alcatrazes - Revista Náutica
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são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo ILHA DE CARAS Como é a ilha que todo mundo inveja edição nº 9 | fevereiro/março 2015 | r$ 12,00 t Boa Riohow S s vite con ! 2 tis gráca eS Feipdastre-se Ca ite e vis AlcAtrAzes O lindO arquipélagO prOibidO dO litOral paulista O MELHOR PASSEIO DE ANGRA Um roteiro completo pelas praias e ilhas mais bonitas CORROSÃO NO bARCO Como combater este problemão MENSAGENS AO MAR O fascínio das mensagens em garrafas nunca acaba 26 a 31 de março riocenTro Tudo sobre o universo náuTico para quem é apaixonado por barco e aTé para quem ainda vai ser. realização: www.rioboatshow.com.br patrocínio: apoio: Índice pág. 40 NESTA EDIÇÃO... POR JORGE DE SOUZA A LCATR A ZES pág. 30 O MELHOR DE ANGRA As águas de Angra dos Reis oferecem passeios de todos os gostos, para quem tem um barco. Mas, se você não tiver muito tempo, não quiser navegar até a Ilha Grande, nem conhecer bem a região, siga este roteiro, que reúne as melhores ilhas e praias, em um dia mais que perfeito D 30 LEANDRO SAADI Neste roteiro, de um paraíso a outro são apenas alguns minutos de barco Bem perto das praias do litoral norte paulista existe um arquipélago que merece ser visi tado pelos donos de barco. Mas em nome da preservação, isso (ainda) não é permitido ALBERTO SODRÉ NÁUTICA SUDESTE NÁUTICA SUDESTE AS LINDAS ILH AS PROIBIDAS 40 31 NÁUTICA SUDESTE NÁUTICA SUDESTE COMO OS NÁUFRAGOS Trecho de uma das milhares de mensagens já encontradas dentro de garrafas boiando nos mares: o que no passado era uma necessidade, virou uma instigante diversão SHUTTLERSTOCK N O ÚLTIMO DIA DO ANO DE 2013, o casal de velejadores Duda e Celso Martins estava com o seu barco tranquilamente ancorado na prainha do Cantagalo, em Paraty, curtindo a alegria de mais um ano juntos no mar, quando surgiu a ideia de dividir toda aquela felicidade com outras pessoas. Mas, quem seriam? Deixaram, então, a escolha nas mãos do destino. Pegaram uma garrafa vazia, colocaram um bilhete com votos de bom ano novo e um número de telefone e a atiraram no mar – como faziam os náufragos do passado. Em seguida, esqueceram o fato. Até que... NÁUTICA SUDESTE A conteceu no ano passado. A atriz sensação de Hollywood Vanessa Hudgens já estava no Brasil havia dias, acompanhada do novo namorado, quando os paparazzi descobriram o esconderijo do jovem casal, na paradisíaca Ilha de Caras. Pronto. Era o fim do sossego. No dia seguinte, um batalhão de fotógrafos cercou a mais famosa ilha de Angra dos Reis, em busca de qualquer flagrante que rendesse notícia mundo afora. Mesmo acostumada aos holofotes da fama, a intensidade do assédio incomodou a moça, que perguntou aos responsáveis pela ilha se eles podiam fazer algo a respeito. E eles fizeram. 57 pág. 57 16 RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO ILHA DE CARAS Como é a ilha que todo mundo inveja EDIÇÃO Nº 9 | FEVEREIRO/MARÇO 2015 | R$ 12,00 BOAT RIO OW SH ITES CONV 2GRÁTI S! Cadavisite e AlcAtrAzes O LINDO ARQUIPÉLAGO PROIBIDO DO LITORAL PAULISTA O MELHOR PASSEIO DE ANGRA Um roteiro completo pelas praias e ilhas mais bonitas CORROSÃO NO BARCO Como combater este problemão MENSAGENS AO MAR O fascínio das mensagens em garrafas nunca acaba Acesse www. nautica.com.br/ nauticasudeste e baixe, de graça, esta edição de NÁUTICA SUdeSTe PRESIDENTE E EDITOR Ernani Paciornik VIcE-PRESIDENTE Denise Godoy Náutica SudeSte Onde a corrosão costuma atacar mais? Nas ferragens do convés, especialmente nos guardamancebos, âncora e escadinha de popa. Mas as partes metálicas submersas, como eixos, rabetas, hélices e lemes, também estão sujeitas à corrosão acentuada, embora com menos intensidade, já que existem os anodos de sacrifício para evitar isso. diferentes. Já a “ferrugem” POR DENTRO E POR FORA A Ilha de Caras fica bem no fundo da Baía da Ribeira, em Angra dos Reis. Chegar lá é fácil, com qualquer barco. Difícil é ser convidado para entrar e desfrutar das suas cinematográficas mordomias designa os casos específicos de arcos foram feitos para a água. Portanto, é natural que sofram com a umidade do meio em que vivem. Mesmo os barcos com casco de fibra de vidro contêm muitos metais (cunhos, guarda-mancebos, eixos, etc. etc.) e nem todos eles são suficientemente fortes para lutar contra a nefasta combinação de água + oxigênio, os dois elementos que dão início ao processo da corrosão em qualquer material. No caso de água salgada, a situação é pior ainda. O sal potencializa o processo de corrosão, que se manifesta até nos ambientes do barco sem contato direto com a água — bastam os efeitos da maresia ou da falta de neutralização da corrosão nas partes submersas do casco, por exemplo. Portanto, nem sempre é apenas desleixo do dono do barco. A oxidação em ferragens de aço inox pode aparecer até em barcos extremamente bem cuidados, porque o ambiente marinho costuma ser um agressor implacável e particularmente feroz em itens como acoplamentos de alumínio e aço inox, bastante comuns em motores e propulsores, provocando estragos bem maiores do que uma simples aparência enferrujada. Mas, se não há como impedir que a corrosão aconteça, há, sim, como prevenir ou, pelo menos, evitar que o problema se alastre de vez. No combate contra a prolife64 corrosão no ferro. A rigor, barcos de passeio nem deveriam usar a expressão “ferrugem” (e sim 3 “oxidação”), porque ferro é o que eles menos têm. Aço inoxidável também oxida? Sim, dependendo da qualidade do aço e dos cuidados do dono do barco. Alguns fabricantes usam ligas mais baratas, que resistem menos à corrosão — daí o problema. Os aços mais recomendados são os com especificação ABNT 316, que têm alto teor de cromo e suportam bem mais o cloro do mar. Outra confusão bastante c o m u m é e n t re os te rm os “corrosão” e “oxidação”, que também não designam a 4 mesma coisa. “Oxidação” é uma Existe receita caseira para prevenir a corrosão? Sim. Lavar bem as ferragens com água e sabão depois dos passeios — tanto no mar quanto em água doce — é a mais simples e eficiente maneira. O polimento com cera também blinda bem contra a corrosão nos metais. Mas — atenção! — não use cloro nem água sanitária neles, porque isso só aumenta o problema. reação química, na qual um material ou elemento se une ao oxigênio, formando um novo ração da corrosão, o melhor remédio costuma ser o mais simples e o mais caseiro de todos: sempre lavar bem o barco e as ferragens com água e sabão depois dos passeios (especialmente no mar), além de polir regularmente as partes mais suscetíveis à corrosão com cera náutica. Outro recurso muito útil é manter sempre em dia os anodos de sacrifício, que, como o próprio nome diz, existem para se oxidar no lugar das partes mais nobres do barco. Vale tudo nesta guerra contra um inimigo que corrói tudo nos barcos. Até a paciência dos donos. composto — um óxido. E nem toda oxidação gera corrosão. 5 Ela só ocorre quando es ta reação química provoca a perda Em qual estágio a ferrugem ainda tem cura? Bem antes de perfurar as partes afetadas. Se a ferrugem atacar eixos e propulsores, é bem provável que o funcionamento deles já esteja comprometido — portanto, tarde demais. Na maioria das peças de aço inox, basta um simples polimento para resolver o problema. Já parafusos enferrujados devem ser trocados, porque não vale a pena tentar salvá-los. de material de uma das partes envolvidas. Mas, seja “ferrugem”, “corrosão” ou “oxidação”, o fato é que todos eles são um problemão. NÁUTICA SUDESTE NÁUTICA SUDESTE pág. 16 AS NOVIDADES DO SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS SÃO PAULO ESPÍRITO SANTO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO SÃO PAULO MINAS GERAIS SÃO PAULO ESPÍRITO SANTO EDIÇÃO Nº 6 | AGOSTO-SETEMBRO 2014 | R$ 12,00 ESPÍRITO SANTO As surpresas que esta pedra esconde EDIÇÃO Nº 8 | DEZEMBRO/JANEIRO 2014/2015 | R$ 12,00 Roteiro de verão Marinas do Ou uma dúzia de motivos que tornam a ilha mais bonita de São Paulo ainda mais gostosa MINAS GERAIS Os lançamentos do último salão náutico EDIÇÃO Nº 7 | OUTUBRO/NOVEMBRO 2014 | R$ 12,00 as Melhores ilhAbelA RIO DE JANEIRO LAJE DE SANTOS As mais lindas águas do interior paulista A Alcatraz de Ubatuba As 12 Melhores CoisAs de RIO DE JANEIRO LAGO JAGUARA ILHA ANCHIETA EDIÇÃO Nº 5 | JUNHO 2014 | R$ 12,00 litoral Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de UbatUbaaParaty SanTíSSima Os lugares mais indicados para guardar um barco entre Rio de Janeiro e São Paulo XI, NÃO PEGA... Tudo o que você precisa saber sobre baterias, para não ficar a ver navios... PRANCHA DE PESCA Um stand up paddle para quem gostar de remar e pescar GRÁTIS PRA QUE ISSO? As tralhas inúteis mais comuns a bordo dos barcos e como elas atrapalham Edição 5 o MELHoR dE iLHABELA E + Ilha Anchieta CONVITE Cadastre e visite! Edição 6 SEM FAZER ONDA Como enfrentar com segurança as ondas e marolas As MELHoREs MARinAs do LitoRAL E + Lago Jaguara Trindade A ex-vila caiçara, que, primeiros os hippies, depois os surfistas e os turistas adotaram, ainda enche os olhos com a beleza de suas praias – algumas ainda virgens e as últimas desse tipo no litoral entre Ubatuba e Paraty EDIÇÃO DE ANI V ERSÁRIO 1º AN O E PARA COMEMORAR... Os 10 mais lindos lugares para passear de barco, mostrados no primeiro ano de NÁUTICA SUDESTE UMA LANCHA, TRÊS MOTORES O que muda numa lancha quando só o que muda é a potência do motor? Edição 7 sAntíssiMA tRindAdE E + edição de Aniversário –- 1º ano BÊ-Á-BÁ DA BOA ANCORAGEM O que você precisa saber sobre âncoras, cabos e amarras OS MACETES DO CORRICO Como se dar com os peixes mesmo durante os passeios O TIETÊ QUE NUNCA VOCÊ VIU Um aventureiro voa sobre o rio mais poluído do país do começo ao fim Edição 8 RotEiRo dE vERão, dE UBAtUBA A pARAty E + Laje de Santos cOlAbORARAm NESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte), Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão) Guilherme Rabelo [email protected] leide Ortega [email protected] REDAÇÃO E ADmINISTRAÇÃO Av. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, cEP 01451-001, São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000 PARA ANuNcIAR [email protected] Tel. 11/2186-1022 ExEcuTIVOS DE cONTAS Eduardo Santoro [email protected] Eduardo Saad [email protected] 65 pág. 64 BAIXE TAMBÉM AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA DIRETORA DE PublIcIDADE mariangela bontempo [email protected] 6 2 uma mistura de quatro metais B publicidade DIRETOR DE REDAÇÃO Jorge de Souza [email protected] A corrosão ataca mais no mar? Sim. Além do sal, o mar contém cloro natural, o que acelera a corrosão, porque transforma a água em um eletrólito mais eficiente, aumentando sua condutividade elétrica — e eletricidade acentua a corrosão em qualquer metal. Isso faz com que ela avance bem mais depressa do que na água doce. provoc a des gas te em uma por exemplo, o aço inox, que é NÁUTICA SUDESTE SCA FEIPEstre-se 1 liga metálica qualquer, como, No dia seguinte, uma grande lancha encostou no píer da ilha e um casal, semicamuflado pelos seguranças da ilha, embarcou apressado. Mal pisaram no barco, o piloto acelerou e partiu, rumo a uma distante praia na Ilha Grande, no que foi seguido pelas lanchas de todos os fotógrafos, tal qual num filme de aventura. Estava resolvido o problema. Uma hora depois, Vanessa e o namorado puderam, enfim, curtir um tranquilo mergulho no mar, sem nenhum xereta por perto. E na própria Ilha de Caras! Porque quem embarcou naquela lancha foram sósias do casal, contratados para despistar os fotógrafos. VERSÃO DIgITAL gRÁTIS! largamente usados como a mesma coisa. Por definição, “corrosão” é um processo que POR OTTO AQUINO MOZART LATORRE POR CARLOS SANTOS As cinco dúvidas mais comuns que quase todo mundo tem sobre este eterno problema mbora os dois termos sejam sinônimos — não! —, não são Nos barcos, não é nada fácil evitar a ferrugem e a corrosão. Mas, mesmo quando as manchas começam a aparecer, nem tudo está perdido. Veja aqui o que fazer FOTOS DIVULGAÇÃO Para 99,999% dos simples mortais, a Ilha de Caras é como caviar: quase todo mundo sabe que existe, mas pouquíssimos já tiveram o privilégio de experimentar. E como você não deve ser um deles, mostramos aqui como é, por dentro, a ilha mais falada de Angra dos Reis, onde só os famosos podem entrar BÊ-Á-BÁ DA CORROSÃO FERRUGEM OU CORROSÃO? E COMO EVITAR ESTE PROBLEMÃO CORREIO DO MAR DOS BACANAS ainda vive Mesmo em tempos de Facebook e WhatsApp, o singelo ato de mandar mensagens dentro de garrafas ainda é largamente praticado e diverte um bocado — tanto quem manda, quanto, principalmente, quem as encontra SÃO PAULO CORROSÃO A ILHA O velho 41 Você e seu barco POR JORGE DE SOUZA FOTOS SHUTTLERSTOCK iz a lenda que a região de Angra dos Reis tem 365 ilhas, ou uma para cada dia do ano. Exagero, claro, já que elas não pas6 PIEDADE sam de uma centena. Mesmo PAQUETÁ 3 assim, ilhas e praias pra chuFLECHAS 5 DENTISTA 4 4 chu. Por isso, em meio a tamaVITORINO nha oferta, quem não conhece bem aquelas águas (caso de 99% dos donos de barcos que só visitam Angra nos meses de verão) sempre fica em dúvida sobre para onde ir e quais passeios fazer na região. Há vários deles, como bem sugere a quantidade de ilhas que habitam as águas da baía de Ilha Grande. E mesmo excluindo a própria Ilha Grande, que fica um pouco mais distante (coisa de pouco mais de meia hora de travessia, a partir do centro do Angra), ainda sobram cardápios inteiros de passeios legais que podem ser feitos. Nas páginas seguintes, você encontrará o melhor deles, que contempla algumas das principais e mais bonitas ilhas e praias da região, distantes não mais do que minutos uma da outra, o que permite visitar e curtir todas elas num só dia. Ou, então, dividir o mesmo roteiro em vários dias e ir curtindo, com calma, cada uma delas. Se vale a pena levar o seu barco até lá? Vire as páginas e responda você mesmo. CATAGUÁS 1 2 BOTINAS NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora ltda. — ISSN 1413-1412. Fevereiro 2015. Jorn. resp: Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Direitos reservados. FOTOS DE cAPA: cristian Dimitrius cTP, Impressão e Acabamento — IbEP Gráfica ação Náutica em aNgra doS reiS Como sempre acontece no verão, os donos de barcos estão recebendo kits de informação e bem-estar, oferecidos pela revista NÁUTICA e patrocinadores, nas águas de Angra FOTOS FernandO mOnTeirO Aconteceu... frota da alegria Nos fins de semana deste verão, os barcos da campanha ficam visitando os locais mais movimentados da baía de Ilha Grande, para distribuir, de graça, kits que contêm, também, o novo Guia de Angra 2015 Cada barco também recebe o novo Guia de Angra 2015 encostou, ganhou Quem frequenta Angra no verão, já sabe: quando um dos barcos da campanha “Só Jogue no Mar o que o Peixe Pode Comer” se aproxima é porque lá vem presentes na sacolinha Este ano, a campanha “Só Jogue no Mar o que o Peixe Pode Comer” teve o patrocínio da Volkswagen e Neutrogena. E vai até o fim de fevereiro Náutica SudeSte 9 raLLYe YacHt cLuB iLHaBeLa Dois ralis e uma festa comemoraram o aniversário de 59 anos do maior iate clube do Litoral Norte paulista FOTOS jOrge de SOuza, aline baSSi e edu grigaiTiS Aconteceu... O rali de lanchas levou os competidores até a sub-sede do clube, no Saco do Sombrio muita festa Acima, o casal Fernanda e Frederico Fleury, no alto os vencedores do rali de jets, Leonardo Bertocco e esposa, e, ao lado, a planilha do rali que levou as lanchas dos competidores até a sub-sede do clube, no Saco do Sombrio (à direita) Os três melhores classificados no rali foram alocados em uma categoria especial, vencida por Dudu Louco Houve, também, um rali só para jets, uma quase novidade no país festa e rali No alto, os excomodoros se reuniram para comemorar o aniversário do clube. Acima, o responsável pelo rali de jets, Marcelo Souza, e Carolina Bueno, segunda na prova 10 Náutica SudeSte bons amigos Acima, Marcelo Sá, José Yunes, o prefeito de ilhabela, Toninho Colucci, Dirk Kirschstein e João Paulo. Ao lado, Sérgio Canestrelli, José Gandini e Oldemar Santos gente animada Ao lado, o casal Leila e José Gandini, da Kia Motors, que patrocinou o rali. Abaixo, a placa inaugural da obra da nova sede, com o prefeito de Ilhabela e o comodoro do Yacht Club, José Yunes. Do outro lado, a animada família do vicecomodoro Sérgio Canestrelli, que também participou das competições Na ocasião, foi também lançada a pedra inaugural da nova sede do clube, que será totalmente reformulado Náutica SudeSte 11 Aconteceu... FOTOS OTTO aquinO iNtermariNe Summer PartY O famoso fabricante de lanchas convidou seus clientes para uma festa diferente, ao ar livre, na Lagoa Azul da Ilha Grande anfitriãs da festa Suzana Costa e Roberta e Mariza Ramalho recepcionaram os convidados para uma festa dentro d´água, no coração da linda Lagoa Azul Mais de 30 barcos participaram da festa, cujo som saía de um flutuante, no meio da lagoa música na lagoa Todos os convidados receberam presentes do fabricantes e passaram o dia curtindo uma festa, no mínimo, inédita nas águas da Ilha Grande Praticamente toda a linha de lanchas da Intermarine podia ser vista nas águas da linda lagoa da Ilha Grande C M Y CM MY CY CMY K Premiação BaNdeira aZuL os donos da bandeira A equipe da Marinas Nacionais comemorou o segundo ano consecutivo da classificação do empreendimento como Bandeira Azul, hasteando a própria bandeira na marina 12 Náutica SudeSte FOTOS diVulgaÇÃO Pelo segundo ano consecutivo, a Marinas Nacionais, no Guarujá, recebeu a Bandeira Azul, de qualidade e preocupação ambiental A Bandeira Azul é dada por uma entidade mundial apenas às praias e marinas com comprovada qualidade por joRgE dE souzA A conteceu no ano passado. A atriz sensação de Hollywood Vanessa Hudgens já estava no Brasil havia dias, acompanhada do novo namorado, quando os paparazzi descobriram o esconderijo do jovem casal, na paradisíaca Ilha de Caras. Pronto. Era o fim do sossego. No dia seguinte, um batalhão de fotógrafos cercou a mais famosa ilha de Angra dos Reis, em busca de qualquer flagrante que rendesse notícia mundo afora. Mesmo acostumada aos holofotes da fama, a intensidade do assédio incomodou a moça, que perguntou aos responsáveis pela ilha se eles podiam fazer algo a respeito. E eles fizeram. 16 Náutica SudeSte No dia seguinte, uma grande lancha encostou no píer da ilha e um casal, semicamuflado pelos seguranças da ilha, embarcou apressado. Mal pisaram no barco, o piloto acelerou e partiu, rumo a uma distante praia na Ilha Grande, no que foi seguido pelas lanchas de todos os fotógrafos, tal qual num filme de aventura. Estava resolvido o problema. Uma hora depois, Vanessa e o namorado puderam, enfim, curtir um tranquilo mergulho no mar, sem nenhum xereta por perto. E na própria Ilha de Caras! Porque quem embarcou naquela lancha foram sósias do casal, contratados para despistar os fotógrafos. por dentro e por fora A Ilha de Caras fica bem no fundo da Baía da Ribeira, em Angra dos Reis. Chegar lá é fácil, com qualquer barco. Difícil é ser convidado para entrar e desfrutar das suas cinematográficas mordomias mozart latorre Para 99,999% dos simples mortais, a Ilha de Caras é como caviar: quase todo mundo sabe que existe, mas pouquíssimos já tiveram o privilégio de experimentar. E como você não deve ser um deles, mostramos aqui como é, por dentro, a ilha mais falada de Angra dos Reis, onde só os famosos podem entrar fotos divulgação ADOSILhA BACANAS ilha de caras 18 Náutica SudeSte Mesmo os famosos sempre esperam ser convidados. Já os penetras não dão trégua aos seguranças da ilha chegando, acenam para alguém fictício na ilha, como se fossem amigos, saem rapidinho da água e caminham acelerados até o bar, onde sempre há um punhado de gente, entre famosos e seus amigos de verdade — onde fingem ser um deles. Até serem descobertos e gentilmente convidados a voltar para o barco. vAlE tudo PARA EntRAR nA ilhA O golpe é manjado e não cola mais. Mesmo assim, tem sempre alguém tentando de novo. Para muita gente, vale tudo, se o prêmio for pisar na Ilha de Caras, fazer uma selfie com algum famoso, e depois mostrar aos amigos, como prova irrefutável de ter estado na ilha. Até o mico de ser mandado embora em seguida. Para 99,999% dos brasileiros, a Ilha de Caras é como caviar: quase todo mundo sabe que existe, mas poucos privilegiados já puderam experimentar. Primeiro, porque é preciso ser famoso (apenas entre os amigos não vale!) para ser convidado. Depois, porque, mesmo entre os famosos, não cabem na ilha todos os que gostariam de frequentá-la. Na média, apenas 150 felizardos visitam a Ilha de Caras nos fins de semana de verão, que é (só) quando ela funciona. E, destes, não mais que uma dúzia de bacanas ficarão hospedados na própria ilha, que também funciona como uma espécie de hotel de celebridades — o mais exclusivo do gênero no Brasil, por sinal. um show de ilha Ana Hickmann, Luiza Brunet, Alexandre Pires, Xuxa, Ana Maria Braga, Maria Gadú... O requisito número 1 para ser convidado a visitar a ilha é ser famoso e, lá chegando, posar para as fotos. Muitas fotos — que, depois, ilustrarão as páginas da revista fotos divulgação S aber lidar com situações delicadas e inesperadas é um dos prérequisitos para fazer parte da equipe responsável pela ilha mais falada e desejada do Brasil – que, por isso mesmo, todo mundo quer visitar e, se possível, dar um jeitinho de ficar. É preciso ter muito jogo de cintura para explicar, com extrema delicadeza, àquela jovem atriz em início de carreira, que, infelizmente, ela não poderá levar a vizinhança inteira para a ilha, porque há limites de convidados. Também é bem complicado dizer (se possível, sem precisar falar) ao dono daquele iate de alguns milhões que acabou de encostar na ilha (sem nenhum chamado para isso, por sinal) que nem ele nem seus convidados vão poder desembarcar, pelo simples fato de que não foram convidados. Mas, e se dentro do barco estiver um amigo ultrafamoso dele, como já aconteceu uma vez? Ou se a empresa do dono do tal barco for patrocinadora da peça cuja atriz está hospedada na ilha e ela mesma os chamou para visitá-la, como também já aconteceu? Não, não é nada fácil manter o glamour e a exclusividade da Ilha de Caras, talvez o maior reduto do bem-bom da vida para os famosos que vivem sendo assediados fora dela. Quando menos se espera, surge um penetra, disfarçado de convidado ou de celebridade que ninguém conhece. Pela prainha da ilha, quase todos os fins de semana, uma dúzia deles tenta entrar. Chegam de barco (claro, já que se trata de uma ilha, embora tão perto do continente que quase dá para vê-la do asfalto de Angra) e ancoram a uma distância que não permita aos seguranças da ilha desconfiar. Em seguida, mergulham no mar e vão se aproximando, boiando, como quem não quer nada, até quase a praia. Lá Náutica SudeSte 19 ilha de caras POR DENTRO DA ILHA DE CARAS Algumas surpresas, conforto e bom gosto que a ilha mais cobiçada do país esconde Prainha: com deques e futons Sala do bangalô que homenageia Yves Saint Laurent: inspirado no Marrocos fotos divulgação Caramanchão: o ambiente preferido Sala de estar: a televisão mostra os famosos que estão sentados no sofá ao lado A ilha tem apenas cinco bangalôs, decorados como se fossem da Casa Cor Restaurante para até 80 pessoas: com varandão de frente para o mar Cama de um dos bangalôs: dossel que lembra um palco Piscina: fora do alcance dos olhos dos curiosos 20 Náutica SudeSte Área externa: sofás por todos os lados Quiosque: para um relax sobre o mar Um dos bangalôs: cada um deles tem decoração própria Náutica SudeSte 21 MARINA IMPERIAL ilha de caras Algumas acomodações são surpreendentes para uma ilha. Como, por exemplo, um camarim fotos divulgação É fotos jorge de souza shows em qualquer parte Na ilha, os artistas sempre dão uma canjinha: Ana Botafogo já até dançou sobre o mar e Luan Santana bateu recorde de plateia, dentro e em volta da ilha preciso ser muito bam-bam-bam para dormir na mesma cama que já foi ocupada por praticamente todas as estrelas do país. A Ilha de Caras é como uma espécie de Big Brother dos famosos. No mínimo, um lugar onde é possível vê-los da maneira mais natural possível, porque o próprio ambiente da ilha favorece isso. A Ilha de Caras é, na verdade, a ilha do Café, que todos os anos é arrendada pela revista homônima para se transformar no lugar que todo mundo gostaria de estar. Não é grande nem pequena, mas tem acomodações surpreendentes para uma ilha. Como, por exemplo, um spa e um camarim — ambos tão fundamentais quanto o ar para o tipo de convidados que ela costuma receber. Tem, também, sauna, restaurante (onde, a cada fim de semana, um chef renomado prepara o cardápio), uma grande sala de estar (com uma TV que exibe os artistas que se pode ver, ao vivo, no sofá ao lado) e uma profusão de decks espalhados por toda a ilha — na praia, na piscina, na banheira de ofurô, na beira do mar, em todo lugar. 22 Náutica SudeSte www.marinaimperial.com.br A Marina Imperial convida você a conhecer a mais nova infra-estrutura náutica de Caraguatatuba. A ilhA é um Estúdio Ao AR livRE Por onde quer que se ande (a pé ou a bordo dos silenciosos carrinhos elétricos que percorrem toda a ilha, em meio a uma vegetação tão exuberante que mais parece que árvores e palmeiras foram aparadas com tesourinhas de unha,) surgem decks, sofás, espreguiçadeiras, futons e almofadões ao ar livre, para o relax de quem trocou os holofotes dos estúdios de televisão pelos flashs das câmeras dos fotógrafos, já que a ilha é, também, um grande estúdio fotográfico, que gera reportagens para a revista — daí, aliás, o tal camarim. Quem chega, sabe que será fotografado. E espera mesmo que isso aconteça, o tempo todo. Quanto mais cliques forem disparados, mais os convidados se sentem prestigiados, porque a Ilha de Caras funciona como uma espécie de termômetro da fama. Quem está em alta, passa o tempo todo cercado pelos fotógrafos. Quem está em baixa, geralmente, sequer é convidado. [email protected] (12) 3887-2637 ID: 672*2511 • Rampa larga com baixo declive • Estacionamento próprio • Segurança monitorada 24 horas • Bar e Restaurante • Churrasqueira e Forno a lenha • Vestiário completo de alto padrão TRAGA A FAMÍLIA E OS AMIGOS PARA UM AMBIENTE AGRADÁVEL! Av. José Herculano, 7311 - Porto Novo - Caraguatatuba - SP ilha de caras É preciso ser muito bam-bam-bam para dormir na mesma cama que já foi ocupada por praticamente todas as estrelas do país A Ilha de Caras existe há mais de duas décadas, mas muda de aparência a cada ano, porque cada temporada tem um tema. O deste ano são os “grandes criadores fashion”, o que significa dizer que referências a Gucci, Versace, Yves Saint Laurent, Oscar de la Renta e Louis Vuitton estão por todas as partes da ilha. Ou, melhor dizendo, uma em cada ambiente, já que 22 diferentes decoradores dividiram a função de fazer os convidados se lembrarem deles a cada cômodo, através de detalhes nem sempre perceptíveis aos simples mortais. Como as almofadas em forma de bola de tênis no ambiente dedicado a Lacoste (sacou?). Ou o luxuoso lustre de cristal Baccarat com abajures de Murano, no bangalô dedicado a Christian Dior, concebido pela não menos glamourosa decoradora socialite Brunete Fraccaroli, aquela do reality show Mulheres Ricas e Famosas, que, por sinal, na Ilha de Caras está no seu habitat natural. Ficar na Ilha de Caras é como se hospedar na Casa Cor. Mas (bem) poucos têm esta sorte. altas mulheres Eliana e a plateia de um dos pocket shows, que rolam com frequência na ilha: o que não falta é mulher bonita 24 Náutica SudeSte fotos divulgação gisEllE bündchEn E outRos mAis Nada tem mais a cara da ilha do que a exclusividade. Tanto que ela tem apenas cinco bangalôs para hóspedes, que, por isso mesmo, são escolhidos a dedo. Ser convidado para a Ilha de Caras desperta automaticamente a inveja (nos outros) e a ansiedade (no próprio convidado) sobre os demais famosos que encontrará por lá. Giselle Bündchen, Rodrigo Santoro, Jean-Claude Van Damme e Francis Ford Coppola já foram. Hebe Camargo e Jair Rodrigues sempre iam. E Claudia Raia, Angélica, Luciano Huck, Xuxa e Ana Maria Braga vira e mexe, aparecem. fotos divulgação ilha de caras do bom e do melhor A prainha, por onde os penetras sempre tentam entrar na ilha, e um dos chefs de cozinha convidados: a cada fim de semana, um deles assina o cardápio N a ilha, eles relaxam, curtem a tranquilidade, posam para muitas fotos e conversam animadamente com os demais convidados, colocando em prática aquilo que os marquetólogos chamam de networking ou rede de relacionamento entre pessoas do mesmo meio. Até contratos já foram fechados na ilha, entre uma massagem e outra no quiosque de cortinas esvoaçantes ou mergulhos no verde mar de Angra. A Ilha de Caras é, também, um poderoso centro de negócios. Novos produtos, incluindo automóveis, costumam ser expostos na ilha, embora, como toda ilha, só seja possível chegar nela pela água. E este detalhe costuma exigir certa ginástica das equipes de produção e montagem. Quando alguns malabaristas do Cirque du Soleil se apresentaram na ilha, tempos atrás, foi preciso montar um palco especial, perfeitamente nivelado, num gramado naturalmente ondulado, o que exigiu a presença até de engenheiros na equipe. Quando a bailarina clássica Ana Botafogo decidiu dançar, de sapatilhas de bico, no píer flutuante da ilha, foi necessário tapar todas as fendas entre as madeiras, para que ela não caísse na água. E quando o pianista João Carlos Martins aceitou o convite para tocar música clássica na ilha, em um espetáculo que fez história, foi necessário transportar um piano de cauda mar adentro, o que, convenhamos, não é nada fácil. A ilhA dA fAntAsiA dos fAmosos Entre os mimos para os convidados, massagistas, maquiadores, cabeleireiros e chefs de cozinha, que ficam de plantão na ilha 26 Náutica SudeSte Mas parte da magia da Ilha de Caras está justamente em ser uma espécie de ilha da fantasia, onde vontades e desejos dos famosos se tornam realidade. Além de muita mordomia, claro. O festival de mimos para os convidados inclui massagistas, maquiadores e cabeleireiras de plantão a qualquer hora do dia, banhos de ofurô em meio à natureza, banheira de hidromassagem com tratamento cromoterápico, namoradeiras na beira da praia revestidas com toalhas mais felpudas do que gatos e pockets shows particulares, como os que costumam fazer os músicos e cantores que visitam a ilha com espantosa frequência. ilha de caras Onde fica? Nunca foi convidado? Sua chance pode estar na próxima regata Ilha de Caras/Náutica Ilha de Caras fica dentro da baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis, a pouco metros do continente — de onde partem os barcos que levam os famosos até ela. Por ser uma ilha particular (e pra lá de exclusiva) o desembarque só é permitido aos convidados. Mas, como olhar não tira pedaços, é perfeitamente possível ficar no mar, em volta da ilha, tentando ver o que acontece lá dentro, feito um espectador de um Big Brother de famosos. Se bisbilhotar for a sua praia, anote as coordenadas 22º 57,817 S e 044º 19,301 W, coloque no GPS do barco e siga para lá, em busca de algum flagrante. Vai que a Bruna Marquezine aparece na praia, acena e dá mole? divulgação Náutica SudeSte Regata Náutica, a próxima atração da Ilha de Caras N a ilha das surpresas Para receber os acrobatas do Cirque du Soleil, a Ilha de Caras ganhou um picadeiro, que exigiu até engenheiros na equipe de montagem: na ilha (quase) todos os sonhos são possíveis 28 fernando monteiro A os próximos dias 21 e 22 de fevereiro, em vez dos famosos, quem irá brilhar na llha de Caras serão os velejadores. Será a 16a edição da Regata Ilha de Caras/Revista Náutica, que, como sempre acontece, reunirá perto de 100 veleiros e mais de 1 000 tripulantes, de todas as idades, já que o regulamento da prova obriga que cada barco tenha mulheres ou crianças a bordo, porque o clima reinante é de festa. No sábado, a largada acontece por volta do meiodia, bem diante da ilha. E, no domingo, os vencedores de cada classe retornam à Ilha de Caras para a premiação da regata. Quer embarcar nessa também? Há classes para praticamente todos os barcos à vela e as inscrições (que podem ser feitas por meio do site www.nautica.com. br/ilhadecarasnautica) ficam abertas até quase às vésperas da regata — mas não no dia da prova. U m deles, de Luan Santana, chegou a bater recordes de tentativas de penetras na festa. E gerou uma platéia inteira de barcos em torno da ilha, todos tentando ver um pedacinho do que se passava lá dentro. Nas acomodações da ilha, estilo e conforto é o que não faltam. O bangalô número 2, este ano dedicado a Yves Saint Laurent, tem um dossel sobre a cama de casal que mais parece um palco. Já no número 4, uma das poltronas é transparente, para que o corpo inteiro do usuário fique à mostra. E o restaurante tem espelhos por todos os lados, para que a vista do mar fique sempre ao alcance dos olhos, não importa onde você esteja sentado. Piscina? Tem — com rolos de toalhas ultramacias sobre grandes almofadas nas margens. Praia particular (com “lounges” sobre a areia), também. E heliponto, para quem vier com o seu próprio helicóptero, é óbvio! A rigor, só o que não há na Ilha de Caras é espaço para os não convidados. Mas, se você não for um deles, não desanime. Vem aí mais uma edição da regata Ilha de Caras/ Revista Náutica, que, como sempre acontece, terá largada e premiação na ilha. Taí uma boa oportunidade de você entrar onde poucos têm acesso. Como? Basta vencer a regata. Difícil? Nem tanto quanto você virar uma celebridade e ser convidado. O melhOr de angra As águas de Angra dos Reis oferecem passeios de todos os gostos, para quem tem um barco. Mas, se você não tiver muito tempo, não quiser navegar até a Ilha Grande, nem conhecer bem a região, siga este roteiro, que reúne as melhores ilhas e praias, em um dia mais que perfeito 2 botinas D 30 Náutica SudeSte Neste roteiro, de um paraíso a outro são apenas alguns minutos de barco alberto sodré 1 iz a lenda que a região de Angra dos Reis tem Cataguás 365 ilhas, ou uma para cada dia do ano. Exagero, claro, já que elas não pas6 piedade sam de uma centena. Mesmo paquetá 3 assim, ilhas e praias pra chufleChas 5 dentista 4 4 chu. Por isso, em meio a tamavitorino nha oferta, quem não conhece bem aquelas águas (caso de 99% dos donos de barcos que só visitam Angra nos meses de verão) sempre fica em dúvida sobre para onde ir e quais passeios fazer na região. Há vários deles, como bem sugere a quantidade de ilhas que habitam as águas da baía de Ilha Grande. E mesmo excluindo a própria Ilha Grande, que fica um pouco mais distante (coisa de pouco mais de meia hora de travessia, a partir do centro do Angra), ainda sobram cardápios inteiros de passeios legais que podem ser feitos. Nas páginas seguintes, você encontrará o melhor deles, que contempla algumas das principais e mais bonitas ilhas e praias da região, distantes não mais do que minutos uma da outra, o que permite visitar e curtir todas elas num só dia. Ou, então, dividir o mesmo roteiro em vários dias e ir curtindo, com calma, cada uma delas. Se vale a pena levar o seu barco até lá? Vire as páginas e responda você mesmo. Náutica SudeSte 31 ROTEIRO DE angRa 1a parada E as Ilhas BOtINas são o cartão-postal de angra. Você vai perder? Cataguás coloqUe No GPs 23° 03,240’s 044° 19,779’W xiste uma boa razão para esta charmosa ilha, quase em frente a Angra dos Reis — e a menos de 15 minutos de lancha do Shopping Piratas, a uma velocidade padrão de 20 nós — ser a primeira escala deste passeio: é preciso chegar lá antes dos demais barcos, para ter alguma tranquilidade. É que Ca- taguás é tão bonitinha, perto, de fácil acesso e segura para os barcos, quaisquer que sejam as condições do mar, que sempre foi uma das mais procuradas de Angra — e tradicional parada das escunas que fazem passeios organizados, outro bom motivo para chegar lá bem cedo. Além disso, outra ilhota, quase tão gostosa quanto. Na maré baixa, dá para ir caminhando pela água de uma até a outra. O canal que separa as duas ilhas é o melhor local para parar o barco, embora as boias que delimitavam a área de banhistas na praia tenham desaparecido e deixado o caminho livre para os barcos até a beira d’água. Mas, em nome da segurança, evite isso. A menos, claro, que mais ninguém esteja na ilha. Mais um bom motivo para chegar cedo, antes das 10 da manhã, e partir assim que os outros barcos começarem a fazer o mesmo. O segredo de Cataguás é chegar cedo. seja o primeiro NGr praia, que ajuda a matar a sede após os mergulhos. Bem em frente a ela fica de a marinha, nos costões em volta da ilha, além de um improvisado barzinho na UIa as crianças. Também oferece um snorkeling de alta qualidade, repleto de vida Dica Se não quiser acordar cedo para ser o primeiro a chegar a Cataguás, faça justamente o contrário disso e vá para lá só no final do dia, quando o movimento na praia despenca. Até porque, com o seu mar de piscina, a ilha é um ótimo lugar para tomar banho de mar também à noite. Fot os G dos desenhos animados), que é perfeita para gostosos banhos de mar com a ela tem uma praia bem rasinha e em forma de meia-lua (tipo ilha de náufrago 2a parada coloqUe No GPs 23° 01,341’s 044° 16,976’W N Ilhas BotInas ão mais que dez minutos de barco separam Cataguás das graciosas Ilhas Botinas, um dos cartões-postais de Angra dos Reis. E se você gostou de Cataguás, prepare-se para se apaixonar pela transparência do mar nes- tas duas ilhotas, onde, porém, ninguém desembarca — até porque não há praias, embora, em certas partes, a baixa profundidade permita até ficar em pé na água. O lance aqui é fazer snorkeling no canal entre as duas ilhas, onde o mar, permanentemente oxigenado pelo vaivém das marés, é sempre muito limpo e cheio de vida. Tartarugas são presença constante nas Botinas, bem como — infelizmente… — muitos barcos, de outros turistas. Por isso, chegue também cedo e parta assim que o movimento aumentar, até porque a presença de muitos barcos na água pode ser arriscada para os mergulhadores. Mas, mesmo se não mergulhar, irá adorar a cor de mar do Caribe das Ilhas Botinas. Não existe água mais clara em toda a região de Angra. 32 Náutica SudeSte Dica Fique de olho na correnteza, que é sempre intensa, nos ventos, que podem tornar a ancoragem bem desconfortável, e na presença de uma laje submersa (mas bem rasa) na parte leste das ilhas, a uns 50 metros das Botinas. Muitos barcos já cravaram seus hélices nela. Náutica SudeSte 33 ROTEIRO DE angRa Próxima escala, a graciosa praia da IgrejINha coloqUe No GPs 23° 02,473’s 044° 20,805’W praIa das FleChas ou, então, a do VItorIno 4a parada D epois de tanta praia e mar é bem possível que todos estejam famintos e querendo almoçar. Então, que tal ir até um restaurante de frente para o mar? E o que é melhor: com o próprio barco. Há duas (ótimas) opções bem perto da praia da igreja da Piedade: o bar do Luiz, na areia da vizinha praia das Flechas, de um lado da ilha, e o Canto das Canoas, na praia do Vitorino, do outro — mas ambos a não mais do que cinco minutinhos de navegação da igrejinha, embora em sentidos opostos na ilha da Gipóia. Tanto na praia das Flechas quanto na do Vitorino, o barco fica ancorado bem diante das mesas e a qualidade da comida é garantida. Mas se quiser algo, digamos, mais “original”, siga em frente, até a próxima escala deste passeio, na famosa Praia do Dentista, onde fica ancorado o mais folclórico “restaurante flutuante” de Angra dos Reis: o Jango’s Bar, que funciona dentro de uma traineira de pesca convertida em cozinha de frutos do mar. E é pra lá que este roteiro agora vai. 3a parada O praIa da pIedade utros não mais que dez minutinhos de navegação separam as Ilhas Botinas da ponta da quase vizinha ilha da Gipóia, onde fica uma simpática igrejinha: esta aqui, a igreja da Piedade, que fica na bei- a PraIa das fleChas tem um bom restaurante. a do VItOrINO, também Dica Se for fim de semana e você não quiser esperar um tempão por uma mesa, ligue antes para reservar lugar, tanto no Bar do Luiz, na praia das Flechas (tel 24/99819-4905), quanto no Canto das Canoas, na praia do Vitorino (tel 24/3365-5151). coloqUe No GPs 23° 02,331’s 044° 21,604’W ra d’água, ao lado de uma praia muito tranquila e abrigada, ótima para crianças e barcos. A igrejinha quase sempre está 34 Náutica SudeSte fechada, mas o seu visual enriquece a paisagem da praia, que é bem tranquila, rasinha e pouco frequentada, o que a torna melhor ainda para quem quer sossego. Movimento por ali só mesmo quando é dia de missa (o que é bem raro) ou quando o mar fica bastante agitado do outro lado da ilha, o que faz Fotos GUIa de aNGra Dica Para quem não quiser ancorar na praia e chegar até a areia pela água, há um trapiche ao lado da igrejinha. Mas, como ele é pequeno, deve ser usado apenas para embarque e desembarque, não para deixar o barco parado. com que os donos de barco busquem abrigo na proteção (nos dois sentidos) da igrejinha. Náutica SudeSte 35 betônico ROTEIRO DE angRa O SEU LAZER COM 5a parada C MAIS SEGURANÇA E CONFORTO. praIa do dentIsta omo bem se vê nesta foto, a Praia do Dentista, no lado de fora da mesma Ilha da Gipóia (e a cerca de 20 minutos de barco da Igreja da Piedade) é para onde vão todos os barcos de Angra. Ou, pelo menos, aqueles que querem ver e serem vistos, embora só a praia em si já seja linda. Trata-se de uma espécie de praia da balada, com muita gente se divertindo a bordo de muitos barcos — mas praticamente só neles, porque quase ninguém desembarca na praia, apesar de ela ter as areias mais brancas da região. Nos sábados de sol no verão, a Praia do Dentista chega a reunir mais de 300 lanchas ao mesmo tempo, o que dá bem ideia da popularidade desta Dica Como muitos barcos param ao mesmo tempo na praia do Dentista, solte um pouco mais de amarras do que o habitual na ancoragem, para evitar choques com os outros barcos, caso o vento mude rapidamente, o que ali, às vezes, acontece. praia, que fica dentro de uma linda enseada e sem nenhuma casa à vista — só a do “dono” da praia, o dentista carioca Olympio Faissol, que acabou por batizar informalmente a praia de Jurubaíba, que, no entanto, ninguém conhece pelo seu nome oficial. O movimento “no” Dentista só começa a partir do meiodia, mas se estende até o entardecer, mesmo porque o pôr do sol visto dali é lindo. Se quiser testemunhá-lo, volte no final da tarde, depois de visitar, também, a ilha de Paquetá, última escala deste passeio, para onde é altamente recomendável ir, após um par de horas curtindo a agitação da praia do Dentista. coloqUe No GPs 23° 03,821’s 044° 21,322’W • Costado interno alto proporcionando maior segurança aos passageiros; • Maior espaço interno da categoria; • Passagem lateral de embarque; Náutica SudeSte • Frete e opcionais não inclusos. * Consulte condições de financiamento. Crédito sujeito à aprovação. Ia de aNGr a Venda e Assistência Técnica: Foto GU Fotos jorGe de soUza • Motor Mercruiser 5.7 300 HP Rabeta Bravo III. • Pronta para navegar. • Única embarcação na categoria com escada de popa e proa. 36 ,00* 50% à vista e saldo em 10 x sem juros. • Maior homologação de passageiros da categoria; a praia do deNtIsta é para onde todos os barcos vão. Vá, também 159.900 A partir de R$ Av. Bady Bassitt, 4319 | Vila Bancários | São José do Rio Preto – SP (17) 3234-3266 | www.castrosport.com.br ROTEIRO DE angRa ÚltIma parada A Ilha de paquetá encantadora ilha de Paquetá é a mais distante deste roteiro e fica a cerca de 40 minutos de barco da praia do Dentista, navegando por volta de 20 nós de velocidade. Não é tão pertinho assim, mas — acredite! — vale a tra- vessia. Sua prainha tem águas bem tranquilas e é banhada pelo mar tanto na frente quanto atrás, já que ela “atravessa” a ilha de um lado para o outro. Tem, também, um agradável bar flutuante, o Bicho do Mar, agora sob nova direção e com excelentes petiscos curtindo a paisagem, enquanto as crianças se divertem na praia. Depois disso, convém retornar para o pôr do sol na praia do Dentista ou começar o caminho de volta à marina, que, se for nas proximidade de Angra e já estiver escuro, exigirá atenção redobrada na altura da parte de dentro da Ilha da Gipóia, onde existe uma laje, a do Sabacu, que já fez algumas vítimas entre os mais distraídos. Este, talvez, seja o único trecho “perigoso” deste roteiro. Porque, todo o resto é pura beleza e prazer. Dica Ao lado de Paquetá, fica outra ilha, a de Itanhangá, que, além de restaurante, agora oferece um interessante serviço de aluguel de churrasqueiras, para quem quiser preparar um churrasco de frente para o mar, o que não é permitido nas praias das demais ilhas de Angra. Aproveite! a prainha de Paquetá atravessa a ilha de um lado a outro 38 Náutica SudeSte coloqUe No GPs 22° 59,566’s 044° 24,386’W Foto GUIa de aNGra — uma ótima pedida para passar um par de horas por jorge de souza leandro saadi A lcAtr A zes As lindAs ilh As proibidAs Bem perto das praias do litoral norte paulista existe um arquipélago que merece ser visi tado pelos donos de barco. Mas em nome da preservação, isso (ainda) não é permitido 40 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 41 alcatrazes pouca distância de Ilhabela e das F. Paradise/divulgação r. Borsari A beleza gigantesca Perto dos enormes paredões de rocha da ilha principal, a remadora Roberta Borsari (abaixo) quase some na paisagem de Alcatrazes: “O arquipélago é lindo”, resume ela, repetindo o mantra que todos que já estiveram aqui (ou seja, poucos...) dizem praias do litoral norte de São Paulo, existe um intrigante conjunto de ilhas. A maior delas é grande. Bem grande. E alta, com um pico saliente que passa dos 300 metros de altura. Um paredão de rocha bem no meio do mar, que, no passado, era chamada pelos índios da região de “Uraritã”, algo como “a grande pedra que emerge da água em direção ao céu”. Ao redor dela, há um conjunto de ilhotas bem menores, que dão a configuração técnica de um arquipélago àquela linda paisagem, sempre coalhada de aves marinhas sobrevoando a ilha principal. São tantas aves, que, por causa delas, os navegadores como fragata — e que habita a maior daquelas ilhas com tamanha população que é difícil acreditar que ela seja deserta. Mas é. Bem como as demais. Nem barcos se veem por lá, apesar da pouca distância que separa as ilhas das movimentadas marinas da região. E o motivo é um só: é proibido visitar Alcatrazes! Só os peixes e as aves têm livre acesso a este pouco conhecido paraíso natural do litoral paulista. Mas isso deve mudar... 42 Náutica SudeSte cristian dimitrius portugueses resolveram (re)batizar “Uraritã” como “Alcatrazes”, antigo nome da graciosa ave marinha que hoje conhecemos Tanto dentro quanto fora d’água, Alcatrazes impressiona pela quantidade de vida que as ilhas abrigam Náutica SudeSte 43 alcatrazes berço das aves Alcatrazes abriga a maior população de aves marinhas da região Sudeste, especialmente as fragatas, que a batizaram no passado. Na época do acasalamento, os machos da espécie ganham portentosos papos vermelhos e, logo depois, a ilha principal vira um grande ninhal, repleto de filhotes jorge de souza leandro saadi Fotos cristian dimitrius Alcatrazes tem a maior concentração de fragatas do Atlântico. As revoadas sobre as ilhas são intensas e constantes 44 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 45 alcatrazes D 46 Náutica SudeSte Parada Para mergulho Só barcos em perigo ou com autorização especial podem navegar a menos de um quilômetro das ilhas, como determina as regras ambientais em Alcatrazes. O objetivo é preservar a rica fauna marinha. Mas os donos de barcos reclamam dos exageros Fotos cristian dimitrius namento, eram disparados centenas de projéteis contra alvos pintados nas pedras do Saco do Funil, na parte norte da ilha, que, convenientemente, ficava “fora” da área da estação ecológica — a quem caberia todo o restante da ilha. Uma incoerência, claro, esde 2010, traembora os disparos não visassem (nem atingissem) mita nos coras aves. Mas as assustavam um bocado. Eventualredores de Bramente, os tiros também provocavam incêndios sília um projeto na vegetação ilhéu, como o que aconteceu cerque visa transforca de dez anos atrás e fez arder boa parte da mar Alcatrazes no terceiro parilha principal. A coluna de fumaça negra poque nacional marinho brasileiro dia ser vista até das praias do litoral. (os dois primeiros foram Fernando Foi a partir daí que os membros da Esde Noronha e Abrolhos, que, não tação Ecológica Tupinambás, a quem cabe por acaso, rivalizam em beleza e pregerenciar o meio ambiente na parte do liservação com o arquipélago paulista). toral que fica entre São Paulo e Rio de JaAtualmente, a maior parte do arquipéneiro, resolveram agir com mais vigor. lago e da sua ilha principal é uma área Primeiro, iniciaram conversações com de conservação ambiental, controlada a Marinha, para interromper a artilhapela Estação Ecológica Tupinambás, que ria na ilha. Depois de muito ouvir, a é administrada pelo ICMBio — Instituto entidade concordou em transferir seus Chico Mendes de Conservação da Biodialvos para a vizinha ilha da Sapata, versidade, que, por sua vez, é uma autarquia também dentro do arquipélago, mas do Ministério do Meio Ambiente. Ou seja, bem menor e muito mais pobre em uma severa área de preservação da natureza, vida animal e vegetal do que a ilha onde a presença humana é altamente indeseprincipal – além de respeitar uma jável, daí a proibição aos barcos. Eles só podem ‘janela ambiental’, entre novempassar a um quilômetro de distância das ilhas e bro e abril, quando não há tannem de longe tentar ancorar no arquipélago — ta atividade de reprodução das desembarcar, então, nem pensar! aves na região de Alcatrazes, Além disso, até bem pouco tempo atrás, havia de forma que os danos amoutra razão para esta total e rigorosa proibição à visibientais fossem menores. tação. Por mais contraditório que pareça — e ponha contradição nisso! —, parte da ilha principal dos Alcatrazes, justamente aquela que os ambientalistas mais querem preservar, pelas aves e pela rica fauna marinha no entorno da ilha, era usada como alvo para exercícios de tiro de canhões dos navios da Marinha. A cada trei- marcos méndez/sailstation Alcatrazes fica a cerca de uma hora de barco das praias do litoral norte paulista. Mas seu acesso é proibido Náutica SudeSte 47 alcatrazes Há anos, tenta-se transformar as ilhas em um parque marinho. Agora, só depende de uma decisão de Brasília Fotos cristian dimitrius E ricas águas O fotógrafo Cristian Dimitrius já fez até um livro sobre Alcatrazes, mas fica maravilhado todas as vezes que tem autorização para mergulhar nas águas que rodeiam as ilhas e lajes do arquipélago 48 Náutica SudeSte m seguida, os ambientalistas centraram esforços em favor da transformação do arquipélago em Parque Nacional Marinho, o que, desde então, vem sendo o objetivo número 2 da entidade — porque o número 1 conque todas as etapas do processo tinua sendo preservar a natureza de Alcatrazes a todo foram cumpridas”, explica. custo. Desde então, a luta pela criação do parque O que muda com a transformarinho virou uma espécie de campanha em toda mação de Alcatrazes em parque? a região de São Sebastião. Com um detalhe curioSob o ponto de vista ambiental, so: praticamente todo mundo (ambientalistas, mopraticamente nada, uma vez que radores, donos de barcos, etc.) concordam que é as ilhas continuarão sendo áreas de a melhor solução para o lindo arquipélago paupreservação, dentro daquilo que os lista. E a campanha ganhou um poderoso aliatécnicos do setor chamam de Unidado recentemente, quando a Marinha — quem des de Conservação — portanto, com diria? — aderiu de certa forma ao movimento, restrições à presença humana. Mas, ao ao dizer que não tem nada contra a criação adquirir novo status, Alcatrazes deverá do parque, desde que continue tendo a sua ganhar, no mínimo, um plano de maneárea de exercícios na ilha da Sapata. jo, que, entre outras coisas, deve permiE aí vem a dúvida: se todo mundo é a tir a visitação controlada de certas áreas do favor da transformação de Alcatrazes em arquipélago. Como, por exemplo, a naveparque marinho, por que isso não acontegação dos barcos entre as ilhas, o que hoje ce ? “Me pergunto isso todos os dias”, lasó é tolerado em situações de emergência. menta o novo responsável pela Estação “Atualmente, como não há sequer um estudo Ecológica Tupinambás, Edilson Estede impacto ambiental sobre a presença de visives, que sucedeu a antiga gestora, Ketantes no arquipélago, a única alternativa é proilen Leite, precursora da campanha bir o acesso”, admite Esteves. pela reclassificação ambiental de AlÉ justamente contra a abrangência (e falta de catrazes. “Sempre que abro o Diáargumentação técnica) desta proibição, digamos, rio Oficial, sonho com a publicação “radical”, que alguns donos de barcos, que gostada criação do parque, mas isso, até riam de visitar o arquipélago, mas não podem, se rehoje, não passa de uma possibilivoltam. “Como eles querem que as pessoas preservem dade, embora bem provável, já algo que elas não conhecem?”, questiona o empresário da região, Adrian Fuhrhausser, que explica: “Nada contra a criação do parque, claro, mas a proibição completa de hoje em dia é autoritária e exagerada”. O que mais incomoda Adrian e outros donos de barcos é não poderem sequer navegar a menos de um quilômetro das ilhas, como determina a atual legislação da Estação Ecológica. Náutica SudeSte 49 alcatrazes E m tese, os donos de barcos seriam os visitantes em potencial de Alcatrazes, já que não há outro meio de cheO arquipélago é formado por cinco ilhas, cinco gar lá senão a bordo de uma emlajes, quatro ilhotas e dois parcéis. De longe, a visão barcação particular. Mas poucos do tamanho e imponência da ilha principal, que já fizeram isso, mesmo ele estando tem dois km2 de área e um perfil montanhoso cujo no trecho mais movimentado do liponto alto, literalmente, é um pico de rocha nua toral paulista e não tão distante asde 316 metros de altura, que lembra vagamente o sim das praias da região. E o motivo Pão de Açúcar, é impactante. De perto, impresé forte o bastante para não exigir ousionante. Não há nenhuma praia. Mas enortra razão: a proibição. mes paredões riscados de branco pela mistura Cerca de 25 milhas náuticas, ou da água que escorre da chuva com restos de menos de uma hora de travessia com fezes calcificadas das aves (o guano, que, no uma lancha nem tão potente assim, sepassado, chegou a ser extraído pelos moradoparam Alcatrazes do continente — bem res de São Sebastião, para servir como ferticomo de Ilhabela. É pouco. Tão poulizante) despencam do topo da ilha, interco que, recentemente, a remadora Robercalados por trechos com o verde intenso ta Borsari resolveu ir até lá de pé sobre uma de palmeiras e árvores de pequeno porte, prancha de stand up paddle, também como que servem de abrigo e ninhais das fraparte da campanha pela transformação do argatas que habitam a ilha. Milhares dequipélago em parque marinho. Recebeu autolas. Sem nenhum exagero. rização da Estação Ecológica para a empreitada Alcatrazes é o maior berçário de e ficou deslumbrada com o que viu, incluindo aves marinhas da região Sudeste do bandos de golfinhos que escoltaram sua prancha país e tem, além da maior colônia durante parte do percurso. “Alcatrazes é lindo”, rede fragatas do Atlântico, uma sigsumiu a experiente remadora, repetindo o mantra nificativa população de atobás e de todo mundo que conhece aquelas ilhas. duas espécies migratórias ameaçadas de extinção: o trinta-réis-reais e o de bico vermelho. As revoadas são constantes, densas, impressionantes e... barulhentas. 50 Náutica SudeSte Fotos cristian dimitrius A transformação de Alcatrazes em parque deverá permitir a visitação das águas do arquipélago. É o que se espera grandes e Pequenas O arquipélago é formado por cinco ilhas, cinco lajes, quatro ilhotas e dois parcéis, reunidos em torno de uma ilha principal, onde as rochas são riscadas de branco pela mistura de fezes das aves com a água da chuva. A ilha é território das aves marinhas Nem tudo é lindo... A jararaca-de-Alcatrazes só existe nesta ilha e tem um veneno duas vezes mais potente A lém da proibição pura e simples, há outro motivo pelo qual ninguém deveria pensar em pôr os pés nestas ilhas. Este aqui: a jararacade-Alcatrazes, que só existe ali. Trata-se de uma mutação da espécie, que provavelmente deve ter chegado às ilhas quando o arquipélago nem existia e ainda fazia parte do continente. Por isso, precisou se adaptar às condições da ilha para sobreviver. Na falta de roedores e bichos de pequeno porte, alimento preferido das jararacas, passou a atacar lacraias, centopeias, lagartos e as próprias aves, neste caso, graças a um veneno duas vezes mais poderoso, que neutraliza instantaneamente a vítima, impedindo que ela sequer decole dos galhos. O ataque é fulminante, embora a jararaca-de-Alcatrazes tenha apenas 50 centímetros de comprimento, três vezes menos que suas congêneres do continente. Talvez, os fiscais do meioambiente nem precisassem ser tão rigorosos nas proibições de desembarque nas ilhas. B as taria divulgar mais as capacidades do seu mais temido habitante. Náutica SudeSte 51 alcatrazes altos visuais Os alvos e restos de disparos ainda podem ser vistos no Saco do Funil, mas as aves já podem respirar aliviadas em Alcatrazes, onde há um farol e o morro principal lembra o Pão de Açúcar que acontece naquelas águas”, diz Christian, que fica ainda mais impressionado com a variedade de espécies que frequentam as águas do arquipélago. “Não há só muita vida, como muita variedade de vida”, explica. E os pesquisadores confirmam isso. Eles já listaram 186 espécies de peixes que algazarra das habitam ou frequentam o mar azul-esverdeado aves voando que banha Alcatrazes — 25% delas raras, senfreneticamendo nove ameaçadas de extinção, como o peixe te em torno das neon e a enguia-de-jardim. Outras, como a gapedras da costeiroupa-verdadeira (aquela da nota de R$ 100), ra durante o período de acasaque já virou quase raridade na região, ainlamento — ocasião em que os da é abundante no arquipélago. Bem como machos das fragatas ganham poros golfinhos e, eventualmente, até as batentosos papos vermelhos — pode leias que passam por lá no inverno, já que ser ouvida a distância. Não há ára profundidade em torno das ilhas passa vore nem palmeira na ilha princidos 30 metros e sempre há fartura de alipal que não esteja coalhada de nimento. O problema é que justamente nhos e filhotes. Quem vibra com a por causa da abundância de vida masimples visão de uma gaivota no mar rinha, os barcos de pesca costumam custa a acreditar que possa haver tanfrequentar ilegalmente as águas do tas aves marinhas juntas, num só lugar. arquipélago. Daí o principal motiÉ um espetáculo da natureza. E ajuda vo para a generalização da proibia entender por que Alcatrazes precisa ser ção de navegação para qualquer preservado. Pena que poucos já tenham embarcação no entorno das ilhas. tido o privilégio de presenciar isso. “Nem sempre é possível saber se Dentro d’água, o show não é nada difeuma lancha está apenas parada rente, como atestam algumas imagens do foou pescando”, defendem-se os tógrafo especializado em vida animal, Crisfiscais da Estação Ecológica, tian Dimitrius, co-autor do livro Alcatrazes, para justificar a medida. que ilustram esta reportagem. “Ao contrário das leandro saadi A Fotos cristian dimitrius 52 Até tempos atrás, Alcatrazes era usada como alvo para exercícios de tiro da Marinha. Hoje, ela também é a favor da criação do parque demais ilhas do litoral paulista, em Alcatrazes a quantidade de vida marinha ainda é impressionante, o que comprova que a política de preservação vem dando resultado, apesar da pesca ilegal Náutica SudeSte Náutica SudeSte 53 alcatrazes leandro saadi A pesca ilegal é, de fato, um problema sério e recorrente em Alcatrazes. Atraídos pela alta piscosidade daquelas águas, barcos de pesca comercial são vistos com certa frequência nas imediações do arquipélago (possivelmente à espera de uma bobeada dos fiscais, que ficam sediados em São Sebastião, já que a ilha principal não tem nem estrutura para receber uma base avançada) e, no ano passado, até o vice-prefeito de São Sebastião, Wagner Teixeira, foi flagrado pescando com amigos perto da ilha principal. Abordado pelos fiscais, ele se defendeu dizendo que os peixes que jaziam a bordo da lancha haviam sido capturados fora dos limites da Estação Ecológica. Mas não convenceu. Foi multado, teve o barco apreendido e ainda foi conduzido a uma delegacia de polícia — quase a mesma pena que aguarda quem chegar perto destas ilhas, em busca, apenas, de uma linda paisagem. Injusto? Sem dúvida. Mas é de se esperar que isso mude em breve. A WIND CHARTER ACREDITA QUE PESSOAS EXTRAORDINÁRIAS MERECEM MOMENTOS EXTRAORDINÁRIOS. ONDE FICA? Alcatrazes fica a apenas O 25 milhas da costa, no trecho mais movimentado do litoral de São Paulo arquipélago dos Alcatrazes fica a apenas 25 milhas de Ilhabela (ou 28 de São Sebastião), em São Paulo, nas coordenadas 24° 06’ 5.72” S/045° 41’ 33.29” W, bem diante das famosas praias do litoral norte paulista. De lancha, dá pouco mais de uma hora de travessia até lá. Para quem vem de Santos, em torno do dobro disso. 1. CHARTER BAREBOAT (sem tripulação) WINDCHARTER.COM.BR 2. BY THE DAY Day charter e Day skipper 3. CHARTER COM TRIPULAÇÃO (skipper e hostess) 4. LAZER EM PARATY Turismo, cultura e gastronomia Vamos ao mar com uma frota constantemente renovada para oferecer conforto e segurança absolutos. “Um lugar que não esconde o sabor”. L I P A R I 4 1 E VO L U T I O N S U N O DY S S E Y 5 0 9 S U N O DY S S E Y 4 6 9 S U N O DY S S E Y 4 3 9 S U N O DY S S E Y 3 7 9 WIND 34 NG Ilha da Gipóia - Angra dos Reis/RJ A sua experiência tem início em terra. A base da Wind Charter, na Marina do Engenho, em Paraty, oferece todo o suporte para embarque, desembarque e qualquer solicitação para personalizar ainda mais seus momentos a bordo. Entre em contato e descubra as possibilidades extraordinárias que reservamos para você. www.facebook.com/restaurantecanto.dascanoas [email protected] - T +55 (24) 2404 0020 / +55 (51) 3221 2289 Rod. Rio-Santos (BR101) Km 576 Paraty RJ Brasil - 23°13’54”S 44°41’38”W UM OCEANO DE POSSIBILIDADES ESTÁ À SUA ESPERA shuttlerstock o velho correio do mar Mesmo em tempos de Facebook e WhatsApp, o singelo ato de mandar mensagens dentro de garrafas ainda é largamente praticado e diverte um bocado — tanto quem manda, quanto, principalmente, quem as encontra N Telefones: 024.78115482 024.78115485 VHF Canal 10 ainda vive por carlos santos o último dia do ano de 2013, o casal de velejadores Duda e Celso Martins estava com o seu barco tranquilamente ancorado na prainha do Cantagalo, em Paraty, curtindo a alegria de mais um ano juntos no mar, quando surgiu a ideia de dividir toda aquela felicidade com outras pessoas. Mas, quem seriam? Deixaram, então, a escolha nas mãos do destino. Pegaram uma garrafa vazia, colocaram um bilhete com votos de bom ano novo e um número de telefone e a atiraram no mar – como faziam os náufragos do passado. Em seguida, esqueceram o fato. Até que... como os náufragos Trecho de uma das milhares de mensagens já encontradas dentro de garrafas boiando nos mares: o que no passado era uma necessidade, virou uma instigante diversão Náutica SudeSte 57 shuttlerstock mensagens ao mar E xatos três meses depois, na tarde de 31 de março do ano passado, duas irmãs caminhavam pela praia de Pontal do Paraná, no litoral paranaense, quando viram uma garrafinha depositada na areia pelo mar. Dentro dela, estava a mensagem que o casal Duda e Celso havia despachado lá da prainha do Cantagalo, distante quase 1 000 quilômetros daquele ponto. Para elas foi uma dupla alegria. Primeiro, porque achar uma garrafa com uma mensagem dentro é uma espécie de tesouro simbólico, que desperta a imaginação de qualquer pessoa. E segundo, porque, meses antes, durante uma emocionante viagem a Israel, as duas irmãs haviam comentado, do nada, em meio a um cenário repleto de significados bíblicos, que o “brilho” na vida delas bem que poderia vir de uma garrafa encontrada na praia – como a fictícia Jeannie é um gênio, do velho seriado da televisão. Pois não é que elas acharam mesmo uma mensagem cheia de vibrações positivas e vinda de quem sequer conheciam? No ano passado, uma garrafa foi encontrada no Mar Báltico, com uma mensagem de 101 anos atrás 58 Náutica SudeSte Em seguida, elas fizeram contato com os remetentes da mensagem e deixaram o casal paulista ainda mais eufórico, porque o objetivo de quem atira uma garrafa ao mar é justamente torcer para alguém encontrá-la e descobrir onde ela irá dar. E quando isso acontecerá — além de gerar uma intensa curiosidade em quem a encontrar. Quem teria escrito aquilo? De onde teria vindo? Por onde teria passado aquela garrafa, ao sabor apenas dos humores do mar? No caso de Duda e Celso, a resposta foi praticamente imediata, já que apenas três meses se passaram entre o lançamento e a descoberta da garrafa – quase nada para os letárgicos padrões das mensagens desse tipo, que não são apenas a mais antiga forma de comunicação da história, mas, também, a mais lenta. Mesmo assim, quando ela chegou às mãos das irmãs paranaenses já havia cruzado todo o litoral de São Paulo e sabe-se lá mais o quê, porque nada é mais intrigante em qualquer objeto trazido pelo mar do que imaginar de onde ele veio – e a história que há por trás dele. No caso das mensagens dentro de garrafas, hábito que remonta aos gregos, 300 anos antes do início da nossa era, quando eram usadas para tentar avaliar a extensão dos oceanos, as histórias são ainda mais fascinantes, porque há, de fato, uma história escrita por trás de cada mensagem. E uma pessoa em carne e osso do outro lado daquela história, que merece ser conhecida ou, pelo menos, contatada de volta, feito uma espécie de Facebook primitivo. Como resistir à tentação de ler o que está escrito em um pedaço de papel que vagou durante meses (ou anos, como geralmente acontece) pelos oceanos? Como não ficar tentando imaginar quem o escreveu e em quais circunstâncias isso aconteceu? Como, enfim, ignorar a mais irresistível característica humana, a curiosidade? Pois as mensagens em garrafas reúnem todos estes atributos numa só embalagem. Além de ser a mais resistente forma de navegar que existe. Uma garrafa bem lacrada é um dos objetos mais marinheiros já inventados pelo homem. Ondas e tempestades são capazes de afundar navios, mas não conseguem tirar da superfície uma simples garrafinha com um pouco de ar dentro. Só mesmo um eventual choque com algo bem mais duro do que a força do mar (como as pedras de uma costeira, por exemplo) consegue interromper a inexorável marcha errante de uma garrafa ao sabor das correntezas. Por isso, elas sempre foram usadas como meio de comunicação, ainda que de resultado incerto. E m sua viagem de volta ao descobrimento da América, ao penetrar em uma violenta tempestade, Cristóvão Colombo não teve dúvidas: redigiu um bilhete e o enfiou dentro de uma garrafa, na esperança de que ela atingisse alguma praia, caso ninguém sobrevivesse para relatar a descoberta. A garrafa de Colombo jamais foi encontrada, mas o mesmo não se pode dizer de outras mensagens do gênero enviadas por oficiais da Marinha Inglesa, para relatar posições de navios inimigos, na época da Rainha Elizabeth — que, por isso mesmo, punia com pena de morte quem abrisse uma dessas garrafas antes de entregá-las à Corte. Dicas para a sua mensagem ser lida em todas as linguas O hábito de lançar mensagens ao mar dentro de garrafas existe desde os tempos da Grécia Antiga, quando era usado para (tentar) avaliar o tamanho dos oceanos. Até hoje ele continua, movido pelas correntezas e pela curiosidade humana E, antes disso, para que a sua garrafa seja encontrada com um pouco menos de dificuldade Escolha uma garrafa de vidro e meio escura, porque a transparência pode apagar o texto da mensagem com o tempo. Pelo mesmo motivo, enrole a mensagem com o texto para o lado de dentro, para evitar o desbotamento acelerado da tinta pelo sol. Jogue-a na água em local de forte correnteza, porque assim ela começará a viagem mais rapidamente e não retornará à praia mais próxima. Use papel colorido, porque isso pode tornar a sua garrafa mais visível na água ou mais chamativa na praia. Se quiser chamar ainda mais atenção para a sua garrafa, enrole a mensagem em papel laminado, porque ele, além de proteger o papel, brilha um bocado. Não nutra muitas esperanças de um retorno. A maioria das garrafas se perde para sempre nos oceanos. Mas, quando alguém a encontra, a alegria é dobrada. Náutica SudeSte 59 mensagens ao mar shuttlerstock s a q f a ue fizer r r a G am história em 1914, durante a Primeira guerra mundial, o soldado inglês Thomas Hughes lançou uma garrafa no Canal da Mancha, com uma declaração de amor à sua esposa. Dois dias depois, ele morreu em combate. 85 anos se passaram, até que, em 1999, um pescador achou a garrafa de Thomas boiando no rio Tâmisa. Como a destinatária também já havia morrido, a mensagem foi enviada para a filha do soldado. Que já somava 86 anos. D também em 1914, um experimento sobre as correntes marítimas lançou no mar da Escócia 1 890 garrafas com a mensagem de que, quem a encontrasse, informasse o local da descoberta. 98 anos depois, em 2012, o pescador inglês Andrew Leaper puxou a rede no barco em que trabalhava e encontrou uma das garrafas. E foi a segunda encontrada pelo mesmo barco — algo tão improvável quanto um raio cair duas vezes sobre a mesma casa. Até hoje, apenas 350 das garrafas foram recuperadas. em 1916, algumas garrafas com emocionantes despedidas dos parentes surgiram na costa da Suécia, perto de Gotemburgo. Foram lançadas pelos tripulantes do Zeppelin alemão L19, que sucumbiu no mar, depois de bombardear a Inglaterra. Embora localizados por um barco pesqueiro inglês, os alemães foram deixados no mar, até se afogarem. Só restaram as suas despedidas, nas mensagens, lançadas antes de o Zeppelin afundar por completo. esde aquela época, despachar mensagens (de amor, de filosofia, poéticas ou mesmo pedidos de ajuda) pelo mar tornou-se algo bem mais comum e frequente do que os filmes de náufragos sugerem. Mesmo nos dias de hoje, como comprovam as muitas histórias (como a de Duda e Celso) que pululam na internet. Até porque, mais tentador do que mandar uma mensagem, é encontrar outra. “É quase como achar um tesouro enterrado na areia”, define um especialista no assunto, o italiano Roberto Regnol, que há quase dez anos se dedica a garimpar, com a ajuda de uma rede de correligionários, garrafas com mensagens que vão dar nas praias da Itália e dos países vizinhos. Sua coleção já soma 605 mensagens, todas exibidas no seu site (www.messagiodalmare.com) e capturadas apenas de 2006 para cá — o que, por si só, já dá uma boa ideia da quantidade de garrafas 60 Náutica SudeSte Jeremiah Burke e nora hegarty, dois jovens primos irlandeses que viajavam no Titanic, lançaram ao mar uma mensagem de despedida, antes de afundarem com o próprio navio. Nela, diziam apenas “Adeus a todos”, junto com o nome deles e do fatídico transatlântico. Um ano depois, a garrafa com a mensagem das vítimas chegou a uma praia da Irlanda e foi entregue à família. Detalhe: era a mesma garrafa que eles haviam levado de casa com água abençoada, para que nada de ruim acontecesse na viagem. com mensagens que vagueiam pelos mares. “Na era da tecnologia, ainda há românticos que confiam ao mar aquilo que eles não têm coragem de dizer”, filosofa Roberto, frente ao tema mais recorrente nas mensagens náuticas contemporâneas: o amor. Tanto ao mar quanto à humanidade ou a alguma pessoa específica. É compreensível. O gesto de lançar uma mensagem ao mar tem mesmo algo de romântico, além de ser deliciosamente ingênuo – embora alguns ecochatos já vejam nisso uma forma de agressão ao meio ambiente. Trata-se de um singelo antídoto para as formas de comunicação cada vez mais instantâneas e uma surpreendente maneira de unir pessoas, que, de outra forma, talvez, jamais se conheceriam. Que o diga o canadense Harold Hackett, que há quase 20 anos só faz aumentar sua rede de amigos mundo afora graças às garrafas que ele periodicamente despacha da ilha Prince em 1956, um desolado marinheiro sueco, chamado Ake Viking, resolveu apelar para o mar em busca de um amor para sempre. Escreveu uma mensagem “para uma jovem bonita e distante” e lançou a garrafa ao mar. Dois anos depois, a italiana Paolina achou a garrafa numa praia da Sicília e respondeu à mensagem. “Não sou bonita, mas devo ter sido escolhida pelo destino”, respondeu. Logo, os dois estavam casados. em 2005, um grupo de jovens imigrantes ilegais foi abandonado pelos traficantes num barco à deriva, ao largo da Costa Rica. Sem nenhum meio de comunicação, recorreram a uma mensagem de S.O.S dentro de uma garrafa e ela, milagrosamente, foi recolhida por um pescador logo em seguida, que acionou as autoridades do país. Todos foram salvos. Edwards, onde mora, com pedidos de retorno às suas mensagens. Harold calcula já ter enviado perto de 5 000 garrafas, das quais obteve respostas (dos Estados Unidos, da Europa, da África...) para mais de 3 000 delas – e sempre por carta, porque, propositalmente, ele não envia seu telefone, para, depois, ter o que mostrar aos amigos. “Adoro me comunicar da maneira antiga”, diz. “E nada é mais antigo do que mandar uma mensagem pelo mar.” No Brasil, certa vez, duas garrafas foram lançadas ao mar, ao mesmo tempo, no mesmo lugar. Uma foi dar na costa da África, outra no lado oposto, na Nicarágua. Em outro experimento, uma ONG internacional coletou cartas de crianças e as colocou dentro de uma espécie de boia, a título de garrafa, no meio do Atlântico. Menos de um mês depois, a “garrafa” estilizada da entidade foi dar na praia do Mucuripe, em Fortaleza, onde chegou a ser confundida com uma bomba em 2006, alguns habitantes da República de Montenegro, nação então envolvida numa luta separatista com a Sérvia, dispararam mensagens em garrafas pedindo ajuda internacional, na esperança de que elas chegassem à Itália, do outro lado do Mar Adriático. Muitas, de fato, chegaram. Como esta aqui encontrada numa praia italiana, no mesmo ano. em 17 de abril do ano retrasado, uma garrafa com uma mensagem foi dar na foz de um rio perto de Dubrovnik, na atual Croácia. Ao abri-la, os croatas tomaram um susto: ela havia sido escrita 28 anos antes, na distante Nova Escócia, na costa do Canadá, a mais de 7 000 quilômetros de distância, e numa época em que nem a própria Croácia existia como país. Acabou no museu da cidade. flutuante, pelos jangadeiros. De lá, outra boia semelhante foi despachada sabe Deus para onde. Mais recentemente, os moradores da pequena cidade de Itaqui, às margens do Rio Uruguai, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, ficaram emocionados com uma mensagem encontrada dentro de uma garrafa, após uma enchente que deixou toda a região em estado de ca- Em 1794, um náufrago japonês enviou um pedido de socorro pelo mar. Mas ele só chegou 141 anos depois Náutica SudeSte 61 mensagens ao mar As mensagens em garrafas são bem mais comuns do que parece. Só o italiano Roberto já achou 605 delas rei das mensagens O italiano Roberto Regnol, dono de um site dedicado apenas a mensagens trazidas pelo mar: “É como achar um tesouro”, diz o curioso especialista 62 lamidade. Ela havia sido atirada ao rio a mais de 500 quilômetros de distância, pelos alunos da escola pública do município de Palmitos e trazia uma mensagem no mínimo reconfortante (para não dizer intrigante) para quem havia perdido tudo na enxurrada. Dizia: “ Aconteça o que acontecer, é preciso amar, apoiar, agasalhar e ajudar ao próximo”. Detalhe: a mensagem na garrafa havia sido lançada no rio três anos antes daquela enchente. É certo que a maioria das mensagens se perdem na imensidão dos oceanos ou ficam dando voltas sem fim ao redor dos setes mares, levadas pelas correntezas, sem que ninguém as encontre. Mas quem lança ao mar uma garrafa com um bilhete sempre nutre a esperança de que – quem sabe, um dia? – ele seja lido. Mesmo que, às vezes, tardiamente. Reza a lenda que o caso mais famoso do gênero teria acontecido em 1935, quando uma velha garrafa com pedaços de casca de coco esculpidas com ideogramas japoneses dentro foi dar numa praia de Hiraturemura, no Japão. Ela revelava a triste saga de um pescador chamado Náutica SudeSte Chunosuke Matsuyama, cujo barco naufragara perto de algumas ilhas do Pacífico.Teria sido um final feliz para aquele infortúnio não fosse a data gravada em uma das cascas: 1794 – 141 anos antes de aquela garrafa ser encontrada! Se for verdade, é bem possível que a garrafa com o pedido desesperado daquele pescador tenha passado muito tempo presa a algum obstáculo (pedras, baías fechadas ou parcialmente soterrada na areia), antes de ser libertada por um fenômeno natural, como aconteceu, dois anos atrás, com a mensagem enviada pela adolescente americana Sidoney Fery, em 2001. A garrafa de Sidoney ficou retida nos destroços do furacão Sandy por anos a fio e reapareceu praticamente na mesma praia de onde fora lançada pela menina – que, no entanto, já havia morrido, vítima de um acidente. A garrafa foi, então, entregue à mãe da menina, que chorou de emoção ao ler o bilhete. “Foi como uma mensagem dela, trazida pelo mar”, disse, entre lembranças e lágrimas. Apesar da famosa história da mensagem tardia do náufrago japonês, o Livro dos Recordes não a reconhece como a mais antiga mensagem em garrafa já encontrada. O mérito, segundo a entidade, cabe a uma garrafinha que foi dar numa praia do Mar Báltico em 8 de abril do ano passado, com a mensagem de um jovem alemão, chamado Richard Platz, pedindo que quem a encontrasse entrasse em contato. E terminava com a data: 17 de maio de 1913, 101 anos antes de ela ser, finalmente, encontrada. Por onde a garrafa de Platz passou durante mais de um século no mar jamais se saberá. Mas são justamente as dúvidas que recheiam o fascínio das mensagens desse tipo. E quem já não teve vontade de fazer o mesmo que atire a primeira garrafa! Fotos: Marcio Dufranc shuttlerstock Um pedaço do paraíso para saborear a melhor moqueca de Angra dos Reis Mais que um restaurante, o Coqueiro Verde localizado no Saco do Céu é um ponto de apoio aos navegantes de Angra dos Reis. Um lugar para ancorar, relaxar e se deliciar com as saborosas moquecas e risotos, a especialidade da casa. E quem quiser, ainda pode se hospedar na pousada integrada ao restaurante. Restaurante, Pousada, Pier, Poitas, Abastecimento de água e gelo Contatos Telefone: (24) 3361.4394 / (21) 2685.0346 - Rádio VHF Canal 16 [email protected] www.coqueiroverdepousada.com.br Você e seu barco Corrosão Ferrugem ou corrosão? E Como evitar este problemão largamente usados como a mesma coisa. Por definição, “corrosão” é um processo que provoc a des gas te em uma liga metálica qualquer, como, por exemplo, o aço inox, que é por OttO AquinO uma mistura de quatro metais diferentes. Já a “ferrugem” designa os casos específicos de B 64 NáutiCa sudeste corrosão no ferro. A rigor, barcos de passeio nem deveriam usar a expressão “ferrugem” (e sim “oxidação”), porque ferro é o que eles menos têm. Outra confusão bastante c o m u m é e n t re os te rm os “corrosão” e “oxidação”, que também não designam a mesma coisa. “Oxidação” é uma reação química, na qual um material ou elemento se une ao oxigênio, formando um novo ração da corrosão, o melhor remédio costuma ser o mais simples e o mais caseiro de todos: sempre lavar bem o barco e as ferragens com água e sabão depois dos passeios (especialmente no mar), além de polir regularmente as partes mais suscetíveis à corrosão com cera náutica. Outro recurso muito útil é manter sempre em dia os anodos de sacrifício, que, como o próprio nome diz, existem para se oxidar no lugar das partes mais nobres do barco. Vale tudo nesta guerra contra um inimigo que corrói tudo nos barcos. Até a paciência dos donos. composto — um óxido. E nem toda oxidação gera corrosão. Ela só ocorre quando es ta reação química provoca a perda de material de uma das partes Fotos shuttlerstock arcos foram feitos para a água. Portanto, é natural que sofram com a umidade do meio em que vivem. Mesmo os barcos com casco de fibra de vidro contêm muitos metais (cunhos, guarda-mancebos, eixos, etc. etc.) e nem todos eles são suficientemente fortes para lutar contra a nefasta combinação de água + oxigênio, os dois elementos que dão início ao processo da corrosão em qualquer material. No caso de água salgada, a situação é pior ainda. O sal potencializa o processo de corrosão, que se manifesta até nos ambientes do barco sem contato direto com a água — bastam os efeitos da maresia ou da falta de neutralização da corrosão nas partes submersas do casco, por exemplo. Portanto, nem sempre é apenas desleixo do dono do barco. A oxidação em ferragens de aço inox pode aparecer até em barcos extremamente bem cuidados, porque o ambiente marinho costuma ser um agressor implacável e particularmente feroz em itens como acoplamentos de alumínio e aço inox, bastante comuns em motores e propulsores, provocando estragos bem maiores do que uma simples aparência enferrujada. Mas, se não há como impedir que a corrosão aconteça, há, sim, como prevenir ou, pelo menos, evitar que o problema se alastre de vez. No combate contra a prolife- As cinco dúvidas mais comuns que quase todo mundo tem sobre este eterno problema mbora os dois termos sejam sinônimos — não! —, não são Nos barcos, não é nada fácil evitar a ferrugem e a corrosão. Mas, mesmo quando as manchas começam a aparecer, nem tudo está perdido. Veja aqui o que fazer Bê-á-Bá da corrosão envolvidas. Mas, seja “ferrugem”, “corrosão” ou “oxidação”, o fato é que todos eles são um problemão. 1 A corrosão ataca mais no mar? Sim. Além do sal, o mar contém cloro natural, o que acelera a corrosão, porque transforma a água em um eletrólito mais eficiente, aumentando sua condutividade elétrica — e eletricidade acentua a corrosão em qualquer metal. Isso faz com que ela avance bem mais depressa do que na água doce. 2 Onde a corrosão costuma atacar mais? Nas ferragens do convés, especialmente nos guardamancebos, âncora e escadinha de popa. Mas as partes metálicas submersas, como eixos, rabetas, hélices e lemes, também estão sujeitas à corrosão acentuada, embora com menos intensidade, já que existem os anodos de sacrifício para evitar isso. 3 Aço inoxidável também oxida? Sim, dependendo da qualidade do aço e dos cuidados do dono do barco. Alguns fabricantes usam ligas mais baratas, que resistem menos à corrosão — daí o problema. Os aços mais recomendados são os com especificação ABNT 316, que têm alto teor de cromo e suportam bem mais o cloro do mar. 4 Existe receita caseira para prevenir a corrosão? Sim. Lavar bem as ferragens com água e sabão depois dos passeios — tanto no mar quanto em água doce — é a mais simples e eficiente maneira. O polimento com cera também blinda bem contra a corrosão nos metais. Mas — atenção! — não use cloro nem água sanitária neles, porque isso só aumenta o problema. 5 Em qual estágio a ferrugem ainda tem cura? Bem antes de perfurar as partes afetadas. Se a ferrugem atacar eixos e propulsores, é bem provável que o funcionamento deles já esteja comprometido — portanto, tarde demais. Na maioria das peças de aço inox, basta um simples polimento para resolver o problema. Já parafusos enferrujados devem ser trocados, porque não vale a pena tentar salvá-los. NáutiCa sudeste 65 Você e seu barco onde ela costuma atacar Algumas dicas para deixar o barco mais protegido contra a corrosão No aço iNox Nas coNexôes Use micro-óleos ou graxas (mas não as corrosivas!) em todas as conexões de partes metálicas e elétricas. E faça isso periodicamente. No motor de popa Após “adoçar” o motor com água limpa, pulverize silicone nos seus mecanismos internos. Ele protege que é uma beleza. Na lavagem Nas baterias Após lavar o casco, seque o barco inteiro. Até as porcas, mesmo as de inox, estão sujeitas à corrosão, se ficarem molhadas por muito tempo. Deixar o barco secar ao sol não é uma boa ideia. Baterias emitem gases corrosivos e, como costumam ficar nos porões dos barcos, vivem sujeitas a contatos com a água. Sempre evite que isso aconteça. O certo é colocá-las em locais arejados e protegidos da água. Em cunhos, guarda-mancebos, escadinhas e ferragens em geral, use gel à base de ácido nítrico, que elimina o óxido do inox. Os melhores são os das marcas Avesta e Amazônia. Primeiro, lave bem a peça com água e sabão. Depois, dilua o gel em um recipiente, com um pouco d’água e aplique a solução. Deixe agir por uns 15 minutos, esfregue novamente com sabão e enxágue. Pronto: o metal voltará a brilhar. Mas, para protegê-lo contra futuros pontos de oxidação, use cera náutica polidora, com frequência. Na fiação Use apenas fios de cobre estanhados e certificados, que não corroem. Se eles forem protegidos apenas por capinhas de plástico, “pinte” os terminais com borracha líquida, para vedar contra a umidade. E nunca deixe fios expostos ao sol, porque isso os resseca e facilita a entrada de umidade, gerando corrosão futura. Na correNte elétrica A fuga de corrente elétrica para partes metálicas submersas do casco pode dissolver rapidamente qualquer metal. Desconfie, portanto, se algum equipamento elétrico parar de funcionar repentinamente. No porão No paiNel Sempre esgote toda a água do porão e jamais deixe objeto algum molhado dentro dele, mesmo que apenas úmido. Além disso, mantenha portas, gaiutas e vigias sempre abertas quando o barco estiver fora de uso, para ventilar — e secar bem — os ambientes internos. Barcos nunca estão livres de respingos de água no painel — seja da chuva ou dos borrifos durante a navegação. Para evitar infiltrações e problemas de corrosão nas fiações e terminais, cheque constantemente a vedação das borrachas do painel e dos instrumentos. Nos parafusos Nas ferrageNs Mesmo nos parafusos de aço inox, aplique selantes especiais, como Sikaflex, para mantêlos isolados da umidade. Lembrese: parafusos enferrujam fácil, fácil. Quando a limpeza de rotina não for suficiente nas peças de inox, faça uma solução de gesso, bicarbonato de sódio e álcool e aplique com um pano. Jamais use vinagre para tirar manchas das ferragens (embora funcione!), porque deixa as superfícies pegajosas e isso aumenta a aderência do sal do mar. Lavou o barco? Seque cada cantinho. Especialme nte os parafusos, que corroem com muita facilidade A NOVA REVENDA VOLVO PENTA EM NITERÓI. Venha conhecer a revenda Armazém Naútico Motores. Uma revenda autorizada Volvo Penta especialista em serviços, produtos e peças genuínas para sua embarcação. Estrutura completa, profissionais treinados e o compromisso em oferecer sempre o melhor serviço. www.volvopenta.com.br Revenda Autorizada: Estrada Leopoldo Fróes, nº 450, Loja (Estacionamento do Iate Clube Icaraí) São Francisco, Niterói – RJ • (21) 2704-5412 • (21) 7870-6262 • (21) 96433-3221 Você e seu barco alguns produtos que podem evitar... Nxt geNeratioN Polidor automotivo com um poderoso abrasivo, que dá brilho às peças metálicas poucos minutos depois de aplicado. Além disso, forma uma película protetora e, o que é melhor ainda, retira todos os pontos superficiais de ferrugem. Wurth metal polish Outro polidor, embora mais líquido. Trata bem os metais, formando uma camada protetora. Mas o resultado é melhor nos cromados, pois não deixa as peças com aspecto azulado, como acontece no alumínio. ...e os que apenas ajudam a tratar Komatherm 600 corrosioNx hd graxa braNca Wd-40 boat shiNe semoriN Protetor fabricado pela Brascola, que garante boa proteção aos metais, desde que aplicado com regularidade — como os demais produtos do gênero, por sinal. Sua secagem leva cerca de uma hora, mas a proteção dura quase duas semanas. Produto bem eficiente, porque estabiliza a corrosão — algo raro, já que é bem difícil conter este processo depois de iniciado. Costuma ser aplicado em carretas náuticas, que sofrem um bocado com o contato constante com a água. Ao contrário da tradicional graxa preta, é impermeável e oferece alguma proteção contra o surgimento de corrosão em partes metálicas. Mas resseca rápido, não isola completamente a superfície da umidade nem dura tanto quanto os produtos específicos. Além de soltar peças enferrujadas com facilidade, serve como preventivo contra a corrosão. Ou seja, dispensa outro produto para proteger a peça, depois de soltá-la para reparos. Mas tem cheiro forte e muitos navegadores suspeitam que resseque as borrachas — embora o fabricante afirme que isso não acontece. Destrava e desenferruja rapidamente peças de metal, além de lubrificálas. Mas não previne contra a ferrugem futura e cheira a óleo de cozinha velho. Em compensação, o fabricante jura que ele não danifica plásticos nem borrachas, se atingidos pelos borrifos. Este tradicional produto, usado por donas de casa para remover manchas de ferrugem das roupas lavadas, também vai bem nos barcos. Mas, como é muito ácido, pode gerar manchas no costado, além de deixar a superfície sem brilho, se for usado com muita frequência e em excesso. limpa costado Naustispecial Óleo Nautispecial Este produto promete remover manchas de ferrugem escorridas em cascos de fibra de vidro. Deve ser aplicado diretamente sobre a superfície afetada e, depois, enxaguado com água doce. Depois, uma camada de cera náutica líquida, para proteger de futuras oxidações, também cai bem. Solta peças enferrujadas facilmente e é bom, também, para lubrificar e eliminar a ferrugem que já exista nelas. O fabricante garante que não agride outros materiais. Seu odor é bem mais agradável que o dos concorrentes, o que o torna especialmente indicado para uso dentro das cabines dos barcos. Você e seu barco a dica de um especialista o Boi de piranha dos Barcos O anodo de sacrifício existe para enferrujar no lugar do barco inteiro Localizado no canal principal do Condomínio Porto Frade, em um aconchegante espaço. Venha nos conhecer de barco ou carro. As melhores opções com vaga de barco na porta. A Porto Frade Imóveis possui 30 anos de tradição e uma equipe qualificada. Somos especializados em venda e locação de imóveis de alto padrão na região da Costa Verde. Contato: (24) 3369-2655 (24) 3369-5458 [email protected] Se a oxidação já corroeu 60% do anodo do motor, é hora de trocá-lo por um novo. Se não, a ferrugem tomará conta do barco inteiro “ Para tirar manchas dos cunhos de aço inox, a maneira mais simples e fácil é com Semorin, um produto à base de ácido oxálico, encontrado em qualquer supermercado. A aplicação não requer nenhuma técnica especial, exceto luvas e óculos — e dá para fazer o serviço em poucos minutos. Pingue algumas gotas do produto e espalhe com uma esponja macia (não use nada áspero, porque pode manchar ou riscar o inox), esfregando até cobrir toda a área. O efeito é imediato. Em seguida, lave com água e sabão. Pronto. Mas, se a mancha não sair, repita o processo. Depois, com as peças já limpas, use cera náutica (a mesma usada para polir cascos), porque ela servirá para conservar o brilho e proteger contra a corrosão. Em vez do Semorin, pode-se, também, usar limpadores para metais cromados (bem mais caros e só encontrados em lojas náuticas), ou massa de polir número 2, misturada com sabão de coco. Ambos fazem o mesmo efeito. Mas, com Semorin, é bem mais fácil, rápido e barato. LINHA DIRETA VOLVO PENTA - 0800 41 8485 metal), a oxidação pode se estender a outras ferragens, como os guarda-mancebos e as gaiutas. Para evitar isso, é preciso que mesmo as partes metálicas “secas” estejam conectadas a uma placa de metal no fundo do casco e esta a um anodo. A rigor, a durabilidade do anodo depende do tempo em que o barco ficar na água. Mas, em rios e represas de água doce, a velocidade da corrosão dele é mais lenta do que no mar. De qualquer forma, quando a corrosão atingir a metade do anodo, sua capacidade de proteção começará a diminuir drasticamente — e será a hora de trocá-lo por um novo. Na média, o anodo deve ser verificado a cada seis meses e trocado uma vez por ano — ou quando a corrosão atingir 60% de sua área. Mas não é nada que exija um grande investimento, já que um anodo custa pouco. Mas, atenção: o anodo jamais deve ser pintado, porque a tinta impedirá a galvanização deste poderoso combatente da oxidação e que só existe para enferrujar mesmo. “ O anodo de sacrifício é o componente mais relevante para a conservação de todas as partes metálicas que ficam debaixo d’água — como rabetas, eixos e hélices, por exemplo. Não fosse ele, qualquer sistema de propulsão teria uma vida útil bem mais curta, por causa da corrosão gerada pelo contato direto com a água. Como o seu próprio nome diz, a função do anodo é se sacrificar pelo restante do barco: ele se deixa corroer no lugar de peças mais valiosas, graças a um fenômeno físicoquímico chamado “galvanização”, uma espécie de “reação” que ocorre entre dois metais dentro d´água. Como o anodo é feito de um metal mais “fraco”, no caso o zinco, ele corrói no lugar do outro material com o qual estiver em contato direto. É, portanto, um mártir. Uma espécie de boi de piranha náutico. E fundamental em qualquer barco. Até os veleiros precisam dele, pois, no caso de falta de aterramento do mastro (que quase sempre é de qualquer supermercado tem a solução mais simples para a corrosão no aço inox. É o que ensina o mecânico Jorge paragon Unidos da tranquilidade: nota 10. [email protected] www.portofrade.com.br Peças genuínas Peça Viva o carnaval e os feriados deste ano com segurança e sem preo preocupações. Consulte nossa revenda autorizada Volvo Penta e faça a re revisão preventiva da sua embarcação. Nossas soluções em pós-vendas ajud ajudam você a aproveitar a temporada da melhor maneira: no mar. 30 anos Revenda Autorizada Rua das Heliconias, 227 - Parque Enseada . Guarujá-SP 13 3351-6600 . [email protected] . www.pierboat.com.br www.volvopenta.com.br shutterstock Você e seu barco com fioS Não Se briNca Incêndios são a causa número 1 da perda de barcos. E eles quase sempre têm origem na parte elétrica. Veja aqui onde mora o perigo a bordo termInaIs e conexões em mau estado O “coração” das instalações elétricas são os terminais e as conexões, principalmente da bateria. Se eles estiverem frouxos, podem superaquecer e derreter os cabos. Para evitar isso, faça um check-up completo, tanto na fiação quanto nos seus complementos, uma vez por ano. InfIltração de água no paInel Barcos com comando aberto nunca estão livres de respingos d’água — seja na navegação ou na lavagem do casco. E esse contato com a água pode gerar pontos de ferrugem nas conexões das fiações, além de comprometer a durabilidade dos cabos. A única maneira de evitar isso é checar periodicamente as vedações de borrachas no painel e, no caso de vazamento crônico, não molhá-lo demais ao lavar o barco. equIpamentos em contato com a água O inversor deve ficar sempre o mais próximo possível das baterias, para evitar quedas de tensão. Porém, é importante também instalá-lo sempre o mais alto possível no porão, para evitar contato com a água que ali empoça, o mesmo valendo para qualquer outro equipamento elétrico. Energia e água não combinam! equIpamentos que não deslIgam Se o seu barco tiver guincho elétrico ou bow thruster, verifique periodicamente o estado do sensor de acionamento desses equipamentos. Como esses aparelhos consomem altas correntes, a quebra do sensor pode fazer com que eles funcionem ininterruptamente, sem você perceber. E isso gera superaquecimento na fiação. Instalar equIpamentos dIferentes Certifique-se de que o automático das bombas é compatível com a corrente elétrica. Instalar um modelo errado pode fazer com que a bomba não funcione na hora em que você mais precise dela. Da mesma forma, tome cuidado com certos acessórios, como forno micro-ondas e secador de cabelos, que puxam bastante energia e podem superaquecer a fiação. 72 Náutica SudeSte Gambiarras? Nem peNsar Sobrecargas e maus contatos são prenúncios de tragédias use apenas fios de cobre estanhados e certificados, para evitar corrosão. sele os terminais e as pontas dos fios com silicone, para vedar a entrada de ar entre o cobre e o plástico que reveste os cabos. os terminais dos cabos da bateria devem ser prensados e não soldados. A solda enrijece os cabos, tornando-os sujeitos a quebras. use disjuntores termomagnéticos, que protegem contra sobrecargas e curtos. Mas, atenção: há disjuntores que não funcionam em correntes contínuas. Fusíveis em circuitos de alta corrente costumam criar quedas de tensão. Se isso acontecer com baterias fracas, pode dificultar a partida do motor. Para não tombar com o balanço do barco, a bateria deve ser bem presa, mas com cintas ou cabos que não contenham partes de metal. em hipótese nenhuma, qualquer fiação deve passar perto de alguma mangueira de combustível. A fiação deve ser fixada a cada 25 centímetros ao longo do casco. Mas não muito esticada, para não romper com os trancos, o que é bem frequente nos barcos. casa com proa e popa A casa-barco de Ambrosio Gnacchi, na praia de Boracéia, no litoral norte paulista: uma casa de verdade, dentro de um barco feito de tijolo e cimento Notícias e novidades náuticas eduardo santoro Farol a iNcrível cASA-BARco de Boracéia Seu proprietário queria fazer uma casa diferente e acabou criando uma atração turística na praia O que este barco está fazendo dentro de um condomínio de casas na praia de Boracéia, no litoral de São Paulo? A resposta é simples: ele “é” uma casa! A ideia de construir uma casa (casa de verdade, de tijolo e cimento) em forma de barco veio do pequeno empresário paulista Ambrosio Gnacchi, há quase duas décadas, quando ele frequentava o litoral norte paulista nos fins de semana, para pescar. “Resolvi sair fora do prumo e fazer uma casa diferente”, diz ele, rindo. “Eu mesmo fiz o projeto, que um engenheiro, depois, conferiu e assinou, e eu mesmo construí, tijolo por tijolo, nos fins de semana, porque era difícil achar pedreiros que compreendessem o que queria fazer”. Hoje, aposentado, o engenheiro mecânico Ambrosio mora com a esposa, Magda, na sua casa-barco, que tem três suítes, piscina, sala, cozinha, bar (que ocupa o que seria a cabine de comando) e tudo o mais de uma casa convencional — só que em formato de barco. “Em área, ela tem 220 m2 e, em comprimento, 75 pés”, brinca, numa alusão ao padrão usado para medir o tamanho dos barcos. No momento, a curiosa casa-barco de seu Ambrósio está prestes a passar por uma reforma (“que não será feita em um estaleiro!”, adianta ele, com muito bom humor), mas segue sendo uma espécie de atração turística na praia onde fica. “Todo mundo quer tirar fotos e pede para olhar por dentro, mas isso eu não deixo mais, porque, senão, não tenho sossego”, explica. “Todo dia tem gente na frente de casa. Quer dizer, na proa do nosso barco”, corrige, bem humorado. Náutica SudeSte 75 Farol JuaN foi Se divertir No céu D N A V A L Novo muSeu Náutico A 13:58 já tradicional operação Verão, que a Marinha do Brasil põe em prática durante os meses de maior atividade náutica, segue a todo vapor, até o dia 15 de março — o que implica em atenção redobrada dos donos de barcos quanto a itens obrigatórios e navegação adequada. Mas, embora o patrulhamento na água esteja bem maior do que o habitual neste período, o intuito da operação, garante a entidade, não é punir os donos de barcos e sim orientá-los para que acidentes não aconteçam. Mas é claro que, se necessário, as multas acontecem. Portanto, fique atento e não saia da marina sem todos os equipamentos necessários. Especialmente os equipamentos de salvatagem, que muitos proprietários esquecem e nunca olham. SUA EMBARCAÇÃO SEM DOCUMENTO VIRA ENFEITE D E S P A C H A N T E divulgação ...e Segue a operação verão Inscrição e Transferência de Embarcações. Registro de Rádio, Epirb e AIS junto a Anatel. Seguros para Embarcações. Registro para Pesca Amadora no Ministério da Pesca. E stá funcionando desde dezembro último o novo Museu Náutico de Ilhabela, agora instalado num lindo local: a antiga usina da ilha, bem diante de uma grande cachoeira, razão pela qual uma das paredes do museu é de vidro, para que os visitantes possam apreciar as duas coisas, ao mesmo tempo. o museu usa o mesmo acervo do extinto museu que era mantido pelo entusiasta Jeannis Platon, um dedicado pesquisador dos naufrágios de Ilhabela, mas tem ênfase especial na história do Príncipe das Astúrias, o “Titanic Brasileiro”, que afundou na ilha, exatos 99 anos atrás. Em breve, o local ganhará também um parque e um orquidário, para ficar ainda mais atraente aos visitantes. 78 TRADIÇÃO anos de Santos (13) 3261-7797 São Sebastião (12) 3892-1406 Nextel 90 * 5225 Vivo (13) 99711-1087 www.joaogalante.com.br erminou no início de fevereiro a criativa campanha de verão da Suzuki, em Ilhabela, que ofereceu bicicletas de graça, para quem quisesse pedalar na ilha, além de alugar, por períodos de 12 horas, o simpático fora de estrada da marca, o Jimny, para quem desejasse ir até onde os demais carros não conseguem chegar em Ilhabela. A iniciativa, bem original, por sinal, serviu também como uma espécie de test-drive pra lá de radical do veículo, já que a ilha é famosa pelos seus caminhos inacessíveis aos automóveis convencionais — mas não para o pequeno e valente off road da marca. Já o empréstimo das bicicletas sem nenhum custo fez ainda mais sucesso no verão da ilha. Em julho, a Suzuki repetirá a dose, em Campos do Jordão. divulgação T tupicomunicacao.com.br A pós quatro tentativas, finalmente foi aprovado um projeto de revitalização da Marina da Glória, no Rio de Janeiro, uma novela que se arrasta há anos. Ele foi apresentado pelo grupo BR Marinas, atual administrador da marina, e prevê, entre outras coisas, mais vagas para barcos no seco e uma mudança geral nas instalações do local, que virará quase um shopping center, com áreas de lazer, restaurantes e outros atrativos também para os simples visitantes. Faz todo sentido. No mundo inteiro, grandes marinas são, também, atrações turísticas — ainda mais numa cidade como o Rio de Janeiro. Mas, dada a envergadura da obra, a nova marina ainda levará AF_anuncio_nautica_JG.pdf 1 11/11/13 um bom tempo para ficar pronta. SuzukI INoVA EM IlHABElA fotos jorge de souza agora vai... esde o último dia 2 de janeiro, os frequentadores do Tamandubar (muito mais conhecido como “Bar do Juan”), na Ilha do Tamanduá, em caraguatatuba, perderam o segundo maior motivo para ir de barco até lá, depois da qualidade dos seus frutos do mar: o próprio Juan, o carismático dono do lugar, que morreu de um infarto na própria ilha que tanto amava. Mas, mesmo sem ele, o restaurante mais original de caraguá, que fica na areia da praia de uma ilha deserta, segue funcionando, agora tocado pelo seu filho, que também se chama Juan. ou seja, até no nome, o “Bar do Juan” continua a existir, mesmo sem o seu extrovertido criador. Classificados Para anunciar seu barco aqui, acesse www.nautica.com.br/classificados e faça um rápido cadastro LANCHAS Focker Extreme 190. 2009. Mercury 90 HP - dois tempos. Até R$ 50 mil. Tel. 11/96473.9226 - Paulo Polaris 34.4. 2000. Yanmar BTD 33. R$ 120 mil. Tel. 21/99915.4233 — Carvalho Phantom 300. 2012. Mercruiser 150 HP Diesel x2. Tel. 11/984240104 — Ouchana Focker 255. 2008. Yamaha, 4T, 225 HP. R$ 115 mil, Tel. 11/98204.1237 — Crhohl Phantom 500 HT. 2012. Volvo IPS 600. R$ 2.300.000,00. Tel. 21/98107.2171 — João Runner 260. 1997. Mercury 200HP 6V. R$ 68 mil. Tel. 11/9757.5535 c/ Osvaldo Phantom 290. 2004. Mercruiser 1.7. R$ 200 mil. Tel. 24/98817.3000 c/ Marcos Freitas FS 275 Concept. 2013. Mercury 300 HP. R$ 220 mil. Tel. 51/9334.3876 c/ Gelemos Focker 222. 2005. Evinrude E-Tec 250HP. R$ 63.500,00. Tel. 11/7002.1958 c/ Adriano Ventura V195. 2012. R$ 59.500 mil. Yamaha F90 HP 4T. São Paulo. Tel. 11/94701.8944 c/ Eduardo Rossi Segue 40 com fly. 2011. 2 volvos Diesel eletrônicos de 370 hp. R$ 1 milhão. Tel. 21/99518.5048 c/ Celio Offshore Cigarrette. 1989. 2 2 2 2 2 motores Volvo Penta AQAD 41. R$ 190 mil. Tel. 11/ 97539.2842 c/ Arquimedes Magnum 40 Plus. 2007. 2 x 2 x Volvo Penta KAD 44 de 260hp cada. R$ 300 mil. Tel. 19/99784.0155 c/ Aizer Ventura V 330. 2014. 2 motores Mercruiser 5.7 300 Rabeta Bravo III. R$ 435 mil. Tel. 11/99693.5944 c/ Marcio DM 26 cabinada. 1985. R$ 85 mil. MWM VP 229/6 diesel. Tel. 12/99144-5188 c/ Eden Eagle 18. 1991. Mercury 90 Optimax. R$ 30 mil. Tel. 11/7836.9029 c/ Manuel Phantom 500 Fly. 2008. Volvo Volvo 575hp. R$ 1.800.000,00. Tel. 21/99159.4285 c/ Fabio Colunna 325. 2011. 2 x Volvo D3-220 DPS — Diesel (220 HP). R$ 450 mil. Tel. 11/99779.4579 c/ Eduardo Phantom 300. 2010. 2 x Volvo D3 220hp, Rio de Janeiro. R$ 320 mil. Tel. 31/8742.3744 c/ Maria Jet Boat. 1994. Mercury Sport Jet. 90HP. R$ 15 mil. Tel. 19/3233.3776 c/ Anisio Phantom 235. 1998. Evinrude 225 HP. R$ 40 mil. Tel. 11/3872.8647 c/ João Anúncio meia página.pdf 1 25/11/2014 09:56:32 Sedna SF 38 2004. 2 X Mercedes 400 HP cada. R$ 599 mil. Tel. 47/9976.4757 c/ Daniel Phantom 290. 2009. parelha 1.7 Mercruiser. R$ 260 mil. Tel. 13/99706.8061 c/ JMES Brasília 25. 1975. R$ 35 mil. Mercury 8HP. 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HORIZONTAIS 1 A construção que permite a passagem de uma margem a outra sobre um curso de água • 3 Ato de dar a pressão de ar adequada a um pneu ou câmara de ar • 6 País da Oceania cuja capital é Nuku’alofa • 10 Tornar a preencher (bateria, dispositivo eletrônico etc.) com o que é indispensável ao seu funcionamento • 11 Representação gráfica da direção de uma embarcação na carta náutica • 12 Peixe das águas tropicais, com cerca de 1,5 m de comprimento, de corpo prateado com dorso azul • 13 O céu • 16 Dimensão vertical considerada de cima para baixo • 17 O local onde se guardam as peças de tecido de uso diário • 18 O creme cosmético usado para tratar o cabelo • 19 Um processo de transmissão e reprodução do som a distância, por meio de fios, cabos ou ondas eletromagnéticas • 23 Material usado para montagem de caixas, capas de livro, pastas etc. • 25 Lagoa próxima à capital alagoana, famoso ponto turístico • 28 Mecanismo usado para levantar grandes pesos • 29 Nos guindastes e outros aparelhos de força, cilindro em que se enrola ou desenrola o cabo • 30 Grande baleia dentada encontrada em todos os oceanos e mares do mundo, de cabeça enorme e formato SHuTTlERSTOCk Nome deste tipo de barco V E R T I C A I S 1 Apêndice afilado da quilha, existente em embarcações de uma só hélice, em que o leme tem de girar afastado do cadaste, com o pé da madre apoiado nesse apêndice • 2 A continental é a parte do relevo submarino próximo ao litoral, de largura variável e com profundidade média de 200 m • 3 (Náut.) Cada uma das velas auxiliares quadrangulares usadas em vento largo e em bom tempo por navios de vela • 4 A capital mineira, com a famosa lagoa da Pampulha • 5 Tubo para descarregar os resíduos da combustão do motor de combustão interna • 6 Violento vórtice de vento • 7 Cidade paranaense da região de Paranaguá, no sul do estado, divisa com Santa Catarina • 8 Terreno pantanoso das margens de lagoas e desaguadores de rios; constitui a base da cadeia alimentar dos oceanos • 9 Bandeirola de uma ou duas pontas para sinalizações ou para ser usada como emblema • 14 Conjunto de cabos usados para prender uma embarcação • 15 Toucinho frito em pequenos pedaços • 20 (Fig.) Aumento grande e súbito • 21 Profundidade • 22 Ancorado • 24 Estrado para carga e descarga • 26 Pequeno barco, robusto, de duas proas, usado para serviço nos portos, praticagem e pesca • 27 Alavanca de marchas de um veículo. 80 Náutica SudeSte Elaboradas por A Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br quase quadrangular • 31 Aquele que põe uma canoa ou caiaque em movimento • 32 Doce de milho verde, açúcar, leite e coco, envolto nas folhas de milho. humberto teski 3 perguntas “O MAR É O MEU LAR” A velejadora Isabel Pimentel, que acaba de se tornar a primeira brasileira a dar uma volta ao mundo navegando em solitário, não acha nada anormal viver sozinha no mar E m dezembro último, a velejadora Izabel Pimentel tornou-se a primeira brasileira – e latino-americana – a completar uma volta ao mundo navegando sozinha com um barco à vela: o Don, de 34 pés, comprado de segunda mão, na França, mais de dois anos atrás, quando ela iniciou uma longa e solitária viagem, de quase 60 000 quilômetros no mar. Não foi a primeira grande travessia de Izabel, que já havia atravessado o Atlântico outras vezes e sem- 1 Você não sente medo? “Claro que sinto. Mas é um medo controlado, porque sempre tento usar a razão para controlar as emoções. Quando entro numa grande tempestade, por exemplo, como aconteceu quando peguei um furacão no mar, perto dos Açores, meu medo é de algo quebrar no barco e eu não poder seguir em frente, não de eu me afogar ou coisas do gênero. Também não sinto falta de ter companhia a bordo, porque me comunico, o tempo todo, com amigos e gente que sequer conheço, via satélite. Aprendi a viver bem na companhia apenas de mim mesmo e da minha gatinha, a Mimi, que me acompanha nas travessias. Nós conversamos bastante, já que eu falo pra caramba. Também não sigo nenhuma religião, portanto não rezo. Mas, como sou analista de sistemas, sempre uso a lógica para resolver situações imprevistas nas travessias. Por isso, trabalho bastante o autocontrole, com muita meditação e ioga. Para mim, isso basta.” 82 NáUticA SUdEStE 2 pre sem mais ninguém a bordo – eventualmente, só com um de seus gatos. Mas foi, sem dúvida, a maior façanha até aqui, desta sul-matogrossense de 48 anos, que só começou a se interessar pelo mar aos 20 e hoje o tem como lar. “O Don é a minha casa e o mar o meu endereço”, costuma dizer aos que querem saber mais sobre o seu peculiar estilo de vida, navegando sempre sozinha e sem sequer a necessidade de parar em todo lugar, como ela conta neste rápido bate-papo. Passou algum susto nesta viagem? “Passei um sustão no meio do Pacífico, mas foi culpa involuntária minha. O mar estava bem ruim, com ondas de até dez metros de altura, quando eu percebi que estava ficando sem bateria. Decidi, então, desligar alguns equipamentos e, sem querer, esbarrei no botão do piloto automático, que desarmou o leme na hora. O barco, então, atravessou nas ondas e capotou. Sorte que eu estava dentro da cabine. Quando ele voltou à posição normal, tinha perdido uma das cruzetas do mastro, o que impedia a vela de funcionar. Tive que subir no topo do mastro no meio daquele maremoto, improvisar com um pedaço de tábua e torcer para o barco aguentar até a Ilha de Páscoa, a terra firme mais próxima. Ele aguentou. Mas, depois, foi outro sufoco para tirá-lo de lá, porque os nativos queriam dinheiro para liberá-lo. Dei tudo o que tinha e parti sem dinheiro nem para comprar um biscoito na ilha.” 3 Qual será a próxima? “No ano que vem, devo acompanhar, com o meu barco, uma portuguesa que quer atravessar o Atlântico sozinha, no barco dela, até o Brasil. Depois, ainda não sei bem, porque grandes travessias exigem ter dinheiro para reformar o barco, comprar comida, pagar marinas, etc. — e eu não tenho! Para fazer algum caixa para a volta ao mundo, cheguei a vender o dessalinizador do meu barco, que transformava água do mar em potável, em Paraty. E evitei fazer escalas, para não precisar gastar dinheiro nas ilhas. Mas quero muito navegar até a Polinésia Francesa, através de uma rota que poucos já usaram: o Estreito de Behring, no topo do hemisfério Norte. Muita gente diz que o que eu faço é arriscado, mas eu não acho. No mar, me sinto em paz. E, se puder escolher, é dentro de um barco que eu quero morrer. Mas, que ninguém se preocupe, porque não tenho planos de fazer isso tão cedo.” O MELHOR PARA O SEU BARCO - O MELHOR PARA VOCÊ VAGAS SECAS E MOLHADAS . HELIPONTO . POSTO NÁUTICO . CONVENIÊNCIA NÁUTICA . SERVIÇO 24h ESTAC I O NA M E NTO . BA R . R ESTAU R A NTE . BA R M O L H A D O . P I S C I NA C O M BO R DA I N F I N ITA marina igararecê MIKE 85 LAT 23º 46.08' S LONG 045º 24.20' W www.marinaigararece.com.br tel.: +55 12 3862-1555 agenciaeutueles.com.br MARINA IGARARECÊ
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