1 HORSES`S LIFE

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1 HORSES`S LIFE
HORSES’S LIFE
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Conselho Editorial
Prezado assinante,
Você leva, frequentemente, as coisas que acontecem para o lado pessoal? De vez em quando fica
aborrecido? Puxe pela memória. Lembre-se da última vez em que alguém o perturbou. Se você fosse
a outra pessoa, em situação contrária, será que teria agido da mesma maneira? Claro que sim!
Você teria agido do mesmo modo que qualquer um naquele momento, naquela situação. Não há
nada de pessoal nisso. Aconteceu devido às circunstâncias.
Como é impossível modificar as outras pessoas, se pretendemos continuar com um relacionamento,
temos que aceitá-las como elas são. Afinal, todos nós temos o direito de ser o que somos, sem precisarmos modificar nossos pensamentos ou atitudes para satisfazer a quem quer que seja. Somos
livres e devemos ser respeitados pelo que somos, não pelo que a outra pessoa deseja que sejamos.
Seu comportamento não agrada a alguém? Esta pessoa tem o direito de ir embora. E o mesmo se
aplica a você. Quando estamos em um relacionamento, vale à pena refletir se o calor e a alegria
dessa relação compensam aceitarmos a pessoa com os seus defeitos.
Este pensamento me veio à mente depois de ter convivido com esses meses pré-eleição na Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), em que algumas pessoas atacam
brutalmente os seus oponentes, tentando mostrar para os demais defeitos e descréditos destes.
Temos que ter discernimento do que é, de fato, falha. E isto se aplica ao histórico acima.
Quando a atitude de um transcende o caráter e denigre a imagem de terceiros que, em princípio, até
podem têr defeitos, isto invade o campo da ética e da imoralidade. Tais pessoas devem ser evitadas,
pois não estão aptas à viver em sociedade, trazendo consigo personalidade e características que não
agradam dentro do campo ético e moral. Assim, ou você tenta conviver em harmonia com este tipo
de gente ou não os aceita, conforme seu entendimento.
Estamos em épocas de desenvolvimento político, econômico e de cidadania, portanto, tentemos
aplicar este progresso de forma ética em nosso meio equestre, visando manter o agradável convívio
que nos move a cada evento das mais diversas associações de raça.
Dito isto, aproveite a nossa segunda edição, ainda mais completa que a primeira.
Tenha uma agradável leitura!
Marcelo Delchiaro
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HORSES’S LIFE
Endereço:
Alameda Rio Negro, 1030
conj. 1804 - Alphaville
Barueri - SP
Fone: 11 4193-8744
[email protected]
www.horseslife.com.br
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Palavra do editor
Caro leitor,
Isenção jornalística quer dizer, acima de tudo, comprometimento para com nosso público-alvo. Como jor-
nalista (com formação acadêmica e prática, prezados Ministros do Superior Tribunal Federal!), preocupo-me
em motivar a equipe da Editora HS a não só buscar o furo jornalístico - que é a maior conquista do repórter,
mas a apurar os fatos com cuidado e obstinação, tendo visão holística sobre os acontecimentos, sempre objetivando oferecer a melhor informação.
Seguindo tal premissa, buscando a excelência editorial, é com imenso prazer que lhe apresento a edição Nº 2
da Horse’s Life. Em Agronews, você fica por dentro de tudo que rola no setor. O mesmo acontece em Vitrine,
com glamorosos produtos para o deleite do público feminino.
O entrevistado da edição é o criador Francisco Bertolani, do Haras 2F, que faz uma importante revelação. Ele
está parando de criar cavalos Quarto de Milha no Brasil. Na seção Pelo Mundo, uma matéria dedicada à turma
do Laço - como acalmar o cavalo no partidor.
Todas as modalidades que compõe o Hipismo de estilo western têm seções exclusivas aqui. E, como matéria
especial, mais uma prova que em breve deverá constar como parte integrante do corpo da nossa revista, o
Ranch Sorting.
O artigo veterinário é “escrito a quatro mãos”, num trabalho minucioso e bem elaborado por Laura Pereira
Pinseta e Marco Aurélio Gallo. A dupla de profissionais apresenta novos tipos de exames diagnósticos. As
imagens e o texto estão bem interessantes!
Na Lida, o treinador Leonardo Feitosa fala sobre Natural Horsemanship, tendência mundial na doma de
cavalos. E quem assina a Coluna é o assessor Beto Düwel. Antes de viajar para Ruidoso Downs, um dos
principais hipódromos do mundo, Betão conversou conosco e logo recebeu a incumbência de relatar suas
observações a respeito das competições milionárias de Corrida que acompanhou nos Estados Unidos.
O reprodutor que surge na página dupla em Star Horse é Country Dun It, considerado o melhor produtor de
Rédeas da atualidade no Brasil. Garanhão-chefe do DA Ranch, de Alexandre Novais, ele está sendo cobiçado
por criadores norte-americanos. E a matriz que brilha nesta edição é Riverside, a lendária égua de Apartação
do Haras Hawi, dos cavaleiros Gildo Vendrame e Ângela Muniz Otsuka.
Fotos de quem faz e acontece no setor, você acompanha em Personalidades. A seção Leilões traz as médias
dos principais remates. Em Minha História, a amazona Jacira Rodrigues conta sua trajetória de sucesso nas
pistas de Apartação. E o incentivador do Laço de Bezerro, Antônio Carlos Nahime, relata sua paixão pela
prova e o desejo de profissionalizar as competições de Laço em Dupla.
Se você acha que nosso conteúdo é vasto, abra as demais páginas, leia prazerosamente e divirta-se! Há muito
mais informação de qualidade para você!
Marcelo Pardini
EXPEDIENTE
Conselho Editorial - Kriçula Botsaris Delchiaro e Marcelo Delchiaro • Editor-chefe - Marcelo Pardini MTB46933/SP •
Repórter - Susi Freitas • Editor de Arte - Raphael Simone Neto • Designer Gráfico - Felipe Camargo Simone • Fotógrafos
- Adilson Silva e Beto Negrão • Diretora Comercial - Adriane Passos • Contato de Publicidade - Kátia Regina • Impressão Type Brasil • Tiragem - 5.000 exemplares • Colaboradores - Beto Düwel, Dra. Laura Pereira Pinseta, Leonardo Feitosa,
Luciano Pires e Dr. Marco Aurélio Gallo.
Reproduções totais ou parciais das matérias, bem como de fotos aqui publicadas só serão permitidas mediante autorização dos
editores. As informações contidas nas páginas de Publicidade são de inteira responsabilidade dos anunciantes. Textos assinados
por colaboradores não expressam necessariamente a opinião da revista.
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HORSES’S LIFE
Endereço:
Alameda Rio Negro, 1030
conj. 1804 - Alphaville
Barueri - SP
Fone: 11 4193-8744
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www.horseslife.com.br
CAPA
Os garanhões Gold O’lena Pep TMR
(Sandstorm Pep x Lena Doc AJ) e
Shine Ichi (Cat Ichi x Shiners Missy
Jay) são os reprodutores da Agropecuária Romanelli, do Paraná.
A dupla encabeça um plantel de 150 animais, com produtos das mais destacadas
linhagens de Trabalho e Corrida.
Sumário
Contatos:
(43) 3174-9000
www.agropecuariaromanelli.com.br
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Fotos: Robson Tegani
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Pg. 12
Pg. 110
Pg. 14
Pg. 116
Luxuosos produtos exclusivos para as
mulheres, como o relógio da Gucci,
estampam a Vitrine
Em Pelo Mundo, saiba como acalmar
o cavalo de Laço em Dupla no partidor
Pg. 18
Novidades e notícias de última hora
estão em Agronews, como o marco
para as reservas indígenas no Estado
do Mato Grosso do Sul
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Saiba mais sobre a nova tendência
mundial dentre os equitadores,
o Natural Horsemanship - Na Lida
A seção Shopping Rural traz
importantes dicas de produtos,
como a nova F-Milha
Pg. 122
Novos tipos de exames diagnósticos
compõem as páginas de Veterinária
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Seções
Página 32 | Apartação
Página 40 | Bulldog
Página 44 | Conformação
Página 46 | Corrida
Página 50 | Laço Comprido
Página 56 | Laço de Bezerro
Página 66 | Laço em Dupla
Página 74 | Ranch Sorting
Página 78 | Rédeas
Página 84 | Team Penning
Página 90 | Vaquejada
Página 96 | Western Pleasure
Página 98 | Working Cow Horse
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De cara com...
“
Sou movido à
racionalidade e, não,
à paixão. Tenho
adoração por provas.
Na minha criação
sou racional. Tento
corrigir o que acho
que está faltando
Foto cedida
Francisco
Bertolani
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Motivado pelo filho a ingressar no mundo dos cavalos,
o titular do Haras 2F transformou um simples hobby
numa verdadeira fábrica de talentos
Proprietário do Haras 2F, localizado em Agudos/SP, Francisco Bertolani tem sua história com a criação equestre diretamente ligada
aos primórdios da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de
Cavalo Quarto de Milha). Ele foi um dos diretores mais atuantes
da entidade, sendo, inclusive, chamado de “engenheiro das pistas”,
devido ao trabalho de fomento que fazia em prol da melhoria estrutural dos eventos.
Incentivado pelo filho Franco a se tornar criador de cavalo, Bertolani transformou um simples hobby num empreendimento de sucesso, levando o Haras 2F à terceira posição entre os principais criatórios do País. Ele diz que só
conseguiu isto porque sempre se interessou pelo melhoramento genético, bem
como pela necessidade de o primogênito ter bons animais para competir.
Primeiro presidente da ANCR (Associação Nacional do Cavalo de Rédeas),
ele tem envolvimento intenso com a modalidade, uma vez que o Haras 2F se
tornou exportador, tanto de animais, como de mão de obra - já que Franco
está fazendo sucesso nas pistas da Itália.
Em entrevista exclusiva à revista Horse’s Life, via e-mail, Francisco Bertolani
falou sobre as alegrias de se criar cavalos, discutiu as políticas de trabalho da
ANCR e da ABQM, e falou do que espera do futuro do mercado equestre
nacional. Confira:
Faça um breve resumo de como começou
a criação de cavalos do Haras 2F.
Em 1982, iniciei uma criação para a empresa onde
trabalhava - a Cia. Florestal Monte Alegre, daí
o surgimento da marca MA, cuja melhor representante é a craque de Tambor e Baliza, Cromita
MA10. Com ajuda do Emílio Fanton, compramos
uma tropa oriunda do Emil Wirth, da Fazenda
Suíça, animais basicamente de genética SKR (Swift
King Ranch).
Então o senhor sempre teve ligação
com cavalos?
Não. Pelo contrário, nunca fui um homem do cavalo
e, sim, de florestas. Mas, motivado pelo meu filho,
resolvi investir na seleção de bons animais. Desta
forma, comprei grande parte da criação da Monte
Alegre e a transferi para onde hoje está localizado
o Haras 2F. No início, selecionamos a linhagem de
velocidade, pois o Franco corria Tambor e Baliza.
Tínhamos uma tropa competitiva. Nosso garanhãochefe era o Tucupi SKR (San Cardenal x Soft Silver
Lising) e também éramos co-proprietários do Trouble Two Times (Reger’s Skip x Spookey Trouble).
Como poucos sabem, nós investimos no Shady Leo
(Shady Apolo Bars x Miss Tonta Leo), que na época pertencia ao Dr. Márcio Tolentino. Eu contribuí
para o sucesso deste importante raçador ao cruzá-lo
com a Bianca EB 33 (Trouble Two Times x Zambia 43), a maior produtora da história do Quarto
de Milha nacional.
Estamos falando do início dos anos
90, quando o Franquinho começou a
despontar nas pistas...
Isso mesmo. Em 1992, ele foi para os Estados Unidos, onde foi fazer um curso com o Doug Millholand.
Ele ficou fascinado com a experiência e voltou querendo ser treinador de Rédeas. Aí tive que redirecionar
o nosso plantel. Investi em outros garanhões. Comprei cotas de propriedade do Okie Easterwood (Docs
Okie Quixote x Easter Hollywood), arrendei o Docs
Nift Nugget (Tripolay Bar x Gold Chickie), o Briganlena (Doc O’Lena x Brigandaleah), e comprei o SR
Stinging Lynx (Doc’s Lynx x Gay Bar’s Wasp) e o
Top Great Cody (Topsail Cody x Dudes Patsy Pine).
Este último, por sinal, está comigo até hoje e já tem
filhos vencendo provas na Europa.
Sendo o primeiro presidente da
ANCR, como o senhor analisa a atuação da nova Diretoria?
A associação hoje em dia voltou para onde nunca
deveria ter saído. O primeiro, o terceiro e o atual
presidente são pais de treinadores. Ou seja, a entidade cresceu na mão de profissionais da modalidade.
Quando deixamos a presidência, tínhamos organizado o estatuto, o Potro do Futuro e os Campeonatos Nacionais. O treinador Carlos Deleu, que foi
meu sucessor, consolidou o que fizemos e aumentou
os prêmios e o número de competições. O Francisco
Ramos, terceiro presidente, instituiu um carro como
prêmio ao vencedor do Potro do Futuro. E, atualmente, o Peter Christians está fazendo ressurgir a
ANCR de um marasmo de muitos anos. Portanto,
esta é uma mensagem que quero deixar ao Sr. Ovídio (Ovídio Vieira Ferreira, presidente da ABQM),
que no primeiro ano de seu mandato, infelizmente
comentou que a ANCR não se desenvolvia porque
era comandada por pais de treinadores. Na época,
eu e o Francisco Ramos éramos vice-presidentes da
Diretoria da ABQM. Não deu outra, após a confirmação de que ele havia feito tal afirmação, nós
pedimos demissão. Hoje está provado que a ANCR
vai melhor com pessoas envolvidas. Enquanto ao
presidente Ovídio: ele passou a ser o Flávio Briatore
(ex-dirigente da equipe Renault de Fórmula 1) das
provas de Rédeas, ou seja, não entende nada.
A ida do Franco para a Itália propiciou a abertura de um novo mercado
para os cavalos produzidos no Brasil.
Isso já é realidade?
Estamos fazendo algumas tentativas. O mercado
europeu é comprador de animais de qualidade. Infelizmente, eles se abastecem nos Estados Unidos,
assim como nós. Por ter trabalhado com exportação
de madeira manufaturada, eu estava atualizado
quanto aos trâmites de exportação. Assim, comecei
vendendo um cavalo para a Alemanha. Depois, enviei alguns animais para o Franco treinar na Itália
e outras vendas se realizaram.
O senhor realiza algum trabalho de
incremento da venda do produto
brasileiro no exterior?
Não. Eu apenas envio animais para o exterior e
procuro vendê-los. Entretanto, há muito a se fazer.
Não conheço ninguém que está tentando comercializar cavalos no exterior. As raças Quarto de
Milha, Paint Horse e Crioulo têm boas perspectivas
de exportação. O mercado europeu é comprador. O
Franco veio competir no penúltimo Potro do Futuro
da ANCR e comprou um potro para um cliente de
lá. Eu o ajudei na exportação. Mas até hoje são
raras as pessoas que mandaram animais para
competições européias. O Marcello Grilo (médico
veterinário e diretor internacional da NBHA Brazil) trouxe compradores italianos para animais de
Tambor. Neste sentido, valorizo a entidade presidida
pelo Marcelo Delchiaro, que está visualizando tal
mercado promissor.
Como o senhor se autodefine enquanto criador?
Sou movido à racionalidade e, não, à paixão. Tenho
adoração por provas, todas elas. Na minha criação sou racional. Tento corrigir o que acho que está
faltando.
Dentre os 50 criadores mais pontuados
da ABQM, o senhor está na 6ª posição.
O que o fez conquistar tal marca?
Deixe-me corrigir esta estatística. Devemos considerar
que em 1º lugar está a King Ranch Brasil S/A Agro
Pastoril, mais as Fazendas King Ranch Ltda., que
são os mesmos criadores - 5298,5 pontos. Em 2º
está o Paulo Farha mais o Fauzet Farha, que também fazem parte da mesma criação - 4638,5 pontos.
Assim, ficamos na terceira posição, pois Francisco
Bertolani e Cia. Agro Florestal Monte Alegre somam 3059,5 pontos. Esta marca foi atingida por
dois fatores: o primeiro, inegavelmente, pelo interesse
nas linhagens modernas e pela necessidade de o
Franco montar bons cavalos. O segundo, quando da
gestão do Gianni Samaja à frente da ABQM, fui
incumbido de organizar as provas e, principalmente,
os cursos de juízes. Creio que isso me deu uma expertise na visão do que precisávamos desenvolver e criar.
Quem me ajudou de forma muito positiva foi o Willian Koury e o Marcelo Borges de Andrade.
Qual a sua visão sobre o atual mercado do Quarto de Milha no Brasil?
O mercado é muito bom e firme. Ainda vemos que é
cheio de modismos, como o fato de os animais “baio
amarilho” e com “pé esquerdo calçado” serem os
mais vendáveis. Mas é fato: ninguém quer cavalo
ruim, de má conformação e pedigree escuso. Lembro-me perfeitamente que no final da década de 80
qualquer égua pura era vendida a peso de ouro, não
importando se era boa ou não. Aí começaram as
importações e o mercado mudou. Qualidade é essencial. Creio que o mercado é compatível com o uso do
cavalo, ou seja, é versátil. Tem gosto e uso para tudo.
E os cavalos de Rédeas? Há bons
preços e liquidez?
O valor do animal específico de prova é exatamente
o reflexo do desenvolvimento da modalidade a qual
o mesmo é treinado. Já vi cavalos de Apartação
serem vendidos por preços baixos e, hoje, estão em
alta. Para se ter uma ideia, num passado não tão
longínquo, éguas de Corrida eram dadas e, mesmo
assim, era difícil achar quem as queria. Hoje a
conversa é outra. O mesmo ocorreu com cavalos de
Trabalho que participam de provas contra o relógio,
como os de Tambor, Baliza, Laço, Team Penning
e Vaquejada, cuja procura é grande. Os de Rédeas
estão desvalorizados no Brasil, mas isso é reflexo da
política daqui. Quando há quem trabalha, o retrato
é positivo. Caso contrário, é um desastre. Vide os
exemplos do pessoal da Apartação, do Tambor e da
Corrida, que merecem aplausos e elogios.
O que falta para o crescimento da
prova de Rédeas no País?
Primeiro, uma Diretoria que trabalhe com afinco,
como parece ser a atual. Segundo, a preparação de
juízes. Devemos treiná-los, reciclá-los, incentivá-los
e exigir seriedade deles. Certa vez ouvi uma frase
de um profissional da NRHA (National Reinning
Horses Association) e concordo com ela: “a modalidade Rédeas cresceu nos Estados Unidos devido à
qualidade do julgamento, não só pelas bases técnicas, mas principalmente pela seriedade”. Tomemos
como exemplo o que ocorre nos Futurities norteamericanos, ocasiões em que jovens são preparados
para julgar.
Para finalizar, qual a meta para o
criatório 2F?
Estou encerrando minhas atividades como criador.
Não há mais razão para eu manter a criação. Para
competição, não é preciso criar, posso comprar bons
produtos de outros criadores. Fiz bons amigos no
Quarto de Milha. Fiz também alguns inimigos.
Mas tudo isso faz parte, uma vez que nunca tentei
agradar para ser agradado. Infelizmente, não sou
político. E sempre cobrei retidão e seriedade. Estou
fechando as portas. Talvez vá criar na Itália.
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Vitrine
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Relógico Gucci,
puro luxo
Divulgação
Divulgação
A Gucci usa em seus modelos de relógio o simples
movimento quartzo. O diferencial se dá nas pedras
preciosas que decoram as peças, como no caso da
coleção “Horsebit Coquetel”.
O relógio, que tem pulseira preta em cetim e seda,
é resistente a 30 metros de profundidade na água.
O gabinete (28 mm x 32,5 mm) é de ouro branco e tem
168 diamantes de 0,63 quilates dispostos na coroa dos
quatro cantos. E o mostrador é simples e encantador.
Tudo isto por 9 mil euros, cerca de R$ 27 mil.
Informe-se: www.gucci.com.
Pisando em
ouro
O mercado de botas exóticas cresce cada vez mais no País.
Inúmeras novidades são lançadas a cada temporada.
Acompanhando o mercado, a Martins Country, empresa
especializada na fabricação de produtos em couro, criou um
produto exclusivo. Trata-se de uma bota feita de couro de
arraia do Oceano Pacífico, cravejada com 140 diamantes e
tendo detalhes em ouro. O preço? Nada menos que R$ 23 mil.
Segundo Olívio Martins, proprietário da empresa, o modelo
tem certas variações, como o tipo de ouro - branco ou ama-
Caneta-jóia
Em outubro, a Caran d’Ache - cujo
slogan é “a marca da alta escritura”,
apresentou sua primeira edição
limitada de canetas dedicadas
exclusivamente às mulheres.
Desenvolvidas segundo a tradição das
grandes marcas suíças, a “Perles”
é uma obra de arte original e valiosa.
Fina e elegante, a caneta traz
pérolas em meio a diamantes,
fazendo jus ao design, que é uma
homenagem ao encanto da luz e de
sua delicadeza. O corpo é todo em ouro
branco 18 quilates, coberto com 160
diamantes de 1,4 quilates.
A caneta-jóia foi desenvolvida em edição
limitada, tendo apenas 30 peças e está
sendo vendida por 67 mil euros, ou seja,
aproximadamente R$ 170 mil. Somente
para mulheres de garbo e elegância...
Outros lançamentos: www.carandache.com.
relo, podendo ter ou não diamantes. “Nós desenvolvemos o
produto conforme o gosto da cliente. Fazemos isto para
garantir a exclusividade da bota, que é única”.
E a Martins Country não para com os lançamentos. Agora a
novidade fica por conta das botas feitas de couro de cobra e
jacaré, com aplicação de rendas francesas e portuguesas.
“São peças que fizemos sob medida para exportação e que
estamos lançando paralelamente no Brasil”, diz Olívio.
Outras informações: www.martinscountry.com.br.
Rose Edition Victorinox
A tradicional fabricante de canivetes suíços Victorinox apresenta a Rose Edition,
que em duas versões traz a delicadeza e a funcionalidade do produto,
visando estar ao lado da mulher em qualquer situação e lugar.
O modelo Classic tem seis funções - lâmina, lixa unhas, tesoura, argola,
palito e pinça. E o Signature Lite também possui seis funções. No entanto,
o LED com luz branca de bom facho de iluminação e a caneta
esferográfica entram no lugar do palito e da pinça.
Os canivetes são importados e distribuídos pela Victorinox do Brasil e
podem ser encontrados nas melhores tabacarias, lojas de presentes
e de artigos esportivos do País.
Mais detalhes: www.victorinox.com.br.
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Divulgação
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Pelo mundo
Como acalmar o
cavalo no box
Os Campeões Mundiais Rick Chayer
e J.D. Yates dão dicas de como fazer
para o cavalo relaxar no partidor,
dando condições de você
mandar a corda com precisão
Por Jody Johnson (The American Quarter Horse Journal – maio de 2003)
Tradução: Sarita Pavia. Adaptação: Marcelo Pardini.
O
Observe qualquer bom laçador e você notará que a última
coisa que ele tem na cabeça
quando está no partidor é o
comportamento do cavalo. Ele
está focado em seu próprio trabalho jogar a laçada perfeita e pegar a rês no
menor tempo possível. Como se trata de
uma tarefa difícil, ele não tem tempo,
nem tolerância para um cavalo inquieto. Então, ele quer ter certeza de que o
cavalo esteja bem treinado, tendo comportamento exemplar dentro do box.
Ainda bem que este é um procedimento
de fácil treinamento, com passos simples
e repetições. E o trabalho compensa.
Um cavalo calmo, relaxado e disposto
lhe coloca mais perto do sucesso. Desta
maneira, siga os conselhos dos craques
Rick Chayer e J.D. Yates, diversas
vezes Campeões de eventos da AQHA
(American Quarter Horse Association),
e se dê bem nas competições:
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Faça do box uma área de segurança
“Antes de sair para as provas, ainda em casa, passe bastante
tempo relaxando o cavalo no partidor”, ensina Chayer. “Faça o
animal ficar parado para que ele associe o box a um lugar para
descansar, um local calmo e não ameaçador”. Ele recomenda
que os laçadores cheguem cedo às competições e fiquem bastante tempo dentro da “caixa”, deixando o cavalo se acostumar
com o ambiente.
Em casa, leve o cavalo ao box sempre que terminar o treino.
Tire todo o equipamento, reforçando a ideia de que o partidor
é um lugar positivo e calmo.
Dê porteira com frequência
Permaneça tranquilo no partidor durante cada exercício. Quando o cavalo está relaxado
dentro do box, Chayer se concentra em seu próprio desempenho
Depois do treino sempre recompense o cavalo soltando todo o equipamento dentro do partidor. Isso o ajuda a entender que o local é seguro, tornando-o menos ansioso na competição
Dar porteira (ou soltar bezerros sem correr atrás) é um elemento crucial para o bom comportamento dentro do box. “Isso é
muito importante”, diz Chayer. Quando o cavalo ainda é novo
de prova, você deve autorizar a saída da rês toda vez que for
laçar. Já para cavalos mais velhos, solte dois ou três para cada
10 que for mandar a corda.
Tal trabalho exige que o cavalo fique calmamente parado no
box enquanto assiste a rês correr para o lado oposto da arena.
Isso ensina o animal a não ficar tenso ou disparar de dentro do
partidor toda vez que escutar o barulho do brete se abrindo.
“Quando você recua o animal para dentro do box de maneira
relaxada, sua única preocupação é se concentrar em fazer uma
boa laçada”.
Yates explica que o mau comportamento dentro do partidor
significa falta de exercício. “Cavalo de hábitos ruins é fruto de
trabalho mal executado por parte do treinador. É preciso dar
porteira, principalmente quando se lida com potros em início
de treinamento”.
“
Dar porteira ensina o animal
a não ficar tenso ou disparar
de dentro do partidor toda
vez que escutar o barulho do
brete se abrindo
Rick Chayer
Dê porteira com frequência para manter o cavalo calmo. Yates conduz o animal para fora do box lentamente, faz um círculo pequeno, depois volta para a próxima partida
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Mantenha o cavalo relaxado
Para evitar que o cavalo fique ansioso ou inquieto dentro do box,
passe bastante tempo aquecendo-o. “Caminhe com ele. Deixe-o
mentalmente preparado, pois há muita pressão dentro do partidor”, diz Yates. “Se o animal é bem treinado, ele aceitará os
toques sutis que você dá nas rédeas, posicionando-o corretamente.
O cavalo que entende os comandos de mãos e pernas não se irritará ao ser corrigido”.
Esteja atento ao que suas mãos estão dizendo ao cavalo. “Segure as
rédeas com firmeza, não deixando folga”, fala Chayer. “E, ao mesmo tempo, evite tensão para que o animal permaneça relaxado”.
Cada vez que você der porteira, saia andando calmamente do
box, depois retorne, mantendo o cavalo relaxado, à espera do comando para quando você realmente quiser mandar a corda. “O
animal de Laço precisa relaxar e responder aos comandos quando
solicitado, independentemente de ouvir o barulho da abertura do
brete, seguindo em frente apenas quando pedirmos”.
A chave para deixá-lo relaxado é a repetição, a experiência. Pratique sempre e vá ao máximo de provas possíveis para empistá-lo.
“Você tem que laçar bastante se quiser ter sucesso”, diz Chayer.
“Insista para que você consiga lidar com a pressão. Vá a competições de todos os portes, das pequenas às grandes”.
Metade do êxito da laçada vem do fato de o cavalo se encontrar
relaxado. Isso faz com que você fique calmo, seguro e confiante.
“Dedique bom tempo ao aquecimento ao chegar à arena. Dê
voltas com o animal ao trote e ao galope para acalmá-lo”, ensina
Yates. “Confie nele, que ele confiará em você”.
Aqueça o cavalo antes da prova para que ele esteja calmo e disposto
Diretor da AQHA
e cavaleiro profissional, Rick Chayer
é proprietário do
Chayer Performance
Horses, em Sperry,
Oklahoma. Junto à
esposa, Dolly, ele
já treinou vários
Campeões Mundiais.
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“
Dedique bom tempo ao
aquecimento. Dê voltas com
o animal ao trote e ao galope
para acalmá-lo. Confie nele,
que ele confiará em você
J.D. Yates
Um cavalo bem comportado dentro do box aumenta as chances de uma prova bem sucedida.
Confiança no comportamento do animal possibilita boas laçadas
Esteja preparado
Tenha as rédeas, as pernas e a corda nas posições corretas. Posicione-se relaxadamente na sela e olhe pra frente, em direção ao
seu objetivo. “Saiba o quanto vai deixar o animal correr antes
de sair do box. Calcule a distância e planeje a estratégia. Tenha
confiança em sua ação. Quanto menos você estiver preocupado,
menos nervoso o cavalo estará”.
Se você estiver laçando cabeça, cuidado para não puxar as rédeas
para traz quando estiver no canto do box. “É muito importante
que quando os portões batam, você não puxe o cavalo”, avisa
Yates. “Quando o brete for aberto, mantenha-o firme lá dentro.
Só deixe que ele avance quando você quiser”.
Quando estiver laçando pé, mantenha o cavalo um pouco distante do canto. “Eu mantenho meus animais bem quietos dentro
do partidor”, diz Yates. “Quase nunca os deixo no canto, pois
isso indica que vamos partir para a laçada”. Posicione-se no box
de maneira que possa sair pelo centro ou pelo lado direito. “Se
você estiver laçando pé e sair ao lado do portão, você tende a
conduzir demais para a esquerda”, fala Yates. “Como queremos
linhas retas, procure ir para o centro ou um pouco para o lado de
fora do box”.
Integrante do Team
Wrangler, J.D. Yates,
de Pueblo, Colorado, foi
Campeão Mundial mais
de 25 vezes. Aos 15 anos
de idade, tornou-se o
mais jovem laçador da
história a se qualificar
para a National Finals
Rodeo.
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Agro News
Fim do embargo da Comunidade Européia
A proibição da entrada de animais brasileiros na Comunidade Européia durou um ano, desde o aparecimento de um caso isolado
de Mormo em São Paulo, em setembro de 2008. A barreira acabou se estendendo a outros Estados da Federação.
O embargo trouxe prejuízos à equinocultura nacional, tanto no
campo dos negócios com a suspensão das exportações, quanto
nos esportes como a não ida de atletas brasileiros para competições na Europa.
A conquista da liberação junto a Comissão Européia mostrou-se
ser resultado de diversas reuniões de dirigentes da Confederação
Brasileira de Hipismo (CBH) com integrantes do Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Os primeiros animais liberados foram os da equipe brasileira de
Enduro, que embarcaram no final de agosto para Budapeste, na
Hungria.
Fonte: Country Press Assessoria de Comunicação
Foto Juan Llerena Jr
Novidades para
vaqueiros
A empresa de nutrição animal Guabi está com uma novidade nas
Vaquejadas que acontecem no Nordeste brasileiro. Trata-se de
uma unidade móvel, que oferece informações sobre nutrição animal, dando suporte profissional aos competidores.
O objetivo da empresa é participar das grandes Vaquejadas do
País, tirando dúvidas e informando os vaqueiros sobre a importância de se administrar uma alimentação balanceada aos
cavalos-atletas.
Saiba mais: www.guabi.com.br.
Divulgação
Imagem ilustrativa
Campo Agrostológico de
amendoim forrageiro
A Universidade do Cavalo (UC), localizada em Sorocaba/SP, firmou convênio de troca
de tecnologias e conhecimento com a Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia.
Os projetos já se iniciaram com a formação de um Campo Agrostológico de amendoim
forrageiro - leguminosa de alta proteína que pode ser um substituto da alfafa, tendo as
seguintes vantagens: maior rusticidade e facilidade de plantio.
No início, o Campo Agrostológico terá como finalidade fazer testes com animais da
própria UC, bem como distribuir mudas da forrageira para proprietários de cavalos
de carroça de Sorocaba, através de ação conjunta com alunos do Curso Superior de
Gestão em Equinocultura da entidade.
Mais informações: www.universidadedocavalo.com.br.
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Agro News
Nova sociedade
entre apartadores
O tradicional criador Antônio Carbonari Netto, titular do Rancho Coyote,
em Itatiba/SP, está se associando ao cantor Léo (da dupla sertaneja Victor & Léo).
O músico é proprietário da Fazenda Hortense, em Uberlândia/MG,
e se tornou apaixonado pela Apartação há poucos anos.
Os dois resolveram se unir para formalizar uma sociedade na criação de animais
voltados para a modalidade. Desta união já é certa a vinda de alguns produtos
importados dos Estados Unidos. Em breve, um novo Campeão de Apartação
desembarcará no Brasil. Trata-se de Chula Dual (Dual Pep x Smart Fancy Lena).
Se depender do experiente criador e do jovem apartador, a nova dupla Carbonari & Léo
vai seguir cantando e criando cavalos numa sintonia bem afinada.
Divulgação
Gestão de Centros
de Equoterapia
“A Equoterapia como negócio e a visão empresarial do segmento”.
Este é o tema do Encontro sobre Gestão de Centros de Equoterapia,
evento que acontecerá entre os dias 07 e 08 de novembro,
na Universidade do Cavalo, em Sorocaba/SP.
Uma das grandes dificuldades do segmento está diretamente relacionada
à gestão administrativa. Assim, é fundamental que os Centros de Equoterapia
encarem o trabalho sob o ponto de vista empresarial,
visando obter retornos positivos e oferecer serviços de qualidade.
Portanto, a visão empresarial será a tônica do curso.
Informações e reservas: (15) 3292-6633 / 3217-8978.
Imagem ilustrativa
Divulgação
Marcelo Pardini lança livro
Leiloeiro rural publica texto relacionado ao agronegócio
em obra escrita em co-autoria com estudantes da pós-graduação
da Faculdade Cásper Líbero
Jornalista, pós-graduado em Marketing e Comunicação Publicitária, o leiloeiro
rural Marcelo Pardini lançará seu primeiro livro no próximo dia 30 de outubro.
Trata-se de “Cenários Comunicativos”, artigos extraídos das melhores monografias do curso de pós-graduação Lato sensu da Faculdade Cásper Líbero
entre os anos de 2007 e 2008.
A iniciativa da Cásper Líbero - instituição que há seis décadas testemunha
o surgimento, o debate e as mais variadas ideias ligadas à área de Comunicação Social, corrobora o compromisso em formar profissionais capacitados, tanto do ponto de vista ético quanto humanístico, levando a formação
acadêmica aos domínios das experiências estimulantes e desafiadoras.
Marcelo Pardini, além de atuar nos leilões é também editor-chefe das
publicações da Editora HS (ligada ao meio equestre). Ele contribui com o livro publicando o texto
“Imprensa e Pecuária Bovina: um estudo de caso sobre as revistas Globo Rural e Dinheiro Rural”.
“Cenários Comunicativos”, da Iglu Editora, com organização da Professora Dra. Liana Gottlieb, terá coquetel de lançamento no próximo
dia 30 de outubro, às 20 horas, no auditório central da Faculdade Cásper Líbero, localizado na Avenida Paulista, 900, em São Paulo.
Mais informações: [email protected].
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Agro News
“A Fazenda”,
segunda edição
Fernanda Manelli, zootecnista colaboradora da Rede Record
de Televisão, está elaborando as novidades para a 2ª edição
do reality show “A Fazenda”, que deverá estrear em novembro.
A profissional tem como hobby participar de provas de Tambor.
Noiva do treinador João Duprat, titular do Rancho Mombuca,
em Itatiba/SP, Fernanda foi a responsável pela elaboração de
uma cartilha com especificações sobre o manejo necessário
aos animais que participaram da primeira edição do programa.
Inclusive, ela colaborou em algumas gincanas com os participantes.
Foto Jornal de Itatiba Diário
Marco para reservas
indígenas
Imagem ilustrativa
No final de setembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu “segurança
jurídica” aos proprietários de terras que têm título anterior a 05 de outubro de
1988, data da homologação da Constituição, nos casos de estudos antropológicos para a demarcação de áreas no Mato Grosso do Sul.
Segundo a FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuário de Mato Grosso do
Sul), o Estado tem 35 áreas invadidas por índios, sendo 23 por povos GuaraniKaiuwá e 12 por Terena. O clima é de tensão, principalmente em cidades como
Douradina, Dourados, Antonio João, Ponta Porá e Caarapó.
O acórdão, que pode servir de precedente para outros julgamentos, foi visto
como uma vitória para os ruralistas. Nada mais justo, uma vez que a classe
sofre tantas mazelas. Que copiemos os Estados Unidos, que protege seus
produtores rurais a qualquer custo.
Fonte: Campo Grande News.
Novas marcas do
Quarto de Milha
A ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha) computou 2425
inscrições e 1476 cavalos, superando em aproximadamente 10% os números do ano passado, nas competições de Potro do Futuro e Copa Campeão dos Campeões, eventos a
serem realizados no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré/SP, de 08
a 12 de outubro.
Será a 30ª edição do Potro do Futuro e a 3ª Copa Campeão dos Campeões. Os cavaleiros disputarão os títulos nas modalidades Apartação, Conformação, Cinco Tambores,
Maneabilidade e Velocidade, Ranch Sorting, Rédeas, Seis Balizas, Team Penning, Três
Tambores e Working Cow Horse.
O Departamento de Esportes da associação informou que serão distribuídos R$ 480 mil
em prêmios e mais 360 troféus. A cidade de Avaré também ganha com o impacto da família quartista. A Prefeitura local espera injeção de R$ 5 milhões na economia do município.
Mais informações: www.abqm.com.br.
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Matéria de Capa
Reprodutores
de destaque
Dentre os mais de 150 animais do plantel da Agropecuária
Romanelli, dois garanhões encabeçam a tropa:
Gold O’Lena Pep TMR e Shine Ichi
Fotos Robson Tegani
Gold O’Lena Pep TMR
Shine Ichi
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A
Atuando no meio rural desde os anos 70, a Agropecuária Romanelli iniciou a
criação de cavalos da raça Quarto de Milha há 10 anos. Atualmente, o plantel paranaense é composto por mais de 150 animais. Dois reprodutores encabeçam a tropa de peso. São eles: Gold O’Lena Pep TMR (Sandstorm Pep x
Lena Doc AJ) e o recém-importado Shine Ichi (Catichi x Shiners Missy Jay).
Ilson Romanelli conta que Gold O’Lena Pep TMR era uma paixão antiga. “Eu o acompanho desde potro. E fiquei muito feliz ao adquiri-lo há três anos”, diz o criador. A campanha do garanhão palomino é extensa, incluindo vitórias nos principais Campeonatos
de Laço em Dupla do País.
Já sobre Shine Ichi, vindo dos Estados Unidos em 2008, Romanelli fala que está ansioso
para vê-lo em pista. “Ele está em treinamento e irá estrear este ano. Se demonstrar nas
provas o que vem fazendo nos treinos, certamente será um dos melhores cavalos de Laço
do Brasil”.
Investidora em genética de boa qualidade, a Agropecuária Romanelli busca produzir
animais de boa musculatura, de pelagem diferenciada, com habilidade e aptidão ao
esporte, tendo força e velocidade. “A partir do segundo semestre de 2009, os primeiros
filhos do Gold estarão em pista. Ele tem nos surpreendido, porque seus produtos são
inteligentes, bonitos e têm vontade de trabalhar”, diz Ilson. Em relação a Shine, o criador fala que o jovem garanhão irá se comprovar assim que seus descendentes estiverem
vencendo as competições. “Isso será em curto espaço de tempo”.
Além de venderem coberturas, os dois garanhões continuam a competir. “Eles gostam de
trabalhar com boi. Então decidimos mantê-los na ativa. Mesmo com o intenso trabalho
de coleta, já que a procura pelos sêmens deles é alta, eles têm mantido bons desempenhos
em pista”.
O interessante da dupla de garanhões da Agropecuária Romanelli é que um complementa o outro. Tanto é, que a compra de Shine só se realizou por ele ter as mesmas
características de Gold, ou seja, boa índole, cow sense, habilidade e beleza. “Ambos têm
linhagem aberta, que serve tanto para as provas de velocidade como as de boi. Assim,
como investimos principalmente nas modalidades Laço em Dupla e Laço de Bezerro,
notamos a carência de bons garanhões para atender a demanda do mercado, por isso a
importância deles”.
Além de investir no Laço, a Agropecuária Romanelli cria animais para a modalidade
Três Tambores. Buscando a excelência também em produtos de velocidade, a empresa
acabou de adquirir um garanhão nos Estados Unidos. “Ele deverá chegar em breve
ao Brasil. É um cavalo lindo, negro, filho do First Down Dash, o Nº 1 da Corrida no
mundo”. Mais pra frente o mercado brasileiro conhecerá esta nova fera.
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Apartação
1º Potro do Futuro
Mineiro
Associação de Minas Gerais realiza prova de Apartação
pelo primeiro ano e é brindada com a participação
de vários criadores, competidores e treinadores
Fotos Eduardo Ringo
O
Objetivando fomentar ainda mais a modalidade Apartação em Minas Gerais,
o 1º Potro do Futuro Mineiro já mostrou que será uma competição com
crescimento sustentado nos próximos anos. Ao todo, foram 63 inscrições,
sendo 42 na categoria Aberta, 05 na Aberta Limitada, 12 na Amador e 04
na Non Pro. Realizado entre os dias 04 e 06 de setembro, no Ranchos Tânia,
em Uberaba, o evento contou com bom público, cerca de 250 pessoas por dia. Junto
com a competição para cavalos jovens aconteceu a 1ª Etapa do Campeonato Mineiro
de Apartação.
Segundo Flávio Humberto, um dos organizadores da prova, a participação foi maciça,
com a presença dos principais treinadores da modalidade. “Nós fizemos questão de interagir com o público, oferecendo nos intervalos das baterias música ao vivo e bingo
com cartelas gratuitas. Ao final de cada dia de competição, servimos churrasco para
confraternização geral”.
A premiação oferecida foi de R$ 17 mil para o Potro do Futuro e mais R$ 7 mil para a 1ª
Etapa do Campeonato Mineiro, que contou com 112 inscrições. Entre os animais jovens,
o destaque da prova foi a potra Dualena Top CD (CD Olena x Duallys Little Queen),
que montada por Antônio Sérgio de Araújo Júnior, sagrou-se Campeã da categoria
Aberta, com 218 pontos. Já pelo Campeonato Mineiro, quem chamou a atenção foi o
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reprodutor norte-americano Reydiculous
(Dual Rey x Stylish Paly Lena), que conduzido por Haroldo de Araújo Pessoa Sobrinho, o Loly, somou 227 pontos, a maior
pontuação de todo o evento.
Veja abaixo as primeiras colocações:
1º Potro do Futuro
Categoria Aberta
Cavaleiro e Proprietário
Nota
1º) Dualena Top CD (CD Olena x Duallys Little Queen)
Antônio Sérgio de Araújo Júnior - Antônio C. Netto / Erik Carbonari
2º) First Stylish Girl (Smart Stylish Lena x Movida’s Moon TMR) Fábio Berestino - Flávio Humberto Ribeiro e Souza
3º) Nytrophenta (Prank Playboy Lena x Okimi Colonel AJ)
Gérson Almeida dos Santos - João Henrique Castro Cunha
218
216,5
215
Categoria Aberta Limitada
1º) Joe San Starlight (Starlightsfrostylena x Dawns Miss Playgirl) Advanilson José do Nascimento - Fábio Romeiro Guaraná
2º) Dualena Top CD (CD Olena x Duallys Little Queen)
Thiago de Freitas Lopes - Antônio Carbonari Netto / Erik Carbonari
3º) Lady Jazzy Moon TMR (Keys To The Moon x Moonrise Jay) Leandro Lopes Pereira - Danúbia Pedrosa Mendes
215
205
197
Categoria Non Pro
1º) Patchily River (Dog Patch Bid x Riverside)
2º) Fizzy River (Smokin Duehickey x Riverside)
3º) Mecom Smart Blue (Play At Second x Periwinkle Blue)
Ângela Muniz Barreto Otsuka – a mesma
Ângela Muniz Barreto Otsuka – a mesma
Ataídes de Deus Vieira Pozzi - Fábio Antônio Pozzi
216
213
206
Categoria Amador
Os organizadores ainda destacaram a
qualidade da prova, que teve 500 cabeças
de gado à disposição dos apartadores. O
julgamento coube a Aguinaldo Gotardi
Filho, a Mário Márcio Souza da Costa
Moura e a Paulo Tabajara Duailibi.
“Para mim, a prova foi uma grande satisfação pessoal, porque quando se promove
um evento como este e, no final, tudo corre
bem, sem nenhum incidente, o prazer é
maior. A nossa única preocupação era
agradar a todos, dos tratadores aos criadores. Enfim, acho que conseguimos o que
queríamos. Eu, juntamente com a minha
esposa, Lucélia, e os meus filhos, Anna
Laura e Gustavo, gostaríamos de agradecer a participação de todos”, finalizou
Flávio Humberto.
1º) Son Peppy Jay (Son Ofa Jay x Pep’s Jazzabel)
Vinícius Mussolini - Emílio Geraldo / Fernando Paulo Mussolini
2º) First Stylish Girl (Smart Stylish Lena x Movida’s Moon TMR) Flávio Humberto Ribeiro e Souza – o mesmo
3º) Jaybee Patchbid K (Dog Patch Bid x Jaybee Donna FM)
Mauro Roth Kauffmann – o mesmo
216
207
198
1ª Etapa do Campeonato Mineiro
Categoria Aberta Júnior
1º) GF Pepto Rey Cat (Cat Ichi x Shes Fulla Hope)
Fábio Berestino – Luiz Manoel Tranquilini
2º) Nytrophenta (Prank Playboy Lena x Okimi Colonel AJ)
Gérson Almeida dos Santos – João Henrique Castro Cunha
3º) First Stylish Girl (Smart Stylish Lena x Movida’s Moon TMR) Fábio Berestino – Flávio Humberto Ribeiro e Souza
218
216
214
Categoria Aberta Classic
1º) Smarsolis Lena (Smarvelena x Bright Solis)
2º) Dual Patty Lena TMR (Keys To The Moon x Patty Lena)
3º) Cat Little Pistol (High Brow Cat x Aristolcrat)
Antônio Sérgio de Araújo – Renato Eugênio Rezende Barbosa
Mário Elísio Bittencourt – Fernando G. Jacob / Rafael R. Coferai
Gérson Almeida dos Santos – Fábio Antônio Pozzi
223
218,5
216,5
Categoria Aberta Livre
1º) Reydiculous (Dual Rey x Stylish Paly Lena)
2º) Miss Sugaronie (Peptoboonsmal x Doc Sugs Royal Miss)
3º) Snippy Doc Peppy (Peppy Doc DP x Snippy Little Lena)
Haroldo de A. Pessoa Sobrinho – Dailton Marin / Fernando Botteon
227
Haroldo de A. Pessoa Sobrinho – Marcelo W. A. Ferreira / Marcelo Iguma 220
Gildo Antônio Vendrame – Amadeu Duarte Lanna
215
Categoria Aberta Limitada
1º) Catuí Red Tiger (Red Tiger Moon x Doc Catuí Jay)
2º) Gama Rey (Dual Rey x Playing Teggy Sue)
3º) Mr. Pocodo Jazzy SZ (Pocodo Andy x Miss Jazzy Moon)
Thiago de Freitas Lopes – Antônio Carbonari Netto
Adriano Almir Batista – Leonardo Chaves Zapalá Pimentel Adriano Almir Batista – Leonardo Chaves Zapalá Pimente
213
212
211
Categoria Non Pro
1º) Mel Pocodolena SZ (Pocodo Andy x Smart Uba Lena)
Felipe Simões Zica – o mesmo
2º) Miss Sugaronie (Peptoboonsmal x Doc Sugs Royal Miss)
Marcelo Waldemarin Alves Ferreira – o mesmo e Marcelo Iguma
3º) Macarena’s Moon HAP (Don Macario NNF x Easter’s Moon TMR) Jayme Toledo de Resende – o mesmo e Janaína de M. V. Resende
218
210
207
Categoria Amador
1º) Pepto Uba Quixote (Pepto Red Boy x Pepper Smoke)
2º) Rosu Cat (High Brow Cat x Rosu O Lena)
3º) Mel Pocodolena SZ (Pocodo Andy x Smart Uba Lena)
Marcelo Peres Gemha – o mesmo
Marcelo Waldemarin Alves Ferreira – o mesmo e Marcelo Iguma
Felipe Simões Zica – o mesmo
219
216
213
Filipe Matheus Pessoa – Haras 4 Irmãos
Anna Laura Santos Souza – Amadeu Duarte Lanna
Victor Ferreira da Rosa Gemha – Marcelo Peres Gemha
214
206
201
Categoria Jovem
1º) Shiny Pepto (Pepto Red Boy x Shy San)
2º) Snippy Doc Peppy (Peppy Doc DP x Snippy Little Lena)
3º) Pepto Uba Quixote (Pepto Red Boy x Pepper Smoke)
Categoria Principiante
Para saber o resultado completo acesse
www.anca.com.br.
1º) Dual Patty Lena TMR (Keys To The Moon x Patty Lena)
João Roberto Dias Fernandes – Fernando G. Jacob/Rafael R. Colferai
2º) Dingo Peptolena EMB (Pepto Red Boy x Olena’s Chestnut) Leonardo Carvalho Pacheco – Rogério Pinheiro
3º) Comandas Playgirl (Prank Playboy Lena x Okimi Colonel AJ) Yan José Macedo Yared – Jayme Toledo de Resende
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214
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Apartação
II Oásis Horse Show
A Apartação é a prova “curinga” que integra a programação de um
dos eventos mais concorridos do ano. Devido tamanha repercussão,
a modalidade deve se firmar como atração fixa da festa
D
Desde a criação do Oásis Horse Show, em 2008, os realizadores do evento definiram promover provas de Rédeas e Três Tambores. Uma terceira competição mudaria a cada edição.
No primeiro ano, o Team Penning foi o escolhido. Em 2009, a opção foi pela Apartação.
No entanto, devido tamanha aceitação por parte dos apartadores, em disputa realizada
entre 18 e 20 de setembro, no Rancho Oásis, em Jaguariúna, cidade interiorana do Estado
de São Paulo, a modalidade deverá se fixar ao calendário do festival.
Segundo Tânia Gaspar, organizadora, o evento foi muito bom e, com relação ao ano passado, cresceu
em número de inscrições e de público. “Na primeira edição, nós ainda éramos inexperientes. Agora,
tivemos mais tranquilidade e tudo transcorreu da melhor forma possível. Acredito que todos gostaram,
pois recebemos muitos elogios”. Ela continuou: “A ideia era realizarmos a cada ano uma modalidade
diferente, mas como a repercussão da Apartação foi bacana, mesmo com uma grande competição
acontecendo concomitantemente em Campo Grande/MS, nós tivemos 51 inscrições, o que nos motiva a mantê-la em nossa programação”.
Entre as feras da arena, destaque para o treinador Sérginho Araújo, que venceu em duas categorias.
Confira o resultado:
Cavaleiro
Animal
Proprietário
Categoria Aberta Júnior
1º Gildo Vendrame
Shania Peppys Boy (Play At Second x Playin With Peppy) Emílio Geraldo Mussolini Jr.
2º Antônio Sérgio Araújo Jr Dualena Top CD (CD Olena x Duallys Little Queen)
Antônio Carbonari Netto
Categoria Aberta Classic
1º Antônio Sérgio Araújo Muscles Merada Rey (Dual Rey x Mollie Merada)
2º Carlos Antônio Cotrim Stylish San Shine (Playin Stylish x Little San Shine)
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nota
73
72,5
Marcus Tenório Guimarães
74
Alcyr Menna Barreto de A. Filho 73
Categoria Aberta Livre
1º Antônio Sérgio Araújo Dos Palomino (San JO Lena x Docs Flying Sug)
Antônio Carbonari Netto
2º Gildo Vendrame
Snippy Doc Peppy (Peppy Doc DP x Snippy Little Lena) Amadeu Duarte Lana
75
74
Categoria Non Pro
1º Angela Otsuka
Fizzy River (Smoking Duehickey x Riverside)
Angela Otsuka
2º Vinícius Biazzi Mussolini Shania Peppy Boy (Play At Second x Playin With Peppy) Emílio Geraldo Mussolini Jr.
74
71
Categoria Amador
1º Marcelo Peres Gemha Pepto Uba Quixote (Pepto Red Boy x Pepper Smoke)
Marcelo Peres Gemha
2º Santino dos Santos Filho James Peppy (Powder Rivel Play x Miss Hickory Playboy) Santino dos Santos Filho
74
72
Categoria Principiante
1º Lucas Gabriel de Araújo Catuí Red Tiger (Red Tiger Moon x Doc Catuí Jay)
Antônio Carbonari Netto
2º Eloisa Almeida Cezere James Peppy (Powder Rivel Play x Miss Hickory Playboy) Santino dos Santos Filho
73
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Apartação
Quem são os novos
apartadores do Brasil?
Última edição do Potro do Futuro da Associação Nacional
do Cavalo de Apartação fica marcada como a porta de
entrada para novos competidores da modalidade
Fotos cedidas
P
Pelo menos quatro novos associados se filiaram a ANCA (Associação Nacional do Cavalo
de Apartação) na última edição do Potro do Futuro da entidade, em julho passado. São
todos criadores de cavalos da raça Quarto de Milha, que praticam outras modalidades,
como Laço de Bezerro, Rédeas e Três Tambores. Além do prazer de apartar, o principal
motivo para o ingresso à prova é a valorização dos animais de linhagem voltada ao trabalho
com bois.
Ricardo Yugo Kitaura, proprietário do Rancho Monte Verde, em Itapetininga/SP, sempre investiu
na modalidade Laço de Bezerro. Este ano, ele se associou a ANCA por causa de um amigo. “O treinador Mário Bittencourt, do Rancho Estrela, vizinho do meu haras, pratica Apartação e me convidou
para acompanhá-lo numa prova. Daí, eu gostei do que vi e comecei a direcionar minha tropa para a
modalidade”, diz o criador.
A estreia de Ricardo na Apartação foi através do potro Noble Gun Powder (Warrior Pep Quixote x
Miss Pistol Chip), animal que competiu com o treinador Mário Bittencourt. O cavalo treinou dois
anos para o evento e ficou na 10ª colocação na primeira Classificatória. “Não entramos para a Final,
mas achei que a nossa participação foi boa. No último Campeonato Nacional da ABQM (Associação
Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), entre 84 concorrentes, o Noble ficou em 7º lugar
na categoria Aberta Júnior. Estou bastante animado para seguir firme nas provas futuras”.
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HORSES’S LIFE
Os mineiros estão chegando...
O Estado de Minas Gerais foi um dos destaques no último Potro
do Futuro da ANCA. Prova disso é o Rancho Xangrilá, de propriedade de Anamaria e Judas Tadeu de Souza Soares, criatório
que se dedica à criação de cavalos de Três Tambores e Rédeas.
Agora, o casal de criadores está direcionando a tropa para a
Apartação. “Só não fizemos isto antes porque na região de Belo
Horizonte/MG nós não conhecíamos nenhum treinador específico para a modalidade. Isso mudou com a chegada do Altino
Alves Silva. Quando o conhecemos, acreditamos em seu trabalho
e lhe confiamos o treinamento de Spark Peppy Don GMS (Play
Peppy GR x Patsy Don GMS)”, fala Anamaria.
Criadores de animais para as modalidades Tambor e Rédeas há
20 anos, eles têm como garanhão-chefe Play Peppy GR (Beaver
San Badger x Lads Chelo), que é de linhagem de Apartação. “Por
causa dele é que resolvemos investir na modalidade. E com um
Centro de Treinamento localizado a 15 quilômetros de casa tudo
ficou mais fácil”, fala a criadora, que pretende começar a competir. “Eu e meu marido sempre montamos. O nosso filho, João
Tadeu, de quatro anos de idade, também monta. Agora, seremos
três apartadores”, diverte-se.
Outro criador de Minas Gerais que entrou para a Apartação é Álvaro Gramiscelli, do Rancho Vale da Serra. Já conhecido no meio
do pessoal do Tambor e de Rédeas, ele está iniciando na modalidade. “Ainda não temos animais da nossa criação apartando, mas
estamos adquirindo bons produtos de outros criadores, visando
no futuro fazermos uma tropa de peso”, diz o cavaleiro.
No Mato Grosso do Sul
A Cocheira de Prata, propriedade de Don Dico Dalpasquale, é o
mais novo criatório a investir na Apartação em Campo Grande,
capital do Mato Grosso do Sul. A estreia em eventos oficiais da
ANCA aconteceu durante o último Potro do Futuro, com a potra
Ganns N’Red TMR (Pepto Red Boy x Miss Sprat Keys TMR),
que foi apresentada pelo treinador José Carlos Rodrigues. Apesar
de não ter ficado entre os finalistas da competição, Don Dico ficou
animado com a apresentação de seu animal. “A ideia de trazê-la
para prova foi mostrar a qualidade de nossos animais. Nós não
somos competidores, mas, sim, criadores. A Ganns não nasceu
em casa, no entanto, é um ótimo cartão de visita para o pessoal
ver como nossos produtos são bem tratados. Temos como objetivo
produzir animais diferenciados”, ressalta o criador.
Fazenda Florense, o idílio rural do cantor Léo
Apaixonado pela Apartação, o cantor Léo - da dupla sertaneja Vitor &
Léo, tornou-se criador de cavalos Quarto de Milha há dois anos, quando iniciou os trabalhos na Fazenda Florense, em Uberlândia/MG.
Leonardo Chaves Zapalá Pimentel ou simplesmente Léo - como
é conhecido no mundo artístico, encontrou no cavalo de Apartação
a forma ideal para renovar as energias. Com a agenda repleta de
shows durante todo o ano, sempre que possível o cantor tenta conciliar a vida profissional com a participação nas provas da ANCA.
“Sempre tive convivência com cavalos da raça Campolina e
Mangalarga. Fui conhecer o Quarto de Milha e a prova de
Apartação apenas quando me mudei para Uberlândia. Certo dia, o Vicente Carlos Franco Macedo, cuja fazenda faz
divisa com a minha, mostrou-me um cavalo apartando.
Eu fiquei fascinado e me apaixonei pela modalidade”,
conta o novo apartador.
Assim, decidido a iniciar na modalidade, Léo conheceu o
criador Neto Pozzi e os treinadores Gérson dos Santos - o
Mano, e Djair Nunes de Oliveira, também em Uberlândia.
A partir de então, resolveu adquirir um cavalo, depois comprou
uma égua e hoje já é um pequeno criador. “Às vezes eu chego em
casa estressado das viagens, da correria dos shows, e só sossego quando vou montar. Fico recuperado logo, porque o cavalo de Apartação
é cheio de energia positiva”.
O novo quartista está entusiasmado. “O meio do cavalo é muito gostoso. Já fiz várias amizades. Investi na importação de cinco potros
e estou muito feliz por fazer parte desta grande família”. E finaliza:
“faço questão de estar junto ao meu treinador e, como sou curioso,
dou palpites e o questiono. Por ser uma modalidade que exige técnica
apurada do cavaleiro, a Apartação se tornou um desafio para mim.
Como não consigo participar de todas as provas, a criação agora é
meu foco, contando com total dedicação”.
HORSES’S LIFE
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Bulldog
O que fazem os competidores
durante a semana?
De profissões extremamente distintas, sem ligação alguma
com o meio rural, conheça a face “urbana” de alguns dos
mais arrojados competidores de Bulldog do País
Fotos cedidas
Q
Quando anunciada a competição de Bulldog nas arenas de rodeio do
País, os locutores sempre ressaltam a periculosidade da competição,
que é considerada a mais radical dentre as provas cronometradas. É aí
que entram em cena os arrojados competidores, que na rápida descida
para derrubar o boi correm sérios riscos de se machucar.
Mesmo com tamanha dificuldade e alto grau de lesões, a modalidade atrai diferentes perfis de praticantes, cavaleiros que no dia a dia exercem profissões que
nada tem a ver com o mundo equestre. Dentre eles estão os irmãos Brosco,
César e Eduardo, que são dentistas; o médico Fernando Nogueira; o bombeiro
Juliano Donizete Leite, e o advogado Cláudio Motta Cardoso. Saiba mais sobre
os personagens de nossa matéria:
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HORSES’S LIFE
De médico e louco...
De olho nos dentes e nos bois
Por frequentar rodeios junto com os primos Adriano e Mauro,
que hoje julgam as montarias nas arenas brasileiras, Eduardo
Brosco conheceu o Bulldog, apaixonou-se, e resolveu iniciar os
treinamentos em 1996. No ano seguinte, começou a competir.
Formado em Odontologia desde 1999, ele procura treinar no
período noturno e também aos finais de semana. São pelo menos
dois treinos semanais em contato com os bois, além de praticar
exercícios físicos diariamente. Tamanha dedicação lhe conferiu
inúmeros títulos nos maiores rodeios do País.
Eduardo é o atual líder do Campeonato Nacional. “Sempre gostei
de cavalos e me identifico muito com esportes radicais. Comecei
no Bulldog após ouvir de várias pessoas que eu levava jeito para a
prova. Então, desde a minha primeira ‘descida’, a modalidade se
transformou numa grande paixão em minha vida”, conta.
Nestes 12 anos de competição, foram muitos prêmios conquistados. Com garra e força de vontade, desde o início dos treinamentos,
Eduardo procurou aperfeiçoar sua técnica observando os competidores mais experientes. “Fui me destacando rapidamente.
Procurava fazer os movimentos corretos. Uma das pessoas que
mais me incentivou foi o competidor Edão (Edson Vernaski), que
hoje já não participa mais das provas”, diz. Os pacientes e os amigos sempre apoiaram o competidor-doutor. A única ressalva era
para ele não machucar as mãos, principal instrumento tanto na
Odontologia como no Bulldog.
Fundador da primeira associação da modalidade, a Confederação Brasileira de Bulldog, Brosco sempre lutou para o desenvolvimento do esporte. “Fazemos parte de uma competição que permanece há anos no rodeio completo. Isso se deve ao fato de a
levarmos com seriedade, incentivando estudos que comprovam se
tratar de um esporte radical, sem gerar malefícios aos animais”.
Mesmo a ANB (Associação Nacional de Bulldog) não tendo marcado a data da Final do Campeonato, Eduardo Brosco já anunciou sua aposentadoria. “Apesar de a modalidade ser uma paixão,
estou precisando me dedicar mais à minha profissão e à minha
família. Quando tomei a decisão, estava consciente de que teria
que ficar o mais distante possível dos rodeios para não haver recaídas. Fui tão radical na atitude que até já vendi minha propriedade,
caso contrário, não conseguiria me desligar”, conta o competidor.
Brosco fundou a extinta CBB, ministrou vários cursos Brasil afora
para a formação de novos competidores e é presidente da ANB
pelo terceiro mandato. “Fiz a minha parte. Espero que daqui em
diante a modalidade cresça ainda mais. E, como todo bom esportista, achei melhor parar enquanto estava na liderança”, diz Eduardo, que aproveita o espaço para fazer alguns agradecimentos:
“às pessoas que direta e indiretamente me ajudaram, em especial
ao professor Tenório de Vasconcellos, ao Clube Os Independentes (Barretos/SP), a Rodeo Way e a todos os competidores e amigos que sempre me apoiaram”.
De família tradicional, que possui propriedade rural há pelo menos três gerações, o contato com o meio foi natural para o médico
e também dentista Fernando De Bortoli Nogueira.
A paixão pelos cavalos surgiu na infância. Natural de Presidente Prudente/SP, região onde o Quarto de Milha é muito forte,
Fernando sempre conviveu com amigos que praticavam provas
equestres. “Comecei a frequentar o Rancho Quarto de Milha e ir
a rodeios. Conheci o Bulldog quando tinha uns 15 anos de idade,
porém não tive apoio em casa. Mesmo sendo bom aluno, acho
que meus pais tinham medo de eu deixar os estudos de lado”,
lembra.
O tempo passou, Fernando ingressou na faculdade de Odontologia, formou-se, iniciou especialização em Ortodontia e após dois
anos de formado, resolveu fazer Medicina, iniciando o curso em
2003. “Nesta época, conheci o Pedro Tendolo e o Bruno Celigato, que praticavam Bulldog. Eles me convidaram a conhecer e a
praticar o esporte. Isto em 2005. Desde então comecei a competir.
Hoje tenho 32 anos, sou dentista há nove e médico há um. Não é
fácil aliar todas as atividades, pois a Medicina exige muito tempo
de mim, mas acabo arrumando um horário sempre no final da
tarde para treinar. É muito bom”.
Ele já comprou alguns animais, vendeu outros, sempre na tentativa de encontrar o cavalo certo. Treinando no Rancho Quarto
de Milha, o médico fala sobre a facilidade e o conforto que o local
oferece aos competidores. “Saio do hospital por volta das 19 horas
e meia hora depois já estou no Rancho. O treinamento é dividido
basicamente em bois no chão (sem o uso do cavalo, visando aperfeiçoar a derrubada) e descidas (como se fosse uma prova)”.
Atualmente fazendo residência em Oftalmologia, a rotina acaba
sendo ainda mais puxada, pois entra no hospital às sete horas e
sai somente 12 horas depois, além dos dias de plantão. Mas como
o Bulldog já faz parte de sua vida, ele tenta conciliar as atividades
profissionais com o lazer. “Quando pratico Bulldog, eu esqueço os
problemas. É pura adrenalina e emoção. Pretendo praticá-lo até
quando meu condicionamento físico permitir”.
Deixando a advocacia
Cláudio Motta Cardoso é outro bulldogueiro que ama a competição. Antes de praticar a modalidade, ele treinava Laço em
Dupla no VS Treinamentos, em Piratininga/SP. O primeiro contato com o Bulldog aconteceu quando o treinador Marcos Toledo
Filho começou a competir em alguns rodeios. “Foi com o Marquinho que eu aprendi as primeiras técnicas”, conta Cláudio.
Formado em Direito, ele trocou o Laço pelo Bulldog em 2004.
Também deixou os estágios em Advocacia para trabalhar como
assessor jurídico nas Câmaras Municipais de Bauru e Agudos,
cidades do interior paulista. “Era engraçado conciliar o Direito
com o Bulldog. Num, eu tinha que estar de terno, gravata, sapato
HORSES’S LIFE
41
engraxado, cabelo penteado, sem falar no português correto. No
outro, eu estava de bota, chapéu e falando um ‘caipirês’ danado”,
conta aos risos. “Quando deitava pra dormir, sentia que não estava ganhando dinheiro com o que realmente gostava. Então, resolvi largar tudo e hoje tenho uma loja que vende ração, feno e
alfafa para cavalos”.
Ele acha gratificante ser reconhecido como um dos principais
competidores da modalidade, mesmo não sendo alto, característica
que muitos dizem ser vital para o sucesso no esporte. “Para mim,
praticar Bulldog significa que tudo está dando certo na minha
vida. Hoje, na verdade, não tem me sobrado tempo para treinar,
então, procuro manter a forma física e nas provas eu uso a experiência. Escolho um cavalo bom e tenho sempre comigo um
esteira competente”.
Bombeiro bulldogueiro
Natural da paulista Bauru, Juliano Donizete Leite é outro
praticante da modalidade, cuja profissão é bem diferente do meio
equestre. Ele é bombeiro. O soldado Juliano, como é chamado no
trabalho, busca conciliar as folgas no serviço com a participação
nas provas. A dificuldade maior para ele está no alto custo que
envolve o esporte.
“Conheci o Bulldog no haras do Eduardo Brosco e comecei a
treinar em 2005. O primeiro rodeio que participei foi em Barretos
e na estreia fiz a melhor nota da noite, o que foi muito gratificante.
Sempre quis praticar um esporte radical. Quando pequeno, eu
morei numa fazenda e sempre tive ligação com os cavalos. Por
conta do trabalho, tenho apenas dois dias de folga na semana.
E são nestas 48 horas que eu faço do Bulldog o meu lazer”, diz
Juliano.
42
HORSES’S LIFE
Logo que começou no esporte, o bombeiro comprou um cavalo
para treinar. O animal era de propriedade do Claudinho Cardoso
e já era craque. “É difícil manter um animal por hobby. O custo
é muito alto, então, o jeito para mim é ir às provas e montar em
cavalos de terceiros, assim, sempre que possível consigo conciliar
uma folga e participar dos rodeios”.
Os amigos de corporação vêem a modalidade como loucura.
“Quando eu chegava machucado, eles falavam para eu ir jogar
peteca ao invés de descer no Bulldog. Mas o esporte é uma paixão
difícil de ser deixada de lado. Enquanto conseguir, vou continuar
praticando”.
HORSES’S LIFE
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Conformação
Foto Marcelo Vergílio
A escolha do
cavalo ideal
Equilíbrio, características raciais, aprumos corretos,
membros alinhados e musculatura proeminente são os principais
aspectos a serem ressaltados num animal de Conformação
M
Modalidade exclusiva para quem é apaixonado por cavalo, a Conformação destaca
a beleza do animal e a harmonia existente
entre a musculatura, os aprumos corretos
e as características de cada raça.
Apesar de já ter vivido épocas bem mais
concorridas, hoje há poucos criadores que investem
exclusivamente na Conformação. Mesmo assim, a
modalidade continua firme, pois muitos proprietários
de animais, donos de 02 ou 03 cavalos cada, estão
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HORSES’S LIFE
mantendo a evolução dos cruzamentos específicos, em
busca do cavalo ideal.
Há 19 anos trabalhando com Conformação, Luciano Beretta diz que equilíbrio, características raciais,
aprumos corretos, membros alinhados e musculatura
proeminente são os principais aspectos a serem ressaltados num animal de pista. Ele ensina que o treinamento
do animal deve ser feito através de exercícios diários,
num período mínimo de três meses. “Acredito que
toda modalidade conte com o fator paixão. Quando
Foto cedida
Treinadora e juíza
De uma família tradicional na criação de cavalos Puro Sangue Inglês no Nordeste do País, Zélinha Medeiros conheceu a Conformação através do criador José Aprígio Brandão Vilella (i.m.), de
Alagoas. “Ele me deu a maior força para eu vir para São Paulo,
onde estou há seis anos, com o Zee Ranch. Não abandonei a Corrida, mas hoje a Conformação é tudo pra mim”, diz a apresentadora.
Ela teve a grata satisfação de fazer um curso para juiz, em 1971, e
como tirou a maior nota ganhou uma viagem para participar do
Campeonato Mundial da AQHA (American Quarter Horse Association), nos Estados Unidos. “Foi muito gratificante. Tal experiência conferiu a mim segurança para me tornar juíza oficial das três
raças co-irmãs, Quarto de Milha, Paint Horse e Appaloosa”.
Zélinha compara a Conformação aos concursos de beleza. “Tal
qual a modelo, o cavalo precisa de alimentação diferenciada. Alguns requisitos são fundamentais, como cabeça bonita, orelha
bem implantada e pescoço fino. Cabe ao treinador desenvolver
o potencial do animal”. Ela diz que com dedicação e amor nada
fica difícil, pois o cavalo é muito inteligente. “Como juíza, avalio o
produto que entra em pista e a gente já identifica se é um macho
ou uma fêmea, somente através da forma que anda. Tal característica é fundamental para mim. O aprumo também é essencial. Assim
conseguimos um cavalo ideal de Conformação”.
Investimento na modalidade
o mercado está comprando bem, algumas pessoas se envolvem,
mas costumo dizer que tais praticantes são perenes, ou seja, sobrevivem por um período determinado. Só ficam àqueles que realmente amam o cavalo”, fala o treinador.
O treinador Marco Reis trabalha com cavalos de Conformação
há 23 anos. Em 1986 ele foi para os Estados Unidos se especializar
na modalidade. Quando voltou, montou seu Centro de Treinamento. “Comecei com a raça Appaloosa, depois também com o Quarto
de Milha e, além destas, hoje trabalho também com o Paint Horse”.
Ele lembra que no início da carreira, a Conformação exigia animais
muito fortes, que tinham musculatura destacada. “Hoje é diferente,
busca-se o equilíbrio, algo que agrade aos olhos”. Tal mudança
vem acontecendo nos últimos seis anos. “Acredito que isto ocorreu
mais pela estética, pois fica mais bonita a apresentação em pista.
Musculatura proeminente é necessária, pois caracteriza
a raça, mas o todo tem que ser harmonioso”, fala Reis.
O treinador conta que faz questão de avaliar o animal,
antes de condicioná-lo ao treinamento diário. “Nos treinos,
podemos colocar aquilo que está faltando, ou seja, afinar
pescoço, colocar mais posterior, abrir o peito. Mas se o
cavalo não for bom, não há milagre”. São vários tipos de
exercícios que os preparadores fazem todos os dias. “Eu
trabalho meus animais cerca de oito a vinte minutos no
redondel, com o solo bastante fofo. Parece pouco, mas
asseguro que o cavalo fica bem exercitado. Costumo
comparar o treinamento da Conformação com o nosso
treinamento físico, que não podemos parar, nem mesmo
quando conseguimos resultados rápidos”.
São vários os fundamentos passados para o animal, pois
o cavalo tem que aprender a ficar 10 minutos parado
sem se mexer, tem que saber parar, alinhar-se sem o
apresentador colocar a mão sobre ele, andar ao lado do
puxador, enfim, uma série de requisitos para ser bem
avaliado nas competições.
Nos últimos dois anos, a Conformação teve queda nos eventos
da raça Quarto de Milha. Segundo Marco Reis, isso aconteceu
porque muitos dos grandes criadores deixaram a modalidade.
“Mas não quer dizer que estamos numa situação ruim, pois, em
meu ver, entraram vários outros investidores, pulverizando a criação. Hoje vejo a competição crescendo novamente. Ainda este ano,
devo receber em casa mais uns três animais importados, que estão
chegando para valorizar a linhagem de Conformação no Brasil”.
Segundo o treinador, o que falta para a modalidade crescer é um
pouco mais de fomento por parte da ABQM (Associação Brasileira
de Criadores de Cavalo Quarto de Milha). “Usemos como exemplo o Paint Horse, que está fazendo um trabalho muito interessante
neste sentido. Eu acredito que a Conformação nunca vá morrer,
porque é uma prova de pessoas apaixonadas por cavalos, que gostam do animal, não necessariamente sentindo prazer por montar”.
Foto cedida
HORSES’S LIFE
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Corrida
Fotos Eduardo Custódio
Fiancee For Me
é Campeã do GP Taça de Prata
Égua vence a competição, marcando 16s70, e faz a festa dos amantes do Turfe,
principalmente do treinador Rivail Rosa, destaque da prova
O
O Jockey Club de Sorocaba sediou no dia 26 de setembro o Grande Prêmio Taça de Prata, tradicional
competição na distância dos 301 metros, com dotação de R$ 25 mil. A égua Fiancee For Me (Corona For
Me x Vitesse Bryan AS) foi o grande destaque, vencendo a cancha com o tempo de 16s70. De propriedade da Agropecuária Starland, de Sérgio e Lulude Nouguês, ela é criação de Gianni Franco Samaja e
foi conduzida pelo jóquei M. Pereira. O treinamento coube a Rivail Rosa, treinador que fez dobradinha
no Grande Prêmio.
De sete corridas que participou, Fiancee For Me venceu cinco e vem liderando as estatísticas como melhor égua
do ano. “Ela não mostra bom desempenho no relógio durante o treinamento, mas gosta de correr e se destaca nas
competições, principalmente se estiver mais leve. A conquista do GP Taça de Prata foi maravilhosa, pois dos 14
criadores que têm cavalos comigo, o senhor Sérgio Nouguês é o mais antigo. Ele não pode estar presente ao Jockey,
mas tenho certeza que ficou feliz com a conquista, ainda mais sabendo que ela está prenhe e o potro que está nela
já conta com uma vitória”, disse Rivail Rosa.
A Campeã foi adquirida pela Agropecuária Starland no ano passado. “A deixamos para as competições do segundo
semestre e estamos tendo bons resultados. Nesta competição ela surpreendeu a todos com a vitória. Agora, estamos
no aguardo da avaliação veterinária para ver se a inscreveremos na Taça de Ouro ou se a deixaremos apenas para
o GP Campeão dos Campeões”, ponderou Rosa.
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HORSES’S LIFE
Classificatórias do GP Consagração
O experiente treinador foi quem treinou também Secret Runner (Nordick Only VM x Miss Secret Wind), que venceu os 402
metros com o tempo de 21s79, classificando-se para a Final do GP
Consagração, tirando as chances de Xodó Fly Toll ZO (Signed To
Fly x Speciall Tolltac) conquistar a Tríplice Coroa.
O Grande Prêmio Consagração acontecerá dia 10 de outubro,
novamente em Sorocaba/SP. “Consegui colocar dois animais na
Tríplice Coroa e ainda fiz dobradinha no GP Taça de Prata. Isto
foi muito bom, principalmente porque garantiu a minha vantagem nas estatísticas como melhor treinador de 2009, já que estou
na busca por ser Campeão mais uma vez”, falou Rivail Rosa.
Saiba mais em www.jockeyclubdesorocaba.com.br.
Veja os resultados dos páreos realizados em 26 de setembro de 2009:
Col.Animal
Tempo Jóquei
Treinador
Proprietário
Criador
1º Páreo – Classificatória GP Consagração – III Tríplice Coroa (distância: 402 metros - recorde: Summer Toll – 21s24 em 07/98)
1º Secret Runner (Nordick Only VM x Miss Secret Wind)
2º Xodó Fly Toll ZO (Signed To Fly x Special Tolltac)
21s79 M. Pereira R. Rosa
21s80 S. Sampaio J. Bispo
Roy Roger M. Castedo
Eládio Benevides
Luiz Eduardo Arena Alvarez
Ziguiomar Ongaratto
2º Páreo – Classificatória GP Consagração – III Tríplice Coroa
1º Frozen For Me (Corona For Me x Judea Dash)
2º Jota Dash (Signed To Fly x Gotcha Dash)
21s68 V.A. Souza
21s79 R. Pereira
V.B. Silva
Gianni Franco Samaja
M. Arteman Marcelo Jorge
o mesmo
o mesmo
3º Páreo – Classificatória GP Consagração – III Tríplice Coroa
1º Corona Dandy PK (Corona For Me x Xa Xa Xa SA)
2º Ronas Empress (Holland Ease x Hottest Empress)
22s12 M. Pereira R. Rosa
Júlio Clímaco
Plínio de Rezende Kiehl
22s46 M. Praxedes M. Sampaio Haras Fazenda Bela Ltda. o mesmo
4º Páreo – Especial Jornal Cruzeiro do Sul (distância: 301 metros - recorde: Flo Bryan – 16s31 em 03/08)
1º 2º 3º 4º 5º Quinzequilates Verde (Nordick Only VM x Some Kinda Chart)
Flying Melody (Signed To Fly x A Merri Melody)
Jet Beat (Splash Bac x Miss Figure)
Nordick Bryan (Nordick Only VM x Miss Fishers Dash)
Faz de Conta For Me (Corona For Me x Enchanted Dash)
16s83
16s97
17s02
17s04
17s10
E.B. Melo
E.R. Alves
D.F. Dias
S. Sampaio
R. Pereira
L. Levir
E. Portela
J.N. Alves
J. Bispo
M. Arteman
Stud dos Amigos
Wagner Lima Garcia
Cláudio Machado Rocha
Fabian Biscaino Hernandes
Luiz Arena / Renato Barbosa
Haras Vista Verde
Luiz Eduardo Arena Alvarez
Marcelo Jorge
Érico de Oliveira Braga
Gianni Franco Samaja
5º Páreo – Especial colunista Simone Sanches (distância: 301 metros - recorde: Flo Bryan – 16s31 em 03/08)
1º 2º 3º 4º 5º Fleet Wood Mac (Jess Louisiana Blue x Fishers Gold)
Quebec Verde (Monney Spinner x Apollo’s Dolly)
Nordick Toll (Nordick Only VM x Summer Toll)
Rasputin Toll (A Streak of Cash x Classy as Tolltac)
Excitable Ease Sound (Holland Ease x Excitable Sound)
16s78
16s87
16s94
16s99
17s26
R. Pereira
A.P. Oliveira
J.A. Gomes
E.R. Alves
M. Praxedes
M. Arteman
S.R. Souza
J. Bispo
J. Bispo
M. Sampaio
Haras Flôr do Campo
Vito Madio Mastrorosa
Haras Sudimar Ltda.
Eládio Benevides
Haras Fazenda Bela Ltda.
o mesmo
Haras Vista Verde
Haras Rancho das Américas
Haras Rancho das Américas
o mesmo
6º Páreo – Grande Prêmio Taça de Prata (distância: 301 metros - recorde: Flo Bryan – 16s31 em 03/08)
1º Fiancee For Me (Corona For Me x Vitesse Bryan SA)
2º Jeito de Craque (Splash Bac x Dash Sous)
3º Reality Dash (A Streak of Dash x Fantástica Dash Lady)
16s70 M. Pereira R. Rosa
16s76 F. Maciel
R. Rosa
17s04 J.A. Gomes J. Bispo
Agropecuária Starland Ltda. Gianni Franco Samaja
Adriano Alves Lima
Marcelo Jorge
Haras Sudimar Ltda.
o mesmo
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Laço Comprido
Fotos cedidas
Brasileiro
Realizado durante um dos maiores eventos agropecuários
da América Latina, a Expointer, evento de Laço Comprido
faz bonito no Rio Grande do Sul
O
O tempo chuvoso não atrapalhou os laçadores que compareceram às competições no Parque Assis Brasil, em Esteio/RS, nos dias 04 e 05 de setembro.
Foi o segundo ano que a Expointer, uma das maiores feiras agropecuárias da
América Latina, sediou a importante competição organizada pela ABQM
(Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), exclusivamente para a modalidade Laço Comprido.
Nas três categorias em competição - Aberta, Amador e Feminino, os Campeões levaram
os títulos para os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Vinícius Hildebrand, com
Powdered (Powder Playboy x Shy San), venceu a Aberta, superando mais de 50 inscritos.
Assim como Hildebrand, a amazona Ana Paula Cardoso, também natural do Mato
Grosso do Sul, ganhou a Feminina. Montando Lay For Smoke (Smoke Jay x Fábula
Badger), ela fez um excelente trabalho. Para fechar o evento, o cavaleiro Manoel Júnior,
representante de São Paulo, conduziu com técnica a égua Soraya RM 52 A (Festival San
KRB x Abastada 10), terminando em 1º lugar na classe Amador.
Passo a passo
Com julgamento de Nilson Ricartes (MS), Ricardo Lunardi (SC), Jair da Veiga (RS) e
Tarcísio Barbosa (PR), as provas foram disputadas por competidores de diversas regiões
do País. O diferencial do II Congresso foi o alto nível técnico de cavalos e cavaleiros.
A vitória de Vinícius Hildebrand na categoria Aberta foi conquistada com a nota 218,5.
Montando a égua Powdered, animal de sua propriedade, ele deixou para trás Douglas
Shutz com Lay For Smoke, que ficou em 2º lugar com 216,5 pontos. Na terceira posição
terminou Manoel Júnior com Verga RM 58A (Ianque San KRB x Cabaz), marcando
215,5 pontos.
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Priscila Jardim com John Skip Zorrero CQ (Hélio SF x Skipper
Jack GDF) - 214,5 pontos, único conjunto representante do Rio
Grande do Sul a subir ao pódio no II Congresso Brasileiro de
Laço Comprido da ABQM.
Durante o evento também foi realizado o I Congresso Brasileiro
de Laço Comprido individual. E o interessante foi a busca incessante pelo topo. Ao final, seis laçadores terminaram empatados
na primeira posição: Vanderlei Vaz (SP), Rodrigo Moretto (RS),
Marcos Natis (MS), Fábio Santos (RS), Luan Moraes (SP) e Reginaldo Bugrinho (PR).
A competição contou com mais de 110 animais, tendo participação de laçadores dos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná,
Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Na classe Amador, o destaque ficou para Manoel Júnior, que
trabalhou com Soraya RM 52 A, fazendo 219 pontos. Na segunda colocação ficou Ana Paula Rozo Cardoso com Lay For
Smoke, égua de propriedade de Carlos Leite Cardoso, marido da
competidora. A dupla marcou 218,5 pontos. E em terceiro, novamente Manoel Júnior, só que com Verga RM 58 A - 215,5 pontos.
A categoria contou com 44 inscrições.
Ana Paula Cardoso voltou ao pódio na Feminina. Desta vez, como
Campeã. Ela conduziu Lay For Smoke e em meio a 22 concorrentes fez a melhor armada, culminando na nota 219. Em segundo
lugar ficou Kelly Maria Faria Delvizio, que montou Sun King FT
(King Chick HA x Academia OH) - 217 pontos. O 3º posto foi de
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Laço Comprido
Recorde no
Fotos cedidas
4º Potro do Futuro e
Campeonato Nacional
S
Mantendo a tradição do Laço Comprido, a cidade de Campo Grande,
no Mato Grosso do Sul, pelo quarto ano consecutivo sedia duas
importantes competições da raça Quarto de Milha
Superando todas as expectativas da Associação Campograndense de Criadores de Quarto de Milha
(ACQM), a 4ª edição do Potro do Futuro e do Campeonato Nacional reuniu cerca de 250 inscrições,
recorde absoluto. Promovidas pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha
(ABQM), as competições contaram com laçadores do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do
Sul e Santa Catarina.
O evento, que aconteceu de 18 a 20 de setembro, também sediou o 4º Leilão da ACQM. Os 44 lotes ofertados
tiveram média de preço superior a R$ 20 mil. Outra atração foi a Galeria de Garanhões, organizada por Rodrigo
Buainain de Castro, contando com a participação de 22 animais.
Na pista, quem deu show foi Chisty Lil Moon TMR (Keys To The Moon x Lil Peppys Freckle) e Adilson Vitorino
dos Santos, os Campeões do Potro do Futuro da categoria Aberta - 224 pontos. O animal é de propriedade e criação de Sandra Navarro. Na categoria Amador, a dupla vitoriosa foi Vinícius Abdulahad Hildebrand e Fancy San
Cat (Hobby Cat Olena x Paula San Badger), com a nota 218. O produto foi apresentado e exposto pelo criador
Nilson de Andrade Hildebrand.
“Eu costumo dizer que existe o Laço Comprido antes e depois das provas oficializadas pela ABQM, pois a técnica
era apenas do laçador. Poucos sabiam da importância de se ter um bom animal”, disse Nilson Ricartes, presidente
da ACQM. “Vimos que até mesmo o comportamento dos treinadores mudou. Eles se profissionalizaram nestes
quatro anos”.
52
HORSES’S LIFE
No mesmo final de semana do evento do Quarto de Milha aconteceu o Encontro Estadual de Laço Comprido, aberto para todas
as raças, que contou com cerca de 900 laçadores. Somando todas as provas, 1118 cavalos passaram pelo Parque de Exposições
Laucídio Coelho. “Isto significa que realmente o evento foi um
sucesso, pois quando temos uma prova boa aqui, contamos com
cerca de 600 competidores. Aumentar este número em um terço
é bom demais”, disse Nilson.
E o público também compareceu em peso, principalmente para
acompanhar o Caarapé (que na língua Tupi-Guarani significa
baile pequeno), atração que acontece num espaço montado ao
lado da pista de prova. Cerca de 3000 pessoas prestigiaram a festa
diariamente.
Por ser uma competição menos abusiva ao boi, Nilson Ricartes
acredita que muito em breve ela não será forte apenas nos Estados
de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. “Iremos romper fronteiras, chegando com força a São Paulo, Goiás e Minas Gerais,
regiões que sofrem pressões das sociedades protetoras dos animais.
O que tais entidades têm que entender é que a prática do esporte
surgiu da lida diária na fazenda. E quem é do campo preserva o
que vem da natureza. Na primeira prova que fizemos aqui, eu até
fiz uma faixa com os seguintes dizeres: o boi agradece a laçada!”.
Visando estimular a prática de outras modalidades do cavalo
Quarto de Milha, a ACQM realizou pela primeira vez durante o
evento de Laço Comprido algumas disputas de Tambor, Apartação e Laço em Dupla. “Agradecemos o empenho dos dirigentes e
dos cavaleiros das demais provas, que engrandeceram nossa competição”, falou Nilson.
Galeria de Garanhões
Animais de destaque foram apresentados para venda de coberturas na Galeria de Garanhões, organizada pelo criador Rodrigo
Buainain de Castro, titular do Haras Vale do Sol. O espaço reuniu
22 reprodutores de criadores dos Estados de Mato Grosso do Sul,
São Paulo e Paraná. “A receptividade de todos os presentes foi
grande. Vendemos mais de 60 coberturas, se incluirmos as que
foram comercializadas no leilão”, disse Rodrigo.
Pedro Gonçalves, proprietário do Haras 2P e da
Fazenda Saquarema, em Cassilândia/MS, foi
um dos criadores que participou da Galeria.
Com mais de 20 anos de criação, ele tem animais de Laço Comprido e em breve pretende
direcionar sua tropa para Tambor e Rédeas.
“O cavalo tem ligação intrínseca com o nosso
Estado, por isso faço os investimentos com
satisfação”.
A nova criadora de Quarto de Milha, Cíndia de Lima, da Estância Monza, localizada
em Campo Grande/MS, está iniciando na
Apartação, mas sem querer, soube que o animal que adquiriu num leilão há três anos é
um dos garanhões mais pontuados em Laço
Comprido no País. “Eu não pratico Laço.
Durante 15 anos fiz Hipismo e somente
agora estou começando a apartar. Comprei
o Ninja San EO (Anjin San x Grayce Eagle
EO) porque o achei bonito. Somente depois
é que fiquei sabendo que era Campeão e produtor de ganhadores
de Laço Comprido. Ele, inclusive, ganhou o prêmio ABQM
Awards como melhor reprodutor da modalidade. E como várias
pessoas começaram a me procurar para adquirir coberturas dele,
resolvi divulgá-lo na Galeria”, disse a amazona.
Os Campeões
Fazendo a maior nota da competição, 224 pontos, o conjunto
Campeão do Potro do Futuro na categoria Aberta superou 53
participantes. Adilson Vitorino dos Santos levou o importante título para o Paraná.
Na Amador, Vinicius Hildebrand venceu pela primeira vez. Ele
também foi destaque no Campeonato Nacional, sagrando-se Bicampeão do evento. “Com toda certeza, esta foi a vitória mais
gratificante que tive, pois venci com um animal de minha criação.
A Fancy é uma potra que nasceu lá na minha chácara. Cuidei
dela desde novinha e a vi crescer. Por isso, ganhar foi muito mais
emocionante”, disse o cavaleiro, que pratica a modalidade desde
1998. “Sempre acreditei na vitória, pois confiava em meu animal.
Na Final, eu estava um pouco nervoso, mas a Fancy conseguiu
me acalmar, passando-me confiança”. Este ano, ele também conquistou o título de Campeão na categoria Aberta do Congresso
Brasileiro da modalidade, realizado em Esteio, no Rio Grande do
Sul, na primeira semana de setembro.
Nas provas de Laço Comprido, a participação das mulheres é
intensa, conferindo beleza à prova. As amazonas desfrutam de
uma categoria exclusiva a elas, a Feminina, onde mostram técnica e elegância. A Campeã Nacional deste ano foi Ana Paula
Rozo Cardoso, que montou Lay For Smoke (Smokey Jay x Fabula
Badger), marcando 218,5 pontos. Competidora da modalidade
desde os 09 anos de idade, a jovem de 17 se diz apaixonada pelo
esporte. “No ano passado eu não competi porque estava grávida,
daí, voltei este ano e venci o Congresso e, agora, o Nacional. Estou muito feliz por conquistar os principais títulos em provas da
ABQM”, falou. “Laço desde pequena. Mas o interesse em competir em provas oficiais veio depois que me casei, estimulada pelo
meu marido. O Laço Comprido é a prova da família”.
HORSES’S LIFE
53
Confira aqui os resultados das duas competições:
Col. Animal
Competidor
Proprietário
Criação
Pontuação
1º) Chisty Lil Moon TMR (Keys To The Moon x Lil Peppys Freckle) Adilson Vitorino dos Santos
Sandra Navarro
a mesma
224 pontos
2º) Sandy Red HMR (Pepto Red Boy x Sandy Badger GR)
Carlos Leite Cardoso
Conrado J. Stephanini
Mônica R. C. Cunha
219 pontos
3º) Nu Bar Princess (SR Harlenes Bar x Doc Princess)
Roziel Ozório
Haras 4 Irmãos
o mesmo
218 pontos
1º) Fancy San Cat (Hobby Cat Olena x Paula San Badger)
Vinícius Abdulahad Hildebrand
Nilson Hildebrand
o mesmo
218 pontos
2º) Dalila Jazz Lenahga (Quixote Sonia Lena x Miss N Jessie)
Felipe Buainain Balbuena
Norberto Soares Leite
o mesmo
213,5 pontos
3º) Jullys Hickorys (Pocodo Andy x Hickory Bar Gold)
Felipe Buainain Balbuena
Luciano Lanzone Baron João F. A. Carvalho
Potro do Futuro Aberta
Potro do Futuro Amador
212 pontos
Campeonato Nacional Aberta Júnior
1º) Chisty Lil Moon TMR (Keys To The Moon x Lil Peppys Freckle) Adilson Vitorino dos Santos
Sandra Navarro
a mesma
223,5 pontos
2º) Sandy Red HMR (Pepto Red Boy x Sandy Badger GR)
Edson Vanderlei Martins
Conrado J. Stephanini
Mônica R. C. Cunha
221,5 pontos
3º) Pepy Gamay Oak FH (Peppy Doc San x Key’s Gamay Oak)
Marcos da Fonseca Natis
Cesar Wilson dos Santos Marcus Souza & Irmãos 219 pontos
1º) Peppy Zan Doc (Red Tiger Moon x Ventania PI)
Etelvino Rogério Chaves
Marcelo Iguma
Mounir Serhan
221,5 pontos
2º) Doc Bull Dashaa (Circle Prescription x Double Dashing Jr.)
José Homero Nagib Jorge
Nilson P. R. Oliveira
Antônio Abdo Júnior
219,5 pontos
3º) Haidas Peponita Doc (Haidas Little Doc x Minnie Mico BS)
Douglas Schutz
Renato Laudisio Felício
Gilmar M. Garcia
219 pontos
1º) Blessing Wood DAR (Johnnie Walker Wood x Doc’s Blessing)
Deusnildo Ivo Rodrigues
Deusdônio R. Ferreira
Alexandre Novais
219 pontos
2º) Verga RM 58 A (Ianque San KRB x Cabaz)
Manoel G. Araújo Júnior
Senhorinha B. Silva
Esp. Renato R. M. Filho 217,5 pontos
3º) Atituba Bars MN (Koko Bars x Atituba Víbora)
Thiago Albuquerque Garcia
o mesmo
Martim F. C. Nogueira 215,5 pontos
1º) Lay For Smoke (Smokey Jay x Fábula Badger)
Ana Paula Rozo Cardoso
Gabriele J. Silva Dias
Mauro E. Rapassi Dias 218,5 pontos
2º) Verga RM 58 A (Ianque San KRB x Cabaz)
Amanda Vaz Vieira
Senhorinha B. Silva
Esp. Renato R. M. Filho 217 pontos
3º) Miss Tari Doc (Tari Solano BS x Docs Medicina)
Fernanda Gonçalves Ferreira
a mesma
Marcelo Iguma
Campeonato Nacional Aberta Sênior
Campeonato Nacional Amador
Campeonato Nacional Amazonas
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HORSES’S LIFE
215 pontos
HORSES’S LIFE
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Laço de Bezerro
Grande expectativa para a
Final da Copa Vale
Após alterações no calendário, a 11ª edição de um dos Campeonatos mais
fortes de Laço de Bezerro na atualidade no Brasil chega ao fim em outubro
R
Realizada em oito Etapas, a 11ª edição da Copa Vale de Laço de Bezerro tem sido um grande sucesso.
Segundo os organizadores, os competidores de regiões longínquas a São Paulo, onde acontece a maioria das provas, têm participado com frequência do Campeonato. São cavaleiros de Minas Gerais,
Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro. Na atual competição, cerca de 100 novos laçadores aderiram
ao esporte. “Tivemos a surpreendente adesão de competidores que viajam muitos quilômetros para
participar de nossas competições. Este ano, em particular, conseguimos expandir nossas fronteiras e
realizamos uma etapa no Rancho Abreu, na cidade de Volta Redonda/RJ”, ressaltou Antônio Carlos Nahime,
membro da comissão organizadora.
56
HORSES’S LIFE
Fotos Marcelo Santana
A frequência maciça dos competidores da categoria Profissional
tem surpreendido a cada evento. Isto se dá pelo fato de a Copa
Vale valorizar os treinadores, disponibilizando-lhes premiação especial. Outra mudança é que, desde o ano passado, foi alterada a
ordem das categorias, iniciando a competição com a Amador (B),
em seguida a Profissional (A) e, por último, a Iniciante (C). “Com
a Profissional sendo intermediária, mais uma vez prestigiamos
os treinadores, que não precisam chegar muito cedo e nem sair
muito tarde. Além do que, entendemos que a atração da prova
são eles, portanto, devem se apresentar em horário nobre. Enfim,
temos criado a cada ano situações inovadoras e corajosas para
que a modalidade cresça”.
A 8ª Etapa da Copa está marcada para o dia 10 de outubro, no
Rancho Bonanza, na cidade de Guararema/SP. E após alterações
no calendário, o encerramento da 11ª edição de um dos Campeonatos mais fortes de Laço de Bezerro no País chega ao fim em 11
de outubro, quando participarão apenas os 10 primeiros colocados de cada categoria.
Para a Final, os competidores irão laçar quatro bezerros. E os
quatro primeiros classificados de cada round terão pontos acrescidos à classificação geral. Os três competidores mais pontuados na
Copa receberão fivelas personalizadas e premiação em dinheiro
proporcional ao resultado que obtiver. Também haverá premiação de três selas de Laço de Bezerro da Selaria FC.
“Este ano não distribuiremos prêmios na Final, apenas pontuaremos. Em compensação, a premiação para o Campeonato
está maior. Também alteramos o valor dos pontos da Final, aumentando-os, a fim de que todos os finalistas tenham chances
reais de vencer”, disse Nahime.
Apesar de ter começado como uma competição regional, no Vale
do Paraíba, região que engloba a divisa dos Estados de São Paulo
e Rio de Janeiro, a Copa Vale tem recebido laçadores de diversas
partes do País. O competidor Silas Herdy e o treinador Ademir
Daniel de Oliveira, o Nego, nunca faltam às Etapas. Eles são da
cidade de Silva Jardim/RJ e viajam na noite anterior à prova para
chegarem bem à competição. “Para a Final, nossa expectativa é
HORSES’S LIFE
57
Confira os resultados da 7ª Etapa, realizada dia 26 de setembro,
no Rancho Abreu, em Volta Redonda/RJ:
Categoria A
1º Flávio de Oliveira
2º Marcos Alan
3º Paulo Saraiva
Categoria B
1º Maurício José Ferreira
2º Eduardo Nahime
3º Silas Herdy
12s10
12s25
18s19
Categoria C
1º Sílvio Verruma
2º Bruno Cortez
3º Valter Firmino
12s65
13s72
15s82
Categoria Mirim
1º Gabriel Parizi
2º Marcelo Monteiro
3º Pedro Camargo
88s68
120s
120s
Categoria Máster
1º Milton Monteiro
2º Silas Herdy
3º Jorge Rubez
16s20
16s80
51s40
8s62
8s89
8s93
Confira abaixo o Ranking atualizado com os primeiros
colocados em cada categoria da Copa Vale 2009:
Categoria A
1º Flávio de Oliveira
2º Marcos Alan
3º Paulo Saraiva
4º Daniel Carvalho
5º Nilton Braga
126 pontos
104 pontos
101 pontos
79 pontos
71 pontos
Categoria B
1º Zenilton Júnior
2º Eduardo Nahime
3º Bruno Renna
4º Francisco Mesquita
5º Maurício José Ferreira
150 pontos
149 pontos
130 pontos
92 pontos
55 pontos
Categoria C
1º Valter Firmino
2º Gustavo Diacov
3º Silvio Verruma
4º Gustavo Antoneli
5º Fábio Renna
111 pontos
93 pontos
85 pontos
70 pontos
69 pontos
Categoria Mirim
1º Gabriel Parizi
2º Marcelo Monteiro
3º Diogo Poliselli
136 pontos
123 pontos
73 pontos
Categoria Máster
1º Milton Monteiro
2º Francisco Pimentel
3º Silas Herdy
4º José Astor Baggio Júnior
5º Paulo Costa
186 pontos
158 pontos
133 pontos
94 pontos
91 pontos
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HORSES’S LIFE
de que as alterações venham proporcionar uma disputa mais acirrada. O Campeonato tem se firmado pela qualidade da organização,
sempre com muita transparência, dedicação e vontade de fazer o
melhor”, falou Herdy.
“Nós, amantes do Laço, preocupamo-nos com os animais, afinal,
sem eles nada seria possível. O cavalo e o bezerro são elementos
preponderantes na modalidade e merecem todo o nosso respeito.
Os competidores completam este tripé, conferindo a medida exata
de emoção que só o esporte equestre proporciona ao ser humano”,
finalizou Nahime.
Mais informações pelo telefone (12) 3652-4117.
HORSES’S LIFE
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Laço de Bezerro
Fotos Miguel Filho
O
Laçadas
Com 53 inscrições, o IV Potro do Futuro da Associação Nacional
de Laço de Bezerro, que pela primeira vez teve julgamento
de juiz norte-americano, mostra muita qualidade
O Potro do Futuro sempre é uma das mais importantes competições do universo equestre.
Para os associados da ANLB (Associação Nacional de Laço de Bezerro), o evento realizado
entre os dias 19 e 20 de setembro, no Rancho Quarto de Milha, em Presidente Prudente,
não foi diferente. Chegando à quarta edição, a prova vem se superando a cada ano, tanto
em número de inscrições, como em distribuição da premiação.
A grande novidade deste ano ficou por conta do julgamento do norte-americano Carl
Mac Cuiston, um dos mais respeitados juízes da modalidade no mundo. Perguntado sobre o nível dos
competidores brasileiros, ele falou que muitos estão em pé de igualdade com os melhores dos Estados
Unidos. Quanto aos animais, o juiz afirmou que a maioria se apresentou bem treinada. Mac Cuiston
também elogiou a qualidade da organização. “Pela quarta vez no Brasil, vi crescimento considerável
no Laço de Bezerro. É algo gradativo e sistemático. Destaco também a seleção do gado, que contribuiu diretamente para a beleza da prova”. A ANLB aproveitou a vinda do profissional para realizar
curso sobre julgamento técnico. A clínica contou com 19 participantes.
60
HORSES’S LIFE
Confira os resultados do IV Potro do Futuro e da Prova Técnica:
Potro do Futuro - Categoria Aberta
1º) Gunplayer (PG Billy Gray x Little Chestnut)
Lucinei Nunes Nogueira Júnior - Ovídio Vieira Ferreira
138,5 pontos
2º) Hancock Dun’it MDP (Pilgreen Dun It x Mary Baker MDP)
Marcos de B. Vendrameto - João Vitor Venâncio Paixão
137,5 pontos
2º) Play Lil Peppys JA (Makin a Play x Lil Peppys Nurse)
Eduardo de Oliveira Peres - Márcio Cabral Magano
137,5 pontos
Potro do Futuro - Categoria Amador
1º) Miss That Olena (That Dandy Doc x Lady Olhada Jay)
Kin Passos Yuda - Rogério Luis Fadel
141,5 pontos
2º) Apolo Líder BCQ (Executive Líder FV x Dun It Hickory)
Bruno Renna Quartucci - o mesmo
138 pontos
3º) Easy Way San (Lil San Rufas x La Bama Tuffy)
Francisco Mesquita - Henrique Duarte Prata
134 pontos
Prova Técnica - Categoria Aberta
1º) Doc Power (Briganlena x Power On KRB)
Francisco Carlos Turra Júnior - Mauro César Santos Sales
146,5 pontos
2º) Pilgreen Dun It (Country Dun It x Ambar Par Lena)
Eduardo de Oliveira Peres - Marcos Daniel Peres
145,5 pontos
3º) Peppy’s Verdad MA (Lil Verdad x LA Lena FM)
Flávio de Oliveira - Paulo Alexandre de Oliveira Brom
142 pontos
3º) Joy Sand FV (Mark In Sand TMR x Catch Stardoc HFP)
Ademir Daniel de Oliveira - Silas Cordeiro Herdy e Outros
142 pontos
3º) Rhino Doganlena 2F (Briganlena x Kee Of Gold)
Zenilton dos Santos - Rodrigo Guimarães Coimbra
142 pontos
precisas do amanhã
O presidente da ANLB, Astor Baggio Júnior, ficou muito feliz com a repercussão da prova. Ele nos informou que recebeu diversos telefonemas
de elogios à organização. “Foi uma competição de qualidade. Oferecemos
premiação 30% superior que a do ano passado, o que contribuiu diretamente para o aumento no número de inscrições”, disse. Além das 53
passadas no Potro do Futuro, os organizadores contabilizaram mais 74
na Prova Técnica. “Pelo trabalho que estamos desenvolvendo, esperávamos este retorno dos competidores. Temos que ressaltar a qualidade
excepcional do gado que colocamos em pista, gentilmente cedido pela
Fazenda Bartira. Isso foi muito bom e mostrou que estamos no caminho
certo. Agora, nosso objetivo é para que o próximo Potro do Futuro seja
ainda melhor”.
Terminadas as passadas de Potro do Futuro e da Prova Técnica, na sequência aconteceu a 6ª Etapa do Campeonato Nacional de Laço de Bezerro 2009. Faltando apenas dois eventos para o término (24 de outubro
- Rancho Canto Verde - Caçapava/SP, e 07 de novembro - Rancho VPJ
- Jaguariúna/SP), o Torneio segue embalado.
Prova Técnica - Categoria Amador
1º) Little Fantastic HDN (Fantastic Solano KRB x Starlet HDN)
Mateus Rodrigues Bovo - o mesmo
146,5 pontos
2º) Rhino Daganlena 2F (Briganlena x Kee of Gold)
Zenilton dos Santos Júnior - Rodrigo Guimarães Coimbra
141 pontos
3º) Nevada O’Lena TMR (Freckles Nevada x Lena Doc AJ)
José Francisco Figueiredo - Lincoln Junqueira Figueiredo
139,5 pontos
Prova Técnica - Máster
1º) Summy Pep Doc (Peppy Doc DP x Smart Peppy Doc DP)
Paulo Rogério Aguiar da Costa - o mesmo
114 pontos
2º) For a Gun (PG Billy Gray x Speedy Fast)
Paulo Rogério Aguiar da Costa - o mesmo
69 pontos
3º) Peppy Thor (Doc’s Art Peppy x Heroína)
Milton Lopes Monteiro – o mesmo
60,5 pontos
HORSES’S LIFE
61
Os vencedores do Potro do Futuro
Detentor de vários títulos em Laço em Dupla, Lucinei Nunes
Nogueira Júnior conquistou a primeira vitória de Potro do Futuro na modalidade Laço de Bezerro. Ele montou Gunplayer (PG
Billy Gray x Little Chestnut).
Juninho Testa, como é conhecido, ficou muito feliz com o título e
ofereceu a vitória à mãe, Eliziane Ribeiro Nogueira. “Ela é minha
grande incentivadora”. O rapaz nos contou que estava inseguro
em competir, sem pretensões de vencer a prova. “O cavalo que
eu ganhei do Seu Ovídio (Ovídio Vieira Ferreira, presidente da
Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha)
é muito bom. Mas eu não estava motivado a correr o Potro do
Futuro, pois achava que outros conjuntos estariam melhores preparados. Daí, minha mãe me incentivou e resolvi levá-lo à prova.
Este título é muito importante para mim, pois apesar de praticar
Laço em Dupla, também sou apaixonado pelo Bezerro. A vitória
mostra que estou treinando meus animais da maneira correta”.
Kin Yuda, Campeão da categoria Amador, é outro que estreou
com vitória na competição. “O título, com toda certeza, é um dos
mais importantes e almejados na carreira de qualquer laçador.
Fiquei muito feliz por tê-lo conquistado e por ter o privilégio de
apresentar um animal de grande potencial. Como se trata de uma
competição de alto nível, o fator nervosismo sempre conta. Acho
que aí prevaleceu minha calma. Consegui controlar a ansiedade e
fiz o melhor que pude”, disse o cavaleiro.
Segundo o competidor, a maior emoção que já sentiu na vida foi
quando deu o galope da vitória. “Foi uma sensação que não sei
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HORSES’S LIFE
descrever. Significa o resultado de anos de treinamento e dedicação, tanto do proprietário do animal, Rogério Luis Fadel, como
do treinador, Éder Soares Nogueira, pessoas que sempre acreditaram em meu trabalho. Gostaria de agradecer também aos meus
amigos Fernando e Fábio Bueno, que me acolheram em Leme,
onde estudo e moro atualmente, oferecendo-me toda infraestrutura para que eu pudesse conquistar este tão sonhado título”.
HORSES’S LIFE
63
Veja abaixo as classificações da 6ª Etapa do Campeonato Nacional de Laço de Bezerro 2009:
Col. Animal
Competidor
Cat. A
1º
2º
Solvang SMA (El Shady Zorrero x Dollys Ready Cash)
Handle Paint (Handle Doc x Sweet Doc Lady)
Paulo Saraiva
Flávio de Oliveira
Cat. B
1º
2º
Very Special Key TMR (Keys To The Moon x Special Kelly) João Otávio Pereira
Miss Get (Sorvete Target SMC x Encantada Lag)
Bruno Renna
11s29
11s46
Cat. C
1º
2º
Very Special Key TMR (Keys To The Moon x Special Kelly) João Otávio Pereira
Summy Pep Doc (Peppy Doc DP x Smart Peppy Doc DP)
Moacir Ferreira Neto
11s85
13s15
Cat. Máster
1º
2º
Mackane Cactus (Peppy’s Courier KRB x Baby Cactus)
SS Sigla SKR (Sucesso SKR x Sigla SKR)
15s80
16s13
Ranking 2009:
Categoria A
1º) Flávio de Oliveira - 125 pontos
2º) Luis Carlos Pereira - 82 pontos
3º) Ademir Daniel de Oliveira - 54 pontos
4º) Marcos Alan - 46 pontos
5º) Francisco Carlos Turra Júnior - 46 pontos
Categoria B
1º) Marco Aurélio Pereira Filho - 97 pontos
2º) João Otávio Pereira - 89 pontos
3º) Marcos Nicolielo - 86 pontos
4º) Bruno Renna - 71 pontos
5º) Zenilton Júnior - 69 pontos
Categoria C
1º) Moacir Ferreira Neto - 88 pontos
2º) João Otávio Pereira - 88 pontos
3º) Tiago Sanfelice - 78 pontos
4º) Fernando Pires - 47 pontos
5º) Francisco Pimentel - 44 pontos
Categoria Máster
1º) Silas Herdy - 128 pontos
2º) Milton Monteiro - 121 pontos
3º) José Astor Baggio Júnior - 93 pontos
4º) Francisco Pimentel - 81 pontos
5º) José Maria Ramos Amorim - 54 pontos
Categoria Mirim
1º) Diogo Poliselli - 98 pontos
2º) Gabriel Parizi - 71 pontos
3º) Lucas Bueno Peres - 25 pontos
4º) Cláudio Damasceno Júnior - 25 pontos
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HORSES’S LIFE
Média - 03 rounds
José Maria Ramos Amorim
Cláudio Damasceno
9s74
9s99
HORSES’S LIFE
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Laço em Dupla
Reta final
do Campeonato Paranaense
Fotos Miguel Filho
O importante Circuito de Laço em Dupla realiza mais uma Etapa
e a grande participação de cavaleiros de diversas partes do País
se faz prenúncio para o sucesso da última Etapa
E
Em sua segunda edição, o Campeonato Paranaense de Laço em Dupla (CPLD)
ficou conhecido por laçadores de todo o Brasil. Para os organizadores, cada
prova é uma surpresa, pois há o crescimento sistemático do número de participantes, oriundos de diversos Estados.
A primeira Etapa foi realizada no mês de março e a segunda, nos dias 15 e 16
de agosto, ambas no Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro, na cidade
de Maringá. Agora a expectativa é grande para a Final, que se realizará em novembro,
nos dias 28 e 29, também em Maringá.
A 2ª Etapa registrou mais de 820 inscrições, sem contar com a Prova dos Pioneiros, competição extra-Circuito. “Tivemos participação de competidores de São Paulo, Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e
Paraná. Isso é muito importante, pois mostra a amplitude que o Circuito tomou”, observou Ilson Romanelli, um dos organizadores.
O CPLD tem alguns diferenciais, como pontualidade, boa organização, respeito ao competidor e vasta premiação. E por causa desses fatores o Circuito conquistou a maioria
absoluta dos laçadores brasileiros em tão pouco tempo. “Sempre iniciamos a prova no
sábado, às 12 horas pontualmente, com abertura oficial e as competições de Somatória
11. Na sequência, a Prova dos Pioneiros e, finalizando o sábado, a Somatória 04. No
domingo, reiniciamos o evento pontualmente às 09 horas, com as Somatórias 06 e 08,
concluindo os trabalhos às 17 horas. Tudo muito sincronizado e ordenado, o que contribui para a visitação de famílias inteiras ao evento”.
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HORSES’S LIFE
A 2ª Etapa do CPLD teve os seguintes resultados:
Somatória 04 e 05 bois
1º) Danilo Nunes dos Santos e Edson Manoel da Costa Faísca (sem registro) e Ed (sem registro)
2º) Marco Aurélio e José Luis Teixeira Filho (Animal não informado) e Angel Storm Cat (Freckles Storm Cat x Pantera Negra MF)
3º) Anderson Barbosa e Danilo Peretti Miranda Doc Bolero Moon (Poco Taris Moon TMR x Serenata) e Miss Silver Hustler (Sweet Hustle x Boggie WP)
4º) Anderson Barbosa e Márcio Rizzi da Silva Doc Bolero Moon (Poco Taris Moon TMR x Serenata) e Sarita (sem registro)
5º) Róbison Carlos Bortoli e Rubens Gimenez Martinez Ransi (sem registro) e Titan (sem registro)
Somatória 06 e 08 bois
1º) Rodnei Cuiabá e Márcio Rizzi Zero Trouble Two EJF (Jet Trouble FF x Miss Zero Chick) e Sarita (sem registro)
2º) Anderson Barbosa e Célio Cuiabá Doc Bolero Moon (Poco Taris Moon TMR x Serenata) e Kenny Cody LJ (Chanceler Par BTS x Kemp LJ)
3º) Carlos Arthur e Murilo Nunes dos Santos Montanha Mac CAPC (Hóquei Jay RT x Bamba Trinta) e Safari’s Keys HDN (Keys By Mamie TMR x Little Smile HDN)
A Final do CPLD 2009 deverá ser forte,
com a presença dos melhores laçadores
do País. “Temos várias novidades para
lançar e uma delas é o novo Campeonato
que, além do aumento da premiação,
oferecerá a possibilidade de os conjuntos disputarem um carro 0 km na última
Etapa”, disse Romanelli. Assim, todos
os competidores terão que correr por
somatória de pontuação de cada Etapa.
“Mais uma novidade que lançaremos
para 2010 é o Potro do Futuro, em parceria com a Associação Nacional do Laço
de Bezerro (ANLB)”.
Criado em 2008, o Circuito foi realizado em quatro Etapas, com premiação
total de R$ 240 mil, tendo cerca de 450
inscrições por evento. Por aí já dá pra ver
o crescimento do Campeonato que, somente na última Etapa da 2ª edição, contou com praticamente o dobro da média
de passadas do ano anterior. A princípio,
o atual Circuito seria realizado apenas
em duas Etapas, mas devido à grande
participação dos laçadores, os organizadores acharam melhor realizá-lo em três,
oferecendo aos competidores quase
R$ 300 mil em prêmios.
4º) Sérgio Ricardo Pulzato e José Benedito Zanforlin Holly Pine WV (Whister Slydun Pine x Sonny Shadybars WP) e Lobo Stars FC (Five Stars x Atraente MC)
5º) Guilherme Rodrigues e Guilherme Aquino Sipanchevic Palco Deck CM (Deck Scotchman JA x Califa Mac RT) e Easy Cash Hustle HTI (Sweet Hustle x Look Easy JA)
Somatória 11 bois
1º) Rodrigo Teodoro e Marcelo Silva Whisky (sem registro) e Bingo Son (Badge Bingo x Feiticeira)
2º) Cléber Zanovelo e Lucinei Nunes Nogueira Júnior Oklahoma San (Easy Dancer HJS x Dona Bela 2 Irmãos) e Bonito Bee NF (Three Bee x Bonita NF)
3º) Rodrigo Teodoro e Daniel Alfaro Whisky (sem registro) e Shakira Whisky
4º) Rodnei Cuiabá e Daniel Alfaro Zero Trouble Two EFJ (Jet Trouble FF) e Shakira (sem registro)
5º) Rodrigo Teodoro e Danilo Pinheiro Whisky (sem registro) e Poente (sem registro)
Veja a classificação completa em www.cpldbrasil.com.br.
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Laço em Dupla
Fotos cedidas
Novas parcerias
em prol dos laçadores brasileiros
I
Em busca de novidades, diretores do Circuito Paranaense
de Laço em Dupla fecham acordo com entidade norte-americana,
visando profissionalizar o esporte no Brasil
Ilson Romanelli, Anderson Paes de Proença e Felipe Monteiro, diretores do CPLD, estão
buscando alternativas para fomentar a modalidade Laço em Dupla no Brasil. Promovendo
um Campeonato respeitado, que está em sua segunda edição, eles querem trazer ao País
novos parceiros e técnicas modernas com o intuito de profissionalizar o esporte.
Assim, eles entraram em contato com a United States Team Ropping Championships (USTRC), referência na organização de provas da modalidade. A associação norte-americana,
que atualmente possui mais de 35 mil competidores ativos - incluindo 1000 mulheres, é uma das
entidades de maior prestígio no mundo. “Em agosto, estivemos no Texas, conhecendo o sistema de
execução das provas. Ficamos contentes ao observarmos que muito do que acontece por lá, nós já
utilizamos aqui. Estamos no caminho certo com o CPLD, já que o nosso Regulamento é similar ao
deles”, falou Romanelli.
No entanto, o criador e um dos maiores entusiastas do Laço no Brasil, fez a seguinte observação:
“o que nos preocupa é que estamos muito longe deles quanto à conscientização dos competidores
e dos organizadores de provas em chegarem a um objetivo comum. A união e o bom senso deve
prevalecer”.
Um dos fatores que sempre causa discórdia no Laço em Dupla é o hand cap. “No CPLD isso já não
é mais problema. Acreditamos que com o tempo, o esporte vá se profissionalizar no Brasil. Por isso,
a união com a entidade norte-americana chega
para reforçar nossos propósitos. Quem sabe
num futuro próximo não poderemos ter cavalos
e cavaleiros brasileiros competindo de igual
para igual com os melhores do mundo nos Estados Unidos?”, indagou Romanelli, deixando
no ar uma pergunta que deverá ser respondida
em breve, nas arenas internacionais, quando os
produtos made in Brazil estarão despontando.
Todas estas novidades deverão ser apresentadas
na Final do CPLD 2009, em novembro, quando
será lançado o Campeonato do ano que vem.
“O pessoal do Laço em Dupla não perde por
esperar. Muita coisa legal irá acontecer”.
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HORSES’S LIFE
69
Laço em Dupla
1ª Prova
Foto cedida
Haras Raphaela /
Texas Western
Logo no início de 2010, 27 e 28 de fevereiro, a turma do
Laço em Dupla tem compromisso: um grande evento em
arena coberta, com premiação expressiva
D
Dias 27 e 28 de fevereiro de 2010. Pode se agendar. Em Porto Feliz/SP acontecerá a 1ª Prova de Laço em Dupla Haras Raphaela / Texas Western. Há
muito tempo, Luiz Vicente Chiaverini e o filho, Marcelo, estavam pensando
em voltar à realização de competições com qualidade e bons prêmios. Assim
surgiu a ideia do novo projeto.
Atualmente, o rancho dos Chiaverini está localizado em Itu/SP, região forte
no cavalo, mas que não tem provas expressivas de Laço em Dupla. “A ideia da competição surgiu quando o nosso amigo Dirley Rugolo, proprietário do Haras Raphaela,
mostrou-nos o projeto de sua arena coberta, a cerca de dois anos atrás. Depois o acompanhamos na realização de uma das maiores provas de Três Tambores no Brasil, então,
resolvemos criar o mega evento aos laçadores”, diz Marcelo.
O principal diferencial que os organizadores pretendem proporcionar aos competidores
é a qualidade na organização, principalmente quanto ao cumprimento dos horários previstos. Pelo fato de o local contar com a mais moderna arena coberta do País, os sócios
ressaltam que a competição já começa vitoriosa. “Laçar numa arena como a do Haras
Raphaela por si só já é uma satisfação. E disputar premiação superior a R$ 60 mil (incluindo carro e motos) é melhor ainda”, fala Marcelo.
A competição seguirá o handcap do CPLD (Circuito Paranaense de Laço em Dupla),
hoje referência no esporte. No dia 27 de fevereiro acontecerão as competições dos handcaps 05 e 11, a partir das 13 horas. No dia 28, a partir das 10 horas, correrão os competidores de handcap 08.
Cada competidor poderá fazer no máximo oito inscrições. A média será de três laçadas.
E não voltarão para o segundo boi os tempos acima de 14 segundos (handcap 05), 12
segundos (handcap 08) e 10 segundos (handcap 11). A penalidade de barreira será de
10 segundos e a de um pé de 05. As inscrições custam R$ 150,00 (handcaps 05 e 11) e
R$ 250,00 (08).
Mais informações: (11) 7872-1884 / [email protected].
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Ranch Sorting
Nova modalidade
conquista brasileiros
Despertando a curiosidade e o interesse de novos competidores
a cada evento, o Ranch Sorting é a prova de estilo western
que vem agradando a família quartista. Saiba mais
Fotos cedidas
“
A prova veio para ficar, pois é
necessário habilidade
e inteligência do
cavalo e do cavaleiro.
Como aliado à emoção,
o fator cronômetro a
torna emocionante
Júnior Ricci, competidor
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HORSES’S LIFE
P
Por ser uma prova já em desenvolvimento nos Estados Unidos, tendo total êxito nos eventos da AQHA (American Quarter Horse Association), a
Diretoria da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto
de Milha) resolveu implantar o Ranch Sorting no Brasil, criando mais uma
opção de competição aos quartistas.
A primeira prova-demonstração aconteceu durante o Potro do Futuro
de 2008, em dezembro último. Já no Congresso Brasileiro, em abril, e no
Campeonato Nacional, em junho, as provas oficiais tiveram validade. E o que se viu foi
o aumento de interessados. “Desde a primeira exibição, tivemos grande procura. Muitos
competidores buscaram informações na palestra que ministramos. Na oportunidade, os
Campeões foram o Alex Saleta e o Jardel Rodrigues, que receberam fivelas como lembrança”, diz Marcelo Xavier, diretor de Esportes da ABQM.
No Congresso Brasileiro, primeira prova oficial da modalidade no País, 29 inscritos participaram da competição. Dois meses depois, no Campeonato Nacional, 43 conjuntos
se inscreveram. Com crescimento de quase 70%, a expectativa é de que em dois anos
o Ranch Sorting já esteja consolidado, uma vez que existem fatores favoráveis a isto:
número de bois utilizados (menor do que o Team Penning, por exemplo); facilidade em
formar duplas (mais simples do que reunir trios); rapidez das passadas (agradando cavaleiros e espectadores), e pista sem grandes dimensões (é possível realizá-la numa arena
de 40 metros x 30 metros).
Apesar de ser diferente das demais modalidades, a maioria absoluta dos competidores
que a aderiu vem do Team Penning. Como a prova requer habilidade do cavalo em lidar
com o gado num espaço pequeno, Marcelo Xavier acredita que com o passar do tempo
o pessoal da Apartação e do Working Cow Horse também irá se interessar. “Para a
ABQM, as primeiras provas foram positivas, principalmente porque tivemos crescimento considerável de um evento para outro. Com a inclusão do Ranch Sorting no Potro do
Futuro e na Copa dos Campeões de 2009, acreditamos que no ano que vem ela deverá
se estabelecer”, afirma o diretor.
Os primeiros Campeões
Como já informado, a dupla Alex Saleta e
Jardel Rodrigues foi a Campeã da demonstração. Alex conta que já tinha em mente, há
tempos, lançar a modalidade no Brasil, só
que com outro nome, Team Cutting. Ele
chegou até a fazer uma exibição no Haras
Recanto Marina, em abril de 2008, ocasião em que o Ranch Sorting contou com
80 passadas. Assim que soube do interesse
da ABQM, acreditou no desenvolvimento
da prova. “Como competidor, estou sempre buscando o aperfeiçoamento em novas
competições. Era uma forma de inovar e
também aproveitar melhor os nossos animais da linhagem de Trabalho, específicos
para a lida com o gado. Eu acredito que
em determinadas modalidades, as provas
estão começando a virar caça ao tesouro.
O Team Penning, por exemplo, deixou de
ser a prova da família e hoje é uma busca
pelas altas premiações. Não podemos deixar
isso acontecer. Por isso que me interessei
pelo Ranch Sorting”, conta o cavaleiro.
Na primeira prova oficial, durante o Congresso Brasileiro, Alex Saleta também se
destacou e venceu a categoria Amador,
com Fabiano José Montenegro. Na Aberta, tanto no Congresso como no Nacional,
os vitoriosos foram Júnior Ricci e Luis Forli
Neto. “A prova veio para ficar, pois é necessário habilidade e inteligência do cavalo
e do cavaleiro. Como aliado à emoção, o
fator cronômetro a torna emocionante”,
diz Júnior Ricci, titular do Double D
Ranch, no Paraná. O Campeão diz que
iniciou uma pesquisa sobre a modalidade
via internet e logo se apaixonou. “Quando
a ABQM anunciou que iria fazer a apresentação, logo fizemos nossa inscrição.
Mas devido ao problema do Mormo, o
Potro do Futuro foi adiado para dezembro, inviabilizando nossa participação.
Daí, nós organizamos aqui no Paraná uma
prova junto com a Cavalgada Ecológica de
Paraíso do Norte. Foi um sucesso”.
Ricci, que já praticou Laço em Dupla,
Rédeas, Western Pleasure, Working Penning e Team Penning, atualmente também é competidor de Laço Comprido. “O
Ranch Sorting tem a combinação infalível
para emoção, pois une habilidade e cronô-
“
metro. Certamente será uma das provas
mais emocionantes da raça. O que não
podemos fazer é confundi-la com o Team
Penning, apesar de serem praticadas pelos
mesmos participantes e os bois serem numerados, elas são totalmente diferentes”,
explica.
Competindo nos Estados Unidos
Em 2007, Sandra Sanches, Pedro Cossulin, Toninho Tropeiro e Marco Araújo Júnior foram para os Estados Unidos,
onde tiveram o primeiro contato com a
modalidade. A princípio, o grupo foi para
Houston, no Texas, pois o treinador Gilson
Vendrame lhes apresentou o amigo e também treinador Roger Barral, profissional
que reside lá e que poderia auxiliá-los. “Já
bem envolvidos com as regras, decidimos
através de uma revista local procurar um
lugar onde pudéssemos treinar”, conta
Sandra. O grupo chegou ao criatório do
experiente Jim Sykes. “Ele ficou ressabiado. Por que uns brasileiros haviam viajado
tanto para saber sobre Ranch Sorting?”.
Após a primeira impressão, Jim e a es-
posa, Zee - proprietários do Bar’s Arena,
em Rose City, no Texas, acolheram os
brasileiros da melhor forma possível. “Nós
fomos filmando e fazendo mil perguntas e,
aos poucos, conseguimos aprender. O Jim,
um senhor de 80 anos, ficou impressionado com a nossa força de vontade e nos deu
todas as diretrizes para seguirmos firmes
no Ranch Sorting”.
Ao retornar a Houston, no primeiro dia
de competição, os brasileiros passaram por
uma avaliação para definir a categoria na
qual deveriam competir. Eles caíram na
classe “03”, espécie de semi-profissional.
“Daí, fizemos quatro duplas: Eu e Toninho;
Juninho e Pedro; Toninho e Pedro, e eu e
Juninho. Ficamos observando os outros
competidores e partimos para as nossas
apresentações. No final, em meio a 187
inscrições, eu e o Juninho nos classificamos
entre os 30. Depois, para nossa surpresa,
ficamos entre os 10 finalistas”, fala Sandra.
A prova é tão movimentada nos Estados
Unidos, que são utilizados 100 bois por
dia de competição. “Quando o gado entra para competir é trocado a cada 10
passadas. Nunca se repetem os mesmos
animais”, diz Sandra. “No dia seguinte,
novos bovinos xucros são colocados, o que
gera mais emoção”. O Ranch Sorting requer destreza dos cavaleiros e agilidade
dos cavalos. “Não se trata de uma prova
de sorte. O conjunto precisa ter tranquilidade e técnica. Ficamos felizes quando a
ABQM e a AQHA resolveram introduzila no País. É uma modalidade que mexe
com os nervos até dos mais calmos. Nós já
aderimos e iremos fomentá-la”.
No Campeonato Nacional, o Rancho SS
& Amigos conquistou o 3º lugar na Aberta, com a dupla Sandra Sanches e Celso
Valetti. Pela Amador, Sandra e Toninho
foram os Campeões. “Espero que a modalidade se espalhe rapidamente pelo Brasil.
Tenho certeza que ela vai se tornar uma
paixão dos amantes do cavalo”, finaliza a
competidora.
Como competidor,
estou sempre buscando o aperfeiçoamento
em novas competições.
O Ranch Sorting é mais
uma forma de aproveitarmos nossos animais
da linhagem deTrabalho,
específicos para a
lida com o gado
Alex Saleta, cavaleiro
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Ranch Sorting
Foto cedida
O
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HORSES’S LIFE
Conhecendo a prova
O Ranch Sorting é uma prova de velocidade, que consiste em dois cavaleiros transferirem dez cabeças de
gado de um curral para outro, numa
sequência determinada. A equipe
que fizer o serviço na ordem correta
e no tempo mais rápido é a vencedora.
Em um dos currais há 12 cabeças, sendo dez
numerados de 0 a 9. Duas reses ficam sem
numeração, justamente para “atrapalhar” os
competidores. No outro curral, os dois cavaleiros esperam a autorização para iniciar os
trabalhos, que só começam após o anúncio do
sorteio dos números.
A prova é realizada entre dois currais de tamanho igual. Para trabalhar com o gado, a dupla pode tocá-lo em sentido único ou duplo. Se
os animais estiverem prontos para serem trabalhados nos dois sentidos, os competidores
precisam colocá-los no curral do lado oposto
antes que cada novo rebanho entre em pista. A
área recomendada é de 15 metros a 18 metros
de diâmetro, com cantos arredondados (sem
formar ângulos de 90 graus). Por exemplo: curral de 18 metros de circunferência ou em formato octogonal. A linha de largada/falta deve
ter abertura de 3,7 metros (mínima) e 4,9 metros
(máxima) entre os currais.
Haverá também um cronômetro de 90 segundos, 75 segundos ou 60 segundos, a critério do
realizador da competição. Todos os eventos de
Ranch Sorting deverão utilizar um painel eletrônico de tempo. A cronometragem segue até
que todo o gado seja transferido ou até que o
tempo limite seja atingido.
Haverá no mínimo um juiz, que se posicio-
nará no mesmo nível da linha de falta/tempo.
Todo gado será reunido juntamente ao lado
do portão, dentro da área designada, antes da
contagem de tempo se iniciar. Ao final de cada
prova, o juiz irá opinar sobre a necessidade de
agrupar o gado ou não.
O juiz irá levantar a bandeira para assinalar
quando a pista estiver pronta. A bandeira será
baixada quando o focinho do primeiro cavalo
cruzar a linha de largada/falta e o locutor anunciar o número sorteado.
Qualquer atraso em cruzar a linha de falta/
tempo poderá resultar em SAT (Sem Aproveitamento Técnico), desclassificando a equipe. Todas as reses deverão ter números sobre o dorso (marcações no pescoço não serão aceitas),
exceto os bois “extras”. O gado é transferido
em ordem crescente. Se qualquer parte de um
boi numerado cruzar a linha de largada/falta, a
equipe será desclassificada.
A ordem de escolha é determinada aleatoriamente pelo locutor. Assim, o boi correspondente ao número anunciado será o primeiro
a ser passado para o outro curral. Os demais
seguirão a ordem crescente.
Se um boi numerado pular a cerca e também
deixar a pista ou for para o curral do lado oposto,
mas não ultrapassar o portão, irá resultar num
novo percurso para a equipe no final da utilização
daquele rebanho. Isso não implicará acréscimo
de tempo. Se um rebanho for numerado incorretamente ou tenha muitos bois não numerados,
a equipe poderá ter nova passada.
Para tirar dúvidas e obter mais informações
acesse: www.abqm.com.br.
HORSES’S LIFE
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Rédeas
Potro do Futuro e
Campeonato Nacional
F
Totalizando 168 inscrições nas duas competições,
associação que fomenta a modalidade Rédeas no País
promove evento de gala com premiação de R$ 117 mil
Fotos Adílson Silva
“Foi um evento grandioso”, assim o presidente da ANCR (Associação Nacional do Cavalo de Rédeas),
Peter Christians, definiu as duas principais competições da entidade em 2009: Potro do Futuro e
Campeonato Nacional, realizadas entre os dias 05 e 09 de agosto, na Fazenda Barrinha, em Espírito
Santo do Pinhal/SP.
Atendendo às expectativas da entidade, a competição contou com bom público, principalmente nas
noites de sexta e sábado. Como fato inédito, o presidente aproveitou a grande concentração de amantes da prova de Rédeas para anunciar a premiação das duas competições em 2010: R$ 150 mil. “O pessoal está
bem motivado e por isso já anunciamos os prêmios do ano que vem. Isso despertará maior interesse pela modalidade, pois os treinadores já irão trabalhar sabendo o valor do prêmio pelo qual concorrerão”, disse Peter. “Nosso
objetivo é aumentar tal valor ano a ano, pois o que oferecemos em 2009 já foi mais que o dobro do oferecido em
2008”.
Dos 10 núcleos que compõem a ANCR atualmente, o evento contou com a participação de oito. Só não teve a
presença de todos porque a regional de Brasília é muito nova e a de Goiás passou por alguns problemas. Apesar
da grande distância, cerca de 2800 quilômetros, os filiados da Associação Rondoniense de Criadores de Cavalos
de Rédeas foram em peso ao evento (vide box). A comitiva somou 20 pessoas. “E o que nos chamou a atenção foi
que eles estão fazendo um trabalho em conjunto com o pessoal do Acre, podendo abrir mais um núcleo naquele
Estado”, ressaltou Peter.
Pela primeira vez julgando provas no Brasil, o norte-americano Terry Thomson ficou surpreso com a qualidade
das apresentações dos cavalos e dos cavaleiros brasileiros. “Gostei da estrutura da Fazenda Barrinha e do clima
familiar no qual a prova transcorreu. O nível técnico dos competidores me surpreendeu positivamente”, disse o
profissional, que teve auxílio no julgamento dos juízes brasileiros Leonardo Feitosa e Luiz Paulo Ramos.
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HORSES’S LIFE
Potro do Futuro
Somente na categoria Aberta, o Potro do Futuro recebeu 68 inscrições. Destes, 28 se classificaram para a Final, proporcionando uma prova
de qualidade. O treinador Eduardo Salgado,
montando Legat Question (Mr. Question Cody
x B Sorrel Lady Doc), animal de propriedade
de Fernando Botteon, foi o Campeão na categoria Aberta. O jovem cavaleiro entrou para a
história da modalidade ao vencer dois títulos
consecutivos.
Ganhador de três provas de Potro do Futuro,
Eduardo Salgado ficou muito feliz por ser o
primeiro treinador a conquistar o Bi-campeonato.
“Apenas três treinadores conseguiram ganhar
3x o Potro do Futuro - eu, o meu tio Jango Salgado e o Xande Ramos. Ser o primeiro a vencer
dois anos consecutivos me deixou ainda mais feliz”, disse Eduardo, competidor da modalidade
há nove anos. Sobre Legat Question, o cavaleiro
falou que se trata de um cavalo especial. “Monto-o há dois anos. Trouxe três animais para a
competição e meu irmão, Fernando, que trabalha
comigo, mais dois. Conseguimos classificar todos para a Final. Eu tinha muita esperança no
Legat, pois ele sempre foi honesto. Durante os
treinos que antecederam a última passada, ele
desempenhou seu papel de maneira uniforme.
Isso me deixou seguro a buscar o título”.
Pela Aberta Light, vitória de Malícia do 38
(Joio do Infinito x Fábula do Inhanduva) com
Brandt Veppo - 215,5 pontos. O animal pertence a Paulo Carlos Vieira de Assis, de Belo
Horizonte/MG.
E quem deu show na Amador e na Amador
Light foi a amazona Juliana Osório. Ela montou
Keys To Whiz (Gizmo Whiz x Miss Fajita Moon
TMR), produto de Edson Baptista Osório, de
Palmares do Sul/RS, somando 205,5 pontos.
Confira os resultados do Potro do Futuro da ANCR 2009:
Categoria Aberta
1º) Legat Question (Mr. Question Cody x B Sorrel Lady Doc)
Eduardo Salgado - Fernando C. Botteon
220,5
2º) Expert Roosters VSJ (Roosters Tru Luck x Lady Doc GDF)
João Felipe Lacerda - Fernando C. Botteon
218,5
3º) Doc Del Cielo (Roosters Tru Luck x Poesy HDN)
Paulo Koury Neto – o mesmo
216,5
Categoria Aberta Light
1º) Malícia do 38 (Joio do Infinito x Fábula do Inhanduva)
Brandt Veppo - Paulo Carlos Vieira de Assis
215,5
2º) John Wayne Dunits (Dunits Kickin Ace x CD Genuine Cee)
Demétrius J. Kotrozinis – o mesmo
214
3º) Bang Bang Doc RT (Igapo Doc RT x Quebranozes Jay RT)
Evandro de Oliveira - Alexandre Martendhal
209
Categoria Amador
1º) Keys To Whiz (Gizmo Whiz x Miss Fajita Moon TMR)
Juliana Azevedo Osório - Edson Baptista Osório
205,5
2º) Wininng Bingo (Doc Streak Winnin x Bingo Bee Doc)
Orlando Rufo Gonzalez – o mesmo
205
2º) Almanic (Chicnic x Join Peppy Lee)
Marcos Guimarães - Pedro Paulo P. de C. Guimarães
205
Categoria Amador Light
1º) Keys To Whiz (Gizmo Whiz x Miss Fajita Moon TMR)
Juliana Azevedo Osório - Edson Baptista Osório
205,5
2º) Almanic (Chicnic x Join Peppy Lee)
Marcos Guimarães - Pedro Paulo P. de C. Guimarães
205
3º) Aspen Mega (Mega Jac Peppy x Caroline’s Melody)
Karoline Kazue Rodrigues – a mesma
204
HORSES’S LIFE
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Campeonato Nacional
O conjunto Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly) e Eduardo Christians foi
o Campeão Nacional de Rédeas 2009 nas categorias Aberta e Aberta Light. Com 217,5 pontos, o
animal de propriedade de Marcos Berti Cavalcanti conquistou o almejado título para Rondônia.
No lugar mais alto do pódio da Amador e da
Amador Light ficou a gaúcha Joana Azevedo, que
marcou 208,5 pontos com Colonel Whiz (Gizmo
Whiz x San Sugs Man), animal que pertence a
Paulo César Azevedo, de Porto Alegre/RS.
Pela Principiante Aberta, vitória do “pequeno
grande herói”. O cavalo da raça Crioula, Andino do Capão Redondo (Buenacho 04 do HV
x Diva do Itapororó), já favorito ao título, fez
mais uma bela exibição com o jovem treinador Marcos Antônio da Silva Júnior, o Guigo.
Com 207 pontos, a dupla animou ainda mais o
criador José Antônio Cardinalli Filho, que está
investindo pesado em estrutura e em tropa específica para Rédeas, em Souzas/SP.
Para encerrar, o Campeão Nacional da Principiante Amador foi Bolero Gravatá (San Baldomero Puestero x Navalha Gravatá), que muito
bem conduzido pelo seu proprietário, Evandro
Levendosk, de Pirassununga/SP, somou 210
pontos.
Master Series
Durante o evento, a ANCR aproveitou para realizar a Classificatória para o Master Series, prova que acontecerá nos Estados Unidos junto ao
Futurity da NRHA (National Reining Horse Association), em dezembro. Quatro participantes
disputaram a competição, que foi vencida por
Ricardo Heymann, que montou Baikal Pep
GMS (Play Peppy GR x Versatil Days Pring),
animal do mineiro Abelardo Ferreira Mendes.
A ANCR está se preparando junto a Federação
Equestre Internacional (FEI) para a formação
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HORSES’S LIFE
Confira os resultados do Campeonato Nacional 2009:
Categoria Aberta
1º) Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly)
Eduardo Christians - Marcos Berti Cavalcanti
2º) Água Marinha do Castelo
Gilson Vendrame – o mesmo
3º) Gotta Lil Brass
Gilson Vieira Diniz - Odilon Diniz Neto
Categoria Aberta Light
1º) Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly)
Eduardo Christians - Marcos Berti Cavalcanti
2º) Greaty Cody Playboy
Demétrius Kotrozinis – o mesmo
3º) Viajante da Forquilha
Denis Rafael Ferreira Santos – o mesmo
Categoria Amador
1º) Colonel Whiz (Gizmo Whiz x San Sugs Man)
Joana Azevedo - Paulo César Azevedo
2º) Vulcanic
Jéfferson Abbud – o mesmo
2º) Okie Harlenie Lynx
Marcos Guimarães – o mesmo
Categoria Amador Light
1º) Colonel Whiz (Gizmo Whiz x San Sugs Man)
Joana Azevedo - Paulo César Azevedo
2º) Okie Harlenie Lynx
Marcos Guimarães – o mesmo
3º) Barbdoc Shop HJR
João Renato Pereira Lara – o mesmo
217,5
215
214
217,5
212
208
208,5
207
207
208,5
207
202
Categoria Principiante Aberta
1º) Andino do Capão Redondo (Buenacho 04 do HV x Diva do Itapororó)
Marcos Antônio da Silva Júnior - José Antônio Cardinalli
207
2º) Toropi da Quinta João Francisco Pereira Silva - Marcelo Domingues
205
3º) Cleópatra do Castelo Caroline Santos – a mesma
203,5
Categoria Principiante Amador
1º) Bolero Gravatá (San Baldomero Puestero x Navalha Gravatá) Evandro Levendosk – o mesmo
210
2º) Sugar Pep Dun OMF
Giovanna Diniz - Gilson Diniz
208,5
3º) Hollywood Poco Poço
Rafael Rocha Leão - Sílvio Barbosa
205
do time que representará o Brasil nos Jogos
Equestres Mundiais, em 2010. Outra meta da
associação é viabilizar, também com auxílio
da entidade internacional, um curso de formação de juízes, em novembro próximo. “Neste
Campeonato Nacional, já contamos com a presença de criadores do Uruguai e da Argentina,
que vieram conhecer o nosso trabalho para
maior integração entre os países da América do
Sul. Isto é a verdadeira internacionalização do
esporte”, finalizou Peter.
Confira os resultados do Master Series 2009:
Master Series
1º) Baikal Pep GMS (Play Peppy GR x Versátil Days Pring)
Ricardo Heymann - Abelardo Ferreira Mendes
2º) Blue Black do Strass
Gilson Diniz Filho - Jaime Monjardim
2º) Cutter Tari
Paulo Koury Neto - Fernando Botteon
4º) Índio Véio do Infinito
Ronaldo Kreush - Ronaldo Kreush - Cabanha Mapuche
Rondônia chega para ficar
Vice-presidente da Associação Rondoniense de Criadores de Cavalos de Rédeas (ARCR), Marcos Berti,
falou sobre a boa prova feita por Du Christians e
Hollywood Moonlight, animal que o pertence: “eles
formam uma dupla vencedora. Estão juntos há
mais de um ano. Eu havia levado o Hollywood para
correr umas provas em Rondônia e só o trouxe de
volta dois meses antes da prova. Ele correspondeu
bem ao treinamento e fez uma bela passada. Foi
muito bom ver a bandeira de Rondônia desfilando
pela pista”.
Rondônia conta com poucos criadores, mas está
numa crescente, principalmente após a fundação
da ARCR, há seis anos. Para o presidente da entidade, Alexandre Marthendal, os rondonienses estão se especializando em Rédeas. “Já promovemos
seis Campeonatos Regionais, cuja média de participação foi de 50 conjuntos por Etapa. A ideia é que
tal número aumente. Para tanto, iremos promover
217
216,5
216,5
206
um de nossos eventos no Acre, contando com a participação dos cavaleiros de lá”, ressaltou.
Como a comitiva rondoniense veio de avião, o percurso foi feito em algumas horas. Já os animais
demoraram quatro dias para chegar, percorrendo
2800 quilômetros. Nada anormal, uma vez que este
pessoal costuma viajar cerca de 500 quilômetros
entre uma Etapa à outra. “Lá as distâncias são superlativas. Por isso só participa realmente quem
gosta. Como todos nós somos ligados à vida rural,
praticar Rédeas foi a maneira que encontramos de
conviver num esporte equestre sadio, em ambiente
familiar e na companhia dos amigos”, disse o presidente.
Peter Christians informou que tanto o pessoal de
Rondônia como o de Santa Catarina chegou uma
semana antes do evento para visitar alguns Centros de Treinamento em São Paulo. “Isso é muito
bom para o esporte. A troca de experiências é importante, quebrando a ideia de rivalidade e despertando o espírito de união entre todos”.
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HORSES’S LIFE
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Rédeas
V Potro do Futuro
crioulista
Confira os resultados da competição:
Categoria Aberta
1º Vichadero da Quinta
(BT Faceiro do Junco x Ykaraí da Quinta)
Roberto Jou – Bráulio Ractz
Estância da Quinta - Porto Alegre/RS
72,5 pontos
2º Balaqueiro do Nonoai
(SBT Custódio x Etiqueta Tambaé)
César Augusto Freire – Fábio Vaccaro
Fazenda Santa Luzia - Nonoai/RS
72 pontos
2º Carinhosa da Linha Sete
(Harmonia Muchacho x Janna das Três Estâncias)
Gabriel Diano – Peter Wimmer
Cabanha Linha Sete - Santa Cruz do Sul/RS
72 pontos
Categoria Amador
1º Pergaminho Marca dos Santos
(Pergaminho AA x Milongueira da Somel)
Jonatan dos Santos – Cabanha Marca dos Santos
Viamão/RS
70,5 pontos
2º Veridiana de São Pedro
(Pampa de São Pedro x Rola de São Pedro)
Joana Azevedo – Estância São Pedro
Uruguaiana/RS
69,5 pontos
82
HORSES’S LIFE
Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo
realiza prova de Rédeas exclusiva para jovens animais
na Nossa Querência, em Porto Alegre
E
Entre os dias 02 e 04 de
outubro, a capital gaúcha
sediou o V Potro do Futuro
de Rédeas da ABCCC (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo). O
evento aconteceu na Nossa
Querência.
Nelson Rodrigues, treinador e membro
do quadro de juízes da ANCR (Associação Nacional do Cavalo de Rédeas), foi
o responsável pelo julgamento da prova.
Ele aprovou o desempenho dos competidores e disse que aposta no futuro
dos animais que se mostraram em pista.
Quinze conjuntos competiram na categoria Aberta. E o vencedor foi Roberto
Jou com Vichadero da Quinta (BT
Faceiro do Junco x Ykaraí da Quinta), animal de Bráulio Ractz, da Estância da Quinta, de Porto Alegre/RS. A
dupla fez 72,5 pontos. Na Amador, em
meio a oito concorrentes, destaque para
Jonatan dos Santos, que fez 70,5 pontos com Pergaminho Marca dos Santos (Pergaminho AA x Milongueira da
Somel), potro que pertence a Cabanha
Marca dos Santos, de Viamão/RS.
Como novidade, aconteceu o I Desafio de
Ouro, entre ginetes tradicionais da prova
mais famosa do cavalo Crioulo, o Freio
de Ouro, experimentando a técnica da
modalidade Rédeas. A festa contou com
a presença do presidente da ABCCC,
Roberto Davis, e do coordenador da
Comissão de Rédeas da entidade, Eduardo Matas.
I Desafio de Ouro
A competição realizada logo após o
Potro do Futuro da categoria Amador
agradou ao público. Participaram seis
ginetes com tradição no Freio de Ouro.
Eles contaram com auxílio de treinadores de Rédeas. Eduardo Matas foi o
treinador de Guto Freire, que ao marcar 72,5 pontos venceu a competição
montando Balaqueiro do Nonoai (SBT
Custódio x Etiqueta Tambaé). Em segundo lugar, com 70 pontos, ficou Carlos Quadros com Turbulento da Quinta
(animal cujo pré-registro ainda está em
andamento na associação). Ele foi orientado por Roberto Jou. Também cumpriram o percurso de Rédeas os ginetes Nei
Eduardo Lima, Flávio de Borba Pereira,
Marcelo Quadros e Leandro Amaral.
Campeão do Freio de Ouro deste ano,
Nei Eduardo montou Pajador da Quinta (Debochado do Quartel Mestre x BT
Faceira do Junco). Ele aprovou a nova
experiência. “Sempre tive curiosidade
em conhecer mais sobre a prova de
Rédeas. O cavalo bem treinado é sensível
aos comandos do ginete, por isso tive
que deixar a mão o mais leve possível”.
O treinador Roberto Jou disse que não
viu dificuldades na absorção da prova
por parte dos ginetes envolvidos com o
Freio de Ouro. “Encontrei elementos
que podem servir de aprendizado, tanto
para nós de Rédeas, como para quem
prepara cavalos para o Freio. A prova
aconteceu em clima saudável, de franca
camaradagem”.
Rédeas
II Oásis Horse Show
D
O jovem treinador Eduardo Christians vence prova válida
pelo Núcleo Anhanguera de Rédeas em grande evento
na região de Jaguariúna, no interior de São Paulo
De 18 a 20 de setembro, o II Oásis Horse Show movimentou a região de Jaguariúna, no interior paulista.
A modalidade Rédeas contou com passadas válidas para a I Etapa do Núcleo Anhanguera. O destaque
das categorias Aberta e Aberta Light foi o cavaleiro Eduardo Christians, que venceu ambas as classes com
Holywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly), marcando 72,5 pontos.
O casal de criadores de cavalos da raça Quarto de Milha, Carlos e Tânia Gaspar, promotores do evento,
ficaram satisfeitos com tamanha receptividade por parte dos competidores. “Realizamos a primeira prova
em 2008 e a competição deste ano só veio a confirmar a qualidade de nossa organização, firmando o Oásis Horse
Show como um dos principais eventos hípicos do ano. O que comprovou isto foi o alto nível competitivo em pista”,
disse a anfitriã. “Trabalhamos bastante para melhor atender, tanto ao público como aos cavaleiros”.
Para saber mais informações acesse www.ranchoaoasis.com.
Confira os Campeões das provas:
Oásis Horse Show
I Etapa Núcleo Anhanguera
Categoria Aberta
Eduardo Christians
nota 72,5
Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly)
Categoria Aberta
Eduardo Christians
nota 72,5
Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly)
Categoria Aberta Light
Eduardo Christians
nota 72,5
Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly)
Categoria Aberta Light
Eduardo Christians
nota 72,5
Hollywood Moonlight (No Question x Moonlight Filly)
Categoria Amador
Fernanda Luz Casalechi
nota 69
Favorito de Cerro Agudo (BT Nobre x Espora do Cerro Agudo)
Categoria Amador
Fernando Cervelati Botteon
Bland Dun It (Country Dun It x Mel Texas Bill)
Categoria Amador Light
Evandro Levendoski
nota 69,5
Bolero Gravatá (San Baldomero Puestero x Navalha Gravatá)
Categoria Amador Light
Evandro Levendoski
nota 69,5
Bolero Gravatá (San Baldomero Puestero x Navalha Gravatá)
Categoria Principiante Aberta
Bruna Moliani Gaspar
nota 70
Topsail Dunit DAR (Country Dun It x Taffy Whiz It)
Categoria Principiante Aberta
Bruna Moliani Gaspar
nota 70
Topsail Dunit DAR (Country Dun It x Taffy Whiz It)
Categoria Principiante Amador
Caroline Santos
nota 68,5
Cleópatra do Castelo (Édipo-Rei do Infinito x Taleira 456 do Barulho)
Categoria Principiante Amador
Bruna Moliani Gaspar
nota 68,5
Topsail Dunit DAR (Country Dun It x Taffy Whiz It)
nota 71
Prova do Batom
Bruna Moliani Gaspar
nota 68,5
Topsail Dunit DAR (Country Dun It x Taffy Whiz It)
Inéditos
Daniela Gomes
nota 64,5
Apolo do Castelo (Bronze Tupambaé x Favorita do Infinito)
HORSES’S LIFE
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Team Penning
A tradição do
Barretão
Com 825 inscrições em dois finais de semana de competição,
a 54ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos
recebe várias famílias na disputa do Team Penning
C
Foto André Monteiro
Conquistar o título de Campeão do Barretos International Rodeo é o sonho da maioria absoluta
dos competidores que participam da maior e mais tradicional Festa do Peão de Boiadeiro do País.
No Team Penning não é diferente. Centenas de trios tiveram dois finais de semana para se classificar para a Final, que aconteceu em 30 de agosto.
O diferencial da modalidade é a maciça participação de trios formados por familiares. São pais,
filhos, irmãos, primos, marido e mulher. Competidor há 14 anos, o barretense Marcos Muzetti
levou o filho Bruno para o Team Penning em 2004. “Eu o incentivei a iniciar no esporte para passarmos mais
tempo juntos. A disciplina e a dedicação que a prática esportiva exige foram benéficas no combate ao comportamento rebelde que ele tinha, característica natural da adolescência. O Bruno mudou completamente. Hoje
ele é um homem de 17 anos de idade. E isto não há dinheiro que pague”.
Os irmãos Montenegro, da cidade de Sertãozinho/SP, formam outro trio em família. Rogério, Júlio e Fabiano
competem há seis anos. Quem se interessou primeiro pela modalidade foi Rogério, que após adquirir um
cavalo levou os irmãos e o primo Alex para competir.
Como forma de lazer, o Team Penning se tornou o esporte preferido dos irmãos. “Estamos investindo. Montamos uma pista com iluminação e compramos novos bezerros. O gostoso é que treinamos juntos e, claro, em
família há muito mais liberdade até para discutirmos quando falhamos nas competições”, diz Rogério, atual
ganhador do Congresso Brasileiro do Quarto de Milha, na categoria Aberta.
84
HORSES’S LIFE
Educando os filhos
Integrante do trio que ficou na 5ª colocação no Barretos International Rodeo,
o mineiro Iris de Lima é outro competidor que fez questão de levar as filhas
para a prova. A equipe de Iturama/MG,
da qual faz parte com as jovens Iuly (18)
e Danny (15), já ganhou oito carros e
mais de 20 motos. Somente no ano passado, somando a premiação ganha, o
time conquistou mais de R$ 400 mil em
prêmios. Iris afirma que o bem maior
do esporte não é o dinheiro – “sempre
muito bem vindo, claro”, mas a união
familiar. “Quando eu era solteiro, dedicava-me ao Laço de Bezerro. Após me
casar, enveredei para o Laço em Dupla.
Quando as meninas nasceram, comecei
a incentivá-las nas provas de Tambor e,
hoje, praticamos Team Penning. O meio
do cavalo me ajudou a educar minhas
filhas”, diz o cavaleiro.
Outro conhecido competidor do Team
Penning, Sebastião Elias Gomes, o famosos Lié, afirma que só não se aposentou das competições por causa das filhas
Pamela e Paola, que desde os cinco anos
de idade participam das provas. “O esporte nos proporciona ótimo relacionamento familiar. Como as acompanho
em todos os eventos, temos uma ligação
muito forte”, diz o vaqueiro, que participa de mais de 30 Campeonatos por ano.
Além do bom ambiente que o Team
Penning propicia aos atletas, Lié conta
que o próprio treinamento é uma forma
de educar as filhas. “Elas sabem que três
vezes por semana têm a responsabilidade
de treinar e que aos finais de semana iremos juntos às competições”. Pamela faz
questão de falar sobre os benefícios da
modalidade: “não me imagino sem competir. É muito bom estar sempre com
minha irmã e meu pai nas provas”.
Também no Barretão, nossa equipe de
reportagem entrevistou o trio formado
por João Francisco Pereira e os filhos
Jean Carlos e Thiago. Eles estrearam
na modalidade em 2005 e, no primeiro
ano, já se sagraram Campeões da maior
Festa do Peão do País. A partir de então,
eles não pararam mais. Trabalhando e
competindo juntos, os homens da família Pereira estão investindo em animais
de qualidade. “Nós adquirimos alguns
potros e este ano vamos estrear no Potro
do Futuro da raça Quarto de Milha,
nas categorias Aberta e Amador”, diz
Thiago, que hoje é o responsável pelo
treinamento dos animais.
Trio Campeão
Trio 2º Lugar
Trio 3º Lugar
Os Campeões de Barretos
Os competidores Antônio César Gumieiro, Joselânio Araújo de Souza e Afrísio
Figueiredo, da cidade de Batatais/SP, foram os Campeões do Team Penning da 54ª
Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Eles concluíram a última passada em 21s694,
tempo que lhes garantiu o prêmio de R$ 15 mil.
O trio compete junto há um ano e já venceu provas nas cidades de Cajuru/SP e Patrocínio/MG. Joselânio afirma que entrou na Final sentindo que seria vencedor. “Eu
acreditei na vitória logo que entrei em pista. Tinha certeza de que nós seríamos os
Campeões, pois estávamos bem e tudo estava dando certo. Foi uma conquista importante, que representa muito para nós, afinal, todo mundo quer vencer no Barretão”.
Sandra Regina Sanches, Antônio Gumieiro e David Roberto da Silva terminaram a competição em segundo lugar, com 24s172, ganhando R$ 9 mil. O trio
que ficou em terceiro lugar foi composto por Mauro Henrique Bertolino, Fabiano
José Montenegro e Alex Danilo Rodrigues, que fecharam o último boi em 27s516,
recebendo R$ 6 mil como premiação.
Mais informações: www.independentes.com.br.
HORSES’S LIFE
85
Team Penning
A maior prova
do Brasil
Competição de Team Penning, realizada entre os dias 16 e
20 de setembro, na cidade mineira de Patrocínio, distribui R$
170 mil em prêmios e contabiliza 1,2 mil inscrições
Fotos Gaúcho
P
Pelo segundo ano consecutivo, a mineira Patrocínio sediou a maior prova de Team Penning do Brasil. Em 2009, a premiação foi de R$ 170 mil, incluindo uma caminhonete cabine simples, 20 motos
e mais 10 mil reais em espécie. Os amigos Saulo Lúcio de Oliveira e Guilherme Queiroz foram os
idealizadores da competição, que aconteceu em cinco dias, de 16 a 20 de setembro.
O principal objetivo da prova é prestigiar os proprietários dos animais, os maiores investidores na
modalidade. Para tanto, a premiação maior foi destinada à categoria Amador. Do ano passado para
cá, o crescimento no número de inscrições foi de 23%, saltando de 967 para 1219. Desta forma, as expectativas
para a terceira edição, em 2010, são maiores: a meta será atingir mais de 1,4 mil passadas.
Os organizadores da competição equestre escolheram Patrocínio para sediar o evento, pois seus criatórios estão
estabelecidos na região da cidade mineira. “Por ser o Team Penning a prova da família, reunindo grande número
86
HORSES’S LIFE
de participantes,
queríamos fomentá-la aqui
em Minas Gerais. E, com muito trabalho e dedicação, conseguimos”, disse Saulo
Oliveira, praticante da modalidade há cerca de quatro
anos.
Para chamar a atenção dos competidores e também justificar o
nome do evento - “a maior prova do Brasil”, os organizadores incrementaram a premiação em relação ao ano passado. “Em 2008,
muita gente duvidou que iríamos honrar a premiação anunciada.
Mas depois da primeira edição, que deu tudo certo, recebemos
elogios e passamos a ter credibilidade. Nosso objetivo não é ter
lucro, mas fazer com que cada vez mais novos interessados procurem o Team Penning”.
Ainda sem data definida, a prova de 2010 acontecerá novamente em
setembro. “Queremos tornar uma tradição. Setembro será o mês da
maior prova do País. Assim, divulgamos o cavalo de Team Penning,
os nossos criatórios e também a nossa cidade”, ressaltou Saulo.
O evento recebeu competidores de diversas localidades do País,
como São Paulo, Goiás, Mato Grosso, além de demais cidades
mineiras. “Teve gente
que viajou quase 1000 quilômetros
só para nos prestigiar. Isso é muito gratificante. O
diferencial de nossa prova é que ela acontece em cinco dias, o
que proporciona mais chances aos competidores entrarem para a
Grande Final. Outro ponto favorável é que o prêmio máximo, a
caminhonete, é destinado ao trio Campeão da categoria Amador.
Alguns treinadores não entenderam nosso intuito, que é valorizar
os reais investidores da modalidade. Mas como tudo aconteceu
de maneira organizada, acabamos provando nossa seriedade e a
maioria nos apoiou”.
Apesar de o tempo não ter colaborado muito, com constantes
chuvas, o Parque de Exposições de Patrocínio recebeu cerca de
seis mil pessoas, que acompanharam atentamente os cinco dias
de prova. O evento contou com o apoio do Sindicato Rural do
município e da Prefeitura Municipal de Patrocínio.
Confira abaixo os resultados finais:
1º)
2º)
3º)
4º)
5º)
Categoria Amador
Arthur Loa, Carlos Antônio e Neto Soares
Auster Marques Leonel, Tiago Pamplona e Guilherme Brisighello
Juninho Araújo, Lucas Hisbek e Geovane Reis
José Fábio, Leovagno Machado da Silva e Danny de Lima
Walter Camargo de Freitas Júnior, Auster Marques Leonel e José Bento
1º)
2º)
3º)
4º)
5º)
Categoria Aberta
Guto Tranquilini, Guilherme Brisighello e Lucas Hisbek
Onofre José da Costa Júnior, Carlos Antônio e Neto Soares
Arthur Loa, Carlos Soares e Neto Soares
Iris de Lima, Vinícius Lelis e Danny de Lima
Tonho Gumieiro, Afrízio Brandão e Vinícius Lelis
HORSES’S LIFE
87
Team Penning
Prova incentiva o
cavalo Crioulo
Mococa, cidade do interior de São Paulo, vai receber a 3º Prova Milionária
de Team Penning, evento com premiação especial, incluindo caminhonete
D
De 22 a 25 de outubro, o Recinto de Exposições José
Para a raça Crioula, os prêmios serão de R$ 5 mil para o trio
André de lima, em Mococa/SP, sediará a 3ª Prova
Campeão; R$ 3 mil para o 2º lugar; R$ 2 mil para o 3º, R$ 500,00
Milionária de Team Penning. A organização irá oferecer
para a 4ª e 5ª posições.
alta premiação aos competidores, além de incentivo
Ainda terá a categoria Mirim, exclusiva aos novos cavaleiros, cuja
especial aos cavalos da raça Crioulo.
premiação também é alta: três selas ao trio Campeão; 03 bicicletas
Ao invés da divisão entre as categorias Profissional e Amador, a
para o 2º lugar, e R$ 600,00 para o triozinho da terceira posição.
prova terá duas finais, ou seja, classificando os 15 primeiros para
a Final A e do 16º ao 30º lugar para a Final B.
Mais informações:
Na Final A, o trio Campeão ganhará uma caminhonete S-10; o
(19) 8137-7245 - Guilherme Brisighello
2º lugar levará uma moto; o 3º embolsará R$ 3 mil; o 4º lugar
(19) 9776-6686 - Carlos Sampaio
R$ 2 mil, e o 5º - R$ 1,5 mil.
(19) 3684-2000 - Suzana Maldonado.
Na Final B, a premiação é de uma moto CG 125 aos vencedores;
R$ 3 mil para o 2º colocado; R$ 2 mil para o 3º, e R$ 500,00 para
o 4º e 5º lugares.
88
HORSES’S LIFE
Team Penning
Foto Daniela Venturini
Circuito do
Leste Paulista
Completando 10 anos de existência, um dos principais Torneios
de Team Penning do Brasil realiza a 6ª Etapa e deixa para novembro
as duas últimas competições de 2009
A 6ª Etapa teve os seguintes resultados:
Categoria Mini-Mirim
1º Pedro Ruiz, João Vitor e Vinícius Maldonado de Souza
2º Tomas Ruiz, Rafael Santos e Sofia Noronha
3º Vinícius M. Souza, Caio F. Souza e Fernando Masini
Categoria Mirim
1º Eduardo Prátola, Fábio Prátola e Pedro Balducci
2º Rafael Brisighello, Bárbara Brisighello e Matheus F. Souza
3º Júlia Noronha, Sofia Noronha e Neto Biasoto
Categoria Jovem
1º Ariel Sacilotto, Natan Arnez e João Franco de Oliveira Neto
2º Ariel Sacilotto, José Faccione Neto e Leonardo Batistela
3º Bryan Eysink, Leonardo Batistela e Paula Eysink
Categoria Máster
1º Luis M. Tranquilini, Maurício C. Dias e Guilherme Brisighello
2º Luís Cláudio Mollo, Miguel Mollo e José Antônio Neto
3º Maurício Carvalho Dias, Sandra Granghelli e Isidoro Soares
Categoria Intermediária
1º Paulinho Minussi, Luis Augusto Tranquilini e Moacyr de Ávila
2º Vágner da Silva, Vanessa Libânio Silva e Edélson Soares
3º Leonardo Batistela, Olívio Batistela e Marcos Paulo Batistela
Categoria Aberta
1º Lucas Hisbek, Luiz Augusto Tranquilini e Guilherme Brisighello
2º Fernando Ribeiro, Felipe Ribeiro e Bryan Eysink
3º Gabriel Calicchio, Luis R. Cadãozinho e Marco Araújo Júnior
21s191
21s280
30s104
18s046
20s336
20s674
24s236
24s558
24s703
19s815
20s540
21s149
16s766
18s061
20s266
15s928
16s209
17s222
R
Realizada no dia 03 de outubro no Sítio da Ponte,
na cidade de Jaguariúna/SP, a 6ª Etapa do Circuito
Leste Paulista de Team Penning contou com ampla
participação de competidores. Como faltam apenas
duas fases para a realização da Super Leste, a competição final que define os Campeões, os teampenneiros foram
à busca de aumentar a pontuação na classificação geral.
A 7ª Etapa está marcada para o dia 14 de novembro, na Fazenda SL Barreiro, na cidade de Tapiratiba/SP. E a Super Leste
acontecerá quatorze dias depois, em local ainda a ser definido.
Super Leste
Além das sete Etapas realizadas durante o ano, o Campeonato
é finalizado numa grande competição. Este ano, a prova terá
como tema a confraternização dos 10 anos do Torneio. Ela será
dividida em duas categorias: Super Leste e Super Campeão.
A Super Leste será disputada por todos os competidores das
categorias Aberta, Intermediária e Jovem, que participaram de
no mínimo cinco Etapas do Campeonato 2009. Já a categoria Super Campeão será disputada exclusivamente pelos três
primeiros trios de cada classe, conforme o resultado final do
Circuito, sendo obrigatória a presença do trio titular, não sendo
permitida troca de competidor.
Para os cavaleiros mirins também será organizada uma Super
Leste, tendo os critérios para a formação dos trios semelhantes
aos dos adultos.
HORSES’S LIFE
89
Vaquejada
33ª Vaquejada
do Parque Maria da Luz
Evento, que faz parte do calendário turístico da EMBRATUR,
acontece entre os dias 15 e 18 de outubro, na cidade de Campina Grande,
na Paraíba
C
Foto cedida
Considerado um dos eventos mais tradicionais do Nordeste, a Vaquejada do Parque Maria da Luz
será realizada entre os dias 15 e 18 de outubro, em Campina Grande, na Paraíba. Reunindo milhares
de pessoas, no recinto que foi construído exclusivamente para a prática do esporte, a 33ª edição do
evento terá premiação de R$ 155 mil. A prova, que faz parte do calendário de festividades da EMBRATUR, ainda sediará a II Etapa do Circuito Paraibano da modalidade.
A história do Parque Maria da Luz está intimamente ligada à tradição da família Freire na lida com
o gado. Tudo começou quando o agropecuarista Arthur Freire construiu um lugar próprio para o filho, Pedro
Freire, praticar a derrubada dos bois. Este foi o ponto inicial para que o sonho começasse e, hoje, o recinto se
tornou um dos melhores do País, com infraestrutura completa para a realização de grandes eventos.
Pedro Freire, hoje com 63 anos de idade, continua participando das provas, embora não seja mais profissional.
Atualmente, sua ligação com a Vaquejada é muito mais no sentido de unir a família e promover o desporto, do
que competir em busca das altas premiações. Ele transmitiu a paixão pelo esporte aos três rebentos, Pedro Filho,
Arthur Neto e Rodolfo.
Parque Maria da Luz
O Parque Maria da Luz está localizado em uma área de 300 mil metros quadrados, contando com instalações
de alto nível e conforto. O recinto fica à apenas oito quilômetros do centro de Campina Grande. “Em três dias
de festa, reunimos entre 100 mil e 150 mil pessoas. O público vem das principais capitais nordestinas”, conta
Rodolfo Freire.
A vasta premiação é um dos principais atrativos por parte dos vaqueiros. Dos R$ 155 mil oferecidos pela organização, R$ 70 mil se destina à categoria Profissional; R$ 35 mil para a Amador; outros R$ 35 mil para a Intermediária; R$ 10 mil para a Tropa de Elite Profissional, e mais R$ 5 mil para a Tropa de Elite Amador.
Durante os três dias de festa, o Parque oferece shows musicais, barracas com artigos de moda e vestuário, além de
praça de alimentação. O estacionamento do local tem segurança e comporta até três mil veículos.
Mais informações: www.parquemariadaluz.com.br.
90
HORSES’S LIFE
Vaquejada
Surubim
comemora 72 anos de Vaquejada
C
Distribuindo R$ 128 mil em prêmios,
a 63ª Vaquejada do Parque J. Galdino comemora mais uma vez
o sucesso da tradicional competição do município pernambucano
Considerada a mais antiga Vaquejada do País, Surubim completou 72 anos no esporte durante
a 63ª edição da competição realizada no Parque J. Galdino, entre os dias 17 e 20 de setembro.
Localizada há 130 quilômetros do Recife, o evento teve a participação de inúmeros vaqueiros, que
somaram 935 senhas. O público também se fez presente, totalizando mais de 40 mil pessoas nos
quatro dias de festa.
João Galdino Neto, um dos organizadores, disse que a Vaquejada novamente fez sucesso porque
a população do município vivencia a lida dos vaqueiros, algo que está inserido na cultura local. “Outro fator
que colaborou para o êxito do nosso evento foi termos sediado a 5ª Etapa do Campeonato Pernambucano de
Vaquejada (Campev), um dos Circuitos mais concorridos do Brasil”.
A Vaquejada do Parque J. Galdino é realizada todos os anos no terceiro final de semana do mês de setembro
e os vaqueiros já a deixam agendada, principalmente por causa da boa premiação oferecida. Um dos pontos
altos da Vaquejada foi a apresentação do Boi Carrapeta, que até agora está imbatível. “Ninguém consegue
derrubá-lo. Ele significa para nós o que o Touro Bandido foi nos rodeios. O primeiro Boi Carrapeta de nossa
propriedade morreu aos 25 anos de idade e o atual já tem 15 e ninguém conseguiu vencê-lo. O desafio se
torna uma atração a mais para o público”.
Confira o resultado da Vaquejada do Parque J. Galdino:
Categoria Profissional
1º) Alex Araújo e Paulinho de Tatu - Salvador/BA.
Sheik Dash Effort (Effort Decree x Sheikess Dash) e American Splash KB (sem registro)
2º) Iran Vaqueiro e Sidney Batista “Cangaia” - Ribeirão/PE.
Eternally Cigano (Eternally Handdome x Cigana 01) e Freckle’s Dream RVL (Number One Doc DP x Sweet Little Baby)
Categoria Amador
1º) Eduardo Vieira e Zé Alemão - animais não informados - Bezerros/PE.
2º) Nego Boca e Marcos Sampaio - animais não informados - Lajedo/PE.
Categoria Aspirante
1º) Gilberto Luís e Toninho Bochecha - animais não informados - Ameixas/PE.
2º) Danilo Lucena e Fernando Lucena - animais não informados - Caruaru/PE.
Nota da Redação:
Optamos por publicar os resultados, mesmo que incompletos, devido à importância do evento. Mas já orientamos os organizadores
quanto ao envio do material corretamente, sempre visando levar a informação mais precisa e isenta aos nossos leitores.
HORSES’S LIFE
91
Vaquejada
Competição
termina de madrugada
O VII Potro do Futuro de Vaquejada da
Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha é um
dos mais disputados da história e, por conta disso, vara a noite
R
Realizado entre os dias 02 e 04 de outubro, no Parque Rufina Borba, em Bezerros/PE, o VII Potro
do Futuro de Vaquejada da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha)
contou com 285 inscrições.
Concomitantemente aconteceu o Campeonato Nacional da modalidade. Somados, os dois eventos
distribuíram mais de R$ 120 mil em prêmios. Do total, R$ 37,6 mil para o Potro do Futuro – sendo
R$ 25,1 mil para a classe Aberta e R$ 12,5 mil para a Amador, além de R$ 83,1 mil para o Campeonato
Nacional – sendo R$ 55 mil para a Aberta; R$ 25,1 mil para a Amador, e R$ 3 mil para a Jovem.
Com apoio da Associação de Criadores de Cavalo Quarto de Milha de Pernambuco (ACQM-PE), o evento
superou em 38% o número de inscrições do ano passado, quando da realização da prova em Euzébio/CE. Em
2009, a novidade ficou para a transmissão ao vivo via internet, com mais de cinco mil acessos através do website
www.portalvaquejada.com.br.
Os Campeões foram conhecidos na madrugada de sábado, 03. O famoso puxador Celso Vitório dos Santos, que
montou Doc Gold Bar (Blackin Golbar x Curlique Bar) - animal de propriedade de Domingos Vital (Grupo Vital,
de Aracaju/SE), e o esteira Wesley Prata, que conduziu Macho Sant’Ana (Doc Dixielena x Doc’s San Shine) produto do Parque Divina Luz (Arapiraca/AL), foram os vencedores da Aberta. A categoria contou com 164
senhas e 34 batidas, com as disputas finais tendo início às 23h25 e término às 03h15.
No Amador houve 121 senhas, com 12 duplas finalistas. O conjunto Campeão foi Sérgio Venicius Alves (puxador)
com Hickory Circle JO (Hickory Fast DP x Half Dry JO) e João Lucas de Sousa (esteira) com Hickory High Brow
JO (Hickory Fast DP x Summy Brow JO). Os dois animais representaram a Agropecuária São Gabriel, da cidade
de Monte Alegre/SE.
Campeonato Nacional
O VII Campeonato Nacional de Vaquejada contou com três categorias: Aberta, Amador e Jovem. E foram os
cavaleiros desta última que abriram a competição. Vencendo 14 concorrentes, a dupla João Dinarte Neto com
Ariano do SF (Lotus JM x Rezenha 23) - cavalo de propriedade de João Dinarte Filho, e Wagner Ferreira Simas
com Forasteiro Tardee (Tardee Array HJ x Hesa Sugarbars Girl), que pertence a Washington Gadelha Simas,
sagrou-se Campeã. Ambos competidores representaram Natal/RN.
Na Aberta, Gilson Sampaio dos Santos (esteira) montou Gold Rancheiro NWF (Gold Sonora NMF x Mar Lovely
Joe) e proporcionou a bela puxada de José Iran da Silva, que correu com The Power Barhli (EFT Bar Pitu x Sweet
Show PK). Os cavalos representaram o Grupo Clovis Paiva, de Ribeirão/PE.
Entre os amadores, os mais eficientes foram Sérgio Venicius Alves Mota, que montou Hickory Circle JO (Hickory
Fast DP x Half Dry JO), e João Lucas de Souza com Hickory High Brow JC (Hickory Fast DP x Summy Brow
JO). Ambos os animais pertencem ao Parque Cesar Filho, de Vera Cruz/RN
92
HORSES’S LIFE
Veja os resultados das provas:
Potro do Futuro
Campeonato Nacional
Categoria Aberta
• 1º Gilson Sampaio dos Santos com Gold Rancheiro NWF
(Gold Sonora NWF x Mar Lovely Joe)
e José Iran da Silva com The Power Barhli
(EFT Bar Pitu x Sweet Show PK)
• 2º Luiz Eriberto Oliveira com Salvador Apollo MRL
(Apollo VM x Miss Straw Moon)
e Marcos Aurélio Lourenço com Cowboy Tardee WLS
(Tardee Array HJ x Hasa Sugarbar)
CategoriaAberta
• 1º Celso Vitório dos Santos com Doc Gold Bar
(Blackin Golbar x Curlique Bar)
e Wesley Prata com Macho Sant’Ana
(Doc Dixielena x Doc’s San Shine)
• 2º Romário Dantas dos Santos com La Shady Dyana
(Poco Leo MF x Sunny AC Rambo)
Categoria Amador
e Amauri Ribeiro de Araújo com Star Fashion Loss
• 1º Sérgio Venicius Alves Mota com Hickory Circle JO
(Star Dock’s Leo x Fashionable SGB)
(Hickory Fast DP x Half Dry JO)
e João Lucas de Souza com Hickory High Brow JC
Categoria Amador
(Hickory Fast DP x Summy Brow JO)
• 1º Sérgio Venicius Alves com Hickory Circle JO
• 2º Diego Militão com Rio Bravo Cash VM
(Hickory Fast DP x Half Dry JO)
(A Streak of Cash x Callmeyourlove)
e João Lucas de Sousa com Hickory High Brow JO e Victor Felipe Alexandre com Star Light Bingo
(Hickory Fast DP x Summy Brow JO)
(Starlightsfrostylena x Doc Par Bingo AP)
• 2º Diego Militão com Rio Bravo Cash VM
(A Streak of Cash x Callmeyourlove)
Categoria Jovem
e Victor Catolé com Starlight Bingo
• 1º João Dinarte Neto com Ariano do SF
(Starlightsfrostylena x Doc Par Bingo AP)
(Lotus JM x Rezenha 23)
• 2º Vitor Felipe Alexandre com Arsenal Eternaly RD e Wagner Ferreira Simas com Forasteiro Tardee
(Shady Steel SLN x Star Coosa HV)
(Tardee Array HJ x Hesa Sugarbars Girl)
e Diego Militão com Doc Royal Boom
• 2º Paulo Antônio C. Morais com Zapata Fast DP
(Pepto Red Boy x Doc Me Too)
(Hickory Fast DP x Tortilla DP)
e Daniel Lira com Starlite Bond HJP
(James Bond JAV x Dreaming Star HJS)
HORSES’S LIFE
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HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE
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Western Pleasure
Foto cedida
Ressurgimento
da modalidade?
M
Ao contrário do Campeonato Nacional, em abril, quando o
Western Pleasure não teve inscrições, quartistas voltam a
apostar na modalidade na Copa Campeão dos Campeões
Mesmo tendo baixa premiação, R$ 6 mil, para as
categorias Aberta Júnior, Aberta Sênior, Amador,
Jovem, Amador Principiante e Jovem Principiante,
o Western Pleasure parece ressurgir na 3ª Copa
Campeão dos Campeões da ABQM (Associação
Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), evento que
96
HORSES’S LIFE
será realizado durante o XXX Potro do Futuro da raça, em Avaré/SP, entre os dias 08 a 12 de outubro.
Novos cavaleiros irão estrear na competição, que contará também
com a volta do treinador Gilson Vendrame. Será a reativação da
modalidade? Ainda é cedo para tal dedução, o que interessa é que
ainda há interessados em praticá-la.
Há três anos sem participar de provas de Pleasure, Gilson Vendrame, um dos mais premiados cavaleiros da modalidade, nas
últimas Temporadas passou a se dedicar somente a Rédeas e ao
Working Cow Horse. Mesmo assim, ele arrumou tempo para
treinar os dois animais que apresentará na Copa Campeão dos
Campeões. “Competi por muito tempo. Lembro-me que até existia uma associação nacional de Western Pleasure, isto por volta
de 1993. A ANCR (Associação Nacional do Cavalo de Rédeas)
apoiava a competição e sempre tinha novos criadores entrando
para o meio. Nos últimos anos, no entanto, houve uma grande
queda. Talvez pelo fato de ela não trazer tanta emoção, como o
Tambor, por exemplo”.
Na opinião de Vendrame, a modalidade é muito importante, pois
dá aos cavaleiros iniciantes uma boa postura em cima do cavalo.
“É a base para as outras provas. Eu incentivo os equitadores inexperientes a praticá-la, tanto é que um dos meus novos clientes irá
estrear agora na Copa”, diz o treinador.
“Irei participar com um animal de minha propriedade, Jac Dun
It (Melodys Dun It x Powder River San Sis), e com um cavalo de
cliente, Royal Whiz (Gizmo Whiz x Royal Ballerina). Como são
animais que já fazem Rédeas, o treinamento para a Copa se intensificou apenas no último mês. Por ser uma prova técnica, pode
até parecer monótona, mas é muito bonita e gostosa de se fazer”,
fala Vendrame.
leiro afirma que sua vida mudou. “Estou mais disposto. Montar
me faz bem. Como ainda acho cedo competir em Rédeas, senti-me mais seguro no Pleasure. Vou estrear na competição sem
qualquer expectativa de premiação”.
Já com uma experiência bem maior, Ernesto de Paula Guimarães
Neto é outro competidor que irá estrear na modalidade. Durante
muitos anos ele praticou Hipismo e depois que se mudou para o
interior paulista conheceu as provas de estilo western. “Já participei de Team Penning, Rédeas, Working Cow Horse e Ranch
Sorting”.
Ele fala que agora optou pelo Western Pleasure por ser uma prova mais técnica. “Decidi colocá-la como um desafio para mim e
vou me aventurar estreando na Copa. Sou autodidata, não tenho
treinador, sempre estudei e me aprofundei sobre as modalidades,
inclusive, morei um tempo nos Estados Unidos, onde conheci um
pouco mais o Pleasure”. O projeto do competidor é dar continuidade à modalidade, principalmente se tiver sucesso em sua
estreia. “Irei competir nas categorias Aberta e Amador. E o desafio maior será concorrer com o Campeão Gilson Vendrame.
Vamos ver o que vai dar. Estou confiante, principalmente pelo
fato de minha égua - Xalana Porsche EG (Looking For Porsche x
Duplicata EG), ser muito boa”.
Estreia na modalidade
Pelo menos dois novos competidores irão estrear no Western Pleasure durante a 3ª Copa Campeão dos Campeões da ABQM. O
empresário Marcos Tancini Mimbrone é um deles. Cliente do
treinador Gilson Vendrame, ele sempre gostou de cavalos. Como
morou nos Estados Unidos, conheceu todas as modalidades por
lá, mas nunca teve tempo de participar de qualquer competição
equestre. “Agora, como sou cinquentão, comprei um animal há
um mês e resolvi iniciar o treinamento de Rédeas e de Pleasure.
Desde garoto tenho atração pelo meio rural, por isso resolvi aprender a montar. Hoje eu treino duas vezes por semana”, diz Marcos.
Nestes poucos dias de contato direto com os animais, o novo cava-
HORSES’S LIFE
97
Working Cow Horse
Foto cedida
Oficializada a
Associação Nacional de Cow Horse
Presidida por Leonel Waldrighi Neto, a entidade já marca a
data para o 2º Potro do Futuro, dia 22 de novembro,
no Haras Jaguary, em Jaguariúna, no interior de São Paulo
A
Apenas aguardando a saída do registro no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), a ANCH (Associação Nacional de Cow Horse) está trabalhando intensamente para a realização de competições, como Potro do Futuro,
Super Stakes e Derby, além do novo Campeonato Nacional, realizado em
três Etapas.
A única data definida é a do Potro do Futuro, dia 22 de novembro. O evento acontecerá na
arena coberta do Haras Jaguary, em Jaguariúna/SP. Dentre as novidades está a forma de
julgamento, que seguirá as normas da NRCHA (National Reined Cow Horse Association).
Nelson Rodrigues, diretor da associação, explica que o novo grupo que comandará a
ANCH pleiteou a oficialização para dar continuidade ao trabalho dos fundadores da
entidade. “Nós realizamos a primeira reunião durante o Congresso da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), no último mês de abril, e
montamos a Diretoria. Agora só falta sair o CNPJ para finalizarmos a documentação”.
98
HORSES’S LIFE
Como primeira atividade da ANCH oficializada, o Potro do Futuro contará com juiz norte-americano, que irá julgar a prova e
ministrar um curso. “A prova também contará com a categoria
Classic, destinada a cavalos mais velhos, que já participam do
Campeonato Nacional da modalidade”, diz Nelsinho.
Entre fevereiro e março de 2010 deverá acontecer o Super Stakes
de Working Cow Horse. Em maio será a vez do Derby e ainda
existe a programação para três Etapas do Campeonato Nacional
da ANCH, em datas e locais a serem definidas. “Tudo já está
bem encaminhado. Nosso sonho era que tudo fosse realizado em
Avaré/SP, que dentre outras qualidades, tem bom gado na região.
No entanto, como a arena ainda não foi coberta, tivemos que
levar o primeiro evento para Jaguariúna”, conta Nelsinho, que
ressalta que a nova Diretoria está contando com o apoio de
diversos criadores, que estão doando coberturas de importantes garanhões para que a entidade arrecade fundos e
possa ter dinheiro em caixa para a realização das primeiras provas.
Unidos, local onde a modalidade é muito forte. “Não traremos
um juiz para nos ensinar o Cow Horse, mas para facilitar o nosso
entendimento quanto as notas atribuídas às apresentações. Nosso
objetivo é fomentar o crescimento da prova no Brasil”.
O novo presidente
Leonel Waldrighi Neto, novo presidente da ANCH,
explica que o estatuto da associação foi aprovado durante o último Campeonato Nacional da
ABQM, em julho. “Aproveitamos um dia que
estava chovendo e reunimos todos os envolvidos
para formulação e aprovação do documento. A
principal mudança é que seguiremos os moldes norte-americanos, ou seja, julgaremos
as provas que compõem a modalidade
separadamente: Rédeas, Apartação e
o Cow Horse. Com isto, abriremos a
prova a novos interessados”.
A expectativa para o 2º Potro do
Futuro da ANCH é grande. Waldrighi está animado com o fato de
o julgamento ser feito por profissional reconhecido nos Estados
Foto Marcelo Vergílio
Ponto de Vista
Na dúvida...
“
Qualquer
retorno é melhor
que nenhum.
Mesmo uma
negação é um
alívio, pois abre
caminho para
que nossa energia seja focada
em outras
frentes
Divulgação
Um repertório fraco leva a reflexões tortas, que induzem a
análises errôneas, julgamentos falhos e escolhas erradas
Por Luciano Pires*
T
Tempos atrás escrevi sobre o problema da escolha diante de muitas opções.
E eu dizia que temos dificuldades de lidar com a liberdade de escolha. A
consciência dessa liberdade dá medo. Pois bem, faltou comentar sobre uma
curiosa atitude que está presente na maioria dos contatos profissionais que
venho realizando com grandes empresas, agora como um mero fornecedor.
Converso, levanto informações, crio e envio um projeto. E então as pessoas
desaparecem. E a cada nova tentativa de contato vem um previsível: “o projeto está
sendo analisado”. Mas que tanto analisam? E enquanto analisam a coisa fica empatada.
Qual é o problema de dizer “não queremos” ou “não nos serve” ou até mesmo um “não
gostamos”?
Qualquer retorno é melhor que nenhum. Mesmo uma negação é um alívio, pois abre
caminho para que nossa energia seja focada em outras frentes. Mas não. Não vem nem
um sim, nem um não. Só um “estamos analisando”.
Sobre este assunto, recebi um e-mail interessante do amigo leitor Pedro Lanzoni, que
me apresentou um conceito delicioso: a paralisia pela análise. Ele escreveu: “... minha
100 HORSES’S LIFE
percepção no que tange ao desaparecimento acelerado daquilo
que se pode qualificar como visão estratégica é a mesma que a
sua. (...) Esses rapazes e moças poliglotas, recém-saídos de cursos
de MBA, são extremamente eficientes em fazer coisas, desde que
alguém lhes diga o que fazer. Deixados à própria sorte para tomar
decisões, ou não as tomam (há uma expressão que usávamos em
outra empresa, onde trabalhei por muito tempo, para demonstrar
a maneira pela qual projetos não avançavam - paralisis by analysis)
ou quando as tomam fazem-nos sentir aquele arrepio na espinha
que Napoleão também sentia quando se deparava com soldados
com excesso de imaginação ou com generais sem imaginação alguma”. Paralisia por análise, que delícia!
Em minhas palestras tenho batido naquilo que chamo de “a espiral
destrutiva do pensamento”. Tudo começa com nosso repertório,
que é a base para nossas reflexões, que é a base para nossas análises, julgamentos e escolhas. Um repertório fraco leva a reflexões
tortas, que induzem a análises errôneas, julgamentos falhos e escolhas erradas. É este ciclo que precisa ser quebrado e o conceito
da “paralisia por análise” cai como uma luva.
“
É melhor ficar calado
e deixar que todos pensem
que você é um idiota do que
abrir a boca e acabar com a
dúvida
Abrahan Lincoln, ex-presidente EUA
A falta de experiência (repertório) dessa moçada impetuosa e um
medo terrível de correr riscos causam a paralisia pela análise. No
afã de resolver o assunto, mais gente é colocada no processo: se é
pra errar, que seja em conjunto. Assim a responsabilidade é compartilhada. E lá vem mais opiniões inseguras. Mais dados a serem
analisados. E a dança em círculos torna-se perene, com as decisões
sendo postergadas, os processos se avolumando e “todo mundo
ocupado demais”.
Essa armadilha precisa ser vencida por quem espera crescer profissional e pessoalmente. E para vencê-la não existe segredo: mais
repertório e o exercício constante, diário, sistemático da “re-flexão”. Reflita antes de escrever aquele e-mail. Reflita antes de fazer
sua escolha. Reflita antes de abrir a boca naquela reunião. Mas jamais perca de vista que suas reflexões serão resultado de seu repertório.
E, quando estiver em dúvida, siga o conselho de Abrahan Lincoln,
ex-presidente dos Estados Unidos: “é melhor ficar calado e deixar
que todos pensem que você é um idiota do que abrir a boca e acabar com a dúvida”.
*Luciano Pires é jornalista, escritor,
conferencista e cartunista.
Veja outros textos do autor em
www.lucianopires.com.br.
HORSES’S LIFE 101
102 HORSES’S LIFE
SPECIAL RANCH
Haras
São Matheus
Conheça a história do criatório que
há 35 anos trabalha na seleção
de cavalos Quarto de Milha,
produzindo animais de destaque
nas linhagens de Corrida,
Conformação e Trabalho
N
Fotos Álvaro Maya
Não é exagero falar que o Haras São Matheus,
localizado em Quadra, no interior de São Paulo, é hoje um dos maiores criatórios de cavalos
Quarto de Milha do mundo. Beth e Ovídio Vieira
Ferreira, proprietários do local, há 35 anos não
medem esforços, tampouco investimentos, para
apurar a seleção genética de seus animais. O resultado
deste trabalho é a comprovação nas pistas das mais diversas
modalidades, sempre com muitas vitórias.
Apaixonada por animais desde a infância, Dona Beth se
interessou pelo Quarto de Milha após viajar pelos Estados
Unidos, em uma excursão de quartistas para conhecer um
pouco mais sobre a raça. Na viagem, ela adquiriu a égua
Tardys Delajane 2 (Tardy Too x Poco Della Jane) e como
ainda não possuía uma propriedade hospedou a matriz na
Fazenda Berrante, do criador Renato Eugênio Rezende
Barbosa, o Tô.
Após o casamento com Seu Ovídio, Dona Beth adquiriu
mais duas matrizes da Fazenda Berrante e, tempos depois,
comprou cerca de 50 alqueires, área onde hoje está sediado o Haras São Matheus. “Eles já tinham as éguas, então,
foram em busca de um garanhão, uma vez que naquela
época a Inseminação Artificial (IA) não era disseminada e
o trabalho para levar as fêmeas para serem cobertas era
grande”, conta Guilherme Gregolin, assessor técnico do
criatório.
HORSES’S LIFE 103
Assim, o primeiro garanhão comprado foi Mr. Hulk (Mr. Three
Wars x Red Bee Diamond), animal que deu muitas alegrias ao
São Matheus. Ele chamava a atenção de todos por sua beleza.
Sendo de linhagem de Corrida, ele foi encaminhado ao Jockey
Club de Ribeirão Preto, onde treinou e ganhou diversos páreos.
Tudo normal até aqui. O fato inusitado sobre Hulk é que Beth
e Ovídio, quebrando paradigmas, inscreveram-no no Potro do
Futuro de Conformação e, surpreendentemente, conquistaram
o título. “O casal estava certo. Mr. Hulk era um cavalo de dupla aptidão, muito versátil. Talvez ele seja o maior responsável
pelo tradicional leilão do Haras São Matheus se chamar Versatilidade”, fala Gregolin.
Mantendo a tradição dos grandes carreiristas, Beth e Ovídio
também iniciaram os investimentos em produtos de velocidade.
Sendo assim, eles então já possuíam animais de Conformação e
Corrida. A busca, portanto, passou a ser por cavalos de Trabalho.
“Independentemente da linhagem do animal, eles gostam mesmo
é do Quarto de Milha”, revela Gregolin.
Saiba mais sobre as três áreas de atuação do Haras São Matheus:
Conformação
Cotistas dos garanhões MBJ Mr. Array (Spanish Array x Miss
MBJ Fancy), Skips Asset (Skip By Impress x Moms Little Alibi) e
Poison By Kid (Kid Clu x Double Poison), o Haras São Matheus
sempre buscou animais de excelência na Conformação, por isso,
comprou reprodutores consagrados. Outra aquisição foi Class
With Style (Kid Classic Style x Appeals), em parceria com o saudoso amigo José Aprígio Brandão Vilela. The Sacred Son (Design
in Mind x Sacred) é outro animal que o São Matheus detém cotas.
E não é só. Segundo Guilherme Gregolin, o Haras São Matheus
possui cotas de pelo menos 80% dos principais garanhões de linhagem
de Conformação do País. Não obstante, Beth e Ovídio continuam comprando coberturas de reprodutores consagrados, sempre
buscando os melhores acasalamentos com suas matrizes. “Mesmo com a fase complicada que a Conformação está vivendo no
Brasil, o Haras São Matheus jamais deixará de investir na modalidade, pois ela representa o perfil do Quarto de Milha ideal”,
ressalta o assessor.
“Mesmo com a fase complicada
que a Conformação está vivendo
no Brasil, o Haras São Matheus
jamais deixará de investir na
modalidade, pois ela representa
o perfil do Quarto de Milha ideal”,
Guilherme Gregolin, assessor
Trabalho
As três primeiras éguas que o casal adquiriu da Fazenda Berrante eram filhas de Shady Apollo Bars (Ranch Bars x Miss Shady
Bars), um ícone do Trabalho no País. Portanto, a base da criação
do Haras São Matheus foi feita com animais de competição.
Com o passar dos anos, os vanguardistas Beth e Ovídio, sempre
atentos aos novos sangues Campeões, adquiriram a mãe do consagrado Johnnie Walker Wood (Okie Easterwood x Doc’s San
104 HORSES’S LIFE
SLN). Compraram também Boggie Doc SLN (Doc’s Silver Lou x
Boggie Dondi) e algumas filhas dos melhores cavalos que existiam
no Brasil. “O interessante é que eles sempre investiram em novidade. No entanto, o diferencial do Haras São Matheus é valorizar
a tradição, os cruzamentos que outrora deram certo. Talvez este
seja o segredo do sucesso do criatório, a união entre o moderno
e o histórico”.
Com grande número de éguas, os proprietários sentiram a necessidade de comprar um garanhão específico de Trabalho, já
que gastavam em torno de US$ 80 mil por ano com coberturas.
“Foi assim que a gente iniciou a pesquisa que culminou com a
compra do PG Billy Gray (Playgun x Miss Freckles Reed), em
sociedade com o Léo Segérius, um holandês que morava no Brasil, empresário do ramo de petróleo, que estava entrando para a
criação de Quarto de Milha”, conta Gregolin. “Fomos aos Estados Unidos e compramos o animal que sempre achei ter uma
linhagem diferenciada. E ainda por cima o fato de ser tordilho”.
Billy Gray chegou ao Brasil em 24 de dezembro de 2000, causando grande alvoroço no meio. No mesmo ano, foram vendidas
todas as coberturas disponibilizadas e mais as 10 cotas oferecidas.
Sucesso absoluto.
Em 2007, o Haras São Matheus comprou outro animal de destaque,
HA Dual CD Player (Nitro Dual Doc x Maderas CD Player). A
ideia era colocá-lo nas filhas de Billy Gray. “E o resultado foi ótimo. Os produtos nascidos são excelentes, têm pelagem diferenciada e estão sendo vendidos por altas somas”, fala Gregolin.
Seguindo o círculo vicioso, como o Haras São Matheus já tinha os
garanhões, o passo seguinte foi renovar o plantel de matrizes. Não
foram medidos esforços para isto e mais de 30 fêmeas importadas
vieram para o Brasil, dentre elas, filhas de Smart Little Lena, Dual
Pep, High Brow Cat, Doc Olena, Little Peppy, Pepto Boonsmal,
Dual Rey, Bet On Me, Gallo Del Cielo, Heza A Peptospoonfull
e Freckles Fancy Twist. “Eles compraram somente produtos de
qualidade, que vieram a agregar valor à tropa nacional. Agora, a
gente está vendo os frutos deste investimento com os potros sendo
Campeões nas pistas de provas”.
Corrida
O Haras São Matheus sempre teve animais em treinamento em
todos os Jockeys Clubs onde o Quarto de milha já correu, desde
a sua criação, há 35 anos. Aficionados por cavalos de Corrida, o
casal Beth e Ovídio está entre os carreiristas mais premiados do
Turfe quartista nacional.
Para iniciar a criação, eles adquiriram alguns animais do renomado criador Fernando Muniz de Souza. Depois, compraram o
garanhão Proud Effort (Special Effort x Lovers Question), animal
de criação da King Ranch norte-americana.
Fly National MS (Chad Charge x Nativa SKR) foi outro garanhão
de Corrida que pertenceu ao São Matheus, mas que também não
teve muito êxito na reprodução. Por isso, a procura começou por
coberturas de destacados garanhões. Beth e Ovídio também adquiriram cotas do velocista Signed To Fly (The Signature x Flying Smoothly), líder das estatísticas brasileiras. Em parceria com
outros criadores, o casal cotizou Granite Lake (First Down Dash
x Clever Miss), um dos raçadores mais premiados nos Estados
Unidos a vir para o Brasil. Para se ter uma ideia de seu potencial,
a primeira geração dele estreou na Terra do Tio Sam no ano passado e já ganhou mais de US$ 700 mil.
Com todas estas aquisições, o Haras São Matheus ainda compra,
anualmente, 40 coberturas de outros garanhões de Corrida, além
de ser cotista de mais 15 reprodutores de velocidade.
“Independentemente da
linhagem do animal, eles
(Beth e Ovídio Vieira Ferreira)
gostam mesmo é
do Quarto de Milha”,
Guilherme Gregolin,
assessor técnico do criatório
HORSES’S LIFE 105
PG BILLY GRAY
Plantel atual
O Haras São Matheus atualmente possui cerca de 600 animais,
com produção anual de 120 produtos. Adquirindo aproximadamente 40 cavalos por ano, entre compras diretas e leilões, o criatório comercializa 150 animais por Temporada, participando
ativamente de remates por todo território nacional.
“O que me deixa muito satisfeito em trabalhar com o São
Matheus é a paciência e o respeito que a Dona Beth e o Seu
Ovídio têm para com o cavalo. É algo admirável. Eles não plantam uma árvore hoje e querem amanhã já descansar em sua
sombra. Eles esperam o fruto crescer, o que é fundamental para
o sucesso”, fala Gregolin. “E eles tratam todos os cavalos igualitariamente, não importando se um é vencedor e o outro não.
Isso é muito difícil de encontrar hoje, pois muitos criadores não
têm paciência de esperar este ciclo”.
Para que você compreenda o que Guilherme Gregolin está afirmando, o Haras São Matheus mantém um piquete com cerca
de dois alqueires - com lanchonete coberta, quiosques para as
éguas ficarem embaixo, caixa d’água (que é limpa diariamente),
para todas as éguas que envelheceram no criatório, animais que
hoje estão com mais de 30 anos de idade. Todas são tratadas
com alfafa, ração balanceada, enfim, recebem todo o carinho
necessário. “Para as que já estão cegas ou não têm mais dentes,
o tratamento é ainda mais cuidadoso. São fatores como estes
que, sem dúvida, diferenciam o trabalho de criação e seleção do
casal Beth e Ovídio”, afirma Gregolin.
GRANITE LAKE
“O São Matheus é um dos
maiores criatórios do mundo,
uma vez que produz todas
as linhagens e programa
investimentos contínuos”
Gregolin
Feeling apurado
Guilherme Gregolin lembra que, no ano passado, o leiloeiro
Nilson Genovesi falou algo que hoje ilustra a realidade do Haras
São Matheus. “Ele disse que o São Matheus era um dos maiores
criatórios do mundo, já que produz todas as linhagens e investe
pesado ano após ano. Eu conheço um pouco da criação norteamericana e desconheço um único rancho que crie cavalo de
Conformação, Trabalho e Corrida”.
Hoje, o São Matheus possui 12 animais em treinamento na Corrida, 10 na modalidade Rédeas, 06 na Apartação, 04 em Tambor e Baliza, 05 na Vaquejada, 04 no Laço e 02 no Working
Cow Horse, além de 20 na Conformação. “Não existe modalidade em que o São Matheus não esteja envolvido. São mais de
100 animais em treinamento, inclusive no Western Pleasure”,
conta Gregolin.
Segundo o assessor, Ovídio sempre lhe fala que ganha dinheiro
com cavalo. Mas só fecha a conta no verde porque investe muito
e participa ativamente de todas as modalidades. “Ele ama o
cavalo e está ligado ao meio 24 horas por dia”. Gregolin também credita o sucesso do Haras São Matheus ao empenho de
106 HORSES’S LIFE
DUAL CD PLAYER
SIGNED TO FLY
Dona Beth. “Ela possui um feeling apurado para identificar os
animais que vão dar certo. Se ela fala que determinado cavalo é
bom, pode apostar que dali vai sair um Campeão. Ela tem olhar
clínico e existem várias histórias que comprovam o que estou falando. Uma delas é com a égua Hullaballoo Winner (A Beduíno
Bomber x Lady Bar Winner), que cruzou com o Holland Ease
(First Down Dash x Easy Henryetta) e produziu uma potranca,
a Hulla Holland Winner. Uma vez ela foi colocada em leilão e
não teve lance, voltando para o Haras. A Dona Beth a colocou
na reprodução e ela produziu quatro filhos. Todos se tornaram
ganhadores clássicos”.
Futuro
MBJ MR ARRAY
As perspectivas do Haras São Matheus são grandes, porque nos
últimos 10 anos o investimento em animais de alto valor genético foi alto. “Eu sou capaz de afirmar que eles foram os maiores
investidores em genética de ponta no Brasil nos últimos anos.
Só em 2008, foram mais de 20 aquisições de éguas importadas
da linhagem de Trabalho e mais de 25 de sangue de Corrida.
Então, ainda temos muitos resultados positivos a colher”, diz
Gregolin.
Para comemorar as vitórias vindouras, o Haras São Matheus
tem o prazer de convidar a família quartista a participar do 14º
Leilão Versatilidade, que acontecerá no dia 14 de novembro, a
partir das 14 horas, no Red Eventos, em Jaguariúna/SP. “Serão
oferecidas mais de 15 éguas importadas e destacados animais
das linhagens de Corrida e Trabalho. Ainda terá a participação
de criadores renomados. Será uma festa para finalizar o ano em
grande estilo”, fala Gregolin.
Nestes 35 anos de criação, Beth e Ovídio Vieira Ferreira gostariam de dizer “muito obrigado” a todos que acompanham
a trajetória do Haras São Matheus, afinal, muitas pessoas passaram pela vida do casal e colaboraram para o crescimento do
criatório.
O Haras São Matheus
está localizado no
município de Quadra/SP.
Contatos:
(15) 9787-1515 / 8118-1515
Dr. Guilherme Gregolin.
(11) 3813-3433 / 3813-3045
Haras São Matheus.
HORSES’S LIFE 107
108 HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE 109
Na Lida
Natural
Horsemanship
Aprofunde-se sobre a relação homem x cavalo, entendendo
que o comportamento do animal está diretamente
relacionado com os seus atos
D
“
Para garantir a
sobrevivência durante
centenas de anos, a
manada adotou um
código de ética que
consiste em confiança
mútua, lealdade e
trabalho em grupo
110 HORSES’S LIFE
Por Leonardo Feitosa*
Desde os tempos mais remotos, o homem estabeleceu relacionamento com
os cavalos, porém, na maior parte deste período tal relação não foi de companheirismo. Os equinos já foram utilizados como fonte de alimento, como
meio de transporte, mão de obra e até máquina de guerra. Tudo isso através
de imposição e maus tratos por parte dos seres humanos.
Diante disto, alguns treinadores e estudiosos sentiram a necessidade de estudar formas de relacionamento com estes animais, tornando a doma mais didática e sem
violência, baseando-se em técnicas de comunicação, respeito, hierarquia e liderança.
Para se obter resultados satisfatórios no treinamento com cavalos, independentemente
da modalidade hípica que você escolher, é necessário que se conheça o comportamento
natural do animal, entendendo sua psicologia (o que pensam) e descobrindo como ele
interage com o meio. Desse modo, você poderá interpretar as atitudes de seu parceiro de
jornada, tornando-o previsível.
Nós devemos entender que os cavalos selvagens vivem em comunidade, que é denominada manada. Esta permite a eles maior segurança, uma vez que há vivência em grupo,
dependência a regras, códigos de comportamento, hierarquia e liderança. Para garantir
a sobrevivência durante centenas de anos, a manada adotou um código de ética que
consiste em confiança mútua, lealdade e trabalho em grupo.
Seja para qual modalidade esportiva for direcioná-los, só compreendendo os animais é
que se tem subsídio para começar o treinamento. Assim, o treinador deve assumir uma
postura que se aproxime ao máximo daquela adotada na natureza, ou seja, ao adentrar
o redondel e seguir em direção ao cavalo, o profissional precisa ter a postura de um indivíduo da manada. Deve pensar e agir como um cavalo. Como fazer isso? Através da expressão corporal (relaxamento dos músculos da face e da coluna cervical, olhar, controle
dos batimentos cardíacos, adrenalina circulante). O intuito é formar uma manada de
dois indivíduos. Sucessivamente a esta postura, conquista-se um grau hierarquicamente
superior e, posteriormente, chega-se à liderança.
Após este primeiro relacionamento é necessário ensinar o animal xucro a ter limites, disciplina e traçar as diretrizes de trabalho. Por persuasão e não por imposição se consegue
proporcionar ao cavalo noções claras de como aprender progressivamente o que vamos
cobrá-lo no futuro. Porém, esta iniciação deve ser conduzida com muita paciência, persistência, autocontrole e respeito. A impaciência e o abuso induzem ao medo e podem
destruir a parceria.
Os equinos são animais sociáveis e que entendem e trabalham dentro de algumas diretrizes.
Um cavalo sem rumo e que sofreu abuso, logo começará a impor suas próprias regras.
Assim, deve-se seguir algumas condições para se atingir os objetivos esperados ao iniciar
um animal xucro. Adotando tais princípios básicos, o bom relacionamento entre homem
e cavalo se dará de forma gradativa até que se alcance a liderança. Confira:
Fotos cedidas
“
Os equinos
são animais
sociáveis e que
trabalham dentro
de algumas
diretrizes. Um
cavalo sem rumo
e que sofreu
abuso, logo
começará a impor
as próprias regras
1) Deve-se manter
o auto-controle;
2) Fazer o melhor
possível para criar um
ambiente com condições
favoráveis ao
aprendizado;
3) Tratar seu cavalo assim como você gostaria
que fosse tratado;
4) Ter atitudes previsíveis e consistentes para
mostrar-se confiável;
5) Não usar artifícios
que causem dor e medo
durante a relação
(assim como eram usados
nos métodos antigos de
doma), e
6) Ter compromisso para
com o animal.
*Leonardo Feitosa é médico veterinário. Ministra cursos e clínicas de Natural Horsemanship.
É também instrutor de Doma e Rédeas do SENAR-SP e juiz oficial ABQM, ANCR e NRHA.
Contatos: (11) 9969-0299 / [email protected].
HORSES’S LIFE 111
Coluna
Foto Gerson Verga
Nas pistas de
velocidade
Um dos mais respeitados assessores do Brasil, especializado
em compra e venda de animais, conta sobre sua última
experiência nos Estados Unidos
Por Beto Düwel*
“
As principais
corridas dos Estados
Unidos são mostradas
ao vivo pela televisão
aberta. O que é
preciso para o
Brasil atingir tamanho
profissionalismo?
Pensar no cavalo
como negócio
112 HORSES’S LIFE
N
No último mês de agosto, estive nos Estados Unidos em companhia do treinador Carlos Deleu (que reside no Texas), do Toninho Batista (Haras Santa
Maria) e do Luciano Alves (Haras Luiz Alves). Os dois últimos são criadores
especializados na criação de animais de velocidade, principalmente para Corrida e Vaquejada. Fomos para Ruidoso Downs, no Estado do Novo México, a
fim de assistir as competições All American Futurity e All American Derby.
Nossa primeira parada, após 10 horas de viagem até os Estados Unidos, foi em Dallas,
onde descansamos meio período e seguimos até o destino final. De carro, atravessamos
o deserto do Novo México, repleto de animais selvagens, pedras e campos de petróleo.
Uma aventura de mais de 12 horas!
Finalmente chegamos a Ruidoso. Fiquei espantado com o número de pessoas presentes,
principalmente pelo fato de o Jockey Club se localizar num lugar fora da rota central.
Eu já havia estado ali há dois anos, mas em 2009 o evento foi esplendoroso, melhor do
que eu esperava.
Quero enaltecer o profissionalismo dos norte-americanos. Tudo começa exatamente na
hora marcada. Nós tivemos o privilégio de acompanhar um leilão que vendeu 450 lotes.
Isso mesmo! O pregão de potros de geração foi realizado em três dias. Cinco minutos
antes do horário previsto, o leiloeiro lê o regulamento e, sem nenhum segundo de atraso,
já começa a apregoar os animais.
A estrutura para o leilão é simples. Apenas um tattersal com cadeiras tipo arquibancada
ao redor do picadeiro. Lá, diferentemente do que acontece aqui, o pregão não é um
evento de gala. Trata-se estritamente de negócio. É tudo muito rápido e ordenado. Enquanto vendemos cerca de 10 a 15 cavalos por hora aqui, lá eles passam 30 produtos
em pista.
Outro fato que acho importante ressaltar é que os criadores norte-americanos valorizam,
principalmente, a linha materna dos animais licitados. Por isso que existe extensa variação de preço, pois os filhos das melhores mães são os mais prestigiados e valorizados.
O patriotismo também é inerente aos norte-americanos. Antes de qualquer evento é
tocado o hino nacional. Todos, independentemente do que estejam fazendo, param,
colocam a mão no peito e cantam orgulhosos.
Nas corridas, a organização é de cair o queixo. O corneteiro
anuncia o início de cada páreo. Só quem está presente sabe como
é emocionante o soar da corneta. Então, cada velocista é apresentado ao público. É extremamente empolgante! A riqueza informativa dos catálogos das partidas é de se tirar o chapéu. O
material vem com ordem de entrada, histórico dos animais (local de nascimento, criação, preço de venda, treinador, número de
vitórias) e favoritismo.
Como experiência própria, recomendo àqueles que tiverem a
oportunidade de ir a Ruidoso, que o façam. Para sua comodidade,
reserve a cadeira com antecedência, adquirindo o ingresso antes
de chegar lá. Pois pode ter certeza que o seu local demarcado estará lhe aguardando. Eles respeitam o que é do próximo.
No All American Futurity o animal favorito era Love Samba (Corona
Cartel x The Creole Queen). O histórico dela é sensacional. Venceu todas as competições que já havia participado e com apenas três
anos de idade ganhou mais de US$ 500 mil em prêmios. Porém,
como choveu horas antes da Final, a pista ficou pesada e deu zebra. Quem venceu foi Runnning Brook Gal (Brookstone Bay x
RJK Runaway).
Já pelo All American Derby a vitória foi de Fantastic Corona Jr. (Corona Cartel x Special Queen SA), animal que também não era
favorito. É válido ressaltar que todos os finalistas chegam com
chances reais de vitória. E isso confere mais emoção à prova, que
distribui US$ 1 milhão aos vencedores.
Hotéis lotados, filas nos restaurantes. O acontecimento equestre
foi mostrado ao vivo pela TV aberta dos Estados Unidos. Pessoas
de todas as partes do mundo participaram do evento. O que é
preciso para o Brasil atingir tamanho profissionalismo? Pensar no
cavalo como negócio.
Para finalizar, pretendo voltar aos Estados Unidos em outubro
para participar de alguns leilões de éguas de cria, realizados em
Oklahoma. Lá, irei representar alguns dos principais criadores de
Corrida do Brasil. Deveremos trazer 10 matrizes para cá. Será
mais sangue de ponta vindo para nossos plantéis, agregando valor
à tropa nacional.
*Beto Düwel é criador de cavalos desde 1985.
Atua como assessor de leilões há sete anos.
Contato: [email protected].
Tambor & Baliza, Horse’s Life e Anuário.
Tudo isto em apenas dois anos. Vem muito mais por aí !
HORSES’S LIFE 113
Minha História
Jacira
Rodrigues de Oliveira
Leia dicas de doma racional, conheça
a vida e os costumes de uma das
mais renomadas treinadoras
e competidoras da modalidade
Apartação no Brasil
J
Foto cedida
Jacira Rodrigues de Oliveira lida com cavalos há lado bom. Mas também passei muitas dificuldades. Pensei
mais de 20 anos. O envolvimento com o meio em desistir porque achava que nunca iria colocar uma sela
equestre vem de infância, porém, intensificou- num cavalo. Daí, fui aprendendo, fazendo cursos e vi que
se após o casamento com o craque das pistas de o mais importante para lidar com os animais não é força e,
sim, sensibilidade”, fala Jacira - com a propriedade de quem
Apartação, o cavaleiro José Carlos Rodrigues.
Apesar de ter morado em sítio até os oito anos de respira cavalo 24 horas por dia. “Hoje minha paixão não é
idade, ou seja, acostumada desde novinha com a vida rural, apenas montar ou competir. Gosto de conhecer a fundo os
ela só passou a se dedicar exclusivamente aos cavalos após animais que trabalho, afinal, nessa profissão cada dia sigse casar com Zé Carlos. “Quando nos casamos, eu tinha 16 nifica uma nova experiência”.
anos. Como sempre gostei de animais, passei a ajudá-lo no Com habilidade e competência na preparação de animais
aquecimento da tropa. Eu os trotava e galopava antes de o para provas e leilões, Jacira começou a se aprofundar em
doma racional. “O primeiro curso
Zé montá-los”, conta.
que fiz foi com Eduardo Borba. De lá
Através do suado trabalho com
Pensei em desistir
pra cá, fui me especializando e, atuos cavalos, Jacira e Zé Carlos esporque achava que nunca
almente, ministro clínicas em várias
creveram suas histórias. “Para se ter
iria colocar uma sela num
partes do País”. A treinadora faz
uma ideia de como nossa vida foi
baseada no mundo rural, o berço cavalo. Daí, fui aprendendo, questão de ressaltar que o cavalo não
tem manual de uso, por isso precisado nosso primogênito - José Carlos fazendo cursos e vi que o
mos de sensibilidade para entendê-lo.
Rodrigues Filho, foi comprado com mais importante para lidar
“Não paro de estudar, pois o aprendinheiro da premiação de uma das com os animais não é força
e,
sim,
sensibilidade
dizado é contínuo”.
primeiras provas que o meu marido
Nestes 20 anos de trabalho no mundo
venceu”, lembra.
Logo veio Janaína, a filha do casal. Assim, Jacira cuidava das equestre, Jacira fala que o fato mais marcante de sua vida foi
crianças enquanto Zé Carlos viajava para as competições. ter conquistado respeito junto aos criadores. Hoje ela não é
Só depois de cinco anos de casada é que ela começou a apenas a esposa do treinador Zé Carlos. Ela é a amazona
acompanhar o marido nas provas. “Quando comecei a ir Jacira Rodrigues. “Ser reconhecida como treinadora é algo
aos eventos, fiquei animada para competir”, revela. Logo de que nunca imaginei. Tudo foi acontecendo devagarzinho.
início, ela foi Campeã nas categorias Principiante, Amador Quando paro pra analisar, vejo o crescimento profissional e
e Aberta Limitada. Dentre as principais conquistas, ela res- pessoal que tive e continuo tendo com o cavalo. E o melhor:
salta o 2º lugar no Campeonato Nacional da ABQM (Asso- tenho toda minha família envolvida com o meio”.
ciação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), Atualmente, Jacira e Zé Carlos moram no JCR Ranch, loem 2003, quando correu pela categoria Aberta Júnior em calizado na cidade de Itatinga, no interior paulista. O objetivo da treinadora é continuar o trabalho que sempre desenmeio às grandes feras do esporte.
“Eu me apaixonei pela Apartação logo de cara. Esse foi o volveu, fomentando a modalidade Apartação.
“
114 HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE 115
Minha História
Foto cedida
Antônio Carlos
Nahime
O filho queria laçar. Ele incentivou.
Depois acabou se apaixonando pelo
esporte. Saiba mais sobre um dos
mais atuantes diretores da Associação
Nacional de Laço de Bezerro
A
Antônio Carlos Nahime ou simplesmente Na- estava chegando, Nahime aproveitou para marcar a prova,
hime - como é conhecido, chegou ao mundo convidando vários amigos laçadores. “Muitos criticaram
western através do filho Eduardo, que na ju- nosso modelo. Como sou curto e grosso, disse aos que não
ventude começou a laçar. Pai incentivador, ele concordaram que ficassem assistindo. Todos laçaram. E
passou a acompanhar o rapaz nas provas. Preo- esta foi uma das primeiras competições de Laço de Becupado com a organização dos eventos, ele foi convidado zerro que não teve confusão”.
a colaborar na coordenação dos mesmos. Não teve jeito. Depois disso, Nahime teve participação determinante
Acabou se apaixonando pelo esporte, sendo hoje um dos nos eventos da ANLB e da Copa Vale. “Muitos organizamais atuantes diretores da Associação Nacional de Laço dores começaram a me procurar, buscando orientação
de Bezerro (ANLB) e da Copa Vale.
para montar Regulamentos a fim de evitar problemas”.
Quando estava com 40 anos de idade,
Dedicado, quando o evento não tinha
Nahime colocou como meta de vida
patrocínio, ela vendia rifas de cordas e
Os meus filhos
se aposentar dali uma década. Ele e a minha esposa, Edna,
fivelas para arrecadar fundos. “Sempre
era proprietário de uma empresa na
ressaltei a importância das boas premiasempre me acompanham
cidade de São José dos Campos/SP
ções”.
e tinha o sonho de viver no campo, nas provas. Essa é a maior No início de 2003, Nahime - já bastante
gratidão que um laçador
lidando com bois e cavalos.
conhecido no meio, recebeu um teleCom persistência e obstinação, ele poderia ter
fonema do laçador Nilton Braga para
atingiu o objetivo e seguiu para seu
participar de uma reunião na ABQM
idílio rural, o Rancho Canto Verde, na cidade paulista de (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de
Caçapava. No início, criou cavalos Mangalarga. Mais tar- Milha) para a criação da ANLB. Foi assim que ele conhede, como o filho começou a competir em Laço de Bezerro, ceu o pessoal que idealizou a entidade, tornando-se diretor
ele conheceu o Quarto de Milha, encantando-se pela raça. da mesma. “Hoje, isso tudo me traz grande satisfação, pois
“Lá no rancho havia um campo de futebol society, que os trabalho com o que gosto. Minha ideia é prestar o mesmo
meninos usaram muito. Quando o Du (Eduardo Nahime) serviço de profissionalização para o Laço em Dupla. Até já
começou a laçar, decidimos construir uma pista. Como montei um Regulamento, mas preciso de uma pessoa séria,
tenho formação cartesiana, gosto de conhecer tudo a fun- que entenda a modalidade, para analisar, adaptar e colocádo antes de iniciar qualquer atividade, por isso fui atrás de lo em prática. É mais um desafio que tenho pela frente”.
pessoas para me orientar”, conta. Desse trabalho de pes- Para finalizar, Nahime fala da união familiar, característiquisa, ele finalmente montou a arena no Canto Verde, mas ca inerente às provas de Laço de Bezerro. “Os meus filhos
- ao mesmo tempo, detectou a falta de profissionalismo no e a minha esposa, Edna, sempre me acompanham. Essa
meio. “Foi assim que resolvi criar um Campeonato do meu é a maior gratidão que um amante do Laço poderia ter”.
jeito, com Regulamento próprio”. O aniversário do filho
“
116
HORSES’S LIFE
Shopping Rural
F-Milha, lançamento da Tropical Cabines
Divulgação
A F-Milha é uma picape customizada especialmente para
atender o segmento da equitação, pois conta com reboque de
trailers de qualquer tamanho. Robusta e bonita, ela pode ser
utilizada para o trabalho e para o lazer.
A transformação é realizada sobre o modelo F-250 Cabine
Simples. E as principais características são: rodado traseiro duplo (característica das picapes norte-americanas), caçamba tipo
Slash, estribos laterais em aço inox, alargadores de paralamas,
rodas e calotas cromadas, espelhos externos importados,
Santo Antônio estilizado e pintura personalizada.
O interior tem acabamento requintado, à escolha do cliente.
A F-Milha possui porta-malas interno de 200 Litros,
que fica atrás do banco traseiro (que se transforma
num sofá-cama). Os acessórios internos e externos
são inúmeros, desde geladeira e freezer elétrico,
passando por teto-solar e chegando a equipamentos
de áudio e vídeo, Playstation e piloto automático.
Para quem possui uma F-250 Cabine Simples, de qualquer
ano, a F-Milha é uma ótima opção para transformá-la numa
picape com estilo dos Super Trucks dos Estados Unidos.
Contato: www.tropicalcabines.com.br.
Divulgação
Hemolitan JCR
Versão turbinada de um dos mais tradicionais e renomados produtos da Vetnil, o Hemolitan JCR é um
suplemento que combina em sua fórmula doses mais elevadas de Vitamina B12, Ácido Fólico e Ferrok,
elementos que auxiliam no metabolismo das hemácias.
Importante para o crescimento de potros ou para a melhor resposta aos treinamentos intensivos,
a suplementação com Hemolitan JCR - nas quantidades indicadas para cada animal,
maximiza o desenvolvimento do potencial atlético dos futuros Campeões.
Também podem ser suplementados com Hemolitan JCR os cavalos sujeitos a estresse de viagens
para exposições e garanhões em plena Temporada de Monta.
Converse com seu médico veterinário a respeito de outras técnicas de utilização ou da possibilidade
de associação deste com outros produtos. Caso tenha dúvidas a respeito da utilização do
Hemolitan JCR entre em contato com a Vetnil através do e-mail [email protected].
Chapéus 100% Brasil
Valorizando a matéria prima nacional, a Chapéus Cury lança para o verão 2010
a linha de chapéus “100% Brasil”. Elaborados com palha de Buriti, uma das mais
singulares palmeiras nacionais, os produtos são confeccionados por artesãs do
povoado de Barreirinhas/MA. Elas levam até um dia para produzir cada exemplar,
tamanho o cuidado com o trabalho de trama.
A coloração dos chapéus é feita a partir de processos naturais,
com uso de plantas da região maranhense. É a Cury levando à nossa gente,
nativos do sertão brasileiro, progresso e desenvolvimento.
Informações: (19) 3232-1122 / www.grupocury.com.br.
Divulgação
Star Horse Matriz
Riverside,
a surpreendente
Uma das melhores atletas da história na modalidade Apartação no Brasil
agora comprova suas qualidades através dos filhos
em estágio de competição
A
Antes de ser uma das melhores atletas da modalidade Apartação no Brasil, a égua
Riverside (Mr. Jay Bee Dee x Runaway Zip) quase foi destinada aos rodeios, devido ao
temperamento rebelde. Mas, por inúmeros fatores - que muitos gostam de chamar
de obra do destino, ela foi parar no Haras Hawi, propriedade do casal de competidores Ângela Muniz Barretto Otsuka e Gildo Vendrame, em Descalvado/SP, local
onde ela foi devidamente treinada para as provas.
Foto Álvaro Maya
118 HORSES’S LIFE
Ela chegou ao Centro de Treinamento aos dois anos e meio
de idade. “Logo no início, o antigo dono quis vendê-la para
mim. Mas como eu ainda não a conhecia, primeiramente,
achei melhor treiná-la. Com o passar dos meses, fui notando que ela era especial, diferente, realmente muito boa. Daí,
falei para o então proprietário inscrevê-la no Potro do Futuro da ANCA (Associação Nacional do Cavalo de Apartação). Ele achou a inscrição cara e não quis investir. Por fim,
ainda me falou que tinha um amigo que mexia com rodeios
que estava querendo experimentá-la nas arenas de Festas
de Peão”, conta Gildo. Ao saber disso, o treinador prontamente fez uma oferta pela égua e a adquiriu. Naquele mesmo ano, 1997, Riverside se sagrou Campeã do 9º Futurity
da ANCA na categoria Aberta.
Dali em diante, Riverside consolidou uma vitoriosa carreira, sendo uma das éguas mais importantes da Apartação
brasileira. Hoje, ela é o xodó do casal de apartadores, que
sempre se emociona ao contar a história do animal.
Quem a viu competir
não se esquece dos momentos
em que ela se ajoelhava diante
do boi e explodia com gás total
quando a rês se movia,
encantando o público e
recebendo notas altas dos juízes
Criação do espólio de José Eugênio de Rezende Barbosa, a
égua nascida em 22 de outubro de 1993, até hoje faz a fama
do Haras Hawi. Quem a viu competir não se esquece dos
momentos em que ela se ajoelhava diante do boi e explodia
com gás total quando a rês se movia, encantando o público
e recebendo notas altas dos juízes.
De 1997 a 1999, Riverside participou de diversas competições, vencendo tanto na Aberta, com Gildo Vendrame,
como nas categorias Amador, Non Pro e Feminina, com
Ângela Otsuka. Dentre os demais títulos conquistados estão: Campeã Super Stakes da ANCA 97, Campeã do IX
Congresso da ABQM (Associação Brasileira de Criadores
de Cavalo Quarto de Milha), Campeã Nacional da ABQM
98, Campeã Super Stakes Classic da ANCA 98, Campeã
Derby da ANCA 99, Campeã do X Congresso da ABQM e
Grande Campeã Nacional da ANCA 98/99.
Após a vitoriosa campanha, os proprietários resolveram
tirá-la das pistas e destiná-la à reprodução. Riverside procri-
ou por quatro anos, produzindo três machos e uma fêmea.
Os potros demonstraram nas pistas as mesmas qualidades
da mãe, ganhando vários títulos, valorizando-a como matriz. O primeiro produto, Kayak River (Jazzy Jay x Riverside), ficou com Ângela e Gildo e foi Campeão Super Stakes
da ANCA 2004, Campeão Derby Classic da ANCA 2006
e Campeão Super Stakes Classic da ANCA 2006 - todos
na categoria Non Pro. O segundo potro, Chinook River
(Sugar Son KRB x Riverside), fez campanha com o treinador José Carlos Rodrigues, também conquistando importantes vitórias. O terceiro potro foi vendido para um pessoal
fora do meio da Apartação, que não o direcionou para as
provas. E a potra Mystic River (Hill Nilly Doc x Riverside),
que também ficou com o casal, sagrou-se Campeã Potro do
Futuro da ABQM, em 2007. “Após essas crias, resolvemos
voltar a competir com a River porque muitos colocavam
em dúvida se ela seria vencedora em meio às novas gerações de animais”, diz Ângela. “Mais uma vez ela nos surpreendeu, conquistando novos títulos, como no XV Congresso da ABQM, em 2005, nas categorias Aberta Sênior e
Amador. Foi também Grande Campeã Nacional da ANCA
2004/2005 na Feminina e Campeã Nacional da ABQM
2005 na Amador”.
Hoje, Riverside está descansando nas boas instalações do
Haras Hawi, onde vive em regime de coleta de embrião.
“Agora estamos investindo nos filhos dela, que têm se
mostrado tão bons quanto à mãe. Ela é o nosso xodó e significa tudo para nós. Foi obra do destino mesmo. Ela era
para ser nossa e nos dar tantas alegrias”, fala com lágrimas
nos olhos a sempre contida Ângela. “Por toda essa história,
ela não tem preço. Muitos criadores de renome já tentaram
comprá-la, mas não adianta. Dinheiro nós arrumamos trabalhando, mas outra Riverside é muito difícil. Pra sempre
só haverá uma”.
“
Agora estamos investindo
nos filhos dela, que têm
se mostrado tão bons quanto à mãe.
Ela é o nosso xodó e significa tudo
para nós. Foi obra do destino
mesmo. Ela era para ser nossa
e nos dar tantas alegrias
Ângela Muniz Barretto Otsuka,
proprietária
HORSES’S LIFE 119
Star Horse Garanhão
Country Dun It,
o cobiçado
O garanhão que lidera o Ranking de reprodutores da Associação Nacional do
Cavalo de Rédeas está nos planos de alguns criadores norte-americanos
F
Filho de Hollywood Dun It e Country Bob’s Sugar, o baio de crina e rabo negros, Country Dun It,
foi trazido ao Brasil pelas mãos de Beto Düwel e Carlos Deleu, treinador
brasileiro radicado nos Estados Unidos. Quem o encomendou foi o criador Alexandre Novais, do DA Ranch,
localizado em Avaré/SP.
Fotos Gerson Verga
120 HORSES’S LIFE
Numa de suas visitas anuais ao Brasil, Deleu trouxe uma revista
onde Düwel viu uma foto do então jovem garanhão ao lado do
pai, o consagrado Hollywood Dun It, animal que fez fama na sela
do gordinho Tim MacQuay. O que chamou a atenção do assessor em compras e vendas de cavalos no Brasil e no exterior foi a
semelhança entre ambos. “Fiquei admirado com o cavalo. Assim,
eu e o Deleu saímos ligando para nossos clientes na época”, conta
Beto. Como o preço a ser pago era alto, US$ 120 mil, a solução
ideal seria formar um condomínio. “Eu e meu irmão ficaríamos
com uma cota. Os criadores Antônio Carbonari Netto, Fábio
Guaraná e Alexandre Novais também toparam a parada. Outros
dois criadores foram convidados para fechar o grupo”.
Reunindo os interessados para trazer Country Dun It ao País,
Beto marcou uma reunião para acertar os últimos detalhes. Foi
quando um dos possíveis cotistas levou uma série de documentos
e começou a questionar o valor a ser pago pelo animal. “Foi algo
muito chato. Deu a entender que estávamos ganhando dinheiro
a mais, além da nossa comissão. Naquele momento, tudo foi desfeito e liguei para o Deleu cancelar a negociação”, diz Betão. Passado uma semana do ocorrido, o Alê Novais, inconformado com
a situação, ligou para o assessor e se comprometeu a ficar com
o animal. “Ele só me perguntou se tínhamos como conseguir o
pagamento em duas vezes. Aí deu tudo certo. Ele trouxe o Country para o Brasil e no primeiro leilão que o garanhão foi apresentado, nós comercializamos 60 coberturas, montante que praticamente pagou a vinda dele, fato que mostrou que estávamos certos
na escolha de um produto diferenciado”.
O criador Fábio Guaraná, que “quase” se tornou dono de Country Dun It se recorda da ocasião em que aceitou participar do
condomínio. “Topei por acreditar no trabalho do Carlos Deleu,
um dos maiores olheiros e entendedores de cavalos que conheço”,
diz. Ele também reconheceu o arrojo de Alê Novais. “Era uma
soma alta para a época. Mas ele teve coragem e acertou. Hoje todos nós vemos que foi um negócio totalmente viável. Os filhos do
Country são cobiçados. Todo mundo os procura, principalmente
para a modalidade Rédeas”.
Em terras brasilis, o garanhão já produziu Campeões em Rédeas,
Working Cow Horse, Laço e Vaquejada. Juntos, os produtos somam 387 pontos no Registro de Mérito da ABQM (Associação
Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha). Destaque
para Wit Dunnit Pec, Hollywood Country, Cowboy Dun It, Tensor Doc Dun, Country Miss Dell, Grape Dun It, Just Bar Pine,
Country Double Doc, Pilgreen Dun It, Hushnix Dun It Dar, Little Dun It Dar, Bland Dun It, Sugar Pepdun OMG, dentre outros.
Nos Estados Unidos, ele é pai de Country By Berry, Campeão de
Rédeas.
Country Dun It, o cobiçado, encabeça a lista dos garanhões da
ANCR (Associação Nacional do Cavalo de Rédeas), cujos filhos
acumulam mais pontos do que os demais. Com campanha reprodutiva comprovada, desde que Hollywood Dun It morreu,
Country se tornou um dos mais dignos sucessores do pai. Por isso,
há criadores norte-americanos interessados em retorná-lo ao seu
País de origem. “Já tentei intermediar três negócios. Mas o Alê
acaba colocando o sentimento à frente do aspecto comercial e não
o vende”, fala Beto Düwel.
“
Ele é a minha paixão.
É o cavalo mais especial
que já tive. Além de beleza,
bom pedigree e qualidade
como atleta, Country faz
os filhos como um pintor,
caprichando em todos
os detalhes
Alê Novais, proprietário
Enquanto não vêm novas propostas de compra do estrangeiro,
Alê segue orgulhoso de seu animal. “Ele é a minha paixão. É o
cavalo mais especial que já tive. Além de beleza, bom pedigree
e qualidade como atleta, Country faz os filhos como um pintor,
caprichando em todos os detalhes”, diz o proprietário, que atualmente mantém o garanhão sob os cuidados da equipe da Central
Internacional de Reprodução Rancho das Américas, onde o raçador coleta sêmen para despacho para todo o País.
HORSES’S LIFE 121
Veterinária
Novos tipos
de exames diagnósticos
Em meio às novidades sobre o assunto, saiba o que
realmente muda em relação às imagens convencionais ainda presentes no meio equestre, e conheça as
vantagens para quem trabalha com cavalos
Por Laura Pereira Pinseta e Marco Aurélio Gallo*
Imagens cedidas
T
Todos aqueles que lidam direta ou indiretamente com
cavalos podem observar que, cada vez mais, novos tipos
de exames diagnósticos por meio de imagens têm surgido na prática veterinária no mundo. Alguns deles,
como tomografia de últimas gerações, ressonância
magnética, medicina nuclear, radiologia intervencionista
ou imagem molecular, ainda não são uma realidade na
rotina com equinos no Brasil. Por outro lado, já temos
em algumas regiões do País métodos mais modernos
de exames de raios-x e de ultrassom digitais disponíveis para nossos animais. Porém, em meio
às novas informações e especulações sobre o
assunto, ficam as seguintes perguntas: o que
realmente muda para nós em relação às
imagens convencionais, ainda presentes no meio? Quais as vantagens para
quem trabalha com cavalos?
122 HORSES’S LIFE
Quartela
Curvilhão
Região distal
de membro
Boleto de potro
HORSES’S LIFE 123
Cintigrafia da região do casco
Sem dúvida, a rapidez na obtenção da
imagem finalizada responde parcialmente tais questões, já que eliminamos
parte do longo processamento (revelação,
secagem, identificação de cada imagem
com letras de chumbo, substituição dos
filmes nos chassis etc) antes necessário
para dar vida às imagens convencionais. A tendência dos equipamentos em
se tornarem portáteis também colabora
com a questão da rapidez e praticidade
na obtenção do produto final, facilitando
o trabalho como um todo, ajudando os
médicos veterinários no acesso a locais
mais difíceis e remotos, onde os cavalos
muitas vezes se encontram.
Hoje, podemos trabalhar causando menos agressão ao meio ambiente, já que as
substâncias químicas tóxicas necessárias
para a revelação de imagens convencionais não são mais necessárias. Este
é um ponto crucial dos novos sistemas
de raios-x, já que no mundo moderno
a preservação e o cuidado com o meio
ambiente são assuntos de extrema relevância.
“
Podemos trabalhar
causando menos
agressão ao meio
ambiente, já que
as substâncias
químicas tóxicas
necessárias para
a revelação
de imagens
convencionais
não são mais
usuais
124 HORSES’S LIFE
Agora também contamos com maior facilidade em obter imagens realmente diagnósticas, pois os exames radiográficos digitais
são mais facilmente obtidos, com qualidade minimamente aceitável, do que
quando operávamos sistemas convencionais. Por isso, menos repetições de imagens são necessárias para se alcançar resultados satisfatórios. De maneira geral
(e de forma ideal), tende a ser menor a
quantidade de radiação necessária para se
chegar à mesma imagem nos modelos digitais, além de os novos sistemas exigirem
equipamento emissor (de radiação)
de boa qualidade e que opere em alta
frequência. Tais aspectos nos permitem
fazer radiografias com menor uso da
radiação, o que é muito positivo, tanto
para o paciente quanto para o operador
e o meio ambiente.
Além de todas essas novidades, inseriu-se
também um novo conceito em Medicina com o advento dos sistemas digitais,
conhecido como “telerradiologia”, que
consiste na possibilidade do uso de meios interativos de Comunicação, como a
internet, para se compartilhar, discutir e
trocar informações sobre os exames obtidos com outros médicos e especialistas
de qualquer parte do mundo. Isso é possível, pois se convencionou usar a mesma
“linguagem” para as imagens médicas,
independentemente da origem delas (tomográficas, radiográficas ou qualquer
outra), chamada de sistema DICOM, do
inglês Digital Imaging and Communications in
Medicine. Da mesma maneira, os propriRadiologia transcirúrgica
etários de cavalos podem visualizar as imagens obtidas de seus animais no próprio
computador pessoal, sem que para isso
seja necessário algum programa específico ou configuração especial.
Os novos métodos disponíveis para
arquivamento das imagens também
mudaram radicalmente, uma vez que
agora podem ser feitos back-ups via internet, através da gravação das imagens
em diversos tipos de mídia (como, por
exemplo, pen drives e CDs) ou mesmo
em memórias externas ou internas de
computadores. O novo arquivo não ocupa espaço físico, não faz uso de papel e
confere maior praticidade e organização
do que os antigos filmes radiográficos,
muitas vezes inutilizados por bolores e
fungos.
Dispomos atualmente de inúmeros recursos de manipulação e agregação de
valor nas imagens para um melhor e
completo diagnóstico, como por exemplo, o advento do Doppler nos exames
ultrassonográficos, o ultrassom em três
dimensões, os diversos recursos de software para manipular imagens radiográficas no computador etc. Devemos citar
também os modernos softwares de
análise de imagem, chamados genericamente de CAD, do inglês Computer-Aided
Detection que, a partir de modelos obtidos de imagens normais (sem lesões de
qualquer natureza), são capazes de acusar a presença de anomalias na imagem
obtida. Apesar de também não serem
parte de nossa rotina atual, constituem
“
Imagem tomográfica transversa de tíbia proximal
Quando um método
diagnóstico evolui,
obrigatoriamente temos
que aprender novos
conceitos e aprimorar os
antigos para seguir
trabalhando corretamente
campo promissor e também bastante polêmico para os
próximos anos da Medicina Veterinária mundial.
Devemos também conhecer os pontos não obrigatoriamente positivos da evolução tecnológica que estamos
presenciando hoje. Quando um método diagnóstico
evolui, temos que aprender novos conceitos e aprimorar
os antigos para seguir trabalhando corretamente. Tal
processo, invariavelmente obrigatório, chama-se “curva
de aprendizado”, e significa que não podemos adquirir
uma nova máquina diagnóstica e simplesmente usá-la
indiscriminada e aleatoriamente. Os médicos veterinários
que se propõem a trabalhar com imagens têm o dever
e a obrigação ética de se aprimorar, aprender com os
novos sistemas para estarem aptos a utilizá-los.
Por fim, vale lembrar que todos os equipamentos médicos modernos, de qualquer natureza, necessitam de
revisões preventivas e periódicas para se manter funcionando adequadamente. Este também é um conceito
relevante, apesar de já existir anteriormente para os
sistemas convencionais. Todos os envolvidos num processo qualquer de diagnóstico por imagem, desde o cliente (dono do cavalo) até o médico veterinário, devem
estar cientes sobre as necessidades naturais dos equipamentos e cobrar dos responsáveis que esse tipo de
procedimento sempre esteja em prática.
Imagens de articulação femorotíbiopatelar
(radiografia em A e tomografia em B e C)
Ressonância magnética de casco
Ultrassom da região escápulo-umeral
*Laura Pereira Pinseta, médica veterinária
formada pela USP. Cumpriu extensão educacional pela PUC-SP em Controle de Qualidade
em Diagnósticos por Imagem.
Contatos: (11) 9658-3654 / [email protected].
*Marco Aurélio Gallo, médico veterinário formado e mestrando pela USP. Membro do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária.
Contatos: (11) 8333-4321 / [email protected].
HORSES’S LIFE 125
Leilões
Movimento
dos leilões
Confira aqui os cinco maiores pregões dos
últimos três meses, em faturamento,
organizados pelas conceituadas
empresas leiloeiras MBA e WV
Foto cedida
MBA LEILÕES
“A liquidez tem sido o carro forte da raça, ou seja, mercado aquecido para animais de qualidade com genética comprovada”, Marcelo Borges de Andrade, diretor da empresa.
Nome do Leilão – 2nd The Dream of Speed
Data – 18/7/2009
Promotor – Jonathas Dantas
Leiloeiro – Nilson Genovesi
Local – Jockey Club de Sorocaba/SP
Faturamento geral – R$ 3.071.400,00
Média geral – R$ 81.967,74
Média geral das fêmeas – R$ 101.000,00
Média geral dos machos – R$ 55.615,38
Lote mais valorizado – Fiorentina Streak (A Streak Of Cash
x Mothers Secret), vendida pelo Condomínio homônimo para o
Ana Dantas Ranch, de Sorocaba/SP, por R$ 450 mil
126 HORSES’S LIFE
Nome do Leilão – 4º Leilão Fazenda Barrinha
Data – 04/7/2009
Promotor – Armando Costa Filho
Leiloeiro – Aníbal Ferreira
Local – Fazenda Barrinha, Espírito Santo do Pinhal/SP
Faturamento geral – R$ 2.027.400,00
Média geral – R$ 50.070,00
Média geral das fêmeas – R$ 52.475,68
Média geral dos machos – R$ 20.400,00
Lote mais valorizado – Smart Pudden Pep (Dual Pep x Smart
Pudden), vendida pela Fazenda Barrinha para Leonardo Chavez
Zapalá Pimentel, de Uberlândia/MG, por R$ 144 mil
Nome do Leilão – 2º Leilão Top Babies Barrinha
Data – 03/7/2009
Promotor – Armando Costa Filho
Leiloeiro – Aníbal Ferreira
Local – Fazenda Barrinha, Espírito Santo do Pinhal/SP
Faturamento geral – R$ 1.311.600,00
Média geral – R$ 38.576,47
Média geral das fêmeas – R$ 37.354,84
Média geral dos machos – R$ 51.200,00
Lote mais valorizado – Smart Little Aglows, vendida pela
Fazenda Barrinha para Augusto Marmo Blanco, de Monte Azul
Paulista/SP, por R$ 100,8 mil
Nome do Leilão – 4º Leilão Haras Sacramento
Data – 22/8/2009
Promotor – Jefferson Abud
Leiloeiro – Aníbal Ferreira
Local – Jockey Club de Sorocaba/SP
Faturamento geral – R$ 2.008.800,00
Média geral – R$ 38.148,84
Média geral das fêmeas – R$ 38.400,00
Média geral dos machos – R$ 34.800,00
Lote mais valorizado – Fancy Cats Meow (High Brow Cat x
Starlit Fancy Lynx), vendida por Ana Cristina da Silva, de Campo
Grande/MS, para o Haras São Matheus, em Quadra/SP, por
R$ 134,4 mil
Nome do Leilão – Leilão Haras Mucuri & Dal Bosco
Data – 28/8/2009
Promotor – José Raimundo Oliveira e Wagner Dal Bosco
Leiloeiro – Aníbal Ferreira
Local – Aracaju/SE
Faturamento geral – R$ 1.718.000,00
Média geral – R$ 38.093,02
Média geral das fêmeas – R$ 40.345,95
Média geral dos machos – R$ 24.200,00
Lote mais valorizado – Chicks Kiss (Chicks Beduino x Kissing
For Cash), vendida pelo Haras Dal Bosco, em São Cristóvão/SE,
para os haras Santa Maria e Luis Alves, em Itapetininga/SP, por
R$ 103,2 mil
Foto cedida
WV LEILÕES
“O cavalo continua sendo um grande investimento. O ano de
2009 tem superado todas as expectativas de liquidez e médias.
Esperamos que tudo continue como está, ou seja, num volume
crescente de preços e vendas”, Wilson Dosso Jr., sócio da leiloeira.
Nome do Leilão - 10º Leilão WV
Data – 16/7/2009
Promotor – Wilson Vitório Dosso
Leiloeiro – Agnaldo Agostinho de Sousa
Local – Avaré/SP
Faturamento geral – R$ 2.480.000,00
Média geral – R$ 49.600,00
Lote mais valorizado – a potra Victoria Fly Moon (Victory
Fly VM x Brasita Moon ZO), de Guy Rodrigues Peixoto Júnior,
do Recife/PE, vendida para Jonathan Muller, de Timbó/SC, no
valor de R$ 160,8 mil
Nome do Leilão – 3º Leilão Estância 4M & Convidados
Data – 01/8/2009
Promotor – Adilson José de Almeida
Leiloeiro – Agnaldo Agostinho de Sousa
Local – Rancho QM, Presidente Prudente/SP
Faturamento geral – R$ 1.189.000,00
Média geral – R$ 25.200,00
Lote mais valorizado – Marinheira Nordick (Nordick Only
VM x Lady Fishers Jet), que passou de Ovídio Vieira Ferreira
para Vitório Spini Coimbra, no valor de R$ 60 mil
Nome do Leilão – V Leilão Evolução
Data – 20/8/2009
Promotor – Maria Emília e Osvaldo Vieira; Paulo Otávio
Macedo, Roberto Tenório & Convidados
Leiloeiro – Nilson Genovesi
Local – Caxangá Golf Club, Recife/PE
Faturamento geral – R$ 1.145.000,00
Média geral – R$ 24.650,00
Lote mais valorizado – Domênica Ease VM (Holland Ease
x Gotta Be Dash), do Haras Monte Verde, de Olinda/PE, para
Ovídio Vieira Ferreira, de Sorocaba/SP, no valor de R$ 72 mil
Nome do Leilão – 2º Leilão ACQM
Data – 18/9/2009
Promotor – Associação Campograndense de Criadores de
Cavalo QM
Leiloeiro – Agnaldo Agostinho de Sousa
Local – Campo Grande/MS
Faturamento geral – R$ 714.615,00
Média geral – R$ 21.655,00
Lote mais valorizado – a fêmea Winnin Bar Koko (Doc Streak
Winnin x Doc’s Koko Bar), de Leonardo Vaz Perez, de Campo
Grande/MS, para Fernando Augusto de Araújo Nogueira, também de Campo Grande/MS, por R$ 42 mil
Nome do Leilão – Leilão Virtual das Américas
Data – 15/9/2009
Promotor – André Nunes Costa (assessor)
Leiloeiro – Agnaldo Agostinho de Sousa
Local – Estúdio do Agrocanal, Campo Grande/MS
Faturamento geral – R$ 696.300,00
Média geral – R$ 33.433,00
Lote mais valorizado – Catch Fishers (Fishers Dash x Catch
Some Zees), de Luiz Eduardo Arena Alvarez, de Bauru/SP, para
o Haras Dan, de Uberaba/MG, por R$ 75 mil
*Nota da Redação:
A WV Leilões não informou as médias de machos e fêmeas.
HORSES’S LIFE 127
PERSONALIDADES
Personalidades
128 HORSES’S LIFE
Classificados
Classificados
HORSES’S LIFE 129
CALENDÁRIO DE EVENTOS
DATA
EVENTO
LOCAL
CONTATO
15 a 17 de outubro
33ª Vaquejada Parque Maria da Luz - 2ª Etapa
do Circuito Paraibano de Vaquejada 2009
Parque Maria da Luz
Campina Grande/PB
www.portalvaquejada.com.br
15 e 16 de outubro
II Team Penning de Araguari
Parque de Exposições Rondon Pache
Araguari/MG
(34) 8832-0353 - Matheus Antonieti
16 a 18 de outubro
Vaquejada do Parque Aristides Rios - 2ª Etapa
Circuito Alagoinhas/Várzea do Poço
Parque Aristide Rios
Várzea do Poço/BA
www.portalvaquejada.com.br
17 de outubro
II Etapa Campeonato Brasiliense de Rédeas
Granja do Torto
Brasília/DF
www.ancr.org.br
(19) 9199-9279
22 a 25 de outubro
3ª Prova Milionária de Team Penning
Recinto de Exp. José André de Lima
Mococa/SP
(19) 8137-7245 - Guilherme Brisighello
(19) 9776-6686 - Carlos Sampaio
23 a 25 de outubro
Super Stakes e Super Stakes Classic ANCA 2009
Fazenda Barrinha
Espírito Santo do Pinhal/SP
www.anca.com.br
(19) 3661-4615
24 de outubro
7ª Etapa do Campeonato Nacional
de Laço de Bezerro
Rancho Canto Verde
Capaçava/SP
www.anlb.com.br
(12) 3652-4117 - Nahime
24 de outubro
Prova de Laço em Dupla
Rancho do Alemão
Sumaré/SP
(19) 8110-5198 - Alemão
24 de outubro
GP Taça de Ouro - Final
Jockey Club de Sorocaba Sorocaba/SP
www.jockeyclubdesorocaba.com.br
(15) 3293-1177
24 de outubro
I Etapa Núcleo Castelo Branco de Rédeas
A confirmar
www.ancr.org.br
(19) 9199-9279
24 e 25 de outubro
I Team Penning dos Amigos
Camaru
Uberlândia/MG
(34) 9974-8900 - Aurélio Bernardo
31 de outubro e 1º de novembro
8ª Copa Via Japan Toyota de Laço em Dupla
Rancho Quarto de Milha, Presidente
Prudente/SP
(18) 8128-3203 - Heitor
30 de outubro a 1º de novembro
20ª Vaquejada do Parque Arapuã
Parque Arapuã
Santo Antônio do Salto da Onça/RN
www.portalvaquejada.com.br
06 a 08 de novembro
Super Stakes 2009 de Rédeas
Fazenda Barrinha
Espírito Santo do Pinhal/SP
www.ancr.org.br
(19) 9199-9279
06 e 07 de novembro
2ª Etapa do III Campeonato
Sul-Mato Grossense de Apartação
Campo Grande/MS
(67) 3327-1341 - Ana Paula Fernandes
07 de novembro
Final do Campeonato Nacional
de Laço de Bezerro
Red Eventos
Jaguariúna/SP
www.anlb.com.br
(12) 3652-4117 - Nahime
13 e 14 de novembro
3ª Etapa do Campeonato Paulista de Apartação
Local a definir
www.anca.com.br
(19) 3661-4615
13 a 15 de novembro
Campeonato Pernambucano de Vaquejada
Parque Millanny
Caruaru/PE
(81) 9122-9192 - Clóvis
14 de novembro
7ª Etapa do Circuito Leste Paulista
de Team Penning
Fazenda SL Barreiro
Tapiratiba/SP
www.lestepaulista.com.br
(19) 3684-2000
14 de novembro
Prova de Laço em Dupla
Rancho do Laço IAM
Sumaré/SP
(19) 9157-4897 - Luís Pires
(19) 9187-9003 - Marcos Pires
14 e 15 de novembro
I Etapa Campeonato Paranaense de Rédeas
PSG Centro de Treinamento
Colombo/PR
www.ancr.org.br
(19) 9199-9279
19 a 22 de novembro
Vaquejada Parque Palmery Soariano - 1ª Etapa
do Circuito Terra dos Marechais 2009
Parque Palmery Soriano
Cajueiro/AL
www.portalvaquejada.com.br
21 de novembro
GPs de Encerramento
Jockey Club de Sorocaba Sorocaba/SP
www.jockeyclubdesorocaba.com.br
(15) 3293-1177
28 de novembro
II Etapa da Prova de Team Penning
Expogal
Cajuru/SP
(16) 3610-6053 - Cláudia
130 HORSES’S LIFE
HORSES’S LIFE 131
132 HORSES’S LIFE

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