mareen Ohara

Transcrição

mareen Ohara
A Pessoa como Centro
Revista de Estudos Rogerianos
Primavera – Maio 1999 Nº
3
Editorial Odete Nunes
Apresentação dos Autores
Reformulação de Sentimentos - Reflections of Feelings Carl Rogers
Biografia de Carl Rogers João Hipólito
Princípios e Métodos da Terapia Familiar Centrada no Cliente Ned Gaylin
Terapia Centrada na Pessoa – O Estado da Arte Peter Schmid
Psicoterapias Humanistas e Existenciais Helena Escoval
Grupo e Empatia Afonso H. Lisboa Fonseca
Uma Abordagem da Relação de Ajuda Odete Nunes
Notas de Leitura
Notícias
Documentos - Documents
Programa de Formação APPCPC - Training Program of PAPCPC
Código Deontológico da APPCPC - Deontological Code of PAPCPC
Congressos e Conferências
EDITORIAL
Gostaria de chamar a atenção dos leitores para o facto de neste número termos o
privilégio de incluir um artigo original de C. Rogers, no qual o autor tenta precisar o
que entende por reformulação e qual o seu objectivo fundamental.
As ideias de C. Rogers no âmbito da psicologia e da psicoterapia começaram a ter
impacto no final do primeiro terço do nosso século, essencialmente pela forma como
conceptualizou o ser humano e, como a partir de um percurso de pesquisa, sistematizou
um conjunto de factores que considerou favoráveis ou desfavoráveis ao
desenvolvimento da pessoa.
Considerado por muitos como um dos expoentes máximos da corrente humanista da
Psicologia, C. Rogers contestou uma abordagem psicológica robotizada da pessoa e
enfatizou a valorização e o respeito que deve ser dado à singularidade como cada uma
vivencia a sua experiência. Assim, a compreensão da pessoa não pode ser feita a partir
da análise de elementos ou funções, explicada através de noções químicas, físicas ou
neurológicas, mas sim, percepcionada e compreendida como uma totalidade interactiva
que tem uma especificidade genética e uma história própria, construída segundo a
integração de um referencial de valores e assente na qualidade e diversidade de
experiências vivenciadas num dado contexto socio-cultural. A subjectividade vai assim
surgindo, evidenciando-se a originalidade como cada pessoa está-no-mundo.
Embora já no final do século, as ideias de C. Rogers continuam a ter actualidade. É,
pois, de toda a evidência que cada vez mais o ser humano, ao sentir-se vítima da
alienação resultante da escalada da evolução tecnológica, manifesta vivamente a
necessidade de ser respeitado nas suas diferenças, na sua originalidade, nas suas ideias e
nos seus sentimentos, isto é, de ser considerado como um ser único.
Neste número apresentamos uma biografia detalhada de C. Rogers que nos permite
conhecer as diferentes influências que contribuíram na organização da sua teoria e
compreender, também, o seu percurso pessoal e profissional (João Hipólito); uma
reflexão sobre o trabalho com grupos (Ned Gaylin e Afonso da Fonseca); o estado da
arte da terapia rogeriana (Peter Schmit); uma perspectiva sobre duas correntes da
psicologia (Helena Escoval); uma abordagem sobre a relação de ajuda (Odete Nunes).
Uma das actividades da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e
Counselling tem como objectivo a formação ministrada a diferentes níveis. A equipa da
Revista considerou pertinente, como forma de dar a conhecer aos interessados, incluir
neste número as normas de formação, assim como, publicar um anúncio sobre algumas
das indicações para o próximo curso que possibilita três níveis: monitor de relação de
ajuda, counsellor ou psicoterapeuta.
Termino agradecendo aos autores, a toda a equipa da Revista e a todos os que deram o
seu contributo para a realização deste número.
Apresentação dos Autores
João Hipólito
É Doutorado em Medicina. Psiquiatra e Psicoterapeuta Centrado no Cliente. Presidente da Associação
Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling. É Professor Catedrático da Universidade
Independente (Lisboa) e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (Lisboa) é Director do Curso de
Pós-Graduação em Relação de Ajuda. Psicoterapeuta Formador.
Ned Gaylin
Professor de Estudos Familiares na Universidade de Maryland (E:U:A:), onde é Director do Programa
de Educação Clínica e Formação em Terapia de Casal e Familiar
Peter Schmid
Teólogo praticante e psicólogo pastoral, Professor Associado da Universidade de Graz, trabalha como
psicoterapeuta e formador centrado na pessoa no “Institute for Person-Centered Studies” (IPS) do
“Arbeitsgemeinschaft Personenzentrierte Psychotherapie, Gesprächsführung und Supervision” (APG), em
Viena, é membro da “Person-Centered Association” (PCA) na Áustria, membro honorário da Associação
Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e de Counselling (APPCPC) e membro do Conselho
Científico da Revista Portuguesa “A Pessoa Como Centro: Revista de Estudos Rogerianos”.
Helena Escoval
Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa,
lecciona as disciplinas de Português e Inglês na Escola E.B. 2,3 de Alcabideche. Encontra-se
presentemente a finalizar uma Pós-Graduação em Relação de Ajuda no Instituto Superior de Psicologia
Aplicada. É Professora Formadora.
Afonso H. Lisboa Fonseca
Afonso Henrique Lisboa da Fonseca é psicólogo, psicoterapeuta e facilitador de grupos. Foi aluno de
Carl Rogers no Center of Studies of the Person, de La Jolla, Califórnia, em 1979. Actualmente, é
professor em Programas de Formação em Psicologia e Psicoterapia Fenomenológico-Existencial, em
especial Abordagem Centrada na Pessoa e Gestalterapia, no Brasil. É Autor de inúmeros artigos e livros
de Psicologia e Psicoterapia Fenomenológico-Existencial, publicados em revistas brasileiras e de outros
países, entre os quais se destaca a sua participação, juntamente com Carl R. Rogers, John K. Wood e
Maureen M. O’Hara, na obra «Em Busca de Vida. Da Terapia Centrada no Cliente à Abordagem
Centrada na Pessoa», de 1983.
Odete Nunes
Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada e
doutoranda em Psicologia Social na Universidade de Toulouse. Psicoterapeuta Centrada no Cliente. VicePresidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e de Counselling. Assistente no
Instituto Superior de Psicologia Aplicada leccionando no Curso de Pós-Graduação em Relação de Ajuda
e Assistente na Universidade Independente no Curso de Psicologia. Psicoterapeuta Formadora.
Carl Rogers
REFORMULAÇÃO DE SENTIMENTOS
REFLECTIONS OF FEELINGS
Tradução de Rute Brites
Reformulação, termo usado para descrever um certo tipo de resposta do terapeuta e pelo
qual sou, em parte, responsável. No entanto, ao longo dos anos comecei a sentir algum
descontentamento relativamente a essa opção. Principalmente, porque a
“reformulação de sentimentos” foi frequentemente ensinada como uma técnica e, por
vezes, como uma técnica muito rígida. Tendo por base as expressões escritas do cliente,
espera-se que se aprenda a elaborar uma reformulação de sentimento “correcta” - ou
ainda pior, a seleccionar a resposta “correcta” a partir de uma listagem de escolhamúltipla. Esta forma de aprendizagem tem muito pouco a ver com uma relação
terapêutica eficaz. Por isso, tornei-me cada vez mais alérgico ao uso deste termo.
Por outro lado, sei que muitas das minhas respostas, numa entrevista - como é evidente
em exemplos publicados - parecem ser “reformulações de sentimentos”. Interiormente,
discordo. Decididamente, eu não pretendo fazer “reformulação de sentimentos”. Depois,
recebo uma carta do meu amigo e antigo colega, Dr. John Shlien, de Harvard, o que
torna o meu dilema ainda mais complicado. Ele escreve-me:
“A reformulação” está injustamente condenada. Foi muito bem criticada, quando
explicaste o ridículo inexpressivo em que ela poderia tornar-se, nas mãos de pessoas
insensíveis, e foi muito bonito o que escreveste sobre isso. No entanto, esqueceste o
outro aspecto. É um instrumento de virtuosidade artística nas mãos de um ouvinte
sincero, inteligente e empático. Tornou possível o desenvolvimento da terapia centrada
no cliente, num momento em que a filosofia não o podia ter feito sozinha. A
desacreditação, não merecida, da técnica conduz a alternativas pouco consistentes em
nome da “congruência”.
Interrogando-me sobre esta questão, cheguei a duas formas de compreensão. Do meu
ponto de vista, como terapeuta, eu não tento fazer “reformulação de sentimentos”. Eu
tento saber se está correcta a minha compreensão do mundo interior do cliente - se eu
estou a entender esse mundo exactamente como ele, ou ela, o está a experienciar
naquele momento. Cada uma das minhas respostas contém uma pergunta não declarada,
“É isso que se passa dentro de si? Será que cheguei à compreensão exacta da cor, da
textura e do gosto daquilo que experiencia neste momento? Se não, gostava de ver, em
paralelo, a minha compreensão e a sua”.
Por outro lado, sei que, do ponto de vista do cliente, nós exibimos um espelho de toda a
sua experienciação. Os sentimentos e os significados pessoais parecem muito mais
nítidos quando reflectidos e vistos através dos olhos de outra pessoa.
Por isso, sugiro que estas respostas do terapeuta não sejam designadas por
“Reformulações de Sentimentos”, mas sim, “Testagem de Compreensões” ou
“Confirmação de Percepções”. Creio que estas expressões são mais rigorosas e mais
úteis na formação dos terapeutas, constituindo uma forte motivação para as respostas,
uma interrogação mais do que um desejo de “reformular”. No entanto, ao compreender
a experienciação do cliente, nós temos consciência de que tais respostas funcionam de
facto como um espelho. Isto é maravilhosamente expresso por Sylvia Slack (1985, págs.
41-42) quando ela fala das suas reacções numa sessão de terapia realizada frente a uma
grande audiência e gravada em vídeo.
“Visionar as gravações, ajudou-me a ter uma ideia mais clara do processo de
“counselling”. Era como se o Dr. Rogers fosse um espelho mágico. As imagens por
mim enviadas, em direcção ao espelho, faziam parte do processo. Eu olhava para o
espelho para conseguir um vislumbre da minha realidade. Se eu tivesse tomado
consciência de que o espelho era afectado pelas imagens recebidas, o reflexo teria
parecido distorcido e não muito verdadeiro. Embora eu tivesse a consciência de que
enviava imagens, a natureza destas não era verdadeiramente discernível até ao momento
em que elas eram reflectidas e clarificadas pelo espelho. Era grande a curiosidade sobre
as imagens e sobre o que elas revelevam sobre mim. Esta experiência deu-me a
oportunidade de ter uma ideia de mim própria, a qual era inatingível através das
percepções dos observadores externos. Este conhecimento interior de mim própria
permitiu-me fazer opções mais adequadas à pessoa que vive dentro de mim.”
Tal como Sylvia Slack aqui dá a entender e, posteriormente, desenvolve, é importante
que a compreensão do terapeuta seja correcta, de uma forma sensível, de modo que a
imagem do espelho seja clara e não distorcida. Isto significa pôr de parte os nossos
próprios juízos e valores a fim de atingir com delicado rigor o significado exacto que o
cliente experiencia no momento. Reflectir e escrever sobre isto foi muito esclarecedor
para mim. Do ponto de vista do terapeuta, eu posso continuar a testar a minha
compreensão do meu cliente, através da experimentação, compreender o seu mundo
interior. Reconheço que para o meu cliente estas respostas são, naquilo que elas têm de
melhor, uma clara imagem de espelho, imagem dos significados e percepções tal como
experienciadas pelo cliente que está a explicitar e a produzir conhecimento interior.
Although I am partially responsible for the use of this term to describe a certain type of
therapist response, I have, over the years, become very unhappy with it. A major reason
is that ―reflection of feelings‖ has not infrequently been taught as a technique, and
sometimes a very wooden technique at that. On the basis of written Client expressions,
the learner is expected to concoct a ―correct‖ reflection of feeling — or even worse, to
select the ―correct‖ response from a multiple-choice list. Such training has very little to
do with an effective therapeutic relationship. So I have become more and more allergic
to the use of the term.
At the same time I know that many of my responses in an interview — as is evident from
published examples — would seem to be ―reflections of feelings.‖ Inwardly I object. I
am definitely not trying to ―reflect feelings.‖ Then I receive a letter from my friend and
former colleague, Dr. John Shlien of Harvard, which still further complicates my
dilemma, He writes:
―Reflection‖ is unfairly damned. It was rightly criticized when you described the
wooden mockery it could become in the hands of insensitive people, and you wrote
beautifully on that point. But you neglected the other side. It is an instrument of artistic
virtuosity in the hands of a sincere, intelligent, empathic listener. It made possible the
development of client-centered therapy, when the philosophy alone could not have.
Undeserved denigration of the technique leads to fatuous alternatives in the name of
―congruence.‖
Puzzling over this matter, I have come to a double insight. From my point of view as
therapist, I am not trying to ―reflect feelings.‖ I am trying to determine whether my
understanding of the Client’s inner world is correct—whether I am seeing it as he/she is
experiencing it at this moment. Each response of mine contains the unspoken question,
―Is this the way it is in you? Am I catching just the color and texture and flavor of the
personal meaning you are experiencing right now? If not, I wish to bring my perception
in line with yours.‖
On the other hand, I know that from the client’s point of view we are holding up a
mirror of his/her current experiencing. The feelings and personal meanings seem
sharper when seen through the eyes of another, when they are reflected.
So I suggest that these therapist responses be labeled not ―Reflections of Feeling, but
―Testing Understandings, or ―Checking Perceptions.‖ Such terms would, I believe, be
more accurate and would be helpful in the training of therapists, by supplying a sound
motivation in responding, a questioning, rather than a desire to ―reflect.‖ But in
understanding the client’s experience, we can realize that such responses do serve as a
mirror. This is beautifully expressed by Sylvia Slack (1985, pp.41-42) as she tells of her
reactions in a therapy interview held in front of a large audience, and video-taped.
―Watching the tapes helped me to visualize the counseling process more clearly. It was
like Dr. Rogers was a magical mirror. The process involved my sending rays toward
that mirror. I looked into the mirror to get a glimpse of the reality that I am. If I had
sensed the mirror was affected by the rays being received, the reflection would have
seemed distorted and not to be trusted. Although I was aware of sending rays, their
nature was not truly discernible until they were reflected and clarified by the mirror.
There was a curiosity about the rays and what they revealed about me. This experience
allowed me an opportunity to get a view of myself that was untainted by the perceptions
of outside viewers. This inner knowledge of myself enabled me to make choices more
suited to the person who lives within me.‖
As she hints here, and goes on to elaborate, it is important that the therapist’s
understanding be so sensitively correct that the mirror image is clear and undistorted.
This means laying aside our own judgments and values in order to grasp, with delicate
accuracy, the exact meaning the client is experiencing. Thinking these toughest and
writing them out, has been clarifying for me. I can continue, from the therapist’s point
of view, to test my understanding of my client by making tentative attempts to perceive
his/her inner world. I can recognize that for my client these responses are, at their best,
a clear mirror image of the meanings and perceptions as experienced by the client
which is clarifying and insight-producing.
B I O G R A F I A
D E C A R L
R O G E R S
João Hipólito
Resumo: O presente trabalho traça uma panorâmica da evolução do pensamento de Carl
Rogers, inserindo-a no contexto da sua biografia. Os principais conceitos rogerianos,
nos diferentes campos das ciências humanas, são abordados sucintamente.
Palavras-Chave: Carl Rogers; Terapia Centrada no Cliente; Abordagem Centrada na
Pessoa; Pedagogia Centrada no Aluno; Orientação Não-Directiva
Abstract:This paper presents a overview of the evolution of Carl Rogers thinking,
placing it in the context of his biography. The main rogerian concepts, in the different
fields of humain sciences, are shortly discussed.
Key-Words: Carl Rogers; Client-Centered-Therapy; Person-Centered Approach;
Student Centered Learning; No-Directive Orientation
Princípios e Métodos da Terapia
Familiar Centrada no Cliente
Tradução de Rute Brites
Ned Gaylin
Resumo: A Terapia Familiar Centrada no Cliente reconhece a unidade familiar como
um contexto significativo e importante para o processo de Terapia Centrada no Cliente.
Ao contrário das abordagens sistémicas tradicionais da terapia familiar, na Terapia
Familiar Centrada no Cliente os membros da família são vistos como indivíduos
interagindo e crescendo dentro do complexo rico da família, e não simplesmente como
partes funcionantes do todo. Assim, os clientes são vistos no contexto da família,
interagindo como indivíduos dentro desse contexto: o terapeuta lida com as múltiplas
realidades dos membros da família bem como com a sua experiência partilhada. Como a
Terapia Centrada no Cliente individual, a Terapia Familiar Centrada no Cliente assenta
nos princípios das tendências actualizantes. No entanto,a Terapia Familiar Centrada no
Cliente conceptualiza a tendência auto-actualizante como incorporando a família. Esta
elaboração, subtil mas palpável, do processo de auto-actualização, alarga os métodos de
trabalhar com indivíduos no contexto familiar. Assim, ao mesmo tempo que a Terapia
Familiar Centrada no Cliente assenta sobre as condições nucleares tradicionais,
modifica-as para incluir os processos interaccionais dos membros da família cliente.
Palavras-Chave: Terapia Familiar; Tendência Actualizante Familiar; Reformulação
Abstract: Client-Centered Family Therapy recognizes the family unit as a significant
and meaningful context for the process of Client-Centered Therapy. Unlike traditional
systems approaches to family therapy, in Client-Centered Family Therapy members are
seen as individuals interacting and growing within the rich complex of the family, not
simply as functioning parts of the whole. Thus, clients are seen in the context of the
family and interacted with as individuals within that context: The therapist deals with
the multiple realities of family members as well as their shared experience. Like
individual Client-Centered Therapy, Client-Centered Family Therapy is grounded in
the tenets of the actualizing tendencies. However, Client-Centered Family Therapy
conceptualizes the self-actualizing tendency as incorporating the family. This subtle but
palpable elaboration od the self-actualizing process extends the methods of working
with individuals within the family context. Therefore, while Client-Centered Family
Therapy draws upon the traditional cores conditions, it modifies them to include
interactional processes of client family members.
Key-Words: Family Therapy; Family Actualizing Tendency; Reflection
Terapia Centrada na Pessoa
O Estado da Arte
Peter F. schmid
Resumo: Carl Rogers (1961 a, 163) disse, certa vez: “Hoje em dia, a maioria dos
psicólogos considera-se insultado se for acusado de pensar em termos filosóficos. Não
consigo deixar de me interrogar sobre o significado disto.”
Nesta exposição , vou enunciar resumidamente, e de acordo com o meu ponto de vista,
algumas questões relativas ao estado da arte da profissão de Terapeuta Centrado na
Pessoa ou “Counsellor”, sem pretender ser exaustivo, limitando-me às áreas filosóficas
e antropológicas mais básicas, a algumas partes do puzzle filosófico centrado na pessoa,
pois eu creio que o estado da arte, hoje em dia, nos nossos círculos, significa que é uma
virtude ser-se confrontado com questões e ideias filosóficas sobre o que fazemos.
1
Palavras-Chave: Estado da Arte; Teoria; Crítica
Abstract: Carl Rogers (1961a, 163) once stated: „In these days most psychologists
regard it as an insult if they are accused of thinking philosophical thoughts. I cannot
help but puzzle over the meaning of what I observe.―
In this statement I am going to name some subjects concerning the state of the art of
the profession of a Person–Centered Therapist or Counselor in short from my point of
view — without claiming to be complete of course — and I restrict myself to the more
basic philosophical and anthropological areas, to some parts of the person–centered
philosophical puzzle, because I assume state of the art nowadays in our circles is that it
is a virtue to be encountered with philosophical questions and ideas about what one
does.
2
Key-Words: State of the Art; Theory; Critic
PSICOTERAPIAS HUMANISTAS E EXISTENCIAIS ESTUDO
COMPARATIVO
Helena escoval
Resumo: Para atingir os objectivos que nos propomos, consideramos de vital
importância uma abordagem etimológica de alguns conceitos tais como
Existencialismo, Humanismo e Fenomenologia. Em seguida a Psicologia
Fenomenológica Existencial e os Modelos Humanistico-Existenciais são apresentados
numa perspectiva histórica e filosófica, com uma breve referência às origens dos
Métodos Terapêuticos.
Apresentamos depois uma visão geral da Psicoterapia Rogeriana no que diz respeito à
relação terapêutica e ao papel do terapeuta no processo de crescimento do cliente.
No que se refere às Psicoterapias Existenciais seleccionamos a Logoterapia de Victor
Frankl e a Análise Existencial de Rollo May entre os outros modelos existenciais.
Finalmente tentamos uma análise comparativa dos modelos referidos, salientando as
diferenças entre as Psicoterapias Existenciais e a Terapia Centrada no Cliente.
Palavras-chave:
Existencialismo – Humanismo – Fenomenologia – Relação Terapêutica – Psicoterapias
Existenciais – Terapia Centrada no Cliente.
Abstract: In order to reach the objectives we propose to, we consider of vital
importance an ethimological approach of some concepts such as Existencialism,
Humanism and Phenomenology. Then Existential Phenomenological Psychology and
Humanistic-Existential models are presented in a historical and philosophical
perspective, with a brief reference to the origins of the therapeutic methods.
We present afterwards a general approach of the Rogerian Psychotherapy in what
concerns the therapeutic relationship and the role of the therapeutist in the growing
process of the client.
In what refers to the Existential Psychotherapies we select the Logotherapy of Victor
Frankl and the Existential Analysis of Rollo May among the other existential models.
Finally we try a comparative analysis of the refered models, emphasizing the
similarities and the differences between the Existential Psychotherapies and the Client
Centered Therapy.
Keywords: Existentialism – Humanism – Phenomenology – Therapeutic Relationship –
Existencial Psycotherapies – Client Centered Therapy.
GRUPO E EMPATIA
Afonso H. Lisboa da Fonseca
Resumo: Discutem-se neste artigo certos aspectos característicos do funcionamento
grupal segundo o modelo de facilitação da ACP. Em particular, aspectos das relações do
colectivo grupal com participantes individuais, que são profundamente marcados por
um sentido empaticamente compreensivo e múltiplo. Comenta-se que de uma forma
característica estes modos de funcionamento se configuram como uma articulação da
intervenção de uma multiplicidade de participantes polarizada pela expressão da
actualidade vivencial de um participante individual. Entendemos ser esta uma
característica básica dos grupos facilitados segundo o modelo de facilitação da
Abordagem Centrada na Pessoa - ACP.
Palavras-Chave: Grupo, empatia, empatia grupal, auto-regulação, ACP.
Abstract
In this article we discuss some aspects of the group process of groups facilitated
accordingly the model of facilitation of the PCA. Particularly aspects of the relationship
of the group as a colective with individual participants which are deeply marked by a
multiple comprehensive empathic meaning. We comment that these grupal ways of
functioning are configurated as the articulation of the intervention of a multiplicity of
participants polarized by the expression of the actual experience of an individual
participant. We understand that this is a basic characteristic of groups facilitated
accordingly the group facilitation model of the PCA.
Key-Words: Group, empathy, group empathy, self-regulation, PCA.
UMA ABORDAGEM SOBRE A RELAÇÃO DE AJUDA
Odete Nunes
Resumo: Pretendemos neste artigo apresentar uma reflexão sobre a concepção do termo
relação de ajuda, quer quando é utilizado na prática da vida quotidiana quer no sentido
mais específico da prática profissional.
São salientados algumas das ideias de Carl Rogers na forma como perspectiva a pessoa
e o impacto destas nas especificidades que introduz numa abordagem da relação de
ajuda centrada na pessoa.
Por último apresentamos as diferenças que consideramos relevantes entre dois dos
quadros de relação de ajuda, nomeadamente a psicoterapia e o counselling.
Palavras-Chave: Relação – Comunicação – Relação de ajuda – Não-directividade –
Psicoterapia - Counselling
Abstract: At the present article we aim at presenting a reflection on the Help
Relationship concept whether it is used in the daily life practice or, more specifically, in
professional performance.
Some of Carl Rogers’s views in the way he looks at the person are outstanding as well
as their impact on yhe specifications which he introduces in the help relationship on
person centered approach.
Lastly we’ll present the differences that we consider relevant between two sets of help
relationship, namely the psychotherapy and the counselling.
Key-Words: Relationship – Communication – Help relationship – Non-directivity –
Psychotherapy – Counselling.

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