GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS NO MUNDO Great

Transcrição

GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS NO MUNDO Great
GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS NO MUNDO
Great Environmental Impacts in the world
Davi Theodoro da Costa
Engenharia de Produção da Faculdade Educacional Araucária
Jackson Salles Vaz
Engenharia de Produção da Faculdade Educacional Araucária
Jaime Sergio Frajuca Lopes
Engenharia de Produção da Faculdade Educacional Araucária
Amanda Gotardi
Gestora Ambiental
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo avaliar as consequências da ação humana sobre o ambiente,
usando como exemplos cinco relevantes impactos ambientais que já ocorreram no planeta, tanto
por ações antrópicas como por causas naturais. Tendo em vista que o tema “impacto ambiental” é
atualmente bastante debatido, buscou-se no desenvolvimento deste trabalho destacar o efeito
causa/consequência das atividades humanas no ambiente. Demonstrando também que para haver a
tentativa de equilíbrio ecológico versus desenvolvimento humano e tecnológico deve-se executar
melhor planejamento, conscientização e uma gestão ambiental eficiente, focados na busca contínua
de um desenvolvimento sustentável.
Palavras-Chave: Impactos Ambientais. Atividades Humanas. Causas Naturais.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
56
ABSTRACT
This work aims to assess the consequences of human action on the environment, by using as examples five
relevant environmental impacts that have occurred on the planet, both by anthropic actions and by natural
causes. Having in view that the theme “environmental Impact” is currently widely discussed. We tried,
while doing this work, to highlight the cause/consequence effect of human actions on the environment.
Demonstrating also that for there to be the ecological balance versus human and technologic
development, one must carry out better planning, consciousness raising, and an efficient environmental
management, focused on the continuous search for a sustainable development.
Key-words: Environment Impacts. Human action. Natural causes.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
57
INTRODUÇÃO
No Brasil e no mundo as questões ambientais vêm ganhando enorme
repercussão, não apenas pelas notícias divulgadas quase diariamente, mas também
pela consciência ambiental de uma crescente parte da população. Todos os dias, os
jornais e os noticiários divulgam notícias de acontecimentos catastróficos, como
temporais, secas prolongadas, derretimento das geleiras, invasões das regiões
costeiras pelo mar, furacões e outros desastres climáticos [1].
E é essa difusão da questão ambiental, realizada principalmente pela mídia
de problemas ecológicos e de impactos ambientais causados pelo homem ou não,
(como poluição, acidentes que afetam o meio ambiente global, extinção de
espécies, entre outros) que contribuem para o afloramento de um contingente de
pessoas que pautam suas condutas pelo respeito á natureza, sensibilizando-se e
conscientizando-se sobre o tema [2].
Impacto Ambiental, por definição, é qualquer alteração significativa no
meio ambiente - em um ou mais de seus componentes - provocada por ação
humana. Obviamente, fenômenos naturais como erupção vulcânica, incêndio
florestal espontâneo e terremoto causam igualmente impactos no meio ambiente
[3].
Na história, foram vários os casos onde ocorreram grandes impactos
ambientais, causados tanto pela ação do homem quanto pela ação da natureza, que
serão tratados com maiores detalhes no desenvolvimento deste trabalho.
Estes impactos na maioria das vezes causam destruição de habitat, perda de
flora e fauna, contaminação do ambiente e da população, entre outros.
Com esse nível de degradação, torna-se evidente a necessidade de melhor
planejamento e utilização dos recursos disponíveis, sendo que ocorrendo o oposto,
danos irreversíveis ao meio ambiente, abrangendo-o como um todo, podem ser
ocasionados.
Desta forma, os avanços científico-tecnológicos, de sistemas de gestão e de
legislação ambiental, somados à melhoria da educação em geral e a um aumento da
consciência sobre as questões ambientais, são fundamentais para minimizar os
impactos causados pela civilização humana.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
58
A justificativa deste estudo encontra-se na crescente problemática
ambiental no planeta, nos impactos causados pela ação do homem ou mesmo por
causas naturais, abrangendo vários aspectos, como por exemplo, as atividades
petrolíferas e o descarte incorreto de dejetos industriais. Mas, no entanto, que
tenham marcado a história como os grandes impactos ambientais no mundo e que
tenham despertado a atenção e interesse na população.
O objetivo é apresentar os efeitos da ação humana sobre o ambiente que
tiveram bastante repercussão na mídia e na sociedade, destacando os grandes
impactos ambientais no mundo, sendo eles por causas naturais ou antrópicas.
Ainda, as causas e consequências dos exemplos citados como grandes impactos
ambientais no mundo, para o ambiente e sociedade, mostrando através deste, que
os impactos naturais ou não, geram perdas muitas vezes irreparáveis ao meio
ambiente e a sociedade.
A metodologia utilizada foi realizada por uma revisão bibliográfica sobre o
tema, buscando em jornais, revistas, livros, periódicos e artigos, os impactos que
mais tiveram repercussão na mídia e na sociedade, buscando no referencial teórico
destacar grandes acontecimentos, bem como dimensionar os danos causados ao
ambiente e sociedade.
IMPACTOS AMBIENTAIS
A preocupação com o futuro do planeta vem ocupando um lugar
privilegiado entre as atividades humanas, principalmente pela divulgação dos
possíveis impactos advindos das ações antrópicas.
Nos dias atuais têm-se provas óbvias do aumento da degradação do meio
ambiente e da redução da qualidade de vida em nível mundial, para tanto, para o
tema “impacto” ser abordado neste trabalho, necessita-se uma melhor
compreensão de seu significado [4].
Impacto Ambiental [5] é definido pela Resolução CONAMA n°001, de 23 de
janeiro de 1986 como:
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
59
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - As atividades sociais e econômicas;
II - A biota;
IV - As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V- A qualidade dos recursos ambientais.
O impacto ambiental pode ocorrer não apenas por ações e atividades
antrópicas, mas também por causas naturais, levando em consideração a definição
de impacto ambiental da ABNT ISO 14001:2004 que é “qualquer modificação do
meio ambiente, adversa ou benéfica (...)” [6].
A degradação causada pelos furacões, pelos tsunamis e pelas queimadas
naturais são impactos de origem natural, ou seja, de causas naturais, e não
propriamente resultados da ação do homem sobre o ambiente como, por exemplo,
as atividades petrolíferas, a agricultura, as pastagens para a criação de gado,
mineração, entre outros, mas que podem também ter resultados catastróficos.
O impacto ambiental pode ser também adverso ou benéfico, ou seja,
causando malefícios ou benefícios ao ambiente (ISO 14001:2004) [6]. Há atividades
produtivas de impactos ambientais relevantemente positivos como a gestão
responsável das unidades de conservação (parques e reservas), o reflorestamento
de áreas degradadas, a cultura de plantas e animais (o que minimiza a coleta
predatória), os chamados “negócios verdes” (reciclagem, produtos biodegradáveis,
serviços de recuperação, etc.), já quanto aos impactos adversos são aqueles que
normalmente são mais citados e divulgados como a poluição atmosférica,
contaminação da água, destruição da flora e fauna, desmatamento, etc.
Esses impactos não são frutos apenas de uma civilização moderna, eles já
vêm sendo ocasionados desde o início da evolução humana. De acordo com o
professor de geografia Jared Diamond, com o crescimento populacional as pessoas
são forçadas a adotarem meios de produção intensificados, onde as práticas
ambientais não sustentáveis levam a vários possíveis impactos, mesmo que naquela
época [7].
Após décadas de uso ininterrupto de recursos naturais, o homem entrou em
um período, onde a relação homem-máquina tornou os métodos de produção mais
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
60
eficientes: a revolução industrial, que se caracterizou pela substituição das
ferramentas manuais pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do
modo de produção doméstico pelo sistema fabril [1].
Mas as consequências para a sociedade e para o planeta como a poluição
ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento
desordenado das cidades foram bastante nocivas.
Assim, durante séculos predominou a ideia da natureza servir apenas para
satisfazer as vontades humanas, não se questionando o limite deste usufruto,
porém com o tempo a sociedade foi se conscientizando de que a capacidade e
suporte do planeta são limitados e que o uso excessivo de recursos naturais pode
causar danos irreversíveis ao meio ambiente [4].
GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS NO MUNDO
Conforme a sociedade avança no sentido tecnológico, deve-se avançar
também a busca por novas tecnologias que visem amenizar os impactos ambientais
advindos das atividades humanas.
A preocupação com a proteção do meio ambiente aliada ao crescimento
populacional e à pressão ambiental e social, ressaltou a necessidade de um
desenvolvimento que não conduza á exaustão dos recursos naturais.
No Brasil, a Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Política Nacional do Meio
Ambiental) prevê para atividades potencialmente poluidoras o Licenciamento
Ambiental, onde em seu processo são definidas ações mitigadoras para possíveis
impactos destas atividades [5]. Mas mesmo com o apoio da legislação ou a falta de
fiscalização, acidentalmente, ou não, os impactos acontecem, em menores, médias
ou grandes proporções, sejam nos dias atuais ou mesmo no passado.
Alguns desastres e catástrofes ambientais marcaram a história como os
grandes impactos ambientais do mundo, causando poluição, contaminação dos
solos e água, milhares de mortes de pessoas e de animais e perda da vegetação. E
entre alguns deles estão os impactos antrópicos como “O mal de Minamata”, o
vazamento de gases em Bhopal e o de petróleo no Golfo do México, e os impactos
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
61
ambientais provenientes de causas naturais como o Tsunami no Japão em 2011
causado por um maremoto e casos isolados de erupções vulcânicas.
MAL DE MINAMATA
Em 1932, a empresa Chisso Corporation passou a usar a Baía de Minamata,
no sul do Japão, como depósito de resíduos industriais, entre eles o mercúrio,
utilizado como catalisador na produção de plástico. Em 1956, pescadores dessa baía
japonesa começaram a ter uma doença batizada de mal de Minamata, que causava
paralisias e podia matar. Conforme publicação de matéria da Revista Época [8], os
casos surgiram porque a indústria lançou espontaneamente durante quatro
décadas 27 toneladas de mercúrio no oceano, contaminando peixes e frutos do
mar, e com o tempo o mercúrio transforma-se num composto orgânico que entra
na cadeia alimentar, passa do plâncton para peixes herbívoros, destes para os
peixes carnívoros e por último, para o homem. Em 1953, foi identificado o primeiro
caso de lesão no sistema nervoso de moradores locais. O resultado foram dezenas
de mortes e milhares de pessoas contaminadas. E de acordo com artigo publicado
na revista eletrônica Mundo Estranho [9], além das consequências físicas terríveis, a
doença é transmitida geneticamente, acarretando o nascimento de crianças com
deformações. Até 1997, mais de 12.500 haviam sido reconhecidas pelo governo
japonês como "vítimas de Minamata" – figura1. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e
centenas morreram. A região só foi declarada livre de mercúrio em 1997, quando as
redes que impediam os peixes contaminados de nadar para outras águas foram
retiradas.
Desta forma, é possível analisar como um contaminante é capaz de entrar
na cadeia alimentar, e assim afetar todo um ecossistema, levando em consideração
que estes resíduos industriais foram despejados na baía sem nenhum tipo de
tratamento específico para este tipo de efluente industrial.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
62
Figura 1: Vítimas do “Mal de Minamata”
Fonte: www.cetem.gov.br/mercurio/semiquanti/por/caso_minamata.htm
VAZAMENTO DE GASES EM BHOPAL (ÍNDIA)
Em Bhopal, na noite do dia 2 para o dia 3 de dezembro de 1984, 40
toneladas de gases letais vazaram de uma fábrica de pesticidas da Union Carbide,
hoje pertencente à Dow Química. No desastre, 20 mil pessoas foram mortas. Além
disso, ao menos 150 mil sofrem de doenças crônicas resultantes do vazamento, e 20
mil permanecem sob o risco de serem envenenados pelo lixo tóxico deixado no
local, de acordo com dados do Greenpeace [10].
Na noite do acidente os gases escaparam de um tanque durante operações
de rotina. Os precários dispositivos de segurança que deveriam evitar desastres
como esse, apresentavam problemas ou estavam desligados. Além disso, a sirene
de segurança, que deveria alertar a comunidade em casos de acidente, estava
desligada.
De acordo com o jornal eletrônico O Estadão [11], o caos e o pânico
tomaram a cidade à medida que dezenas de milhares de pessoas tentavam escapar
do gás. Corpos de cães, gatos e pássaros se acumulavam nas ruas na mesma
proporção em que as vítimas humanas enchiam os necrotérios.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
63
Testemunhas da época contaram que a direção do vento é que definia,
aleatoriamente, quem morria ao entrar em contato com a nuvem letal.
Ainda segundo o Greenpeace [12], sua equipe e grupos comunitários de
Bhopal em 1999, visitaram a fábrica abandonada para avaliar as condições
ambientais do local e dos arredores. A equipe documentou a presença de estoques
de agrotóxicos, assim como resíduos perigosos e materiais contaminados
espalhados por todo o terreno. Encontraram níveis elevados de metais pesados e
compostos clorados no solo e na água, e, em alguns locais, os níveis eram bastante
alarmantes. Até hoje, o solo e a água têm altos níveis de metais pesados e derivados
de cloro cancerígeno.
A quantidade de vítimas inocentes civis em Bhopal chocou o mundo e
provocou mudanças no comportamento da indústria (Figura 2). Depois desse
desastre, a legislação ambiental e de segurança química em muitos países ricos
ficou mais rigorosa. O desastre, que, segundo a Justiça, teria sido causado por
negligência, é considerado o acidente industrial mais grave da história.
Figura 2: Vítimas do vazamento de gases em Bhopal.
Fonte: johnsloan.squarespace.com
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
64
VAZAMENTO DE PETRÓLEO NO GOLFO DO MÉXICO
No dia 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma da British
Petroleum Deepwater Horizon, no Golfo do México, matou 11 pessoas e rompeu
tubulações no fundo do oceano. Desde então, uma quantidade estimada de 779
milhões de litros de óleo vazaram no oceano, fazendo deste o maior acidente
ambiental da história dos Estados Unidos, segundo revista Veja [13].
Ainda segundo a revista, a causa do acidente seria por decisões tomadas
por várias empresas e equipes de trabalho que contribuíram para o acidente que
surgiu de um conjunto complexo e interligado de falhas mecânicas, julgamentos
humanos, engenharia de projeto, execução operacional e interfaces de equipes.
Uma semana após o desastre, autoridades americanas confirmaram ter
encontrado pelo menos seis golfinhos e quase 40 tartarugas mortas no litoral sul
dos Estados Unidos, de acordo com dados do jornal eletrônico BBC [14].
O petróleo jorrou do poço sem controle por 87 dias, o derramamento foi
interrompido no dia 15 de julho através de uma cúpula localizada na entrada do
poço, feita pelos engenheiros da empresa responsável, a BP. Figura 3.
Cientistas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, estimam que os
impactos sobre o ecossistema durem dez anos, pois atingiu com severidade o
habitat da região, revelaram uma camada de até 10 centímetros feita de óleo e
restos de animais em decomposição, de acordo com dados da matéria divulgada no
site Planeta Sustentável [15].
O petróleo sendo tóxico pode ser intoxicar os animais ou acarretar sofrer
danos internos por ingerir esta substância, além de que a morte de muitos animais
de uma mesma espécie afeta a cadeia alimentar.
Alguns organismos ajudam a oxigenar os oceanos e estimulam a atividade
de micro-organismos – duas funções indispensáveis para o ecossistema local e que
terão impactos sérios sobre todas as espécies, inclusive aquelas importantes para a
atividade pesqueira [15].
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
65
Figura 3: Vazamento de óleo no Golfo do México
Fonte: noticias.r7.com
TSUNAMI (JAPÃO)
Os tsunamis são ondas de grande energia geradas por abalos sísmicos, que
têm sua origem em maremotos, erupções vulcânicas e nos diversos tipos de
movimentos das placas do fundo submarino, podendo causar grandes impactos e
catástrofes ambientais [16]. Foi o que aconteceu no Japão, no dia 11 de março de
2011, quando um terremoto atingiu a costa nordeste do país, gerando um tsunami
que ameaçou países da costa do Oceano Pacífico. Na cidade de Sendai, barcos,
carros, casas e quase tudo foi arrastado pela onda, causando muita destruição.
O tremor teve epicentro no Oceano Pacífico a 130 km da península de Ojika,
no Japão, a uma profundidade de 24 km, considerada baixa, segundo matéria do
jornal eletrônico G1 [17].
De acordo com a revista Veja [18], foi o mais violento terremoto já
registrado no país: 9 graus na escala Richter. Morreram mais de 15 mil pessoas, e
milhares estão desaparecidas. Estradas e ferrovias foram destruídas.
Suas consequências são tão piores quanto mais construídas e povoadas são
as áreas atingidas. As águas arrastam tudo que encontram pela frente, criando um
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
66
entulho destruidor. Casas, pontes, prédios, veículos, embarcações, são empurrados
pelas águas junto com destroços de todo tamanho e natureza, chocando-se com o
que encontram pela frente. Esse arrastão de grandes massas, não só de água, tem
absurdo efeito destrutivo.
Os impactos em construções industriais e reservatórios de material
inflamável provocam explosões e incêndios industriais, com elevado potencial de
liberação de gases tóxicos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a refinaria
Cosmo, em Kobe, próximo a Tóquio.
Na região agrícola inundada pelo tsunami, a destruição de depósitos de
defensivos agrícolas e fertilizantes químicos contamina as águas e o solo. As ondas,
além de destruírem as plantações, revolvem o solo e carregam os produtos
químicos. As águas espalham o entulho, com numerosos elementos tóxicos,
poluindo vastas áreas, figura 4.
É um dos fatores de terremotos/tsunamis e eventos climáticos extremos, a
população e área construída, a ausência de áreas naturais de amortecimento, como
os manguezais, e do grau de prontidão e capacidade de prevenção do país [19].
Figura 4: Tsunami no Japão (2011).
Fonte: vibemidia.com
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
67
ERUPÇÃO DO VULCÃO DO MONTE TAMBORA
Outro fenômeno natural bastante impactante no ambiente são os vulcões,
que quando saem de seu estado de dormência e entram em atividade, tornam-se
destruidores.
Erupções vulcânicas e subsequentes fluxos de lava às vezes queimam
grandes extensões de floresta, enquanto os gases liberados podem matar animais
selvagens, figura 5.
Segundo matéria do Discovery Channel [20], no dia 10 de abril de 1815, o
vulcão do Monte Tambora, em Sumbawa, na Indonésia entrou em erupção, onde
foram liberados cerca de 200 milhões de toneladas de dióxido de enxofre e 100
quilômetros cúbicos de pedras, impactando a vida da região, acabando com
animais, grande parte da vegetação local, destruindo a paisagem, causando
poluição atmosférica, além das mudanças climáticas inesperadas que fizeram com
que países do hemisfério Norte fossem devastados pela fome e por surtos de
epidemia, durante o verão de 1816, entre eles a Suíça, França, Irlanda, Hungria,
Inglaterra, Alemanha, Nova York, Canadá, China e Índia.
Ao longo do ano seguinte, uma pesada nuvem de cinzas pairou no ar em
todo o globo, impedindo que os raios do sol atingissem a Terra. A geada e as chuvas
decorrentes deste fenômeno devastaram as lavouras, causando “O Ano sem
Verão”.
O número de mortos na Indonésia chegou a centenas de milhares. Somados
com as 117 mil vítimas que morreram no cataclismo original, esse foi um dos
desastres naturais mais mortais da história [20].
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
68
Figura 5: Vulcão do Monte Tambora, na Indonésia.
Fonte: apolo11.com
RESULTADOS
Verificou-se que os impactos ambientais, termo bastante utilizado
atualmente, podem ser ocasionados de várias maneiras e atividades, nota-se que os
mesmos sempre existiram, naturalmente ou não, e que sua analogia encontra-se na
capacidade de transformar o ambiente muitas vezes com a mesma intensidade ou
até maior.
Obviamente, que o impacto humano sobre o ambiente até os dias de hoje
constitui-se em uma parcela muito maior, quando comparada aos impactos
naturais.
Acidentalmente ou não, estes acontecem praticamente todos os dias, e são
frutos principalmente da comodidade de uma civilização moderna, que necessita
primeiramente rever seus modos, fazer novas escolhas, escolhas essas que
contribuam para a redução do impacto humano individual ou social no planeta, seja
ela desde uma ação simples como separar os resíduos recicláveis, até mesmo
substituir o uso do automóvel pela bicicleta.
Cada indivíduo pertencente à sociedade tem de compreender sua
importância e desempenhar seu papel, tendo conhecimento das consequências que
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
69
podem ocorrer. Sabendo-se que individualmente, ações podem ser tomadas,
inseridas em seu cotidiano, tornando-se parte de suas atividades o cuidado com o
meio ambiente.
CONCLUSÃO
Como visto anteriormente a humanidade já presenciou cenários de
degradação e segundo Diamond (2010) “Tais colapsos do passado tendem a seguir
cursos similares, verdadeiras variações sobre um mesmo tema” [7].
Assim, torna-se evidente a necessidade de melhor planejamento e execução
de projetos, com o objetivo de uma gestão ambiental eficiente, focados na
preservação ambiental, para que causemos o menor impacto possível.
Além da tão citada conscientização, há também o debate sobre
investimento em desenvolvimento e pesquisas de tecnologias inovadoras, a fim de
amenizar os efeitos de uma sociedade cada vez maior e mais impactante.
Porém de acordo com a revista Planeta, o planeta não dispõe de recursos
infinitos para sustentar um crescimento ilimitado, e jogar essa carga de
insustentabilidade nas costas da inventividade humana também é arriscado,
sobretudo quando a população aumenta 80 milhões a cada ano [21].
Assim compreende-se que não se pode apoiar na ideia de que como sempre
ocorreram impactos ambientais, mesmo no início da evolução, este seja um
processo natural, que mudanças acontecem, sabendo-se que se tem uma
quantidade de habitantes no planeta inúmeras vezes maior. Deve-se lembrar
sempre, que naquela época não se tinha o conhecimento e nem a experiência
necessária para evitar citados danos. A sociedade moderna necessita saber lidar
com condições ambientais adversas.
Não há de se ficar atônitos com tal situação, e sim reformular o pensamento
e o modo de agir, deixando o egoísmo de lado e partindo em busca da tão sonhada
“sustentabilidade”.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
70
REFERÊNCIAS
[1] N. S. Mattos – Terra em alerta. São Paulo, Editora Saraiva (2010), p. 06 – 31.
[2] R. Dias – Marketing Ambiental, Ética, Responsabilidade
Competitividade nos Negócios. São Paulo, Editora Atlas (2009), p. IX.
Social
e
[3] C. G. Penna – Impacto ambiental do conforto humano. Artigo publicado no site
O Eco (2008). Disponível em: http://www.oeco.com.br/carlos-gabaglia-penna/19410impacto-ambiental-do-conforto-humano Acesso em: 19 de março de 2012.
[4] M. C. Fogliatti – Avaliação de Impactos Ambientais, Aplicação aos Sistemas de
Transporte. Rio de Janeiro, Editora Interciência (2004), p. 03.
[5] E. Saraiva, A. L. T. Pinto, M. C. V. S. Windt e L. Céspedes – Legislação de Direito
Ambiental. São Paulo, Editora Saraiva (2011), p. 503 - 614.
[6] Org. ABNT NBR ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental: Princípios Gerais.
(2004). ABNT: Rio de Janeiro.
[7] J. Diamond – Colapso, como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso.
Rio de Janeiro, Editora Record (2010), p. 19.
[8] Revista Época – Publicação Eletrônica. Desastre na Baía Azul, como o lixo
industrial se transformou em desastre ecológico. Editora Globo, edição 39° (1999).
Disponível em:
http://epoca.globo.com/edic/19990215/ciencia4.htm#tit Acesso em 17 de março de
2012.
[9] Revista Mundo Estranho – Publicação Eletrônica. Quais foram os maiores
desastres ecológicos do mundo. Editora Abril, edição 22° (2003). Disponível em:
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-foram-os-maiores-desastresecologicos-do-mundo Acesso em 20 de março de 2012.
[10] Greenpeace – ONG – Publicação Eletrônica. Bhopal: 20 anos depois, Dow
Química ainda não pagou pelo desastre. (2004). Disponível em:
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/bhopal-20-anos-depois-dow-qu/
Acesso em 20 de março de 2012.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
71
[11] Jornal O Estadão – Publicação Eletrônica. Índia condena oito por vazamento de
gás que matou milhares há 25 anos. (2010). Disponível em:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,india-condena-oito-porvazamento-de-gas-que-matou-milhares-ha-25-anos,562669,0.htm Acesso em 18 de
março de 2012.
[12] Greenpeace – ONG – Publicação Eletrônica. Bhopal, Índia o pior desastre
químico
da
história1984
2002.
(2002).
Disponível
em:
http://www.greenpeace.org.br/bhopal/docs/Bhopal_desastre_continua.pdf Acesso
em 18 de março de 2012.
[13] Revista Veja – Publicação Eletrônica. Qual é a gravidade do vazamento de
petróleo no Golfo do México?. Editora Abril (2010). Disponível em:
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/qual-gravidade-vazamento-petroleogolfo-mexico Acesso em 20 de março de 2012.
[14] BBC Brasil – Planeta e Clima – Publicação Eletrônica. Aonde vai parar o óleo da
BP?. (2010). Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/planeta_clima/2010/05/ainda_e_impossivel
_ter_numeros.shtml Acesso em: 19 de março de 2012.
[15] Site Planta Sustentável – Publicação Eletrônica. Impactos no Golfo do México
durarão
uma
década.
Editora
Abril
(2011).
Disponível
em:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticias/impactos-golfo-mexico-duraraodecada-diz-pesquisa-619627.shtml Acesso em 17 de março.
[16] Site Ambiente Brasil – Publicação Eletrônica. Os Tsunamis. (2003). Disponível
em:
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_salgada/os_tsunamis.ht
ml Acesso em 15 de março de 2012.
[17] Jornal G1 – Publicação Eletrônica. Forte terremoto atinge a costa nordeste do
Japão
e
gera
tsunami.
(2011).
Disponível
em:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/03/forte-terremoto-atinge-o-japao-eprovoca-alerta-de-tsunami.html Acesso em 15 de março de 2012.
[18] Revista Veja – Publicação Eletrônica. Tsunami no Japão. Editora Abril (2011).
Disponível em: http://veja.abril.com.br/tema/tsunami-no-japao Acesso em 15 de
março de 2012.
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
72
[19] S. Abranches. Mega terremoto e tsunami destruidor atingem Japão. Artigo
publicado
no
site
Ecoploítica.
(2011).
Disponível
em:
http://www.ecopolitica.com.br/2011/03/11/mega-terremoto-e-tsunami-destruidoratingem-japao/ Acesso em 17 de março de 2012.
[20] Discovery Channel – Brasil – Publicação Eletrônica. Com os pés na Terra: O ano
sem verão. (2011).
Disponível em:
http://discoverybrasil.uol.com.br/guia_terra_extremo/sem_verao/terra_extremo_fa
tos/index.shtml Acesso em 17 de março de 2012.
[21] Revista Planeta. 7 bilhões: Expresso Terra lotado. Editora Três, edição 465º.
(2011).
Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade | ano.1 n.1 | jul - dez 2012
73