alcatrazes - Revista Náutica

Transcrição

alcatrazes - Revista Náutica
são paulo
rio de janeiro
minas gerais
espírito santo
ILHA DE CARAS
Como é a ilha que todo mundo inveja
edição nº 9 | fevereiro/março 2015 | r$ 12,00
t
Boa
Riohow
S
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Feipdastre-se
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e vis
AlcAtrAzes
O lindO
arquipélagO
prOibidO
dO litOral paulista
O MELHOR
PASSEIO DE ANGRA
Um roteiro completo
pelas praias e ilhas
mais bonitas
CORROSÃO
NO bARCO
Como
combater este
problemão
MENSAGENS
AO MAR
O fascínio das
mensagens em
garrafas nunca acaba
26 a 31 de março
riocenTro
Tudo sobre o universo náuTico
para quem é apaixonado por barco
e aTé para quem ainda vai ser.
realização:
www.rioboatshow.com.br
patrocínio:
apoio:
Índice
pág. 40
NESTA EDIÇÃO...
POR JORGE DE SOUZA
A LCATR A ZES
pág. 30
O MELHOR DE ANGRA
As águas de Angra dos Reis
oferecem passeios de todos
os gostos, para quem tem um
barco. Mas, se você não tiver
muito tempo, não quiser navegar
até a Ilha Grande, nem conhecer
bem a região, siga este roteiro, que
reúne as melhores ilhas e praias,
em um dia mais que perfeito
D
30
LEANDRO SAADI
Neste roteiro, de um
paraíso a outro são apenas
alguns minutos de barco
Bem perto das praias do litoral norte paulista existe um arquipélago que merece ser visi tado pelos donos de barco. Mas em nome da preservação, isso (ainda) não é permitido
ALBERTO SODRÉ
NÁUTICA SUDESTE
NÁUTICA SUDESTE
AS LINDAS ILH AS PROIBIDAS
40
31
NÁUTICA SUDESTE
NÁUTICA SUDESTE
COMO OS
NÁUFRAGOS
Trecho de uma
das milhares
de mensagens
já encontradas
dentro de
garrafas
boiando nos
mares: o que
no passado
era uma
necessidade,
virou uma
instigante
diversão
SHUTTLERSTOCK
N
O ÚLTIMO DIA DO ANO DE 2013, o casal de velejadores Duda
e Celso Martins estava com o seu barco tranquilamente ancorado
na prainha do Cantagalo, em Paraty, curtindo a alegria de mais um
ano juntos no mar, quando surgiu a ideia de dividir toda aquela felicidade com outras pessoas. Mas, quem seriam? Deixaram, então, a escolha nas
mãos do destino. Pegaram uma garrafa vazia, colocaram um bilhete com votos
de bom ano novo e um número de telefone e a atiraram no mar – como faziam
os náufragos do passado. Em seguida, esqueceram o fato. Até que...
NÁUTICA SUDESTE
A
conteceu no ano passado. A
atriz sensação de Hollywood
Vanessa Hudgens já estava no
Brasil havia dias, acompanhada
do novo namorado, quando os
paparazzi descobriram o esconderijo do jovem
casal, na paradisíaca Ilha de Caras. Pronto.
Era o fim do sossego. No dia seguinte, um
batalhão de fotógrafos cercou a mais famosa
ilha de Angra dos Reis, em busca de qualquer
flagrante que rendesse notícia mundo afora.
Mesmo acostumada aos holofotes da fama, a
intensidade do assédio incomodou a moça, que
perguntou aos responsáveis pela ilha se eles
podiam fazer algo a respeito. E eles fizeram.
57
pág. 57
16
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
ESPÍRITO SANTO
ILHA DE CARAS
Como é a ilha que todo mundo inveja
EDIÇÃO Nº 9 | FEVEREIRO/MARÇO 2015 | R$ 12,00
BOAT
RIO OW
SH
ITES
CONV
2GRÁTI
S!
Cadavisite
e
AlcAtrAzes
O LINDO
ARQUIPÉLAGO
PROIBIDO
DO LITORAL PAULISTA
O MELHOR
PASSEIO DE ANGRA
Um roteiro completo
pelas praias e ilhas
mais bonitas
CORROSÃO
NO BARCO
Como
combater este
problemão
MENSAGENS
AO MAR
O fascínio das
mensagens em
garrafas nunca acaba
Acesse www.
nautica.com.br/
nauticasudeste
e baixe, de graça, esta edição
de NÁUTICA
SUdeSTe
PRESIDENTE E EDITOR
Ernani Paciornik
VIcE-PRESIDENTE
Denise Godoy
Náutica SudeSte
Onde a corrosão costuma atacar mais?
Nas ferragens do convés, especialmente nos guardamancebos, âncora e escadinha de popa. Mas as partes
metálicas submersas, como eixos, rabetas, hélices e lemes, também
estão sujeitas à corrosão acentuada, embora com menos intensidade,
já que existem os anodos de sacrifício para evitar isso.
diferentes. Já a “ferrugem”
POR DENTRO
E POR FORA
A Ilha de Caras
fica bem no
fundo da Baía
da Ribeira, em
Angra dos Reis.
Chegar lá é fácil,
com qualquer
barco. Difícil é
ser convidado
para entrar e
desfrutar das suas
cinematográficas
mordomias
designa os casos específicos de
arcos foram feitos para a água. Portanto, é natural que sofram com a umidade do meio em que vivem. Mesmo os barcos com casco de fibra de vidro
contêm muitos metais (cunhos, guarda-mancebos, eixos,
etc. etc.) e nem todos eles são suficientemente fortes para
lutar contra a nefasta combinação de água + oxigênio, os
dois elementos que dão início ao processo da corrosão em
qualquer material.
No caso de água salgada, a situação é pior ainda. O
sal potencializa o processo de corrosão, que se manifesta
até nos ambientes do barco sem contato direto com a água
— bastam os efeitos da maresia ou da falta de neutralização da corrosão nas partes submersas do casco, por exemplo. Portanto, nem sempre é apenas desleixo do dono do
barco. A oxidação em ferragens de aço inox pode aparecer até em barcos extremamente bem cuidados, porque
o ambiente marinho costuma ser um agressor implacável
e particularmente feroz em itens como acoplamentos de
alumínio e aço inox, bastante comuns em motores e propulsores, provocando estragos bem maiores do que uma
simples aparência enferrujada.
Mas, se não há como impedir que a corrosão aconteça, há, sim, como prevenir ou, pelo menos, evitar que o
problema se alastre de vez. No combate contra a prolife64
corrosão no ferro. A rigor, barcos
de passeio nem deveriam usar
a expressão “ferrugem” (e sim
3
“oxidação”), porque ferro é o que
eles menos têm.
Aço inoxidável também oxida?
Sim, dependendo da qualidade do aço e dos cuidados do
dono do barco. Alguns fabricantes usam ligas mais baratas,
que resistem menos à corrosão — daí o problema. Os aços mais
recomendados são os com especificação ABNT 316, que têm alto teor
de cromo e suportam bem mais o cloro do mar.
Outra confusão bastante
c o m u m é e n t re os te rm os
“corrosão” e “oxidação”, que
também não designam a
4
mesma coisa. “Oxidação” é uma
Existe receita caseira para prevenir a corrosão?
Sim. Lavar bem as ferragens com água e sabão depois dos
passeios — tanto no mar quanto em água doce — é a mais
simples e eficiente maneira. O polimento com cera também blinda
bem contra a corrosão nos metais. Mas — atenção! — não use cloro
nem água sanitária neles, porque isso só aumenta o problema.
reação química, na qual um
material ou elemento se une ao
oxigênio, formando um novo
ração da corrosão, o melhor remédio costuma ser o mais
simples e o mais caseiro de todos: sempre lavar bem o barco e as ferragens com água e sabão depois dos passeios (especialmente no mar), além de polir regularmente as partes mais suscetíveis à corrosão com cera náutica. Outro
recurso muito útil é manter sempre em dia os anodos de
sacrifício, que, como o próprio nome diz, existem para se
oxidar no lugar das partes mais nobres do barco.
Vale tudo nesta guerra contra um inimigo que corrói
tudo nos barcos. Até a paciência dos donos.
composto — um óxido. E nem
toda oxidação gera corrosão.
5
Ela só ocorre quando es ta
reação química provoca a perda
Em qual estágio a ferrugem ainda tem cura?
Bem antes de perfurar as partes afetadas. Se a ferrugem
atacar eixos e propulsores, é bem provável que o
funcionamento deles já esteja comprometido — portanto, tarde
demais. Na maioria das peças de aço inox, basta um simples
polimento para resolver o problema. Já parafusos enferrujados devem
ser trocados, porque não vale a pena tentar salvá-los.
de material de uma das partes
envolvidas.
Mas, seja “ferrugem”, “corrosão” ou “oxidação”, o fato é que
todos eles são um problemão.
NÁUTICA SUDESTE
NÁUTICA SUDESTE
pág. 16
AS NOVIDADES DO
SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
ESPÍRITO SANTO
SÃO PAULO
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
ESPÍRITO SANTO
EDIÇÃO Nº 6 | AGOSTO-SETEMBRO 2014 | R$ 12,00
ESPÍRITO SANTO
As surpresas que esta pedra esconde
EDIÇÃO Nº 8 | DEZEMBRO/JANEIRO 2014/2015 | R$ 12,00
Roteiro
de verão
Marinas
do
Ou uma dúzia de motivos que
tornam a ilha mais bonita de São
Paulo ainda mais gostosa
MINAS GERAIS
Os lançamentos do último salão náutico
EDIÇÃO Nº 7 | OUTUBRO/NOVEMBRO 2014 | R$ 12,00
as Melhores
ilhAbelA
RIO DE JANEIRO
LAJE DE SANTOS
As mais lindas águas do
interior paulista
A Alcatraz de Ubatuba
As 12 Melhores
CoisAs de
RIO DE JANEIRO
LAGO JAGUARA
ILHA ANCHIETA
EDIÇÃO Nº 5 | JUNHO 2014 | R$ 12,00
litoral
Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de
UbatUbaaParaty
SanTíSSima
Os lugares mais indicados para guardar um barco entre Rio de Janeiro e São Paulo
XI, NÃO PEGA...
Tudo o que você
precisa saber sobre
baterias, para não
ficar a ver navios...
PRANCHA
DE PESCA
Um stand up paddle
para quem gostar de
remar e pescar
GRÁTIS
PRA QUE ISSO?
As tralhas inúteis
mais comuns a bordo
dos barcos e como
elas atrapalham
Edição 5
o MELHoR dE
iLHABELA
E + Ilha Anchieta
CONVITE
Cadastre e visite!
Edição 6
SEM FAZER
ONDA
Como enfrentar
com segurança as
ondas e marolas
As MELHoREs
MARinAs do
LitoRAL
E + Lago Jaguara
Trindade
A ex-vila caiçara, que, primeiros os hippies, depois os
surfistas e os turistas adotaram, ainda enche os olhos com
a beleza de suas praias – algumas ainda virgens e as últimas
desse tipo no litoral entre Ubatuba e Paraty
EDIÇÃO DE ANI
V
ERSÁRIO 1º AN O E PARA COMEMORAR...
Os 10 mais lindos lugares
para passear de barco,
mostrados no primeiro ano
de NÁUTICA SUDESTE
UMA LANCHA, TRÊS
MOTORES
O que muda numa lancha
quando só o que muda
é a potência do motor?
Edição 7
sAntíssiMA
tRindAdE
E + edição de
Aniversário –- 1º ano
BÊ-Á-BÁ DA BOA
ANCORAGEM
O que você precisa
saber sobre âncoras,
cabos e amarras
OS MACETES
DO CORRICO
Como se dar com
os peixes mesmo
durante os passeios
O TIETÊ QUE
NUNCA VOCÊ VIU
Um aventureiro voa
sobre o rio mais poluído
do país do começo ao fim
Edição 8
RotEiRo dE vERão,
dE UBAtUBA A
pARAty
E + Laje de Santos
cOlAbORARAm NESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte),
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
Guilherme Rabelo [email protected]
leide Ortega [email protected]
REDAÇÃO E ADmINISTRAÇÃO
Av. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, cEP 01451-001,
São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000
PARA ANuNcIAR
[email protected] Tel. 11/2186-1022
ExEcuTIVOS DE cONTAS
Eduardo Santoro [email protected]
Eduardo Saad [email protected]
65
pág. 64
BAIXE TAMBÉM AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA
DIRETORA DE PublIcIDADE
mariangela bontempo [email protected]
6
2
uma mistura de quatro metais
B
publicidade
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza [email protected]
A corrosão ataca mais no mar?
Sim. Além do sal, o mar contém cloro natural, o que acelera
a corrosão, porque transforma a água em um eletrólito mais
eficiente, aumentando sua condutividade elétrica — e eletricidade
acentua a corrosão em qualquer metal. Isso faz com que ela avance
bem mais depressa do que na água doce.
provoc a des gas te em uma
por exemplo, o aço inox, que é
NÁUTICA SUDESTE
SCA
FEIPEstre-se
1
liga metálica qualquer, como,
No dia seguinte, uma grande lancha
encostou no píer da ilha e um casal, semicamuflado pelos seguranças da ilha,
embarcou apressado. Mal pisaram no barco,
o piloto acelerou e partiu, rumo a uma
distante praia na Ilha Grande, no que foi
seguido pelas lanchas de todos os fotógrafos,
tal qual num filme de aventura. Estava
resolvido o problema. Uma hora depois,
Vanessa e o namorado puderam, enfim,
curtir um tranquilo mergulho no mar, sem
nenhum xereta por perto. E na própria Ilha
de Caras! Porque quem embarcou naquela
lancha foram sósias do casal, contratados
para despistar os fotógrafos.
VERSÃO
DIgITAL
gRÁTIS!
largamente usados como
a mesma coisa. Por definição,
“corrosão” é um processo que
POR OTTO AQUINO
MOZART LATORRE
POR CARLOS SANTOS
As cinco dúvidas mais comuns que quase
todo mundo tem sobre este eterno problema
mbora os dois termos sejam
sinônimos — não! —, não são
Nos barcos, não é nada fácil evitar a ferrugem e a corrosão. Mas, mesmo quando
as manchas começam a aparecer, nem tudo está perdido. Veja aqui o que fazer
FOTOS DIVULGAÇÃO
Para 99,999% dos simples mortais, a Ilha de Caras é como
caviar: quase todo mundo sabe que existe, mas pouquíssimos
já tiveram o privilégio de experimentar. E como você não deve
ser um deles, mostramos aqui como é, por dentro, a ilha mais
falada de Angra dos Reis, onde só os famosos podem entrar
BÊ-Á-BÁ DA CORROSÃO
FERRUGEM
OU CORROSÃO?
E
COMO EVITAR ESTE PROBLEMÃO
CORREIO DO MAR DOS BACANAS
ainda vive
Mesmo em tempos de Facebook e
WhatsApp, o singelo ato de mandar
mensagens dentro de garrafas ainda
é largamente praticado e diverte um
bocado — tanto quem manda, quanto,
principalmente, quem as encontra
SÃO PAULO
CORROSÃO
A ILHA
O velho
41
Você e seu barco
POR JORGE DE SOUZA
FOTOS SHUTTLERSTOCK
iz a lenda que
a região de Angra dos Reis tem
365 ilhas, ou uma para
cada dia do ano. Exagero, claro, já que elas não pas6
PIEDADE
sam de uma centena. Mesmo
PAQUETÁ
3
assim,
ilhas
e praias pra chuFLECHAS
5 DENTISTA
4
4
chu. Por isso, em meio a tamaVITORINO
nha oferta, quem não conhece bem aquelas águas (caso de
99% dos donos de barcos que só visitam Angra nos meses de verão)
sempre fica em dúvida sobre para onde ir e quais passeios fazer na região. Há vários deles, como bem sugere a quantidade de ilhas que habitam as águas da baía de Ilha Grande. E mesmo excluindo a própria
Ilha Grande, que fica um pouco mais distante (coisa de pouco mais de
meia hora de travessia, a partir do centro do Angra), ainda sobram cardápios inteiros de passeios legais que podem ser feitos. Nas páginas seguintes, você encontrará o melhor deles, que contempla algumas das principais e
mais bonitas ilhas e praias da região, distantes não mais do que minutos uma
da outra, o que permite visitar e curtir todas elas num só dia. Ou, então, dividir o mesmo roteiro em vários dias e ir curtindo, com calma, cada uma delas.
Se vale a pena levar o seu barco até lá? Vire as páginas e responda você mesmo.
CATAGUÁS
1
2
BOTINAS
NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora
ltda. — ISSN 1413-1412. Fevereiro 2015. Jorn. resp: Denise
Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam
necessariamente a opinião da revista. Direitos reservados.
FOTOS DE cAPA: cristian Dimitrius
cTP, Impressão e Acabamento — IbEP Gráfica
ação Náutica em
aNgra doS reiS
Como sempre acontece no verão, os donos de barcos estão
recebendo kits de informação e bem-estar, oferecidos pela
revista NÁUTICA e patrocinadores, nas águas de Angra
FOTOS FernandO mOnTeirO
Aconteceu...
frota
da alegria
Nos fins
de semana
deste verão,
os barcos da
campanha
ficam visitando
os locais mais
movimentados
da baía de Ilha
Grande, para
distribuir, de
graça, kits
que contêm,
também, o
novo Guia de
Angra 2015
Cada barco também recebe o novo Guia de Angra 2015
encostou,
ganhou
Quem frequenta
Angra no verão,
já sabe: quando
um dos barcos
da campanha “Só
Jogue no Mar
o que o Peixe
Pode Comer”
se aproxima é
porque lá
vem presentes
na sacolinha
Este ano,
a campanha
“Só Jogue no
Mar o que o
Peixe Pode
Comer” teve o
patrocínio da
Volkswagen e
Neutrogena.
E vai até o fim
de fevereiro
Náutica SudeSte
9
raLLYe YacHt
cLuB iLHaBeLa
Dois ralis e uma festa comemoraram o aniversário de
59 anos do maior iate clube do Litoral Norte paulista
FOTOS jOrge de SOuza, aline baSSi e edu grigaiTiS
Aconteceu...
O rali de lanchas levou os
competidores até a sub-sede do
clube, no Saco do Sombrio
muita festa
Acima, o casal
Fernanda e
Frederico
Fleury, no alto
os vencedores
do rali de jets,
Leonardo
Bertocco e
esposa, e, ao
lado, a planilha
do rali que levou
as lanchas dos
competidores
até a sub-sede
do clube,
no Saco do
Sombrio (à
direita)
Os três
melhores
classificados
no rali foram
alocados
em uma
categoria
especial,
vencida por
Dudu Louco
Houve, também, um
rali só para jets, uma
quase novidade no país
festa e rali
No alto, os excomodoros se
reuniram para
comemorar o
aniversário do
clube. Acima,
o responsável
pelo rali de jets,
Marcelo Souza, e
Carolina Bueno,
segunda na prova
10
Náutica SudeSte
bons amigos
Acima, Marcelo
Sá, José Yunes,
o prefeito
de ilhabela,
Toninho
Colucci, Dirk
Kirschstein e
João Paulo. Ao
lado, Sérgio
Canestrelli,
José Gandini e
Oldemar Santos
gente animada
Ao lado, o casal
Leila e José Gandini,
da Kia Motors, que
patrocinou o rali.
Abaixo, a placa
inaugural da obra
da nova sede, com o
prefeito de Ilhabela
e o comodoro do
Yacht Club, José
Yunes. Do outro
lado, a animada
família do vicecomodoro Sérgio
Canestrelli, que
também participou
das competições
Na ocasião, foi também
lançada a pedra
inaugural da nova sede
do clube, que será
totalmente reformulado
Náutica SudeSte
11
Aconteceu...
FOTOS OTTO aquinO
iNtermariNe
Summer PartY
O famoso fabricante de lanchas convidou
seus clientes para uma festa diferente,
ao ar livre, na Lagoa Azul da Ilha Grande
anfitriãs
da festa
Suzana Costa
e Roberta e
Mariza Ramalho
recepcionaram
os convidados
para uma festa
dentro d´água, no
coração da linda
Lagoa Azul
Mais de 30 barcos participaram
da festa, cujo som saía de
um flutuante, no meio da lagoa
música
na lagoa
Todos os
convidados
receberam
presentes do
fabricantes e
passaram o
dia curtindo
uma festa, no
mínimo, inédita
nas águas da
Ilha Grande
Praticamente
toda a linha
de lanchas da
Intermarine
podia ser vista
nas águas da
linda lagoa da
Ilha Grande
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Premiação BaNdeira aZuL
os donos
da bandeira
A equipe
da Marinas
Nacionais
comemorou o
segundo ano
consecutivo da
classificação do
empreendimento
como Bandeira
Azul, hasteando a
própria bandeira
na marina
12
Náutica SudeSte
FOTOS diVulgaÇÃO
Pelo segundo ano consecutivo, a Marinas
Nacionais, no Guarujá, recebeu a Bandeira
Azul, de qualidade e preocupação ambiental
A Bandeira Azul é dada por uma
entidade mundial apenas às praias e
marinas com comprovada qualidade
por joRgE dE souzA
A
conteceu no ano passado. A
atriz sensação de Hollywood
Vanessa Hudgens já estava no
Brasil havia dias, acompanhada
do novo namorado, quando os
paparazzi descobriram o esconderijo do jovem
casal, na paradisíaca Ilha de Caras. Pronto.
Era o fim do sossego. No dia seguinte, um
batalhão de fotógrafos cercou a mais famosa
ilha de Angra dos Reis, em busca de qualquer
flagrante que rendesse notícia mundo afora.
Mesmo acostumada aos holofotes da fama, a
intensidade do assédio incomodou a moça, que
perguntou aos responsáveis pela ilha se eles
podiam fazer algo a respeito. E eles fizeram.
16
Náutica SudeSte
No dia seguinte, uma grande lancha
encostou no píer da ilha e um casal, semicamuflado pelos seguranças da ilha,
embarcou apressado. Mal pisaram no barco,
o piloto acelerou e partiu, rumo a uma
distante praia na Ilha Grande, no que foi
seguido pelas lanchas de todos os fotógrafos,
tal qual num filme de aventura. Estava
resolvido o problema. Uma hora depois,
Vanessa e o namorado puderam, enfim,
curtir um tranquilo mergulho no mar, sem
nenhum xereta por perto. E na própria Ilha
de Caras! Porque quem embarcou naquela
lancha foram sósias do casal, contratados
para despistar os fotógrafos.
por dentro
e por fora
A Ilha de Caras
fica bem no
fundo da Baía
da Ribeira, em
Angra dos Reis.
Chegar lá é fácil,
com qualquer
barco. Difícil é
ser convidado
para entrar e
desfrutar das suas
cinematográficas
mordomias
mozart latorre
Para 99,999% dos simples mortais, a Ilha de Caras é como
caviar: quase todo mundo sabe que existe, mas pouquíssimos
já tiveram o privilégio de experimentar. E como você não deve
ser um deles, mostramos aqui como é, por dentro, a ilha mais
falada de Angra dos Reis, onde só os famosos podem entrar
fotos divulgação
ADOSILhA
BACANAS
ilha de caras
18
Náutica SudeSte
Mesmo os famosos
sempre esperam ser
convidados. Já os penetras
não dão trégua
aos seguranças da ilha
chegando, acenam para alguém fictício na
ilha, como se fossem amigos, saem rapidinho
da água e caminham acelerados até o bar,
onde sempre há um punhado de gente, entre
famosos e seus amigos de verdade — onde
fingem ser um deles. Até serem descobertos e
gentilmente convidados a voltar para o barco.
vAlE tudo PARA EntRAR nA ilhA
O golpe é manjado e não cola mais.
Mesmo assim, tem sempre alguém tentando
de novo. Para muita gente, vale tudo, se o
prêmio for pisar na Ilha de Caras, fazer uma
selfie com algum famoso, e depois mostrar aos
amigos, como prova irrefutável de ter estado na
ilha. Até o mico de ser mandado embora em
seguida. Para 99,999% dos brasileiros, a Ilha
de Caras é como caviar: quase todo mundo
sabe que existe, mas poucos privilegiados já
puderam experimentar. Primeiro, porque é
preciso ser famoso (apenas entre os amigos
não vale!) para ser convidado. Depois, porque,
mesmo entre os famosos, não cabem na ilha
todos os que gostariam de frequentá-la.
Na média, apenas 150 felizardos visitam a
Ilha de Caras nos fins de semana de verão, que
é (só) quando ela funciona. E, destes, não mais
que uma dúzia de bacanas ficarão hospedados
na própria ilha, que também funciona como
uma espécie de hotel de celebridades — o mais
exclusivo do gênero no Brasil, por sinal.
um show
de ilha
Ana Hickmann,
Luiza Brunet,
Alexandre Pires,
Xuxa, Ana Maria
Braga, Maria
Gadú... O requisito
número 1 para ser
convidado a visitar
a ilha é ser famoso
e, lá chegando,
posar para as
fotos. Muitas fotos
— que, depois,
ilustrarão as
páginas da revista
fotos divulgação
S
aber lidar com situações delicadas
e inesperadas é um dos prérequisitos para fazer parte da equipe
responsável pela ilha mais falada e
desejada do Brasil – que, por isso
mesmo, todo mundo quer visitar e, se possível,
dar um jeitinho de ficar. É preciso ter muito
jogo de cintura para explicar, com extrema
delicadeza, àquela jovem atriz em início de
carreira, que, infelizmente, ela não poderá
levar a vizinhança inteira para a ilha, porque
há limites de convidados. Também é bem
complicado dizer (se possível, sem precisar
falar) ao dono daquele iate de alguns milhões
que acabou de encostar na ilha (sem nenhum
chamado para isso, por sinal) que nem ele nem
seus convidados vão poder desembarcar, pelo
simples fato de que não foram convidados.
Mas, e se dentro do barco estiver um amigo
ultrafamoso dele, como já aconteceu uma
vez? Ou se a empresa do dono do tal barco for
patrocinadora da peça cuja atriz está hospedada
na ilha e ela mesma os chamou para visitá-la,
como também já aconteceu?
Não, não é nada fácil manter o glamour e
a exclusividade da Ilha de Caras, talvez o maior
reduto do bem-bom da vida para os famosos
que vivem sendo assediados fora dela. Quando
menos se espera, surge um penetra, disfarçado
de convidado ou de celebridade que ninguém
conhece. Pela prainha da ilha, quase todos os
fins de semana, uma dúzia deles tenta entrar.
Chegam de barco (claro, já que se trata de uma
ilha, embora tão perto do continente que quase
dá para vê-la do asfalto de Angra) e ancoram a
uma distância que não permita aos seguranças
da ilha desconfiar. Em seguida, mergulham
no mar e vão se aproximando, boiando, como
quem não quer nada, até quase a praia. Lá
Náutica SudeSte
19
ilha de caras
POR DENTRO DA ILHA DE CARAS
Algumas surpresas, conforto e bom gosto que a ilha mais cobiçada do país esconde
Prainha: com deques e futons
Sala do bangalô que homenageia Yves Saint Laurent: inspirado no Marrocos
fotos divulgação
Caramanchão: o ambiente preferido
Sala de estar: a televisão mostra os famosos que estão sentados no sofá ao lado
A ilha tem apenas cinco bangalôs,
decorados como se fossem da Casa Cor
Restaurante para até 80 pessoas: com varandão de frente para o mar
Cama de um dos bangalôs: dossel que lembra um palco
Piscina: fora do alcance dos olhos dos curiosos
20
Náutica SudeSte
Área externa: sofás por todos os lados
Quiosque: para um relax sobre o mar
Um dos bangalôs: cada um deles tem decoração própria
Náutica SudeSte
21
MARINA IMPERIAL
ilha de caras
Algumas
acomodações são
surpreendentes
para uma ilha.
Como, por exemplo,
um camarim
fotos divulgação
É
fotos jorge de souza
shows em
qualquer
parte
Na ilha, os
artistas sempre
dão uma
canjinha: Ana
Botafogo já até
dançou sobre
o mar e Luan
Santana bateu
recorde de
plateia, dentro e
em volta da ilha
preciso ser muito bam-bam-bam
para dormir na mesma cama que já
foi ocupada por praticamente todas
as estrelas do país. A Ilha de Caras
é como uma espécie de Big Brother
dos famosos. No mínimo, um lugar onde é
possível vê-los da maneira mais natural possível,
porque o próprio ambiente da ilha favorece isso.
A Ilha de Caras é, na verdade, a ilha do
Café, que todos os anos é arrendada pela revista
homônima para se transformar no lugar que
todo mundo gostaria de estar. Não é grande nem
pequena, mas tem acomodações surpreendentes
para uma ilha. Como, por exemplo, um spa
e um camarim — ambos tão fundamentais
quanto o ar para o tipo de convidados que
ela costuma receber. Tem, também, sauna,
restaurante (onde, a cada fim de semana, um
chef renomado prepara o cardápio), uma grande
sala de estar (com uma TV que exibe os artistas
que se pode ver, ao vivo, no sofá ao lado) e uma
profusão de decks espalhados por toda a ilha —
na praia, na piscina, na banheira de ofurô, na
beira do mar, em todo lugar.
22
Náutica SudeSte
www.marinaimperial.com.br
A Marina Imperial convida você
a conhecer a mais nova
infra-estrutura náutica de
Caraguatatuba.
A ilhA é um Estúdio Ao AR livRE
Por onde quer que se ande (a pé ou a
bordo dos silenciosos carrinhos elétricos
que percorrem toda a ilha, em meio a uma
vegetação tão exuberante que mais parece
que árvores e palmeiras foram aparadas
com tesourinhas de unha,) surgem decks,
sofás, espreguiçadeiras, futons e almofadões
ao ar livre, para o relax de quem trocou os
holofotes dos estúdios de televisão pelos
flashs das câmeras dos fotógrafos, já que
a ilha é, também, um grande estúdio
fotográfico, que gera reportagens para a
revista — daí, aliás, o tal camarim.
Quem chega, sabe que será fotografado.
E espera mesmo que isso aconteça, o tempo
todo. Quanto mais cliques forem disparados,
mais os convidados se sentem prestigiados,
porque a Ilha de Caras funciona como uma
espécie de termômetro da fama. Quem está
em alta, passa o tempo todo cercado pelos
fotógrafos. Quem está em baixa, geralmente,
sequer é convidado.
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ilha de caras
É preciso ser muito
bam-bam-bam para dormir
na mesma cama que já foi
ocupada por praticamente
todas as estrelas do país
A
Ilha de Caras existe há mais
de duas décadas, mas muda de
aparência a cada ano, porque
cada temporada tem um tema.
O deste ano são os “grandes
criadores fashion”, o que significa dizer que
referências a Gucci, Versace, Yves Saint
Laurent, Oscar de la Renta e Louis Vuitton
estão por todas as partes da ilha. Ou, melhor
dizendo, uma em cada ambiente, já que 22
diferentes decoradores dividiram a função
de fazer os convidados se lembrarem deles
a cada cômodo, através de detalhes nem
sempre perceptíveis aos simples mortais.
Como as almofadas em forma de bola de tênis
no ambiente dedicado a Lacoste (sacou?).
Ou o luxuoso lustre de cristal Baccarat com
abajures de Murano, no bangalô dedicado a
Christian Dior, concebido pela não menos
glamourosa decoradora socialite Brunete
Fraccaroli, aquela do reality show Mulheres
Ricas e Famosas, que, por sinal, na Ilha de
Caras está no seu habitat natural. Ficar na
Ilha de Caras é como se hospedar na Casa
Cor. Mas (bem) poucos têm esta sorte.
altas
mulheres
Eliana e a plateia
de um dos pocket
shows, que rolam
com frequência
na ilha: o que não
falta é mulher
bonita
24
Náutica SudeSte
fotos divulgação
gisEllE bündchEn E outRos mAis
Nada tem mais a cara da ilha do que a
exclusividade. Tanto que ela tem apenas cinco
bangalôs para hóspedes, que, por isso mesmo,
são escolhidos a dedo. Ser convidado para a
Ilha de Caras desperta automaticamente a
inveja (nos outros) e a ansiedade (no próprio
convidado) sobre os demais famosos que
encontrará por lá. Giselle Bündchen, Rodrigo
Santoro, Jean-Claude Van Damme e Francis
Ford Coppola já foram. Hebe Camargo e
Jair Rodrigues sempre iam. E Claudia Raia,
Angélica, Luciano Huck, Xuxa e Ana Maria
Braga vira e mexe, aparecem.
fotos divulgação
ilha de caras
do bom e
do melhor
A prainha, por
onde os penetras
sempre tentam
entrar na ilha,
e um dos chefs
de cozinha
convidados:
a cada fim de
semana, um deles
assina o cardápio
N
a ilha, eles relaxam, curtem a
tranquilidade, posam para muitas
fotos e conversam animadamente
com os demais convidados,
colocando em prática aquilo que os
marquetólogos chamam de networking ou rede
de relacionamento entre pessoas do mesmo meio.
Até contratos já foram fechados na ilha, entre
uma massagem e outra no quiosque de cortinas
esvoaçantes ou mergulhos no verde mar de Angra.
A Ilha de Caras é, também, um poderoso
centro de negócios. Novos produtos, incluindo
automóveis, costumam ser expostos na ilha,
embora, como toda ilha, só seja possível chegar
nela pela água. E este detalhe costuma exigir
certa ginástica das equipes de produção e
montagem. Quando alguns malabaristas do
Cirque du Soleil se apresentaram na ilha,
tempos atrás, foi preciso montar um palco
especial, perfeitamente nivelado, num
gramado naturalmente ondulado, o que
exigiu a presença até de engenheiros na
equipe. Quando a bailarina clássica Ana
Botafogo decidiu dançar, de sapatilhas de
bico, no píer flutuante da ilha, foi necessário
tapar todas as fendas entre as madeiras,
para que ela não caísse na água. E quando
o pianista João Carlos Martins aceitou o
convite para tocar música clássica na ilha, em
um espetáculo que fez história, foi necessário
transportar um piano de cauda mar adentro,
o que, convenhamos, não é nada fácil.
A ilhA dA fAntAsiA dos fAmosos
Entre os mimos para os
convidados, massagistas,
maquiadores, cabeleireiros
e chefs de cozinha, que
ficam de plantão na ilha
26
Náutica SudeSte
Mas parte da magia da Ilha de Caras
está justamente em ser uma espécie de ilha
da fantasia, onde vontades e desejos dos
famosos se tornam realidade. Além de muita
mordomia, claro. O festival de mimos para os
convidados inclui massagistas, maquiadores
e cabeleireiras de plantão a qualquer hora
do dia, banhos de ofurô em meio à natureza,
banheira de hidromassagem com tratamento
cromoterápico, namoradeiras na beira da
praia revestidas com toalhas mais felpudas do
que gatos e pockets shows particulares, como
os que costumam fazer os músicos e cantores
que visitam a ilha com espantosa frequência.
ilha de caras
Onde fica?
Nunca foi
convidado? Sua
chance pode
estar na próxima
regata Ilha de
Caras/Náutica
Ilha de Caras fica
dentro da baía de
Ilha Grande, em Angra
dos Reis, a pouco metros
do continente — de onde
partem os barcos que
levam os famosos até ela.
Por ser uma ilha particular
(e pra lá de exclusiva)
o desembarque só é
permitido aos convidados.
Mas, como olhar não tira
pedaços, é perfeitamente
possível ficar no mar, em
volta da ilha, tentando ver
o que acontece lá dentro,
feito um espectador de um
Big Brother de famosos. Se
bisbilhotar for a sua praia,
anote as coordenadas 22º
57,817 S e 044º 19,301 W,
coloque no GPS do barco
e siga para lá, em busca de
algum flagrante. Vai que a
Bruna Marquezine aparece
na praia, acena e dá mole?
divulgação
Náutica SudeSte
Regata Náutica, a
próxima atração
da Ilha de Caras
N
a ilha das
surpresas
Para receber os
acrobatas do Cirque
du Soleil, a Ilha
de Caras ganhou
um picadeiro,
que exigiu até
engenheiros
na equipe de
montagem: na
ilha (quase) todos
os sonhos são
possíveis
28
fernando monteiro
A
os próximos dias 21 e 22 de
fevereiro, em vez dos famosos,
quem irá brilhar na llha de Caras serão os
velejadores. Será a 16a edição da Regata
Ilha de Caras/Revista Náutica, que, como
sempre acontece, reunirá perto de 100
veleiros e mais de 1 000 tripulantes, de
todas as idades, já que o regulamento
da prova obriga que cada barco tenha
mulheres ou crianças a bordo, porque
o clima reinante é de festa. No sábado,
a largada acontece por volta do meiodia, bem diante da ilha. E, no domingo,
os vencedores de cada classe retornam
à Ilha de Caras para a premiação da
regata. Quer embarcar nessa também? Há
classes para praticamente todos os barcos
à vela e as inscrições (que podem ser
feitas por meio do site www.nautica.com.
br/ilhadecarasnautica) ficam abertas até
quase às vésperas da regata — mas não
no dia da prova.
U
m deles, de Luan Santana, chegou
a bater recordes de tentativas de
penetras na festa. E gerou uma
platéia inteira de barcos em torno
da ilha, todos tentando ver um
pedacinho do que se passava lá dentro.
Nas acomodações da ilha, estilo e conforto
é o que não faltam. O bangalô número 2, este
ano dedicado a Yves Saint Laurent, tem um
dossel sobre a cama de casal que mais parece
um palco. Já no número 4, uma das poltronas é
transparente, para que o corpo inteiro do usuário
fique à mostra. E o restaurante tem espelhos
por todos os lados, para que a vista do mar fique
sempre ao alcance dos olhos, não importa onde
você esteja sentado. Piscina? Tem — com rolos
de toalhas ultramacias sobre grandes almofadas
nas margens. Praia particular (com “lounges”
sobre a areia), também. E heliponto, para quem
vier com o seu próprio helicóptero, é óbvio!
A rigor, só o que não há na Ilha de Caras
é espaço para os não convidados. Mas, se
você não for um deles, não desanime. Vem
aí mais uma edição da regata Ilha de Caras/
Revista Náutica, que, como sempre acontece,
terá largada e premiação na ilha. Taí uma boa
oportunidade de você entrar onde poucos têm
acesso. Como? Basta vencer a regata. Difícil?
Nem tanto quanto você virar uma celebridade
e ser convidado.
O melhOr de angra
As águas de Angra dos Reis
oferecem passeios de todos
os gostos, para quem tem um
barco. Mas, se você não tiver
muito tempo, não quiser navegar
até a Ilha Grande, nem conhecer
bem a região, siga este roteiro, que
reúne as melhores ilhas e praias,
em um dia mais que perfeito
2
botinas
D
30
Náutica SudeSte
Neste roteiro, de um
paraíso a outro são apenas
alguns minutos de barco
alberto sodré
1
iz a lenda que
a região de Angra dos Reis tem
Cataguás
365 ilhas, ou uma para
cada dia do ano. Exagero, claro, já que elas não pas6
piedade
sam de uma centena. Mesmo
paquetá
3
assim, ilhas e praias pra chufleChas
5 dentista
4
4
chu. Por isso, em meio a tamavitorino
nha oferta, quem não conhece bem aquelas águas (caso de
99% dos donos de barcos que só visitam Angra nos meses de verão)
sempre fica em dúvida sobre para onde ir e quais passeios fazer na região. Há vários deles, como bem sugere a quantidade de ilhas que habitam as águas da baía de Ilha Grande. E mesmo excluindo a própria
Ilha Grande, que fica um pouco mais distante (coisa de pouco mais de
meia hora de travessia, a partir do centro do Angra), ainda sobram cardápios inteiros de passeios legais que podem ser feitos. Nas páginas seguintes, você encontrará o melhor deles, que contempla algumas das principais e
mais bonitas ilhas e praias da região, distantes não mais do que minutos uma
da outra, o que permite visitar e curtir todas elas num só dia. Ou, então, dividir o mesmo roteiro em vários dias e ir curtindo, com calma, cada uma delas.
Se vale a pena levar o seu barco até lá? Vire as páginas e responda você mesmo.
Náutica SudeSte
31
ROTEIRO DE angRa
1a parada
E
as Ilhas BOtINas
são o cartão-postal de
angra. Você vai perder?
Cataguás
coloqUe No GPs
23° 03,240’s
044° 19,779’W
xiste uma boa razão para esta charmosa ilha, quase em frente a Angra dos Reis — e a menos de 15
minutos de lancha do Shopping Piratas, a uma velocidade padrão de 20 nós — ser a primeira escala
deste passeio: é preciso chegar lá antes dos demais barcos, para ter alguma tranquilidade. É que Ca-
taguás é tão bonitinha, perto, de fácil acesso e segura para os barcos, quaisquer que sejam as condições do
mar, que sempre foi uma das mais procuradas de Angra — e tradicional parada das escunas que fazem passeios organizados, outro bom motivo para chegar lá bem cedo. Além disso,
outra ilhota, quase tão gostosa quanto. Na maré baixa, dá para ir caminhando
pela água de uma até a outra. O canal que separa as duas ilhas é o melhor local para parar o barco, embora as boias que delimitavam a área de banhistas
na praia tenham desaparecido e deixado o caminho livre para os barcos até a
beira d’água. Mas, em nome da segurança, evite isso. A menos, claro, que mais
ninguém esteja na ilha. Mais um bom motivo para chegar cedo, antes das 10
da manhã, e partir assim que os outros barcos começarem a fazer o mesmo.
O segredo de
Cataguás é chegar cedo.
seja o primeiro
NGr
praia, que ajuda a matar a sede após os mergulhos. Bem em frente a ela fica
de a
marinha, nos costões em volta da ilha, além de um improvisado barzinho na
UIa
as crianças. Também oferece um snorkeling de alta qualidade, repleto de vida
Dica
Se não quiser
acordar cedo para ser o
primeiro a chegar a Cataguás, faça justamente o contrário disso e vá
para lá só no final do dia,
quando o movimento na
praia despenca. Até porque, com o seu mar de
piscina, a ilha é um ótimo
lugar para tomar banho
de mar também à noite.
Fot
os G
dos desenhos animados), que é perfeita para gostosos banhos de mar com
a
ela tem uma praia bem rasinha e em forma de meia-lua (tipo ilha de náufrago
2a parada
coloqUe No GPs
23° 01,341’s
044° 16,976’W
N
Ilhas BotInas
ão mais que dez minutos de barco separam Cataguás das graciosas Ilhas
Botinas, um dos cartões-postais de Angra dos Reis. E se você gostou de
Cataguás, prepare-se para se apaixonar pela transparência do mar nes-
tas duas ilhotas, onde, porém, ninguém desembarca — até porque não há praias,
embora, em certas partes, a baixa profundidade permita até ficar em pé na água.
O lance aqui é fazer snorkeling no canal entre as
duas ilhas, onde o mar, permanentemente oxigenado pelo vaivém das marés, é sempre muito limpo e cheio de vida. Tartarugas são presença constante nas Botinas, bem como — infelizmente…
— muitos barcos, de outros turistas. Por isso, chegue também cedo e parta assim que o movimento aumentar, até porque a presença de muitos
barcos na água pode ser arriscada para os mergulhadores. Mas, mesmo se não mergulhar, irá adorar a cor de mar do Caribe das Ilhas Botinas. Não
existe água mais clara em toda a região de Angra.
32
Náutica SudeSte
Dica Fique de olho na
correnteza, que é sempre
intensa, nos ventos, que
podem tornar a ancoragem bem desconfortável,
e na presença de uma laje
submersa (mas bem rasa)
na parte leste das ilhas, a
uns 50 metros das Botinas. Muitos barcos já cravaram seus hélices nela.
Náutica SudeSte
33
ROTEIRO DE angRa
Próxima escala,
a graciosa
praia da IgrejINha
coloqUe No GPs
23° 02,473’s
044° 20,805’W
praIa das FleChas
ou, então, a do VItorIno
4a parada
D
epois de tanta praia e mar é bem possível que todos estejam famintos e querendo almoçar. Então, que tal ir até um restaurante de frente para o mar? E o
que é melhor: com o próprio barco. Há duas (ótimas) opções bem perto da
praia da igreja da Piedade: o bar do Luiz, na areia da vizinha praia das Flechas, de um
lado da ilha, e o Canto das Canoas, na praia do Vitorino, do outro — mas ambos a não
mais do que cinco minutinhos de navegação da igrejinha, embora em sentidos opostos na ilha da Gipóia.
Tanto na praia das Flechas quanto na do Vitorino, o
barco fica ancorado bem diante das mesas e a qualidade da comida é garantida. Mas se quiser algo, digamos, mais “original”, siga em frente, até a próxima escala deste passeio, na famosa Praia do Dentista, onde
fica ancorado o mais folclórico “restaurante flutuante”
de Angra dos Reis: o Jango’s Bar, que funciona dentro de uma traineira de pesca convertida em cozinha
de frutos do mar. E é pra lá que este roteiro agora vai.
3a parada
O
praIa da pIedade
utros não mais que dez minutinhos de navegação separam as Ilhas
Botinas da ponta da quase vizinha ilha da Gipóia, onde fica uma
simpática igrejinha: esta aqui, a igreja da Piedade, que fica na bei-
a PraIa das fleChas
tem um bom restaurante.
a do VItOrINO, também
Dica Se for fim de
semana e você não quiser esperar um tempão
por uma mesa, ligue antes para reservar lugar,
tanto no Bar do Luiz, na
praia das Flechas (tel
24/99819-4905), quanto no Canto das Canoas, na praia do Vitorino
(tel 24/3365-5151).
coloqUe No GPs
23° 02,331’s
044° 21,604’W
ra d’água, ao lado de uma praia muito tranquila e abrigada, ótima para crianças e barcos. A igrejinha quase sempre está
34
Náutica SudeSte
fechada, mas o seu visual enriquece a paisagem da praia, que é bem tranquila, rasinha e
pouco frequentada, o que a torna melhor ainda para quem quer sossego. Movimento por
ali só mesmo quando é dia de missa (o que
é bem raro) ou quando o mar fica bastante agitado do outro lado da ilha, o que faz
Fotos GUIa de aNGra
Dica Para quem não
quiser ancorar na praia
e chegar até a areia
pela água, há um trapiche ao lado da igrejinha.
Mas, como ele é pequeno, deve ser usado apenas para embarque e
desembarque, não para
deixar o barco parado.
com que os donos de barco busquem abrigo
na proteção (nos dois sentidos) da igrejinha.
Náutica SudeSte
35
betônico
ROTEIRO DE angRa
O SEU LAZER COM
5a parada
C
MAIS SEGURANÇA
E CONFORTO.
praIa do dentIsta
omo bem se vê nesta foto, a Praia do Dentista, no lado de fora da mesma Ilha da Gipóia (e a cerca de 20 minutos de barco da Igreja da Piedade) é para onde vão todos os
barcos de Angra. Ou, pelo menos, aqueles que querem ver e serem vistos, embora só
a praia em si já seja linda. Trata-se de uma espécie de praia da balada, com muita gente se divertindo a bordo de muitos barcos — mas praticamente só neles, porque quase ninguém desembarca na praia, apesar de ela ter as areias mais brancas da região. Nos sábados de sol no
verão, a Praia do Dentista chega a reunir mais de 300 lanchas
ao mesmo tempo, o que dá bem ideia da popularidade desta
Dica Como muitos
barcos param ao mesmo tempo na praia do
Dentista, solte um pouco mais de amarras do
que o habitual na ancoragem, para evitar choques com os outros barcos, caso o vento mude
rapidamente, o que ali,
às vezes, acontece.
praia, que fica dentro de uma linda enseada e sem nenhuma
casa à vista — só a do “dono” da praia, o dentista carioca Olympio Faissol, que acabou por batizar informalmente a praia de
Jurubaíba, que, no entanto, ninguém conhece pelo seu nome
oficial. O movimento “no” Dentista só começa a partir do meiodia, mas se estende até o entardecer, mesmo porque o pôr do
sol visto dali é lindo. Se quiser testemunhá-lo, volte no final da
tarde, depois de visitar, também, a ilha de Paquetá, última escala deste passeio, para onde é altamente recomendável ir, após
um par de horas curtindo a agitação da praia do Dentista.
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ROTEIRO DE angRa
ÚltIma parada
A
Ilha de paquetá
encantadora ilha de Paquetá é a mais distante deste roteiro e fica a cerca
de 40 minutos de barco da praia do Dentista, navegando por volta de 20
nós de velocidade. Não é tão pertinho assim, mas — acredite! — vale a tra-
vessia. Sua prainha tem águas bem tranquilas e é banhada pelo mar tanto na frente quanto atrás, já que ela “atravessa” a ilha de um lado para o outro. Tem, também, um agradável bar flutuante, o Bicho do Mar,
agora sob nova direção e com excelentes petiscos
curtindo a paisagem, enquanto as crianças se divertem na praia. Depois disso, convém retornar para o
pôr do sol na praia do Dentista ou começar o caminho de volta à marina, que, se for nas proximidade de Angra e já estiver escuro, exigirá atenção
redobrada na altura da parte de dentro da Ilha da
Gipóia, onde existe uma laje, a do Sabacu, que já
fez algumas vítimas entre os mais distraídos. Este,
talvez, seja o único trecho “perigoso” deste roteiro. Porque, todo o resto é pura beleza e prazer.
Dica Ao lado de Paquetá, fica outra ilha, a de
Itanhangá, que, além de
restaurante, agora oferece um interessante serviço de aluguel de churrasqueiras, para quem quiser
preparar um churrasco
de frente para o mar, o
que não é permitido nas
praias das demais ilhas
de Angra. Aproveite!
a prainha de Paquetá
atravessa a ilha
de um lado a outro
38
Náutica SudeSte
coloqUe No GPs
22° 59,566’s
044° 24,386’W
Foto GUIa de aNGra
— uma ótima pedida para passar um par de horas
por jorge de souza
leandro saadi
A lcAtr A zes
As lindAs ilh As proibidAs
Bem perto das praias do litoral norte paulista existe um arquipélago que merece ser visi tado pelos donos de barco. Mas em nome da preservação, isso (ainda) não é permitido
40
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
41
alcatrazes
pouca distância
de Ilhabela e das
F. Paradise/divulgação r. Borsari
A
beleza
gigantesca
Perto dos enormes
paredões de rocha
da ilha principal, a
remadora Roberta
Borsari (abaixo)
quase some na
paisagem de
Alcatrazes: “O
arquipélago é
lindo”, resume
ela, repetindo o
mantra que todos
que já estiveram
aqui (ou seja,
poucos...) dizem
praias do litoral norte de
São Paulo, existe um intrigante
conjunto de ilhas. A maior delas é grande.
Bem grande. E alta, com um pico saliente que
passa dos 300 metros de altura. Um paredão de
rocha bem no meio do mar, que, no passado, era chamada pelos índios da região de “Uraritã”, algo como
“a grande pedra que emerge da água em direção ao céu”. Ao
redor dela, há um conjunto de ilhotas bem menores, que dão a
configuração técnica de um arquipélago àquela linda paisagem,
sempre coalhada de aves marinhas sobrevoando a ilha principal. São tantas aves, que, por causa delas, os navegadores
como fragata — e que habita a maior daquelas ilhas com tamanha população que
é difícil acreditar que ela seja deserta. Mas é. Bem como as demais. Nem barcos se
veem por lá, apesar da pouca distância que separa as ilhas das movimentadas marinas
da região. E o motivo é um só: é proibido visitar Alcatrazes! Só os peixes e as aves têm livre acesso a este pouco conhecido paraíso natural do litoral paulista. Mas isso deve mudar...
42
Náutica SudeSte
cristian dimitrius
portugueses resolveram (re)batizar “Uraritã” como “Alcatrazes”, antigo nome da graciosa ave marinha que hoje conhecemos
Tanto dentro quanto
fora d’água, Alcatrazes
impressiona pela
quantidade de vida
que as ilhas abrigam
Náutica SudeSte
43
alcatrazes
berço
das aves
Alcatrazes
abriga a maior
população de
aves marinhas da
região Sudeste,
especialmente
as fragatas, que
a batizaram
no passado.
Na época do
acasalamento,
os machos da
espécie ganham
portentosos
papos vermelhos
e, logo depois,
a ilha principal
vira um grande
ninhal, repleto
de filhotes
jorge de souza
leandro saadi
Fotos cristian dimitrius
Alcatrazes tem a maior
concentração de fragatas do
Atlântico. As revoadas sobre as
ilhas são intensas e constantes
44
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
45
alcatrazes
D
46
Náutica SudeSte
Parada Para
mergulho
Só barcos em
perigo ou com
autorização
especial podem
navegar a menos
de um quilômetro
das ilhas, como
determina as
regras ambientais
em Alcatrazes.
O objetivo é
preservar a rica
fauna marinha.
Mas os donos de
barcos reclamam
dos exageros
Fotos cristian dimitrius
namento, eram disparados centenas de projéteis contra alvos pintados nas pedras do Saco do Funil, na
parte norte da ilha, que, convenientemente, ficava
“fora” da área da estação ecológica — a quem caberia todo o restante da ilha. Uma incoerência, claro,
esde 2010, traembora os disparos não visassem (nem atingissem)
mita nos coras aves. Mas as assustavam um bocado. Eventualredores de Bramente, os tiros também provocavam incêndios
sília um projeto
na vegetação ilhéu, como o que aconteceu cerque visa transforca de dez anos atrás e fez arder boa parte da
mar Alcatrazes no terceiro parilha principal. A coluna de fumaça negra poque nacional marinho brasileiro
dia ser vista até das praias do litoral.
(os dois primeiros foram Fernando
Foi a partir daí que os membros da Esde Noronha e Abrolhos, que, não
tação Ecológica Tupinambás, a quem cabe
por acaso, rivalizam em beleza e pregerenciar o meio ambiente na parte do liservação com o arquipélago paulista).
toral que fica entre São Paulo e Rio de JaAtualmente, a maior parte do arquipéneiro, resolveram agir com mais vigor.
lago e da sua ilha principal é uma área
Primeiro, iniciaram conversações com
de conservação ambiental, controlada
a Marinha, para interromper a artilhapela Estação Ecológica Tupinambás, que
ria na ilha. Depois de muito ouvir, a
é administrada pelo ICMBio — Instituto
entidade concordou em transferir seus
Chico Mendes de Conservação da Biodialvos para a vizinha ilha da Sapata,
versidade, que, por sua vez, é uma autarquia
também dentro do arquipélago, mas
do Ministério do Meio Ambiente. Ou seja,
bem menor e muito mais pobre em
uma severa área de preservação da natureza,
vida animal e vegetal do que a ilha
onde a presença humana é altamente indeseprincipal – além de respeitar uma
jável, daí a proibição aos barcos. Eles só podem
‘janela ambiental’, entre novempassar a um quilômetro de distância das ilhas e
bro e abril, quando não há tannem de longe tentar ancorar no arquipélago —
ta atividade de reprodução das
desembarcar, então, nem pensar!
aves na região de Alcatrazes,
Além disso, até bem pouco tempo atrás, havia
de forma que os danos amoutra razão para esta total e rigorosa proibição à visibientais fossem menores.
tação. Por mais contraditório que pareça — e ponha
contradição nisso! —, parte da ilha principal dos Alcatrazes, justamente aquela que os ambientalistas mais
querem preservar, pelas aves e pela rica fauna marinha
no entorno da ilha, era usada como alvo para exercícios
de tiro de canhões dos navios da Marinha. A cada trei-
marcos méndez/sailstation
Alcatrazes fica a cerca de uma hora
de barco das praias do litoral norte
paulista. Mas seu acesso é proibido
Náutica SudeSte
47
alcatrazes
Há anos, tenta-se transformar as ilhas
em um parque marinho. Agora, só
depende de uma decisão de Brasília
Fotos cristian dimitrius
E
ricas águas
O fotógrafo
Cristian
Dimitrius já
fez até um
livro sobre
Alcatrazes, mas
fica maravilhado
todas as vezes
que tem
autorização
para mergulhar
nas águas que
rodeiam as
ilhas e lajes do
arquipélago
48
Náutica SudeSte
m seguida, os ambientalistas centraram esforços em favor da transformação do arquipélago em Parque Nacional Marinho, o que,
desde então, vem sendo o objetivo número
2 da entidade — porque o número 1 conque todas as etapas do processo
tinua sendo preservar a natureza de Alcatrazes a todo
foram cumpridas”, explica.
custo. Desde então, a luta pela criação do parque
O que muda com a transformarinho virou uma espécie de campanha em toda
mação de Alcatrazes em parque?
a região de São Sebastião. Com um detalhe curioSob o ponto de vista ambiental,
so: praticamente todo mundo (ambientalistas, mopraticamente nada, uma vez que
radores, donos de barcos, etc.) concordam que é
as ilhas continuarão sendo áreas de
a melhor solução para o lindo arquipélago paupreservação, dentro daquilo que os
lista. E a campanha ganhou um poderoso aliatécnicos do setor chamam de Unidado recentemente, quando a Marinha — quem
des de Conservação — portanto, com
diria? — aderiu de certa forma ao movimento,
restrições à presença humana. Mas, ao
ao dizer que não tem nada contra a criação
adquirir novo status, Alcatrazes deverá
do parque, desde que continue tendo a sua
ganhar, no mínimo, um plano de maneárea de exercícios na ilha da Sapata.
jo, que, entre outras coisas, deve permiE aí vem a dúvida: se todo mundo é a
tir a visitação controlada de certas áreas do
favor da transformação de Alcatrazes em
arquipélago. Como, por exemplo, a naveparque marinho, por que isso não acontegação dos barcos entre as ilhas, o que hoje
ce ? “Me pergunto isso todos os dias”, lasó é tolerado em situações de emergência.
menta o novo responsável pela Estação
“Atualmente, como não há sequer um estudo
Ecológica Tupinambás, Edilson Estede impacto ambiental sobre a presença de visives, que sucedeu a antiga gestora, Ketantes no arquipélago, a única alternativa é proilen Leite, precursora da campanha
bir o acesso”, admite Esteves.
pela reclassificação ambiental de AlÉ justamente contra a abrangência (e falta de
catrazes. “Sempre que abro o Diáargumentação técnica) desta proibição, digamos,
rio Oficial, sonho com a publicação
“radical”, que alguns donos de barcos, que gostada criação do parque, mas isso, até
riam de visitar o arquipélago, mas não podem, se rehoje, não passa de uma possibilivoltam. “Como eles querem que as pessoas preservem
dade, embora bem provável, já
algo que elas não conhecem?”, questiona o empresário
da região, Adrian Fuhrhausser, que explica: “Nada contra a criação do parque, claro, mas a proibição completa de hoje em dia é autoritária e exagerada”. O que mais
incomoda Adrian e outros donos de barcos é não poderem
sequer navegar a menos de um quilômetro das ilhas, como
determina a atual legislação da Estação Ecológica.
Náutica SudeSte
49
alcatrazes
E
m tese, os donos de barcos
seriam os visitantes em potencial
de Alcatrazes, já
que não há outro meio de cheO arquipélago é formado por cinco ilhas, cinco
gar lá senão a bordo de uma emlajes, quatro ilhotas e dois parcéis. De longe, a visão
barcação particular. Mas poucos
do tamanho e imponência da ilha principal, que
já fizeram isso, mesmo ele estando
tem dois km2 de área e um perfil montanhoso cujo
no trecho mais movimentado do liponto alto, literalmente, é um pico de rocha nua
toral paulista e não tão distante asde 316 metros de altura, que lembra vagamente o
sim das praias da região. E o motivo
Pão de Açúcar, é impactante. De perto, impresé forte o bastante para não exigir ousionante. Não há nenhuma praia. Mas enortra razão: a proibição.
mes paredões riscados de branco pela mistura
Cerca de 25 milhas náuticas, ou
da água que escorre da chuva com restos de
menos de uma hora de travessia com
fezes calcificadas das aves (o guano, que, no
uma lancha nem tão potente assim, sepassado, chegou a ser extraído pelos moradoparam Alcatrazes do continente — bem
res de São Sebastião, para servir como ferticomo de Ilhabela. É pouco. Tão poulizante) despencam do topo da ilha, interco que, recentemente, a remadora Robercalados por trechos com o verde intenso
ta Borsari resolveu ir até lá de pé sobre uma
de palmeiras e árvores de pequeno porte,
prancha de stand up paddle, também como
que servem de abrigo e ninhais das fraparte da campanha pela transformação do argatas que habitam a ilha. Milhares dequipélago em parque marinho. Recebeu autolas. Sem nenhum exagero.
rização da Estação Ecológica para a empreitada
Alcatrazes é o maior berçário de
e ficou deslumbrada com o que viu, incluindo
aves marinhas da região Sudeste do
bandos de golfinhos que escoltaram sua prancha
país e tem, além da maior colônia
durante parte do percurso. “Alcatrazes é lindo”, rede fragatas do Atlântico, uma sigsumiu a experiente remadora, repetindo o mantra
nificativa população de atobás e
de todo mundo que conhece aquelas ilhas.
duas espécies migratórias ameaçadas de extinção: o trinta-réis-reais
e o de bico vermelho. As revoadas são constantes, densas, impressionantes e... barulhentas.
50
Náutica SudeSte
Fotos cristian dimitrius
A transformação de Alcatrazes em
parque deverá permitir a visitação das
águas do arquipélago. É o que se espera
grandes e
Pequenas
O arquipélago
é formado por
cinco ilhas,
cinco lajes,
quatro ilhotas
e dois parcéis,
reunidos em
torno de uma
ilha principal,
onde as rochas
são riscadas
de branco pela
mistura de fezes
das aves com a
água da chuva.
A ilha é território
das aves
marinhas
Nem tudo é lindo...
A jararaca-de-Alcatrazes só
existe nesta ilha e tem um
veneno duas vezes mais potente
A
lém da proibição pura e simples, há outro
motivo pelo qual ninguém deveria pensar
em pôr os pés nestas ilhas. Este aqui: a jararacade-Alcatrazes, que só existe ali. Trata-se de uma
mutação da espécie, que provavelmente deve
ter chegado às ilhas quando o arquipélago
nem existia e ainda fazia parte do continente.
Por isso, precisou se adaptar às condições da
ilha para sobreviver. Na falta de roedores e
bichos de pequeno porte, alimento preferido
das jararacas, passou a atacar lacraias,
centopeias, lagartos e as próprias aves,
neste caso, graças a um veneno duas
vezes mais poderoso, que neutraliza
instantaneamente a vítima, impedindo
que ela sequer decole dos galhos.
O ataque é fulminante, embora a
jararaca-de-Alcatrazes tenha apenas
50 centímetros de comprimento,
três vezes menos que suas
congêneres do continente.
Talvez, os fiscais do meioambiente nem precisassem ser
tão rigorosos nas proibições
de desembarque nas ilhas.
B as taria divulgar mais
as capacidades do seu
mais temido habitante.
Náutica SudeSte
51
alcatrazes
altos visuais
Os alvos e restos
de disparos
ainda podem ser
vistos no Saco
do Funil, mas as
aves já podem
respirar aliviadas
em Alcatrazes,
onde há um
farol e o morro
principal lembra
o Pão de Açúcar
que acontece naquelas águas”, diz Christian, que fica
ainda mais impressionado com a variedade de espécies que frequentam as águas do arquipélago. “Não
há só muita vida, como muita variedade de vida”,
explica. E os pesquisadores confirmam isso.
Eles já listaram 186 espécies de peixes que
algazarra das
habitam
ou frequentam o mar azul-esverdeado
aves voando
que
banha
Alcatrazes — 25% delas raras, senfreneticamendo
nove
ameaçadas
de extinção, como o peixe
te em torno das
neon e a enguia-de-jardim. Outras, como a gapedras da costeiroupa-verdadeira (aquela da nota de R$ 100),
ra durante o período de acasaque já virou quase raridade na região, ainlamento — ocasião em que os
da é abundante no arquipélago. Bem como
machos das fragatas ganham poros golfinhos e, eventualmente, até as batentosos papos vermelhos — pode
leias que passam por lá no inverno, já que
ser ouvida a distância. Não há ára profundidade em torno das ilhas passa
vore nem palmeira na ilha princidos 30 metros e sempre há fartura de alipal que não esteja coalhada de nimento. O problema é que justamente
nhos e filhotes. Quem vibra com a
por causa da abundância de vida masimples visão de uma gaivota no mar
rinha, os barcos de pesca costumam
custa a acreditar que possa haver tanfrequentar ilegalmente as águas do
tas aves marinhas juntas, num só lugar.
arquipélago. Daí o principal motiÉ um espetáculo da natureza. E ajuda
vo para a generalização da proibia entender por que Alcatrazes precisa ser
ção de navegação para qualquer
preservado. Pena que poucos já tenham
embarcação no entorno das ilhas.
tido o privilégio de presenciar isso.
“Nem sempre é possível saber se
Dentro d’água, o show não é nada difeuma lancha está apenas parada
rente, como atestam algumas imagens do foou pescando”, defendem-se os
tógrafo especializado em vida animal, Crisfiscais da Estação Ecológica,
tian Dimitrius, co-autor do livro Alcatrazes,
para justificar a medida.
que ilustram esta reportagem. “Ao contrário das
leandro saadi
A
Fotos cristian dimitrius
52
Até tempos atrás, Alcatrazes era
usada como alvo para exercícios de
tiro da Marinha. Hoje, ela também
é a favor da criação do parque
demais ilhas do litoral paulista, em Alcatrazes a
quantidade de vida marinha ainda é impressionante, o que comprova que a política de preservação vem dando resultado, apesar da pesca ilegal
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
53
alcatrazes
leandro saadi
A
pesca ilegal é, de fato, um problema sério e recorrente em Alcatrazes. Atraídos pela alta piscosidade daquelas águas, barcos de pesca comercial são vistos com certa frequência nas
imediações do arquipélago (possivelmente à espera de uma bobeada dos fiscais, que ficam sediados em São Sebastião, já que a ilha principal não
tem nem estrutura para receber uma base avançada)
e, no ano passado, até o vice-prefeito de São Sebastião, Wagner Teixeira, foi flagrado pescando com
amigos perto da ilha principal. Abordado pelos fiscais, ele se defendeu dizendo que os peixes que jaziam a bordo da lancha haviam sido capturados
fora dos limites da Estação Ecológica. Mas não
convenceu. Foi multado, teve o barco apreendido e ainda foi conduzido a uma delegacia de polícia — quase a mesma pena que aguarda quem
chegar perto destas ilhas, em busca, apenas,
de uma linda paisagem. Injusto? Sem dúvida.
Mas é de se esperar que isso mude em breve.
A WIND CHARTER
ACREDITA QUE PESSOAS
EXTRAORDINÁRIAS
MERECEM MOMENTOS
EXTRAORDINÁRIOS.
ONDE FICA?
Alcatrazes
fica a apenas O
25 milhas
da costa, no
trecho mais
movimentado
do litoral de
São Paulo
arquipélago dos
Alcatrazes fica a
apenas 25 milhas de
Ilhabela (ou 28 de São
Sebastião), em São
Paulo, nas coordenadas
24° 06’ 5.72” S/045° 41’
33.29” W, bem diante das
famosas praias do litoral
norte paulista.
De lancha, dá pouco
mais de uma hora de
travessia até lá. Para
quem vem de Santos,
em torno do dobro disso.
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o velho
correio do mar
Mesmo em tempos de Facebook e
WhatsApp, o singelo ato de mandar
mensagens dentro de garrafas ainda
é largamente praticado e diverte um
bocado — tanto quem manda, quanto,
principalmente, quem as encontra
N
Telefones:
024.78115482
024.78115485
VHF Canal 10
ainda vive
por carlos santos
o último dia do ano de 2013, o casal de velejadores Duda
e Celso Martins estava com o seu barco tranquilamente ancorado
na prainha do Cantagalo, em Paraty, curtindo a alegria de mais um
ano juntos no mar, quando surgiu a ideia de dividir toda aquela felicidade com outras pessoas. Mas, quem seriam? Deixaram, então, a escolha nas
mãos do destino. Pegaram uma garrafa vazia, colocaram um bilhete com votos
de bom ano novo e um número de telefone e a atiraram no mar – como faziam
os náufragos do passado. Em seguida, esqueceram o fato. Até que...
como os
náufragos
Trecho de uma
das milhares
de mensagens
já encontradas
dentro de
garrafas
boiando nos
mares: o que
no passado
era uma
necessidade,
virou uma
instigante
diversão
Náutica SudeSte
57
shuttlerstock
mensagens ao mar
E
xatos três meses depois, na
tarde de 31 de março do ano passado,
duas irmãs caminhavam pela praia de
Pontal do Paraná, no litoral paranaense, quando viram uma garrafinha depositada na
areia pelo mar. Dentro dela, estava a mensagem
que o casal Duda e Celso havia despachado lá da
prainha do Cantagalo, distante quase 1 000 quilômetros daquele ponto. Para elas foi uma dupla
alegria. Primeiro, porque achar uma garrafa com
uma mensagem dentro é uma espécie de tesouro simbólico, que desperta a imaginação de qualquer pessoa. E segundo, porque, meses antes, durante uma emocionante viagem a Israel, as duas
irmãs haviam comentado, do nada, em meio a
um cenário repleto de significados bíblicos, que
o “brilho” na vida delas bem que poderia vir de
uma garrafa encontrada na praia – como a fictícia Jeannie é um gênio, do velho seriado da televisão. Pois não é que elas acharam mesmo uma
mensagem cheia de vibrações positivas e vinda
de quem sequer conheciam?
No ano passado, uma
garrafa foi encontrada
no Mar Báltico, com
uma mensagem
de 101 anos atrás
58
Náutica SudeSte
Em seguida, elas fizeram contato com os remetentes da mensagem e deixaram o casal paulista ainda mais eufórico, porque o objetivo de
quem atira uma garrafa ao mar é justamente torcer para alguém encontrá-la e descobrir onde
ela irá dar. E quando isso acontecerá — além de
gerar uma intensa curiosidade em quem a encontrar. Quem teria escrito aquilo? De onde teria vindo? Por onde teria passado aquela garrafa,
ao sabor apenas dos humores do mar?
No caso de Duda e Celso, a resposta foi praticamente imediata, já que apenas três meses se passaram entre o lançamento e a descoberta da garrafa – quase nada para os letárgicos padrões das
mensagens desse tipo, que não são apenas a mais
antiga forma de comunicação da história, mas,
também, a mais lenta. Mesmo assim, quando
ela chegou às mãos das irmãs paranaenses já havia cruzado todo o litoral de São Paulo e sabe-se
lá mais o quê, porque nada é mais intrigante em
qualquer objeto trazido pelo mar do que imaginar
de onde ele veio – e a história que há por trás dele.
No caso das mensagens dentro de garrafas,
hábito que remonta aos gregos, 300 anos antes
do início da nossa era, quando eram usadas para
tentar avaliar a extensão dos oceanos, as histórias
são ainda mais fascinantes, porque há, de fato,
uma história escrita por trás de cada mensagem.
E uma pessoa em carne e osso do outro lado daquela história, que merece ser conhecida ou,
pelo menos, contatada de volta, feito uma espécie de Facebook primitivo.
Como resistir à tentação de ler o que está escrito em um pedaço de papel que vagou durante meses (ou anos, como geralmente acontece)
pelos oceanos? Como não ficar tentando imaginar quem o escreveu e em quais circunstâncias
isso aconteceu? Como, enfim, ignorar a mais irresistível característica humana, a curiosidade?
Pois as mensagens em garrafas reúnem todos estes atributos numa só embalagem. Além de ser a
mais resistente forma de navegar que existe.
Uma garrafa bem lacrada é um dos objetos mais marinheiros já inventados pelo homem.
Ondas e tempestades são capazes de afundar navios, mas não conseguem tirar da superfície uma
simples garrafinha com um pouco de ar dentro.
Só mesmo um eventual choque com algo bem
mais duro do que a força do mar (como as pedras de uma costeira, por exemplo) consegue interromper a inexorável marcha errante de uma
garrafa ao sabor das correntezas. Por isso, elas
sempre foram usadas como meio de comunicação, ainda que de resultado incerto.
E
m sua viagem de volta ao
descobrimento da América, ao penetrar em uma violenta tempestade, Cristóvão Colombo não teve dúvidas: redigiu um bilhete e o enfiou dentro de
uma garrafa, na esperança de que ela atingisse alguma praia, caso ninguém sobrevivesse
para relatar a descoberta. A garrafa de Colombo jamais foi encontrada, mas o mesmo não
se pode dizer de outras mensagens do gênero
enviadas por oficiais da Marinha Inglesa, para
relatar posições de navios inimigos, na época
da Rainha Elizabeth — que, por isso mesmo,
punia com pena de morte quem abrisse uma
dessas garrafas antes de entregá-las à Corte.
Dicas para a
sua mensagem
ser lida
em todas
as linguas
O hábito de lançar
mensagens ao mar
dentro de garrafas
existe desde os
tempos da Grécia
Antiga, quando era
usado para (tentar)
avaliar o tamanho
dos oceanos. Até
hoje ele continua,
movido pelas
correntezas e
pela curiosidade
humana
E, antes disso, para que a sua
garrafa seja encontrada com um
pouco menos de dificuldade
Escolha uma garrafa de vidro e meio
escura, porque a transparência pode apagar
o texto da mensagem com o tempo.
Pelo mesmo motivo, enrole a mensagem
com o texto para o lado de dentro, para
evitar o desbotamento acelerado da tinta
pelo sol.
Jogue-a na água em local de forte
correnteza, porque assim ela começará a
viagem mais rapidamente e não retornará à
praia mais próxima.
Use papel colorido, porque isso pode
tornar a sua garrafa mais visível na água ou
mais chamativa na praia.
Se quiser chamar ainda mais atenção
para a sua garrafa, enrole a mensagem
em papel laminado, porque ele, além de
proteger o papel, brilha um bocado.
Não nutra muitas esperanças de um
retorno. A maioria das garrafas se perde para
sempre nos oceanos. Mas, quando alguém a
encontra, a alegria é dobrada.
Náutica SudeSte
59
mensagens ao mar
shuttlerstock
s
a
q
f
a
ue fizer
r
r
a
G
am história
em 1914, durante a Primeira
guerra mundial, o soldado
inglês Thomas Hughes lançou
uma garrafa no Canal da Mancha, com uma declaração de
amor à sua esposa. Dois dias
depois, ele morreu em combate. 85 anos se passaram, até
que, em 1999, um pescador
achou a garrafa de Thomas
boiando no rio Tâmisa. Como
a destinatária também já havia
morrido, a mensagem foi enviada para a filha do soldado.
Que já somava 86 anos.
D
também em 1914, um experimento sobre as correntes marítimas lançou no mar
da Escócia 1 890 garrafas com
a mensagem de que, quem a
encontrasse, informasse o local
da descoberta. 98 anos depois,
em 2012, o pescador inglês Andrew Leaper puxou a rede no
barco em que trabalhava e encontrou uma das garrafas. E
foi a segunda encontrada pelo
mesmo barco — algo tão improvável quanto um raio cair
duas vezes sobre a mesma
casa. Até hoje, apenas 350 das
garrafas foram recuperadas.
em 1916, algumas garrafas
com emocionantes despedidas dos parentes surgiram na
costa da Suécia, perto de Gotemburgo. Foram lançadas
pelos tripulantes do Zeppelin alemão L19, que sucumbiu
no mar, depois de bombardear a Inglaterra. Embora localizados por um barco pesqueiro inglês, os alemães foram
deixados no mar, até se afogarem. Só restaram as suas
despedidas, nas mensagens,
lançadas antes de o Zeppelin
afundar por completo.
esde aquela época, despachar mensagens (de amor, de filosofia, poéticas ou mesmo pedidos de
ajuda) pelo mar tornou-se algo bem
mais comum e frequente do que os filmes de
náufragos sugerem. Mesmo nos dias de hoje,
como comprovam as muitas histórias (como a
de Duda e Celso) que pululam na internet.
Até porque, mais tentador do que mandar
uma mensagem, é encontrar outra. “É quase
como achar um tesouro enterrado na areia”, define um especialista no assunto, o italiano Roberto Regnol, que há quase dez anos se dedica
a garimpar, com a ajuda de uma rede de correligionários, garrafas com mensagens que vão dar
nas praias da Itália e dos países vizinhos. Sua coleção já soma 605 mensagens, todas exibidas no
seu site (www.messagiodalmare.com) e capturadas apenas de 2006 para cá — o que, por si só,
já dá uma boa ideia da quantidade de garrafas
60
Náutica SudeSte
Jeremiah Burke e nora hegarty, dois jovens primos irlandeses que viajavam no Titanic,
lançaram ao mar uma mensagem de despedida, antes de
afundarem com o próprio navio. Nela, diziam apenas “Adeus
a todos”, junto com o nome deles e do fatídico transatlântico.
Um ano depois, a garrafa com
a mensagem das vítimas chegou a uma praia da Irlanda e foi
entregue à família. Detalhe: era
a mesma garrafa que eles haviam levado de casa com água
abençoada, para que nada de
ruim acontecesse na viagem.
com mensagens que vagueiam pelos mares. “Na
era da tecnologia, ainda há românticos que confiam ao mar aquilo que eles não têm coragem
de dizer”, filosofa Roberto, frente ao tema mais
recorrente nas mensagens náuticas contemporâneas: o amor. Tanto ao mar quanto à humanidade ou a alguma pessoa específica.
É compreensível. O gesto de lançar uma
mensagem ao mar tem mesmo algo de romântico, além de ser deliciosamente ingênuo – embora alguns ecochatos já vejam nisso uma forma
de agressão ao meio ambiente. Trata-se de um
singelo antídoto para as formas de comunicação
cada vez mais instantâneas e uma surpreendente maneira de unir pessoas, que, de outra forma,
talvez, jamais se conheceriam.
Que o diga o canadense Harold Hackett,
que há quase 20 anos só faz aumentar sua rede
de amigos mundo afora graças às garrafas que
ele periodicamente despacha da ilha Prince
em 1956, um desolado marinheiro sueco, chamado
Ake Viking, resolveu apelar
para o mar em busca de um
amor para sempre. Escreveu
uma mensagem “para uma
jovem bonita e distante” e
lançou a garrafa ao mar. Dois
anos depois, a italiana Paolina
achou a garrafa numa praia
da Sicília e respondeu à mensagem. “Não sou bonita, mas
devo ter sido escolhida pelo
destino”, respondeu. Logo, os
dois estavam casados.
em 2005, um grupo de jovens imigrantes ilegais foi
abandonado pelos traficantes num barco à deriva, ao
largo da Costa Rica. Sem nenhum meio de comunicação, recorreram a uma mensagem de S.O.S dentro de
uma garrafa e ela, milagrosamente, foi recolhida por um
pescador logo em seguida,
que acionou as autoridades
do país. Todos foram salvos.
Edwards, onde mora, com pedidos de retorno
às suas mensagens. Harold calcula já ter enviado perto de 5 000 garrafas, das quais obteve respostas (dos Estados Unidos, da Europa, da África...) para mais de 3 000 delas – e sempre por
carta, porque, propositalmente, ele não envia
seu telefone, para, depois, ter o que mostrar aos
amigos. “Adoro me comunicar da maneira antiga”, diz. “E nada é mais antigo do que mandar uma mensagem pelo mar.”
No Brasil, certa vez, duas garrafas foram lançadas ao mar, ao mesmo tempo, no mesmo lugar. Uma foi dar na costa da África, outra no lado
oposto, na Nicarágua. Em outro experimento,
uma ONG internacional coletou cartas de crianças e as colocou dentro de uma espécie de boia,
a título de garrafa, no meio do Atlântico. Menos
de um mês depois, a “garrafa” estilizada da entidade foi dar na praia do Mucuripe, em Fortaleza,
onde chegou a ser confundida com uma bomba
em 2006, alguns habitantes da República de Montenegro, nação então envolvida
numa luta
separatista
com a Sérvia, dispararam mensagens
em garrafas pedindo ajuda
internacional, na esperança de que elas chegassem à
Itália, do outro lado do Mar
Adriático. Muitas, de fato,
chegaram. Como esta aqui
encontrada numa praia italiana, no mesmo ano.
em 17 de abril do ano retrasado, uma garrafa com
uma mensagem foi dar na
foz de um rio perto de Dubrovnik, na atual Croácia. Ao
abri-la, os croatas tomaram
um susto: ela havia sido escrita 28 anos antes, na distante Nova Escócia, na costa
do Canadá, a mais de 7 000
quilômetros de distância, e
numa época em que nem a
própria Croácia existia como
país. Acabou no museu da
cidade.
flutuante, pelos jangadeiros. De lá, outra boia semelhante foi despachada sabe Deus para onde.
Mais recentemente, os moradores da pequena cidade de Itaqui, às margens do Rio Uruguai, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina,
ficaram emocionados com uma mensagem encontrada dentro de uma garrafa, após uma enchente que deixou toda a região em estado de ca-
Em 1794, um náufrago
japonês enviou um
pedido de socorro
pelo mar. Mas ele só
chegou 141 anos depois
Náutica SudeSte
61
mensagens ao mar
As mensagens em
garrafas são bem mais
comuns do que parece.
Só o italiano Roberto já
achou 605 delas
rei das
mensagens
O italiano
Roberto Regnol,
dono de um site
dedicado apenas
a mensagens
trazidas pelo mar:
“É como achar
um tesouro”,
diz o curioso
especialista
62
lamidade. Ela havia sido atirada ao rio a mais de
500 quilômetros de distância, pelos alunos da escola pública do município de Palmitos e trazia uma
mensagem no mínimo reconfortante (para não dizer intrigante) para quem havia perdido tudo na
enxurrada. Dizia: “ Aconteça o que acontecer, é
preciso amar, apoiar, agasalhar e ajudar ao próximo”. Detalhe: a mensagem na garrafa havia sido
lançada no rio três anos antes daquela enchente.
É
certo que a maioria das mensagens se perdem na imensidão dos oceanos
ou ficam dando voltas sem fim ao redor
dos setes mares, levadas pelas correntezas,
sem que ninguém as encontre. Mas quem lança ao
mar uma garrafa com um bilhete sempre nutre a
esperança de que – quem sabe, um dia? – ele seja
lido. Mesmo que, às vezes, tardiamente.
Reza a lenda que o caso mais famoso do gênero teria acontecido em 1935, quando uma velha garrafa com pedaços de casca de coco esculpidas com ideogramas japoneses dentro foi dar
numa praia de Hiraturemura, no Japão. Ela revelava a triste saga de um pescador chamado
Náutica SudeSte
Chunosuke Matsuyama, cujo barco naufragara
perto de algumas ilhas do Pacífico.Teria sido um
final feliz para aquele infortúnio não fosse a data
gravada em uma das cascas: 1794 – 141 anos antes
de aquela garrafa ser encontrada!
Se for verdade, é bem possível que a garrafa
com o pedido desesperado daquele pescador tenha passado muito tempo presa a algum obstáculo (pedras, baías fechadas ou parcialmente soterrada na areia), antes de ser libertada por um
fenômeno natural, como aconteceu, dois anos
atrás, com a mensagem enviada pela adolescente americana Sidoney Fery, em 2001. A garrafa
de Sidoney ficou retida nos destroços do furacão
Sandy por anos a fio e reapareceu praticamente
na mesma praia de onde fora lançada pela menina – que, no entanto, já havia morrido, vítima
de um acidente. A garrafa foi, então, entregue à
mãe da menina, que chorou de emoção ao ler o
bilhete. “Foi como uma mensagem dela, trazida
pelo mar”, disse, entre lembranças e lágrimas.
Apesar da famosa história da mensagem tardia do náufrago japonês, o Livro dos Recordes
não a reconhece como a mais antiga mensagem em garrafa já encontrada. O mérito, segundo a entidade, cabe a uma garrafinha que foi
dar numa praia do Mar Báltico em 8 de abril
do ano passado, com a mensagem de um jovem
alemão, chamado Richard Platz, pedindo que
quem a encontrasse entrasse em contato. E terminava com a data: 17 de maio de 1913, 101 anos
antes de ela ser, finalmente, encontrada.
Por onde a garrafa de Platz passou durante
mais de um século no mar jamais se saberá. Mas
são justamente as dúvidas que recheiam o fascínio
das mensagens desse tipo. E quem já não teve vontade de fazer o mesmo que atire a primeira garrafa!
Fotos: Marcio Dufranc
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Você e seu barco
Corrosão
Ferrugem
ou corrosão?
E
Como evitar este problemão
largamente usados como
a mesma coisa. Por definição,
“corrosão” é um processo que
provoc a des gas te em uma
liga metálica qualquer, como,
por exemplo, o aço inox, que é
por OttO AquinO
uma mistura de quatro metais
diferentes. Já a “ferrugem”
designa os casos específicos de
B
64
NáutiCa sudeste
corrosão no ferro. A rigor, barcos
de passeio nem deveriam usar
a expressão “ferrugem” (e sim
“oxidação”), porque ferro é o que
eles menos têm.
Outra confusão bastante
c o m u m é e n t re os te rm os
“corrosão” e “oxidação”, que
também não designam a
mesma coisa. “Oxidação” é uma
reação química, na qual um
material ou elemento se une ao
oxigênio, formando um novo
ração da corrosão, o melhor remédio costuma ser o mais
simples e o mais caseiro de todos: sempre lavar bem o barco e as ferragens com água e sabão depois dos passeios (especialmente no mar), além de polir regularmente as partes mais suscetíveis à corrosão com cera náutica. Outro
recurso muito útil é manter sempre em dia os anodos de
sacrifício, que, como o próprio nome diz, existem para se
oxidar no lugar das partes mais nobres do barco.
Vale tudo nesta guerra contra um inimigo que corrói
tudo nos barcos. Até a paciência dos donos.
composto — um óxido. E nem
toda oxidação gera corrosão.
Ela só ocorre quando es ta
reação química provoca a perda
de material de uma das partes
Fotos shuttlerstock
arcos foram feitos para a água. Portanto, é natural que sofram com a umidade do meio em que vivem. Mesmo os barcos com casco de fibra de vidro
contêm muitos metais (cunhos, guarda-mancebos, eixos,
etc. etc.) e nem todos eles são suficientemente fortes para
lutar contra a nefasta combinação de água + oxigênio, os
dois elementos que dão início ao processo da corrosão em
qualquer material.
No caso de água salgada, a situação é pior ainda. O
sal potencializa o processo de corrosão, que se manifesta
até nos ambientes do barco sem contato direto com a água
— bastam os efeitos da maresia ou da falta de neutralização da corrosão nas partes submersas do casco, por exemplo. Portanto, nem sempre é apenas desleixo do dono do
barco. A oxidação em ferragens de aço inox pode aparecer até em barcos extremamente bem cuidados, porque
o ambiente marinho costuma ser um agressor implacável
e particularmente feroz em itens como acoplamentos de
alumínio e aço inox, bastante comuns em motores e propulsores, provocando estragos bem maiores do que uma
simples aparência enferrujada.
Mas, se não há como impedir que a corrosão aconteça, há, sim, como prevenir ou, pelo menos, evitar que o
problema se alastre de vez. No combate contra a prolife-
As cinco dúvidas mais comuns que quase
todo mundo tem sobre este eterno problema
mbora os dois termos sejam
sinônimos — não! —, não são
Nos barcos, não é nada fácil evitar a ferrugem e a corrosão. Mas, mesmo quando
as manchas começam a aparecer, nem tudo está perdido. Veja aqui o que fazer
Bê-á-Bá da corrosão
envolvidas.
Mas, seja “ferrugem”, “corrosão” ou “oxidação”, o fato é que
todos eles são um problemão.
1
A corrosão ataca mais no mar?
Sim. Além do sal, o mar contém cloro natural, o que acelera
a corrosão, porque transforma a água em um eletrólito mais
eficiente, aumentando sua condutividade elétrica — e eletricidade
acentua a corrosão em qualquer metal. Isso faz com que ela avance
bem mais depressa do que na água doce.
2
Onde a corrosão costuma atacar mais?
Nas ferragens do convés, especialmente nos guardamancebos, âncora e escadinha de popa. Mas as partes
metálicas submersas, como eixos, rabetas, hélices e lemes, também
estão sujeitas à corrosão acentuada, embora com menos intensidade,
já que existem os anodos de sacrifício para evitar isso.
3
Aço inoxidável também oxida?
Sim, dependendo da qualidade do aço e dos cuidados do
dono do barco. Alguns fabricantes usam ligas mais baratas,
que resistem menos à corrosão — daí o problema. Os aços mais
recomendados são os com especificação ABNT 316, que têm alto teor
de cromo e suportam bem mais o cloro do mar.
4
Existe receita caseira para prevenir a corrosão?
Sim. Lavar bem as ferragens com água e sabão depois dos
passeios — tanto no mar quanto em água doce — é a mais
simples e eficiente maneira. O polimento com cera também blinda
bem contra a corrosão nos metais. Mas — atenção! — não use cloro
nem água sanitária neles, porque isso só aumenta o problema.
5
Em qual estágio a ferrugem ainda tem cura?
Bem antes de perfurar as partes afetadas. Se a ferrugem
atacar eixos e propulsores, é bem provável que o
funcionamento deles já esteja comprometido — portanto, tarde
demais. Na maioria das peças de aço inox, basta um simples
polimento para resolver o problema. Já parafusos enferrujados devem
ser trocados, porque não vale a pena tentar salvá-los.
NáutiCa sudeste
65
Você e seu barco
onde ela costuma atacar
Algumas dicas para deixar o barco mais protegido contra a corrosão
No aço iNox
Nas coNexôes
Use micro-óleos ou
graxas (mas não
as corrosivas!) em
todas as conexões
de partes metálicas
e elétricas. E faça
isso periodicamente.
No motor
de popa
Após “adoçar” o
motor com água
limpa, pulverize
silicone nos seus
mecanismos
internos. Ele protege
que é uma beleza.
Na lavagem
Nas baterias
Após lavar o
casco, seque o
barco inteiro. Até
as porcas, mesmo
as de inox, estão
sujeitas à corrosão,
se ficarem molhadas
por muito tempo.
Deixar o barco secar
ao sol não é uma
boa ideia.
Baterias emitem gases
corrosivos e, como
costumam ficar nos
porões dos barcos,
vivem sujeitas a
contatos com a água.
Sempre evite que isso
aconteça. O certo é
colocá-las em locais
arejados e protegidos
da água.
Em cunhos,
guarda-mancebos,
escadinhas e
ferragens em
geral, use gel à
base de ácido
nítrico, que elimina
o óxido do inox. Os
melhores são os
das marcas Avesta
e Amazônia.
Primeiro, lave bem
a peça com água
e sabão. Depois,
dilua o gel em
um recipiente,
com um pouco
d’água e aplique
a solução. Deixe
agir por uns 15
minutos, esfregue
novamente
com sabão e
enxágue. Pronto:
o metal voltará a
brilhar. Mas, para
protegê-lo contra
futuros pontos de
oxidação, use cera
náutica polidora,
com frequência.
Na fiação
Use apenas fios de
cobre estanhados e
certificados, que não
corroem. Se eles
forem protegidos
apenas por capinhas
de plástico, “pinte”
os terminais com
borracha líquida,
para vedar contra a
umidade. E nunca
deixe fios expostos
ao sol, porque
isso os resseca e
facilita a entrada de
umidade, gerando
corrosão futura.
Na correNte
elétrica
A fuga de corrente
elétrica para
partes metálicas
submersas do casco
pode dissolver
rapidamente
qualquer metal.
Desconfie,
portanto, se algum
equipamento
elétrico parar
de funcionar
repentinamente.
No porão
No paiNel
Sempre esgote
toda a água do
porão e jamais
deixe objeto algum
molhado dentro
dele, mesmo que
apenas úmido. Além
disso, mantenha
portas, gaiutas
e vigias sempre
abertas quando o
barco estiver fora
de uso, para ventilar
— e secar bem — os
ambientes internos.
Barcos nunca estão
livres de respingos
de água no painel
— seja da chuva ou
dos borrifos durante
a navegação. Para
evitar infiltrações
e problemas de
corrosão nas fiações
e terminais, cheque
constantemente
a vedação das
borrachas do painel
e dos instrumentos.
Nos
parafusos
Nas
ferrageNs
Mesmo nos
parafusos de
aço inox, aplique
selantes especiais,
como Sikaflex,
para mantêlos isolados da
umidade. Lembrese: parafusos
enferrujam fácil, fácil.
Quando a limpeza
de rotina não for
suficiente nas
peças de inox, faça
uma solução de
gesso, bicarbonato
de sódio e álcool
e aplique com
um pano. Jamais
use vinagre para
tirar manchas das
ferragens (embora
funcione!), porque
deixa as superfícies
pegajosas e isso
aumenta a aderência
do sal do mar.
Lavou o barco? Seque cada cantinho. Especialme nte os parafusos, que corroem com muita facilidade
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mais líquido. Trata bem
os metais, formando
uma camada
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resultado é melhor nos
cromados, pois não
deixa as peças com
aspecto azulado, como
acontece no alumínio.
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que aplicado com
regularidade — como
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cerca de uma hora,
mas a proteção dura
quase duas semanas.
Produto bem
eficiente, porque
estabiliza a corrosão
— algo raro, já que é
bem difícil conter este
processo depois de
iniciado. Costuma ser
aplicado em carretas
náuticas, que sofrem
um bocado com o
contato constante
com a água.
Ao contrário da
tradicional graxa
preta, é impermeável
e oferece alguma
proteção contra
o surgimento de
corrosão em partes
metálicas. Mas resseca
rápido, não isola
completamente a
superfície da umidade
nem dura tanto
quanto os produtos
específicos.
Além de soltar peças
enferrujadas com
facilidade, serve como
preventivo contra
a corrosão. Ou seja,
dispensa outro produto
para proteger a peça,
depois de soltá-la
para reparos. Mas tem
cheiro forte e muitos
navegadores suspeitam
que resseque as
borrachas — embora o
fabricante afirme que
isso não acontece.
Destrava e desenferruja
rapidamente peças de
metal, além de lubrificálas. Mas não previne
contra a ferrugem
futura e cheira a óleo
de cozinha velho.
Em compensação, o
fabricante jura que ele
não danifica plásticos
nem borrachas, se
atingidos pelos borrifos.
Este tradicional produto,
usado por donas de casa
para remover manchas
de ferrugem das roupas
lavadas, também vai
bem nos barcos. Mas,
como é muito ácido,
pode gerar manchas no
costado, além de deixar
a superfície sem brilho,
se for usado com muita
frequência e em excesso.
limpa costado
Naustispecial
Óleo
Nautispecial
Este produto promete
remover manchas de
ferrugem escorridas
em cascos de fibra de
vidro. Deve ser aplicado
diretamente sobre a
superfície afetada e,
depois, enxaguado com
água doce. Depois, uma
camada de cera náutica
líquida, para proteger
de futuras oxidações,
também cai bem.
Solta peças enferrujadas
facilmente e é bom,
também, para lubrificar
e eliminar a ferrugem
que já exista nelas.
O fabricante garante
que não agride outros
materiais. Seu odor é
bem mais agradável
que o dos concorrentes,
o que o torna
especialmente indicado
para uso dentro das
cabines dos barcos.
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Se a oxidação já
corroeu 60% do
anodo do motor,
é hora de trocá-lo
por um novo. Se
não, a ferrugem
tomará conta
do barco inteiro
“
Para tirar manchas dos cunhos de aço inox, a maneira
mais simples e fácil é com Semorin, um produto à base de ácido
oxálico, encontrado em qualquer supermercado. A aplicação não
requer nenhuma técnica especial, exceto luvas e óculos — e dá
para fazer o serviço em poucos minutos. Pingue algumas gotas
do produto e espalhe com uma esponja macia (não use nada
áspero, porque pode manchar ou riscar o inox), esfregando até
cobrir toda a área. O efeito é imediato. Em seguida, lave com água
e sabão. Pronto. Mas, se a mancha não sair, repita o processo.
Depois, com as peças já limpas, use cera náutica (a mesma
usada para polir cascos), porque ela servirá para conservar o
brilho e proteger contra a corrosão. Em vez do Semorin, pode-se,
também, usar limpadores para metais cromados (bem mais caros
e só encontrados em lojas náuticas), ou massa de polir número
2, misturada com sabão de coco. Ambos fazem o mesmo efeito.
Mas, com Semorin, é bem mais fácil, rápido e barato.
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metal), a oxidação pode se estender a outras ferragens,
como os guarda-mancebos e as gaiutas. Para evitar
isso, é preciso que mesmo as partes metálicas “secas”
estejam conectadas a uma placa de metal no fundo
do casco e esta a um anodo.
A rigor, a durabilidade do anodo depende do
tempo em que o barco ficar na água. Mas, em rios e
represas de água doce, a velocidade da corrosão dele é
mais lenta do que no mar. De qualquer forma, quando a
corrosão atingir a metade do anodo, sua capacidade de
proteção começará a diminuir drasticamente — e será a
hora de trocá-lo por um novo. Na média, o anodo deve
ser verificado a cada seis meses e trocado uma vez por
ano — ou quando a corrosão atingir 60% de sua área.
Mas não é nada que exija um grande investimento, já
que um anodo custa pouco. Mas, atenção: o anodo
jamais deve ser pintado, porque a tinta impedirá a
galvanização deste poderoso combatente da oxidação
e que só existe para enferrujar mesmo.
“
O
anodo de sacrifício é o componente mais
relevante para a conservação de todas as
partes metálicas que ficam debaixo d’água
— como rabetas, eixos e hélices, por exemplo. Não
fosse ele, qualquer sistema de propulsão teria uma
vida útil bem mais curta, por causa da corrosão
gerada pelo contato direto com a água. Como o seu
próprio nome diz, a função do anodo é se sacrificar
pelo restante do barco: ele se deixa corroer no lugar
de peças mais valiosas, graças a um fenômeno físicoquímico chamado “galvanização”, uma espécie de
“reação” que ocorre entre dois metais dentro d´água.
Como o anodo é feito de um metal mais “fraco”, no
caso o zinco, ele corrói no lugar do outro material
com o qual estiver em contato direto.
É, portanto, um mártir. Uma espécie de boi de
piranha náutico. E fundamental em qualquer barco.
Até os veleiros precisam dele, pois, no caso de falta
de aterramento do mastro (que quase sempre é de
qualquer supermercado tem a solução mais
simples para a corrosão no aço inox.
É o que ensina o mecânico Jorge paragon
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Você e seu barco
com fioS Não Se briNca
Incêndios são a causa número 1 da perda de barcos. E eles quase
sempre têm origem na parte elétrica. Veja aqui onde mora o perigo a bordo
termInaIs e conexões em mau estado
O “coração” das instalações elétricas são os terminais e as conexões,
principalmente da bateria. Se eles estiverem frouxos, podem superaquecer e derreter os cabos. Para evitar isso, faça um check-up completo,
tanto na fiação quanto nos seus complementos, uma vez por ano.
InfIltração de água no paInel
Barcos com comando aberto nunca estão livres de respingos d’água
— seja na navegação ou na lavagem do casco. E esse contato com a
água pode gerar pontos de ferrugem nas conexões das fiações, além de
comprometer a durabilidade dos cabos. A única maneira de evitar isso
é checar periodicamente as vedações de borrachas no painel e, no caso
de vazamento crônico, não molhá-lo demais ao lavar o barco.
equIpamentos em contato com a água
O inversor deve ficar sempre o mais próximo possível das
baterias, para evitar quedas de tensão. Porém, é importante também
instalá-lo sempre o mais alto possível no porão, para evitar contato
com a água que ali empoça, o mesmo valendo para qualquer outro
equipamento elétrico. Energia e água não combinam!
equIpamentos que não deslIgam
Se o seu barco tiver guincho elétrico ou bow thruster, verifique
periodicamente o estado do sensor de acionamento desses
equipamentos. Como esses aparelhos consomem altas correntes, a
quebra do sensor pode fazer com que eles funcionem ininterruptamente,
sem você perceber. E isso gera superaquecimento na fiação.
Instalar equIpamentos dIferentes
Certifique-se de que o automático das bombas é compatível com a corrente elétrica. Instalar um modelo errado pode fazer com que a bomba
não funcione na hora em que você mais precise dela. Da mesma forma,
tome cuidado com certos acessórios, como forno micro-ondas e secador
de cabelos, que puxam bastante energia e podem superaquecer a fiação.
72
Náutica SudeSte
Gambiarras? Nem peNsar
Sobrecargas e maus contatos
são prenúncios de tragédias
use apenas fios de cobre estanhados e
certificados, para evitar corrosão.
sele os terminais e as pontas dos fios com
silicone, para vedar a entrada de ar entre
o cobre e o plástico que reveste os cabos.
os terminais dos cabos da bateria devem ser prensados e não soldados. A solda enrijece os cabos, tornando-os sujeitos
a quebras.
use disjuntores termomagnéticos, que
protegem contra sobrecargas e curtos.
Mas, atenção: há disjuntores que não funcionam em correntes contínuas.
Fusíveis em circuitos de alta corrente
costumam criar quedas de tensão. Se isso
acontecer com baterias fracas, pode dificultar a partida do motor.
Para não tombar com o balanço do barco, a bateria deve ser bem presa, mas com
cintas ou cabos que não contenham partes de metal.
em hipótese nenhuma, qualquer fiação
deve passar perto de alguma mangueira
de combustível.
A fiação deve ser fixada a cada 25 centímetros ao longo do casco. Mas não muito
esticada, para não romper com os trancos,
o que é bem frequente nos barcos.
casa com
proa e popa
A casa-barco
de Ambrosio
Gnacchi, na praia
de Boracéia,
no litoral norte
paulista: uma
casa de verdade,
dentro de um
barco feito de
tijolo e cimento
Notícias e novidades náuticas
eduardo santoro
Farol
a iNcrível
cASA-BARco
de Boracéia
Seu proprietário queria fazer uma casa diferente e acabou criando uma atração turística na praia
O
que este barco está fazendo dentro de um
condomínio de casas na praia de Boracéia, no
litoral de São Paulo? A resposta é simples: ele “é”
uma casa! A ideia de construir uma casa (casa
de verdade, de tijolo e cimento) em forma de barco veio do
pequeno empresário paulista Ambrosio Gnacchi, há quase
duas décadas, quando ele frequentava o litoral norte paulista
nos fins de semana, para pescar. “Resolvi sair fora do prumo e
fazer uma casa diferente”, diz ele, rindo. “Eu mesmo fiz o projeto,
que um engenheiro, depois, conferiu e assinou, e eu mesmo
construí, tijolo por tijolo, nos fins de semana, porque era difícil
achar pedreiros que compreendessem o que queria fazer”. Hoje,
aposentado, o engenheiro mecânico Ambrosio mora com a
esposa, Magda, na sua casa-barco, que tem três suítes, piscina,
sala, cozinha, bar (que ocupa o que seria a cabine de comando)
e tudo o mais de uma casa convencional — só que em formato
de barco. “Em área, ela tem 220 m2 e, em comprimento, 75
pés”, brinca, numa alusão ao padrão usado para medir o
tamanho dos barcos. No momento, a curiosa casa-barco de seu
Ambrósio está prestes a passar por uma reforma (“que não será
feita em um estaleiro!”, adianta ele, com muito bom humor),
mas segue sendo uma espécie de atração turística na praia
onde fica. “Todo mundo quer tirar fotos e pede para olhar por
dentro, mas isso eu não deixo mais, porque, senão, não tenho
sossego”, explica. “Todo dia tem gente na frente de casa. Quer
dizer, na proa do nosso barco”, corrige, bem humorado.
Náutica SudeSte
75
Farol
JuaN foi Se divertir No céu
D
N A V A L
Novo muSeu Náutico
A
13:58
já tradicional operação Verão, que a Marinha do Brasil põe em prática durante os meses de maior atividade náutica, segue a todo vapor, até o dia 15 de março — o que
implica em atenção redobrada dos donos de barcos quanto a itens obrigatórios e navegação adequada. Mas, embora o patrulhamento na água esteja bem maior do que o habitual neste período, o intuito da operação, garante a entidade, não
é punir os donos de barcos e sim orientá-los para que acidentes
não aconteçam. Mas é claro que, se necessário, as multas acontecem. Portanto, fique atento e não saia da marina sem todos os equipamentos necessários. Especialmente os equipamentos de salvatagem, que muitos proprietários esquecem e nunca olham.
SUA EMBARCAÇÃO SEM
DOCUMENTO VIRA ENFEITE
D E S P A C H A N T E
divulgação
...e Segue a operação verão
Inscrição e Transferência de Embarcações.
Registro de Rádio, Epirb e AIS junto a Anatel.
Seguros para Embarcações.
Registro para Pesca Amadora no Ministério da Pesca.
E
stá funcionando desde dezembro último o novo Museu Náutico
de Ilhabela, agora instalado num lindo local: a antiga usina da ilha,
bem diante de uma grande cachoeira, razão pela qual uma das paredes
do museu é de vidro, para que os visitantes possam apreciar as duas
coisas, ao mesmo tempo. o museu usa o mesmo acervo do extinto
museu que era mantido pelo entusiasta Jeannis Platon, um dedicado
pesquisador dos naufrágios de Ilhabela, mas tem ênfase especial na
história do Príncipe das Astúrias, o “Titanic Brasileiro”, que afundou
na ilha, exatos 99 anos atrás. Em breve, o local ganhará também um
parque e um orquidário, para ficar ainda mais atraente aos visitantes.
78 TRADIÇÃO
anos de
Santos
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São Sebastião
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Nextel
90 * 5225
Vivo
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erminou no início de fevereiro a criativa campanha de verão da Suzuki, em Ilhabela, que ofereceu bicicletas de graça, para quem quisesse pedalar na ilha, além de alugar, por períodos de 12 horas,
o simpático fora de estrada da marca, o Jimny, para
quem desejasse ir até onde os demais carros não conseguem chegar em Ilhabela. A
iniciativa, bem original, por sinal, serviu também como uma
espécie de test-drive pra lá de
radical do veículo, já que a
ilha é famosa pelos seus caminhos inacessíveis aos automóveis convencionais —
mas não para o pequeno e
valente off road da marca. Já
o empréstimo das bicicletas
sem nenhum custo fez ainda
mais sucesso no verão da ilha.
Em julho, a Suzuki repetirá a
dose, em Campos do Jordão.
divulgação
T
tupicomunicacao.com.br
A
pós quatro tentativas,
finalmente foi aprovado um
projeto de revitalização da Marina
da Glória, no Rio de Janeiro, uma
novela que se arrasta há anos.
Ele foi apresentado pelo grupo
BR Marinas, atual administrador
da marina, e prevê, entre outras
coisas, mais vagas para barcos no
seco e uma mudança geral nas
instalações do local, que virará
quase um shopping center, com
áreas de lazer, restaurantes e outros
atrativos também para os simples
visitantes. Faz todo sentido. No
mundo inteiro, grandes marinas são,
também, atrações turísticas — ainda
mais numa cidade como o Rio de
Janeiro. Mas, dada a envergadura
da obra, a nova marina ainda
levará
AF_anuncio_nautica_JG.pdf
1
11/11/13
um bom tempo para ficar pronta.
SuzukI INoVA
EM IlHABElA
fotos jorge de souza
agora vai...
esde o último dia 2 de janeiro, os frequentadores do Tamandubar
(muito mais conhecido como “Bar do Juan”), na Ilha do Tamanduá, em
caraguatatuba, perderam o segundo maior motivo para ir de barco até lá,
depois da qualidade dos seus frutos do mar: o próprio Juan, o carismático
dono do lugar, que morreu de um infarto na própria ilha que tanto amava.
Mas, mesmo sem ele, o restaurante mais original de caraguá, que fica na
areia da praia de uma ilha deserta, segue funcionando, agora tocado pelo
seu filho, que também se chama Juan. ou seja, até no nome, o “Bar do
Juan” continua a existir, mesmo sem o seu extrovertido criador.
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Tel. 12/99144-5188 c/ Eden
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Phantom 500 Fly. 2008. Volvo
Volvo 575hp. R$ 1.800.000,00.
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Colunna 325. 2011. 2 x Volvo D3-220
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Phantom 300. 2010. 2 x Volvo D3
220hp, Rio de Janeiro. R$ 320 mil.
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Jet Boat. 1994. Mercury Sport Jet.
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Sedna SF 38 2004. 2 X Mercedes
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Phantom 290. 2009. parelha 1.7
Mercruiser. R$ 260 mil.
Tel. 13/99706.8061 c/ JMES
Brasília 25. 1975. R$ 35 mil.
Mercury 8HP. Tel. 47/9974.7925
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Solara 31. 2012. Motor Mercury.
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Skipper 21. 2007. Yamaha 8hp com
gerador. R$ 80 mil.
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Jet Boat Challenger. 2010. 430 hp.
R$ 140 mil. Tel. 11/3052.0344
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Ventura 195 Confort. 2008.
Mercury Optimax 135. R$ 59 mil.
Tel. 19/99928.2288 c/ Eduardo
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Striker - Real Power Boats. 1994.
Mariner 225 HP. R$ 25 mil.
Tel. 21/99998.6082 c/ Wilson
Bruce Farr 31. 1990. Yanmar 3YM20
(21 hp). R$ 99 mil. Tel. 19/99772.7716
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Velamar 34. 1990. Western
Bach.R$ 155 mil. Tel. 21/7815.5545
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BB 36`- 2nd Generation. 2007.
Yanmar 29 HP. R$ 320 mil.
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Você eNteNde de mar?
HORIZONTAIS
1 A construção que permite a passagem de uma margem a outra sobre um curso de água • 3 Ato de dar a pressão de ar
adequada a um pneu ou câmara de ar • 6 País da Oceania cuja capital é Nuku’alofa • 10 Tornar a preencher (bateria, dispositivo eletrônico etc.) com o que
é indispensável ao seu funcionamento • 11 Representação gráfica da direção de uma embarcação na carta náutica • 12 Peixe das águas tropicais, com cerca
de 1,5 m de comprimento, de corpo prateado com dorso azul • 13 O céu • 16 Dimensão vertical considerada de cima para baixo • 17 O local onde se
guardam as peças de tecido de uso diário • 18 O creme cosmético usado para tratar o cabelo • 19 Um processo de transmissão e reprodução do som
a distância, por meio de fios, cabos ou ondas eletromagnéticas • 23 Material usado para montagem de caixas, capas de livro, pastas etc. • 25 Lagoa próxima
à capital alagoana, famoso ponto turístico • 28 Mecanismo usado para levantar grandes pesos • 29 Nos guindastes e outros aparelhos de força, cilindro em
que se enrola ou desenrola o cabo • 30 Grande baleia dentada encontrada em todos os oceanos e mares do mundo, de cabeça enorme e formato
SHuTTlERSTOCk
Nome deste tipo de barco
V
E
R
T
I
C
A
I
S
1 Apêndice afilado da quilha, existente em embarcações de uma só hélice, em que o leme tem de girar afastado do cadaste, com o pé da madre apoiado
nesse apêndice • 2 A continental é a parte do relevo submarino próximo ao litoral, de largura variável e com profundidade média de 200 m • 3 (Náut.) Cada
uma das velas auxiliares quadrangulares usadas em vento largo e em bom tempo por navios de vela • 4 A capital mineira, com a famosa lagoa da Pampulha
• 5 Tubo para descarregar os resíduos da combustão do motor de combustão interna • 6 Violento vórtice de vento • 7 Cidade paranaense da região de
Paranaguá, no sul do estado, divisa com Santa Catarina • 8 Terreno pantanoso das margens de lagoas e desaguadores de rios; constitui a base da cadeia
alimentar dos oceanos • 9 Bandeirola de uma ou duas pontas para sinalizações ou para ser usada como emblema • 14 Conjunto de cabos usados para
prender uma embarcação • 15 Toucinho frito em pequenos pedaços • 20 (Fig.) Aumento grande e súbito • 21 Profundidade • 22 Ancorado • 24 Estrado para
carga e descarga • 26 Pequeno barco, robusto, de duas proas, usado para serviço nos portos, praticagem e pesca • 27 Alavanca de marchas de um veículo.
80
Náutica SudeSte
Elaboradas por A Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br
quase quadrangular • 31 Aquele que põe uma canoa ou caiaque em movimento • 32 Doce de milho verde, açúcar, leite e coco, envolto nas folhas de milho.
humberto teski
3 perguntas
“O MAR É O MEU LAR”
A velejadora Isabel Pimentel, que acaba de se tornar a primeira brasileira a dar uma
volta ao mundo navegando em solitário, não acha nada anormal viver sozinha no mar
E
m dezembro último, a velejadora Izabel Pimentel tornou-se a primeira brasileira – e latino-americana – a
completar uma volta ao mundo navegando sozinha
com um barco à vela: o Don, de 34 pés, comprado de segunda mão, na França, mais de dois anos atrás, quando ela
iniciou uma longa e solitária viagem, de quase 60 000 quilômetros no mar. Não foi a primeira grande travessia de Izabel, que já havia atravessado o Atlântico outras vezes e sem-
1
Você não
sente medo?
“Claro que sinto. Mas é um medo
controlado, porque sempre tento usar a razão
para controlar as emoções. Quando entro
numa grande tempestade, por exemplo,
como aconteceu quando peguei um furacão
no mar, perto dos Açores, meu medo é de
algo quebrar no barco e eu não poder seguir
em frente, não de eu me afogar ou coisas
do gênero. Também não sinto falta de ter
companhia a bordo, porque me comunico, o
tempo todo, com amigos e gente que sequer
conheço, via satélite. Aprendi a viver bem
na companhia apenas de mim mesmo e da
minha gatinha, a Mimi, que me acompanha
nas travessias. Nós conversamos bastante, já
que eu falo pra caramba. Também não sigo
nenhuma religião, portanto não rezo. Mas,
como sou analista de sistemas, sempre uso
a lógica para resolver situações imprevistas
nas travessias. Por isso, trabalho bastante o
autocontrole, com muita meditação e ioga.
Para mim, isso basta.”
82
NáUticA SUdEStE
2
pre sem mais ninguém a bordo – eventualmente, só com
um de seus gatos. Mas foi, sem dúvida, a maior façanha até
aqui, desta sul-matogrossense de 48 anos, que só começou a
se interessar pelo mar aos 20 e hoje o tem como lar. “O Don
é a minha casa e o mar o meu endereço”, costuma dizer aos
que querem saber mais sobre o seu peculiar estilo de vida,
navegando sempre sozinha e sem sequer a necessidade de
parar em todo lugar, como ela conta neste rápido bate-papo.
Passou algum
susto nesta viagem?
“Passei um sustão no meio do Pacífico,
mas foi culpa involuntária minha. O mar
estava bem ruim, com ondas de até dez
metros de altura, quando eu percebi
que estava ficando sem bateria. Decidi,
então, desligar alguns equipamentos e,
sem querer, esbarrei no botão do piloto
automático, que desarmou o leme na
hora. O barco, então, atravessou nas ondas
e capotou. Sorte que eu estava dentro
da cabine. Quando ele voltou à posição
normal, tinha perdido uma das cruzetas do
mastro, o que impedia a vela de funcionar.
Tive que subir no topo do mastro no meio
daquele maremoto, improvisar com um
pedaço de tábua e torcer para o barco
aguentar até a Ilha de Páscoa, a terra firme
mais próxima. Ele aguentou. Mas, depois,
foi outro sufoco para tirá-lo de lá, porque os
nativos queriam dinheiro para liberá-lo. Dei
tudo o que tinha e parti sem dinheiro nem
para comprar um biscoito na ilha.”
3
Qual será
a próxima?
“No ano que vem, devo acompanhar,
com o meu barco, uma portuguesa que
quer atravessar o Atlântico sozinha, no
barco dela, até o Brasil. Depois, ainda
não sei bem, porque grandes travessias
exigem ter dinheiro para reformar o barco,
comprar comida, pagar marinas, etc. —
e eu não tenho! Para fazer algum caixa
para a volta ao mundo, cheguei a vender
o dessalinizador do meu barco, que
transformava água do mar em potável,
em Paraty. E evitei fazer escalas, para
não precisar gastar dinheiro nas ilhas.
Mas quero muito navegar até a Polinésia
Francesa, através de uma rota que poucos
já usaram: o Estreito de Behring, no topo do
hemisfério Norte. Muita gente diz que o que
eu faço é arriscado, mas eu não acho. No
mar, me sinto em paz. E, se puder escolher,
é dentro de um barco que eu quero morrer.
Mas, que ninguém se preocupe, porque
não tenho planos de fazer isso tão cedo.”
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MARINA IGARARECÊ

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