mobilidade social business cloud computing big data

Transcrição

mobilidade social business cloud computing big data
Leia também: As melhores práticas para migrar de provedor de
nuvem | Os talentos mais desejados no próximo ano e seus salários
WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR | OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013 | ANO XIX | NO 559 | R$ 14,95
O PORTA-VOZ DO MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
INCLUI
/&(ª$*04o5&$/0-0(*"o-*%&3"/ž"
MOBILIDADE
CLOUD COMPUTING
SOCIAL BUSINESS
BIG DATA
SDN
Primeiros usuários
comentam
conquistas e
lições da adoção
das redes
definidas por
software
2014
O maior desafio
do CIO será
assumir o papel
de principal
agente de
transformação
dos negócios
MEGATENDÊNCIAS
ELAS VÃO REVOLUCIONAR AINDA MAIS A FORMA COMO A TI É GERENCIADA E
COMO AS EMPRESAS GERAM RECEITAS E SE RELACIONAM COM SEUS CLIENTES
FIQUE ATUALIZADO ACESSANDO O SITE: WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR
OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013
Índice
12 | CAPA
MEGATENDÊNCIAS BATEM À PORTA
CLOUD COMPUTING
SOCIAL BUSINESS
BIG DATA
Elas formam os pilares do que a IDC vem
chamando de “Terceira plataforma
da computação” e o Gartner, de
“Nexos das Forças”. Convergentes, atuam
simultaneamente no cenário econômico e
tecnológico, e começam, desde já, a definir o
futuro das empresas. A sua está pronta para se
beneficiar das mudanças que proporcionam?
Frank Meylan
Jones Emerson
Frederico Costa
MERCADO
CASE
CARREIRA
8 BI, TELCO E CLOUD DARÃO
O TOM DOS INVESTIMENTOS
Estudos do Gartner apontam
que os gastos das empresas
brasileiras com TIC no próximo
ano alcançarão US$ 129,7
bilhões, com aumento de 3,6%
com relação a 2013. A maior
parte desse montante será para
serviços de telecom.
19 CLOUD AJUDA A REDUZIR
O TIME-TO-MARKET
24 PROFISSIONAIS DE WEB
E ERP ESTARÃO EM ALTA
Uma das formas de encurtar
o caminho para atender aos
pedidos das áreas de negócio
é o uso da nuvem, modelo
que começa a ganhar mais
maturidade no País, com
aumento da confiança dos
gestores de TI.
SDN: O FUTURO DAS REDES
Projeções de consultorias em
RH sinalizam que o mercado
de trabalho continuará
aquecido, com perspectivas
de valorização salarial para
talentos que transitem com
desenvoltura entre a TI e as
áreas de negócio.
egó
g cio.
Líderes de TI que já adoram a tecnologia
compartilham suas experiências e dão
conselhos para os interessados na implantação
GESTÃO
32 CONTRATOS DEVEM REGULAR
RELACIONAMENTOS NA NUVEM
Especialistas recomendam a
inclusão de cláusulas claras
sobre direitos e deveres, bem
como sobre as questões de
segurança envolvidas no
processo de migração para
outro provedor de serviço.
/&(ª$*04o5&$/0-0(*"o-*%&3"/ž"
MOBILIDADE
EDITORIAL | SILVIA BASSI
PRESIDENTE
Silvia Bassi
VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVO
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REDAÇÃO
DIREÇÃO EDITORIAL
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INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
A empresa
conectada
ao futuro
Silvia Bassi, publisher da
COMPUTERWORLD
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“O
futuro não é aquilo que vai acontecer, é aquilo que será
alcançado”. A frase é do escritor e futurista Don Tapscott,
dita recentemente no evento NEST – Networked Society
Forum, realizado pela Ericsson em novembro, em Miami.
Tapscott referia-se ao cenário mundial
urbano que apresenta uma população
em crescimento exponencial – aumento
médio de 1 milhão de pessoas nas
cidades por semana – com uso intensivo
da tecnologia móvel e digital. A frase
era uma “call to action”. Futuro só
acontece se você começar a trabalhar
nele no presente.
Para o escritor, as cidades precisam se
comportar como startups, reinventandose o tempo todo. Os desafios da
explosão populacional urbana –em
2050, 70% da população mundial
vai morar em cidades – podem ser
superados se a tecnologia digital for
utilizada com esse propósito.
Tapscott pode parecer “chover no
molhado” ao dizer o óbvio, mas não é
sempre o óbvio que é mais difícil de
perceber e realizar?
O tema do NEST foi “A reinvenção da
vida urbana” e por dois dias luminares
como Don Tapscott, Steven Levitt,
Jimmy Wales, o ator Forrest Whitaker e
outros especialistas apresentaram sua
visão de futuro a uma plateia composta
por cem líderes de TIC, entidades e
órgãos governamentais.
Eles se juntaram ao presidente e CEO
da Ericsson, Hans Vestberg, para avaliar
como a combinação de mobilidade,
broadband, Big Data e Cloud Computing
pode oferecer soluções para os desafios
da urbanização.
Até para questões prosaicas – mas
nem tanto – como por exemplo achar
rapidamente uma vaga de estacionamento
em Nova Iorque sem circular
desnecessariamente com seu carro,
aumentando a poluição e o tráfego.
Uma startup chamada Snips utiliza
os dados gerados por usuários de
smartphones em Nova Iorque, que usam
suas apps, para mapear em tempo real
o movimento no trânsito da metrópole
americana com tecnologia de
Big Data. Com os check-ins dos usuários,
a empresa pode analisar os dados e
devolver a essas pessoas onde está a vaga
mais próxima para estacionar.
Pessoas com smartphones
funcionando como sensores e gerando
uma internet das coisas “híbrida” e
barata. Genial e inovador.
Na última edição de 2013, da
COMPUTERWORLD e da CIO,
dedicamos as reportagens a fazer um
sumário das Megatendências – mobilidade,
social business, cloud computing e big data –
e desenhar seu impacto para 2014.
E se olharmos para o ambiente de
TI corporativa, a frase de Tapscott não
poderia ser mais feliz: o futuro da TI e
dos negócios da empresa será alcançado
com ações objetivas no presente. E o
capitão do time é o executivo de TI.
Nossos mais sinceros votos são
que você consiga abraçar a inovação
e renovar-se o tempo todo. Porque o
futuro está pronto para ser feito.
Feliz Ano Novo e até 2014.
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Tanto se falou para
desenvolvermos nossa própria
tecnologia, principalmente
utilizando códigos open source.
Mas criticaram (...). Aos poucos
chegaremos lá. É só começar
a valorizar e incentivar a mão
de obra nacional que teremos
excelentes produtos.
Leitor: Valter Vieira da Silva
Reportagem: Decreto de
Dilma exige uso de e-mail
próprio pelo governo contra
espionagem
Falta de talentos no Brasil
É a velha questão: as escolas
e universidades formam
alunos que estudam 3, 4 ou 5
anos. Já as empresas buscam
profissionais com certificação e
experiência de 3, 4 ou 5 anos
na função. Enquanto não derem
chance para o recém-formado
vai continuar escasso o tal bom
profissional que procuram. Será
que ninguém se encaixa no perfil
procurado ou não há ninguém
com o perfil procurado? A
verdade é que uma empresa
quer tirar o bom profissional já
treinado de outras e (...) faz de
tudo para manter os que tem.
Não investem no treinamento
(...) para não correrem o
risco de que outra contrate o
profissional depois. E enquanto
isso, os recém-formados como
eu, ficam desempregados.
Leitor: Arthur Bof Demuner
Reportagem: Déficit de
talentos de TI no Brasil pode
chegar a 408 mil em 2020
Carro elétrico com
vulnerabilidade
É o preço do pioneirismo!
Mas que isso não seja uma
desculpa para a Tesla não
melhorar a segurança de suas
APIs (...).
Leitor: José Vahl
Reportagem: Carro elétrico
Tesla S é vulnerável a
hackers
Expert em Big Data
Óbvio que vai haver escassez.
Oferecem 4 mil reais para um
DBA Oracle com experiência. O
problema é que o profissional
de TI é passivo demais, aceita
ser tratado como idiota sempre,
sendo que tem uma das
profissões mais complexas (...). Eu
conheço pião de chão de fábrica
que ganha mais do que um
profissional de TI formado.
Leitor: P.P
Reportagem: Qual é o perfil
do cientista de dados?
4G Internet Box da Vivo
De que adianta abrir um serviço
que nos parece bom se não
cumprem o que prometem? Fui
habilitar este serviço para um
cliente meu aqui de Brasília e
fiquei mais de 1h30 ao telefone
tentando habilitar o chip.
Foram seis protocolos anotados
(ligações caem, atendentes são
mal-informados e despreparados,
transferem daqui pra ali etc).
Desisti (...).
Leitor: Luís Fernando Santos
Reportagem: Vivo leva oferta
de 4G Internet Box para regiões
de SP sem rede fixa
O QUE VOCÊ SÓ ENCONTRA NO SITE DA COMPUTERWORLD
Siemens Enterprise Communications passa a chamar-se Unify
A
(ex)Siemens Enterprise Communications tem novo nome desde 15/10, e passa a
chamar-se Unify, com foco total no interesse crescente das empresas em tecnologia
de comunicações unificadas (unified communications) em modelo de nuvem.
Segundo a companhia alemã, que tem uma herança de quase 170 anos de
história, a Unify emerge para mudar a conversa sobre como as empresas colaboram
e se comunicam. Sua aposta são serviços e estrutura de comunicação unificada,
cloud computing e mobilidade corporativa.
Para a Unify, há um conjunto poderoso de forças mudando o desenho
das comunicações e das indústrias de TI, combinando elementos como
consumerização, BYOD (bring-your-own-device), entrada em massa de novos
funcionários da geração Millenial e a categoria
de “funcionários em todos os lugares”
(anywhere workers) que acaba definindo um
novo estilo corporativo, batizado por ela de
new way to work (#NW2W).
A empresa vai apostar fortemente no
seu projeto Ansible, lançado em junho de
2013, que oferta uma nova plataforma de
comunicação e colaboração com elementos de
segurança, colaboração dinâmica, agregação
de conteúdo universal e interface amigável.
O Ansible ofereçe estrutura de
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comunicações cloud-based utilizando voz, vídeo, texto e compatilhamento
remoto de telas. O projeto prevê que os usuários poderão mudar livremente entre
diferentes dispositivos e os testes iniciais começam em janeiro, com lançamento
comercial previsto para julho de 2014.
A plataforma será oferecida primeiramente como SaaS (Software como Serviço)
em nuvem para complementar as soluções OpenScape da Unify e os sistemas de
telefonia corporativa de concorrentes.
A mudança da marca acontece no mesmo momento em que a comunicação
corporativa passa por uma revolução. Por conta de movimentos como BYOD, os
funcionários não estão mais presos a uma escrivaninha ou a um telefone fixo
no escritório.
Segundo pesquisa recente da Infonetics
Research, por exemplo, 87% das empresas
norte-americanas planejam agregar recursos
de videoconferência a suas estruturas
de comunicação unificada. O uso de
cloud computing também está em rota
ascendente: 22% das mesmas empresas
já ativaram parte de seus sistemas de
comunicação unificada em nuvens privadas e
19% já o fizeram utilizando nuvem pública,
segundo o estudo.
8
MERCADO
Megatendências
puxam investimentos
de TI no Brasil
Gartner prevê que empresas locais vão gastar US$ 129,7 bilhões com
tecnologias no próximo ano. Serviços de telecom e compra de dispositivos,
principalmente os móveis, levarão a maior parte desse montante
O
Alexandre Campos, analista de TI e
telecom da IDC Brasil: 2013 foi o ano de
cloud computing no mercado local
s investimentos em TI continuarão
em crescimento no Brasil em 2014.
Estudos do Gartner apontam que
os gastos das empresas no próximo
ano, nessa área, alcançarão US$ 129,7 bilhões,
com aumento de 3,6% com relação a 2013, cujo
total projetado é de US$ 125,2 bilhões. A taxa
projetada é menor que a de anos anteriores
por causa da desaceleração da economia.
A maior parte desse montante será
para serviços de telecom, que receberão
investimentos da ordem de US$ 78 bilhões,
alta de 1,8% em comparação com os valores
estimados em 2013. As despesas com
dispositivos (incluindo PCs, tablets, celulares
e impressoras) chegarão a US$ 22,4 bilhões,
1,7% mais que os recursos aplicados este ano,
segundo o levantamento do Gartner.
Já os serviços de TI atingirão gastos de
US$ 21,2 bilhões em 2014, com elevação de
11,2% em relação ao volume desembolsado
este ano. As despesas com data center devem
alcançar US$ 3,2 bilhões, um aumento de 4,9
% sobre 2013. Os investimentos em software
totalizarão US$ 5 bilhões em 2014, chegando a
9,2% mais que o destinado este ano.
Donald Feinberg, vice-presidente do
Gartner, observou que a economia local está
andando mais lentamente, com redução do
Produto Interno Bruto (PIB) e que o País terá
uma agenda atípica no próximo ano. Haverá
carnaval em março, Copa do Mundo em
junho e eleições em outubro.
Apesar de 2014 ter menos dias úteis para
negócios, Feinberg avalia que o cenário
é positivo para o Brasil por ser um dos
mercados da América Latina que mais
crescem e com demanda interna aquecida.
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10 MERCADO
Aumento dos
dispositivos
móveis no País
vai pressionar
empresas a
investirem
mais na
Terceira
Plataforma
em 2014
Frank Meylan,
sócio da área de Management
Consulting da KPMG no Brasil
Entre as tecnologias que estarão no radar dos
CIOs, o analista do Gartner prevê que vão
prevalecer nos primeiros lugares as três que
se destacaram em 2013 que são: ferramentas
analytics e BI; mobilidade e cloud computing.
Val Sribar, vice-presidente do Gartner,
avalia que há muitas oportunidades no
mercado brasileiro. Ele afirma que o aumento
da importância do consumidor é fundamental
para o crescimento sustentado dos gastos
de TI no País. O analista chama atenção
para a diversidade de negócios que surgirão
com a Economia Industrial Digital, que será
construída sobre as fundações da Terceira
Plataforma de TI, que a consultoria conceitua
como “Nexo das Forças”, apoiada em quatro
alicerces: cloud computing, mobilidade, social
business e Big Data.
Essas quatro forças integradas e combinadas
com a Internet de Todas as Coisas, segundo
o Gartner, darão inicio à Era Digital com
verdadeira transformação dos negócios.
O motor que vai puxar essa mudança é a
mobilidade. Projeções do instituto de pesquisas
indicam que em 2020 haverá quase 30 bilhões
de aparelhos conectados, sendo a maior parte
deles interligados a produtos, beneficiando
diversos setores como varejo, saúde e
transporte. Outros 7,3 bilhões de devices
estarão nas mãos das pessoas, com poder para
compras online, navegação nas redes sociais e
consumo de uma variedade de serviços.
Com esse cenário, a recomendação dos
analistas do Gartner é que os gestores de TI
alinhem seus projetos para fortalecerem em
2014 iniciativas que contemplem os pilares das
quatro forças que vão digitalizar processos e
alterar os modelos de negócios.
Megatendências, big negócios
Para Fernando Belfort, analista de mercado
sênior da Frost & Sullivan para América
Latina, as megatendências de TI impactam
toda a sociedade de forma horizontal. O
conceito de smart será disseminado pelas
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cidades, redes de energia, carros, dispositivos
móveis, prédios, fábricas etc. Essas mudanças
vão refletir na economia, cultura, trabalho,
modo de vida das pessoas e formas de fazer
negócios, alerta o consultor.
“Daqui a cinco anos todas as companhias
competitivas precisão ter implantados, como
práticas do dia a dia, projetos de mobilidade,
cloud e Big Data”, reforça Belfort, que acredita
que muitas dessas iniciativas vão ganhar espaço
em empresas locais a partir de 2014. O analista
constata que em 2013 muitas organizações
olharam apenas para uma ou duas dessas
vertentes, ainda assim de forma isolada, sem
unir as peças. “O CIO que pensa Big tem que
ter esses temas em sua agenda”, endossa.
O aumento dos dispositivos móveis no
País vai pressionar as empresas a investirem
mais nas tecnologias que sustentam a Terceira
Plataforma em 2014, avalia Frank Meylan,
sócio da área de Management Consulting da
KPMG no Brasil. “A mobilidade está ganhando
muita força pela sua agilidade e dinâmica aos
negócios, tomando o largo espaço dos PCs”,
enfatiza o executivo, mencionado o interesse
dos bancos em explorar essa tecnologia depois
que o Banco Central aprovou regulamento em
2013, permitindo que os celulares se tornem
meio de pagamento.
Já Alexandre Campos, analista de TI e
Telecom da IDC Brasil, avalia que 2013 foi o
ano em que cloud computing começou a dar
frutos no País, com aumento de maturidade
e disseminação de projetos. As empresas
investiram US$ 257 milhões em nuvem pública,
US$ 123 milhões em infraestrutura (IaaS),
enquanto a plataforma como serviço (PaaS)
somou US$ 25 milhões e software como serviço
(SaaS) US$ 109 milhões, segundo a IDC. Ele
acredita que o conceito ganhará mais força aqui
em 2014 e prevê crescimento anual de 74% do
mercado local, chegando em 2015 com receita
total de US$ 798 milhões. Uma das mudanças
é que os negócios de SaaS ultrapassarão os de
IaaS em faturamento.
12 CAPA
MOBILIDADE
CLOUD COMPUTING
SOCIAL BUSINESS
BIG DATA
Terceira Plataforma pauta
a agenda de TI em
2014
Analistas e indústria preveem incrementos dos projetos baseados nas quatro
megatendências no próximo ano pela pressão que as companhias estão
enfrentando para transformação de seus negócios
www.computerworld.com.br
13
N o ano em que o Brasil sedia a Copa
do Mundo é esperado que Terceira
Plataforma de Computação, pós
mainframe e PCs, ganhe um
grande impulso no País. Analistas de
mercado e indústrias preveem que esse
tema consumirá boa parte da agenda dos
CIOs e fornecedores de TI no Brasil em
2014 pela pressão que as companhias estão
enfrentando para ganhos de eficiência
operacional e transformação dos negócios.
As apostas dos fornecedores de
tecnologias e serviços em torno dos
negócios que serão gerados pela Terceira
Plataforma no Brasil são grandes. Para a
demanda prometida, há uma movimentação
no mercado com fusões, incorporações,
chegada ao País de novos players e
investimentos em ampliação de data center.
O setor espera investimentos maiores
em projetos baseados nos quatro pilares
desse conceito, que são cloud computing,
mobilidade, Big Data e social business.
Ao mesmo tempo, a disseminação dessas
megatendências traz desafios para o
Brasil. Entre os quais a necessidade de
ampliação das redes de banda larga com
Existe uma pressão
ggrande para que as
gr
empresas invistam
em
m novas tecnologias
t
serem mais
ppara se
competitivas
com
conexões mais baratas, redução dos custos
de data center, capacitação de mão de
obra especializada e definição de questões
regulatórias como na área de segurança.
A expectativa do mercado é que alguns
desses entraves sejam resolvidos no próximo
ano, quando o Brasil estará no centro
das atenções do mundo por ser sede da
Copa do Mundo e também por causa de
outros eventos. Em 2014, o País terá duas
eleições e em 2016 será o anfitrião das
Olimpíadas, o que obrigará investimentos
em novas tecnologias e infraestrutura para
processamento.
A Terceira Plataforma começou a
Cassios Dreyfuss,
do Gartner
14 CAPA
R social
Rede
corporativa aumenta
pprodutividade dos
produti
funcionários
funcioná
Arlindo Maluli Junior,
diretor de estratégia e
alianças da Microsoft
www.computerworld.com.br
ganhar mais força no Brasil em 2013,
com participação nos novos projetos
de TI, conforme revelou a 13a edição
do Prêmio IT Leaders, realizado em
agosto pela COMPUTERWORLD, em
parceria com a IDC, que elegeu os 100
melhores CIOs do Brasil. O levantamento
comprovou a existência de uma ou mais
iniciativas baseadas no novo conceito
nos investimentos das companhias que
concorreram ao prêmio.
O estudo mostra que os gestores de TI
vão abraçar esse conceito em 2014. Entre
os entrevistados, 89% informaram intenção
de investir em consumerização e uso de
dispositivos móveis. Uma parcela de 74% disse
que planeja iniciativas para infraestrutura
de TI no modelo de cloud computing, 89%
desembolsarão recursos para BI e 69%
vão comprar ferramentas de Customer
Relationship Management (CRM) para
reforçar o relacionamento com os clientes.
A IDC estima que em 2020, cerca
de 90% do crescimento de TI estará
relacionado à Terceira Plataforma, que
hoje representa 22% dos gastos com
Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC). Diferentemente de outras ondas
tecnológicas em que o Brasil entra atrasado,
nesta o País está junto aos demais mercados.
Em estudo do Gartner sobre as dez
prioridades dos CIOS em 2013 o Brasil
aparece pela primeira vez alinhado com
o resto do mundo, apontando nos três
primeiros lugares as mesmas tecnologias
do mercado global e da América Latina,
que são: ferramentas para análise de
dados (analitycs e BI), mobilidade e cloud
computing, na respectiva ordem.
Cassio Dreyfuss, chairman e keynote do
Gartner/ITxpo 2013, realizado no começo
de novembro em São Paulo, diz que antes
as tecnologias levavam uns três anos para
chegar ao mercado brasileiro e que hoje
os lançamentos são quase que simultâneo.
“Existe uma pressão grande para que as
empresas invistam em novas tecnologias
para serem mais competitivas”, constata.
O consultor observa que a situação
privilegiada do Brasil atraiu mais
fornecedores internacionais, obrigando
eles a reposicionar seus produtos para
o mercado local. “Antes, eles traziam
produtos enlatados. Agora os vendors
perceberam que a forma de o CIO
brasileiro gerir TI é diferente”.
Por que adotar a Terceira Plataforma?
O crescimento do uso da mobilidade no
Brasil é a necessidade de dar respostas
rápidas aos negócios são algumas das
alavancas para as empresas investirem
na Terceira Plataforma. Hoje o País conta
com quase 270 milhões de celulares ativos
e, segundo relatório da IDC, 46,2% dos
terminais vendidos no primeiro semestre
de 2013 são smarthphones. Ainda de
acordo com o instituto de pesquisas, foram
comercializados, 3,3 milhões de tablets nos
primeiros seis meses de 2013, com aumento
de 165% sobre os volumes do mesmo
período em 2012.
Aliado a isso, o Brasil está ampliando as
redes de 4G e de Wi-Fi em locais públicos,
permitindo que mais pessoas acessem
internet. Erasmo Rojas, ex-diretor da 4G
América para América Latina, observa
que o Brasil já conta com mais de 400
mil usuários das novas redes de quarta
geração, o que é uma oportunidade para as
empresas lançarem serviços de dados para
dispositivos móveis.
15
A consumerização faz com que usuários
levem seus dispositivos para o ambiente
de trabalho, desafiando as companhias
a abraçarem o movimento do Bring
your Own Device (BYOD) e buscarem
ferramentas de segurança para proteger
informações sensíveis que serão acessadas
por esses aparelhos pessoais.
Transformar negócios em um mundo
conectado com inovação. Esse é o lema
dentro das empresas. “Todos estão
buscando ser mais competitivos e mais
rápidos”, afirma Eduardo Lopez, vicepresidente de Aplicativos da Oracle para
a América Latina. A TI tem a grande
missão de ajudar as companhias a se
reinventarem. O executivo acredita que
a saída para os CIOs liderarem esse
movimento é se apoiarem nos quatro
pilares da Terceira Plataforma. Eles são
os facilitadores para implementação de
arquiteturas que permitem projetos com
mais velocidade, como aplicações para
colaboração e redes sociais, bem como
soluções em nuvem.
Com mobilidade, as pessoas estão
conectadas o tempo todo, navegando em
redes sociais, consumindo e acessando uma
série de serviços. “As companhias têm que
ser rápidas para agir antes que o cliente faça
queixas”, adverte Lopez, ressaltando que
esse dinamismo puxado pela mobilidade
e consumidor conectado exige que as
organizações tenham inteligência para ouvir
o que as pessoas estão falando de suas
marcas nessas mídias.
É preciso dar respostas com produtos
personalizados. Lopez afirma que a tendência
daqui para frente é a área de marketing apoiar
o desenvolvimento de novos produtos não
mais baseada em análises históricas de dados,
mas em informações coletadas em tempo real
nas redes sociais.
Arlindo Maluli Junior, diretor de
estratégia e alianças da Microsoft, acredita
que as companhias do Brasil vão investir
mais em ferramentas de mídia social
não apenas para monitorar clientes, mas
para ganhar produtividade internamente
Segundo ele, muitos funcionários estão
preferindo usar mais as redes sociais
corporativas para se comunicar com seus
times que o e-mail.
Uma pesquisa realizada pela Microsoft
Investimentos
em 2014
%
89
dos CIOs investirão
em consumerização
(uso de dispositivos
como smartphone,
tablet) para
acessar aplicações
corporativas nos
próximos 12 meses
www.computerworld.com.br
16 CAPA
20 será o ano em
2014
que as iniciativas
de Bigg Data vão
transformar em
se trans
p j reais
projetos
Ana Claudia Oliveira,
gerente de vendas para
América Latina da Pivotal,
unidade de negócios da EMC
com 99,99 m
mil profissionais em 32 países,
incluindo o Brasil, revelou que 51%
acreditam ser mais produtivos com uso
das redes sociais corporativas. Com a
possibilidade de as empresas contratarem
essas aplicações na nuvem, Maluli aposta
num crescimento da busca por esse tipo de
solução em 2014, principalmente pelo desejo
dos funcionários de terem seus serviços de
comunicação integrados para acesso em
qualquer lugar e qualquer dispositivo.
Maturidade da nuvem
Investimentos
em 2014
87%
dos líderes de TI
continuarão investindo
em softwares de
gestão (ERP)
www.computerworld.com.br
A forma mais rápida, encontrada pelos
CIOS para colocar aplicações no ar e
ampliar a infraestutura de acordo com a
necessidade dos negócios, é a contratação
de serviços na nuvem. Esse modelo, que era
visto com desconfiança no Brasil, avançou
no Brasil em 2013 e o ritmo de crescimento
tende a continuar em 2014.
Estudos do Gartner estimam que o
mercado brasileiro termine o ano com
movimento de US$ 2 bilhões em contratos
de serviços de cloud computing. Para 2017,
os negócios nessa área mais que vão se
multiplicar no País e gerar uma receita de
aproximadamente US$ 4,5 bilhões.
Ao analisar o estágio dos serviços em nuvem
no Brasil, Cassio Dreyfuss, vice-presidente
Gartner no Brasil, avaliou que as empresas
estão mais receptivas a esse modelo de
contratação de TI. “Os CIOs estão percebendo
que cloud é inevitável”, afirmou o executivo.
Fabio Costa, presidente da VMware Brasil,
constata crescimento nas aplicações de
nuvem no País, pelo aumento das vendas
de seus sistemas para implementação de
ambientes preparados para esse modelo de
processamento. Ele observa que uma das
razões que estão fazendo com que CIOs
migrem para cloud são os orçamentos
apertados para inovar. Hoje 70% do
orçamento deles são para manutenção e que
sobra apenas 30% para infraestrutura. Assim,
o novo modelo permite expandir com maior
controle dos investimentos.
A nuvem também tem se apresentado como
solução para as pequenas e médias empresas
(PMEs), informatizarem seus negócios,
constata Alexandre Kasuki, diretor de
marketing da HP. Ele revela que as soluções
de rede pública da companhia têm registrado
uma grande procura por esse segmento e que
o cenário é otimista para 2014.
Entretanto, Dreyfuss observa que a falta
de infraestrutura de telecomunicações fora
dos grandes centros ainda é uma barreira
para expansão desse modelo no Brasil.
Apesar de reconhecer que a conectividade
é um obstáculo para nuvem no País, Ione
Coco, responsável pelo programa de CIO
do Gartner Brasil, afirma que esse problema
não deve ser uma desculpa para adiar os
projetos de cloud. Sua recomendação é:
“comece pequeno, mas faça. Não reclame da
falta de infraestrutura”, aconselha.
Big Data em busca de seu espaço
Entre os quatro pilares da Terceira Plataforma
o que está menos desenvolvimento no Brasil
é o Big Data, por ainda ser um conceito novo.
A sua proposta é ajudar as companhias a lidar
com grandes volumes de dados, coletando
informações em tempo real de redes sociais
ou transações de negócios para tomada de
decisão com mais assertividade.
Porém, o conceito gerou confusão no
mercado sobre o que são ferramentas
analíticas de dados e analistas do Gartner
18 CAPA
O
Orçamento
apertado estimula
CIOs a migrarem
nuvem
ppara nuv
Fabio Costa, presidente
da VMware Brasil
acreditam que esse ruído vai atrasar o
crescimento dos negócios nessa área e
cresciment
retardar os projetos de Big Data. O alerta
é de João Tapadinhas, diretor de Business
Intelligence do Gartner.
Tapadinhas afirma que há uma
dificuldade por parte das empresas em
entenderem sobre o uso correto das
ferramentas analíticas, o que faz com o
processo de decisão de compra se torne
mais lento. Esse problema já existia antes
da propagação do conceito de Big Data,
segundo o analista do Gartner. “Muitas
companhias fizeram investimentos em BI
analítico e não tiveram o retorno esperado”.
Como resultado disso, os negócios nessa
área, que haviam registrado crescimento de
17% em 2011, fecharam com queda de 7%
em 2012. Tapadinhas espera que as vendas
de ferramentas analíticas voltem a crescer,
chegando a patamares de 10% até 2016.
A indústria tem parcela de culpa pela
confusão gerada no mundo das tecnologias
de inteligência de dados. Mas o analista do
Gartner percebe um esforço delas em tentar
orientar o mercado. “Em 2015, a maioria dos
fornecedores de ferramentas analíticas terá
ofertas diferenciadas”, acredita Tapadinhas.
O presidente da Teradata Brasil, Sérgio
Farina, confirma que muitas companhias
ainda estão tentando entender como extrair
valor do Big Data. “Estamos ainda em
momento de laboratório”, diz, indicando que
setores como varejo e telecom estão entre
os segmentos interessados em se apoiar em
ferramentas para análises de dados.
“Em 2013, percebemos que o mercado estava
aberto a ouvir falar sobre Big Data no Brasil”,
conta Ana Claudia Oliveira, gerente de vendas
para América Latina da Pivotal, unidade de
negócios da EMC. Ela acredita que 2014 será
o ano em que as iniciativas vão se transformar
em projetos reais. Seu argumento é de que as
implementações são complexas, envolvendo
mudança de processos, procedimentos,
preparação do ambiente e também a
capacitação de mão de obra. O cientista de
dados é um talento escasso no Brasil. Q
Investimentos em 2014
74%
dos CIOs investirão
em serviços de
TI no modelo
Cloud Computing
www.computerworld.com.br
89%
69%
farão investimentos em BI dos CIOs investirão em CRM
BIOMETRIA
Pág.
TENDÊNCIAS
Pág.
Recurso não deve ser encarado como complemento
Conheça os maiores desafios dos CIOs em 2014
3
12
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OUTUBRO/NOVEMBRO 2013
$*0$0.#3
Redes definidas por
software (SND)
PIONEIROS COMENTAM AS VANTAGENS E AS DESVANTAGENS DO
MODELO E O QUE APRENDERAM DURANTE A IMPLANTAÇÃO
opinião
N I CH O L A S D. E VA N S*
3
Prepare-se para a
biometria
O recurso deverá ser parte integrante do
smartphone ou tablet, e não um complemento
J
á se sabe que as vendas globais de dispositivos móveis
superaram as vendas de computadores tradicionais em
2011. Este foi um momento de redefinição para a indústria
de TI, chegando à era do “dispositivo móvel como o novo
desktop”. À medida que eles rapidamente tornaram-se o
canal preferido das pessoas para o consumo de informações,
a comunicação e a realização de transações financeiras, o
próximo momento de referência será quando a maioria
das interações dos clientes com empresas e com o governo
também passar a ocorrer através de dispositivos móveis.
Como é de se esperar, o malware está seguindo essa
evolução em TI e, rapidamente, também está passando
para o canal móvel – com pouco ou nenhum atraso. Na
realidade, como mencionei em um post recente no blog
www.cio.com.br
opinião
4
da COMPUTERWORLD nos Estados Unidos, de
acordo com a Symantec, a frequência de ataques
em plataformas móveis passou por um grande
aumento em 2011, justamente no mesmo ano em
que as remessas de dispositivos móveis superaram a
comercialização de computadores tradicionais.
Além disso, em alguns países, as plataformas
móveis estão passando por um número maior de
ataques em comparação com os PCs tradicionais.
De acordo com o Security Threat Report, 2013
(Relatório de Ameaças de Segurança, da Sophos)
na Austrália e nos EUA, os índices de exposição
a ameaças à plataforma Android estão excedendo
os índices relacionados aos PCs. No Brasil, este
ainda não é o caso, mas o mesmo estudo aponta
que o percentual de dispositivos móveis que sofrem
ataques no Brasil realmente foi
maior que nos EUA. A Sophos
define o índice de exposição a
ameaças, ou TER (do inglês, Threat
Exposure Rate), como a porcentagem
de PCs e dispositivos Android que
sofreram ataques de malware por
um período de três meses, sejam
bem-sucedidos ou não.
Ao observarmos as transações
financeiras realizadas online, vemos
que, atualmente, a América Latina
está passando por um grande crescimento na área de
comércio eletrônico. De acordo com a empresa de
consultoria de comércio eletrônico E-bit, “as vendas
online no Brasil durante o primeiro semestre do ano
totalizaram R$ 12,7 bilhões (US$ 5,2 bilhões), o que
representa 60% de todas as transações de comércio
eletrônico realizadas na América Latina no período”.
A empresa também destacou que o uso de dispositivos
móveis para compras também estava aumentando.
Atualmente, embora seja uma pequena porcentagem
do total geral do comércio eletrônico, “no primeiro
semestre, 3,6% das vendas online foram realizadas
com o uso de smartphones e tablets, em comparação a
1,3% no mesmo período do ano anterior” – este é um
aumento de 300%.
Neste contexto de ampla mudança do setor para
o uso de dispositivos móveis como o novo desktop,
do crescente número de ataques de malware
direcionados a esses aparelhos e com o grande
aumento do comércio eletrônico móvel na América
Latina, principalmente no Brasil, gostaria de falar
sobre como a consumerização de tecnologias de
segurança cibernética, como a biometria, pode
ajudar a amenizar alguns dos atuais problemas e
possibilitar mais crescimento do mercado.
Como vocês podem imaginar, os brasileiros estão
naturalmente mais preocupados com a segurança de
suas transações online e de seus dados financeiros.
Uma pesquisa recente chamada Unisys Security Index,
realizada em 12 países e que incluiu entrevistas com mais
de 1.000 brasileiros, avaliou a percepção dos consumidores
em diversos aspectos relacionados à segurança. O
estudo concluiu que 75% dos brasileiros estavam muito
preocupados com o fato de outras pessoas obterem ou
usarem as informações de seus cartões de crédito/débito.
Grande parte das pessoas entrevistadas (67%) estava
extremamente preocupada com o roubo de identidade que
pode levar ao acesso não autorizado ou ao uso indevido de
informações pessoais.
A pesquisa também mostrou que a maioria dos
brasileiros entrevistados se sentia de
alguma forma confiante com a capacidade
das tecnologias biométricas de proteger
os dados pessoais em suas transações
financeiras. Na realidade, 75% dos 1.000
brasileiros entrevistados afirmaram que
estavam um pouco ou muito confiantes
com a capacidade das tecnologias
biométricas, como impressão digital,
identificação por íris e reconhecimento
facial ou da retina, de proteger suas
transações financeiras.
O que é necessário para proteger as transações móveis?
Obviamente, não há algo que proporcione segurança
absoluta, mas a biometria é um passo rumo à direção certa
para fornecer um nível mais forte de autenticação. O que é
necessário para difundir a biometria móvel? É necessário
um interesse público em adotar essa forma de autenticação
- e parece que há - e também de fabricantes de dispositivos
que consigam introduzir esse recurso de uma forma que
não seja dispendiosa e fácil de usar. O recurso deverá
ser parte integrante do smartphone ou tablet, e não um
complemento com um custo extra e elevado.
A boa notícia é que, como a segurança cibernética é
consumerizada com outros aspectos da indústria de TI,
esses tipos de inovações na biometria de baixo custo
e com facilidade de uso já estão sendo introduzidos
na próxima geração de dispositivos móveis em todo o
mundo. Órgãos do governo e CIOs com visão de futuro
agora têm uma excelente oportunidade de utilizar essa
tecnologia para aumentar a segurança de suas interações
com clientes e cidadãos. CIO
Plataformas móveis
já sofrem um
número maior
de ataques em
comparação
com os PCs
www.cio.com.br
*Nicholas D. Evans lidera o Programa Estratégico de Inovação da
Unisys e foi apontado como um dos 100 principais líderes de TI em
2009 pelo prêmio Computerworld’s Premier 100 IT Leaders
capa
6
SDN
Pioneiros compartilham seus segredos
Treinamento, planejamento e testes são as chaves
do uso das redes definidas por software
POR JAMES CARELESS, NETWORK WORLD
C
om a habilidade de criar redes
virtuais de modo rápido e eficiente
– em vez de programar hardware
conectado por rede individualmente –
as redes definidas por software (SDN)
parecem ser a solução que gerentes de
TI, sobrecarregados, têm buscado para
economizar tempo e recursos.
Contudo, existe uma diferença entre
a teoria por detrás de um avanço de TI
como as SDNs e a experiência real de
implantação e utilização.
Conversamos com vários pioneiros do
SDN para descobrir como suas incursões
iniciais estão resultando e compartilhar o
que eles aprenderam.
Testes são indispensáveis
A Faculdade Marist, localizada em um
pitoresco campus de 850 mil metros quadrados
em Poughkeepsie, NY, foi selecionada
recentemente pelo The Princenton Review
como sendo um dos “Campus Mais
Conectados” dos Estados Unidos.
“Embarcamos na onda SDN através de um
subsídio de pesquisa da IBM e imediatamente
começamos a trabalhar com o protocolo
OpenFlow”, conta Robert Cannistra, professor
de ciência da computação e tecnologia da
informação da Faculdade Marist. “Nosso
trabalho nos levou a testar SDN em nosso
laboratório de pesquisa liderado pela
faculdade, e a desenvolver uma implantação
piloto em nossa própria rede do campus
através de nosso departamento de TI”.
Durante os últimos dois anos e meio,
a Faculdade Marist tem trabalhado
com a IBM para testar e implantar uma
rede definida por software baseada no
OpenFlow para interconectar três centros
de dados da faculdade.
“Atualmente, nossos domínios Layer
2 convencionais estão inclinados a
congestionamento de tráfego e longos tempos
de convergência”, conta Cannistra. “Com
nossa abordagem SDN, podemos desenvolver
rapidamente políticas que abordem as causas
de origem desses problemas e empurrar
tais políticas através da rede, rapidamente.
O resultado é uma significativa redução
de latência, já agora podemos definir qual
tráfego terá prioridade”.
Até o momento, a faculdade implantou
acesso SDN básico para 5 mil de seus
estudantes, e acesso avançado para vários
grupos de pesquisa da faculdade.
De “cético total” em relação às SDN,
Cannistra se tornou um entusiasta, com
algumas reservas. Ele explica: “Quando o
assunto são os aspectos técnicos da SDN,
o segredo está em cada implementação do
fornecedor, o que torna todo o conceito
de ‘OpenFlow’ um conceito fechado”.
Felizmente, segundo ele, “à medida que
a especificação do OpenFlow evolui,
começamos a ver mais características e
funcionalidades embutidas nos padrões
abertos da indústria”.
Segundo Cannistra, uma das principais
armadilhas observadas logo no início
da implantação foi a projeção e geração
de esquemas de roteamento para serem
utilizados nas redes ‘virtuais’ através
do SDN. “Este é um ponto crucial
para compreender: caso você o projete
corretamente da primeira vez, você não
precisa projetá-lo novamente ou criar
‘gambiarras’ mais tarde para superar
obstáculos no projeto”. A forma de evitar
este problema é ter uma boa plataforma de
testes, como também verificar esses projetos
antes de levá-los para a produção, uma
ferramenta que a Faculdade Marist possui.
O conselho de Cannistra para quem
vai implantar SDN? “Teste muito. Teste a
funcionalidade, teste o controlador, teste os
switches, veja onde estão as fronteiras, se as
mesmas existirem”.
Planejamento é fundamental
7
Existe uma
diferença
entre a teoria
por trás das
SDNs e a
experiência
real de
implantação
e uso
O Henry Ford Health System (HFHS)
serve 2,2 milhões de pacientes na área
metropolitana de Detroit. Seus cinco
campus cobrem 740 mil metros quadrados.
O sinal WiFi cobre toda a área.
“Temos 16 controladores WiFi e cerca
de 4,4 mil pontos de acesso/sensores
de detecção de intrusão”, conta Doug
McDonald, gerente de redes sem fio do
HFHS. “Com a explosão do tratamento
médico baseado em comunicação WiFi e
dispositivos móveis usados por funcionários
e pacientes, evitar congestionamentos na
rede wireless se tornou prioridade absoluta.
www.cio.com.br
capa
8
Comece em
uma área
pequena de
seu data center.
Não tente
fazer tudo
de uma vez
Literalmente um caso de vida ou morte”.
O HFHS está evoluindo a gestão da rede
WiFi utilizando o software OneFabric Connect
SDN, da Enterasys Networks, com apoio do
AirWatch (Administração Wi-Fi) e da Siemens
Enterprise Communications (hardware).
“Com SDN, podemos definir níveis
de acesso para dispositivos WiFi através
da rede, garantindo que os dispositivos
médicos tenham prioridade quando os
níveis de tráfego sobem, e que os aplicativos
que exijam banda consistente – como
as aplicações de telemedicina baseada
na linguagem de sinais – tenham o que
precisam”, diz McDonalds. “Nós também
acabamos de desenvolver portais BYOD,
com SDN nos permitindo provisionar,
regular e responder a problemas à medida
que eles ocorrem. No momento somos
capazes de suportar 10 mil usuários
simultâneos e mais 5 mil usuários
convidados todos os dias”.
Agor, o Henry Ford Health System se
prepara para mover seu projeto SDN para
fora do laboratório. A intenção é iniciar
a implantação em um de seus hospitais
menores e daí passar aos demais.
Mapear a implantação vem exigindo
uma preparação prévia cuidadosa. “O
maior desafio é a parte de planejamento”,
conta McDonals. “Documentar um plano
detalhado para implantação em cinco
grandes hospitais e mais de 100 sites precisa
ser algo bem orquestrado”.
“Meu conselho para os departamentos de
TI considerando o uso de SDN é observar
de perto suas necessidades, estudar as
soluções SDN disponíveis, cuidadosamente,
e então testar rigorosamente a melhor
aplicação antes de colocá-la em uso”, conta
McDonald. “Não tenha medo de examinar
detalhadamente. Teste em laboratório para
ficar confortável com as ferramentas”.
O sucesso depende da
implementação em etapas
O Centro Médico da Universidade de
Pittsburgh (University of Pittsburgh
Medical Center – UPMC) é o maior
empregador da Pennsylvania, com mais
de 60 mil funcionários e opera mais de
20 hospitais acadêmicos, comunitários e
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especiais e 400 ambulatórios.
O UPMC possui tremendas exigências de
data center, incluindo a necessidade de lidar
com o provisionamento e administração de
rede de modo eficiente e acessível. É por
isso que o UPMC vem testando o Nuage
Networks VSP, da Alcatel-Lucent, em seus
laboratórios, e planeja também testar
produtos de outros fornecedores, à medida
que for determinando a tecnologia SDN
correta para suas redes.
“Acreditamos, como a maior parte
das pessoas em nossa indústria, que a
tecnologia SDN é a próxima principal
arquitetura de rede”, conta Bill Hanna,
vice-presidente de Serviços Técnicos da
UPMC. “Nós já fazemos muita virtualização
em nosso data center para maximizar
nossos recursos de computação e ter maior
flexibilidade. SDN é o próximo passo lógico
para provisionar essas máquinas virtuais de
modo rápido e flexível”.
“Nossa expectativa é a de que o uso
de SDN nos permita realmente explor a
nuvem para uma administração de dados
eficiente”, conta Hanna. “E também acelere
nossa habilidade de prover novas máquinas
virtuais rapidamente, e de fazer mudanças
arquitetônicas estratégicas em tempo hábil.
Este é um grande avanço em potencial
na melhoria da produtividade e fluxo de
trabalho para o provisionamento de nossas
redes”, comenta.
Conselhos? Primeiro, “eduque sua
equipe de funcionários de TI sobre SDN”,
diz Hanna. Segundo, “tenha um caso de
uso claro”. Terceiro, ao implantar o SDN,
“comece em uma área pequena de seu data
center”, não tente fazer tudo de uma vez.
Uma ressalva: ao considerar a
implantação do SDN em sua infraestrutura,
“preocupe-se com a rede básica, o que
acontece quando ela para e como a solução
de problemas é feita. “Soluções SDN que
não fornecem visibilidade em todos os
níveis de rede seriam consideradas abaixo
do ideal”, comenta Hanna.
Seu último conselho: quando o assunto é
fazer SDN funcionar, tenha em mente que
tecnologia não é tudo. “Você ainda precisa
de pessoas realmente inteligentes que
estejam abertas a mudanças”, conta ele. CIO
OPENFLOW E SDN:
O FUTURO DAS REDES
POR JIM DUFFY, NETWORK WORLD
O
futuro das redes será definido por software.
Esse foi o tema principal do primeiro dia do
Open Networking Summit, encontro dedicado às
redes definidas por software (SDN) e ao protocolo
OpenFlow, que leva uma programação simplificada
aos dispositivos de rede (switches e roteadores, físicos
e virtuais, de diversos fornecedores) através de uma
interface padrão.
Com um forte conteúdo tecnológico e pouco
marketing, o Open Networking Summit foi
organizado pela Universidade de Stanford – onde o
OpenFlow foi concebido – e pela Open Networking
Foundation (ONF), organização formada no início
deste ano para padronizar o OpenFlow e a SDN.
O grande público presente ao Open Networking
Summit _ de 600 inscritos, parte deles responsáveis
por mais de 25 demonstrações _ é uma prova
irrefutável de que não estamos mais diante de um
projeto de pesquisa. “De fato, SDN possibilita que os
clientes e usuários façam coisas que eles não podiam
fazer antes”, afirma Dan Pitt, vice-presidente da
cúpula e diretor executivo do ONF.
O quê, por exemplo? Programar uma rede como se
ela fosse um computador. O OpenFlow, ou qualquer
API que forneça uma camada de abstração da rede
física para o elemento de controle, permite que a
rede seja configurada ou manipulada através de
software, o que a abre para maiores inovações,
segundo os participantes da conferência.
“A proposição de valor... é a habilidade de
inovar dentro da rede a fim de obter vantagens
competitivas”, argumenta Martin Casado, cofundador
e CTO da Nicira Networks, empresa de virtualização
de rede. “Uma vez que você dissocia as camadas, elas
podem evoluir independentemente”.
A SDN fornece abstração em três áreas da rede: estado
distribuído, encaminhamento e configuração, conta
Scott Shenker, membro fundador do conselho da ONF
e professor da Universidade de Berkeley. As abstrações
são a chave para extrair simplicidade. “Utilizar redes hoje
significa dominar a complexidade, conta ele.
“A habilidade de dominar a complexidade
não é a mesma coisa que a habilidade de extrair
simplicidade”, argumenta Shenker. “SDN é uma
mudança imensa no paradigma da função de controle
logicamente centralizado”, completa.
Com o OpenFlow/SDN, os usuários podem
personalizar as redes de acordo com as necessidades
locais, eliminar ferramentas desnecessárias e criar
redes virtuais e isoladas, conta Nick McKeown,
professor de engenharia elétrica e ciência da
computação em Stanford. Eles também podem
aumentar o ritmo da inovação através de software,
em vez de hardware, o que irá acelerar a troca
de tecnologia com parceiros e a transferência de
tecnologia entre universidades.
Mas existem ressalvas também. O OpenFlow e as
SDNs acabaram de sair dos laboratórios de pesquisa e
de entrar na produção. O OpenFlow é imaturo e não
foi testado em implantações de rede de larga escala,
dizem alguns participantes da cúpula. A escala,
tolerância a falhas e a segurança foram questionados.
Pode levar anos para que a tecnologia se manifeste
de modo significativo em ambientes de produção.
Efeito Cisco
Como a fornecedora líder em roteadores e switches,
a Cisco pode ter muito a perder com a mudança para
o SDN. Apesar de ser membro do ONF e planejar
colocar o OpenFlow em sua linha de switches Nexus,
a SDN pode tirar a proposta de valor do discurso de
vendas arquitetônico da empresa.
David Meyer, um distinto engenheiro da Cisco,
conta que a empresa compreende o potencial
impacto do OpenFlow/SDN e está formulando uma
reação para o mesmo.
Independente disso, as empresas e os data centers
de grande escala, como aqueles que pertencem ao
Yahoo, necessitam disso agora, conta Igor Gashinsky,
arquiteto chefe da Yahoo.
“Um dos problemas é a descoberta de topologia”,
conta ele. “Roteadores gastam mais de 30% dos
ciclos da CPU refazendo a descoberta de topologia.
Já temos isto em uma base de dados central! Então
vamos apenas programá-la!”.
Com uma API geral como o OpenFlow, SDN torna
muito mais simples a introdução de novos fornecedores
de sistemas operacionais, conta Gashisky. Permite que
os usuários criem plug-ins para adicionar características
ao plano de controle sem ter de modificar o hardware
fundamental – ou melhorar o hardware sem modificar
o plano de controle, conta ele.
“É como a mudança de mainframes para servidores
Linux”, compara Gashinsky.
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9
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FELIZ
2014!
12
E
stamos na época do ano na qual a
maioria das empresas realiza seu
planejamento e orçamento para o
ano seguinte. Além disso, temos apenas
poucos meses para completar as metas
estabelecidas para o ano corrente. Todo
ano ouvimos o mesmo discurso de “fazer
mais com menos”. Entretanto, penso que
estamos tendo o privilégio de vivenciar um
momento fantástico: grandes mudanças
ocorrendo no mundo e em TI, umas
impulsionando as outras. Nunca vi tantas
trocas de CIOs ocorrerem em um ano.
E, a meu ver, isso é reflexo direto desse
momento de transformações.
Para falar dos desafios do CIO para
2014, começarei com uma análise geral da
economia e dos negócios. Afinal, é para
gerar valor para os negócios que existimos.
E todos sofremos impactos das mudanças
na economia.
No cenário político atravessamos uma
grave crise na Síria que nos colocou no
limiar de uma nova guerra. Foi o principal
assunto da recente assembleia da ONU.
Provavelmente , no cenário internacional,
continuaremos em 2014 com uma situação
bem delicada.
www.cio.com.br
Aqui, do nosso lado do mundo, teremos
em 2014 eleições presidenciais no Brasil, o
que nos países emergentes acaba sempre
gerando insegurança na economia.
Some-se a isso o fato de que ainda
tentamos entender os impactos das
manifestações populares, que no Brasil e em
outros lugares do mundo foram muito forte.
E, como se não bastasse, ainda temos
os casos recentes de espionagem contra o
Brasil inflando a já crescente preocupação
quanto à segurança das informações.
No cenário econômico, a grande
locomotiva do planeta - China - continua
a crescer, mas cada vez menos. A Europa
tenta atravessar sua crise. Já os Estados
Unidos devem continuam apostando na
revolução energética do gás do xisto para
promover sua recuperação.
Essa recuperação da economia dos
Estados Unidos traz grandes reflexos
para a América Latina. Temos um grande
comércio com eles e sua recuperação
fortalece esse comércio.
Por outro lado, ela também tem
consequências ruins: tira investidores do
nosso país, ocasionando o aumento do
dólar e a necessidade de maiores taxas
de retorno para atrair investimentos.
Embora, para quem exporta serviços,
principalmente, a notícia da elevação
do dólar não seja ruim, pela maior
competividade nos custos.
A conjunção do cenário políticoeconômico para 2014 é a de que deverá ser
um ano mais difícil do que 2013. Muitos
riscos, muitas ameaças, mas também
muitas oportunidades.
Para as empresas serem competitivas
neste cenário, duas são as estratégias gerais:
$EºNIREMQUESEGMENTOS
ATUAREMQUEMERCADOSCOM
QUEMIXDEPRODUTOS
A TI poderá ter um papel fundamental
na definição dessas estratégias, via o uso
de aplicações de Business Inteligence e de
ferramentas inovadoras de “big data”.
Pela primeira vez é possível trabalhar
com dados reais e massivos com potencial
de aumento na precisão da análise e
possibilidade de inter-relacionar mais dados.
­&OCARNAPRODUTIVIDADE
Já não é mais possível no Brasil crescer
com base da mão de obra barata, pelo alto
desemprego e a baixa formação. Agora,
com o pleno emprego, temos que entrar no
jogo dos grandes e produtividade passa a
ser fundamental.
Três aspectos entram em campo:
excelência operacional, otimização da
cadeia e recrutamento de talentos.
Ter as melhores pessoas faz diferença.
Para isso, precisamos olhar todo o ciclo
– da entrada de novos profissionais e
seu desenvolvimento, aos esquemas
de remuneração e principalmente
alinhamento com os valores da empresa.
A TI também pode exercer um papel
decisivo na produtividade, a partir desses
três aspectos anteriormente mencionados.
Porém, os efeitos da saída de capital
da economia gerando alta do dólar e a
necessidade de maiores taxas de retorno
dos projetos trarão custos maiores para
TI e maior dificuldade de aprovação de
projetos. Seremos pressionados para
baixar custos em um cenário de alta no
valor do hardware, do software e dos
custos de manutenção.
Quando olhamos para as principais
tendências de TI, não há entre os
observadores da indústria quem não fale
de “Cloud”, redes sociais, “big data” e
mobilidade, além de BYOD, comunicação
“machine to machine”, computação “in
memory”... Uma série de tecnologias novas
e conceitos antigos que, juntos, estão
gerando uma revolução na TI, nos negócios
e nas vidas das pessoas.
É certo que a TI daqui a cinco anos será
muito diferente do que é hoje.
São vários aspectos dessas mudanças.
Mas um deles tem impacto direto no
trabalho do CIO: a redistribuição do
orçamento de TI entre as áreas de negócio.
Segundo as empresas de pesquisa, a
média dos CIOs hoje usa em torno de 70%
do orçamento para manter a operação, 25%
para projetos e 5% para inovação. Daqui
a cinco anos espera-se que o percentual
para operação caia pela metade (35%). Não
porque a operação perderá importância,
afinal toda a operação das nossas empresas,
de um jeito ou de outro, já está ou estará
conectada à TI – e excelência operacional ,
como vimos, será cada vez mais fator básico
de competitividade _ , mas porque com
cloud e outras novas tecnologias espera-se
um ganho de escala e produtividade para
13
www.cio.com.br
opinião
cortar tais custos pela metade. Para projetos
espera-se dobrar o gasto atual (50%) e para
inovação, triplicar (15%).
Essas mudanças darão à TI,
definitivamente, o potencial de ser o
principal parceiro de negócios ou mesmo
o principal agente na transformação dos
negócios.
Espera-se que nós, CIOs, tenhamos uma
visão clara de como a TI pode gerar valor e
possamos desenvolver nosso potencial de
“business leadership”.
Essa visão da
importância do papel da
TI não é unanimidade,
pois cada vez mais as
pessoas que trabalham em
outras áreas estão mais
proficientes em tecnologia
e estão vivendo o negócio
no dia a dia. Muitas vezes
a TI terá que suar para “correr atrás”
dos outros.
Cada vez mais os CIOs serão obrigados
a participar ativamente, desde o início,
da construção de novos projetos de
transformação, para não correrem o
risco de só serem lembrados na hora
que precisarem ser o portador das más
notícias (questões de segurança, adequação
a arquitetura, custos não informados por
fornecedores, prazos mais realistas,...).
Vender para a organização a importância
do potencial papel da TI parece ser uma
das principais missões do CIO.
14
Portanto, teremos um período fascinante
pela frente, já com grandes desafios no ano
que se aproxima.
Vejam, por exemplo, o que esta
acontecendo na própria indústria de
TI, que todos nós conhecemos tão bem.
Recentemente foi anunciada a venda
da RIM (blackberry). Há menos de dez
anos ela era a líder da mobilidade no
mercado corporativo, uma empresa
inovadora e que veio perdendo espaço
com as transformações do
mercado.
A Microsoft , por sua
vez, passa a se definir
como uma empresa de
serviços e dispositivos, o
que é bem diferente de ser
uma empresa de software.
Dois exemplos claros,
para não mencionar as
transformações que as outras “tradicionais”
estão passando.
Oracle, Sap, Cisco,... Apple, Google e
Facebook, quais influenciarão mais no
mercado: as “tradicionais” ou as “novas”?
Claro que setores que envolvem
tecnologia mudam mais rapidamente, mas o
que está acontecendo na indústria de TI, de
alguma forma também acontece nas demais
indústrias, sejam elas de B2B ou B2C.
Ao líder de TI cabe gerar valor e ser um
agente de transformação dos negócios,
apoiando no aumento de produtividade e
na definição do “where to play”. Operar
TI com eficiência operacional conseguindo
baixar os custos, apesar da alta do dólar e ,
em um ambiente cada vez mais na nuvem,
com mobilidade e novos funcionários
da “geração Y”, assegurar a segurança
adequada das informações.
Contribuir, enfim, para que nossas
empresas tenham melhores condições de
competir e crescer sustentavelmente em um
ambiente cada vez mais complexo e adverso.
Como o perfil dos CIOs é gostar de
desafios... feliz 2014! CIO
Teremos um
período fascinante
pela frente, já com
grandes desafios no
ano que se aproxima
*Ricardo Gomes de Castro
é Diretor de TI CSC – Grupo
Camargo Corrêa
www.cio.com.br
Mas muitas outras são igualmente
importantes:
 Saber operar, definir uma ótima
arquitetura de TI, contratar e gerenciar
bem o que manterá dentro de casa e o
que manterá na nuvem.
 Integrar os grupos de inovação das
empresas, apoiando a transformação dos
negócios cada vez mais sustentáveis.
 Liderar toda a equipe de TI, empregados
e parceiros na direção da inovação.
REVISTA
[ 2014]
ANUNCIE NAS PRINCIPAIS
EDIÇÕES DO ANO
A REVISTA COMPUTERWORLD E A
REVISTA CIO CRIAM VALOR PARA SUA
AUDIÊNCIA E ATENDEM A TODOS OS
TIPOS DE INFLUENCIADORES DE TI, OS
EXECUTIVOS DO SEGMENTO DE GRANDES
EMPRESAS, RESPONSÁVEIS POR AVALIAR
AS SOLUÇÕES POTENCIAIS E TOMAR
A DECISÃO DA COMPRA.
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MORTE
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certeza que está
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livre do risco de
mudar complet
ver um concorre
ame
mercado. É hora nte as regras do jogo e gan nte
har
de virar a mes
a
CALENDÁRIO EDITORIAL 2014
CW560
MAR/
ABR
CW561
MAI/
JUN
CW562
JUL/
AGO
CW563
SET/
OUT
CW564
EDIÇÃO
NOV/
DEZ
CIRCULAÇÃO
DE
RESERVA ENTREGA
MATERIAL
TEMAS EM DESTAQUE
Março
COMPUTERWORLD: O roadmap do novo modelo de TI
CIO: Consumerização e Mobilidade Corporativa
21/02
28/02
Maio
COMPUTERWORLD: Big Data e Mobilidade – A nova corrida do ouro 15/04
CIO: A nova força de trabalho de TI e seus desafios
22/04
Julho
Especial Carreira
As Melhores Empresas de TIC para Trabalhar;
COMPUTERWORLD / CIO: As Carreiras Mais Promissoras
17/06
Os conselhos dos CEOs para Liderar
24/06
Setembro COMPUTERWORLD / CIO: Especial 100 ITLeaders
19/08
26/08
Novembro COMPUTERWORLD: Estratégias de Gestão da TI / Tendências 2015
CIO: A Tecnologia como carro-chefe da Inovação
14/10
21/10
COMPUTERWORLD IMPRESSA
PARA ANUNCIAR:
15.000 exemplares
Número de Leitores: 60.000
Periodicidade: Bimestral
Circulação: Nacional auditada pelo IVC
(11) 3181.5558
(11) 9.7491.5534
[email protected]
[email protected]
Tiragem:
5&$/0-0(*"
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+
Uma publicação:
CASES 19
nuvem
CIOs colocam pés na
Para acompanhar a velocidade dos negócios, gestores
brasileiros de TI começam a contratar serviços sob demanda,
apesar de ainda cautelosos com aspectos de segurança
F orçados a dar respostas rápidas para
atender à velocidade dos negócios,
CIOS brasileiros estão investindo em
projetos baseados nos quatro pilares
(cloud computing, mobilidade, Big Data e
social business) que sustentam a Terceira
Plataforma de TI. Uma das formas de encurtar
o caminho para entrega das aplicações é a
adoção de cloud computing, modelo que
começa a ganhar mais maturidade no País
com aumento da confiança dos gestores de TI.
O 13o Prêmio IT Leaders, realizado
em agosto pela COMPUTERWORLD,
em parceria com a IDC, que elegeu os
100 melhores CIOs do Brasil, é um dos
termômetros do aumento dos investimentos
em projetos de cloud computing no País.
O estudo revela que 74% dos líderes
entrevistados têm planos de investir em
serviços nessa área em 2014.
Algumas iniciativas foram lançadas
em 2013, conforme projetos publicados
na 13a edição do Prêmio IT Leaders
da COMPUTERWORLD, envolvendo
compra de tecnologia sob demanda de
Infraestructure as a Service (IaaS) e também
de Sofware as a Service (SaaS). Ao relatarem
seus projetos, CIOs confessam que a nuvem
surge como uma salvação para atenderem
aos pedidos dos negócios com rapidez.
Apesar de cautelosos com os aspectos
de seguranças, executivos de companhias
de diversos setores da economia estão
desenvolvendo planos para mover
aplicações para nuvem. Os projetos
contemplam redes privadas e públicas,
levando-se em consideração a criticidade da
aplicação, seguindo a tendência do mercado
da composição de ambientes híbridos.
“Muitos projetos são barrados hoje
porque a TI não tem agilidade”, reconhece
Jones Emerson Costa Lima, diretor de
Tecnologia da Universidade Tiradentes
(Unit) de Aracajú (SE), ao elencar as razões
pelas quais sua instituição decidiu colocar
os pés na nuvem.
A Unit optou por esse modelo pela
necessidade de ter um site de contingência
Jones Emerson Costa Lima,
da Unit
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20 CASES
José Junqueira Simões, da União
Química Farmacêutica Nacional
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de seu data center. O projeto nasceu com
hospedagem na cloud da Amazon Web
Services (AWS) para processar todas as
aplicações da instituição, incluindo as
críticas como o ERP e o sistema acadêmico
que atende 35 mil alunos dos cursos de
graduação e pós.
“Fizemos um amplo estudo e acabamos
optando pela nuvem pública da Amazon”,
explica Lima. Os testes começaram em
outubro com implementação em etapas.
A conclusão está prevista para o fim de
julho de 2014.
A consultoria Deloitte ajudou a mapear
processos críticos, mas houve dificuldade
para contratação do fornecedor. “Não
era só levar as aplicações para nuvem.
Precisávamos preparar a infraestrutura
física, com instalação de uma rede de fibra
óptica, firewall e links web”, conta o CIO.
Velocidade para acompanhar o ritmo dos
negócios também foi o argumento de José
Luiz Junqueira Simões, gerente de TI da
União Química Farmacêutica Nacional. Ele
menciona como exemplo disso a redução
do tempo para preparação da infraestrutura
de TI para suportar a operação de novos
distribuidores da companhia, que caiu de
um ano para três meses.
A nuvem é um componente importante para
o programa “Mais com Menos”, resultado do
planejamento estratégico da União Química,
que tem a meta de elevar a receita em 20% até
2016 e é chamado de 20x16.
Para apoiar as unidades de negócios
nesse desafio, o CIO reestruturou processos
informatizados relacionados à cadeia
de suprimentos, produção, qualidade,
distribuição e comercialização, perseguindo
as diretrizes táticas propostas pelo board da
companhia.
Esse processo exigiu a incorporação de
dois distribuidores. “Eles nasceram100%
na nuvem com ERP SAP, CRM e outros
software”, informa Simões, frisando que
há uso de rede privada e pública. Essa
última, segundo ele, está protegida. Para
o CIO, toda essa mudança “mostrou uma
nova dinâmica nos processos de negócios
corporativos e o melhor, totalmente
alinhado ao planejamento estratégico”.
A possibilidade de melhorar a eficiência
da TI e ter elasticidade para alocar
recursos em picos sazonais da produção
é um dos impulsionadores que colocaram
a Fiabesa na nuvem. A fabricante de
embalagens, localizada em Pernanbuco,
está se transferindo para cloud, com a
implementação de um projeto arrojado.
A meta do CIO da Fiabesa, Carlos
Diego Cavalcanti, é até 2015 levar todas as
aplicações da companhia para uma cloud
privada. O projeto vai além de aspectos
e decisões técnicas. “Trata-se sim, de um
marco estratégico para a organização,
no sentido de apontá-la um caminho de
futuro”, explica o executivo.
A iniciativa começou no segundo
semestre de 2012 e prevê sete etapas. O
pontapé inicial foi a mudança do backup
para uma cloud storage. Depois será a
vez dos servidores de banco de dados e
das aplicações verticais de negócio menos
críticas. Na sequência, migram as aplicações
de média criticidade, seguidas do ERP e
serviços de rede.
Cavalcanti argumenta que havia
dificuldade para manter investimentos
contínuos em infraestrutura de TI, que não
eram percebidos pela operação. Com IaaS
(Infrastructure as a Service), esse cenário
muda porque contratação será por demanda.
“É um projeto inovador pela adoção de
uma nova tecnologia por parte de uma
organização que não é de TI e porque
estamos rompendo paradigmas locais,
onde há a cultura de que precisamos ‘tocar`
nos investimentos que fazemos em TI”,
endossa o CIO, IT Leader 2013, na categoria
Indústria de Manufatura
22 CASES
Projeto levou em
conta a mobilidade
dos usuários e as
diversas formas de
interação presentes
na vida dos
executivos
Eduardo Magalhães Barbosa,
da Kinross Gold
Colaboração e comunicação unificada
A comunicação unificada com ferramentas de colaboração na nuvem está ganhando espaço em algumas
empresas no Brasil, independente do porte de atuação. Duas companhias que estão extraindo os benefícios do uso
dessa tecnologia por meio do modelo de SaaS são a mineradora Kinross Gold Corporation e a Cotia Trading.
Na Kinross Gold o projeto surgiu da necessidade de um alinhamento da tecnologia de comunicação das filiais da
América Latina com a matriz, no Canadá e outros mercados. Executivos do continente latino-americano precisam
constantemente falar com seus pares, mas até o ano passado essa tarefa não era simples.
Eduardo Magalhães Barbosa, diretor de TI da Kinross Gold para América do Sul, lembra que a subsidiária usava
sistemas IP diferentes das demais unidades e a conexão para reuniões de negócios era lenta. A resposta da TI para
solucionar o problema foi a implementação de um projeto de comunicação unificada em nuvem com padrão global
do grupo.
Atualmente, executivos fazem videoconferências com seus pares distribuídos geograficamente até pelo
seu smartphone do aeroporto, hotel ou de qualquer lugar onde estiverem. “Nosso projeto repensou como nos
comunicamos internamente e fora da empresa, levando-se em conta a mobilidade dos usuários e as diversas
formas de interação presentes na vida dos executivos”, esclarece Barbosa, que foi IT Leader 2013 da categoria da
Indústria de Agronegócio e Mineração.
O desafio do CIO foi quebrar paradigmas, como acabar com reuniões presenciais no Brasil com executivos da
América do Sul para balanços financeiros, que eram realizadas trimestralmente. Barbosa afirma que cada reunião
gerava gastos em torno de US$ 120 mil, somando custos com viagem e hospedagem.
Além eliminar essa conta, a empresa conseguiu com o projeto de comunicação unificada na nuvem cortar em
40% os custos com telecomunicações, que caíram de US$ 350 mil para US$ 120 mil ao ano.
O objetivo da Cotia Trading com o projeto Video Conferencing as a Service (VaaS) também era entregar uma
ferramenta de comunicação e colaboração aos times de negócios, com redução de custos.
Fabio Sartori Salvatore, que levou o título de TI Leader 2013, na classe de Pequenas e Médias Empresas (PMEs),
relata que iniciativa permitiu aos funcionários fazerem reuniões virtuais com qualidade em qualquer lugar.
A Cotia Trading tem escritórios no Brasil, Estados Unidos, Argentina e China. O VaaS veio para substituir as
conferências telefônicas, diminuir o número de reuniões externas e viagens.
Salvatore considera que o projeto é inovador por não ter exigido altos investimentos em instalação de ambiente
especial. A solução permite que o usuário tenha “a sua própria sala” de conferência em seu dispositivo para fazer
videoconferências de onde estiver desde que possua acesso internet por 3G, 4G ou Wi-Fi.
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24 CARREIRA
Talentos
mais desejados em 2014
Especialistas em ERP, aplicações móveis, dados e infraestrutura devem
ser os mais procurados pelos CIOs. Os mais valorizados serão os que
transitam com desenvoltura no mundo da TI e dos negócios
EDILEUZA SOARES
www.computerworld.com.br
O momento é propício para profissionais de TI que estão se preparando para dar um
upgrade na carreira em 2014. A pressão para que as empresas invistam em tecnologias
mais avançadas vai abrir oportunidade para especialistas que estejam em linha com as
necessidades do mercado. Novos cargos devem ser criados e alguns talentos serão mais
disputados, com perspectivas de valorização salarial.
Projeções de consultorias em RH como Michael Page, Hays, Randstad Technologies, Robert
Half e CTPartner sinalizam que o mercado de trabalho na área de TI continuará aquecido no
próximo ano. Pesquisas e guias de salários para 2014, divulgados por essas empresas, apontam
aumento das contratações e das remunerações para talentos qualificados.
“Das 700 empresas que entrevistamos para o nosso guia salarial, 60% disseram que vão fazer
25
Salários para profissionais de Tecnologia
Tamanho da
empresa
Cargo
2013
2014
Diretor de TI / CIO
P/M
G
R$
R$
20.000 - 50.000
20.000 - 35.000
25.000 - 55.000
9%
Gerente de TI
P/M
G
R$
R$
12.500 - 23.000
14.500 - 28.500
12.500 - 25.000
15.000 - 30.000
4,5%
Gerente de projetos / PMO
P/M
G
R$
R$
7.500 - 13.500
9.000 - 18.000
9.000 - 18.000
10.000 - 22.000
12%
Gerente de Infraestrutura/
Telecomunicações
P/M
G
R$
R$
13.000 - 20.000
9.000 - 16.000
13.000 - 20.000
–
Coordenador de Infraestrutura/
Telecomunicações
P/M
G
R$
R$
6.500 - 12.000
7.000 - 15.500
7.000 - 12.000
8.500 - 16.500
8%
Sênior
P/M
G
R$
R$
4.000 - 6.000
5.000 - 7.000
4.000 - 7.000
5.000 - 8.000
7,5%
Pleno
P/M
G
R$
R$
2.500 - 4.500
4.000 - 5.000
3.000 - 5.000
4.000 - 6.000
13%
Júnior
P/M
G
R$
R$
2.000 - 3.500
3.000 - 4.000
2.000 - 4.000
3.000 - 5.000
10%
Gerente de Sistemas/
Desenvolvimento
P/M
G
R$
R$
13.000 - 20.000
10.000 - 16.000
14.000 - 20.000
–
Coordenador de Sistemas/
Desenvolvimento
P/M
G
R$
R$
6.500 - 12.000
8.000 - 15.500
7.000 - 13.000
9.000 - 17.000
8%
Sênior
P/M
G
R$
R$
5.500 - 8.500
6.500 - 9.000
6.500 - 9.500
8.000 - 10.500
17%
Pleno
P/M
G
R$
R$
4.000 - 6.000
4.500 - 7.000
4.500 - 6.500
5.000 - 7.500
10%
Júnior
P/M
G
R$
R$
3.000 - 4.500
3.000 - 5.500
3.500 - 5.000
3.500 - 6.000
13,5%
Sênior
P/M
G
R$
R$
6.000 - 9.000
7.000 - 10.000
7.000 - 10.000
9.000 - 12.000
19%
Pleno
P/M
G
R$
R$
4.000 - 6.500
5.000 - 7.000
4.500 - 7.000
6.000 - 8.000
12,5%
Júnior
P/M
G
R$
R$
3.000 - 5.000
3.000 - 6.000
3.500 - 6.000
4.000 - 6.500
20%
Sênior
P/M
G
R$
R$
6.000 - 9.000
7.000 - 11.500
7.000 - 11.000
9.000 - 14.000
18%
Pleno
P/M
G
R$
R$
4.000 - 7.000
5.000 - 8.000
6.000 - 9.500
7.000 - 12.000
44%
Júnior
P/M
G
R$
R$
3.500 - 5.500
4.000 - 6.500
4.000 - 6.000
4.500 - 7.500
13%
INFRAESTRUTURA/TELECOMUNICAÇÕES
Analista de Infraestrutura/
Telecomunicações
SISTEMAS/DESENVOLVIMENTO
Analista de Sistemas/
Desenvolvimento
Analista de Negócios
Analista ERP
Das 700 empresas
que entrevistamos
para o nosso guia
salarial, 60%
disseram que vão
fazer contratações
em 2014
Caroline Cadorin,
gerente de TI na Hays
Fonte: Robert Half
www.computerworld.com.br
26 CARREIRA
contratações em 2014”, afirma Caroline
Cadorin, gerente de TI na Hays.
Como resultado disso, alguns
profissionais serão mais valorizados em
2014, especialmente em indústrias de web e
serviços. O Guia de Salários da Robert Half
revela que especialistas em ERP, por exemplo,
poderão ser reajustados em até 44%.
Caroline aponta que profissionais com
conhecimento de bancos de dados, redes
móveis, infraestrutura, segurança da
informação e desenvolvimento de software
estarão entre os mais procurados para atender
projetos como de Big Data e mobilidade.
Os mais assediados serão os experientes
que conhecem bem tecnologia e estratégias
de negócios. Alguns serão mais difíceis
de serem encontrados como cientistas de
dados, recurso escasso não só no Brasil.
Treinamento
pela
consultoria
torna
processo
de seleção
mais assertivo
para clientes
Frederico Costa,
gerente regional da
Randstad Technologies
Profissionais que estarão em alta no próximo ano
Service Delivery Management – Para gerenciar compras de serviços terceirizados,
principalmente em nuvem. Salário: R$ 8 mil a R$ 15 mil/mês.
Arquiteto de infraestutura e sistemas – Engenheiro de sistemas com domínio de
diferentes plataformas: Salário: R$ 8,5 mil a R$ 12 mil/mês.
Consultor SAP/banking – Será muito requisitado por bancos que estão implantando
módulos da SAP. Salário: R$ 8 mil a R$ 15 mil/mês.
Auditor de TI – Especialista em CobIT, com certificações CISA para avaliar conformidade da
TI com melhores práticas. Salário: R$ 8,5 mil a R$ 13 mil/mês.
Gerente de qualidade no desenvolvimento de software– Analisar requisitos
no desenvolvimento de aplicações, realizar testes e saber gerenciar pessoas.
Salário: R$ 13 mil a R$ 20 mil/mês.
Gerente de TI para PMEs – Profissional com domínio de TI para ajudar empresas que
estão adotando ERP, nota fiscal eletrônica e outras tecnologias.
Salário: R$ 13 mil a R$ 22 mil/mês.
Fonte: Michael Page
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27
Outras profissões ganharão mais destaque
a partir do próximo ano como o Chief
Digital Officer (CDO), que Marc Gaperino,
sócio-diretor da CTPartners em Nova York,
considera imprescindível na transformação
digital dos negócios. O Chief Mobility
Officer é outro que chegará para ajudar as
empresas a colocar ordem nos projetos de
BYOD (Bring your Own Device).
Capacitação de talentos
Como o déficit de mão de obra qualificada
mantém-se alto no Brasil, encontrar o perfil
adequado para a vaga certa permanecerá
sendo um dos maiores desafios das
companhias em 2014. Lucas Toledo, gerente
da divisão de TI da consultoria Michael
Page Brasil, aponta que continuarão
fortes os investimentos no próximo ano
em capacitação interna de mão de obra
com programas de trainee e projetos de
universidades corporativas.
Surge também no mercado local o trabalho
de consultoria em RH, que prepara talentos
de acordo com as necessidades dos clientes
como é o caso da holandesa Randstad
Technologies, que opera há um ano no
Brasil. Frederico Costa, gerente regional no
País, explica que a empresa aplica um teste
aos candidatos para avaliar o conhecimento
deles em determinadas tecnologias.
Caso haja algum gap de conhecimento, ele
é treinado e certificado como, por exemplo,
em linguagem Java. Segundo o executivo,
esse trabalho faz com que a Randastad seja
mais assertiva na apresentação de talentos
capacitados aos seus clientes e com maior
chance de contratação.
CALENDÁRIO DE EVENTOS
Conteúdo de alto nível
e atualizado
2014
ENCONTROS DECISIVOS
PARA QUEM INVESTE EM
NETWORKING, INOVAÇÃO,
LIDERANÇA E TECNOLOGIA
Crescimento contínuo
da participação dos
líderes em função de
investimento pesado
em P&D
Incontáveis
oportunidades
de negócios
Expertise comprovada
e marca líder
mundialmente
reconhecida entre
a audiência
MAR
12
ABR
quarta-feira
15
terça-feira
RECIFE
BELO HORIZONTE
MAI
21 a 25
quarta-feira
JUN
domingo
quinta-feira
CURITIBA e PORTO ALEGRE
Arraial D´Ajuda - BAHIA
JUL
3e5
terça-feira
23
SET
quarta-feira
25
quinta-feira
PREMIER
IT LEADERS 2014
2014
(Premiação NACIONAL)
SÃO PAULO
(Premiação NACIONAL)
SÃO PAULO
OUT
2
OUT
22
quinta-feira
quarta-feira
quarta-feira
quarta-feira
RIO DE JANEIRO
CAMPINAS - SP
Você já pode fazer sua pré reserva de participação: acesse o site
www.eventosnowdigital.com.br, clique no evento de seu interesse e faça seu cadastro.
Para informações sobre patrocínio, ligue para 11 3181-5558 ou
envie um e-mail para [email protected]
MEDIA SPONSORS:
30 TECNOLOGIA
Essas tendências mudarão o
cenário empresarial até
2020
Gartner recomenda que os CIOs preparem-se para
desenvolver estratégias que atendam às exigências da
digitalização crescente do ambiente de negócios
A revolução industrial digital, o
aumento das máquinas inteligentes
e o avanço da Internet das Coisas
vão causar um grande impacto nos
departamentos de TI das organizações.
Para orientar CIOs e fornecedores do
mercado de tecnologia da informação e
comunicação (TIC) a se prepararem para
sobreviver no novo cenário, analistas do
Gartner traçaram algumas tendências
para até 2020. Algumas dessas previsões
foram apresentadas durante o Symposium/
ITxpo 2013, realizado no Brasil, no começo
de novembro.
“A transformação continua a ser um
fenômeno importante para todos os setores.
Muitos enfrentarão grandes desafios em
2014 e nos anos seguintes, e não terão outra
escolha a não ser mudar radicalmente seus
modelos de negócio estabelecidos”, afirma
Val Sribar, vice-presidente do Gartner.
O analista observa que, em 2013, muitos
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tomadores de decisão focaram na adoção
de novas tecnologias para melhorar as
operações de negócios por meio de avanços
como a convergência de redes sociais, a
mobilidade, a nuvem e a informação. Hoje,
em contrapartida, os líderes estão mudando
significativamente seus modelos e processos
de negócio”.
Ele afirma que essa tendência se
deve, em parte, aos desafios impostos
pela autonomia dos consumidores
e pela commoditização do mercado,
que são maiores do que no passado
e, particularmente, difíceis de serem
atendidos pelas empresas tradicionais.
A necessidade de digitalizar os negócios e
ser centralizado no cliente também é crucial
e requer novas abordagens na entrega de
informações, comunicação e transações. De
acordo com Sribar, os líderes e CIOs das
empresas devem avaliar cuidadosamente
as exigências estratégicas específicas de
31
seus setores, incluindo as demandas dos
consumidores e dos seus parceiros. É
importante que eles façam um mapeamento
de seus planos de transformação com base
na disponibilidade de novas tecnologias,
mudanças demográficas comportamentais
dos clientes e condições do mercado.
A consultoria aconselha que CIOs e
outros líderes de TI e de negócios usem suas
previsões e recomendações para entender
melhor as forças que estão mudando
seu mundo e desenvolver estratégias
que atendam às exigências do ambiente
dinâmico de negócios.
Veja, a seguir, as principais previsões do
Gartner para os próximos anos:
1
Em 2016, um baixo retorno sobre o
patrimônio fará com que mais de 60%
dos bancos em todo o mundo processem a
maior parte de suas transações na nuvem.
2
Até o final de 2017, pelo menos sete
dos dez maiores varejistas multicanal
utilizarão tecnologias de impressão
em 3D para gerar pedidos de estoque
personalizados.
3
Em 2017, mais de 60% das organizações
governamentais com um CIO e um
diretor digital eliminarão uma destas
funções.
4
Em 2017, cerca de 40% dos serviços
públicos com soluções de medição
inteligente utilizarão sistemas analíticos
de Big Data baseados na nuvem para
atender às necessidades associadas a ativos,
commodities, clientes ou faturamento.
5
Até o final de 2015, um retorno do
investimento (ROI) inadequado levará
as seguradoras a abandonarem 40% de seus
Apps móveis voltados a clientes.
6
A ordem sequencial completa do genoma
vai estimular um novo mercado para os
bancos de dados médicos, com a entrada no
mercado superando 3% até 2016.
7
Até 2017, os gastos com educação online
primária e secundária aumentarão 25%,
ao passo que as restrições orçamentárias
manterão os gastos em categorias
educacionais tradicionais estagnados.
8
Em 2018, em torno de 20% do
faturamento das 100 maiores empresas
virão de inovações resultantes de novas
experiências de valor entre setores.
9
Em 2018, a impressão 3D resultará na
perda de, pelo menos, US$ 100 bilhões
ao ano, em propriedade intelectual,
globalmente.
10
Em 2017, aproximadamente 15% dos
consumidores responderão às ofertas
relacionadas ao contexto com base em seus
perfis demográficos e de compra.
11
Em 2015, cerca de 80% das empresas
da categoria Life Science serão
pressionadas por elementos de Big Data,
revelando um retorno de investimento
pequeno para os gastos em TI.
“As pressões da consumerização continuam
a abalar muitas empresas, forçando-as a
mudar seus processos de negócio tradicionais
e modelos operacionais”, diz Sribar. “A
necessidade de adotar modelos de negócios
digitais transcende todos os setores e seus
diversos impactos estão criando oportunidades
de negócio que não eram possíveis no passado”,
afirma ele. “As empresas devem responder
imediatamente para criar o negócio correto
e o roteiro de TI para as demandas futuras
do mercado”, ressaltou o vice-presidente do
Gartner durante evento em São Paulo.
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32 GESTÃO
Melhores práticas
para migrar de provedor de nuvem
É importante que as empresas estabeleçam garantias para
transferência de dados para outro data center, em contrato, para
evitar prejuízos no caso de rompimento
DAVID GEER, DA CSO
O pedido de falência do provedor
de cloud computing norteamericano Nirvanix, recentemente,
reacendeu discussões sobre as
melhores práticas de segurança em caso de
rompimento de contratos ou necessidade
de transferêcia das aplicações para outro
provedor. Segundo os especialistas é
importante adotar medidas antes da
contratação do fornecedor para evitar
pesadelos como os vividos pelos clientes
da Nivanix, que receberam aviso para que
encontrassem um novo parceiro de nuvem
no prazo de um mês.
Depois desse episódio, especialistas
recomendam contratos bem elaborados
com cláusulas claras de direitos e deveres,
bem como sobre as questões de segurança
envolvidas no processo de migração para
outro data center. Veja as melhores práticas
que eles indicam nessas situações:
Faça due diligence e investigue a saúde
financeira do provedor
O relatório da Cloud Security Alliance,
de fevereiro de 2013, sobre cuidados para
contratação de serviços, identificou falta
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de diligência como uma ameaça constante
para os contratos de consumo de TI por
esse modelo. Segundo o relatório, muitas
companhias que optam por esse sistema
não têm equilibrio na hora de dosar os
requerimentos para seleção dos parceiros.
Elas colocam muito foco na segurança da
informação e privacidade ou se concentram
mais na redução de custos e economia,
sem investigar a saúde financeira dos
fornecedores, afirma John Howie, Chief
Operation Officer (COO), da Cloud
Security Alliance .
“E, mesmo sabendo se o fornecedor tem
rentabilidade, não significa garantia de
estabilidade”, acrescenta Adam Gordon,
Chief Information Security Officer (CISO)
do New Horizons Computer Learning
Centers. Para ele, a falta de gerenciamento
estratégico sinaliza se a empresa pode cair
de um penhasco rapidamente, da noite para
o dia, sem que ninguém perceba.
As organizações devem analisar
cuidadosamente a situação financeira
do provedor de nuvem. Elas podem
investigar empresas públicas examinando
seus documentos oficiais, como através
33
da Securities and Exchange Commission
(SEC) dos EUA ou de outros orgãos
que regulamentam companhias abertas.
“Esse trabalho irá detalhar as finanças
do fornecedor de cloud e os riscos
identificados”, ensina Howie .
“Se possível, examine as finanças
auditadas, pelo menos dos últimos dois ou
três anos”, recomenda Gordon. Verifique
se os relatórios demonstram uma tendência
positiva do crescimento global, gestão
controlada do capital e dos negócios”,
orienta o especialista.
Gordon aconselha que as contratantes de
nuvem sejam realistas para ver flutuações
e os resultados negativos do fornecedor
ao longo de um período de tempo, mesmo
que estejam olhando para o ecossistema
de cloud computing de prestadores como
Amazon Web Service Amazon (AWS).
“Devemos esperar ver um crescimento
positivo na receita e lucratividade, bem
como expansão do provedor em dois ou três
anos”, afirma Gordon.
Os demontrativos financeiros devem
apontar negócios e estratégias fortes de
crescimento. É importante que indiquem
uma direção, planejamento de longo
prazo, boa gestão de risco e capacidade do
provedor de enfrentar crises, mantendo um
foco, esclarece Gordon.
“Investimentos que suportam uma
estratégia de crescimento de longo prazo
e aquisição de participação de mercado
são indicadores importantes para medir a
estabilidade de um prestador de serviço”,
endossa o CISO, do New Horizons
Computer Learning Centers
Peça ajuda a um broker de nuvem
Howie recomenda grandes empresas a
considerarem a contratação de brokers
de cloud para avaliar requerimentos
de provedores, riscos envolvidos nas
operações deles e selecionar parceiros
em conformidade com os negócios da
companhia.
“Esses brokers vão fazer um exame
completo e determinar o potencial deles para
entrega dos serviços”, esclarece o executivo.
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia
(NIST) dos EUA produziu uma publicação
especial em que define o papel de um broker
de nuvem para orientar companhias que
buscam consultoria nessa área.
O CIO e executivos C-Level devem ser
envolvidos no relacionamento com os
brokers de nuvem a fim de estabelecer o
alinhamento estratégico necessário para
orientar o consumo de serviços em cloud,
explica Gordon.
“Você pode encontrar exemplos práticos
do mundo real de setores bem-sucedido na
contratação de brokers. O estado do Texas,
por exemplo, vem adotando um modelo
de corretagem de nuvem desde 2011, assim
como muitos órgãos federais dos EUA”,
acrescenta o especialista.
Estabeleça garantias por contrato
Para as organizações que não têm recursos
para contratar um corretor de nuvem, a
Cloud Security Alliance recomenda que
façam contratos bem elaborados sobre as
responsabilidades em caso da interrupção
do serviço. As cláusulas contratuais devem
mencionar como será o processo de
migração e apoio do prestador de serviços.
É importante abordar aspectos como
as ferramentas que serão cedidas e toda
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34 GESTÃO
assistência que será dada na transferência
de dados para fora da nuvem, em tempo
hábil, em formatos que permitam processar
suas operações em outro provedor, sem
prejuízo aos seus negócios.
De acordo com Howie, os contratos de
serviços em nuvem devem incluir muitas
garantias. Uma delas é exigir que o provedor
reserve dinheiro em uma conta vinculada
à assistência na migração dos dados. Estes
acordos também podem estabelecer que
os equipamentos de armazenamento e
processamento devem ser acessíveis pelo
cliente em caso de fracasso do negócio.
Os contratos pode incluir ainda
referências à garantia de terceiros ou de
seguros. Howie afirma que o documento
pode obrigar o fornecedor a divulgar
bimestralmente sua situação financeira e
que o não cumprimento pode gerar rescisão
contratual, caso os resultados apontem que
provedor está em apuros.
Tenha um plano de continuidade de negócios
Um contrato bem elaborado não será
suficiente para mitigar riscos. Empresas
terão de pesar cuidadosamente os riscos da
contratação de um fornecedor que pode,
de repente, parar de oferecer o serviço. “As
empresas devem sempre ter uma estratégia
de saída na manga como parte de um plano
de gestão de continuidade de negócios”,
adverte Howie.
O guia de orientação da Cloud Security
Alliance inclui recomendações para as
empresas considerarem cenários de como
vão mover dados de um prestador de
serviço de nuvem. “A portabilidade é um
aspecto fundamental a ser considerada
no processo de seleção dos provedores de
nuvem, principalmente em situações de
recuperação de desastres”, diz Howie
O fracasso comercial de um provedor de
nuvem é um desastre empresarial e algo que
o planejamento de gestão de continuidade de
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negócios das empresas deve prever, segundo
recomendações da Cloud Security Alliance .
Conheça bem a arquitetura da
plataforma de nuvem usada
A seção 6.3.2 do guia sobre Orientação
de Segurança da Cloud Security Alliance
recomenda que as empresas conheçam
a arquitetura e plataforma dos serviços
de nuvem usados para processar suas
aplicações para evitar desafios técnicos na
migração para outro provedor.
Tecnologias de autenticação e de gestão
de identidade (IAM) proprietários podem
impedir a portabilidade de dados na nuvem.
As aplicações e serviços para um ambiente de
nuvem que não usa o mesmo padrão é uma
barreira. O ideal é que os provedores adotem
sistemas de IAM baseados em tecnologias
abertas como Security Assertion Markup
Language (SAML), de acordo com o guia de
orientação de segurança da Cloud Security
Alliance. Atenção com essas questões pode
tornar a migração menos sofrida.
Remova todos os dados
A Cloud Security Alliance aconselha ainda
que as empresas tenham a posse e controle
das chaves de criptografia para assegurar
uma saída segura e conveniente do seu
provedor de nuvem. Da mesma forma, as
organizações devem se certificar de que
fizeram a remoção completa de todos os
seus metadados do provedor, evitando que
o data center permaneça com qualquer
informação de seu negócio.
Uma empresa pode fazer tudo que for
necessário para ter certeza de que suas
aplicações e dados sejam movidos para outro
provedor sem prejuízo, caso ocorra situações
como a que aconteceu com o Nivanix. Em
caso de dúvidas, as companhias podem
consultar o guia de segurança da Cloud
Security Alliance, que fornece instruções
detalhadas para uma migração segura.

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