uma revisão da literatura
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uma revisão da literatura
Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica VOLUME 11 - NÚMERO 01 - 2016 - MAGAZINE Página 1 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica É com grande satisfação que, no trigésimo ano de realização do Encontro Nacional de Atividade Física - ENAF, publicamos a Revista on-line ENAF SCIENCE. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde. No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que unem formação e produção. E a partir de 2006 pela Revista on-line ENAF SCIENCE. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como resumo na forma de pôster. Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física. Fale Conosco: Tel.: (35) 3219-7850 [email protected] www.enaf.com.br Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos respectivos autores, não sendo atribuível ao ENAF nenhuma forma de competência legal sobre os mesmos. Coordenação: Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti Professor Titular dos Cursos de Graduação em Educação Física, Nutrição e Psicologia da UNIP - S. J. Rio Pardo - SP. Professor do Curso de Graduação em Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado)/USTJ - SP. LATTES: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4716434P8 Página 2 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ÍNDICE (Dica: clique no titulo abaixo para acessar a página do trabalho) ARTIGOS A DANÇA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO NO APRIMORAMENTO DO DOMÍNIO DA CORPOREIDADE ........ 6 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE LESÕES EM ALUNOS DE ACADEMIA DE GINÁSTICA DO BAIRRO SANTA RITA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ AP. ......................................................................................... 14 WHEY PROTEIN A SOLUÇÃO PARA A OBESIDADE?................................................................................ 24 ALONGAMENTO ANTES OU APÓS MUSCULAÇÃO: OS PRÓS E CONTRAS ................................................. 32 ESPESSURA DO MÚSCULO ADUTOR DO POLEGAR COMO PREDITOR DO ESTADO NUTRICIONAL ............... 38 CONHECIMENTO SOBRE O ESTADO DE HIDRATAÇÃO EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DA CIDADE DE MACEIÓ ........................................................................................................................................... 44 ATUAÇÃO DO EPOC VISANDO O EMAGRECIMENTO: UMA REVISÃO DE LITERATURA ............................... 52 A INTERVENÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO FUNCIONAL EM IDOSOS HIPERTENSOS ....................................... 61 O PERFIL DOS PRATICANTES DE TREINAMENTO FUNCIONAL NA MODALIDADE CIRCUITO NA AREIA EM PARINTINS-AM. ................................................................................................................................ 73 O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO NA MUSCULAÇÃO CONVENCIONAL ........................................ 80 LEI DE INCENTIVO COMO INSTRUMENTO DE ACESSO DEMOCRÁTICO AO ESPORTE ................................. 86 ANÁLISE QUALITATIVA DA COMPARAÇÃO ENTRE OS ÂNGULOS DE CINCO MOVIMENTOS NO MOMENTO DA PEDALADA. ...................................................................................................................................... 94 TREINAMENTO RESISTIDO E CICLO MENSTRUAL ................................................................................ 100 EFEITOS DO EXERCÍCIO AERÓBIO E DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DIABETES MELLITUS TIPO II: UMA REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................. 105 ANÁLISE SOBRE AS INFLUENCIA DA NATAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO- SOCIAL DE ALUNOS DO 5º ANO DA ESCOLA CEJE NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA-RR ..................................................................... 113 ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ...... 119 EXERCÍCIOS FÍSICOS COMO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO ..... 125 ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E RISCOS DE DOENÇAS CORONARIANAS DO EFETIVO POLICIAL DA 25ª CICOM ATRAVÉS DA RELAÇÃO CINTURA – QUADRIL........................................................................... 131 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR NO PRÉ-TREINO DE PRATICANTES DE TREINAMENO FUNCIONAL138 TREINAMENTO DE FORÇA E ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIAS-AVDS EM IDOSOS ........................................ 145 A PRÉ-EXAUSTAO E SUA CORRELAÇÃO COM A FORÇA E HIPERTROFIA MUSCULAR: UMA REVISÃO CRÍTICA161 EXERCÍCIOS RESISTIDOS E IDOSOS: TENDÊNCIAS DO TREINAMENTO DE FORÇA, UMA REVISÃO. ............. 174 O TREINAMENTO DE FORÇA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA UM EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................................ 181 A CONTRIBUIÇÃO DA MUSCULAÇÃO NA REDUÇÃO DE GORDURACORPORAL ....................................... 188 MOTIVAÇÕES DOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DE UMA ACADEMIA EM CANINDÉ-CE .................... 196 Página 3 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E PERFIL ALIMENTAR EM FUTEBOLISTAS AMADORES ............ 206 BENEFÍCIOS DA PRATICA DA HIDROGINÁSTICA PARA GESTANTES ......................................................... 214 MOTIVOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM UMA ACADEMIA PARA MULHERES NA CIDADE DE LIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ ......................................................................................................... 220 AVALIAÇÃO DO COMPLEXO ADÔNIS EM ATLETAS DE CULTURISMO ..................................................... 232 CORRELAÇÃO ENTRE AS CAPACIDADES FÍSICAS DE FORÇA, RESISTÊNCIA E FLEXIBILIDADE E O DESEMPENHO NA SEQUÊNCIA DE ENSINO DA CAPOEIRA REGIONAL. ........................................................................ 238 MOTIVAÇÃO PARA CORREDORES DE RUA ......................................................................................... 243 A PRATICA DA DANÇA NOS ESPAÇOS DAS ACADEMIAS OU ESTÚDIOS E OS BENEFÍCIOS GERADOS AOS PRATICANTES. ................................................................................................................................ 250 EFICÁCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE EM MULHERES MANTENDO SUA ROTINA DE VIDA DIÁRIA ................................................................................................................ 256 REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA DE ABORDAGEM QUALITATIVA NOS ARTIGOS VIRTUAIS QUE TRATAM DOS JOGOS, BRINQUEDO E BRINCADEIRAS NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR PUBLICADOS ENTRE ANOS DE 2010-2014NO BULLETIN FIEP. .............................................................. 263 O DESINTERESSE DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PELAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ........................ 269 IMPORTÂNCIA DO AGACHAMENTO NA GESTAÇÃO ............................................................................ 276 PROGRAMAS INDIVIDUAIS DE TREINAMENTO DE FORÇA E A INSERÇÃO DO PERSONAL TRAINER: ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO PARA OS TRABALHOS OFERTADOS ............. 284 MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE UM ALIADO NA PREVENÇÃO DE QUEDAS................................ 292 PAPEL DA LEPTINA, INSULINA E GRELINA NO CONTROLE DO PESO CORPORAL ..................................... 298 BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA PORTADORESDE HÉRNIA DE DISCO ............................................. 305 ESTUDO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS PRATICANTES DE BODY VIVE ATRAVÉS DA TAXONOMIA DE GENTILE. ................................................................................................................................... 312 AVALIAÇÃO DO PERFIL ALIMENTAR, USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E CONHECIMENTOS SOBRE NUTRIÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ACADEMIA EM IBITINGA – SP. ........................................................ 317 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE JIU-JITSU ........................ 329 VEGETARIANISMO E EXERCÍCIO FÍSICO: IMPLICAÇÕES PARA O DESEMPENHO E A SAÚDE DO ATLETA. .... 336 ESTUDO DE CASO SOBRE O EFEITO DO PNF NA RECUPERAÇÃO FUNCIONAL DA MARCHA EM PACIENTE ADULTO JOVEM PORTADOR DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. ....................................................... 344 TECNOLOGIA COMO INCENTIVO NA ATIVIDADE FISICA: UTILIZAÇÃO DOS EXERGAMES ......................... 349 A NATAÇÃO INICIADA PRECOCEMENTE PODE ALTERAR A RESPONSIVIDADE A GLICOSE EM ILHOTAS PANCREÁTICAS ISOLADAS ............................................................................................................... 355 TREINAMENTO CONCORRENTE E SUAS CARACTERÍSTICAS .................................................................. 364 RISCO DO USO INDISCRIMINADO DE ESTEROIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES NA HIPERTROFIA MUSCULAR .................................................................................................................................... 371 Página 4 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica RESUMOS ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E O PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PROJETO DE GINASTICA LABORAL DO COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL DE SANTA MARIA – CTISM .......... 375 AUXÍLIO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O GRUPO DOS IDOSOS ............................................................... 376 BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA FUNCIONAL PARA SERVIDORES NUMA ESCOLA NO MUNÍCIPIO DE SALINAS: ESTUDO DE CASO ESCOLA ESTADUAL DOUTOR OSVALDO PREDILIANO SANT'ANNA .............................. 377 EFEITOS NOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA. UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. .............................................................................................................................. 378 UTILIZAÇÃO DO TESTE DE SENTAR E LEVANTAR NA AVALIAÇÃO DE APTIDÃO FÍSICA FUNCIONAL EM POPULAÇÕES ESPECÍFICAS .............................................................................................................. 379 EFEITOS DA INTERVENÇÃO DO YOGA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS. ......................................... 380 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA REABILITAÇÃO CARDÍACA PÓS-INFARTO. ......................................... 381 TREINAMENTO FUNCIONAL COMO FATOR PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DOS SERVIDORES DA UNIVERSIDADE FEDEERAL DE RORAIMA (UFRR). ........................................................ 382 Página 5 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ARTIGOS A DANÇA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO NO APRIMORAMENTO DO DOMÍNIO DA CORPOREIDADE Liegem Amaral Leal1 Karina Gomes Cerquinho2 Resumo A Dança como contribuição para melhoria das práticas pedagógicas tradicionais, quais seriam os benefícios para os alunos? As indagações nos sugerem a Dança como um tema relevante para a pesquisa, fornecendo informações necessárias para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras e atraentes para os alunos. Descreve-se a dança escolar como melhoria no aprendizado, favorecendo a comunicação dos alunos e os aspectos lúdicos do movimento expressivo, como contribuição no aprimoramento do domínio da corporeidade e melhoria do ensino. Esta pesquisa de abordagem quantitativa teve como universo, as escolas estaduais da rede pública de ensino, localizadas nas zonas centro sul e centro oeste do município de Manaus, Amazonas. Os sujeitos desta pesquisa foram os professores de educação física de ensino fundamental e médio. O instrumento de coleta de dados foi o questionário semi estruturado com perguntas fechadas. A análise dos dados coletados corroborou em alguma medida com os objetivos da pesquisa, quando a maioria dos sujeitos acenaram que a dança pode influir na capacidade de aprendizado do aluno e na melhoria das práticas pedagógicas do professor de educação física. Palavras-chave: Dança escolar, corporeidade, professores de educação física. Abstract The Dance as contribution to improvement the traditional pedagogic practices, which would the benefits, be for the students? The inquiries suggest us the Dance as an important theme for our research, supplying necessary information for the development of innovative and attractive pedagogic practices for the students. Described the school dance as improvement in the learning and favoring the students' communication and the aspects join of the expressive movement. The school dance as contribution in the improvement of the domain of the corporaty and improvement of the teaching. It is research of quantitative approach had universe of the research, the state schools of the public net of teaching, located in the west center and south center zone from province of Manaus, Amazonas. The subjects of this research were the physical education teachers, in the modality of fundamental and medium teaching. The instrument of collection of data used was questionnaires semi structured with closed questions. The research is concluded and ten physical education teachers were interviewed. The analysis of the collected data corroborated in some measure with the objectives of the research, when most of the subjects waived that the dance can influence on the capacity of the student's learning and in the improvement of the physical education teacher's pedagogic practices. Keywords: School dance, corporaty, teachers of physical education. 1 2 Centro Universitário Luterano de Manaus/Educação Física/Discente, [email protected] Centro Universitário Luterano de Manaus/Educação Física/Orientadora, [email protected] Página 6 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica INTRODUÇÃO O presente artigo vem apresentar a dança escolar como uma das ferramentas de trabalho que o profissional de educação física pode utilizar em suas aulas. A dança escolar serve como contribuição no aprimoramento do domínio da corporeidade, melhoria do ensino e aprendizagem dos alunos. A atividade física desenvolvida no ambiente escolar, na maioria das vezes, por sua formalidade não é uma prática atrativa para os alunos. A inexperiência do professorado aliada ao comodismo da insatisfação profissional reforça práticas pedagógicas tradicionais e alienantes. Se tivéssemos uma atividade comum a todo ser humano e que não exigisse esta sistematização exacerbada, sendo do mesmo modo, garantidos os benefícios à saúde e ao bem estar psicossocial do praticante, teríamos práticas pedagógicas mais atrativas para os alunos e professores? Se adotássemos a Dança como uma contribuição para melhoria das práticas pedagógicas tradicionais. Quais seriam os benefícios para os professores? As indagações antes referidas nos sugerem a Dança como um tema relevante para esta pesquisa que poderá nos fornecer informações necessárias, em certa medida, para o desenvolvimento futuro de práticas pedagógicas inovadoras e mais atraentes para os alunos. Avançando desta maneira para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem dos profissionais de educação física. Quais seriam os benefícios que a dança escolar proporcionaria aos professores de educação física que buscam a prática de dança como meio de melhorar as atividades físicas? Utiliza-se a dança como instrumento lúdico para desenvolver a corporeidade dos alunos no ambiente escolar, como melhoria no aprendizado, favorecendo a comunicação dos alunos e os aspectos lúdicos do movimento expressivo. Identifica-se a dança como ferramenta facilitadora do processo ensinoaprendizagem, relacionado a pratica da Educação Física, como forma de atividade expressiva do movimento corporal, desenvolvendo ritmo que combine a ação de diversos grupos musculares com eficiência facilitando a prática baseado no trabalho psicomotor são alguns dos objetivos que nos ajudarão ao desenvolvimento de ações que nos leve, em alguma medida, as respostas necessárias para o problema de pesquisa. Esta pesquisa de abordagem quantitativa teve como finalidade se levantar hábitos dos professores de educação física referentes à utilização da dança como prática escolar nas aulas de educação física. HISTÓRICO DA DANÇA Na Antigüidade, a humanidade já tinha na expressão corporal, através da dança, uma forma de se comunicar. Encontramos influências culturais dos países onde são dançados e de onde são originários os ritmos. Cada cultura transporta seus conteúdos às mais diferentes áreas, dentre estas, as danças absorvem grande parte desta transferência, pois sempre foi de grande importância nas sociedades através dos tempos, seja como uma forma de expressão artística, como objeto de culto aos deuses ou como simples entretenimento. No entanto em tempos mais remotos o sentido da dança tinha um caráter místico, pois era muito difundida em ritos religiosos e raramente era dançada em festas comemorativas. O Renascimento cultural dos séculos XV/XVI trouxe diversas mudanças no campo das artes, cultura, política, dentre outras. Dentro deste contexto, a dança também sofreu profundas alterações que já vinham se arrastando através dos anos. Nesta época a dança começou a ter um sentido social, isto é, agora era dançada em festas pela nobreza apenas como entretenimento e como recreação (HAAS, p. 20, 2003). Desde então a dança social foi se transformando e aos poucos se tornou acessível às camadas menos privilegiadas da sociedade que já desenvolviam outro tipo de dança: as danças populares; que, inevitavelmente, com estas alterações de comportamento foram se unindo às danças sociais, dando origem assim a uma nova vertente da música, dançada por casais, que mais tarde seria denominada Danças de Salão. A dança, conjugada como produto e fator da cultura humana, estampa, portando, desde seus tempos primitivos até a atualidade, uma linguagem corporal moldurada e inserida sob a influência dos contextos econômicos, sociais, políticos, religiosos e econômicos, presentes no desenrolar de regimes históricosociais, evocando suas necessidades, crenças, tradições, convenções, rebeldias na sua natureza artísticocultural. AS CARACTERISTICAS DA DANÇA NA AMÉRICA LATINA Página 7 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A América Central não foi influenciada somente pela mistura de culturas depois da colonização e importação dos escravos, mas também por todas as culturas crioulas que se desenvolveram posteriormente, desde Cuba até o Chile. O México, com sua rica variedade cultural transformou-se na mãe adotiva e trampolim de uma das danças latinas mais conhecidas: comando. Quando os franceses invadiram o México entre 1861 e 1867, grupos indígenas fugiram para as montanhas. Ocasionalmente retornavam para espiar os franceses e uma das coisas que mais lhes chamavam a atenção eram as danças tradicionais como as valsas, a polca, a mazurca. A dança que no México recebeu o nome de Chilena (por ter vindo diretamente do Chile por meio do comércio marítimo) se conhece em outras áreas da América Central e da América do Sul como cueca ou zamacueca. É uma dança, conhecida desde época da colonização espanhola, que se executa ao som de uma música de violão bastante rítmica. O casal afasta-se, se segue e se ultrapassam, girando um ao redor do outro (SOTER, 2001). As comunidades negras que vivem nas costas caribenhas da América Central têm os nomes genéricos de garifunas ou caribes negros. Começaram chamando-se a si mesmos de garinagu. Durante os três últimos séculos, apesar dos inúmeros fluxos de migrações e de sua relação com os ingleses, franceses e espanhóis, preservaram grande parte da cultura das suas principais ramas de ascendência: os indígenas caribenhos e os escravos africanos. Em 1635, dois barcos espanhóis carregados de escravos naufragaram perto da ilha de San Vicente, no norte da Venezuela. Os negros escaparam e foram acolhidos pelos índios da ilha. Desta mestiçagem nasceram os garinagu (depois chamados de garifunas) que permaneceram em San Vicente até que, em 1795, os ingleses os fizeram prisioneiros e os transportaram, em companhia de outros escravos negros. AS DANÇAS BRASILEIRAS A estrela das danças brasileiras é sem nenhuma dúvida o samba e as suas variantes. Porém, no Brasil existiram muitos outros ritmos que foram essenciais para as músicas de dança em todo o mundo, como o maxixe ou a lambada. No descobrimento em 1500, só existiam indígenas no Brasil. Com o passar dos séculos foi colonizado pelos portugueses que introduziram os escravos africanos. Dessa mistura de culturas resultou toda a variedade de ritmos e danças brasileiras. Outras culturas influenciaram em menor escala, como a holandesa, a francesa, a italiana ou a alemã. Foi da fusão dos ritmos africanos com a música e dança européia que surgiram os principais gêneros musicais e danças brasileiras, como o lundu, o maxixe e o samba de gafieira. Umbigada, o início: Dança originária de Angola e do Congo, trazida pelos escravos, é uma das danças mais antigas executadas no Brasil (GARIBA, 2002). É realizada, ao ritmo do batuque africano, formando um círculo de participantes em volta dos dançarinos solistas. Os dançarinos executam uma coreografia sensual e ao convidar o próximo dançarinos para entrar no circulo, o faz tocando seu umbigo no dele. Lundu: Dança de origem Banto também da Angola e do Congo, descrita como licenciosa e indecente, surge como canção solista brasileira no final do século XVII, tornando-se o primeiro grande fruto da fusão cultural brasileira. Em 1792 são publicados os primeiros títulos. No século XIX é tocada e dançada em salões de diversos níveis sociais, tornando-se um gênero musical executado por brancos e negros, sem distinção racial. Podemos mencionar também as outras danças típicas do Brasil que são elas: O bumba-meu-boi, o frevo, xote, o xaxado, a ciranda, forró, pagode, brega, axé, a quadrilha e muitas outras, mas que tem em todo o nosso país em regiões diferentes do Brasil. DANÇA ESCOLAR A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9493/96 (LDB) tornou o ensino da arte e educação física componente curricular obrigatório e os Parâmetros Curriculares Nacionais, (BRASIL, 1997), passaram a incluir a dança como conteúdo curricular. A dança e a sociedade estão sempre imbricadas. Não há como falar da dança sem percorrer a grandeza de sua trajetória ao longo dos anos, nem deixar de falar do homem, da sua corporeidade e necessidades. Pereira, p.61, 2001, ajuda na busca por um conceito de dança escolar: (...) a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, podem-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, Página 8 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica movimentos livres. Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade. Uma das atividades físicas mais significativas para o homem antigo foi à dança. Utilizada como forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar os seus sentimentos, era praticada por todos os povos, desde o paleolítico superior (60.000 a.C.). De acordo com o autor Nanni (2003, p.7), a dança tanto tinha características lúdicas como ritualísticas, em que havia manifestações de alegria pela caça e pesca ou dramatizações pelos nascimentos e funerais. No Brasil e no mundo a dança vem ganhando cada vez mais espaço pelos benefícios comprovados que para Gariba (2002), vão desde a melhora da auto-estima, passando pelo combate ao estresse, depressão, até o enriquecimento das relações interpessoais. A importância e o significado da Educação Física implica em reflexões sobre seus paradigmas, pois se vive numa sociedade dinâmica e entende-se que essa área deve contemplar múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos por esta sociedade, a respeito do corpo, assim como afirma Pinheiro (2004, p.32): A Educação Física desenvolvida de forma consciente, respeitando as diferenças (“...), ou seja, as individualidades de cada um e não dicotômica o ser humano, não separando o corpo físico do mental, entendo que ambos funcionam de modo integral”. Na dança escolar, o que pretende se relacionado como pratica de movimentos rítmicos ajudando o aluno a desenvolver-se através das expressões corporais, durante as aulas de educação física. Segundo Ferreira (2005), os exercícios repetitivos e exercícios naturais, ou seja, repetição de exercícios inspirados nos movimentos naturais que obedecem à estrutura do corpo. Corroboramos com o conceito de dança explicitado por Verderi (1998): Considera-se a Dança uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do homem; portanto, uma aula de Dança na escola permite ao professor conhecer melhor o seu aluno, ou seja, saber suas preferências sobre o que gosta de brincar, de cantar, de ouvir; discutir suas experiências; fazer fluir sua imaginação e verificar a influência dela na realidade e nas atitudes da criança. A dança então pode ser uma ferramenta preciosa para o indivíduo lidar com suas necessidades, desejos, expectativas e também servir como instrumento para seu desenvolvimento individual e social. Assim vivemos em um mundo repleto de variedades, aspectos consumistas, e informações globalizadas, as quais os adolescentes por estarem em processo de construção da personalidade, encontram - se também em conflitos na aparência e tornando-se por vezes pessoas, insatisfeitas, rebeldes e desmotivadas para até mesmo buscar uma atividade física que lhe dêem prazer. CONCEITO DE CORPOREIDADE A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculado das particularidades do teatro. A presença da dança no Brasil enquanto ensino se dá em alguns espaços, como clubes, academias, escolas especializadas de dança, algumas escolas particulares enquanto atividades extras curriculares e algumas escolas públicas e privadas quando o professor de Educação Física ou de Artes a insere em suas aulas. Neste caso, em se sabendo que a dança está presente de alguma forma na Educação Física, é necessário refletir sobre a função, o papel da dança na Educação Física. É necessário que haja uma reflexão sobre as quais propósitos, finalidades e objetivos deve a dança servir na Educação Física. A corporeidade é animada pela alma humana isso dá transcendência pelo nosso corpo; é uma qualificação do corpo; se realiza no corpo. Há ainda a considerar a vertente da aprendizagem, onde imagem e prática corporal convergem para um objetivo de agregação de valores nos quais o ser humano possui maior possibilidade de explorar seus potenciais, sejam eles somático-fisiológicos, psicomotores, intelectivos ou sociais. Verderi (2000) considera a educação como evolução e transformação do indivíduo, considerando a dança como um contínuo da Educação Física, expressão da corporeidade e considerando o movimento um meio para se visualizar a corporeidade dos nossos alunos, a dança na escola deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa desenvolver todos os seus domínios do comportamento humano e, através de diversificações e complexidades, o professor possa contribuir para a formação de estruturas corporais mais complexas. Página 9 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Os alunos precisam de uma educação através do corpo. Porém, essa educação que trata da corporeidade deve ter como foco central comprovar a nossa existência e importância nesse mundo. Precisa-se ressaltar que existimos para que o mundo possa existir também. Uma Educação Física que considere importante que os corpos se movimentem se transforme, para que possam transformar as coisas do mundo e, ao mesmo tempo, estar organizando e desorganizando sua própria construção e reconstrução. Esta interação de acordo com Nanni, apud Gaspari (2002, p.123), é “*...+ imprescindível para que o ser humano se torne sujeito de sua práxis no desvelar a sua realidade histórica, através de sua corporeidade.” A corporeidade é acima de tudo, uma presença, uma manifestação uma visibilidade, talvez dito com maior precisão uma fisionomia. A corporeidade se estende para além dos limites da Física e da Biologia. Ela alcança a esfera da consciência e não exclui a possibilidade de transcendência. Podemos afirmar com certa segurança que a corporeidade é a condição humana, é o modo de ser do homem (SANTIN, 1993, p. 13). MATERIAIS E MÉTODOS Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa, o universo da pesquisa foram as escolas estaduais da rede pública de ensino, localizadas no município de Manaus, Amazonas. Os sujeitos desta pesquisa foram os professores de educação física, na modalidade de ensino fundamental e médio. A coleta de dados se realizou através de entrevistas, utilizando como instrumento de coleta de dados questionários semi estruturado com perguntas fechadas, para levantar os hábitos dos professores referentes às suas aulas. A análise dos dados se deu pelo tratamento estatístico, co-relacionando os dados levantados a cerca dos professores com a prática de dança nas suas aulas. Os participantes tiveram todos os direitos preservados em relação à privacidade dos dados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 1 A dança escolar proporciona um melhor aprendizado? Respostas Sim Não Total Nº 9 0 9 % 100 0 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 1 observa-se que a maioria dos entrevistados concorda que a dança propiciaria um melhor aprendizado aos alunos. De acordo com Porto (1992), que recorre aos fundamentos desenvolvimentistas da aprendizagem motora, reconhece a necessidade deste tipo de conhecimento, entretanto não pode deixar de colocar uma ressalva a esta abordagem. Tabela 2. A prática de dança nas aulas de educação física proporciona um ambiente inibitório? Respostas Sim Não Total Nº 5 4 9 % 55,56 44,44 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 2 observou-se que dos dez entrevistados, 5 (55,56%) concordaram que a prática de dança nas aulas de educação física proporcionaria um ambiente inibitório aos alunos enquanto 4 (44,44%) responderam não concordaria que a dança proporcionar um ambiente inibitório e somente houve uma dos entrevistados não respondeu a questão. As respostas vão de encontro Fritsch (1988): “nisso, a aparência corporal não consegue fugir do olhar observador e é, evidentemente, um ponto de referência especial da inibição”. Página 10 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Tabela 3. Os movimentos corporais ajudam no desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo dos alunos? Respostas Sim Não Total Nº 9 0 9 % 100 0 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 3 verificou-se que as totalidades dos entrevistados corroboram que os movimentos da dança ajudariam no desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo dos alunos. Ainda um entrevistado se abdicou de responder. Para Barreto (2004), “desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições”. Tabela 4. Os benefícios da dança escolar favorecerão ao professor a desenvolverem a criatividade e espontaneidade nos alunos? Respostas Sim Não Total Nº 10 0 10 % 100 0 100 Conforme a tabela 4, todos dos entrevistados concordaram que a dança escolar proporcionam benefícios que favorecerão aos professores a desenvolverem a criatividade e espontaneidade dos alunos em suas aulas. Segundo Ferreira (2005), o professor tem que saber explorar o potencial do aluno, possibilitando seu desenvolvimento natural e favorecer o despertar da criatividade e espontaneidade. Tabela 5. Na dança escolar, devem valorizar as possibilidades expressivas de cada aluno? Respostas Sim Não Total Nº 10 0 10 % 100 0 100 Conforme a tabela 5, os entrevistados reforçam a idéia de que na dança escolar, deve se valorizar as possibilidades expressivas de cada aluno em suas aulas. Tabela 6. A dança no ambiente escolar contribuiria ao domínio da corporeidade dos alunos? Respostas Sim Não Total Nº 10 0 10 % 100 0 100 Conforme a tabela 6, os entrevistados em alguma medida defendem a idéia da necessidade de se adotar a dança no ambiente escolar para melhoria do domínio da corporeidade dos seus alunos. Como afirma Bueno (1998): as danças, por sua vez, têm sido um elo necessário de equilíbrio para a corporeidade, na perspectiva de um ser humano integral. São também manifestações de conhecimento cultural transmitidos de geração em geração, servindo para fortalecer o elo da comunidade, além de coibir o conflito interno, algo essencial para muitas das comunidades tradicionais. Página 11 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Tabela 7. O professor de Educação Física utilizando a dança como instrumento lúdico proporcionaria aos alunos um ambiente formal? Respostas Sim Não Total Nº 4 5 9 % 44,44 55,56 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 7, 44,44% dos entrevistados concordaram que se o professor de educação física utilizando a dança como instrumento lúdico proporcionaria aos alunos um ambiente formal. Sendo que, 55,56 % discordam dessa posição. A dança no contexto escolar pode ser uma forma muito construtiva de experiência lúdica, pois esta ao alcance de todos, uma vez que seu instrumento principal é o corpo. Sem a intenção de formar bailarinos, a escola pode proporcionar ao aluno um contato mais efetivo e intimista com a possibilidade de se expressar criativamente com o movimento. O lúdico contribuir para construção da corporeidade, através das brincadeiras, dos relacionamentos e da humanidade com o próximo (MARQUES, 2003). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os objetivos da pesquisa fundamentados na literatura cientifica pertinente, a pesquisa de acordo com a proposta de trabalho em relação ao tema dança escolar e corporeidade, a entrevista utilizando um questionário com perguntas fechadas no qual os professores deveria responde (sim ou não), esta foi aplicada aos profissionais de Educação Física, esclarecendo aos mesmos, informações que muitos desses professores não utilizam a dança escolar como ferramenta de trabalho em suas aulas. De acordo com a análise dos dados, os professores acenaram que a dança escolar é uma alternativa para melhoria do processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, contribuindo para que os alunos se sintam mais à vontade, dispostos a construírem novas amizades, desta maneira se tornando pessoas mais sociáveis. Além disto, corroboram com a literatura que em alguma intensidade a dança possibilita o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. A análise dos dados direciona a mudança do trabalho pedagógico nas aulas de educação física, abandonando o formalismo excessivo do tradicionalismo vigente para práticas que se baseie no modelo mais humano e que levem em consideração no planejamento e execução de atividades o entorno contextual do aluno. É necessário comentar que a pesquisa não teve a intenção de esgotar possíveis respostas sobre a contribuição da dança escolar para o domínio da corporeidade. Desta maneira, é indispensável o aprofundamento do tema, através de uma pesquisa de abordagem qualitativa, onde possamos dispor de métodos e técnicas de análise e coleta de dados, onde se possa legitimar os discursos dos professores de educação física e seus alunos. Assim como, um cronograma maior de pesquisa que possibilite a realização de uma oficina sobre o tema. A análise desses dados favoreceu para uma proposta sugerida se talvez tivéssemos, mas tempo a fazer a pesquisa de campo o trabalho seria de grande prestigio. Os resultados que vimos na tabela podemos verificar o conhecimento prévio dos professores de educação física em relação à prática de dança escolar e os benefícios aos alunos. REFERÊNCIAS BARRETO, D. Dança... Ensino, sentidos e possibilidades na Escola. 2 ed. Autores associados, 2004. Página 12 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica BRASIL. Secretária de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacional: educação física. Vol. 7. Brasília: MEC/SEF, 1997. BUENO, Jocian M. Psicomotricidade: Teoria e Prática. S. Paulo: Ed.Lovise, 1998. FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. FRITSCH, Ursula (1988). Tanz, Bewegungskultur, Gesellschaft. Verlust und Chancen symbolischexpressiven Bewegens. Frankfurt: Afra Verlag. GARIBA, C. M. S. Personal dance: uma proposta Empreendedora. 2002, Dissertação/Mestrado em Engenharia de produção. 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Diante desta realidade, houve um aumento significativo no número de espaços e de profissionais que oferecem a prática das mais variadas modalidades esportivas, fato que tem induzido a população a praticar exercícios físicos constantes. No entanto sabe-se que a realização de exercícios físicos de forma incorreta ou exagerada pode causar problemas de saúde, entre os quais, o surgimento ou a acentuação de lesões já estabelecidas. Este estudo teve como objetivo analisar a percepção de lesão em alunos de quatro academias de ginástica do Bairro Santa Rita, Zona Sul do Município de Macapá-Ap, com relação à ocorrência de lesões musculoesqueléticas e identificar os segmentos corporais mais acometidos. A amostra da pesquisa foi composta por 400 alunos matriculados em modalidades esportivas ofertadas pelas quatro academias como musculação e aulas coletivas, foram 200 participantes do sexo masculino e 200 do sexo feminino. A idade dos participantes variou de 18 a 69 anos, e teve como média a idade de 35 anos. Para a coleta de dados foram aplicados questionários aos alunos das academias participantes da pesquisa. O questionário aplicado foi composto por perguntas sobre dados pessoais do aluno, atividades realizadas na academia, percepção de lesão e procedimentos adotados após a lesão. Os resultados demonstraram que 60% da amostra relatou a percepção de alguma lesão, e destes, 30% acreditam que a lesão estava relacionada às atividades realizadas na academia. Os segmentos corporais lesionados mais citados pelos alunos foram o joelho com 40%, o ombro com 25%, coluna e tornozelo com 10% cada. Diante dos resultados foi possível concluir que a percepção de lesões por praticantes de exercício físico em academias de ginastica não é um evento raro, por isso deve-se salientar a importância da atuação profissional dos professores de educação física ao prescrever e orientar treinamentos adequadamente para que possa haver uma mudança nessa realidade. PALAVRAS-CHAVE: exercício físico, academia de ginastica, lesões musculoesqueléticas. ABSTRACT The number of practitioners of physical activity has growing vertiginously as a result of the pursuit of health promotion and the aesthetic issue. Given this reality, there was a significant increase in the number of spaces and professionals that offer the practice of various sportive arrangements, a fact that has induced people to practice constant physical exercise. However it is known that the practice of physical exercises of incorrect form or exaggerated can cause health problems, including the emergence or accentuation of established lesions. This study aimed to analyze the perception of injury in students from four gyms Santa Rita's district in the South Zone of the city of Macapa-Ap, regarding the occurrence of musculoskeletal injuries and identify the most affected body segments. The sample research was composed by 400 students enrolled in sportive arrangements offered by the four academies as weight training and group lessons, were 200 male participants and 200 female. The age of participants ranged from 18 to 69 years, and had the average age of 35 years. For data collection, questionnaires were applied to students of the participating research academies. The questionnaire applied was composed by questions about student personal data activities carried in the gym, perception of injury and procedures adopted after the injury. The results showed that 60% of the sample reported the perception of an injury, and of these, 30% believe that the injury was related to activities in the gym. The injured body segments most often cited by students were the knee with 40%, 25% shoulder, spine and ankle with 10% each. With Página 14 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica the results it was concluded that the perception of injury from exercise practitioners in gymnastics academies is not a rare event, so it should be noted the importance of the work of professional physical education teachers to prescribe and guide training properly so there may be a change in this reality. KEYWORDS: exercise, fitness gym, musculoskeletal injuries. INTRODUÇÃO A prática de atividade física tem se destacado em âmbito mundial como um dos principais contributos não farmacológicos relacionados ao combate à mortalidade decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis (Lee et al., 2012; Rezende et al.,2016). Neste sentido, evidências cientificas em atividades físicas através de intervenções, ações e estratégias, demonstram grandes potenciais para o aumento da prática. (PRATT et al 2015). Assim, percebe-se um aumento significativo nos espaços para prática de atividades físicas e/ou esportivas, como também dos profissionais qualificados para orientação das variadas modalidades físicas e esportivas, o que pode induzir ainda mais o número de adeptos nas práticas das atividades motoras. Paralelo a esse aumento, nota-se também uma maior prevalência de lesões nos praticantes de diferentes atividades física sistematizadas (Rombaldi et al 2014; Rola et al., 2004; Oliva, Bankoff e Zamai 1998). Motivados pela ânsia de alcançar objetivos rápidos, muitos indivíduos acabam se submetendo a realização de exercícios sem entender de que maneira a execução destes influenciará nas suas estruturas corporais, o que pode resultar em implicações negativas ao organismo. É importante termos consciência que, apesar de proporcionar muitos benefícios a quem pratica, exercícios físicos realizados de forma incorreta ou exagerada podem causar problemas de saúde, entre os quais, o surgimento ou a acentuação de lesões já estabelecidas. Para a realização de qualquer tipo de exercício, devem ser levadas em consideração todas as variáveis associadas ao desenvolvimento de lesões. É extremamente importante avaliar o resultado de forças repetitivas sobre uma estrutura e a habilidade da estrutura em absorver tais forças, para que sejam evitados excessos. As lesões provenientes da prática de exercício físico são definidas como lesões desportivas e geralmente estão associadas a excesso de treinamento, manuseio incorreto de equipamentos, e execução incorreta de movimentos. Para Vieira (2001) as lesões são decorrentes de aspectos classificados como intrínsecos: idade, sexo, estrutura, composição corpora, nível de aptidão física, período de treinamento da lesão, questões nutricionais e características psicológicas e sociais, e os extrínsecos: planejamento, periodicidade e intensidade da atividade física, condições atmosféricas e equipamentos (acessórios, calçados e vestuário) a serem usados durante a execução da atividade física, tipo de modalidade praticada, local de treino e instalações desportivas. Sabe-se que as lesões podem interferir na capacidade funcional de uma pessoa gerando diversos prejuízos, como o afastamento da prática de exercícios físicos, o afastamento de atividades laborais e gastos financeiros com tratamento. Devido à grande incidência de praticantes de exercícios físicos que vem apresentando as lesões desportivas, essa temática tem sido objeto de vários estudos. Rola et al (2004), analisaram a percepção de lesões em academias de ginastica de Belo Horizonte, chegando a conclusão de que houve muitos relatos de lesões e que por isso é de extrema importância para a prática de exercícios físicos em academias, a presença de um acompanhamento profissional, bem como duração e intensidade de treino adequados a fim de se alcançar um treinamento físico de qualidade e sem grandes consequências. Em um trabalho bastante semelhante, Almeida (2011), também detectou presença de algias musculoesqueléticas em praticantes de musculação em uma academia de Porto Alegre. Diante disto, este estudo teve como objetivo a análise da percepção de lesões em alunos de academias de ginástica do bairro Santa Rita, Zona Sul do Município de Macapá-AP com relação à ocorrência de lesões e identificar os segmentos corporais mais acometidos. MÉTODO A amostra da pesquisa foi composta por 400 alunos matriculados em atividades esportivas ofertadas pelas academias como musculação e aulas coletivas (step, localizada, bodypump). Para que os resultados não expressassem a caracterização de um gênero, foram selecionados 50 indivíduos do sexo feminino e 50 do sexo masculino de cada academia onde ocorreu a pesquisa, totalizando 200 participantes de cada sexo. A seleção ocorreu através de convites feitos a alunos que foram abordados nas entradas das academias. Página 15 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Toda a amostra se dispôs a participar voluntariamente do estudo. A idade dos participantes variou de 18 a 69 anos, e teve como média a idade de 35 anos. Esta pesquisa foi realizada em quatro academias localizadas na zona sul da cidade de Macapá que tivessem pelo menos um professor de educação física e que foram escolhidas por critério de conveniência quanto à localização. Para a obtenção dos dados foi elaborado um questionário, composto por 12 questões, 2 abertas e 10 fechadas, dos quais incluíram informações pessoais como idade e sexo, além de informações relativas ao tipo de atividade praticada na academia, percepção da lesão pelo aluno (presença de lesão, relação com a atividade física e localização), procedimentos após a lesão (suspensão de alguns ou de todos os exercícios, procura por atendimento médico, informação ao professor de educação física da academia e modificação do programa de treinamento) e possível melhora dos sintomas. As aplicações dos questionários ocorreram no período de dezembro de 2015 a janeiro de 2016 e foram realizadas nas dependências das academias participantes da pesquisa. Foram aplicados um total de 400 questionários, 100 em cada academia. Todos os questionários aplicados foram analisados. Os dados foram tabelados utilizando o programa Microsoft Excel 2010.Para realização da pesquisa os proprietários das academias foram contatados e autorizaram que a coleta fosse realizada em seus estabelecimentos. Todos os alunos participantes da pesquisa foram abordados e convidados a participar do estudo e caso concordassem em responder o questionário, faziam-no na presença do pesquisador. RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme pode ser observado no gráfico 01, que trata de lesões nos participantes, 60% da amostra relatou que já teve alguma lesão e 40% relatou não ter sido acometido por lesão. Gráfico 01 Em estudo realizado por Rombaldi et al (2014) com praticantes de atividades físicas no tempo de lazer, o percentual de lesões decorrentes da prática das atividades foi de 21,9%. Gomes e Junior (2013), em seus estudos observaram que 25% dos indivíduos disseram já tiveram alguma lesão corporal. A incidência de lesões na prática de exercícios físicos pode estar relacionada a diferentes fatores como a realização incorreta de exercícios, progressão inadequada das cargas de treinamento, desequilíbrios musculares, uso de equipamentos inadequados, e pela falta de acompanhamento de um profissional qualificado. Neste sentido, torna-se relevante uma prescrição orientada na realização de exercícios, pois a ausência de orientação é um dos aspectos que levam a uma alta incidência de lesões. É possível que o alto percentual de indivíduos acometidos por lesões apontado neste estudo, esteja relacionado a condicionantes provenientes de treinamentos mal elaborados, mal executados ou de práticas aleatórias de exercícios físicos. Ao questionar os alunos sobre a localização das lesões (gráfico 2), os seguimentos corporais mais destacados pelos participantes foram o joelho, apresentando um percentual de 40%, e o ombro com 25%. Página 16 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica As regiões da coluna e cotovelo foram, cada uma, citadas por 10%. Os seguimentos do cotovelo, punho e quadril, apresentaram as menores prevalências de lesões, ambos com 5%. Gráfico 02 Estes resultados contrariam os achados de Moreira, Boery e Boery (2010), os quais relataram como seguimentos corporais mais acometidos por lesões entre os praticantes de atividade física em academias de musculação foram a coluna, seguida pelos ombros, joelhos, cotovelo, quadril, tórax e por último a panturrilha. No entanto, Souza, Moreira e Campos (2015), identificaram que as regiões com maiores frequências de lesões são ombro e joelho, seguidos pela região cervical e tórax. Igualmente, Oliva et al (1998), demonstram que os ombros se apresentam como as regiões de maior prevalência de lesões, seguidos pela coluna e cotovelo. Apesar das diferenças de lesões encontradas nas diferentes regiões corporais, percebe-se que os ombros, joelhos e coluna são frequentemente citadas pelos praticantes. Talvez pelo fato de o ombro e o joelho se tratarem de articulações que permitem a movimentação dos membros superiores e inferiores e acabam sendo exigidas a todo momento, tendo inclusive que suportar altas cargas nos mais variados movimentos e, a coluna vertebral, por suportar o peso corporal, e estar associada a manutenção da postura ereta. As possíveis causas de lesões nessas estruturas relacionadas à prática de exercícios físicos são treinos excessivos, uso impróprio das técnicas de treinamento ou a combinação de ambos. Na análise do gráfico 03, sobre se a lesão está relacionada com a atividade realizada na academia, 30% dos alunos questionados afirmaram que acreditavam que a lesão estava relacionada às atividades realizadas na academia, e 70% dos alunos responderam que acreditavam que não havia essa associação. Página 17 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 03 Em estudo de Rolla et all (2004), 48% da amostra, afirmaram acreditar que havia associação entre lesões desenvolvidas e às atividades realizadas na academia. Já estudo de Gomes e Junior (2013) demonstrou que dos alunos que tiveram alguma lesão, 25% disseram que sua lesão está relacionada com a atividade que desenvolvem na academia. Por se tratar de um ambiente especifico para a realização de exercícios físicos, é comum que lesões sejam associadas a este ambiente. Sabemos, no entanto, que lesões nem sempre estão vinculadas as atividades praticadas na academia, podem estar associadas a atividades diárias, laborais ou de lazer por exemplo. Movimentos repetitivos em casa ou no trabalho, realização de práticas esportivas esporádicas são atividades que podem gerar lesões pelo fato do indivíduo muitas vezes, não possuir uma estrutura corporal preparada para suportar a carga de determinado movimento ou atividade. Quando tratamos de exercícios físicos realizados em academias de ginasticas, devemos considerar que estes ambientes devem oferecer atividades orientadas por profissionais que estão preparados para atuar de maneira preventiva quanto ao desenvolvimento de lesões. Contudo, sabemos que não são todos os profissionais que se preocupam com esta variável ao prescrever ou orientar treinamentos e por outro lado, não são todos os alunos que seguem o treinamento adequado prescrito pelo professor. Caso houvesse uma conscientização dos alunos e uma atuação profissional adequada à incidência de lesões provenientes de exercícios praticados nestes ambientes seriam reduzidas. O gráfico 04, sobre a atitude em relação à manutenção das atividades realizadas na academia, constatouse que após a lesão, 50% dos alunos deixaram de realizar alguns exercícios, mas mantiveram suas atividades na academia, 23% afirmaram que não modificaram suas atividades na academia, e 27% alegaram ter deixado de realizar todas as suas atividades na academia. Página 18 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 04 Corroborando com esses resultados os achados de Wagner e Shigunov (2013), demonstraram em seu estudo que 51% da sua amostra não interrompeu os treinamentos de musculação e 49% interrompeu totalmente os exercícios para uma melhor recuperação das partes envolvidas. Em contrapartida Gomes e Junior (2013) em relação à atitude tomada após a lesão, 33% continuaram a fazer as atividades normalmente e 67% deixaram de fazer apenas algumas atividades. As lesões podem ser definidas em diferentes graus, conforme sua gravidade. Quanto mais grave, maior será a interferência da lesão no cotidiano do indivíduo, inclusive nas atividades praticadas na academia. Normalmente é necessária a realização de ajustes, interrupções ou alterações nos exercícios realizados. Essas adequações são realizadas de acordo com a especificidade da lesão, que determinará qual a melhor recomendação em relação aos exercícios praticados. Na análise do gráfico 05, o qual discorre acerca da busca de tratamento especializado após a descoberta de lesão, foi identificado que 70% dos alunos procuraram algum tratamento médico e 30% não procuraram ajuda médica ou de fisioterapeutas. Gráfico 05 Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Rolla et all (2004), 73% dos acometidos por lesão na academia procuraram algum tratamento médico ou fisioterapêutico. Por sua vez, Rombaldi et al (2014) demostrou que apenas 28% dos indivíduos que se lesionaram praticando atividades físicas, procuraram atendimento fisioterápico. A importância de procurar um profissional médico ou fisioterapeuta consiste na necessidade de identificar as especificidades da lesão. São estes profissionais que irão atuar na elaboração de um diagnóstico que determinará as características da lesão e nele serão baseadas as medidas a serem adotadas como forma de tratamento ou recuperação. Página 19 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Cabe ressaltar que esses profissionais determinam a necessidade de tratamento farmacológico ou fisioterápico, enquanto a orientação prática da atividade física, é um papel atribuído ao professor de educação física, seja na forma de profilaxia ou tratamento de determinada lesão a partir de exercícios físicos (RESOLUÇÃO CONFEF, N° 046/2002). A negligência adotada pelos praticantes, quanto à consulta dos profissionais adequados e capacitados, aumenta às chances de elevar os riscos à saúde do próprio indivíduo. Ao serem questionados quanto ao relato da lesão ao professor da academia, 70% afirmaram ter informado o professor e 30% afirmaram não ter informado o profissional referido, como demostra o gráfico 06. Gráfico 06 Com resultados próximos aos deste estudo, Souza, Moreira e Campos (2015), demostrou que 75% dos alunos com lesão relataram o ocorrido ao professor de educação física da academia. No entanto, Oliva, Bankoff, Zamai (1998) demostrou que mais da metade dos praticantes de musculação entrevistados, treinaram sem comunicar o treinador sobre algum tipo de dor. A prescrição de exercícios deve ser baseada em avaliações que permitem identificar diversas características do aluno, como estilo de vida, composição corporal, nível de condicionamento físico, histórico de doenças e lesões. Além das informações advindas das avaliações, é necessário salientar aos alunos, a importância de ser repassado ao professor, informações sobre as variáveis resultantes ou que interferem na execução de um treinamento. Através do “feedback” entre professor e aluno, é possível obter parâmetros imediatos sobre a efetividade da prescrição do treino, o que engloba aspectos de prevenção e/ou desenvolvimento de lesões. O relato de lesões existentes ou da suspeita do surgimento de uma nova lesão, conduz o professor a adoção de uma nova metodologia de treino, devido a necessidade de ajustes à condição física do aluno. A omissão de informações relativas ao treino pode comprometer a saúde e a execução das atividades físicas, pois eleva o risco de agravamento de lesões. A omissão também dificulta a realização de intervenções terapêuticas de profilaxia em lesões em estados iniciais. Ao serem questionados se tiveram seu programa de treinamento modificado pelo professor da academia após avaliação médica, 65% afirmaram que sim e 35% afirmaram que não, conforme demonstra o gráfico 07. Página 20 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 07 Em estudo semelhante, Rolla et all (2004), demostraram que 80% dos alunos que comunicaram a lesão ao professor ou ao fisioterapeuta da academia, tiveram seu programa de treinamento modificado. A execução e prescrição de exercícios físicos devem ser baseadas nos princípios do treinamento, entre os quais temos o da individualidade biológica, que consiste na ideia que cada indivíduo é formado por uma somatória de características que o torna único, sendo assim, um treinamento não pode desconsiderar essas peculiaridades individuais. Considerando este importante princípio, o indivíduo acometido por uma lesão precisa ter suas atividades adequadas a sua condição física, a fim de que seja evitado o agravamento do quadro da lesão e para evitar o desenvolvimento de lesões compensatórias, que podem surgir em decorrência da alteração do funcionamento de uma determinada estrutura corporal. Quando não há o devido cuidado e a adequação dos treinamentos do indivíduo lesionado, quadros de lesões podem evoluir para um grau de comprometimento maior e piorar a condição física da pessoa. Já quando ocorre a adequação necessária, quadros de lesões podem ser melhorados ou até revertidos. Quando questionados se houve melhora na lesão após a modificação do treinamento, dos alunos que afirmaram ter tido seu programa de treino modificado após a identificação da lesão, 90% relataram a identificação de melhorias com a mudança do treinamento e 10% relataram não ter identificado melhorias, como demonstra o gráfico 08. Gráfico 08 Página 21 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O estudo de Souza, Moreira e Campos (2015), o percentual de 80% relatou melhora nos sintomas após a mudança nos treinos. Já Rolla et all (2004), demostrou que após a modificação do programa de treinamento, 96% dos alunos relataram alívio dos sintomas. Quando a prescrição de uma atividade é realizada respeitando todas as condições peculiares ao indivíduo, é possível faze-la com segurança e de forma adequada. Treinamentos prescritos e executados corretamente possibilitam ao indivíduo lesionado, realizar suas atividades de maneira mais confortável, com diminuição ou ausência de dor, além de ajudar no processo de reabilitação da lesão. CONCLUSÃO Foi possível constatar através desse estudo que a percepção de lesões por praticantes de exercício físico em academias de ginastica não é um evento raro, por isso deve-se salientar a importância da atuação profissional dos professores de educação física ao prescrever e orientar treinamentos adequados para que possa haver uma mudança nessa realidade. Quando exercícios são realizados com segurança, o risco de um indivíduo ser acometido por uma lesão é menor, o que resulta na necessidade da difusão destas informações aos alunos, para que possam compreender a importância de respeitar o equilíbrio na relação exercício físico e saúde. Embora estudos demonstrem a importância da atividade física na prevenção e manutenção de um padrão de vida saudável, a prática pode determinar um aumento no risco da ocorrência de lesões entre os praticantes. O exercício físico sistematizado pode beneficiar o ser humano tanto fisicamente quanto mentalmente proporcionando uma melhor qualidade de vida. Contudo, quando praticado de maneira incorreta, o exercício físico deixa de ocasionar benefícios. As lesões musculares, tendinosas e ligamentares são exemplos de consequências da prática inadequada do exercício físico e podem ocorrer em qualquer estrutura corporal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALMEIDA, R. G.; Prevalência de Algias Musculoesqueléticas em praticantes de musculação. Trabalho de Conclusão de Curso, Novo Hamburgo, 2011, p.01-36. Disponível em: ttp://gedfeevale.br/bibvirtual/monografiaRosselieAlmeida.pdf acesso em: 15/02/2016. 2. GOMES, V. S., JUNIOR, C. A. P. Análise dos principais tipos de lesões em praticantes de musculação na cidade de cachoeira alta - go. São Simão – GO, 2013 3. LEE IM, SHIROMA. EJ, LOBELO et al.; Efect of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: na analisis of burden of disease and life expctancy, lancet. Publishedeolinejuly 18, 2012: http://dx.doi.or 4. MOREIRA, R. M., BOERY, E. N., BOERY, R. 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Florianópolis – SC, 2013. PROTOCOLO DE PESQUISA Título: análise da percepção de lesões, em academias de ginástica do Bairro Santa Rita Zona Sul do Município de Macapá- Ap. Pesquisadores: Aline Thaíze de Oliveira Ramos/Walber Lopes Farias. Pós-Graduando em Fisiologia do Exercício, Avaliação Física e Atividade para Grupos Especiais. ENAF/Desenvolvimento Serviços Educacionais do Estado do Amapá. Nome: ____________________________________________________________ 1) Idade: __________ 2) Sexo: M ( ) F ( ) 3) Quais atividades você realiza na academia? ( ) somente musculação ( ) somente aulas coletiva ( step, localizada,bodypumpetc) 4) Você já teve ou tem alguma lesão? ( ) Sim ( ) Não 5) Você acredita que esta lesão está relacionada à(s) atividade(s) realizada(s) na academia? ( ) Sim ( ) Não 6) Onde está localizada a lesão? (Se necessário, marque mais de uma opção) ( ) joelho ( ) tornozelo ( ) quadril ( ) coluna ( ) ombro ( ) cotovelo ( ) punho ( ) outros 7) Com o resultado da lesão você: ( ) não modificou sua(s) atividade(s) na academia ( ) deixou de realizar apenas alguns exercícios ( ) deixou de realizar toda(s) a(s) sua(s) atividade(s) 8) Você procurou algum tratamento médico e/ou fisioterapeuta? ( ) Sim ( ) Não 9) Você informou ao professor de sua academia sobre a sua lesão? ( ) Sim ( ) Não 10) O seu programa de treinamento foi modificado pelo professor? ( ) Sim ( ) Não 11) Em caso afirmativo, houve melhora dos sintomas relacionados à lesão, após esta modificado? ( ) Sim ( ) Não ENDEREÇO: AVENIDA HENRIQUE GALÚCIO, N°3216. SANTA RITA CEP:68900-255. MACAPÁ-AP Página 23 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica WHEY PROTEIN A SOLUÇÃO PARA A OBESIDADE? DE PAULA, A. C. ¹ VIANNA, D. ENAF/DSE- Ribeirão Preto- Brasil EMAIL: [email protected] RESUMO Introdução.No Brasil, assim como em vários outros países em desenvolvimento, a obesidade tem aumentado significativamente nas duas últimas décadas.A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, em decorrência da somatória de fatores genéticos e ambientais. Obesidade é fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis como diabete melitus tipo 2, hipertensão, resistência à insulina entre outras. Diante destas evidências é recomendado que obesos se submetam a algum tratamento para atenuar o incremento de gordura corporal, a fim de reduzir as chances de mortalidade e controlar as doenças relacionadas à obesidade. Nesse sentindo, várias intervenções terapêuticas são propostas, como a prática de exercício físico, a restrição calórica e a suplementação alimentar. Diversos estudos relatam que a suplementação de wheyprotein é eficaz em reduzir a gordura corporal e em estimular a síntese proteica favorecendo o crescimento ou manutenção da massa magra. Objetivo:este trabalho teve como objetivo avaliar a associação do exercício físico e do acompanhamento nutricionaljunto com uso do suplementoWheyprotein como tratamento para obesidade.Métodos: O estudo foi conduzido na academia da cidade de Ituverava- SP, realizadocom 2 mulheres e 2 homens 36±12,72 anos e peso médio de 95±21,21 Kg, submetidos a dois meses de tratamento. Foram feitas avaliações antes a após o período de intervenção. O acompanhamento nutricional consistia em consultas semanais sendo utilizado uma dieta hipocalórica de 1700 Kcal associada ou não a suplementação de 23g de wheyprotein. O treinamento físico (resistido + aeróbio) foi realizado 3 vezes na semana, tinha duração de 1 hora. Conclusão. Conclui-se que a suplementação de wheyprotein associado a dieta hipocalórica e ao treinamento foi eficaz em reduzir o peso corporal. Mostrando assim a importância de unir dieta, suplementação e atividade física, para se obter resultados satisfatórios no tratamento para o emagrecimento. Palavras chave: Obesidade; Emagrecimento; wheyprotein. ABSTRACT Introduction. In Brazil, as in many other developing countries, obesity has increased significantly in the last two decades. Obesity is characterized by the accumulation of body fat as a result of the sum of genetic and environmental factors. Obesity is a risk factor for chronic diseases such as diabetes mellitus type 2, hypertension, insulin resistance, among others. On this evidence it is recommended that obese to undergo some treatment to mitigate the increase of body fat in order to reduce the chances of mortality and control diseases related to obesity. In that sense, various therapeutic interventions are proposed, such as physical exercise, caloric restriction and supplemental feeding. Several studies have reported that supplementation of whey protein is effective in reducing body fat and stimulate protein synthesis favoring the growth or maintenance of lean mass. Objective: This study aimed to evaluate the association of physical exercise and nutritional counseling along with use of Whey protein supplement as a treatment for obesity. Methods: The study was conducted at the Academy of the city of Ituverava- SP, performed with 2 women and 2 men 36 ± 12.72 years and average weight of 95 ± 21.21 kg, submitted to two months of treatment. Evaluations were made before to after the intervention period. Nutritional monitoring consisted of weekly consultations are using a reduced calorie diet of 1,700 Kcal with or without supplementation of 23g of whey protein. Physical training (resistance + aerobic) was performed 3 times a Página 24 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica week, I had duration of 1 hour. Conclusion. It is concluded that supplementation of whey protein associated with reduced calorie diet and the training was effective in reducing body weight. Thus showing the importance of uniting diet, supplementation and physical activity, to obtain satisfactory results in the treatment for weight loss. Key words: Obesity; Weight loss; whey protein. INTRODUÇÃO A obesidade nos dias atuais é um problema de saúde que cresce constantemente e já é classificada como uma epidemia mundial, pois o mercado de alimentos oferece oportunidades de fácil acesso para que o indivíduo possa ingerir altos volumes de alimentos sem levar em consideração a qualidade, como por exemplo: fastfoods, lanches, salgadinhos, refrigerantes entre outros com preços mais acessíveis, sendo mais vantajoso manter uma dieta pobre em nutrientes, mas rica em quantidade. (FETT, 2001) (FRANCISCHI; LANCHA-JUNIOR & PEREIRA 2003) O individuo é considerado obeso, pelo acumulo de gordura corporal, ou seja quando sua porcentagem de gordura é maior que de massa muscular, seu indice de massa corporal é classificado por 30 Kg/m² ou mais. (SALVE, 2006) A obesidade geralmente esta associada a outras patologias, como: Diabete Mellitus, hipertensão, doença renal, gota, entre várias outras. Alguns dos fatores que ajudam a desencadear a obesidade são principalmente hábitos alimentares inadequados, bem como a falta de atividade física. O tipo, a intensidade e a duração do exercício determinam alterações significativas com aumento do metabolismo. Sendo assim, conhecendo a dieta, o tipo de exercício e o suplemento alimentar, podem melhorar e acentuar o acúmulo de gordura corporal e assim acelerar o processo de emagrecimento. (FETT, 2001). Para que ocorra um bom tratamento dietoterápico esportivo é importante que o nutricionista tenha um bom histórico sobre o paciente, um planejamento dietético e um conhecimento na área de nutrição esportiva e principais características da modalidade desempenhada. (Braggion, 2008). De acordo com a Resolução do CFN n°380/2005: “suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar, com calorias, e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação”. No mercado os suplementos alimentares são encontrados de seguinte forma: pós, capsulas, tabletes, barras, pastilhas mastigáveis, drágeas, granulados, líquidos, géis, semissólidos e suspensões. Eventualmente os suplementos nutricionais são utilizados para alcançar resultados positivos em qualquer que seja o objetivo e o treinamento. A maneira que as proteínas do soro do leite utilizadas como suplementos alimentares são comercializadas principalmente em forma de pó (Braggion, 2008; FISCHBORN, 2009). Com a pratica de atividade física melhora-se a qualidade de vida dos indivíduos. Vários fatores vão interferir no desenvolvimento da atividade física, como organização do treino, genética, suplementação, tempo da prática de atividade física e dieta, principalmente. Com isso aumenta-se a necessidade de nutrientes do corpo, principalmente de proteína. Com a ingestão de proteína ou aminoácidos pós treino contribui na recuperação e na síntese proteica, a qualidade dessas funções são acentuadas positivamente se a quantidade e o tipo de proteína for adequado.) (HARAGUCHI, 2008)(FISCHBORN, 2009) Segundo a ANVISA, na Portaria n° 222/1998: “os Alimentos Proteicos são produtos com predominância de proteína(s), hidrolisada(s) ou não, em sua composição, formulados com o intuito de aumentar a ingestão deste(s) nutriente(s) ou complementar a dieta de atletas, cuja as necessidades proteicas não estejam sendo satisfatoriamente supridas pelas fontes alimentares habituais.” (ANVISA, 1998) A wheyprotein tem como seu principal produto a proteína do soro do leite. O soro do leite possui cor amarela esverdeada e é obtido através da coagulação do leite e possui sabor de ácido para doce. Por ser rico em proteínas, sendo elas aminoácidos essenciais e por possuir alta biodisponibilidade, ele se tornou um material usado na alimentação humana e na confecção de suplementos proteicos. Elas correspondem a 20% das proteínas do leite, compostas principalmente por α-lactoalbumina (ALA) e a β-lactoglobulina (BLG) e outros componentes como: albumina do soro bovino (BSA), Imunoglobulinas (Ig’s) e glico- Página 25 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica macropetídeos. A composição de aminoácidos das proteínas do soro são semelhantes as do musculo esquelético(ZUÑIGA,2003) (HARAGUCHI, 2008) (MELO, 2009) De acordo com estudos, as proteínas do soro auxiliam o emagrecimento por meio da redução do percentual de gordura corporal, realizado pelo micronutriente Cálcio e por ter em sua composição alta concentração de Aminoácidos de Cadeia Ramificada (BCAA). Com o aumento do cálcio na dieta, ocorre o auxílio na redução dos hormônios calcitropicos, esse hormônio é o responsável por estimular a transferência de cálcio para as células de gordura e em altas concentrações leva a lipogênese e a redução da lipólise. Além de oferecer vários benefícios como recuperação muscular, fortalecimento da imunidade e melhoria no desempenho físico (HARAGUCHI, 2008; MELO, 2009) No mercado, a WheyProtein pode ser encontrada em três formas mais conhecidas, sendo elas: isolada, hidrolisada e concentrada. Na proteína isolada encontra-se de 90% a 95% de proteínas, com baixo teor de gordura e lactose, a hidrolisada é feita da concentrada e da isolada, também contem baixo teor de gordura e lactose e possui fácil digestão e absorção. E a concentrada em duas formas, a concentrada passa por um processo de extração do componentes não proteicos, sua porcentagem de proteína varia entre 25% e 89%, a medida que a lactose diminui aumenta a % de proteínas e a concentrada com lactose reduzida tem em sua formulação menos de 1% de lactose (CASAGRANDE, 2006) . E o último e menos conhecido é a WheyProtein por troca iônica, nela ocorre a remoção de determinados minerais por meio da troca iônica, por eletro diálise ou pela técnica de filtração em membranas (CASAGRANDE, 2006). Existem diversas maneiras de utilizar a suplementação desta proteínas, como após treino, para que seja oferecido aminoácidos essenciais para que ocorra a síntese proteica;pré treino, assim irá prevenir o catabolismo muscular, pelo alto teor de glutamina e BCAA; ao levantar-se da cama, por ser uma proteína de rápida absorção e digestão, esta ajuda na reposição de proteínas e carboidratos de forma mais rápida, causada por jejum noturno (sono); ou ainda antes de dormir, para favorecer a recuperação muscular e impedir o catabolismo em atletas em dieta hipocalórica, oferecendo aminoácidos. Lembrando sempre que se deve levar em consideração o tipo e volume de treinamento, a dieta, o objetivo do individuo para assim orientar o melhor horário para ingerir o suplemento proteico (NILSEN, 2010). OBJETIVO O estudo teve como objetivo avaliar a associação do exercício físico e do acompanhamento nutricional junto com uso do suplemento Wheyprotein como tratamento para obesidade. Por último incentivar a melhoria de hábitos e mostrar a importância de ter um profissional qualificado para supervisionar o tratamento. MATERIAIS E MÉTODOS AMOSTRA O estudo contou com a participação de 2 homens e 2 mulheres que se enquadraram no critério de seleção, deveriam ser obesos, não ter doenças associadas, frequentadores de academia 3 vezes por semana, não estar em tratamento nutricional e frequentador da academia a mais de 2 anos. A idade média era de 36±12,72 anos e peso médio de 95±21,21 Kg (tabela 1). Para iniciação deste trabalho, duração 2 meses, foi feita uma reunião com os participantes para explicar seu objetivo e metodologia e em seguida foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido, formulado de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes foram distribuídos em 4 grupos: grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1); grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Grupo Homem (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) e Grupo Homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein (n=1). (Tabela 1) MATERIAIS UTILIZADOS Os materiais utilizados para a realização do estudo foram: balança e fita métrica. INSTRUMENTOS EMPREGADOS Página 26 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Foi utilizado como instrumento para coleta de dados para a identificação do consumo alimentar o diário alimentar. PROCEDIMENTOS REALIZADOS A pesquisa se desenvolveu numa academia da cidade de Ituverava-SP, os participantes realizaram no inicio e no final do estudo a avaliação antropométrica onde foi mensurado o perímetro abdominal, quadril, cintura, peso e altura. O acompanhamento nutricional consistia em consultas semanais. Todos participantes receberam prescrição de dieta hipocalóricade aproximadamente 1.700 Kcal com o sem o acréscimo do suplemento proteico, o diário alimentar, para que pudessem anotar tudo o que foi consumido durante o dia, incluindo quantidade de água, exercício físico e suplemento.Na metade do tratamento foi entregue um novo questionário, o intermediário, para avaliar a aceitação da dieta, do treinamento e da suplementação e se já houve emagrecimento. A suplementação de wheyprotein (Wheyprotein 3 W/probeiótica®) foi de 23 g de proteína fornecida 30 minutos após a treino para um participante de cada grupo M e H. Os participantes foram submetidos a um programa de exercício físico durante dois meses, três vezes por semana com duração de uma hora. O programa de exercício físico foi elaborado por um educador físico o qual propôs exercícios aeróbios combinados com exercícios resistido. O exercício aeróbio consistiu de corrida. O exercício resistido foi executado utilizando uma combinação de pesos livres e aparelhos específicos de musculação. Tabela 1: caracterização dos participantes Grupo ML Grupo M Grupo HL Grupo H Idade (anos) 45 35 25 27 Peso Inicial 91,5 90 122,5 107,9 (Kg) Altura (cm) 162 165 174 188 IMC kg/m2 34,9 33,08 40,56 30,57 Grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1); grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Grupo Homem (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) e Grupo Homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein (n=1) RESULTADOS Segundo o questionário inicial, conclui-se que todos os participantes estavam com IMC acima de 30kg/m². Todos frequentavam a academia a mais de 2 meses, a duração do treino era de 1 hora, todos faziam a junção de aeróbio+musculação. Objetivo em comum emagrecimento. Quando perguntados sobre para que serviam os suplementos, relataram o seguinte: “ ajuda a estimular e dar mais energia na hora de fazer os exercícios”, “para auxiliar no emagrecimento”, “não tenho opinião” e “para que possa auxiliar e acelerar o desenvolvimento de músculos e o desempenho no treino”. Nenhum possuía nenhum tipo de doença crônica, os antecedentes familiares eram principalmente avô/irmãos/mãe com diabetes mellitus tipo I ou tipo II. Já no questionário intermediário, verificou-se que todos os participantes afirmaram que aprenderam o porquee a importância de se utilizar suplemento como auxiliador no emagrecimento e concordaram que com supervisão de uma equipe especializada os resultados são atenuados com o uso. Todos se encontravam satisfeitos com os resultados obtidos até naquele momento e estavam aflitos com medo do fim do tratamento, queriam continuar, pois estavam conseguindo emagrecer bem mais que se estivessem sozinhos, todos responderam que não tinha dificuldade ao segui o plano alimentar proposto. Referiram sentir mudanças ao colocarem roupas que antes ficavam muito justas ou não “entravam”, agora estavam vestindo melhor, uma das participantes teve que mandar várias de suas roupas para ajustar em uma Página 27 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica costureira, pois ficavam "caindo" e afirmou que até o fim do estudo teve que ser realizadas três vezes o ajuste pra diminuir ainda mais todas as peças. E no questionário final, todos os participantes queriam ingerir suplemento, pois o emagrecimento foi mais acentuado em quem consumiu, perderam o medo e relataram que aprenderam que “esses” produtos nada mais são que alimentos modificados, desidratados e que quando há necessidades são até benéficos para a saúde. Ficaram muito satisfeitos com os resultados obtidos, todos queriam seguir com o tratamento e todos conseguiram emagrecer. Em relação a avaliação do diário alimentar (dados não mostrado), todos os participantes seguiram a recomendação. Porém, no inicioda intervenções os participantes relatavam m “medo” de fazer as substituições, mas com os encontros semanais aprenderam a fazer trocas “inteligentes”. Nos horários, quantidades e qualidade dos alimentos após esse episodio todos faziam corretamente. Na tabela 2, foi analisado os pesos e IMC iniciais e finais de todos os integrantes, ao comparar o pesos iniciais e final nota-se que a ML e o HL emagreceram mais, sendo 4,5kg e 2,5Kg, já a M e o H foram os seguintes valores, 4Kg e 1,9Kg. O IMC inicial serviu de critério para seleção para o estudo, foi usado o seguinte parâmetro, todos deveriam ter o IMC= ou > que 30 Kg/m², com a classificação de obesidade. No decorrer do tratamento todos diminuíram o IMC, mais ainda permaneceram com a classificação de obesidade. Tabela 2: Dados de peso e IMC feitos no inicio e fim do tratamento. Grupo ML Grupo M Grupo HL Grupo H Peso Inicial 91,5 90 122,5 107,9 (Kg) Peso final (Kg) 87 86 120 106 IMC kg/m2 inicial 34,92 33,08 40, 56 30,56 2 final IMC kg/m 33,21 31,61 39,73 30, 02 Grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1); grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Grupo Homem (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) e Grupo Homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein (n=1) Nas tabelas 3, 4, 5 e 6 foram comparadas as medidas inicias e finais de todos os participantes, foi analisado as medidas de abdomen, cintura e quadril. A diminuição de medidas abdominais foram mais acentuadas nosindivíduos dos grupos ML e no H. O perímetro da cintura e do quadril reduziu nos grupos ML e HL. A relação cintura/ quadril notou-se que a ML estava em alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes mellitus entre outras, já a M iniciou e permaneceu em risco moderado. Os candidatos HL e H começaram em alto risco e no fim foram pra moderado. Tabela 3: GRUPO ML: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo ML Abdômen Cintura Quadril Relação cm cm cm cintura/quadril Inicio 130 109 127,5 0, 85- Alto risco Fim 107 100 121,5 0,82- Alto Grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Tabela 4: GRUPO M: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo M Abdômen Cintura Quadril Relação cm cm cm cintura/quadril Inicio 95 90 121 0,74- Moderado Fim 89 88 119 0,74- Moderado Página 28 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1) Tabela 5: GRUPO HL: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo HL Abdômen Cintura Quadril Relação cm cm cm cintura/quadril Inicio 120 112 124 0,90- Alto Fim 116 104 120 0,87- Moderado Grupo homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Tabela 6: GRUPO H: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo H Abdômen Cintura Quadril Relação cintura/quadril Inicio 113 106 117 0,91- Alto Fim 103 101 117 0,86- Moderado Grupohomemr (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) DISCUSSÃO Com o estudo foi possível avaliar as modificações antropométricas e visuais dos participantes e então verificou-se que a hipótese é verdadeira, pois o suplemento pode auxiliar no emagrecimento de indivíduos obesos, mas com a junção de alimentação saudável e balanceada e atividade física. As limitações do estudo foram, os participantes não conhecer os exercícios pelos nomes, então foi necessário sempre ter um educador físico por perto, para não confundirem e nem executarem errado, alguns dos participantes nunca terem nem visto um suplemento alimentar, acharem que eram anabolizantes, para isso foi ministrada uma palestra para ensinar e tirar dúvidas sobre o tema. Nos encontros semanais, também, eram sanadas dúvidas referentes a alimentação e a suplementação. Houve redução de IMC, mas não o suficiente para alterar o estágio de IMC (Indice de Massa Corporal), então ainda continuaram com a classificação de obesidade, o mesmo foi comprovado no estudo do autor Varela e colaboradores, onde foi comparado os IMCs iniciais e finais do estudo, os requisitos para participar do estudo era ter IMC> ou igual a 30 Kg/m², foram três meses de tratamento. Ao analisar os dados é possível notar que houve redução significativa em todas as medidas corporais e de peso, mas a redução mais acentuada foi nos participantes que estavam com suplementação. De acordo com o estudo é possível notar, que três dos participantes saíram do risco alto para o desenvolvimento de outras patologias, levando em consideração o perímetro cintura/quadril. Estes resultados vão de encontro com os dos autores Rocca, Tirapegui, Melo e Ribeiro, que o estudo teve duração de três meses, um dos critérios para a seleção de participantes também era ter IMC maior que 30 Kg/m², foi verificadoque houve uma boa redução na relação cintura/quadril e também nas circunferências de cintura e quadril dos indivíduos estudados. Em relação ao emagrecimento, o grupo suplementado foi o que mais obteve resultados positivos, em dois meses de tratamento emagreceram HL- 2,5 Kg e ML 4,5Kg. A importância do trabalho foi mostrar que com a junção e o equilíbrio entre alimentação, atividade física e suplementação o resultados almejados podem ser alcançados, podem ser aplicados em alunos de academia que já tenham passado pela fase de adaptação, recomendações que sempre procure profissionais qualificados e específicos para cada caso (exemplo: nutricionista para alimentação e suplementação, pois para cada objetivo e necessidade variam, sempre levando em consideração a individualidade; educador físico: para ficha de treinamento, médico: para exames de rotina).As implicações Página 29 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica podem acontecer se o aluno fizer algum exercício errado e se machucar, ou não consumir o que foi proposto no plano alimentar e causar um desiquilíbrio ou uma deficiência no organismo. Umas das maiores especulações é saber mais sobre o metabolismos dos suplementos no organismo, saber se um individuo sem diabetes pode vir a ter pelo uso de suplementos, por nele conter adoçantes e se seria necessário a pausa no uso destes produtos. CONCLUSÂO Conclui-se a importância de unir dieta, suplementação e atividade física, para se obter resultados satisfatórios no tratamento para o emagrecimento. Comprovando o objetivo do estudo, o grupo suplementado emagreceram mais que o grupo não suplementado. A importância de tratamento foi melhorar a qualidade de vida, saúde e até as emoções dos participantes e poder mostrar e ensinar como ter um hábito mais saudável pode fazer toda a diferença. Mas como o tempo de tratamento foi limitado é necessário mais estudos e analises sobre o tema. REFERENCIAS BRAGGION, G. F. SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR NA ATIVIDADE FÍSICA E NO ESPORTE – ASPECTOS LEGAIS NA CONDUTA DO NUTRICIONISTA. 2008. 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Cidade: Ituverava- São Paulo Página 31 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ALONGAMENTO ANTES OU APÓS MUSCULAÇÃO: OS PRÓS E CONTRAS ALBUQUERQUE, V. 1 TOMAZ, T.P.1 VASCONCELOS, T. P.3 VILAS BOAS, Y. F.² 1 Educador Físico / Pós graduando em Musculação e Personal Trainer. Pós Graduação Enaf Desenvolvimento Serviços Educacionais - Poços de Caldas / MG - Brasil. Email: [email protected] ² Orientador / Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Universidade José do Rosário Vellano - Unifenas - Alfenas / MG - Brasil. Email: [email protected] RESUMO Este estudo trata do alongamento antes ou após musculação, elucidando seus prós e contras. Tal abordagem se justifica na divergência encontrada, visto que apesar da literatura científica enumerar os benefícios importantes atrelados ao alongamento, no que se diz respeito à diminuição de lesões, é bastante controversa quanto ao momento que este deve ser realizado. Objetiva-se com este estudo, verificar a literatura existente sobre o alongamento na musculação, elucidando os aspectos que designam o melhor momento para a sua realização. O estudo constatou que o benefício do alongamento decorre de seu efeito a médio e longo prazo, melhorando a flexibilidade, e não de um efeito imediato por alongar logo antes da prática de exercícios. Palavras-chaves: Atividade Física, Fitness, Treinamento Contra Resistência. ABSTRACT This study deals with stretching before or after weight training, elucidating its pros and cons. This approach is justified found in divergence since, though the scientific literature enumerate the major benefits related to stretching, as regards the decrease of injury, it is quite controversial as to when this should be done. Objective with this study, verify the existing literature on the stretch in bodybuilding, elucidating aspects which designate the best time for their realization. The study found that the benefit of stretching is due to its effect in the medium and long term, improving flexibility, not an immediate effect by then stretch before exercise. Keywords: Physical activity , Fitness , Training resistance against. INTRODUÇÃO Este artigo visa, por meio de pesquisa bibliográfica, entender a importância do alongamento atrelado a musculação. Pois com o aumento da procura, visualizada hoje em dia, na prática e nos benefícios dos exercícios físicos, surgem algumas dúvidas em relação ao alongamento, se deve ser pré-treino ou póstreino, em relação a uma melhoria na flexibilidade e seus benefícios para evitar possíveis lesões. O alongamento estimula o movimento das articulações do corpo humano, existem muitos casos de pessoas que sofreram ou estão sofrendo lesões devido à falta deste hábito. Página 32 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Neste importe, algumas pessoas sofrem lesões durante as atividades de musculação, seja por desconhecer os benefícios do alongamento, ou o realizando de forma errada ou insuficiente. Devido à falta de informação sobre o alongamento antes do treino e pós-treino e seu benefício voltado à flexibilidade, o estudo tem como busca a resolução do seguinte problema: Quando deve ser realizado o alongamento para a efetiva proteção dos músculos e articulações nas atividades de musculação? Este intento se justifica pelo alto índice de lesões que a atividade de musculação pode causar, quando o alongamento não é alçado como essencial. Para isso, primeiramente, é preciso entender o que é o alongamento, sua finalidade, os tipos existentes, ele previne ou aumenta o nível de lesões, ajuda ou atrapalha os exercícios executados na musculação. E a musculação, qual seu impacto sobre o corpo humano, qual o impacto gerado com e sem alongamento. O alongamento normalmente é utilizado para relaxarmos uma determinada musculatura, pois realiza-se a extensão dos músculos e articulações ao ângulo máximo da amplitude e depois, faz-se o processo inverso, em vários grupos musculares. É utilizado a fim de evitar os encurtamentos musculares, pois quando estimula-se os músculos, articulações e tendões, estes tendem a continuar amplitude máxima de movimento. Uma das consequências do alongamento é promover a flexibilidade de quem o pratica. Com o tempo de prática do alongamento feito de forma correta, o corpo se torna mais flexível, e consequentemente, menos propício ou sujeito a lesões (THOMPSON et al, 2011). Para Nahas (2010), a flexibilidade é a valência física que reflete a amplitude dos movimentos articulares. Seu desenvolvimento se dá por meio de alongamentos que aumentam consideravelmente a elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, permitindo uma maior amplitude de movimento. Hamil e Knutzen (2011) sugerem que vários fatores determinam a flexibilidade. Esses fatores incluem estrutura articular, saúde dos tecidos moles ao redor da articulação, comprimento dos músculos antagonistas e temperatura dos tecidos que estão sendo alongados, além das propriedades viscoelásticas (“semelhantes a uma faixa de borracha”) dos tecidos ao redor da articulação. Assim não é de surpreender que a flexibilidade seja determinada em grande parte pela maneira como esses fatores facilitam o movimento. Muitas pessoas buscam centros de treinamento para alcançar uma boa forma física (estética) ou apenas para manter e melhorar sua saúde, porém muitas vezes acabam negligenciando o alongamento que é indicado. Para Pinto et al. (2008), a musculação é uma das práticas físicas mais antigas do mundo, e que passou a se tornar uma prática que atrai cada vez mais adeptos. A musculação é definida como “treinamento com pesos”, não sendo caracterizada como uma modalidade esportiva, e sim como uma forma de treinamento. Em seu contexto histórico, a musculação teve suas origens na Grécia antiga, quando Milon de Creton iniciou seus trabalhos levantando bezerros. Assim, a medida que o bezerro crescia, o organismo dele estava preparado para sustentar a nova carga, iniciando assim o princípio da sobrecarga. Devido ao histórico, a musculação começou a ser utilizada como uma prática de ganho de massa e força, mas hoje, esses mesmos objetivos são alcançados de forma adaptada e diferenciada para os idosos (PINTO et al., 2008). Musculação diz respeito à atividade que muitas pessoas realizam em uma academia, por exemplo, a fim de atingir um objetivo, seja ele ganho de força e massa muscular, ou simplesmente uma melhor aparência. Musculação em um âmbito genérico, se trata de um trabalho chamado de hipertrofia, onde o indivíduo realiza a musculação afim de aumentar o tamanho ou volume dos músculos, ter um aumento de força física, que também pode ser associado a uma melhor aparência física (THOMPSON et al, 2011). Os chamados exercícios resistidos, ou exercício contra resistência, geralmente são realizados com pesos, embora existam outras formas de oferecer resistência à contração muscular. Musculação é o termo mais utilizado para designar o treinamento com peso, fazendo referência ao seu efeito mais evidente, que é o aumento da massa muscular (QUEIROZ e MUNARO, 2012). Diante disso, objetiva-se com o estudo verificar a abordagem da literatura existente sobre o alongamento e a musculação, elucidando os aspectos que designam o melhor momento para a sua realização, além de elucidar os prós e os contras de sua realização. Página 33 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia utilizada está baseada em levantamentos a partir de dados bibliográficos através da leitura, análise e interpretação de livros, artigos, monografias e teses sobre o assunto abordado. Aos dados bibliográficos foram agregadas informações obtidas em sites na internet, pertencentes a organizações governamentais e não governamentais, que divulgam textos e dados relacionados às temáticas abordadas no presente trabalho. Conforme Gil (1991), a revisão bibliográfica não produz conhecimento novo: ela apenas supre as deficiências de conhecimento do pesquisador no tema de pesquisa, procurando em referências a conexão entre suas dúvidas, o tema e o material pesquisado. Ainda, como meios de levar ao leitor as informações de maneira correta, utilizou-se como técnica de instrumentação de coleta de dados, a técnica de documentação indireta. Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados. No caso, da documentação indireta, a pesquisa foi realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de dados foi cumprido de duas maneiras: através de pesquisa documental e de pesquisa bibliográfica (GIL, 1991). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para Lima (2012), a musculação consiste em uma forma de exercício resistido no qual se tem grande controle de variáveis como: carga, tempo de contração, velocidade, etc. Vale ressaltar ainda que, variáveis como intensidade do exercício (se leve, moderada, ou intensa), atuam como importante componente de versatilidade da prática da musculação, podendo esta, se adequar às diferentes faixas etárias, e ser praticada de acordo com os mais diferentes objetivos propostos pelos indivíduos que a praticam. Ainda segundo Lima (2012), dentre todos os ganhos provenientes à prática da musculação, o aumento de força é o benefício mais conhecido, embora ela seja usada ainda para quem busca saúde, como influenciador na perda de massa adiposa no caso de obesos, aumento da densidade corporal em idosos, e até mesmo na estética. Para Santarem (1998), do ponto de vista funcional, os exercícios com pesos, desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais completas formas de preparação física. Uma das características mais marcantes dos exercícios com peso é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. Segundo Viana (2002), a musculação é um meio, de preparação física, utilizado para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares. Além disso, é também o conjunto dos processos e meios que levam ao aumento e ao aperfeiçoamento da força muscular, a chamada hipertrofia, associada ou não a outra qualidade física. A hipertrofia consiste no aumento da contração de proteína contrátil no interior das fibras musculares, o que intensifica o desenvolvimento da força (FLECK; FIGUEIRA, 2003). Esta adaptação resulta no aumento entre 20% e 45 %, podendo chegar até mesmo a 50% (STARON et al, 1991), sendo este aumento idêntico em homens e mulheres quando submetidos ao mesmo tipo de treinamento, e é um dos objetivos mais procurados dentro das academias Em relação à musculação e o alongamento, muito tem se falado na determinação do momento correto para a prática do alongamento. Para tanto, a flexibilidade deve ser discutida, pois através da prática do alongamento, haverá aumento dessa, o que leva a benefícios em qualquer atividade física. Nussio (2006), os exercícios de alongamento deveriam ser parte integrante de qualquer tipo de disciplina esportiva, tanto para a fase de aquecimento quanto para o final, como relaxamento. Os exercícios, suaves Página 34 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica e harmoniosos, contribuem também para trazer um relaxamento psíquico, com o que se tornam ainda mais eficazes. Para Simón (2006) os alongamentos servem para manter a máxima amplitude dos movimentos, evitando assim descompensações musculares e posturas que podem ocasionar dores e lesões, recomenda-se o alongamento antes de qualquer tipo de treino. O alongamento prévio pode ser mais suave e, após o treinamento, deve ser mais profundo. Oliveira (2012) sugere que o grau da flexibilidade varia. Pela manhã têm-se uma diminuição deste grau, devido à composição plástica do corpo estar em seu tamanho original, devido às longas horas descansadas no sentido horizontal. Ao longo da manhã, a flexibilidade sofre um crescente aumento, chegando a seu pico ideal por volta das 13 horas, para mais tarde sofrer um declínio. Existem diversos métodos para melhorar a flexibilidade e aumentar a amplitude de movimento articular, e quase todos eles envolvem uma forma de alongamento. Os alongamentos podem ser realizados pelo instrutor (alongamento passivo) ou pelo próprio indivíduo (alongamento ativo). O alongamento passivo pode ser muito útil no aprimoramento da flexibilidade, a flexibilidade refere-se ao grau em que uma articulação movimenta-se através de uma amplitude de movimento (ADM) normal ou indolor (THOMPSON et al, 2011). Para Bob (1998), o alongamento traz seus benefícios para a vida diária, ele é perfeito para períodos de inatividade, imobilidade e longos períodos de trabalhos exaustivos e repetitivos, os benefícios do alongamento são: Diminuir a tensão muscular Melhorar a circulação Reduzir a ansiedade, o estresse e a fadiga. Melhorar a prontidão mental Diminuir o risco de lesões Facilitar seu trabalho Desenvolver a consciência corporal Fazer você se sentir melhor Almeida et al (2009) relata que o alongamento vigoroso, quando utilizado antes dos treinos pode diminuir o desempenho, levando à perda de força e/ou velocidade, devido às micros lesões no tecido muscular afetando diretamente os resultados buscados na prática da atividade. A mesma linha de pensamento é defendida por Shrier (2004). Em seu estudo chegou à conclusão de que não é recomendável o alongamento antes da prática do exercício por demonstrar detrimentos no desempenho. Este ainda elucida que, o alongamento antes do treino pode prejudicar os resultados para quem busca bom desempenho, reafirmando o fato de que, o alongamento, quando muito intenso, pode causar micro lesões na musculatura. Nos estudos de Shrier (2004) e Almeida et al (2009) foi verificado que embora os efeitos imediatos do alongamento resultem em diminuição da força e velocidade, a realização regular de exercícios de alongamento acarreta em aumentos na força e na velocidade de contração muscular a longo prazo. Por esse motivo, foi sugerido que o alongamento deveria ser realizado após a realização de exercícios ou numa sessão à parte. Quando utilizado após o treino, o alongamento tem como função eliminar os metabólitos que são acumulados durante o treinamento, levando a uma recuperação mais rápida. Em exercícios de alta intensidade, como a musculação, há acumulo de fluídos metabólicos anaeróbicos láticos. O alongamento, ajuda na eliminação dos metabólicos acumulados. (ALTER, 1999). Além disso, segundo Knight et al (2001), devido os músculos estarem aquecidos após uma sessão de treinamento de força, o alongamento realizado seria mais benéfico. Isto indica que, os ganhos de flexibilidade são mais expressivos quando o músculo está aquecido, isto é, a deformação do tecido conjuntivo depende da temperatura muscular. Para Santarem (2012), a musculação pode aumentar ou não a flexibilidade, mas nunca diminuir. A falta de movimento por qualquer razão é o principal fator determinante da diminuição da flexibilidade. Quando os Página 35 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica exercícios com pesos forçam os limites da amplitude articular ocorre estímulo para o aumento da flexibilidade. No entanto, quando as articulações apresentam deformidades ou dores, os limites das amplitudes não devem ser forçados para não agravar os problemas. Outro aspecto é que os músculos hipertrofiados apresentam aumento da elasticidade em função da proliferação do tecido conjuntivo estimulada pelos exercícios, favorecendo a flexibilidade articular. Músculos hipertrofiados não ficam hipertônicos, como já se pensou no passado. Ainda segundo Santarem (2012), embora o alongamento seja utilizado na prática esportiva com muitas propostas, nenhuma teve sua importância confirmada, com e exceção do estímulo à flexibilidade. Para tanto, os alongamentos precisam ser intensos, realizados antes da sessão de musculação ou em outros horários ou dias. No entanto, não se justifica preconizar o alongamento associado à musculação com a proposta de impedir sua suposta diminuição da flexibilidade. Como já vimos, a flexibilidade pode aumentar ou não em função da musculação, mas sua diminuição não ocorre. O grau de flexibilidade estimulado ou mantido pela musculação é suficiente para a realização confortável das atividades de vida diária. CONSIDERAÇÕES FINAIS É evidente a controvérsia existente na literatura em relação ao momento do alongamento. Contudo, é constante a afirmativa de que o investimento em um programa de treinamento de flexibilidade antes ou depois da sessão de musculação leva ao aumento da flexibilidade nos músculos, tendões e articulações, o que gera os benefícios para proteção contra lesões, como também de melhora do desempenho físico e da qualidade de vida. Desta forma, o mais importante é perceber que o efeito do alongamento, não pode ser vislumbrado de imediato, este aparecerá a médio e longo prazo, igualmente aos benefícios de exercícios de força e de resistência. É indispensável que o profissional de Educação Física informe as pessoas sobre os benefícios que o alongamento pode trazer a longo prazo. Deve-se observar a importância da flexibilidade, pois somente assim, lesões nas práticas de atividades físicas podem ser evitadas. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Henrique Foppa. Efeito crônico do alongamento realizado antes ou após treino de força de isquiotibiais na flexibilidade e na força. 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C.4 Graduada em Nutrição Graduada em Nutrição Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de Alfenas – Alfenas MG - Brasil Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de Alfenas – Alfenas MG – Brasil [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo foi verificar a existência de associação da espessura do músculo adutor do polegar (MAP) com variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional na prática clínica. Para tanto foi aplicado um estudo epidemiológico descritivo observacional transversal coletando-se dados de 26 indivíduos. As variáveis coletadas foram peso, estatura, circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), dobra cutânea subescapular (DCSE), circunferência da panturrilha (CP), circunferência abdominal (Cab), espessura do MAP, sexo, data da aferição e data de nascimento. A variação nos dados numéricos foi descrita calculando-se média, desvio padrão e valores mínimo e máximo. As variações da espessura do MAP entre os sexos e as idades foram descritas aplicando-se o teste t-Student adotando-se grau de confiança de 95% (p<0,05). A correlação entre o MAP e os demais indicadores do estado nutricional foi analisada por regressão linear simples e exponencial. As equações para estimativa de variáveis antropométricas que apresentaram R2>0,386 e valor de p<0,001 foram adotadas como modelo para o estudo. Os resultados obtidos mostraram correlação significativa entre a espessura do MAP e o IMC, o peso, a AMBc, a CMB, a CB, a CP, a Cab, a massa corporal total e a massa protéica somática e não significativa com DCSE, DCT e massa gorda. Conclui-se que o MAP pode ser uma boa alternativa para avaliação do estado nutricional de hospitalizados, embora seu uso ainda deva estar condicionado a demais estudos para uma validação generalizável e ainda exista a demanda para a construção de padrões de referência populacionais. Palavras-chave: antropometria; avaliação nutricional; pacientes internados; pesos e medidas corporais; polegar. Abstract The aim of this study was verify the possibility of association of the adductor policis muscle (APM) thickness with variables and anthropometric indexes. In this way, was applied a transversal observational descriptive epidemiologic study acquiring data from 26 individual. The collected variables were the weight, stature, arm circumference (AC), triceps skinfold thickness (TSF), subscapular skinfold thickness (SESF), calf circumference (CC), abdominal circumference (AbC), APM thickness, sex, date of examination and date of birth. The data was analyzed by the calculus of average, standard deviation and minimal and maximal values. The variation of the APM thickness, regarding sex and ages, was described by the t-Student test for 95% for confidence degree (p<0,05).The correlation among APM thickness and the other cited indicators of nutritional state was analyzed by exponential and linear regression. The equations, for the estimative of the anthropometric variables, which present R2 (determination coefficient) higher than 0,386 and p lesser than 0,001 was used in the study. The obtained results show significant correlation with APM thickness were: BMI (Body mass index), weight, AMBc, CMB, AC, CC, AbC. But there was no significant correlation of APM thickness with SESF and TSF. We should emphasize the correlation between APM and the weight, due to it present the higher R2 value. The APM thickness demonstrated significant correlation with anthropometric variables which estimate the total corporal mass and proteinic-somatic mass and no significant correlation with the fat mass. Therefore, one can conclude that the APM thickness is an alternative parameter to assess the nutritional state of hospitalized patients, although its effective use as a Página 38 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica reliable method requires further investigations. One also should address that the method stills demands population references. Key words: anthropometry; body weights and measures; inpatients; nutrition assessment; thumb. INTRODUÇÃO O estado nutricional adequado é o reflexo entre a ingestão balanceada de alimentos e o consumo de energia necessário para manter as funções diárias do organismo. Sempre que existirem fatores que interfiram em qualquer uma das etapas desse equilíbrio, os riscos de o indivíduo desenvolver desnutrição são iminentes (TEIXEIRA, 2003). Estudos demonstram que a desnutrição está entre as mais frequentes causas de morbimortalidade no mundo (LORENZO, 2005). A avaliação nutricional é o primeiro passo para diagnosticar a desnutrição (BODINSKI, 1988; ENGSTROM et al., 2002). Neste contexto, destacam-se métodos antropométricos dentre as principais formas utilizadas na avaliação do estado nutricional (TEIXEIRA, 2003). Antropometria pode ser definida como o estudo científico das medidas do corpo humano, contudo, todo e qualquer método antropométrico apresenta limitações importantes (ANDRADE; LAMEU, 2007). Por isso, há constante necessidade de se buscar novas metodologias de maior abrangência ou que resultem em avaliações mais confiáveis para casos em que medidas, convencionalmente adotadas, falham. Neste trabalho, abordamos este problema e apresentamos um novo método para avaliação nutricional usando basicamente medidas do músculo adutor do polegar (MAP). O MAP, por ser plano e estar situado entre duas estruturas ósseas, permite uma medição adequada da espessura devido ter um referencial anatômico bem definido e principalmente, ser reproduzível por outros pesquisadores (ANDRADE; LAMEU, 2007). Apesar de estudos já adotarem metodologias análogas como indicador de massa magra (URBANO, 2011; SILVA, 2011), ainda há necessidade de mais estudos para validação por parte da comunidade científica e com vistas a uma abrangente generalização. Podem-se enumerar vantagens do nosso método como fácil execução, baixo custo, confiabilidade e segurança. Outro ponto a se ressaltar é que nossa proposta é recomendável para a prática clínica em, a título de exemplo, pacientes cirúrgicos (BRAGAGNOLO, 2009). Observamos que a avaliação baseada na espessura do MAP traz também ganhos substanciais para a mensuração de massa magra corporal principalmente por ser mais direta que os índices convencionalmente utilizados, como circunferência muscular do braço (CMB) ou área muscular do braço corrigida (AMBc). Os resultados aqui obtidos demonstram evidente correlação entre a espessura do MAP e variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional. Desta maneira, estudo pode servir como base para o desenvolvimento uma metodologia usando medidas do MAP, como parâmetro antropométrico, na prática clínica. OBJETIVO Verificar a existência de associação da espessura do MAP a variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional na prática clínica. CASUÍSTICA E MÉTODOS O estudo foi do tipo epidemiológico descritivo observacional transversal. A amostra foi constituída de 26 pacientes, internados em um hospital do sistema de saúde alfenense, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 20 anos. Todos tinham permissão para ficarem em pé, na posição ereta, e deveriam estar lúcidos e orientados no tempo e no espaço (LOTE). Foram excluídos da amostra os indivíduos com edema, amputados, imobilizados por fraturas, gestantes, puérperas, lactantes e aqueles com hidratação endovenosa. As variáveis coletadas foram peso, estatura, circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), dobra cutânea subescapular (DCSE), circunferência da panturrilha (CP), circunferência abdominal (CAb), espessura do MAP, sexo, data da aferição e data de nascimento. Inicialmente, as triplicatas de cada variável foram processadas na forma de suas médias aritméticas simples. Foram calculados o índice de massa corporal (IMC), a circunferência muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço corrigida (AMBc) de acordo com o gênero. Para auxílio no processamento de dados, foi utilizado o software Página 39 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Microsoft Excel For Windows (MICROSOFT, 2003). A variação nos dados numéricos foi descrita calculandose média, desvio-padrão, erro padrão, variância e valores mínimo e máximo. As variações da espessura do MAP entre os sexos e as idades foram analisadas aplicando-se o teste t-Student, adotando-se nível de confiança de 95% (p<0,05). A correlação entre o MAP e os demais indicadores do estado nutricional foi analisada por regressão linear simples e exponencial (JEKEL et al., 1999). Para os cálculos estatísticos, utilizou-se o SPSS 16.0 for Windows (SPSS, 2007). RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise descritiva das variáveis utilizadas no estudo está apresentada na Tabela 1 e tem por objetivo traçar um perfil geral da casuística. Observa-se que a média da espessura do MAP dos 26 indivíduos foi de 19,82±4,16 mm. Tabela 1 – Análise estatística descritiva de indicadores antropométricos de indivíduos hospitalizados Município de Alfenas, MG - 2007 a 2008 Variáveis Média Desvio-padrão Mínimo Máximo Idade (anos) 45 16,19 20 81 Peso (Kg) 66 14,00 47 97 CB (cm) 30,96 4,32 23 41 DCT (mm) 26,57 10,22 8 46 DCSE (mm) 19,09 8,82 8 41 Cab (cm) 90,39 11,20 70 112 CP (cm) 35,92 4,47 26 45 MAP (mm) 19,82 4,16 10 28 2 IMC (Kg/m ) 25,13 14,87 18 35 2 AMB (cm ) 33,66 11,02 17 57 CMB (cm) 22,61 3,21 17 29 Do total da amostra, 38% dos indivíduos eram do sexo masculino e 62% do sexo feminino. Apesar de a amostra ter sido composta, majoritariamente, por indivíduos do sexo feminino (62%), não houve diferença significativa entre as médias dos valores de espessura do MAP entre os sexos (p=0,47). Portanto, o desequilíbrio percentual entre os sexos na composição da amostra não influenciou no resultado (TABELA 2). Nossos resultados divergem dos divulgados por Lameu et al.(2004a), que apresentaram uma amostra mais proporcional em relação ao número de indivíduos de cada sexo, 49,6% do sexo masculino e 50,4% do sexo feminino. No estudo de Lameu, encontra-se uma diferença altamente significativa entre as médias da espessura do MAP e observaram-se valores de 12,49±2,85 mm para o sexo masculino e 10,53±2,29 para o feminino (p<0,001). Semelhantemente, Vulcano (2010) identificou valores diferentes para MAP entre os sexos investigando portadores de doenças hepáticas. Da mesma forma, a espessura do MAP não apresentou diferença significativa (p= 0,15) quando comparados indivíduos adultos (20 a 59 anos) e idosos (idade maior ou igual a 60 anos), conforme a Tabela 2. Lameu et al. (2004a), após a análise de sua amostra por grupos de idade, demonstraram haver diferença significativa entre indivíduos jovens e idosos (p< 0,0001). Tal fato pode ser atribuído ao baixo número de idosos participantes do presente trabalho. Tabela 2 - Média (± desvio padrão) e valor-p para espessura do MAP de acordo com as variáveis sexo e idade (anos) de indivíduos hospitalizados - Município de Alfenas – 2007 a 2008 Variáveis Sexo Masculino Feminino Idade (anos) n (%) X ± DP 10 (38) 16 (62) 20,60 ± 5,09 19,19 ± 3,92 Valor-p 0,47 0,15 Página 40 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Adultos Idosos 22 (85) 4 (15) 16,83± 4,01 20,21 ± 4,84 Na Tabela 3 estão apresentados os modelos de melhor associação entre espessura do MAP e demais variáveis antropométricas. Verificou-se correlação significativa (p<0,05) entre MAP e as variáveis Peso, IMC, AMBc, CMB, CP, CB e Cab. Por sua vez, observou-se correlação não significativa (p>0,05) entre a espessura do MAP e as variáveis DCT e DCSE. Ainda, foram elaboradas equações para estimativa de variáveis e índices antropométricos a partir da espessura do MAP. Nota-se, portanto, a especificidade da espessura do MAP para aferição de massa magra, em detrimento dos tecidos gordurosos. A análise dos dados, a partir de regressão exponencial, indicou uma correlação significativa entre a espessura do MAP e IMC (R2= 0,473; p<0,0001). Lameu et al. (2004a) também demonstraram haver correlação significativa entre a espessura do MAP e IMC (p<0,001). No entanto, a força da associação entre as variáveis apresentou-se maior no presente estudo, uma vez que o coeficiente de determinação do estudo de Lameu et al. (2004a) foi de 0,158. Ferreira (2009) encontrou associação positiva entre índice de desnutrição e baixos valores de MAP. A Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995) descreve o índice de massa corporal como um bom indicador para classificação do estado nutricional. As correlações entre a espessura do MAP e as variáveis AMBc e CMB foram significativas, confirmando os resultados de Lameu et al. (2004a) e Ferreira (2009). Tabela 3 - Correlação entre a espessura do MAP e outras variáveis antropométricas de indivíduos hospitalizados - Município de Alfenas - 2007 a 2008 Variável dependente Modelo R2 p 0,32 x MAP IMC IMC=13,208 x e 0,473 <0,0001 Peso P=9,329 + 2,890 x MAP 0,737 <0,0001 AMBc AMBc=10,949 x e0,54 x MAP 0,465 <0,0001 CMB CMB=12,637 + 0,503 x MAP 0,426 <0,0001 CB CB=18,721 x e0,025 x MAP 0,544 <0,0001 0,23 x MAP CP CP=22,804 x 22,804 x e 0,554 <0,0001 Cab Cab=57,265 + 1,671 x MAP 0,386 <0,001 DCSE DCSE=5,732 x e0,55 x MAP 0,232 0,013 DCT DCT=10,700 + 0,801 x MAP 0,106 0,104 *CAb = circunferência abdominal (cm); CB = circunferência do braço (cm); CP = circunferência da panturrilha (cm); DCSE = dobra cutânea subescapular (mm);DCT = dobra cutânea tricipital, IMC =íÍndice de massa corporal (Kg/m2); Peso (Kg); AMBc = área muscular do braço corrigida (cm2); CMB =circunferência muscular do braço (cm); A medida da espessura do MAP apresentou correlação significativa com a medida de CP. Lameu et al.(2004a) e Ferreira (2009) também demonstraram haver correlação significativa entre MAP e CP. As variáveis antropométricas DCSE e DCT não apresentaram correlação significativa com o MAP. De acordo com estudo realizado por Lameu et al. (2004a), a correlação entre DCT e MAP não se apresentou significativa. A correlação entre peso e a espessura do MAP foi analisada segundo regressão exponencial obtendo-se um valor de R2=0,737 e p<0,0001. Tal constatação permite concluir que há uma correlação significativa entre a espessura do MAP e o peso. Dessa forma, pode-se vislumbrar possíveis construções de indicadores do estado nutricional que estabeleça uma proporção entre MAP e estatura, tal como sugerido por Lameu et al. (2004b). Equações para estimativa de peso utilizando variáveis antropométricas têm sido propostas por diversos autores (RABITO et al., 2006; HAN e LEAN, 1996; MITCHELL e LIPSCHITZ, 1982 Apud RABITO et al.; CHUMLEA et al., 1994 Apud HEYMSFIELD et al., 2003). Embora algumas dessas equações sejam aplicáveis para a estimativa de peso, apresentam limitações importantes como a necessidade da coleta de inúmeras variáveis antropométricas. Portanto, a estimativa do peso através da espessura do MAP apresentaria a Página 41 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica vantagem da coleta apenas de uma única variável, de fácil localização, pouco invasiva e que requer aparelho para aferição de relativo baixo custo. CONCLUSÕES Foi verificada a associação da espessura do MAP com as variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional na prática clínica. Os resultados obtidos mostraram correlação significativa entre a espessura do MAP e o IMC, o peso, a AMBc, a CMB, a CB, a CP, a Cab. As variáveis DCSE e DCT não se correlacionaram significativamente ao MAP. Deve-se ressaltar a correlação significativa entre MAP e peso, pois apresentou, dentre as análises de correlação das demais variáveis, o maior valor de R2. Tal fato sugere que mais estudos devam ser desenvolvidos para esta comprovação, pois a variável peso é imprescindível para a avaliação nutricional, e pressupõe-se que sua estimativa por meio de equações utilizando a medida da espessura do MAP tornarse-ia mais simples do que por meio de equações que utilizam variáveis e índices antropométricos descritas na literatura. Propõe-se, ainda, que tais estudos sejam realizados prioritariamente com crianças, pois para este estágio de vida o peso é de extrema relevância para a determinação do estado nutricional. A possível correlação entre MAP e peso seria importante do ponto de vista prático, uma vez que a medida da espessura do MAP é de fácil execução, pouco invasiva e de baixo custo. Sugerem-se novos estudos para identificar a existência ou não de diferenças significativas entre as médias da espessura do MAP para os gêneros e para os grupos etários de adultos e idosos, pois os resultados do presente estudo apresentam-se divergentes em relação aos mostrados anteriormente na literatura. Neste sentido, vale ressaltar que a amostra do presente estudo foi menor que os encontrados nas buscas bibliográficas. Portanto, é possível que o presente estudo tenha sido insuficiente ao reproduzir a heterogeneidade dos seres, particularmente no que tange à antropometria. A medida da espessura do MAP mostrou correlação significativa com as variáveis antropométricas que estimam massa corporal total e massa protéico-somática, e não significativa para massa gorda. Todavia, há necessidade de novos estudos que esclareçam melhor esta questão, uma vez que a massa corporal total é constituída tanto por massa protéico-somática, quanto por massa gorda. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEIXEIRA, R. 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Assim, o objetivo desse estudo foi verificar o conhecimento de praticantes de musculação sobre a hidratação e a devida reposição de líquido. Participaram da amostra 86 praticantes de musculação, de ambos os sexos, com idades de 18 a 57 anos, voluntários e residentes na cidade de Maceió. Para a coleta das informações foi utilizado um questionário padronizado sobre hidratação segundo modelo de Brito e Marins (2001). Para análise dos dados foi utilizada a distribuição percentual obtida em cada resposta. Os resultados demonstraram que 78,82% dos participantes possuem o costume de se hidratar durante o treino, enquanto que 17,64% se hidratam às vezes. Contudo, apenas 41,86% responderam corretamente como deve ser feita tal prática, sendo que 34,88% não possui a mínima ideia de como deve ser feita a hidratação. De acordo com os resultados, os praticantes de musculação não possuem o conhecimento adequado em relação aos hábitos de hidratação que devem ser realizados. Palavras Chaves: Hidratação; Exercício Físico; Aptidão Física. ABSTRACT Knowledge about the hydration status is of at most importance to maintain the water balance during physical exercises, preventing physiological risks and ensuring an improvement in exercise performance. The objective of this study was to verify the knowledge of bodybuilder son hydration and proper replacement fluid. The sample 86 bodybuilders, of both sexes, aged 18-57 years old, volunteers and residents in the city of Maceio. To collect the information we used a standardized questionnaire son hydration second model of Brito and Marins (2001). For data analysis was used the percentage distribution obtained in each response. The results showed that 78.82% of the participants have the usual hydration during training, while 17.64% hydrate sometimes. However, only 41.86% answered correctly, as it should be done this practice, while 34.88% do not have a clue, as hydrations should be made. According to the results, bodybuilders do not have the proper knowledge regarding hydration habits that should be performed. Key words: Hydration; Physical exercise; Physical aptitude INTRODUÇÃO Diariamente, perdas hídricas são ocasionadas pela falta de ingestão de líquidos e através da sudorese (CHEUVRONT; SAWKA, 2006). Os índices de água corporal devem estar em quantidades “balanceadas”, a fim de evitar um estado de hiper-hidratação (o excesso de água no corpo), ou hipohidratação (o débito de Página 44 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica água corporal). Tais estados podem ocasionar, desde desconfortos gástricos, até mesmo, em casos extremos, encaminhar o individuo a morte (PEREIRA et al., 2010; CHEUVRONT; SAWKA, 2006). As alterações fisiológicas são apresentadas de acordo com o estado de desidratação do indivíduo, como: diminuição do volume plasmático; aumento da freqüência cardíaca submáxima; redução do débito cardíaco; redução do fluxo sanguíneo nos músculos ativos; diminuição do VO2máx; aumento da osmolaridade sangüínea; maior risco de hipertermia, dentre outros (CRUZ et al., 2009). Durante a desidratação, a diminuição do volume plasmático altera a homeostase e consequentemente, todo o desempenho durante um treinamento. Esta situação é exacerbada principalmente quando o exercício é realizado em ambientes com altas temperaturas. (CHEUVRONT; SAWKA, 2006; BRITO; MARINS, 2005; SILVA et al., 2014). Para que o estado de desidratação possa ser evitado, ou mesmo retardado, faz-se necessário que o indivíduo inicie o exercício hidratado(PEREIRA, 2010). A ingestão de líquidos efetuada de forma regular (antes, durante e após os exercícios), faz com que os efeitos fisiológicos que lesariam o organismo do individuo apresentem-se de forma aprazível. Porém, por muitas vezes, a reposição desses líquidos não é suficiente em relação às perdas durante os exercícios, no qual a manutenção hídrica não é alcançada (CRUZ et al., 2009). Segundo Machado (2006), a ingestão de líquidos de acordo com o mecanismo da sede é o suficiente, pois o cérebro posiciona-se como regulador para a quantidade a ser ingerida. No entanto, Brito (2006) relaciona a quantidade de líquidos a ser ingerida de acordo com a intensidade, a duração e o ambiente onde os exercícios serão realizados. Segundo Coelho et al. (2007), a avaliação do nível de hidratação dos indivíduos ainda se encontra como processo a ser discutido, no qual julga-se necessário a junção de técnicas para chegar a um resultado. A combinação das análises de líquidos corporal total, utilizando marcadores com isótopos e osmolaridade plasmática se apresenta como padrão ouro para tal análise, contudo parâmetros simples podem ser utilizados como coloração e gravidade específica da urina e massa corporal. Na cidade de Maceió, devido ao clima úmido e temperatura elevada, indivíduos praticantes de exercícios físicos acabam expondo-se a níveis elevados de desidratação, podendo acarretar uma diminuição considerável no desempenho durante o exercício (MAUGHAN e SHIRREFFS, 2010). Além disso, o nível de conhecimento das práticas e do estado de hidratação de indivíduos praticantes de musculação ainda é desconhecido. O presente estudo tem como objetivo, verificar o conhecimento de praticantes de musculação da cidade de Maceió, sobre a hidratação e a devida reposição de líquidos.A elaboração desse projeto justifica-se a partir do momento que propiciará informações sobre os hábitos hídricos desses indivíduos, além de demonstrar o conhecimento sobre o estado de hidratação. Tais informações podem proporcionar uma melhor conduta no tratamento hídrico desses indivíduos para uma possível diminuição do estado de desidratação, podendo ocasionar melhor desempenho. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Tipo de pesquisa A pesquisa realizada foi de cunho descritivo, de corte transversal, através de um estudo de levantamento, utilizando-se de um questionário adaptado com perguntas do tipo itens em escala e auto administrativa. Este tipo de estudo tem como principal vantagem o curto período de tempo. A pesquisa descritiva é um estudo de status onde seu método mais comum é o estudo exploratório (surve/y), no qual inclui questionários e entrevistas (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007). 2.2 Amostra Após divulgação numa academia na cidade de Maceió, a amostra desse estudo foi composta por 86 indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 57 anos, todos voluntários e residentes no Estado de Alagoas, que realizavam frequentemente suas atividades, com uma média de três anos de tempo na prática da musculação. Página 45 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Todos foram informados e orientados com antecedência sobre a realização do estudo, e assinaram um termo de consentimento, o qual garantiu a privacidade de informações pessoais. O presente trabalho, também atendeu às normas para a realização de pesquisa em seres humanos, resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde de dez (10) de outubro de 1996 e foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas sob número 017640/2011-61. 2.3 Procedimentos de coleta de dados A coleta de dados do estudo objetivou a determinação do conhecimento das práticas de hidratação dos indivíduos praticantes de musculação. Assim, em dia e local pré-determinado, no momento que antecedeu o treinamento, os participantes, responderam a um questionário adaptado, segundo modelo de Brito et al. (2006), sobre o conhecimento de hidratação. Os resultados do questionário sobre o conhecimento de hidratação foram expressos em termos percentuais (%). RESULTADOS Durante a realização da pesquisa, foram abordados alguns pontos como, qual momento (antes, durante e depois) tem o costume de se hidratar, 23,56 % assinalaram que antes da pratica, 47,77 % durante a mesma e 28,66 % apenas depois do treino (Figura 1A). Em cada momento (Antes, durante e após) de um treino, a informação comunicada em relação ao tipo de hidratação realizada pelos praticantes de musculação, nos momentos que antecedem a atividade, é de 25,14% de água e 4,8% de Bebida carboidratada, durante de 44,91% de água e 1,2% de Bebida Carboidratada e após, 29,94% de água e 4,0% de Bebida carboidratada (Figuras 1B e 1C). A partir dos apanhados através dos questionários implantados, pôde ser observado que 78,82 % dos praticantes de musculação possuem o costume de hidratar-se durante o treino, enquanto que 17,64 % hidratam-se às vezes. Apenas 2,35% quase nunca se hidratam durante o treino (Figura 1D). Ao investigar sobre qual o melhor momento que se deve beber líquidos, 81,6% dos praticantes de musculação, relataram que seria antes da sensação de sede, 14,94% responderam que somente depois de sentir sede e 3,44%dizem que somente quando se sente muita sede. Em relação ao costume de se pesar antes e após um treino, a maioria dos praticantes (43,02%) responderam que nunca o fazem. Em relação ao conhecimento de como deve ser feita a prática de hidratação entre os praticantes de musculação, 41,86% destes responderam corretamente (¼ de litro), em compensação muitos (23,25%) optaram pela alternativa incorreta (1/2 de litro), e 34,88% não possui a mínima ideia de como deve ser feita tal prática (Figura 1E). A questão sobre qual a temperatura que se costuma beber o líquido: 69,41% dos praticantes relataram que consomem moderadamente gelados, 23,52%ingeriam líquidos com temperatura normal e 7,05%extremamente gelado. O questionamento em relação a obtenção de orientação sobre qual melhor forma de se hidratar resultou em, 45,88% dos praticantes que não obtiveram nenhum tipo de orientação e 54,11% dos que obtiveram. Em relação a orientação à prática de hidratação, observamos que 43,47 % dos entrevistados relataram que estas informações foram adquiridas através do preparador Físico, seguido de 39,13% do Médico, 34,78% Nutricionista, 30,43% em livros, 28,26% Treinador Físico, 19,56% do Professor de Educação Física, amigos e outros, 17,39% dos pais, 15,21% de Revistas, 4,34% Fisioterapeutas e Técnico (Figura1F). Página 46 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A D 60 100 80 Percental (%) 40 30 20 60 40 20 10 B Se m pr ve ze s 50 50 40 Percental (%) Percental (%) s E 60 40 30 20 30 20 10 10 0 0 Antes Durante as um Depois óv ez c de ra 1L pa litr o ¼ C a¼ ad ½ ra ra éia ho ho o id ½ de nh da e t a c o Nã ar a Lp F 50 40 40 Percental (%) 50 30 20 10 30 20 10 0 Antes Durante Depois io Mé te d Pr ra ic ep pe o a D r ire ad L uta to or ivr r d F os a ís i e co Pr R qui of ev pe .D is e Té tas Ed cn . F ico í Am s ic Tr ig a ei o na s N do ut ric P r io ais n O is ta ut ro s 0 Fi s Percental (%) À Depois Q ua se Durante e 0 Antes Nu nc a 0 nu nc a Percental (%) 50 Figura 1. Respostas obtidas no questionário aplicado com praticantes de musculação. Dados mostrados em %. DISCUSSÃO O estudo realizado numa academia de Maceió, através de um questionário, nos permitiu observar, um pobre conhecimento em relação à hidratação por praticantes de musculação. Muitos afirmaram que sempre se hidratam durante os treinos, no entanto, 58,13% dos entrevistados afirmou não saber como realizá-la corretamente a fim de evitar o estado de desidratação, conforme exposto na figura 1E. O conhecimento da prática correta de como se hidratar é de extrema importância, visto que beber líquidos Página 47 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica em quantidades inferiores a perda, pela sudorese, durante o exercício, pode prejudicar a saúde, como um estado de desidratação e/ou hipertermia (MAUGHAN; SHIRREFS, 2010; CRUZ et al., 2009). Stover (2006) relata a necessidade de uma concientização em relação à importância da prática de hidratação, além da disponibilidade de líquidos, para os praticantes, antes, durante e após a prática do exercício físico, para que ocorra uma redução, de forma considerável, no estado de desidratação. Tal condição pode causar o aparecimento de agravos fisiológicos causando, até mesmo, uma queda no desempenho do indivíduo (MAUGHAN; SHIRREFFS, 2010; CASA, 1999;). Graciano (2014) relata que pouca ingestão de líquidos após o exercício, é preocupante, pois torna-se difícil a manutenção para as condições de euhidratado ao longo do exercício. Devido a este fato, o ACSM (2007) sugere a ingestão de líquidos após o exercício em um volume de 1,5 vezes o total perdido pela sudorese, buscando facilitar a recuperação do praticante. Vários estudos têm sido feitos em relação aos termos supracitados, no âmbito do esporte. Em relação a atividades feitas em academias, os estudos são praticamente escassos (GRACIANO et al., 2014).A maior parte dos praticantes de musculação relatou que possuem o costume de se hidratar apenas durante a atividade (47,77%), conforme descrito na figura 1A. Durante a execução de exercícios, a temperatura corporal é elevada, devido ao ganho de calor do ambiente e da produção metabólica do próprio organismo (GRACIANO et al., 2014). Por isso, a necessidade de ingestão de água e eletrólitos torna-se de grande importância devido a deficiência destes componentes no organismoexcretadas através do suor durante o exercício físico, conjecturando em prejuízos no rendimento do praticante e na saúde do mesmo. Pois, a desidratação, apresentando uma redução de 2% do peso corporal ocasiona aumento na temperatura interna, aumento da frequência cardíaca, além de um aumento na percepção de esforço. Principalmente se tal exercício for executado em um ambiente com elevadas temperaturas (SILVA et al., 2009). Sabendo disto, o consumo de líquidos deve ocorrerde acordo com a intensidade do exercício, ambiente, aclimatação do atleta e suas características individuais (MONTEIRO, 2003). As quantidades de líquidos necessárias durante um exercício específico, ainda não estão estabelecidas (Maughan; Shirrefs, 2010). No entanto, Machado-Moreira et al (2006), acreditam que a sede é o suficiente para que o indivíduo se mantenha hidratado, pela capacidade que o sistema nervoso central possui de informar a quantidade de líquidos que o organismo precisa ingerir. Em contrapartida, Meyer; Perrone (2004) afirmam que o mecanismo da sede não é o suficiente para que se estabeleça o estado “normal” de hidratação, sendo assim, necessária a ingestão de líquidos antes mesmo da sensação de sede. Assim como relatada nas respostas da maioria dos participantes (81,6%), durante a pesquisa, apresentados na figura 1. Mensurar alterações da massa corporal é um método simples e eficiente, no entanto, a maioria dos praticantes de musculação afirmou não possuir o costume de verificar tal índice (43,02%), descartando uma das formas utilizadas para observar o estado de hidratação (CHEUVRONT; SAWKA, 2006). Para Cheuvront; Sawka(2007);Maughan (2010) a importância desse acompanhamento é necessária para que possam ser administradas as perdas de fluidos, não prejudicando o desempenho do praticante. A variação de peso corporal adquirida através da mensuração antes e após o exercício apresenta-se como um fator importante no diagnostico de desidratação. Marcador simples de grande utilização no diagnostico de alterações no estado de hidratação dos praticantes (LEMOS et al., 2015). A orientação em relação à manutenção do estado de hidratação apresenta-se como um tópico também de grande importância, no entanto 45,88% dos indivíduos que participaram da pesquisa, não a obtiveram. A conscientização da reposição de líquidos é indispensável, principalmente através dos professores e treinadores, a fim de conscientizar e evitar possíveis casos de desidratação. (CASA et al., 2000). CONCLUSÃO De acordo com os resultados, os praticantes de musculação, entrevistados na cidade de Maceió, não possuem o conhecimento adequado em relação aos hábitos de hidratação que devem ser realizados. Sugere-se, que professores e treinadores, bem como nutricionistas, possam conscientizar freqüentadores Página 48 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica de academias, assim como as demais pessoas praticantes de exercícios físicos, aos riscos de uma má hidratação, além de propor formas corretas de hidratação, de acordo com a intensidade e duração do exercício, e com a temperatura local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM (American Collegeof Sports Medicine). Position stands: exerciseandfluidreplacement. MedSci Sports Exer. 2007;268:377-90. BRITO, I. S. de S.; BRITO, C.J; FABRINI, S.P.; MARINS, J.C.B. Caracterização das práticas de hidratação em karatecas do estado de Minas Gerais. Fit Perf J 2006; 5(1): 23-29. BRITO, C.J.; MARINS, J.C.B. Caracterização das práticas sobre hidratação em atletas da modalidade de judô no estado de Minas Gerais. R brasCi e Mov 2005; 13(2): 59-74. CASA D. J. Exercise in the Heat. II. 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BAIRRO: PAJUÇARA CEP: 57030-632 MACEIÓ-AL Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Você está sendo convidado para participar da pesquisa sobre a caracterização do estado de hidratação durante a prática de Exercícios.Você foi selecionado de forma aleatória e sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador. Sua participação nesta pesquisa consistirá exclusivamente nas respostas do questionário abaixo. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Questionário sobre a caracterização do estado de hidratação Página 50 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica 08. 09. 10. Página 51 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ATUAÇÃO DO EPOC VISANDO O EMAGRECIMENTO: UMA REVISÃO DE LITERATURA AZEVEDO, M.4 SILVA JR, A. J.2 1 - Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil E-mail:[email protected] 2 Educação Física / UNIFEG [email protected] RESUMO Atualmente a ocorrência da obesidade e sobrepeso cresce no mundo, devido a vários fatores. Entre as formas de tratamento dessa doença, está a práticaregular do exercício físico, onde uma alternativa pode ser o treinamento EPOC.Esse artigo tem o objetivo de analisar e discutir a eficiência do treinamento EPOC para o emagrecimento de pessoas adultas. O assunto foi abordado através de uma revisão bibliográfica de autores como: Foureaux et al. (2006); Castinheiras et al. (2009); Schmidt et al. (2014)e justifica-se por contribuir para complementar otratamento e prevenção do sobrepeso e obesidade. Como hipótese, levanta-se o que existe na literatura sobre o assunto quanto aos estudos científicos. Os resultados obtidos nas informações publicadas mostram o êxito do treinamento EPOC como alternativa do emagrecimento. A conclusão encontrada foi que ainda não foi comprovada cientificamente a perda de peso e o EPOC. Palavras-Chaves:Obesidade,EPOC, Resultados. ABSTRACT Currently the occurrence of obesity and overweight growing in the world, due to several factors. Among the forms of treatment of this disease is regular physical exercise where an alternative may be the EPOC training. This article aims to analyze and discuss the effectiveness of EPOC training for slimming adults. The subject was approached through a literature review of authors such as: Foureaux et al. (2006); Castinheiras et al. (2009); Schmidt et al. (2014) and is justified by contributing to complement the treatment and prevention of overweight and obesity. As a hypothesis, it arises that exists in the literature on the subject as to scientific studies. The results obtained in published data show the success of the EPOC training as an alternative weight loss. The conclusion was found that has not been scientifically proven weight loss and EPOC. Key Words: Obesity, EPOC, Results. 1 INTRODUÇÃO A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública em âmbito mundial, com tendência crescente nos últimos anos. Está associada a um aumento da mortalidade e é um dos principais complicadores no controle das doenças crônicas não transmissíveis (SCHMIDT et al., 2011). Página 52 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Este fato se deve, em grande parte, às mudanças nos hábitos alimentares e ao estilo de vida sedentário, levando ao contínuo aumento do peso corpóreo das populações (BENATTI; LANCHA, 2007). No entanto, a obesidade não se apresenta como uma condição clínica única, mas sim, como uma interação de diversas situações patológicas que convergem para sua expressão (HALPERN et al., 2004). Segundo Ferreira et al. (2006, p. 20): “Assim, tem-se pesquisado a influência da intensidade, da duração e do tipo de exercício no gasto energético e na oxidação do substrato após o exercício.” Nesse contexto, a atividade física pode contribuir com o gasto energético do exercício e recuperação, ou seja, o EPOC(ExcessofPost-exerciseOxygenConsuption) através do consumo excessivo de oxigênio após o exercício. Este artigo propõe um estudo a respeito do treinamento EPOC como auxílio ao emagrecimento.Sendo assim, questiona-se quais os resultados dessa associação. A hipótese levantada é que ainda não há literatura existente sobre o assunto com comprovação científica. 2 OBJETIVO O objetivo deste estudo é buscar na literatura evidências disponíveis sobre o treinamento EPOC como alternativa para adultos com sobrepeso ou obesidade. 3 MATERIAIS E MÉTODOS Para este estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica nos bancos de dados: LILACS (Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde);SciELO (ScientificEleetronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e revistas cientificas, nos anos de 1990 a 2014, nos idiomas português e inglês, usando as palavras chaves:obesidade, emagrecimento e EPOC. 4 RESULTADOS Para além da preocupação estética e dos padrões atuais de beleza atuais, a obesidadeé motivo de preocupação quando se fala em saúde. Segundo Carvalho (2014) um estudo publicado no final de 2014, na revista científica The Lancet mostrou que a população acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) cresceu consideravelmente nas últimas décadas. De acordo com a pesquisaGlobal BurdenofDisease(GBD), que é uma abrangente investigação, onde são avaliadas a mortalidade e incapacidade das principais doenças, lesões e fatores de risco, o sobrepeso e a obesidade foram responsáveis pela morte de 3,4 milhões de pessoas, em 2010, além de terem causado a redução de 3,9% da expectativa de vida dos indivíduos. O levantamento indica que, de 1980 a 2013, a proporção mundial de adultos com IMC (índice de massa corporal) acima de 25 kg/m², subiu de 28,8% para 36,9%, entre os homens, e de 29,8% para 38%, entre as mulheres. Já entre crianças e adolescentes, a situação também é preocupante. No ano de 2013, 23,8% dos meninos e 22,6% das meninas que viviam em países desenvolvidos estavam no quadro de sobrepeso ou de obesidade(MARIE et al. 2014). Um crescimento de 240% nos últimos 33 anos. No mesmo período, a população mundial cresceu 160%. Dois pontos da pesquisa chamam a atenção: o aumento de 47% na taxa de obesidade entre crianças e jovens; e o crescimento acelerado no ganho de peso em economias emergentes. Os Estados Unidos estão no topo do ranking, seguidos da China, Índia, Rússia e Brasil. Em 2010, o governo americano implantou nas escolas do país um programa para combater a obesidade. Mas tem sido grande a resistência (IBGE, 2010). O Brasil é um dos países no topo da lista da obesidade. A mudança radical nos hábitos dos brasileiros nos últimos 30 anos levou o país a ocupar a quinta posição no ranking mundial da obesidade: 60 milhões de brasileiros estão acima do peso e 22 milhões considerados obesos (IBGE, 2010). Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2009, mostrou que a frequência de excesso de peso e de obesidade aumentou em homens e mulheres. Atualmente, 13,9% dos adultos são obesos, com o índice maior entre as mulheres (14%) do que entre os homens (13,7%), enquanto 46,6% dos adultos brasileiros estão com excesso de peso, sendo maior entre homens (51%) do que entre mulheres (42,3%) (BRASIL, 2010). Página 53 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Como auxílio ao emagrecimento, estuda-se o EPOC que ganha importância, devido o interesse da população em geral e vários estudos sendo realizados. Os estudos iniciais foram de Gaesser e Brooks em 1984, onde se pesquisava para descobrir o motivo da taxa metabólica permanecer elevada mesmo após o exercício. Essa análise foi realizada através da medição do consumo de oxigênio e, por isso a taxa metabólica aumentada foi denominada de EPOC. Diagnosticada como o gasto energético aumentado após o exercício, que ocorre em razão dos sistemas fisiológicos buscarem o restabelecimento da homeostase. Gráfico 1 - Gráfico durante o exercício e na recuperação. Fonte: Porto; Garcia Junior (2011, p. 46). Gráfico 2 - Gráfico demonstrativo com a prática de exercício de intensidade máxima. Fonte: Porto; Garcia Junior (2011, p. 46). No Gráfico 2 desde o início, já há desequilíbrio de elevada magnitude, ocorre um déficit de oxigênio e não há condições de estabelecer a condição de estado estável, ocorrendo a fadiga. O déficit é compensado a partir do final do exercício com o consumo extra de oxigênio pós-exercício (EPOC). Como efeito do aumento da intensidade do exercício, há um aumento no gasto energético, promovendo um maior EPOC e oxidação de gordura (FOUREAUX et al., 2006). O gasto energético pós-exercício continua estimulado por um período de tempo de 4 a 5 horas, dependendo da intensidade, da duração, e de outros fatores (SEDLOCK, 1991). Além do gasto energético promovido pelo exercício em si e da ingestão energética, o consumo excessivo de oxigênio pós-exercício (EPOC) também é um fator essencial na determinação do balanço energético, visto que é um indicador do gasto energético pós-exercício. Está bem estabelecido que, após o término do exercício, o consumo de oxigênio não retorna aos valores de repouso imediatamente (EPOC) (FOUREAUX et al., 2006). Página 54 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O consumo extra de oxigênio após o exercício (EPOC) pode ser medido de duas maneiras: por calorimetria indireta, ou seja, a utilização de uma máscara ou bucal ligados a um aparelho que coleta e analisa o oxigênio que está sendo consumido e, a calorimetria direta, com a utilização de uma câmara onde o indivíduo permanece isolado e tem o calor de seu corpo medido para o cálculo do consumo de oxigênio e gasto energético (McARDLEet al., 2008). O EPOC pode ser dividido em três componentes: o componente rápido com duração de 10 segundos a alguns minutos; o componente lento, que pode durar várias horas e, por fim, o componente ultralento, que refere-se à taxa metabólica elevada que pode perdurar por várias horas) (DOLEZAL et al., 2000). A duração dos três componentes depende do grau do distúrbio da homeostase causado pelo esforço, podendo ser observados os efeitos de vários hormônios, como o cortisol, adrenalina, adrenocorticotrófico (ACTH), hormônios da tireóide e hormônio do crescimento (GH) (THORTON; POTTEIGER, 2002). O Gráfico 3 demonstra o gasto energético durante o repouso, exercício e a recuperação com os componentes: (1) rápido, (2) lento e (3) ultralento do consumo extra de oxigênio pós-exercício (EPOC). Gráfico 3 - Gráfico demonstrativo com o gasto energético. Fonte: Porto; Garcia Junior (2011, p. 46). Evidências sugerem não haver grandes alterações no EPOC após estímulos de baixa intensidade (abaixo de 50% VO2max) e com gasto de 300Kcal, aproximadamente, o que vem ao encontro dos nossos achados, uma vez que encontramos maior gasto energético pós-exercício após as sessões de moderada e alta intensidade, sendo maiores os valores em resposta à sessão de alta intensidade (MARKOFSKI et al., 2005). Uma possível resposta para o consumo elevado de O2 logo após a realização de exercício de alta intensidade é a utilização deste para restaurar a creatina fosfato no músculo esquelético, restabelecer os estoques de O2 no sangue e nos tecidos, e ativar a gliconeogênese. Outros fatores que podem influenciar o EPOC são a temperatura elevada e determinados hormônios circulantes, como adrenalina e noradrenalina. Tais alterações são mais pronunciadas após exercícios vigorosos ou de longa duração (OHKAWARA et al., 2008). Uma análise de variância indicou que a intensidade do exercício foi o principal determinante do EPOC, uma vez que explicou cinco vezes mais da variância EPOC do que qualquer duração do exercício ou a interação intensidade vezes duração. A média EPOC: variou de 0,8 a 4,5 e em geral aumentou tanto com a intensidade do exercício e duração (GORE, WITHERS, 1990). A maioria dos estudos demonstrou maior gasto energético para os exercícios mais intensos. Bahr et al.(1992) já haviam considerado o EPOC como um importante fator no controle do peso, uma vez que o exercício demanda uma energia extra além da prevista na atividade física. Partindo-se do princípio que é possível realizar mais minutos a alta intensidade com o exercício intermitente se comparado com o exercício contínuo,pessoas com sobrepeso podem exercitar-se por tempo menor a uma intensidade que produza um EPOC maior, visto que na maioria das vezes essas pessoas, além de descondicionadas, têm aversão à atividade física (LAFORGIA et al., 1997). Página 55 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Muitos processos ocorrem no período de recuperação em função do desgaste provocado pelo exercício, e são responsáveis por grande parte das alterações, sendo as mais relevantes o restabelecimento das reservas de ATP e CP musculares, a reposição dos estoques de oxigênio hemo e mioglobinulares, a diminuição da atividade da bomba sódio-potássio e redistribuição dos íons, oxidação de lactato sanguíneo e ressíntese de glicogênio (THORNTON, 2002). Dois fatores têm sido atribuídos ao fato de o exercício resistido produzir maior EPOC. O primeiro fator refere-se às respostas hormonais que podem alterar o metabolismo, especificamente catecolaminas, cortisol e GH. O segundo refere-se ao dano tecidual acompanhado do estímulo para a hipertrofia tecidual, pois a síntese de proteína é diminuída durante o exercício em si, mas após o exercício existe um fenômeno compensatório, em que o turnover de proteína parece ser estimulado (KRAEMER et al., 1992). Esse mecanismo pode também contribuir para uma longa estimulação do gasto energético após o exercício. Existem vários fatores que podem influenciar o EPOC, como massa muscular envolvida no exercício, intensidade, duração, estado do treinamento, ingestão de alimento (efeito térmico da refeição), qualidade do sono da noite anterior e condições ambientais, entre outros. São fatores que devem ser considerados ao analisar e comparar os estudos sobre o EPOC (IMAMURA et al., 2004). Vários trabalhos têm analisado a contribuição do EPOC em programas de emagrecimento, visto que este é o resultado de um balanço energético diário negativo entre consumo e gasto energético(HUNTER et al., 1998). 5DISCUSSÃO A proposta deste estudo foi a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre a associação entre o treinamento EPOC para o auxílio da obesidade. Embora a obesidade esteja relacionada a diversas causas, como as genéticas, fisiológicas, metabólicas, ambientais, emocionais e culturais, toda a atenção dada no sentido de aumentar o gasto energético diário total é de grande valia, uma vez que o balanço energético é determinado, de um lado, pelo consumo e, de outro, pelo dispêndio de energia(DÂMASO, 2003), sendo que um desequilíbrio energético positivo pode levar ao acúmulo excessivo de energia armazenada como gordura corporal (FOUREAUX et al., 2006). Em corroboração, outros estudos relataram que a magnitude do metabolismo elevado durante a recuperação tem implicação importante na prescrição de programas de redução ponderal(LAFORGIA; WITHERS, 1997). Através dos estudos analisados, foi observada que a intensidade possui a maior influência no EPOC entre os fatores relacionados ao exercício, sendo que a literatura mostra que a intensidade possui a maior influência no EPOC entre os fatores relacionados ao exercício (ALMEIDA et al., 2011). O intervalo tem influência no EPOC, como demonstrado num estudo Haltom et al. (1999) que mediu o gasto energético durante uma hora após o termino da sessão de exercício de resistência. Após a sessão com intervalo considerado longo, o gasto energético no período de recuperação foi de 37 Kcal, enquanto na sessão com intervalo curto, o gasto energético foi de 52 Kcal. Dessa forma, a mudança do intervalo entre séries pode ser manipulado para provocar diferentes adaptações fisiológicas e metabólicas, além de aumentar também a magnitude e duração do EPOC. A velocidade de execução dos exercícios é outra variável que pode alterar a intensidade do treinamento. Apesar de não haver estudos relacionando diretamente a velocidade de execução com o EPOC, como há relação com a intensidade, é provável que haja influência no EPOC. O número de séries de um exercício de resistência varia conforme o objetivo pretendido, porém, há recomendações relacionadas com a saúde, como da American Heart Association (2001) para a realização de pelo menos uma série de 8 a 15 repetições para os principais grupos musculares. Estudos que se baseiam em aspectos relacionados à saúde demonstram que programas de série única podem levar a ganhos de força e hipertrofia muscular de forma similar a series múltiplas, principalmente em indivíduos sedentários ou na fase inicial de um programa de treinamento (WOLFE et al., 2004). Página 56 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Quanto à influência do número de séries no EPOC, estudos de Henley et al. (2004) e Haddock e Wilkins (2006) demonstraram que o gasto energético total de três séries foi, aproximadamente, três vezes maior que o gasto energético de uma série. Entretanto, o gasto foi semelhante quando os valores foram expressos em relação ao tempo de exercício. Já o EPOC foi de igual magnitude em valores absolutos e maior na situação de série única, quando expresso por tempo de exercício. Os principais resultados deste estudo foram que a periodização de um treinamento que possa maximizar o EPOC pode ser importante fator para o emagrecimento e, embora, o custo energético dessas variáveis em uma sessão de exercício se mostre pequeno, em longo prazo poderá ser bastante significativo (FOUREAUX et al., 2006). Dessa forma, observa-se que o EPOC aumenta o gasto calórico após o exercício, juntamente com a diminuição do valor do quociente respiratório pós-exercício, resultando, provavelmente, em uma maior utilização de gordura. Verificou-se que a hipótese da pesquisa é verdadeira, pois segundo Foureaux et al. (2006) embora o custo energético do EPOC em uma sessão de treinamento se mostre pequeno, seu efeito cumulativo poderá ter um impacto positivo no quadro da obesidade. Entretanto, torna-se interessante ressaltar que a perda de peso e EPOC não tem sido comprovada. Observou-se que os resultados sobre magnitude e duração do EPOC, além de sua real contribuição para indução do balanço energético negativo ainda são controversos. Vários estudos demonstram que o EPOC pode permanecer por horas (BAHR, et al., 1992), enquanto que outros afirmam que seu efeito é de curta duração (MARESCH et al., 1992). No entanto, existe o consenso na literatura que o tempo e a magnitude do EPOC são determinados pela duração, intensidade, utilização de substratos e tipo de exercício, além da ingestão alimentar. Maraki et al. (2005) atribuem as divergências nos resultados provavelmente, às diferenças metodológicas, como o tipo, duração e a intensidade do exercício, o estado nutricional dos indivíduos, composição da refeição pré-teste, e o tempo decorrido entre o exercício e a ingestão. Alguns estudos associaram o treinamento EPOC no auxílio do emagrecimento. As palavras emagrecimento e obesidade apareceram constantemente, mas poucos estudos analisaram realmente esse contexto quanto ao EPOC. As limitações e dificuldades para este estudo baseiam-se na pouca literatura que existe, devido ao contexto do assunto que não é muito explorado no Brasil. 6CONCLUSÃO Baseada na pesquisa bibliográfica deste estudo, conclui-se que o treinamento EPOC atua com ênfase no emagrecimento de pessoas obesas ou com sobrepeso. Sendo que, quanto maior a intensidade do exercício maior a resposta de EPOC. Com este estudo percebeu-se a importância de mais pesquisas neste assunto, para uma melhor análise dos recursos do treinamento EPOC, como forma de comprovar sua eficácia. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. P. V. de; COERTJENS, M.; CADORE, E. L.; GEREMIA, J. M.; SILVA, A. E. L. da; KRUEL, L. F. M. Consumo de oxigênio de recuperação em resposta a duas sessões de treinamento de força com diferentes intensidades. 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Página 60 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A INTERVENÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO FUNCIONAL EM IDOSOS HIPERTENSOS ALVES, R.B. ¹; RODRIGUES, K.S.¹; RODRIGUES, M.S.¹; MELO, V.M.P.²; [email protected] 1-Pós-graduandos do curso de Fisiologia do Exercício, Avaliação Física e Atividade Física Para Grupos Especiais da Pós Graduação ENAF Desenvolvimento – Maceió - Alagoas-Brasil. 2-Especializada em Treinamento de Força e Musculação pela Gama Filho – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil. RESUMO Nesta abordagem pretende-se analisar a intervenção do exercício físico funcional em idosos hipertensos considerando a integridade física, psíquica e social dos idosos. Convém ressaltar que a avaliação consiste observar o efeito da implementação de treinamento funcional sobre a pressão arterial em repouso em idosos hipertensos. A pesquisa baseou-se na literatura existente sobre exercício físico funcional. Considera-se assim, que o treinamento físico ao exercer um efeito fisiológico especifica ao nível muscular e cardiocirculatório é protetor do estado de saúde global pelo que deve ser incentivado ao longo de todo o ciclo vital. Palavras chave: Hipertensão, Exercício físico, Qualidade de vida relacionada à saúde. ABSTRACT In this approach we intend to analyze the intervention of the functional exercise in elderly hypertensive patients considering the physical, psychological and social of the elderly. It is worth noting that the evaluation is to observe the effect of the implementation of functional training on resting blood pressure in elderly hypertensive patients . The research was based on existing literature on functional exercise. It is therefore considered that the physical training to exert a physiological effect specific to muscle and cardiocirculatory level is protective of the overall health and should be encouraged throughout the life cycle. Keywords: Hypertension , Exercise , Quality of life related to health. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. É uma doença caracteristicamente assintomática que exterioriza sua morbidade e mortalidade pela degeneração dos vasos sanguíneos, miocárdio, glemérulos e retina. Estas lesões são decorrentes da carga pressórica cronicamente elevada, favorecendo a ocorrência de eventos cardiovasculares clinicamente relevantes, como acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência vascular periférica lesões retinianas mais acentuadas, como exsudados, hemorragias e edema do disco óptico. (MASSA, 2013). A HAS tem alta prevalência e baixas taxas de controle. A mortalidade por doença cardiovascular (DCV) aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial a partir de 115/75 mmHg de forma linear, contínua e independente. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Duas metanálises envolvendo estudos brasileiros realizados nas décadas de 1980, 1990 e 2000, apontaram uma prevalência de HAS de 31%, sendo que entre idosos esse valor chega a 68%. (PICON et al., 2013). Página 61 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média), chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Em geral, 6% das mortes no mundo são consideradas e atribuídas a inatividade física. Tendo a hipertensão 13%, depois o fumo 99%. Além disso, a falta de atividade física e a causa de 21 a 25% dos casos de câncer de mama, 27% de diabetes e 30% de doenças cardíacas. Para mudar este quadro pessoas inativas devem procurar executar exercícios físicos para a promoção da saúde. É necessário que todo profissional da saúde, seja qual for sua especialidade, compreenda que a hipertensão arterial deve ser analisada como um problema de saúde pública, para que se integre de acordo com as necessidades comunitárias, visando que o seu controle não seja limitado a um pequeno grupo de pessoas mais favorecidos economicamente, para que se modifiquem significativamente os indicadores de saúde da população. É visível em todo o mundo, o número crescente de idosos, fato também observado no Brasil, considerado no passado um país de jovens. Este fenômeno está relacionado com alguns fatores, como, por exemplo: a queda de número de nascimentos e ao aumento da expectativa de vida. No Brasil os idosos crescem atualmente sendo de extrema importância que se conheçam as condições de saúde destes indivíduos e que se façam estudos epidemiológicos específicos para cada região, a fim de contribuir para uma gestão de saúde de acordo com as demandas locais de saúde da população pesquisada. (MASSA, 2013). O processo fisiológico do envelhecimento também acontece nos mecanismos homeostáticos para a regulação da pressão sanguínea que respondem a intervenções fisiológicas e farmacológicas. Um grande número de drogas está envolvido na regulação da pressão, devendo ser usadas na terapia da hipertensão, seguindo as devidas recomendações. Considerando o fato de a pressão arterial elevada ser o fator de risco de maior magnitude, respondendo por grande parte da morbi-mortalidade nas doenças neurológicas, ela representa um grande problema de saúde no Brasil, principalmente na população idosa na qual ocorre alta prevalência em consequência das mudanças morfo-fisiológicas, psicológicas e sociais ocorridas com o passar da idade. (NAHAS, 2013). Há uma relação inversa entre o grau de atividade física e a incidência de hipertensão. O exercício físico regular reduz a pressão arterial sistêmica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010), visto que um de seus efeitos crônicos observados é a redução dos níveis tensionais. Isso ocorre por haver diminuição da concentração de cálcio intracelular no músculo liso vascular e redução no tônus simpático, causando, assim, a queda da pressão arterial sistêmica. A pressão arterial sistólica e a diastólica diminuem de 5 a 7 mmHg depois de 4 a 10 semanas de exercício físico, com no mínimo três sessões semanais e com duração de 50 minutos, porém indivíduos em uso de betabloqueadores mostram menor resposta anti-hipertensiva aos exercícios, quando comparados com hipertensos em uso de anti-hipertensivos de outras classes. Contudo há uma elevação da pressão arterial, como consequência do efeito agudo, observado durante o exercício resultante do aumento instantâneo da demanda energética da musculatura, necessitando de um fluxo sanguíneo maior (LINO, et al, 2013) Muitos estudos mostram que existem algumas condições, consideradas fatores de risco que, associados entre si e a outras condições, facilitam o aparecimento da hipertensão arterial, sendo: idade, sexo, antecedentes familiares, raça, obesidade, estresse, falta de atividade física, álcool, tabaco, anticoncepcionais, alimentação rica em sódio e gorduras (FECHINE e TROMPIERI, 2012). Fatores de risco, ou seja, características ou condições que, quando presentes aumentam a probabilidade de ocorrência de HAS, são bem conhecidos e, entre eles, o efeito de idade, raça negra, baixa escolaridade, Página 62 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica história familiar, obesidade, obesidade central, consumo excessiva de bebidas alcoólicas e ingestão excessiva de sal (VENDRUSCOLO, 2013). A incidência da hipertensão eleva-se com o envelhecimento e apesar dos avanços no tratamento da hipertensão, muitos fatores ainda são desconhecidos acerca da etiologia da doença (MASSA, 2013). A hipertensão propriamente dita não provoca nenhum sinal ou sintoma, a não ser que a pressão arterial esteja muito alta. Os sinais e sintomas da hipertensão essencial são secundários a lesão dos órgãos-alvo. Por exemplo, a retinopatia, provoca escotomas, visão embaraçada e, por fim, cegueira (FECHINE; TROMPIERI, 2012). O diagnóstico da hipertensão arterial é determinado através da medida da pressão arterial com a pessoa em ambiente calmo, após pelo menos 5 minutos de repouso, devendo realizar pelo menos três medidas, com intervalo de um minuto entre elas, sendo a média das duas últimas considerada a pressão arterial do indivíduo. A posição adequada para medir a pressão arterial é a sentada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Convém enfatizar que o exercício físico provoca uma melhoria dos sintomas do tratamento farmacológico da HAS, diminuindo seu impacto no dia a dia da vida do hipertenso. (MELCHIORS, 2008). Diante do contexto abordado indaga-se: Qual o efeito do exercício físico funcional em idosos hipertensos? Sendo assim, nesta pesquisa serão apontados seus principais aspectos. Revisão de Literatura Capacidade funcional e atividade física A capacidade funcional conjuga a habilidade e independência que a pessoa tem para concretizar certas atividades. Por isso, a capacidade funcional pode ser definida como a capacidade do indivíduo de praticar atividades da vida diária de modo independente, abrangendo atividades ocupacionais e recreativas, ações de deslocamento e auto cuidado. Mais especificamente, expressa a capacidade do indivíduo viver independente no seu convívio apesar de seus limites (DUARTE, 2013). Importante ressaltar que as dificuldades para a realização das atividades de vida diárias (AVD) são constantemente relatadas pelos idosos. Recentes estudos revelam que no Brasil quase a metade dos idosos necessitam de alguma ajuda para a realização de pelo menos uma dessas atividades e uma minoria revelou-se altamente dependente (DUARTE, 2013). As atividades da vida diária se dividem em básicas e instrumentais. As atividades básicas são: caminhar e levantar sem auxílio, atividades de auto-cuidado como tomar banho, alimentar-se sem auxílio. Já as atividades instrumentais da vida diária abrangem atividades mais complexas, como preparar e servir o próprio alimento, operar o telefone, usar meios de transportes, lavar sua roupa, fazer pequenas compras e administrar os próprios medicamentos (MASSA, 2013). No Brasil os idosos com 65 anos ou mais de idade precisam de auxílio para realização das atividades diárias, como por exemplo: administrar a renda, fazer refeições ou arrumar a casa, e que 10% necessitam de ajuda para executar certas tarefas fundamentais, como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se e, até, sentar e levantar de cadeiras e camas (DUARTE, 2013). Quando ocorre um comprometimento da capacidade funcional do idoso, impossibilitando-o do seu próprio cuidado, a carga sobre a família e sobre o sistema de saúde pode tornar-se muito elevado (MASSA, 2013). São as habilidades que o indivíduo idoso expõe em suas AVD que decidirá o grau de sucesso, satisfação pessoal e adequação perante a sociedade. Significa dizer que a manutenção e a preservação dessa capacidade são fatores importantes para dilatar o maior tempo plausível à independência do idoso, mantendo-o em plena capacidade funcional. O aspecto principal da atividade física regular deve ser na promoção da saúde, e mesmo para indivíduos com saúde debilitada. A prática de exercícios físicos é muito importante, pois pode controlar, amenizar, Página 63 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica evitar progressão da doença e/ou reabilitar o paciente. A atividade física sociabiliza o idoso, desenvolve a autoestima e faz com que estes se sintam mais independentes. (MORAES e CÁRDENAS, 2010). A intensidade é função da força dos impulsos nervosos que o atleta concentra em uma sessão de treinamento. A força do estímulo depende da carga, da velocidade de execução e da variação do intervalo de recuperação. Já o volume constitui a quantidade total da atividade concretizada no treinamento. Ao mesmo tempo em que diz respeito à soma do trabalho feito em determinada sessão ou fase de treinamento (SILVÉRIO, 2013). A atividade física promove a melhoria física, psicológica e social dos idosos hipertensos. Os benefícios não são apenas biológicos e fisiológicos; existe uma grande ajuda psicológica com a prática regular de atividades seja exercícios físicos ou atividades lúdicas. Desta forma, o idoso mantém a autoestima, opinião positiva e um sentimento de potência. Isso se torna importante porque com o envelhecimento ocorrem mudanças corporais e com a atividade física o idoso aprende a gostar mais de seu corpo obtendo satisfação pessoal. A prática de atividade física regular é capaz de minimizar os efeitos do envelhecimento (DUARTE, 2013). A atividade física está vinculada ao bom funcionamento físico e prevenção de doenças como hipertensão e doença arterial coronária. Logo, leva à maior longevidade, o que atribui melhor percepção de saúde aos que fazem prática regular de alguma modalidade que exija esforço físico (MASSA, 2013) Tratando-se de idosos os exercícios físicos mais indicados são os exercícios dinâmicos, baseado nos movimentos, e os aeróbicos, de baixa ou média intensidade e de longa duração. Variando em sua prescrição a partir do tipo ou modalidade, intensidade, duração e frequência semanal (MOREIRA; TEIXEIRA, NOVAES, 2014) O tipo ou modalidade de exercício mais adequado ao hipertenso é o exercício aeróbico envolvendo massas musculares: caminhar, correr, nadar, pedalar. Os exercícios físicos que produzem uma melhoria da capacidade funcional abrangem a diminuição da morbidade e mortalidade por doença coronariana, controle da pressão arterial, da glicemia e do colesterol e melhora do peso. A pressão arterial e aferida deste o final do século XIX, quando foi desenvolvido por Scipone Riva-Roccs, do esfigmanômetro e dos sons e seus significados clínicos o tratamento da hipertensão é repouso e dieta sem sal entre ela prevalece o maior índice de maiores problemas de saúde pública no mundo, sendo a responsável direta ou indiretamente com certa de 7,5 milhões de morte no mundo. Neste momento uma em cada adulto no mundo pode ser classificado como hipertenso, isso equivale há 1 bilhão de indivíduos, estima-se que até 2025 haverá um crescimento para 1,5 bilhões de hipertensos. A OMS atribui a hipertensão arterial sistêmica, 5,8% de óbitos no mundo (NAHAS, 2013). As respostas cardiovasculares à atividade física dependem do tipo, da intensidade e da duração do exercício. A redução dos níveis pressóricos, após os exercícios, é mais evidente em indivíduos hipertensos que em normotensos. Essa queda na pressão arterial se deve aos seguintes fatores: 1 – redução do débito cardíaco, em função da diminuição do volume sistólico; 2 – redução da resistência vascular periférica; 3 – redução da atividade nervosa simpática, atuando na complacência vascular (PITANGA, 2010). A dificuldade de preambulação é uma característica do envelhecimento, representa um motivo de preocupação para os idosos, pois pode acarretar a incapacidade física, os idosos sedentários tem uma maior propensão de quedas, com o baixo nível de mobilidade funcional devido, a redução na capacidade de adaptação homeostática, alterando progressivamente o organismo intrínseco e extrínseco. Entre as perdas com o envelhecimento vêm as instabilidades postural que ocorre devido às alterações do sistema sensorial motor levando-o a perda do equilíbrio. Consoante a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso beneficiando-o em vários aspectos principalmente na prevenção de incapacidades. (NAHAS, 2013). Mediante estudo epidemiológico constatou-se uma intensa relação entre a inatividade física e a presença de fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, resistência à insulina, diabetes, dislipidemias e obesidade. (CASTELLI, 2010). Página 64 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A atividade física regular promove uma série de mudanças no organismo do idoso, como por exemplo, diminuição da frequência cardíaca, aumento das endorfinas endógenas, responsáveis pela sensação de bem-estar, redução do colesterol, fortificação da estrutura óssea, das articulações e melhora na postura. Ressalte-se que a liberação de endorfina pelo organismo, provoca no individuo praticante de atividade física regular, um estado de plenitude trazendo benefícios em todos os níveis, sobretudo, em sua autoestima e no convívio social. Percebe-se que o exercício físico constante e moderado produz aos indivíduos efeitos benéficos na saúde em geral, sendo capaz de melhorar o nível psicológico diminuindo a ansiedade, o stress, e ao mesmo tempo elevando a autoestima e a cognição. Afirmam que os idosos quando praticam exercícios físicos regulares, apresentam melhores resultados diferentemente ocorre com os idosos sedentários na sua capacidade funcional. Desta maneira o estilo de vida dessa população, aumenta o grau de autonomia em relação às AVD e em um envelhecimento mais rico em oportunidades de relações sociais. (OLIVEIRA, et al, 2013). Por outro lado, a deficiência de atividades físicas está também associada com inúmeros problemas músculo-esqueléticos, que podem atingir negativamente as atividades funcionais do idoso. (DUARTE, 2013). Sendo assim, o fortalecimento dos elementos da aptidão física, como força, flexibilidade, capacidade cardiorrespiratória, coordenação motora, entre outros, é uma extraordinária forma de impedir os efeitos degenerativos acarretados pelo envelhecimento. E, Nahas (2013, p. 62) que: As atividades físicas num programa de condicionamento físico devem ser adequadas ao indivíduo em termos de tipo, duração e intensidade, devem ser adequadas ao indivíduo em termos de tipo, duração e intensidade, devendo ser realizadas com regularidade (o ideal são de 3 a 5 sessões por semana). É fundamental, também, que as atividades físicas sejam as mais agradáveis possíveis ao praticante. A aptidão física relacionada à saúde estaria no Brasil dentro de uma perspectiva de identificação de variáveis determinantes, considerando as diferenças sociais, ambientais, econômicas e comportamentais da nova população. Com o aumento das intervenções nas últimas décadas sobre as pesquisas na Educação Física e Desporto abordando o processo de envelhecimento, com toda a atenção voltada sobre a importância da atividade física sob a perspectiva da promoção da saúde. (MORAES e CÁRDENAS, 2010). Há um grande reconhecimento das vantagens da prática regular de exercícios físicos e ou atividades físicas promovendo uma excelente redução nas doenças crônicas degenerativas. Pois, dentro do quadro atual a inatividade já é considerada um grande fator de risco primário, principalmente as doenças cardiovasculares, com isso tem-se tornado fundamental a identificação das incessantes buscas em modelos técnicos para a participação da população em estilos de vida. De acordo com Kokkinos et al, 1995 apud Pitanga, 2010, p. 92 “Estudos mais recentes reconhecem a inatividade física como fator de risco independente, comparado com outros fatores de risco estabelecidos para doença cardíaca coronariana”. A atividade física tem sido associada ao bem estar, a saúde e a qualidade de vida das pessoas de todas as faixas de idade, assim sendo o mais visível a partir da meia idade, quando os riscos potenciais da inatividade aumentam, levando a perca da vida muito mais cedo e da utilidade. Com isto a diminuição das funções morfológicas são alteradas e uma maior quantidade de pessoas sedentárias na terceira idade e não tão somente ao inexorável envelhecimento celular. (ANAIS, 2013). Os comportamentos tipicamente associados aos idosos referem-se à passividade e a imobilidade, com reduzida atividade física, e algumas patologias crônicas e também com a perda da vitalidade, reduzem o seu comportamento motor, mudando seus hábitos de vida e criando uma dependência com o meio que os rodeia. (VENDRUSCOLO, 2013). Página 65 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica 1.2 O papel do educador físico e a promoção da saúde do idoso hipertenso A saúde e a qualidade de vida dos idosos necessitam de uma atenção multidisciplinar e interdisciplinar. O profissional de educação física tem um papel de grande importância quando a questão é promoção da saúde, pois cabe a ele desenvolver atividades que gerem benefícios para a população tais como: aumento tônus e trofismo muscular, aumento da massa óssea diminuição dos níveis de pressão arterial, glicose e colesterol, normatização do peso corporal e diminuição do stress. As atividades da vida diária juntamente com o treinamento físico podem estabelecer o grau de autonomia e independência do idoso, sobretudo no suprimento de suas necessidades. É bem notório aos especialistas da área que a atividade física e saúde têm ocupado lugar de destaque nos cenários nacional e internacional. Isso só se tornou possível devido aos diversos indicadores como, por exemplo: o Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde realizado em 2014; periódicos como a Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde e o Journal of Physical Activity and Health, que podem ser utilizados para confirmar o avanço e a consolidação da área (FARIAS JÚNIOR, 2014). A prática de atividade física relacionou-se à melhor percepção do estado de saúde. Outros estudos mostram que indivíduos que praticam exercícios físicos como prática de lazer possuem melhor autopercepção de saúde do que aqueles que não praticam ou realizam menos atividade física (MASSA, 2013). Sabendo-se que a maioria dos idosos, são geralmente portadores de doença crônica mas as limitações nem sempre os impossibilitam e muitos continuam levando uma vida normal com o controle de suas enfermidades, demonstrando satisfação pela vida. Um idoso com apenas uma doença crônica poderá ser considerado um idoso saudável, contrariando a Organização Mundial da Saúde (OMS) que diz que a ausência de doenças é um privilégio de poucos, pois o completo bem-estar pode ser atingido por muitos, independente ou não da presença de doenças crônicas. Moraes e Cárdenas (2010) compreendem que: Houve relação da percepção do estado de saúde com as variáveis: condições físicas (gênero, doenças crônicas), condições socioeconômicas (escolaridade, e trabalho) e hábitos de vida (prática de atividade física). A autopercepção do estado de saúde se apresenta pior nos idosos que relataram presença de doenças crônicas, baixa escolaridade, menor ocupação laboral e redução das práticas de atividade física. O envelhecer está inteiramente ligado à autonomia, devida a capacidade de executar o controle sobre sua vida e seus objetivos. Quando um idoso consegue ter o controle das suas atividades socais, lazer e utilidade com certeza poderá ser considerado um indivíduo saudável. Não resta a menor dúvida que, com o passar dos anos, o indivíduo tende a sofrer alterações nos diversos sistemas do organismo. Porém, não se sabe até que ponto essas alterações são consequências do envelhecimento biológico ou se são simplesmente resultantes de fatores ambientais ou do desuso, ocasionado por alterações no estilo de vida dos idosos (MASSA, 2013). Nesse contexto, a prática da atividade física surge como opção essencial na redução dos declínios físicofisiológicos da pessoa idosa, interferindo também nos aspectos sociais e psicológicos destes indivíduos (DUARTE, 2013). Na verdade envelhecer de forma saudável está diretamente ligado à capacidade funcional da integração social, apoio familiar e independência financeira, com isso encontra-se equilíbrio para envelhecer de forma feliz e saudável. 1.3 A Função do Educador Físico Página 66 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O educador físico precisa ter habilidade para ministrar as aulas, usando técnicas propícias com uma forma de execução fácil de serem aprendidas, com o objetivo de contribuir para com o aprendizado rápido e eficiente dos movimentos básicos da ginástica funcional, dança, alongamentos e assim trazer benefícios no cotidiano das participantes, ao mesmo tempo proporcionando o bem-estar físico, psíquico e social. Santos e Silva (2013), explicam que a gerontotecnologia educativa nasce como um recurso pedagógico capaz de consentir a integração dialógica entre os profissionais de saúde, o idoso e a família, permitindo a construção de um conhecimento para precaver e diminuir incapacidades facilmente disponível e de baixo custo, capaz de integrar idosos e familiares para o cuidado. Benedetti et al (2014, p. 89) explicam que: Historicamente, tanto a formação quanto uma parte das possibilidades de atuação do profissional de Educação Física têm sido associadas à saúde, independentemente de qual seja a visão de saúde a que nos refiramos. Tal associação vem ocorrendo a despeito dos diferentes tipos de formação no Ensino Superior, da regulamentação da profissão e das mudanças epidemiológicas que temos acompanhado. No entanto, o papel e a importância deste profissional neste campo tem se ampliado e modificado muito rapidamente nos últimos anos. Um dos principais motivos é o destaque que a atividade física vem recebendo nas políticas públicas de enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e de promoção da saúde, no cenário mundial e no Brasil. Cabe ao professor e direcionador, a responsabilidade da saúde e segurança de seus alunos, para que este profissional ministre suas aulas com competência sabendo intensificar o nível de treinamento adequado, para que a cada sessão de treino o idoso sinta-se muito melhor do que havia chegado é preciso se relaciona com este grupo com afetuosidade, compreensão e paciência, embasamento científico, sensibilidade profissional, constituindo-se, portanto de uma arte. A confiabilidade do idoso para o educador físico será um dos grandes motivos para o sucesso do programa de treinamento sugerido. Considerando a parte final da revisão de literatura resta claro que os exercícios físicos trazem benefícios no que diz respeito às doenças coronarianas e prolongamento da vida, existindo uma relação inversa com a prática de exercício habitual. Isto vem sendo comprovado tanto para a prática de exercício programado, quanto para as atividades de lazer ou colocadas nas rotinas diárias. Apesar do exercício moderado já apresentar benefícios sobre a mortalidade, aparentemente possui uma relação dose-resposta, com exercícios mais vigorosos evidenciando um efeito ainda maior. (SANTOS; SILVA, 2013). As atividades físicas funcionais aumentam a autonomia daqueles que não conseguem executar com facilidade os exercícios, por isso foram aplicadas com rigor justamente para transmitir a segurança necessária ao grupo estudado. O exercício físico pode ser então um componente de grande importância para o idoso, e em alguns casos a idade biológica chega a ser reduzida até mais de vinte anos. A expectativa de vida é incrementada, condições debilitantes são adiadas, e ocorrem muitos ganhos na sua qualidade de vida. (RAMOS, 2011). A prática de atividade física relacionou-se à melhor percepção do estado de saúde. Outros estudos mostram que indivíduos que praticam exercícios físicos como prática de lazer possuem melhor autopercepção de saúde do que aqueles que não praticam ou realizam menos atividade física. A preocupação do profissional de educação física é motivar os idosos na participação de atividade física com objetivo de melhorar seu desempenho neuromotor social e afetivo emocional, bem como sua qualidade de vida. Além dessas alternativas de conhecimento e de compreensão a proposta da educação para a saúde deriva do campo da prevenção e da terapêutica indispensável ao longo da vida. A promoção e a preservação da autonomia do idoso são fundamentais na vida desse idoso, visando garantir atenção integral e adequar sua participação ativa e cidadã, enquanto sujeito individual e coletivo, a fim de que se torne um sujeito capaz de decidir sobre as deliberações imprescindíveis para a sua vida. (MOREIRA, TEIXEIRA e NOVAES, 2014). Página 67 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O Brasil desde a década de 40 passa por um processo de inversão das curvas de mortalidade, observandose um declínio de mortes por doenças infecciosas e um concomitante aumento por doenças crônicas. Este processo é conhecido por fenômeno de transmissão epidemiológica, ocorrida em todos os países hoje desenvolvidos, nos quais a população de idosos é cada vez mais expressiva. (CARVALHO, 2010). É preciso que o profissional de educação física busque o aprimoramento de técnicas de trabalho em grupo e de educação em saúde e com isso buscar a investigação dinâmica das hipóteses e com o estudo as possibilidades. O vivenciar das práticas de atividade física representa, para a pessoa idosa, além de prevenção de doenças e uma possibilidade de maior expectativa de vida, a possibilidade de desenvolver sua capacidade funcional e da sua autonomia, o que é essencial para a qualidade de vida. Os exercícios físicos e a educação em saúde são estratégias para uma influência positiva durante o envelhecimento, gerando o processo saúde-doença e colaborando social e psicologicamente nas escolhas e decisões dos idosos. Sendo assim, sugere-se que a participação de idosos em grupos de convivência melhora e abrange as condições de saúde dessas pessoas. (MOREIRA, TEIXEIRA e NOVAES, 2014). 1.4 O uso da farmacologia em idosos hipertensos praticantes de atividade física Devido ao uso farmacológico são imprescindíveis alguns cuidados, principalmente em idosos com hipertensão arterial, sendo vasodilatadores, pois reduzem a quantidade de ca2 que alcança os locais intracelures, relaxando o músculo liso (DUARTE, 2013; MASSA, 2013). Existem algumas medidas que também podem contribuir para a maior eficácia anti-hipertensiva, como por exemplo: redução do peso corporal; redução da ingestão de sódio; maior ingestão de alimentos ricos em potássio; redução do consumo de bebidas alcoólicas e exercícios físicos regulares. Saliente-se que diante da necessidade de manterem a pressão arterial controlada, os hipertensos idosos submetidos à atividade física, necessitam fazer uso de diuréticos em baixa dose como monoterapia, betabloqueadores, uma vez que neutralizam a ação da adrenalina impedindo a insuficiência cardíaca, bem como evitando o infarto do miocárdio. Podendo utilizar também antagonistas da angiotensina que é um hipertensivo com menor efeito colateral. Os agentes simpaticolíticos tornam-se útil por não interferir na dosagem glicêmica, efeito de proteção renal. Terapia combinada de ante-hipertensivos são 60% dos casos de hipertensão arterial em idosos, como forma bastante eficaz, com menos efeitos adversos. O treinamento físico diminui expressivamente a pressão arterial em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. (PITANGA, 2010). A atividade física é um excelente instrumento de saúde em qualquer faixa etária em especial no idoso, induzindo várias adaptações fisiológicas e psicológicas, tais como: - aumento do VO2 máx. - aumento dos benefícios circulatórios periféricos; aumento da massa magra (muscular); melhor controle da glicemia; redução do peso corporal; melhor controle da pressão arterial em repouso; melhora a função pulmonar; maior autonomia; maior auto-estima autoconfiança; melhor qualidade de vida. Os efeitos associados à inatividade física levam o idoso a uma condição degenerativa crescente de suas capacidades físicas e acarretam uma diminuição no desempenho físico, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de reação e de coordenação, provocando processos de auto-desvalorização, stress, apatia, insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão. A independência para a realização das atividades da vida diária determina à expectativa de vida ativa ou saudável do idoso. A decadência nos níveis de atividade física habitual para idoso coopera para a diminuição da aptidão funcional e a manifestação de diversas doenças, como sequela a perda da capacidade funcional. Neste sentido, tem sido ressaltada a prática de exercícios como estratégia de prevenir as perdas nos componentes da aptidão funcional. (DUARTE, 2013). Página 68 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Evidências atuais sugerem claramente que a participação em exercícios regulares é um efetivo caminho para restringir e/ou prevenir o número de declínios associados ao envelhecimento, sendo capaz de transformar a condição de incapacidade para realização das atividades da vida diária. Os exercícios funcionais ajudam ampliar as possibilidades de exigência motora durante o exercício físico com o intuito de melhorar a capacidade funcional, com exercícios que estimulam os proprioceptores presentes no organismo, os quais possibilitam a melhora do desenvolvimento simeslesino do controle do corpo, equilíbrio muscular dinâmico, diminuindo as lesões e aumento a eficiência dos movimentos (PITANGA, 2010). Saliente-se que as habilidades físicas (força, equilíbrio, resistência muscular, esquema corporal, alteridade e agilidade) favorecem o desenvolvimento. Bem como, preparam o músculo com a ampliação da condição neuromotora e aptidão física e funcional de cada indivíduo (DUARTE, 2013). Discussão A pesquisa revela que idosos hipertensos não praticantes de exercício físico apresentam um menor escore de qualidade de vida. Além disso, foi possível observar também que a alta prevalência de sintomas desencadeados pelo tratamento farmacológico da HAS colabora para a aquisição de tais resultados. Em um estudo realizado por Werneck et al. (2011) afirmam que o efeito da pressão arterial pode variar de acordo com o tipo e a intensidade do trabalho aplicado constatando redução em alguns grupos de estudo e outros não apresentaram nenhuma alteração. Nesse mesmo sentido, defendem Kolb et al. (2012) a necessidade de realização da atividade física, assim como do treinamento resistido em idosos hipertensos tendo em vista a queda da pressão arterial caracterizando a hipotensão pós-exercício. Entretanto, afirma que não existe um esclarecimento quanto ao melhor tipo de exercício físico. Em 2011 o Ministério da Saúde difundiu um Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis estabelecendo metas globais determinadas para o controle dessas doenças até 2025. O Plano brasileiro delibera e prioriza as ações e os investimentos essenciais com foco nas ações populacionais visando o controle de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doença respiratória crônica decorrentes da má alimentação, do uso excessivo de álcool e fumo e a falta de atividade física (DUNCAN et al., 2012; MALTA; SILVA Jr, 2013). Ferreira (2012, p.2) enfatiza que: Porque a gestão de qualquer doença crónica requer a participação dos doentes, é necessário monitorizar o seu impacto, principalmente nas funções psicossociais e de comportamento. Assim é necessário todos os esforços no sentido de colaborar na determinação dos ganhos em saúde obtidos com os tratamentos e sob a perspectiva do cidadão. Malta e Silva (2013) sustentam que programas de educação para a autogestão procuram ajudar as pessoas a consciencializarem-se de que são os seus principais cuidadores e que os profissionais de saúde são consultores que os apoiam nesta função. O programa de intervenção implementado devolveu resultados positivos, nomeadamente a nível comportamental, dos indivíduos no tratamento da sua doença. Com o favorecimento pela diminuição da fecundidade e mortalidade, e o aumento da longevidade e os avanços nas formas de tratamento em saúde é possível observar uma grande mudança na pirâmide etária da população, que passa se assemelhar às de países onde o processo de transição já vem ocorrendo (CAMARANO, 2013). Diante dessas considerações acima citadas verifica-se que os efeitos hipotensores pós-exercícios podem ocasionar uma redução bastante significativa na diminuição da pressão arterial em idosos hipertensos. A presente pesquisa analisou como a prática da atividade física pode ser benéfica na prevenção de doenças crônicas e a utilização de medicações por parte dos idosos hipertensos. Página 69 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Conclusão A hipertensão arterial em pacientes idosos é uma patologia crescente e que vem provocando muita preocupação no âmbito das políticas públicas, no mundo inteiro. As preocupações com estes problemas de hipertensão, não devem ser apenas dos governantes, a sociedade em geral deve estar consciente de seus riscos e de suas consequências, para a saúde de todos. No caso de pessoas idosas, este quadro torna-se mais preocupante ainda, pois a medida que se envelhece, também se torna mais frágil e susceptível a muitas patologias, devido ao envelhecimento, também, das células. Devido o aumento da longevidade, verificou-se um grande aumento na prevalência de doenças crônicas, que trazem consequências econômicas, sociais, por isto a busca de implantação de programas de atividades físicas em todo o mundo como meio de promoção de saúde com hábitos saudáveis voltados para a qualidade de vida dos idosos, aumentam a longevidade e melhoram a sua saúde. As doenças crônicas são incuráveis e de origem não contagiosa, associadas ou causada por fatores sociais, culturais, ambientais e comportamentais têm impacto econômico e deterioração na qualidade de vidas das pessoas da família e da comunidade. Entre os fatores de risco para a hipertensão arterial incluem-se o baixo consumo de frutas e hortaliças, inatividade física, alto consumo de álcool, excesso de peso. A atividade física sem dúvida alguma contribuiu com a prevenção da hipertensão e promoção de saúde. As características desse aprendizado confirmam o caráter global do cuidado com o corpo na melhoria da saúde buscando uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, acredita-se que a hipertensão em idosos requer uma ampla atenção de todos os profissionais envolvidos em saúde, assim como dos governos através de campanhas, e da população, que deve ser estimulada a praticar atividade física regularmente. Portanto, resta evidente que o treinamento físico exerce um efeito fisiológico específico ao nível muscular e cardiocirculatório melhorando a qualidade de vida dos idosos hipertensos. Acredita-se que o exercício físico é eficaz não apenas no controle da HAS, assim como pode amenizar os efeitos colaterais do tratamento farmacológico, favorecendo a percepção do paciente sobre como a doença afeta seu bem estar e saúde. Referências BENEDETTI, T.R.B.; Borges, G.F.; Farias, S.F. (2014). Atividade física habitual e capacidade funcional percebida de idosas do Sul do Brasil. Pensar a Prát., 2014. 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O objetivo da pesquisa foi identificar de maneira social e antropométrica os principais adeptos deste tipo de atividade física. Participaram da pesquisa 50 pessoas atuantes desta modalidade. Como fundamentação metodológica, utilizou-se uma pesquisa de abordagem quantitativa e natureza descritiva, aplicando-se como instrumento de coleta de dados e informações, um questionário contendo 10 perguntas fechadas. O crescimento evidente da modalidade investigada no município de Parintins/AM foi o que despertou o interesse pelo objeto dessa investigação. A atividade física na areia em forma de circuito possibilita um maior gasto energético e, por conseguinte os resultados são mais eficazes quando comparados a outros tipos de atividades aeróbicas. Constatou-se ainda que, a maioria dos praticantes é do sexo feminino e tem idade media entre 20 a 40 anos e que boa parte desses praticantes está acima do peso e buscam no circuito uma maneira de reverter esse quadro, objetivando saúde e qualidade de vida. No resultado da pesquisa constata-se que o Treinamento Funcional na modalidade circuito na areia, trouxe uma melhoria notória para os praticantes, principalmente quando diz respeito à perda de peso, resistência, tônus muscular, condicionamento físico, saúde e qualidade de vida. Unitermos: Perfil dos praticantes; Circuito Funcional; Qualidade de vida. . Abstract - This paper presents a research on the Profile of Functional Training Practitioners in "circuit in the Sand" mode in the city of Parintins – AM. The objective of the research was to identify social and anthropometric way the main supporters of this type of physical activity. The participants were 50 people active in this mode of this type. As methodological basis, we used a quantitative approach to research and descriptive, applying as a data collection tool and information, a questionnaire containing 10 closed questions. The apparent growth of the sport investigated in the city of Parintins/AM was what sparked interest in the object of investigation. Physical activity as sand circuit allows a greater energy expenditure and therefore the results are more effective when compared to other aerobic activities. It was also found that most practitioners are female and average age is between 20 to 40 years and that many of these practitioners are overweight and looking at the circuit a way around this, aiming health and quality of life. The search result can be seen that the Functional Training in circuit mode in the sand, brought a marked improvement for practitioners, especially when it comes to weight loss, strength, muscle tone, fitness, health and quality of life. Keywords: Profile of practitioners; Functional circuit; Quality of life. Página 73 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica INTRODUÇÃO A busca pelo bem-estar, boa forma, peso ideal, a resistência física e principalmente às condições à saúde ligadas a qualidade de vida, tem crescido nos últimos anos no país, principalmente em si tratando do treinamento funcional. É o que afirma Bossi (2014), “o treinamento funcional vem crescendo nos últimos anos e espalhando-se pelo mundo de uma maneira um tanto quanto descontrolada”. O circuito funcional na areia é a modalidade com mais adeptos na atualidade, isso porque ele promove maior resistência física aos praticantes e resultados mais eficazes em menor tempo do que outras práticas físicas “tradicionais”. Ressalta-se que o circuito funcional na areia, é apenas uma variação do Treinamento Funcional. Para CAMPOS e CORAUCCI NETO (2004). Sabe-se que o treinamento funcional está amparado na proposta de melhoria de aspectos neurológicos que conduzem a capacidade funcional do corpo humano, empregando exercícios que estimulem os diferentes componentes do sistema nervoso, gerando, dessa forma, sua adaptação. O interesse dessa pesquisa surgiu da demanda pelo treinamento funcional modalidade circuito na areia. A busca por esse tipo de atividade deve-se por motivos como: a insatisfação dos praticantes com os demais tipos de atividades físicas, que optaram por buscar um treinamento dinâmico e eficaz, que proporcionasse prazer e motivação a eles, fugindo do convencionalismo dos treinos, como a musculação (fitness). Conforme (BOSSI apud CLARK, 2001) “A ideia principal do treinamento funcional é trabalhar mais de um segmento ao mesmo tempo (multiplanares), envolvendo estabilização, força, potencia agilidade”. O Treinamento Funcional veio para quebrar paradigmas, e ganhou seu espaço principalmente para o publico que não gosta de frequentar academias de musculação. A modalidade circuito na areia trouxe a proposta de intensificar e tornar o treino ainda mais atrativo. Para Atalla (2012, p.22) “circuito é uma sequencia de movimentos feitos em série e então repetidos, do primeiro ao ultimo”. Com isso o treinamento funcional foi se diversificando a ponto de atingir todos os públicos além de ser trabalhado em qualquer tipo de ambiente. A modalidade Circuito Funcional na Areia teve um alto crescimento nos últimos tempos principalmente no município de Parintins–Am. Por isso houve esse interesse em classificar e saber qual é o publico que este tipo de treinamento vem ganhando adeptos a cada dia. A atividade física na areia tem como principal objetivo o ganho de resistência e a perda de calorias, facilitando assim o emagrecimento, além de auxiliar na regeneração e fortalecimento muscular e articular. A superfície irregular da areia faz com que o corpo faça um trabalho de propriocepção, ou seja, que o individuo aumente o controle de movimento e o domínio do corpo que auxiliam na pisada durante o exercício. Praticar esportes e fazer caminhadas na areia são atividades saudáveis e agradáveis, que auxiliam e aliviam dores causadas por lesões, e tiram à tensão do dia a dia. Além do mais, o contato com a areia é comprovadamente eficaz no combate ao estresse. O objetivo dessa pesquisa foi identificar o perfil dos praticantes de treinamento funcional na modalidade circuito na areia na cidade de Parintins-AM, com relação à questão social e antropométrica. A pesquisa foi realizada com 50 pessoas que praticam esse tipo de atividade física, que responderam as 10 perguntas fechadas do instrumento de pesquisa utilizado – o questionário. Partindo para o desenvolvimento desse estudo, serão apresentados os materiais e métodos abordados para a coleta dos dados da pesquisa, seguindo dos resultados da pesquisa através de tabela juntamente com suas discussões onde serão apresentadas de forma detalhada todas as informações colhidas nesta investigação. Página 74 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MATERIAIS E MÉTODOS Segundo Armani (2009, p.17) define-se pesquisa como “o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas e questionamentos que são propostos”. A abordagem metodológica dessa investigação esta voltada para pesquisa quantitativa. “O método quantitativo justifica seu uso pela facilidade de aplicação dos instrumentos de recolha, pela possibilidade de uso constante de métodos estatísticos, baixo custo operacional e rapidez nos resultados de pesquisa.” (JUREMA; QUEIROZ, 2008, p. 103). O questionário aplicado em anexo a este artigo foi constituído de 10 (dez) questões fechadas, elaboradas para analise dos dados, além da aferição do peso e estatura de cada praticante, para a indicação do Índice de Massa Corporal (IMC). A aplicação do questionário acorreu de forma individual, para auxiliar na coleta dos dados foram utilizados, canetas, uma balança digital e um estadiomêtro. Sua validação se deu através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) onde os investigados assinaram o mesmo antes de participarem da pesquisa em loco. Quanto à população investigada, esta se constituiu por homens e mulheres com faixa etária entre 20 a 40 anos, e a amostra foram de 50 praticantes do circuito funcional na areia. Para a apresentação dos dados, utilizaram-se apenas procedimentos estatísticos descritivos. RESULTADOS Os resultados adquiridos na pesquisa sobre o Perfil dos Praticantes de Treinamento Funcional na modalidade Circuito na Areia em Parintins- Am, estão apresentados abaixo na tabela 1. Tabela 1. Perfil dos praticantes de treinamento funcional modalidade circuito na areia em Parintins-Am. Perguntas Sexo Idade Nível de Escolaridade Opções de resposta: Resultados em % Masculino 11% Feminino 89% 12 a 20 7% 21 a 30 30% 31 a 40 37% 41 a 50+ 26% Ens. Fundamental 4% Ens. Médio 23% Ens. Superior 53% Pós-graduação 12% Mestre ou Doutor 8% Sentado Na sua Profissão, você passa Em pé maior parte do tempo...? Medial PESO/ ALTURA: IMC 50% 22% 28% Abaixo do peso 4% Peso Ideal 32% Sobrepeso 48% Obesidade grau 1 16% Página 75 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Obesidade grau 2 - Sim 48% Não 52% Pratica outros tipos de Musculação atividades físicas? Quais? Caminhada ou corrida 17% 13% Ciclismo 9% Outros 9% Emagrecimento 39% Cond. Físico Qual seu objetivo com a Resistencia pratica do TF? Saúde e bem estar 17% 10% 29% Fortalecimento muscular Excesso de peso A busca por saúde O que levou você a praticar qualidade de vida o TF? Sair do sedentarismo 5% 31% e 19% 31% Dinâmica de treino 19% Sim 89% Você recebe algum incentivo Não para á pratica de atividades Familiares físicas? Amigos 11% 42% 41% Outros 6% Autoestima 7% Qualidade de vida Quais benefícios o TF trouxe Perda de peso pra você? Resistência 33% Saúde e bem estar 17% 23% 20% Fonte: SANTOS (2015) Discussões dos resultados Para a análise do perfil dos praticantes do TF, verificou-se o gênero, a faixa etária, o nível de escolaridade, o estilo comportamental e profissional para atividades físicas e ainda os objetivos em relação a prática do Treinamento Funcional na modalidade circuito na areia. Sendo assim, observou-se que o gênero feminino tem predominância sobre o masculino, isso porque desde o final do século XIX a pratica de exercícios físicos pelas mulheres obteve maior êxito, pois as formas feminis passaram a ser respeitadas. É o que afirma Goellner (2009, p. 273): Nada mais pertinente do que indicar a exercitação física, dado que sua prática poderia possibilitar o desenvolvimento orgânico e social das mulheres, tornando-as mais fortes, saudáveis e aptas para os desafios de uma sociedade que se modernizava a passos rápidos e empolgantes. Segundo Costa et al. (2003), “a inserção da prática de exercícios físicos entre as mulheres está associada à manutenção da saúde e valorização dos cuidados com a imagem corporal”. Diante de uma pesquisa feita Página 76 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica pelo site Exame.com (2015) em relação ao perfil de quem faz esportes no Brasil e o do sedentário, “os homens (35,9%) declararam praticar mais esportes, enquanto as mulheres (34%) preferem as atividades físicas”. Em relação a idade media dos praticantes, pode-se observar que a maioria são pessoas adultas, seguido por jovens e adolescentes. Sobre o nível de escolaridade dos praticantes do treinamento funcional modalidade circuito na areia, fica evidente que são pessoas instruídas, que tem ou já tiveram acesso ao ensino superior. Quando perguntados sobre a rotina de trabalho, notou-se entre os praticantes que como boa parte deles, passa a maior parte do tempo sentado durante horas de expediente. Contribuindo assim para problemas ergonômicos e estresse, podendo levar a indisposição para a pratica de atividade física devido a rotina de trabalho diário, facilitando o sedentarismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Uma pessoa é considerada ativa quando pratica alguma atividade física pelo menos três vezes por semana, em seu tempo livre, com duração mínima de 30 minutos. O sedentário é aquele que não faz nenhum tipo de atividade física ou esporte. Pitanga (2004) afirma, que “o IMC pode diagnosticar desnutrição energética crônica, gozando este método de grande popularidade na área de saúde”. Quanto ao IMC dos praticantes, verificamos em loco que boa parte dos entrevistados está acima do peso, podendo ser justificado como um dos motivos pela procura do treinamento funcional modalidade circuito na areia. Através da pesquisa, verificou-se também que o grupo estudado, em sua maioria pratica mais de um tipo de atividade física. Segundo os praticantes do treino funcional na modalidade circuito na areia, o que levou a essa prática foi principalmente a busca pela melhoria da qualidade de vida, do peso ideal e consequentemente o aumento da auto-estima, além da dinâmica do treinamento que proporciona bem-estar. Para o (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). A prática de atividade física está presente na vida da maior parte das pessoas, sejam elas mais, ou menos ativas. Pela procura de melhorar sua saúde física e mental. Muitas pesquisas são destinadas a identificar os inúmeros benefícios que a atividade física pode proporcionar. As oportunidades para indivíduos adultos serem fisicamente ativos podem ser classificadas em quatro domínios: no lazer, no trabalho, no deslocamento para o trabalho e nos afazeres domésticos. De acordo com os participantes da pratica do treino funcional na modalidade circuito na areia, a busca pela pratica da atividade, partiu principalmente pela conservação da saúde e os incentivos relacionado à vontade pessoal em praticar a atividade integrada ao desejo do bem-estar físico e mental, ou seja, o incentivo próprio se sobressaiu em relação ao apoio de amigos e familiares. Para Balbinotti & Capozzoli (2008), “descrevem que para os indivíduos de 21 a 40 anos, os motivos mais importantes para a prática de atividade física foram saúde, prazer, controle do estresse e estética”. Todos de alguma forma se sentem satisfeito pelos benefícios que o treino tem proporcionado no decorrer da prática do TF. Principalmente quando se referem ao rendimento físico, melhora na disposição para realização das atividades do dia-a-dia, além da perda do peso, ganho de resistência e a convivência social. Esses são um dos muitos benefícios encontrados na pesquisa através da pratica do treino funcional na modalidade circuito na areia. “Ele tira a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou isolados, como acontece na musculação. Por isso, virou uma alternativa para quem estava cansado dos exercícios mais tradicionais na academia.” (Gomes; Christ, 2014). Para finalizar a pesquisa estabeleceu-se a analise dos dados coletados através de ferramentas computacionais, para efetuar a interpretação das informações colhidas nas fases anteriores e para apresentação dos resultados deste estudo. Página 77 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica CONCLUSÃO Nesta pesquisa, conclui-se que o perfil dos praticantes de Treinamento Funcional na modalidade circuito na areia, é bem diversificado. Que a maioria dos praticantes são do sexo feminino, com idade media entre 20 a 40 anos, que estão acima do peso e que buscam através do treino obter um resultado mais eficaz e mais rápido comparado a outros treinos convencionais. Boa parte dos investigados teve incentivo próprio, seguido do apoio de amigos e familiares. Foi notória a insatisfação dos mesmos com suas “formas físicas”, sendo esse um dos principais motivos pela procura de um treino que lhe proporcionasse mais efetividade nos resultados. Vale ressaltar que o treinamento funcional em si, veio com essa proposta de fazer a diferença na vida de qualquer pessoa que almeje uma melhora no seu estilo vida. Proporcionando através do seu dinamismo de treinamento, maior comodidade, bem-estar e qualidade de vida aos praticantes e consequentemente mais adeptos para essa modalidade. Portanto, de acordo com este estudo, o perfil dos praticantes do Treinamento Funcional na modalidade circuito funcional na areia atende todos os tipos de público, principalmente o feminino, de pessoas com instrução acadêmica superior, que reconhecem que a pratica de atividades físicas é essencial em todas as fases da vida, e que a procura por saúde, bem estar e qualidade de vida sempre estarão em evidência. Pois os treinos proporcionaram um diferencial significativo na vida dos investigados nesta pesquisa, principalmente quando se diz respeito à perda de peso, resistência, tônus muscular, condicionamento físico, saúde e bem-estar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATALA, Marcio – Sua vida em movimento/Marcio Atalla. – 1º ed. São Paulo: Paralela, 2012. BALBINOTTI, M.A.A. & CAPOZZOLI, C.J, Motivação à prática regular de atividade física: um estudo exploratório com praticantes em academias de ginástica. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.22, n.1, p.63-80, jan./mar. 2008. BOSSI, Luiz Claudio – Treinamento Funcional para Mulheres – Edição (2014) CAMPOS, Maurício de Arruda; CORAUCCI NETO, Bruno. - Treinamento Funcional Resistido. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. COSTA, R. S.; et al. Gênero e pratica de atividade física de lazer. Caderno de Saúde Pública. V, 19. N, 2. Pag, 325 – 333. Rio de Janeiro, 2003 GOELLNER, S. V. Imagens da mulher no esporte. In: PRIORE, M. D.; MELO, V. A. (orgs). História do esporte no Brasil: do império aos dias atuais. São Paulo: Editora Unesp, 2009. 568 p. http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-perfil-de-quem-faz-esportes-no-brasil-e-o-do-sedentario Htttp://globo.com/euatleta JUREMA, Jefferson; QUEIRÓZ, Walace. – Metodologia Científica – Manaus, Valer, 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico– 2007. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/vigitel2007_final_web.pdf Acessado em 21 de abril de 2016. PITANGA, Francisco J. G.. Teste e medidas de educação Física. 3ª ed. São Paulo: Phorte, 2004. [email protected] rua: sete de setembro – 1593 / Palmares – Parintins-AM/Brasil - CEP. 69153040 Página 78 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANEXO Questionário 1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade: _____ anos 3. Nível de Escolaridade:___________________ 4. Na sua Profissão, você passa maior parte do tempo...? ( ) sentado ( ) em pé ( ) medial 5. Peso: ________ Altura: __________ IMC: __________ 6. Pratica outros tipos de atividades físicas? _______ Quais? ( ) musculação ( ) caminhada ou corrida ( ) ciclismo ( ) outros 7. Qual seu objetivo com a pratica do Treinamento Funcional? ( ) emagrecimento ( ) cond. físico ( ) resistência ( ) saúde e bem estar ( ) fortalecimento muscular 8. O que levou você a praticar o Treinamento Funcional: ( ) excesso de peso ( ) sair do sedentarismo ( ) dinâmica do treinamento ( ) a busca por saúde e qualidade de vida 9. Você recebeu algum tipo de incentivo? ______ ( ) familiares ( ) amigos ( ) outros 10. Em sua opinião quais os benefícios o TF trouxe para sua saúde? ( ) autoestima ( ) qualidade de vida ( ) perda de peso ( ) resistência ( ) saúde e bem estar. Página 79 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO NA MUSCULAÇÃO CONVENCIONAL Allan da Costa e Silva Barbosa Alexander Freire Teles Hugo Ronnan Luna Esteves ENAF/ DESENVOLVIMENTO SERVIÇOS EDUCACIONAIS [email protected] Profª Orientadora MSc. Ida de Fátima de Castro Amorim Mourão 1 RESUMO O presente trabalho tem o propósito de explicar a importância de treinamento funcional/musculação e analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação, e de que forma os dois podem estar associando um ao outro, já que os dois métodos de treinamento traz benefícios à saúde. A combinação de treinamento funcional e musculação para muitas pessoas é uma boa saída, mas ainda é um assunto bastante discutido no mundo fitness, e surgem muitas pergunta, como: qual traz mais resultados? Qual é o melhor? Qual gasta mais calorias? Esses são alguns questionamentos e dúvidas que mais ouvimos nas academias. O treinamento funcional para a maioria é o mais importante, mas todas as pessoas também precisam trabalhar os músculos isoladamente, e a musculação faz isso de forma eficiente, e principalmente se for a máquinas guiadas. Logo este artigo mostrará os resultados obtidos através das pesquisas realizadas e orientações de profissionais especializados. Portanto, o foco deste trabalho é saber de que forma o treinamento funcional faz parte da musculação, Pois qualquer pessoa que deseja melhorar a força, resistência ou hipertrofia muscular pode praticá-la.Entenderemos o que é treinamento funcional, e se pode ter uma aplicação prática e eficaz para o praticante de musculação.Todos nos passamos por dificuldades em nossas vidas e na musculação não é diferente! Saiba também como melhorar seu desempenho no treino. É importante ressaltar que para cada objetivo há um tipo de treinamento especifico. Palavras chaves: saúde; treinamento funcional; musculação. ABSTRACT This work has the purpose to explain the importance of functional training / bodybuilding and analyze the functional training can be an effective application to the bodybuilding practitioner, and how the two can be associating each other, since both methods training brings health benefits. The combination of functional training and weight for many people is a good solution, but it is still a subject much discussed in the fitness world, and many questions arise, such as: what brings more results? Which one is the best? Which spends more calories? These are some questions and doubts that we hear the academies. Functional training for the majority is the most important, but all the people also need to work muscles in isolation, and weight does this efficiently, especially if it is guided machines. So this article will show the results obtained from the research conducted and specialized professional guidelines. Therefore, the focus of this work is to know how functional training is part of bodybuilding, for anyone who wants to improve strength, endurance or muscle hypertrophy can practice it. We understand what functional training is, and you can have a practical and effective application to the bodybuilding practitioner. All go in for difficulties in our lives and in the weight is no different! Also learn how to improve their performance in training. Note that for each objective there is a specific type of training. Key words: health; functional training; bodybuilding 1-Introdução A importância da atividade física foi motivo de vários estudos, pois esses estudos provam vários benefícios que a atividade física traz para o ser humano, como: aumenta o metabolismo, melhora a irrigação sanguínea, diabetes, obesidade, aumento da oxigenação, diminuição de batimentos cardíacos e Página 80 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica hipertensão arterial, sobretudo modela o corpo. O objetivo desse trabalho é analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação? O entendimento do termo treinamento é, sem dúvida muito amplo, e aplicado em diversas áreas cientificas e profissionais. Por isso, apenas buscaremos entender se o treinamento funcional e a musculação podem ser explorados juntos. E esclareceremos também, qualquer que seja a sua escolha, que tanto a musculação quanto o treinamento funcional irão melhorar a sua qualidade de vida. Embora, os dois modelos de atividade física apresentado nesse artigo faça bem a sua saúde, você precisa primeiramente procurar um medico para fazer os exames necessários antes de iniciar qualquer treinamento.Por conseguinte, não nos aprofundaremos a respeito do assunto, apenas analisaremos de que forma o treinamento funcional está aplicado na musculação, quais são seus benefícios e como melhorar o desempenho no treino com peso. Para melhor desenvolvimento do artigo usamos os livros: treinamento funcional na musculação de (Bossi, 2011), apostila da confederação brasileira de esporte e lazer (2013),entre outros. 2-Revisão de Literatura 2.1O Treinamento Funcional aplicado na musculação A palavra “treinamento” refere-se à aquisição de conhecimentos, competência de habilidades. Esse termo é muito amplo, porque está empregado em diversas áreas cientificas e profissionais.Já o “Funcional” é aquilo que possui eficiência, utilidade e praticidade.Unindo esses conceitos temos; “O treinamento funcional trabalha o corpo como um todo e não somente grupos musculares isolados, ou seja, trabalha o corpo de forma integrada e diversas capacidades, como força, equilíbrio, agilidade e resistência”. Segundo alguns autores (Bossi, Coutinho, 2011), o termo treinamento funcional surgiu na segunda guerra Mundial, com a reabilitação de lesões dos soldados, e também com os atletas olímpicos nos anos 50. No Brasil, o treinamento funcional teve sua origem com os profissionais de fisioterapias na reabilitação de pacientes, no qual utilizavam exercícios que imitavam o que seus pacientes faziam em suas tarefas diárias ou em seu trabalho.Portanto, de acordo com (Campos, 2004). o desenvolvimento de treinamento funcional está inteiramente ligada a capacidade funcional dos indivíduos. Essa capacidade pode ser entendida como uma grande realização de tarefas diárias como; andar, correr, pular, levantar algo ou agachar sem ajuda de outra pessoa. Seguindo a mesma linha de pensamento (Campos, 2004) afirma que para executar os exercícios com precisão é necessário que a pessoa se movimente de maneira eficiente conta a ação da gravidade, ou seja, ela deve possuir amplitude de movimentos, mobilidade articular, força e resistência muscular bem como a habilidade de coordenar os movimentos.Segundo, os autores Monteiro e Evangelista (2010). O treinamento funcional se refere ao um treinamento que visa trabalhar os diversos grupos musculares ao mesmo tempo. Já a musculação, também chamada de hipertrofia muscular ou treinamento de força é entendida como ganho de massa, ou seja, aumento da massa muscular, pois estes são trabalhados os músculos isoladamente, que é proporcionado através de um treinamento. Vejamos, segundo Lambert, a musculação leva ao aperfeiçoamento de força, que é uma das valências físicas que possuímos. Há outras capacidades físicas envolvidas, mas o foco aqui é a força. Logo, a força muscular exerce um papel importante para a capacidade funcional, por ser um componente da aptidão física relacionada à saúde, além disso, é importantíssimo para o desempenho físico em inúmeras atividades cotidiana ou esportista. Então, podemos perceber que os dois modelos de treinamento andam juntos, treinamento funcional e musculação estão ligados as suas ações motoras, mas em situações totalmente diferentes entre peso corporal e máquinas, aumento de volume. Segundo Bossi, (2011) o treinamento funcional aplicado na musculação traz um método de estímulos musculares para atingir um corpo com desenho muscular mais atlético, por meio de deslocamentos e movimentos que buscam ser mais próximos dos vividos diariamente. De acordo com o professor Sendon, sendo assim, as vantagens que o treinamento funcional apresenta, vão além dos fatores unicamente trabalhados na musculação. Mas, espere! Não estou dizendo que a musculação seja um esporte incompleto, muito pelo contrario, sessões de musculação bem feitas são extremamente completas e valem para todos os músculos. Entretanto, se, podemos aperfeiçoar alguns Página 81 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica deste que não são o enfoque principal da musculação, então, ainda obteremos mais resultados e conseqüentemente um melhor desempenho da musculação em si, seja em quesitos de força, estabilidade, equilíbrio, melhora na respiração, melhora na coordenação motora, melhora da postura dentro e fora do exercício, formas de execução e também consciência corporal. Vale ressaltar que os programas de treinamento para hipertrofia muscular exigem variação de estímulos, e os exercícios funcionais podem essa variação. Portanto, pensando na saúde como em um toda, a inclusão de alguns exercícios funcionais nos programas de musculação pode ser uma estratégia interessante do ponto de vista fisiológico e motivacional. (Teixeira, 2009). 2.2Musculação e treinamento funcional caminham juntos Atualmente, a musculação, ou a musculatura tem um papel muito importantenos sistemas de treinamento do esportista. Qualquer que seja sua especialidade consagra uma parte mais ou menos importante de seu tempo de trabalho a musculação. Aliás, os modelos corporais do homem e da mulher são representados por indivíduos com uma musculatura de forte. O interesse pela musculação foi, portanto, fortemente reforçado na população. No entanto, o desenvolvimento das qualidades e do volume dos músculos exige um conhecimento anatômico e fisiológico. (Raymond Thomas, ex- recordista e campeão francês de atletismo e levantamento de peso, professor na Universidade de Paris x). Musculação é o conjunto de processos e meios que levam ao aumento e aperfeiçoamento de força muscular, associada ou não a outra qualidade física. Lambert (1987). A força nunca aparece, nos outros esportes, de uma forma clara e concisa, mas como uma combinação ou mistura de fatores fiscos de condicionamento do desempenho. De acordo com a preparadora física Mariana Nascimento, retifica que, na musculação o objetivo é ganho de força e no treinamento funcional a flexibilidade, velocidade, resistência e todas as capacidades físicas que possuímos. É fundamental ressaltar que tanto o treinamento funcional quanto a musculação vão melhorar a qualidade de vida do praticante. Logo, os dois tipos de treinamento podem caminhar juntos, para algumas pessoas o funcional é mais estimulante, mas a musculação também precisa ser trabalhada, pois é necessário trabalhar os músculos de maneira especifica e isolada. Ela esclarece que não há treino melhor que o outro, pode se dizer equivalentes, cada um com seu propósito, e tanto um quanto o outro vai auxiliar no desenvolvimento corporal dos praticantes.Para entendermos melhor, a forma que o treinamento funcional pode ter uma aplicação prática e eficaz na musculação; vejamos um exemplo: um banco de supino reto com um par de halteres de 40 kg em cada mão. Você deita no banco e executa 8 movimentos em boa forma se grandes dificuldades, agora imaginemos a mesma situação, mas invés de você estar deitado em um banco plano de supino, você encontra-se em um banco com angulação de 45°, ou o que chamamos de supino inclinado e com a mesma carga. O movimento é facilitado ou dificultado? Pela biomecânica do exercício e pelo grau de isolamento no peitoral, ele será dificultado. Logo, você realizará menos repetições, ou realizará repetições parcialmente completas ou terá de diminuir o peso. Em outra situação: você, ao invés de realizar o supino em um banco, seja ele reto ou inclinado, onde você pode ter todo um apoio e suporte, focando no músculo especifica alvo( apesar de simultaneamente estar trabalhando diversos outros músculos auxiliares e sinérgicos também), você está em uma bola daquelas de pilattes que toda academia tem. Será que você se quer conseguiria realizar o movimento com esta carga? Particularmente duvido! Mas, por que isso ocorre? Simplesmente porque causamos uma desestabilidade no corpo, forçando-o a trabalhar e ativar outros grupamentos musculares, além, claro do grupamento alvo principal. Isso faz com que mais energia seja desprendida para o controle, equilíbrio e força, faz com que você fique menos relaxado e então, através dessa desestabilidade é que começamos a obter certa estabilidade. Isso fará com que posteriormente isso possa ter algum tipo de aplicação no treino básico com pesos. O corpo necessita de uma boa oxigenação nos tecidos para continuar com máxima eficiência no exercício físico. O treinamento funcional pode muitas vezes auxiliar nesse processo, favorecendo um pouco as condições cardiovasculares do atleta no treino clássico. A aplicabilidade do mesmo também pode Página 82 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica envolver a readaptação e/ou a recuperação de indivíduos e atletas que se encontram em estado de lesão. Muitas vezes, esses atletas são impedidos de realizar determinado movimento ou até mesmo podem realizá-lo, mas sem gerar lá grande sobrecarga. ( Sendon, 2013.) 2.3Dicas para melhorar o desempenho notreino de musculação. Todos nos passamos por dificuldades em nossas vidas e na musculação não é diferente. Vejamos como podemos fazer paramelhorar seu desempenho durante os treinamentos com pesos. (Sendo, 2013) professor na confederação brasileira de esporte e lazer. Inúmeros aspectos podem interferir um treinamento, mas tomando os devidos cuidados e levando em consideração a individualidade biológica, os problemas podem ser driblados, continuando a obter bons resultados no processo de ganho de massa ou perda de gorduras. Dieta: A dieta é fator primordial para um bom desempenho dentro da academia. Sem uma dieta equilibrada que forneça quantidades interessantes, é difícil ou impossível não ficar indisposto, ter queda de rendimento. Descanso adequado: O descanso é tão importante quanto o treinamento propriamente dito. Sem um descanso adequado, fica difícil ter não só a recuperação muscular quanto à síntese das mio fibrilas musculares, quanto à síntese de glicogênio e até mesmo recuperação de articulações, tendões e outros. Muitos costumam treinar o mesmo músculo duas, até três vezes em uma semana, isso não é recomendado. Temos que ter cuidado também com a periodização e não treinarmos com a mente cansada, pois às vezes subestimamos o poder da mente e a capacidade que a mesma tem de interferir em estados físicos, por isso, evite treinar aparentemente cansado. 2.4 Os benefícios de se treinar musculação. Segundo o professor ( Marcelo Sendon,2013) veremos os principais benefícios que a musculação traz para a saúde. A musculação é uma atividade física que trabalha dando ação aos músculos. Como já sabemos, os músculos são órgãos capazes de “expandir” e “encolher”, sendo responsáveis pelo movimento do corpo humano. Dessa forma, os músculos transmitem os seus movimentos aos ossos, formando o sistema do aparelho locomotor. Portanto, a musculação geralmente utiliza pesos nos treinos. Embora não seja considerado um esporte, a musculação é um importante instrumento para a manutenção da saúde e do condicionamento físico do praticante, seja ele atleta ou não. Os principais benefícios da musculação são: Aumento da massa muscular; Reduz a gordura corporal; Mantém a pele esticada em caso de emagrecimento e envelhecimento; Aumenta a densidade óssea; Alivia os sintomas da artrite. Previne dores nas costas e melhora a postura; Eleva a taxa metabólica; Melhora a circulação e pode diminuir a pressão arterial. Objetivos Os objetivos deste estudo são: Conceituar o treinamento funcional e a musculação. Analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação e de que formas. Explicar como você pode melhorar seu desempenho no treino de musculação. Página 83 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Mostrar os benefícios de se treinar musculação. Materiais e métodos Amostra O presente estudo visa analisar se o treinamento funcional pode estar aplicado na execução dos exercícios de musculação, quais são as dicas para se melhorar no treinamento com peso e os benefícios que a musculação traz para a saúde, é claro, este estudo foi realizado com base em conhecimentos científicos e orientação de professores e profissionais da área. Materiais utilizados Para melhor desenvolvimento da pesquisa foram utilizados e selecionados: livros, apostilas, opiniões de especialista e autores a respeito do assunto. Instrumentos empregados A técnica utilizada neste artigo é a pesquisa bibliográfica, que abrange toda a bibliográfica já tornada publica em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas e pesquisas de opiniões de professores, treinadores, e educadores físicos. Procedimentos realizados O presente artigo foi realizado em base de dados científica, apostilas atualizada se orientação de profissionais especializados como: Guia de treinamento da confederação brasileira de esporte e lazer, treinamento funcional na musculação de Bossi, entre outros. Tratamento estatístico A hipótese estatística é um procedimento no qual, nos permite decidir, com base em informações obtidas na pesquisa experimental. Porém, o estudo apresentado neste trabalho se caracteriza como pesquisa bibliográfica. Resultados Conforme a pesquisa realizada, obtivemos um resultado positivo com relação à aplicabilidade do treinamento funcional na musculação, com base é claro em estudo científicos já citados acima. Acredita-se que não existe treino melhor que o outro, mas cada um com seu propósito. Constatou-se que o treinamento funcional pode auxiliar no processo de treino na musculação, favorecendo um pouco as condições cardiovasculares do atleta no treino, esta aplicabilidade também acontece na readaptação e/ou recuperação de indivíduos que se encontram em estado de lesão. Discussão O objetivo deste artigo é discutir a relevância do treinamento funcional nos programas de treinamento de força, de acordo com os conceitos descritos e os resultados obtidos através das pesquisas realizadas, podemos afirmar que tanto o treinamento funcional quanto a musculação podem ser exploradas juntas, no entanto o treinamento funcional inserido na musculação traz um método de estímulos musculares especifico já o funcional trabalha o corpo todo. Observou-se nesse estudo com base na revisão literária que o treinamento funcional pode ter sim, uma aplicação eficiente no treino de musculação e os benefícios que a mesma traz para a saúde. Embora, muitas pessoas prefiram o funcional por acharem ser mais estimulante e motivante, mas a musculação precisa também ser praticada, porque são necessários que se trabalhem alguns músculos de maneira especifica. Lembramos que a musculação é muito eficiente para hipertrofia, que não é o objetivo do funcional. Considerações finais Perante as informações obtidas na pesquisa podemos concluir que o treinamento funcional e a musculação possuem benefícios e podem ser exploradas juntas, foram citados,educadores físicos e autores adeptos a respeito do assunto com o objetivo de esclarecer as dúvidas, e inclusive recomendam a prática Página 84 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica dos dois métodos em paralelo, para garantir condicionamento físico, força, potência e definição muscular. Portanto, os principais objetivos analisados foram: De que forma o funcional está inserido na musculação, quais são seus benefícios e como melhorar o desempenho no treinamento de peso. Referências bibliográficas BOSSI LC. Treinamento funcional na musculação:São Paulo: Phorte 2011. CAMPOS, Mauricio de Arruda; CORAUCCI Neto, Bruno. Treinamento funcional resistido. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. MONTEIRO AG, EVANGELISTAAL. Treinamento funcional: uma abordagem prática. São Paulo: Phorte,2010. NASCIMENTO, Mariana. Preparadora física. Artigo relacionado Movimente-se. Rio de Janeiro, 2014. RAYMOND Thomas, ex- recordista e campeão francês de atletismo e levantamento de peso, professor na universidade de Paris x. SENDON, Marcelo. Orientador físico. Apostila, Guia de treinamento super completo, da confederação brasileira de esporte e lazer, 2013. Página 85 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica LEI DE INCENTIVO COMO INSTRUMENTO DE ACESSO DEMOCRÁTICO AO ESPORTE SANTOS, E.L.5PINHEIRO, I.V.Q.6MELO,E.L.7 RESUMO Em diversos países, a estrutura organizacional voltada ao desenvolvimento das modalidades esportivas é definida por programas de esporte desenvolvidos nacionalmente. Este trabalho tem como objetivo analisar as regiões que mais captaram recursos através da Lei de Incentivo ao Esporte ecomparar as modalidades esportivas mais contempladas pela lei. Foi analisada, em especial, a Lei de Incentivo ao Esporte e as ações de órgãos governamentais e/ou entidades nacionais do esporte de alto nível. Verificou-se que o país possui ações isoladas oriundas do COB e do Ministério do Esporte,que não existe priorização na aplicação dos recursos financeiros nas modalidades com chances reais de medalhas e a existência de ações do COB em relação à formação de gestores e técnicos e que a participação da representação de atletas nas entidades nacionais de esporte ainda é bastante restrita e recente. Palavras-chave: Organização esportiva; Políticas esportivas; Esporte de rendimento. ABSTRACT In several countries, the organizational structure dedicated to the development of sports is defined by sports programs developed nationally. This work aims to analyze the regions that raise funds by law to encourage the sport; compare the sports most contemplated by the law. Was examined in particular the law of incentive to sports and the actions of government bodies and / or national high-level sports entities. It was found that: the country has isolated actions from the COB and the Ministry of Sports; there is no prioritization in the use of financial resources in the forms with real chances of medals; there COB's actions in relation to the training of managers and technicians, and the participation of representative athletes in the sport of national authorities is still very limited and recent. keywords: Sport organization; Sport policy; Elite Sport. INTRODUÇÃO O que levou o aluno pesquisador a investigar o tema e montar talproblematizaçãodeveu-se a pesquisas de interesses particulares, cujo objetivo consistiu em mostrar que a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) não é tão democrática comoo que descreve a Constituição brasileira.Desta forma, podemos perguntar de que modo estão distribuídos os recursos destinados aos projetos desportivos através da mesma no Brasil. Este trabalho tem, portanto, como objetivo analisar as regiões que mais captaram recursos através da lei,comparar as modalidades esportivas mais contempladas pela lei eidentificar o número de projetos aprovados no tocante às manifestações desportivas. A referida pergunta caracteriza-se como uma adequada justificativa para a elaboração do presente trabalho de pesquisa.Além disso,serão expostos alguns fatoresde grande relevância, os quais apresentam um conhecimentoreal tanto para o aluno pesquisador como para a pesquisa em si, podendo, com isso, serem utilizados como fonte de pesquisa em trabalhos posteriores que estejam relacionados a uma mesma linha de investigação.Assim,um dosobjetivos do pesquisador consiste emrealizar uma análise acerca das regiões do Brasil onde secaptam maiores recursos, em desfavor das outras. 5 Graduado em Educação Física, UVA. Sobral, CE [email protected] Graduada em Educação Física, UNIFOR, Fortaleza, CE 6 7 Orientador. Mestre em Políticas Públicas UECE. Fortaleza - CE Página 86 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Investigar-se-áse a lei possui de fato um viés democratizante e quais ostipos de lacunas que se encontram abertas,de modo afavoreceralguns em detrimentode outros, uma vez que para o direito social o Estado possui como dever fomentar as práticas desportivas caracterizadas como formais e não formais, bem como conceder autonomia, cuja definição consistena faculdade de as pessoas físicas e jurídicas se organizarem por si mesmas com relação à prática desportiva;a qualidade, assegurada pela valorização dos resultados desportivos, educativos e dos que estão voltados à cidadania e ao desenvolvimento físico e moral; a descentralização, consubstanciada na organização e no funcionamento harmônico de sistemas desportivos diferenciados e autônomos a níveis federal, estadual, distrital e municipal; a eficiência, obtida por meio do estímulo à competência desportiva e administrativa (BRASIL, 1998). A partir disso,serão apontadas as diversas ações dos governos federais desenvolvidas no sentido de destinar recursos para o esporte nas três manifestações. No que se refere ao desporto de rendimento, os patrocínios oriundos da iniciativa privada e de empresas estatais têm tido papel relevante para o desenvolvimento das diferentes modalidades,destacando-se aqui o esporte olímpico.Vale lembrar, portanto, que a Lei nº 10.264 (BRASIL, 2001) destina recursos oriundos da loteria esportiva para os comitêsolímpico e paraolímpico, contemplando também o esporte escolar e o universitário.É necessário pontuar também que o Ministério do Esporte destina recursos para que os municípios desenvolvam programas voltados para oesporte e lazer, também conhecido como desporto de participação.Oesporte educacional, por sua vez, tem sido fomentado com programas específicos através de recursos federais. 2 LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE: CONTEXTO HISTÓRICO Segundo Rezende, o esporte no Brasil passou a ter um viés organizado e institucionalizado a partir de 1939, por meio do Decreto-Lei nº 3199, que criou o Conselho Nacional de Desportos (CND), ligado ao Ministério da Educação, cujas atribuições eram de orientar, fiscalizar e incentivar a prática no país. Durante a Ditadura Militar, sancionou-se a lei 6.251, em substituição ao Decreto-Lei nº 3.199/41, a qual delegou ao Ministério da Educação e Cultura a elaboração do Plano Nacional de Educação Física e Esporte, definindo como quatro as manifestações esportivas, a saber: educacional, classista, militar e comunitária, cujo intuito era o de aumentar o nível esportivo nas diferentes manifestações. Conforme a Constituição Federal de 1988, o esporte passou a ser considerado um direito de todo cidadão e ao Estado coube o papel de estimulá-lo. Em 1998, a Lei nº 9.615 dividiu em três as manifestações esportivas: desporto educacional, desporto de participação ou de lazer e desporto de rendimento. O então presidente Lula sancionou a Lei nº 11.438 de 29 de dezembro de 2006, regulamentada através do Decreto nº 6.180, denominada Lei de Incentivo ao Esporte (LIE 2013). Com o surgimento da LIE8, abriu-se uma grande oportunidade para o fomento de projetos desportivos no âmbito do esporte educacional, de participação e de rendimento, embora seja dever do Estado garantir constitucionalmente o direito à sua prática. A lei garante que entidades sem fins lucrativos, como associações, Organizações Não Governamentais (ONGs) e institutos executem projetos nas mais variadas modalidades esportivas. (BRASIL, 2007) O Decreto nº 6180 de 03 de agosto de 2007, em seu art.3º, considera: 8 A Lei Federal de Incentivo ao Esporte (lei 11.438/06, regulamentada pelo Decreto nº 6.180/07), efetivo instrumento de financiamento esportivo, que possibilitou o acréscimo de milhões de reais ao segmento, em projetos distribuídos por todo o território nacional. A Lei de Incentivo ao Esporte é um importante instrumento de efetivação de direitos sociais, pois prevê a possibilidade de pessoas físicas e jurídicas destinarem uma parcela do imposto de renda devido em benefício de projetos esportivos e paradesportivos elaborados por entidades do setor, estimulando, assim, uma participação mais efetiva de todos os entes sociais, por intermédio de ações diversas, engajados em um trabalho conjunto entre governo e sociedade. Página 87 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica I – projeto desportivo: o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações desportivas previstas no art. 4º [...] (BRASIL, 2007). Entretanto, anterior ao seu surgimento, o projeto de lei (PL) n° 1367/03 que tramitava no congresso e que lhe deu origem enfrentou muitos choques de ideias no que tange ao modelo a ser adotado. Encaminhouse, ao presidente da república, um texto substitutivo, PL nº 6999/06, responsável por dar um fim às dificuldades impostas ao projeto anterior. Esse encaminhamento aconteceu devido à abertura da II Conferência Nacional do Esporte, em maio de 2006. Dias afirma que diante dos questionamentos acerca do modelo a ser adotado, o que acabou prevalecendo foi o apresentado pelo governo, semelhante à Lei Rouanet - Lei de Incentivo à Cultura. Sua adoção gerou várias polêmicas, especialmente entre a classe artística, que se mobilizou contra, uma vez que desejavam evitar a formação de uma disputa pelos benefícios provenientes dos incentivos fiscais destinados às suas iniciativas. (ALMEIDA 2008) A referida lei prevê que pessoas físicas e jurídicas destinem uma parcela do imposto de renda devido a projetos desportivos elaborados por entidades que façam parte do setor, de modo a beneficiá-los, mediante aprovação de uma Comissão Técnica Especializada. De acordo com o exposto no Decreto nº 6180/07, art. 6º, compete à comissão técnica da Lei de Incentivo ao Esporte: a avaliação e a aprovação dos projetos apresentados ao Ministério do Esporte (ME, 2009). Com relação aos membros que compõem a comissão esse mesmo decreto ressalta: Art.7º A Comissão Técnica será composta por seis membros, sendo: I - três representantes governamentais, indicados pelo Ministro de Estado do Esporte; e. II - três representantes dos setores desportivo e para desportivo, indicados pelo Conselho Nacional do Esporte. § 1o Compete ao Ministro de Estado do Esporte designar os integrantes da Comissão Técnica. § 2o O presidente da Comissão Técnica será designado pelo Ministro de Estado do Esporte entre os representantes governamentais. § 3o O presidente da Comissão Técnica terá direito, além do voto comum, ao voto de qualidade. § 4o O Ministério do Esporte disponibilizará à Comissão Técnica a estrutura e o apoio necessários ao bom desenvolvimento dos trabalhos. § 5o A participação na Comissão Técnica será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. [...] (BRASIL, 2007) Por fim, é necessário ressaltar que o melhor uso da Lei de Incentivo ao Esporte remete ao seu contexto de utilização e à percepção de um melhor direcionamento, como também às dificuldades e possíveis ameaças. Está clara a noção do papel de cada um no seu processo de execução que é imprescindível. 2.1LEI DE INCENTIVO: UM INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO? Desde o ano de 2007, a LIE permite que Entidades Esportivas, Associações, ONGs e Clubes possam apresentar projetos desportivos em três dimensões: educacional, de participação e de rendimento, financiados com recursos provenientes da renúncia fiscal, ou seja, 1% do imposto de renda devido à pessoa jurídica e 6%, à pessoa física. Os proponentes terão que apresentar os projetos desportivos junto ao Ministério do Esporte, a fim de serem avaliados, aprovados e publicados no Diário Oficial da União. (BRASIL, 2007) Página 88 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Nos últimos oito anos, R$ 4,2 bilhões foram concedidos através de incentivos ficais, porém foi captado somente R$ 1,4 bilhão neste período. Ou seja, a título de comparação, para cada 04 reais destinados, somente 01 real foi captado de fato. Apesar da disparidade percebida entre os valores aprovados e os captados, o ME considera o que se aprovou como algo positivo, visto que, desde 2007, houve um aumento dos valores captados, tendo em vista um aumento das entidades proponentes. O ME considera que a LIE é de fundamental relevância para a política pública do esporte, visto que se caracteriza como uma fonte de financiamentos a atletas, clubes e organizações esportivas nos últimos 12 anos, desde que o ministério foi criado. De acordo comBrasil(2007), consultor legislativo do Senado Federal, a LIE apresenta falhas em decorrência da baixa arrecadação. O mesmo aponta que a Lei inicialmente teve sua aprovação com base na Lei de Incentivo à Cultura, destinando 4% de incentivos para as pessoas jurídicas ecom uma posterior redução para 1% por meio de uma medida provisória. Além disso, o especialista citado anteriormente apontou falhas apresentadas pela LIE no tocante à prestação de contas das entidades beneficiadas. Tais falhas estariam relacionadas à questão da transparência na aplicação dos recursos nos projetos. “Não há porque ocultar os projetos é preciso mostrar a eficácia dos mesmos expondo os resultados obtidos, e as metas alcançadas é o que se faz necessário, e que não são pensados pelos gestores e entidades esportivas desses projetos no Brasil”, explica. Com relação à questão da não democratização da LIE, houve uma grande concentração de recursos captados no seguimento do desporto de “rendimento’’, cujo objetivo maior consiste em obter grandes resultados nas modalidades esportivas de mais evidência no cenário do esporte brasileiro”. Destaca-se, nessa manifestação, o atleta de alto rendimento ou o atleta em formação. Segundo o Ministério (2009),os eventos denominados de alto rendimento garantem maior visibilidade às empresas e suas respectivas marcas, sendo, com isso, os mais procurados pela classe empresarial. Exatos R$ 2,9 bilhões tiveram aprovação para captação nesta manifestação desportiva, ao contrário das demais, como no desporto de participação (esporte como lazer) e no educacional (esporte atrelado à escola), que se apresentam com grande distância da referida realidade. Nota-se, diante do exposto, que, nos últimos anos, a formação de novos atletas de alto rendimento estimulou a prática dessas modalidades, o que é considerado algo positivo pelo ME, embora venha sendo constatada uma maior necessidade de estímulos para o desenvolvimento em sua base. Em contrapartida, é bastante claro que há uma grande preocupação em destinar uma maior quantidade de recursos aos esportes considerados de alto rendimento em detrimento de investimentos nos desportos de participação e educacional, visto que os mesmos conferem pouca visibilidade às empresas patrocinadoras, na maioria das vezes atreladas à mídia, acarretando uma discrepância nos investimentos, em virtude da falta de interesse em patrocinar projetos desta natureza. 3MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo é caracterizado como descritivo e explicativo, uma vez que pretende expor as características do fenômeno estudado a partir da análise de informações documentais. As informações referentes à aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte foram levantadas nas atas das reuniões da Comissão Técnica e no Diário Oficial da União (DOU). No período de 2016,estão disponibilizadas no site do Ministério do Esporte (BRASIL, 2009). A partir da leitura dos documentos realizada pelopesquisador, foram levantados dados referentes ao número de projetos encaminhados à Secretaria do Ministério e apreciados pela Comissão, na condição de aprovados ou rejeitados, o montante aprovado e o captado. 4RESULTADOS: De acordo com dados levantados pelo Ministério do Esporte, entreos anos de 2007 e 2014, verificou-se que os projetos relacionados ao esporte de alto rendimento foram os que apresentaram número superior Página 89 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica frente ao de participação e educacional, com as seguintes taxas em termos percentuais: 27% para os educacionais; 23% para os de participação e 50% para os de alto rendimento. No gráfico a seguir, pode-se verificar o número de projetos apresentados nos períodos citados. Figura 1 - apresentada por manifestação desportiva Fonte: ME/SE/DIFE – SLIE – 27/03/2015 Com base no gráfico apresentado, é possível constatar que no ano de 2014 houve um aumento significativo de projetos apresentados na manifestação de rendimento se comparado às demais nos períodos iniciais da LIE. Nos anos posteriores, constata-se uma pequena redução no número dos mesmos, porém são os que predominam. Com relação ao que foi captado entre os anos de 2008 a 2014, percebem-se diferenças, ou seja, os projetos de alto rendimento foram os que mais receberam recursos por meio da referida lei. O gráfico abaixo ilustra essa afirmação: Figura 2-Captação por manifestação desportiva Fonte: ME/SE/DIFE – SLIE – 27/03/2015 4.2 LEIS DE INCENTIVO E CAPTAÇÃO POR REGIÕES Página 90 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Mediante os dados divulgados pelo ME, em primeiro lugar, com 82% dos valores captados, através da LIE, aparece a região Sudeste. Em segundo lugar, a região Sul, onde foramcaptados 11%, seguida do CentroOeste e Nordeste, captando, cada uma, 3%. A região Norte, por sua vez, contou apenas com 1% do valor captado. É possível identificar claramente, conforme o exposto no gráfico a seguir, que a LIE, conforme o estatuto, ainda não constitui uma forma de democratização do esporte no Brasil, se tomarmos como referência projetos nos âmbitos educacionais e de participação. Verifica-se uma imensa concentração de captação de recursos, em algumas regiões, e de certas modalidades esportivas, bem como de organizações e entidades específicas que pouco contribuem para as demais manifestações desportivas contempladas pela lei. Figura 3 - Captada por Região no Acumulado de 2014 Fonte: ME/SE/DIFE – SLIE – 20/02/2015 5DISCUSSÃO: Segundo Rezende 2005(Lei nº 6.251/75), no período inicial da aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte, o volume de projetos submetidos à análise da Comissão Técnica pode sinalizar a dificuldade inicial encontrada pelas organizações na elaboração e encaminhamento, ou ainda, por parte de alguns setores, o seu desconhecimento. Uma possível análisepode assegurar que os proponentes representantes da manifestação de desporto de rendimento tendem a apresentar uma maior receptividade no tocante às pessoas físicas e jurídicas dispostas a destinar parte do seu Imposto de Renda a projetos esportivos que, em princípio, contam com maior visibilidade na sociedade. Visto que só podem ser aprovados projetos que estejam submetidos à análise, o cenário exposto neste estudo sinaliza para um conhecimento mais efetivo da LIE por parte dos proponentes ligados ao desporto de alto rendimento, uma vez que é possível perceber que os mesmos submeteram grandes números de projetos, pleiteando, dessa forma,um montante superiordo total de verbas, ao captarem, em números absolutos, maiores quantidades que as outras manifestações. Noentanto, quando se analisa a razão entre os valores captados e os valores aprovados, os projetos de desporto educacional mostram a mesma efetividade na captação dos recursos, enquanto que os de participação (esporte e lazer) parecem ser menos efetivos. Página 91 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Uma explicação possível reside no fato de que os projetos relacionados ao esporte e lazer já são contemplados com verbas do Programa Esporte e Lazer da Cidade, do Ministério do Esporte, e de que diversas modalidades não olímpicas não se beneficiam com verbas distribuídas pelos comitês olímpicos e paraolímpicos brasileiros.Lei nº 10.264 (BRASIL, 2001) CONCLUSÃO Diante da investigação realizada em torno do tema em estudo, conclui-se que a criação de um departamento voltado para o desporto é de suma importância, visto ser necessária a existência adequada e eficiente de uma fiscalização das práticas relacionadas ao mesmo, tal como: análise de projetos, execução, avaliação da prestação de contas, dentre outras, além de incentivos voltados para projetos desportivos em geral. A Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) surge a partir dessas preocupações e tem seu embasamento proveniente das considerações da Constituição de 1988 acerca do desporto, a qual afirma ser ele um direito de todos, ou seja, um direito universal. Vale dizer que, a partir da LIE, abriu-se um leque de oportunidades para a criação de projetos caracterizados como educacionais, de participação e de rendimento. A LIE veio assegurar, dessa forma, que o direito de acesso ao esporte, em sua prática, constitui dever do Estado, sem a exclusão das associações, ONGs e institutos, os quais também teriam direito à execução de projetos nesse sentido. Embora a Lei de Incentivo tenha surgido com o fim de democratizar e universalizar o acesso dos indivíduos à prática do esporte percebe-se uma incoerência, ou seja, um distanciamento de sua proposta com relação à maneira de sua execução. Tal incoerência impossibilita que a lei tenha de fato um caráter democrático. Essa impossibilidade de democratização pode ser percebida a partir da realidade vivenciada, apontada nos gráficos expostos na pesquisa, os quais denunciam que há, por exemplo, uma preocupação maior em investir nos projetos denominados de rendimento, em detrimento dos demais, uma vez que a visibilidade alcançada pelo esporte de rendimento, tanto para os atletas como para aqueles que o financiam, é considerada fator preponderante. Outro ponto observado está relacionado à captação dos recursos, por meio da referida lei, no tocante às regiões. Percebe-se que a região Sudeste, por exemplo, captou, em maior número, os recursos em comparação com as outras regiões do país. Por fim, é imprescindível que haja uma maior conscientização por parte daqueles que estão à frente de tais projetos, tanto no setor público como por parte das entidades desportivas e dos possíveis e futuros apoiadores (pessoas físicas ou jurídicas), cujo objetivo maior será o de uma efetiva execução. Deve-se evitar, portanto, que o viés democrático próprio da lei permaneça apenas como uma idealização, sem o alcance da sua consequente concretude. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: ALMEIDA, S., N. Reflexões sobre a nova Lei de Incentivo à Pesquisa. In: Anais... XVII Congresso Nacional do CONPEDI. 2008, Brasília, 2008. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Lei. n. 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Lei n. 10.264, de 16 de julho de 2001. Institui normas gerais sobre desportos e dá outras providências. Disponível em: http://www.senado.gov.br/sicon. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Lei n. 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Institui o incentivo fiscal a projetos desportivos. Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Ministério do Esporte. Atas das reuniões da Comissão Técnica. Disponível em: http://portal.esporte.gov.br/leiIncentivoEsporte/reunioes. jsp, acesso em: 30 out. 2009. Página 92 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica DIAS, H. P.; BASTOS, F. C. Analysis of the brazilian sports incentive program. In: Program & Book of Abstracts. 13th Annual Conference of the German Sports Economics Association.Sports and Urban Economics.Berlim-Alemanha, May, 8th and 9th, 2009. DIAS, H. P. Legislação Desportiva Brasileira: antecedentes e análise da Lei de Incentivo Fiscal. Monografia Bacharelado em Esporte. Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo. 2007. MANUAL COMPLETO DA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 4° Edição Editora, All Print, 2013 Página 93 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANÁLISE QUALITATIVA DA COMPARAÇÃO ENTRE OS ÂNGULOS DE CINCO MOVIMENTOS NO MOMENTO DA PEDALADA. GARANTIZADO, A.L 1 - Pós-Graduação ENAF/Desenvolvimento Serviços Educacionais – Manaus - Brasil. 2 - Orientador: Msc. Jansen Atier Estrazulas – Uninorte Laureate Internacional Universities – Manaus- Brasil. [email protected] RESUMO:O objetivo desse estudo foi de comparar o nível de amplitude articular num ciclo de pedalada entre dois sujeitos, onde o primeiro é estudante de educação física e o segundo atleta de alto rendimento. Para a avaliação foi utilizado uma espuma de poliestireno (isopor) para a marcação dos pontos anatômicos do membro inferior direito (trocanter maior do fêmur, epicôndilo lateral do fêmur, maléolos lateral fíbula), utilizando a bicicleta de marca (moviment) para a realização do movimento da pedalada na posição sagital, sendo captada por uma câmera filmadora digital bidimensional da marca (SONY), A câmera foi posicionada perpendicularmente ao plano de movimento, a uma distância de aproximadamente 3m. Segunda parte utilizando o software sapo para verificar a medida dos ângulos do segmento quadril/horizontal, coxa/perna, em seguida com os ângulos medidos, será feito a modelos espaciais do sujeito em um programa comum (microsft Powerpoint).Os erros no posicionamento encontradospodemestarrelacionadosaotempodepráticadecada sujeito. Assim, através deste estudo verificou-se que a posição do ciclista 1 na bicicleta é afetada simultaneamente por um conjunto de variáveis biomecânicas, que pelo fato de interagirem num sistema fechado, com vários graus de liberdade, onde as extremidades estão fixas, qualquer mudança numa ou mais variáveis afeta as restantes duma forma por vezes pouco previsível. Palavras-chave: Amplitude de movimento; ciclistas; bicicletas. ABSTRACT: The objective of this study was to compare the level of range of motion in a pedaling cycle between two subjects, where the first is a student of physical education and the second high-performance athlete. For the evaluation we used a polystyrene foam (Styrofoam) for marking the anatomical points of the right lower limb (greater trochanter of the femur, femoral lateral epicondyle, lateral malleolus fibula), using the bicycle mark (moviment) for the realization of movement of the pedal stroke in the sagittal position, being captured by a camera-dimensional digital camera brand (SONY), the camera was positioned perpendicular to the plane of motion, at a distance of about 3m. Part sapo using the software to check the measurement of the angles of the hip segment / horizontal, thigh / leg, then with the measured angles, will be the spatial models of the subject in a joint program (microsft Powerpoint). Errors found in positioning may be related to practice time of each subject. Thus, through this study it was found that the cyclist 1 position on the bike is affected simultaneously by a number of biomechanical variables, the fact interact in a closed system with several degrees of freedom, where the ends are fixed, any change in or more variables affects the other in a way Keywords: Range of motion; cyclists; bicycle. INTRODUÇÃO Página 94 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A influência da postura na bicicleta no conforto, o rendimento e a prevenção de lesões no ciclismo tem sido temáticas estudadas na última década (Rodano et al., 2002; Salai et al.,1999; Diefenthaeler et al., 2008; Potter et al., 2008; Bressel et al., 2005; Akuthota et al., 2005). A bicicleta é o veículo mais utilizado no mundo, sendo também o que mais cresce em número de usuários, tanto com objetivo de lazer, treinamento físico,reabilitaçãooupráticacompetitiva1.Relacionado à prática do ciclismo, o posicionamento ideal para maximização do conforto e do desempenho tem sido bastantediscutido,principalmentequandoseobservam diferentesmodalidades. O ciclismo tem se desenvolvido notavelmente nas últimas décadas. No âmbito esportivo, de alto rendimento e preocupações diversas, questões como a posição tomada pelo atleta na bicicleta, até acessórios como pedais, freios, assentos, pneus, entre outros, tem intrigado pesquisadores e forçados a buscar soluções para as perguntas acerca das respostas fisiológicas e mecânicas para as alterações na carga de trabalho e/ou na produção de energia, bem como dos efeitos da posição do corpo e configuração do quadro sobre desempenho (Gregor,2000). A discussão sobre modelos biomecânicos para a extremidade inferior durante o ciclismo geralmente enfocam o movimento rítmico das pernas, operando em alguma escala "ótima" de movimento projetado para produzir o máximo de benefício partindo das propriedades mecânicas dos músculos envolvidos, como exemplo, músculos esqueléticos nas extremidades inferiores utilizados para dar potência à bicicleta (Gregor, 2000). A técnica da pedalada do ciclista é também um aspecto biomecânico a considerar é tida como uma característica pessoal que depende de fatores fisiológicos e biomecânicos. Entre as variáveis mecânicas mais importantes estão: a antropométrica corporal; a configuração do complexo ciclista-bicicleta; e a cadência de pedalada. As variáveis supracitadas estão intimamente relacionadas podendo gerar influência entre si. Por exemplo, o comprimento dos segmentos corporais (coxa, perna e pé) e os alinhamentos articulares dos membros inferiores influenciam diretamente na regulação da altura do selim, bem como na amplitude da adução e abdução da articulação do quadril durante a pedalada (Hull; Ruby, 1996). Gregor (2000) reitera que ao se fazer um levantamento de pesquisas sobre a cinemática do ciclismo, notase que a maioria das pesquisas considera apenas movimentos no plano sagital, de flexão e extensão do quadril e joelho e de flexão plantar e dorsal do tornozelo. Analisando a pedalada no plano sagital, Faria & Cavanagh (1978) reportaram um deslocamento angular total, durante um ciclo da pedalada de 45º para a coxa, 75º para o joelho. Já Rugg & Gregor (1987), demonstraram o efeito das alterações da altura do assento sobre a escala de movimento do quadril e do joelho à medida que é variada a altura de 100% para 115% da altura da cintura pélvica (a altura medida a partir da sínfise púbica até o solo). A busca por analisar a amplitude articular e comparar dois indivíduos um não treinado e um treinado para ver a angulação da articulação entre o ponto da flexão do quadril com a horizontal e flexão do joelho, proporcionar um melhor trabalho da pedalada do individuo não treinado. MATERIAIS E MÉTODOS A escolha do primeiro sujeito analisado;um praticante de exercício regulares sendo que o mesmo é acadêmico de educação física, onde seu dados são: Sujeito 1 praticante de atividades físicas 3 vezes por semana durante 1 hora, idade 30 anos, altura 1,77, peso 81,0 kg; o sujeito 2 e um atleta de alto nível com idade ± 38 anos , altura 1,85, peso de 80 kg, também por mostra melhor nível de articulação na pedalada são itens importante da amostra. A análise do estudo é descritiva onde mostra dados comparativos de probabilística sendo que possui parte qualitativa para que haja uma comparação da amplitude articular dos sujeitos 1 e2. Página 95 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Foi utilizada uma câmera filmadora da marca (SONY) para a captação do movimento; marcadores corporais nos pontos anatômicos; executado o movimento em uma bicicleta da marca (moviment); o programa utilizado para analise dos ângulos foi o software sapo; local da coleta no laboratório deBiomecânica. A coleta de dados com 1 sujeito não sedentário foi feito dentro do laboratório de biomecânica, o sujeito ficou com um roupa adequada para a coleta. Onde foi usada espuma de poliestireno (isopor) para a marcação dos pontosanatômicosdereferênciautilizadosparaocálculodasvariáveis cinemáticas de interesse foram estes: (1) trocânter maior direto; (2) epicôndilo lateral do femur direito; (3) maléolo lateral direito. A partir da diferenciação das posições dos pontos mencionados acima,foi possível determinar as variáveis angulares dos segmentos de interesse com ajuda de iluminação direcionada sobre os marcadores e refletida na direção da câmeradevídeo,somadaaosrecursosdebrilhoecontraste. Utilizando a bicicleta de marca (moviment) para a realização do movimento da pedalada na posição sagital, sendo captadapor uma câmera filmadora digital bidimensional da marca (SONY), A câmera foi posicionada perpendicularmente ao plano sagital de movimento, a uma distância de aproximadamente 3m, permanecendo estacionaria durante todo o experimento. Segunda parte utilizando o software sapo para verificar a medida dos ângulos do segmento quadril/horizontal, coxa/perna, em seguida com os ângulos medidos, será feito a modelos espaciais do sujeito em um programa comum (microsft Powerpoint). RESULTADOS Foi analisado a amplitude articular do membro inferior direito. Os resultados obtidos com a análise qualitativa da comparação entre os ângulos de cinco movimentos no momento da pedalada: Tabela 1 SUJEITO - 1 SUJEITO - 2 Foto - 1/ Sujeito – 1 Ângulos Foto - 1/ Sujeito - 2 Ângulos Horizontal/quadril 9,9º Horizontal/quadril 9º Quadril/joelho 70,4º Quadril/joelho 62,7º Foto - 2/ Sujeito – 1 Foto - 2/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 23,7º Horizontal/quadril 43º Quadril/joelho 105,4º Quadril/joelho 117,1º Foto - 3/ Sujeito – 1 Foto - 3/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 43,5º Horizontal/quadril 63,5º Quadril/joelho 129,2º Quadril/joelho 146º Foto - 4/ Sujeito – 1 Foto - 4/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 34,9º Horizontal/quadril 57,9º Quadril/joelho 86,1º Quadril/joelho 111,3º Foto - 5/ Sujeito – 1 Foto - 5/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 14,1º Horizontal/quadril 47,8º Quadril/joelho 66,5º Quadril/joelho 91º A tabela 1, mostra que o sujeito 1 teve uma amplitude próxima a do sujeito 2, sendo que a 1º foto mostra uma proximidade de ângulos, nas seguintes fotos as amplitudes já não se aproxima, tem que se levar em conta que na coleta do sujeito 1 ele estava com um frequencia baixa na pedalada, já o sujeito 2 já esta com Página 96 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica um frequência alto por esta participando de uma competição. A partir da análise individual dos ciclistas avaliados, perceberam-se um padrão similar para a amplitude articular desenvolvida durante o ciclo de pedalada nos dois ciclistas. Figura 1: Análise de amplitude entre sujeito 1 e sujeito 2. DISCURSÕES A análise de um movimento esportivo, seja ela de forma bidimensional ou tridimensional, na tentativa de quantificação de variáveis cinemáticas, tem como importante objetivo um melhor entendimento sobre as características relacionadas com o desempenho tanto de atletas de alto nível quanto praticantes comuns. Este estudo foi desenvolvido como parte de trabalho que tem o propósito de analisar a amplitude articular com interfaces compatíveis ao uso no ciclismo de alto nível e reacreacional. A fim de sanar dúvidas quanto ao comportamento da articulação ao longo do ciclo, foi avaliado o comportamento desta amplitude quando obtida com uso de cinemetria em comparação ao obtido com o uso de medidor de ângulos dos segmentos e utilizando o software sapo para verificar a medida dos ângulos do segmento quadril/horizontal, coxa/perna, em seguida com os ângulos medidos. O objetivo deste estudo foi comparar o nível de amplitude articular durante ciclo de pedalada entre um sujeito de alto rendimento e um ciclista reacriacional. CONCLUSÃO Considerando que o movimento é o mesmo, possivelmente os achados científicos publicados, até então, podem ser transferidos para as práticas indoor, melhorando as condições desta prática e possibilitando melhores adaptações a seus praticantes. O movimento do ciclista é cíclico e repetitivo, identificado pela pedalada, que consiste na rotação completa do eixo do pedal em torno do eixo central da bicicleta, (NABINGUER, ITURRIOZ & TREVISAN, 2003). Segundo HULL & RUBY (1996), a pedalada pode ser considerada um gesto motor tridimensional Página 97 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica complexo, compreendido no plano sagital pela flexão e extensão do joelho, quadril e tornozelo, a abdução e adução do quadril no plano frontal e, conseqüentemente, a rotação da tíbia no plano transversal. A flexibilidade é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões. A flexibilidade é certamente a qualidade física utilizada pelo maior número de desportistas. (DANTAS, 2003; PLATONOV; BULATOVA, 2003; PITANGA, 2004). Para Holland citado por Shankar (2002) o músculo, a fáscia, o tendão e o ligamento podem exibir um grau de rigidez aumentado - que conduz a um funcionamento não-ótimo em uma determinada articulação. Todo o músculo tem seu cumprimento normal desejado para a sua função, exceder este cumprimento realizando amplitude extremas podem predispor tal musculatura a lesões. Castro (2001), sugere a prática constante de exercícios de flexionamento, procurando dar ênfase nos grupos musculares mais solicitados durante a prática de alguma modalidade, respeitando o princípio da especificidade, os exercícios para manter ou aumentar a flexibilidade, seriam aplicados para prever encurtamentos e possíveis contraturas para otimização da performance muscular. As lesões para Farinatti (2000), decorem de fatores múltiplos, não somente pela influência de uma má flexibilidade. Os resultados mostraram que, para o sujeito 1 melhorarsua amplitude articular no ciclo de pedalada, deverá realizar alongamento e flexionamentodiariamente, pois foram observadas diferenças nas medidas angulares que com uma variação de treino e excluindo o local e o tipo de bicicletautilizadas, mostra que mesmo com treino em uma bicicleta com fins de análise e outra de competiçãoo sujeito 1 tem total chance se chegar ao nível do atleta de alto rendimento. Dentro do ciclismo esportivo, o rendimento exigido depende de diversos fatores como postura adequada, composição corporal, aptidão física, e equipamento adequado. Essas variáveis devem ser otimizadas para o melhor rendimento. O posicionamento do sujeito sobre a bicicleta está relacionado com a busca de melhor conforto e desempenho. Portanto o presente estudo teve como objetivo buscar e revisar dados, informações e conceitos, para ciclistas, professores, treinadores e pesquisadores que queiram compreender as respostas musculares dos membros inferiores no movimento da pedalada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BROKER JP, Gregor RJ. A dual piezoelectric force pedal for kinetic analysis of cycling. Int J Sports Biomech 1990; 6:394-403. CARPES FP. Desenvolvimento de um sistema de pedais dinamométricos para avaliação biomecânica no ciclismo. [Projeto de Dissertação de Mestrado]. Santa Maria (RS): Universidade Federal de Santa Maria; 2005. CARPES F.P., DAGNESE F., ROSSATO M., NIEDERAUER V., PORTELA L.O.C. CASTRO, R. Treinamento da flexibilidade: Uma Abordagem Metodológica. Revista Baiana de Educação Física, V.2, N.3, 2001. CHRISTIAANS H.C.M., BREMNER A. Comfort on bicycles and the validity of a commercial bicycle fitting system. Applied Ergonomics 29(3):201-211, 1998. 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Porém, não podemos pensar em treinamento para mulheres da mesma forma que pensamos o treinamento para os homens. O gênero feminino possui características próprias de morfologia e hormonais que nos alertam para a necessidade de adequarmos suas particularidades. Um dos fatores apontados por muitas mulheres como prejudicial ao seu plano de treino é aqueles resultantes do ciclo menstrual. Faz então necessário uma melhor compreensão das flutuações hormonais femininas e como isso pode influenciar no treinamento resistido Palavra – chave: ciclo menstrual, treinamento resistido, hipertrofia ABSTRACT The seek for betterbeautyandhealthstandardshastakenwomentoexerciseandwork out more often. However, wecannotthinkof training womenandmenthesameway. Femaleshavemorphologicandhormonecharacteristicsoftheirown, whichcalls for theneedofadaptationtotheirparticularities. Oneofthetopicspointed out bymanywomen as damagingtotheirwork out planistheresultsoftheir menstrual cycle. Thisrequires more comprehensiontowomen's hormonal fluctuationsandhow it may interfere in training resistance. Key words: menstrual cycle; menstruation; Training resistance; Hypertrophy Introdução Observamos de alguns anos para cá um aumento significativo nas mulheres buscando a prática de atividade física voltado para hipertrofia. É sabido, atualmente, que inúmeros estímulos são capazes de engatilhar o processo de síntese proteica. Sendo eles promovidos pela contração muscular por si só (TIDBALL, 2005), alterações no estado energético das células,por determinado tempo de estimulação das vias metabólicas de ressíntese de ATP (FLUCK et al, 2005), ação e a interação de hormônios, fatores de crescimento e determinados nutrientes, que engatilhariam cascatas de sinalizações intracelulares (KRAEMER e RATAMESS, 2005) e ativação de célulassatélites cuja ação mediada pelo processo inflamatório promoveria novos núcleos na célula muscular (KADI et al, 2005). Apesar da síntese protéica ser a mesma em ambos os gêneros, as mulheres apresentam um sistema hormonal sexual feminino com flutuações que regem diretamente o ciclo menstrual e com isso observamos alterações corporais que podem interferir na rotina diária e consequentemente no treinamento das mesmas. Objetivos Página 100 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Ao observar e interagir com as praticantes de atividades física é possível saber que em muitas vezes cada fase do ciclo menstrual interfere em seu treinamento. Tendo como base está informação tivemos o objetivo de entender e correlacionar os efeitos do ciclo menstrual no ganho de hipertrofia. Metodologia O trabalho foi realizado através de revisão literária relacionada a treinamento desportivo e características do sistema reprodutor e hormonal feminino. Resultado Foram encontrados pesquisas com resultados divergentes como no caso de de Simão et al. 2011 em que não se apresenta diferença no ganho de força entre as fases do ciclo menstrual contra o estudo de Gutachterin, E.; Gutacher, Z, 2012 em que há estes apresentam ganho de força na fase folicular. Se tratando com o ganho de força alguns dos artigos estudados demonstram não haver alterações positivas ou negativas durante as fases do ciclo menstrual (BLONDIN, D. P. et al, 2011; LOUREIRO et al. 2011; TSAMPONKOS A., et al., 2010) e outros que apontam um aumento no ganho de força na fase folicular (Gutachterin, E.; Gutacher, Z, 2012; SIMÃO et al., 2007) Encontramos ainda uma pesquisa de Sipavičienė S. et al. 2013 onde é apresentado uma maior recuperação muscular pós treino da fase ovulatória, o que pode estar relacionado ao aumento de estrogênio nesta fase. Discussão Percebemos nesta revisão que não há um consenso ao se determinar se o ciclo menstrual influencia ou não no desempenho e resultados do treinamento de resistido. Dias (2005) coloca a questão que algumas mulheres apresentam interferências negativas no treinamento geradas pelo ciclo menstrual tornando isso um fato individual (apud GIACOMONI et al. 1999). Os estudos nos quais foram utilizadas mulheres que fazem uso de anticoncepcionais orais, em sua maioria, não foi relatado nenhum tipo de alteração significativa (SIMÃO et al 2011; DIAS, SIMÃO e NOVAES 2005; LOUREIRO et al. 2011) independente da metodologia utilizada. Isso pode ocorrer devido ao fato que os contraceptivos orais podem influenciar da biossíntese dos hormônios femininos fazendo com que eles sejam anulados. Mulheres na menopausa relatam ganho de força com a ingestão exógena do estrogênio o que pode sugerir que este hormônio tenha um importante papel no aumento da massa muscular. (GUTACHTERIN, GUTACHER, 2012). Somente o estudo de Lopes (2013) apresentou variação na força muscular mas atenta ao fato que cada ciclo menstrual pode sofrer alterações, assim como a mulher, levantando a hipótese que o resultado pode ser alterado. Já quando se trata de estudos com mulheres que não fazem uso de métodos de contracepção oral há divergência entre os estudos. Há aqueles que nos aponta diferenças nos resultados do treinamento entre as fases do ciclo (SIPAVICIE et al., 2013; SOUZA et al, 2012 LEBRUN, 1995) e aqueles apresentam não haver diferença ( FONSECA, 2010). A recuperação no pó treino pode ser acelerado pelo estrogênio segundo Gutachterin e Gutacher (2012) (apud ENNS, TIIDUS, 2010) o que poderia levantar a questão que entre aproximadamente o 14º do ciclo e antes da menstruação o nível do treino pode ser elevado A contradição entre os resultados pode ser mostrado por dois estudos realizados por Janse de Jonge onde o de 2001 não apresenta alterações e o de 2003 apresenta alterações causadas pelo ciclo menstrual. Alguns estudos não apresentam interferências diretas do ciclo menstrual no treinamento de força mas levanta a observação de como os hormônios sexuais femininos podem gerar efeitos colaterais, como a retenção liquida, atrapalhando a capacidade física do indivíduo (SAWAKA, 2007). Se levarmos em consideração os sintomas relacionados a Síndrome Pré – Menstrual, erroneamente conhecida como Tensão pré – mestrual, que podem atrapalhar a rotina da mulher (VALADARES et al. 2006), veremos que este pode ser um fator prejudicial ao treinamento. Fleck e Kramer ( 1995) corroboram Página 101 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica com está informação e apresentam algumas as alterações físicas e psicológicas que podem atrapalhar o rendimento, já citado anteriormente neste revisão. Um dos fatores que pode contribuir para uma falta de consenso é não haver um protocolo padrão para realizar os testes comparativos dado que, temperatura, idade, entre outros fatores podem interferir no resultado final (SIMÃO, 2007). MOURA (2004) se refere a influência do ciclo menstrual no rendimento como algo bem individual portanto difícil de ser respondido por completo. Ele coloca o estudo de Kraemeret al. (1995) onde a relevância ao ganho de força é mais específico a hormônios sendo que a progesterona e o estradiol estão inclusos nesta lista. Conclusão Após observamos dados tão divergentes com relação as alterações que o ciclo menstrual e a flutuação hormonal podem gerar no treinamento resistido entendemos que o Princípio da Individualidade biológica deve ser o fator mais significativo quando falamos de rendimento. Escutamos no ambiente das academias várias mulheres relatarem fatores que atrapalham seu treinamento, fazendo com que as mesmas até não compareçam ao seu ambiente de treino. São cólicas, cansaço, inchaços, alteração de humor, entre outros fatores, que nós trazem uma outra conclusão, a de que os sintomas relacionados a Síndrome Pré – Menstrual é o que mais interfere na rotina de treinos das mulheres. Não podemos, portanto, tomar como verdades os resultados apresentados em algumas pesquisas e sim conhecer a aluna com a qual se vai trabalhar para saber como ela reage em cada fase do ciclo menstrual e se o mesmo interfere ou não em seu rendimento. Com isso elaborar uma um ciclo de treino adequado a sua individualidade, tendo ciência que este mesmo quadro pode ser alterado com o tempo já que é de conhecimento que o treinamento pode influenciar no ciclo menstrual assim como o nível de treinamento no qual o indivíduo se encontra REFERÊNCIA BENDA, Rodolfo Novellino & GRECO, Pablo Juan. Iniciação Esportiva Universal: Da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo horizonte, Editora UFMG, 2001 BLONDIN, Denis. P. et al., Effectsofthe menstrual cycleonmusclerecruitmentandoxidativefuelselectionduringcoldexposure, JournalofAppliedPhysiology, v. 111, n. 4, p. 1014 – 1020, out. 2011. BOMPA, Tudor O.; HAFF, Gregory G. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. São Paulo: Phorte, 2012. BOSSI, Luis Cláudio. Periodização na musculação. São Paulo: Phorte, 2009. CANALI, Enrico; KRUEL, Luiz Fernando Martinz, Respostas hormonais ao exercício. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo. v.15, n.2. p. 141 – 153. jul/dez 2001. 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O Diabetes Mellitus do Tipo II é a forma mais frequente, acometendo cerca de 90% de todos os casos de diabetes, e segundo a Organização Mundial da Saúde as projeções apontam que em 2030 o número de pessoas com diabetes será de aproximadamente 700 milhões de pessoas no mundo todo. O exercício físico tem sido extensivamente estudado como uma forma de profilaxia contra essa patologia, entretanto, cada forma de exercício parece apresentar resultados diferentes nessa doença, o que justifica uma busca dos resultados das duas mais comuns modalidades: o exercício aeróbio e o treinamento de força. Objetivo:Descrever por meio de uma revisão bibliográfica os efeitos do treinamento aeróbio e do treinamento de força para indivíduos diabéticos do tipo II.Materiais e Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica por meio de uma revisão de literatura através de busca eletrônica nas bases de dados LILACS, MEDLINE e PubMed. Resultados: Os achados encontrados das pesquisas de campo mostram que o treinamento físico de uma forma geral para diabéticos tipo II foi capaz de diminuir eventos de insônia, reduz ansiedade, diminui marcadores inflamatórios, melhora da função macrovascular, melhora o controle glicêmico pós-prandial, aumenta a força de membros superiores e inferiores, reduz os níveis de vaspina, aumenta o consumo de oxigênio, aumenta a massa magra, aumenta os níveis de adiponectina e reduz a circunferência da cintura. Conclusão:Ambas as formas de treinamento promovem melhoras significativas na qualidade de vida de sujeitos diabéticos tipo II sendo os efeitos específicos de cada um, justificando assim a combinação das duas formas de exercício. Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo II. Exercício Aeróbio. Treinamento de Força. ABSTRACT Introduction: With the advancement of the elderly population and obesity worldwide, chronic diseases such as diabetes mellitus has been following this increase accordingly. Diabetes Mellitus Type II is the most common form, affecting about 90% of all cases of diabetes, and according to the World Health Organization forecasts indicate that by 2030 the number of people with diabetes will be approximately 700 million people in all world. Exercise has been extensively studied as a form of prophylaxis against this disease, however, each form of exercise seems to have different outcomes in this disease, which justifies a search of the results of the two most common types: aerobic exercise and strength training. Objective: To describe through a literature review the effects of aerobic training and strength training for type II Página 105 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica diabetics. Materials and Methods: A literature search through a literature review through electronic search in the databases LILACS, MEDLINE and PubMed was performed. Results: The findings in the fields of research shows that in general physical training for type II diabetics was able to reduce insomnia events, reduces anxiety, reduces inflammatory markers, improved macrovascular function, improves postprandial glycemic control, increases the strength of upper and lower limbs, reduces vaspina levels, increases oxygen consumption, increases lean body mass, increases adiponectin levels and reduces waist circumference. Conclusion: Both forms of training promote significant improvements in quality of life in diabetic subjects with type II the specific effects of each, thus justifying the combination of the two forms of exercise. Key-words: Diabetes Mellitus Type II. Aerobic exercise. Strength training. INTRODUÇÃO Com o crescente avanço da obesidade, que em 2014 ultrapassou a marca de 500 milhões de adultos obesos por todo o mundo, as doenças associadas a ela como por exemplo o Diabetes Mellitus Tipo II vem acompanhando esse aumento proporcionalmente(MENDIS; DAVIS; NORRVING, 2015). O Diabetes Mellitus Tipo II que é formalmente chamado de não isulino-dependente é causado por uma inefetividade da insulina no corpo(WHO, 2015).Ainda segundo a World Health Organization, aproximadamente 347 milhões de pessoas no mundo tem diabetes, sendo as projeções para 2030 de que o número de mortes causadas pelo diabetes dobre. O exercício físico regular tem sido proposto para esse tipo de patologia por aumentar a captação de oxigênio, reduzir a resistência insulínica, reduzir a obesidade e prevenir futuros ganhos de peso, além de reduzir marcadores inflamatórios (KONDO et al., 2005) O treinamento aeróbio (também chamado de treinamento de endurance), que é caracterizado por um enorme número de contrações sucessivas realizadas com um relativo desenvolvimento de força, tem sido extensivamente estudado e reconhecido por seus efeitos benéficos no metabolismo da glicose no músculo na patologia do Diabetes Mellitus Tipo II(YASPELKIS, 2006). O treinamento de força (também chamado de treinamento de resistência) que é caracterizado por um menor número de contrações e com o desenvolvimento de força relativamente maior que o treinamento aeróbio, não recebeu tanta atenção na literatura como forma de tratamento do diabetes mellitus tipo II(YASPELKIS, 2006). Mediante a isso, buscamos apresentar o conhecimento sobre os efeitos dessas duas modalidades de exercício (aeróbio e força), de forma a apresentar os resultados de ambos para o tratamento do diabetes mellitus tipo II. OBJETIVO Descrever por meio de uma revisão bibliográfica os efeitos do treinamentoaeróbio e do treinamento de força para indivíduos diabéticos do tipo II. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma revisão de literatura por meio de pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório e natureza qualitativa (por não envolver dados numéricos). O levantamento de dados foi feito através de busca eletrônica nasbases de dados LILACS, MEDLINE e PubMed, utilizando os seguintes descritores: “resistance trainingand diabetes type 2”, “strength trainingand diabetes type 2”, “diabetes mellitus type 2”, “exerciseand diabetes type 2”, “aerobicexerciseand diabetes type 2”, “endurance training and diabetes type 2”. Além disso, pesquisas nos sites da World Health Organization e American Diabetes Association Página 106 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica também foram realizadas. Dentre os resultados encontrados, os autores selecionaram 14 artigos que julgaram relevantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Treinamento Aeróbio e Diabetes Mellitus Tipo II Em um estudo realizado por Van Dijket al. (2013) envolvendo treinamento aeróbio de moderada intensidade para indivíduos 20 diabéticos do tipo II, objetivou comparar esse tipo de exercício com atividades da vida diária (AVD). O experimento foi realizado em 3 dias consecutivos dos quais:o protocolo das AVDs que era realizado por 15 min cada dia durante esses 3 dias e consistia de: caminhar com cachorro, realizar tarefas domésticas e trabalho de jardinagem. Já o protocolo de exercício, consistiu na realização de um ciclo-ergômetro à 50% do VO2máx por 45 min contínuos, sendo realizado somente em uma única sessão no segundo dia dos 3 dias experimento. Os autores concluíram que uma sessão única de exercício aeróbio de intensidade moderada apresentou um impacto melhor na homeostase da glicemia se comparado a realização de repetidas AVDs.(VAN DIJK et al., 2013) Outro estudo envolvendo realização de exercício aeróbio, buscou avaliar os efeitos desse tipo de treinamento na saúde geral de diabéticos tipo II. Para isso foram recrutados 53 homens diabéticos tipo II diagnosticados a pelo menos 3 anos, que foram divididos em dois grupos. O grupo controle foi instruído a manter suas atividades rotineiras (alimentação, trabalho, atividade física), enquanto o grupo experimental realizou trabalho no ciclo-ergômetro por 3 vezes por semana durante 8 semanas com intensidade de 6070% da frequência cardíaca máxima monitorados por frequencímetros e pela escala percepção subjetiva de esforço de Borg(SARDAR et al., 2014). Os resultados mostraram que o treinamento aeróbio regular foi capaz de melhor a saúde geral dos praticantes através das respostas do questionário, além de diminuir os níveis de ansiedade e controlar eventos de insônias, que de acordo com os autores auxiliam os pacientes no controle dessa doença. Quando comparado diferentes intensidades de exercício aeróbio de forma contínua em diabéticos tipo II como o estudo de Abd El-Kader, Gari e Salah (2013) as respostas podem ser diferentes. ((ABD EL-KADER; GARI; SALAH EL-DEN, 2013) Neste trabalho participaram 50 diabéticos tipo II obesos divididos em dois grupos que realizavam treinamento aeróbio 3/semana durante 3 meses. Um dos grupos caminhava na esteira à 65-75% da FCmáx e outro grupo caminhava na esteira à 55-65% da FCmáx. Marcadores inflamatórios para doenças cardiovasculares como Interleucina-6 (IL-6), Fator de Necrose Tumoral-α (TNF-α), Peptídeo-C foram avaliados em ambos os grupos. Por fim, o grupo que se exercitou a uma intensidade maior conseguiu reduzir em uma maior magnitude esses marcadores inflamatórios se comparados ao outro grupo, o que levou os autores a concluírem que essa intensidade pode ser mais efetiva na diminuição do risco de doenças cardiovasculares. A forma com que a realização do exercício aeróbio é realizada também parece ser um fator modulador nas respostas endócrino-metabólicas em diabéticos do tipo II.Em 2014, um estudo buscou comparar os efeitos de exercício aeróbio realizada de forma contínua e exercício aeróbio realizada de forma intervalada. Foram recrutados 45 adultos diabéticos tipo II (16 homens e 29 mulheres) que foram divididos aleatoriamente em 3 grupos: Grupo Sedentários (SED), que foram instruídos a continuarem sedentários durante a realização do estudo, outro grupo chamado de Grupo Contínuo (CON), que realizaria exercícios aeróbios de forma contínua 3 vezes por semana durante 12 semanas em uma esteira, e por último, o Grupo Intervalado (INT) que realizaria exercício nas mesmas condições que o grupo anterior só que alternando a intensidade na esteira (MITRANUN et al., 2014). Página 107 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Todos sujeitos realizaram avaliação prévia clínica dotada de eletrocardiograma para segurança da realização da pesquisa, e o monitoramento da intensidade foi feito através de um analisador de gases (espirômetro). Foram avaliados antes e depois do experimento: a composição corporal (por meio de bioimpedância), o consumo de oxigênio (através do Protocolo de Bruce, força muscular (teste de 1RM para Leg Press, Cadeira Extensora de Joelhos, Supino Reto com Barra e na Máquina de Dorsais), as características da artéria braquial (Ultrassonografia), Pressão Arterial Sistólica e Diastólica, Frequência Cardíaca de Repouso, e amostras sanguíneas (glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada, insulina, lipídeos séricos, frações de colesterol, superóxido dismutase, glutationaperoxidase, malondialdeído e óxido nítrico). O protocolo de treinamento foi dividido em três fases, separadas pela sua intensidade de trabalho e pelo consumo médio de oxigênio ao final do treino. As figuras a seguir (FIG.1, 2 e 3)apresentam as 3 fases distintas do protocolo baseados no VO2 de pico e seus respectivos consumos de oxigênio avaliados ao fim. FIGURA 1 - FASE 1: Corresponde à 1ª – 2ªsemana do experimento Fonte: Mitranun et al. (2014) FIGURA 2 - FASE 2:Corresponde à 3ª – 6ª semana do experimento Fonte: Mitranun et al. (2014) FIGURA 3 - FASE 3:Corresponde à7ª – 12ª semana do experimento Página 108 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Mitranun et al. (2014) Ao final do estudo, ambos protocolos que se exercitaram (contínuo e intervalado) promoveram efeitos benéficos aos seus praticantes atuando no controle glicêmico, na capacidade física e na função macrovascular em diabéticos tipo II. No entanto, o protocolo intervalado se mostrou mais efetivo em algumas variáveis quando comparado ao grupo SED e ao grupo CON. O grupo INT conseguiu melhor a taxa máxima de fluxo cutâneo em repouso, as concentrações de óxido nítrico, níveis de glutationaperoxidase, colesterol total, força nos extensores de perna e o consumo máximo de oxigênio em uma magnitude maior que os demais grupos. Um outro estudo comparou os efeitos agudos de uma sessão de caminhada comparando caminhada realizada de forma contínua e de forma intervalada. Ao todo, 10 participantes diabéticos tipo II foram divididos em 3 grupos: O grupo controle (COM), o grupo que realizava caminhada contínua (CONT) por 1 hora à 73% do VO2 de pico e o grupo que realizava caminhada intervalada (INT) por 1 hora com alternâncias de 3 minutos entre as intensidades de 54% - 89% do VO2 de pico. Os sujeitos ficaram sobre monitorização durante 32 horas após a realização da sessão de exercício (KARSTOFT et al., 2014). Os resultados desse estudo também mostraram que o treinamento realizado de forma intervalada foi mais efetivo no controle da glicemia pós-prandial e ao longo do dia quando comparado a realização do treinamento aeróbio de forma contínua. Treinamento de Força e Diabetes Mellitus Tipo II Se tratando de pesquisas de treinamento de força para diabéticos, verificou-se através da busca realizada neste estudo que o número de pesquisas nesse âmbito é menor se comparado ao treinamento aeróbio, justificando assim a necessidades da realização de novas pesquisas. Na pesquisa de Santos et al. (2014), os autores buscaram avaliar os efeitos de um programa de treinamento de força realizado de forma ondulatória aplicado a idosos diabéticos tipo II treinados e não treinados. Nesse estudo participaram 48 indivíduos com idade entre 60 e 85 anos de ambos os gêneros divididos em sedentários e praticantes de treinamento força. O estudo foi conduzido durante 16 semanas, sendo o treinamento realizado 3 vezes por semana no método ondulatório (sobrecargado programa foi alternada, sendo em 1 semana equivalente a 50% de uma repetição máxima perfazendo 12 repetições e, na outra semana, a 70% de uma repetição máxima perfazendo 8 repetições).(SANTOS et al., 2014) Os resultados mostraram que o protocolo de treinamento físico resistido ondulatório utilizado mostrou-se eficiente em proporcionar significativos aumentos de força máxima, tanto de membros inferiores, quanto de membros superiores em indivíduos diabéticos do tipo II, mas sem redução glicêmica em ambos os grupos. Outro estudo envolvendo treinamento de força avaliou os seus efeitos sobre os níveis séricos de vaspina (uma adipocina que atua no metabolismo glicêmico) e perfil lipídico de adultos com diabetes tipo II. Trinta homens foram divididos em 2 grupos (15=controle e 15=treinamento de força). O protocolo consistiu na realização de 3 sessões semanais durante 8 semanas, sendo feito 8 exercícios diferentes em 3 séries de 15 repetições. Ao final do período, o treinamento de força foi capaz reduzir significativamente os níveis de vaspina mas sem notórios efeitos no perfil lipídico (BARZEGARI; AMOUZAD MAHDIREJEI, 2014). Página 109 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Em um estudo conduzido com sujeitos asiáticos, cujo objetivo era investigar a eficácia de um treinamento de força progressivo no controle glicêmico e nas variáveis musculoesqueléticas, antropométricas e cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo II não treinados(HAMEED et al., 2012). O estudo contou com a participação de 48 sujeitos de meia-idade (35 homens e 13 mulheres), que foram divididos em dois grupos (controle e treinamento de força). O grupo do treinamento de força inicialmenterealizava durante 4 semanas treinamento com 65% de sobrecarga de 1 RM e nas 4 semanas subsequentes (totalizando assim 8 semanas de estudo) o treinamento foi executado a 70% de 1 RM. Foram realizadas 3 séries de 10 repetições com descanso de 2 minutos entre as séries com densidade semanal de 3 vezes por semana. Ao final do estudo, os resultados mostraram uma redução da hemoglobina glicosilada no grupo treinamento de força se comparado ao grupo controle. Verificou-se também, ganhos de força nos membros inferiores e superiores no grupo treinamento, redução da circunferência abdominal e aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL). Na pesquisa de Brooks et al. (2007) conduzida com a aplicação de treinamento de força para diabéticos tipo II os resultados encontrados também foram satisfatórios. Um grupo de 62 indivíduos com idade média de 55 anos diagnosticados clinicamente como diabéticos tipo II foram aleatoriamente divididos em grupo controle (CON) e grupo treinamento de força (TF). O treinamento de força consistiu na realização de 16 semanas de treinamento de força em máquinas (Puxada/Pulley Costa, Supino Reto, Leg Press, Cadeira Extensora e Mesa Flexora) com 3 séries de 8 repetições à 60-80% de 1 RM durante as 8 primeiras semanas e 70-80% de 1 RM durante as semanas finais.(BROOKS et al., 2007) Os autores verificaram com a conclusão do estudo, que o treinamento de força para o grupo que se exercitava foi capaz de aumentar a área de secção transversa de fibras tipo I e tipo II feitas através de biopsia muscular. Esse aumento da massa muscular foi acompanhado de uma redução da resistência insulínica, aumento das concentrações séricas de adiponectina (uma adipocina que atua na homeostase glicêmica) e consequentemente aumento da força muscular dos sujeitos. E para finalizar, Strasser et al. (2008) avaliaram os efeitos do treinamento de força sobre a pressão arterial de pacientes com diabetes mellitus tipo II. Foram recrutados 10 pacientes que fazem uso de medicação antidiabética mas sem qualquer terapia insulínica. Todos eles fazem uso de pelo menos três medicações anti-hipertensivas. O treinamento de força consistiu na realização de 4 meses sucessivos com realização do treino 3 vezes por semana não consecutivos, sendo a carga calculada para que realizassem entre 10-15 repetições por série. O número de séries por grupo muscular foi sistematicamente aumentando de 3 até atingir 6 séries ao final do programa. A pressão arterial foi monitorada pelo método Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) no início do treinamento e ao fim. O Aparelho foi programado para realizar leituras de forma automatizada a cada 15 min durante 24hrs.(STRASSER et al., 2008) Ao fim do estudo, verificou diminuição dos valores de hemoglobina glicosilada, diminuição do percentual de gordura corporal, aumento da força muscular (medida através do teste de 1 RM), aumento do VO 2 de pico e da massa magra. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que ambas as formas de treinamento são benéficas a vida de pessoas com Diabetes Mellitus Tipo II. Embora cada forma de exercício apresente suas particularidades específicas e consequentemente efeitos específicos de cada, não é possível determinar a forma mais eficiente, pois cada um promove benefícios diferentes. Acredita-se que a combinação de exercício aeróbio e treinamento de força possa ser mais eficaz que quando comparada apenas uma das modalidades. Embora não apresentado aqui pesquisas que utilizaram essa metodologia, alguns estudos encontrados sustentam essa noção. Página 110 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Finalmente, conclui-se que ambas as formas de treinamento promovem melhoras significativas na qualidade de vida de sujeitos diabéticos tipo II justificando a sua realização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABD EL-KADER, S.; GARI, A.; SALAH EL-DEN, A. Impact of moderate versus mild aerobic exercise training on inflammatory cytokines in obese type 2 diabetic patients: a randomized clinical trial. Afr Health Sci, v. 13, n. 4, p. 857-63, Dec 2013. BARZEGARI, A.; AMOUZAD MAHDIREJEI, H. Effects of 8 weeks resistance training on plasma vaspin and lipid profile levels in adult men with type 2 diabetes. Caspian J Intern Med, v. 5, n. 2, p. 103-8, Spring 2014. BROOKS, N. et al. Strength training improves muscle quality and insulin sensitivity in Hispanic older adults with type 2 diabetes. Int J Med Sci, v. 4, n. 1, p. 19-27, 2007. HAMEED, U. A. et al. Resistance Training Leads to Clinically Meaningful Improvements in Control of Glycemia and Muscular Strength in Untrained Middle-aged Patients with type 2 Diabetes Mellitus. N Am J Med Sci, v. 4, n. 8, p. 336-43, Aug 2012. KARSTOFT, K. et al. The acute effects of interval- Vs continuous-walking exercise on glycemic control in subjects with type 2 diabetes: a crossover, controlled study. J Clin Endocrinol Metab, v. 99, n. 9, p. 3334-42, Sep 2014. KONDO, N. et al. Association of inflammatory marker and highly sensitive C-reactive protein with aerobic exercise capacity, maximum oxygen uptake and insulin resistance in healthy middle-aged volunteers. Circ J, v. 69, n. 4, p. 452-7, Apr 2005. MENDIS, S.; DAVIS, S.; NORRVING, B. Organizational update: the world health organization global status report on noncommunicable diseases 2014; one more landmark step in the combat against stroke and vascular disease. Stroke, v. 46, n. 5, p. e121-2, May 2015. MITRANUN, W. et al. 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Página 111 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica WHO. Diabetes Mellitus. january 2015 2015. <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/>. Acesso em: 10/06/2015. Disponível em: YASPELKIS, B. B., 3RD. Resistance training improves insulin signaling and action in skeletal muscle. Exerc Sport Sci Rev, v. 34, n. 1, p. 42-6, Jan 2006. Endereço para correspondência: Gleuber Henrique Marques de Oliveira Rua Itamembé, 83 - Bairro Cachoeirinha - Cláudio-MG - CEP: 35530-000 Página 112 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANÁLISE SOBRE AS INFLUENCIA DA NATAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO- SOCIAL DE ALUNOS DO 5º ANO DA ESCOLA CEJE NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA-RR CARLIENE DE SOUZA SANTOS ENDSON DOS SANTOS LIMA [email protected] RESUMO A natação é considerada um dos esportes mais completos para os praticantes de todas as faixas etárias, trazendo a seus praticantes diversos benefícios. Pensando nisto a presente pesquisa iniciada na forma de TCC, realizada em dezembro de 2010, com o tema sobre o desenvolvimento educacional através da natação em alunos do 5º ano do ensino fundamental do centro Educacional Jardim do Éden, agora na forma de artigo vem fazer umadiscursão sobre o resultado da pesquisa, através da imagem do gráfico que trata sobre a melhora na socialização dos alunos através da natação. Após a analise dos dados concluiu-se que a natação propicia uma significante melhora dos alunos em relação a socialização entre alunos e professores. Palavras-chave: Natação, Socialização, Educação Física Escolar. ABSTRACT Swimmingisconsideredoneofthemost complete resources for practitionersofall ages, bringingmanybenefitsto its practitionerssports. Thinkingabout it thisresearchstarted in theformof CBT, held in December 2010, withthethemeoftheeducationaldevelopmentthroughswimming in students in the 5th grade ofelementaryschooldowntownEducational Garden ofEden, now in theformofarticle comes toumadiscursãoontheresultofresearchbythechartimage whichdealswiththeimprovement in thesocializationofstudentsthroughswimming. Afteranalyzingthe data it wasconcludedthatswimmingprovides a significantimprovementofstudents in relationtosocializationamongstudentsandteachers. Keywords: Swimming, Socialising, PhysicalEducation. INTRODUÇÃO A natação praticada desde cedo tem diversos efeitos benéficos para o desenvolvimento da criança. Além dos benefícios tradicionais do esporte, como a melhora do sistema cardíaco e respiratório, trabalha os movimentos, ajudando-os a desenvolver a coordenação motora, noção de espaço, equilíbrio, agilidade, força, e ainda colabora para que eles criem autoconfiança e sociabilidade dos seus praticantes. Por se tratar de um esporte completo que pode ser praticado sem restrições desde o nascimento até a vida adulta, a natação, na sua prática regular, oferece inúmeros benefícios, dentre eles uma maior resistência muscular, melhor captação de oxigênio pelos pulmões, prevenção e tratamento de doenças respiratórias e circulatórias, além de ser uma atividade física que pode ser bastante divertida e prazerosa. Como elucida EVANS (2009), ARROYO(2007), quando diz que a natação pode ser realizada desde a pratica esportiva ate o lazer, proporciona diversos benefícios como :melhora da coordenação motora, aumento do equilíbrio, Página 113 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica condicionamento cardiorrespiratório, desenvolvimento da lateralidade, aumento da flexibilidade e do nível de força. Assim, partindo-se do princípio, quando a natação era praticada desde os primórdios pelos povos primitivos, quando estes se locomoviam pelas águas para caçar ou fugir, até chegar aos dias atuais, quando esta prática é sinônimo de saúde, lazer, esporte e bem estar, que propicia um desenvolvimento global do homem, apresenta-se neste artigo uma discursão sobre o resultado da pesquisacom o temadesenvolvimento educacional através da natação em alunos do 5º ano do ensino fundamental do centro Educacional Jardim do Éden ,através da imagem do gráfico dos resultados da pesquisa. A NATACÃO DOS DIAS DE HOJE Nos dias atuais as práticas de atividades físicas em meio aquático ganharam contornos menos existencialistas, contudo mais fragmentados. Segundo Damasceno (1992) a natação, muitas vezes, está sendo trabalhada como um esporte de competição de alto nível, onde o melhor rendimento e o nadar mais rápido são valorizados, sendo assim uma atividade excludente. Porém, o autor atenta para o fato de que ela, natação, não pode ser vista somente desta maneira; ela deve contribuir para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo e de suas relações sociais buscando integrar e estimular a todos, neste conceito as práticas de atividades físicas na água se configura uma modalidade bastante completa que excedeu de um simples divertimento a práticas desportivas, sendo hoje utilizada, além de todos os benefícios outrora citados, também com fins terapêuticos. Isso não implica que precisa ser uma atividade chata. Ao se analisar as práticas desportivas de alta competitividade chega-se a premiar resultados em detrimento da diversão, que é o que desopila a tensão e promove prazer. Contrariando essa lógica, o desenvolvimento educacional por meio da natação se fundamenta numa prática pedagógica interacionista, e para tanto precisa transpor a rotina da ação e repetição, logo, o divertimento se faz necessário; portanto, visando alcançar tais resultados, as atividades lúdicas em meio líquido permitem a expressão livre, além de possibilitar a apropriação de habilidades motoras aquáticas básicas na fase de adaptação, podendo ser ampliada esta abrangência para a aquisição de habilidades motoras aquáticas específicas e para a vivência de conteúdos mais significativos em termos psicossociais. Todos estes argumentos acima citados mostram o grande desafio em imaginar a premência, a urgência, em se catalisar mudanças axiológicas, de valor, capazes de promover alternativas pedagógicas que privilegiem a expressão das emoções, a potencialização do aprendizado das habilidades motoras, cognitivas e sociais, respeitando as limitações próprias de cada praticante e suas experiências anteriores, contribuindo para a socialização, para a interação e para a ampliação do prazer em participar de determinada atividade aquática, de modo a que os praticantes mantenham-se por mais tempo vinculados à prática regular de atividades físicas. A NATAÇÃO E SEUS INÚMEROS BENEFÍCIOS A natação, por se tratar de um esporte completo, possibilita ao aluno uma gama de movimentos ele precisa para a sua necessidade de expressão e de experiências corporais. Esmiuçando tal conceito, Queiroz explica que a prática da natação: É um espaço de experimentação, para que a criança vivencie situações de qualidades variadas, sensações de alternância de tensão e distensão, prazer e desprazer, acompanhada da necessidade de expressividade motora. Tudo isso vai fazer com que a criança perceba seu próprio corpo, a nível motor e cognitivo. E principalmente afetivo, pois a criança está envolvida corporalmente (QUEIROZ, 2000, p.20). Ou seja, através da prática da natação, os alunos aprimoram o desenvolvimento motor, cognitivo e social, além de trabalhar a autonomia e o respeito às regras. Página 114 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A natação diminui o risco de doenças cardiovasculares pelo fato de que as braçadas vão tornando o coração mais forte favorecendo a formação de músculos ao mesmo tempo em que elimina as gorduras em torno do órgão vital, de modo que ele adquire a capacidade de bombear mais sangue para todo o corpo. Além do mais, essa prática reduz a freqüência cardíaca e estimula a circulação sanguínea. O fator psicológico também sofre mudanças, pois um dos proveitos que a natação oferece é que a auto-estima se eleva consideravelmente pelo simples fato de você se considerar capaz de realizarisso; enfim, as pessoas que praticam esse esporte sentem-se na maioria dasvezes mais seguras e independentes. O exercício da natação desde a infância fortalece o caráter e a noção de disciplina, fatores que, ainda segundo o autor (2000), são importantes para que a criança escolha seus próprios caminhos, saiba tomar suas próprias decisões, evoluindo de acordo com os limites impostos, e, que, dessa maneira, aprenda a exercer sua autonomia. Nessa perspectiva se pode observar que a natação possibilita ao aluno um desenvolvimento global. A NATAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO AFETIVO-SOCIAL Uma boa relação afetivo-social deve começar desde cedo, ou em casa, afinal, os alunos que estão no ensino fundamental (1º a 5º ano) desenvolvem essa relação baseada em seus pais. E o exemplo de casa é algo significativamente importante, pois segundo Corrêa (2004) a atitude materna desempenha papel relevante na estruturação da dinâmica afetiva da criança, onde a família pode exercer influencia facilitadora ou inibidora da sensibilidade social, ou seja, a família possui uma influencia direta na vida social de uma criança, embora não sejam as únicas pessoas que a cercam. Uma criança necessita socializar-se com outras crianças de sua faixa etária, para que haja troca de experiências que a ajudam no seu processo de maturação. A natação possibilita essa socialização entre as crianças. A mesma autora, Corrêa (2004), comenta que, as conversas bem humoradas à beira da piscina fazem com que as crianças fiquem alegres, provocando um clima agradável e festivo. Esse clima agradável possibilita ao aluno um convívio harmonioso com os outros, pois todo ser humano tende a se socializar com outras pessoas, sendo uma necessidade de se sentir acolhido e amado, afinal há muito tempo se afirma que o homem é um ser social, isso inclusive é um postulado marxista. Corroborando esse conceito de socialização, sabe-se que a criança necessita do contato com outras crianças da mesma faixa etária, conhecer e aproximar-se de adultos, a fim de iniciar sua fase elementar de socialização. O caráter coletivo da aprendizagem da natação, através do intercâmbio com as outras pessoas permite à criança ampliar sua relação afetivo-social (LE BOULCH, 1982). PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente trabalho realizado de forma descritiva, utilizou a pesquisa se deu dezembro 2010 na forma de TCC, com o tema que tratava sobre o Desenvolvimento Educacional através da Natação em alunos do 5º ano do ensino Fundamental do centro Educacional Jardim do Éden, agora na forma de artigo vem fazerdiscursão sobre o resultado da pesquisa, através da imagem do gráfico que trata sobre amelhora na socialização dos alunos através da natação. Traz na sua metodologia uma pesquisaqualitativa. Que segundo Minayo (2002, p. 21-22): A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Portanto, o fato de apresentar um gráfico, retirado do TCC/2010 não descaracteriza a abordagem qualitativa, cuja finalidade do uso da imagem gráfica é de realizar leitura dando qualidade a interpretação emitida pela autora neste momento. Página 115 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A mesma se caracterizou ainda como sendo exploratória que para Chemin (2010, p. 57) citando Yin “tem em vista favorecer a familiaridade, o aumento da experiência e uma melhor compreensão do problema a ser investigado; seu problema de pesquisa normalmente está voltado a ‘o quê, qual e quais”. Assim sendo, dada a verificação sobre quais os benefícios adquiridos na visãodos estudantes ao praticar a natação e / ou atividades aquáticas no ambiente escolar,sentido dado ao caráter exploratório, a partir do tratamento textual que ressiginifica a pesquisa realizada e concluída em 2010. Em geral, conforme Gil, Leopardi, e Malhotra: A pesquisa exploratória envolve revisão de literatura, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, testes padronizados, escalas ou emprego de questionários, análise de exemplos que auxiliem a compreensão de forma mais ampla etc.; a partir dos dados, cuja análise geralmente é qualitativa, é possível formular sugestões para a melhoria de práticas administrativas, educacionais, de saúde e outras. Seu planejamento é flexível e não estruturado, a amostra selecionada é simples e não representativa, os resultados não são considerados como definitivos e normalmente este tipo de pesquisa assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso. ( IDEM). A revisão da literatura foi selecionada obedecendo ao pensamento do autor em querer atingir os leitores no que tange a prática da natação para além do esporte, apontado seus benefícios para o desenvolvimento integral dos seus praticantes ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Neste tópico apresenta-se na forma qualitativa a releitura da interpretação dos dados a partir da imagem dos gráficos originários do TCC- monografia, de 2010.2, na perspectiva fazer uma discursão sobre o resultado da pesquisa da influência da natação sobre a melhora na socialização dos alunosdo 5º ano da Escola CEJE no Município de Boa Vista-RR. Pela natação se tratar de um esporte completo que pode ser praticado sem restrições desde o nascimento até a vida adulta.comoenfatizaMassaud (2004), a natação representa uma atividade física completa, possível de ser praticada em várias etapas da vida, ora como terapia, recreação, ora como competição a natação. A sua prática regular, oferece inúmeros benefícios, dentre eles uma maior resistência muscular, melhor captação de oxigênio pelos pulmões, prevenção e tratamento de doenças respiratórias e circulatórias, além de ser uma atividade física que pode ser bastante divertida e prazerosa..Taharaet al (2006),diz que são beneficios no aspecto físico, a possibilidade de realizar movimentos sem causar impacto às articulações e tendões, estimulação de toda a musculatura e manutenção do tônus muscular, efeitos benéficos sobre o sistema respiratório e cardiovascular, recuperação de enfermidades, entre outros. BLAKSBY (1995) diz que a natação pode interferir positivamente no desenvolvimento motor da criança e também na formação de sua personalidade e inteligência. Diante de tantos argumentos, a natação pode fazer uma grande diferença para o desenvolvimento afetivosocial das, já que as atividades realizadas na piscina possibilitam a socialização, o desenvolvimento dos aspectos neuropsicomotores, além de outras vantagens na formação da sua personalidade, pois a criança irá aprender a lidar com o desafio e tolerar o fracasso como caminho da vitória. Gráfico 1 - Mudanças no afetivo- social Página 116 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Houve mudanças no afetivosocial (socialização) depois que começou a praticar… 30% Sim 70% Não Gráfi No gráficopode perceber alegaram que conseguiram mais amigos depois que começaram a pratica natação, 70% dos entrevistados afirmam tal fato, sendo que 30% , contrários, dizem que nada mudou, que a quantidade de amigos continua a mesma. Assim percebe-se queos alunos que tem apratica da natação possuem um melhor desenvolvimento afetivo- social. CONSIDERAÇÕES FINAIS A natação é um esporte diferenciado, por ser uma atividade praticada em um meio específico e por ser uma atividade tida como utilitária, pois pode assegurar a sobrevivência. Assim, várias são as influências que levam uma criança ou um adulto a se dedicar a natação: por uma questão da prática esportiva, pelo fator saúde, pela estética ou pelo simples prazer do contato com a água. A água atrai o homem de qualquer idade, ainda mais uma criança. Como ficou claro neste trabalho o movimento tem um papel fundamental no desenvolvimento humano (cognitivo, psicomotor, afetivo-social), portanto a Educação Física Escolar deve considerar esses aspectos como independentes e interdependentes. Sobre os conteúdos a serem desenvolvidos nas aulas, os mesmos implicam na estruturação de um ambiente que auxilie as crianças a incorporar a dinâmica da solução de problemas, do “espírito” de descoberta nos domínios da cultura de movimento. Através dos resultados dos dados, a natação, sim, caracteriza um diferencial no desenvolvimento afetivo – social dos alunos. Sendo unanimidade entre os entrevistados, a prática da natação representa grandes ganhos no que tange aos critérios comportamentais e de socialização. Finalizando, e estabelecendo sugestões, se entende que as três dimensões do conteúdo podem e devem ser trabalhadas nas aulas de natação: conceitual: história da natação, utilidade da natação ao longo do tempo, relação da natação com o lazer, com o esporte e com a qualidade de vida, as regras, por exemplo, podem ser apresentados e discutidos com os alunos; procedimental: as fases da aprendizagem, os nados, as saídas e as chegadas devem ser trabalhados; atitudinal: respeito a vida e aos colegas, a cooperação, a solidariedade devem ser cultivados e desenvolvidos. Que este trabalho possa contribuir com futuros profissionais de Educação Física que queiram implementar aulas de natação ou simplesmente buscar conhecimentos a respeito do tema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, C. T.; OLIVEIRA, S. R. G. Atividade Aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebral.Motriz, Rio Claro, v. 13, n.2, p. 97-105, 2007. BLAKSBY, BA.; PARKER, HE.; BRADLEY, S.; ONG, V. Children’s readiness for learning front crawl swimming.The Australian Journal of science and medicine in sport, v.27, n.2, p. 34 – 37, 1995. Página 117 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica CHEMIN, Beatris Francisca. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos. Lajeado: Univates, 2010. CORRÊA, C. R.; MASSAUD, M. G. Natação na idade escolar: terceira infância; a natação no apoio ao aprendizado escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. DAMASCENO, L. G. Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. Brasília: Secretaria dos Desportos da Presidência da República, 1992. EVANS, J. Natação Total. Barueri: Manole, 2009 LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982. MINAYO, M.C.S. TEORIA, MÉTODO E CRIATIVIDADE, 21ª Edição - Petrópolis, 2002 QUEIROZ, Claudia Alexandre. Recreação Aquática. Rio de Janeiro, Sprint, 2000. RUA MESTRE ALBANO,N: 3397,BAIRRO: ASA BRANCA,BOA VISTA – RORAIMA.CEP:693122298 TEL: (95) 9138-0537 [email protected] Página 118 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENDSON DOS SANTOS LIMA CARLIENE DE SOUZA SANTOS MARCIA ROSANA DE OLIVEIRA SENNA [email protected] RESUMO Este artigo de caráter bibliográfico e de campo surge a partir dos estudos realizados sobre o Ensino da Educação Física na Educação de Jovens Adultos, com o propósito de analisar como se desenvolvem as aulas de Educação Física Escolar na Educação de Jovens e Adultos – EJA, em seis escolas da rede Estadual de ensino no município de Boa Vista – RR, 2013. A amostra é composta pelos professores de Educação Física e alunos da EJA, a partir da verificação e análise da práxis do professor. Apresentando em forma de gráficos as respostas dos alunos que foram indagados sobre a importância da disciplina, a fim de verificar o interesse dos discentes com as aulas de Educação Física. Nesta perspectiva a pesquisa contribuiu para melhor organização didática e pedagógica no ensino da Educação Física, ressaltando, a importância da Educação Física na EJA a ser mais uma oportunidade de atuação profissional da área justificando a relevância desse componente curricular da base educacional brasileira. Palavras-chave: Educação Física. Ensino. Educação de Jovens e Adultos. ABSTRACT This article bibliographical and field comes from studies on the Teaching of Physical Education of Young Adult Education, in order to analyze how to develop physical education classes in the School of Adult Education - EJA, in six schools of the State school system in Boa Vista -. RR, 2013 The sample consists of the Physical Education teachers and students of AYE from the verification and analysis of teacher practice. Presenting in the form of graphs the responses of students who were asked about the importance of discipline in order to verify the interest of students with physical education classes. In this perspective the research contributed to better teaching and educational organization in the teaching of physical education, stressing the importance of physical education in the EJA to be another opportunity in the area of professional activity justifying the relevance of this curricular component of the Brazilian educational foundation. . Keywords: physical education. education. youth and adults. 1 INTRODUÇÃO Este artigo surge a partir dos estudos realizados sobre o Ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos: Desafios e Necessidades. Apresentado na forma artigo – pós graduação, com o propósito de analisar a importância da Educação Física na Educação de Jovens Adultos. Nesse aspecto, a Educação Física é chamada a corresponder, através do esporte, lazer, dança, ginástica e qualidade de vida entre outras áreas de dominância que gerem o letramento, ou seja, a gerar saberes significativos para a formação humana e não somente a reprodução corporal, de forma tecnicista projetado para o mundo do trabalho.Dessa maneira, torna-se importante mostrar aos profissionais da área e à sociedade em geral, a opinião dos alunos do EJA em relação às aulas de Educação Física, assim como, disseminar possível melhora na metodologia e aceitação das aulas por parte desses alunos. Página 119 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi o de analisar, através dos professores de Educação Física e alunos, como se desenvolviam as aulas de Educação Física Escolar na EJA em seis escolas Estaduais no município de Boa Vista-RR, análise da práxis do professor dessa disciplina, apresentando ao final do artigo sugestões de adequação do currículo de Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. Considerando a importância da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos, utilizam-se gráficos elaborados a partir das respostas dos alunos que oportuniza verificar o entendimento, as dificuldades, as abordagens utilizadas e a predominância destas no desenvolvimento das aulas. 2 METODOLOGIA O presente trabalho caracteriza-se como sendo uma pesquisa bibliográfica e de campo, de natureza qualiquantitativa, sob o olhar fenomenológico e voltado para o tipo de pesquisa bibliográfica. Neste sentido, apresenta-se a seguir a analise a partir do gráfico, elemento finalizador da organização metodológica e apresentação do resultado deste estudo teórico. Quanto à natureza, corresponde a uma pesquisa qualitativa por procurar capturar a situação ou fenômeno em toda a sua extensão, que em sua investigação qualitativa segue uma “Perspectiva Fenomenológica – que busca entender o comportamento humano do ponto de vista dos próprios atores sociais, busca a essência dos fenômenos e procura captar como eles são evidenciados pelas pessoas” (COSTA, 2001, p.39). A natureza quantitativa por apresentar a quantificação de opiniões, utilizando-se para isso, recursos e métodos estatísticos em forma de gráficos sistematizando as informações coletadas através dos questionários. A pesquisa se deu através da aplicação de roteiros de entrevista estruturada com questões fechadas e abertas com os professores de Educação Física e questionários com perguntas fechadas aplicados aos alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Com o olhar fenomenológico, buscamos investigar no contexto do ensino oferecido no período noturno para Jovens e Adultos aproximando e os distanciando do desenvolvimento das aulas de Educação Física. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3. 1. ANÁLISE DA PRÁXIS DOCENTE A partir da coleta de dados e da observação das aulas percebeu-se que todos os seis professores entrevistados possuem a mesma metodologia de ensino, especialmente quanto aos conteúdos oferecidos na aula. As principais respostas relativas a esse ponto diz respeito à utilização de jogos de mesa como dama, dominó e baralho, nos quais os alunos se sentem mais motivados de fazer as aulas, sendo que apenas uma professora respondeu que além destes meios, empregava também a temática esportiva na disciplina. As dificuldades mais recorrentes dos professores com o desenvolvimento das aulas ainda é ausência de material pedagógico, justificando a pouca variação dos conteúdos. Comprovou-se também quanto aos temas das aulas, todos os entrevistados aplicam nas suas aulas assuntos relacionados à Atividade Física e Saúde, como palestras, debates e até mesas redondas, demonstrando que os docentes seguem uma parte da Abordagem da Saúde renovada. Outra questão relevante da entrevista foi o motivo de atuar na Educação de Jovens e Adultos, em que os seis professores entrevistados continuam com a mesma resposta: complementar a carga horária de trabalho com a outra escola que trabalha durante o dia. Quanto à concepção dos alunos sobre o papel da Educação Física na EJA, os educadores revelaram respostas semelhantes, as quais de que os discentes acreditam infelizmente em uma aula somente direcionada para o desporto e à aptidão física, ou seja, eminentemente prática, fazendo com que poucos se interessem pela disciplina devido ao público trabalhador que está matriculado no ensino noturno. Essa dura realidade se reflete na LDB 9.394/96 art. 26, alterada pela Lei 10.793/03 que trata a Educação Física Página 120 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica como uma área reducionista focada somente no físico, esquecendo de outros importantes temas pertencentes à disciplina. Na questão da orientação curricular, nenhum dos professores entrevistados segue uma Proposta Curricular e/ou plano de ensino da escola para o planejamento das aulas, devido à proposta curricular esta fora da realidade do público da EJA. Outros professores nunca ouviram falar em currículo para EJA, desconhecem tal proposta. De acordo com todos os educadores entrevistados, a prática e orientação da atividade física como área temática da Educação Física é a contribuição mais evidente que a disciplina pode gerar para os jovens e adultos, a qual pode trazer sensibilização desse público para com os benefícios da qualidade de vida e saúde através de aulas que utilizem assuntos sobre o estresse e atividades de relaxamento que levem os alunos considerar a Educação Física como um componente curricular relevante para a EJA indo de encontro ao que o autor a seguir comenta: [...] os estudantes de EJA, segundo alguns colaboradores, apresentam interesse em conhecer mais sobre os processos fisiológicos que ocorrem no organismo durante a prática de atividades físicas e ainda efeitos e riscos que a acompanham. Para vários colaboradores, as aulas constituem uma possibilidade de conscientização para uma prática adequada de atividades físicas ou, por outro lado, uma instrumentalização para o lazer através da vivência de distintas práticas corporais. (GUNTHER et. AL. 2009, p.8). Assim, a Educação Física torna-se importante não só como uma prática de atividade física, mas conhecimentos sobre o corpo e cuidados com este, ou seja, uma prática adequada e consciente. 3. 2. PARTICIPAÇÃO E INTERESSE DOS ALUNOS DA EJA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Foram aplicados questionários aos alunos que continham duas perguntas fechadas, os quais abordavam sobre a necessidade do ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos, participação dos discentes nas aulas depois de longo dia trabalho, ao final, sugestões de conteúdos para a Educação Física como componente curricular. Também foram observadas duas aulas de Educação Física da EJA, nas escolas pesquisadas. A partir destes questionários, foram elaborados gráficos representando cada pergunta. GRÁFICO 1 Pergunta n.º 1 - A Educação Física é uma disciplina necessária na educação de jovens e adultos (EJA)? 15% Sim Não 85% De acordo com o gráfico 1, um grande percentual dos alunos pesquisados respondeu positivamente, o que, no entanto, não condiz com a realidade observada, pois infelizmente os discentes não vêem a Página 121 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Educação Física como disciplina e sim, como um mero momento livre de lazer e descanso, no qual somente há realização de jogos sem objetivos concretos, sendo que um dos motivos que mais colaboram com esse triste contexto é apenas da exigência da freqüência nas aulas sem uma participação efetiva da classe na aula. Araújo critica a visão deturpada que se tem até hoje do ensino da disciplina discutida: O que se verifica no decorrer da história da Educação Física é que suas aulas são representadas como uma aula: do tempo livre, do “faz-de-conta”, da “bola-bola”, de fazer atividades de outras disciplinas, de falar do capítulo de uma novela, do lazer, do “tampa buraco de outras matérias”. (ARAÚJO, 2008, p. 27) Quanto aos estudantes que responderam negativamente, percebe-se que no momento o maior objetivo é a conclusão dos estudos para que tenha uma qualificação melhor a fim de buscar oportunidades maiores no mercado de trabalho. Assim, Carvalho (1994) chama a atenção para o fato de que o estudo à noite parece representar um prolongamento da jornada de trabalho; pois muitos destes alunos, após trabalharem o equivalente à oito horas diárias, deslocam-se sem tempo para descanso rumo às escolas, onde irão trabalhar por mais algumas horas. Desta jornada tripla participam tanto os alunos quanto os professores. É a luta pela sobrevivência, onde ambos, desempenhando papéis contrários, participam como atores do ensino noturno. É preciso que a escola entenda-o enquanto sujeito participante das relações de trabalho e questione que tipos de relação e de trabalho estão em jogo. GRÁFICO 2 Pergunta n.º 2 - Depois de um longo dia de trabalho o aluno da EJA deve participar da aula de Educação Física: 41% Sim 46% Não Às vezes 13% Considerando a segunda pergunta, pode-se perceber que houve certo equilíbrio entre as respostas sim e às vezes, no qual gráfico 2 aponta que a maioria acredita que deve participar das aulas, contudo, como visto anteriormente na primeira questão, tratam a disciplina como um espaço livre para outras atividades. Em segundo, os alunos crêem que às vezes deve-se está nas atividades que não demandem grande esforço físico devido a exercício laboral realizado durante todo o dia. Quanto os que disseram não, observam-se um público feminino que tem um tabu antigo com o ensino tradicional da Educação Física. Nessa perspectiva o autor propõe indagações como novas alternativas para o componente no ensino de jovens e adultos: Por que não a utilização de aulas de Educação Física na EJA para, considerando o discurso da LDB, de que os alunos estão cansados para o exercício da mesma (facultatividade), onde poderíamos trabalhar com meditação, relaxamento ou ginástica laboral, por exemplo. Por que não trabalharmos com a história das artes marciais: capoeira, judô, caratê... etc, de forma que os sujeitos as redescubram enquanto instrumentos de libertação e luta contra a subserviência? Por que não trabalhar com jogos adaptados na EJA de forma a ropiciar lazer, prazer e diversão para estes sujeitos que chegam já “cansados” de um dia inteiro de trabalho? (COSTA et. AL. 2007, p.2). Página 122 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Deste modo, evidencia-se o campo de conteúdos da Educação Física que pode e/ou deve ser trabalhados nas aulas de Educação Física na EJA, para uma maior participação dos alunos. De essa forma os autores a seguir refletem sobre uma nova proposta para a Educação Física para os jovens e adultos: [...] precisamos pensar em uma Educação Física escolar para o ensino noturno que busque atender ao aluno em todos os seus domínios, ou seja, que dê oportunidades para estes alunos expressarem seus valores, suas vontades, seus desejos e fazer com que se libertem das "algemas da dependência", que sejam seres humanos que tenham uma visão crítica sobre seu papel na sociedade e consigam com isso dar um salto para um verdadeiro conhecimento válido. (SILVA e SILVA, 2007, p.4) Portanto, pode-se dizer que a Educação Física na EJA deve ter como objeto principal o diálogo entre professor e aluno, para acima de tudo, realizar um trabalho que estimule a participação dos alunos, utilizando-se das vivências destes e da diversificação de conteúdos para formação do cidadão crítico e atuante na sociedade. 4 CONCLUSÃO Considerando as reflexões que este artigo nos proporcionou e a análise do material coletado, notou-se que a prática docente do profissional de Educação Física para com a Educação de jovens e adultos vem considerando as particularidades desse público, visto que, a metodologia empregada nas aulas aborda temas relacionados à Atividade Física e Saúde. Contudo, no que tange à proposta de ensino, ainda é necessário avançar na orientação curricular, relativo aos conteúdos que são utilizados nas aulas de Educação Física, para que esta se torne valorizada, rompendo com o olhar voltado apenas como um espaço de prática de jogo sem promoção de aprendizagem significativa aos estudantes da EJA. Assim observa-se que os professores necessitam de uma formação continuada que condiza com as necessidades dos alunos da EJA, promovendo a construção de um currículo que leve em consideração a perspectiva do aluno trabalhador na práxis de ensino da Educação Física, deste modo gerando aulas contextualizadas com a realidade do ensino noturno. Sinalizamos que os alunos já rompem com paradigmas sobre a concepção de ensino, visto que acreditam na Educação Física, frente a sua importância nesta modalidade de ensino, entretanto ainda compreendem o ensino desta forma sendo organizado tradicionalmente utilizando o esporte como conteúdo prioritário. Sugerem-se então adequações curriculares que perpasse pela holística do aluno trabalhador: Construção conjunta entre gestão, professores, alunos e comunidade em uma Proposta Curricular para a EJA que contemple mais essa alternativa de conhecimento à formação do ser humano, como reconhecimento às várias linguagens e expressões que do sujeito é de direito; Atribuição de notas por meio de avaliação do processo com aplicabilidade de instrumentos: seminários, pesquisa e palestras temáticas, relatórios das aulas - de vídeos, entre outros, sendo em grupo, a fim de aumentar o comprometimento dos alunos e professores com as aulas de Educação Física; Abordagem de temas relativos à Atividade Física e Saúde, qualidade de vida, esporte, ginástica de formação geral, assim possibilitando a sensibilidade e conhecimento sobre o vasto campo de atuação desta área. É possível afirmar, enquanto pesquisadores e professores, que este estudo foi de fundamental importância na aquisição de novos conhecimentos, na abertura de novos horizontes e possibilidades de atuação no âmbito educacional, especialmente no ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. REFERÊNCIAS Página 123 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica __________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. CARVALHO, C. P. de. Ensino noturno: realidade e ilusão. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. 120p. COSTA, Leandro da et al. A educação física no currículo da educação de jovens e adultos: análise dos documentos curriculares. Trabalho de conclusão de curso de Especialização. Florianópolis, SC: CEFET-SC, 2007. Disponível em <wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/b/b5/MonografiafinalPROEJA.pdf> Acessado 22/03/2011 às 17:30:45. COSTA, Sérgio Francisco da. Os Caminhos da Investigação. 5ª ed. São Paulo: Harba, 2001. GÜNTHER, Maria Cecília C. et. al. A prática pedagógica da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos – um estudo nas escolas estaduais de Londrina (PR). Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar, [online]. Londrina: UEL, 2009. Disponível em: <www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunicacaooralartigo/artigocomoral1.pdf> Acessado em 10/11/2011 às 20:37:55. SILVA, Sheila A. P. dos S. e SILVA, Hugo C. Nunes da. Educação Física no ensino noturno: um estudo de caso. Buenos Aires: Revista Digital, janeiro de 2007, Ano 11, N° 104. Disponível www.efdeportes.com/efd104/educacao-fisica-ensino-noturno.htm ENDEREÇO DO AUTOR: Avenida Ataíde Teive, número: 972, bairro: mecejana. Boa Vista – Roraima. CEP: 69.304-360 TEL: (95) 9114-3757 [email protected] Página 124 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica EXERCÍCIOS FÍSICOS COMO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO RANGOUSSIS, B.¹; COSTA, A.C (Orientador).² 1 - Faculdade Mogiana do Estado de São Paulo - Maceió – Brasil. 2 - FaculdadeMogiana do Estado de São Paulo - Distrito Federal – Brasil. [email protected] RESUMO Introdução: A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) vem ocorrendo nos últimos anos em países desenvolvidos e em desenvolvimento sendo vista como uma das principais características do processo de transição epidemiológica, transformando o paradigma de saúde, onde doenças crônicas e degenerativas afetam principalmente a população idosa, assumam papel de destaque. Algumas doenças aumentam sua permanência a partir dos 60 anos, como é o caso da osteoartrite. A osteoartrite (OA) é uma doença crônico-degenerativa, multifatorial que acomete a cartilagem articular, levando a incapacidade funcional progressiva, alterações ósseas, rigidez a movimentação, deformidades, e que atinge repetidamente as articulações que sustentam peso, como por exemplo, o joelho. Objetivo: Expor as principais evidências relacionadas ao uso do exercício físico como tratamento não farmacológico na melhora dos sintomas decorrentes da osteoartrite de joelho. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, com a utilização das bases de dados eletrônicos de periódicos indexados; foram analisadas as publicações a partir do ano 1999 até o ano de 2015, na base PubMed e na base Scientific Electronic Library Online (Scielo) Resultados: Foiselecionado um total de 11 artigos, encontrados nas bases de dados Scielo e PubMed. De acordo com o ano de publicação, os artigos classificados foram os publicados entre os anos de 1999 a 2015. Conclusão: Pôde-se perceber que o exercício físico é colocado como método eficaz de intervenção terapêutica no tratamento não farmacológico da osteoartrite, tendo como suas principais ações a redução da dor e o aumento da mobilidade. Palavras-chave: Osteoartrite. Osteoartrite de joelho.Exercícios e osteoartrite. ABSTRACT Introduction: The prevalence of chronic noncommunicable diseases (NCD) has been taking place in recent years in developed and developing countries is seen as one of the main characteristics of the epidemiological transition, transforming the health paradigm, where chronic and degenerative diseases affect mainly elderly, assume a prominent role. Some diseases increase their stay from 60, as in the case of osteoarthritis. Osteoarthritis (OA) is a chronic degenerative and multifactorial disease that affects articular cartilage, leading to progressive disability, bone disorders, stiffness, handling, deformities, and repeatedly hits the joints that maintain weight such as the knee . Objective: Expose key evidence related to the use of physical exercise as a non-pharmacological treatment in improving symptoms caused by knee osteoarthritis. Methodology: This is a literature review, with the use of electronic databases of indexed journals; publications were analyzed from the year 1999 to the year 2015 in the PubMed and base Scientific Electronic Library Online (Scielo) Results: We selected a total of 11 articles found in SciELO and PubMed databases. According to the year of publication, classified the articles were published between the years 1999 to 2015. Conclusion: It could be perceived that the exercise is placed as an effective method of therapeutic intervention in non-pharmacological treatment of osteoarthritis, having as its main actions to reducing pain and increasing mobility. Página 125 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Keywords: Osteoarthritis. Osteoarthritis of the knee.Exercise and osteoarthritis. INTRODUÇÃO A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) vem ocorrendo nos últimos anos em países desenvolvidos e em desenvolvimento sendo vista como uma das principais características do processo de transição epidemiológica, transformando o paradigma de saúde, onde doenças crônicas e degenerativas afetam principalmente a população idosa, assumam papel de destaque 12 14.Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil apresenta uma das maiores taxas de crescimento da população idosa, com crescimento para 2025 de cerca de 32 milhões de idosos13.Algumas doenças aumentam sua permanência a partir dos 60 anos, destacando-se as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças respiratórias crônicas, cerebrovasculares, hipertensão arterial sistêmica, câncer e doenças osteoarticulares14. A osteoartrite (OA) é uma doença crônico-degenerativa, multifatorial que acomete a cartilagem articular, levando a incapacidade funcional progressiva, alterações ósseas, rigidez a movimentação, deformidades, como também comprometimento da marcha e da funcionalidade nas atividades da vida diária 3 7 8 11.O início e a progressão da OApodem ser influenciados por diversos fatores como a idade, processos inflamatórios articulares, fatores genéticos, hormonais, mudanças no metabolismo e alterações biomecânicas11. A inflamação crônica pode exercer um papel fisiopatológico na progressão da OA 8. Sua inflamação emerge como um mecanismo biológico subjacente ao envelhecimento relacionada com a redução da função física. É observada também uma diminuição progressiva das funções do sistema imunológico devido ao envelhecimento, podendo acarretar na diminuição da função e/ou quantidade de células importantes para o sistema imunológico, como, por exemplo, TCD4 e TCD28, predispondo os idosos a doenças infecciosas, neoplasias malignas, desordens autoimunes,dentre outros8. As alterações mais expressivas ocorrem nas superfícies articulares que perdem a sua coerência7. Enquanto esse fator ocorre na cartilagem, o osso subcondral sofre modificações proliferativas. Essas alterações acontecem na margem das articulações e no assoalho das lesões cartilaginosas, comprometendo, com isso, a elasticidade e aumentandosua rigidez, tornando, assim, os ossos mais sensíveis ao desenvolvimento de micro fraturas7. Essas microfraturasregenera-se de forma excessiva ocasionando a formação de calos ósseos e, consequentemente, aumentando a rigidez que envolve toda a estrutura articular, dando origem aos osteófitos, luxações, instabilidade articular, como também a proliferação sinovial e sinovite ativa 7. As células sinovial perto da periferia tornam-se metaplásticase acarretam a formação de novos osteófitos7. Considerando a etiologia, existem dois tipos de osteoartrite que podem ser classificadas como primária (quando não existe uma causa conhecida), ou secundária, (quando é desencadeada por fatores conhecidos e determinados)7.Inicialmente o desgaste da cartilagem articular é assintomático, evoluindo com a instalação de lesões ósseas e processos inflamatórios das estruturas articulares. Mesmo na fase assintomática, quando ocorre agravamento agudo dos sintomas, podem ocorrer modificações no comportamento motor5. A OA também estabelece uma limitação funcional significativa aos pacientes acometidos7. Dentre as articulações de sustentação de peso, o joelho é a estrutura mais frequentemente afetada. Segundo Santos et al, 2010, OA de joelho acomete entre 17% e 30% dos idosos acima de 65 anos e pode estar associada a sintomas de dor articular que ocorre principalmente durante atividades da vida diária, instabilidade, redução da amplitude de movimento (ADM) e por conseguinte diminuição da qualidade de vida e função8 9 11. Esta limitação funcional resulta em um aumento do risco de morbidade e mortalidade, sendo a maior prevalência e gravidade nas mulheres de meia idade5 9 11, representando uma das principais queixas da consulta médica e responsável por um número elevado de absenteísmo e aposentadorias por invalidez7.Nos Estados Unidos, a osteoartrite é a segunda causa de afastamento do trabalho, Página 126 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica permanecendo atrás apenas de doenças isquêmicas cardíacas5. Já no Brasil, a prevalência de osteoartrite é responsável por 30 a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia, sendo a quarta doença a determinar aposentadoria (6,2%)3. É fundamental para indivíduos portadores de AO de joelho a avaliação do desempenho para executar atividades cotidianas, como, por exemplo, subir e descer escadas8. Indivíduos com OA de joelho proporcionam menos força do músculo quadríceps 9. A fraqueza deste grupo muscular é uma das principais repercussões osteomusculares da OA de joelho.O déficit de força na população com OA varia entre 15%–18% em pessoas no início da doença, avançando para 24% em indivíduos com grau II (segundo classificação de Kellgren & Lawrence) e 38% no grau IV 10.Corroborando com o assunto, Oliveira et al 2012sugeriram que modificações degenerativas na estrutura do joelho com OA podem resultar em informação sensorial alterada de mecanorreceptores da articulação e, com isso, diminuir a habilidade de ativaçãodo quadríceps. Assim, é possível perceber a relevância da fraqueza do grupamento muscular em pacientes com OA10. Acredita-se que a fraqueza do quadrícepsproporciona redução da força dos músculos dessa articulação, podendo ou não estar associado à atrofia muscular, à dor e ao edema, diminuindo a proteção articular e levando à redução da capacidade funcional, resultando, com isso, em um maior estresse e sobrecarga ao joelho, como também, o maior dano estrutural, já que esse músculo age como um absorvedor de choque da articulação9 10 11. A origem da fraqueza do quadríceps femoral em pacientes com OA não é clara. Oliveira et al 2012 têm ratificado que alguns pacientes com OA exibem incapacidade de ativar o quadríceps de forma completa, podendo ser chamada de falha na ativação do quadríceps (FAQ) 10. O tratamento não farmacológicoé considerado uma das principais interferências para pacientes com OA de joelho, tendo como principais objetivos a redução da dor, melhora da função, dos aspectos sociais e ocupacionais5 10 11. Exercícios moderados mostraram ser um bom tratamento não apenas na melhora dos sintomas e da função, mas também no conteúdo de glicosaminoglicanas na cartilagem do joelho em pacientes de alto risco de AO10. Exercícios de fortalecimento de quadríceps realizados por oito semanas demostraram ser tão efetivos na melhora da função quanto o uso de anti-inflamatórios não hormonais em indivíduos com OA de joelho9. Imotoet al 2012 constataram que existe um efeito benéfico dos exercícios na dor e função. Contudo, houve uma variabilidade acentuada quanto ao tipo de exercício avaliado, especialmente em relação aos aspectos metodológicos9. O objetivo do presente trabalho é relatar as principais evidências integradas ao uso do exercício físico na melhora dos sintomas decorrentes da osteoartrite através de uma revisão de literatura. OBJETIVO Expor as principais evidências relacionadas ao uso do exercício físico como tratamento não farmacológico na melhora dos sintomas decorrentes da osteoartrite de joelho. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo foi desenvolvido através de revisão bibliográfica, com a utilização das bases de dados eletrônicos de periódicos indexados; foram analisadas as publicações a partir do ano 1999 até o ano de 2015, na base PubMed e na base Scientific Electronic Library Online (Scielo). Esta pesquisa envolveu a busca por estudos que tiveram como descritores os termos osteoartrite, osteoartrite de joelho, osteoartrite e exercícios. Para a escolha dos artigos científicos, foram propostos os seguintes critérios: apresentar dados no estudo sobre indivíduos acometidos pela osteoartrite e relatar informações sobre a utilização de exercícios físicos no tratamento da doença. Os procedimentos foram estabelecidos na seguinte sequência: na primeira etapa da busca, realizou-se um levantamento de artigos encontrados com os descritores propostos nas bases de dados anteriormente Página 127 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica mencionadas; em uma segunda etapa, ocorreu uma leitura e seleção criteriosa dos artigos e a formação de um banco de dados. Os artigos foram organizados por similaridade de população e resultados, de forma que se caracterizou a publicação científica que se associasse à temática. Na etapa de análise, esses dados foram discutidos conforme a literatura relacionada, no sentido de estabelecer consensos e pontos divergentes na literatura e proporcionar um resumo crítico sintetizando as informações disponibilizadas pelos artigos coletados. Foram critérios de exclusão: 1) trabalhos científicos que estivessem divulgados em outras formatações, configurados como revistas e materiais educativos; 2) artigos que não obtivesse seu resumo nas bases de dados selecionadas; 3) artigos em meta-análise, pelo fato de não serem fontes primárias de dados; 4) artigos com deficiência na descrição metodológica, principalmente no que se referem a objetivo, métodos, resultados e conclusões. Vale ressaltar a atenção obtida para que os artigos não fossem incluídos duas vezes, caso permanecessem indexados em mais de uma das bases de dados selecionadas. RESULTADOS Foi selecionado um total de 11 artigos, encontrados nas bases de dados Scielo e PubMed. De acordo com o ano de publicação, os artigos classificados foram os publicados entre os anos de 1999 a 2015. Os principais sinais e sintomas mencionados nos artigos foram: dor e perda da função do joelho, alteração na mobilidade articular, perda de força dos quadríceps e isquiotibiais. Os estudos mostraram uma frequência de três vezes na semana com exercícios contra resistência de cadeia cinética fechada e/ou aberta realizando de três a quatro séries de seis a doze repetições. Também foram relacionados exercícios de flexibilidade dos isquiostibiais. DISCUSSÃO A revisão bibliográficarelacionando o exercício físico, especialmente o fortalecimento do quadríceps e isquiotibiais, em indivíduos com osteoartrite revelou um efeito positivo no uso deste como frequente modalidade de tratamento, já que todos os artigos pesquisadosdescreveram, em seus resultados, a melhora dos sintomas clínicos relacionados à dor, à função e à mobilidade. Com isso, pode-se perceber que refletiu de forma direta na qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essa doença. Os estudos realizados apresentaram-se em maior número amostras com uma média de idade de 50 anos ou mais, com artigos mencionando indivíduos de ambos os sexos, na maior parte das vezes prevalecendo o sexo feminino em seus estudos2 5 6 10 11. Dentre as causas envolvidas nos estudos estão à perda de força dos músculos do quadríceps e isquiotibiais como também perda na mobilidade de indivíduos com osteoartrite 2 5 6 10 11. A articulação pesquisada foi a do joelho, pois acomete entre 17% e 30% dos idosos acima de 65 anos11. As mulheres, no entanto, tendem a apresentar mais a osteoartrite de joelho quando comparadas ao sexo masculino 5.A idade, genética, obesidade e a presença de outras doenças articulares comprometem as estruturas biomecânicas das articulações7, acarretando em dor mecânica, que tem relação direta com o movimento articular, períodos de dor inflamatória, que correspondem a surtos inflamatórios secundários às alterações biomecânicas, influenciando, assim, na realização de atividades funcionais, rigidez articular, progredindo proporcionalmente à perda de cartilagem e fraqueza muscular11. Em função da gravidade das lesões os sintomas variam, surgindo dores aos pequenos esforços, à medida que o processo se agrava,e até mesmo em repouso, sendo característica queixa ao se levantar de uma cadeira, melhorando apenas após alguns passos7. O exame físico é de grande importância, assim permite que o profissional de saúde detecte o aumento de volume da articulação, a atrofia do quadríceps, além de observar também dor à palpação das interlinhas articulares e à mobilização da patelar, que pode apresentar-se parcialmente ou totalmente limitada, proporcionando crepitação perceptível à palpação Página 128 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica quando realizado movimento de flexoextensão do joelho 7.A limitação da extensão do joelho e a bilateralidade do processo são derteminantes significativos de incapacidade7. A dor associada à perda da função física apresenta-se como principal sintoma no indivíduo com osteoartrite. Estudos indicam em seus resultados efeito positivo na redução da dor e melhora da função, bem como nos demais sintomas quando utilizado exercícios físicos2 6 7 8 9 10 11. Entre os tratamentos não farmacológicos mais utilizados nos artigos classificados está o uso de exercícios contra resistência para estabilidade articular, postura, fortalecimento do quadríceps e isquiotibiais 5 6 9 10. Os exercícios isométricos foram utilizados tendo como objetivo aliviar a dor e prevençãoda atrofia muscular devido à imobilidade7. Também foram realizados exercícios de flexibilidade com objetivo de melhorar o movimento articular de maneira suave e confortável, respeitando a amplitude do movimento sem causar dor7 9 10. Nos exercícios contra resistência foram utilizados exercício de baixa e alta intensidade, exercícios isocinéticos que proporcionam um melhor desempenho muscular ao grupamento da articulação exercitada5 6 7. Os artigos propõemcomo avaliação para medição de dor e função motora, antes e depois do tratamento o questionárioWestern Ontario and McMaster UniversitiesOsteoarthritis Index (WOMAC), validado e recomendado pela Osteoarthritis Research Society como mensuração para avaliar adultos com OA de joelho7 10. Esse questionário possui três dimensões: dor, rigidez articular e função motora, e proporcionaótima confiabilidade teste-reteste2 5 11.O questionário contém 17 questões relacionadas ao grau de dificuldadepara realizar atividades da vida diária a fim deanalisar a função física do indivíduo 8. É pedido ao paciente que indiquede 0 (nenhuma) a 4 (acentuada) o grau de dificuldade nas últimas 72 horas. Para gerar a pontuação individual é somado os 17 itens, podendo variar de 0 a 68, sendo que quanto maior o escore, pior a função10. CONCLUSÃO Conforme a verificação dos artigos escolhidos e analisados pôde-seperceber que o exercício físico é colocado como método eficaz de intervenção terapêutica no tratamento não farmacológico da osteoartrite, tendo como suas principais ações a redução da dor e o aumento da mobilidade. A OA é uma doença articular degenerativa que podeprejudicar regiões do corpo que toleram grandes quantidades de peso e são muito utilizadas, como por exemplo,o joelho e foi rotineiramentecitado nos artigos dessa revisão. A escassez de estudos evidencia a necessidade de realizar a aplicação dessas atividades com embasamento científico. Com isso, são necessários mais estudos relacionados a esse assunto para que o emprego correto deste tipo de tratamento seja compreendido e reproduzido, proporcionando um método baseado na evidência. REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS ALVES, J. C.BASSITT, D. P. Qualidade de vida e capacidade funcional de idosas com osteoartrite de joelho. 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Página 130 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E RISCOS DE DOENÇAS CORONARIANAS DO EFETIVO POLICIAL DA 25ª CICOM ATRAVÉS DA RELAÇÃO CINTURA – QUADRIL AUZIER, M.D.M1; VIANA, J2 Universidade Nilton Lins – Manaus – AM Uninorte- AM [email protected] RESUMO A população obesa cresce a cada dia e isso se torna um fato preocupante, pois além de doenças cardíacas a pessoa que se encontra acima do seu peso ideal estará propensa a adquirir outros tipos de doenças relacionadas também a obesidade. Para ingressar na Polícia Militar do estado do Amazonas o indivíduo e submetido a diversos testes que vai desde o exame cognitivo, passando principalmente ao teste físico e chegando aos exames médicos e psicológicos. Os exames de Aptidão Física são constituídos de exercícios variados, tais que permitam avaliar a capacidade de realização de esforços e a resistência à fadiga física dos indivíduos, visando a selecionar aqueles que apresentam condições de suportar os rigores da atividade militar estadual nos graus hierárquicos iniciais e subsequentes das carreiras a que se destina o profissional. O presente artigo abordou o índice de relação cintura – quadril, onde a pesquisa mostra que não houve diferença significativa dos grupos, eis que ambos estão classificados com um risco MODERADO de obter algum tipo de doença coronariana, pois a média dos índices apresentados deram-se nos valores de 0,87 para efetivo administrativo e 0,88 para o outro grupo. Após os dados coletados, realizados os cálculos, verificou-se que 45% dos indivíduos estão relacionados no patamar de MODERADO, entretanto 25% estão no nível preocupante do RCQ que se da ao RISCO ALTO, relacionado com grande volume de gordura localizada na região central do corpo. Quanto a qualidade de vida, analisado pelo Questionário Internacional de Atividade física na sua versão curta, constatou-se 40% dos indivíduos analisados encontram-se na qualidade de vida ATIVO, e somente 5% dos indivíduos se encontram na classificação SEDENTÁRIO que corresponde a aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.A sempre a necessidade de haver a disciplina consciente de cada um para o cuidado e manutenção individual de sua saúde, que começa desde sua alimentação a prática de alguma atividade regular, a intenção deste trabalho é de conscientização e a tentativa de prevenção para que problemas de mortes e doenças de policias relacionado a obesidade e sedentarismo sejam evitados na tropa. Palavras – chave: Policiais, Obesidade, atividade física. ABSTRACT The elderly population is growing every day and it becomes a disturbing fact, as well as heart disease the person who is above your ideal weight is prone to acquire other types of diseases also obesity. To join the Amazonas state military police and the individual subjected to various tests ranging from cognitive exam, passing mainly to the physical test and getting to medical and psychological examinations. Examinations of Physical Fitness consist of various exercises such to assess the capacity to carry out efforts and resistance to physical fatigue of individuals, aiming to select those with conditions to withstand the rigors of state military activity in the early hierarchical degrees and subsequent careers of the intended professional. This article covered the waist ratio index - hip, where research shows that there was no significant difference between the groups, here they both are classified with a MODERATE risk to get some kind of coronary Página 131 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica disease because the average presented indices have given up the values of 0.87 and 0.88 for effective administration to the other group. After the data collected performed calculations, it was found that 45% of individuals are listed in moderate level, though 25% is the disturbing level WHR that of the high risk associated with large volume of fat located in the central region of the body. As for quality of life, assessed by the International Physical Activity Questionnaire in its short version, there was 40% of the subjects analyzed are the quality of life ACTIVE, and only 5% of individuals are in sedentary classification corresponding to that that did not perform any physical activity for at least 10 continuous minutes during the week. The always need to be conscious discipline of each to the care and individual care of your health, starting from their feeding practice some regular activity, the intention of this work is to raise awareness and try to prevent that problems deaths and police diseases related to obesity and physical inactivity are avoided in the army. Keywords: police, obesity, physical activity. INTRODUÇÃO Na atualidade, um dos fatores causadores do risco de doenças cardíacas, é a obesidade, ou excesso de gordura. A população obesa cresce a cada dia e isso se torna um fato preocupante, pois além de doenças cardíacas a pessoa que se encontra acima do seu peso ideal estará propensa a adquirir outros tipos de doenças relacionadas também a obesidade. Segundo Costa (2001) citado por Pontes & Sousa (2005), os índices de sobrepeso e obesidade têm crescido de forma assustadora em diversos países industrializados e em desenvolvimento, o que tem tornado o controle da composição corporal, uma das principais preocupações de vários órgãos de saúde pública. No Brasil não é diferente a população obesa ou com sobrepeso cresce muito rapidamente e o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - INAM, relatou que cerca de 32% da população adulta apresenta algum grau de sobrepeso. O índice de sobrepeso no homem é maior do que na mulher, isto quer dizer 30% e 18,5% respectivamente (GUEDES & GUEDES, 2003, citado por PONTES & SOUSA, 2005).Sendo assim, muitas pessoas consideradas saudáveis, ou seja, que tem uma boa aparência, estão sofrendo com doenças coronarianas, e não sabem.Vários fatores podem influenciar no aparecimento da obesidade, entre eles segundo MCARDLE. (1998) estão: o fator genético, hábitos alimentares, inatividade física, fatores socioeconômicos, comportamentais e metabólicos. Para ingressar na Polícia Militar do estado do Amazonas o indivíduo e submetido a diversos testes que vai desde o exame cognitivo, passando principalmente ao teste físico e chegando aos exames médicos e psicológicos. Os exames de Aptidão Física são constituídos de exercícios variados, tais que permitam avaliar a capacidade de realização de esforços e a resistência à fadiga física dos indivíduos, visando a selecionar aqueles que apresentam condições de suportar os rigores da atividade militar estadual nos graus hierárquicos iniciais e subsequentes das carreiras a que se destina o profissional. A necessidade de se manter a atividade física ativa é extremamente importante como meio de prevenção de diversas doenças ocasionadas pelo sedentarismo, que leva consequentemente a obesidade, Segundo Costa (2004), doenças como a diabetes, coronariopatia, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, males hepáticos, apoplexia, dificuldades biomecânicas, entre outras, representam gastos diretos e indiretos de atenção a saúde.Ocorre que após ingressar nas fileiras da Polícia Militar do Amazonas a maioria dos policiais deixam de praticar atividades físicas, muitas vezes por falta de tempo, ou falta de disposição, ocorrendo assim um alto índice de problemas de saúde relacionadas a obesidade na tropa, onde os riscos de doenças do coração se torna ainda mais possível por ela se agravar através da inatividade física e da alta concentração de gordura na região central do corpo humano. A justificativa para este trabalho é de conscientizaçãodo policial, para que ele possa cuidar de sua saúde mediante a atividade física, tendo em vista que, a obesidade e o sedentarismo são problemas frequentes hoje na tropa, resultando em uma baixa qualidade da saúde dos policiais, mediante ao supra exposto, o presente artigo tem como finalidade a análiseda qualidade de vida e os riscosde doenças coronarianas Página 132 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica aplicando o método para a predição, a relação da circunferência da cintura e do quadril (RCQ)proposto por Bray& Gray (1988), utilizando ainda o Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta e suas respectivas classificações para20 policiais militares do estado do Amazonas lotados na 25ª CICOM (Companhia Integrada Comunitária), comparando os policiais que exercem funções administrativa, com policiais que atuam na área de serviço propriamente dito. Sabendo que, o efetivo administrativo tem um nível de trabalho menos estressante, também possui dois dias na semana voltada pra atividade física, com o horário planejado, diferentemente do efetivo de serviço de viaturas, existe a hipótese de o efetivo administrativo conter riscos bem menores, pois o efetivo de rua não possui ainda uma organização adequada de horário para que esse policial possa ter o momento de cuidar de sua saúde mediante a atividade física, trabalhando muitas das vezes sobre alto nível de estresse. OBJETIVOS Geral Procurar avaliar o risco de doenças relacionadas ao peso e a localização da gordura principalmente na região abdominal ao redor da cintura através da relação cintura – quadril (rcq) de policias militares da 25ª CICOM, comparando com a qualidade de vida desses indivíduos através do Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta. Específico Realizar a comparaçãodos policiais que exercem funções administrativas, com policiais que atuam na área de serviço propriamente dito, distinguindo-se o nível de aptidão física de cada grupo, pelo motivo da rotina de trabalho ser diferenciada. MATERIAIS E MÉTODOS Amostra A amostra foi composta pela totalidade de 20 policiais militares voluntários do sexo masculino e com idade que variam de 23 a 45 anos, com media de idade igual a 30 anos de idade. Para analisar a classificação do RCQ todos policiais deveriam está ativo em sua função dentro da Instituição. Materiais utilizados Foi utilizado para aferir a circunferência da cintura e do quadril uma fita de medidas antropométricas CESCORF com comprimento de 2 m. Instrumentos empregados Para a análise de qualidade de vida foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta e suas respectivas classificações. Home Page: www.celafiscs.com.br IPAQ Internacional: www.ipaq.ki.se Para analisar a classificação do RCQ foi utilizada uma tabela de classificação do programa Physical Test 5.0 citada por Bispo (2004) relacionada abaixo. Fonte: Physical Test 5.0 citado por Bisbo (2004) Classificação Feminina idade baixo moderado alto De 20 a 29 < 0,71 0,71 a 0,77 0,78 a 0,82 De 30 a 39 < 0,72 0,72 a 0,78 0,79 a 0,84 De 40 a 49 < 0,73 0,73 a 0,79 0,80 a 0,87 De 50 a 59 < 0,74 0,74 a 0,81 0,82 a 0,88 De 60 a 69 < 0,76 0,76 a 0,83 0,84 a 0,90 Página 133 Muito alto > 0,82 > 0,84 > 0,87 > 0,88 > 0,90 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Classificação Masculina idade baixo De 20 a 29 < 0,83 De 30 a 39 < 0,84 De 40 a 49 < 0,88 De 50 a 59 < 0,90 De 60 a 69 < 0,91 moderado 0,83 a 0,88 0,84 a 0,91 0,88 a 0,95 0,90 a 0,96 0,91 a 0,98 alto 0,89 a 0,94 0,92 a 0,96 0,96 a 1,00 0,97 a 1,02 0,99 a 1,03 Muito alto >0,94 >0,96 > 1,00 > 1,02 > 1,03 CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA IPAQ 1. MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão. 2. ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; ou b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; ou c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa). 3. IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realiza atividade física porém insuficiente para ser Classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação: IRREGULARMENTE ATIVO A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade: a) Freqüência: 5 dias /semana ou b) Duração: 150 min / semana IRREGULARMENTE ATIVO B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à frequência nem quanto à duração. 4. SEDENTÁRIO: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. Procedimentos empregados A coleta dos dados foi realizada durante o serviço normal, por um único pesquisador, a qual orientou os participantes a utilizarem roupas leves, que não apertasse a região da cintura e do quadril. Eles deveriam ficar com os pés descalços e se posicionarem na posição ortostática. A circunferência da cintura (CC) foi obtida na menor curvatura localizada entre as costelas e a crista ilíaca com fita métrica flexível e inelástica sem comprimir os tecidos. Quando não foi possível identificar a menor curvatura, obteve-se a medida de dois centímetros acima da cicatriz umbilical. A circunferência do quadril (CQ) foi obtida colocando-se uma fita métrica flexível e inelástica ao redor da região do quadril, na área de maior protuberância, sem comprimir a pele. Resultados Página 134 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Discussão No índice de relação cintura – quadril, a pesquisa mostra que não houve diferença significativa dos grupos, eis que ambos estão classificados com um risco MODERADO de obter algum tipo de doença coronariana, pois a média dos índices apresentados deram-se nos valores de 0,87 para efetivo administrativo e 0,88 para o outro grupo.Para Bispo (2004), sendo mais especifico, a RCQ que tem como resultados do percentual de gordura, números que ultrapassam 0,95 para homens e 0,80 para mulheres, estão relacionados ao maior risco de morte.Após os dados coletados, realizados os cálculos, verificou-se que 45% dos indivíduos estão conforme Bispo (2004), relacionados no patamar de MODERADO, entretanto 25% estão no nível preocupante do RCQ que se da ao RISCO ALTO, relacionado com grande volume de gordura localizada na região central do corpo. Quanto aqualidade de vida, analisado pelo Questionário Página 135 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Internacional de Atividade física na sua versão curta, constatou-se 40% dos indivíduos analisados responderam que praticam qualquer atividade somada: ≥5 dias/sem e ≥150 minutos/sem . estando de acordo com o IPAQ relacionados na qualidade de vida ATIVO, e somente 5% dos indivíduos se encontram na classificação SEDENTÁRIO que corresponde aaquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.O IPAQ é um questionário utilizado como medida-padrão para coletar dados comparáveis de atividade física em diferentes contextos socioculturais, e o Brasil foi um dos países incluídos na elaboração e validação desse instrumento. Apesar da existência de um estudo multicêntrico de validação do IPAQ (CRAIG et al., 2003), a forma de análise desse estudo foi contestada por pesquisadores brasileiros (HALLAL et al., 2004), de modo que ainda são necessários novos estudos de validade e repetitividade. Além disso, estudos sobre o desempenho do IPAQ para mensuração dos níveis de atividade física tendem a superestimar a prevalência de inatividade física (AINSWORTH et al., 2006). Apesar dessas limitações, o IPAQ tem vantagens em comparação a outros instrumentos, principalmente no que se refere à possibilidade de comparação entre os estudos (HALLAL et al., 2007). As relações entre qualidade de vida e nível de atividade física apresentaram fortes correlações significativas para o sexo masculino em todos os domínios e qualidades de vida geral, e moderadas correlações significativas para o sexo feminino em todos os domínios e qualidade de vida Geral. Em estudo realizado por (VENÉRIO et al.,2011), com policiais militares lotados no município de Campo Grande/MS com 10 a 20 anos de serviço,relacionando doenças crônicas e seus fatores de risco, foram avaliados 35 profissionais, com idade de 31 a 47 anos, os participantes foram submetidos à avaliação de medidas antropométricas e responderam um questionário sobre o estilo de vida, o qual incluiu o auto relato de doenças crônicas clinicamente diagnosticadas. Os resultados da avaliação antropométrica indicaram que as médias do grupo de policiais militares pesquisados estavam com sobrepeso e com risco moderado de desenvolvimento de doenças relacionadas ao acúmulo de gordura abdominal. Quanto ao estilo de vida, a população do estudo foi classificada, em sua maioria, como não fumante e praticante de atividade física.Outra pesquisa realizada por (RODRIGUES et al., 2014) foi avaliar os níveis de atividade física dos PPMM de uma Companhia PM de uma cidade interiorana no Estado do Mato Grosso, fazendo uma associação entre as variáveis: Nível de atividade física, composição corporal, relação cintura quadril e tempo sentado. Para isso, foi feita uma pesquisa de campo de natureza descritiva e transversal com amostragem do tipo não probalística intencional utilizando o questionário IPAQ versão curta para avaliar o nível de atividade física, questionário de tempo sentado com a finalidade de estabelecer índices de sedentarismo e os dados antropométricos de IMC e RCQ para estabelecer índices de obesidade e risco cardíaco dos pesquisados.Nos resultados, concluiu-se que os Policiais pesquisados estão com baixos índices de atividade física; a grande maioria acima do peso ideal e apresentando sérios riscos de desenvolver doenças crônicas degenerativas, especialmente, doenças do coração. A pesquisa revelou ainda que ambos os fatores: tempo sentado, nível de atividade física, composição corporal e relação cintura quadril, estão fortemente associados aos resultados negativos encontrados na pesquisa.As diferenças entre estudos podem ser explicadas, em parte, pelo número de participantes envolvidos em cada estudo, de modo que os questionários são instrumentos aplicados comumente em amostras epidemiológicas e, sobretudo o IPAQ, que tem demonstrado dificuldades nos resultados em estudos com baixo número de participantes (PARDINI et al., 2001). CONCLUSÃO Nos métodos utilizados nota-se que, apesar do efetivo administrativo ter durante a semana de trabalho, horários destinados a atividade física, conclui-se que mesmo assim, não estavam mantendo uma qualidade de vida boa, por outro lado o efetivo da tropa que empenhava-se no trabalho externo, atendendo ocorrências em viaturas, aonde o risco de vida e maior e onde que lhe dar com problemas da sociedade diariamente, como principalmente a criminalidade, vinham mantendo um nível melhor de qualidade de vida no que diz respeito a prática de atividade física, até mesmo por saber que necessitam de um vigor físico adequado para a atividade fim de polícia. Concluindo assim que, cada vez mais devemos Página 136 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica conscientizar e incentivar o indivíduo para que não entre em estado de sedentarismo. A sempre a necessidade de haver a disciplina consciente de cada um para o cuidado e manutenção individual de sua saúde, que começa desde sua alimentação a prática de alguma atividade regular, vale a pena relatar que durante a realização desse trabalho um policial infelizmente faleceu na unidade da 25ª CICOM por infarto, o mesmo encontrava-se em estado altíssimo de obesidade, onde se ocasionou várias patologias, como diabetes e problemas cardíacos, fato esse que deixa ainda mais claro a intenção deste trabalho de conscientização e a tentativa de prevenção para que mais fatos desses aconteçam na tropa. BIBLIOGRAFIA AINSWORTH, B. E. et al. Comparison of the 2001 BRFSS and the IPAQ physical activity questionnaires. Medicine & Science in Exercise and Sports, Madison, v. 38, n.9, p. 1584-1592, 2006. BRAY, G.A. Classification and evolution of the obesities. Med Clin North Am, USA, 1988 CRAIG, C. L. et al. International physical activity: questionnaire: 12-country reliability and validity. 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[email protected] RESUMO O treinamento funcional tem sido bastante procurado por indivíduos com a finalidade de alterar a composição corporal, principalmente, redução dos níveis de gordura. O objetivo deste trabalho foi determinar e avaliar o hábito alimentar na refeição pré-treino de praticantes de treinamento funcional na areia. Foram avaliados 45 alunos, de ambos os sexos, de duas turmas (matutina e vespertina), no município de Maceió-Alagoas que realizavam o treino no mínimo duas vezes por semana. Um total 82,22% (n=37) era do sexo feminino e 17,78% (n=8) do sexo masculino. A maioria dos indivíduos 91,11% (n=41) afirmou realizar refeição pré-treino. 43,9 % (n=18) consumiam apenas os reguladores, os menos consumidos são os energéticos juntamente com os construtores, 7,3% (n=3), e os reguladores também junto com os construtores, 7,3% (n=3), enquanto que não foi identificado nenhum consumo de alimentos apenas energéticos (n=0). Observou-se pouco conhecimento dos participantes sobre os aspectos estudados, portanto, é fundamental a orientação adequada do nutricionista. Palavras-chave:Treinamento funcional. Exercício físico. Pré-treino. ABSTRACT The population in general has sought attendance in physical activity due to the benefits that it can bring health and functional training has been very popular for individuals in order to alter body composition, especially, reduced fat levels. The objective of this study was to determine and evaluate the dietary habits in pre-workout meal functional training practitioners in the sand. We evaluated 45 students, of both sexes, of two classes (morning and afternoon), the city of Maceió, Alagoas who underwent training at least twice a week. A total 82.22% (n = 37) were female and 17.78% (n = 8) were male. Most individuals 91.11% (n = 41) stated perform pre-workout meal. 43.9% (n = 18) consumed only regulators, are consumed less energy along with builders, 7.3% (n = 3), and regulators also with builders, 7.3% (n = 3), while nothing was found only energy consumption of food (n = 0). There was little knowledge of the participants on the aspects studied, so it is important the proper guidance of a nutritionist. Keywords: Functional training. Physical exercise. Pre workout INTRODUÇÃO O Treinamento funcional tem sido bastante procurado por indivíduos com a finalidade de alterar a composição corporal, principalmente, redução dos níveis de gordura (PEREIRA et al., 2012). No entanto, para manter odesempenho e para que o objetivo seja atingido é necessário, também, um apropriadoaporte energético e nutricional, pois o contrário pode levar ao fornecimento insuficiente de importantes nutrientes relacionados ao metabolismo energético, à reparação tecidual, ao sistema antioxidante e à resposta imune do indivíduo (BOTH, FRANZ E BUSNELLO, 2012). O consumo de uma adequada refeição pré-treino quanto ao tipo e quantidade de carboidratos, quantidade de proteínas e gorduras, principalmente quando realizada pela manhã, contribui para prevenção de um quadro de hipoglicemia durante a atividade física, assim como manter a homeostase hídrica e evitar a fome (SANTOS, RIBEIRO E LIBERALI, 2011). Página 138 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Vários fatores devem ser considerados quando as escolhas alimentares para o pré-treino forem feitas, além dos relacionados aos alimentos, como por exemplo: intervalo entre o desjejum e o treino, duração, intensidade e tipo de exercício, tolerância gástrica, preferências alimentares e disponibilidade de tempo para fazer a refeição (SANTOS, RIBEIRO E LIBERALI, 2011). Como os hábitos alimentares dos praticantes de atividade física são imprescindíveis para um bom desempenho e o bem-estar, é importante conhecê-los para que possam ser estabelecidas orientações e uma adequada intervenção nutricional. OBJETIVO Determinar e avaliar qualitativamente o hábito alimentar na refeição pré-treino de praticantes de treinamento funcional na areia. METODOLOGIA Este estudo constitui uma pesquisaobservacional descritiva, desenvolvida com praticantes de treinamento funcional na areia, de duas turmas (matutina e vespertina), no município de Maceió-Alagoas. O questionário foi aplicado para os alunos que relataram periodicidade do treino de no mínimo duas vezes por semana. Desta forma, amostra foi composta de 45alunos, de ambos os sexos. A coleta de dados ocorreu em agosto de 2015, sendo estes obtidos por meio de uma entrevista individual com cada participante, onde se aplicouum questionário composto por 7 perguntas que abordavam questões sobre: perfil dos participantes (idade e gênero), se o indivíduose alimenta antes de ir ao treino, quanto tempo antes da atividade à refeição é realizada, o que normalmente consome (alimentos, quantidade e forma de preparo),tempo de duraçãodo treino, sintomas indesejáveis ocorridos durante a prática. Os dados obtidos foram tabulados através de uma planilha no Microsoft Excel (versão 2010) ecomparados com outros achados científicos inerentes à nutrição na prática esportiva. A avaliação qualitativa da refeição pré-treino dos indivíduos foi realizada com base nas orientações da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (2009). No que refere aos aspectos éticos, as avaliações não tinham nenhum dado que identificasse o indivíduo e que lhe causasse constrangimento ao responder. RESULTADOS Foram entrevistados 45praticantes de treinamento funcional, sendo a maioria do sexo femininocom 82,22% (n=37) e 17,78% (n=8)do sexo masculino (gráfico 1). A média de idade dos indivíduos foi de 36,11 anos ea faixa etária predominante foi de 19 a 59 anos com 86,67% (n=39). Apresentaram idade menor ou igual a 18 anos 11,11% (n=5) dos indivíduos e apenas 2,22% (n=1) apresentou idade maior ou igual a 60 anos (gráfico 2).A média de idade entre as mulheres foi de 35,4 anos e entre os homens foi de 39,38 anos. Gráfico 1. Gênero de praticantes de treinamento funcionalde duas turmas na cidade de Maceió-Alagoas. Página 139 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 2: Faixa etária de praticantes de treinamento funcional, em porcentagem, de duas turmas na cidade de Maceió-Alagoas. Em relação à prática da refeição pré-treino (gráfico 3), a maioria dos indivíduos 91,11% (n=41) afirmaram realiza-la, enquanto que 8,89% (n=4) não apresentam este hábito, então, exercitam-se em jejum. O gráfico 4 apresenta a distribuição em porcentagem dos indivíduos segundo o tempo de consumo alimentar antes da prática da atividade física. O tempo máximo de consumo de algum alimento até o momento do treino foi de duas horas, enquanto o tempo mínimo foi de 5 minutos. Gráfico 3.Distribuição de praticantes de treinamento funcional, em porcentagem, de duas turmas na cidade de Maceió-Alagoas, de acordo com a prática alimentar antes da atividade física. Gráfico 4: Distribuição de praticantes de treinamento funcional, em porcentagem, de duas turmas na cidade de Maceió-Alagoas, de acordo com o tempo entre ingestão, em minutos, e o início da atividade física. De acordo com o gráfico 5, quanto aos tipos de alimentos ingeridos na refeição pré-treino, a maior parte dos participantes consomem apenas os reguladores, 43,9 % (n=18), os menos consumidos são os energéticos juntamente com os construtores, 7,3% (n=3), e os reguladores também junto com os Página 140 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica construtores, 7,3% (n=3), enquanto que não foi identificado nenhum consumo de alimentos apenas energéticos (n=0). Em relação ao tempo de duração do treinamento funcional (gráfico 6), os resultados indicaram que a maioria dos participantes 68,89% (n=31) realizava o exercício com até 1 hora de duração, 28,89% (n=13) realizava o exercício com mais de 1 hora não ultrapassando 1 hora e meia de treino e somente 2,22% (n=1) realizava o treinamento funcional com duração final de até duas horas. Foi questionado na última pergunta do instrumento de coleta sobre o aparecimento de alguns sintomas durante o exercício físico, mais da metade dos entrevistados 55,55% (n=25) responderam que não sentiam nenhum dos sintomas citados. Dentre os 44,44% (n=20) dos entrevistados que referiram sentir alguns sintomas os que predominaram foram fadiga com 25% (n=6), tontura com 20% (n=4) e outros sintomas com 20% (n=4) que eram específicos de cada participante como cansaço, dores no tornozelo, gases e preguiça. Gráfico 5: Distribuição de praticantes de treinamento funcional, em porcentagem, de duas turmas na cidade de Maceió-Alagoas, de acordo com o tipo de alimento consumido antes do início da atividade física. R = reguladores; E = energéticos; C = construtores. Gráfico 6: Distribuição de praticantes de treinamento funcional, em porcentagem, de duas turmas na cidade de Maceió-Alagoas, de acordo com o tempo de treino, em minutos. DISCUSSÃO A atividade física regular é uma intervenção de baixo custo, que quando praticada tanto por homens quanto por mulheres de forma apropriada, independentemente da idade, acarreta melhorias na qualidade de vida(SILVA et al., 2010). As mulheres parecem ser mais interessadas na prática de treinamento funcional ou de atividade física em geral, pois dentre os 45 indivíduos da amostra 82,22% (n=37) eram mulheres. Resultado semelhante foi Página 141 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica encontrado por Santos e Knijnik(2006) com 30 indivíduos praticantes de atividade física regular, destes, 77% eram mulheres. A maior parte dos praticantes de treinamento funcional avaliados informou que costumam consumir algum alimento antes da atividade física (91,11%; n=41).Da mesma forma,no estudo de Santos, Ribeiro e Liberali (2011), a maioria dos frequentadores de uma academia de ginástica de Curitiba disseram que se alimentam antes do treino (83,3%; n=18), e no de Brasil et al. (2009), onde 82,2% do grupo avaliado também informou se alimentar antes de iniciar uma atividade física. Dentre os motivos que justificam a não realização da refeição pré-treino por alguns indivíduos se encontram o incômodo em fazer exercícios com alimento no estômago; treinar muito cedo; falta de apetite pela manhã; e preguiça de acordar mais cedo apenas para se alimentar antes do exercício físico. Durante os exercícios realizados em jejum vários estudos já demonstraram que existe uma maior mobilização de gordura (como fonte energética) ocorrendo o aumento de corpos cetônicos e baixa do nível sanguíneo de glicose (carboidrato) levando a hipoglicemia. Nessa situação, há maior dificuldade de contração muscular, além de que, faltando essa fonte energética, as proteínas começam a exercer esse papel e então o indivíduo tende a perder massa magra, tudo isso ocasiona em fraqueza o que traz desvantagens ao indivíduo que espera bons resultados com qualquer treinamento(BOTH, FRANZ E BUSNELLO, 2012). No presente estudo, a maioria dos participantes (51,21%; n=21) costumam realizar a refeição pré-treino, em cerca de 20 a 40 minutos, intervalo de tempo inferior à média (53,4 minutos) de antecedência identificada por Scheer, Conde e Pastore (2015)com frequentadores de duas academias privadas do município de Capão do Leão, Rio Grande do Sul, e semelhante ao intervalo de tempo predominante entre as mulheres (33,34%; 15 a 30 minutos) e entre os homens (50%; 30 a 45 minutos), no estudo de Santos, Ribeiro e Liberali (2011). Dentre os alimentos mais consumidos diariamente antes do treino pelos participantes destacaram-se principalmente os reguladores (frutas), 43,9% (n=18). A preferência por estes alimentos pode estar relacionada à praticidade do seu consumo.O consumo de frutose antes do exercício não causa aumento na glicose sanguínea nem na insulina, podendo assim ser uma excelente opção pré-exercício (FEBBRAIO E STEWART, 1996). Segundo Jaime et al. (2009) os indivíduos com idades mais avançadas apresentam um maior consumo de frutas e hortaliças quando comparados aos mais novos, devido a uma maior preocupação com a saúde e o seguimento de orientações recebidas em consultas médicas. Neutzling et al (2009) concluíram em seu estudo que as frequências de consumo de frutas, legumes e verduras foram maiores entre as mulheres, em indivíduos mais velhos e entre aqueles que possuíam maior nível socioeconômico. Revelou, ainda, que indivíduos menos ativos consomem menos alimentos reguladores. Nenhum participante relatou consumir algum alimento energético de forma isolada. Quando consumido, 14,8% (n=6) dos indivíduos o juntaram com um regulador e 7,3% (n=3) com um construtor. Aragão e Fernandes (2014) concluíram que alimentos fontes de carboidratos e proteína são os mais consumidos por homens praticantes de musculação de cinco academias da cidade de Goiânia-Goiás. Verificou-se, no presente estudo que dentre os energéticos citados estavam, por exemplo, batata doce, macaxeira e pão integral, considerados de moderado a baixo índice glicêmico. Não foi relatado o consumo de doces e refrigerantes nos períodos que antecedem os treinos. É recomendada a ingestão de alimentos de baixo índice glicêmico antes da realização de um exercício prolongado, para que possa promover uma maior disponibilidade de glicose para as células nos momentos subsequentes (FLORES E MATTOS, 2011). Ao contrário, devem-se evitar alimentos com alto índice glicêmico, pois aumentam a glicemia, resultando numa maior liberação de insulina pelo pâncreas, e causando um rápido declínio na glicose plasmática pelo rápido transporte deste nutriente para os músculos, e como consequência pode resultar em fadiga e baixo rendimento (BOTH, FRANZ E BUSNELLO, 2012). Página 142 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Seixas et al. (2011) concluíram ao avaliar corredores adultos com e sem jejum alimentar de um grupo de corrida de rua em Lauro de Freitas/BA, que a ingestão de carboidratos no pré-treino proporcionou aumento do VO2 máximo dos participantes com melhora no desempenho e rendimento. Apenas 5 participantes (12,1%) relataram consumir alimentos construtores de forma isolada. Resultado superior ao estudo de Scheer, Conde e Pastore (2015) onde 5,7% fazia uso de alimentos fontes prioritárias de proteína. O leite e o iogurte foram às fontes proteicas mais citadas no presente estudo. No entanto, para Brasil et al. (2009) alimentos ricos em proteína devem ser evitados ou consumidos com moderação dependendo do intervalo de tempo entre o fim da refeição e o início da atividade, pois tendem a retardar o esvaziamento gástrico, o que pode gerar um desconforto durante a atividade, além disso, não são fontes de energia rapidamente disponíveis. Dos 45 indivíduos, 14,6% (n=6) relataram consumir alimentos reguladores, energéticos e construtores de forma conjunta, através da preparação de vitamina de frutas mais tapioca ou sanduiche de queijo mais suco de fruta, como exemplos. A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2009)orienta que as escolhas dos alimentos, assim como as preparações da refeição, devem respeitar características gastrintestinais individuais dos atletas. E recomenda que a refeição que antecede os treinos deve ser suficiente na quantidade de líquidos para manter hidratação, pobre em gorduras e fibras para facilitar o esvaziamento gástrico, rica em carboidratos para manter a glicemia e maximizar os estoques de glicogênio, moderada na quantidade de proteína, devendo fazer parte do hábito alimentar do atleta. Neste estudo, 44,45% (n=20) dos indivíduosconstatou o aparecimento de pelo menos um sintoma, sendo os mais frequentes a fadiga e tonturas. Para Both, Franz e Busnello (2012) a alimentação pré-treino é capaz de prevenir a hipoglicemia e seus sintomas de tontura, fadiga injustificada, visão obscurecida, que podem interferir no desempenho máximo do praticante. CONCLUSÃO Da população avaliada neste estudo a maior parte não segue as recomendações dietéticas preconizadas pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, o que pode resultar em consequências negativas como, aparecimento de sintomas indesejados, redução do desempenho durante a atividade, alterações inadequadas da composição corporal e problemas de saúde. Mesmo partindo do pressuposto que a população tenha acesso a informações sobre Nutrição, mais da metade da alimentação dos participantes do estudo não se encontram adequadas do ponto de vista nutricional, o que mostra a necessidade de haver orientação dietética disponível para tal população, os auxiliando a atingir seus objetivos, esclarecendo dúvidas e desmistificando os muitos conceitos errôneos que correm nas práticas de exercícios físicos. REFERÊNCIAS BOTH, M.; FRANZ, L. B.; BUSNELLO, M. B. Índice de qualidade da dieta de frequentadores de academia. Revista contexto & saúde, v. 12, n. 23, p. 2-8, 2012. Brasil, T.A.; Pinto, J.A.; Cocate, P.G.; Chácara, R.P.; Marins, J.C.B. Avaliação Do Hábito Alimentar De Praticantes De Atividade Física Matinal. Fitness & Performance Journal. v. 8, n. 3, p. 153-163, 2009. FEBBRAIO, M. A.; STEWART, K. L. CHO feeding before prolonged exercise: effect of glycemic index on muscle glycogenolysis and exercise performance. 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Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev. Bra. Med. Esporte, v. 15, n. 3, 2009. BRITO, B. M. de B. Endereço: Rua Gerson Wanderley de Oliveira 426 Cruz das Almas, Maceió – AL Página 144 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica TREINAMENTO DE FORÇA E ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIAS-AVDS EM IDOSOS CRUZ,H.R.M ([email protected]) GOMES,T.S 2- FACULDADES MONTENEGRO – IBICARAI – BAHIA SANTOS,D.S 3- FACULDADES MONTENEGRO – IBICARAI – BAHIA SILVA,U.S 4- FACULDADES MONTENEGRO – IBICARAI – BAHIA DAYANE DOS SANTOS RIBEIRO 5 – FTC – FISIOTERAPIA – ITABUNA – BAHIA ESPECIALISTA EM TERAPIA MANUAL E POSTURAL – PELA CESUMAR Resumo: Uma boa qualidade de vida requer independência funcional, e para isso é necessário um bom desempenho físico. Com o envelhecimento há conseqüências de perda de capacidade física fundamentais para uma vida saudável, como a força e o equilíbrio. Portanto, o treinamento de força e AVD´s (atividade de vida diária) em idosos, são de fundamental importância por proporcionar ganho na força e massa muscular, ocasionando, sobretudo, uma melhoria substancial no equilíbrio, na estrutura, na função respiratória e cardiovascular. Nota-se que o consumo máximo de oxigênio decai gradativamente quando o indivíduo envelhece, mesmo em casos de idosos que treinam, mas ainda assim, estes idosos que treinam e considerados ativos, passando assim a obter uma atividade de vida diária, com uma disciplina e regulamente acompanhado com um profissional, comprovam-se os estudiosos que têm o consumo máximo de oxigênio mais elevado em comparação com os idosos sedentários. Sendo assim, estes idosos podem aumentar a sua força, músculo, e aumentar de forma precisa o consumo máximo de oxigênio conforme um programa de qualidade no treinamento, tanto aqueles que tenham submetido há um pouco mais de treinamento mais cedo em sua vida, desde a sua juventude, como também, os que por qualquer circunstância impeditiva, apenas iniciaram seu treinamento vigoroso e prolongado de força na fase adulta para idosa. Por fim, a atividade de vida diária em idosos, muda positivamente a vida destes, tornando-os mais saudáveis e resistentes aprimorando seu curso vital, energético, no dia-a-dia, como ao subir degraus, escadas levantar-se do solo, e tantos outros benefícios. Palavra Chave: Força/ Treinamento/ Músculo/ Idoso Abstract: A good quality of life requires functional independence, and for that reason, we need a good physical performance. With aging there are consequences of loss of physical capacity essential for a healthy life, as strength and balance. Therefore, strength training and ADL's (activities of daily living) in elderly people, are of fundamental importance for providing gain in strength and muscle mass, leading, in particular, a substantial improvement in balance, structure, function, respiratory and cardiovascular . Note that the maximum oxygen consumption gradually declines as people age, even in cases of elderly coach, but still, these elderly people who train and considered active, and thus to obtain an activity of daily living, with a discipline and regularly accompanied by a professional, show up scholars who have the maximum oxygen consumption higher compared to sedentary elderly. As such, these elderly people can increase their strength, muscle, and increase the precise maximum oxygen consumption as a quality program on training, both those who have been subjected for a little more training earlier in his life, from his youth, but also the fact that any impediment, just started his training vigorous and prolonged strength in adulthood to Página 145 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica old age. Finally, the activity of daily living in elderly people, changes their life positively, making them healthier and more resistant enhancing its course vital, energetic, day-to-day as when climbing stairs, stairs rise from the ground, and many other benefits. Palavra Chave:Force / Training / Muscle / Elderly INTRODUÇÃO No decorrer da vida, os indivíduos sofrem alterações perceptíveis, tanto nos aspectos funcionais, quanto motores, psicológicos e sociais, ocasionando uma diminuição das capacidades vitais com menor desempenho das atividades básicas da vida diária (AVDs). Segundo Shephard (1998), a diminuição das capacidades vitais e a perda de massa muscular e óssea são uma constante na vida dos idosos. Aos 65 anos de idade um idoso já perdeu, aproximadamente, 25% de força muscular. Porém, com o treinamento de força melhora as atividades de vida diárias em idosos, “nas ultimas décadas ficou comprovado que os idosos podem se beneficiar com a participação em programas de treinamento de força. O Treinamento regular conserva e aumenta à força muscular, este aumento na força muscular foram observados para homens e mulheres com mais de 50 anos depois de oito semanas de exercícios de treinamento de força (367 pessoas envolvidas na pesquisa)” ¹. O treinamento de força é um modo de diminuir o declínio da força e da massa muscular relacionado à idade. Desta forma, o treinamento de força (TF) é um método efetivo para o desenvolvimento do componente músculo-esquelético, além de influenciar na velocidade, equilíbrio, coordenação motora e flexibilidade dentro do contexto, o objetivo geral é analisar como o treinamento de força melhora as AVD’s em idosos. Tendo como objetivos específicos, verificar como o treinamento de força é fundamental nas AVD’s para os idosos; Aplicar testes que avaliem a capacidade funcional das AVD’s em idosos. A proposta do artigo é apresentar a qualidade da atividade de vida diária em idosos, obtendo estes idosos sucessos em sua adaptação social. Outros sim, demonstrar a classe acadêmica o estudo da causa em idosos e sua adaptação na prática. _____________ ¹ http://www.cdof.com.br/idosos1.htm 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Idosos e Envelhecimento Conforme a Organização Mundial de Saúde os indivíduos com idades entre 45-59 anos são chamada “meiaidade”, entre 60-74 anos são os “idosos”, entre 75-90 são os “velhos”, e acima de 90 anos são chamados “muito velhos” (CAMPOS, 2001). O envelhecimento é um processo natural do ser humano e caracterizado por diversas alterações nos sistemas orgânicos.As alterações fisiológicas ocorridas com o envelhecimento geralmente estão associadas a abusos de longo prazo como má nutrição, tabagismo, exercícios inadequados e exposição a agentes nocivos. Porém não deve ser dito que todas as doenças podem ser prevenidas por uma vida saudável. O sedentarismo é um fator que atinge várias classes sociais e faixas etárias. Isto está relacionado ao incremento tecnológico que facilita as atividades realizadas diariamente. Devido esta facilitação não ocorre sobrecarga adequada ao sistema cardiorrespiratório e músculoesquelético, havendo necessidade de uma prática regular de atividade física para manutenção das capacidades funcionais (MAZO, 2001). A remodelagem das unidades motoras se deteriora com o avanço da idade, resultando em atrofia muscular, reduzindo o corte transversal e a massa muscular, condição chamada de sarcopenia (MCARDLE, 2003). A perda de massa muscular é responsável pela diminuição do nível metabólico basal, da força muscular e dos níveis de atividade que são a causa das necessidades reduzidas de energia do idoso Página 146 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica (GUCCIONE, 2002). A perda da massa muscular acontece em duas fases: uma mais lenta, de 10%, entre os 25 e 50 anos de idade e uma mais rápida, de 40%, entre os 50 e 80 anos de idade (POWERS, 2000). www.scielo.or CAMPOS, 2001. As fibras do tipo II, consideradas rápidas, diminuem em número e volume em maior proporção que as do tipo I (lentas). Além da perda da força muscular, a habilidade do músculo para exercer força rapidamente (potência), também diminui com a idade. Essa habilidade é muito importante para evitar quedas nos idosos. A potência e sua treinabilidade não têm sido muito estudadas, porém sua importância é de extrema relevância para as capacidades funcionais do indivíduo, pois muitas AVD`s exigem um grau de desenvolvimento rápido de força como caminhar, subir escadas e levantar objetos (FLECK; KRAEMER, 1999). A perda de massa óssea começa no homem entre 50 – 60 anos de idade, com taxa de 0,3% ao ano, e na mulher a uma taxa de 1% dos 45 aos 75 anos. Uma mulher com 70 anos têm diminuição de 20% e no homem essa diminuição é de 3% da densidade mineral óssea. Essa perda está relacionada além do envelhecimento à genética, estado hormonal, nutricional e nível da atividade física do indivíduo (MATSUDO, 2000). Acredita-se que a perda de massa óssea ocorre pelo aumento da atividade dos osteoblastos, diminuição da atividade dos osteoblastos ou pela combinação de ambos. Essas alterações acarretam perda de massa óssea contínua, processo denominado osteoporose, que não apresenta nenhuma característica marcante que garanta sua prevenção ou diagnóstico precoce. Geralmente está associada após a ocorrência de fraturas, e exames complementares devem ser realizados, para avaliar o grau de densidade óssea, como a densitometria óssea (REBELATTO;MORELLI, 2004). Acontece diminuição da estatura devido à compressão vertebral, estreitamento dos discos intervertebrais e cifose (MATSUDO, 2000). Associado a isso, Rebelatto e Morelli (2004), complementam que ocorre aumento do contato das superfícies ósseas dos corpos vertebrais iniciando um processo denominado artrose, caracterizado pela deposição de cálcio e dando origem a osteófitos. Existe também a diminuição dos arcos do pé, e que a perda da estatura acontece em cerca de 1cm por década a partir dos 40 anos de idade. Aliado a essa diminuição da força muscular e atividade física há concentração maior de gordura nestes indivíduos. A gordura passa a ter uma localização diferente, passando das camadas mais superficiais às mais profundas e a taxa metabólica basal é reduzida devido ao desvio de componentes magros para gordurosos. Nas mulheres se torna ainda mais evidente por ocasião da menopausa que a torna mais suscetível ao aumento de peso (POWERS,2000). A principal causa do aumento do peso corporal é um declínio do nível metabólico e de atividade física, associado a um consumo de energia elevado (GUCCIONE, 2002). 2.2 A Mudança na Massa Muscular As principais mudanças encontradas a partir do momento que o individuo envelhece são crescimento na quantidade de gordura no organismo, diminuição da força muscular, osteoporose, ligamentos e tendões mais fracos, diminuição dos reflexos de ação e reação, diminuição da coordenação e habilidade motora e da aptidão física. Com isso, as pessoas apresentam menos equilíbrio e assim ficam sujeitas a quedas, que constituem a primeira causa de acidentes em pessoas acima de 60 anos. Com a perda da massa muscular há também declínio em consumo máximo de oxigênio, sendo assim, HAYWOOD e GTCHEL, entendem que: Assim, quanto mais massa muscular, mais probabilidade de o consumo máximo de oxigênio ser maior. Na realidade, quando o consumo máximo de oxigênio é relacionado aos quilogramas de músculo (em vez de quilogramas de peso corporal) em idosos, os declínios diminuem de 60 para 14% em homens e de 50 para 8% em mulheres. Um fator para minimizar a perda de desempenho de resistência, então, é a manutenção de massa muscular. ³ (HAYWOOD & GTCHEL, 2010, p. 307) Portanto, obtendo uma manutenção na massa muscular, dentre tantos os fatores já mencionados, os idosos se sentirão mais aptos, confiantes e independentes para praticar as atividades da vida diária, melhorando o aumento de resistência e força muscular necessárias para realização de tarefas comuns, como pegar um neto no colo ou ir ao supermercado, subir degraus, aumentando a sua qualidade de vida.(HAYWOOD Kathlen M. & GTCHEL Nancy, Desenvolvimento motor ao longo da vida, 5ª edição, Porto Alegre 2010.) Página 147 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica É importante mencionar, que tais treinamentos combatem a obesidade, o que evita e retarda o surgimento de diabetes, e melhora a capacidade aeróbica (respiração) também pode acontecer à redução da perda da massa óssea - osteoporose -, podendo em alguns casos até recuperá-la. "Além do fato de músculos e ossos fortes diminuir os riscos de quedas e de fraturas de fêmur e de quadril, tão temidas após os sessenta anos, o que poucos sabem é que o fortalecimento muscular reduz dores já existentes provenientes de doenças como artrite, tendinite, bursite, artrose (bico de papagaio) e problemas de coluna", esclarece a especialista Evelin Goldemberg, mestre e doutora em reumatologia e professora da disciplina da clínica médica da UNIFESP- Escola Paulista de medicina, em São Paulo. 2.3 Treinamento de Força/ AVD´S Hollmann e Hettinger (1989) afirmam que a aplicação de carga em torno de 20 a 30% da força máxima estática não leva a nenhum aumento da força nos ângulos articulares treinados, pois esta carga coincide com o nível de solicitação diário. Esse dado é válido apenas para pessoas que não estejam incapacitadas de movimentarem plenamente a sua articulação. Com o passar dos anos, paradigmas foram sendo quebrados e, aos poucos, o treinamento com pesos foi sendo incorporado à vida de pessoas comuns que buscavam uma melhor qualidade de vida. Dentre muitos fatores benéficos obtidos por tal treinamento, está o aumento da força. Talvez este seja o maior proveito, pois é útil tanto no aumento do desempenho de atletas, como na melhoria das atividades de vida diária de pessoas comuns (Fleck e Júnior, 3003; Novaes e Vianna, 1998). Vale ressaltar, no entanto, que aumentar a força muscular não vai, consistentemente, resultar em melhora na performance de tarefas funcionais (Skelton el al ., 1995; Chandler e Hadley, 1996; Keysor e Jett, 2001). Um estudo de Vreede et al. (2005) comparou o treinamento de força com exercícios simples de tarefas do dia-a-dia, como caminhar carregar objetos, levantar-se da cama ou de uma cadeira, dentre outros. 3. MATERIAL E MÉTODO 3.1 Amostra Foi selecionado 01 voluntário, por ter sido a pessoa mais interessada em participar do estudo, fisicamente independente, sexo feminino, 74 anos, residente em Coaraci- BA e aluna da Academia CIA DO CORPO. A selecionada não apresentou significativos problemas de saúde e/ou incapacidade que pudessem ser agravados com o programa de treinamento. 3.2 Estudo de Caso O Estudo de Caso é um dos tipos de pesquisa qualitativa que vem conquistando crescente aceitação na área da educação. É uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando a sua unidade e identidade própria. É uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se sobre uma situação específi ca, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. (VILABOL 29/07/2008) Procedimento para a coleta de dados As mensurações foram realizadas na sala de avaliação da academia CIA DO CORPO, consistindo de testes que avaliam a capacidade funcional de idoso e uma escala que avalia a auto-percepção dos desempenhos para realizar as atividades da vida diárias (AVD’s) ambos propostos por Andreotti e Okuma (MATSUDO, 2000). Bateria de Testes de Atividade de Vida Diários (AVD’s). Página 148 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Teste de levantar da cadeira em 30 segundos. Este teste tem sido recomendado como uma alternativa prática para medir indiretamente a força dos membros inferiores. Material: Cronômetro, cadeira com encosto reto ou de dobradiças (sem braço ) com altura de aproximadamente 43 cm. Para o teste ficar mais seguro, é recomendado colocar a cadeira apoiada na parede desta forma impedindo que a mesma se mova durante o teste. Procedimento: Inicia – se o teste com o avaliado sentado no meio da cadeira com as costas retas e os pés apoiados no chão. Os braços ficam cruzados contra o tórax. Após o comando do avaliador, o avaliado se levanta ficando total mente de pé, e em seguida retorna a uma posição completamente sentada. Este movimento será repetido o maior número de vezes em 30 segundos. Flexão de cotovelo É um teste alternativo descrito por RIKLI e JONES para mensurar indiretamente a força dos membros superiores. Material : Cronômetro, cadeira com encosto reto ou de dobradiças ( sem braços ), halteres de 2 kg. Procedimento: Sentado na cadeira com as costas estabilizada no encosto e com os pés apoiados no chão. O peso é segurado de lado com a mão dominante fechada. Inicia-se o teste com o braço estendido para baixo ao lado da cadeira. Ao sinal do avaliador o avaliado vira a palma da mão para cima enquanto flexiona o braço, completando por completo o ângulo de movimento, após retornando a posição inicial com o cotovelo totalmente estendido. Calçar meias Material: Cadeira sem braço, com acento possuindo 40 cm de altura em relação ao chão, meias de algodão. Procedimento: O avaliado deverá se sentar em uma cadeira, e no momento possível calçar uma meia. Com os joelhos flexionados, pés apoiados no chão, braços ao longo do corpo e a meia colocada sobre uma das coxas, ao sinal do avaliador,o avaliado devera colocar a meia o mais rápido possível. O cronômetro deve ser acionado ao sinal, e parado quando o individuo assumir a posição inicial, só q nesse momento com os braços repousando sobre as coxas. Procedimento das aulas de musculação O programa compreendeu o período de 2 meses, com freqüência de 03 (três) vezes por semana (Segunda, quarta e sexta-feira), com 01h:00min de duração cada sessão e dois grupos musculares por dia treinados. A voluntária fez um breve alongamento seguido de um aquecimento de 00h:12 min. na esteira e ou bicicleta. Para o treinamento dos grupos musculares foram realizados os seguintes exercícios: Treinamento dos grupos musculares: MÚSCULO PEITORAIS SEGUNDA-FEIRA: EXERCÍCIOS Supino Reto Supino Inclinado Crucifixo TRÍCEPS S 3 3 R 6 6 3 6 COSTAS EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS Polia Polia corda Unilateral BÍCEPS S R Página 149 S 4 4 4 R 3 3 3 COSTAS Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica TERÇA-FEIRA: Rem. Sentada 4 Rem. 3 Unilateral Puxador p/ 3 Frente 6 6 EXERCÍCIOS Rosca Direta Ros. Punho Ros. Mesa Ros. Inversa 6 MÚSCULO DELTÓDE SEXTA-FEIRA: EXERCÍCIOS Elevação Frontal Elevação Lateral Remada Alta Encolhimento S 3 3 4 4 R 6 6 6 6 MEMBROS INFERIORES S 3 3 3 3 R 6 6 6 6 ABDOMINAIS EXERCÍCIO Supra Abdominal Infra Abdominais Oblíquos S 4 R 5 4 5 EXERCÍCIOS Leg Pres 45° S 3 R 6 Mesa Extensora Mesa Flexora Panturrilha Elevação da Pelva Adutor 3 3 3 3 4 6 6 6 6 6 A carga foi utilizada 4 5 conforme a capacidade da avaliada, de maneira confortável e aumentando progressivamente e baseou-se nas recomendações correntes no que se diz respeito à pratica do treinamento para população não-atlética (ACSM, 2002). A força foi estimada com base no conceito de repetição máximas ( RM ), ou seja, o número de repetições por séries que se pode executar com uma determinada carga, usando- se a técnica corrente ( Fleck & Kraemer, 1999).Esta método foi escolhido pela dificuldade de fazer o teste de uma repetição máxima( 1 RM) com a voluntária. Resultados Tabela I – Resultado do primeiro teste de Atividade de Vida Diárias (AVD´s) Força Muscular N° de Repetições Teste de levantar da cadeira 15 Flexão de cotovelo 19 Calçar meias _ Tabela II – Resultado do segundo teste de Atividade de Vida Diárias (AVD´s) Força Muscular N° de Repetições Teste de levantar da cadeira 19 Flexão de cotovelo 21 Calçar meias _ Segundo 30” 30” 10” Segundo 30” 30” 06” 3 CONCLUSÃO Este trabalho é parte de um estudo mais amplo que constitui uma pesquisa de base em academia, realizada em Coaraci-BA, que envolve coleta de dados primários relativos à Atividade de Vida Diárias em Página 150 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica idosos ( AVD´s). O estudo teve por objetivo observar os efeitos do treinamento de força em idosos com mais de 60 anos e a evolução do ganho de força destes idosos, durante 02 meses de treinamento, em cada 03 dias por semana. REFERÊNCIAS ³ HAYWOOD Kathlen M. & GTCHEL Nancy, Desenvolvimento motor ao longo da vida, 5ª edição, Porto Alegre 2010. MATSUDO, S. M. Avaliação do Idoso Física e Funcional 3ª Edição São Caetano do Sul-SP 2010 http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009 Rev Saúde Pública 2009;43(5):796-805 Treinamento de Força na atualidade - Alexandre Trindade Ramos http://www.scf.unifesp.br/artigos/terceira%20idade_Evelin.htm Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 13(1): 46-66, jan./jun. 1999 NOVAES JS, VIANNA JM. Personal training e condicionamento físico em academia. Rio de Janeiro: Ed Shape, 1998 SKELTON DA, YONGA, GREIGCA,MALBUTKE. Effects of resistence training on atrength Power and functional abilities of women aged 25 and older. J Am Geriatric Soc; 41: 1081-7. CHANDLER JM, HADLEY EC. Execise to improve physiologic and functional performance in old age. Clin Geriatr Med 1996; 12: 761 – 84. KEYSOR JJ, JETTEAM. 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Epidemiologia: teoria e prática / Maurício Gomes Pereira. – [ reimpr.]. – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2008. VILABOL. 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Para avaliar as capacidades físicas, primeiramente foi traçado um perfil antropométrico (estatura, peso e percentual de gordura) e em seguida foram utilizados os seguintes testes: Banco de Wells (flexibilidade), Shuttle Run com bola (agilidade), Salto Horizontal (potência de membros inferiores) e Shuttle Run (resistência aeróbia). Como resultado, não foi encontrado melhoras estatisticamente significativas no percentual de gordura e nas capacidades de flexibilidade e resistência aeróbia, com P ≤ 0,05. Já nas capacidades de agilidade (pré 8,56 ± 0,55; pós 8,07 ± 0,51*s) e potência de membros inferiores (pré 2,16 ± 0,16; pós 2,59 ± 0,18*cm), foi encontrada a significância estatística, com P ≤ 0,05. Para avaliação estatística, foi utilizado o teste t-student. Conclui-se que o planejamento do treinamento é fundamental, principalmente em equipes amadoras onde os atletas não são monitorados constantemente, já que as principais capacidades físicas da modalidade de futsal apresentaram pouca melhora significativa quando expostas apenas a treinamentos visando jogo. Uma frequência de pelo menos três vezes na semana, aliada a individualização do treinamento, com sessões específicas para cada função desempenhada em uma equipe podem apresentar resultados satisfatoriamente mais positivos. Palavras-chaves: Futsal. Monitoramento. Capacidades físicas. ABSTRACT This research proposes an investigation that involves futsal and sport training in order to verify the physical skills acquired with precompetitive training and their changes after the competitive period in wards of an amateur team without financial resources. In order to evaluate physical skills, firstly it was traced an anthropometric profile (height, weight and fat percentage), after it the following tests were used: Bank of Wells (flexibility), Shuttle Run with ball (agility), Horizontal Jump (lower members power) and Shuttle Run (aerobic endurance). It was not found significant statistical improvements in fat percentage, flexibility skills and aerobical endurance, with P ≤ 0,05. In agility skills (pre 2,16 ± 0,16; pos 2,59 ± 0,18*cm), it was found statistical significance, with P ≤ 0,05. For statistical evaluation, it was used the t-student test. It comes to the conclusion that the planning of training is fundamental when the goal is to improve physical skills, mainly in amateur teams where the athletes are not constantly monitored, since futsal main physical skills show little significant improvement when exposed to trainings aiming only the match. A frequency of at least three times a week, combined with training individualization and with specific sessions for each function performed in a team can show more positive results. Página 153 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Keywords: Futsal. Monitoring. Physical skills. INTRODUÇÃO O futsal é um esporte bastante dinâmico e intenso, onde as ações de ataque e defesa acontecem com muita frequência e dentro deste patamar do esporte algumas características físicas dos atletas são bastante exigidas e devem ser treinadas para um melhor desempenho dentro de quadra, seja nos treinamentos ou, principalmente, durante as partidas. Com um período preparatório praticamente se fundindo com o competitivo, o treinamento teve que se adaptar para que os atletas alcancem seu pico no período desejado (CETOLIN e FOZA, 2010). Esta pesquisa se propõe a uma investigação que envolve futsal e treinamento desportivo, além de ter relação direta com a área de medidas e avaliação, adotando como tema “Avaliação e Monitoramento das capacidades físicas em atletas de futsal”, avaliando os alas de uma equipe amadora sem recursos financeiros. Conforme citado na obra de Santos Filho (1995, p.8), “... os praticantes de futsal necessitam fundamentalmente de: endurance, velocidade, resistência muscular localizada e potência muscular [...],. agilidade, flexibilidade, coordenação, ritmo e o equilíbrio.”, baseando-se nesta informação o estudo delimita-se a investigar a melhora e a manutenção do perfil antropométrico e das capacidades físicas de agilidade, resistência, potência de membros inferiores e flexibilidade, importantes nesta modalidade. Como passo inicial, foi traçado um perfil antropométrico de cada atleta, através da idade, peso corporal total (Kg) e percentual de gordura através do protocolo de Guedes e Guedes (2006), com o intuito de acompanhamento da evolução do treinamento com relação ao percentual de gordura, uma vez que, tais informações são relevantes tanto para a escolha das estratégias de preparação física a serem aplicadas quanto para a detecção e seleção de jovens talentos para a modalidade (AVELAR et al., 2008). Sendo a flexibilidade importante no futsal e em qualquer exercício físico, o estudo classifica essa capacidade física como uma das quatro principais para a modalidade, já que seu aumento resulta diretamente de maneira positiva na amplitude de movimento, força, rapidez, facilidade, fluência e eficácia na hora de realizar qualquer exercício, além do fato da falta de flexibilidade facilitar lesões (BERTOLA et al., 2007). Para avaliação de flexibilidade, foi utilizado o teste no banco de Wells ou teste de sentar e alcançar proposto por Wells e Dillon em 1952. Para mensurar a agilidade dos atletas, o estudo desenvolve o teste Shuttle run com bola, proposto em um estudo realizado por Caicedo (1993), que declara: “O presente estudo teve como objetivos: a) propor um teste que avalie agilidade para futebolistas, procurando tornar o teste mais próximo ao gesto motor realizado pelos jogadores e verificar a reprodutibilidade;...”. Levando em consideração as divergências entre futebol (analisado no estudo de Caicedo) e o futsal (analisado no presente estudo) o teste foi realizado em superfície específica da modalidade. Para mensurar a resistência aeróbia, utilizou-se o teste Shuttle Run. Este método é considerado o mais aplicado, que requer pouco espaço físico, permite avaliar um grande número de pessoas ao mesmo tempo e ainda possibilita manter controlada a intensidade. (QUEIROGA, 2005). Com vários estágios de velocidade este teste permite uma noção da condição cardiorrespiratória (VO2max), essencial para a prática do futsal. O presente estudo tem como objetivo verificar as capacidades físicas adquiridas com o treinamento précompetitivo e suas alterações após o período competitivo em 5 alas de uma equipe amadora sem recursos financeiros; sendo uma prática pouco utilizada por equipes amadoras de pequeno porte. Para alcançar esse objetivo, serão utilizados os testes citados, por serem simples e baratos para avaliar todas as capacidades já descritas anteriormente. A pesquisa tem como locais de aplicação a quadra do Centro Social Urbano de Lins (CSU) e o Laboratório de Avaliação do Esforço Físico (LAEF) do Unisalesiano Lins com sua quadra anexa, com os testes realizados pelos atletas da equipe Futsal Lins/SEMEL, especificamente os que jogam na função de ala, com o apoio da comissão técnica e administrativa da equipe. Os critérios de inclusão e exclusão utilizados foram: ser um Página 154 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica atleta de futsal há no mínimo três anos, desempenhar a função de ala, idade entre 18 e 30 anos, sem lesões iniciais, estando os atletas aptos à realização da bateria de testes proposta no presente estudo. Baseando-se nas afirmações descritas anteriormente, o estudo indaga: O treinamento monitorado pode aprimorar e evitar perdas das capacidades físicas de atletas de futsal durante o período competitivo? Em resposta a este questionamento sugere-se que, estabelecida uma base de valores para estas capacidades com a primeira avaliação, os atletas apresentem uma evolução na avaliação subsequente, mostrando a manutenção dessas capacidades durante toda a temporada que foi planejada para a equipe. OBJETIVOS O presente estudo tem como objetivo verificar as capacidades físicas adquiridas com o treinamento précompetitivo, com foco apenas na parte técnica e tática, e suas alterações após o período competitivo em 5 alas de uma equipe amadora sem recursos financeiros; sendo uma prática pouco utilizada por equipes amadoras de pequeno porte. Para alcançar esse objetivo, foi traçado um perfil antropométrico, onde foram mensurados estatura, peso e percentual de gordura e em seguida foram utilizados os seguintes testes: Banco de Wells para avaliar a flexcibilidade de membros inferiores, Shuttle Run com bola para estabelecer níveis de agilidade relacionada com a modalidade de futsal, Salto Horizontal para checar a potência de membros inferiores e Shuttle Run para avaliar a resistência aeróbia dos atletas. Os testes foram selecionados de acordo com a validade de seus resultados em outros estudos e por serem simples e baratos para avaliar todas as capacidades já descritas anteriormente, sendo assim, toda a avaliação pode ser realizada por qualquer equipe, já que não são exigidos materiais de dificil acesso. MATERIAIS E MÉTODOS Para avaliação estatística, foi utilizado o teste t-student para a comparação dos resultados pré e pós competitivos. A significância adotada para a avaliação estatística foi de p≤0,05. Como passo inicial, foi traçado um perfil antropométrico de cada atleta, através da idade, peso corporal total em Kg e percentual de gordura através do protocolo de Guedes e Guedes (2006), com o intuito de acompanhamento da evolução do treinamento com relação ao percentual de gordura, uma vez que, tais informações são relevantes tanto para a escolha das estratégias de preparação física a ser aplicadas quanto para a detecção e seleção de jovens talentos para a modalidade (AVELAR et al., 2008). Sendo a flexibilidade importante no futsal e em qualquer exercício físico, o estudo classifica essa capacidade física como uma das quatro principais para a modalidade, já que seu aumento resulta diretamente de maneira positiva na amplitude de movimento, força, rapidez, facilidade, fluência e eficácia na hora de realizar qualquer exercício, além do fato da falta de flexibilidade facilitar lesões (BERTOLA et al., 2007). Para avaliação de flexibilidade, foi utilizado o teste no banco de Wells, também conhecido como teste de sentar e alcançar proposto por Wells e Dillon em 1952. Para mensurar a agilidade dos atletas, o estudo desenvolve o teste Shuttle run com bola, proposto em um estudo realizado por Caicedo (1993), que declara: “O presente estudo teve como objetivos: a) propor um teste que avalie agilidade para futebolistas, procurando tornar o teste mais próximo ao gesto motor realizado pelos jogadores e verificar a reprodutibilidade;...”. Levando em consideração as divergências entre futebol (analisado no estudo de Caicedo) e o futsal (analisado no presente estudo) o teste foi realizado em superfície específica da modalidade. Para mensurar a resistência aeróbia, foi escolhido o teste Shuttle Run. Este método é considerado o mais aplicado, que requer pouco espaço físico, permite avaliar um grande número de pessoas ao mesmo tempo e ainda possibilita manter controlada a intensidade. (QUEIROGA, 2005). Com vários estágios de velocidade este teste permite uma noção da condição cardiorrespiratória (VO2max), essencial para a prática do futsal. A primeira bateria de cada período de testes foi realizada no LAEF e em sua quadra anexa, nos dias 26/02 (pré-competitivo) e 14/05 (pós-competitivo) onde foi traçado um perfil antropométrico de cada atleta Página 155 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica através do peso, altura e do protocolo de Guedes de três dobras. Em sequência, o atleta já avaliado dirigiase até a avaliação de flexibilidade, através do banco de Wells e ao término da avaliação de todos os atletas no LAEF, o grupo se dirigia a quadra do local para a realização do teste Shuttle Run. A segunda bateria de testes foi realizada na quadra do CSU, nos dias 28/02 (pré-competitivo) e 16/05 (pós-competitivo). Em um primeiro momento foi aplicado o teste de Salto Horizontal e sendo finalizada a bateria de testes com o Shuttle Run com bola. Para deixar a avaliação dinâmica e evitar que os atletas permanecessem ociosos, alguns testes foram realizados simultaneamente permitindo que os testes fossem realizados em sequência e, quando necessário, os atletas eram submetidos a um tempo de repouso, adequado ao protocolo, entre testes que exigiam grande esforço. Resumindo, os atletas permaneciam ociosos apenas em seu tempo de descanso.As avaliações marcaram o início e o término do periodo a ser estudado, totalizando 12 semanas, com 11 treinos e 12 jogos. RESULTADOS Os dados serão apresentados em uma única tabela para uma melhor análise. Na Tabela 1, estão expostos a média (M) e o desvio padrão (DP) das avaliações que ocorreram nos períodos pré e pós-competitivos, onde não foram encontrados resultados estatisticamente significativos (P ≤ 0,05) nos testes de peso e %G (percentual de gordura), flexibilidade (Banco de Wells) e resistência aeróbia (SR); porém sendo encontrados resultados estatisticamente significativos nos testes de agilidade (SRB) e potência de membros inferiores (SH). Observando os dados obtidos, os itens peso, %G, flexibilidade e resistência aeróbia não apresentaram valores estatisticamente significativos, enquanto os valores apresentados nos testes de SRB e SH são estatisticamente significativos, com P ≤ 0,05. No SRB foi obtido uma melhora de 5,72%; já no SH, foi obtido uma melhora de 16,6%. Tabela 1 - Valores de M,DP e P dos testes pré e pós competitivos MÉDIA DP ± IDADE (anos) 22,60 3,51 ESTATURA (cm) 172,40 6,95 PESO PRÉ (kg) 67,12 4,08 PESO PÓS (kg) 66,24 3,80 % G PRÉ (%) 10,55 5,22 % G PÓS (%) 9,32 4,22 FLEX PRÉ (cm) 30,50 2,18 FLEX PÓS (cm) 32,90 2,46 SR PRÉ (Vel.) 13,10 0,65 SR PÓS (Vel.) 12,90 0,42 SRB PRÉ (s) 8,56 0,55 SRB PÓS (s) 8,07 0,51 SH PRÉ (m) 2,16 0,18 Página 156 P 0,063 0,235 0,129 0,587 0,040* Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica SH PÓS (m) 2,59 0,16 0,003* *P ≤ 0,05 Fonte: Elaborada pelos autores DISCUSSÃO Como foi possível observar nos resultados, o presente estudo não apresentou diferença estatisticamente significante para os testes de %G, flexibilidade e resistência aeróbia, em contrapartida, apresentou resultados estatisticamente significantes (P ≤ 0,05) para os testes de potência de membros inferiores e agilidade. Com relação ao %G obteve-se uma melhora, porém sem significância estatística. O fator que merece ressalva é o número de sessões semanais e o tempo de duração das sessões, uma vez que a equipe por não disponibilizar de muito tempo optou por treinar a parte tática e técnica, sendo realizado em 11 sessões de treinamento, divididos em duas sessões semanais com duração de 60 min cada sessão. O que vem ao encontro do estudo realizado por Cyrino et al. (2002), onde em 65 sessões divididas em três sessões semanais com duração 150 minutos aproximado por sessão, também não obteve diferença estatisticamente significativa neste mesmo quesito. Em estudo realizado por Santa Cruz (2011) com 44 atletas de futsal com idades entre 16 e 17 anos divididos em três grupos, utilizando modelos de treinamento diferentes para cada grupo, sendo um grupo submetido ao treinamento de cargas seletivas integrado (GTI), outro a periodização clássica (GTC) e um terceiro grupo a um modelo controle/jogo (GJ), sendo realizado 72 sessões de treino e 4 jogos amistosos e 12 jogos neste período para o GTI, e para o GTC foram realizadas 67 sessões e 4 jogos amistosos e 10 jogos neste período, o GJ teve 47 sessões, 2 jogos amistosos e 8 jogos oficiais, após analise dos resultados também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos valores do %G, podendo ser correlacionado o grupo GJ que teve um treinamento similar (priorizando o treino tático e técnico) com o presente estudo que também não encontrou diferenças nesta valência física e que realizou 12 jogos oficiais e as sessões já citadas acima durante o período entre as avaliações. Isso mostra que se as sessões de treinamento não forem dividas corretamente, para a melhora de algumas variáveis, isso pode influenciar diretamente nos resultados, principalmente no que se diz respeito a %G de pessoas que já praticam atividade, pois sua adaptação a uma carga de treinamento tem que ser muito bem priorizada, dosando sempre volume e intensidade. Já na capacidade física de flexibilidade, não houve melhora, porém, durante as sessões de treinamento, os atletas avaliados apenas utilizavam alongamentos no período final, com o intuito de relaxamento, o que não proporciona melhora na amplitude de movimento. Com isso, é possível considerar que a carga de trabalho dessa capacidade física não foi trabalhada, onde os atletas se encaixam no grupo controle do estudo de Bertola et al. (2007) onde este grupo controle realizou apenas as avaliações de flexibilidade, enquanto o outro grupo foi submetido a treinamentos de 25 minutos. Ao término do estudo os atletas do grupo controle não apresentaram melhora estatisticamente válida, enquanto os atletas que trabalharam esta capacidade obtiveram melhora extremamente significativa. Ainda sobre flexibilidade, em estudo realizado por Cattelan e Mota (2010), um dos grupos de atletas realizou uma série de alongamentos estáticos por 25 minutos durante 6 semanas, não encontrando resultados estatisticamente significativos em avaliação utilizando o banco de Wells, o que pode ser comparado ao presente estudo, onde os atletas realizavam cerca de 10 minutos de alongamentos após as atividades do treino. Na capacidade física de resistência aeróbia, o presente estudo não encontrou melhoras estatisticamente consideráveis após as 10 semanas de acompanhamento, o que vai de encontro nos achados do estudo realizado por Gomes (2009), onde dois grupos foram divididos em treinamentos de força e pliometria, ambos treinando três vezes na semana. Durante 8 semanas, sendo assim, nenhum dos dois grupos encontrou melhora estatisticamente significativa. Comparando ambos os estudos, temos diferenças importantes nas cargas de treino, já que os atletas do presente estudo optaram por priorizar treinos técnicos e táticos, onde a intensidade era moderada e com várias pausas durante a atividade, não podendo Página 157 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ser considerado um treino específico de resistência aeróbia. Em outro estudo sobre resistência aeróbia, Campos et. al. (2010) avaliaram 16 atletas de futsal com idade de 14 e 15 anos, antes e após uma prétemporada de 4 semanas. No estudo, os autores realizaram os seguintes procedimentos, na primeira semana, treinamentos aeróbio com intensidade de 70% do VO2max; na segunda semana foram realizados os mesmos exercícios aeróbios, porém com acréscimo de exercícios de força; na terceira e quarta semanas, foram trabalhadas as capacidades de força, resistência anaeróbia, agilidade, coordenação em forma de circuito. Os autores encontraram significância estatística para a melhora do VO 2max, porém, não encontraram o mesmo resultado para o %G. Como diferencial em comparação ao presente estudo, Campos et. al. (2010) avaliaram uma equipe que focou 50% de sua pré temporada em resistência aeróbia, enquanto os atletas deste estudo tiveram foco em treinos técnicos e táticos. CONCLUSÃO Concluem-se através deste estudo os seguintes aspectos nas respectivas capacidades físicas: %G e resistência aeróbia, são capacidades que praticamente se correlacionam, necessitando de treinamentos específicos contínuos durante a temporada, para que se alcance os devidos resultados e para que os mesmos sejam mantidos. Finalizando sobre estas capacidades, sem treinamentos aeróbios fica impossível a diminuição do %G, porém a resistência aeróbia pode ser melhorada sem que o %G diminua. Em relação à flexibilidade, concluiu-se que treinamentos específicos devem ser mais utilizados para que esta capacidade apresente melhora considerável, já que muitos treinadores não possuem sessões especificas de flexibilidade em seus treinamentos. Alongamentos para finalizar o treino tem função apenas de relaxamento e são diferentes de sessões de flexionamento, onde é visada a melhora da flexibilidade. Potência de membros inferiores e agilidade com bola, são capacidades muito utilizadas por alas durante as partidas, o que ficou explicito no presente estudo, uma vez que os atletas trabalhavam com foco em treinamentos técnicos e táticos, além das partidas que realizaram durante o período de intervalo entre as avaliações. Treinamentos envolvendo situações de jogo são fortes aliados no trabalho destas capacidades físicas. Como considerações finais, nota-se que o planejamento do treinamento é fundamental quando o objetivo é melhorar capacidades físicas, principalmente em equipes amadoras onde os atletas não são monitorados constantemente, já que as principais capacidades físicas da modalidade de futsal apresentaram pouca melhora significativa quando expostas apenas a treinamentos visando jogo. Uma frequência de pelo menos três vezes na semana, aliada a individualização do treinamento, com sessões específicas para cada função desempenhada em uma equipe podem apresentar resultados satisfatoriamente mais positivos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACHOUR JR, A. Bases para exercícios de alongamento. Londrina: Midiograf, 1996. ALVES, L. S. et. al. O desempenho no teste de ShuttleRun com e sem bola melhora após partida de futsal em jovens de 14 a 16 anos de idade. Revista Digital - Buenos Aires -Ano 15 - N° 145 – Junho, 2010. Disponível em: <file:///F:/TCC/Shuttle%20run%20com%20bola/O%20desempenho%20no%20teste%20de%20Shuttle%20R un%20com%20e%20sem%20bola%20melhora%20ap%C3%B3s%20partida%20de%20futsal%20em%20jove ns%20de%2014%20a%2016%20anos%20de%20idade.htm> Acesso em: 14.out.2015 AVELAR, A. et al. Perfil Antropométrico e de Desempenho Motor de Atletas Paranaenses de Futsal de Elite, Londrina, 2008; Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano.;p.10(1):76-80. 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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD - Portugal [email protected] RESUMO Grande parte dos métodos de treinamento não foi criada por cientistas, nem por teóricos do treinamento de força, mas sim por atletas e treinadores, a partir de sua própria percepção e instinto. Tanto que a maioria deles não possui explicações científicas razoáveis, no entanto, diversas pesquisas têm sido conduzidas para ajustá-los e validá-los às evidências científicas. Nesta revisão, foi demonstrado que através de modificações em estudos anteriores, que a pré-exaustão (PE) pode ser um método eficaz dentro do treinamento de força, de maneira que pode ser adaptada em mais de uma versão, adequando-se aos objetivos e necessidades do praticante. Além disso, pôde-se estabelecer uma melhor correlação com o desenvolvimento da força e hipertrofia músculoesquelética associadaàs diferentes adaptações do métododa PE e as vantagens que cada um pode oferecer, que englobam desde elevada ativação muscular até estímulos metabólicos e tensionais. Foram focados tópicos importantes como: pré-exaustão, estudos agudos da PE com eletromiografia (EMG), perspectiva da análise da percepção subjetiva de esforço e do volume de repetições máximas na PE tradicional e ordem inversa, análise de composição corporal e força a nível agudo com a utilização da PE de ordem tradicional e inversa. Concluindo, assim, que a PE oferece vantagens de maior ativação muscular, além ainda de favorecer a promoção de um ambiente muscular favorável ao anabolismo, com o incremento de estímulos metabólicos e tensionais. No entanto, suas limitações também são destacadas. Palavras-chave: pré-exaustão, treinamento de força, hipertrofia. ABSTRACT Much of the training methods was not created by scientists, not by theoretical strength training, but for athletes and coaches from their own perception and instinct. So much that most of them do not have reasonable scientific explanations, however, several studies have been conducted to adjust them and validate them on scientific evidence. In this review, it was demonstrated that through modifications in previous studies that pre-exhaustion (PE) can be an effective method in strength training, so that it can be adapted in more than one version, adapting to the goals and needs of the practitioner. Moreover, it was possible to establish a better correlation with the development of strength and muscleskeletal hypertrophy associated with different adaptations of the PE method and the advantages that each can offer, which range from high muscle activation to metabolic stimuli and tension. They were focused on important topics such as: pré-exhaustion, acute studies of PE with electromyography (EMG), analysis from the perspective of perceived exertion and the volume of maximum repetitions in the traditional PE and reverse, body composition analysis and the acute level force with the use PE of traditional and reverse. In conclusion, therefore, that the PE offers advantages of increased muscle activation, and also to encourage the promotion of a favorable environment for muscle anabolism, with the increase of metabolic and tensional stimuli. Página 161 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Key-words: pré-exhaustion, strenght training, hypertrophy. INTRODUÇÃO A força tem ocupado papel cada vez mais importante como componente da aptidão física. Atualmente, a ciência reconhece essa valência como fundamental para a saúde, qualidade de vida, e capacidade funcional dos indivíduos (KRAEMER et al., 1998). Nos estágios iniciais do treinamento de força, para esportes ou reabilitação física, incrementos de força são bastante rápidos, principalmente por causa de adaptações neurais (SALE., 1988). Em contraste, nos estágios intermediários e avançados, o treinamento com pesos progressivo é marcadamente lento. Além disso, o treinamento com pesos para propósitos atléticos é frequentemente caracterizado por platôs de performance ou mesmo decrementos (FLECK, 1999; FRY & KRAEMER, 1997). A ordem de execução dos exercícios é fator de extrema relevância na prescrição do treinamento resistido (TAN., 1999; FLECK e KRAEMER., 2004; GENTIL., 2005). Tradicionalmente, recomenda-se a execução de exercícios multiarticulares, que envolvem grandes grupamentos musculares, antes de exercícios monoarticulares, cuja ação é mais localizada (TAN., 1999). Ainda que executar exercícios multiarticulares no início da sessão possa maior volume de treino, a realização de exercícios monoarticulares precedendo movimentos mais complexos com o intuito de promover maior estímulo para o músculo fadigado, como sugerido na PE, tornou-se um procedimento adotado e difundido por fisiculturistas e levantadores de peso americanos do leste europeu (FLECK E KRAEMER., 2004). Embora os benefícios da utilização da PE por praticantes de academia ainda não sejam totalmente esclarecidos, com ajustes na intensidade dos estímulos aplicados, é possível adotar esse procedimento nas rotinas de treinamento, conforme o estudo de JÚNIOR., (2010). Os achados de DESALLES.,(2008), ainda contribuíram para que a utilização da PE de forma tradicional e inversa tivesse aplicabilidade prática. Apesar desse presente tema carecer de estudos crônicos que envolvem análises de aumento de força e massa muscular, podem-se associar estudos anteriores que obtiveram êxito nesses aspectos com base em características inerentes ao TF, como os estímulos tensionais e metabólicos. No mais, o objetivo desta presente revisão foi detectar os pontos principais que levaram as divergências entre os estudos acerca da utilização do método da PE no treinamento físico para fazer uma correlação de sua aplicabilidade com os ganhos em força e hipertrofia muscular com embasamento científico. PRÉ-EXAUSTÃO Grande parte dos métodos de treinamento não foi criada por cientistas, nem por teóricos do treinamento de força, mas sim por atletas e treinadores, a partir de sua própria percepção e instinto. Tanto que a maioria deles não possui explicações científicas razoáveis, no entanto, diversas pesquisas têm sido conduzidas para ajustá-los e validá-los às evidências científicas (GENTIL., 2005). A teoria da PE consiste na realização de um exercício multiarticular precedido de um exercício monoarticular. Ex: Crucifixo antecedendo Supino Reto, ou Cadeira Extensora antes do Agachamento Livre, e é usada com a finalidade de enfatizar a musculatura trabalhada de forma isolada no primeiro exercício (BACURAU et al., 2001). A criação deste método é creditada a JONES., (1970), com a justificativa de que, frequentemente, exercícios multiarticulares são interrompidos antes de se atingir a falha muscular momentânea no motor primário do movimento devido a falha precoce dos motores secundários. Dessa maneira, o tríceps braquial poderá falhar antes do peitoral maior, durante a realização de um supino reto, por exemplo. Jones percebeu que os músculos alvo poderiam ser pré-exauridos com a realização prévia de um exercício isolado, e, tirando vantagem disso, a realização subsequente de um exercício composto iria acarretar em sua máxima estimulação. Até mesmo mais do que normalmente. Posteriormente, estudos foram feitos com o propósito de investigar se a teoria inicialmente proposta estava correta, e, até os dias de hoje, há opiniões bastante divididas de pesquisadores em relação a esse método. A começar por FLECK & KRAEMER.,(2004), que defendem a ideia de que a execução de exercícios para grupamentos musculares menores, antecedendo movimentos multiarticulares, causaria sua menor ativação, devido à fadiga, impondo maior tensão aos músculos secundários. A neurofisiologia explicaria a Página 162 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica teoria inicialmente proposta por Jones com o aumento da amplitude do sinal eletromiográfico durante a execução de contrações voluntárias, sugerindo que unidades motoras (UMs) adicionais seriam recrutadas, posteriormente, para compensar a perda de funcionalidade de outras, conforme os estudos de (MORITANIET AL., 1982; MORITANIET AL., 1986; CARPENTIERET AL., 2001; CARMO., 2003). A teoria proposta por FLECK E KRAEMER se confirmou ao se estudarem contrações voluntárias máximas, onde ocorreu uma queda progressiva no padrão de recrutamento de unidades motoras (BIGLAND-RITCHIE ET AL., 1983; MORITANIET AL., 1982). Junto a isso, surge outra problemática: em movimentos complexos, a menor ativação de UMs em um músculo é contornada por alterações do padrão motor, com maior ativação dos demais músculos envolvidos no movimento, inclusive primariamente músculos que outrora eram meros coadjuvantes.(NEWHANET AL., 1991; BEHM&ST-PIERRE, 1997, NYLANDET AL., 1997; VERKONSHANSKI., 2001; AKIMA ET Al., 2002).(GENTIL., 2005 apud). Estudos agudos da pré-exaustão com eletromiografia As divergências Com a PE aumentaram ainda mais quando o método foi testado tendo a EMGusada como referente de qualificação. O estudo de AUGUSTSSON ET AL., (2003) revelou que a PE causou diminuição progressiva da atividade eletromiográfica (AEM) do quadríceps, ao se realizar a cadeira extensora antes do leg press. Para membros superiores, o estudo de GENTIL ET AL., (2007)e BRENECK EL AL., (2009) apresentou a mesma tendência, ao se considerar os efeitos da realização do crucifixo precedendo o supino. Houve aumento na AEM do tríceps braquial, no segundo exercício, acompanhado de queda progressiva na ativação do peitoral maior, apesar de essa queda na AEM do peitoral não ter sido significativa, segundo os autores. Ambos concluíram que o uso da PE não trouxe vantagens adicionais em ganhos de força e hipertrofiase comparado a um treinamento resistido tradicional (AUGUSTSSON., 2003; GENTIL., 2007, BRENNECKET AL., 2009). No entanto, é errado desqualificar o método da PE com base em estudos de EMG, pois a ativação muscular é apenas parte integral do processo de hipertrofia, e não determinante exclusivo dele. Assim como a força muscular não é avaliada, exclusivamente, dessa forma. O processo de hipertrofia está mais relacionado com outros fatores, como destacado por SCHOENFELD., (2010), há a existência de três fatores primários responsáveis pela iniciação das respostas hipertróficas: tensão mecânica, dano muscular e estresse metabólico.Secundariamente a esses fatores, estão relacionados outros como: ativação de células satélites; vias miogênicas da AKT/mTOR, mitógenos ativados por proteínas quinases, canais cálciodependentes; hormônios e citosinas, fatores de crescimento semelhante a insulina, testosterona, hormônio do crescimento; inchaço celular; e hipoxia. Como esses fatores secundários são fenômenos biomoleculares, não terão ênfase neste presente estudo. De acordo com MAUGHAN ET AL., (2000), estímulos mecânicos podem gerar hipertrofia na ausência de inervação, hormônios ou nutrição adequada. De fato, é verificado que, mesmo sem a ocorrência de microlesões, é possível um músculo hipertrofiar em função da sobrecarga (ANTONIO & GONYEA., 1993ª). Supõe-se que as alterações mecânicas sejam traduzidas através do citoesqueleto por diversos mecanismos (CARSON & WEI., 2000; MAUGHAN ET AL., 2000; BURKHOLDER., 2007; HORNBERGER., 2011; PROSSER ET AL., 2013): diretamente; através de integrinas; por canais de íons ligados à membrana; pelas proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAP); ou pela via do eixo mTOR. Estas alterações iniciadas com estímulos mecânicos iniciam uma cascata de reações que afetam as atividades das células satélites, dos ribossomos, fatores de iniciação eucarióticos (eIFs) e fatores de transcrição, produzindo uma expressão gênica alterada que leva a maior síntese proteica. A mecanotransdução tem grande influência com o tipo de ação executada, sendo mais evidente em contrações excêntricas, isométricas, concêntricas e alongamento passivo, respectivamente (MARTINEAU & GARDINER., 2001).FOLLAND JP., 2002). O estresse metabólico manifestado pelo acúmulo de metabólitos, assim como lactato e íons H+, e hipoxia muscular aguda associada com o treinamento resistido pode mediar adaptações hipertróficas, assim como inchaço celular e alterações em miocinas locais incluindo interleucina-6 (SCHONFELD., 2013; SCHOTT J., 1995; SMITH RC., 1995; TAKARADA Y., 2000; BURGOMASTER KA., 2003). (GENTIL., 2005 apud). Página 163 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O treinamento físico pode resultar em danos localizados ao tecido muscular que, sob certas condições, é teorizado gerar uma resposta hipertrófica (EVANS., 2012; HILL & GOLDSPINK G., 2003). Os danos podem ser específicos para apenas algumas macromoléculas de tecido ou resultar em grandes rasgos no sarcolema, lâmina basal, e tecido conjuntivo de apoio, e induz lesão nos elementos contrácteis e no citoesqueleto (VIERCK ET AL., 2000). Porque os sarcômeros mais fracos estão localizados em diferentes regiões de cada miofibrila, o alongamento não uniforme provoca um corte de miofibrilas. Isso deforma as membranas, particularmente túbulos T, levando auma perturbação da homeostasia do cálcio e, por conseguinte,danos devido a ruptura de membranas e / ou abertura dos canais de stretch-activated (ALLEN ET AL., 2005). A resposta ao trauma tem sido comparada a respostas inflamatórias agudas à infecção. Uma vez que o dano é percebido pelo corpo, os neutrófilos migram para a área de micro-trauma e os agentes são, então, liberados por fibras danificadas que atraem macrófagos e linfócitos. Macrófagos removem detritos celulares para ajudar a manter a ultraestrutura da fibra e produzir citocinas que ativam mioblastos, macrófagos e linfócitos. Acredita-se que conduzam à liberação de vários fatores de crescimento que regulam a proliferação e diferenciação de células satélites. É importante frisar, ainda que as diferentes variações da PE englobam essas características. GENTIL., 2005 apud). É sabido também que ganhos de força muscular podem ser adquiridos sem aumento significativo na AEM muscular (WATANABE ET AL., 2014) O mesmo ocorre com as contrações excêntricas. A força muscular excêntrica pode chegar a superar a concêntrica em cerca de 50%, mesmo recrutando um menor número de UMs (ENOKA, 1996; BABAULT ET AL., 2001; HORTOBÁGYI ET AL., 2001). Claro que, no caso das ações excêntricas, isso ocorre por razões específicas.NARDONE ET AL., (1989), verificaram que há ativação preferencial de UMs maiores (glicolíticas), durante contrações excêntricas, e isso pode colaborar para o aumento do torque. Apesar de não ser a única razão que faz as contrações excêntricas gerarem mais força, mesmo com menos UMS recrutadas, é uma hipótese plausível. Ademais, resultados contraproducentes envolvendo estudos com EMG, parecem estar associados à alta intensidade nos exercícios isolados (JUNIOR ET AL., 2010; GENTIL., 2005). E, pensando nisso, Junior et al., 2010 fizeram um excelente estudo onde teve como objetivo verificar se a PE realizada com exercício monoarticular de baixa intensidade é uma forma eficaz de recrutar maior número de UMs no exercício multiarticular subsequente, e o resultado foi positivo. Neste importante estudo, nove voluntários entre 20 e 23 anos realizaram 15 extensões unilaterais de joelhos e 15 extensões subsequentes no leg press, com cargas de 30% e 60% de 1 RM, respectivamente, na PE de baixa intensidade. E, no grupo de alta intensidade, a mesma sequência foi executada com carga de 60% de 1 RM nos dois exercícios. (JUNIOR ET AL., 2010). Ambos protocolos 30% e 60% de 1 RM foram considerados eficientes em elevar a AEM no exercício composto, de maneira que os dois foram considerados seguros e eficientes para a prática desportiva nas academias. Mesmo não apresentando diferenças estatísticas relevantes, o protocolo que utilizou carga de 30% de 1 RM foi o mais recomendado, devido a permitir maior controle do volume (número de repetições) de treino no exercício composto, além ainda de um melhor controle da técnica e menor índice de lesão. Tabela 1 – Resumo do delineamento experimental (Adaptado de JUNIOR ET AL., 2010) A justificativa fisiológica para tal encontra-se nas observações de (HOUTMAN., 2001; HOUTMAN., 2003), onde háativação preferencial de fibras do tipo I em contrações de baixa intensidade, de maneira que as fibras do tipo II passam a ser mais recrutadas posteriormente. Deste modo, esforços com carga reduzida Página 164 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica no exercício monoarticular podem favorecer o recrutamento de um maior número de unidades motoras no exercício subsequente, principalmente de unidades motoras do tipo II que normalmente possuem maior limiar de excitação (HENNEMAN ET AL., 1965). (JUNIOR ET AL., 2010 apud). Imagem 1 – Velocidade de condução a 30% da máxima contração voluntária (Adaptado de JUNIOR ET L., 2010) O motivo pelo qual a PE não gera os resultados de maior ativação esperados pode estar relacionado à existência de um feedback sensorial que inibe a taxade descarga dos motoneurônios em contrações exaustivas (ASCENÇÃO ET AL., 2003). Como consequência dessa inibição, unidades motoras de outros músculos serão acionadas para evitar a interrupção da ação muscular (GANDEVIA., 2001).Mudanças nos receptores musculares, são talvez os grandes responsáveis por esse redirecionamento dos estímulos motores (GANDEVIA., 2001; HUNTER ET AL., 2004). Dentre os principais receptores afetados pela fadiga estão os aferentes musculares dos grupos II e IV, os fusos musculares e os orgãos tendinosos de golgi (GANDEVIA., 1998; HUNTER ET AL., 2004). Os aferentes musculares dos grupos II e IV são células nervosas de pequeno diâmetro que inervam as terminações livres ao longo de todo o músculo. Eles são responsáveis pela inibição da contração muscular quando ocorrem perturbações mecânicas, bioquímicas ou térmicas. Alterações decorrentes da fadiga, como a produção de lactato e variação nas concentrações iônicas de sódio e potássio, promovem o acionamento desses receptores e causam queda na produção de força (GANDEVIA., 2001; ASCENÇÃO ET AL., 2003). Os fusos musculares são estruturas que envolvem as fibras e respondem de forma reflexa ao alongamento, contraindo os músculos para que possíveis deformações em suas estruturas sejam prevenidas (MCARDLE ET AL., 1996). A queda na taxa de disparo dos fusos em consequência da fadiga dificulta o encurtamento ou a manutenção do comprimento muscular (GANDEVIA., 1998). De forma contrária, funcionam os orgãos tendinosos de golgi, localizados dentro dos tendões (MCARDLE ET AL., 1996). Quando há aumento na produção ou manutenção prolongada dos níveis de força, os orgãos tendinosos de Golgi são ativados, também de forma reflexa, para atenuar a tensão muscular e evitar possíveis lesões (GANDEVIA., 2001). (JUNIOR ET AL., 2010 apud) KUKULKA E CLAMANN.,(1981) e MASAKADO., (1994) relatam que pequenos músculos são capazes de recrutar a grande maioria de suas unidades motoras em intensidades de 50% da máxima contração voluntária isométrica e, a partir daí, modulam a produção de força pela frequência de disparo dos potenciais de ação. No entanto, em grandes grupos musculares o principal dispositivo para a variação da tensão é o recrutamento de unidades motoras. Somente com cargas superiores a 90% da máxima contração voluntária isométrica (MASAKADO., 1994) é observado o recrutamento da maior parte das fibras de grandes músculos como os dos membros inferiores. Desta forma, é possível que uma quantidade considerável de fibras do músculo vasto lateral, por exemplo, não sofra estímulo algum durante a execução de um exercício como o leg press 45º, ainda que nesse movimento sejam empregadas cargas relativamente altas. Como somente as fibras que são recrutadas no treinamento é que estão sujeitas às adaptações fisiológicas (FLECK E KRAEMER., 2004), a implementação de estratégias como a pré-exaustão com cargas de 30 e 60% de 1 RM podem tornar os exercícios multiarticulares mais proveitosos, pois uma Página 165 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica maior quantidade de unidades motoras passa a ser estimulada com a aplicação dessa metodologia. (JUNIOR ET AL., 2010 apud). Ainda assim, mesmo tendo-se encontrado protocolos ditos seguros e eficientes quanto a maior ativação muscular, sugere-se que a invalidação dos protocolos anteriores de alta intensidade dos estudos de (AGUSTSSON., 2003; GENTIL., 2007) não seja estimulada, em virtude de a PE, feita dessa forma, ter as mesmas alterações fisiológicas do método Bi-set (GENTIL P., 2005). As bases para o uso da PE, em ambos os casos, provavelmente se encontram no comportamento dos músculos diante da fadiga (GENTIL., 2005). Aceitando o fato que o bi-set e a PE, neste caso, são bem parecidos, podemos justificar o uso deste método por meio dos conceitos vistos no Drop-set, acrescentando a variação intencional do padrão motor. Ao final do primeiro exercício, um determinado número de unidades motoras não poderia mais ser recrutado, impedindo a execução do movimento, porém, a mudança para um exercício com padrões motores diferentes (e cargas adequadas à nova condição), permitiria o prosseguimento do estímulo, aumentando o tempo sob tensão e prolongando o estresse metabólico (GENTIL ET AL., 2005). O maior tempo sob tensão seria interessante para aproveitar estímulos tensionais, já a contração prolongada poderá causar, além do acúmulo de metabólitos, aumento posterior da circulação, com maior disponibilidade de nutrientes. Resta saber se essas alterações na osmolaridade, proveniente da alteração das concentrações de íons e fluídos nos músculos, também poderiam ajudar no processo de hipertrofia, com resultados similares aos obtidos por BERNEIS ET AL., (1999). (GENTIL., 2005). A única diferença da PE e do bi-set, sob essas condições, seria que a PE é feita, obrigatoriamente, com um dos exercícios de forma isolada. Caso as alterações no padrão de execução de movimento já mencionadas sejam latentes, pode-se usar como alternativa a PE de ordem inversa, com o exercício composto precedendo o isolado, obedecendo assim à todas as premissas anteriores e tornando amena a possibilidade de alterações no padrão motor de movimento. Perspectiva da análise da percepção subjetiva de esforço e do volume de repetições máximas na préexaustão tradicional e ordem inversa Este estudo comparou o método pré-exaustãotradicional à ordem inversa nos exercícios leg press e cadeira extensora, sobre o volume de repetições máximas e percepção subjetiva de esforço. Treze homens treinados realizaram três sequências de treino: sequência A, LP antes da CE, e após 72 horas a sequência B (PRE), CE antes do LP. Foi realizada uma série de cada exercício com intervalo para transição entre exercícios de 20 segundos. O procedimento foi realizado por quatro vezes com intervalos fixos em dois minutos. O número de RM e a PSE (OMNI-RES) foram coletados após cada série de cada exercício. Os resultados apresentaram o volume total de RM e a média do número de RM no exercício CE significativamente menores na sequência A (volume total = 38,6 ± 7,3; média do número de RM CE = 3,57 ± 1,19) quando comparada à sequência B (volume total = 46,9 ± 8,4; média do número RM CE = 6,69 ± 1,33). Os dados sugerem que a ordem de PRE promove a realização de um maior volume total de treinamento quando comparada à ordem inversa sem alterações na PSE.(DESALLES ET AL., 2009). Os resultados (coeficientes de correlação intra-classe) referentes à reprodutibilidade das cargas obtidas nos testes de 8RM foram: LP r=0,94 e CE r=0,96. Em adição, o teste-t student pareado não demonstrou diferença significativa entre as cargas obtidas para 8RM em cada exercício (p<0,05). O volume total de RM e o número de RM no exercício CE (média das quatro séries) foram significativamente menores na sequência A quando comparada à sequência B. O número de RM no exercício LP, assim como a PSE mediana não apresentaram diferenças significativas(DESALLES ET AL., 2009). Volume total de RM, números de RM produzidos em cada exercício (médiadas quatro séries) e PSE para as duas sequências. (Adaptado de DESALLES ET AL., 2010). Sequência A: LP para CE Sequência B (PRE): CE para LP Volume total 38,6 ± 7,3 46,9 ± 8,4* CE3,57 ± 1,19 6,69 ± 1,33* LP 6,09 ± 1,34 5,03 ± 1,41 PSE (mediana) 7,5 7,5 Página 166 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Diferençassignificativas em relação à sequência A (p<0,05) Resultados intrasequências mostram reduções similares durante a progressão das séries nos dois exercícios em ambas as sequências. Os resultados inter-sequências demonstraram valores significativamente menores no exercício CE para todas as séries da sequência A Gráfico 1 - Número de RM nas quatro séries do exercício LP para as sequências A e B (adaptado de DESALLES ET AL., 2009). diferença significativa em relação à 1ª série intra-sequência; # diferença significativa em relação à 2ª série intrasequências. Número de RM nas quatro séries do exercício CE para as sequências A e B(adaptado de DESALLES ET AL., 2009). Sob a ótica da análise do volume total de repetições máximas, o estudo de DESALLES ET AL., (2009) foi de grande contribuição para ajudar a elucidar essa questão, pois esse marcador tem relação estreita com realidade dos frequentadores de academia e reflete um parâmetro de praticidade dentro das salas de musculação. É seguro afirmar que um maior volume total de treino, como na sequência A deste estudo oferece um maior estresse metabólico, enquanto que a sequência B proporciona uma maior característica tensional (mecanotransdução), mecanismos esses já mencionados estarem relacionados com o processo de hipertrofia muscular. De maneira que ambos poderiam ser aproveitados em diferentes fases da periodização, quando se desejar dar ênfase em ações metabólicas, (menos intensidade e maior volume de treino), e ações tensionais (maior intensidade relativa a um volume menor de repetições). (DESALLES ET AL., 2009) ainda destaca a utilização de 3 séries em seu estudo, que teve como objetivo, aproximá-lo da realidade dos praticantes de musculação. Análise de composição corporal e força a nível agudo com a utilização da pré-exaustão de ordem tradicional e inversa. Um estudo envolvendo análise de composição corporal e força faz-se necessário para que os benefícios da PE não permaneçam especulativos e, a esse respeito, a literatura cientifica dispõe de um único trabalho que investigou os efeitos da PE, ordem dos exercícios, e intervalos de descanso em uma intervenção de treinamento resistido no corpo inteiro, que foi o deFISHER ET AL.,(2015). O estudo teve procurou examinar um programa de treinamento de PE. 39 participantes treinados (homens = 9, mulheres = 30) completaram Página 167 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica 12 semanas de treinamento resistido em 3 grupos: o grupo que realizou o treinamento de PE (n = 14), o grupo que realizou a mesma ordem de exercícios com um intervalo de descanso entre as séries (n = 17), e um grupo controle (n = 8) que realizou os mesmos exercícios em uma ordem diferente (exercícios compostos precedendo osisolados). Nem uma diferença significativa foi encontrada para força nos exercícios supino, legpress ou pull-down, ou para mudanças de composição corporal. A magnitude de mudança foi examinada por resultados usando também effect size (ES). ESs para mudanças na força foi considerada grande para cada grupo para todos os exercícios (variando 1.15 para 1.62). Em conclusão, o treinamento de PE não ofereceu nem um benefício adicional realizando os mesmos exercícios com intervalo entre eles comparado com exercícios realizados em uma ordem que prioriza os movimentos compostos. (FISHER ET AL., 2014). No entanto, este estudo foi duramente criticado por PRESTES ET AL., (2015), onde foram apontadas nele diversas falhas metodológicas, o que justificaria os resultados insatisfatórios da utilização da PE em indivíduos treinados. Algumas das principais críticas foram aderidas por FISHER ET AL., (2015), que aceitaram iniciar uma discussão a respeito desse assunto, posteriormente. Dentre os principais pontos questionados estão a não utilização de um padrão ouro para analisar variáveis importantes sobre a hipertrofia muscular, que seria através de ressonância magnética e ultrassonografia. Ao invés desses padrões, FISHER ET AL., 2014 utilizaram um plestismógrafo de deslocamento de ar(BodPodGS,Cosmed,USA) descrito detalhadamente no estudo de DEMPSTER AND ATKINS, (1995). Outro ponto criticado por PRESTES ET AL., (2015) foi a não realização de teste e reteste de 1 RM com o objetivo de investigar aumentos de força dos participantes com o experimento, que é realmente relevante. FISHER ET AL., 2015 admitiram ter falhado na não aplicação do teste e reteste para investigação da força muscular, no entanto, justificaram o uso de repetições até a falha muscular momentânea, com cargas submáximas estar bem evidenciado como apropriado e confiável e isso ter relação relativamente fixa com 1-repetição máxima conforme sugere CARPINELLI., (2011). Respondendo o questionamento, FISHER ET AL., 2015 esclareceram sobrea experiência anterior dos sujeitos voluntários com o treinamento de força, que se tratava de pelo menos 6 meses, realizando-se pelo menos 1 série até a falha muscular momentânea, com frequência de 2 vezes semanais. O estudo de FISHER ET AL., (2014), apesar de encontrar embasamento considerado eficiente com a utilização desse mesmo protocolo, conforme o próprio estudo dos autores (FISHER ET AL., 2013b) também foi alvo de críticas por PRESTES ET AL., (2015), que defendem a utilização de séries múltiplas para maiores ganhos de força e hipertrofia, com base na meta-regressão de KRIEGER.,(2009) e na meta-análise de KRIEGER., (2010), respectivamente. De fato, uma revisão na literatura evidencia que sujeitos treinados se beneficiam com um volume maior de séries (séries múltiplas) por grupamento muscular para ganhos de força e hipertrofia muscular, conforme as recomendações de (CARPINELLI & OTTO., 1998; POLLOCK ET AL., 1998; KRAEMER ET AL., 2002; RHEA ET AL., 2003; RONNESTAD ET AL., 2007; BOTTARO ET AL., 2011;) sugerem que alunos iniciantes têm os melhores resultados com um volume total de 3 séries por grupamento muscular semanais. Até o 1º ano de treino, 4 séries por sessão de treino (RHEA ET AL., 2003). Posto isso, sabendo-se que o ACSM classifica como iniciantes, intermediários e treinados, indivíduos com de 0 a 6 meses, a partir de 6 meses, e a partir deum ano de treino, respectivamente, os indivíduos voluntários do estudo de FISHER ET AL., (2014) estariam, realmente, classificados como treinados/intermediários. No entanto, no estudo de FISHER ET AL., (2014), os indivíduos realizavam um volume total de 2 séries semanais por grupamento muscular, ou seja, abaixo mesmo das recomendações para indivíduos iniciantes, que é de 3 séries semanais por grupamento muscular. Por essa razão, não poderiam ser classificados como indivíduos treinados, e sim iniciantes ainda. Não obstante, no estudo inicial de FISHERET AL., (2014), os autores ainda mencionam outras limitações em seu próprio estudo, onde a principal delas consistiu no não controle da dieta dos participantes, onde os mesmos não foram aconselhados a modificar sua alimentação. Este é realmente um fato muito limitante quando se quer investigar a hipertrofia muscular. Por fim, os autores também sugerem que, durante o experimento,o destreinamento de músculos que eram treinados em período anterior ao estudo pode ter influenciado a Página 168 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica não observação de ganhos estatisticamente significativos de massa muscular. Os autores concluem que não foram encontrados benefícios adicionais no uso da PE tradicional e de ordem inversa para indivíduos treinados, com um volume de 1 série por grupamento muscular por sessão de treino. Por conseguinte, conforme sugerido por PRESTES ET AL., (2015) e sendo concordado por FISHER ET AL., (2015), é possível que um estudo feito com um volume maior de séries por grupamento muscular traga maiores benefícios juntamente com o uso da PE para indivíduos treinados. Até porque, como o próprio nome sugere, os métodos avançados de treino seriam indicados a indivíduos avançados e que, teoricamente, teriam melhores benefícios com ele, conjunto a um treino periodizado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo de revisão, procurou-se demonstrar que, apesar das contradições literárias referentes ao método da PE, existia um ponto que os correlacionaria de forma correta, e que, através disso, poderiam ser evidenciados os reais benefícios para a utilização desse recurso até o momento que a literatura permite, assim como, as limitações dos estudos existentes. Dessa forma, foi possível notar que a desqualificação do método da PEpor GENTIL., (2007); AUGUSTSSON., (2003) E BRENNECKET AL., (2009) esteve mais relacionada com a falta de uma pequena modificação dos protocolos iniciais de EMG além de sua corretacorrelação com a força e hipertrofia muscular, bem como no uso de metodologias limitadas, usadas para investigar os benefícios da utilização desse recurso. Por isso, os resultados obtidos por FISHER ET AL., (2014), que não encontraram benefícios adicionais na utilização da PE,seja de ordem tradicional ou inversa, se aplicam apenas a indivíduos treinados com 2 séries semanais para os principais grupamentos musculares, e com período de experiência no TF de pelo menos 6 meses. Quanto a indivíduos treinados com um volume de séries superior a 2 séries semanais, são necessários mais estudos afim de sanar essa dúvida. Ainda com relação a maior ativação muscular, o estudo de JUNIOR ET AL., (2010) conseguiu esclarecer esse aspecto, com a utilização de protocolos considerados seguros e eficientes para esse objetivo, isso é, quando se desejar recrutar um número maior de UMs em um exercício e ativando UMs de contração rápida (fibras de força, do tipo II), em comparação a este mesmo exercício realizado de maneira isolada sem um exercício monoarticular precedente. O estudo realizado por DESALLES ET AL., 2008 também se reflete de extrema importância quanto ao parâmetro do volume total de séries entre os métodos tradicional e inverso da PE, onde pôde-se notar que ambos os protocolos podem ser utilizados com objetivos distintos dentro de um programa periodizado de treinamento com pesos. Assim, a realização da PE de ordem inversa de 8 repetições máximas do estudo de DESALLES ET AL., (2008) seria mais aconselhável em períodos onde se deseje promover maiores estímulos mecânicos ao músculo alvo. Além ainda da possibilidade de poder contornar possíveis desvios de padrão motor de execução, nos protocolos onde o exercício isolado precede o composto. Quanto aos protocolos de alta intensidade, no exercício isolado, na PE de ordem tradicional dos estudos de (GENTIL., 2007; AUGUSTSSON., 2003; BRENNECK ET AL., 2009; E DESALLES ET AL., 2008), neste caso, além dos estímulos mecânicos, ainda trariam uma ligeira vantagem no acúmulo de estresse metabólico, aumentando o volume de repetições e o tempo sob tensão do treino. Apesar de os benefícios do uso da PE ainda permanecerem especulativos, quanto a hipertrofia muscular, a associação com fatores mecânicos e com o estresse metabólico é um forte embasamento de sua relação com a hipertrofia músculoesquelética e suficiente para tornar válida a utilização do método da PE por praticantes de musculação, pelo menos até que se tenha um parecer melhor desse assunto quando um estudo, seja agudo ou crônico, for realizado, obedecendo as ressalvas já propostas. Isso incluí a utilização de indivíduos avançados em TF, métodos padrão ouro para avaliação de composição corporal e força muscular, utilização de um maior volume de séries por grupamento muscular e a inclusão de pelo menos um grupo obedecendo os protocolos de treinamento semelhantes aos propostos por JUNIOR ET AL., (2010). REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO Página 169 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica KRAEMER, William J. et al. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and science in sports and exercise, v. 34, n. 2, p. 364-380, 2002. AKIMA, Hiroshi et al. Vastus lateralis fatigue alters recruitment of musculus quadriceps femoris in humans. Journal of applied physiology, v. 92, n. 2, p. 679-684, 2002. ALLEN, D. G.; WHITEHEAD, N. P.; YEUNG, E. W. Mechanisms of stretch‐induced muscle damage in normal and dystrophic muscle: role of ionic changes. 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CANTÉ, R.B.1; MONTENEGRO, C.M.2. 1- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Tefé – Amazonas – Brasil 2- Faculdade La Salle – Manaus– Amazonas – Brasil [email protected] Resumo A população de idosos no Brasil vem apresentando um crescimento acelerado e concomitantemente a esse cenário os profissionais de educação física necessitam garantir melhores condições de vida para essa população. O treinamento resistido promove benefícios diretos e indiretos ao indivíduo. Como os resultados desse tipo de treinamento são cada vez mais positivos, verificou-se que houve aumento considerável no número de programas de treinamento resistido direcionados para os idosos. O objetivo deste estudo é identificar os métodos de treinamento resistido utilizados em idososnos anos de 2009 a 2013. Em virtude desse aumento significativo de treinamento resistido para idosos a tendência é que novas metodologias direcionadas a essa população tenham surgido. Uma revisão sistemática foi realizada nas bases de dados SciELOe Google Acadêmicoutilizando os descritores: exercício resistido, idososetreinamento de força. Seguindo os procedimentos estabelecidos para o estudo, foram selecionados 13 artigos para esta revisão.De acordo com os resultados dos estudos revisados, o Treinamento de Força prescrito à população idosa tem se mostrado seguro e efetivo com a utilização da Repetição Máxima como parâmetro de intensidade. O treinamento resistido realizado na sala de musculação em aparelhos apresenta-se como o mais utilizado nos estudos por ser simples, de fácil aplicação e reprodutibilidade. Palavras-chaves: exercício resistido, idosos, treinamento de força. Abstract The elderly population in Brazil has shown an accelerated growth and concurrently with this scenario physical education professionals need to ensure better living conditions for this population. Individuals can experience direct and indirect benefits through resistance training. As the results of this type of training are increasingly positive, it was found that there has been a considerable increase in senior-targeted resistance training programs. The aim of this study is to identify resistance training methods used for seniors between 2009 and 2013. Due to the significant increase in resistance training for seniors, new methods aimed at this population are likely to have arisen. A systematic review was conducted in the SciELO and Google Scholar databases using the keywords: resistance exercise, elderly and strength training. Following the procedures established for this study, 13 articles were selected for this review. According to the results of the studies reviewed, Strength Training prescribed to the elderly population has been shown to be safe and effective using Maximum Repetition as an intensity parameter. These studies identify resistance training conducted on equipment in weight rooms as the most widely used as it is simple, easy to do and reproducible. Keywords: resistance exercise, elderly, strength training. INTRODUÇÃO A população idosa no Brasil vem apresentando um crescimento acelerado e necessitamos garantir melhores condições de vida para essa novapopulação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Página 174 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica classificam-se como idosos, nos países desenvolvidos, indivíduos com mais de 60 anos. A legislação brasileira, por sua vez, define idoso como a pessoa com idade igual a e maior que 60 anos. O envelhecimento é um fenômeno que se destaca devárias maneiras, modos e momentos diferenciados em cada etapa da vida. Ele é um processo que não ocorre particularmente e simultaneamente com a idade cronológica, uma vez que cada indivíduo tem sua própria genética; bem como sofre influências ligadas a fatores externos, como os hábitos e comportamentos diários na vida de cada ser humano (BARBANTI, 2002). Os idosos de hoje vivem mais tempo, mas por outro lado, se faz necessário atendimento especializado e cuidadoso, vistoque os mesmos precisam viver com qualidade, integrados à sociedade e à família. Diante deste contexto, a atividade física surge como um elemento importante para o desenvolvimento da autovalorização e da autonomia, já que os idosos ao perceberem que são fisicamente capazes, sentem-se mais competentes e mais persistentes frente a possíveis insucessos ou situações consideradas desvantajosas. As perdas progressivas de força costumam deixar os idosos incapacitados para realizarem as tarefas mais simples do dia-a-dia. Situação esta que os tornam, na maioria das vezes, dependentes dos que os cercam. Isto resulta numa redução da qualidade de vida dos mesmos, que se sentem menos produtivos e acabam por se considerarem inúteis (BARBANTI, 2002). SegundoFARINATTI (2008), o treinamento resistido promove benefícios diretos e indiretos ao indivíduo. Como os resultados desse tipo de treinamento apresentam-se cada vez mais positivos, verifica-se que houve aumento considerável no número de programas de treinamento resistido direcionados para os idosos. Shepard (2003) sugere que a força, componente importante para atividade diária do idoso, pois reflete fatores como a melhora da coordenação motora e uma maior ativação neural. Através dela, o idoso consegue manter por mais tempo, suas capacidades funcionais, não perdendo sua autonomia. Nas últimas décadas tem ocorrido evolução importante nos conhecimentos sobre as ciências básicas do exercício físico, e também sobre a importância da atividade física na promoção de saúde, intervenção terapêutica e reabilitação. Uma necessidade atual é a integração dessas áreas do conhecimento, para que possamos utilizar os exercícios físicos da forma mais eficiente e segura, em cada situação. Talvez as mais substanciais mudanças de conceitos resultantes da evolução do conhecimento sejam relativas ao exercício resistido, também conhecido como exercício contra resistência, exercício de fortalecimento muscular, exercício com pesos, e mais popularmente, musculação (SANTARÉM, 2015). A perda da massa muscular e consequentemente da força muscular é, a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo (MATSUDO, 2000). A perda da força e da massa muscular predispõe os idosos a uma limitação funcional, sendo este um fator predisponente para muitos dos processos patológicos associados ao aumento da morbidade e mortalidade.Diferentes estudos demonstram que as pessoas idosas são capazes de melhorar a sua capacidade de desenvolver força. O aumento da força muscular parece estar associado a melhorias funcionais, aspecto determinante para a manutenção da autonomia diária do idoso e consequentemente paraa sua melhor qualidade de vida. A diminuição dos níveis de atividade física com o avançar da idade também se apresenta como um fator promotor da diminuição da força e da potência muscular. Contudo, é importante observar que a simples manutenção das atividades habituais elevadas (caminhadas, trabalhos de jardinagem e andar de bicicleta), não garantem a manutenção de níveis satisfatórios de força muscular. Mediante as análises explanadas, pode-se inferir que a fraqueza muscular contribui para alterações na mobilidade, autonomia, bem como, para o maior risco de quedas e fraturas nos idosos, portanto um adequado programa de treino de força pode constituir-se como um importante meio para a vida diária dos idosos (ROSA,2012 apud CARVALHO, 2002). OBJETIVO Página 175 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O objetivo deste estudoéidentificar os métodos de treinamento resistido utilizados em idososnos anos de 2009 a 2013. O processo de envelhecimento é constantemente estudado por vários autores, que buscam estratégias para manter/melhorar a qualidade de vida dos idosos. O treinamento resistido é frequentemente recomendado na literatura por seus efeitos benéficos sobre a variável força para essa população. MATERIAL E MÉTODO O método usado para a realização deste estudo foi revisão sistemática. Foram realizadas buscas nas bibliotecas virtuais, revistas eletrônicas e bases de dados SciELO e Google Acadêmico.Os seguintes descritores em português foram utilizados: exercício resistido, idosos e treinamento de força.Somente artigos em português publicados entre os anos de 2009 a 2013 foram considerados para esta revisão. Foram identificados, nas buscas, os artigos que apresentavam pelo menos duas palavras chaves inseridas em seu título e/ou resumo. Com a análise do título e do resumo, foram selecionados 38 artigos potencialmente relevantes. Estes foram lidos na integra para análise dos seguintes critérios de inclusão: a) apresentar indivíduos idosos com mais de 60 anos de idade na sua amostra, b) ter investigado os efeitos do exercício resistido, c) apresentar as metodologias de treinamento de força utilizadas, d) apresentar resultado de avaliação da variável força. Vinte e cincoartigos não apresentaram estes critérios e, portanto, foram excluídos. Desta forma, foram selecionados 13 artigos para esta revisão. RESULTADOS A figura 1apresenta as principais variáveis do treinamento de força de acordo com alguns estudos. Resultado(s) Recuperação Intensidade - 07 03 613 90%e 100% 1RM 1’ a ↑ da força 2’ muscular Campos al, 2009 et 44 mulheres idosas Reis Filho et 10 al, 2010 mulheres idosas 12 2x 60 ’ 08 02 50-70% submáximo 45” ↑ da força muscular 12 13x 60 ’ 05 2 3 10 15 12 10 12RM 40” 90” Costa et al, 36 2012 mulheres idosas 17 2x 50 ’ 10 com 03 pesos livres 10 Baseado capacidadeindividu al - ↑ MM G3 Mudança irrelevante de força entre os grupos ↑ da força preensão manual no GI Moraes et al, 45 2012 mulheres idosas 12 2x - 08 15 08 1RM - 02 04 Página 176 Repetições 3x Séries Duração 20 Exercícios Frequência Silva et al, 24mulhere 2009 s idosas Estudo Semanas Participantes Figura 1. Protocolos e resultados dos estudos analisados ↑ da forçaextensã o joelhos no GE Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Teixeira, 16 Hespanhol e mulheres Marquez, idosas 2012 08 2x - 02 com 03 oclusão vascula r 15 20% de 1RM - ↑ da força muscular no BIOV superior ao BISO Lima et al, 61 2012 mulheres idosas 24 3x - 07 03 812 60-80% 1RM 1’ ↑ da força muscular significativo e 17 08 mulheres idosas et 36 12 mulheres idosas Wiechmanne 20 idosos 13 t al, 2013 ambos sexos 2x 30 ’ 05 02 10 50-70% 1RM 1’ ↑ da força muscular 2x 60 ’ 04 34 810 Zona de repetição máxima ↑ da força muscular 2x 60 ’ 04 3 10 50-65% de 1RM ↑ da força muscular significativo Queiroz Munaro, 2012 Mariano al, 2013 - RM= Repetições máximas; MM= Massa magra; G3= Grupo 3x/semana; IRec= Intervalo de recuperação; NRep= Número de repetições; GI= Grupo de Intervenção; GE= Grupo Experimental; BIOV= treinamento resistido com oclusão vascular; BISO= treinamento resistido sem oclusão vascular. DISCUSSÃO Os métodos de Treinamento Resistido usados nos estudos diferem uns dos outros, entretanto é possível verificar que todos atingem o mesmo resultado: o aumento da força muscular em idosos.As mulheres idosas são mais atuantes na procura da qualidade de vida nessa fase, dos dez estudos apresentados nove trabalharam apenas com essa população. Nos estudos realizados a Repetição Máxima (RM) apresenta-se como o parâmetro de intensidade mais seguido pelos autores, sete entre dez. Os estudos que utilizaram a RM como metodologia apresentam variações em itens específicos: frequência semanal, semanas de duração de treinamento, como mostra o estudo realizado por Reis Filho et al, 2010, em que 10 mulheres idosas foram distribuídas em dois grupos, cinco no grupo de três treinos semanais GR3 e cinco no grupo de um treino na semana GR1.O objetivo do estudo foi analisar a frequência de treinamento resistido de três vezes versus uma vez na semana sobre a força. Os grupos realizaram o mesmo treinamento durante 12 semanas, os resultados mostraram alterações positivas nos testes de supino para ambos os grupos e de agachamento somente para o GR3, porém com ausência de significância estatística. Como atividade terapêutica ou de profilaxia, tanto a frequência única como as múltiplas distribuídas durante a semana parecem exercer efeitos idênticos nas 12 primeiras semanas de treinamento, correspondendo assim ao período de adaptação das idosas. O resultado de mudança irrelevante nos níveis de força entre os grupos pode estar associado ao pouco tempo de intervenção (12 semanas). No estudo conduzido por Campos et al, 2009, o período de treinamento de 12 semanas foi suficiente para melhorar o nível de força em 44 mulheres idosas. No entanto a intensidade utilizada foi 50% a 70% do teste de força submáximo, com duas sessões semanais de uma hora cada, duas séries de quinze repetições em oito diferentes exercícios. Os resultados no pré-teste para os exercícios:extensão de joelhos, supino e puxada por trás no pulley, respectivamente, 42.2 kg, 33.3 kg e 38.0 kg. No pós-teste os resultados obtidos Página 177 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica para os mesmos exercícios foram 55.5 kg, 46.4 kg e 49.9 kg, houve aumento significativo do pré para o pósteste. O Efeito do Treinamento Resistido com Oclusão Vascular em Idosas de Teixeira, Hespanhol e Marquez, 2012, mostrou-se inovador para esta população. O objetivo do estudo foi verificar os efeitos do treinamento resistido de baixa intensidade e oclusão vascular (20% de 1RM) nas alterações de hipertrofia e força muscular de idosas. Foi empregado oito semanas de treinamento resistido, 2 sessões por semana, com intensidade de (20% de 1RM) com oclusão vascular no grupo BIOV, (20% de 1RM) sem oclusão vascular no grupo BISO, e o terceiro grupo GCO, permaneceu como grupo controle. Os grupos BIOV e BISO fizeram os mesmos exercícios, como resultado, o grupo que treinou com baixa intensidade e oclusão vascular(BIOV) obteve ganhos de força e hipertrofia muscular superiores ao BISO e GCO, demonstrando a contribuição da oclusão vascular à baixa intensidade no treinamento resistido. Essa metodologia pode ser benéfica aos idosos que não conseguem treinar com cargas elevadas, no entanto, mais estudos utilizando essa metodologia precisam ser investigados para analisar a relação risco-benefício, pois idosos hipertensos ou com problemas circulatórios precisam de mais atenção em relação ao procedimento de oclusão. Outro estudo realizado por Costa et al, 2012, avaliou os efeitos de um programa de exercícios sobre a força de preensão manual (FPM) em idosas com baixa massa óssea. As participantes foram divididas em GI grupo de intervenção (n=18), que realizou exercícios resistidos e exercícios de equilíbrio e GC - grupo controle (n=18), que realizou exercícios de alongamento e recebeu palestras informativas. As sessões foram realizadas duas vezes por semana, por um período de dezessete semanas, os exercícios foram realizados em três séries de dez repetições, utilizando-se inicialmente resistência gravitacional e posteriormente resistência elástica e pesos com velcro, com base na capacidade do indivíduo. Após a aplicação do programa de exercícios, ao analisar o efeito da intervenção intragrupos, o GI apresentou melhora significante na FPM de 31,38% enquanto o GC não mostrou diferença. A utilização da RM como parâmetro de intensidade mais seguido pelos autores (sete entre dez) corrobora com a recomendação de Fleck e Kraemer, 2009, que indica de 50% a 85% de 1RM para 8 a 12 repetições, recomendando inicialmente cargas mais leves. Para que os idosos iniciem alguma atividade física e mantenham a sua participação é necessário criar atividades que lhes deem prazer. O profissional que trabalha com essa população sabe que é preciso oferecer atividades dinâmicas, e que a sala de musculação não os agrada e às vezes os desmotiva. Neste contexto oestudo realizado por Costa et al, 2012, seria uma opção pois oferece além da possibilidade de atingir o aumento da força, a experiência de trabalhar com o peso do próprio corpo, elásticos e pesos com velcros, o que amplia a gama de movimentos. A concepção do melhor método de treinamento resistido depende dos objetivos, e principalmente do nível em que essa população se encontra (idade, estado clínico e nível de aptidão física). Caso o grupo a ser trabalhado possua um sistema músculo esquelético prejudicado que o impeça de treinar com cargas elevadas, a Oclusão Vascular com Baixa Intensidade (20% de 1RM) seria benéfica como os resultados encontrados por Teixeira, Hespanhol e Marquez, 2012. CONCLUSÃO De acordo com os resultados dos estudos revisados, o Treinamento de Força prescrito à população idosa tem se mostrado seguro e efetivo com a utilização da Repetição Máxima como parâmetro de intensidade. A manipulação das diferentes variáveis segue padrões similares como a utilização de 50% a 85% de 1RM, séries de 8 a 12 repetições e frequência semanal de no mínimo duas vezes. O treinamento resistido realizado na sala de musculação, em aparelhos, apresenta-se como o mais utilizado nos estudos por ser simples, de fácil aplicação e reprodutibilidade. Outra metodologia que vem surgindo é a Oclusão Vascular com baixa intensidade, que vem atuando de forma eficiente no aumento da força muscular em idosos. Cabe salientar que novos estudos utilizando esta metodologia precisam ser Página 178 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica feitos para elucidar as dúvidas sobre a prática deste método em idosos hipertensos e com problemas circulatórios. É importante citar a participação inexpressiva dos homens idosos nos estudos encontrados de 2009 a 2013. Sugere-se quenovas pesquisas científicas almejem estratégias inovadoras, relacionadas à participação mais efetiva dos idosos na busca constante da saúde e qualidade de vida. De posse dessas informações espera-se que, as instituições públicas e privadas de apoio ao idoso, incentivem esta população a praticar atividades físicas, e que o treinamento de força seja parte integrante dos programas de prevenção. Espera-seque esta revisão sistemática possa ter contribuído, e acrescentado novos conhecimentos, aos que possuíam questionamentos, sobre métodos de treinamento resistido para idosos e, ao mesmo tempo, estimular novas pesquisas. REFERÊNCIAS BARBANTI, Valdir José; AMADIO, Alberto C.; BENTO, Jorge O.; MARQUES, Antônio T. Esporte e atividade física: interação entre rendimento e qualidade de vida. 1ª ed. Barueri, SP: Manole, 2002. CAMPOS, A. L. P.; ROMBALDI, A. J.; SILVA, M. C.; AFONSO, M. R. Eficiência de duas sessões semanais de treinamento com pesos na força muscular de mulheres idosas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, no 132 – maio de 2009. COSTA, E. L.; BASTOS FILHO, P. S.; MOURA, M. S.; SOUSA, T. S.; LEMOS, A.; PEDROSA, M. A. C. Efeitos de um programa de exercícios em grupo sobre a força de preensão manual em idosas com baixa massa óssea. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 2012; 56/5. FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Envelhecimento, promoção da saúde e exercício: bases teóricas e metodológicas. Volume 1. Barueri, SP: Manole, 2008. FLECK, S. J; KRAEMER, W. J. Otimizando o treinamento de força: programas de periodização não-linear. São Paulo: Manole, 2009. LIMA, R. M.; BOTTARO, M.; CARREGARO, R.; OLIVEIRA, J. F.; BEZERRA, L. M. A.; OLIVEIRA, Ricardo J. Efeitos do treinamento resistido sobre a força muscular de idosas: uma comparação entre métodos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v.14, n.4, p.409, 2012. MARIANO, E. R.; NAVARRO, F.; SAUAIA, B. A.; OLIVEIRA JUNIOR, M. N. S.; MARQUES, R. F. Força muscular e qualidade de vida em idosas. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, 2013; 16(4):805811. MATSUDO, S. M. M. Avaliação do idoso. 1ª ed. São Caetano do Sul: CELAFISCS, 2000. MORAES, K.; CORREA, C. S.; PINTO, R. S.; SCHUCH, F.; RADAELLI, R.; GAYA, Adroaldo; GAYA, A. R. Efeitos de três programas de treinamento de força na qualidade de vida de idosas. 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Página 180 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O TREINAMENTO DE FORÇA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA UM EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO DA LITERATURA TAVARES, N. P. da S.1; GHELLER, R.2 1 2 1 ENAF DESENVOLVIMENTO – Manaus, Amazonas – Brasil UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS– Manaus, Amazonas – Brasil [email protected] RESUMO Uma das grandes preocupações médicas é o risco elevado de doenças associadas ao sobrepeso, como diabetes, doenças cardiovasculares (DCV) e o câncer. Indivíduos com sobrepeso ou acima tendem a compor um estado clínico de obesidade, isso vem tornando-se uma epidemia mundial eum problema de saúde pública independente do sexo, idade, etniaou raça, que acaba agravando em diversas doenças crônicas. Daí, diversos indivíduos procuram alternativas para minimizar os impactos desta doença e alcançar um emagrecimento saudável, sendo uma dessas alternativas o treinamento de força praticado em muitas academias de musculação. O presente artigo tem como objetivo demonstrar, por meio de uma revisão da literatura, informações sobre os efeitos colaborativos do treinamento de força física em pessoas que apresentam um sobrepeso ou um grau de obesidade. Assim, demonstrando que a prática do treinamento de força tem sido estimulada por importantes sociedades relacionadas àmedicina do esporte em relação à prevenção/tratamento da obesidade. Palavras-chaves:treino de força, treino resistido, emagrecimento. ABSTRACT One of the great medical concerns is the high risk of diseases associated with overweight, such as diabetes, cardiovascular disease (CVD) and cancer. Overweight or above tend to compose a medical condition of obesity, it is becoming a worldwide epidemic and a problem of public health regardless of sex, age, ethnicity or race, which has just worsened in several chronic diseases. Hence, many individuals seek alternatives to minimize the impact of this disease and achieve a healthy weight loss, which of these alternatives strength training practiced in many bodybuilding gyms. This paper aims to demonstrate, through a literature review, information on the collaborative effects of physical strength training in people who have a degree of overweight or obesity. Thus demonstrating that the practice of strength training has been stimulated by major companies related to sports medicine in relation to the prevention / treatment of obesity. Keywords:strength training, resistance training, weight loss. INTRODUÇÃO A preocupação da sociedade com a vida saudável tornou-se um fator primordial para a qualidade de vida.Na sua grande maioria pessoas buscam as academias para diminuir a massa de gordura corporal, isso por meioda prática de treinos de força, na busca de alcançar uma qualidade de vida saudável. Para uma composição corporal saudável, a musculação ou treino de força é a forma de treinamento mais utilizada pelas academias e considerada um processo eficiente na buscado emagrecimento por pessoas acima do peso (GONÇALVES et al., 2010). Como umadas atividades físicas mais populares consideradas na atualidade, o treinamento de força de acordo como Fleck e Kraemer(2006), juntamente com outras capacidades motoras básicas e vitais, tornouse um elemento essencial para o indivíduo que busca adquirir mudanças no desempenho motor,na força Página 181 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica muscular, na composição corporal, sendo indispensável em um programa de treinamento para a saúde, tendo como principal capacidade treinada a força muscular.Segundo Soares et al (2014) o treinamento de força é uma atividade que trabalha no corpo humano contrações musculares voluntárias contra alguma resistência, utilizando-se da combinação de dois tipos de exercícios físicos, os exercícios físicos isométricos também conhecidos como estáticos, e/ou os exercícios físicos isotônicos também conhecidos como dinâmicos. O treinamento de força vem tornando-se para as pessoas um exercício regular como prática de atividade física,buscando: melhorar o condicionamento físico humano, tentar minimizar o grau de estresse causado por preocupações familiares e profissionais, tentar impedir o aparecimento de diversas doenças causadas pelo sedentarismo, além de reduzir significativamente a quantidade de gordura corporal, e deve-se enfatizar como não somente uma preocupação das mulheres em relação à estética corporal, mas igualmente uma preocupação pelos homens também, sempre com foco em melhorar a qualidade de vida. Conforme Koslowsky (2004), essa qualidade de vida tão buscada pelas pessoas por meio da atividade física, compreende em um grau de satisfação do indivíduo com o estilo de vida, acerca da avaliação da atividade e os resultados biológicos, que grande parte das vezes resulta na busca pelas academias na possibilidade de minimizar o mau do sedentarismo.Jáa grande maioria dessas pessoas opta pela atividade física como um processo fundamental para o emagrecimento, buscando promover no seu estilo de vida um peso saudável e aceitável a sua aparência corporal. Pessoas com características sedentárias costumam perder o controle sobre o peso, tornando-se em muitos casos pessoas obesas. Essas pessoas precisam entender que a obesidade não é apenas um mal causado pela forma de alimentação descontrolada e/ou falta de monitoramento da ingestão alimentar, mas a necessidade de elevar o gasto calórico e gasto energético diário por meio das práticas de atividades físicas. Daí, a importância de um treinamento de força que possa orientar as pessoas quanto ao tratamento do sobrepeso e obesidade, aumentando a taxa de metabolismo basal (SOARES et al, 2014). Mundialmente, as opções de refeições rápidas e não saudáveis que caracterizam os maus hábitos alimentares juntamente com o sedentarismo, são a principal causa do acúmulo exagerado de gordura corporal, levando por consequência a pessoa a assumir um estado de obesidade (SILVA FILHO, 2013). De acordo com Leite (2000) o conceito de obesidade mais recente, é definido como o excesso de gordura corporal no peso corporal total, que frequentemente resulta em prejuízo à saúde. O sedentarismo pode ser um fator etiológico da obesidade ou pode ser resultado da obesidade, assim todo indivíduo que um assume um estilo de vida sedentária por vários anos, tende a possuir uma adiposidade acima do normal, quer tenha ou não excesso de peso corporal.Daí então, o exercício físico é o mecanismo mais importante através do qual o organismo gasta energia e é o fator que causa o efeito mais intenso sobre o gasto energético diário. Nesse sentido, o objetivo dessapesquisa é demonstrar, por meio de uma revisão da literatura, informações sobre os efeitos colaborativos do treinamento de força física em pessoas que apresentam um sobrepeso ou um grau de obesidade. Estas pessoas buscam por meio das academias o auxílio de orientações de profissionais de musculação para conquistar o emagrecimento corporal, um melhor condicionamento físico e um aumento saudável na melhoria de qualidade de vida. Essapesquisa utilizou como fundamentação, a revisão bibliográfica da literatura científica sobre o tema, realizando-se pesquisas em artigos, livros e diretrizes nacionais e internacionais. As seções destapesquisa estão organizadas da seguinte forma: a segunda seção apresenta o método de pesquisa utilizado e os procedimentos metodológicos aplicados para a revisão da literatura. A terceira seção apresenta fundamentos sobre a obesidade e sobre o treinamento de força, descrevendo as contribuições/benefícios do treino de força em relação ao sobrepeso. Por fim, apresenta as considerações finais desta pesquisa. MATERIAIS E MÉTODOS Página 182 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Com base em teorias literárias, nesta seção serão apresentados os fundamentos metodológicos que foram utilizados na pesquisa buscando o fornecimento de dados para compor a revisão da literatura acerca do tema abordado. Tipo de Pesquisa O tipo de pesquisa utilizado para este estudo se classifica como bibliográfica, onde houve uma coleta de informações de diferentes autores. Uma pesquisa pode ser classificada sobre vários aspectos, segundo a diversidade tipológica existente. Para Vergara (2007) uma pesquisa pode ser definida de dois modos, quanto aos fins, este estudo tem caráter de pesquisa exploratória. E quanto aos meios, este estudo tem caráter de pesquisa bibliográfica. Uma pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios impressos e/ou eletrônicos, como livros, artigos científicos e páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto (VERGARA, 2007). Esta pesquisa terá o intuito de descrever os benefícios do treinamento de força física em pessoas que apresentam um sobrepeso ou um grau de obesidade, para isto será realizado um estudo exploratório através de pesquisa bibliográfica em livros, teses e artigos científicos nacionais e internacionais, que possuam relação com o tema. Na visão de Gil (1995), as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com menor rigidez no seu planejamento, pois tem como objetivo proporcionar uma visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato ou fenômeno. Tem como características informações definidas ao acaso e o processo de pesquisa flexível e não estruturado. Utilizam-se descrições textuais que serão utilizados como base para a construção de um referencial teórico e utilização apropriada das informações. Procedimento Metodológico de Pesquisa O processo de pesquisafoi realizado inicialmente por meio de buscas em livros e artigos nacionais e internacionais de forma exploratória e aleatória, em impressos e meios eletrônicos, buscando fontes de dados relacionadas com tema da pesquisa. Para isto, utilizou-se como fonte científica de meio eletrônico,sites do Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br) no período de Set/2015 a Dez/2015 onde foram pesquisadas e combinadas as seguintes palavras chaves: treinamento de resistência (resistance training); treino de força (strenght training); perda de peso (weightloss); obesidade (obesity); emagrecimento (emaciation). A partir desta pesquisa os artigos foram selecionados e utilizados como referência de acordo com relação ao tema e sua contribuição para esta pesquisa. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Obesidade Ao longo das últimas décadas, a obesidade e o sobrepeso vêm crescendo de forma constante entre os adultos, onde pode ser caracterizada por pessoas que possuem um índice de massa corporal (IMC) maior que 25 kg/m2 e/ou maior que 30kg/m2. As taxas mais elevadas de morbidade e mortalidade são encontradas em pessoas com sobrepeso ou obesas, quando comparadas a indivíduos de peso normal. A obesidade é considerada pelo Ministério de Saúde um aumento excessivo daquantidade de gordura corporal, que está associada ao sedentarismo como um dos principais problemas de saúde pública (BOUCHARD, 2003). Hannibal et al. (2010) apresentam que os novos hábitos da vida moderna em pleno século XXI, são determinantes para o crescimento dessa doença, juntamente com a falta de atividade física e o excesso de ingestão alimentar, que produzem como consequência um acúmulo excessivo de reservas energéticas corporal, conduzindo a pessoa ao sobrepeso e a obesidade. Página 183 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Algumas pesquisas na literatura diversificam o significado entre o sobrepeso e a obesidade. No caso do sobrepeso, ocorre devido à massa corporal ultrapassar a média para a estatura e talvez para uma determinada idade. Já a obesidade excede o acúmulo de gordura no tecido adiposo, regionalizado ou em todo o corpo (BOUCHARD, 2003). As principais causas da obesidade são consideradas por fatores genéticos, ambientais e o sedentarismo, apresentando como o maior risco à saúde o sedentarismo, pois acarreta em diversas alterações no organismo, tais como: aumento nas taxas sanguíneas de colesterol, triglicerídeos, glicemia, hipertensão arterial, além de doenças cardiovasculares, problemas cardíacos, doenças crônicas, diabetes I e II, entre outros problemas de saúde (MONTENEGRO, 2014; HANNIBAL et al., 2010). Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), segundo Montenegro (2014) é consenso que há um aumento preocupante no quadro da obesidade no Brasil nos últimos 20 anos, envolvendo a metade da população brasileira.De acordo com Cazzadore e Porto (2015) as doenças ligadas à obesidade possuem grande risco de saúde devido à distribuição da gordura em determinadas regiões do corpo. Existem dois tipos de distribuição de gordura corporal: obesidade periférica (ginóide, formato de pera), onde possui maior concentração depositada de lipídios nas regiões glúteas e femorais; e a obesidade central (androide, formato de maçã), onde representa maior risco de doenças ligadas à obesidade (cardiopatias, hipertensão, resistência a insulina, aterosclerose entre outras), isso devido ao grande aumento de gordura depositada na região abdominal. As causas da obesidade são diversas. Elas podem ser neurológicas, endócrinas, genéticas, estilo de vida sedentária, farmacológicas, ambientais e psicológicas. Do ponto de vista bioenergético, o distúrbio primário da obesidade é o desiquilíbrio da energia ingerida, maior que o gasto calórico do organismo. A principal causa da obesidade é o elevado consumo de alimentos com alto índice energético e o aumento da inatividade física, deixando claro que se a obesidade se restringisse somente a má alimentação das pessoas, facilmente esta poderia deixar de ser um dos principais problemas de saúde publica (LEITE, 2000; CAZZADORE E PORTO, 2015). Hannibal et al. (2010) corrobora em seu trabalho que a prática regular de atividade física é a chave do componente comportamental para o tratamento e a prevenção da obesidade. Isso aliado à reeducação alimentar que ajuda a manter a taxa metabólica de repouso aumentada por horas e até dias, dependendo do tipo, intensidade e duração dos exercícios. Diversas formas de exercícios físicos vêm sendo propostos como auxílio na redução de peso, prevenção e tratamento de obesidade, exercícios de caminhada, exercícios aeróbicos, exercícios resistidos ou até mesmo a combinação dos exercícios resistidos com aeróbicos (SILVA FILHO E FERREIRA, 2014). Desta forma, conforme a discussão apresentada faz-se necessário algum tipo de intervenção de forma eficaz, que possa minimizar os impactos da realidade relativa à obesidade. O presente artigo enfatiza o tratamento de intervenções não farmacológicas, sendo o mais específico no uso da prática de exercícios físicos para um emagrecimento saudável por meio do treinamento de força. Treinamento de Força O treinamento de força consiste em exercícios que utilizam a contração voluntária da musculatura esquelética contra alguma forma de resistência, que pode ser conseguida por meio do próprio corpo, pesos livres oumáquinas (ARRUDAet al, 2010). O treinamento de força ou treinamento de resistência é uma modalidade de exercício que tem crescido muito em popularidade ao longo das duas últimas décadas, conquistando muitos adeptos, especialmente por seu papel na melhoria do desempenho atlético, aumento da força muscular, ganho de potência e velocidade, hipertrofia, resistência muscular localizada, além de aumento da coordenação motora. Tradicionalmente, o treinamento de força ainda é realizado por poucos indivíduos, comparando com números de habitantes da população mundial. No entanto, a partir dos benefícios relacionados à saúde alcançados por meio do treinamento de força, grandes organizações agora realizam recomendações para melhoria da saúde, como o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM – American Collegeof Sports Página 184 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Medicine) e Associação Americana do Coração (AHA – American HeartAssociation), isso sem fazer distinções entre faixa etária de idades, incluindo crianças para tratamentos especiais, adolescentes, adultos e idosos, principalmente aqueles com doenças cardiovasculares ou neuromusculares (KRAEMER and RATAMESS, 2004). Conforme Fisher et al. (2011) o treinamento de força agora é amplamente reconhecido não só para atletas, mas também para todos aqueles interessados em otimizar a saúde, e tornou-se recomendação médica para alguns tratamentos de saúde. Os benefícios de saúde que estão associados à prática do treinamento de força incluem: diminuição do tempo de trânsito gastrintestinal; redução de risco de câncer de cólon; aumento da taxa metabólica de repouso; melhora significante do metabolismo de glicose; perfil lipídico do sangue melhorado; redução da pressão arterial; densidade mineral óssea melhorada; redução de dor e desconforto para aqueles que sofrem de artrite; diminuição da dor lombar; maior flexibilidade física; melhora da capacidade aeróbica, além de muitos outros benefícios alcançados. Para indivíduos envolvidos no esporte, o treinamento de força de acordo com Stone (1990) apud Fisher (2011) pode reabilitar, ou seja, evitar possíveis lesões por meio do fortalecimento das articulações, músculos, tendões, ossos e ligamentos. Isso por meio de métodos de treinamento de força adequados é possível permitir reforçar os atributos associados com o desempenho físico, por exemplo, resistência, força, potência, velocidade e salto vertical de um indivíduo. O fator chave para o treinamento de força ser bem sucedido em qualquer nível de aptidão ou idade é a concepção do programaapropriado. A concepção do programa apropriado implica em instruções de exercícios adequados (por exemplo, técnica, respiração, uso correto de equipamentos), a fixação de metas (para que o programa possa ter como alvo áreas específicas de interesse), um método de avaliação do progresso do treinamento em direção a objetivos de formação, a prescrição correta de variáveis agudas do programa, bem como a inclusão de métodos específicos de progressão destinadas as áreas específicas de aptidão muscular. É importante que o treinamento de força possa ser supervisionado por profissionais qualificados para a prevenção de lesões e para maximizar os benefícios de saúde e desempenho (KRAEMER and RATAMESS, 2004). Vale ressaltar que, o treinamento de força é tão eficaz quanto o simples treinamento aeróbico ou de flexibilidade no oferecimento de benefícios à saúde. A justificativa para essa afirmativa é que o método do treinamento de força trabalha com componentes inteiramenteassociadosao gasto energético, como: intensidade, número de séries, velocidade na execução do exercício e intervalos presentes entre cada uma das séries de exercícios. Pois para alcançar o emagrecimento como objetivo pode-se utilizar de três alternativas: A primeira delas incide na manutenção do gasto de calorias diárias e na redução do consumo energético. A segunda forma é conservar a dieta de calorias aumentando, contudo, o gasto energético através da prática de atividades físicas. Por fim, podem-se combinar os métodos da primeira e segunda forma expostos, de forma a diminuir o consumo alimentar e aumentar os gastos calóricos diários (FLECK E KRAEMER, 2006). Os prováveis mecanismos que o treinamento de força pode auxiliar na perda e manutenção do peso, são: o aumento do gasto diário de energia, a redução do apetite, o aumento da taxa metabólica de repouso, o aumento da massa muscular, o aumento do efeito térmico de uma refeição, a elevação do consumo de oxigênio, a otimização dos índices de mobilização e utilização de gordura, bem como uma sensação de auto suficiência e bem-estar (HAUSER et al, 2004). Outro aspecto a ser destacado com relação aos efeitos positivos do treinamento de força no tratamento da obesidade é a melhora da capacidade aeróbica, poisseus resultados na maioria dos trabalhos da literatura que incluem o exercício de força em seu programa de intervenção mostram que os indivíduos aumentam seu consumo máximo de oxigênio (VO2max), isso quer dizer, que melhoram a capacidade funcional cardiovascular e a aptidão aeróbica do indivíduo (HANNIBAL et al., 2010). De acordo com Hauseret al. (2004) há mais de dez anos atrás a atividade física já era considerada um dos tratamentos mais eficazes contra o excesso de peso corporal, pois estimula o aumento da atividade do Sistema Nervoso Simpático - SNS, permitindo o controle dos fluxos de substrato de energia. O aumento do Página 185 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica gasto energético devido o aumento da atividade do SNS, causa uma ação na redução do apetite, aumento da taxa metabólica de repouso e maior ação na oxidação de gorduras. Portanto, o treinamento de força demonstra ser essencial para auxiliar o indivíduo a manter a perda de peso no período de dieta, pois períodos de restrição calórica tendem a reduzir a ação do SNS no organismo. Diversos pesquisadores na literatura concordam que a atividade física por meio do treinamento de força é bastante eficaz na redução do risco de doenças crônicas, além de ser um grande agente na redução de gordura corporal em indivíduos que estão acima do peso. Através de vários relatos, é possível obter resultados de que o treinamento de força não é apenas para os construtores de corpo, e deve ser parte de seu plano de bem-estar de vida. Entre os benefícios do treinamento de força são: aumento do tônus muscular, forma/mudança do corpo, aumento da densidade óssea, melhora hormonal e função mental, diminui o stress, aumento do metabolismo e perda de peso. Alguns pesquisadores fazem sugestões ou dicas de como tirar maior proveito do treinamento de força para alcançar um emagrecimento saudável, como: Realizar exercícios para cada um dos principais grupos musculares: pernas, costas, peito, ombros, braços e núcleo. Executar uma série de cada exercício para o ponto onde sentir que seus músculos estão fatigados, mantendo a boa forma. Exercitar cada grupo muscular 2 a 3 vezes ao dia consecutivo por semana, se possível. Usar boa forma. Usando a boa forma é tão importante quanto à quantidade de peso que usa. Permitir tempo suficiente entre os exercícios para executar o próximo exercício em formulário próprio. Executar tanto o levantamento e agachamento como parte dos exercícios de uma maneira controlada. Manter um padrão de respiração normal; prendendo a respiração pode causar aumento excessivo da pressão arterial. Expire durante a fase de elevação/levantamento. Respire durante a fase de descida/agachamento. Se possível, pratique os exercícios com um parceiro de treino que pode fornecer feedback, assistência e motivação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos resultados desta pesquisa pôde-se observar que há diversos estudos que apresentam os benefícios e as contribuições que o treinamento de força pode influenciar de forma positiva no controle de peso de pessoas com sobrepeso ou obesas. As pesquisas mostraram que o exercício por meio do treinamento de força tem um papel fundamental nos programas de atividades físicas, trazendo efeitos como: perda de peso, a diminuição do percentual de gordura, permite o aumento da massa magra, melhora da capacidade aeróbica, além de proporcionar benefícios relacionados aos fatores de riscos cardiovasculares associados à síndrome metabólica, melhorando assim a qualidade de vida da pessoa. Enfim, pode-se observar que na literatura há um reconhecimento por meio de pesquisas exploratórias, estudos de casos e profissionais de saúde, que há diversas fontes de dados que compartilham os benefícios advindos do treinamento de força em contribuição a qualidade de vida do ser humano, tanto para melhora de estética corporal, perda de gordura corporal, resistência e ganho muscular, aptidões físicas nas atividades diárias do cotidiano, melhor desempenho no esporte e principalmente melhora de vida com saúde. Página 186 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica REFERÊNCIAS ARRUDA, D. P. de; ASSUMPÇÃO, C. de O.; URTADO, C. B.; DORTA, L. N. de O.; ROSA, M. R. R.; ZABAGLIA, R.; SOUZA, T. M. F. de. Relação entre Treinamento de Força e Redução do Peso Corporal. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.4, n.24, p.605-609, 2010. BOUCHARD, Claude. Atividade Física e Obesidade. São Paulo : Manole, 2003. CAZZADORE, L. C.; PORTO, M. Efeito de Programas de Exercícios Físicos no Controle da Obesidade: Uma Revisão da Produção Científica Nacional. Revista de Educação Física (UNIFAFIBE), Ano IV, n. 3, 2015. DIAS, R. C; ROCHA, C. D. A importância do treinamento de força na qualidade de vida de indíviduos em uma academia de Belém.Departamento de Educação Física do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UEPA (Universidade do Estado do Pará), 2012. FISHER, J.; STEELE, J.; BRUCE-LOW, S.; SMITH, D. 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D.¹ GHELLER, R.² ¹Acadêmico do Curso de Pós-Graduação, ENAF/Desenvolvimento Serviço Educacionais -Poços de Caldas Minas Gerais - Brasil. ²Professor Mestre substituto da UFAM e do Centro Universitário do Norte. [email protected] RESUMO O exercício de musculação é atualmente conhecido como treinamento com pesos ou treinamento resistido. E um dos principais objetivos da realização de exercícios físicos é a redução de gordura corporal. Este estudo, apresenta as evidências científicas através de uma revisão literária, acerca da comparação entre musculação e o exercício da redução de gordura corporal, que resulta no melhor efeito na redução do peso corporal. Utilizamos quatro estudos de casos, onde constatamos que no 1º caso, os praticantes de musculação (14,7%) e de exercícios aeróbicos (16,2%), revelaram que não haviam diferença no percentual de gordura; e ambos possuíam valores menores que as sedentárias (21,8%). No 2º caso de estudo, o grupo que praticou musculação reduziu 97% em gordura contra 78% do grupo exercícios aeróbicos + dieta, 69% para o da dieta somente. Já no 3º caso de estudo, nos revelou que todos os grupos tiveram uma perda de peso similar, de aproximadamente nove quilos. E por fim, o 4º estudo de caso, o grupo que fez apenas dieta a perda de peso foi de 2% contra 36% do grupo praticante de musculação. Palavras-chave:Musculação; redução de gordura corporal; exercício. ABSTRACT The bodybuilding exercise is now known as weight training or resistance training. One of the main objectives of physical exercises is the loss of fat. This study presents the scientific evidence through a literature review, about the comparison between bodybuilding and exercise for body fat reduction, which results in better effect in reducing body weight. We use four case studies, which found that in 1st case, bodybuilders (14.7%) and aerobic exercise practitioners (16.2%) revealed that there were no difference in the percentage of fat; and both had lower numbers than sedentary (21.8%). In the 2nd case study, the group that practiced bodybuilding decreased by 97% fat to 78% of the aerobic exercise group + diet, 69% for the diet only. In the 3rd case study, it showed that all groups had similar weight loss of about nine kilograms. Finally, the 4th case study, the group that did only diet, the weight loss was 2% to 36% of the bodybuilding group. Keywords:Bodybuilding; body fat reduction; exercise. INTRODUÇÃO O artigo apresentando, surgiu da necessidade de uma revisão de literatura, para apresentar evidências científicas acerca da contribuição da musculação na redução de gordura corporal, destacando quais os procedimentos que tiveram os melhores resultados. Vale ressaltar que há vários estudos sobre o excesso de gordura, onde relatam diversos problemas que estes causam, nas artérias, no cérebro,além de provocar doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. De acordo com Lerario et al. (2002, p.5), “a urbanização e a industrialização, acompanhadas de maior disponibilidade de alimentos e menor atividade física, contribuíram para a crescente prevalência da obesidade nas populações”. Página 188 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Quanto a prescrição de exercícios físicos, esta deve ser ajustada à medida que a capacitação cardiovascular e a capacidade física para as atividades diárias melhorem com o esquema de reabilitação proposto, destaca (SANTOS-FILHO, 2010, p. 34). Por isso que é importante a redução de gordura corporal, além da mudança estética, ela proporciona também vários benefícios a saúde, com relaçãoa doença cardiovascular, colabora para (redução da pressão arterial, em indivíduos hipertensos), ajuda na redução da ansiedade e depressão, e modificações na composição corporal, mantendo ou aumentando a massa magra. Ressalta-se que para esta finalidade existem diferentes métodos na atualidade da redução de gordura corporal, dentre os quais merece destaque o treinamento de força, realizado com pesos.Utilizado com vários objetivos, por exemplo, aumentar o desempenho esportivo, o condicionamento físico, a estética e promoção da saúde (ARRUDAet al., 2010). O treinamento de força consiste em exercícios que utilizam a contração voluntária da musculatura esquelética contra alguma forma de resistência, que pode ser conseguida por meio do próprio corpo, pesos livres ou máquinas (ACSM, 2002; Fleck e Kraemer, 2006; Lopes, 2008).Vale ressaltar que assim, como o treinamento de força, é importante destacar a musculação, que é atualmente conhecida como treinamento com pesos ou treinamento resistido. E para a realização do exercício, este varia de acordo com o objetivo da pessoa. Ainda temos o treinamento aeróbico, de acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), os programas de treinamento físico visando perda de massa corporal devem ser realizados com aproximadamente 60 a 70% do VO2max. Para a sociedade, a relevância desse estudo é de extrema importância, pois com a prática do exercício de musculação, além de ajudar na redução de gordura corporal, contribui para diminuir a ansiedade e o estresse, também traz benefícios que previnem doenças, desenvolve e fortalece os músculos [..] durante um período do exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos, consequentemente à medida que essa adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho, afirma (MONTEIRO et al., 2004). Dessa forma, numa sessão de musculação, por exemplo, a queima de calorias não se dá apenas enquanto se faz a atividade, mas também posteriormente. A dedicação, uma boa alimentação e um acompanhamento de um profissional, são fatores importantes. As hipóteses pertinentes a este tema são: 1) A prática do exercício de musculação, vem sendo eficaz nos treinamentos para a redução de gordura corporal; 2) A falta de um programa correto, atrapalha na redução de gordura corporale 3) O aumento do sedentarismo, contribui para o crescimento de pessoas obesas. A partir desse momento, com o questionamento da prática de musculação e sua relação na redução de gordura corporal, contribuiu para aprofundamento da problemática: Qual a importância da prática do exercício de musculação no processo da redução de gordura corporal? A partir desses pressupostosfoi realizado uma revisão de literatura, com intuito de verificar a contribuição da musculação naredução de gordura corporal. OBJETIVOS Objetivo Geral: Verificar a prática do exercício de musculação na redução de gordura corporal, e qual a sua importância na promoção da saúde. Objetivos Específicos: Destacar os principais métodos utilizados em treinamento de musculação; Descrever como ocorre o exercício da musculação na redução de gordura corporal; Verificar as principais causas no aumento da gordura. Página 189 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MATERIAIS E MÉTODOS Inicialmente foi utilizadona pesquisa bibliográfica, leituras dos textos pertinentes ao tema pesquisado erealizado fichamentos, em consonância a busca de artigos científicos e livros, no qual pesquisou-se as palavras-chaves: treinamento de força, redução de gordura corporal, perda de gordura corporal, treinamento aeróbico e musculação. Para análise constituiu-se de amostragem estratificada, utilizando-se do estudo de caso, sendo as bases de dados da literatura, Ballor e Poehlman (1992), Kraemer et al. (1999), Geliebter et al. (1997), Valente et al. (2011) e Ávila et al. (2010). Com bases nos estudos de caso dos autores empregados neste artigo, e quanto aos instrumentos utilizados, pode-se destacar: Ballor e Poehlman (1992), estudaram um grupo de 82 mulheres divididas em: sedentárias; praticantes de musculação ou praticantes de exercícios aeróbicos, as praticantes de atividades físicas se exercitavam no mínimo três vezes por semana há um tempo médio superior a dois anos. Kraemer et al. (1999), realizaram um estudo de 12 semanas comparativo de três grupos: dieta; dietas + exercícios aeróbicos; e dieta + exercícios aeróbicos + treino de força.O treinamento aeróbico foi realizado por 50 minutos a 70-80% da FC máxima9. Ainda no grupo combinado, o treino de força foi realizado após o aeróbio, seguindo uma periodização não linear, com alternância de treinos “pesados” (5-7 RM) e “leves” (8-10 RM); cada exercício foi realizado com três séries e intervalos de dois minutos nos treinos “pesados” e um minuto nos “leves”. Já Geliebter et al. (1997), dividiram mulheres moderadamente obesas em três grupos: dieta + treinamento de força; dieta + treinamento aeróbico e somente dieta. O resistido foi realizado em três series submáximas, com contrações lentas, de cinco segundo em cada fase. O treino aeróbio foi realizado com ergômetros de membros inferiores e superiores, em frequências cardíacas acima de 70% da máxima. Para a dieta, todos receberam uma fórmula com o conteúdo calórico equivalente a 70% da TMR. Por último, adotamos na revisão de literatura obtidos por Valente et al. (2011)e Ávila et al. (2010), utilizaram um programa de dieta em idosos, também adicionaram o treinamento de força (8 a 12 repetições). Instrumentos empregados Foi utilizado como instrumento de coleta de dados para identificação entre treino de musculação e exercício aeróbico nos casos apresentados, bem como dieta aliada ora ao treinamento de musculação ora ao treinamento aeróbico. Tais procedimentos são: no caso de estudo (Ballor & Poehlman, 1992), as avaliações foram realizadas por meio de pesagem hidrostática10; no caso de estudo (Kraemer et al.,1999), além da FC máxima realizado em 50 minutos a 70 a 80%, também alternância nos treinos entre pesados (57 RM) com séries de dois minutos e leves (8-10 RM), com séries de um minuto apenas; no casode estudo (Geliebter et al.,1997), utilizou-se os ergômetros dos membros inferiores e superiores, em frequência cardíaca acima de 70% da máxima. Por fim,Valente et al. (2011)e Ávila et al. (2010), foi realizado um programa de dieta adicionando o treinamento de força (8 a 12 repetições). Procedimentos realizados Os testes realizados surgiram com a necessidade de cada grupo pesquisado, sendo os grupos citados conforme a literatura utilizada, são variáveis: mulheres obesas ou sedentárias; praticantes de musculação ou praticantes de exercícios aeróbicos; com dieta ou dieta e associação aos exercícios aeróbicos ou até mesmo com treinamento de força; e ainda com idosos obesos, mais treinamento de força. 9 Grifo nosso, é a frequência cardíaca máxima em que o número máximo de batimentos do coração é capaz de efetuar em um minuto. 10 Grifo nosso, consiste na medição do indivíduo dentro d’água, utilizando-se valores de densidade de dois compartilhamentos corpóreo: a gordura e a massa magra. Página 190 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Podemos classificar da seguinte forma: Estudo População Mulheres sedentárias, & praticantes de musculação ou praticantes de exercícios aeróbicos. Ballor Poehlman. Kraemer et al. Não especificado Geliebter et al. Mulheres obesas Procedimento realizado Atividades físicas, três vezes por semana, um tempo médio superior a dois anos. Duração de 12 semanas, associados a dieta, exercícios aeróbicos e treinamento de força. Dieta mais treinamento de força, dieta mais treinamento aeróbico ou somente dieta. Programa de dieta e treinamento de força. Valente et al.; Idosos obesos Ávila et al. Tabela 1: Análise dos procedimentos realizados nos casos de estudos da literatura. Fonte: Silva, 2016. RESULTADOS Ao iniciamos o estudo, fizemos uma revisão de literatura, onde utilizamos os dados com base em Ballor e Poehlman (1992); Kraemer et al. (1999); Geliebter at al. (1997); Valente et al. (2011); e Ávila et al. (2010), assim: Estudo Ballor Poehlman. Período treinamento População Mulheres sedentárias, praticantes de & musculação ou praticantes de exercícios aeróbicos. de Atividades físicas, três vezes por semana, um tempo médio superior a dois anos. Página 191 Resultado O grupo envolvido com treinamento aeróbio apresentava maior gasto calórico durante o tempo livre em relação ao sedentário (2.530 vs. 1.693 KJ/dia), mas o mesmo não ocorria com o treino de força (2.180 KJ/dia). Com relação aos hábitos alimentares, não houve diferença no consumo energético, apesar da ingestão para praticantes de musculação (8.551 kJ) ser aparentemente superior à do grupo sedentário (7.883 kJ) e de treino aeróbio Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Kraemer et at. Geliebter et al. Não especificado Duração de 12 semanas, associados a dieta, exercícios aeróbicos e treinamento de força. Mulheres obesas Dieta mais treinamento de força, dieta mais treinamento aeróbico ou somente dieta. Valente et al; Idosos obesos Ávila et al. (7.928 kJ). O grupo de musculação reduziu 97% em gordura contra 78% do grupo de exercícios aeróbios + dieta e 69% para o da dieta somente, sendo que este último perdeu quantidade significativa de massa magra (Kraemer et al. 1999 apud Gentil, 2014, p. 165). Todos os grupos tiveram uma redução de gordura corporal similar de nove quilos. O grupo de dieta a redução de gordura Programa de dieta corporal foi de 2%, já e treinamento de os praticantes de força. musculação foram de 36%. Tabela 2: Análise dos resultados, conforme os casos de estudos da literatura. Fonte: Silva, 2016. A análise revelou que no estudo deBallor & Poehlman (1992), as praticantes de musculação gastavam menos energia e comiam mais que as praticantes de exercícios aeróbios, mas ainda assim tinham percentual de gordura relativamente baixo.Podemos observar que os praticantes de musculação (14,7%) e de exercícios aeróbicos (16,2%), revelaram ainda que não haviam diferença no percentual de gordura; e ambos possuíam valores menores que as sedentárias (21,8%). No estudo de Kraemer et al. (1999), nota-se que todos os grupos conseguiram reduzir o peso de maneira similar, com tendência de menor perda no grupo de exercícios aeróbios.O grupo que praticou musculação reduziu 97% em gordura contra 78% do grupo exercícios aeróbicos + dieta, 69% para o da dieta somente. Neste estudo de Geliebter et al. (1997), a redução de gordura também foi semelhante, o grupo que realizou treinamento de força obteve as menores perdas de massa magra.O caso apresentado, nos revelou que todos os grupos tiveram uma redução de gordura corporal similar, de aproximadamente nove quilos. Ainda no estudo de Valente et al. (2011); e Ávila et al. (2010), os resultados de composição corporal foram mais reveladores. Houve perda de 11,2% de gordura em quem praticou musculação e de apenas 0,2% em quem fez dieta. A massa muscular aumentou 1,3% no grupo que praticou musculação e reduziu 2,7% no grupo que fez apenas aeróbio.O grupo que fez apenas dieta a redução de gordura corporal foi de 2% contra 36% do grupo praticante de musculação. Página 192 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Nota-se nos estudos dos casos analisados, o último apresentou resultados mais significantes quanto ao treinamento de musculação em comparação ao treinamento aeróbico, e também com a realização de uma dieta. Por fim, os resultados de Valente et al. (2011); e Ávila et al. (2010), foram notáveis, demostrando assim, que o exercício de musculação torna a redução de gordura corporal mais eficaz, mesmo havendo um programa de dieta. DISCUSSÃO Segundo Guiselini (2013, p. 12), as pessoas se exercitam regularmente para melhorar o condicionamento físico, diminuir o estresse, para evitar o aparecimento de doença decorrentes do sedentarismo, para melhorar o desempenho no esporte e, também, como meio de diminuir a quantidade de gordura corporal. Com relação aos resultados, em consonâncias as hipóteses, fica evidente que é verdadeiro, a prática do exercício de musculação, vem sendo eficaz nos treinamentos para a redução de gordura corporal,onde se obteve os índices maiores de redução de gordura corporal com relação aos exercícios aeróbicos ou somente com dieta. Para Gentil (2014, p. 171): [...] o simples fato de o emagrecimento promovido pela musculação se igualar ao promovido pelo aeróbio não pode ser visto como suficiente [...] os resultados do exercício aeróbio tradicionalmente empregado são pouco significativos. É necessário, portanto, que, assim como foi proposto para o exercício aeróbio, se analisem criteriosamente os fatores envolvidos com a musculação para que se chegue a protocolos mais eficientes. A escolha de um programa adequado é essencial, visto no último estudo de caso, onde foi realizado com um grupo de idosos obesos, este grupo realizou além de um programa de dieta, um treinamento de força (8 a 12 repetições). Obviamente, que as causa da obesidade, em diversos estudos científicos, apontam a má alimentação e sedentarismo como precursores. Entretanto, aredução de gordura corporal pode ser otimizada durante exercícios executados emdeterminadas intensidades. Quanto maior é a intensidade de um exercício, maioré o gasto de energia obtido da oxidação de nutrientes e, consequentemente, maioré o consumo de oxigênio (MARANGON & WELKER, 2008, p. 364). Com relação a comparação entre musculação e o exercício da redução de gordura corporal, no caso evidenciado por Ballor & Poehlman (1992), com relação aos praticantes de musculação e exercícios aeróbicos, não havia diferença no percentual de redução de gordura corporal, ambos possuíam apenas valores menores que as sedentárias. Conforme Silva e Nunes (2015, p.120), o exercício aeróbio pode desempenhar um papel significativo na perda de gordura corporal, devido ao seu poder de aumentar o gasto de calorias. Além disso, aumenta a eficiência do sistema cardiorrespiratório e consequentemente, diminui as chances de comorbidade associadas à obesidade, como as doenças cardiovasculares Dessa forma, o grupo do treinamento aeróbio apresentava maior gasto calórico durante o tempo livre em relação ao sedentário, mas o mesmo não ocorria com o treino de força, e também os hábitos alimentares não tiveram muita diferença, nem aos praticantes de musculação. Ressalto que, os grupos só tiveram diferença em relação ao grupo sedentário. Mesmo a ingestão dos praticantes de musculação ser aparentemente superior. Outro ponto que surpreendeu, se refere ao estudo de caso de Geliebter et al. (1997), onde todos os grupos tiveram uma perda de peso de nove quilos, e tudo associado a dieta com treinamento de força ou treinamento aeróbico, ou então apenas dieta. Francischi, Pereira e Lancha Junior, 2001; Viana e colaboradores, 2007 (apud Arruda et al. 2010, p. 608), destaca que: [...] atualmente é crescente a recomendação do treinamento concorrente, ou seja, utilização do treinamento de força juntamente com o aeróbio, como uma forma efetiva de associar a resistência aeróbia Página 193 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica com o fortalecimento muscular em um único programa de treinamento, garantindo concomitantemente a perda da gordura corporal bem como a manutenção da massa magra. Com isso, é cada vez mais a utilização tanto do treinamento de força quanto aeróbico em programas de acordo com a necessidade de cada indivíduo. Finalizando esta discussão, o estudode caso de Kraemer et al.(1999), onde o grupo de musculação reduziu 97% em gordura em relação aos grupos deexercícios aeróbios + dieta e de somente dieta. Com isto podemos concluir que os estudos de caso apresentados nesta revisão de literatura, ainda assim, os que utilizam o treinamento de musculação tem o maior índice de redução de gordura corporal, visto que o programa de treinamento, mesmo que não seja associado a dieta, os resultados são mais eficientes em relação ao treinamento aeróbico e treinamento de força. Consequentemente, essas informações devem ser veiculadas não somente no meio acadêmico, mas na imprensa para que as pessoas percebam o quanto é importante a prática de exercício, seja através de musculação, ou outro programa de treinamento, mas que havendo disciplina e um acompanhamento adequado, pessoas obesas, com problemas de saúde, poderão ter uma vida mais saudável. CONCLUSÃO O exercício de musculação tem mais eficiência na redução de gordura corporal em relação aos treinamentos de força ou aeróbicos, visto que depende da intensidade do exercício praticado, e este contribui para um resultado positivo. A busca pelaredução de gordura corporal, é cada vez maior, principalmente por pessoas que tem histórico de sedentarismo, obesidade e doenças relacionados a falta de cuidado com a saúde. Ressaltamos que os benefícios da prática regular do exercício físico já são bem recomendados por profissionais, pois é importante o acompanhamento na prática dos exercícios, visto que o tipo de exercício será de acordo com os benefícios a serem alcançados por cada um, seja por questões de saúde ou estética, a recomendação de um profissional é fundamental. De acordo com a revisão de literatura, o treinamento de musculação apresenta um importante papel na redução de gordura corporal, na busca de emagrecimento, visto que promove a manutenção ou melhora da massa magra, além de resultados eficientes, mesmo que não esteja aliado a uma dieta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Stand: Progression Models in Resistance Training for Healthy Adults. Med Sci Sports Exercise. 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Página 195 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MOTIVAÇÕES DOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DE UMA ACADEMIA EM CANINDÉ-CE SILVA, Antonia Juliana Bezerra da(1); ABREU, Maria Gleide Mayra Serafim(2); PEREIRA, Eduardo da Silva(3). 1, 2. Pós-graduandas do curso de Especialização emMusculação e Treinamento Funcional. 3. Mestre em Ciências Fisiológicas. Professor Efetivo do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, Campus Canindé. Orientador da Pesquisa. RESUMO O objetivo do presente estudo é identificar os motivos de adesão e manutenção à prática de musculação na cidade de Canindé-CE, apontar os motivos que levam as pessoas a procurarem a modalidade da musculação e identificar o nível de conhecimento que elas possuem sobre os benefícios da musculação. A presente pesquisa é classificada como descritiva de campo e bibliográfica, quantitativa e transversal. A amostra da pesquisa é constituída por 30 praticantes de musculação, sendo 15 do gênero masculino e 15 do gênero feminino, de uma academia da cidade de Canindé-CE. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o Questionário de Motivação e Barreiras para a prática de Atividades Físicas (Musculação), adaptado de LUZ (2010) e obedeceu a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS. A média de idade dos entrevistados é de 25,16 anos (+ 5,31). O estado civil da amostra foi classificado em 73% de solteiros, 20% de casados e 7% de separados. Quanto a indicação à prática de musculação, 67% disseram que foram os Amigos que lhes indicaram a prática do treinamento resistido, 16% disseram terem sido influenciados pelos meios de comunicação (TV, Rádio, propagandas...), 10% por conhecidos e 7% foram influenciados pelos familiares. O principal objetivo dos participantes praticantes da musculação foi a Hipertrofia (57%) a Satisfação com os resultados também levam os praticantes a se motivarem cada vez mais na prática física e 90% dos entrevistados se mostraram satisfeitos com os resultados. Sugere-se que mais estudos sejam realizados, levando em consideração todas as academias da cidade, para assim traçar um perfil dos praticantes dessa modalidade. Palavras-chave: Motivações; Musculação; Canindé. ABSTRACT The aim of this study is to identify the membership and maintenance reasons to practice bodybuilding in the city of Canindé-CE, pointing out the reasons that lead people to seek the sport of bodybuilding and identify the level of knowledge they have about the benefits of bodybuilding. This research is classified as descriptive field and literature, quantitative and transversal. The survey sample consists of 30 practitioners of weight training, 15 males and 15 females, of an academy in the city of Canindé-CE. As data collection instrument was used Motivation and Barriers Questionnaire for the practice of Physical Activities (Bodybuilding), adapted from LIGHT (2010) and obeyed the resolution 466/12 of the National Health Council - CNS. The average age of respondents is 25.16 years (+ 5.31). The marital status of the sample was ranked 73% single, 20% married and 7% apart. As an indication to the practice of weight training, 67% said they were friends who indicated to them the practice of resistance training, 16% said they were influenced by the media (TV, radio, advertisements ...), 10% by known and 7% were influenced by family members. The main purpose of participating practitioners of bodybuilding was the hypertrophy (57%) Satisfaction with the results also lead practitioners to increasingly motivate the physical practice and 90% of respondents were satisfied with the results. It is suggested that more studies be conducted, taking into account all the academies of the city, so as to draw a profile of the practitioners of this sport. Página 196 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Keywords: Motivations; Weight; Canindé. INTRODUÇÃO Entende-se como motivação a força que impulsiona determinado comportamento, são as razões que levam alguém a fazer algo (REGIS; CALADO, 2001). Já a manutenção é vista quando os indivíduos já estão automotivados, quando eles mesmos já criam suas próprias metas, está relacionada à sensação de bem estar e prazer (SANTOS, 2006). Relacionando esses conceitos à prática de exercícios físicos, estudos (LUZ, 2001; SANTOS, 2006; FREITAS et al 2007)mostram que o principal motivo para seu início é a melhora da qualidade de vida, com ênfase no condicionamento físico. Uma das atividades físicas bastante procuradas na atualidade é a musculação, também chamado de treinamento resistido. Amusculação são vários métodos e modalidades que melhoram a força muscular,sendo que seu treinamento pode ser feito com pesos, ecom resistências hidráulicas, elásticos, molas, e utilizando-se da isometria muscular (RODRIGUES, 2001). De um modo geral, a musculação proporciona a redução do percentual de gordura, oaumentoda massa muscular, aumentaàforça do indivíduo,facilitando sua locomoção, mantém a pressão sanguínea e a frequência cardíaca dentro de padrões aceitáveis para a idade do praticante, dificulta o acúmulo de colesterol no sangue, e também, quando feita em locais comunitários,favorece asocialização, diminui os índices de depressão e ansiedade(ALMEIDA apud NADEU; PERONET, 2010;COSTA, 2004). A musculação é vista como uma das atividades mais completas e que abrange qualquer população, uma vez que ela é adaptável de acordo com a necessidade de cada indivíduo (MURER, 2007). Ela é muito utilizada para pessoas debilitadas, reabilitando indivíduos lesionados, pela ausência de movimentos rápidos e de desacelerações, apresentando, assim, baixos números de lesões.Tal modalidade combate intensamente a obesidade fazendo com que aumente o metabolismo calórico basal, estimulando o indivíduo a continuar perdendo gordura mesmo depois de terminada sua prática (MURER, 2007;FERREIRA apud FLECK; KRAEMER, 2008). O treinamento resistido é comumente praticado em academias que vêm, cada vez mais, ocupando espaço na esfera social, como prestadoras de serviços especializadas em atividades motoras, físico-esportivas ou de movimentos (MARCELLINO, 2003). As academias ainda não são vistas como um espaço de lazer ou de convivência, sendo utilizada unicamente para fins “esportivistas”, ou de culto ao corpo (MARCELLINO apud Cunha, 2003). Segundo um estudo do Data Popular citado pelo site Mundo do Marketing em 2011, diz que os brasileiros da Classe C são os que mais freqüentam as academias, mais de 52% das pessoas que estão nesses estabelecimentos pertencem a essa nova classe media. Cerca de 79 milhões de brasileiros se interresam por atividades físicas desse segmento (CASTRO, 2011). Diante desse contexto, o objetivo do presente estudo é identificar os motivos de adesão e manutenção à prática de musculação na cidade de Canindé-CE. Pretende-se, especificamente, apontar os motivos que levam as pessoas a procurarem a academia, a modalidade da musculação e identificar o nível de conhecimento que elas possuem sobre os benefícios da musculação. MATERIAIS E MÉTODOS Caracterização da pesquisa Esse estudo é caracterizado como uma pesquisa descritiva de campo e bibliográfica, quantitativa e transversal. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Já, a pesquisa descritiva pode ser definida como uma pesquisa onde há análise e registro de dados sem manipulá-los (CERVO et al., 2007). Página 197 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica População e amostra A amostra da pesquisa é constituída por 30 praticantes de musculação, sendo 15 do gênero masculino e 15 do gênero feminino,de uma academia da cidade de Canindé-CE. Instrumento para coleta de dados Foi utilizado como instrumento de coleta de dados o Questionário de Motivação e Barreiras para a prática de Atividades Físicas (Musculação), adaptado de LUZ (2010), que trata de questões referentes à prática de musculação quanto à motivação dos praticantes, características das aulas e das academias e o relacionamento com os professores. Procedimentos Inicialmente, foi realizado um contato prévio com os responsáveis pelos estabelecimentos (academias), afim de que os objetivos da pesquisa fossem esclarecidos. A aplicação do Questionário ocorreu mediante a autorização, feita por meio da assinatura de um Termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE. Aspectos Éticos Este estudo obedece a todos os critérios presentes na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, no que se refere à pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012).O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foi solicitado de todos os que participaram deste estudo, e os dados obtidos garantiram o anonimato dos participantes. Análise dos dados Os dados obtidos na pesquisa foram analisados mediante o uso do programa Excel versão 2013, para estatística descritiva (média, desvio padrão, frequência absoluta) que são apresentadas por meio de tabelas e gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente estudo contou com 30 participantes, sendo 15 (50%) do gênero Masculino e 15 (50%) do gênero Feminino, sendo uma amostra bastante equilibrada para assim, haver uma melhor avaliação dos resultados. A média de idade dos entrevistados é de 25,16 anos (+ 5,31). Tabela 01 – Caracterização da Amostra GÊNERO MASCULINO FEMININO TOTAL ESTADO CIVIL SOLTEIRO CASADO SEPARADO TOTAL N 15 15 30 22 06 02 30 % 50 50 100 73 20 07 100 O estado civil da amostra, foi classificado em 73% (N=22) de solteiros, 20% (N=06) de casados e dois (02) participantes, 7% são de separados (Tabela 01). O questionário aplicado buscou sanar informações sobre os motivos e razões dos indivíduos de optarem pela prática da Musculação. Quando questionados sobre quem lhe havia indicado a Musculação, 67% (N=20) disseram que foram os Amigos que lhes indicaram a prática do treinamento resistido. Cerca de 16% Página 198 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica (N=05) disseram terem sido influenciados pelos meios de comunicação (TV, Rádio, propagandas...), 10% (N=03) por conhecidos e 7% (N=02) foram influenciados pelos familiares (Figura 01). Gráfico 01 – Indicação para a prática da Musculação. Pode-se perceber que os amigos têm muito influência nas pessoas entrevistadas (67%) e a família têm influência em apenas 7% dos casos. Cerca de 10% dos entrevistados disseram tiveram indicação para a prática esportivo aqui discutida através de conhecidos, que pode-se deduzir ser pessoas próximas, amigos de amigos, fazendo parte do núcleo social. Parte dos presentes resultados corrobora com os outros trabalhos, por exemplo, as pessoas, predominantemente, sofrem influência de dois grandes grupos principais, são eles: o grupo familiar e a influência social, os grupos de amigos (FIGUEIRA JÚNIOR, 2000 apud AZNAR, 1997). Em um estudo com adolescentes de 14 a 19 anos de João Pessoa-PB constatou que tanto os pais como os amigos têm influência sobre a prática de atividade física nos jovens entrevistados (CHENG et al., 2014]). A família pode ser uma influência a partir do momento que ela serve de exemplo para seus parentes mais próximos, pode-se perceber tal fato na literatura a partir das conclusões que ressaltam que filhos de pais ativos tendem a serem adultos mais ativos também(SABA, 2008). O 2º fator mais citado que os motivou a entrar na musculação foram as propagandas de TV e Rádio, com 16%. Segundo Lima et al., (2014) a mídia e os instrumentos de comunicação são um dos vários meios para a propagação de algumas informações, como conhecimento sobre a saúde, estética e forma física. Um dos fatores importantes para entender a motivação para a prática da musculação é conhecer os objetivos dessa prática. O principal objetivo citado pelos praticantes foi a Hipertrofia com cerca de 57% (N=17), seguido do Emagrecimento 23% (N=07), e por fim, Estética e Saúde, ambos com 10% cada (N=03) (Figura 02). Página 199 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 02 – Objetivos para a prática da Musculação. A musculação quando supervisionada é uma atividade com baixas taxas de lesão, que proporciona aumento de força, potência, resistência muscular ajudando no desempenho nas atividades da vida diária (BARROS et al., 2015). No estudo de Barros et al., (2015) mostrou que o principal motivo/objetivo para se praticar a musculação pelos indivíduos foi em 1º lugar “aperfeiçoar a força física” que se assemelha ao presente estudo que mostrou que o principal objetivo para a prática de musculação foi a hipertrofia (57%). O emagrecimento foi citado por 23% dos entrevistados. Sabe-se que a musculação, além de promover o aumento da força, pode também ajudar no processo de emagrecimento. A musculação pode ajudar no processo de emagrecimento, aumentando a Taxa de Metabolismo Basal (TMB), portanto, recomenda-se a inclusão da musculação para as pessoas que buscam emagrecer por melhorar a capacidade funcional e ajudar no aumento do gasto calórico diário (DE PAIVA MONTENEGRO, 2014). Os objetivos Estética e Saúde foram os objetivos menos citados, 10% cada um. Barros et al., (2015) em seu estudo mostrou que a Saúde e a Estética foram os 3º objetivos mais citados pelos entrevistados. A principal questão nesse fato é que esses dois fatores são lembrados pelos praticantes apenas depois dos objetivos mais do senso comum, como a hipertrofia e o emagrecido, principais objetivos que levam as pessoas a academia. Quanto ao tempo de participação da prática, observamos participação de 1 mês até 9 meses. Cerca de 7% praticam a 1 mês, 7%, 2 meses e outros 7% (N=02) 3 meses, 27% praticam a musculação a 4 meses e 23% a 5 meses. Três participantes (10%) estão na musculação a 6 meses e 7 meses, 7% praticam a 8 meses e apenas 3% (N=01) praticam a 9 meses (Figura 03). Página 200 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 03 – Tempo de Participação na Musculação. Os entrevistados podem ser classificados como iniciantes, já que o aluno que mais tempo treina musculação, a faz a 9 meses (3%). Segundo Rodrigues (2001) o período para haver mudanças nos treinos é de 3 em 3 meses, onde as aulas dos alunos tanto irá aumentar em número de vezes na semana, como a intensidade e o aumento da carga do treino. Para melhor avaliar os participantes, foram perguntados alguns fatores dos treinos, como número de aulas na semana, como o aluno via seu treino na questão de intensidade e se os mesmos estão satisfeitos com os resultados até agora alcançados. De todos os 30 participantes, 17 (56%) realizam os treinos de musculação 6 vezes por semana, seguida por 5 vezes por semana, com 27% (N=08). Os que praticam 3 vezes por semana eram 3 participantes (10%) e duas pessoas (7%) fazem a musculação todos os dias da semana, 7 vezes (Figura 04). Gráfico 04 – Quantidades de treinos durante a semana. Todos os participantes realizam treinos de musculação mais de 3 vezes por semana. A frequência semanal da prática do treinamento resistido no artigo de Barros et al., (2015) revelou que 100% dos seus entrevistados realizam treinos no mínimo 3 vezes por semana ou mais, corroborando com os dados do Página 201 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica presente trabalho, em que nenhum dos entrevistados responderam fazerem treinos menos de 3 vezes na semana. O treino convencional de musculação trabalha por agrupamento muscular, assim o treino dá aos alunos intervalos de recuperação (RODRIGUES, 2001) esses intervalos permitem a “ressíntese de fosfagênios, a manutenção do nível de lactato sanguíneo... e o restabelecimento da frequência cardíaca em níveis mais confortáveis” (GODOY, 1994, p. 19 apud RODRIGUES, 2001). Os participantes da pesquisa também responderam como achavam que eram os ritmos das suas aulas. Cerca de 43% achavam suas aulas adequados, 33% disseram que suas aulas têm ritmo Forte, seguido de Muito Forte (10%), 7% acharam que suas aulas eram “Fraco” e outros 7% que suas aulas era Muito Fraco (Figura 05). Gráfico 05 – Ritmo/Intensidade dos treinos de musculação. A maioria dos entrevistados afirmaram que seus treinos estão adequados, 43%. O ritmo ou intensidade pode ser exemplificada com as seguintes mudanças no treino: aumento do peso nos exercícios, aumento ou diminuição da velocidade de execução dos exercícios e a diminuição dos intervalos de recuperação entre os grupos musculares (RODRIGUES, 2001). Toda mudança de treinamento se baseia na teoria da adaptação, em que o corpo humano necessita ser desafiado, por assim dizer. Portanto, os treinos sempre devem sofrer modificações ao longo de sua prática, para assim obter sucesso nos resultados. Esse fato explica os 10% que disseram que seus treinos estão “muito forte” e dos 33% que disseram que seus treinos estão “fortes”, pois os mesmos podem está na fase de modificação de seus treinos fazendo com que os alunos sintam que seu treino está muito intenso. O contrário também é explicado, 7% disseram que seus treinos estão fracos ou muito fracos, esses praticantes podem estarem precisando de modificações em seus treinos. Com todos esses dados, perguntou-se também sobre a satisfação com os resultados até agora conseguidos. Os que responderam que estão satisfeitos somam os 90%, os que disseram ainda não estarem satisfeitos somou 10% (Figura 06). Página 202 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 06 – Dados sobre a satisfação com os resultados. Se os objetivos estão sendo alcançados, a satisfação com os resultados tende a ser satisfatória. É o que demonstra os resultados da presente pesquisa, em que os participantes em sua grande maioria (90%) estão alcançando seus objetivos. Isso deve-se a especialização dos profissionais de Educação Física, que se especializando podem realizar trabalhos mais diversificados que possam alcançar os objetivos de seus alunos de forma saudável e consciente. Tendo seus objetivos alcançados, o aluno fica mais motivado a continuar sua prática esportiva, seja ela qual for e a musculação não fica de fora, pois por ser uma prática vista como monótona, ter os objetivos dos praticantes sanados é a melhor motivação para esse aluno. CONSIDERAÇÕES FINAIS O principal motivador para a prática da musculação constatada no presente estudo foram os Amigos, com 67% e os programas de TV, propagandas (16%). Conclui-se portanto, que o seio familiar ainda é o melhor exemplo para a prática de exercícios físicos. No geral, as pessoas ainda procuram a musculação para objetivos de hipertrofia (57%), ou seja, aumento da massa muscular. Entretanto, os objetivos citados pelos participantes (Figura 02) mostram como os praticantes de musculação estão cada vez por dentro dos efeitos dos exercícios resistidos. Vê-se isso no fato de 23% citarem que seus objetivos de fazerem a musculação é ajudar no emagrecimento. Constatou-se no presente estudo que uma boa formação dos profissionais ajuda aos seus alunos a alcançarem seus objetivos e terem mais consciência da prática da musculação e que se seus praticantes estão satisfeitos com os resultados terão mais motivação para continuar a seguir na prática da musculação. Buscou-se com o presente artigo entender os reais motivos para a prática da musculação em uma academia da cidade de Canindé-CE. Sugere-se que mais estudos sejam realizados, levando em consideração todas as academias da cidade, para assim traçar um perfil dos praticantes dessa modalidade. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de., PAVAN, Barbara. Os Benefícios da Musculação para a Vida Social e para o Aumento da Auto-Estima na Terceira Idade. Revista Brasileira de Qualidade de Vida. V. 02, n. 02, jul./dez. 2010, p. 09-17; Página 203 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANTUNES, Alfredo Cesar. 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Página 205 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E PERFIL ALIMENTAR EM FUTEBOLISTAS AMADORES EVALUATION OF BODY COMPOSITION AND DIETARY PROFILE IN AMATEUR FOOTBALLERS MENDONÇA, S.K.D.1 FARIAS, J.M. 1 GUERREIRO, K.H.S.2 Encontro Nacional de Atividade Física/ENAF- Macapá - Brasil Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica - Macapá - Brasil [email protected] RESUMO Considerado o esporte mais popular em todo o mundo, praticado por todas as nações, o futebol desperta interesse da comunidade científica para o aprofundamento do conhecimento tanto do metabolismo envolvido quanto a interações dos fatores que contribuem de maneira negativa e positiva para o mesmo. O presente artigo objetiva avaliar a composição corporal e o perfil alimentar em futebolistas amadores, evidenciando possíveis carências nutricionais e excesso de peso, demonstrando a importância de uma intervenção nutricional correta feita por um profissional nutricionista. A amostra foi composta por 15jogadores amadores de futebol de campo do sexo masculino com idade entre 25 e 41 anos, incluindo todos os jogadores que participaram da avaliação e responderam ao recordatório 24 horas. Para análise do perfil antropométrico aferiu-se massa corporal e estatura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e dobras cutâneas para estimativa do percentual de gordura (%g). O recordatório de 24 horas foi utilizado para cálculo da ingestão de macronutrientes e micronutrientes. O valor médio encontrado de %gc 19,5, considerado alto para essa população; 20% dos jogadores estavam com IMC adequado, 40 % apresentavam sobrepeso, 13,4% tinha obesidade grau I e 26,6 % obesidade grau II. O consumo médio de ingestão calórica é 2564 kcal/dia, abaixo do ideal que é de 4417 kcal/dia, valores de carboidratos, proteínas e lipídios foram de 53,3, 20,1% e 26,8%, respectivamente. A ingestão de micronutrientes estava aquém do recomendado entre a população, cálcio representando 93%, vitamina C 40%, ferro 13,4% e zinco 53,40% de inadequação entre os jogadores amadores. Concluiu-se que há necessidade de uma intervenção nutricional correta com o objetivo de melhorar o rendimento nos treinos, diminuir o cansaço físico, melhorar a capacidade respiratória e reduzir o percentual de gordura. Palavras-chave: futebol, nutrição, composição corporal, macronutrientes, micronutrientes. ABSTRACT Considered the most popular sport in the world, practiced by all nations, soccer arouses interest of the scientific community to deepen the knowledge of both the involved metabolism and interactions of factors that contribute negatively and positively to it. This article aims to evaluate the body composition and dietary profile in amateur soccer players, evidencing possible nutritional needs and overweight, demonstrating the importance of a proper nutritional intervention made by a professional nutritionist. The sample was composed of 15 amateur soccer players from male gender aged between 24 and 40 years, including all the players who participated in the evaluation and responded to the 24-hour diet recall. For the analysis of anthropometric profile it was measured the body mass and height to calculate body mass index (BMI) and skinfold to estimate the body fat percentage (%BF). The 24-hour diet recall was used to calculate the intake of macronutrients and micronutrients. The average value found of body fat percentage Página 206 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica 19.5, considered high for this population; 20% of the players were with suitable BMI, 40% were overweight, 13.4% were class I obesity and 26.6% were class II obesity. The average consumption of energy intake is 2564 kcal/day, which is below the optimum of 4417 kcal/day. Values of carbohydrates, proteins and lipids were 53.3%, 20.1% and 26.8%, respectively. The micronutrient intake was fall short of recommended among the population. Representing calcium 93%, vitamin C 40%, iron 13.4%, zinc, 53.40% of inadequacy among amateur players. It was concluded there is the necessity of a proper nutritional intervention in order to improve performance in training, reduce physical fatigue, improve respiratory capacity and reduce the fat body percentage. KEYWORDS: Soccer, nutrition, body composition, macronutrients, micronutrients. INTRODUÇÃO Atualmente, uma prática esportiva com alta adesão popular é o futebol. Muitas dimensões socioculturais relevantes integram a sua prática; uma das mais abrangentes relacionadas a esse desporto é a do esporte popular, com princípios como uso do tempo livre e ludicidade, assim como o de proporcionar bem-estar e lazer a seus praticantes. Os adeptos dessa atividade física, em maioria, jogam o futebol apenas com caráter de lazer e socialização. Esses futebolistas amadores apresentam características de sedentarismo, principalmente, porque não almejam na prática futebolística o rendimento atlético (PONTES; SOUZA; LIMA, 2006). A nutrição apropriada constitui o alicerce para o desempenho físico, proporciona tanto o combustível para o trabalho biológico quanto às substâncias químicas para extrair e utilizar essa energia. As vitaminas e minerais são importantes no metabolismo energético, no estresse oxidativo, contração muscular, regulação do balanço hídrico e nas funções estruturais, é de se esperar que a deficiência de um ou mais desses micronutrientes possa trazer algum prejuízo em relação ao desempenho de jogadores de futebol (NUNES;JESUS,2010). Para o mesmo autor, muitas vezes, atletas dispensam o consumo de verduras e frutas, correndo maior risco de deficiência e comprometendo seu rendimento. Diferente no esporte amador, de acordo com Schandler e Navarro (2007) “a nutrição voltada para o esporte de alto rendimento tem sido bastante valorizada pelos profissionais do esporte, já que atletas submetidos a constante treinamento e a grandes volumes de atividade física intensa têm requerimentos nutricionais diferentes, quando comparados com indivíduos normais. Sendo assim, quando a dieta balanceada e o treinamento são prescritos de maneira correta, podem otimizar os depósitos de energia para a competição, melhorando o desempenho, fazendo a diferença no resultado final”. O treino e o condicionamento do jogador são decisivos para seu sucesso, no entanto, a nutrição assume um papel importante para garantir que o atleta tenha uma adequada ingestão calórica, de nutrientes e hidratação, a fim de melhorar seu desempenho e potencializar seu rendimento, mas também recuperar as reservas energéticas, reduzir a fadiga, minimizar lesões e melhorar o tempo de recuperação. O percentual de gordura corporal - %GC de atletas acaba influenciando diretamente no rendimento esportivo. De acordo com Pinto, Azevedo e Navarro (2007), vários estudos demonstram a incompatibilidade entre a excelência competitiva e altos índices de adiposidade cutânea e, segundo esse mesmo estudo, os valores ótimos de gordura corporal para futebolistas são difíceis de definir. Quintão et al.(2009); Muller et al. (2007) demonstraram que jogadores de futebol tem apresentado uma inadequada distribuição de macronutrientes, encontrando consumo de carboidratos abaixo de 60%, consumo de dieta hiperproteica e hiperlipídica.As proteínas e lipídeos servem como fonte auxiliar de combustível durante os exercícios intensos e de longa duração. Caso os aminoácidos não sejam repostos, via alimentação, haverá comprometimento do processo normal de síntese proteica, perda de força muscular e redução no desempenho (SILVA, 2014). Além disso, o baixo consumo de lipídeos acarreta na redução da absorção de micronutrientes importantes nesse processo. Existem poucos estudos que definem as necessidades nutricionais para atletas amadores de futebol, e mesmo para atletas em geral, visto que esses indivíduos tem um gasto energético intenso e na maioria das vezes não tem acompanhamento nutricional ou mesmo preocupação com seus hábitos alimentares, Página 207 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica apresentando altos índices de sobrepeso e obesidade, correndo maior risco de uma sobrecarga cardíaca, respiratória ou mesmo lesões ortopédicas. Dessa forma, o trabalho teve por objetivo principal avaliar a composição corporal eo perfil alimentar de futebolistas amadores,a fim de evidenciar possíveis carências, demonstrando a necessidade de intervenção e acompanhamento de um profissional nutricionista, além de estudar as recomendações nutricionais para atletas amadores em macronutrientes, cálcio, ferro, vitamina C e Zinco. MATERIAL E MÉTODOS Amostra O presente estudo foi dotipo transversal, quantitativo e descritivo, com avaliação de15 jogadores de futebol amador do sexo masculino, moradores da cidade de Macapá/AP, com idade entre 25 e 41 anos que praticavam o esporte há pelo menos um ano. O objetivo do time era de disputar um campeonato nacionalde futebol de campo entre as regionais da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB), que ocorre anualmente. Foram avaliados todos os jogadores do time, totalizando 26, porém, após os critérios de inclusão e exclusão apenas 15 participaram da pesquisa. Foramutilizados como critérios de inclusão os atletas que participaram das avaliações e responderam aos recordatórios, excluindo então aqueles que não aderiram aos critérios da pesquisa. A pesquisa foi submetida a um Comitê de ética e pesquisa – CEP e os indivíduos foram informados dos procedimentos a que seriam submetidos, riscos e benefícios, e antes de serem avaliados assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE, segundo as normas para a Realização de Pesquisa em Seres Humanos, atendendo aos critérios da Ética da Pesquisa em Saúde, conforme determina a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde de 1996. Antropometria Mensurou-se peso corporal, estatura e dobras cutâneas dos jogadores. O peso foi quantificado em quilogramas (kg) e o equipamento utilizado foi uma balança digital – Mondial® com capacidade de 150kg e sensibilidade de 100g. Para a medida da estatura, foi utilizado estadiômetro portátil Sanny® (204cm e variação de 1 cm). A fim de mensurar o percentual de gordura foram realizadas medidas das sete dobras cutâneas (peitoral, abdominal, coxa, suprailíaca, subescapular, triciptal e axilar média) segundo a fórmula de Jackson e Pollock (1978), por meio de adipômetro da marca Cescorf® e considerado o valor médio de cada uma delas. Os pontos anatômicos foram medidos sempre do lado direito, pelo mesmo avaliador, por três vezes; O peso e a estatura foram utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), classificado de acordo com os pontos de corte propostos pela ABESO (2009/2010). Ingestão de Nutrientes Foi utilizado como instrumento para coleta de dados um recordatório 24 horas. O recordatório de 24 horas, como o nome indica, consiste em definir e quantificar todos os alimentos e bebidas ingeridas no período anteriores a entrevista, que podem ser às 24 horas precedentes ou, mais comumente, o dia anterior (FONSECA, 2012). O cálculo das calorias, macronutrientes (carboidrato, lipídio, proteína e fibras) e micronutrientes (cálcio, vitamina C, ferro e zinco) foram realizados por meio do software Avanutri®, assim como IMC e percentual de gordura corporal, utilizando-se como parâmetros as recomendações de Padovani (2006), que define indicadores nutricionais de consumo de energia e nutrientes para grupos ou indivíduos. Procedimentos realizados Os treinos ocorriam em três dias da semana, terças, quintas e sábados, por isso as avaliações foram realizadas antes dos treinos, divididas em três grupos em dias distintos. Cada atleta realizou avaliação Página 208 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica (peso, altura e dobras cutâneas) e respondeu ao recordatório 24 horas no seu dia respectivo. Após avaliação e orientação, os atletas receberam dieta individualizada e orientação nutricional, realizada pelas nutricionistas responsáveis pela pesquisa. Tratamento Estatístico Para a elaboração de banco de dados e análise estatística foi utilizado o Microsoft Office Excel, 2007. Os dados relacionados à ingestão de nutrientes e Valor Calórico Total da alimentação, bem como a antropométrica, foram analisados pela estatística descritiva e os valores expressos em média, desvio padrão, mínimo e máximo. RESULTADOS E DISCUSSÃO A média de idade observada entre os atletas foi de 25 a 41 anos, todos do sexo masculino. Na tabela 1 estão apresentados os resultados referentes aos dados antropométricos e composição corporal, além do cálculo do Índice de Massa Corpórea - IMC dos atletas. Os valores estão expressos em Valor mínimo, máximo, médio e desvio padrão. A estatura média foi de 1,72m±0,8 cm, enquanto seu peso corporal de 88,51kg±17,58 kg. Tabela 1 - Peso, Altura, % Gordura Corporal e IMC (n=15) Variável Val. Mín. Val. Máx. Média D.P. Peso 63,5 108,9 88,51 17,58 Altura 1,59 1,89 1,72 0,08 % G.C. 13,4 25,4 19,35 3,93 IMC 22,5 36,6 29,46 4,67 No presente estudo o valor médio encontrado de %GC foi de 19,35±3,93, corroborando com os valores encontrados por Valter et al. (2010), onde o percentual encontrado foi de 18,22±7,85%.O estudo realizado por Fonseca (2012), com 16 jogadores de futebol da categoria B do Palmeiras apresentou um valor médio de 11,5%±1,4, representando um valor considerado ideal para esta população que segundo o mesmo está entre 5,9 a 15% de %GC. De acordo com os dados coletados apenas 20% dos jogadores estavam com o IMC adequado (entre 18,5 e 24,9kg/m2), 40% apresentavam sobrepeso, 13,4% tinham obesidade grau I e 26,6% obesidade grau II. Os dadoscorroboram com os estudos de Ponteset al (2006); Silva e Oliveira (2013) onde os jogadores apresentaram maior índice de sobrepeso respectivamente com IMC médio de 26,4±4,5 e 25,02±2,09 kg/m2, ressalta-se o alto índice de obesidade nesta pesquisa, o que para Silva e Oliveira (2013) poderá desencadear diversas doenças de ordem cardiovascular, ortopédicas, como também dificultar ou impossibilitar a pratica desportiva. Observou-se, na tabela 2, um consumo médio de 2564±769,2 kcal/dia e de 16,71±9,82 g/d de fibras. De acordo com Schwarz, Freitas e Silva (2012) a recomendação média de calorias para jogadores de futebol amador é de 4417±700,6 kcal/dia, considerada alta se comparado com as recomendações para pessoas sedentárias,tratando-se de fibras, segundo Mello e Laaksonen (2009)apud FAO/OMS o consumo deve ser de pelo menos 25 g/d. De acordo com o encontrado no estudo de Valter et al. (2010), embora os indivíduos consumam uma menor quantidade energética, o estado nutricional geral desta amostra pode ser classificado como sobrepeso. Tabela2 - Ingestão de Macronutrientes Fibras (n=15) Variável Val. Mín. Ing. Energética (kcal/dia) 1605 Carboidratos (%) 42,3 Carboidratos (g/kg) 248,3 - Carboidrato, proteína, lipídeo e Val. Máx. 4323 65,3 547,9 Página 209 Média 2564,5 53,3 336,2 D.P. 769,2 7,3 88,5 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Proteínas (%) Proteínas (g/kg) Lipídeos (%) Fibras 12,2 70,6 12,5 3,1 31,1 239,8 37,3 32,3 20,1 126,4 26,8 16,71 4,2 43,8 6,7 9,82 O consumo calórico da maioria dos atletas ainda é deficiente, a baixa ingestão de energia resulta em um aporte insuficiente de nutrientes relacionados ao metabolismo energético, reparação tecidual, antioxidantes e sistema imunológico. Vale ressaltar, que os índices de sobrepeso e obesidade foram expressivos, mesmo com a ingestão calórica abaixo do recomendado, isso pode se dar devido o alto consumo de álcool e lipídeos, principalmente aos fins de semana, o que muitas vezes não foram relatados no recordatório alimentar. Para Nunes e Jesus (2010), muitas vezes, atletas dispensam o consumo de verduras e frutas, correndo maior risco de deficiência e comprometendo seu rendimento. Os valores encontrados para carboidratos, proteínas e lipídeos foram, respectivamente, 53,3%, 20,1% e 26,8%.SegundoSilva (2014);Fonseca (2012) uma dieta balanceada, adequada em quantidade e qualidade, antes, durante e após treinamentos e competições e que atenda a demanda energética, em especial os carboidratos, são essenciais para que os atletas realizem uma boa partida, e na recuperação pós-jogo. Para Panza et al. (2007), as recomendações de carboidrato para jogadores devem ser entre 60-70%, a fim de maximizar os estoques de glicogênio muscular. Quintão et al (2009); Muller et al (2007) demonstraram que jogadores de futebol de ambos os gêneros tem apresentado uma inadequada distribuição de macronutrientes, encontrando consumo de carboidratos abaixo de 60%, consumo de dieta hiperproteica e hiperlipídica, de acordo com o resultados para consumo de carboidrato encontrados nesta pesquisa.As recomendações, segundo os autores, são de 1,4-1,7g/kg de proteína e de 20-30% do consumo de lipídeos. As proteínas e lipídeos servem como fonte auxiliar de combustível durante os exercícios intensos e de longa duração. Caso os aminoácidos não sejam repostos, via alimentação, haverá comprometimento do processo normal de síntese proteica, perda de força muscular e redução no desempenho (SILVA, 2014). Além disso, o baixo consumo de lipídeos acarreta na redução da absorção de micronutrientes importantes nesse processo. Tabela 3 - Ingestão de micronutrientes - Ca, Vit C, Fe e Zn (n=15) Variável Média D.P DRI UL %adeq. %inadeq. Cálcio 516,2 194,1 1000 2500 7% 93% Vitamina C 146,2 137,9 90 2000 60% 40% Ferro 18,1 10,5 8 45 86,60% 13,40% Zinco 12,1 9,48 11 40 46,60% 53,40% *Padovani (2006) Médias de ingestão dos micronutrientes, recomendações e limite máximo de consumo estão apresentadas na tabela 3. Observou-se consumo insuficiente em 93% dos atletas para Cálcio, 53,4% para Zinco, 40% para vitamina C e 13,4% para Ferro.De acordo com o estudo de Schandler e Navarro (2007),atletas, inclusive os amadores, correm maior risco de apresentarem ingestão inadequada de vitaminas e minerais devido ao grande volume e intensidade de treinamento. No estudo de Valteret al. (2010) os praticantes de futsal apresentaram consumo inadequado de cálcio que foi de 714,92±557,24 mg equiparando-se com a pesquisa de 516,2±194,1mg, vale ressaltar que assim como neste estudo, apenas um participante atingiu a recomendação de cálcio adequada; A RDA para cálcio em homens de 19-50 anos é de 1000mg/d (TOZZATO, 2013). Segundo Biesesk et al.(2005); Bucci et al. (2005) o cálcio é essencial para a coagulação sanguínea e na contração muscular, o baixo consumo deste mineral está associado à sarcopenia e osteoporose, além disso, tem função de preservar e manter a massa muscular magra. Página 210 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Os níveis de consumo de vitamina C estão abaixo da recomendação em 40% dos jogadores, contrariando o estudo de Satori, Prates e Tramonte (2002), que investigaram hábitos alimentares de 22 atletas de futsal do Paraná (RS), o estudo demonstrou que existia carência de cálcio e excesso no consumo de ferro e vitamina C, sendo indispensáveis para um ótimo desempenho esportivo.O consumo adequado de Vitamina C promove resistência a infecções, reduz a fadiga, dores reumáticas, além de prevenir lesões de pele e atrofia muscular. A menor deficiência de micronutrientes encontrada neste estudo foi para o Ferro, que foi de 13,40%. O estudo de Gomes, Ribeiro e Soares (2005), avaliaramquatro jogadores de futebol amputados, não foi encontrada deficiência para o mineral ferro. Isso se deve muito ao fato de as dietas serem,em grande maioria, hiperproteicas, além do que a deficiência deste mineral é mais frequente em mulheres em idade fértil. Para Viebig e Nacif (2006); Stulbach e Raphael (2010), o consumo adequado de ferro está diretamente ligado ao rendimento esportivo, sua deficiência pode levar a fadiga, sonolência, falta de concentração, baixa do rendimento esportivo, falta de ar, redução do controle da temperatura corporal e redução da imunidade, fatores que diminuem a tolerância ao exercício. A deficiência encontrada de Zinco foi expressiva com 53,4% dos desportistas. Lima et al. (2011) estudou o consumo de zinco em 20 jogadores de futebol do sexo masculino, os valores encontrados foram de 17,9±4,4mg dentro do consumo considerado adequado.O zinco tem participação na síntese e metabolismo das proteínas e cicatrização. Além disso,está associado à funções imunológicas (WILLIAN, 2002). Segundo Alvarenga Netto (2007); Lima et al. (2011) a deficiência deste mineral aumenta a fadiga e diminui a performance esportiva. Stulbachi e Raphael (2010) relacionam a deficiência de zinco comnáuseas, dor epigástrica, diarréias e vômitos, além do aumento do LDL (lipoproteína de baixa densidade) e diminuição do HDL-colesterol (lipoproteínas de alta densidade). CONSIDERAÇÕES FINAIS Vale ressaltar que o time obteve perda de peso total de 63,5 kg, sendo que um dos atletas obteve uma perda considerável de 30 kg e os outros uma média de 2,4kg, após a intervenção nutricional de três meses, a redução do peso corporal e a melhora na alimentação dos atletas, inclusive de carências de micronutrientes, repercutiu na avaliação física realizada mensalmente pelos treinadores físicos, onde alguns atletas apresentaram aumento significativo de rendimento esportivo, diminuição do cansaço e maior capacidade respiratória, sinais também relatados pelos próprios jogadores. Adquirir melhor rendimento no esporte, depende de uma série de escolhas feitas pelo atleta, através da aceitação de conhecimento científico, no que tange a alimentação ideal, composta por nutrientes indispensáveis para sua saúde e desempenho físico, de acordo com suas necessidades fisiológicas (SARTORI;PRATES;TRAMONTE, 2002). Para tal, é de fundamental importância a presença do profissional nutricionista, a fim de avaliar e orientar os atletas em relação aos seus hábitos alimentares. Os resultados apresentados nesseestudo demonstram a necessidade e aimportância de uma educação nutricionalcomo forma de orientar o fornecimento de umanutrição adequada aos atletas corrigindodesordens alimentares.Mesmo assim a nutrição não interfereno fator genético para a prática de esporte enão substitui o treinamento do atleta; elaapenas contribui com a melhora do organismopara a realização dos exercícios físicos. 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Santos, A. F. Scoss, D. M.1 Centro Universitário Ítalo Brasileiro – São Paulo - Brasil [email protected] RESUMO A hidroginástica atualmente é uma atividade que vem ganhando muitos adeptos na população em geral. Por ser uma atividade física com baixo impacto nas articulações e ossos é indicada principalmente para públicos específicos, como as gestantes que precisam de cuidados especiais durante este período. O presente trabalho visa identificar os benefícios da prática de hidroginástica para gestantes, de acordo com as modificações que acontecem no corpo da mulher decorrentes da gestação, e cuidados necessários para a prática desta atividade física considerando a intensidade, exercícios e período mais conveniente para sua iniciação. Conclui-se que as atividades praticadas na água trazem conforto e alivio de dores nas gestantes, devido a flutuação e o efeito massageador proporcionado pela pressão da água causando um relaxamento da musculatura, além dos benefícios aos fatores psicológicos e sociais por meio da socialização e interação com outras mulheres nas mesmas condições. Este estudo é uma análise descritiva, realizado através de revisão de literatura, utilizando como base de dados: EFDesportes e Scielo, com delimitação temporal dos últimos 15 anos. Palavras-chave: Hidroginástica; atividade física; gestantes. ABSTRACT The aquarobics nowadays is an activity that has gained many followers in the current population. As a physical activity with low impact in the articulations and bones, it´s indicated mainly to a specific public, as the pregnant women who need special cares in this period.The present work had as aim identifies the benefits of the aquarobics practicing to pregnant women, according to the modifications that happen in the woman body current of the pregnancy and necessary cares to the practicing of this physical activity considering the intensity, exercises and period more appropriate to your beginning. We conclude that the activities practiced into the water, bring comfort and relief of aches in the pregnant women due the fluctuation and the massaging effect offered by the water pressure causing a relaxation of the musculature besides the benefits to the psychological and social factors by means of the socialization and interaction with another women in the same conditions. This study is a descriptive analyze, realized through the literature review, using as database EFDesportes and Scielo, with time delimitation of the last 15 years. Keywords: Aquarobics, Physical Exercises, pregnant women INTRODUÇÃO Segundo Centofaniet al. (2003), um grande número de gestantes tem procurado diversos meios para obtenção de uma gravidez mais segura e tranquila, visando o bem-estar próprio e do bebê. Durante a gestação a mulher passa por várias alterações tanto comportamentais quanto físicas. Desânimo, euforia, ansiedade, hiperlordose lombar, cansaço para manter a postura ereta e aumento de peso corporal são algumas destas mudanças. Assim, a prática de atividade física regular, ameniza estes transtornos, proporcionando mais tranquilidade para a mãe e o feto durante este período (ARGEMI; SCARTON, 2011). De acordo com Lima e Oliveira (2005), é indicado a prática de exercícios aeróbicos, de resistência muscular e alongamentos com intensidade moderada para gestantes ativas que não possuam complicações na gestação, de três a quatro vezes por semana durante quarenta minutos. A intensidade pode ser mais alta Página 214 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica para gestantes atletas ou com um bom condicionamento físico, sempre tomando cuidado com climas muito quentes e fazendo a hidratação adequada. As atividades aquáticas trazem inúmeros benefícios aos aspectos físicos, psicológicos e sociais, tais como realização de movimentos que não causam impactos às articulações, benefícios ao sistema respiratório e cardiovascular, alívio de stress, elevação da autoestima, maior disposição, favorecimento das relações interpessoais, entre outros (TAHARA; SANTIAGO; TAHARA, 2006). O objetivo deste trabalho é identificar os benefícios da prática da hidroginástica para gestantes, de acordo com as alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que acontecem neste período e quais os melhores exercícios para se trabalhar com este grupo de maneira segura e eficaz. A metodologia utilizada foi revisão de literatura, onde se utilizou como base de dados EFDesportes e Scielo. Os descritores utilizados foram hidroginástica, atividade física e gestante com periodicidade temporal dos últimos 15 anos. HIDROGINÁSTICA A hidroginástica teve sua ascensão no mundo todo por volta da década de 80. Devido as lesões provocadas pela prática da ginástica aeróbica, os especialistas foram estudar os exercícios aquáticos com a finalidade de minimizar o impacto nas atividades realizadas em sala de aula (LUCCHESI, 2013). Segundo Bonachella (2001, apud DARONCO et al., 2011)“modernamente, o termo hidroginástica pode ser definido como um conjunto de exercícios, executados com ou sem material em piscina, e que tem como objetivo aumentar a força e a resistência muscular, melhorar a capacidade respiratória e a amplitude articular, utilizando a resistência da água como sobrecarga, visando uma melhoria na qualidade de vida de seus praticantes”. O que a diferencia a hidroginástica das outras atividades são alguns benefícios oferecidos pelas propriedades físicas da água como a resistência da água como sobrecarga natural. A temperatura ideal da água é entre 27° e 29° (graus) para atividades aquáticas não competitivas e acima de 31° somente para trabalhos terapêuticos. O empuxo é outro benefício proporcionado pela água, pois as articulações sofrem menor impacto nos exercícios com saltos (FILHO et al., 2009). A hidroginástica é uma atividade que beneficia a saúde e o bem estar físico e mental dos seus praticantes. Todos podem aderir a esta prática independentemente da idade ou condicionamento físico. É também recomendada a obesos, idosos e gestantes como atividade terapêutica (SOUZA et al., 2012). ALTERAÇÕES CORPORAIS NA GESTANTE No período da gestação, o corpo da mulher sofre muitas modificações tanto físicas quanto emocionais. O corpo se prepara para abrigar, alimentar e permitir que o bebê se desenvolva (FONSECA et al., 2009). De acordo comGuyton& Hall (2002 apud SOUZA et al., 2012), o mais evidente destas diversas alterações é o aumento dos órgão sexuais, o útero cresce, abdômen e mamas aumentam de tamanho ficando mais pesados e sensíveis. A produção de colostro, um líquido altamente nutritivo para o bebê começa aproximadamente no quarto mês. A partir do terceiro trimestre de gestação o tamanho dos seios e pele ficam estáveis, aumento ou diminuição de peso, aumento da frequência urinária e alterações no sistema circulatório (GUYTON & HALL, 2002 apud SOUZA et al., 2012). Durantea gravidez o ganho de peso é de aproximadamente 11kg, sendo 3,2kg constituídos pelo feto, 1,8 kg de líquido amniótico, placenta e membrana fetal, o útero e as mamas aumentam 900 gramas cada um, deixando ainda um aumento de peso corporal da mulher de 4 kg (GUYTON & HALL, 2002 apud SOUZA et al., 2012). A mudança do centro de gravidade, a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar, podem trazer dores musculoesqueléticas e lombalgia nas mulheres grávidas (BENNELL, 2001 apud LIMA e OLIVEIRA 2005). Página 215 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Há também as alterações relacionadas a oscilações de humor, que podem ocorrer do início ao fim da gestação devido às alterações do metabolismo. Pode haver também maior sensibilidade nas área do olfato, paladar e audição. A parte emocional também é afetada, a mulher fica mais vulnerável a estímulos externos, chora e ri mais facilmente (GUYTON & HALL, 2002 apud SOUZA et al., 2012). GESTAÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA Atualmente a prática de atividade física na gestação, além da saúde também traz benefícios aos fatores psicológicos e sociais, por isso é importante que as grávidas procurem uma atividade que lhe dê prazer e conforme seus recursos disponíveis (MATSUDO, MATSUDO, 2000 apud BENEVIDES et al., 2012). Conforme afirma Almeida e Tumulero (2003), muitas dores e desconfortos causados pela gestação como dores nas costas, nas articulações e músculos podem ser aliviados com a pratica de exercícios físicos e também aumentar a sua resistência, que ajudará na hora do parto. A hiperlordose que ocorre na gestação devido à expansão do útero na cavidade abdominal pode causar desconfortos e a lombalgia. O exercício físico auxilia na prevenção destes problemas, através da orientação da postura correta da gestante (BATISTA et al., 2003). A prática de exercícios resistidos com intensidade leve à moderada proporciona uma melhora na resistência e flexibilidade muscular, sem complicações na gestação e ajuda a mulher a suportar melhor o aumento de peso e alterações posturais que ocorrem nesse período (LIMA, OLIVEIRA, 2005 apud NIFA et al., 2010). Conforme Hartmann&Bung (1999 apud RODRIGUES et al., 2008), os benefícios da atividade física durante a gestação contribuem também com os aspectos emocionais, elevando a autoestima, confiança e assim aumentando o prazer pela atividade física. BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA GESTANTES De acordo com Delgado e Delgado (2004, apud SOUZA et al., 2012) “as atividades aquáticas vêm a ser uma forma saudável, mais confortável e mais segura de exercícios para grávidas, pois se constituem em um benéfico programa de condicionamento físico para a futura mamãe, devidos aos motivos de atenuar o peso do corpo, reduzir o stress sobre os músculos e articulação, e também tem efeitos refrescantes da água, importante durante a gravidez, quando a temperatura central da mulher é mais alta do que o normal”. Segundo Correia (2009) e Souza et al. (2012) uma reclamação comum das gestantes é referente ao corpo pesado, que é reduzido na água devido a flutuação que o meio líquido proporciona, facilitando a execução de movimentos mais amplos, além da coluna, articulações e músculos ficarem livres de impacto. A pressão e resistência da água proporciona uma massagem ao corpo que garante um efeito suavizante na musculatura, ajudando a aumentar a circulação periférica de sangue e aliviar as tensões, fornecendo também uma sobrecarga natural útil ao trabalho de deslocamento que não provoca fadiga aparente (FIGUEIREDO, 1999 apud SOUZA et al.,2012). Souza et al. (2012) assinala que devido ao trabalho de fortalecimento muscular localizado, a hidroginástica ajuda na diminuição das dores das mulheres gestantes, fazendo com que elas fiquem mais felizes praticando atividade física. A socialização nas aulas de hidroginástica também traz um conforto emocional, pois elas podem dividir seus lamentos e anseios com outras mulheres que se encontram nas mesmas condições. Período Mais Conveniente Para A Pratica De Hidroginástica Para Gestantes E Exercícios Recomendados A prática da hidroginástica pode ser feita durante toda a gestação, salvo se a recomendação médica a impedir. Também pode voltar a ser praticada após o resguardo de modo suave a aumentando aos poucos os exercícios para que possa voltar rapidamente ao peso que tinha antes da gravidez (SOUZA et al., 2012). Nos primeiro trimestre da gestação, a placenta ainda está em processo de fixação no endométrio uterino, por isso precisa-se de muito cuidado com exercícios de alto impacto ou com intensidade elevada para que não atrapalhe sua fixação (BAGNARA, 2010). Página 216 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Segundo Souza et al. (2012) para as gestantes, o ideal é que a água esteja ao nível do peito, pois assim reduz o peso corporal em até 80%. A temperatura da água deve estar entre 28°C e 31°C, para facilitar o trabalho de flexibilidade devido a vaso dilatação, que se deve a uma maior quantidade de oxigênio nos músculos e articulações. Em relação aos exercícios, Nogueira (2009) afirma que “deve ser levado em consideração que os exercícios físicos para a gestante devem ser apenas de forma orientada e planejada por um profissional da área da saúde especializado, e com o acompanhamento do médico da gestante, sendo que conste em seus objetivos apenas a manutenção da aptidão física, a manutenção da saúde e a diminuição dos sintomas gravídicos”. Nas aulas de hidroginástica para gestantes devem conter exercícios de alongamento, condicionamento aeróbico trabalhando todos os músculos do corpo, melhorando o condicionamento físico da gestante, e também um trabalho de fortalecimento de músculos específicos como os abdominais (DELGADO, DELGADO, 2004 apud SOUZA et al., 2012). Há de se realizar também exercícios para dar um melhor equilíbrio á gestantes, já que a concentração maior do peso corporal está localizada neste período da gravidez, na parte frontal (SOUZA et al., 2012). DISCUSSÃO Em um estudo realizado por Póvoa, Leoncio e Silva (2012), sobre a comparação da qualidade de vida e estado nutricional de gestantes praticantes e não praticantes de exercícios físicos, foram avaliadas 26 gestante, 13 praticantes de atividade física e 13 não praticantes com idade entre 18 e 35 anos e entre o segundo e oitavo mês de gestação. Foram aplicados dois questionários de avaliação de qualidade de vida, foi avaliado também a capacidade funcional, aspectos físicos, dor estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. As gestantes praticantes de atividade física apresentaram um menor IMC, melhor estado nutricional, melhor nível de qualidade de vida e qualidade relacionado a saúde nos aspectos vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e dor. Já no estudo de Moura et al. (2008) referente a aderência de gestantes a hidroginástica, teve o objetivo de verificar e caracterizar o comportamento das gestantes num programa de hidroginástica quanto a idade média gestacional de início no programa, tempo de permanência e idade média gestacional de interrupção no programa. Foram avaliadas 308 gestantes com idade média de 32 anos e período gestacional entre 5 e 40 semanas. As aulas foram realizadas em uma piscina com profundidade entre a cicatriz umbilical e apêndice xifoide, e com temperatura entre 30 e 32°C contendo exercícios de aquecimento, exercícios aeróbicos e resistência muscular localizada. Das 308 avaliadas, 249 não praticavam nenhum tipo de atividade física antes da gestação, e entre as gestantes que praticavam atividade física antes da gestação a maior parte fazia caminhada. A idade média gestacional de iniciação ao programa foi 18 semanas, o tempo médio de permanência foi de 14 semanas e a idade média gestacional de interrupção do programa foi de 32 semanas. Somente 36% das gestantes ultrapassaram as 37 semanas de gestação praticando a hidroginástica. Os autores concluíram que a maior parte das gestantes esperam até o fim do primeiro trimestre de gestação para iniciar a pratica de hidroginástica, talvez influenciadas pelos benefícios que a atividade física pode proporcionar. É importante esclarecer os benefícios da pratica de atividade física para gestantes e torná-la mais acessível à população em geral. CONCLUSÃO Este estudo permitiu conhecer as alterações físicas, psicológicas e sociais que ocorrem nas mulheres decorrentes da gestação, e assim poder identificar as necessidades existentes neste período. A atividade física regular proporciona um conforto e bem-estar físico e mental as gestantes, devido a melhora do condicionamento físico ajudando a suportar melhor algumas alterações que ocorrem na gestação como aumento do peso corporal, dores musculares e desconfortos causados pela postura. Página 217 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A hidroginástica traz benefícios para a estrutura óssea e muscular, fortalecendo e diminuindo os inchaços, consequentemente trazendo uma vida mais ativa durante o período gestacional, por outro lado atua também no aspecto psicossocial através de aulas coletivas e convívio social com mulheres que enfrentam as mesmas situações já citadas, dividindo suas experiências. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. D. N. de.; TUMULERO, S. Pratica de yoga durante o período da gestação. Revista Digital, Buenos Aires, año9, n 63, 2003. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd63/yoga.htm. Acesso em: 11/05/2016. 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Resumo No decorrer dos anos, tem se buscado cada vez mais uma melhor qualidade de vida por meio da prática do exercício físico. O objetivo do presente estudo é: Identificar os fatores motivacionais que influenciam na prática do exercício físico em uma academia para mulheres na cidade de Limoeiro do Norte-Ce. A presente pesquisa se caracteriza por um estudo analítico descritivo. Tendo sido desenvolvida dentro de uma academia sediada na cidade de Limoeiro do Norte, em um bairro periférico da cidade. A amostragem foi estabelecida usando como critérios de inclusão as alunas que participaram das aulas no período de aplicação do questionário e que assinaram o Termo de consentimento livre esclarecido, bem como, as que têm uma frequência regular na academia. Sendo que nossa amostragem ficou estabelecida em 24 mulheres. Os critérios de exclusão foram as alunas com baixa assiduidade ou que não estavam presentes nos dias de aplicação do questionário. Um questionário é um instrumento de investigação que busca recolher informações pautando-se, na inquisição de um grupo representativo da população. Os dados serão analisados de acordo com a estatística descritiva. A estatística descritiva é conceituada como um método, que busca a organização, apresentação e descrição dos dados da qual se pretende avaliar, com o objetivo de facilitar a compreensão das informações da pesquisa. Dentro do que se pode observar diante dos estudos utilizados e as informações coletadas através dos questionários o que se evidencia é o crescimento na busca por uma vida de qualidade e equilibrada. Concluindo-se que dentre os fatores motivacionais para a prática de exercícios físicos estão questões estéticas e de bem estar. Palavras chaves: Motivação. Exercício físico. Exercício, resisitido. ABSTRACT Over the years, it has increasingly sought a better quality of life through physical exercise. The aim of this study is: Identify the motivational factors that influence the practice of physical exercise in a gym for women in the city of Limon North-Ce. This research is characterized by a descriptive analytical study. Having been developed in a gym headquartered in Limoeiro do Norte, in an outlying neighborhood of the 11 Pós graduanda em Educação Física, Treinamento Funcional e Musculação. Pós graduanda em Educação Física, Treinamento Funcional e Musculação. 13 Orientador 12 Página 220 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica city. Sampling was established using as inclusion criteria the students who attended classes in the questionnaire application period and signed a free informed consent, as well as those with a regular frequency in the gym. Since our sample was established in 24 women. Exclusion criteria were the students with low attendance or who were not present in the application of the questionnaire. A questionnaire is a research instrument that seeks to gather information basing themselves in the inquisition of a representative group of the population. The data is analyzed according to descriptive statistics. Descriptive statistics is defined as a method, which seeks to organization, presentation and description of the data which was assessed, in order to facilitate understanding of the research information. Within what can be seen on the studies and used the information collected through questionnaires which can be seen is the growth in the search for a quality life and balanced. Concluding that among the motivational factors for physical exercise are aesthetic issues and welfare. Key words: Motivation. Physical exercise. Has resisted exercise. 1 INTRODUÇÃO No decorrer dos anos, tem se buscado cada vez mais por uma melhor qualidade de vida por meio da prática do exercício físico, esse desejo e valorização pode sofrer importante influencia da mídia que tem por intuito melhorar a qualidade de vida, prevenir doenças hipocinéticas, promover saúde e fatores variados. Contudo, dentre as diversas razões podemos destacar a preocupação com a estética (SILVA; DAOLIO, 2000). As academias são definidas como os centros de exercícios físicos em que se oferece um serviço de avaliação, orientação e prescrição, a partir da supervisão de profissionais de educação física. São diversos fatores que levam as mulheres procurarem as academias (SILVA; DAOLIO, 2000). A motivação compreende aspectos que podem ocasionar a adoção de uma ação ou à inércia em diversas situações na vida de um indivíduo. De modo que, a observação dos motivos consiste na analise das razões pelas quais se escolhe realizar alguma atividade com maior vontade que outras. As teorias motivacionais destacam que um indivíduo pode ter como fonte de suas ações, razões internas (intrínseco) ou externas (extrínseco). Os motivos intrínsecos são resultantes da própria vontade do indivíduo, enquanto os extrínsecos dependem de fatores externos. Alguns motivos provêm de fontes externas ao indivíduo e à tarefa, incluindo-se aí diversas recompensas sociais e sinais de sucesso. Apesar de haver numerosos fatores que influenciam a motivação individual, alguns estudiosos qualificam as pessoas segundo os motivos que as fazem ingressar no esporte ou em situações de sucesso (CRATTY, 1984). Diante do imediatismo exacerbado de que nossa sociedade é autora e vítima, inúmeros problemas vêm surgindo ou ganhando notoriedade nos últimos anos, entre eles podemos enumerar: o sedentarismo e a busca por uma vida mais saudável e de qualidade. Desse modo, o que se percebe é a crescente necessidade em se buscar medidas para solucionar ou atingir esse intuito. A prática de atividades físicas regulares é uma variável importante para atingir este objetivo, contudo, o sedentarismo ainda predomina. Sendo assim, partimos da seguinte indagação: quais fatores motivacionais levam as mulheres a procurarem academias para a prática de exercícios físicos? Para responder a esta questão partimos de alguns teóricos, os benefícios da atividade física. Em busca de responder essa problemática estabelecemos como objetivo: Identificar os fatores motivacionais que influenciam na prática do exercício físico em uma academia para mulheres na cidade de Limoeiro do Norte-Ce. O presente estudo justificou-se pela necessidade de se compreender os benefícios obtidos através da prática regular de atividades físicas, principalmente para o controle e combate ao sedentarismo e para a conquista de uma vida saudável e de qualidade. Página 221 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Pois assim como afirma Amaral (2002) a prática de atividades e exercícios físicos foram reconhecido como fatores importantes para o aprimoramento da saúde e controle de doenças. Desse modo, é imprescindível estabelecer mecanismos que favoreçam a prática assim como o conhecimento das beneficias dessas atividades. Também é importante que analisemos o que os teóricos do assunto nos apresentam, pois os dados e debates por estes demonstrados nos auxiliam no tracejar de ações e práticas voltadas para alcançar os objetivos propostos. 2. METODOLOGIA 2.1. Tipo de pesquisa Estudo analítico descritivo. A pesquisa descritiva é definida como um método que busca descrever as características de populações ou fenômenos distintos. Este tipo de estudo utiliza-se de técnicas que seguem um padrão próprio para coleta de dados, como por exemplo, o questionário (GIL, 2008). De acordo com Andrade e Holanda (2010), a pesquisa quantitativa é caracterizada como um modo de pesquisa, da qual busca utilizar a quantificação na coleta dos dados, bem como métodos de técnicas estatísticas. Ou seja, este tipo de pesquisa tem como finalidade gerar informações precisas e confiáveis através dos métodos quantificáveis. 2.2. Local de estudo e público alvo A pesquisa se desenvolveu dentro de uma academia sediada na cidade de Limoeiro do Norte, em um bairro periférico da cidade. O publico alvo do estudo consistiu nas alunas regularmente matriculadas e frequentadoras da citada academia, sendo que a população da pesquisa consiste em 84 alunas. A amostragem estabeleceu-se usando como critérios de inclusão as alunas que participaram das aulas no período de aplicação do questionário e que assinaram o Termo de Esclarecimento, bem como, as que têm uma frequencia regular na academia. Os critérios de exclusão foram as alunas com baixa assiduidade ou que não estavam presentes nos dias de aplicação do questionário. Após a aplicação e verificação dos critérios de inclusão e exclusão a amostragem ficou estabelecida em um total de 24 mulheres. 2.3. Análise e Obtenção dos dados Foi realizado um questionário contendo 8 perguntas objetivas referente aos fatores que influenciam as mulheres à prática de atividades físicas: melhorar as habilidades motoras, sociabilizar, competitividade, atingir a forma física, motivação, trabalho em equipe, prazer na prática de exercícios, objetivos a serem atingidos com a prática. Os dados foram analisados de acordo com a estatística descritiva. A estatística descritiva é conceituada como um método, que busca a organização, apresentação e descrição dos dados da qual se pretende avaliar, com o objetivo de facilitar a compreensão das informações da pesquisa. Utiliza-se para exemplificar a variável dos dados, tabelas, medidas e gráficos, que irão verificar examinar a ocorrência e a forma com que os dados iram ser distribuídos na pesquisa (PIANA, ET AL, 2009). A pré-análise é a fase inicial, que objetiva a sistematização das ideias iniciais, através da organização dos materiais a ser analisados. Outra característica importante desta etapa é a formulação de hipóteses, que auxiliam na formação dos indicadores que facilitam a interpretação da pesquisa (BARDIN, 2009). A segunda fase é destinada ao tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação. Os dados serão analisados a partir de uma visão crítica e reflexiva sobre os achados, ou seja, todos os resultados da pesquisa se tornarão significativos e válidos (BARDIN, 2009). 3. REVISÃO DE LITERATURA Página 222 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Diante da correria do dia a dia, muitos problemas de saúde vão surgindo, afetando homens e mulheres, de crianças a idosos, atualmente, uma recorrente é o sedentarismo, associado a ausência de um estilo de vida mais saudável. De acordo com Amaral (2002) ao definir atividade física e sua relação com o conceito de exercício, afirma que é qualquer que seja o exercício muscular, que gere gasto proposital de energia e que colabore com o condicionamento físico do indivíduo. O autor ainda destaca que o objetivo do exercício pode ser melhorar ou manter o condicionamento (AMARAL, 2002, P. 01). Percebe-se o equivoco que muitos de nós cometemos quando utilizamos atividade física como simples sinônimo de exercício. Também verifica-se a relevância da prática de ambos como forma de condicionamento e manutenção, o que gera saúde e bem-estar. Segundo Pinho, Silva e Núnez (2011) ao citarem Topol (2005), afirma que, a prática de atividades físicas é um fator importante contra o sedentarismo e outras doenças que acometem o ser humano por falta de exercício, isto é, a atividade física é de suma importância para o combate e prevenção de muitos problemas de saúde. Os autores destacam ainda que o índice de mortalidade é menor entre os indivíduos que se exercitam(PINHO; SILVA; NÚNEZ, 2011: p. 02 apud TOPOL, 2005). A prática de exercícios físicos combate diretamente doenças causadas pelo sedentarismo, e trazem melhoramentos para a saúde dos indivíduos que os praticam. Também favorecem a diminuição de doenças no sistema cardiorrespiratório. Já Brum et.al. (2004, p. 21) ressalta que o exercício físico gera uma carga energética que leva o organismo a procurar adaptar-se para atender essas novas necessidades, o que, inclusive, está relacionado as funções cardiovasculares. Os autores referem-se a necessidade de uma prática de exercício gradual, pois o organismo saiu de um repouso e passou a ser estimulado, não apenas a musculatura, mais o corpo como todo, assim é preciso ter alguns cuidados, para que esta prática não seja prejudicial. Dentre os benefícios da prática de atividades físicas sobre o corpo, podemos numerar as seguintes: aumento do volume e da circulação sanguínea; melhoria na eficiência cardíaca; melhoria na oxigenação sanguínea; equilíbrio hormonal; controle da pressão arterial e da frequência cardíaca; redução no estresse físico e mental; e, prevenção e controle da Diabetes e da obesidade (AMARAL, 2002). A falta de atividades físicas pode gerar inúmeros problemas para os indivíduos, particularmente, as mulheres que são acometidas por problemas físicos e autoestima por não manterem uma rotina saudável. De modo geral, como acima foi explanado a prevenção ainda é o melhor caminho para se evitar problemas futuros, assim, a prática assistida por um profissional dentro do ambiente de uma academia ainda é uma das posturas mais coerentes. Uma vida saudável e dinâmica é um direito de todo e qualquer cidadão, mas também é obrigação deste buscar os caminhos necessários para atingir estes objetivos. Desse modo, exercitar-se e praticar atividades regulares pode trazer prazer e saúde para quem está disposto a ter uma vida com hábitos saudáveis. No que diz respeito os aspectos motivacionais, Zanetti et.al. (2007) defende que a motivação exerce grande influencia sobre a decisão de um individuo praticar ou não atividades físicas. Desse modo, esse também consiste em uma questão primordial quando nos referimos aos motivos que impulsionam as mulheres a pratica de exercícios. Estudiosos evidenciam que um dos principais fatores citados por aqueles indivíduos que praticam atividades físicas é o bem estar propiciado pela prática, isto é, a satisfação física e mental em se sentir bem e ativo é a “mola” propulsora para que se busque cada vez mais as academias (ZAMAI; COSTA, 2008). Ressalta-se também que a motivação vai além do fator inicial, é necessário que o indivíduo esteja sendo constantemente estimulado para que possa manter-se se exercitando. Muitas pessoas que procuram as academias deixam a prática em ate um ano após o início (SABA, 2008). De acordo com Oliveira (2014) ao citar Ramos (2002), são inúmeros motivos que impulsionam as mulheres a praticar exercícios: estética, prevenção de doenças, alívio emocional. Reafirmando a concepção da influencia interna e externa na prática de atividades físicas. Página 223 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica 4. RESULTADOS Como já foi afirmado anteriormente, o questionário foi aplicado junto as alunas de uma academia localizada na cidade de Limoeiro do Norte. Sendo o mesmo composto por 8 (oito) questões de múltipla escolha, para que a questionada pudesse melhor identificar suas respostas. Destacamos que a faixa etária das questionadas compreende mulheres entre 13 anos até 55 anos de idade, que estão devidamente matriculadas na academia. As questões abordadas no questionário buscam observar quais os aspectos que influenciaram a decisão da pratica de exercícios e o nível de importância para cada critério. O primeiro ponto: eu quero melhorar minhas habilidades. As alternativas apresentadas em sete das oito questões são: extremamente importante, bastante importante, pouco importante ou nada importante. As respostas obtidas serão demonstradas no gráfico a seguir: Fonte: Pesquisa (2015). De acordo com as informações coletadas para 67% das questionadas, um índice de 15 alunas a pratica de atividades físicas como fator para melhorar suas habilidades é de extrema importância, enquanto que para 33% ou 8 alunas consideram de bastante importância. O segundo ponto verifica a importância da prática de exercícios em academia por seu aspecto de interação social, vejamos o que as questionadas responderam através do gráfico abaixo: Página 224 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Pesquisa (2015). Para 67% das questionadas ou um índice de 16 mulheres, está no ambiente da academia e praticar atividades físicas é extremamente influenciado por poder está interagindo com suas amigas; já para 21% ou um total de 5 questionadas, essa interação é bastante importante. Para 12% ou 3 alunas, este fator é pouco importante. O terceiro aspecto refere-se a competitividade que a prática de exercícios pode gerar em seus praticantes. Desse modo, os dados estão assim descritos: Fonte: Pesquisa (2015). De acordo com os dados coletados para 67% (16 alunas) a competitividade é um fator extremamente importante que motiva a pratica de atividades físicas. Para 29% (7 alunas) esse aspecto é bastante importante. Já 4% (1 aluna) acha de pouca importância a competitividade como fator motivador. O quarto aspecto observado refere-se a busca pela forma física, em que homens e mulheres tem se preocupada cada vez mais. Os dados estão assim distribuídos: Página 225 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Pesquisa (2015). Um percentual de 83% ou 20 alunas aponta como extremamente importante para a prática de exercícios a preocupação com a forma física. Já para 17% ou um total de 4 alunas consideram que se exercitar para manter ou atingir a forma física é bastante importante. O quinto ponto refere-se à relação entre motivação e exercícios físicos, verificando se as questionadas gostam de se sentirem motivadas. Vejamos como ficaram os dados: Fonte: Pesquisa (2015). De acordo com 67% (16 alunas) sentir-se motivada com a prática de exercícios é extremamente importante para se manter uma rotina de atividades. Já cerca de 33% (8 alunas) a motivação pode ser percebida como bastante importante. O sexto aspecto observado diz respeito à relevância em se trabalhar em equipe, segundo as questionadas os dados descritos estão a seguir representados: Página 226 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Pesquisa (2015). Para 71% (17 alunas) questionadas poder trabalhar em equipe durante a prática de atividades físicas é extremamente importante. Já para 21% (5 alunas) esse aspecto é bastante importante, enquanto que para 8% (2 alunas) é pouco importante o trabalho em equipe. O sétimo ponto analisado refere-se ao prazer em realizar atividades físicas, sendo as informações demonstradas no gráfico abaixo: Fonte: Pesquisa (2015). Para 50% das questionadas (10 alunas) o prazer da atividade física como fator motivador é extremamente importante. Já para 30% das alunas (6 alunas) esse prazer é percebido como bastante importante, enquanto que para 20% (4 alunas) esse é pouco importante. O oitavo ponto a ser observado é sobre os objetivos para o ingresso em uma academia realizar cotidianamente exercícios físicos, dentre as opções as mais citadas pelas alunas estão dispostas no gráfico a seguir: Página 227 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Pesquisa (2015). Para 58% (14 alunas) o principal objetivo ao iniciar a prática de atividades físicas é perder peso. Para 12% (3 alunas) é melhorar a flexibilidade. Já acerca de reduzir o estresse o percentual que aponta esse fator é de 13% (3 alunas). Enquanto que 17% (4 alunas) afirmam que o principal objetivo é sentir-se melhor. 5. DISCUSSÃO O que se pode observar diante da análise das respostas obtidas através do questionário é que as mulheres atentam a inúmeros fatores para a prática de atividades físicas. A primeira questão do questionário aplicado busca identificar a importância de exercício físico na melhoria das habilidades, para 67% das alunas questionadas é extremamente relevante envolver-se em atividades físicas, pois desse modo conseguem desenvolver ou melhorar suas aptidões físicas relacionadas às suas habilidades físicas. A segunda questão aplicada buscou identificar qual a relevância das relações sociais estabelecidas durante a prática de atividades físicas, sendo que para 88% das questionadas esse aspecto vai de extremamente a bastante importante. O que se pode afirmar é que a prática solitária da atividade física se constitui num fator desmotivador. A terceira questão busca identificar a competitividade como fator motivacional para a prática física. Para 96% das questionadas vencer seus limites e mesmo preparar-se para competições é extremamente ou bastante importante. A quarta questão intenta identificar a preocupação estética da prática de exercícios, onde 100% das questionadas afirmam que é extremamente e bastante importante se exercitar para atingir a forma física ou manter. A concepção estética é um dos principais fatores motivacionais para que os indivíduos possam se exercitar. A quinta questão visa verificar a relevância do aspecto motivacional para a realização de atividades físicas. 100% das alunas questionadas afirmam que serem constantemente motivadas é o diferencial para praticar atividades físicas e manter-se exercitando. A sexta questão preocupa-se em analisar qual o papel do trabalho em equipe para a manutenção da prática de atividades físicas. 92% consideram muito importantes o exercício em equipe, pois se torna menos cansativo e mais instigante e motivador. A sétima questão visa identificar o prazer na prática da atividade física, sendo que 80% das alunas questionadas apontam que sentem prazer em exercitar-se, pois é uma forma de extravasar o estresse e ainda sentir-se ativa. Página 228 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A oitava questão procura identificar os principais objetivos para que as alunas pratiquem atividades físicas. Os aspectos apontados por elas diante das opções foram: perda de peso, melhorar a flexibilidade, reduzir o estresse e sentir-se melhor. Ou seja, uma junção de preocupações estéticas e de bem estar. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentre o que se pode observar diante a análise dos estudos utilizados e as informações coletadas através dos questionários o que se evidencia é o crescimento na busca por uma vida de qualidade e equilibrada. Cada vez mais, homens e mulheres nas diferentes faixas etárias estão praticando exercícios no intuito de melhorar seu condicionamento físico e como uma válvula de escape para a rotina estressante do dia a dia. Sendo assim, é imprescindível que aqueles que optem por exercícios realizados em academias, prezem por profissionais qualificados e aptos para a realização segura das atividades. A prática de exercícios físicos tem se configurado de extrema importância. Contudo, é de suma relevância que os indivíduos de alguma forma sejam constantemente motivados a continuarem na prática, pois o índice de defasagem em aulas de academias ou mesmo aqueles que preferem praticar sozinhos é muito grande. REFERÊNCIAS AMARAL, Ridailda de Oliveira. Atividade física e saúde. Pará – UNAMA, 2002. BRUM, Patricia Chakur. et.al. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v.18, p.21-31, ago. 2004. N.esp. CARNEIRO, Alexandre Lima. et.al. Mecanismos de adaptação ao exercício físico. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 2002. CRATTY, Bryant J. Psicologia no esporte. 2. Ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1984. ENGEL, T.G, TOLFO, D.S. Métodos de pesquisas. Porto alegre, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. GIL, C. A. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, 2008. MEIRELLES, Pedro; Educação Física: Manual do Professor; São Paulo – SP, 2ª edição, 2005. MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, Rio de Janeiro 2010. MINAYO, M.C.S (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001. NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades. Cadernos de pesquisa em administração, São Paulo. V. 1, nº 3, 2ºsem. 1996. PIANA, C.F.B, et al. Estatística Básica. Pelotas, 2009. PINHO, Silvia Teixeira de.; SILVA, Roberta Lúcia da.; NÚNEZ, RamònCàrdenas. Os benefícios do exercício físico no controle da pressão arterial de hipertensos. Rondônia – UNIR, 2011. SILVA, C. L; DAOLIO, J. De corpo “sarado” à qualidade de vida: analisando alguns significados das práticas corporais para profissionais atuantes em academias de ginastica. Trabalho de Iniciação Científica. Unicamp, 2000. Página 229 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica TOPOL, Eric J.;Tratado de Cardiologia. Rio de Janeiro. 2ª edição. Editora Guanabara Koogan S.A., 2005. COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO As Alunas: Vânia Maria Caetano e Carolina Kátia de Figueiredo, do Curso de Pós-graduação em Educação Física do ENAF Desenvolvimento e Serviços Educacionais, com núcleo em Fortaleza- CE, solicito a participação do Sr. (a) na pesquisa que tem como objetivo: identificar quais fatores são apontados como motivadores para a prática do exercício físico em uma academia para mulheres na cidade de Limoeiro do Norte-ce.Compreendo que não está prognosticada qualquer forma de remuneração, caracterizando assim uma participação voluntária e gratuita, sendo tarefa da pesquisadora, arcar com todos os custos da pesquisa. Todas as informações serão mantidas em sigilo. Sob nenhuma hipótese a sua identidade será revelada publicamente. Somente a pesquisadora deste estudo terá acesso a estas informações que serão apenas para fins de pesquisa. A sua participação é voluntária, e terá direito de desistir a participar por qualquer razão. Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Autorização do voluntário: ( ) Concordo em participar ( ) Não concordo em participar __________________________________________ Assinatura do voluntário: _________________________________________ Assinatura do professor de Educação Física: Certifico que expliquei os objetivos e procedimentos desse estudo ao professor acima, esclarecendo todas as dúvidas a respeito da referida pesquisa. Assinatura da pesquisadora responsável: ________________________ Vânia Maria Caetano ([email protected] Telefone: (88)999859490 Assinatura da pesquisadora responsável: ________________________ Carolina Kátia de Figueiredo ([email protected]) Telefone (88)997686046 Página 230 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica QUESTIONÁRIO APLICADO JUNTO AS ALUNAS DA ACADEMIA PARA MULHERES EM LIMOEIRO DO NORTE Idade: _____________ 1 – Eu quero melhorar minhas habilidades ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 2 –Eu quero está com meus amigos ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 3 – Eu gosto de vencer ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 4 – Eu quero ficar em forma ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 5 – Eu gosto de ser motivado ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 6 – Eu gosto de trabalhar em equipe ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 7 – Eu gosto de fazer exercícios ( ) Extremamente Importante( ) Pouco Importante ( ) Bastante Importante( ) Nada Importante 8 – Quais são os seus objetivos ingressando em um grupo de promoção a saúde? ( ) perder peso( ) melhorar a aptidão cardiovascular ( ) melhorar flexibilidade( ) melhorar a condição muscular ( ) reduzir as dores nas costas( ) reduzir o estresse ( ) parar de fumar( ) diminuir o colesterol ( ) melhorar nutrição( ) sentir-se melhor Página 231 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica AVALIAÇÃO DO COMPLEXO ADÔNIS EM ATLETAS DE CULTURISMO GODINHO, W.D.N.1; MAIA, A.A.2; PINTO,D.V.3; MARTINS, A.O.4; SOARES, P.M.5 Welton Daniel Nogueira Godinho –Docente da Universidade Estadual do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil. André Alves Maia - Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil. Daniel Vieira Pinto - Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil. Paula Matias Soares – Docente da Universidade Estadual do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil. [email protected] . RESUMO Apresentação do tema:O Transtorno Dismórfico Corporal é associado a Transtornos Alimentares. Recentemente foi observada uma subdivisão do mesmo, a Dismorfia Muscular (DM). O pesquisador que primeiro diagnosticou este transtorno, o definiu em semelhança a anorexia. A Dismorfia Muscular foi observada inicialmente em fisiculturistas, onde estes não detinham uma correta avaliação de sua autoimagem. Problematização: Com o aumento de frequentadores de academias de musculação, e da divulgação de um perfil de corpo ideal pela mídia, faz-se pertinente a preocupação com o aparecimento de transtorno de imagem, como o proposto. Objetivos: Analisar a incidência de Dismorfia Muscular e o nível de insatisfação corporal, por meio dos instrumento, Questionário do Complexo de Adônis (QCA) e Escala de Silhuetas de Damasceno (ESD). Reunindo neste trabalho atletas de fisiculturismo. Justificativa: Conforme estudo base, que pesquisou a doença entre fisiculturistas, este trabalho visa pesquisar o mesmo transtorno entre atletas brasileiros, participantes de uma competição regional. Metodologia: Durante o 25º Copa Norte-Nordeste de fisiculturismo, Brasil. Foram solicitados aos atletas de forma voluntária que respondessem os instrumentos Questionário do Complexo de Adônis e Escala de Silhueta de Damasceno. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi destacado e entregue à parte, como forma de preservar o sigilo dos sujeitos. Resultados:Constatou-se que 70,58% dos atletas foram enquadrados como no nível Leve de Dismorfia Muscular e 52,94% se enquadraram como Insatisfação Mediana na Escala de Silhueta de Damasceno. Um indivíduo apresentou contraste com os demais, sendo avaliado como muito insatisfeito com a auto imagem, sobre este, o uso de esteroides anabolizantes foi confirmado pelo mesmo em questão do Questionário do Complexo de Adônis. Considerações finais: Não foram encontrados dados preocupantes. Os mesmos apenas indicam uma possibilidade de desenvolvimento de Dismorfia Muscular, bem como incentivadas pelo nível médio de insatisfação na escala.Os fatores socioculturais podem também ser considerados sobre como os indivíduos responderam. Palavras-Chave: Transtorno Dismórfico Corporal; Vigorexia; Culturismo. EVALUATION OF THE ADONIS COMPLEX IN ATHLETES OF BODYBUILDING ABSTRACT Presentation of the theme: The Body Dysmorphic Disorder is associated with eating disorders. Recently a subdivision thereof was observed, the muscular dysmorphia (MD). The researcher who first diagnosed this disorder, defined in like anorexia. The Muscular dysmorphia was initially observed in bodybuilders, where they did not hold a proper evaluation of their self-image. Questioning: With increasing goers bodybuilding gyms, and the disclosure of an ideal body profile in the media, it is pertinent concern for the image of disorder onset, as proposed. Objectives: To analyze the incidence of muscular dysmorphia and the level of body dissatisfaction, through the instrument Questionnaire Adonis Complex (CSFs) and Damascene silhouettes Scale (ESD). Bringing together this work athletes from bodybuilding. Rationale: As basic study, which researched the disease among bodybuilders, this work aims to find the same disorder among Brazilian athletes, participants in a regional competition. Methodology: During the 25th North-Northeast Cup of bodybuilding, Brazil. They were asked to athletes voluntarily to answer the complex questionnaire instruments of Adonis and Damascene Silhouette Scale. The Consent and Informed was highlighted and Página 232 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica delivered separately, in order to preserve the confidentiality of the subject. Results: It was found that 70.58% of the athletes were classified as level Lightweight dysmorphia Muscular and 52.94% not fit as Dissatisfaction Median in Damascene Silhouette Scale. An individual submitted contrast to the others, being rated as very dissatisfied with self image, on this, the use of anabolic steroids was confirmed the same question in the Questionnaire Adonis Complex. Final thoughts: Not worrying data found. They only indicate a possibility of dysmorphia muscular development, and encouraged by the average level of dissatisfaction on the scale. Sociocultural factors may also be considered on how individuals responded. Keywords: Body Dysmorphic Disorder; vigorexia; bodybuilding. INTRODUÇÃO 1.1 - Problematização A maneira como a imagem corporal tem sido divulgada e trabalhada pela mídia pode ser um dos fatores influentes para o desenvolvimento detranstornosde imagem, como o Complexo de Adônis, que podem levar os indivíduos a comportamentos narcisistas e em vezes autodestrutivo. A percepção corporal alterada aliada à vontade constante de se enquadra em um determinado grupo social pode levar o sujeito a desencadear problemas associados com Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Dentro deste modelo de transtorno surge um subgrupo, onde se enquadra a Dismorfia Muscular (DM), um modelo atual que enquadra as alterações de percepção relacionadas à busca pelo corpo hipermusculoso (NASIO, 1995). 1.2 Objetivos Avaliar, por intermédio de ferramentas validadas, o nível de satisfação com a autoimagem e aspectos que possam caracterizar o Complexo de Adônis, em atletas presentes na 25ª Copa Norte-Nordeste de Fisiculturismo, realizada na cidade de Maracanaú – Ceará, no ano de 2015. 1.3 Justificativa O Complexo de Adônis pode acarretar diversos problemas aos indivíduos que se enquadram no seu espectro. Fisiculturistas levam uma rotina que busca alcançar uma imagem idealizada para a competição, tendendo a causar um constante conflito com sua percepção da autoimagem. Isto posto, o presente trabalho se faz necessário, visto que na região nordeste e norte do Brasil, o tema é fracamente abordado na literatura. 1.4 Hipótese As variáveis estudadas concentraram-se em especular a satisfação com a imagem corporal e as características do Complexo de Adônis, como também dentro desta o uso de esteroides anabolizantes, podendo estas serem analisadas por meio de ferramentas, no caso, questionários com bom reconhecimento científico. Sugere-se preliminarmente, que nossos achados irão concordar com os de Harrisson G. Pope (POPE, 1993), onde se verificou alta incidência de DM em fisiculturistas. REFERENCIAL TEÓRICO A construção da autoimagem envolve a percepção corporal, ou seja, o desenho do corpo na mente, que está intimamente ligada aos sentimentos em relação a esse corpo, ou seja, se o indivíduo sofreu com sua imagem, esta tende a ser moldada pelos padrões impostos por seus agressores, como forma de se enquadrar no contexto social (SLADE, 1988). O termo Complexo de Adônis, nomeado por Pope, Katz e Hudson (1993), foi desenvolvido após análise de um grupo de halterofilistas, quando foi constatado que uma parcela destes não conseguia fazer um auto reconhecimento da própria imagem, eles acreditavam, em sua maioria, que eram mais fracos e magros, devido a essa semelhança a outros TDC, inicialmente este transtorno foi chamado de anorexia reversa. Posteriormente, Muñoz e Martinez (2007) definiram o termo como Dismorfia Muscular (DM). Casos assim, associados à baixa autoestima e comportamentos ansiosos, podem favorecer o uso de Esteroides Anabolizantes nestes indivíduos (NASIO, 1995). Página 233 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Observa-se na literatura que frequentadores de academias de musculação podem ter uma maior insatisfação com a aparência física e virem a desenvolver uma dependência maior pelo exercício físico, ao passo que fisiculturistas tendem a desenvolver uma maior desordem na percepção corporal e consequentemente DM (CHOI PY, POPE HG, 2002). É possível observar uma maior probabilidade do indivíduo ser enquadrado no perfil da DM estando ele nas seguintes características: Sexo masculino (FIDELIX, 2011), ter entre dezessete e trinta anos de idade (ZAGALAZ, MARTINEZ E RODRIGUES, 2005), e uso de Esteróides Anabólicos Androgénos (POPE, KATZ E HUDSON, 1993). METODOLOGIA O estudo se caracterizou como transversal, observacional. Foram entrevistados dezessete atletas, do sexo masculino, participantes de um campeonato de culturismo, que incluía atletas das regiões norte e nordeste do Brasil, no ano de 2015. Foram entregues aos estudados, um questionário do Complexo de Adônis e uma Escala de Silhuetas de Damasceno (ESD), juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi destacado à parte, para que na recolha dos questionários, a origem do atleta referente aqueles dados se mantivesse sigilosa. Todos os atletas receberam as instruções de preenchimento. O Questionário do Complexo de Adônis (QCA) contém 13 questões de múltipla escolha, cada uma com três opções de respostas (A, B ou C). A maneira de analisar o questionário é pela somação de escores, onde se segue a regra do quadro abaixo (Tabela 1). O valor da soma dos escores encontra-se entre 0 e 39 pontos, cada resultado final se enquadra em um grupo de características, descrito na Tabela 2 (POPE et al., 2000). Opção Valor atribuído A 0 B 1 C 3 Tabela 1. Valores de pontuação por item QC Escore Correlação 0a9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 Não possui Leve Problema moderado Problema grave Tabela 2. Valores de pontuação final, QCA A ESD apresenta 15 silhuetas, nomeadas de -7 à 7, que vão do obeso ao hipermusculoso. Onde, o sujeito deve primeiro marcar a opção correspondente ao tipo corporal que ele se vê (Silhueta Atual ou SA), depois marcar a opção correspondente ao tipo corporal que ele gostaria de ter (Silhueta Ideal ou SI). Posteriormente os valores são atribuídos para cada forma, para que se perceba simplificadamente o nível de insatisfação corporal do indivíduo (DAMASCENO, 2004). RESULTADOS Através do índice bruto da gravidade das preocupações do indivíduo podemos interpretar os valores dos escores. Separando-os, no QCA,segundo Tabela 2. Os valores mínimo e máximo encontrados no estudo foram, respectivamente, 6 e 27. Nota-se que nenhum dos indivíduos se encontrou na categoria de 30 a 39 pontos, a qual representa o quadro mais grave do transtorno. A média dos valores dos estudados foi de 14,52 ± 5,83, a categoria em que mais se enquadraram indivíduos foi a de 10 à 19 pontos, como mostrado na Gráfico 1.Observamos que 12 dos 17 atletas se incluíram nesta categoria, representando 70,58% do total de estudados. O número de 6 (50%) dos que Página 234 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica estão na categoria de 10 à 19 pertencem à extremidade superior desta faixa, 15 à 19, e precisam estar atentos ao efeito que o Complexo de Adônis está a ter sobre a sua vida (POPE et al., 2000). Gráfico1. Frequência de respostas no QCA Na ESD, os dados da operação, SI-SA (Silhueta Ideal – Silhueta Atual), a variação das silhuetas permitiram que os atletas fossem categorizados nos perfis mostrados na Tabela 3. Tabela 3. Variação de pontuação na Escala de Damasceno OGráfico 2, representa a distribuição dos atletas nas categorias de insatisfação corporal, permitindo observar maior concentração de indivíduos com Insatisfação Mediana, foram nove atletas dos dezessete, representando 52,94% do total. Página 235 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Valor da Variação ≤1 2, 3 e 4 ≥5 Nível de Insatisfação Pouco Insatisfeito Insatisfação Mediana Muito Insatisfeito Gráfico 2. Categorias de insatisfação com o corpo Somente um atleta (5,88%) apresentou valor altíssimo, entrando na categoria de Muito Insatisfeito, devido seu valor de variação entre as silhuetas ter sido dez. Além disto, ao se observar a resposta que tal indivíduo deu para a questão de uso de Esteróides Anabolizantes ele informou usar, entretanto não especificando qual. Sete atletas (41,17%) se enquadraram no perfil de Pouco Insatisfeito. DISCUSSÃO Ao observar-se os resultados do questionário para avaliar o Complexo de Adônis (POPE et al, 2000), percebe-se que os valores da média (14,52±5,83), da mediana(14,00) e da moda (19,00), caracterizam o grupo como não muito afetado pelo transtorno, visto que para o autor do questionárioresultados que se encontram entre o intervalode 10 à 19 pontos os sujeitos podem ser descritos como, pessoas que provavelmente possuem uma forma branda e moderada do Complexo de Adônis. As preocupações com a imagem corporal podem comprometer seriamente o cotidiano delas, podendo este ser vítima de alguma das forças sociais e psicológicas que influenciam este transtorno. Assim como no instrumento de avaliação anterior, na Escala de Silhuetas de Damasceno as respostas categorizaram os indivíduos também em perfis medianos, descrevendo a maioria deles como de insatisfação mediana, nota-se também que no todo, os resultados apontaram indivíduos com insatisfação baixa ou moderada, visto que somente um atleta se encontrava como muito insatisfeito, ao qual pode-se constatar como usuário de esteróides anabólicos, concordando com Nasio (1995). Importante ressaltar que as respostas encontradas podem ser diferentes dependendo da região geográfica estudada, visto que, culturas e ambientes sociais diferentes podem vir a moldar perfis diferentes. Como também, é possível que estas questões socioculturais levem os atletas a responderem de forma irreal as questões feitas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho conseguiu utilizar as ferramentas para avaliar o nível de insatisfação com a auto imagem e aspectos caracterizantes do Complexo de Adônis dos atletas de fisiculturismo que voluntariaram a participar, presentes noa 25ª Copa Norte-Nordeste de Fisiculturismo. Resumidamente, os atletas apresentaram perfis medianos nas caracterização da doença e no nível de insatisfação com a auto imagem, e foi possível observar relação entre uma insatisfação muito alta e o uso de esteróides anabolizantes. Entretanto este estudo teve como fator limitante, o número da amostra não ter sido muito alto (n=17), embora tenha reunido atletas de diversos estados do norte-nordeste. Pode-se então notar a necessidade de mais estudos sobre o assunto na região estudada, e que esse estudo possa vir a contribuir para se compreender um pouco o perfil destes atletas de fisiculturismo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHOI PY, POPE HG, JR., OLIVARDIA R. 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Página 237 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica CORRELAÇÃO ENTRE AS CAPACIDADES FÍSICAS DE FORÇA, RESISTÊNCIA E FLEXIBILIDADE E O DESEMPENHO NA SEQUÊNCIA DE ENSINO DA CAPOEIRA REGIONAL. CARVALHO, I. D¹; MAGOSSO, F. R² 1 Discentes do Instituto Enaf Educação e Pesquisa. São José do Rio Preto, São Paulo – Brasil 2Mestrado em Ciências na Área de Bioengenharia – USP, docente do Centro Universitário deRio PretoUnirp.São José do Rio Preto, São Paulo- Brasil [email protected] Resumo Introdução: A capoeira regional é difundida por todo o mundo e considerada patrimônio cultural brasileiro e um dos seus elementos, a roda de capoeira, ganhou o título de patrimônio cultural imaterial da humanidade. No centro da capoeira regional está seu criador Manoel do Reis Machado (Mestre Bimba), que criou vários elementos que regem a prática da mesma, são eles a metodologia, os mandamentos, os princípios e as tradições da capoeira regional. Entre seus elementos está a sequência de ensino da capoeira regional, que são movimentos padronizados que devem ser realizados todos os dias de treino nesta arte marcial. Observa-se que durante esta prática utiliza-se várias capacidades físicas, das quais foram analisadas através de testes protocolados: a força nos membros inferiores, Resistência Abdominal e flexibilidade, além de analisar a sequência de ensino. Objetivos: Correlacionar as capacidades físicas citadas com a sequência de ensino. Avaliar através do estudo se o individuo necessita de um resultado específico nos testes para a execução da sequência e também se os seus praticantes possuem bons resultados, em relação a força, resistência e flexibilidade. Metodologia: a sequência de ensino foi realizada em duplas com pontuação de 0 a 100, o teste de força foi realizado através da Impulsão Vertical, Resistência Abdominal no teste abdominal e flexibilidade no banco de Wells (sentar e alcançar). Resultados: Não houve correlação entre as capacidades físicas e a sequência de ensino. A maior parte dos avaliados obtiveram bons resultados tanto nos testes, como na pontuação da sequência de ensino da capoeira regional. Discussão e Conclusão: Apesar do estudo não apresentar correlação entre os testes e a execução da sequência, pode-se observar, que seus participantes obtiveram bons resultados nas avaliações, levando a acreditar que não há pré-requisitos, falando-se em capacidades físicas, para a realização da sequência e que através de sua prática é possível o desenvolvimento da força, resistência e a flexibilidade, além de claro o desenvolvimento da própria sequência. Palavras-chave: Capoeira Regional, sequência de ensino, capacidades físicas, avaliação. Abstract Introduction: The Regional capoeira is widespread throughout the world and considered Brazil's cultural heritage and one of its elements, capoeira wheel, won the title of intangible cultural heritage. In the center of regional capoeira is its creator Manoel dos Reis Machado (MestreBimba), which created various elements governing the practice of it, are they the methodology, the commandments, principles and traditions of capoeira regional. Among its elements are the regional capoeira teaching sequence, which are standardized movements that must be carried out every day training in this martial art. It is observed that during this practice is used several physical abilities, which were analyzed by filed tests: the strength in the lower limbs, abdominal strength and flexibility, as well as analyze the teaching sequence. Objectives: To correlate the physical capabilities cited with the teaching sequence. Assess by studying the individual needs of a particular result in the test for the execution of the sequence, and also their practitioners have good results in respect of strength, endurance and flexibility. Methodology: The teaching sequence was performed in pairs with scores from 0 to 100, the strength test was conducted by Vertical Thrust, Página 238 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Abdominal Strength in abdominal and flexibility in test wells bank (sit and reach). Results: There was no correlation between the physical abilities and the teaching sequence. Most of the evaluated obtaining good results in both tests, as in scores of teaching sequence of capoeira regional. Discussion and Conclusion: Although the study did not show correlation between the tests and the execution of the sequence, it can be observed that its participants have performed well in the ratings, leading to believe that there are no prerequisites, speaking up in physical, to carry out the sequence and that through his practice is possible the development of strength, endurance and flexibility, and of course the development of own sequence. Keywords: Capoeira Regional, teaching sequence, physical, evaluation. INTRODUÇÃO Segundo o Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a capoeira é praticada em mais de 160 países e o Brasil possui mais de 6 milhões praticantes, sendo considerada a arte marcial mais popular do País (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE CAPOEIRA). A capoeira regional foi criada por Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba, em 1928, através da fusão do batuque e a capoeira primitiva (apud Almeida, 1994, p.17). Menezes et al. 2009, afirma que a primeira academia de capoeira foi registrada o ano de 1937, fundada por Mestre Bimba. Durante uma apresentação de Mestre Bimba a Getúlio Vargas em 1953, período marcado por movimentos de perseguição e repressão a esta manifestação cultural, a Capoeira foi declarada como único e genuíno esporte brasileiro. Assim o Mestre adentra outros espaços antes proibidos a um capoeirista e é reconhecido pela comunidade baiana como um construtor de homens. A capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN no ano de 2008 e no dia 26/11/2014 a roda de capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A capoeira regional é utilizada como ferramenta para desenvolvimento integral do indivíduo, tendo como referência a metodologia de ensino do Mestre Bimba, que consiste entre outras coisas, em respeitar os princípios, tradições e mandamentos, sendo reconhecido como praticante da mesma somente quem segue a essas propostas, entre elas está à sequência de ensino, que são movimentos padronizados pelo mundo todo e treinado em dupla, com a intenção de oferecer uma sequência pedagógica, avaliar o aluno durante seu desempenho e oferecer condições para a participação na roda de capoeira. Os testes de força, resistência abdominal e flexibilidade, são utilizados para avaliação da qualidade de vida e para o campo do desempenho físico para mensurar e elaborar treinamentos. No caso deste estudo esses testes foram realizados para correlacionar com a sequencia de ensino da capoeira regional, analisando assim, se o bom desempenho das avaliações, são um pré-requisito para a prática da sequência de ensino. OBJETIVOS Os objetivos do estudo são avaliar e correlacionar as capacidades físicas: força, resistência e flexibilidade, com a sequência de ensino. Através deste estudo, evidenciar se o individuo necessita de um resultado específico nos testes, para a execução da sequência e também se os seus praticantes possuem bons resultados em relação a força, resistência e flexibilidade, podendo desta forma chegar ao pressuposto que a prática da sequência de ensino e da capoeira regional, levaria a uma melhora destas capacidades CAUSUÍSTICA E MÉTODOS Trata-se de um estudo experimental composto por 10 indivíduos adultos, do sexo masculino, com idades entre 18 e 42 anos dos Núcleos da Filhos de Bimba Escola de Capoeira de São José do Rio Preto - SP e Limeira - SP e que já realizavam a Sequência de Ensino da Capoeira Regional. Página 239 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Todos os participantes deram seu consentimento livre e esclarecido para participar deste estudo. Para caracterização da amostra calculou-se o a média e o desvio padrão das variáveis: idade, peso e altura, força muscular através do salto vertical (SV), resistência através do teste abdominal (TA) e flexibilidade no Banco de Wells (BW). Também foi realizado a sequência de ensino da capoeira regional (SE), classificando de 0 a 100 pontos, descrita no Quadro 1. Quadro 1: Sequência de Ensino da Capoeira Regional ALUNO A SEQUÊNCIA ALUNO B 2 MEIA LUA DE FRENTE 1 ARMADA 1 AÚ 1ª 2 GUARDA BAIXA 1 NEGATIVA 2 QUEIXADA 1 GUARDA BAIXA 1 BÊNÇÃO 1 AÚ COM ROLÊ 2ª 2 GUARDA BAIXA 1 ARMADA 1 NEGATIVA 1 CABEÇADA 2 MARTELO 1 GUARDA BAIXA 1 BÊNÇÃO 1 AÚ COM ROLÊ 3ª 2 PALMAS 1 ARMADA 1 NEGATIVA 1 CABEÇADA 2 GODEMES 1 ARRASTÃO 1 AÚ COM ROLÊ 4ª 2 PALMAS 1 GALOPANTE 1 NEGATIVA 1 CABEÇADA 1 ARPÃO DE CABEÇA 1 JOELHADA 1 AÚ COM ROLÊ 5ª 1 CABEÇADA 1 NEGATIVA 1 CABEÇADA 1 M. COMPASSO (DIR.) 1 GUARDA BAIXA (DIR.) 1 JOELHADA (LATER./DIR.) 1 AÚ COM ROLÊ 6ª 1 GUARDA BAIXA (DIR.) 1 M. COMPASSO (DIR.) 1 NEGATIVA (DIR.) 1 CABEÇADA 1 ARMADA (DIR.) 1 GUARDA BAIXA (DIR.) 1 BÊNÇÃO (DIR.) 1 AÚ COM ROLÊ 7ª 1 GUARDA BAIXA (DIR.) 1 ARMADA (DIR.) 1 NEGATIVA (DIR.) 1 CABEÇADA 1 BÊNÇÃO 1 AÚ COM ROLÊ 8ª 1 NEGATIVA 1 CABEÇADA OBS: NA 6ª E 7ª PARTES DA SEQUÊNCIA, O ALUNO "B" REPETIRÁ TODOS OS GOLPES COM A ESQUERDA SEQUÊNCIA DE ENSINO DA CAPOEIRA REGIONAL (Filhos de Bimba Escola de Capoeira) Página 240 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Em duplas os indivíduos devem realizar a sequência de ensino descrita no quadro 1. O avaliador, que deve ser um formado da Filhos de Bimba Escola de Capoeira, atribui 100 pontos a cada praticante e desconta 1 ponto a cada erro técnico que o aluno cometa durante a execução. AVALIAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES – SALTO VERTICAL (Laboratory Manual, 1994) A posição inicial é com o pé junto a uma linha (no chão) a 30 cm da tábua de marcação. Deve ser passado pó de giz nas polpas dos dedos indicadores da mão dominante e, com a outra, junto ao corpo, procura-se alcançar o mais alto possível, conservando os calcanhares com o solo. Faz-se uma marca na tábua com os dedos (sujos de giz) desta posição, agacha-se e salta, fazendo nova marca com os dedos na tábua (mão dominante) no ponto mais alto que conseguir alcançar. Não é permitido andar ou tomar distância para dar o salto. O resultado é registrado medindo-se a distância para dar o salto. O resultado é registrado medindo-se a distância entre a primeira marca e a segunda, registrada em cm; são permitidas três tentativas. TESTE ABDOMINAL (Pollock e Wilmore, 1993) Deitado de costas, sobre o colchão colocado numa superfície plana, com os dedos das mãos entrelaçados na nuca, joelhos flexionados, pés em contato com o solo (30.5 cm das nádegas) e abertos na largura dos ombros. O avaliador deve manter os pés do avaliado em contato com o solo e presos para não escorregarem; o aluno, retirando as costas do chão, flexiona o tronco e o quadril até os cotovelos tocando o solo, repete o movimento tão depressa e tantas vezes forem possíveis; marca-se o número de repetições durante 1 min. AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE BANCO DE WELLS (Wells e Dillon, 1952) Os avaliados, descalços, sentaram em frente ao Banco de Wells permanecendo com as pernas estendidas com os calcanhares encostados no mesmo. Com as mãos sobrepostas os avaliados inclinaram o tronco sobre o banco até atingirem o máximo sem deixar os joelhos flexionarem e segurando dois segundos na posição final. Após três tentativas registrou-se a melhor marca. ANÁLISE ESTATÍSTICA Uma análise do tipo Pearson ProductMoment foi utilizada para verificar a correlação entre as capacidades físicas citadas e a pontuação obtida na sequência de ensino. Para essa análise, foi estabelecido um nível de significância de p< 0,05. RESULTADOS A amostra avaliada no presente estudo apresentou uma média de idade de 32 ± 10 anos. O peso dos participantes variou entre 54,3 e 105 kg sendo o peso médio de 80,8 ± 15,8 kg. A altura média do grupo foi de 173 ± 0,06 cm. A média do Teste Abdominal foi de 37,7 ± 9,9 repetições. No Salto Vertical a média foi de 46,6cm ± 6,9cm. Na avaliação de Flexibilidade no Banco de Wells a média foi de 33,1 ± 5,84cm. E na sequência de Ensino da Capoeira Regional a média foi de 96,7 ± 2,58 pontos. A análise de correlação de Pearson demonstrou não haver correlação significativa entre as capacidades físicas avaliadas (TA e SE r = -0,02; SA e SE r = -0,28; BW e SE r= -0,09). No teste de abdominal 70% dos participantes estão na classificação excelente 20% Fraco e 10% na média (Pollock, Wilmore e Fox 1.994), no banco de Wells 40% estão acima da média, 30% estão classificados como excelente e 20% na média e 10% Ruim (adaptado de ACMS 2.003) e na sequência de ensino 100% tiveram pontuação satisfatória (Filhos de Bimba Escola de Capoeira). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Página 241 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Através deste estudo e pela observação prática, podemos confirmar que a execução da sequência de ensino não depende exclusivamente de uma das características avaliadas, sendo esta, acessível a todos os indivíduos que desejam treina-la como arte marcial. De acordo com Manoel do Nascimento Machado, filho de Mestre Bimba, a sequência de ensino deve ser realizada todos os dias, sendo que esta é o ABC da capoeira regional. A sequência de ensino como visto no quadro 1, está dividida em oito partes, sendo que é ensinada de acordo com o desenvolvimento do aluno. No livro de Gladson de Oliveira e Vinicius Heine “Capoeira: um instrumento psicomotor para a cidadania”, ele relata entre outras coisas como a capoeira transforma a vida de seus praticantes no aspecto motor, afetivo, social e psicológico, também expõe que a capoeira encontra campo fértil quando direcionada a alunos com deficiências físicas. Levando em consideração o alto índice dos participantes que se encontram com uma boa classificação nas avaliações, podemos concluir que a realização da sequência de ensino, que é uma prática de todos os dias de treino na capoeira regional, pode levar a uma melhora das capacidades físicasanalisadas, devido a uma prática complexa e constante que submete os seus praticantes, no entanto isso ocorre de forma progressiva, já que estas não determinam que a execução da mesma seja perfeita e sim o treinamento técnico e tático. O treinamento com a sequência de ensino pode levar a várias outras melhorias que não foram analisadas neste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Manual de Antropometria. Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações – LANPOP, Rio de Janeiro, 2013. DECANIO FILHO, Angelo A. (Mestre Decanio). Falando em capoeira. Salvador, 1996. Photoc. GUEDES, D. P.; JUNIOR T.P.S.; ROCHA A. C. 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Nov/dez. 2013 Diego Isique Carvalho Rua Odilon Isique nº308 Bairro Manoel Carreira Cep:15.850-000 Urupês-SP - Brasil Página 242 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MOTIVAÇÃO PARA CORREDORES DE RUA Faria, P.D.1, Nascimento, S. F.1, Silva, F. S.1, Perazzo,O.S.1,Souza,O.R.1, Scoss, M.D.1 Centro Universitário Ítalo Brasileiro-São Paulo Brasil. [email protected] RESUMO O presente estudo trata dos motivos que levam o indivíduo a prática regular da atividade física. A motivação na atividade física vem sendo bastante estudada e está presente em diversas áreas da vida das pessoas, devido a isso, tem sido um tema bastante tratado pela psicologia. Compreender os motivos que levam as pessoas a prática da atividade física e a seguirem a praticá-la é importante para manter a mesma atraente ao praticante. Desta maneira, o indivíduo poderá desfrutar por mais tempo os benefícios promovidos pela modalidade desportiva escolhida. A metodologia adotada neste estudo é definida como revisão de literatura, a qual é caracterizada como: A busca de informações bibliográficas, seleção de documentos que se relacionam com o problema de pesquisa. Dentre as dimensões motivacionais valorizadas, a saúde é a que mais se destaca em relação a melhora para diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e controle da hipertensão arterial. Palavras chave: Prática, Motivação, Corridas de Rua. ABSTRACT This study deals with the reasons that lead the individual to practice regular physical activity. Motivation in physical activity has been extensively studied and is present in several areas of people's life. Due to that, it has been a topic fairly treated by psychology. Understand the reasons that drive people to the practice of physical activity and, in a continuous mode, conduct them to follow the practice is important to keep it attractive to the practitioner. This way, the individual can enjoy for longer the benefits promoted by the sport chosen. The methodology adopted in this study can be defined as a revision of bibliography such as: search in bibliographic information, selection of documents related to the question raised. Among all motivational dimensions valued, those related to health must be highlighted. Especially those connected with reducing the risk of cardiovascular disease and control high blood pressure. Keywords: Practice, Motivation, Street Racing. INTRODUÇÃO O presente estudo trata dos motivos que levam o indivíduo a prática regular da atividade física, a motivação na atividade física vem sendo bastante estudada (BALBINOTTI , 2007; JUCHEM, 2007). De acordo com Ryan e Deci (2000) a motivação está presente em diversas áreas da vida das pessoas e, devido a isso, tem sido um tema bastante tratado pela psicologia. Dentre estas várias áreas, a psicologia vem ganhando cada vez mais espaço no esporte, uma das suas facetas é a motivação para prática desportiva. A motivação para prática desportiva se destaca como sendo uma variável fundamental para se tentar compreender o que leva as pessoas a prática da atividade física, do desporto e do treinamento desportivo (BALBINOTTI 2007; SALDANHA, 2007). Compreender os motivos que levam as pessoas a prática da atividade física e a seguirem a praticá-la é importante para manter a mesma atraente ao praticante. Desta forma, o indivíduo poderá desfrutar por mais tempo os benefícios promovidos pela modalidade desportiva escolhida (BALBINOTTI, 2015). Página 243 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O objetivo geral do estudo foi analisar a evolução e levantar algumas implicações do crescimento de números de provas e de participantes, verificar se essas corridas realmente recebem os participantes e o reconhecimento que merecem. Na última década ocorreu um crescimento na prática da corrida de rua, originado por interesses diversos, como: promoção à saúde, estética, integração social, fuga do estresse e busca de atividades prazerosas ou competitivas. O que se tornou um atrativo, visto que isso se associa aos grandes números de provas com diferentes premiações, patrocínios, prestigio social e evidência. Acreditamos que essa evolução numérica das provas e dos participantes deve ser considerada como um fenômeno atual, e obter uma atenção especial dentre profissionais da área de Educação Física e Saúde (SALGADO, 2006). O presente estudo trata dos motivos que levam o indivíduo a prática regular da atividade física. O objetivo geral do estudo foi analisar a evolução e levantar algumas implicações, do crescimento de números de provas e de participantes, Descrever os fatores motivacionais que levam pessoas à prática e participação competitiva em Corridas de Rua, verificar se essas corridas realmente recebem os participantes e o reconhecimento que merecem. A prática da corrida de rua vem apresentando um aumento significativo no número de adeptos a essa modalidade. Os motivos dessa aderência são diversificados, assim como, das propostas dos profissionais que trabalham na orientação desses corredores. Entretanto, a relevância em conhecer os motivos que levam a prática e a permanência na atividade assume uma dimensão elevada. A ideia foi tirada de um grupo de amigos que estão querendo montar uma equipe de corrida e pediu para que pudéssemos auxiliá-los, diante do interesse de conhecidos em relação ao tema. A metodologia adotada neste estudo é definida como revisão de literatura, a qual segundo Macedo (1994) é caracterizada como: A busca de informações bibliográficas, seleção de documentos que se relacionam com o problema de pesquisa (livros, verbete de enciclopédia, artigos de revistas, trabalhos de congressos, teses etc.) e o respectivo fichamento das Referências para que sejam posteriormente utilizadas (na identificação do material referenciado ou na bibliografia final). (MACEDO, 1994, p13). Esta revisão reúne os trabalhos mais recentes entre 1977 à 2015, sobre motivação para corredores de rua. A CORRIDA DE RUA De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes da Cidade de São Paulo (2005) e a Federação Paulista de Atletismo (FPA,2006), a corrida de rua é uma das modalidades que mais têm crescido na cidade. O ato de correr está instalado em uma grande teia de significados que pode ser observado na atualidade e nos diferentes momentos da existência humana conhecida (FIXX, 1977). São encontrados registros desta ação nos mais antigos e variados materiais arqueológicos, sugerindo que a prática da corrida perdura desde as civilizações mais primitivas, seja por necessidade ou expressão. Mesmo sendo uma prática muitas vezes considerada nobre, a maior parte das referências traz consigo a presença da dor, da superação, do risco ao fracasso e até de ocorrências de morte. Na famosa e legendária façanha que dá origem a maratona, a morte encerra a narrativa sobre um soldado que percorreu mais de 35 km entre as cidades de maratona e Atenas com o intuito de avisar a vitória dos gregos sobre os persas na guerra, Isso ocorreu por volta de ano 490 a.C. (OLIVEIRA, 2010). Alguns elementos desta história parecem ter uma forte relação com a prática da corrida, inclusive na atualidade. A resistência ao sofrimento, a perseverança na busca do seu objetivo, a solidão e individualidade no caminho percorrido e, as relações sociais, que implicam em uma certa renúncia da própria vontade (abnegação) em favor de uma responsabilidade e dever social. (OLIVEIRA, 2010). A princípio a busca pela prática da corrida de rua ocorreu por diversos interesses, que envolvem desde a promoção de saúde, a estética, a integração social, a fuga do estresse da vida moderna, a busca de atividades prazerosas ou competitivas (SALGADO, 2006). Como prática esportiva sistemática, a corrida foi muito difundida nos anos 60, quando foram descobertos seus benefícios para saúde (FRIZZO, 2006). Um estudo que mostra o crescimento dos eventos de corrida é o de Salgado e Chacon-Mikahil (2006), que constam informações sobre o número de prova e inscritos nessas competições na cidade de São Paulo. Página 244 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Segundo os dados obtidos pelos autores o número de corridas passou de 11 em 2001 para 174 provas em 2007, Enquanto que o número de inscritos nas Corridas de rua promovidos pela CORPORE (entidade que regula as provas na cidade de São Paulo) passou de 9.430 em 1997 para 103.260 em 2005 (SALGADO, J.V.V.; CHANCON-MIKAHIL, 2006). Podemos entender que este aumento do número de participantes em provas de corrida de rua pode ter uma ligação com o número de praticantes desta prática esportiva, principalmente nesta cidade. Segundo os autores, esse crescimento advém pela busca da qualidade de vida, o convívio com outros praticantes que contagiados pelo prazer das provas, das medalhas e camisetas recebidas, que de certa forma passam a representar conquistas nos ambientes de trabalho, familiares e esportivos (SALGADO, J.V.V.; CHANCONMIKAHIL, 2006). CORREDORES Os principais agentes das corridas de rua são os corredores. Ao longo de todo este trabalho são assim designadas as pessoas que praticam a corrida habitualmente em espaços abertos, no mínimo três vezes por semana e que participam ou buscam participar de competições. Ou mesmo aqueles que praticam corridas apenas em esteiras e os que correm sozinhos, como parte de suas atividades físicas. A língua inglesa estabelece termos distintos para fazer referência aos dois primeiros tipos de praticantes de corridas mencionados acima: os primeiros são chamados de “runners” os outros são identificados como “joggers”. Nas palavras do Barão de Coubertin apenas os primeiros estão envolvidos com o esporte, que tem por essência o esforço e como condimento indispensável o concurso (CAILLAT, 1996). GRUPOS DE CORRIDA As corridas de rua precisam de uma boa estrutura para oferecer um suporte adequado aos atletas. Por serem competições de elevada exigência física, requer uma estrutura impecável, como entre outros itens, posto de água a cada 2 quilômetros e ambulâncias preparadas para atender os participantes de forma rápida e eficiente. Em alguns eventos são oferecidos isotônicos e gel com carboidrato, produtos adequados para atividade aeróbicas de baixa intensidade e longa duração, como ocorre com esse tipo de prova. Todo esse suporte é oferecido pelas assessórias esportivas, mais conhecidas por grupos de corrida. MOTIVAÇÃO Etimologicamente, segundo Bzuneck (2004, p.9), o termo motivação, significa “ação de pôr em movimento” e parece ter origem nas palavras do latim motum (movimento) e movere (mover), o que lhe confere uma ideia de movimento para ir de um local para outro (Alves et al, 1996 apud Cid 2002). “ Um conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual” (HOUAISS; VILLAR; FRANCO,2004, p.1968). A motivação está associada à palavra motivo, que pode ser definido como alguma força interior, impulso, intenção, que leva a pessoa a fazer algo ou agir de certa forma e que afeta o início, a manutenção e a intensidade do comportamento (INTERDONATO, 2008).Alves et al (1996), entende que a motivação pode ser compreendida pelo conjunto de variáveis que determinam a “razão pela qual os sujeitos escolheram aquele desporto como prática desportiva, porque se mantém nesta atividade ao longo do tempo e porque desenvolvem um determinado nível de empenhamento”. Para Rodrigues (1991 apud MARZINEK, 2004), um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa é a motivação, que influi com muita propriedade em todos os tipos de comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que relacionem com a aprendizagem, o desempenho, a atenção. O grande papel do estudo da motivação deriva da necessidade em explicar e analisar os motivos que conduzem a determinadas ações, porque é que variam e porque é que se perpetuam ou não (BRITO, 1994 apud CID, 2002). Página 245 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica De acordo com Davidoff (2001 apud PEREIRA, PAIM, 2005), “motivo ou motivação refere-se a um estado interno que resulta de uma necessidade e que ativa ou não desperta um comportamento usualmente dirigido ao cumprimento da necessidade ativante”. Segundo Weinberg e Gould (2008), a motivação para a prática esportiva depende da interação de fatores pessoais (necessidades, interesses, metas e personalidade) e situacionais (estilo de liderança do técnico, facilidades, tarefas atrativas, desafios, influências sociais). Ao estudarmos sobre o tema motivação, observamos que, em geral, a literatura a classifica de acordo com as suas “fontes”. A motivação é dividida em intrínseca, quando sua “fonte” é interna ao ser (ex.: prazer). A outra divisão é chamada de extrínseca, quando a “fonte” é inerente ao ser, ou seja externa (ex.: prêmios). (VALLERAND, 2001, MASSARELLA, 2008). DIMENSÕES RELACIONADAS Á PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADES FÍSICAS E ESPORTIVAS Em detalhes explicaremos cada uma das 6 dimensões motivacionais que fazem parte do instrumento utilizado para a conclusão deste trabalho. Segundo Balbinotti (2004) as dimensões motivacionais mais utilizadas pela literatura especializada para entender os motivos que levam indivíduos a pratica regular da atividade físicas ou esportivas são: Controle do estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer. Verificamos que estas dimensões motivacionais foram utilizadas em outros estudos (BALBINOTTI, 2004), revelando que esta é uma importante ferramenta utilizada para demonstrar o perfil motivacional de praticantes de atividade física e esportivas (BALBINOTTI, A. A. B, 2015). Controle do Estresse É a dimensão na qual avalia em que nível pessoas se utiliza da atividade física regular como forma de controlar a ansiedade e o estresse da vida cotidiana, além dos benefícios fisiológicos as atividades trazem benefícios psicossociais melhorando a autoimagem e autoestima, o bem estar, reduzindo o isolamento social (WEINBERG; GOULD, 2008). Sociabilidade Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física regular e esportiva como forma de buscar uma melhor relação interpessoal podendo ser buscada por intermédio da atividade física ou esportiva através de clubes, academias e agremiações. (GOULD, 2001, apud BABINOTTI, 2015). Competitividade É dimensão que avalia em que nível o indivíduo utiliza a atividade física como forma de manifestação dos aspectos relacionados ao vencer, sugerindo uma sensação de superioridade e/ou de destaque em uma determinada atividade física ou desporto, a competitividade pode ser orientada a vitória ou ao objetivo (GONZALEZ, R. G, 2008). Saúde Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física e/ou esporte para a manutenção da saúde geral e a prevenção de doenças associadas ao sedentarismo (WANKEL, 1993; Apud BALBINOTTI, 2015). Prazer É a dimensão relacionada a sensação de bem estar, de diversão e a satisfação que a prática regular de atividade física proporciona (BALBINOTTI, 2007). Estética Página 246 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica É a dimensão motivacional que avalia o nível no qual o indivíduo se utiliza da prática regular da atividade física como forma de se obter ou manter um corpo que seja considerado atraente e aprovado pela sociedade em que o mesmo está inserido (SALDANHA, 2007). FATORES MOTIVACIONAIS PARA CORREDORES DE RUA Apesar das contribuições que a corrida de rua traz aos seus praticantes, seja para a melhoria da condição física ou para saúde geral dos indivíduos, estas podem não ser as únicas nem mais importantes aspectos que integram as dimensões motivacionais que levam este grande número de pessoas a aderir ao programa de atividade física (GAYA; CARDOSO, 1998). Na perspectiva do lazer, incluindo no contexto a socialização (FRAANCO, 2010) e o prazer (BALBINOTTI, et al, 2007), estudos encontram resultados bastante interessantes. Trucollo, Maduro e Feijó (2008) dão um destaque grande a saúde como um dos principais fatores motivacionais entre homens e mulheres. Nestes mesmos estudos a corrida é considerada por muitos como uma forma de reduzir o estresse e a ansiedade. A questão estética é bastante valorizada principalmente por mulheres. No entanto, questões como “autoestima” podem ser relacionadas nos casos do sexo masculino (TRUCOLLO; MADURO; FEIJÓ, 2008). A dimensão associada à superação de limites e resultados em provas não aparece nestes estudos como um fator motivacional muito importante, apesar de ser um esporte que exige de seus praticantes uma grande resistência física e emocional, exigindo poder de superação (OLIVEIRA 2010). Estudos analisam possíveis fatores de adesão a prática da corrida de rua para diferentes grupos, Franco (2010) analisa as diferenças motivacionais entre corredores que integram grupos de corrida e corredores individuais. Trucollo, Maduro, Feijó (2008) verifica os motivos de adesão a grupos de corrida. Balbinotti et al. (2007) avalia, a partir do sexo, as mesmas seis dimensões motivacionais do presente estudo em corredores de longa distância. Massarella e Winterstein (2009) analisa a motivação intrínseca em corredores de rua. Estes são alguns exemplos que demonstram um grande interesse de especialistas pelo assunto, afinal, o aumento da popularidade deste esporte justifica querer-se explorar as dimensões que melhor caracterizam os praticantes desta atividade (BALBINOTTI et al, 2007). CONCLUSÃO Esta analise nos permite inferir ser muito expressivo o fenômeno de crescimento do número de provas e de praticantes de corrida de rua, fenômeno este cujas explicações e implicações precisam ser bem mais exploradas e relacionadas ás práticas de atividades físicas da população em geral. Considerando como um ponto positivo a evolução nos números de provas e praticantes, também devemos relacionar a este fenômeno as preocupações inerentes a prática de atividades físicas. Dentre essas preocupações, podemos destacar as dimensões motivacionais que levam o indivíduo a prática regular da atividade física. Respondendo ao objetivo deste estudo o principal motivo de adesão a prática é a saúde, em seguida o prazer, enquanto que os principais motivos para permanência à saúde, o prazer, o controle do estresse, isto indica que não há apenas um fator que motive a prática da corrida, e sim uma série de fatores interligados. Estes resultados podem auxiliar os profissionais da área tanto no planejamento de volume e intensidade treino, quanto nas atividades, que podem envolver desde o treinamento em grupos, viagens e corridas de revezamento, até reuniões, jantares e festas. Identificando o perfil motivacional do praticante fica mais fácil conduzir as atividades, inclusive os resultados podem ser mais satisfatórios, tanto para o praticante quando para o treinador, tendo em vista que o mesmo está sempre engajado. A corrida de rua exige treinamento contínuo e frequente, isto é, tempo e dedicação superiores a outras práticas esportivas lúdicas, muitas competições, momento de avaliação e autoconhecimento de cada corredor, reúnem milhares de pessoas, participam de um mesmo evento, muitas vezes, mais de 10.000 Página 247 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica protagonistas. É necessário o uso de espaços públicos tanto para os treinos como para as provas. Assim, é assunto da mídia, objeto de polêmica entre os adeptos e os nãos praticantes, tema de pesquisas, fonte de ganhos econômicos. Isto é, um tema do cotidiano da sociedade, objeto digno de investigação cientifica. Os profissionais de Educação Física podem ter maior possibilidade de êxito em suas intervenções se reconhecerem os motivos determinantes do comportamento das pessoas, identificando quais reforçam ou inibem o comportamento que desejam incentivar. As razões contrapõem ao comportamento de engajamento com relação à atividade devem ser compreendidas e trabalhadas, para que não levem o indivíduo a abandonar a prática. REFERÊNCIAS ALVES, J.; BRITO, A.; SERPA, S. Psicologia do desporto: manual do treinador. Lisboa: Edições Psicosport, 1996. BALBINOTTI, M. A. A.; SALDANHA, R. P.; BALBINOTTI, C.A.A Dimensões motivacionais de basquetebolistas infanto-juvenis: um estudo segundo o sexo. Motriz, Rio Claro, v. 15 n. 2, p.318-329, 2009. BALBINOTTI, M. A. A. Perfis motivacionais de corredores de rua com diferentes tempos de pratica: Revista brasileira ciências do esporte, 37, (1):p n. 2, p.65-73, 2015. BALBINOTTI, M. A. A. 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[email protected] RESUMOS Este trabalho faz parte da conclusão do curso de Pós Graduação: Personal e Musculação, ENAF/ Desenvolvimento Educacionais. O estudo procurou analisar os benefícios que a Dança traz não só para o corpo (físico), mas sua interferência no social e também no emocional (psíquico) dos praticantes desta modalidade em academias ou espaço para dança. Para este estudo optou-se pela realização de uma pesquisa qualitativa baseada no referencial teórico, tendo a análise de conteúdo como método de tratamento dos dados. Conclui-se que a dança gera sim benefícios gerais positivos a quem a pratica sem finalidade profissional. Já os bailarinos de uma companhia de Dança profissional, ela interfere negativamente no psicológico e físico (lesões). No entanto, verifica-se a necessidade de um período maior para investigação e aprofundamento sobre os benefícios gerais da dança, percebe-se também a falta de material bibliográfico para maior embasamento científico. Palavras – chaves: Dança, benefícios, socialização, corporeidade e sentimentos. ABSTRAT This work is part of graduation of Graduate: Personal and Body Building, ENAF / Educational Development. The study sought to analyze the benefits that dance brings not only for the body (physical), but its interference in social and also in the emotional (psychological) of the practitioners of this sport in gyms or space to dance. For this study we chose to conduct a qualitative research based on the theoretical framework, and the content analysis and data processing method. We conclude that the dance but generates positive overall benefits to those who practice without professional purpose. As for the dancers in a professional dance company, it interferes negatively on the psychological and physical (injury). However, the need for more time for research and further development of the overall benefits of dance there is, also realizes it is the lack of bibliographic material for increased scientific basis. Key - words: Dance, benefits, socialization, corporeality and feelings. INTRODUÇÃO É de senso comum que a dança provoca várias sensações em quem apratica, ajuda na socialização por ser uma atividade em grupo, além de ser uma ótima atividade de gasto calórico e fortalecimento muscular. “Estudos mostram que a música e a prática da atividade física podem alterar os estados de ânimo de seus praticantes diferenciando entre os gêneros” (DEUTSCH & MORI 2005). Página 250 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Roble, Rodrigues e Lima (2015), mostram em seus estudos, onde foram analisadas as sensações dentro de academias de ginásticas, com diversas modalidades, os seguintes resultados; as pessoas que praticavam alguma atividade física declararam sentir-se: alegres, felizes, com a autoestima elevada e de bom humor. Os praticantes também relataram que as aulas são divertidas e descontraídas, com um ambiente familiar. Isto mostra que a prática de academia (musculação), ou qualquer outra atividade, seja ela a Dança ou não, gera a possibilidade de bem- estar, proporcionando sensações agradáveis. É nesse sentido que verbos tais como, “libertar-se” (do stress), “entrar” (em forma), “encontrar” (equilíbrio, satisfação, saúde) ou “manter-se” (jovem, saudável) entre outros, são livre e abundantemente associados às atividades físicas de modo a prometer resultados da intervenção da academia (atividade física) na vida do sujeito (Roble, Rodrigues e Lima, 2015). Sabe-se também que além de emagrecer, o exercício físico melhora a qualidade de vida em vários aspectos: melhora do sono e da respiração, por exemplo. A atividade física também pode ser um remédio para depressão, diabetes, colesterol alto, insônia e osteoporose. Em um estudo sobre depressão em professores em formação, observou-se que, em alguns casos, após a prática de exercícios físicos os mesmos apresentaram uma significativa disposição para a realização de tarefas da vida diária, assim como se salientaram mudanças de humor (CACALANO & HIRATA 2005). Paula et.al. (2007, p. 88) em um estudo sobre a dança como alternativa de atividade física para os idosos mostram em seus resultados que esta, quando praticada regularmente, da possibilidade à aquisição de habilidades e auxilia na melhoria de aspectos físicos, psíquicos e sociais. O estudo mostra ainda que a dança tem grande aceitação dos idosos que a executam, pelo caráter motivador e socializador, e que a idade não é um obstáculo para sua prática. Segundo Nascimento (2016), a dança está sendo utilizada ultimamente como exercício físico, distração (lazer) e também como terapia. Há casos onde médicos e psicólogos encaminham seus pacientes para praticar a dança, como complemento no tratamento de doença como a depressão. Sabendo que qualquer atividade física, gera sensação de prazer, como já citado antes, devido aos hormônios: endorfina, adrenalina e serotonina, que são liberados durante a execução. Cacalano& Hirata (2005), na pesquisa com professores de Pedagogia e Educação Física em formação, relacionando a depressão com atividade física na vida destes, onde foi aplicado um questionário, obtiveram os seguintes resultados; os respondentes do Curso de Educação Física apresentaram uma redução principalmente na angústia, o que se deve, provavelmente ao fato de serem praticantes de diferentes atividades físicas como: dançar caminhar pedalar e fazer ginástica. Diante desses dados o estudo teve o objetivo de aprimorar e discutir, através de revisão de literatura, os benefícios globais (físico, social e emocional), que a dança proporciona aos seus praticantes dentro de academias que oferecem esta modalidade e estúdios de dança. OBJETIVOS Este estudo teve o objetivo de mostrar os benefícios globais(físico, social e emocional), que a dança proporciona aos praticantes desta modalidade em academias ou estúdio de dança. Objetivo Geral: Analisar através de revisão de literatura, estudos e vários temas pertinentes à pesquisa. Objetivo Específico: Analisar os efeitos tanto físico, social e psíquico que a dança, oferece aos indivíduos que a praticam dentro de uma academia a modalidade dança ou estúdio de dança. A partir da revisão de literatura. E discutir os resultados obtidos. MATERIAL E MÉTODOS Página 251 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Este estudo é uma pesquisa exploratória por meio de levantamento bibliográfico, a partir de estudos retirados dos sites acadêmicos:Scielo, Google acadêmico, Motriz; Revista de Educação Física eEnaf Science. Levantando a discussão sobre os benefícios da dança para o corpo (físico), sociale emocional de seus praticantes dentro de uma academia ou estúdio de dança. Buscou-se através deste estudo entender que a prática da dança contribui para afastar os males comuns da vida contemporânea, como o estresse, a depressão e outros estados que derivam da tristeza. Foi enfocada a questão da qualidade de vida e sua relação com a dança. Este estudo constitui uma metodologia qualitativa. A pesquisa foi realizada no período de dezembro de 2015 a março de 2016. REVISÃO DE LITERATURA Antes de falar da dança e seus benefícios gerais, tem-se que conhecer um pouco dela, seu significado, sua história e suas diversas influências nasmodalidades atuais. A dança é uma das três principais artes cênicas da antiguidade, ao lado doteatro e da música. No antigo Egito já se realizava as chamadas danças astro-teológicas em homenagem a Osíris. Na Grécia, a dança era frequentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos. A dança caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos ritmados ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela. A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento ou cerimonia (WIKIPÉDIA, 2016). E quem é que nunca se mexeu ao som de uma música ou qualquer batuque? Seja o simples balançado de cabeça, ou “aquela” batidinha com o pé no chão. Segundo Nascimento (2016), a dança é a única arte que não exige ferramentas e dispensa materiais. O único material na dança é o corpo, que se deixa envolver pelo o estímulo da música. Marques (2003, citado por Coelho 2007, p. 43), afirma que a dança, prática centralizada no corpo, constitui um espaço ideal para o estabelecimento de relações entre educação e a saúde. Sem que se afaste de seus conteúdos próprios, é possível através desta trabalhar temas relacionados a um estilo de vida saudável. “Sentir perceber, entender e aceitar o próprio corpo faz com quesuscite respeito e responsabilidade por ele”. Em seu estudo sobre o papel do sexo masculino na dança, Mendes&Mutarelli (2008, p. 69), “dizem que independente da sexualidade, a dança partilha do mesmo instrumento: o corpo”. Almeida e Pereira (2013) em pesquisa com bailarinos profissionais, afirmam que, durante os ensaios, com as exigências dos professores para as apresentações dos espetáculos, expressões como “seu corpo em harmonia” ou “equilíbrio entre corpo, mente e alma” aparecem como uma forma de preparar melhor o indivíduo para viver em sociedade. A pessoa educada para a saúde é capaz de fazer o acompanhamento do próprio estado de saúde, desenvolver uma consciência ecológica de corpo e adotar hábitos saudáveis de vida que envolva uma alimentação correta e um estilo de vida não sedentário. Ele enumera ainda outros aspectos como o cultivo das emoções e sentimentos positivos o desenvolvimento do autoconhecimento, da autoimagem e da autoestima, além do reconhecimento da importância do lazer para obtenção de uma saúde integral (Menestrina 2000 p. 70, citado por Coelho 2007, p. 44). Couto & Petrilli (2005), buscaram em seus estudos com danças circulares, compreender o significado das danças e suas influencias na vida pessoal, foi possível detectar através deste; o aprimoramento do ritmo, sincronização da música e dos movimentos e gestos corporais, tônus muscular, e também a cooperação e Página 252 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica socialização dos participantes da pesquisa. Os autores ainda afirmam que também foi possível verificar em seus estudos o aprimoramento quanto à atenção dirigida ao corpo, às sensações e as novas possibilidades corporais. Almeida e Pereira (2013) referem o dançar como gozo, um estado de alegria e emoção intensa que se alcança com a dança. Apesar de a nomenclatura dançar com a alma nos levar inicialmente a uma compreensão não corporal dessa dimensão do trabalho bailarino, pois o termoalmatem sido culturalmente compreendido em oposição ao corpo, a abundante corporeidade pode ser vista na constituição desse ideal de dança nas apresentações dos espetáculos. Que na maioria das vezes fazem com que os bailarinos ensaiem por horas exaustivas, o que acaba tornando esse “dançar com a alma” algo difícil para os profissionais, devido ao trabalho repetitivo. Pode-se observar que a dança como profissão mesmo sendo algo de prazer para os bailarinos, muitas das vezes pelo o excesso de trabalho por parte desses, deixa de ser algo benéfico e prazeroso. Pois são muitos os casos de lesões em bailarinos, sem falar a pressão psicológica para que tudo saia perfeito. Aalten (2004, citado por Pereira e Almeida 2013) conclui que; “o dançar com a alma significa um ponto de pico quando a ação e a consciência se fundem; é um estado de transcendência”, ou seja, no momento os bailarinos não podem pensar na técnica, eles devem possuir em seus potenciais artísticos, qualidades estéticas, musicalidade, habilidade para representar, presença de palco e carisma. Isto mostra que o corpo bailarino (profissional), é tratado como um objeto. Pode-se dizer “corpo máquina de repetição”, contradizendo o desejo e o prazer pelo o que se faz e mostrando a dificuldade do dançar com a alma. Voltando a falar da dança como, lazer, atividade física, terapia, etc; destaca-se a fala de Coimbra citada por Furbino (2016, p. 5), de que a dança é uma ótima opção em atividade física. “Qualquer estilo de dança trabalha flexibilidade, potencia, força, coordenação motora e condicionamento cardiorrespiratório com resultados benéficos para o metabolismo como um todo, favorecendo não só o emagrecimento, mas a definição muscular também”. Foi observado nos estudos de Almeida e Rocha (2005), sobre a Dança de Salão como qualidade de vida aqueles que a praticam, que; os sentimentos que permeiam essa prática e promovem o encontro de um corpo com o outro, colocam em jogo as emoções do dançar e, promove a melhoria da saúde e da qualidade de vida. Por falar em estilos, sabe-se que existem quatro grandes estilos de dança que são: *Dança Clássica - conjunto de movimentos e de passos, elaborados em sistema e ensinados no ensino coreográfico. * Dança de Salão praticada nas reuniões e nos dancings. * Dança Moderna - que se libertou dos princípios rígidos da dança acadêmica e que serviu de base ao bailado contemporâneo * Dança Rítmica (Nascimento, 2016). A autora ainda afirma que há também os vários tipos de dança que são: Ballet, Ballroom, Bolero, Break-dance, Capoeira, Ceroc, Can Can, Cha-Cha-Cha, Contemporânea, Contradança, Country Western, Disco, Exotic Dancing, Flamenco e Spanish Gypsy, Folk and Traditional, Foxtrot, Funk, Jazz, Line Dance, Mambo. Merengue, Middle Eastern, Modern, Polka, Religiosas e dança Sacra, Rumba, Salsa, Samba, Swing, Scottish, Country Dancing, Square Dance, Tango, Twist, Valsa, Western. Deve lembrar-se também das danças circulares, que de acordo com Coutto& Petrilli (2005); elas representam as antigas formas de expressões de diversos povos e culturas, acrescidas de novas criações, coreografias e ritmos que se insere hoje na realidade atual. Marcelino (2005), afirma que a dança sofreu inúmeras transformações desde a pré-história, mas não perdeu seu espaço na sociedade. Na atualidade ela tem feito parte de projetos sociais e também adotada como programa de condicionamento físico. Página 253 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Hoje em dia ouve-se falar e muitas pessoas estão praticando a ZUMBA, criada pelo professor Beto Peres um colombiano. A modalidade é a mistura desses tipos de dança principalmente o mambo, merengue e salsa. Com tantos adeptos da dança vem surgindo, assim como a ZUMBA; outras modalidades de aulas relacionadas á esta atividade. Na capital mineira mesmo atualmente o sucesso é SHAAMBO. De acordo com Furbino (2015, p. 5), SHAAMBO surgiu em Belo Horizonte – MG; a modalidade de dança fitness promete, além de queimar calorias e melhorar o condicionamento físico, boas risadas e muita descontração. Assim como a ZUMBA, o SHAAMBO é uma mistura de estilos musicais. “Com duração de 60 minutos a aula vai de passos do tango ao rock, funk, samba sertanejo, arrocha e hip hop” (FURBINO 2015, P. 5). O autor acima ainda afirma que a dança é uma atividade corporal significativa na formação do ser humano. Pode-se citar também dentro dessas novas modalidades o Ballet Fitness,criado pela bailarina Betina Dantas, o Ballet Fitness mescla passos técnicos do ballet clássico na barra, com exercícios musculares no solo. A nova modalidade visa: condicionamento físico, alta queima calórica, melhora da postura e ainda torna o corpo mais longilíneo e definido. Com tantas opções de modalidades de aula envolvendo a dança, cabe ao indivíduo escolher aquela que mais lhe atrai e gera prazer. Roble, Rodrigues e Lima (2015), afirmam que; contra a rotina exaustiva da vida moderna, a academia oferece um contrabalanço emocional. Por meio da pratica de alguma atividade física, o indivíduo buscaria alívio à pressão do dia a dia. Os autores ainda dizem; “as emoções e estados emocionais”, aproxima as práticas da academia com possibilidade de um bem – estar proporcionado por sensações agradáveis. “Quando o homem dança, pode viver plenamente, uno. A dança representa uma vivência unificada, momentos de vida intensa e una, consigo mesmo, com os outros, com o universo (COUTO & PETRILLI 2005)”. CONCLUSÃO Pode-se concluir que a dança tem uma interferência positiva sim em todos os aspectos para aqueles que a praticam sem ser uma profissão. Observou-se nas literaturas analisadas que os motivos pelos quais as pessoas dançam, são diversos, mas a maior incidência foi o gosto por esta prática, e esta ser uma atividade prazerosa. Já analisando a dança pelo lado profissional (bailarinos), observou-se que esta pode ter uma interferência negativa, principalmente no emocional (estresse e pressão) e físico (estão mais sujeitos a lesões), devido às exigências necessárias para as apresentações. Contudo, observa-se a necessidade de um período maior para uma melhor investigação e aprofundamento sobre os benefícios gerais da dança para seus praticantes, e também a falta de materiais bibliográficos para um melhor embasamento científico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, Dóris Dornelles & Pereira, Mª Tereza Flores; As Corporalidades do Trabalho Bailarino: Entre a Exigência Extrema e o Dançar com a Alma. RAC, Rio de Janeiro,v.17, nº 6 , art. 5, Nov/Dez 2013. Página 254 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Almeida, C. M.; & Rocha, M. D; A Dança de Salão como Qualidade de Vida para os seus Praticantes. MOTRIZ, Revista de Educação Física – UNESP Volume 11 • Número 1• Jan/Abril 2005. Cacalano, E.N.K.; &Hirata, V. K.;Um estudo sobre depressão e atividade física em professores em formação. Motriz,Revista de Educação Física – UNESP Jan-Abril 2005, Vol. 11, n.1. Coelho, Lúcia Apª Martins Campos; Dança, Educação e Saúde: Relações Necessárias. ENAF Sciencie, volume 02 – nº02. Ano 2007, p.42 a 45. Couto, Y.A.; & Petrilli, D.H.; Danças circulares sagradas: expressões de diversos povos e cultura. . Motriz,Revista de Educação Física – UNESP Jan-Abril 2005, Vol. 11, n.1. Deutsch, Silvia & Mori, Patrícia; Alterando estados de ânimo nas aulas de Ginástica rítmica com e sem a utilização de música. MOTRIZ, Revista de Educação Física – UNESP, Rio Claro, v.11 n.3 p.161-166, set./dez. 2005. 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Rua: Joaquim Cândido de Souza, nº 88 – Centro – Poço Fundo – MG; Cep:37757-000 – Brasil. Página 255 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica EFICÁCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE EM MULHERES MANTENDO SUA ROTINA DE VIDA DIÁRIA ARRUDA,R.F.1;SILVA, M.M.1;ALMEIDA, J.A.S.1;SCOSS, D.1 1-Centro Universitário Ítalo Brasileiro – São Paulo – Brasil [email protected] RESUMO Este artigo tem como tema a Eficácia do Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (Hiit) em mulheres mantendo sua rotina diária de vida. Devido à necessidade de programas de emagrecimento realmente eficientes e à crescente investigação sobre o treinamento intervalado de alta intensidade, o objetivo deste estudo foi investigar se mulheres mantendo sua rotina de vida diária, o treinamento (Hiit) é eficaz para otimizar a perda de gordura.Esse fato foi investigado por meio de pesquisa de campo, foram executadas com 20 mulheresentre 25 a 35 anos durante o período de intervenção de 2 meses co m 3 sessões de treino por semana.Os voluntários foram divididos em 2 grupos, o grupo A com percentual mais baixo de gordura de 20% a 25% e o grupo B com percentual mais alto de gordura de 30% a 35%. Os treinos tinham duração de 15 minutos sendo 1 minuto e 30 segundos de aquecimento, e doze séries de 30 segundos de exercícios de alta intensidade (limiar anaeróbio 85% a 90% Vo2máx) e 30 segundos de exercícios de baixa intensidade (limiar aeróbio 50% a 55% Vo2máx). Foram feitas avaliações físicas coletando dados de peso, percentual de gordura e altura das voluntárias e ao final da pesquisa comparouse os percentuais de gordura inicial e final.De modo geral, os resultados permitem concluir que nas variáveis da composição corporal (massa corporal e percentual de gordura) entre os grupos, o grupo B apresentou resultados superiores, média de 2,13% de perda de gordura. Palavras-chave: Treinamento Intervalado; Hiit; Gordura corporal; Intensidade. ABSTRACT This article focuses on the Interval Training Effectiveness of High-Intensity (Hiit) in women keeping your daily routine life. Due to the need of weight loss programs really efficient and increasing research on interval training high intensity, the aim of this study is to investigate whether women keeping their daily life routine, training (Hiit) is effective to optimize fat loss. This fact was investigated by means of field research, were performed on 20 women aged 25 to 35 years old during the two months intervention period with three training sessions per week. T he volunteers were divided into 2 groups, group A with lower fat percentage of 20% to 25% and group B with higher fat percentage of 30% to 35%. Training sessions were 15 minutes long and 1 minute and 30 seconds of heating, and twelve sets of 30 seconds of high intensity exercise (anaerobic threshold 85% to 90% VO2max), and 30 seconds of low intensity exercise (aerobic threshold 50% 55% VO2max). Were made physical assessments collecting weight data, body fat percentage and height of the volunteers and the research end compared the percentages of fat initial and final. Overall, the results showed that the variables of body composition (body mass and body fat percentage) between the groups, group B presented superior results, average of 2,13% of fat loss Keywords: Training Interval; Hiit; Body fat; Intensity. Página 256 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica INTRODUÇÃO Esse artigo tem como tema a Eficácia do treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit) em mulheres com pouco tempo para treinar e mantendo sua rotina de vida diária. O intuito é de oferec er uma nova expectativa para pessoas que pretendem cuidar da saúde e da estética e possuem pouco tempo para uma atividade física, ao término da pesquisa será comprovado se confere a real perda de gordura no treinamento intervalado de alta intensidade. Para compreender o treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit), vale refletir o conceito de treinamento intenso. SegundoHorodeket al. (2014),treinamento intenso pode ser definido como uma porcentagem da capacidade instantânea para fazer um exercício. Não é nem a porcentagem máxima de peso que pode ser levantada, nem o peso que é levantado, mas um sentimento pessoal de esforço máximo ao fazer um exercício. O treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit)é aquele em que os exercícios de força são alternados com atividades aeróbicas, combinados movimentos de baixa e alta intensidade, sem que haja pausas para o descanso. O principal efeito é a potencialização do gasto calórico, que aumenta durante o exercício e se prolonga durante o restante do dia.Tremblay, Simoneau e Bouchard (1994) colocam que atividade física de intensidade moderada induz a perda de gordura no momento do exercício, porem atividades de alta intensidade mobiliza mais substrato no período de pós treino. Quando você eleva o metabolismo em uma atividade física que exige o máximo de esforço do seu corpo, este efeito é acionado e o organismo mantém-se queimando calorias em uma velocidade mais alta que a normal mesmo após o término do exercício. (SCHOENFELD; DAWES, 2009).O que torna favorável para perder peso nesse caso é a alternância cardíaca. Para quem não gosta de musculação, esse é um modelo de exercício motivador. Segundo Ribeiro (1995) A fadiga produzida pelo treinamento intervalado convertese em intensidade no exercício, possibilitando novas adaptações fisiologias na melhora da capacidade energética dos músculos ativados. A perda da gordura está relacionada ao aumento do metabolismo, que, em função ao esforço físico há uma estimulação do sistema nervoso simpático e aumento das concentrações plasmáticas das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que em relação à intensidade do exercício, ocorre uma elevação de 3-6 para 17-19 vezes, acarretando no aumento do metabolismo, aumento do uso da glicose no fígado e no músculo (ANDRADE;RIBEIRO;CARMO,2006) Segundo Tabata (1996), pode haver variáveis entre o tempo limite de exaustão, ou seja, o tempo e intensidade máxima que o indivíduo suporta em exercício em atividade constante são determinados previamente e definido através dos percentuais Vo²Max, variando entre indivíduos treinados e não treinados. A relação de treinos curtos com resultados positivos se tornou uma estratégia interessante nos dias atuais,O estudo colheu inicialmente dados de 20 mulheres referentes à composição corporal (Massa corporal e percentual de gordura) por meio da Bioimpedância. Segundo Rodrigues (2007) Com o avanço da tecnologia, observa-se tendência para o desenvolvimento de técnicas de estimativa da composição corporal mais sofisticada, e uma delas, objeto de crescente número de estudos, é a técnica da bioimpedância. Assim como a antropometria, a bioimpedância atualmente tem sido apresentada como uma alternativa rápida para a determinação da composição corporal, uma vez que é de fácil operação e relativamente confiável, podendo ser potencialmente usada no cálculo das estimativas de gordura corporal (TRIBESS et al., 2003). O grupo realizou 3 sessões de treinos por semana durante 2 meses de intervenção e ao final do processo os dados das avaliações foram comparadas para verificar a eficácia do treinamento. Com base em pesquisas, analisamos que o treinamento intervalado de alta intensidade tem sido muito utilizado para indivíduos com objetivo de perder gordura e com pouco tempo para treinar. O objetivo deste estudo foi verificar as influências do treinamento intervalado de alta intensidade na perda de gordura corporal de mulheres de 25 a 35 anos e mantendo sua rotina diária. Página 257 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica As pessoas estão com o tempo corrido, mas tem a intenção de manter se em forma e estar bem de saúde, com a crescente investigação sobre o treinamento intervalado de alta intensidade, utilizou-se esse treinamento como ferramenta para diminuir o percentual de gordura das participantes, etambém estimular o prazer da prática da atividade física. A estratégia usada para formulação desse trabalho foi inicialmente por revisões literárias, por onde iniciamos nossa pergunta problema e fomos entender todo o processo como é feito o treinamento intervalado de alta intensidade, tendo todas essas informações a segunda fase do trabalho foi por meio de pesquisa de campo para saber se o HIIT é eficaz na perda de gordura, considerando que o praticante mantenha sua alimentação e rotina diária. TREINAMENTO O século XXI representou um alto avanço tecnológico proporcionando no dia a dia da população brasileira maior conforto, praticidade e comodidade, porem esses avanços estão influenciando maus hábitos alimentares e sedentarismo, propiciando altos índices de doenças crônicas degenerativas (PITANGA, 2002). Segundo médicos especialistas em exercícios e esporte, a saúde e a qualidade de vida podem ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade física. (CARVALHO et al., 1996). A American Heart Association recomenda que os indivíduos realizem exercícios físicos se possível todos os dias e de acordo com sua condição física a intensidade varia entre moderada e vigorosa, por um período de tempo igual ou superior a 30 minutos (ALMEIDA, 2003) A realização de atividades aeróbias de intensidade moderada aumenta a mobilização de gorduras no momento do exercício, porém, vários estudosmostram que atividades de alta intensidade mobilizam mais ainda esse substrato no período pós-exercício (FRANCISCHI; PEREIRA; LANCHA, 2001).E por isso, o treinamento intervalado de alta intensidade está se tornando um método de treino bastante interessante, devido aos seus resultados razoavelmente rápidos e treinos de curta duração. Em comparação ao treinamento contínuo, Fox(1992) entende que o treinamento intervalado vem sendo muito utilizado para aumentar a capacidade de captação de oxigênio pelos músculos trabalhados, pois proporciona menor grau de fadiga pela maior atuação da via energética de sistema ATP-CP e consequentemente, menor produção de ácido lático. Isto se deve aos intervalos de descanso que, após cada exercício interrompido, reabastecem pelo sistema aeróbio as quotas de ATP-CP esgotados no período dos exercícios, compensando parte do débito de oxigênio e colocando novamente o ATP-CP como fonte geradora de energia. Gist, Freese e Cureton (2014) acrescenta que o treinamento intervalado de alta intensidade consiste em séries de exercícios e períodos de descanso ativo de modo alternado, sua prescrição fundamenta-se na intensidade e tempo de duração dos exercícios, menor volume e maior intensidade. Considerando gasto calórico, os exercícios anaeróbios aláticos ou láticos, enfatizados a curta duração e intensidade, podem igualar ou até ultrapassar os gastos calóricos em atividades aeróbias, uma vez que o consumo de oxigênio pós-exercício passa a contribuir consideravelmente para aumentar as calorias gastas (SILVA, 2004) O treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit) surge no mercado fitness como algo novo e revolucionário, principalmente para aqueles que possuem pouco tempo e buscam melhoriada capacidade cardiorrespiratória, muscular e diminuição da gordura corporal (SCHOENFELD; DAWES, 2009). Com tudo, resolvemos investigar se os resultados positivos do treinamento se mantêm em relação ao grupo de mulheres que não alteraram alimentação e rotina de vida diária, para isso realizamos uma pesquisa de campo. METODOLOGIA Este estudo foi constituído por mulheres da zona sul de São Paulo, todas as voluntárias assinaram um Termo de Consentimento para Realização de Esforço Físico, confirmando estarem cientes de que a Página 258 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica qualquer momento, poderiam deixar de participar do estudo. A amostra foi composta por 20 mulheres com idade entre 25 a 35 anos, foram submetidas à avaliação física. A avaliação da composição corporal, peso e percentual de gordura, foram realizados em um único dia, de forma aleatória. Os voluntários respeitaram um período de jejum de quatro horas antes da realização das medidas. Para avaliar o peso e o percentual de gordura foi utilizada uma balança de bioimpedância portátil bipolar (Omron® Modelo HBF-514C), capacidade para 150 kg, precisão de 0,1% e variação de 4 a 50%. Este equipamento utiliza o contato das mãos para emitir uma corrente elétrica de 500 µA, 50 kHz através dos braços e do tronco. Inicialmente foi escolhida a opção de avaliação de indivíduos normais e em seguida foram inseridos os valores de massa corporal, estatura, idade e sexo. Durante a avaliação, os participantes ficavam de pé, braços à sua frente com os cotovelos flexionado formando um ângulo de 90º, segurando com suas mãos o local dos eletrodos. Após sete segundos o aparelho emitia um relatório com os resultados da avaliação. A estatura foi medida utilizando uma fita antropométrica de 2 metros fixada na parede, os voluntários em posição em pé, olhar para o horizonte, membros superiores estendidos ao lado do corpo, joelhos estendidos, pés unidos e calcanhares, quadril e ombros em contato com a parede. As voluntárias foram divididas em 2 grupos, o grupo A com percentual mais baixo de gordura (20% a 25%) e o grupo B com percentual mais alto de gordura de (30% a 35%) O período de intervenção foi de 2 meses com 3 sessões por semana.. Os treinos tinham duração de 15 minutos sendo 1 minuto e 30 segundos de aquecimento, e doze séries de 30 segundos de exercícios de alta intensidade (limiar anaeróbio 85% a 90% Vo2máx) e 30 segundos de exercícios de baixa intensidade (limiar aeróbio 50% a 55% Vo2máx). Modelo de aula, exercícios aplicados: Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (Hiit) Exercícios Aquecimento – Exercícios de baixa intensidade para elevar a temperatura corporal, frequência cárdica e preparar a musculatura para o exercício. Ex: Mobilidade de ombro e quadril, pequenos deslocamentos, variações de skipping. Lunge Tempo Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Lunge com agachamento Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Sprint com polichinelo Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Burpee com polichinelo em X Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Afundo 3 por 1 Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Agachamento em isometria 90° Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Burpee sem flexão de cotovelo Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Polichinelo frontal e lateral Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Capoeira Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s 30s Página 259 1min 30s 30s Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Chute com agachamento Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Escalador Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) Prancha isometria Skipping baixo (moderado para recuperação ativa) 30s 30s 30s 30s 30s 30s DISCUSSÃO Com crescente aumento da prática do treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit) por se tratar de treinos de curta duração, bons resultados comprovados e suas aulas serem prazerosas, cada vez mais frequente nas academias e parques como algo novo e revolucionário, principalmente para aqueles que possuem pouco tempo para treinar e buscam saúde e estar bem esteticamente. O intuito é oferecer uma nova expectativa para essas mulheres e criar o entusiasmoà prática da atividade física, com isso, optou em realizar um estudo de campo com mulheres mantendo sua rotina diária e alimentação para verificar se os mesmos resultados positivos do treinamento seriam mantidos. As voluntárias foram divididas em 2 grupos Grupo A com percentual de gordura mais baixo (20% a 25%) e o Grupo B com percentual de gordura mais alto (30% a 35%). Ao termino de 2 meses de treinos com frequência de 91% das participantes, novas avaliações da composição corporal foram feitas, e os resultados foram positivos para ambos os grupos, porem as mulheres com percentual de gordura acima de 30% houve uma média da diminuição superior de 2,13% e as mulheres com percentual de gordura menor que 25% houve uma média da diminuição de 1,35%. Os gráficos comparativos correspondemàs medidas iniciais e finais dos grupos Página 260 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica CONCLUSÃO O presente estudo, permitiu-se constatar que o treinamento intervalado de alta intensidade(Hiit) tem se mostrado mais eficaz no sentido de promover maior gasto calórico em sessões isoladas de treino, o que contribuipara a redução do peso corporal, além da vantagem de quebrar a monotonia de um trabalho aeróbico contínuo e, consequentemente, pode ser usado como uma boa estratégia para estimular e criar um entusiasmo pela prática da atividade física. Ao final do processo foi possível concluir que o treinamento intervalado de alta intensidade, manteve seus resultados positivos mesmo mantendo a rotina de vida diária das participantes. REFERENCIAS ALMEIDA B. M. Efeitos do treinamento aeróbico sobre a frequência cardíaca, Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Vol. 9, nº 2, 2003. 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Para tanto, formulou-se a seguinte questão: A partir da abordagem metodológica qualitativa, quais as técnicas e instrumentos de coleta de dados encontradas nos artigos publicados entre os anos de 2010 a 2014, na Revista Científica da Federação Internacional de Educação Física (FIEP) - BULLETIN FIEP, que dissertam sobre jogos, brinquedo e brincadeiras? O método de pesquisa utilizado foi a revisão integrativa, com fonte direta da base eletrônica do BulletinFiep. A amostra desta revisão constitui-se de 28 artigos, completos publicados em português, na base disponível no BulletinFiep, os quais retratam o tipo de estudo, as técnicas, os instrumentos de coleta e análise dos dados com base na temática jogo, brinquedo e brincadeira. A análise dos dados foi realizada a partir das seguintes categorias: tipo de estudo, técnicas e instrumentos de coleta. Pesquisas como essa são importantes para mapear as categorias de abordagens metodológicas qualitativas que norteiam os estudos sobre os jogos e brincadeiras na Educação Física. Percebe-se que a aplicação da abordagem qualitativa se faz presente em pesquisas vinculadas no âmbito escolar ao tema jogo e brincadeira, porém, alguns estudos apresentam carência descritiva na abordagem metodológica, o que resulta em algumas lacunas na produção do estudo. Palavras-chave: Jogos. Brinquedos. Brincadeiras. Educação Física. RESUME Games, toys and games are part of the content of the physical education classes and can be understood from the its relationship with culture, education and the pedagogical practice.In this sense, the study seeks to verify the methodological approaches of qualitative research developed in articles virtual, published between the years of 2010 to 2014, which just discoursing on games and activities. For both, was formulated the following question: From the qualitative methodological approach, which techniques and data collection instruments found in articles published between the years of 2010 to 2014, in the Scientific Journal of the International Federation of Physical Education (Fiep) - BULLETIN FIEP, that concerning on games, toys and games? The research method used was the integrative review, with direct source of electronic bulletin Fiep basis. The sample of this review is to complete 28 articles, published in Portuguese, on the basis of available in Bulletin Fiep, which portray the type of study, the techniques, the instruments of data collection and analysis on the basis of thematic game, toy and joke. The analysis of data was performed from the following categories: type of study, techniques and instruments for collection. Surveys such as this are important to map the categories of qualitative methodological approaches that guide the studies about the games and play in Physical Education. It is observed that the application of a qualitative approach is present in research linked to the theme in the scholastic game and joke, however, some Página 263 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica studies present lack descriptive statistics in the methodological approach, which results in some gaps in the production of the study. Keywords: Games. Toys. Jokes. Physical Education. INTRODUÇÃO Em virtude da diversidade de estudos surgidas nos últimos anos sobre o tema Jogo, Brinquedos e Brincadeiras, no contexto da Educação Física Escolar, observa-se um crescente número de artigos publicados apresentando, a partir da metodologia de natureza qualitativa, uma complexidade de instrumentos e técnicas de coletas sobre essa temática. Muitos reconhecem a importância das atividades que envolvem o jogo, o brinquedo e a brincadeira no contexto pedagógico, entretanto, percebe-se um contra senso no que se refere ao entendimento sobre cada um deles bem como sua subutilização no processo pedagógico. Sabe-se que os jogos, os brinquedos e as brincadeiras estão presentes na vida dos seres humanos, e são considerados ingredientes importantes para o bom desenvolvimento do indivíduo no que se refere a criatividade, a interação e a habilidades que irão permear a vida dele. Neste sentido, a vinculação do termo “jogo”, “brinquedo” e “brincadeira” tem sido muito presente nos discursos de pedagogia que, segundo Romera (2007), exaltam a valorização e a importância dessas atividades no desenvolvimento integral e na aprendizagem significativa da criança. Diante desse contexto, o interesse do presente estudo busca mapear as técnicas e instrumentos de coleta de dados encontradas nas pesquisas sobre o tema, a partir da abordagem metodológica qualitativa, em artigos publicados entre os anos de 2010 a 2014, na Revista Científica da Federação Internacional de Educação Física (FIEP) - BULLETIN FIEP, que dissertam sobre jogos, brinquedo e brincadeiras. Em vista de responder tal indagação, verificou-se, por meio da Revisão Integrativa, os artigos virtuais que discorressem sobre este tema a fim de entender como são apresentadas as técnicas e instrumentos utilizados. A FIEP é a sigla da Federação Internacional de Educação Física. Ela tem como finalidade a difusão da Educação Física do Esporte na perspectiva da Educação14. Esse órgão tem uma revista científica, de nível Internacional, editada no Brasil, conhecida como o BULLETIN FIEP, publicada em quadro idiomas: Inglês, Francês, Espanhol e Português, possui ISSN 0256-6419, e é enviada a mais de 120 países e encontra-se classificada com Qualis Capes B4. A iniciativa dos estudos sobre essa temática busca viabilizar a utilização desses conteúdos da Educação Física a fim de que se possa apropriar de métodos e instrumentos de coletas adequados para pesquisas com foco neste tema. Para alcançar tal finalidade se estabeleceu como objetivo principal: Verificar as técnicas e instrumentos de coleta de dados encontradas nos artigos publicados entre os anos de 2010 a 2014, no BulletinFiep, que dissertam sobre jogos, brinquedo e brincadeiras. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Na tentativa de alcançar o objetivo proposto, selecionou-se como método, para o presente estudo, a revisão integrativa que, segundo Botelho (2011), visa traçar um parâmetro sobre a produção cientifica de forma que se possa conhecer as abordagens sobre o tema ao longo do tempo. Fez-se necessário para elaboração da revisão o seguinte procedimento: (1) estabelecimento dos objetivos e do problema a ser estudado na revisão; (2) estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos (seleção de amostra); (3) categorização e análise dos dados construídos a partir das seguintes categorias: tipo de estudo, técnicas e instrumentos de coleta e (4) apresentação dos resultados, o que 14 Segundo dados da própria FIEP, é um organismo independente, não governamental, com preocupação científica e técnica nos aspectos pedagógicos dos objetivos da Educação Física, que são desenvolvidos nos domínios técnicos, científicos, pedagógicos e sociais: esporte, lazer, aptidão física e saúde. É reconhecida pela UNESCO pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), e faz parte do Conselho Internacional de Educação Física e Ciência do Esporte (ICSSPE-CIEPSS). http://www.fiepbrasil.org Página 264 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica permitiu a construção de um panorama consistente e compreensível sobre a temática para a educação, Souza, Silva e Carvalho (2010). Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos publicados em português, com resumo, disponíveis na base de dados online no BulletinFiep, compreendido entre os anos de 2010-2014; artigos com as palavraschave: Jogos, Brinquedos, Brincadeiras; artigos completos cuja metodologia fosse qualitativa, nos quais foram analisados o tipo de estudo, técnicas e instrumentos de coleta e análise dos dados. Foram extraídos os artigos que não apresentavam metodologia e as referidas palavras-chave. A apresentação dos resultados e discussão dos dados foram realizados na forma descritiva, o que possibilitou melhor entendimento da revisão integrativa elaborada a partir do objetivo proposto. RESULTADO E DISCUSSÕES Na presente revisão analisou-se a amostra de 839 artigos, publicados em português, na base de dados disponível no BulletinFiep, apresentando (Tabela 1) os seguintes filtros. Tabela 1: Distribuição da produção científica publicada na base de dados do Boletim Online FIEP entre os anos de 2010-2014. FIEP Artigos da FIEP(2010-2014) 2010 209 Artigos FIEP 2011 163 Artigos FIEP 2012 167 Artigos FIEP 2013 153 Artigos FIEP 2014 147 Artigos Fonte: Dados do autor. Gov. Mangabeira, 2015. Após a busca das palavras-chave, em cada ano citado, foram encontrados 17 publicações no total, considerando os critérios de inclusão mencionados (Tabela 2) que atenderam aos requisitos estabelecidos. Tabela 2: Distribuição das bibliografias entre os anos de 2010-2014. Para extrair as informações dos artigos utilizou-se o seguinte critério: título, ano, tipo de estudo, técnicas e instrumentos de coleta. Abaixo a síntese dos artigos incluídos na revisão integrativa (Tabela 3). Tabela 3: Distribuição dos artigos incluídos na revisão integrativa, segundo título, ano de publicação, técnicas e instrumentos de coleta. Página 265 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Dados do autor, Gov. Mangabeira, 2015. . TITULO DO ARTIGO ANO TIPO DE ESTUDO/ Téc. e INSTRUMENTOS DE COLETA O JOGO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 2010 Observação participante/ análise de COMO ALIADO À PRÁTICA... conteúdo A CRIANÇA E O JOGO: UMA RELAÇÃO 2010 Bibliográfica NECESSÁRIA AVENTURA, JOGO E VERTIGEM NO 2010 Entrevista semiestruturada. Análise IMAGINÁRIO SOCIAL ... (Bardin) O JOGO E SUA CONTRIBUIÇÃO SÓCIO- 2010 Bibliográfica CULTURAL... Questionários, entrevistas gravadas, JOGOS COOPERATIVOS NA FORMAÇÃO 2010 validadas, categorizadas e analisadas DOCENTE:... em diálogo BRINCADEIRAS E CANTIGAS DE RODA NA 2011 Não apresenta os instrumentos de PRIMEIRA INFÂNCIA coleta. JOGOS E BRINCADEIRAS: O LÚDICO 2011 ENQUANTO MEDIADOR DA APRENDIZAGEM 2012 Bibliográfica EM EDUCAÇÃO FÍSICA JOGOS INTERCULTURAIS DE MANAUS: Observação direta, análise de conteúdo ANÁLISE...ARCO e FLECHA e entrevista não-diretiva JOGOS TRANSFORMADOS E RECRIADOS: UMA Observação participante/ categoria de ANÁLISE...CATEGORIAS 2012 análise O JOGO DA BELEZA E DA SENSIBILIDADE NA 2012 Bibliográfica EDUCAÇÃO FÍSICA ... RECREAÇÃO E BRINCADEIRAS NA INFÂNCIA: 2012 Bibliográfica EXCELENTE MEIO PARA... A CONSTRUÇÃO DE JOGOS COMO 2013 Observação sistemática e intervenção INSTRUMENTO PEDAGÓGICO... CULTURA LÚDICA E CULTURA INFANTIL... 2013 Bibliográfica BRINCADEIRAS DA CULTURA POPULAR PARA 2013 Bibliográfica O DESENVOLVIMENTO... JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS: AS PRÁTICAS 2013 Bibliográfica CORPORAIS A INFLUÊNCIA DOS BRINQUEDOS SUCATA NA 2014 Bibliográfica CONSTRUÇÃO... CORPO E MOVIMENTO: A IMPORTÂNCIA DAS 2014 Observação BRINCADEIRAS... Em relação aos objetivos desta revisão, observou-se nos 17 artigos que compõem a amostra, em relação ao tipo/instrumentos e técnica de coletas, apenas um (1) deles não apresenta, claramente, os instrumentos e técnicas de coleta utilizados para a pesquisa; em nove (9) prevalece a pesquisa bibliográfica, e nos demais houve o predomínio da observação e da entrevista. Em relação à produção e à publicação de estudos na área de Educação Física Escolar há um predomínio do viés metodológico qualitativo nas últimas décadas. Segundo Silva, Velozo e Rodrigues (2008), as primeiras publicações, nesse âmbito na área da Educação Física, ocorreram a partir do final da década de 1970, com as obras A Educação Física cuida do corpo... e 'mente', de João Paulo S. Medina (MEDINA, 1989), na qual o Página 266 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica autor critica o fazer da área focado predominantemente no corpo, e não nas significações das ações humanas, direcionando a atenção para questões sobre cultura, crenças, significados, costumes de grupos sociais, perpassando por estas categorias ao se pensar as pesquisas na área da Educação Física. Para Gil (2010), Severino (2000) a pesquisa qualitativa considera a existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, pois busca compreender os fenômenos por meio da interpretação das relações, dos significados. Este tipo de pesquisa compreende um conjunto de técnicas interpretativas, que traduzem e expressam o sentido dos fenômenos do mundo social. No que se refere à perspectiva qualitativa valoriza a conceitualização do próprio ator social, pois os dados falam à luz dos conhecimentos teóricos. Carvalho (2007). Diante dos instrumentos e técnica de coletas da pesquisa Qualitativa são adotados, pelos pesquisadores, algumas técnicas como a pesquisa Bibliográfica, a observação, a entrevista, questionário, entre outros. Os estudos cuja técnica é a pesquisa bibliográfica, segundoGil ( 2010), Cervo e Brevian (2002), eles visam explicar um fenômeno através do referencial teórico publicados em documentos, seja eles impresso ou eletrônico. Os artigos que fizeram uso deste tipo de técnica de coleta não apresentam informações mais claras sobre a categoria de pesquisa Bibliográfica em que foram pautados os seus estudos. Para a pesquisa que envolve essa técnica, segundo Gil (2010), deve destacar o tipo de observação, se estruturada ou não estruturada. A observação é outro instrumento presente nos estudos desta revisão. Essa técnica ultrapassa o ouvir e o observar um objeto, busca examinar, detalhadamente, os fatos a fim de obter informações a respeito do que se deseja investigar. Segundo Marconi &Lakatos, “consiste em ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos” (1999, p.90). Os estudos que utilizaram da observação devem trazer especificado se essa técnica é não estruturada ou estruturada. A observação não estruturada, como o próprio nome já diz, não requer do pesquisador o controle de um planejamento previamente elaborado; Já a observação estruturada define e objetiva controlar o desenvolvimento do processo a ser observado. Deste modo, é necessário que nos estudos que fazem uso da observação se determine o tipo, se há ou não a participação do observador e o número de observados. Cervo e Brevian (2002). Nos artigos analisados, quatro (4) informam o tipo de observação utilizada: a participante e a sistemática. Para Cervo e Brevian (2002 e Gil (2010) a observação participante tem a participação real ou total interação do pesquisador no grupo pesquisado. Em relação à entrevista, três (3) artigos fazem uso da que tem como definição o “Encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto” (Marconi &Lakatos, 1999, p. 94). Os estudos da revisão destacaram a utilização da entrevista semiestruturada por esse tipo de técnica seguir um roteiro, entretanto ela é flexível, pois permite utilizar de outros elementos que podem vir a surgir durante a entrevista. CONCLUSÃO A presente revisão integrativa, na tentativa de mapear as técnicas e instrumentos de coleta de dados encontrados nos estudos qualitativos sobre o tema, jogos, brinquedo e brincadeiras, salienta o predomínio da pesquisa bibliográfica, da observação e da entrevista para delinear o assunto. Ao avaliar a utilização desses instrumentos percebem-se lacunas nas pesquisas ao não retratar especificamente para que, como e quem. Quanto à definição e classificação dos instrumentos e técnicas, o estudo torna-se mais claro, além de permitir que o leitor-pesquisador possa se apropriar do método utilizado para dar continuidade ao estudo realizado. Faz-se necessário intensificar esforços para que a metodologia dos estudos desse tipo de tema, em relação aos instrumentos utilizados, possam produzir evidências plausíveis e coerentes sobre a aplicação de jogos, brinquedos e brincadeiras no espaço escolar. A revisão integrativa permite a síntese de diversas pesquisas e o direcionamento do estudo de forma a facilitar o entendimento e a análise de um determinado tema, o que possibilita a produção de um novo conhecimento e de uma nova prática. Página 267 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica REFERENCIAS BOTELHO, Louise Lira Roedel. CUNHA, Cristiano Castro de Almeida. MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Rev. 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Jardim Paraíso, nº01, Centro –Muritiba, Ba Cep-44340-000. Telf:(75) 99982-0256 [email protected] Página 268 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O DESINTERESSE DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PELAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PAULO,L.F.L2; FELIPPE, A.C.P1; SILVEIRA, R.T2,3; LEAL,A.F2,4; AYALA,C.O1,5; AKERMAN, M.A2,6 1.Faculdade Nossa Cidade – Carapicuíba – São Paulo - Brasil; 2. Faculdade de Medicina do ABC – Santo André - Brasil; 3. Hospital Israelita Albert Einstein – São Paulo - Brasil; 4. Universidade Nove de Julho – São Paulo- Brasil; 5. Instituto de Ensino e Pesquisa Médica (IPEMED) – São Paulo – Brasil; 6. Universidade de São Paulo – São Paulo - Brasil (USP) E-mail: [email protected] RESUMO: Introdução: A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida. Objetivo: analisar na literatura, a motivação e soluções para o desinteresse dos alunos pelas aulas de educação física. Resultados: Os motivos pelas quais os alunos do ensino médio se sentem desinteressados pelas aulas de educação física refere-se a conteúdos repetidos e desinteressantes, além do alto o índice de alunos ausentes nas aulas. Especificamente, constatou-se que três fatores são primordiais na detecção dessa desmotivação: a escola, a família e o aluno. Outros aspectos como baixa capacidade profissional e problemas sociais e familiares também exercem influência direta na questão. Conclusão: estudos apontaram que aulas diversificadas, qualificação profissional e compreensão de problemas sociais e familiares contribuirão para a maior participação dos alunos. Palavras-chave: Desinteresse, Educação Física, Ensino Médio. Abstract Introduction: Physical Education as a curriculum component of basic education must then take on another task: to introduce and integrate the student in the culture of body movement, forming the citizen who will produce it, play it and turn it, providing tools for it to enjoy the game, the sport of rhythmic and dance activities, from gymnastics and practices of physical fitness, to benefit the quality of life. Objective: To analyze the literature, motivation and solutions to the lack of interest of students for physical education classes. Results: The reasons why the high school students feel uninterested by physical education classes and it shows high content of absent students in class. Specifically, it was found that three factors are key in detecting this motivation: the school, the family and the student. Through a literature review it was found that the absence and lack of interest of students. Other aspects such as low professional skills and social and family problems also have a direct influence on the issue. Conclusion: studies have found that diverse classes, professional skills and understanding of social and family problems will contribute to greater student participation. Keywords: Disinterest, Physical Education, School. INTRODUÇÃO A evasão escolar está dentre os temas que historicamente faz partedos debates e reflexões no âmbito da educação pública brasileira e que infelizmente ainda ocupa até os dias atuais, espaço de relevância no cenário das políticas públicas e da educação em particular. Em face disto, a discussão acerca da evasão escolar, em parte, tem tomado como ponto central de debate o papel tanto da família brasileira quanto da escola em relação à vida escolar da criança (QUEIROZ, 2006). Página 269 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A educação física na escola deveria propiciar condições para que osalunos obtivessem autonomia em relação à prática da atividade física, ou seja, após o período formal de aulas os alunos deveriam manter uma prática de atividade regular, sem o auxílio de especialistas, se assim desejarem (DARIDO, 2004). A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida (BETTI & ZUALIANI, 2002). O ensino médio possui características singulares no processo de escolarização do estudante no Brasil. Pelo fato de ser a última etapa da educação básica e a que antecede o acesso ao ensino superior, é possível dizer que o ensino médio apresenta uma característica transicional: da escola para a faculdade, da escola para o trabalho, ou mesmo da escola para a família (MENDES, 2013). A legislação vigente, que estabelece diretrizes para a educação no Brasil, determina a responsabilidade da família e do Estado no dever de orientar a criança em seu percurso sócio educacional (NETO, ET. AL; 2010). A lei de Diretrizes e bases, em seu artigo 2º, estabelece que: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. “ Atualmente percebe-se uma grande preocupação dos professores de educação física no que se refere às suas práxis, considerando que umgrande número de alunos não participa efetivamente desta disciplinadizendo-se desmotivados. Existem vários motivos que influem nestedesinteresse, dentre eles a falta de materiais e instalações adequadas para a realização da aula, a carência de profissionais capacitados, além de problemas sociais e familiares, que também podem desencadear o desânimo para a prática das aulas de educação física (MARZINEK & NETO, 2007). No entanto, a motivação não se demonstra na mesma intensidadeem todas as pessoas, pois temos interesses diferenciados. Sendo assim, o professor deve estar consciente da busca por conteúdos diversificados e motivantes, para que se consiga atender aos interesses contidos nas turmas (CHICATI, 2000). Continuam ligado à aquisição e à articulação de conhecimentos de origem popular e científica, na medida em que (re)organiza, (re)incorpora e (re)cria tais saberes. Para que possamos pensar em um processo educacional sistematizado na escolarização, é fundamental levar em consideração os aspectos que fazem parte dacultura dos educandos (NETO, ET. AL; 2010). A aprendizagem depende acima de tudo do interesse de aprender do aluno, e para que esta ocorra, cabe à escola motivá-lo para que elesinta prazer em estudar (CHICATI, 2000 apud CAMPOS). A tarefa do professor não é apenas dar conhecimento para tudo, também é ser sensível ao desenvolvimento social, emocional, afetivo, à criação de culturas, aulas, instituições, nas quais se conviva melhor. O mesmo, também afirma que grande parte dos alunos fica entediada nas escolas e vão à escola como se fosse castigo (MARCHESI, 2007). Muitas atitudes dos alunos, em relação aos métodos adotados parase trabalhar durante a aula, refletem a atuação do professor. Em suasfalas é visível certa passividade em suas atitudes, suas tarefas parecem ser, basicamente, ouvir o professor e fazer o que ele determina, porém visualizam-se alguns sinais de “desencantamento” provocado pelo conhecimento da situação que se encontra a Educação Física. (ALMEIDA &CAUDURO, 2007). Para o professor de Educação Física esse trabalho será ainda maiorporque os seus conteúdos necessitam de maior motivação, e nem sempre os alunos encontram-se prontos para algum tipo de atividade física (CHICATI, 2000) e também, segundo Botan (2012), há uma valorização excessiva no uso do esporte nas aulas de Educação Física, assumindo assim um caráter de treinamento ou adestramento do movimento corporal. Nas aulas de Educação Física, muitas vezes os alunos se veem emsituações nas quais devem atingir as expectativas de um grupo, situações como um jogo, por exemplo, em que uma má jogada pode fazer com Página 270 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica que os companheiros reprovem a atuação de alguém que não possui as habilidades necessárias desenvolvidas. (JACÓ, 2009). Porque tão poucas pessoas estão engajadas em práticas regulares de atividade física, mesmo em alguns casos, conhecendo e reconhecendo os seus benefícios? Qual é o papel das aulas de Educação física da escola nesse contexto? O que pensam os alunos de suas aulas? (DARIDO, 2004). Com relação ao desinteresse dos alunos nas aulas de educação física, há uma característica que o torna mais explícito e controlável. Isto é, as aulas de Educação Física em geral são pedagogicamente tratadas como atividades de fruição corporal. Enquanto em outras disciplinas os alunos desinteressados podem passar despercebidos, na educação física eles são facilmente localizáveis. (NETO ET. AL; 2010). As aulas de Educação Física do ensino médio não estão sendo tão motivantes, devido a conteúdos que se repetem, causando insatisfação nos alunos que não estão se mostrando motivados (CHICATI, 2000). Assim, o objetivo do presente estudo é analisar na literatura, a motivação e soluções para o desinteresse dos alunos pelas aulas de educação física. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão bibliográfica documental sobre a temática através de análise de diferentes pesquisas de campo de acadêmicos e profissionais de educação física, além das possíveis soluções para o problema. A busca pela frase “desinteresse em educação física” apresentou 184 artigos nas bases de dados Lilacs e Scielo. Após a análise dos trabalhos, foram selecionados 32 trabalhos que contextualizavam com o objetivo do presente estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Em sua pesquisa, realizada na cidade de Maringá-PR, Chicati (2000) apresentou uma tabela sobre o interesse de 240 alunos pelas aulas de Educação Física, e com instrumento de avaliação que vão de “Muito forte” a “Não tenho qualquer interesse”, respectivamente.Os resultados obtidos foram superiores a30% dos alunos têm um interesse abaixo de regular. Sendo assim, acredita-se que o professor de educação física deva estar criando estratégias para motivar estes alunos. Para avaliar alguns motivos que levam os alunos a se desinteressarem pelas aulas Botan (2012) utilizou em sua pesquisaalgumas opções que levariam os alunos a não participarem das aulas deeducação física. O autor utilizou 94 alunos do ensino médio e fundamental edentre as opções de escolha, o autor encontrou como resultado um número expressivo de alunosque não gostam das aulas de educação física. Apesar de a maioria ter escolhido a opção “Não Gosta” parajustificar o motivo da ausência nas aulas, (BOTAN, 2012) afirma que:Os alunos reconhecem a importância das aulas, e melhor que isso, osbenefícios de se praticar esportes dentro e fora do âmbito escolar. DARIDO (apud DARIDO, 1995) afirmaque a predominância do conteúdo esportivo pode ser decorrente doamplo reforço oferecido pela mídia ao esporte e que acaba se refletindonas posições assumidas e muitas vezes cobradas pelos alunos quanto aopapel da Educação Física na escola. Segundo Darido (2004), também afirma que outro dado que mostra asdificuldades enfrentadas pela disciplina no interior da escola é o númerode alunos que indicaram que não aprendem nada na disciplina. Estenúmero aumenta gradativamente da 5a. série para o 1o. ano do EM.Pode-se depreender destes dados, ou que a percepção dos alunos setorna mais crítica ou há mesmo uma deficiência das escolas em lidar comos novos interesses do jovem, ou ambos. Um dos reflexos do desinteresse se dá em função das atividades,privilegiando apenas o esporte durante as aulas, isto é, sempre o mesmoconteúdo em várias séries, a mesma aula, durante vários anos. Jogo éimportante sim, mas não é tudo. Portanto, é uma questão básica, a de quedeveria haver uma Página 271 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica diferenciação em termos de conteúdo, para que asaulas não se tornassem repetitivas, monótonas e, consequentemente,desinteressantes (BOTAN, 2012). Entre outras barreiras que segregam os alunos das aulas, Botan(2012) apontou que ficar suado no restante das aulas, não terhabilidade, entre outros. Isto é muito importante para rever a educaçãofísica escolar, pelo motivo das outras disciplinas também seremfundamentais para a sua formação “todos” frequenta as aulas, mesmoque não goste. Porque só a educação física que eles não frequentam? Nãoé importante para o currículo deles? Os professores não buscam melhorara sua formação? Devemos parar e repensar em como devemos mudaressa situação. Notamos, pelos trabalhos selecionados, quefelizmente, o maior número de alunos sente-se motivados pelo seuprofessor, porém Darido (2004) diz que pelas respostas obtidasdepreende-se que a maioria dos alunos entende que os professores osmotivam, mas este número também decai conforme os alunosenvelhecem, provavelmente porque eles se tornam mais críticos e comoutras experiências que permitem uma comparação mais apurada.A conduta do professor e seu estímulo aos alunos facilita o processode autonomia em relação à prática de atividade física, paraque futuramente eles possam manter uma prática regular sem o auxílio deum especialista, se assim desejarem (DARIDO, 2004 apud RANGEL-BETTI,1992). Quando questionados sobre os conteúdos que mais gostavam nasaulas de educação física, os alunos apontaram Desportos. Acredita-se queesse gosto da maioria pelo desporto pode ser atribuído a diversos fatores,tais como o incentivo da mídia que somente mostra jogos, campeonatosde voleibol, futebol dentre outros e raramente promove a dança, aginástica ou a luta (judô, capoeira) em sua programação. (CHICATI, 2000). Quando questionados sobre qual matéria achavam menosimportantes, Educação Física fica logo após a educação artística nasmatérias que os alunos do 1º ano do Ensino Médio escolherem.Darido(2004) afirma que as disciplinas mais importantes na opinião dosalunos de todas as séries são: Português e Matemática. Estes resultadosnão chegam a surpreender já que a própria escola, na maioria dos casos,impõe um currículo com maior quantidade de aulas destas duasdisciplinas, valorizando-as no interior da escola. Em seguida, em sua pesquisa, após perguntar o que os alunos maisaprendiam nas aulas de Educação Física, Darido (2004) afirma quede acordo com os dados obtidos, o que os alunos mais aprendem nasaulas de educação física são práticas de esportes com 57,8% deindicações, seguidos da importância e benefícios da educação física para asaúde com 27,2%, teoria sobre os esportes com 16,8%, 13,7% dos alunosresponderam que não aprendem nada nas aulas de Educação Física, aalternativa: brincadeiras recebeu 7,2% e a alternativa outros 4,7%. Ginástica e Danças apresentam maior porcentagem dedesaprovações perante a pesquisa com os alunos, Chicati (2000)afirma que: acredita-se que os motivos que levam os alunos a nãogostarem da dança sejam inversamente proporcionais aos que os levam agostarem mais do desporto, ou seja, a falta de incentivo, de divulgação ouda falta desses conteúdos na escola.Muitos motivos que levam os alunos a sentirem desinteresse pelasmatérias que não sejam esportes nas aulas de Educação Física, segundoChicati (2000) é que: “(...)esses estigmas possam se transformar em medo de tocar ocolega, o receio dos amigos rirem, ou outras atitudes que não estãoacostumados a executar e que acabam complicando a inserção da dançacomo uma atividade da Educação Física escolar”. O que vem acontecendo muitasvezes é o esquecimento em demonstrar a importância dos conteúdos e arazão de estar estudando.A infraestrutura de uma escola é um fator importante para um bomdesempenho do aluno nas aulas de Educação Física, de forma a responderàs necessidades dos diversos tipos e níveis de prática esportiva. (BOTAN,2012, apud Matos 2005). Materiais e Estrutura da escola são os que receberam maiorporcentagem na pesquisa de BOTAN, horários de aulas bem como oslocais também foram votados, (BOTAN, 2012) perante esses dadosafirma que: Isso representa que as escolas, como os professores devemtrabalhar juntos para conseguir melhorar essa dificuldade encontrada. Não se consegue mudar sozinho, mas englobando todos da escolairá obter resultados positivos e melhorar a aprendizagem dos alunos naeducação física; além disso, (BOTAN, 2012) também afirma em Página 272 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica suaspesquisas que a infraestrutura de uma escola é um fator importante paraum bom desempenho do aluno nas aulas de Educação Física, de forma aresponder às necessidades dos diversos tipos e níveis de prática esportiva. Referente aos locais de aula, horários e professores,apontados na pesquisa, (BOTAN, 2012) afirma que cada pontorepresenta algo que deva melhorar as aulas.Muitasescolas não têm quadra coberta, o que exige dos alunos a realizaçãodas aulas nosol, e quando está chovendo ficam dentro da sala. Algumas vezes oprofessor e sua metodologia não incentivam a participação dos alunos eprincipalmente o desinteresse nas aulas, além disso, (BOTAN, 2012)acrescenta que as argumentações dos alunos podem ser entendidas comouma reivindicação pela inclusão, mudança e participação de todos nasaulas de EF. Acredita-se que esse seja um dos grandes motivos para que osalunos do ensino médio se afastem das aulas dessa disciplina, visto que osmesmos conteúdos sendo ministrados todas as aulas podem fazer comque os alunos, que já não possuem tanto interesse pelas mesmas, ostenham cada vez menos, e os que se interessam, percam-nogradativamente (CHICATI, 2000). Os professores que ministram aula no ensino médio têm queentender que a educação física deve fazer parte da educação como umtodo, não sendo considerada uma matéria à parte do currículo, mas simuma disciplina que tem a responsabilidade, assim como todas as outras,de proporcionar o desenvolvimento cognitivo, físico e psicossocial doaluno do ensino médio (BOTAN, 2012). São preocupações comuns na vida de todo jovem, a aparência, asexualidade e reprodução, hábitos de alimentação, limites, capacidadefísica, papel do esporte, repouso, atividade e lazer, padrões de beleza esaúde corporal e outros temas. Caberá ao professor de Educação Físicareconhecer e estar atento a esses temas e tratá-los pedagogicamente emsuas aulas, de tal modo que a aprendizagem se torne mais significativapara os seus alunos. (DARIDO, 2004) CONCLUSÃO As pesquisas demonstram que há um alto percentual de alunos quenão gostam ou se desinteressam pelas aulas de educação física.Aspectos como a falta de capacitação e falta de informações porparte dos professores, problemas sociais, familiares, aulas monótonas erepetitivas são os principais motivos que levam ao sentimento descrito.Diante do quadro, sugere-se a capacitação continuada dosprofissionais bem como acesso a recursos, desta forma impactarádiretamente nas maiores das questões apontadas na vasta bibliografiapesquisada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Paulo Cesar; CAUDURO, Maria Teresa; O desinteresse pelaEducação Física no ensino médio, Revista Digital – Buenos Aires, ano 11 –nº 106- Março de 2007. Disponível em <http://www.efdeportes.com/efd106/o-desinteresse-pela-educacao-isicano-ensino-medio.htm> acesso em Out/2015. BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto; Educação Física Escolar: umaproposta de diretrizes pedagógicas. 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Página 274 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica RANGEL-BETTI, I.C.R. O prazer em aulas de educação física escolar: aperspectiva discente. 1992. Dissertação (Mestrado) - Faculdade deEducação Física, Universidade de Campinas, Campinas. Página 275 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica IMPORTÂNCIA DO AGACHAMENTO NA GESTAÇÃO ARRUDA, E.S.; ARAGÃO, K.A.; SANTOS,K.C.;LAURIANO,P.B. ARRUDA, E.O. CentroUniversitário Ítalo Brasileira-São Paulo-Brasil. email: [email protected] RESUMO O presente artigo, de natureza teórica, teve como foco o agachamento para gestantes, pois por muito tempo se dizia que mulheres gestantes não deveriam fazer exercícios físicos e tão pouco agachamento. Os levantamentos teóricos permitiram uma compreensão que mostra que nesse período há muitas alterações fisiológicas nas gestantes, como aumento da atividade cardiovascular, diminuição de flexibilidade, maior retenção hídrica, alteração postural, entre outras. O objetivo dessa foi analisar a relação do exercício de agachamento durante a gestação e, especificamente, quais as implicações desse exercício. Em relação aos aspectos metodológicos, forma utilizadas as bases científicas de dados, como Scielo, Lilacs e Bireme, com delimitação temporal de 1989 a 2016. bem como referências bibliográficas que abordam o tema. A partir dos levantamentos foi possível compreender que o agachamento na gestação é indicado para fortalecer o corpo, pois ajuda na hora do parto,auxilia a fortalecer a musculatura dos membros inferiores e lombar, onde há uma sobrecarga durante o período da gestação e, ainda, melhora a postura e o equilíbrio, componentes importantes na gestação e pós-parto. Palavra-chave: Agachamento; fortalecimento, gestação, postura, equilíbrio. ABSTRACT This article, theoretical in nature, focused on the squat for pregnant women because it has long been said that pregnant women should not do physical exercises and so little squat. Theorists surveys enabled an understanding which shows that in this period there are many physiological changes in pregnant women, such as increased cardiovascular activity, decreased flexibility, increased water retention, postural change, among others. The purpose of this was to analyze the relationship of the squat exercise during pregnancy and, specifically, what the implications of this exercise. Regarding methodological aspects, form used scientific data bases, such as Scielo, Lilacs and Bireme with temporal delimitation from 1989 to 2016 as well as references on the topic. From the survey it was possible to understand that the squat during pregnancy is indicated to strengthen the body, it helps in childbirth, helps to strengthen the muscles of the lower lumbar and members where there is an overload during the pregnancy period and also improves posture and balance, important components during pregnancy and postpartum. Key-word:Squat; strengthening, pregnancy, posture, balance. INTRODUÇÃO As modificações que ocorrem no corpo feminino quando gestante estão ligadas à quantidade excessiva de hormônios responsáveis pelas adaptações do organismo a sua nova condição. Incidem principalmente nos sistemas cardiorrespiratório, musculoesquelético e no metabolismo geral; não se restringindo apenas aos órgãos, mas também à mecânica do corpo feminino. Acreditava-se e ainda existem pessoas que acreditam que o exercício físico, em principal o agachamento não pode ou não deve ser realizado durante o período gestacional. Hoje estudos comprovam que o Página 276 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica agachamento é eficaz durante o período da gestação sendo hoje a praticado por muitas grávidas que desejam ter uma gestação saudável, prevenindo dores e até mesmo para ajudar o parto. O agachamento feito de forma correta e com o auxilio de um profissional e com recomendação médica pode trazer grandes benefícios para a gestante e o bebê, melhorando a qualidade respiratória, circulação sanguínea, fortalecimento e relaxamento dos músculos dos membros inferiores, ajudando na dilatação para o parto, melhora a flexibilidade, além de diminuir a ansiedade, as dores, contribuir para a postura correta da lombar. Tivemos como objetivo principal verificar a importância do agachamento para grávidas e, além disso, completar com beneficio de outros exercícios físicos, assim como o processo de gestação nas 40 semanas. Para atingir o objetivo proposto nesse estudo, utilizou-se de uma pesquisa bibliográfica abordando a atividade física, de natureza qualitativa, durante a gestação. Procurou-se mostrar os benefícios da atividade física quando trabalhados de forma correta. ASPECTOS FISIOLÓGICOS NA GESTAÇÃO Hoje em dia, a gravidez é vista como um evento fisiológico, embora tenha havido um processo histórico baseado nos sinais e sintomas da gestação que pudessem indicar alguma doença, considerando a condição fisiológica e normal do período gestacional (FERREIRA; NAKANO, 2001). Durante a gestação, o corpo da grávida passa por uma série de adaptaçõesenvolvendo diversos aparelhos e sistemas, dentre eles, o respiratório, o cardíaco, o ósseo e o muscular. Essas modificações são de nível fisiológico e mecânico. Ao compreender essas alterações, os profissionais de saúde envolvidos podem intervir proporcionando melhoria, bem-estar e qualidade de vida às gestantes (ALMEIDAet al. 2005). As modificações e adaptações do organismo materno decorrentes da gravidez são dois processos dinâmicos, inter-relacionados e interdependentes. Por exemplo, a presença do feto, da placenta e do líquido amniótico, aumentando, gradativamente, suas dimensões e volumes que requerem aumento abdominal para perfeita acomodação dessas novas estruturas e fluídos, caracterizando adaptação do organismo materno à gravidez. Por sua vez, o aparecimento da linha “nigrans” e das estrias, são modificações decorrentes da gestação. (KISTNER, 1989). Dentre as alterações hormonais, deve ser lembrado que a gravidez representa um pan-hiperendocrinismo, observando-se aumento de todos os hormônios. Além deste fato surgem outros, dentre eles, a gonadotrofina coriônica e o lactogênio placentário. Das alterações enzimáticas, principalmente as placentárias, lembrar a diamino-oxidase e a ocitocinase. As alterações decorrentes da presença fetal não são apenas volumétricas (óbvias), mas também como unidade metabólica, buscando nutrientes energéticos, plásticos e oligoelementos dos depósitos maternos, não considerando se há ou não sua reposição. Talvez, as alterações maternas mais evidentes sejam aquelas decorrentes do aumento uterino, destacando-se o aumento abdominal, as estrias e adaptação de coluna vertebral. Deve-se analisar a gestação como uma prova de aptidão física para o organismo feminino, visto que a maioria de seus sistemas e aparelhos apresentam incrementos de suas atividades. Ressalta-se o valor da anamnese acurada, tentando buscar indícios de quadros patológicos latentes, entre eles as cardiopatias e endocrinopatias. (KISTNER, 1989). Segundo Finkelsteinet al. (2004), a atividade física no período gestacional é recomendada mediante ausência de qualquer anormalidade, após uma avaliação médica especializada. O exercício físico deve ser prescrito por um profissional de educação física a fim de controlar qualquer variável ou sintoma gravídico para evitar, prevenir ou sanar complicação ou doença. Embora a gravidez não seja uma doença, apresenta diversas mudanças no organismo da mulher. O exercício físico pode trazer riscos e benefícios para a mãe e para o bebê. Deve-se seguir uma orientação médica sobre as complicações que poderão surgir durante a gestação e de um profissional de educação física habilitado para a elaboração e prescrição dos exercícios físicos mais adequados (RODRIGUES et al.,2008). Página 277 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica AGACHAMENTO SUA IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICAS O agachamento é essencial para o seu bem-estar, pode tanto melhorar seu condicionamento físico quanto manter seu quadril, joelhos e coluna saudáveis e em pleno funcionamento nos seus anos de idade mais avançada. É ótimo para fortalecer os músculos dos glúteos, coxas e região lombar, além de melhorar a postura. (LARSSON; LINDQVIST, 2000). O agachamento melhora nossa mobilidade funcional e nos dá mais velocidade em caminhadas e corridas, aumenta nossa densidade mineral óssea e com isso, temos a redução da chance de termos fraturas. Fortalece a musculatura do core evitando dores nas costas e lesões, tudo isso porque o agachamento é um exercício composto, ou seja, recruta mais de um grupo muscular ao mesmo tempo. É um dos melhores exercícios para atletas e para a população em geral, até mesmo grávidas.(BATISTA et al; 2013). Por ser um exercício que reproduz um padrão motor básico de qualquer pessoa, ele pode ser usado por grande parte das pessoas, desde que estas não tenham problemas articulares ou lesões que podem ser agravadas por este movimento. (LARSSON; LINDQVIST, 2000). O agachamento é exercício de cadeia cinética fechada e é muito utilizado nas salas de musculação tanto no treinamento de força muscular como na reabilitação de cirurgias e lesões musculares e articulares (ESCAMILLA, 2001). É comum se ver nas academias variações doexercício de agachamento, isso porque o exercício a ser prescrito ao aluno deve considerar o tempo e nível de treinamento desse aluno. Dentre as variações descritas na literatura, as mais comuns são: agachamento com halteres, agachamento hack e agachamento livre. (CARNAVAL, 2001; ESCAMILLA et al., 2001; MEYER, 2005). Na execução do agachamento livre existe uma variação que pode ser observada em relação à profundidade com que o agachamento é realizado. (CATERISANO et al. 2002) classificaram os agachamentos analisando o ângulo de flexão de joelho e os rotularam em: agachamento parcial (aprox.135°), agachamento paralelo (aprox. 90°) e agachamento completo (aprox. 45º). Outra característica importante desse exercício é o número de articulações utilizadas para realizar o movimento, são três as principais: articulação do quadril, articulação do joelho e articulação do tornozelo. Pelo fato de recrutar três articulações dos membros inferiores, o agachamento é considerado um exercício multiarticular. Os movimentos efetuados no ciclo completo do exercício são: flexão de quadril, flexão de joelhos e dorso flexão na fase excêntrica (descida) seguido de extensão de quadril, extensão de joelhos e flexão plantar na fase concêntrica (subida) (CARNAVAL, 2001; ABELBECK, 2002; LIMA; PINTO, 2006). Para realizar o movimento os músculos da perna de modo geral são recrutados, entretanto os mais requisitados são os que participam da fase concêntrica do movimento músculos extensores do quadril e músculos extensores de joelho, pois devem superar a resistência imposta pelo peso corporal e pela carga adicional da barra e halters. (CARNAVAL, 2001; MEYER, 2005; LIMA; PINTO, 2006). O exercício é dividido em duas fases: 1- fase excêntrica ou negativa e 2- fase concêntrica ou positiva. A primeira corresponde à flexão de joelho e de quadril até as coxas ficarem paralelas ao chão agachamento paralelo. É recomendado que o executante mantenha-se com a cabeça erguida, com olhar em um ponto fixo previamente definido e realize essa fase inspirando o ar. A segunda corresponde à extensão de joelhos e quadril até retornar posição inicial. É recomendado que o executante realize a expiração nessa fase do movimento (CARNAVAL, 2001). A execução errônea desse exercício, a repetição excessiva e a falta de estrutura muscular das articulações envolvidas são fatores que associados podem resultar em dor articular e/ou muscular que, se agravadas, causarão lesões no sistema musculoesquelético tais como: condromalácia patelar, artrite, artrose, lesão no ligamento cruzado anterior (LCA) e posterior (LCP) e lesões na coluna lombar, desde dores musculares até hérnias discais (CAMPOS, 2000; DELAVIER, 2000; ESCAMILLA, 2001; HIRATA, 2006). Página 278 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica As articulações que compõem o joelho são duas tibiofemorais e a patelofemoral, e estruturas ligamentosas como os ligamentos cruzados que estabilizam os joelhos nos planos sagitais e frontais. A musculatura que age sob ação dos joelhos como os quadríceps, isquiotibiais e grastrocnêmio, contam com cerca de 98% da área de secção transversa total do joelho (ESCAMILLA, 2001). É comum ocorrerem disfunções no joelho atribuídas à articulação patelofemoral, constituída pela articulação da patela com o sulco troclear do fêmur. (HAMILL; KNUTZEN, 1999). Para Prentice e Voight (2003) é necessário ter uma boa estabilidade da articulação do quadril durante o agachamento, o qual pressupõe que um comprometimento dessa musculatura, pode levar a lesões em outras articulações e estruturas, principalmente as localizadas distalmente a ela. Por esta razão, a articulação do quadril é fundamental na sustentação do peso do corpo, aumentando a amplitude de movimento no membro inferior, transferindo as forças para o tronco, ou do tronco para os membros inferiores (HAMILL; KNUTZEN, 1999). Para Hamill e Knutzen (1999) os músculos flexores plantares solicitados amplamente nas atividades funcionais, como subir escadas, tornam-se eficientes em exercícios em CCF. Com função de estabilidade mais do que mobilidade, grande parte da força de flexão plantar é produzida pelo músculo gastrocnêmio e sóleo, importantes na transferência de força muscular. Já na dorsiflexão o tibial anterior, controla os movimentos quando o corpo abaixa e a tíbia desliza sobre o pé, ação também controlada excentricamente pelos flexores plantares. Segundo Souza e colaboradores (2007) o músculo sóleo é o responsável para que ocorra a desaceleração durante o agachamento. O corpo humano age funcionalmente nas tarefas do dia a dia e, tendo em vista que o agachamento envolve vários músculos em conjunto ao mesmo tempo, alterações posturais podem ser prejudiciais ao movimento (COSTA; PALMA, 2005). Para Toscano e Egypto (2001) a coluna vertebral responsável pela postura está sob a ação de ossos e tecidos moles atuando em conjunto com os músculos na estabilização. Mcgill(2001) defende que a curva lordótica durante exercícios, mantém a pelve em uma postura neutra quando submetida a sobrecargas, ideal para a co-ativação do abdômen com estabilização. Um dado importante relatado por Capozzo (2001) é que, o agachamento com cargas em apenas 0,8 a 1,6 vezes o peso corporal, produz atividade elétrica dos eretores da coluna entre 31 a 50% da Contração Voluntária Máxima (CVM). A flexão da coluna ocorre pela ação dos músculos iliopsoas e abdominais e a extensão pelo eretor da coluna, sendo que os abdominais atuam sinergicamente com os glúteos, o último diminui a inclinação pélvica e o primeiro reduz a lordose lombar. O alinhamento da coluna determina a carga que a coluna lombar suporta, de acordo com a lordose de cada biotipo e a influência dos músculos lombares e abdominais (Jesus e Marinho, 2006). É unânime a prescrição do agachamento como um exercício seguro e eficaz, que proporciona resultados de forma equilibrada e funcional. Seus benefícios vão desde o ganho de força e aumento de massa muscular, até permitir que indivíduos tenham menos dificuldade nas tarefas do cotidiano. GESTAÇÃO E O AGACHAMENTO. Segundo Guedes (2007), a musculação produz diferentes respostas ao organismo da mulher tais como, as cardiovasculares, respiratórias, metabólicas e fatores psicológicos. Apresenta também alterações na composição corporal, aumentando a massa magra e diminuindo a massa gorda, perda de peso, aumento da força e manutenção de ossos fortes e sadios. O exercício deve ser quantificado e controlado, pois várias adaptações fisiológicas durante a gravidez ocorrem devido à pratica de exercício físico. Por essa razão, as cargas devem ser monitoradas e ajustadas, o treino deve ser específico para cada gestante e, com o avanço da gravidez, a intensidade dos exercícios tende a diminuir proporcionalmente. A musculação traz benefícios como, melhoria da aptidão aeróbia e muscular, facilidade de recuperação pós-parto, diminuição de lombalgias e menor ganho de peso corporal na gestante. Página 279 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Por outro lado, com o aumento de força muscular, a gestante estaria mais hábil para tolerar seu peso corporal, alterar o centro de gravidade, realizar atividades de vida diárias e melhorar sua postura. O treinamento com pesos é mais indicado para a mulher que já praticava musculação e devem ser evitadas as altas intensidades, cargas máximas e apneia respiratória. O fortalecimento dos quadríceps e a ênfase da força dos segmentos corporais superiores são benéficos à mulher treinada (MATSUDO, V.; MATSUDO, S., 2000). O agachamento pode e deve ser prescrito para uma grávida ativa, pois se trata de um exercício muito eficiente para os membros inferiores, melhora e muito a funcionalidade da gestante, pois atua em grandes músculos, promove uma melhora da flexibilidade e do equilíbrio e é um movimento natural do dia a dia. São úteis durante o parto porque abrem a saída da pélvis entre 0,5cm e 1cm a mais, fazendo com que o bebê tenha mais espaço para nascer. Praticar esse exercício ao longo da gravidez ajuda a fortalecer os músculos que serão trabalhados durante o parto. (NOGUEIRA, 2016). Trata-se de um exercício muito eficiente, pois trabalha muito a região lombar que vai sofrer uma sobrecarga grande com o crescimento da barriga, trabalha muito a cadeia posterior e anterior dos membros inferiores e os glúteos que são músculos importantes na manutenção das atividades cotidianas. (FREITAS, 2012). Para Gallup (19992, apud, BATISTA, 2003) especifica que o exercício físico reflete diretamente nas articulações e ligamentos pélvicos, promovendo, assim, uma maior flexibilidade, considerando que o mesmo suaviza as cartilagens e eleva o fluido sinovial ocasionando o alargamento das juntas para facilitar o trabalho de parto. Sabe-se que a mulher ativa, durante a gestação, tem menos dor nas costas, menos chance de incontinência urinaria pós-parto, tem humor mais estável ao longo da gestação, menos ganho de peso, consegue combater a ansiedade e a depressão e os bebês têm menos tendência à obesidade quando adultos. A prática de exercícios físicos durante a gravidez traz benefícios para o período pós-parto, tais como: diminuição da gordura abdominal, menor ganho de peso corporal, facilidade de recuperação e volta mais rápida do peso, força e flexibilidade na pré-gestação. Os exercícios podem ser reiniciados após 30 dias do parto normal e 45 dias após a cesariana. O exercício não compromete a saúde do bebê nem da mãe, porém, o retorno ao exercício deve ser de caráter progressivo e as condições pré-gestação dependerão do grau de aptidão de cada mulher (SANTOS et al., 2007). Outro aspecto é que as mulheres sedentárias podem começar um programa de exercício leve a moderado durante a gravidez, consultando seu médico. Gestantes sedentárias ao iniciar um programa de exercícios físicos devem respeitar suas individualidades, começando com sessões de curta duração (15 min), três vezes na semana e ir gradualmente aumentando para sessões de 30 minutos, quatro vezes na semana (LIMA; OLIVEIRA, 2005). O agachamento pode fazer a bolsa de uma mulher estourar ao aumentar a pressão no abdômen, além disso, variações controladas e pequenas de exercícios comuns, como agachamentos, não prejudicam o bebê. É um ótimo exercício para ajudar a fazer com que o bebê desça para o canal de parto. (NOGUEIRA, 2016). A manobra de valsava que seria basicamente um bloqueio da respiração durante os exercícios de força, pode causar um aumento na contração abdominal e uma sobrecarga na pressão arterial devido ao aumento dos batimentos cardíacos causado pela diminuição do fluxo sanguíneo, o que seria um risco para o desenvolvimento neural da criança. Uma estratégia interessante seria pedir que a grávida conte as repetições durante a execução fazendo assim com que ela desobstrua as vias aéreas diminuindo a sobrecarga no sistema respiratório. (NOGUEIRA, 2016) Todas as gestantes devem fazer um exame obstétrico e clínico no início da gestação e antes de participar de programas de exercícios, sendo que as suas orientações devem ser seguras e considerar as respostas fisiológicas normais da gestante à vários tipos de atividades (ARTAL et al, 1999). O tipo de atividade física deverá ser adequado a cada paciente (MAUAD FILHO et al, 1999). CONSIDERAÇÕES FINAIS Página 280 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A gravidez é um período da vida da mulher em que ocorrem marcadas alterações fisiológicas, no entanto estas não são razão para parar a prática de exercício físico, mas sim para adapta-lo de forma a contribuir para uma gravidez mais saudável. Desta forma através bibliografia pesquisada foi possível destacar algumas considerações sobre o agachamento, como um exercício seguro e eficaz, para gestantes, proporciona resultados de forma equilibrada durante a gestação e o parto. Sendo assim,o agachamento é essencial para o bem estar da gestante, promovendo uma melhora no seu condicionamento físico, fortalecendo, musculatura e melhorando a postura. Concluímos que o artigo foi realizado no intuito de apresentar as atividades físicas que possibilitam o fortalecimento da musculatura pélvica durante a gestação. Entendemos que o agachamento durante o período gestacional contribui para a redução de partos prematuros, aumentando à flexibilidade e a tolerância a dor, contribuindo no controle e no ganho de peso e fortalece o corpo da gestante, auxiliando na hora do parto. Verificamos durante a pesquisa que as modificações que ocorrem no corpo feminino durante a gestação estão ligadas ao aumento dos hormônios durante a gestação, desta forma a pratica do agachamento realizada com o auxilio e acompanhamento de um profissional e recomendação medica, trás benefícios para a gestante e o bebê, pois melhora a qualidade respiratória e também a circulação sanguínea, contribui para o fortalecimento e relaxamento dos músculos sendo um exercício muito eficiente. REFERÊNCIA ABELBECK, K. G. 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Página 283 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica PROGRAMAS INDIVIDUAIS DE TREINAMENTO DE FORÇA E A INSERÇÃO DO PERSONAL TRAINER: ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO PARA OS TRABALHOS OFERTADOS PEDROSO, L.G.1 Instituição de Ensino Superior Sant´Ana – Ponta Grossa – Paraná – Brasil [email protected] Resumo:- O presente texto tem como objetivo principal demonstrar a importância da realização de atividades físicas com a parceria do personal trainer, profissional de educação física, capacitado a prestar um atendimento individualizado e condizente com os princípios da individualidade biológica. A pesquisa se valeu de um caráter bibliográfico e exploratório na expectativa de poder demonstrar como se apresentam os programas de organização individual de treinamento em sessões de musculação e quais os resultados obtidos através de um formato personalizado de acompanhamento. Aspectos como a definição do “universo” de atuação do personal trainer e suas relações de conhecimentos específicos oportunizam uma melhor adequação ao seu cliente/aluno, definindo aspectos relevantes como a periodização e o planejamento de treino, os procedimentos sobre a estrutura e análise geral dos treinos entre outros aspectos fazem parte da composição que aqui se apresenta, além, é evidente, dos procedimentos específicos que fazem parte da rotina de um personal trainer. Palavras-Chave: Musculação; Periodização de Treino; Personal Trainer Abstract:- This paper's main objective is to demonstrate the importance of physical activity in partnership with the personal trainer, physical education professional, able to provide individualized care and consistent with the principles of biological individuality. The research made use of a bibliographical and exploratory in expectation of being able to demonstrate how present programs to individual organization of training sessions and weight training which results through a custom format to follow. Aspects such as the definition of "universe" of performance of personal trainer and their relations expertise nurture a better match to your client / student, defining relevant aspects such as planning and periodization of training procedures on the structure and analysis of general practice among others are part of the composition presented here, in addition, of course, the specific procedures that are part of the routine of a personal trainer Keywords: Bodybuilding, Periodization Training, Personal Trainer; 1 INTRODUÇÃO O Personal Trainer por ser uma área recente no Brasil, apresenta poucos trabalhos publicados, como nos mostra Monteiro (2000), "... o conhecimento existente na bibliografia especializada não é tão extenso a ponto de contribuir de modo altamente rígido e preciso". Segundo o mesmo autor, foi no início dos anos 90 que chegou ao Brasil, esta nova proposta de exercício supervisionado. Na atualidade, parte significativa da população apresenta hábitos alimentares inadequados, causado muitas vezes pelo sedentarismo e dietas hipercalóricas, resultando normalmente no sobrepeso e obesidade, com maior incidência em mulheres. (FERREIRA e al., 2003; NETO et al., 2009; BARBOSA et al., 2007; SOUZA et al., 2000). Página 284 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Diversos trabalhos têm evidenciado que o excesso de peso corporal é um fator de risco para o aparecimento de várias complicações a saúde, promovendo grandes prejuízos na vida dos indivíduos. A alimentação dos brasileiros, de acordo com pesquisas realizadas, demonstra que a distribuição das refeições do dia a dia está acontecendo de maneira irregular, sem café da manhã e com substituição de almoço e jantar por lanches, ocasionado muitas vezes pelo fator tempo, que faz com que as pessoas tenham que se alimentar de maneira rápida. (SOUZA et al., 2000; GIGANTE et al., 1997; SOUZA et al., 2009) A atividade física está intimamente ligada ao controle do peso corporal e da massa de gordura. Estudos indicam que pessoas que se classificam como mais ativos, apresentam valores mais baixos de peso corporal, índice de massa corporal, percentual de gordura e relação cintura/quadril, que indivíduos sedentários pertencentes à mesma faixa etária (FERREIRA et al., 2003). Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar a contribuição do personal trainer na prevenção e controle da obesidade. Uma tendência forte que está crescendo no Brasil é o personal trainer nas academias, pois em virtude das necessidades e expectativas de cada aluno buscam-se um professor próprio na intenção de obter um atendimento mais personalizado e alcançar os resultados desejados, de forma mais rápida e segura (WORLD SPORTS MAGAZINE, 2007). Apesar da crescente procura por este tipo de atendimento, Passos (2003) observa que o personal training por ser uma área recente no Brasil apresenta poucos trabalhos publicados, desse modo, propõe-se um estudo sobre o perfil dos alunos que frequentam uma Clínica de Personal Trainer, destacando os principais motivos de permanência e os objetivos a serem alcançados. Desta forma, passamos a abordar e contemplar a temática de uma maneira mais específica, procurando estabelecer um paralelo entre a teoria e aquilo que efetivamente vem sendo realizado na prática, e, para tanto, pautamos esta pesquisa nos aspectos bibliográficos e exploratório, elegendo como questão principal da pesquisa, o seguinte fato: Como se apresentam os programas de organização individual de treinamento em sessões de musculação e quais os resultados obtidos através de um formato personalizado de acompanhamento? O “UNIVERSO” DE ATUAÇÃO DO PERSONAL TRAINER E SEU NÍVEL OBRIGATÓRIO DE CONHECIMENTO O perfil, de cada aluno deve ser caracterizado de forma a atender e suas necessidades especificas dentro de suas características, e inclusive citado por Haywood e Getchell (2010, p. 84) “O crescimento termina para os seres humanos no final da segunda década de vida ou no inicio da terceira, mas o status e o tamanho do corpo alcançado durante os anos de crescimento não são necessariamente mantidos na fase adulta”. Ainda neste momento as autoras destacam que a falta de exercícios e de cálcio contribuem para osteoporose e para diminuição do peso. Uma alimentação saudável auxilia no desempenho atlético dos indivíduos, tornando-se indispensável para a prática de exercícios físicos, é o que explica a Dietetic Association, Dietitians of Canada, e o Colégio Americano de Medicina Esportiva, preconizando que “a atividade física atlética, desempenho e recuperação do exercício são reforçadas por uma nutrição ótima”. Assim, é necessário um cuidado na ingesta de alimentos sólidos e líquidos, para facilitar o processo de ingestão e absorção do organismo dos nutrientes, explica a Dietetic Association, Dietitians of Canada, e o Colégio Americano de Medicina Esportiva que “a seleção adequada de líquidos e alimentos, tempo de ingestão, e suplemento de opções são para a melhor saúde e desempenho do exercício”. Em busca de minimizar ao máximo os eventuais riscos que podem ocorrer com a prática de musculação, torna-se fundamental respeitar e seguir criteriosamente os cuidados nas refeições, principalmente nos períodos próximos aos treinamentos, explica a Dietetic Association, a Dietitians of Canada, e o Colégio Americano de Medicina Esportiva, “(...) uma alimentação adequada e fluido deve ser consumido antes, durante e após o exercício para ajudar a manter a concentração de glicose no sangue durante o exercício”. Para isso existem as bebidas corretas a serem ingeridas afim de evitar complicações durante e/ou após os treinos, idem, “Bebidas que contenham carboidratos e eletrólitos podem ser consumidas antes, durante e Página 285 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica após o exercício para ajudar a manter a concentração de glicose no sangue, fornecer combustível para os músculos, e diminuir o risco de desidratação e hiponatremia”. Outro cuidado é com o uso de suplementos na prática de musculação, pois em muitos casos os indivíduos conseguem manter um equilíbrio energético através da ingesta dos alimentos, explica a Dietetic Association, a Dietitians of Canada, e o Colégio Americano de Medicina Esportiva afirmando que “(...) suplementos vitamínicos e minerais não são necessários se a energia adequada para manter o peso corporal é consumido a partir de uma variedade de alimentos”. Porém, há aquelas pessoas que por se submeterem a treinamentos intensos e terem um gasto energético muito alto, acabam por não conseguir uma ingestão de nutrientes apenas através da alimentação, explica a Dra. Janaina Lavalli Goston em (COSTILL, 2003; BURKE, 2006) pontuando que “em decorrência, muitas vezes, das altíssimas demandas energéticas a que são submetidos, estes indivíduos podem necessitar receber nutrientes não só por meio da alimentação, mas também por meio da ingestão de suplementos nutricionais”. 2.1- Periodização e Planejamento de Treino: Atividade Primária do Personal Trainer O planejamento para a realização de um programa de treinamento deve ser focado em cima das capacidades do atleta e como esse atleta irá responder aos treinamentos, sempre visando o melhor desempenho possível. Sendo necessário um conhecimento profissional por parte do técnico para toda a estruturação do planejamento do treino, considerando principalmente o calendário de competições. Assim, para atender aos objetivos de acordo com as capacidades dos atletas, e para tornar um programa de treinamento possível dentro do que se quer estabelecer, é necessário um planejamento, explica Bompa (2002) que “o planejamento é a ferramenta mais importante que um treinador possui a fim de conduzir um programa de treinamento bem organizado, eliminando a abordagem aleatória e sem objetivo, ainda usada em alguns desportos”. Para Bompa (2002, p.159), quando se planeja um treinamento, é necessário estabelecer uma ordem que possibilite uma continuidade dos treinos dentro do que está sendo trabalhado. Com isso vêm a importância em observar os atletas durante as sessões para analisar uma possível queda de rendimento e assim aplicar um treino específico para melhorá-la. Bompa, (2002, p.160-61) ainda explica que os planos de treino podem variar de acordo com o calendário estabelecido, e coloca o microciclo e o planejamento anual como os mais importantes práticos e funcionais planos de treinamento. Idem completa que o técnico deve acompanhar as sessões de treinamento, que pode começar desde a aprendizagem até o aperfeiçoamento, devendo passar todas as informações necessárias aos atletas para que esses realizem as sessões corretamente, assim, este autor conclui que é fundamental estabelecer e cumprir com os objetivos ao final de cada ciclo. Os indivíduos que praticam exercícios em modalidades individuais, não precisam se restringir a treinarem sempre a sós. Isso porque quando estão em grupo acabam por trabalhar aspectos importantes para o treino individual, tal como qualidades psicológicas. Porém quando se trabalha com um grupo, o professor deve ficar atento às correções e às oportunidades para trabalhar com cada indivíduo. A estrutura de treinamento por usa vez é indispensável para uma divisão e preparação do treino, afirma Bompa (2002, p.164), “se a estrutura for dividida em três etapas, então, teremos: preparação (aquecimento), parte principal e conclusão”. E quando se trabalha com indivíduos em níveis avançados, consegue-se direcionar o treinamento sem muitas explicações, já que possuem a aprendizagem cognitiva e motora bem desenvolvida. Esses indivíduos com maior capacidade de absorção do treino necessitam de menor dose de explicações e de motivação e, assim, o técnico pode condensar a introdução e a preparação em uma única etapa, mesmo com indivíduos em níveis avançados de treinamento, deve-se explorar o aquecimento como forma de condicionamento e preparação para os exercícios a serem realizados, e não se deve ignorar essa parte devido a facilidade ou conhecimento dos alunos praticantes. Assim explica Ozolin (1971) “(...) a inércia e a Página 286 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica eficiência dos atletas não se alteram imediatamente. É necessário um certo tempo para atingir um estado de eficiência fisiológica”. Para Bompa (2002, p.167), na parte principal do treinamento, o objetivo é trabalhar em cima das capacidades físicas dos indivíduos, buscando adequar e melhorar seus estímulos ao treinamento imposto. E coloca que na conclusão do treinamento, a intensidade realizada na parte principal deve diminuir, visando recuperar o esforço exercido, diminuindo as chances de fadiga e promovendo também uma recuperação psicológica, necessária para os treinos seguintes. A periodização entra como fator indispensável, pois divide o tempo em pequenos segmentos, alinhando os treinamentos. Porém é preciso ficar atento ao grupo e a cada integrante desse grupo. O desenvolvimento que eles apresentam no decorrer dos treinamentos pode ter uma continuidade se o instrutor ou treinador souber diminuir o ritmo dos treinos mesmo quando os alunos estiverem no auge de sua forma. Isso evita um declínio do potencial evitando também alunos desmotivados com essa queda de rendimento. Há a explicação de que é preciso considerar o potencial fisiológico e o psicológico e ficar ciente de que os atletas não podem manter seus desempenhos no nível mais alto durante todo o ano. Deve haver um período de diminuição da carga antes de prosseguir com o treinamento. Quando se objetiva um trabalho intenso no decorrer do programa de treinamento, é preciso explorar no início um trabalho com menos intensidade e mais volume, explica Bompa (2002, p.214) que “(...) a ênfase é dada ao volume de treinamento com baixos níveis de intensidade, de acordo com a expectativa do desporto em questão”. E mesmo se tratando de indivíduos treinados e com vasta experiência, fica a necessidade de um período preparatório, período esse que pode se estender de acordo com a necessidade do praticante, detalhando este autor ainda que o “(...) período preparatório deve ser longo o suficiente para favorecer o treinamento das características fundamentais”. Além disso, Bompa (2002,p.215-16) ainda salienta o fato de que é possível e preciso periodizar os treinamentos de acordo com o nível dos praticantes, procurando principalmente recuperar o estresse físico e psicológico gerado nos treinos, enfatizando ainda que os instrutores ou treinadores devem sempre medir a intensidade e o volume do treino, sendo na maioria das vezes a intensidade causadora maior do estresse e por esse motivo usado em períodos mais curtos. 2.2- O Treinamento de Definição Muscular Segundo Bompa e Cornachia (2002,p.109), todo treinamento deve ser realizado em cima do objetivo que se pretende. Quando o individuo busca um corpo definido, o treinamento a ser realizado é com repetições maiores, assim irá estimular seu organismo a queimar mais gorduras e tornar a musculatura mais aparente. A duração da fase desse treinamento se baseia, sobretudo, do nível e objetivo de cada indivíduo. E afirmam estes autores que ao submeter um indivíduo ao treinamento de definição muscular, o mesmo terá ganhos metabólicos, isto é, uma melhor absorção dos nutrientes para o músculo, dessa forma os ganhos também estarão relacionados a força e aumento muscular. O treinamento de definição muscular eleva a capacidade do corpo em queimar gordura. Essa queima se refere a uma diminuição geral e localizada da gordura corporal, afirma Bompa e Cornachia (2002, p.111) que “os métodos de treinamento propostos por nós resultarão na diminuição de gordura generalizada e, mais importante, na redução de gordura que envolve os músculos exercitados”. Queimar gordura sem perder massa livre de gordura, é objetivo de senão todos, da maioria dos indivíduos praticantes de musculação, pois esse resultado só é atingido através de exercícios onde as series são mais longas e a duração da contração muscular é aumentada, além de alertar que o principal risco em não se alcançar o resultado esperado, é substituir esse trabalho por exercícios aeróbios, que segundo ele não irão eliminar a gordura subcutânea. Bompa e Cornachia (2002, p.111) alertam ainda que ao diminuir a carga consideravelmente e aumentar as repetições, um número limitado de fibras musculares é ativada, enquanto outras permanecem em Página 287 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica repouso, e isso permite um trabalho prolongado. O que acontece na seqüência é um esgotamento das reservas de ATP/CP e glicogênio, sendo os ácidos graxos responsáveis para manter a atividade prolongada e é justamente com o seu uso que o corpo consegue queimar gordura corporal, principalmente a gordura subcutânea, e por fim, todo esse processo irá resultar em um aumento da definição muscular. O que deve ficar evidenciado é o fato de que não é apenas através de um bom programa de treinamento que os indivíduos obterão os resultados desejados, isso os ajudara e muito, porem, é fundamental adaptar uma dieta para essa fase de treinamento. E como o objetivo é diminuir a gordura e manter a massa livre de gordura, é comum que a quantidade de proteína, na dieta, aumente, bem como uma diminuição de carboidratos e gorduras. Isso irá auxiliar em todo o processo de recuperação e manutenção muscular. A ANÁLISE GERAL DO TREINAMENTO APLICADO Para um programa de treino eficiente é fundamental escolher adequadamente o número de exercícios, isto é, que estimulem uma maior atividade elétrica, com um maior recrutamento das fibras musculares, resultando em um aumento do volume muscular. Idem também coloca que quando se trata de treinos para indivíduos em níveis avançados, os objetivos dos métodos escolhidos são de proporcionar além da hipertrofia, também uma definição muscular. Um treinamento envolve diversos fatores, e um deles é a velocidade do levantamento, onde as repetições precisam provocar no músculo um estresse e esforço que o desenvolva. Porém, o número de repetições precisa ser completado, assim, não há lugar para fracasso, desatenção, pois o objetivo é começar a série de forma a atingir um esforço tão grande que na metade da mesma o indivíduo a termine exausto, explicam Bompa e Cornachia (2002, p. 36) que “(...) a velocidade ótima pode ser mantida na primeira metade da série. Instalada a fadiga, a velocidade declina e precisa-se de grande concentração mental a fim de completar o número de repetições pretendidas”. Para os autores acima citados a energia utilizada para realizar e potencializar o trabalho devem ser meticulosamente proporcionais ao número de exercícios e séries. E coloca que quando o número dos exercícios aumenta, o número de séries diminui. Isso, evita que os indivíduos diminuam o seu rendimento no trabalho realizado. Agora, quando a capacidade em realizar o treinamento aumenta, os indivíduos são capazes de realizar mais sessões por treino, por mais que o número de exercícios seja aumentado. Na escolha do método de treinamento a ser empregado, é preciso, primeiramente, saber em que nível os indivíduos com quem se está trabalhando estão, explica Bompa e Cornachia (2002, p.37-8), pois esta classificação (ex: iniciante, intermediário e avançado) também influi na escolha do número de séries a realizar por sessão” e assim, no decorrer do programa de treinamento e com os indivíduos mais preparados a tolerar a carga de trabalho, pode-se trabalhar com mais séries por grupamento muscular, pois “conforme o atleta torna-se mais experiente e mais adaptado ao treinamento com pesos, ele pode executar mais séries por grupo muscular em uma sessão”. Os intervalos entre as séries são para recuperar o esforço gerado pelo exercido, uma vez que dessa forma, é importante respeitar esse intervalo de acordo com o método utilizado. Isso porque é nesse período de repouso que o músculo recebe um maior aporte sanguíneo, pois é nos intervalos, não durante o trabalho, que o coração bombeia o maior volume de sangue para o músculo exercitado. O nível de treinamento dos indivíduos também serve como base para toda elaboração do programa de treinamento. Assim, eles se adaptam ao treinamento aplicado, porque o mesmo foi estruturado de acordo com suas capacidades. Dessa forma, um dos fatores de grande relevância, é o tempo que eles descansam entre uma série e outra. Então, o que se deve levar em consideração, é justamente o nível de aptidão física que eles apresentam, e assim estipular o tempo necessário de intervalo e evitar possíveis complicações, assim, para Bompa e Cornachia (2002, p.98) “o intervalo de descanso entre as séries depende, em parte, do nível de condicionamento físico do atleta e deve ser calculado cuidadosamente para assegurar a recuperação do sistema neuromuscular”. Página 288 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Deve-se então ficar atento ás oportunidades em aentar a intensidade de a demanda do treino pode ser aumentada por meio de qualquer um dos componentes: aumento da carga, diminuição do intervalo, aumento de séries. Indivíduos que já treinam há algum tempo e que já tiveram um desenvolvimento da massa muscular, podem não apresentar um aumento tão expressivo no volume dessa massa quando comparada com o ganho de força. Dessa forma, é interessante fazer um trabalho com cargas elevadas, para estimular a força desses indivíduos. Isso ajudará em ganhos futuros no que se refere a estímulos para aumentar a massa muscular, explicam Bompa e Cornachia, (2002, p.98), que “(...) para atletas mais experientes, os ganhos de volume muscular não são tão visíveis quanto o aumento da força máxima. A fase de força máxima servirá para atingir o estádio adequado para futuras “explosões” de crescimento muscular”. 4- A APROXIMAÇÃO CLIENTE/ALUNO X PERSONAL TRAINER: DETALHES IMPORTANTES O profissional de educação física tem que entender que existe uma tendência maior das pessoas em praticar exercícios físicos em épocas de calor, como por exemplo, verão e primavera, ainda há de se levar em conta os períodos festivos de finais de ano e férias, quais devidos principalmente motivado pela vaidade, as atividades físicas tende ser procuradas com maior frequência. Devido a tais fatos é que há a necessidade de uma fidelização, pois quando chegarem épocas de “baixa temporada” o profissional vai continuar com aqueles alunos quais conquistou durante o período de “alta temporada”. Como parte das orientações básicas de qualquer profissional da área da saúde, há um espaço importante para a etapa trata de fazer os levantamentos preliminares da capacidade física do aluno cliente, fica aqui orientação para que o profissional impressiona já neste momento, inclusive estabelecendo objetivos a médios e longos prazos, claro que juntamente com o aluno. Cabe ao profissional, orientar o aluno nas roupas a serem usadas, na sugestão de acompanhamento com nutricionista se for necessário, o comprometimento e principalmente traçar metas a serem cumpridas, respeitando a vontade do aluno, porém sendo sempre coerente e hábil com suas palavras e com seu modo de agir. Há ainda os aspectos de garantia acerca do estado de integridade física em que se encontra o cliente/aluno, e, quanto a isto, Monteiro (2004, p.16) reporta o fato de que “(...) a avaliação clínica é realizada por um médico, se possível com formação em Medicina do Esporte. Caso isto não seja viável, é importante que o médico envolvido na avaliação possua conhecimentos de cardiologia e ortopedia". Contudo em uma cidade pequena ou com alunos com poucos recursos isso até soaria como uma forma de “espantar” estes clientes, mas cabem aqui algumas sugestões uma parceira com médicos, clubes e academias, assim minimizando os gastos, caso nenhuma destas possibilidades sejam alcançadas o próprio personal trainer pode fazer algumas avaliações, a exemplo, a seção de anamnese. Nesta etapa, os indivíduos devem ser questionados sobre sua história pregressa ou presente quanto aos seguintes sinais, sintomas ou doenças: infarto do miocárdio, angioplastia coronariana ou cirurgia cardíaca; desconforto torácico, principalmente com o exercício; tontura e desmaios durante o exercício; dispneia no exercício; palpitações ou taquicardia; sopros cardíacos, cliques ou achados cardíacos pouco habituais; pressão arterial elevada (MONTEIRO, 2004. p.17). Essa abordagem vai colocar o profissional a par do histórico pessoal e familiar do cliente possibilitando ao mesmo tomar os devidos cuidados na elaboração dos exercícios durante os treinamentos. Para grande parte dos candidatos a um programa regular de exercícios, o exame clínico é suficiente para realizar uma triagem do estado de saúde. Todavia, em função dos dados evidenciados na avaliação clínica, poderão ser solicitados alguns exames complementares que, em geral, enquadra-se em quatro categorias básicas: exames de bioquímica sanguínea; exame de imagem prova espirométrica e teste de esforço. Página 289 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Os exames complementares podem ser muito importantes, atuando de forma preventiva e/ou confirmando diagnósticos, aumentando desta forma a sensibilidade na detecção dos praticantes com maiores riscos. 5 CONCLUSÃO Consideramos, pois, que é chegado o momento de avaliar a pesquisa em questão e quer nos parecer que estamos iniciando uma nova, isto, no sentido figurado, pois tudo que até aqui foi apresentado deixa indicado que está mais do que na hora de se repensar a maneira pela qual vêm sendo realizado o trabalho do personal trainer que atua com trabalho de musculação uma vez que a prescrição das atividades devem observar os princípios que a regem, redimensionando o entendimento sobre esse assunto. Assim também deve acontecer com aquilo que se pratica em termos da prescrição do treinamento individualizado, pois ele deve ser sempre pensado nos ideais da individualidade biológica de de tal forma que possibilite a construção de um novo molde onde às ações coletivas possam estar presentes de maneira a determinar uma democratização naquilo que for pensado e posteriormente realizado. Desta forma, entendemos que não nos cabe, aqui, concluir. Cabe-nos apresentar algumas considerações que foram observadas durante a trajetória dos estudos realizados e adequá-las na opção metodológica escolhida na intenção de analisar as questões pertinentes ao gtrabalho do personal trainer que atua com a modalidade de musculação dentro da academia. A estruturação idealizada não vem sendo respeitada no sentido de verificar qual tipo de série vem sendo prescrita e utilizada na academia, recorrendo para tal às literaturas correntes sobre o assunto abordado e a pratica do dia-a-dia dentro da academia. Tudo que foi produzido até este momento foi condizente, a partir desse instante podemos contemplá-lo como algo que poderá vir a auxiliar no processo constante da evolução e reflexão dos profissionais da área da Educação Física, principalmente, neste caso, o personal trainer. Retomamos inúmeras questões e as trouxemos à tona de maneira a confirmar que são muitas as dificuldades existentes dentro do processo inicial do treinamento, porem podemos constatar que a utilização de diversas fontes é de grande valia para se obter informações dos acontecimentos assim como pontos de vista de autores citados no decorrer da pesquisa. Após todas as considerações e posicionamentos apresentados, conseguimos verificar que as ssssões de treino na musculação, ao serem prescritas, devem levar em consideração uma série de fatores para que os trabalhos possam ser otimizados e o retorno ao cliente/aluno seja benéfico, isso tudo devido ao fato dos alunos chegarem à academia com o objetivo de corpos perfeitos e resultados mais rápidos, num curto período de tempo. Porém, também percebemos a necessidade de organização por parte dos personal trainer no sentido de engajarem juntas às suas ações isoladas as ações coletivas, de maneira a não ficarem relegados a pequenos grupos e atuando de uma forma periférica e desarticulada, para que possamos juntos mudar a forma de realização das séries seria explicando e convencendo o aluno de que para se ter um ótimo resultado com segurança e qualidade, tem que ser um processo que dure no mínimo um ano de treinamento para que se obtenha um resultado satisfatório e evitando possíveis lesões e dores musculares no decorrer do treinamento. REFERÊNCIAS Aronne, L. J. M. D. Reduza seu peso & viva mais, um programa de saúde para controle permanente de peso. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1997. BARBANTI, V. J. Dicionário de Educação Física e Esporte. 2ed. Barueri: Manole, 2003. BARBANTI, V. J. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. 2ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1997. 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Página 291 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE UM ALIADO NA PREVENÇÃO DE QUEDAS ANDRADE, D.V1, , FERNANDES, E.S¹, APRIGIO, F.M¹, OLIVEIRA, M.B¹, SERGIO, P.R.S¹,MORAES, D.S¹. 1 Centro Universitário Ítalo Brasileiro –São Paulo – Brasil [email protected] RESUMO Um estilo de vida ativo pode servir para a manutenção da autonomia e da capacidade funcional durante o envelhecimento. O envelhecimento causa um declínio na saúde do idoso, tendo como perda de força muscular, perdas progressivas de suas capacidades fisiológicas ocorrendo o aparecimento de patologias decorrente da idade.Com a perda de força e diminuição de equilíbrio, o idoso fica mais sujeito a riscos de quedas, as quais podem ser prejudiciais a sua saúde.Este artigo tem como objetivo a melhora das condições físicas relacionadas ao ganho de força, equilíbrio e auxilia em suas atividades diárias tornando o idoso mais independente. A metodologia utilizada neste trabalho foi de revisão de literatura, onde se utilizou como bases de dados: Biblioteca Dante Alighieri, IBGE e Scielo. Como descritores foram utilizados Idosos, Quedas, Musculação e Benefícios. E a delimitação temporal foi dos últimos 20 anos. A prática dessa atividade se torna essencial na prevenção de doenças e risco de quedas. Além dos ganhos fisiológicos há um ganho expressivo em seu aspecto interpessoal e social através da sua autoimagem, autoestima e sua vontade de viver. Palavras Chave:Idosos, quedas e musculação. ABSTRACT With the loss of strength and impaired balance, the elderly becomes more prone to the risk of falls. In this sense, the weight for the elderly, in order to improve their physical condition when focused on gaining strength and balance, can help you An active lifestyle can serve to maintain the autonomy and functional capacity during human aging.This human aging causes a decline in the health of the elderly, such as loss of muscle strength, progressive loss of their physiological capabilities, resulting in the appearance of pathologies arising from advanced age.In your daily activities, making that old a little more independent. The elderly becomes more prone to the risk of falls with the loss of strength and impaired balance. In this sense, the weight for the elderly, in order to improve their physical condition when focused on gaining strength and balance, can help them in your daily activities, making that elder a little more independent. This paper was based in literature review as Dante Alighieri Library, IBGE and Scielo and the key words research was elderly, downfall, bodybuilding, and benefits. The period of the research was the least 20 years. The practice of bodybuilding could become essential for disease prevention and assistance to the risk of falls. In addition to the physiologic there is a significant gain in interpersonal and social aspect as well, improving self-image, generating self-esteem, and can be said, aroused the desire to live. Key words: elderly, downfall and bodybuilding. INTRODUÇÃO Cientes das dificuldades dos idosos em suas capacidades físicas e habilidades motoras comprometidas pelo envelhecimento cabem aos profissionais de Educação Física utilizar a musculação como um ótimo aliado em suas atividades diárias. Página 292 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A prática de atividades físicas supervisionadas com idosos teve início no ano de 1974, após estudos publicados nos Estados Unidos, França e Alemanha. Nestes estudos foram comprovados benefícios para a saúde de idosos com a prática de atividade física (SOUZA, 2010). Dentre as dificuldades enfrentadas pelos idosos estãoas quedas, pois suas capacidades físicas e potencial motor vão ficando cada vez mais retardados e comprometidos, além das doenças ligadas ao aspecto físico. Este artigo tem como objetivo descrever os benefícios da musculação na prevenção de quedas na terceira idade. A metodologia utilizada neste trabalho foi de revisão de literatura, onde se utilizou como bases de dados Biblioteca Dante Alighieri, IBGE e Scielo. Como descritores foram utilizados Idosos, Quedas, Musculação e Benefícios. E a delimitação temporal foi dos últimos 20 anos. PROCESSO DE ENVELHECIMENTO O homem passa por diversas transformações no seu organismo ocasionadas pelo envelhecimento. Mudanças que alteram a capacidade física como a redução da força e da elasticidade dos músculos, redução da velocidade de contração muscular, alteração no fluxo sanguíneo para o corpo e coração, redução da capacidade de absorção de oxigênio e de liberação de dióxido de carbono, redução na densidade óssea e enrijecimento dos ligamentos, desgaste nas cartilagens e redução na elasticidade da pele (SOUZA, 2010). Tais mudanças alteram a vida, o cotidiano, atividades diárias, hábitos de vida e a vida na própria sociedade (BENEDETTI; BENEDETTI,1996). O envelhecimento é determinado por vários fatores, como a genética, o estilo,os hábitos de vida, as doenças crônicas etc., que serão determinantes na idade em que o indivíduo alcançará(SOUZA, 2010). A perda de potencia muscular é maior que a de força em pessoas com idades avançadas, tornando elas incapazes de realizar atividades de vida diárias (CAMPOS, 2008). O envelhecimento é visível pela perda de desempenho motor e diminuição do movimento sendo um grande responsável à fraqueza muscular diminuindo a funcionalidade do idoso, assim mostra-se a importância dos exercícios físicos para membros inferiores em idosos (MENEZES; BACHION, 2008) Com o envelhecimento há uma redução na aptidão física, a qual é inevitável associar a perda da capacidade aeróbia máxima, da força, das respostas motoras menos eficientes e da capacidade funcional geral. (SOUZA, 2010). É de extrema importância antes do inicio das atividades uma liberação médica para que os exercícios não tragam e nem imponham riscos a integridade física do idoso, pois os mesmos trarão alterações fisiológicas principalmente em sua frequência cardíaca não podendo o aluno realizar manobra de valsava tornando assim mais seguro e eficiente o treinamento (CAMPOS, 2008). QUEDAS NA TERCEIRA IDADE Segundo Campos (2008, p.80)“a fraqueza musculoesquelética tem sido uma das maiores causas de incapacidade nas populações, pré-dispondo os idosos a quedas e limitando as atividades da vida diária”. As quedas são susceptíveis a alterações da idade como o próprio envelhecimento que alteram a marcha, reduzem a força muscular e reduz o tempo de reação devido ao déficit cognitivo. Estas alterações ocorrem com a redução do comprimento e da altura das passadas, tornando a marcha mais lenta. Porém mais estável devido à estabilidade que estas mudanças propiciam durante a marcha. (OLIVEIRA et al., 2014). Nos idosos os fatores que mais correspondem à queda, são as deambulações e tropeços. Seguidas de atividades do cotidiano como subir e descer escadas e banhos (OLIVEIRA et al., 2014). Uma grande parcela dos idosos relata dores nos membros inferiores, que estão relacionadas a deterioração do equilíbrio. (CASTRO et al., 2014). Página 293 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica A perda de força é de 15% por década entre os sessenta e setenta anos e de 30% depois deste período, e parece ser maior nos membros inferiores que nos membros superiores (CAMPOS, 2008). É mais evidenciado o número de quedas em mulheres, devido à redução de massa óssea que ocorre durante a menopausa, e por que as mulheres possuem menos massa muscular comparado aos homens. (CASTRO et al., 2014). Diante desta nova realidade, o Brasil terá que se adequar para que possa efetivamente garantir uma melhor qualidade de vida para os idosos (DAVID, 2014). MUSCULAÇÃO Para Campos (2008, p. 79) “o uso da musculação para idosos é uma forma de diminuir os declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, o que resulta em melhoria da qualidade de vida”. A prática de exercícios independentemente da idade, ajuda na manutenção do tônus e composição muscular. Mantém a taxa metabólica basal e melhora o tempo de reação e força muscular, reduzindo assim o número de quedas (CIVINSKYet al., 2011). O idoso dentro da musculação precisa realizar um treino que seja seguro e compatível com suas necessidades diárias, respeitando suas capacidades físicas e suas habilidades motoras dentro de sua individualidade (CAMPOS, 2008). A pratica de exercícios físicos estruturados como a musculação com a frequência mínima de duas vezes semanais aumenta a força dos membros inferiores e melhora o equilíbrio dinâmico (SOUZA et al., 2014). Os alongamentos devem estar relacionados dentro do treino de musculação como exercícios complementares tanto no aquecimento como no final da seção de treino, onde auxiliará o aluno idoso a obter uma mobilidade articular e amplitude de movimento adequada para uma maior eficiência de trabalho em sua musculatura através dos exercícios resistidos, reduzindo também o risco de lesões (CAMPOS, 2008). Os idosos que praticam musculação desenvolvem mais força nos membros inferiores e superiores (COELHO, 2015). Segundo Campos(2008, p. 80) “a falta de condicionamento, inatividade física ou doença crônica resultam em uma diminuição da força, potência, resistência, flexibilidade e amplitude de movimento, promovendo um decréscimo do condicionamento funcional e da habilidade de executar as atividades da vida diária”. A musculação exerce um papel importante, ajudando na execução de atividades do cotidiano e na capacidade funcional dos idosos (COELHO, 2015). Para que haja um aumento significativo na força muscular e na capacidade funcional, é comprovado e sugerido que seja realizado um treinamento resistido (COELHO, 2015). É de extrema importância ter o conhecimento a fim de realizar a orientação correta para realização de exercícios, evitando o aparecimento de lesões, alterações com pressão arterial e frequência cardíaca. Sem a necessidade de que o idoso chegue à exaustão com exercícios de alta intensidade e de longa duração (CIVINSKY et al., 2011). Os exercícios escolhidos devem trabalhar os grandes grupos musculares com uma média de quatro a seis exercícios, mais três a cinco exercícios para grupos musculares menores e pelo menos um exercício para cada principal grupo muscular. (CAMPOS, 2008, p.92). As sobrecargas de treinamento devem progressivamente aumentar para induzirem a contínua melhora das adaptações. No idoso esta sobrecarga não deve ultrapassar 80-90% de 1RM. Podendo variar de 50-80% de 1RM, sem esquecer o princípio da progressão (CAMPOS, 2008). Também contribui de forma segura para redução da pressão arterial uma vez que não exige uma intensidade muito elevada do ritmo cardíaco como nos exercícios aeróbios (RAMOS; ROCHA; MAROLATO, 2007). Hoje a musculação para idosos é utilizada para que os mesmos obtenhamganho de força e aumento da massa muscular diminuindo o risco de queda. Dados mostram que 40% dos indivíduos acima de 65 anos Página 294 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica sofrem quedas pelo menos uma vez ao ano.Tal ocorrência traz consigo possíveis lesões, fraturas, fobias, traumas e diminuição dos movimentos nas articulações(BENEDETTI; BENEDETTI, 1996). A prática da musculação melhora a qualidade de vida dos idosos. Diminuindo o medo de quedas e aumentando a autoconfiança nas atividades do cotidiano (MAYWORM et al., 2015). MUSCULAÇÃO NA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS Os idosos tem um declínio no desempenho motor devido a fatores que ocorrem durante o envelhecimento, como a redução da capacidade de contratilidade da musculatura e redução da velocidade no controle de deslocamento do corpo que causam grandes números de quedas entre os idosos. Quando há um preparo físico com musculação, há uma diferença considerável no numero de idosos praticantes de musculação e os não praticantes (SOUZA et al., 2014). Ajuda como medida preventiva da osteoporose, mantendo a força óssea. Há uma melhora na flexibilidade que ajuda a reduzir riscos de dores na região lombar e reduzir as dores artríticas. É um modo seguro de reduzir a gordura corporal (RAMOS; ROCHA; MAROLATO, 2007). A musculação vem como ferramenta para uma melhora na qualidade de vida dos idosos, fazendo com haja uma diminuição da perda de força e massa muscular, uma vez que tal perda esta relacionada aos anos de vida (CAMPOS, 2008). Foi comprovado que o aumento de carga nos exercícios realizado pelos idosos, há uma redução em doenças e fatores de risco como: obesidade, osteoporose, diabetes, câncer de cólon, pressão alta, colesterol desfavorável, dor nas costas e desconforto artrítico. O aumento de força é preservado, porem a musculatura esquelética perde a capacidade de produzir a hipertrofia (RAMOS; ROCHA; MAROLATO, 2007). Fortalecendo a musculatura ha uma melhora de força, resistência, densidade óssea, flexibilidade, agilidade e equilíbrio. Porém é a força muscular mais importante para a independência de vida do idoso (CAMPOS, 2008). A prática de exercíciosresistidos traz benefícios que variam de acordo com a idade e o biótipo da pessoa. Dentre os muitos benefícios podemos citar a redução da gordura corporal, hipertrofia muscular, aumento da força, aumento da densidade óssea, fortalecimento do tecido conjuntivo, aumento da flexibilidade, diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, aumento do VO2 máximo (SOUZA, 2010). Para ter um corpo saudável e assim evitar problemas de saúde quando o indivíduo se tornar idoso, é preciso evitar o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, drogas ilícitas, sedentarismo (CIVINSKY, et al., 2011) Sendo assim hábitos de vidas saudáveis como a prática de exercícios físicos diários, alimentação saudável, a vida em sociedade. Ajudam os idosos a terem um grau de independência maior, e assim mais qualidade de vida (CIVINSKY et al., 2011). A relação tende a continuar conforme os estudos vão encontrando outros benefícios importantes para a melhoria da qualidade de vida do idoso (CAMPOS, 2008). Idosos que praticam atividades físicas tem uma melhora significativa na capacidade funcional que diminui o risco de quedas. Idosos que não praticam atividades físicas tem um declínio de força muscular que o torna mais susceptível a quedas (CASTRO et al., 2014). CONCLUSÃO A conclusão deste estudo está ordenada e apresentada de acordo e em função dos objetivos propostos pela pesquisa bibliográfica. Poder-se-ia afirmar que a prática permanente da musculação melhora as condições gerais da terceira idade, e que pode-se obter resultados melhores, caso a prática e a intensidade foremadequadas, respeitando a individualidade biológica, melhorando os benefícios a média e longo prazo, obtendo-se um menor desgaste físico, mais segurança e saúde. Página 295 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Conclui-se que, com a prática da musculação para a terceira idade, as quedas e lesões são cada vez mais reduzidas em seu cotidiano, oferecendo a esse público, uma melhora e produtiva qualidade de vida. REFERÊNCIAS CAMPOS, M. A.; Musculação. 4 ed. Sprint: Rio de Janeiro, 2008. CASTRO, PMMA et al. Testes de equilíbrio e mobilidade funcional na predição e prevenção de riscos de quedas em idosos. Fundação Comunitária e Ensino Superior de Itabira - Funcesi. Itabira - MG, 2014. CIVINSKY,C.; MONTIBELLER, A.; BRAZ, A. L. O. A Importância Do Exercício Físico No Envelhecimento.Revista da Unifebe (Online) 2011; 9(jan/jun):163-175. Disponível em: https://www.unifebe.edu.br/revistadaunifebe/2011/artigo028.pdf.Acesso: 15/10/2015. COELHO, B.S.Comparação da força e capacidade funcional entre idosos praticantes de musculação, hidroginástica e não praticantes de exercícios físicos.Rev. 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M.2 1 Departamento de Educação Física do Centro Universitário de Formiga UNIFOR-MG – Formiga – Minas Gerais – Brasil 2Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São João Del Rei – Divinópolis – Minas Gerais – Brasil [email protected] RESUMO Introdução:Observa-se nas últimas décadas, que o ganho de peso corporal houve um aumento exponencial em todo o mundo. E que em casos de obesidade ou mesmo sobrepeso, essa condição está relacionada a diversas comorbidades, e são múltiplos os fatores que combinados ou não desencadeiam na maturação da obesidade. Objetivo:Descrever por meio de uma revisão bibliográfica os mecanismos fisiológicos de ação da Leptina, Insulina e Grelina, e suas respectivas participações na regulação do peso corporal. Materiais e Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico de dados foi feito através de busca eletrônica nas bases de dados SCIELO, LILACS, MEDLINE e PubMed, buscando termos relacionados a “controle hormonal do peso”, “Leptina”, “Insulina”, “Grelina”.Resultados: Os achados encontrados mostram que hormônios como a Leptina, Insulina e Grelina podem se comunicar com finalidade de criar equilíbrio energético. Estes hormônios, produzidos cada um por seu órgão específico, são conduzidos por meio da corrente sanguínea até se acoplarem a receptores específicos, e posteriormente, desempenhando suas diversas funções.Além disso, podem serem também capazes de influenciar na síntese e degradação de diferentes substratos sobre os mais variados tecidos, cada um à sua maneira. Conclusão: Leptina, Insulina e Grelina agem diretamente no controle do apetite, tendo influência sobre o balanço energético do indivíduo e consequentemente no peso corporal, sendo que esta influência pode ocorrer de maneira central ou periférica. Palavras-chave: Grelina. Insulina. Leptina. Peso Corporal. ABSTRACT Introduction: It is observed in the last decades; the body weight gain was an exponential increase worldwide. And that in cases of obesity or overweight, this condition is related to several comorbidities, and there are multiple factors that trigger or not combined in the maturation of obesity. Objective: To describe through a literature review the physiological mechanisms of action of leptin, insulin and ghrelin, and their respective interests in the regulation of body weight. Materials and Methods: We conducted a literature review of data was done through electronic search in databases SCIELO, LILACS, MEDLINE and PubMed, searching for terms related to "hormonal control weight," "Leptin", "insulin", "Ghrelin ". Results: The findings show that found hormones such as leptin, insulin and ghrelin can communicate with purpose of creating energy balance. These hormones, produced each for their specific body, are conducted through the bloodstream to fit together to specific receptors, and subsequently performing their various functions. Furthermore, they may be also able to influence the synthesis and degradation of different substrates on a variety of fabrics, each in their own way. Conclusion: Leptin, Insulin and Ghrelin act directly on appetite Página 298 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica control, having influence on the energy balance of the individual and consequently in body weight, and this influence can occur in central or peripheral way. Key-words: Ghrelin. Insulin. Leptin. Body Weight. INTRODUÇÃO A obesidade tem se tornado uma epidemia, nas últimas décadas houve um aumento exponencial de indivíduos obesos em todo o mundo (OMS, 2016). Observa-se que essa patologia está relacionada a diversas comorbidades como Diabetes mellitus, doenças coronarianas, hipertensão, entre outras, o que ilustra a preocupação das autoridades e da comunidade científica de vários países em entender e estudar mais a fundo as causas e métodos de tratamento referentes à obesidade. Já se sabe que, aspectos socioeconômicos, fisiológicos, psicológicos e dietéticos estão envolvidos no desenvolvimento desta doença, podendo inclusive agir em conjunto, entretanto, deve-se ter uma visão mais aprofundada, de forma a especificar melhor a relação de cada um desses fatores com a obesidade. Portanto, o presente trabalho buscou abordar os aspectos que se referem à ação da Leptina, Insulina e Grelina, no que está relacionado ao controle de peso do indivíduo, com a finalidade de apresentar e entender melhor os mecanismos fisiológicos de ação que cada um destes hormônios exerce. OBJETIVO Descrever por meio de uma revisão bibliográfica os mecanismos fisiológicos de ação da Leptina, Insulina e Grelina, e suas respectivas participações na regulação do peso corporal. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um delineamento feito através de uma pesquisa bibliográfica com natureza qualitativa, um processo desenvolvido em etapas, baseado em materiais anteriormente já elaborados, compostos fundamentalmente de livros e artigos científicos articulando diversos autores que publicaram sobre a temática pesquisada (GIL, 2002). Esse levantamento de dados foi feito através de busca eletrônica nas bases de dados SCIELO, LILACS, MEDLINE e PubMed, buscando termos relacionados a “controle hormonal do peso”, “Leptina”, “Insulina”, “Grelina”. E também em alguns sites, como por exemplo da Organização Mundial da Saúde. RESULTADOS E DISCUSSÃO Grelina No trato gastrointestinal, existem diversos tipos de células capazes de secretar peptídeos regularizadores de ingesta alimentar, enviando sinais de fome e saciedade na falta ou presença de alimentos respectivamente. Essas informações acontecem através dos nervos periféricos (fibras vagais aferentes) e também através de receptores. Um dos hormônios capaz de alterar a sensação de fome e saciedade é a Grelina, peptídeo de 28 aminoácidos, que foi isolado por Kojima e seu grupo de pesquisa conforme pontua (KONTUREK et al., 2004). A Grelina é produzida especialmente nas células endócrinas do estômago, duodeno, e em algumas estruturas cerebrais (DAMIANI, 2010). O nome Grelina advém da palavra GHRE (Growhormone release), deixando claro um dos principais papeis desse hormônio, causar aumento na secreção do hormônio do crescimento (GH) (KOJIMA et al., 2001). A Grelina é um forte estimulador da liberação do GH na hipófise e hipotálamo, mais especificamente em suas células somatotróficas, atuando como ligante endógeno para o receptor secretagogo de GH (GHS-R). Portanto a descoberta desse hormônio fez com que houvesse um novo sistema de regulação da secreção Página 299 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica de GH, visto que seu papel estimulador na liberação de hormônio do crescimento que acontece através da ativação do receptor GHS do tipo 1 (GHS1a) (ROMERO; ZANESCO, 2006). Além da sua participação na secreção de GH, esse hormônio age na regulação da ingesta alimentar, regulação de peso corporal, como também na secreção de Gastrina e Insulina (PEREIRA, 2013). A Grelina causa um maior apetite, excita motilidade gástrica, possui função importante no balanço energético e ingesta de alimentos (BRANDÃO, 2010). Sobre o envolvimento da Grelina na regulação a curto prazo do balanço energético, sabe-se que em jejum e ou em estados hipoglicêmicos, a concentração sérica de Grelina é aumentada, tendo sua concentração diminuída depois de uma refeição ou administração intravenosa de glicose (LEIDY et al., 2004) O que é confirmado por Salbe et al. (2004) em um estudo com índio Pima, que observou o nível plasmático endógeno de Grelina alto quando em jejum, o que mostra uma relação inversa entre concentração de Grelina plasmática e a ingestão energética. Estudos em humanos relacionados a liberação de Grelina, pontuam que os tipos de nutrientes encontrados na refeição, e não a quantidade, seriam responsáveis por um aumento ou diminuição da concentração plasmática de insulina pós ingesta alimentar (ROMERO; ZANESCO, 2006). Refeições ricas em hidratos de carbono reduzem os níveis de Grelina, ao mesmo tempo que eleva os níveis de Insulina plasmática. Em contrapartida, concentrações plasmáticas mais altas de Grelina, depois de uma alimentação rica em proteína animal e lipídios, são relacionadas à um leve aumento de Insulina plasmática (FERREIRA, 2008). Esse hormônio orexígeno, age exatamente nos mesmos neurônios hipotalâmicos da Leptina, porém induz reações contrarias àquelas feitas pela Leptina. Sendo assim, a Grelina é uma das interferências de ativação dos receptores de Leptina, que diminuem sua resposta (TRAEBERT et al., 2002). Leptina A leptina é um hormônio composto por 167 Aminoácidos, de estrutura parecida com as citocinas, produzida principalmente no tecido adiposo. (RESELAND et al., 2001).Ela poderá também ser produzida pelo estômago, placenta e tecido adiposo marrom (BADO et al., 1998). Transcrita através do gene ob, uma deficiência ou mutação deste gene pode ocasionar doenças como obesidade e diabetes tipo 2 (MOTA; ZANESCO, 2007). A leptina atua em células neuronais do hipotálamo no sistema nervoso central, controlando assim a ingestão alimentar, esta ação quando acontece em mamíferos causa diminuição da ingesta alimentar, aumento do gasto de energia, regula funções neuroendócrinas e o metabolismo de glicose e gorduras (FRIEDMANN; HALAAS, 1998). A regulação da leptina no balanço energético se dá em conjunto com a insulina, sendo assim considerada um modulador lipostático, que relacionado a reserva de gordura corporal, regula a ingestão e gasto energético (HERMSDORFF; VIEIRA; MONTEIRO, 2006). Por ser um sinal adipostático referente ao balanço energético, a Leptina atua especialmente no núcleo arqueado localizado na região hipotalâmica. Este núcleo possui duas populações distintas de neurônios, a saber: os orexígenos que produzem o Neuropeptideo Y e o Agouti Related Protein (AgRP), e também os anorexígenos que produzem o Transcrito Regulado por Cocaína e Anfetamina (CART) e o peptídeo de melanocortina (a-MSH) proveniente do Pró-opiomelanocortina (POMC) (RIBEIRO et al, 2007). Respostas diferentes serão executadas pela Leptina nas sub-regiões hipotalâmicas e, quando ligada ao ObRb (receptor de Leptina) dos neurônios orexígenos inibe a ação destas células reduzindo a liberação de NPY e AgRP. A Leptina, em contrapartida, estimulara a ação dos neurônios anorexígenos através do aumento na liberação da a-MSH e CART, portanto, quando existe aumento na concentração de leptina no sangue, irá inibir os neurônios NPY/AgRP bem como estimulara os neurônios a-MSH/CART, reduzindo a ingestão alimentar (RIBEIRO et al, 2007). A maioria dos indivíduos obesos possuem altos níveis plasmáticos de leptina, correlacionados à quantidade de tecido adiposo, sendo encontrado em determinados estudos certa quantidade de ácido ribonucleico Página 300 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica mensageiro (RNAm) para leptina no tecido adiposo, portanto a maioria dos obesos não sofrem de deficiência ou falta de leptina (NEGRÃO; LICINO, 2000). Ao contrário, indivíduos obesos possuem elevada concentração de Leptina, o que indica uma possível resistência a Leptina. Ribeiro et al. (2007) pontuam as prováveis causas desta resistência que se explica através de alterações dos receptores hipotalâmicos (down regulation) o qual diminuem sua expressão na superfície celular e consequentemente diminuindo a resposta desse hormônio. Existem evidencias de que a leptina atue também em tecidos periféricos visto que seus receptores são encontrados em vários órgãos e tecidos do corpo. Por isso, a leptina por meio de ações periféricas diretas no metabolismo de lipídios, seria capaz de regular a homeostase energética (ZHANG et al., 1994). Os primeiros a notarem a ação da leptina no tecido adiposo foram Bai et al. (1996), notaram que esse peptídeo suprime a síntese da enzima acetil-CoA carboxilase, que nos pré-adipócitos é usada na biossíntese de ácidos graxos (AG) a nível tecidual, sendo assim notória a não participação do cérebro nesse processo, evidenciando assim a existência de receptores no tecido adiposo. Segundo Minokoshi et al. (2002), a leptina por meio da ativação da proteína quinase ativada por AMP (AMPK) é capaz de aumentar a oxidação de ácidos graxos. AMPK possui papel essencial na regulação da oxidação de AG por ser um indicativo intracelular de energia. Devido à quebra de Adenosina trifosfato (ATP) para Adenosina monofosfato AMP, a AMPK é ativada iniciando processo para gerar ATP (ex: oxidação de AG) e também coíbe gasto de ATP (ex: síntese de AG). Com isso, como pontua Minokoshi et al. (2002) torna-se mais fácil a habilidade celular de restaurar a homeostase energética. A leptina é capaz de aumentar a depleção de triacilgliceróis por meio da AMPK e ainda promover a lipólise no musculo esquelético e tecido adiposo branco. Insulina A Insulina foi o primeiro sinal de adiposidade a ser exposto, sua concentração sérica é proporcional à adiposidade. A partir de seu efeito anabólico a insulina é capaz de induzir uma maior captação de glicose, fazendo com que haja uma queda na glicemia (HALPERN; RODRIGUES; COSTA, 2004) Um importante papel da insulina se dá no sistema nervoso central, ela é capaz de provocar a saciedade, elevar o gasto de energia e controlar a ação da leptina. É capaz de atrasar o esvaziamento gástrico, o que prolonga a saciedade devido a produção de hormônios intestinais como Glucagon-like-peptide (GLP-1) (HALPERN; RODRIGUES; COSTA, 2004). Sabe-se que no fígado, quando há excesso de carboidratos, a Insulina tem uma ação de estimulo à síntese de ácidos graxos. Evidencia-se indícios que tais efeitos deste hormônio ocorressem devido ao aumento de Sterol Regulatory Element Binding Protein (SREBP-1) (SAKAKURA et al., 2001). A isoforma SREBP-1C é capaz de aumentar a transcrição de genes no fígado que são controlam a síntese de ácidos graxos a partir de carboidratos, entre eles tem-se a AcetilCoA carboxilase (ACC) que vai converter AcetilCoA em MalonilCoA e Ácido graxo sintetase (FAS), o qual transforma MalonilCoA em Palmitato (CARVALHEIRA; ZECCHIN; SAAD, 2002). Outro ponto importante, é que a insulina no tecido adiposo diminui a lipólise ao inibir a enzima Lipase Hormônio Sensível (LHS) (ANTHONSEN et al., 1998). Essa enzima é ativada pela PKA (Proteína Kinase Dependente de AMPc). A Insulina inibe a ação da PKA ao ativar a Fosfodiesterase AMP cíclico especifica (PDE3B), que diminui o volume de AMP cíclico dentro do adipócito (KITAMURA et al., 1999). A Insulina inibe também a glicogenólise e gliconeogênese hepática. No SNC um papel relevante da proteína serina/treonina quinase B(Akt) é forforilar a Forkhead/wingedhelix Foxo (ALESSI; COHEN, 1998). A Foxo faz parte de um grande conjunto de fatores de transcrição responsáveis por modular genes implicados em um grande número de funções celulares - diferenciação, proliferação e sobrevivência celular (GRINIUS et al., 2006). Possuem muitas isoformas FOXO1, FOXO3a, FOXO4 e FOXO6 (HUANG; TINDALL, 2007). Página 301 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica No hipotálamo, os sinais periféricos originados pela ação da Insulina fosforilam o fator de transcrição Foxo1 e dessa forma, controlam importantes neuropeptídeos envolvidos no controle da fome e saciedade (VELLOSO, 2006). A ação da Foxo1 nos núcleos celulares hipotalâmico se dá através da transcrição de neuropeptídios orexigênicos e anti-termogênicos, causando maior ingesta alimentar e diminuição da termogênese. Mecanismo que é de extrema importância na manutenção do equilíbrio energético nos períodos em jejum. Em contrapartida, em período pós-prandial, o papel que a Insulina exerce no hipotálamo irá levar a uma inativação e degradação da foxo1, que causa um aumento na transcrição de neuropeptídios anorexígenos e pró-termogênicos. Portanto qualquer desequilíbrio nestes mecanismos de regulação neural do equilíbrio energético, é relacionado a obesidade (KIM et al., 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS Estes hormônios agem sobre diversas vias metabólicas, podendo além de regular o apetite, ser também capazes de influenciar na síntese e degradação de diferentes substratos sobre os mais variados tecidos, cada um à sua maneira. Vale ressaltar que algumas questões como os mecanismos de “cross-talk” entre estes hormônios, ainda devem ser mais estudados. Assim, a Leptina, Insulina e Grelina agem diretamente no controle do apetite, tendo influência sobre o balanço energético do indivíduo e consequentemente no peso corporal, sendo que esta influência pode ocorrer de maneira central ou periférica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALESSI, D.R.; COHEN, P. Mechanism of activation and function of protein kinase B.Current Opinion in Genetics e Development. v.8, n.1, p. 55-62, 1998. ANTHONSEN, M. W.; RONNSTRAND, L.; WERNSTEDT, C.; DEGERMAN, E.; HOLM, C. 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CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO – UNIÍTALO SÃO PAULO, SP. [email protected] RESUMO A pesquisa enfocou o tema da musculação à luz de uma compreensão na melhoria da qualidade de vida para portadores de hérnia de disco. O presente artigo, de revisão teórica, buscou pesquisar as contribuições do treinamento resistido para o portador de hérnia de disco, importância e métodos de treinamento, numa visão de desenvolvimento físico. Nesse sentido, o treino foi compreendido como caminho para a busca da melhoria na condição física e deve ser trabalhado periodicamente, com repetições, cargas e intervalos programados, tanto quanto em número de séries quanto em dias de descanso. Quanto aos aspectos metodológicos foram realizadas pesquisas noScielo, Biblioteca Virtual em Saúde, revistas de Fisioterapia e pesquisas na Biblioteca Dante Alighieri com uma periodicidade de 22 anos.A partir da pesquisa foi possível compreender que o treinamento resistido, quando orientado de forma adequada para os praticantes, apresenta inúmeros benefícios, tendo em vista os físicos, como melhoria da postura e livramento das dores causadas pela lesão pesquisada. Palavras Chaves:Musculação, Hérnia de Disco, ExercíciosFísicos. ABSTRACT The research focuses on the topic of weight in the light of an understanding on improving the quality of life for herniated disc patients. This article, the literature review, sought to investigate the contributions of resistance training for the herniated disc carrier, importance and methods of training, a physical view. In this sense, the training was understood as a path to seeking to improve the physical condition and should be worked periodically with repetitions, loads and scheduled intervals, as well as in number of sets as in days of rest. As for the methodological aspects were carried out research in Scielo, Virtual Health Library, journal Physical Therapy and research in Dante Alighieri Library at intervals of 22 years. From the research it was possible to understand that resistance training when directed appropriately for practitioners, presents numerous benefits, in view of the physical, such as improving posture and deliverance from pain caused by injury searched. Key Words: Exercise, Herniated Disc, Physical Exercises. INTRODUÇÃO A hérnia de disco pode surgir devido a estresses diários, quedas, má alimentação, tabagismo, má postura, forças excessivas, sobrecarregando o corpo e pressionando os discos intervertebrais (MAITLAND; CORRIGAN, 2005). A hérnia de disco é uma alteração que pode acometer qualquer parte da coluna vertebral, porém sendo mais frequente na região lombar. A composição do disco intervertebral é responsável pela hidratação do núcleo e pela distribuição das pressões uniformes sobre o anel. Com a diminuição dos componentes hídricos do disco, ocorre um aumento da pressão sobre as fibras anulares que se tornam suscetíveis a rupturas (BARROS FILHO et al, 2003).Surge como resultado de pequenos traumas na coluna que vão com o passar do tempo lesando as estruturas do disco intervertebral, ou pode Página 305 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica acontecer como consequência de um trauma severo sobre a coluna e podem ser assintomáticas ou sintomáticas (SANTOS, 2003). A lesão discal, normalmente, quando não resultada de um trauma grave, não ocorre durante um esforço agudo do tronco. Ela ocorre durante a vida inteira, por pequenas lesões sobre o disco intervertebral. A lesão comumente se inicia na Cartilagem articular, que na verdade é por onde passa a grande parte da nutrição do Disco Intervertebral. Após estas pequenas lesões na cartilagem articular a nutrição discal fica reduzida. Essa redução causa diminuição de diversas células importantes ao disco, inclusive as células responsáveis pela absorção de água. Diminuindo a hidratação, o Disco fica menos maleável, e seu tamanho diminui progressivamente. Como temos lesões da cartilagem, e ainda, o disco desidratado, fica mais fácil o processo de extrusão do Núcleo Pulposo. A unidade funcional vertebral ”Corpo – Disco – Corpo” fica desequilibrada e assim aumentam os estresses sobre determinadas áreas. As alterações de movimento, ou seja, alterações mecânicas acabam forçando o núcleo para o “trilho” formado pelas lesões cartilaginosas e o anel fibroso desidratado. Assim temos previamente lesões crônicas, que quando sofremos um trauma ou realizamos um esforço grande, ocorre à migração do núcleo (GOMES; MONTEIRO NETO, s/d). A problemática da pesquisa foi formulada pela questão: Será possível que uma atividade que usa de todo o corpo e gera impactos durante sua prática seria indicada para quem tenha lesões na coluna? Trata-se de um estudo referencial bibliográfico de aspecto descritivo que visa contribuir e explicitar teoricamente sobre o assunto, baseada em fontes como livros de acervo particular, pesquisas de artigos eletrônicos, expostos em bancos de dados como o Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde, periódicos e revistas de Fisioterapia. Contribuindo assim, para o processo de síntese e análise dos resultados e discussões de vários estudos, criando assim um corpo de literatura compreensível. COLUNA VERTEBRAL Para Xavier, et al.(1997) a coluna vertebral é formada por 33 vértebras, cujo conjunto tem a função de apoiar outras partes do esqueleto. Cada vértebra é constituída de corpo, forame e um processo espinhoso, um prolongamento delgado da vértebra; e ligada às demais por articulações denominadas discos intervertebrais. A coluna vertebral tem suas vértebras distribuídas de acordo com a região em que estão sendo 7 na cervical, 12 torácica, 5 lombar, 5 vértebras fundidas na região sacral e 4 coccígeas. As vértebras são compostas por estruturas denominadas: corpo, pedículos, lâminas e apófises ou facetas articulares. Entre as vértebras situam-se os discos intervertebrais (24), cuja função principal é amortecer impactos. A coluna vertebral proporciona um eixo parcialmente rígido e parcialmente flexível para o corpo, sendo fundamental para a manutenção da postura, sustentação do peso corporal, locomoção e proteção da medula espinhal. Dentro das estruturas ósseas da coluna passa a medula espinhal dentro do canal medular.A medula origina-se no cérebro e vai geralmente até a altura da primeira vértebra lombar. Os nervospartem da medula espinhal e levam e trazem mensagens entre o cérebro e o restante do organismo. Dos dois lados de cada vértebra, encontram-se os forames vertebrais, que formam um túnel por onde passam os nervos que saem da medula e se distribuem para o corpo (KNOPLICH, 1982; NATOUR, 2000). A menor unidade funcional em movimento da coluna é composta por um par de vértebras adjacentes, duas articulações sinoviais (zigoapofiseas ou zigopofisárias) e o seu correspondente complexo discoligamentar (WILSEL, 1996 apud WETLER; ROCHA JUNIOR; BARROS, 2004). O disco se encontra entre todas as vértebras funcionais (exceto C1 e C2) e disposto em quatro camadas, que serão descritas num plano sagital: a mais externa composta por uma densa lâmina de colágeno, a intermediária (de fibrocartilagem), uma zona de transição e o núcleo pulposo, sendo que na face posterior do disco, as lâminas são mais finas e menos numerosas (WETLER; ROCHA JUNIOR; BARROS, 2004). A expressão hérnia de disco é usada como termo coletivo para descrever um processo em que ocorre ruptura do anel fibroso, com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaços intervertebrais, comuns ao aspecto dorsal ou dorso- lateral do disco (BARROS FILHO; BASILE JUNIOR, 1995).Os problemas mais severos dessa afecção têm sido as razões mais frequentes de dispensa do trabalho por incapacidade (ATLAS et al., 2000). Página 306 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Esse processo ocorre com mais frequência em indivíduos entre 30 e 50 anos, embora possa também ser encontrado em adolescentes e pessoas idosas e mais raramente em crianças (GARRIDO, 1993; MAYER et al.,1996; OBUKHOV et al.,1996; BORTOLLETO; PRATA; SANTOS, 1998). A hérnia de disco é considerada uma patologia extremamente comum, que causa séria inabilidade em seus portadores e por esta consequência, constitui um problema de saúde pública mundial, embora não fatal (LONG et al.,1996). Afirma-se que 80% da população mundial adulta têm ou terão lombalgia, 30 a 40% desta população mostram de forma assintomática hérnia de disco lombar (ORTIZ; ABREU, 2000) e 2 a 3% já estão acometidos pelo sintoma desta patologia, cuja prevalência acima dos 35 anos é de 4,8% no universo masculino e 2,5% no feminino. A idade média para o aparecimento da primeira crise de dor é de aproximadamente 37 anos, sendo que em 76% dos casos há antecedente de dor lombar uma década atrás (NEGRELLI, 2001). A dor que acompanha e caracteriza a hérnia de disco é geralmente causada por herniação, degeneração do disco e por estenose do canal espinal (MAGNAES, 1999 apud NEGRELLI, 2001). Entretanto, esses processos, por si só, não são responsáveis pela dor e por isso devem ser também contabilizadas a compressão mecânica e as mudanças inflamatórias ao redor do disco e da raiz do nervo (CORTET; BOURGEOIS, 1992 apud NEGRELLI, 2001). MUSCULAÇÃO A musculação durante a sua história sempre foi uma atividade envolvida por mitos e muito de empirismo, ficando muitas vezes reservada apenas para atletas de levantamento de peso e fisiculturistas. Atualmente com os diversos estudos científicos realizados, a musculação vive uma fase evolutiva em sua história, sendo considerada como um importante meio de obtenção de benefícios que proporcionam melhorias significativas na qualidade de vida daqueles que a praticam (COSTA, 2004). Segundo Pereira (2005), a musculação é uma prática sustentada nos princípios de treinamento com pesos e é um mecanismo mais eficiente na indução de respostas fisiológicas ao exercício. Musculação significa um aumento de massa muscular. Como este objetivo é mais facilmente obtido por meio de exercícios resistidos, o termo costuma ser utilizado para designar o próprio treinamento com pesos (MOTA et al., 2003). Para Ferreira (1999) a musculação é o conjunto de ações musculares, conjunto de exercícios de ginásticas destinados a desenvolver e fortalecer os músculos do corpo. Apenas recentemente têm-se observado iniciativas quanto à aplicação de programas de exercícios físicos relacionados à promoção da saúde, sendo a grande maioria direcionada a combater agravos crônicodegenerativos de característica cardiovascular e metabólica, como doenças do coração e obesidade. Pouco esforço é gasto, ainda, em programas de atividade física relacionada à saúde, envolvendo o sistema osteomioarticular, tendo como exemplo a lombalgia (TOSCANO; EGYPTO, 2001, p. 132). BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA PORTADORES DE HÉRNIA DE DISCO Referindo-se a importância dos exercícios físicos Cecin (2001) e Rash (1991) afirmam que os exercícios aeróbios e os de fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral são comprovadamente eficazes, sendo que músculos abdominais fortes protegem a região lombar de diversas atividades perigosas. De acordo com Rash (1991, p. 122) “o desequilíbrio entre a força da musculatura dorsal e da abdominal, pode criar, um desvio pélvico, alterando a curvatura lordótica e subsequentemente sobrecarregando o disco vertebral”. A flexibilidade da cintura pélvica e escapular deverá acrescentar as musculaturas agonistas e antagonistas, sem impor estresse na coluna lombossacra e cervical durante o exercício. A flexibilidade limitada pode provocar dor, ou ser resultado da restrição de alongamento fisiológico devido à inatividade. Após um episódio agudo, tenta-se recuperar a flexibilidade simultaneamente com um programa de fortalecimento Página 307 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica muscular. Os alongamentos ativos e passivos repetidos são de grande valor para recuperar ou manter o alongamento fisiológico das fáscias, músculos, tendões, ligamentos e cápsulas das articulações sinoviais (CAILLIET, 2003; QUINTANILHA, 2002). A deficiência dos músculos extensores de tronco deve ser considerada na elaboração de programas de exercícios em sujeitos com dores lombares. Os músculos extensores do quadril desempenham um importante papel em auxiliar indiretamente os músculos eretores espinhais na estabilização da coluna lombar e na prevenção de dor nesse segmento vertebral (GONÇALVES, 2005; BARBOSA, 2005). A deambulação (caminhada) é uma ótima opção aeróbia, ela promove pouco impacto, e nela ocorre uma pequena torsão de tronco, girando-o gradualmente e estirando suavemente as fibras anulares do disco vertebral em grau fisiológico de alongamento, favorecendo a nutrição e rigidez do disco, não esquecendo também do grande valor do ponto de vista metabólico e cardiovascular (NEGRELLI, 2005; CAILLIET, 2003). Segundo Cailliet (2001, p. 251) o exercício físico como forma terapêutica é altamente desejável e realístico para a restauração da área afetada, essa afirmativa implica que o exercício é dirigido principalmente para a deficiência funcional do trauma. O exercício físico é uma forma poderosa para recuperar a força, a resistência, a flexibilidade, além da mobilidade. Situações patológicas nas quais os efeitos benéficos dos exercícios resistidos têm sido documentados e incluem: artroses, osteoartrites crônicas, tendinites crônicas, discopatias em geral (degeneração discal e hérnias de disco) dores posturais, entre outras doenças metabólicas, cardiovasculares e musculoesqueléticas. Os exercícios resistidos são seguros desde que orientados com precisão, pois a posição corporal, as cargas e as amplitudes podem ser adequadamente adaptadas em função de qualquer limitação (SANTARÉM, 2006). Um importante fator de proteção à coluna é a prática dos exercícios resistidos juntamente a alongamentos específicos. A prática da musculação torna a pessoa mais forte, mais à probabilidade de lesões na sua prática existem, portanto, a seleção dos exercícios, o volume e intensidade destes exercícios podem se não prescritos adequadamente, contribuir para desordens da coluna (TOSCANO; EGYPTO, 2001). Os exercícios de fortalecimento de tronco, membros superiores e inferiores são fundamentais para dar suporte ao corpo e aumento da resistência à fadiga, com o propósito de minimizar as sobrecargas na coluna vertebral(SANTOS, 2006; GREVE, 1999; AMATUZZI, 1999). DISCUSSÃO Autor e Ano Nº de Sujeito Participantes Mejia 85% dos casos possui dor lombar Objetivo do Estudo Demonstrar o tratamento da Hérnia de disco por meio da cinésiologia. Técnica da Rresultados Coleta de Dados Lima, Revisão de A Hérnia de (ano) Artigos disco ocorre por uma combinação de fatores biomecânicos. Vialle, Vialle, 15 anos de Discutir Estudo A Cirurgia é Henao, pesquisa com principais realizado por indicada por Giraldo, 2010. homens de +/- aspectos de um grupo de falha no 40 anos. epimideologia coluna da HUC. tratamento ou diagnóstico e progressão dos tratamento. sintomas neurológicos. Página 308 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Torma, Ritzel, 16 sujeitos Vaz, 2015. experimental 8 sujeitos controle Caracter investigativo experimental pacientes no treinamento musculação 30 seções e vezes por semana. 111 adultos de Investigar a Auto 18 a 59 anos. prevalencia e preenchimento os fatores de questionário associados. e revisão literária. Scopel, 2013 Wetler, rocha 80% da Jr, Barros, população 2004. adulta em média 35 anos. Negrelli, 2001 Investigar os efeitos através do treinamento de força. No treinamento de 10 semanda aumentou a massa muscula diminuindo o percentual de gordura. Profissionais de Educação Física devem estar atentos a correta eficiencia do movimento. Atividade Física 30 artigos como parte relacionado ao fundamental tema. no tratamento de Individuos com Hérnia Distal Lombar. A atividade física ajuda o tratamento da dor. O profissional de Educação Física atua como manutenção para evitar crises agudas de dor. 2 a 3% da Terapia população Consevadora Adulta sendo 2,5% homens e 4,8% mulheres acima de 35 anos. Revisão dos Principais Artigos de acordo com a literatura. Modesto & Influencia do 119 individuos Greguol, 2014. Treinamento masculino e 73 Resistido feminino entre 15 e 49 anos Felipe 2015. et 6 a 9 exerc. 2 series de 8 a 12 repetições período de 6 a 24 semanas. al. Treinamento 12 3 exerc. de Força participantes Membro Muscular de 15 a 35 anos superior e 3 inferior, 1 a 3 serie de 8 a 12 repetições período 12 semanas. Página 309 Existe uma grande variação de opnião dos especialistas por falta de metodologia sistemática. Melhora na variável de força, equilíbrio e composição corporal. Melhora da massa corporal e resistência muscular. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica CONCLUSÃO É necessário ter um olhar crítico sobre o tema, reconhecer sua complexidade, mas as suas contribuições e, ainda, sua legitimidade enquanto componente de treinamento físico responsável na melhoria da qualidade de vida de seus praticantes. Portanto, os professores devem adaptar sua metodologia aprendendo a se comunicar com a linguagem dos alunos, para tornar o ensino do treinamento resistido mais interessante para os portadores da hérnia de disco. Mostrando para os mesmos e seus familiares os resultados que terão com a prática do exercício. A partir dos levantamentos teóricos, foi possível compreender que a musculação, tendo em vista na qualidade de treinamento resistido, e em alta na mídia e população em geral, pode contribuir com desenvolvimento físico, para os praticantes. Para tanto, faz-se necessário que o professor saiba usar de métodos adaptados que venham a beneficiar e estimular o praticante. Importância do desenvolvimento físico e livramento das dores devem ser caracterizados como busca para o portador de hérnia de disco procurar academias para praticar o treinamento resistidos, visto os demais benefícios gerados à partir da pratica do exercício. REFERÊNCIAS ALLSEN, P. E; HARRISON, J. M; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida: uma abordagem personalizada. 6. ed. São Paulo: Manole, 2001. ATLAS, S.J., CHANG, Y., KAMMANN, E., KELLER, R.B., DEYO, R.A., SINGER, D.E. Longtermdisabilityandreturntoworkamongpatientswhohave a herniatedlumbardisc: theeffectofdisabilitycompensation. J Bone Joint SurgAm 82: 4-15, 2000. BARROS FILHO, T.E.F.; BASILE JÚNIOR, R. Coluna vertebral: diagnóstico e tratamento das principais patologias. São Paulo: Sarvier, 1995. CAILLIET, R. Dor cervical e no braço. 3ª ed. Porto Alegre: Manole, 2003. CALLIET, R. 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De posse de dados desta natureza, é possível traçar programas e estratégias que aumente a longevidade dos idosos dentro de parâmetros saudáveis. Há unanimidade na literatura atual que o estilo de vida adotado reflete de modo significativo na qualidade de vida da pessoa idosa. Neste contexto, a prática de exercício físicos, além de outras variáveis contribui para minimizar ou retardar as alterações negativas do envelhecimento na capacidade funcional e estrutural dos idosos. Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo geral avaliar geral a capacidade funcional de idosas, a partir da Taxonomia de Gentile, praticantes do Programa Body Vive. Determinaram-se os seguintes objetivos específicos: a) verificar o nível de capacidade funcional das participantes em relação à coordenação; b) averiguar a capacidade funcional das participantes em relação ao equilíbrio; e c) analisar a situação da capacidade funcional das idosas enquanto praticantes de Body Vive. Os resultados apontaram que o desempenho das idosas na execução dos movimentos demonstrou os distintos níveis de habilidade da coordenação e do equilíbrio segundo a taxonomia de Gentile sendo que as maiores dificuldades de execução estiveram voltadas as ações mais complexas. A maioria das idosas não conseguiu bom desempenho nas ações de maior complexidade. PALAVRAS-CHAVES: Capacidade Funcional - Idoso - Taxonomia de Gentile. The increase in the elderly population worldwide has led researchers to invest in stocks that mitigate or delay the damage caused by natural degeneration of the human body. Among these actions, it is of great importance diagnostics on the functional conditions of this population. Possession of data of this nature, it is possible to draw strategies and programs that increase the longevity of the elderly within the healthy range. There is unanimity in the current literature that the life style adopted reflects significantly on the quality of life of the older person. In this context, the practice of physical exercise, and other variables contribute to minimize or delay the aging of the negative changes in the structural and functional capacity of the elderly. In this sense, this research aimed to evaluate the overall functional capacity of older, from the Gentile taxonomy, practitioners of Body Vive Program. The following specific objectives were determined: a) check the level of functional capacity of participants in relation to coordination; b) Determine the functional capacity of participants in relation to the balance; and c) to analyze the situation of the functional capacity of older as practitioners of Body Vive. The results showed that the performance of the elderly in the execution of movements demonstrated the different skill levels of the coordination 15 Profissional de Educação Física, Especialista em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. 16 Profissional de Educação física, Mestre em Educação pela Universidade Tecnológica Intercontinental. 17 Doutora em Sociologia. Profª do Depto de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. Grupo de Estudos do Desenvolvimento e da Cultura Corporal e Centro de Estudos de Esporte e Lazer/Unir. 18 Doutor em Biologia Experimental. Profº do Depto de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. Centro de Estudos de Esporte e Lazer/Unir e Grupo de Estudos do Desenvolvimento e da Cultura Corporal. Página 312 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica and balance according to Gentile taxonomy and the highest implementation difficulties the most complex actions were directed. Most older did not perform well in more complex actions. KEYWORDS: Functional Capacity - Senior - Gentile's Taxonomy. INTRODUÇÃO O aumento considerável de idosos no Brasil tem gerado inquietações diversas por parte de pesquisadores e profissionais de distintas áreas de conhecimento. As preocupações têm mobilizado instituições e estudiosos em relação às condições e qualidade de vida que acompanham a expectativa de vida desta população. O envelhecimento é caracterizado por progressivas transformações anatômicas e funcionais que aumentam a probabilidade de ocorrências de disfunções e doenças, além da diminuição da capacidade funcional e estrutural. Estas perdas tornam a população idosa mais frágil e vulnerável aquisição de algumas doenças (Daley e Spinks, 2000). Apesar destas ocorrências, o declínio funcional de múltiplos sistemas orgânicos é um fenômeno natural durante o envelhecimento, embora guarde importantes desigualdades entre os indivíduos (Milagres et all, 2015). Dentre as diversas modificações características da idade se observam diminuição gradativa da força muscular além de prejuízos significativos na coordenação e no equilíbrio. Estas alterações comprometem a locomoção, ao tempo em que tornam as tarefas diárias mais difíceis de serem realizadas (MCARDLE,1998). Apesar de serem inevitáveis às consequências do envelhecimento, existe a possibilidade de se modificar ou atenuar este processo. Estudos indicam que a prática de atividades físicas podem tanto melhorar a capacidade funcional dos idosos, como também atuar preventivamente, retardando as alterações orgânicas decorrentes do envelhecimento (FERREIRA, 2003; VECCHIA, RUIZ, BOCCHI e CORRENTE, 2005). A literatura atual disponibiliza inúmeros métodos e técnicas para avaliação funcional de idosos. Um método disponível é a Taxonomia de Gentile. Trata-se de uma tabela de classificação para ser aplicado por fisioterapeutas como um guia destinado a avaliar as habilidades motoras de pacientes, através de requisitos da ação corporal com manipulação ou não de objeto (Gentile citado por Magill, 2002). Entretanto, o sistema também pode ser utilizado, com devidas adaptações, por profissionais que trabalham com o movimento corporal. No âmbito de atuação do profissional de educação física, pode ser utilizado como instrumento de acompanhamento, melhoria e manutenção das capacidades físicas do aluno. O Sistema de Taxonomia, Gentile (citado por Magill, 2002) considera duas categorias gerais para todas as habilidades: o contexto ambiental e a função da ação. Estas categorias estão subdivididas em dezesseis subcategorias, cujo agrupamento apresenta duas finalidades práticas: guia de avaliação sistemática e abrangente; e seleção das atividades adequadas à prática. A primeira categoria está relacionada com as condições reguladoras: estacionária e em movimento. A segunda, com a variabilidade intertentativas, informa se as condições reguladoras durante o desempenho de habilidades são as mesmas (ausente) ou se variam (presente) de um desempenho para outro. Considerando o exposto, esta pesquisa teve como objetivo geral avaliar a capacidade funcional de idosas, a partir da Taxonomia de Gentile, praticantes do Programa Body Vive. Determinaram-se os seguintes objetivos específicos: a) Verificar o nível de capacidade funcional das participantes em relação à coordenação; b) averiguar a capacidade funcional das participantes em relação ao equilíbrio; e c) analisar a situação da capacidade funcional das idosas enquanto praticantes de Body Vive. HABILIDADES MOTORAS COM ENFOQUE NA COORDENAÇÃO E EQUILÍBRIO Para a pessoa idosa, além da força, as capacidades de coordenação e equilíbrio são as mais importantes a serem desenvolvidas. Se tratam de habilidades físicas que contribuem para o avanço da capacidade funcional do indivíduo. Tanto a coordenação quanto o equilíbrio, podem ser aprimorados através da sequência sistematizada de movimentos e uma infindável variedade de combinações. Quanto maior o grau de complexidade tanto Página 313 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica maior será nível da habilidade exigida. Entretanto, na fase de envelhecimento devido o declínio marcante nas capacidades físicas, se verifica crescente diminuição do desempenho dos movimentos. Assim, a evolução no grau de complexidade do movimento perde importância frente aos avanços conquistados por cada indivíduo. A crescente diminuição do movimento motor das pessoas idosas conjuntamente com regressões gradativas nas atividades diárias resulta em déficit de coordenação e equilíbrio nesta população. Alguns movimentos não correspondem ou são executados de forma inadequada (GALLAHUE e OZMUN, 2003). Dentre os inúmeros métodos e programas de atividades físicas disponíveis para a população idosa, encontra o Body Vive. Trata-se de um programa de treinamento classificado como de baixa intensidade. Ao integrar exercícios aeróbios, o Body Vive apresenta-se como proposta de melhoria da saúde cardiovascular. Faz uso de implementos como bola e Rubber Bands (extensor de borracha) (Bodysystems, 2009). As aulas de Body Vive são pré-coreografadas e estão organizadas em 3 blocos com as seguintes características: 1) aquecimento; 2) habilidades físicas; e 3) relaxamento (Body System, 2009). Segundo histórico do Programa a Bodysystems (2009), dentre os inúmeros benefícios da Aula do Body Vive no organismo, estão a coordenação motora e o equilíbrio. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se um estudo descritivo, com o uso de técnica de observação direta e registro contínuo das informações. A população estudada foi composta de senhoras, integrantes do grupo de idosas do SESC, Porto velho/RO. Participaram da pesquisa 15 idosas, na faixa etária entre 64 a 80 anos. As mesmas foram informadas sobre a garantia da privacidade e sigilo das informações e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As sessões de Body Vive foram realizadas durante 3 meses, em uma academia da cidade de Porto Velho/RO. Ao final deste período foi realizada a avaliação da capacidade funcional da coordenação e do equilíbrio. Para a avaliação foi utilizada a Tabela de Taxonomia de Gentile (Magill, 2002). “Dentre as dezesseis subcategorias, para o estudo foram selecionadas apenas quatro delas, a saber: 1) Manipular a bola na altura do ombro, e acima do mesmo; 2) Manipular a bola em supinação; 3) Finalizar o movimento com transferência da bola; e 4) Transporte corporal com a bola”, conforme especificado na Figura 1. Para o registro da “não execução” ou da “deficiência na execução” de uma determinada ação, utilizou-se a palavra “Não”; para registro do êxito na execução de uma ação utilizou-se a palavra “Sim”. Figura 1. Quadrantes da Taxionomia de Gentile nas habilidades de coordenação e equilíbrio. Função da Ação Habilidades Trabalhadas Contexto Ambiental Quanto à trajetória Para Frente Direto Condições reguladoras estacionárias Manipular a bola na altura do ombro, e acima do mesmo Para Lateral Transferência Finalizar o Manipular a movimento bola em com supinação transferência da bola Transporte corporal com a bola APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS A Figura 2 ilustra os resultados averiguados quanto a coordenação. Neste caso, à execução das capacidades motoras de “Manipular a bola na altura do ombro, e acima do mesmo, para frente direto” em ambiente fechado, os resultados apontam-se satisfatórios para todas as idosas. Na categoria “Manipular a Página 314 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica bola em supinação para lateral”, das 15 participantes, 4 não conseguiram executar a tarefa com total exatidão. Já a “Finalização do movimento de transferência da bola”, da categoria transferência, não foi realizada por nenhuma das participantes do estudo. E finalmente, no que diz respeito ao “Transporte corporal com o implemento da bola”, 8 idosos apresentaram dificuldade na execução correta da ação. Figura 2 – Avaliação da coordenação quanto à trajetória Função da Ação COORDENAÇÃO Contexto Quanto à trajetória Ambiental Para Frente Para Lateral Transferência Transporte Direto Condições corporal reguladoras Manipular a bola Manipular a Finalizar o com a bola estacionárias na altura do bola em movimento com ombro, e acima do supinação transferência da mesmo bola Idosas 4 Sim Sim Não Não 4 Sim Não Não Não 7 Sim Sim Não Sim Quanto ao equilíbrio (Figura 3), os resultados apontam-se que 7 idosas executarão de modo satisfatório os movimentos relativos as capacidades motoras de “Manipular a bola na altura do ombro, e acima do mesmo, para frente direto”. Na categoria “Manipular a bola em supinação para lateral”, o resultado foi semelhante ao anterior: 7 idosas desempenharam a tarefa. Já no tocante, as subcategorias “Finalização do movimento com transferência da bola” e “Transporte corporal com o implemento”, nenhuma participantes logrou êxito. Os movimentos envolvidos nas subcategorias: “Finalização do movimento com transferência da bola” e “Transporte corporal com o implemento bola” se apresentaram com maior complexidade de execução para as idosas, tanto no equilíbrio quanto na coordenação. A complexidade se explica por se tratar de três ações em conjunto: manipulação de um implemento (no caso, a bola), a transferência deste material de uma mão para outra e o deslocamento, mencionado no quadrante como ”Transporte corporal”. Figura 3 – Avaliação do equilíbrio quanto à trajetória. Função da Ação EQUILÍBRIO Contexto Quanto à trajetória Ambiental Para Frente Direto Para Lateral Transferência Condições Manipular objeto Manipular reguladoras em na altura do Finalizar o objeto em movimento ombro, e acima do movimento supinação mesmo. Idosas 3 Não Não Não Não Não Não 5 7 Sim Sim Não Transporte corporal Não Não Não As dificuldades observadas na execução dos movimentos de passar a bola de uma mão para outra e ao mesmo tempo caminhar para frente e para trás, estão de acordo com o que diz a literatura sobre redução Página 315 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica da capacidade funcional no processo de envelhecimento (Daley e Spinks, 2000) e a dificuldade na realização de movimentos (GALLAHUE e OZMUN, 2003). Os resultados encontrados acompanham parcialmente os estudos de Milagres et all (2015) que indicam desigualdades nas ocorrências de declínio funcional dos idosos, conforme resultado apreciado nas subcategorias “Manipular a bola na altura do ombro, e acima do mesmo, para frente direto” e “Manipular a bola em supinação para lateral”. Entretanto, outros resultados apresentaram semelhança, a exemplo do que foi observado nas subcategorias “Finalização do movimento com transferência da bola” e “Transporte corporal com o implemento”, Apesar de estudos indicarem que a prática de atividades físicas pode melhorar a capacidade funcional dos idosos, a prática de Body Vive, executada pelas participantes, não garantiu a execução com êxito das ações propostas na avaliação funcional do Sistema de Taxionomia de Gentile. CONCLUSÃO O desempenho das idosas na execução dos movimentos demonstrou os distintos níveis de habilidade da coordenação e do equilíbrio segundo a taxonomia de Gentile. Os resultados apontam que as maiores dificuldades de execução estiveram voltadas as ações mais complexas. A atividade física (Body Vive) oferecida para idosas participantes do estudo não deu conta de garantir que todas elas fossem classificadas com bom desempenho em todas as categorias e subcategorias da avaliação funcional realizada. Entretanto, não se sabe qual a condição inicial da capacidade funcional das mesmas. Estas informações poderiam servir de parâmetro para conhecer com mais exatidão, uma possível evolução no fenômeno investigado após a prática do Body Vive. Recomenda-se que em outros estudos, a amostra seja submetida a mesma avaliação funcional, afim de comparar os resultados antes e após a prática da atividade física. REFERÊNCIAS BODY SYSTEMS. Workshop. Mix 6. Compact disc. Digital áudio. São Paulo , 2008 BODYSYSTEMS. Disponível em: <http://bodysystems.net/>. Acesso em: 18 Abril 2009. DALEY, M.J. e SPINKS, W.L. Exercise, mobility and aging. Sport Med. 29, 1. 2000. 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Página 316 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica AVALIAÇÃO DO PERFIL ALIMENTAR, USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E CONHECIMENTOS SOBRE NUTRIÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ACADEMIA EM IBITINGA – SP. MORENO, M. P.¹ CARVALHO, F.G.D.² ¹ENAF - Ribeirão Preto – SP – Brasil ²Departamento de Alimentos e Nutrição - FCFAR UNESP- Araraquara- SP- Brasil. Email: [email protected] RESUMO A alimentação e a atividade física vêm sendo muito utilizada como um dos principais recursos para alcançar aquele corpo impecável e desejado por muitos, visando a redução do percentual de gordura e o aumento a massa muscular, e com isso vem aumentando a utilização de recursos ergogênicos lícitos e ilícitos, principalmente entre os praticantes de atividade física.O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil alimentar e conhecimentos básicos de nutrição dos alunos de uma academia na cidade de Ibitinga/SP. Participaram desta pesquisa 53 alunos, sendo 21 mulheres e 32 homens, entre 18 e 36 anos de idade. Para a coleta dos dados foram utilizados questionários relacionados ao treino, alimentação e conhecimentos dos participantes, sem que houvesse interferência de terceiros nas respostas. A partir dos questionários constatou-se que maioria dos alunos praticava atividade física regularmente a mais de um ano, tendo como objetivo principal emagrecer (20,75%) e ganho de massa muscular (43,40%). Quanto a alimentação, 71,69% já seguiu algum tipo de dieta, sendo a maioria acompanhado por nutricionista. Apenas 33,96% fazem uso de suplementos alimentares, sendo o BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada) e o wheyproteinos mais utilizados. Foi possível observar que apesar da maioria tentar seguir uma alimentação saudável, porém ainda existe uma dificuldade em associar os alimentos e nutrientes, o que pode dificultar a obtenção dos efeitos desejáveis aliados ao treino. Desta maneira, concluí-se que os praticantes de atividade física poderiam obter melhores resultados se fossem acompanhados por um profissional devidamente capacitado para orientá-los em suas escolhas alimentares, evidenciando assim a importância da atuação do nutricionista da área de Nutrição Esportiva em academias. Palavras chave: alimentação, academias, suplementação ABSTRACT Foodintakeandphysicalactivityhasbeenwidelyused as astrategytoachieve asculpturalbodydesiredbymanypeople, in ordertodecreasebodyfatpercentageand build musclemass, andthismayincreasetheuse of legalergogenic aids alsobannedmethods, especiallyamongphysicallyactivepeople. The aimofthisstudywastoevaluatethedietary profile andbasicnutritionknowledgeofparticipantswere regular enrolled in a gyn in thecityof Ibitinga / SP. The studywasconductedwith53 participants, 21 womenand 32 men, agingbetween 18and 36 yearsold. A questionnairewasusedtoinvestigateparticipants training andfoodintakehabitsandnutritionknowledge, and a descriptiveanalysiswasdone. It wasfoundthatthe major oftheparticipantswereregurlarlyphysicalactive over a year, withtheprimarygoaltoloseweight (20.75%) andgainmusclemass (43.40%). Regardstofoodintake, 71.69% hasfollowed some kindof diet, mostofthemhavebeeninstructedby adietitian. Only 33.96% reportedtouse dietarysupplements, andthemostusedwere BCAA (branchedchain amino acids) Página 317 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica andwheyprotein. Althoughmostparticipantstriedtofollow a healthy diet, therewasobserved somedifficultiestoassociatefoodandnutrients, whichcancompromisetrainingresults. Thus, thestudyconcludesthatphysicallyactivepeoplewouldgetbetterresultsiftheycouldbeinstructedby a skilled professional in ordertoguidetheirfoodchoices, highlightigimportanceofsportsnutritiondietitiansworking in gyms. Keywords:foodintake, gym, supplementation INTRODUÇÃO Atualmente a busca por uma vida saudável e o culto ao corpo, tem deixado a alimentação e o exercício físico em evidência na vida de muitas pessoas. O treinamento esportivo,tem priorizado o rendimento máximo em relação àescultura do corpo, objetivando a perfeição corporale também a performance (HANSEN, 2004). A nutrição adequada contribui nitidamente para se atingir estes objetivos, tanto em atletas quanto em praticantes de exercício físico, já que é na alimentação que encontramos todos os nutrientes necessáriosparaauxiliar a reparação e a reconstrução muscular, além de minimizar efeitos negativos do treino(NABHOLZ, 2007). Visando os benefícios provenientes dos nutrientes, a suplementação alimentar tem sido utilizada como recurso ergogênico para obter resultados em curto período de tempo. O consumo de suplementos alimentares vem crescendo notavelmente, levantando dúvidas e debates sobre o seu uso adequado, já que os suplementos não substituem uma boa alimentação e devem ser usados apenas como complementos(INNOCENTE, 2006).A propaganda e marketing desses suplementos alimentares vêm repercutindo e atingindo inúmeros consumidores, destacando principalmente o uso em freqüentadores de academias, como os praticantes de musculação, que desejam desenvolver força muscular, melhora da performance e resultados estéticos(LOLLO; TAVARES; TAVARES, 2004). A grande preocupação é a falta de conhecimento desses consumidores, que são influenciados pela mídia ou orientados por pessoas desqualificadas quanto ao assunto, como os colegas de treino ou profissionais de outras áreas, induzindo a um comportamento alimentar inadequado para atingir seus objetivos(PAMPLONA; KAZAPI, 2004). Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Medicina e Esporte (2009), a preocupação com o uso abusivo dessas substâncias ergogênicas, vem crescendo, além do aparecimento de novas drogas e métodos, lícitos e ilícitos, que mesmo proibidos, são utilizados para melhorar o desempenho nas diversas práticas esportivas, o que muitas vezes não acontece. Para atletas de alto rendimento, uma alimentação balanceada e adequada é a base para obter o desempenho máximo, sendo o uso de outros recursos ergogênicos como estratégia complementar. Para os praticantes de exercício físico, apenas a dieta balanceada basta para manutenção da saúde e um bom desempenho físico (HERNANDEZ; NAHAS, 2009). As necessidades nutricionais devem seguir protocolos apropriados, correlacionando a modalidade esportiva, o treinamento, objetivos em relação ao desempenho, metabolismo basal, entre outros, evidenciando sua individualidade para manutenção ou melhora do desempenho esportivo e saúde (HERNANDEZ; NAHAS, 2009). Da mesma forma, que a deficiência de certos macronutrientes ou micronutrientes são prejudiciais, as grandes doses de suplementos podem ser altamente tóxicas. Por exemplo, a deficiência de ferro pode desencadear a perda da performance em exercícios de endurance, enquanto seu excesso cria desequilíbrios em outros minerais, especialmente na absorção de cobre, e seu uso prolongado pode gerar problemas cardiovasculares (CLARKSON; COLEMAN; ROSENBLOOM, 2002). Muitos estudos vêm apontando que o uso inadequado dos suplementos nutricionais, pode levar a problemas graves de saúde. Pereira (2014) avaliou o consumo de ergogênicos nutricionais em praticantes de musculação e observou que mais da metade relatou ter tido o resultado esperado, sendo a maioria não sentir qualquer efeito colateral, entretanto alguns afirmaram sensação de mal –estar como sintomas gastrintestinais e insônia. Paiva e colaboradores (2013) ao avaliarem maratonistas, também perceberam Página 318 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica sintomas gastrintestinais durante e após a maratona, tendo como suplementos mais consumidos o carboidrato gel e repositor hidroeletrolítico. Muitos suplementos têm sua eficácia comprovada cientificamente, porém a má administração e uso abusivo à longo prazo, podem gerar efeitos colaterais. Neste contexto podemos citar os suplementos proteicos que são utilizados por muitas pessoas que praticam atividade física, visando o aumento da massa muscular e força, mas que em seu excesso pode induzir a sobrecarga renal, desidratação e problemas cardiovasculares. Outro exemplo é a suplementação de creatina, em que existem rumores dos sérios riscos que podemtrazer a saúde devido a desidratação que pode ocasionar(POORTMANS; FRANCAUX, 2000). Vale também destacar que o uso de alguns suplementos que trazem benefícios ao organismo também pode ser prejudicial, como pode ser observado em alguns estudos com antioxidantes. Segundo a revisão de Braakhuis (2015), existem diversas condições que devem ser consideradas para se ter um bom resultado ou não, com a introdução de determinadas quantidades de nutrientes. Podemos citar o estudo de Magalhães (2005), que observou como a vitamina E pode melhorar o desempenho de atletas em altitude, mas pode prejudicar ao nível do mar. Na revisão feita por Braakhuis, foi possível observar que em indivíduos treinados algumas substâncias antioxidantes podem não ter os mesmos resultados como em indivíduos não treinados, exemplo disso, é a quercetina, o resveratrol e o teor de nitrato do suco de beterraba. Desse modo, vale ressaltar a importância da atuação do nutricionista em academias ou clubes, visando o planejamento e orientação nutricional adequados a cada indivíduo, visandoprincipalmente a manutenção da saúde,mas também a obtenção deresultados eficientes, minimizando erros cometidos pelos praticantes da atividade física(OLIVEIRA; TORRES; VIEIRA, 2008). OBJETIVO Sabendo da importância da alimentação balanceada aliado a prática do exercício físico, o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil alimentar, a utilização de suplementos alimentares e conhecimentos sobre nutrição dos alunos de uma academia em Ibitinga – SP. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo foi realizado com alunos de uma academia do município de Ibitinga/ SP, abordados de forma aleatória quando terminavam o treino e de forma voluntária, sendo que a maior parte desses alunos treinavam após as 18hrs da tarde. Participaram da pesquisa 53 pessoas, sendo 21 mulheres e 32 homens, entre a faixa etária de 12 anos a 36 anos. Foi utilizadoum questionário contendoperguntas de múltipla escolha aplicadas individualmente, a fim de coletar dados dos participantes, conhecimentos, preferências e hábitos alimentares, além de questões relacionadas àprática de atividade física. Os resultados obtidos foram tabulados em planilhas, sendo realizada a análise descritiva dos dados. RESULTADOS Através das respostas dos questionários constatou-se que a maioria dosentrevistados foi composta por indivíduos solteiros (as) (45%), com idade entre 18 e 30 anos (73,58%), e com ensino médio completo (50,94%), como pode ser observado na tabela 01. Página 319 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Tabela 1. Características pessoais dos entrevistados, em número de indivíduos e porcentagem, de uma academia da cidade de Ibitinga, 2015 (n=53). Características Nº % Gênero Masculino 32 60,38 Feminino 21 39,62 Idade < 18 anos 7 13,21 18 à 25 anos 24 45,28 26 à 30 anos 15 28,30 31 à 35 anos 4 7,55 36 à 40 anos 3 5,66 Escolaridade Fundamental completo 1 1,89 Médio incompleto 4 7,55 Médio completo 27 50,94 Superior incompleto 13 24,53 Superior completo 8 15,09 Estado Civil Solteiro 45 84,91 Casado 8 15,09 A maioria dos alunos que responderam ao questionáriopraticava exercício físico regularmente a mais de 1 ano, sendo que 20,75%tem como objetivo exclusivamente emagrecer e 43,40% hipertrofia muscular. A maioria dos alunos (62,26%) relatou realizar treinos de musculação associado ao treino aeróbio, com frequência de 4 a 5 vezes por semana.E 79,24% se sentem satisfeito com sua imagem corporal, mas ainda pretende melhorar. Página 320 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Figura 1. Objetivos da prática de atividade física, em porcentagem,de alunos de uma academia da cidade de Ibitinga, 2015 (n=53). Dentre a população pesquisada,71,69% já seguiu alguma dieta, sendo que destes 97,36% relataram que conseguiram alcançar o objetivo. E conforme pode-se observar na Figura2, 45,28% da população estudada foi acompanhada por nutricionista, sendo a maioria do gênero masculino. Figura 2. Estratégias nutricionais adotadas por alunos de uma academia da cidade de Ibitinga, 2015 (n=53). Observou-se que poucos fazem uso de suplementos alimentares (33,96%), sendo que o consumo ocorre em maior proporção entre os homens em comparação às mulheres, destacando-se os suplementos BCAA (77,78%) e wheyprotein (66,67%) os mais utilizados.Apenas 27,78% dos indivíduos que consomem suplementos relataram que este foram indicados por nutricionistas(Tabela 2). Tabela 2. Utilização dos suplementos alimentares, emnúmero de indivíduos e porcentagem, de alunos de uma academia da cidade de Ibitinga, 2015 (n=53). Suplementação N° % Uso de suplementos Sim Não 18 35 33,96 66,04 Indicação Amigo Nutricionista Professor/ Educador físico Amigo e Professor Vendedor de suplementos Outros 3 5 3 2 5 0 16,67 27,78 16,67 11,11 27,78 0,00 Suplementos utilizados Albumina BCAA Caseína Creatina 3 14 0 4 16,67 77,78 0,00 22,22 Página 321 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Tempo de uso Glutamina Hipercalórico Polivitaminicos Termogênicos WheyProtein Outros 5 2 0 2 12 0 27,78 11,11 0,00 11,11 66,67 0,00 algumas semanas 1 mês 2 meses 3 meses 1 1 1 10 5,56 5,56 5,56 55,56 1 ano Mais de ano 2 3 11,11 16,67 A tabela 3 apresenta os resultados sobre conhecimentos dos alunos com relação aos grupos de alimentos. Pôde-seconstatarque a maioria não respondeu de forma adequada pelo menos uma das três questões sobre carboidratos, proteínas e lipídios. Tabela 3. Conhecimentos com relação aos grupos dealimentosde alunos de uma academia da cidade de Ibitinga, 2015 (n=53). Ricos Lipídios 12 3 38 em Acertos Erros Erros Parcial Ricos em Ricos em Proteínas Carboidratos 25 20 2 3 26 30 Ricos Lipídios 0 21 4 1 0 0 42 3 em Arroz Azeite Carnes Frutas Legumes ou verdura Leite Margarina Pão Ricos em Ricos em Proteínas Carboidratos 1 43 0 0 51 2 3 11 5 7 28 1 0 0 0 40 Quanto àfrequênciaalimentar dos indivíduos, observa-se na tabela 4que a maioria não tem o hábito de beber refrigerantes, e raramente consome alimentos ricos em gorduras e açúcares. Página 322 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Tabela4.Frequência alimentar semanalde alunos de uma academia da cidade de Ibitinga, 2015 (n=53). Frequência semanal Alimentos 0 1 2 3 4 Salada Crua Legumes e verduras cozidos Frutas 2 4 Feijão Leite e derivados Frituras Embutidos Doces e guloseimas Refrigerante Bebidas Energéticas 5 6 7 2 8 3 6 9 2 7 8 6 7 8 3 8 5 8 5 2 4 18 11 23 6 1 21 17 2 4 1 2 5 4 8 6 5 10 18 32 21 22 3 6 9 9 16 31 43 21 14 7 14 7 2 2 1 1 DISCUSSÃO O presente estudo realizou a aplicação de questionário em frequentadores de uma academia em Ibitinga/SP, para coletar dados sobre a prática esportiva, hábitos e conhecimentos sobre alimentação. Constatou-se que o ganho de massa muscular (43,4%) e o emagrecimento (20,75%)são os principais objetivos que motivam a população estudada a manter a prática esportiva, e estão de acordo com várias pesquisas realizadas em academias (PEREIRA, 2014; PEREIRA; CABRAL,2007). Para Pereira (2014) as principais razões para a prática esportiva em uma academia de Barra do Piraí (RJ) foramganho de massa muscular sem excesso (56,57%), hipertrofia (32,89%) e emagrecimento (27,63%). Pôde-severificar neste estudo que quase 34% dos indivíduos fazem uso de algum tipo de suplemento. Resultados semelhantesforam encontradosporPereira e Cabral (2007), em que 38,3% dos participantesconsomem ou consumiram suplementos, e no estudo de Rocha e Pereira (1998), constatousepredomínio de 32% dos indivíduos.Hallak, Fabrini e Peluzio (2007) observaram em frequentadores das academias da zona sul de Belo Horizonte/MG que o percentual do uso de suplementosera bem maior (81,2%) da população estudada. Vale ressaltar ainda que aproximadamente 72% dos entrevistados relataramque a suplementação foi indicada por amigos,por profissionais de educação física e até mesmo vendedores de suplementos. No estudo de Pereira e Cabral (2007), a indicação pelo profissionalde educação física foi de 50%, e apenas 10% por prescrição de um nutricionista.Estes resultadosevidenciam que os alunos recebem informações e indicações sobre consumo de suplementos de profissionais não habilitados para prescrição nas academias, o que os leva a aderirem à suplementação sem acompanhamento especializado. Os suplementos mais utilizadosentre os participantes da pesquisa são os proteicos, em evidencia o wheyprotein e BCAAs, como estratégia para ganho de massa muscular.Já Alves e Navarro (2010) investigaram o consumo de suplementos em frequentadores das academias de Potim/SP e observaram queos suplementos proteicos também foram os mais consumidos, destacando-se o wheyprotein e a creatina.Esteconsumo superior de suplementos a base deproteínas deve-se ao fato dos praticantes de Página 323 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica atividade física acreditarem que este nutriente maximizaria o desenvolvimento muscular, já queas proteínassão fundamentais para recuperação muscular, principalmente após a prática de exercício físico, porém estes indivíduosesquecem-se de considerar a quantidade a ser consumida para obter o resultado desejável e também a importância do ajuste da ingestão calórica total para obter bons resultados (HERNANDES e NAHAS, 2009). Foi possível avaliar neste trabalho que os participantes da pesquisa demonstraram moderado conhecimento quanto aos conceitos básicos de nutrição e alimentação saudável, porémestes apresentamdificuldades em relacionar os alimentos ao tipo de macronutrienteque contém.Resultado semelhante ao encontrado no presente estudo também foi constatadopor Moreira e Rodrigues (2014), os quais avaliaram o conhecimento nutricional e suplementação alimentar em praticantes de exercícios físicos da cidade de Pelotas, RS. Noestudo de Moreira e Rodrigues (2014) foi possível observar que 45,28% dos entrevistados já tiveram orientação alimentar por nutricionistas, porém quando questionados sobre suplementação, dos 33,96% que fazem ou já fizeram uso de suplementos, a maioria (72,23%) respondeu que foramrecomendados por amigos ou profissionais não capacitados para esta prescrição, inclusive pelo próprio educador físico. Oliveira, Torres e Vieira (2008), analisaram a opinião de praticantes de musculação de academias de Maceió/AL, e puderam observar que 94% consideramque a orientação do nutricionista é importante para quem pratica exercício físico, por isso desejam ter a presença deste profissional na academia. Portal et al (2009), avaliou os conhecimentos nutricionais de educadores físicos em academias de Belém/PA, e o resultado apontou um conhecimento insuficiente sobre nutrição direcionada a prática esportiva, além de mostrar também que esses profissionais acabam orientando os alunos de forma empírica quanto à alimentação e suplementação, ressaltando assim a importância de profissionais qualificados em nutrição esportiva em ambientes destinados a prática de atividade física a fim depromover hábitos alimentares mais saudáveis e também minimizar atitudes inadequadas que podem trazer riscos para. CONCLUSÃO Concluíu-se que a população estudada tenta consumir uma alimentação equilibrada para atingir seus objetivos, porém ainda são escassos os conhecimentos sobre os alimentos, o que leva-os a cometerem alguns errosalimentaresque podem prejudicaros resultados esperados. Os resultados obtidossinalizam a necessidade da atuação mais intensado profissional nutricionista nas academias, preferencialmente os que atuam na área esportiva, com a finalidade de acompanhar e orientar os alunos de forma eficaz para atingir seu objetivo pessoal, e ainda promover hábitos mais saudáveis. REFERÊNCIAS ALVES, S.C.R; NAVARRO, F. O uso de suplementos alimentares por freqüentadores de academias de Potim/SP.Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v.4, n.20, p.139-146, mar./abr. 2010. BRAAKHUIS, A.J; HOPKINS, W.G. Impact of Dietary Antioxidants on Sport Performance: A Review.Sports Med, v.45, p.939–955.2015. CLARKSON, P; COLEMAN, E; ROSENBLOOM, C. 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Emagrecer, perder peso Hipertrofia (ganho de massa muscular) Definição muscular Levarumavidamaissaudável Outros ___________________ 3. Quantasvezesvocêtreinaporsemana? 1 vez/ semana 2 vezes/ semana 3 vezes/ semana 4 vezes/ semana 5 vezes/ semana 6 vezes/ semana Todososdias 4. O seutreinoconsiste em: Apenasmusculação Apenasaeróbio (esteira, bicicleta..) Musculação + aeróbio 5. Fazalgumaoutraatividadefísica? Corrida Dança Futebol Lutas Outras___________________ 6. Tomaalgumtipo de suplemento? Sim Não 7. Quemindicou? Amigo Nutricionista Página 326 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Professor/ Educadorfísico Vendedor de suplementos Outros 8. Qual (is)? Albumina BCAA Caseína Creatina Glutamina ___________________ Hipercalórico (massa) Polivitaminicos Termogênicos WheyProtein Outros ___________________ 9. Háquanto tempo estáconsumindoestesuplemento? Algumassemanas 3 meses 1 mês 1 Ano 2 meses Mais de 1 ano 10. Percebeualgumresultado? Sim Não 11. Jáseguiualgumadieta? Não Sim, porcontaprópria Sim, dietas de internet ou de amigos Sim, com acompanhamento de nutricionista Sim, com acompanhamento de endocrinologistaounutrólogo 12. Conseguiualcançar o objetivo com a dieta? Sim Não Queremos saber sobreseusconhecimentos em relação à alimentação: 13. Qualdessesalimentos é rico em proteínas Arroz Azeite Carnes Frutas Legumes ouverdura Leite Margarina Pão 14. Qualdessesalimentos é rico em carboidratos Arroz Legumes ouverdura Azeite Leite Carnes Margarina Frutas Pão 15. Qualdessesalimentos é ricos em Lipídeos (gordura) Arroz Legumes ouverdura Azeite Leite Carnes Margarina Frutas Pão Página 327 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 16. Quantoscopos de águavocêconsomepordia? 1 ou 2 copos De 5 a 8 copos De 3 a 4 copos Mais de 8 copos 17. Você se alimenta antes de treinar? Não, treino em jejum Sim. 18. Com qualfreqüênciavocêconsomeosalimentoslistadosabaixo? ALIMENTO FREQUENCIA/ SEMANAL 1x/2x/3x/4x/5x/6x OU diariamente 1. Salada crua (alface, tomate, cenoura, pepino, repolho,etc) 2. Legumes e verduras cozidos (couve, abóbora, chuchu, brócolis, espinafre, etc) (não considerar batata e mandioca) 3. Frutas frescas ou salada de frutas 4. Feijão 5. Leite, queijo ou iogurte 6. Batata frita, batata de pacote e salgados fritos (coxinha, quibe, pastel, etc) 7. Hambúrguer e embutidos (salsicha, mortadela, salame, presunto, lingüiça,etc) 8. Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote 9. Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolates (em barra ou bombom) 10. Refrigerante 11. Bebidas energéticas 19. Você se sentesatisfeito com suaimagem corporal? Não, estoutotalmenteinsatisfeito. Sim, masaindaqueromelhorar. Sim, totalmentesatisfeito. Declaro ter sido informado sobre o caráter e os objetivos deste questionário e autorizo o uso destas informações e dados de forma sigilosa e anônima para fins específicos de pesquisa cientifica. Assinatura do participante: _____________________________________ Página 328 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE JIU-JITSU GOMES, R.H1.SARMENTO, V.N.2 1.UFAL <Universidade Federal de Alagoas> Alagoas – Brasil 2. UFRPE <Universidade Federal Rural de Pernambuco> Pernambuco - Brasil email: [email protected] RESUMO O presente trabalho buscou contribuir para o esclarecimento sobre os possíveis benefícios da flexibilidade aos praticantes de jiu-jitsu, visto ser uma arte marcial cada dia mais praticada, entretanto, poucos estudos existem com essa especificidade. Visto isso, objetivamos verificar a amplitude de movimento na articulação glenoumeral nos movimentos de flexão, extensão, rotação medial e lateral em indivíduos praticantes de jiu-jitsu, divididos em três grupos: brancas (iniciantes), roxas (intermediários) e pretas (avançados).O presente estudo se caracteriza como quantitativo, descritivo do tipo levantamento, utilizando-se da goniometria como instrumento avaliativo. A amostra é composta por 15 atletas de jiu-jitsu atendendo os critérios preestabelecidos de seleção. Após coleta e análise, entendemos que o grau de amplitude de movimento da amostra encontrou-se acima do padrão de pessoas normais nos movimentos de extensão e rotação externa de ombro, e em contrapartida apresentou baixos índices nos movimentos de rotação interna e flexão de ombro.A maioria das médias dos movimentos da articulação glenoumeral alcançadas pelo grupo dos praticantes faixas brancas, foi significativamente inferior aos grupos dos praticantes faixas roxas e pretas, portanto,pode-se concluir que o treino intermediário e prolongado de jiujitsu parece ter efeito positivo sobre o nível de flexibilidade da articulação glenoumeral nos movimentos de flexão, extensão e rotação externa, não obtendo os mesmos resultados no movimento de rotação interna dessa mesma articulação. Palavras-chave: jiu-jitsu, flexibilidade e avaliação. ABSTRACT This work was justified to contribute about flexibility benefits of the Jiu Jitsu practitioners. Jiu jitsu as a martial art, however, few studies exist with this specificity. Therefore, we aim to check the range of motion in the “glenoumeral”joint in flexion, extension, medial and lateral rotation in individuals jiu-jitsu practicing, divided into three groups: white (beginners), purple (intermediate) and black (advanced) . This is quantitative study and descriptive survey type, using the goniometer as assessment tool. The sample consists of 15 jujitsu athletes meeting the pre-established selection criteria. After collection and analysis, we believe that the degree of the sample range as motion was found above the standard of ordinary people in extension movements and shoulder external rotation, and in return had low rates in internal rotation and shoulder flexion. Most of the means of “glenoumeral”joint movements achieved by practitioners group of white stripes, was significantly lower than the purple and black belts can therefore conclude that the intermediate and long training jiu-jitsu seems to have a positive effect on the level of the “glenoumeral”flexibility joint in flexion, extension and external rotation, not getting the same results in internal rotation movement of that joint. Keywords: jujitsu , flexibility and evaluation. INTRODUÇÃO O jiu-jitsu ou “arte suave” nasceu na Índia e era praticado por monges budistas. Preocupados com a autodefesa, estes desenvolveram uma técnica baseada nos princípios do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das alavancas, evitando o uso da força e de armas. Destacou-se por ser um esporte que rapidamente se transformou em mais uma opção de atividade física e defesa pessoal, donde vem Página 329 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 ganhando cada vez mais adeptos em todo o mundo; Moreira (2005) afirma que vários são os motivos que levam as pessoas a aderirem à prática do jiu-jitsu tais como: a influência de amigos, necessidade de praticar um esporte, ocupação do tempo livre, influência da mídia televisionada, semelhança com o judô e, sobretudo a busca de algum benefício pessoal. Com o maior número de praticantes, houve a necessidade de proporcioná-loscompetições que destacasse a superioridade técnica, na qual se concretiza através da desistência de seu oponente, sendo esta promovida por golpes que visam torcer, hiperextender articulações, como também através de estrangulamentos. Exigindo um bom preparo físico do praticante, com a funcionalidade plena das suas variáveis da aptidão física relacionadas à saúde (flexibilidade, força, resistência muscular, composição corporal e resistência cardiorrespiratória), para, assim, desenvolver sua performance conjugado à contínua profilaxia de lesões. Como sendo um esporte de extremo contato físico os praticantes desta arte estão propensos à lesões esportivas que são definidas para Matos et al. (2005, p. 165) como: “lesão que ocorre durante a prática esportiva, tanto em competições como em treinamento”. A falta de flexibilidade ou a hipermobilidade podem, ambas, resultar em padrões de movimento desajeitados, podendo também predispor o atleta à lesão muscular. A flexibilidade pode ser essencial para que sejam atingidos os objetivos desejados de aptidão (CAMP; MCKEAG; SAFRAN, 2002). De acordo com Dantas (1999, p.57), a flexibilidade pode ser definida como a “qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”. A flexibilidade, que tem papel fundamental na capacidade funcional humana, influencia decisivamente diversos aspectos de sua motricidade, podendo-se destacar: aperfeiçoamento motor, eficiência mecânica, profilaxia de lesões, expressividade e consciência corporal, como pontuado por Dantas (1999). Quanto maior for a exigência de desempenho no esporte, mais atenção deve ser dada a flexibilidade. De acordo com Mendonça (2005) isso não significa alcançar o máximo de mobilidade, pois existe um nível adequado de flexibilidade para cada indivíduo em relação às demandas que sua atividade exercerá sobre os componentes do sistema musculoarticular. Weineck, citado por Mendonça, acentua a importância da mobilidade articular, no desempenho desportivo: Seu aperfeiçoamento ótimo, ou seja, adaptado às exigências do esporte considerado, age de maneira complexa e mais positiva sobre o desenvolvimento dos fatores físicos da performancee a habilidades esportivas, além de prevenir lesões, pois os músculos elásticos e estiráveis suportam uma carga mecânica superior. (2005, p.50). Segundo Achour Júnior (2004), a insuficiência nos níveis de flexibilidade de um sistema musculoarticular pode não realizar com a máxima eficácia as habilidades esportivas, particularmente uma habilidade complexa com grandes amplitudes de movimento. Músculos com encurtamentos ou algum tipo de lesão podem calcificar próxima às articulações, limitando o movimento, o que sugere desordens musculoarticulares. Diante desse quadro situacional, com o presente esudo, buscamos responder à seguinte problemática: qual o nível de flexibilidade em praticantes de jiu-jitsu, na articulação glenoumeral, nos movimentos de flexão, extensão e rotação externa, em uma academia no município de Maceió? OBJETIVOS Verificar a amplitude articular na articulação glenoumeral nos movimentos de flexão, extensão, rotação medial e lateral em indivíduos praticantes de jiu-jitsu graduados faixa branca, roxa e preta em uma academia do município de Maceió, comparando-as entre si e com os padrões normais de flexibilidades. METODOLOGIA O presente estudo se caracteriza como um estudo quantitativo, pois de acordo com Silva e Menezes (2001) este se traduz em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Página 330 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Tratando-se também de uma pesquisa descritiva, pois “seu valor está baseado na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio da observação, análise e descrição objetivas e completas” (THOMAS; NELSON, 2002, p.280). O tipo de estudo descritivo utilizado é o levantamento, pois objetiva colher informações a respeito de variáveis para solucionar os problemas (FLEGNER; DIAS, 1995). Considerando que a coleta foi realizada a partir da escolha de uma turma de jiu jitsu, os participantes foram selecionados conforme os seguintes critérios: terem idade entre 20 e 26 anos; serem do sexo masculino;estarem treinando no mínimo 3 meses ininterruptos; não terem sofrido qualquer tipo de lesão na articulação a ser testada e, por fim, não terem sofrido intervenção cirúrgica na articulação ou estruturas circundantes da mesma a ser testada; formando uma amostra composta por 15 praticantes, sendo estes distribuídos por graduações decorrentes do esporte. Como instrumentos, para a coleta de dados, na avaliação da flexibilidade glenoumeral foram utilizados os seguintes recursos materiais: um goniômetro em plástico transparente (0 - 360°) da marca Carci e uma caneta dermográfica; e para a mensuração dos variavéis antropométricas foram utilizados: uma fita métrica de aço com 2m de comprimento e .0,5 de largura da marca Starrett e uma balança mecânica da marca Plenna Sky, com precisão de 100 gramas e escala variando de 0 a150 kg. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tentativa de permitir a comparação com outros estudos e de organizar os resultados e caracterizar a amostra, utilizou-se a estatística descritiva. As características físicas e os níveis de flexibilidade (soma das articulações do lado direito e esquerdo) podem ser observados nas Tabelas 1 e 2. TABELA 1:Características físicas da amostra. Variáveis N Média ± DP Variação (mínimo – Máximo) Idade (anos) 15 22,86 ± 2,66 20 – 26 Massa corporal (Kg) 15 77,00 ± 8,67 68 – 96 Estatura (m) 15 1,764 ± 0,04 1,70 – 1,88 IMC (Kg/m²) 15 24,73 ± 2,54 21,36 – 31,34 Página 331 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 5 5 155,2 ± 4,38 184,2 ± 5,80 183,8 ± 3,11 134,2 ± 1,87 192,6 ± 2,19 192,8 ± 18,63 Extensão de D ombro (graus) E 42 ± 1,78 72,6 ± 2,7 71,8 ± 1,87 44,6 ± 3,87 66,6 ± 3,57 66,2 ± 4,72 Rotação externa D de ombro (graus) E 104, 4 ± 18,60 159 ± 23,92 127,6 ± 7,82 105,4 ± 14,28 135,2 ± 18,53 124,2 ± 8,35 Rotação interna D de ombro (graus) E 33,6 ± 1,30 36 ± 2,34 38,2 ± 6,26 38,2 ± 5,94 26,8 ± 2,16 32,6 ± 2,77 N Movimento Flexão de D ombro (graus) E 5 Pode-se notar através dos valores obtidos (Tabela 2) que o grau de amplitude de movimento da amostra dessa pesquisa encon