- Agir e Calar
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CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO Ano XXXVII - Nº 1 - Edição 101 Junho de 2011 Festival Nacional da Canção Murialdina Entrevista: Ir. Augusto Rossi O Segredo da Felicidade PE. CELMO LAZZARI é ordenado bispo e assume no Equador 50 Anos do Colégio Murialdo POA Entrevista Ir. Augusto Rossi Cotidiano Editorial A VIDA É CHEIA DE OPORTUNDADES De forma diferente, todos procuram a felicidade, de preferência sem muito esforço e de forma rápida. Não faltam propostas. Quase todas são enganadoras. Aumentam as crenças, filosofias, organizações e até igrejas que garantem prosperidade econômica, bem estar e felicidade aqui e agora. Fala-se que o mundo é dos espertos que sabem aproveitar as oportunidades. O brilho da estrela guia do consumismo que sinaliza que a felicidade é logo ali, provoca correria às academias e aos institutos de beleza que prometem moldar e esculpir um corpo angelical, às concessionárias e os shopping que oferecem o objeto de desejo (carro, celular, roupa) que prometem preencher o vazio da casa, da garagem e, sobretudo do coração humano. No entanto, não obstante tantas oportunidades, percebe-se que a maioria dessas oportunidades são ameaças porque não tornam as pessoas e organizações mais felizes. Ao contrário, não poucas vezes, tantas compras são como que caixas erguidas uma sobre a outra, formando uma muralha que escondem a felicidade e aumentam a violência, a depressão, o cansaço, o bullying e o vazio, ninguém pode servir a dois senhores. Mas, então qual é o segredo da felicidade e o caminho a percorrer para encontrá-la? É o Evangelho das bem-aventuranças, aprendido na escola de Jesus, eu sou o caminho; a mística é o motor que move, anima, sustenta a caminhada; a família, maior célula viva da sociedade, é a primeira escola onde se ensina a caminhar nesta estrada; e a Igreja em células é um dos grandes meios para anunciar a boa notícia de Jesus, ide anunciar. Caro leitor! Tome esta revista em suas mãos. Nela você terá a oportunidade de aprofundar os temas anteriormente referidos; conhecerá alguém que aprendeu a arte de fazer amigos e um grupo de jovens que descobriu que somente a Deus vale a pena doar a vida. Não deixe de ler também as conclusões do ano vocacional e o elenco das músicas vencedores do Festival Nacional da Canção Murialdina. A vida é cheia de oportunidades, porém a verdadeira oportunidade é a que nos move em direção aos outros, com o coração misericordioso e solidário, essas são as oportunidades que nos tornam felizes. Venha conosco, precisamos continuamente soprar as brasas para reavivar a chama do bem e combater as ameaças da uma vida fácil e enganadora, próprias da geração líquida, eis que estou convosco. Fazer o bem e fazê-lo bem. Pe. Raimundo Pauletti Provincial Revista da Província Brasileira Josefinos de Murialdo Revisão Caren E. Isotton e Bernardete Chiesa Ano XXXVII - Edição 101 - Número 1 Junho de 2011 Editoração, Pré-impressão(CTP) e Impressão Gráfica Murialdo [email protected] Fone: (54) 3221.1422 Provincial Pe. Raimundo Pauletti Equipe Técnica Pe. Joacir Della Giustina Pe. Marcionei M. da Silva Nosso Endereço Casa Provincial - Rua Hércules Galló, 515 Centro - 95020.330 - Caxias do Sul (RS) Fone: (54) 3221.4711 www.josefinosdemurialdo.com.br Jornalista Responsável Bernardete Chiesa - MTb 10187 Atendimento ao Leitor [email protected] Projeto Gráfico Júlio César Rodrigues Bernardete Chiesa Tiragem 2.500 exemplares V Festival da Canção Murialdina Células de Evangelização Da catedral a selva Josefinos têm novo sacerdote Medidas Socioeducativas Stop Bullying Ano Vocacional Murialdo Capa Mística, o motor que move Formação Na escola de Jesus A família hoje O segredo da felicidade É bom estarmos aqui Marcas do que se foi Causas de Beatificação Ponto de Vista Sustentabilidade E agora José? Notícias Andrew Dumbya é ordenado sacerdote Novos diáconos Josefinos Sete jovens ingressam ao Noviciado Seminário da Criança e do Adolescente ANALAM realiza Congresso-Assembleia Conferência Interprovincial Pe. Marcionei lança CD Colégios lançam Guia da Família Na Casa do Pai - Pe. José Perona Dicas Dica de filme Dica de livro Curiosidades Radioatividade Reflexão Parábola da vaquinha 4 7 8 9 10 12 14 17 20 18 23 24 26 27 28 30 31 31 32 33 33 34 35 34 36 37 37 38 39 O conteúdo dos artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. 3 Foto: Bernardete Chiesa Ir. Augusto Rossi, um trabalhador incansável Ir. Augusto Rossi Amante da vida e da causa dos pobres Ir. Augusto Rossi, 82, religioso Josefino, natural de Caxias do Sul é o entrevistado desta edição do Agir&Calar. Amante da vida, com um círculo de amizade bem amplo, ele conta sua experiência de vida, trabalho, estudo, oração... Disse à Equipe de Redação que a vida de oração é um grande segredo para ser feliz. Uma pessoa espiritualizada tem mais facilidade para vencer obstáculos. Além disso, também quero dizer que sou uma pessoa apaixonada pelo viver. A&C: Fale sobre seu nascimento, sua família, local, etc... Nasci em 5ª Légua, Santa Corona, cerca de 4 Km do centro da Cidade de Caxias do Sul, era o dia 1º de dezembro de 1928. Sou filho de João Baptista Rossi e Maria Madalosso, das segundas núpcias de meu pai. Somos em 6 irmãos. Sou o 5º filho e gêmeo com Francisco. Quando eu tinha 41 dias de vida, meu pai veio a falecer acidentalmente. Mais tarde, depois de adulto, encontrei Socondo Isotton, o homicida involuntário, o qual perdoei pela morte de meu pai em nome de todos os irmãos. Quando me despedi, ele disse: esta eu nunca esperava. Vivíamos na colônia. 4 Estudei no Grupo Escolar em Santa Corona, sendo que, em 1935 fiz o 1º ano. No período em que morei na casa do tio Carlos Rossi, perto de Ana Rech, estudava na Escola Daltro Filho, em Santo Anselmo, a 2 Km de minha casa. Meus pais trabalhavam com parreiral e coisas da colônia. A&C: Como ficou conhecendo os Josefinos? Minha mãe faleceu em 3 de abril em 1936, quando tinha pouco mais de 7 anos. Com isso, fui morar na casa do meu tio Carlos Rossi. Eu perguntava onde era a Igreja, pois queria ir à missa e ao catecismo. Na catequese da ENTREVISTA com Ir. Augusto Rossi Paróquia de Ana Rech, tinha o Ir. Angelo Argenta e o Fr. Cornélio Todesco, catequistas e Josefinos de Murialdo. Conheci os Josefinos dessa forma. Fiz minha primeira comunhão em 9 de outubro de 1938, na Paróquia de N. Sra. De Caravaggio, de Ana Rech. Nesse mesmo ano, um mês depois, assisti a primeira ordenação de um Josefino. Era o italiano, Antonio Rech que viera ainda jovem e terminara seus estudos de Teologia em São Leopoldo, junto aos Jesuítas. fino? A&C: Por que quis ser Jose- Eu era um menino de 11 anos e costumava ajudar o Ir. Angelo nas lidas da roça, parreirais e animais. O Colégio Murialdo de Ana Rech se mantinha através das atividades agropecuárias. Então, comecei a gostar e admirar o trabalho dos Josefinos vendo e acompanhando o que eles faziam. Em 31 de agosto de 1941, com menos de 12 anos, entrei no Convento Della Santissima Trinita. Lembro que foi às 15h30min. Não esqueci porque era um sábado quando, às 16 horas, sempre tocava o sino anunciando que haveria missa no domingo. A&C: Por que não ser padre, e sim, irmão? Naquela época já me imaginava mais preparado, mais apto ou com mais desejo de estar a serviço dos superiores. Então, no dia 2 de fevereiro de 1942 fui para o Seminário de Fazenda Souza, recebido pelo Pe. João Schiavo, cuja causa de beatificação está tramitando em Roma. Naquele mesmo ano, fiz o curso preparatório ao alcance de todos. Em 1943 estaria entrando na primeira série do ginasial, quando acabei adoecendo e tive de parar de estudar. Ajudava na horta, na cozinha e na farmácia do Seminário. Também cuidava da limpeza do quarto do Pe. João Schiavo. Muitos dos objetos pessoais dele, eu os conheci e hoje se encontram no museu das Irmãs Murialdinas, em Fazenda Souza. Lá estão, inclusive, três boletins de meu desempenho escolar, assinados pelo Pe. João Schiavo, em 1943. A&C: Onde o senhor exerceu seu apostolado? Comecei em 1950 no Abrigo de Menores São José, atual Centro Técnico Social em Caxias do Sul, fundado em 1947. Ali trabalhava no setor de limpeza e manutenção geral. Estávamos implantando a Gráfica. Iniciei trabalhando com a Ir. Andrea Foglia e ensinávamos as artes gráficas aos meninos internos, preparando-os para o futuro. A Gráfica do Abrigo formou grandes profissionais que atuam na cidade e região, sempre com excelentes referências para a instituição. Foram os piores anos do Abrigo porque faltava de tudo e tínhamos iniciado as obras do Colégio com 4 andares nos anos de 1955 e 1956, precisamos pedir ajuda nas casas de Caxias, Galópolis e Flores da Cunha. A gente precisa se interessar e se dedicar com mais ênfase, de coração, à causa da evangelização Do Abrigo fui transferido para Porto Alegre, na Obra Social de São José de Murialdo, em 1º de março de 1957. Lá ajudei na abertura de uma nova gráfica da Congregação, e tive orgulho de ensinar o Caco Barcellos (jornalista e repórter da Rede Globo) na encadernação dos livros ouro. Fiz o curso de Enfermagem e de Técnico em Contabilidade. Em Porto Alegre, fiquei por 12 anos e em 2 de março de 1969, fui transferido para Araranguá SC. Trabalhei como tesoureiro do Colégio por 27 anos, dos 36 que lá permaneci. Interessante foi que, depois de 10 anos, a fiscalização do INSS, realizou uma auditoria geral na contabilidade do Colégio, não encontrando nenhuma falha ou erro. Recebi parabéns duas vezes: primeiro, por causa da organização e em segundo lugar, porque em 10 anos não havia engano ou diferença de nenhum centavo. Em 20 de março de 2005 vim para a Casa Provincial, em Caxias do Sul, onde sou arquivista, bibliotecário e gráfico com autorização e reconhecimento do MEC. A&C: Qual foi a experiência de apostolado que mais lhe marcou? O apostolado que mais marcou minha vida foi o período que passei em Araranguá, como tesoureiro do Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, depois de ter concluído, nesse mesmo Colégio, o curso de Técnico em Contabilidade. Além desse trabalho, também pude exercer as funções de arquivista e repógrafo do colégio e da província (como a revista Agir & Calar). Nos finais de semana exercia a função de Ministro da Palavra e da Eucaristia em comunidades carentes. Também atendia aos pobres que procuravam pelo Colégio. Junto ao governo estadual, especialmente na Secretaria da Educação, buscava recursos e formas que pudessem incluir crianças pobres no Colégio. A&C: Em Porto Alegre, o que o senhor fez mesmo? Em Porto Alegre pude me dedicar, antes de tudo, aos meus estudos. Fiz o antigo ginásio e depois iniciei o curso de Técnico em Contabilidade, isto no ano de 1966. Também fiz três cursos de enfermagem. Lembro que todo mundo queria fazer as injeções comigo porque elas doíam menos. Na obra São José de Murialdo, no bairro Partenon, trabalhávamos com crianças pobres. Nossos serviços eram de promoção através da educação escolar e de ensino profissionalizante. Trabalhávamos na aprendizagem de artes gráficas e industriais. Nessa obra acabei também sendo tesoureiro. Tinha a função de ajudar na manutenção financeira, o que não era fácil. O bairro era pobre e a obra também. A&C: E gráfica, o senhor entende disso? Entendo sim, porque fiz um curso profissionalizante de Artes Gráficas oferecido pelo Governo Federal, através do Ministério da Educação e Cultura. Havia uma unidade do Governo Federal em Porto Alegre, eu estava morando na comunidade Josefina daquela cidade. Foram 3 cursos nesta área: impressão, encadernação e douração. Foram 6 anos, com 36 exames. Devo dizer que fui muito persistente, éramos 5 Josefinos quando iniciamos o curso e somente eu consegui concluí-lo. No final, recebi o diploma de Gráfico, era então, um dia antes da viagem que fiz a Roma por ocasião da beatificação de São Leonardo Murialdo que aconteceu em 3 de novembro de 1963. ENTREVISTA com Ir. Augusto Rossi assim com os seminaristas, eu costumava sempre olhar no rosto, ver como moldá-los para o bem. Com isso, acabava conquistando amizades e ajudando as pessoas a projetarem suas vidas. Eu gosto de visitar os amigos, viajo também para isso. É importante um telefonema, entrar em contato, não desperdiçar oportunidades de reencontrá-los. É preciso, para ter bons amigos, interessar-se pela vida dos outros, se colocar no lugar deles, especialmente quando doentes ou com sofrimentos. A&C: Chegar aos 82 anos ainda tomando banho de mar... tem alguma mutreta nisso? A mutreta do banho de mar é esta: sei que tenho a pele muito sensível ao sol. Então, como gosto do banho de mar, levanto cedo e engano o sol. Quando ele aparece eu caio fora. Isso me ajuda a ter mais saúde. O banho da manhã é o do mar, e esse é o melhor. Nas férias de verão eu posso fazer esse tratamento. Outra coisa, não menos importante, é a vida de oração. Dar tempo para o encontro com Deus. Uma pessoa espiritualizada tem mais facilidade para vencer obstáculos. Além disso, também quero dizer que sou uma pessoa apaixonada pelo viver. Sou teimoso e desafio as doenças porque gosto de viver. A&C: O que tem a dizer para os confrades do Brasil e da Congregação? Eu penso que tem muitas coisas boas, por exemplo, as novas formas de apostolado, a presença no meio das crianças e dos jovens pobres. Gosto também quando se dá seriedade para o oração, os retiros e encontros. Mas existem algumas coisas que podem ser melhores. A gente precisa se interessar e se dedicar com mais ênfase, de coração, à causa da evangelização. A Igreja conta com a Congregação. Os desafios são maiores a cada dia que passa. O mundo avança e precisamos acompanhar os sinais dos tempos. Foto: Arquivo A&C: O Senhor sempre acompanhou os seminaristas em Araranguá e eles gostavam dessa relação. Qual o segredo? Sempre gostei muito de conviver com os seminaristas. Eu os ajudava nas dificuldades que encontravam. O primeiro grupo que veio para o Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, saiu do Seminário São José de Orleans, no ano de 1970. Moravam numa casa ao lado do Ginásio N. Sra. Mãe dos Homens. Era uma turminha muito boa. Costumava visitá-los seguidamente. Depois, a cada ano, vinham turmas novas. Em 1971 veio um grupo de Fazenda Souza, pois o Seminário de 2º Grau da Província tinha como sede, Araranguá. Ali cursavam o curso científico, muito forte e de referência no sul catarinense. Conversava muito com os seminaristas, de modo especial sobre as atitudes e comportamentos. Alguns trabalharam comigo, na tesouraria. A revista Agir & Calar por vários anos foi impressa e compilada lá no Colégio. Os seminaristas ajudavam nessa empreitada, como foi o caso do Pe. Vilcionei Baggio, que era um bom impressor. Costumava, inclusive, visitar as famílias desses seminaristas, onde fiz muitas amizades com pais e familiares. Eu gostava dessas visitas porque era uma forma de apoiar os vocacionados e conhecer melhor suas origens. Foi assim que acabei me aproximando dos compadres Vicente e Clara, em Braço do Norte. A&C: O Senhor é cidadão benemérito de Araranguá? Sim, recebi esse reconhecimento e homenagem através da Unisul Universidade do Sul Catarinense. Foi em 25 de novembro de 2004. Deveuse ao meu envolvimento na condução da instalação do campus em Araranguá. O Colégio Murialdo daquela cidade mobilizou-se também na garantia da área física para a unidade universitária, doando 16 hectares, no acesso às praias do Morro dos Conventos e do Balneário Arroio do Silva. A&C: E sobre os amigos? O Senhor tem muitos e por tudo o que é lugar, qual é o segredo? O segredo: é muito difícil ter bons amigos, mas não é impossível. Era 6 Ir. Augusto vistoriando as obras do Colégio Murialdo de Araranguá, onde trabalhou por 37 anos COTIDIANO Fotos: Marcelino Pauletti / Volga Pe. Marcionei Miguel da Silva CAXIAS DO SUL - RS o dia 14 de maio de 2011 foi realizado o V Festival Nacional da Canção Murialdina no Teatro Murialdo, contíguo ao Centro Técnico Social - CTS, em Caxias do Sul. Organizado pela Família de Murialdo (Josefinos, Murialdinas, Instituto Secular, Leigos Amigos de Muriado e AMA) o evento contou com a participação de 20 músicas (confira no site www.josefinosdemurialdo.com.br). A proposta vocacional do Festival está diretamente vinculada ao Ano Vocacional da Família de Murialdo, realizado entre 18 de maio de 2010 e 18 de maio de 2011. O encerramento do Ano Vocacional contou com um espaço privilegiado para a apresentação do Festival. O Teatro Murialdo, com a colaboração da comunidade do CTS e em sintonia com a Província, foi apresentado ao público com uma imponente estrutura, digna de um evento nacional organizado pela Família de Murialdo. O Teatro Murialdo, um dos mais completos Teatros de Caxias do Sul, com capacidade para 580 lugares, respirou alegria, vocação, emoção e agilidade técnica entre uma apresentação e outra. Na voz de competentes radialistas, o evento ganhou sonoridade e harmonia. A primeira canção da noite, nesse dia histórico, tanto para a Família de Murialdo quanto para o próprio Teatro Murialdo, foi apresentada pelo coordenador do V Festival, Pe. Marcionei. O mesmo lançou seu CD ORIGEM e cantou, de sua autoria, o hino do Ano Vocacional da Família de Murialdo Vem e Segue-me. As canções foram cantadas ao vivo, dando mais brilhantismo e realce aos cantores e interação da plateia. O corpo de jurados da mais alta qualidade avaliou as canções, uma vez que as cinco primeiras colocadas receberam prêmios e as 12 primeiras classificadas foram indicadas para fazer parte da gravação de um CD, tradição de nossos Festivais. Em breve será lançado o CD com as 12 melhores canções do V Festival. O nosso sincero agradecimento à Equipe do Ano Vocacional, bem como às pessoas envolvidas na organização do V Festival. O encerramento ocorreu com a apresentação do Hino do ISMUR (Instituto Secular Murialdo). As fotografias ficaram a cargo de Fotos Volga, nas lentes do já consagrado Marcelino Pauletti em grandes eventos de Província. Destacamos, de modo particular o grande incentivo dado pelos provinciais Pe. Raimundo Pauletti (Josefino), Ir. Regina Mânica (Murialdina), Moema Muricy (Instituto Secular Murialdo) e Sr. Carlos Mazzochi (representando os Leigos Amigos de Murialdo). Queremos agradecer, também, ao Pe. Joacir Della Giustina, representando a comunidade do CTS, que não mediu esforços para preparar o Teatro Murialdo para o Festival. Nosso agradecimento aos ecônomos Pe. Renato Fantin e Ir. Maristela Galiotto pelo incentivo e agilidade na parte das finanças e ainda tem estrada pela frente, pois o CD está chegando. Recebemos belíssimas manifestações de várias pessoas a respeito do Festival. Foi muito positivo o evento, bem como a iniciativa de se fazer esse colossal evento nos muros de nossas casas. Todos ficaram surpresos com a qualidade dos músicos e suas performances. Foi de alto nível e de excelente qualidade, o que muito engrandece a Família de Murialdo, considerando que a maioria dos músicos que se apresentaram faz parte da Rede Murialdo de Ensino, tanto dos Josefinos quanto das Murialdinas. Destaca-se, ainda, a qualidade das letras apresentadas. São verdadeiras poesias plenamente sintonizadas com o carisma de São Leonardo Murialdo e com a dinâmica vocacional desenvolvida durante o Ano Vocacional da Família de Murialdo. Agora é só aprender as canções para cantar com alma a mística da vocação do Ano Vocacional que agora se transforma em cultura vocacional. Pe. Marcionei Miguel da Silva Escritor, teólogo, compositor e mestre de noviços 7 Foto: Divulgação A&C SÃO PAULO o dia 30 de março comemoramos 3 anos da implantação da primeira célula protótipo em nossa comunidade da Paróquia São Benedito. Naquela época, 13 pessoas se reuniam semanalmente para cumprir os propósitos deste projeto: comunhão (ajudar e receber ajuda), exaltação (louvar e adorar a Deus), edificação (partilha da Palavra) e evangelismo (levar aos outros a mensagem de salvação e libertação de Jesus). Hoje, somos 29 células e todas as semanas temos aproximadamente 340 pessoas reunidas nas casas, dentro dos mesmos objetivos, desligando as televisões com seus apelos do mundo, silenciando as correrias do dia, encontrando outros irmãos que também vem matar sua sede de Deus e cumprir os mesmos propósitos de evangelização. Quando estas células se reúnem nas casas, uma bênção se estende pelo bairro. Adentramos territórios onde talvez a Palavra não estivesse sendo vivida, onde descrentes e afastados de Deus estão sendo convidados a beber destas águas. Saímos do nosso conforto e caminhamos como povo unido, na certeza de que, onde dois ou três estiverem reunidos em nome de Jesus, Ele ali está. Não é o bastante ficarmos somente nos reunindo, treinando, exercitando e orando, pedindo a Deus que os pecadores venham para a Igreja para conhecer a salvação, se não formos para o campo de batalha. A Palavra de Deus nos diz para levarmos a Palavra do Evangelho lá onde as pessoas estão, sedentas e famintas. E por isso a Igreja, através das células, 8 (pequenos grupos de relacionamento), vai se reunindo nas casas e cumprindo em campo, aquilo que há tanto tempo temos treinado e entendido ser a nossa missão. O inimigo treme de medo quando a Igreja cumpre o mandado do Senhor literalmente, pois ele vai perdendo seus espaços de ação. Nossos ambientes, nossas casas vão se tornando cada vez mais um território onde o governo foi entregue a Jesus, e onde Ele entra, vai limpando e eliminando tudo aquilo que não pertence a Ele, todo espaço que ainda está entregue nas mãos do inimigo. Queremos marcar o nosso terreno, nossas ruas, com o sinal da presença das nossas células nas casas. Queremos fazer crescer nesse espaço a graça do Senhor, a sua presença, o comprometimento de cada um com a Sua obra, o comprometimento com o irmão. Precisamos estender as nossas fronteiras, cumprir com o mandato de Jesus: Ide e fazei discípulos meus em todas as nações. (Mt 28,19). Todos fomos chamados para essa tarefa, temos recebido do Espírito Santo poder do alto para sermos testemunhas verdadeiras do evangelho. Não tenhamos medo, pois é Jesus quem nos diz: Coragem, eu venci o mundo (Jo 16,33). Pe. Juarez Dalan Pároco da Paróquia São Benedito Jaçanã - SP COTIDIANO Foto: Divulgação A&C Dom Celmo Lazzari EQUADOR D. Celmo na Comunidade de Napo Da catedral à selva ais de seis meses já se passaram desde que cheguei ao Equador e mais especificamente na Província de Napo (Missão Josefina). O tempo correu veloz: tudo é novidade a começar pelo fato de ter que aprender a ser Bispo. Ser o Pastor, mesmo de um pequeno rebanho como o do Vicariato Apostólico de Napo, ser, pastoralmente, o primeiro responsável deste povo é algo que continua inspirando-me um temor especial. São mais de 100 mil pessoas, agrupadas em algumas pequenas cidades, a maior delas Tena, com cerca de 25 mil habitantes e centenas de pequenas comunidades espalhadas pela floresta amazônica, normalmente à beira dos rios. Entre eles está o Rio Napo, que recolhe praticamente todas as águas da região e juntando-se a outros rios, contribui na formação do rio Amazonas, percorrendo antes 600 ou 800 km. Outros povoados nasceram à beira das estradas que estão sendo asfaltadas na região. No dia 29 de abril, foi inaugurado um aeroporto internacional a 40 km de Tena que é a capital da província onde poderão aterrisar aviões de qualquer porte. Espero poder utilizar esse aeroporto em minhas visitas ao Brasil, pois deveria dentre em breve receber vôos que chegam de Manaus. O povo católico está organizado em 17 paróquias com presença de sacerdote, outras áreas pastorais são assistidas por comunidades de irmãs religiosas, e uma área especial (Curaray, que visitei do dia 6 a 11 de abril), aonde só se chega de avião ou de canoa, e que é visitada no máximo duas vezes ao ano. Cada paróquia tem dezenas de pequenas comunidades que se reúnem em capelas de madeira ou nas escolas, aonde só se chega caminhando, pois estão no meio da selva. Ao todo somos 2 bispos, 22 sacerdotes (3 em asilo por idade ou por doença), dois irmãos religiosos josefinos com mais de 90 anos e 58 irmãs de sete congregações. A maioria do povo é kichua (índios) e os demais são descendentes de espanhóis e vindos de outras regiões do Equador. Graças a Deus há uma bonita integração entre brancos e índios, pois são pessoas muito pacíficas e acolhedoras. O maior desafio para mim é que os kichuas falam sua própria língua que não é o espanhol, mas tenho auxílio principalmente dos mais novos que se comunicam em espanhol e isto facilita a interação. Nestas pequenas comunidades no meio da floresta, quase sempre o sacerdote tem que se fazer acompanhar por um tradutor (catequista). Espero poder aprender um pouco de sua língua: estou estudando.Infelizmente, não temos muitos vocacionados, mas estamos trabalhando para descobrilos. Conto muito com vossas orações. Dificuldades não faltam, mas estou muito feliz de estar aqui trabalhando com este povo. Deus derrame suas mais generosas bênçãos sobre todos e sobre todas. Dom Celmo Lazzari Bispo de Napo - Equador 9 Fotos: Divulgação A&C COCAL DO SUL - SC Pe. Jucinei diante do bispo ordenante, Dom Jacinto Inácio Flach Josefinos de Murialdo têm novo sacerdote O espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Notícia aos pobres (Lc 4,18) 10 COTIDIANO Pe. Raimundo Pauletti dia 19 de março de 2011, festa de São José, ficará na história da Congregação, principalmente da Província Brasileira dos Josefinos de Murialdo. Pois o jovem Jucinei Vilpert foi ordenado sacerdote na Paróquia Nossa Senhora da Natividade de Cocal do Sul, SC. O bispo ordenante foi Dom Jacinto Inácio Flach. A ordenação foi precedida por uma semana de animação vocacional. A cerimônia foi acompanhada por dezenas de sacerdotes, muitos religiosos, vocacionados, familiares e amigos de Londrina, onde Jucinei realizou os estudos de Teologia e exerceu o diaconato. O evento mobilizou todas as comunidades da paróquia, promovendo grande participação na preparação e no dia da ordenação. O novo sacerdote nasceu no dia 05 de fevereiro de 1981, em Criciúma, SC. É o primeiro dos três filhos do casal Pedro Wilson Vilpert e de Nair Natal Vilpert. Ele mesmo diz como surgiu a vocação: Minha vocação surgiu da vivência familiar e comunitária junto à Pastoral da Juventude, grupos de novena e catequese. Participei dos coroinhas e da Pastoral Vocacional onde senti o chamado pelo Senhor da Messe para trabalhar em sua vinha. Aos 15 anos, em 1996, ingressou no Seminário São José de Orleans, SC, onde concluiu o Ensino Fundamental; frequentou o Ensino Médio em Araranguá, SC; em 2001, em Porto Alegre, fez o Postulado e iniciou os estudos de Filosofia; no ano seguinte fez o Noviciado em Caxias do Sul e emitiu a Primeira Profissão Religiosa; em 2004 concluiu os estudos de Filosofia em Porto Alegre; nos dois anos seguintes realizou o estágio pastoral (magistério) no Rio de Janeiro, RJ; em 2007 iniciou o curso de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Londrina, PR; no dia 21 de maio emitiu Profissão Perpétua na Congregação dos Josefinos de Murialdo e recebeu a ordem do diaconato, pela imposição das mãos de dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, no dia 22 de maio de 2010. Jucinei com seus pais, Nair e Pedro Wilson O jovem Jucinei, desde sua adolescência e durante toda sua formação em preparação ao sacerdote, sempre que pode, participou da Pastoral da Juventude. Traz no coração um carinho especial pelos jovens e sente-se comprometido por eles. Ao receber o dom do sacerdócio deixou esta mensagem: Jovens, façam de sua juventude a ocasião decisiva para definir sua vida. No seguimento de Jesus, sejam radicais, alegres, servidores. Vivam a comunidade. Vivam a família. Apaixonem-se por Jesus Cristo, sua palavra, sua vida, sua morte e sua ressurreição. Um grande abraço e a bênção de Deus e a proteção de São José. O Pe. Jucinei iniciou seu ministério sacerdotal na obra dos Josefinos de Murialdo em Ana Rech, Caxias do Sul, RS, atuando na Ação Social e Pastoral Paroquial, priorizando o setor da juventude. Ele escolheu como lema sacerdotal: O espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Notícia aos pobres (Lc 4,18). Pe. Raimundo Pauletti Provincial da Congregação de São José - Província Brasileira "Tome um sorriso e doe-o a quem nunca o recebeu. Tome um raio de sol e faça com que atinja lá onde reina a noite. Descubra uma fonte para banhar quem vive no barro. Derrame uma lágrima para colocá-la no rosto de quem nunca chorou. Tome sua coragem e coloque-a no espírito de quem não sabe lutar. Descubra a vida e narre-a a quem não consegue entendê-la. Pegue a esperança e viva na sua luz. Retome a bondade e doe-a a quem não sabe doar. Descubra o amor e faça o mundo conhecê-lo." (Gandhi) 11 - Vou começar na aula hoje um trabalho sobre cidadania... - E o que é cidadania para ti? - Dever. edro não hesitou nem por um instante antes de me responder sobre sua noção de cidadania. Aos 17, após cumprir medida socioeducativa privativa de liberdade por alguns anos, o adolescente demonstra não se sentir possuidor nem merecedor de direitos. Entendemos que cidadania se constrói na relação com o outro, a partir da reciprocidade, no convívio social, e que sua compreensão faz parte de todo processo educativo. No caso das medidas socioeducativas, a forma como são vivenciadas e significadas pelo adolescente é importante para a compreensão das consequências na vida da vítima desse ato praticado, e pela responsabilização do ato. E a maneira que colocamos em nossa prática diária a finalidade educativa das medidas socioeducativas, em especial as privativas de liberdade, é crucial para entendermos a contribuição na formação da cidadania, o reconhecimento de sujeitos de direitos nos adolescentes em conflito com a lei. Afinal, como se educa? Guareschi defende que a tarefa do educador é provocar a reflexão, levar o educando à produção de respostas para perguntas que nos desafiam, a empoderar-se dos saberes, através de uma educação, que, para ser verdadeira, tem que ser pessoal, autônoma e livre. Já o pedagogo Antônio Gomes da Costa afirma que educar é apostar no outro, tentar descobrir quem é o educando, o que sabe e o que traz consigo de bom, abrir espaços para que o próprio educando possa experimentar-se consigo e 12 com os outros. Quando pensamos na educação de adolescentes, somamos a isso um período já demarcado por experimentações e conflitos, uma vez que essa etapa é caracterizada como decisiva em nosso processo de desprendimento, que se inicia ainda no nascimento. Para Rassial, a adolescência implica na constituição de um lugar, através da passagem da família para o laço social, da infância para a vida adulta. Sua identidade será constituída à luz de novas identificações, suas referências deslocam-se do âmbito familiar para o social. Porém, enquanto sociedade cobramos posições e determinados comportamentos dos adolescentes, quando ao mesmo tempo delimitamos sua atuação, justificando sua falta de maturidade. Solicitamos sua responsabilização por seus atos, enquanto desqualificamos suas iniciativas em busca do reconhecimento e conquista da autonomia. No caso dos adolescentes aos quais foram atribuídos atos infracionais, as opiniões dividem-se, no entanto destacamos aqueles que defendem a aplicação das medidas socioeducativas em busca do aprender a viver em comunidade, à elaboração de uma nova forma de resolução de conflitos e aqueles que defendem a aplicação de uma sanção, a dimensão punitiva da medida, destacando seu caráter retributivo. Sabemos da presença do caráter punitivo da medida, porém defendemos sua finalidade como sendo educativa, conforme Afonso Armando Konzen destaca, pautada pela necessidade pedagógica do adolescente. Para isso, deve comprometer-se com a promoção de experiências de sociabilidade, permitindo a construção de projetos de vida pelo adolescente, instigando o protagonismo juvenil. Entretanto, é possível falar em educação quando falamos em privação de liberdade? O artigo 227 da Constituição Federal nos traz como dever da família, sociedade e Estado assegurar o direito à liberdade ao adolescente, ao mesmo tempo em que o quinto artigo da mesma Constituição demonstra que a privação de liberdade é caracterizada como pena. Afinal, qual pedagogia sustenta a privação de liberdade como instrumento educativo? Já na Convenção dos Direitos da Criança, de 1989, da qual o Brasil é signatário consta a privação de liberdade como medida de último recurso e com maior brevidade possível, assim como as Regras de Beijing (1985) dispõem sobre a proporcionalidade da reposta à infração às circunstâncias e gravidade dessa infração, mas também às circunstâncias e às necessidades do jovem e da sociedade. Enquanto necessidade expressa de constituição de um lugar na construção de identidade, podemos refletir na colaboração das medidas socioeducativas no desenvolvimento do adolescente em conflito com a lei. Quanto do adolescente se faz presente no Plano Individual de Execução das Medidas, durante a execução das mesmas? E quanto ainda reproduzimos a visão tutelar quando em nome da proteção e não mais do maior interesse dos jovens clamamos pela aplicação de medidas socioeducativas, confundindo a finalidade destas com a das medidas protetivas? consciência crítica, transformadora e de participação social, contribuindo para uma representação de si e do mundo. Atualmente estão inseridos seis jovens, de cinco municípios diferentes, com os quais trabalhamos através do diálogo e da tomada de consciência, com a participação democrática na co-gestão do planejamento do processo educativo, através de uma atividade exploratória na qual o educador participa criando espaços, acontecimentos que permitam a atividade reflexiva e um certo distanciamento crítico da realidade vigente. Assim, mais do que querer produzir respostas, tentamos suscitar mais questionamentos que deem conta da angústia que acompanha os trabalhadores da socioeducação. Devemos nos questionar qual nossa expectativa sobre os jovens que retornam ao convívio social e de que forma contribuímos para a formação de sujeitos com consciência crítica e conhecedores de seus direitos e deveres. Ou ainda, se estamos apenas reforçando o passado e fixando a identidade em formação desse adolescente em um ato anteriormente cometido, ao invés de valorizarmos sua experiência pessoal para agregar novos elementos à constituição de um lugar. Citando o promotor Elcio Resmini Meneses, se a retribuição pelo ato infracional permitir ao adolescente, reconhecendo sua autonomia, que aprenda a ser cidadão sujeito de direitos e obrigações, conforme a lei dita, terá dado importante passo para aceitação de sua finalidade educativa. Se analisarmos o exemplo de Pedro, percebemos que nossa caminhada ainda é longa... ...educar é apostar no outro, tentar descobrir quem é o educando, o que sabe e o que traz consigo... PROGRAMA RS SOCIOEDUCATIVO MURIALDO Foi nessa discussão que, em outubro de 2010 iniciaram as atividades do Programa RS Socioeducativo Murialdo, parceria entre o Centro Técnico Social Murialdo e a Secretaria de Justiça e dos Direitos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul, cujo objetivo é o acompanhamento e a inserção social dos adolescentes e jovens adultos egressos das medidas privativas de liberdade. Visando à qualificação da socioeducação no Estado e a promoção de um caminho de acolhida, cuidado, estímulo e construção de cidadania para os adolescentes, jovens e familiares dos 47 municípios da região de Caxias do Sul, através do desenvolvimento de ações de inserção social, cultural, escolar, profissional, esportiva e de lazer, construímos nossa proposta baseada na pedagogia como cuidado integral e base de uma formação de * O nome é fictício para proteger a identidade do adolescente. Fernanda Barbosa Miragem Coordenadora e Psicóloga do Programa RS Socioeducativo do CTS - Caxias do Sul - RS 13 O termo bullying, criado no início da década de 70 pelo sueco Dan Olweus , é proveniente de bully que na nossa língua portuguesa tem o significado de valentão, tirano, brigão, aquele que intimida, amedronta. Estudo feito no Brasil pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA) oferece ainda a seguinte definição: O termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.....algumas ações que podem estar presentes: colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, encarnar, sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences. O bullying é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola. As escolas que não admitem a ocorrência de bullying entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo. COTIDIANO Poliana Carla Molon á cerca de uma década, inúmeros autores apontam o bullying como o mais intenso problema batendo à porta de nossas escolas em todo o mundo. Apenas no último trimestre, no Brasil, o assunto virou notícia e foi capa de revistas semanais, jornais de TV, lançamentos de livros e, claro, discussões e indagações dentro e fora do ambiente escolar, envolvendo pais, mães, professores e alunos. ...jamais podemos perder de vista que tolerar o intolerável e justificar o injustificável são posturas de extremo desrespeito para com a maioria absoluta da humanidade, que batalha todos os dias por um mundo melhor e menos violento. (Silva, 2010 p.53) fácil acesso ao mundo das drogas, ao narcotráfico, à pornografia e ao sexo virtual. Diante deste cenário de mudanças, conflitos e inverdades desta nova sociedade como um todo, estão as instituições familiares e escolares. Nas três últimas décadas, aconteceu uma transformação que modificou e revolucionou a instituição família. Atingindo a convivência e a composição familiar e alterando, em muitos casos, os comportamentos das crianças e jovens. ...é justamente a omissão educacional dos pais em situações-chave que produz os conflitos familiares....educar é confrontar os filhos com as regras e os limites, além de fornecer-lhes condições para que possam aprender a tolerar e enfrentar as frustrações do cotidiano. (Silva, 2010 p.62) Vivemos numa época em que as mudanças ocorrem em ritmo acelerado, tudo ao nosso redor, Porém, é bom lembrar que na primeira metade relacionamentos, famílias e até valores e princípios do século XX era prática comum entre pais e mães mostram a tendência ao fluxo, à mudança, à momena cobrança de regras rígidas e até taneidade e a ser descartável. Desta mesmo dos castigos físicos como forma, dificulta a consolidação de Se essa criança se forma de evitar comportamentos mal referências na formação da criança e Já por volta da década conhece e gosta de adequados. do adolescente, dificulta a formação de 60 aconteceu o contrário: para do ser humano. como é, consegue que não se traumatizasse os Por tudo isso é que Zygmunt pequenos e jovens, houve uma Bauman utiliza o termo liquidez, para manifestar sentimentos evasão desta prática, vivendo-se caracterizar o estado da sociedade e pensamentos de com a ausência total das regras de pós-moderna. Assim como os líquidos, maneira equilibrada boa convivência e educação. ela se caracteriza pela incapacidade Com esta prática houve um de manter a forma, de solidificar esvaziamento da função de costumes, hábitos e até mesmo verdades. Em tempos autoridade de pai e mãe. Atualmente, busca-se o líquidos, como os que vivemos hoje, os medos e as equilíbrio. Buscam-se formas de educar as crianças incertezas são comuns na vida de todos os indivíduos. e jovens que as considerem como pessoas em Toda essa liquidez no mundo acarretou um desenvolvimento e capazes de serem responsáveis, aumento bastante significativo na falta de qualidade autoconfiantes e inteligentes. dos relacionamentos humanos. Gerando uma nova Para tanto, pais, mães e educadores precisam cultura. A cultura da violência. internalizar a necessidade de conhecer o desenAumento da violência social, onde se volvimento de seus filhos e alunos, reconhecer suas nota o desemprego, a desigualdade e o mudanças de comportamentos e de atitudes, desenaumento do número de famílias vivendo em volver o senso de responsabilidade e autonomia e situação de vulnerabilidade social. Aumento manter a capacidade de dialogar. da violência simbólica (perversidade), aquela Também temos a escola, com sua função transmitida através dos meios de comuniprimeira que é manter a criança e o adolescente em cação, gerando um consumismo desneconstante contato com objetos de aprendizagem para cessário, principalmente para as crianças que que explorem suas habilidades e competências e jovens. a fim de construir conhecimentos. Também é notável o aumento da Mas, também é a mesma escola, onde se violência doméstica, através dos maus desenrolam as relações interpessoais, onde se formam tratos, abandonos e abusos. Logo, cresceu os vínculos de amizade entre seus pares, onde se também a prostituição infantil, a pedofilia tem a presença do melhor amigo, da melhor amiga, e a erotização da infância. Sem se falar do 15 onde há um aumento do convívio social. E, onde infelizmente também, tem se verificado o maior índice de bullying entre crianças, adolescentes e jovens. O fato é que o bullying é diferente daquela brincadeirinha inocente sem intenção de magoar. Também não é um ato de violência pontual, de troca de ofensas numa briga, de implicância....mas a principal característica é que a agressão (física ou moral) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Há também que se alertar que a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constragedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. (Revista Nova Escola, p.68/junho 2011) É por volta dos 10 ou 12 anos, que a criança passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. Também é neste período da vida que ela aprende a lidar com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar. (Revista Nova Escola, p.69/junho 2011) Há que se alertar também para a diferença entre indisciplina e bullying Após este período, quando já está na adolescência, aparece a necessidade de pertencer a um grupo. E, infelizmente, neste período de vida, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro, uso de óculos, tirar notas boas na escola), para ser provocado. E, muitas vezes as provocações vão além do físico (bater, chutar, beliscar). Passam pela violência verbal (apelidar, xingar, discriminar) e violência sexual (abusar, assediar, insinuar). Ainda há casos de violência psicológica (excluir, amedrontar, aterrorizar, dominar), violência material (estragar os pertencer, furto e roubo). E, mais recentemente, devido ao excessivo uso de tecnologias diversas, há a violência virtual (discriminar, difamar e humilhar). Em se tratando do ambiente escolar, há que se alertar também para a diferença entre indisciplina e bullying. A primeira pode ser caracterizada por aquelas ações onde o aluno desrespeita ou descumpre as normas de convivência da escola. Nestes casos, há o cumprimento daquelas ações previstas no regimento interno de cada organização escolar a fim de reeducar 16 a prática deste aluno. Normalmente as situações de bullying não envolvem apenas a vítima. Há também os agressores e aqueles que testemunham o acontecido. Para todos os envolvidos, independente do grau de responsabilidade, gera-se um clima de sofrimento, dor e angústia. Por isso também, que na escola, a prevenção deve ser meta educativa, porque apenas a intervenção não é suficiente. Sendo necessária a parceria entre pais, mães e educadores, além da observação atenta dos comportamentos e da vida social dos filhos fora e dentro do ambiente escolar. Também os pais devem tomar conhecimento dos registros escolares de seus filhos através do contato com a escola ou da agenda escolar, participar da programação da escola como palestras e cursos de pais. Devido ao aumento do uso das tecnologias, pais e mães devem ainda monitorar o uso desses equipamentos e ficar em alerta para mudanças na saúde física e emocional, como mudanças de comportamento, mantendo as combinações em relação aos limites e rotinas de seus filhos e filhas. O Colégio Murialdo Caxias, a partir da premissa de São Leonardo Murialdo - devemos estar atento aos sinais dos tempos e da prática de ações preventivas, vem oportunizando espaços para tal. Já no início de seu ano letivo, propiciou formação teórica a seus professores divididos por níveis de ensino, palestra aos pais e a partir, deste mês, será a vez dos alunos de diferentes séries e idades abordarem o assunto com a profissional da área da Psicologia, dentro do Projeto Stop Bullying. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: Revista Nova Escola, junho e junho/2011 p. 68-73 Revista Veja, abril 2011 p. 90-95 Mentes Perigosas nas Escolas Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva Ed. Fontanar/2010 Educação Saudável Filhos Felizes Autora: Cynthia Granja Prada Ed. Vozes/2007 Educar para Ser Autora: Maria Augusta Sanches Rossini Ed. Vozes/2010 Comunique-se com seu filho: 6 a 11 anos/ adolescente Autor: Antoine Alameda Ed. Vozes/2008 Bullying: O Pesadelo da Escola Autor: Marcos Rolim Ed. Dom Quixote/ 2010 Poliana Carla Molon Coordenadora Pedagógica Séries Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio Murialdo - Caxias do Sul - RS COTIDIANO Pe. Márcio Benevides Ano Vocacional vida é, em primeiro lugar, um dom, verdadeiro presente. A principal escolha, que cabe a cada um, é de como viver esse dom, o que fazer da própria vida. Esta é a primeira vocação humana: o chamado à vida. Quando assumimos a vida como dom, como chamado de Deus, e respondemos cuidando dela, estamos dizendo sim ao Criador. Não escolhemos nascer, mas podemos escolher como viver. Somos livres para cuidar de nós e do mundo. Somos livres para amar e construir relações verdadeiras com as pessoas. Somos livres para nos comunicar com Deus. Dizer sim à vida é a principal vocação do ser humano. Assim como a vida, o batismo é um dom que Deus nos oferece por meio de seu filho Jesus Cristo. É também um chamado à santidade. Jesus diz no evangelho: Sede santos como vosso Pai do céu é santo (Mt 5,48). O sonho deste Ano Vocacional Murialdino era o de tornar concreta a proposta de João Paulo II, ajudando a Família de Murialdo a ter, de fato, uma fisionomia vocacional; um povo convocado pela Trindade para o serviço em favor da vida, da humanidade, de modo particular das crianças e jovens que são excluídos, com os quais Cristo quis se identificar (cf. Mt 25,31-46). Disso brotará um outro elemento fundamental para a vitalidade da FdM: a convicção de que todos os batizados, sem exceção, são responsáveis pelo cuidado com as vocações. Disso surgirá a paixão pelo anúncio da Palavra, suscitando na Igreja uma nova missionariedade, que não poderá ser delegada a um grupo de especialistas, mas deverá corresponsabilizar todos os membros do povo de Deus (NMI, 40). Em 18 de maio de 2010 iniciamos o nosso Ano Vocacional Murialdino afirmando que o importante é semear, e semeamos muito durante todo esse fecundo tempo de reflexão, oração, e renovação da própria convicção vocacional. Foi um ano de muito empenho na causa vocacional, realizando inúmeros trabalhos em escolas, grupos de jovens, Obras Sociais, Paróquias e indo também ao encontro da juventude nos novos areópagos juvenis: sites, Orkut, blog`s, twiter`s, e-mail`s, rádios, webtv`s. Como Família de Murialdo caminhamos juntos possibilitando um renovar de nós mesmos em comunhão de oração e vida, por isso agradecemos a cada um: Sacerdote, Consagrado, Consagrada e Leigo que fez comunhão com essa missão vital que é promover a causa vocacional, aliás, trabalhar por essa causa equivale é levar sangue novo à Igreja e à Família de Murialdo. Em 18 de maio de 2011 finalizamos o nosso Ano Vocacional Murialdino reafirmando que o importante é semear, e semear com o empenho da própria vida, o valor da vocação. Dóceis ao divino Espírito, continuemos cultivando com responsabilidade as vocações que nos procuram, com os critérios necessários para afrontar as pseudo vocações que, porventura se apresentarem em nossas portas. Amar as vocações é prezar pela qualidade das mesmas. Que o sino Murialdino continue a tocar em nossas comunidades lembrando-nos o compromisso do cultivo vocacional! Pe. Márcio Benevides Membro do SAV e Mestre do Postulado - Londrina - PR 17 FORMAÇÃO Pe. Antonio Lauri de Souza NA ESCOLA DE JE Por uma espiritualidade de São Leona omos, na maioria, provenientes de famílias de tradição cristã. Nelas experimentamos, até décadas atrás, a oração, o terço, as práticas devocionais e, onde era possível, a missa dominical e a recepção dos sacramentos. Estas origens favoreceram a assumir os valores cristãos presentes no Evangelho de Jesus e testemunhados pela vida espiritual simples da família, e em parte, pelas comunidades em geral. Parece-nos, entretanto, que este cristianismo herdado da tradição, também trouxe limitações. Nossas práticas religiosas eram muito automáticas e rotineiras, a participação religiosa poderia acontecer por motivações e conveniências sociais, a catequese tinha por base mais conceitos do que vivências Tudo isso nos pode ter privado da riqueza da comoção, do entusiasmo e da alegria pelo encontro pessoal com Jesus. Esta é a mais séria consequência. Nossa fé em Jesus pode, portanto, carecer de uma relação pessoal com Ele. Corremos o risco de sermos cristãos não convertidos. E isto é dramático e paradoxal! Ao confessarmos que cremos em Jesus Cristo, Filho Único do Pai, nosso Senhor e Salvador, podemos permanecer enraizados no enunciado do dogma, sem dar o salto espiritual. A afirmação permaneceu com um conceito estático e formal. Não atingiu a vida, como ela é, nos seus sonhos, alegrias, graça, esperança e também limites, decepções, doenças, pecados, enfim com toda a sua imprevisibilidade em campo pessoal, comunitário e social. A noção não baixou para o chão das nossas vivências. O salto espiritual, por sua vez, acontece quando tomamos consciência de que estamos inseridos no mistério de Jesus Cristo e experimentamos um caminho de conformação com Ele a ponto de adquirir os seus traços, isto é, de nos assemelharmos a Ele, assumindo seus sentimentos e atitudes. Não parece ser vã pretensão! É caminho a ser percorrido com a permanente ação do Espírito, a ser implorado com constantes gemidos. São Paulo não hesitou em afirmar, depois de tantas idas e vindas, de provas, sofrimentos e consolações: Fui crucificado com Cristo, já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim! ( Gal2,19b-20a) A canção do Pe. Zezinho diz: Amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentia . Isto não parece ser um jogo de palavras que o padre escreveu e cantou para emocionar, e sim um projeto de vida centrado em Jesus Cristo. Este caminho de conformação a Jesus Cristo acontece numa dinâmica relacional. Nossos encontros por vezes são frustrados e frustrantes porque nossos conceitos e preconceitos criam barreiras nas relações. Distanciam em vez de aproximar. Os desejos confessados ou escondidos são estes obstáculos. Quando Jesus ensina seus discípulos, este tema aparece, e às vezes, em tons bem carregados. Ele fala da sua relação amorosa com o Pai (Jo 14) e de como deve ser a relação fraterna entre eles (Mc 10, 35-45) . Se desejarmos entrar e viver em comunhão com Ele, o centro será ELE, não se pode mais ter o eu como centro, junto com meus interesses, minhas exigências, meus caprichos. O caminho de uma relação pessoal com Jesus vai acontecendo no descentrar-se de si para centrar-se Nele. A fonte de onde brota a água viva, capaz de saciar nossa sede de relação e encontro com Jesus, é a Palavra da Escritura. Ao lermos diariamente uma página da Bíblia, e particularmente dos Evangelhos, podemos colher as mensagens e trazê-las como parâmetros de comportamentos éticos e morais. Tudo isso é importante e necessário. Porém, mais rico será, pela meditação e oração, transportar nossas vivências passadas e atuais para o texto e dentro dele colher os sentimentos dos autores da Escritura, das comunidades onde foram escritas e principalmente do próprio Senhor que falou e que agora nos dirige a palavra. Trata-se de deixar a Palavra falar, deixar que ela seja o centro, a fonte que mata a sede e a luz que ilumina. Vida e Palavra são, portanto, o lugar do encontro com Jesus. A vida se torna: lugar do deserto e vitória sobre o tentador (Mt 4, 1-11); Monte e Planície das Bemaventuranças (Mt 5-7, Lc 6,20-23); lugar de curas (Mc 1,29-34...); da compaixão pelo povo e da multiplicação dos pães (Mc 6,30-44); poço da samaritana (Jo 4,1-42); o Bom Samaritano (Lc10,25-37); Pai misericordioso (Lc 15,1-32); lugar de oração (Lc 11,1-13...); decisão para Se desejarmos entrar e viver em comunhão com Ele, o centro será ELE, não se pode mais ter o eu como centro 18 ESUS ardo Murialdo subir a Jerusalém (Lc 9,51-21); Paixão, Calvário e Cruz (Mc14,32-15,47); Ressurreição (Lc 24, 1-12); Caminho de Emaús (Lc24,13-35) Isto acontece quando, pela ação do Espírito em cada um destes lugares e de todos aqueles dos Evangelhos, vamos prestando atenção a Jesus que falou e fala, agiu e age, percebendo seus sentimentos, suas reações e atitudes... Quando escutamos e respondemos à sua proposta de diálogo e deixamonos guiar por Ele até o mais profundo de nós mesmos, sem medo dos maridos e mulheres (ídolos) que tivemos e temos, de nossas cegueiras, das quedas nas tentações, quando Ele foi vencedor, de nosso desejo de posse e poder, de nossos medos e decepções, do sofrimento e cruzes Tudo isso Ele conhece e sabe, mas é sempre acolhedor e misericordioso. A Palavra é comunicação, é diálogo. No caminho do discipulado de Jesus Cristo, andando junto com Ele, o discípulo faz a experiência do Mestre, senta-se a seus pés, reza com ele, vê a multidão dos esfarrapados, sente compaixão, entra em confronto com seus opositores; aprende, ensina, corrige; come com ele, e finalmente toma a firme decisão de partir para Jerusalém, onde lhe espera a cruz-ressurreição. Não é um percurso poético aquele de Jesus e dos discípulos, e nem se dirigiam a um lugar idílico. É um caminho fadigoso, responsável, mas, sobretudo, carregado de entusiasmo e esperança. Numa frase, o caminho da configuração com Jesus Cristo acontece quando formos capazes de estender-lhe as mãos quando Ele nos pede de beber, isto é, quando estivermos atentos aos seus gestos e não nos escusarmos quando Ele se apresenta desejoso de entrar em relação-comunhão conosco; quando nos deixamos amar por Ele e assim nos tornamos amantes do Amado. Quando São Leonardo Murialdo exclama: Deus me ama. É verdade, Deus me ama! Ele me ama com um amor tão grande, tão perfeito que é igual a Ele, infinito, eterno (Test. Espir.). Que alegria! Que consolação!. Voltando-se para o Senhor ele diz: Tu me amas com todo o teu ser (Test. Espir.). Quando ele se recorda daquela confissão com a qual reinicia um novo caminho, ele diz: Oh! como naquela oportunidade sensivelmente percebi tua infinita misericórdia (Test. Espir.). São afirmações que brotam do fundo da alma. Partem de uma experiência vivida, de um encontro pessoal e amoroso com o Senhor, vivenciados no passado e na sua existência atual. Ele exclamou de coração! O que aprendeu na vivência familiar, no colégio, na Bíblia e nos estudos teológicos, o transformou por dentro, pois ele se deixou absorver pela Palavra. Experimentou, desde cedo, a mão providente e misericordiosa do Senhor que o tirou de Savona, quase como que fazendo um êxodo do Egito. A partir daí, Deus continuou fazendo com ele um itinerário amoroso. E Murialdo soube ser dócil a esta ação divina em todos os acontecimentos e iniciativas de sua vida, tirando dela as consequências. A palavra nele se fez carne! Padre José Fossati afirma que a experiência da misericórdia de Deus, vivida por Murialdo, o conduziu a ser misericordioso com os jovens pobres e abandonados, vivendo o ensinamento de Jesus: Sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso (Lc 6,36). Esta dedicação não nascia principalmente de uma exigência social, mas, sobretudo, evangélica. Nosso Santo Fundador, portanto, assimilou o modo de ser de Jesus. A exigência de agir no social decorreu do olhar a realidade com os olhos de Jesus. Murialdo colocou a Palavra no coração, nas mãos e nos pés, isto é, na vida. Não caiu no engodo de entender e fazer da meditação e da oração somente uma ação cerebral desconectada da vida. As tradições que Murialdo trouxe da sua formação, não paralisaram seu crescimento porque ele foi capaz de aceitar a conversão oferecida pela misericórdia de Deus, colocando Jesus no centro de sua vida. Pe. Antonio Lauri de Souza Conselheiro Provincial Fazenda Souza - Caxias do Sul - RS 19 A semana santa (paixão, morte e ressurreição de Jesus) revela a imensidão do amor de Deus. O seu amor é derramado abundantemente em nossos corações, no coração de cada um de seus filhos, pois Ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos (Mt 5,45). A caminhada terrena de Jesus está impregnada e repleta de gestos concretos do amor de Deus. E esse amor tem endereço certo: o coração de todos os seus filhos e filhas. Ninguém é excluído. Para o agricultor parece ser apenas um outro dia de duro trabalho braçal no cansativo ritmo do campo. O tempo passa lentamente. Mas, repentinamente, o boi para e começa a dar puxões teimosos. O arado bate em algum cepo que impede de continuar a abrir o sulco na terra. Com esforço puxa o arado para trás e o arranca da terra. Outra tentativa mostra-se igualmente infrutífera, independente da força 20 do boi. O homem empurra o arado primitivo para o lado. Com as próprias mãos cava furiosamente a terra, que voa para todos os lados. Por fim, o camponês percebe uma alça e tira um grande baú do chão. Tremendo, ele puxa com força a alça do baú. Fica petrificado. Solta um grande grito que faz o boi piscar. Ansiosamente abre o baú que está cheio até a tampa de moedas e joias, prata e ouro. Ele remexe o tesouro deixando escorrer por entre os dedos as moedas preciosas. Está extasiado, suspirando com enorme dificuldade. Como isso foi parar no campo? Furtivamente, olha em volta para ver se alguém o estava observando. Satisfeito por estar sozinho, volta a enterrar o baú e faz um sulco raso na superfície. Com o arado coloca uma pedra grande no local como marcador e continua arando o campo. CAPA Pe. Vilcionei Baggio O amor de Deus foi derramado em nossos corações Rm 5,5 21 CAPA Pe. Vilcionei Baggio Mas o dia já não é mais o mesmo. Ele está profundamente afetado pela esplêndida descoberta. Não consegue mais pensar no trabalho a ser feito durante o dia sem se distrair, nem dormir sem se perturbar à noite. Na verdade um único pensamento o controla: o campo precisa tornar-se sua propriedade. Como assalariado é impossível para ele se apossar do tesouro enterrado. Onde vai conseguir o dinheiro para comprar o campo? Ele começa a vender tudo o que possui. Consegue um preço justo por sua casa e o gado que conseguiu adquirir. Conversa com amigos, parentes e conhecidos e toma emprestadas somas significativas. O proprietário está deliciado com o preço oferecido pelo comprador e o vende ao camponês sem pensar duas vezes. A esposa do novo proprietário está furiosa. Seus filhos estão inconsoláveis. Seus amigos o censuram publicamente. Seus vizinhos olham para ele e pensam: ele ficou tempo demais debaixo do sol. Mas o camponês está firme e decidido; e isso os deixa impressionados. Contudo o camponês permanece sereno, até mesmo alegre, em face da oposição que encontra em todos os lugares. Ele se alegra somente em pensar nos resultados. O valor do tesouro é incalculável. Finalmente, ele consegue se apropriar do campo; com o tesouro consegue quitar todas as suas dívidas e o, outrora, assalariado é agora dono de uma fortuna. Parabenizado por seus amigos, agraciado pela esposa e admirado pelos filhos, ele possui sua vida assegurada. O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra, e o mantém escondido. Transbordante de alegria, ele vai, vende todos os seus bens, e compra aquele campo (Mt 13,44). O camponês é tomado por uma grande alegria por sua descoberta; ela toma conta de seu ser, o arrebata, penetra-lhe no íntimo. Tudo o mais parece inútil comparado àquele valor extraordinário. Joaquim Jeremias afirma: a ideia clara na parábola não é o que o homem abre mão, mas a razão para assim fazê-lo: a esmagadora experiência de sua descoberta. Assim é com o Reino de Deus. O efeito da boa nova é irresistível; enche o coração de felicidade; muda completamente a direção da vida de uma pessoa e produz o mais sincero sacrifício próprio. O Reino de Deus é o tesouro de todos os cristãos; tudo o mais será dado por acréscimo se o Reino for buscado em primeiro lugar (cf. Mt 6,33). Uma coisa, então, é descobrir o tesouro e outra, bem diferente, é requerê-lo como propriedade por uma determinação implacável e esforço pessoal tenaz. A meu ver, este é o ponto crucial entre a pessoa mística e aquela que sabe do valor da experiência, mas não consegue traduzir isso em sua vida no cotidiano. O místico é aquele que tem coragem de tomar posse do tesouro e deixar tudo o que for secundário, devido a esmagadora experiência que ele faz do amor de Deus; ele é capaz de vender tudo o que possui para adquirir o verdadeiro tesouro. Foi assim a vida dos grandes místicos e santos da Igreja. Quando o amor de Deus inundou suas almas, suas vidas foram transformadas para sempre. Infelizmente isso não é fácil de acontecer. A mesquinhez de nossa vida é devida, em grande parte, à fascinação com as bijuterias e quinquilharias do mundo irreal: busca por poder, segurança, prazer, bem-estar, sucesso. Não conseguimos separar o indispensável do dispensável. E quando não somos profundamente afetados pelo tesouro ao nosso alcance, a apatia e a mediocridade são inevitáveis (Manning). No frenesi de nossa correria diária, na barulheira de nossas vidas não temos tempo e tampouco oportunidade para ouvir a voz do Pai. Deus grita conosco, mas o barulho ao nosso redor impede que ouçamos sua voz. E o mais grave: encontramos respostas e desculpas para tudo; é a famosa racionalização. Não podemos esquecer que satanás é um grande ilusionista. Ele encobre a inverdade com um verniz muito bonito e faz com que passemos a dar importância àquilo que não possui importância alguma. Segundo Jean Danielou a verdade consiste no ato de a mente dar às coisas a importância que têm na realidade. A verdade que deixamos de perceber claramente é que somos filhos e filhas amados e amadas do Pai: este é o meu filho amado... (Lc 3,22). É na aceitação dessa verdade e mergulhados no infinito amor do Pai que o místico pode proclamar: eu sou amado e isso é suficiente. Por isso que Jesus proclama: o meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou (Jo 4,34; cf. Lc 22,42; Jo 14,10). O coração de Deus é o esconderijo do místico, um forte e protetor espaço onde Deus está próximo, onde a relação é renovada, onde a confiança, o amor e a auto-consciência nunca morrem, mas são continuamente reacesos. Quando o místico conhece o amor de Jesus Cristo nada mais no mundo parecerá belo ou desejável. Dentre tantos exemplos da vida cristã, um dos mais emblemáticos é o de São Francisco de Assis. Ele afirmou: O Senhor me disse que desejava que eu fosse um louco de um tipo jamais visto antes. E de fato, foi. Diz sua biografia que numa manhã chuvosa ele se aproximou da praça onde ficava a igreja da aldeia. Uma multidão o seguia cantando: Santo, santo, o santo de Deus. Os aldeões sabiam que o padre local não levava uma vida de retidão moral. Quando Francisco chegou à praça, aconteceu de o padre sair da igreja. A multidão observava num silêncio tenso. O que faria Francisco? Denunciaria o padre pelo escândalo que provocava? Pregaria aos aldeões sobre a natureza da fragilidade humana e a necessidade de compaixão? Simplesmente ignoraria o padre e continuaria seu caminho? Francisco deu um passo adiante, ajoelhou na lama, tomou a mão do padre e beijou-a. Isso foi tudo. Concluo com as palavras proféticas do Senhor a Margery Kempe: mais agradável a mim do que todas as suas orações, penitências e boas obras é que você acredite que Eu a amo. O místico é aquele que tem coragem de tomar posse do tesouro e deixar tudo o que for secundário 22 Bibliografia: B. Manning. Convite a Loucura M. Maçaneiro. Mística apontamentos pessoais H. Nouwen. Viver é ser amado J. Jeremias. As parábolas de Jesus Pe. Vilcionei Baggio Religioso Josefino, psicólogo e diretor administrativo do Colégio Murialdo - Araranguá (SC) P.S. - Um agradecimento especial para a professora Nelise Andréia Bortoloto Kleveston. FORMAÇÃO Pe. Marcionei Miguel da Silva principal célula viva da sociedade é a família. Defendemos os direitos humanos, os princípios éticos cristãos, a dignidade da vida, o amor e o perdão. Numa sociedade marcada pela doença do consumismo, individualismo e relativismo, acentuamos a família como paradigma para os dias de hoje. Não podemos entender a família como um simples amontoado de gente que se encontra para ver novela; tampouco um grupo que faz eventos esporádicos ao redor de uma churrasqueira. O conceito de família, hoje, está ampliado. Faz-se várias leituras sobre essa realidade. Nós acreditamos na família que é capaz de criar laços, abrir-se ao dom da vida e educar para o amor e a justiça. O princípio da fraternidade torna-se um paradigma vinculante, quando se considera as relações nas suas diferentes dinâmicas existenciais fragilizadas. A sociedade está sendo tecida nas diferenças educacionais marcadas pela escola, religião, música, cultura, internet, pelo shopping, lazer e esporte. Vive-se uma adolescentização da vida em nosso tempo, onde se fala sobre mudança de época e fragilização da vida adulta. As responsabilidades são adiadas, as famílias, relativizadas; as propostas da mídia, acolhidas; e o senso crítico é esmagado pela informação de massa. Vive-se o tempo dos grandes eventos, dos mega-eventos, dos grandes heróis. Enquanto isso os problemas continuam. A família, hoje, exige equilíbrio, limites, orientação, formação humano-cristã, fidelidade, educação integral, diálogo, perdão e descontração A família, hoje, vive de saudades dos seus verdadeiros heróis, do pai responsável e da mãe presente, terna e carinhosa. As leituras sobre família hoje, são como espinhos na carne: dói e não se consegue arrancá-los, porque se perderam as referências. Mas não sejamos tão pessimistas, os jovens estão voltando a encantar-se pelo amor, pela vida ao redor do fogão, pelas canções mais poéticas e pelos vínculos comprometedores. A oração não está tão distante da vida dos jovens hoje, apesar de ser subjetiva. Talvez falte mais doação ao próximo e menos exibicionismo e status. Percebe-se que quanto mais arruinado o princípio da família no coração de um jovem, mais rebelde se torna seu mundo. A família é o primeiro espaço de socialização das crianças, dos adolescentes e dos jovens. Estando esse espaço deformado, o que podemos esperar do jovem amanhã? A família, hoje, exige equilíbrio, limites, orientação, formação humano-cristã, fidelidade, educação integral, diálogo, perdão e descontração. Quando a família está unida, sentimos vontade de voltar pra casa para partilhar as histórias vivenciadas; quando está dispersa, evitamos mostrar o rosto. Cultivar o princípio da família é deixar-se amar, sentir-se amado e educar-se para o amor. Pe. Marcionei Miguel da Silva Escritor, teólogo, compositor e mestre de noviços 23 elicidade é uma palavra e uma realidade desejada por todas as pessoas. É um grito que parte do fundo do existir humano e parece nunca ser satisfeito plenamente. Religiões, sistemas sociais, organizações culturais, sistemas políticoeconômicos, tentaram e tentam dar respostas e propor caminhos para se chegar à felicidade. Na verdade, porém, parece um horizonte sem alcance. Porque não parece possível à cultura atual criar uma situação estável de felicidade, facilmente ela é traduzida com momentos, com acontecimentos do dia a dia. Felicidade é o encontro com uma pessoa amiga, é a conquista de um título universitário, é ter conseguido um bom emprego, é o relacionamento íntimo com uma pessoa, é uma festa com boa comida e bebida, é um momento de paz experimentado na espiritualidade, é um dia de passeio, um tempo de praia, uma viagem, é sobretudo o sentir-se acolhido, amado, respeitado e tantos outros momentos gostosos da vida. Mas na 24 verdade, se esta explicação fosse suficiente, não se ouviria ainda, quase todos os dias, ou mais vezes ao dia a pergunta: Você é feliz? Ou então, outros, diante de aparências perguntam: Qual é o segredo da tua felicidade? Lembro alguns anos atrás que um suposto pesquisador, em plena praia ia perguntando às pessoas: Você é feliz? As respostas foram muitas, de certa forma afirmativas, por ser um tempo de descanso, de união com a família, de recuperação de energias e outras afirmações. Uma criança, com os seus oito ou dez anos respondeu ser feliz, muito feliz, porque os pais dela se amavam e a amavam muito, como também amavam o mano dela. Nossa família é feliz. A mãe, próxima da filha confirmou o diálogo e a realidade. Neste caso, a felicidade não é um momento, não é um local, mas é uma atitude. Esta atitude é construída na soma de individualidades, de relacionamentos, de responsabilidades conjuntas, de conquistas, de sofrimentos que conduzem à ressurreição. A própria sociedade, está se dando conta FORMAÇÃO Pe. Geraldo Boniatti de que a felicidade não pode ser construída de apenas espirituais); Saúde (exercícios físicos, sono, habitos momentos, mas que deve ser uma atitude. Eis a desalimentares); Uso do tempo (divisão das atividades do crição feita pelo repórter João Loes, (da Revista IstoÉ, cotidiano,educação, horas perdidas no trânsito); Edição 2089, 25 novembro 2009), sobre este assunto: Vitalidade comunitária (vitalidade dos relacionamentos sabemos que o desenvolvimento e o progresso de uma afetivos, segurança pessoal, voluntariado, resistência nação é medido pelo PIB (Produto Interno Bruto), isto a crises); Educação (estudo, educação na família, é, tudo o que é produzido numa nação dividido pelo consciência ambiental); Cultura (participação em eventos número de habitantes. Esta medida peca por não levar cuturais, desenvolvimento artístico, religião, gênero, em conta as desigualdades sociais, a economia informal, etnia; Meio ambiente (relação com os meios naturais, a qualidade da produção e a sustentabilidade do água, ar, solo,biodiversidade); Governaça (relação com crescimento. Outra medida é o IDH (Índice de desenas autoridades, segurança, relação com imprensa, volvimento humano) que mede, procura medir as condijudiciário, eleitoral, nível de envolvimento na sociedade); ções de vida das pessoas. Tem suas falhas em não Padrão de vida (renda, segurança financeira, qualidade levar em conta os efeitos colaterais, como poluição, de aquisições, gastos necessários e supérfluos). desagregação familiar, violência. Há uma terceira medida Como percebemos também, a sociedade chamada IPH (Índice de pobreza humana) que considera procura descobrir situações mais estáveis, duradouras a expectativa de vida, analfabetismo e saneamento da felicidade e não apenas como meros momentos de básico. vida. Com as propostas vista acima, há certamente uma avanço em relação ao pensamento Analistas sociais estão percebendo A sustentabilidade positivo ou então, no que propõe o que os parâmetros traçados por estas filme O Segredo, relacionando tudo estimula as medidas não estão trazendo a felicidade ao poder da atração em seus para as pessoas. Surge então outra responsabilidades aspectos positivos e negativos. Ou medida que pode satisfazer as pessoas éticas nos aspectos ainda à mágica do gênio que contanto para o aspecto econômico, mas, relacionados com a cretiza o desejo de cada pessoa: O sobretudo para uma maior relação social equidade, justiça social teu desejo é meu comando. que se denomina FIB (Felicidade Interna Bruta). Nós cristãos, que acreditamos e a ética dos seres vivos em Jesus Ressuscitado temos uma O repórter continua: satisfação e caminho real para concretizar a verdadeira felicidade bem-estar valem tanto quanto o dinheiro para o sucesso que engloba as tímidas intuições das culturas e das de uma sociedade. Por isso, governos e empresas organizações sociais. O caminho real da felicidade está começam a medir a Felicidade Interna Bruta das pessoas, proposto no Evangelho de Mateus, capítulo 5: As bemum novo instrumento para traçar políticas públicas e aventuraças. É o próprio Jesus que diz que uma administrativas. FAMÍLIA: Vínculos fortes e tempo para pessoa, faz uma boa aventura se for: pobre em espirito, o lazer são fundamentais para uma vida feliz. manso, misericordioso, puro de coração , amante da O termo foi criado pelo rei do Butão Jigme Singye justiça, pacífico, angustiado pelas incompeensões, Wangchuck, em 1972, em resposta à críticas que assumindo as perseguições por causa da justiça. Todas afirmavam que a economia do seu país crescia misejuntas, estas bem aventuranças englobam plenamente ravelmente. Esta criação assinalou o seu compromisso os nove pilares do FBI. de construir uma economia adaptada à cultura do país, No final de tudo o segredo da felicidade está no baseada nos valores espirituais budistas. Assim como amar, no amar-se, no fazer-se amar, no deixar-se amar diversos outros valores morais, o conceito de Felicidade e no servir. Assim como disse aquela criança ao Interna Bruta é mais facilmente entendido a partir de pesquisador: Sou feliz porque meus pais se amam, me comparações e exemplos do que definido especiamam e poderíamos acrescentar, com toda a certeza, ficamente. que somos felizes porque Deus nos ama. Segredo da Enquanto os modelos tradicionais de desenfelicidade e de santidade que marcou a vida de Murialdo volvimento têm como objetivo primordial o crescimento quando descobriu que Deus o amou com amor infinito, econômico, o conceito de FIB baseia-se no princípio de terno, pessoal, atual e misericordioso. A expressão que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade Deus me ama, que alegria! só pode brotar de um humana surge quando o desenvolvimento espiritual e coração feliz. o desenvolvimento material são simultâneos, assim se complementando e reforçando mutuamente. Pe. Geraldo Boniatti Diretor do Colégio Murialdo de Ana Rech Os nove pilares que medem a FIB: Bem estar Caxias do Sul - RS psicológico (otimismo em relação à própria vida, autoestima, percepção de competência, stress e atividades 25 FORMAÇÃO Noviços Josefinos lga o Pauletti / Vo Foto: Marcelin , nunca há is a m e is a m eguir rto. E assim sempre cons fo e n d o a c s o s s s re o p n a o ina é . para hoje o que re implesmente m de verdade s e e d rv to o s e s d o n p s u o tá n m s e o o N e nã ue já ais coisas qu lém daquilo q m a e a d s a a as opções? n is tr o ra u c a o o p á d h n o ra ã u n tempo c e pro qu ns o itinerantes estamos. Será há tantos jove s to ó n n a e u d q s n o vivemos com E it . u s amo , nós assim que m so o que busc os respostas n is e é m o s o d io É num mundo g tu li m re pção. Ser ão anterior es oferece ç o lh a a e s rm u s q o fo n s e a a d in é a u etap Essa s esq viva. Nossa s vivendo o trar em tanta o a n u m o g c ta á n s e e e d e l ra s e o v o g d to. A sgotá procuran ma fonte ine tapa vivemos r nesse Institu e u a tr a o n s d s e n e a ra N c a . s p a u s b s io o relig díam estamos encontramos ra a profissão lado, onde pe a s p tu o s n te o n e P e u e q lm -s ia o a c ã v e espe oraç chama na oração qu de preparação risma de Murialdo. É na m o é n b a m , O ta D é IA E . ca eiro do NOVIC mou por prim dimensão do ado-ressuscita a ic h a if c x s te ru o n c n e to le m s e a ri u s C os r, aq inten é no com o Senho de que estam nte das crises a te z ia n e d e rt o m e a m c ir s a e e n d m a e , da, ada verd nossa caminh ossa caminha a n d s to o s rm o a m u a n ic ti if n fort ra co é Jesus que oas mãos. mos forças pa b to a n tr m n e ta o e s c tr o n n m e e , ta e s s u q so e forma o seguimos? Deus e por is e dos de várias u a q n r o ti o s P e . u re q p e nas mãos de sem ados nos interpela s s e n ti d o e m somos desafi o o m ã ç a a tr n rm o c fo n a e N s er Só em Jesu tes de qualqu n a o s is ra a p e ê-lo nossas vidas amos conhec is c re p a d a it que atitude precip nte para isso e m ta s ju É . onhecermos de verdade c e d s te n A . iado contramos e serve o Novic n e e u q to s ri foi C os josefinos ix o n a m o s . A a p a s o n e qu s fo i p o r E le são dos voto s fi ro p a m o c os congregação como querem é a m s ri a c u e s or religiosos e o mando o am la c ro p : to s ito, pessoal n s e g u ir a C ri fi in , o rn te l, o, atua ão há como misericordios N . s ó n e d m ada u r tanto assim! de Deus por c e u q s o n e u q risto dizer não ao C ,... nto to tanto, tanto, ta ro e u q u emplo de Cris e x , e o h A il . F ro ? ti re im s e as sd os queres tanto que chamamo os consagram o n É e . s o o n m a ra Por que me m a u p e re am: Noviciado é d ém nós nos p mais necessit e u q s n e v A proposta do m o seu povo rezava, tamb jo s te ao falar co , principalmen ir te e n d ie s d e te b n o a e e qu asto ervir, pobre, c er o primeiro, s s r e ra u a q p s m u é e u D lg a "Se a sua essência: a n e d a id n u os últimos. com dimensão de a s o m ia ." (Mc 9, 35) c s n o e d iv to V e vale a pena. d o te rv n e e s lm o a e re s que de todo decidimos o e seja o último s, u q to x te n co os, separado e d s a s e rc n a m é , s m é te eren Tamb diferencial é is, jovens dif a o e s s id o N m . o c m u s n r lque Somos jove os como qua ses outros s m e o d s , e s s re o o tr d u a s o onh engajados, s as vidas pelo s s o n r a o d s mo ais. que querere os, irmãos e p por um ideal: ig im m s a s r a e s m , s s o e pçõ e querem a s fo rm a s d por falta de o i rs u e q iv a d s e o c m re ta a, s o fe Não es s uma escolh o lá fo ra n o o d m n e u z fi m o O s is . o to e tud s e g u ir C ri s tudo, diante d n o c l, ia c o s ia m buscamos. e u q a to ascendênc s ri C ueremos, é é isso o que q on França, astro, Anders C e d io n to n Noviços: A io da Silva, , Luis Anton is e R o rd a u d ilva rnahiba, E ro Paulo da S Cristiano Pa de Lira e Ped 26 MARCAS DO QUE SE FOI Pe. Orides Ballardin Conselho Geral, para atuar a Recomendação nº 26 do XXI CG, na sua reunião de 21 de fevereiro passado, nomeou Pe. Orides Ballardin, Postulador Geral, com a tarefa de seguir as causas de beatificação atualmente em curso, manter e promover a memória de outros confrades que merecem". O Pe. Guido Bassanello e o Pe. Angelo Catapano são vices postuladores e colaboradores do Postulador Geral. No Brasil, a Irmã Enedina Smiderle é vice postuladora da Causa de Beatificação do Pe. João Schiavo. Atualmente, as Causas do Servo de Deus, Pe. Eugenio Reffo e do Servo de Deus, Pe. João Schiavo estão em Roma (fase romana), enquanto que a do Pe. Angelo Cuomo ainda está na fase diocesana. Em 04 de fevereiro de 2011, com a presença do nosso Superior Geral, Pe. Mario Aldegani, tivemos um encontro com o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, tendo ele nos dado informações exatas sobre o estado atual das respectivas Causas em fase romana. Manifestando o nosso desejo e empenho para que elas possam prosseguir celeremente, o cardeal nos deu previsões alvissareiras. Para isso, expusemos que em 2013 se comemoram 170 anos do nascimento do Pe.Eugenio Reffo. Expressamos o desejo de que, para aquela ocasião, ele possa ser declarado Venerável e seu exemplo de sacerdote zeloso, de educador inteligente e também de co-fundador da Congregação ser mais conhecido e reconhecido. Por carta, desde o Vaticano, no dia 09 de março passado, o Cardeal deu-nos a "boa notícia" que a Positio super Virtutibus será entregue aos consultores teólogos no decorrer de 2012, mas acrescentou que "para a beatificação é necessário o reconhecimento de um milagre realizado pela intercessão do Servo de Deus. No momento, nenhum caso foi apresentado a esta Congregação. É necessário convidar os membros do Instituto e os fieis a invocar a intercessão do Servo de Deus em suas necessidades, com a confiança de alcançar a almejada intervenção milagrosa". Quanto à situação da Causa do Pe. João Schiavo, para a qual já foi apresentado à Congregação das Causas dos Santos, o Processo diocesano sobre um suposto milagre, já foi entregue a primeira impressão da Positio super Virtutibus e da Positio super Miro e se está esperando e solicitando o beneplácito para a impressão definitiva e a entrega oficial das mesmas em vista dos passos sucessivos da Causa. Nós expusemos, igualmente, que em 2015 ocorre o centenário da chegada dos Josefinos no Brasil. A circunstância seria muito favorável para um avanço significativo no processo do Servo de Deus Pe. João Schiavo, que justamente no Brasil viveu a maior parte de sua vida e deixou uma grande reputação de santidade. Anuiu muito contente, também pelo interesse demonstrado pela autoridade máxima da nossa Congregação. O Cardeal Angelo Amato, outrossim, nos disse que o que faz avançar as Causas de Beatificação não são só os milagres e a devoção popular ou a ação do Postulador, mas também o efetivo interesse de toda a Congregação Religiosa. Portanto, juntamente com a tarefa da Postulação Geral e as Vice-postulações da Itália e do Brasil, de preparar e distribuir material para a divulgação do conhecimento e da devoção de nossos Servos de Deus, é empenho de todos, rezar a Deus e pedir, pela intercessão deles, as graças de que necessitamos com as orações dos santinhos. Fatevi santi e fate presto... (Fazei-vos santos e fazei-o depressa) foi a recomendação que brotou do coração de nosso Santo Fundador. Peçamos-lhe a coragem de pôr-nos, com vontade decidida, em suas pegadas. Cordialmente, vos saúdo e abençoo de todo o coração. Roma, 03 de junho de 2011 Pe. Orides Ballardin Postulador Geral em Roma 27 studos recentes indicam que, além do usar para nunca faltar. Mudanças de atitude e de aquecimento global, outros fenômenos visão de mundo se fazem necessárias não apenas que ameaçam o equilíbrio da natureza para a ciência e os governos, mas principalmente estão surgindo. Observou-se nos na sociedade e na educação das nossas crianças últimos anos, por exemplo, o sumiço e jovens. O surgimento de um novo paradigma de abelhas. Cientistas da Universidade Harvard que alguns chamam de ecologia profunda, que levantaram hipóteses que incluem a intoxicação reconhece a interdependência de todos os por inseticidas, infecções por vírus e até radiação fenômenos, pode contribuir com tal transformação. de telefones celulares como causas do sumiço A ecologia profunda considera o indivíduo das abelhas. O ambiente apresenta nítidos sinais como parte orgânica do todo, cuja visão vai além de esgotamento, a contaminação das águas, a do puramente materialista e concebe o mundo transformação de algumas regiões em desertos, como um todo integrado, e não como uma coleção a destruição da camada de de partes dissociadas. A percepção ozônio, a escassez e falta de A sustentabilidade da ecologia profunda reconhece água são alguns exemplos que, enquanto indivíduos e estimula as dos reflexos da atividade husociedades, todos estão encaimana sobre o ambiente. Não responsabilidades éticas, xados nos processos cíclicos da há dúvida: estamos vivendo nos aspectos natureza. Toda a questão dos uma verdadeira crise ecolórelacionados com a valores é fundamental para a gica de alcance global, gerada equidade, justiça social ecologia profunda; é, de fato, sua principalmente pelo elevado característica definidora central. nível de perturbações antró- e a ética dos seres vivos Todos os seres vivos são membros picas. de comunidades ecológicas ligadas umas às outras Tal contexto demanda pesquisas científicas numa rede de interdependências. Quando essa e ações governamentais urgentes com vistas a percepção ecológica profunda torna-se parte de reduzir e minimizar os efeitos danosos produzidos nossa consciência cotidiana, emerge um sistema ao ambiente. Entretanto, para solucionar tais de ética. Essa ética ecológica profunda é problemas de forma definitiva, far-se-á necessário urgentemente necessária nos dias de hoje, mais do que ações de mitigação: será preciso uma especialmente na ciência, uma vez que a maior mudança radical em nossas percepções e valores. parte daquilo que os cientistas fazem não atua no O consumo sustentável é um novo conceito que sentido de promover a vida nem de preservá-la, surge para nos orientar a usar corretamente os mas sim no sentido de destruir a vida. Com físicos recursos naturais satisfazendo as nossas necescriando sistemas armamentistas que ameaçam sidades e as das gerações futuras. Ou seja, saber varrer a vida do Planeta, químicos contaminando 28 PONTO DE VISTA Tanise Boeira Pelegrini Bertolin o meio ambiente, biólogos criando novos e desconhecidos microorganismos sem saberem as consequências, psicólogos e outros cientistas torturando animais em nome do progresso científico (CAPRA, 1996). Não obstante o reconhecimento do momento crítico, muitos economistas e governos demonstram preocupação com os possíveis impactos no crescimento econômico de ações de mitigação como, por exemplo, a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Nessa perspectiva, o tema da sustentabilidade assume um papel central na reflexão em torno das dimensões sócioeconômicas e ambientais. O desenvolvimento sustentável é uma estratégia na relação sociedade humana e natureza, e é o início para uma mudança. A sustentabilidade estimula as responsabilidades éticas, nos aspectos relacionados com a equidade, justiça social e a ética dos seres vivos. Define-se por desenvolvimento sustentável um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Para Leff (2001), o desenvolvimento sustentável é um projeto social e político que aponta para o ordenamento ecológico e a descentralização territorial da produção, assim como a diversificação dos tipos de desenvolvimento e dos modos de vida das populações que habitam o planeta. Neste sentido, oferece novos princípios aos processos de democratização da sociedade que induzem à participação direta das comunidades na apropriação e transformação de seus recursos ambientais. A ecologia profunda e a sustentabilidade tornam-se, assim, ferramentas necessárias para o desenvolvimento de uma consciência ecológica. A mudança de atitude e a conscientização são fundamentais para a superação da grave crise ambiental e para que modelos de desenvolvimento sustentável se consolidem num futuro próximo. Os princípios da ecologia profunda e da sustentabilidade devem fazer parte dos projetos pedagógicos dos sistemas de ensino com vistas à geração de consciência, responsabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável. Seguindo por este caminho, os estudantes serão levados a pensar e agir de forma ética nas relações consigo mesmo, com os outros e com o ambiente. Somente por meio da educação para uma consciência ambiental será possível construir um mundo mais solidário, mais sustentável e participativo na preservação da vida no planeta. Referências Bibliográficas BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela Terra. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996. LEFF, Enrique. Saber Ambiental - Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. Tanise Boeira Pelegrini Bertolin Mestre em Ciências Ambientais Professora de Biologia Colégio Murialdo de Araranguá - SC 29 PONTO DE VISTA Pe. Cornélio Dall Alba Ao Pe. José Perona no dia do sepultamento Ana Rech, 11 de março de 2011 E agora José? No dia em que a liturgia Cobria sua cabeça de cinza Tu às cinzas confiaste teu corpo Hoje as quaresmeiras desabrocharam Maceradas de dor O céu brasiliense trajou-se de cinza E o silêncio chorou A espiga de tua vida já loirejara E estava pronta para a ceifa O santo outono veio colher o fruto Cultivado por primaveras Em longas esperas hibernais regado por um Pai podado para ser mais na pobreza, castidade, obediência Os níveos olhares dos Alpes as uvas de lábios carmim e os brincos das cerejas queriam deter os teus passos queriam embalar-te em seus braços e que o teu horizonte se limitasse ao Piemonte Mas a tua alma era maior do que os cumes alpinos do que a planície padana do que os poetas latinos do que a culta Toscana Com alma missionária deixaste a tua Itália 30 os teus familiares singraste atlânticas distâncias amplas como tuas ânsias e atracaste para sempre na terra dos Palmares Padre Giuseppe ficou Padre José e honrou esse nome com a identidade josefina chegando a biografar até o marceneiro de Nazaré Mas Padre José uma inteligência brilhante fez da sala de aula um altar de oferenda onde o vinho da Ciência vertia dos seus lábios com tamanha eloquência que o aluno facilmente sorvia os segredos da Álgebra, Geometria Grego, Francês, Latim, Português Padre José era humilde Como o padroeiro de Nazaré Quando escrevia seus poemas Vinha mostrá-los a mim Que não era nem digno de desatar sua sandálias E agora José? E agora José? Agora o paraíso sonhado agonizado O paraíso da porta estreita das divinas surpresas Agora poderás ouvir o Mestre Aquino Expondo a suma Teologia Agora sentarás ao lado de Agostinho contemplando a pericorese trinitária Agora com São Jerônimo Pesquisarás a Escritura Nos textos originais E Beatriz de Dante te levará Pelos meandros do paraíso E lá festejarás com Murialdo A família Josefina Junto com a alegria de José e de Maria Agora a utopia e o céu se abraçaram Padre José eu te faço um pedido Que este teu amigo na terra Possa ser um dia teu amigo no céu. Que eu siga Jesus Cristo Que deixou suas pegadas cruentas No exílio de nossas almas sedentas Que eu caminhe com os passos dele ao encontro dos jovens pois são os olhos dos jovens que me hão de guiar quando meus olhos não mais puderem andar. Pe. Cornelio DallAlba Sacerdote Josefino, residente no Seminário São José de Orleans - SC Foto: Divulgação A&C NOTÍCIAS No dia 22 de janeiro de 2011, em Lunsar, Serra Leoa, África, foi ordenado sacerdote, o religioso Josefino, Andrew Dumbuya. Ele realizou os estudos de teologia na PUC, em Londrina PR e pertencia à comunidade do Teologado Internacional. Pe. Andrew Dumbuya trabalha na missão da Serra Leoa - África. Fotos: Divulgação A&C Novos diáconos Josefinos José Bispo de Souza foi ordenado diácono, no dia 1º de maio, pelo bispo, Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília, DF, dom Waldemar Passini Dalbello, na Igreja Matriz para Paróquia Santa Rita de Cássia de Planaltina, DF. O diácono exercerá o ministério diaconal na mesma paróquia, colaborando também na obra social - CEMEC - mantida pelos Josefinos de Murialdo. O Fr. Edison Fustillos foi ordenado diácono, pelo bispo, Dom Orlando Brandes, no dia 21 de maio de 2011, na comunidade São Leonardo Murialdo, da Paróquia Cristo Bom Pastor, de Londrina, PR. Na oportunidade, estava presente o Pe. Hugo Sanchez, provincial da Província Equador-Colômbia, onde o Diácono Edison pertence. 31 NOTÍCIAS A Província Brasileira do Imaculado Coração de Maria tem a alegria de acolher sete jovens para o noviciado, com sede em Fazenda Souza - Caxias do Sul - RS, nesse ano de 2011. São eles: Anderson de Oliveira França (Rio de Janeiro - RJ), Antônio de Castro Lima (Fortaleza - CE), Cristiano Parnahiba Souza (Fortaleza - CE), Eduardo Reis dos Santos Júnior (Guará I - DF), Luis Antônio da Silva (Londrina - PR), Paulo Henrique de Lira Santos (Beberibe - CE) e Pedro Paulo da Silva (Laguna - SC), sob coordenação do mestre, Pe. Marcionei Miguel da Silva. O noviciado é de fundamental importância dentro do contexto formativo. Em tudo amar e servir com docilidade. Deus nos ama com um amor infinito, pessoal, atual, terno e misericordioso (Murialdo). Pe. Harry Jung lança livro Vozes do Silêncio é o novo livro de poesias lançado pelo Pe. Harry Jung. Detentor de vários prêmios em concursos de poesias e crônicas, como da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisa Literárias, do Rio de Janeiro e outros em âmbito estadual, o autor já tinha publicado seu primeiro livro de poesias: Veredas do Coração. Em Vozes do Silêncio sentimos uma poesia contemplativa em que o autor percebe nas filigranas da natureza, o amor carinhoso Daquele que jogou essa profusão de obras para o próprio poeta e para cada um de nós. São poemas para ficar na literatura. 32 Postulantes com o formador, Pe. Márcio O Postulado é um tempo em que os jovens pedem para ingressar na Congregação, procurando identificar-se com o Carisma, assumindo com responsabilidade o estudo, o trabalho, a oração e o lazer numa comunidade formativa. Este ano, a Província Brasileira dos Josefinos de Murialdo tem grupo de 7 postulantes que ingressaram no dia 18 de maio e são oriundos do Pará, Bahia, Ceará, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul, sob a orientação dos confrades Pe. Márcio Benevides, Pe. Gabriel de Souza e Ir. Nelson Bussolo. A comunidade do Postulado está em Londrina - PR, junto à EPESMEL Pe. Gino Rossi fala da atenção às crianças e jovens da periferia... Precisamos investir mais tempo e recursos para os jovens. A revitalização do setor juventude vai acontecer se os Josefinos e as comunidades derem mais atenção aos jovens e adolescentes na escuta, diálogo,confiança, partilha e corresponsabilidade. Os jovens têm sede de espiritualidade, precisam de amigos fiéis e sinceros, de irmãos que saibam partilhar a vida com eles, e de pais que os amem assim como são, de modo infinito, pessoal, atual, misericordioso, livre e verdadeiro. A Província Brasileira está participando do Instituto de Formação Juvenil do Maranhão (IFJMA) com a presença de um religioso e de recursos financeiros. Foto: Divulgação A&C Foto: Marcelino Pauletti / Volga Foto: Divulgação A&C Sete jovens ingressam Postulado de Londrina ao Noviciado NOTÍCIAS Seminário Nacional da Criança e do Adolescente De 23 a 25 de setembro de 2011 acontece o Seminário Nacional Murialdino da Criança e do Adolescente, tendo como local o Centro de Eventos e Hospedagem Murialdo - Fazenda Souza - Caxias do Sul RS. O evento, coordenado pela Equipe da Criança e do Adolescente da Província Brasileira dos Josefinos de Murialdo, tem como tema Filhos do mundo são eles em busca de paz... e lema Qualificando os agentes e fortalecendo a Rede é destinado aos religiosos, educadores e apoiadores das Obras Sociais. Além da partilha de experiências, momentos de espiritualidade, o Seminário conta com a assessoria do superior geral dos Josefinos, Pe. Mário Aldegani, do jornalista da Rede Globo, Caco Barcellos e da Ex-Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes. Será uma grande oportunidade de renovar o encantamento pelo carisma e missão junto às crianças e adolescentes empobrecidas. Murialdo já dizia a seus educadores: Nós temos o cuidado daquilo que é mais precioso na sociedade: isto é, as crianças. E o que é mais precioso nas crianças é o coração. Não é tanto o exterior, o comportamento, a tarefa, a escola. Pois bem, é a educação do coração a que nós visamos. ANALAM realiza Congresso-Assembleia De 29 a 31 de julho de 2011 acontece, em Porto Alegre RS, o XI Congresso Assembleia da Associação Nacional dos Leigos Amigos de Murialdo - ANALAM. O evento, que tem como tema Numa sociedade individualista, a espiritualidade é o caminho reúne Amigos de Murialdo, representantes dos Núcleos de todo o Brasil para avaliar, celebrar e planejar a caminhada da Associação. Para preparar melhor os participantes do Congresso Assembleia, o Conselho Formativo elaborou o Subsídio nº 1 que aprofunda o tema proposto e serve de formação para todos os associados. JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE De 15 a 21 de agosto, em Madri, Espanha, acontece a Jornada Mundial da Juventude tendo a presença do Papa Bento XVI, lá são esperados milhões de jovens. Da Província Brasileira dos Josefinos, participam três jovens da Paróquia Santa Rita de Cássia de Planaltina - DF e três da Paróquia São Benedito de São Paulo - SP. Encontro dos referentes interprovinciais da Família de Murialdo: Antes da Jornada Mundial da Juventude, de 11 a 14 em Seguenza, acontece o encontro dos referentes interprovinciais da Família de Murialdo. Participam os padres Jucinei Vilpert e Marcelino Modelski. Encontro Nacional da AMA será em outubro No dia 30 de outubro, no Seminário de Fazenda Souza, em Caxias do Sul - RS, acontece o Encontro Nacional da Associação das Mães Apostólicas - AMA. O encontro, que contará com a presença de muitos sacerdotes Josefinos, Irmãs Murialdinas e vocacionados, será marcado por orações, palestras, missa festiva, visita ao Túmulo do Pe. João Schiavo, entre outras atrações. 33 NOTÍCIAS Nos dias 28 de março a 04 de abril, em Buenos Aires, Argentina, aconteceu a Conferência Interprovincial (CI), reunindo o Conselho Geral e os provinciais das sete províncias e organismos similares da Congregação dos Josefinos de Murialdo. O objetivo principal do encontro foi a preparação das linhas básicas do XXII Capítulo Geral que acontecerá em Buenos Aires de 04 a 24 de junho de 2012. Depois de conhecer as sugestões das províncias e comunidades, a CI definiu "com os jovens e para os jovens pobres renovemos nossa consagração de Josefinos para ter vida em Cristo como tema norteador para os trabalhos do próximo Capítulo Geral e, consequentemente, para a vida da Congregação no sexênio 2012-2018. O sonho é responder aos desafios do mundo e da Igreja, buscando equilíbrio dinâmico entre a espiritualidade e a missão apostólica (carisma) da Congregação. "Filho, teu pai e eu, angustiados, te procurávamos" (Lc 2, 48). Este foi o ícone bíblico escolhido para inspirar e guiar o aprofundamento, a articulação e a reflexão dos trabalhos, referindo-se a um particular momento na vida de São José (nosso patrono), sua atitude de Foto: Divulgação A&C Conferência Interprovincial adesão à vontade de Deus na dedicação ao seu filho, Jesus. Durante o período capitular participarão os religiosos, distribuídos nas centenas de comunidades e obras da Congregação e componentes da Família de Murialdo. Vão acontecer também os Capítulos Provinciais, onde cada Província apresentará suas propostas ao Conselho Geral e à Comissão Preparatória para a elaboração do Instrumentum Laboris do próximo Capítulo Geral. A Província Brasileira estará representada pelo provincial e três delegados. Pe. Marcionei lança CD Origem Pe. Marcionei Miguel da Silva, Josefino de Murialdo, por ocasião do V Festival Nacional da Canção Murialdina, lançou o CD Origem, com 15 canções, 3 poemas e uma música instrumental, com o objetivo de evangelizar através das mensagens e ajudar os projetos sociais que trabalham com crianças, adolescentes e jovens no Brasil e além-fronteira. Motivação do autor Pe. Marcionei: A vida me deu de presente o mundo do agricultor. Com meus pais me tornei migrante, peregrino das estradas, herdeiro do amor, carregado de esperança e aprendiz de juventude nos ecos da missão. Quis ser amigo de Murialdo e grande Romeiro. As longas jornadas trouxeram desafios. O nobre agricultor tornou-se também filho do carpinteiro (pai) e da incansável costureira (mãe). Na cidade grande descobri que os anos passam e as marcas da vida ficam pra sempre em nossa memória. Sintome discípulo-missionário quando me deparo com um menino sem amor. Nesses breves cenários de vida percebo a voz do Senhor dizendo-me: Vem e Segue-me. À luz do Evangelho contemplo o Grande Sonho da vida e sinto-me harmonizado com os jovens que buscam o enlace no horizonte da família. Tudo começou no tempo que eu era moço. Lágrimas de Esperança banham meu rosto latino-americano e deixam uma melodia de percussão ecoando em meu coração. 34 NOTÍCIAS Rede de Colégios Murialdo lança Guia da Família A Rede de Colégios Murialdo lançou, no início do ano letivo 2011, o Guia da Família. A publicação, entregue a todas as famílias dos alunos, quer ser um instrumento de aproximação entre família e escola, pois ambas compartilham responsabilidades no processo ensino-aprendizagem. O material contém temas como: Missão, Visão e Princípios; Uma educação com princípios e valores; O Murialdo tem uma grande equipe; Oportunidades e Serviços; o jeito de Murialdo - Normas; O Murialdo tem uma grande estrutura; Critérios para avaliação; Sua familia tem um coração educado?; A educação começa em casa e Para ser um cidadão de verdade. Além de bela apresentação visual, o Guia da Família é de fácil compreensão e ajuda a família e a escola em suas competências no processo ensinoaprendizagem, bem como em sua organização. De 27 de julho a 10 de agosto de 2011 acontece, na cidade do México, o Mês Murialdino. O evento, promovido pelos Josefinos de Murialdo, é realizado a cada três anos num dos países da América Latina, com o objetivo de aprofundar a formação perma-nente. O Brasil será representado por dois religiosos e seis Leigos Amigos de Murialdo. Encontro dos ex-alunos e ex-seminaristas de Orleans No dia 22 de maio de 2011, aconteceu o encontro dos ex-alunos e exseminaristas no Seminário de Orleans. Mais uma vez destacou-se o livro organizado por Dr. Elí "Meninos Sonhadores". Todos aplaudiram de pé a proposta. O sonho ainda não acabou. Dos confradres, marcaram presença: o Pe. Etevaldo da Silva que fez belas recordações do seu tempo de seminário; Pe. Jucinei Vilpert, o mais jovem sacerdote da Província, que agradeceu a todos pelo incentivo na vocação e relembrou os velhos tempos de seminário com o Pe. Cornélio e o saudoso Pe. Edolino Shoreff; Pe. Marcionei também se fez presente e presidiu a Eucaristia destacando, de modo especial, a importância das famílias e da comunhão de vocações na Família de Murialdo. Foto: Divulgação A&C Mês Murialdino Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Pnuma, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mundo e, ainda, garantindo, de forma direta, a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre. Em pé, as florestas são capazes de movimentar cerca de $ 327 bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo. Para sensibilizar a sociedade para a importância da preservação das florestas para a garantia da vida no planeta, a ONU Organização das Nações Unidas declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas. 35 NOTÍCIAS PE. JOSÉ PERONA Coneliano DAlba, Itália, 10 de janeiro de 1931 +Brasília, DF, 09 de março de 2011 64 anos de religioso josefino; 61 deles como missionário no Brasil; 53 anos de sacerdote. 36 o Pauletti / Volga Josefinos, em Caxias do Sul, Araranguá, SC; lecionou também na Universidade de Caxias do Sul. Prestou outros serviços como: ecônomo, diretor, vice-diretor, vigário paroquial. Dotado de inteligência rara e de vasta cultura, colocadas à disposição, além da escola, na formação de lideranças e agentes pastorais. Pe. José fundou e acompanhou por longos anos o núcleo dos Leigos Amigos de Muriado do Guará I, Brasília. Com eles, participou em todos os Congressos Regionais e Nacionais da Associação Nacional dos Leigos Amigos de Murialdo (ANALAM). Escreveu vários livros, entre eles, destacamos um sobre São José, São José, sombra de Deus Pai e outro sobre Murialdo, Murialdo, Irmão, Amigo e Pai. Sua devoção a São José o levou a se aprofundar em Josefologia (estudo de São José); seu slogam de vida era São José, nenhum dia sem ele. Em 1985 foi para a Paróquia de São Paulo Apóstolo de Brasília, onde permaneceu por 26 anos, até sua morte. Em 1997 participou de um ano de Formação Permanente na Itália. O seu ministério paroquial foi sempre muito apreciado pela disponibilidade, fidelidade no atendimento às confissões, na formação catequética, na celebração da Eucaristia, no aconselhamento e orientação espiritual. Atualmente era professor de Sagrada Escritura em Brasília, DF. Que do céu o Pe. José, servo bom e fiel, receba a recompensa por tanto bem realizado. Foto: Marce lin Acometido de fortes dores na perna direita e quadril, estava com dificuldades para caminhar. Diante do agravamento do quadro, no dia 03 de março foi submetido a cirurgia para colocação de prótese, bem sucedida, mas no dia 09, teve complicações respiratórias. Levado à UTI, faleceu às 18h30min do mesmo dia, no Hospital Home de Brasília, DF, com 80 anos. A causa da morte foi tromboembolismo pulmonar pós-operatório de artrose de quadril. Era diabético e, ultimamente, precisou colocar marca-passo para corrigir sérios problemas de coração. A comunidade da Paróquia São Paulo Apóstolo, no Guará I, Brasília, onde Pe. José era vigário, já percebia que o Padre José, querido e admirado por todos, estava sofrendo com as dores no quadril. Por diversas vezes ele teve dificuldades para exercer o seu ministério sacerdotal, principalmente quando subia ao altar e precisava fica em pé por muito tempo. Mesmo assim, ele nunca negligenciou à missão, nunca, enquanto pode, deixou de celebrar a Eucaristia. O corpo do Pe. José Perona foi velado durante o dia 10 de março na Igreja Matriz do Guará I, onde ele serviu por 26 anos. No dia seguinte, o pároco, Pe. Agustinho Adriano Vidor seguiu para Ana Rech, Caxias do Sul, RS, com o corpo do Pe. José, onde após missa de corpo presente foi sepultado no Jazigo da Congregação dos Josefinos de Muriado, no Cemitério local. Pe. José (Giuseppe) nasceu dia 10 de janeiro de 1931, em Coneliano DAlba, Itália. Era o segundo dos três filhos do casal, Felice Perona e Giacinta Cerrato. Aos dois anos ficou órfão de pai. Depois do postulado (Santo Estevão Belbo) e do noviciado (Vigone), 1946, emitiu os primeiros votos na Congregação, dia 16 de setembro de 1947; cursou Filosofia em Ponte de Piave, Treviso. Com 19 anos quis ser missionário no Brasil. Em terras brasileiras realizou três anos de magistério (estágio pastoral), em Fazenda Souza, Conceição e Ana Rech; no dia 17 de fevereiro de 1953 fez os votos perpétuos na Congregação dos Josefinos de Murialdo. Estudou três anos de Teologia em São Leopoldo, RS, e mais um ano em Viterbo, Itália. Recebeu a ordem do diaconato no dia 21 de dezembro de 1957. Foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1958, em Alba, norte da Itália. No ano seguinte, ainda na Itália, foi professor no Seminário de Pocapaglia, Cúneo. Retornou para o Brasil em 1959. Licenciou-se em Literatura Portuguesa e Francesa, Latina e Grega. Depois especializou-se na área Bíblica e também em Matemática, da qual foi exímio professor. Durante 35 anos lecionou em colégios e seminários dos DICAS Dica de Filme MÃOS TALENTOSAS - A história de Ben Carson Ben Carson era um menino pobre de Detroit, desmotivado, que tirava más notas na escola. Entretanto aos 33 anos, ele se tornou o diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA. Em 1987, o Dr. Carson alcançou renome mundial por seu desempenho na bemsucedida separação de dois gêmeos siameses, unidos pela parte posterior da cabeça - uma operação complexa e delicada que exigiu cinco meses de preparativos e vinte e duas horas de cirurgia. Sua história, profundamente humana, descreve o papel vital que a mãe, uma senhora de pouca cultura, mas muito inteligente, desempenhou na metamorfose do filho, de menino de rua a um dos mais respeitados neurocirurgiões do mundo. Dica de Livro Deus se revela em gestos de solidariedade - Livraria Paulus No intuito de tornar mais conhecida a mensagem da salvação, Luiz Alexandre Solano Rossi escreve Deus se revela em gestos de solidariedade. O livro compõe-se de quatro unidades. Na primeira, o autor discorre sobre os fatos da história do povo no Antigo Testamento: Deus na história. Na segunda, com o título Deus na vocação, o livro reflete sobre a vocação de Abraão como exemplo de fé, que acreditou mesmo contra toda esperança. A terceira traz o exemplo de solidariedade de Rute: Deus se revela nos gestos de solidariedade. Quando tudo parece perdido, Deus é revelado e se torna perceptível nos projetos humanos de reconstrução da vida. A quarta tem como tema: Deus na espiritualidade. O autor aborda a espiritualidade do povo, que se revela não só na experiência de Deus em momentos de alegria, gratidão, mas também nas situações de sofrimento, ameaça e perseguição. 37 Todo alvoroço sobre as usinas nucleares do Japão nos faz estudar sobre a física nuclear. Apesar de ser uma ameaça (bomba atômica, contaminação...), ela também pode produzir bons efeitos, como em tratamentos de saúde, fontes de energia e outros. Assim, os benefícios ou malefícios que ela pode causar dependem essencialmente da forma como é utilizada. Radiação faz mal? Somos "projetados" para suportar determinados níveis de radiação, como acontece no diagnóstico ou tratamento de doenças como na radiologia, na radioterapia e na medicina molecular. As radiografias não afetam a saúde da pessoa irradiada devido ao curto espaço de tempo em que a pessoa é exposta à radiação e também porque este não constitui um ato rotineiro. A radioterapia é destinada principalmente ao controle do câncer, uma vez que a radiação penetra no corpo e atinge tumores malignos. Na radioterapia o paciente fica exposto mais tempo à radiação e uma alta dose é dirigida à região a ser tratada. A medicina nuclear visa o diagnóstico; substâncias radioativas são injetadas pela veia do paciente, e, tempo depois este é colocado sob equipamentos que medem a radioatividade da droga injetada e que foi absorvida por certos órgãos do corpo. Assim, é possível fazer um mapeamento de órgãos. A radiação, por atacar microorganismos, também é utilizada na esterilização de materiais. Radioatividade Existem dois tipos de radiação nuclear provocadas por uma explosão: a radiação instantânea e a radiação residual. A radiação instantânea consiste na propagação de nêutrons e raios gama numa zona de vários quilômetros quadrados. Os efeitos dos raios gama são idênticos aos dos raios X. A radiação residual pode ser um perigo em zonas afastadas, que nem tenha sofrido qualquer dos outros efeitos da explosão. Os produtos da cisão geram nos restos da bomba uma radioatividade permanente, que pode ser medida por dias, meses ou anos. Explosão nuclear - efeitos térmicos As temperaturas altíssimas alcançadas por uma explosão nuclear se devem à formação de uma massa de gás incandescente muito quente, chamada bola de fogo. Numa bomba de 10 quilotons detonada no ar, forma-se uma bola de fogo com 300 metros de diâmetro. A bola de fogo de uma bomba 38 de 10 megatons ocupa 4,8 quilômetros. A radiação térmica provoca queimaduras na pele e incêndios em materiais inflamáveis secos, como papel e alguns tecidos. Ameaça Nuclear Desde a última guerra mundial a poluição nuclear tem se tornado motivo de grande preocupação, principalmente para cientistas e militantes ecológicos do mundo inteiro. Vários países organizam estudos e criam rigorosas normas de segurança em atividades que usam energia nuclear, visando reduzir ou eliminar os acidentes radiativos. Um exemplo é a explosão do reator número 4 da central de Chernobyl, na Ucrânia, em 26 de abril de 1986, que foi considerado o maior acidente nuclear da história, pois deixou o mundo inteiro em pânico. Até os dias atuais não se sabe exatamente o número de mortos em decorrência desse acidente. E mais, muitos sobreviventes do acidente passaram a sofrer de depressão, alcoolismo ou cometeram suicídio, como também, registrou-se um grande aumento na incidência do câncer de tireóide. Era uma vez, um sábio chinês e seu discípulo. Em suas andanças, avistaram um casebre de extrema pobreza onde vivia um homem, uma mulher, três filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada. Com fome e sede o sábio e o discípulo pediram abrigo e foram recebidos. O sábio perguntou como conseguiam sobreviver na pobreza e longe de tudo. - O senhor vê aquela vaca? - disse o homem. Dela tiramos todo o sustento. Ela nos dá o leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos. É assim que vivemos. O sábio agradeceu e partiu com o discípulo. Nem bem fizeram a primeira curva, disse ao discípulo: - Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá embaixo. não acreditou. - Não posso fazer isso, mestre! Como pode ser tão ingrato? A vaquinha é tudo o que eles têm. Se a vaca morrer, eles morrem! O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a ordem: - Vá lá e empurre a vaquinha. Indignado, porém resignado, o discípulo assim fez. A vaca, previsivelmente, estatelou-se lá embaixo. Alguns anos se passaram e o discípulo sempre com remorso. Num certo dia, moído pela culpa, abandonou o sábio e decidiu voltar àquele lugar. Queria ajudar a família, pedir desculpas. Ao fazer a curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre desmazelado havia um sítio maravilhoso, com árvores, piscina, carro importando, antena parabólica. Perto da churrasqueira, adolescentes, lindos, robustos comemorando com os pais a conquista do primeiro milhão. O coração do discípulo gelou. Decerto, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir embora. Devem estar mendigando na rua, pensou o discípulo. Aproximou-se do caseiro e perguntou se ele sabia o paradeiro da família que havia morado lá - Claro que sei. Você está olhando para ela. Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte, altivo, a mulher mais feliz e as crianças, jovens saudáveis. Espantado, dirigiu-se ao homem e disse: - Mas o que aconteceu? Estive aqui com meu mestre alguns anos atrás e era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar de vida em tão pouco tempo? O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu: - Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos o nosso sustento. Era tudo o que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito melhor do que antes. Autor desconhecido 39 Padres e Irmãos a serviço das crianças, adolescentes e jovens em obras sociais, colégios, paróquias e missões. Serviço de Animação Vocacional Rua Dante Marcucci, 5335 - Cx. P. 584 - Fazenda Souza - Caxias do Sul (RS) CEP: 95001.970 - Fone (54) 3267.1146 - www.josefinosdemurialdo.com.br
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