As charges abaixo foram publicadas no jornal Folha de São Paulo

Transcrição

As charges abaixo foram publicadas no jornal Folha de São Paulo
As charges abaixo foram publicadas no jornal
Folha de São Paulo. Em cada caso, diga
como se constuiu o sentido.
1.
28-11-09
4.
01-12-09
2.
24-11-09
5.
29-11-09
3.
23-11-09
6.
17-11-09
7.
15-11-09
8.
14-11-09
9.
13-11-09
10.
11-11-09
11.
10-11-09
12.
08-11-09
06-11-09
15.
13.
04-11-09
16.
07-11-09
14.
02-11-09
17.
01-11-09
18.
17-10-09
21.
11-10-09
22.
31-10-09
19.
19-10-09
20.
06-10-09
23.
03-10-09
24.
20-09-09
27.
27-09-09
25.
08-09-09
28.
26-09-09
26.
02-09-09
29.
32.
07-08-09
27-0809
30.
15-08-09
31.
01 - (FAMERP SP/2008)
A carta abaixo reproduzida foi publicada em
outubro de 2007, após declaração sobre a
legalização do aborto feita por Sérgio Cabral,
governador do Estado do Rio de Janeiro.
Sobre a declaração do governador fluminense,
Sérgio Cabral, de que “as mães faveladas são
uma fábrica de produzir marginais”, cabe
indagar: essas mães produzem marginais
apenas quando dão à luz ou também quando
votam?
(Juarez R. Venitez, Sacramento-MG,
seção Painel do Leitor, Folha de
São Paulo, 29/10/2007.)
a) Há uma forte ironia produzida no texto da
carta. Destaque a parte do texto em que
se expressa essa ironia.
Justifique.
b) Nessa ironia, marca-se uma crítica à
declaração do governador do Rio de
Janeiro. Entretanto, em função da
presença de uma construção sintática, a
crítica não incorre em uma oposição.
Indique a construção sintática que
relativiza essa crítica. Justifique.
02 - (FUVEST SP/2008)
I. Não deis aos cães o que é santo, nem
atireis aos porcos as vossas pérolas (...).
(Mateus, 7:6)
II. Você pode atirar pérolas aos porcos. Mas
não adianta nada atirar pérolas aos gatos, aos
cães ou às galinhas porque isso não tem
nenhum significado estabelecido.
Millôr Fernandes, Millôr definitivo: a bíblia do caos.
a) Considerando-se que o texto II tem como
referência o texto I, qual é a expressão
13-08-09
que, de acordo com Millôr Fernandes,
tem um “significado estabelecido”?
b) No texto I, os significados dos
segmentos “não deis aos cães o que é
santo” e “nem atireis aos porcos as
vossas
pérolas”
reforçam-se
mutuamente ou se contradizem?
Justifique sucintamente sua resposta.
03 - (UFF RJ/2008)
Leia a charge de Chico e a tira de jornal de
Chris Browne e destaque o jogo lingüístico
que cada autor utilizou para enfatizar
determinada produção de sentido.
a)
Observação:
“Ali Babá e os quarenta ladrões” é um
dos clássicos da literatura infantil
ricamente ilustrado e em cores.
Babá:apelido do deputado João Batista
Oliveira de Araújo (PSOL-PA)
b)
04 - (UNICAMP SP/2008)
(Gonsales, Fernando, “Níquel Náusea”. Folha de
São Paulo on line em www.uol.com.br/niquel)
a) No primeiro quadrinho, a menção a
„palavrões‟ constrói uma expectativa que é
quebrada no segundo quadrinho. Mostre
como ela é produzida, apontando uma
expressão relacionada a „palavrões‟,
presente no primeiro quadrinho, que ajuda
na construção dessa expectativa.
b) No segundo quadrinho, o cômico se
constrói justamente pela quebra da
expectativa produzida no quadrinho
anterior. Entretanto, embora a relação
pressuposta no primeiro quadrinho se
mantenha, ela passa a ser entendida num
outro sentido, o que produz o riso.
Explique o que se mantém e o que é
alterado no segundo quadrinho em termos
de pressupostos e relações entre as
palavras.
05 - (UNICAMP SP/2008)
O seguinte enunciado está presente em uma
campanha publicitária de provedor de Internet:
Finalmente um líder mundial de Internet que
sabe a diferença entre acabar em pizza e
acabar em pizza. Terra.
A Internet do Brasil e do mundo.
a) A propaganda joga com um duplo sentido
da expressão “acabar em pizza”. Qual é o
duplo sentido?
b) A propaganda trabalha com esse duplo
sentido para construir a imagem de um
provedor que se insere em âmbitos
internacional e nacional. De que modo a
expressão “acabar em pizza” ajuda na
construção dessa imagem?
06 - (UNIFESP SP/2008)
Leia a charge.
b) Como cada autor encara o tornar-se
adulto?
08 - (UFRJ/2008)
TEXTO IV
Happy end
(Cacaso)
O meu amor e eu
nascemos um para o outro
(www.chargeonline.com.br. Adaptado.)
Observando as imagens, vê-se que as
personagens estão se referindo a
personalidades diferentes, daí o efeito de
humor da charge quanto aos seus
comentários.
a) Do ponto de vista lingüístico, o que
gera a confusão das personagens?
b) Que idéia está subentendida no ponto
de vista de cada personagem?
7 - (UNIFESP SP/2008)
Leia os textos.
O aspecto que mais admiro na infância
está na capacidade desconcertante que as
crianças possuem de enxergar cada
detalhe
do
dia-a-dia
de
maneira
espontânea, talvez por ainda não terem
sido bitoladas pela visão acachapante dos
adultos. Porque uma criança possui a
mente aberta, seja para acreditar em Papai
Noel ou coelhinho da Páscoa, seja por
recriar as coisas do mundo de acordo com
o poder de sua imaginação.
(Alexandre Inagaki, Quando eu era criança...,
www.interney.net/blogs/inagaki. Adaptado.)
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem
olhos atentos e limpos para o espetáculo
do mundo. O poeta é capaz de ver pela
primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há
pai que nunca viu o próprio filho. Marido
que nunca viu a própria mulher, isso existe
às pampas. Nossos olhos se gastam no
dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala
no coração o monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende, Folha de S.Paulo,
23.02.1992.)
Os dois autores apresentam formas pelas
quais as crianças vêem o mundo.
a) Qual a idéia comum aos autores sobre
o enxergar o mundo das crianças?
Transcreva um trecho de cada texto
que explicite essa idéia.
agora só falta quem nos apresente
O texto “Happy end” – cujo título (“final feliz”)
faz uso de um lugar-comum dos filmes de
amor – constrói-se na relação entre desejo e
realidade, e pode ser considerado uma
paródia de certo imaginário romântico.
Justifique a afirmativa, levando em conta
elementos textuais.
09 - (FUVEST SP/2007)
Sair a campo atrás de descobridores de
espécies é uma expedição arriscada. Se você
não é da área, vale treinar um “biologuês” de
turista. Mas, mesmo quem não tem nada a ver
com o pato-mergulhão ou a morfologia da
semente da laurácea, pode voltar fascinado da
aproximação com esses especialistas.
De olhos nos livros e pés no mato, eles
etiquetam a natureza, num trabalho de
formiga. São minoria que dá nome aos bois e
a plantas, aves, mosquitos, vermes e outros
bichos.
Heloisa Helvécia, Revista da Folha.
a) Transcreva do texto as expressões que
mais
diretamente
exemplificam
o
“biologuês” mencionado pela autora.
b) Tomada em seu sentido figurado, como se
deve entender a expressão “dar nome aos
bois”, utilizada no texto?
10 - (FUVEST SP/2007)
Muitos políticos olham com desconfiança
os que se articulam com a mídia.
Não compreendem que não se faz política
sem a mídia. Jacques Ellul, no século
passado, afirmava que um fato só se torna
político pela mediação da imprensa. Se 20
índios ianomâmis são assassinados e
ninguém ouve falar, o crime não se torna um
fato político. Caso apareça na televisão, o que
era um mistério da floresta torna-se um
problema mundial.
Adaptado de Fernando Gabeira, Folha de S.
Paulo.
a) Explique a distinção, explorada no
texto, entre dois tipos de fatos: um,
relacionado a “mistério da floresta”;
outro,
relacionado
a
“problema
mundial”.
b) Reescreva os dois períodos finais do
texto, começando com “Se 20 índios
fossem assassinados...” e fazendo as
adaptações necessárias.
11 - (FUVEST SP/2007)
Leia o trecho de uma canção de Cartola, tal
como registrado em gravação do autor:
(...)
Ouça-me bem, amor,
Preste atenção, o mundo é um moinho,
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos,
Vai reduzir as ilusões a pó.
Preste atenção, querida,
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés.
Cartola, “O mundo é um moinho”.
a) Na primeira estrofe, há uma metáfora
que se desdobra em outras duas.
Explique o sentido dessas metáforas.
b) Caso o autor viesse a optar pelo uso
sistemático da segunda pessoa do
singular, precisaria alterar algumas
formas verbais. Indique essas formas e
as respectivas alterações.
12 - (FUVEST SP/2007)
Salão repleto de luzes, orquestra ao fundo,
brilho de cristais por todo lado. O crupiê*
distribui fichas sobre o pano verde, cercado
de mulheres em longos vestidos e homens
de black-tie**. A roleta em movimento
paralisa o tempo, todos retêm a respiração.
Em breve estarão definidos a sorte de
alguns e o azar de muitos. Foi mais ou
menos assim, como um lance de roleta,
que a era de ouro dos cassinos
maravilhosa
para
uns,
totalmente
reprovável para outros
se encerrou no
Brasil. Para surpresa da nação, logo depois
de assumir o governo, em 1946, o
presidente Eurico Gaspar Dutra pôs fim,
com uma simples penada, a um dos
negócios mais lucrativos da época: a
exploração de jogos de azar, tornando-os
proibidos em todo o país. (...)
Jane Santucci, “O dia em que as roletas
pararam”, Nossa História.
* crupiê: empregado de uma casa de jogos
** black-tie: smoking, traje de gala
a) No texto acima, a autora utiliza vários
recursos descritivos. Aponte um desses
recursos. Justifique sua escolha.
b) A que fato relatado no texto se aplica a
comparação “como num lance de roleta”?
13 - (UFG GO/2007)
Pequeno dicionário do planeta moda
Duas vezes por ano o Brasil sedia um dos
principais eventos do mundo da moda, a São
Paulo Fashion Week. Quem desembarca
desavisadamente no Pavilhão do Ibirapuera,
em São Paulo, acha que o idioma oficial da
maratona de desfiles é o inglês – bookers e
scouters borboleteiam de um lado para outro,
enquanto os maquiadores desprezam quem
os chama pela palavra em português que
designa a profissão – preferem ser conhecidos
como make-up artists. Num segundo
momento, percebe-se que a língua é muito
mais complicada. A São Paulo Fashion Week,
que começa na quarta-feira 12, é um planeta à
parte, com códigos próprios. [...]
ÉPOCA. São Paulo: Globo, n. 425. 17 jul. 2006, p.
84.
De acordo com o texto, por que se pode
afirmar que a expressão “planeta moda”
caracteriza o ambiente das passarelas?
14 - (UFG GO/2007)
O slogan abaixo faz parte da propaganda de
um novo carro de luxo lançado recentemente
no mercado.
“Um carro que diz onde você chegou antes
mesmo de ter saído da garagem.”
ISTOÉ, São Paulo: Editora Três. n.1928. 30 ago.
2006, p. 16-17.
Analisando o slogan da propaganda, que idéia
fica subentendida em relação à posse do carro
anunciado?
15 - (UFG GO/2007)
b) a regra que os falantes utilizam quando
dizem “as quinhentas milhões de
pessoas”.
17 - (UEG GO/2007)
“Uma coisa é manifestar sua preferência no
editorial, a outra é editorializar o noticiário”.
KOTSCHO, Ricardo. O Popular. Goiânia, 25 set
2006. Magazine.
O gênero editorial, por expressar o ponto de
vista de um jornal ou de uma revista, não se
prende a critérios de objetividade. A notícia,
por sua vez, por pretender ser fiel aos fatos
relatados, em tese, deve ser imparcial.
Tendo em vista estes comentários, explique o
uso da expressão “editorializar o noticiário”, na
frase do jornalista Kotscho.
Disponível em: <www.greenpeace.org.br>.
Acesso em: 8 set. 2006.
A imagem acima é de uma campanha
publicitária de uma organização nãogovernamental, Greenpeace, e retrata uma
das cenas de seca ocorrida na Amazônia
em 2005. Explique como o efeito de sentido
pretendido por essa campanha atinge o
leitor.
16 - (UFG GO/2007)
Em uma entrevista, Ferreira Gullar, ao ser
perguntado: “Você começou estudando
gramática. É preciso isso para escrever
bem?”, responde: “Não (com ironia). E nem
é preciso saber português. É ler os jornais
e ver a TV para perceber. Outro dia ouvi „as
quinhentas milhões de pessoas‟. Eles não
sabem que „quinhentos‟ é palavra
masculina. Confundem „este‟ com „esse‟.
„Esse programa que estão vendo...‟. Para
eles é tudo a mesma coisa.
Ignoram que as palavras têm sentido
preciso e, para escrever bem, é preciso
saber o significado, as relações entre elas,
quais se combinam, como convivem. Para
isso é preciso ter lido algo”.
LÍNGUA PORTUGUESA, São Paulo:
Segmento, ano 1, n. 5, 2006.
Considerando-se o trecho transcrito da
entrevista de Ferreira Gullar, explique
a) a alteração ocorrida na resposta do
entrevistado com o acréscimo da
expressão, entre parênteses, “com
ironia”;
18 - (UEG GO/2007)
EMPREENDEDORISMO GERA RENDA E TOMA
LUGAR DE
FILANTROPIA
Ações de estímulo à geração de renda visam
fim da relação paternalista entre companhias e
comunidades carentes.
Pequenos negócios, como cooperativas de
reciclagem, criam oportunidades de sustento
para excluídos do mercado de trabalho formal.
A proposta de “ensinar a pescar, em vez de
dar o peixe” está se consolidando nas
carteiras de investimento privado de
companhias
brasileiras
devido
ao
amadurecimento da ação social no país.
GARÇON, Juliana. Folha de S. Paulo, São Paulo,
26 set 2006, p. B9. Dinheiro. [Adaptado].
Que outros termos do texto correspondem,
respectivamente, às expressões “ensinar a
pescar” e “dar o peixe”?
19 - (UNICAMP SP/2007)
O Caderno “Aliás Debate” do Estado de
S.Paulo, de 18/08/2006, apresenta uma
matéria com o título: “Nas frestas e brechas da
segurança”. A matéria se inicia com o seguinte
trecho:
“Estamos nas frestas, procurando as brechas”.
Esta boa frase, que circulou em manifesto
atribuído ao PCC e ao seu líder (...), Marcola,
resume bem o que pretende a organização
criminosa que vem atacando a maior cidade
brasileira”. (p. 2)
a) Como você interpreta „frestas‟ e
„brechas‟ em “Estamos nas frestas,
procurando as brechas”?
b) Levando em consideração que “Nas
frestas e brechas da segurança” é o
título da matéria, como você interpreta
esse enunciado comparando-o à frase
atribuída a Marcola?
Estado de S.Paulo, de 18 de agosto de 2006,
aborda uma questão polêmica relacionada à
ética médica. Esse artigo inclui dois excertos:
um do Código de Ética Médica (texto 2) e
uma Resolução do Conselho Federal de
Medicina (texto 3).
20 - (UNICAMP SP/2007)
Em 7 de agosto de 2006, foi publicada, no
jornal Correio Popular de Campinas, a
seguinte carta:
“(...) médicos de todo o País distribuem aos
pacientes cupons que dão descontos na
compra de produtos farmacêuticos. Os cupons
são feitos pelos próprios laboratórios.
A (empresa X), por exemplo, distribui cupons
que dão 80% de desconto na compra de uma
loção cicatrizante. A (empresa Y) criou um
cartão de fidelidade que garante descontos de
até 50% na compra de medicamentos para
doenças crônicas, como diabete e asma. Os
dois laboratórios firmaram convênios com
diversas farmácias no Brasil. (...)
O cupom da empresa X, por exemplo, não tem
valor sem o carimbo, a assinatura e o registro
do médico no Conselho de Medicina. No caso
da empresa Y, o cartão definitivo só é dado
depois que o médico fornece ao cliente um
provisório. (...)
Li reportagem no jornal e me surpreendi,
pois moro próximo ao local de infestação
de carrapatos-estrela no Jardim Eulina, e
sei que existem muitas capivaras, mesmo
dentro da área militar. Surpreendi-me ainda
ao saber que vão esperar o laudo daqui a
15 dias para saber por que ou do que as
pessoas morreram. Gente, saúde pública é
coisa séria! Não seria o caso de remanejar
esses
bichos
imediatamente,
como
prevenção, uma vez que estão em zona
urbana?
(Carrapatos, M., M.).
a) Na carta acima, a que se refere a
expressão “esses bichos”? Justifique.
b) A compreensão da carta pode ser
dificultada porque há nela vários
implícitos. Aponte duas passagens do
texto em que isso ocorre e explique.
c) Que palavra da carta justifica a
referência a “saúde pública”?
21 - (UNICAMP SP/2007)
Em 26 de outubro de 2006, um jornal de
S.Paulo veiculou a seguinte propaganda:
“Se no Brasil ninguém paga caro por
mentir, por que você vai pagar caro pela
verdade?
Assine o Jornal X a partir de R$ XX,XX.”
a) A propaganda explora dois sentidos de
“pagar caro”. Quais?
b) A propaganda procura construir certas
imagens para o jornal. Quais?
c) Para construir essas imagens, a
propaganda torna natural uma imagem
estereotipada do Brasil. Comente a
importância da construção sintática “se
(....), por que (...)” e do pronome
“ninguém‟ nesse processo.
22 - (UNICAMP SP/2007)
O trecho abaixo (texto 1), extraído de um
artigo publicado no caderno “VIDA&” do
Texto 1
O que dizem as normas
• (Texto 2) Código de Ética Médica: O
artigo 98 afirma que é vedado ao médico
“exercer a profissão com interação ou
dependência de farmácia, laboratório ou
qualquer
organização
destinada
à
fabricação,
manipulação
ou
comercialização de produtos de prescrição
médica de qualquer natureza (...)”.
•
(Texto 3) Resolução 1595 do Conselho
Federal de Medicina: Considerando que
“o trabalho do médico não pode ser
explorado por terceiros com objetivo de
lucro”, o CFM proíbe “a vinculação da
prescrição médica ao recebimento de
vantagens materiais oferecidas por
agentes econômicos interessados na (...)
comercialização
de
produtos
farmacêuticos ou equipamentos de uso na
área médica”.
a) As posições expressas nos textos 2 e 3
são semelhantes? Responda sim ou não e
justifique.
b) A situação descrita no texto 1 fere as
normas apresentadas nos textos 2 e 3?
Responda sim ou não e justifique.
23 - (UNICAMP SP/2007)
HAGAR - Dik Browne
Considere as frases “Leve com você. Leve a
vida leve.”, da publicidade acima, para
responder à questão 03.
a) Dê o significado de “leve”, nas 3
ocorrências.
b) Indique a classe gramatical de “leve”, tal
como vem empregado, na 2ª e na 3ª
ocorrências.
a) O que produz a ironia nessa tira de
Hagar?
b) Como você interpreta a resposta de
Hagar, no segundo quadrinho da tira?
Justifique.
24 - (UNIMONTES MG/2007)
Observe a publicidade abaixo.
25 - (FUVEST SP/2007)
Americanos e russos se unem para salvar
baleias no Ártico. Eis um episódio de época,
mostrado na TV, nos anos 80, com toda a sua
marca mitológica. Um dos mais primitivos
povos da terra, os esquimós, lança um apelo
que mobiliza as potências rivais, com sua
técnica, em favor dos animais ameaçados de
extinção. O pacifismo e a ecologia
encontraram por fim uma narrativa modelar,
que curiosamente inverte os termos da
cumplicidade original, quando os animais é
que auxiliavam os homens a enfrentar os
perigos da natureza.
Paulo Neves, Viagem, espera.
a) Destaque do texto os segmentos que
concretizam o sentido de pacifismo e o
de ecologia.
b) “(...) os animais é que auxiliavam os
homens a enfrentar os perigos da
natureza”.
Reescreva a frase acima, de modo que
fique expressa a inversão dos termos da
cumplicidade original, a que se refere o
autor.
TEXTO: 1 - Comum às questões: 26, 27, 28, 29,
30
Da euforia à depressão... Muitos são os
estados de espírito que experimentamos, ao
longo de nossas vidas, seja individualmente,
seja na relação com o outro. Leia com atenção
os textos desta prova, que, direta ou
indiretamente, apresentam matizes diversos
de humor.
TEXTO I
Mau humor crônico é doença e exige
tratamento
Mau humor pode ser doença – e grave!
Um transtorno mental que se manifesta por
meio de uma rabugice que parece eterna.
Lembra muito o estado de espírito do Hardy
Har Har, a hiena de desenho animado famosa
por viver resmungando “Oh dia, oh céu, oh
vida, oh azar”.
Distimia é o nome dessa doença.
Reconhecida pela medicina nos anos 80, é
uma forma crônica de depressão, com
sintomas mais leves. “Enquanto a pessoa
com depressão grave fica paralisada, quem
tem distimia continua tocando a vida, mas
está sempre reclamando”, diz o psiquiatra
Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório
de Ansiedade do Hospital das Clínicas
(HC).
O distímico só enxerga o lado negativo
do mundo e não sente prazer em nada. A
diferença entre ele e o resto dos malhumorados é que os últimos reclamam de
um problema, mas param diante da
resolução. O distímico reclama até se
ganha na loteria. “Não fica feliz, porque
começa a pensar em coisas negativas,
como ser alvo de assalto ou de seqüestro”,
diz o psiquiatra Antônio Egídio Nardi,
professor da Universidade Federal do Rio
de Janeiro. (...)
E, se o mau humor patológico tem
remédio, o mau humor “natural” também.
Vários fatores interferem no humor. O
cheiro, por exemplo, que é capaz de abrir o
sorriso no rosto de um trombudo. E mais:
ao contrário do que se pensa, o humor
melhora com a idade!
(KLINGER, Karina. Folha on-line –
www.folha.com.br, 15/07/2004.)
TEXTO II
Os outros, que não acreditavam nisto,
submergiram, mas Procópio foi depositado na
crista de um pico mais alto que o da Neblina,
onde faz sol para sempre. Merecia.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Prosa seleta.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.)
TEXTO III
Bem no fundo
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela – silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
(LEMINSKI, Paulo. Distraídos venceremos.
3a ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.)
Deus quer otimismo
TEXTO IV
Procópio acordava cedinho, abria a
janela, exclamava:
– Que dia maravilhoso! O dia mais belo
da minha vida!
Às vezes, realmente, a manhã estava
lindíssima, porém outras vezes a natureza
mostrava-se carrancuda. Procópio nem
reparava. Sua exclamação podia variar de
forma, conservando a essência:
– Estupendo! Sol glorioso! Delícia de
vida!
Choveu o mês inteiro e Procópio
saudou as trinta e uma cordas-d‟água com
a jovialidade de sempre. Para ele não havia
mau tempo.
A família protestava contra a sua
disposição fagueira e inalterável. A
população erguia preces ao Senhor,
rogando que parasse com o dilúvio. Um dia
Procópio abriu a janela e foi levado pelas
águas. Ia exclamando:
– Sublime! Agora é que sinto realmente
a beleza do bom tempo integral! O azul é
de Sèvres! Chove ouro líquido! Sou feliz!
Amor
humor
(ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas
(org. Haroldo de Campos).
5a edição. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1971.)
TEXTO V
A lagartixa
A lagartixa ao sol ardente vive
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.
Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor a minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores.
Vale todo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha...
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas
(ed. crítica de Péricles
Eugênio da Silva Ramos/ org. Iumna Maria
Simon). Campinas/SP:
UNICAMP; São Paulo: Imprensa Oficial do
Estado, 2002.)
26 - (UFRJ/2007)
Conforme declara o narrador, para
Procópio “não havia mau tempo”.
a) Considerando
essa
declaração,
identifique a passagem em que a
percepção do narrador em relação aos
fatos narrados não coincide com a do
personagem.
b) Levando em conta o sentido integral do
texto, explicite a ambigüidade da
expressão “mau tempo”.
27 - (UFRJ/2007)
Observe a seguinte afirmativa:
“ (...) Sua exclamação podia variar de
forma, conservando a essência:
– Estupendo! Sol glorioso! Delícia de vida!”
Identifique a “essência” a que se refere o
narrador e descreva cada uma das
diferentes estruturas gramaticais que
concretizam a variação “de forma”.
28 - (UFRJ/2007)
O texto I tem seu foco principal num tipo de
comportamento cuja visão de mundo é
contrária à do personagem do texto II.
Comprove o conteúdo dessa afirmativa no
que se refere às atitudes manifestadas, em
ambos os textos, diante de fatos que
seriam considerados, em geral, positivos
ou negativos.
O poema de Paulo Leminski estrutura-se
em três momentos de significação, que
podem ser assim caracterizados: hipótese
(1a estrofe); decreto (2a e 3a estrofes);
conclusão reflexiva (4a estrofe).
29 - (UFRJ/2007)
A repetição é empregada no poema de
Leminski como recurso expressivo.
Considerando os elementos que foram
enfatizados por meio da repetição no
primeiro e no segundo momento do texto,
explicite os espaços subjetivos construídos por
esse recurso.
30 - (UFRJ/2007)
O texto I apresenta como tema central um
transtorno causado pelo mau funcionamento
do timo (glândula relacionada ao controle da
afetividade e da emoção).
a) Identifique a palavra que, por meio do uso
de prefixo e sufixo, nomeia o portador
desse transtorno.
b) Diferencie o referido transtorno de uma
outra categoria psicológica relativa ao
humor apresentada no texto, apontando a
principal característica de cada uma delas.
31 - (UNIFESP SP/2007)
O „pobrema‟ é nosso
Segundo
Eliana
Marquez
Fonseca
Fernandes, professora de Língua Portuguesa
da Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Goiás, em se tratando de
linguagem, não se pode falar em erro ou
acerto, mas desvios à norma padrão. “O
importante é estabelecer a comunicação. Para
isso, usamos a língua em vários níveis, desde
o supercuidado ou formal até o não-cuidado
ou não-formal.”
“A gramática tradicional diz que, quando
se fala „nóis vai, nóis foi‟, isso não é
português. Mas é sim. Em outro nível. Estudos
mais recentes na área dizem que tais formas
de expressão são corretas. Censurar ou
debochar de quem faz uso delas é
discriminação lingüística.”
Para a professora, o domínio da norma
culta não deve ser exigido da população de
modo geral, principalmente de pessoas que
têm baixo grau de escolaridade. “Quem tem
obrigação de saber o português formal, falar e
escrever de acordo com as regras são os
professores, os jornalistas, os acadêmicos”,
diz.
(Diário da Manhã, Goiânia, 05.05.04.
Adaptado.)
O texto expõe pontos de vista diferentes sobre
a concepção de língua e de seu uso.
a) Explique o ponto de vista da professora
Eliana e da gramática tradicional,
conforme apresentados.
b) A professora Eliana afirma que censurar
ou debochar de quem faz uso de formas
não-padrão é discriminação lingüística.
Todavia, em sua fala, pode-se entrever
certa
discriminação
lingüística.
Transcreva o trecho em que isso
ocorre e explique por quê.
32 - (UEG GO/2007)
01 - a) A ironia está expressa em „também
quando votam‟. O sentido construído com „também
quando votam‟ evoca aquele a que o governador
se referia com „(fábrica de) produzir marginais‟,
caracterizando os filhos de pobres como
marginais. A ironia é construída, assim, ao se
acrescentar „também quando votam‟ à retomada
da fala do governador. Esse acréscimo caracteriza
como marginais os políticos, não se excluindo o
governador, eleitos pelas mesmas mães referidas
por Sérgio Cabral. b) A construção sintática
responsável pela relativização da crítica é “apenas
X, ou também Y”. Isso porque essa construção
mantém o pressuposto estabelecido na primeira
das duas orações („apenas quando dão à luz‟). Ou
seja, essa construção sintática estabelece uma
relação aditiva (do tipo “não só, como também”),
ao invés de adversativa. Por isso, na crítica
construída pela carta não há efetivamente uma
negação da proposição de que os filhos de mães
faveladas seriam marginais, mas sim, um
acréscimo de outra possibilidade de interpretação
da expressão „fábrica de marginais‟. Dessa forma,
mantém-se como pressuposto a interpretação
produzida pelo governador do Rio de Janeiro,
apesar da crítica a ele dirigida.
02 - a) "atirar pérolas aos porcos". b) Reforçamse mutuamente, pois há entre eles uma relação de
adição ("nem" = e não).
ANGELI. Disponível em:
http://www2.uol.com.br/angeli. Acesso em:
13 set. 2006.
As
charges
abordam
situações
características da realidade brasileira.
Relacionando as duas, em que sentido a
segunda justifica a resposta dada pelo
personagem da primeira?
Gabarito:
03 - a) O
chargista
atualiza
determinadas
informações presentes na memória popular e,
através da pontuação, desconstrói o título do livro
“Ali Babá e os quarenta ladrões” e traz para o
presente uma leitura crítica da realidade que o
cerca. Ao desconstruir o título, produz uma outra
frase em que o substantivo próprio “Ali” passa a
advérbio de lugar “ali” e Babá funciona como o
vocativo; a continuação da fala de natureza
exclamativa sugere que naquele espaço se
encontram quarenta ladrões. b) O jogo lingüístico
se centraliza na ausência/presença do artigo: “de
glória” aponta para um sentido ligado a poder (em
busca de glória) e “da glória” indica o interesse do
personagem de encontrar uma garota que se
chama Glória. Tal interpretação é ratificada pelo
segundo quadro descritivo/narrativo: “é uma garota
que conheci na última vez em que estive lá.
04 - a) A expressão que contribui para a
expectativa é "passar vergonha", pois se espera
que o papagaio só fale palavras de baixo calão. b)
As palavras ditas pelo papagaio, embora
não pertençam à norma culta, também não se
constituem em "palavrões" propriamente ditos, e
isso ridiculariza o dono da ave diante de outros
meninos, aparentemente afeitos a palavras chulas,
mais "pesadas".
05 - a) "Acabar em pizza", por um lado,
relaciona-se a uma reunião encerrada
festivamente, com descontração, isso em
âmbito internacional; por outro, a expressão é
utilizada para realçar a ausência de seriedade,
principalmente no cenário político nacional. b)
Nesse contexto, "acabar em pizza"
confere amplitude/ abrangência global ao
provedor, porque, não importando a origem da
notícia, ela será sempre divulgada.
06 - a) Trata-se da homofonia, ou seja, a
mesma
pronúncia
dos
nomes
"Chaves/Chávez". b) No primeiro caso, a
criança acredita ser bom ter o programa
televisivo "Chaves" disponível a todo momento.
No segundo, a criança faz menção ao
presidente Chávez de forma crítica.
7 - a) Os dois autores acreditam que as
crianças têm os olhos limpos e vêem
espontaneamente o mundo, em contraste com
a visão viciada dos adultos. Elas conseguem
"... enxergar cada detalhe do dia-a-dia de
maneira espontânea, talvez por ainda não
terem sido bitoladas pela visão acachapante
dos adultos", segundo Alexandre Inagaki. "Uma
criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos
atentos e limpos para o espetáculo do mundo",
segundo Otto Lara Resende. b) No
primeiro
texto, o adulto deixa de ser espontâneo e
passa a ter uma visão acachapante. No
segundo, o adulto gasta seus olhos, que se
tornam opacos, na rotina, no dia-a-dia.
08 - O título do poema de Cacaso e seus dois
primeiros versos remetem a um amor
predestinado, idealizado. O desejo de
realização
desse
amor,
entretanto,
é
desmontado pelo terceiro verso, que traz a
contingência da realidade. Essa ironia
destrutiva é característica do discurso paródico.
09 - a) Termos específicos da área: “patomergulhão”, “morfologia da semente da
laurácea”. b) Identificar, criteriosamente, a
diversidade das espécies.
10 - a)
“mistério da floresta”: o fato, não
divulgado pela mídia, fica restrito a
um grupo de pessoas e ao
ambiente em que ocorreu;
“problema mundial”: o fato, divulgado
pela mídia, extrapola fronteiras e se
torna de domínio público.
b) Se 20 índios fossem assassinados e
ninguém ouvisse falar, o crime não se
tornaria um fato político. Caso aparecesse
na televisão, o que seria um mistério da
floresta tornar-se-ia um problema mundial.
11 - a) Primeira metáfora: “... o mundo é um
moinho”.
Desdobramentos: “[O mundo] Vai triturar
teus sonhos...” e “Vai reduzir as
ilusões a pó”.
O autor utiliza uma gradação (“triturar” /
“reduzir a pó”) para falar das decepções,
frustrações e do aniquilamento dos sonhos
e esperanças dos indivíduos.
b)
“Ouça-me”: ouve-me;
“Preste atenção”: presta atenção.
12 a) Os recursos descritivos que aparecem no
texto são sintáticos e estilísticos. Entre
eles:
frases nominais justapostas, que indicam
uma composição de quadros;
adjetivação;
uso de recursos sinestésicos, como
“luzes”, “orquestra”, “brilho”.
b) O fim ou a proibição da exploração dos
jogos de azar.
13 - A expressão planeta moda caracteriza o
ambiente das passarelas, pois além de ali se
fazer uso da língua inglesa, esse ambiente
revela comportamentos e regras próprias que
o tornam um mundo particular.
OU
Porque o texto fala que a São Paulo Fashion
Week é um planeta à parte, com códigos
próprios, distante da realidade do mundo
comum.
14 - A idéia subentendida é que com a posse de
um carro tal como o anunciado não é nem
necessário tirá-lo da garagem para saber o
status de seu possuidor. O fato de possuir
algo tão luxuoso já é suficiente para mostrar a
relevância social que uma pessoa é capaz de
atingir.
15 - Para atingir o leitor, a campanha publicitária
recorre a estratégias como ironia, por meio do jogo
de contraposição entre a imagem da seca na
Amazônia e a placa de boas-vindas ao futuro.
Essa oposição causa impacto no leitor, uma vez
que a imagem de um rio seco da Amazônia,
reconhecida pela abundância de águas, se
contrapõe à placa indicativa Bem-vindo ao futuro
que geralmente remete a valores positivos, como a
esperança de um mundo melhor.
16 - a) O uso da expressão (com ironia) altera
o sentido da resposta dada por Ferreira Gullar.
Assim, quando o autor afirma “e nem é preciso
saber português”, o leitor deve entender o
contrário, ou seja, que é de fato necessário
saber português para escrever bem. b) Ao
dizerem “as quinhentas milhões de pessoas”,
os falantes fazem a concordância de gênero
entre a palavra quinhentas e o termo pessoas e
não com milhões.
19 - a) Nesta frase há vários sentidos
coexistentes, configurando um belo jogo de
significação. Podemos estabelecer diferentes
relações entre „frestas‟ e „brechas‟, ressaltando
que, embora essas duas palavras signifiquem
“abertura”, „frestas‟ está ligada ao verbo „estar‟
e „brechas‟ ao verbo „procurar‟, o que reforça
um sentido estático em „frestas‟ e dinâmico em
„brechas‟. Ao mesmo tempo, é preciso levar em
conta que „procurar brechas‟ é uma expressão
comum,
cuja interpretação está mais
estabilizada
no
sentido
de
“procurar
oportunidades, chances, saídas, caminhos,
possibilidades”.
Essa
interpretação
se
contrapõe a „estar nas frestas‟, expressão
menos usual, que exige um investimento maior
de leitura, que não pode desconsiderar o
enunciador, no caso o líder do PCC. Nesse
sentido, „estar nas frestas‟ pode nos remeter a
frestas da cadeia (estar atrás das grades), ao
lado de estar nas frestas da sociedade (estar à
margem, estar na marginalidade, estar
escondido, estar à espreita, estar de prontidão).
Nesse jogo, essas relações não excluem, muito
pelo contrário, exploram esses diferentes
sentidos e, o que permite ler „brechas‟ em
referência a brechas do sistema carcerário
(fuga/saída/caminhos), ao mesmo tempo, a
brechas
na
sociedade
(caminhos,
possibilidades de se estar legitimamente na
sociedade)
e
brechas
da
sociedade
(estratégias de ataque contra a sociedade). b)
Títulos e manchetes, de maneira geral,
interpretam a matéria jornalística. Nesse caso
específico, o efeito do título sobre a frase
atribuída a Marcola é justamente o de reduzi-la
a uma questão de segurança, o que desloca a
questão de uma reflexão de natureza social e
política, colocando-a no lugar do policialesco.
Pode-se mencionar ainda o fato de que no
título, „frestas‟ e „brechas‟ funcionam quase
como sinônimos.
20 - a) Apesar de haver duas possibilidades
de referência (Carrapatos-estrela e Capivaras)
para “esses bichos”, como a expressão é
precedida pelo verbo „remanejar‟ e relacionada
a uma prática de prevenção, não há a
possibilidade de leitura de remanejamento de
carrapatos como prevenção, portanto „esses
bichos‟ refere-se a capivaras. Outra justificativa
possível é que a referência está na expressão
mais próxima. b)
Dentre
outras
possibilidades, em “moro próximo ao local de
infestação de carrapatos-estrela no Jardim Eulina,
e sei que existem muitas capivaras” não é
explicitada a relação entre os carrapatos e as
capivaras (sabe-se que as capivaras são
hospedeiras de carrapatos-estrela transmissores
da febre maculosa). Em “vão esperar o laudo
daqui a 15 dias para saber por que ou do que as
pessoas morreram”, tanto a necessidade do laudo,
quanto a possibilidade da morte não estão
explicadas. Também será aceita a indicação da
passagem “não seria o caso de remanejar esses
bichos imediatamente”, conforme discutido em a.
c)
Infestação ou prevenção.
21 - a) Os sentidos de “pagar caro” são: “ter um
custo moral alto” e “ter um custo material alto,
exigir grandes despesas ou ser dispendioso”. b)
Jornal isento, correto, ético, confiável, etc.
e jornal barato, de baixo custo, de baixo valor
monetário, etc.
c)
Nessa propaganda, tanto a construção
sintática “se (...) por que (...)” quanto o pronome
“ninguém” generalizam a relação entre o Brasil e a
impunidade pela mentira. A construção “se (...) por
que (...)” estabelece uma relação lógica e
necessária do tipo “todo aquele que X, então Y”,
nesse caso específico, “todo aquele que mentir
não pagará caro por isso”, e o pronome „ninguém‟
estabelece um conjunto irrestrito do qual nenhum
brasileiro escapa. Dessa forma, a propaganda, ao
valorizar a possibilidade de alguns (“você”) não
pagarem caro pelo jornal (porque, segundo a
propaganda, ninguém paga caro por mentir),
banaliza a impunidade no Brasil e deixa de discutir
a especificidade de um problema de fundamental
importância para a sociedade brasileira.
22 - a) Sim. Nos dois textos fica expressa uma
preocupação de regular, do ponto de vista ético, a
conduta
médica.
O
candidato
poderá
complementar sua resposta mencionando que o
texto três especifica a proibição do recebimento de
vantagens materiais na prescrição médica. b)
Sim. No texto 1 são apresentadas práticas
médicas intermediadas por farmácias ou
laboratórios: distribuir aos pacientes cupons que
garantem descontos, desde que assinados e
carimbados pelo médico; fornecer cartões de
fidelidade provisórios que garantem descontos.
Essas duas práticas ferem as normas
estabelecidas no textos 2 e 3.
23 - a) A ironia é produzida pela justaposição
da afirmação contundente estabelecida pela
interjeição
„claro‟
com
o
argumento
absolutamente improvável que se segue.
Afinal, não são muitos aqueles que fazem parte
do conjunto de pessoas passíveis de serem
convidadas para jantar com o rei da Inglaterra.
b)
A interpretação deve levar em conta,
necessariamente,
a
relação
entre
o
modalizador „talvez‟ e a seqüência do
enunciado de Hagar iniciada pela conjunção
adversativa „mas‟. Em „talvez‟, afirma-se uma
possibilidade
confirmada
pela
restrição
estabelecida em „mas‟, seguida de „não diga à
sua mãe que eu falei isso‟. Desse modo,
podemos interpretar a resposta de Hagar como
afirmando que boas maneiras à mesa não são
importantes, sem que ele diga isso
diretamente, já que isso contraria o que
socialmente se espera da figura paterna e
contraria também a posição da mãe, Helga.
25 - a) “Americanos e russos se unem para
salvar baleias no Ártico.”; “apelo que mobiliza
as potências rivais, com sua técnica, em favor
dos animais ameaçados de extinção.”. b)
(...) os animais é que são auxiliados
pelos homens a enfrentar os perigos da
natureza, ou (...) os homens é que auxiliam os
animais (...).
26 - a) A passagem em que a percepção do
narrador em relação aos fatos narrados não
coincide com a do personagem é a seguinte:
“(...) porém outras vezes a natureza mostravase carrancuda”. b)
No sentido literal, a
expressão “mau tempo” limita-se a informar as
condições atmosféricas, enquanto, no sentido
figurado, indica dificuldades, adversidades de
toda ordem.
27 - A essência a que se refere o narrador
corresponde a uma visão positiva diante dos
fatos. Quanto à variação de forma, a primeira
expressão é constituída de um adjetivo
(“estupendo”), a segunda, de um substantivo e
um adjetivo (“sol glorioso”), e a terceira, de um
substantivo mais locução adjetiva – preposição
e substantivo (“delícia de vida”).
28 - No texto 1, o foco principal recai sobre o
sujeito distímico, cuja atitude diante da vida é
sempre negativa, mesmo diante de fatos
positivos. No texto 2, ao contrário, a atitude
manifestada pelo personagem é sempre
positiva, mesmo diante de fatos negativos.
29 - No primeiro momento, os termos repetidos
– “no fundo, no fundo” – remetem para a
interioridade, para a alma humana. No segundo
momento, os termos repetidos remetem para o
passado – “pra trás, pra trás” – e para seu
esvaziamento – “nada, nada mais”.
30 - a) A palavra que nomeia o portador do
transtorno é “distímico”. b)
A
distimia
diferencia-se do mau humor natural. Enquanto a
distimia é uma doença, um mau humor patológico,
crônico, o mau humor natural é circunstancial e
não se caracteriza como doença.
31 - a) Segundo a professora Eliana, “em se
tratando de linguagem, não se pode falar em erro
ou acerto, mas desvios à norma padrão”. Segundo
a gramática tradicional “quando se fala „nóis vai,
nóis foi‟, isso não é português”. b)
A
professora revela certa discriminação linguistica
quando destaca qual camada da população deve
ou tem obrigação de falar e escrever de acordo
com a norma culta: “Quem tem obrigação de saber
o português formal (...) são os professores, os
jornalistas, os acadêmicos”.