 — — 25,4 — 24,4 5,1 3,2 1,3 — 2,1 11,9 7,8 3,3 — 5,4 31,4 39,7 61,0 — 48,3 18,2 24,7 45,6 — 32,7 3,6 7,8 35,6 — 15,4 2,6 5,1 18,6 — 8,9 19,5 31,6 56,6 — 42,3 d — 3,0 1,7 — — — 7,0 4,4 — — — 45,1 51,0 — — — 29,8 34,6 — — — 10,0 20,7 — — — 6,5 11,5 — — — 37,6 45,9 — — d — — 3,7 3,1 2,1 — — 8,8 7,8 5,5 — — 38,0 40,3 45,9 — — 23,3 25,6 29,9 — — 6,3 8,3 14,4 — — 4,3 5,2 8,3 — — 29,0 32,4 40,3 Desenvolvimento humano elevado Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 1995 1992 1994 1996 1994 d 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 1997 — 1994 1993 1991 d 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 1992 1995 1995 1992 1995 d 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 1994 1994 1987 — 1995 d 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 1990 1997 — 1993 — d 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — — 1996 — 1998 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 1992 1998 1998 — 1989 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — 1998 1997 — — 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — 1998 1996 1992 1 2 3 4 5 194 — 1993 1994-95 1998 — d d d d d d d d d d d d d d d d e d d d e d e d d d e d RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 13 Desigualdade no rendimento ou consumo Medidas de desigualdade Parte do rendimento ou consumo (%) a Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia 10% 20% mais ricos mais ricos para 10% para 20% mais pobres b mais pobres b Ano do inquérito 10% mais pobres 20% mais pobres 20% mais ricos 10% mais ricos — — 1998 — — 2,9 — — 7,6 — — 40,3 — — 25,9 — — 8,9 — — 5,3 — — 32,4 d Índice de Gini c Desenvolvimento humano médio 54 México 55 Cuba 1998 — d 1,3 — 3,5 — 57,4 — 41,7 — 32,6 — 16,5 — 53,1 — 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 1998 1997 — 1997 1998 e 5,1 1,2 — 1,7 1,7 11,4 3,6 — 4,4 4,4 33,3 52,8 — 54,3 53,7 20,0 35,6 — 38,4 38,7 3,9 29,0 — 22,1 23,3 2,9 14,8 — 12,4 12,2 21,7 48,5 — 49,2 48,7 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 1997 1998 — — — 4,5 3,2 — — — 10,1 8,0 — — — 36,8 39,4 — — — 22,8 25,0 — — — 5,0 7,8 — — — 3,6 4,9 — — — 26,4 31,1 — — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 1995 — 1996 1998 1998 2,0 — 1,1 0,8 2,8 5,2 — 3,0 3,0 6,4 48,3 — 60,9 53,2 48,4 32,5 — 46,1 36,5 32,4 16,2 — 42,7 44,0 11,6 9,2 — 20,3 17,7 7,6 42,6 — 57,1 49,5 41,4 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano — — 1998 — — — — 0,7 — — — — 2,2 — — — — 64,1 — — — — 48,0 — — — — 65,8 — — — — 29,7 — — — — 60,7 — — 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 1996 1997 — 1996 1999 e 2,3 2,3 — 2,7 3,6 5,5 5,4 — 6,7 8,8 50,6 52,3 — 42,3 37,8 35,2 36,6 — 26,3 23,2 15,3 16,1 — 9,8 6,4 9,2 9,8 — 6,3 4,3 44,4 46,2 — 35,4 29,0 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 1996 1996 — — 1994 d 2,3 1,6 — — 2,3 6,1 4,4 — — 5,8 43,6 51,2 — — 47,7 27,9 35,4 — — 32,3 12,0 22,3 — — 14,2 7,1 11,7 — — 8,2 37,1 46,2 — — 41,5 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 2000 1998 1995 1995 1998 e 2,7 2,6 2,8 3,5 0,5 6,7 6,1 6,9 8,0 1,9 46,0 47,5 43,3 42,8 60,7 30,3 31,7 27,8 28,0 43,8 11,2 12,3 9,8 7,9 91,1 6,9 7,7 6,3 5,3 31,8 37,9 40,8 36,0 34,4 57,7 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — — 1995 1998 1998 — — 2,2 2,1 1,2 — — 5,4 5,1 4,0 — — 49,7 53,3 49,1 — — 33,8 37,8 32,8 — — 15,4 17,7 26,9 — — 9,2 10,5 12,4 — — 43,7 47,4 44,6 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 1998 1995 — 1997 — 2,4 2,3 — 3,3 — 5,9 5,7 — 7,6 — 46,6 47,9 — 44,4 — 30,4 31,8 — 29,8 — 12,7 13,8 — 9,1 — 8,0 8,5 — 5,9 — 40,3 41,7 — 36,4 — 96 97 98 99 100 e d e d e d d d e d e e e d e e d e d e d e d e e INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 195 13 Desigualdade no rendimento ou consumo Medidas de desigualdade Parte do rendimento ou consumo (%) a Ordem segundo IDH Ano do inquérito 10% mais pobres 20% mais pobres 20% mais ricos 10% mais ricos — 1999 1993 1998 1997 — 3,2 2,4 1,2 2,2 — 7,6 6,3 3,3 5,6 — 42,5 46,9 56,4 46,8 — 27,2 32,0 39,5 30,7 — 8,4 13,3 33,5 13,7 — 5,6 7,4 17,2 8,3 — 34,6 40,2 52,2 40,6 2,8 1,1 — 3,6 4,0 7,0 2,9 — 8,0 9,0 42,6 64,8 — 44,5 41,1 26,8 45,9 — 29,9 26,7 9,6 42,5 — 8,4 6,6 6,1 22,6 — 5,6 4,6 35,3 59,3 — 36,1 31,7 — 3,2 2,9 1,3 4,4 — 8,0 7,3 4,0 9,8 — 40,0 40,9 49,1 39,0 — 25,2 24,5 32,0 25,0 — 7,9 8,4 24,2 5,7 — 5,0 5,6 12,4 4,0 — 34,7 33,2 44,7 28,9 0,6 — 0,7 — 1,6 2,2 — 2,3 — 3,8 59,4 — 63,6 — 60,6 42,7 — 48,8 — 46,0 72,3 — 70,7 — 29,1 27,4 — 27,9 — 15,8 56,3 — 60,3 — 55,8 — — 2,6 3,5 1,0 — — 6,5 8,1 2,7 — — 46,6 46,1 64,4 — — 30,9 33,5 50,2 — — 11,7 9,5 49,7 — — 7,2 5,7 23,8 — — 39,5 37,8 60,9 — — 2,0 2,2 2,9 — — 4,7 5,6 6,9 — — 55,7 46,7 47,6 — — 40,4 30,1 33,8 — — 20,5 13,4 11,6 — — 11,9 8,4 6,9 — — 50,1 40,7 40,4 — 0,9 1,7 2,4 1,9 — 2,8 4,5 5,6 4,6 — 60,1 56,5 51,2 53,1 — 43,4 40,5 36,1 36,6 — 48,2 23,8 15,2 19,5 — 21,5 12,6 9,1 11,6 — 56,0 50,9 44,9 47,7 — — — — — — — — — — — — — — 4,1 — — 9,4 — — 41,1 — — 27,6 — — 6,7 — — 4,3 — — 31,2 — — — 3,2 3,2 3,0 3,9 — 7,6 7,6 7,4 8,7 — 44,8 45,0 41,2 42,8 — 29,8 30,6 25,9 28,6 — 9,3 9,7 8,6 7,3 — 5,9 6,0 5,6 4,9 — 36,7 37,0 33,4 33,6 — 2,6 1,6 — 3,0 — 6,4 4,4 — 7,1 — 44,8 55,7 — 44,9 — 28,6 40,8 — 29,8 — 10,9 24,9 — 9,9 — 7,1 12,8 — 6,4 — 38,1 50,6 — 37,4 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto — 1998 1995 1999 1995 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 1998 — 1998 — 1998 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 136 Congo 137 Comores 10% 20% mais ricos mais ricos para 10% para 20% mais pobres b mais pobres b 1995 1993-94 — 1998 1999 — — 1998-99 1997 1994 — — 1995 1999 1997 — 1986-87 1996 1997 1996 e e d d e e e e e e e e d e d e e d e e e e e e e — — Índice de Gini c Desenvolvimento humano baixo 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 1996-97 — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh — 1995-96 1997 1998 1995-96 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda — 1999 1996-97 — 1996 196 e e e e e e e e RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 13 Desigualdade no rendimento ou consumo Medidas de desigualdade Parte do rendimento ou consumo (%) a Ordem segundo IDH Ano do inquérito 10% mais pobres INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 20% mais pobres 20% mais ricos 10% mais ricos 10% 20% mais ricos mais ricos para 10% para 20% mais pobres b mais pobres b Índice de Gini c 197 14 A estrutura do comércio . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . Importações de bens e serviços (em % do PIB) Ordem segundo IDH Exportações de bens e serviços (em % do PIB) Exportações Exportações primárias manufacturadas (em % das exportações (em % das exportações de mercadorias) de mercadorias) Exportações de alta tecnologia Termos de (em % das exportações troca manufacturadas) (1980 = 100) a 1990 2000 1999 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 34 29 26 69 17 30 42 41 b 85 22 b 41 30 26 71 17 47 47 44 b 88 20 b 67 16 36 — 64 77 9 30 18 65 33 83 59 — 16 18 85 64 78 29 12 13 14 5 12 17 22 19 10 15 86 110 — — 79 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 11 33 55 9 24 13 b 39 b 56 b 8b 32 10 34 59 10 23 11 b 34 b 61 b 10 b 42 22 91 37 3 17 13 86 30 3 15 74 8 59 96 83 83 13 70 94 85 33 10 16 24 8 34 12 35 28 27 116 — 102 196 116 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 36 22 27 31 38 37 b 27 29 37 46 b 36 21 24 36 40 42 b 29 27 42 45 b 6 23 19 35 12 9 17 17 30 12 94 77 79 60 88 91 81 82 64 83 12 16 24 15 8 19 24 32 21 14 — 116 101 — — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 105 25 52 27 20 99 33 74 b 33 b 27 109 29 57 28 20 120 33 88 b 32 b 28 — 10 26 75 11 13 9 9 67 10 — 89 70 23 88 86 85 86 28 88 — 11 41 4 8 17 18 48 10 9 — 112 96 109 132 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 20 45 126 28 195 32 47 145 29 b 161 16 35 134 18 202 30 40 150 20 b 180 24 13 4 46 27 21 6 4 49 b 14 75 87 95 54 72 78 94 95 50 86 6 10 — 2 40 8 25 23 9b 63 126 129 101 72 81 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 57 30 40 — 99 48 b 42 43 63 114 52 29 33 — 85 45 b 45 31 59 103 45 6 19 — 4 48 9 14 10 3 55 94 80 — 96 52 91 85 90 97 6 18 4 — 45 2 35 5b 5 72 79 99 — — — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 52 — 43 5 29 56 — 75 11 67 49 — 45 10 31 51 — 71 11 63 55 100 — 71 35 46 89 c 11 66 12 43 (.) — 29 63 52 11 88 32 86 — — — — — 23 9c 8 9 26 80 68 — 74 102 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 36 22 31 95 18 76 34 31 63 21 27 29 35 116 24 74 27 32 82 19 — 36 87 91 61 15 b 20 81 89 58 — 59 11 9 39 85 80 16 11 42 — — 5 — 0 4b 3 3 (.) 2 — 285 41 — 112 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — — 41 83 58 — 88 46 79 31 — — 35 52 45 — 84 48 52 57 — — 66 — 94 — 27 34 27 80 b — — 27 — 6 — 73 66 73 20 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 40 67 — 61 29 — 86 51 52 52 65 62 — 52 45 — 78 45 45 65 54 — — — 73 — — 27 40 71 46 (.) — — 27 — — 73 60 29 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 198 b c b b — — — — 3 — 30 — 1 1 — 0 — — 0 — — 8 4 1 b — — 131 — 73 40 — — — 60 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 14 A estrutura do comércio Importações de bens e serviços (em % do PIB) Ordem segundo IDH Exportações de bens e serviços (em % do PIB) Exportações Exportações primárias manufacturadas (em % das exportações (em % das exportações de mercadorias) de mercadorias) Exportações de alta tecnologia Termos de (em % das exportações troca manufacturadas) (1980 = 100) a 1990 2000 1999 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 — 87 49 — 80 54 — 89 48 — 71 46 84 — — 90 b — 44 16 — — 10 b — 56 — — — — — 4 53 — — 54 México 55 Cuba 20 — 33 18 19 — 31 16 56 — 16 — 43 — 83 — 8 — 22 — 31 74 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 44 34 62 72 18 69 39 64 104 25 46 38 64 75 18 68 33 47 125 46 — 78 — 46 — 31 84 — 19 65 — 21 15 54 — 67 16 13 b 80 22 — — — 38 — 4 (.) b (.) c 59 b 14 — 91 — 47 — 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 81 37 26 — 36 64 64 40 — 62 55 33 17 — 26 51 58 34 — 45 — — 26 95 — — 37 22 — 31 b 32 — 73 5 — 56 57 77 — 66 b — — 2 — — 7 — 6 — 1 — — — 50 — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 84 72 15 20 42 66 67 20 17 59 73 65 21 39 34 56 64 22 29 67 — 34 74 90 36 81 19 66 91 22 28 66 25 10 63 19 81 34 9 76 — 1 — 4 21 8 1 7 3 32 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 36 66 7 27 100 26 63 12 17 38 46 64 8 28 18 50 69 11 17 13 93 63 47 26 — 93 — 40 22 — 7 36 52 74 — 7 52 59 78 — — 12 7 0 — (.) — 19 1c — 45 80 142 67 82 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 46 33 31 — 29 51 50 — 47 57 35 28 53 — 28 23 56 — 59 61 — 31 94 — — 52 8 87 80 — — 38 5 — — 43 92 12 20 — — — 2 — — 5 59 b 4b 10 — — 119 79 — — 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 46 14 63 70 18 47 18 75 86 31 40 16 42 27 13 37 16 61 104 24 — 82 — — 32 — 80 — — 18 — 18 20 — 68 — 20 13 b 46 81 — — — — 1 — 3 (.) — 5 b — 42 — — — 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 56 — — 38 39 55 53 38 51 35 52 — — 29 33 44 63 41 40 20 31 — — 42 — 27 92 92 23 b 81 69 — — 54 10 73 7 8 75 b 19 — — — 1 (.) (.) 5 4 3b 3 73 — — 95 154 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 77 23 27 44 48 70 40 31 39 39 66 15 33 34 29 59 19 42 30 44 — — 98 — — — 18 90 — — — — 2 — — 13 82 10 — — — — (.) — — 0 1 6 — — — — 40 58 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 14 51 24 93 44 23 48 21 69 62 18 44 22 62 13 26 44 35 42 23 27 31 — — — 12 23 93 31 — 72 69 — 51 — 88 77 7 69 — — 2 — 1 — 19 3b 2 8 — 105 84 35 120 100 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO b b b — 97 78 45 72 199 14 A estrutura do comércio Importações de bens e serviços (em % do PIB) Ordem segundo IDH Exportações de bens e serviços (em % do PIB) Exportações Exportações primárias manufacturadas (em % das exportações (em % das exportações de mercadorias) de mercadorias) 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 Exportações de alta tecnologia Termos de (em % das exportações troca manufacturadas) (1980 = 100) a 1990 2000 1999 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — 50 80 31 51 82 55 111 43 77 — 29 63 19 49 33 43 97 28 50 — — — 62 — — 40 b — 50 66 4 — — 38 — — 20 b — 48 33 0 — — 0 — — 5b — 6 3 — — 70 112 — 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 25 19 28 33 24 22 26 35 — 31 23 24 28 26 25 42 29 38 — 39 97 30 d 64 — 65 98 33 d 90 — 43 3 22 d 36 — 35 2 54 d 8 — 57 — 0 0 — 1 4b 1 1 — 16 36 — 57 — 56 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 70 35 53 24 33 58 85 82 25 23 32 28 24 23 20 95 81 65 18 16 — — — 95 57 — — — 71 58 b — — — 5 42 — — — 29 37 b — — — — — — — — — (.) b — — — 52 49 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 40 31 46 72 25 56 35 81 82 28 36 46 25 14 21 42 37 40 33 20 91 — 92 — 76 67 — 92 — 68 9 — 8 — 24 33 — 8 — 32 — — — — — 2b — 5 — 8 95 49 64 — 77 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 73 56 32 10 76 — 56 b 37 17 81 47 47 26 7 76 — 49 b 31 14 66 — —e 48 28 —e — —e 36 19 b —e — —e 52 71 —e — —e 64 79 b —e — — — 2 — — — 12 b 4b — — — 116 148 70 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 50 5 23 26 13 33 b 1b 31 70 47 55 3 23 17 6 28 b (.) b 30 49 40 —e — 68 — — —e — 72 85 — —e — 31 — — —e — 28 15 — — — 2 — — — — 2 14 b — — 26 115 47 — 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 77 122 49 31 17 — 88 42 b 36 27 46 17 41 26 20 — 28 45 b 26 31 — —e 89 71 91 — —e 98 79 92 b 13 —e 10 29 9 — —e 2 21 5b 20 — — 4 3 — — 42 c 4 1b — 73 — 110 84 46 37 42 32 54 14 79 26 — — — — — — — 8 — — — 1 71 57 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 23 — 32 19 16 60 16 — 28 16 17 30 21 — — 15 — 60 b 79 — — 85 3c 40 b (.) — — (.) (.) c — 107 61 — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 45 21 — 20 14 50 32 48 c 41 19 33 11 — 14 6 36 24 36 c 50 14 89 — — — — 69 23 b — 99 c 9c 9 83 — — 77 31 77 b — 1c 91 c 0 — — — (.) 0 (.) c — 0c (.) c 109 — — — 97 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 29 27 29 — 19 27 35 41 63 26 16 17 43 — 7 12 25 52 45 10 15 85 — 44 — — 48 b 100 — 94 85 14 — 8 — — 50 b (.) — 6 14 8 — — — — 3b 13 b — 10 b 48 101 33 — 20 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo 200 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 14 A estrutura do comércio Importações de bens e serviços (em % do PIB) Ordem segundo IDH Exportações de bens e serviços (em % do PIB) Exportações Exportações primárias manufacturadas (em % das exportações (em % das exportações de mercadorias) de mercadorias) 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 Exportações de alta tecnologia Termos de (em % das exportações troca manufacturadas) (1980 = 100) a 1990 2000 1999 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 37 61 37 30 29 23 57 46 40 — 13 46 36 25 30 15 41 31 31 — — — — 77 — 84 b — — 69 — — — — 23 — 15 b — — 30 — — — — — — 6b — — 13 b — 41 144 40 102 74 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 27 — 26 31 72 39 86 29 31 61 32 — 14 31 60 46 16 15 26 48 — — — — — 85 — 97 c 70 94 c — — — — — 14 — 3c 30 5c — — — — — — — (.) c — 17 c 82 — 101 — — 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 21 14 33 34 28 74 24 38 40 16 39 6 24 17 15 90 8 26 25 13 100 — 95 — — — — — — — (.) — 5 2 — — — — — — — — (.) — — — — — — — 71 160 65 85 41 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 29 37 12 26 36 32 58 31 30 39 13 10 8 13 8 17 32 15 11 15 — — — — — — — — — 90 b — — — — — — — 10 — 10 b — — — — — — — (.) — 2b 85 83 — 170 34 28 22 25 24 23 33 8 15 24 9 15 17 — — — — 97 c — — — — (.) 2c — — — — — 5c — 51 41 105 Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 26 23 39 40 12 15 26 25 18 18 32 31 29 51 18 19 33 41 21 b 20 b 26 14 40 41 14 11 27 25 18 18 34 22 40 56 17 18 32 49 21 b 20 b 38 — 81 24 66 — — — 20 19 28 — 81 13 51 40 57 42 15 16 60 — 20 75 34 71 — — 78 78 71 — 19 86 48 58 36 52 81 81 — — — — 6 — — — 17 18 23 — 2 31 16 3 8 11 20 19 — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 20 19 24 22 b 27 28 20 20 20 22 b 30 24 20 49 — 16 40 69 78 48 — 82 58 32 18 — — 22 13 1 — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 19 20 20 21 b 29 28 19 21 17 22 b 32 28 19 43 — 15 35 45 78 54 — 82 63 53 18 — — 22 16 7 — — — Mundo 20 22 b 20 23 b 24 20 73 77 — 20 — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa a. O rácio entre o índice do preço de exportação e o índice do preço de importação é calculado em relação ao ano base de 1980. Um valor superior a 100 implica que o preço das exportações tenha subido em relação ao preço das importações. b. Os dados referem-se a 1999. c. Os dados referem-se a 1998. d. Os dados referem-se à União Aduaneira Sul-Africana, que inclui o Botswana, Lesoto, Namíbia, África do Sul e Suazilândia. e. Incluído nos dados da África do Sul. Fonte: Colunas 1-4 e 7-10: World Bank 2002b; os agregados foram calculados pelo Banco Mundial para o Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano; colunas 5 e 6: calculado com base nos dados do comércio de mercadorias e exportações de produtos alimentares, matérias-primas agrícolas, combustíveis, minérios e metais, de World Bank (2002b); coluna 11: calculado com base nos dados dos termos de troca, de World Bank (2002b). INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 201 15 Fluxos de ajuda dos países membros da CAD . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . Ajuda pública ao desenvolvimento (APD) líquida, desembolsada Ordem segundo IDH 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália Total (milhões de dól. EUA) a Em % do PNB 2000 1990 d 2000 APD per capita do país doador (dólares EUA 2000) APD aos países menos desenvolvidos (em % do total) b Donativos líquidos das ONG (em % do PNB) c 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1.264 1.799 1.744 820 987 1,17 0,91 0,44 0,46 0,34 0,80 0,80 0,25 0,36 0,27 277 207 79 95 52 276 223 55 91 56 43 38 28 40 18 33 29 17 25 21 0,13 0,06 0,05 0,03 0,02 0,11 0,01 0,02 0,03 0,04 9.955 3.135 13.508 371 890 0,21 0,92 0,31 0,65 0,32 0,10 0,84 0,28 0,31 0,34 55 178 96 137 120 35 221 102 80 137 18 32 18 37 41 20 25 15 29 30 0,05 0,09 (,) 0,03 0,05 0,04 0,08 (,) (,) 0,06 6 8 9 10 11 Estados Unidos Holanda Japão Finlândia Suíça 12 13 14 15 16 França Reino Unido Dinamarca Áustria Luxemburgo 4.105 4.501 1.664 423 127 0,60 0,27 0,94 0,25 0,21 0,32 0,32 1,06 0,23 0,71 129 55 246 55 71 80 79 348 60 320 28 31 39 26 31 24 31 32 23 32 0,02 0,03 0,02 0,02 — — 0,04 0,02 0,03 0,04 17 18 19 20 21 Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália Espanha 5.030 235 113 1.376 1.195 0,42 0,16 0,23 0,31 0,20 0,27 0,30 0,25 0,13 0,22 108 18 29 56 23 71 68 34 27 34 26 36 19 39 19 23 48 24 27 12 0,05 0,07 0,03 — 0,01 0,05 0,11 0,03 (,) — 226 271 — 0,24 0,20 0,26 — 18 25 30 — 70 8 43 — (,) — — 53.737 T 0,33 0,22 78 67 26 22 0,03 0,03 24 Grécia 28 Portugal DAC Nota: CAD é a Comissão de Ajuda ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). a. Algumas regiões e países não membros da CAD também fornecem APD. De acordo com a OECD, Development Assistance Committee (2002c), a APD líquida desembolsada em 2000 pela República Checa, Estónia, Israel, Coreia do Sul, Kuwait, Polónia, Arábia Saudita, Eslováquia, Turquia e Emiratos Árabes Unidos totalizou 1.120 milhões de dólares. A China também fornece ajuda, mas não revela o montante. b. Inclui fluxos multilaterais imputados, que têm em conta as contribuições através de organizações multilaterais. Estas são calculadas utilizando a distribuição geográfica dos desembolsos para o ano de referência. c. Não inclui os desembolsos das organizações não governamentais (ONG) com origem em fontes oficiais e que já estão incluídos na APD. d. Os dados de cada país (mas não a média da CAD) incluem o perdão das dívidas não-APD. Fonte: Colunas 1-7: OECD, Development Assistance Committee 2002b; colunas 8 e 9: OECD, Development Assistance Committee 2002a; agregados calculados pela OCDE para o Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano. 202 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 16 Fluxos de ajuda, capital privado e dívida . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . Ajuda pública ao desenvolvimento (APD) recebida (desembolsos líquidos) a Total (milhões Per capita dól. EUA) (dól. EUA) Ordem segundo IDH Fluxos líquidos de investimento directo estrangeiro (em % do PIB) b Em % do PIB 2000 2000 1990 2000 Outros fluxos de capitais (em % do PIB) b, c Serviço da dívida total Em % das exportações de bens Em % do PIB e serviços 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 0,3 — 15,2 2,3 0,3 4,0 — 6,9 1,8 2,0 — — — — 0,1 — — — — 0,9 — — — — 3,3 — — — — 5,1 — — — — 10,8 — — — — 10,9 — 2,0 0,7 — 0,6 1,0 17,7 0,7 — 9,0 — — — — 1,9 — — — — -2,5 — — — — 3,0 — — — — 9,4 — — — — — — — — — 12,7 1,3 0,0 0,0 0,2 1,9 4,1 3,7 10,7 5,9 5,2 -1,4 -0,9 1,8 (,) 5,0 1,7 0,1 0,7 2,4 1,6 4,4 12,8 2,1 1,6 9,1 9,6 17,4 13,5 6,5 8,7 37,0 34,3 — 4,9 25,9 71,3 24,4 18,0 20,9 26,0 — 0,0 -0,6 — 2,9 — 1,5 5,2 7,8 2,6 — -2,1 — — -2,5 — 1,4 — 2,0 1,3 — 10,6 — — 8,8 — 6,7 — 8,6 4,1 — 40,8 — — 23,9 — 29,2 — 8,7 8,2 30,8 — — 5,4 — 30,6 (,) — 9,1 4,9 -0,3 — — -1,7 — -0,3 — — -0,7 8,0 1,9 — — 5,9 — 6,2 — — 2,8 12,8 2,9 — — 9,0 — 12,5 — — 3,4 25,5 — 2,2 — — — 3,3 8,9 — — 5,7 — -3,5 — — — 3,7 0,3 — — 2,5 — 8,9 — — — 8,0 6,8 — — 7,9 — 19,3 — — — 17,1 10,3 — — 15,8 1,0 — — 2,5 4,2 2,3 — 0,3 6,1 2,2 2,1 — — -0,1 1,4 -0,3 — 0,1 3,5 17,6 4,3 — — 6,5 5,0 10,1 — 0,8 9,4 8,1 20,7 — — 6,2 7,5 30,2 — 2,9 10,0 16,1 5,3 0,0 7,8 (,) 0,0 1,9 1,1 3,9 8,3 2,8 -3,6 1,0 -0,1 -0,2 (,) 1,7 -0,2 0,0 0,9 2,4 9,8 2,0 3,5 6,6 (,) 6,7 4,6 3,8 9,9 6,4 12,6 — 5,6 19,4 0,3 5,3 10,1 7,1 16,2 18,8 Desenvolvimento humano elevado 22 23 25 26 27 Israel Hong Kong, China (RAE) Singapura Chipre Coreia do Sul 800,0 d 4,3 d 1,1 d 54,5 d -198,0 d 132,4 d 0,6 d 0,3 d 69,5 d -4,2 d 2,6 0,1 (,) 0,7 (,) 0,7 (,) (,) 0,6 (,) d 29 30 31 32 33 Eslovénia Malta Barbados Brunei República Checa 60,9 21,2 0,2 0,6 d 438,2 d 30,6 54,5 0,9 1,9 d 42,7 d — 0,2 0,2 0,1 (,) d 0,3 0,6 (,) — 0,9 34 35 36 37 38 Argentina Hungria Eslováquia Polónia Chile 76,3 252,2 d 113,1 d 1.396,2 d 49,3 2,1 25,3 d 20,9 d 36,2 d 3,2 0,1 0,2 d (,) d 2,2 d 0,3 (,) 0,6 0,6 0,9 0,1 39 40 41 42 43 Barém Uruguai Baamas Estónia Costa Rica 49,1 17,4 5,5 d 63,8 d 11,8 76,7 5,2 18,1 d 45,8 d 2,9 3,2 0,6 0,1 — 4,0 0,6 0,1 0,1 1,3 0,1 44 45 46 47 48 São Cristóvão e Nevis Kuwait Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia 3,9 2,8 d 4,0 d 18,3 65,5 101,6 1,5 d 1,5 d 227,3 14,1 5,1 (,) (,) 9,8 — 1,2 (,) — 3,0 0,3 49 50 51 52 53 Lituânia Trindade e Tobago Catar Antígua e Barbuda Letónia 99,0 d -1,5 0,5 d 9,8 91,1 d 26,8 d -1,2 0,9 d 151,0 37,6 d — 0,4 (,) 1,2 — 0,9 (,) (,) 1,4 1,3 -54,1 44,0 39,6 d 16,5 14,7 -0,5 3,9 3,9 d 5,8 64,8 0,1 — — 1,9 7,6 (,) — 0,1 0,2 1,8 45,4 1.564,6 d 15,5 311,1 d 432,0 d 2,0 10,8 d 219,4 39,1 d 19,3 d 1,1 (,) d 11,9 0,1 d 0,6 d 0,1 0,6 5,7 2,6 1,2 d d — — 3,1 3,4 0,2 — 7,0 1,6 0,5 0,2 — — 11,3 1,6 1,2 — 4,9 6,9 6,1 2,9 — — -0,2 1,7 -0,4 — 0,3 3,5 -6,2 0,9 — — 1,6 5,9 9,7 — 4,5 5,7 12,6 6,4 — — 2,1 8,8 40,9 — 9,3 11,0 20,8 28,6 0,2 0,9 (,) 3,7 (,) 0,1 0,5 (,) 1,9 0,1 0,9 2,9 — 6,7 0,2 3,7 2,8 — 0,0 5,5 -1,2 2,3 — -1,1 -0,1 0,8 -3,9 — -0,4 2,2 10,3 6,2 — 7,7 1,8 4,9 11,5 — 2,0 10,5 23,2 16,9 — 12,0 22,2 15,7 16,3 — 2,5 90,7 d d d d d d d d d d d d d d Desenvolvimento humano médio 54 55 56 57 58 México Cuba Bieolorrússia Panamá Belize 59 60 61 62 63 Malásia Federação Russa Dominica Bulgária Roménia 64 65 66 67 68 Líbia Macedónia Santa Lúcia Maurício Colômbia 15,4 251,9 11,0 20,4 186,9 69 70 71 72 73 Venezuela Tailândia Arábia Saudita Fiji Brasil 76,6 640,7 31,0 29,1 322,4 2,9 123,8 74,3 17,6 4,4 3,2 10,2 1,5 35,8 1,9 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO d d d d 203 16 Fluxos de ajuda, capital privado e dívida Ajuda pública ao desenvolvimento (APD) recebida (desembolsos líquidos) a Total (milhões Per capita dól. EUA) (dól. EUA) Ordem segundo IDH Em % do PIB Fluxos líquidos de investimento directo estrangeiro (em % do PIB) b Outros fluxos de capitais (em % do PIB) b, c Serviço da dívida total Em % das exportações de bens Em % do PIB e serviços 2000 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 19,4 9,1 — 2,9 0,6 4,1 1,2 11,3 0,8 — — 0,2 — 1,2 1,3 — 1,8 7,3 2,7 0,7 e — 0,2 — 0,2 -3,8 — 10,5 1,0 0,6 -2,1 — 3,5 — 8,1 7,0 — 11,0 2,2 9,0 7,7 e — 3,3 — 27,0 12,3 — — 7,6 13,6 7,3 e 1,0 1,7 d 5,6 0,8 4,0 — — — 0,2 5,9 6,9 1,9 4,3 1,3 9,0 — — — 0,1 0,1 3,6 1,0 0,8 1,6 7,3 — — — 1,8 1,9 10,1 11,5 3,9 8,1 2,9 — — — 10,8 4,0 16,8 18,6 9,5 42,8 5,0 74 75 76 77 78 Suriname Líbano Arménia Filipinas Omã 34,4 196,5 215,9 577,7 45,6 82,4 56,2 57,0 7,6 18,0 79 80 81 82 83 Cazaquistão Ucrânia Geórgia Peru Granada 189,1 541,0 d 169,5 401,1 16,5 11,7 10,9 d 32,2 15,6 176,6 84 85 86 87 88 Maldivas Turquia Jamaica Turquemenistão Azerbaijão 19,3 324,9 10,0 31,5 139,4 66,2 4,9 3,9 6,7 17,3 10,7 0,8 6,4 — — 3,5 0,2 0,1 0,7 2,6 3,0 0,5 3,3 — — 2,3 0,5 6,2 4,5 e 2,5 0,6 0,7 -1,1 — — 0,1 5,2 6,0 12,0 0,9 4,4 4,9 15,6 — — 3,6 10,6 8,7 10,9 e 3,4 4,8 29,4 26,9 — — 4,3 36,1 14,1 31,8 e 8,0 89 90 91 92 93 Sri Lanka Paraguai São Vicente e Granadinas Albânia Equador 276,3 81,8 6,2 318,5 146,8 14,6 14,9 54,8 101,6 11,6 9,1 1,1 7,8 0,5 1,5 1,7 1,1 1,9 8,5 1,1 0,5 1,4 4,0 0,0 1,2 1,1 1,1 8,4 3,8 5,2 0,1 -0,2 0,0 1,5 0,5 0,5 -1,3 -0,1 (,) 1,4 4,8 6,2 2,2 0,1 10,1 4,5 4,4 4,6 0,7 9,4 13,8 12,2 2,9 0,9 32,5 9,6 10,4 8,5 2,0 17,3 94 95 96 97 98 República Dominicana Usbequistão China Tunísia Irão 62,4 185,9 1.735,0 222,8 130,1 7,5 7,5 1,4 23,5 1,9 1,4 — 0,6 3,2 0,1 0,3 2,4 0,2 1,1 0,1 1,9 — 1,0 0,6 -0,3 4,8 1,3 3,6 3,9 (,) (,) — 1,3 -1,6 (,) 1,0 -1,1 1,8 1,1 -0,6 3,3 — 2,0 11,6 0,5 2,6 11,7 2,0 9,8 3,3 10,4 — 11,7 24,5 3,2 4,8 26,4 7,4 20,2 11,4 — 0,3 d — 1,5 6,3 99 100 101 102 103 Jordânia Cabo Verde Samoa Ocidental Quirguistão Guiana 552,4 94,1 27,4 215,0 108,3 112,4 220,3 172,5 43,7 142,4 22,1 31,8 23,7 — 42,6 6,6 16,9 11,6 16,5 15,2 0,9 0,0 3,5 — 0,0 6,7 1,8 0,0 -0,2 9,4 5,4 (,) 0,0 — -4,1 -1,2 -0,3 0,0 -4,8 -0,1 15,5 1,7 2,7 — 74,5 8,0 2,9 3,6 13,3 16,2 20,3 4,8 5,8 — — 11,4 7,5 10,8 29,3 19,5 104 105 106 107 108 El Salvador Moldávia Argélia África do Sul Síria 180,0 122,6 162,4 487,5 158,4 28,7 28,5 5,4 11,3 9,8 7,2 — 0,4 — 5,6 1,4 9,5 0,3 0,4 0,9 (,) — 0,0 — 0,6 1,4 10,0 (,) 0,8 0,7 0,1 — -0,7 — -0,1 1,2 6,3 -2,3 1,4 (,) 4,3 — 14,2 — 9,7 2,8 10,5 8,4 3,1 2,0 15,3 — 63,4 — 21,8 6,7 16,7 19,6 10,0 4,8 109 110 111 112 113 Vietname Indonésia Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia 1.699,5 1.731,0 21,3 142,3 217,5 21,8 8,2 46,6 23,4 85,8 2,9 1,5 46,0 — — 5,4 1,1 1,6 14,4 22,4 0,2 1,0 8,3 — — 4,1 -3,0 8,9 2,4 3,1 0,0 1,9 0,0 — — -2,3 -4,3 0,0 4,0 -0,4 2,7 8,7 3,9 — — 4,2 12,2 0,4 8,8 3,0 8,9 33,3 12,1 — — 7,5 25,3 0,2 10,9 4,7 114 115 116 117 118 Bolívia Egipto Honduras Gabão Nicarágua 476,6 1.328,4 449,1 11,8 561,7 57,2 19,6 70,0 9,6 110,8 11,2 12,6 14,7 2,2 32,9 5,8 1,3 7,6 0,2 23,4 0,6 1,7 1,4 1,2 0,0 8,9 1,3 4,8 3,0 10,6 -0,5 -0,2 1,0 0,5 2,0 2,3 0,7 0,3 -0,2 5,9 7,9 7,1 12,8 3,0 1,6 8,0 1,8 9,7 9,5 12,5 38,6 22,5 35,3 6,4 3,9 39,1 8,4 19,3 15,0 23,0 119 120 121 122 123 São Tomé e Príncipe Guatemala Ilhas Salomão Namíbia Marrocos 35,0 263,6 68,4 151,7 419,3 253,9 23,2 152,9 86,3 14,0 95,0 2,6 21,7 4,8 4,1 75,2 1,4 24,9 4,4 1,3 0,0 0,6 4,7 — 0,6 21,5 1,2 3,6 — (,) -0,2 -0,1 -1,5 — 0,7 0,0 -0,3 -1,3 — -0,9 4,9 2,8 5,5 — 6,9 9,5 2,3 3,3 — 10,0 34,0 12,6 11,9 — 21,5 31,7 9,4 6,7 — 25,9 204 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 16 Fluxos de ajuda, capital privado e dívida Ajuda pública ao desenvolvimento (APD) recebida (desembolsos líquidos) a Total (milhões Per capita dól. EUA) (dól. EUA) Ordem segundo IDH Em % do PIB Fluxos líquidos de investimento directo estrangeiro (em % do PIB) b Outros fluxos de capitais (em % do PIB) b, c Serviço da dívida total Em % das exportações de bens Em % do PIB e serviços 2000 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1.487,2 13,2 30,7 106,8 178,1 1,5 14,3 19,9 2,2 14,1 0,4 6,4 3,9 — 3,9 0,3 0,9 0,6 — 2,4 0,1 3,6 2,5 — -0,1 0,5 -3,0 0,6 — 1,1 0,5 -0,2 -0,5 — 1,1 1,4 0,0 -0,1 — -0,7 2,6 5,6 2,8 — 5,4 2,2 1,6 1,3 — 6,4 32,4 5,7 4,4 9,0 23,1 12,8 2,3 1,8 4,7 22,1 124 125 126 127 128 Índia Suazilândia Botswana Myanmar Zimbabwe 129 130 131 132 133 Gana Cambodja Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné 609,4 398,5 45,8 41,5 275,4 31,6 30,4 232,7 20,4 57,3 9,6 3,7 32,6 23,0 12,8 11,7 12,5 21,6 4,6 7,2 0,3 0,0 8,5 2,8 4,8 2,1 3,9 9,4 13,1 3,4 -0,3 0,0 -0,1 (,) 1,5 -0,8 0,0 0,0 -0,7 -0,1 6,3 2,7 1,6 3,8 17,2 9,1 1,0 1,0 7,3 8,0 36,9 — 2,1 4,2 37,2 19,3 2,0 1,4 12,1 13,5 134 135 136 137 Quénia Camarões Congo Comores 512,3 379,9 32,5 18,7 16,7 25,5 10,8 26,4 13,9 4,0 7,8 18,1 4,9 4,3 1,0 9,2 0,7 -1,0 0,0 -0,4 1,1 0,4 0,4 0,0 0,8 -0,1 -3,6 0,0 -0,6 -0,6 0,0 0,0 9,3 4,7 19,0 0,4 4,6 6,3 1,3 1,3 35,4 22,5 35,3 2,3 17,3 20,5 1,6 5,0 702,8 225,4 53,3 69,8 389,8 5,0 7,2 25,5 15,4 16,9 2,8 6,2 16,5 16,0 11,7 1,1 2,0 10,9 5,7 7,1 0,6 0,0 0,0 0,0 0,2 0,5 3,4 0,0 2,5 0,1 -0,2 0,0 -0,9 (,) -0,4 -0,6 0,0 0,0 0,0 -0,1 4,8 0,4 1,8 5,3 1,9 4,6 0,5 1,4 2,4 1,8 23,0 7,5 5,5 11,9 13,4 26,8 3,2 4,2 6,1 6,5 Desenvolvimento humano baixo 138 139 140 141 142 Paquistão Sudão Butão Togo Nepal 143 144 145 146 147 Laos Iémen Bangladesh Haiti Madagáscar 281,2 265,0 1.171,5 208,3 322,3 53,3 14,4 8,5 25,6 20,2 17,3 8,4 7,0 5,7 12,9 16,4 3,1 2,5 5,1 8,3 0,7 -2,7 (,) 0,3 0,7 4,2 -2,4 0,6 0,3 2,1 0,0 3,3 0,2 0,0 -0,5 0,0 0,0 (,) 0,0 (,) 1,1 3,5 2,5 1,2 7,2 2,5 2,6 1,7 1,0 2,4 8,7 5,6 27,4 11,0 45,5 8,1 3,8 9,1 8,0 7,7 148 149 150 151 152 Nigéria Djibouti Uganda Tanzânia Mauritânia 184,8 71,4 819,4 1.044,6 211,9 1,6 112,9 35,2 29,7 79,5 0,9 46,4 15,5 27,5 23,3 0,4 12,9 13,3 11,6 22,7 2,1 0,0 0,0 0,0 0,7 2,6 0,0 3,6 2,1 0,5 -0,4 -0,1 0,4 0,1 -0,1 -0,4 0,0 0,2 -0,1 -0,3 11,7 3,6 3,4 4,2 14,3 2,5 2,4 2,6 2,4 10,7 22,6 — 58,9 32,9 29,9 4,3 5,5 23,7 16,2 25,9 153 154 155 156 157 Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. Costa do Marfim Eritreia 795,1 423,5 183,5 351,8 176,0 76,3 45,0 3,6 22,0 48,1 14,6 14,4 9,6 6,4 — 27,3 9,7 — 3,8 29,0 6,2 1,0 -0,1 0,4 — 6,9 2,4 (,) e 1,1 5,8 -0,3 -0,3 -0,1 0,1 — -0,3 (,) 0,0 -1,6 0,0 6,2 5,7 3,7 11,7 — 6,4 5,2 0,3 e 10,9 0,5 14,9 20,0 13,5 35,4 — 18,7 14,4 1,2 e 22,4 1,1 158 159 160 161 162 Benim Guiné Gâmbia Angola Ruanda 238,6 152,7 49,1 306,7 322,0 38,0 18,7 37,7 23,3 42,3 14,5 10,4 31,3 2,6 11,3 11,0 5,1 11,6 3,5 17,9 0,1 0,6 0,0 -3,3 0,3 1,4 2,1 3,3 19,2 0,8 (,) -0,7 -2,4 5,6 -0,1 0,0 (,) (,) -5,6 0,0 2,1 6,0 11,9 3,2 0,8 3,5 4,4 4,4 13,6 2,0 8,2 20,0 22,2 8,1 14,0 12,6 15,3 7,0 15,1 24,7 163 164 165 166 167 Malawi Mali República Centro-Africana Chade Guiné-Bissau 445,3 359,7 75,9 131,1 80,4 39,4 31,7 20,4 16,6 67,1 26,8 19,9 16,8 18,0 52,7 26,2 15,7 7,9 9,3 37,3 0,0 -0,3 0,1 0,0 0,8 2,7 3,3 0,5 1,1 0,0 0,1 (,) (,) (,) (,) 0,0 0,0 0,0 (,) 0,0 7,1 2,8 2,0 0,7 3,4 3,5 4,2 1,5 1,9 2,9 29,3 12,3 13,2 4,4 31,0 11,7 12,1 12,9 9,3 8,6 168 169 170 171 172 173 Etiópia Burkina Faso Moçambique Burundi Níger Serra Leoa 693,0 336,0 876,2 92,7 211,0 182,4 11,0 29,1 47,9 14,6 19,5 41,4 14,8 12,0 40,7 23,3 16,0 6,8 10,8 15,3 23,3 13,5 11,6 28,7 0,2 0,0 0,4 0,1 (,) 3,6 0,8 0,5 3,7 1,7 0,8 0,2 -0,8 (,) 1,0 -0,5 0,4 0,4 -0,1 0,0 (,) 0,0 -0,1 0,0 3,4 1,2 3,2 3,7 4,0 2,4 2,2 2,5 2,3 3,1 1,6 6,7 34,9 6,8 26,2 43,4 17,4 10,1 13,9 17,3 11,4 37,2 9,4 48,0 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 205 16 Fluxos de ajuda, capital privado e dívida Ajuda pública ao desenvolvimento (APD) recebida (desembolsos líquidos) a Total (milhões Per capita dól. EUA) (dól. EUA) Ordem segundo IDH 2000 Em % do PIB Fluxos líquidos de investimento directo estrangeiro (em % do PIB) b Outros fluxos de capitais (em % do PIB) b, c Serviço da dívida total Em % das exportações de bens Em % do PIB e serviços 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000 Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 31.652,5 T 12.141,2 T 3.750,4 T 7.687,5 T 3.813,0 T 4.230,3 T 11.791,8 T 7.449,8 T — — 6,7 19,1 15,2 4,1 7,4 3,0 19,4 18,7 — — 1,4 11,9 3,4 0,7 0,4 1,1 — — — — 0,5 7,6 0,7 0,3 0,2 0,6 6,2 — — — 0,9 (,) 0,9 1,7 0,7 (,) — (,) 1,0 f 1,0 f 2,5 2,6 0,3 2,8 3,9 0,5 2,1 3,7 4,0 f 4,1 f 0,5 0,6 — 0,8 0,3 0,3 — — — — 1,0 -0,4 — 0,7 1,1 0,8 — — — — 4,3 3,1 — 4,3 4,0 2,3 — — — — 6,3 2,9 — 4,6 9,2 2,6 — — — — 18,6 15,6 14,7 15,7 23,5 19,9 19,6 14,3 — — 18,6 9,6 8,7 10,8 38,7 13,0 10,5 15,3 — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo — 23.908,3 T 12.504,2 T — 5,9 14,9 — 0,9 8,2 — 0,5 4,7 1,0 f 0,6 0,4 4,1 f 2,4 2,0 — 0,7 0,3 — 1,0 -0,5 — 3,8 5,1 — 6,2 3,6 — 18,8 20,5 — 18,0 11,7 Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo — 16.725,5 T 22.242,3 T — 6,3 9,3 — 0,7 3,0 — 0,3 2,1 1,0 f 0,7 0,3 4,1 f 3,0 0,6 — 0,5 0,7 — 1,2 -0,2 — 3,8 4,6 — 6,7 4,4 — 16,9 26,5 — 18,4 15,9 Mundo 39.923,5 T 7,8 — — 1,0 f 3,8 f — — — — — — Nota: Este quadro apresenta dados para países incluídos nas Partes I e II da lista de beneficiários da CAD (OECD, Development Assistance Committe 2002c). O denominador utilizado, convencionalmente, para comparar a ajuda pública ao desenvolvimento e o serviço da dívida total com a dimensão da economia é o PNB e não o PIB (ver as definições de termos estatísticos). Contudo, o PIB é utilizado aqui para permitir comparações ao longo do quadro. Com poucas excepções, os denominadores produzem resultados semelhantes. a. As receitas da APD são os fluxos APD totais líquidos dos países da CAD, organizações multilaterais e Países Árabes, bem como da Estónia e Israel. Um valor negativo indica que o pagamento dos empréstimos APD excede o montante de APD recebido. Os agregados incluem a ajuda pública líquida. Ver as definições de termos estatísticos. b. Um valor negativo indica que a saída de capitais do país excede a entrada. c. Outros fluxos privados compreendem fluxos de investimento de carteira (acções) não criadores de dívida, fluxos de carteira criadores de dívida e empréstimos bancários e relacionados com o comércio. Ver as definições de termos estatísticos. d. Os dados referem-se à ajuda pública líquida. Ver as definições de termos estatísticos. e. Os dados referem-se a 1998. f. Os dados utilizados para calcular os agregados incluem países que não estão apresentados no quadro. Fonte: Coluna 1: OCDE. Development Assistance Committee 2002d; coluna 2: calculado com base nos dados da APD, de OECD, Development Assistance Committee (2002d) e nos dados da população, de World Bank (2001); colunas 3 e 4: calculado com base nos dados da APD, de OECD, Development Assistance Committee (2002d) e nos dados do PIB, de World Bank (2002b); colunas 5 e 6: calculado com base nos dados do investimento directo estrangeiro e do PIB, de World Bank (2002b); os agregados foram calculados pelo Banco Mundial para o Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano; colunas 7 e 8: calculado com base nos dados do investimento de carteira (títulos e acções) e dos empréstimos bancários e relacionados com o comércio, de World Bank (2002b); colunas 9 e 10: calculado com base nos dados do serviço da dívida total e do PIB, de World Bank (2002b); colunas 11 e 12: World Bank 2002b; os agregados foram calculados pelo Banco Mundial para o Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano. 206 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 17 Prioridades na despesa pública . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . Despesa pública de educação (em % do PNB) Ordem segundo IDH 1985-87 c 1995-97 c Despesa pública de saúde (em % do PIB) Despesa militar (em % do PIB) a Serviço da dívida total (em % do PIB) b 1990 1998 1990 2000 1990 2000 Desenvolvimento humano elevado Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 6,5 7,3 6,7 5,1 g 5,1 7,7 d 8,3 d 6,9 d, f 3,1 d, h 5,5 d 6,4 7,6 6,8 6,6 5,3 7,0 e 6,6 6,6 e 6,3 e 6,0 2,9 2,6 2,0 2,4 2,2 1,8 2,1 1,2 1,4 1,7 — — — — — — — — — — 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 5,0 4,8 6,9 — 5,5 5,4 d, f 5,4 d 5,1 d 3,6 f 7,5 d 4,7 6,8 5,7 4,6 6,4 5,7 e 7,4 e 6,0 e 5,7 5,2 e 5,3 0,0 2,5 0,9 1,6 3,1 0,0 1,6 1,0 1,3 — — — — — — — — — — 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 4,7 5,5 4,8 7,2 5,9 5,4 d 6,0 d 5,3 d 8,1 d 5,4 d 5,7 6,7 5,1 7,0 5,2 7,6 7,3 e 5,8 e 6,9 e 5,9 e 1,8 3,5 3,9 2,0 1,0 1,1 2,6 2,5 1,5 0,8 — — — — — — — — — — 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 4,1 — 6,7 5,4 5,0 4,0 d 4,8 d 6,0 d 7,3 d 4,9 d 5,7 5,9 4,8 5,8 6,3 5,7 e 7,9 e 5,2 6,3 e 5,6 e 0,9 2,8 i 1,2 1,8 2,1 0,7 1,5 0,7 1,0 2,1 — — — — — — — — — — 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 3,7 6,7 2,5 2,2 3,9 5,0 d 7,6 d, f 2,9 3,1 d 3,0 5,2 3,8 1,6 4,7 1,0 5,4 6,0 — 4,7 1,1 1,8 12,2 — 4,7 4,8 1,3 8,0 — 4,9 4,8 — — — — — — — — — — 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 3,6 j 3,8 3,8 g — 3,4 4,5 j 3,7 d 5,8 d 5,7 5,1 — 1,8 4,1 — — — 2,4 e 5,1 6,7 — 5,0 3,7 2,7 — 0,9 3,2 2,8 2,1 1,2 0,8 — 3,3 — — — — 5,1 — — — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 6,2 f — — 1,4 g 5,6 7,2 f — 5,1 d 3,5 4,6 d 5,0 1,6 4,8 4,2 — 4,5 — 6,6 e 2,4 e 5,2 — 6,7 k — 1,3 2,5 — 7,6 l 2,0 1,3 1,5 — — 3,0 4,4 12,8 — — 9,4 9,6 17,4 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — 4,6 3,3 5,2 3,2 4,7 7,5 d 3,6 4,4 3,3 5,0 4,8 2,2 — 2,0 5,7 4,7 e 2,7 2,6 1,9 — 2,7 3,6 5,1 2,1 1,8 1,9 3,3 4,0 1,1 2,1 1,6 9,1 — 10,6 13,5 6,5 8,7 — 6,7 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 4,0 — 4,5 3,7 m 4,8 — 7,2 5,4 3,8 5,0 2,8 1,9 6,7 2,7 4,0 2,5 5,1 e 5,2 3,1 — — — 0,0 — 48,5 — 1,6 0,0 — 8,2 — — 8,8 1,9 — — 8,6 4,1 6,2 — 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 1,7 7,9 5,3 5,9 4,4 f 0,8 3,6 9,5 3,0 2,5 0,8 4,8 9,5 e 4,7 e 2,5 — 4,0 — — — — 1,8 3,0 1,8 — — 5,9 — — 8,9 — 2,8 12,8 8,0 6,8 1 2 3 4 5 2,1 10,2 — 5,3 f 6,3 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 207 17 Prioridades na despesa pública Despesa pública de educação (em % do PNB) Despesa pública de saúde (em % do PIB) Despesa militar (em % do PIB) a Serviço da dívida total (em % do PIB) b 1985-87 c 1995-97 c 1990 1998 1990 2000 1990 2000 4,7 2,7 f 3,4 3,4 f — 6,5 — 2,8 2,7 — 0,4 4,0 e — — — — — 1,0 — — — — — 7,9 54 México 55 Cuba 3,5 6,8 4,9 d 6,7 1,8 4,9 2,6 — 0,4 — 0,5 — 4,3 — 10,1 — 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 5,0 4,8 4,7 6,9 3,4 5,9 5,1 5,0 4,9 3,5 d 2,5 4,6 2,2 1,5 2,5 4,6 4,9 2,3 1,4 — — 1,4 1,2 2,6 12,3 n 1,3 1,2 e — 1,9 4,0 — 6,5 5,0 9,8 2,0 0,8 9,4 8,1 6,7 4,6 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 5,6 5,4 2,2 9,6 — — 3,2 3,6 — 5,1 3,9 4,1 2,8 — 9,2 3,8 3,9 e 3,8 e — 5,3 — 4,2 3,5 — — — 3,0 2,1 — 2,1 3,5 6,6 (,) — — 3,8 9,9 6,4 — 4,5 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 5,5 3,3 2,6 g 5,0 3,4 9,8 f 4,6 4,1 g 5,2 f 4,8 2,1 — 1,2 2,5 0,9 2,4 1,8 5,2 2,6 1,9 — 0,3 2,6 2,0 2,2 — 0,2 2,3 1,2 1,6 1,6 5,9 9,7 10,3 6,2 5,7 12,6 6,4 4,9 11,5 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 7,4 6,0 4,7 10,2 — 7,5 — 5,1 3,5 f 2,5 g — 2,0 3,0 3,5 — — 2,9 2,9 e — 2,2 12,8 2,3 1,9 — 5,0 11,6 1,5 e 1,3 — 3,6 — 7,7 1,8 — 3,5 — 2,0 10,5 — 11,0 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia — 2,1 4,1 3,4 5,3 2,0 3,4 4,5 4,4 5,6 — 1,5 2,0 3,2 3,0 4,0 e 1,6 e 2,9 2,7 e 2,9 e — 1,4 18,3 — — 4,4 1,2 9,7 0,7 3,6 — 8,1 7,0 — — 2,2 9,0 7,7 l 10,1 11,5 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 3,6 4,5 5,2 1,2 m 5,2 f 2,9 4,7 6,4 2,2 d 3,0 1,3 3,3 3,6 2,2 0,8 e 2,4 2,9 3,7 3,3 e — 2,4 — — 3,5 0,9 — — — 4,9 — 1,8 1,9 4,4 4,9 3,9 8,1 2,9 3,6 10,6 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 4,9 4,1 5,8 2,7 1,1 g 7,5 — 3,0 3,4 4,0 g 2,6 4,0 2,7 1,5 0,7 3,0 4,1 1,0 e 1,7 e 1,7 — — — 2,1 1,2 — 3,8 2,7 4,5 1,0 15,6 — — 4,8 6,2 8,7 10,9 l 3,4 4,5 4,4 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 6,0 — 3,5 1,3 9,2 f 6,3 f — 3,5 2,3 7,7 4,4 3,3 1,5 1,6 4,6 4,2 2,0 e 1,7 1,9 3,4 — — 1,9 — — — 1,2 — — 1,7 e 2,2 0,1 10,1 3,3 — 4,6 0,7 9,4 2,6 11,7 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 2,3 6,2 3,7 6,8 2,9 2,3 7,7 4,0 7,9 — 2,2 3,0 1,5 3,6 — 2,1 e 2,2 1,7 3,6 1,8 2,7 2,0 2,7 11,1 — 2,1 1,7 3,8 9,5 1,3 2,0 11,6 0,5 15,5 1,7 2,0 9,8 3,3 8,0 2,9 Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 208 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 17 Prioridades na despesa pública Despesa pública de educação (em % do PNB) Ordem segundo IDH 1985-87 c 1995-97 c Despesa pública de saúde (em % do PIB) Despesa militar (em % do PIB) a Serviço da dívida total (em % do PIB) b 1990 1998 1990 2000 1990 2000 2,8 4,7 2,9 1,4 4,4 4,8 e 2,2 e 4,5 2,6 2,9 e — — 0,9 2,7 — — 1,9 — 0,7 0,4 2,7 — 74,5 4,3 — 3,6 13,3 16,2 2,8 10,5 5,1 m 7,6 4,2 3,0 1,4 o 3,0 3,1 0,4 0,9 0,6 2,6 3,3 0,9 0,8 0,8 e 1,5 3,8 6,9 7,9 1,3 3,5 1,5 5,5 — 1,1 14,2 — 9,7 2,7 8,7 8,4 3,1 2,0 4,2 12,2 1,7 f — 11,7 2,1 4,5 1,7 f 2,2 5,7 4,9 4,8 1,0 4,9 6,4 2,1 1,8 — 5,2 — 4,1 — — — 5,7 2,4 3,5 — 1,2 2,5 1,5 2,3 3,9 — — 7,9 7,1 0,4 8,8 3,0 8,0 1,8 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — 9,7 8,5 3,1 f 3,6 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 9,8 6,1 4,8 — 0,9 f, g 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 4,8 5,8 5,4 3,8 1,9 g 3,6 2,9 m 3,9 m — 1,7 g 3,2 2,0 7,0 — 1,8 3,9 2,1 8,5 — 2,1 — — 2,1 — 1,5 0,6 e 0,3 l 1,1 — 0,8 12,8 3,0 1,6 4,9 2,8 9,7 9,5 12,5 9,5 2,3 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 4,7 f — 6,2 g 3,2 5,6 3,8 f 9,1 5,3 g 3,2 5,7 5,0 3,7 0,9 0,9 1,9 — 3,3 e 1,2 — 2,5 — 5,7 k 4,1 2,7 1,5 — 3,3 4,2 2,4 1,6 5,5 — 6,9 2,6 5,6 3,3 — 10,0 2,2 1,6 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 7,3 1,9 g 7,7 3,4 — 8,6 1,2 f, g 7,1 f 4,2 2,9 1,7 1,0 3,2 1,3 — 2,5 0,2 3,0 e 1,7 e 0,6 4,1 3,4 4,5 0,4 2,4 3,7 1,7 4,8 1,0 2,4 2,8 — 5,4 6,3 2,7 1,3 — 6,4 9,1 1,0 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 7,4 4,1 — 7,1 2,8 4,8 8,4 — 6,5 — 2,6 2,6 3,1 2,4 0,9 — — 2,5 2,4 1,0 — 3,9 2,1 2,9 1,5 — 3,1 e 0,8 1,8 1,3 1,6 3,8 17,2 9,3 4,7 1,0 7,3 8,0 4,6 6,3 4,9 f — 6,1 — 1,5 2,9 2,0 — — — — — 19,0 0,4 1,3 1,3 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 3,1 — 3,7 2,7 1,4 4,1 1,1 0,7 1,7 0,7 e — 3,2 5,8 3,6 — 4,5 3,0 — 4,8 0,4 1,8 4,6 0,5 1,4 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 4,9 2,2 0,5 — 1,4 g 4,5 3,2 2,1 7,0 2,2 g 1,4 0,8 0,0 1,1 0,7 1,3 1,3 1,2 — 1,7 3,2 0,9 — 8,5 1,0 — 0,9 — 5,2 1,3 5,3 1,9 1,1 3,5 2,5 2,4 1,8 2,5 2,6 1,7 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 1,9 1,9 m 1,7 o — 3,5 f, g — 1,9 0,7 o — 2,6 1,2 — 1,0 — — 1,4 1,1 0,8 5,4 1,9 — 1,2 0,7 6,3 2,5 — 1,2 0,9 4,4 l 1,8 1,2 7,2 11,7 3,6 3,4 1,0 2,4 2,5 2,4 2,6 136 Congo 137 Comores — 5,3 5,0 2,5 10,6 Desenvolvimento humano baixo INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 209 17 Prioridades na despesa pública Despesa pública de educação (em % do PNB) Ordem segundo IDH Despesa pública de saúde (em % do PIB) Despesa militar (em % do PIB) a Serviço da dívida total (em % do PIB) b 1985-87 c 1995-97 c 1990 1998 1990 2000 1990 2000 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. — — 3,1 — 1,0 — 5,1 g 2,2 3,7 — 1,6 — 2,6 0,7 — 1,3 1,4 3,6 2,6 — 2,0 k 3,8 3,7 2,0 — 1,3 e — 0,6 1,4 — 4,2 14,3 6,2 5,7 3,7 2,4 10,7 6,4 5,2 0,3 l 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia — — — 1,8 3,7 5,0 1,8 m 3,2 1,9 4,9 1,5 — 1,6 2,0 2,2 1,2 — 1,6 2,3 2,3 e 1,5 — 1,8 2,4 k 1,1 — 22,9 e — 1,5 1,1 11,7 — 2,1 6,0 11,9 10,9 0,5 3,5 4,4 4,4 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 6,2 3,5 3,5 3,2 2,6 — — 5,4 2,2 — 1,4 1,7 — 1,6 — — 2,0 2,8 2,1 2,0 5,8 3,7 1,3 2,1 1,6 k 21,2 e 3,0 0,8 2,5 — 3,2 0,8 7,1 2,8 2,0 13,6 2,0 3,5 4,2 1,5 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique — 1,8 3,1 2,3 2,1 2,2 — 4,0 3,6 f — — 1,1 0,9 1,0 3,6 2,3 — 1,2 e 1,5 e 2,8 — — 8,5 3,0 10,1 1,0 l 1,3 l 9,4 e 1,6 2,5 0,7 3,4 3,4 1,2 3,2 1,9 2,9 2,2 2,5 2,3 3,1 — 1,7 4,0 2,3 m — 1,1 — — 0,6 1,2 0,9 3,4 — 0,9 5,4 1,4 e 1,4 3,7 4,0 2,4 3,1 1,6 6,7 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Nota: O denominador utilizado, convencionalmente, para comparar as despesas e a dívida com a dimensão da economia é o PNB e não o PIB (ver as definições de termos estatísticos). Contudo, o PIB é utilizado aqui, sempre que possível, para permitir comparações ao longo do quadro. Com poucas excepções, os denominadores produzem resultados semelhantes. a. Devido a muitas limitações nos dados, as comparações da despesa militar, no tempo e entre países, deve ser feito com precaução. Para notas pormenorizadas sobre os dados, ver SIPRI (2001). b. Para os agregados, ver quadro 16. c. Os dados referem-se à despesa pública total na educação, incluindo despesas corrente e de capital. Ver as definições de termos estatísticos. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. d. Os dados podem não ser exactamente comparáveis com os dos anos anteriores, devido a alterações de metodologia. e. Os dados referem-se a 1999. f. Os dados referem-se a ano ou período diferentes do indicado. g. Os dados referem-se apenas ao Ministério da Educação. h. Os dados referem-se apenas à comunidade flamenga. i. Os dados referem-se à República Federal da Alemanha antes da reunificação. j. Os dados referem-se apenas ao Ministério da Educação Grega. k. Os dados referem-se a 1991. l. Os dados referem-se a 1998. m. Os dados não incluem a despesa no ensino superior. n. Os dados referem-se à União Soviética. o. Os dados referem-se apenas à Administração Central. Fonte: Colunas 1 e 2: UNESCO 2000; colunas 3 e 4: World Bank 2002b; colunas 5 e 6: SIPRI 2002a; colunas 7 e 8: calculado com base nos dados do serviço da dívida total e do PIB, de World Bank (2002b). 210 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 18 Desemprego nos países da OCDE . . . TEREM ACESSO AOS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA UM NÍVEL DE VIDA DIGNO . . . Desemprego Desemprego jovem Desemprego de longa duração (em % do desemprego total) a Pessoas desempregadas (milhares) 2000 Taxa (% da pop. activa) 2000 Taxa média anual (% da pop. activa) 1990-2000 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 80,8 203,5 1.091,2 300,7 610,8 3,4 4,7 6,8 7,0 6,3 4,7 6,1 9,3 8,5 8,4 88 87 96 156 89 10,2 11,9 12,6 15,2 12,3 114 93 81 141 87 2,9 27,7 10,0 56,7 24,0 6,7 33,1 12,2 55,9 30,6 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 5.651,6 2,0 187,1 3.200,4 253,0 4,0 1,4 2,6 4,7 9,8 5,6 3,2 5,5 3,2 11,7 105 158 161 91 116 9,3 4,7 6,6 9,2 21,6 92 63 137 76 104 5,3 14,1 33,4 17,1 22,4 6,7 8,7 31,7 30,7 26,9 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 72,0 2.503,7 1.634,1 133,3 198,7 2,0 9,5 5,5 4,7 4,7 3,3 10,9 7,7 7,1 5,1 136 140 79 123 97 4,8 20,7 11,8 6,7 6,3 70 129 77 107 81 30,2 40,8 19,0 20,0 27,2 28,0 38,3 33,7 20,1 29,3 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 5,0 3.133,2 76,4 113,2 2.494,9 2,6 7,5 4,3 6,0 10,7 2,5 7,7 11,3 7,8 10,7 173 113 97 95 180 6,4 7,7 6,4 13,2 29,7 129 89 113 85 139 18,8 c 53,1 47,5 d 14,3 60,9 26,4 c 50,1 59,5 d 23,1 60,7 21 24 27 28 33 Espanha Grécia Coreia do Sul Portugal República Checa 2.370,6 500,8 889,4 204,7 454,5 14,1 11,4 4,1 4,0 8,9 19,1 9,7 3,3 5,5 5,7 e 212 228 71 159 144 25,5 29,5 10,2 8,6 17,0 170 170 66 187 104 46,6 61,0 0,7 40,0 50,7 36,6 49,4 3,1 46,7 49,2 262,5 485,2 2.785,0 6,5 18,8 16,1 9,3 f 14,0 g 13,2 e 81 100 126 12,1 35,2 35,2 84 93 112 43,6 55,1 41,3 50,6 54,1 34,1 440,5 1.451,0 2,2 6,4 3,6 7,4 117 99 4,4 13,2 111 90 2,0 28,5 0,5 17,5 31.789,9 T 6,2 6,7 i 119 11,8 103 33,0 30,1 Ordem segundo IDH Taxa feminina em % da masculina 2000 Taxa (% da pop. activa com 15-24 anos) b 2000 Taxa feminina em % da masculina 2000 Feminino 2000 Masculino 2000 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 35 Hungria 36 Eslováquia 37 Polónia Desenvolvimento humano médio 54 México 85 Turquia OCDEh a. Os dados referem-se ao desemprego com duração de 12 meses ou mais. b. O conjunto de idades para a população activa pode ser de 16-24 anos em alguns países. c. Os dados são baseados numa pequena amostra e devem ser tratados com precaução. d. Os dados referem-se a 1999. e. Os dados referem-se à taxa média anual 1993 e 2000. f. Os dados referem-se à taxa média anual 1992 e 2000. g. Os dados referem-se à taxa média anual 1994 e 2000. h. Os agregados são de OECD (2001a e 2001b). i. A média da OCDE não inclui a República Checa, Hungria Polónia e Eslováquia. Fonte: Colunas 1 e 2: OCDE 2001a; coluna 3: calculado com base em dados das taxas de desemprego, de OECD (2001a); colunas 4 e 6: calculado com base nos dados das taxas de desemprego masculino e feminino, de OECD (2001b); colunas 5, 7 e 8: OCDE 2001b. INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 211 . . . ENQUANTO SE PRESERVAM PARA AS GERAÇÕES FUTURAS . . . 19 Energia e ambiente Ordem segundo IDH Ratificação dos tratados ambientaisa Consumo Consumo de de energia electricidade tradicional per capita (em % do uso total (kilowatt-horas) de energia) 1997 1980 1999 PIB por unidade de energia utilizada (dólares PPC por kg de equivalente petróleo) 1980 1999 ConProtocolo venção de Quioto à ConEmissões de dióxido de carbono Quadro Convenção venção Parte do Protocolo sobre Quadro sobre sobre a Per capita total mundialCartagena Mudança Mudança Diversi(tons. métricas) (%) sobre ClimáClimádade 1980 1998 1998 Biosegurança tica ticab Biológica Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 1,1 17,9 4,7 1,6 4,4 18.289 10.216 12.329 4.402 5.393 24.248 14.138 15.260 7.286 8.884 2,4 2,1 1,5 2,4 2,1 4,8 4,0 3,3 4,5 4,4 9,5 8,6 17,1 13,4 13,9 7,6 5,5 15,3 10,0 17,9 0,1 0,2 1,9 0,4 1,4 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 3,8 — 1,1 1,6 6,5 8.914 12.553 4.057 4.395 7.779 11.994 23.110 5.993 7.443 14.366 1,6 1,9 2,2 3,4 1,8 3,9 2,4 5,2 6,3 3,6 20,1 8,2 10,8 7,9 11,9 19,9 7,6 10,5 9,0 10,3 22,5 (,) 0,7 4,7 0,2 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 6,0 5,7 3,3 5,9 4,7 5.579 3.881 4.160 4.222 4.371 7.291 6.392 5.384 6.030 6.176 4,4 2,9 2,5 3,0 3,5 7,3 5,3 5,8 6,9 7,2 6,5 9,0 10,2 12,3 6,9 5,7 6,3 9,2 10,1 7,9 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália — 1,3 0,2 0,8 1,0 9.803 5.005 2.528 6.269 2.831 12.755 5.690 5.011 8.426 4.535 1,1 2,3 2,3 2,9 3,9 5,7 5,8 7,0 4,0 7,7 29,1 12,4 7,4 5,7 6,6 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 1,3 0,0 0,7 4,5 0,0 2.401 2.826 2.167 2.064 2.280 4.497 5.689 5.178 3.854 6.641 3,8 3,6 6,4 4,8 2,4 6,1 6,1 8,4 6,0 3,6 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta — 2,4 0,9 1,5 — 1.494 859 1.469 — 1.363 3.671 5.160 3.616 5.218 3.763 3,5 2,8 5,6 — 3,7 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — — 1,6 4,0 1,6 — 1.523 3.701 1.170 2.389 — 7.124 4.682 1.938 2.874 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 0,5 0,8 11,3 — 21,0 3.817 2.390 876 4.970 948 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — 13,8 54,2 — 0,0 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — 3,2 6,3 0,8 212 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 0,2 1,5 2,2 0,2 0,3 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 18,2 10,1 10,4 7,9 7,2 (,) 3,4 0,2 0,1 1,7 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 5,3 5,5 3,2 5,4 12,5 6,2 10,1 5,4 8,0 23,7 1,0 0,2 0,1 0,4 0,3 ● ● ● ● ● ● ● — — — — ● ● ● 6,3 4,1 6,9 4,9 6,0 5,2 3,3 2,8 — 3,0 7,7 7,9 5,5 7,3 4,7 (,) 1,5 0,2 0,1 (,) — — — 4,7 2,0 — — 3,5 7,1 4,6 2,7 35,6 — 3,8 7,7 5,9 17,5 11,5 3,8 5,8 (,) (,) 0,5 0,6 0,2 4.216 2.388 2.309 8.205 1.871 — — 3,2 0,9 5,0 3,2 3,5 5,2 1,7 9,2 — 12,8 2,5 22,6 2,0 7,1 8,3 4,1 31,5 1,8 0,2 1,3 0,2 0,1 (,) ● ● — — 860 — 5.793 — 3.435 1.426 — 14.011 — — 5,8 — 1,3 — 2,6 10,8 — 1,8 38,1 — 1,1 1,0 18,0 6,1 11,9 1,3 2,6 27,2 (,) 0,1 (,) (,) 0,2 ● ● ● 5.320 — — — 1.584 10.643 — 2.674 1.769 3.527 4,4 — — — 1,3 — — 4,1 3,1 1,3 35,8 1,5 — — 15,5 37,5 2,6 4,4 4,2 17,5 0,4 (,) 0,1 0,1 0,1 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 19 Energia e ambiente Ordem segundo IDH Ratificação dos tratados ambientaisa Consumo Consumo de de energia electricidade tradicional per capita (em % do uso total (kilowatt-horas) de energia) 1997 1980 1999 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia PIB por unidade de energia utilizada (dólares PPC por kg de equivalente petróleo) 1980 1999 ConProtocolo venção de Quioto à ConEmissões de dióxido de carbono Quadro Convenção venção Parte do Protocolo sobre Quadro sobre sobre a Per capita total mundialCartagena Mudança Mudança Diversi(tons. métricas) (%) sobre ClimáClimádade 1980 1998 1998 Biosegurança tica ticab Biológica — — 26,2 9.489 — — 14.871 — 1.851 — — — — — 4,1 56,4 2,3 — 80,9 5,0 3,2 0,2 (,) (,) 54 México 55 Cuba 4,5 30,2 846 823 1.570 973 3,1 — 5,4 — 3,7 3,2 3,9 2,3 1,5 0,1 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 0,8 14,4 — 5,5 0,8 — 820 — 631 — 2.704 1.310 — 2.474 4.050 — 3,3 — 2,7 — 2,9 7,1 — 4,3 1,9 — 1,8 1,3 2,0 — 5,9 2,1 1,7 5,7 9,8 0,2 (,) (,) 0,5 5,9 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 1,3 5,7 0,9 6,1 — 3.349 2.434 1.588 — — 2.899 1.511 3.876 — — 0,9 1,6 — — — 2,3 3,8 — — 0,5 8,5 8,7 8,8 — 1,2 5,7 4,1 6,8 6,2 (,) 0,2 0,4 0,2 0,1 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 36,1 17,7 0,7 24,6 — — 561 1.823 279 — — 772 2.493 1.352 — — 12,0 1,7 3,0 — — 9,3 2,5 5,2 1,0 0,6 1,4 6,0 0,8 1,3 1,5 1,7 6,7 3,2 (,) (,) 0,3 0,6 0,8 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 0,0 — 28,7 — 2,5 1.356 — 975 — 789 4.710 — 1.811 — 1.778 3,0 — 4,4 — — 2,5 — 6,7 — 3,3 13,7 1,2 1,5 6,7 2,3 14,1 0,9 1,8 5,2 5,1 1,2 (,) 1,2 (,) 0,1 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 0,0 26,9 — 0,2 0,5 — 355 614 — — 957 454 2.880 2.448 2.306 — 5,6 — — — 4,9 6,9 — 2,1 1,2 — 0,8 5,2 — — 1,0 1,0 8,5 7,6 7,0 (,) 0,3 0,1 0,5 1,5 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 1,0 24,6 — — 3,1 — 502 — — 439 1.312 654 — — 1.396 — 4,6 — — 3,6 4,8 8,9 — — 5,9 — 1,4 0,6 0,3 1,7 1,0 1,1 2,0 1,2 3,2 (,) 0,1 (,) (,) 0,8 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 6,0 — 0,0 46,5 49,6 482 — — 96 245 2.294 944 1.750 255 789 1,7 — — 3,5 4,2 2,2 1,2 1,6 8,1 5,8 4,0 — — 0,2 0,5 4,3 6,5 5,1 0,4 0,9 (,) 0,1 0,2 (,) (,) 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — 7,3 17,5 14,3 0,0 — 1.083 361 433 — — 783 620 646 1.650 — — 3,0 3,6 — — 10,4 4,5 6,2 1,1 0,4 1,8 1,7 1,1 — 1,5 0,5 2,2 2,5 4,6 (,) (,) 0,1 0,1 0,5 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 5,7 12,4 0,7 0,0 — 253 379 495 387 — 758 911 1.407 1.207 — 0,8 4,0 2,9 3,2 — 4,2 7,4 3,4 3,8 — 1,5 1,5 3,0 1,6 0,4 2,5 2,4 4,4 2,2 0,3 12,8 0,1 1,2 0,1 (,) ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 213 19 Energia e ambiente Ordem segundo IDH Ratificação dos tratados ambientaisa Consumo Consumo de de energia electricidade tradicional per capita (em % do uso total (kilowatt-horas) de energia) 1997 1980 1999 PIB por unidade de energia utilizada (dólares PPC por kg de equivalente petróleo) 1980 1999 ConProtocolo venção de Quioto à ConEmissões de dióxido de carbono Quadro Convenção venção Parte do Protocolo sobre Quadro sobre sobre a Per capita total mundialCartagena Mudança Mudança Diversi(tons. métricas) (%) sobre ClimáClimádade 1980 1998 1998 Biosegurança tica ticab Biológica 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — 0,0 — 34,5 0,5 — — — 274 — — 1.512 — 568 620 — — — 4,3 — — 5,0 — 6,8 3,2 0,6 — 2,3 0,5 — 0,8 1,4 1,9 1,0 2,2 (,) (,) (,) (,) (,) ● 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 1,5 43,4 0,0 37,8 29,3 265 3.213 354 50 44 581 3.776 863 252 345 4,9 2,7 2,6 — 2,2 5,4 3,5 3,0 4,1 4,4 3,5 7,7 2,2 0,3 0,6 3,6 8,7 3,3 0,6 1,1 0,4 1,4 0,2 0,2 1,0 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto — — 4,3 14,0 3,2 — — — 226 380 — 2.163 — 390 900 — — — 3,2 3,5 — 1,9 — 4,2 4,9 0,3 — 4,1 0,8 1,0 0,6 0,8 3,0 1,5 1,6 (,) (,) (,) (,) 0,4 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 54,8 32,9 42,2 — 62,0 215 617 303 — 240 449 700 268 — 341 2,9 1,9 3,5 — 4,1 4,5 4,5 4,2 — 6,8 0,6 9,0 0,7 0,4 0,7 0,8 2,4 0,7 0,6 0,9 (,) (,) (,) (,) (,) 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — — 4,0 20,7 — — — 223 130 — — — 430 379 — — — 6,8 1,9 — — 9,6 10,0 4,7 — 0,4 — 0,8 0,5 0,8 0,4 0,0 1,2 1,1 0,4 (,) (,) 0,1 4,4 (,) 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja — 60,5 25,2 78,1 89,3 — 31 973 424 — — 71 894 204 — — — 1,6 2,8 — — — 3,5 5,0 — 1,1 0,1 1,4 0,2 (,) 2,4 0,2 1,2 0,2 0,1 (,) (,) 0,1 (,) (,) 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — — 62,5 80,3 69,2 — — — 92 154 — — — 126 184 — — — 1,1 2,8 — — — 2,1 3,8 0,5 — 0,6 0,4 0,4 0,3 — 0,5 0,3 0,1 (,) — (,) (,) (,) 53,0 — 83 — 48 — 0,8 — 2,8 — 0,2 0,1 0,7 0,1 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 29,5 75,1 — 125 34 — 321 46 — 2,2 1,4 — 4,2 3,2 — 0,4 0,2 0,0 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 71,9 89,6 88,7 1,4 46,0 — 12 — 59 16 — 47 — 110 89 4,3 1,5 — — 5,7 4,7 3,5 — 4,4 10,8 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 74,7 84,3 67,8 — 89,7 41 — 68 — — 40 — 85 — — 3,6 — 0,8 — — 5,5 — 1,2 — — 136 Congo 137 Comores ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● (,) (,) ● ● ● ● ● 0,7 0,1 0,2 0,4 (,) (,) ● ● ● ● ● ● ● 0,2 (,) 0,1 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 0,8 0,2 (,) (,) (,) 0,1 0,1 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 0,1 0,2 1,0 1,1 (,) 0,1 0,1 0,7 0,6 0,1 (,) (,) 0,3 (,) (,) ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Desenvolvimento humano baixo 214 ● ● ● ● ● RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 19 Energia e ambiente Ordem segundo IDH Ratificação dos tratados ambientaisa Consumo Consumo de de energia electricidade tradicional per capita (em % do uso total (kilowatt-horas) de energia) 1997 1980 1999 PIB por unidade de energia utilizada (dólares PPC por kg de equivalente petróleo) 1980 1999 ConProtocolo venção de Quioto à ConEmissões de dióxido de carbono Quadro Convenção venção Parte do Protocolo sobre Quadro sobre sobre a Per capita total mundialCartagena Mudança Mudança Diversi(tons. métricas) (%) sobre ClimáClimádade 1980 1998 1998 Biosegurança tica ticab Biológica 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 91,4 0,0 72,7 56,2 91,7 37 — 1.016 95 148 55 — 540 114 43 — — 0,9 2,3 3,3 1,1 — 1,2 4,5 — 0,1 0,4 0,6 0,5 0,1 0,1 1,1 0,2 0,4 (,) (,) (,) (,) (,) (,) 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 91,5 96,0 89,2 74,2 78,6 — — 30 — — — — 53 — — 2,9 — 1,3 — — 4,3 — 2,9 — — 0,6 — 0,1 0,2 0,3 0,9 — 0,1 0,2 0,2 0,1 — (,) (,) (,) 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 69,7 88,3 88,6 88,9 87,5 67 — — — — 84 — — — — — — — — — 4,4 — — — — 0,8 0,1 0,1 0,1 (,) 0,5 0,1 0,1 (,) 0,1 (,) (,) (,) (,) (,) 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 97,6 57,1 95,9 87,1 91,4 — — 16 — 34 — — 21 — 53 — — — — 0,6 — — 2,2 — 2,1 (,) 0,2 (,) 0,1 0,3 0,0 0,2 (,) 0,1 0,1 (,) (,) (,) (,) (,) 94,2 80,6 86,1 — — — — — — — — — — — — (,) 0,1 0,2 (,) 0,1 0,1 (,) (,) (,) ● Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 16,7 75,1 5,6 9,4 15,7 20,3 62,9 1,2 3,3 3,4 316 59 489 253 845 132 463 — 4.916 5.932 745 69 1.303 804 1.450 371 469 2.895 7.001 8.481 2,2 — 3,2 1,3 4,1 2,1 1,9 — 2,2 2,2 4,5 4,0 3,8 4,4 6,0 4,6 2,6 2,2 4,8 4,8 1,3 0,1 2,8 1,4 2,4 0,6 1,0 — 11,0 12,6 1,9 0,2 3,8 2,4 2,6 1,1 0,9 7,4 10,9 12,6 35,8 0,4 3,7 17,7 5,3 6,1 2,1 12,1 49,6 43,5 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 3,3 10,8 63,3 5.212 349 76 7.496 928 127 2,2 — 1,8 4,8 3,9 3,1 11,7 1,4 0,3 11,7 2,5 0,3 50,2 40,5 1,1 — — — — — — — — — — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 3,4 7,3 29,8 5.873 583 106 8.431 1.358 350 2,2 — 1,9 4,8 4,0 3,6 12,6 2,3 0,4 12,7 3,5 0,9 45,2 37,6 9,0 — — — — — — — — — — — — 8,2 1.444 2.066 2,2 4,4 100,0 c — — — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Mundo 4,3 c 4,1 c ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Ratificação, aceitação, aprovação, adesão ou sucessão. ● Assinatura. a. A informação é de 20 de Fevereiro de 2002. O Protocolo de Cartagena sobre Biosegurança foi assinado em Cartagena, em 2000; a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática foi assinada em Nova Iorque, em 1992; o Protocolo de Quioto para a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática foi assinado em Quioto, em 1997; e a Convenção sobre a Diversidade Biológica, no Rio de Janeiro, em 1992. b. Ainda não entrou em vigor. c. Agregado de CDIAC (2001). Os dados referem-se às emissões totais de dióxido de carbono, incluindo as dos países não apresentados nos principais quadros de indicadores, assim como as emissões não incluídas nos totais nacionais, tais como as provenientes de condutas de combustível e da oxidação de produtos hidrocarbonetos não combustíveis. Fonte: Colunas 1-5: World Bank 2002b; colunas 6 e 7: calculado com base nos dados sobre emissões de dióxido de carbono, de CDIAC (2001) e nos dados da população, de UN (2001); coluna 8: calculado com base nos dados sobre emissões de dióxido de carbono, de CDIAC (2001); colunas 9-12: UN 2002b. INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 215 20 Refugiados e armamentos Ordem segundo IDH . . . PROTEGENDO A SEGURANÇA PESSOAL . . . Pessoas deslocadas internamente (milhares) 2000 a, c Refugiados Transferências de armas convencionais (preços de 1990) b a Exportações Por país de asilo (milhares) 2000 Por país de origem (milhares) d 2000 1991 Importações (Milhões de dólares) Forças armadas totais 2001 Milhões de dólares 2001 Quota (%) e 1995-2001 Milhares 2000 Índice (1985 = 100) 2000 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália — — — — — 48 157 125 19 58 — — — — — 383 42 646 86 130 109 93 470 33 687 156 486 152 72 (,) 0,2 1,0 0,9 0,5 0,5 27 53 59 39 51 72 80 71 43 72 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia — — — — — 508 (,) 146 4 13 — — (,) — — 344 — 189 1.502 56 114 — 153 206 10 4.562 (,) 225 (,) 3 45,0 (,) 1,8 (,) (,) 1.366 — 52 237 32 63 — 49 97 87 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria — — — — — 58 103 169 71 17 — — (,) — — 283 1.018 945 119 2 33 (,) 1.247 116 15 36 1.288 1.125 (,) 61 0,3 8,6 6,6 (,) 0,1 28 294 212 22 40 138 63 64 74 74 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália — — — — — 1 906 3 5 23 f — 1 — — — (,) 741 10 33 92 (,) 80 46 60 428 — 675 (,) (,) 358 — 5,4 (,) (,) 1,7 1 221 12 9 251 114 46 84 74 65 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura — — — — — 7 4 1 7 — — (,) — (,) — 90 1.234 — 459 257 90 45 — 897 141 4 203 — 11 (,) 0,7 0,9 — 0,1 0,1 166 172 — 159 60 33 121 — 79 110 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta — — — — — (,) (,) (,) f 3 (,) — — — 3 — 104 832 995 (,) (,) 15 401 38 53 (,) (,) 150 (,) — — (,) 0,2 (,) — — 10 683 45 9 2 100 114 61 — 262 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — — — — — — — 1 2 5 — — 1 (,) 1 — 2 (,) (,) 28 — 1 27 97 14 — — 95 3 (,) — — 0,4 (,) (,) 1 5 58 71 44 60 122 28 66 41 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — — — — — (,) 1 (,) (,) (,) (,) 1 1 (,) — (,) 148 103 64 69 (,) 63 16 30 (,) 21 44 (,) 2 (,) 0,4 0,3 (,) (,) (,) 39 217 87 11 24 — 68 86 393 74 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait — — — — — (,) (,) 6 — 3 — (,) — — 1 2 (,) (,) — 595 (,) (,) (,) — 34 — (,) — — (,) — (,) — — 0,1 1 5 — — 15 180 — — — 128 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — 34 — — 1 — 22 (,) — — — 331 (,) — 237 (,) (,) (,) (,) 288 (,) 59 19 1 (,) — (,) — — (,) — (,) — — 65 (,) 61 13 3 151 17 — — 129 216 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 20 Refugiados e armamentos Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Pessoas deslocadas internamente (milhares) 2000 a, c Transferências de armas convencionais (preços de 1990) b Refugiados a Exportações Por país de asilo (milhares) 2000 Por país de origem (milhares) d 2000 1991 — — — (,) — (,) — — 1 — — 18 1 — — — — 491 Importações (Milhões de dólares) Forças armadas totais 2001 Milhões de dólares 2001 Quota (%) e 1995-2001 Milhares 2000 Índice (1985 = 100) 2000 16 — (,) 8 — 22 (,) — (,) (,) — (,) 12 (,) 5 205 200 — 2 20 28 96 13 (,) — — — — 193 58 149 36 (,) 1 1 50 26 2 (,) — — 39 (,) (,) (,) 34 (,) (,) (,) (,) 20 (,) 333 — — (,) 4.979 1,2 — — (,) 17,0 83 — 1 96 1.520 — — 183 87 29 Desenvolvimento humano médio 54 México 55 Cuba 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — — — — — — 1 2 12 9 — 2 7 1 4 — 335 39 (,) (,) — (,) 110 (,) 126 — 4 (,) (,) — — 0,2 (,) (,) — — 80 207 76 16 — 54 109 104 — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — — 525 — — — — (,) (,) 105 — — 9 (,) (,) — (,) 51 262 399 — (,) 222 116 162 — — — — — — — — — — — — 152 56 301 — — 230 114 128 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano — — — — — 5 — 3 — 3 (,) (,) (,) (,) 9 1.142 (,) 118 (,) (,) 143 (,) 597 (,) 1 (,) — 55 — 45 (,) — 0,1 — (,) 202 4 288 2 64 322 130 104 100 366 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia — — — — — 281 (,) 0 21 3 6 45 — 2 19 (,) 43 (,) (,) — (,) 13 30 31 — — — (,) 9 430 — — (,) 0,2 2,1 41 106 44 64 304 — 92 149 — — 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 272 — — — — 8 1 — — 3 22 7 — — 40 (,) 95 — (,) 777 80 178 — (,) 442 (,) — — — 2 0,2 — — — (,) 27 115 — — 610 — 90 — — 97 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai — — 572 707 — (,) 14 (,) (,) (,) — (,) 284 113 — (,) — (,) 108 3 (,) — (,) 40 (,) — — — — — — — — — — 3 14 72 115 20 133 — — 532 140 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — — — — — — 1 2 1 38 — 6 (,) — 4 — (,) 180 (,) (,) — (,) (,) (,) 5 — — — — — — — — — — — 54 58 24 59 — 134 135 110 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde — — — — — 294 (,) 1.868 1 — 110 1 85 1 — 194 4 1.295 35 (,) 3.100 18 335 280 (,) 588 — (,) (,) — 2,2 — (,) (,) — 2.810 35 513 104 1 72 100 84 148 14 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 217 20 Refugiados e armamentos Ordem segundo IDH Pessoas deslocadas internamente (milhares) 2000 a, c Transferências de armas convencionais (preços de 1990) b Refugiados a Por país de asilo (milhares) 2000 Por país de origem (milhares) d 2000 Exportações Importações (Milhões de dólares) 1991 Forças armadas totais 2001 Milhões de dólares 2001 Quota (%) e 1995-2001 Milhares 2000 Índice (1985 = 100) 2000 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — — — — 8 — 11 — (,) (,) — 1 — 8 3 — — — 18 (,) — — — (,) (,) — (,) — — 5 — (,) — — 0,2 — 9 2 17 10 — — 24 40 — 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia — — — — — 170 15 3 16 123 6 (,) 6 371 9 1.037 20 390 (,) 8 365 17 (,) 74 38 — 20 (,) — 20 — 0,1 (,) — 0,1 124 63 316 484 297 73 60 79 47 107 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto — — — — — — 15 — (,) 7 1 60 — (,) 4 — (,) — 10 866 — (,) — (,) 486 — — — — (,) — — — — (,) 1 6 9 32 448 59 — 28 118 101 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala — — — — — (,) 18 (,) — 1 1 — 5 — 21 — (,) 1 — (,) — (,) (,) — (,) — — (,) — — — — (,) — — 8 5 16 — 31 50 196 25 — 99 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — — — — — — 27 1 171 1 — 2 (,) 9 — 4 (,) 59 1.288 (,) (,) 25 (,) 1.064 (,) — — — 1 — — — — (,) — — 9 198 1.303 — — — 133 103 — 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja — — — — — 4 0 4 13 (,) (,) 137 — 13 37 3 185 36 1 (,) 32 (,) 7 9 (,) — — — — (,) — — — — (,) 9 344 40 7 140 225 185 98 46 400 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — — — — — — — 6 206 44 — — — 1 2 — 4 10 13 (,) — 2 (,) (,) 1 — — — — — — — — — — — 2 4 22 13 — 100 138 162 179 — — 123 (,) 28 — (,) — (,) — — — — — 10 — 115 — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão — — — 2.001 415 — 9 491 109 492 39 — 759 (,) — (,) — — (,) — — 612 104 6 127 185 200 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh — — — — — 12 129 0 61 22 4 (,) 16 2 4 10 (,) (,) 74 47 (,) 10 (,) 33 180 — — — — — — — — — — 7 50 29 66 137 194 200 54 103 150 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda — — — — — 0 (,) 7 23 237 7 — 4 2 29 — — 20 1 (,) — — 1 1 (,) — — (,) — — — — (,) — — — 21 76 8 50 — 100 81 280 250 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo 218 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 20 Refugiados e armamentos Ordem segundo IDH 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Pessoas deslocadas internamente (milhares) 2000 a, c Transferências de armas convencionais (preços de 1990) b Refugiados a Exportações Por país de asilo (milhares) 2000 Por país de origem (milhares) d 2000 1991 — — — — 3 681 (,) 251 21 333 (,) 30 (,) 11 369 — 1.100 — — — 121 2 4 427 12 258 — — — — Importações (Milhões de dólares) Forças armadas totais 2001 Milhões de dólares 2001 Quota (%) e 1995-2001 Milhares 2000 Índice (1985 = 100) 2000 (,) 17 (,) (,) (,) (,) (,) (,) (,) (,) — — (,) — — — — (,) — — 34 16 22 9 56 84 185 133 93 116 (,) 377 — 2 1 (,) (,) — (,) — (,) 60 — 15 — — — — — — — — — — — 8 200 5 10 1 64 — 107 98 160 12 28 4 8 56 433 118 — (,) (,) (,) (,) (,) (,) (,) 255 (,) (,) (,) (,) (,) — (,) — — (,) — (,) — — 108 70 5 7 3 217 1.346 94 151 135 — — — — — 18 8 198 1 (,) 55 1 61 (,) — (,) 6 60 3 (,) (,) (,) (,) (,) (,) — — — — — — — — — — 30 7 352 7 6 247 85 162 170 39 56 — 300 27 (,) 7 568 (,) 401 — (,) (,) — (,) (,) — — — — — — 40 5 3 769 241 97 Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado — — — — — — — — — — 8.460 T 2.996 T 704 T 595 T 38 T 4.191 T 2.929 T 463 T 2.476 T 2.446 T — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 13.226 T 1.964 T 1.893 T 5.372 T 1.262 T 2.736 T 1.342 T — 5.217 T 3.374 T 97 186 115 81 94 110 160 — 72 64 Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo — — — 2.497 T 3.752 T 5.125 T — — — — — — — — — — — — — — — 5.048 T 12.571 T 2.172 T 72 74 154 Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo — — — 2.458 T 2.759 T 6.157 T — — — — — — — — — — — — — — — 3.728 T 10.684 T 5.379 T 67 69 123 Mundo — 11.374 T g — 23.904 T h 16.231 T h 16.231 T h — 19.791 T 78 a. Os dados referem-se ao final de 2000. Não incluem os refugiados da Palestina. b. As cifras são valores indicadores de tendências, ou seja, são indicadores apenas do volume das transferências internacionais de armas e não do seu valor financeiro actual. Os relatórios de transferências de armas publicados fornecem informação parcial, porque nem todas as transferências estão totalmente relatadas. As estimativas apresentadas são conservadoras e podem subavaliar as transferências reais de armas convencionais. Os valores nulos são apresentados como (.). c. Inclui apenas aqueles a quem o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) concede assistência, no seguimento de um pedido especial de um órgão competente das Nações Unidas. d. O país de origem de muitos refugiados não está disponível ou relatado. Estes dados podem, portanto, estar subestimados. e. Calculado utilizando os totais de 1995-2001 para todos os países e actores não estatais com exportações das principais armas convencionais, como definido em SIPRI (2002b). f. Os dados referem-se ao final de 1999. g. O agregado é de UNHCR (2002). h. O agregado é de SIPRI (2002b). Inclui todos os países e actores não estatais com transferências das principais armas convencionais, como definido em SIPRI (2002b). Fonte: Colunas 1-3: UNHCR 2002; colunas 4-6: SIPRI 2002b; coluna 7: calculado com base em dados sobre transferências de armas, de SIPRI (2002b); coluna 8: IISS 2001; coluna 9: calculado com base em dados sobre as forças armadas, de IISS (2001). INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 219 21 Vítimas da criminalidade . . . PROTEGENDO A SEGURANÇA PESSOAL . . . Pessoas vítimas da criminalidade (em % da população total) a Ano b Crimes totais c Crimes de propriedade d Roubo Assalto sexual e Assalto Suborno (corrupção) f Austrália Áustria Bélgica Canadá Dinamarca 1999 1995 1999 1999 1999 30,1 18,8 21,4 23,8 23,0 13,9 3,1 7,7 10,4 7,6 1,2 0,2 1,0 0,9 0,7 1,0 1,2 0,3 0,8 0,4 2,4 0,8 1,2 2,3 1,4 0,3 0,7 0,3 0,4 0,3 Inglaterra e Gales Finlândia França Itália Japão 1999 1999 1999 1991 1999 26,4 19,1 21,4 24,6 15,2 12,2 4,4 8,7 12,7 3,4 1,2 0,6 1,1 1,3 0,1 0,9 1,1 0,7 0,6 0,1 2,8 2,1 1,4 0,2 0,1 0,1 0,2 1,3 — (,) Malta Holanda Nova Zelândia Irlanda do Norte Polónia 1996 1999 1991 1999 1999 23,1 25,2 29,4 15,0 22,7 10,9 7,4 14,8 6,2 9,0 0,4 0,8 0,7 0,1 1,8 0,1 0,8 1,3 0,1 0,2 1,1 1,0 2,4 2,1 1,1 4,0 0,4 — 0,2 5,1 Portugal Escócia Eslovénia Suécia Suíça Estados Unidos 1999 1999 2000 1999 1999 1999 15,5 23,2 21,2 24,7 18,2 21,1 7,5 7,6 7,7 8,4 4,5 10,0 1,1 0,7 1,1 0,9 0,7 0,6 0,2 0,3 0,8 1,1 0,6 0,4 0,4 3,0 1,1 1,2 1,0 1,2 1,4 — 2,1 0,1 0,2 g 0,2 Assunção (Paraguai) Bavu (Azerbaijão) Pequim (China) Bishkek (Quirguistão) Bogotá (Colômbia) 1995 1999 1991 1995 1996 34,4 8,3 19,0 27,8 54,6 16,7 2,4 2,2 11,3 27,0 6,3 1,6 0,5 1,6 11,5 1,7 0,0 0,6 2,2 4,8 0,9 0,4 0,6 2,1 2,5 13,3 20,8 — 19,3 19,5 Bratislava (Eslováquia) Bucareste (Roménia) Budapeste (Hungria) Buenos Aires (Argentina) Cairo (Egipto) 1996 1999 1999 1995 1991 36,0 25,4 32,1 61,1 28,7 20,8 10,8 15,6 30,8 12,1 1,2 1,8 1,8 6,4 2,2 0,4 0,4 9,0 6,4 1,8 0,5 0,6 0,8 2,3 1,1 13,5 19,2 9,8 30,2 — Dar-es-Salam (Tanzânia) Gaborone (Botswana) Jacarta (Indonésia) Joanesburgo (África do Sul) Kampala (Uganda) 1991 1996 1995 1995 1995 — 31,7 20,9 38,0 40,9 23,1 19,7 9,4 18,3 20,6 8,2 2,0 0,7 4,7 2,3 6,1 0,7 1,3 2,7 5,1 1,7 3,2 0,5 4,6 1,7 — 2,8 29,9 6,9 19,5 Kiev (Ucrânia) La Paz (Bolívia) Manila (Filipinas) Minsk (Bieolorrússia) Moscovo (Federação Russa) 1999 1995 1995 1999 1999 29,1 39,8 10,6 23,6 26,3 8,9 18,1 3,3 11,1 10,9 2,5 5,8 1,5 1,4 2,4 1,2 1,5 0,1 1,4 1,2 1,5 2,0 0,1 1,3 1,1 16,2 24,4 4,3 20,6 16,6 Bombaim (Índia) Nova Deli (Índia) Praga (República Checa) Rïga (Letónia) Rio de Janeiro (Brasil) 1995 1995 1999 1999 1995 31,8 30,5 34,1 26,5 44,0 6,7 6,1 21,6 9,4 14,7 1,3 1,0 0,5 2,8 12,2 3,5 1,7 0,9 0,5 7,5 0,8 0,8 1,1 1,9 3,4 22,9 21,0 5,7 14,3 17,1 São José (Costa Rica) Skopje (Macedónia) Sofia (Bulgária) Tallinn (Estónia) Tbilisi (Geórgia) 1995 1995 1999 1999 1999 40,4 21,1 27,2 41,2 23,6 21,7 9,4 16,1 22,5 11,1 8,9 1,1 1,5 6,3 1,8 3,5 0,3 0,1 3,3 0,4 1,7 0,7 0,6 3,7 0,9 9,2 7,4 16,4 9,3 16,6 Nacional Cidade principal 220 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 21 Vítimas da criminalidade Pessoas vítimas da criminalidade (em % da população total) a Tirana (Albânia) Tunes (Tunísia) Ulan-Bator (Mongólia) Vilnius (Lituânia) Zagreb (Croácia) Ano b Crimes totais c Crimes de propriedade d Roubo Assalto sexual e Assalto Suborno (corrupção) f 1999 1991 1999 1999 1999 31,7 37,5 41,8 31,0 14,3 11,2 20,1 20,0 17,8 4,4 2,9 5,4 4,5 3,2 0,5 1,2 1,5 1,4 2,0 0,8 0,7 0,4 2,1 1,4 0,5 59,1 — 21,3 22,9 9,5 a. Os dados referem-se à vitimação, como vem relatada no Inquérito Internacional sobre Vítimas da Criminalidade. b. Os inquéritos foram realizados em 1992, 1995, 1996/97 e 2000-01. Os dados referem-se ao ano anterior ao do inquérito. c. Os dados referem-se às pessoas vitimadas por um ou mais dos 11 crimes registados no inquérito: roubo, assalto de casas, tentativa de assalto, roubo de carros, vandalismo de carros, roubo de bicicletas, assalto sexual, roubo com carro, roubo de propriedade pessoal, assalto e ameaça, e roubo de motocicletas ou bicicletas motorizadas. d. Inclui roubo de carros, roubo com carros, assalto de casas com entrada e tentativa de assalto. e. Os dados referem-se apenas à população feminina. f. Os dados referem-se a pessoas a quem foram pedidos, ou que se espera que paguem, um suborno por um funcionário do Estado. g. Os dados referem-se a 1995. Fonte: Colunas 1-7: UNICRI 2002, INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 221 . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS 22 Índice de desenvolvimento ajustado ao género Índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) Ordem segundo IDH Ordem Esperança de vida à nascença (anos) 2000 Taxa de alfabetização de adultos (% 15 anos e mais) 2000 Taxa de escolarização bruta combinada do primário, secundário Rendimento auferido e superior estimado (%) (dólares PPC) 1999 a 2000 b Fem. Ordem do IDH menos ordem IDG c Valor Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Masc. 3 4 5 2 1 0,941 0,940 0,938 0,943 0,956 81,5 82,2 81,5 81,5 81,8 75,6 77,2 76,0 75,2 76,1 —d —d —d —d —d —d —d —d —d —d 99 107 f 98 111 f 118 f 95 95 96 107 f 114 f 23.454 e 19.690 e 21.456 e 16.784 20.977 36.510 28.961 34.349 38.005 30.449 e e Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 6 7 9 11 8 0,937 0,934 0,933 0,927 0,933 79,9 81,5 80,8 84,4 81,1 74,1 76,8 75,4 77,4 73,9 —d —d —d —d —d —d —d —d —d —d 99 91 100 81 108 f 91 86 104 f 83 99 26.259 e 22.361 17.635 16.601 20.657 42.246 36.758 33.822 37.345 29.550 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 14 12 10 13 15 0,923 0,926 0,932 0,925 0,921 82,0 82,4 80,2 78,7 81,1 75,6 74,7 75,2 73,8 74,9 —d —d —d —d —d —d —d —d —d —d 81 96 112 f 101 f 89 87 93 100 94 90 19.197 18.715 17.931 22.835 17.914 e 38.550 30.022 29.264 32.518 36.057 d d g 27.396 16.904 17.078 e 16.203 14.719 e 73.465 33.653 42.815 24.052 33.084 g e e e h -2 -2 -2 2 4 0 0 -1 -2 2 -3 0 3 1 0 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 19 16 17 18 20 0,914 0,920 0,917 0,915 0,907 80,5 80,7 79,2 80,2 81,6 74,1 74,5 74,0 74,9 75,2 — —d —d —d 98,0 — —d —d —d 98,9 74 93 93 103 f 87 71 95 89 95 81 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 21 22 23 25 24 0,906 0,891 0,886 0,879 0,880 82,0 80,6 82,4 80,9 79,8 75,0 76,7 76,9 75,6 75,4 96,8 92,4 90,2 96,0 88,4 98,6 96,8 96,5 98,5 96,3 99 84 66 81 75 91 82 61 80 76 11.791 e 13.864 e 18.635 10.185 e 15.433 27.503 e 26.565 e 31.445 22.998 e 31.167 0 0 0 -1 1 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 26 29 28 27 30 0,879 0,875 0,876 0,877 0,860 80,2 78,6 79,2 79,1 80,6 75,8 71,2 72,1 71,7 75,4 95,4 96,4 89,9 99,6 d 92,7 98,7 99,1 d 94,7 99,7 d 91,3 70 i 85 99 85 79 67 i 95 94 80 82 13.763 10.791 12.134 13.327 e 7.626 e 27.908 23.884 22.850 21.642 27.104 0 -2 0 2 0 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — 31 32 33 35 — 0,851 0,846 0,836 0,833 79,1 78,5 78,2 77,2 75,6 74,1 73,8 71,5 70,1 67,1 — 88,1 —d 96,8 99,2 d — 94,6 —d 96,8 99,5 d 77 77 70 86 83 77 76 69 80 79 — 10.296 e. j 10.354 6.556 e 9.243 — 22.613 17.833 18.424 15.893 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 34 36 39 40 37 0,833 0,831 0,824 0,822 0,828 77,2 77,5 78,6 75,8 78,5 69,3 69,2 72,6 71,6 71,0 —d 99,7 d 95,6 82,6 98,1 —d 99,7 d 96,0 90,9 97,3 77 86 77 83 83 74 83 78 77 76 8.903 e 6.936 e 5.133 e 7.010 k 6.178 e 13.715 11.288 13.786 21.059 12.068 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 38 — 41 — 44 0,825 — 0,814 — 0,804 73,7 76,0 79,3 — 78,6 65,0 65,1 74,6 — 74,5 96,3 — 95,7 — 79,7 94,5 — 95,5 — 84,0 77 89 66 — 61 72 84 67 — 57 13.344 e — 4.609 — 6.895 e 20.779 e — 12.577 — 22.186 e 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 47 — 43 42 45 0,798 — 0,806 0,806 0,798 78,0 — 77,7 77,2 76,7 73,7 — 69,8 66,8 72,0 79,3 — 97,3 99,5 d 92,1 75,0 — 99,3 d 99,7 d 95,5 71 — 69 83 65 65 — 68 77 65 222 5.320 e. j — 5.845 e 5.789 5.532 e 24.412 — 10.485 8.582 12.432 e e e e e. j e e e e k e e. j e e -3 1 1 1 0 — 0 0 0 -1 1 0 -2 -2 2 2 — 0 — -2 -4 — 1 3 1 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 22 Índice de desenvolvimento ajustado ao género Índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) Esperança de vida à nascença (anos) 2000 Taxa de alfabetização de adultos (% 15 anos e mais) 2000 Taxa de escolarização bruta combinada do primário, secundário Rendimento auferido e superior estimado (%) (dólares PPC) 1999 a 2000 b Masc. Ordem do IDH menos ordem IDG c 6.864 e. l — 5.992 25.277 e. l — 8.276 -1 — 2 71 76 4.978 — 13.152 — 0 — 79 76 72 67 82 75 73 73 64 75 5.978 e 3.960 2.141 e 5.711 e 6.611 e 9.340 e 8.004 8.975 e 12.338 e 10.383 e 0 0 -6 -1 2 — 99,0 99,0 d 90,8 — — 76 70 92 70 — 69 68 92 70 — 4.587 4.751 e 2.921 l — — 6.898 8.169 e 11.894 l — — 2 1 -4 — — 81,3 91,7 92,1 93,9 — 87,8 91,7 93,1 97,1 — 64 73 66 61 — 62 73 64 60 — 5.332 e 3.996 e 3.334 e 4.907 — 14.736 e 8.558 e 8.223 e 7.928 — -1 3 3 1 70,5 67,4 64,1 68,0 71,5 66,9 90,8 85,4 — 80,3 83,1 94,9 85,1 — 92,1 60 83 80 86 81 62 84 79 80 76 3.466 e 2.367 e 4.557 — 2.013 e 18.252 e 6.892 e 10.769 — 6.704 e -10 -2 0 — -4 75,8 71,3 72,6 70,3 73,5 69,8 67,3 69,7 59,1 62,7 97,6 95,1 61,6 — 99,5 d 99,3 d 95,5 80,1 — 99,7 d 77 84 56 81 78 82 80 59 73 77 2.087 e 2.933 3.806 e. l — 2.716 3.061 e 4.994 21.804 e. l — 5.085 4 4 -10 — 3 — 0,729 — 0,739 0,734 77,2 71,6 — 65,8 72,4 69,0 66,6 — 67,3 67,3 — 85,3 — 96,8 76,5 — 94,7 — 96,6 93,5 71 79 — 77 55 69 81 — 77 68 — 1.950 — 3.329 e 4.379 e — 7.695 — 5.582 e 9.516 e — -3 — 3 1 67 — — 70 75 0,739 — — 0,737 0,727 77,3 69,6 75,0 75,3 72,6 73,3 62,9 68,0 69,5 68,0 90,7 — — 89,0 92,2 82,9 — — 94,4 94,4 62 81 72 71 64 63 81 70 68 64 2.900 e — — 2.270 2.155 4.400 e — — 4.724 6.658 6 — — 4 0 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — 74 80 79 76 — 0,729 0,718 0,718 0,725 — 76,2 73,0 70,0 71,9 — 70,4 67,8 64,8 66,0 — 77,0 90,0 83,6 98,8 — 92,1 93,3 83,6 99,6 d — 71 74 75 74 — 71 80 69 79 — 2.478 e 1.455 e 3.125 e 1.931 e — 4.488 e 4.936 e 8.849 e 2.958 e — 2 -3 -1 3 China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 77 81 83 84 82 0,724 0,709 0,703 0,701 0,704 72,8 71,4 69,8 71,8 72,0 68,5 69,0 68,0 69,1 66,2 76,3 60,6 69,3 83,9 65,7 91,7 81,4 83,2 95,1 84,5 73 72 69 57 76 73 75 76 53 79 3.132 e 3.347 e 2.524 e 1.749 3.043 e 4.773 e 9.320 e 9.088 e 6.014 6.945 e 3 0 -1 -1 2 Ordem segundo IDH Ordem Valor Fem. Masc. Fem. Masc. 48 — 46 0,794 — 0,798 71,3 — 75,8 68,7 — 64,7 83,1 — 99,8 d 80,4 — 99,8 d 75 — 83 75 — 80 54 México 55 Cuba 49 — 0,789 — 76,0 78,4 70,0 74,5 89,5 96,6 93,4 96,8 70 77 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 50 51 58 54 52 0,786 0,784 0,764 0,776 0,780 74,4 76,8 75,4 75,0 72,5 62,8 72,2 72,7 70,1 60,1 99,4 d 91,3 93,2 83,4 99,4 d 99,7 d 92,5 93,3 91,4 99,7 d 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 53 55 61 — — 0,778 0,773 0,753 — — 74,8 73,3 72,8 75,3 — 67,1 66,5 68,8 71,0 — 97,9 97,3 68,2 — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 59 56 57 60 — 0,762 0,767 0,764 0,760 76,0 75,3 74,8 76,2 73,2 70,7 67,6 68,2 70,4 67,3 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 72 65 64 — 69 0,731 0,746 0,751 — 0,739 73,0 70,9 72,0 73,2 74,6 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 62 63 78 — 66 0,751 0,751 0,722 — 0,744 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 73 — 68 71 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 91 92 93 94 95 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Fem. Masc. Fem. Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 223 22 Índice de desenvolvimento ajustado ao género Índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) Ordem segundo IDH Esperança de vida à nascença (anos) 2000 Taxa de alfabetização de adultos (% 15 anos e mais) 2000 Taxa de escolarização bruta combinada do primário, secundário Rendimento auferido e superior estimado (%) (dólares PPC) 1999 a 2000 b Ordem Valor Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. — — 5.806 e 6.727 2.577 e — — 0 -1 1 8.150 e 13.024 e 5.522 e 2.360 e 4.026 e -2 1 -2 2 1 21.708 e 1.434 e 2.135 e 3.358 e 5.227 0 0 0 0 -2 3.596 e — 3.310 e — 5.772 e 0 — 2 — 0 — 8.498 e 5.068 e 3.383 e 6.479 e — 0 0 -2 1 9.025 e 1.311 l 3.324 e 2.248 e 1.633 e 1 0 0 0 0 — 2.853 e 2.840 e 1.069 2.365 e — -1 1 0 -2 1.074 e 2.038 e 1 1 2.884 e 2.736 e — -4 1 — 1.964 e 1.752 e 1.909 e 1.384 e 2.026 e 1 0 2 -7 1 1.902 e 1.059 e 1.254 e — 1.451 e 1 1 1 — 1 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — — 85 87 86 — — 0,698 0,696 0,698 72,8 71,7 67,3 73,1 70,3 66,2 63,8 58,9 67,1 62,8 79,0 — 98,1 76,1 98,3 81,2 — 98,9 81,6 99,5 d 67 70 66 64 75 63 65 65 63 70 — — 2.228 2.347 1.680 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 90 88 92 89 91 0,679 0,689 0,669 0,687 0,678 71,0 53,9 72,4 70,6 68,2 68,1 50,2 70,0 65,9 64,3 57,1 84,6 60,5 91,4 82,0 76,2 86,0 88,3 95,5 91,8 69 96 61 64 61 75 89 65 69 68 2.389 5.888 1.537 1.635 2.053 e 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 93 94 95 96 99 0,669 0,664 0,653 0,645 0,628 52,6 70,5 64,9 64,2 68,8 49,4 64,7 60,9 60,8 65,7 74,4 98,8 98,8 79,3 43,8 92,5 99,6 d 99,1 d 92,0 66,6 59 63 64 67 72 68 72 51 73 80 8.608 872 1.430 1.499 2.003 e 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 98 — 97 — 100 0,628 — 0,629 — 0,617 68,9 53,9 71,1 — 68,0 63,2 51,5 66,4 — 62,2 74,5 — 66,8 — 61,2 74,7 — 66,3 — 76,1 63 87 65 — 45 60 85 61 — 53 1.295 — 1.431 — 1.836 e 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — 101 102 105 103 — 0,604 0,585 0,560 0,567 69,7 44,7 69,5 63,8 45,1 67,2 44,6 65,8 62,8 43,7 — 81,2 36,1 45,4 78,6 — 82,8 61,8 68,4 80,8 — 80 46 49 70 — 77 58 62 74 — 4.413 2.019 1.267 2.557 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 104 106 107 108 109 0,566 0,548 0,545 0,544 0,537 40,1 58,5 42,5 58,1 58,6 40,2 53,7 43,2 55,5 53,9 79,8 80,5 84,7 62,9 57,1 74,5 89,0 92,8 80,3 79,8 70 55 63 39 54 70 55 67 45 71 5.418 747 1.946 1.683 1.268 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — 111 110 112 115 — 0,521 0,530 0,511 0,500 69,8 45,6 57,7 51,5 50,7 66,7 45,8 55,8 50,0 49,2 — 93,6 56,8 76,0 69,5 — 72,5 70,6 88,9 82,4 — 65 35 51 39 — 57 42 52 47 — 1.223 1.670 975 1.047 113 114 0,506 0,505 53,4 61,2 49,2 58,4 74,4 48,7 87,5 63,2 56 33 69 38 586 1.136 e 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 120 116 — 0,468 0,478 — 59,8 57,4 63,2 60,2 54,6 60,8 27,9 46,3 — 57,5 69,5 — 28 31 — 51 36 — 916 847 — e 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 117 119 118 128 121 0,475 0,470 0,472 0,426 0,468 53,0 58,3 54,8 61,6 59,5 50,6 58,8 52,2 59,4 59,4 42,5 24,0 33,2 25,2 29,9 72,4 59,6 64,1 67,5 52,3 49 52 52 29 33 76 67 65 72 41 927 880 1.242 405 1.151 e 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 122 123 124 — 125 0,467 0,463 0,449 — 0,437 55,7 53,8 51,9 44,2 44,6 49,7 51,5 51,5 41,6 43,3 47,8 59,7 55,7 54,4 56,8 52,0 73,6 72,4 75,6 77,5 51 43 41 18 41 53 46 49 26 49 1.049 624 532 — 966 e 136 Congo 137 Comores Ordem do IDH menos ordem IDG c e e e e e e e e e e e e e e e e l e e e e e e e Desenvolvimento humano baixo 224 e e e e e e e e RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 22 Índice de desenvolvimento ajustado ao género Índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) Ordem segundo IDH Esperança de vida à nascença (anos) 2000 Taxa de alfabetização de adultos (% 15 anos e mais) 2000 Taxa de escolarização bruta combinada do primário, secundário Rendimento auferido e superior estimado (%) (dólares PPC) 1999 a 2000 b Ordem Valor Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Ordem do IDH menos ordem IDG c 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 126 127 129 130 131 0,436 0,429 0,424 0,421 0,420 52,1 53,1 40,9 55,2 52,6 50,0 49,9 41,8 51,5 50,1 66,5 30,1 71,5 27,6 50,2 83,9 50,7 85,2 47,3 73,1 32 37 46 31 26 33 44 52 40 37 436 e 1.212 e 562 e 1.074 e 548 e. j 611 e 2.150 e 995 e 1.949 e 986 e. j 1 1 0 0 0 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 132 133 134 — 136 0,411 0,410 0,404 — 0,397 48,1 53,3 55,5 48,0 47,7 47,5 50,6 52,1 47,0 44,9 38,6 44,5 23,6 — 29,4 54,5 67,3 52,1 — 44,0 30 24 34 20 37 46 29 57 37 53 868 e 571 813 e — 1.230 e 2.355 e 1.107 1.172 e — 2.078 e 0 0 0 — -1 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana — 135 137 138 139 — 0,398 0,389 0,378 0,364 46,6 40,9 39,8 52,4 46,0 43,9 39,4 40,2 50,4 42,7 — 60,2 46,5 34,4 34,9 — 73,7 74,5 48,9 59,7 21 39 69 22 20 25 41 78 34 29 — 760 e 506 e 606 e 894 e — 1.130 e 726 e 992 e 1.464 e — 1 0 0 0 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 140 141 142 143 144 0,353 0,325 0,313 0,312 0,307 46,9 46,2 44,6 47,6 40,2 44,5 43,4 43,2 45,6 38,4 34,0 23,3 30,9 14,1 28,7 51,6 54,4 47,2 33,9 60,1 20 27 19 18 19 42 47 34 28 26 648 e 495 e 454 e 801 e 705 e 1.099 e 1.023 e 885 e 1.164 e 1.007 e 0 0 0 0 0 145 146 — 0,306 0,263 — 41,4 45,5 40,2 39,6 44,9 37,6 40,4 8,4 — 56,2 23,8 — 16 12 21 21 20 32 490 e 542 e — 698 e 947 e — 0 0 — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa a. Estimativas provisórias da UNESCO, sujeitas a revisão posterior. b. Devido à falta de dados sobre o rendimento desagregado por sexos, os rendimentos auferidos femininos e masculinos foram estimados, de forma grosseira, com base nos dados do rácio entre salários não agrícolas femininos e masculinos, das parcelas feminina e masculina da população economicamente activa, da população total feminina e masculina e do PIB per capita (dólares PPC) (ver nota técnica 1). As estimativas são baseadas nos dados do último ano disponível durante 1994-99, a não ser quando indicado de outro modo. c. As posições do IDH utilizadas nesta coluna são as recalculadas para o universo dos 146 países com valores IDG. Um valor positivo indica que a ordenação do IDG é melhor do que a do IDH e um valor negativo o inverso. d. Com o fim de calcular o IDG, foi utilizado um valor de 99,0%. e. Não existem dados disponíveis sobre salários. Com o fim de calcular as estimativas dos rendimentos auferidos feminino e masculino, foi utilizada uma estimativa de 75% para o rácio entre os salários não-agrícolas feminino e masculino. f. Com o fim de calcular o IDG, foi utilizado um valor de 100,0%. g. O rácio está subestimado, porque muitos estudantes do secundário e do superior prosseguem os seus estudos em países vizinhos. h. Com o fim de calcular o IDG, foi utilizado um valor de 40.000 dólares (PPC). i. Exclui estudantes e população turca. j. Calculado com base em dados do PIB per capita (dólares PPC) de 1998. k. Calculado com base em dados do PIB per capita (dólares PPC) de 1999. l. Calculado com base nos dados do PIB per capita (dólares PPC) de 1996, utilizando dados de Aten, Heston e Summers (2001). Fonte: Coluna 1: determinado com base nos valores do IDG da coluna 2; coluna 2: calculado com base nos dados das colunas 3-10; para pormenores, ver nota técnica 1; colunas 3 e 4: UN 2001; colunas 5 e 6: UNESCO 2002a; colunas 7 e 8: UNESCO 2001a; colunas 9 e 10: excepto quando indicado de outro modo, os cálculos foram baseados nos dados do PIB per capita (dólares PPC), de World Bank (2002b); nos dados sobre salários, de ILO (2002e); nos dados sobre a população economicamente activa, de ILO (2002b); e nos dados sobre a população, de UN (2001); coluna 11: determinado com base nas posições IDH recalculadas e nas posições IDG da coluna 1. Ordem IDG para 146 países 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Austrália Bélgica Noruega Suécia Canadá Estados Unidos Islândia Finlândia Holanda Reino Unido Japão França Dinamarca Suíça Áustria Alemanha Irlanda Nova Zelândia Luxemburgo Itália Espanha Israel 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 Hong Kong, China (RAE) Singapura Grécia Chipre Eslovénia Portugal Coreia do Sul Malta Brunei República Checa Argentina Eslováquia Hungria Polónia Uruguai Baamas Chile Barém Costa Rica Lituânia Croácia Kuwait Trindade e Tobago Letónia Emirados Árabes Unidos 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 Catar México Bieolorrússia Panamá Federação Russa Bulgária Malásia Roménia Colômbia Venezuela Belize Maurício Tailândia Líbia Arménia Filipinas Brasil Fiji Ucrânia Jamaica Maldivas Líbano Sri Lanka Turquia Arábia Saudita INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 Peru Albânia Paraguai Usbequistão China Omã República Dominicana Equador Tunísia Cabo Verde Irão Jordânia Guiana Moldávia El Salvador África do Sul Vietname Argélia Indonésia Síria Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Nicarágua 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 Honduras Egipto Guatemala Namíbia Marrocos Suazilândia Botswana Índia Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja Papua-NovaGuiné Lesoto Quénia Congo Comores Camarões Sudão Togo Laos Nepal Paquistão Bangladesh Haiti 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 Madagáscar Nigéria Uganda Tanzânia Mauritânia Iémen Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. Costa do Marfim Eritreia Benim Ruanda Gâmbia Malawi Mali República Centro-Africana Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique Burundi Níger 225 23 Medida de participação segundo o género . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS Medida de participação segundo o género (MPG) Legisladoras, funcionárias superiores e gestoras (em % do total) b Trabalhadoras especializadas e técnicas (em % do total) b Rácio entre rendimentos auferidos estimados feminino e masculino c 0,64 0,68 0,62 0,44 0,69 Ordem Valor Assentos no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) a Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 1 3 7 14 10 0,837 0,824 0,777 0,706 0,759 36,4 42,7 23,6 24,9 26,5 25 29 35 19 d 26 49 49 53 50 48 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 11 2 6 32 5 0,757 0,833 0,781 0,527 0,803 13,8 34,9 32,9 10,0 36,5 45 d 27 27 9d 27 54 53 46 45 56 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 13 — 16 4 12 0,718 — 0,684 0,821 0,745 22,4 10,9 17,1 38,0 25,1 22 — 33 23 28 42 — 45 50 49 0,50 — 0,61 0,70 0,50 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália — 8 17 9 31 — 0,765 0,675 0,765 0,539 16,7 31,0 13,7 30,8 9,1 — 27 34 38 19 — 50 50 54 44 — 0,50 0,40 0,67 0,44 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 15 22 — 41 23 0,702 0,596 — 0,512 0,592 26,6 13,3 — 8,7 11,8 32 26 25 25 23 45 55 38 47 42 0,43 0,52 — 0,44 0,50 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 34 61 20 25 — 0,525 0,378 0,638 0,585 — 10,7 5,9 18,7 12,2 9,2 14 5 32 31 — 42 34 50 51 — 0,49 0,45 0,53 0,62 — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 18 — 28 — 44 0,658 — 0,560 — 0,500 20,4 —e 14,2 31,3 8,3 40 d — 26 — 34 55 — 53 — 61 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 29 24 49 — 36 0,545 0,590 0,474 — 0,519 14,0 20,7 10,1 —f 11,5 31 33 26 d — 36 62 61 52 — 54 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 19 27 26 — — 0,652 0,568 0,579 — — 19,6 17,8 19,3 g 13,3 0,0 31 36 33 — — 51 67 46 — — 0,64 0,64 0,37 — — 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago — — 33 47 21 — — 0,527 0,483 0,611 0,0 23,5 16,2 10,6 20,9 g 8 — 25 42 42 25 — 53 70 53 — — 0,56 0,67 0,44 Ordem segundo IDH Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 226 d d d d d 0,62 0,61 0,52 0,44 0,70 0,61 — 0,58 — 0,58 0,65 0,61 0,37 — 0,51 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 23 Medida de participação segundo o género Medida de participação segundo o género (MPG) Assentos no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) a Legisladoras, funcionárias superiores e gestoras (em % do total) b Trabalhadoras especializadas e técnicas (em % do total) b Rácio entre rendimentos auferidos estimados feminino e masculino c Ordem Valor — — 30 — — 0,539 —e 8,3 17,0 — — 37 — — 67 — — 0,72 54 México 55 Cuba 38 — 0,517 — 15,9 27,6 24 — 41 — 0,38 — 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa — 48 45 43 53 — 0,475 0,499 0,505 0,450 18,4 9,9 13,5 14,5 6,4 — 33 d 37 d 20 d 37 — 46 39 45 64 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — — 54 — — — — 0,450 — — 18,8 26,2 9,3 — 6,7 — — 26 — — — — 57 — — — — 0,58 — — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 58 42 56 50 — 0,410 0,509 0,442 0,458 13,8 5,7 12,2 9,7 9,6 — 23 38 d 24 d 27 d — 38 49 58 55 d — 0,36 0,47 0,41 0,62 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano — — — 37 — — — — 0,518 — —e — 6,7 17,6 2,3 — — — 28 d — — — 62 51 — d 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia — 35 — — 57 — 0,523 — — 0,428 3,1 17,2 —e 11,2 7,8 — 35 d — — 36 — 66 — — 63 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 39 — 62 63 — 0,516 — 0,361 0,312 7,2 18,3 17,9 6,0 4,2 — 28 — 15 9d — 39 — 40 36 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai — — — 64 59 — — — 0,274 0,408 16,0 26,0 10,5 4,4 8,0 — — — 4 23 d — — — 49 54 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — — 46 40 — — — 0,484 0,514 — 22,7 5,7 14,6 14,5 7,2 — — 28 d 31 — — — 47 49 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde — — — — — — — — — — 21,8 11,5 3,4 3,3 11,1 — — — — — — — — — — Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO d d d d d d d d d d — 0,49 0,24 0,46 0,64 — — 0,37 — — 0,59 — — 0,53 — 0,25 — 0,60 0,46 — — — 0,48 0,32 — — 0,29 0,35 — — — — — — 227 23 Medida de participação segundo o género Medida de participação segundo o género (MPG) Ordem segundo IDH Legisladoras, funcionárias superiores e gestoras (em % do total) b Trabalhadoras especializadas e técnicas (em % do total) b Rácio entre rendimentos auferidos estimados feminino e masculino c Ordem Valor Assentos no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) a 6,1 6,7 20,0 9,5 12,9 — — — 33 33 — — — 47 67 — — — 0,35 0,65 4,0 29,8 h 10,4 26,0 8,0 — — — — — — — — — — — — — — — — — — 0,45 0,38 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — — — 52 51 — — — 0,454 0,456 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia — — — — — — — — — — 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto — — — 55 65 — — — 0,450 0,260 5,0 12,4 10,5 10,2 2,4 — — — 36 10 — — — 40 31 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 60 — — — — 0,405 — — — — 5,5 11,0 20,7 9,1 8,8 36 d — — — — 51 — — — — 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — — — — — — — — — — 0,0 20,4 0,5 8,9 6,3 — — — — — — — — — — — — — — — 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja — — — — — — — — — — 17,0 —i 10,0 9,0 9,3 — — — — — — — — — — — — — — — 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — — — — — — — — — — 0,0 10,7 1,8 3,6 5,6 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 12,0 —j — — — — — — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão — — — — — — —j 9,7 9,3 9d — — 26 — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh — — — — 66 — — — — 0,223 4,9 7,9 g 21,2 g 0,7 2,0 — — — — 5d — — — — 35 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda — — — — — — — — — — 9,1 8,0 g 3,3 0,0 24,7 — — — — — — — — — — 136 Congo 137 Comores d 0,36 — — — — Desenvolvimento humano baixo 228 d d — — — — — — — 0,57 — — — — — RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 23 Medida de participação segundo o género Medida de participação segundo o género (MPG) Ordem segundo IDH Posições MPG para 66 países 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Noruega Islândia Suécia Dinamarca Finlândia Holanda Canadá Alemanha Nova Zelândia Austrália Estados Unidos Áustria Suíça Bélgica Espanha Ordem 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Valor Reino Unido Irlanda Barbados Baamas Portugal Trindade e Tobago Israel Singapura Polónia Eslovénia Costa Rica Estónia República Checa Eslováquia Letónia Itália Japão INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Assentos no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) a 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Legisladoras, funcionárias superiores e gestoras (em % do total) b Croácia Chipre Filipinas Uruguai Suriname México Peru República Dominicana Grécia Colômbia Malásia Hungria Belize Equador Lituânia Panamá Chile Trabalhadoras especializadas e técnicas (em % do total) b 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 Rácio entre rendimentos auferidos estimados feminino e masculino c Tailândia Moldávia El Salvador Federação Russa Roménia Bolívia Venezuela Ucrânia Maurício Paraguai Honduras Coreia do Sul Maldivas Turquia Sri Lanka Egipto Bangladesh 229 24 Desigualdade entre os sexos na educação Ordem segundo IDH . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS Alfabetização de adultos Taxa feminina (% 15 anos e mais) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Alfabetização de jovens Taxa feminina (% 15-24 anos) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Escolarização primária líquida Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Escolarização secundária Escolarização superior líquida bruta a Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 100 100 96 100 — 100 100 100 100 — 97 100 93 96 — 101 104 98 102 — 76 74 66 — — 140 142 130 — — 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 95 98 100 100 98 100 98 99 100 100 76 88 93 — 95 73 106 101 — 101 83 51 49 40 92 116 171 101 85 122 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 93 100 100 100 90 99 100 101 100 103 80 95 95 91 — 93 102 103 103 — 30 57 64 63 52 75 125 122 134 108 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália — — — — 98,0 — — — — 99 — — — — 99,8 — — — — 100 100 88 100 100 100 102 102 101 100 100 — 88 78 — 89 — 101 103 — 102 10 b 45 50 — 53 113 b 96 121 — 128 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 96,8 92,4 90,2 96,0 88,4 98 95 93 97 92 99,8 99,2 99,8 99,8 99,8 100 100 101 100 100 100 95 — 95 — 100 100 — 100 — 93 85 — 88 — 103 101 — 103 — 60 57 — 52 — 118 142 — 107 — 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 95,4 96,4 89,9 99,6 92,7 97 97 95 100 102 99,8 99,8 99,8 99,8 99,8 100 100 100 100 102 81 98 100 93 100 101 101 95 99 101 79 — 92 91 78 117 — 109 104 94 22 c — 51 61 21 133 c — 130 134 113 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria — 88,1 — 96,8 99,2 — 93 — 100 100 — 99,8 — 98,8 99,8 — 101 — 100 100 — — 90 100 82 — — 100 100 101 100 — 81 76 86 105 — 103 107 102 45 15 27 56 37 228 193 103 144 124 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai — 99,7 95,6 82,6 98,1 — 100 100 91 101 — 99,8 99,1 98,6 99,5 — 100 100 100 100 — 96 87 98 93 — 100 99 102 101 — 59 72 85 76 — 108 105 112 136 28 — 32 32 45 111 — 88 156 184 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica Seychelles São Cristóvão e Nevis 96,3 — 95,7 — — 102 — 100 — — 98,3 — 98,6 — — 102 — 101 — — 87 95 — — — 100 98 — — — 100 83 — — — 97 115 — — — — 56 — — — — 141 — — — 46 47 48 49 50 Kuwait Emirados Árabes Unidos Croácia Lituânia Trindade e Tobago 79,7 79,3 97,3 99,5 92,1 95 106 98 100 96 93,2 94,4 99,8 99,8 97,2 102 108 100 100 99 67 82 77 93 93 98 98 100 99 100 58 73 82 86 75 101 106 102 101 107 27 — 33 50 7 214 — 118 153 138 230 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 24 Desigualdade entre os sexos na educação Alfabetização de adultos Alfabetização de jovens Taxa feminina (% 15 anos e mais) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Taxa feminina (% 15-24 anos) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 83,1 — 99,8 103 — 100 97,1 — 99,8 54 México 55 Cuba 89,5 96,6 96 100 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 99,4 91,3 93,2 83,4 99,4 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 66 67 68 69 70 Escolarização primária líquida Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 105 — 100 85 — 92 96,5 99,8 99 100 100 99 100 91 100 99,8 96,4 98,7 97,7 99,8 — 97,9 97,3 68,2 — — 99 98 75 — Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 81,3 91,7 92,1 93,9 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 76 77 78 79 80 Escolarização secundária Escolarização superior líquida bruta a Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 99 — 95 69 — 83 107 — 98 39 — 62 280 — 157 100 97 101 101 56 79 100 111 18 22 93 142 100 99 101 100 100 — — 99 98 69 — — 99 100 90 — — 43 97 — — — 123 109 — 53 — — — 65 131 — — — 129 — 99,5 99,7 93,1 — — 100 100 93 — — 92 94 — 94 — 98 99 — 98 — 80 76 76 78 — 98 102 113 97 — 52 — 57 25 — 153 — 103 128 — 93 100 99 97 — 94,4 97,6 98,7 98,4 — 101 101 101 99 — 93 — — 76 — 100 — — 97 — 63 — — 57 — 101 — — 105 — 7 — — 33 — 88 — — 118 66,9 90,8 85,4 — 80,3 81 96 100 — 87 90,3 99,1 94,3 — 93,0 95 100 104 — 96 57 100 96 — 77 93 99 95 — 97 — 76 — — 79 — 100 — — 109 22 — 15 — 39 135 — 122 — 102 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 97,6 95,1 61,6 — 99,5 98 100 77 — 100 99,7 98,8 96,3 — 99,9 100 100 97 — 100 — — 65 — — — — 98 — — — — 58 74 — — — 102 100 — — 31 — 25 46 — 128 — 116 114 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia — 85,3 — 96,8 76,5 — 90 — 100 82 — 95,3 — 99,4 94,0 — 97 — 101 95 — 100 — — 96 — 99 — — 92 — 61 — — — — 98 — — — 36 15 — — 18 112 34 — — 165 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 90,7 — — 89,0 92,2 109 — — 94 98 97,5 — — 96,6 97,0 107 — — 100 100 93 — 97 100 92 101 — 101 102 101 80 — 82 — 43 103 — 102 — 107 — — 21 — — — — 89 — — 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — 77,0 90,0 83,6 84,7 — 84 96 100 91 — 96,4 97,0 91,9 95,1 — 97 99 102 97 — — 97 88 — — — 101 101 — — — 47 57 — — — 103 118 — — — — — — — — — — — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 76,3 60,6 69,3 83,9 65,7 83 74 83 88 78 96,5 89,2 91,6 99,3 85,0 97 92 95 100 93 92 96 — 65 100 102 97 — 102 101 48 56 — 62 — 92 103 — 107 — — 17 — — — — 97 — — — Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 231 24 Desigualdade entre os sexos na educação Ordem segundo IDH Alfabetização de adultos Alfabetização de jovens Taxa feminina (% 15 anos e mais) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Taxa feminina (% 15-24 anos) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Escolarização primária líquida Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Escolarização secundária Escolarização superior líquida bruta a Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 79,0 — 98,1 76,1 98,3 97 — 99 93 99 87,5 — 99,8 87,4 99,8 101 — 100 98 100 98 84 82 87 — 102 99 93 117 — 68 — — 38 — 110 — — 101 — 7 — — 20 — 93 — — 123 — 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 57,1 84,6 60,5 91,4 82,0 75 98 68 96 89 84,2 91,3 78,8 97,2 97,1 90 100 83 100 99 92 100 89 95 — 95 100 92 95 — 59 — 36 50 — 101 — 92 104 — — 18 — 9 — — 115 — 79 — 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 74,4 98,8 — 79,3 43,8 80 99 — 86 66 95,4 99,8 — 93,7 62,7 97 100 — 96 82 73 — 87 97 89 79 — 104 99 94 14 — 59 — — 36 — 127 — — — — 32 — — — — 189 — — 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 74,5 — 66,8 — 61,2 100 — 101 — 80 84,6 — 72,3 — 72,8 103 — 102 — 85 — — — — 80 — — — — 94 — — — — — — — — — — — 6 — — — — 55 — — — 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia — 81,2 36,1 45,4 78,6 — 98 58 66 97 — 93,3 58,3 64,8 91,2 — 104 77 81 102 — 90 73 — 78 — 108 86 — 102 — 38 — 31 32 — 148 — 68 84 — 8 8 — 5 — 115 75 — 89 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 79,8 80,5 84,7 62,9 57,7 107 91 91 78 72 92,1 90,5 95,7 88,3 72,8 109 99 97 94 89 82 — — — 97 104 — — — 88 61 — — — 14 118 — — — 54 3 — — — (,) 79 — — — 29 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — 93,6 56,8 76,0 69,5 — 129 80 86 84 — 98,5 71,3 94,2 93,0 — 119 89 98 99 100 64 78 — — 98 115 86 — — — 19 18 — — — 194 69 — — (,) 3 2 1 — 63 178 60 47 — 74,4 48,7 85 77 96,8 51,8 99 79 — 46 — 85 — — — — — 1 — 75 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 27,9 46,3 — 48 67 — 41,9 71,5 — 59 86 — — 42 15 — 83 89 — — 5 — — 101 — 7 — — 89 — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 42,5 24,0 33,2 25,2 29,9 59 40 52 37 57 63,7 42,8 58,2 45,9 39,8 73 56 71 55 65 78 — 73 44 100 79 — 92 58 96 14 — 23 20 — 44 — 79 40 — 1 — 2 5 3 21 — 48 29 51 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 47,8 59,7 55,7 54,4 56,8 92 81 77 72 73 64,5 76,6 83,8 79,4 72,1 100 92 93 90 84 82 63 — 27 100 106 102 — 72 100 — 13 — — 8 — 107 — — 85 — 2 — (,) 1 — 85 — 100 53 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo 232 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 24 Desigualdade entre os sexos na educação Ordem segundo IDH Alfabetização de adultos Alfabetização de jovens Taxa feminina (% 15 anos e mais) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Taxa feminina (% 15-24 anos) 2000 Taxa feminina em % da taxa masculina 2000 Escolarização primária líquida Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Escolarização secundária Escolarização superior líquida bruta a Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 Taxa feminina (%) 1998 Taxa feminina em % da taxa masculina 1998 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 66,5 30,1 71,5 27,6 50,2 79 59 84 58 69 87,9 40,6 85,5 41,7 74,9 94 71 94 70 85 49 58 72 54 31 103 94 98 84 95 3 — 20 — 9 74 — 85 — 58 (,) — 2 — — 26 — 46 — — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 38,6 44,5 23,6 — 29,4 71 66 45 — 67 59,7 60,4 36,0 — 48,8 85 75 51 — 74 51 31 — 37 57 75 86 — 69 89 — 17 10 7 20 — 80 46 38 72 4 (,) 1 — — 36 16 25 — — 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana — 60,2 46,5 34,4 34,9 — 82 62 70 58 — 81,4 61,0 60,2 58,8 — 95 75 83 77 53 92 — 34 43 87 102 — 70 68 — — 7 — — — — 96 — — 1 — (,) — 1 69 — 39 — 18 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 34,0 23,3 30,9 14,1 28,7 66 43 66 41 48 59,9 43,4 48,4 23,3 46,2 82 59 79 51 61 42 — 30 28 37 62 — 73 68 81 3 — 12 6 6 29 — 63 59 71 — — (,) — (,) — — 24 — 32 40,4 8,4 — 72 35 — 62,0 13,7 — 94 42 — 34 20 — 84 64 — — 5 — — 63 — 1 — — 41 — — Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 66,0 42,8 50,1 79,4 87,4 43,8 53,6 98,3 — — 81 68 68 86 98 66 77 99 — — 80,5 58,1 72,5 96,4 94,4 61,2 73,0 99,4 — — 91 79 85 98 101 79 89 100 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo — 72,2 38,5 — 85 63 — 86,6 56,7 — 94 76 — — — — — — — — — — — — — — — — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo — 80,9 52,8 — 89 74 — 94,3 68,8 — 98 84 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Mundo a. A escolarização superior é calculada, geralmente, como uma taxa bruta. b. A taxa é subestimada, porque muitos estudantes prosseguem os seus estudos nos países vizinhos. c. Exclui as instituições turcas. Fonte: Colunas 1 e 3: UNESCO 2002a; coluna 2: calculado com base em dados das taxas de alfabetização de adultos, de UNESCO (2002a); coluna 4: calculado com base em dados das taxas de alfabetização de jovens, de UNESCO (2002a); colunas 5 e 7: UNESCO 2002c; coluna 6: calculado com base em dados das taxas de escolarização primária líquida, de UNESCO (2002c); coluna 8: calculado com base em dados das taxas de escolarização secundária líquida, de UNESCO (2002c); coluna 9: UNESCO 2002b; coluna 10: calculado com base em dados das taxas de escolarização superior bruta, de UNESCO (2002b). INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 233 25 Desigualdade entre os sexos na actividade económica . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS Ordem segundo IDH Taxa (%) 2000 Trabalhadores contribuindo para a família Emprego por actividade económica (%) Taxa de actividade económica feminina (15 anos e mais) Femininos Masculinos Agricultura Indústria Serviços Índice Em % da (em % do (em % do (1990 = 100) taxa masc. Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino total) total) 2000 2000 1995-2001a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2000a 1995-2000 a Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 59,1 62,5 60,1 39,7 55,8 108 101 104 105 107 84 89 82 66 77 2 1 2 2 3 6 4 5 3 6 9 12 11 13 10 33 38 32 37 31 88 87 86 86 86 61 59 63 60 63 62 64 69 85 59 38 36 31 15 41 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 58,8 66,6 45,4 50,8 57,0 106 101 105 103 99 81 83 66 67 86 1 5 2 6 4 4 12 4 5 8 12 15 9 22 14 32 34 31 38 40 86 80 84 72 82 64 53 63 57 52 62 67 78 82 47 38 33 22 19 53 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 50,7 48,5 52,8 61,7 43,9 103 106 105 100 102 66 76 74 84 65 4 1 1 2 7 5 2 2 5 6 13 13 12 15 14 36 35 36 37 43 83 86 87 83 79 59 63 61 58 52 — — 65 — 67 — — 35 — 33 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 37,9 47,9 37,1 57,2 38,3 104 100 115 108 106 57 69 52 79 58 — 2 2 6 4 — 3 12 11 6 — 19 15 12 21 — 46 38 32 39 — 79 82 81 74 — 50 50 56 55 — 75 56 68 55 — 25 44 32 45 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 37,5 48,4 50,7 38,0 50,1 111 113 104 107 99 56 67 65 58 64 5 1 (,) 20 (,) 8 3 (,) 16 (,) 14 12 12 12 23 41 35 28 29 33 81 86 88 67 77 51 61 71 54 67 64 77 — 69 70 36 23 — 31 30 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 49,0 53,2 51,2 54,6 25,8 102 110 104 98 111 62 70 71 80 37 10 12 14 11 — 11 10 11 11 — 18 19 24 28 — 30 34 44 46 — 71 68 62 61 — 58 56 44 42 — 87 88 66 58 — 13 12 34 40 — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 61,7 50,0 61,2 35,6 48,5 106 111 100 122 102 79 62 83 46 71 3 — 4 (,) 4 5 — 6 1 9 11 — 28 10 25 30 — 49 34 42 85 — 69 89 71 64 — 48 64 48 — — 78 64 67 — — 22 36 33 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 62,7 57,1 37,6 33,5 48,0 99 100 118 118 108 84 80 49 39 66 5 19 5 — 1 10 19 19 — 6 26 21 14 — 14 49 41 31 — 34 69 60 82 — 85 42 39 49 — 61 70 60 — — — 33 40 — — — 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 66,6 61,0 37,1 — 36,6 103 96 112 — 97 83 82 46 — 48 1 7 4 — — 6 11 22 — — 5 22 17 — — 24 40 27 — — 93 70 79 — — 69 49 51 — — — 59 41 — — — 41 59 — — 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago 31,7 — 48,7 57,8 44,1 108 — 102 97 113 37 — 73 80 59 — — 17 16 3 — — 16 24 11 — — 22 40 13 — — 38 33 37 — — 60 63 83 — — 46 43 52 — — 76 61 70 — — 24 39 30 234 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 25 Desigualdade entre os sexos na actividade económica Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Taxa (%) 2000 Trabalhadores contribuindo para a família Emprego por actividade económica (%) Taxa de actividade económica feminina (15 anos e mais) Femininos Masculinos Agricultura Indústria Serviços Índice Em % da (em % do (em % do (1990 = 100) taxa masc. Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino total) total) 2000 2000 1995-2001a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2000a 1995-2000 a 41,0 — 60,0 124 — 95 45 — 80 — — 14 — — 17 — — 18 — — 35 — — 69 — — 49 — — 52 — — 48 54 México 55 Cuba 39,4 49,5 116 117 47 65 7 — 23 — 22 — 29 — 71 — 47 — 49 — 51 — 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 59,3 43,3 27,1 48,4 59,3 98 112 113 108 99 82 55 32 61 82 — 2 6 13 8 — 25 37 21 15 — 10 12 29 23 — 22 19 33 36 — 88 81 58 69 — 52 44 46 49 — 27 — — 41 — 73 — — 58 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia — 56,8 50,7 25,0 49,7 — 95 98 122 103 — 86 76 33 72 14 — 45 — — 31 — 39 — — 10 — 22 — — 24 — 32 — — 72 — 33 — — 40 — 29 — — — — 71 — — — — 29 — — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia — 37,9 48,1 43,1 73,3 — 109 113 114 98 — 48 60 53 85 16 13 0 2 47 27 15 2 16 50 14 43 20 13 17 24 39 30 29 20 70 45 80 85 36 49 46 68 55 31 — 54 69 — 66 — 46 31 — 34 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano 21,2 37,0 43,8 36,0 29,6 142 140 98 121 122 27 45 52 48 39 — — 19 3 — — — 26 7 — — — 10 10 — — — 27 32 — — — 71 86 — — — 47 56 — — — — — — — — — — — 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 62,4 49,5 19,2 61,1 55,6 100 106 151 101 98 88 61 25 81 80 — 27 — — — — 47 — — — — 12 — — — — 18 — — — — 61 — — — — 36 — — — — — — — 64 — — — — 36 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 55,7 34,5 — 65,4 49,9 100 117 — 100 114 78 43 — 80 61 — 3 10 — 72 — 8 16 — 34 — 11 12 — 10 — 25 32 — 25 — 86 77 — 18 — 67 46 — 41 — 62 — 57 — — 38 — 43 — 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 67,1 62,1 54,6 42,9 36,8 101 105 105 107 109 85 81 75 55 43 10 — — 49 3 30 — — 38 7 9 — — 22 10 26 — — 23 31 81 — — 27 87 45 — — 37 62 66 — — 56 — 34 — — 44 — 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão — 59,7 32,7 40,0 62,3 — 103 118 117 105 — 73 39 47 85 — — 2 3 — — — 10 24 — — — 14 20 — — — 26 27 — — — 84 77 — — — 63 48 — — — 63 23 — — — 37 77 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 72,7 36,9 29,0 26,6 46,1 99 112 134 157 108 86 47 37 34 53 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Desenvolvimento humano médio 96 97 98 99 100 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 235 25 Desigualdade entre os sexos na actividade económica Ordem segundo IDH Taxa (%) 2000 Trabalhadores contribuindo para a família Emprego por actividade económica (%) Taxa de actividade económica feminina (15 anos e mais) Femininos Masculinos Agricultura Indústria Serviços Índice Em % da (em % do (em % do (1990 = 100) taxa masc. Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino total) total) 2000 2000 1995-2001a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2000a 1995-2000 a 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia — 60,8 40,7 45,8 60,4 — 104 113 123 99 — 84 49 54 84 — 53 — 6 — — 52 — 37 — — 8 — 25 — — 14 — 24 — — 38 — 69 — — 34 — 38 — — — — 42 62 — — — 58 38 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 29,5 47,2 28,6 73,8 55,2 154 101 121 97 110 39 59 37 91 67 — — — — 42 — — — — 41 — — — — 16 — — — — 21 — — — — 42 — — — — 39 — — — — — — — — — — 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 45,7 57,6 73,5 48,0 35,0 101 111 102 106 115 52 79 88 58 44 — — — 2 35 — — — 2 28 — — — 16 9 — — — 40 25 — — — 82 56 — — — 58 46 — — — 63 36 — — — 37 64 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 40,3 63,2 47,2 — 36,0 119 101 117 — 128 47 76 56 — 42 9 — — — 14 50 — — — 36 25 — — — 18 21 — — — 26 66 — — — 68 30 — — — 38 40 — — — — 60 — — — — 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 81,2 53,7 41,4 42,1 41,5 97 101 107 104 106 92 67 52 50 52 — 39 6 — — — 38 6 — — — 8 40 — — — 19 32 — — — 52 54 — — — 42 63 — — — — — — — — — — — — 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 63,0 65,8 65,3 80,1 80,4 96 100 98 98 98 77 75 78 98 97 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões — 47,4 67,6 74,7 49,3 — 102 100 100 104 — 56 79 85 58 — — — 16 — — — — 20 — — — — 10 — — — — 23 — — — — 75 — — — — 57 — — — — — — — — — — — 58,4 62,5 100 99 71 73 — — — — — — — — — — — — — — — — 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 35,3 34,8 57,1 124 113 100 42 41 65 66 — — 41 — — 10 — — 20 — — 23 — — 39 — — 39 — — 61 — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 53,4 56,7 74,4 30,5 66,3 101 101 101 108 101 62 66 84 37 76 — — — — 78 — — — — 54 — — — — 8 — — — — 11 — — — — 11 — — — — 34 — — — — 74 — — — — 26 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 56,0 69,1 47,6 — 79,5 97 99 102 — 98 70 78 56 — 88 — — 2 — — — — 4 — — — — 11 — — — — 30 — — — — 87 — — — — 66 — — — — — — — — — — — — 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo 236 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 25 Desigualdade entre os sexos na actividade económica Ordem segundo IDH Taxa (%) 2000 Trabalhadores contribuindo para a família Emprego por actividade económica (%) Taxa de actividade económica feminina (15 anos e mais) Femininos Masculinos Agricultura Indústria Serviços Índice Em % da (em % do (em % do (1990 = 100) taxa masc. Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino total) total) 2000 2000 1995-2001a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2001 a 1995-2000a 1995-2000 a 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 81,8 63,4 64,2 61,6 60,6 98 98 98 101 98 93 74 75 72 72 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 43,9 74,7 73,6 77,3 69,7 102 99 96 98 101 51 87 90 89 78 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 72,8 82,6 77,9 70,1 67,6 98 99 98 97 97 82 89 90 79 79 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 67,2 57,0 57,3 75,0 82,8 101 100 99 97 99 77 63 67 85 92 — — 88 — — — — 89 — — — — 2 — — — — 2 — — — — 11 — — — — 9 — — — — — — — — — — — — 82,0 69,4 44,6 99 99 105 89 75 54 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Países em desenvolvimento Países menos desenvolvidos Países Árabes Ásia do Sudeste e Pacífico América Latina e Caraíbas Ásia do Sul África Subsariana Europa de Leste, Central e CEI OCDE OCDE de rendimento elevado 55,8 64,8 32,9 68,9 42,0 43,3 62,3 57,8 51,1 51,7 101 100 117 99 108 106 99 99 105 105 67 75 41 82 51 51 73 81 70 73 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Desenv. humano elevado Desenv. humano médio Desenv. humano baixo 51,3 56,3 56,9 105 101 102 72 68 66 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Rendimento elevado Rendimento médio Rendimento baixo 51,6 59,5 51,6 105 100 103 73 73 61 — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Mundo 55,3 102 68 — — — — — — — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa Nota: Devido às muitas limitações nos dados, as comparações de estatísticas do trabalho, no tempo e entre países, devem ser feitas com precaução. Para notas pormenorizadas sobre os dados, ver ILO (2002b, 2002d e 2002e). As parcelas percentuais do emprego por actividade económica podem não somar 100, devido aos arredondamentos ou à omissão de actividades não classificadas. a. Os dados referem-se ao ano mais recente disponível durante o período indicado. Fonte: Colunas 1-3: calculado com base em dados da população economicamente activa e da população total, de ILO (2002b); colunas 4-9: ILO 2002d; colunas 10 e 11: calculado com base em dados dos trabalhadores que contribuem para a família, de ILO (2002e). INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 237 26 Género, carga de trabalho e afectação do tempo . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS Afectação do tempo (%) Carga de trabalho Ano Tempo de trabalho total Tempo de trabalho total Actividades (minutos por dia) de mercado Mulheres em Actividades Actividades Mulheres Homens % dos homens mercado não mercantis Mulheres Homens Actividades não mercantis Mulheres Homens Países em desenvolvimento seleccionados Áreas urbanas Colômbia Indonésia Quénia Nepal Venezuela 1983 1992 1986 1978 1983 399 398 590 579 440 356 366 572 554 416 112 109 103 105 106 49 60 46 58 59 51 40 54 42 41 24 35 41 25 30 77 86 79 67 87 76 65 59 75 70 23 14 21 33 13 — 481 453 107 54 46 31 79 69 21 1990 1977 1988 1978 1978 1978 1978 1975-77 545 678 676 641 692 649 583 546 496 579 500 547 586 534 520 452 110 117 135 117 118 122 112 121 52 59 56 56 59 56 52 73 48 41 44 44 41 44 48 27 35 37 42 46 52 48 37 29 70 84 76 67 66 65 70 84 65 63 58 54 48 52 63 71 30 16 24 33 34 35 30 16 — 617 515 120 59 41 38 76 62 24 2000 2000 2000 457 545 332 391 501 273 117 109 122 61 61 51 39 39 49 35 49 35 92 75 70 65 51 65 8 25 30 — 445 388 116 58 42 40 79 60 21 Austrália Áustriad Canadá Dinamarcad Finlândiad 1997 1992 1998 1987 1987-88 435 438 420 449 430 418 393 429 458 410 104 111 98 98 105 46 49 53 68 51 54 51 47 32 49 30 31 41 58 39 62 71 65 79 64 70 69 59 42 61 38 29 35 21 36 França Alemanhad Hungria Israel d Itáliad 1999 1991-92 1999 1991-92 1988-89 391 440 432 375 470 363 441 445 377 367 108 100 97 99 128 46 44 51 51 45 54 56 49 49 55 33 30 41 29 22 60 61 60 74 77 67 70 59 71 78 40 39 40 26 23 1996 1999 1996 1995 1999 393 431 535 308 420 363 373 481 315 417 108 116 111 98 101 66 64 46 48 46 34 36 54 52 54 43 45 35 27 32 93 88 58 69 60 57 55 65 73 68 7 12 42 31 40 1990-91 1985 1985 445 413 453 412 411 428 108 100 106 50 51 50 50 49 50 38 37 37 64 68 63 62 63 63 36 32 37 — 423 403 105 52 48 37 69 64 31 Médiaa Áreas rurais Bangladesh Guatemala Quénia Nepal Terras altas Montanhas Encostas rurais Filipinas Médiaa Nacional b Índia Mongólia África do Sul Médiaa Países da OCDE seleccionadosc Japão Coreia do Sul Letónia Holanda Nova Zelândia Noruegad Reino Unidod Estados Unidosd Médiae Nota: Os dados são estimativas baseadas em inquéritos sobre o uso do tempo disponíveis a tempo para publicação. Os dados sobre o uso do tempo também estão a ser recolhidos em outros países, tais como o Benim, Chade, Cuba, República Dominicana, Equador, Guatemala, Laos, Mali, México, Marrocos, Nepal, Nicarágua, Nigéria, Omã, Filipinas, Tailândia e Vietname. As actividades de mercado referem-se às actividades de produção orientadas para o mercado, tal como definido pelo Sistema de Contabilidade Nacional da ONU, revisão de 1993; os inquéritos anteriores 1993 não são exactamente comparáveis com os dos anos posteriores. a. Refere-se à média não ponderada dos países ou áreas indicados em cima. b. As classificações das actividades de mercado e não mercantis não são baseados exactamente no Sistema de Contabilidade Nacional da ONU, revisão de 1993, pelo que as comparações entre países e áreas devem ser feitas com cautela. c. Inclui Israel e Letónia, embora não sejam países membros da OCDE. d. Harvey 1995. e. Refere-se à média não ponderada dos países seleccionados da OCDE indicados em cima (ou seja, excluindo Israel e Letónia). Fonte: Para as áreas urbanas e rurais dos países em desenvolvimento seleccionados, Goldschmidt-Clermont e Pagnossin Aligisakis (1995) e Harvey (1995); para os estudos nacionais dos países em desenvolvimento seleccionados, UN (2002a); para os países seleccionados da OCDE e a Letónia, Harvey (2001), a não ser quando anotado de outro modo. 238 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 27 Participação política das mulheres . . . E ALCANÇANDO A IGUALDADE PARA TODAS AS MULHERES E HOMENS Lugares no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) c de votar de candidatar às eleições Ano da primeira mulher eleita (E) ou nomeada (N) para o parlamento Mulheres no governo ao nível ministerial (em % do total) b 2000 Câmara baixa ou única Câmara alta ou senado Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália 1907, 1913 1861, 1921 1917, 1950 1919, 1948 1902, 1962 1907, 1913 1907, 1921 1920, 1960 1921, 1948 1902, 1962 1911 N 1921 E 1921 E 1921 N 1943 E 42,1 55,0 24,3 18,5 19,5 36,4 42,7 20,6 23,3 25,3 — — 32,4 28,2 28,9 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia 1920, 1960 1915 1919 1945, 1947 1906 1788 d 1915 1917 1945, 1947 1906 1917 E 1922 E 1918 E 1946 E 1907 E 31,8 33,3 31,0 5,7 44,4 14,0 34,9 36,0 7,3 36,5 13,0 — 26,7 15,4 — 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria 1971 1944 1918, 1928 1915 1918 1971 1944 1918, 1928 1915 1918 1971 E 1945 E 1918 E 1918 E 1919 E 28,6 37,9 33,3 45,0 31,3 23,0 10,9 17,9 38,0 26,8 19,6 10,9 16,4 — 20,3 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália 1919 1918 1918, 1928 1893 1945 1919 1918 1918, 1928 1919 1945 1919 E 1919 E 1918 E 1933 E 1946 E 28,6 35,7 18,8 44,0 17,6 16,7 31,7 12,0 30,8 9,8 — 24,6 18,3 — 7,8 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura 1931 1948 — 1927, 1952 1947 1931 1948 — 1927, 1952 1947 1931 E 1949 E — 1952 E 1963 E 17,6 6,1 — 7,1 5,7 28,3 13,3 — 8,7 11,8 24,3 — — — — 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta 1960 1948 1931, 1976 1945 1947 1960 1948 1931, 1976 1945 1947 1963 E 1948 E 1934 E + N 1992 E e 1966 E — 6,5 9,7 15,0 5,3 10,7 5,9 18,7 12,2 9,2 — — — — — 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria 1966 N —f 1992 E e 1951 E 1920 E 14,3 0,0 — 7,3 35,9 10,7 — 15,0 30,7 8,3 36 37 38 39 40 Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai 1920 1918 1931, 1949 1973 g 1932 1920 1918 1931, 1949 1973 1932 1992 E e 1919 E 1951 E —h 1942 E 19,0 18,7 25,6 — — 14,0 20,2 12,5 — 12,1 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait 1961, 1964 1918 1949 1951 —f 1961, 1964 1918 1949 1951 —f 1977 N 1919 E 1953 E 1984 E —f 16,7 14,3 28,6 0,0 0,0 15,0 17,8 19,3 13,3 0,0 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago —f 1948 1945 1921 1946 —f 1948 1945 1921 1946 —f 1976 E + N 1992 E e 1920 E 1962 E + N — 23,1 16,2 18,9 8,7 0,0 23,5 20,5 10,6 16,7 Ano em que as mulheres receberam o direito a Ordem segundo IDH Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 1950 —f 1920 1947 1918 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 1950 —f 1920 1947 1918 f h i 33,3 — 12,3 33,3 — — 23,0 4,1 — 9,7 f h 31,3 — — — — — — 6,2 — 32,3 i 239 27 Participação política das mulheres Ano em que as mulheres receberam o direito a Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia de votar de candidatar às eleições Lugares no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) c Ano da primeira mulher eleita (E) ou nomeada (N) para o parlamento Mulheres no governo ao nível ministerial (em % do total) b 1999 Câmara baixa ou única f Câmara alta ou senado —f 1951 1918 —f 1951 1918 —f 1984 N — 0,0 0,0 6,7 — 5,3 17,0 1947 1934 1953 1934 1952 N 1940 E 11,1 10,7 16,0 27,6 15,6 — — 11,8 — f Desenvolvimento humano médio 54 México 55 Cuba 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa 1919 1941, 1946 1954 1957 1918 1919 1941, 1946 1954 1957 1918 1990 E e 1946 E 1984 E + N 1959 E 1993 E e 25,7 20,0 11,1 — — 10,3 9,9 6,9 10,4 7,6 31,1 — 37,5 26,1 3,4 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 1951 1944 1929, 1946 1964 1946 1951 1944 1929, 1946 1964 1946 1980 E 1945 E 1946 E — 1990 E e 0,0 18,8 20,0 12,5 10,9 18,8 26,2 10,7 — 6,7 — — 5,7 — — 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia 1924 1956 1954 1946 1932 1924 1956 1954 1946 1932 1979 N 1976 E 1954 N 1948 E 1948 N 18,2 9,1 47,4 0,0 5,7 11,1 5,7 11,8 9,7 9,2 18,2 — 12,7 — 10,5 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano —f 1963 1934 1948 1952 —f 1963 1934 1948 1952 —f 1970 N 1933 E 1975 E 1991 N — 20,7 0,0 — 0,0 — 5,7 6,8 17,6 2,3 76 77 78 79 80 Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia 1921 1937 —f 1924, 1993 1919 1921 1937 —f 1924, 1993 1919 1990 E e 1941 E —f 1990 E e 1990 E e — — — 17,5 — 3,1 17,8 — 10,4 7,8 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia 1918, 1921 1955 1951 1932 1930 1918, 1921 1955 1951 1932 1934 1992 E e 1956 E 1976 E + N 1979 E 1935 N 9,7 16,2 25,0 — 0,0 7,2 17,5 26,7 6,0 4,2 — — 7,7 — — 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai 1944 1927 1921 1931 1961 1944 1927 1921 1931 1961 1944 E 1990 E e 1990 E e 1947 E 1963 E 12,5 — 2,6 — — 13,3 26,0 10,5 4,4 2,5 23,8 — — — 17,8 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão 1951 1920 1929, 1967 1942 1938 1951 1920 1929, 1967 1942 1938 1979 E 1945 E 1956 E 1942 E 1990 E e 0,0 15,0 20,0 — 4,4 23,0 5,7 14,6 16,1 7,2 — — — 6,7 — China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde 1949 1957, 1959 1963 1974 1975 1949 1957, 1959 1963 1974 1975 1954 E 1959 E 1963 E + N 1989 N 1975 E 5,1 10,0 9,4 0,0 35,0 21,8 11,5 3,4 1,3 11,1 — — — 7,5 — 96 97 98 99 100 240 f f — — 6,3 — — — 12,5 — 12,8 — f f RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 27 Participação política das mulheres de votar de candidatar às eleições Ano da primeira mulher eleita (E) ou nomeada (N) para o parlamento Mulheres no governo ao nível ministerial (em % do total) b 1999 Câmara baixa ou única Ano em que as mulheres receberam o direito a Ordem segundo IDH Lugares no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) c Câmara alta ou senado 101 102 103 104 105 Samoa Ocidental Quirguistão Guiana El Salvador Moldávia 1990 1918 1953 1939 1978, 1993 1990 1918 1945 1961 1978, 1993 1976 N 1990 E e 1968 E 1961 E 1990 E 7,7 — — 15,4 — 6,1 10,0 20,0 9,5 12,9 — 2,2 — — — 106 107 108 109 110 Argélia África do Sul Síria Vietname Indonésia 1962 1930, 1994 1949, 1953 1946 1945 1962 1930, 1994 1953 1946 1945 1962 N 1933 E 1973 E 1976 E 1950 N 0,0 38,1 11,1 — 5,9 3,4 29,8 10,4 26,0 8,0 5,6 31,5 j — — — 111 112 113 114 115 Guiné Equatorial Tajiquistão Mongólia Bolívia Egipto 1963 1924 1924 1938, 1952 1956 1963 1924 1924 1938, 1952 1956 1968 E 1990 E e 1951 E 1966 E 1957 E — — 10,0 — 6,1 5,0 12,7 10,5 11,5 2,4 — 11,8 — 3,7 — 116 117 118 119 120 Honduras Gabão Nicarágua São Tomé e Príncipe Guatemala 1955 1956 1955 1975 1946 1955 1956 1955 1975 1946 1957 k 1961 E 1972 E 1975 E 1956 E 33,3 12,1 23,1 — 7,1 5,5 9,2 20,7 9,1 8,8 — 13,2 — — — 121 122 123 124 125 Ilhas Salomão Namíbia Marrocos Índia Suazilândia 1974 1989 1963 1950 1968 1974 1989 1963 1950 1968 1993 E 1989 E 1993 E 1952 E 1972 E + N — 16,3 4,9 10,1 12,5 0,0 25,0 0,6 8,8 3,1 — 7,7 0,4 9,1 13,3 126 127 128 129 130 Botswana Myanmar Zimbabwe Gana Cambodja 1965 1935 1957 1954 1955 1965 1946 1978 1954 1955 1979 E 1947 E 1980 E + N 1960 N k 1958 E 26,7 — 36,0 8,6 7,1 17,0 —l 10,0 9,0 7,4 — —l — — 13,1 131 132 133 134 135 Vanuatu Lesoto Papua-NovaGuiné Quénia Camarões 1975, 1980 1965 1964 1919, 1963 1946 1975, 1980 1965 1963 1919, 1963 1946 1987 E 1965 N 1977 E 1969 E + N 1960 E — — 0,0 1,4 5,8 0,0 3,8 1,8 3,6 5,6 — 27,3 — — — 1963 1956 1963 1956 1963 E 1993 E — — 12,0 —m — —m 138 Paquistão 139 Sudão 140 Butão 1947 1964 1953 1947 1964 1953 1973 E 1964 E 1975 E — 5,1 — —m 9,7 9,3 —m — — 141 142 143 144 145 Togo Nepal Laos Iémen Bangladesh 1945 1951 1958 1967 n 1972 1945 1951 1958 1967 n 1972 1961 E 1952 N 1958 E 1990 E k 1973 E 7,4 14,8 10,2 — 9,5 4,9 5,9 21,2 i 0,7 2,0 — 15,0 i — — — 146 147 148 149 150 Haiti Madagáscar Nigéria Djibouti Uganda 1950 1959 1958 1946 1962 1950 1959 1958 1986 1962 1961 E 1965 E — —o 1962 N 18,2 12,5 22,6 5,0 27,1 3,6 8,0 3,4 0,0 24,7 25,9 — 2,8 — — 136 Congo 137 Comores Desenvolvimento humano baixo INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 241 27 Participação política das mulheres Ano em que as mulheres receberam o direito a Ordem segundo IDH de votar de candidatar às eleições Ano da primeira mulher eleita (E) ou nomeada (N) para o parlamento Lugares no parlamento ocupados por mulheres (em % do total) c Mulheres no governo ao nível ministerial (em % do total) b 1999 Câmara baixa ou única Câmara alta ou senado — 1,8 — — —m 151 152 153 154 155 Tanzânia Mauritânia Zâmbia Senegal Congo, Rep. Dem. 1959 1961 1962 1945 1967 1959 1961 1962 1945 1970 — 1975 E 1964 E + N 1963 E 1970 E — 13,6 6,2 15,6 — 22,3 3,8 12,0 19,2 — 156 157 158 159 160 Costa do Marfim Eritreia Benim Guiné Gâmbia 1952 1955 1956 1958 1960 1952 1955 1956 1958 1960 1965 E 1994 E 1979 E 1963 E 1982 E 9,1 11,8 10,5 11,1 30,8 8,5 14,7 6,0 8,8 2,0 161 162 163 164 165 Angola Ruanda Malawi Mali República Centro-Africana 1975 1961 1961 1956 1986 1975 1961 1961 1956 1986 1980 E 1965 k 1964 E 1964 E 1987 E 14,7 13,0 11,8 33,3 — 15,5 25,7 9,3 12,2 7,3 — — — — — 166 167 168 169 170 Chade Guiné-Bissau Etiópia Burkina Faso Moçambique 1958 1977 1955 1958 1975 1958 1977 1955 1958 1975 1962 E 1972 N 1957 E 1978 E 1977 E — 8,3 22,2 8,6 — 2,4 7,8 7,7 8,1 30,0 — — 8,3 13,0 — 1961 1948 1961 1961 1948 1961 1982 E 1989 E — 4,5 10,0 8,1 19,5 1,2 8,8 — — — 171 Burundi 172 Níger 173 Serra Leoa i m i — — — — — a. Os dados referem-se ao ano em que foi reconhecido o direito de votar ou de candidatar às eleições, numa base universal e igual. Onde são apresentados dois anos, o primeiro refere-se ao primeiro reconhecimento parcial do direito de votar ou de candidatar às eleições. b. Os dados foram fornecidos pelos Estados, com base na sua definição do poder executivo nacional e podem, portanto, incluir mulheres exercendo cargos de ministras ou vice-ministras, ou desempenhando outras funções governamentais, incluindo secretarias parlamentares. c. Os dados são de 18 de Março de 2002. d. Não há informação disponível sobre o ano em que as mulheres receberam o direito de candidatar às eleições. Contudo, a Constituição não menciona a condição sexual em relação a este direito. e. Refere-se ao ano em que foram eleitas mulheres para o actual sistema parlamentar. f. O direito das mulheres de votar e candidatar às eleições não foi reconhecido. Brunei, Omã, Catar e Arábia Saudita nunca tiveram parlamentos. g. De acordo com a Constituição em vigor (1973), todos os cidadãos são iguais perante a lei; contudo, as mulheres não puderam exercer os direitos eleitorais nas únicas eleições legislativas realizadas no Barém, em 1973. No entanto, as mulheres tiveram autorização para votar no referendo de 14-15 de Fevereiro de 2001, que aprovou a Carta de Acção Nacional. h. A primeira Assembleia do Barém foi dissolvida por decreto do Emir, em 26 de Agosto de 1975. i. As informações sobre as eleições mais recentes não ficaram disponíveis a tempo para publicação; os dados referem-se às eleições anteriores. j. Calculado com base nos 54 lugares permanentes (ou seja, excluindo os 36 delegados especiais rotativos designados numa base ad hoc). k. Não existem informações ou confirmações disponíveis. l. O parlamento eleito em 1990 nunca foi convocado nem autorizado a reunir e muitos dos seus membros foram detidos ou forçados ao exílio. m. O parlamento foi dissolvido ou suspenso por um período indefinido. n. Refere-se à antiga República Popular Democrática do Iémen. o. O país ainda não elegeu ou nomeou uma mulher para o parlamento nacional. Fonte: Colunas 1-3: IPU 1995 e 2001b; coluna 4: IPU 2001a; colunas 5 e 6: calculado com base em dados sobre assentos parlamentares, de IPU (2002). 242 RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 28 Estatuto dos principais instrumentos internacionais de direitos humanos Ordem segundo IDH INSTRUMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS E DO TRABALHO Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial 1965 Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos 1966 Convénio Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais 1966 Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres 1979 Convenção Contra a Tortura e Outras Punições ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes 1984 Convenção sobre os Direitos da Criança 1989 Desenvolvimento humano elevado 1 2 3 4 5 Noruega Suécia Canadá Bélgica Austrália ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 6 7 8 9 10 Estados Unidos Islândia Holanda Japão Finlândia ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 11 12 13 14 15 Suíça França Reino Unido Dinamarca Áustria ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 16 17 18 19 20 Luxemburgo Alemanha Irlanda Nova Zelândia Itália ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 21 22 23 24 25 Espanha Israel Hong Kong, China (RAE) Grécia Singapura ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● — — — — — — ● ● ● ● ● 26 27 28 29 30 Chipre Coreia do Sul Portugal Eslovénia Malta ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 31 32 33 34 35 Barbados Brunei República Checa Argentina Hungria ● ● ● ● 36 37 38 39 40 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Eslováquia Polónia Chile Barém Uruguai ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 41 42 43 44 45 Baamas Estónia Costa Rica São Cristóvão e Nevis Kuwait ● 46 47 48 49 50 Emirados Árabes Unidos Seychelles Croácia Lituânia Trindade e Tobago ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO ● 243 28 Estatuto dos principais instrumentos internacionais de direitos humanos Ordem segundo IDH 51 Catar 52 Antígua e Barbuda 53 Letónia Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial 1965 Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos 1966 Convénio Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais 1966 Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres 1979 ● ● Convenção Contra a Tortura e Outras Punições ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes 1984 Convenção sobre os Direitos da Criança 1989 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 54 México 55 Cuba ● ● ● 56 57 58 59 60 Bieolorrússia Panamá Belize Malásia Federação Russa ● ● ● ● ● ● 61 62 63 64 65 Dominica Bulgária Roménia Líbia Macedónia 66 67 68 69 70 Santa Lúcia Maurício Colômbia Venezuela Tailândia ● 71 72 73 74 75 Arábia Saudita Fiji Brasil Suriname Líbano ● ● ● ● 76 77 78 79 80 Desenvolvimento humano médio ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Arménia Filipinas Omã Cazaquistão Ucrânia ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 81 82 83 84 85 Geórgia Peru Granada Maldivas Turquia ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 86 87 88 89 90 Jamaica Turquemenistão Azerbaijão Sri Lanka Paraguai ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 91 92 93 94 95 São Vicente e Granadinas Albânia Equador República Dominicana Usbequistão ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● China Tunísia Irão Jordânia Cabo Verde ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 96 97 98 99 100 244 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2002 28 Estatuto dos principais instrumentos internacionais de direitos humanos Ordem segundo IDH Convenção Interna
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