1 HORSES`S LIFE

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1 HORSES`S LIFE
HORSES’S LIFE
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Conselho Editorial
Quando pensei neste editorial,
me dei conta de que é o primeiro
editorial da minha vida, mesmo
que eu já esteja trabalhando na
indústria do cavalo desde 1997,
sempre no mercado publicitário.
É graças à colaboração de muitos,
muitos amigos que posso sentir a
alegria de escrever este texto.
Desde o início, a revista HORSE´S
LIFE tem sido um projeto adorável, que se beneficiou da união
de pessoas interessadas neste mundo do cavalo que
tanto amamos. A atual equipe que faz a revista é formada por profissionais já consagrados no ramo, mas, longe
de serem antigos, além de sua experiência eles trazem
na bagagem a força de um renovado espírito de união.
Assim, é com muito orgulho que quero lhes apresentar
a equipe que faz a nossa revista.
Raphael Simone Neto e Felipe Simone são os responsáveis pela diagramação e pela primorosa editoração da
revista. Katia Regina é minha grande parceira no departamento comercial. Volto a ter o prazer de contar com
a veterinária Claudia Leschonski como editora técnica.
Vanessa Baialuna, colega de longa data, é nossa repórter e redatora. Considero membros fiéis de nossa equipe
Aluísio Marins e sua esposa Ana Paula, nossos mais antigos clientes, que acreditaram e investiram neste projeto,
abrindo as portas da UC para esta nova empreitada.
Convido a todos para que juntos possamos conhecer,
aproveitar e desfrutar de tudo que o cavalo nos traz da
maneira mais plena e agradável. Tal como entre os cavalos, desejo-lhes gentileza e alegria de viver, que é o que
todos precisamos.
Boa leitura!
Adriane Passos
Endereço:
Rua Treze de Maio, 133
sala 12 - Cep 13270-020
Centro - Valinhos - SP
Fone: 19 3929-8808
[email protected]
www.horseslife.com.br
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HORSES’S LIFE
Palavra do editor
A COISA REAL
Num mundo cada vez mais “virtual”, a realidade de algumas coisas
faz bem ao corpo e à alma. Por
exemplo, sentir um bom cavalo debaixo da gente, seu movimento, sua
energia que nos revitalizam, quando tanta gente (e até mesmo eu, dependendo do dia...) passa seus dias
presa ao telefone e ao computador.
Isto também se aplica às sensações transmitidas por uma revista
novinha, começando pela textura
do papel e pelo cheiro da impressão. E pelo seu conteúdo, que não apenas nos enriquece, mas também pode
nos acompanhar a toda parte – sem necessidade de bateria, sem risco de panes eletrônicas. Eu adoro a internet,
alguns diriam até que sou viciada, mas não há prazer
maior que folhear uma revista novinha. Ainda mais quando sei que contribuí para que ela existisse.
Aceitei com honra e alegria o convite de fazer parte da
equipe da Horse’s Life. Acima de tudo, isto tem a ver com
respeito. Lendo os textos desta edição da HL, achei maravilhosa uma colocação do Ilson Romanelli: “Respeitamos
o laçador, e ele retribuiu respeitando a gente”. Respeito
pela capacidade, pela experiência e pelo valor de nossos
leitores, dos articulistas, da equipe de trabalho, de nossos
parceiros comerciais, e também pelas necessidades e desejos de cada qual. E, acima de tudo, pelos cavalos.
Aprender mais sobre nossos cavalos é a maior maneira de
respeitá-los. Conseguir ajudar nossos leitores nesta tarefa é a proposta daHorse’s Life. Com a sua ajuda, amigo
leitor, queremos ser uma revista de verdade para cavaleiros de fato.
Isto é real.
Abraços,
Claudia Leschonski
Editora Técnica
EXPEDIENTE
Arte Comercial Editora Gráfica
Conselho Editorial - Adriane Passos MTB 33783 • Diretora Executiva - Carmencita Camargo Simone • Editora Técnica Claudia Leschonski • Repórter - Vanessa Baialuna • Editor de Arte - Raphael Simone Neto • Designer Gráfico - Felipe
Camargo Simone, Ocilas Teixeira • Fotógrafos - Adilson Silva, Alvaro Maya, Beto Negrão, Gerson Verga, Miguel
Oliveira, Maciel Scarparo, Paula da Silva e Ringo • Contato de Publicidade - Kátia Regina • Financeiro - Camila Camargo Simone • Impressão - Type Brasil • Tiragem - 5.000 exemplares • Colaboradores - Aluisio Marins, Francisco
Garcia, Luciano Beretta e Nilson Ricartes.
Reproduções totais ou parciais das matérias, bem como de fotos aqui publicadas só serão permitidas mediante autorização dos
editores. As informações contidas nas páginas de Publicidade são de inteira responsabilidade dos anunciantes. Textos assinados
por colaboradores não expressam necessariamente a opinião da revista.
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HORSES’S LIFE
Endereço:
Rua Treze de Maio, 133
sala 12 - Cep 13270-020
Centro - Valinhos - SP
Fone: 19 3929-8808
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CAPA
O garanhão Holland Ease
(First Down Dash x
Easy Henryetta, Easy Jet,
é a estrela do
Leilão Golden 2010
XX Edição.
Sumário
18
28
66
10
78
Pg. 10
Os perfumes mais caros do mundo
estão em Vitrine, confira a lista
Pg. 18
Jaguariuna Rodeo Festival premia
os campeões das modalidades
cronometradas na seção Rodeio
Pg. 28
Copiosas bênçãos celestiais garantem
emoções adicionais num dos maiores
eventos da raça, o Congresso ABQM
Seções
Pg. 66
A essência do enduro, a alma da
Espanha, tudo junto num mesmo
pacote: isto é o Raid Kaliber Andalucia.
Veja na seção Na Lida
Pg. 78
Trajetória e carreira de
um tordilho famoso!
O Garanhão PG Billy Gray,
do Haras São Matheus,
na seção Star Horse
Página 32 | Apartação
Página 36 | Bulldog
Página 38 | Conformação
Página 40 | Corrida
Página 42 | Laço Comprido
Página 46 | Laço de Bezerro
Página 50 | Laço em Dupla
Página 54 | Rédeas
Página 58 | Team Penning
Página 62 | Western Pleasure
Página 64 | Working Cow Horse
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Agro News
Caballiana Fair: o setor
de equinos em debate
Com o intuito de ser uma feira de negócios voltada a todos os segmentos da equinocultura, a Caballiana Fair acontecerá nos
dias 14 e 15 de agosto no Sheraton São Paulo WTC Hotel, na capital paulista.
“O objetivo do evento é reunir toda a cadeia produtiva ligada ao cavalo. Além do 1º. Seminário Internacional Caballiana, teremos mesas redondas e debates diversos. A indústria do setor exporá produtos e serviços, e também as associações de raças
poderão mostrar seus animais”, comenta Fábio Wolff, diretor da Wolff Sports & Marketing, empresa organizadora do evento.
Paralelamente à Caballiana Fair acontecerá a sexta edição do Congresso de Medicina Veterinária FEI/CBH, com participação
de palestrantes internacionais tais como David Evans (Austrália), Jack Snyder (EUA) e Alberto Garcia Liñeiro (Argentina).
Dentre os expositores, a Caballiana Fair já conta com a participação das empresas Intervet /Schering Plough Animal Health,
Protécnica, Vetnil e Sebrae – SP como patrocinadores principais, além de Marcolab e Fort Dodge / Pfizer, Merial e Universidade do Cavalo, entre outros. Os eventos contam ainda com o apoio do Jockey Clube de São Paulo e do Canal Rural.
Para maiores informações, acesse www.caballiana.com.br.
Rodeo Way no Canal Rural
Comerciais da Rodeo Way no Canal Rural já estão no ar.
A parceria com a ABQM – Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Quarto de Milha, firmada desde Abril de 2010, tornando a Rodeo
Way patrocinadora oficial dos grandes eventos da Associação, gerou também uma mídia grande no Canal Rural. Desde a
semana passada, começaram a ser veiculados na grade de programação da emissora os comerciais da Rodeo Way.
O comercial de 30 segundos passa no intervalo do programa Horse Brasil, que vai ao ar às 20h todos os dias, e no Rural Clip,
às 13h30. “Para a Rodeo Way é uma grande oportunidade expor a marca em um veículo que atinge um público diferenciado.
Sem contar no alcance que o Canal Rural tem em todo o Brasil”, afirma Marcelo Chiaverini.
Tradicional marca country wear, líder de mercado, a Rodeo Way fechou o patrocínio com a ABQM, e além de uma exposição
maior durante os três grandes eventos do Quarto de Milha, conquistou o direito de 250 inserções na programação normal da
Canal Rural e mais 250 inserções pela internet, sem contar 250 vinhetas com o informe: a Rodeo Way apoia a ABQM.
Não perca a oportunidade de conhecer ainda mais essa marca que movimenta o Brasil!!!
www.rodeoway.com.br. Contato: (14) 3815-6868
Jockey Clube de São Paulo
e SBT fecham parceria
O Jockey paulista fechou acordo com o SBT e com operadoras de telefonia para criar
novo sistema de apostas.
De início, haverá uma corrida toda segunda, às 18h30, que será televisionada dentro
do Programa do Ratinho, no SBT. Os telespectadores poderão fazer suas apostas via
SMS antes do páreo. Aníbal Massaini, diretor do Jockey e mentor da ideia, escolheu um
número fixo, algo cabalístico, de competidores: 13 .
Como funcionará? Ao ligar para a operadora, o apostador recebe automaticamente uma
sequência de seis números. Se eles corresponderem aos seis primeiros colocados na
prova, o apostador leva R$ 100 mil. Se não sair, o prêmio acumula. Uma loteria sobre quatro patas, dentro das
regras vigentes. “Tenho certeza de que outros hipódromos se interessarão pela ideia”, diz Massaini.
Expectativa conservadora? Acesso de 500 mil apostas por semana. Além de difundir a modalidade e gerar receita
providencial para um Jockey que está precisando.
Fonte: @nilnews
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HORSES’S LIFE
Agro News
Cavalos das carroças de Nova York
terão direito a férias
A Prefeitura de Nova York (EUA) aprovou uma nova norma - que entrou em vigor em maio de 2010 - determinando que os cavalos das
carroças que trabalham nos arredores do Central Park devem ter estábulos maiores, cinco semanas de férias por ano e capas para proteção
contra o frio e a chuva.
Além disso, as carroças deverão oferecer mais segurança. Elas terão
que ter freios de emergência e ser equipadas com sistemas para coletar o esterco dos cavalos. Esse dispositivo, que já é oferecido pela
maioria das carroças, passa a ser obrigatório em todas.
Um setor da Prefeitura, mediante o cadastramento fotográfico e com o
uso de chips, passará a controlar as férias anuais dos cavalos.
Com as novas normas, os passeios ficarão mais caros a partir desta
segunda-feira (19), passando de US$ 34 (por 30 minutos) para US$
50 (por 20 minutos).
Fonte: Jusbrasil Notícias
I Semana de Veterinária Equina
em Leme (SP)
O Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Anhanguera, na cidade de Leme (SP) realizará,
entre os dias 05 e 10 de Julho de 2010, a sua 1ª. Semana de Medicina Equina.
Haverá um total de dez palestras teóricas englobando vários temas da medicina veterinária equina.
A participação nos cursos práticos (Odontologia Equina e Bloqueios Nervosos e Articulares) será
sorteada entre estudantes e médicos veterinários interessados e presentes no evento.
A programação da parte teórica é bastante diversificada, incluindo temas tais como nutrição,
medicina ortopédica, reprodução e pediatria equina, entre outros.
Podem se inscrever tanto veterinários como estudantes de medicina veterinária,
bem como criadores e interessados em geral.
O encerramento da Semana se dará com uma cavalgada de confraternização
entre Leme e Santa Cruz da Conceição.
Maiores informações podem ser obtidas na Coordenação de Curso,
através do telefone (19) 3571-5717 (ramal 334), ou pelo e-mail [email protected].
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Vitrine
Divulgação
Suíça cria celular
mais caro e exclusivo do mundo
É da Goldvish, empresa dedicada às “comunicações de luxo”, o telefone móvel
registrado no Guiness como “o mais caro e exclusivo celular do mundo”. Criado
pelo designer suíço Emmanuel Gueit, o Le Milion tem corpo de ouro branco ou
platina e é coberto por 120 quilates em diamantes VVS-1 - classificação para
pedras cujas impurezas só são percebidas por um expert com um microscópio
10x. Preço? Como o nome discretamente sugere, um milhão de Euros.
Os perfumes
mais caros do mundo
Perfumes são uma leve mistura de álcool, óleos com essência
e compostos aromáticos. Dentre os diversos tipos de fragrâncias, é a mais concentrada e
por isso mesmo a mais cara.
Mas há alguns raríssimos e
exclusivos, produzidos artesanalmente em quantidades
muito pequenas, e por isso
mesmo caríssimos. Quem os
usa pode estar quase certo
de terá uma fragrância única
e exclusiva. E há gente disposta a pagar
muito bem por esta
distinção. A revista Forbes compilou a lista dos perfumes
mais caros do mundo. Os preços mencionados são o va-
1
Veja a lista dos perfumes mais caros:
1. Imperial Majesty, de Clive Christian: US$ 215.000 (R$ 465
mil), contendo 16.90z (500ml). Apenas 10 frascos dessa edição
de colecionador foram fabricados. São feitos em cristal Baccarat
com colar em ouro 18k, brilhante 5 k e diamante branco. Foi caracterizado como o perfume
mais caro do mundo (foto ao lado).
2. Clive Christian No. 1: US$ 2.150 (R$
4.640), 30ml – o frasco do No. 1 não é espetacular, mas é feito a mão com liga de cristal e um diamante de .33k no “pescoço” do
frasco. A produção do
No. 1 é limitada devido
à escasses dos ingredientes. Entre estes está ylang ylang, cultivado especificamente em Madagascar.
lor por frasco.
O vinho
mais caro da história
Em 1974, um dos pregões do leiloeiro
Michael Broadbent vendeu uma garrafa
de vinho pelo valor mais alto da história.
Por vezes, os editores de livros
alteram os títulos originais de seus
lançamentos à procura de termos
mais apelativos. É o caso de O VINHO
MAIS CARO DA HISTÓRIA (Jorge
Zahar, 280 páginas, R$39,90, tradução
de Maria Luiza Borges), do jornalista
americano Benjamin Wallace. O título
original é melhor. O vinagre do bilionário - o mistério da garrafa de vinho
mais cara do mundo é um livro-reportagem dos bons. A tal garrafa é um
Lafitte de 1787. Ela foi arrematada por
US$ 156 mil num leilão de 1985, na
Christie’s de Londres. Os compradores
foram os donos da revista Forbes.
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3. Clive Christian No. 1: US$ 2.150 (R$
4.640), 30 ml – o frasco não é espetacular, mas é feito a mão com liga de cristal
e um diamante de .33k no “pescoço” do
frasco. A produção do No. 1 é limitada
devido à escassez dos ingredientes. Entre estes está o ylang ylang, cultivado especialmente em Madagascar.
4. Chanel – Chanel No. 5: US$ 1.850
(R$ 3.990), 450ml
5. Baccarat – Les Larmes Sacrées de
Thebes: US$ 1.700 (R$ 3.655), 7,4ml
6. Annick Goutal – Eau d’Hadrien: US$
1.500 (R$ 3.225), 100ml
7. Hermès – 24 Faubourg: US$ 1.500
(R$ 3.225), 30ml
8. Shalini Parfums – Shalini: US$ 900
(R$ 1.935), 65ml
9. Jean Patou – Joy: US$ 800 (R$
1.720), 30ml
10. JAR Parfums – Bolt of Lightning:
US$ 765 (R$ 1.645), 30ml
@ forbes luxury launches
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De cara com...
Fotos Miguel Oliveira
Ilson Romanelli
Conheça Ilson Romanelli, um dos idealizadores do Circuito Paranaense de Laço em
Dupla, que mostra a quem quiser com quantas cordas se laça um bezerro!
H
orse’s Life: Por favor apresente-se aos nossos leitores de todo o
Brasil, e conte como chegou à modalidade de laço em dupla.
Ilson Romanelli: Sou empresário da agropecuária, e atuo também no setor de equipamentos rodoviários. Faz seis anos que estou envolvido com o laço em dupla. Comecei por conta de meu filho Tiago e meu sobrinho Silvinho, hoje com 24 e 20 anos, que começaram
no tambor e baliza e depois partiram para o laço em dupla. Até comecei a
laçar por influência deles. Notei que havia uma grande resistência de algumas pessoas contra o laço, dizendo que era um ambiente ruim. Mas quando
comecei a acompanha-los, me dei conta de que a fama daquele universo
não correspondia à realidade. Depois, ganhei algumas provas regionais, e
também a Copa dos Campeões, categoria sênior.
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HORSES’S LIFE
HL: O que é e como funciona o Circuito Paranaense de
Laço em Dupla (CPLD)? Quais são os principais diferenciais em relação aos outros formatos de competições de
laço em dupla? Em que modelo vocês se basearam para
criarem o circuito? Quais adaptações e modificações tiveram que ser feitas?
IR: O CPLD funciona como qualquer associação, com seu
regulamento, diretores e formação. Nossa grande diferença na realização das provas de laço em dupla foi resgatar o
respeito entre os concorrentes e regulamentar a prova. Na
organização da prova, adaptamos o formato do laço em
dupla tal como ele é disputado nos Estados Unidos. Começamos cadastrando todos os competidores. Também eliminamos a prova com inscrições abertas, ou seja, o número
de inscrições por dupla é limitado. Atribuímos um handicap a cada laçador, que é sua graduação de acordo com a
capacidade de cada um. O CPLD hoje define o handicap
de cada um juntamente com a HNLD (Handicap Nacional
do Laço em Dupla), que é a associação que oficializa esta
graduação.
Limitando a inscrição, conseguimos aumentar a premiação. Passamos a premiar por somatória, 4, 6, 8 e 11. Também padronizamos a boiada e informatizamos as inscrições, como consequência, as provas sempre começam no
horário, e seu término também é mais previsível. Tudo isto
visa tratar o laçador com respeito.
Este programa fortaleceu muito nossa associação, facilitou
nosso trabalho e nos confirmou que estamos no caminho,
trabalhando da forma certa. Agora temos tudo na mão, e a
tendência é só melhorar .
HL: Como foram as reações iniciais da comunidade do
laço em dupla quando lançou o CPLD?
IR: Sinceramente, eu tinha muita expectativa, pois o que
nos levou a este trabalho de organização foi a reclamação
geral que sempre existia em torno das provas de laço. Mas
felizmente houve aceitação até acima do esperado. Respeitamos o laçador, e ele retribuiu da mesma maneira, tendo
respeito pela associação.
HL: Até o momento, como tem percebido a nova diretoria
da ABQM? Que modificações já foram feitas no laço ?
IR: Sou diretor de laço em dupla na nova diretoria da
ABQM, e como tal minha proposta tem sido introduzir as
mesmas mudanças que têm feito a diferença na CPLD. A
diretoria tem apoiado as mudanças e estou muito animado.
É época de muito trabalho e em breve os resultados vão
aparecer com certeza.
HL: Como foi feito o desenvolvimento e implantação do
software específico para as provas de laço?
IR: De início, importamos um software. Recentemente,
um outro software, muito mais completo, o mesmo que
gerencia a USTRC, nos foi dado por um dos fundadores
dela, Gary Poytrhess, empresário e laçador americano, este
software foi desenvolvido pela sua empresa. Ele visitou o
CPLD durante nossa primeira etapa, e vendo nosso empenho, quis fazer parte desta história. Assim, ele nos presenteou com um programa que tem um custo de 30 mil
dólares.
HL: Quais são suas expectativas para a modalidade, tanto
neste ano de 2010 quanto para o futuro?
IR: Crescimento no setor é nossa grande meta além, levando à valorização do profissional e dos animais. Isto se
conquista com a força de todas cavaleiros, proprietários,
criadores, treinadores e também junto com as associações.
Gostaria ainda de dizer que este o primeiro ano em que a
CPLD tem uma final; para esta primeira edição, ofereceremos na premiação dois carros zero km e um trailer. Então,
para aqueles que ainda não conhecem o laço em dupla,
venham viver esta emoção!
HL: Quais são os objetivos do CPLD como associação?
IR: Queremos muito resgatar a família no laço em dupla.
Esta congregação que já houve no passado, mas que andava distante das provas de laço... todos juntos passando o
fim-de-semana, pais, filhos, namorados.
Estamos com uma ideia de colocar uma premiação de
bingo,utilizando os tempos dos laçadores, de modo que as
famílias possam brincar, fazendo com que esposas e filhos
se sintam parte do evento. Este projeto é para este ano.
Outra ideia é conseguir patrocínios. Já contratamos uma
pessoa para atuar nesta captação, e acredito que vamos ter
muito sucesso. Por conta da discriminação que o laço já
sofreu, temos trabalhado até hoje na base da força de vontade, mas de agora em diante isto pode melhorar.
HL: Como tem sido a resposta de cavaleiros, proprietários,
patrocinadores, público, etc, aos eventos do CPLD?
IR: Temos em média 1.100 inscrições por prova, em torno
de 350 animais, e um público estimado em 800 pessoas.
Ou seja é um grande evento que merece grandes patrocinadores.
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Coluna
Quando a genética
enfrenta o treinamento
Foto cedida
“
A qualidade do
treinamento faz a
diferença quando
se junta com a
genética e com
o meio ambiente
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V
Por Aluisio Marins, MV
ejo muitos treinadores de cavalos novos, potros e iniciantes em
todas as modalidades equestres. Vejo talentosos potros mostrando que serão futuros campeões, que serão cavalos notáveis
nas modalidades que praticam. Vejo muita gente montando
muito cavalo bom. Mas, será que este cavalo de hoje tem seu
futuro garantido? Recentemente assisti a uma palestra muito boa sobre
linhagens de cavalos de uma determinada modalidade. Toda a platéia
estava focada para saber quais os sangues que iriam ser destacados na
palestra, para então tentar encontrar cavalos destas genéticas. Surpresa
geral quando o palestrante falou sobre treinamento de cavalos ao invés de
somente linhagens. Pregamos isto há muito tempo. Existe um tripé muito
importante, e que parece não ser entendido por uma parte dos profissionais e criadores de cavalos – genética, meio ambiente e treinamento. A
genética é sim muito importante, mas não é tudo. Ainda vemos pessoas
comprando cavalos somente e exclusivamente pela genética. Vemos cavalos ruins de aprumos, de conformação fraca, mas filhos de cavalos famosos, que são vendidos ou comprados por valores altos, sempre na esperança depositada na genética. Não devemos esquecer do meio ambiente – a
forma como o cavalo vai viver a vida, se alimentar, ter horários, ser solto
em piquetes. Cavalos precisam ter garantias de que estão seguros, que
têm rotinas claras de vida, que receberão manejo de qualidade. Manejo
de qualidade não é somente o cavalo bonito, mas sim o cavalo saudável
física e mentalmente. Um cavalo de genética comprovada, com uma qualidade de vida focada nas necessidades de cavalos, se apronta, se finaliza
com um treinamento de qualidade. Treinar com qualidade não significa
somente ganhar, ou mesmo apressar um cavalo. Todos nós que treinamos cavalos vivemos estes momentos de pressão por resultados, pressão
de tempo, pressão de qualidade. Nossos clientes proprietários querem seus
cavalos ganhando, melhorando, e muitas vezes não entendem muito o que
é “melhorar um cavalo”. Leva tempo, e são pequenas as mudanças que
percebemos e sentimos nos cavalos, especialmente nos potros. Treinar um
cavalo não pode ser simplesmente montar e ficar fazendo manobras ou
saltos repetidamente. Vejo cavalos de tambor com problemas de partidor
que não são resolvidos, mas sim fingidos que são resolvidos. Vejo cavalos
de salto refugando, e a solução nunca é a que dura, a que se cura, mas
sim a que se resolve naquela hora, naquele momento. A qualidade do
treinamento faz a diferença quando se junta com a genética e com o meio
ambiente. Mas somente a genética nunca fará um campeão
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Rodeio
Corrida
Contra o Tempo
Jaguariuna Rodeo Festival
premia os campeões das
modalidades cronometradas
H
Fotos Miguel Oliveira
abilidade, técnica, força e muita rapidez são
elementos que fazem
das modalidades cronometradas um sucesso de
público. Cerca de 100 mil pessoas assistiram as provas de laço em
dupla, laço em bezerro, bulldog e
três tambores no segundo final de
semana, na arena do Jaguariuna
Rodeo Festival 2010.
Durante os dias 13, 14 e 15 de
maio, os competidores dividiram o
tempo entre o Rancho VPJ – realização das eliminatórias – e a arena
do Jaguariuna Rodeo Festival, onde
aconteram as classificatórias para a
final, sábado, dia 15 de maio.
Participaram 250 competidores de
todo o país e um atleta dos Estados
Unidos, representante do Estado do
Alabama, Clayton Big Dee, que competiu na modalidade Laço em Dupla.
As provas cronometradas são modalidades esportivas que, de maneira adaptada, retratam o dia-a-dia
dos dos peões nas fazendas durante
o manejo com os animais.
Muita emoção e títulos decididos no
segundo final de seman de maio na
arena do Jaguariuna Rodeo Festival.
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HORSES’S LIFE
Laço de Bezerro
1- Marcos Allan - Cachoeira Paulista/SP. 24,98 seg
2- Daniel Carvalho Piracicaba/SP.
27,34 seg
3- Matheus Bovo – São João da
Boa Vista/SP. 27,78 seg
Laço em Dupla
1- Acácio Valemtim Polistel JR –
Laranjal Paulista/SP e Cassiano do
Carmo – Pereiras/SP. 17,14 seg
2- Rodrigo Calderan – Alvares
Machado/SP e Lucinei Nunes –
Presidente Bernades/SP. 17,21 seg
3- Manoel Procópio – São José do
Rio Preto/SP e Pedro Borges Neto
Turaciguama/SP. 17,48 seg
Marcos Allan
Acácio Valemtim Polistel JR e Cassiano do Carmo
José Ricardo Cardoso Macedo
Bull Dog
1- José Ricardo Cardoso Macedo –
Presidente Prudente/SP. 18,62 seg
2- Carlos Porto – Ourinhos/SP.
21,56 seg
3- Bruno Garla – Bauru/SP. 21,86 seg
Três Tambores
1- Sara Bertato – São Pedro/SP. 53s094
2- Juliana Theodoro – Adolfo/SP. 53s164
3- Caroline Rugolo – Tietê/SP. 53s208
Sara Bertato
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Pelo mundo
TOSQUIA DE PERNAS
Comece logo acima da parte de trás do joelho e vá descendo. A ideia é eliminar todos os pêlos muito longos. O segredo de tosquiar as pernas
é desfiar a pelagem com passadas longas e leves da tosquiadeira, sempre trabalhando superficialmente e aprofundando aos poucos.
Nunca direcione a lâmina para dentro “de uma vez”. Repare que a tosquiadeira é usada na posição inversa da habitual.
U
Veja estas dicas para dar bom acabamento e
aparência profissional à tosquia de pernas de seu cavalo
Um dos locais mais difíceis para se fazer uma boa tosquia em um cavalo é nas pernas. O correto é que a tosquiadeira não deixe marcas circulares, nem riscos, nem a
trilha visível da tosquiadeira descendo na parte posterior
da perna. Isto pode distrair o juiz e também dar uma
impressão negativa.
Comece com lâminas afiadas e limpas, e tenha o óleo
lubrificante e limpador sempre à mão. Quando a tosquiadeira começa a deixar “dentes de rato”, isto é típico
de pêlo sujo ou de lâminas cegas, ou de ambos. O pêlo
sujo rapidamente tira o fio da lâmina, e a tendência é
que a lâmina puxe o fio ao invés de cortá-lo.
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HORSES’S LIFE
Adaptado de uma máteria do AQHJ – American Quarter Horse Journal
Dependendo da espessura da pelagem, podemos usar
uma lâmina 10 ou uma 15; esta última é para pêlo mais
fino, enquanto que a 10 serve para pelagem grosa de
inverno. Também é possível começar com uma lâmina
mais grossa e depois fazer acabamento com outra mais
fina. Sempre é possível começar “mais grosso” e terminar “mais fino”, mas não é possível inverter esta ordem.
Se for preciso tosquiar várias vezes ao longo do inverno,
ou da temporada de provas ou de exposições, a lâmina
sempre deve ser escolhida em função do estado da pelagem. Sempre é mais tranquilo começar com a lâmina
mais grossa.
Alguns cavalos têm uma pequena estrutura córnea no machinho. Às vezes é
possível nivelá-la com os dedos, passando um pouco de graxa de casco. Ou pode
ser necessário cortá-la com torquesa, tomando cuidado para não ferir a pele.
A partir do boleto, vá subindo
tanto na parte anterior quanto
na posterior da perna, continuando com os movimentos
longos e superficiais. Uma boa
sequência é: atrás, da parte acima do joelho descendo, depois
subir a partir da coroa, depois
ir alternando subindo e descendo pela perna, pois desta maneira é mais fácil “desfiar”, obtendo a mescla dos pêlos mais
longos (não-tosquiados) com os
curtos, para dar uma aparência natural. Esta mescla é obtida do ângulo da tosquiadeira
e com o movimento superficial
e suave. Não é muito fácil no
começo, mas vai melhorando
com a prática.
É importante tosquiar rente os pelinhos em volta das castanhas.
A castanha deve ser limada com uma grosa pequena, e depois
dando acabamento com uma lixa de água ou um bloco de lixa.
Comparando as duas pernas, é possível ver que quando o cavalo está com
sua pelagem de inverno, haverá alguma variação de cor entre áreas tosquiadas e
não-tosquiadas. Por isso é necessário tosquiar alguns dias antes de um evento,
para que a pelagem volte a apresentar uma aparência mais uniforme.
Comece a tosquia do boleto a partir da coroa do casco. Quando subir,
mude a angulação da tosquiadeira naquela da foto da esquerda para
aquela da foto da direita. Esta posição é melhor para a mescla dos pêlos.
A perna à direita na foto é aquilo que não se deseja nas pistas,
um cavalo que parece estar usando meias, ou braceletes.
Compare com a mescla de pêlos na perna à esquerda.
HORSES’S LIFE
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Matéria de capa
HOLLAND EASE
First Down Dash e Easy Henryetta X Easy Jet
USA - SI 109 / US$ 361,227 / Filhos: US$ 11,263,980
G
anhador Clássico, com 6 Vitórias, inclusive no Golden
State Derby G1, 2º no Kindergarten Futurity G1, El
Primero del Ano Derby G1,
Governor´s Cup Derby RG1, Finalista
do All American Futurity G1, Ed Burke
Memorial Futurity G1, Dash for Cash
Futurity G1, Golden State Futurity G1;
Melhor Cavalo por Somas Ganhas no
ano de 1992 na California.
Pai tanto de Atletas Consagrados, como
de Garanhões e Éguas Produtoras.
Logo na 1ª geração estreada nos EUA,
Holland Ease, foi Líder como Pai de
Ganhadores Clássicos de 2 Anos e Líder Pai Estreante de
Ganhadores por Somas Ganhas. Até agora, com 15 gerações já corridas, é produtor de 78 Animais Clássicos. De um
total de 586 corredores, 350 são Ganhadores (uma média
de 59,72%), 40 deles Ganhadores Clássicos e 38 Colocados Clássicos, 1 World Champion, 6 Regional Champions,
2 Recordistas Mundiais, que conseguiram 924 Vitórias e
Somas Ganhas de US$ 11,263,980, média de US$ 19,222,
com 67 Vitórias Clássicas, 31 delas sendo “SUPERIOR
26
HORSES’S LIFE
RACE AWARDS”. 21 de seus filhos, já ganharam mais de
US$ 100,000 e outros 27, mais de US$ 50,000. Produtor
de 435 ROM (74,23%), 361 ROM aos 2 anos (83.00%); 193
ROM acima de 90 e 58 ROM acima de 100.
Na sua fantástica produção, HOLLAND EASE, conta
com: PLANET HOLLAND, Recordista Mundial das 350
yds. (17.006), SI 127, US$ 798,885; CORONA CARTEL
“A Lenda Viva”, SI 97, US$ 557,142, Líder das Estatísticas
de 2005 e Líder Pai por Somas Ganhas em 2007. Pai de
3 milionários, 98 Ganhadores Clássicos, que já acumulam
US$ 30,147,912 em ganhos, 2º LÍDER PAI VIVO DE
TODOS OS TEMPOS; TELLER CARTEL, SI 108, US$
1,212,471; EYE FOR CORONA, SI 99, US$ 1,100,121;
WINNERS VERSION, SI 103, US$ 399,046; HONOR
EASE, SI 109, US$ 368,507; DUTCH SHULTZ, SI 99,
US$ 356,668; SI PUEDE, SI 104, US$ 266,600; LATEST
VERSION, SI 109, US$ 188,381; HAULIN PASS, SI 106,
US$ 178,855, entre muitos outros.
HOLLAND EASE, com apenas 94 Atletas em corrida,
ficou no 29° Lugar na Estatística de Avôs Maternos por
Somas Ganhas nos Estados Unidos da América em 2007,
com 42 Ganhadores, 2 Ganhadores Clássicos (57 Vitórias, sendo destas 3 Vitórias Clássicas), totalizando US$
950,317 em prêmios, sendo o Neto Materno de Maior
Ganho Acumulado até agora, EYESA JUMPN, SI 108, 9
Vits., US$ 460,270.
No Brasil, HOLLAND EASE, Liderou as Estatísticas de
Reprodutores nos anos de: 1997, 1998, 1999, 2000 e 2008
com destaque para: CALLME EASE, AAAT 119; BEDUINOS BABY FILLY, AAAT 119; EASE KET, AAAT
120; MONEY SPINNER, AAAT 111; LA PODEROSA, AAAT 104; HOLLY DANCE, AAAT 108; EASE
HIGHHO WA, AAAT 113; FOR A MILLION, AAA
97; AGRESSIVE ON TRACK, AAAT 101; TERRIFIC EASE; HOLLAND AND TOLLTAC; HOLLAND
TRAVELS, AAA 99; PERSONAL CHARGE, AAAT
102; CHIMERA DASH BR, AAA 91; DELTA SOUND,
AAAT-108; STRIKE WINNER; ONLINE EASE, AAAT
101; VITORINA GIRL, AAAT 105; DADIVA EASE PK,
AAAT 104; EXCELENT FORTUNE, AAA 99; MISTY
DASH JET; SCOOP BEDUINO, AAA 90; DARK SKY
BABY; HOLLAND KINGS; TOLLTAC EASE, AAA-99;
HOTTEST NUMBER, AAA-99; SPACE EASE, AAAT111; KET EASE, AAA-99; MR HOLLAND BRAT, AAA
97; ORIGINAL EASE, AAAT 101; FORTUNE NOBLE,
AAAT-101 HOLLAND KET; TOLLTAC HOLLAND,
AAA-98; RONAS EMPRESS, AAAT-102; DAWNNY
HENRYETTA, AAAT-104; LADY BYE BYE, AAA-92;
BELA OF WINS, AAA-92; EXCITABLE EASE SOUND,
AAA-92, entre muitos outros.
Da Geração Estreante: DOWN MERRIDOC, M, AAAT100, Vencedor do GP Super Sprint/2010, 2º na Classificatória do GP Jockey Club de Sorocaba - Tornéio Início/2010 e 2º na Classificatória do GP Megarace/2010;
WINDY EASE COLT, M, AAAT-104, Finalista em todos
os Grandes Prêmios que disputou: GP Jockey Club de Sorocaba - Tornéio Início/2010 (2º na Final), GP Brazilian
Futurity/2010 (4º na Final) e GP Megarace/2010 (3º na
Final); PRIME HENRYETTA, F, AAA-98, Finalista do GP
Super Sprint/2010 (2º na Final), 2º na Classificatória do GP
Brazilian Futurity/2010; HOLLAND JOURNEYS, Finalista do GP de Ponta Porã - MS/2010 (Classificado com o
Melhor Tempo das Eliminatórias e 2º na Final); TOLLTAC
UP, AA-88, 2º na Classificatória do V GP Prefeitura Municipal de Caruarú - PE/09, 2º na Classificatória e Vencedor da Consolação do III GP Haras Primavera, Canindé
- CE/2010, 2º na Classificatória do GP Gianni Franco Samaja - Farmasinha/2010; EASE HOLLAND DASH, M,
AA-89, 2º na Classificatória do GP Criadores da Velocidade
em Ponta Porã - MS/09, 3º na Classificatória do GP Megarace/2010; DARLING EASE BELA, AA-89, Ganhadora
na Estréia em Sorocaba, Finalista do Tornéio Especial Dia
das Mães/2010.
Como Avô Materno, conquistou a Liderança na Estatística
do Jockey Club de Sorocaba em 2004, ficou em 2º Lugar
na Estatística de 2005 e voltou a Liderar Consecutivamente, nas Estatísticas de 2006, 2007 e 2008, cujos Netos Maternos, obtiveram resultados bastante expressivos, dentre
os quais, podemos destacar: PARADISE OF STREAK (A
Streak Of Cash x Ticket To Paradise), AAAT-110; FLESH
OF STREAK (A Streak Of Cash x Juicy Dawn), AAAT
108; MUCHO MONEY (Nordick Only x La Poderosa),
AAAT-112 VM; NORWAY DANCE (Nordick Only VM
x Holly Dance), AAAT 107; ACTIVE WINS (Apollo VM
x Honi Ease Wins), AAAT 110; HULLA ONLY WINNER
(Nordick Only VM x Hulla Holland Winner), AAAT 106;
CHANNEL WIND (A Streak Of Cash x Like The Wind);
RETURN HOLLAND WINNER (Return Point x Hulla
Holland Winner), AAA 98; CALLME APOLLO EASE
(Apollo VM x Callme Filly Ease); EASE KINDA (Big Streakin Six x Holland Screwy); ALEMANHA APOLLO MRL
(Apollo VM x Uva Ease); A BABY WAY (A Streak Of Cash
x Baby Crash), AAA-97; HE´S BEST STREAK (A Streak
Of Cash x She´s The Best); JUICY CASH (A Streak Of
Cash x Juicy Dawn), AAA-93; PARTNER ROSE (Apollo
VM x Path Of Roses), AAA-98; APOLLO´S ROSE (Apollo
VM x Path Of Roses), AAA-92; APACHE HOLLAND (Big
Streakin Six x Holland Screwy); ASTRO EASE (Big streakin Six x Gambling Star); BABY BABY ONLY (Nordick
Only VM x Baby Crash), AAA 97; FALCON JET CASH
VM (A Streak Of Cash x Some Kinda Ease); MAGNIFICO FLY (Signed To Fly x Hulla Holland Winner), AAAT
107; SPLASH TO PARADISE (Splash Bac x Ticket To
Paradise), AAAT-110; INFINIT WIN (Apollo VM x Honi
Ease Wins), AAA-99; ONLY BRYAN WINNER (Nordick
Only VM x Perfect Winner); SPLASH HOLLAND (Splash
Bac x Press The Track); FOR TEARS WIN (Apollo VM x
Heavenly Win), AAAT-102; EASE OF STREAK (A Streak Of Cash x Callme Ease), AAAT-101; MR HOLLAND
BLUE (Jess Louisiana Blue x Bela Empress Ease), AAAT102, dentre muitos outros.
HORSES’S LIFE
27
Congresso
Os melhores do Quarto de Milha no
XX Congresso Brasileiro e
XXII Prova Oficial
AQHA 2010 Paulista
Copiosas bênçãos celestiais garantem emoções
adicionais num dos maiores eventos da raça, cuja
versatilidade é, de fato, à prova d’água!
Fotos cedidas ABQM
G
28
HORSES’S LIFE
arra e muita emoção sempre fazem parte do universo quarteiro. Ingredientes
habituais dos grandes eventos da raça incluem, por exemplo, cavalos, bois, sol
no chapéu, torcida na arena, a poeira subindo, o suor da batalha nas pistas
encharcando cavalos e cavaleiros.
O 20º. Congresso, um dos recordistas de inscrições em todos os tempos,
foi uma grande festa do Quarto de Milha. Ele teve quase tudo isso. Quase?
Sim, pois quem estava lá sabe que em lugar de poeira e suor houve lama e água. Chuva, muita chuva. Chuva de atolar bezerro e arrancar ferradura. Pistas foram cobertas
de improviso, com enormes extensões de lona plástica, na tentativa de preservar o piso
para o “depois”. Mas estava difícil – o relógio e os dias corriam.
Nada disso diminuiu o entusiasmo da galera e a garra dos conjuntos, e o Congresso ficará na memória de todo mundo que
passou por lá. De certa maneira, ele não terminou ainda, pois
no laço de bezerro, as fortes chuvas impediram a conclusão das
categorias jovem e jovem principiante, que foram adiadas para a
Nacional da ABQM em julho. É sabido que nesta região do país
não chove em julho. Será?
Assim, o 20° Congresso Brasileiro da Raça Quarto de Milha
2010 e a 22º Prova Oficial AQHA 2010 foram realizados entre os
dias 20 e 25 de abril de 2010, no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré (SP). Houve um total de 4.676 inscrições, sendo 4.206 pela ABQM e 470 pela AQHA (American
Quarter Horse Association), o que corresponde a 1.862 animais
em competição e a R$ 550 mil em prêmios para as 15 modalidades disputadas durante o evento.
As provas tiveram a participação de competidores nacionais e internacionais. Dentre eles, destaque para Jango Salgado, que retornando às competições da raça, sagrou-se campeão na categoria
Aberta Sênior de Rédeas. Joana Guidice Azevedo, campeã de Rédeas na classe Amador, foi destaque no feminino. Na competição
de Working Cow Horse, vitórias para o experiente Gilson Vendrame, campeão da modalidade na categoria Aberta Júnior pela
ABQM e pela AQHA. Muito comentada também a participação
do norte-americano Rick Rosac, na modalidade Laço em Dupla.
Mas a grande sensação desta edição ficou com a prova da modalidade Bulldogging, que cumprindo a proposta da nova diretoria
da ABQM, voltou a integrar as competições da raça, após 12
anos fora das realizações oficiais. Co.nfiram ainda nesta edição
mais novidades sobre o futuro brasileiro deste esporte que no
Brasil ainda parece “quase” exótico, mas que tem tudo para cair
no agrado de nossos valentes caubóis quarteiros.
HORSES’S LIFE
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30
HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
31
Apartação
6ª Etapa do
Nacional da ANCA
recebe Juiz Internacional
Fotos Ringo
Realizadas nos dias 7 e 8 de maio na Fazenda Barrinha em Espírito Santo do
Pinhal - SP, as provas da 6ª Etapa do Campeonato Nacional da ANCA –
Associação Nacional do Cavalo de Apartação - contaram com o julgamento de
Lemoine Wood Jr, da cidade de Weatherford, do estado do Texas, EUA.
L
ee Wood é juiz oficial da NCHA e da AQHA, conheceu a apartação em 1979 e treinou animais da
modalidade por 28 anos. Há 15 anos passou a julgar as provas com o intuito de aprimorar o sistema
de julgamento da NCHA.
Neste ano, em entrevista concedida a ANCA, Lee
Wod salientou que gosta muito de vir julgar as provas no
Brasil, pois pode ver a evolução local da modalidade. Dentre suas impressões sobre esta etapa do campeonato, Lee
destacou:
“Desta vez a categoria Aberta Júnior foi excepcional. Todos os animais apresentados tiveram chance de ganhar e
foram só erros pequenos que definiram as classificações. A
qualidade dos animais é muito boa e os treinadores fizeram
um bom trabalho preparando eles. Estão no caminho certo
para ter sucesso.
“O restante do evento também foi muito bom, com ani32
HORSES’S LIFE
mais, cavaleiros e treinadores todos bem preparados.”
Como dica para aperfeiçoar o trabalho, Wood comenta o
seguinte:
“Vi alguns animais muito bons que não se apresentaram melhor devido
às tiradas de boi, o que os tirou da premiação. Os cavaleiros deveriam
trabalhar para chegar no boi com calma, baixando a mão sem causar
perturbação, com o cavalo bem posicionado no centro do boi. É preciso paciência e sincronismo” – afirma o treinador, para em seguida
concluir que “Gosto de vir aqui porque todo mundo é entusiasmado e
querendo melhorar sempre. Espero voltar ano que vem!”
A próxima etapa do campeonato da ANCA será nos dias 4,
5 e 6 de junho, também na Fazenda Barrinha, em Espírito
Santo do Pinhal - SP.
Maiores informações: www.anca.com.br.
Resultados da 6ª Etapa do Campeonato Nacional da ANCA 2009/20010
ABERTA JÚNIOR
NON PRO
1° - MISSM DOC CUAL - Aroldo José Marcelino, proprietário: Roberto Carlos Botelho Júnior – São Carlos – SP – NOTA 76 – PREMIAÇÃO – R$ 1.400.
1º - CHIQUITA RIVEL MFN – Thiago dos Santos Galharde, proprietário João
Valentim Galhardi – Ariranha – SP – NOTA 74 – PREMIAÇÃO R$ 500.
2º - AMARILLA JAY PEPPY – Carlos Antonio Cotrim de Souza, proprietário:
Alex Rael – Catanduva – SP – NOTA 75 – PREMIAÇÃO R$ 800.
2º - JAZZY TOUCHE – Roberto Carlos Botelho Júnior/Marcus Vinícius Tenório
Guimarães – São Carlos – SP/Maceió – AL – NOTA 73 – PREMIAÇÃO R$ 400.
3º - RENA MOON – Gildo Antonio Vendrame, proprietário: João Antonio
Gabriel - Taquarituba – SP – NOTA 74 – PREMIAÇÃO R$ 600.
3º - RITA AT SECOND – Jayme Toledo de Resende, de sua propriedade – Varginha – SP – NOTA 72,5, PREMIAÇÃO R$ 300.
ABERTA CLASSIC
AMADOR
1º - DUAL WITH CASH – Antonio Sérgio de Araújo, proprietário Condomínio
Dual With Cash – Piracicaba – AP – NOTA 75 – PREMIAÇÃO R$ 1.000.
1º - PRF TENACITY – Fábio Romeiro Guaraná, de sua propriedade
– Campo Limpa Paulista - SP – NOTA 74, PREMIAÇÃO R$ 500.
2º - A SMOOTH SOLUTION – Aroldo José Marcelino, proprietário Armando
Costa Filho – Espirito Santo do Pinhal – SP – NOTA 74,5 – PREMIAÇÃO R$ 700.
2º - SABOTAGE SMARLENA 2F – Thais Dalasta Camillo, propriedade de Ana Camila Dalasta Camillo – Brotas - SP – NOTA 73
- PREMIAÇÃO R$ 400.
3º - JAZZY TOUCHE – Rodrigo Taboga, proprietário: Roberto Carlos Botelho Júnior/Marcus Vinícius Tenório Guimarães – São Carlos- SP/Maceió
–AL – NOTA 74 PREMIAÇÃO R$ 500.
3º - BEAVER FRECKLE – Thiago dos Santos Galhardi, proprietário João
Valentim Galhardi – Ariranha – SP – NOTA 72, PREMIAÇÃO R$ 300.
ABERTA LIVRE
JOVEM
1º - MR JAY DUSK – Luis Fernando Taboga, proprietário: Waldir de
Oliveira – São Paulo – SP – NOTA 74 – PREMIAÇÃO R$ 500.
1º - BOB N BUNNY - Lucas Gabriel de Araújo, proprietário Armando Costa Filho – Espírito santo do Pinhal – SP – NOTA 73.
2º - BOBS FRECKLE - Antonio Sérgio de Araujo Júnior, proprietário Antonio Carbonari Netto – Itatiba – SP – NOTA 73 – PREMIAÇÃO R$400.
2º - TILLY PLAYBOY – Lucas Gabriel de Araújo, proprietário: Adilson José de Almeida – Presidente Prudente – SP – NOTA 72.
3º - ROBYNS COOL CAT – Francisco Carlos Taboga, proprietário Felipe
Simões Zica – Belo Horizonte – MG – NOTA 70 – PREMIAÇÃO R$ 300.
3º - SHAKALENA – Yan José Macedo Yared, proprietário: Jayme
Toledo de Resende – Varginha – MG – NOTA 71,5.
ABERTA LTDA
PRINCIPIANTE
1º - BOB N BUNNY – Rafael Alves Rampasso, proprietário Armando Casta
Filho – Espírito Santo do Pinhal – SP – NOTA 73 – PREMIAÇÃO R$ 900.
1º - FIZZY RIVER – Isisi Mattioli Partel, proprietário Angela Muniz
Barreto Otsuka – Descalvado – SP – NOTA 72.
2º - MACARENA’S MOON HAP – Gilmar Gomes Silva, proprietário: Jayme Toledo de Resende/Janaina de Macedo Valente Resende
– Varginha – SP – NOTA 71 – PREMIAÇÃO R$ 600.
2º JAE BAR GRAY, Antônio Stocco Neto, de sua propriedade – Catanduva
3º - SHAKALENA – Gilmara Gomes Silva, proprietário: Jayme Tolodo de Resende – Varginha – SP – NOTA 70 – PREMIAÇÃO R$ 400.
3º - SHADY LEE – Alcides José D’arce Ropelli, de sua proprieade
-Presidente Prudente – SP – NOTA 70.
– SP - NOTA 71.
HORSES’S LIFE
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Informativo mensal desenvolvido pela Universidade do Cavalo
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a estes profissionais do Cavalo, formadores de novos profissionais, abertos a novos desafios e, principalmente, gente do Cavalo!
O Cavalo, por Paulo Griska
Os cavalos com batimento cardíaco fisiologicamente lento
podem ser utilizados no enduro sem qualquer restrição?
O Cavalo Bradicárdico no Enduro
A busca por animais bradicárdicos no enduro equestre sempre foi grande, visando principalmente a participação em provas de
velocidade controlada, onde a baixa frequência cardíaca pós-prova pode levar à vitória. No entanto, nem todos conhecem o
significado e as implicações de se trabalhar com um animal bradicárdico.
Frequência cardíaca
do cavalo e bradicardia
A frequência cardíaca no equino
em repouso pode variar de acordo com
idade, raça, tamanho corpóreo e estágio gestacional. Em média, observamos
valores entre 28 a 44 batimentos por minuto. Frequências mais lentas podem ser
detectadas em animais treinados, e mais
rápidas em animais saudáveis, porém
nervosos.
34
HORSES’S LIFE
A bradicardia é classificada como
uma arritmia fisiológica associada ao
aumento do tônus vagal (parassimpático), presente no repouso e que desaparece com exercício ou excitação do
animal, sendo o bloqueio atrioventricular de segundo grau a bradicardia mais
comumente encontrada. Bradicardias
patológicas, ou seja, que persistem mesmo com o exercício, são incomuns no
equino e estão associadas à intolerância
ao esforço e à síncope.
Alterações cardiovasculares são consideradas a terceira causa de queda de
desempenho em cavalos, precedidas pelas afecções do sistema musculoesquelético e respiratório, respectivamente. Elas
podem representar um desafio para o
veterinário, pois muitas dessas alterações são pequenas e bem toleradas, ao
mesmo tempo em que podem ser clinicamente significativas e resultar de morte
súbita em animais de esporte. A avaliação cardiovascular do equino atleta tem
papel fundamental na investigação das
alterações da atividade elétrica cardíaca que podem interferir no desempenho
durante as competições.
Influência do treinamento
O treinamento pode interferir nos
valores de frequência cardíaca e levar
à bradicardia? Em atletas humanos,
o treinamento de resistência promove
adaptações fisiológicas e anatômicas de
caráter benigno e reversível, parcial ou
totalmente, representando a chamada
“Síndrome do Coração Atleta”. Ela se
caracteriza, entre outras caraterísticas,
por bradicardia em repouso, diminuição
de frequência cardíaca em exercícios
submáximos, maior volume sistólico, hipertrofia cardíaca, maior volume cardíaco e
maior consumo máximo de oxigênio. Nos
equinos, as pesquisas mostram resultados
conflitantes, mas que são sugestivos de respostas similares em animais treinados para
provas de resistência. Alguns pesquisadores atribuem a bradicardia sinusal, em adição ao componente nervoso autonômico
(parassimpático), à ocorrência de alterações fisiológicas intrínsecas da musculatura
do miocárdio induzida pelo treinamento.
Produto em destaque
Cursos a Distância
Universidade do Cavalo
Avaliação do potencial atlético
Podemos concluir que não existem
pesquisas conclusivas indicando que
cavalos bradicárdicos em repouso apresentarão uma recuperação mais rápida
pós-exercício, com menores valores de
frequência cardíaca, em relação aos cavalos não-bradicárdicos. Isto vale tanto
para provas de velocidade controlada
quanto para aquelas de velocidade livre. Os parâmetros fisiológicos indicativos da recuperação pós-exercício estão
mais ligados ao condicionamento físico,
às condições ambientais de prova e à
intensidade de esforço físico.
A avaliação completa do sistema
cardiovascular para detectar alterações patológicas que possam alterar o
desempenho e também um programa
de treinamento regular são necessários
para obtermos melhores resultados nas
competições.
Prof. Msc. Paulo Roberto Griska,
veterinário e professor universitário,
especializado na fisiologia do exercício de equinos.
Contatos: [email protected] 19.9792.5447
Cuide dos estoques do seu
centro equestre!
“O objetivo do gerenciamento de
estoque é garantir que o produto esteja
disponível no tempo e nas quantidades
necessárias, porém, devemos lembrar
que a manutenção de estoques gera custos e estes devem ser conhecidos.”
Prof. Adilson Spin, titular da cadeira de
Logística do Curso Superior de
Gestão em Equinocultura - UC e UNISO
Gente do Cavalo
Com uma didática de fácil entendimento, os cursos a distância da UC são online,
sem qualquer compromisso de horário, prazos ou datas de término. E você ainda recebe certificação da Universidade do Cavalo.
“Para ser Imperador, dependo de muitos, para ser um bom cavaleiro, dependo de mim”
Cesar, o Imperador dos Romanos
A UC recomenda
Agenda UC
Junho
12 e 13 - Monte Melhor
19 e 20 - Curso de
Formação e Manejo de Pastagens.
Julho
01, 02, 03, 04 - Jon Ensign (USA) Horsemanship, Rédeas, Técnicas de
solução de problemas.
07, 08, 09, 10 - Curso de
Casqueamento e Ferrageamento.
10 e 11 - Curso de
Ultrassonografia Equina.
Agosto
07 e 08 - Horses Inside Out Arte e biomecânica.
Caminho dos Tropeiros
Muitas são as estórias dos tropeiros que vinham até Sorocaba
trazendo mulas para a grande feira. No caminho, as paradas eram
organizadas previamente, e estes
dormiam em pousos já previstos,
mas, de vez em quando, eram obrigados a parar antes do previsto, e
então entrava em ação o ligal - uma
grande peça de couro de boi, que
era usado como barraca.
Unindo as Tribos
Se você vier até a UC vai encontrar
alunos fazendo pesquisa na internet ou
na biblioteca, estudando para provas e
tirando dúvidas com professores; cavalos
com selas de salto, de adestramento, de
rédeas; arreios gaúchos, selas de doma,
selas de passeio; vai ver na mesma pista,
de forma muito organizada, cada professor com seu aluno, alguns de culote
e botas, outros de chapéu; no redondel,
um potro, na pista um cavalo pronto, na
outra pista um trio de cavalos laçando...
Bulldog
Bulldog:
Retorno em grande estilo
A
Buldogueiros redescobrem a vocação em meio às
pistas encharcadas do Congresso
modalidade foi o grande desta- Mota prevê no mínimo 60 inscrições para o
que do 20° Congresso Brasilei- bulldog no próximo Campeonato Nacional
ro da ABQM. Após doze anos da ABQM nas categorias Jovem, Amador,
longe das competições oficiais da Amador Principiante e Potro do Futuro.
raça Quarto de Milha, as provas Dentre os dez competidores que participade bulldog confirmaram a expec- ram do Congresso, o grande campeão foi
tativa deste retorno lotando as arquibanca- Cesar Brosco, montando Acuan Bars, com
das da pista de laço do Parque de Exposições média final de 4 s15. Para o campeão, a prova
Dr. Fernando Cruz Pimentel, na cidade de superou as expectativas:
Avaré – SP, no último dia 24 de abril.
Foto cedida pela ABQM
A volta da moda- “O Congresso foi um sucesso. A nossa expectalidade ao universo tiva para era fazer uma boa apresentação, onde
quartista veio como todos pudessem ver como é o bulldog e divulgar
proposta destacada mais a modalidade. Não esperávamos que fosse
da nova diretoria ser um sucesso tamanho. Eu estava bem preparada ABQM, pre- do para realizar a prova; estava bem condicionasidida por Paulo do, sincronizado com minha égua, Acuan Bars.
Farha desde o final Deu tudo certo, saímos muitos felizes de lá.”
de 2009. Segundo Claudio Mota, Ainda segundo Cesar Brosco, a expectativa para
diretor e organi- todo o ano de 2010 é muito boa.
zador das provas
de bulldog junto a “Para mim, o ponto-chave é a Acuan Bars, em miABQM, a partici- nha opinião o melhora animal da modalidade esse
pação do Bulldog ano. Ela está bem preparada e pronta para ganhar.
no 20° Congresso Em geral, acho que a modalidade ganhou muito
FICHA TÉCNICA DO CAMPEÃO
teve caráter de exi- com a volta a ABQM e de lá pra cá vem crescendo
bição, mas o sucesso muito, com os competidores se preparando melhor
Nome: César Costa Brosco
foi tanto que pode-se con- e investindo mais em melhores cavalos. Gostaria
Idade: 30 anos
siderar que o bulldog vol- de agradecer a todos aqueles que torcem por mim,
Cidade Natal: Bauru - SP
tou a fazer parte do mun- principalmente meus patrocinadores: Rodeo Way,
Profissão: Cirurgião Dentista
do do Quarto de Milha.
Gators Boots e Socil.”
Principais Títulos: Rodeio de Americana - SP, Rodeio de São João da Boa Vista - SP, Barretos - SP, Campeão da Associação (ANB) em 2008, finalista de todos
os anos da ANB, Rodeio de Tujuguaba - SP, Rodeio de
Confiram o calendário da ANB.
Presidente Prudente - SP, Rodeio de Divinópolis - SP,
ANB – Associação Nacional de Bulldog
Rodeio de Guaxupé - MG, Congresso 2010, Jaguariúna - SP, Rodeio de Monte Sião – SP, entre outros.
2ª etapa -28 a 31 de Maio – Divinópolis, MG
Total em prêmios: Aproximadamente 60 mil desde
3ª etapa -10 a 13 de Junho – Americana, SP
o inicio da carreira
10 a 17 de Julho – Londrina, PR - Campeonato Nacional da ABQM
Sonho: Viver junto com a família para sempre, prin4ª etapa – 23 a 25 de Julho - Vargem Grande Sul, SP
cipalmente com minha esposa Tatiana e meus filhos
Felipe, Henrique e Gabriel
5ª etapa - 29 de Julho a 1° de Agosto – Claudio, MG
Principal incentivador: meu irmão, Eduardo Brosco
6ª etapa – 08 de Agosto – Barretos, SP
Ídolos: São vários, meus pais, meu irmão Eduardo,
FINAL - 19 a 22 de Agosto - Barretos, SP – Copa Barretos de Bulldog
meu primo Mauro Brosco.
Expectativa: Além do eventos do Quarto de Milha, 2010
A confirmar:
promete outras grandes competições para os Bulldog.
05 a 08 de Agosto – Araporã, MG
12 a 15 de Agosto – Potirendaba, SP
36
HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Conformação
A Performance e a
Conformação
Por Francisco Garcia
Foto cedida
38
HORSES’S LIFE
H
á mais de vinte anos
tenho acompanhado a
modalidade de Conformação nas raças
Quarto de Milha, Paint e Appaloosa, e ao longo deste
tempo pude ter uma visão privilegiada dos diferentes
aspectos deste tema. Nas minhas diversas atribuições
- treinador, competidor, criador, juiz, organizador
– percebo que ainda há muita falta de informação
quando o assunto é Conformação.
Não me refiro à falta de conhecimento técnico quanto
à morfologia do animal, mas sim em termos da relação entre conformação e função nas diversas modalidades. Há tempos venho escutando comentários tais
como - “cavalo de conformação é bibelô”, ou “cavalo
de conformação não serve para montar”. Este tipo de
declaração comprova a ignorância que existe sobre
este assunto. Não é que todos tenham que ser “experts”, mas as pessoas que trabalham com cavalos têm
que saber que a Conformação é a primeira e a maior
ferramenta de seleção de qualquer raça.
A Conformação é que norteia a busca constante do
criador em produzir o cavalo perfeito, buscando obter o
produto que mais se aproxime do padrão ideal da raça.
É na conformação que se selecionam qualidades genéticas que farão a diferença na hora da Performance.
Qualidades tais como equilíbrio, harmonia, musculatura bem distribuída, aprumos corretos, boa capacidade
de respiração, boa estrutura óssea. São estes atributos
que permitirão um bom desempenho na hora de correr, de parar , de virar – os diferenciais dos campeões.
Se hoje nossos cavalos de Performance das mais diferentes modalidades são bonitos, quebrando recordes
de tempo e de notas a cada competição, isto acontece
porque nas diversas linhagens houve uma seleção genética do melhor fenótipo, e a ferramenta para isto é
a conformação.
Se voltarmos no tempo, veremos que as linhagens
de performance e de conformação estão ligadas,
pois avós e bisavós de ambas eram os mesmos indivíduos.
O que se selecionou a partir daí foram as diferentes
aptidões de cada linhagem para esta ou aquela modalidade. Foram sendo cruzados animais que se destacavam em determinadas modalidades, sempre procurando selecionar pelo desempenho, porém nunca
esquecendo da conformação e do padrão racial.
Não resta dúvida de que cavalos de Conformação
podem ser montados e treinados para diferentes funções e competições, ocupando desta forma o seu nicho como animais de performance. Acredito que uma
competição composta de duas etapas, sendo uma de
Conformação e outra de Performance, onde os animais teriam duas pontuações combinadas, seria um
grande passo para o aproveitamento funcional dos cavalos ditos “de conformação”.
Seja nas provas de Western Pleasure, Team Penning,
Ranch Sorting, Velocidade, ou no simples prazer das
Cavalgadas e Trilhas, estes animais têm plena condição de conquistarem seu espaço, até por antes de mais
nada serem animais bonitos.
HORSES’S LIFE
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Corrida
MEGARACE:
VELOCIDADE MÁXIMA!!!!
Uma história de sucesso desde a sua origem, que se repete a cada edição
O
lançamento do GP MEGARACE foi no
ano de 1999, com o leilão Mega Race Sale,
que habilitava os animais e seus criadores a
se inscreverem nessa prova. No ano seguinte, o primeiro GP MEGARACE teve como
vencedora a égua Beduinos Baby Filly, de propriedade
do Haras Sudimar e criação do Haras e Fazenda Bela.
Foi uma prova de muito sucesso, com uma dotação de
R$ 700.000,00; Assim começava o GP com a maior dotação da America Latina.
Nos primeiros dois anos, a venda englobou os leilões
Shalakô/ Haras Prata e Santo Angelo. A partir daí , passou a ser somente o Leilão Haras Santo Angelo. Desde
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HORSES’S LIFE
Fotos cedidas Jockey Club Sorocaba
o início, o Megarace teve no Dr.Gianni Franco Samaja o seu principal apoiador, mantendo a credibilidade,
transparência e realização das corridas no Jockey Clube
de Sorocaba.
A premiação elevada segue garantindo a participação
de criadores e proprietários de varias partes do Brasil,
bem como a representação de diversos países latinoamericanos. Para o mercado do cavalo Quarto de Milha
de corrida, o GP garante a valorização dos animais, pois
os compradores do leilão têm a certeza de que terão
uma corrida para os seus cavalos cuja dotação estará à
altura do investimento feito.
Na atual edição, o GP MEGARACE 2010 teve a pre-
O vencedor do Megarace 2010 Corona Rey PK
miação de R$ 740.000,00. A participação de delegações dos EUA, Argentina, Paraguay e Bolívia
reforçou o perfil internacional do evento. O público
brasileiro veio de muitos estados, tais como Rio de
Janeiro, Pará, Paraíba, Fortaleza, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, entre outros.
O grande vencedor do Megarace 2010, disputado em 402 metros,
foi Corona Rei PK, filho de Corona For Me em Queen Darlin SA
(Signed To Fly) que, pilotado por A. M. Ribeiro, cruzou o disco final
no tempo de 21s68. O campeão é propriedade do Haras JC, criação
de Plinio Resende Khiel, e foi treinado por J. Sampaio.
Para quem ainda não conhece, vale a pena lembrar que o Jockey
Club de Sorocaba é o maior centro de corrida de cavalos Quarto de
Milha da América Latina. Entrada e estacionamentos são gratuitos, e
existe todoa uma infra-estrutura incluindo restaurantes, segurança e
entretenimento para toda família. Com um pouco de sorte, é possível
Dr. Júlio Marino, Sampaio e delegação Americana
até levar um prêmio em dinheiro, apostando nos totalizadores. Com
certeza vale uma visita.
Uma novidade é a implantação do Tattersall Benny Rosset, com
que o Jockey Club de Sorocaba, já conta com um espaço completo para a realização de eventos, tais como leilões e pregões especiais, contando com toda infraestrutura e espaço para a acomodação de pessoas e animais.
Ainda neste ano, o Jockey de Sorocaba deverá realizar grandes eventos, incluindo o Potro do Futuro da ABQM, GP Rei e Rainha da
velocidade, GP Super Stakes, GP Taça de Ouro, Prata e Bronze, Tríplice Coroa, GP Profissionais do Turfe, finalizando a temporada com
o Golden Cup. Haja fôlego!
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Laço Comprido
O laço comprido
O laço comprido é essencial na cultura pecuária e na vida rural brasileira
Foto cedida
A
Autor: Nilson Ricartes.
s festas de laço comprido são eventos realizados no estado do Mato Grosso do Sul,
possuindo ligação direta com a origem e
formação pecuária do estado. Desde sempre, este tipo de festa depende totalmente
do gado e do cavalo para sua realização pelos laçadores: cavaleiros, amazonas e crianças montados a
cavalo. As festas incluem culinária regional, música,
dança, religiosidade, e têm na família participante o
seu ponto máximo.
No inicio das atividades de criação de gado bovino, as
propriedades ainda não possuiam as técnicas atuais
de manejo. Por este motivo os trabalhos eram feitos
“campo afora”, como diziam os “pantaneiros”. Não
existiam os mangueiros, que são os grandes currais onde se recolhe o gado, facilitando o trabalho de captura, marcação, vacinação,
etc. Por isto, desde estes primórdios, o laço comprido é instrumento
indispensável no trabalho das propriedades rurais, e ele continua
essencial na atualidade.
O laço comprido tem aproximadamente 12 braças de comprimento, o
que equivale a 15 metros. Parceiro inseparável do homem do campo,
o laço faz parte do dia-a-dia do vaqueiro, sendo constantemente utilizado nas bagualhadas, nas comitivas e nos torneios.
O laço comprido é feito de couro de boi, fabricado artesanalmente e
trançado a mão, sendo que hoje também já existem máquinas para
trançar. Logo depois de retirado, o couro é esticado em estacas de madeira e pendurado, geralmente embaixo de uma árvore, ou exposto
ao sol, ali permanecendo por aproximadamente um mês, até ser removido para a retirada dos tentos, que são as tiras extraídas do couro
para trançar o laço.
Posteriormente, estes tentos são esticados, retira-se o pêlo e o excesso
de gordura. Esse processo se repete quantas vezes for necessário, até
que os tentos estejam prontos para serem trançados. Ainda hoje, muitos usam desse processo para fabricar o laço.
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HORSES’S LIFE
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Laço Comprido
Paraíso do Norte
tem a maior pista Coberta de
Laço Comprido do Brasil
A cidade de Paraíso do Norte, no Noroeste do Paraná, foi palco do XIX Rodeio Interestadual
de Laço Comprido do CTG São Jorge nos dias 14, 15 e 16 de maio, e durante o o qual foi
inaugurado a primeira e maior pista de laço comprido coberta do Brasil.
D
esde sua fundação em 1983, o CTG São
Jorge investe no Laço Comprido, esporte
equestre mais popular da região, sempre
inovando sua infra-estrutura para receber
os amigos laçadores de todo o Brasil. A
ideia de fazer a cobertura da pista de laço surgiu em
2004. Empreitada difícil considerada loucura por alguns – imagine um projeto
destes numa cidadezinha
de 12 mil habitantes! No
entanto, a pista foi concluída em cinco anos, com
recursos de patrocinadores
locais, amigos e principalmente pela arrecadação
nos Rodeios de laço comprido realizados pelo CTG
São Jorge. A cobertura tem
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HORSES’S LIFE
Fotos Ringo
Por Dorival Ricci Junior correspondente especial da ABQM
165 metros de comprimento por 50 metros de largura: são 7.500 metros quadrados de área construída,
mais os 3.500 metros quadrados dos dois barracões
de festa. A pista coberta, com piso de areia, tem 38
metros de largura por 130 metros livres de comprimento.
No rodeio de inauguração vieram 678 laçadores, incluindo 64 crianças e 28 mulheres. Outros números
interessantes da festa: foram jogadas mais de 6.000
armadas positivas e negativas; foram utilizados 480
bois mochos e 645 bois de chifre; mais de 35 mil pessoas passaram pelo recinto de laço e nas arquibancadas; foram vendidas 26.213 latas de bebida e assadas
1.620 kg de costela de boi, apenas no almoço de domingo. Foram distribuídos mais de R$ 46.000,00 em
premiação aos laçadores, incluindo um Celta 0 km e
duas motos Fan 125 0 km.
Há muita infra-estrutura em torno da pista cober-
ta. A área para juizes na solta meacampamento dindo as armadas
de visitantes in- e duchas, três no
clui barracas co- limite dos 100 mebertas com piso tros e outros três no
de
alvenaria, funil, confirmando
água encanada as armadas cerrae energia elétri- das nos dois chifres
ca, sanitários e do boi” – explichuveiros de boa cou Barbosa.
qualidade e com “Este numero de
limpeza 24 ho- juizes é necessário
ras por dia. “É tradição a família acompanhar os laçadores nos Rodeios, e pois devido ao alto
assim o clima de amizade e hospitalidade se renova a cada rodeio” – declarou nível dos laçadores,
Carlos Eduardo Silva, laçador do CTG São Jorge e Vice-presidente o tempo de serviços
se tornou muito
da APNQM.
Segundo Junior Ricci, presidente da APNQM, “o laço comprido é uma longo. Na classifimodalidade esportiva que tem crescido muito nos últimos anos. Hoje temos pre- catória do Laço Dupla do gado mocho, o início da prova foi às 15:00 horas da
miações altas, e daí vem a necessidade do Laçador treinar mais e ter melhores sexta-feira e terminou as 7:40 da manhã de sábado.”
animais. O Quarto de Milha tem mostrado
que é a melhor raça para este esporte, pela sua
Os campeões da XIX Rodeio Interestadual de Laço Comprido do CTG foram:
explosão muscular, agilidade, inteligência e ín- • Laço Duplas Gado Mocho / Celta 0 km: Reginaldo “Bugrinho” e Ramonzinho, ambos do Clube
dole no serviço com o gado, representando hoje
do Laço União Amambaense – Amambaí / MS.
mais de 90% dos animais do Laço Compri- • Laço Individual /01 Moto 0 km: Rafael Francisco Lopes do CTG Rincão Verde – Maringá / PR.
• Laço Quinteto /01 Moto 0 km: Vander José, Dinei, Antonio Aita, Hernani Baréia e Bida do CTG
do da maioria dos estados. Precisamos apenas
Sepé Tiaraju – Cidade Gaúcha / PR.
orientar e incentivar cruzamentos corretos, bem
• Laço Quinteto Especial: Carlos Prudêncio, Diogo Prescovitz, Vander Vieira, Fabrício de Souza e
como fomentar a modalidade com mais provas
Laucidio Miranda do Clube do Laço União Amambaense – Amambaí / MS.
oficiais em locais de destaque.”
• Laço Duplas Oficial: Felipe Manfroi e Romildo Andrade do Clube de Laço Friburgense - Friburgo/SC.
A prova foi julgada pelo juiz oficial • Laço Patrão: Sandy Santos
da ABQM Tarcísio Barbosa de Sou- • Laço Piá (até 12 anos): João Vitor do CTG Caramuru – Indianópolis /PR.
• Laço Guri (de 12 a 15 anos): Lucas Henrique do CTG Primavera – Rondon / PR.
za, que como diretor da Campeira do
• Laço Prendinha (feminino até 12 anos): Maria Vitória do CTG Caramuru – Indianópolis /PR.
CTG São Jorge foi também um dos
organizadores do evento: “Tivemos três • Laço Prenda (feminino acima de 12 anos): Amanda Rosa do Rancho Crioulo
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Laço de Bezerro
Mais laçadas para os
Melhores de 2010
Fotos Miguel Oliveira
Nacional segue para definir os melhores do Brasil no Laço de Bezerro.
A
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HORSES’S LIFE
2ª Etapa do Nacional da ANLB aconteceu no dia 8 de
maio no Rancho VPJ em Jaguariúna – SP. Laçadores de
todo o país deram um show de técnica e competitividade, aumentado a média para definir o melhor laçador do
Brasil em 2010.
Como nos anos anteriores, uma das mais esperadas, a
etapa no Rancho VPJ aqueceu as arenas para as modalidades cronometradas da 22ª Edição do Jaguariúna Rodeo Festival, e exigiu
habilidade técnica dos competidores graça ao preparo e à qualidade
dos bezerros disponibilizados pelo Rancho.
Marco Aurélio, administrador do Rancho VPJ, justifica o sucesso da
parceria com os responsáveis pela prova:
“Fizemos a etapa da ANBL aqui no Rancho VPJ uma semana antes
do Rodeio de Jaguariúna para pegar no embalo das provas cronometradas. Como temos filhos que participam desta modalidade incentivamos sempre o máximo que podemos”, ressalta Marco Aurélio. Nossa preocupação é dar condições para todo o pessoal, e bons
bezerros para o alcance máximo da qualidade e competitividade.
Desde a 1º prova da Associação que foi realizada aqui, nós do rancho VPJ estamos sempre à disposição da ANLB, pois acreditamos
na Associação e no esporte”.
Com grande número de inscritos o 8º Campeonato Nacional segue com disputa acirrada. Ao todo são 7 etapas previstas para a
competição que distribuirá em prêmios 90% do total arrecadado
em inscrições.
CAMPEÕES DA 2ª ETAPA DO NACIONAL
Categoria Aberta
1º Lugar – Marcos Alan C. Costa – Genuine Play..................8s87
2º Lugar – Beto Bobeda – Litte Fantastic................................8s94
3º Lugar – Marco A. Pereira Filho - Mr Pepy Melodys.........9s10
Categoria Amador
1° Marcio Peres – Half Poco ......................................................10s10
2º Junior Peres – San Mico Doc................................................11s48
3° Fabio Mendonça – Cream Hicory.......................................11s55
Categoria Iniciante
1º Fabio Melanconi – Action Cody..........................................13s98
2º Adriano Tamiazi – Planter Jet...............................................15s34
3° Bruno Pirani – Tamanduá......................................................16s22
Categoria Master
1º José Astor Baggio Junior – Funny Pepto.........................13s72
2° Junior Amorim – Polaco.........................................................15s08
3° Roberto Tadeu Da Silva – Jawel Freedon.........................18s20
CLASSIFICAÇÃO GERAL DO
8º CAMPENATO NACIONAL DA ANLB
Categoria Master
1º - José Astor Baggio Júnior........................................................... 39
2º - Paulo Costa.................................................................................... 26
3º - Francisco Pimentel...................................................................... 25
4º - Silas Herdy...................................................................................... 17
4º - Júnior Amorim.............................................................................. 17
6º – Fernando Pires............................................................................. 11
7º - Milton Monteiro........................................................................... 10
7º- Roberto Tadeu Da Silva............................................................... 10
9º - José Carlos De Souza.....................................................................7
10º - Fábio Malanconi...........................................................................6
Categoria Mirim
1º - Gabriel Parizi.................................................................................. 40
2º - Rodrigo Pavan Da Silva.............................................................. 15
Categoria C – Iniciante
1º - Francisco Pimentel...................................................................... 34
2º - Piero Antunes Brito..................................................................... 24
3º - Fábio Malanconi........................................................................... 20
4º - Júlio César Dos Santos............................................................... 16
5º - Adriano Tamiazzi.......................................................................... 15
6º – Leonardo Fernandes.................................................................. 13
6º - Julio Amorim................................................................................. 13
8º- Miguel Molo................................................................................... 12
9º - Fábio Renna................................................................................... 10
9º - Bruno Pirani................................................................................... 10
10º - Haroldo Poliselli............................................................................9
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HORSES’S LIFE
Categoria B – Amador
1º - Fábio Mendonsa.......................................................................... 38
2º - Mácio Peres.................................................................................... 29
3º - Júnior Peres.................................................................................... 21
4º - Kin Yuda.......................................................................................... 15
5º - Mário Francisco............................................................................ 14
6º – Francisco Mesquita.................................................................... 11
6º - Marcos Vendrameto.................................................................... 11
8º- Felipe Brandão Santos................................................................ 10
8º - Flávio Brandão Santos................................................................ 10
10º - Maurício José Ferreira.................................................................9
Categoria A – Profissional
1º - Marcos Alan................................................................................... 42
2º - Nolberto Bobeda......................................................................... 19
3º - Nilton Braga................................................................................... 15
4º - Luis Carlos Pereira........................................................................ 13
5º - Matheus Bovo............................................................................... 12
5º – Paulo Saraiva................................................................................ 12
5º - Flávio De Oliveira......................................................................... 12
8º- Alexandre Peres............................................................................. 11
8º - Eduardo Peres............................................................................... 11
10º - Valdir Dos Santos....................................................................... 10
10º - Marco Aurélio Pereira Filho.................................................... 10
Próximas etapas:
3ª Etapa – Dia 05/06 na Fazenda Alegria
Mandaguari – PR
4ª Etapa – Dia 07/08 no Rancho Bonanza
Guararema – SP.
Potro do Futuro – Dia 04/09 no Rancho Quarto de Milha
Presidente Prudente – SP.
5ª Etapa – Dia 05/09 no Rancho Quarto de Milha
Presidente Prudente – SP.
6ª Etapa – Dia 02/10 na Fazenda Afetiva
Silva Jardim – RJ.
7ª Etapa – Data e local a serem definidos
www.anlb.com.br
HORSES’S LIFE
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Laço em Dupla
Fotos Miguel Oliveira
Crescimento e inovações nos
10 anos do Torneio
Açúcar Alto Alegre
De 25 a 27 de junho, o Rancho Quarto de Milha, em Presidente Prudente/SP,
será palco da 10ª edição do Torneio Açúcar Alto Alegre de Laço em Dupla e Bezerro,
com premiação superior a R$ 200 mil, que promete marcar a historia das modalidades.
O
s laçadores Issao Kusahara Júnior e Lincoln Figueiredo estão nos preparativos finais do 10º Torneio
Açúcar Alto Alegre de Laço em Dupla e Bezerro, que
acontece no último final de semana do mês de junho
– dias 25 a 27 – no Rancho Quarto de Milha, em Presidente Prudente. Por ser uma comemoração especial de 10 anos,
50
HORSES’S LIFE
os organizadores ressaltam que a competição contará com muitas
surpresas e uma premiação total de R$ 230 mil.
“Estamos elaborando várias surpresas e acreditamos que até o final de
abril já possamos divulgar nossa premiação final que será das maiores
já existentes nas modalidades. Queremos comemorar 10 anos de forma grandiosa, como a prova merece!”, afirma o organizador.
HORSES’S LIFE
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Foi a partir da sociedade com Lincoln Figueiredo que o Torneio
Açúcar Alto Alegre teve uma ampliação na premiação anualmente, chamando a atenção de todos os participantes. Uma competição que conseguiu se firmar como um dos maiores eventos de
Laço do país. Respeitado, sempre conta com a participação de
laçadores das mais diversas regiões do país, inclusive de estados
longínquos como Acre e Tocantins. A maior participação é de
competidores de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais.
Um dos grandes fatores que marcou a historia do Torneio, foi a 7ª
edição da prova, que começou numa sexta-feira e só foi terminar
na outra sexta. Ou seja, uma semana inteirinha de competição.
“O evento é grandioso, mas, ao mesmo tempo, tivemos que readaptar o regulamento para que pudéssemos terminar a prova na
noite do domingo. Então, há dois anos, resolvemos implantar algumas novidades que já são praticadas nos Estados Unidos, para
termos um controle maior do tempo de duração das provas. E
deu certo! Nos dois últimos anos conseguimos terminar as laçadas
na noite de domingo. Isto é bom para todos, ou seja, os laçadores
tem idéia de quando voltam para suas casas e o público conhece
os campeões, enfim, tudo transcorre de forma mais ordenada”.
Com credibilidade alcançada através de muito trabalho e organização, o Torneio Açúcar Alto Alegre marca a parceria de sucesso
da dupla Issao Kusahara Júnior e Lincoln Figueiredo.
Expectativas para 2010
ão grandes as expectativas para o Torneio deste ano. CompleS
tando 10 anos de existência, Issao ressalva que a premiação oferecida no total de R$ 230 mil em prêmios.
Um dos principais diferenciais para a competição deste ano é que
ela começa na sexta-feira, 25, com a realização das provas na modalidade Laço de Bezerro. Sábado, 26 e domingo, 27 ficam reservados às provas de Laço em Dupla, nas categorias Profissionais,
Somatória 5 e Somatória 11. “Estamos formatando a premiação,
mas queremos ter três campeões nesta última categoria”.
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HORSES’S LIFE
Premiação
Foto Miguel Oliveira
A premiação da modalidade Laço em Dupla será a seguinte:
Somatória 5
1º R$ 15 mil (somatória 5)
2º R$ 15 mil (somatória 4)
3º R$ 8 mil (somatória 4)
4º R$ 5 mil (somatória 5)
5º R$ 4 mil (somatória 4)
6º R$ 3 mil (somatória 5)
7º 1 sela Master (somatória 4)
Nas provas Somatórias 6, 8 e 11 a premiação será
para cada somatória a premiação abaixo
1º R$ 15 mil
2º R$ 10 mil
3º R$ 6 mil
4º R$ 5 mil
5º 1 Sela Master
Na modalidade Laço de Bezerro a premiação na categoria
Iniciante será o rateio de 70% das inscrições e nas
categorias A e B ficará distribuída da seguinte forma:
1º R$ 3 mil
2º R$ 2 mil
3º R$ 1.500,00
4º R$ 1.200,00
5º R$ 800,00
A premiação dos rounds, em ambas categorias,
será de R$ 500,00 para o 1º; R$ 300,00 para o 2º, e
R$ 200,00 para o 3º lugar.
Mais informações podem ser obtidas pelo fone (18) 8116-7777
ou no email [email protected]
HORSES’S LIFE
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Rédeas
NÚCLEO ANHANGUERA:
3ª Etapa a caminho da Nacional da ANCR
U
Rancho Dom Quixote recebe os
melhores competidores do Brasil
Fotos Adilson Silva
niversalmente, a modalidade Rédeas é
considerada a versão Western do Adestramento Clássico. O julgamento valoriza
o cavalo que é conduzido com controle
sobre todos os movimentos, sem apresentar resistência. Os critérios de julgamento
incluem suavidade, postura, agilidade, segurança e
ritmo ao executar as manobras do percurso sorteado previamente. A modalidade vem ganhando novos
adeptos e se espalhando por várias regiões brasileiras.
No dia 29 de maio o Núcleo Anhanguera realizou no
Rancho Dom Quixote (Jundiaí – SP) a terceira etapa
das classificatórias para a final da ANCR, que acontecerá no final do ano. Houve por volta de 50 inscrições.
Gilson Vendrame, proprietário do Rancho Dom Quixote e organizador do evento, enfatiza que o nível
técnico da classificatória foi excelente, prometendo
muita emoção para o campeonato nacional. Tudo indica que o Campeonato 2010 da ANCR será o mais
disputado de todos os tempos.
Segue também o resultado da prova de Western Pleasure
realizada no mesmo dia após as provas de rédeas.
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HORSES’S LIFE
Competidor
Animal
Nota
Aberto light
1° Eduardo Christians
Tari Little Lena
71
2° Neto Caetano
Madona Cutter
70
2° Laercio Casalecchi Filho Quebra Gelo Sta. Angélica 70
1° Gilson Diniz Filho
1° Gilson Diniz Filho
3° Américo Santos
3° Eduardo Christians
3° Paulo Koury Neto
Aberto
Emma Little Step
Tuf Lil Skater
Pep Kiklonas
Tari Little Lena
GF Playboy Chairmam
Principiante Amador
1° Orlando Quagliato
Emma Little Step
2° Bruno Moitinho
Bey Dunit
2° Eugenio Nardin
Vandal Bar Jen
1° Giovana Diniz
2° Neto Caetano
3° Fernanda Casaleshi
Amador
Tuf Lil Skater
Madona Cutter
Favorito II Cerro Agudo
73
73
71
71
71
Competidor
1º Marcos Mingrone
2° Reginaldo Nego
3° João Naline
Animal
Iniciante
Royal Whiz EJB
Cleopatra
Po Tunquelen
Potro do futuro
1° Jone Carlos
Duquesa do Castelo
1° Luiz Adriano
Boa Bola
3° Gilson Vendrame
Okley Dunit
Principiante Aberto
Little Pepy
Oportuni
Sangue Bom
69
68
68
1° Joao Pereira
1° Marcelo Silva
3° Sebastião Jose
71
70
67,5
1° Gerson Vendrame
2° Marcos Mingrone
3° Fabio Moreira
Nota
65,5
61,5
61
68
68
66,5
71
71
70,5
Western Pleasure
Prince
Royal Whiz EJB
Lady Play Dun It
HORSES’S LIFE
55
Rédeas
Notícias do mundo das
Rédeas
C
O sul do país é destaque, com eventos de alcance estadual
e nacional agitando redeiros quartistas e crioulistas
OPA QUERÊNCIA RECEBE
REDEIROS DO BRASIL
Os melhores na Rédeas têm estada garantida na região
sul do país. A VI Copa Querência abriu as cortinas para
a modalidade entre os dias 8 e 14 de março de 2010.
Pela primeira vez organizada pela AGCR – Associação Gaúcha
do Cavalo de Rédeas, a Copa teve mais de R$ 80 mil em prêmios
neste ano e terá total organização da AGCR a partir de 2011, então em sua VII edição. Este, que já é o maior evento de Rédeas
do país, chega a 2011 com a intenção de se tornar o maior evento
mundial do Cavalo Crioulo na modalidade. Dando continuidade
ao calendário neste mês de maio, a final do VII Campeonato Gaúcho e a III Etapa do Paranaense marcam a importância crescente
da modalidade Rédeas no sul do Brasil.
FINAL DO VII CAMPEONATO
GAÚCHO DE RÉDEAS
Realizada entre os dias 14 e 16 de maio, no Centro Querência
em Porto Alegre-RS, a Final do Campeonato Gaúcho superou
expectativa de público, consagrando mais uma vez os melhores
da modalidade representados pelas raças Crioulo e Quarto de
Milha. Durante o ano, cerca de 500 conjuntos disputaram vaga
para a final que teve na briga pelo primeiro lugar treinadores do
Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Santa Catarina. Mais
uma vez campeão da modalidade, Roberto Jou igualou o recorde
da pista, com 75 pontos.
Para João Carlos Feijó, presidente da AGCR – Associação Gaúcha
do Cavalo de Rédeas, este foi um dos maiores campeonatos realizados pela Associação e um dos maiores eventos de rédeas do ano
no Brasil. Feijó atribuiu o sucesso do evento ao público que lotou
a Arena do Centro de Eventos Querência e ao alto nível técnico
apresentado pelos competidores. Todos foram incentivados pela premiação, que distribuiu um carro, dezoito motos, um trailer e quinze
selas. Também muito elogiadas e comentadas foram as cerimônias
de abertura e de encerramento.
A final desta edição do Campeonato Gaúcho contou com 20 animais nas categorias aberto e amador e 10 no sênior (acima de 40
anos). O nível técnico foi bastante elevado: o vencedor do aberto
obteve média de 75 pontos por juiz; no amador, a média vitoriosa
foi de 73 pontos, e no sênior, 71 pontos. Para o Campeonato deste
ano, utilizou-se um formato novo, de quatro classificatórias, cada
uma classificando cinco conjuntos, e uma grande final. Até aí,
usava-se a soma de pontos de cinco etapas.
Confiram os campeões:
RESULTADOS VI COPA QUERÊNCIA 2010
POTRO
1º lugar - Aquiles da Analina - Gilson Diniz Filho, de Bento Borges Ferreira, Paraibuna-PR - 144,5
1º lugar - Malícia do 38 - Brandt Veppo, de Paulo Carlos Vieira de Assis, São Gotardo-MG - 144,5
3º lugar - BT Uniforme - Welington Texeira, animal de sua propriedade, Caldazinha-GO - 143
ABERTA
1º lugar - Boavinda don Manoel da Camila - Roberto Jou, de Adriano Dutra, Porto Alegre-RS - 146,5
2º lugar - Butiá Veredito - Gabriel Diano, de Sementes e Cabanha Butiá, Passo Fundo-RS - 146
3º lugar - Aquiles da Analina - Gilson Diniz Filho, de Bento Borges Ferreira, Paraibuna-PR - 144,5
3º lugar - Malícia do 38 - Brandt Veppo, de Paulo Carlos Vieira de Assis, São Gotardo-MG - 144,5
AMADOR
1º lugar - PO Ondurraga - Jonathan dos Santos, Cabanha Marca dos Santos, Viamão-RS - 143,5
2º lugar - Venenosa 401 Maufer - Joana Azevedo, de sua propriedade, Palmares do Sul-RS - 142,5
3º lugar - PO Trocadero - Julia Penter, Olímpio Figueiredo Rossetti, Cambará-PR - 136,5
3º lugar - Macanudo da Marca dos Santos - Jonathan dos Santos, da Cabanha Marca dos Santos, Viamão-RS - 136,5
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HORSES’S LIFE
PRINCIPIANTE AMADOR
1º lugar - Ruído do Itapevy - Bruno Mello - André Luiz Vaz Bez, Florianópolis-SC - 134
FEMININO
1º lugar - Venenosa 401 Maufer - Joana Azevedo, de sua propriedade, Palmares do Sul-RS
RESULTADOS VII CAMPEONATO GAÚCHO DE RÉDEAS
CATEGORIA ABERTA – Sábado 15/05/2010
1° lugar - Boa Vinda Dom Manuel da Camila - Roberto Jou - Adriano Dutra da Silveira - Porto Alegre-RS - 150
2° lugar - Remendo do Purunã - Gilson Diniz Filho - Cabana Marca dos Santos - Viamão-RS - 148,5
3° lugar- Vichadero da Quinta - Roberto Jou - Braulio Ractz - Marau-RS - 148
CATEGORIA AMADOR – Domingo 16/05/2010
1° lugar - PO Ondurraga - Jonathan dos Santos - Cabanha Marca dos Santos - Viamão-RS - 145,5
2° lugar - Colonel Whiz - Joana Azevedo - Paulo Cesar Azevedo - Palmares do Sul-RS - 144,5
3° lugar - Venenosa 401 Maufer - Joana Azevedo - Paulo Cesar Azevedo - Palmares do Sul-RS - 142,5
CATEGORIA SÊNIOR – Domingo 16/05/2010
1° lugar - Quelen Espuelazo - Fernando Phillippi - Animal de sua propriedade - Florianópolis-SC - 141,5
2° lugar - Las Misiones Jacaquá - Horácio FervesaniI - Animal de sua propriedade - Garopaba-SC - 141
3° lugar - Freckles Whiz - Paulo Cesar Azevedo - Animal de sua propriedade - Palmares do Sul-RS - 139,5
HORSES’S LIFE
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Team Penning
Competição acirrada e
mais de 400 inscrições na
3ª Etapa da Liga
Leste Paulista de
Team Penning
Fotos Maciel Scarparo
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HORSES’S LIFE
R
ealizada na propriedade de Thomas Eysink, em Holambra, a 3ª Etapa da Liga
Leste Paulista de Team Penning foi concluída com tempo recorde para mais de
400 passadas. As disputas foram acirradas
e de excelente nível técnico. Graças à sua ótima organização, o campeonato, que terá um total de oito
etapas, vem repetindo o sucesso no número de inscrições. A 4ª Etapa será no dia 12 de junho em Mococa - SP, com as categorias Jovem, Família, Mini
Mirim, Amador, Aberto e Intermediário. A Liga
Leste Paulista esta no seu XI Campeonato, e nestes
onze anos manteve praticamente a mesma equipe de
trabalho e dirigentes.
MINI-MIRIM
1º Tomas Ruiz, Pedro Ruiz e Joao Vitor (Campinas e Cordeiropolis)
2º Sophia Noronha, Maria Julia Biasoto e Kalzinho (Espirito Santo do Pinhal)
3º Roberto Joia de Carvalho Filho, João Vitor e Gabriele Haman (Limeira)
MIRIM
1º Fabio Pratola, Barbara Brisiguelo e Lucio Queiroz (Mococa e Passos-MG)
2º Lais Silveira, Lucio Queiroz e Fabio Pratola ( Mococa e Passos)
3º Julia Noronha, Lais Silveira e Barbara Brisiguelo (E. Santo do Pinhal, Passos, Mococa)
JOVEM
1º Leonardo Xavier, Vitor Ferreira e Daniel Catuzo (Holambra, Artur NOgueira e Jaguariuna)
2º Djoy Eysinjk, Bryan Eysink e Leonardo Batistela (Holambra e Engenho Coelho)
3º Pedro Balducci, Fernando Callichio e Gabriel Callichio (S. J. Rio Pardo / Poços de Caldas)
FAMÍLIA
1º Fernando Callichio, Gabriel Callichio e Agripino Callichio (S. J. Rio Pardo)
2º Emerson Jurgensen, Everton Jurgensen e Vô Nica (Limeira)
3º Bryan Eysink, Paula Eysink e Thomas Eysink
AMADOR
1º Leandro Queiroz, Lucio Lima e Guilherme Funchal (Passos- MG)
2º Denis Garcia Pimenta, Pedro Cossulin e Rogerio de Aquino (Jaguariuna)
3º Guilherme Garcia Figueiredo, Roberto Joia Carvalho e Fabio Sá (Holambra / Limeira / Mococa)
INTERMEDIÁRIA
1º Edson de Oliveira, Joao Salla e Daniel Catuso (jaguariuna)
2º Fernando Callichio, Gabriel Callichio e Agripino Callichio (S. J. Rio Pardo)
3º Guto Tranquiline, Gabriela Pratola e Eduardo Pratola (Mococa)
ABERTA
1º Bryan Eysink, Fernando Menezes Ribeiro e Felipe Menezes Ribeiro
2º Ronney Van Leewen, Bryan Eysink e Guilherme Garcia de Figuereido
3º Juninho Araujo, Gabriel Nicolas e Guto Tranquiline
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Western Pleasure
Western Pleasure:
Procurando novos rumos.
Sucesso constante nos EUA e na Europa, o Western Pleasure
parece em extinção no Brasil. Por que será que isso acontece?
Depoimento de Luciano Bereta à equipe HL
L
uciano
Bereta
foi
praticante
e treinador de
Western Pleasure
durante dez anos,
e hoje continua sendo
admirador da modalidade. A prova consiste em
avaliar o cavalo quanto
a comodidade e aproveitamento de passadas
com movimentos corretos. Os juízes procuram
pontuar melhor o conjunto que tiver mais harmonia nos andamentos pedidos – passo, trote e galope.
Nos Estados Unidos, esta modalidade tem
participantes de todas as faixas etárias e categorias (amador, profissional, jovens, etc).
Em contrapartida, ela se encontra quase que
“extinta” no quarto de milha brasileiro. Luciano acha que isto acontece por uma questão cultural, na medida em que nos EUA
o Western Pleasure (WP) é utilizado como
modalidade de incentivo aos novos adeptos
dos esportes de equitação western em especial e ao mundo do cavalo em geral. Através
do WP, é possível iniciar os novos cavaleiros
de uma maneira mais correta. Luciano afirma que “às vezes acho que a cultural brasileiro
é mais imediatista, e não tem calma para formar
melhor nossos cavaleiros e amazonas. Acredito mais
na fórmula americana, pois lá é comum você começar ganhando em Western Pleasure e depois seguir
para outras modalidades, tendo como base a montaria correta e um bom posicionamento na sela. Acho
que o maior diferencial é que lá as pessoas respeitam
as outras modalidades. Aqui o WP ficou sendo um
sinônimo de insucesso, e de alguns anos para cá esta
visão ficou difícil de corrigir.”
Luciano acredita que um projeto de revitalização do WP pela ABQM poderia fazer
diferença. Uma possibilidade é trazer cursos
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HORSES’S LIFE
e programar provas em função disto, tratando a modalidade com um cuidado especial.
“Creio que este descaso para com o WP foi
um erro da ABQM nos últimos anos.”
Luciano reitera que as maiores vantagens
do WP estão na melhor formação técnica
dos cavaleiros, que passam a compreender
alguns conceitos básicos de movimentação
dos cavalos. A argumentação dele é simples
e contundente: “Você acha mais fácil iniciar um
novo competidor em WP ou em apartação e laço? Este
é o conceito que nos falta no Brasil, a ideia de que esta
modalidade é uma base para a indústria do cavalo, e
que depois de nela motivados, educados e estimulados,
os competidores caminharão naturalmente para outras
modalidades.”
A comparação com o automobilismo faz sentido: o piloto inicia com carros mais lentos
e de menor risco, e depois vai passando por
carros mais velozes até chegar à Fórmula 1. É
preciso considerar como público-alvo o praticante dos grandes centros urbanos, que não
tem o hábito de montar em fazendas ou na
lida diárias com cavalos, que ainda não é um
bom cavaleiro. Assim, o WP teria mais chances de se desenvolver nas áreas urbanas, pois
o competidor poderá se preparar de uma
maneira mais suave e mais rápida. Em especial para os profissionais da cidade, no WP o
caminho para as pistas de competição é mais
curto e mais fácil.
Nos EUA, existem linhagens especificas
para WP; são cavalos tranqüilos com boa
movimentação, bom temperamento e boa
formação. Por incrível que pareça, a origem
das grandes linhagens vem do PSI fundista
ou seja, que se destacam em corridas mais
longas. Estes animais têm movimentos mais
corretos, e por isto conseguem correr melhor
em longas distâncias. No Brasil, provavelmente por falta de interesse do mercado, nos
últimos anos não foi feito nenhum trabalho
específico de seleção de WP.
Working Cow Horse
WORKING COW HORSE:
Trilhando o sucesso!
Mônica Castro Cunha fala do seu trajeto e dos “macetes” para atingir o
sucesso nesta modalidade de trabalho, cuja popularidade cresce a cada dia
M
Autoria da equipe HL, a partir de uma entrevista concedida por Mônica Castro Cunha
enina apaixonada!
A paixão de Mônica Castro Cunha
por cavalos vem desde criança. Seu
avô Antônio Ribeiro e seu pai, Geraldo Ribeiro, adoravam cavalos.
Mônica começou a competir aos
nove anos de idade, sempre com cavalos Quarto
de Milha. Naquela época a maioria das competições da ABQM acontecia ou
em Presidente Prudente, Bauru ou Ourinhos.
Nesta fase, consagrou-se
campeã em sete modalidades diferentes: Baliza, Tambor, Apartação, Western Pleasure,
Conformação, Rédeas e
Cow Horse. Na apartação, seus principais mes-
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HORSES’S LIFE
Fotos cedidas ABQM
tres foram o americano campeão mundial, Mike
Mowery, além do lendário Jayme Rodrigues.
Na modalidade Working Cow Horse, Mônica
começou, no Brasil, com Carlos Taboga, e nos
EUA, teve orientação de Robbie Boyce, campeão
potro do futuro da NRCHA. Com muito carinho,
ela dedica seu sucesso atual também ao marido,
Marcelo de Castro Cunha, que sempre a acompanha no mundo dos cavalos.
Working Cow Horse: rédeas ou apartação?
Working Cow Horse é uma modalidade que exige dupla aptidão, para
rédeas e apartação,
tanto do cavalo quanto do
cavaleiro. Atualmente, no Brasil a modalidade consiste em duas
partes. A primeira é um percurso de rédeas, onde o competidor
percorre um circuito predeterminado. A segunda parte é o trabalho com o boi: box, corrida na cerca e círculo. A prova é julgada,
com nota mínima de 60 e máxima de 80. O cavaleiro inicia a
prova com a nota 70, e durante a apresentação soma créditos ou
débitos de acordo com as regras da prova. O resultado é a soma
das duas partes da prova: quem obtiver a maior nota nesta somatória é o campeão.
Na prova com boi, o Juiz avalia o cow sense e o quanto o cavalo responde aos comandos dados pelo cavaleiro, bem como sua
habilidade de conter e dominar o boi durante o box, precisão e
coragem na hora do corte na cerca, habilidade e posicionamento
para fazer os círculos. A parte de rédeas é avaliada da mesma
forma que uma prova de rédeas, porém com exigência menor na
qualidade das manobras. As paradas, por exemplo, podem ser
mais curtas e profundas.
Cavalos especiais
Como animais especiais de sua carreira, em Working Cow Horse Mônica cita Lenas Badger, Smarvebaby e Peppy Key; este último, de sua
criação, é o cavalo mais pontuado dos dois últimos anos na ABQM.
Já na apartação , seus destaques vão para Billie’s Goma , San
Spook, Sandy Badger e Sandy Andy. A linhagem do criatório de
Mônica é toda voltada para a apartação, fator que ela considera
fundamental para o cow horse. Na opinião dela, o cavalo ideal
para working cow horse é o cruzamento das linhagens de apartação (cavalo que tem aptidão para lidar com boi) e de rédeas (
cavalo com habilidade para manobras, e submisso ao cavaleiro).
Nas palavras de Mônica: “Ao contrário do que a maioria das
pessoas pensa, não é fácil ter um bom cavalo de
cow horse. Não adianta
ter animal campeão de
apartação, se ele não tiver habilidade para fazer
as manobras de rédeas
- e vice-versa”. Em termos de linhagens, ela cita como as mais
vencedoras em Working Cow Horse nos EUA Shining Spark,
Peptoboonsmal, e Smart Chic O’Lena.
Trabalho de equipe
Mônica credita à sua equipe a excelente fase pela qual vem passando atualmente. Seu treinador é Marinaldo Pegos, dedicado
e competente. Sem dúvida, a dedicação e afinidade da própria
competidora com apartação e na rédeas também ajudam.
O condicionamento diário dos cavalos é feito por Marinaldo;
Mônica treina em média duas vezes por semana. O treinamento
é variado: um dia rédeas, outro com o boi, outro com a bandeira.
Esse procedimento é importante, pois evita que os treinos se tornem cansativos e repetitivos para o cavalo, mantendo a vontade
do animal de trabalhar e aprender.
Depois de um evento, Mônica acredita que seja muito importante
dar um descanso de alguns dias para os cavalos, que correspondem retornando com energia renovada.
Para a equipe de Mônica, os planos para o futuro imediato incluem o campeonato nacional da ABQM em julho, além do
Potro do Futuro – o da ANCH acontecerá em setembro e o da
ABQM em outubro.
Um futuro de trabalho!
Mônica considera que o working cow horse é uma modalidade
que vem crescendo no Brasil a cada ano. Competidores de várias
modalidades têm migrado para o cow horse, o que é motivo de esperança e motivação para a modalidade. Privilegiando um cavalo
versátil e fácil de ser montado, bom de rédeas e gostando de boi, o
working cow horse acaba se tornando uma experiência prazerosa
e diferente também
para o cavaleiro.
São estes os motivos que ela credita
como razões para
o crescimento da
ANCH.
HORSES’S LIFE
65
Na Lida
raid kaliber andalucia:
Beleza e aventura no
enduro internacional
A essência do enduro, a alma da Espanha, tudo junto num mesmo pacote:
isto é o Raid Kaliber Andalucia.
A
ndalusia – nome que evoca fascínio, magia e lenda. Região espanhola em que lutaram mouros e cristãos, terra do flamenco e do jerez, onde cidades têm nomes que
parecem de cancioneiro medieval, como
Sanlucar de Barrameda, Granada e El
Rocio. Terra que é sinônimo de cavalos até para quem
nunca chegou perto de um cavalo andaluz.
Imagine varar esta terra a cavalo, percorrendo quinhentos quilômetros em oito dias. Imagine que as
noites destes dias serão plenas de festas regadas a comida típica e vinhos da região – mas que os dias serão
de uma maratona equestre que levará a você e a seus
companheiros de trilha, que são também seus concorrentes, por praias e montanhas, através de florestas e
de regiões alagadiças, no frio e no calor da primavera
espanhola. Imagine que você terá momentos de descanso para conhecer a Alhambra e explorar a região
da Doñana – a maior reserva natural da Europa – mas
que, no dia seguinte, a trilha novamente chama você
e seu cavalo.
Tudo isto não é uma fantasia ancestral, mas uma prova
de enduro equestre organizada com todos os requintes do século XXI, equipes de apoio, mídia digital,
presença de cavaleiros de toda a Europa. Falamos do
66
HORSES’S LIFE
Autora: Claudia Leschonski
Fotos Paula da Silva
Raid Kaliber Andalucia, cuja quinta edição acabou de
acontecer em abril de 2010.
Trilhas andaluzas
Esta que é hoje a mais longa competição de enduro
equestre do mundo foi idealizada, e é organizada a cada
ano, por José Manuel Soto – que além de cavaleiro, é
um conhecido cantor popular espanhol. Desde o início
do Raid em 2005, Soto não apenas atraiu importantes
patrocinadores (tais como a cerveja sem álcool Kaliber e a Coca-Cola) mas também consolidou contatos
locais, permitindo-lhe fazer pequenas alterações no
trajeto a cada ano, com cada etapa contando com um
deslumbrante cenário, seja natural, seja na arquitetura
ancestral de aldeias e catedrais. A acolhida com iguarias
locais, e os alojamentos confortáveis entre etapas fazem
parte da experiência única do Raid, e são motivo para
diversos competidores voltarem ano após ano.
O Raid Kaliber é um enduro competitivo, mas que
alia aos regulamentos e estrutura do enduro moderno
a atratividade de uma experiência cultural e turística
diferenciada. Além do “conjunto” habitual, um cavaleiro com seu cavalo, é possível inscrever-se em “binômios” de dois conjuntos, ou até como um cavaleiro
utilizando dois cavalos, que podem ser revezados . O
mais técnicas da atualidade, onde tão-somente galopar a
velocidade máxima não levará ninguém à vitória.
Preparativos e concorrentes
O tempo inclemente em várias regiões européias, nos meses que antecederam a prova, contribuiu para o número
reduzido de inscrições. Os franceses foram obrigados a
treinar em meio a neve e gelo, o que afastou dois cavalos
por lesões nos tendões. Na Espanha, três meses de chuva
dificultaram não apenas os preparos dos cavaleiros, mas
forçaram a alterações de última hora de diversas das trilhas do raid.
Em termos de raças dos cavalos, 2010 viu uma presença maior de
anglo-árabes do que de árabes puros. Uma amazona alemã montava
um cavalo de trote (“American trotter”). Dentre os cavaleiros, a destacar que na equipe francesa havia um veterano de 78 anos de idade
– e outro de 82! O Raid Kaliber se afigura como enduro não apenas
para todas as idades, mas também para todas as raças de cavalos. Bom
senso, experiência e inteligência contam mais do que velocidade pura
e simples.
Nove dias de trilhas
roteiro passa por cidades e vilarejos da Andalusia, com direito a jantares regados a vinho e música – mas mesmo assim é preciso levantar
cedinho na manhã seguinte, pois cada trecho da prova tem de 50 a
90 km. Em 2010, as temperaturas em geral estiveram baixas, especialmente no trecho montanhoso, e o inverno úmido resultou em solo
pesado, tal como na região de Doñana.
Um enduro diferente
Algumas pessoas que acompanham o enduro equestre há décadas
consideram que o Raid Kaliber pode ser um marco na “reinvenção”
do enduro a cavalo, reaproximando o esporte daquilo que era na origem. Não apenas uma corrida de velocidade por longas distâncias,
mas um teste cujo resultado depende de inúmeras variáveis: as geográficas (topografia, tipo de piso, clima) e também a inteligência estratégica de cada cavaleiro. O conhecimento de pontos fortes e fracos da
montaria, dos adversários, dos demais integrantes de sua equipe. Tudo
isto gera uma competição em que os mais diversos tipos raciais e físicos
de cavalos também tenham vez.
Ao longo dos últimos anos, o enduro foi moldado pelos sheiks dos
emirados e pelas provas no deserto, que foram ficando cada vez mais
velozes. Há quem pense que esta evolução, ainda que positiva sob
muitos aspectos, tenha descaracterizado os objetivos da modalidade.
Variando do nível do mar a 2.000 m de altitude, com trilhas rochosas,
areia funda e inclinações de 45 graus, o Raid Kaliber é uma das provas
Foram percorridos 480 km em oito dias, desde o princípio em 9 de
abril, com a largada no hipódromo de Dos Hermanas, em Sevilha,
até a chegada na cidade de Cazorla, no dia 18 de abril. No meio da
competição, houve um dia de descanso em Granada. Nesta edição
de 2010, houve participação de 38 cavalos, além da Espanha, vindos
de França, Bélgica, Itália, Portugal, Alemanha e Suiça. Em paralelo à
competição de diversos dias, aconteceram também provas nacionais
de enduro, categoria uma e duas estrelas, “dentro” de etapas parciais
do raid. No entanto, após o duro inverno, com recordes de chuvas,
muitas trilhas dos anos anteriores não puderam ser utilizadas, por conta dos alagamentos e da lama. Tudo isto, mais os entraves econômicos
que esta realidade trouxe a uma economia tradicionalmente agrícola,
impediu a participação de alguns conjuntos espanhóis que costumavam prestigiar o Raid Kaliber a cada edição.
Acontecem três vet checks diários, incluindo exames de sangue para
avaliar a condição metabólica dos cavalos. Quando havia dúvidas sobre as condições de algum cavalo prosseguir, o exame, primeiro feito
por um único veterinário, era repetido por uma comissão de quatro
veterinários. Como em todo enduro, no mínimo tão cobiçado quanto
a vitória é o prêmio de best condition, que no Raid é determinado
através de pontos que os cavalos vão acumulando, e sendo anotados
numa caderneta especial.
As etapas
A primeira etapa percorreu um total de 51 quilômetros, entre Sevilha e
El Rocio, com vet check em Vilamanrique de la Condesa. A liderança foi
disputada ao longo do dia por franceses e espanhóis; o cavaleiro espanhol
Salvador Garrido, montanto Coqueto-Hassan, foi o primeiro a cruzar a
linha de chegada, mas após a eliminação do cavalo por claudicação, o
vencedor individual foi Edouardo Wach com Marquis-de-Karesi.
No segundo dia, a trilha planejada levada de El Rocio a Jerez, mas
como a região ainda estava sob o impacto de recentes inundações, optou-se por um circuito circular, que conduziu de volta a El Rocio após
um total de 54 quilômetros. Neste dia, a francesa Anne Dienert Wach
terminou nove minutos à frente de seus concorrentes. A velocidade
média deste dia foi mais elevada, devido às temperaturas mais baixas e
à topografia bastante plana. Alguns observadores consideraram que a
prova estivesse demasiado rápida, já que a esta altura, ainda se estava
no primeiro terço da competição.
HORSES’S LIFE
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O terceiro dia levou os cavaleiros através do Parque Nacional de
Doñana até o Oceano Atlântico, até a chegada em Sanlucar de Barrameda, na foz do rio Guadalquivir. Esta terceira etapa começou de
madrugada, pois era preciso passar pela praia antes da maré cheia.
O ritmo forte imposto pelos líders da etapa, Eduardo Sanchez e Jose
Gundin, diminuiu depois que foram alcançadas as dunas de Doñana,
com seus morros e areia pesada. No vet check, a dupla chegou quatro
minutos antes das alemãs Annette Nothhaft e Heike Blumel. Todos
os cavalos foram aprovados no vet check, e os espanhóis seguiram aumentando sua liderança de quilômetro a quilômetro, até chegarem no
final da etapa quase 30 minutos à frente de seus concorrentes.
A etapa seguinte teve extensão de 60 km, entre Villamartin e Ronda,
com o vet check em Zahara. Esta foi a mais dura das etapas até então, atravessando uma área montanhosa. Tanto as equipes francesas
quanto o esapanhol Jose Antônio Aguilar impuseram um ritmo forte,
resultando em sua chegada 40 minutos à frente do restante do grupo,
com a vitória de Christiane Guinand com Ahab du Vallois.
A quinta etapa teve extensão de 65 quilômetros, da região de Serrato em
Ronda, até Antequera, perto de Granada, com o vet check em Campillos.
Jose Gundin com Sopenilla
manteve um ritmo forte à
frente do grupo espanhol e
de Jose Antônio Aguilar, seguidos por Daniel Maldera.
No dia 15 de abril, a sexta
etapa ocorreu entre Loja
e Granada, totalizando
65 km, vencida por José
Antônio Aguilar. O dia
seguinte, uma sexta-feira,
foi de descanso para todos
os participantes, enquanto
a sétima etapa se deu no
sábado entre Charcha e
Baza, num total de 50 km.
Prosseguiu a disputa acelerada entre Aguilar e Gundin; este cavaleiro
basco também imprimiu ritmo forte desde o início do oitavo e último
segmento da competição, a despeito da topografia montanhosa.
A etapa final conduziu os concorrentes através do Parque da Serra de
Cazorla, num total de 52 km. Na chegada, Gundin estava seis minutos
à frente, porém Sopenilla foi eliminada no vet check, dando a vitória a
Aguiar com seu cavalo Rayito.
Acontecem três vet checks diários, incluindo exames de sangue para
avaliar a condição metabólica dos cavalos. Quando havia dúvidas sobre as condições de algum cavalo prosseguir, o exame, primeiro feito
por um único veterinário, era repetido por uma comissão de quatro
veterinários.
Como em todo enduro, no mínimo tão cobiçado quanto a vitória
é o prêmio de best condition, que no Raid é determinado através de pontos que os cavalos vão acumulando, e sendo anotados
numa caderneta especial.
Galopando rumo a 2011
Ao idealizar o Raid Kaliber, uma das intenções de José Manuel Soto,
além de promover a cultura e a beleza da Andalusia, desejava resgatar
elementos do verdadeiro enduro equestre, uma competição que leva
em conta topografia, piso e clima, bem como a capacidade dos conjuntos de se manterem competitivos ao longo de diversos dias. Tudo
isto sempre permado pelo espírito de equipe, mistura de amizade e
competitividade honesta, que caracteriza o que este esporte tem de
melhor. Apesar dos reveses econômicos e climáticos que assolaram a
Europa e o mundo neste princípio de 2010, já há um consenso na comunidade internacional de enduro: o Raid Kaliber veio para ficar, e já
é uma das provas mais importantes do cenário internacional.
Em tempo: até hoje, não houve a presença de enduristas brasileiros.
Quem sabe, já em 2011, você será o primeiro.
RESULTADOS FINAIS:
Equipes:
1º - Paulette Maldera e Daniel Maldera (França) com Louna de
Rivoiron e Otello de Rivoiron
2º - Veronique Gaillard e Yvan Gaillard (França) com Loukoum
e Nasir de la Loze
3º - José Antônio Aguilar Viana (Espanha) com Rayito e Baney
Individual:
1º - Eduardo Sanchez Hidalgo (Espanha) com Hermes
2º - Elsbeth Brunner (Alemanha) com Capoe
3º - Heike Blümel (Alemanha) com Lens Amstrong KL
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Shopping Rural
Divulgação
Turbolab Premix
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de suplementação para eqüinos com alta palatabilidade. Ser o
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Divulgação
Equitage Supreme e Laminados
A ração Equitage Supreme é um alimento
multipartículas, formulado para cavalos
atletas, principalmente aqueles que participam de provas de explosão - nas quais
necessitam de fontes energéticas de
rápido aproveitamento, como vaquejada,
tambor, baliza, salto, dentre outras.
Já a ração Equitage com Laminados
é indicada para equinos adultos que
realizam trabalho moderado e intenso;
animais em treinamento; em condicionamento físico, além de garanhões nos
períodos pré-monta e monta.
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Minha História
Eliziane
Ribeiro Nogueira
Conheça a emocionante trajetória da Lizi, exemplo
de vida em sua dedicação apaixonada aos cavalos,
ao laço e acima de tudo à família.
A partir de um depoimento prestado à equipe HL
C
rescer entre laçadores
Sou de uma familia de três irmãs; meu pai tinha propriedade rural, e como não tinha nenhum irmão homem, eu
sempre fui sua companheira, mexendo com gado e montando a cavalo. E aos 14 anos assisti pela primeira vez a
uma prova de laço que aconteceu na região de Presidente Prudente.
Isto aguçou minha vontade de laçar esportivamente. Pedi que meu
pai comprasse um cavalo para mim. Ele não aceitou muito a ideia,
pelo motivo de eu ser mulher, mas mesmo assim me presenteou com
um cavalo de laço, chamado Sereno. Comecei a treinar com um
grande amigo, o já falecido Luiz Gustavo Calderan, conhecido por
Polaço. Mas por falta de técnica, não tive bons resultados.
Querendo melhorar, fui fazer um curso com um famoso campeão da
época, Lucinei Nunes Nogueira, o Testa. Já nos conhecíamos de uma
prova no Rancho Quarto de Milha, em Presidente Prudente, e ele ligou convidando-me a participar de um treino com toda a sua equipe.
Entusiasmada, aceitei e fui; e a minha maior realização foi quando
ele me emprestou seu cavalo, Panasco SKR, para que eu corresse
bezerro. A partir daí, comecei a treinar com ele e montar seus cavalos
- e depois de dois meses já estávamos namorando. Casamos quatro
anos depois, e dessa união veio nosso filho, que o Testa afirmava ser a
maior conquista de toda sua vida. Segui sempre ajudando-o a montar, e ganhei muitos titulos de laço em bezerro e laço em dupla. Ele
apresentava os cavalos na categoria aberta e eu na amador.
Eliziane laçando com seu marido Testa
Eliziane laçando pé de boi
Reviravoltas no destino
Com a morte precoce do meu marido, pensei em abandonar tudo, o que
parecia o mais fácil, mas voltei atrás nesta decisão por considerar que
seria egoísta para com o meu filho. O Juninho amava cavalo, e a vida ja
tinha lhe dado um golpe muito duro levando seu pai. Resolvi continuar
a trajetória para que ele não perdesse o contato com os cavalos e as competições. E também eu teria condições de estar mais tempo junto dele.
72
HORSES’S LIFE
Lizia, Ludmila e Juninho
Passei a treiná-lo ensinando tudo que havia visto e aprendido com o pai
dele, e ele absorvia tudo com muita facilidade. Quando me dei conta, estávamos viajando por muitas partes do Brasil, nas competições de laço, e
os bons resultados não tardaram. Hoje, aos 19 anos, ele é um profissional
do laço com conquistas nacionais e internacionais.
Houve um momento em que meu filho Juninho e eu estávamos nos
sentindo muito sozinhos. Às vezes, ele dizia não gostar de ficar em
casa porque lá éramos só nós dois, e ele queria até ficar na rua. Então,
Deus me presenteou com a minha filha Ludmila, que hoje tem nove
anos. A chegada dela renovou a alegria de nossa casa. Ela tambem
gosta de cavalos, e já treina tambor. Mas por enquanto não incentivo
muito, pois ando cansada e não sei se vou aguentar nova trajetória de
viagens – a não ser que seu irmão a acompanhe. E hoje sinto minha
casa cheia, com meus dois filhos, Lucinei e Ludmila.
Cavalos do presente e do futuro
Temos muito carinho pelo Bonito Bee, cujo pai: Three Bee é
filho do MR Jay Bee Jee o cavalo do nosso Rancho que mais
ganhou prêmios. Este cavalo veio num lote de seis potros que
comprei. O Bonito era o menor dos potros e o mais manso.
Separei esse potro para o Juninho, que na época tinha 12 anos,
e disse que era pra ele domá-lo e treiná-lo. E assim ele fez da
Eliziane laçando cabeça
maneira dele – eu orientava, mas quem montava era só ele.
Logo mais, o Juninho pediu para ir com o Bonito ao Potro do Futuro.
Para mim foi uma surpresa, mas como ele tinha cumprido a parte dele,
nada mais justo do que levá-lo. Fiz a inscrição na categoria Jovem, Laço
Pé. Não tinha nenhuma expectativa de que ele ganhasse; era apenas
um incentivo pelo desafio realizado. Portanto, ao menos para mim foi
uma grande surpresa quando o
Bonito Bee foi o campeão. Essa
foi a primeira de muitas conquistas dos dois, tanto na Categoria Jovem quanto em grandes
rodeios e nas categorias abertas.
Hoje o Bonito é um cavalo conhecido por quase todos os laçadores que têm acompanhado a
carreira do meu filho.
Laço no futuro
Não me vejo nunca longe do
cavalo, que encerra em si a história que vivi até hoje. Quero
poder, junto com meus filhos,
continuar no mundo dos cavalos de laço e contribuir para o crescimento desta categoria. Às vezes,
me questiono se fiz o melhor ajudando o meu filho a crescer e evoluir
em suas habilidades no laço de pé. Hoje ele esta no rand cup 7 , e há
poucas opções de provas abertas para ele e outros grandes laçadores
do Brasil competirem. Tenho visto alguns grandes competidores, um
pouco mais velhos que ele, desistindo deste esporte pelo fato de não
serem valorizados. Os grandes organizadores de prova têm visado
os altos lucros das provas dos rand cups das categorias de amador, o
que deixa os professionais sem opções de competir, sendo que alguns
ficam até sem trabalho.
Muito obrigada!
Gostaria de dizer aos pais cujos filhos gostam de cavalos que
não meçam esforços para que proporcionem esta convivência e
atividade às suas crianças. Além de tudo, o Quarto de Milha é
também um bom negócio, mas acima de tudo é um meio saudável. onde vemos familias reunidas, vibrando e apoiando seus
competidores. O cavalo contribuiu e continua contribuindo na
educação dos meus filhos.
Agradeço a Deus por ter me ajudado a suportar todos os momentos
difíceis pelos quais já passei, nesta trajetória de muitas lutas; e também ao meu pai e à minha família, que sempre estiveram ao meu
lado. Gostaria de citar todos os nomes de amigos que me ajudaram,
e que fazem parte da minha história ate hoje, mas acabaria pecando
por me esquecer de alguns. Assim, melhor mandar um abraço apertado e um muito obrigada a todos vocês!
BATE-BOLA COM LIZI
• Onde trabalha: Rancho Testa, em Presidente Prudente – SP
• Tempo na indústria do cavalo: 26 anos
• Graduação acadêmica: Letras e Direito
• Filhos: Lucinei (Juninho) e Ludmila
• Um cavalo: Bonito Bee
• Uma certeza: Só peço a Deus que continue a abençoar
a mim e a todos aqueles que fizeram parte da minha história
HORSES’S LIFE
73
Minha História
Dr. Ricardo
Arsentales Esquerre
Fotos cedidas
Uma vida de trabalho dedicada aos
cavalos mais rápidos do mundo:
é a trajetória deste veterinário nascido
no Perú e formado no Brasil
H
orse’s Life: Fale do seu histórico com cavalos;
como chegou a se dedicar a esta atividade?
Ricardo Arsentales: Nasci no Peru, numa família onde havia vários apaixonados por cavalos
além de mim. Meu avô materno, Don Felipe
Esquerre Gamarra, era um turfista nato. Meu tio Juan José
Esquerre Pasco, é jornalista e turfista apaixonado, conhecido no meio hípico peruano como “JJ Esquerre”. Através
deles, ainda pequeno tive o primeiro contato com os cavalos
de corrida, indo ao Hipódromo de Monterrico, em Lima.
Conheci gente como o grande jóquei Arturo “Tulo” Morales, entrava na cabine de locução, onde o locutor era Federico Roggero Barreda, o principal Leiloeiro Hípico do Perú e
sócio do meu tio no Stud Bandera Arriba. Tive experiências
inesquecíveis, como assistir, bem pertinho do disco de chegada, à vitória do potro Rascal no 70º Derby Nacional, em
1972, montado por Tulo Morales, numa acirrada disputa
“cabeça a cabeça” com o craque da época, o magnífico Tenaz. Ao terminar os estudos no colégio, vim ao Brasil cursar Medicina Veterinária na Universidade Federal de Santa
Maria. E por aqui fiquei...
HL: Como foi sua formação veterinária?
RA: Depois de me formar na UFSM, no Rio Grande do Sul, por lá
mesmo logo iniciei o Mestrado em Reprodução, sob orientação do
Dr. Carlos Antonio Mondino Silva, o “Tonho”. Desde a graduação
já orientava minha atividade para equinos, e fui encarregado pelo
Tonho a me encarregar dos trabalhos de manejo e reprodução do
Haras da UFSM, que fomentava a criação de cavalos na região,
com garanhões hanoveranos. Depois, fui para o Haras Fronteira,
do Sr. Mário Móglia, em Bagé, RS, local de concentração da criação
do PSI. Meu primeiro emprego foi no Haras Castelo, do Pedrinho
Artmann, na Colônia Nova, em Bagé, RS, a partir de Março de 1986.
HL: Como e quando foi que vc começou a trabalhar com cavalos
quarto de milha?
74
HORSES’S LIFE
DADOS GERAIS:
• Nome completo: Ricardo Arsentales Esquerre
• Nome pelo qual é conhecido no meio: Dr. Ricardo
• Estabelecimento equestre (ou equipe, entidade, etc)
onde atua: Haras Fazenda Bela Ltda.
• Função / profissão: Médico Veterinário e Administrador Geral.
• Tempo de atividade: Desde 1989.
RA: Em julho de 1989, eu trabalhava no Haras Coronel Bento, de
PSI, em Cerquilho – SP. Mas o haras encerrou suas atividades, e por
indicação do Dr. Thiago Salles Gomes, fui conversar com o empresário Wellington Germano de Queiroz, proprietário do Haras Fazenda
Bela, centro criatório de Cavalos Quarto de Milha de Velocidade.
Dessa entrevista saí já contratado e estou no Haras até hoje. Foi até
engraçado porque seu Wellington quis que eu fosse imediatamente
ao Haras, em Capela do Alto, no interior paulista, para já começar
a trabalhar. Só que eu tinha vindo do Rio Grande do Sul com apenas uma muda de roupa. Mesmo assim, fui conduzido da capital ao
haras, a 135 km de São Paulo, e na manhã do outro dia eu já estava
em pleno trabalho!
HL: No que consiste sua experiência com a lida, preparação e o trato
de animais de corrida?
RA: Embora a preparação do potro seja de responsabilidade do treinador, acredito que um acompanhamento e diálogo constantes entre
Treinador J. Sampaio, Sr. Wellington Germano de Queiroz e Dr. Ricardo,
após a vitória de Personal Charge no GP Megarace/2006
o Veterinário e o Treinador sejam de extrema necessidade e muito benéficos para conseguirmos um desempenho de alto nível. As corridas
são ganhas ou perdidas nos pequenos detalhes, portanto, qualquer
decisão, acertada ou errada, por menor que pareça, faz toda a diferença nessa nossa tão competitiva atividade.
HL: Fale de alguns cavalos importantes na sua história pessoal.
RA: No Haras da UFSM trabalhei com um garanhão hanoverano chamado Flieger; o primeiro garanhão PSI que me marcou foi o Heathen,
do Haras Fronteira de Bagé, RS; Super Sound Charge foi o primeiro
Garanhão Quarto de Milha de Corrida. Desde 1993 venho trabalhando com o Holland Ease, garanhão chefe do Haras Fazenda Bela. Todos
eles me marcaram muito, pois me apego muito a estes “bichinhos”.
HL: Quais foram os pontos altos da sua trajetória com cavalos até
agora?
RA: Lembro-me de uma potranca de criação nossa, mas na época de
propriedade de um carreirista que a tinha adquirido no nosso leilão,
que nos foi enviada com a recomendação de destiná-la diretamente
para a reprodução. Porém, tive autorização para tentar alguma coisa,
e após os devidos exames e tratamentos, conseguimos ganhar quatro
corridas, dois segundos lugares, e fazer da potranca uma AAAT–106,
que é a elite dos Cavalos Quarto de Milha de Corrida.
Outra experiência maravilhosa foi a vitória de Callme Ease, filha de
Holland Ease e Callmeyourstreaker, por Streakin Six, no GP Potro
do Futuro/97. Foi a única vez na história em que três animais filhos
do mesmo garanhão, Holland Ease, e nascidos no mesmo criatório,
ocuparam os três primeiros lugares de tão importante prova clássica,
com Ease Ket em 2º e Money Spinner em 3º.
Muito comemorada também foi a vitória de Mucho Money, filho de
Nordick Only VM e La Poderosa, por Holland Ease, no GP ABQM
Potro do Futuro/07, quando pela primeira vez o Haras Fazenda Bela
conseguiu ganhar essa prova como Criador e Proprietário.
E mais recentemente, no dia 30 de Janeiro deste ano foi muito difícil
conter a emoção vendo o potro Splash to Paradise cruzar o disco no Hipôdromo Paulistano de
Cidade Jardim, vencendo o GP Bank of America Racing Challenge, prova seletiva Latino
Americana cuja vitória o habilitou a participar
da Prova Final em New Orleans, USA em Outubro.
HL: O que lhe dá maior prazer na prática veterinária e lida com animais de corrida?
RA: Participo de toda a “cadeia de produção”.
A estação de monta vai de agosto a novembro, e
após os onze meses de gestação, começa o desafio de criar corretamente esse futuro atleta. Seis
meses ao lado da mãe, depois desmama e recria
até idade de 18 a 23 meses, e então a venda em
leilão. Os potros que ficam conosco, iniciam a
doma nas nossas cocheiras no Jockey Club de
Sorocaba, sob a responsabilidade do treinador
J. Sampaio, no nosso caso, os preteridos das parelhas, iniciam a doma e treinamento nas nossas
cocheiras no Jockey Club de Sorocaba começam
a correr por volta dos dois anos e meio. Quando
acontecem as vitórias é emoção multiplicada várias vezes, pois tudo o que aconteceu lá, há vários anos, vem à tona!
HL: Quais são seus planos para o futuro?
RA: Continuar trabalhando arduamente para manter a posição conquistada com o Haras Fazenda Bela, que é o Criador Líder da Década de 90 e conta com 4 Lideranças na presente Década, nos anos de
2005, 2006, 2007 e 2008, tendo ficado no 2º Lugar em 2009. Manter
uma posição de destaque é realmente bem mais difícil!
HL: Que conselho ou palavra de aviso daria a quem está começando
nesta área?
RA: Muito estudo, prática, observação, dedicação e responsabilidade, são fundamentais, com amor pela profissão. A gente vai dormir de
noite e acorda cedinho pensando nos cavalos o tempo inteiro! Outra
coisa importante é ser humilde, a gente não para de aprender nunca e
deve-se aprender a ouvir a todos, não importando a procedência nem
o grau de instrução, já aprendi muito com pessoas que tiveram a vida
e o trabalho árduo como faculdade!
HL: Há alguma outra observação que gostaria de fazer?
RA: Sorte a quem quiser se aventurar nesta área; tem mais é que
se correr atrás dos próprios sonhos e com certeza as recompensas e
alegrias que hão de vir, compensarão todo o investimento, dedicação
e preocupações!
HORSES’S LIFE
75
Star Horse Matriz
Lenas
Lisette
Performance comprovada em Apartação
N
Seus 3 filhos que estão em campanha, conquistaram vários títulos
importantes, inclusive o de campeão Potro do Futuro da NCHA Augusta e já somam ganhos de US$ 200.000 em premiação
estes anos de crescimento da raça Quarto de Milha no Brasil, muitas importações
foram feitas, na maioria das vezes de garanhões e potros. Poucos criadores trouxeram éguas com performance diferenciada.
Prevendo a necessidade de ter éguas com
produção comprovada no Brasil, há dois anos o Condominio All Blue Boon (formado pelos criadores Emilio Mussolini, Joaquim Alves e Mauro Kauffmann)
importou a matriz Lenas Lisette. Lenas descende de
uma das mais consagradas linhagens americanas de
apartação, sendo Doc O´Lena em égua Peppy San e
de criação da família Freeman – criadores dos Hall Of
Fame Doc O´Lena e Smart Little Lena.
A importação da Lenas Lisette se deu após um ano
de planejamento, durante o qual os integrantes do
Condomínio procuravam algo ao mesmo tempo inovador e que conseguisse se perpetuar deixando raízes
tanto nos descendentes como na “visão” que se tem
da criação de cavalos. Nas palavras de Joaquim Alves
76
HORSES’S LIFE
Fotos Gerson Verga
– “se você analisar, há pouco mais de três anos atrás, era raro
ver numa revista um anúncio citando o total de somas ganhas
ou produzidas por um animal. Entendemos que a Lenas foi um
“divisor de águas” nesta questão.”
Os textos dos anúncios em geral falavam a respeito de pai, mãe ou irmãos do animal, mas já diz o
dito popular: o irmão do Pelé não é o Pelé. Alves
afirma que houve grande evolução nas importações
de cavalos feitas ao Brasil daquela época para cá,
buscando-se agora tanto performance quanto produção. “Vejam quantos indivíduos comprovados entraram
no Brasil desde nossa importação, e quantos haviam entrado
antes da importação da Lenas?”
Castanha, de conformação perfeita, Lenas vem
sendo destaque em venda de embriões em todos os
leilões de que participou. Sua primeira venda foi no
Leilão Celebridades, no Gallery em São Paulo, em
maio de 2008. Naquela ocasião fez o recorde da noite, vendendo um embrião efetivado com Blue Boonsmal para o criador Ovidio Brito.
FICHA TÉCNICA
Nome: LENAS LISETTE
Filiação: Doc O´lena x Guens Belle (Peppy San)
Nascimento: 29/04/1993
Pelagem: Castanho
Criador: Shorty Freeman Inc
Atuais proprietários: Condomínio All Blue
Boon Partners, Inc.
Linhagem: Trabalho
No Leilão Baby da Fazenda Barrinha, no mesmo ano, fez o
recorde de fêmeas com a venda da potranca All Blue Boon que leva o nome do Condomínio – para Ovidio Ferreira. Já
em 2009, ofereceu três embriões e um Livre Acasalamento no
Leilão Minas Embrio, com 100% de liquidez de seus lotes.
“Com apenas seis filhos nos EUA, três dos quais em idade de competição, Lenas já
produziu mais de duzentos mil dólares, se firmando assim como uma das maiores
produtores de trabalho a entrar no Brasil”, ressalta Joaquim Alves, condômino do All Blue Boon Partners, Inc.
Um dos produtos de Lenas é o campeão Potro do Futuro Moody Blue Boon, que foi treinado por um dos maiores ganhadores
dos USA, Phill Rapp. No Potro do Futuro de Fort Worth, Mary
Ann, a esposa de Rapp,
montando Moody ficou em 6º. lugar na
final.
Atualmente, além dos cruzamentos com garanhões comprovados em trabalho, o Condomínio tem feito alguns acasalamentos
que visam “refrescar” a linhagem. É sabido que na apartação
os indivíduos são bastante consanguíneos em Doc Bar, Little
Peppy e Freckles Playboy. Nosso Condomínio entende que famílias como First Down Dash e Easy Jet, entre outros sangues
comprovados na corrida, possam gerar indivíduos extremamente habilidosos e em linha com a necessidade de ter animais com
excelente morfologia, rápidos e acima de tudo, inteligentes –
com grande caráter.
Este “refrescamento de sangue” não é coisa nova. Nos EUA,
um dos maiores cruzamentos foi Dash For Cash x égua Doc
Bar que gerou o Garanhão Miss’N’Cash, e que tem ressurgido atualmente. Muitos criadores americanos estão fazendo
estes cruzamentos, tanto para apartar como para provas de
velocidade.
Em linha com esta tendência, nosso Condomínio oferecerá
no Leilão Fazenda Caruana em julho, durante o Campeonato Nacional ABQM, a potra All Chivas Dash (Dash
To Chivato x Lenas Lisette). Dash To Chivato é produtor de mais de dois milhões de dólares e irmão
próprio de Fishers Dash. Deve ser um dos destaques do leilão.
HORSES’S LIFE
77
Star Horse Garanhão
FICHA TÉCNICA
Nome: PG BILLY GRAY
Filiação: Playgun x Miss Freckles Reed
Nascimento: 12/6/1999
Pelagem: Tordilha
Criador (nome e país de origem):
Dick e Brenda Pieper – Oklahoma - EUA
Atuais proprietários: Ovídio Vieira
Ferreira, Leo Segerius e outros
Linhagem: Trabalho
BILLY GRAY
A
procura por um tordilho.
Em julho de 2000, eu estava fazendo a carta de monta
para o haras do Sr. Ovídio, vi que teríamos que comprar
umas 40 coberturas e cheguei à conclusão de que seria
uma fortuna. Fizemos as contas e chegamos à conclusão
de que era viável importar um garanhão dos Estados Unidos. Logo
pensei num tordilho, porque não há tantos na raça, e é uma pelagem
que agrada todo mundo, inclusive os criadores do Nordeste que estavam em faze de grande ascensão.
Pensei em um Freckles Playboy tordilho, e também queríamos uma
mãe Colonel Freckles. Comecei a procurar, e o Dick Pieper me falou
que tinha um potro de uma filha do Colonel Freckles e sua mãe era a
mesma de Mr Jay Bee Dee, que na época estava estourando no Brasil
em todas as modalidades. Mas naquele ano não deu mais tempo de
comprarmos o cavalo pois já estávamos em julho e o potro só tinha 1
ano de idade, então tivemos que comprar as coberturas.
Ele parecia um urso!
No Leilão Versatilidade de 2000 do Sr. Ovídio , conheci o Sr. Leo
Segerius, um holandês que comprou duas éguas, que ele acabou deixando hospedadas no meu Centro de Treinamento e reprodução.
78
HORSES’S LIFE
Fotos Álvaro Maya
Trajetória e carreira de um tordilho famoso!
Depoimento de Guilherme Gregolin
Logo se revelou um cliente muito correto, e quando lhe falei que eu
estava indo aos EUA para comprar um potro, ele ficou entusiasmado
e resolveu que iria junto. O Sr. Leo se encarregou de todas as reservas
de viagem e da programação, inclusive fomos de primeira classe, o
que eu achei ótimo!
Quando chegamos no rancho do Dick, havia vinte potros separados,
todos com bons pedigrees, mas nenhum era aquele pré-escolhido.
O próprio Dick estava no Futurity do NCHA, mas a gerente nos
mostrou dois potros num piquete. Estava muito frio, o potro crinudo,
peludo e cascudo, parecia um urso, mas vi sua estrutura, e disse, eu
quero este! A mãe dele também era linda, mas a gerente nos falou
que aqueles dois potros não estavam à venda, pois Dick os reservou
para sua sela.
Fomos em mais vinte haras, mas eu não conseguia ver graça em
nenhum outro potro. Fomos nos encontrar com Dick no Futurity
NCHA, e foram mais quatro dias de conversa com o Sr. Leo ajudando para começar a convencê-lo a vender o potro. No fim o negócio
foi fechado, e o Sr. Leo e o Sr. Ovídio ficaram sócios no potro. Era
muita responsabilidade, pois na época o pai dele ainda não tinha produção própria comprovada e seus filhos estavam apenas estreiando
neste mesmo ano.
Que venha o champagne
O PG Billy Gray não era manso nem de cabresto, e deu muito trabalho até para entrar no trailer. Acabou chegando no Brasil logo antes
do Natal, estava péssimo, muito feio mesmo. O Sr. Ovídio queria conhecer o cavalo, e eu dizia, não vem, está chovendo muito, a estrada
tá ruim... fiquei enrolando. Enquanto isso, íamos amansando o potro
de cabresto. No dia 17 de fevereiro de 2001 fizemos o lançamento do
cavalo para um grupo convidado de quinhentas pessoas, foi uma festa
com champagne e tudo, e foi só aí que os sócios Leo e Ovídio se conheceram pessoalmente. Naquele dia mesmo, foram vendidas 10 coberturas do potro, que ainda ia fazer dois anos, a 6 mil dólares cada.
Quando nasceram os primeiros filhos, ficamos admirados com a produção, que era espetacular. O cavalo começou a ficar conhecido, e
no Leilão Versatilidade de 2005 chegaram a ser vendidas 10 cotas de
cobertura por 60 mil cada. A consagração veio em 2006, quando no
Potro do Futuro da ABQM fez dois campeão na categoria aberta,
um na amador, dois reservados e um terceiro na aberta.
Sucesso multidisciplinar
Desde então, o Billy Gray segue produzindo campeões em todas as
modalidades, incluindo vaquejada: apartação, rédeas, cow horse,
baliza, tambor, laço de bezerro. Ele continua nos surpreendendo a
cada ano. Ele segue nos trazendo um excelente retorno, pois seus
filhos ultrapassam os R$ 30.000 na venda, sem contar os nascidos a
cada ano, que são reserva dos sócios, Ovídio e Leo. Ele inclusive já
produziu vários garanhões bem-sucedidos, o que é raro.
Atualmente, o pai dele soma sete milhões em ganhos, o que felizmente comprova o nosso acerto na época. Mas o que nos deixa muito
feliz é a uniformidade e bom caráter dos filhos do Billy Gray. São
mansos como carneiros, e além disso 90% nascem tordilhos. Aos 2
anos comecei a montar o Billy; já devo ter montado mais de mil
cavalos, mas eu não conhecia nada parecido. Tinha uma enorme capacidade de aprender, vontade de esbarrar, de espinar, tudo! E estas
características ele também transmite aos seus descendentes. Chegamos a pensar em apresentá-lo em provas, mas era difícil conciliar a
estação de monta com a rotina de treinamento e viagens, então isto
acabou não sendo levado adiante. De qualquer maneira, os filhos
carregam o legado atlético do pai.
Rotina de astro
O Billy é muito tranquilo, considerando o garanhão importante que
é. Nunca ouvi um relincho dele, nem mesmo com as éguas. Ele recebe ração três vezes ao dia, alfafa duas vezes e suplementação mineral.
É trabalhado no redondel em dias alternados. O Dr. Bruno Bonin
é o veterinário responsável por ele; nossa equipe de tratadores são
Dejinha, Nivaldo e Paulo.
A única coisa de que o Billy não gosta muito é de barulho, rojão de
explosão. Acho que isso aconteceu por causa daquela festa de apresentação, quando estouraram champagne por cima dele. Ele ficou
traumatizado e até hoje detesta barulho. Quando o levamos em leilão
para apresentá-lo ao público, fica muito agitado, suando e com medo.
Atualmente, vendemos 25 a 30 coberturas por ano, a R$ 15 mil cada
. 90% das pessoas que compram um filho de Billy Gray depois voltam para comprar outro, o que nos deixa muito felizes. Começamos
a ver seus netos maternos, e é fora do comum como as características
dele permanecem através da linhagem materna.
Guilherme Gregolin é médico veterinário e assessor do Haras São Matheus, de propriedade do Sr. Ovidio Vieira Ferreira e Kelly Donw Ranch
de propriedade de Leo Segerius
HORSES’S LIFE
79
Veterinária
Imagem ilustrativa
Por Que Meu
Cavalo Manca?
O diagnóstico correto e precoce é a única maneira de preservar a longevidade
atlética dos cavalos de todas as modalidades esportivas
A
Por Claudia Leschonski, MV
pergunta que os veterinários de cavalos mais ouvem talvez seja:
“Tenho um cavalo que manca quando trabalha mais forte. Quero saber que
remédio aplicar.”
Posta desta maneira, é uma pergunta quase impossível de responder: cada tipo
de claudicação tem uma causa, e é preciso fazer um tratamento específico desta causa para
conseguir alguma melhora. Para isto, depende-se de um diagnóstico, que por sua vez, na
maioria dos casos, depende de equipamentos auxiliares, de pinças de casco a aparelhos de
raio-x. Muito pouco pode ser dito a partir de um simples “passar de olhos”.
Confira abaixo algumas dicas para, junto com seu veterinário, chegar a um tratamento
mais eficiente das diversas afecções do aparelho locomotor dos nossos cavalos.
As bases anatômicas
Quando falamos das claudicações dos cavalos, é
preciso considerar alguns aspectos anatômicos. O
aparelho locomotor do cavalo é composto de ossos,
unidos pelas articulações (“juntas”), que são constituídas por ligamentos, cápsulas articulares e líquido
sinovial. Os tendões conectam ossos e músculos, e
é a contração destes últimos que gera o movimento. Quando um cavalo manca, uma ou várias destas estruturas podem estar comprometidas. Para
responder à pergunta “por que o meu cavalo está
mancando?” devemos tentar chegar à origem física, e portanto à causa da dor que ele está sentindo.
Podemos classificar as manqueira como agudas
ou crônicas. As agudas são aquelas que surgem
repentinamente e/ou existem há pouco tempo, às
vezes relacionadas a um acidente recente. As crônicas são aquelas que existem há semanas, meses
ou anos, em geral piorando aos poucos ou passando por fases de melhora relativa seguida de nova
piora. Esta diferenciação é importar para escolher
o tratamento mais indicado.
Existem condições do aparelho locomotor que
não causam manqueira direta, mas são motivo de
incômodo estético, além de poderem piorar a amplitude ou a força do movimento do cavalo. Um
80
HORSES’S LIFE
exemplo são as chamadas “ovas”, aumentos de
volume da cápsula articular comuns em animais
que trabalham intensamente.
Causas antigas e recentes
Em geral, as claudicações se originam em causas
diversas, as quais aliadas entre si resultam nos sintomas apresentados pelo animal. Alguns fatores a
considerar:
• Idade do cavalo – animais jovens costumam
mancar quando são forçados cedo demais. Cavalos adultos podem sofrer pela utilização intensa
em esporte e trabalho; enquanto os animais idosos já têm o aparelho locomotor desgastado por
uma vida de esforços.
• Tipo físico e aprumos – os cavalos pesados,
gordos ou muito musculosos, sobrecarregam a parte estrutural do aparelho locomotor, enquanto os
magros demais compensam a falta de musculatura
através de movimentos forçados, de alto impacto.
Problemas de aprumos, tais como cascos mal angulados, jarretes fechados, joelhos curvos ou transcurvos, etc, agravam estas condições.
• Tipo de trabalho e tipo de piso – quanto
mais pesado e/ou rápido o exercício, maior o
impacto sobre o aparelho locomotor. Trabalho
prolongado leva à fadiga, com perda de eficiência da contração
muscular, o que aumenta o risco de claudicação. Quanto mais duro
o piso, maior o impacto, o que agrava problemas ósseos e articulares. Já o trabalho em piso fundo e macio, ou encharcado, tende a
sobrecarregar os tendões.
•Ferrageamento – todos os problemas descritos se agravam quando o cavalo é ferrado ou casqueado por um profissional pouco
competente; esta é uma causa muito comum das manqueiras crônicas dos cavalos, que pode levar à sua inutilização. O bom ferrageamento preserva o locomotor saudável, ou pode ser ortopédico,
melhorando alterações existentes.
• Manejo e utilização – confinamento e falta de rotina de treinamento são veneno para o aparelho locomotor dos cavalos, especialmente para os potros. O trabalho precisa ser constante, progressivo
e regrado, de acordo com as possbilidades e características do cavalo,
independente das ambições do cavaleiro. Grande parte das manqueiras é causada por trabalho esporádico (cavaleiros de fim-de-semana),
sem respeitar o nível de condicionamento físico do cavalo. Outro problema comum é o excesso de trabalho de explosão e velocidade, em
cavalos que não recebem os benefícios de um programa de condicionamento físico com muito trabalho “longo e lento” (passo, trote,
flexionamentos, etc) que deveriam ser a base de todo cavalo funcional,
os de trabalho e lazer tanto quanto os de esporte.
• Fatores predisponentes diversos como manejo e genética são
importantes causadores de claudicações, especialmente nos potros.
• Manqueiras podem ser sintomas também de deficiências técnicas do cavaleiro (por exemplo, pessoa que ao montar “soca
no rim do cavalo”, levando a alterações de movimentação que se
refletem nos membros), ou ainda de equipamentos mal ajustados, tais como selas inadequadas causando dor, prejudicando a
cadência dos andamentos.
Prevenção ou tratamento?
A prevenção da claudicação dos equinos passa por todos os itens
mencionados acima; ou seja, é preciso identificar a causa e eliminá-la, ou diminui-la ao máximo. Já o tratamento das claudicações
pode ser dividido em dois aspectos:
1.Sintomático – é o tratamento do primeiro momento, destinado a dar mais conforto ao animal, enquanto não se chega ao
diagnóstico da causa da manqueira. Pode ser comparado a tomar
analgésicos quando uma pessoa está com dor de dente – a causa da
dor não é curada, mas a pessoa se sente melhor até a consulta com
o dentista. No entanto, se o uso dos analgésicos continuar sem critério, o quadro vai piorar, podendo até resultar na perda do dente.
2.Específico – é o tratamento da causa da manqueira, até a cura
da mesma ou até a melhora máxima que pode ser obtida, dependendo da condição. Ele depende de um diagnóstico, que deve ser
feito por um médico veterinário especializado em equinos. Muitas
vezes é necessário o uso de recursos diagnósticos complementares,
tais como radiografias.
O tratamento sintomático, focado no controle da dor, é bastante
genérico, enquanto o para o tratamento específico existem tantos
protocolos quanto há causas para manqueira. Vejam alguns exemplos de patologias diagnosticáveis:
a) ossos – fraturas, fissuras, osteítes, sobreossos
b) articulações – ovas, entorses, luxações, osteófitos, calcificações, artroses, artrites
c) tendões e ligamentos – tendinites, tenossinovites, rupturas, hiperextensões
d) cascos – infecções por bactérias ou fungos, traumas,
laminite, brocas, abscessos
e) músculos – miosites, rupturas, disfunções metabólicas
... entre muitos outros. Cada um exige um tratamento diferente, e por
isto o acompanhamento veterinário é tão importante. Os protocolos
costumam aliar diversas abordagens terapêuticas, para maximizar as
probabilidades de sucesso e a rapidez da recuperação, tais como:
• analgésicos
• anti-inflamatórios
• medicamentos complementares, tais como condroprotetores e estimulantes da circulação
• ferrageamento ortopédico
• manejo – repouso total (em cocheira ou piquete) ou parcial (apenas trabalho a passo, por exemplo)
• tratamentos no local da lesão (por exemplo, infiltrações
peri ou intra-articulares)
• produtos e terapias tópicos (massagem, ligas de descanso, aplicação de frio ou de calor)
• terapias complementares, tais como fisioterapia, ultrassom ou laser terapêuticos
• cirurgias em casos mais graves
Cabe ao médico veterinário definir o melhor curso de tratamento,
avaliando e readequando o mesmo conforme a evolução do caso.
Dependendo do caso, pode levar meses ou anos até o cavalo voltar
à ativa – por exemplo, seis meses a um ano em uma tendinite, e um
a dois anos em uma laminite leve. A paciência e a colaboração do
proprietário são essenciais para o sucesso.
O tratamento sintomático ou analgésico quase sempre alia
produtos tópicos a analgésicos ou anti-inflamatórios de uso oral
ou parenteral (injetável). O uso prolongado destes últimos pode
causar efeitos colaterais graves, incluindo gastrites e cólicas, além
de piorar o problema original, já que ao sentir menos dor o animal
estará fazendo mais força no membro afetado.
Práticas como massagens, aplicação de ligas de descanso com produtos topicos, uso de duchas frias, caneleiras de gelo, ou compressas quentes são recursos complementares valiosos. Em geral, lesões
agudas (recentes) respondem melhor à aplicação de frio, enquanto
problemas crônicos (antigos) podem se beneficiar do calor, aí incluindo produtos termogênicos (que provocam sensação de calor na pele).
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PERSONALIDADES
Personalidades
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HORSES’S LIFE
Foto 01
Frederico e Beto Orsi
Foto 02
Luciano Beretta, Cowboy e Luiz Alvarez
Foto 03
Jamile Pessoa
10
11
Foto 04
Ovidio Ferreira e Guilherme Gregolim
Foto 05
Marcelo Borges, Denise e Rafael Leal
Foto 06
Andrea, Mateus e Sonia
Foto 07
Pedro, Edson Favreto e Erico Braga
Foto 08
Kin Yuda, Paulo Costa e Paulo Saraiva
14
12
13
Foto 09
Eduardo Caiado, Francisco Mesquita, Beto
Bobeda e Silas Herd
Foto 10
Carbonari e Paulo Endo
Foto 11
Névio e Katia
Foto 12
Jonatas Dantas, Paulo Fahra e Beto Düwel
Foto 13
Rafael Vilella e Adriano Moraes
15
Foto 14
Deleu e Zeca Pucci
Foto 15
Fábio Libbos e Tuca
Foto 16
Raphael, Carmencita e Carmenrose
Foto 17
Fábio Cabrera
18
Foto 18
Dr. Welington Germano de Queiróz
e Dr. Júlio
16
17
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Classificados
86
HORSES’S LIFE
Classificados
CALENDÁRIO DE EVENTOS
Data
Evento
Local
Cidade
Contato
Telefone
04/06/10
III Etapa Núcleo Castelo Branco
A confirmar
BAURU, SP
ANCR
(19)9199-9279 04 a 06 de junho
2010
Campeonato Nacional ANCA 2009
/2010
Fazenda Barrinha
Espírito Santo de
Pinhal SP
ANCA
(19)3661-4615 05/06/10
8º Campeonato Nacional de Laço de
Bezerro - 3º Etapa
Fazenda Alegria
Mandaguari PR
ANLB
(12)3652-4117 05/06/10
VI Futurity Haras Dan
A confirmar
BAURU, SP
ANCR
(19)9199-9279 10/06/10
Sublime Feline
Centro de Reprodução
do Haras Nevada
Campo Grande MS
Aparicio
(67)9619-7326
12/06/10
II Terra de Santa Fé Baby V Terra de
Santa Fé
Recinto de Exposições
Bezerros PE
Junior Medeiros
(81)9272-0623
12/06/10
Liga Leste Paulista Team Penning
2010 - 4ª Etapa
10 a 13 de junho
2010
Festa do Peão de Americana Rodeio Cronometrado
Parque de Eventos CCA
Americana SP
João Frizo e Leonardo
Frizo
(19) 9144-0584 e
(19) 8129-1319
12 e 13 de junho
2010
III Etapa Campeonato Carioca de
Rédeas
A confirmar
A confirmar, RJ
ANCR
(19)9199-9279 18 a 20 de junho
2010
Três Lagoas Rodeo Show - Laço em
dupla
Recinto de Exposições e
Haras Jaózinho
Três Lagoas MS
Fernando Varoni
(67) 9965 2087
19/06/10
Prova de Laço
Rancho Ropers
Rolândia PR
Sérgio Garla e Tiago
Marioto
(43) 8804-4645 e
(43) 9601-9627
19 e 20 de junho
2010
V Etapa Campeonato Paranaense
- APQM
Pq. de Exposições de
Maringá
Maringá PR
Karina
(44)3228-8099
19 e 20 de junho
2010
Mococa
XXXII GP ABQM PF Class. / GP ABQM Jockey Club de Sorocaba
Rei e Rainha da Velocidade Class.
Sorocaba SP
(15)3293-1177
25 a 27 de junho
2010
10º Torneio Açucar Alto Alegre
Rancho Quarto de Millha
Presidente Prudente
Issao JR
(18)8116-7777
26 e 27 de junho
2010
IV Vaquejada do Pq. Tomazinha
Fazenda Altos
Montes Altos MA
Cairo Miranda
(99)3523-2776
01 a 04 de julho
2010
Potro do Futuro ANCA 2010 - 22º
Edição Futurity ANCA 2010
Fazenda Barrinha
Espírito Santo do
Pinhal SP
ANCA
(19)3661-4615
03 e 04 de julho
2010
XXXII GP ABQM PF (final) / GP ABQM
Rei e Rainha da Velocidade Final / Jockey Club de Sorocaba
GP Super Stakes - Class.
08 a 11 de julho
2010
Rodeio Nacional Fazenda San Rafael
Fazenda San Rafael
Coronel Vivida PR
Fernando
(46)9972-3481
09 a 11 de julho
2010
42ª Fapidra
Haras Yoshimura
Dracena SP
Júlio César
(18) 9609-0572
10 a 17 de julho
2010
Campeonato Nacional - Trabalho e
Conformação
ABQM
(11)3864-0800 Sorocaba SP
(15)3293-1177
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