Avant-première no BRT brasileiro

Transcrição

Avant-première no BRT brasileiro
Lançamento
Caio apresenta sua carroçaria Solar
Feiras
FIAA 2010
Ano 1 - Número 3 - Dezembro 2010
www.revistaautobus.com.br
Fetransrio 2010
Avant-première
no BRT brasileiro
Neobus e Man LA apresentam suas
novidades aos sistemas de BRT
Transporte urbano
Etransport 2010
Barcelona adapta seus híbridos
Combustíveis renováveis
São Paulo compra seus primeiros
ônibus a etanol
ANUNCIE
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O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente
Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788
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Opinião
Índice
Novo Mega BRT
08
Chassi articulado Man
12
Fetransrio 2010
14
São Paulo compra 50
ônibus a etanol
18
Evolução da espécie
20
Vôlei Futuro
26
Híbrido Barcelona
38
Rápidas - 03
Nostalgia - 43
Ponto de vista - 40
Thermo King - 17
Frota começa a ser adaptada - 23
Caio Solar - 24
Tecnologia Tarifária - 25
Volvo SCR - 28
Mercedes-Benz 400 mil - 30
Motores MWM - 31
FIAA 2010 - 32
Articulado Dina - 34
Mercado Internacional - 36
Smart Move - 42
O Rio de Janeiro se consagrou na capital do ônibus,
seja na forma como utiliza o veículo em sua mobilidade
urbana, seja na representatividade de uma feira e um
congresso de porte nacional que enfatiza o transporte
coletivo sobre pneus.
Em mais uma edição da Fetransrio (a 8ª.), paralela ao
Etransport, que cravou seu 14º. Congresso, o assunto
transporte de passageiros realizado por ônibus foi amplamente debatido quanto a modernização de sistemas
e serviços que focam o futuro de curto prazo em várias
cidades brasileiras, com grande expectativa dos grandes eventos esportivos que aqui logo se realizarão.
Além disso, as principais novidades do mercado, em se
tratando de veículos e equipamentos, foram abordadas
pelas fabricantes locais.
Não há mais dúvidas que nossa indústria fabricante de
carroçarias, chassis e acessórios estão em uma fase de
modernidade que não fica aquém dos principais nomes
internacionais. Afora, não podemos esquecer do sistema rodoviário com um paradigma de extrema evolução.
Entretanto, o que realmente falta é uma política pública
urbana que possa fomentar o modal para que este proporcione ao passageiro melhores condições de conforto,
segurança e rapidez. O tema BRT está sendo discutido
como solução inerente ao progresso do ônibus nas
urbes. Nada mais salutar.
Mas cabe aí uma ressalva que podemos examinar a
ausência de ações mais concretas quanto a utilizar formas alternativas em tração, que resultariam em benefícios ao ambiente urbano e ao cidadão que reside nele.
Ainda não saímos do estágio de propostas, projetos
interessantes e pesquisas conceituais. Temos a mão
muita coisa boa que deve ser aproveitada de imediato,
faltando apenas definir que tipo de financiamento possa
ser utilizado para o emprego dessas tecnologias atuais.
Afinal, ninguém quer pagar a conta sozinho e para isso
há a necessidade de envolvimento do setor empresarial, de governantes e da sociedade, esta que não deve
apenas ver o ônibus como um mal necessário que trafega pelas ruas. E a briga pelos BRT´s parece que já
começou. No evento carioca duas novidades foram
mostradas, em chassi e carroçaria. O embate tem cores
que pode trazer muita coisa interessante, afinal o ônibus não pode mais ser visto como um contexto simplório, arcaico. Se queremos nos figurar na modernidade
da evolução, devemos vê-lo como agente que induz a
essa inspiração.
Antonio Ferro
Editor
Fotos Capa - Divulgação Man LA e Jorge dos Santos
Contato
Rua José Ignácio, 126 centro
Atibaia – SP CEP - 12940 630
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Telefones 11 9832 3766
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Número 3 – Ano 1
www.revistaautobus.com.br
Redação
Editor - Antonio Ferro
Editoriação eletrônica
Antonio Feliciano Junior
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Jornalista responsável:
Luiz Neto
MTB - 30420/134/59-SP
DEZ 2010
Administração web
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Circulação - dezembro 2010
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Rápidas
Divulgação
Volvo Trucks & Buses Argentina tem novo presidente
José Olímpio Dal Magro Franscisco assumiu a presidência da Volvo Trucks & Buses Argentina, em substituição
a Carlos Pacheco, que recentemente voltou ao Brasil
para ocupar a gerência de pós-venda de produtos e serviços da marca. Ele ficará baseado em Buenos Aires. Em
sua nova função, se reportará a Roger Alm, presidente
da Volvo do Brasil. Graduado em Engenharia Mecânica
pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), atua no
segmento de veículos comerciais desde 1992, e trabalha
no Grupo Volvo desde 1999.
Man LA fornece ônibus para a
Costa Rica
80 chassis Volksbus, modelo 17.210 OD
encarroçados com Mascarello, foram embarcados para a cidade de San José, capital da Costa Rica, entre agosto e outubro
passado. Os veículos foram adquiridos por
Raymond Semaan, proprietário das empresas de transporte Trocopa S.A. y Buses Ina la Urca.
Segundo a montadora, o chassi escolhido
garante um baixo custo operacional aos
frotistas que necessitam de um veículo
para transporte urbano ou fretado.
A carroçaria Mascarello possui possui 12
metros de comprimento e capacidade para 46 lugares, sendo que dois deles estão
reservados a passageiros que utilizam
cadeiras de rodas, além de contar com
elevador.
Divulgação
Caio Induscar participa de feira nos EUA
A brasileira Caio Induscar participou recentemente
da Buscon America's Convention for Buses
(Convenção Americana para Ônibus), uma feira
anual que reúne todos os encarroçadores e montadoras de chassis norte - americanos e os fabricantes de peças e insumos para o segmento de
transporte coletivo sobre pneus.
A marca expôs o modelo G3400 (Giro 3400), padrão norte-americano com 38 assentos, toalete,
seis monitores de DVD, montado sobre chassis
Freightliner.
De acordo com a direção da encarroçadora, o Giro
3400 foi muito bem aceito naquele mercado, fazendo com que a empresa reveja a sua exportação de um volume de 80 a 100 unidades para o
país em 2011.
A Caio também anunciou que fechou uma venda
de 8 unidades do Giro 3400 para uma transportadora que atua na região de Nova Iorque, nos EstaDEZ 2010
dos Unidos. A empresa já havia adquirido outras 5
unidades do mesmo veículo.
4
Rápidas
Cancun tem o Movi
Destino turístico de porte mundial, a cidade mexicana de Cancun iniciou neste mês o seu sistema de
ônibus urbano denominado Movi, que se assemelhará ao conceito de Corredores com Alto Nível de
Serviços, presente na Europa. O sistema consiste
no uso de veículos com piso baixo, pagamento antecipado das passagens e centro de controle das
operações. Se caracterizará por ser um circuito na
zona hoteleira da cidade, sincronização do serviço,
otimização das rotas, freqüências e tempos de percurso.
Em termos de veículos, serão necessários 70 ônibus, que já foram adquiridos da Volvo Bus Latin
America, modelo Access (chassi B7R LE e
carroçaria Caio Induscar) em um investimento de
US$ 14 milhões.
Marco Hernandez
O benefício ambiental de um BRT
sante, 1,72 km/litro e opacidade de 0,25. A velocidade mais constante reduz consideravelmente o
esforço do motor e a emissão de poluentes”, disse. O Expresso Tiradentes transporta 95 mil
passageiros por dia.
Divulgação ViaSul
Um importante corredor de ônibus paulistano, onde a segregação do veículo é total, representa um
essencial ganho ao meio ambiente da metrópole.
Pelo Expresso Tiradentes, com os ônibus trafegando livre dos automóveis e dos constantes congestionamentos, um comparativo entre o que é consumido em combustível e emitido em fumaça, foi
revelado pela direção da operadora do sistema. O
sistema conta com 13 km de vias e 8 paradas,
além de proporcionar uma velocidade constante
que pode chegar a 50 km/h. Lá operam ônibus
articulados e mais recentemente biarticulados (10
no total). Segundo Mario Albuquerques, diretor
executivo da ViaSul Transportes Urbanos Ltda.,
duas grandes vantagens operacionais do Expresso
podem ser constatadas na economia operacional e
na questão ambiental. “Operamos com articulados
que conseguem fazer 2,46 km por litro de diesel e
índice médio de 0,40 de opacidade (limite máximo
de 1,10 medido por opacímetro), enquanto que os
biarticulados apresentam um número bem interes-
50 novos veículos para a Real Auto Ônibus
A empresa carioca Real Auto Ônibus adquiriu recentemente 50 novos ônibus - chassis Man (17.230 EOD / V
-Tronic) e carroçaria Marcopolo para suas operações
urbanas no Rio de Janeiro, tanto no segmento convencional, como no serviço Vip. A aquisição é parte de
seu cronograma de renovação anual.
A idade média da frota é de 2,5 anos
DEZ 2010
E pensando nos turistas que constantemente aportam
na Cidade Maravilhosa, a transportadora promove a
língua inglesa à seus motoristas. Mais de 30 profissionais já se formaram no curso oferecido. Segundo a
empresa, as aulas ocorrem por meio de um roteiro
com o conteúdo básico de informações e expressões
úteis para o dia a dia do motorista. A professora Sandra Silva informou que os alunos são aplicados e não
apresentaram dificuldades de aprendizado até
o momento.
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Rápidas
Hibribus em São Paulo
Pacote sob medida para ônibus
Foto - Bruna Lopes
O corredor verde
Mil mudas de Manacás foram plantadas no Corredor Metropolitano ABD, que liga a zona sul da capital paulista, passando por cidades da região metropolitana, à zona leste. O evento foi uma realização da Metra – empresa que opera e administra
os corredores de ônibus São Mateus-Jabaquara e
Diadema-Brooklin, em conjunto com outras 16
empresas que compõem o Grupo ABC.
Segundo a Metra, a ação é a terceira fase do projeto batizado de “Corredor Verde”, sendo que nos
dois últimos anos foram plantadas outras 2500
árvores. A meta do grupo é atingir a marca de
5000 mudas.
O plantio de árvores faz parte da política de sustentabilidade da Metra, a qual contempla outras
ações como o tratamento de água para reuso, a
coleta seletiva de lixo, o investimento em tecnologias limpas para compor a frota de ônibus, a
substituição de copos descartáveis por reutilizáveis dentre os colaboradores, a doação de papel
para instituição social que promove a reciclagem
e entre outras.
DEZ 2010
Fotos - Divulgação
O ônibus híbrido da Volvo iniciou seus testes na cidade de São Paulo em outubro passado. De acordo
com a SPTrans, órgão gerenciador do
transporte municipal, o veículo, que realizou sua primeira prova de campo na capital paulista rodando na Linha 724A Butantã/Aclimação, voltará em março de
2011, para testes definitivos já equipado
com sistemas "onboard" que medirá a poluição emitida.
O programa de teste com o ônibus híbrido
da Volvo tem financiamento a fundo perdido do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e coordenação da Fundação
Clinton. Seu propósito possibilitar o desenvolvimento da tecnologia híbrida dentro da
America Latina, a fim de que as cidades
possam acelerar sua habilidade de incorporar tecnologias mais eficientes de com-
6
A Scania lançou no mercado brasileiro mais de 20
pacotes de serviços direcionados ao segmento de
ônibus. A montadora informa que exclusividade
inclui peças e mão de obra especializada a um
preço reduzido para facilitar a manutenção ou a
revisão dos veículos de transporte coletivo da
marca.
“Os pacotes podem gerar uma economia de até
40% sobre o valor das peças vendidas separadamente. Além de o serviço ser realizado por um
mecânico da rede autorizada Scania, que pode se
deslocar até a garagem do cliente. Tanto as peças adquiridas como sua instalação, são oferecidas com garantia de um ano”, explicou Luiz Antonio Pigozzo, gerente de Serviços do segmento
Ônibus da Scania no Brasil.
Outro detalhe é que a Scania também passa a
disponibilizar um canal com os clientes que queiram enviar sugestões para a criação de novos
pacotes de serviços para ônibus. A iniciativa visa
a identificação de necessidades emergentes e a
resposta cada vez mais rápida da rede de concessionárias da marca ao segmento de ônibus.
Rápidas
Man mostra desempenho positivo
O Grupo MAN teve um bom desempenho no terceiro
trimestre de 2010. Segundo informações da marca
alemã, o ambiente econômico melhorou ainda mais
nos trimestres recentes, e isto está tendo um efeito
positivo nos mercados de transporte e energia. Os
pedidos da MAN no período terminado em 30 de Setembro de 2010 totalizaram 11.0 bilhões de euros, um
aumento de 52% em relação ao ano passado.
No negócio de veículos comerciais, a MAN beneficiouse do potencial oferecido pelos mercados globais. Segundo a montadora, o resultado positivo novamente
se repetirá em seu desempenho no próximo trimestre.
As entradas de pedidos para veículos comerciais cresceram 71%, em comparação com o mesmo período do
ano anterior.
Double Decker inovador
Os alemães da Viseon Bus não pouparam esforços criativos para desenvolver o modelo de ônibus com dois pisos
LDD 14 (6x2). Com linhas externas
modernas e elegantes que farão a diferença em serviços interurbanos, o
veículo traz características bem elaboradas, como o piso baixo no pavimento
inferior e o seu design, de extremo
arrojo. Apresentado durante a ultima
IAA, por enquanto só estará disponível
ao mercado europeu. Sua capacidade
interna é para até 133 passageiros e a
mecânica usa um propulsor da marca
Man, de 10,5 litros e 400 cv, transmissão automática e eixos da marca ZF.
Seu comprimento é de 14 metros e a
altura externa de 4 metros.
Divulgação Viseon Bus
A Agrale comemorou em outubro passado a marca de
35 mil chassis fornecidos para os modelos de miniônibus Volare. Em mais de 12 anos de parceria, que se
revelou um sucesso nos segmentos urbano e de fretamento, a Agrale dispõe à marca gaúcha chassis com
PBT entre 5.250kg e 8.500kg, nas versões V5, V6, V8,
W8 e W9.
Para Flavio A. Crosa, diretor de vendas da Agrale, a
marca de 35 mil unidades produzidas comprova os atributos de robustez, conforto, versatilidade e segurança,
e representa a satisfação dos clientes com a nossa linha
de produtos. “Estamos muitos felizes em poder colaborar para o sucesso dos miniônibus Volare”, revelou.
Agrale e Volare iniciaram a parceria em 1998, e desde
então, a montadora de chassis participa ativamente do
desenvolvimento e lançamento de novos modelos.
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Divulgação
Parceria de 12 anos
Foto - Jorge dos Santos / Fetranspor
Lançamento Fetransrio
Começa a luta
pelos BRT´s
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Lançamento Fetransrio
A implantação de 20 sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) no Brasil anima a indústria de
ônibus e faz com que os primeiros sinais de movimentação sejam percebidos com a
apresentação de novos produtos.
A
Fetransrio 2010 foi palco para novidades focadas na operação de corredores
segregados
com alta capacidade de transporte de passageiros, os chamados BRT. Serão 20 projetos de
implantação já confirmados em
nove cidades brasileiras que se
preparam para os grandes acontecimentos esportivos de 2014 e
2016. Apesar de não estar definido um número exato de quantos veículos (articulados e biarticulados) serão utilizados em
todos os projetos, estimativas
dão conta que até a realização
dos Jogos Olímpicos no Rio de
Janeiro serão adquiridas entre
2.000 e 3.000 unidades adequadas aos corredores. Nesse contexto, duas importantes marcas
do setor fabricante de ônibus
revelaram a disposição de disputar o grande filão que promete
ser para os próximos anos no
segmento urbano. Para isso apresentaram no evento carioca
novidades em chassi e carroçaria para o padrão do transporte
de alta capacidade.
Visão futurística
peza e um aspecto muito atrativo. Os engenheiros da Neobus
projetaram uma grande área
envidraçada para promover aos
passageiros uma excelente visão
externa, o que representa maior
conforto durante as viagens.
Seu comprimento é de 20 metros e uma versão biarticulada
já é o próximo passo estudado
pela encarroçadora, o que não
impede ainda uma configuração
com apenas um módulo de carroçaria, projeto especial para
atender determinados órgãos
gerenciadores que necessitam
de
algo
diferente.
“Apresentamos esta nova carroçaria ao prefeito do Rio de Janeiro e às autoridades do transporte carioca e a recepção foi
muito boa. É um produto certo
para o momento certo”, revelou
Adelir.
Além da aparência, detalhes
internos que também privilegiam as viagens estão presentes.
A começar pelo pé direito do
salão, que tem 2,20 metros de
altura em uma versão com piso
alto e largura de 2,60 m, a maior entre as carroçarias urbanas.
Sistemas de ar-condicionado e
internet sem fios, pequenos painéis eletrônicos de informação
ao passageiro, monitoramento
por câmeras de vídeo internas e
externas, espaço para peças
publicitárias localizadas nas late-
Foto - Divulgação
Um paradigma que se quebra
ficou por conta da encarroçadora
gaúcha Neobus, que mostrou
sua inspiração baseada no conceito dos modernos trens bala e
bondes. O Mega BRT, como foi
definido o nome para a futurística carroçaria, expõe um design
de vanguarda, nunca antes visto
em terras brasileiras em se tratando de um ônibus urbano. O
traço reto deu lugar às linhas e
formas redondas, com um apelo
aerodinâmico de extrema grandeza. A versão exposta na Fetransrio foi a mais sofisticada
em razão de sua configuração
composta por vários elementos
que proporcionam muito conforto e comodidade aos passageiros. “Quisemos impactar o mercado com um produto diferenciado, moderno e arrojado. Com
isso fugimos da padronização do
que é atualmente encontrado
nas atuais carroçarias urbanas”,
revelou Adelir José Boschetti,
diretor de engenharia da Neobus.
Ostentando um visual com total evolução, a sua área frontal
tem uma generosa curva em seu
perfil. Aliada aos outros elementos, como o amplo pára-brisa, o
conjunto óptico e o párachoques, proporciona elegância
e harmonia favoráveis ao estilo.
Os retrovisores avançados, com
a propriedade do modelo rodoviário, conferem uma característica especial ao veículo.
As laterais da carroçaria possuem superfícies lisas, o que
proporcionam facilidade em lim-
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Fotos - Divulgação
Lançamento Fetransrio
Detalhes marcantes, tanto internos, como
externos, promovem aspectos de última
geração no novo Mega BRT.
A nova carroçaria Mega foi apresentada ao prefeito carioca Eduardo Paes e ao Ministro dos Esportes
Orlando Silva no local onde ocorre a abertura do
Túnel da Grota Funda - uma das etapas mais importantes da implantação do futuro corredor
TransOeste, que ligará a Barra da Tijuca ao bairro
de Campo Grande, distantes 56 km. De acordo
com a Secretaria Municipal de Transportes, a opção pelo transporte público é importante não só
para melhorar os níveis de mobilidade urbana,
como também a sustentabilidade dos grandes
conglomerados urbanos.
O consumo de energia relativo por passageiro que
se desloca em uma viagem de ônibus articulado é
92% menor do que o de um passageiro que se
desloca por automóvel e a redução dos níveis de
DEZ 2010
A marca de Caxias do Sul promoveu uma readequação de sua unidade de Caxias do Sul (RS) para
acomodar a nova linha de produção da carroçaria,
onde foram implantados ferramentais e gabaritos
específicos para que a mão de obra especializada
(treinada de acordo com os preceitos do projeto)
possa trabalhar na fabricação do Mega BRT.
emissão de gases com a entrada dos novos padrões Euro 5 em 2012 para os ônibus articulados
será 50% menor em relação aos veículos Euro 3.
Foto - Jorge dos Santos / Fetranspor
rais superiores do salão e até um pequeno
local na traseira para acomodação de bicicletas, são alguns dos opcionais que estavam
presentes no novo Mega BRT. E para o motorista um habitáculo especial, que nada lembra
o dos ônibus tradicionais. “Isso não representa que não vamos oferecer uma configuração
mais simples, dependendo das variáveis de
cada transportador ou exigência do poder
concedente do transporte. Além disso, disponibilizaremos piso baixo integral ou somente
Low Entry. Estamos preparados para atender
todos os requisitos”, explicou o executivo da Neobus. Ele lembrou que o custo operacional, a praticidade e a facilidade de manutenção da nova carroçaria também serão itens imperativos que promoverão benefícios ao operador. Não foi revelado
seu valor de aquisição, pois depende de uma série
de elementos construtivos, mas Adelir adiantou
que será um pouco mais caro que outras versões,
porém suas vantagens compensarão.
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Lançamento Fetransrio
Um novo chassi
A outra boa nova na feira carioca foi o lançamento do chassi
articulado da Man Latin America,
única montadora de ônibus do
Brasil que ainda não possuía em
seu portfólio um produto com as
características para o transporte
de massa sobre pneus. Ainda se
trata de um protótipo, com produção em escala somente no
segundo semestre de 2011, mas
significa que a marca não está
alheia ao que está acontecendo
entre os envolvidos na cadeia do
transporte urbano.
O novo veículo pode ser considerado um modelo Low Cost
(custo baixo) para proporcionar
ao transportador custo benefício
otimizado em suas operações.
Vem equipado com o motor da
Cummins de 320 cv e transmissão automática ZF Ecomat 4,
além de suspensão pneumática
composta por bolsões de ar
complementados por folhas de
molas semi-elípticas. Há também o sistema de rebaixamento
da suspensão para facilitar os
embarques e desembarques.
Com piso alto, pode ser encarroçado em modelos de até 18,60
m de comprimento e seu PBT é
de 26 toneladas.
“Queremos aproveitar a transformação que ocorrerá no Brasil
em termos de mobilidade urbana com a implantação dos corredores de BRT. Nosso novo chassi
tem um perfil desenvolvido para
as operações nesses sistemas,
proporcionando conforto, segurança e maior capacidade de
passageiros”, informou Ricardo
Alouche, diretor de vendas da
Man Latin America.
Outro detalhe é que o veículo
está enquadrado nas normas
NBR 14022 e 15570, que dizem
respeito a acessibilidade e de
fabricação de ônibus urbanos,
respectivamente. Com isso as
versões articuladas terão que
seguir uma série de requisitos
em sua construção, não sendo
mais permitidas as adaptações
com chassis de motorização dianteira.
“O novo chassi foi a grande
novidade da feira, atraindo as
atenções de todos os nossos
concorrentes que estavam presentes na Fetransrio”, enfatizou
Alouche.
Com isso a linha de chassis da
marca passa atender a partir do
ano que vem os variados segmentos dentro da operação urbana, desde os modelos menores até o de maior capacidade
(160 passageiros).
Alouche também revelou que a
unidade brasileira, localizada em
Resende (RJ), passa a ser centro
de desenvolvimento de chassis
para ônibus para países sul americanos, africanos e asiáticos.
“A confiança de nossa matriz
com a linha de produção no Brasil nos incumbiu de desenvolver
e produzir chassis com motor
dianteiro ou traseiro destinados
aos mercados emergentes”, disse.
Outros tipos de chassis, mais
sofisticados e dotados de tecnologia, como os oferecidos ao
O novo chassi ainda não tem
definido e só estará no mercado
ano que vem, porém atraiu os
outros fabricantes durante a
2010.
DEZ 2010
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um nome
a partir do
olhares de
Fetransrio
Lançamento Fetransrio
mercado europeu, ainda não
virão ao Brasil a curto prazo.
“Para o Brasil, o perfil de produtos se enquadra apenas em
chassis, não queremos concorrer
com os encarroçadores que estão aqui, por isso não temos
intenção nenhuma em trazer
produtos integrais”, explicou
Alouche.
Outro detalhe divulgado foi
que o produto ônibus ganha uma área de engenharia própria
Ficha técnica – Volksbus
articulado
Motor – Cummins ISC de 320 cv
e torque de 1.300 Nm
Transmissão – Automática ZF
Ecomat 4
Capacidade técnica por eixo
(Peso kg)
Eixo dianteiro – 6.500
Intermediário / Traseiro –
10.500 e 11.500
Total admissível – 28.500
Peso Bruto Total (PBT) homologado – 26.000
DEZ 2010
contando com equipes específicas para projetos e fabricação,
ficando em separado do segmento de caminhões. Os setores
de vendas, pós-vendas e assistência técnica também serão
exclusivos a cada parte.
Alouche - Vamos disputar com nossas
concorrentes um segmento que ainda
não dispúnhamos.
Fotos - Divulgação
Biodiesel B20
Além de visualizar o mercado de BRT, a Man Latin America
promove outro tipo de sustentabilidade no segmento de
transporte, que é o uso em testes operacionais do biodiesel
com a mistura de 20%. A montadora está muito confiante
que o laboratório de campo com o B20, realizado atualmente
na cidade do Rio de Janeiro com cinco ônibus da marca, surta efeitos muito benéficos ao ambiente e à população quando
os 8.500 ônibus da Cidade Maravilhosa estiverem usando o
combustível em 2016, ano dos Jogos Olímpicos . O programa
de testes com o B20 é uma iniciativa da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do RJ
(Fetranspor) e do Governo do Estado. A meta é alcançar uma
economia de 55 milhões de litros de diesel por ano, a redução de 148.000 toneladas de CO2 e de 3.276 toneladas de
material particulado emitidos por ano, segundo dados da entidade fluminense.
Ainda, de acordo com a Man, a mistura de 20% de biodiesel
não requer qualquer modificação na estrutura dos motores,
bastando apenas um plano de manutenção especial.
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Fetransrio / Etransport 2010
Os ônibus da
Guanabara
Em mais uma edição da Fetransrio e do Etransport, veículos, equipamentos, projetos e ações
públicas voltadas para a inserção do ônibus na mobilidade urbana deram o tom para se
buscar um modo eficaz quando o assunto é transporte público.
A
cada dois anos, as
margens da Baía da
Guanabara recebem um
evento que tem como
principal foco o ônibus. E a Marina da Glória acolhe os principais
fabricantes de carroçarias, chassis, equipamentos e de ideias
inovadoras quanto a promover
um transporte coletivo sobre
pneus com sustentabilidade e
racionalidade. A edição de 2010
trouxe algumas novidades que
marcarão o momento do setor
de transporte no Brasil, a começar pela nova carroçaria futurística da gaúcha Neobus idealizada para o BRT e um novo chassi
da Man LatinAmerica, na versão
articulada (em destaque nas
páginas 8 e 12).
O evento carioca também foi
uma oportunidade para que outras montadoras de chassis expusessem as atualizações de
alguns de seus veículos e ainda
pelo lado do contexto de novos
combustíveis com apelo sustentável, como é o caso da Mercedes-Benz do Brasil que demonstrou no Rio de Janeiro seus projetos e testes com as alternativas renováveis, como o biodiesel
DEZ 2010
e o diesel da cana, além de
mostrar o desenvolvimento da
tecnologia Euro 5.
De acordo com Agnaldo Mariano, gerente nacional de Vendas
de Ônibus da Mercedes-Benz,
além de poder oferecer produtos
adequados à cada tipo de operação, há ainda a necessidade de
ser conveniente com a questão
das práticas ecologicamente corretas, disponibilizando modelos
que reduzam os impactos negativos ao meio ambiente. “A Mercedes-Benz é muito favorável
aos combustíveis renováveis,
como o biodiesel e o diesel da
cana-de-açúcar”, disse Mariano.
A montadora acumula ampla
experiência no desenvolvimento
do uso de biodiesel, tendo alcançado a marca de 2.600.000
quilômetros de testes operacionais em ônibus abastecidos com
esse biocombustível, entre avaliações com B5 e B20. Já com o
diesel verde, feito a partir da
cana, Mariano enfatiza a exclusividade no desenvolvimento de
uma nova versão ao tradicional
diesel. “Entendemos que temos
que oferecer tecnologias com
uma boa relação de custo opera14
cional e que ainda tenha a possibilidade a atendimento imediato. O diesel da cana é uma dessas soluções, produzido aqui no
Brasil e que tem o traço de preservar o meio ambiente e ainda
pode ser utilizado não só em
motores novos, como nos mais
antigos”, explicou. Ele também
lembrou que a unidade fabril de
São Bernardo do Campo é um
centro de desenvolvimento
mundial do ônibus da MercedesBenz e que todas as tecnologias
modernas podem ser produzidas
para atender ao que pede a demanda dos sistemas de transporte por ônibus.
A Scania do Brasil esteve presente na Fetransrio com o chassi
F230 4x2 NZ para o mercado
urbano e com uma novidade,
que foi o K310, chassi para aplicação intermunicipal com balanço traseiro curto, o que proporciona maior flexibilidade para a
distribuição das poltronas nas
carroçarias. De acordo com a
marca, o menor balanço promove uma equilibrada distribuição
de todo o peso do veículo nos
eixos. Já o F230 reforça a volta
da montadora ao mercado de
Fetransrio / Etransport 2010
linhas urbanas com um veículo
dotado de motor dianteiro, sendo idealizado para os sistemas
bairro a bairro e na alimentação
aos BRT´s. Possui motor de cinco cilindros e 230 cv de potência. “A Scania sempre priorizou
a segurança, o conforto dos passageiros e o custo operacional
competitivo com seus veículos.
Queremos ver rodando por aqui
os mesmos modelos da marca
que rodam em quantidade na
Europa e em outros países”, disse Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da
Scania do Brasil.
Na linha de chassis leves e
médios, a Agrale levou os
modelos MA 9.2 e MA 15.0,
dois de seus principais veículos com grande destaque na
robustez para enfrentar as
condições severas das aplicações urbanas. A versão MA
9.2, para o segmento de microônibus, tem como novidade a transmissão ZF 5S420,
de cinco velocidades. Segundo a montadora, a nova
transmissão possui escalonamento de marchas específico
para a melhor utilização das
características de torque e
potência do motor MWM International Acteon 4.12 TCE
de 150 cv. Outro modelo
exposto, o MA 15.0, é indicado para o segmento Midibus (com carroçarias de até
11 m de comprimento) e
opera tanto em serviços urbanos, como em intermunicipais de curtas e médias distâncias. Ele é equipado com
motor eletrônico MWM International 4.12 Acteon TCE de quatro
cilindros, com 185 cv de potência e torque de 680 Nm.
A Volvo do Brasil mostrou duas
novidades recentes voltadas aos
segmentos urbano e rodoviário o seu veículo 7700 híbrido que
está rodando em diferentes
cidades brasileiras e chassi
rodoviário
B12R
8x2
desenvolvido para carroçarias
Double Decker.
Mas o grande destaque foi o
seu urbano híbrido com a tecnologia da combinação paralela
entre o motor a diesel e a tração
elétrica. “Esta tecnologia tem
duas vantagens principais: mais
DEZ 2010
economia de combustível e
grande redução no impacto ambiental. O sistema híbrido da
Volvo proporciona uma redução
no consumo de combustível de
até 35%. Já a diminuição das
emissões de poluentes que saem do escape pode variar de
80% a 90%, na comparação
com motores a diesel convencionais”, disse Luis Carlos Pimenta,
presidente da Volvo Bus Latin
America. O inovador veículo foi
testado em rota comercial em
Curitiba em setembro último,
fazendo a linha Interbairros 2, e
em São Paulo, na linha USP –
Aclimação.
precisa de investimentos imediatos e significativos em infraestrutura viária e veículos ainda
mais modernos, como os que
utilizam tecnologia de tração
híbrida e/ou movidos por combustíveis alternativos e renováveis”, evidenciou Paulo Corso
diretor de operações comerciais
para o mercado brasileiro
da Marcopolo.
O executivo também estimou
que um produto específico para
o BRT (carroçaria) estará pronto
em 2012, ano em que os primeiros projetos dos corredores de
ônibus nas cidades brasileiras
onde haverá os jogos da Copa,
comecem a ganhar corpo.
“Já fizemos alguns levantamentos e estudos para desenvolver um produto BRT
visando a implantação dos
futuros sistemas. Dependemos saber quais serão as
características e os padrões
a serem adotados nos corredores nas capitais brasileiras”, explicou Corso. Outro
detalhe revelado por ele é a
preocupação da encarroçadora quanto a oferecer inovação dentro da necessidade do mercado, como por
exemplo, disponibilizar o
conceito
sustentável
na
construção das carroçarias,
com peças recicláveis que
possam permitir uma sinergia com o meio ambiente.
Etransport 2010
Mobilidade inteligente.
Lélis Teixeira - Planejamento é
essencial para que as cidades possam
se desenvolver dentro dos conceitos
de sustentabilidade.
Em se tratando de carroçarias
para ônibus, a gaúcha Marcopolo
ressaltou sua experiência internacional e participação em sistemas de transporte coletivo em
algumas das principais capitais
mundiais com o BRT (Bus Rapid
Transit). “Sabemos que, para
que as pessoas escolham o ônibus como meio de transporte, é
preciso garantir rapidez, conforto e segurança. É nisso que temos investido e trabalhado. O
transporte coletivo depende e
15
Simultâneo à Fetransrio aconteceu o 14º. Congresso sobre Transporte de Passageiros –
Etransport – onde técnicos, operadores, autoridades públicas e
a sociedade se reuniram para
discutir projetos, ações e soluções para enfrentar o desafio da
mobilidade urbana em tempos
de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos (com ênfase ao BRT), fator
determinante que já deveria
fazer parte do desenvolvimento
das cidades brasileiras. Outros
aspectos, como sustentabilidade
no transporte e a melhora da
qualidade de vida urbana, também foram debatidos como necessidade urgente para reduzir
os impactos negativos causados
Fetransrio / Etransport 2010
por um modelo de operação antigo, que pouco promoveu em
termos de atualização.
“É preciso mesmo priorizar o
transporte coletivo para termos
cidades mais organizadas e,
consequentemente, oferecermos
melhor qualidade de vida à população”, disse Lélis Marcos Teixeira, presidente executivo da
Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros
do
Estado
do
Rio de Janeiro).
Segundo ele, as cidades brasileiras estiveram distantes no
conceito de planejamento em
seus crescimentos. Nas palavras
do executivo, não podemos ter
cidades acidentais, mas sim intencionais, como uma proposta
urbanística para oferecer maior
qualidade de vida aos seus habitantes. “Certamente, o transporte coletivo se insere nessa idéia
de evolução das regiões urbanas, com a priorização aos ônibus”, enfatizou.
Congestionamentos urbanos
são conseqüências do cada vez
mais excesso de automóveis
pelas ruas, de uma política que
proporciona prerrogativas ao
seu financiamento e a falta de
investimentos a uma rede de
transporte público eficaz. Segundo o presidente da
Fetranspor,
estudos
indicam que há um
acréscimo de 10% nos
custos do transporte
nas grandes cidades
devidos aos congestionamentos viários, pois
o que se tem é um aumento da frota devido
a atender a freqüência
de horários estipuladas
pelo
poder
público.
“Consideramos isso o
grande gargalo que faz
com que as cidades
não funcionem adequadamente, por isso a
necessidade urgente de
se implantar uma mobilidade inteligente como forma de reverter
esse quadro”, completou Lélis Teixeira.
Com o tema BRT,
uma nova maneira de
se pensar o transporte coletivo
urbano com os benefícios da
DEZ 2010
segurança, da rapidez e da eficiência nas operações dos ônibus,
aspectos essenciais para atrair e
fidelizar os usuários.
Para o ministro Marcio Fortes,
do Ministério das Cidades, a preferência pelo BRT nas cidades
que receberão a Copa é por conseqüência dos êxitos que esse
tipo de serviço alcançou pelo
mundo. “O PAC da mobilidade
irá investir R$ 18 bilhões em
diversos projetos de transporte
coletivo e obras viárias. Investiremos em transporte de massa
com foco ao BRT (valor de R$ 7
bilhões), que considero ideal
para a realidade do transporte
brasileiro”, contou.
Ele também destacou a qualidade dos ônibus produzidos aqui
e a realidade em que se encontram as empresas. “Acompanhei
em diversas feiras o que a indústria disponibiliza para o mercado brasileiro e posso dizer que
ela se encontra em um estágio
moderno e que é capaz de oferecer aos mais variados serviços, veículos altamente atrativos”, disse o ministro.
Em seu discurso, Fortes também mostrou que deve haver
uma integração entre os meios
de transporte coletivo para que
toda a sociedade possa ganhar
em termos de mobilidade. “O
ônibus não será capaz de aten16
der sozinho toda a demanda de
passageiros de uma grande cidade. Devemos planejar para
que haja uma racionalização
entre os modais existentes. Uma
coordenação entre um BRT e a
bicicleta é uma boa opção para o
Rio de Janeiro, por exemplo”,
completou.
No quesito sustentabilidade,
palavra da moda atualmente, o
Etransport abordou o tema gestão ambiental no setor de transportes. De acordo com Luiz Firmino Pereira, presidente do Inea
– Instituto estadual do meio ambiente do Rio de Janeiro – durante muito tempo houve um
distanciamento entre os órgãos
ambientais e o segmento de
transportes, promovendo em
certos momentos aspectos de
policiamento por parte dos órgãos estaduais que causavam
desentendimentos entre as partes. “Hoje, com as ações promovidas pela Fetranspor em conjunto com o Inea no sentido de
se buscar formas para que os
ônibus reduzam suas emissões,
todos se coordenam pelo controle da poluição do ar no Rio de
Janeiro, como o programa de
inspeção veícular e monitoramento da frota”, destacou
Firmino.
Fotos - Jorge dos Santos / Fetranspor
Lançamento
apresenta o
X900
V
isando o segmento de
ônibus urbano no Brasil
e na América Latina, a
Thermo King lançou
durante a Fetransrio 2010 o
X900,
aparelho
de
arcondicionado que traz vantagens
em seu peso, na sua potência e
em seu tamanho. De acordo
com informações da fabricante,
o modelo tem comprimento de
apenas 2.500 mm e pesa 136
kg, caracterizando-se como um
produto compacto que ocupa
menor espaço no teto do ônibus
e garante melhor visual. Segundo Paulo Lane, gerente de produto da Thermo King para a América Latina, o X900 é mais
fácil de instalar, pois o projeto
foi concebido em uma única peça, com menor quantidade de
conexões e menor risco de
vazamentos.
“Graças ao controlador com
tecnologia CAN, o equipamento
tem operação otimizada, mais
recursos de manutenção preventiva e de diagnóstico, permite
interface com o chassis e carroçaria, entre outros benefícios”,
disse. Como o modelo é específico para o transporte urbano,
onde o entra e sai de passageiros é grande, a Thermo King se
preocupou em proporcionar maior efic]ácia no funcionamento do
aparelho. “Esta nova linha vem
também com uma preocupação
de proporcionar o ar condicionado com uma qualidade de ar
superior, com sistema de renovação, filtragem e tratamento
espacial do ar. Para isso estamos utilizando um compressor
próprio, o modelo X430, projeto
específico para o segmento de
transporte com concepção para
fácil manutenção, alta eficiência
e baixo peso”, explicou Lane.
Qu an to
ao
não
cau sar
DEZ 2010
impactos
negativos
ao
meio
ambiente,
o
novo
produto
utiliza 70%
menos gás
refrigerante que a
linha atual
da
fabricante, proporcionando menor
custo de instalação e manutenção. Seu condensador é fabricado em alumínio brasado e possui
serpentina micro canal com alta
eficiência. “Ele também está
equipado com pré-filtro de ar,
que retém partículas maiores, e
o filtro anti-pólen, capaz de reter impurezas como fungos, ácaros e pequenas partículas”, lembrou o executivo. Lane salientou
ainda que hoje há uma conscientização dos técnicos e muitos
já recuperam o gás ao fazer a
manutenção e não causando impacto ambiental. Grande
parte das oficinas conta com
máquinas recuperadoras de gás.
“A redução da quantidade de
gás na nova linha tem dois efeitos – menor uso do elemento na
carga, significando menor custo
operacional e ainda, caso aconteça um vazamento acidental, o
impacto ambiental é significativamente menor”.
O X900 inicialmente será importando da República Tcheca,
onde a Thermo King fabrica em
sua planta uma ampla linha de
produtos para os mercados da
Europa, África e Oriente Médio.
Mas o mercado, apesar de não
mostrar uma atração ao maior
uso de ar condicionado em veículos urbanos, revela-se à Paulo
Lane uma oportunidade de crescimento dos volumes comerciali17
Foto - Divulgação
Thermo King
Desenvolvida para equipar ônibus
urbanos, a novidade é a primeira de
uma nova família de equipamentos
de ar-condicionado que logo estará
no mercado brasileiro.
zados. Para ele, o ônibus urbano
tende a ser uma solução econômica e de implementação mais
rápida do que os demais meios
de
transporte
coletivo
nas cidades.
O mercado nacional de ônibus
urbano deve atingir este ano 18
mil veículos produzidos, sendo
que apenas 10% contarão com
ar-condicionado. “O aparelho de
ar-condicionado nos urbanos
não se expande mais por uma
questão do investimento necessário e regulamentação de tarifas. O empresário transportador
para montar um sistema de
transporte de passageiros de
melhor qualidade, precisa fazer
um investimento maior na sua
frota de ônibus seja na carroçaria, no chassis, ar-condicionado
ou acessórios. Sendo assim é
necessário uma tarifa diferenciada por este serviço. Em muitas
das grandes cidades, a tarifa é
regulamentada pela Prefeitura,
que não remunera o adicional do
equipamento. Algumas cidades
tinham ar-condicionado nos ônibus, como São Paulo, Recife,
Londrina, Salvador, porém foram desativados por desregulamentação da tarifa”, disse.
O volume de aparelhos de arcondicionado produzidos e vendidos pela Thermo King deve
atingir a marca de 2.500
unidades em 2010.
Combustíveis renováveis
Etanol
no tanque dos
ônibus urbanos
Chassi K270 4x2
Por muitos anos, esse combustível renovável só esteve presente aqui nos veículos comerciais
em forma de testes ou então na operação demonstrativa de suas qualidades. A partir de 2011
passará a abastecer uma frota com 50 ônibus em São Paulo.
D
emorou. Invento brasileiro com benefícios ao
meio ambiente e que
já é um dos postulantes na substituição do petróleo
na matriz energética do transporte, o etanol tem a grande
chance de aumentar sua presença no setor de ônibus urbanos
em 2011, quando uma pequena
frota passa a rodar comercialmente com ele pelas ruas de
São Paulo. Até agora, apenas
dois ônibus rodavam com o
combustível, um exclusivamente
na capital paulista e outro pelo Claudio de Senna - Etanol chega
para ocupar um espaço na matriz
corredor metropolitano ABD.
Do açúcar ao álcool, passando energética dos ônibus urbanos.
pela cachaça, a bioenergia pela
queima do bagaço para gerar Frederico, consultor da Scania
eletricidade e agora por produ- do Brasil, a escolha pelo etanol
tos sustentáveis, como os plásti- se dá por ser uma alternativa ao
cos biodegradáveis, a cana-de- alcance, já desenvolvida e com
açúcar se tornou um produto origem brasileira. “Por que a
essencial na economia brasileira opção pelo combustível? Porque
pela sua versatilidade. Somente estamos no centro de desenvolem etanol, a safra brasileira no vimento do programa mais imperíodo de 2009/2010 produziu portante e bem sucedido de um
26 bilhões de litros. E os ganhos combustível alternativo. A admiambientais com o combustível nistração municipal de São Paulo
são expressivos para toda a so- acerta ao escolher o etanol para
ciedade, face a redução dos mover os ônibus da cidade, pois
principais agentes poluidores a tecnologia adotada e o valor
provenientes dos motores de do etanol caracterizam-se como
combustão, como o dióxido de vantagens operacionais e ambientais que serão favoráveis ao
carbono e material particulado.
São Paulo, além de ser uma meio ambiente urbano”, explidas três maiores cidades do cou.
mundo, possui uma formação
física que não oferece condições Os benefícios
adequadas para a dispersão da
sua poluição emitida provinda de
Nesse contexto, o processo de
uma mobilidade altamente con- renovação e substituição dos
centrada nos veículos automoto- ônibus urbanos da capital paulisres. Segundo Claudio de Senna ta começa a dar seus primeiros
DEZ 2010
18
passos para a adoção do combustível em seus tanques. E a
Viação Metropolitana, operadora
do consórcio Unisul (com 330
ônibus em sua frota), foi a pioneira a adquirir um lote com 50
chassis Scania K270 4x2 (piso
baixo) para encarroçamento de
13,20 m de comprimento. Fruto
da parceria entre a transportadora, a ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Cosan
(distribuidora do etanol), a Scania e Prefeitura de São Paulo, o
negócio prevê o início da circulação em larga escala desses primeiros ônibus brasileiros movidos à álcool em maio de 2011.
Para Wilson Pereira, gerente
executivo de vendas de ônibus
da Scania do Brasil, o fornecimento de 50 chassis à São Paulo
representa a coroação de um
trabalho de muitos anos que a
montadora e seus parceiros do
projeto para o etanol no transporte coletivo têm proporcionado. “Mais do que vender, há que
se destacar os benefícios diretos
à população ao permitir uma
grande redução das emissões
poluentes do sistema”, disse
Wilson. Ele também lembrou
que o etanol é a solução mais
viável no Brasil dentre os combustíveis renováveis.
O chassi K270 conta com o
motor de 9 litros e 270 cv de
potência abastecido por etanol
com 5% de aditivo promovedor
de ignição. “Nosso propulsor é
capaz de reduzir a emissão de
CO2 em até 90%. Atualmente
ele atende a norma Euro 5, esta
que ainda entrará em vigência
etanol, um fundo ambiental criado pela prefeitura paulistana
através da arrecadação da multas provenientes da inspeção
veicular, visa financiar, dentre
outras tecnologias sustentáveis,
essa primeira operação em larga
escala no Brasil. Outro detalhe é
que a Cosan e a ÚNICA fornecerão o combustível (300 mil litros
ao mês já aditivados) com desconto em seu valor de aquisição
objetivando o equilíbrio do custo
Niege Chaves e Wilson Pereira - Ambos concordam que o transporte quilométrico dos ônibus.
E o projeto paulistano tende a
realizado por ônibus precisa ser reformulado para alcançar níveis reduzidos
ser um exemplo para se expandas emissões poluentes.
dir em outras cidades brasileiras
somente em 2012 por aqui”, acompanhar as convenções do que procuram soluções para o
Protocolo de Kioto quanto a polí- combate da poluição emitida
destacou o executivo.
Marcos Jank, presidente da tica de mudança climática, tra- pelo transporte. De acordo com
ÚNICA, disse que os ônibus a balhando para ter uma matriz Wilson Pereira, a Scania já receetanol têm emissões pratica- energética totalmente limpa a- beu solicitações de outras capimente nulas quanto a óxidos de través da maior adoção de com- tais interessadas pelo uso do
enxofre e material particulado e bustíveis renováveis e do uso da etanol nos ônibus urbanos.
consideravelmente reduzidas energia elétrica nos veículos. “Quem tem um projeto inovaquanto ao óxido de nitrogênio, Dentro dessa escala, o etanol se dor, que apresenta benefícios à
poluentes relevantes que cau- adéqua pela vanguarda do pro- população sempre recebe uma
sam um grande impacto negati- cesso de combate à poluição”, atenção especial. Já temos reuniões agendadas para mostrar
vo ao ambiente urbano. “Um informou Branco.
Pelo lado da transportadora, a nosso produto e suas vantaestudo realizado pelo Dr. Paulo
Saldiva, chefe do laboratório da Viação Metropolitana revela que gens”, disse ele.
Faculdade de Medicina da USP, a preocupação com a emissão
revela que se a frota de ônibus de poluentes é um tema que
O motor etanol da Scania
urbanos da região metropolitana atrai os olhares do mundo todo,
de São Paulo usasse o etanol, sendo necessário um novo conmais de 4.000 internações seri- ceito quanto a tratar dessa
am evitadas e 745 pessoas dei- questão que se faz presente caxaram de falecer em virtude da da vez mais no dia a dia empretuberculose, consequentemente sarial. “Toda empresa socialhaveria uma redução de gastos mente responsável deve preocuna ordem de US$ 150 milhões par-se em reduzir sempre os
impactos ambientais que sua
ao ano”, mostrou Jank.
atuação possa acarretar, por
isso, é com grande orgulho que
Por uma cidade mais verde
nos empenhamos em sermos a
De acordo com a lei municipal primeira empresa de ônibus a
14.933, até 2018 todos os veí- participar do projeto do etanol”,
culos do transporte coletivo pau- comentou Niege Chaves, presilistano deverão ter uma matriz dente do Grupo Metropolitana. Motor – DC09 E02 270 Euro 5
energética limpa. Com isso, os Técnicos e engenheiros da
ônibus terão o cunho sustentabi- transportadora farão visitas para 9 litros / Ciclo diesel
lidade estampado em suas ope- conhecer o funcionamento da
rações. Marcelo Cardinal Branco, operação na Europa a fim de Potência – 270 cv a 1900 rpm
secretário municipal dos Trans- acompanhar o lado operacional
portes, revelou que os transpor- com o combustível. “Nossos fun- Torque – 1200 Nm a
tes são responsáveis por 70% cionários deverão passar por 1100/1400 rpm
das emissões na capital e no treinamentos específicos para a Sistema de controle de emissentido de atingir as metas de operação com o etanol para se
sões – EGR
redução dos gases poluentes, preparar quanto à manutenção e
várias frentes estão sendo pla- acompanhamento de desempe- Redução de até 90% de CO2
nejadas e colocadas em prática. nho da nova frota”, lembrou
“A Prefeitura de São Paulo, atra- Niege.
Fonte - Scania do Brasil
Quanto ao custo operacional
vés das Secretarias do Verde e
dos Transportes, tem a meta de desses 50 novos chassis com
DEZ 2010
19
Fotos - Scania do Brasil
Combustíveis renováveis
Evolução do modal
Evolução
da espécie
N
uma escala da evolução do ônibus, podemos seqüenciar como
aspectos fundamentais
para que o veículo possa ser um
modal atrativo no transporte
coletivo urbano as trações alternativas para a redução das emissões poluentes, adequação
às normas de acessibilidade,
segurança, conforto, operação e
design. A revista AutoBus abordará um a um os seis temas,
para mostrar como o veículo se
transformou desde que aqui
chegou e foi adaptado às nossas
necessidades.
Cardápio energético
Dióxido de carbono (CO2), material particulado (MP) e óxido
de nitrogênio (NOx), velhos agentes nocivos expelidos pelos
canos de escape dos veículos
comerciais e que tanto prejudicam os habitantes das grandes
cidades no Brasil. Num balanço de emissões, regiões
metropolitanas, como a de
São Paulo, podem receber
700 milhões de toneladas ao
ano, um índice intolerável à
saúde humana.
O ônibus motorizado começou a ganhar proporções
visíveis por ruas e estradas
brasileiras a partir da década
de 1920, ainda no século
passado. No decorrer dos
anos e na atualidade, com o
desenvolvimento de variados
modelos de motores de combustão interna, movidos por
gasolina ou diesel, a matriz
energética de tração do veículo firmou-se no conceito
da larga utilização do petróleo como fonte de propulsão.
DEZ 2010
Totalmente adaptado ao ambiente
urbano brasileiro, o ônibus é peça
importante no quebra cabeça do
desenvolvimento das cidades, sendo
essencial para sua mobilidade. Mas a
modernidade revela que o veículo
precisa se adaptar a cada momento
específico, ainda mais agora onde o
conceito sustentabilidade se mostra um
fundamento a seguir se queremos
algum futuro para toda a sociedade.
Alguns exemplos que procuraram sair da dependência do óleo, como o uso de trólebus e
outras opções de propulsão foram adotadas, porém com vida
operacional muito curta.
Dentre do cardápio de combustíveis com viabilidade comercial, apesar do amplo domínio
do diesel comum (aquele que
ainda contém altas concentrações de enxofre), destacam-se
programas nacionais que fomentam a adoção dos biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol, para reduzir os efeitos negativos da poluição nas cidades
brasileiras. Na linha de sucessão
ao óleo fóssil, o biodiesel segue
em ritmo mais adiantado. Misturado ao diesel comum ou em
sua totalidade, esse elemento
energético foi instituído nos planos de abastecimento das frotas
comerciais em nosso país em
2003, através de uma ação do
governo federal para promover
sustentabilidade, inclusão social
e o desenvolvimento regional.
Começou na proporção da mistura de 3% ao diesel comum.
Hoje esse índice está em 5%,
porém há programas variantes
espalhados pelo país que utilizam o “blend” de 20% a 100%.
B20 – o próximo passo
Na cidade do Rio de Janeiro,
dentro de sua frota urbana, 15
unidades estão rodando com
20% do biocombustível por um
ano em um programa experimental promovido pela Fetranspor (Federação das Empresas de
Transportes de Passageiros do
Estado do Rio de Janeiro) com
apoio das distribuidoras de combustível e de montadoras, como
a Man LA e Mercedes-Benz. Guilherme Wilson, gerente de mobilidade da Fetranspor, destacou a
importância do uso em larga
escala do biodiesel como forma
O uso do biodiesel B20 já é uma realidade pelas
ruas do Rio de Janeiro.
20
Evolução do modal
de se conseguir uma redução
das emissões poluentes a nível
nacional. “Desde 2007, quando
iniciamos o nosso programa de
incentivo e uso do biodiesel B5,
conseguimos reduzir anualmente 10% de todo o material particulado emitido pelos ônibus, 7
mil toneladas de CO2 e economizamos 3,3 milhões de litros
de diesel”, disse.
A entidade fluminense antecipou-se às metas estabelecidas
na época, já que o índice de 5%
só seria adotado em 2013. Porém, com os resultados positivos
dos testes no Rio de Janeiro, o
Governo Federal resolveu adiantar o percentual exigido já a
partir de setembro de 2009.
No tocante ao B20, o gerente da
Fetranspor está otimista quanto
aos resultados após um ano de
operação experimental. Segundo
ele, se comparado ao diesel comum S500, o biocombustível
alcança uma redução de até 60% em material particulado e
30% de monóxido de carbono,
além de 35% de hidrocarboneto.
Entretanto, há um aumento nas
emissões de NOx (óxido de nitrogênio) em torno de 8% e no
consumo do veículo – 2,5%.
“O aumento do NOx é na verdade uma conseqüência do aumento da temperatura dentro da
câmara de combustão, além do
fato de termos na molécula de
biodiesel o elemento químico
oxigênio (não presente na molécula de diesel). Com mais oxigênio dentro da câmara de combustão, temos mais NOx na saída, inevitavelmente. Quanto ao
maior consumo pode ser justificado em função do conteúdo
energético do biodiesel ser menor que o do óleo diesel de origem fóssil, semelhante ao etanol e a gasolina. Esse fato não
pode ser alterado. O biodiesel
consome um pouco mais que o
óleo diesel, assim como o etanol
consome um pouco mais que a
gasolina”, explicou Guilherme.
A iniciativa do B20 visa as
Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. Até
lá, o governo fluminense pretende alcançar a meta de 8.500
ônibus rodando com a mistura
pelas ruas da capital. Além disso, deixarão de serem consumiDEZ 2010
Guilherme Wilson - Pioneirismo da
Fetranspor trouxe resultados significativos ao ambiente do Rio de
Janeiro: são 30% de monóxido de
carbono e outros 35% de hidrocarboneto que não são emitidos no ar da
cidade.
Fotos - Jorge dos Santos /
Fetrsnspor
dos 55 milhões litros de diesel
por ano, com conseqüências
positivas que serão verificadas
na redução de 148.000 toneladas de CO2 e de 3.276 toneladas de material particulado emitidos por ano.
De acordo com a Fetranspor, a
queima do biodiesel juntamente
com o diesel mineral (Bx) favorece a oxidação das mercaptanas, transformando-as em dióxido de enxofre, um produto mais
volátil e pouco menos danoso
aos seres vivos que habitam
especi alm ente
nas
áreas urbanas.
O biodiesel brasileiro é extraído de plantas oleaginosas, como
a mamona, o girassol e a soja,
esta última a com maior presença como fonte de produção. Guilherme Wilson disse que a soja
encabeça o processo, mas ele
faz ressalvas quanto ao tipo da
matéria-prima escolhida para se
obter o biocombustível. “Hoje a
forma mais fácil de produção de
biodiesel é através da soja, visto
que temos uma indústria do agronegócio plenamente desenvolvida no país, com potencial
enorme de crescimento e produção. Talvez esta não fosse a melhor opção, visto que a produção
de óleo a partir da soja é baixa,
tanto em termos de produtividade agrícola, como em termos de
21
presença de óleo no grão, mas é
o que temos”.
Outro aspecto lembrado por
ele seria a produção através do
reaproveitamento do óleo de
cozinha, o famoso óleo de fritura, que renderia uma base muito
bem vinda. “Não tenho dúvidas
quanto ao potencial de produção
de biodiesel a partir de óleo residual (fritura). Todavia exige uma logística especial e há uma
carência de interesse do setor
público. Mas esse é um caminho
que deveríamos explorar”,
contou.
Além do biodiesel, alternativas
semelhantes em biocombustíveis também podem ter maior
presença na matriz energética
dos ônibus urbanos. Dentre elas
o etanol e o recém criado diesel
da cana-de-açúcar são considerados opções ao alcance do
mercado, apresentando ainda
um conceito sustentável muito
atraente. “Difícil ter uma solução
tão sustentável como os produtos renováveis decorrentes da
cana-de-açúcar. O etanol brasileiro é o combustível renovável
mais sustentável do mundo. O
diesel de cana já é esperado
como uma solução transformadora na substituição de diesel
fóssil. Acredito que estes combustíveis vão ganhar cada vez
mais espaço no Brasil” relatou
Wilson.
Preocupação ambiental
E não só de biodiesel a Fetranspor está comprometida
com o setor fluminense de
transporte coletivo em se tratando quanto a preocupação
com o meio ambiente. Desenvolvendo desde 2007 o Programa Ambiental Fetranspor, suas
principais articulações dentro do
tema demonstram uma sinergia
para compensar os impactos
negativos causados pelo modal
ônibus. Dentre suas ações estão
a eficiência energética, passando à gestão ambiental empresarial e à educação ambiental do
setor, alcançando a inovação
tecnológica do controle de emissões de poluentes locais
(material particulado), a utilização de combustíveis alternati-
Evolução do modal
Programa ambiental da Fetranspor tem a meta de reduzir gradativamente a poluição
emitida pelos ônibus de suas associadas através do constante monitoramento das
emissões (como acima) e pelo uso de combustíveis alternativos até o ano de 2016.
vos, em especial o biodiesel
(como já citado), e iniciativas de
compensação ambiental quanto
aos níveis de emissão de gases
de efeito estufa.
Um exemplo dessa filosofia
ecologicamente correta é o Programa EconomizAR, fruto de
parceria entre a Fetranspor e a
Petrobras/Conpet, que colaborou
de forma muito significativa para o crescimento da eficiência
energética do setor. Os resultados apresentados, desde 1997,
permitem concluir uma redução
de aproximadamente 1,3 milhões de toneladas de CO2 e 30
mil toneladas de material particulado, que deixaram de ser
emitidos na atmosfera, bem como uma economia de 478 milhões de litros de diesel não
queimados, o que representa
quase
um
bilhão
de
reais
economizados.
Com uma frota de mais de 20
mil ônibus, as associadas da
Fetranspor ainda podem contar
com o convênio Selo Verde, um
programa de monitoramento e
avaliação dos veículos para o
controle das emissões poluentes. “Possuímos equipamentos
(opacímetros) que fazem a medição do nível de fumaça coletada no cano de escape de cada
DEZ 2010
ônibus. Através disso comparase a emissão com os índices máximos permitidos pela legislação. Nosso programa tem produzido bons resultados no Estado do Rio de Janeiro, sensibilizando os empresários e os funcionários do setor de transporte
sobre a importância do meio
ambiente para sustentabilidade
do negócio e melhoria da qualidade de vida da população”,
enfatizou Guilherme Wilson.
Da mesma forma, ele salientou
as ações da Fetranspor para desenvolver e divulgar as práticas
sustentáveis em termos de combustíveis. “Estamos sempre executando testes reais de campo,
sempre com a atração de toda a
indústria e cadeia produtiva relacionada e junto ao poder concedente. Publicar resultados e
propor políticas públicas que
possam auxiliar no desenvolvimento e implementação de soluções sustentáveis para o transporte público de passageiros
do Estado”.
Ainda, de acordo com o propósito ambiental, outro fator oferecido pela entidade à todos os
motoristas para que esses possam entender de uma maneira
simples como podem contribuir
para que haja uma otimização
22
operacional no que tange a consumo de combustível, redução
dos impactos negativos da poluição e em direção segura e econômica. Um programa denominado Motorista Cidadão, fruto da
parceria entre a Fetranspor e
Fundação Getúlio Vargas, dentre
as suas diretivas, também promove intensos ciclos de treinamentos aos condutores para de
uma forma cada vez mais adequada alcançarem índices satisfatórios em suas operações. “O
motorista precisa entender o
que ele está fazendo ao dirigir
um ônibus. Se ele possuir noções básicas quanto a uma direção econômica e defensiva, pode conseguir um índice de 20%
de economia no consumo de
combustível”, explicou Wilson.
Além disso, ele destacou que ao
seguir os preceitos determinados pelo programa, toda a cadeia transportadora também
pode sair ganhando através de
uma gestão racional do uso do
diesel. São cinco itens básicos
que se seguidos proporcionam
até 15% de economia com o
combustível – recebimento, armazenamento, filtragem, abastecimento e condições ideais de
manutenção e funcionamento
dos motores.
BRT
Frota começa a ser
adaptada
Grande Vitória apresenta os
ônibus com configuração adequada para a operação de seu
futuro sistema de BRT.
P
Fotos - Divulgação
ara atender aos requisitos dos projetos dos corredores de ônibus que
estarão em funcionamento nos próximos anos na
região da Grande Vitória (capital
capixaba), a Ceturb – Companhia de Transportes Urbanos da
Grande Vitória – apresentou os
primeiros oito ônibus configurados com portas à esquerda que
permitirão embarques e desembarques nas futuras estações e
pontos ao longo dos trajetos dos
BRT´s.
Porém a novidade ainda não
será utilizada nos veículos. Os
ônibus circularão (até o início da
operação dos corredores) com
as portas à esquerda vedadas e
com assentos instalados no espaço em frente, que não precisará ser utilizado para circulação
de pessoas em um primeiro momento e será aproveitado para
possibilitar viagens de mais passageiros sentados.
“O BRT Grande Vitória avança
mais a cada dia. Já estamos
com obras, na Serra e em Vila
Velha, que contemplam espaço
para a via exclusiva. A aquisição
destes ônibus, com portas tam-
bém do lado esquerdo, é mais
um passo em direção à implantação do sistema e mostra que
governo e empresas estão, cada
vez mais, estreitando a parceria
que já existe”, destacou subsecretária de Mobilidade Urbana
da Setop (Secretaria de Estado
dos Transportes e Obras Públicas), Luciene Becacici.
Com o intuito de se adequar a
frota ao que será implantando
em termos de infraestrutura,
técnicos da Ceturb-GV e das
empresas operadoras do Sistema Transcol se reuniram em
Vitória com projetistas de encarroçadoras de ônibus de todo o
Brasil. Como o BRT capixaba
terá faixas à esquerda foi necessário definir as dimensões e as
distâncias entre as portas e altura do piso do salão de passageiros das carroçarias para o perfeito ajuste entre as mesmas e
as estações de
embarque (que
serão em nível
com o salão do
ônibus), que se
localizaram nos
canteiros
centrais.
Dos novos ônibus que chegaram, 6 são do
modelo convencional e 2 articulados.
Vieram
Ultrapassagens dos ônibus permitidas nas estações
DEZ 2010
23
para substituir as unidades mais
antigas que já atingiram a idade
operacional. Até o fim de 2010,
outros 22 novos serão adquiridos, sendo 8 articulados.
BRT
Ao propor modernizar o transporte capixaba, o Governo do
Estado do Espírito Santo priorizará a mobilidade urbana das
cidades em que os sistemas BRT
serão implantados. É dar ênfase
ao transporte público, com índice atual de 70% dos deslocamentos coletivos somente na
Grande Vitória.
De acordo com informações da
Secretaria dos Transportes e
Obras Públicas do Espírito Santo
(SETOP), o corredor exclusivo
ligará Serra com Vitória
(capital), Vila Velha e Cariacica,
percorrendo 52 km. Aos usuários, além da importância de se
oferecer rapidez e conforto, os
idealizadores também promoverão uma ampla comunicação
feita por painéis eletrônicos instalados nos veículos, nas paradas e nos terminais, e também
através da internet e ainda por
celulares.
Uma central de controle do sistema usará tecnologias online
(monitoramento por câmeras e
GPS) para emitir informações e
garantir uma interação com os
condutores dos ônibus.
Lançamento
Caio destaca
o nicho fretamento
Divulgação
Encarroçadora apresenta o seu mais novo modelo para atender ao segmento
de serviços fretados.
U
ma nova carroçaria foi
apresentada
recentemente ao mercado brasileiro de ônibus. É o
modelo Solar, desenvolvido pela
Caio Induscar para operações do
tipo fretamento em configuração
simples ou sofisticada, como
também para linhas regulares
intermunicipais. Baixo custo operacional, conforto e segurança
são alguns dos benefícios
anunciados
De acordo com a encarroçadora, o novo modelo é uma resposta quanto às necessidades de
um serviço essencial à mobilidade urbana e também atender
cada vez mais e melhor sua clientela que procura produtos adequados aos mais variados tipos de operações.
A carroçaria possui detalhes
que a tornam singular em relação aos modelos indicados para
o mesmo tipo de serviço. Segundo a Caio, ela foi desenvolvida com alta tecnologia, dimensionada com o uso de cálculos
estruturais pelo método de elementos finitos e testes experimentais estáticos e dinâmicos,
DEZ 2010
com aquisição de sinais de tensão na estrutura.
Suas linhas externas contemplam um desenho diferenciado,
onde o padrão moderno e arrojado chama a atenção por aspectos inovadores, como o estilo
dos retrovisores e da área frontal, com elementos marcantes.
Os faróis são de baixo custo,
alta qualidade e iluminação
eficiente.
O novo Solar tem a maior largura da categoria, 2.600 mm, o
que, nas palavras da marca paulista, aumenta conforto para os
passageiros, proporciona mais
espaço para movimentação no
interior do veículo e permite diversas configurações e espaçamento, de acordo com a distribuição de poltronas. A largura
do corredor supera o que é exigido por normas vigentes.
Informações da Caio mostram
que a estrutura do Solar foi otimizada com a utilização de tubos de aço galvanizado de alta
qualidade, sendo que as tampas
laterais e capô do motor são
munidos de sistema pneumático
de abertura, com ótimo acesso
24
para
manutenção.
Ainda
conta
com
mecanismo exclusivo
para movimentação
do estepe na traseira. O batente da
porta de borracha
melhora a vedação e
reduz a vibração.
Internamente, o salão conta com poltronas de 1040 mm
de largura e cores e
revestimentos variados, oferecendo maior conforto do usuário,
facilidade
na
manutenção e limpeza. A iluminação,
dos passageiros e para o motorista, além do porta-focos, tem
sistema touch (acionamento por
toque) e o padrão é com lâmpadas LED. Opcionalmente pode
ainda ser equipado com sistema
de ar-condicionado, bagageiro
com proteção de mala, calefação, anteparos em substituição
da divisória total, monitor de
vídeo, porta-copo, porta-pacote
com detalhe em vinil, relógio
digital, sanitário, e comissária. A
altura do salão é de 1.950 mm.
O posto do motorista possui
isolamento termoacústico sobre
a base do painel, com o objetivo
de reduzir ruídos e calor (no caso de chassi com motor dianteiro); e seu desenho prevê melhor
acesso, ergonomia e manipulação dos botões e instrumentos
do painel.
Desenvolvida para chassis 4x2,
com motorização dianteira ou
traseira, a carroçaria tem comprimentos
variando entre
10.500 mm a 13.200 mm. A
marca Caio pretende conquistar
15% de fatia no segmento nesses primeiros 12 meses com o
seu novo modelo.
Tecnologia tarifária
Facilidade na
recarga
Curitiba apresentou recentemente o seu novo sistema para abastecer com créditos os cartões
transporte. A medida chega para facilitar a vida de quem usa os ônibus na cidade e na região
metropolitana.
U
Foto - Prefeitura de Curitiba / SMCS
suários do sistema de ônibus urbanos em
Curitiba e região já podem contar com
uma novidade – a ampliação da recarga
de créditos dos cartões transportes nos
2.000 ônibus que operam pela RIT (Rede Integrada de Transporte). Todos os veículos passam a
contar com validadores para créditos adquiridos
pela internet. O que antes era feito apenas em
terminais e postos de atendimentos da Urbs
(Urbanização de Curitiba), hoje já possível estender essa facilidade para dentro dos ônibus. Funciona da seguinte maneira: o usuário do sistema
compra
créditos
pelo
site
da
Urbs
(www.urbs.curitiba.pr.gov.br) e os valida, após
pagamento feito por boleto bancário e liberação
pelo banco depois de 48 horas de confirmação do
crédito.
Segundo a gerenciadora Urbs, o novo equipamento
promove maior facilidade aos usuários de todo o
sistema
A Rede em números
A Urbs informa que o procedimento de recarga
pela internet representa 72% das operações com
o cartão, por isso a adoção dessa nova tecnologia
para facilitar a vida dos usuários do sistema RIT.
Para Luiz Filla, gestor de Operação de Transporte
da gerenciadora curitibana, outra vantagem conseguida com os novos cartões é a agilidade quanto a bloqueio de cartões furtados ou perdidos. “O
procedimento, que originalmente levava 48 horas,
com a nova tecnologia leva apenas 12 horas. BasDEZ 2010
ta o passageiro telefonar para 156 e pedir o bloqueio, ou se dirigir a um dos postos da Urbs, nas
Ruas da Cidadania Carmo, Pinheirinho, Fazendinha, Boa Vista e Matriz, ou na sede da Urbs, que
fica no prédio central da Rodoferroviária”, informou.
Mas para usufruir de todos os benefícios propostos com a nova ferramenta, o usuário deve providenciar a conversão (atualização dos modelos anteriores produzidos até 16 de agosto deste ano)
do cartão, o que será feito automaticamente tão
logo ele se dirija a um ponto de venda de créditos,
seja no posto de venda da própria Urbs, na Rodoferroviária, e nos postos instalados nas Ruas da
Cidadania Carmo, Pinheirinho, Fazendinha, Boa
Vista e Matriz, na praça Ruy Barbosa. “Numa primeira etapa, com duração de cerca de 90 dias, a
conversão será feita nos cartões de usuários
e estudantes, estando isentos da operação
os idosos com mais de 65 anos, que se deslocam sem pagamento da tarifa. Quem, neste período, não fizer a conversão e deixar de
usufruir dos benefícios da chamada carga
embarcada, nem por isso é prejudicado. O
cartão continua sendo usado normalmente
durante os embarques”, explicou Marcos Isfer, presidente da Urbs.
A gerenciadora instalou 30 conversores e os
identificou nos 21 terminais de ônibus da
cidade. De acordo com informações, nos equipamentos a conversão será automática,
basta apenas encostar o cartão transporte na
máquina.
25
A RIT transporta 2,4 milhões de passageiros por
dia, dos quais 50% descolam com cartãotransporte. Sua frota é composta por 2.000 ônibus e realiza cerca de 21 mil viagens por dia, o
que corresponde em torno de 490 mil quilômetros
diários. A Rede Integrada de Transporte, além de
Curitiba, atende outros 13 municípios da Região
Metropolitana, onde 73% dos deslocamentos são
feitos pela Rede Integrada.
Fonte - Urbs
Fotos - Divulgação / Irizar
Ação esportiva
Sucesso nas quadras
e nas rodovias
Sinergia entre a equipe Vôlei Futuro e a empresa de ônibus Reunidas Paulista revela
entrosamento na promoção do esporte no Brasil.
O
voleibol brasileiro é reconhecido mundialmente por seu retrospecto vitorioso
nos últimos anos. Tanto na categoria
feminina, como na masculina, a modalidade é considerada uma das mais importantes do
esporte brasileiro. Sua presença não se limita apenas às quadras, mas também aos circuitos de areia, proporcionando êxito aqui e pelo mundo.
Em Araçatuba, no noroeste paulista, um projeto
esportivo envolvendo a associação entre a equipe
Vôlei Futuro e a Reunidas Paulista, uma das mais
tradicionais empresas de ônibus do Estado, tem
como principal foco promover o esporte com a
formação de atletas e divulgar sua marca pelo
Brasil, participando das principais competições,
como o Campeonato Paulista de vôlei e a Super
Liga Nacional.
“Atualmente trabalhamos em duas áreas distintas, que é formar atletas na categoria de base,
onde temos cerca de 1.000 crianças e adolescentes entre oito e dezesseis anos participando em
várias categorias (mirim, infantil e infanto juvenil
– masculino e feminino) e a de performance, onde
temos duas equipes adultas: masculina e feminiDEZ 2010
26
na, representando a elite do voleibol brasileiro,
pois disputam o Campeonato Paulista e a Superliga”, explicou Marcela Constantino, diretora do
Projeto Vôlei Futuro e de Recursos Humanos da
Reunidas Paulista.
As equipes do Vôlei Futuro contam com uma estrutura tecnológica atualizada composta por softwares e computadores que realizam tarefas detalhadas de acompanhamento das partidas onde são
avaliados o desempenho de cada jogador, uma
jogada e até a posição em quadra do atleta. “A
tecnologia é um item essencial para desenvolvermos nosso trabalho com exatidão em cada detalhe”, revelou Marcela.
A parceria entre as empresas ainda conta com o
apoio da encarroçadora Irizar há mais de três anos. Fornecedora de carroçarias rodoviárias para a
transportadora de Araçatuba (mais de 150 unidades comercializadas), a marca produziu recentemente um veículo totalmente adequado ao transporte dos atletas. Trata-se do modelo Century
Premium (12,70 m de comprimento), com 20 poltronas na configuração dois e um, sendo 15 na
versão leito e cinco com reclinação de 180º.
Ação esportiva
“Queremos promover o máximo em conforto e
segurança aos nossos atletas. Antes, o transporte
era feito por ônibus normal. Com isso nossos jogadores, a maioria com mais de dois metros de
altura, sofriam com dores no joelho e nas costas,
pois não se acomodavam adequadamente nas poltronas convencionais. Hoje, com o novo veículo,
isso será diferente”, disse a diretora do
Vôlei Futuro.
Internamente a carroçaria (que possui chassi
Mercedes-Benz O500 RS) também conta com banheiro, monitores de LCD, geladeira, recipiente
para suco e café, pia e pequenos armários.
Para a Irizar, a importância em ser patrocinadora
do Vôlei Futuro representa algo maior. "O propósito do Vôlei Futuro vai além da modalidade. Ele
alcança mais de 1.000 crianças carentes em projetos educacionais e esportivos, oferecendo várias
oficinas educativas e pedagógicas que permitem a
valorização da prática de cidadania e inclusão social destas crianças. É um belo projeto e uma experiência única no Grupo Irizar e nos sentimos
muito honrados em participar, pois a Reunidas
Paulista é nosso cliente de longo tempo”, disse
João Paulo Ranalli, gerente de Relações com o
Mercado da Irizar.
A criação do Vôlei Futuro é originária da própria
Empresa Reunidas. Segundo Marcela Constantino,
a idéia teve o intuito de atuar na comunidade onde a transportadora está inserida, de poder fazer
a diferença na vida de milhares de crianças e ado-
lescentes através do esporte.
A empresa de Araçatuba conta com cerca de 500
veículos, atua em cincos Estados (GO/SP/RJ/TO/
MS) e transporta cerca de seis milhões de clientes
ao ano.
E o time masculino do Vôlei Futuro consagrou-se
campeão paulista de 2010.
O sucesso da equipe masculina do Vôlei Futuro pode ser
comprovado com o título do Campeonato Paulista de
2010. Atualmente o time participa da Liga Nacional de
Vôlei.
Foto - Divulgação/Vôlei Futuro
O interior do novo ônibus é adequado ao transporte de atletas com mais de dois metros de altura.
DEZ 2010
27
Euro 5
Setor de transportes
aguarda o P7
Faltando um pouco mais de um ano para entrar em vigência no setor brasileiro de veículos
comerciais, a norma Proconve P7 exigirá recursos tecnológicos que promoverão uma
significativa redução dos poluentes emitidos pelo escapamento.
Como funcionará
O sistema SCR possui um tanque para o ARLA32
(Agente Redutor Líquido Automotivo – 32,5% de
uréia dissolvida em água destilada). Uma bomba
faz a sucção do aditivo, o pressuriza a 5 bar e o
injeta no sistema de escape por onde passam os
gases provenientes do motor. “A uréia contida no
ARLA32, quando submetida a alta temperatura do
escape, se transforma em amônia e se mistura
aos gases de escape. Essa mistura é transportada
até o catalisador, onde a uréia reage com óxidos
DEZ 2010
28
Foto - Divulgação
S
erá um atributo em tecnologia que colocará, mesmo que tardiamente, o transporte
brasileiro em um nível semelhante ao do
europeu, claro que com diferenciações
muito nítidas quanto a ainda mantermos uma frota antiga de caminhões e ônibus e também relacionado à qualidade do combustível, porque não
será de um dia para outro que o velho diesel
(1.800 ppm) carregado de enxofre deixará de existir. As dificuldades de abastecimento e adequação dos postos localizados no mais rincão deste
país e a pura falta de informação quanto a essa
nova dimensão do transporte deverão ser um contraponto inicial. Peculiaridades de nosso Brasil
continental.
A partir de 1º. de janeiro de 2012, todos os caminhões e ônibus novos que saírem de fábrica
terão que atender a norma Proconve P7,
(equivalente à Euro 5), que estabelece limites máximos das emissões dos motores diesel. Atenta a
isso, a Volvo do Brasil mostrou recentemente, em
seu Seminário de Meio Ambiente, como a tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva) será incorporada aos motores de seus ônibus. De acordo
com a montadora, esse sistema de tratamento dos
gases de escape tem uma estrutura muito simples
e com poucos componentes. “Um tanque para o
aditivo ARLA32 (o correspondente ao aditivo AdBlue usado na Europa), uma bomba, uma unidade
injetora e um catalisador, compõem esse conjunto
que será o responsável pelo controle e redução
dos gases tóxicos”, informou Mário Bittencourt,
gerente de engenharia de produto da Volvo Powertrain South America. Segundo ele, o SCR tem
uma grande vantagem, pois pode ser utilizado em
motores de todos os tamanhos, sem necessidade
de complementações com sistemas de lubrificação
ou de arrefecimento.
Tecnologia permitirá um ganho expressivo na redução
dos gases poluentes emitidos pelos motores de
combustão interna.
de nitrogênio (NOx), transformando-os em nitrogênio e vapor de água, substâncias inertes que
existem naturalmente no ambiente”, explicou Bittencourt. O Proconve P7 determinará que a redução do NOx será de 60%, passando de 5,0 para
2,0 g/kWh, enquanto que as emissões do material
particulado (a fumaça preta) tem de ser reduzidas
em 80%, passando de 0,1 para 0,02 g/kWh.
Segundo a Volvo, o ARLA32 é um líquido estável,
incolor, completamente seguro e sem odor. Claro
que para tudo isso funcionar de modo eficaz, o
combustível deverá ser o diesel S50 (2012) e o
S10 (em 2013).
Outro detalhe na configuração dos novos chassis
é que um dispositivo conhecido por OBD ou
Diagnose OnBoard, monitorará sinais importantes
relacionados às emissões, como os sistemas de
injeção, admissão de ar e gases de escape. “Este
sistema monitorará constantemente o motor e
indicará ao motorista eventuais falhas que afetam
as emissões. E dependendo da falha detectada,
também reduzirá o torque do motor em caso de
mal funcionamento persistente e que possa, de
alguma forma, comprometer o nível de emissões”,
disse
Marco
Archanjo,
engenheiro
de
desenvolvimento de produto da Volvo Powertrain
South America. Ele ainda contou que se o nível de
NOx estiver acima de 3,5g/kWh, o motorista será
alertado por um sinal luminoso no painel, a
lâmpada MIL. E o sistema também inclui um
limitador de torque em caso de o nível de
emissões de NOx exceda 7,0g/kWh.
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Montadora
Cometa
leva o ônibus 400 mil
Mercedes-Benz do Brasil disponibiliza à Viação Cometa o seu veículo 400.000
produzido no Brasil.
A
bus, sendo 567 da marca Mercedes-Benz, que operam em 60 linhas regulares, entre estaduais e
federais.
Com mais esta venda, a montadora alcança o
volume de 12.414 chassis de ônibus comercializados entre janeiro e setembro de 2010, mantendo
uma participação de 53% no mercado total.
“A forte presença de nossa marca no transporte
de passageiros está demonstrada também, de forma impressionante, na frota circulante nacional.
Atualmente, do total de ônibus em operação, 70%
são da marca Mercedes-Benz”, lembrou Maier.
O chassi O 500 RSD 6x2 - com versões de motorização de 360 cv ou 422 cv - é, segundo a montadora, reconhecido no mercado pelo excelente
desempenho e economia no consumo de combustível do motor eletrônico. Ele também pode ser
oferecido na versão 8x2.
Divulgação
Mercedes-Benz do Brasil registrou um
marco histórico em outubro - a venda de
seu ônibus 400 mil ao mercado brasileiro. O modelo que representa o fato é
um chassi O500 RSD (6x2) entregue à Viação Cometa, cliente efetivo desde 2002. O veículo faz
parte de um lote de 123 chassis O 500 adquiridos
pelo cliente neste ano.
"É com satisfação que entregamos o ônibus
400.000 à Viação Cometa, um parceiro desde
2002, quando os veículos da nossa marca foram
escolhidos para um grande processo de renovação
de frota do cliente. A aquisição de 123 chassis
O500 representa ainda um dos maiores volumes
de venda de ônibus rodoviário da nossa marca
neste ano", disse Joachim Maier, vice-presidente
de Vendas da Mercedes-Benz do Brasil.
A empresa paulista possui uma frota de 938 ôni-
DEZ 2010
30
Fabricantes
MWM apresenta
sua geração Euro 5
D
urante a 19ª edição do Congresso SAE
Brasil 2010, realizado entre os dias 5 e 7
de outubro passado, a MWM International Motores apresentou a sua nova geração de motores Euro 5, equivalente ao Proconve
P7, da família MaxxForce: MaxxForce 3.2H, MaxxForce 7.2H e MaxxForce 13H.
De acordo com a fabricante, o novo motor MaxxForce 3.2H, que está sendo desenvolvido no Brasil, possui, possui dentre suas características o
EGR refrigerado de alta eficiência, sistema que
reduz as emissões de óxido de nitrogênio e material particulado.
Já a versão 13H, outro destaque no Congresso,
conta agora com o sistema de pós-tratamento de
gases SCR. Segundo a MWM, esse propulsor para
veículos pesados, com potência entre 410 a 475
cv, foi desenvolvido com uma combinação de materiais e componentes tecnologicamente avançados que proporcionam elevada eficiência no consumo de combustível, tem uma operação silenciosa, além de alta resistência e força, sem
peso adicional.
Além das novidades expostas no evento, o mercado deve gerar em 2010 bons negócios à fabricante. Há uma expectativa para 143 mil motores
produzidos, resultado 28% maior em comparação
ao mesmo período do ano passado. . “O Brasil
está em um momento muito importante. Fatores
como a expansão da classe C e a realização da
Copa do Mundo e Olimpíadas no país impulsionam
o crescimento de muitos mercados, inclusive o
setor automotivo”, explicou Michael Ketterer, dire-
Há mais de
50 anos no Brasil
A MWM foi criada em 1922 em Mannhein,
na Alemanha, como MWM - Motoren Werke
Mannhein (o que significa Fábrica de Motores
de Mannhein). Em 1953 chega ao Brasil para
produzir, inicialmente, motores estacionários
e
posteriormente
agrícolas
(1960)
e industriais.
No ano de 1974 iniciou a produção de motores veiculares para atender a Chrysler
DEZ 2010
31
tor de Vendas e Marketing da MWM International.
Somente em propulsores para aplicações em ônibus, a marca prevê produzir cerca de 14.300 mil
motores para aplicações em ônibus no mercado
interno e 1.700 para o mercado externo.
Ketterer ainda destacou o plano de investimento
para 2010 e 2011 relacionado ao crescimento da
marca, tanto no Brasil, como no mercado externo.
“Em 2010 a MWM INTERNATIONAL investiu US$
80 milhões, para 2011 a previsão é de US$ 85
milhões, que faz parte do pacote de investimentos
já anunciados de US$ 345 milhões entre 2010 e
2015. Os investimentos são voltados ao desenvolvimento tecnológico, capacitação dos colaboradores e novos equipamentos para aumentar a produtividade”, disse.
Clientes MWM de motores para ônibus
MAN Latin America
Motor Sprint 3.0, Euro III
Motor 4.10, Euro III
Motor Acteon 4.8, Euro III
Motor Acteon 7.2, Euro III
AGRALE
Motor Sprint 3.0
Motor 4.10, Euro III
Motor Acteon
NAVISTAR MÉXICO
Motor MaxxForce 4.8H, Euro IV
Motor MaxxForce 7.2H, Euro IV
(depois Volkswagen Caminhões) e Ford. Em
1984 as operações da MWM na Alemanha
foram vendidas para Deutz, permanecendo a
operação brasileira como empresa independente (empresa brasileira de capital alemão).
Em abril de 2005 a MWM Motores Diesel
Ltda. foi adquirida pelo grupo norteamericano
NAVISTAR
através
da
International Engines, que já operava no
Brasil.
Com isso passa a se denominar MWM INTERNATIONAL Motores (nome fantasia), tornando-se a maior produtora de motores diesel
para
veículos
comerciais
do
Hemisfério Sul.
Fonte - MWM
Mostra internacional
FIAA exalta o ônibus
Feira madrilena consagra os mais modernos ônibus urbanos e rodoviários, mostrando as
tendências da tecnologia híbrida visando o transporte coletivo sustentável nas
cidades espanholas.
C
onsiderada umas das
mais importantes mostras européias de ônibus, a FIAA (Feira Internacional del Autobus y del
Autocar) reuniu em sua 10ª.
edição uma completa representação de todos os segmentos da
indústria fabricante – carroçarias, chassis e assessórios – no
mercado de transporte coletivo
sobre pneus do velho continente. Em um espaço com mais de
20 mil metros quadrados, estiveram presentes cerca de 200
marcas trazendo as últimas tendências e novidades voltadas
para o setor de ônibus. A feira é
reconhecida como uma excelente plataforma para a geração de
novos negócios e na capacidade
de difundir as propostas em termos de segurança, sustentabilidade, conforto e design.
Dentre os destaques que participaram do salão madrileno, no-
DEZ 2010
mes já conhecidos por aqui
mostraram que não estão para
brincadeira quando o assunto é
a evolução do ônibus para a Europa e outros mercados que exigem uma sintonia moderna relacionada ao veículo.
A Irisbus Iveco, aproveitando a
onda alternativa em busca pela
redução da poluição emitida e
do combustível consumido para
promover no mercado espanhol
o seu modelo Citelis híbrido equipado com o sistema produzido pela Bae Systems. Aliás, a
tecnologia híbrida (diesel/
elétrico) esteve presente nas
principais marcas expositoras,
como a Mercedes-Benz que levou o tradicional Citaro G BlueTec Hybrid com quatro motores
elétricos instalados nas rodas
centrais e traseiras; a polonesa
Solaris, com o seu Urbino híbrido; a Man que expôs o Lion´s
City Hybrid e a Volvo que não
32
esqueceu de mostrar o integral
7700 com sistema paralelo –
diesel e eletricidade. Todas as
versões híbridas apresentam
índice de economia no consumo
de combustível na faixa de 35%
e redução nas emissões poluentes variando de modelo para
modelo e ainda não se esquecendo na comparação com veículos mais antigos, o que pode
alcançar valores bem altos.
Estando em casa, a marca espanhola Castrosua não perdeu o
momento de revelar o modelo
Tempus híbrido GNC (gás natural/elétrico), ônibus urbano com
11,30 m de comprimento e considerado o pioneiro na Espanha
com a tecnologia híbrida.
Para o segmento rodoviário de
alto padrão, a encarroçadora
Irizar também sentiu os efeitos
por estar em sua casa e promoveu a estréia do modelo i6, uma
carroçaria muito semelhante ao
Mostra internacional
Novidades, como o híbrido
Tempus na combinação gás
natural e eletricidade (à
esquerda) e o novo rodoviário
i6 da Irizar (abaixo), chamaram a atenção de quem esteve presente na FIAA 2010.
Fotos - Divulgação / FIAA
Fotos - Divulgação / FIAA
PB e destacada pela vanguarda
na tecnologia embarcada. O veículo conta com diversos itens
que proporcionam conforto, segurança, confiabilidade, aerodinâmica e detalhes de acabamento de primeira linha para
viagens em linhas rodoviárias ou
então em serviços turísticos. A
estrutura da carroçaria foi desenhada cumprindo a normativa R
66.01 e possui rigidez e torção
melhoradas, além da distribuição de pesos que proporciona
maior estabilidade ao veículo. O
modelo i6 pode receber qualquer chassi estradeiro e com
motorização traseira das marcas
disponíveis
no
mercado
europeu.
Dispositivo contra a poluição
A fim de melhorar a qualidade do ar na cidade
de Barcelona, a Transports Metropolitans de
Barcelona (TMB), anunciou a instalação de filtros de alto rendimento em 522 ônibus de sua
frota, com motorização Euro 2 e 3. Durante a
FIAA, a empresa Eminox apresentou seu novo
sistema, chamado de SCTR, que será fornecido
para os ônibus da metrópole catalã. O compacto catalisador é uma combinação entre o CRT
(Filtro de Regeneração Constante) com o SCR
(Redução Catalítica Seletiva), alcançando níveis de redução das emissões muito significativos, como 90% do material particulado e até
70% de óxido de nitrogênio, podendo atender
perfeitamente, em motores mais antigos, ao
que especifica a norma Euro 5. O custo total
da adaptação dos filtros anti-contaminantes é
de 7,8 milhões de euros.
DEZ 2010
Filtros de alto rendimento eliminam quase que por completo
o material particulado expelido e até 70% do óxido
de nitrogênio
Foto - TMB/Barcelona
33
BRT mexicano
Holla México
Divulgação / Dina
Ícone no mercado mexicano em produção de ônibus, a Dina apresenta seu primeiro protótipo
articulado visando atender ao segmento de BRT.
Suspensão pneumática, transmissão automática com retarder e freios a disco em todas as rodas
A
empresa Dina S/A foi
fundada na década de
1950 como Diesel Nacional S/A para realizar
assistência técnica e mecânica
em caminhões e ônibus da marca italiana Fiat. Nos anos 60 inicia o encarroçamento de ônibus
com a tecnologia do nome norte
-americano Flxible. De lá até os
dias atuais, vários foram os modelos produzidos pela empresa,
porém uma versão urbana articulada não fazia parte de seu
portfólio de produtos.
Com a disseminação de sistemas de BRT (Bus Rapid Transit)
em várias cidades mexicanas, o
nome Dina não poderia ficar de
fora em oferecer um veículo capaz de atender aos requisitos do
serviço expresso de ônibus urbanos. Resume-se na primeira
fabricante que usa um design, a
tecnologia e a mão de obra mexicana para desenvolver o novo
modelo.
O primeiro protótipo, que recebeu o nome de Brighter ou brilhante, nos termos da direção da
DEZ 2010
empresa, conta com um motor
diesel da marca Cummins ISM
380 (380 cv) e possui comprimento de 18 metros, com capacidade para 165 passageiros.
Sua largura é de 2,50 metros,
medida ajustada para as operações dos sistemas que estão
implantados e também nos futuros corredores. “O desenho do
novo articulado é de vanguarda
e vem da criatividade de nosso
departamento de engenharia,
onde estão profissionais bem
preparados a atualizados com os
mais modernos conceitos em
estética automotiva”, revelou
Martín Meléndez, diretor geral
da Dina.
As primeiras provas de engenharia e validação serão terminadas no fim deste ano e no
início de 2011 começam os testes de campo com os mais variados operadores a fim de se
comprovar seu desempenho e
sua qualidade. Somente no segundo semestre do ano que vem
será iniciada a produção em escala do Brighter. “Nosso protóti34
po foi idealizado para transportar um alto número de passageiros com qualidade nos principais
corredores expressos, como o
Metrobus da capital, Cidade do
México”, enfatizou Meléndez.
O investimento no veículo
compreendeu 110 milhões de
pesos, algo em torno de US$ 8
milhões. E empresa mexicana
não pensa apenas em produzir o
seu modelo articulado na configuração com piso alto. Uma versão com piso baixo está em desenvolvimento e para atender ao
nicho de sustentabilidade no
transporte urbano, modelos híbridos e a gás natural serão disponibilizados nos próximos anos.
Dentre a configuração estrutural do Brighter estão itens como
o aço galvanizado com proteção
anticorrosiva, chapeamento externo em lâminas galvanizadas
(opcional de alumínio), fibra de
vidro nas áreas da traseira e da
frente e no teto (em duas peças), além do sistema inteligente de informação ao passageiro
e de gestão de frota.
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O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente
Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788
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Mercado internacional
Volvo Bus
destaca o transporte
urbano com gás e lança
um novo modelo
interurbano
N
o caminho para a
sustentabilidade
no
transporte
público
europeu, a Volvo Bus
dá mais um passo e apresenta,
em seu programa de ônibus urbanos que utilizam combustíveis
alternativos, um modelo configurado com o sistema dual flex
– biogás/gás natural e diesel/
biodiesel. Para a montadora, o
uso do gás contribuiu para a
redução do efeito estufa e muitas regiões estão investindo para ampliar a oferta do combustível no transporte coletivo.
Porém, algumas desvantagens,
como a tecnologia baseada no
conceito dos automóveis (ciclo
Otto), não apresentando uma
eficiência energética semelhante
à encontrada nos blocos a diesel
e a necessidade de uma manutenção cuidadosa, fazem com
que sua operação não seja assim tão desejada. Segundo Edward Jobson, diretor ambiental
Montadora sueca fornece ônibus a
gás e apresenta seu novo modelo
de ônibus para trajetos curtos
interurbanos, conhecidos no Brasil
como suburbanos para atender
uma demanda de passageiros entre
cidades vizinhas distantes até 30
quilômetros.
da Volvo Bus, motores a diesel
são 30% a 40% mais eficientes
que os modelos a gás. “Nada
melhor que utilizarmos a tecnologia do motor a diesel capaz de
ser abastecido com o biogás ou
simplesmente com o gás
natural”, disse.
Um programa com âmbito regional, desenvolvido pela Agência de Energia da Suécia, demonstrará o uso do gás em motores atuais a diesel em ônibus e
caminhões abastecidos com
mais de 70% com o combustível
alternativo. Apenas uma pequena quantia de diesel ou biodiesel
será injetada continuamente nos
cilindros, ficando o gás como
principal elemento no funcionamento dos motores.
Os primeiros 11 ônibus
(modelo 8500 com piso baixo)
dotados com a tecnologia entrarão em serviço em meados de
2011. Tanques de armazenagem
do biogás serão instalados no
teto do veículo e serão abastecidos seguindo os mesmos procedimentos da infraestrutura
normal
do
gás
natural.
“Disponibilizamos há algum
tempo o nosso modelo 7700
movido a gás natural. Agora
estamos oferecendo mais uma
opção que apresente eficiência
operacional e que combine as
vantagens do motor a diesel e
os benefícios ambientais alcançados com o uso do gás”, revelou Martin Spjern, diretor de
operações da Volvo Bus.
Somente gás
A cidade sueca de Malmö, através do
Grupo Nobina
(operador do transporte coletivo), adquiriu 57 unidades do
modelo integral 7700, sendo 14
da versão com 12 metros de
comprimento e outras 43 na
configuração articulada. Ambos
os modelos, que contam com o
bloco de 9,4 litros (Euro 5)
poderão ser abastecidos
com gás natural ou biogás,
representando uma redução de até 90% das emissões poluentes se comparados com a utilização de
motores a diesel.
De acordo com Martin
Spjern, o propulsor ainda
vem equipado com a sonda
lambda, que é um sensor
de oxigênio colocada na
saída do escapamento para
informar à central eletrônica se faltou ou sobrou oxigênio na última combustão
e ajusta a dosagem para a
próxima queima.
Modelo 7700 movido a gás para o serviço
urbano de Malmö
DEZ 2010
36
Mercado internacional
De acordo com a montadora sueca, ao escolher
uso do alumínio na estrutura do 8900,
consegue-se amplas vantagens
operacionais, como a redução do
peso, a resistência à corrosão, o
aumento de sua vida útil, facilidade na limpeza e o fator ecológico,
já que o elemento pode ser reciclado.
A carroçaria conta com uma ampla
área envidraçada e diversas configurações de disposição das poltronas (com cinto de segurança de
dois ou três pontos) do salão de
passageiros, que pode ter piso
normal ou baixo. O ambiente, harmonioso e claro, também possui
sistema de climatização integral
e individual.
São disponibilizadas duas opções
de motores - D7E com 290 HP ou
D9B com 380 HP, Euro 5 e EEV
com sistema de pós tratamento de
gases
SCR. A transmissão é automática, das
marcas ZF ou Voith, no caso do veículo com o motor D7E. Se ele possuir a propulsão com o bloco
D9B aí vem com o câmbio automatizado I-Shift.
Opcionalmente pode ser equipado com o sistema
ESP (Programa Eletrônico de Estabilidade).
A suspensão é pneumática com controle eletrônico de rebaixamento ou elevação.
Novo Interurbano
Fotos - Divulgação
o
Contando com 4 versões de comprimento (12, 13,
13,70 e 14,70 metros) e altura externa de 3,30 m
nas versões 4x2 e 6x2, o novo interurbano 8900
da Volvo Bus, recentemente apresentado pela
montadora, traz em sua construção a utilização do
aço e do alumínio como forma de promover um
equilíbrio
entre
operação,
segurança
e sustentabilidade.
Ônibus híbridos para
Nova Delhi
Joint venture entre Marcopolo e Tata Motors
fornece os primeiros quatro ônibus híbridos
para o transporte coletivo da capital indiana.
Delhi Transport Corporation (DTC),
considerada a maior empresa de ônibus
de Nova Delhi, (Índia) recebeu recentemente 4 unidades do modelo urbano
Starbus híbrido, desenvolvido pela joint venture
Tata Marcopolo Motors Ltd. Os novos ônibus entraram em operação durante o evento esportivo
Commonwealth
Games
2010, que se realizaram
entre 4 e 10 de outubro.
Essa nova versão do
Starbus está configurada
com o sistema híbrido paralelo composto por um
motor movido por gás natural e um propulsor elétrico, além de contar com
a frenagem regenerativa.
De acordo com a Marcopolo, o veículo possui piso baixo (400 mm de altura do chão), capacidade
para 32 passageiros e equipamentos para acessibilidade. Com as portas
pneumáticas e o rebaixamento, há uma facilidade
nas operações de embarque e desembarque, reduzindo o tempo de parada e total da viagem. Ele
ainda é equipado com sistema de ar condicionado
e suspensão a ar.
A marca brasileira enfatizou a maior aceleração
do Starbus em comparação a um modelo convencional, atingindo uma
velocidade máxima de
70 km/h, sendo considerado
uma
solução
inovadora para transporte rápido e confortável de passageiros urbanos
de
forma
sustentável.
Além dos ônibus híbridos, o evento esportivo
contou uma frota de
1.000 ônibus fabricados
pela Tata Marcopolo Motors Ltd. movidos a gás
natural para uso exclusivo
dos
atletas
e delegações.
A
DEZ 2010
37
Tecnologia urbana
Barcelona
dá a largada
para os ônibus ecológicos
O
programa europeu de
ônibus híbridos (diesel/
eletricidade) encontra-se
em fase de consolidação
após um extenso período de testes, onde diversas montadoras
daquele mercado apresentaram
suas propostas em termo de tecnologia adotada com resultados
muito animadores e otimistas
quanto ao uso em larga escala.
Algumas cidades do continente já
optaram pela tração alternativa.
Dentre elas está Barcelona, na Espanha, que através da TMB –
Transports Metropolitans de Barcelona – apresentou em setembro
passado os seus 5 primeiros ônibus híbridos dentro do projeto que
prevê a substituição da frota de
veículos a diesel por modelos sustentáveis.
A proteção ao meio ambiente é
um dos eixos fundamentais que
constam na política estratégica da
TMB em promover uma mobilidade
marcada pela sustentabilidade e
pela eficiência operacional com o
objetivo de se mudar a imagem do
transporte coletivo realizado por
ônibus na capital catalã.
Ao seguir o contexto ecológico
em suas operações, as futuras aquisições de novos ônibus enfatizarão os modelos híbridos e propulsionados por motores a gás natural, duas tecnologias ao alcance,
que promovem redução nas emis-
Imagens - Divulgação TMB
Cidade catalã inicia seu
projeto para o largo uso
da tração elétrica como
uma
das
melhores
opções para alcançar em
seu sistema de transporte público níveis mais
limpos nas emissões,
utilizando para isso a
tecnologia híbrida.
DEZ 2010
38
Tecnologia urbana
Primeiro protótipo de ônibus comum
convertido em modelo híbrido.
Com os freios regenerativos, sistema que capta a energia que seria dissipada pelas
frenagens e a transforma em eletricidade para o banco de armazenamento de
energia composto por ultracapacitores, os benefícios são ainda maiores em termos
de viabilidade operacional.
sões poluentes, produzidas atualmente pela indústria para o
transporte público urbano, segundo informou a direção da
empresa. A frota da TMB é composta por 1.090 ônibus, sendo
296 unidades movidas por gás
natural (com previsão para chegar a 500 unidades até 2015),
122 pelo biodiesel B30 e o restante pelo diesel convencional.
Dos novos ônibus híbridos, três
são da marca espanhola Castrosua (modelo Tempus com 9,5m
e 12m de comprimento), um foi
produzido pela montadora alemã
Man (Lion’s City) e o quinto veículo (Iveco) era tracionado pela
motorização a diesel e foi modificado para a tecnologia.
Além da aquisição futura de
veículos novos, a direção da
TMB também aposta em seu
projeto de conversão das unidades a diesel em híbridos. Chamado de Retrofit, o projeto tem
como objetivo atualizar tecnológica e ambientalmente uma centena de ônibus da frota, além de
dinamizar o setor industrial da
Catalunha em parâmetros de
DEZ 2010
pesquisas, desenvolvimento e
produção da tecnologia híbrida.
Para isso foram investidos nessa
primeira etapa cerca de 1,4 milhões de Euros com a participação da Siemens, Edag, Noge e
ACC10 – agência catalã especializada no fomento e especialização empresarial.
Também dá suporte ao projeto
a União Européia, através do
FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Com a operação dos híbridos,
a operadora informou que, após
os testes, é possível conseguir
uma redução de 30% no consumo de combustível e igual nível
nas emissões poluentes, como o
dióxido de carbono, óxido de
nitrogênio e hidrocarbonetos.
Ainda, de acordo com a TMB,
outra vantagem oferecida pelos
ônibus híbrido é a minimização
dos ruídos, externos e internos,
chegando ao índice de 50% devido ao uso do motor elétrico,
que beneficiam diretamente a
passageiros e aos habitantes
da cidade.
Além do sistema híbrido que
39
combina o motor diesel e o elétrico, a transportadora pesquisa
futuramente em adotar o gás
natural junto à tração elétrica,
em um convênio assinado com a
empresa Gas Natural Fenosa, o
que resultará em inovações,
tanto na diminuição da poluição
atmosférica, quanto a sonora.
Recentemente a TMB aprovou
seu Plano Diretor de Sustentabilidade Ambiental com diretivas
para as linhas de trabalho em
pesquisas para se alcançar a
máxima eficiência energética, a
mitigação do impacto ambiental,
a melhora da qualidade de vida
da população local e na contribuição ao desenvolvimento de
uma cultura cada vez mais sustentável. Segundo informou a
TMB, os ônibus mais antigos
movidos a diesel (Euro 3) também farão parte de sua visão
ecológica. Eles receberão filtros
para a redução de material particulado e óxido de nitrogênio. Toda a sua frota se adequará, a curto prazo, aos requerim e n t o
a m b i e n t a i s
mais exigentes.
Ponto de vista
Pintou discussão:
As cores da discórdia
* Osvaldo Teodoro Born
A
pintura dos veículos sempre foi um assunto de destaque no setor de transporte
coletivo de passageiros por ônibus. Muitas empresas são idolatradas pelas cores
ou estilo de faixas utilizadas no layout da identidade visual de suas frotas. Mas sempre um fantasma
ronda as frotas, especialmente as de transporte
urbano: a padronização das pinturas.
E esta padronização que já faz parte do cotidiano
de grandes capitais brasileiras como Porto Alegre,
Belo Horizonte, São Paulo (desde a década de 90)
e Curitiba (desde a década de 70) chegou agora
ao Rio de Janeiro. As empresas vencedoras da
licitação do transporte municipal na capital carioca
terão que seguir uma pintura padrão para toda a
frota.
Pinturas variadas dão maior colorido às cidades,
como do ônibus (acima) em pintura da Autotrans
em Varginha, MG
Para os entusiastas do setor e alguns empresários que sempre viram com bons olhos a variedade das cores, a identidade da empresa presente
em cada veículo, isto soou com um jato de tinta
disparado por tecnocratas que só se preocupam
em transformar os veículos em instrumentos de
propaganda de governos, um autoritarismo desDEZ 2010
40
medido para com a beleza das imagens que povoam os veículos da cidade do Rio de Janeiro.
Para os ditos tecnocratas a padronização tem
relação com a identidade de um sistema que permite ao usuário vê-lo como um todo, como uma
união de diversos modais e não mais ligado unicamente ao bem querer dos lobos do setor que pintam e trocam as cores como bem entendem e não
permitem a identificação do passageiro com uma
rede de transportes mas tão unicamente com aquela linha operada por aquela empresa “de cor
azul e faixa amarela, por exemplo”.
O pior é que os dois lados me parecem estar certos.
Por um lado vejo que pinturas variadas –
e aí não estou discutindo o valor de cada
uma delas, sua aparência ou estilo, porque afinal “gosto não se discute” – permitem ao veículo de transporte uma função de dar mais cores às cidades, servir
como outdoor ambulante de uma arte
que é o design de frotas. No entanto uma
das razões dos que argumentam os entusiastas, que seria a identificação do passageiro com uma linha através da pintura
dos veículos da determinada empresa
que a opera cai por terra quando vemos
um álbum de fotos das empresas da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de muitas
vezes as cores serem mantidas, a variedade de pinturas adotadas pelas empresas aumenta periodicamente, não havendo como o passageiro se identificar com
a faixa verde no lado direito do ônibus,
pois esta mesma faixa pode ganhar o
desenho de uma onda na próxima renovação da
frota ou simplesmente desaparecer da frente do
veículos. Ou seja, se a pintura fosse realmente
adotada “para sempre” marcaria uma identificação, de outro modo o mesmo impacto sentido na
padronização seria sentido a cada dois ou três anos pelos usuários.
Por outro lado a padronização auxilia na manutenção mais rápida dos veículos que voltam logo à
operação após eventuais reparos na carroceria.
Além disso dá identidade a um sistema (quando
não foi criada como identidade de um governo,
inclusive cores partidárias) e não mais às empresas individualmente, povoando o imaginário do
Ponto de vista
usuário sobre as possibilidades de deslocamento dentro da rede e dos diversos modais devidamente identificados
pelas variações – necessárias – da pintura padronizada. Curitiba, por exemplo, cuja pintura padronizada dos veículos municipais data de mais de 3 décadas, permite uma identidade do que
sejam as linhas tronco das canaletas
(expresso articulado e biarticulado), as
linhas circulares que não passam pela
área central, a operação direta
(ligeirinhos) e os alimentadores que
partem dos terminais de bairros, entre
outros. Mas como nada é perfeito mesmo esta cidade possui alguns problemas
na referida identificação visto que veículos que não atendem o sistema integrado possuem a mesma cor amarela
das linhas troncais que operam fora das
canaletas, algo a se corrigir no futuro.
No entanto o maior problema da padronização,
além de seu uso muitas vezes como identidade do
partido à frente do governo, é a monotonia que
segue apenas uma cor de fundo e algumas inscrições na carroceria sem a busca de uma simbologia
de faixas ou figuras na carroceria que deem um
brilho aos projetos, excetuando raros casos. É como se fosse a padronização da padronização, com
muitos exemplos na década de 80 quando diversas cidades do sul do Brasil optaram por uma única cor – e geralmente o amarelo –como fundo dos
seus ônibus.
Deixando de lado esta discussão colorida penso
que para o passageiro o mais importante na mudança dos paradigmas de um sistema seria oferecer veículos mais confortáveis. Para começar colocando o motor dos ônibus em um lugar decente
na arquitetura dos veículos: a parte central ou
traseira dos veículos. Isto facilitaria o embarque
ou desembarque na primeira porta, deixando de
ocupar o valioso espaço dianteiro do salão e propiciando maior qualidade ao trabalhador, motorista
destes caminhões em formato de ônibus que insistem em povoar nossas cidades. Vale o mesmo
para a suspensão a ar que deveria ser obrigatoriedade e a altura do solo que atualmente dá cara
mais de tanque de guerra 4x4 aos nossos ônibus
do que propriamente a figura de veículos de transporte de pessoas.
Se todas as fabricantes de ônibus do Brasil dispõem de modelos que possuem motorização traseira e as operações onde o motor dianteiro se faz
imprescindível é um mínimo diante da totalidade
das linhas, se todas oferecem ou poderiam oferecer suspensão a ar e pisos com altura do solo adequada ao embarque, caberia aos órgãos governamentais incentivar o uso de veículos melhores,
assumindo de sua parte, a melhoria contínua da
infra-estrutura para que estes veículos pudessem
trafegar em nossas ruas mantendo o nível de qualidade com a qual os veículos foram projetados e
construídos. Somente com o aumento desta demanda – imposta pelo governo - é que o preço
DEZ 2010
41
Pintura padronizada: forte identidade aos sistemas
e aos seus modais. Em Curitiba onde os ônibus
possuem apenas uma cor no fundo e cada serviço
dispõe de sua própria cor.
dos veículos poderia ser reduzido e estes se tornariam comercialmente viáveis diante das planilhas
do transporte coletivo que tem se tornado cada
dia mais apertadas. Outros incentivos para o uso
de veículos melhores poderiam ser pensados pelas
autoridades e arquitetos dos sistemas de transporte, sendo a prioridade do coletivo, dando maior
velocidade comercial e conseqüente menor gasto
em combustíveis, um dos pontos cruciais.
E então creio que este deveria ser o foco de nossa batalha: veículos melhores. Antes de nos debruçarmos brigando se a pintura deva ser padronizada ou não, todo cidadão, seja ele entusiasta ou
o tal tecnocrata – com as devidas contribuições
dos empresários – deveria lutar por um transporte
de qualidade que fosse muito mais do que apenas
na aparência de veículos com uma nova pintura.
Mas esta luta é bem mais difícil e aí que a maioria prefere brigar maquiando veículos. De um lado
uns com uma maquiagem multicolorida e livre e
do outro lado os outros maquiando os veículos
com pinturas que podem lembrar tanques de
guerra, agindo como sargentos de um exército
que muitas vezes querem mesmo é camuflar ao
invés de atacar os principais problemas de nossas
cidades. Cabe a todos nós escolher um destes lados ou então se engajar em assuntos como ônibus
melhores, que realmente trarão benefícios aos
maiores interessados: os senhores passageiros
que estão financiando uma batalha que nunca terá
vencedores.
(*) Osvaldo Teodoro Born é profissional na área de
educação e comunicação e nas horas vagas desenvolve
atividades como estudioso do setor de transportes,
mantendo desde 1991 um informativo sobre o assunto,
atualmente disponível em www.omnibus.com.br, e desde
2004 exposições de ônibus novos e antigos, as EXPONI.
Veículo
Ônibus
“Smart Move” europeu
S
mart Move ou Mobilidade Inteligente é uma
iniciativa da IRU – International Road Transport Union – entidade que tem
como membros associados (180
espalhados por 74 países) empresas de transportes, seja de
passageiros ou de cargas e ainda companhias de táxis e algumas importantes marcas mundiais fabricantes de veículos automotores. Segundo os idealizadores da campanha, o objetivo é
promover em larga escala a utilização do ônibus no ambiente
urbano e também em linhas rodoviárias e
em
serviços
de turismo.
São cinco os pontos fundamentais que enfatizam a operação e promovem uma imagem
adequada e moderna ao veículo.
O primeiro refere-se à segurança. Dados da União Européia
revelam que em 2008, das mortes ocorridas em acidentes de
trânsito em estradas pelo continente europeu, apenas 0,57%
eram passageiros dos ônibus
intermunicipais. Para que esse
índice continue baixíssimo, o
profissional do volante deve ser
valorizado de maneira proporcionar uma condução segura e
responsável. Muitos países da
Europa obrigam, por lei, a formação intensiva do motorista e
o submete à testes suplementares teóricos e de condução.
Além disso, fabricantes e órgãos gestores oferecem uma
vasta gama de cursos de orientação quanto a novas tecnologias presentes nos veículos e em
DEZ 2010
como obter rendimento adequado na operação.
Facilidade em utilização – O
segundo ponto destaca o veículo
como parte integrante do tecido
social das comunidades em todo
o mundo. O modal é considerado via de comunicação essencial
para o trabalho, educação, lazer
e turismo. O ônibus é socialmente inclusivo. Por exemplo,
na Europa, 50% dos idosos
(cerca de 50 milhões) não têm
automóvel ou não podem conduzir e dependem do ônibus para seus deslocamentos de caráter cultural. Já 40% das famílias
européias não possuem carro
próprio e dependem dos transportes públicos, incluindo o modal ônibus, para manterem a
sua mobilidade.
Modelo ecológico - Incentivar
as pessoas a utilizarem o ônibus
pode contribuir para reduzir o
impacto negativo ao ambiente.
Segundo a IRU, fabricantes e os
operadores trabalham em conjunto para melhorar permanentemente o desempenho ambiental dos veículos. Somente na
Europa, graças ao enorme investimento feito pela indústria
fabricante dos ônibus em novas
tecnologias, as emissões nocivas, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de
nitrogênio e material particulado, foram reduzidas até 98%.
Em se tratando de congestionamentos, um ônibus pode retirar
até 30 automóveis em termos
de taxas médias de ocupação.
Eficiência operacional - Os
ônibus representam 55% dos
42
Em permanente campanha
para a promoção do ônibus
como modal caracterizado
pela flexibilidade operacional,
entidade européia enfatiza a
maior presença do veículo no
desenvolvimento das
cidades.
transportes públicos da Europa,
enquanto que os trens e os bondes em conjunto representam
45%. Nos serviços rodoviários,
em linhas regulares ou no transporte turístico, os escandinavos
são os principais utilizadores de
autocarros, seguidos dos austríacos e dos italianos. Cada dinamarquês utiliza o veículo em
extensões uma média de 2.100
quilômetros por ano.
Custo de operação – Neste
último aspecto, aborda-se a rentabilidade comercial dos ônibus.
Inúmeros estudos confirmaram
que a operação dos ônibus tem
custos totais mais baixos comparativamente com os bondes e
trens como meio de transporte
público.
Na Alemanha, uma pesquisa
revelou que os custos totais de
um bonde moderno são 90%
superiores aos do transporte do
mesmo número de passageiros
de ônibus.
Com os cinco fatores promovidos pelos benefícios do uso dos
ônibus, a campanha Smart Move
visa disponibilizar aos líderes
políticos e da opinião pública
fatos e números atualizados para permitir um debate sobre os
processos e instrumentos de
decisão política. Isso a fim de
incentivar as pessoas a trocar,
sempre que possível, o automóvel pelo veículo e oferecer respostas a uma série de desafios
relacionados com a mobilidade,
como alterações climáticas, segurança rodoviária, congestionamento
do
trânsito
e
inclusão social.
Nostalgia
Imagem - Arquivo Tony Belviso
Um Sertanejo valente
Peça publicitária de 1961. A carroçaria modelo Sertanejo está montada sobre um caminhão Chevrolet Brasil
DEZ 2010
43
ANUNCIE
www.revistaautobus.com.br/revista
O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente
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