Revista Aliança Premonstratense XIII
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Revista Aliança Premonstratense XIII
ALIANçA PREMONSTRATENSE REVISTA DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUÊSA E ESPANHOLA 30.06.2009 n°13 ALIANZA PREMONSTRATENSE REVISTA DE LAS COMUNIDADES DE LENGUA ESPAÑOLA Y PORTUGUESA ITINGA JAÚ MONTES CLAROS CHILE SANTA CLOTILDE TORO VILLORIA Corresponsales – responsáveis responsáveis Por las crónicas – pelas crônicas Itinga Fr. Ângelus Josemir Silva [email protected] Natal Fr. Lino Marcos [email protected] Jaú Pe. Maurício de Souza [email protected] Montes Claros Fr. Michel Valério [email protected] Osorno P. Rodrigo Belmar Cifuentes [email protected] Toro Sor Maria Cristina [email protected] Villoria de Órbigo Madre María de las Nieves [email protected] por la edición – pela edição Fr. Alessandro Resende Heleno [email protected] (editor) Fr. Michael Johnny da S. Souza [email protected] (assistente) Obs: A revista é editada semestralmente: nos fins dos meses de junho e dezembro. Por favor, enviar os textos ao Fr. Alessandro antes dos dias 15 de junho e 15 de dezembro. [email protected] 2 Editorial I II p. 5 AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS Itinga (Fr. Ângelus Josemir) p. 6-8 Natal (Fr. Lino Marcos) p. 8-11 Jaú (Não enviou a crônica) p. 11 Montes Claros (Fr. Michel Valério) p. 12-14 Chile (P. Rodrigo Belmar Cifuentes) p. 15-16 Toro (Sor Maria Cristina) p. 17-19 Villoria de Orbigo (no ha llegado la crónica) p. 20 ESPIRITUALIDADE Dom Thomas Handgrätinger - Abade geral São Norberto – Diácono – Sacerdote - Bispo III p. 21-32 NUESTRAS CONSTITUCIONES Dom José Wouters Nuestra Profesión Vivida Como Expresión de Nuestro Carisma (Const. n° 39-51) p. 33-36 3 IV ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES Côn. Godofredo Chantrain o.praem. Livros sobre a Ordem Premonstratense em Português V p. 37-41 PASTORAL VOCACIONAL Relato do último despertar vocacional no Priorado N. Sra. Aparecida e S. Norberto de Montes Claros (MG) – “Crescer na Verdade”. Equipe de redação p. 42 PARABÉNS! Ordenações presbiterais: Côn. Alcides Ribeiro Filho (Jaú) aos 5 de junho de 2009 Côn. Hugo de Fosses Jocelino de Oliveira Santos (Itinga) aos 6 de junho de 2009 Côn. João Francisco Genílson de Jesus Santos (Itinga) aos 6 de junho de 2009 4 EDITORIAL Estimados irmãos(ãs) e cônegos(as) há exatamente quase um ano o Papa Bento XIV, em Roma, abriu o Ano Paulino dizendo “estou feliz por anunciar oficialmente que ao Apóstolo Paulo dedicaremos um especial Ano Jubilar, desde 28 de junho de 2008 até 29 de junho de 2009, por ocasião do bimilenário do seu nascimento. O Apóstolo das Nações, particularmente comprometido em levar a Boa Nova a todos os povos, prodigalizou-se totalmente pela unidade e pela concórdia de todos os cristãos. Queira ele guiar-nos e protegernos nesta celebração bimilenária, ajudando-nos a progredir na busca humilde e sincera da unidade plena de todos os membros do Corpo místico de Cristo.” É com estas palavras que desejo apresentar-lhes a Revista Aliança. Assim como São Paulo foi um grande missionário, comunicador e animador de comunidades, esta Revista Aliança que tem a colaboração de vários membros de diversas casas premonstratenses, tem também esta finalidade. As crônicas nos colocam em contato com as atividades dos irmãos(ãs) de lugares diferentes. E aqui comunicamos aos leitores a mudança do responsável pela crônica do Priorado de Montes Claros que passará à responsabilidade do irmão Michel Valério, desde já, particularmente, agradecemos pela sua colaboração. O ensinamento apostólico e norbertino nos vêm da reflexão espiritual de nosso Abade Geral, que com grande empenho tem animado nosso diálogo sobre a missão da Vida Comunitária norbertina, num paralelismo entre São Paulo e São Norberto: vocação e missão premonstratense. Temos contado com a colaboração do abade José Wouters, que tem escrito sobre nossas Constituições. Nesta edição ele discutirá os números 39-51 de nossas Constituições e mostrará como a identidade da vocação premonstratense determina as formas concretas da prática dos 3 votos. Na parte dos artigos e informes recebemos os textos produzidos por estudantes de filosofia, teologia, escritores de artigo ou livro sobre nossas histórias e atividades realizadas; como temos recebido do cônego Godofredo Chantrain de Pirapora (SP). Por isso gostaríamos de incentivá-los a escrever e a partilhar com as outras casas, o que se tem produzido nas Abadias e Priorados. O espaço reservado ao item, Pastoral Vocacional, tem o objetivo de apresentar o trabalho desenvolvido e ser uma troca de experiência dos responsáveis e animadores vocacionais das diversas casas sobre o discernimento vocacional. Devido à colaboração de vários confrades pudemos fazer uma grande e maravilhosa mudança no site da Revista Aliança: www.norbal.org; para quem ainda não acessou recomendamos a visita, pois têm fotos, artigos e comunicados, além das atualizações constantes. Por isso, é importante saber que cada Priorado ou Abadia tem um responsável pelas atualizações dos catálagos e acesso ao campo de “proposições de artigos”. Afinal, tanto o site quanto a Revista Aliança são de inteira responsabilidade de todos nós. Desejamos a todos(as) uma boa leitura. Côn. Alessandro 5 I AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS O PRIORADO DE SÃO NORBERTO DE ITINGA Fr. Ângelus Josemir Dezembro de 2008 05 – Retiro para noviços, professos simples e candidatos aos votos solenes, realizado na Comunidade “Verbo de Vida”. 08 – Festa dos 14 anos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena em Itinga-BA. Missa Solene com votos perpétuos dos Confrades Vito e João Francisco, e votos simples de Thomé, na Igreja de Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena. 10 – Capítulo financeiro da Canonia. 11 a 13 – Visitou o Priorado o Abade Dom Jerônimo da Abadia de Tongerlo, Bélgica, que celebrou duas vezes na preparação para a festa dos 10 anos de existência do Priorado São Norberto. 13 – O Diac. Tarcísio fez o seu trânsito da Abadia Itatinga, (Ordem Cisterciense) para o Priorado São Norberto de Itinga, como também foram vestidos 05 noviços no mesmo dia. “Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos.” E ainda: “Cantar é próprio de quem ama”. (Santo Agostinho) 14 – Ordenação Diaconal do confrade João Francisco, pela imposição das mãos de Dom Josafá Menezes, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, na Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena. 24 – Festa natalina do Mosteiro e, como é tradição em nossa Ordem, o mais novo faz a mensagem natalina; o noviço Gabriel fez neste ano por ser o mais jovem de nossa Canonia. 26– Férias para alguns confrades como de costume. 31 – Às 23h todos foram para a praia de Ipitanga para passagem de ano e receber as bênçãos do novo ano. “Vós sois a trombeta e o saltério, a cítara, o tímpano, o coro, as cordas e o órgão.” (Santo Agostinho) 6 Janeiro/2009 01 – Viagem de Pe. Miguel e Pe. Thiago pelo nordeste com um grupo de paroquianos. 06 – Pe. Miguel com sua turma de viagem chega a Natal. 31 – Pré- eleição do primeiro Prior de Regimine da Canonia São Norberto. Fevereiro/2009 03 – Aula inaugural na Faculdade de São Bento da Bahia. 04 – Chegou Dom Miguel Carlos, Abade de Geras, Áustria. “Poucas coisas são tão próprias para excitar a piedade nas almas e inflamá-las com o fogo do amor divino como o canto.” (Santo Agostinho) 05 – Chegaram para a cerimônia de elevação do Priorado a Canonia Sui Juris o Abade Geral, Dom Thomas, Dom Paulo (delegado para América Latina), Prior Pe. Antonio Galvão do Priorado de Montes Claros, Pe. Rodrigo (representante da comunidade chilena). 06 – Chegaram os representantes da Abadia de Jau, Diác. Alcides e Côn. Josenildo. 07 – Missa do Divino Espírito Santo, presidida pelo Abade Geral, Dom Thomás, leitura do Decreto que eleva a Canonia Sui Juiris por Dom Miguel Carlos. Após a missa aconteceu a eleição do primeiro Prior de Regimine. Foi eleito o Pe. Milo Ambros, como Prior por 12 anos, até a idade de 80 anos. 08 – Missa em ação de graças, presidida pelo Cardeal Arcebispo Dom Geraldo Majella Agnelo, pelo fato histórico da elevação da Canonia de São Norberto e eleição do seu primeiro superior. Fizeram-se presentes nesta missa autoridades civis, a prefeita de Lauro de Freitas e demais autoridades. 10 – Primeiro capítulo no dia de Beato Thiago Kern para escolha do conselho do Prior. Como conselheiros eleitos foram: Pe. Thiago e Diac. João Francisco. Os conselheiros nomeados foram o mestre dos noviços e o provisor. O Provisor Pe. Miguel foi nomeado conselheiro, como o prior mesmo é o mestre dos noviços, ele nomeará como conselheiro o Diac. Hugo “Ad nutum”. Pe. Miguel foi nomeado subprior e Pe. Thiago Circador. O Capítulo decidiu também a elevação da casa de Natal em “Mosteiro dependente N. Sra. Medianeira”. Foi decidido também o trânsito dos três irmãos chilenos para Itinga, quando são liberados da Abadia de Tongerlo. Também foi decidida a fundação de uma nova casa dependente em Viena, Áustria. “Minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo.” (Sl 84-3) Abril/2009 12 – Domingo da Ressurreição do Senhor, celebramos como tradição da ordem as vésperas pascais após o almoço. 28/04 a 02/05 – Aconteceu em Mar Grande na casa dos Jesuítas, o “novinter” 7 onde participaram 05 noviços, com o tema: “Afetividade”. Início do retiro dos Diac. Hugo e João Francisco na comunidade “Verbo de Vida”. 27 – O Capítulo da Canonia decidiu positivamente o trânsito do irmão Norbert, de Geras para Itinga, se liberado da Abadia de Geras. Maio/2009 11 – O Prior anunciou que recebemos uma paróquia com mosteiro em Viena, Áustria, Gettehölzl. E que o conselho enviará para esta mais nova missão o “Quantas lágrimas Prior Pe. Milo, o Pe. Rafael e o Ir. Norbert que faz trânsito de Geras para Itinga. verti, quão violenta Pe. Milo viajou neste dia para Natal e ficou até 16/05. emoção 11 a 18 – Novinter em Mar Grande na ilha de Itaparica, com o tema: “Consagração e Votos” Junho/2009 06 – Festa de São Norberto, 875 anos de sua morte, missa com ordenação presbiteral dos Diác. Hugo e João Francisco, pelas mãos de Dom Josafá Menezes, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, na Igreja Matriz de Itinga-BA. Lauro de Freitas/BA, 17 de Junho de 2009 experimentada, Senhor, ao ouvir em vossa Igreja os hinos e cânticos que o louvam. Ao mesmo tempo em que aqueles sons penetravam em meu coração, excitando os movimentos de piedade, enquanto corriam minhas lágrimas”... (Conversão de Santo Agostinho) MOSTEIRO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA São Gonçalo do Amarante – Rio Grande do Norte Fr. Lino Marcos DEZEMBRO 2008 Vou escutar o que diz o Senhor: “Deus anuncia a paz ao seu povo e seus fiéis, e aos que se convertem de coração. Amor e Felicidade se encontram, Justiça e Paz se abraçam.” (Sl 85-9,11) 24 de dezembro de 2008, natal do Senhor Jesus Cristo, momento de grande alegria para nossa comunidade. Nós nos reunimos para celebrar a vinda do Senhor Jesus, nos confraternizamos com os nossos amigos. Às 12h30 iniciamos com a oração média, depois da leitura breve, o irmão Moisés sendo o mais novo membro da comunidade falou-nos sobre o seguimento a Jesus 8 Cristo, que para seguir o caminho de Jesus Cristo devemos estar prontos a nos colocarmos sobre a graça de Deus. Comentou sobre a fundação da Ordem por São Norberto, estando prontos para toda boa obra. Padre Filipe falou sobre a criação dos terciários para nossa comunidade e, a importância dos mesmos. Terminou com a oração final, em seguida a confraternização com o almoço. JANEIRO DE 2009 06 de janeiro de 2009. O Pe. Miguel, Pe Thiago e alguns paroquianos A melodia torna o da paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena em Itinga – texto desejável e BA, permaneceram conosco do dia 06 até o dia 11/01/2009. agradável, como o No dia 09/01 o Irmão Lino renovou seus votos na oração das laudes diante do Pe Miguel delegado do Abade Miguel Carlos. No dia 16/01 a 05/02 o Irmão Lino saiu de férias; no dia 05/02 a 17/02 o Pe Filipe e o irmão Vito viajaram para Itinga para a elevação do priorado para canonia, sendo eleito o Pe Milo como Prior de regimine. mel que se acrescenta a um medicamento para dar-lhe bom sabor.” (São Basílio) FEVEREIRO DE 2009 De 12 a 13 o Abade Geral da Ordem Premonstratenses Dom Tomás Handrätinger e o Pe. Milo Prior do Priorado de Itinga nos visitaram: Área Pastoral Santo Antônio do Potengi, o monumento dos Protomártires do Brasil, a cidade de Natal e visitaram o Arcebispo da Arquidiocese de Natal. No dia 12 de fevereiro celebramos os dois anos da criação da Área Pastoral Santo Antônio do Potengi. O Abade Geral Dom Tomás Handgrätinger presidiu a celebração da Eucaristia e o Pe Milo fez a homilia: falou-nos da chegada dos Premonstratenses e da criação da Área Pastoral nos dois anos de caminhada junto com o povo dessa Área Pastoral. No dia 17 à 18/02 o jovem Reginaldo candidato ao postulantado desse ano, visitou-nos para conhecer nosso estilo de vida e a nossa casa. Ele é natural da cidade de Ares-RN, mas pertence à paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santo Antônio do Salto da Onça-RN. “Cantarei para sempre o amor do Senhor, anunciarei de geração em geração a tua fidelidade. Pois eu disse: Teu amor é um edifício eterno. Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu.” (Sl 89-2,3) MARÇO DE 2009 No 02 de março a nossa comunidade Nossa Senhora Medianeira recebeu os nossos co-irmãos: Pe. Rafael e o irmão Bento. Logo após nos reunimos e apresentamos para eles o horário e as funções da casa e da Área Vivam todos, pois, Pastoral. O irmão Bento vai concluindo o curso de teologia no Seminário São em união de alma e coração, e honrem Pedro - Arquidiocese de Natal, onde já estuda o irmão Lino. Em 08/03 Chegou a nossa casa o candidato para o postulantado Reginaldo. No dia 09/03 o conselho da casa aprovou o pedido de Reginaldo para o postulantado desse ano. No dia 18/03 o Irmão Moisés deixou nossa comunidade. No dia 23/03 o Pe Milo nos visitou, no dia seguinte ele nos falou a Deus uns nos outros, do qual vocês foram feitos templos vivos. (Regra de Snato Agostinho I – 8) 9 sobre: a elevação da casa para Priorado dependente (Mosteiro de Nossa Senhora Medianeira) da Canonia São Norberto de Itinga. O irmão Bento por motivo de saúde pediu seu afastamento da comunidade, Pe. Milo aceitou o pedido do irmão Bento e deu férias prolongadas aos irmãos: Moisés e Bento, depois leu a carta do Abade Geral D. Tomás que comentava o encontro com os confrades. No dia 29/03 foi oficializada a elevação da casa Nossa Senhora Medianeira para Mosteiro Independente da Canonia de São Norberto de ItingaBA. na matriz da Área pastoral Santo Antonio do Potengi, na missa das 19h30 junto com a comunidade da Área e a comunidade religiosa dos Premonstratenses. O conselho do priorado ficou assim: Padre Filipe (o superior), o Padre Rafael (o ecônomo) e o Irmão Vito (mestre de casa) formando assim o conselho da casa. No dia 31/03 o Irmão Lino recebeu os ministérios de leitorato e acolitato diante do Prior de regimine Pe Milo da Canonia São Norberto de Itinga: o irmão Lino foi o primeiro a receber os ministérios por ele, na matriz da Área Pastoral. “Terra inteira, aclame ao Senhor! Sirva ao Senhor com alegria, e vá até Ele cantando jubilosos! Saiba que somente o Senhor é Deus: Ele nos fez e a Ele pertencemos, somos seu povo e ovelhas do seu rebanho.” (Sl 100-2,3) ABRIL DE 2009 No 01/04 o Irmão Bento deixou a comunidade e no dia 05 o Pe Milo voltou para Itinga. MAIO DE 2009 De 12 a 16 /05 o Prior Pe. Milo nos visitou; na quinta feira dia 16/05 falou-nos da nova missão que a Canonia assumiu em Viena-Áustria, como também a volta do Pe. Rafael para Itinga; com a volta do Pe Rafael nomeou o Irmão Lino como ecônomo da casa. 18 a 23/05 o jovem Djavan candidato ao postulantado nos visitou para conhecer nosso estilo de vida e a nossa comunidade, deixando-nos seu pedido para entrar no postulantado desse ano. Ele é natural da cidade de João PessoaPB, mas pertence à paróquia Santo Antonio de Pádua-bairro Parque dos Coqueiros, Natal-RN. 19 a 22 a Irmã Ilse Pillwein, terciária da Cáritas Socialis na Áustria nos visitou e alegrou nossa comunidade com seu sorriso. Antes de tudo, caríssimos irmãos, amemos Deus e depois ao próximo, porque estes são os principas mandamentos que nos foram dados. Eis aqui o que mandamos que observem vocês que vivem em comunidade. (Regra de Santo Agostinho I – 1) JUNHO DE 2009 02 a 04/06 o jovem Clemilson candidato ao postulantado desse ano, nos visitou para conhecer nosso estilo de vida e a nossa comunidade, deixando seu pedido para entrar no postulantado desse ano. Ele é natural da cidade de Passagem-RN, mas pertence à paróquia São Francisco de Assis na cidade de Pedro Velho-RN. 10 No dia 02 chegou o Djavan para ingressar no postulantado desse ano. No de 05/06 o Pe Rafael deixou nossa comunidade, voltando para a comunidade de Itinga (Canonia São Norberto de Itinga-BA). No dia 06/ chegou o Clemilson para ingressar no postulantado desse ano. No dia 06/06 Festa de Nosso Pai fundador São Norberto, esse ano celebramos a festa de São Norberto junto com a comunidade da Área Pastoral Santo Antonio do Potengi, que celebra as trezenas de Santo Antônio; o Pe. Filipe presidiu a missa, falou-nos da vida de São Norberto e de sua missão na Igreja. Nesse mesmo dia nossa comunidade recebeu os jovens Djavan e Clemilson, oficialmente como postulantes desse ano de 2009. “Sempre Pronto Para Toda Boa Obra” “O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados ele me faz repousar. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor a seu nome”. (Sl 22-1,3) São Gonçalo do Amarante/RN, 17 de junho de 2009 ABADIA DE SÃO NORBERTO DE JAÚ Per Crucem ad Lucem Não enviou a crônica 11 PRIORADO NOSSA SENHORA APARECIDA E SÃO NORBERTO DE MONTES CLAROS Fr. Michel Valério Janeiro 28 - Início do retiro semestral da canonia, realizado em uma fazenda de amigos do Priorado nos limites entre as cidades de Contagem e Esmeraldas. 30 – Nosso Priorado acolhe com alegria cinco novos irmãos para a caminhada no postulantado, sendo eles: Diego (Montes Claros), Erlândio (Belo horizonte), Jamilson (Diamantina), Silvanei (Patos de Minas) e Tiago (Itamarandiba). Fevereiro 02 – Em Contagem, após o retiro semestral, os irmãos Divino, Dalvinei, Edney, Flávio, Maurício, Militão e Roney, fazem a renovação de seus votos. 09 – Início das aulas dos estudantes de Filosofia: Michel e Leandro em Montes Claros Em primeiro lugar – já com este fim vocês se congregaram em comunidade – vivam unânimes e tenham uma só alma e um só coração orientados para Deus. (Regra de Santo Agostinho I – 2) 11 – Os novos estudantes de Teologia iniciam suas atividades na PUC-Minas. 15 – Comemoração do aniversário de nosso confrade Pe. Hermano José, num estilo diferenciado dos convencionais. Foi um almoço ao ar livre com a presença dos familiares e amigos do cônego, numa tarde de descontraído batepapo e boas surpresas. 18 – Quarta-feira é dia de lazer para a comunidade do Priorado no Clube BNB. 24 – Primeiro passeio do ano do nosso Priorado. O momento proporciona melhor interação com os novos membros da casa. 26 – Reunião do conselho da Canonia de Montes Claros. Março 02 – Primeira reunião do grupo de apoio do Priorado. Foram discutidos assuntos como o primeiro leilão beneficente, barraquinhas e o encontro vocacional dos jovens norbertinos. “Celebrem ao Senhor, invoquem o seu nome, anunciem entre os povos as suas façanhas! Cantem para ele, ao son de instrumentos, recitem suas maravilhas todas.” (Sl 105-1,2) 12 13 – Em preparação pra o tempo quaresmal, acontece um mutirão de confissões na comunidade São Geraldo (Paróquia São Norberto). 14 – Encontro do núcleo da CRB de Montes Claros. 26 – Avaliação geral sobre o andamento de nossa caminhada. Abril 04 à 12– Nossos postulantes são enviados em missão para as comunidades rurais em vista da semana santa. Além destes, nosso confrade Roney se disponibiliza também em executar um trabalho junto destas comunidades. 14 – No capítulo da casa, organizamos melhor nosso dia-a-dia, avançamos nos passos bem direcionados e melhoramos o que ainda não está bom. Neste capítulo ficou decidido que para as orações diárias também haverá melodias para as antífonas entre os salmos e demais. 15 – Acolhemos José Benedito, um irmão indicado por nosso confrade Dom Ricardo para somar na comunidade. José já concluiu seus estudos de Filosofia e Teologia, além de trabalhar como Engenheiro. Ele está passando por tempo de conhecimento sobre o Priorado e é também uma oportunidade do Priorado o conhecer. 17 – Dia de Leilão em nossa comunidade. Foi uma noite muito agradável, que reuniu famílias e amigos em torno de uma causa tão nobre que conjuntamente nossos colaboradores realizaram. O leilão proporcionou ainda uma maior proximidade entre os leigos e os religiosos. Esta noite rendeu R$ 2.600 destinados a formação de nossos confrades. Não possuam nada como próprio, mas tenham tudo em comum, e que o superior distribua a cada um de vocês o alimento e a roupa, não igualmente a todos, pois nem todos são da mesma compleição, mas a cada qual segundo o necessitar; conforme o que lemos nos Atos dos Apóstolos: “Tinham todas as coisas em comum e se repartia a cada um segundo a sua necessidade.” (Regra de Santo Agostinho I – 3) 21 – Dia de recolhimento para os postulantes, realizado “ao pé da serra” na comunidade de vida Esdras. 25 – Postulinter edição especial: mais de 30 congregações se reúnem na Pampulha em Belo Horizonte num intuito de falar sobre formação humana. No encontro que reuniu os postulinteres A e B, as congregações se conheceram e “Aclame a Deus, ó se deram a conhecer. terra inteira, toque Maio 01 – No dia de São José Operário, a comunidade para sair um pouco da rotina, faz um dia de lazer muito descontraído no sítio de nossos colaboradores Raul e Cibele. Aí descobriu-se novos talentos musicais, esportistas, culinários e até de bilhares. em honra do seu nome, cante hinos a sua glória. Povos bendigam o nosso Deus, façam reçoar o seu louvor.”(Sl 66-2,8) 05 – Reunião do conselho do Priorado. 13 08 – Início das barraquinhas de São Norberto, que destina 100% de sua arrecadação ao orçamento da casa. O trabalho é feito com muito carinho e dedicação e conta sempre com a colaboração de nossos apoiadores. O pastel de São Norberto é um dos destaques da festa tradicional realizada em Montes Claros. 09 – Nossos postulantes recebem formação sobre afetividade e sexualidade no terceiro postulinter deste ano, realizado no colégio São José, no bairro Floresta em Belo Horizonte. 21 – Avaliação geral sobre a caminhada dos postulantes e aspirante de nossa casa. 28 – Último fim de semana das barraquinhas de São Norberto, que resulta satisfatoriamente num valor final de R$ 6.000. 30/31 – Primeiro encontro vocacional: “Crescendo na verdade”. Nossa casa recebe 10 jovens desejosos de discernimento. Foram dois dias agradáveis, com orações, dinâmicas, palestras com os religiosos, padres e convidados especiais. Foi um trabalho em equipe que alcançou satisfatoriamente seu objetivo: ajudar os vocacionados a discernirem sua vocação proporcionando conforto e hospitalidade. 30 – Momento de pausa na rotina de Pe. Oswaldo, nosso “incansável pároco”, famoso pelo ativismo da vida paroquial e formativa, dedica um fim de semana a um encontro com seus parentes, na celebração do aniversário de um familiar em Belo Horizonte. No oratório ninguém faça senão aquilo para o qual foi destinado, daí de onde vem o nome; para que se por acaso houver alguns que, tendo tempo, quiserem orar fora das horas estabelecidas, não sejam impedidos por aquele que ali queira fazer outra coisa. Quando orarem a Deus com salmos e hinos, que o coração sinta aquilo que profere a voz. (Regra de Santo Agostinho II – 2,3) Junho 05 – Após uma procissão, nossos confrades acolhem a família norbertina e fazem o levantamento do mastro, com muitos fogos, cantos e alegria em preparação para a Celebração Vespertina de nosso Pai, São Norberto, no Priorado 06 – Solene Celebração litúrgica de nosso Pai, São Norberto, presidida por nosso confrade Dom Geraldo Majela, Arcebispo emérito de Montes Claros. Após a Santa Missa, um almoço é servido proporcionando fraternidade num só coração e numa só alma. Que os povos te celebrem, ó Deus, que todos os povos te celebrem. Que as nações se alegrem e exultem, porque julgas o mundo com justiça. (Sl 67-4,5) 14 LAS COMUNIDADES CHILENAS P. Rodrigo y comunidad De las anécdotas y experiencias de los hermanos Premonstratenses en OSORNO-CHILE. Es una bendición de Dios estar en Osorno- Región de Los Lagos: la región se caracteriza por la diversidad del paisaje; bosques nativos; suaves praderas de tonos verdes que llaman al descanso de la contemplación; variedades de pájaros y aves que alegran el corazón de la naturaleza; cascadas que son como las transparencias de la Madre Tierra; las vacas y las ovejas son como la expresión presente y futura de la región en su crecimiento laboral y al mismo tiempo cultural (región de mapuches huilliches colonizada por alemanes); el color de otoño y las lluvias que anuncian un invierno húmedo y frío, son como los acontecimientos que nos ayudan a pensar en una primavera perfumada y colorida para pasar a un verano de la quietud para lograr gozar de las aguas cristalinas de estos inmensos lagos que son la esperanza de la vida como grandes depósitos o recursos hídricos que se cuidan y protegen como “huesos santos”. El obispo de nuestra diócesis, Monseñor René Rebolledo nos encargó el cuidado de las “ovejas” de la Parroquia Reina de los Mártires; estamos en el “sexto mes” de nuestra experiencia pastoral; el Pueblo de Dios, en nuestra parroquia, tiene un corazón sano; las personas son respetuosas y nos tratan con mucho cariño; se alegran de nuestra presencia y lo demuestran de corazón (hemos subido de peso…) Hacen 18 años que las comunidades del campo (13 comunidades cristianas) no celebraban la Pascua de Resurrección, este año hemos podido celebrar la Pascua en casi todas las comunidades; las personas han venido a las capillas con mucha curiosidad por saber de que se trataba la celebración de la Vigilia Pascual, la bendición del fuego, el Cirio Pascual, los cirios de cada bautizado y la Renovación de las Promesas Bautismales, etc., han quedado impresionados y agradecidos, también preparamos la Vigilia de Pentecostés en la que todas las comunidades del campo participaron entre el sábado 30 y domingo 31 de mayo, la gente estaba muy entusiasmada y contenta, se prepararon con un gran corazón para esta celebración del “Nacimiento de la Iglesia”: preguntaban, se organizaban para atender de la mejor manera a los que venían de lejos, y finalizaron la celebración de Pentecostés con una gran convivencia fraterna que cada comunidad preparó. Y esto há de ser de tal modo que ninguno trabaje en nada para sí mismo, sino que todos sus trabajos se realicen para el bien de lacomunidad, com mayor cuidado y prontitud de ánimo que si cada uno lo hiciese para sí. (Regla de San Agustín V– 2) Lo que más nos impresionó es que por primera vez se organizaba la vigilia de 15 Pentecostés en la sede parroquial (ubicada en la ciudad de Osorno y lugar donde nosotros vivimos), los creyentes “como un solo corazón y una sola alma” nos reunimos para orar y sentir la presencia del Espíritu en nuestros corazones: el coro preparó el canto con guitarras, charangos, quenas y violín, queriendo expresar un poco el estilo de Taizé. Comenzamos en la entrada principal del Templo parroquial con una gran fogata que nos dió calor e iluminó nuestros rostros y nuestros corazones para crear el ambiente fraterno de la “VIDA EN COMUNIDAD” (nos ayudó la reflexión de la Regla de nuestro Padre San Agustín). Siete grupos que representan la dimensión apostólica y pastoral de nuestra parroquia, llevaron en procesión siete cirios encendidos para testimoniar los siete dones del Espíritu Santo presentes en la Iglesia; el presbiterio sólo se iluminó con trecientas cincuenta candelas; a ambos lados del altar fueron venerados dos iconos: “Cristo acompaña a San Menas”(arte copto) también se le identifica como el icono de “La Amistad de Cristo con el Hombre) y el icono de la “Teotokos” o “Madre de Dios”; al centro del altar colocamos tres grandes paños rojos que simbolizan las velas de una barca (símbolo de la Iglesia en el mundo); toda la comunidad también llevaba sus cirios encendidos en la procesión de ingreso al templo; los siete cirios fueron depositados en el pasillo de la nave central, los acólitos, el diácono y los hermanos nos ubicamos en dos filas en la nave central mirando al altar. Se proclamaron las lecturas de la Vigilia y escuchamos siete testimonios de la experiencia del Espíritu Santo en nuestra vida o en nuestra “CONVERSIÓN DE VIDA”; la oración universal fue cantada y el coro respondió a la súplica con una antífona que todo el pueblo cantó. Pedimos la bendición de Dios para luego ser testimonios del Espíritu al volver a nuestros hogares con el cirio encendido que iluminara la oscuridad de la noche y nos diera ánimo para no tener frío el corazón. Un gran saludo para todos los hermanos de nuestra Orden y que tengan una gran fiesta de nuestro fundador San Norberto. Porque la caridad, de la cual está escrito que «no busca los propios intereses» (17), se entiende así: que antepone las cosas de la comunidad, de las propias y no las propias a las comunes. Por consiquente, conocerán que han adelando en la perfección tanto más cuanto mejor cuiden lo que es común que lo que es próprio; de tal modo que en todas las cosas que utiliza la necesidad transitória sobresalga la caridad, que permanece (18). (Regla de San Agustín V–2) Parroquia María Reina de los Mártires Hazaña Indígena s/n Casilla 2-0 Osorno Chile 064-245881 16 CANONÍA DE SANTA SOFÍA DE TORO Sor María Cristina Primer semestre 2009 DICIEMBRE La comunidad ha conseguido un pequeño trabajo de lavandería y planchado para un restaurante, es poco pero damos gracias a Dios. El día 22 tuvo que irse de nuevo Sor Mª Cristina debido al agravamiento de su madre, que murió el día 25. El día 23 se finalizaron las obras del ascensor, y ya lo utilizan con gran alegría, especialmente las hermanas más necesitadas. Pero quedan pendientes las obras de la enfermería, que por ahora no vamos a poder realizar debido a la falta de trabajo. Antiguo mirador del castillo de Toro que la reina ofreció a las hermanas. El día 24 y 25 la comunidad además de celebrar con solemnidad y alegría el nacimiento de nuestro Señor y Salvador, hemos celebrado con mucha alegría el onomástico de nuestra madre Priora, con versos, cantos y muchos regalos hechos con mucho cariño por las hermanas. El día 31, día de retiro, por la mañana un sacerdote nos habló de la comunidad; fue un día dedicado a la revisión de vida, por la tarde exposición del Santísimo Sacramento; un día muy denso de oración. Vista interior de monasterio de Santa Sofía. (Toro/España) ENERO El día 7 nos ha visitado el Vicario General de la Diócesis, ha celebrado la Santa Misa, comenzaban justamente las misas gregorianas por la madre de Sor Cristina. Después de desayunar, en el locutorio nos ha animado a seguir viviendo nuestro Carisma Norbertino y a orar por el mundo y la Diócesis, en especial por las vocaciones. Semana de oración por la unidad de los cristianos, todos los días por la tarde exposición del Santísimo, reflexión de los textos bíblicos para estos días. Iglesia del monasterio de Santa Sofía. 17 El día 26 nuestra hermana Natividad ha tenido que ir a cuidar a su madre ya que se ha caído y se ha fracturado la pierna en tres sitios, y la han tenido que operar. FEBRERO El día 2, día de la vida consagrada, la celebración de la vida consagrada se realizó en nuestro Monasterio; por la tarde unas quince monjas se reunieron en el coro del Monasterio para la celebración Litúrgica de Vísperas, terminada la celebración bendición del Santísimo y reserva, seguidamente las monjas y los fieles fueron al torreón para tomar algo y compartir juntos este día de oración. Vista del patio del monasterio de Santa Sofía. MARZO El día 17, tuvimos la formación continua de la comunidad. Celebramos mucho San José, con vigilia y procesión por los claustros del Monasterio y las principales salas en las que hacíamos oraciones y cantábamos. ABRIL El Miércoles Santo, celebración penitencial para prepararnos a celebrar la Pasión, Muerte y Resurrección del Señor, terminamos con el abrazo fraterno. Jueves Santo los oficios litúrgicos muy solemnes. Altar de la iglesia del monasterio de Santa Sofía. El Viernes Santo, a causa de la lluvia, los pasos de la Pasión de Nuestro Señor no pudieron salir por la ciudad. El sábado Santo, acompañamos a la Virgen en su soledad y adoramos la Cruz que nos ha redimido. A las 10 de la noche celebración solemne de la Vigilia Pascual, en la que participaron bastantes fieles, especialmente jóvenes. MAYO Estamos haciendo el mes de María, en el que después de una breve lectura Bíblica, le ofrecemos alguna flor espiritual, recitamos breves jaculatorias hacemos peticiones y cantamos a la Virgen con alegría por la protección y ayuda que nos dispensa diariamente. Y pidiéndole vocaciones perseverantes para toda la Orden, especialmente para las casas que carecen de ellas. Un sacerdote, D. Manuel Benito, que es director espiritual en una residencia de Crucifijo antiguo en la iglesia del convento. 18 estudiantes, nos visitó con 4 chicas, para que conozcan nuestra vida y así comenzar una comunicación con ellas, ya que como la juventud no se acerca a los monasterios, pues nos tendremos que acercar a ellas por los medios que podamos, respetando la clausura. Han quedado muy contentas y lo que más les ha gustado es el cariño con que las hemos tratado y la alegría que hay en nuestra comunidad. Portón que da al patio del monasterio. Día 22 comenzamos la Novena al Espíritu Santo, para prepararnos a la Solemnidad de Pentecostés, y estar en disposición para recibir los Dones del Espíritu Santo, y producir así los frutos que la Iglesia espera de nosotras. El día 25 formación continúa de toda la comunidad. El 29 comenzamos la novena a nuestro Padre San Norberto. JUNIO Día 6 Solemnidad de nuestro Padre San Norberto; a las 11:30 solemne concelebración Eucarística, 11 sacerdotes, la homilía estuvo a cargo del Padre Andrés Vidal, Comendador de los Padres Mercedarios de Toro y nuestro Confesor. D. Manuel Benito vino con 3 jóvenes, dos de las cuales ya habían venido, y pasaron unas horas con nosotras compartiendo y rezando el rosario ante el Santísimo, por la tarde a las 19 h solemnes Vísperas y celebración de la Eucaristía con participación del pueblo; la presidió uno de nuestros Capellanes. Terminadas las celebraciones todos los fieles tomaron un refresco dando gracias a Dios por celebrar un año más la fiesta de San Norberto. Imagen de Santa Sofía, colocada encima del altar de la iglesia conventual. El día 15, la comunidad comienza los ejercicios espirituales anuales, días de total silencio y oración. Serán dirigidos por el Obispo emérito de Tenerife D. Damián que se dedica a dar ejercicios espirituales a las almas consagradas. Es un gran admirador y propagador de nuestro Padre San Norberto, y nos ha hecho mucho bien, y como grabamos sus conferencias, las escuchamos en el refectorio o en el taller. Nos encomendamos a vuestras oraciones en estos santos días y estamos unidas con vosotros en la oración por las vocaciones para toda la Orden, especialmente las casas que carecen de ellas. También os encomendamos el encuentro de las hermanas de la Orden que tendrá lugar del 1 al 8 de agosto en las comunidades Entrega del hábito por la Virgen a de Essenburgh y Marieengaard. Que paséis un feliz verano. San Norberto (pintura en la iglesia del convento). 19 MONASTERIO DE SANTA MARÍA DE LA ASUNCIÓN de VILLORIA DE ÓRBIGO El acontecimiento más importante de toda la historia del monasterio de Villoria tuvo lugar en los primeros años del siglo XVI. Parte II Fue el día 13 de enero del año 1510, en que un clérigo de la diócesis, llamado Alfonso Junco se presentó personalmente en Câmara y satisfizo la cantidad correspondiente en la Câmara y los servicios normales al Colegio de los Cardenales “por la colación del monasterio de Santa María de Villoria, de la Orden Premonstratense, en la diócesis de Astorga, y por razón de la posesión del dicho monasterio, que había hecho en él el Santo Padre, el papa Julio II, con fecha del 28 de noviembro de 1509, en el sexto año de su pontificado. El texto de este documento, tomado directamente de los fondos del Archivo Vaticano, es cierto e indiscutible y nos lleva a pensar que su antecesor Juan Cornejo – cuya muerte hemos visto fijada en el año de 1505 – no debió morir hasta cuatro años más tarde, en que fue nombrado este Alfonso Junco, que ahora aparece los como su sucesor. Y, si ahora los monjes – si es que fueron ellos que eligieron y no fue impuesto por circunstancias o personas ajenas - procedieron a elegir un nuevo abad, es evidente que en sus ánimos no estaba la idea de una desaparición. Quizás la misma idea de un nuevo abad sea en sí una protesta decidida contra cuantas maquinaciones se estaban llevando a cabo respecto a su supervivencia. Imagen de Santa María de la Asunción, colocada encima del altar principal de la iglesia conventual de Villoria. Vista exterior del monasterio de Villoria. Por otra parte también la fecha en que esto se produce es bien digna de tenerse en cuenta: el nombramiento de un nuevo abad, por medio de una bula pontifícia de Julio II, se produjo el 28 de noviembre del año 1509, y su presentación en la Câmara el 13 de enero de 1510. Lejos ya del año 1505, en que, según hemos visto, se sitúan las maquinaciones para el cambio de comunidades en Villoria y un año antes de que todo concluyera y se hiciera definitivamente esse cambio. Extracto del libro “El Monasterio de Santa Maria de Villoria”, por Augusto Quintana Prieto. Órgano del siglo XVI, en la iglesia del monasterio. 20 II ESPIRITUALIDADE São Norberto - Diácono - Sacerdote – Bispo Texto preparativo para comemorar aos 6 de junho de 2009, o 875° aniversário da morte de S. Norberto 1 introdução Com esta meditação procuramos aprofundar mais o tema da nossa vocação canonical, a partir da vida de S. Norberto. Neste ano, aos 6 de junho, a Ordem celebra que o nosso fundador, S. Norberto, faleceu em Magdeburgo, há 875 anos, em meio a seus irmãos. Assim, é muito apropriado tratar intensivamente da vida deste grande inspirador e pai. Como ele compreendeu e viveu a sua vocação de diácono, de sacerdote e finalmente de bispo? As observações seguintes vão iniciar ao tema. 2 Alguns elementos esclarecedores: 2.1 “Segundo o carisma de São Norberto” O primeiro ponto de partida é o último do “Vision-Mission-Statement”, que diz: “Nós somos chamados, como batizados que somos, a seguir o Cristo pobre e ressuscitado, em uma vida radical e apostólica, segundo o Evangelho, a Regra de Santo Agostinho e o carisma de São Norberto, fundador de nossa Ordem Premonstratense.”1 “Segundo o carisma de São Norberto”: estas palavras poderiam encabeçar este breve estudo. A partir de alguns elementos recebidos, cada um de nós formou para si uma imagem de São Norberto durante o noviciado, pelos estudos ou pouco a pouco, durante o tempo de sua vida na Ordem. A minha imagem de São Norberto foi inicialmente cunhada pelo Pe. Norberto Backmund, um historiador de nossa abadia, que se opôs a seu padroeiro de modo bastante crítico e reservado. Foi somente pela celebração do ano jubilário 1984, em que se celebrou o 850° aniversário da morte de nosso Fundador, que começou em nossa Ordem um novo estudo e uma nova avaliação da sua vida. Houve várias publicações, entre as quais citamos o livro editado por Kaspar Elm em 1984, “Norbert von Xanten, Fidalgo, Fundador, Príncipe da Igreja”2 , e a pequena brochura “Enviados como Ele”3 utilizado no ano jubilário para um colóquio sobre a espiritualidade de nossa Ordem. 1 « Vision-Mission-Statement » aprovado pelo Capítulo Geral de 2006, em Freising. 21 2.2 As nossas Constituições Sempre vale a pena olhar atentamente as nossas Constituições. Chama a atenção que nas Constituições atuais, a menção a S. Norberto fica marginal. Folheando o texto, descobri o seguinte: n°11 “Examinando os citados sinais dos tempos, às luzes da opção de Cristo e da primitiva tradição da Ordem Premonstratense, somos convidados a apresentar com criatividade fidedigna os valores espirituais do patrimônio da Ordem, sob forma atualizada de ‘comunhão eclesial’ para os nossos dias”. De alguma forma, S. Norberto está incluído nisso. n° 25 “ A vida segundo o Evangelho de Cristo e a instituição apostólica, a regra de Sto. Agostinho proposta por S. Norberto e também a vida dos santos de nossa Ordem constituem os exemplos vivos para nossa vida.” n° 26 “A vida segundo o Evangelho que S. Norberto nos propõe, é: ‘seguir as escrituras sagradas e ter a Cristo por guia’ (Vida A, cap. 12) Portanto, pregar o Evangelho, na pobreza; seguir os caminhos da abnegação, da doçura e da humildade; ‘carregar todos os dias, a cruz de Cristo em espírito de penitência’”(sermão de S. Norberto na Vida B). n° 29 “S. Norberto, o renovador da vida canonical, nos transmitiu a vida apostólica como tarefa para toda uma vida. Seguindo o exemplo dos discípulos de Cristo, Norberto assumiu essa forma de vida com profunda fé, com penitência e pobreza voluntária, pregando com ardor a conversão e cuidando muito dos pobres. Assim, ele tornou-se tudo para todos. Esse espírito de S. Norberto deve educar progressivamente o nosso modo de pensar e atuar individual e comunitário.” n° 37 “São religiosos da Ordem Premonstratense aqueles que, renunciando ao direito à propriedade e ao matrimônio, entregam-se às nossas igrejas pelos votos religiosos, para viver a Vida Apostólica em fraterna comunhão, seguindo os passos dos santos Agostinho e Norberto.” 2 Kaspar Elm, Norbert von Xanten, Adliger, Ordensstifter, Kirchenfürst. Festschrift zum Gedächtnis seines Todes vor 850 Jahren, 1984 Wienand Verlag Köln 3 Gesandt wie ER, A Ordem dos cônegos premonstratenses hoje, editado por Thomas Handgrätinger, 1984, Echter Verlag Würzburg 22 Essa sentença procura possivelmente formular o que são os premonstratenses. n° 43 “Tudo o que possuímos em comum, deve ser disposto às necessidades dos pobres. O Espírito de Cristo leve-nos a ser verdadeiramente solidários com os homens flagelados pela fome, pela indigência. Seguindo o exemplo de S. Norberto, nosso amor ao próximo, deve se manifestar na hospitalidade e atenção aos pobres (Vida B, cap. 25).” n° 49 Aqui se trata da forma de vida apostólica na igreja primitiva. Numa nota de rodapé, as Constituições referem-se aos capítulos 6 e 12 da Vida A, e ao capítulo 15 da Vida B. n° 50 “São Norberto porém nos adverte: ‘Sem ordem e sem regra, e sem as instituições dos padres, é impossível observar plenamente os preceitos apostólicos e evangélicos’ (Vida A, cap. 12).” n° 194 “O abade geral (...) é o procurador da vida e da vitalidade espiritual de toda a comunidade norbertina.” n° 338 “As palavras de São Norberto declaram, e também nós atestamos que: ‘ aqueles que o quiserem seguir, jamais errarão o caminho, se perseverarem até o fim, vivendo a sua profissão segundo o evangelho, os ensinamentos dos Apóstolos e o ideal de Santo Agostinho ao qual se entregaram’ (Vida A, cap. 12)”. Suplemento I: a ladainha na profissão: “Santo Pai Norberto, rogai por nós”. Suplemento V: orientações para a formação dos noviços do primeiro ano canônico: matéria de estudo: “São Norberto e a história da sua Ordem”. Reconheço que essas 11 menções nominais superam as minhas suposições ou reminiscências, porém elas continuam sendo pobres. Em muitos trechos do texto, onde se esperava um “link” com a história da Ordem, e especialmente com a vida do fundador, não se encontra essa vinculação. Assim, por exemplo, o trecho sobre a Eucaristia e a sua significação fundamental para nossa vida canonical, ou os textos sobre a ascese e a penitência, sobre a pobreza ou sobre o nosso hábito. A secção sobre o capítulo geral não contém nenhuma referência à origem, nem ao beato Hugo. O rito da incorporação (a vestição e a profissão com a Eucaristia) não menciona a São Norberto, exceto na ladainha. Só agora me dá na vista, que o nome de São Norberto não se menciona na fórmula da profissão. Imagina-se essa omissão pelos franciscanos, pelos jesuitas ou pelos beneditinos? Não seria possível, naquelas celebrações, mencionar a S. Norberto junto com S. Agostinho, pelo menos na oração final de bênção? 2.3 Referência à atualidade No dia primeiro de maio do ano passado, nosso confrade da abadia de Averbode, Frans Daneels, foi sagrado bispo na basílica de S. Pedro, pelo cardeal secretário de Estado, Tarcísio Bertone. Na sua homilia, o cardeal falou de São Norberto que honrava e tinha em grande estima aos Papas de seu tempo. Durante a sua vida, Norberto prestou serviço a cinco Papas: Pascoal II (1099-1118), Gelásio II (1118-1119), Calixto (1119-1124), Honório II (112423 1130), que aprovou a fundação da ‘Ordem Monástica’ de Norberto, e o Papa Inocêncio II (1130-1143), a quem Norberto, junto com São Bernardo, defendeu contra o anti-papa. O novo bispo Frans Daneels escolheu como divisa: ’Spiritus tuus deducat me’ (Que o teu Espírito me guie). O cardeal Bertone referiu-se à divisa, dizendo: “Se nós invocamos neste momento o Espírito de Cristo, aquele mesmo que animou e incitou São Norberto, é para que Ele apoie o novo bispo para continuar servindo à Santa Sé no setor delicado e importante da administração da jurisdição eclesial. Daí que me animo para dar uma olhada no último período da vida de S. Norberto, os oito anos durante os quais ele foi arcebispo de Magdeburgo (1126-1134). Talvez o ofício episcopal acrescente um acento novo à vida de S. Norberto, quando contemplarmos o seu carisma e elucidarmos a forma que deu ao ideal canonical, a partir da totalidade de sua vida. 3 São Norberto Portanto, aproximo-me mais de maneira contemplativa: contemplando a S. Norberto, quero mirar a nossa vida como ‘norbertinos’; olhando a vida dele, quero refletir sobre a nossa vida, a nossa vida individual, a nossa vida de comunidade norbertina e de ‘igreja norbertina’. Já provei esse exercício durante o nosso retiro conventual de 2005, em Fürstenried, perto de Munique. 3.1 São Norberto como cônego São Norberto faleceu em Magdeburgo, rodeado por seus irmãos, no dia 6 de junho de 1134; era a quarta-feira após Pentecostes. Conseguiu assistir à missa da festa de Pentecostes. Celebrou pela última vez a Eucaristia no dia de Páscoa, enfraquecido e consumido pelas viagens desgastantes e, provavelmente, também pela malária contraida em Roma. Propagava-se após a sua morte, um bom cheiro, o que segundo a tradição, queria significar, que uma boa vida não termina por uma morte ruim. Assim acabou uma vida incansável, desassossegada e sem descanso, ao serviço da Igreja. Norberto nasceu entre 1080 e 1085, em Gennep ou Xanten. Como último filho de seus pais, ele estava destinado, segundo a tradição daquele tempo, à carreira clerical. Para os membros dum cabido ilustre e rico o futuro estava garantido. O jovem Norberto foi admitido ao grupo dos “pueri” (adolescentes) com o direito futuro de tornar-se cônego. No necrológio encontram-se, para esse período, 11 nomes de estudantes do cabido. Além da educação adequada, Norberto recebeu no convento dos cônegos a melhor formação possível. Segundo a vida B, Norberto era um homem bonito, esbelto e bastante alto; por seu comportamento era amado por todos. Distinguia-se por seu conhecimento da literatura e sua grande eloquência: o que prova a alta cotação naquela escola conventual, do estudo dos autores clássicos. Nessa escola, que tinha professores famosos, Norberto recebeu uma formação adequada para sua inteligência. Foi incorporado ao cabido, recebendo obrigatoriamente a tonsura e a ordenação menor. Foi ordenado subdiácono, provavelmente ao cumprir a idade de 18 anos; assim ele já não estava sob a autoridade do superior da escola, 24 mas vivia entre os cônegos formados. De tal maneira guardava a possibilidade de abandonar esse estado, se tivesse que assumir a sucessão familiar. Após a ordenação era costume de continuar os estudos. Não sabemos com segurança onde Norberto recebeu essa formação; pode ter sido em Xanten, ou na corte do arcebispo Frederico I em Colônia (1100-1131), em Laon, na escola de Anselmo, ou em Sigburgo. De toda maneira, entre 1100 e 1115, Norberto estava também fora de Xanten, para continuar a sua formação. Finalmente conseguiu viver também na corte do imperador Frederico V, onde não figurava como alguém de pouca importância. Na corte do arcebispo Frederico, Norberto como jovem subdiácono, aprendia não somente o serviço espiritual, mas também as formas de vida dos cortesãos. Em 1111, durante a primeira viagem do Imperador Henrique V para Roma, Norberto assistiu à detenção do Papa Pascoal II, como também à solução forçada do conflito da investidura, - uma solução favorável para o imperador, que foi seguida pela sua coroação. Segundo Hermano de Tournai, o capelão imperial Norberto, “olhando o ato horrível do imperador, atirouse aos pés do Santo Padre, cheio de vergonha e arrependimento.” Talvez encontre-se aqui o primeiro impulso para a mudança de vida de Norberto. Porém, sabia muito bem que os bispos alemães tinham a verdadeira culpa daquele acontecimento, pois davam mais importância a seu poder secular do que à fidelidade ao representante de Cristo. Uma antipatia cescente parece ter afastado progressivamente a Norberto da corte do imperador. Talvez a recusa da sede de Cambrai significou que Norberto já não quis aceitar uma investidura do imperador. Durante essa fase de afastamento aconteceu aos 15 de maio de 1115, o passeio a cavalo com destino a Freden, comemorado no mesmo dia de maio no hagiológio premonstratense e chamado alí de grande momento de conversão, semelhante à experiência de São Paulo. Em muitas representações vêse a Norberto, deitado no chão, e que grita: “Senhor, que queres que eu faça?” E Norberto ouviu as palavras do saltério: “Deixa o mal e faze o bem!” Norberto virou imediatamente, com a intenção de fazer penitência, e voltou para Xanten. Sentindo temor a Deus, vestiu um hábito tosco, expressando assim a sua conversão interior. Após essa experiência de conversão, encontramos a Norberto na abadia de Sigburgo onde Conon, um homem de vida santa, era abade (1105-1126) Durante o verão e o outono de 1115, Norberto procurou receber instrução de Conon. Aprofundou os seus conhecimentos da Escritura, e experimentou a vida beneditina reformada pela influência de Cluny. 3.2 São Norberto como diácono 3.2.1 Em Sigburgo, Norberto encontrou Ruperto, o futuro abade de Deutz. Entre eles foi discutida a questão de saber a quem se devia mais honra: ao monge ou ao clérico. Norberto contestava o direito de pregar para os monges. Seguindo as instruções do abade Conon, procurava com intensidade encontrar nas Escrituras, a vontade de Deus para sua vida, até entregar-se à Vontade do Espírito Santo. No entanto, chegou a ser cada vez mais claro para ele, que a reforma do clero era o que se havia que fazer. Tendo reconhecido essa importância, Norberto ia dedicar-se no futuro com energia e tenacidade a esse objetivo. Começou pregando 25 de maneira itinerante. Sabia que necessitava uma missão oficial para que seu esforço fosse fecundo. Norberto aspirou a receber a ordenação sacerdotal. A Vida A conta que foi para Colônia para solicitar ao arcebispo Frederico a ordenação diaconal e sacerdotal num mesmo dia. O bispo não se opôs muito à solicitação, pois promovia com energia o movimento reformador; isso se manifestou pelo apoio oferecido ao mosteiro de Sigburgo e pela fundação do mosteiro cisterciense de Kamp. Assim, Norberto foi ordenado diácono no mesmo ano, entre o dia 15 e 18 de dezembro de 1115. 3.2.2 Pessoalmente não posso lembrar-me da minha ordenação diaconal. Deve ter sido conferida pelo bispo Paul Rusch, na capela do seminário diocesano de Innsbruck, no mes de dezembro de 1968, meio ano antes da ordenação sacerdotal (29.06.1969). Não me lembro do dia nem das circunstâncias; não guardei lembranças. Talvez tenha sido assim para Norberto: um primeiro grau, um passo preparatório para a ordenação sacerdotal. Daí que quase nada pode dizer-se sobre a interpretação e a vivência do diaconato por Norberto. Porém, para ele foi um abandono duma situação mínima: pois, o subdiaconato lhe permitia ingerir-se naqueles assuntos ainda necessários para poder assumir eventualmente a sucessão familiar. A nova ordenação exigia uma maior entrega e disponibilidade. Olhando sua situação atual, não está terminada a discussão sobre a essência do diaconato (que para o clero secular implica a obligação do celibato). Comparado com o sacerdócio e o episcopado, o diaconato não possui nenhuma função exclusivamente reservada que possa servir para determinar a essência da ordenação. Em caso de necessidade, todos os serviços que competem ao diácono, podem também ser prestados por leigos, em virtude do batismo e do crisma. Um primeiro elemento para determinar a essência encontra-se na declaração dogmática e inequívoca do magistério, que o diaconato pertence ao sacramento da ordenação por instituição e disposição divina, e que forma um nível independente da hierarquia eclesiástica. O sacerdote e o diácono participam de maneira específica da missão dos apóstolos, transmitida pelo sacramento da ordenação. Como sucessores dos apóstolos, os bispos cumprem essa missão em toda a sua envergadura. O diácono serve ao povo de Deus pelo diaconato da liturgia, da Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e os presbíteros. Como representante de Cristo, incumbe-lhe concretamente: - dirigir a atividade caritativa da Igreja - administrar - celebrar o batismo com solenidade, assistir ao matrimônio, celebrar exéquias, - distribuir a Eucaristia - assegurar o serviço da Palavra (pregar também durante a missa) - presidir celebrações da Palavra e encontros de oração (dar a bênção eucarística e outras bênçãos) 26 - em nome do pároco ou do bispo, dirigir comunidades cristãs afastadas. Essa concepção tradicional “non ad sacerdotium, sed ad ministerium” não permite elaborar uma teologia do diaconato. Na discussão atual há três modelos fundamentais: a) O diaconato como cargo de serviço Somam-se todas as funções. O diácono apoia o presbítero, assumindo tarefas na área da tríplice atividade eclesiástica. Aqui o sentido do diaconato não se encontra no diaconato mesmo, senão em sua relação com a missão sacerdotal. b) O diaconato como cargo ‘complementário’ Numa comunidade há dois movimentos: - o primeiro que ‘concentra’, que une à eucaristia como centro: é o cargo sacerdotal, - e o segundo, o ‘excêntrico’ que dirige para o mundo: seria encarregado ao diácono. Porém, esse último encargo de serviço ao mundo pertence na verdade aos leigos. Então: para que dois ofícios sacramentais? c) O diaconato como representação diaconal de Cristo e da Igreja servidora Aqui Cristo, no seu serviço aos que sofrem, se torna sacramentalmente presente no diácono. Este desempenha o seu ofício, sendo competente para equipar e guiar a comunidade como comunidade diaconal. Por conseguinte, segundo muitos, o diácono não deve apoiar o presbítero na sua função litúrgica e evangelizadora, e se concebe a possibilidade de conferirlhe a competência para ungir enfermos e confessar na sua comunidade de afligidos, idosos, deficientes e prisioneiros. Assim ele poderia atuar plenamente segundo a sua competência. Segundo a opinião do teólogo Gisberto Greshake, a Igreja deve tomar com urgência uma decisão sobre a natureza sacramental do diaconato. Por isso não quero aprofundar a problemática do diaconato para mulheres. 3.2.3 Aos 27 de abril de 2008, durante a ordenação sacerdotal na basílica de São Pedro, o Papa citou um trecho dos Atos dos Apóstolos, que conta que a cidade de Samaria se converteu após o anúncio evangélico pelo diácono Filipe; e depois disso, ele curou a muita gente. “E assim, o povo daquela cidade ficou muito alegre” (Atos, 8.8). A descrição da atividade daquele diácono afirma alguns pontos importantes do serviço diaconal. Há uma missão: anunciar ao povo o Evangelho, colaborar na promoção da Palavra de Vida e trazer a água viva do Espírito Santo. Há também o serviço aos pobres e enfermos: eles participam da salvação e da graça, para que participem da alegria de Cristo. E realça-se o efeito. Tratase de oferecer esperança, salvação e alegria; trata-se simplesmente do serviço da alegria. Diz-se que Filipe, depois de trazer ao povo a Boa Nova, abriu-lhe o coração para acolhê-lo e assim gozar da alegria. Para que o nosso encontro com a gente seja semelhante, deve arder em nosso coração esse fogo do Evangelho, essa alegria por causa do Senhor. Terminando quero citar o que S. Policarpo escreveu sobre o diaconato, na sua carta aos Filipenses: “Os diáconos atuarão diante de Deus com uma justiça irrepreensível. Servirão a Deus e a Cristo, não aos homens. Não serão caluniadores, nem falsos, nem cobiçosos; sejam sóbrios em tudo, misericordiosos, solícitos. Devem seguir o caminho da verdade do Senhor, que se tornou o servidor de todos.” 27 3.3 São Norberto como sacerdote 3.3.1 Norberto havia pedido de receber num só dia as ordenações diaconal e sacerdotal. Talvez tenha acontecido assim no mes de dezembro de 1115; mas não é seguro. Durante a ordenação, na catedral de Colônia, houve um acontecimento interessante, diante de uma assembléia de bispos e reis4. Depois de dar um sinal a um oficial, Norberto recebeu dele uma pele de cordeiro, que trocou com sua roupa magnífica. Assim, diante de todos, quis tirar o homem velho e vestir o novo. É seguro que o gesto foi também intencionado como uma crítica drástica do estilo de vida dos bispos. Após a ordenação, Norberto voltou sem demora para Sigburgo, onde se preparou para uma missão sacerdotal; de lá viajou para Xanten. Na sua primeira missa, celebrada talvez na festa da Apresentação do Senhor, aos 02.02.1116, Norberto, cheio de zelo missionário, apelou à consciência do povo e de seus colegas cônegos. No dia seguinte, ele continuou sua ‘exortação’, arriscando-se à rejeição e ao ódio de seus irmãos que se sentiam provocados. Não foi assim que ele se deixou ordenar para anunciar o evangelho, quer venha a propósito ou não? Após aquela rejeição, passou um tempo em Longing (perto de Kobern), com o eremita Ludolfo, para examinar a situação e guiar-se. Depois de passar dois anos em Fürstenberg (perto de Xanten), tomou a decisão de levar a vida apostólica como um pregador itinerante. Pregava sobre os temas seguintes: a conversão em vista do fim iminente do mundo, a promoção da paz depois de terminar inimizades, a reconciliação e a penitência. Seguiu o estilo dum pregador itinerante independente, pobre e sem pretensões. Ele tinha o talento para animar, fascinar, consolar, mas também advertir e apelar à consciência do povo. Quem proclamava a Palavra de Deus com tanto zelo? Ao lado dessa entrega à evangelização, apareceu uma segunda preocupação: a reforma do clero. A idéia nasceu durante a sua visita a Rolduc, onde conversou intensamente com o abade Richer. Este veio do convento de Rottenburgo, um centro da reforma canonical, onde se vivia segundo a nova organização da vida canonical. Durante esse encontro, Norberto topou novamente com a regra agostiniana. Santo Agostinho e sua regra davam uma interpretação ideal da vida apostólica, como foi transmitida pelos Atos dos Apóstolos. “Todos os que creram, pensavam e sentiam do mesmo modo”. ‘Viver segundo a regra de Santo Agostinho’ significava naquele tempo que se vivia como na igreja primitiva de Jerusalém, apoiando-se no exemplo e nas idéias fundamentais de Agostinho. É interessante saber que o livro com a regra de Aix la Chapelle usado em Xanten, (com o qual Norberto apelou à consciência dos cônegos), tinha elementos da regra de Agostinho apostos como notas marginais. Aparece a importância de estudar mais profundamente a influência de Santo Agostinho como pregador, pastor e autor, sobre a vida ulterior de Norberto. Norberto havia sido ordenado sacerdote, com a intenção de evangelizar. Proclamou a Palavra de Deus no meio do povo, sem preocupar-se muito com a jurisdição dos bispos. Aí onde o Espírito o levava, Norberto tomava a palavra. Isso devia gerar um conflito. Ele foi convocado para justificar-se aos 26 de julho de 1118, no sínodo de Fritzlar, diante do legado papal, o cardeal enérgico Conon de Prenéste. Houve várias repreensões: Norberto usurpava a função de pregador, ele vivia como monge apesar de guardar certos bens, ele vestia-se com pele de animais, o que estava proibido para o clero diocesano. Na sua defesa, Norberto disse que, 4 O cardeal legado Teodorico havia convocado a bispos e reis em Colônia, para a festa de Natal de 1115. A dirigida contra o emperador Henrique V. 28 pelas palavras da ordenação “Receba a missão e seja um anunciador da Palavra de Deus”, lhe foi dado o pleno poder para pregar. Provavelmente a argumentação de Norberto não foi aceita: foi-lhe proibido pregar. Retirou-se então em Furstenburgo para fazer um exame de consciência. Com certeza, não se desanimou, porém ele tirou três conclusões adequadas: 1° Recorreu por apelação ao Papa, visto a importância da pregação para ele. 2° Para cuidar de sua credibilidade, renunciou a toda a sua renda e seus benefícios; vendeu todo que possuía para distribuí-lo aos pobres. Mas, será que Norberto fez isso com o intuito de sair em peregrinação? 3° Ferido no seu brio, e soberbo, Norberto saiu definitivamente de Xanten, sem hesitação. Não lhe compete renovar o mundo; isso é a obra da graça divina. Norberto se entregou humildemente a ela para que operasse através dele. Sobre os 8 anos seguintes (1118-1126) da sua vida como sacerdote, dou somente umas breves anotações. Na abadia de Saint-Gilles, fundado por Cluny em 1096, Norberto encontrou-se com o Papa Gelásio (+ 29.01.1120). Não se sabe se o encontro foi planejado. Norberto tinha três preocupações: pedir desculpa por não ter respeitado os cânones na sua ordenação sacerdotal; conservar a liberdade para peregrinar e conseguir a autorização formal e escrita para pregar. Como pregador itinerante, Norberto dirige-se sobretudo ao povo; procura também restabelecer a paz. Havia abandonado tudo, salvo um par de livros e os hábitos litúrgicos. A radicalidade de seu espírito de penitência impressionava e reforçava o seu chamado. As prescrições de Norberto, para o período inicial de Prémontré, mostram uma clara preocupação sacerdotal. Além de prescrever um melhoramento das negligências e dos erros no capítulo, no acolhimento dos pobres e na hospedaria, exige expressamente limpeza para os ofícios divinos e o uso de hábitos de linho para o altar. 3.3.2 Na sua homilia durante a ordenação de sacerdotes, aos 27 de abril de 2008, o Papa deu realce à relação íntima do sacerdote com Cristo. “Eu estou no meu Pai, vocês estão em mim e eu estou em vocês... (Jo 14,20)... se vocês me amam” (Jo 14,15). Essa atitude voltada para Jesus e esse amor formam a condição prévia e a garantia, para uma relação íntima com o Senhor. Esse amor é um convite e uma exigência para viver, de maneira coerente, a vocação sacerdotal. Essa proximidade divina “se vocês me amam” deve ser cada vez de novo recordada, procurada e meditada. Não vamos esquecer ou perder aquela “condição” para o nosso trabalho sacerdotal. Porque, sem esse amor recebido ao qual se 29 responde, nos colocamos fora do movimento trinitário que começa no Pai e vai ao Filho, e que continua do Filho pelo Espírito até os discípulos. Sem essa relação, perdemos a aptidão para receber a Deus mesmo e para oferecê-lo. Pois nisso encontra-se a tarefa fundamental de nosso trabalho sacerdotal: comunicar a Deus, anunciá-lo, procurar que Ele seja conhecido através da palavra e da vida, através do serviço e da entrega. Norberto nos ensina, e deixa ver essa fidelidade ao amor de Cristo, mesmo nas circunstâncias mais diferentes de sua vida. Atuava sempre de todo coração e entregando-se inteiramente. Nele não existiu semi-entrega ou indiferença; daí que se compreende a sua palavra sobre a limpeza para o altar. Assim podese interpretar também a sua paixão pela evangelização, a partir da sua íntima relação com o Senhor. Nele Norberto encontrava critério e orientação. Nisso encontra-se talvez o sentido do dito “solo Cristo duce” (“com Cristo como único guia”). Os homens percebiam essa clareza na vida dele, apesar do fato que ele não era um homem fácil, que se conformasse com todas as situações. A sua atitude era muitas vezes angulosa e polarizante. O seu comportamento jamais foi vago com respeito à sua convicção, ao seguimento do Senhor, à sua lealdade e fidelidade à Igreja. Embora que houvesse grandes alturas e ambições na sua vida, não se pode negar que como sacerdote ele sempre se preocupava com os homens. Faz pensar no lema da primeira encíclica do Papa João Paulo: o caminho da Igreja leva para o homem. Mais tarde, no seu período em Magdeburgo, Norberto tentou conservar essa linha pastoral, de maneira decidida e enérgica, mas talvez nem sempre adequada, em meio de circunstâncias muito difíceis. Os historiadores o atestam. Será que durante todos os anos, Norberto conseguiu ser o pregador itinerante ardente, com o mesmo espírito missionário, com a mesma paixão para anunciar aos homens a mensagem de paz? 3.4 São Norberto como bispo 3.4.1 elementos biográficos Assim entramos na última fase da sua vida, oito anos nos quais Norberto abandonou todo o anterior, fazendo uma virada para aceitar uma nova missão. No fim de junho ou no começo de julho de 1126, foi eleito, na cidade de Speier, arcebispo de Magdeburgo. Aos 18 de julho 1126 chegou à cidade; o porteiro da casa episcopal não o deixou entrar. Aos 25 de julho do mesmo ano, Norberto foi consagrado bispo em Magdeburgo. Havia sido precedido pela fama de um pregador de penitência e de um reformador rigoroso. Imediatamente começou a realizar as suas idéias, para melhorar a situação religiosa da igreja e acabar com as incorreções. As suas tentativas reformadoras, talvez levadas com excessiva obstinação, provocaram desavença e até atentados contra sua vida. Apesar disso, havia conseguido consolidar a situação financeira, fundar um convento reformado e melhorar as relações na igreja. Isso formou um fundamento para uma atividade missionária com melhor êxito no futuro. O seu programa para a diocese, que para nós hoje tem um caráter mais conservador e fundamentalista, pode ser descrito de maneira seguinte: proteção e defesa da fé, luta com o diabo, salvação das almas, aceitação da vida religiosa pelos fiéis, manutenção das exigências evangélicas, defesa dos direitos da igreja. Mesmo como bispo, Norberto continuou sendo o pregador itinerante individualista ao serviço do Papa. O historiador Kaspar Elm pretende que a mentalidade de 30 Norberto estava impregnada por representações elementares de culpa e de penitência, de salvação e do último juízo, de luta entre Deus e Satanás pelas almas, de obras milagrosas de Deus através dos santos, da possessão dos pecadores por forças exteriores, do poder dos sacramentos, da dignidade do sacerdócio, da necessidade da Igreja para a salvação. O período de Norberto como arcebispo foi breve; além disso, durante a segunda metade desses oito anos, Norberto agiu mais no nível político das relações entre o Papa e o imperador. Não obstante isso, ele cuidou sobretudo da reforma do clero, da reforma das finanças diocesanas e da promoção da vida religiosa. Nesses campos ele conseguiu obter uma certa mudança, e colocar o fundamento para futuras ações missionárias. Sendo um homem formado por um seguimento bem concreto de Cristo e impregnado pelo ideal da vida evangélica, Norberto deve ser visto mais como renovador e reformador de uma forma espiritual de vida, do que como fundador de uma ordem. Pois essa forma espiritual de vida remonta à igreja primitiva de Jerusalém, e encontrou sua forma em Santo Agostinho. O que é que motivou Norberto para aspirar ao ofício espiscopal? A ambição? A obediência? A vontade de propagar a sua ordem? Em todo caso, ele quis impregnar o seu serviço episcopal pela imagem do ‘Bom Pastor’ que cuida de seu rebanho, e igualmente pela imagem do bom agricultor que elimina a erva má no seu campo e promove o bom crescimento. 3.4.2 O espiritual Na sua alocução aos bispos durante a sua visita aos Estados Unidos, o Papa falou o seguinte: “Se vocês levarem um modo de vida que se apoia em Cristo, o bom pastor, que se doou para os seus cordeiros, vocês estimularão os seus confrades sacerdotes a dedicarse novamente aos seus rebanhos, com uma magnanimidade semelhante à de Cristo. Para progredir, é preciso concentrarmos claramente na imitação de Cristo com respeito à santidade de vida. Devemos descobrir novamente a alegria de levar uma vida orientada para Cristo, de praticar as virtudes e de abismar-nos na oração. Quando os fiéis souberem que o seu pároco é um homem de oração e que dedica sua vida a eles, a resposta deles estará cheia de calor e carinho, de tal jeito que vai reforçar e alimentar toda a comunidade.”5 Embora que a urgência de nossas obrigações nos constranja por todos os lados, o tempo passado na oração não é desperdiçado. A adoração de nosso Senhor Jesus no Santíssimo Sacramento prolonga e intensifica a união com Ele, nascida na celebração eucarística. A contemplação dos mistérios do rosário escorre a sua força salvadora, pois ela nos põe de acordo com o Senhor. A fidelidade à oração do breviário assegura a santificação do dia inteiro, e nos recorda a necessidade de concentrar-nos na obra de Deus, não obstante as distrações e as urgências de certas atividades. Essa espiritualidade devota nos ajuda para atuar e falar “na pessoa de Cristo” (“in persona Christi”), ela nos ajuda para ensinar, guiar e santificar os fiéis em nome de Jesus, e para oferecer a todos os seus queridos irmãos e irmãs a sua reconciliação, a sua cura e o seu amor. Essa uniformidade profunda com Cristo, o bom Pastor tem muita importância para o nosso serviço pastoral. Se nos abrirmos na oração, ao 5 Durante a consagração episcopal do confrade Frans Daneels, no dia primeiro de maio de 2008, o cardeal Bertone citou umas frases dessa alocução. 31 poder do Espírito, receberemos do Senhor os dons necessários para cumprir a nossa missão inquietante, sem ficar preocupados com o que deveremos falar (Mt. 10,19). 4 Reflexões finais Gostaria de concluir esta meditação com uma referência à alocução do Papa na catedral de São Patrício de Nova Yorque. Ele referia-se à beleza e arquitetura dessa igreja, que no lado exterior quase desaparece no meio dos arranha-céus, porém, o seu tamanho interior é enorme. Da mesma maneira, eu me referi aqui à vida de São Norberto, que foi canonizado somente em 1582, ou seja 450 anos depois de sua morte, mas que tem muito que falar, para quem se esforça polindo na história dele para contemplar a sua vida. Então nos pode passar algo como na visita dum templo com janelas góticas. Do exterior, elas parecem inteiramente pardas, porém, no interior, atravessadas pelos raios do sol, elas mostram uma beleza imprevista. Na catedral de São Patrício de Nova Yorque, dirigindo-se aos diáconos, sacerdotes e religiosos, no dia 19 de abril de 2008, o Papa disse o seguinte: “Pela ordenação sacramental, vocês, queridos sacerdotes, se tornaram uniformes com Cristo, a cabeça do Corpo. Vocês, queridos diáconos, foram ordenados para o serviço a esse Corpo. Queridos religiosos e religiosas de vida contemplativa ou ativa, seguindo o Mestre Divino, vocês se consagraram a seu Evangelho com amor magnânimo e com total entrega. Todos vocês, junto com os irmãos e irmãs aposentados, idosos e enfermos, que se unem pela oração e pelo sacrifício a seu trabalho, estão chamados para fortalecer a unidade do corpo de Cristo. Vocês preparam a vinda do Espírito, pelo testemunho pessoal e pela fidelidade ao serviço ou apostolado confiado a vocês. Pois, o Espírito não deixa jamais de derramar os seus ricos dons, não deixa de suscitar novas vocações e missões; e segundo a promessa do Senhor, o Espírito não deixa de conduzir a Igreja para a plena verdade.” + Thomas Handgrätinger - Abade Geral 32 III NUESTRAS CONSTITUCIONES El abad José Wouters estudió en Roma espiritualidad y el derecho canónico. NUESTRA PROFESIÓN VIVIDA COMO EXPRESIÓN DE NUESTRO CARISMA (Const. n° 39-51) Tema de la serie: “artículos sobre la formación” La legislación canónica general prescribe en el canon 587 §1, que las constituciones de cada Instituto de vida consagrada deben determinar el contenido específico del compromiso contraido por sus miembros. Con ese encargo se quiere expresar y proteger la identidad y la vocación de cada Instituto. Para nosotros eso significa que nuestras Constituciones deben determinar más detalladamente el contenido de los votos que hacemos. Los cánones 599 hasta 601, de los cuales hablamos en la reflexión anterior ( octubre de 2005) describen solamente los grandes rasgos de un marco general, esbozando el contenido mínimo de cada consejo evangélico como obligación jurídica. Es evidente que estos cánones no pretenden presentar un proyecto que entusiasme para poder realizar la aspiración de una vida. A partir de unos ejemplos, se comprende luego que la identidad de la vocación propia de cada Orden religiosa o Instituto determina claramente las formas concretas de la práctica de los votos. En el contexto de la vida monástica, la consagración a Dios por el celibato, es sostenida por el silencio y la soledad, características de la vida monástica. El silencio y la soledad constituyen para la vida monástica, valores buscados que se experimentan como condiciones para una vida de oración y contemplación. Un modo de vida que se identifica con la pastoral (en la Iglesia) pide que la consagración al celibato sea experimentada de otra manera. Una forma monástica de vivir el celibato no combinaría bien con la vida de un religioso dirigido hacia la pastoral. Nos cuesta comprender que la práctica de la obediencia y el cargo mismo de Superior, en una congregación que se identifica principalmente por una actividad bien determinada, se distinguen de la obediencia en una Orden que se centra en la vida comunitaria. El espíritu de San Francisco no da el mismo color al consejo evangélico de pobreza que la espiritualidad de San Bruno. Es lógico que al iniciar un candidato en la forma de vida religiosa que lo atrae, se da mucha importancia a la manera específica y particular de vivir los votos. Le incumbe a los capítulos generales de aggiornamento de 1968 y 1970, la tarea de exponer la práctica de nuestra profesión premonstratense como una expresión de nuestra vocación e identidad. Con razón se toma como punto de partida la fórmula de profesión en su totalidad. La fórmula en nuestra Orden es la siguiente: “Yo, hermano NN, me entrego y consagro a la iglesia de NN, y yo prometo vivir una vida de conversión y de comunión, principalmente en la pobreza, la castidad consagrada y la obediencia, según el Evangelio de Cristo y la institución apostólica, 33 según la regla de San Agustín y las constituciones de la Orden Premonstratense, en presencia de padre abad NN, abad de esta iglesia y de los otros hermanos.” ORGANIZACIÓN DE LA MATERIA Son principalmente los números 39 hasta 51 que comentan la fórmula de profesión. En grandes líneas se sigue el texto de la fórmula de profesión. Sin embargo, no se comenta la expresión “según la regla de San Agustín y las constituciones de la Orden Premonstratense”. En el segundo capítulo se nos presenta el significado de la regla de San Agustín y de las constituciones; su subtítulo hace referencia a la fórmula de profesión, citando su comienzo: “Yo, hermano NN me entrego y consagro a la iglesia de NN“ Se trata de la donación de la persona como oblación a una comunidad determinada de la Orden, llamada ‘iglesia’, según la tradición de nuestra Orden. En el sentido más concreto, se trata de vincularse con una iglesia en la cual el culto es asegurado por un colegio de canónigos regulares.Ese culto no es puramente litúrgico, aunque las horas canónicas y la celebración eucarística tengan una importancia esencial en nuestra vida. Como el capítulo mencionado lo muestra, ese culto implica también una dedicación al servicio de la Iglesia como pueblo de Dios en su organización jerárquica, como también al servicio del mundo como comunidad humana que debe construirse. El núcleo de la vocación particular y de la identidad de nuestra Orden consiste en la experiencia de iglesia como comunidad, la vita apostolica, como fue descrita en los Hechos de los Apóstolos. Esa forma de vida se encuentra mejor explicada por la manera que San Agustin la llevó a la práctica: “En su vida y regla, nosotros encontramos una forma de pensar y de vivir hecha para conducirnos a Dios por el camino del amor. La unión fraterna está fundada según él, sobre la conciencia y la experiencia de la presencia de Dios en la comunidad y en cada persona humana en particular. Ella se manifiesta en diversas formas de comunión: de espíritu y de corazones, de los bienes poseídos en común, de las oraciones, de la vivienda compartida, de vida y del trabajo en común, conducido por el superior que está al servicio de la caridad.” (Const. n° 28). Hacer la profesión según la regla de San Agustín significa tener el propósito de dejarse guiar por la espiritualidad que formó, para las comunidades que él guiaba, el fundamento y la forma de organización. Su regla conventual es una expresión de eso. El término “comunión” tiene una importancia esencial en la descripción de nuestra consagración a la Iglesia. La donación de sí mismo a la comunidad concreta de una canonía se dilata en un compromiso con los alrededores inmediatos, y en una relación particular con la diócesis y su obispo, para desembocar finalmente en una comunión universal. En todos esos círculos se trata sobre todo de promover el aspecto comunitario de la vida de la Iglesia y de las personas. El segundo capítulo de las constituciones quiere determinar la identidad propia y la vocación propia de nuestra Orden; de tal manera responde a la intención esencial de las constituciones. Las palabras “según las Constituciones de la Orden Premonstratense”, usadas en la fórmula de profesión, no se refieren a una colección de normas; ellas expresan más bien la intención de modelar su vida por el carisma de la Orden, tal como ha sido formulado en las Constituciones. Los números de 39 hasta 51 de las Constituciones aplican la descripción de nuestro carisma a la práctica de cada consejo evangélico por separado. Se puede notar en el texto que en la 34 edición anterior (de 1970) se proponían tres fórmulas de profesión. La segunda fórmula no tenía la referencia a las Constituciones. La tercera fórmula mencionaba solamente el consejo evangélico de la obediencia. Al incluir esa tercera fórmula, el capítulo de aggiornamento se refería a una tradición más antigua según la cual sólo el voto de obediencia era expresado. La fórmula actual, conservada en la edición de 1994, remonta a la alta Edad Media, y especialmente a la reflexión de Santo Tomás sobre la vida religiosa. En ella los 3 consejos se encuentran según el orden clásico tomístico. El n° 42 presenta la vida religiosa a partir del voto de obediencia, como disposición a ajustar la vida entera a la Voluntad divina. Eso se explica por el hecho mencionado, de la presencia de la tercera fórmula en la edición de 1970. El religioso expresa esa disposición haciendo el voto de dedicarse en cuerpo y alma a Dios por el celibato y de seguir a Cristo por la pobreza voluntaria. Ese modo de vida es descrito como testimonio expreso del Evangelio, en la Iglesia y ante los hombres que todavía no conocen a Cristo. Al tratar de los consejos evangélicos, nuestras Constituciones siguen el orden clásico, y no el orden del Segundo Concilio Vaticano, que trata primero de la castidad, después de la obediencia y por último de la pobreza. La castidad en la vida religiosa ha sido considerada por el Concilio, como la característica de ese estado, que tiene como motivación de expresar el deseo muy expecífico de seguir a Cristo con un corazón indiviso. Significa una dedicación total al Señor, por una vida enteramente centrada en Él. El hecho que nuestras Constituciones y nuestra fórmula de profesión tratan primero de la pobreza, significa tal vez que la práctica de la pobreza tenga un lugar central en nuestra vida, - lo que, sin duda alguna, ha sido el caso en la historia de los canónigos regulares. El marco Fuera de los consejos evangélicos, prometemos por la profesión de llevar una vida de conversión (n° 41), de practicar esos consejos según el Evangelio de Cristo y la Institución Apostólica (n° 48 y 49), según la regla de San Agustín y las Constituciones de la Orden Premonstratense (n° 50). La sección que exponemos aquí, termina con una reflexión sobre la profesión y la felicidad humana (n° 51). El número 41 que explica la vida de conversión, ofrece un elemento importante para la comprensión de toda esa sección relativa a la profesión. La conversión es una respuesta a la vocación de vivir en unión con Dios y con los hermanos. En la línea de la visión agustiniana sobre la vida comunitaria, se considera que el amor de los hermanos es el signo por excelencia del amor de Dios. Por consiguiente, la conversión busca la autenticidad de la vida religiosa comunitaria. Ella es nada menos que la aspiración continua al amor fraterno y al servicio humilde. El número 48 caracteriza nuestra vida inspirada por el Evangelio como la communio fraterna, que constituye el medio ambiente y el fondo para la imitación de Cristo. El trasfondo bíblico referido es la comunidad ya formada por los apóstoles con Cristo, que bajo el impulso del Espíritu Santo se desplegó plenamente en la Iglesia apostólica. Aquí se desprende nuevamente que la vida apostólica se expresa en el término “communio”. El n° 50 subraya que la Regla y las Constituciones quieren orientar y apoyar ese modo de vida. 35 El título del número 51, “Profesión y felicidad humana” respira sin más una apologética típica de los años setenta del siglo pasado, - por lo menos en el Occidente, donde el cristianismo fue asociado con alienación y subyugación. Nuestra vida es caracterizada como la continuación, en medio de la gran sociedad humana, de la comunidad de los apóstoles en torno al Señor resuscitado. De esa manera, la vida apostólica es descrita como una experiencia actual, y no histórica, de una comunidad fraterna en torno al Señor que vive. Reflexión sobre cada consejo evangélico Después de leer las reflexiones precedentes, no debe sorprendernos que los consejos evangélicos también promueven la experiencia de la vida comunitaria apostólica, o sea la communio. La pobreza en nuestra Orden debe ser definita como la voluntad de renunciar a la propiedad de bienes personales a fin de poseer todo en común. Del bien común que se forma de tal manera, cada un debe recibir lo que necesita. Esa²práctica de la pobreza es designada en primer lugar como el fundamento de la vida en común. La comunidad se encarga de compartir con los pobres lo que tiene; así la repartición es antes que nada una obligación comunitaria, que puede ser asociada con sobriedad y trabajo. El aspecto ascético de la pobreza viene solamente en última instancia, a partir de la conciencia de la relatividad de la riqueza terrestre. Se da realce a la invitación de vivir como hombres “ordinarios” que deben trabajar y asumir las obligaciones de la sociedad civil. Encima de eso, la comunidad debe ser construida haciendo participar a todos en la riqueza espiritual de cada uno: los talentos y toda la persona. El celibato debe ser considerado como una condición para llevar una vida comunitaria realmente fraterna, que manifesta el amor de Dios en el mundo y promueve nuestra felicidad. El celibato en la vida religiosa supone una madurez afectiva para poder estar al lado de la gente de manera amable y cordial. Solamente en segunda instancia, las Constituciones señalan la mortificación y la ascesis necesaria para conservar la castidad (n° 42). Los números 45 > 47 que tratan de la obediencia, hablan sobre todo de la obediencia de la comunidad entera que quiere cumplir la Voluntad de Dios, y de las numerosas indicaciones de la Voluntad divina presentes en nuestra vida y actividad solidaria con los hermanos y dentro de la Iglesia. La última frase del número 46 es muy significativa cuando asegura que también por la obediencia tenemos un papel activo en la realización de la misión de la comunidad. Se describe la función del superior sobre todo como un servicio a la unión fraterna, como promoción del diálogo interno y del discernimiento comunitario de lo que debe ser hecho. El servicio de la autoridad, que exige de vez en cuando que el superior tome una decisión, debe sobre todo promover la construcción de una comunidad auténtica. De todo lo dicho anteriormente, será evidente que los candidatos para nuestra vida deben optar por la vida comunitaria y que su formación debe centrarse sin ambigüedad en esa forma de vida. La reflexión sobre nuestra manera de practicar los votos se profundizará por una lectura atenta y repetida de la regla: en ella San Agustín reflexionó y propuso las consecuencias de la vocación a la vita apostolica, en la vida concreta. Abad José Wouters 36 IV ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES LIVROS SOBRE A ORDEM PREMONSTRATENSE EM PORTUGUÊS Recentemente foram editados em português alguns livros, que focalizam vários aspectos da Ordem Premonstratense atuando no Brasil. 1. Em 1997, comemorando o centenário da Chegada dos Primeiros Premonstratenses ao Brasil (1896) e do Lançamento da Primeira Pedra do Seminário de Pirapora (1897), foi lançado um opúsculo intitulado: “História do Seminário Premonstratense de Pirapora do Bom Jesus” Na página 23 lemos a seguinte particularidade da História do Seminário: “Os irmãos matavam porcos e vacas para o consumo próprio num local da chácara mais ou menos apropriado para essa finalidade. Quando por volta de 1958 foi construída a nova ponte em Pirapora, o matadouro municipal, que estava na beira do rio Tietê, onde se pensava em construir a ponte, foi demolido. O matadouro do seminário servia então nos próximos anos, como matadouro municipal. No fim de 1972 veio uma fiscalização estadual inspecionar o matadouro. Resultado: ‘Tudo em ordem. Só faltam azulejos nas paredes!’ Apesar dessa sentença favorável, alguns dias depois apareceu no jornal um artigo com o título; ’Matadouro de Pirapora foi fechado.’ Por que? Porque não havia paredes para colocar os azulejos...!” 2. Ainda no fim do mesmo ano foram celebrados os 110 anos da elevação da Capela do Bom Jesus à dignidade de Santuário (1887) e o centenário da Criação da paróquia do Senhor Bom Jesus, em Pirapora (1897) e foi editado o livrinho: “História do Santuário de Pirapora do Bom Jesus” Da página 25 transcrevemos o seguinte: Aos 29 de novembro de 1942 Dom José Gaspar de Afonseca e Silva, Arcebispo de São Paulo, recebido por Côn. Eugênio Avivar y Avivar, o.prem, Pároco de Pirapora e pelo povo, benzeu quatro sinos. O casal Rodolfo e Faustina Pasqualim, moradores da Capital de São Paulo doaram os sinos e foram seus padrinhos. Cada sino leva gravado no flanco seu nome, seu peso e sua tonalidade, como também o número da fundição: Sanctus Rudolfus, 708 quilos e tom sol; Sancta Faustina, 367 37 quilos e tom si; Sanctus Oswaldus, 206 quilos e tom re e Sancta Marina, 143 quilos e tom mi. Em cada sino havia a inscrição seguinte: Rodolfo e Faustina Pasqualim, pais aflitos, suplicam a Deus. que, pelos méritos dos santos, seus filhos muito queridos Osvaldo e Marina sejam finalmente incluídos entre os habitantes do céu. Ano do Senhor 1942 Nesse texto gravado nos quatro sinos chamam a atenção as palavras ‘pais aflitos’. É que o casal Rodolfo e Faustina Pasqualim perderam seus filhos Osvaldo e Marina num acidente marítimo.” Saiu em 2006 a segunda edição. 3. No segundo semestre de 2005, publiquei, por ocasião dos 60 anos da minha entrada na Ordem Premonstratense (1945) o seguinte livrinho: “Oração de um Cônego Premonstratense aposentado...” No prólogo descreve-se a finalidade do livrinho: “...convido vocês a louvarem comigo o Senhor Deus, que durante mais de sessenta anos me cumulou de bênçãos e perdoou meus pecados. Ofereço-lhes este opúsculo como guia e inspiração de nosso agradecimento a Deus, dando ao mesmo tempo um pequeno panorama de vida premonstratense neste últimos cinqüenta anos...” 4. Celebrando em janeiro de 2007, cinqüenta e cinco anos da sua chegada ao Brasil (1952), o autor, inserindo um documento antigo sobre os primeiros vinte e cinco anos da Ordem no Brasil, escrito por Côn. Guilherme Adriaansen (1892-1958), escreveu o seguinte livro: História dos Premonstratenses: Averbodienses e Jauenses, atuando no Brasil 1896 – 2006 Num dos primeiros parágrafos, na página 20, lemos o seguinte: “Apesar disso ainda o demônio mexia com seu rabinho. No início de agosto de 1889, antes da festa do Senhor Bom Jesus em Pirapora, foi enviado ao Côn. Vicente Van Tongel uma carta anônima. Começava com um “Confiteor” inteiramente escrito em latim. Depois prossegue: “em nome da religião de Cristo, que eu confesso, venho alertar o Senhor: preste atenção e seja prudente, sua vida corre perigo: nas festas do Bom Jesus, eles querem acabar com sua vida, criando uma ou outra situação: eles querem roubar-lhe dinheiro, pois dizem que possui 50.000,00 cruzeiros. Juraram sua morte e se dividiram para realizar isso. 38 Aquela que lhe isso comunica é uma senhora piedosa, e, se não dá seu endereço, é por precaução. Que Deus permita que esses dados cheguem a tempo em suas mãos. A fim de que possa tomar as providências necessárias e salvar a tua vida... Aviso ainda que o atentado pode acontecer não somente durante as festas, mas também num outro dia. Simulando um doente que quer receber os sacramentos, eles conduzirão o Senhor na mata... Tome precauções. Que Deus conserve seus dias e castigue os assassinos. Depois das festas escreverei novamente e direi onde o Senhor pode me responder. Que te acompanhem Jesus, Maria e José. Os confrades ficaram muito preocupados com esta notícia e acharam necessário de avisar a polícia. Assim também o povo tornou-se ciente da ameaça e dia e noite guardaram a casa. A situação durou alguns dias até que Côn. Vicente conseguiu convencer-lhes que tudo era falso. Será que alguns queriam, como antes em Parnaíba, proibir a festa? Ou esperava-se que, depois da criação da paróquia de Pirapora, pudesse infundir no novo pároco medo, que o deixasse partir? Tudo ficou como era e aquela mulher devota nunca deu seu endereço prometido. Inteligência (!) da humanidade!” 5. Na Festa do Senhor Bom Jesus, 06 de agosto de 2007, ao comemorar 120 anos de Elevação da Capela do Bom Jesus à dignidade de Santuário (1887) e os 110 anos da Criação da paróquia do Senhor Bom Jesus (1897), foi editado o livro: Senhor Bom Jesus de Pirapora No capítulo “Milagres do Senhor Bom Jesus”, na página 69, encontramos o seguinte testemunho: “As centenas e centenas de padres, que nas confissões e na direção espiritual dos romeiros gastaram seus esforços e seu tempo, poderiam ser as testemunhas reais destes acontecimentos milagrosos, se não estivessem impedidos pela lei do segredo da confissão, que os obriga a calar e não abrir a boca. Esse silêncio não diminui em nada a grandeza dos milagres que se realizam nesses encontros. Mais tarde saber-se-ão quantas graças foram dispensadas nestas visitas à Imagem do Senhor Bom Jesus de Pirapora. Mas existem, no entanto, alguns fatos extraordinários que dificilmente podem ser explicados por caminhos normais da medicina ou da ciência moderna... Por volta de 1997, numa fazenda em Piracicaba, SP. um fazendeiro, ao entrar com o carro na sua propriedade, bateu na porteira, atropelou seu filho pequeno e passou por cima da criança. Desespero total naquele momento dramático! Levaram o menino ao hospital com poucas possibilidades de sobrevivência. Mas o pai, devoto fiel do Bom Jesus, rezou e suplicou. Vendo a situação da porteira caída em pedaços fez a promessa: “Se meu filho sobreviver, farei dos pedaços de madeira da porteira uma cruz e a levarei a Pirapora em agradecimento pela cura do menino.” A criança sarou. Os próprios médicos atestaram o fato milagroso, sem explicação na medicina. O Pai fez a cruz, levou a ao Bom Jesus de Pirapora e em frente ao Santuário tirou a foto para perpetuar o pagamento da promessa.” . Em 2008 saiu a segunda edição. 39 6. Na Festa de Páscoa da Ressurreição do Senhor, 23 de março de 2008, homenageando a atuação dos Religiosos Premonstratenses no Brasil durante o século XX, foi impresso o seguinte livro: Florilégio Premonstratense Entre os cem religiosos premonstratenses que no século XX viveram e atuaram no Brasil, o autor escolheu uns trinta, dos quais ele oferece uma breve biografia ilustrada com um acontecimento pitoresco de sua vida. Na biografia de Côn. Tomás Schoenaers (+1919), que no fim de primeira guerra mundial, voltou ao Brasil, como capelão militar e membro de uma missão militar belga, lemos na página 32 o seguinte: “De resto toda a Bélgica tem uma plena admiração pelos brasileiros. Um dia, tínhamos saído das trincheiras num momento da calmaria e fomos todos, nós belgas e os brasileiros, no total de uns quarenta militares, para a única venda ainda aberta numa cidadezinha atrás da linha de guerra. Atendeu-nos uma senhora, que me perguntou em flamengo o que queríamos. Pedi-lhe um conhaque. Ela serviu-nos essa bebida e interrogoume, cheia de curiosidade:“ De onde são esses oficiais? “ Respondi: “ São brasileiros!” Isto foi motivo de jubilosa atenção para a modesta vendedora, e como, prestes a nos retirarmos, lhe perguntássemos quanto devíamos, respondeu-nos: “Ora essa! Era o que faltava! Receber dinheiro daqueles que têm dado tanto pão aos belgas, que são tão nossos amigos, filhos desse país onde nossos soldados têm tão carinhosas madrinhas!“ No entanto a generosidade da boa senhora flamenga não lhe custou barato. Foram cerca de quarenta cálices de conhaque!... Além disso é preciso frisar que a ação das madrinhas brasileiras dos soldados belgas calou muito no espírito do povo belga. Essas senhoras estão cotadas entre as melhores madrinhas pela generosidade de sua caridade e por se corresponderem com os afilhados. E não imaginam como o soldado belga fica entusiasmado, quando recebe as cartas, escritas em francês, da madrinha brasileira.” Sobre o Ir. José Withofs (+1959), santo e escultor, o prof. Francisco Bueno Silveira atesta em seu panegírico, na página 88, o seguinte: “Irmão José entrou ma imortalidade, entrou na imortalidade espiritual porque, ao apresentar-se diante de Deus, ao ser perguntado pelo Anjo Inquiridor: ‘Que fizeste na terra durante a tua longa existência?’ – silenciou e em lugar de responder ao anjo, apenas lhe mostrou as suas mãos que trabalharam durante meio século para tornar Deus conhecido aos homens, para elevar os homens a Deus. Nesse instante, iluminou-se todo o céu, e como somente assim podemos compreender, num grande espetáculo divino, cada pedaço de madeira por ele esculpido na terra se transformou numa estrela, numa auréola de glória. O Irmão José entrou na imortalidade: entrou na imortalidade da arte que é o reflexo do próprio Deus através das qualidades humanas de cada um de nós. Durante os séculos que passaram, durante o tempo em que milhões de brasileiros subiram essa colina de Pirapora, perpetuamente, eternamente será lembrado o humilde escultor daquelas obras-primas, o artista imortal de São Norberto.” 40 7. Por ocasião dos 875 anos da morte de São Norberto foi impressa em 2009 uma breve biografia popular, com muitas representações artísticas da imagem do santo, intitulada: São Norberto em textos e imagens Do sexto capítulo, na página 33, transcrevemos o seguinte trecho: “Porque foi negada a real presença de Cristo na Eucaristia pelos reformadores protestantes e uma vez que Norberto foi considerado o defensor deste dogma, pelo seu grande combate contra Tanquelino, ele foi representado como um “santo eucarístico”. Em geral São Norberto é representado revestido do hábito branco dos cônegos premonstratenses e do pálio branco e levando a Santíssima Eucaristia (âmbula, cálice ou ostensório) na mão direita e na mão esquerda carrega o báculo de arcebispo. Este báculo com dois braços horizontais é típica cruz oriental reservada aos arcebispos, enquanto os bispos usavam um báculo com apenas um braço horizontal. Debaixo dos pés, Norberto aniquila o herege, Tanquelino. Essa apresentação foi determinada pelo fato, que no século XVII Tanquelino era considerado um herege, que teria negado a presença real de Cristo na Eucaristia.” Todos esses livros podem ser adquiridos na Secretaria do Santuário do Bom Jesus Rua Emereciana dos Santos Brito, 8 Centro 06550-000 PIRAPORA DO BOM JESUS SP Telefone: 11 - 4131 1440 e-mail: santuá[email protected] site: www.santuariopiraporasp.com.br Agradeço a Deus, que me deu o tempo, e a capacidade de escrever esses livros com o intuito de conservar para o futuro os fatos mais importantes realizados pelos premonstratenses, que atuaram no Brasil durante o século XX. Igualmente quero com esses livros também enaltecer para as futuras gerações as obras e a vida religiosa desses meus irmãos de hábito, que não pouparam forças para concretizar em suas vidas “a re-evangelização de seus votos, procurando sempre no evangelho o que significa ser-pobre, ser-virgem e ser-obediente em Jesus (e finalmente também neles mesmos).” Epílogo do livro ”Florilégio Premonstratense”. Pirapora do Bom Jesus, 06/06/2009. Comemoração dos 875 anos da morte de Nosso Pai São Norberto. Côn. Godofredo Chantrain o.praem. 41 V PASTORAL VOCACIONAL “Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer”. (Jô 15,16) “Crescendo na Verdade”, ou seja, viver em Cristo, verdade, caminho e vida. Esse foi o tema do último encontro vocacional realizado no Priorado N. Sra. Aparecida e São Norberto de Montes Claros – MG. Foram dois dias repletos de momentos riquíssimos (30 e 31 de maio/2009), seguidos de orações, palestras, dinâmicas e convivência fraterna junto a comunidade. Tudo visando ajudar o vocacionado a discernir melhor a sua missão dentro do seio da Igreja. Em um âmbito específico e de acordo com as necessidades atuais, levamos os jovens a uma reflexão de si mesmos para com Deus, suscitando-lhes a um diálogo com Pai do céu, em vista de uma resposta aos seus próprios ideais. Esse duplo movimento depende unicamente, da disposição pessoal que colocamos em aceitar ou não, a proposta comprometedora que o Senhor nos faz. Como cristãos batizados, somos chamados a ser sal da terra e luz para o mundo, buscando sempre anunciar com assiduidade o Cristo que é a verdade, Verdade absoluta e imensurável. O Fr. Michel Valério, residente em Montes Claros, resume em poucas linhas como se desenvolveu esse despertar vocacional: “Foi um trabalho de equipe com a colaboração de toda a comunidade e especialmente dos postulantes. Silvo e Jamilson foram os responsáveis pela ornamentação e animação. Diego introduziu o encontro com uma oração - Tiago e Leandro recitaram o terço vocacional norbertino - Julierme, Erlândio e Edney prepararam alguns momentos de reflexão, além de filmes e dinâmicas de acordo com o tema proposto: “Crescendo na Verdade”. As orientações iniciais partiram de Pe. Andrés (Promotor vocacional do Priorado de Montes Claros), que nos enviou todo o material sugestivo. O encontro teve a participação de 10 jovens e, contou ainda com a partilha testemunhal de Ir. Mariana (Superiora da congregação religiosa responsável pelo orfanato aqui em Montes Claros)”. Agradecemos ao Deus Trino, por todas as dádivas alcançadas no desenrolar desse despertar vocacional, proporcionando-lhes grandes motivações para a realização de muitos outros. Em união de orações, rezemos ainda pela perseverança de todos os jovens participantes. Que eles possam responder ao apelo incessante que Deus lhes faz, com imensa fidelidade. Finalizando, partilho as impressões de Fr. Michel Valério, relacionadas ao mesmo encontro, publicadas há algumas semanas atrás no site Norbal.org: “Foi um trabalho em equipe que alcançou satisfatoriamente seu objetivo: ajudar os vocacionados a discernirem sua vocação oferecendo-lhes conforto e hospitalidade”. Equipe de redação 42 43 “Eu estou no meu Pai, vocês estão em mim e eu estou em vocês”. (Jo 14,20) A morte bem aventurada de São Norberto - 1134. Vitral da Igreja Abacial de Postel - Bélgica 44