Jornal do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do
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NOTIFISCO Jornal do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná Filiado a FENAFISCO SINDAFEP - Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná Rua Alferes Ângelo Sampaio, 1793 - Batel - CEP 80420-160 - Curitiba-PR Ano XXIII | N. 174 | MARÇO 2010 p.. 3 Notifisco entrevista o presiden nte do SINDAFEP, Pedro Sanches, e o vicepreside ente Sindical, José Carloss Carvalho p. 4 e 5 Confira também o obre o direito a artigo so aposen ntadoria no serviço públicco e as mudanças na legisllação, de Agenor Carvalho Dias p.. 6 Fenafiscco elabora projeto estraté égicco de atuação políttica para 2010 p.. 8 p.. 7 NOTIFISCO | MARÇO 2010 2 EDITORIAL O ano de 2010 é especial, pois em alguns meses decidiremos quais rumos serão tomados na administração do Brasil e de nosso estado. Com eleições majoritárias para os cargos do Executivo e do Legislativo, o calendário dos governantes estará totalmente voltado para os pleitos. No Paraná, a mudança no governo prevista para o início de abril, diante da necessidade legal de desincompatibilização do atual governador, que deverá concorrer ao cargo de Senador, trará ao comando do Executivo o vice-governador Orlando Pessuti, que conduzirá a administração do estado até o final do ano. Podemos dizer que, após um período árduo, o atual governo deixa um saldo acima das expectativas iniciais, visto as conquistas que obtivemos no ano anterior. No entanto, ainda temos passivos não resolvidos e a busca continuará com o governo vindouro, na tentativa de obtermos todas as reivindicações almejadas pela categoria. AGENDA Reunião do Co onselho de Represen ntantes Sindicais do SIINDAFEP Acontece no dia 26 de março, às 9h, a reunião extraordinária do Conselho de Representantes Sindicais. A reunião será no salão de festas do SINDAFEP e tem como pauta a aprovação da contratação de uma empresa de auditoria independente para os fins previstos no art. 66 do estatuto relativo ao exercício de 2009. JURÍDICO Isenção de imp posto o de renda para a aposentados adores de doen nça grave e pensionistass porrta Segundo a lei, aposentados e pensionistas que comprovadamente possuem doença grave têm direito à isenção de imposto de renda, que, assim, deixará de ser descontado mensalmente de seus proventos. Mesmo que contraída após a aposentadoria ou concessão da pensão, a doença exime o aposentado do recolhimento do referido tributo federal. As doenças são: moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação e síndrome da imunodeficiência adquirida. É importante destacar que a moléstia profissional não gera direito aos pensionistas, mas apenas aos aposentados. O interessado em obter a isenção deve buscar orientação jurídica adequada, a fim de providenciar a documenta- ção necessária, e se submeter ao procedimento correto, que pode visar, além da cessação do recolhimento mensal do imposto, a restituição daquilo que foi pago nos últimos cinco anos, desde que reste comprovada a existência da doença nesse período. O procedimento, que conta com perícia médica especializada para atestar a existência ou não da doença, leva em média quatro meses. Fonte: Barreto, Ribas, Nitschke & Graboski Advogados Associados FALECIMENTOS Joana Sguario Rocha............................................................................................................................ 18/01/2010 Maria Miranda de Bittencourt.......................................................................................................... 02/02/2010 Eliane Vitoria Xavier de Melo............................................................................................................ 05/02/2010 Leocádia Martins................................................................................................................................... 04/03/2010 EXPEDIENTE NOTIFISCO - Jornal do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná Rua Alferes Ângelo Sampaio, 1793 - CEP 80420-160 - Curitiba-PR - (41) 3221-5300 - www.sindafep.com.br - [email protected] DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Pedro Sanches Vice - Presidente Sindical: José Carlos Carvalho Vice - Presidente de Administração: João Marcos de Souza Vice - Presidente das Finanças: Agenor Carvalho Dias Vice - Presidente de Aposentados e Pensionistas: Osmar de Araújo Gomes SUPLENTES Carlos Gilberto Schafer; Nilton José Rodrigues de Oliveira; Roberto Aparecido Piekarczyk CONSELHO FISCAL José Aparecido Valêncio da Silva; Luiz Fernandes de Moraes Jr.; Murilo Ferreira Wallbach; Romualdo Carignano; João Cazarin de Oliveira. SUPLENTES Ghefferson Tavares; Lídio Franco Sanways; Luiz Ciruelos Sobrinho. CONSELHO DE REPRESENTANTES SINDICAIS Fernades dos Santos; Reginaldo de França; José Marçal Kaminski; Odair Fernando Swarofsky; Luiz Fernandes de Paula; Mérito José de Souza; Agnaldo Hermínio de Carvalho Dias; Wilson Rogério Krepsz; Miguel Antônio Ramos; José Carlos Endlich; Sérgio Paranhos de Araújo; José Ayres dos Santos Junior; Otto Ferreira de Assis Sampaio; Plínio Luiz Faedo; Paulo Alcântara de Assis; SUPLENTES Georges Jean Bruel Filho; Rildo José Ribaski Policeno; José César Sorgi Pinhaz; Dalton Kreitlov; Eliseu Carlos Carriel; Leonardo Pogogleski; Ricardo de Freitas; Fábio Moya Rossi; Ademar Caetano da Silva; Antonio Felippe da Silva; Osni Vito; Benedito Aparecido Tuponi. STUDIO ART COMUNICAÇÃO INTEGRADA | www.studioartcomunicacao.com.br | 41 3026-0630 EQUIPE DE JORNALISMO: Thaise Mendonça, Dalane Santos, Patricia Herman PROJETO GRÁFICO: Guilherme Mikami DIAGRAMAÇÃO: Larissa Amorim e Linecker Oliveira FOTOLITO E IMPRESSÃO: Editora O Estado do Paraná 3 NOTIFISCO | MARÇO 2010 NOTÍCIAS SINDAFEP Nos dias 24 e 25 de fevereiro, foi realizada a 130ª reunião do Conselho Deliberativo da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), em Foz do Iguaçu. Além dos diretores da Fenafisco e do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná (SINDAFEP), anfitrião do evento, estiveram presentes 66 representantes de 25 estados. O presidente da Federação, Rogério Macanhão, deu início ao encontro agradecendo a receptividade da equipe do SINDAFEP e a participação dos representantes sindicais. “Nós agradecemos aos nossos anfitriões e especialmente ao deputado Reni Pereira. Nós podemos dizer que fomos muito bem recebidos por aqui e recebemos uma carga de informação bastante satisfatória. Agradecemos aos membros da diretoria do SINDAFEP pelo belíssimo evento”, destacou Macanhão. A Diretoria Executiva da Fenafisco e os representantes dos sindicatos presentes fizeram, após a mesa de abertura, repasses sobre as atividades realizadas em 2009 em defesa da valorização do fisco. Foram ressaltadas as conquistas obtidas durante o ano, como a correção dos enquadramentos funcionais de auditores fiscais que estavam sendo prejudicados, a extensão das quotas de esforço fiscal coletivo para aposentados e pensionistas e a correção dos aumentos concedidos em 2007 e 2008, nos percentuais de 7,9% e 5%. “Essas conquistas são fruto da movimentação da nossa categoria e da movimentação política e administrativa que conseguimos fazer”, pontuou o vice-presidente de Finanças do SINDAFEP, Agenor Carvalho Dias. Ainda no primeiro dia, os presentes debateram o regulamento do Prêmio Cervantes-Fenafisco. A premiação, que será realizada a cada três anos, tem como objetivo divulgar as ações relacionadas à administração tributária brasileira, valorizando a carreira fiscal e buscando melhorias no serviço público. Polítiica tributária e edu ucação fiscal No segundo dia do encontro os representantes dos sindicatos discutiram a importância da educação fiscal como forma de conscientizar sobre a arrecadação e o trabalho dos auditores. Como exemplo, a diretora da Escola de Administração Tributária (ESAT), Nilce Costa Nascentes, relatou as experiências desenvolvidas no Paraná. Em parceria com o SINDAFEP, a ESAT desenvolve um programa voltado para a formação de professores da rede básica de ensino, com o objetivo de levar aos estudantes conhecimentos básicos sobre a arrecadação pública. “Esse é um trabalho focado na formação de professores. São eles que vão ensinar às crianças o que é a educação fiscal diretamente”, destaca o presidente do SINDAFEP, Pedro Sanches. Os últimos pontos discutidos no encontro trataram da possibilidade de fundação de uma nova central sindical, que seria composta de sindicatos de categorias correlatas aos filiados à Federação, e do planejamento estratégico de atuação política da Fenafisco para o ano de 2010. 4 NOTIFISCO | MARÇO 2010 ENTREVISTA - Presidente do SINDAFEP, Pedro Sanches Com 24 anos de carreira no fisco paranaense, Pedro Sanches já ocupou vários cargos representativos da categoria. Foi presidente da Associação dos Funcionários Fiscais de Maringá (AFFISMAR) em quatro gestões e participou, como integrante e presidente, do Conselho Fiscal do SINDAFEP nos anos de 2004 a 2006. Em 2007, Sanches foi eleito presidente do SINDAFEP para a gestão 2008-2010. Pedro Sanches tem formação superior em Ciências Contábeis e atuou na Coordenação da Receita do Estado - 9ª DRR Maringá - nas áreas de chefe de posto fiscal, apoio de Agência de Rendas e na Inspetoria Regional de Fiscalização. Em entrevista ao Notifisco, o presidente avalia o desenvolvimento da categoria, as principais conquistas históricas e os desafios para o próximo período. NOTIFISCO - Ao longo dos seus cerca de 25 anos de carreira, qual avalia terem sido os maiores embates e vitórias da categoria? PEDRO SA SANCHE HES S - Antes do ano de 2002 tínhamos a lei 7051, que era a nossa lei orgânica. Por não ser regulamentada, sempre recebíamos ameaças dos governantes de extingui-la, caso mostrássemos algum descontentamento. Entretanto, presidentes do SINDAFEP da época sempre souberam conversar e lograr êxitos nas negociações salariais. Com o advento da lei 92, achávamos que todos os problemas tinham sido resolvidos. Porém, ela acabou se transformando em uma verdadeira guerra judicial, pois o estado e a ParanaPrevidência teimam em não acatar o que nela está escrito, principalmente quanto à paridade entre ativos, aposentados e pensionistas. NO FISCO NOTIFI O - A atual gestão do SINDAFEP também obteve importantes conquistas para a categoria. Como avalia a atuação dessa Diretoria? PEDR DRO SA SANC NCHES - Eu sou suspeito em falar sobre a atuação desta gestão, mas os números estão aí para que os filiados avaliem. Penso que, quando alguém assume o desafio de disputar uma eleição, e, depois, de sentar na cadeira da presidência, não é por acaso, tampouco para brincar de presidente. Promovemos três assembleias gerais com números recordes de filiados presentes, a maioria ativos; houve a paralisação de um dia em dezembro de 2008, da qual conseguimos que aproximadamente 95% dos auditores fiscais participassem; e tivemos a 25ª Fiscalíadas, que foi um sucesso – só houve um recurso, porque o regulamento era omisso. Também temos muitas conquistas nas reivindicações para os aposentados e pensionistas. Nossas ações judiciais, iniciadas na gestão do colega José Carlos Carvalho e nesta gestão, tiveram sucesso em todas as instâncias e mais de mil aposentados foram beneficiados. A conquista mais importante deste embate foi a garantia da paridade pelos nossos governantes. Publicada no dia 23 de dezembro de 2009, a Resolução Conjunta SEAP/SEFA nº 168/2009 propiciou a percepção das 1.650 quotas para aposentados, pensionistas e aposentandos. Houve ainda o reconhecimento, pelo governo, de que temos direito aos reajustes sobre o salário integral na data base de 2009 e agora em 2010, tendo sido também publicada a resolução SEFA 173/2009, corrigindo os aumentos de 7,9% de 2007 e 5% de 2008, que incidiram somente sobre o vencimento básico. NO NOTIFISC SCO -A relação com os associados também foi uma prioridade da gestão? Quais foram as principais atividades? PEDR DRO O SANC NCHES - O nosso departamento social tem desenvolvido diversas atividades para os nossos filiados, como a festa de fim de ano, o Encontro dos Fiscais Aposentados (EFA), organização de viagens, o encontro mensal dos aposentados e pensionistas e o Dia Internacional da Mulher, que esse ano foi comemorado em 5 de março, reunindo cerca de 500 pessoas no restaurante Dom Antonio, entre convidados e filiados. Participamos ainda do Fórum Popular da Pessoa Idosa, com o colega da DEE, Osmar Araújo Gomes, nos representando. Estamos presentes também em outros eventos, como Expofoto, Expoarte, concurso de monografia, concurso de contos e casos, entre outros. NOTIFI FISCO O - Como avalia as últimas conquistas da categoria e os desafios a serem buscados no próximo período? PE O SANC PEDRO NCHES S - Com certeza todas as conquistas, tanto em nossa administração como nas anteriores, vêm ao encontro do fortalecimento da categoria dos auditores fiscais da Receita Estadual do Paraná. Somente com muito trabalho e dedicação podemos mostrar aos nossos filiados que a participação deles na tomada de decisões é que torna a classe mais forte e respeitada. Felizmente a resposta da classe foi positiva e a participação em todos os movimentos foi maciça. É só com a união que nossas reivindicações serão atendidas. Todos devem ter notado que estamos sempre buscando correções de falhas passadas. Agora, pautas antigas estão sendo vencidas, mas ainda temos alguns valores atrasados para buscar, como é o caso do Bolão e os valores das 1.650 quotas que deixaram de ser pagas desde 2005. Projetando para um futuro próximo, temos algumas reivindicações das quais estamos atrás, como a busca da equiparação salarial com as demais carreiras típicas de estado, que somente será possível a partir do encaminhamento de uma nova lei complementar. 5 José Carlos Carvalho foi um dos fundadores do Sindicato dos Agentes Fiscais de Tributos Estaduais (Safite). Criado no final da década de 80, com o processo de redemocratização do Brasil, o Safite deu origem ao que é hoje o SINDAFEP. Aposentado há 17 anos, o vice-presidente Sindical do SINDAFEP tem formação superior em Direito e pós-graduação em Direito Processual Civil. Foi Chefe de Agência de Rendas de Ribeirão Claro, Laranjeiras do Sul e Londrina e desempenhou o cargo de Inspetor Regional de Fiscalização em Guarapuava e Curitiba, exerceu também o cargo de Delegado Regional da Receita, em Guarapuava e de Assessor de Resultados em Ponta Grossa e na CRE. Ao longo de sua carreira, esteve à frente de importantes processos de representação da categoria: participou da Diretoria e do Conselho Deliberativo da AFFEP, foi presidente do SINDAFEP na gestão 2005-2007 e é o atual vice-presidente Sindical da entidade. NOTIFISCO - Você participou da fundação do SATIFE, primeira entidade de representação de classe dos auditores fiscais. Como foi esse processo? JOSÉ CAR ARLOS - A Constituição de 1988 trouxe como novidade a possibilidade de criarmos sindicatos no serviço público. Então, eu e mais alguns companheiros procuramos de imediato criar o Sindicato dos Agentes Fiscais, para evitar que caíssemos no “sindicatão”, que representava todos os funcionários públicos. Como se tratava de uma novidade, não possuíamos nem mesmo um formato de estatuto, que produzimos a partir do estatuto do Sindicato dos Jornalistas. Criamos o sindicato em 1988, com uma diretoria provisória representada pela Diretoria da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado do Paraná (AFFEP). Posteriormente, foi eleita a primeira Diretoria e, em 1998, foi unificado o Sindicato com a Associação, com o nome de AFFEP-Sindical. Apenas em 2004 a denominação da entidade foi trocada para SINDAFEP. NO FISC NOTIFI SCO - Em sua opinião, quais foram as maiores conquistas do fisco paranaense ao longo da história da categoria? JOSÉ C CARLO LOS - Nós tivemos várias conquistas, mas destaco duas como mais importantes. A primeira ocorreu em 1967, com a unificação dos três departamentos que tínhamos (Arrecadação, Fiscalização e Estimativa) no Departamento de Rendas Internas – DRI. O novo departamento passou a contar com um só diretor, uma só estrutura e uma só carreira. A segunda maior conquista foi a lei nº 7051, editada em setembro de 1978, que estabeleceu a estrutura e organização da carreira especial da CRE. Esta lei foi fruto de mais de dois anos de estudos, com a participação de todo o sistema TAF (TributaçãoArrecadação e Fiscalização). Implantou a carreira única em três níveis, conforme a formação acadêmica de cada um. A carreira única exigia, entre outras coisas, que o agente fiscal, para assumir qualquer cargo de chefia, passasse obrigatoriamente pelas três áreas do sistema TAF. Trouxe também o direito às promoções funcionais, com o interstício definido. O que de melhor aconteceu foi, contudo, o aumento da remuneração; a lei elevou em 10 vezes os nossos salários. NOTIFI NO FISC SCO - Como avalia as duas gestões do SINDAFEP das quais participou? Quais foram as conquistas mais importantes? José Carlos Carvalho – Atribuo que a maior conquista ocorreu nas últimas duas gestões do SINDAFEP. Especialmente, no que se refere à remuneração, uma vez que, em abril de 2005, o nível AF-I tinha a remuneração de cerca R$ 5.500 e hoje, no mês de março, estará fechando a sua folha com cerca de R$ 12 mil reais. Só isso já justificaria o trabalho desenvolvido durante essas duas gestões. Além disso, viemos conseguindo fazer a integração de todos os filiados, ativos, aposentados e pensionistas, sem esquecer da manutenção e conservação do patrimônio. O SINDAFEP também foi vencedor em todos os embates judiciais que foram enfrentados: as várias ações referentes às 3.300 quotas; a ação do Bolão, a ação para obter licença-remunerada para concorrer a cargo eletivo, cujos resultados satisfatórios mostram o acerto de nossa conduta. NOTIFI FISCO - Como avalia as últimas conquistas e os desafios a serem buscados no próximo período? JOSÉ SÉ C CAR ARLO LOS - Nós conseguimos diminuir o prejuízo e avançar em termos de conquista, por meio das promoções. Avançamos também em relação ao prêmio de produtividade e quebramos aquele fajuto entendimento de quotas disto, quotas daquilo, sempre prejudicando aposentados e sem considerar que os ativos de hoje serão os aposentados de amanhã. Agora, precisamos conscientizar a categoria a não receber nada que não seja para todos. Necessitamos também, a partir de agora, melhorar o nosso salário básico através de incorporação do prêmio de produtividade. Eu, particularmente, não caminho na linha da equiparação salarial com as carreiras típicas de estado, uma vez que observo que há ocupantes dessas carreiras com salários baixos e ocupantes de carreiras não típicas com altas remunerações. Entendo que devamos buscar, de todas as formas, o teto salarial do Estado, que hoje está em torno de R$ 25 mil, ou, em último caso, chegar o mais próximo possível desse valor. O dia em que alcançarmos esse valor poderemos optar pela remuneração em forma de subsídio. NOTIFISCO | MARÇO 2010 ENTREVISTA - Vice-presidente Sindical , José Carlos Carvalho 6 NOTIFISCO | MARÇO 2010 ARTIGO - por Agenor Carvalho Dias Uma das grandes motivações que sempre existiu para o ingresso na carreira pública é a possibilidade de aposentadoria integral, ou seja, sabíamos que não haveria diminuição da renda percebida quando nos retirássemos da atividade como servidores públicos e passássemos a desfrutar merecidamente da aposentadoria, pela dedicação de anos e anos de serviços prestados à coletividade. Esta perspectiva muitas vezes se sobrepunha à dura realidade de salários, não condizentes com as nossas responsabilidades e importância para o estado, e também à falta de outros direitos trabalhistas, tais como: FGTS, horas extras, e outros. Entretanto, o que vem ocorrendo é que, ao longo dos anos, esta verdade vem sendo alterada, não só para aqueles que têm a perspectiva de se aposentar, como também (e principalmente) para os que já estão aposentados, num claro desrespeito ao direito adquirido. Em algum momento da história recente, os funcionários públicos passaram a ser responsabilizados pelas mazelas e desmandos de governantes, nem sempre qualificados, imputando-se às nossas aposentadorias a origem dos déficits da previdência, esquecendo-se que o aumento das despesas é oriundo de benefícios previstos na constituição de 1988 e que beneficiou milhões de pessoas, que não tinham com ela contribuído. Assim, como o funcionalismo não tem o poder midiático, não conseguiu se contrapor aos argumentos existentes e o processo de mudanças foi inevitável. Sobrou-nos parte da conta. Se até 1998 bastava-nos completar o tempo de serviço exigido, após esta data, devido às alterações efetuadas pelas emendas constitucionais nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e nº 41, de 19 de dezembro de 2003, várias outras exigências passaram a ser incluídas para que obtivéssemos o direito à sonhada aposentadoria. As principais alterações trazidas pelas emendas constitucionais foram as seguintes: - idade mínima para aposentadoria: se homem, 60 anos e 55 anos, se mulher; - regras de transição, com pagamento de pedágio no tempo de serviço, para aposentar-se com a idade mínima de 53 anos, homens e 48 anos, mulheres; - conjugação da idade mínima, com a exigência de no mínimo vinte anos de efetivo exercício no cargo, para poder manter a paridade e integralidade; - fim da aposentadoria proporcional, por tempo de serviço. Após muitas lutas no Congresso Nacional, nas quais a Fenafisco – Federação Nacional do Fisco Estadual e Distritral teve papel de destaque, conseguiu-se aprovar a então chamada PEC paralela, que se transformou na emenda constitucional nº 47. Esta emenda constitucional conseguiu recuperar alguns dos direitos que haviam sido perdidos na E.C. nº 41. Ela permite que quem entrou no serviço público até 2003 possa aposentar-se antes dos 60 anos (homens) e 55 anos (mulheres), desde que o aposentando tenha mais de 25 anos de serviço público e 15 anos de carreira, e as idades mínimas de 48 anos, se mulher, e 53 anos, se homem, mantendo a integralidade e a paridade. O mecanismo de redução da idade, que levou o nome de fórmula 95, para os homens, e fórmula 85, para as mulheres, prevê que para cada ano a mais de contribuição após os 35 anos, reduz-se um ano dos 60 anos (homens) ou 55 anos (mulheres), tidos como idade mínima de aposentadoria. Essas fórmulas refletem a somatória de idade e tempo de contribuição, ou seja, 59 anos de idade e 36 anos de contribuição, somam 95, num exemplo masculino, e 53 anos de idade e 32 anos de contribuição, somam 85, num exemplo feminino, permitindo a aposentadoria. Mas, nem tudo nos foi devolvido. Se a emenda nº 47 devolveu a possibilidade de integralidade e paridade, para quem, cumprindo as condições, se aposentasse antes da idade mínima, deixou de restabelecer o direito à paridade àquelas pensionistas cujos geradores de pensão se aposentaram ou se aposentarem sobre a égide da emenda n° 41. Para completar, a Paranaprevidência vem dificultando a concessão de aposentadorias pela emenda nº 47 àqueles que completaram a idade limite prevista, ou seja: 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher. E essa decisão, se não tem impacto para o aposentando, pode gerar impacto para um eventual pensionista, que teria seu direito à paridade extinto. Numa interpretação, também bastante própria, a Paranaprevidência entende (e trabalha com isso) que as pensionistas cujos geradores de pensão faleceram após 2003, independentemente de quando houve a aposentadoria, se enquadram na emenda nº 41, retirando-lhes a paridade e causando efetivos prejuízos. O que nos resta fazer? O SINDAFEP e todos nós temos que ter uma posição ativa e articulada com relação a essas situações. Ativa, no sentido de questionar a administração da Paranaprevidência sobre interpretações que eles vêm constantemente tendo sobre as aposentadorias e pensões, tentando revertê-las administrativamente, mas não deixando de lado a via judicial para conseguir os nossos objetivos, como foi o caso recente das 3.300 quotas. Temos que ter também uma posição articulada, no sentido de participar com a Fenafisco, onde estão representantes de todo o fisco nacional, junto ao Congresso Nacional, procurando influir sobre alterações nas diferentes legislações que nos afetam. Somente desta forma conseguiremos mitigar os efeitos de todo o processo existente, que vem nos privando e suprimindo o nosso legítimo direito a uma segurança social na aposentadoria, nos permitindo desfrutá-la sem sobressaltos e sem termos surpresas desagradáveis a cada momento. Agenor Carvalho Dias tem formação superior em Administração, é especialista em Auditoria Integral e Contabilidade Avançada, pela UFPR, e desempenha o cargo de vice-presidente de Finanças do SINDAFEP, na gestão 2008-2010. 7 A participação política será uma temática importante de discussão e planejamento para o ano 2010. Neste ano, serão renovadas as Assembleias Legislativas dos estados, a Câmara dos Deputados e o Senado, além de serem eleitos também os governadores e o presidente da República. O tema foi pauta de discussão na 130º reunião do Conselho Deliberativo da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), realizado em Foz do Iguaçu nos dias 24 e 25 de fevereiro, além de ter motivado a realização de workshop em Brasília, entre os dias 4 e 6 de dezembro de 2009, e de um planejamento estratégico de atuação política para a Federação. Para o vice-presidente de Administração, João Marcos de Souza, a preocupação com a temática reflete o amadurecimento da categoria, que tem reconhecido seu papel como ator político e a importância de melhorar seus laços com a sociedade civil. “Estamos dando um passo importante com o estabelecimento desse planejamento estratégico da nossa atuação política. Durante essa gestão do SINDAFEP percebemos nas nossas negociações e conquistas a importância de ser uma categoria fortalecida e bem representada politicamente”, ressaltou. O planejamento tem como ações estratégicas aumentar o acesso e a influência da categoria às instâncias decisórias, melhorar a divulgação das bandeiras políticas da Federação e tornar mais atrativos os projetos de mobilização político-sindical para um maior número de dirigentes sindicais e associados. A discussão sobre a temática da participação política teve como marco inicial a formulação de um questionário respondido pelos associados e representantes sindicais, cujos dados foram apresentados em um workshop em Brasília e utilizados para criação do planejamento estratégico. Nesse evento, o SINDAFEP esteve representado pelo vice-presidente de Aposentados e Pensionistas, Osmar de Araújo Gomes, pelos auditores Fernades dos Santos e Giancarlo Torres, da regional de Curitiba; Fábio Moya Rossi e Claudio Tosatto, da regional de Londrina; Paulo Alcântara de Assis, da regional de Jacarezinho; Jair Ribeiro dos Santos, da regional de Maringá; José Ayres dos Santos Junior, da regional de Cascavel, e Vlademir Luiz Raymundi, da regional de Guarapuava. Para o vice-presidente de Aposentados e Pensionistas, a discussão tem uma importância fundamental para a categoria. “Esta iniciativa da Fenafisco é bem vinda. Nós aqui no Paraná já começamos a trabalhar para a conscientização dos colegas filiados, para que tenhamos uma representação forte tanto na Assembleia Legislativa como no Congresso Nacional. Hoje nós temos um deputado estadual, o colega Reni Pereira, que muito bem representa os auditores fiscais do Paraná. Precisamos de mais representantes, se não oriundos da própria classe, mas que estejam realmente comprometidos conosco, para que nossos pleitos sejam alcançados”. Os auditores fiscais que participaram do evento apoiaram a discussão e defenderam a importância que a pauta deve assumir para a categoria durante o ano. Para Giancarlo Torres, os debates e o planejamento feito pela Federação propiciaram uma visão macro do pensamento da categoria em relação ao processo político, indicando caminhos e formas de se conseguir a adesão e participação de seus membros. Vlademir Luiz Raymundi destacou também a necessidade de que as ações que compõem o projeto sejam implementadas, como forma de aumentar a representatividade e participação do Fisco: “Sensível a esta necessidade, a Fenafisco promoveu este debate, visando uma implementação contínua e gradual de medidas que todos nós, auditores fiscais, devemos adotar para que possamos ocupar um espaço político que é nosso de direito, com políticos éticos e comprometidos com as causas do fisco e do estado”. Para o auditor fiscal Paulo Alcântara de Assis, além do trabalho importante realizado pelos representantes da categoria nas instâncias de decisão, é necessário que os auditores recebam destaque também nas tarefas de planejamento e direção do Estado: “Não basta ter somente auditores que sejam eleitos representantes, mas, por nossas atuações e participações no cenário político, queremos ser reconhecidos e convidados a ocupar cargos de direção não somente em nossa Secretaria, mas também em outras”, pontua. NOTIFISCO | MARÇO 2010 SINDICAL 8 NOTIFISCO | MARÇO 2010 SOCIAL Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o SINDAFEP realizou no dia 5 de março um jantar de confraternização que reuniu cerca de 500 pessoas no tradicional restaurante Dom Antonio, no bairro Santa Felicidade. O evento contou com a presença do diretor da Coordenação da Receita do Estado, Vicente Luís Tezza, do colega deputado estadual, Reni Pereira, e da secretária de Estado da Administração e da Previdência, Maria Marta Lunardon, que foi a homenageada da noite, representando e simbolizando a mulher. Na abertura do jantar, o presidente do SINDAFEP, Pedro Sanches, lembrou a importância da data como um marco na luta pela emancipação feminina. “Parabenizamos as mulheres pela conquista do seu dia, conquista que se deu por meio de muito embate e sofrimento”. Sanches destacou ainda o problema da violência contra as mulheres, que tem sua face mais dura nos crimes cometidos com a alegação da defesa da honra. “Vemos ainda países que teimam em tratar as mulheres de forma subservientes. Hoje mesmo li uma matéria nos jornais em que a ONU denuncia a morte de cinco mil mulheres por ano, onde se alega, no arcabouço jurídico, legitima defesa da honra”, detalha. Em seguida, o vice-presidente Financeiro, Agenor Carvalho Dias, saudou a secretária Maria Marta, expressando que “o SINDAFEP, nesta comemoração, ao homenagear a Dra. Maria Marta, homenageia a todas as mulheres que, com sua força e capacidade, vêm contribuindo para transformar nossa sociedade”. Maria Marta agradeceu a homenagem e ressaltou que o convite é produto da boa relação desenvolvida entre a SEAP e o SINDAFEP. “Estou muito feliz de estar aqui hoje. Essa homenagem é prova da boa relação que nós tivemos e do diálogo. Muito embora nós ainda tenhamos questões a resolver pela frente, o convívio deixou marcas positivas.” AcomemoraçãodoDiaInternacional da Mulher é um evento tradicional para o SINDAFEP e já está na sua 21ª edição. Eduvirge Ferro, diretora Social do sindicato, elogiou o evento pelo reconhecimento ao trabalho da mulher: “Não somente aquelas que se destacam em alguma profissão, mas também aquelas que se destacam por serem donas de casa, mães, esposas”, exalta. “Nós mulheres nos sentimos muito honradas em pertencer ao quadro de filiadas do SINDAFEP”. sem sofrer discriminação, assumindo posições de destaque e postos de confiança. “Quando iniciamos a carreira, éramos poucas mulheres desenvolvendo a atividade de auditoria fiscal. É natural que os homens achassem estranha tal novidade, todavia, conseguimos nos inserir perfeitamente no contexto. Tivemos várias oportunidades de crescer e desenvolver nosso potencial. Após alguns anos, outras mulheres ingressaram no quadro, e, atualmente, já ocupamos cargos de relevância”, explica. A auditora Cecília Delicoli, da turma de 1994, conta que a participação feminina na construção do fisco paranaense tem se realizado de forma expressiva. “Nós estamos bem representadas. Já tivemos mulheres ocupando cargos de chefia na administração da Receita Estadual. Hoje vemos as mulheres serem valorizadas e chamadas a assumir cargos de destaque”, defende. Mulheres no Fiscco As mulheres já representam cerca de 35% do total dos filiados ao SINDAFEP. Para Dirce Montanha, auditora fiscal há 30 anos e atualmente lotada na Inspetoria Geral de Fiscalização, apesar de a carreira ainda ser predominantemente masculina, as mulheres conseguiram conquistar seu espaço no fisco