Anais - Uniamérica

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Anais - Uniamérica
ANAIS DO CONGRESSO INTERNACIONAL DE SAÚDE
ARTIGOS
O DIREITO A SAÚDE E A QUALIDADE DE VIDA POR INTERMÉDIO DA INTERVENÇÃO JUDICIAL. A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE
CHARLES NEDEL
JANE GLAUCE NEDEL
Médico, especialista em gestão em saúde pública, mestre em saúde e meio ambiente. E-mail: [email protected].
Pedagoga, especialista em psicopedagogia e especialista em arte e educação, mestranda em educação. UNIAMERICA. Foz do Iguaçu, Paraná.
E-mail: [email protected]
A saúde é condição basilar no que se entende por dignidade da pessoa humana, sendo fundamental e indispensável na busca pelo
processo de qualidade de vida. A qualidade de vida, pode ser entendida como o grau de bem estar da sociedade e de igual acesso a bens
materiais e culturais, ou seja, o grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria vida. O termo é
abrangente e aborda uma multissignificação, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se
reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo portanto uma construção social com a marca da relatividade cultural
(MINAYO, 2008)
No campo da saúde, o discurso que relaciona saúde e qualidade de vida, embora inespecífico e generalizante, existe desde o
nascimento da medicina social, quando investigações sistemáticas começaram a referendar esta tese e dar subsídios para políticas públicas e
movimentos sociais.
A visão da intrínseca relação entre condições e qualidade de vida e saúde aproxima os clássicos da medicina social da discussão que,
nos últimos anos, vem se revigorando na área e tem no conceito de promoção da saúde sua estratégica central. Nesta dimensão, os
determinantes da saúde são fundamentais e legitimam a ampliação do conceito de promoção, que se constitui como estratégia chave da
discussão da qualidade de vida pelo setor.(PAIM,1997)
O patamar material mínimo e universal para se falar em qualidade de vida diz respeito à satisfação das necessidades mais elementares
da vida humana, como alimentação, acesso a água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer. Estes elementos trazem uma noção
de conforto, bem-estar e realização individual e coletiva, inclusive sendo passíveis de mensuração e comparação, mesmo levando-se em conta
a necessidade permanente de relativizá-los culturalmente no tempo e no espaço.
Sendo a saúde, condição primeira de relevância no que concerne a qualidade de vida, seu acesso deve ser observado e se constitui em
condição sine qua non para buscar a desejável qualidade de vida. Não para menos, a saúde está assegurada na Constituição Federal como um
direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação. Desta forma, com esta redação
presente no texto constitucional, a saúde passou a ser um direito público subjetivo, um bem jurídico constitucionalmente tutelado.
(CARVALHO, 2010).
O direito à saúde encontra guarida e é fundamentado em um argumento principiológico que envolve a dignidade da pessoa humana.
Estando positivado como direito público subjetivo, ou seja como direito fundamental, previsto e exteriorizado na lei maior, há uma garantia
de aplicabilidade imediata de seus efeitos. O cidadão gozaria de todas as prerrogativas do acesso à saúde de forma gratuita, integral e
universal, sendo um dever intrínseco e absoluto do estado em garantir este acesso.( BARCELOS, 2002)
A Constituição protege a cura e a prevenção de doenças através de medidas que asseguram a integridade física e psíquica do ser
humano como conseqüência direta do fundamento da dignidade da pessoa humana. Porém os argumentos que se opõem a esta pretensão de
aplicabilidade imediata, também encontram ressonância no meio jurídico. Cabe ao poder Legislativo a iniciativa e a competência para
desenvolver as políticas públicas necessárias para a garantia desse direito, não se olvidando acerca do entendimento de que, os direitos sociais
implicam em custos para o Estado, que corriqueiramente estabelece ações prioritárias levando-se em conta a questão orçamentária, pois a
realização desses direitos está sujeita à reserva do materialmente possível, reforçando o papel do legislador e do executor na definição de
prioridades diante de recursos escassos. Desta forma, caberia ao poder legislativo estabelecer as políticas públicas de saúde, via
regulamentação legal, e ao executivo caberia a implementação destas políticas, sob uma ótica de prioridades detalhadas por critérios técnicos
e políticos.(BUCCI, 2006)
A capacidade prestacional, no que diz respeito aos direitos fundamentais sociais, certamente encontra um anteparo na limitação
orçamentária estatal em face das infindáveis demandas da sociedade, desta forma a interferência do poder judiciário, no que tange a
alocação de recursos previamente estabelecidos, interfere na capacidade de formulação e implementação de políticas públicas, cujas
consequências necessariamente afetarão de maneira distinta os diversos segmentos da sociedade. (BITENCOURT NETO, 2010)
Observa-se que, atualmente é freqüente recorrer aos tribunais com o intuito de ver garantido o direito à saúde uma vez que, como é
notório, o sistema público de atendimento – SUS- é frequentemente omisso e deficitário no quesito de prestação assistencial à saúde,
evidentemente que se encontram exceções no contexto nacional.
Este trabalho objetiva enfocar a busca freqüente ao poder judiciário no sentido de garantir o pleno acesso à saúde, uma vez que a há a
previsão constitucional estabelecendo direitos e deveres às partes envolvidas. Para melhor visualização didática, o referido trabalho foi divido
em seções, quais sejam; antecedentes do SUS- breve trajetória, conceito de saúde e considerações finais.
Antecedentes do SUS: breve trajetória
É conhecido o fato de que, até o final da década de 1980, a definição de direitos sociais estava restrita à sua vinculação ao sistema
previdenciário, sendo definidos como cidadãos os indivíduos pertencentes às categorias ocupacionais reconhecidas pelo Estado e que
contribuíam para a Previdência Social.
Nesse contexto, as categorias mais importantes de trabalhadores lograram, desde cedo (anos de 1930), formar os primeiros Institutos
de Aposentadorias e Pensões (IAPs) que, contando com financiamento parcial do Poder Executivo, constituíram as principais organizações de
política social no País. Entretanto, o acesso a elas e às suas sucessoras estava limitado apenas aos membros da comunidade, localizados nas
ocupações definidas em lei e que contribuíam para a Previdência Social. Não bastava ser brasileiro para gozar de direitos de cidadania social;
antes era necessário “ter carteira de trabalho assinada” e contribuir financeiramente para a Previdência Social, mediante uma modalidade de
seguro- recebem benefícios somente aqueles que pagam por eles- (BRASIL, 1997)
Havia, de fato, o estabelecimento de uma cidadania regulada, de caráter parcial e concedida por meio da articulação entre a política de
governo e o movimento sindical. Dessa forma, acabaram excluídos da cidadania todos os indivíduos que não possuíam ocupação reconhecida
por lei, como os trabalhadores da área rural e os trabalhadores urbanos cujas ocupações não estavam reguladas. Contudo, a tensão entre a
manutenção de uma estrutura de privilégios e a necessidade de extensão dos chamados direitos sociais foi expressiva no Brasil. Essa tensão
ocorreu não apenas entre as categorias profissionais privilegiadas – bancários, comerciários, industriários e funcionários públicos, que
mostravam marcantes diferenças de acesso entre si – como entre elas e o restante da população.
A partir de 1945, com a industrialização crescente e com a liberação da participação política dos trabalhadores, ocorreu um aumento
significativo e progressivo da demanda por atenção à saúde, incidindo sobre todos os institutos. Tal processo de expansão culminou com a
promulgação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), em 1960, que promoveu a uniformização dos benefícios e que padronizou o
cardápio de serviços de saúde a que todos os segurados teriam direito, independentemente do instituto a que estivessem filiados.
Como a uniformização dos benefícios não foi seguida da unificação dos institutos e nem significou a universalização da atenção à saúde
para toda população, o resultado foi o aumento da irracionalidade na prestação de serviços, ao mesmo tempo que a população não
previdenciária continuava discriminada, não podendo ser atendida na rede da Previdência Social. (CARVALHO, 2010)
A criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966, pelo governo militar, unificando todas as instituições
previdenciárias setoriais, significou para a saúde previdenciária a consolidação da tendência à contratação de produtores privados de serviços
de saúde, como estratégia dominante para a expansão da oferta de serviços. Progressivamente, foram sendo desativados e/ou sucateados os
serviços hospitalares próprios da Previdência Social, ao mesmo tempo que era ampliado o número de serviços privados credenciados e/ou
conveniados. No entanto, o atendimento ambulatorial continuou como rede de serviços próprios e expandiu-se nesse período.(GIOVANELA,
2008)
Ao lado dessa situação, explodiam os custos do sistema, tanto em razão da opção pela medicina curativa, cujos custos eram crescentes
em função do alto ritmo de incorporação tecnológica, quanto em razão da forma de compra de serviços pela Previdência Social, realizada por
meio das chamadas unidades de serviços (US), que, além de valorizarem os procedimentos mais especializados e sofisticados, eram
especialmente suscetíveis a fraudes, cujo controle apresentava enorme dificuldade técnica. (BRASIL, 1977)
A década de 1970 foi marcada por uma ampliação constante da cobertura do sistema, o que levou ao aumento da oferta de serviços
médico-hospitalares e, consequentemente, a uma pressão por aumento nos gastos. Ao mesmo tempo, foram intensificados os esforços de
racionalização técnica e financeira do sistema.
A expansão da cobertura adveio tanto pela incorporação de novos grupos ocupacionais ao sistema previdenciário (empregadas
domésticas, trabalhadores autônomos, trabalhadores rurais) quanto pela extensão da oferta de serviços à população não previdenciária. As
tentativas de disciplinar a oferta de serviços de saúde, por meio de mecanismos de planejamento normativo, como o Plano de Pronta Ação de
1974 e a Lei do Sistema Nacional de Saúde de 1975, não foram capazes de fazer frente aos problemas apontados, já que se restringiam a
delimitar os campos de ação dos vários órgãos provedores. (CARVALHO, 2010)
A criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), em 1977, deu-se em um contexto de
aguçamento de contradições do sistema previdenciário, cada vez mais pressionado pela crescente ampliação da cobertura e pelas dificuldades
de reduzir os custos da atenção médica no modelo privatista e curativo vigente. A nova autarquia representou, assim como o conjunto do
Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas), um projeto modernizante, racionalizador, de reformatação institucional de
políticas públicas. Sob a orientação de uma lógica sistêmica, o INAMPS pretendeu simultaneamente articular as ações de saúde entre si e elas
com o conjunto das políticas de proteção social. No primeiro caso, por meio do Sistema Nacional de Saúde (SNS); no segundo caso, por meio
do Sinpas. Como componente simultâneo do SNS e do Sinpas, esperava-se do INAMPS o cumprimento do papel de braço assistencial do
sistema de saúde e de braço da saúde do sistema de proteção social. O SNS foi criado pela Lei n. 6.229, de 17 de julho de 1975, visando a
superar a descoordenação imperante no campo das ações de saúde.(BRASIL, 1977)
O INAMPS entra na década de 1980 vivendo o agravamento da crise financeira no País e tendo de equacioná-la não simplesmente
como o gestor da assistência médica aos segurados da Previdência Social, mas como o responsável pela assistência médica individual ao
conjunto da população. Ou seja, a crise deveria ser enfrentada em um contexto não apenas de extensão de benefícios a alguns setores, mas de
universalização progressiva do direito e do acesso aos serviços de saúde. O aumento de serviços e gastos, decorrentes dessa ampliação de
cobertura, teria de ser enfrentado em um quadro de redução das receitas previdenciárias, provocado pela política econômica recessiva que,
desde 1977, reduzia a oferta de empregos, a massa salarial e levava ao esgotamento as fontes de financiamento baseadas na incorporação de
contingentes de contribuintes. (LIMA, 2005)
A VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986, alcançou grande representatividade e cumpriu o papel de
sistematizar tecnicamente e de disseminar politicamente um projeto democrático de reforma sanitária voltado à universalização do acesso, à
equidade no atendimento, à integralidade da atenção, à unificação institucional do sistema, à descentralização, à regionalização, à
hierarquização da rede de serviços e à participação da comunidade. Em 20 de julho de1987, foi criado o Programa de Desenvolvimento de
Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS), por meio do Decreto n. 94.657. Os debates e as iniciativas de reorganização do pacto
federativo no País, assim como os resultados eleitorais de novembro de 1986, criaram o clima favorável a essa medida que apontava os
Estados e os municípios como os gestores do futuro sistema de saúde.
O programa dos SUDS representou a extinção legal da ideia de assistência médica previdenciária, redefinindo as funções e atribuições
das três esferas gestoras no campo da saúde, reforçando a descentralização e restringindo o nível federal apenas às funções de coordenação
política, planejamento, supervisão, normatização e regulamentação do relacionamento com o setor privado. Quanto ao Inamps, o programa
estabeleceu a progressiva transferência aos Estados e aos municípios de suas unidades; de recursos humanos e financeiros; das atribuições de
gestão direta, de convênios e de contratos assistenciais; e de sua completa reestruturação para cumprir as funções de planejamento,
orçamentação e acompanhamento. (BRASIL, 1993)
A Constituição Federal de 1988 instituiu o SUS, cuja formatação final e regulamentação ocorreram mais tarde, em 1990, com a
aprovação da Lei n. 8.080 e da Lei n. 8.142. A ausência de um projeto claro de restauração do sistema anterior, assim como o crescente peso
político de novos atores na arena setorial, como os secretários municipais e estaduais de saúde, organizados em entidades nacionais, como o
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), fizeram
com que tais resistências tivessem pouco fôlego. Em 7 de março de 1990, na última semana do governo Sarney, o INAMPS foi finalmente
transferido do Ministério da Previdência e Assistência Social para o Ministério da Saúde, por meio do Decreto n. 99.060.
A partir daí, a presidência da autarquia passou a ser exercida pelo Secretário de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, em uma
progressiva diluição de sua identidade institucional. O processo de formatação e operacionalização do SUS nos Estados e municípios, por meio
da Norma Operacional Básica 1991 (NOB-SUS 91) e da Norma Operacional Básica de 1993 (NOB-SUS 93), formalizou a transferência da gestão
da saúde a essas esferas governamentais, tendo nas Comissões Intergestores Tripartites e Bipartites o espaço institucional de distribuição
pactuada de recursos e atribuições entre os níveis federal, estadual e municipal. A extinção legal do INAMPS, em julho de 1993, ocorreu de
forma quase natural, como consequência de seu desaparecimento orgânico e funcional no emergente SUS.(SANTOS, 2007)
O SUS e o direito a saúde com ênfase na universalidade da cobertura
O SUS foi concebido com base principiológica da universalização, expresso na Saúde como direito de todos os brasileiros, a ser provida
como dever de Estado. A instituição de um sistema público universal foi a grande luta da reforma sanitária brasileira, incorporada na
Constituição federal de 1988. Entretanto, não tem sido possível construir a universalização da Saúde, instituída constitucionalmente.
Os sistemas públicos universais caracterizam-se por ofertar a todos os cidadãos, independentemente de distinções relacionadas a
gênero, idade, renda ou risco, com financiamento público, uma carteira de serviços bastante ampla. Assim, esses sistemas públicos, em geral,
combinam universalização irrestrita, mediante o atendimento indiferenciado a todos os cidadãos, com uma integralidade generosa, mas
qualificada, porque restringida a uma relação de serviços considerados sanitária ou socialmente necessários.(CONASS, 2003)
A partir dessa carteira de serviços, os cidadãos têm a possibilidade de recorrer aos serviços suplementares providos por sistemas
privados e a pagar por eles, seja individual ou familiarmente, seja pelas empresas em que trabalhem. É o caso do Canadá, onde o Estado, por
meio de sistemas provinciais, oferece, a todos os canadenses, indistinta e gratuitamente, uma carteira de serviços considerados necessários.
Nesse modelo, os sistemas privados existem para prover, de forma suplementar ao sistema público, uma gama estrita de serviços que
não compõem a carteira do sistema público. Diversamente, os sistemas segmentados caracterizam-se por segregar diferentes clientelas em
nichos institucionais singulares. Disso resulta uma integração vertical de cada segmento e uma segregação horizontal entre eles, em que cada
segmento, público e privado, exercita as funções de financiamento, regulação e prestação dos serviços para sua clientela particular, com
regramentos próprios. Dessa forma, os sistemas público e privado não são suplementares entre si, mas complementares, visto que atendem,
mais ou menos amplamente, a clientelas distintas. (MENDES, 1993)
Uma corrente doutrinária, ao traçar um paralelismo com a saúde e o conceito de justiça, afirma que a justiça é a virtude primeira das
instituições sociais, tal como a verdade o é para os sistemas de pensamento. Uma teoria deve ser refugada se não se mostrar verdadeira, bem
como as leis e as instituições devem ser desprezadas e não obedecidas se não forem justas. (RAWLS, 1993)
Para Rawls, uma sociedade é “considerada justa quando respeita o ser humano como um absoluto moral, pois alcançada a razão é
dono de autonomia e discernimento do que é justo” (RAWLS, 1993, p.43). Será justa a sociedade quando as oportunidades, as riquezas e o
respeito forem a todos distribuídos igualitariamente ou de forma desigual quando para equalizar distorções e beneficiar os mais necessitados.
Esta é uma visão de justiça, a equidade, que obriga a uma ação efetiva das forças sociais em defesa dos menos possuídos.
Em seu ideário o sistema de saúde brasileiro é inclusor, generoso e utópico. Busca em seus propósitos fazer justiça distributiva,
igualando as pessoas e buscando proporcionar a todos uma assistência digna e de qualidade. Na prática, contudo, permanece favorecendo a
política neoliberal de estado mínimo, já que aproximadamente 20% da população busca a assistência suplementar, por entender ser o SUS de
difícil acesso e baixa qualidade. A universalidade proposta pelo SUS, para ser real, deve contemplar não apenas a intenção, mas
principalmente a efetividade.
O absurdo é maior quando o próprio governo tem um plano de saúde suplementar para os seus funcionários, reconhecendo
tacitamente a incapacidade de o SUS – não o ideário, mas o real – prover uma assistência à saúde pelo menos com a qualidade que os seus
funcionários desejam. Assim, podemos concluir que o sistema de saúde brasileiro, apesar do que diz a Constituição Federal, não é único, nem
integral e nem universal, pois divide, consensualmente, espaço com um sistema suplementar; restringe acesso a tratamentos notoriamente
válidos e apresenta uma universalidade excludente quando assiste milhões de brasileiros migrarem para a assistência suplementar por se
sentirem mal atendidos pelo sistema público. Por certo, pode-se discutir que as dificuldades operacionais, associadas à notória falta de
recursos, são as causas do não alcance da universalidade desejada. Mas essas justificativas não se sustentam frente a uma política pública que
estimula a assistência médica suplementar com incentivos fiscais e um sistema de controle que não se submete aos princípios do SUS.(SILVA,
2003)
Embora o ordenamento jurídico brasileiro, constante na Carta Magna, aponte para um sistema unificado, universal sob a tutela estatal,
numa simples passada de vista verifica-se que isso não traduz a verdade. Quando ainda vigorava o antigo sistema previdenciário, tomou forma
dentro de um processo de adequação das forças produtivas aos interesses da produção um sistema alternativo de assistência à saúde, melhor
dizendo, à saúde do trabalhador.
Tratava-se da implantação das medicinas de grupo e sistema de autogestão pelas próprias empresas, com o objetivo de manter o
trabalhador em boas condições sanitárias a fim de que o processo produtivo fosse continuamente beneficiado por sua força de trabalho e não
sofresse qualquer tipo de solução de continuidade na linha de produção. Esse modelo, depende de forte capacidade econômica e poderio
sindical.
Em reação ao crescente poderio das medicinas de grupo, os médicos reagiram e constituíram um sistema cooperativo de trabalho – as
Unimed – por meio do qual buscavam controlar a venda do trabalho médico às empresas interessadas em prestar assistência suplementar aos
seus funcionários. Hoje, cerca de 42 milhões de cidadãos buscam na medicina suplementar uma assistência para a sua saúde.(CARVALHO,
2010)
Esse é um dos grandes paradoxos do sistema de saúde brasileiro. A sua proposta de universalidade inclusora cada vez mais parece ter
forte vertente de exclusão quando expulsa do seu seio a classe média e a classe trabalhadora.
Com a universalização proposta,
invariavelmente haveria uma demanda crescente nos serviços públicos de saúde, porém a armadilha do racionamento de serviços e a perda da
qualidade, pelo menos assim percebida pelo usuário, há o estimulo para procurar outras formas de assistência.
Considerações finais
Considerando-se o processo evolutivo do direito à saúde, perpassado por várias fases e etapas de conquistas na história recente do
Brasil, pode-se constatar o quão difícil foi estabelecer garantias de atendimento universal à população brasileira, bem como definir o caráter
gratuito e integral do atendimento médico-assistencial.
Ao registrar as nuances históricas do conceito de saúde, destaque especial se dá e frisa-se os determinantes sociais envolvidos e a
multidimensionalidade do conceito de saúde que reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural de uma sociedade.
Quando fala-se sobre a atuação judicial no tocante à saúde, com fundamento na efetividade da pretensão constitucional, percebe-se
que existe um conflito direto entre o direito à vida de um cidadão e a sua sobrevivência, e o direito à vida de outros cidadãos, os quais
dependem do orçamento público para sobreviver planificadas em políticas públicas. Provimentos no sentido de acesso a medicamentos não
disponibilizados na rede básica do SUS ou mesmo de realizações de cirurgias em outros países encarecem o custo do atendimento público na
saúde, que de certa forma acaba sendo redistributivo, ou seja, outros setores da assistência serão preteridos para suprir gastos não
provisionados. De maneira geral, os estudos sobre a judicialização da saúde enfatizam mais fortemente os efeitos negativos deste tipo de
demanda na governabilidade e gestão das políticas e ações de saúde. Uma das principais justificativas é que este tipo de intervenção no SUS
aprofundaria as iniquidades no acesso à saúde, privilegiando determinado segmento e indivíduos, com maior poder de reivindicação, em
detrimento de outros, na medida em que necessidades individuais ou de grupos determinados seriam atendidas em prejuízo a necessidades
de outros grupos e indivíduos.
A decisão acerca das prioridades a serem conferidas pelo Estado nesta área é essencialmente uma decisão política e moral, que refoge
ao âmbito do controle judicial, motivo pelo qual as ações individuais em face do Estado não podem implicar a substituição da atividade
administrativa como regra, mas sim individualmente analisadas.
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INCIDÊNCIA DE OBESIDADE INFANTIL ENTRE PRÉ-ESCOLARES FREQUENTADORES DE UM CMEI DE FOZ DO IGUAÇU – PR
JÉSSICA GAVA OLIVEIRA
JULIANE CRISTINA DA SILVA
SORAIA YOUNES
Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade União das Américas – PR
Nutricionista, Especialista em Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição com Ênfase em Gastronomia – Faculdade Assis Gurgacz – PR
Nutricionista, Professora Orientadora da Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR
INTRODUÇÃO
A obesidade infantil é uma doença crônica que tem se tornado uma preocupação para a saúde publica no Brasil. Nos países
desenvolvidos, esta patologia começa a substituir a desnutrição energético-proteica, atingindo proporções epidêmicas. Esta diretamente
ligada à ausência da pratica de atividade física e excesso no consumo de alimentos industrializados e ricos em gordura (LUIZ et al, 2005).
A prevalência desta doença vem aumentando consideravelmente nas ultimas décadas, tornando este fato bastante preocupante,
pois a obesidade esta associada a alterações metabólicas como diabetes mellitus, dislipidemias, altos níveis de colesterol e doenças
coronarianas (BALABAN, SILVA, 2004; OLIVEIRA, FISBERG, 2003).
Um dos ciclos mais suscetíveis é o período de desmame até os 5 anos de idade, pois é nesta fase que ha um aumento do
crescimento, perda da imunidade e desenvolvimento do sistema imunológico contra infecções, exigindo maior cuidado das necessidades
nutricionais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). É fundamental que
crianças com risco nutricional sejam identificadas precocemente para que uma ação seja tomada com antecedência (BISCEGLI et al, 2006).
Os hábitos alimentares são formados no primeiro ano de vida, através dos alimentos complementares inseridos na dieta, juntamente
com influencias do meio ambiente, cultura, nível socioeconômico e família da criança. A qualidade da alimentação permanece por toda a vida,
sendo extremamente importante a introdução de alimentos saudáveis desde a infância (PALMA; ESCRIVÃO; OLIVEIRA, 2008).
As necessidades nutricionais em crianças podem ser determinadas pela taxa de crescimento, assim como atividade física, altura,
gasto energético basal e estado de saúde. Carboidratos complexos, segundo guias alimentares, devem constituir a base da alimentação, por
serem ótimas fontes de energia (LOPES; BRASIL, 2003).
É de suma importância que se atenda as necessidades nutricionais, evitando assim, possíveis problemas relacionados á desnutrição e
obesidade, pois a saúde em pré-escolar e escolar se refletirá na vida adulta (BENTO; ZANQUETTA, 2009).
A obesidade é uma doença crônica definida por um acumulo de energia, em forma de triglicerídeos, no tecido adiposo, provocando
complicações à saúde, por facilitar o agravamento de doenças associadas. O sobrepeso, por sua vez, é o excesso de peso de acordo com sexo,
altura e idade conforme padrões populacionais de crescimento, podendo haver ou não excesso de gordura corporal (FAGUNDES et al, 2008).
A obesidade infantil é uma das causas da má alimentação, que faz parte de doenças pediátricas desde a década de 1980 e, hoje em
dia, é uma das doenças mais comuns enfrentadas por nutricionistas e pediatras. Este aumento de obesidade infantil é extremamente
preocupante, pois ocasiona um enorme problema de saúde publica, elevando os custos socioeconômicos. A criança obesa tem maior risco de
se tornar um adulto obeso, ou seja, cerca de 80% dos adolescentes obesos permanecem acima do peso na fase adulta (RADOMINSKI, 2011).
Segundo Katch e McArdle (1996), existem três fases da vida onde há aumento do número de células adiposas ou hiperplasia, que
estão relacionadas com o período de aparecimento da obesidade. São eles: ultimo trimestre de gravidez, onde os hábitos alimentares da mãe
podem modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento; o primeiro ano de vida e na adolescência, onde há um surto de
crescimento.
A obesidade pode acarretar varias complicações a saúde do indivíduo, como idade óssea avançada, aumento da estatura, menarca
precoce, doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, hipertrofia cardíaca, níveis séricos de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa
densidade (LDL-C), lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL-C) e triglicerídeos (TG) alterados. Problemas ortopédicos são frequentes em
indivíduos com sobrepeso, além de diabetes mellitus (SOARES; PETROSKI, 2003; GONÇALVES et al, 2005).
Problemas psicológicos também podem se manifestar em indivíduos obesos. Crianças são frequentemente importunadas por colegas
e menos aceitas do que crianças com peso normal (SOARES; PETROSKI, 2003; GONÇALVES et al, 2005).
A avaliação nutricional de crianças é essencial para verificar a evolução das condições de saúde e vida de uma população para que
possa ter um grau de entendimento das necessidades básicas como alimentação, saneamento, acesso a serviços de saúde, nível de renda e
educação (VITOLO, 2008).
Este trabalho tem o objetivo de avaliar a incidência de obesidade infantil em pré-escolares, muitas vezes devido aos maus hábitos
alimentares e ausência de atividade física, o que trás diversas complicações a saúde.
METODOLOGIA
O presente estudo caracterizou-se por ser uma pesquisa do tipo analítica observacional transversal. O estudo foi realizado com crianças
frequentadoras de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) do Município de Foz do Iguaçu - PR.
Para se proceder com a pesquisa foi solicitado autorização da coordenação da Secretaria Municipal de Educação e submetida ao Comitê
de Ética em Pesquisas com Seres Humanos através da Plataforma Brasil.
A pesquisa analisou a incidência de obesidade infantil, e o objetivo da pesquisa foi informado aos pais e responsáveis das crianças, onde
os mesmos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), concordando com a realização da mesma.
Para verificar a incidência de obesidade, foi coletado o peso e estatura das crianças, utilizando balança antropométrica da marca G-TECH
com capacidade de 200 kg e fita métrica de 150 centímetros, respectivamente. Foram avaliados os índices Peso/Idade, Peso/altura e
Estatura/Idade, e o Índice de Massa Corporal (IMC). Os resultados foram classificados de acordo com as tabelas de crescimento e
desenvolvimento, por gênero masculino e feminino da Organização Mundial da Saúde (2006), preconizadas pelo Sistema de Vigilância
Alimentar e Nutricional - SISVAN (BRASIL, 2011). Além disso, foram entregues aos alunos um formulário de marcadores do consumo alimentar
para crianças com idade entre 2 e 5 anos do SISVAN, preenchidos pelos pais. Foram entregues 28 formulários, onde apenas 16 preencheram
corretamente.
Os resultados obtidos através desta pesquisa foram compilados em planilhas do programa Excel e posteriormente analisados. E estes
foram comparados com a literatura científica relacionada à temática do presente estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre as 28 crianças, 37% (n=10) eram do sexo feminino e 63% (n=17) eram do sexo masculino. As crianças tinham idade entre 2 e 3
anos.
O perfil antropométrico, das crianças avaliadas, relacionado ao índice peso para idade mostrou os seguintes resultados: 11% (n=3) estão
com baixo peso para idade, 85% (n=23) apresentaram eutrofia, e 4% (n=1) estão com peso elevado para idade. Com relação ao sexo feminino,
10% (n= 1) apresentaram baixo peso para a idade, 80% (n=8) apresentavam eutrofia e 10% (n= 1) peso elevado para idade. Quanto ao sexo
masculino, 12% (n= 2) das crianças apresentaram baixo peso para a idade, 88% (n=15) se encontravam eutróficos, e nenhum apresentou peso
elevado para a idade, como mostra a figura 1.
Figura 1: Classificação do estado nutricional de acordo com o índice Peso/Idade (OMS, 2006).
Alves et al (2008) verificou a presença de sobrepeso e obesidade em 24.05% das crianças e que 75.85%, o que representou a maioria,
estavam eutroficas. Nenhuma criança neste estudo apresentou baixo peso para a idade.
Para Tuma, Costa e Schmitz (2005), a obesidade esteve presente em apenas 6.9% das crianças avaliadas, porem, a grande maioria, ou
seja, 90.8%, de acordo com o índice peso/idade apresentou eutrofia.
Para Pinho et al (2010), a baixa estatura e obesidade são um dos principais problemas nutricionais relacionados aos dados
antropométricos avaliados. O autor realizou uma pesquisa com 735 crianças onde encontrou 6.1% de obesidade relacionada a peso por idade.
Castro et al (2005) analisaram crianças com idade entre 2 e 6 anos, conforme o índice peso/idade, onde 27.6% estavam com baixo peso
para a idade, 59.8% apresentaram eutrofia, 6.9% estavam com sobrepeso e 5.7% apresentavam-se com obesidade.
No trabalho de Cavalcante et al (2006), os autores pesquisaram crianças com idade entre 1 e 3 anos, e verificou-se que, de acordo com o
índice de peso/idade, 13,2% das crianças estudadas estavam desnutridas, 28,7% encontravam-se em risco nutricional, 50,0% estavam
eutróficas, 7,5% encontravam-se em risco de sobrepeso e apenas 0,6% apresentou sobrepeso.
De acordo com os dados do SISVAN para o ano de 2013, das crianças com idade entre 2 e 5 anos no Município de Foz de Iguaçu,
cadastradas no sistema, 4.92% apresentaram peso muito baixo para a idade, 3.69% estavam com peso baixo para idade, 86.05% estavam
eutroficas e 5.33% encontravam-se com peso elevado para a idade. Ainda de acordo com o SISVAN, no ano de 2013, em relação ao peso
elevado para a idade, no estado do Paraná observou-se 8.5%, na Região Sul do país 8.49%, e no Brasil 7.87%.
A avaliação do índice de estatura para idade é representada na figura 2, onde 100% (n=27) das crianças, de ambos os sexos, apresentaram
estatura adequada para idade.
Figura 2: Classificação do estado nutricional de acordo com o índice Estatura/Idade (OMS, 2006).
Pinho et al (2010) avaliou 735 crianças, onde a maioria delas, ou seja, 72.1% apresentou estatura adequada para idade e 21.1%
apresentou risco de comprometimento da estatura.
Um resultado semelhante foi encontrado por Tuma, Costa e Schmitz (2005), onde 89.6% das crianças avaliadas apresentaram estatura
adequada para idade e 4.8% estavam com baixa estatura para idade.
No estudo de Castro et al (2005), encontrou-se nas crianças avaliadas 14.9% com baixa estatura para a idade e 63.3% estavam com
estatura adequada para a idade.
Segundo os dados do SISVAN para o ano de 2013, das crianças com idade entre 2 e 5 anos na cidade de Foz do Iguaçu, dentre as crianças
cadastradas no sistema, averiguou-se um total de 7.9% de crianças com altura muito baixa para a idade, 6.15% estavam com altura baixa para
a idade e 85.95% estavam com altura adequada para a idade. Já no Estado do Paraná, no mesmo ano, observou-se que 2.41% apresentaram
altura muito baixa para a idade, 3.58% estavam com altura baixa para idade, e 9.01% estavam com altura adequada para a idade. Na Região
Sul do País, 2.48% apresentaram altura muito baixa para a idade, 3.67% apresentaram altura baixa para a idade e 93.85% estavam com altura
adequada para a idade. Já no Brasil como um todo, 3.68% apresentaram altura muito baixa para a idade, 5.13% estavam com altura baixa para
a idade e 91.19% estavam com altura adequada para a idade.
Foi averiguado o índice peso para estatura de ambos os gêneros, feminino e masculino. Para ambos os sexos, o resultado foi de 7% (n=2)
de magreza acentuada, 22% (n=6) apresentaram magreza, 52% (n=14), ou seja, a grande maioria encontram-se eutróficos, 15% (n=4)
apresentam risco de sobrepeso e 4% (n=1) está obeso, porem nenhuma criança apresentou sobrepeso. O sexo feminino apresentou 30% (n=3)
de magreza, 60% (n=6) eutróficas, nenhuma menina apresentou risco de sobrepeso e sobrepeso, e 10% (n=1) estavam com obesidade. Já no
sexo masculino, 11% (n=2) apresentaram magreza acentuada, 18% (n=3) encontravam-se magros, 47% (n=8) estavam eutróficos e 24% (n=4)
com risco de sobrepeso, porem, nenhum menino apresentou sobrepeso ou obesidade. Os resultados são mostrados abaixo na figura 3.
Figura 3: Classificação do estado nutricional de acordo com o índice Peso/Altura (OMS, 2006).
Na pesquisa de Tuma, Costa e Schmitz (2005), observou-se a ocorrência de 6.1% de excesso de peso e 93.5%, a grande maioria,
apresentou eutrofia nas 230 crianças participantes do estudo.
Em estudo realizado por Cavalcante et al (2006), dentre as crianças avaliadas através do índice peso/altura, 13,8% das crianças
desnutridas, 21,3% em risco nutricional, 57,5% encontravam-se eutróficas, 5,7% em risco de sobrepeso e 1,7% apresentaram sobrepeso. Já na
pesquisa de Castro et al (2005), 19.5% das crianças avaliadas se encontravam com risco de desnutrição, 70.2% estavam com eutrofia, 5.7%
estavam com sobrepeso e 4.6% estavam obesas, de acordo com o índice peso/altura.
No que diz respeito ao índice Peso/Altura, no ano de 2013, de acordo com os dados do SISVAN, no Município de Foz do Iguaçu, das
crianças com idade entre 2 e 5 anos de idade, 1.74% apresentaram magreza acentuada, 1.33% estavam com magreza, 64.31% se encontravam
eutroficos, 22.36% estavam com risco de sobrepeso, 6.77% estavam com sobrepeso e 3.49% encontravam-se obesos. No Estado do Paraná,
5.7% das crianças estavam com risco de sobrepeso, outros 5.7% se encontravam com sobrepeso e 5.7% estavam com obesidade. Já na Região
Sul, 20.68% estavam com risco de sobrepeso, 7.38% estavam com sobrepeso e 5.99% se encontravam com obesidade. No Brasil, 17.51%
encontravam-se com risco de sobrepeso, 6.58% estavam com sobrepeso e 6.93% estavam com obesidade.
A figura 4 demonstra os resultados referentes ao IMC para idade. De acordo com os resultados, 41% (n=11) das crianças, de ambos os
gêneros, apresentavam magreza, 41% (n=11) estavam eutróficas, 7% (n= 2) com risco de sobrepeso, e 11% (n=3) das crianças apresentavam-se
com obesidade. No sexo feminino, 50% (n=5) apresentavam magreza, 40% (n=4) estavam eutróficas, nenhuma menina com risco de
sobrepeso, e 10% (n=1) se encontravam com obesidade. Já as crianças do sexo masculino, 47% (n=8) apresentaram magreza, 41% (n=7)
estavam eutróficos, 12% (n=2) estavam com risco de sobrepeso, e nenhum com obesidade.
Figura 4: Classificação do estado nutricional de acordo com o índice IMC para idade (OMS, 2006).
Em um estudo realizado por Simon et al (2009), 24.1% das crianças do sexo masculino apresentavam-se com sobrepeso e as meninas,
22,2%. Quanto às crianças com idade de três anos, 22.1% e 16.9% dos meninos e meninas, respectivamente, apresentaram sobrepeso. A
obesidade esteve presente em 20.4% dos meninos e 15.9% nas meninas com idade de 2 anos. Aos 3 anos 9.1% dos meninos estavam obesos e
quanto às meninas, 13% se encontravam com obesidade de acordo com o IMC.
Alves et al (2008) avaliou 54 crianças, onde 16.6% apresentaram estado nutricional entre sobrepeso e obesidade, segundo o IMC.
Estes valores não apresentaram diferenças significativas entre ambos os sexos.
Já Barreto, Brasil e Maranhão (2007), em estudo realizado com crianças com idade entre 2 e 6 anos, através do IMC para a idade,
identificaram 3.2% de crianças com baixo peso, 70.2% com eutrofia, 14.1% com risco de sobrepeso e 12.4% estavam com sobrepeso.
No que se refere ao IMC de crianças com idade entre 2 e 5 anos de idade, no ano de 2013, segundo os dados do SISVAN, na cidade
de Foz do Iguaçu, 2.15% apresentavam magreza acentuada, 1.33% apresentaram magreza, a eutrofia esteve presente em 62.67% das crianças,
21.74% estavam com risco de sobrepeso, 8.31% com sobrepeso e 3.79% estavam com obesidade. No Estado do Paraná, 20.55% das crianças
estavam com risco de sobrepeso, 7.61% estavam com sobrepeso e 5.03% apresentaram obesidade. Na Região Sul, 20.93% das crianças
apresentaram risco de sobrepeso, 7.91% apresentam sobrepeso e 5.49% estavam com obesidade. Já no Brasil, 17.87% estavam com risco de
sobrepeso, 7.19% estavam com sobrepeso e 6.02% estavam com obesidade.
Foi analisado também o consumo alimentar das crianças, através do Formulário De Marcadores Do Consumo Alimentar para crianças
com idade entre 2 anos e menores de 5 anos do SISVAN.
Na Tabela 1 abaixo, é apresentado à ingestão no dia anterior ao do preenchimento do formulário referente ao consumo de leite,
onde 6% (n= 1) não ingeriu leite, 69% (n= 11) das crianças tomaram até 2 copos/mamadeiras de leite, seguido por 25% (n= 4), que consumiram
mais que 2 copos/mamadeiras.
Tabela 1: Preparações de leite consumidas no dia anterior.
Alimento
Não tomou
Até 2 copos/mamadeiras
Mais que 2
copos/mamadeiras
Preparações de leite
6%
69%
25%
Em uma pesquisa realizada por Tuma, Costa e Schmitz (2005) com crianças com idade entre 2 anos e 5 anos e 11 meses, mostrou que
81% das crianças tinham um elevado consumo de leite, 13% tinham um médio consumo e 6% tinham baixo consumo deste alimento.
No que se refere às preparações de leite consumidas no dia anterior ao preenchimento do Formulário De Marcadores Do Consumo
Alimentar para crianças com idade entre 2 anos e menores de 5 anos, de acordo com os dados do SISVAN referente ao ano de 2013 no
município de Foz do Iguaçu, 6.67% não consumiram preparações a base de leite, 20% consumiram até 2 preparações de leite no dia anterior e
73.33% consumiram mais de 2 preparações. Ainda conforme o SISVAN, referente ao Estado do Paraná, 8% não consumiram preparações a
base de leite, no dia anterior, 34% consumiram até 2 preparações e 59% consumiram mais do que 2 preparações. Na Região Sul do país
observou-se que, 10% das crianças não consumiram preparações de leite, 39% consumiram até 2 preparações de leite e 51% consumiram mais
do que 2 preparações. Já no Brasil, 18% não consumiram preparações de leite no dia anterior, 42% consumiram até 2 preparações e 40%
consumiram mais do que 2 preparações.
A Tabela 2 abaixo refere-se ao consumo no dia anterior ao preenchimento do formulário no que diz respeito ao consumo de
hortaliças e frutas, carnes, comida de panela e se a refeição foi realizada assistindo à televisão. O alimento mais consumido pelas crianças, no
dia anterior, foi comida de panela, mostrando um total de 94% (n= 15), em seguida, o consumo de carne somou um total de 75% (n= 12), e
63% (n= 10) das crianças comem assistindo televisão. Com relação às verduras e legumes, o consumo foi relatado por 31% (n= 5) das crianças,
quanto às frutas, o consumo foi de 56% (n= 9).
Tabela 2: Consumo de alguns alimentos consumidos no dia anterior.
Alimento
Sim
Não
Consumo de verduras e legumes
31%
69%
Frutas
56%
44%
Carne (boi, frango, porcos, peixe, miúdos ou outras).
75%
25%
Comeu assistindo televisão
63%
37%
Consumo de comida de panela
94%
3%
Em uma pesquisa realizada por Tuma, Costa e Schmitz (2005) com crianças com idade entre 2 anos e 5 anos e 11 meses, mostrou que
com relação às frutas, 41.8% das crianças possuíam um elevado consumo, 52.2% tinham médio consumo e 6.0% tinham baixo consumo de
frutas. As hortaliças tinham um elevado consumo por 24.3% das crianças, 54.3% tinham um médio consumo e 21.3% possuíam um baixo
consumo. O estudo mostrou também que a carne teve um consumo elevado por apenas 3.1%, 75.6% mantinham um médio consumo e 21.3%
possuíam um baixo consumo.
No estudo de Castro et al (2005), os autores analisaram a frequência de consumo alimentar de crianças com idade entre 2 e 6 anos. Com
relação às hortaliças, 32% das crianças raramente consumiam, 21.30% consumiam de 1 a 3 vezes na semana e 16.70% consumiam de 4 a 7
vezes na semana. Já as carnes, eram consumidas raramente por 25.70% das crianças, 53.80% consumiam de 1 a 3 vezes na semana e 20.50%
consumiam de 4 a 7 vezes na semana.
No trabalho de Cagliari et al (2009), no qual analisaram o consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos, verificou-se que o arroz era
consumido diariamente por 99% das crianças, já em relação ao feijão era consumido raramente por 7% das crianças, 27% consumiam de 1 a 4
vezes na semana e 66% consumiam diariamente. Verduras e legumes eram raramente consumidos por 19% das crianças, 45% consumiam de 1
a 4 vezes na semana e, diariamente, 66% das crianças consumiam esses alimentos. Carne, raramente, era consumido por 5% das crianças, 45%
comiam de 1 a 4 vezes na semana e 51% consumiam diariamente.
No que se refere ao consumo no dia anterior ao preenchimento do formulário no que diz respeito ao consumo de hortaliças e frutas,
carnes, comida de panela e se a refeição foi realizada assistindo à televisão, de crianças com idade entre 2 anos e menores de 5 anos, de
acordo com os dados do SISVAN, referente ao ano de 2013 no município de Foz do Iguaçu, 66.67% consumiram verduras e legumes, 80%
ingeriram frutas, 80% consumiram carne, 26.67% consumiram alimentos assistindo televisão e 93.33% consumiram comida de panela no
jantar. No Estado do Paraná, 78% consumiram verduras e legumes, 85% consumiram frutas, 79% consumiram carne, 35% das crianças
comeram assistindo televisão e 78% consumiram comida de panela no jantar. Já na Região Sul, 76% consumiram verduras e legumes, 86%
consumiram frutas, 82% consumiram carne, 36% consumiram algum alimento em frente a televisão e 81% consumiram comida de panela no
jantar. Ainda de acordo com SISVAN, no Brasil, 73% consumiram legumes e verduras, 82% consumiram frutas, 88% ingeriram carne, 45%
comeram assistindo televisão e 87% consumiram comida de panela no jantar.
A frequência semanal do consumo de alguns alimentos é representada na Tabela 3, onde observou-se referente ao consumo de 5 a 7
vezes na semana que 69% (n= 11) das crianças consomem bebidas adoçadas, 6% (n= 1) consomem refrigerante, 6% (n= 1) ingerem biscoito ou
bolacha recheada, 38% (n= 6) ingerem frutas ou suco de frutas e 69% (n= 11) comem feijão. Com uma freqüência menor, de 3 a 4 vezes na
semana, o consumo de bebidas adoçadas, salgadinho de pacote e feijão são consumidos por 19% (n= 3) das crianças, 6% (n= 1) ingerem
refrigerante, 13% (n= 2) consomem biscoito ou bolacha recheada e 31% (n= 5) consomem frutas ou suco de frutas. Quanto ao consumo igual
ou menor que duas vezes na semana verificou-se que 75% (n= 12) relatou consumir refrigerante e salgadinho, seguido de biscoito ou bolacha
recheada com 69% (n= 11) das crianças, 25% (n= 4) consomem frutas ou suco de frutas e 6% (n= 1) bebidas adoçadas. Algumas crianças
relataram nunca consumir bebidas adoçadas com 6% (n= 1), refrigerante com 13% (n= 2), salgadinho de pacote com 6% (n= 1), biscoito ou
bolacha recheada com 12% (n= 2), frutas ou suco de frutas com 6% (n= 1) e feijão com 12% (n= 2).
Tabela 3: Frequência do consumo semanal de alimentos.
Alimento
5a7x
semana
3a4x
semana
≤2x
semana
Bebidas com açúcar/ rapadura/ mel/ melado
69%
19%
6%
6%
Refrigerante
6%
6%
75%
13%
0
19%
75%
6%
Biscoito ou bolacha recheada
6%
13%
69%
12%
Frutas ou suco de frutas
38%
31%
25%
6%
Feijão
69%
19%
0
12%
Salgadinho de pacote
Nunca
Na pesquisa feita por Schaffazick (2011) com crianças com idade entre 6 meses e 2 anos, 75% consumiram verduras e legumes; 100%
consumiam frutas e 87,5% consumiam feijão no dia anterior a realização da pesquisa.
Em uma pesquisa realizada por Tuma, Costa e Schmitz (2005) com crianças com idade entre 2 anos e 5 anos e 11 meses, mostrou que
com relação aos biscoitos recheados representaram 17% de consumo elevado, 31.7% possuíram um consumo médio do alimento e 50.4%
tiveram um baixo consumo. Com relação ao refrigerante, 6.5% tiveram consumo elevado, 56.5% possuíram médio consumo e 37% tiveram
baixo consumo.
No trabalho de Cagliari et al (2009), no qual analisaram o consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos, verificou-se que as frutas eram
consumidas de 1 a 4 vezes na semana por 25% das crianças e 75% consumiam diariamente. No caso de açucares e salgadinhos, 4% das crianças
consumiam de 1 a 4 vezes na semana e 96% consumiam diariamente.
A freqüência semanal do consumo de alguns alimentos contemplam o Formulário De Marcadores Do Consumo Alimentar para
crianças com idade entre 2 anos e menores de 5 anos do SISVAN. Segundo os dados referentes ao ano de 2013, em relação ao consumo de 5a
7 vezes na semana de bebidas adoçadas no município de Foz do Iguaçu observou-se 53.33%, no Estado do Paraná 67%, na Região Sul 63%, e
no Brasil 50% do total de crianças consumiam.
Em relação ao consumo de refrigerantes, os mesmos foram ingeridos com maior frequência 2 vezes na semana. Em Foz do Iguaçu,
são consumidos nesta frequência por 73,33%, no Estado do Paraná por 75%, na Região Sul por 77%, e no Brasil por 78% do total de crianças
registradas no sistema no ano de 2013.
Quanto ao consumo de salgadinho de pacote, também a prevalência de consumo foi com frequência de duas vezes ma semana,
onde em Foz do Iguaçu era consumido por 66.67% das crianças, no Estado do Paraná por 81%, na Região Sul por 80%, e no País por 75%.
Ainda de acordo com o SISVAN, no que diz respeito ao consumo de biscoitos recheados, também observou-se maior frequência de
consumo 2 vezes por semana, onde verificou-se a ingestão por parte de 60% das crianças de Foz do Iguaçu, 69% no Estado do Paraná, 68% na
Região Sul e 64% das crianças, no Brasil.
Quanto a ingestão de frutas ou de suco de frutas, o consumo diário foi de 26,6% para a cidade de Foz do Iguaçu, 21% para o Estado
do Paraná, 26% para a Região Sul do país, e 27% no país. E quanto ao consumo de feijão, houve consumo diário, ou seja, 5 a 7 vezes na
semana, por parte de 86,7% das crianças registradas no sistema em Foz do Iguaçu, 85% no Estado do Paraná, 73% na Região Sul, e 74% no
País.
CONCLUSÃO
Os resultados apresentados demonstram a nítida mudança da transição nutricional, demonstrada, também, em diversos estudos
semelhantes, mostrando que, não só na cidade de Foz do Iguaçu, mas no mundo inteiro, os hábitos alimentares vêm apresentando uma
mudança preocupante para a saúde publica. De acordo com os dados antropométricos, a maioria das crianças apresenta-se estrófica e abaixo
do peso, porém, os hábitos alimentares expressam a falta de informação fornecida aos pais das crianças com relação a uma boa alimentação.
A promoção de uma alimentação saudável, tanto na escola como na casa das crianças, é algo que preocupa os profissionais da área de
nutrição. Portanto, este estudo demonstra que programas de educação em saúde direcionados as famílias e a escola são de grande
importância para a obtenção de uma melhor qualidade de vida, o que beneficia o crescimento e desenvolvimento normal das crianças.
Na creche, as crianças são incentivadas a consumir uma variedade de alimentos, encorajando o interesse pelas preparações. É
importante o estimulo dos pais a desenvolver hábitos alimentares adequados, não somente para as crianças, mas também para os próprios
pais, repercutindo no ambiente familiar.
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PRÁTICAS DE QUALIDADE DE VIDA BASEADOS EM MINDFULNESS (ATENÇÃO PLENA) NA SAÚDE
CHRISTIAN LUIZ RODRIGUES
FERNANDA PEREIRA DA CUNHA
NAZARÉ DE OLIVEIRA ALMEIDA
Acadêmico de Psicologia; Uniamérica, Foz do Iguaçu; PR. E-mail: [email protected]
Administradora; acadêmica de Psicologia; especialista em Dinâmica dos Grupos (SBDG); Uniamérica, Foz do Iguaçu; PR.
E-mail: [email protected]
Psicóloga clínica; mestre em educação tecnológica; especialista em Dinâmica dos Grupos (SBDG); Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (IPTC);
docente de Psicologia na Uniamérica; Foz do Iguaçu; PR. E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
Atualmente, os consultórios de psicoterapia e psiquiatria concentram um grande número de queixas de estresse, ansiedade e
depressão.
O estilo de vida pós-moderno, influenciado pelo bombardeio de estímulos da revolução da informação, a diminuição do contato
humano e com a natureza, a verticalização do espaço residencial e pouco acesso ao lazer tem gerado consequências diretas na saúde mental
da população mundial.
Pessoas e empresas do mundo todo estão se deparando com um fenômeno cada vez mais comum entre os seres humanos: o estresse
e o consequente adoecimento que muitas vezes leva à depressão, de dimensão leve, moderada e grave e que se apresentam de forma própria.
Estas manifestações podem ser de natureza endêmica ou pandêmica, dependendo das variáveis de que cada indivíduo ou empresa possui num
dado momento sócio-histórico.
Dentre as variáveis dos sintomas do estresse até a instalação da doença grave podemos encontrar: humor triste, fadiga, dificuldades
para dormir, apetite diminuído ou aumentado, dificuldades para se concentrar; irritabilidade; queixas somáticas difusas; abuso de drogas;
atividades recreativas sociais limitadas; contato social de má qualidade; dificuldades de relacionamento; absenteísmo e conflitos interpessoais
no trabalho e em casa.
Para além da medicina tradicional, pesquisas randomizadas evidenciam que a prática de atenção plena pode contribuir para a
prevenção e tratamento de diversas destas condições (DEMARZO, 2011). Esta prática pode ser recomendada como terapia complementar a
pessoas e pacientes de todas as idades, apresentando uma variedade de benefícios para a saúde e qualidade de vida.
Percebe-se, atualmente, a crescente necessidade de investimentos na QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) ou saúde integrativa dos
sujeitos. Neste sentido, as práticas mindfulness, ou atenção plena, são atualmente praticadas e delas são obtidos resultados em diferentes
contextos clínicos e institucionais. Um dos prováveis motivos da preferência por estas práticas refere-se à praticidade e simplicidade de sua
aplicação. Além e devido à isto, elas podem ser conduzidas por profissionais de saúde ou por outros profissionais interessados e treinados para
este fim.
DEFINIÇÃO
Em mindfulness a percepção ocupa papel central, como um primeiro passo para nos ajudar a fazer mudanças na vida. Em particular,
focaliza-se em um tipo especial de percepção chamado mindfulness (atenção plena). O termo mindfulness vem de tradições orientais
espirituais e religiosas (como o zen budismo), mas a medicina e a psicologia começaram a reconhecer que, retirada do contexto espiritual e
religioso, enquanto prática formal ou informal, ele pode ser usado para aumentar o bem-estar físico e emocional. Embora muitas das ideias
sugeridas por nós sejam consistentes com filosofias e tradições orientais, não nos concentraremos na parte religiosa ou espiritual de
mindfulness.
Mindfulness é uma percepção não julgadora (ou compassiva), no presente momento, do que está acontecendo dentro de nós e ao
nosso redor.
Atenção Plena é o equivalente à expressão em inglês mindfulness, que se refere uma percepção não julgadora (ou compassiva), no
presente momento, do que está acontecendo dentro de nós e ao nosso redor. Refere-se à capacidade de prestar atenção, no momento
presente, a tudo que surge interna ou externamente, sem julgamentos ou desejo de que as coisas sejam diferentes (VANDENBERGHE e
ASSUNÇÃO, 2009).
Ter mindfulness se situa entre dois extremos. Presta-se atenção ao que está acontecendo dentro e ao redor de si, reconhecendo os
eventos e experiências como realmente são, e deixando que as coisas sejam como são, enquanto se concentra a atenção no que se está
fazendo.
Os três principais objetivos de mindfulness são: 1. Consciência; 2. Experiência do Momento Presente; 3. Aceitação.
Os três objetos de mindfulness, os quais corresponderão às três etapas da prática formal, são: 1. O corpo; 2. As sensações; 3. Os
estados e conteúdos da mente.
A maioria das pessoas vive a vida concentradas em outras coisas, não no que está acontecendo no momento presente, preocupandose com o futuro, ruminando sobre o passado, pensando no que virá a seguir e não no que está bem diante de si. Isso ocorre porque, para a
maioria das pessoas, fazer uma série de coisas sem prestar atenção nelas promove um conforto, mesmo que falso e frágil. No entanto, essa
capacidade de fazer as coisas automaticamente, sem percebê-las, também faz perder contato com o que está acontecendo diante de si. Podese criar hábitos (tais como evitar conflitos) que nem se percebe e que talvez não estejam de acordo com os objetivos pessoais prioritários e
com seus próprios valores de vida.
Benefícios da Mindfulness (atenção plena)
Rommer e Orsillo (2010) afirmam que desenvolver as habilidades de mindfulness exige prática e aperfeiçoamento. Todos podem
continuar prestando atenção aos elementos dela e desenvolvê-los melhor ao longo da vida. Estas habilidades são:
PERCEPÇÃO
Aprender a focar a atenção, ao contrário de dirigi-la para vários lugares ao mesmo tempo. Além disso, perceber pensamentos,
emoções e sensações corporais, assim como imagens, sons, cheiros e gostos.
OBSERVAÇÃO NÃO JULGADORA
Desenvolver um senso de compaixão em relação à própria experiência interna. Perceber os julgamentos constantes que são feitos
sobre as próprias experiências. Recuar e perceber as experiências sem rotulá-las como “boas” ou “más”.
Permanecer no momento
Observar o aqui e agora, ao contrário de focar o passado e o futuro. Praticar a paciência no momento presente, em vez de se apressar
para o que quer que esteja por vir. Participar das experiências conforme elas acontecem.
Mente de principiante
Observar as coisas como realmente são, ao contrário de deixar que o que “sabemos” ser verdade obscureça a própria experiência.
Abrir-se para novas possibilidades.
Mindfulness é uma experiência pessoal capaz de trazer flexibilidade à caracterizada por:
• Mindfulness é um processo. Não se atinge um estado final e total de mindfulness. É uma maneira de estar em um momento que vem
e vai.
• Mindfulness é perder o foco 100 vezes e voltar a ele 100 vezes.
• Mindfulness é um hábito. Exatamente como se aprende a seguir no piloto automático ao praticar determinada coisa muitas vezes,
pode-se aprender mindfulness pela prática. Quanto praticado, mais fácil será ter momentos de mindfulness.
• As atividades de mindfulness têm muitas formos diferentes. As pessoas realizam práticas formais de mindfulness que podem levar
horas ou até dias. As pessoas também podem ter mindfulness por um momento – prestar atenção à sua respiração em qualquer momento do
dia e perceber a sua experiência. Todas as formas de prática de mindfulness são benéficas. No tratamento, vamos nos concentrar
principalmente numa prática diária mais breve, mas talvez você queira buscar outros modos mais formais de prática de mindfulness fora da
terapia ou depois que a terapia acabar.
• Mindfulness traz a pessoa mais completamente para a sua vida. Às vezes, especialmente no início do tratamento, pratica-se
mindfulness de uma maneira que pode parecer muito relaxante e distante dos estressores da vida cotidiana, mas o objetivo fundamental é
usar mindfulness para manter-se por inteiro na vida e aumentar a satisfação global e bem-estar. Mindfulness permite se faça uma pausa e se
prepare para alguma coisa e nos permite viver mais completamente as coisas.
Para finalizar, talvez um dos maiores benefícios de interesse deste projeto seja a redução dos níveis prejudiciais de estresse, visto ser
este o problema de maior incidência que afeta a produtividade e a QVT.
PESQUISAS
Atualmente, vários pesquisadores e grupos de pesquisa (DAVIS; HAYES, 2011; FOLEYET AL., 2010; HOFMANNET AL., 2010, MA;
TEASDALE, 2004) têm dedicado esforços para verificar, de forma empírica, os efeitos e fundamentos dessa atenção na saúde integral de
pacientes em variados contextos.
Stephen Little (BURCH, 2013) afirma que a medicina vem pesquisando maneiras que permitam às pessoas prestarem atenção à dor
sem sucumbir ao estresse e ao sofrimento que dela derivam. Este viés do tratamento da dor é completamente renovado se comparado com a
medicina tradicional alopática. Neste sentido, abordagens inúmeras vêm sendo testadas nos últimos anos, apresentando as de maior eficácia
aquelas baseadas na consciência, as quais ensinam às pessoas a mudar drasticamente sua forma de se relaciona com a dor em vez de
prometer que ela vai cessar. O autor lembra que as práticas de mindfulness (atenção plena), as quais vêm sendo aplicadas em hospitais e
clínicas em todo o mundo, são as mais eficazes neste contexto.
Outros estudos randomizados:
1.
Um estudo controlado randomizado - exposição e terapia baseada em mindfulness para a síndrome do intestino irritável.
http://www.epistemonikos.org/pt/documents/dc7e87e0d80533efa917ff865370d43598764fdd
2.
Avaliação da efetividade do programa de mindfulness–BasedRelapsePrevention (MBRP) como estratégia adjunta ao tratamento da
dependência de tabaco.
http://www.bv.fapesp.br/pt/auxilios/82884/avaliacao-da-efetividade-do-programa-de-mindfulness-based-relapse-prevention-mbrp-comoestrategia-ad/
3.
Priming, mindfulness e efeito placebo. Associação com a saúde, exercício físico e actividade física não programada. Uma revisão
sistemática da literatura. http://scielo.isciii.es/scielo.php?pid=S1888-75462013000100008&script=sci_arttext
4.
Grand Rounds: Neural Mechanisms of mindfulness Training. http://www.psychiatrictimes.com/neuropsychiatry/grand-rounds-
neural-mechanisms-mindfulness-training#sthash.jvvqMWvY.dpuf
PROGRAMAS DE SAÚDE BASEADOS EM MINDFULNESS
Apesar dos programas e intervenções em mindfulness terem se iniciado com os pacientes de Kabat-Zinn (1990), hoje é adotado em
uma variedade de contextos clínicos, incluindo algumas terapias cognitivas, como técnica sistematizada, ensinada e treinável, bem como em
contextos institucionais. Giuffra (2009) destaca que Mindfulness não deve ser considerado um conceito religioso e nem mesmo um conceito
espiritual, mas um conceito cognitivo, já adotado em abordagens como a Gestalt-terapia, e diferentes Terapias Cognitivo-Comportamentais,
tais como a Terapia de aceitação e compromisso (TAC, em inglês ACT), a Terapia comportamental dialética (TCD), Terapia cognitiva baseada
em mindfulness (MBCT) e Programa de redução de estresse em mindfulness (MBSR).
Usos notáveis podem ser ilustrados pela TAC e pela TCD. Por um lado, a TAC considera mindfulness um importante recurso para ajudar
o paciente no processo regulação emocional e de aceitação, esta entendida diferente de resignação, mas um processo ativo no qual o
indivíduo admite o que acontece consigo sem se apegar àquilo que gostaria que fosse. Trata-se de compreender a realidade percebendo o
aparecimento inevitável de pensamentos, sentimentos e sensações sem evitá-los, rechaçá-los ou julgá-los (ROOMER; ORSILLO, 2010). Por
outro lado, a TCD refere mindfulness como uma das quatro habilidades críticas que ajudam na regulação emocional, na qual o paciente se
mantém equilibrado quando as emoções surgem de forma intensa (MCKAY et al., 2007). As habilidades em Mindfulness ajudam no foco em
um elemento em um dado momento, melhorando o manejo controle de emoções intensas e separando julgamentos das experiências reais. O
resultado disso é, normalmente, a autocondenação. Esta habilidade é de grande utilidade, pois se sabe que as pessoas prestam muita atenção
ao que estão pensando e sentindo, e os criticam muito.
Programas de meditação aplicada à saúde, os quais, baseados ou não no reconhecido programa de redução do estresse baseado em
mindfulness (MBSR), propõem a aplicação das práticas da atenção plena na saúde. O MBSR é um programa altamente estruturado ao longo de
oito semanas, em que os participantes se reúnem semanalmente por 2,5 horas para vivência de técnicas de meditação (DEMARZO, 2011, p.
12). Aos participantes também são dadas atribuições para serem implementadas em ambiente domiciliar ou de trabalho, diariamente e com
duração média de 45 minutos (Ibid.). Os participantes são instruídos no sentido de procurar incorporar a meditação em sua vida diária,
fazendo com que as atividades rotineiras se tornem, de certa forma, uma prática meditativa ( Ibid.).
Há ainda diferentes aplicações de mindfulness em programas de enfrentamento de diferentes problemas e tratamento de transtornos,
por exemplo, de humor, ansiedade, pânico, personalidade, problemas com abuso e dependência de drogas (RANGÉ; VORKAPIC, 2013).
QUALIDADE DE VIDA
Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, relativa ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e
ambiental e à própria estética existencial (Minayo, 2000). Envolve a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que
determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos,
experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo portanto
uma construção social com a marca da relatividade cultural. A polissemia da noção a transversaliza-a entre três sentidos: 1) modo, condições e
estilos de vida; 2) desenvolvimento sustentável e ecologia humana; e 3) democracia, desenvolvimento, direitos humanos e sociais (Ibid., 2000).
A resultante social que caracteriza a qualidade de vida no campo da saúde refere-se à construção coletiva dos padrões de conforto e tolerância
estabelecidos para si por determinada sociedade.
Considerando que desde os séculos XVIII e XIX, com o nascimento da medicina social, o discurso da relação entre saúde e qualidade de
vida tenha inspirado transformações importantes para políticas públicas e movimentos sociais, o termo se refere especialmente às condições
de vida. Conforme Witier (1997), qualidade de vida se refere ao campo semântico de estilo de vida, situação de vida, valores não materiais
(amor, liberdade, solidariedade e inserção social, realização pessoal e felicidade). Neste sentido, as práticas de mindfulness, enquanto um
estilo de vida, inspirado nas tradições filosóficas orientais, encontraram o terreno fértil para seu reconhecimento.
No ocidente Langer (1989) estudava inicialmente o conceito chamado por ela de mindlessness, que ela dizia tratar-se de uma forma na
qual os indivíduos vivem no piloto automático, ao utilizarem continuamente de referências prontas, hábitos, informações antigas, regras
cognitivas rígidas e a aceitação do que é socialmente considerado correto. Desta forma, as tarefas rotineiras automatizadas funcionam
autonomamente, através de modelos pré-estabelecidos, faltando, contudo, análise crítica nas atitudes e comportamentos já internalizados.
No oriente Kabat-Zinn (2005) inspirou seus estudos de mindfulness, definindo-o por “uma consciência sincera, de momento a momento, não
julgadora”. Assim, ambos os pesquisadores procuram enfatizar um estado de atenção concentrada, em tudo o que estiver acontecendo no
momento presente, em seu interior ou exterior, procurando não ser envolvido por seu juízo de valor, ou seja, procurando não fazer um
julgamento moral de suas experiências.
Enquanto as bases empíricas do mindfulness situam-se nos estudos ocidentais, a sua filosofia se inspira na tradição oriental budista. A
meditação dirigida, onde há a concentração da mente em um determinado objetivo é a meditação chamada Samatha (da tranquilidade), é a
prática cujos objetivos se assemelham com a prática de mindfulness, à qual pratica-se nos diferentes programas de saúde no ocidente. Na
meditação dirigida dirige-se a mente através de palavras, sons, um ponto, um objeto, mantras, da observação da respiração, objetivando
desenvolver a concentração, a introspecção, e consequente tranquilidade do praticante. A prática de meditação dirigida data da existência de
mestres iogues antes de Buda. Entretanto, Sidarta (Buda), interessado em resultados mais eficazes das práticas meditativas, criou a
Satipatthana (plena atenção), baseada na atenção no aqui e agora, na vigilância e consciência. Seu interesse era conduzir o praticante à
Iluminação, a Completa Sabedoria, o Nirvana. Segundo seus ensinamentos, a prática de Satipatthana pode ser praticado em qualquer
atividade diária que se esteja fazendo, na postura sentada, em pé, ou qualquer outra postura.
Neste contexto, o reconhecimento das práticas de mindfulness para a saúde aproximam o conhecimento ocidental do oriental, por
meio da noção de qualidade de vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os problemas de saúde gerados pelo estilo de vida pós-moderno levaram às mudanças na noção de saúde e qualidade de vida. Os
protocolos, programas e conhecimentos acerca dos processos de saúde, muitas vezes, não atendem às demandas atuais na área de saúde.
Neste contexto, surge o reconhecimento das práticas de medicina integrativa, entre elas, as práticas de mindfulness, traduzida para o
português como “atenção plena”.
Inspirada na tradição zen-budista, práticas de mindfulness foram pesquisadas sistematicamente em diferentes contextos clínicos e
institucionais, com o objetivo de atender à complexidade da noção de saúde e doença, depois do surgimento do conceito de medicina social,
ainda nos séculos XVIII e XIX.
O conceito de Mindfulness mais recorrente é de uma percepção não julgadora (ou compassiva), no presente momento, do que está
acontecendo dentro de e ao redor de si. Refere-se à capacidade de prestar atenção, no momento presente, a tudo que surge interna ou
externamente, sem julgamentos ou desejo de que as coisas sejam diferentes (VANDENBERGHE e ASSUNÇÃO, 2009). Rommer e Orsillo (2010)
afirmam que desenvolver as habilidades de mindfulness exige prática e aperfeiçoamento. Estas habilidades são de percepção, observação não
julgadora, permanecer no momento e a mente de principiante.
Apesar dos programas e intervenções em mindfulness terem se iniciado com os pacientes de Kabat-Zinn (1990), hoje são adotados em
uma variedade de contextos clínicos, incluindo algumas terapias cognitivas, como técnica sistematizada, ensinada e treinável, bem como em
contextos institucionais. Giuffra (2009) destaca que Mindfulness não deve ser considerado um conceito religioso e nem mesmo um conceito
espiritual, mas um conceito cognitivo, já adotado em abordagens como a Gestalt-terapia, e diferentes Terapias Cognitivo-Comportamentais,
tais como a Terapia de Aceitação Compromisso (TAC, em inglês ACT), a Terapia Comportamental Dialética (TCD), Terapia Cognitiva Baseada em
Mindfulness (MBCT) e Programas de Redução do Estresse baseados em Miindfulness (MBSR).
No ocidente Langer (1989) estudava inicialmente o conceito chamado por ela de mindlessness, que ela dizia tratar-se de uma forma na
qual os indivíduos vivem no piloto automático, ao utilizarem continuamente de referências prontas, hábitos, informações antigas, regras
cognitivas rígidas e a aceitação do que é socialmente considerado correto. No oriente Kabat-Zinn (2005) inspirou seus estudos de mindfulness,
definindo-o por “uma consciência sincera, de momento a momento, não julgadora”. Assim, ambos os pesquisadores procuram enfatizar um
estado de atenção concentrada, em tudo o que estiver acontecendo no momento presente, em seu interior ou exterior, procurando não ser
envolvido por seu juízo de valor, ou seja, procurando não fazer um julgamento moral de suas experiências.
Neste contexto, o reconhecimento das práticas de mindfulness para a saúde aproximam o conhecimento ocidental do oriental, por
meio da noção de qualidade de vida.
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A INTERDISCIPLINARIDADE COMO FERRAMENTA PARA SUPERAR A FRAGMENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
PATRÍCIA FERNANDES PAULA-SHINOBU
MARCIO MIGUEL AGUIAR
Universidade Estadual de Londrina - UEL
INTRODUÇÃO
A interdisciplinaridade tem como principal objetivo superar a fragmentação do conhecimento, que há tempos vem sendo criticada
por estudiosos. A possibilidade de construir um novo olhar sobre o ensino, através de práticas que busque homogeneizar as áreas do
conhecimento, vem apresentando um novo caminho a ser seguido e aplicado no cotidiano da sala de aula.
Dessa forma o Programa de Institucional de Bolsa de Iniciação ã Docência (PIBID) Interdisciplinar, tem o objetivo de apresentar aos
seus bolsistas uma nova maneira de olhar as práticas em sala de aula, principalmente voltado ao método interdisciplinar que possibilita ao
aluno da educação básica compreender melhor o conteúdo com atividades que trabalhe a relação teoria e prática no cotidiano escolar.
No PIBID Interdisciplinar os alunos apresentam exatamente esta diversidade, já que estes representam os cursos de Ciências
Biológicas, Geografia, Pedagogia e Música da Universidade Estadual de Londrina/UEL-Pr, com a seleção dos bolsistas, estes foram convidados a
quebrarem paradigmas, ou seja, não olhar os conteúdos presentes no ensino básico através do curso que estão estudando, mas irem além,
abrindo as diversas perspectivas que um objeto de estudo pode apresentar quando explorado de maneira correta, na relação teoria e prática.
No início muitas leituras embasaram nossos debates a fim de subsidiar o entendimento do que é e como se aplica a interdisciplinaridade e
depois algumas práticas que destacassem como estas se apresentam no cotidiano da sala de aula, e para isso foi preciso mostrar como cada
curso tratava um objeto de estudo como paisagem, por exemplo.
Contudo, todo trabalho desenvolvido ao longo do ano, resultou em oficinas e aulas que pudessem representar o método
interdisciplinar em conteúdos de Geografia e Arte, nas escolas de ensino fundamental e médio do município de Londrina-Pr, os trabalhos
foram gratificantes, os bolsistas pouco a pouco foram superando o olhar fragmentado e unitário de sua formação, para uma visão mais
abrangente e holística desse processo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Interdisciplinaridade como Metodologia
A interdisciplinaridade surge como uma metodologia que busca superar a fragmentação do conhecimento em prol de uma visão
integradora, tornando a sala de aula um espaço aberto para o diálogo e debates relacionados a teoria-prática no convívio social.
Os trabalhos que buscam nos conteúdos sua relação com o cotidiano do aluno, possibilita a este uma visão mais abrangente, pois
leva o aluno a contextualizar o que ele aprende em sala de aula e sua vivência fora dela, tornando os exemplos mais reais e com maior
credibilidade, já que este percebe que há uma conexão entre os dois (teoria-prática).
De acordo com Gadotti (1999) a metodologia do trabalho interdisciplinar supõe atitude e método que implica:
1º integração de conteúdos;
2º passar de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento;
3º superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa, a partir da contribuição
das diversas ciências;
4º ensino-aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos ao longo de toda a vida (educação
permanente).
A interdisciplinaridade surge como meio para superar a individualidade dos conteúdos, tornando o conhecimento amplo e unitário,
pela consistência que leva a pesquisa e ao mesmo tempo a construção e reconstrução de um espaço que privilegia a troca e a busca pela
aprendizagem significativa. Além disso, não se pretende aqui tornar o professor, alguém que tenha que dar conta de todos os temas e
disciplinas existentes, mas ao contrário, promover a integração entre as áreas para que o diálogo aconteça fora e dentro da sala de aula,
fazendo com que o aluno perceba a comunicação entre elas, e não algo fragmentado e dividido em horário e aulas específicas que não
dialogam ou que não se conectam, quando esta conexão é algo permanente e diária, mesmo sem que isso seja destacado pelos professores ou
percebido pelos alunos.
Ainda de acordo com Godotti (1999) a “ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola
participativa e decisiva na formação do sujeito social”, ao olhar para o papel que pode ser desempenhado pelas ações interdisciplinares, esta
torna o conhecimento algo próximo da realidade do aluno, por leva a interação das áreas e assim o aluno pode reconhecer seu espaço e atuar
sobre ele, podendo fazer a leitura de diversas categorias de análises que fazem parte do cotidiano do aluno como paisagem, território, lugar,
região e sociedade-natureza.
De acordo com Japiassu (1976, p. 43) utilizar do método interdisciplinar é lutar contra três aspectos:
a. contra um saber fragmentado;
b. contra o divórcio crescente ou esquizofrenia intelectual entre uma Universidade cada vez mais
compartimentada e a sociedade em sua realidade dinâmica e concreta, onde a “verdadeira vida” sempre é
percebida como um todo complexo e indissociável;
c. contra o conformismo das situações adquiridas e das ideias recebidas ou impostas.
Neste caso a Universidade tem que se comprometer também com o trabalho interdisciplinar, já que apenas exigir este trabalho do
professor do ensino básico, sem que se trabalhe na formação do futuro professor é saber que isso não acontecerá, ou seja, a grande
dificuldade encontrada hoje em muitos professores da escola básica é justamente o fato de nunca terem tido contato como essa metodologia,
e por isso não sabem como aplicá-la.
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) apresenta essa necessidade de trabalho a todos os professores, porém será
que isso acontece? Ou como vem acontecendo? Uma das respostas pode ser que a correria e elevada carga horária dos professores não deixe
que o diálogo entre as disciplinas aconteça e cada um foque apenas em vencer seus conteúdos e aí caberia a equipe pedagógica em tentar
promover esse diálogo e trabalho. Superar fragmentação do conhecimento é tornar as aulas mais ricas incentivando a pesquisa diária.
2.2 A Formação Interdisciplinar
A formação interdisciplinar é uma necessidade atual, já que o mundo digital tem apresentado a todo instante inúmeras notícias das
mais diferentes categorias e os alunos estão cada vez mais conectados com essas informações, mesmo que fragmentadas, mas ao menos
sabem o que vem ocorrendo, mesmo que superficialmente, dessa forma a interdisciplinaridade pode promover esta interação entre as
disciplinas através de um notícia que atinge a sociedade em geral.
A busca pela interdisciplinaridade tem estado cada vez mais presente no cotidiano da sala de aula, na Universidade esse debate tem
ocorrido com maior frequência, devido às exigências de um ensino pluralista e transdisciplinar, dessa forma tornarem estas práticas mais
evidentes no cotidiano escolar se faz necessárias e para isso:
Os professores vêm se reunindo para a realização de atividades conjuntas, contudo, esporádicas, nas
comemorações de datas cívicas, na organização de semanas culturais e campanhas sobre limpeza. No entanto,
essas atividades conjuntas que, de há muito vêm sendo realizadas, ainda não foram suficientes para
desencadear mudanças no currículo da escola e promover um diálogo sobre o conhecimento. (PONTUSCHKA,
1999, p. 107).
O trabalho interdisciplinar tem que avançar tanto nas Universidades como no ensino fundamental e médio, para que estas atividades
conjuntas se tornem cada vez mais comuns aos alunos, possibilitando mudanças tanto na prática escolar como na leitura do espaço geográfico
que a cada dia está mais dinâmico e interativo.
Realizar um trabalho interdisciplinar exige romper barreiras, e muitos tabus. Quebrar paradigmas é um dos principais meios para se
construir essa visão holística do espaço e da sociedade, mas para isso professores e alunos em formação precisam ler e pesquisar, pois
somente a partir desta busca é que será possível propor trabalhos diversificados, fugindo da rotina e do cotidiano da sala de aula, onde a
inovação é o primeiro passo para um trabalho diverso e abrangente, mas volta-se a frisar a leitura é que potencializará a quebra de tabus e
promover a inovação e aceitação da interdisciplinaridade.
Há uma dificuldade de se pensar a interdisciplinaridade, principalmente para os professores em formação, já que muitos se querem
tiveram algo parecido para dizer que sabem o que é. O primeiro passo é fazê-lo entender como um mesmo objeto de estudo pode ser
trabalhado sobre inúmeros contextos e assim promover uma interação entre as disciplinas. Contudo para que isso aconteça deve haver um
planejamento, somente através deste é que os professores poderão dialogar e propor inovação e interação entre as partes, mas sabemos
ainda que:
Se essas práticas interdisciplinares têm, de um lado, significado por serem realizadas com o esforço pessoal dos
professores que buscam métodos para desenvolver melhor a sua ação pedagógica e realizam verdadeira
resistência do ponto de vista educacional, por outro lado, ainda se está longe de um pensar e agir
interdisciplinares que influam no conjunto da educação escolar, no sentido de direcionar o trabalho pedagógico
para um novo projeto de escola, em que o método de pensar a realidade seja interiorizado pelos participantes e
desenvolvido sem que se force a integração dos conteúdos predeterminados por secretarias de educação ou
pela própria escola. (PONTUSCHKA, 1999, p. 108).
Conforme apresenta a autora, ainda há muito que se avançar sobre o pensar e agir interdisciplinarmente, pois a busca e superação
de metodologia por inovação também é um trabalho que tem que ser superado em conjunto com os alunos, já que muitos se assustam com
métodos que fogem ao que estão acostumados, como copiar partes do livro didático e responder suas questões, sempre com a pergunta
“professora em que página está à resposta”, e esse vício torna o trabalho algo mais difícil a ser superado, porém avançar sobre essas
atividades que não levam o aluno a pensar ou questionar o que está sendo aprendido é o maior presente que o professor pode promover na
vida de um aluno, pois torna este um ser capaz de pensar e agir sobre seu conhecimento, sendo capaz de interpretar os fatos e ações que
estão ocorrendo ao seu entorno, agindo assim sobre ele, mas nunca sendo apenas mais um.
Dessa forma, para se trabalhar com a interdisciplinaridade, é necessário saber que
Os professores de Geografia não precisam saber História em profundidade para realizar um trabalho
interdisciplinar com o professor dessa disciplina, mas há necessidade de saber se é possível trabalhar com ele.
Saber qual é a teoria do conhecimento que embasa suas aulas e o seu método de ensino é condição necessária
para um trabalho coletivo entre os docentes. (PONTUSCHKA, 1999, p. 110).
Portanto, trabalhar com a interdisciplinaridade é tanto propor um trabalho em conjunto como, quando este não for possível o
professor saber o que compete ao outro e apresentar seus diversos olhares sobre o mesmo objeto de estudo, conhecer como é possível
contemplá-lo em sua abrangência é uma necessidade, e que na maioria das vezes não acontecer devido o corre, corre do dia a dia e o grande
número de alunos na sala de aula.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho interdisciplinar no PIBID/Interdisciplinar tem promovido aos alunos e futuros professores dos cursos de Ciências
Biológicas, Geografia, Pedagogia e Música uma interação que os alunos consideravam impossível no início, principalmente em se tratando da
música, se questionavam o tempo todo, sobre como trabalhar a interdisciplinaridade com todos os demais cursos.
Com o objetivo de quebrar o paradigma de uma visão fragmentada e possibilitar uma visão holística sobre as diversas áreas do
conhecimento, foram realizadas algumas propostas:
1.
Foram realizadas inúmeras leituras para que os alunos compreendessem primeiro o conceito de interdisciplinaridade, ou seja, o que
significa esta palavra e o que ela se propõe, enquanto relação teoria e prática, compreendido o conceito e o objetivo deste método;
2.
Fazer com que os futuros professores pensassem como cada um (enquanto curso/disciplina) poderia contribuir com o outro, para
isso utilizamos as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) partindo dos conteúdos que cada um apresentava em um
determinado ano, por exemplo, 9° ano, e a partir dos conteúdos cada um dizia o que poderia contribuir.
3.
Foram realizados encontros com professores de cada um das áreas para que os mesmo apresentassem como são trabalhadas ou
reconhecidas alguns objetos de estudo e dessa forma os alunos se familiarizassem com o curso dos colegas, por exemplo, a
professora do departamento de música, foi perguntando um a um como cada um reconhecia a música em sua vida e como ela
poderia ajudá-los a trabalhar com determinado tema, que era proposto individualmente a cada aluno durante a conversa.
4.
Foram elaboradas oficinas através de temas apresentados pelos professores supervisores, presentes nas escolas das disciplinas de
Geografia e Arte, a fim de que os bolsistas desenvolvessem as aulas considerando esses temas na busca de aplicar a
interdisciplinaridade, antes da aplicação das oficinas, os alunos apresentaram para seus colegas e as aulas foram filmadas para que
os mesmo pudessem fazer sua leitura crítica sobre o que estava bom e o que poderia melhorar os colegas também puderam opinar
com opiniões construtivas, foi interessante a avaliação de cada um, inclusive sobre suas posturas.
5.
Foram realizados inúmeros trabalho de campo, sempre na perspectiva de aulas pré-campo, campo e pós-campo fazendo o
acadêmicos refletirem sobre tudo o que poderia e o que foi observado durante este período, os acadêmicos utilizam as mais
diversas ferramentas com o intuito de levar seus alunos a fazer a leitura do espaço visitado, como o uso de câmera fotográfica, GPS
e mapas de localização, ou seja, os alunos conseguem utilizar de metodologias que muitas vezes não são permitidas em sala de aula,
mas que fora dela podem ajudar no estudo do meio.
O projeto tem colhido inúmeros frutos, principalmente na compreensão deste método que nem sempre esteve presente no
processo de formação dos futuros professores nem na escola básica e nem na universidade. Possibilitar este novo olhar sobre seus trabalhos,
torna nosso trabalho gratificante, principalmente porque eles estão conseguindo levar isso à outros alunos, saindo do discurso teórico e indo
para a praticidade das ações.
Há muito que se avançar ainda, no que compete a interdisciplinaridade, mas podemos afirmar aqui que a quebra de alguns
paradigmas já aconteceram e que para a grande maioria houve uma superação no olhar fragmentado do conhecimento que os alunos traziam
consigo. A crítica sobre a fragmentação não é sobre o curso que cada um realiza, mas a forma como nós enquanto universidade não
dialogamos e não possibilitamos que nossos acadêmicos e futuros professores dialoguem a fim de que no futuro quando estiverem em sala de
aula saibam como e de que maneira poderiam trabalhar no cotidiano da sala de aula, possibilitando aos seus alunos uma visão ampla e
integradoras destas ciências.
Portanto, a interdisciplinaridade é um método necessário e cada dia mais presente no cotidiano do aluno que está em processo de
formação, como também dos futuros professores que já vem cobrando estas intervenções principalmente nos cursos de licenciatura, que
formarão futuros professores. Essa prática potencializa as disciplinas facilitando a conexão teoria e prática tão debatida atualmente, levando
o aluno a compreender que tudo o que ele aprende na sala de aula, tem uma relação com seu cotidiano, e por isso tem um significado para
sua vida, tornando-o mais ativo a participar e intervir em sociedade.
O olhar interdisciplinar possibilita uma integração e um avanço sobre as abordagens do cotidiano escolar, compreender sua
realidade para depois avançar sobre outros espaço na relação local-global-local é importantíssimo para o aluno da educação básica, e esse
principio dá sentido ao aluno que vê nos conteúdos uma relação com seu dia a dia.
REFERÊNCIAS
GADOTTI,
Moacir.
Interdisciplinaridade
–
atitude
e
método.
1999.
Disponível
em:
http://www.paulofreire.org/moacir_gadotti/artigos/portugues/filosofia_da_educaçao. Acesso em: 20/09/2014.
PONTUSCHKA, N. N. Interdisciplinaridade: aproximações e fazeres. Terra Livre. São Paulo, v.1, n.14, pp. 110–124, jan./jul.1999
PERFIL DOS LACTENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE PUERICULTURA PIG DO CENTRO DE NUTRIÇÃO INFANTIL DE FOZ DO
IGUAÇU
DEYSI M. FIAMETTI
JESSICA DA SILVA GONÇALVES
SABRINA CORRÊA MARIA
CARLA REGINA CAMARGO
MAURÍCIA CRISTINA DE LIMA
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
Lactentes são crianças de zero a um ano de idade, que nasceram com peso adequado para sua idade gestacional, porém totalmente
dependentes; mas já apresentam como características deste período o desenvolvimento motor, evolução emocional e psíquica, onde se
observa muito as mudanças intelectuais, principalmente se nasceram a termo.
Quando se associa o peso com a idade gestacional, o recém nascido (RN) pode ser classificado conforme seu crescimento intrauterino em:
Grande para a idade gestacional (GIG); Adequado para idade gestacional (AIG) e Pequeno para a idade gestacional (PIG). A definição mais
aceita de PIG refere-se aos nascidos vivos que apresentam valor inferior de 10% do peso ao nascer segundo a idade gestacional, e podem
apresentar deficiências ao longo do tempo devido a falta de nutrientes essenciais para o crescimento.
Na puericultura PIG, são atendidas crianças nascidas prematuras (de 30 a 36 semanas), até uma gestação normal (de 38 a 40 semanas),
onde acontece o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar que avalia as possíveis alterações que estão ocorrendo com o lactente,
buscando a prevenção de doenças, estimulando , acompanhando o desenvolvimento e o crescimento do bebe, até atingir o percentual
indicado para um tratamento domiciliar.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) “O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho
celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Todo indivíduo nasce com um potencial genético de crescimento, que poderá ou não ser
atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta”
Dentre os fatores biológicos potencialmente influenciadores do desenvolvimento estão o peso ao nascer e a idade gestacional. Estudos
apontam que crianças nascidas prematuras e com baixo peso ao nascer (BPN) apresentam maiores riscos de atraso no desenvolvimento motor
axial (HAASTERT, DE VRIES, HELDERS, JONGMANS, 2006) e apendicular (MOTTA et al., 2005; HESS, PAPAS, BLACK, 2004), além de atraso no
desenvolvimento cognitivo (MICELI et al., 2000). Os recém-nascidos de baixo peso correm grande risco de sofrerem múltiplos problemas,
como doenças infecciosas gastrointestinais (diarréias), complicações respiratórias e atraso do crescimento nutricional. (Lira, Ashworth, Morris,
1996). (MIQUELOTE. A. F 2011).
Diante disso, esta pesquisa tem por objetivo verificar o perfil dos lactentes acompanhados na puericultura PIG do Centro de Nutrição
Infantil de Foz Iguaçu (CENNI/FI).
MÉTODOS
POPULAÇÃO E AMOSTRA
A amostra foi composta por 15 lactentes, de ambos os gêneros com uma faixa etária dos seus primeiros dias de vida até os 12 meses
de idade, acompanhados no serviço de Puericultura PIG do Centro de Nutrição Infantil de Foz do Iguaçu, sito a Rua Antônio Raposo, 642,no
centro da cidade de Foz do Iguaçu,Paraná.
INSTRUMENTO
Estudo do tipo observacional transversal, tendo um questionário elaborado pelos autores, composto por 26 questões abertas e uma
questão fechada (Apêndice 1). O questionário foi aplicado pelo pesquisador com intuito de colher dados a respeito da mãe e do lactente.
PROCEDIMENTO
Foi aplicado o questionário às mães após assinatura do Termo de autorização pela responsável do Centro de Nutrição Infantil, após
esclarecimento pelas acadêmicas as mães dos lactentes atendidos no ambulatório de Puericultura PIG sobre o objetivo da pesquisa e após
assinatura das mesmas no Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).
Foi aplicado o questionário de forma individual com as mães estando presente 3 (três) acadêmicas do curso de Fisioterapia,em três
quartas-feiras do mês de setembro de 2014, cumprindo o horário de atendimento do Centro de Nutrição Infantil das 08:00 às 11:00 horas.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Todas as mães dos lactantes atendidos no ambulatório de Puericultura PIG do Centro de Nutrição Infantil de Foz do Iguaçu.
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
As mães que não concordaram em participar da pesquisa e ou não assinaram o TCLE.
RESULTADOS
Foram avaliados 15 lactentes, sendo 8 (oito) do gênero feminino e 6 (seis) masculino, com uma média de idade de trinta dias a 01
ano.
Os resultados obtidos mostram que seis dos avaliados possuem idade gestacional Pré-Termo (Inferior a 37 semanas), cinco tem uma
idade gestacional a termo (entre 37 a 41 semanas) e quatro são classificados com a idade gestacional pós termo (igual ou mais de 42
semanas),onde com essa avaliação.
Avaliando o peso versus idade dos lactentes, junto com a carteira de vacinação da criança, fornecida pelo Ministério da Saúde aos
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), observou-se que oito lactentes estão abaixo do peso ideal, sendo que quatro estão muito abaixo do
seu peso, ficando assim em estado de atenção e cuidado (figura 01).
Figura 01: Relação peso x idade dos lactentes
Relação de peso versus idade
N
Peso (Kg)
idade (Dias)
1
8,410
360
2
7,195
210
3
3,140
39
4
2,235
55*
5
4,750
60
6
5,140
60
7
3,350
90*
8
3,160
47
9
6,385
240
10
7,800
210
11
3,500
30
12
3,100
36*
13
5,250
60
14
7,060
330*
15
2,980
28
média
4,897
123,666667
NOTA: N= número de lactentes da amostra
* Indicação de lactentes abaixo do peso
Observou-se também o risco significante dos nascidos PGIs, analisando a idade da mãe (figura 02). Além da idade gestacional,
analisou o tipo de parto, onde 60% das mães avaliadas apresentaram partos do tipo normal.
Também foi analisado o tempo de movimentação intrauterina, onde 53,33% relataram sentir o bebe se movimentar no primeiro
trimestre da gestação (figura 03).
Figura 02: – Características maternas.
Características Maternas
(n=15)
%
15 a 25 anos
3
20,0
26 a 35 anos
6
40,0
36 a 45 anos
6
40,0
Normal
9
60,0
Cesaria
6
40,0
Tabagista
0
100
Uso de Drogas ilicitas
0
100
Primeira Gravidez
7
47,0
Risco de abortos
5
33,3
Medicamentos durante a gestação
11
73,3
Perda de liquido aminiótico
6
40,0
Alteração em exames no pre-natal
6
40,0
Parto demorado
7
47,0
Problema gestacional na Familia
9
60,0
Faixa etária (mãe) :
Tipo de parto:
Nota: n= número da amostra.
Figura 03: – Movimentação intrauterina.
53,33%
Movimentação intrauterina
47%
Após o nascimento dos prematuros, foi analisado quantos necessitaram de oxigênio, após o nascimento, permanência em
incubadora e que apresentaram alguma intercorrência pós-parto (figura 04).
Figura 04:Analise após nascimento.
INTERCORRÊNCIAS
Sim
Não
Precisou de Oxigênio
6
9
Ficou na incubadora
10
5
Intercorrência pós parto
2
13
Média
6
9
DISCUSSÃO
Analisando os resultados da amostra estudada observa-se que quinze dos lactentes avaliados, oito 53,33% foram classificados como
PGIs. Segundo Melo (1998) encontrou em sua pesquisa, no município de Santo André, apenas 4,3% de recém nascidos considerados PGIs.
Com relação a pesquisa de Abrams (1991), evidenciam em seus estudos a associação de nascidos PGIs, com mães primíparas, porém
no respectivo estudo verificou-se que os recém nascidos PGIs, são de mães que possuem um média de 2 a 4 filhos anteriores.
Barros (1994) e Almeida também evidenciaram o risco dos nascimentos de recém-nascidos PGIs, em mães mais jovens. Na atual
pesquisa os resultados foram adversos, onde encontramos mães acima de 25 anos com um percentual de 40% da amostra e mães acima de 35
anos. Semelhantes resultados são associados em alguns países, que observam a avançada idade materna, com um retardo do inicio do
processo produtivo das mulheres, devido a um grau de escolaridade maior.
Neste estudo também se verificou que 63,6 % das mães utilizaram medicamentos durante a gestação, 63% relataram problemas
gestacionais na família e esta mesma porcentagem apresentou complicações durante o parto o qual foi considerado demorado e destas 45%
apresentaram alterações em exames no pré-natal, tendo em 36,6% dos casos perda de líquido aminiótico durante a gestação.
Com relação à classificação dos recém-nascidos, Margotto (1991) classifica em idade gestacional A termo, pós-termo, prematuro e
prematuro extremo. Foi verificado na presente pesquisa que os recém-nascidos pré-termos, que nasceram com uma idade inferior a 37
semanas gestacional, correspondeu a 40% da amostra.
Margotto (1991) também associa o peso á idade gestacional, onde classifica os RN em; Grande para a idade gestacional (GIG),
Pequenos para a idade gestacional (PIG) e Adequado para a idade gestacional (AIG).Os resultados obtidos mostram que seis dos avaliados
possuem idade gestacional Pré-Termo (Inferior a 37 semanas), cinco tem uma idade gestacional a termo (entre 37 a 41 semanas) e quatro são
classificados com a idade gestacional pós termo (igual ou mais de 42 semanas),estão quatro em estado de atenção devido seu baixo peso
extremo, sendo eles classificados como PIGs.
Almeida em 1995 utilizou em sua pesquisa critérios de PGIs que nasceram vivos com o peso inferior a 2.500 gramas e que não
encontraram risco de morte, neste estudo observou-se que oito 53,3% lactentes estão abaixo do peso ideal, sendo que quatro 26,6% estão
muito abaixo do seu peso, ficando assim em estado de atenção e cuidado, pois 40% destes necessitaram de oxigênio ao nascimento e 66,6%
permaneceram em incubadora após os nascimento ,mostrando assim que os recém-nascidos PIGs, acompanhados na puericultura podem
prevenir muitas complicações em seu crescimento e desenvolvimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente estudo pode-se notar que a incidência dos lactentes PIGs correspondeu a 53,3% da amostra, nascido de parto tipo
normal porém demorado , necessitando de oxigênio ao nascimento 40% , permanecendo em incubadora 66,6% e
que 26,6% destes
lactentes continuam muito abaixo do seu peso ideal para idade.
.Em relação a maioria das mães 40% destes lactentes mostraram-se multíparas com faixa etária de 36 a 45 anos,as quais
apresentaram intercorrâncias durante a gestação tais como perda de líquido amniótico 40%, alterações fetais nos exames pré-natais 40% e
problemas gestacionais na família 60%.
Chegamos à conclusão que é de grande importância a realização do estudo para se ter o conhecimento tanto do perfil dos lactentes
como das suas respectivas mães atendidos na puericultura, e assim orientar as mães sobre os riscos que a criança pode correr com o
baixo peso e as ocorrências durante o parto, os quais podem afetar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança.
Portanto sugere-se novas pesquisas devido a escassez do assunto e a elaboração de uma cartilha explicativa sobre o
desenvolvimento motor esperado para a idade da criança relacionado a sua idade gestacional ,a qual que pode ser fornecida as mães e ou
responsáveis pelos lactentes acompanhados na puericultura PIG, visando a prevenção do atraso motor, cognitivo e sensorial do bebe.
REFERÊNCIAS
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delivery in the same cohort. Am. J.Obstet. Gynecol..V.164, 1991.
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CAMPOS, R.M.C; RIBEIRO, C.A; SILVA, C.V.da; et al. Consulta de enfermagem em puericultura: a vivência do enfermeiro na estratégia de saúde
da família. RevEscEnfermUSP.2011.
CARVALHO, R.P; GONÇALVES, H; TUDELLA, E. Influência do nível de habilidade e posição corporal no lance de lactantes. RerBrasFisioter, São
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CHAVES, R.G; LAMOUNIER, A.J. Uso de medicamento durante a lactação. Jornal de Pediatria, V.80, N.5, 2004.
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MELLO JORGE, M. H. P. et al. Avaliação do sistema deinformação sobre nascidos vivos e o uso de seus dados emepidemiologia e estatísticas de
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SOUZA, C.T; SANTOS, D.C.C; TOLOCKA, R.E, et al. Avaliação do desempenho motor global e em habilidades motoras axiais e apendiculares de
lactantes freqüentadores de creche. RevBrasFisioter. 2010.
A ACUPUNTURA E O ESTRESSE INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO
CÍNTHIA PEREIRA ALVES
CELIA VECTORE
(Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu/CESUFOZ - [email protected])
(Universidade Federal de Uberlândia/UFU - [email protected]
O ritmo acelerado da vida em sociedades, as novas configurações familiares, a violência doméstica, entre outros fatores contribuíram
para o realce dado à temas como ansiedade e estresse infantil. Em escala mundial, cerca de 10% das crianças e adolescentes sofrem de
transtornos ansiosos (ASBAHR, 2004; FARROW; HAYCRAFT; MEYER, 2009; SILVA; FIGUEIREDO, 2005).
De modo geral, tem-se que as situações deflagradoras de ansiedade não necessariamente acompanham um perigo real, porém a
pessoa não é capaz de tal percepção e passa a manifestar sensações de desconfortos corporais, como fraqueza, boca seca, sudorese, sensação
de aperto no peito e garganta, palpitação, dentre outros (ASSUMPÇÃO; RECH, 2006). Tal sintomatologia também está presente em crianças
que sofrem de estresse, conforme sugerem Lipp e Lucarelli (2005).
Lipp (2000) e Simmons (2000) apontam que o estresse é uma reação de adaptação do organismo a agentes estressores negativos e/ou
positivos, na tentativa de restabelecer o seu equilíbrio. Normalmente, há a presença de sensações físicas e mentais, como o aumento da
transpiração, a aceleração dos batimentos cardíacos e o aumento da atenção e do estado de alerta, dentre outras reações (ASSIS, XIMENES,
AVANCI; PESCE, 2007).
Em contexto brasileiro, a Escala de Stress Infantil (LIPP; LUCARELLI, 2005) é o instrumento disponível, com características psicométricas
adequadas para a avaliação do estresse em crianças a partir dos seis anos. Essa escala aponta a existência de quatro fases de reação do
organismo ao estresse. São elas: fase de alerta, em que o organismo é acometido por com um agente estressor e prepara-se para a ação, por
meio de reações fisiológicas, como tensão muscular e aumento da frequência cardiorrespiratória. Se o estressor continua atuante, o
organismo passa para a fase de resistência, caracterizada por uma leve diminuição das reações da fase anterior, porém acompanhada de um
gasto energético excessivo desviado de outras funções vitais. A fase seguinte é a quase-exaustão, na qual a tensão ultrapassa o limite de
controle do organismo e acarreta uma baixa no sistema imunológico e labilidade emocional. A última fase é a exaustão, caracterizada pelo
agravamento dos sintomas e pelo desgaste do organismo, podendo induzi-lo a doenças graves e fatais (LIPP; LUCARELLI, 2005).
O reconhecimento de quadros de estresse em crianças e o adequado manejo tem se constituído em uma tarefa árdua para os
psicólogos que lidam diretamente com o público infantil, nos mais diferentes contextos. A intervenção comumente utilizada pelos psicólogos
no manejo do estresse se dá por meio da abordagem cognitivo-comportamental, contudo estudos realizados com a utilização da acupuntura
em adultos têm evidenciado a sua pertinência (DORIA, 2010; SILVA, 2010).
Nesse sentido, uma das possibilidades que se apresenta para a intervenção em quadros de estresse infantil pode ser o uso da
acupuntura, uma das abordagens da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que vem apresentando um crescente número de publicações
científicas nacionais e internacionais (CABIOGLU, ERGENE; TAN, 2007; SILVA, 2010) e, em contexto brasileiro, se constitui num instrumento
disponível ao psicólogo, conforme a Resolução nº 005/2002 do Conselho Federal de Psicologia.
Contudo, é importante destacar que os estudos avaliando o uso da acupuntura em crianças são ainda escassos, em termos mundiais.
Jindal, Ge e Mansky (2008), em uma revisão acerca da eficácia e segurança da acupuntura com a população infantil, observaram a sua
indicação para náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, rinite alérgica sazonal e enurese noturna. Gold,
Nicolaou, Belmont, Katz,
Benaron e Yu (2009), revisaram estudos de acupuntura na pediatria e concluíram sobre a necessidade de um maior número de estudos, a fim
de permitir a incorporação de tais tratamentos na infância. Vale destacar que não foi localizado nenhum estudo específico abordando o uso da
acupuntura em quadros de estresse infantil.
Embora não seja o propósito do presente relato explicitar o funcionamento da acupuntura, sugerindo-se para tanto a leitura de
trabalhos como os de Campiglia (2004), Hicks, Hicks e Mole (2007) e Maciocia (2007b), algumas noções serão apresentadas devido ao pouco
conhecimento de tal instrumento pelo psicólogo, já que são ainda escassas as contribuições em território nacional (DORIA, 2010; SILVA, 2010;
VECTORE, 2005).
Em termos genéricos, a acupuntura visa prevenir e tratar doenças que acometem o organismo em desequilíbrio. A técnica da
acupuntura fundamenta-se principalmente na filosofia taoista, a partir da concepção do ser humano como uma unidade interligada a todos os
outros fenômenos no universo. O qi, que pode ser entendido como energia, é responsável pela união e manifestação de todos os eventos,
encontrando-se todos os fenômenos da natureza imersos no qi (HICKS et al., 2007).
Para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), é impossível separar a energia mental da energia física, pois ambas são apenas dois
aspectos diferentes do mesmo qi. Campiglia (2004) enfatizou que o qi é o fator constituinte do corpo humano, circulando pelos meridianos de
acupuntura ou canais de energia. Segundo Yamamura (1993), o qi é a forma imaterial que promove a atividade e o dinamismo dos seres, e
manifesta-se sob a forma de yin e yang, que são duas forças contrárias, porém complementares e indissociáveis.
A acupuntura foi desenvolvida com o objetivo de preservar o estado de equilíbrio interno das energias (yin e yang), antes da instalação
da patologia. Dessa forma, o diagnóstico e o tratamento pela técnica são voltados para a saúde do indivíduo, e não apenas para os sintomas
apresentados por ele. A MTC também trabalha com a teoria dos Cinco Elementos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água, sendo que o elemento
Fogo se divide em Fogo Imperial e Fogo Ministerial, e estão presentes em todos os seres (HICKS et al., 2007).
Os doze meridianos presentes em cada elemento são: Pulmão (P), Intestino Grosso (IG), Estômago (E), Baço-Pâncreas (BP), Coração (C),
Intestino Delgado (ID), Bexiga (B), Rim (R), Pericárdio (Pe), Triplo Aquecedor (TA), Vesícula Biliar (VB) e Fígado (F). Além dos doze meridianos
principais, existem dois meridianos extraordinários, o Vaso Concepção (VC) e o Vaso Governador (VG), que não se conectam diretamente a um
órgão ou víscera (MACIOCIA, 2007a).
O mecanismo fisiológico de ação da acupuntura baseia-se em evidências científicas (FRANCESCHINI FILHO, 2001 apud VECTORE, 2005;
IMAMURA, 1996; JAYASURIYA, 1995). De acordo com Van de Graaff (2003), o sistema nervoso é formado por dois componentes estruturais e
por um componente funcional, respectivamente: Sistema Nervoso Central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinal; Sistema Nervoso
Periférico (SNP), formado pelos nervos cranianos, que se originam no encéfalo, e pelos nervos espinais, formados a partir da medula espinal e,
Sistema Nervoso Autônomo (SNA), que possui seus centros controladores localizados no encéfalo e porções periféricas divididas em simpático
e parassimpático.
As funções simpática e parassimpática atuam de forma coordenada, mantendo sempre o equilíbrio funcional. De fato, a homeostase
do organismo depende dos efeitos frequentemente antagônicos, porém complementares, da inervação simpática e parassimpática. A
estimulação simpática aumenta a frequência cardíaca, a glicemia, a vasoconstrição de algumas artérias, a broncodilatação e reduz as
atividades urinárias e gastrointestinais. A estimulação parassimpática, responsável pela conservação e armazenamento de energia, produz a
redução da frequência cardíaca, o aumento da digestão e da absorção de alimentos, e o esvaziamento urinário e intestinal (IMAMURA, 1996;
SPENCE, 1991; VAN DE GRAAFF, 2003).
O SNA age de acordo com o mecanismo neuroendócrino do estresse, ficando hiperativo e perturbando diferentes órgãos, passando a
manifestar sintomas clínicos concomitantes ou separadamente nos seguintes sistemas: sistema cardíaco (palpitações, taquicardia, vertigem,
aperto na garganta), sistema respiratório (sufocação, apneia, hiperventilação), sistema digestivo (vômitos, diarréia, dores abdominais), sistema
urinário (necessidade urgente de urinar), funções motoras (tremores, rigidez muscular), pele (arrepios, transpiração), SNC (cefaléia, reação de
alarme catastrófico). A acupuntura, segundo Imamura (1996) e Jayasuriya (1995), age em todo o sistema nervoso do paciente, gerando o seu
reequilíbrio.
Considerando que os pontos de acupuntura são terminações nervosas livres, cuja estimulação chega ao SNC, Imamura (1996) observou
que, desde 1975, muitos pesquisadores chineses e ocidentais reconheceram o aumento da atividade neuronal advindo do estímulo gerado
pela acupuntura. Nesse sentido, a autora aponta a pertinência da descoberta do médico japonês Yoshio Nakatani, que na década de 1950,
medindo a eletrocondutividade da pele, identificou a existência de uma série de pontos de baixa resistência elétrica que percorrem
longitudinalmente o corpo, e que tais pontos de alta condutividade elétrica estão localizados nos meridianos de acupuntura. Esse médico
nomeou esses meridianos de Ryodoraku e desenvolveu um aparelho capaz de medir a energia circulante nos acupontos. Em 1958, essa técnica
recebeu o nome de Acupuntura Ryodoraku.
Hugentobler (2006) e Imamura (1996), fundamentando-se nos conceitos de regulação do SNA, observaram que o Ryodoraku é um
aparelho com função de diagnóstico e de eletro-estimulação. Assim, os meridianos com leitura elevada, considerados simpaticotônicos (yang),
devem ser sedados e os meridianos com leitura baixa, considerados parassimpaticotônicos (yin), devem ser tonificados. Percebe-se, assim, que
a parte simpática do SNA possui função semelhante à polaridade yang e a parte parassimpática possui função semelhante à polaridade yin. O
bom funcionamento do SNA garante que o organismo mantenha a saúde, o estado homeostático. Por outro lado, o seu funcionamento
anormal predispõe o organismo ao adoecimento por causas internas.
Uma forma não invasiva de tratamento com acupuntura sistêmica (acupuntura realizada nos acupontos localizados nos meridianos de
energia que passam pelo corpo), em substituição ao uso das agulhas, ocorre pela utilização de pastilhas de silício, sementes de mostarda,
cristais, laser, moxabustão, entre outras. Nesta pesquisa utilizou-se a pastilha de silício para a realização da acupuntura sistêmica. Do ponto de
vista energético, as pastilhas regulam a energia corporal, tonificando o que está deficiente e sedando o que está em excesso. Do ponto de vista
ocidental, as pastilhas são responsáveis pela melhora do metabolismo, relaxamento da musculatura, ativação da circulação sanguínea,
aumento da imunidade, dentre outros. Tendo em vista que grande porcentagem da constituição orgânica humana é formada por silício, a
pastilha de silício é um material reconhecido pelo organismo e tem a função de ordenar as suas ondas e frequências (BURIGO; SILVÉRIOLOPES, 2010). Mais detalhes sobre esse material estão no item “Instrumentos e materiais”.
Assim, o presente estudo objetivou conhecer e avaliar a adequação do uso da acupuntura na sintomatologia indicativa de estresse em
crianças e, mais especificamente, este artigo objetivou comparar a sintomatologia de estresse em uma criança, antes e após a intervenção
com acupuntura. Vale acrescentar que o mesmo se justificou pela possibilidade de preencher uma lacuna da literatura, ao avaliar os efeitos
benéficos da acupuntura no manejo do estresse infantil.
PARTICIPANTE
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), estando aprovado e
registrado sob o nº 1087/10. Das crianças que participaram da pesquisa original de mestrado, selecionou-se um menino para constar neste
estudo de caso. Esta criança possuía, na ocasião, sete anos, e era oriunda de atendimentos realizados no Hospital de Clínicas da UFU, no
período de dezembro de 2010 a setembro de 2011.
INSTRUMENTOS E MATERIAIS
Utilizou-se anamnese respondida pela mãe do menino, para a avaliação do histórico do nascimento e desenvolvimento da criança,
capacidade de socialização, escolaridade, desempenho na escola e relacionamento familiar.
Para avaliar o nível de estresse na criança, utilizou-se a Escala de Stress Infantil (LIPP; LUCARELLI, 2005). Este instrumento é composto
por 35 itens em escala Likert de 0 a 4 pontos, agrupados em quatro fatores: reações físicas, reações psicológica, reações psicológicas com
componente depressivo e reações psicofisiológicas.
O Ryoduraku foi o aparelho usado com a função de diagnóstico energético do menino, que permite a mensuração energética dos
acupontos avaliados bilateralmente no corpo. Após a coleta desses valores, foram gerados gráficos que demonstraram quais são os meridianos
com excesso ou deficiência de energia (HUGENTOBLER, 2006; IMAMURA, 1996).
As pastilhas de silício (stimulation and permanency - stipers) são constituídas por quartzo micronizado de Óxido de Silício, cujas
micropartículas são organizadas em uma manta hipoalergênica, que possui 13 mm de diâmetro e três mm de espessura. Burigo e SilvérioLopes (2010) argumentam que tal material tem seu efeito comparado ao da agulha, com a vantagem de não ser invasivo.
PROCEDIMENTO
Todas as etapas foram realizadas no âmbito da Clínica de Psicologia da UFU. Inicialmente, se procedeu à anamnese com a mãe da
criança contendo, além do histórico de saúde, questões relativas ao estado emocional e ao estresse, do tipo se a criança dorme sozinha, se
tem medo, insônia e sudorese, bem como questões abertas sobre o que mais lhe chamava atenção no comportamento do filho. Logo após foi
aplicada a Escala de Stress Infantil (ESI), cujos resultados possibilitaram identificar a fase de estresse em que a criança se encontrava, de
acordo com os critérios apresentados por Lipp e Lucarelli (2005).
Na etapa seguinte deu-se início à intervenção com acupuntura, que consistiu em duas sessões semanais de cinquenta minutos cada,
durante seis semanas, totalizando doze atendimentos para a criança participante.
No início de cada sessão a pesquisadora, por meio de questões abertas, perguntava ao menino e à sua mãe sobre o estado geral de
saúde da criança e sua reação ao tratamento efetivado na sessão anterior. Em seguida o menino foi avaliado por meio do Ryodoraku. De posse
dessas informações e do protocolo anteriormente definido para o tratamento do estresse, segundo literatura consultada, procedia-se à
estimulação dos acupontos com a colocação das pastilhas de silício, afixadas com micropore, que deviam permanecer de três a quatro dias.
Ao término dessa etapa da pesquisa, com vistas a verificar a existência ou não de alteração na intensidade da sintomatologia
apresentada pelo infante, utilizou-se um questionário no qual os pais informaram sobre os comportamentos observados em seu filho após a
intervenção. Além disso, a ESI foi reaplicada, com o objetivo de verificar se houve ou não alterações psicológicas no que diz respeito ao
estresse.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A criança selecionada para ter seu caso explicitado nesse artigo é um menino que possuía sete anos na época em que essa pesquisa foi
realizada. Ele cursava o 2º ano do ensino fundamental no período da tarde, e reside com a família. A mãe informou que a gestação não teve
complicações, e o parto foi cesariano. Quanto à saúde do filho, a mãe relatou que ele costuma ter muitos episódios de gripe, dor de garganta
e, às vezes, infecção de ouvido. No que concerne à sociabilidade, o menino faz amizades com facilidade. A mãe acredita que ele é estressado
porque é inquieto, disperso e irritado. Ela acrescentou que seu filho sempre voltava da escola com machucados, devido à agitação durante o
recreio.
Na Escala de Stress Infantil o menino obteve 70 pontos antes da intervenção com acupuntura, o que indica fase de resistência ao
estresse (Tabela 01). Nesta fase, a criança passa a utilizar suas reservas de energia para se reequilibrar, o que configura um esforço exagerado
do organismo em se adaptar ao fator gerador de estresse. Isso acaba induzindo o organismo ao enfraquecimento e ao aumento na
suscetibilidade a doenças (LIPP; LUCARELLI, 2005). Este fato ficou evidente na fala da mãe, ao relatar que seu filho sofre de gripes e infecções
constantes.
Após as doze sessões de tratamento com acupuntura, a criança obteve 57 pontos na Escala de Stress Infantil, o que indica fase de
alerta ao estresse (Tabela 01). Nesta fase, o organismo da criança geralmente utiliza reações bioquímicas complexas objetivando enfrentar o
agente estressor. Esse mecanismo busca restabelecer o equilíbrio interno do organismo (homeostase), e é importante em algum grau,
constituindo uma defesa automática do corpo, desde que não dure por muito tempo (LIPP; LUCARELLI, 2005). Esse fato pode ser interpretado
como uma busca do organismo em superar o agente estressor e reestabelecer a ordem no seu funcionamento.
Tabela 01: Pontos obtidos na Escala de Stress Infantil, antes e depois da intervenção.
Assim, pode-se inferir que a criança, ao ter saído da fase de resistência ao estresse e começar a manifestar fase de alerta ao estresse,
está iniciando um movimento orgânico interno de enfrentar o agente estressor, em busca do reestabelecimento do seu equilíbrio.
Além disso, a mãe do menino relatou que, após a intervenção, ele demonstrou estar mais calmo e tranquilo. Somando-se a isso, a
professora do menino comentou aos pais que ele está mais calmo e concentrado na escola, durante as aulas.
Analisaram-se também os dados gerados pelo Ryodoraku no primeiro e no último dia da intervenção, e obteve-se o resultado
explicitado na Figura 01. O aparelho Ryodoraku calculou o valor médio das energias da criança e constatou que as diferenças entre os excessos
de energia (valor mais alto obtido na verificação dos pontos) e as deficiências de energia (valor mais baixo obtido na verificação dos pontos) se
reduziram após a intervenção.
Figura 01: Padrão de energia da criança, antes e depois da intervenção com acupuntura. Arquivo pessoal.
Conforme pode-se observar na figura, o terceiro traço na horizontal representa uma média, e quanto mais longe desse traço estiver a
indicação da energias dos pontos, mais desequilíbrio energético a criança possui. Os pontos localizados acima da segunda linha horizontal
indicam meridianos com excesso de energia, e os pontos localizados abaixo da quarta linha horizontal indicam meridianos com deficiência de
energia. Sendo assim ficou nítido que, após a intervenção com acupuntura, as energias dos acupontos localizados no lado esquerdo do corpo
(traçado vermelho) e no lado direito (traçado azul) ficaram mais próximos à linha mediana (terceiro traço na horizontal), indicando que esses
meridianos tenderam à harmonização. Resumidamente, pode-se verificar que o menino tendeu a uma harmonização do nível energético e isto
é, em última análise, o objetivo da acupuntura.
Avaliar a intervenção, por meio da prática da acupuntura, junto às crianças com sintomas de estresse foi um dos objetivos perseguidos
por este estudo que, a despeito de suas modestas proporções, lançou luz sobre alguns aspectos que estão presentes quando depara-se com a
complexidade dessas variáveis.
Quais fatores são considerados desencadeadores de estresse nas crianças? Como a criança lida com esse sofrimento? Em quais
aspectos a acupuntura pode ajudar? As respostas a essas questões foram alguns dos desafios presentes em todas as etapas do estudo, e são
embasadas no objetivo principal da pesquisa que foi o de conhecer e avaliar a adequação do uso da acupuntura na sintomatologia de estresse
nas crianças, antes e após a intervenção com acupuntura.
No que concerne aos fatores emocionais, observou-se a presença de problemas financeiros da família, problemas de saúde com
constantes visitas ao hospital, mudança de casa, morte de parente, brigas dentro de casa, início da vida acadêmica e nascimento de irmãos
como situações desencadeadoras de estresse nas crianças participantes da presente pesquisa, fatores esses também descritos na literatura
como agentes estressores (ASBAHR, 2004; FRIEDBERG; McCLURE, 2004; LIPP ; LUCARELLI, 2005).
Outro fator de destaque refere-se modo como a criança lida com o seu sofrimento. Elas relatam se utilizar de alguns recursos para
tentar aliviar o estresse, como assistir desenhos na TV, sentar na cama e ficar quieto por 30 minutos, roer unha, comer com frequência e
chorar. A esse conjunto de estratégias elaboradas na tentativa de lidar com as situações desencadeantes de estresse dá se o nome de coping
(ou enfrentamento). O coping, de acordo com Antoniazzi, Dell’Aglio e Bandeira (1998), resulta em esforços cognitivos e comportamentais
sentidos e emitidos pela pessoa na tentativa de minimizar os fatores ambientais estressantes e ansiogênicos.
Assim, é possível dizer que o estresse se configura num estado gerador de desequilíbrio que envolve o ser em toda a sua abrangência,
tanto no que se refere aos aspectos orgânicos quanto nos mais sutis, determinados pela subjetividade humana. Nesse aspecto, os dados
apresentados sugerem que a acupuntura pode ser um recurso pertinente em intervenções visando à promoção da saúde física e mental das
crianças, e vislumbra-se que os efeitos da acupuntura possa ser potencializada quando agregada a outras técnicas ou abordagens
psicoterápicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender o uso da acupuntura em fenômenos de estresse infantil foi o propósito maior desse estudo. Embora o estudo de caso
não permita generalizações, pode-se dizer que a acupuntura pode constituir um efetivo recurso disponível ao profissional no manejo de
quadros indicativos de estresse em crianças. Em acréscimo, foi possível constatar que o uso da acupuntura nessa criança mostrou-se eficiente
para reduzir o nível de estresse e harmonizar o nível energético.
O presente trabalho lançou luzes sobre a importância da acupuntura em quadros que envolvem sofrimento mental, devendo,
portanto, cada vez mais suscitar estudos, de maneira a permitir a avaliação cada vez mais acurada da técnica. A prática da acupuntura em
crianças é praticamente inexistente no contexto brasileiro, em especial, atrelado a alguma forma de intervenção psicoterápica, pelo menos no
que concerne à efetivação e divulgação de achados científicos, constituindo-se assim num amplo campo de estudos tanto para os profissionais
de psicologia, quanto de áreas afins, que tem na indissociabilidade entre o corpo e a mente, o seu propósito maior.
Por fim, espera-se que este artigo tenha cumprido com o seu papel de evidenciar a acupuntura como uma técnica possível de ser
utilizada nas intervenções contra o estresse infantil, e de sensibilizar a comunidade acadêmica a buscar mais ações efetivas que permitam que
essas crianças sejam saudáveis e felizes.
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A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ NO PROCESSO DE INSPEÇÃO DOS
SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU
ADRIÉLI VOLPATO CRAVEIRO
JULIANE DA SILVA BAHNERT
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 e outras legislações, entre as quais a Lei n°8.069 de 1990, enfatizam a importância da convivência
familiar para crianças e adolescentes, objetivando a proteção integral. O papel fundamental da família é o de proteção e de auxílio, garantindo
que as crianças e os adolescentes cresçam em um ambiente saudável. Contudo, em algumas situações o ambiente familiar acaba, ao invés de
proporcionar a proteção, acarretando em situações de risco e vulnerabilidade social, como por exemplo, nos casos de violência sexual. Assim,
em algumas situações a melhor maneira de garantir a proteção ao público infanto-juvenil acontece por meio do acolhimento institucional.
As Instituições de Acolhimento passam a ser a nova referência familiar para muitas destas crianças e adolescentes, porém, é
necessário todo um acompanhamento técnico e social para que a situação de risco e vulnerabilidade seja superada e que o processo de
institucionalização ocorra de forma provisória. Para isso, as instituições deverão seguir as normativas que orientam a organização e as ações
dos serviços de acolhimento institucional. Devido a esse contexto, faz-se necessário o acompanhamento do Ministério Público do Estado do
Paraná no que tange as atividades e as ações que estão sendo executadas pelos serviços de acolhimento, com a finalidade de garantir que os
direitos desses infantes e adolescentes sejam viabilizados.
O Serviço Social do Ministério Público possui um papel de extrema relevância no que tange a inspeção dos serviços de acolhimento.
O trabalho multiprofissional entre o Promotor de Justiça e a Assistente Social, reforça o olhar crítico diante das situações visualizadas dentro
do acolhimento institucional, sendo que de um lado, a perspectiva do direito traz a representação das normativas legais que devem estar em
conformidade com o atendimento prestado, e por outro lado, o olhar do Assistente Social permeia a discussão em torno das diversas
expressões da questão social que aparecem no contexto familiar e comunitário dos acolhidos nas instituições.
O Serviço Social vinculado a 7ª URATE1 realiza visitas de inspeções às instituições de acolhimento, buscando compreender o trabalho
realizado nesses espaços e também como forma de fiscalizar as ações e os serviços que estão sendo executados, de acordo com o que está
enfatizado nas normativas legais. Nessa perspectiva, o presente artigo busca apresentar a contribuição do Serviço Social – 7ª URATE no
processo de inspeção nas instituições de acolhimento no município de Foz do Iguaçu.
O DIREITO A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA ÀS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES
1
Atualmente o Serviço Social do Ministério Público do Estado do Paraná encontra-se vinculado ao Centro de Apoio Técnico à Execução – CAEX, no qual é composto por doze Unidades
Regionais de Apoio Técnico Especializado - URATES. Ver Resolução n°4467/2013-PGJ.
A família exerce um papel fundamental na viabilização dos direitos das crianças e dos adolescentes, pois, as relações familiares são
essenciais para o processo de socialização e formação psicossocial. Contudo, tanto a família quanto a sociedade e o Estado são responsáveis
em assegurar os direitos fundamentais para as crianças e adolescentes, como observamos na própria Constituição Federal de 1988:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, p.1).
Não somente a família, como também o Estado e a sociedade devem atuar na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. O
Estado é responsável pela criação e efetivação de Políticas Públicas que possibilitem o direito à convivência familiar e comunitária. As Políticas
Públicas se ofertadas com qualidade, auxiliam no processo para que crianças e adolescentes cresçam em um ambiente sadio, livre de
condições que poderão impactar de forma negativa no seu desenvolvimento psicossocial.
A falta e a precariedade das políticas públicas refletem nos contextos familiares, sendo que, a escassez de ações voltadas à proteção
integral, se transforma em um dos condutos geradores da violência que ocasionam a violação dos direitos de inúmeras crianças e
adolescentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/1990 ressalta em seu artigo 98 a aplicabilidade das medidas de proteção, como
observamos na citação:
Art.98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I- por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II- por falta omissão ou abuso dos pais e responsáveis;
III- em razão de sua conduta. (BRASIL, 1990, p.1).
Devido à necessidade da proteção das crianças e dos adolescentes, muitas são retiradas do seu convívio familiar e institucionalizadas,
fazendo-se necessário um trabalho efetivo da rede de atendimento para que essas possam retornar aos seus lares de origem, preservando
sempre a sua integridade e seus direitos.
Uma grande conquista no que tange ao fortalecimento da convivência familiar e comunitária foi a elaboração e aprovação do Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Essa proposta trouxe
um grande apoio e direcionamento para o trabalho em torno da proteção integral as crianças e adolescentes, visando o fortalecimento da
convivência familiar e comunitária.
O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária muito
mais que um texto que está ligado aos marcos da proteção, reforça a idéia do fortalecimento das políticas públicas.
O direito fundamental à convivência familiar e comunitária, garantido a todas as crianças e adolescentes por
nossa Carta Constitucional e pela legislação infraconstitucional, demanda iniciativas de diferentes políticas
públicas. A articulação e a integração dessas políticas, aliadas ao fortalecimento do Sistema de Garantia de
Direitos, são condições fundamentais para que a família, a comunidade, o Poder Público e a sociedade em geral
assegurem a efetivação dos direitos descritos nos artigos 227 da Constituição Federal e 4º do ECA. (BRASÍLIA,
2006, p.76).
Nessa perspectiva, a participação da rede socioassistencial é extremamente importante no processo de fortalecimento de políticas e
ações voltadas à convivência familiar e comunitária. No processo da garantia de direitos, toda a rede de atendimento, deve conhecer as
normativas legais e a realidade do seu território, pois, o processo cultural de cada região demanda intervenções diferenciadas.
A partir do momento que existe uma quebra dos vínculos familiares e comunitários, que necessitem de uma instância de proteção,
muitas dessas crianças e adolescentes passam a viver em instituições de acolhimento, que zelem pelo seu bem estar e promovam a
convivência familiar e comunitária, sendo sobre essa temática que abordaremos no próximo tópico.
AS INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A falta de proteção da família e do fortalecimento de políticas públicas faz com que muitas crianças e adolescentes sejam
institucionalizados no Brasil. As situações de risco e vulnerabilidade social levam diversas crianças e adolescentes a viver em abrigos, Casas
Lares, ou outras instituições, aguardando que suas situações sejam resolvidas pelo poder judiciário. Diante dessa perspectiva, esses locais de
abrigamento, se tornam a nova referência familiar para estes infantes e adolescentes.
Como abordamos anteriormente, a partir da consolidação da Constituição Federal de 1988, o marco legal estabelecido cria novas
perspectivas de proteção à criança e ao adolescente. Foi a partir de Constituição Federal, que foi promulgada a lei 8.069/89, Estatuto da
Criança e do Adolescente, e outras normativas e orientações que vieram impulsionar o marco da proteção integral. Uma delas, que se tornou
importante no processo de reordenamento das unidades de acolhimento institucional foi as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento
para Crianças e Adolescentes, publicada em junho de 2009. Essas orientações trouxeram um direcionamento sobre as adequações das
instituições de Acolhimento Institucional.
Atualmente existem diversas modalidades de acolhimento a crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados. Segundo
Brasil (2009) entre elas estão o Abrigo Institucional, Casa Lar e Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. No município de Foz do Iguaçu
encontramos as Casas Lares, o Programa Família Acolhedora e o Guarda Subsidiada.
Outra modalidade de acolhimento são as repúblicas, que são lares para jovens que viveram em instituições, e já alcançaram a
maioridade. Ao completarem 18 anos, e ainda não possuírem autonomia para viverem sozinhos e terem uma vida independente, passam a
viver nessas repúblicas, sempre acompanhados por uma equipe técnica, até o desenvolvimento da autonomia para a vida independente.
Nesse sentido, apesar do município de Foz do Iguaçu necessitar da modalidade república, ainda não dispõe desse serviço.
A modalidade Casa Lar, segundo as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes é:
O Serviço de Acolhimento provisório oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo menos uma pessoa ou
casal trabalha como educador/cuidador residente- em uma casa que não é sua- prestando cuidados a um grupo
de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo (ECA,
Art.101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente
impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio
com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta. (BRASIL, 2009,
p.67).
As Casas Lares possuem uma sede administrativa que não se localizam no mesmo espaço aonde as crianças e adolescentes vivem. As
casas em si são locais aconchegantes, semelhantes às residências, possibilitando com que as crianças e adolescentes que ali permanecem, se
sintam em um ambiente familiar e acolhedor. Para exercer suas atividades, as instituições de acolhimento contam com uma equipe própria de
apoio (Psicóloga Assistente Social entre outros profissionais).
As histórias de vida dos acolhidos possuem como marca as expressões das desigualdades da sociedade capitalista. Em muitas
situações, as crianças e os adolescentes são filhos de pais usuários de drogas; sofreram violência física ou até mesmo sexual; são marcados por
situações de abandono e negligência tanto da família quanto do Estado. Muitas delas permanecem por longos períodos acolhidos nas
instituições, aguardando a decisão do poder judiciário.
Conforme Brasil (2009) as unidades de acolhimento institucional na modalidade de Casa Lar devem possuir no máximo 10 (dez)
crianças ou adolescentes por Casa. Algumas destas crianças e adolescentes possuem especificidades, o que requer uma maior atenção, fato
esse que possibilita que as instituições contabilizem como se esse público ocupassem duas vagas (cada criança ou adolescente com
especificidade). Essas especificidades podem ser ocasionadas por cuidados relativos aos problemas de saúde, deficiência física e intelectual,
crianças menores de um ano de idade, conforme o que está disposto no Texto Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes:
A quantidade de profissionais deverá ser aumentada quando houver usuários, que demandem atenção
específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde ou idade inferior a um ano. Para tanto,
deverá ser adotada a seguinte relação:
a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuários com demandas especificas;
b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas. (BRASIL,
2009, p.79).
Atualmente, o município de Foz do Iguaçu possui três instituições que são responsáveis por dez Casas Lares ao todo, são elas:
Comunidade dos Pequenos Trabalhadores - CDPT, Casa Maria Porta do Céu - CMPC e Aldeias S.O.S Brasil. No mês de Julho de 2014 essas
instituições eram responsáveis pelo acolhimento de sessenta e duas crianças e adolescentes, conforme dados registrados nos arquivos do
Serviço Social do Ministério Público – 7ª URATE.
As equipes multiprofissionais dessas instituições de acolhimento, do município de Foz do Iguaçu, realizam um trabalho de
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, com o intuito de estabelecer que seus vínculos sejam preservados e fortalecidos, apesar
das mais variadas situações de violência vivenciadas pelos acolhidos.
A região de Foz do Iguaçu, diferente de outras regiões do Brasil, possui diversas especificidades devido a sua localização na fronteira
o que acarreta em um acirramento de situações de vulnerabilidade social. As particularidades encontradas nessa região acirram, em muitos
casos, a necessidade do acolhimento dessas crianças e adolescentes, como por exemplo, devido às situações rotineiras ligadas a facilidade da
compra de drogas, o próprio tráfico de drogas e de armas e o contrabando.
Devido às especificidades da região, tornam-se necessárias ações das mais diversas políticas públicas que fortaleçam o trabalho das
equipes das instituições de acolhimento. Para isso, é fundamental um bom entrosamento com a rede socioassistencial e de proteção à criança
e ao adolescente, pois, após o acolhimento, os trabalhos aplicados dentro das instituições migram para a perspectiva da
desinstitucionalização, seja ela voltada para o retorno dessas crianças e adolescentes para a família de origem ou extensa ou para uma nova
família, por meio, por exemplo, da adoção.
Na viabilização da garantia do direito à convivência familiar e comunitária às crianças e aos adolescentes acolhidos, a participação do
Ministério Público enquanto fiscalizador da lei é de extrema importância, desde o momento do acolhimento institucional até o processo de
desinstitucionalização. Nesse sentido, no próximo tópico, faremos um breve relato da contribuição do Serviço Social do Ministério Público
vinculado a 7ª URATE no processo de fiscalização das instituições de acolhimento no município de Foz do Iguaçu.
A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DA 7ª URATE NAS INSPEÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO
O Ministério Público possui diversas atribuições e competências, reconhecidas a partir da Constituição Federal de 1988, assim, o
Ministério Público realiza o processo de fiscalização das instituições de acolhimento institucional periodicamente, com a finalidade de verificar
se o trabalho executado dentro das instituições de acolhimento está sendo realizado conforme as normativas legais e se as instituições estão
resguardando o direito dos acolhidos.
De acordo com a Resolução n° 71/2011 é competência dos Membros do Ministério Publico:
Art. 1º. O membro do Ministério Público com atribuição em matéria de infância e juventude não-infracional
deve inspecionar pessoalmente, com a periodicidade mínima trimestral, as entidades de acolhimento
institucional e programas de acolhimento familiar sob sua responsabilidade, ressalvada a necessidade de
comparecimento em período inferior, registrando a sua presença em livro próprio. (BRASIL, 2011, p.1).
O Serviço Social do Ministério Público acompanha o Promotor de Justiça nas inspeções das entidades de acolhimento, conforme a
Resolução n° 4467/2013-PGJ, que dispõe como atribuição do Serviço Social, “a realização de análise técnica de planos, programas e projetos
das diversas políticas sociais, identificando lacunas e incompatibilidades entre previsões legais, ações planejadas, demandas reprimidas e
execução”(BRASIL, 2013, p.13).
A participação do Serviço Social é de extrema importância no processo de inspeção, pois, o profissional observa as ações e propostas
que estão sendo executadas dentro das instituições de acolhimento com um olhar crítico social, sempre se respaldando nas normativas legais,
que embasam as ações das instituições de acolhimento, como também das normativas que norteiam o trabalho profissional do assistente
social.
A equipe técnica do Ministério Público que deveria realizar a inspeção nas unidades de acolhimento deveria ser multiprofissional,
conforme o que está enfatizado na Resolução n°71/2011, sendo composta por “01 (um) assistente social, 01 (um) psicólogo e 01 (um
pedagogo) para acompanharem os membros do Ministério Público nas fiscalizações” (BRASIL, 2011, p.1). Contudo, na comarca de Foz do
Iguaçu, atualmente a “equipe” dispõe de apenas uma assistente social para realizar essa atividade.
O trabalho de inspeção por parte do Ministério Público segue as orientações do Conselho Nacional do Ministério Público- CNMP,
sendo utilizado um roteiro para a coleta das informações, sendo esse instrumental denominado “Roteiro para Inspeção Periódica dos Serviços
de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes”. Esse roteiro é disponibilizado no site do CNMP, no qual deverá ser preenchido
durante a visita de inspeção e posteriormente encaminhado através do Membro do Ministério Público para o CNMP.
As visitas são realizadas de forma trimestral (contudo, além do roteiro trimestral, o Ministério Público necessita preencher
anualmente o roteiro de inspeção anual – por meio de uma visita específica). Além dessas visitas, conforme a necessidade, o Serviço Social da
7ª URATE também realiza visitas periódicas para uma melhor visualização das problemáticas e dificuldades que envolvem a execução das
ações que emergem no cotidiano do acolhimento institucional.
As principais dificuldades vivenciadas pelas instituições de acolhimento, encontradas pelo Serviço Social durante as inspeções
referem-se, em muitas situações, na escassez dos recursos financeiros o que resulta na dificuldade de contratação dos recursos humanos e na
compra de materiais necessários para o desenvolvimento do processo de trabalho dos profissionais vinculados a essas instituições. Outra
questão visualizada, durante as visitas, é a dificuldade de uma articulação efetiva em torno do trabalho com a rede de proteção à criança e ao
adolescente, durante e após o acolhimento institucional, devido à precariedade das atuais políticas públicas.
Outra dificuldade observada, diz respeito à elaboração do Plano Individual de Atendimento - PIA dos acolhidos, que segundo as
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes deveria ser construído de forma interdisciplinar, envolvendo
outras instituições e atores da rede de proteção à criança e ao adolescente, como por exemplo, o Conselho Tutelar (BRASIL, 2009). Porém, na
grande maioria dos casos não há uma participação de outras instituições, além da instituição de acolhimento, na elaboração do PIA.
Apesar das dificuldades enfrentadas diariamente pela equipe das instituições de acolhimento, o trabalho que vem sendo executado
dentro das Casas Lares, visando à promoção e o fortalecimento dessas crianças e adolescentes acolhidos, tem demonstrado impactos
fundamentais na garantia do direito à convivência familiar e comunitária.
A inspeção realizada pelo Ministério Público vem no sentido de fortalecer a rede de atendimento e as ações executadas dentro das
Casas Lares, possibilitando informações das normativas legais e em torno da metodologia para que o processo de desinstitucionalização
ocorra, buscando o retorno dessas crianças e adolescentes aos seus lares de origem ou a uma família substituta.
O Serviço Social da 7ª URATE procura durante as visitas dialogar com a equipe técnica, objetivando a reflexão em torno das
dificuldades e na busca por estratégias que viabilize um direcionamento em consonância com as normativas legais, e o desenvolvimento de
um processo de trabalho direcionado a integral proteção da criança e do adolescente. Devido à formação do Assistente Social, o olhar desse
profissional em torno do cotidiano institucional, não se limita aos muros e barreiras institucionais, buscando uma visão ampliada que engloba
as relações familiares e comunitárias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mais variadas situações de violência, vulnerabilidade e risco social contra a criança e o adolescente, em algumas situações, fazem
com que esses sejam institucionalizados, passando a viver e crescer dentro de instituições de acolhimento, como por exemplo, na Casa Lar.
Muitos são os motivos do acolhimento, mas sem dúvida o enfraquecimento das Políticas Públicas acarreta na fragilidade e
rompimento dos vínculos familiares e comunitários. A escassez ou a falta do acesso principalmente às políticas de saúde, educação, esporte,
lazer e habitação, refletem no quadro da vulnerabilidade social, impactando negativamente na vida das crianças e adolescentes, que ficam a
mercê de situações de risco, como por exemplo, do tráfico e uso de drogas, da miséria e da violência. Muitos encaminhamentos realizados
pela equipe técnica das instituições de acolhimento para os diversos equipamentos da rede de proteção e atenção às crianças e aos
adolescentes, esbarram em processos burocráticos e na falta de recursos humanos e infra-estrutura, não promovendo a superação das
motivações do acolhimento institucional.
Como forma de contribuir com o processo de melhoria das ações e propostas realizadas pela equipe técnica das instituições de
acolhimento, o Serviço Social do Ministério Público do Estado do Paraná – vinculado a 7ª URATE – busca nas inspeções periódicas contribuir no
fortalecimento das ações e propostas destinadas a viabilização dos direitos ao público infanto-juvenil que se encontram nas instituições de
acolhimento. O vínculo de confiança entre os profissionais das instituições com o Serviço Social do Ministério Público possibilita a exposição
das problemáticas e a busca de soluções.
Observamos que na comarca de Foz do Iguaçu, a participação do Serviço Social do Ministério Público no processo de inspeção, tem
impactado de forma positiva e abrangente no trabalho da equipe técnica das Casas Lares e na articulação em torno do trabalho em rede, o que
reflete na promoção de ações para as crianças e adolescentes, visando o fortalecimento da convivência familiar e comunitária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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A MERCANTILIZAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE BRASILEIRA
KARIMA OMAR HAMDAN
ADRIÉLI VOLPATO CRAVEIRO
Assistente Social, Mestre em Geografia, docente do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Paraná – UNESPARCampus Pranavaí. Email: [email protected].
Assistente Social do Ministério Público do Estado do Paraná, docente do curso de Serviço Social da Faculdade União das Américas –
UNIAMÉRICA.E-mail: [email protected].
INTRODUÇÃO
Ao estudarmos a saúde pública no Brasil, verificamos que em sua trajetória histórica os mecanismos que a regem são atrelados a
interesses econômicos e essa realidade constitui a sua configuração. Assim, é fundamental abordarmos sobre o atual panorama que envolve a
saúde pública, observando o processo de mercantilização.
A justificativa pela escolha do tema deu-se porque a saúde permeia todos os aspectos da vida, e os rumos adotados na condução da
mesma afetam a vida da maioria da população, que de seus serviços depende. Assim, o presente artigo realizou-se por meio da pesquisa
bibliográfica, na qual procuramos elucidar o processo histórico do desenvolvimento da saúde no país, as informações aqui registradas são
obtidas por meio de leituras realizadas em livros e artigos científicos que versam sobre a temática.
A discussão permeia a análise sobre a adoção da política neoliberal e sua interferência na política de saúde, uma vez que é notória a
inflexão dos direitos sociais a partir de toda a reestruturação produtiva que atinge o mundo do trabalho. Enfim, devido à exigência de
mercados externos, políticas transnacionais compelem o Estado brasileiro a realizar cortes em políticas sociais.
O RECEITUÁRIO NELIBERAL PARA A SAÚDE PÚBLICA.
Desde os anos de 1970 começa a discussão sobre a ampliação dos serviços e a importância de uma assistência médica de baixo custo
para a população que não tinha condições de pagar pelos serviços privativos de assistência médica. A abertura desse debate nos espaços
políticos e institucionais introduziu importantes mudanças no caráter das políticas sociais, no caso da saúde, houve uma impulsão no
movimento anti-hegemônico da saúde nos anos de 1980, abrindo espaços políticos e institucionais para discutir os caminhos da Reforma
Sanitária Brasileira. Destacamos que esse movimento sanitário tem sua origem histórica no Regime Militar (1964 -1985), no período de
intensas crises e reformas do modelo previdenciário.
Essas mudanças na saúde fazem parte da agenda da Assembléia Nacional Constituinte que trouxe em seu bojo propostas defendidas
por alguns parlamentares engajados no Movimento da Reforma Sanitária, e estas propostas são anexadas a Constituição Federal de 1988, que
passa a defender uma nova forma de organização da saúde, conforme está expresso nos artigos de 196 a 200.
A saúde é direito de todos (...) garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção e
recuperação. (BRASIL. C.F. 1988, Art. 196).
Desta maneira a saúde passa a ser entendida não somente através do bem estar físico, mas também de um conjunto que inclui o
econômico e o social, qualquer cidadão brasileiro passa a ter o direito à saúde, que passa a ser responsabilidade do Estado.
A Constituição também prevê a criação de um Sistema Único de Saúde, que deverá ser descentralizado, tendo seu comando
vinculado em cada esfera do governo, propõe também a integralidade das ações, além da participação da comunidade, e a saúde passa a ser
integrada juntamente com a Seguridade Social. Nossa Constituição representa um avanço, que foi resultado de uma ampla luta social que se
legitimou, em termos jurídicos.
Entre 1989 e 1990, foi elaborada a lei 8080 e a lei 8.142, intitulada: Lei Orgânica da Saúde, que disserta sobre como devem ser
organizados e como devem funcionar os serviços de saúde, para que seja asseguradas a promoção da mesma.
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do
País. (Artigo 2º, s 3° da Lei 8080, de 19/09/1990).
Todos esses fatores permitiram que a Constituição de 1988, elencasse que o meio físico, ou seja, as condições geográficas, a
alimentação, a habitação, entre outros, bem como o aspecto sócio econômico e cultural influenciam diretamente a saúde dos indivíduos. Essas
condições foram importantes para a definição do SUS, que se caracteriza por propor uma nova maneira de organização política, que visa
patrocinar as ações de saúde, conforme previstas na Constituição Federal de 1988, privilegiando ações que atuem no preventivo e também no
curativo, assim sendo, precisam ser encontradas formas que garantam a efetivação dos direitos assegurados legalmente.
Portanto os objetivos do SUS compreendem, a descentralização dos recursos, atuações de acordo com as necessidades de cada
região, a hierarquização, além de se basear na participação da sociedade, para que o modelo proposto possa ser alcançado. Desta forma, as
três esferas do governo (municipal, estadual e federal) têm que ter autonomia, mas complementarem – se para alcançar eficiência na
prestação dos serviços. Para atingir tais objetivos o SUS, baseia – se em alguns princípios, dos quais destacamos a universalidade, a equidade, a
integralidade. (CHIORO E SCAFF, 1999)
Ainda segundo os autores, Chioro e Scaff (1999), os princípios doutrinários que norteiam o SUS, se complementam para fornecer a
integralidade nas ações de saúde. Quanto à organização os preceitos do Sistema Único de Saúde podem ser assim definidos: regionalização e
hierarquização, a resolutividade, a descentralização, a participação dos cidadãos nas formulações das políticas de saúde, em todos os níveis de
governo. Enfim a complementaridade do Setor Privado: segundo a Constituição Federal, quando o setor público precisa contratar serviços
privados, devem ser respeitadas algumas normas, como: as entidades de cunho filantrópico têm que ser priorizadas, o contrato estabelecido
tem que estar de acordo com as normas de direito público. A lógica dos serviços prestados pelo setor privado deve estar em consonância com
os princípios básicos do SUS. Desta maneira, primeiro as ações devem dar-se no âmbito público e só devem ser complementadas, pelo setor
privado, quando realmente houver necessidade.
Assim, vemos que a implementação da política de saúde, conforme estabelecido na Lei Orgânica da Saúde e na Constituição Federal
depende de condicionantes socioeconômicos e políticos vigentes, em âmbito nacional e internacional, visto que não ocorrem em espaço social
vazio. Portanto, é necessário interpretar o conteúdo do SUS, a luz da política de saúde adotada pelos governos do Brasil nos últimos anos.
A partir das décadas de 1980 e 1990 a conjuntura nacional tem sido caracterizada por uma constante diminuição de investimentos
por parte do Estado, nas políticas sociais, o mesmo tem-se tornado mínimo para o social, com o fortalecimento do neoliberalismo no Brasil.
Segundo Nascimento (2007) ao mesmo tempo em que aumentavam os direitos conquistados na Constituição de 1988, a partir de meados de
1980 o Brasil passa a enfrentar discussões referentes a diminuição do papel do Estado nos segmentos econômicos e sociais.
Para Nascimento (2007) no início da década de 1990, os países em desenvolvimento começaram a sentir os efeitos da crise do
petróleo. Os mesmos foram compelidos a revisar seus modelos de desenvolvimento econômico e social. O Brasil, obedecendo a pressões
externas, de organismos como o Banco Mundial, começa a priorizar estratégias de ajustes estruturais, e como consequências: a abertura do
mercado, além da diminuição das funções do Estado, para que seja superada a crise e haja uma retomada do crescimento. Isso acontece como
estratégia utilizada pelos países centrais para que os países periféricos, como no caso, o Brasil, possa se inserir no mercado globalizado.
Nascimento (2007) esclarece que o Estado passa a não ser mais o responsável pelo crescimento econômico e pela prestação e
produção de serviços. Essa proposta reduziria os gastos públicos e haveria redução em investimentos e ainda enxugamento da folha de
pessoal, a partir de políticas de estímulo as privatizações e reformas estruturais, que previam a racionalização dos recursos fiscais.
Partindo das idéias relatadas é que nos reportamos a Bravo (2002), segundo a autora, a Reforma do Estado, decorre da crise do
“Welfare State”. Bresser Pereira, ministro da fazendo no governo de FHC - Fernando Henrique Cardoso, defensor do ideário neoliberal afirma
que a crise se situava no próprio Estado que precisava de uma reestruturação, para tornar-se um Estado forte, que pudesse garantir uma
gerência eficiente capaz de promover o desenvolvimento, para tanto é necessário que as funções do Estado fossem limitadas, o que seria
capaz de aumentar a governança2 e a governabilidade3.
Desta maneira é entendido que a crise não é gerada pelo modelo econômico, mas sim pelo modelo do Estado, que modificando sua
forma de administração seria capaz de resolver a crise, e isso seria alcançado na medida em que o Estado se desresponsabilizasse pelas
políticas sociais.
O ajuste neoliberal desmonta a economia na década de 1990, e traz grandes mudanças em termos sociais, econômicos e
trabalhistas. Essa adequação, as medidas neoliberais ocorreram através de transformações gestadas no modo de produção, centralizado na
globalização econômica e tem como base a hegemonia do capital financeiro.
2
Conforme Gonçalves (2008), forma pela qual o governo exerce seu poder. Exercício do poder, controle, administração. Ou seja, é a maneira pela qual um país exerce seu poder na
administração de recursos sociais e econômicos visando o desenvolvimento, implicando ainda a capacidade dos governos planejar, formular, implementar políticas ou cumprir funções.
3
Conforme Maciel (2004), refere-se a dimensão Estatal do poder. Diz respeito às “condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as
características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os Poderes, o sistema de intermediação de interesses.
Esse período é permeado por uma série de medidas que visam consolidar o plano neoliberal, como as privatizações, que acabam
repassando para o setor privado, setores rentáveis que antes eram de domínio público, usando para isso a alegação de que é necessário
enxugar a máquina do Estado.
A cidade está ameaçada de privatização, o que vai ser um grande problema nas questões de saúde pública. Na
nossa análise está faltando – a dos profissionais de saúde e nas dos geógrafos – uma análise prospectiva desse
processo de privatização que vai agravar ainda mais questões de saúde pública: a privatização da água, dos
esgotos, e tudo o mais que concerne à vida urbana. No mundo em que a cidade, tendo crescido de tamanho,
tem empresas filiadas aos grandes bancos a solução para as questões urbanas, na medida em que são cegos
para as questões humanitárias, os problemas vão se avolumar contra os que não podem pagar. (SANTOS,
2003, p.310).
A sociedade é convocada a assumir responsabilidades, que antes eram do Estado, emergindo daí uma refilantropização na
sociedade, atingindo em cheio o mundo do trabalho, aumentando o exército industrial de reserva e consequentemente acumulando maior
lucro aos grandes monopólios.
Esses impactos, como a precarização das condições trabalhistas, aumentam a parcela de excluídos das riquezas socialmente
produzidas, o que é chamado por Robert Castel (1988), de desfiliação.
[...] tudo se passa como se nosso tipo de sociedade redescobrisse, com surpresa os inúteis para o mundo, que
nele estão sem verdadeiramente lhe pertencer. Ocupam uma posição de supranumerários, não integrados e
sem dúvida não integráveis [...] (CASTEL, 1998, p. 530)
Em meio ao que Castel dá o nome de metamorfoses da questão social, assistimos a retirada cada vez mais acentuada do Estado no
trato do social o que reflete na precarização de diversos setores, entre eles o da: saúde.
Segundo Bravo (2002), para dissertamos sobre a saúde na década de 1990 no Brasil é necessário vislumbrar os antagonismos
existentes entre a Reforma Sanitária da Constituição de 1988 e a investida neoliberal. Mesmo a saúde tendo sido assegurada, como direito
universal e dever do Estado, conforme a Lei Orgânica de Saúde, Lei 8080, a implantação das medidas de ajustes estruturais de corte neoliberal,
trouxeram retrocessos.
Na área da saúde, o neoliberalismo busca a redução do Estado. Os meios midiáticos fazem forte crítica à falência dos sistemas
públicos de saúde, porém as condições da saúde pública brasileira são provocadas exatamente pela escassez de recursos financeiros.
Do ponto de vista ideológico, os neoliberais argumentam para a opinião pública que a crise é determinada pelo corporativismo e
ineficiência do Estado e que, portanto, a saída se dará através da progressiva privatização, ficando o Estado responsável, quando muito, pelas
ações básicas de saúde e as medidas de saúde pública. O restante deverá ser assumido, pela proposta neoliberal, pelo setor privado e
controlado não mais pela sociedade, mas sim pelas regras de mercado.
A mercantilização dos serviços sociais – mesmo os essenciais como a saúde e a educação – também é vista
como natural: as pessoas devem pagar pelos serviços para que estes sejam valorizados. E quanto às pessoas
que não podem pagar? Cabe a elas comprovar sua pobreza, e só então o Estado deve intervir, prestando
serviços focalizados aos comprovadamente pobres. (SOARES, 2003, p.54)
Temos na saúde o projeto de Reforma Sanitária, elaborado na década de 1980, que prevê o Sistema Único de Saúde - SUS, e em
contra partida o projeto privatista, que atende aos interesses lucrativos do capital.
A Reforma Sanitária prevê um Estado de direito, no
qual o SUS assegura a universalidade ao acesso, a igualdade a todos, a descentralização das ações do governo federal em âmbito estadual e
municipal, com um comando único em cada esfera do governo.
Prevê também a informação legível ao usuário, a integralidade das ações do SUS, unindo a saúde curativa e preventiva, prevê
também a participação da comunidade em questões referentes à saúde, com a formação de conselhos deliberativos e paritários, com
representantes do governo e da sociedade civil.
Já a política privatista da saúde, implementada pelo Estado nessa fase de ajustes estruturais procura estabelecer uma nova
regulamentação que atenda as exigências do mercado capitalista, essas reformas neoliberais pregam a redução de gastos e a
desresponsabilização do Estado. O papel do Estado é de somente assegurar o mínimo para os que não podem pagar os serviços e repassar
para o privado aqueles que podem comprar os serviços de saúde. Segundo essa política neoliberal, o Estado precisa reduzir os gastos, para ser
mais eficiente e acabar com o parasitismo, sendo regulado pelas leis do mercado.
Obedecendo a essa lógica, na década de 1990, o Brasil passa por quatro gestões do executivo. A partir da gestão de Fernando Collor
de Mello (1990) tem-se o início do projeto neoliberal no país. No final de 1992, Itamar Franco assume o lugar de Collor que sofreu um
“impeachment”, no governo de Itamar Franco houve um intervalo no processo iniciado por Collor, de abertura as medidas neoliberais e foi
colocado em pratica o “plano real”, política monetária importantíssima para o Brasil. Em 1995 colhendo os frutos do governo de Itamar
Franco, é eleito Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Bravo (2002), faz-se necessário salientar, que apesar dos retrocessos, houve alguns avanços nesse período como as leis
8.080/90 e 8.142/90 que juntamente formaram respectivamente a Lei Orgânica de Saúde. Porém houve demora da aprovação da mesma,
devido a interesses antagônicos sobre a concepção de política de saúde.
Ressaltamos também nesse período a extinção do INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, proposta
do Movimento da Reforma Sanitária, além da promulgação da NOB/93 - Norma Operacional Básica que cria a municipalização da saúde, o que
traz avanços no processo de descentralização da saúde, são definidos os mecanismos de financiamento das ações na área da saúde.
Segundo Bravo (2002) cabe citar que apesar de alguns poucos avanços na área da saúde no governo Itamar Franco, não há nenhuma
mudança significativa em seu governo, uma vez que a qualidade de vida da população, não se alterou para melhor. O êxito do plano real abriu
as portas para o governo de Fernando Henrique Cardoso, e é a partir de seu primeiro mandato (1995), que o projeto neoliberal vai se
solidificando cada vez mais.
Segundo Bravo (2002), para analisarmos a proposta da Reforma do Estado é necessário que seja verificado que foi realizada a partir
de quatro setores: o núcleo estratégico, nesta parte estão o legislativo, judiciário, a presidência e a cúpula dos ministérios. No segundo núcleo,
temos as ações exclusivas do Estado, que são: regulamentar, fiscalizar, regular, policiar, e definir as políticas. No terceiro núcleo encontramos
os serviços sociais e científicos, não devem ser privatizados, mas também não devem ser de responsabilidade do Estado, que deverá repassálos para Organizações Públicas não Governamentais, (OPNES) ou para as Organizações Sociais (OS) e no quarto núcleo o setor de produção de
bens e serviços, onde se enquadram empresas públicas que não realizam papéis importantes, dessa maneira devem ser privatizadas.
Para realização da nossa análise não nos deteremos em todos esses núcleos, apenas ressaltamos que as privatizações aconteceram
em empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento nacional, como as privatizações do sistema de telefonia, da Vale do Rio Doce e da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), pode-se perceber que empresas nacionais foram repassadas com valores baixos para o capital
estrangeiro.
O que nos interessa nesta análise é o terceiro núcleo, aquele que não pode ser privatizado, mas que o Estado também não deve ser
chamado a intervir, assim sendo, serviços de saúde, educação, pesquisa e meio ambiente devem ser modificados e transformados em OPNES –
Organizações Públicas Não Estatais, ou seja, representações privadas, filantrópicas, que recebem subsídios do poder público. A saúde
enquadra-se neste terceiro núcleo.
Bravo (2002) cita o documento do Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado (MARE) – nº 13, de 1998, no qual o
artigo de Bresser Pereira, incluso no documento, traz a proposta para a reforma da saúde, em especial para a saúde hospitalar e ambulatorial,
que são consideradas segundo o documento os setores de maior custo do SUS. Nesta proposta foram mantidas os princípios de
descentralização, que deverá ser realizada de forma mais rápida, com uma melhor definição das esferas participantes.
O sistema deverá ser integrado, hierarquizado e regionalizado, a partir de dois subsistemas, o primeiro denominado subsistemas de
entrada e controle, sob responsabilidades das Unidades Básicas de Saúde e do então denominado Programa Saúde da Família (PSF), eles são
os responsáveis pela integralidade nas ações e dos encaminhamentos dos casos que exigem maior grau de especialização, para a rede
ambulatorial e hospitalar por meio de uma Autorização Hospitalar, que não seria mais distribuída pelo número de leitos, mas sim pelo número
de habitantes. O segundo subsistema é o de referência ambulatorial e especializada, constituída por hospitais credenciados e pelas unidades
de maior complexidade e especialização na rede ambulatorial.
Todas as mudanças na sociedade brasileira nos anos de 1990 acabaram aumentando situações de precariedade em relação ao
trabalho, que atinge a maioria da população. Esse contexto faz emergir a necessidade de discutir a saúde, uma vez que as demandas estão
sempre associadas a diversos fatores como: renda, moradia, alimentação, transporte, mercado de trabalho e lazer.
O objetivo em prol da melhoria da saúde dos brasileiros e da implementação de um sistema que contemple
pelo menos a universalização da assistência em todos os níveis de atenção – com parâmetros definidos
socialmente – exige que as políticas macroeconômicas articulem-se de alguma maneira com as políticas sociais,
sobretudo com as de saúde e educação. Em outras palavras, trata-se de eleger como prioridade nacional o
combate à pobreza e principalmente á exclusão social, sem o que nenhuma política de saúde isolada (por
melhor que ela seja) será capaz de enfrentar o conjunto das necessidades sociais básicas atuais. (COHN, ELIAS,
2001, p. 57).
Segundo Cohn; Elias (2001) para compreender o sistema de saúde é necessário elucidar como ele está estruturado e quais são as
mediações estabelecidas entre as instituições de saúde, o setor estatal e o setor privado. Desta maneira, passaremos a procurar entender a
lógica do SUS. As instituições que fazem parte do mesmo podem ser divididas usando dois critérios: “(...) o grau de incorporação tecnologia
material e o grau de capacitação dos recursos humanos de nível universitário” (COHN, ELIAS, 2001, p.66).
Ainda segundo o autor, o Sistema de Saúde abrange os serviços públicos e os serviços privados de saúde, e suas modalidades de
prestação podem ser assim descritas:
a)
Serviços públicos por órgãos governamentais ou comprados de terceiros para atender as camadas de renda média e baixa, que são
financiados por contribuições compulsórias à Previdência Social.
b)
Prestação privada de serviços e seguro privado: é destinado aos grupos sociais de renda mais alta e também para parcela dos
trabalhadores urbanos dos setores mais expressivos da economia (segundo o autor são eles: exportador, automobilístico, bens de
capital, petróleo, telecomunicações, siderurgia, construção naval, entre outros), o que segundo Cohn; Elias (2001) “(...) responde
atualmente pela cobertura de cerca de 25% da população em grande parte residente nas regiões Sul e Sudeste do País.”
Para Cohn; Elias (2001) o setor privado de saúde é subdividido em dois segmentos principais:
a)
Segmento não lucrativo: as instituições filantrópicas, a maioria delas vinculadas ao SUS, através de contratos para prestação de
serviços;
b)
Segmento lucrativo: nesse setor encontramos os planos de saúde, com exceção de poucas redes hospitalares que não mantém
nenhum tipo de vínculo com o SUS.
O autor ainda nos aponta que, como consequência dessa forma de organização do Sistema de Saúde, o acesso aos serviços torna-se
segmentado e desigual na forma de atendimento, o que contraria os preceitos da Constituição de 1988.
O atendimento primário, que não dá lucro fica a cargo do SUS, o atendimento que exige média complexidade, e altamente rentável
fica a cargo do setor privado, e o setor de alta complexidade, o que tem o custo mais elevado de todos os níveis de atenção, é de
responsabilidade do SUS.
Segundo Campos (1997) a prática dos últimos governos no Brasil está atrelada as privatizações e a redução dos gastos por meio de
medidas que fazem uma seleção de demandas, a redução do Estado segue uma orientação econômica de políticas transnacionais. Segundo o
autor, essa é a principal contradição entre o projeto da Reforma Sanitária e do ideário neoliberal, o último por sua vez vem se tornando real
empecilho para o desenvolvimento do SUS.
Cabe destacar, que na segunda metade da década de 1990 foi criada a Norma Operacional Básica (NOB-96), destinada a regular os
planos de saúde, além dos preços dos medicamentos. Segundo Bravo e Matos (2005), a NOB-96, regulamenta a criação do então Programa
Saúde da Família –PSF e Agentes Comunitários de Saúde- PACS, o autor aponta que ambos possuem orientação focal, a atenção primária
encontra-se desarticulada da secundária e terciária, além do que se pode notar uma articulação com as propostas do MARE, de 1998, fica
subliminar nos dois programas a existência de dois sistemas distintos: um SUS para a população de baixa renda e outro sistema privado para o
cidadão consumidor.
Bahia; Santos; e Gama (2000) apud Bravo (2002) afirmam que o debate em torno dos planos e seguros de saúde tiveram dois
momentos distintos: o primeiro no início da década de 1990, este debate foi restrito aos meios de comunicação, a tônica da discussão era
centrada em: como seria realizada a abertura para o capital estrangeiro no país para os seguros e planos de saúde de empresas estrangeiras?
Na metade da década de 1990, a discussão se amplia para a mídia, e as entidades médicas e de defesa do consumidor começam a reivindicar a
ampliação da cobertura e o controle dos preços praticados no país.
Este debate ocorreu para que os investidores internacionais pudessem ter livre acesso, além do que poderiam ser retirados
obstáculos como pequenas empresas que comercializavam planos com coberturas restritas e preços menores do que os praticados pelas
grandes empresas, além do que foram realizados combates a algumas cooperativas médicas.
Dessa maneira, o discurso era que as pequenas empresas significavam obstáculos ao crescimento econômico, portanto eram
necessárias regras econômicas que administrassem a entrada de operadoras de planos de saúde no mercado, para superar o impasse. Mas, a
nomeação de José Serra como Ministro da Saúde, desvia a regulamentação dessas normas, que estavam a cargo da Superintendência de
Seguros Privados (SUSEP), que por sua vez era vinculada ao Ministério da Fazenda. Agora seria o Ministério da Saúde o responsável, nessa
conjuntura, o mesmo torna-se um órgão forte, capaz de enfrentar a poderosa indústria farmacêutica, assim consegue-se regulamentar os
remédios genéricos, regulamentar os planos e seguros de saúde, além do que houve um apoio dos meios de comunicação e da opinião
pública, para essas medidas.
Essas ações do Ministério da Saúde estendem-se do domínio da esfera dos órgãos públicos para o mercado e há também a criação da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ambas possuem autonomia
orçamentária e decisória, mas as criações das mesmas estão previstas no Plano Diretor da Reforma do Estado.
A elaboração desses órgãos demonstra um fortalecimento do Ministério da Saúde no que tange a atuação dos agentes privados a
cerca da regulamentação dos planos de saúde e dos preços dos medicamentos. Bravo (2002) aponta que apesar disso, o Ministério da Saúde
ainda não consegue melhoras significativas, nas condições da saúde da população. Ainda merece mais cuidado, pois a base social dos
financiamentos dos planos e seguros de saúde continuam sendo altos, além do que não há uma disciplina das relações entre o setor público e
privado (tanto o contratado como o autônomo).
O que é importante ressaltar é a contradição existente, de um lado a regulamentação do capital estrangeiro, mas em contrapartida
do outro lado existe imbricada em toda essa situação uma concepção do cidadão consumidor, o que definitivamente rompe com os preceitos
da Reforma Sanitária, onde temos assegurado a saúde como direito de todos e dever do Estado.
Dessa maneira os autores concluem que as propostas do Ministério da Saúde, também em seu âmago estão de certa forma em
concordância com a contra-reforma do Estado.
Segundo Campos (1997) a conclusão que podemos retirar é que atualmente no Brasil há uma sobreposição do ideário neoliberal
sobre a saúde. O funcionamento do setor público vem apresentando características definidas pela hegemonia dominante e como resultado
disso, o SUS está distante de defender os direitos da população.
É imprescindível segundo Campos (1997), que os recursos humanos utilizados na área da saúde sejam também “sujeitos do processo
de mudança”. É preciso também que a opinião pública participe desse processo e que seja realizada uma educação que desperte a consciência
ética e política dos cidadãos, ou seja, para haver uma transformação da sociedade é necessário um esforço coletivo das massas, que se
encontra em sua maioria desarticuladas de movimentos.
Para Campos (1997) é necessário também que se leve em consideração as subjetividades e individualidades de cada paciente, em
relação à doença, as dores, ao sofrimento, pois cada ser possui uma história que tem que ser levada em consideração, pois não trabalhar dessa
maneira, só contribui para o aumento da burocratização, autoritarismo e incapacidade de lidar com as diferenças, além de interferir
negativamente na capacidade de criação de soluções para os problemas que surgem no dia a dia.
O autor ainda reforça que para que o SUS seja efetivado é necessário que sejam compreendidas variações sociais e históricas, que
culminem na adoção de um conceito de emancipação social, ou seja, é necessário que cada indivíduo disponha de condições materiais e
subjetivas, que sejam satisfatórias para sua produção e reprodução, física, psíquica e emocional. Campos (1997) ainda ressalta que as
situações sociais não tem como serem desvinculadas das práticas médicas e nem desconsideradas pelos serviços públicos de saúde, não
somente por questões éticas e morais envolvidas, mas porque não compreender essas questões, diminui a eficácia das ações técnicas do SUS,
o que repercute negativamente sobre a cura e também sobre a manutenção de ambientes saudáveis, por isso é necessário levar em
consideração as condições concretas da vida. Trabalhar nessa perspectiva, com uma noção de totalidade, contribui para o despertar de uma
cidadania plena, que se entende por todas as pessoas terem acesso a tudo concernente a vida, a liberdade, a felicidade. Não somente pelos
direitos óbvios, esse acesso sem qualquer distinção ou pré-conceito.
Sobre a conquista dessa cidadania, Bravo (2002) pontua que na década de 1990, é perceptível a incorporação de lutas corporativas
individuais e o retrocesso nas lutas coletivas. Como já mencionamos uma das propostas da contra–reforma na saúde, e que os trabalhadores
sejam financiadores do capital, por meio de planos privados. Para a autora, o cidadão é dividido em cliente e consumidor. O cliente é objeto
das políticas públicas e consumidor é aquele que adquire os serviços de saúde no mercado.
Bravo (2002) sugere que para que haja uma continuação das propostas realizadas pelo movimento da Reforma Sanitária é necessário
que novamente haja uma luta coletiva, em que o cidadão seja aquele que participa com consciência de seus direitos e deveres. Para que haja
uma democratização da saúde, é necessário que o controle social estenda-se, pois para ela somente o aprofundamento da democracia e a
mobilização dos movimentos organizados podem fazer frente ao projeto neoliberal.
Segundo Nascimento (2007) em três décadas, o Brasil, transformou-se em urbano, cerca de 68% da população, afirma a autora, vive
nas cidades. O número das cidades e regiões metropolitanas cresceu em todo o país. Esse processo desordenado de urbanização acabou
afetando a desigualdade no acesso a bens e serviços. As cidades passam a necessitar então de uma lógica para enfrentamento dos problemas
avolumados. As instâncias locais passam a responder pela distribuição dos recursos a serem responsáveis pelo engajamento da população nos
processos decisórios.
Não há como negar que as propostas políticas e sociais, implementadas pelo projeto neoliberal flexibilizam o processo de produção.
Mas, também é necessário mencionar que as cidades tornaram-se locais privilegiados na busca de estratégias para superar as desigualdades
sociais, através das Conferências e dos Conselhos gestores da Saúde, porém sabemos que existem muitas questões que interferem no bom
funcionamento das referidas instâncias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensar em um Sistema Único de Saúde que seja universal, não só no aspecto legal, mas, também no cotidiano da população é uma
tarefa que requer um questionamento em torno da atual configuração política e econômica da sociedade brasileira.
A defesa do SUS, enquanto política pública de direito é primordial, para combater as políticas focalizadas, sabemos que
historicamente o Movimento da Reforma Sanitária foi pioneiro no processo da universalização da saúde pública, porém as lutas para a
efetivação da saúde como disposta na Carta Magna ainda tem que continuar, pois até o presente vivenciamos cotidianamente a sua
mercantilização que só se agrava com o advento do neoliberalismo.
Assim, é fundamental um direcionamento político que vai além das práticas clientelistas tradicionais e que objetive romper com a
proposta de um Estado mínimo para o social e máximo para o capital. Nessa perspectiva, o processo de mercantilização da saúde pública
precisa ser questionado, pois, impacta de forma negativa na vida da população.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei Orgânica da Saúde. Lei 8080. Brasília, 1990. Disponível em www.saude.gov.br acesso em 27/10/2013.
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BRAVO, S. Maria Inês. PEREIRA, P. A. P (orgs). Política Social e Democracia. 2. ed. São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: UERJ, 2002.
CAMPOS, W. S. Gastão. Reforma da Reforma: repensando a saúde. São Paulo; Hucitec, 1997.
CASTEL, Robert. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário; Tradução de POLETI, D. Iraci – Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
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GONÇALVES,
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NASCIMENTO, Vânia B. SUS: pacto federativo e gestão pública. São Paulo: Hucitec, 2007.
SANTOS, Milton. Saúde e Ambiente no Processo de Desenvolvimento: Revista de Saúde Coletiva, 1: 309-314, 2003.
SOARES, T. Laura. O desastre Social. Rio de Janeiro: Record, 2003.
TEIXEIRA, M. J. O. O Programa de Saúde da Família, o Serviço Social e o canto do rouxinol. In: BRAVO, M. I; PEREIRA, P. A. P. (Org.). Política
social e democracia. 2ª. ed. São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: UERJ, 2002. p. 235-254.
RESUMOS
Eixo 01: Saúde da Criança e do Adolescente: familiares e enfermagem
compartilhando o cuidado
PERFIL DE RISCO DAS PUÉRPERAS E DOS RECÉM NASCIDOS DE PARTO PREMATURO
Ângela Bressan Farias
Camila Marcondes
Acadêmica do 5º ano de Enfermagem da Faculdade de Pato Branco – FADEP. E-mail: [email protected]
Mestre em Desenvolvimento Regional, Especialista em Farmacologia; Professora Orientadora da FADEP – PR. E-mail: [email protected].
INTRODUÇÃO
Define-se como prematuro todo nascimento que ocorre com IG inferior a 37 semanas e como prematuro extremo aqueles nascidos
com IG menor que 28 semanas. De acordo com o tamanho ao nascimento, os RNs podem ser classificados como: adequados para a IG peso
e/ou comprimento pequenos para a IG peso e/ou comprimento e grande para a IG peso e/ou comprimento ao nascimento. 5
A prematuridade é decorrente de circunstâncias diversas e imprevisíveis, em todos os lugares e classes sociais. Acarreta às famílias e à
sociedade em geral um custo social e financeiro de difícil mensuração. Alguns fatores podem estar relacionado à mãe e à gravidez,
como: infecções ou doenças da mãe, anomalias do útero, gestação de gêmeos, placenta muito baixa, esforço físico intenso, alcoolismo,
tabagismo, uso de drogas4
OBJETIVOS
O cotidiano da vida de estagiária de enfermagem em um hospital de Pato Branco chamou a atenção para o número significante de
partos prematuros, o que contrasta com a realidade atual dos programas e do melhor acompanhamento das gestantes. Neste contexto, o
objetivo da pesquisa consistiu em identificar qual o perfil de risco das puérperas e dos recém-nascidos de parto prematuro.
METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de um estudo qualiquantitativo. Teve como local de estudo um hospital, situado no município de Pato
Branco, estado do Paraná. A coleta de dados foi realizada nos dias 16 a 31 de março, 16 a 30 de abril de 2014. Participaram da pesquisa
puérperas com RN prematuros, no período da coleta de dados, que totalizam segundo informações colhidas, no setor responsável, uma média
de 12 puérperas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de constituição da maternidade inicia-se muito antes da concepção, a partir das primeiras relações e identificações da
mulher, passando pela atividade lúdica infantil, a adolescência, o desejo de ter um filho e a gravidez propriamente dita13.
Observou-se que 03 das gestações eram planejadas e 09 não eram planejadas, mas quando falamos em não planejada, temos que
saber diferenciar com não desejada, em nossa pesquisa identificamos essa diferença, pois a maioria não foi planejada, mas depois da
descoberta do positivo no exame, todas foram relatadas como desejadas
O inicio do pré-natal no primeiro trimestre, é fundamental para um bom desenvolvimento do bebê, pois ate os três meses são onde
ocorrem a formação da parte neurológica do feto. Das 12 puérperas entrevistadas apenas 01 iniciou o pré-natal no segundo trimestre, o
restante, iniciou no primeiro trimestre.
O estudo também conseguiu observar o numero de gestações de cada puérpera, primeira gestação 06, segunda 02, terceira 03 e
quarta gestação 01. Portanto, 50% dos partos prematuros ocorreram na primeira gestação, todas sem abortos anteriores.
Conforme a entrevista aplicada, os dados sobre doenças crônicas das puérperas mostraram que 8 das mães não tinham qualquer
doença antes de engravidarem, 02 tiveram Infecção de Trato Urinário (ITU), 01 hipotireoidismo e 01 transtorno bipolar
Normalmente a gestação e o parto progridem sem intercorrências, no entanto, há a probabilidade do aparecimento de problemas ou
doenças que interrompem a tranquilidade ou o desenvolvimento natural da gestação. No estudo encontraram-se patologias como: ITU,
hipertireoidismo, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e apendicite, os quais representam riscos para o parto prematuro.
Além das doenças citadas a cima poderem influenciar no parto prematuro, questionou-se outros fatores que também favorecem o seu
acontecimento, tal como a utilização de álcool, drogas e tabagismo durante a gestação. Porém, para todos os sujeitos de pesquisa, as
respostas foram negativas para os itens citados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ocorrência do parto prematuro deve-se a diversas e inesperadas causas que acometem várias classes sociais, no entanto há fatores
de risco que favorecem o seu acontecimento, tais como os sociais, dentre eles o nível de renda que pode influenciar no acesso aos serviços de
saúde e de educação e consequentemente na má qualidade de vida para a gestante e o bebê. Correlacionando os fatores de risco citados e as
puérperas entrevistadas, percebeu-se que entre as causas sociais, destaca-se a condição socioeconômica em que mais de 58% exibem uma
renda familiar inferior a três salários. O acompanhamento de qualidade e com número adequado de consultas pré-natal permitem melhor
atender a gestante e atuar sobre os riscos identificados. No entanto, a pesquisa demonstra que há variáveis que sobrepassam o contexto do
cuidado ofertado pelos profissionais de saúde, tais como os fatores sociais, que demandam o desenvolvimento de políticas públicas adequadas
a essa população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-RAMOS, Helena Ângela de Camargo, CUMAN, Roberto Kenji Nakamura- Fatores de risco para prematuridade: Pesquisa documental, Esc
Anna Nery Rev Enferm 2009 abr-jun; 13 (2): 297-304;
4-CHAGAS, Rute Ivete de Andrade, VENTURA, Claudiane Maria Urbano, LEMOS,Gercineide Maria Jesus de, SANTOS, Danilo Felipe Monteiros
de, SILVA, Jelson José da-Análise dos Fatores
13-PICCININI, Cesar Augusto, GOMES , Aline Grill, NARDI, Tatiana De, LOPES Rita Sobreira - GESTAÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DA MATERNIDADE,
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 1, p. 63-72, jan./mar. 2008;
21- XAVIER, Rozania Bicego et al . Risco reprodutivo e renda familiar: análise do perfil de gestantes. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v.
18, n. 4, Apr. 2013 .
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O PRÉ-NATAL: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
Eveline Treméa Justino
Julia Kamila Bughetti Santana
Acadêmica do 8º período de Enfermagem da Faculdade União das Américas
Enfermeira. Mestre em Enfermagem (UFPR). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade
INTRODUÇÃO
A gestação é um momento ímpar na vida de qualquer mulher, tanto pelas mudanças físicas como pelas psicológicas que causam. Com
efeito na adolescência este acontecimento requer uma atenção ainda maior no momento do pré natal e consequentemente, na atuação de
enfermagem, devido a situações de imaturidade fisiológicas, estado nutricional e frequente relutância em procurar precocemente o pré-natal,
o seu risco acaba se tornando muito grande de toxemia, parto prematuro ou bebê abaixo do peso. Justifica-se a realização dessa pesquisa as
experiências evidenciadas pelas autoras durante os estágios curriculares da faculdade.
OBJETIVO
Identificar o papel do enfermeiro na assistência ao pré-natal de adolescentes.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura descritiva cuja busca se deu por meio dos descritores cuidados no pré-natal, gravidez na
adolescência e papel do Enfermeiro. A base de dados utilizado foi o Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Os
critérios de inclusão foram artigos disponíveis por completo online, entre os anos 2000 a 2013, e publicados em português.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos artigos evidenciou que o acolhimento deve ser utilizado como uma das estratégias, para isso implica na humanização das
relações entre equipe de saúde e usuários de forma que todas as jovens que procuram o serviço de saúde sejam ouvidas com atenção,
recebam informações, atendimento e encaminhamentos adequados. Foram identificadas diversas características essências ao enfermeiro no
trato à adolescente grávida, como delinear um atendimento diferenciado e direcionado a cada gestante, trabalhar a própria participação da
gestante durante o pré-natal, acolher com mais sensibilidade principalmente considerar que o conteúdo emocional é fundamental para a
relação profissional/paciente. Todos os modelos de atuação do enfermeiro apresentados nos artigos estimulam a participação do Enfermeiro
no atendimento a adolescentes grávidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir que a presença efetiva e humanizada do Enfermeiro durante toda a gestação e pré-natal da adolescente traz
benefícios incalculáveis para a mãe e os envolvidos, que serão percebidos no futuro não somente da família assistida como também dos que
fazem parte do seu convívio social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RUOCCO, R. ZUGAIB, M. Clínica Obstétrica daFaculdade de Medicina da USP. 3ª,São Paulo: Atheneu 2007.
BEHRMAN, R.; KLIEGMAN, R.; JENSON,HAL. Nelson Tratado de Pediatria. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.
CRISE CONVULSIVA NA INFÂNCIA
Jordanna Joice Marinho
Élia de Melo da Silva
Camila Marcondes
Autora. Acadêmica do 8º período do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr,
Co-Autora Acadêmica do 8º período do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr,
Enfermeira. Docente do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr; Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
As convulsões são comuns na infância, vários estudos estimaram que entre 4 a 8% de todas as crianças poderão apresentar uma
convulsão antes de chegar à idade adulta. Uma convulsão é uma descarga paroxística involuntária dos neurônios corticais que podem ser
manifestadas clinicamente por uma perturbação ou perda da consciência, atividade motora anormal, distúrbios comportamentais e
emocionais, ou disfunção autonômica. Já a epilepsia refere-se a convulsões recorrentes não relacionadas à febre nem insulto cerebral agudo
(TUNNESSEN, 2003).
As convulsões neonatais podem refletir doenças primarias cerebral ou sistêmica, possuem causas diversas e podem ser resultado de
distúrbios da produção de energia com alterações no equilíbrio de sódio e potássio das membranas neurais, levando a um desequilíbrio entre
a despolarização e a repolarização das células nervosas como acontece nos casos de hipoxemia, isquemia e hipoglicemia (TAMEZ, 2006).
Nosso cérebro contém bilhões de neurônios que se comunicam e exercem suas funções através da geração constante de impulsos
elétricos. A crise convulsiva surge quando ocorre um distúrbio na geração destes impulsos elétricos cerebrais, normalmente causadas por uma
temporária atividade elétrica que é desorganizada, excessiva e repetida (LIMA, 2010).
As convulsões representam a manifestação mais característica de um comportamento neurológico no período neonatal com incidência
geral de 4,4% dos casos por mil nascidos vivos, variando inversamente com o peso do nascimento (MORAIS, 2005).
As características das crises convulsivas no período neonatal diferenciam se das outras faixas etárias, sendo atribuídas à imaturidade
neuroanatômica, e neurofisiológica do cérebro do recém-nascido. Segundo apresentações clínica as convulsões no período neonatal são
classificadas em sutis, clônicas e tônicas (TAMEZ,2006).
As crises convulsivas são divididas em dois grupos: crise convulsiva parcial e crise convulsiva generalizada. A crise convulsiva parcial de
parte do corpo, alterações sensoriais como do paladar, audição, visão ou olfato, alucinações, alterações na fala, vertigens, sensação de estar
fora do corpo. Muitas vezes os sintomas destas crises parciais simples são tão sutis que o diagnóstico é difícil de ser pensado, até mesmo para
o paciente. Às vezes são confundidos com doenças psiquiátricas (LIMA, 2010).
Nas crises convulsivas parciais complexas, o quadro clínico é mais rico. Ao contrário das crises parciais simples onde o paciente tem
plena noção do que está acontecendo, nas crises complexas, o paciente não tem a menor consciência do que está fazendo. Em geral, uma crise
parcial complexa é precedida por uma crise parcial simples, recebendo esta o nome de aura. É uma espécie de aviso que a convulsão está
chegando. Na crise convulsiva parcial complexa o paciente normalmente apresenta comportamentos e movimentos repetidos tipo beijos,
mastigações, andar em circulo, olhar fixo, ficar puxando a roupa, virar a cabeça para um lado e para o outro, esfregar as mãos entre outros,
tudo de modo inconsciente. Às vezes, o paciente é capaz de obedecer a ordens e consegue falar, porém, apresenta um discurso incoerente
(LIMA, 2010).
O tipo mais conhecido de crise convulsiva, chamado também de ataque epilético ou grande mal, é a crise convulsiva tônico-clônica. É o
quadro mais assustador. O paciente subitamente apresenta uma rigidez dos músculos e imediatamente cai inconsciente. Seguem-se, então,
movimentos rítmicos e rápidos dos membros. O paciente perde controle dos esfíncteres, podendo se urinar ou evacuar. É comum salivar e
morder a língua durante a crise, o que pode provocar um espumamento avermelhado. As crises tônico-clônicas duram entre 1 a 3 minutos. Ao
final, o paciente apresenta cansaço extremo, sonolência, confusão e amnésia, não se lembrando do que ocorreu (LIMA, 2010).
Nas intervenções de enfermagem é de grande importância o exame físico e neurológico completo, administrar medicamento
anticonvulsivante imediatamente, controlar frequência respiratória durante a aplicação das medicações, observarem recorrência de crises
convulsivas e sinais e sintomas que indiquem agravo do quadro clinico, ter material completo para reanimação disponível, manter as vias áreas
livres de secreções iniciarem oxigenoterapia se necessário par evitar danos cerebrais, manter em decúbito lateral, manter acesso venoso
permeável, minimizar os efeitos da crise por meio de ações como proteger a criança durante a crise convulsiva protegê-la de traumatismo e
quedas (TAMEZ, 2006).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão da literatura que busca analisar e sintetizar os dados produzidos sobre a convulsão na infância nos
últimos dez anos. O levantamento bibliográfico incluiu pesquisas nas bases eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS) e ScientificElectronic Library Online (SciELO). Para a busca dos artigos foram utilizadas palavras-chave em português, sendo
elas: crise convulsiva em crianças e crise convulsiva pediátrica. Além da utilização de livros conceituados na área de pediatria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, P. Epilepsia, Crise Convulsiva, Sintomas e Tratamento. Disponível em: http://www.mdsaude.com/2010/06/epilepsia-crise-convulsivasintomas.html#ixzz32CSpgGb4.
MORAIS MAURO BATISTA de.II. Campos, Sandra de Oliveira.III.Silvestrini, Wagner Sérgio.IVSchor, Nestor. Pediatria-guias. Prática pediátrica. I.
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TEMAZ, Raquel Nascimento,1995. Enfermagem na UTI neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco, Maria Jones Pantoja Silva 3. Ed. Rio
de Janeiro. Guanabara Koogan, 2006.
TUNNASSEN Jr, Walter W. Sinais e sintomas em pediatria, 3° edição, Revinter, e Rotta, Lygia Ohlweiler e Rudimar dos santos Riesgo, Rotinas
em Neuropediatria: Porto Alegre, Artemed, 2005.
EVENTOS ADVERSOS PÓS VACINAÇÃO DA PENTAVALENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Clarice Merel
Cleunir de Fatima Candido De Bortoli
Giseli lopp Massafera
Kelly Bernardi Guimarães
Autora. Acadêmica do 9º período do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr
Enfermeira. Docente do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr; Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
No ano 1973, foi criado no Brasil o Programa Nacional de Imunizações e a partir da década de 90 implementou medidas de controle de
infecções (BRASIL, 2001). Para a obtenção desses resultados, foi fundamental a utilização de vacina de qualidade.
Com o aumento da vacinação, é esperado que tanto reações indesejáveis menores quanto eventos adversos graves e raros aconteçam.
Entretanto, faz-se necessário a notificação dos eventos adversos pós–vacinação, possibilitando buscar a qualidade dos programas de
imunização (BRASIL, 2008). O termo evento adverso, está relacionado com a vacina, enquanto a reação adversa, implica em uma relação de
causa com a vacina. É importante a avaliação clínica e laboratorial dos casos, para que os mesmos não sejam atribuídos à vacina (BRASIL,
2008).
Primeiramente, em 1968, foi introduziu no calendário vacinal, dentre as vacinas a tríplice bacteriana DTP, que é indicada para prevenir
difteria, tétano, coqueluche (pertussis) administrada a partir dos dois meses de idade até os seis anos, 11meses e 29 dias. Posteriormente em
2002, foi introduzida a (HIB) contra a infecção do Haemophilus Influenzae tipo b, a vacina DTP+HIB (tetravalente). Em 2012, introduzida no
calendário básico a vacina Pentavalente Conjugada composta por (DTP, HIB e hepatite B) (BRASIL, 2001).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência vivenciado junto a uma sala de vacinas.
As experiências vivenciadas foram durante o atendimento de crianças menores de um ano, em uma sala de vacinação da Unidade
Central NIS III, no município de Pato Branco PR, o qual está localizado no sudoeste do Paraná, com população de 72.373 habitantes, sendo
crianças menores de um ano, habitantes.
Os participantes do estudo foram crianças vacinas pela vacina Pentavalente, no período de janeiro de 2013 a agosto de 2014. Sendo a
amostra composta por 08 participantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observando os casos notificados, identificou-se que eram de eventos esperados e já orientados no momento da vacina. Os eventos
locais identificados são dor e edema local. Enquanto os eventos sistêmicos graves, como convulsões febris, episódio hipotônicohiporresponsivo e choque anafilático são eventos mais raramente notificados.
Ainda, dos notificados, apenas 2 casos necessitaram de atendimento Hospitalar (Tabela 01) e todos evoluíram para curassem sequelas
(tabela 02). No entanto observamos a importância das notificações, pois é a partir da mesma que possibilita conhecer a possível causa do
evento adverso relatado e assim saber se há contra indicação para as doses subsequentes e qual a conduta a ser tomada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De modo geral, é necessário considerar a importância do monitoramento dos eventos adversos.
A notificação permite a implementação de medidas de segurança, para assegurar e permitir que os benefícios alcançados com a
utilização da vacina, sejam sempre superiores a seus possíveis riscos para a população vacinada.
Reforçamos ainda, que nenhum indivíduo está isento de eventos adversos. A orientação desenvolvida pelos profissionais de
Enfermagem no momento da vacinação, permite esclarecer os usuários e reduzir assim equívocos em relação aos Eventos Adversos Pós
Vacinação.
AS AÇÕES DESENVOLVIDAS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTO JUVENIL - CAPSI DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ
Luciane de Paula Lopes Jacomel
Adriéli Volpato Craveiro
Enfermeira do CAPSi de Maringá
Assistente Social do Ministério Público do Estado do Paraná
INTRODUÇÃO
Os Centros de Atenção Psicossocial surgiram enquanto dispositivos essenciais para a concretização da Reforma Psiquiátrica, tanto por
apresentarem a visão de reabilitação psicossocial como por desenvolver ações que favorecem o protagonismo dos indivíduos em seu
território. A busca por estratégias em rede que venham de encontro às necessidades pessoais de cada um, tornam os CAPS a principal arma
antimanicomial.
O Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil - CAPSi do Município de Maringá, foi inaugurado em novembro de 2011. Desde então,
passou por diversas modificações no que tangem as organizações das ações e das atividades destinadas às crianças e aos adolescentes. As
ações passaram a apresentar objetivos pautados na escuta ampliada dos usuários e suas famílias, na elaboração conjunta dos Projetos
Terapêuticos Singulares e no compartilhamento de informações e ações com todos os ambientes que fazem parte da vida da criança, com
escola, contra turno, etc.
Atualmente o CAPSi atende aproximadamente 243 crianças e adolescentes, no qual são desenvolvidas ações que impactam de forma
positiva o cotidiano dos usuários atendidos por essa instituição de saúde. Assim, o trabalho desenvolvido pela equipe do CAPSi, busca ir além
dos muros institucionais, apresentando ações específicas para o cuidado com a família e a articulação com os demais setores e serviços que
atendem os usuários do CAPSi. Nessa perspectiva, o objetivo desse relato de experiência é apresentar as ações desenvolvidas no CAPSi do
Município de Maringá.
METODOLOGIA
A natureza da presente pesquisa é qualitativa no qual os dados serão apresentados por meio de um relato de experiência. “A
abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se sobretudo, por ser uma forma adequada para
entender a natureza de um fenômeno social” (RICHARDSON, 2012, 79), nesse sentido, por se tratar de ações próprias de um determinado
espaço institucional, a natureza qualitativa possibilita desvendar a dinâmica institucional e com isso, analisar o contexto social, político,
histórico e cultural que envolvem as relações presentes e que possibilitam a atual configuração das ações desenvolvidas no CAPSi.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O CAPSi hoje dispõe de equipe multiprossional composta por seis profissionais da área de psicologia, duas enfermeiras, três técnicas
de enfermagem, duas terapêutas ocupacionais, duas instrutoras de arte, um assistente social, um médico psiquiatra da infância e adolescência
e uma farmacêutica. Conta ainda com residentes de psiquiatria e estágio com atendimento pediátrico das universidades locais.
Para uma melhor sistematização e visualização das ações desenvolvidas no CAPSi de Maringá, apresentamos o fluxograma e
organograma da instituição, destacando cada ação desenvolvida. (no poster será apresentado).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As ações desenvolvidas pelo CAPSi de Maringá vem impactando de forma positiva no cotidiano das crianças e dos adolescentes que
participam das atividades propostas por essa instituição. Assim, notamos que o resultado positivo que essas ações vêm proporcionando é fruto
do intenso trabalho em rede que o CAPSi vem desenvolvendo. Assim, o usuário atendido por essa instituição é compreendido enquanto um
ser social e histórico que possui valores e perspectivas que devem ser levadas em consideração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
REALIZAÇÃO DE EXAMES VISANDO O AUTOCUIDADO ENTRE ALUNOS DE ENFERMAGEM
Bianca da Silva Alcantara Pereira
Adriana zilly
Josiane Wilke Faller
Reinaldo Antônio da Silva Sobrinho
Marieta Fernandes Santos
Carina loureiro Trevisan
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) Campus Foz do Iguaçu/PR.
INTRODUÇÃO
O autocuidado pode ser definido como a prática de atividades que as pessoas realizam em seu próprio benefício na manutenção da saúde e
bem-estar (GOMIDES et al, 2013). Objetivo: Identificar O grau de autocuidado nos acadêmicos do curso de Enfermagemquanto a realização de
alguns exames preventivos.
METODOLOGIA
Estudo transversal, realizado com os acadêmicos do curso de Enfermagem da Unioeste/Foz,em 2012. O critério de seleção adotado era
estar matriculado no curso de Enfermagem no ano letivo de 2012 e aceitar participar voluntariamente. Os dados foram obtidos através da
aplicação de um questionário semiestruturado com questões que versavam sobre exames preventivos relacionados ao autocuidado; dos 188
alunos matriculados, 120 participaram da pesquisa. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/UNIOESTE, sob parecer n
465.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação ao autoexame das mamas e testículos, no primeiro ano 8 (29%) realizou e 20 (71%) não realizou, no segundo ano 7 (18%)
realizou, 30 (79%) não realizou e 1 (3%) não respondeu, no terceiro ano 11 (48%) realizou, 11(48%) não realizou e 1 (4%) não respondeu, no
quarto ano 5 (42%) realizou, 7 (58%) não realizou, no quinto ano 15 (79%) realizou, 3 (16%) não o realizou e 1 (5%) não respondeu. O câncer
de testículo é preocupante porque a maior incidência é em homens em idade reprodutiva, apesar de raro, ocorre entre 15 e 50 anos, curado
com facilidade se detectado precocemente, apresentando baixo índice de mortalidade, por isso a importância do autoexame para detecção da
doença nos estágios iniciais (INCA 2012). Com relação ao exame papanicolau ou preventivo, observou-se que no primeiro ano, 10 (41,6%)
realizou o exame, 14 (58,3%) não fez, no segundo ano 10 (28,57%) fez, 25 (71,42%) não fez, no terceiro ano 10 (58,8%) fez, 7 (41,1%) não fez,
quarto ano 7 (60%) fez e 4 (40%) não fez, quinto ano 11 (68,7%) fez, 4 (25%) não fez e 1 (6,25%) não sabe, no geral 48 (46%) fez o exame, 55
(53%) não fez e 1 (0,98%) não sabe. No Brasil, até o ano de 2008 era estimado aproximadamente 466.730 novos casos de cânceres (INCA,
2012), em primeiro lugar o câncer de mama, em segundo o de próstata, seguido pelo câncer de colo de útero.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados demonstram que o autocuidado entre discentes de enfermagem ainda está aquém do desejável, contudo, notamos uma
melhora nos índices conforme o aluno vai avançando nas séries do curso, o que denota que o aluno está assimilando o conhecimento e se
preocupando mais com seu bem estar, fator importantíssimo para um profissional da saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOMIDES, D.S. et al . Autocuidado das pessoas com diabetes mellitus que possuem complicações em membros inferiores. Acta paul. enferm.,
São Paulo , v. 26, n. 3, 2013 .
INCA. 2012.Tipos de câncer: testículos.
A NUTRIZ E O ALEITAMENTO MATERNO
Dalyla Thaylana Razera De Almeida
Cleci Galvan
Ivete Munslinger
Lilian Paula Castelli Ramos
Gisele Iopp Massafera
Cleunir de Fatima Candido De Bortoli
Autora. Acadêmica do 8º período do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr
Co-Autora Acadêmica do 8º período do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr
Enfermeira. Docente do curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco Pr;
Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
O aleitamento materno estimula o vínculo afetivo entre mãe e filho. Apresenta fácil digestão, composto de água, lipídeos proteínas e
lactose que garante nutrição e crescimento adequado do lactente, reduzindo a mortalidade infantil e desnutrição (BRASIL, 2009).
A recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o aleitamento materno seja exclusivo até os
seis primeiros meses de vida do bebê e a amamentação até os dois anos de idade ou mais. (BRASIL, 2009). A justificativa pela escolha do tema
surgiu a partir da vivência das acadêmicas, na observação do processo de aleitamento materno e desmame precoce.
O presente estudo foi conduzido visando responder a seguinte questão de pesquisa: Qual o conhecimento das mães acerca do
aleitamento materno?
OBJETIVOS
Neste intuito teve como objetivo conhecer a preparação e percepção das mães acerca do Aleitamento Materno.
METODOLOGIA
A presente pesquisa caracterizou-se por uma abordagem quantitativa de caráter exploratória do tipo descritiva.
Foi desenvolvida no Município de Pato Branco, em uma Unidades de Estratégia Saúde da Família, composta por 2 equipes de Estratégia da
Saúde da Família. As participantes do estudo compreenderam a mulheres assistidas pela Equipe de ESF, cujos filhos apresentavam idade entre
0 e 2 anos, totalizando uma amostra de 20 mulheres, escolhidas aleatoriamente e convidadas a participar do estudo voluntariamente.
A coleta aconteceu na própria Unidade de Saúde e junto ao domicilio das pesquisadas. Após a coleta os dados foram apresentados na forma
de gráficos e posteriormente discutidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação a faixa etária das mães observa-se que entre 15 a 25 anos é predominante com 50 %. Com 26 a 35 anos 36% e 36 a 44 anos
é 14%.
Das pesquisadas, receberam orientações 68% e não receberam ou não participaram de palestras 32%.
No que se refere à escolaridade das mães, observa-se que com ensino fundamental incompleto são 36%. Ensino fundamental
completo 18%. Ensino médio completo 14%. Ensino médio incompleto 18 %. Ensino superior incompleto 14 %.
Sobre o tipo de aleitamento, o aleitamento materno exclusivo prevaleceu com 38 %. Aleitamento misto 29% e 33% já iniciaram
alimentação complementar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho demonstrou que as mães em sua maioria são jovens, apresentam ensino fundamental incompleto e receberam
orientações sobre amamentação. Porém, mesmo com orientações inserem outros alimentos precocemente não seguindo o que o Ministério
da Saúde preconiza. O que preocupa, é que muitas mães fornecem alimentos considerados não nutritivos para a criança que ao invés de
ajudá-las, aumentarão os riscos de obesidade infantil e posteriormente complicações na fase adulta. Tendo em vista estes fatores, fica o
desafio de acadêmicos e profissionais de saúde melhorarem suas orientações e cada vez mais trabalharem em prol da saúde das crianças,
promovendo melhores estratégias de Educação em Saúde
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Saúde da Criança: Nutrição e Alimentação Infantil/Alimentação Complementar. Brasília – DF: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
A ADESÃO DAS ADOLESCENTES À VACINA DO HPV
Larissa Ferreira Gnoatto
Bruna Vieira Brandes
Cleunir de Fátima Candido de Bortoli
Gisele Iopp Massafera
Ivone Stimes
Kelly Bernard Guimarães
Faculdade de Pato Branco
Eixo 2: Distúrbios Bioquímicos e Hematológicos na Infância
EXPOSIÇÃO LACTACIONAL AO MALATION INIBE ACETILCOLINESTERASE CEREBRAL EM CAMUNDONGOS
Aline Preve da Silva
Giovana Zamprônio Leite
Gustavo Roberto Villas Boas
Rubens de Oliveira Santos
Docentes da Faculdade União das Américas
RESUMO
O pesticida organofosforado (OF) Malation é um composto altamente neurotóxico. Embora alguns estudos tenham relatado sinais de
neurotoxicidade após exposição em útero pelos pesticidas OF, não há evidência da contribuição exclusiva da exposição lactacional ao malation
como uma possível causa de neurotoxicidade na prole. Nesse estudo, nós investigamos a contribuição exclusiva da exposição ao malation
através do leite materno sob a atividade da acetilcolinesterase (Ache), bem como sob parâmetros bioquímicos relacionados ao estresse
oxidativo (níveis de glutationa, peroxidação lipídica e atividade glutationa peroxidase e glutationa redutase) no encéfalo de camundongos
lactentes. Os mesmos parâmetros foram avaliados também nos cérebros das respectivas mães, as quais foram expostas ao malation durante o
período lactacional (injeções s.c diárias nas doses de 20, 60 e 200 mg/kg do peso corporal). Nossos resultados mostraram que a exposição
lactacional ao malation causou um alto efeito inibitório da atividade do Ache no cérebro na prole, mesmo quando as mães foram expostas à
menor dose do malation (20 mg/kg). A atividade da Ache cerebral também foi inibida nas mães; entretanto, somente na dose mais elevada do
malation (200 mg/kg). Nenhuma mudança foi observada nos parâmetros bioquímicos relacionados ao estresse oxidativo, tanto nas mães
quanto nas proles. O presente estudo mostra que a exposição de camundongos neonatos ao malation inibe a atividade da Ache no cérebro
dos mesmos. Este dado, somado ao fato de que os OFs são excretados no leite materno, torna relevante a exposição lactacional a estes
xenobióticos, em termos de interesses a saúde humana.
Eixo 3: Saúde e Qualidade de Vida.
PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DAS CMEIS DE FOZ DO IGUAÇU - PR
Gianine Soares Borghetti
Ivaneliza Simionato de Assis
Adriane Cristina Guerino
Faculdade União das Américas.
INTRODUÇÃO
As parasitoses intestinais ainda constituem um sério problema de Saúde Pública no Brasil, apresentando maior prevalência em
populações de nível socioeconômico mais baixo e condições precárias de saneamento básico, resultando em altos índices de morbidade, em
crianças, principalmente com idades entre 0 a 5 anos, por apresentarem, normalmente, hábitos higiênicos mais precários ou a ausência de
imunidade a reinfecções, o parasitismo intestinal torna-se mais frequente e relevante, inclusive pela possibilidade de redução da absorção
intestinal, podendo influenciar no crescimento e desenvolvimento.
No Brasil, as grandes pesquisas parasitológicas de fezes foram realizadas até a década de 70. Nos últimos anos, a ciência conta com
trabalhos isolados, que devido a variedade geográfica, social, econômica e cultural, nem sempre podem ser comparados. As parasitoses
intestinais são de grande importância na saúde mundial, pois esta diretamente ligada a um grave problema de saúde publica, contribuindo
para o agravamento de problemas econômicos, sociais e médicos, sobretudo nos países subdesenvolvidos (QUADROS, 2004). A importância
deste estudo destaca a gravidade deste problema devido a taxa de mortalidade que causa e pela frequência que produzem déficits orgânicos,
sendo um dos principais fatores debilitantes associando-se a quadros de diarreia e desnutrição, comprometendo o desenvolvimento físico e
intelectual, desta parcela mais jovem da população. Na literatura existem inúmeros relatos de parasitismo intestinal em crianças que
frequentam creches.Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar a prevalência de parasitoses em crianças freqüentadoras das
CMEIS(Centro Municipal de Educação Infantil) do Município de Foz do Iguaçu.
METODOLOGIA
Foram coletadas 236 amostras de quatro CMEIS do Município de Foz do Iguaçu. A faixa etária das crianças era de 1 a 5 anos.
Utilizaram-se os métodos de Hoffman e Faust para analises das amostras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados mostraram que das 236 amostras analisadas, 35,5% continham pelo menos um parasita. Levando em conta somente as
amostras positivas, foi possível observar que destas 71.4% foram Giardia lamblia; 16.6% Endolimax nana; 15.4% Entamoeba coli; 5.9%
Entamoeba histolytica; 2.3% Ascaris lumbricoides e Hymenolepis nana e 1.1% Enterobius vermicularis e Iodamoeba butschlii. Os altos números
do protozoário Giardia lamblia está em conformidade com a literatura especializada que revela que Giardia lamblia aparece como o
protozoário de maior prevalência em crianças, principalmente por ter sua transmissão associada à água (MACEDO, 2003).
A alta prevalência esta relacionada não só com a idade (crianças), mas também com as condições precárias de saneamento básico e
higiene dos bairros onde se localizam as CMEIS. Um dos fatores que promovem essa alta taxa de prevalência de enteroparasitas nas diferentes
comunidades do país está relacionada a contaminação ambiental, ressaltando a necessidade de condições básicas de educação e saneamento.
Portanto, para que esses índices diminuam é necessário que estas regiões passem por uma restruturação sanitária e ambiental, além de que
sejam feita conscientizações com relação aos danos que estes parasitas podem causar, além de implantar programas de educação e higiene
para as comunidades mais carentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
QUADROS, R. M.et al. Parasitas intestinais em centros de educação infantil municipal de Lages, SC, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical. n. 37, p. 422-423, 2004.
MACEDO, H. W.et al. Parasitoses intestinais em região semi-árida do nordeste do Brasil: resultados preliminares distintos das prevalências
esperadas. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.2, n. 19, p. 667-670, 2003.
PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITAS COM POTENCIAL ZOONÓTICO EM ANIMAIS DOMÉSTICOS PERTENCENTES ÀS CRIANÇAS QUE
FREQUENTAM CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR
Jéssica A.V de Freitas
Adriane Cristina Guerino
Faculdade União das Américas.
INTRODUÇÃO
Os animais domésticos vêm desempenhando importante papel na sociedade, promovendo melhorias na qualidade de vida das
pessoas, contribuindo com o bem estar psicológico e social das mesmas. Grande parcela da população possui ou já possuíram animais
domésticos, sendo na maioria das vezes, cães e gatos. Os mesmos auxiliam no processo de aprendizagem, responsabilidade, relacionamento e
afetividade das crianças.
Segundo uma pesquisa por uma professora da Universidade de Indiana Gail F. Melson, nos Estados Unidos, estima-se que em torno do
mundo, 4 a cada 10 crianças iniciam suas vidas com um animal de estimação em casa, sendo assim, cerca de 90% das crianças vivem ou
viveram com um animal em algum momento de sua infância. Já de acordo com Torres e Otranto (2014, p.02), os mesmos animais que trazem
estes benefícios, podem albergar muitos parasitos potencialmente transmissíveis ao ser humano, representando risco à saúde humana, em
especial de crianças, idosos e indivíduos imunocomprometidos.
OBJETIVOS
Após essas considerações, este trabalho tem como objetivo, estudar a prevalência de enteroparasitas com potencial zoonótico em
animais domésticos pertencentes à crianças que frequentam Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs) no município de Foz do IguaçuPR, através de métodos coproparasitológicos convencionais.
METODOLOGIA
Para isso, foram coletadas amostras de fezes dos animais de estimação dos voluntários da pesquisa, sendo uma amostra fecal de cada
cão, onde foram processadas pelas técnicas de Hoffman e Faust, sendo que o Hoffman consiste num método de sedimentação espontânea e o
Faust num método de centrifugo-flutuação com sulfato de zinco a 33%, ambos utilizados para pesquisa e identificação de ovos, cistos, larvas e
trofozoítos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi aplicada em cinco CEMEIs, sendo coletado um total de 80 amostras de fezes. Dentre elas, 35% das amostras
continham enteroparasitas de diferentes tipos, entre helmintos e protozoários, e as demais 65% sem enteroparasitas.
Dentre os helmintos, foram encontrados Ancylostoma caninum (15%), Toxocara canis (7,5%); Hymenolepis nana (2,5%); Trichuris
trichiura (7,5%); larvas de Ancylostoma caninum (2,5%); larvas de Strongyloides stercoralis (2,5%); Entamoeba coli (27,5%); Endolimax nana
(2,5%); e Giardia lamblia (32,5%).
Os resultados foram encaminhados individualmente aos responsáveis, juntamente com a sugestão do tratamento.
Após a análise concisa de todos os resultados obtidos, foi possível observar a importância de cuidados preventivos com os animais
domésticos, sendo necessário um acompanhamento regular com um veterinário, evitando, assim, possíveis transmissões e contágios de
zoonoses, garantindo a saúde do animal e de seus proprietários, visando melhorias na qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TORRES, F. D.; OTRANTO, D. Cães, gatos, parasitos e humanos no Brasil: abrindo a caixa preta. Parasites e Vectors, 2014.
http://www.saudeanimal.com.br/melhor_amigo.htm Acesso em: 24 de setembro de 2014.
ESTUDO PRELIMINAR DA PREVALÊNCIA DE PARASITAS INTESTINAIS EM CRECHES PÚBLICAS E PRIVADAS DE CIUDAD DEL ESTE, PY.
Willian Adrian Ruiz Meza
Adriane Cristina Guerino
Faculdade União das Américas.
INTRODUÇÃO
As parasitoses intestinas são infecções muito frequentes em países em desenvolvimento, devido à falta de condições socioeconômicas
como também de assistência médica. A higiene precária e a falta de saneamento básico facilitam as contaminações de fontes de água e
alimentos, sendo assim, um grande problema de saúde pública. E podem ser consideradas como indicadores das condições socioeconômicas
em que vive uma determinada população, e são as crianças menores de 5 anos que refletem a contaminação de uma região, por sua
vulnerabilidade (MACHADO,2002).
As Enteroparasitoses podem transcorrer durante um longo tempo de forma assintomática sem ser diagnosticada. Nos casos
sintomáticos, as manifestações clinicas, compreendem principalmente problemas gastrointestinais como: diarréia, colites,má absorção dos
alimentos, obstrução intestinal, desnutrição e anemia; alem de afetar no crescimento e desenvolvimento físico e intelectual das crianças.
Tashima e Simões (2005), ainda afirmam que os parasitas adultos podem atuar no organismo do hospedeiro competindo pelos nutrientes
essenciais, retirando grande quantidade de sangue, causando obstrução mecânica, perfuração do tubo digestivo, processo inflamatório e
reação de hipersensibilidade.
OBJETIVOS
No Paraguai, estima-se que aproximadamente dois de cada dez crianças estão infectados com algum parasita. Na região Este do País
existe pouca informação ao respeito da prevalência e o estado das crianças infectadas com parasitas gastrointestinais; por isso, este estudo
teve como objetivo avaliar a incidência de enteroparasitas em crianças matriculadas em creches tanto publicas como privadas.
METODOLOGIA
Para análise dos dados foram coletas amostras de fezes de crianças frequentadoras de creches na Ciudad del Este, no Paraguai.
Participaram da pesquisa cinco creches sendo que apenas uma era particular e as restantes públicas. Foram coletadas 113 amostras e foram
realizados os métodos de Hoffman e Faust para verificação de ovos, larvas e cistos respectivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 113 amostras analisadas até o momento, 72 eram negativas para enteroparasitas, totalizando 63,7% do total e 41 casos positivos
para pelo menos um parasita, perfazendo o total de 36,3%.
Levando em conta apenas os casos positivos, foi possível observar o seguinte resultado para enteroparasitas 34,15% eram
Entamoeba coli, 24,40% Endolimax nana, 21,95% Giardia lamblia, 7,30% Ascaris lumbricoides, 4,88% Entamoeba histolytica, 2,44%
Hymenolepis nana, 2,44% Strongiloides stercolaris, 2,44% Iodamoeba butschlii. Os resultados mostram a maior prevalência para parasitas do
grupo dos protozoários, como é o caso das Amebas e Giardia.
Para que ocorra uma diminuição da prevalência das parasitoses intestinais, seria necessário, que o governo olhasse com melhores
olhos a prevenção, a saúde pública, disponibilizando saneamento básico, além de maior informação ao publico sobre a prevenção e
tratamento. Dessa forma seria possível reduzir futuros danos a saúde da criança, que terá uma melhor formação, desenvolvimento e
sucessivamente saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MACHADO, R.C. Giardíase e helmintíase em crianças de creches e escolas de 1º e 2º graus (publicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP,
Brasil). Revista da Sociedade Brasileira de medicina Tropical, v. 32, n. 6, p. 697-704, nov./dez. 2010.
TASHIMA, T. N; SIMÕES, M. J. S. Parasitas Intestinais. Prevalência e Correlação com a idade e com os sintomas apresentados de uma população
infantil de Presidente Prudente – São Paulo. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 37, n. 1, p. 35-39, 2005.
TESTE "IN VITRO" DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA E ANTIBACTERIANA DA SALVIA HISPANICA L. PELAS METODOLOGIAS DE TSA E MICROTITULAÇÃO EM MICRO PLACAS.
Adrielli Riboldi
Elisson Furlan Figueiredo
André Cavichioli Brito
Faculdade União das Américas.
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade, o uso de plantas medicinais, visando o tratamento, cura e prevenção de doenças, vem se
tornando uma prática frequênte, e segundo dados da OMS de 1990, 65-80% da população dos países em desenvolvimento dependiam das
plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde (Akerele, 1993). Dentre as várias plantas testadas nos últimos
anos, a Salvia hispânica L., conhecida popularmente como “chia”, vem sendo amplamente estudada para fins medicinais relacionados a
algumas doenças como diabetes melitus e doenças cardiovasculares. (Capitani et al., 2012; Ramos et al. 2013). Entretanto nada se sabe sobre
as atividades antifúngicas e antibacterianas deste vegetal. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antifúngica e
antibacteriana do extrato da Salvia hispânica L. frente às cepas de Staphylococcus aureus e Candida albicans, através da metodologia da
micro-titulação em microplacas (CIM).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como fungicida, o extrato hidroalcoólico apresentou atividade em diluições acima de 1:4096. O extrato alcoólico a Cândida albicans
apresentou uma sensibilidade quando exposta à uma concentração de até 179 microgramas do extrato da chia, representada pela diluição
1:128. Os S. aureus, foi sensível ao extrato hidroalcoolico, com sensibilidade bacteriana acima da diluição 1.4096.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste presente estudo foi observada uma maior atividade do extrato hidroalcoólico quando comparamos com os resultados obtidos
com o extrato alcoólico, indicando que o princípio ativo microbicida tenha uma maior eficiência em meios a base de água. Estudos adicionais
devem ser realizados a fim de caracterizar melhor a atividade antimicrobiana da Salvia hispânica L. com técnicas bioquímicas e moleculares
que nos permita elucidar quais as características químicas e físicas deste princípio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AKERELE, O. Summary of WHO guidelines for assessment of herbal medicines. HerbalGram 1993. 28: 13-19
CAPITANI, M.I. et al. Physicochemical and functional characterization of by-products from chia (Salvia hispanical.) seeds from argentina. Food
Science and Technology, v.45, p.94-102, 2012.
RAMOS, S., FRADINHO, P., MATA P., RAYMUNDO, A., “A chia- valorização de subprodutos em aplicações gastronómicas”. Jornadas Técnicas –
“Os compostos Naturais na Industria Alimentar”, Biocant Park – Cantanhede, Maio 2013.
O DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE RELACIONADO AO USO DE RITALINA EM CRIANÇAS
Bruna Vieira Brandes
Ivone Stimer
Larissa Gnoatto
Camila Marcondes
Faculdade de Pato Branco
Eixo 5: Alimentação da Criança e do Adolescente: uma abordagem social e
cultural
TRANSTORNOS ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA
Jéssica G.Castilhos
Alessandra M.Hammerschimdt
Kelly C.Zavadski
Faculdade de Pato Branco
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como tema de estudo os transtornos alimentares na adolescência e observando a falta de informação sobre o
assunto, esta pesquisa visa salientar a importância deste conhecimento para os futuros psicólogos visando principalmente à demanda que
pode chegar até estes profissionais.
De acordo com Ballone (2002) [...] a porcentagem de mulheres adolescentes que, numa primeira fase apresentam risco potencial de
sofrer algum tipo de Transtorno da Alimentação se situa em 17,3% da mostra estudada, contra 0,6% nos homens adolescentes. Por outro lado,
as adolescentes que manifestam maior sintomatologia própria dos Transtornos da Alimentação, também apresentam maior insatisfação com a
própria imagem corporal associada.
O objetivo desta pesquisa são os transtornos alimentares em adolescentes, pois se acredita que é esta a faixa de risco para o
desenvolvimento de algum tipo de transtorno alimentar, pois nesta fase presume-se que haja modificações biológicas e psicológicas. E é neste
sentido que Fernandes (2006, p. 228) salienta que:
A adolescência é um momento privilegiado na constituição do sujeito. A relação não é mais do adolescente com os pais, mas com o
mundo e suas exigências ampliadas e absolutamente novas, que nem sempre estão em harmonia com os códigos de valores familiares.
Diferentemente da criança, o adolescente não precisa somente agradar aos pais e a seu universo familiar e escolar, ele precisa agradar lá fora,
no espaço social, às outras figuras de idealização e aos próprios pares. Por isso é tão importante para o adolescente ser popular.
O psicólogo desempenha papel fundamental no tratamento de tais transtornos, percebendo inicialmente que não são problemas
físicos, mas sim emocionais, que posteriormente se transformam em graves patologias que podem levar a pessoa até a morte.
De acordo com Adams (1977, apud SAIKALI et al, 2002), percebe-se que o mundo social, claramente, discrimina os indivíduos não
atraentes, numa série de situações cotidianas importantes. Pessoas julgadas pelos padrões vigentes como atraentes parecem receber mais
suporte e encorajamento no desenvolvimento de repertórios cognitivos socialmente seguros e competentes.
Assim, indivíduos tidos como não atraentes, estão mais sujeitos a encontrar ambientes sociais que variam do não-responsivo ao
rejeitador e que desencorajam o desenvolvimento de habilidades sociais e de um autoconceito favorável
OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo geral pesquisar e compreender o que é um transtorno alimentar e a atuação do profissional Psicólogo
no tratamento destes transtornos na adolescência.
METODOLOGIA
Este estudo pode ser considerado como pesquisa descritiva, que segundo Gil (1991) visa descrever as características de determinada
população ou fenômeno ou o estabelecimento de observação sistemática. Também se caracteriza como sendo bibliográfica e de campo.
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 74) “[...] Uma pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e
conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda,
descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. A pesquisa bibliográfica, por sua vez, abrange toda a bibliografia já tornada pública em
relação ao tema de estudo (MARCONI; LAKATOS, 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação às dificuldades encontradas no tratamento, a entrevistada afirma que “em geral, os transtornos alimentares são difíceis de
serem detectados, uma vez que a maioria dos pacientes não se considera doentes, ou ocultam seus sintomas por vergonha. Além das
dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa modificação corporal e mental, o que por si só já pode gerar comportamentos e
sentimentos de inadequação, suas atitudes podem ainda refletir problemáticas familiares” (SIC). Já L. acredita que a principal dificuldade no
tratamento é “a formação do vínculo entre o paciente e o terapeuta. Pois geralmente, os pacientes com transtorno alimentar, não querem ser
tratados, pois pensam que irão engordar” (SIC).
O fator predominante para o desenvolvimento de um transtorno alimentar, segundo V. não se baseia somente em um, mas sim em
muitos aspectos que precisam ser avaliados com atenção: psicológicos, familiares, psicobiológicos e genéticos. Não podemos deixar de
considerar que nas últimas décadas, os aspectos sócio-culturaistêm favorecido o aumento de transtornos alimentares e obesidade. Em geral,
os pacientes que apresentam um transtorno alimentar, muito antes da doença estabelecida já apresentavam alguma alteração emocional e do
comportamento (SIC). A entrevistada L. acredita que “Nossa cultura que cultua a magreza. Bem como o aumento do consumo dos fast foods.
Fica difícil ter o corpo magérrimo com todo estímulo para o consumo excessivo de alimentos hipercalóricos.” (SIC).
Sobre as principais técnicas utilizadas no tratamento dos transtornos alimentares V. salienta que o objetivo da terapia é desenvolver o
autosuporte do paciente para que ele confie mais em si aumentando sua autoestima e autoconfiança.
Outro ponto fundamental a se considerar no processo terapêutico é o estabelecimento do vínculo terapêutico. É comum pessoas com
transtornos alimentares apresentarem postura de defesa, de afastamento com quem querem ajudá-los, resistência no estabelecimento do
vínculo, tendo em vista que, como não consideram que têm um problema, não precisam de ajuda. Deve-se ainda, preparar o paciente e a
família para eventuais recaídas durante ou após o tratamento, pois o processo de eliminação desses sintomas é longo e difícil, já que a pessoa
está aprendendo a desenvolver uma maneira mais saudável e menos limitada de lidar com seus problemas (SIC).
As principais técnicas relatas por L. são as técnicas que objetivam: “o aumento da adesão ao tratamento; o aumento do peso corporal
(no caso da anorexia); desenvolvimento de estratégias para o controle dos episódios de compulsão alimentar (no caso da bulimia);
desenvolvimento de um padrão regular e flexível de alimentação; redução do transtorno da imagem corporal; a modificação do sistema
disfuncional de crenças associadas a aparência, peso e alimentação; o desenvolvimento de habilidades interpessoais; o aumento da autoestima e a prevenção de recaídas” (SIC).
Em concordância, Silva (2005) salienta que para que haja sucesso no tratamento dos transtornos alimentares, é imprescindível que
exista um bom vínculo entre paciente e terapeuta, onde a empatia, o respeito e a confiança tornam-se peças-chave. O paciente precisa se
sentir aceito, compreendido e confortável.
O tratamento segundo as duas entrevistas não tem tempo determinado. Esse fator vai depender de cada paciente e da forma como
reage ao tratamento. E L. acrescenta ainda que esse tempo apesar de ser diferente a cada paciente ele sempre é longo.
L. acredita que o paciente deve ficar em constante auto-monitoramento para evitar recaídas. Se a pessoa se submeteu a um
tratamento com seriedade e aprendeu a se relacionar consigo mesma, com os outros e com a comida de maneira satisfatória, a chance de
recaídas é mínima.
V. relata que o tratamento mais eficaz deve ser multidisciplinar com acompanhamento médico, nutricional e psicológico. O psicólogo
não consegue “dar conta” sozinho, pois são doenças que vem acompanhadas de uma série de co-morbidades e que precisam de atendimento
médico. O nutricionista também tem um papel importante, pois a disfunção nutricional é visível nesses transtornos. Sendo assim, ao médico
cabe a definição do transtorno alimentar, características e complicações clínicas. O profissional de nutrição aborda os grupos de alimentos,
diário alimentar e a importância da alimentação saudável. Ao psicólogo cabe auxiliar o paciente na redução de sintomas associados, na
melhora da autoestima e no funcionamento social (SIC).
Relacionado com o aspecto familiar, a entrevistada afirma que é fundamental uma intervenção que envolva os familiares do paciente.
Esses, além de acompanhar seus filhos nas consultas devem também, receber orientações quanto a algumas modificações necessárias na
dinâmica familiar. O envolvimento da família no tratamento pode ajudar a criar uma estrutura de colaboração, facilitando mudanças (SIC).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Num primeiro momento foi compreendido o que é um transtorno Alimentar de um modo geral, e principalmente os dois mais comuns
atualmente que são a Bulimia Nervosa e a Anorexia Nervosa. Sendo possível perceber inclusive, que esses transtornos alimentares realmente
acontecem com maior frequência na adolescência, sendo mais comum no sexo feminino.
Tornou-se evidente durante a pesquisa o que afirma Duchesne (2002) que os anoréxicos podem apresentar baixa motivação para o
tratamento e a adesão pode se tornar difícil. Muitos não se percebem como doentes e são trazidos ao tratamento por familiares. Mesmo
quando procuram ajuda por iniciativa própria, em geral tem como objetivo a modificação de problemas familiares, de sentimentos de baixa
autoestima ou tristeza, entre outros. Frequentemente, eles pretendem resolver problemas mantendo o baixo peso.
O tratamento dos transtornos alimentares é realizado com uma equipe multidisciplinar que envolve profissionais das áreas de
Psicologia, Nutrição, Medicina que atuam trocando informações sobre o paciente, todos com um objetivo em comum que é a recuperação do
mesmo.
Pode ser observado, ao estudar os Transtornos Alimentares que eles estão diretamente ligados a imagem corporal, em que os
adolescentes, normalmente as meninas se sentem gordas, mesmo não estando, elas tem uma visão distorcida do seu corpo.
Um dos aspectos mais evidentes que foi observado durante a pesquisa, foi a influência da mídia que frequentemente faz culto ao
corpo perfeito, magro e esbelto, fazendo com que os adolescentes queiram seguir esses padrões de beleza, acabando por vezes a chegar aos
extremos para atingir tal objetivo.
Pode ser compreendida inclusive, a importância da família no tratamento dos transtornos alimentares, pois se o adolescente se sentir
apoiado, terá maior adesão ao tratamento e consequentemente, mais resultados positivos com menos probabilidade de recaída.
De acordo com o que foi estudado durante a pesquisa, pôde-se concluir que não existe um fator predominante para o desenvolvimento dos
transtornos alimentes, mas sim vários, todos acontecendo em um só momento da vida da pessoa, esse momento geralmente ocorre na
adolescência onde o indivíduo está passando por várias mudanças, tanto psicológicas quanto físicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLONE, G. J. Transtornos Alimentares. In PsiqWeb, 2002. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/anorexia.html>. Acesso em: 17
ago.2011
DUCHESNE, M. ALMEIDA, P. E. M. Abordagem cognitivo-comportamental. In NUNES et al. Transtornos Alimentares e Obesidade. Porto Alegre:
Editora Artmed, 2002.
FERNANDES, M. H. Transtornos Alimentares: Anorexia e Bulimia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: 5º Edição. Editora Atlas, 2003.
SAIKALI, C. J.; et al. Imagem Corporal nos transtornos alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica, volume 31 nº 4. São Paulo, 2002. Disponível
em: <http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n4/164.html>. Acesso em: 15 out.2011.
SILVA, A. B. B.. Mentes Insaciáveis. Editora Ediouro. Rio de Janeiro, 2005.
OBESIDADE INFANTIL INCIDÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS DE UMA POPULAÇÃO ATENDIDA EM UM MUNICÍPIO DO SUDOESTE DO PARANÁ
Gisele Iopp Massafera
Analice Horn Spinello
Cleunir de Fátima Candido de Bortoli
Gisele Lopp Massafera
Kelly Bernard Guimarães
Faculdade de Pato Branco
AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE REFRIGERANTES EM CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU –
PR
Evellyn Pauline da Rosa da Silva
Ivanete Mattielo Bizotto
Fernando Bonetti
Priscille Fidelis Pachêco Hartcopff
Soraia Younes
Clenise M. R. Capellani dos Santos
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
A alimentação saudável, além de proporcionar prazer, fornece energia e outros nutrientes que o corpo precisa para crescer,
desenvolver e manter a saúde. A alimentação deve ser a mais variada possível para que o organismo receba todos os tipos de nutrientes
(VALLE, EUCLYDES, 2007). Dados indicam que há um aumento 500% do consumo de refrigerantes nos últimos 50 anos. O uso universalizado
das bebidas gaseificadas mostram cada vez mais a aceitação globalizada dessa bebida (OLIVEIRA, et al, 2011).
OBJETIVOS
O objetivo da pesquisa foi realizar um levantamento sobre o consumo de refrigerantes em crianças com faixa etária de 6 a 10 anos.
METODOLOGIA
A pesquisa é do tipo quantitativa, realizada em uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Foz do Iguaçu – PR, no período do mês de
Maio em crianças com faixa etária de 0 a 10 anos, que participam do Programa Bolsa Família. O estudo foi realizado com 26 crianças, em um
dia aleatório do mês de Maio, através de um questionário com 5 perguntas objetivas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa avaliou 26 adolescentes com faixa etária entre 6 e 10 anos, dos quais 50% (n=13) eram meninos e 50% (n=13) meninas.
Deste total, 88,5% (n=23) consomem refrigerante, enquanto que apenas 11,5% (n= 3) referiram não consumir refrigerantes. Em relação a
frequência de consumo, verificou-se que 46,2% (n= 12) consomem refrigerantes 2 a 3 vezes por semana, 26,9% (n=7), 1 a 2 vezes ao mês,
19,2% (n=5) 4 a 5 vezes por semana, e 7,7% (n=2) consomem refrigerante diariamente. Em relação a quantidade, perguntou-se a quantidade
consumida em média toda vez que o adolescente consome refrigerante, e verificou-se que 50% (n=13) consomem 180 ml, o que equivale a 1
copo do tipo comercial de água, 34,6% (n=9) consomem mais de 290 ml, o equivalente a mais de 2 copos e 15, 4% (n=4) consomem o
equivalente a 1 ½ copo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se que a maioria das crianças consome refrigerante. E, muito embora poucos alunos tem o hábito de consumir diariamente,
mais da metade dos pesquisados consomem semanalmente. Destes, a metade consome o equivalente a um copo de refrigerante toda a vez
que faz consumo do produto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VALLE, Janaína Mello Nasser; EUCLYDES Marilene Pinheiro. A FORMAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO DE
ALGUNS ASPECTOS ABORDADOS NA LITERAURA NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS. Revista APS, v.10, n.1, p. 56-65, jan./jun. 2007. Disponível em:
http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Hinfancia.pdf acessado em 27/03/2014.
OLIVEIRA, Ana Caroline Sant’Anna de; SANTOS, Elisangela Pereira dos; SILVA, Michelle dos Santos da ; VIEIRA, Thayane Paula Rocha e SILVA,
Suzane Machado da. O IMPACTO DO CONSUMO DE REFRIGERANTES NA SAÚDE DE ESCOLARES DO COLÉGIO GISSONI. Revista Eletrônica Novo
Enfoque, ano 2011, v. 12, n. 12, p. 68 – 79. Disponível em: http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/12/artigos/08.pdf
acessado em 27/03/2014.
Eixo 06: Os cuidados paliativos na infância e adolescência: paciente e equipe
multiprofissional
CUIDADO PALIATIVO: A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA ASSISTÊNCIA EM UMA CASA DE APOIO.
Lamonyeri Saiara Defendi
Julia Kamila Bughetti Santana
Adriane Cristina Guerino
Faculdade União das Américas.
INTRODUÇÃO
O câncer é definido por causar multiplicações patológicas de células, podendo invadir tecidos, órgãos e espalhar-se por todo o corpo.
Provoca não só transtornos ao paciente, mas a todo âmbito familiar, deve haver então a maximização da qualidade de vida do paciente.
Assim, o cuidado paliativo almeja a atenção plena ao paciente, possuindo como premissa evitar o sofrimento, proporcionando o
máximo de conforto ao paciente, principalmente os que estão em fase terminal. Para tanto, este trabalho tem como objetivo apresentar um
projeto de assistência multiprofissional na formação de uma casa de apoio, em conjunto com um hospital de referencia em oncologia da
cidade de Foz do Iguaçu - Pr, através de um convenio hospital-faculdade.
Visa-se essa Casa de Apoio como um novo campo de estagio humanitário não obrigatório para os acadêmicos. O intuito da formação
desse grupo é promover o aprofundamento de conhecimentos teóricos e práticos, onde eles possam vivenciar e contribuir na rotina
oncológica. Aos familiares e pacientes, beneficiara com explicações e cuidados paliativos.
Vale ressaltar que o estagio não esta apenas no autoconhecimento, e sim no aprendizado humanitário, promovendo a relação verbal e
não verbal paciente-acadêmico, principalmente os vinculados à área de saúde. Sendo assim, enquanto há vida, existe o dever dos cuidados, e é
erroneamente supor que não há mais nada a se fazer diante do diagnóstico da doença, portanto há uma enorme necessidade de auxiliar a
vivenciar o processo de morrer, para que utilize a melhor forma possível o tempo que lhe resta. (ARAUJO; SILVA, 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, M.M.T.; SILVA, M.J.P. Communication with dying patients: perception of ICU nurses in Brazil. J Clin Nurs. 2004; 13 (2):143-9.
CUIDADOS PALIATIVOS: OS CUIDADOS DA MÃE E DO RECÉM NASCIDO PREMATURO EM VENTILAÇÃO MECANICA
Analice Horn Spinello
Ivone Teresinha Dalmagro Pedroso
Docente do Curso de Enfermagem da FADEP – Faculdade de Pato Branco
Acadêmica do Curso de Enfermagem da FADEP-Faculdade de Pato Branco; [email protected]
INTRODUÇÃO
O cuidado paliativo é uma maneira de amenizar o sofrimento, a dor e preocupações, sobre o estado clínico do paciente e seus
familiares. Esses cuidados visam a melhoria da qualidade de vida, que vem acompanhados pelos cuidados de uma equipe multiprofissional,
onde envolve médicos, enfermeiros, assistente social, psicóloga e um profissional específico de acordo com a necessidade do paciente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2002), “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe
multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por
meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos,
sociais, psicológicos e espirituais".
Os cuidados paliativos em pediatria devem ser ajustados às necessidades impostas pela doença e seu tratamento, devendo ser
individualizada àquela criança e ser ajustada pelos valores e anseios daquele binômio família/criança (PIVA, 2013).
Muitas são as preocupações sentidas pelas mães desde o início da gestação até o nascimento de seu bebê. Após o nascimento ainda
continua a ansiedade para aquelas que veem os seus recém-nascidos em aparelhos respiradores, que podem significar a diferença da vida para
a morte.
Diante do interesse em conhecer quais cuidados mães e RNs recebem em um ambiente onde a dúvida paira sobre a continuidade de
vida de um bebê prematuro em ventilação mecânica, elaboramos este trabalho, a fim de saber se os cuidados paliativos estão sendo
desenvolvidos. O estudo ocorreu em um Hospital de um município da região do Sudoeste do Paraná.
METODOLOGIA
O estudo baseou-se por uma abordagem quali-quantitaiva, exploratória, objetivando identificar quais cuidados paliativos e quais
profissionais estão envolvidos no processo de tratamento ao recém-nascido prematuro em Ventilação Mecânica.
A pesquisa foi realizada em um Hospital localizado na região do Sudoeste do Paraná. Hospital considerado Hospital Amigo da Criança.
A coleta de dados caracterizou-se por entrevista semiestruturada com questões abertas para as mães com recém-nascidos internados
em Centro de Terapia Intensiva. As participantes foram convidadas a responder as questões de maneira voluntária
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa teve como resultado um total de 12 mães, com recém-nascidos prematuros e em ventilação mecânica.
Quando questionadas sobre quais os maiores medos sentidos por elas, todas responderam sobre o medo de perder seus bebês, medo
da morte.
Contudo, apesar de todas as ansiedades e angustias, as entrevistadas relataram receber total apoio perante as necessidades sentidas
por elas e sobre seus bebês. Recebem acompanhamento diário de psicóloga, assistente social, orientações da equipe de enfermagem sobre
cuidados com mamas, retirada de leite e com incisão cirúrgica. Recebem visita e dinâmicas de terapeuta ocupacional, onde realizam e
aprendem atividades distrativas. Sobre os cuidados com os RNs, a maioria (10) diz entregar nas mãos dos médicos e de Deus.
Outro ponto importante observado é a disponibilidade em que as mães tem em ficar no ambiente hospitalar, em quarto próprio
destinado para as mães com recém-nascidos em Centro de Terapia Intensiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer e compreender o complexo processo do nascimento bem como os fatores que interferem é de fundamental importância
para a assistência de qualidade, mãe-filho, bem como para tornar ótimo e racionalizar o atendimento prestado, priorizando as ações de
prevenção, recuperação e manutenção da vida (BRANDEN, 2000).
Concluímos que os cuidados paliativos, estão presentes na rotina da assistência as mães e recém-nascidos. Nota-se que mães e recémnascidos não necessitam apenas de cuidados físicos, mas também da presença de uma pessoa que apoie, de alívio para a dor, compreensão e
informação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDEN, P. S. Enfermagem Materno Infantil. Rio de Janeiro: Salesiana, 2000.
Organização
Mundial
de
Saúde
(OMS).
O
que
são
cuidados
Paliativos?
Acesso
em:
[23/08/2013].
Disponível
em:
http://www.paliativo.org.br/ancp.php?p=oqueecuidados
PIVA, J. P., GARCIA, P.C., LAGO, P.M. Dilemas e dificuldades envolvendo decisões de final de vida e oferta de cuidados paliativos em pediatria.
Acesso em: [23/08/2013]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v23n1/a13v23n1.pdf
QUIROACUPUNTURA EM PACIENTE ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO
Giovana Zamprônio Leite
Aline Preve da Silva
Gustavo Roberto Villas Boas
Rubens de Oliveira Santos
Faculdade União das Américas
RESUMO
Atualmente a humanidade enfrenta uma batalha diária contra o stress; o ser humano se isola para não suportar inter-relações
complicadas. A medicina ocidental uniformiza todos os indivíduos, desconsiderando-os como seres únicos no universo. Queixas de
agressividade e irritabilidade são comuns em pacientes com necessidades especiais,sejamelas físicas psíquicas ou mentais. A acupuntura
apresenta-se como método alternativo de tratamento de diversas patologias, propondo atendimento individualizado,tratando a causa do
problema. A Quiroacupunturafoi desenvolvida por um médico coreano – Tae-Woo Yoo, em 1971. Difundiu-se no Brasil em meados de 1988, e
os seus princípios coincidem com os da Medicina Tradicional Chinesa. Para o trabalho, utilizou-se a técnica apenas com o uso de sementes de
mostarda, em paciente com deficiência mental, de 11 anos, sexo masculino, o qual era agressivo com as pessoas, dificultando a convivência
em sociedade. Este trabalho se propôs a minimizar o problema, considerando as limitações e vantagens que a técnica oferece. No início do
tratamento, o voluntário se mostrava contrário à aplicação da técnica, mas com algumas sessões, ele aderiu ao tratamento. Ao final da
pesquisa, o paciente se apresentava tranquilo e sereno, segundo avaliação da equipe que acompanhou o estudo. Pôde-se com este trabalho,
verificar que a quiroacupuntura é um método eficaz e recomendável para o tratamento de pacientes portadores de necessidades especiais
como deficiência mental.
CORRELAÇÃO ENTRE IDADE E SEXO DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM CÂNCER DE PULMÃO ENTRE OS ANOS DE 2012 E 2013 NO
HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI SITUADO NA CIDADE DE FOZ DO IGUAÇU – PR
Geane Correia Paredes
André Cavichioli Brito
Elisson Furlan Figueiredo
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
As neoplasias malignas, popularmente conhecidas como câncer, são caracterizadas pelo crescimento celular desordenado e autônomo.
Com a evolução do crescimento tumoral, os mecanismos de defesa do hospedeiro contribuem para a seleção de populações celulares com
características que favorecem sua sobrevivência, assim como a capacidade de invasão tecidual (KRUTVSIKH, 1996).
Ocorre que mais de um bilhão de pessoas são fumantes ativas no mundo e na década de 2030 pelos dados observados pode-se
estimar que esse total poderá chegar a dois bilhões. A maioria destes fumantes estará nos países em desenvolvimento (WHO.WHO,2014). Os
impactos em decorrência do uso do tabaco já são bem estabelecidos, sendo estes responsáveis por 90% dos tumores pulmonares, 75% das
bronquites crônicas, 25% das doenças isquêmicas do coração (MACKAY J, ERIKSEN M, 2002).
Entre as relações estabelecida entre consumo de cigarros e câncer de pulmão no início da década de 50 do século XX, os estudos
epidemiológicos vem vinculando continuamente novas localizações de câncer com vinculações causais com o uso do tabaco, que hoje ascende
a 20 diferentes tipos de tumor. (SECRETAN B et AL, 2009)
Segundo Marinho e Takagaki (2008) descrevem que o câncer de pulmão vem sendo o tumor com maior impacto em mortalidade em
ambos os sexos, em ascensão no mundo inteiro e no Brasil, o câncer de pulmão vem sendo responsável por 12% das mortes de câncer nos
últimos trinta anos. No que tange em relação ao Brasil, o câncer de pulmão e o segundo mais comum no homem e o quinto em mulheres. Em
relação aos tipos de câncer de pulmão estão relacionados uma prevalência elevadas os carcinoma de pulmão de células não pequenas e o
carcinoma de pulmão de células pequenas (INCA- Brasil, 2013).
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho foi analisar os dados coletados nos anos de 2012 e 2013 pelo Centro de Oncologia do Hospital Ministro
Consta Cavalcante situado na cidade de Foz do Iguaçu - PR, onde realizamos uma correlação entre idade e sexo dos pacientes diagnosticados
com câncer de pulmão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se uma maior prevalência do câncer de pulmão entre indivíduos do sexo masculino e um aumento gradativo da incidência
nas mulheres em relação aos homens como observado. Acredita-se que este dado esteja relacionado ao hábito de fumar, que vem se
tornando cada vez mais comum entre as mulheres. Conclusão observou-se nos dados, em nosso meio, a incidência de câncer de pulmão
continua sendo maior no homem. Em relação à idade, o predomínio entre as idades de 70 a 80 anos.
Verificou-se uma maior prevalência do câncer de pulmão entre indivíduos do sexo masculino, visto que na literatura vem mostrando
um gradativo aumento da incidência nas mulheres em relação aos homens (MALTA D.C. et al, 2007). Acredita-se que este dado esteja
diretamente relacionado ao hábito de fumar, que vem se tornando cada vez mais comum e mais constante entre as mulheres (BOLT W.J. et al,
2004).
Levando em conta os últimos 20 anos, a incidência e prevalencia do câncer de pulmão nas mulheres aumentaram 134%, tornando-se o
segundo câncer mais letal no sexo feminino, enquanto que, nos homens, esse crescimento foi cerca de 57%. (INCA- Brasil, 2013). Com o
aumento expressivo o câncer de pulmão, nas próximas duas décadas, seja a neoplasia com maior índice de morte entre as mulheres(BOLT W.J.
et al, 2004).
O aumento dos casos de morte com pacientes diagnosticados com câncer de pulmão em homens estabilizou-se ou ocorre um pequeno
declínio nos últimos 10 anos, enquanto a mortalidade nas mulheres elevou-se (MALTA D.C. et al, 2007). Podemos observar a situação do
aumento no numero de diagnostico em mulher do que em homem na nossa amostragem, nos anos de 2012 na faixa etária 60 a 70 e 2013 na
faixa etária 70 a 80 anos de situação em nossa amostra
Tivemos um diagnóstico menor na nossa amostra feminina em relação à amostra masculina, isto é comum na população Brasileira de
acordo com a relação homem/mulher do câncer de pulmão é muito semelhante a encontrada (2:1) (INCA- Brasil, 2013)..
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se que, em nosso meio, a incidência de câncer de pulmão continua sendo maior no homem. Em relação à idade ocorre um
predomínio entre 70 a 80 anos. Observou-se também um aumento de diagnósticos em mulheres, pelos dados da literatura, a mulher parece
ter um risco aumentado para o câncer de pulmão assim sendo necessárias mais pesquisas nesse sentido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOT W.J.; McLAUGHLIN J.K. Are women more susceptible to lung cancer? J Natl Cancer Inst. 2004;96(11):812-3.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCERN – INCA [homepage on the Internet]. Brasília: Ministério da Saúde. [cited 2007 Nov 27] Estimativa/2013.
Incidência de Câncer no Brasil. Available from: http://www.inca.gov.br/estimativa/2013.
KRUTOVSKIKH, V.; MIRONOV, N.; YAMASAKI, H. Humam Connexin 37 is polymorphic but not mutated in tumours. Carcinogenesis, 17:Suppl,
v.8, p.1761-1763, 1996.
MACKAY J.; ERIKSEN M. The tobacco atlas. Geneva: World Health Organization; ISBN92-4156-209-9; 2002.
MALTA D.C.; MOURA L.; SOUZA M.F.; CURADO M.P.; ALENCAR A.P.; ALENCAR G.P. Lung cancer, cancer of the trachea, and bronchial cancer:
mortality trends in Brazil, 1980-2003. JBras Pneumol. 2007;33(5):536-43.
MARINHO, F. C. A.; TAKAGAKI, T. Y. T. Hypercoagulability and lung cancer. Bras Pneumol. v.34(5), p.312-322, 2008.
SECRETAN B.; STRAIF K.; BAAN R.; GROSSE Y.; ElGHISSASSI F.; BOUVARD V. A review of human carcinogens – Part E: tobacco, areca nut,
alcohol, coal smoke, and salted fish. Lancet Oncol 2009; 10: 1033-4.
WHO. WHO. Report on the Global Tobacco. Epidemic 2014. Disponível em http://www.who.int/tobacco/mpower/en/index.html[Acessado em
03 de outubro de 2014].
Eixo 7: Políticas Públicas para Criança e Adolescente
HPV NA ADOLESCÊNCIA: CÂNCER DE COLO UTERINO
Silviane de Souza Galvan
Marlene Doring
Mestranda do Programa de Envelhecimento Humano/UPF
Doutora em Saúde Pública/ USP. Docente da UPF
INTRODUÇÃO
O Papiloma Vírus Humano (HPV) é o principal fator etiológico da neoplasia do colo do útero (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010).
Segundo Nakagawa, Schirmer e Barbieri (2010) anualmente, cerca de 5-15% das mulheres são infectadas por qualquer tipo de HPV de
alto risco, e aproximadamente 25% da incidência da infecção se concentra na faixa etária dos 15 a 19 anos.
Considerando a relevância do tema, este estudo buscou verificar a associação entre câncer de colo uterino e HPV na adolescência.
METODOLOGIA
Estudo de revisão bibliográfica utilizando a base de dados Scielo, artigos em português, publicados a partir de 2010, relevantes para o
tema de estudo na identificação da associação do desenvolvimento do câncer de colo uterino e a infecção pelo HPV na adolescência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O contágio pelo HPV, principal agente oncogênico do câncer de colo uterino, ocorre no início da vida sexual, na adolescência ou por
volta dos 20 anos (CIRINO; NICHIATA; BORGES, 2010).
A incidência do HPV em adolescentes é de 27%, sendo que destas 28,5% apresentam contaminação pelo HPV de alto risco para o
câncer (CIRINO; NICHIATA; BORGES, 2010).
Este grupo, em função das modificações biológicas torna-se vulneráveis para este agravo, na medida em que o início da vida sexual os
aproxima de problemas de saúde da ordem reprodutiva (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010).
Nakagawa, Schirmer e Barbieri (2010), cita um estudo de seguimento realizado no Brasil com 3.463 jovens que iniciaram a vida sexual,
utilizando testes de DNA de HPV de alto risco, que indicou 17,3% tiveram positividade após iniciar a vida sexual.
Medidas de prevenção incluem diagnóstico precoce da infecção através do exame de Papanicolaou e a imunização que induz a
regressão das lesões pré-cancerosas e remissão do câncer invasivo, e tem mostrado maior efetividade quando administradas antes do início da
atividade sexual, sendo fundamental o público alvo prioritário ser os adolescentes (CIRINO; NICHIATA; BORGES, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O início precoce da atividade sexual representa um importante fator de risco para o desenvolvimento do HPV e consequentemente
para o câncer de colo uterino, porém, a efetividade oferecida pela vacina, o diagnóstico precoce, aliados a prática do sexo seguro, atuam como
importantes mecanismos de proteção para os adolescentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CIRINO, F.M.S.B.; NICHIATA, L.Y.I.; BORGES, A.L.V. Conhecimento, atitude e práticas na prevenção do câncer de colo uterino e hpv em
adolescentes. Esc. Anna Nery, v.14, n. 1, Rio de Janeiro, Jan/Mar, 2010.
NAKAGAWA, J.T.T.; SCHIRMER,J.; BARBIERI, M. Vírus HPV e câncer de colo de útero. Rev bras enferm, v. 63, n. 2, Brasília, Mar/Abr, 2010.
O CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL AO ADOLESCENTE DE FOZ DO IGUAÇU
Adriéli Volpato Craveiro
Ariel Oliva German
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
O Estatuto da Criança e do Adolescente garante a proteção integral a essa parcela da população. Contudo, é cada vez mais frequente
verificarmos situações de risco e vulnerabilidade social envolvendo o público infanto-juvenil, como por exemplo, em situações de violência.
Assim, em muitos momentos nos questionamos sobre a concretização prática das orientações dispostas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
A proteção integral da criança e do adolescente requer um rol de medidas adotadas pelo Estado, por meio das políticas sociais, porém,
dentro do sistema capitalista, o Estado não assume integralmente suas responsabilidades, transferindo para o terceiro setor algumas ações.
Assim, as Organizações Não Governamentais emergem no cenário político exercendo atribuições e competências que seriam de
responsabilidade Estatal.
O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar o Centro de Atenção Integral ao Adolescente - CAIA de Foz do Iguaçu, uma
vez que, vem desenvolvendo um trabalho fundamental no cotidiano de vida de diversas crianças e adolescentes.
METODOLOGIA
A natureza do presente trabalho é qualitativa. Buscamos verificar em torno do cotidiano do CAIA, as suas ações e atividades. Nessa
perspectiva, realizamos uma sistematização no que tange aos aspectos gerais e que nos possibilita uma visualização e o alcance do objetivo
geral da pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em 1989 a Congregação dos Filhos da Imaculada Conceição se estabelece em Foz do Iguaçu - Porto Meira. Nesse espaço territorial
havia um processo de transformação e urbanização da cidade. Tudo que era favelamento ao longo da BR 277 estava sendo deslocado para
esse território. Em 1997 nasce a Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida e em 2001 surge o CAIA enquanto programa de prevenção às
situações de vulnerabilidade social, a gravidez precoce e comportamentos de risco.
Na atualidade as ações do CAIA são voltadas para a saúde do adolescente, além disso, a equipe profissional executa as atividades
guiadas para o direcionamento da formação e iniciação ao mercado de trabalho e no atendimento as necessidades sociais dos jovens
atendidos pela instituição, atendendo aproximadamente 580 crianças e adolescentes, por mês, entre 9 a 17 anos.
São executadas as mais diversas oficinas com esse público, entre as quais aquelas ligadas à profissionalização. O CAIA conta com o
apoio de profissionais contratados e de voluntários. Além disso, as parcerias firmadas são fundamentais para a manutenção das ações, entre
as quais destacamos o apoio da Prefeitura de Foz do Iguaçu; Itaipu Binacional; Furnas, Petrobrás, OIT (Organização Internacional do Trabalho)
e a UNESCO.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O CAIA conta com estrutura física própria, com capacidade funcional para atender as demandas que estão sendo executadas. Busca no
desenvolvimento das atividades cotidianas trabalhar na perspectiva da garantia dos direitos sociais do seu público alvo.
O trabalho desenvolvido pelos profissionais do CAIA possibilita uma atenção especializada em torno das situações de vulnerabilidade
social, assim, as ações de prevenção e a busca do fortalecimento da autonomia das crianças e dos adolescentes são executadas
cotidianamente.
O SERVIÇO SOCIAL NA BUSCA PELA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES
Jose Felipe de Andrade
Adriéli Volpato de Craveiro
Neide Marques Ciusz
Ana Laura Coelho da Silva Heck
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
A história das crianças e dos adolescentes na sociedade brasileira é marcada pela violação dos direitos sociais, sendo que, só com a
Constituição Federal de 1988 e com a preconização na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, este
seguimento foi reconhecido enquanto sujeitos de direitos, garantindo à proteção integral a essa parcela da população.
No entanto, atualmente o Estado Neoliberal vem burocratizando o acesso aos direitos sociais das crianças e dos adolescentes, tendo
em vista a precarização das políticas públicas e a falta de operacionalização destas com qualidade.
Os Assistentes Sociais buscam nas suas ações cotidianas viabilizar propostas e intervenções que mesmo com as limitações
institucionais e econômicas, viabilizem as crianças e aos adolescentes o acesso aos seus direitos fundamentais. Dessa forma, o presente
trabalho tem como objetivo realizar uma análise em torno da temática que envolve a profissão do Serviço Social na busca pela efetivação dos
direitos das crianças e dos adolescentes.
METODOLOGIA
Para a realização da presente pesquisa adotou-se por natureza a pesquisa bibliográfica, elaborada por meio de leituras e análise de
documentos, que segundo Lakatos e Marconi (1987) a pesquisa bibliográfica caracteriza-se através do levantamento de bibliografia já
publicada sobre determinado assunto, podendo ser analisado livros, revistas, artigos, entre outros. Assim, utilizamos referenciais teóricos que
envolvem os direitos das crianças e dos adolescentes, além disso, nos apropriamos das discussões em torno do trabalho cotidiano profissional
do Assistente Social na busca pela viabilização dos direitos sociais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Marco fundamental para a mudança de paradigma em torno dos direitos essenciais das crianças e dos adolescentes foi a
Constituição Federal de 1988, pois, desde então, esse público passa a ser visto com o olhar da proteção. O ECA, Lei nº 8.069/90,
principalmente em seu artigo 4º, reforça as conquistas oriundas da Constituição Federal enfatizando sobre quem seriam os responsáveis da
proteção integral ao público infanto-juvenil, além disso, destaca sobre a prioridade absoluta no que tange a efetivação dos direitos
fundamentais.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990, p.1).
Entende-se a partir disso que é dever ver da família, da sociedade e do Estado garantir tais direitos às crianças e aos adolescentes,
porém, é importante ressaltar que as legislações não são suficientes para assegurar o acesso desse público aos direitos, uma vez que as
legislações vigentes são permeadas por questões sociais, econômicas, políticas e culturais.
Neste sentido, a intervenção do Serviço Social na efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes é essencial, uma vez que, o
Assistente Social promove ações cotidianas voltadas para o fortalecimento do vínculo familiar, a defesa do direito ao acesso a saúde, a
educação, a assistência social, a alimentação, a uma vida digna, a um lar, entre outras questões, de forma que venha viabilizar os direitos
fundamentais da criança e do adolescente, ao mesmo tempo em que rompe e supera a condição de vulnerabilidade e risco social desse
seguimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa realizada verificamos que o Serviço Social executa um importante papel no processo de efetivação, luta e defesa
dos direitos das crianças e dos adolescentes. Promovendo ações fundamentadas nas legislações que prevê a garantia da proteção do público
infanto-juvenil, a fim de ampliar a garantia aos direitos a todas as crianças e adolescentes, sem estigmatizá-los.
Desse modo, cabe ao Assistente Social articular com a categoria profissional e com os profissionais de outras áreas, e, juntos com a
sociedade civil se mobilizar na lutar pela implantação de políticas públicas menos conservadoras e mais humanas e que realmente seja
colocada em prática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição Federal 1988 - Constituição Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2004.
_______.
Lei
Nº
8.069,
de
13
de
Julho
de
1990
-
Estatuto
da
Criança
e
do
Adolescente.
Disponível
em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 01 de Outubro de 2014.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Pesquisa. In: Técnica de pesquisa. 3.ed. rev.e ampl. São Paulo: Atlas, 1996, p. 15-36.
O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NO NAPSS: CONSIDERAÇÕES SOBRE DISPUTA DE GUARDA E ALIENAÇÃO PARENTAL
Sonia dos Santos
Iana Couto do Valle
Estagiária de Serviço Social e Assistente Social – NAPSS
INTRODUÇÃO
No Núcleo de Atendimento de Psicologia e Serviço Social (NAPSS), o qual está vinculado à Vara da Família do Fórum da Comarca de Foz
do Iguaçu-Pr, o Assistente Social encontra-se na condição de perito e auxilia o juiz durante a definição da concessão da guarda da criança ou do
adolescente. O exercício profissional neste espaço não se restringe aos processos de guarda também é atendida a demanda espontânea que
surge.
Vale ressaltar que a atuação do Serviço Social no NAPSS acontece desde o ano de 2007 e apesar dos desafios inerentes da profissão,
sua intervenção tem contribuído para o andamento dos processos em trâmite na Vara da Família, amenizando possíveis sofrimentos para as
crianças e adolescentes envolvidos nos litígios matrimoniais.
A presente pesquisa tem por objetivo discorrer sobre o processo de trabalho do Serviço Social no NAPSS com algumas considerações
sobre disputa de guarda e prática da Alienação Parental.
METODOLOGIA
A pesquisa possui caráter qualitativo, o qual para Minayo (1994, p.21-22), “trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”. Sendo capaz de desvendar a realidade vivenciada pela família em situação de conflito ,
assim como, desvelar o ser social em sua singularidade. Realizou-se a pesquisa a partir da atuação do Assistente Social no NAPSS, tendo como
amostra os Estudos Sociais realizados de fevereiro a setembro de 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A atuação do Assistente Social no NAPSS está sujeita a distintas probabilidades conforme pontua (IAMAMOTO, 2004, p.284). “De um
lado pode representar uma invasão da privacidade, do outro lado, ao desvelar a vida dos indivíduos, pode, em contrapartida, oferecer ao juiz
importantes subsídios às decisões que lhe são privativas”, contribuindo no acesso aos direitos dos usuários e no fortalecimento dos vínculos
familiar, conforme determina o Art. 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e
educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, (ECA, 2010, p.22)”.
Acerca da prática da Alienação Parental, que interfere “na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida
por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade”, (PRESIDENCIA DA REPÚBLICA, LEI
12.318), o Assistente Social cria estratégias para amenizar atos alienadores que venham prejudicar o desenvolvimento integral destes cidadãos
de direitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da pesquisa realizada, verificou-se que o Serviço Social no NAPSS, exerce um papel fundamental para o andamento dos
processos de disputa de guarda em trâmite da Vara da Família, assim como na efetivação dos direitos da criança e do adolescente, além de
mediar o desvendamento da prática da alienação Parental que busca prevenir a quebra de vínculos e futuros traumas na vida dos filhos de pais
separados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARALDI, Elmides Maria; DOMINGUES, Juliana. PROJETO DE EXTENSÃO: O Serviço Social Sócio-Jurídico na Vara da Família da Comarca de Foz do
Iguaçu;
BRASIL, Edição Comemorativa 2010: Estatuto da Criança e do Adolescente e Legislação Complementar para a Proteção Integral de Crianças e
Adolescentes – Curitiba: Secretaria de Estado da Criança e da Juventude, 2010;
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade – Petrópolis, RJ: Vozes, 1994;
PRESIDENCIA
DA
REPUBLICA,
LEI
Nº
12.318,
de
26
de
agosto
de
2010.
Disponível
dia
02/10/2014
em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-/2010/Lei/L12318.htm.
ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA: REVISÃO INTEGRATIVA
Ivone Stimer
Bruna Vieira Brandes
Larissa Gnoatto
Gislaine Machado
Mariana Brunetti
Graduada em Enfermagem pela UNIAMÉRICA, Graduanda em Enfermagem pela FADEP
Graduanda em Enfermagem pela FADEP, Graduanda em Enfermagem pela FADEP, Graduanda em Enfermagem pela FADEP
INTRODUÇÃO
A adolescência no Brasil é definida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), conforme a Lei 8.069, de 1990, que considera
criança até 12 anos de idade incompletos e a adolescência de 12 a 18 anos de idade, e, em casos excepcionais e quando disposto na lei, o
Estatuto é aplicável até os 21 anos. De acordo com Costa e Assis (2006) na adolescência ocorre um aumento de experiências de vida. Desta
maneira, torna-se existentes recursos sociais disponíveis para lidar com situações de alta complexidade. Isto torna-se ainda mais urgente que
medidas para zelar pelo bem estar dos adolescentes desempenhem papel de proteção.
Segundo Minayo e Njaine (2002), o aumento de jovens envolvidos em atos infracionais, o crescimento das taxas de homicídio e da
criminalidade urbana esteve associada à 'delinquentes negros', do sexo masculino provenientes de baixa renda. As unidades de Internação
Provisórias, isto é, Centros de Socieducação visam aplicar medidas privativas ou restritivas de liberdade a menores infratores antes que eles
atinjam a maioridade penal e sejam encaminhados a uma das Penitenciárias do Estado. Entre as medidas previstas no Art. 112 do Estatuto da
Criança e Adolescente – ECA, encontram-se a inserção em regime de semiliberdade e a internação em estabelecimento educacional, que são
as medidas socioeducativas de restrição e privação de liberdade, respectivamente (BRASIL, 2004). O assunto Socieducação é vasto para política
da criança e do adolescente em conflito com a lei no Paraná.
Em 1990 o Brasil aprova o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, lei n.º 8.069/ 1990 que visa resguardar os direitos de crianças e
jovens. A garantia de Socioeducação é mencionada no ECA. Nele a proteção integral à criança e ao adolescente é referida. Atendimento
Socioeducativo – SINASE
foi criada para atender crianças e jovens infratores. Sendo, no Paraná implantado o Sistema Nacional de
Atendimento - SINASE para socioeducar adolescentes que cometerem infrações graves do ponto de vista legal e que necessitam de medidas
socioeducativas previstas em Lei. Este programa destina-se ao atendimento de adolescentes em conflito com a lei, que são atendidos em
espaço físico caracterizado como uma moradia familiar.
Dentro destes espaços, o menor infrator tem a oportunidade de conviver em um ambiente educativo, que visa o compromisso
comunitário, participação de atividades grupais; possibilita ao adolescente o exercício do respeito às normas sociais e ao respeito mútuo; o
resgate e preservação dos vínculos familiares; e, além disso, proporciona ao adolescente uma oportunidade de acesso à rede de serviços e
programas sociais que necessita (IASP, 2006). O objetivo desta pesquisa é analisar o índice de adolescente em conflito com a lei em medida
socioeducativa, um breve levantamento do panorama do sistema que envolve adolescentes que cometeram ato infracional e a atuação dos
centros de Socioeducação no Paraná.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo bibliográfico com revisão integrativa no qual utilizou-se como critérios a seleção de artigos indexados nas bases
de dados Lilacs e Scielo. Artigos, publicados entre os anos de 2000 e 2013. O levantamento bibliográfico baseado na experiência vivenciada
pelos autores BRASIL (2012); COSTA, C. R. B. S. F; (2006),MINAYO, M. C. S. & NIAINE, K (2002); IASP (2006), por ocasião da realização de uma
revisão integrativa. "A revisão que, inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática
clínica, [...] determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos
estudos" (MENDES,2008).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Identificou-se que, a infância e adolescência submetida às políticas públicas e a Socioeducação como alternativa para reinserção desta
população vulnerável, proporcionam uma perspectiva de mudança do cenário em que estão compreendidas. Mesmo sendo resultante do
conflito entre capital e trabalho e se materializando na desigualdade social, na pobreza e na exclusão social vinculado na história, o
adolescente infrator em sua especificidade necessita ter o atendimento adequado e seus direitos garantidos em uma instituição de qualidade.
O cadastro nacional de adolescentes em conflito com a lei em junho de 2011 registrou 91.321 adolescentes envolvidos em delitos ou
contravenções, sendo 29.506 cumprindo medida socioeducativa no Brasil.
Os atos infracionais mais cometidos para a internação são: Roubo, Tráfico de Drogas, Furto, Roubo com Morte, Homicídio e Porte de
Arma que estão compreendidos na faixa etária de 12 a 17 anos de idade e 5 mil estão na situação de infratores. O Estado do Paraná, mostra-se
como um dos mais modernos modelos de atendimento ao adolescente em conflito com a Lei de todo o país. Percebe-se, que atualmente a
preocupação do governo federal em relação a criação de uma nova legislação para subsidiar e implementar as ações com foco a população
adolescente em vulnerabilidade está em ascensão, tendo em vista a publicação da Lei de nº 1082 de maio de 2014, que redefine a Politica
Nacional de Atenção Integral a Saúde do Adolescente em Regime de Internação (PNISARI).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término deste estudo, constatou-se que a violência cometida por jovens e adolescentes tem se transformado em um grave
problema para a sociedade brasileira, principalmente nos centros urbanos. Foi observado a necessidade de uma reflexão para o
fortalecimento de ações multiprofissionais e multidisciplinar que envolvam os jovens, afastando-os dos riscos e vulnerabilidade do meio,
proporcionando oportunidades para o desenvolvimento do protagonismo juvenil, e assim preparar os adolescentes para o convívio social,
como pessoas cidadãs e uma melhor perspectiva de futuro.
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL EM CRECHE: DADOS E ESTATÍSTICAS DO CENTRO VICENTINO DE ED. INF. N. Sª. DA CONCEIÇÃO.
Adriana Gomes de Souza Liermann
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
As diversas políticas públicas de atendimento à Criança e ao Adolescente visa um atendimento prioritário como demanda a Carta
Magna (C.F de 88) e na Lei do Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A – Lei 8069/90) onde se preconiza os cuidados como direito à
sociedade, aos pais e entes federativos: Municipal, Estadual e Governo Federal.
De acordo com os parâmetros das Leis e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010, pg. 07 e 10) “O atendimento
em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como
dever do Estado com a Educação e através da Resolução nº 05 de 17de dezembro de 2009.
O objetivo da pesquisa é evidenciar os tipos de encaminhamentos sociais do espaço sócio-institucional apresentando dados reais da
demanda reprimida e não reprimida daquele espaço sócio-institucional.
METODOLOGIA
Esta pesquisa é do tipo quanti-qualitativa, realizada no CENTRO VICENTINO DE EDUCAÇÃO INFANTIL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
Os dados foram extraídos dos atendimentos realizados pelos dados dos cadastros da Assistente Social no ano de 2014. Por seguinte, esses
dados copilados serão diagnosticados pelo Método Critico Dialético de Marx, para tecer considerações e diagnóstico social.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta pesquisa obteve-se uma coleta de dados satisfatória pois, todos os dados de atendimentos sociais eram registrados por outros
profissionais de Serviço Social naquele espaço.
Desta forma, consegui extrair dados para poder avaliar e efetuar um diagnóstico sobre os diversos atendimentos e, o resultado foi
bom, à medida que, os encaminhamentos aos usuários foram recebidos pela rede sócio-assistencial e, apesar da burocratização e dos
protocolos destes serviços foram tomadas as providências cabíveis para o cidadão ser atendido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados apresentados na pesquisa evidencia-se a falta de recursos financeiros oriundos do Poder Público Municipal
para a efetividade de uma Politica Educacional com qualidade e gratuita como conclama os direitos fundamentais vigentes no E.C.A no que
tange os direitos sociais para a criança ter acesso ao processo de aprendizagem.
Desta forma, a Assistente Social busca estratégias para não só orientar os usuários e, sim, que consigam a efetividade dos seus direitos
negados, tanto no direito à vaga em creche como outras políticas públicas: Saúde, Previdência, Habitação, Sócio-jurídico, etc. Enfatizando que
a atuação do profissional de Serviço Social se dá numa correlação de forças entre entidade, gestor municipal e problemáticas de condições de
trabalho para executar seu “fazer profissional”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil/ Secretaria de
Educação Básica. – MEC, SEB, 2010.
O POSICIONAMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL EM RELAÇÃO À DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Adriéli Volpato Craveiro
Juliani Brito
Andréia Aparecida Brecher
Maria Madalena Soares
Patricia Adams
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
No Brasil, o aborto é considerado crime, regulamentado pelo Código Penal de 1940, este é legalizado somente em situações como:
quando houver o estupro, quando a vida da mãe está em risco ou de gestação de fetos anencefálicos. Essa situação induz muitas mulheres a
prática do aborto clandestino, indiferente da sua classe social, porém a criminalização é propicia nas classes menos favorecidas, na qual a
diferença está no poder aquisitivo.
As mulheres que tem recursos financeiros buscam atendimento em clínicas particulares, sofisticadas, com acompanhamento
especializado, desta forma, o índice de mortalidade é menor e muitas vezes desconhecido. Já entre as mulheres pobres o aborto é realizado de
forma precária, tendo como consequência na maioria das vezes, a morte.
O objetivo desta pesquisa é verificar sobre o posicionamento do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) em relação à
descriminalização e legalização do aborto no Brasil.
METODOLOGIA
Esta pesquisa é do tipo bibliográfica que de acordo com Gil (2002, p.44), “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Deste modo, a pesquisa será abordada de acordo com
materiais que o Conselho Federal de Serviço Social publica, através do (CFESS Manisfeta).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o Manifesto CFESS, de 2011, o Conselho Federal de Serviço Social, entra em defesa da descriminalização do aborto
desde 2009, e pela legalização do aborto desde 2010. São posicionamentos definidos por um conjunto de assistentes sociais de todas as
regiões do Brasil. Assim, o CFESS (2011, p.46) destaca que
Reconhecendo todas as dimensões que envolvem a questão do aborto, na
compreensão de que é a mulher que define pela interrupção (ou não) da
gravidez (que sempre se dá num contexto complexo) e esta mulher tem o
direito a um atendimento de qualidade, humanizado e de respeito.
Deste modo, o CFESS articula com o movimento feminista, fortalecendo ações contra a criminalização das mulheres e legalização do
aborto, assim como, a mulher é livre para escolher ou não engravidar, também deve ser livre para decidir sobre um aborto, não implicando em
consequências negativas, por sua vez, tendo atendimento humanizado e de total qualidade. A legalização e descriminalização do aborto vai
além de questões religiosas e morais, merecem ser tratadas enquanto questão de saúde pública, que precisam ser debatidas e inseridas na
agenda política.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto acima, observamos que o Serviço Social vem desempenhando sua prática profissional de acordo com o Código de
Ética dos/as assistentes sociais, no qual devemos respeitar o direito dos usuários de decidir sobre seus interesses e prestar as informações e o
atendimento necessário. Essa temática ainda é bastante polêmica na sociedade, porém, a categoria do Serviço Social deve respeitar e
defender a liberdade do indivíduo, como valor ético central. Nessa perspectiva, o aborto legalizado e a descriminalização, são passos
importantes para a efetiva garantia dos direitos humanos de milhares de mulheres brasileiras.
VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE: UM DEBATE NECESSÁRIO
Adriéli Volpato Craveiro
Airton Foss
Dayana Cavallari Eidt
Rubens Jahadly Massarutti dos Santos
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
Na atualidade a violência atinge todas as faixas etárias e condições sociais, contudo, as crianças e os adolescentes são mais vulneráveis,
devido a sua condição peculiar de desenvolvimento. Assim, verificamos inúmeras crianças e adolescentes que sofrem cotidianamente os mais
diversos tipos de violência, entre as quais destacamos: sexual, física, psicológica, negligência e institucional.
O presente trabalho possui como objetivo geral discutir sobre a violência envolvendo o público infanto-juvenil, sendo que, para isso é
fundamental analisar profundamente a realidade em que se encontram as crianças e os adolescentes, assim como, as problemáticas
enfrentadas por esse público.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por meio da pesquisa bibliográfica. Segundo Lima e Mioto (2007) a pesquisa bibliográfica implica em um
conjunto de busca por soluções, possibilitando um maior alcance de informações. Permite também, a utilização de dados dispersos em várias
publicações, auxiliando assim na construção, ou na melhor definição do quadro de conceituação que envolve o objeto de estudo proposto.
Assim, destaca – se que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com ênfase em material já formulado, constituído principalmente artigos
científicos e livros. Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica torna-se um instrumento fundamental para alcançar o objetivo proposto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A violência gerada hoje é a forma mais perversa de mostrar o poder e a dominação, estando presente em todas as classes sociais. É um
fenômeno que vem crescendo e impactando de forma negativa nas famílias e nos grupos sociais. Nessa perspectiva, Costa et al (2007. p. 1130)
destaca que: “as expressões do fenômeno da violência integram uma rede que envolve a violência estrutural (oriunda do sistema social), assim
como a violência interpessoal (doméstica, trabalho, amigos), atravessando camadas sociais, podendo transformar vítimas em agressores”.
A violência que atinge inúmeras crianças e adolescentes é oriunda de um contexto econômico permeada pelas desigualdades e
vulnerabilidade social, proporcionada pelo sistema capitalista. Sendo que tudo isso poderia ser evitado se as condições de igualdade e os
direitos sociais fossem para todos, como educação, cultura e entretenimento, e se houvesse uma profunda compreensão das condições
subjacentes que geram ou provocam a violência infanto-juvenil. Infelizmente desde a infância, as vítimas da violência encontram-se em
situação de vulnerabilidade, pois, são forçadas a verem a violência, sofrerem e futuramente reproduzirem.
Como testemunhas oculares desta expressão da questão social, se tornam vítimas de um sistema que negligenciam os direitos das
crianças e dos adolescentes e os coloca como principal vítima da desigualdade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa se propôs a trazer um debate necessário, pois, a violência é uma das expressões da “questão social’’ que se faz presente
de forma intensa na nossa contemporaneidade.
Esse tema nos cerca todos os dias, e traz um sentimento de inquietação por ser uma forma de injustiça, que não se delimita a uma
classe social, apresenta uma problemática que deve ser debatida e analisada principalmente com todos os fatores que geram a violência, para
que assim sejam criadas formas de atingir a sua raiz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA et al. O perfil da violência contra crianças e adolescentes, segundo registros de Conselhos Tutelares: vítimas, agressores e
manifestações de violência. 2007. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n5/04.pdf. Acesso em : 03/09/2014 08:58
LIMA, Telma Cristiane Sasso de; MIOTO, Regina Célia Tamaso Mioto. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico:
a pesquisa bibliográfica. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rk/v10nspe/a0410spe.pdf . Acesso em: 02/09/2014 01:34.
Eixo 8: Educação e Saúde
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA ESCOLA
Silviane de Souza Galvan
Marlene Doring
Mestranda do Programa de Envelhecimento Humano da UPF
Doutora em Saúde Pública/ USP. Docente da UPF
INTRODUÇÃO
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neuro desenvolvimento que começa no início da vida e
pode persistir na adolescência e na idade adulta, sendo 80 a 90% dos casos devido à herança genética (VASCONCELOS et al, 2003).
A prevalência é de 3 a 5% das crianças em idade escolar, e a incidência é sempre com maior frequência em meninos (VASCONCELOS et
al, 2003). O presente estudo objetivou identificar os principais sinais do quadro característico do TDAH no âmbito escolar, e orientar os
educadores para o uso do Modelo de tomada de decisões educacionais.
METODOLOGIA
Estudo de revisão bibliográfica, com estudos que orientam os educadores das escolas regulares sobre o TDAH.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A apresentação clínica inclui desatenção, impulsividade e hiperatividade, que causam comprometimento funcional, e é responsável por
dificuldades de aprendizagem, repetências e evasão escolar (VASCONCELOS et al, 2003).
Para serem considerados sintomas de TDAH, devem ter começado nos primeiros anos da infância, antes dos sete anos de idade, e
devem ser exibidos cronicamente em dois ou mais contextos, sendo principalmente identificado em seu domicílio e na escola (VASCONCELOS
et al, 2003).
Após a identificação pelo professor de dificuldades do aluno com atenção, controle do comportamento e queixas sobre desatenção,
impulsividade ou hiperatividade a avaliação baseada na escola é conduzida em cinco estágios, que se baseiam num modelo de tomada de
decisões educacionais descrito por Dupaul e Stoner (2007): Processo de Triagem com a classificação dos sintomas;
Avaliação Multimodal do TDAH, com entrevistas com pais, avaliação de registros escolares, escala de avaliação e observações do
comportamento na escola e dados de desempenho do aluno;
Interpretação dos Resultados através da determinação do número de sintomas, desvio das normas para idade e gênero, idade de início
e cronicidade do transtorno, abrangência entre situações, grau de deficiência funcional e eliminação de outros transtornos semelhantes.
Desenvolvimento de um plano de tratamento baseado na identificação da gravidade dos sintomas, análise funcional do
comportamento, presença de transtornos associados, resposta do aluno a tratamento prévio e recursos baseados na comunidade.
E Avaliação do Plano de Tratamento com a coleta periódica de dados de avaliação e a revisão do plano de tratamento instituído para
cada aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de suma importância que educador reconheça o transtorno afim de desenvolver métodos de trabalho para um melhor
aproveitamento do potencial desse aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUPAUL, George J.; STONER, Gary. TDAH Nas Escolas: Orientações Práticas e Essenciais Para Professores, Educadores e Profissionais
Envolvidos Com as Necessidades de Alunos Com TDAH. A Incluir: M. Books, 2007. 280 p.
VASCONCELOS, M. M. et al. Prevalência do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperativivdade numa Escola Pública Primária. Arq
Neuropsiquiatr. v. 61, n. 1, p. 67-73, 2003.
A CORPOREIDADE EM ESPAÇOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Angélica Rocha de Arruda
Thuinie Medeiros Vilela Daros
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
O presente trabalho, fruto de uma pesquisa em andamento, tratar-se-á da atividade pedagógica voltada à corporeidade nos espaços
da Educação Infantil. Neste sentido, por meio de uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico, tem como intuito tecer considerações
acerca da necessidade de evidenciar uma educação sistemática que evidencie os gestos, movimentos, brincadeiras, bem como, os modos
comoas crianças constroem seus modos próprios de sentir, pensar e expressar nos espaços da Educação Infantil. Diante desse contexto, a
problemática levantada procurará responder as seguintes questões: O espaço escolar foi organizado para que as crianças tenham liberdade de
transitar, compartilhar experiências, conhecer a si mesma, através de seu corpo, encontrando-se em seu meio social, através de jogos,
brincadeiras? Como os espaços da Educação Infantil tem sido organizado para a exploração do movimento?. Os estudos estão ancorados nos
estudos dos seguintes pesquisadores: Horn (2004) Vergés e Sana (2012), Moreira e Simões(2005); Pagni e Gelamo (2010), Assmann(1994),
Fabrin (2006),Proscêncio (2010), João, R. B e Brito(2004), sendo os principais descritos e que vem colaborar para compreensão da pesquisa
proposta.
OBJETIVOS
Problematizar como se dá a corporeidade nos espaços infantis, de que forma ascontribuições podem ser oportunizadas aos alunos com
a prática voltada à liberdade dos movimentos, expressões em sala de aula, sem que o espaço e o professor delimitem os mesmos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados coletados, até o presente momento, permitem afirmar que a corporeidade, quando desenvolvida de modo a oportunizar ao
aluno formação intelectual e motriz, em um espaço que pense antes de qualquer coisa no aluno, em seu desenvolvimento em sua totalidade,
só traz resultados benéficos ao desenvolvimento infantil. Trabalhar de forma consciente pelos professores a temática é enriquecer sua ação
pedagógica, proporcionando aos pequenos uma aprendizagem rica e saborosa de experiências, obtidas através das atividades, colegas e
professores. Para tanto, é necessário que o professor comprometa-se de fato com seus educandos, deixando os vivenciarem todas as
experiências possíveis nesses ambientes. Portanto, énecessário que professores e escola, tenham uma total atenção quanto à importância da
corporeidade, principalmente a liberdade dos movimentos, pois, eles também são maneira de expressar seus sentimentos, assim visar uma
aprendizagem conjunta entre intelecto e motriz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criança da educação infantil está transitando por uma fase em que os movimentos e expressões corporais, são extremamente
importantes para o desenvolvimento psicomotor da mesma, contudo, nota-seque as escolas e os professores tem primado pelo adestramento
de corpos nesses espaços, tratandoos alunos como seres duais e fragmentados, valorizando sobre tudo a intelectualidade e deixando de lado o
aspecto corporal delas, considerando assim, esta preferência pela intelectualidade, percebe-se que a criança ao usar seu corpo, ela é
entendida pelos professores como indisciplinada , quando no entanto, é primordial a junção desses dois elementos para o desenvolvimento
dela, a partir de práticas que quebrem esse paradigma de dissociação entre intelectualidade e motricidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HORN, M. G. S. Saberes, cores, aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
PAGNI, A. P; GELAMO, P. R (org). Experiência, educação e contemporaneidade. Marília: Poiesis: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2010.
VERGÈS, M. R. M; SANA M. A. Limites e indisciplina na educação infantil. Campinas. SP: ed. Alínea. 3º edição, 2012.
CLASSE HOSPITALAR: RELAÇOES ENTRE A CRIANÇA, O PEDAGOGO E A BRINQUEDOTECA
Amélia Antonia Fernandes de Castro
Janice Maria Holz
Thuinie Medeiros Vilela Daros
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
O internamento de uma criança por muito tempo pode acarretar um prejuízo grande no andamento da vida escolar da criança
deixando-o comprometido caso não haja este atendimento.
Claro que, este atendimento deve ser um trabalho realizado de um modo diferenciado do trabalho realizado no ambiente escolar.
Deve estar baseado em vários quesitos que impregnam o contexto vivenciado por esta criança naquele momento levando em conta o estado
psicológico, o emocional, grau do estado de saúde, contexto familiar e outros mais. Esse atendimento deve ser diferente do modo tradicional.
O trabalho realizado não deixa de ser um trabalho de humanização dos processos pedagógicos sem deixar de lado a função educativa,
pois considera a criança sem focar somente no ensino. A intenção que prevalece neste atendimento é a de trazer para este sujeito em questão
alegria, fazê-la sentir-se capaz ainda em seu estado crítico de saúde, aumentando sua autoestima para que esse estado de bem estrar colabore
na recuperação do paciente bem como também no tratamento.
Outra questão importante a ser ressaltada é também sobre a postura e preparo psicológico deste profissional que trabalho dentro
desse contexto. É importante estar preparado também para poder lidar com a família, pois existem várias reações da mesma perante a
internação, doença e tratamento da criança, dependendo do contexto vivenciado. Dentro do ambiente hospitalar, também se faz necessária e
é muito significativo o uso da brinquedoteca para atender a criança hospitalizada. Os recursos que permeiam neste ambiente são muito
valiosos durante o atendimento, pois a ludicidade é o que cativa a criança dentro desse espaço. Sendo assim, preparação do ambiente dentro
do hospital onde a criança conviverá durante o tratamento ou internamento deve ser adequado ao aluno para que ele sinta comodidade,
desenvolva suas habilidades, sinta-se em um ambiente acolhedor, onde a criança hospitalizada possa sentir-se melhor e mais confiante, este
ambiente deve ser algo que fuja da realidade hospitalar, um ambiente com cores e brinquedos que chamem sua atenção.
OBJETIVOS
A presente pesquisa se encontra em andamento e pretende abordar os seguintes aspectos:
O processo histórico da classe hospitalar, da pedagogia hospitalar e as leis que amparam esse tema.
Relações entre a criança, o pedagogo e a brinquedoteca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A classe hospitalar vem ganhando um espaço cada vez mais significativo visando atender crianças e adolescentes que necessitem de
atendimento escolar em seu período de internamento e tratamento da doença. O trabalho do pedagogo neste contexto deve ser realizado
seguindo alguns critérios diferenciados do ambiente escolar, pois exige muito conhecimento sobre esse assunto e como proceder com os
envolvidos nesse ambiente. Em relação a brinquedoteca, um espaço que oferece novas possibilidades de aprendizagem à criança e que a
leva a fugir da rotina hospitalar para ter melhor qualidade de vida. A brinquedoteca deve ser bem planejada afim de atender as expectativas
do trabalho do pedagogo com a criança hospitalizada, proporcionando a ela a continuação do desenvolvimento de suas potencialidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. MEC. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/
SEESP, 2002.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 10. ed. São Paulo: Scipione, 2007.
FONSECA, Eneida Simões. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS LEUCEMIAS (SISTEMA HEMATOPOIÉTICO RETICULO ENDOTELIAL) EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ESTADO
DO PARANÁ
Valdomiro Lopes de Meira
Adriane Cristina Guerino
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
Diferente do câncer em adulto o câncer Infantil é um evento raro, que representa cerca de 1% das Neoplasias que são diagnosticadas
nos Países em desenvolvimentos. (LIGT FOOT; ROMAN, 2004).
Nesses países as maiores causas de mortalidades ainda estão associadas às perinatais, infecciosas, e por causas externas.
Em comparação com as Neoplasias em adultos, os tumores infantis correspondem a um grupo muito específico, geralmente associado
ao Sistema Retículo Endotelial, Sistema Nervoso e alguns casos Viscerais.
As Neoplasias mais comuns em crianças são as leucemias, sistema nervosos e linfomas que juntos somam cerca de 63% de todos os
cânceres Infantis, (BRAGA; LATORE, CURADO, 2002);
As Leucemias podem ser classificadas de acordo com a evolução da Patologia levando em conta a maturidade das células podendo ser
aguda ou crônica; e então ser relacionada com ás células que deram origens á linhagem patológica e assim serem classificadas como Linfocítica
e Mielóide; (VIANA, 1996).
Hoje em dia com o avanço da tecnologia ouve uma grande melhora na qualidade dos diagnósticos, O diagnóstico de leucemia é
considerado a partir da realização de Biópsia, hemograma, Punção Lombar, análise morfológica dos blastos, exames de citogenética,
Radiografia, imunofenotipagem e outros, para o estabelecimento do subtipo e classificação da Leucemia (WATERKEMPER (2010, p.22).
OBJETIVOS
O presente trabalho tem com objetivo comparar a Incidência de Leucemias em crianças e adolescentes no estado do Paraná.
METODOLOGIA
Os dados epidemiológicos da incidência de Leucemias foram adquiridos através do Banco de dados do Instituto Nacional do Câncer
(INCA), através de sua central de dados, RHC, (Registro Hospitalar de Câncer); do Hospital Ministro Costa Cavalcante entre os anos de 2003 a
2009. Os dados então foram tabulados para posterior comparação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em um total de 3041 casos registrados no estado do Paraná entre os anos de 2003 a 2009, foram encontrados 703 casos de Leucemias
em crianças e adolescentes entre 0 a 14 anos, totalizando 23% do estado do Paraná.
É Possível notar que os índices se mantêm constantes, apenas com uma alta a partir de 2003 que pode ser justificadas pela melhora
nos diagnósticos e o acesso da população mais carente ao Sistema Único de saúde, (SUS).
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o melhor tratamento para o câncer ainda é a prevenção e o diagnóstico precoce,
portanto se faz necessárias campanhas educativas e que informam sobre as neoplasias e suas causas para então ter uma melhora na qualidade
de vida das pessoas e com isso diminuir os fatores de riscos para essa patologia.
Uma equipe de enfermagem bem qualificada e treinada para uma assistência de qualidade faz a diferença no atendimento aos clientes
deixando os mais satisfeitos ajudando os em sua recuperação e superação dos desafios enfrentados pela patologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, P.E.; LATORE; M.R.D.O; CURADO, M.P. Câncer na Infância: análise comparativa de incidência, mortalidade e sobre vida em
Goiânia(Brasil) e outros países. Cad. Saúde Pública, Rio de janeiro, v.18, n 1, p.33-44, 2002.
LIGHTFOOT, T.J.; ROMAN E. Causes of childhood leukemia and lymphoma. Toxicol. Appl. Pharmacol., New York, v.199, n2, p.104-117, 2004.
WATERKEMPER, R. SEBOLD, l.f.; Kempfer, S. Epidemiologia e fisiopatologia do câncer: bases para o cuidado de enfermagem na prevenção e no
tratamento. 1. ed.Porto Alegre: Artmed, 2010.
PERFIL DOS LACTENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE PUERICULTURA PIG DO CENTRO DE NUTRIÇÃO INFANTIL DE FOZ DO IGUAÇU
Deysi m. Fiametti
Jessica da silva Gonçalves
Sabrina Corrêa Maria
Carla Regina Camargo
Maurícia Cristina de Lima
Faculdade União das Américas
RESUMO
Introdução: lactentes são crianças de zero a um ano de idade, que nasceram com peso adequado para sua idade gestacional, porém
totalmente dependentes; mas já apresentam como características deste período o desenvolvimento motor, evolução emocional e
psíquica,Objetivo: verificar o perfil dos lactentes acompanhados no ambulatório de puericultura PIG (pequeno para a Idade gestacional) do
Centro de Nutrição Infantil de Foz Iguaçu (CENNI/FI). Métodos: estudo do tipo observacional transversal produzido no projeto integrador VII
do curso de graduação de Fisioterapia da Uniamérica, tendo como instrumento um questionário elaborado pelos autores, aplicado às mães de
15 lactentes, de ambos os gêneros com uma faixa etária dos seus primeiros dias de vida até os 12 meses de idade. Resultado: observou-se que
a incidência dos lactentes PIGs da puericultura correspondeu a 53,3% da amostra, os nasceram de parto tipo normal porém demorado,
necessitando de oxigênio ao nascimento( 40% ) e permanecendo em incubadora (66,6%), sendo que 26,6% destes lactentes continuam
muito abaixo do seu peso ideal para idade. Conclusão: sugerem-se novas pesquisas devido à escassez do assunto e ao numero reduzido da
amostra, e também a elaboração de uma cartilha explicativa sobre o desenvolvimento motor esperado para a idade que pode ser fornecida as
mães e ou responsáveis pelos lactentes que são acompanhados na no ambulatório de puericultura PIG, visando a prevenção do atraso motor,
cognitivo e sensorial do bebe, decorrente do baixo peso ao nascer e das possíveis intercorrências durante e após o parto.
O TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTE HOSPITALAR
Nayara do Nascimento
Maria Lúcia Pinheiro
Thuinie Medeiros Vilela Daros
Faculdade União das Américas
INTRODUÇÃO
O adoecimento faz parte da vida, todavia algumas doenças levam a hospitalização gerando impactos na vida das pessoas durante o
período de recuperação. Quando se trata de crianças e/ ou adolescentes hospitalizados, este impacto pode ser ainda maior, pois além da
saúde debilitada, a privação do convívio com os familiares, amigos, a impossibilidade de frequentar a escola e a imobilidade decorrente dos
tratamentos médicos, podem causar ansiedade, auto-estima baixa, insegurança, entre outros aspectos, que afetam significamente a
constituição da identidade das crianças/ ou adolescentes.
O sofrimento é grande e os pacientes precisam ultrapassar situações difíceis, pois alguns passam longo tempo com a dor e a
recuperação está intimamente ligada com o estado físico e emocional. Assim os profissionais que convivem com estas crianças observam que a
atividade pedagógica modifica o estado emocional e de saúde da criança. De modo geral a preocupação está intimamente ligada com o
retorno a vida escolar e a impossibilidade de prosseguir com os estudos juntamente com a turma n a qual estava inserido. Diante deste
contexto, a pedagogia hospitalar que já vem sido praticada no Brasil desde a década de 40, conquista ganha grande notoriedade devido aos
benefícios que o trabalho pedagógico tem alcançado na vida das crianças e dos adolescentes.
Neste sentido, o presente trabalho, é fruto de uma pesquisa qualitativa, de abordagem bibliográfica tem como intuito apresentar a
relevância do trabalho pedagógico em ambientes hospitalares chamando a atenção dos profisisonais da educação para a garantia da
contituidade do acompanhamentodo currículo escolar em ambientes hospitalares.
O presente estudo está ancorado nas pesquisas dos
autores da área da pedagogia hospitalar, como Fonseca (2000), Kuhlmann (2000), Camon (1988) e Entre outros.
OBJETIVOS
Expor a relevância do trabalho pedagógico em ambientes hospitalares chamando a atenção dos profissionais da educação para a garantia da
continuidade do acompanhamento do currículo escolar.
RESULTADOS
O aumento do número de crianças com necessidades de tratamentos hospitalares e com a permanência no ambiente hospitalar
devido suas enfermidades, criou-se em 2003 a Pedagogia Hospitalar; constatou-se ao longo do tempo e várias experiências que a criança
hospitalizada. De acordo com o ambiente hospitalar visando evitar que a criança tivesse prejuizos no aprendizado
e que influência no
currículo escolar.
Decorrente a necessidade de internamento o Pedagogo na área hospitalar tem a função de criar condições para o aprendizado da
criança porém sempre observando as condições adversas do ambiente, Assim as atenções também deve-se as práticas de higiene
pertinentes, tempo para a diversão é importante para o entretenimento da criança.
A pedagogia hospitalar, contribui para o aprendizado do aluno, possibilitando o aprendizado e aceitação da enfermidade, diminuíndo
a ansiedade, e proporcionando a alegria, energia, criatividade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atuação do pedagogo em ambiente hospitalar resulta na necessidade de atender crianças nas classes hospitalares e ou atendimento
domiciliar. A proposta é que esteja organizado enquanto classes hospitalares recursos a serem utilizados pelo pedagogo como: objetos de
manuseio lavável, precauções estas para que não haja nenhum tipo de contaminação. O trabalho do pedagogo dentro do hospital, contribui
para a criança internada e para os multiprofissionais existentes dentro do ambiente hospitalar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMON-ANGERAMI, Valdemar Augusto. A Psicologia no Hospital. Ed: São Paulo: Traço,1988.
FONSECA.Eneida Simões. Atendimento a classe hospitalar. O trabalho pedagógico-escolar. A Criança doente também estuda e aprende.
KUHLMANN ,JR,M.Infância e educação infantil: Uma abordagem histórica .Ed:São Paulo Porto alegre: Mediação, 2001.

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