mareen Ohara
Transcrição
A Pessoa como Centro Revista de Estudos Rogerianos Primavera – Maio 1999 Nº 3 Editorial Odete Nunes Apresentação dos Autores Reformulação de Sentimentos - Reflections of Feelings Carl Rogers Biografia de Carl Rogers João Hipólito Princípios e Métodos da Terapia Familiar Centrada no Cliente Ned Gaylin Terapia Centrada na Pessoa – O Estado da Arte Peter Schmid Psicoterapias Humanistas e Existenciais Helena Escoval Grupo e Empatia Afonso H. Lisboa Fonseca Uma Abordagem da Relação de Ajuda Odete Nunes Notas de Leitura Notícias Documentos - Documents Programa de Formação APPCPC - Training Program of PAPCPC Código Deontológico da APPCPC - Deontological Code of PAPCPC Congressos e Conferências EDITORIAL Gostaria de chamar a atenção dos leitores para o facto de neste número termos o privilégio de incluir um artigo original de C. Rogers, no qual o autor tenta precisar o que entende por reformulação e qual o seu objectivo fundamental. As ideias de C. Rogers no âmbito da psicologia e da psicoterapia começaram a ter impacto no final do primeiro terço do nosso século, essencialmente pela forma como conceptualizou o ser humano e, como a partir de um percurso de pesquisa, sistematizou um conjunto de factores que considerou favoráveis ou desfavoráveis ao desenvolvimento da pessoa. Considerado por muitos como um dos expoentes máximos da corrente humanista da Psicologia, C. Rogers contestou uma abordagem psicológica robotizada da pessoa e enfatizou a valorização e o respeito que deve ser dado à singularidade como cada uma vivencia a sua experiência. Assim, a compreensão da pessoa não pode ser feita a partir da análise de elementos ou funções, explicada através de noções químicas, físicas ou neurológicas, mas sim, percepcionada e compreendida como uma totalidade interactiva que tem uma especificidade genética e uma história própria, construída segundo a integração de um referencial de valores e assente na qualidade e diversidade de experiências vivenciadas num dado contexto socio-cultural. A subjectividade vai assim surgindo, evidenciando-se a originalidade como cada pessoa está-no-mundo. Embora já no final do século, as ideias de C. Rogers continuam a ter actualidade. É, pois, de toda a evidência que cada vez mais o ser humano, ao sentir-se vítima da alienação resultante da escalada da evolução tecnológica, manifesta vivamente a necessidade de ser respeitado nas suas diferenças, na sua originalidade, nas suas ideias e nos seus sentimentos, isto é, de ser considerado como um ser único. Neste número apresentamos uma biografia detalhada de C. Rogers que nos permite conhecer as diferentes influências que contribuíram na organização da sua teoria e compreender, também, o seu percurso pessoal e profissional (João Hipólito); uma reflexão sobre o trabalho com grupos (Ned Gaylin e Afonso da Fonseca); o estado da arte da terapia rogeriana (Peter Schmit); uma perspectiva sobre duas correntes da psicologia (Helena Escoval); uma abordagem sobre a relação de ajuda (Odete Nunes). Uma das actividades da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling tem como objectivo a formação ministrada a diferentes níveis. A equipa da Revista considerou pertinente, como forma de dar a conhecer aos interessados, incluir neste número as normas de formação, assim como, publicar um anúncio sobre algumas das indicações para o próximo curso que possibilita três níveis: monitor de relação de ajuda, counsellor ou psicoterapeuta. Termino agradecendo aos autores, a toda a equipa da Revista e a todos os que deram o seu contributo para a realização deste número. Apresentação dos Autores João Hipólito É Doutorado em Medicina. Psiquiatra e Psicoterapeuta Centrado no Cliente. Presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling. É Professor Catedrático da Universidade Independente (Lisboa) e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (Lisboa) é Director do Curso de Pós-Graduação em Relação de Ajuda. Psicoterapeuta Formador. Ned Gaylin Professor de Estudos Familiares na Universidade de Maryland (E:U:A:), onde é Director do Programa de Educação Clínica e Formação em Terapia de Casal e Familiar Peter Schmid Teólogo praticante e psicólogo pastoral, Professor Associado da Universidade de Graz, trabalha como psicoterapeuta e formador centrado na pessoa no “Institute for Person-Centered Studies” (IPS) do “Arbeitsgemeinschaft Personenzentrierte Psychotherapie, Gesprächsführung und Supervision” (APG), em Viena, é membro da “Person-Centered Association” (PCA) na Áustria, membro honorário da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e de Counselling (APPCPC) e membro do Conselho Científico da Revista Portuguesa “A Pessoa Como Centro: Revista de Estudos Rogerianos”. Helena Escoval Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, lecciona as disciplinas de Português e Inglês na Escola E.B. 2,3 de Alcabideche. Encontra-se presentemente a finalizar uma Pós-Graduação em Relação de Ajuda no Instituto Superior de Psicologia Aplicada. É Professora Formadora. Afonso H. Lisboa Fonseca Afonso Henrique Lisboa da Fonseca é psicólogo, psicoterapeuta e facilitador de grupos. Foi aluno de Carl Rogers no Center of Studies of the Person, de La Jolla, Califórnia, em 1979. Actualmente, é professor em Programas de Formação em Psicologia e Psicoterapia Fenomenológico-Existencial, em especial Abordagem Centrada na Pessoa e Gestalterapia, no Brasil. É Autor de inúmeros artigos e livros de Psicologia e Psicoterapia Fenomenológico-Existencial, publicados em revistas brasileiras e de outros países, entre os quais se destaca a sua participação, juntamente com Carl R. Rogers, John K. Wood e Maureen M. O’Hara, na obra «Em Busca de Vida. Da Terapia Centrada no Cliente à Abordagem Centrada na Pessoa», de 1983. Odete Nunes Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada e doutoranda em Psicologia Social na Universidade de Toulouse. Psicoterapeuta Centrada no Cliente. VicePresidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e de Counselling. Assistente no Instituto Superior de Psicologia Aplicada leccionando no Curso de Pós-Graduação em Relação de Ajuda e Assistente na Universidade Independente no Curso de Psicologia. Psicoterapeuta Formadora. Carl Rogers REFORMULAÇÃO DE SENTIMENTOS REFLECTIONS OF FEELINGS Tradução de Rute Brites Reformulação, termo usado para descrever um certo tipo de resposta do terapeuta e pelo qual sou, em parte, responsável. No entanto, ao longo dos anos comecei a sentir algum descontentamento relativamente a essa opção. Principalmente, porque a “reformulação de sentimentos” foi frequentemente ensinada como uma técnica e, por vezes, como uma técnica muito rígida. Tendo por base as expressões escritas do cliente, espera-se que se aprenda a elaborar uma reformulação de sentimento “correcta” - ou ainda pior, a seleccionar a resposta “correcta” a partir de uma listagem de escolhamúltipla. Esta forma de aprendizagem tem muito pouco a ver com uma relação terapêutica eficaz. Por isso, tornei-me cada vez mais alérgico ao uso deste termo. Por outro lado, sei que muitas das minhas respostas, numa entrevista - como é evidente em exemplos publicados - parecem ser “reformulações de sentimentos”. Interiormente, discordo. Decididamente, eu não pretendo fazer “reformulação de sentimentos”. Depois, recebo uma carta do meu amigo e antigo colega, Dr. John Shlien, de Harvard, o que torna o meu dilema ainda mais complicado. Ele escreve-me: “A reformulação” está injustamente condenada. Foi muito bem criticada, quando explicaste o ridículo inexpressivo em que ela poderia tornar-se, nas mãos de pessoas insensíveis, e foi muito bonito o que escreveste sobre isso. No entanto, esqueceste o outro aspecto. É um instrumento de virtuosidade artística nas mãos de um ouvinte sincero, inteligente e empático. Tornou possível o desenvolvimento da terapia centrada no cliente, num momento em que a filosofia não o podia ter feito sozinha. A desacreditação, não merecida, da técnica conduz a alternativas pouco consistentes em nome da “congruência”. Interrogando-me sobre esta questão, cheguei a duas formas de compreensão. Do meu ponto de vista, como terapeuta, eu não tento fazer “reformulação de sentimentos”. Eu tento saber se está correcta a minha compreensão do mundo interior do cliente - se eu estou a entender esse mundo exactamente como ele, ou ela, o está a experienciar naquele momento. Cada uma das minhas respostas contém uma pergunta não declarada, “É isso que se passa dentro de si? Será que cheguei à compreensão exacta da cor, da textura e do gosto daquilo que experiencia neste momento? Se não, gostava de ver, em paralelo, a minha compreensão e a sua”. Por outro lado, sei que, do ponto de vista do cliente, nós exibimos um espelho de toda a sua experienciação. Os sentimentos e os significados pessoais parecem muito mais nítidos quando reflectidos e vistos através dos olhos de outra pessoa. Por isso, sugiro que estas respostas do terapeuta não sejam designadas por “Reformulações de Sentimentos”, mas sim, “Testagem de Compreensões” ou “Confirmação de Percepções”. Creio que estas expressões são mais rigorosas e mais úteis na formação dos terapeutas, constituindo uma forte motivação para as respostas, uma interrogação mais do que um desejo de “reformular”. No entanto, ao compreender a experienciação do cliente, nós temos consciência de que tais respostas funcionam de facto como um espelho. Isto é maravilhosamente expresso por Sylvia Slack (1985, págs. 41-42) quando ela fala das suas reacções numa sessão de terapia realizada frente a uma grande audiência e gravada em vídeo. “Visionar as gravações, ajudou-me a ter uma ideia mais clara do processo de “counselling”. Era como se o Dr. Rogers fosse um espelho mágico. As imagens por mim enviadas, em direcção ao espelho, faziam parte do processo. Eu olhava para o espelho para conseguir um vislumbre da minha realidade. Se eu tivesse tomado consciência de que o espelho era afectado pelas imagens recebidas, o reflexo teria parecido distorcido e não muito verdadeiro. Embora eu tivesse a consciência de que enviava imagens, a natureza destas não era verdadeiramente discernível até ao momento em que elas eram reflectidas e clarificadas pelo espelho. Era grande a curiosidade sobre as imagens e sobre o que elas revelevam sobre mim. Esta experiência deu-me a oportunidade de ter uma ideia de mim própria, a qual era inatingível através das percepções dos observadores externos. Este conhecimento interior de mim própria permitiu-me fazer opções mais adequadas à pessoa que vive dentro de mim.” Tal como Sylvia Slack aqui dá a entender e, posteriormente, desenvolve, é importante que a compreensão do terapeuta seja correcta, de uma forma sensível, de modo que a imagem do espelho seja clara e não distorcida. Isto significa pôr de parte os nossos próprios juízos e valores a fim de atingir com delicado rigor o significado exacto que o cliente experiencia no momento. Reflectir e escrever sobre isto foi muito esclarecedor para mim. Do ponto de vista do terapeuta, eu posso continuar a testar a minha compreensão do meu cliente, através da experimentação, compreender o seu mundo interior. Reconheço que para o meu cliente estas respostas são, naquilo que elas têm de melhor, uma clara imagem de espelho, imagem dos significados e percepções tal como experienciadas pelo cliente que está a explicitar e a produzir conhecimento interior. Although I am partially responsible for the use of this term to describe a certain type of therapist response, I have, over the years, become very unhappy with it. A major reason is that ―reflection of feelings‖ has not infrequently been taught as a technique, and sometimes a very wooden technique at that. On the basis of written Client expressions, the learner is expected to concoct a ―correct‖ reflection of feeling — or even worse, to select the ―correct‖ response from a multiple-choice list. Such training has very little to do with an effective therapeutic relationship. So I have become more and more allergic to the use of the term. At the same time I know that many of my responses in an interview — as is evident from published examples — would seem to be ―reflections of feelings.‖ Inwardly I object. I am definitely not trying to ―reflect feelings.‖ Then I receive a letter from my friend and former colleague, Dr. John Shlien of Harvard, which still further complicates my dilemma, He writes: ―Reflection‖ is unfairly damned. It was rightly criticized when you described the wooden mockery it could become in the hands of insensitive people, and you wrote beautifully on that point. But you neglected the other side. It is an instrument of artistic virtuosity in the hands of a sincere, intelligent, empathic listener. It made possible the development of client-centered therapy, when the philosophy alone could not have. Undeserved denigration of the technique leads to fatuous alternatives in the name of ―congruence.‖ Puzzling over this matter, I have come to a double insight. From my point of view as therapist, I am not trying to ―reflect feelings.‖ I am trying to determine whether my understanding of the Client’s inner world is correct—whether I am seeing it as he/she is experiencing it at this moment. Each response of mine contains the unspoken question, ―Is this the way it is in you? Am I catching just the color and texture and flavor of the personal meaning you are experiencing right now? If not, I wish to bring my perception in line with yours.‖ On the other hand, I know that from the client’s point of view we are holding up a mirror of his/her current experiencing. The feelings and personal meanings seem sharper when seen through the eyes of another, when they are reflected. So I suggest that these therapist responses be labeled not ―Reflections of Feeling, but ―Testing Understandings, or ―Checking Perceptions.‖ Such terms would, I believe, be more accurate and would be helpful in the training of therapists, by supplying a sound motivation in responding, a questioning, rather than a desire to ―reflect.‖ But in understanding the client’s experience, we can realize that such responses do serve as a mirror. This is beautifully expressed by Sylvia Slack (1985, pp.41-42) as she tells of her reactions in a therapy interview held in front of a large audience, and video-taped. ―Watching the tapes helped me to visualize the counseling process more clearly. It was like Dr. Rogers was a magical mirror. The process involved my sending rays toward that mirror. I looked into the mirror to get a glimpse of the reality that I am. If I had sensed the mirror was affected by the rays being received, the reflection would have seemed distorted and not to be trusted. Although I was aware of sending rays, their nature was not truly discernible until they were reflected and clarified by the mirror. There was a curiosity about the rays and what they revealed about me. This experience allowed me an opportunity to get a view of myself that was untainted by the perceptions of outside viewers. This inner knowledge of myself enabled me to make choices more suited to the person who lives within me.‖ As she hints here, and goes on to elaborate, it is important that the therapist’s understanding be so sensitively correct that the mirror image is clear and undistorted. This means laying aside our own judgments and values in order to grasp, with delicate accuracy, the exact meaning the client is experiencing. Thinking these toughest and writing them out, has been clarifying for me. I can continue, from the therapist’s point of view, to test my understanding of my client by making tentative attempts to perceive his/her inner world. I can recognize that for my client these responses are, at their best, a clear mirror image of the meanings and perceptions as experienced by the client which is clarifying and insight-producing. B I O G R A F I A D E C A R L R O G E R S João Hipólito Resumo: O presente trabalho traça uma panorâmica da evolução do pensamento de Carl Rogers, inserindo-a no contexto da sua biografia. Os principais conceitos rogerianos, nos diferentes campos das ciências humanas, são abordados sucintamente. Palavras-Chave: Carl Rogers; Terapia Centrada no Cliente; Abordagem Centrada na Pessoa; Pedagogia Centrada no Aluno; Orientação Não-Directiva Abstract:This paper presents a overview of the evolution of Carl Rogers thinking, placing it in the context of his biography. The main rogerian concepts, in the different fields of humain sciences, are shortly discussed. Key-Words: Carl Rogers; Client-Centered-Therapy; Person-Centered Approach; Student Centered Learning; No-Directive Orientation Princípios e Métodos da Terapia Familiar Centrada no Cliente Tradução de Rute Brites Ned Gaylin Resumo: A Terapia Familiar Centrada no Cliente reconhece a unidade familiar como um contexto significativo e importante para o processo de Terapia Centrada no Cliente. Ao contrário das abordagens sistémicas tradicionais da terapia familiar, na Terapia Familiar Centrada no Cliente os membros da família são vistos como indivíduos interagindo e crescendo dentro do complexo rico da família, e não simplesmente como partes funcionantes do todo. Assim, os clientes são vistos no contexto da família, interagindo como indivíduos dentro desse contexto: o terapeuta lida com as múltiplas realidades dos membros da família bem como com a sua experiência partilhada. Como a Terapia Centrada no Cliente individual, a Terapia Familiar Centrada no Cliente assenta nos princípios das tendências actualizantes. No entanto,a Terapia Familiar Centrada no Cliente conceptualiza a tendência auto-actualizante como incorporando a família. Esta elaboração, subtil mas palpável, do processo de auto-actualização, alarga os métodos de trabalhar com indivíduos no contexto familiar. Assim, ao mesmo tempo que a Terapia Familiar Centrada no Cliente assenta sobre as condições nucleares tradicionais, modifica-as para incluir os processos interaccionais dos membros da família cliente. Palavras-Chave: Terapia Familiar; Tendência Actualizante Familiar; Reformulação Abstract: Client-Centered Family Therapy recognizes the family unit as a significant and meaningful context for the process of Client-Centered Therapy. Unlike traditional systems approaches to family therapy, in Client-Centered Family Therapy members are seen as individuals interacting and growing within the rich complex of the family, not simply as functioning parts of the whole. Thus, clients are seen in the context of the family and interacted with as individuals within that context: The therapist deals with the multiple realities of family members as well as their shared experience. Like individual Client-Centered Therapy, Client-Centered Family Therapy is grounded in the tenets of the actualizing tendencies. However, Client-Centered Family Therapy conceptualizes the self-actualizing tendency as incorporating the family. This subtle but palpable elaboration od the self-actualizing process extends the methods of working with individuals within the family context. Therefore, while Client-Centered Family Therapy draws upon the traditional cores conditions, it modifies them to include interactional processes of client family members. Key-Words: Family Therapy; Family Actualizing Tendency; Reflection Terapia Centrada na Pessoa O Estado da Arte Peter F. schmid Resumo: Carl Rogers (1961 a, 163) disse, certa vez: “Hoje em dia, a maioria dos psicólogos considera-se insultado se for acusado de pensar em termos filosóficos. Não consigo deixar de me interrogar sobre o significado disto.” Nesta exposição , vou enunciar resumidamente, e de acordo com o meu ponto de vista, algumas questões relativas ao estado da arte da profissão de Terapeuta Centrado na Pessoa ou “Counsellor”, sem pretender ser exaustivo, limitando-me às áreas filosóficas e antropológicas mais básicas, a algumas partes do puzzle filosófico centrado na pessoa, pois eu creio que o estado da arte, hoje em dia, nos nossos círculos, significa que é uma virtude ser-se confrontado com questões e ideias filosóficas sobre o que fazemos. 1 Palavras-Chave: Estado da Arte; Teoria; Crítica Abstract: Carl Rogers (1961a, 163) once stated: „In these days most psychologists regard it as an insult if they are accused of thinking philosophical thoughts. I cannot help but puzzle over the meaning of what I observe.― In this statement I am going to name some subjects concerning the state of the art of the profession of a Person–Centered Therapist or Counselor in short from my point of view — without claiming to be complete of course — and I restrict myself to the more basic philosophical and anthropological areas, to some parts of the person–centered philosophical puzzle, because I assume state of the art nowadays in our circles is that it is a virtue to be encountered with philosophical questions and ideas about what one does. 2 Key-Words: State of the Art; Theory; Critic PSICOTERAPIAS HUMANISTAS E EXISTENCIAIS ESTUDO COMPARATIVO Helena escoval Resumo: Para atingir os objectivos que nos propomos, consideramos de vital importância uma abordagem etimológica de alguns conceitos tais como Existencialismo, Humanismo e Fenomenologia. Em seguida a Psicologia Fenomenológica Existencial e os Modelos Humanistico-Existenciais são apresentados numa perspectiva histórica e filosófica, com uma breve referência às origens dos Métodos Terapêuticos. Apresentamos depois uma visão geral da Psicoterapia Rogeriana no que diz respeito à relação terapêutica e ao papel do terapeuta no processo de crescimento do cliente. No que se refere às Psicoterapias Existenciais seleccionamos a Logoterapia de Victor Frankl e a Análise Existencial de Rollo May entre os outros modelos existenciais. Finalmente tentamos uma análise comparativa dos modelos referidos, salientando as diferenças entre as Psicoterapias Existenciais e a Terapia Centrada no Cliente. Palavras-chave: Existencialismo – Humanismo – Fenomenologia – Relação Terapêutica – Psicoterapias Existenciais – Terapia Centrada no Cliente. Abstract: In order to reach the objectives we propose to, we consider of vital importance an ethimological approach of some concepts such as Existencialism, Humanism and Phenomenology. Then Existential Phenomenological Psychology and Humanistic-Existential models are presented in a historical and philosophical perspective, with a brief reference to the origins of the therapeutic methods. We present afterwards a general approach of the Rogerian Psychotherapy in what concerns the therapeutic relationship and the role of the therapeutist in the growing process of the client. In what refers to the Existential Psychotherapies we select the Logotherapy of Victor Frankl and the Existential Analysis of Rollo May among the other existential models. Finally we try a comparative analysis of the refered models, emphasizing the similarities and the differences between the Existential Psychotherapies and the Client Centered Therapy. Keywords: Existentialism – Humanism – Phenomenology – Therapeutic Relationship – Existencial Psycotherapies – Client Centered Therapy. GRUPO E EMPATIA Afonso H. Lisboa da Fonseca Resumo: Discutem-se neste artigo certos aspectos característicos do funcionamento grupal segundo o modelo de facilitação da ACP. Em particular, aspectos das relações do colectivo grupal com participantes individuais, que são profundamente marcados por um sentido empaticamente compreensivo e múltiplo. Comenta-se que de uma forma característica estes modos de funcionamento se configuram como uma articulação da intervenção de uma multiplicidade de participantes polarizada pela expressão da actualidade vivencial de um participante individual. Entendemos ser esta uma característica básica dos grupos facilitados segundo o modelo de facilitação da Abordagem Centrada na Pessoa - ACP. Palavras-Chave: Grupo, empatia, empatia grupal, auto-regulação, ACP. Abstract In this article we discuss some aspects of the group process of groups facilitated accordingly the model of facilitation of the PCA. Particularly aspects of the relationship of the group as a colective with individual participants which are deeply marked by a multiple comprehensive empathic meaning. We comment that these grupal ways of functioning are configurated as the articulation of the intervention of a multiplicity of participants polarized by the expression of the actual experience of an individual participant. We understand that this is a basic characteristic of groups facilitated accordingly the group facilitation model of the PCA. Key-Words: Group, empathy, group empathy, self-regulation, PCA. UMA ABORDAGEM SOBRE A RELAÇÃO DE AJUDA Odete Nunes Resumo: Pretendemos neste artigo apresentar uma reflexão sobre a concepção do termo relação de ajuda, quer quando é utilizado na prática da vida quotidiana quer no sentido mais específico da prática profissional. São salientados algumas das ideias de Carl Rogers na forma como perspectiva a pessoa e o impacto destas nas especificidades que introduz numa abordagem da relação de ajuda centrada na pessoa. Por último apresentamos as diferenças que consideramos relevantes entre dois dos quadros de relação de ajuda, nomeadamente a psicoterapia e o counselling. Palavras-Chave: Relação – Comunicação – Relação de ajuda – Não-directividade – Psicoterapia - Counselling Abstract: At the present article we aim at presenting a reflection on the Help Relationship concept whether it is used in the daily life practice or, more specifically, in professional performance. Some of Carl Rogers’s views in the way he looks at the person are outstanding as well as their impact on yhe specifications which he introduces in the help relationship on person centered approach. Lastly we’ll present the differences that we consider relevant between two sets of help relationship, namely the psychotherapy and the counselling. Key-Words: Relationship – Communication – Help relationship – Non-directivity – Psychotherapy – Counselling.
Documentos relacionados
A Pessoa como Centro
Professor “Emeritus” na Universidade de Georgia, onde as suas funções incluíam a Direcção do Departamento de Counselling e Desenvolvimento Humano, a Direcção do programa de Counselling de Reabilita...
Leia maisRogers video.ca
Resumo: A empatia centrada no cliente não pretende descriminar os sentimentos do cliente fora da matriz comunicacional e auto-expressiva do cliente. A experiência do terapeuta de compreensão empáti...
Leia maisA questão do diagnóstico na psicoterapia centrada no cliente
de uma referência externa, contrariando o princípio de tomar como critério o campo de experiências do cliente (e não o do terapeuta). Portanto, nem o modelo médico nem o modelo psicométrico estavam...
Leia maiscentro counsiling
It presents specification in the theological-spiritual area. In the first place an anthropological aspect, then an eschatological aspect and finally a relational aspect, which makes it different f...
Leia maisInstrumento de Avaliação de resultados em
explanations for this general finding of no difference in the outcome of therapy is that different outcomes do occur but are not detected by current research strategies. Therefore, given the import...
Leia mais