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Eles têm 30 anos ou menos e, cada
um em sua área de atuação, têm
revelado iniciativa, criatividade
e talento. Com espírito jovem,
rara motivação e abertura para
o novo, sobre eles repousa a
responsabilidade que cabe aos
transformadores: a de reinventar o
Brasil e assumir as rédeas de nosso
futuro. Você vai conhecer cada um
deles nas próximas 30 páginas
Coordenação editorial de Alex Ricciardi, produção executiva
de Gabriela Arbex, direção de arte de Duda Bottini e fotos de Marcelo
Spatafora, Marcelo Tabach, Maíra Coelho, Heudes Régis e Letícia Moreira
(com participação de Beatrice Teizen, Cintia Esteves, Lucas Borges Teixeira
e Mariana Saad Masotti)
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bruno queiroz
24 anos
MALLU MAGALHÃES
22 anos
Criador da The Original Cupcake
“Muitas empresas começam e terminam com a novidade.
Nós conseguimos passar pelo boom”, diz Bruno Queiroz
sobre sua marca de cupcakes, a The Original Cupcake.
Apesar de os bolinhos individuais não serem mais uma
moda, mas um novo hábito de consumo, a rede de quiosques está indo muito bem. Cresceu 40% no ano passado e
faturou uma média de R$ 12 milhões. “Abri a loja em
2009, quando conheci o cupcake lá fora e fiquei encantado pelo conceito, beleza e praticidade. Investi cerca de
R$ 40 mil em um quiosque, comprando o doce de um
revendedor. Um tempo depois, montei nossa primeira
cozinha, de 90 m²”. Atualmente são 26 unidades espalhadas por São Paulo e uma fábrica de 700 m², no
bairro do Ipiranga. Sempre atento às novidades, Bruno decidiu começar outra frente
de negócio que era febre no ano
passado: a The Original Cake, de
bolos caseiros, hoje com 26
lojas que vendem os dois
produtos, além de café,
água e sorvetes. “Estamos
expandindo a rede de
bolos para outros estados,
como Rio de Janeiro e
Belo Horizonte. Já os cupcakes comercializaremos
para todo o Brasil e também no varejo, em supermercados. Acabamos de
fechar um negócio com o
Sonda.” Para controlar a
expansão das duas marcas, criou uma empresa
— a NQZ Multi —, que
também é responsável
por uma rede de clínicas
de estética e outra de
reparos automotivos.
Com apenas 24 anos,
Bruno cuida de três
empresas e ainda tem
muito o que empreender
no futuro. BT
CANTORA E COMPOSITORA
marcelo spatafora
rafael lopes
cxxxxxxxx
Em um cenário musical, o brasileiro,
repleto de novas cantoras voltadas à MPB
tradicional e preocupadas em serem
aceitas por seus pares, Mallu Magalhães
vem sendo um sopro de renovação: ela é
pop, assume-se como tal, e, há alguns
anos, optou por viver e trabalhar longe do
eixo Rio-São Paulo. Aliás, muito longe:
junto com seu marido, Marcelo Camelo,
Mallu mora desde o segundo semestre de
2013 em Lisboa. “Adoro esta cidade, que é
pequena mas tem muita vida cultural. Aqui
posso fazer tudo a pé: vou a livrarias,
shows, parques, estúdio”, conta ela, feliz.
Mallu começou a compor aos 12 anos. Aos
15, conseguiu gravar quatro de suas
músicas e colocou-as na internet. No início
de 2008 apresentou-se pela primeira vez
em um show e, desde então, vem cativando
público e crítica a cada novo álbum
(quando seu CD Highly Sensitive foi
lançado nos EUA, o jornal The New York
Times disse que a brasileira “soa como se
estivesse cantando só para si mesma, e isso
a faz sedutora”). Seu grande projeto atual é
a Banda do Mar, que formou junto com
Camelo e o músico português Fred
Ferreira. “Sou eu que desenho todos os
cartazes do grupo. Hoje em dia o artista
tem de ter um papel mais ativo do que no
passado. Não dá para ficar contratando
pessoas que façam tudo por nós, sai muito
caro”, afirma Mallu. Até mesmo nisso ela
é, decididamente, moderna. AR
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igor faria
21 anos produtor
gabriel medina
21 anos Surfista
Aos 14 anos, Igor Faria já sentia a necessidade de escrever sua história no mundo dos
negócios. Começou a promover baladas no bairro da Mooca e conseguiu realizar oito
edições da festa em um ano. Hoje, aos 21, é diretor-geral da Rinaldi Produções, criada
por seu pai, no começo dos anos 90. A produtora é responsável pelo gerenciamento
e expansão do fenômeno Patati Patatá. Somente em 2014, a dupla de palhaços
movimentou mais de R$ 250 milhões no mercado, com shows, licenciamentos e
produtos. “Eu amo o setor de entretenimento e, em especial, o infantil, pois lidamos
com famílias e crianças todos os dias. Apesar de ser uma empresa da família, na qual
sempre tive participação, eu realmente gosto do que faço.” Poucos anos atrás, aos 17,
deixou de lado um futuro como jogador de futebol para entrar de cabeça na Rinaldi.
“Sempre joguei futebol por prazer e por acreditar que eu tinha talento para seguir
carreira. Em 2011, o Patati Patatá estreou no SBT e eu jogava profissionalmente em
Curitiba. Esse momento foi o divisor de águas para mim. O lado empresarial e a
chance de poder colaborar nessa nova empreitada falaram mais alto que o de atleta.”
Desde então, Igor não parou mais. Ele dirige os DVDs da produtora,
lidera novos projetos — como a série da dupla no canal Discovery
Kids e a representação dos Bananas de Pijamas no país —,
consolida as marcas da empresa e agora está investindo
no segmento de música gospel. “Quero continuar
acreditando e empreendendo. O céu é o
limite e a alegria, a essência”,
diz o jovem empresário,
cheio de ideias. BT
Damien Poullenot/ASP via Getty Images
Quem esperava que 2014 fosse o ano dos gramados para o Brasil, enganou-se: foi o ano do mar. No
centro das atenções não estavam 11 nomes famosos no mundo inteiro com a amarelinha, mas um
jovem de 21 anos sobre uma prancha. Assim Gabriel Medina terminou seu ano, como o número 1 do
mundo do surfe. Nunca antes o esporte tinha atingido um patamar tão alto com um brasileiro. Na
verdade, o paulista foi o primeiro surfista de língua não inglesa a ser campeão mundial (WTC).
Nascido em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, Medina começou a surfar aos 9 anos. Não
demorou para chamar atenção. Aos 15 anos, tornou-se o atleta mais novo da história a vencer uma
etapa mundial (ASP) e, aos 19, em 2012, estava entre os dez maiores do mundo, em sétimo lugar.
Mas 2014 foi sem dúvida o grande ano da sua carreira até então. Sagrou-se campeão do WCT no
Havaí com antecedência, nas quartas de final, superando ídolos do esporte como Kelly Slater e o
tricampeão Mick Fanning. A título de curiosidade, Slater também tinha 20 anos quando ganhou seu
primeiro mundial. Hoje, aos 43 anos, é o recordista absoluto com 11 títulos. Quem sabe daqui a 22
anos, em 2037, Medina não tenha ultrapassado o norte-americano? O caminho está traçado. LBT
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FELIPE CATALDI
E LUAN GABELLINI
25 anos
luan santana
23 anos
FUNDADORES DA
BETALABS
O sertanejo está presente na vida de
Luan Santana desde os 3 anos de
idade. Bem pequeno, em sua cidade
natal, Campo Grande (MS), ele
chamava atenção da família e de
amigos ao cantar clássicos como
“Chico Mineiro” de forma correta e
afinada. Com 14 anos, fez uma
apresentação amadora numa festa
com a música “Falando Sério” (da
dupla sertaneja João Bosco e
Vinícius). Um amigo do cantor filmou
e postou o vídeo no YouTube, que se
espalhou rapidamente e foi mais do
que aprovado pelo público, que
passou a pedir a música em rádios do
Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e
Paraná. Dois anos depois, em 2007,
subiu ao palco pela primeira vez. O
sucesso foi confirmado. Em 2009, a
agenda do cantor fechou com 300
shows realizados em todo o Brasil.
Hoje, aos 23 anos, a paixão continua a
mesma, mas os números não param
de crescer: além de oito CDs lançados
e mais de 30 prêmios recebidos, o
cantor possui uma fama sem igual nas
redes sociais com mais de 1 milhão de
inscritos no YouTube e 14 milhões de
fãs no Facebook. Apesar de já estar
envolvido no mundo da música
sertaneja desde muito novo, as
influências são variadas. Zezé Di
Camargo & Luciano é o que não falta,
mas Coldplay, Taylor Swift, Bruno Mars
e Nickelback não ficam para trás.
O enorme sucesso faz com que Luan
Santana seja um dos grandes
destaques do sertanejo universitário
ao redor do mundo: o cantor já se
apresentou nos palcos de Londres
e de algumas cidades dos
Estados Unidos. MSM
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letícia moreira
cantor sertanejo
Em 2010 — último ano de
seu curso de administração de
empresas na Fundação Getulio
Vargas (FGV/EAESP) —, ao
identificarem como promissor
o mercado de cloud computing
(computação em nuvem), os
jovens Felipe Cataldi e Luan
Gabellini (ambos, à época, com
21 anos de idade) decidiram criar a
Betalabs, uma companhia especializada no
desenvolvimento de sistemas de gestão
empresarial (ERP), e-commerce e softwares
sob medida em cloud computing. Eles
conciliavam o negócio com seus estudos e
respectivos trabalhos: Cataldi era trainee no
Itaú-Unibanco e Gabellini, gerente de captação
internacional no Banco BBM. “O mercado de TI
[Tecnologia da Informação] encontrava-se, de
modo geral, carente de boa gestão, de bom
atendimento e passava por um processo
enorme de mudança de paradigma com o
surgimento do cloud. Foi a oportunidade
perfeita para que pudéssemos abrir a
empresa”, lembra Gabellini. Eles investiram
todo o salário que ganhavam no novo
empreendimento, que começou a apresentar
lucro já no primeiro mês. Em meados de 2011, a
vontade de estar cada vez mais próximos do
próprio negócio falou mais alto e os dois
decidiram deixar seus empregos no ramo
bancário para se dedicar integralmente ao
projeto. “Começamos com uma salinha
pequenininha de 40 m² e dois funcionários; um
ano depois, em 2012, pegamos outra sala e
dobramos de tamanho, já com 15 funcionários;
mais um ano se passou e mudamos
novamente, dobramos de tamanho e já
atingíamos mais de 25 funcionários. Hoje
estamos com mais de 35 pessoas na equipe
e atendemos 180 clientes”, comemora
Cataldi. O faturamento da Betalabs em
2014 foi de R$ 4 milhões. AR
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THIAGO
CASTANHO
27 anos CHEF
Deu no New York Times: em 2014 um
jovem chef paraense foi tema de
uma matéria de primeira página no
jornal americano – e isso exatamente
no dia em que, no Brasil, acontecia o
segundo turno das eleições daquele
ano. A proeza foi conseguida por
Thiago Castanho, que nos seus dois
restaurantes em Belém (o Remanso
do Peixe e o Remanso do Bosque)
pratica uma gastronomia calcada em
sabores nativos. Frutas e ervas da
Amazônia, além de peixes dos rios
da região, são seus principais
ingredientes, e não raro ele
surpreende — como quando oferece
pratos que levam queijo feito de leite
de búfalas da Ilha de Marajó ou serve
um coquetel de sua autoria que
mistura cachaça e jambu, uma erva
com propriedades anestésicas.
“O Brasil, em se tratando de
gastronomia, é aquele adolescente
que quer viver a vida intensamente,
ansiosamente”, diz. “Sinto que
a tendência no país é a
descentralização da localização dos
melhores restaurantes; isso vem ao
encontro de uma demanda dos
próprios clientes, que antes diziam
só haver estabelecimentos de alto
nível no exterior ou no eixo Rio-São
Paulo, mas que hoje mudaram essa
percepção.” Por sinal, na lista dos
maiores chefs da América Latina
feita pela revista britânica Restaurant,
Thiago é o único brasileiro que
trabalha fora desse eixo Rio-São
Paulo. E quais serão seus próximos
passos? “Quero seguir construindo
uma equipe sólida em meus
estabelecimentos, com capacidade
criativa, sem precisar ‘importar’ mão
de obra de outros estados”,
responde. Penso em abrir uma
escola técnica que prepare pessoas
para esse mercado. E também abrir
outros restaurantes, com outros
conceitos, em Belém,
no médio e longo prazo.” AR
MARINA RUY BARBOSA
19 anos ATRIZ
marcelo spatafora
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Tadeu Brunelli
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Sim, seu nome deixa claro: ela é tetraneta do
jurista Rui Barbosa, personagem importante da
vida política nacional durante os primeiros
anos
da República. Talvez seja dele que Marina Ruy
Barbosa tenha herdado a facilidade para o
estudo de línguas (aprendeu um pouco de
sueco e de grego, por exemplo, visando
interpretar personagens) e o gosto pela música
clássica (em 2010, durante um programa de
TV, tocou Beethoven no piano que pertenceu à
sua tataravó Maria Augusta, esposa do
antepassado famoso, durante uma visita à
Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de
Janeiro). No entanto, seus belos cabelos ruivos
— dos quais é extremamente zelosa, e que
denotam o cuidado que tem com a própria
imagem — dão pistas do quanto Marina é
alguém de nosso tempo: “Tenho bastante
calma na gestão de minha carreira, mas sei
bem o que quero. Vejo o teatro muito presente
em meu futuro profissional, por exemplo.
Também pretendo cursar uma faculdade de
cinema”, relata. Ela, por sinal, já estreou nos
palcos, em um musical, e foi bastante elogiada
por sua performance. Também apresentou um
programa infantil. Atualmente, Marina dá vida
a uma das principais personagens de Império,
novela da Rede Globo. Mas 2015 está longe de
resumir-se a isso para ela: “Tenho me dedicado
a dois projetos para a TV, além da novela. Não
posso falar a respeito no momento, mas estou
bastante entusiasmada. AR
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Ator e músico
Empresária
Com a inquietação típica da juventude,
Chay Suede — ou Roobertchay
Domingues da Rocha Filho, nome
inventado pelo avô e herdado do pai —
reconhece que 2014 foi um ano especial.
O garoto que ganhou certa notoriedade
ao conquistar o quarto lugar do reality
show musical Ídolos, em 2010, na Rede
Record, participou da novela e da
boyband Rebeldes, formada na
sequência, e foi apresentador de
televisão, lembra que o ano começou
devagar. “Eu estava em busca de novas
possibilidades, mas não imaginava o que
estava por vir”, conta.E o que veio
mudou sua vida. O convite para um teste
e a conquista do personagem do
comendador José Alfredo na primeira
fase de Império, novela do horário mais
nobre da TV Globo, virou seu mundo de
cabeça pra baixo. Um processo que
começou com a mudança temporária de
São Paulo para o Rio, passou por uma
rotina intensa de trabalho que foi até o
dia da estreia, e culminou com o sucesso
nacional. “Fiquei muito feliz de
interpretar um herói diferente dos
tradicionais, diz. A repercussão abriu
caminho para a concretização de vários
outros sonhos e projetos. Um deles foi
conhecer o ídolo Caetano Veloso. O
outro foi garantir um papel de destaque
na próxima novela da Globo, Babilônia,
que tem estreia prevista para março.
Nela, Chay vai viver o filho de um casal
gay formado pelas atrizes Fernanda
Montenegro e Nathalia Timberg. “Estou
ansioso”, confessa. Tem, ainda,
na agenda deste ano, Menino do Rio,
filme de Bruno Barreto que deve estrear
nos últimos meses de 2014. “Gosto de
fazer várias coisas ao mesmo tempo”,
conta o garoto, que canta, toca, atua,
anda de moto e, entre um e outro, pensa
em empreender. Chay já foi, por um
tempo, dono de um restaurante em
Vitória. Alguma nova ideia na cabeça?
“Tenho, mas ainda não posso contar.”
Ok, vamos ter que deixar para uma
próxima entrevista. GA
A empresária e musa fitness Bella Falconi,
de 29 anos, tem motivos de sobra para
sorrir. Nascida em Belo Horizonte,
vive nos Estados Unidos há
oito anos e segue um estilo
de vida saudável —de
exercícios e alimentação —
desde 2011. “Eu era bastante
sedentária, comia mal e esquecia
da minha saúde. Tive pedra nos
rins cinco vezes e colesterol alto
por alguns anos. Precisava mudar
de vida”, conta. Durante o processo,
baixou o Instagram e começou a
postar fotos de academia e receitas.
De repente, milhares de pessoas
passaram a segui-la e, hoje, a mineira
conta com 1,2 milhão de seguidores e mais
de 500 mil curtidas no Facebook. “Fiquei
muito surpresa no início, não achei que
repercutiria tanto. Tenho muito orgulho de
ter sido uma das pioneiras desse ramo nas
redes sociais.” No mundo dos negócios, tem
uma infinidade de projetos. Realizou
recentemente um de seus sonhos e abriu
uma academia, a VFlex, nos EUA. “Não foi
fácil investir em um negócio novo, mas eu
não imagino a minha vida profissional
dedicada a outro mercado que não fosse
esse. Decidi arriscar e está dando super­
certo. A academia tem a minha cara, é o
meu universo”. Além do espaço, a atleta tem
uma loja on-line, que leva seu nome e vende
uma série de produtos licenciados, como
linha de óculos da Mormaii e acessórios
esportivos da Vollo, e suas marcas próprias:
a Vitaflex (rede americana de lojas de
suplementos) e Mega Store (loja de
cosméticos). Bella também cursa nutrição,
dá palestras sobre motivação, lançará um
livro neste ano e está na fase mais
importante de sua vida: grávida de seu
primeiro rebento, uma menina. “No
momento, minha prioridade número um é
ser uma ótima mãe. Vou viver um dia de
cada vez, sem me preocupar com o corpo.
Tudo se ajustará normalmente”, diz,
radiante. BT
marcelo spatafora
Bella Falconi
29 anos
Globo/Renato Rocha Miranda
CHAY SUEDE
22 anos
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FABIANA JUSTUS
28 anos
RENE SILVA
21 anos
EMPRESÁRIA (POP UP STORE)
marcelo tabach
PRESIDENTE DA ONG VOZ
DAS COMUNIDADES
marcelo spatafora
Personalizar a marca de sua empresa e
assim se distinguir em um mercado competitivo;
projetar o próprio estilo de vida nas peças de roupa que
produz e vende, de forma a que todos percebam que
esses itens são uma extensão de um estilo próprio; e
por fim adotar uma estratégia de vendas pulverizada
— lojas físicas, loja on-line, redes multimarcas. Esses são
alguns pontos de um plano de negócios concebido por
Fabiana Justus quando ainda cursava o MBA em
negócios da moda e varejo na Universidade Anhembi
Morumbi. Era um projeto tão bem delineado que
acabou por transformar-se em algo mais que um
simples trabalho de conclusão de curso (TCC):
transformou-se na Pop Up Store, uma marca de
vestuário que já conta com cinco lojas, além de estar
presente em 150 magazines pelo país. “Embora hoje eu
me dedique bastante à parte criativa do processo, não
sou estilista, mas sim empresária”, frisa ela. “Sempre
quis ter meu próprio negócio. Começamos, eu e minha
sócia Dani Mattar, com uma primeira loja na Rua Oscar
Freire, em São Paulo. Varamos a noite diversas vezes
montando o estabelecimento, ficando mais tempo lá do
que nas nossas casas. Foi aí que percebemos que
realmente havíamos criado um empreendimento, e
nossas vidas nunca mais iam ser as mesmas.” Fabiana
divulga a Pop Up Store pela sua conta no Instagram
(onde tem mais de 210 mil seguidores) e da conta da
própria marca (110 mil seguidores) — é ela quem
administra ambas. Além disso, há seu site e o da loja,
páginas no Facebook etc. “Quando você tem uma
empresa, nunca mais dorme 100% tranquila. Você se
sente responsável pelo rumo que a companhia irá
tomar e também pelos empregos que gera. São muitas
preocupações... E eu tinha só 23 anos quando comecei
tudo, uma garota muito precoce”, lembra ela. AR
“Sempre gostei muito
de ler jornais e revistas.
Mas nunca via minha
comunidade representada
em um jornal de grande
circulação, pois esses veículos na maioria das vezes
só falavam de nós quando ocorriam tiroteios por aqui.” É assim que Rene Silva relata o
início de seu contato com a palavra escrita; logo ele
começou a usá-la para defender os moradores do Morro
do Adeus, na Zona Norte da capital fluminense, onde até
hoje mora. Aos 11 anos, criou um pequeno jornal voltado
ao bairro e passou a cobrar serviços públicos melhores
para o lugar. Em 2010, um episódio marcou sua vida: as
Forças Armadas ocuparam o Complexo do Alemão
(onde fica o Morro do Adeus) e Rene relatou via Twitter,
em tempo real, o que estava acontecendo. “Eu tinha
cerca de 600 seguidores no meu perfil pessoal e 180 no
do jornal que editava; de repente, o número de pessoas
que me acompanhava pulou para 10 mil, enquanto o do
jornal chegou a 35 mil seguidores em menos de 24
horas.” Desde então ele segue usando sua proeminência
para trazer recursos, públicos e privados, para seu
bairro e outras comunidades carentes do Rio de
Janeiro. Ano passado, participou como palestrante
do Simpósio Internacional sobre Conexão Digital,
na universidade americana de Harvard. Antes disso,
em 2011, foi escolhido o melhor produtor de
conteúdo no quesito Inovação pela Shorty Awards,
uma espécie de “Oscar” do Twitter. Rene pretende
continuar militando em prol do Morro do Adeus: “Concluí
o ensino médio em 2013, aproveitei 2014 para aprender
inglês e frequentar cursos ligados ao jornalismo”. AR
CAMILA COUTINHO
27 anos Blogueira
Éverton Ribeiro
25 anos
A recifense Camila Coutinho ama
comunicar-se. Por meio de seu
blog, o Garotas Estúpidas, mostra tendências,
looks, viagens e as mais variadas dicas de
beleza. Aliás, foi a pioneira no conceito de
veículo de moda no Brasil. “Criei como uma
brincadeira, aos 18 anos, para trocar matérias
de blogs internacionais com as minhas
amigas.” O que era para ser uma diversão,
hoje é um negócio sério e muito bemsucedido. Tem 6 milhões de visualizações por
mês e está em quinto lugar no ranking dos
99 blogs de moda mais influentes do mundo.
A vida da it girl, que tem 1 milhão de
seguidores no Instagram, é repleta de
viagens e reuniões. Esteve, recentemente, na
Rússia e já foi também para Dubai, Paris e
Londres, sempre a trabalho. Agora, dedica-se
a uma nova atividade relacionada ao blog,
seu canal no YouTube. Criou quadros, como o
“De Carona”, no qual entrevista famosos
dentro do carro, e o reality “Cami e Vic Take”,
ao lado de sua amiga Vic Ceridono, editora
de beleza da Vogue. Camila assina também
coleções de sapato com a Dumond, roupas
com a Riachuelo e Malwee e campanhas para
a Nivea no Nordeste. “Sempre gostei muito
de misturar peças de grife com roupas mais
acessíveis. Acho que essa versatilidade ajuda
no sucesso e crescimento do blog.” Para o
futuro, a morena quer que o Garotas
Estúpidas se firme cada vez mais como uma
veículo de comunicação e está investindo
na imagem pessoal. “De uns três anos
para cá, começaram a procurar pela
pessoa Camila. Estou adorando
trabalhar o meu nome, assinar linhas
e planejar parcerias.” BT
Jogador de futebol
O futebol está tão enraizado na nossa cultura que quase
toda criança tem um time de coração e um ídolo dentro de
campo. Destacar-se jogando bola já é um sonho para a
maioria dos meninos por aqui. Mas e, aos 25 anos, já ter
dois títulos nacionais com um dos maiores clubes do país
enquanto ganha o prêmio de craque do Brasileirão dois
anos consecutivos? Conheça Éverton Ribeiro. O Cruzeiro
sagrou-se tetracampeão brasileiro no ano passado com
duas rodadas de antecedência. Foi o segundo ano
consecutivo em que o clube mineiro levantou a taça antes
do fim do campeonato. No meio, o jovem paulista era
um dos destaques do elenco, tanto que ganhou o prêmio
em 2013 e 2014. A habilidade do atleta não passou
despercebida por Dunga, que o convocou pela primeira vez
para a seleção principal em um amistoso contra a
Colômbia, em setembro. Para a sorte dos cofres do
Cruzeiro, mas para a tristeza da torcida, o mundo também
ficou de olho no meia. Em janeiro deste ano, Éverton foi
vendido ao Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, por cerca
de 15 milhões de euros (algo como R$ 46 milhões), dos
quais quase 9 milhões de euros (R$ 27 milhões) ficaram
com o time da Toca da Raposa, que detém 60% do passe.
O jogador deve ficar no Oriente Médio até 2018, ano da
Copa da Rússia. Com as mudanças frenéticas do
mercado da bola atualmente, é difícil prever
onde de fato ele estará jogando. Mas se
o nível do meio-campista se mantiver,
não seria nada improvável vê-lo
vestindo a camisa da seleção. LBT
letícia moreira
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Pedro Vilela/Getty Images
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MARIANA PENAZZO E BARBARA DINIZ
27 e 29 anos FUNDADORAS DA DRESS & GO
tiago abravanel
27 anos
Trata-se do primeiro endereço virtual brasileiro que aluga vestidos de festa assinados por
grandes estilistas. A Dress & Go é uma iniciativa brilhante em sua simplicidade, e que vem
trazendo reconhecimento e sucesso às suas criadoras, Barbara Diniz e Mariana Penazzo.
“Oferecemos o closet dos sonhos de qualquer mulher, com vestidos e acessórios para todas as
ocasiões, a preços superacessíveis”, diz Barbara. Mariana é quem conta como tudo começou:
“Eu estava na casa da Barbara, experimentando alguns vestidos dela para um casamento. Foi
quando tivemos a ideia de oferecer tal serviço às mulheres — vestidos de estilistas
consagrados disponíveis por uma fração de seu preço em loja. No dia seguinte, navegando em
sites ingleses, descobri que isso já existia em Londres, e logo em seguida tomamos
conhecimento de uma loja on-line americana de sucesso no setor, a Rent The Runway.
Decidimos então apostar no formato.” Juntas elas adaptaram a iniciativa ao Brasil, criando um
modelo de negócios que contempla desde a limpeza das peças, possíveis danos aos vestidos,
escolha do tamanho adequado de roupa até a possibilidade de a cliente se apaixonar pelo item
que alugou e decidir comprá-lo. “Acredito muito na moda nacional. Nossos estilistas têm uma
mão incrível para desenhar e criar, e ninguém como eles sabe exatamente como valorizar cada
detalhe do corpo da mulher brasileira.” AR
Ator e cantor
marcelo spatafora
maíra coelho
Ser descendente de um dos maiores
nomes da comunicação no Brasil deve abrir
muitas portas e tornar fácil a trajetória no
meio artístico. Se é isso que você pensa de
Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos, está
enganado. O paulista estreou no teatro aos
17 anos no musical TeenBroadway, em
2004. Seis anos e quatro peças depois, viu
uma oportunidade que mudaria sua vida:
audiência para o papel principal em Tim
Maia — Vale Tudo. “Quando cheguei lá, o
diretor estranhou: paulista e branco, mas
fui o primeiro a me apresentar e, depois,
ele disse que sabia que seria eu”, conta
Tiago. O musical foi sucesso de crítica e
público ao redor do país e projetou o ator,
então com 24 anos, nacionalmente. Foi
quando entrou para a televisão, em Amor e
Revolução, do SBT, para depois ser
contratado pela Globo. Sua voz também
chamou atenção e ele passou a ser
convidado para cantar em eventos e festas
com a banda do musical. As apresentações
foram crescendo e, de repente, Tiago teve
de fazer as contas para ver se havia espaço
para mais uma tarefa na sua paleta
artística. No final do ano passado, o jovem
paulista lançou seu primeiro single, Eclético,
título que não poderia vir mais a calhar.
“Ele fala do que eu sou, essa mistura.”
Agora, seu dia a dia é uma correria.
“Praticamente moro dentro do avião”,
brinca. Sem pressa, Tiago diz que pretende
fechar o repertório do seu primeiro disco
para lançá-lo no final do ano. Sobre
substituir o avô, que procura sucessores
para se aposentar, à frente de um
programa de auditório no SBT, ele não
comenta: “Estou bem feliz na Globo” —
embora assuma que quer trabalhar com
televisão ao vivo. Pelo visto, genética e
talento ele tem de sobra. LBT
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Lucas Lucco
23 anos Cantor
Foi por meio da internet que uma das vozes mais
conhecidas do sertanejo atual foi descoberta. Lucas
Lucco costumava postar seus vídeos no YouTube há
cerca de dois anos, quando seu empresário o
encontrou. Apesar disso, em sua opinião, o
reconhecimento só apareceu de verdade quando ele se
tornou o “Mozão”, título de uma de suas músicas mais
famosas. Nascido no interior de Minas Gerais, o cantor
de 23 anos tem um pai radialista, que é, inclusive, uma
das maiores inspirações de sua vida e sua carreira —
sentimento reforçado na música “11 Vidas”, feita em
homenagem a ele. “Quando pequeno, treinava locução
no banheiro, mas logo outros caminhos chamaram
minha atenção”, conta. Quem pensa que na vida de
Lucas Lucco só há espaço para música sertaneja
está enganado: entre suas influências estão
nomes como Cazuza, Legião Urbana,
Coldplay, Soja, Lil Wayne. O cantor possui
mais uma grande paixão. “Amo exercícios
físicos. Musculação, corrida, trilhas de
bicicleta, gosto de conhecer cachoeiras e
de estar em contato com a natureza.”
Hoje, após ter se tornado fenômeno
nacional e com cerca de 20 shows
mensais, o jovem mineiro afirma com
certeza que 2014 foi o melhor ano de
sua vida. A ideia de criar novos
projetos e surpreender o público
com novos trabalhos é seu grande
combustível. “Pretendo gravar
meu segundo DVD, lançar
músicas inéditas. São tantas
ideias.” Para ele, só há
uma explicação para
o sucesso: “Coisa de
Deus”. MSM
Helena Bordon
28 anos Blogueira
Ique Esteves
marcelo spatafora
Helena Bordon cresceu no mundo da moda. Sua mãe,
Donata Meirelles, trabalha no ramo desde cedo e sempre
levou a filha em suas viagens. Aos 7 anos, ia para Milão e
Paris e ficava encantada com os showrooms de Dolce &
Gabbana e Valentino. Arriscou seguir outro caminho, mas
não teve para onde correr. “Logo após a escola, comecei a
cursar publicidade e cheguei a estagiar na DM9. Resolvi
que queria fazer algo diferente e até tentei fugir da
moda.” Após um ano de faculdade, foi para Londres
estudar administração e trabalhou na área de promoções
e eventos da renomada Selfridge. “Aprendi muito durante
os dois anos e meio que fiquei por lá e voltei só para abrir
a 284”, conta, referindo-se à marca jovem e mais acessível
da Daslu, que criou ao lado de Luciana e Marcella
Tranchesi, em 2008. No começo deste ano, a jovem
empresária resolveu deixar o negócio para dedicar-se
100% ao site. “Quero que meu nome vire uma marca.
O meu site é uma curadoria de tudo que eu acho bacana.
Mostro meu lifestyle, minha visão sobre a moda, viagens...
Também estou investindo muito no mercado internacional
para que o portal seja cada vez mais uma referência
mundial.” E esse esforço já está trazendo resultados. São
300 mil visitantes únicos e 2,5 milhões de pageviews por
mês — 25% correspondendo a cliques fora do Brasil. No
Instagram, Helena conta com mais de 450 mil followers e
está sempre fazendo parcerias e linhas de produtos com
marcas, como Hope, Lool e Martha Medeiros. Um exemplo
para suas seguidoras, tem presença constante na primeira
fila dos desfiles mais bacanas das semanas de moda e não
deixa de lado o trabalho e celular. “Como não consigo ir
todos os dias ao escritório, tenho um grupo no Whatsapp
com a equipe do site para monitorar tudo.” BT
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joão pedro motta
19 anos
PEDRO FRANCESCHI E HENRIQUE DUBUGRAS
18 e 19 anos FUNDADORES DA PAGAR.ME
Criador do Plaay
Aos 19 anos, João Pedro Motta é um
garoto hiperativo. É, também, um poço de
ansiedade (que o confirmem as cinco
visitas diárias que faz ao McDonald’s).
Mas o fator que mais o diferencia é sua
habilidade em entender o mundo virtual.
Começou a destacar-se ainda garoto. “Um
dia, lancei o blog Web Dicas para escrever
sobre tecnologia e dar dicas de apps e
tutoriais. Era um espaço em que eu podia
falar dos meus programas com
credibilidade. Isso foi o diferencial do site
por muito tempo, pois como era eu que
criava boa parte do que postava, era
sempre uma novidade exclusiva.” Por seu
talento na programação, foi procurado
para trabalhar em grandes empresas,
como Google e Twitter. “Não aceitei,
queria focar nas minhas criações. A
liberdade de tentar, errar e tentar de novo
era algo que me agradava muito.” Até que
um dia, depois de juntar dinheiro e vir
para São Paulo — João é de Governador
Valadares, interior de Minas Gerais —,
criou o Plaay, um app de streaming.
“Minha empresa surgiu da necessidade de
existir um serviço que unisse rede social e
música no país. Sabíamos que os grandes
players iriam chegar ao mercado —
Spotify, Deezer, entre outros —, mas isso
não nos intimidou. Tínhamos em mente
um público-alvo bem definido (jovens, da
classe C) e a noção de como atingi-lo.”
Inicialmente, o app foi colocado no
mercado sem investimento. Ganhou
usuários e, com isso, uma marca
patrocinadora. Seis meses depois,
recebeu aporte do Grid Investments. Já
tem dois outros apps em testes, que estão
funcionando bem. Por tudo isso, João
ainda quer começar uma graduação,
já que está 100% focado no Plaay, nas
outras criações e preparando-se para
lançar uma nova empresa, voltada ao
mercado publicitário. BT
marcelo spatafora
marcelo spatafora
Stanford pode esperar, principalmente quando o que está em jogo é uma startup com
potencial para agilizar os pagamentos on-line. É o caso da Pagar.me, solução digital voltada
aos empreendedores virtuais: a ferramenta atua como facilitadora entre as empresas e toda
a burocracia que elas enfrentam para receber por seus serviços e produtos. Seus criadores,
Henrique Dubugras e Pedro Franceschi, foram aprovados na universidade situada no Vale do
Silício, porém resolveram trancar matrícula (por enquanto) para se dedicar à Pagar.me. Eles,
por sinal, têm história no empreendedorismo digital: “Comecei a programar quando
tinha 12 anos de idade”, lembra Dubugras. “Aos 14, trabalhei em uma empresa que
vendia ingressos on-line. Aos 15, com dois amigos, criei um site que ensinava o
processo seletivo de universidades americanas, o qual recebeu um aporte de
R$ 30 mil da Fundação Lemann.” A trajetória de Franceschi não é menos
impressionante: “Eu comecei a programar com 9 anos. Aos 12, fiz o primeiro
desbloqueio de um iPhone 3G do mundo. Com 14 traduzi o assistente
pessoal da Apple (Siri) para o português. Devido à minha experiência com
segurança em iPhones, fui chamado para trabalhar na empresa que cuida
da parte móvel da operadora de cartões Cielo, onde aprendi bastante
sobre a indústria de pagamentos”. Após se conhecerem em um debate
no Twitter, resolveram unir talentos. A Pagar.me recebeu aporte de
mais de R$ 1 milhão do Arpex Capital e da Grid Investiments.
Companhias como Endeavor Brasil, Catarse, Ingresse.com e
Geração de Valor já a usam. Até o fim de 2015, a expectativa é
que sejam transacionados mais de R$ 500 milhões por
meio de sua ferramenta. AR
Caio guimarães
24 anos inventor
Lais Tavares
25 anos Designer
“Eu já nasci curioso”, diz o jovem de 24 anos que adora tocar violão e
que está prestes a se apresentar na Photonics West, uma das maiores
feiras de tecnologia do mundo, em São Francisco. E foi por conta
disso que Caio Guimarães chegou onde está hoje. Por meio do
Ciências sem Fronteiras, o jovem teve a oportunidade de fazer parte
de uma pesquisa que pode salvar a vida de milhões de pessoas. Em
2014, ele fez um estágio no Wellman Center, laboratório de Harvard e
do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Lá, um grupo de
cientistas havia descoberto uma nova maneira de matar bactérias
resistentes a antibióticos. Certa frequência específica de luz é capaz de
eliminar uma infecção bacteriana em cerca de 60 minutos.
O método, porém não era eficaz nos tecidos mais profundos da pele e,
para isso, Caio desenvolveu uma série de microagulhas com fibra ótica
capazes de penetrar nas partes mais difíceis. Apesar do grande
avanço, o jovem estudante não estava satisfeito. “Aquilo ainda
precisava ser mais prático. Eu precisava ajudar mais”, conta.
O estudo é financiado pelo Exército americano, que tem seus soldados
infectados regularmente por bactérias. “A máquina que emite luz é
enorme e não seria nada prática para essas pessoas que ficam, muitas
vezes, em condições precárias.” Para ajudar, Caio desenvolveu uma
lanterna portátil – todas as peças foram compradas na Amazon –
capaz de emitir o mesmo feixe de luz. “Assim, os soldados podem
andar com um kit no bolso.” Apesar da grandiosidade de seu projeto,
Caio não é nada diferente de um jovem comum: “Para o futuro, quero
acabar a faculdade de engenharia elétrica”. MSM
Em maio, ocorrerá no Instituto Europeo di Design (IED)
do Rio de Janeiro (que ocupa o prédio do antigo
Cassino da Urca) uma exposição dedicada a uma
brasileira cujos caminhos recentemente cruzaram, de
forma decisiva com Paris. A carioca Lais Tavares morou
na capital francesa durante três meses de 2014 a
convite do Google Cultural Institute, e lá desenvolveu
um projeto que repercutiu enormemente entre seus
pares: o About Gesture, no qual ela — com a ajuda de
engenheiros do Google — mapeou movimentos das
mãos de pessoas de todo o mundo. “A decisão de
acompanhar apenas os movimentos das mãos surgiu
porque elas estão simbolicamente relacionadas ao
processo de ‘fazer’”, explica Lais. “Isso significa que são
responsáveis por transformar o intangível em tangível.
Elas ajudam a subjetividade a manifestar-se em uma
forma física.” Lais foi uma das três pessoas selecionadas
em todo o mundo para o programa do instituto, e seu
sucesso demonstra a excelência do design nacional.
De volta ao Rio, onde hoje trabalha (“Me atrai o ritmo
do dia a dia de uma agência de design, mas sinto falta
da verticalização conceitual que só um projeto
experimental tem. Pretendo assumir essa dualidade e
seguir assim”), ela reflete acerca do futuro de sua
profissão no Brasil: “Vejo que cada vez mais as novas
gerações crescem com o interesse pela tecnologia no
sangue. Penso que nossa perspectiva em termos de
mão de obra é ótima; o maior perigo, no entanto,
é o Brasil não criar mercado para que essas pessoas
possam ficar e trabalhar por aqui. Mas isso é um risco
que enfrentamos em todas as áreas”. AR
letícia moreira
heudes régis
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maíra coelho
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Roberta
Vasconcellos
26 anos CEO da Tysdo
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RAFAEL BELMONTE
E DANIEL ARCOVERDE
Ambos com 25 anos
marcelo spatafora
A ideia é objetiva — e brilhante: o Netshow.
me, criado por Daniel Arcoverde e Rafael
Belmonte, é uma plataforma de transmissão
que permite aos artistas (músicos, comediantes,
vloggers etc.) apresentarem-se on-line para sua
audiência onde quer que ela esteja e ainda
ganhar dinheiro por isso. Os fãs, além de
curtirem uma apresentação exclusiva em um
ambiente intimista, podem interagir e apoiar
seus artistas favoritos com gorjetas. De sua
parte, os artistas podem recompensar seus
principais apoiadores com prêmios criativos
como CDs autografados, camisetas exclusivas,
jantares e ligações ao vivo, por exemplo. “Iniciar
o Netshow.me foi o resultado de um mix de
nossa vontade de inovar com a visualização de
uma oportunidade latente em um mercado
ainda inexplorado”, conta Arcoverde. Artistas
como Fresno, Wanessa Camargo, Eduardo
Sterblitch, Lucy Alves, PC Siqueira e centenas
de outros já se apresentaram pela plataforma.
“O empreendedorismo digital no Brasil nunca
esteve tão em alta. Cada vez é mais comum nos
depararmos com amigos, conhecidos, parentes
ou colegas de trabalho largando suas carreiras
estáveis e promissoras em grandes empresas
para empreender. E o destino quase certo que
muitos deles tomam é o mercado digital, talvez
porque muitos vejam os cases de sucesso
vindos desse setor”, afirma Belmonte. AR
letícia moreira
FUNDADORES DA NETSHOW.ME
Roberta quer realizar sonhos. Os
dela e os de quem mais baixar
seu aplicativo Tysdo, lançado em
abril de 2013. O nome da
ferramenta, criada para dar uma
forcinha nos projetos de vida de
seus usuários, é a abreviação de
“things you should do”. Viajar,
emagrecer, entrar na faculdade
ou abrir o próprio negócio. Não
importa qual seja o sonho, o
Tysdo acredita que fica mais fácil
alcançá-lo quando ele é
compartilhado com amigos.
Nessa espécie de rede social
para celular, os usuários clicam
em um botão de incentivo, como
se fosse o “curtir” do Facebook,
para demonstrar apoio aos
desejos compartilhados. Além
disso, é possível dar dicas aos
colegas. “As pessoas se deixam
levar pela rotina e ficam sem
motivação para correr atrás de
seus sonhos”, afirma Roberta, de
26 anos, que tem três sócios: o
irmão Pedro Vasconcellos, de 24
anos, Raphael Felício, 27, e Lucas
Araújo, 33. Em novembro de
2013 o aplicativo recebeu um
investimento-anjo de R$ 440 mil.
Agora, está em negociação com
fundos de investimento para
mais um aporte.
Eleito pela Apple como um
dos melhores aplicativos de
2014, o app conta atualmente
com 50 mil usuários e mais de
220 mil desejos cadastrados.
Roberta garante que não haverá
propaganda no Tysdo. A receita
do aplicativo vem, por exemplo,
de parcerias com grandes
marcas como a que ocorreu no
ano passado com a Mondelez,
dona da Halls. A fabricante
elaborou uma lista especial de
desejos para seus consumidores
dentro do Tysdo, a qual era
desbloqueada por meio de um
código de barras na embalagem
da bala. CE
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GEAN CHU E GILBERTO VERONA
Ambos com 25 anos FUNDADORES DA LOS PALETEROS
Que viva México! Em 2012, dois engenheiros de computação paranaenses com vocação para o
empreendedorismo (Gilberto Verona e Gean Chu, este último de ascendência chinesa) espantaram-se ao
perceber que um dos itens mais saborosos da culinária mexicana, as paletas — espécie de picolé recheado,
mais espesso que o brasileiro — não era vendido em lugar algum por aqui. “Viajamos pelo México conhecendo
as técnicas de confecção artesanal desse alimento, fizemos cursos de sorvete, visitamos indústrias e
fabricantes de máquinas visando aprender sobre produção em larga escala”, conta Chu. “Para realizar no Brasil
a fabricação maciça desse produto, as paletas, optamos por trabalhar com muitas máquinas customizadas,
inovação na qual continuamos investindo até hoje”, conta ele. A empresa está sediada na cidade de Barracão
(PR), onde fica sua principal fábrica, a qual produz cerca de 3 milhões de paletas por mês. A rede conquistou
um faturamento de R$ 70 milhões em 2014 e projeta atingir R$ 130 milhões em 2015 via abertura de mais
75 lojas (hoje possui 73). “Felizmente, o food service é um dos setores menos penalizados quando ocorrem
problemas macroeconômicos, como agora, pois é algo essencial ao dia a dia da
população”, ressalta Verona. “A Los Paleteros nasceu para ser grande. Foi como a
idealizamos, e trabalhamos diariamente para levá-la cada vez mais longe, sempre
com o mesmo espírito de inovação e qualidade com que criamos a empresa”,
finaliza Chu. AR
amanda GOMES
19 anos BAILARINA
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O balé é uma arte notoriamente exigente
para com aqueles que a praticam. Seus
movimentos, embora tão graciosos,
cansam músculos e ossos tanto quanto
qualquer trabalho braçal. E é preciso
começar muito cedo quando se deseja
fazer da dança uma profissão. Mas Amanda
Gomes — nascida em Goiânia, depois
radicada em Santa Catarina e hoje
morando na Rússia — sempre soube que
era isso o que queria para si. A atual solista
da companhia de balé de Kazan (cidade de
1,5 milhão de habitantes a pouco mais de
700 km de Moscou) nunca receou ir longe
para atingir seus objetivos. “Agora estou
em excursão pela Europa, junto com meus
colegas. Está sendo ótima a viagem,
aprendo mais a cada dia”, disse a jovem a
FORBES Brasil diretamente da Holanda,
onde se preparava para outra
apresentação. Amanda é uma das maiores
revelações do balé brasileiro desde o
surgimento de Ana Botafogo na década de
1980, e sempre mirou alto: recebeu, ao
longo dos anos, propostas de companhias
dos EUA e da Suíça bastante vantajosas —
mas recusou todas. Queria dançar na
Rússia, pois é lá que estão os melhores
bailarinos do mundo. A jovem,
profundamente católica (“Sei que Deus
tem um plano para mim e para minha
família”), decidiu que iria seguir carreira na
dança aos 5 anos de idade. Seus pais
mudaram-se para Joinville (SC), para que
lá ela pudesse estudar na única unidade
que a Academia de Balé Bolshoi mantém
fora de seu país natal. Conseguiu formar-se
após 6 anos (dois a menos que a duração
normal desses estudos) e, na metade de
2014, foi admitida na companhia de balé
russa onde hoje está. Mas ela não pretende
parar por aqui: “Estou feliz em Kazan, mas
sonho em dançar nas companhias de
Moscou e São Petersburgo, as mais
importantes da Rússia”, revela Amanda.
Sonho que, não há por que duvidar, ela
também concretizará. AR
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etiene medeiros
23 anos Nadadora
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O número sete ficou marcado para o esporte
brasileiro em 2014. Não, não se trata da rigorosa
derrota sofrida pela seleção de futebol no Mineirão,
em Belo Horizonte. Foi no dia 7 de dezembro que
Etiene Medeiros tornou-se a nadadora mais rápida
do mundo em Doha, no Qatar. É a primeira brasileira
a conseguir esse feito. A pernambucana venceu o
mundial de 50 metros costas em piscina curta, à
frente de nomes fortes como Emily Serhbolm,
quatro vezes medalhista olímpica. Além disso,
quebrou o recorde da prova: 25s67. “Minha meta era
uma medalha, mas a competição foi passando e fui
me sentindo mais confiante”, conta a nadadora.
Para chegar ao topo, sua rotina não é fácil. Treina
cerca de oito horas por dia, de segunda a sábado,
no Sesi em São Paulo. A dieta tem de ser
controlada, sem abusar de doces ou comidas
gordurosas. Há ainda toda uma preparação
psicológica. E o lazer? “Coisas tranquilas, como ir a
um restaurante no final de semana e sair com o
namorado. Também amo o mar.” Não é para menos,
2015 será um ano agitado. Etiene disputará, em
abril, o Troféu Maria Lenk, um dos principais
torneios do país e seletiva para os Jogos PanAmericanos de Toronto, em julho, e para o Mundial
de Kazan, na Rússia, no segundo semestre. Ela diz
que o objetivo é uma medalha no Canadá. Pelo o
que vimos em 2014, esse sonho nunca esteve tão
próximo da realidade. LBT
Rodrigo Salvador
e André Simões
25 e 28 anos
Clive Rose/Getty Images
O carioca Rodrigo Salvador tinha uma
ideia, mas para executá-la teria de achar
um sócio à altura. Alguém entendido de
tecnologia, o que não era seu caso, um
estudante de comunicação.
Lembrou-se de um amigo que possuía
alguns contatos. “Eu pago R$ 100 para você
me apresentar alguém realmente bom em
tecnologia”, pediu. No dia seguinte
conheceu André Simões, um estudante
de engenharia da computação que,
coincidentemente, tinha a mesma vontade
de Salvador: criar uma rede social de
compartilhamento de materiais de estudo
e ideias voltada para universitários.
“Aqueles R$ 100 foram o melhor
investimento da minha vida”, diz. Em
setembro de 2013, o Passei Direto fez
seu lançamento oficial e atualmente
possui 3 milhões de usuários. A
previsão é de aumento de quase 70%
até o final deste ano. O grupo Xangô,
um desenvolvedor de startups,
apostou R$ 550 mil na ideia. Pouco
tempo depois, a Redpoint, empresa
de venture capital que já investiu em
companhias como Netflix, fez um
aporte de R$ 4 milhões. “Nos
próximos meses receberemos mais
do que o dobro do investimento
captado até o momento”, afirma Simões
sem revelar o valor exato. Redpoint,
Bozano Investimentos e Valor Capital serão
responsáveis pelo novo aporte.
Salvador, de 25 anos, e Simões, de 28
anos, comandam uma equipe de 30 pessoas
e cumprem expediente de bermuda e
chinelo em um escritório a um quarteirão da
praia de Copacabana. Como pretendem
ganhar dinheiro? Cedendo espaço para
empresas fazerem anúncios publicitários no
site da rede social. Companhias que vendem
livros; empresas especializadas em aulas
on-line e interessadas em contratar
estagiários estão no radar. CE
marcelo spatafora
Fundadores do Passei Direto
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TÁssia Magalhães
25 anos CHEF
FELIPE BURANELLO
E EDUARDO PIRRÉ
27 e 25 anos
Dinamarca: esse país escandinavo, terra de
alguns dos melhores restaurantes do planeta,
foi fundamental na formação de Tássia
Magalhães. Foi para lá que ela se mudou
quando resolveu deixar de lado a ideia de
especializar-se em doces em troca do sonho de
tornar-se uma das melhores chefs do Brasil. Na
ocasião (início dos anos 2010 ), Tássia
abandonou seu cargo de confeiteira no
Pomodori (um sofisticado bistrô paulistano) e
conseguiu emprego no AOC, restaurante
famoso de Copenhague. A experiência a
marcou: “Aprendi muitas coisas lá que foram
importantes no meu trabalho. Para obter uma
boa base em cozinhas de outros países,
também viajei por França e Itália e conheci mais
a gastronomia desses lugares”. Ao retornar ao
Brasil, ela voltou a trabalhar no Pomodori, onde
galgou postos até assumir como chef do
estabelecimento um pouco mais tarde. Na
ocasião, reformulou totalmente o cardápio da
casa, agradando à crítica especializada e
sendo indicada a diversos prêmios de chef
revelação. Ainda assim, não estava
satisfeita. “No ano passado fui
novamente para a Dinamarca, onde
passei por mais três restaurantes
visando aprimorar minhas técnicas:
Amass, Geranium e Kadeua”, conta
ela. E como Tássia enxerga o futuro
da culinária e do food service no
Brasil? “Eu vejo que a gastronomia
por aqui cresceu muito. Ela tem
atingido um número bem maior de
pessoas e os programas de
culinária, em canais abertos e
fechados, são também
responsáveis por essa expansão.
Eu acredito que hoje o brasileiro
quer sair para comer fora, quer ter
acesso às novidades, conhecer os
grandes chefs e alimentar-se bem
sem gastar muito”, responde ela.
Palavras de uma chef que
conhece largamente a culinária
dinamarquesa – e, ainda mais, a
brasileira. AR
letícia moreira
marcelo spatafora
SÓCIOS NA MARIA BRASILEIRA
Surgida em 2012, a Maria Brasileira é uma
rede de franquias especializada na
prestação de serviços voltados à limpeza,
conservação e cuidados domésticos
e comerciais. Na sociedade brasileira,
na qual trabalhadores especializados
em atividades domésticas e de caráter
geral se tornam cada vez mais raros, a
empresa vem crescendo a olhos vistos.
“Hoje, a rede possui mais de 100
unidades espalhadas por 21 estados”,
conta um de seus sócios, Felipe
Buranello. “Vi a empresa nascer e, com
muito trabalho e comprometimento de
todos os colaboradores e franqueados,
virar referência do setor.” A companhia
surgiu em São José do Rio Preto,
no interior paulista, cidade que por
sinal é um dos maiores polos de
empreendedorismo nacionais. “O
setor de serviços se consolidou
com o passar dos anos. Esse
mercado é bastante amplo e tem
muito ainda a se expandir. Seu
fortalecimento virá por meio da sua
profissionalização, qualificação de
mão de obra e também via
mudanças culturais no Brasil”,
observa Eduardo Pirré, diretor de
operações da companhia. A Maria
Brasileira possui um portfólio de 15
serviços, dentre os quais os mais
requisitados pelos clientes são
faxina, dog walker (na qual um
profissional especializado leva um
animal de estimação para realizar
passeios e exercícios), Bom
Vizinho (onde o morador
contrata alguém para que vá
à sua casa e verifique o que
for preciso) e cuidados
pessoais em geral
para crianças e
idosos. AR
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