No rabo e no pelo, o elo
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No rabo e no pelo, o elo
Cascavel, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016 - Ano XX - Nº 1954 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo - 45 9113-1313 No rabo e no pelo, o elo O Rato visitou o Gato, ontem. Roedor é o Ratinho Junior, pré-candidato, simultaneamente, a governador do Paraná em 2018 e a prefeito de Curitiba, este ano. Gato é o Paranhos. Ou “bem apessoado”, se você for mais tímido para reconhecer as atribuídas qualidades estéticas do deputado. Ratinho é secretário do Beto Richa. Para fazer parte do primeiro escalão, tem que ser do time. Dá para dizer que é da mesma toca do Beto, ambos residentes e domiciliados no Palácio Iguaçu. Ratinho é o notável padrinho da candidatura do Paranhos a Prefeitura de Cascavel. E o Rato está na caneta do Beto. O vínculo irá constranger ou tirar votos do Gato? Como ele irá moldar o discurso, até então de oposição ao Iguaçu? Vale dizer que os dois palácios se comunicam: o Paço, aqui da Rua Paraná 5000, com o Iguaçu. Edgar e Beto são aliados. Logo, numa leitura rápida, dá para por Beto, Edgar, Rato e Gato no mesmo balaio. Paranhos pode negar os vínculos, ou escamoteá-los. Mas isso talvez mereça uma outra leitura: É interessante para Cascavel ter o eventual futuro prefeito e o governador em trincheiras distintas? Cesar Berger Constrangidos, prefeituráveis terão dificuldades de negar vínculos O Gato e o Rato: simbiose Feita a ressalva, é preciso dizer que os vínculos não são incômodos somente para o Paranhos. O adversário que polariza a disputa com o Gato, Márcio “Xerife” Pacheco, tem suas ligações para explicar na campanha. Ele foi historicamente ligado ao PT. Elegeu-se vereador na chapa do professor Lemos. Cumpre o mandato de deputado alinhado a bancada petista na Assembleia, em oposição ao patrão do Rato. E não é preciso dizer da “fase” do PT na opinião pública. Como a ressalva vale para um, também é válida para outro: o “Xerife” tem procurado desvincular sua imagem da estrela vermelha, e associá-la a PF, do japonês da Federal, aquele que encaminha os estrelados para o xilindró. Troca-troca – Aberta desde ontem, a “janela da infidelidade” irá permitir trocar de siglas de hoje até 19 de março. Haverá movimentações aqui na aldeia. Edgar e André Bueno devem rasgar o lenço vermelho no pescoço e ingressar no PSDB. Um emissário do Pacheco andou conversando com o Temer (PMDB) em Brasília. E até o Rato pode mudar de toca. Kassab, ou melhor, quem sabe, isso pode aproximá-lo daquele ditado: “devagar se vai ao Lange”. Caio, o bruxo II O governador não irá aparecer aqui no primeiro turno. Não significa dizer que estará ausente do debate. Certamente haverá um esforço da oposição em liga-lo a um candidato ou outro. Afinal, a polarização PSDB x PT irá se manifestar. Ela contagia o mundo político nacional. Resta saber se - com o carimbo do Iguaçu e do Planalto colando nos principais protagonistas - surgirá alguém de baixo para atropelar os favoritos. Ou se a cabeça do eleitor biometrizado tenderá a ignorar a frase “digas com quem andas, que direi quem és”. Caio, o bruxo I Sagaz tradutor das movimentações de bastidores, protagonista e guru da comunicação no mundo empresarial e político, Caio Gottlieb disse em seu blog que há dois grupos discutindo o pedágio aqui. Um, “de viés moderado”, aceita conversar sobre o aditivo contratual numa combinação de pelo menos 40% de tombo na tarifa com duplicação de 100% dos trechos. O outro grupo, segundo o Caio, prefere obstruir a estrada e deixar como está. “Tal posicionamento não é por birra, mas resulta do fato de que ali estão reunidos investidores interessados em disputar as novas licitações que, não havendo a prorrogação, deverão ocorrer daqui a cinco anos. Simples assim”, disse o jornalista, que até o momento não foi contestado. “Paranhos é o deputado mais trabalhador da Assembleia. Se depender de mim, será o prefeito de Cascavel” (Ratinho Junior, ontem, na Amop) PitocoFake Não é do Lula o triplex no Guarujá! Pitoco foi verificar denúncia anônima; Petistas acusam tucanos Uma denúncia anônima chegou a redação do Pitoco na manhã de ontem. Dava conta que um tríplex no Jardim Guarujá, região Sul de Cascavel, pertence ao patrimônio oculto do ex-presidente Lula. O cãozinho se deslocou ao Guarujá e farejou o bairro. Finalmente, pertinho do mercado do vereador Jorge Menegatti, localizamos a única edificação de três pavimentos no bairro. E fotografamos. Está aí a imagem. A reportagem ficou três dias e três noites “campanada” nas imediações, tentando fotografar a “alma mais honesta”, ou algum dos “Lulinhas”, quem sabe dona Marisa. O compadre Bunlai e o Vacari seria difícil, já que eles andam meio reclusos ultimamente. O jeito foi apelar para depoimentos da vizinhança. Menegatti, o vereador, disse que viu um barbudo pelas imediações. Então o Pitoco mostrou várias fotos: “é esse!”, disse ele, apontando para uma das imagens. - Lamento, Jorge. Esse é o Carlos Macanhão, não é o Lula. Procurado pela reportagem, Nestor Dalmina, fundador do PT e dono de uma construtora em Cascavel, negou qualquer participação no tríplex do Guarujá. “Acho que foi o tucano Broch”, disse. Outro lado - Procuramos o Instituto Lula para ouvir a versão do acusado. “O nosso sítio foi invadido e reformado a nossa revelia. O nosso tríplex do Guarujá não é nosso!”, disse o asses- sor de imprensa do Instituto, em tom irritado. De qualquer forma, o porta-voz do ex-presidente disse que um advogado iria nos procurar para apresentar uma nota oficial. Horas mais tarde (depois do meio-dia, naturalmente), liga o ex-vereador Aderbal Mello. “Quero declarar que o referido imóvel no Jardim Guarujá, em Cascavel, nunca pertenceu ao presidente Lula. E que o tal tríplex está em nome da ex-mulher de um ex-vereador que foi filiado ao PSDB. Portanto, o tríplex deve ser do Aécio Neves”. Dona Cleuza - Com as pistas do Aderbal em mãos, o Pitoco desvendou o mistério. De fato o ex-vereador João Lima, ex-marido da professora Cleuza (dona do imóvel), pertenceu ao PSDB. Mas não há provas que Aécio Neves tenha injetado caraminguás no negócio. Pelo contrário, a professora Cleuza, figura querida no Guarujá, construiu o tríplex com modestas mensalidades das crianças que frequentavam sua escolinha de madeira nos anos 90. “Fiz um projeto no Sebrae, peguei R$ 400 mil emprestados com o Banco do Brasil e construí os três pavimentos. Comecei em 1994 e só terminei em 2006. É meu, não do Lula e nem do Aécio!”, relatou Cleuza. Em tempo I: O Pitoco apurou que nos anos 90, quando o financiamento do BB (um banco federal), foi autorizado para dona Cleuza, o presidente era o tucano Fernando Henrique Cardoso. Agora passaremos a investigar se o tríplex do Guarujá não é patrimônio oculto do FHC, ou se houve algum tráfico de influência emanado da privataria tucana. Em tempo II: O agricultor Carlos Macanhão, através de seu advogado, Ernani Pudell, disse que passou uma única vez na frente do tríplex para comprar água mineral no mercado do Menegatti. “Aderi ao Estado Islâmico, não bebo mais cerveja”, declarou. Macanhão garante que o sítio dele, à esquerda da BR 277, saída para Foz, está bem trancado para que a OAS e a Odebrecht não invadam o local e reformem sem o seu consentimento. Pensata “O professor é o indivíduo vocacionado à tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe. Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral deste país, privilegiando a alienação, as novelas, os realitys shows, a ostentação, o ‘bullying intelectivo’, o ócio, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país” (Juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, julgando improcedente pedido de indenização que aluno pleiteava contra o professor que tomou seu celular em sala de aula) O triplex do Guarujá: Lula ou Aécio? Ele falou “Argumentações com base ideológica tem como premissa que a verdade absoluta existe e está registrada no livro de algum filósofo morto. Isso freia a execução de políticas pragmáticas em qualquer área” (César Hidalgo, físico chileno, escritor e designer) Abraços Para os assinantes, Guaraci Duarte, Mauricio Berto, Luis Fernando Duarte, Carlos Antonio Reis, Pedro Martendal de Araújo, Maicon da Cunha Cantelli, Carlos Studzinski, Luis Fernando Carvalho, Rodrigo Antonio Kupka e João Passos. The end Havíamos prometido a próxima edição do PitocoFake para março, mas os fatos exigiram uma edição extraordinária, dada a relevância nacional do tema. E como é sabido, perdemos o amigo mas não perdemos a piada. Em março tem mais...