tablets: nacionais chegam ao mercado mais

Transcrição

tablets: nacionais chegam ao mercado mais
TABLETS: NACIONAIS CHEGAM AO MERCADO MAIS BARATOS E DESAFIAM IMPORTADOS
PÁG.: 40
WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR | OUTUBRO DE 2011 | ANO XVIII | NO 541 | R$ 14,95
O PORTA-VOZ DO MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
AGORA COM
NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA
MOBILIDADE
Aplicativos móveis.
Qual o melhor
caminho para
desenvolvimento e
gerenciamento no
longo prazo?
EXECUTIVE
COACH
Líder de arquitetura
é o profissional
mais difícil de
recrutar. Saiba o
porquê
FIQUE ATUALIZADO ACESSANDO O SITE: WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR
OUTUBRO | 2011
Índice
CAPA
18
INTELIGÊNCIA EM
MOVIMENTO
Dispositivos recebem Business
Intelligence e colocam na palma
da mão informações estratégicas
que impulsionam negócios e
ampliam a competitividade
TELECOMUNICAÇÕES
27 REDE 4G
Brasil precisa preparar rede
de telefonia para suprir
demanda da Copa do Mundo
e Olimpíadas. A 4G tem sido a
aposta do mercado. Operadoras
questionam condições para
compra de frequências
REDES SOCIAIS
32 SOCIAL BUSINESS EM ALTA
Passada a euforia da
adoção de redes sociais
no ambiente corporativo,
empresas começam a resolver
impasse de quem cuidará
do gerenciamento desses
poderosos canais
TABLETS
40 MADE IN BRASIL
Chegam ao mercado as
primeiras linhas de tablets
produzidas em solo nacional.
Fabricação local beneficia-se de
incentivos fiscais que poderão
reduzir em mais de 30% preço
final do produto
GESTÃO
49 TRABALHO REMOTO
Profissionais em home office
podem ser mais produtivos
e felizes do que os que
desempenham funções
dentro da empresa.
Saiba como o modelo pode
ajudar os negócios
APLICATIVOS MÓVEIS
Desafios e oportunidades
para as empresas
Como elaborar uma estratégia de TI que
atenda às dificuldades imediatas e
aos benefícios no longo prazo
Página
4
NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA
4G
EDITORIAL | SOLANGE CALVO
PRESIDENTE
Silvia Bassi
VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO
Ademar de Abreu
WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR
REDAÇÃO
PUBLISHER
Silvia Bassi
[email protected]
DIRETORA DE REDAÇÃO
Cristina De Luca
[email protected]
EDITORA-EXECUTIVA
Solange Calvo
[email protected]
EDITORA-ASSISTENTE
Edileuza Soares
[email protected]
REPÓRTERES
Déborah Oliveira
[email protected],
Lucas Callegari
[email protected]
ARTE
Gerson Martins, Ricardo Alves de Souza (designers)
e Juliano Chaves (produção gráfica)
EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS
IMPRESSOS
Luiz C. Faloppa
[email protected]
George Padilha
[email protected]
ON-LINE
Wagner Kojo
[email protected]
Alessandra Dias Martins
[email protected]
Marcelo Gonçalves
[email protected]
Rodrigo Rocha
rodrigo.rocha @nowdigital.com.br
EVENTOS
Ellen Rotstein
[email protected]
REPRESENTAÇÃO NÃO TI
WA Representações
[email protected]
MARKETING E AUDIÊNCIA
SUPERVISORA DE MARKETING E AUDIÊNCIA
Carolina Carvalho
[email protected]
CENTRAL DE ATENDIMENTO
Para assinar ou resolver dúvidas sobre assinaturas, entrega de exemplares ou compras avulsas: 11 – 3049-2039 - Grande São Paulo - 0800-7710
029 demais regiões, e-mail: [email protected]
O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00
Publicidade
Para anunciar na Computerworld impressa, nos nossos sites e discutir a
criação de uma estratégia de marketing para seu produto ou serviço, ligue
para (11) 3049-2079 ou envie um e-mail: [email protected]
Redação Computerworld: Tel.: (11) 3049-2000
Na internet
Acesse o site Computerworld: www.computerworld.com.br
A Computerworld é marca registrada pelo
IDG – International Data Group Inc. O Now!Digital Business Ltda. possui
licença exclusiva da marca no Brasil.
IMPRESSÃO
NeoBand
DISTRIBUIÇÃO
Door To Door
B
Nas pontas
dos dedos
■
Solange Calvo é editora-executiva
[email protected]
ill Gates, fundador da Microsoft, faz tempo
disse que o futuro da informática era colocar a
informação nas pontas dos dedos. E o futuro é
agora. E não se trata mais de acesso instantâneo a dados
dos mais variados tipos e formatos.
É, de fato, pura informação. Mais do que isso,
informação estratégica. Aquela que faz toda a
diferença para dinamizar a competitividade.
Decidir qual caminho tomar, esteja onde
estiver, a qualquer momento, era o sonho
de muitos executivos em um passado não
muito distante. Hoje, a avaliação rápida para
tomar a decisão e agilizar processos está nas
pontas de seus dedos, por meio do Business
Intelligence (BI) móvel.
O BI tradicional, velho conhecido, no ano
passado cresceu em solo nacional acima
de 30% em relação a 2009, movimentando
mais de 300 milhões de dólares, de acordo
com a IDC. Ou seja, representamos mais de
50% do mercado de BI na América Latina.
Mas o BI móvel, segundo estimativas da
consultoria, deve registrar incremento
acima da marca do BI, que deve apresentar
crescimento composto anual entre 18% e
20% até 2015.
Na reportagem de capa deste mês, A vez
da inteligência móvel, você ficará sabendo
como a tecnologia saltou para smartphones
e tablets, impactando negócios de variados
setores. Um avanço que já começa a viciar
gestores que não mais conseguem se
imaginar sem o recurso.
Ainda nesta edição, na qual a mobilidade
permeia todo o conteúdo, impulsionando
aplicações críticas para os negócios, você
terá um panorama nacional sobre os
protagonistas da era móvel do momento,
os tablets. O Brasil quer ser um grande
centro produtor desses objetos do desejo e
as primeiras linhas made in Brasil já estão
nas prateleiras, com estimativa de preços
reduzidos em mais de 30% em razão dos
incentivos do governo. A indústria nacional
desafia a concorrência e afirma que está
em pé de igualdade com a qualidade dos
importados. Vale a pena conferir.
Outra leitura interessante é sobre o desafio
de estar tecnologicamente pronto para a
Copa do Mundo de 2014 que o País sediará.
Especialmente em relação à tecnologia 4G.
Nos bastidores, o juiz já deu o apito inicial
e o cronômetro caminha a passos largos,
sinalizando que faltam apenas três anos para
rolar a bola. A reportagem O jogo da 4G no
Brasil discute questões sobre a infraestrutura
necessária, entre outras demandas, para
suportar o grande volume de tráfego de
dados durante o mundial de futebol.
E como não poderia faltar, as mídias
sociais, como se sabe, estão cada vez mais
integradas às estratégias das empresas.
A questão atual é quem irá gerenciar o
social business nas corporações. Algumas
companhias já encontraram caminhos que
se dividem entre criar um departamento
voltado para esse fim ou compartilhar a
responsabilidade com TI, Marketing e
Comunicação. Cada qual com o seu modelo,
o importante é entender que é um caminho
sem volta e que vale a pena sair à frente para
extrair o máximo desse canal de alto alcance
para a marca. Boa leitura!
http://itboard.com.br
#
Patrocinado por
®
Participe das conversas acessando itboard.com.br e siga-nos no twitter @itboardbr
Redes sociais em linha com
estratégias corporativas
O mix de tecnologia e marketing do social business é uma
combinação explosiva, que vem despertando a atenção de
companhias dos mais variados setores. No IT Board, os tweets
revelam que é preciso saber interagir com eficiência e cautela
nesse universo. Siga-nos e entre no debate!
gimussalem Social Business:
potencializar e socializar
redes de pessoas que aplicam
conteúdo para aprimorar
execução de tarefas e
produtividade.
bmmoraes “Estar on-line
não significa ser presente”,
diz executivo da IBM sobre as
redes sociais.
@fr_ob: “Social Business é
capitalizar redes de pessoas
para ter vantagem competitiva
no mercado”, Mario Costa.
@marigastaldello: Não
basta usar tecnologia para ter
sucesso com a rede social, é
preciso saber interagir com ela,
saber ouvi-la.
soudW “70%
dos executivos
assumem ter ganhos
em redes sociais
e 52% querem
investir mais”, André
Figueiredo.
@itboardbr
Os melhores tweets
de tecnologia
da informação e
comunicação
@allanvides IBM promove
colaboração intercorporações
via cloud #SocialBusiness
As redes sociais avançaram
em atividades como
colaboração, troca de
informações e fonte de
pesquisas. Assim, não
demorou para que se
esgueirassem pelo universo
corporativo. Elas estão
ganhando cada vez mais
características profissionais,
fortalecendo a estratégia das
empresas. As discussões
no IT Board mostraram essa
movimentação.
ofertasibm
Ferramentas de
relacionamento e
colaboração on-line
integradas ajudam
você a trabalhar de
forma mais inteligente
antes, durante e após
a reunião.
IBMTivoliBrasil
Preocupado com
Segurança e
Privacidade nas
Mídias Sociais?
fabio_andrade_ como
convencer o alto escalão
disso ? RT @itboardbr
#socialbusiness Analistas
afirmam que funcionários
plugados em #mídias sociais
são mais informados, ágeis e
sociáveis.
randalpb @itboardbr o
cyberespaço e as mídias sociais
são grandes armas de CRM a
meu ver, pena que ainda muitas
empresas ignoram.
wrf_romero @itboardbr A
política do bloquear tudo funciona?
Isso depende da cultura dos
funcionários da empresa. #gestão
ibmbrasil RT
@allanvides:
IBM provove
colaboração
intercorporações
via cloud!
#SocialBusiness
8
OPINIÃO | Carlos Maffei
Cloud e negócios...
n Carlos Maffei é diretor de Mercados
e Negócios da Benner Sistemas
P
ara muitas pessoas, falar sobre cloud computing é
modismo, enquanto para outras não há significado
algum. O grupo técnico, por exemplo, conhece o
conceito, mas não o associa aos negócios. São poucos os que
enxergam oportunidades para empresas comuns e não para as
de TI, que já lançaram muitos produtos para a nuvem.
Hoje, pensar
em produtos
e serviços é
necessariamente
pensar em
nuvem,
primeiramente
como estratégia
de redução de
custos internos
www.computerworld.com.br
Ainda não existe uma visão clara do
que a nuvem pode trazer de riscos e
oportunidades. Hoje, pensar em produtos e
serviços é necessariamente pensar em nuvem,
primeiramente como estratégia de redução de
custos internos, sabendo que manter estrutura
tecnológica em casa custa caro. Segundo,
porque ambiente interno toma tempo e a frase
mais comum que escutamos é que “tempo é
dinheiro”, então, se nos toma tempo, nos toma
dinheiro. Esse é o principal discurso utilizado
pelos fornecedores, mas é a ponta do iceberg.
O que é mais visível, porém, é que existem
diversos riscos e oportunidades “escondidas”.
Pensemos, por exemplo, em uma comunidade
de associações de classe, sendo que cada
uma delas pensa e age individualmente. No
máximo trocam experiências em encontros.
Em uma nuvem, todas as associações podem
compartilhar custos de TI, comprar em um
portal único para reduzir custos, utilizar o
mesmo software, o mesmo portal, a mesma
estrutura de e-mails, o mesmo site de vendas
e o mesmo controle de associados. Enfim, se
você fornece para uma associação pense nisso!
É claro que temos de levar em consideração
o risco de deixar de ser fornecedor, mas há
também a possibilidade de prover a todos, daí
surge uma pergunta: estou preparado? Para
essa pergunta, não há resposta padrão, mas
resposta única. Descobri-la significa entender
o momento e decidir o que se quer e como
se pretende atingir. Primeiro, respondo,
depois, e finalmente, coloco em prática a
estratégia (execução).
Muitas empresas e negócios vão
desaparecer, outros vão-se adaptar e outros
ainda surgirão. É o conceito de Darwin, em que
vence o que se adapta melhor. É exatamente o
que está ocorrendo com as livrarias que estão
desaparecendo e dando espaço para o livro
virtual. Caso minha empresa fosse uma editora
ou gráfica, o que eu deveria fazer?
Os jornais e as revistas já reestruturam seus
negócios, alguns sucumbiram, como é o caso
do Jornal do Brasil. Outros estão na internet e
ainda vendendo revistas no iPad à preço de
banca, sem ter de imprimir, distribuir e recolher
sobras. Isso sim é se adaptar a esse novo
mundo. Se sua empresa presta serviços de rede
e infraestrutura, o que vai fazer? Talvez possa
ser uma consultoria de portais, uma companhia
para treinar as pessoas. Também poder criar
uma nuvem de apoio aos usuários remotos.
O fato é que a nuvem chegou. Para alguns
é chuva, para outros vida. Esperamos que
você desfrute do conteúdo e possa descobrir
sua oportunidade. n
A INFORMAÇÃO É UM DOS ATIVOS
MAIS VALIOSOS DE UMA EMPRESA.
MANTER SEGURA E DISPONÍVEL A INFRAESTRUTURA PARA ISSO É UM GRANDE DESAFIO.
A continuidade dos negócios e a disponibilidade
ininterrupta das informações são garantidas pelos
nobreaks SMS que mantêm a infraestrutura
protegida de fatores inesperados. Oscilações,
surtos e quedas de energia acontecem a todo
instante e o uso de nobreaks é essencial para o
controle dessas situações.
Independente do porte da empresa e das
aplicações - que podem variar de um desktop a
um Data Center - o portifólio da SMS oferece uma
completa linha de nobreaks que variam de 0,6 a
2.400 kVA.
Investir em nobreaks de alta confiabilidade é mais
do que uma decisão econômica, é uma decisão
estratégica!
Gran Triphases, Sinus Triphases, Sinus Double II Black e Sinus Double II HP.
SMS. A empresa líder e mais premiada do setor.
Acesse o QR-Code ao lado para
conhecer a completa linha de
nobreaks SMS.
www.sms.com.br/computer
FALE COM
FEEDBACK
O ponto de encontro dos leitores da COMPUTERWORLD
CONHEÇA NOSSAS PUBLICAÇÕES ON LINE
www.idgnow.com.br
www.pcworld.com.br
www.computerworld.com.br
www.cio.com.br
www.macworldbrasil.com.br
PARA FALAR COM A REDAÇÃO
redaçã[email protected]
(11) 3049-2000
PARA ASSINAR
Acesse : http://www.nowdigital.com.br/lojaonline
PARA RESOLVER DÚVIDAS SOBRE ASSINATURAS
[email protected]
ou ligue para (11) 3049-2039 – Grande São Paulo
ou 0800-7710-029 (demais regiões)
PARA ANUNCIAR
[email protected]
(11) 3049 2079
NEWSLETTERS
Assine as newsletters online diárias do grupo
NOW!DIGITAL e passe a receber as informações
mais importantes do setor.
ACESSE: www.computerworld.com.br
@
ENVIE SEU E-MAIL PARA [email protected]
Identidade nas
redes sociais
Parabéns pela matéria,
acredito que muitos
profissionais de marketing
digital trabalham de forma
errada, vendendo para o
cliente a inclusão da marca em
diversos meios de divulgação
sem realizar um estudo
aprofundado ou criar uma
estratégia de divulgação.
Leitor: Ricardo Sierban
Reportagem: Empresas
devem criar identidade para
entrar em redes sociais
Desafios do ERP
Muitos projetos fracassaram
já na criação da equipe,
geralmente composta por
profissionais inexperientes
que acham que sabem o que
fazer, visto que possuem
curso superior. Quando o
projeto começa, surgem as
críticas à infraestrutura, que
podem funcionar em uma
aula de universidade, mas
que em uma empresa tudo é
diferente. No final, saem todos
de cabeça quente, sem ganhar
experiência alguma!
Leitor: Paulo Estevão Pauli
Reportagem: ERP: por que
os projetos fracassam
TI invisível
Muitas vezes, a TI sofre
pressões e questionamentos
que não ocorrem em outras
áreas da empresa. É claro
que a TI está sempre em
evidência pela importância
estratégica e pelo tamanho do
orçamento. Vamos imaginar
duas situações. Na primeira,
um departamento que queira
adquirir um produto ou
serviço diretamente, sem
passar pelo departamento de
compras. Na segunda, outro
departamento que deseja
contratar um serviço de
um escritório de advocacia,
desprezando o departamento
jurídico da companhia. Essas
situações seriam aceitas pela
direção geral da corporação?
Provavelmente não. Todos
devem prestar o melhor
serviço possível e atender ao
usuário da melhor forma e se
não estão fazendo isso, que
a empresa tome as devidas
providências. Nós já vimos
esse filme na época do client/
server, todos os departamentos
tinham sua própria TI, mas
quando as coisas começaram
a complicar, quiseram que a TI
assumisse tudo e ela não tinha
condições de fazê-lo. Com
isso, muitos investimentos
e sistemas corporativos se
perderam.
Leitor: Daniel Raisch
Reportagem: O papel da TI
na era da TI invisível
Esquecemos
A foto publicada na página
56 da matéria de título
Colaboração no comando,
veiculada na edição 540 da
COMPUTERWORLD edição
especial IT Leaders, é de autoria
do fotógrafo Anderson Barreto.
O QUE VOCÊ SÓ ENCONTRA NO SITE DA COMPUTERWORLD
Cinco razões para adotar comunicação unificada
Há muitas maneiras de comunicar-se com
parceiros, clientes e colegas de trabalho – por
telefone, email, mensagens instantâneas, fax,
videoconferência e mídias sociais. Segundo
especialistas, gerenciar separadamente cada
uma delas não só é ineficiente, como pode
provocar conflitos, uma vez que todos usam
Internet.
Um único sistema para gerenciar todos
os meios digitais de comunicação permite
uma só interface de gerenciamento, com
arquivamento e backup integrados. A
comunicação unificada, que vem do termo
em inglês Unified Communicationns (UC),
possibilita oferecer aos usuários uma única
plataforma para acessar as ferramentas de
quaisquer dispositivos.
Com essa tecnologia, os funcionários
podem ouvir mensagens de voz, responder
e-mails, ler posts no Twitter ou no Facebook,
enviar e receber fax, e participar de
conferências de vídeo a partir de uma única
aplicação, seja no escritório ou na estrada. A
www.computerworld.com.br
seguir, cinco razões para sua empresa investir em
UC, segundo os especialistas.
Redução de custos no longo prazo Implementar estratégia de UC requer
planejamento, investimentos em novos
equipamentos e uma configuração considerável,
mas o resultado final será a redução de custos
de gestão, bem como dos serviços de telefone,
fax, videoconferência, mensagens instantâneas e
assim por diante.
É mais fácil para a equipe de TI manter
funcionando um único sistema – É possível
gerenciar sistemas por meio de uma única
interface. Em vez de monitoramento de sistemas
múltiplos, há apenas uma para controlar.
Da mesma forma, uma vez que todas as
comunicações estarão executando por meio da
Internet, você não terá de diagnosticar e distinguir
entre problemas de uma rede de dados ou
telefone – ou ainda se preocupar com obscuros
equipamentos de telefonia.
Usuários gastam menos tempo lidando
com programas separados - Acessar toda a
1
2
3
correspondência em uma caixa de entrada
irá tornar sua vida mais fácil. Em vez de abrir
um e-mail, imprimir os resultados e enviar fax
de pedido de compras para um fornecedor,
ele pode imprimir a mensagem diretamente
pelo servidor de fax. Eles ainda serão capazes
de ouvir mensagens de voz em qualquer
computador e transmiti-los.
Facilidade para fazer backups e arquivar Diante das várias exigências para assegurar
que e-mails, mensagens instantâneas e faxes
sejam armazenados de forma segura, um
sistema de backup e arquivamento é essencial.
O sistema de comunicações unificadas permite
configurar uma única solução para fazer a
cópia de todos os arquivos.
Usuários ganham agilidade - Como eles
podem acessar um sistema de comunicação
unificada via web, podem trabalhar a partir de
sua mesa, do smartphone, de um dispositivo
sem fio e, praticamente, de qualquer
computador. A implementação de UC exige
pesquisa, planejamento, esforço e treinamento.
4
5
12
Primeira
pagina
O ESSENCIAL & MAIS
O que vem por aí
Gartner ITxpo – 26 a 28 de outubro, em São Paulo. Voltado para executivos
C-levels, terá como tema TI na gestão de custos, excelência operacional,
crescimento empresarial e vantagem competitiva. Mais de cem sessões,
workshops, mesas redondas e outras atividades mostram as tendências
do mercado e de que forma o profissional pode estar em linha.
Smart Grid Fórum 2011 – 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro, em São
Paulo. Sob o tema Crescer ou Modernizar a Infraestrutura: Os Desafios das
Tarifas e do Meio Ambiente, o evento vai monitorar o progresso tecnológico
mundial na área de smart grid, sintetizar resultados obtidos e articular
ações para criar condições de implementação de tecnologias.
estratégia
Lodestone desembarca no Brasil
para explorar mercado de serviço
ntusiasmada com a situação
favorável da economia
brasileira e o crescimento do
mercado de serviços de TI, a
consultoria suíça Lodestone
Management Consultants chega
ao País. A empresa investiu 10
milhões de reais na abertura de
uma subsidiária em São Paulo,
que começa com 30 profissionais
e espera encerrar 2012 com um
time de 200 pessoas.
O Brasil é a porta de entrada
da Lodestone na América do
Sul. A região será atendida pela
filial brasileira, mas já está no
planejamento a abertura de
um escritório na Argentina
em 2013. A entrada no Chile
e na Colômbia está prevista
para 2014. Essas unidades
vão-se reportar à subsidiária
brasileira, que responderá à
matriz, em Zurique.
A Lodestone é uma
companhia global com presença
em 16 países e faturamento de
158 milhões de euros (2010).
www.computerworld.com.br
A empresa traz na bagagem
experiência em consultoria de
projetos SAP.
“Nosso alvo são grandes
multinacionais e empresas
brasileiras que se estão
internacionalizando. Elas têm
processos complexos e precisam
transformá-los para que fiquem
mais competitivas”, diz Frank
Dorr executivo que vai conduzir
divulgação
E
a operação da Lodestone Brasil
em sociedade com o brasileiro
Claudio Elsas. Ambos passaram
pela CPM Braxis, antes da
aquisição pela Capgemini.
A Lodestone vai explorar
o mercado de serviços e
outsourcing de TI com
estratégia diferenciada.
O objetivo não é fazer
implementação de sistemas
de gestão empresarial (ERP)
nem integração de outras
tecnologias. “Somos consultoria
de negócios com conhecimento
em SAP e vamos apoiar nossos
clientes, orientando sobre os
melhores processos que podem
ser adotados”, explica Elsas.
Dorr diz que um dos fatores
que atraíram a Lodestone a
vir para Brasil são as taxas
de crescimento do mercado
de serviços de TI de 10% ao
ano e receita estimada em 30
bilhões de dólares até 2015.
Já consultoria, segundo ele,
deverá crescer entre 7% e 8%
ao ano. Porém, ele constata que
falta competição de empresas
sofisticadas para atuar nessa
área e que a companhia
suíça chega com o desafio de
ganhar larga fatia dessa pizza.
Projeções de negócios para o
País não foram reveladas.
Elsas e Door:
Alvo no Brasil são os grandes clientes
14
CURT AS
■ No Brasil, o mercado
de Business Process
Outsourcing (BPO) deverá
movimentar cerca de
57,4 bilhões de reais em
2011, crescimento de 9%
em relação ao ano anterior.
Dados são de estudo da
E-Consulting, consultoria
de TI, que aponta que os
setores de manufatura &
recursos naturais, governo,
financeiro e comunicação/
mídia/serviços são os
maiores compradores
de soluções BPO. Um dos
principais motivadores é a
redução de custos.
■ A consultoria mostra ainda
que cerca de 35% das mil
maiores empresas do Brasil
têm planos para contratar
algum tipo de serviço de
BPO ainda neste ano. Para
Daniel Domeneghetti, sócio
fundador da E-Consulting
e coordenador do estudo,
as companhias nacionais
ainda demonstram temor
e imaturidade em relação
ao BPO e dificuldades em
perceber seus benefícios.
■ As projeções da
E-Consulting para 2015
apontam que BPO no Brasil
deverá movimentar cerca
de 81 bilhões de reais,
com destaques para o
volume das verticais de TI e
relacionamento. As maiores
taxas de crescimento serão
observadas nas áreas de
compras e Knowledge
Process Outsourcing (KPO).
www.computerworld.com.br
NEGÓCIOS
Conceito de inovação aberta
acelera projetos
D
iferente do modelo
que reúne pesquisa,
desenvolvimento e
comercialização de produtos
por conta própria, assumindo
os riscos de uma iniciativa
inovadora, indústria,
universidade e governo
unem-se para colocar os
projetos em prática. Esse é o
princípio da inovação aberta,
que enfatiza a importância do
uso de conhecimento externo
para melhorar o desempenho
do processo, capaz ainda de
acelerar e reduzir o custo do
desenvolvimento.
Essa é a bandeira do Centro
de Open Innovation – Brasil.
Criado em 2009, a instituição
atua com inovação aberta e
surgiu da iniciativa de Henry
Chesbrough, autor do livro
Open Innovation: The New
Imperative for Creating and
Profiting from Technology.
Ele é o criador de um conceito
chamado Hélice Tríplice,
que prega que para
estabelecer inovação é preciso
integrar ações do governo,
indústria e universidade.
Desde que surgiu, entre
os objetivos do centro estão
disseminação de boas práticas
de inovação aberta no País,
incentivo à pesquisa acadêmica
e colaboração com outros
centros do mundo.
“Quem aposta em um
ecossistema propício às relações
e à cooperação tem mais
chances de ser bem-sucedido no
processo”, afirma o diretor do
centro, Bruno Rondani.
Bruno Roldani, do Centro de Open
Innovation: ecossistema propício à
cooperação tem mais chances de ser
bem-sucedido
De acordo com Rondani,
esse modelo deve ser baseado
em redes que podem incluir
centros de pesquisa, clientes,
fornecedores, startups e
até mesmo concorrentes.
“As companhias têm-se
movimentado nesse sentido.
O próprio Open Innovation já
conta com a participação de
cerca de 130 entidades, entre
elas, aproximadamente 50% de
empresas, 30% de governo e
20% de universidades”, diz.
O executivo afirma que
esse é um modelo que tem
crescido. “Muitas empresas
já perceberam que o pulo
do gato é a colaboração”,
pontua. Os investimentos em
recursos humanos que antes
se restringiam ao quadro de
funcionários ganham reforços
com a colaboração de talentos
de fora da organização.
Roldani explica que o papel
do Open Innovation não é só o
de fomentar a união dos setores,
mas também de promover a
capacitação. “No ano passado,
formamos 77 gestores de
inovação, que passaram a
conhecer modelos de negócios,
questões financeiras etc.
Fazemos com que eles entendam
qual é o papel do gestor para
que ele esteja preparado para
atuar na área e viabilizar
novidades ao mercado”, diz.
16 primeira página
gestão
Reforço no
CRM
A
o conquistar a marca de oito anos no
mercado, a BExpert, empresa brasileira
de tecnologia e consultoria em gestão
empresarial com foco em CRM, projeta forte
expansão dos negócios nos próximos meses.
A companhia encerrou 2010 com faturamento
de 7 milhões de reais e a expectativa para
este ano é finalizar com 15 milhões de reais.
“A ideia é, nos próximos anos, manter
crescimento de 50% que registramos
desde 2006”, pontua Daniel Huallem,
CEO da companhia.
A BExpert que começou pequena com
cinco sócios alocados em uma sala de 20
metros quadrados, conta hoje com mais de
cem funcionários. Evoluiu, de acordo com
Huallem, de um perfil de apagar incêndios
e ganhou peso estratégico nos negócios.
Em agosto, abriu uma filial no Rio de
Janeiro, que, segundo o executivo, deverá
corresponder a 40% do faturamento da
companhia já neste ano.
Huallem diz que os números se justificam,
visto que há no País terreno fértil para
o desenvolvimento de projetos de CRM,
especialmente relacionados às mídias
sociais. “A sofisticação do mercado vai além
de centralizar dados”, avalia. “Redes sociais
e e-commerce rompem com a fronteira do
CRM operacional”, completa.
O executivo diz ainda que haverá demanda
cada vez maior por solução de gestão de
relacionamento com o cliente que identifique
comportamentos relacionados ao lado
psicológico. “O comportamento humano
frente ao consumo influencia na hora da
compra e mapear essa atividade já está na
agenda das empresas”, afirma.
www.computerworld.com.br
tecnologia
Barreiras para adoção de cloud
computing permanecem
Antony Savvas, Computerworld (UK)
A
complexidade da área de computação
em nuvem é um grande obstáculo
para a adoção do modelo, apontam
especialistas de TI. Segundo Peter Hall,
analista da Ovum, o mercado global
de cloud computing vai movimentar
66 bilhões de dólares em 2016. Suas
estimativas apontam que em 2010 a
nuvem registrou receita de 14 bilhões
de dólares.
“Há uma infinidade de fornecedores
de cloud, mas no momento em que os
vários segmentos são dominados por
empresas-chave como Salesforce.com,
Amazon, Rackspace, Verizon e outros, as
receitas de serviços de cloud ainda são
relativamente pequenas”, avalia Hall.
Ele estima, por exemplo, que a
Amazon represente cerca de metade do
mercado de Infraestrutura como Serviço
(IaaS), o que significa cerca de 400
milhões de dólares em um total de 800
milhões de dólares. A Rackspace, diz,
tem participação de 10% do total. Hall
aponta ainda que a Salesforce.com detém
30% do mercado de plataforma como
serviço (PaaS).
Na opinião de Kevin Vachon, diretor
de operações do Metro Ethernet Forum
(MEF), evento que discute tecnologias
na cloud pública, se as empresas estão
planejando entrar na era na nuvem têm
de ficar de olho em uma série de questões,
como os padrões. “Quando se trata de
APIs, normas, modelos de negócios,
prestação de serviços e arquiteturas em
nuvem criada, a indústria de cloud ainda
tem dificuldades.”
Steve Garrison, vice-presidente de
Marketing da empresa de rede Infoblox,
acredita que o termo nuvem carrega
diferentes sentidos. “A nuvem nada mais
é do que uma plataforma de mainframe
grande que a companhia usa para obter
os dados. E algumas das empresas
fornecedoras estão complicando essa
terminologia”, aponta.
Quando o assunto é segurança, muitas
vezes, ainda há o debate sobre a migração
para a modalidade pública ou privada.
Sean Larner, vice-presidente de Xirrus,
provedor de rede sem fio, opina sobre o
tema. “As nuvens privadas e públicas são
convergentes e você não pode cancelar os
riscos de segurança de qualquer uma das
clouds que vai escolher”, finaliza.
17
mercado
SAP não quer ingressar em hardware e serviços
C
loud computing, mobilidade e
tecnologia in-memory. Essas
são as bandeiras que a SAP
tem empunhado nos últimos
meses e deverá ser mantida
nos próximos anos. “Temos
uma estratégia muito clara.
Estamos focados em aplicativos,
on premise ou sob demanda e
no mundo móvel. Não temos
razões para ingressar em outras
áreas da TI, seja hardware ou
serviços”, diz Werner Brandt
(foto), CFO da SAP. “Estou
convencido de que nosso foco
está correto”, completa.
A declaração acontece dias
depois de o vice-presidente
de análises de infraestrutura
do instituto de pesquisas
Gartner, Donald Feinberg, ter
comentado sobre uma provável
união entre a produtora alemã
de software de a HP.
Sobre uma possível
compra da SAP pela IBM,
como têm especulado alguns
especialistas do mercado,
Brandt rebate. “Nos últimos
anos, temos fortalecido
nossa imagem de companhia
independente e rumores de
compras da SAP surgem todos
os dias. Para ser honesto,
não há motivo para comentar
sobre esse tema”, diz.
De acordo com o executivo,
agora, a organização está
empenhada em impulsionar a
tecnologia Hight-Performance
Analytics Appliance (Hana),
baseada em nuvem que
combina hardware, storage,
sistema operacional, software
de gerenciamento e recurso
de busca de dados in-memory.
A solução foi disponibilizada
em junho deste ano em todo o
mundo. “Nossa estratégia de
crescimento está apoiada em
inovação e é dessa forma que
esperamos em 2015 ser uma
companhia de 20 bilhões de
euros”, afirma.
FALTAM PROFISSIONAIS
NO MERCADO DE TI.
Este é o seu currículo?
Está na hora de se preparar de verdade!
A BFBiz entende que treinar ainda é a maneira mais rápida
e eficiente de preparar profissionais para obter o melhor
desempenho na utilização dos recursos de um produto. Por
isso, oferecemos os melhores resultados na capacitação de
profissionais de tecnologia.
(11) 2133-1111
(31) 3273-8011
CRIE. INOVE.
MATRIZ Avenida Paulista, 2073 - Ed. Horsa II - 1º e 2º
andar São Paulo/SP - (11) 2133 1111
[email protected] / [email protected]
Anuncio_computerworld.indd 1
TREINAMENTO
CONSULTORIA
OUTSOURCING
FILIAL Rua dos Guajajaras, 40 - Ed. Mirafiori - Conj. 804
Centro - Belo Horizonte/MG - (31) 3273 8011
[email protected] / [email protected]
06/10/2011 16:25:49
18 capa
a vez da
inteligência
móvel
Business Intelligence salta para
dispositivos móveis e coloca na palma da mão
informações estratégicas que aceleram negócios e
potencializam a competitividade
DÉBORaH OLIVEIRa E SOLaNGE caLVO
19
A tecnologia Business Intelligence
(BI), velha conhecida do ambiente
corporativo, há muito está
presente na criação de cenários
e campanhas de marketing assertivos,
por meio da mineração de dados que
constroem informações-chave, capazes
de fortalecer estratégias, impulsionar
negócios e tornar a empresa mais
competitiva. Um aditivo de resultados.
Imagine tudo isso na palma da mão,
qualquer hora e lugar? Aconteceu. BI
esgueirou-se por meio de dispositivos
móveis como smartphones, tablets e
coletores de dados e atingiu em cheio
o coração de executivos e profissionais
que precisam tomar rápidas decisões e
agilizar processos em empresas dos mais
diferentes setores da economia.
Depois de desfrutar dessa facilidade, é
praticamente impossível imaginar-se sem
ela. É o que afirma Alexandre de Castro
Naves, diretor-executivo da Castro Naves,
distribuidora de produtos de consumo
corporativo [copinhos de plástico,
materiais de informática, papelaria etc].
Há seis meses, a empresa implementou
a solução de BI móvel da Shankya, que
possibilita o recebimento em dispositivos
móveis de informações gerenciais e
estratégicas. “A informação em tempo
real é tudo. Sem ela, fica muito mais
difícil: negociações, propostas, projetos,
tudo.” São 58 profissionais de níveis,
incluindo gestores, operadores de
call center e motoristas, que recebem
diariamente relatórios de BI em seus
smartphones, tablets e coletores
inteligentes de dados. Essas informações
chegam por e-mail ou SMS.
Com a inteligência de bolso, os
profissionais revolucionaram processos,
agilizaram as tomadas de decisão e
ampliaram oportunidades de negócios,
segundo Naves. “Acompanho pelo meu
iPhone faturamento, dados financeiros, entre
outras informações. Dessa forma, acelero
ações e amplio minha produtividade”, diz
o executivo que destaca que como recebe
relatórios à noite, antecipa medidas e as
coloca em prática logo assim que chega ao
escritório no dia seguinte.
BI à mão,
independentemente
de hora ou lugar,
vicia e contamina e
se estende por toda a
infraestrutura
da empresa
Carlos Eduardo Calegari, analista sênior de Software
da consultoria IDC Brasil
De acordo com Carlos Eduardo
Calegari, analista sênior de Software da
consultoria IDC Brasil, a inteligência à
mão, independentemente de hora ou
lugar, vicia e contamina. “Ela se estende
para toda a infraestrutura da empresa
quando está integrada a sistemas de
gestão empresarial (ERP) e Costumer
Relationship Management (CRM)”,
explica. Na verdade, prossegue, essas
ferramentas passam a agregar capacidades
analíticas, visto que compartilham uma
base única de dados.
Essa vantagem foi percebida por Naves.
“Observamos que a aplicação buscava os
dados e os transformava em informação,
que era entregue em variados destinos
estratégicos. Por que não estendermos
essa vantagem aos nossos clientes e
fornecedores? Era o CRM analítico
ganhando forma.”
A Castro Naves hoje alimenta com
relatórios mais de 4,8 mil clientes e 75
fornecedores. “É uma ação altamente
estratégica, porque nossos fornecedores,
por exemplo, cruzam nossas informações
com as deles e assim identificam
oportunidades de negócios”, diz.
“Passamos a ser acompanhados muito
mais de perto, recebemos mais atenção, o
que facilita negociações, descontos, entre
outros benefícios.”
Há seis meses,
ampliamos
oportunidades
de negócios,
revolucionamos
processos e agilizamos
tomadas de decisão
Alexandre de Castro Naves, diretor-executivo
da Castro Naves
www.computerworld.com.br
20 capa
Bill Gates falava
que o futuro
da informática
era colocar a
informação na
ponta dos dedos
e hoje isso
já é possível
Flavio Bolieiro, vice-presidente da MicroStrategy
Outro grande ganho proporcionado
pelo BI móvel na avaliação de Naves é que
antes perdia-se muito tempo garimpando
dados para gerar informação. Agora, essa
vantagem é usada para criar soluções.
“Impossível ficar sem.”
Posicionamento estratégico
Mas BI sozinho não é nada, desafia
Calegari. Ele será mais ou menos
eficiente, dependendo do desempenho de
profissionais nesse processo, garante. “A
mesma informação gerada pelo BI passada
a dois gestores pode implicar em resultados
completamente diferentes. A forma
como cada um irá trabalhá-la é que
fará toda a diferença.”
Segundo o analista, o mesmo
acontece com quem vende BI. Para
ser bem-sucedido, terá de entender
sobre o mercado de atuação do
cliente, para que ele possa extrair
o máximo da tecnologia. “Terá de
maximizar o valor da solução”, ensina.
Na opinião de Flavio Bolieiro,
vice-presidente da MicroStrategy
para a América Latina, o setor
de tecnologia da informação
sempre viveu ondas: o boom da
internet, a adoção de CRM, de
Enterprise Resource Planning
(ERP) etc. “BI sempre esteve entre
www.computerworld.com.br
as intenções de adoção, entretanto, nunca
registrou explosão. Agora, a tecnologia
ganha espaço e isso se deve ao grau
de maturidade das empresas. O Brasil
está bem posicionado no uso, mas pode
melhorar”, pontua.
Bolieiro diz que as organizações
estão enxergando o valor de analisar
indicadores de performance, mas que há
dois desafios em torno desse cenário. O
primeiro deles está relacionado à definição
dos conceitos BI e Business Analytics
(BA). “Para nós, no fundo, tudo é BI. Mas
para o mercado, os termos podem parecer
confusos, já que muitas terminologias
surgiram”, analisa.
Ele explica que para a MicroStrategy
BI é a plataforma que acessa os dados e
ajuda usuários a navegar por eles e BA
é a aplicação desenvolvida em cima do
banco de dados, usando BI. “Um não é a
evolução do outro”, acredita.
Para a IDC, diz Calegari, BI e BA têm o
mesmo significado, portanto são avaliados
sem segmentação e essa categorização é
fruto de diferentes posicionamentos da
indústria. “Alguns fornecedores não fazem
distinção entre eles e outros sim.”
Bolieiro ressalta mais um fato relevante.
Ele afirma ainda haver companhias que
utilizam soluções de análise de forma
departamental e não desfrutam, assim, de
todos os benefícios que a tecnologia pode
viabilizar. Uma visão integrada e holística,
diz, é o recomendado.
Concorda com ele José Caodaglio,
diretor sênior de vendas de BI e EPM da
Oracle do Brasil. “Das pequenas às grandes
empresas, esse quadro é realidade. Há uma
falsa ilusão de que ao gerenciar partes, é
possível gerenciar o todo.”
O papel da Oracle, aponta, é ajudar
as companhias a entender que a
implementação de BI não é tão simples
quanto parece. O executivo diz que a
fornecedora equilibra essa equação com a
Companhias ainda
implementam BI de
forma departamental.
Das pequenas às
grandes, esse
quadro é realidade
José Caodaglio, diretor sênior de vendas
de BI e EPM da Oracle do Brasil
21
Não foi só mobilidade
que aditivou adoção
de BI móvel.
O surgimento
de dados não
estruturados também
Kátia Vaskys, diretora de Business Analytics da IBM
filosofia de viabilizar integração entre BI e
outras soluções, minimizando o esforço do
usuário na realização da tarefa.
Por outro lado, Kátia Vaskys, diretora
de Business Analytics da IBM, identifica
que há uma demanda por soluções de BI
para conhecer melhor o cliente. “Entender
o comportamento, perfil e tendência dele
tem sido mandatório. Por volta de 2001, o
CRM foi implementado nas companhias
de forma operacional e agora o BI chega
para mudar esse quadro”, aposta.
A executiva acredita que os setores
financeiro, de telecomunicação e varejo
saíram na frente na adoção de soluções de
inteligência, mas outros estão se rendendo
à era da análise preditiva.
Na área de logística, a MRS é um bom
exemplo. A empresa, uma ferrovia que
trabalha com transporte de carga no eixo Rio
de Janeiro-Minas Gerais-São Paulo, já havia
ingressado na mobilidade com o uso de
BlackBerries desde 2006, e no ano passado
adotou BI nos smartphones para aprimorar
o gerenciamento de cargas e descargas
do minério de ferro em terminais. Assim,
a aplicação já chegou em um ambiente
amadurecido, o que facilitou a adesão.
O desafio, segundo Márcio Claudio
da Gloria Maciel, analista de negócios
da MRS Logística, é não deixar que os
terminais fiquem ociosos, ao mesmo
tempo em que não podem apresentar
gargalos. “E a aplicação reduziu
sensivelmente o tempo das tomadas de
decisão para a resolução de problemas.”
A solução de BI móvel, desenvolvida
pela Navita no modelo customizado, está
disponível para 150 usuários, de variados
níveis de atuação, em especial os de
coordenação e diretoria. “A informação
chega nas mãos de responsáveis pelo
acompanhamento da carga e descarga e
até do presidente da empresa, que pode
monitorar o status, mesmo no aeroporto,
e tomar decisões”, relata José Nelson
Figueiredo, especialista em Planejamento
e Controle de TI da MRS.
Aumento da produtividade, mais agilidade
nos processos, redução de gargalos e
também da ociosidade nos terminais são
alguns dos ganhos listados por Figueiredo.
“A situação ideal é a malha não parar. E
o que hoje contribui muito para isso é a
aplicação, que possibilita que a informação
seja unificada, circule rapidamente e acelere
as tomadas de decisão.”
A comunicação se propaga via
A SABB usa BI móvel
para acesso contínuo,
de qualquer lugar,
eliminando o risco
de falta de
conexão à internet
Paolo Chiarlone, gerente Corporativo de TI da SABB
www.computerworld.com.br
22 capa
Aumento da
produtividade,
agilidade nos
processos e redução
de gargalos
foram benefícios
conquistados com
inteligência móvel
José Nelson Figueiredo, especialista em
Planejamento e Controle de TI da MRS
BlackBerries ao longo dos 1,6 mil
quilômetros da ferrovia. Segundo ele, é
possível reprogramar trens destinados
a um determinado terminal para outro,
evitando paradas ou gargalos. “Tudo isso de
maneira ágil, porque contamos com rápidas
tomadas de decisão”, diz o especialista.
A MRS trabalha com um indicador
próprio chamado Trem Hora Parado
[THP], bastante crítico para o negócio.
“Nos empenhamos para ter o mínimo
de THP, que tem reduzido bastante nos
últimos anos e estimamos que com o BI
móvel o resultado positivo seja ainda
mais acentuado”, acredita Figueiredo.
Ele acrescenta que a manutenção de
locomotivas e vagões é outro ponto
nevrálgico da operação e será o próximo
foco do BI móvel para agilizar processos
e decisões. “Pretendemos ainda aumentar
o número de usuários de smartphones e
também de aplicações. Se há um caminho
que pretendemos crescer, é o de BI
móvel”, garante.
soluções analíticas e a empresa está em
linha com essa demanda. Além disso, o
rápido acesso às informações de negócios
possibilitou a integração com a tecnologia
de BI da SAP com o ERP da companhia.
“Mesmo que um usuário não tenha a
nossa solução, prestamos consultoria para
organizar a plataforma de informações
transacional para que seja possível extrair
dados de forma organizada”, observa
Carlos Guimarães, diretor de Soluções
Analíticas e Tecnologia da SAP.
Bolieiro, da MicroStrategy, acredita
que mobilidade comandará a onda de
crescimento da adoção de soluções
preditivas nos próximos meses. “Há um
tempo, Bill Gates, fundador da Microsoft,
falava que o futuro da informática era
colocar a informação nas pontas dos
dedos e hoje já podemos fazer isso”, diz.
Mas não somente a mobilidade aditivou
a adoção de BI móvel. Kátia, da IBM, diz
que as organizações estão acostumadas a
lidar com a análise de dados estruturados,
mas o surgimento de vídeos, informações
de GPS e redes sociais, que compõem
dados não estruturados, tornou-se um
desafio. “Os projetos de BI nos anos 90
foram realizados olhando para dentro.
Hoje, isso não funciona mais. Mídias
sociais têm sido o motor de transformação
da cultura analítica”, indica.
O assunto vem ganhando destaque
na IBM e as apostas são altas. Em 2010,
a fornecedora definiu quatro metas
estratégicas para os próximos cinco
anos que norteiam os investimentos e
Business Analytics and Optimization
(BAO) – como batizou a oferta de BI
+hardware+consultoria+pesquisa – faz
parte dessa lista. A empresa quer registrar
faturamento anual de 16 bilhões de
dólares com BAO até 2015.
A MicroStrategy, assinala Bolieiro, está
evoluindo sua linha de produtos nessa
direção. A companhia está 100% focada
A febre da mobilidade
Mobilidade e
processamento
em memória
estão puxando
desenvolvimento de
soluções analíticas
Algumas tecnologias e conceitos estão
impulsionando a adoção das plataformas
de inteligência, como mobilidade, redes
sociais e cloud computing. Para a SAP,
mobilidade e processamento em memória
estão puxando o desenvolvimento de
Carlos Guimarães, diretor de Soluções
Analíticas e Tecnologia da SAP
www.computerworld.com.br
23
em soluções de BI, toda a sua receita
mundial [que em 2010 contabilizou 454
milhões de dólares] é relacionada à oferta
de plataformas analíticas. Além disso,
conta com 3 mil funcionários em todo
mundo, sendo 80 no Brasil, focados em
buscar constantes melhorias e inovações
nas plataformas de análise e um Centro
de Desenvolvimento Offshore na Polônia
com essa finalidade.
Fruto desse esforço foi a ampliação do
posicionamento na área ao disponibilizar
no ano passado solução móvel.
“Mobilidade chega para agregar valor e
democratizar o BI”, avalia.
Foi assim com a operadora de
telecomunicações TIM. Desenvolvida
pela MicroStrategy, a solução de BI
móvel, para iPad, foi apresentada pela
desenvolvedora para ampliar a qualidade
de serviços prestados pela operadora [voz,
dados, 2G, 3G, SMS, MMS, entre outros].
Os executivos da alta direção precisavam
visualizar indicadores estratégicos no
mapa do Brasil, de maneira dinâmica e
a aplicação tornou possível, segundo o
especialista da área de Services Quality
Assurance da TIM, Cesar Mansur Souza.
A comunicação é visual e, portanto,
imediata, diz Souza. Ao aparecer uma
bola vermelha em algum ponto do mapa,
indica que aquela região está com algum
problema na rede. Ao passar o cursor
sobre ela, é possível obter mais dados. No
iPad, as informações aparecem integradas
e são carregadas instantaneamente. Antes,
entrar na ferramenta, executar relatórios,
abrir planilhas e analisar um dado eram
tarefas demoradas.
“Mas para isso tivemos de mexer
em nosso banco de dados, tornando-o
adequado para o uso da aplicação. Do
contrário, consumiria alguns segundos
para carregar a informação, o que
depreciaria o resultado”, diz. “O objetivo
é agilizar processos e proporcionar uma
visão gerencial a qualquer momento de
qualquer lugar”, afirma.
O projeto está bem no início, segundo
Souza. Foi implementado em setembro
deste ano e o retorno tem sido positivo,
garante. “É possível visualizar desde o
Totvs aposta
na oferta de BA em
parceria com a IBM.
A proliferação de
dados impulsiona
a demanda
Rodrigo Caserta, vice-presidente de atendimento e
relacionamento da Totvs
nível regional até o de site, que envolve
as antenas. E podemos estratificar por
cidades, bairros, ou seja, por área de
cobertura”, relata.
Até o final do ano, com base na
avaliação do desempenho da aplicação,
a TIM pretende ampliar o número de
licenças, que hoje totalizam oito, para
rodar a solução em oito iPads. “A iniciativa
era um sonho antigo dos executivos e
que agora se tornou realidade, ampliando
a qualidade dos nossos serviços, e
garantindo a estabilidade da rede, que
é um ponto altamente crítico no nosso
mercado de atuação”, diz.
Decisões rápidas
O sucesso do BI móvel também aconteceu
na SABB, empresa do grupo Coca-Cola,
que atua no segmento de bebidas nãogaseificadas [responsável pelas marcas
Del Valle, Matte Leão, Suco Mais e Burn].
No início deste ano, migrou para os
BlackBerries, já inseridos há quatro anos na
estratégia de comunicação da companhia, o
BI móvel, desenvolvido pela Navita.
São 180 colaboradores em cargos
de supervisão, gerência e diretoria
que desfrutam da inteligência em seus
dispositivos móveis. De acordo com Paolo
Chiavone, gerente Corporativo de TI da
SABB, o objetivo foi garantir o acesso
contínuo, de qualquer lugar, a qualquer
hora aos servidores, eliminando os riscos
de falta de conexão à internet, à rede
virtual da empresa e ao ERP.
Hoje, a solução possibilita o
monitoramento pró-ativo e em tempo real
de cada um dos smartphones e agiliza a
identificação e a resolução de problemas
de conectividade de maneira transparente
para o usuário. Chiavone relata que
a gestão corporativa dos dispositivos
reduziu em 70% a abertura de chamados
ao service desk relacionados à mobilidade.
Agora, decisões são tomadas de maneira
mais ágil, sem os gargalos operacionais
que atrasavam procedimentos importantes
como autorizações para concretização
de vendas e o envio de cargas de bebidas
para a rede de distribuição.
A companhia estuda a ampliação
do número de smartphones, incluindo
também a adoção de tablets para
executivos de nível sênior. “Tudo que gera
facilidade e eficiência vira hábito. Agora,
o uso de BI móvel não tem mais volta”,
garante Chiavone.
Mercado em movimento
As análises e previsões da IDC Brasil e
do instituto de pesquisas Gartner são
positivas para o mercado de BI no Brasil.
Neste ano, o Gartner estima para o País
www.computerworld.com.br
24 capa
Na Teradata, foco
é também em BI
pervasivo, visto
que tomadas de
decisão precisam
ser realizadas em
tempo real
Américo de Paula, diretor de consultoria de Indústria
para a América Latina da Teradata
movimentação de mais de 150 milhões
de dólares e para 2013 a previsão é que
totalize mais de 190 milhões de dólares.
Em 2010, esse segmento cresceu em solo
nacional acima de 30% em relação a 2009,
contabilizando mais de 300 milhões de
dólares, de acordo com a IDC. Com essa
marca, o Brasil representa mais de 50% do
mercado de BI na América Latina.
Segundo a IDC Brasil, BI deve apresentar
crescimento composto anual entre 18% e
20% até 2015 e a previsão para BI móvel é
registrar incremento acima dessa marca.
Na SAP, do volume total de vendas
de licenças no Brasil 40% vêm do BI.
“O número mostra a necessidade de os
clientes, não só da base instalada, pela
adoção desse tipo de solução no âmbito
corporativo. A companhia precisa ter uma
visão única do dado e tomar decisões em
todas as camadas dos negócios”, afirma
Guimarães, da SAP.
A aposta da fornecedora para conquistar
fatia expressiva desse mercado, aponta
Guimarães, é investir em parcerias que
possam agregar conteúdo ao BI, inserindo
visões específicas de negócios para alguns
setores da economia. “Entendemos que o
caminho para facilitar projetos é esse, já
que deverá realizar a integração entre os
mundos transacional e analítico”, afirma.
“Quando a companhia se depara com
www.computerworld.com.br
um tsunami de dados, trabalhar de forma
comprimida garante maior performance,
velocidade e melhor custo benefício”,
comenta Marcela Vairo, gerente de
Software Information Management da
IBM, sobre o valor que a compra da
Netezza [por 1,7 bilhão de dólares].
As parcerias vão ao encontro dessa
meta. No mês passado, a IBM estabeleceu
aliança com a Totvs para comercialização
de BA. “A solução une a experiência
da Totvs na gestão de negócios com a
tecnologia de soluções analíticas
Cognos da IBM. É disponibilizada
on premise ou na nuvem”, explica Rodrigo
Caserta, vice-presidente de Atendimento e
Relacionamento da Totvs.
“A IBM espera registrar expansão
geográfica e oferecer solução de
inteligência para companhias de pequeno
e médio portes, nas quais a Totvs possuí
ampla presença”, diz Kátia. A expectativa
da Totvs é semelhante. “Queremos ser
‘multinacional brasileira’ e para sustentar
esse desejo precisamos ampliar nossa
atuação no mercado internacional e a
IBM se posicionou como aliada nessa
estratégia”, completa Caserta.
A Totvs possui hoje uma base de mais
de 26 mil clientes e o potencial é enorme,
aposta Caserta, sem, no entanto, revelar
números. Inicialmente, a companhia vai
atacar o mercado latino-americano, mas
vai ampliar as fronteiras no próximo ano e
navegar pelos mercados norte-americano,
asiático e europeu. “A proliferação de
dados, o cuidado com a qualidade das
informações, a necessidade de estar à
frente da concorrência, além das redes
sociais estão impulsionando a atenção
para o BA”, aposta.
A Navita ingressou no universo de BI
móvel em 2010, mas já está colhendo os
resultados da nova estratégia. “Cerca de
20% do nosso faturamento vem da oferta”,
contabiliza Fábio Nunes, sócio e diretor
de operações da companhia. De acordo
com ele, no ano passado, a Navita tinha
uma percepção de que a adoção partia
de empresas mais inovadoras, mas hoje
o quadro mudou. “É uma necessidade
de um mercado cada vez mais dinâmico.
Todos querem fazer parte dessa era para
tomar ações mais rapidamente”, diz.
Quem também investe em parcerias é a
Teradata. “Temos cerca de 450 parceiros
de software, que se integram de maneira
nativa à nossa base de dados”, diz
Américo de Paula, diretor de consultoria
de Indústria para a América Latina da
Teradata. “Como não temos solução de
exploração de dados, desde o princípio
nos esmeramos em criar alianças para
ter compatibilidade com o mercado e
proporcionar o melhor dos mundos
seja na carga de informações quanto na
exploração”, completa.
Na Teradata, o foco, diz Américo, estão
em duas linhas. O BI pervasivo, que visa
levar inteligência de ponta a ponta, não só
para executivos do alto escalão. “BI já não é
somente ferramenta de apoio, deve estar na
linha de frente também”, aposta. Mobilidade
é outra área de atenção que o BI terá
daqui para frente. “As tomadas de decisão
precisam ser realizadas em tempo real.”
Outra forte aposta da companhia é a Big
Data [gestão de grandes volumes de dados]
que tem desafiado a indústria de software
de Business Intelligence. A Teradata tem
investido em aquisições para superá-lo,
foram quatro em pouco mais de um ano. A
mais recente foi a Aster Data, que auxilia na
gestão de dados não estruturados. n
26 OPINIÃO | Susane Garrido
Qual é o sentido da
tecnologia?
A
Instituições
de ensino que
usam tablets
estão um passo
à frente na
aproximação
mais rápida
com as
percepções
dos alunos
www.computerworld.com.br
onda da virtualização e da mobilidade
via tecnologias digitais não é novidade.
Mas sim a possibilidade da materialização
de algo que a humanidade faz há milhares
de anos, desde que precisou sobreviver e
viver melhor em ambientes diversos e com
condições nem sempre favoráveis.
Virtualizar-se é expandir-se, é promover
um movimento de autocriação e de brincar
com dimensões de tempo e espaço de
forma mais “palpável” (embora com outros
sentidos). É proporcionar a ampliação de
conhecimentos e de relações de todos os
tipos, como vivemos no momento.
Estamos imersos em um contexto em que
viver é estar virtualmente presente, o que produz
os multicenários e as sincronias midiáticas
de criação e de exposição que observamos
diariamente. A era virtual é caminho para essa
perspectiva múltipla, e a mobilidade é meio para
o alcance da liberdade de expressão, que pode
ocorrer a qualquer tempo, lugar e pessoa.
As crianças estão passando mais tempo online: em média, mais de 1,6 hora por dia. Isso
nos traz um total de 11,4 horas por semana,
um aumento de 10% quando comparado aos
dados de 2009. Talvez, surpreendentemente,
quase metade (48%) delas em todo o mundo
considera que passa tempo demais on-line. As
crianças brasileiras são as que mais ficam online, passando em média 18,3 horas conectadas
por semana. No entanto, oito em dez admitem
que esse número é exagerado. No Japão, onde
os jovens gastam somente 5,6 horas na internet,
menos de dois em dez entrevistados considera
esse número excessivo. (Relatório do Norton
On-line: junho/2010)
As nossas crianças bateram o próprio recorde
em 2010 com 73,2 horas por mês, o que representa,
em média, uma hora a mais por semana, enquanto
despendiam 70 horas por mês navegando em 2009.
Esses dados alarmam que há uma nova cultura em
n Susane Garrido é reitora da
Estácio São Paulo
todos os âmbitos, que vai desde o simples brincar
ao crescer, estudar, trabalhar e se relacionar. Tal
comportamento independe do que pensamos estar
certo ou errado.
As plataformas móveis, sejam elas notes,
celulares 3G (e em breve o 4G) ou tablets, são
as possibilidades para executar esse momento
“livre” do ser humano na realização de tarefas e na
demonstração de ideias e desejos.
As instituições de ensino que ingressaram
no uso de tablets estão um passo à frente
na possibilidade tanto de aproximação mais
rápida com as linguagens/percepções dos
alunos, quanto em realizar o seu papel de
formação na educação, ampliando o espectro
de conhecimentos – uma vez que as instituições
físicas, não serão mais capazes de fazer.
E não se coloca aqui que está simplesmente
nos tablets, internet ou celulares, o segredo
para uma educação eficaz. No sentido de
alargamento do contingente cognitivo, ele
está em permitir que as pessoas, sejam elas
estudantes ou não, possam extrair e ao mesmo
tempo “gerar” conteúdo nesse novo contexto.
Vivenciamos um momento no qual todos
somos criadores e consumidores críticos de
informações diversas. Isso significa compilar
aquilo que desejamos e transformar em
novas informações. Assim, potencializarmos
entendimentos muito mais simples (porque
nós mesmos fizemos) e apropriados ao
contexto que quisermos.
A geração de novos conhecimentos já está
acontecendo dessa forma. Nesse novo modelo,
os conteúdos não são mais empacotados do
professor para o aluno; mas permitem a produção
de uma parcela de contribuições pelo estudante.
Se os tablets são os recursos mais apropriados
para produção desse salto de conhecimento e de
virtualização dos estudantes, feliz aqueles que os
utilizam e utilizarão, até que outro, mais eficiente,
chegue ao mercado. n
CURTAS
Pág.
OPINIÃO
Pág.
Você já contratou um BSD? Deveria
A consumerização e os dados sensíveis
EXECUTIVE COACH
3
10
Pág.
Arquiteto corporativo: indispensável
14
NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA
OUTUBRO 2011 | NO 35
CIO.COM.BR
Defina já uma
estratégia para
MOBILIDADE
Desafio de implementar um ambiente móvel
confiável e duradouro mobiliza CIOs que já se
aventuraram no desenvolvimento de aplicações para
aumentar a produtividade dos funcionários e levar as
marcas da empresa aos consumidores
INFORMAÇÕES PRECIOSAS SÃO
O TESOURO DA SUA EMPRESA
Para identificar e determinar
suas decisões gerenciais,
sua experiência é importante,
mas o conhecimento é tudo!
encontre o tesouro que há
em sua empresa e transforme-o
em conhecimento
gerencial.
compuminer, não é grife em
softwares, não tem
perfumaria.
é especialista em
mineração de dados
e business intelligence
palavras de ordem em ti.
conheça sua empresa e o que
ela de fato necessita para
potencializar seus negócios.
Anúncio Compuminr CW - CIO 1
05.10.11 18:05:14
curtas
Procura-se
Nova geração de profissionais que entendam
de pessoas, processos e tecnologia
Rick Swanborg*
O
s CIOs de hoje estão sendo desafiados
por executivos de negócios a fornecer
tecnologias inovadoras mais rápido e
ainda garantir o baixo custo dos serviços de
TI. Como resultado, algumas empresas estão
criando cargos para profissionais de TI com perfil
híbrido, capazes de assumir posições de liderança,
conceber e executar projetos empresariais. O
mercado começa a chamar esses profissionais de
Designers Business Solution (BSD).
Essa próxima geração de líderes de TI têm,
necessariamente, as seguintes habilidades:
Eles são focados em
desenvolvimento de negócios.
E não estão presos a requisitos funcionais.
“A liderança de TI do futuro será igualmente
preocupada com pessoas, processos e tecnologia,
não somente a tecnologia, como tem sido a nossa
tendência até aqui”, diz Alistair Jacques, CIO do
grupo Medicare United. Os BSDs devem facilitar
as conversas sobre o que a empresa precisa, em
vez de tentarem adivinhar o que os líderes de
negócios pensam que querem.
Eles sabem os limites
da tecnologia.
A crença de que a TI pode fazer milagres matou
a reengenharia de negócios há 15 anos. BSDs
devem ter uma sólida compreensão de como os
sistemas legados da companhia, a arquitetura
das aplicações e os ambientes web limitam ou
permitem que o negócio prospere.
3
Eles são grandes negociadores.
Os BSDs devem ser capazes de ajudar os líderes
empresariais a tomarem decisões realistas sobre
quais projetos investir e os recursos necessários
para executá-los. Além disso, como muitos
serviços básicos de TI são terceirizados, cabe
aos BSDs negociar soluções vencedoras com
fornecedores de TI.
Eles são curiosos.
CIOs precisam de líderes de TI que vejam além
da implementação do sistema atual, diz George
Ball, CIO da Raytheon. A paixão por aprender e
a curiosidade sobre o futuro são essenciais. Ter
mentalidade inovadora não dói. “Pense em pessoas
como Thomas Edison e Steve Jobs”, diz Ball.
A demanda por profissionais com essas habilidades
está muito acima da oferta, por isso os CIOs devem
ser criativos. Uma opção é oferecer treinamento para
profissionais de negócios qualificados.
Um caminho é identificar gestores com paixão
por tecnologia e propor a eles a formação em
TI. Isso pode ser mais fácil do que convencer os
profissionais de tecnologia a expandirem suas
habilidades, porque eles podem achar difícil
adquirir a experiência de negociação.
Outra opção é contratar estudantes que tenham
frequentado escolas onde os cursos de negócios
tenham forte formação tecnológica e/ou os de
tecnologia, forte formação empreendedora. CIO
(*) Rick Swanborg é presidente do ICEX e professor
da Universidade de Boston.
www.cio.com.br
gestão
4
aplicativos
móveis
Fazer o primeiro é fácil. Mas qual a
melhor estratégia para desenvolvimento
e gerenciamento no longo prazo?
Elisabeth
Horwitt, CIO (EUA)
www.cio.com.br
T
empo é essencial para o sucesso de um aplicativo móvel. Pergunte a Richard Peltz, CIO da empresa
americana de investimentos imobiliários, Marcus & Millichap, que fatura 13,5 bilhões de dólares.
Em janeiro de 2010, quando o mercado de imóveis comerciais estava começando a sair de uma
recessão de dois anos nos Estados Unidos, a companhia começou a procurar formas de aumentar o
reconhecimento da sua marca e a visibilidade dos seus 1,2 mil agentes imobiliários em todo o país. Peltz
teve a ideia de criar perfis de seus agentes e gestores de empréstimos que pudessem ser colocados no site e
facilmente localizáveis por clientes que fizessem
buscas utilizando equipamentos móveis como
iPhones ou smartphones Android.
Quando Peltz descobriu que um concorrente
estava desenvolvendo um aplicativo similar,
acelerar a velocidade de entrega ao mercado
do seu aplicativo tornou-se alta prioridade.
Mesmo dependendo da aprovação final do
grupo de Marketing da empresa e do vicepresidente de Desenvolvimento de Aplicativos,
“eu praticamente levei o app para minha mesa,
porque não queria perder tempo com a gestão
dos comitês”, diz Peltz. O CIO também decidiu
terceirizar o desenvolvimento para a AT&T,
em vez de tentar fazer sua equipe acelerar a
velocidade de aprendizado das linguagens de
programação móvel, especialmente aquelas
para o iPhone.
Lançado em dezembro de 2010, o aplicativo é
usado por um número crescente de investidores
do mercado imobiliário e gera grande volume
de potenciais clientes, segundo Peltz. Agora,
vem a parte difícil: conceber e criar uma
estratégia corporativa e uma infraestrutura para
desenvolvimento e gerenciamento de aplicativos
móveis no longo prazo.
A estratégia
O primeiro aplicativo móvel é sempre um
desafio para os líderes de TI. Por um lado, os
CIOs ficam entusiasmados com o potencial dos
aplicativos móveis, mas na maioria das vezes
trabalham pressionados a entregar novos apps,
cada vez mais atraentes para usuários móveis,
executivos e clientes. Criar uma aplicação
desde o início para um dispositivo móvel, em
vez de adaptar aplicativos de desktop para um
smartphone, “é chegar a um novo paradigma
que faz todo sentido”, diz William Clark,
vice-presidente de Pesquisas do instituto de
pesquisas Gartner.
De acordo com dados do Gartner, publicados
em junho de 2011 como parte do seu relatório
“Quadrante Mágico para Plataformas Móveis
de Aplicativos para Consumidores”, 5 bilhões de
smartphones estavam em atividade em 2010 e
esse número deverá exceder 6,7 bilhões até 2015,
criando enormes oportunidades para empresas
de consumo. Segundo o estudo do Gartner, o
desenvolvimento de aplicativos móveis voltados
para o consumidor continuará a ultrapassar
a criação de aplicativos para web e outras
modalidades até 2014. Trata-se de movimento
comprovado por pesquisa recente da revista CIO,
que ouviu 261 líderes de TI sobre suas prioridades.
Desse total, mais da metade, 54%, declarou
planejar gastar mais com aplicações móveis.
Por outro lado, Clark, do Gartner, preocupase com a “fragmentação e o caos” do mercado
móvel, no qual atualizações e novas versões
dos sistemas operacionais móveis pipocam o
tempo todo, tornando extremamente difícil
para uma empresa desenvolver e executar
estratégia coerente. E ter uma estratégia é
fundamental para as companhias, com o qual
analistas e CIOs concordam.
Nas próximas páginas, vamos abordar o
estado da arte dos aplicativos feitos diretamente
para dispositivos móveis: como está evoluindo
esse mercado, que desafios e oportunidades
apresenta e como elaborar uma estratégia de TI
que atenda, ao mesmo tempo, às dificuldades
imediatas do cenário e à exploração de suas
oportunidades no longo prazo.
De acordo
com a
Gartner, em
2010 havia
5 bilhões de
smartphones
ativos e mais
de 6 bilhões
até 2015
5
Por que fazer móvel primeiro?
Os líderes de TI já entenderam que para serem
realmente úteis, os aplicativos móveis têm de
nascer como móveis e não meras adaptações
de aplicativos prévios feitos para o Windows
ou o Mac OS. Eles precisam ser desenvolvidos
a partir do zero, não só para funcionar bem
dentro dos limites das telas de dispositivos
móveis, memória e poder de computação
limitados, mas também para tirar proveito
de recursos que tradicionalmente não estão
disponíveis em desktops, como múltiplas
câmeras, telas sensíveis ao toque, animação e
comunicação multimídia.
Por hora, os aplicativos móveis para o
público interno da empresa estão ficando atrás
dos aplicativos voltados para o consumidor,
segundo o Gartner, mas os CIOs já começam
a explorar novos meios de utilizar tais
aplicativos para aumentar a produtividade
dos funcionários e seu tempo de resposta,
como demonstra a matéria de capa da
COMPUTERWORLD/EUA de outubro.
Na empresa de seguros Erie Insurance, a TI
desenvolveu um aplicativo para iPhone que
permite aos clientes informar sobre danos
ou acidentes em sua propriedade antes de
preencher um relatório de danos mais completo,
segundo Eric Miller, vice-presidente sênior de TI.
www.cio.com.br
Aplicativos móveis também foram uma escolha
óbvia na hora de criar um sistema para que os
agentes de seguro possam avaliar no local do
acidente os danos em um veículo. “Não seria
viável para os nossos agentes tirar fotos de um
eixo de carro usando um notebook, mas com um
iPhone é só piscar os olhos”, diz Rich Warnaka,
diretor de Experiência do Usuário da Erie
Insurance, que fatura 4 bilhões de dólares ao ano.
gestão
Estratégia de longo prazo
6
A Matson
desenvolveu
aplicativo para
rastrear horários
de navios
cargueiros
e seus
carregamentos,
que permite
uso de iPhones
e smartphones
Android para
gerenciar
logística
www.cio.com.br
Muitas empresas têm implementado um
aplicativo ou dois para experimentar, enquanto
trabalham na estratégia e implementação de
uma infraestrutura interna de desenvolvimento
móvel de TI que atenda a projetos maiores e
funcione no longo prazo.
“Esse é o rumo que a Matson Navigation,
empresa de remessa de containers gigantes,
tomou, com um roteiro de múltiplas fases
e vários anos”, diz Srini Cherukuri, diretor
sênior das operações de TI da companhia.
O objetivo geral é “proporcionar benefícios
sustentáveis para uma ampla comunidade de
usuários externos e internos, a fim de obter o
melhor ROI”, relata.
A Matson desenvolveu recentemente
um aplicativo para rastrear horários de
navios cargueiros e seus carregamentos, que
permite aos clientes utilizar seus iPhones e
smartphones Android para gerenciar logística
e transporte e receber alertas de texto quando
um container específico está em movimento.
Nesse meio tempo, outros aplicativos mais
complexos vão ter de esperar até que a TI
“assimile conhecimentos e ferramentas e
construa processos internos para desenvolver,
apoiar e gerenciar aplicativos e dispositivos
móveis de forma completa”, diz Cherukuri.
O executivo também prefere esperar
mais alguns meses até que a volátil indústria
móvel se estabilize e aí então escolher quais
equipamentos móveis e arquiteturas vai
suportar e que tipo de produtos de segurança e
gestão de aplicativos móveis vai comprar.
A decisão de correr ou ser mais lento e
cauteloso no desenvolvimento de aplicativos
móveis deve ser baseada em uma análise
cuidadosa do mercado e suas tendências,
aconselha Clark, do Gartner.
A AARP, por exemplo, está agressivamente
redefinindo sua imagem como organização
voltada para qualquer pessoa que tenha até
50 anos e não necessariamente apenas os
mais velhos. É por isso que Sami Hassanyeh,
diretor do Grupo de Estratégia Digital da
companhia, tem tentado adotar uma visão de
desenvolvimento móvel em primeiro lugar.
Por trás dessa iniciativa está a constatação, por
meio de uma pesquisa independente conduzida
por Hassanyeh, que boa parte dos participantes
da AARP pertencentes ao grupo dos “Baby
Boomers” usa equipamentos móveis para
acessar web e redes sociais. Além disso, só em
agosto de 2011 o site AARP.org gerou 11 vezes
mais pageviews vindos de equipamentos móveis
do que em todo o ano de 2009. “Temos de ir
onde os números estão indo”, diz Hassanyeh.
Quem está no time?
Migrar para o conceito de “móvel primeiro”
exige que os gestores de TI repensem a
mistura de talentos e especialização que eles
possuem nos times de design de aplicações,
desenvolvimento, gerenciamento e manutenção.
Como parte de sua estratégia de múltiplas
fases de mobile, a Matson distribuiu as
responsabilidades entre dois grupos na TI,
explica Cherukuri. O grupo global de gestão de
equipamentos está encarregado de escolher que
plataformas móveis suportar e as ferramentas
e tecnologias para gerenciá-las. O grupo de
aplicativos realiza pesquisas e conversa com
usuários para determinar quais aplicativos
vão oferecer benefícios abrangentes para
funcionários e consumidores, explica Cherukuri.
Embora geralmente o CIO e o time de TI
sejam os encarregados de definir a estratégia
de aplicações móveis, essa nem sempre é a
regra. A participação ativa de outros grupos de
negócios da empresa é fator crítico apontado
por todas as fontes do mercado.
A Marcus & Millichap recentemente criou um
comitê de gestão para desenvolver um processo
formal de escolha de ideias para apps móveis
internos e criar uma estrutura para “construir,
testar e implementar soluções inovadoras”
diz Peltz. O comitê inclui gerentes regionais,
usuários de negócios e vários diretores, que vão
prover os recursos e os critérios de urgência por
trás dos projetos, explica o CIO.
Na AARP, o Grupo de Estratégia Digital está
separado de TI. Hassanyeh reporta-se ao vicepresidente-executivo e diretor de comunicações
e não ao CIO. Seu grupo é responsável por
encarar os aspectos ligados aos consumidores
de aplicações móveis, pelo desenvolvimento,
gestão e suporte. TI é responsável pelo banco
de dados, as aplicações de desktop internas
e serviços de backup, internet e segurança. A
AARP não está desenvolvendo apps móveis
para uso interno atualmente, diz Hassanyeh.
O Grupo de Estratégia Digital agrupa
desenvolvedores, administradores de sistemas,
times que cuidam do marketing on-line,
equipe de conteúdo on-line e social media e
time de produção que mapeia a estratégia de
desenvolvimento de novos aplicativos móveis e
para a web baseados no que os usuários estão
pedindo, explica Hassanyeh.
7
Móvel primeiro ou só móvel?
Outra questão-chave para os estrategistas
de mobilidade é definir se uma aplicação
específica ou se todas as aplicações da empresa
serão móveis primeiro ou unicamente móveis.
Embora alguns CIOs e desenvolvedores tratem
os sistemas móveis e desktop como elementos
diferentes, muitos apostam nos benefícios de
desenvolver um aplicativo móvel primeiro e
depois migrá-lo para os desktops ou para a web.
Forçar os desenvolvedores a trabalhar com
telas pequenas dos equipamentos móveis e
recursos de processamento limitados aumenta
a eficiência e a efetividade, diz Miller, da Erie
Insurance. “Eles precisam manter-se focados
nas atividades dos usuários porque não temos
espaço vago para jogar tudo na tela como
você faria numa tela de desktop ou na web
convencional.” O grupo de Miller agora está
entrevistando clientes potenciais de apps,
sejam eles empregados ou consumidores, para
“identificar suas necessidades e desejos” antes
de ir para frente com uma aplicação. “Você
acaba desenvolvendo muito menos, reduzindo
seu tempo de entrega final e agradando mais
os consumidores”, garante Miller. “Por isso,
decidimos por “móvel primeiro” para todos os
nossos aplicativos”, diz ele.
“O desktop é como uma carpa nadando
numa banheira de bebê; ela cresce até
tomar todo o espaço disponível”, diz Luke
Wroblewski, que trabalhou como diretor de
produtos e cofundador da Bagcheck.com.
[A companhia foi comprada pelo Twitter em
agosto de 2011]. A mesma imagem vale para
páginas web, diz Luke, e por conta disso a tela
fica lotada de dados irrelevantes que podem
distrair ou frustrar os usuários.
Wroblewski adotou o “móvel primeiro”
no Bagcheck.com, um serviço que permite
compartilhar informação e fotos de objetos
relacionados a interesses, experiências ou
hobbies. Ainda que a empresa fosse formada
por apenas três pessoas, ela enfrentou as
mesmas questões ligadas ao desenvolvimento
móvel que afetam as grandes companhias,
diz Wroblewski, ex-chefe de Arquitetura
de Design do Yahoo. “O uso móvel está
crescendo tão rápido que vai ultrapassar os
desktops e os PCs em um ou dois anos. Temos
de nos preparar para uma virada inevitável.”
Richard Peltz, CIO da
Marcus & Millichap:
companhia usa
aplicativo para facilitar
relacionamento entre
agentes e clientes
Escolhendo um ambiente de
desenvolvimento
Até pouco tempo, os CIOs tinham basicamente
duas opções para desenvolver um aplicativo
móvel, nenhuma delas considerada ideal. Eles
podiam produzir um aplicativo leve, baseado
na web que daria aos usuários acesso básico
a mensagens, agendas e dados corporativos
a partir da nuvem ou do acesso remoto ao
servidor da empresa. A principal vantagem desse
modelo é que ele é do tipo “escreva uma vez,
transporte para qualquer lugar” ou perto disso.
Adaptar para diferentes tipos de equipamentos
www.cio.com.br
gestão
8
Se os
equipamentos
móveis
representam
duplamente
uma onda
do futuro e
um dreno
crescente dos
recursos de TI,
por que não
dispensar os
desktops de
uma vez?
www.cio.com.br
móveis é fácil. E os programadores podem usar
linguagens familiares de web, como o HTML.
O problema: tais aplicativos não conseguem
tirar vantagem dos recursos dos smartphones e
tablets, como GPS e múltiplas câmeras. Para isso,
é preciso escrever diferentes versões de cada
aplicação usando linguagens de programação,
plug-ins e APIs específicas para equipamentos
móveis, seja um iPhone ou uma versão
específica de Android.
Empresas que lidam diretamente com
consumidores não têm muitas alternativas a
não ser dar suporte a múltiplas plataformas.
Mesmo quando se trata de usuários internos,
executivos de TI reportam diferentes graus de
sucesso no controle ou limitação dos aparelhos
móveis que os empregados, particularmente
os executivos, vão carregar. Numa pesquisa
recente, patrocinada pela Sybase e realizada
pela empresa independente Kelton Research,
58% dos 500 trabalhadores dos Estados Unidos
e do Reino Unido ouvidos disseram que eles
abririam mão do café gratuito no escritório
em troca de ter o direito de usar seus próprios
equipamentos móveis no trabalho em vez de
ter de usar aqueles indicados por TI.
Por sorte, os gestores de TI agora têm
uma terceira opção híbrida que usa código
baseado em web para o corpo do aplicativo e
adicionar código nativo e plug-ins para tirar
proveito dos recursos proprietários de cada
sistema operacional móvel. O facilitador disso
é o protocolo HTML5, do Worldwide Web
Consortium’s (W3C), com recursos poderosos
de animação e interação em web e pode rodar
em múltiplas plataformas. O W3C ainda precisa
ratificar completamente certos elementos do
protocolo, como o cachê, que permite aos
usuários móveis trabalharem off-line. Mas isso
não impede muitos gestores de TI de usar ou ter
planos de uso para ele.
“O HTML5 parece ser uma boa solução
para vários problemas de interatividade”,
diz Hassanyeh da AARP. Por exemplo, “a
organização está trabalhando num serviço
de localização pelo qual se você entrar numa
loja será informado do desconto ou serviço
específico que temos. Ou podemos ajudá-lo a
encontrar uma enfermeira para sua mãe em
outro estado”, diz Hassanyeh.
A boa notícia é que há uma avalanche de
plataformas de desenvolvimento de aplicativos
móveis vinda de empresas como Sybase,
Appcelerator, IBM, Sencha, Syclo e Antenna
Software, que pode assumir boa parte do trabalho
bruto de programar apps móveis que podem
rodar em modo nativo em várias plataformas.
Desenvolver apps é só um pedaço de uma
estratégia bem-sucedida. Uma vez que você
se comprometa com o desenvolvimento
de aplicativos móveis, especialmente
para consumidores, terá de atualizá-las
frequentemente – mais do que em um website
tradicional. Isso não é fácil ou barato, mas é
necessário, diz Hassanyeh.
Como fica a segurança?
Aplicativos móveis também podem levantar
questões de segurança, particularmente, como
é o caso crescente, quando os funcionários
utilizam seus equipamentos móveis pessoais
no trabalho. Mais de um terço (36%) dos que
responderam à pesquisa da CIO disseram
que estão deixando os empregados usarem
equipamentos pessoais para e-mail, e 23%
disseram estar liberando tais equipamentos
para acessar aplicações corporativas.
Líderes de TI precisam ter certeza de
que o servidor e os sistemas de rede têm
capacidade para atender à demanda crescente
por aplicativos móveis. A pesquisa da CIO
identificou que 52% dos participantes têm
upgrades de infraestrutura programados para
smartphones e 25% para tablets.
Se os equipamentos móveis representam
duplamente uma onda do futuro e um dreno
crescente dos recursos de TI, por que não
dispensar os desktops de uma vez?
Embora nenhum dos líderes de TI
entrevistados para este artigo tenham dito já
estarem prontos para jogar os desktops pela
janela, alguns já veem a troca como um cenário
de longo prazo, se não para todos, para uma
boa parte dos usuários corporativos.
“Estamos nos pautando para criar apps
que tiram proveito de dados dinâmicos e da
possibilidade de guardar informação na nuvem”,
diz Petz. No entanto, sua empresa não tem uma
“agenda para eliminar os aplicativos do desktop
ainda”, diz ele, porque usuários em contabilidade
e finanças, que precisam processar grandes
quantidades de dados, continuarão a precisar
deles. “Ainda não vejo um tablet sendo capaz de
suportar esse tipo de tarefa.” n
R en ato O p i ce B lu m * e Pau lo S á El i a s **
opinião
Os gadgets,
as empresas e os
dados sensíveis
O
10
O conteúdo
que circula nos
dispositivos
fica fora do
alcance do
gerenciamento
de dados
corporativos
e dos
mecanismos
de proteção
existentes
www.cio.com.br
s tablets são a grande sensação do
momento em todo o mundo, nos
mercados corporativo e pessoal.
São dispositivos portáteis, leves, pequenos,
inteligentes, elegantes e conectados. O mais
famoso é o iPad, da Apple, cuja variedade
de aplicativos cresce a cada dia, oferecendo
a oportunidade de os usuários utilizá-los em
diversas tarefas profissionais e pessoais.
No Brasil, no âmbito corporativo, já
é possível notar a onipresença do iPad.
Praticamente em todas as reuniões e
encontros de negócios há alguém com
um dispositivo da Apple, muitas vezes
fazendo par com o iPhone. Executivos
de negócios fazem apresentações
impressionantes com a possibilidade de
interatividade e acesso on-line aos dados
corporativos, atualização de valores,
números, mercadorias, geolocalização
etc. Médicos conseguem acesso rápido
aos registros dos pacientes em hospitais
e clínicas. Advogados consultam cópias
digitalizadas de todas as páginas de um
processo judicial, inteiro teor de decisões
judiciais, legislação e ainda conseguem
realizar videoconferências em VoIP. Tudo
nas pontas dos dedos.
Uma característica interessante
dessas inovações tecnológicas é que elas
costumam chegar primeiro às mãos dos
empregados individualmente – ou seja, não
são adotadas desde o início pelas empresas
como ferramentas de trabalho. Logo, temos
observado inevitavelmente o surgimento
dos seguintes problemas:
1. Há departamentos de TI que
simplesmente entendem que esses
dispositivos não são indispensáveis à
atividade profissional do colaborador,
razão pela qual não autorizam o acesso
às redes – deixando os funcionários
descontentes;
2. Em outras empresas, com políticas mais
inovadoras, há um esforço para admitilos como ferramenta de trabalho, já que
os aplicativos disponíveis estão ficando
cada vez mais avançados e interessantes
para a atividade profissional.
Em todos os casos, uma questão é inegável:
a inovação tecnológica não espera a burocracia
e a indecisão. Caminha em alta velocidade e as
empresas precisam atualizar frequentemente
suas políticas de gerenciamento de dados e
compliance para que fiquem em harmonia com
os avanços tecnológicos e a inevitável inserção
desses novos gadgets em seus ambientes
corporativos.
No entanto, com a utilização cada vez mais
frequente desses dispositivos e a dispersão
das fontes de ESI (Electronically Stored
Information) nas empresas, é necessária
a adoção de uma série de cautelas e
providências legais para regular a utilização e
a preservação dos dados sensíveis.
O iPad, como exemplo, por sua própria
característica e facilidade, acaba permitindo
ao usuário que edite, importe, modifique
e armazene cada vez mais documentos
corporativos e dados sensíveis em
comparação com os demais dispositivos
móveis populares nas empresas como
**Renato Opice Blum é
advogado e economista.
Sócio/CEO da Opice Blum
Advogados Associados;
Coordenador do Curso de
Direito Digital/Eletrônico
da GVLaw; presidente do
Conselho de Tecnologia da
Informação e Comunicação da
Federação do Comércio/SP.
é o caso do BlackBerry. Além do que, a
sincronização nem sempre é possível e
realizada adequadamente entre os iPads e a
rede corporativa, aumentando o risco de que
dados únicos e importantes para as empresas
residam exclusivamente nesses dispositivos.
Para muitas empresas, o conteúdo que
atualmente circula nos dispositivos acaba
ficando fora do alcance do gerenciamento
de dados corporativos e dos mecanismos
de proteção existentes, inclusive no que diz
respeito aos acordos de confidencialidade
assinados pelos colaboradores e
funcionários, gerando questionamentos
jurídicos e preocupações.
Diferentemente do que ocorre com os
laptops, os iPads normalmente armazenam
arquivos criados ou recebidos pelo
usuário dentro de Apps (aplicativos)
não padronizados. Uma das principais
características do iPad é justamente
a variedade impressionante de Apps
(aplicativos) disponível para download na
AppStore/iTunes, facilmente acessíveis
(gratuitamente ou por pequenos valores).
Exatamente nesse ponto, surge uma
das principais dúvidas: como administrar
os dados corporativos armazenados nessa
variedade de aplicativos não padronizados?
Um funcionário, por exemplo, quando não
mais se interessar por um determinado
aplicativo, ao apagá-lo de seu dispositivo, pode
acidentalmente também eliminar informações
corporativas relevantes para a empresa.
E o problema não é apenas em relação
à preservação dos dados nos iPads – mas
também em relação à dificuldade de auditoria
ou perícia forense nesses dispositivos, por
conta de uma série de características técnicas
dos sistemas operacionais da Apple que
envolvem até mesmo o armazenamento “on
the cloud” e a possibilidade de o usuário
utilizar criptografia independente dos
protocolos de criptografia utilizados pela
empresa em que trabalha. Os protocolos
corporativos podem adotar características
como ADKs (Additional Decryption Keys)
devidamente informadas aos funcionários
na assinatura dos termos de utilização,
oferecendo garantia de acesso às informações
criptografadas para as empresas caso o na
ausência do funcionário, por exemplo. Como
fazer isso em um iPad fora dos padrões?
Como sabemos, os empregados não
devem ter expectativa de privacidade no
uso dos recursos eletrônicos da empresa,
o que pode incluir até mesmo hardware
de propriedade pessoal, na medida em
que armazenarem ESI associados com
os negócios da companhia. Por isso, é
fundamental a implementação de políticas
de segurança e uma série de medidas
legais para a proteção da empresa e dos
funcionários, incluindo a obrigatoriedade
da comunicação imediata sobre a perda,
furto ou roubo de um iPad ou dispositivo
semelhante com informações corporativas,
atualização da política de gerenciamento de
registros e dados, limitações aos aplicativos
que podem ser instalados e utilizados,
critérios de utilização desses gadgets e
responsabilidades. CIO
11
**Paulo Sá Elias é advogado.
Sócio da Opice Blum
Advogados em Ribeirão
Preto/SP. Professor
Universitário. Mestre
em Direito Empresarial
pela Unesp.
www.cio.com.br
vida de CIO
Sete dicas para
lidar com
funcionários
brilhantes
12
Mary Brandel, CIO/EUA
Todo executivo quer contar com uma equipe ultrainteligente.
Em TI, a boa – e a má – notícia é que você provavelmente
conseguirá tê-la, mas precisará saber gerenciá-la
U
ma premissa básica da gerência em
relação aos funcionários é: quanto
mais inteligentes eles são, maior a
dificuldade de gerenciá-los.
Funcionários com alto grau de
inteligência do lado esquerdo do cérebro,
fato comum entre os profissionais de TI,
às vezes são exigentes e avessos a opiniões
alheias. Ficam entediados com facilidade
e empenham em ser “corretos”, de acordo
com quem os gerencia.
Pessoas extremamente inteligentes e muito
técnicas, habitam uma subcultura em que
conhecimento significa status social e poder.
E correção é fundamental. Isso pode gerar
descontentamento quando discordâncias
inevitáveis ocorrem, principalmente entre o
funcionário e o chefe.
Talvez você sonhe em supervisionar uma
equipe brilhante, mas tome cuidado com o que
você deseja – ou, pelo menos, aprenda a melhor
maneira de gerenciar pessoas ultrainteligentes.
Veja sete dicas de quem está por dentro
do assunto.
www.cio.com.br
1 - Gerencie resultados,
não o processo
É perfeitamente cabível o chefe dizer ao
funcionário o que fazer, mas, quando
se trata de como fazer, um ambiente
controlador pode ser frustrante.
Você não pode pegar pessoas que têm
paixão por algo e começar a criar muros ao
redor delas.
Uma equipe composta desses tipos de
pessoas precisa de estrutura, mas essa
estrutura deve ser voltada mais para
resultados do que para processo.
O melhor a fazer é formatar tudo em
prol de resultados que você está buscando,
em vez de condenar o modo como as
coisas precisam ser feitas para se alcançar
esses resultados.
2 - Adote uma abordagem
socrática
Raramente pessoas muito inteligentes gostam
de se sentir comandadas. Isso não significa,
contudo, que elas não precisem ser controladas.
Para conseguir esse truque, faça
perguntas que levem esses funcionários a
perceber seu ponto de vista, de maneira
próxima ao método filosófico proposto por
Sócrates. Se eles não querem que as coisas
sejam ditadas, você tem de gerenciá-los de
uma forma mais socrática.
Isso demanda tempo e paciência,
principalmente quando você acha que
já sabe a decisão que, no fim das contas,
precisa ser tomada.
Você tem de examinar as ideias deles e
deixar que saiam com a recomendação de
que você as rejeita ou concorda com elas.
Mesmo que você só queira tomar a decisão,
tem de oferecer uma oportunidade de
tomar parte nela.
3 - Seja aberto a aprender
coisas novas
Seria um desperdício não permitir
que algumas das ideias de uma
equipe extremamente inteligente se
concretizassem. Esteja aberto a explorar
aonde a experimentação pode levar.
Se você for aberto às ideias que emanam
de profissionais brilhantes, pode e deve
aprender muito com eles.
Para isso, você tem de estar disposto a ser
testado. Mas precisa fazer seus profissionais
brilhantes justificarem as respectivas
posições de modo equilibrado e convincente.
Isso não significa que você possa abdicar de
suas responsabilidades gerenciais.
4 - Não finja saber mais do que sabe
A pior reação é se sentir inseguro
e ameaçado ao reconhecer que um
subordinado direto é mais brilhante do
que você. Alguns chefes deparam-se com
decisões sobre assuntos, os quais são
totalmente incompetentes para decidir, o que
acaba por afligir todo mundo.
É melhor aceitar que seu papel não é
ter as melhores ideias, mas ser capaz de
determinar quais são.
Na realidade, você ganha o respeito das
pessoas extremamente inteligentes quando
permite a concretização das ideias. Mesmo que
elas não estejam felizes, vão respeitar que você
sustente sua decisão. As pessoas realmente
inteligentes querem ver ação e resultados, não
importa como.
É muito importante que cada gerente
técnico se conscientize de que é um guia,
não um chefe. Pode conduzir a expedição e
sabe onde quer chegar, mas tem de confiar
em seu caçador para caçar e no seu cocheiro
para tomar conta dos cavalos.
5 - Encontre maneiras de
extrair mais deles
Sofisticação intelectual é a perdição dos
profissionais extremamente inteligentes,
que gostam de ser desafiados – às vezes
até demais.
A tendência é ir atrás de algo mais novo e
atrativo e priorizá-lo em relação ao trabalho
passível de cobrança. Para contrabalançar,
os funcionários podem se oferecer para
participar de uma equipe de ideias especiais,
que se reúne a cada dois meses para explorar
preocupações ou oportunidades importantes.
Isso ajuda a manter o pique durante períodos
mais lentos. Ajuda muito o moral.
E cuidado para não subutilizar pessoas
brilhantes, alertam os especialistas.
13
6 - Não se deixe cegar pelo brilho
Só porque alguém é brilhante não significa
que deva dirigir o espetáculo. Ficar fora
do caminho dos indivíduos brilhantes não
é abdicar da autoridade gerencial. Em vez
disso, equilibre quando deve dar espaço
para conduzir suas próprias ideias, quando
monitorá-los e quando intervir. Afinal,
existem muitos tipos de inteligência. Um
codificador brilhante, por exemplo, nem
sempre é capaz de ver a estratégia geral.
Outro erro comum é delegar todas as
decisões à pessoa ultrabrilhante do grupo.
Presumir que a pessoa é brilhante em todos
os aspectos da vida é condená-la ao fracasso.
7 - Mantenha a humildade
Na função de CIO, inevitavelmente você
trabalhará com pessoas mais brilhantes do
que você. Se não for assim, é porque você
está contratando muito mal.
Dito isso, experimente começar cada novo
dia com humildade. Você tem a sorte de contar
com sua equipe e ela o levará ao seu destino.
Procure não se sentir ameaçado por não
ser o mais brilhante da sala. CIO
A pior reação
é sentir-se
inseguro ou
ameaçado
www.cio.com.br
M a rt h a H el l er*
executive
coach
Arquiteto corporativo:
ave rara, que exige atenção
D
14
e todos os cargos de TI, o líder de arquitetura
corporativa é de longe o mais difícil de recrutar. O
candidato certo precisa ter algum conhecimento
em todas as camadas da pilha de tecnologia, profundo
conhecimento do negócio, e capacidade de gerenciar grupo
de tecnólogos e de vender conceitos como Arquitetura
Orientada a Serviço (SOA) para os executivos de negócios,
muito desinteressados no assunto. Se há uma posição que
realmente encarna o paradoxo do CIO, é ela.
“O arquiteto-chefe precisa ser a pessoa mais inteligente
da sala e a menos arrogante”, diz
Lynden Tennison, CIO da Union
Pacific Railroad.
E se você quiser ter um ambiente flexível,
rápido e eficiente do ponto de vista de custo,
vai precisar contratar uma dessas aves raras
e guiá-la rumo ao sucesso.
Como?
1. Promova alguém da própria
equipe.
Os arquitetos corporativos precisam
ser estratégicos, mas não esotéricos e
ter grandes habilidades interpessoais.
Você pode olhar para a própria equipe
e identificar alguém que possa ser
preparado para desempenhar o papel .
Peter Breunig, gerente-geral de Gestão de Tecnologia
e Arquitetura da Chevron, concorda. “No início, você
precisa parar de exibir desenhos arquitetônicos e começar
a compartilhar os casos de uso bem-sucedido dos conceitos
arquitetônicos definidos. A preocupação deve tornar-se
o trabalho do arquiteto corporativo tangível para seus
parceiros de negócios, o mais rápido possível. “
3. Use a arquitetura como um campo de
treinamento.
“Ao pedir que seus
desenvolvedores passem algum
tempo no grupo de arquitetura,
você está criando um ambiente
de aprendizagem e construindo o
seu banco de talentos”, diz David
Harkness, CIO da Xcel Energy.
Ao pedir que seus
desenvolvedores passem
algum tempo no grupo
de arquitetura, você está
criando um ambiente
de aprendizagem e
construindo o seu banco
de talentos
2. Forneça valor rapidamente.
A empresa tem tolerância limitada para altos executivos
que parecem fazer pouco mais do que produzir um tratado
sobre padrões de desenvolvimento. Quando os tempos estão
difíceis, o arquiteto corporativo é muitas vezes o primeiro
a ser dispensado. “Pode ficar difícil para você, como CIO,
defender a necessidade de um arquiteto corporativo se a
geração de valor for um processo de longo prazo”, diz Scott
Blanchette, CIO da Healthways.
“Bons arquitetos percebem que eles precisam fornecer
valor incremental ao negócio”, completa.
“Você precisa identificar suas vacas sagradas”, diz
Tennison. Isso vai ajudar a identificar as batalhas que você
pode se dar ao luxo de perder.
www.cio.com.br
4. Tome a frente dos projetos.
Muitas vezes, a equipe do projeto
seleciona um fornecedor, e só
depois o grupo de arquitetura
pronuncia-se. Não raro, acontece
do pessoal de arquitetura vetar o
produto escolhido por não estar
alinhado com a arquitetura de referência. Isso atrasa o
projeto que desvaloriza toda a equipe. É melhor envolver
o pessoal de arquitetura corporativa desde o início do
processo de especificação do projeto. “Em vez de esperar
até que tenha as soluções que precisam de aprovação dos
arquitetos, faça-os participar de todo o processo. Dessa
forma, os arquitetos deixam de ser os vilões, que vão atrasar
ou até matar o projeto em andamento.
O paradoxo final é este: arquitetos são tão necessários
quanto raros. “Eu não invejo as pessoas que terão de recrutálos”, diz Blanchette. CIO
* Martha Heller é presidente da Heller Search Associates, empresa de
recrutamento de executivos e cofundadora do CIO Executive Council
Bringing i
Beyond the cloud
Explore todo o potencial de sua organização.
Mais importante do que todas as vantagens promovidas
pelos serviços na nuvem é a efetiva transformação de
investimentos em resultados. A BT é uma das maiores
provedores de serviços integrados de TI e Telecomunicações
do mundo e no Brasil, se dedica exclusivamente ao
mercado corporativo, fornecendo soluções sob medida para
aumentar a eficiência de sua empresa.
REDES • DATACENTER • COMUNICAÇÕES UNIFICADAS • CONTACT CENTER • SEGURANÇA • PROFESSIONAL SERVICES
Acesse www.bt.com/bt e descubra o que a BT pode fazer pelo seu negócio.
Twitter.com/BT_brasil |
www.facebook.com/BTbrasil
tribù | mkt |dsgn
Siga a BT nas redes sociais:
www.blog.bt.com/btbrasil |
LO_ANUNCIO_CIO_V3.indd 1
08/09/11 17:07
4G
telecomunicações 27
O jogo da
no Brasil
País precisa das novas redes para sediar a Copa do Mundo.
Teles questionam as condições para compra das frequências
A
menos de três anos para a
realização da Copa do Mundo
de 2014 no Brasil, um grande
jogo vem sendo disputado nos
bastidores sobre a infraestrutura de
telecomunicações necessária para a
transmissão das competições. De um
lado está a presidente Dilma Rousseff, que
garante que o País terá 4G para suportar
o grande volume de tráfego de dados
durante o mundial de futebol e já definiu
a data do leilão. Do outro, o time das teles,
protestando contra as condições impostas
para a construção das novas redes e
pedindo adiamento da licitação. Elas
querem mais tempo para avaliação dos
padrões para entrar no campo do Long
Term Evolution (LTE), tecnologia que é a
evolução do 3G.
O leilão da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) para venda das
licenças de 4G será no próximo ano. O edital
estabelece que a faixa a ser adotada para o
LTE no Brasil será a de 2,5 GHz e determina
um prazo de 12 meses, a partir da assinatura
dos contratos, para que o serviço entre em
operação nas 12 cidades que irão sediar a
Copa do Mundo. Como a previsão é que
a licitação seja em abril de 2012, o serviço
deverá estar disponível a partir de 2013.
edileuza soares
As teles reagiram contra o cronograma
e sobre o uso da faixa destinada. Elas
querem trocar a frequência de 2,5 GHz
por 700 MHz, que atualmente é utilizada
pelas empresas de radiodifusão, e poderá
ser alocada para prestação de serviços de
banda larga móvel, quando a TV analógica
migrar para a tecnologia de alta definição.
Esse espectro estará livre em 2016,
gerando o chamado dividendo digital para
as operadoras de telecomunicações.
Durante o Futurecom 2011, o presidente
da TIM, Luca Luciani, argumentou que
um dos motivos de a faixa de 700 MHz
ser a mais adequada é porque o volume
de investimentos é cinco vezes menor do
que o necessário para projetos 2,5 GHz.
Segundo ele, o valor cai por causa do
número de antenas 4,5 vezes inferior.
Oi e Vivo também defendem a adoção da
A Anatel tem de
descobrir já o que
fazer com a faixa
de 700 MHz. A
maior preocupação
é o problema de
interferência com
o sinal de TV
Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas para
América Latina e Caribe
www.computerworld.com.br
28 telecomunicações
faixa de 700 MHz para 4G. Representantes
das teles dizem que o certo seria o
adiamento do leilão ou a sua realização sem
vincular o uso da tecnologia, deixando que
cada empresa decida que frequência adotar.
Em alguns países, as redes de LTE estão
sendo construídas com projetos híbridos.
A AT&T, por exemplo, lançou serviços com
espectro de 1,7 GHz e 700 MHz. A TIM, na
Itália, fez um mix de 2,5 GHz e 700 MHz.
Entre os quatro grupos que operam
telefonia móvel no Brasil, a Claro, do
grupo mexicano América Móvil, é a única
favorável à realização do leilão em abril
de 2012. O presidente da companhia
informou que a empresa tem 10 bilhões
de reais para investir no País até o final do
próximo ano e que uma eventual mudança
das datas da licitação traria prejuízos
ao País na realização dos megaeventos
esportivos: Copa do Mundo e Olimpíadas.
“Estamos nos preparando para ter uma
rede de acesso totalmente IP, com mais de
8,5 mil roteadores instalados, utilizando
prioritariamente a fibra óptica como meio
de transporte, totalizando mais de 89 mil
quilômetros de fibra construídos. Isso
possibilitará à Claro criar uma plataforma
robusta para o lançamento da futura rede
4G”, afirma Márcio Nunes, diretor de
Plataformas e Redes da Claro.
A Anatel não se posicionou sobre a
reivindicação das teles. Mas durante o
Futurecom, o conselheiro da agência, João
Batista Rezende, disse que o Brasil tem de
decidir antes sobre o uso da frequência 2,5
GHz, já que a de 700 MHz ficará ociosa
só em 2016. Como o Brasil tem data para
ter 4G por causa da Copa do Mundo, o
mercado vive um impasse.
Para o diretor da 4G Americas para
América Latina e Caribe, Erasmo Rojas,
esse conflito é mais político. Ele analisa
que as duas faixas podem ser usadas nos
serviços 4G, como outros mercados estão
fazendo. “A Anatel tem de descobrir já
o que fazer com a faixa de 700 MHz.
A maior preocupação é o problema de
interferência com o sinal de TV, mas
é importante saber onde elas estão
Redes 4G em teste na América Latina
País
Operadora
Argentina Telecom Personal
Telefônica
BoliviaEntel Movil,
BrasilOi
ChileEntel
ColômbiaUNE
República Dominicana
Wind Telecom
MéxicoAmérica Móvil/Telcel
NicaraguaAmérica Móvil
Porto RicoAmérica Móvil
Perú
Telefônica
UruguaiANCEL
Fonte: 4G Américas
www.computerworld.com.br
Início
Frequência
06/2010
12/2010
01/2011
06/2011
12/2009
12/2011
09/2011
08/2011
final/2011
08/2011
06/2010
06/2011
2.6 GHz
1.7/2.1 GHz
700 MHz
2.6 GHz
2.6 GHz
2.6 GHz
2.6 GHz
1.7/ 2.1 GHz
700 MHz
700 MHz
700 MHz
1.7 / 2.1 GHz
disponíveis”, diz o executivo.
O ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, garantiu que o leilão de
4G seguirá o cronograma, como está
previsto no Plano Geral de Metas de
Universalização (PGMU 3). Segundo ele,
quem não participar da disputa vai perder
espaço no mercado porque haverá novos
investidores interessados em entrar no
Brasil. “Embora elas estejam queixosas
e reclamonas, acho que as operadoras
vão se preparar e entrar no leilão”, disse.
Nessa briga, o governo anunciou que
a rede da Telebras vai operar com 4G
durante a Copa do Mundo para atender
serviços públicos e também vender
capacidade às teles.
Impacto nos investimentos
“Queremos que o Brasil tenha
tecnologia móvel de ponta para trafegar
dados com mais velocidade que as redes
atuais, mas achamos prematuro pensar
agora em 4G”, diz Mario Girasole,
diretor de Assuntos Regulatórios da
TIM. Ele avalia que a implementação
de LTE nas condições que o governo
está querendo pode não ser efetiva. Seu
argumento é que a frequência de 2,5
GHz é boa para regiões urbanas, mas
ineficiente para áreas mais distantes.
Girasole aponta que outro problema
para a adoção de 4G no Brasil é carência de
fibra óptica, com cobertura que não alcança
nem 15% do País. “Vamos ter gargalo e
problema na última milha. Tem de haver
coerência entre capacidade eletrônica e
antenas. Temos um grande desafio para ter
LTE”, diz o diretor da TIM, que sugere que
o leilão seja postergado. Ele observa ainda a
falta de terminais para essa tecnologia não
só no Brasil como no mundo. A solução
que ele aponta para a Copa do Mundo são
redes HSPA+, ou seja, 3,5G, combinadas
com Wi-Fi controlada.
O governo federal promete resolver
a falta de fibra óptica com a criação de
um Regime Especial de Tributação com
desoneração de IPI, PIS e Cofins para
novos projetos de rede de banda larga no
Brasil. Com a medida, haverá renúncia
fiscal de 6 bilhões de reais. O ministro
30 telecomunicações
Paulo Bernardo espera que a proposta
estimule as operadoras a adiantar 20
bilhões de reais dos cerca de 70 bilhões
de reais que o setor estima investir em
infraestrutura entre 2012 e 2016.
Especialistas concordam com essas
diferenças, embora afirmem que a
performance e a velocidade dos dados
independem do uso dessas duas faixas.
Segundo o diretor de Marketing e
Soluções da Huawei do Brasil, Marcelo
Motta, a frequência de 2,5 GHz é alta e o
seu raio de cobertura é menor. Já a de 700
MHz é um espectro baixo com área de
cobertura cinco vezes maior. “Do ponto de
vista econômico, faz mais sentido ter LTE
em 700 MHz”, opina Motta.
Para o presidente da Alcatel Lucent,
Jônio Foigel, a frequência de 2,5 GHz é
muito boa para levar serviços 4G para
cidades, mas para grandes coberturas o
mais indicado é 700 MHz, que é o caso do
Brasil, um país continental. O diretor de
tecnologia para a América Latina da Nokia
Siemens Networks, Wilson Cardoso,
acha que para os estádios onde serão
disputados os jogos da Copa, o ideal seria
a faixa mais alta de 2,5 GHz.
Cardoso diz que o leilão precisa ser
favorável com preços que não atrapalhem
os planos de investimentos das teles, que
ainda estão envolvidas com as obrigações
de 3G. Porém, ele acha que com a expansão
rápida por dados, de crescimento médio de
6o% ao ano, vai esgotar a capacidade das
redes atuais em 2012.
“A Copa de 2014 precisa de 4G ao menos
nas 12 cidades que sediarão os jogos.
Glossário das redes móveis
3G –Terceira Geração – Tecnologia de banda larga móvel mais avançada que o 2G
3GPP –3rd Generation Partnership Project – Protocolo que representa
tecnologias como HSPA, HSPA+ e LTE
4G –Quarta Geração - Tecnologia de banda larga móvel mais avançada que o 3G
EV-DO –One Carrier Evolved, Data Optimized – Evolução da Tecnologia CDMA
Gbps –Gigabits por Segundo – Unidade de medida da velocidade da conexão
GSM –Global System for Mobile Communications – Tecnologia móvel
HSPA –High Speed Packet Access (HSDPA com HSUPA) – Tecnologia que melhora o
desempenho do WCDMA
HSPA+ –HSPA Evolution – Evolução da tecnologia HSPA
IMT –International Mobile Telecommunications – Requisitos para a tecnologia 3G
ITU –International Telecommunications Union – Organização Internacional de
regulamentação das telecomunicações e ondas de rádio
LTE –Long Term Evolution – Sistema da tecnologia 4G
OFDMA –Orthogonal Frequency Division Multiple Access – Padronização da rede
Wireless
UMTS –Universal Mobile Telecommunications System – Padrão do sistema da
terceira geração
WiMAX –Worldwide Interoperability for Microwave Access – Sistema da
tecnologia 4G
Fonte: 4G Américas Org.
www.computerworld.com.br
Teremos muita gente de fora e as redes 3G
ficarão esgotadas”, reforça o executivo da
Nokia Siemens.
A gerente de soluções para
desenvolvimento de mercado da Ericsson
Brasil, Amanda Lopes, que estudou a
transmissão de dados da Copa do Mundo
de 2010, disputada na África do Sul,
lembra que as conexões pelos celulares
geraram grande impacto na rede. Segundo
ela, as conexões pelos smartphones
aumentaram dez vezes, comparadas às
registradas no mundial de futebol da
China em 2006.
“Na Copa do Brasil, todos vão querer
baixar vídeo”, diz Amanda, que acredita
que no País o tráfego também registrará
crescimento de dez vezes e que as redes
precisam estar dimensionadas.
Para Rojas, o melhor caminho que
o Brasil deverá seguir para atender ao
compromisso de transmitir bem a Copa
do Mundo é se preparar para o leilão de
LTE para suprir as grandes cidades com 2,5
GHz e chegar a um entendimento sobre a
faixa de 700 MHz para as outras regiões.
Em paralelo, ele recomenda investimentos
agressivos nas redes HSPA+.
Na avaliação de Motta, o Brasil vai
abraçar rapidamente o HSPA+ para
aumentar a capacidade das redes
de dados. Ele aponta pesquisas que
mostram que a cobertura de 3G hoje
no País é 75% nas grandes cidades, mas
com presença de apenas 25% em 4,1 mil
municípios brasileiros, o que demonstra
que ainda há muito espaço para
expansão dos serviços de 3,5G. Nesse
caso, os gastos com atualização são em
cima da infraestrutura existente e para
ampliação do backbone.
Até abril do ano que vem, o Brasil terá
de encontrar soluções para todas essas
questões. Diferentemente de 3G, dessa vez
o País deverá entrar na nova tecnologia
juntamente com os demais mercados.
As primeiras redes 4G começaram a ser
implementadas em 2009 e hoje existem
apenas 27 em operação, distribuídas por
19 países. Os serviços de LTE ainda estão
em teste na América Latina, com pilotos
inclusive no Brasil. n
Conheça A maior
empresa brasileira de
serviços de dados e
infraestrutura de TI.
4 Mais de 3 mil clientes corporativos;
4 30 mil metros quadrados de área construída
para Data Center que equivalem a 4 campos
de futebol;
4 Mais de 8 mil Terabytes em armazenamento de
dados, o equivalente a capacidade de 12 milhões
de CDs;
4 Mais de 7,2 milhões de kWh de energia,
capacidade suficiente para iluminar uma cidade
de 100 mil habitantes;
4 Mais de 1.800 Pontos de Presença (POPs) em
rede própria de telecomunicações;
4 Mais de 1.100 colaboradores;
4 Soluções em Cloud Computing, Virtualização
e SaaS;
4 Prestação de serviços profissionais e soluções de
meios de pagamento;
4 Referência em todos os segmentos de mercado e
portes de empresas;
4 Líder em servidores hospedados;
4 Mais de 15 anos de experiência no mercado.
O lugar certo para os seus negócios
Contato 11 3092 6161 | www.uoldiveo.com.br
Contato 11 3092 6161 | www.uoldiveo.com.br
arte_final_1_pagina_revista_uoldiveo_30_09_205_275.indd 1
30/09/11 20:57
32 redes sociais
O inevitável
social business
Empresas começam
a resolver o impasse
de quem cuidará do
gerenciamento das
mídias sociais no
universo corporativo
Lucas Callegari
33
“M
udou o jogo na
comunicação entre
empresas, clientes e
governo”, afirmou o
diretor-geral da comScore Brasil, Alex
Banks, durante o Digital AGE 2.0 2011. As
empresas já descobriram que as mídias
sociais permitem maior interatividade e
comunicação direta com o consumidor.
Ao mesmo tempo é um instrumento
importante no relacionamento com
fornecedores e públlico.
Segundo estudo recentemente
divulgado pela empresa de pesquisa
GfK, 43% dos brasileiros costumam
usar mídias sociais como Orkut,
Facebook, Twitter e YouTube. Revelou
ainda que 27% dos usuários de
redes sociais costumam usá-las para
pesquisar uma marca e 17% para
recomendá-la. O resultado mostra que,
independentemente das políticas das
empresas em relação ao meio digital,
suas marcas já estão na rede, sendo
avaliadas, criticadas ou elogiadas pelo
consumidor que tem conta no Facebook
ou no Twitter.
A maioria das corporações brasileiras
que adota estratégias para o fenômeno
das mídias sociais, segue um movimento
já em curso no mundo, em que, “cada vez
mais as empresas, com a assessoria das
agências de marketing, estão trabalhando
nas redes sociais para se relacionar com
o consumidor”, segundo Alexandre
Campos, consultor da consultoria IDC.
Para grande parte das companhias, o
que prevalece é a gestão das redes sociais
ficar a cargo das áreas de Marketing e
Comunicação. E o papel do CIO? Para o
diretor de Sistemas de Informação para
América Latina da Rhodia, Fernando
Birman, a TI oferece condições para
que as áreas interessadas desenvolvam
projetos relacionados às mídias sociais.
“Isso vale para rede social e qualquer
outra iniciativa das unidades de negócios.
Na Rhodia, é o negócio que ‘puxa’ os
projetos. Eu entro como facilitador e
incentivador da inovação”, diz Birman.
Outro papel importante do CIO, segundo
o executivo, é o de prospectar tendências.
Além disso, segundo a opinião de
Birman, o setor de TI tem também a
vantagem de orientar as outras que estão
na linha de frente de relacionamento com
as mídias sociais. “Uma empresa como a
Rhodia, por exemplo, tem um conjunto
de regras. Há políticas de comunicação,
comportamento e informática. E mídia
social uniu várias disciplinas. Na nossa
área, a orientação em relação às boas
práticas de informática ajuda”, diz.
O executivo esteve envolvido no
projeto da empresa para redes sociais,
cujo objetivo foi melhorar a aproximação
com o consumidor final e dar mais
visibilidade à Global Business Units
Fibras (GBU), unidade produtora de
fibras à base de poliamida usadas na
confecção de roupas.
Embora a GBU não se relacione
diretamente com o consumidor final,
a unidade colocou a marca Rhodia
nas mídias sociais para falar com
comunidades que, de alguma forma,
estão ligadas ao mundo da moda.
“A relação B2B pressupõe um número
muito menor de interlocutores em
comparação com uma companhia de
B2C, que pode ter milhares, centenas
de milhares de clientes. Isso leva às
empresas que estão em determinada
posição na cadeia produtiva a serem mais
conservadoras em relação à comunicação
e acabam não percebendo valor nas
mídias sociais”, explica a gerente de
Marketing da Rhodia Fibras, Elizabeth
Haidar. Segundo ela, na Rhodia em
determinados setores a aposta em
redes sociais pode não ter sentido, não
agregando valor.
Porém, o setor de fibras é diferente, em
que a questão da mídia social passou a
ser uma aposta do marketing, e foi uma
extensão de uma política de comunicação
que já se preocupava em fortalecer a
marca antes do advento da era digital.
“Temos uma tradição histórica de querer
trabalhar a marca junto ao consumidor
final. Com o aparecimento das mídias
sociais, as observamos como algo
importante estrategicamente”, afirma.
Segundo a gerente de Marketing, a
mídia social colabora para que o cliente
direto da Rhodia, em grande parte
fabricante de vestuários, reforce junto ao
consumidor final a qualidade da matériaprima que seu produto emprega. A ideia
foi trabalhar com toda a cadeia produtiva
do setor têxtil.
A divisão de fibras da Rhodia
começou a ser implementada utilizando
o Twitter no final de 2009 – atualmente a
empresa tem cerca de 12 mil seguidores.
“No Twitter, chamávamos a atenção dos
consumidores para buscar nos nossos
portais para entender a tecnologia dos
Companhia tem uma
tradição histórica
de querer trabalhar
a marca junto ao
consumidor. Com
o aparecimento das
mídias sociais,
essa estratégia
se fortaleceu
Elisabeth Haidar, gerente de
Marketing da Rhodia Fibras
www.computerworld.com.br
34 redes sociais
nossos produtos. O resultado foi muito
bom em um intervalo de seis meses, o
que nos levou a criar um blog, em 2010.
Afinal, precisávamos de dar informações
mais aprofundadas, já que o Twitter
tem limitações de espaço.” A empresa
acabou entrando também no Facebook,
em abril de 2011.
Segundo Elizabeth, o trabalho é feito
por jornalistas que postam conteúdo que
vão além de informações sobre a marca.
“Um exemplo é o segmento esportivo.
Postamos assuntos relacionados ao
campo esportivo, para que o meu
consumidor receba material útil para
o dia a dia dele. Falamos de eventos,
dicas para práticas esportivas e sobre
hábitos alimentares. Ele nos segue não
por causa da marca, mas porque recebe
informações úteis.”
“Eu acho que a Rhodia, assim como
outras empresas, ainda está aprendendo
sobre o papel das redes sociais. Isso
tornou-se uma prática”, afirma Birman.
O executivo deve apostar agora na
disseminação do sucesso da unidade de
fibras para outras áreas da Rhodia. “O
desafio será convencer outras pessoas do
grupo a se aproximar das redes sociais.”
Segundo ele, outro projeto da empresa é
permitir o uso interno desses canais.
“O caminho já foi delineado. Se você
quiser, pode aumentar a colaboração na
própria organização, trazendo a mídia
social para melhorar a comunicação
com funcionários. Queremos fazer algo
inovador com eles. Afinal, temos
1,5 mil usuários em potencial”, afirma,
sem revelar detalhes de como será.
Maior empresa de cosméticos do
Brasil, a Natura apostou numa estratégia
diferente da grande maioria. Criou a
diretoria de Internet e Mídia Digital
que, atualmente, é liderada por Fábio
Boucinhas. Segundo o executivo, com a
iniciativa, a corporação prepara-se para
o futuro, quando as mídias sociais terão
papel fundamental nos negócios.
“A criação dessa diretoria mostra a
importância que a empresa dá aos meios
digitais e às redes sociais. A Natura criou
essa área com objetivo não só de pensar
de forma mais holística sobre tudo o que
é feito nos meios digitais, como também
preparar a empresa para seu futuro e o
de suas consultoras.”
Atuando no mercado de cosméticos
por meio da venda direta, a Natura tem,
segundo Boucinhas, presença multicanal
para extrair o máximo dos meios
Pirelli busca com as
redes sociais um
relacionamento mais
estreito com o
consumidor para
conhecê-lo melhor e
ainda para o
desenvolvimento
da marca
Jan Telecki, gerente de Marketing
para América Latina da Pirelli
www.computerworld.com.br
digitais. Possui portais próprios voltados
para diversas categorias de produtos,
além de perfis no Facebook e Twitter e
mantém canais no YouTube. Na relação
com as consultoras, que vendem seus
produtos, possui canais exclusivos de
relacionamento.
“Penso que esses diferentes pontos
de presença no meio digital tenham
papel definido. Alguns precisam ser
monitorados com o objetivo de medir o
tempo em que as pessoas permanecem
neles. No Facebook, por exemplo, a cada
dia as empresas gastam mais tempo
nele”, diz Boucinhas.
Ele acredita que, por essa razão,
trata-se de uma das ferramentas mais
importantes do ponto de vista de
relacionamentos e utiliza outros canais,
como o YouTube, como uma ferramenta
dentro do Facebook. Já os portais
próprios, segundo o executivo, têm
importância para o relacionamento do
consumidor com os produtos e acabam
utilizando tanto o Facebook quanto o
Twitter para gerar tráfego.
Para Boucinhas, o uso das mídias
sociais como ferramentas cria uma
“relação simbiótica” entre empresa e
consumidor. Trabalhar com as mídias
sociais, prossegue, é uma ciência nova,
sob o ponto de vista de acompanhar
o que ocorre na internet. “Você cria
um relacionamento. Há um conjunto
de métricas diferente do que estava
acosutumado. É preciso ter uma equipe
para acompanhar o que tem mais retorno,
o que gera mais cliques, os assuntos mais
comentados e potenciais crises.”
Boucinhas informa que a empresa tem
uma célula de atendimento dedicada aos
assuntos de redes sociais e que o retorno
desse monitoramento acaba refletindo
em várias áreas da Natura.
“Eu sou par de várias outras
diretorias, inclusive TI. Minha área tem
função horizontal na empresa, tratando
de assuntos que podem remeter à
área de atendimento ou à produção.”
Em relação à área de TI, a parceria
é importante na opinião do diretor.
“Qualquer iniciativa nossa acaba na
36 REDES SOCIAIS
maioria das vezes envolvendo alguns
sistemas legados. Há uma relação de
interdependência com a TI.”
Um dos maiores fabricantes de pneus
do mundo, a Pirelli estreou nas redes
sociais em 2006, quando produziu um
curta-metragem para ser veiculado no
YouTube, a maior novidade da rede
naquele ano. “A Pirelli está, há algum
tempo, buscando com as mídias digitais
um relacionamento com o consumidor,
para conhecê-lo melhor. E para o
desenvolvimento da marca”, afirma o
gerente de Marketing para América
Latina da Pirelli, Jan Telecki. A partir do
primeiro sucesso no YouTube, a empresa
tem inovado e diversificado a atuação nas
mídias sociais.
Para fazer a varredura do que estão
falando sobre automóveis, corridas e,
obviamente, pneus, a Pirelli contratou a
Media Contacts. Telecki destaca a forte
interação entre as equipes das duas
companhias. “Temos profissionais da
Pirelli dentro da Media Contacts. São
pessoas experientes no âmbito digital,
dedicadas à comunicação e que vivem
voltadas exclusivamente à rede social.
Outra empresa que tem nas mídias
sociais um recurso importante para
suas estratégias é a fabricante de
caminhões Iveco, braço da italiana Fiat.
O meio digital passou a ser protagonista
justamente quando a empresa decidiu ser
mais agressiva no mercado brasileiro.
No Brasil desde 1997, a organização
concorre com marcas tradicionais que está
há décadas no Brasil, como Ford, Mercedes
Benz e Volkswagen. A partir de 2007, a
Iveco investiu em uma total renovação da
estratégia de marketing, na qual a inovação
digital tem papel fundamental.
O objetivo era simplesmente melhorar
a exposição da marca, tornando-a mais
conhecida e aumentar o seu valor. Uma
pesquisa, encomendada pela própria
empresa, apontou que sua marca ainda
estava em desenvolvimento no País.
Na estratégia de comunicação, a Iveco
inovou em 2009, ao fazer o primeiro
lançamento de caminhão via blog no
Brasil, tendo como públicos jornalistas,
www.computerworld.com.br
clientes, potenciais compradores,
concessionários e colaboradores da
empresa. A iniciativa foi tão bem avaliada
na companhia, que a página passou a
ser o blog oficial da Iveco. A montadora
também saiu à frente ao lançar o
caminhão Tector Stradale exclusivamente
pela internet, em agosto de 2009.
Informações das
redes favorecem a
empresa ao se tornar
mais uma fonte de
melhoria constante
de produtos, serviços
e processos
Hellen Santos, analista de Comunicação da Iveco
O uso das mídias sociais levou a Iveco
a acompanhar as mudanças de tendências
no mercado. Os consumidores de
caminhões estão mais bem informados do
que antes e houve ainda profissionalização
do setor de transporte. “Atualmente,
as empresas estão mais preparadas,
por exemplo, para discutir custos
operacionais, características técnicas de
produtos, e melhor aplicação para os
tipos de carreta”, informa o diretor de
Comunicação da Iveco Latin America,
Marco Piquini. Para ele, esse movimento
tornou mais sofisticado o relacionamento
com o consumidor, daí estar antenado
com a mídia digital.
“Pretendemos cada vez mais fortalecer
esse relacionamento por meio de pesquisa
e atuação segmentada. Sabemos que o
Orkut possui mais de mil comunidades
referentes a caminhões. Qual tipo de
discussão é abordado em torno da marca
Iveco e de seus concorrentes?”, diz
Hellen Santos, analista de Comunicação
responsável pela Plataforma de
Comunicação Digital Iveco.
Ela afirma que essas informações
podem favorecer a empresa em mais
uma fonte de melhoria constante de
produtos, serviços e processos. “E,
ainda, seguramente, trazer cada vez mais
inovação e diferenciação para os produtos
Iveco.” Em outubro, será lançada uma
nova FanPage da Iveco no Facebook, para
que o conteúdo da montadora seja melhor
agregado à rede social.
Na Iveco, as análises das informações
colhidas junto às mídias sociais são
realizadas pelo departamento de
Comunicação, no entanto, Piquini
destaca a importância da
Tecnologia da Informação
para as áreas de negócios. “A
área de TI é fundamental porque a
tecnologia nesse campo muda a cada
dia, evolui com rapidez impressionante
e devem ter o suporte técnico para
viabilizar as ideias e as necessidades”, relata
Piquini, reforçando que a TI é vital também
para contribuir com propostas e soluçõs
técnicas que criem situações favoráveis para
novos projetos. ■
* Promoção válida de 22/09/11 a 30/11/11.
Para comemorar 10 anos de sucesso, a Esyworld e a Cryptzone, líder mundial
na prevenção de vazamentos de dados por meio de criptografia, criaram
um concurso cultural que premiará 10 participantes com licenças full
do Enterprise Encryption. Esta versão não expira e habilita os recursos de
criptografia para emails, arquivos e memórias USB (pen drives).
A
LICENÇ
CADA
O
IT
E
DÁ DIR
S
SUÁRIO
A 10 U
VEJA COMO É FÁCIL PARTICIPAR:
Crie uma frase dizendo o que você criptografaria e envie para o email
[email protected] juntamente com seu nome, empresa e telefone de contato.
Uma banca examinadora da Esyworld escolherá as 10 frases mais criativas.
É vetada a participação de funcionários Esyworld e Cryptzone bem como seus parentes.
Para saber mais sobre os produtos Cryptzone:
(11) 3337.6463 ou www.esy.com.br
AF CW 205x275mm.indd 1
10/5/11 1:16:10 PM
38 MOBILIDADE
Electrolux amplia
exposição de
produtos para
impulsionar
vendas
Solução móvel permite verificar, em tempo real, a
disponibilidade de eletrodomésticos e aparelhos e
agiliza demonstração na rede varejista
A DÉBORAH OLIVEIRA
Electrolux usava planilhas para gerenciar a demonstração de produtos nas centenas
de lojas que comercializam as mais de 300 marcas da fabricante. Cada um dos
cerca de 500 promotores de vendas em todo o Brasil controlavam manualmente
a exposição dos eletrodomésticos em suas lojas. Hoje, eles estão equipados com
dispositivos móveis, que garantem a integridade de dados, agiliza processos e possibilita à
rede varejista alinhar todas as informações sobre disponibilidade.
www.computerworld.com.
computerworld.com.
.com.br
39
“Temos uma pesquisa interna que
mostra que quanto mais produtos
estiverem no mostruário, maior a
possibilidade de influenciar as tomadas
de decisão do consumidor, já que ele
poderá ver de perto o que quer comprar.
A ausência deles pode resultar na perda
de vendas”, explica André Doro, CIO da
Electrolux para a América Latina.
Nesse cenário, a organização [que
fabrica 55 milhões de produtos por ano]
concluiu, em uma decisão conjunta entre
TI e negócios, que precisaria de uma
tecnologia para melhorar a velocidade
e a performance de identificação dessas
informações em campo e tomar ações
rapidamente. A solução chegou por
meio da mobilidade.
A Electrolux, que fabrica
eletrodomésticos e aparelhos
profissionais, equipou os funcionários
que ficam em campo com PDAs da
HTC. Todos eles contam com uma
solução da fornecedora MC1, que é
responsável pela captura de dados. O
dispositivo móvel envia dados para o
Business Intelligence (BI) [desenvolvida
internamente], que está integrado ao
ERP Oracle JD Edwards da empresa.
Segundo Doro, os promotores
visitam as lojas e coletam dados sobre a
disponibilidade dos produtos. Depois,
passam para a equipe de marketing
da Electrolux. “Hoje, conseguimos
entender diariamente como está a
presença dos produtos na rede varejista
e em caso de falta de algum deles, tomar
ações para reverter o quadro”, diz.
O executivo diz que quando não há
disponibilidade, existem pelo menos
quatro motivos. O produto está em falta;
a Electrolux tem o produto no estoque, o
varejista também, mas ele está no centro
de distribuição do lojista; o produto
existe em estoque, mas o varejista não
tem, então há uma pendência comercial.
E, por fim, o produto está em trânsito
e não chegou à loja. “Ao identificar
uma das causas, acionamos a área
responsável para eliminar o gargalo
rapidamente”, afirma.
O CIO lista outras mudanças
Hoje, a empresa
pode acompanhar
diariamente como
está a presença dos
produtos na rede
varejista e em caso
de falta de algum
deles, tomar ações
rapidamente para
reverter o quadro
André Doro, CIO da Electrolux para a América Latina
significativas para os negócios após
a chegada da solução, em meados
do ano passado. “Antes, olhávamos
pelo retrovisor. As informações eram
enviadas mensalmente para a equipe
da retaguarda e avaliávamos os dados
Electrolux
www.electrolux.com.br
Desafios: melhorar a velocidade e a
performance de identificação da falta
de produtos no mostruário em campo e
tomar ações rapidamente.
n
Solução: PDAs da HTC, solução móvel
da fornecedora MC1 e BI desenvolvido
internamente.
n
Resultados: integridade de dados,
agilidade de processos e visibilidade
da disponibilidade de produtos no
mostruário das lojas.
n
Expectativas: ampliar as vendas e
conquistar novos clientes.
n
do mês anterior”, lembra. Agora, diz,
como o acesso é diário, toda a cadeia
é gerenciada de forma mais ágil e as
tomadas de decisão sofreram um salto
de 150% em velocidade. “A visibilidade
em campo foi consideravelmente
aprimorada”, diz.
Com um olhar de 360 graus da loja, ele
diz ainda que as informações ajudam a
companhia a ter melhor posicionamento
sobre a concorrência. “Se outras
fabricantes estiverem com promoções,
podemos entender se é uma ação
coordenada de lojas, ou uma atividade
isolada. De posse dessas informações,
conseguiremos adotar estratégias”, diz.
Doro afirma que é difícil quantificar o
aumento de comercializações. Mas que
foi possível observar diminuição na perda
de vendas. “O consumidor precisa tocar
no produto, visualizar como ele vai ficar
na casa dele. Isso influencia diretamente
nosso market share”, assinala.
Na opinião do executivo, o principal
desafio do projeto está relacionado
à questão cultural e ainda à correta
inserção dos dados no sistema. “A
veracidade dos dados é vital para nós.
Por isso, consumimos bastante tempo,
orientando sobre a importância da
coleta”, observa. Para ele, o fator-chave
de sucesso da iniciativa foi o casamento
com a área de negócios. “Eles foram
nosso braço direito e se envolveram em
todo o processo”, aponta.
Na TI, ele diz que como resultado
foi possível mostrar que a cada dia
a tecnologia da informação deixa de
ser uma área operacional e contribui
para o aumento das oportunidades.
“Essa configuração nos ajuda a
pavimentar uma estrada que mostra
para os negócios que podemos ser mais
estratégicos”, avalia.
Para suportar o novo desenho,
o projeto, diz Doro, demandou
investimento em infraestrutura [não
revelado]. Foram adicionados storage,
servidores e links. “Estudamos enviar
esse ambiente para a nuvem”, finaliza
sem, no entanto, revelar detalhes
dessa movimentação. n
www.computerworld.com.br
40 tecnologia
Tablets
made in
Brasil
Chegam ao mercado as primeiras linhas produzidas
no País. Incentivos poderão reduzir
preços em mais de 30%
edileuza soares
Ypy, da Positivo, roda Android,
totalmente tropicalizado
www.computerworld.com.br
O
Brasil quer se tornar um grande
centro produtor de tablets, com
capacidade para abastecer o
mercado doméstico e exportar
para a América Latina. Esse é o plano
do governo federal com a criação de lei
que estimula essa indústria e já atraiu
mais de 25 companhias, entre nacionais e
internacionais, interessadas na fabricação
local. Seis delas já estão produzindo com
incentivos fiscais e prometem aparelhos
mais acessíveis aos brasileiros.
As que deram o pontapé inicial
são: AIOX, Motorola, MXT, Positivo,
Samsung e Semp Toshiba. As demais
estão na fila de espera, aguardando sinal
verde do governo federal para enquadrar
seus produtos à nova regulamentação, ou
concluindo planos de investimentos para
industrialização no Brasil.
As que saíram na frente foram as
primeiras a atender aos requisitos da
Medida Provisória (MP) 534, criada pela
equipe da presidente Dilma Rousseff
estabelecendo o Processo Produtivo
Básico (PPB) para fabricação local de
Tablet PC. A proposta aprovada pelo
Congresso Nacional inclui os dispositivos
na chamada “Lei do Bem”, que isentou
as alíquotas do PIS/Cofins, que
incidem sobre a receita bruta da
venda no varejo desses produtos.
A expectativa do Ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), Aloizio Mercadante, é que a
nova lei popularize o uso de tablets no
Brasil da mesma forma que aconteceu
com os PCs, quando a indústria se
beneficiou da isenção de impostos.
Pelos seus cálculos, a medida que acaba
de ser aprovada reduz em mais de 30% o
preço final desses produtos.
Essa estimativa leva em consideração a
desoneração não apenas do PIS/Cofins,
mas também de outros impostos taxados
[como IPI e ICMS] pelos municípios
e estados. “Com os incentivos, vamos
estimular a concorrência e ter mais
ofertas para os consumidores a preços
competitivos”, promete Mercadante.
Em contrapartida, a nova
regulamentação determina que os tablets
41
produzidos no Brasil sem impostos
contenham 25% de componentes
nacionais no primeiro ano. Após três
anos, essa exigência sobe para 80%.
A medida tem o objetivo de obrigar
as empresas, principalmente as
multinacionais, a investirem aqui em
centros de pesquisas e inovação.
O plano do governo é
tornar o Brasil um centro
de desenvolvimento desses
dispositivos, criando um
ecossistema com atores de toda a
cadeia produtiva. Entretanto, o País
tem o grande desafio de estabelecer
duas fábricas essenciais para esse
processo que são a de chip e a
de telas de LCD para equipar os
dispositivos móveis.
“É importante que o governo tenha
visão e lucidez para trabalhar junto com
essas empresas que estão interessadas
em fabricação local. Elas têm de instalar
laboratórios aqui para evitar que o
Brasil não se torne apenas um montador
de tablets”, adverte a presidente da
Fundação Centro de Análise, Pesquisa
e Inovação Tecnológica (Fucape) de
Manaus, Isa Assef. Em sua opinião, um
modelo ideal para isso seria envolver os
institutos brasileiros de pesquisas nessa
operação para cooperação e transferência
de conhecimento.
Espera pelo iPad
Antes da aprovação da MP pelo Congresso
Nacional, apreciada pelo Senado em
setembro, 26 indústrias entraram com
pedido para enquadramento ao PPB dos
tablets junto aos ministérios da Fazenda;
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC) e Ciência e Tecnologia
e Inovação (MCTI). Entre essas, oito
foram habilitadas a iniciar a produção dos
equipamentos com incentivos, sendo que
seis (AIOX, Motorola, MXT,
Positivo, Samsung e Semp Toshiba) já
começaram a fabricação.
A coreana LG e a espanhola Envision
já obtiveram o PPB para produção
de tablets, mas não estabeleceram
ainda plantas para a fabricação dos
produtos. Ambas informaram que a
manufatura dos dispositivos no Brasil
está prevista para o ano que vem. No
caso da Envision, a montagem será em
parceria com a brasileira AOC, com
planta industrial, instalada na cidade de
Jundiaí (SP), a mesma região onde está
Bronx, da AOIX, traz linha colorida para público jovem
estabelecida a Foxconn, a fabricante da
Apple na China.
O iPad da Apple com selo nacional, tão
aguardado pelos brasileiros, ainda está na
fila de espera. A fabricante chinesa Foxconn,
responsável pela produção da marca, não
definiu ainda seu plano de produção local.
Mercadante espera que os dispositivos da
companhia consigam chegar ao varejo até
dezembro, antes do Natal.
Analistas do mercado demonstram
menos otimismo com esse cronograma
em razão das várias mudanças das datas
prometidas para início de fabricação pela
montadora chinesa. Quando a Foxconn
anunciou o interesse em produzir iPad no
Brasil, em abril deste ano, foi sinalizado
que a operação começaria em julho
na cidade de Jundiaí (SP), onde a
empresa está sediada.
Na época, representantes
do governo e da Foxconn
apresentaram um ambicioso
plano de investimentos no
País, envolvendo aporte de
12 bilhões de dólares em
uma fábrica para produção
de dispositivos da Apple e
geração de 100 mil empregos
no prazo de cinco anos.
Mercadante justifica que o atraso
em fechar um acordo com a fabricante
chinesa é pela dificuldade em encontrar
um sócio brasileiro disposto a entrar
no negócio. Ele disse que o governo
está buscando apoio financeiro do
Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Corrida pelo mercado
Enquanto o iPad brasileiro não chega,
fabricantes de tablets que abraçaram
o sistema operacional Android do
Google, correm para fixar a marca no
Temos de evitar
que o Brasil não
se torne apenas
um montador
de tablets. As
empresas têm
de instalar
laboratórios aqui
Isa Asseff, presidente da Fundação Centro de Análise,
Pesquisa e Inovação Tecnológica
www.computerworld.com.br
42 tecnologia
Nosso tablet foi
desenvolvido
por brasileiros
para brasileiros
e não perde em
nada para o da
concorrente Apple
Hélio Rotenberg, presidente da Positivo
mercado nacional, considerado bastante
promissor para venda desse tipo de
produto. Projeções da IDC estimam que
serão comercializados 300 mil unidades
dessa categoria de portáteis no País
em 2011, três vezes mais que os 100
mil equipamentos vendidos em 2010.
Entretanto, o boom desse setor está sendo
esperado para 2012, quando as novas
fábricas estarão a todo vapor e com
produção em grande escala.
“Os tablets tornaram-se objetos de
desejo e deverão ser um dos produtos
mais vendidos no Natal deste ano”, aposta
o presidente da Positivo, Hélio Rotenberg,
que enxerga como grandes compradores
o mercado corporativo, setor de educação
e consumidor final. A empresa acaba de
entrar na disputa por esses clientes com o
lançamento da linha “Ypy”, que em tupiguarani, quer dizer “o primeiro”.
O produto da Positivo foi projetado
para competir com o iPad da Apple.
Segundo Rotenberg, os tablets da marca
exigiram dois anos de pesquisas e
chegam ao mercado com novidades. Os
aparelhos rodam o sistema operacional
Android, totalmente localizado para os
consumidores locais, têm telas de sete ou
dez polegadas e vêm nas versões Wi-Fi e
3G. O modelo mais simples, com tela de
sete polegadas e Wi-Fi, estará disponível
para venda no varejo por 999 reais.
www.computerworld.com.br
“Nosso tablet foi desenvolvido por
brasileiros para brasileiros e não perde em
nada para o líder desse mercado”, garante
Rotenberg. Ele menciona inovações
em hardware, sistema operacional e
ecossistema de aplicativos. O produto
será fabricado nas plantas da empresa de
Curitiba e Manaus para se beneficiar dos
incentivos oferecidos pelas duas cidades.
Outra brasileira que está pronta para
brigar nessa arena é a fabricante de
Tablets no Brasil
Empresa
Cidade
AIOX do BrasilCaçador – SC
Envision /AOC*
Jundiaí -SP
LG Electronics*Taubaté - SP
Motorola Industrial Jaguariúna – SP
MXT Industrial
Belo Horizonte - MG
Positivo InformáticaCuritiba/Manaus
Samsung EletrônicaCampinas- SP
Semp Toshiba InformáticaSalvador-BA
*Obteve o PPB, mas não começou ainda a produzir no Brasil
Fonte: Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
computadores AOIX do Brasil, que opera
com planta industrial na cidade de Caçador
(SC). A empresa fabrica dois modelos da
linha BRAOX de sete e dez polegadas
com incentivo fiscal. O mais simples, sem
acesso 3G, custa 799 reais. A expectativa da
companhia é produzir mensalmente 100 mil
unidades, somando as duas versões. Em 2012,
a empresa espera, sozinha, comercializar 1
milhão desses equipamentos.
O diretor comercial da AOIX, Jacson
Oliveira, acredita que os tablets vão
desbancar os notebooks e também os
celulares. Os principais comparadores
segundo ele são os mercados corporativo
e educacional, além de adolescentes.
“Somente o Ministério de Educação
(MEC) deverá lançar em outubro deste
ano um edital para compra de 600 mil
dispositivos dessa categoria.”
A AIOX vai participar da licitação e
também aposta no público jovem, com a
produção de tablets coloridos.
Na MXT, com planta industrial em
Betin (MG), onde são produzidos os
tablets da marca com o PPB, o plano
é atacar o mercado corporativo, com
fornecimento de dispositivos para o setor
industrial e serviços públicos como para
carros de polícia e ambulâncias. Tanto,
que a companhia ganhou uma licitação
para a venda de 11 mil unidades para a
Polícia Militar de São Paulo, sendo que 7
mil já estão em uso.
A empresa também conta com dois
modelos, sendo que o mais básico sai
por 850 reais. “Nossa linha destaca-se
por permitir acesso à Ethernet, ou seja,
vem com cabo que possibilita o uso de
equipamento em rede fixa, que é um
diferencial”, informa Fernando Greco,
gerente de Expansão da área Comercial.
Para explorar esse mercado, a MXT
investiu 25 milhões de reais em uma
planta industrial com capacidade para
produzir 5 mil tablets por mês. “Nossos
planos são de produzir oito modelos até
o final de 2011”, conta Greco, informando
que diferente de outras empresas, seu
maior concorrente não é a Apple, mas sim
as companhias que fabricam dispositivos
para indústria e serviços públicos. n
44 tecnologia
A onda agora são
as nuvens setoriais
FINANÇAS
SAÚDE
Contratar uma cloud
customizada para cada
tipo de vertical é a
tendência que começa
a ser desenhada. A ideia
é tornar a nuvem cada
vez mais alinhada às
estratégias de negócios
Esther Shein, da Computerworld (EUA)
www.computerworld.com.br
MANUFATURA
J
á ouvimos falar de nuvens privadas, híbridas e turnkey. Agora, prepare-se
para as voltadas a setores específicos. A ideia é fornecer tecnologia, processos
de negócios e serviços exclusivamente adaptados às necessidades de uma
vertical em particular. Já existem ofertas de nuvem para companhias aéreas
e instituições financeiras. Analistas esperam o surgimento de outras opções no
cardápio do mercado.
Enquanto a nuvem pode ser atraente por algumas razões, entre as quais redução
de custos e maior agilidade, o valor desse serviço torna-se ainda mais atraente
quando os provedores envolvem a expertise vertical e a propriedade intelectual
em torno das ofertas, dizem especialistas. O momento é de crescimento para a
implementação de nuvens verticais específicas porque seus recursos são projetados
para comunidades que partilham interesses especiais.
Uma nuvem para uma indústria específica pode ser avaliada como uma cloud
privada e híbrida. É privada “porque você tem de ser autorizado pela comunidade,
mas é também híbrida, pois cada um dos membros pode usar a nuvem para acessar
recursos públicos, com segurança adequada”, diz o CEO da consultoria AgilePath,
Eric Marks. “Tudo o que eu estou vendo sugere que são tendências e há alguma
lógica por trás disso.”
“Há uma série de soluções e plataformas que estão surgindo no nível específico de
setores”, concorda o vice-presidente da empresa de pesquisa Saugatuck Technology,
Charlie Burns. “O que vocês verão é uma gama de empresas tradicionais alavancando
infraestuturas de cloud desenvolvidas para mercados específicos.” Essas empresas vão-se
45
GOVERNO
tornar usuárias e provedoras de nuvens
específicas da indústria, ele sugere.
A Saugatuck antecipa uma explosão
de ofertas de negócios para a vertical,
orientadas para nuvem, não só de
fornecedores tradicionais, como
Accenture, IBM e provedores indianos
“mas também de empresas tradicionais
que estão chegando ao mercado com
o processo de negócios como serviço
(BPaaS) com soluções próprias”,
acrescenta Bill McNee, fundador e CEO
da Saugatuck.
As nuvens específicas para a
indústria, ele afirma, são “o futuro. É
a nova maneira de fazer as coisas”. A
Saugatuck projeta que, até o final deste
ano, pelo menos 75% das organizações
usarão uma ou mais funções em
nuvem – SaaS, infraestrutura de cloud
e serviços de negócios, entre outros
– para apoiar as operações diárias de
seus negócios. Mas a Saugatuck ainda
não tem uma projeção do percentual de
clientes que usarão nuvens específicas
para a indústria.
Voando para a nuvem
Como uma das indústrias mais focadas
na logística, o setor de transporte
aéreo tem apostado em processos e
modelos que podem ser compartilhados
na nuvem. Afinal, as principais
companhias aéreas voam para os
mesmos aeroportos em todo o mundo.
A Sita, o braço de TI da indústria de
transporte aéreo, uniu forças com a
empresa de telecomunicações Orange
Business Services. Recentemente, os
dois anunciaram planos para construir
uma infraestrutura em
nuvem global, de alto
desempenho para
atender às
necessidades de
seu respectivo
mercado.
Em outras
palavras, eles
são parceiros na construção
da infraestrutura, mas cada um vai
vender o produto em seus respectivos
mercados. A Orange Business Services
é uma empresa do ramo de serviços da
France Telecom, e vai oferecer nuvem
para empresas globais. No caso da
Sita, significa acabar com uma gama de
redundâncias em TI no transporte aéreo.
Cada companhia aérea tem sua
própria rede e, provavelmente, cem ou
200 servidores que “fazem praticamente
as mesmas coisas”, observa o vicepresidente da Sita, em Genebra, na
Suíça, Greg Ouillon. Algumas das
funções que todas as companhias
aéreas oferecem incluem centros de
atendimento para reservas, asssim
como check-in, embarque, segurança e
agendamento de aeronaves.
“Nós sentimos que era um movimento
natural adicionar capacidade de
computação que permitirá que nossos
clientes compartilhem ainda mais a
infraestrutura de TI, reduzindo os
custos e ganhando benefícios nos
níveis de serviços.”
A infraestrutura de cloud computing
da Sita será baseada em seis data centers
TRANSPORTE
interligados em Atlanta, Frankfurt,
Joanesburgo, Singapura, Hong Kong
e Sydney. Cada um deles irá cobrir
uma região própria, e todos serão
conectados à rede da Orange MPLS de
alta velocidade.
A infraestrutura global permitirá
à Orange e à Sita oferecer carteiras
individuais de serviços de cloud computing:
infraestrutura como serviço, plataforma de
serviços, desktop como serviço e software
como serviço. Ambas, Orange e Sita,
continuarão com seus próprios serviços
voltados para clientes finais.
As conexões de rede entre os data
centers são protegidas com “níveis de
proteção contra ameaças maliciosas”,
segundo a Sita. A nuvem Sita/Orange vai
oferecer um serviço altamente resiliente
por meio de conexões redundantes, sites
failovers e de rede inteligente, baseados em
roteamento redirecionado para transferir
o tráfego se houver interrupções, diz um
funcionário da Sita. Um objetivo essencial
é o desempenho consistente entre todos
os data centers – as duas empresas
www.computerworld.com.br
46 tecnologia
têm o objetivo de atingir mais de 100
milissegundos de latência quando seus
clientes operarem aplicativos na nuvem.
A Malaysia Airlines foi um usuário
piloto da iniciativa da Sita para “todas
as etapas da viagem de passageiros
– desde a reserva até o check-in”,
explica, por e-mail, o vice-presidente
executivo de Estratégia Comercial
para a companhia aérea, Dr. Amin
Khan. Ele disse que sua empresa não
experimentou nenhuma latência e o
tempo de resposta “foi aceitável”.
A companhia ainda está avaliando se
os serviços de nuvem da Sita levaram
à redução de custos e ao aumento da
agilidade. Segundo Ouillon, a Sita
promete que as aplicações de desktop
da Malaysia Airlines carregeum [abram]
em até dez segundos. O tempo que
leva para baixar os
dados do data center
para a área
de trabalho
é de alguns
segundos,
afirma
ele. Um exemplo da
funcionalidade é que a imagem
de um ambiente de trabalho é publicada
em site remoto para que o agente de
companhia aérea possa ver na tela o que
está acontecendo na nuvem.
“De repente, imagine executar seus
servidores em uma infraestrutura
compartilhada, e que você só paga o
que utilizar, assim não é preciso gastar
dólares com novos equipamentos”, diz
Ouillon – porque, como com qualquer
tipo de nuvem, ela é compartilhada e
otimizada”. Companhias aéreas poderão
vender ou reciclar seus servidores
existentes, informa ele.
Todas as mais de 30 companhias
aéreas da Sita declararam que estão
interessadas nesse modelo de nuvem,
não só para redução de custos, diz
Ouillon, mas também por causa da
flexibilidade e da maior agilidade
para os negócios. “Se você pode ter os
funcionários trabalhando em casa ou
na Starbucks, se houver uma nuvem
www.computerworld.com.br
de cinzas
sobre a Europa
ou a gripe aviária, você
pode, rapidamente, configurar
desktops e servidores na nuvem e
continuar a acessar a sua aplicação a
partir de um iPad.”
O setor de transporte aéreo não
está sozinho no reconhecimento dos
benefícios de uma mudança para nuvens
voltadas para indústrias específicas.
O conceito também está levantando
voo em indústrias fortemente
regulamentadas como finanças e saúde.
Investindo em uma nuvem financeira
A New York Stock Exchange (NYSE),
bolsa de valores de Nova York,
também está apostando em uma nuvem
exclusiva para o setor. O ambiente
regulatório nos mercados
de serviços
financeiros
mudou nos
últimos anos.
Empresas,
especialmente
as menores, têm
procurado novas maneiras
de cumprir com os regulamentos,
enquanto continuam fornecendo valor
aos seus clientes.
“Há um movimento em direção
à maior supervisão dos mercados
financeiros, por isso as empresas têm
de ser capazes de reagir a isso”, explica
o vice-presidente de Desenvolvimento
de Plataforma da NYSE Technologies,
divisão da NYSE, Feargal O’Sullivan.
“Há um movimento geral em direção
à maior eficiência e ao comércio
eletrônico, os dias em que havia um
homem passando bilhetes durante o
pregão de Wall Street se foram.” Além
disso, diz ele, tem havido mudança nos
tipos de instrumentos negociados, e uma
necessidade geral de reduzir custos.
Durante o verão, a NYSE
Technologies formou parcerias com
EMC Corp e VMware. A negociação
permitiu às instituições financeiras o
acesso direto a serviços de tecnologia da
NYSE
por meio
da recém-desenvolvida
plataforma comunitária de
Mercado de Capitais (PMCC). Empresas
de Wall Street que se inscreverem na
plataforma podem usar os servidores
para ter acesso à pesquisa, incluindo
dados analíticos e históricos de mercado
que, anteriormente, eram armazenados
em empresas individuais. A plataforma
está disponível atualmente nos Estados
Unidos e o plano é expandir para todo
o mundo, começando, neste ano, em
Toronto e em Tóquio. Até o momento,
existem quatro clientes, informam
funcionários da NYSE Technologies.
“A infraestrutura como serviço
chamou a atenção das pessoas para
o âmbito dos serviços financeiros”,
diz O’Sullivan. Nos últimos anos, as
companhias que foram capazes de
adquirir a mais recente tecnologia e
implementá-la à frente de todo mundo
desfrutou de “grande vantagem”.
Mas agora muitas das empresas
do setor tiveram de se atualizar,
investindo muito na modernização da
infraestrutura de tecnologia, perdendo
assim a diferença de competitividade,
diz ele. Enquanto algumas organizações
ainda estão focadas em ter essa
tecnologia de ponta, diz O’Sullivan,
“não há tanta vantagem competitiva
como era há cinco anos. As margens de
lucro foram espremidas e o mercado
não é tão ativo como costumava ser,
então, obviamente, as empresas estão
procurando reduzir custos e alavancar...
uma plataforma compartilhada.”
A plataforma também reduz o custo
de entrada para as empresas menores,
porque dispensa a compra e a instalação
de servidores, acrescenta O’Sullivan.
“Nós fornecemos servidores físicos
e se eles pedirem servidores virtuais,
usam o Portal Director vCloud, o que dá
aos clientes o acesso a um catálogo de
serviços virtuais. Estamos construindo
uma comunidade com empresas
conectadas que querem negociar uns
Untitled-1 1
12/08/2010 10:33:14
48 tecnologia
com os outros’’,
diz O’Sullivan, ressaltando
que a NYSE já tem uma conexão com
“quase todas as empresas de serviços
financeiros do mundo.”
A NYSE Technologies também
está construindo um ecossistema de
conteúdos e aplicações, diz ele, para
que as organizações que se juntam à
sua nuvem possam acessar um número
crescente de recursos que não possuem
para se desenvolverem. Entre os
serviços oferecidos pela NYSE está um
portal de gestão de risco, que valida
as transações. A empresa também está
trazendo outras companhias para a
nuvem e que poderá oferecer grande
variedade de produtos financeiros da
NYSE, e também de seus concorrentes,
como software de gestão de risco.
Companhias de serviços financeiros
interessadas em participar são
obrigadas a assinar um acordo com os
termos e condições e são submetidas
a uma verificação de antecedentes,
como medida de segurança e como
parte das exigências regulamentares,
diz O’Sullivan.
A segurança está sendo tratada no nível
de “aplicar o mesmo conjunto de políticas
de segurança que usamos para proteger o
mercado NYSE’’, diz O’Sullivan, que não
forneceu detalhes específicos, citando a
natureza desse setor.
Há dois preços para PMCC: o
de locação mensal para acesso aos
servidores físicos e o mensal para
o NYSE Technologies, chamado de
“Virtual Cloud Pack”, que incluiria, por
exemplo, 96 GB de RAM e meio terabyte
de armazenamento, diz O’Sullivan. Ele
www.computerworld.com.br
não revelou preços
específicos.
“Estamos
confiantes
de que
somos muito
competitivos
em relação à
qualquer provedor de
nuvem em preços.”
Na proposta da NYSE Technologies,
com conexão WAN, os clientes vão obter
dados de mercado e negociação sem
quaisquer taxas de largura de banda
adicional. Além da NYSE, o provedor de
serviços financeiros State Bank Street,
com sede em Boston, recentemente
também anunciou
planos para construir
uma nuvem
financeira
privada,
oferecendo
aos clientes
aplicações
em tempo real e serviços
executados em vários data centers.
Compartilhamento pode ser bom
Os funcionários das indústrias dizem
que muitas vezes as empresas percebem
que há processos de negócios nos
quais é vantajoso compartilhar com
outros. “Eu poderia investir em
[criar] meu próprio banco de dados
de atividades fraudulentas, em que
mitigação de risco de fraude é muito
importante para mim”, diz o diretor
de Soluções de Cloud Computing e
Automação de Serviços da IBM, Moe
Abdula. “Também posso adquirir
essas informações com meus próprios
meios a um custo maior, ou obtê-lo
com um [parceiro] particular em um
consórcio de nuvem ou ainda com uma
comunidade que tem interesses mútuos
em torno de processos específicos,
presumivelmente a um custo menor.”
Ao avaliar se outras indústrias estão
prontas para suas próprias nuvens, é
importante notar que tanto a Sita como
a NYSE têm o marketing da segurança
e da confiabilidade de suas marcas
junto às suas respectivas comunidades.
“Desenvolvemos a confiança ao longo
dos anos, e a ideia é aumentar essa
confiança”, explica Ouillon. “A indústria
se sente confortável com a infraestrutura
de compartilhamento da Sita, e nos
sentimos confortáveis em compartilhar
a infraestrutura de TI entre eles.”
No nível da rede, a Sita tem uma
série de mecanismos para compartilhar
infraestrutura, diz ele, e os recursos
podem ser estritamente privados,
como se fossem em seu data center.
Os clientes terão acesso direto à
infraestrutura por meio da rede privada
virtual, contando com a tecnologia
MPLS ou acessando a
internet por meio
do protocolo
de segurança
IPSec, ou o que
considerarem
mais adequado,
diz Ouillon. A
infraestrutura é
protegida por vários níveis de firewalls
e aproveita a tecnologia VMware
Hypervisor, implementando as
melhores práticas de segurança para a
separação adequada dos clientes.
Mas se um cliente solicitar, a Sita
avisa que disponibiliza alguns de seus
servidores para que outras partes
possam acessar os aplicativos, diz
ele. “Então, se você é um fabricante
de aeronaves e enviar um aplicativo
na nuvem e deseja anunciar para a
comunidade, é possível.”
A Sita e a Orange Business Services
estão agora totalmente empenhadas
na execução e todos os contatos com
os clientes, analistas e parceiros de
tecnologia, confirmam a relevância e o
valor da nuvem para comunidade, diz
Ouillon. “Estamos confiantes de que
a comunidade em nuvem é o caminho
a seguir para alcançar agilidade nos
negócios tão exigida pela indústria de
transporte aéreo.” n
49
o que o trabalho remoto
pode fazer pelo seu negócio
Profissionais em home o∞ce podem ser mais felizes e produtivos
do que os que desempenham as funções na sede da empresa
logan g. HaRBaUgH, Da Pc WoRlD (eUa)
O telecomuting, ou trabalho remoto, que permite às pessoas trabalharem
em diferentes locais, oferece inúmeras oportunidades para as pequenas
empresas, incluindo a redução de custos e a capacidade de contratar
rapidamente trabalhadores temporários. Ferramentas de telepresença, como
videoconferência, tornam o trabalho remoto possível.
O governo dos Estados Unidos adotou o trabalho remoto antes de muitas
companhias do setor privado. Um número crescente de empresas tem prosperado
com trabalhadores remotos, fornecendo serviços por meio da web. A seguir, alguns
argumentos que servirão para considerar a ideia de que oferecer trabalho remoto para
os membros da equipe pode ser uma excelente alternativa.
www.computerworld.com.br
50 tecnologia
1 - Funcionários mais produtivos
Quando podem trabalhar em casa, eles não têm as distrações
do escritório, e não gastam tempo com locomoção. Vários
estudos acadêmicos e pesquisas corporativas mostram que os
trabalhadores remotos são muitas vezes mais felizes e mais
produtivos do que aqueles que ficam na sede da empresa.
Alguns trabalhadores podem precisar de supervisão, mas você
pode fazer isso por meio de metas de produção em vez de
monitorar horas trabalhadas por dia.
2 - Alcançar os profissionais da equipe
onde quer que estejam,
independentemente da localização
Geralmente, a adoção do trabalho remoto implica na construção
de infraestrutura mínima adequada: software e conexão à internet
apropriados. As ferramentas incluem aplicações de controle
remoto, software de colaboração e software de videoconferência.
Pode ser mais fácil alcançar os membros da equipe por meio da
web do que caminhar pelo escritório.
Os aplicativos de controle remoto como LogMeIn, GoToMyPC
ou Splashtop Remote Desktop registram o usuário em casa e
controlam o computador usado para o trabalho. Os software de
colaboração como o Google Apps e o Office 365 permitem que os
usuários compartilhem documentos, arquivos, apresentações, e
outros dados em diferentes locais, simultaneamente. E software
de videoconferência – como o Cisco WebEx Meeting Center,
Citrix GoToMeeting, ou o Google+ Hangouts, que é de graça –
facilitam reuniões de grupo.
3 - Economia de espaço e corte de custos
O trabalhador remoto não apenas suprime a própria
Trabalho móvel
No ano passado, estudo realizado pela Cisco aponta que três em cada
cinco profissionais acham que não é necessário se locomover ao
trabalho para serem mais produtivos. Entre os 2,6 mil profissionais de
TI entrevistados em 13 países [entre eles o Brasil], 46% deles dizem que
rendem mais na empresa, enquanto 38% deles preferem atuar em casa.
O levantamento aponta ainda que metade dos colaboradores que têm
à rede corporativa, aplicações e informação fora do escritório, trabalham
mais duas ou três horas por dia, e um quarto, cerca de quatro horas ou
mais. Contudo, as horas extra não se traduzem em empregados ligados
permanentemente, releva. Os funcionários, buscam ter maior flexibilidade
na gestão da vida empresarial e pessoal.
Os colaboradores sentem que a flexibilidade de trabalhar em qualquer
lugar pode ditar a lealdade à empresa, apontado por 13%, escolha de
trabalho (12%), e a motivação (9%).
www.computerworld.com.br
mesa e o PC, como também energia elétrica, lanches,
água, banda larga, serviço de telefonia e muito mais. Isso
permite reduzir despesas para o escritório. Mesmo se
você reembolsar alguns custos, como conectividade com
a internet ou o uso do telefone, ainda irá economizar na
metragem quadrada do espaço da empresa.
4 - Gestão aprimorada de TI e redução
de custos de manutenção
Em geral, os trabalhadores remotos fornecem sua própria
conectividade e PCs. Se for necessário instalar antivírus,
acesso remoto, e outros software, os custos totais devem
ser muito menores em comparação com a gestão in-house.
Você vai querer definir normas e talvez implementar o
cumprimento delas, como a verificação de software para
garantir que ninguém que se conecte à rede esteja infectado
com vírus ou que tenha software desatualizados.
5-Desfrutar de serviços baseados em nuvem
Em vez de hospedagem de servidores em seus escritórios,
você pode tirar vantagem de aplicações na nuvem que
permitem a telepresença. As aplicações cloud podem
fornecer serviço mais confiável do que seus próprios
servidores. Fornecedores de cloud têm vários data
centers redundantes para garantir a conectividade
confiável. Obviamente, você vai precisar investigar
minuciosamente a segurança disponível e as opções de
backup de cada serviço.
6 - Negócio mais ágil
Se as ferramentas estão configuradas corretamente, o
trabalho remoto pode tornar a empresa mais ágil, dando
maior flexibilidade aos profissionais para atender às
exigências do projeto. Você pode, rapidamente, encontrar e
recrutar trabalhadores para projetos específicos.
7 - Mão de obra mais barata
Se você está localizado em uma área cara, pode economizar
quantidades substanciais de dinheiro. Os profissionais
podem viver em regiões com boa e mais barata conectividade
de internet – e estarão satisfeitos com salários mais baixos
do que nas grandes cidades. Além disso, muitos funcionários
aceitam um salário menor em troca do trabalho remoto.
Finalmente, se você contratar profissionais por meio de
contratos independentes, irá economizar ainda nos custos de
folha de pagamento.
O trabalho remoto pode salvar a companhia com somas
substanciais com poucas desvantagens reais se você gerenciar
a segurança com cuidado. A percepção de dificuldade na
supervisão de trabalhadores remotos, muitas vezes parece ser
a maior barreira para implementar o trabalho remoto, mas é
possível superar isso olhando para o lucro. n
An_TASK_Kyocera_Computerworld_OUT.pdf
1
05/10/11
11:16
As multifuncionais coloridas
TASKalfa 5550ci, 4550ci e 3050ci
são lançamentos da linha.
A multifuncional TASKalfa 5550ci
Trazem funções como:
foi classificada como “Altamente
• Recursos integrados de segurança.
Recomendada” pelo BLI,
• Opção de controlador de cores PANTONE®.
laboratório americano referência
• Impressão e digitalização em rede e USB.
mundial em testes avançados
• Suporta vários tipos de mídias, até 300 g/m2
com equipamentos de escritório.
Multifuncionais TASKalfa. Alta produtividade para transformar seus negócios.
Com as multifuncionais TASKalfa, sua empresa cresce com muito mais eficiência e ousadia. Fáceis de operar, elas oferecem cores
mais brilhantes, maior nitidez em impressões preto e branco e rapidez incomparável para digitalizar ou compartilhar documentos.
Transforme seus negócios com ampla visão de futuro. Invista em produtividade com as multifuncionais TASKalfa, da KYOCERA MITA.
Conheça os produtos da linha TASKalfa. Acesse:
KYOCERA MITA Brazil - www.kyoceramita.com.br
KYOCERA MITA Corporation - www.kyoceramita.com
© KYOCERA MITA Corporation. KYOCERA MITA Brazil Ltda. 2011 KYOCERA MITA Corporation, TASKalfa e o logotipo KYOCERA são marcas registradas da KYOCERA.

Documentos relacionados

mobilidade social business cloud computing big data

mobilidade social business cloud computing big data Para assinar ou resolver dúvidas sobre assinaturas, entrega de exemplares ou compras avulsas: (11) 3181-2952 – Grande São Paulo – 0800 7710029 demais regiões, e-mail: [email protected]...

Leia mais