3 - gbecam

Transcrição

3 - gbecam
REVISTA
GBECAM
"OP***ŔO¶NFSP
vTFNFTUSF
Panorama Confira os principais
destaques da 7a Conferência Brasileira de
Câncer de Mama
Mais GBECAM Uma atualização
sobre as atividades e as novidades
do GBECAM
Ponto de vista Artigos de autores
brasileiros em instituições nacionais na
literatura do câncer de mama
Pesquisa clínica Artigos de autores
brasileiros em instituições nacionais na
literatura do câncer de mama
Diálogo Pesquisa sobre produção
científica e endpoints em câncer
de mama
Dica de livro Tudo o que você sempre
quis saber sobre o câncer de mama
6
14761 Rev GBECAM 6.indd 1
21/04/2013 19:46:07
conexões
C
M
Y
CM
MY
Quando a ciência e a paixão se conectam,
a inovação acontece.
CY
MY
K
A conexão com pessoas dentro e fora da of Novartis
nos permite explorar o desenvolvimento de
biomarcadores e terapias personalizadas. Estas
conexões aceleram o desenvolvimento de
medicamentos com potencial para beneficiar um
maior número de pacientes. Juntos, nós descobrimos
medicamentos inovadores que transformam a maneira
como as pessoas vivem com câncer e outras doenças raras.
Produzido em Jan/13
Conecte-­se conosco
[email protected]
0800 888 3003 (ramal 3)
www.responde.novartis.com.br
14761 Rev GBECAM 6.indd 2
21/04/2013 19:46:08
Tempo
de aprender
Editorial
A evidência
nossa de cada dia
E
N
H
m
mama.
Sabemos
quede não
é tarefa
simples
os um
dias modelo
1o e 2
suís
tica de
pacientes
câncer
de mama
em
de
bademedicina
março sedia28
instituições
de saúde,
e privadas,
em
diante
do dinamismo
da públicas
especialidade,
no Brasil
encontro em Gramado, sintonizados
á controvérsias
seadoemem
mos
SãoevidênPaulo
onze
estados do País, que incluiu 4.912 paciene no mundo.
com a missão de traduzir os novos
sobre diferentes
cias, continuamos
(Auditório
Moisea
tes que foram
diagnosticadas
doisabordaperíoedição,
trazemos
as em
novas
conhecimentos
e incorporá-los
perabordagens relacio- Nesta
alimentar
grandes
Safra,
Hospital
Aldos,
2001
(45%)
e
2006
(55%).
E
a
Dra.
Maria
Del
em câncer àde prática
mama naclínica
visão
manentemente
nadas ao câncer gens
de cirúrgicas
dúvidas
e a aprobert
Einstein)
7ª
Pilar Estevez Diz, que é coordenadora médica
de Monica
Morrow, do Memorial Sloan-Kettecotidiana.
mama, desde o manejo da doença
mover debates
acalorados,
que de
apontam
Conferência
Brasileira
de Câncer
Mama, falta
um
de Oncologia Clínica e diretora médica do Instiabordamos
tamavançada até o papel preditivoring
e CancerNesta
Center,edição,
que dispensa
maiores aprede consenso
tornoo mais
de muitas
questões
evento
que seem
tornou
importante
da
tuto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp),
bém
panorama
do câncer
de
prognóstico da linfadenectomia. sentações.
Na
Emotempos
de tentativa
de alguma
importantes.
E país.
é exatamente essa pluralidade
área
em nosso
apresentou o Comitê Estadual de Referência em
mama
no
Brasil,
com
destaque
para
cirurgia oncológica, consolidam-se
seletividade terapêutica, Karen Gelmon nos
queFoi fortalece
prática
cotidiana.
uma honranossa
contar com
a presença
de
Oncologia do Estado de São Paulo, que visa a
impacto damolecular
incorporação
do trasas evidências em favor da mastectofalou dao classificação
câncer
de
Aprendemosilustres
uns com
os outros,
mediadosViale,
pelo
palestrantes
como
o Dr. Giuseppe
promoção
e proteção da saúde,nodiagnóstico
tuzumabe,
a
primeira
mia com preservação do complexo
droga-alvo
na
mama,
enquanto
especialistas
da
expressão
de
mundo, como
há tempos
nos ensinou
Paulo
professor
de Patologia
da Universidade
de Milão,
precoce, cuidados paliativos e assistência aos
mamiloareolar, mas a técnica conesfera do Sistema Único de Saúde, e
Ana Maria com
Angulo
e José
ajudaram
defensorBuchholz,
incansável
da velha ideiada
deUnique
oFreire,
Dr. Thomas
radioterapeuta
pacientes
câncer
deBarreto
mama.nos
Acompanhe
tinua provocando debates acaloa aquisição de 80 novos aceleradoé mesmo do
a união
fortalece.
a entender
papel
daPanorama
mTOR e suas fronteiras
versidade
Texas,que
MDnos
Anderson
Cancer Cenos
highlightsona
seção
rados. Entre os radioterapeutas, a dis-
res lineares para os serviços públicos
ter, em
Houston,
a Dra. Kelly
Hunt, na
cirurgiã
de
Outro ponto
da Conferência
foi brinda
a CeDe mais
esse encontro,
o sexto
trajetória
promissoras.
Joséalto
Bines,
do Inca, nos
cussão em torno da radioterapia pardo país.
mama
desta mesma
instituição,
e que
o Dr.positivo,
Fabrice
rimônia
de Premiação
da segunda
ediçãoartido
do GBECAM,
fica
o
saldo
mais
com
a
compilação
e
a
análise
dos
últimos
A revista institucional do GBECAM
cial acelerada, a radioterapia hipofraAndre,
professor-associado
do
Departamento
Prêmio
Roche em
Câncer
de Mama. nesse
Neste perano
com a certeza
de
que
esses
dois
dias
de
intengos
brasileiros,
sempre
bem-vindas
também traz neste número a particicionada e a irradiação convencional
de
Oncologia
Médica,
Institut
Gustave-Roussy,
foram
selecionados
13 trabalhos finalistas dos
so debate
nosde
fazem
mais
diligentes
em tema
manente
esforço
atualização.
pação
dededezenas
de especialistas
todaainda
a mama
não
é o único
Villejuif, França. Sem falar dos não menos imquais quatro saíram vencedores. Agradecemos a
nossa prática a
médica.
pela frente
desafios,
expres-o
nacionais
quegrandes
ajudam
a difundir
dividir a opinião dos especialistas. Temos
portantes colegas brasileiros Dr. José
Bines, Dr.
todos os participantes e parabenizamos os que
da artedonacâncer
prevenção,
diagEsses
e muitos
outros debates
Tivemos nessa
excelente
6a Conferência
sos pelaestado
alta incidência
de mama
no
Pedro Liedke, Dra. Maria Del Pilar, Dr. Everardo
receberam o prêmio.
nóstico
tratamento
do avançados.
câncer de
aqueceram
a programação
da 7ª ediBrasileira de Câncer
de Mama
– Enfoque San
Brasil, muitos
dosecasos
em estádios
Saad, Dr. Antonio Frasson, Dr. Carlos Barrios e
Em 2013 nós completamos oito anos de
debatendo
os principais
do Câncerde
decontribuir
Mama –para
Gramado,
Antonio 2011 ção
a oportunidade
Mudar mama,
esse panorama
é também
missão esde
Dra. Cláudia Vasconcellos (que trabalhou arduaexistência como Grupo Brasileiro de Estudos
tudos
e
os
mais
recentes
avanços
da
em
mais
um
encontro
repleto
de
a
atualização
de
nossos
profissionais,
partilhantodos
nós,
comprometidos
em
aprender
semmente na organização deste evento).
do Câncer de Mama (GBECAM), com inúmeros
especialidade
controvérsias.
O
que
se
extrai
dessa
no
Brasil
e
no
mundo.
do aNeste
experiência
alguns dos mais
importantes
pre – e cada
vez frente.
melhor!
ano asde
apresentações
foram
estrutudesafios
à nossa
Eu não vou me deter a
experiência reforça o compromisso
nomes
da
oncologia
internacional.
Especialistas
Com
mais
este
revista GBECAM,
radas em cinco sessões, que enfocaram o cântudo o que foi feitonúmero
no anoda
passado
e ao que
com a atualização médica e amplia
Boa leitura
brasileiros
de triplo
diferentes
áreasa também
tiveram
publicação institucional
do Grupo
Brasileiro
de
cer
de mama
negativo,
terapia endócripretendemos
fazer a partir
de agora,
mas as-
a crença na pesquisa translacional
na,
a doença
HER2, o tratamento
neoadjuvante,
seguro
nossodeixamos
compromisso
papel
de protagonismo,
revelando
nossa qualiEstudosque
do manteremos
Câncer de Mama,
aqui
para fortalecer a aquisição de eviodade
papel
patologista,
ocom
enfoque
do cirurgião,
a
com
o estudo
e comcontribuição.
a inovação, sempre com
e ado
visão
alinhada
o
trabalho
multidisum
pouco
da
nossa
dências.
Sergio D. Simon
radioterapia
a doença
metastática.
ética e responsabilidade.
ciplinar, queecada
vez mais
faz toda aodiferença
Aqui,
trazemos
saldo dessa
Editor clínico
Além das apresentações
habituais, tivemos
na abordagem
do câncer de mama.
programação
científica, com a pro- A todos, uma boa leitura!
discussões de casos, momentos que promovem
Aliás, trazer
novidades
sido nossa
posta
de reunirtem
o melhor
de mais um Desejo a todos uma boa leitura.
uma importante interação com os presentes, e
marca registrada. Não é de hoje que o GBECAM
duas aulas especiais. Dr. Pedro Liedke expôs os
está comprometido com a excelência e se
Sergio D. Simon
desfechos preliminares do Projeto AMAZONA,
mantém atento às últimas pesquisas científicas
Sergioclínico
D. Simon
um amplo levantamento retrospectivo de caEditor
e aos avanços no panorama do câncer de
Editor clínico
GBECAM - Grupo Brasileiro
de
Estudos- do
Câncer
de Mama
GBECAM
Grupo
Brasileiro
Tel.:
(11) 2679-6093
de Estudos
do Câncer de Mama
E-mail:
Tel.: (11)[email protected]
2679-6093
Site:
www.gbecam.org.br
E-mail:
[email protected]
Site: www.gbecam.org.br
Conselho editorial
Conselho editorial
Sergio D. Simon
Editor
clínico
D. Simon
Sergio
Editor clínico
José Bines
Diretor
científico
José Bines
Diretor científico
Carlos Barrios
Diretor
deBarrios
relações internacionais
Carlos
Diretor de relações internacionais
Cláudia Vasconcelos
Coordenadora
executiva
Cláudia Vasconcelos
Coordenadora executiva
>> SUMÁRIO
>> SUMÁRIO
SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
de Mama –Confira
Gramado
no47 Câncer
Panorama
Confira
ospasso
prino
cipais
destaques
da 7a Conferência
Brasileira
a passo
a 6a Conferência
Brasileira
de
Câncer
de
Mama
Câncer de Mama – Enfoque
17de
Ponto
de vista Uma seleção e
San Antonio
análise dos principais estudos de câncer
mamaGBECAM
no mundo Uma atuali16deMais
zação
sobre asde
atividades
e as novi12 Ponto
vista Uma
seledades
do
GBECAM
ção e análise dos principais estudos
27
Pesquisa clínica Artigos de
de câncer de mama no mundo
autores brasileiros em instituições
nacionais
na literatura
do Uma
câncer
de
18 Ponto
de vista
seleção
análise dosclínica
principais
estudos
mama
19 ePesquisa
Artigos
de
de
câncerbrasileiros
de mama em
no mundo
autores
instituições
nacionais na literatura do câncer de
30
Mais GBECAM Uma atualizamama
26
Pesquisa
clínica
Artigos
ção
sobre
as atividades
e as novidades
de
autores
brasileiros
em
insti
tuido GBECAM
ções
na literatura
doatua
cân-22 nacionais
Mais GBECAM
Uma
cer
de
mama
lização sobre as atividades e as novi32
Diálogo Sergio Simon,
dades do GBECAM
Diretor-presidente do GBECAM, destaDiálogode uma
Pesquisa
sobre
ca30
a necessidade
nova agenda
produção
científica
e
endpoints
em
brasileira
para
oncológica
25a atenção
Diálogo
Conceição
Accetturi,
câncer
de mama
presidente
da SBPPC, fala da regulamentação ética da
pesquisa clínica
37
Encontro
7o Câncer de Mama –
no Brasil
34
Dica
de livro
Tudo o que
Gramado:
intercâmbio
científico,
você
sempre
quis
saber
sobre o
pessoal e social
câncer
de
mama
29 Encontro 6a Conferência Brasileira de Câncer de Mama: intercâm38
Giro De tudo um pouco:
bio científico, pessoal e social
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
31 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
A Revista GBECAM é uma
Tiragem: 4 mil exemplares
publicação
semestral
do Grupo
Impressão:
Gráfica
Eskenazi
GBECAM
é uma
exemplares
A Revista
Tiragem:
3 mil
Brasileiro
de Estudos
do Câncer
do Grupo
(FALTA)
publicação
semestral
Impressão: Ipsis
Gráfica e Editora
produção:
de Mama
e é distribuída
Brasileiro
de Estudos do Câncer Edição eProjeto
gráfico da capa: Iaso Editora
gratuitamente
membros,
Edição e produção:
é distribuída
de Mamaaeseus
além de
profissionaisa eseus
instituições
Edição e produção:
membros,
gratuitamente
envolvidos
de câncer
profissionais
e instituições
além na
de área
de mama.
A reprodução
de câncer
envolvidos
na área parcial
ou total
seus artigos
é proibida.
A reprodução
parcial Publisher: Simone Simon
dede
mama.
Ruaresponsável:
Anseriz, 27, Campo Belo
Av. Vereador JoséValéria
Diniz, Hartt
3.720(MTb
- cj.24.849)
406
ou total de seus artigos é proibida.
proibida.Jornalista
04618-050
– São
Paulo,Azman
SP
Assistente
editorial:
Sergio
Campo
Belo
–
04604-007
Fone: 11 3093-3300
DireçãoSão
de arte:
PauloIone
– SPFranco
www.segmentofarma.com.br
Tels.: SPTel.:
(11) (11)
2478-6985
/ RJ/ (21)
3798-1437
ISSN 2236-7039
2478-6985
2478-6941
ISSN 2236-7039
[email protected]
E-mail:
[email protected]
Cód.
da publicação:
14761.04.2013
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 3
3
21/04/2013 19:46:11
>> panorama
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
7 Conferência Brasileira
de Câncer de Mama
a de vista Uma seleção e
17 Ponto
zados
novos
s perlínica
análise dos principais estudos de câncer de mama no mundo
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
Artigos de
autores brasileiros em instituições
nacionais na literatura do câncer de
mama
SESSÃO 1
Coordenador: Dr. Max Mano
30 Mais GBECAM
Uma atualizadaas
imunoistoquímica
na classificação de subtipos moleçãoPapel
sobre
atividades e as novidades
doculares
GBECAMde câncer de mama com especial atenção ao câncer
de mama triplo negativo
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
Dr. Giuseppe Viale — Diretor da Divisão de Anatomia Patológica
32doDiálogo
Sergio de
Simon,
Instituto Europeu
Oncologia
Diretor-presidente do GBECAM, destaca a necessidade
umadeve
novaser
agenda
câncer de de
mama
classificado, pois é uma doença
heterogênea,
com brasileira
suas características histológicas, biolópara a atenção
oncológica
O
gicas, seus desfechos clínicos e sua responsividade às diferentes
abordagens terapêuticas.
37 Encontro 7
o
Câncer de Mama –
A classificação ideal deve ser clinicamente útil, com valor
Gramado:
intercâmbio científico,
prognóstico e preditivo, cientificamente precisa, aplicável (fácil de
pessoal e social
se ensinar e de se aprender), acessível (em termos financeiros e de
recursos), e reproduzível.
38 Giro
De tudo
um deve
pouco:
A mesma
doença
ser denominada da mesma forma em
iniciativas,
todos osprêmios,
locais do dicas
país ede
doleitura
mundo.
Edição e produção:
4
cações que na análise molecular.
No ano de 2011, o Consenso de St. Gallen estabeleceu que
para propósitos práticos o subtipo do tumor poderia ser verificado
por testes não genéticos para RE, PgR, HER2 e Ki67, com a anuência de 82% dos presentes.
Até o presente momento ainda não foi desenvolvida nenhuma classificação que, individualmente, seja perfeita no câncer
de mama, embora haja muito entusiasmo com os novos testes.
Dados clínicos, morfológicos, imunoistouquímicos e moleculares
devem ser integrados em um único esquema de classificação
para se obterem prognóstico e valor preditivo definitivos.
Câncer de mama triplo negativo: desafios e novos direcionamentos
Dr. Fabrice André — Professor-associado do Departamento de
Oncologia Médica, Institut Gustave-Roussy, Villejuif, França
Terapias-alvo
A classificação molecular do câncer de mama é proveniente de
uma análise não supervisionada de padrões da expressão gênica global que revelam subtipos do câncer de mama distintos e moleculares
(aproximadamente 500 genes). A partir de então a identificação de
alguns tumores foi possível, como os receptores de estrogênio (RE)
Tiragem: 4 mil exemplares
positivo, subtipo
luminal A, luminal B, luminal C (que praticamente deImpressão:
Gráfica Eskenazi
sapareceu). Alguns tumores são caracterizados pela expressão de RE.
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
grupos e evitar as extensas análises gênicas e ter as mesmas indi-
0MBQBSJCF
O olaparibe é um inibidor da QPMJ (ADP-ribose) polimerase
(PARP) que foi testado em pacientes que apresentavam mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 em câncer de mama avançado. Em um estudo1 de fase II, esse fármaco demonstrou 40% de
resposta objetiva nas pacientes com mutações BRCA1/BRCA2,
quando administrado como agente único, duas vezes ao dia
A classificação molecular possui algumas limitações. Por
exemplo, ela inclui tumores de valores prognósticos diferentes na
mesma categoria. Existem também questões de acessibilidade.
Não
é possível
realizar a análise de quase 500 genes toda vez que
Publisher:
Simone Simon
Jornalista
responsável:
Valéria
(MTb 24.849)
for
preciso
classificar
umHartt
câncer
de mama (considerando que um
Assistente editorial: Sergio Azman
patologista
analisa,
em
média,
15
por dia).
Direção de arte: Ione Franco
(400 mg). Contudo, esse resultado não se repetiu em um estu-
Tels.:Para
SP (11)resolver
2478-6985
/ RJvieses
(21) 3798-1437
tais
na classificação, foram desenvolvidos
maco está sendo retomado com foco naquelas com mutações
substitutos capazes de identificar possivelmente os mesmos sub-
BRCA1/BRCA2.
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 4
Revista GBECAM
do americano realizado posteriormente, no qual não se obteve
resposta objetiva com o fármaco. Portanto, o inibidor de PARP
olaparibe demonstrou uma elevada eficácia inicial, mas que
não foi subsequentemente validada. Como algumas pacientes
responderam muito bem a ele, o desenvolvimento desse fár-
3
21/04/2013 19:46:12
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
somente uma redução proporcional de 35% no risco com essa
*OJCJEPSFTEPGBUPSEFDSFTDJNFOUPFOEPUFMJBMWBTDVMBS7&('
encontro
em
Gramado,
sintonizados
á
controvérsias
modalidade
de tratamento.
bevacizumabe (BEV) demonstrou sua eficácia na sobrevida
com
a
missão
de
traduzir
os
novos
sobre
diferentes
livre de progressão (SLP) em pacientes com câncer de mama
A doença ER- é tanto prognóstica, indicando um
risco
Uma
selesupeção e
conhecimentos e incorporá-los perabordagens relaciometastático, porém não demonstrou até o momento qualquer
rior, quanto preditiva, o que
significa
um
benefício
inferior.de cânanálise
dos
principais
estudos
manentemente à prática clínica
nadas ao câncer de
vantagem em termos de sobrevida global.
cer de mama no mundo
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
Pacientes
com
câncer
de
mama triplo negativo devem ser subNesta
edição, abordamos tamavançada
até o de
papel
preditivo
e
No contexto
do câncer
mama
triplo negativo,
tem-se
metidas
mastectomia?
2
bém o panorama
do àcâncer
de
prognóstico
da linfadenectomia.
Na
uma metanálise
apresentada
pela Dra. Joyce O’Shaughnessy,
no
2
Artigos no
de
canadense
(não randomizado) publicado
Um
estudo
mama
no
Brasil,
com
destaque
para
cirurgia
oncológica,
consolidam-se
ASCO, em 2010, sobre estudos randomizados avaliando o BEV em
autores
brasileiros
instituições
o impacto da incorporação
do trasas evidências em favor da mastectoJournal of Clinical
Oncology
, em 2011,
analisouem
especificamencâncer de mama metastático.
tuzumabe, a primeira
mia com preservação do complexo
droga-alvo
na
nacionais
na
literatura
do
de
te pacientes com doença triplo-negativa no estágio câncer
inicial. As
Nos estudos
com câncermas
de mama
triplo connegativo,esfera
não consta
mamiloareolar,
a técnica
do Sistema
Único
de
Saúde,
e
mama
pacientes poderiam ser submetidas
à cirurgia conservadora da
a sensibilidade
específica
ao BEV.debates
O hazardacaloratio foi adeaquisição
0,63 parade 80 novos aceleradotinua
provocando
mama ou à mastectomia. Os autores demonstraram que a cirurpacientes com
câncer
triplo negativo
parapara os serviços públicos
rados.
Entrede
os mama
radioterapeutas,
a dis- e de
res 0,64
lineares
gia conservadora teve uma taxa de recidiva locorregional inferior
cussão aem
torno da
do eficaz
país. em
as que não tinham
doença.
Issoradioterapia
indica queparo BEV foi
Uma atualizae melhordo
sobrevida
do que na mastectomia. Sem a radioteA revista institucional
GBECAMglobalção
acelerada, a radioterapia
oferecer SLP cial
independentemente
do tipo hipofrade câncer.
sobre as atividades e as novidades
rapia,
quando
a mastectomia é a técnica de escolha para a doentambém traz neste
número
a particicionada e a irradiação convencional
Ao se analisar a sobrevida global, não existe evidência de que
do GBECAM
ça linfonodo-negativa,
pação de dezenas
de especialistas o desfecho é pior.
de toda a mama não é o único tema
esse fármaco tenha vantagem superior para pacientes com cânnacionais que ajudam a difundir o
a dividir a opinião dos especialistas.
cer de mama triplo
negativo.
Estão
surgindo
alguns biomarcadoestado da arte na
prevenção,
diag- da doença triplo-negativa
Esses
e muitos
outros
debates
Subtipos
específicos
Sergio Simon,
res sugerindoaqueceram
que o BEVaseria
altamenteda
eficaz
em pacientes
nóstico eque
tratamento
do
câncer
de
programação
7ª ediExistem determinados
subtipos da doença triplo-negativa
Diretor-presidente
do GBECAM, destaapresentam altos
níveis
de VEGF
sérico.
ção do
Câncer
de Mama
– Gramado, mama, debatendo os principais esque auxiliam no direcionamento do tratamento. São eles: aqueca a necessidade de uma nova agenda
tudos equanos mais recentes avanços da
em mais
um encontro
repleto são
de eficazes
As terapias-alvo
olaparibe
e bevacizumabe
les que respondem muito bem, como o medular (BRCA1), carpara a atenção oncológica brasileira
especialidade
controvérsias.
O
que
se
extrai
dessa
no
Brasil
e
no
mundo.
do focadas em subgrupos de pacientes com câncer de mama
cinoma adenoide cístico, carcinoma de células escamosas. Já
experiência reforça o compromisso
triplo negativo. A questão é como identificar e validar esses biocom a atualização médica e amplia
Boa leitura outros tipos, como carcinoma metaplástico, angiosarcoma, carmarcadores preditivos.
cinoma sarcomatoide, respondem de forma
insatisfatória
à ra-–
7o Câncer
de Mama
a crença na pesquisa translacional
para
fortalecer
a
aquisição
de
evidioterapia.
Uma
maneira
de
identificar
quais
subtipos
respondeGramado:
intercâmbio
científico,
Referências
dências.
D. Simon
riam satisfatoriamente à pessoal
radioterapia
é observando sua resposta
1. Tutt A, Robson
M, Garber JE, Domchek SM, Audeh MW, Weitzel JN,Sergio
et al. Oral
e social
poly(ADP-ribose) polymerase
inhibitor olaparib
in patients
with BRCA1Editor
or BRCA2
Aqui, trazemos
o saldo
dessa
clínico à quimioterapia.
mutations and programação
advanced breast científica,
cancer: a proof-of-concept
com a pro- trial. Lancet. 2010
24;376(9737):235-44.
É preciso estabelecer novas estratégias de tratamento para as
posta de reunir o melhor de mais um
De tudo um pouco:
2. O’Shaughnessy J, Romieu G, Diéras V, Byrtek M, Duenne A-A, Miles D. Meta-Analypacientes
com câncer de mama triplo negativo. Algumas opções
sis of Patients with Triple-Negative Breast Cancer (TNBC) from Three Randomized
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
são quimioterapias simultâneas, novas estratégias de radioterapia
Trials of First-Line Bevacizumab (BV) and Chemotherapy Treatment for Metastatic
Breast Cancer (MBC). ASCO 2010. Abstract # 1005.
que estão sendo estudadas (inibidor da PARP veliparibe + radiote-
H
O
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
rapia para câncer de mama inflamatório ou recidivante). Também
é preciso fazer avaliações de fenótipos na doença triplo-negativa
Dr. Thomas Buchholz — Reitor e vice-presidente executivo interino,
para auxiliar a identificar quais são sensíveis à radiação e quais são
Universidade do Texas, MD Anderson Cancer Center, Houston, Texas
resistentes. O câncer de mama
é uma doença heterogênea, e a
Conselho editorial
A Revista GBECAM é uma
Tiragem: 4 mil exemplares
maioria
dos subtipos
bem aos
tratamentos.
Para aqueles
publicação
semestral
do Gruporesponde
Impressão:
Gráfica
Eskenazi
de Estudos
do Cânceré preciso focar em novas abordagens.
a Oxford metanálise1, foram incluídos
Sergio estudos
D. Simon randomizados Brasileiro
que não
respondem,
Edição e produção:
Editor clínico
em que as pacientes foram submetidas
à lumpectomia com ou de Mama e é distribuída
gratuitamente a seus membros,
Referências
sem radioterapia após cirurgia conservadora
da mama. No geral, o além
de profissionais e instituições
José Bines
1. Early Breast Cancer Trialists’ Collaborative Group (EBCTCG), Darby S, McGale P,
na área de câncer
risco de recidiva em um período de dez
anos
é relativamente mo- envolvidos
Diretor
científico
Correa C, Taylor C, Arriagada R, et al. Effect of radiotherapy after breast-conserA reprodução parcial
derado, mas significativamente reduzido e gira em torno de 15% a de mama.
ving surgery on 10-year recurrence and 15-year breast cancer death: meta-analyGBECAM - Grupo Brasileiro
Carlos Barrios
Publisher: Simone Simon
ou total
de seus artigos é proibida.
sis of individual patient data for 10,801 women in 17 randomised trials. Lancet.
30% entre
o grupo
não tratado
No grupo
que recede Estudos
do Câncer
de Mamacom radioterapia.
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Diretor de relações
internacionais
2011;12;378(9804):1707-16.
Assistente editorial: Sergio Azman
Tel.: (11) 2679-6093
beu a radioterapia
houve uma redução proporcional de 60% no risco.
2. Abdulkarim BS, Cuartero J, Hanson J, Deschênes J, Lesniak D, Sabri S. Increased
Radioterapia e subtipos moleculares do câncer de mama
N
E-mail: [email protected]
Cláudia Vasconcelos
Direção de arte: Ione Franco
risk of locoregional recurrence for women with T1-2N0 triple-negative breast cancer
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
2236-7039
www.gbecam.org.br
NoSite:
câncer
de mama receptor deCoordenadora
estrogênioexecutiva
negativo, o ris- ISSN
treated with modified radical mastectomy without adjuvant radiation therapy comco global de recidiva foi de 30% a 60% sem radioterapia e houve
pared with breast-conserving therapy. J Clin Oncol. 2011;20;29(21):2852-8.
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 5
5
3
21/04/2013 19:46:13
>> panorama
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
SESSÃO 2
zados
novos
s perlínica
Dra. Daniela Rosa
17 Coordenadora:
Ponto de vista
Uma seleção e
análise dos principais estudos de cânLidando com a resistência à terapia endócrina: novas opções
cer de mama no mundo
Dr. Fabrice André — Professor-associado do Departamento de
Oncologia Médica, Institut Gustave-Roussy, Villejuif, França
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
M
Artigos de
se discute em
sobre
comoções
reverter a resistência à terapia
autoresuito
brasileiros
institui
endócrina
utilizando-se
terapia-alvo.
Três estudos randominacionais
na literatura
do câncer
de
zados
relatam
dados
consistentes
demonstrando
que o everolimo
mama
melhorou de forma significativa o desfecho e a eficácia quando
incluído à terapia endócrina.
30 Mais
GBECAM Uma atualizaO primeiro deles, feito no cenário neoadjuvante, incluiu 270
1
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
ção sobre as atividades e as novidades
pacientes, relatou uma resposta elevada no ki67. Esse estudo
dogerou
GBECAM
a hipótese de que o everolimo reverte a resistência à terapia endócrina.
, o tamoxifeno foi comparado, associado
No estudoSergio
TAMRAD
32 Diálogo
Simon,
2
ou não, ao everolimo
(n = 111,destasendo TAM: 57, EVE + TAM: 54).
Diretor-presidente
do GBECAM,
autores relataram
quenova
o usoagenda
de everolimo tendeu a um melhor
ca Os
a necessidade
de uma
desfecho
na
sobrevida
livre
de
progressão.
para a atenção oncológica brasileira
O último3 dos três estudos, o BOLERO 2, coordenado pelo Dr.
José Baselga, comparou o exemestano mais placebo versus exe7o Câncer
de Mama
– incluídos 724 pacientes
mestano associado
ao everolimo.
Foram
Gramado:
intercâmbio
científico,
provenientes de 189 centros de países diversos. Foi comprovado
pessoal
socialdeste mTOR, o everolimo, resultou em um aumento
que a eadição
significativo da sobrevida livre de progressão (SLP) e melhorou a
taxa de resposta das pacientes.
37 Encontro
38 Giro De tudo um pouco:
Em termos de melhora absoluta, o estudo BOLERO 23 deiniciativas,
prêmios, dicas de leitura
monstrou que a SLP em pacientes tratados com exemestano +
placebo foi de 4,1 meses, enquanto que os do grupo everolimo
+ exemestano foi de 10,6 meses, ou seja, uma melhora de seis
meses com a associação a um inibidor da aromatase.
A eficácia do everolimo está no mesmo patamar que os avanços
recentes
mais proeminentes da oncologia, embora nenhuTiragem:
4 mil exemplares
Impressão:
Gráfica
Eskenazi tenha sido utilizada. Seu nível de eficácia
ma seleção molecular
em
termos
de hazard ratio [0,36 (0,27 a 0,470] é comparável ao
Edição
e produção:
gefitinibe, indicado para EGFRmut NSCLC, e ao trastuzumabe
(Her2+++ mBC — câncer de mama metastático). Isso sugere que
o everolimo melhora o desfecho de SLP e é um dos maiores avanços
no tratamento
Publisher:
Simone Simondo câncer.
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Pode-se concluir que os inibidores de mTOR (em particular, o
Assistente editorial: Sergio Azman
everolimo)
Direção de arte:melhoram
Ione Franco o desfecho em pacientes com câncer de
Tels.:
SP
(11)
2478-6985
RJ (21)tratados
3798-1437previamente com terapia endómama metastático/ER+
crina. A compreensão dos mecanismos da resistência ao evero-
6
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 6
Revista GBECAM
limo permite futuramente a composição de combinações entre
o mTOR e os inibidores de IGF1R, PI3K. Existe uma expectativa de
que os inibidores de mTOR sejam avaliados no cenário adjuvante.
Dovitinibe
Superar a resistência endócrina é um desafio no tratamento
do câncer de mama receptor hormonal positivo (RH+). Os mecanismos moleculares associados com a resistência endócrina
incluem o cross-talk adaptativo entre o receptor de estrogênio e
o receptor do fator de crescimento de fibroblasto (FGRF).
Mais de 8% das pacientes com câncer de mama RH+/HER2têm amplificação do gene FGFR1, que está associado com a resistência à terapia endócrina. Em modelos pré-clínicos, a resistência
à terapia endócrina pode ser superada via inibição do FGR1.
O dovitinibe é um potente inibidor oral do receptor das tirosinas
quinases, incluindo o receptor de fator de crescimento de fibroblasto
(FGFR), receptor do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR)
e receptor do fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGFR),
que demonstrou atividade antitumoral em pacientes com câncer de
mama tratados previamente, com amplificação da via FGF (FGFR1,
FGFR2, ou ligante FGF3). Ele pode reverter a resistência à terapia endócrina relacionada à amplificação da via FGF e também inibir a angiogênese, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do câncer de mama.
Um estudo de fase II apresentado no SABCS4, em 2012, teve um
desenho interessante (multicêntrico, randomizado e placebo-controlado). As pacientes que apresentavam resistência à terapia endócrina
serão incluídas em um dos dois braços: fulvestrano + dovitinibe ou
fulvestrano + placebo. Elas serão estratificadas de acordo com a amplificação gênica do FGF por reação de cadeia da polimerase quantitativa (qPCR). O desfecho primário é a sobrevida livre de progressão,
com avaliações do tumor realizadas na semana 8. Os desfechos secundários incluem taxa de resposta global por RECIST v1.1, duração
da resposta, sobrevida global, ECOG performance status e segurança.
Por ora, pode-se dizer que o desenvolvimento do FGFR enfrenta alguns
desafios considerando que a incidência da amplificação do FGFR1 é rara.
Referências
1. Baselga J, Semiglazov V, van Dam P, Manikhas A, Bellet M, Mayordomo J, et al.
Phase II randomized study of neoadjuvant everolimus plus letrozole compared with
placebo plus letrozole in patients with estrogen receptor-positive breast cancer. J
Clin Oncol. 2009;27(16):2630-7.
2. Bachelot T, Bourgier C, Cropet C, Guastalla JP, Ferrero JM, Leger-Falandry C, et al.
TAMRAD: A GINECO Randomized Phase II Trial of Everolimus in Combination with
Tamoxifen Versus Tamoxifen Alone in Patients (pts) with Hormone-Receptor Positive,
HER2 Negative Metastatic Breast Cancer (MBC) with Prior Exposure to Aromatase
Inhibitors. SABCS 2010. Abstract # [S1-6]
3. Baselga J. Everolimus in combination with exemestane for postmenopausal women with advanced breast cancer who are refractory to letrozole or anastrozole:
results of the BOLERO-2 phase III trial. 2011 European Multidisciplinary Cancer Congress. Presentation of late breaking abstract No. 9LBA. September 26, 2011.
3
21/04/2013 19:46:13
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
tástase em um local, eram mais jovens e apresentavam metástases
óssea e hepática
com mais frequência. As outras variáveis que ainGramado,
sintonizados
com a missão de
os totalmente
novos
sobre diferentes
da traduzir
não foram
estudadas são o papel da cirurgia
axilar
Uma sele
çãoee
conhecimentos oe papel
incorporá-los
perabordagens relacioda radioterapia após a ressecção do tumor primário.
análise dos principais estudos de cânMastectomia e metastectomia
no câncer
de mama
estágio IV
manentemente
à prática clínica
nadas
ao câncer
de em
Outros
estudos
prospectivos
estão no
emmundo
andamento nos Escer de mama
Dra. Kelly Hunt
— Professora
Departamento
de Cirurgia
Oncocotidiana.
mama,
desde o do
manejo
da doença
tados
Unidos
e
em
outros
países
para
responder
melhor a essa
lógica, Divisão
de Cirurgia,
do Texas,
Nesta edição, abordamos tamavançada
até Universidade
o papel preditivo
e MD Anderson
questão.
Um
deles
é
o
Eastern
Cooperative
Oncology
Group
bém o panorama do câncer de
prognóstico
da linfadenectomia. Na
Cancer Center,
Houston, Texas
3
Artigos
de
objetivo primário é avaliar se o tratamento local
trial . Seu para
mama no Brasil,E2108
com destaque
cirurgia oncológica, consolidam-se
autores
brasileiros
em institui
ções
inicial em tumores
intactos,
sem progressão,
no câno impacto da incorporação
do tras-primários,
as evidências em favor da mastectoproximadamente 6% das pacientes nos Estados Unidos terão
tuzumabe, a primeira
mia com preservação do complexo
na
literatura
do
câncer
de
cer dedroga-alvo
mama em na
estágionacionais
IV resultarão
em
sobrevida
prolongada
câncer de mama em estágio IV e nos países subdesenvolvidos
mamiloareolar, mas a técnica conesfera do Sistema
Único
de
Saúde,
e
comparado ao tratamento
local somente para paliação. Em resumama
esse índice pode subir para 20%. O Instituto Nacional do Câncer dos
tinua provocando debates acaloa aquisição de 80
aceleradomo,novos
o tratamento
do tumor primário em pacientes com câncer
Estados Unidos
divulgou
comunicado ema2011
que apara os serviços públicos
rados.
Entre um
os radioterapeutas,
dis- atestando
res lineares
de mama em estágio IV pode paliar os sintomas e reduzir potencirurgia podecussão
ser mais
indicada
em
pacientes
selecionadas
com
em torno da radioterapia pardo país. doUma atualizacialmente a fonte que alimenta continuamente a doença
metasença metastática,
exemplos incluem
mastectomias
eminstitucional do GBECAM
A revista
cial acelerada,
a radioterapia
hipofra-para paliação
ção
sobre
as
atividades
e
as jánovidades
tática. A participação em estudos clínicos é importante
que não
função de tumores
malignos
ou dolorosos
e aqueles com
metástase
também
traz neste número a particicionada
e a irradiação
convencional
existem
dados oriundos do
deGBECAM
estudos randomizados disponíveis
pação
de dezenas
de especialistas
de toda
a mamacom
não compressão
é o único tema
parenquimatosa
ou vertebral
da medula
espinhal,
para responder
definitivamente
a essa questão. No caso em que
que ajudam
a difundir
o
a dividir a opinião
dos
especialistas.
metástases pulmonares
isoladas,
efusões
patológicasnacionais
(ou fraturas
a
cirurgia
é
utilizada
nesse
contexto,
é importante seguir o trataestado
da
arte
na
prevenção,
diagEsses
e
muitos
outros
debates
iminentes) ou efusões pleurais ou pericárdicas. Ao longo das últimas
Sergio Simon,
mento
locorregional
completo
com
intenção
terapêutica/curativa
nóstico
e
tratamento
do
câncer
de
aqueceram
a
programação
da
7ª
edidécadas, as taxas de sobrevida nas pacientes com doença metastáDiretor-presidente
doda
GBECAM,
destaoso principais
es- a paciente de evidências
ção do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo
com
intuito
de
livrar
doença.
tica têm aumentado. A questão é: quais pacientes se beneficiariam
ca a necessidade de uma nova agenda
tudos e os mais recentes avanços da
em mais um encontro repleto de
da cirurgia e qual deve ser a sequência apropriada de tratamentos?
para a atenção oncológica brasileira
especialidade noReferências
controvérsias. O que se extrai dessa
Brasil e no mundo.
1. Khan SA, Stewart AK, Morrow M. Does aggressive local therapy improve survival in
experiência
reforça
o
compromisso
Diversos estudos já foram conduzidos com outros tipos de
metastatic breast cancer? Surgery. 2002;132:620-7.
com oa colorretal,
atualizaçãoo câncer
médicade
e amplia
leitura
câncer, incluindo
célula renal e Boa
o câncer
2. Babiera GV, Rao R, Feng L, Meric-Bernstam F, Kuerer HM,o Singletary E, Hunt KK, et
Câncer
Mama
a crença naque
pesquisa
translacional
al. Effect of Primary Tumor Extirpation in Breast Cancer 7
Patients
Whode
Present
With–
gástrico, demonstrando
a terapia
agressiva local pode meStage IV Disease and an Intact Primary
Tumor. intercâmbio
Ann Surg Oncol.científico,
2006;13(6):776-82.
para fortalecer a aquisição de eviGramado:
lhorar a sobrevida em pacientes com doença metastática para
3. Eastern Cooperative Oncology Group E2108 trial. A Randomized Phase III Trial of
dências.
Sergio D. Simon
pessoal e social
outros órgãos.
the Value Of Early Local Therapy for the Intact Primary Tumor in Patients with MeAqui, trazemos o saldo dessa
Editor clínico tastatic Breast Cancer. Disponível em: www.cancer.gov/clinicaltrials/search/view?ver
No câncer
de mama alguns
estudos
retrospectivos
demonstraprogramação
científica,
com
a prosion=patient&cdrid=688097
ram sobrevida
melhorada
quando
o tumor
primário
foi removido
posta
de reunir
o melhor
de mais
um
De tudo um pouco:
na doença metastática. O primeiro deles foi publicado por Khan et
iniciativas,
prêmios,
dicas de leitura
Apresentação especial
al.1, em 2002. Eles utilizaram o banco de dados do National Cancer
Coordenadora: Dra. Daniela Rosa
Database para estudar os desfechos no câncer de mama em pacientes com doença metastática e descobriram que houve uma
Projeto AMAZONA: desfechos clínicos de pacientes públicos
melhora observada em três anos nas pacientes que tiveram o tumor
e privados
primário removido comparadas àquelas que não foram operadas.
Dr. Pedro
E. éR.uma
Liedke — Membro
Grupo
Brasileiro de Estudos
A avaliação da margem foi uma importante
variável
e
aquelas
paConselho editorial
A Revista
GBECAM
Tiragem:do
4 mil
exemplares
4. Andre F, Greil R, Denduluri N, Barrios C, Campone M, Cortes J, et al. Dovitinib (TKI258)
or Placebo in Combination with Fulvestrant in Postmenopausal, Endocrine-Resistant
encontro em
á controvérsias
HER2–/HR+ Breast Cancer: A Phase II Study. SABCS 2012. Abstract # OT2-2-03.
H
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
A
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
cientes com margens cirúrgicas livres tiveram melhores desfechos
Simonalgumas limitado que as com margens positivas. O Sergio
estudoD. teve
Editor
clínico
ções. Uma delas foi que as pacientes com tumores mais indolentes
e menor incidência da doença foram asJosé
submetidas
à cirurgia.
Bines
Diretor científico
Seguindo esse relatório inicial, outros investigadores relataram
GBECAM
- Grupo
Brasileiro um, do MD
Carlos
Barrios Cancer Center,
achados
similares
incluindo
Anderson
de Estudos do Câncer
2 de Mama
Diretor
de relações
internacionais
feito por Babiera et al. . Eles avaliaram 82 pacientes
que
foram subTel.: (11) 2679-6093
metidas
à
intervenção
cirúrgica
comparadas
com
142
Cláudia Vasconcelos mulheres
E-mail: [email protected]
Coordenadora
executiva
Site:
www.gbecam.org.br
tratadas clinicamente e descobriram sobrevida
melhor
naquelas do
grupo cirúrgico. Elas tiveram uma probabilidade maior de ter me-
publicação
semestral
Grupo médico
Impressão:
Gráfica Eskenazi
do Câncer
dedoMama,
oncologista
do Serviço de OncoBrasileiro
de
Estudos
do
Câncer
logia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e do Instituto do
Edição e produção:
de Mama e é distribuída
Câncer Mãe
demembros,
Deus
gratuitamente
a seus
além de profissionais e instituições
envolvidos na área de câncer
Projeto AMAZONA surgiu como uma iniciativa do Grupo
de mama. A reprodução parcial
Estudos do
Câncer
de Simon
Mama (GBECAM) para
Publisher:
Simone
ou total deBrasileiro
seus artigosde
é proibida.
Jornalista
responsável:
Valéria
Hartt (MTb 24.849)do
preencher uma lacuna do conhecimento sobre
o tratamento
Assistente editorial: Sergio Azman
câncer de mama no Brasil. Direção
Trata-se
de um
amplo levantamento
de arte:
Ione Franco
Tels.:
SP (11) 2478-6985
/ RJ (21)
ISSN
2236-7039
retrospectivo
de casuística de
pacientes
de câncer
de3798-1437
mama em
O
28 instituições de saúde, públicas e privadas, em onze estados do
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 7
37
21/04/2013 19:46:13
>> panorama
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
País. Ele incluiu 4.912 pacientes que foram diagnosticadas em dois
períodos, 2001 (45%) e 2006 (55%).
zados
novos
s perlínica
17 Ponto
deanálise
vistainicial,
Uma sele
ção e
Em uma
apresentada
pelo Dr. Sergio Simon
1
análise
dos
principais
estudos
cân, de 2009, observouno San
Antonio
Breast
CancerdeSymposium
cer-se
deque
mama
no
mundo
as pacientes de instituições públicas apresentavam uma
sobrevida livre de progressão (SLP) pior do que as pacientes em
serviços privados ou filantrópicos (p < 0,001). Isso também foi noArtigos de
tado para a sobrevida global (SG, p < 0,001). A partir desses dados,
autores
brasileiros em instituições
decidiu-se fazer uma análise por seguro saúde.
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
nacionais na literatura do câncer de
Dentre as 4.912 pacientes, 2.155 (69%) faziam parte do sistema
mama
público, 987 do sistema privado (31%). A partir de então foi possível
analisar os desfechos com base no tipo de assistência, em um
total de 3.142 pacientes.Uma atualiza-
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
Na sumarização
doseresultados,
nota-se que as pacientes atendição sobre
as atividades
as novidades
na rede pública, em relação às da rede privada, apresentam doendodas
GBECAM
ça mais avançada no diagnóstico, têm maiores taxas de mastectomia
e menores índices de cirurgia conservadora da mama. Além disso,
32esseDiálogo
Sergio
Simon,
grupo indica
menores
taxas de realização de linfonodo sentinela
Diretor-presidente
do GBECAM,
e maiores de esvaziamento
axilar.destaca a necessidade
de
uma
nova
agenda
Pode-se afirmar que as pacientes da rede pública recebem mais
para
a atenção oncológica brasileira
quimioterapia e menos trastuzumabe. Não foi observada diferença
entre a oferta de terapia hormonal e radioterapia. A Regressão de Cox
que piores desfechos podem ocorrer em função do estádio
37sugere
Encontro
7 Câncer de Mama –
o
avançado ao diagnóstico e não pelo tipo de assistência.
Gramado: intercâmbio científico,
O estudo
pessoal
e socialteve algumas limitações. Não foi possível estabelecer o
impacto dos diferentes regimes de quimioterapia e hormonoterapia
utilizados, algo significativo quando se avalia o tipo de assistência. Os
38centros
Giropúblicos
De tudoque
umenviaram
pouco: dados para o estudo são referências
iniciativas,
dicaspressupõe-se
de leitura
nacionais.prêmios,
Desse modo,
que as pacientes estejam re-
cebendo o melhor tratamento disponível. Talvez em centros que não
sejam referências essa realidade seja diferente.
Pôde-se concluir que existe uma importante disparidade no acesso ao diagnóstico precoce entre a saúde pública e a saúde privada e o
estudo permitiu quantificar esses dados. A doença mais avançada ao
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tiragem: 4 mil exemplares
diagnóstico parece explicar a pior sobrevida nessa coorte.
Impressão: Gráfica Eskenazi
Referência
Edição e produção:
1. Simon S, Bines J, Barrios C, Nunes J, Gomes E, Pacheco F, et al. Clinical Characteristics and Outcome of Treatment of Brazilian Women with Breast Cancer Treated at
Public and Private Institutions – The AMAZONE Project of the Brazilian Breast Cancer
Study Group (GBECAM). Cancer Research. 2009;69(24)Suppl 3:SABCS-09-3082.
Publisher: Simone Simon
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
O
câncer de mama no estado de São Paulo
Assistente editorial: Sergio Azman
Dra.
Maria
Del
Estevez Diz — Coordenadora médica de OnDireção
de arte:
IonePilar
Franco
Tels.:
SP
(11)
2478-6985
/
RJ
(21)médica
3798-1437do Instituto do Câncer do Estado
cologia Clínica e diretora
de São Paulo (Icesp)
8
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 8
Revista GBECAM
O
estado de São Paulo possui a terceira maior taxa de incidência de câncer de mama feminino no País, atrás apenas do Rio
de Janeiro e do Rio Grande do Sul1. Em 2010 a taxa foi de 11,60
para cada 100 mil mulheres2.
A distribuição dos centros de tratamento de câncer de mama no estado de São Paulo ainda não é a ideal. Ela não é equilibrada do ponto de
vista de localização para acesso aos exames e ao tratamento completo.
Diante dessa situação, em 2011 foi criado o Comitê Estadual
de Referência em Oncologia do Estado de São Paulo, através da
Resolução SS no 91/2011. Ele tem por objetivo estabelecer critérios
técnicos e científicos para orientar a rede de atenção oncológica
no estado de São Paulo.
Para que seja possível mudar o cenário do diagnóstico tardio
e melhorá-lo sob o ponto de vista da qualidade, uma questão importante do câncer de mama é referente à prevenção secundária
(diagnóstico precoce das lesões da mama).
O comitê já tem uma posição em relação a essa questão. Foi
definido que a população-alvo de mulheres entre 50 e 69 anos
deve passar por um rastreamento sistemático abandonando-se o
rastreamento oportunístico.
A metodologia que está sendo discutida é a mamografia
realizada a cada dois anos e o exame clínico das mamas feito
anualmente, respeitando-se todas as indicações de rastreamento
diferenciadas (pacientes com risco aumentado devem iniciar o
rastreamento aos 35 anos).
Uma das grandes preocupações do comitê é em relação às
pacientes HER2+. Recentemente o Ministério da Saúde aprovou
o uso do trastuzumabe no tratamento neoadjuvante e adjuvante
das pacientes com câncer de mama HER2+. Contudo, considerou
que seu uso não era eficaz no tratamento da doença metastática desse subgrupo. Por isso, o comitê continua discutindo nas
esferas acadêmico-técnico-científicas sobre essa resolução para,
quem sabe, mudar o panorama futuramente.
Referências
1. Inca. Incidência de câncer no Brasil. Disponível em: www1.inca.gov.br/
estimativa/2012/o. Acessado em: 8 mar. 2013.
2. International Agency for Research on Cancer (Iarc). Disponível em: www.who.int/
ionizing_radiation/pub_meet/en/. Acessado em: 8 mar. 2013.
Sessão 3
Coordenador: Dr. Gustavo Werutsky
Doença HER2+: desafios para o patologista
Dr. Giuseppe Viale — Diretor da Divisão de Anatomia Patológica
do Instituto Europeu de Oncologia
3
21/04/2013 19:46:13
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
epois do receptor de estrogênio (RE), o HER2 é o alvo mais
Atualização do tratamento dos tumores de mama com supeimportante no tratamento doácâncer
de mama. Após
mais em
de Gramado,
encontro
sintonizados
controvérsias
rexpressão
do HER2
a missão
traduzir
novos— Professor-associado do Departamento de
diferentes
30 anos, ainda não se sabe definirsobre
o câncer
de mamacom
HER2+
com de
Dr. Fabriceos
André
17 Ponto de vista Uma seleção e
e incorporá-los perabordagens
relaciocerteza sob o ponto de vista técnico.
No ano
de 2013,conhecimentos
ainda existe
Oncologia Médica, Institutanálise
Gustave-Roussy,
Villejuif,
Françade cândos principais
estudos
manentemente
à prática clínica
nadas
câncer dede cerca
uma taxa de discordância entre
os ao
patologistas
de 15%.
cer
de
mama
no
mundo
cotidiana.
desde omais
manejo
da dos
doença
Nos estudosmama,
internacionais,
de 10%
casos considerados
D
H
M
uito já se questionou sobre se o trastuzumabe deveria ser
edição, abordamos tamaté negativos.
o papel Existe
preditivo
positivos são,avançada
na realidade,
um e
número Nesta
de recoofertado a pacientes com tumores menores que um centíbém oainda
panorama do câncer de
damuito
linfadenectomia.
Na aumenta
mendações prognóstico
internacionais
grande, o que
1
estudos
metro.
No trabalho
Artigos
de
mama no Brasil, com destaque
paraconduzido por Rodriguez , ele reuniu
cirurgia oncológica, consolidam-se
mais o nível de incerteza entre os patologistas e oncologistas.
retrospectivos
que
avaliaram
essa
mesma
questão.
As
análises
suautores brasileiros em instituições
o impacto da incorporação do trasas evidências em favor da mastectogeriram
que se o tumor
possuir
um na
tamanho
de 5do
mmcâncer
a 1,0 cm
Para exemplificar,
possível mencionar
uma lista tuzumabe,
de questõesa primeira
mia comépreservação
do complexo
droga-alvo
na
nacionais
literatura
de
ouÚnico
que superexpressa
2,
esse
câncer
possui
um
risco
signia técnica conesfera do Sistema
de Saúde, e HER
controversasmamiloareolar,
na avaliação domas
HER2:
mama
tinua provocando debates acaloa aquisição de 80
novosdeaceleradoficativo
recidiva. Portanto, a maioria das análises recomenda
Ŕ 2VBJTTŸPPTMJNJUFTSFBJTQBSBVNDžODFSEFNBNB)&3
rados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares paraoostrastuzumabe
serviços públicos
como tratamento de escolha para evitar tal fato.
Ŕ 0TUVNPSFTNVEBNEFQSJNSJPTQBSBNFUBTUUJDPT
cussão em torno da radioterapia pardo país.
Uma atualizaEm relação
ao esquema de tratamento ideal com o trastuzuŔ "QPMJTTPNJBFYJTUF
A revista institucional
do GBECAM
cial acelerada, a radioterapia hipofração
sobre
as
atividades
e
as novidades
mabe,
avalia-se
se ele deve ser utilizado de forma concomitante
também traz neste
número
a particicionada e a irradiação convencional
Ŕ "SFMB£ŸP)&3$&1DFOUS°NFSPEPDSPNPTTPNP
¥VN
do GBECAM
ou sequencial
à quimioterapia
e qual é a duração ideal.
pação de dezenas
de especialistas
a mama
não é o único tema
parâmetrode
detoda
pontuação
adequado?
nacionais que ajudam
a
difundir
o
a dividir a opinião dos especialistas.
Para responder à primeira dúvida, o estudo de Perez et al.2 analiŔ $PNPMJEBSDPNBIFUFSPHFOFJEBEFJOUSBUVNPSBM
estado da arte na
prevenção,
diag- deveria ser utilizado após a quimioterapia ou
Esses e muitos outros debates
sou se o trastuzumabe
Sergio Simon,
No estudo
publicado aem
2009 por Marchiò
et al.1, nóstico
eles analisae tratamento
do
câncer
de sugerem que o uso do trastuzumabe concoaqueceram
programação
da 7ª edijunto ao taxano. Eles
Diretor-presidente
do GBECAM, destaram o número
17 nas
células tumorais.
Dezoito
mama,
debatendo os principais esçãode
docromossomos
Câncer de Mama
– Gramado,
mitantemente ao taxano foi
associado
à
melhora
na sobrevida
livre
ca a necessidade de uma
nova agenda
tudos
e os
mais recentes avanços da
em mais
um
encontro randomicamente
repleto de
casos polissômicos
CEP17
selecionados
e um
grude doença (SLD). Entretanto, ao se analisarem algumas metanálises,
para a atenção oncológica brasileira
especialidade
controvérsias.
se extrai
dessa CEP17,
po controle composto
por O
dezque
casos
dissômicos
definidos no Brasil e no mundo.
a maioria dos estudos que avaliou o trastuzumabe em um esqueexperiência
reforça
o
compromisso
por FISH dual color, foram estudados por hibridização genômica
a atualização
médica
e amplia
leitura ma sequencial apresentou resultados não significativos ou somente
comparativa com
por microarray
(aCGH),
que foi
realizada em Boa
amostras
o fato sugere que o
uma pequena redução no risco de recidiva. 7
Tal
Câncer de Mama –
a crença
na pesquisa
translacional
microdissecadas.
O resultado
demonstrou
talvez uma única exceção
trastuzumabe deve ser administrado
concomitantemente
ao taxano.
para
fortalecer
a
aquisição
de
eviGramado:
intercâmbio
científico,
dentre os casos. Em todos os casos, a polissomia aparente ocorreu
dências.
Sergio
D.
Simon
pessoal e social
em função à coamplificação simultânea do gene HER2 à coampliAqui, trazemos o saldo dessa
Pertuzumabe
Editor
clínico
ficação na região do centrômero do cromossomo 17. Na verdade,
programação científica, com a proAtualmente existem dois estudos randomizados analisando se o
a polissomia não foi real, mas sim a coamplificação. Sempre que se
posta de reunir o melhor de mais um
De patológica
tudo um pouco:
inibidor
do HER2 pode melhorar a resposta
completa (pCR).
tem a chamada polissomia nesses tumores, perde-se a informação
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
de que esses tumores realmente estavam amplificados tanto para o
gene HER2 quanto para o centrômero do cromossomo 17. Portanto,
a verdadeira polissomia é um fenômeno muito raro de se acontecer
no câncer de mama, talvez nem mesmo exista nesse tipo de câncer.
Nesse contexto, o que deve ser feito quando o relatório do patologista indicar “polissomia”? É preciso solicitar pelo número médio de
Conselho editorial
cópias de genes ou de células. Se for superior a seis, o tumor é amplificado (independentemente do número
deD.sinais
Sergio
Simon do centrômero
do cromossomo 17). Existem alguns problemas
Editor clínicosobre como se lidar
com número de cópias de genes ou de células entre quatro a seis.
José Bines
Mas provavelmente a nova recomendação ASCO/CAP irá direcionar
Diretor científico
essa questão específica. Mas não se deve considerar polissomia uma
GBECAM - Grupo Brasileiro
Carlos Barrios não existem.
categoria
diagnóstica, já que tumores polissômicos
iniciativas,
prêmios, dicas
de leituramoO primeiro deles associou
o trastuzumabe
ao anticorpo
noclonal pertuzumabe, que tem a capacidade de inibir a dimerização do HER2 em receptores de superfície celular, impedindo o
crescimento das células tumorais. Trata-se do estudo NeoSPHERE3, em que a adição do pertuzumabe ao trastuzumabe e ao taxano foi associada a uma pCR aumentada. Claro que se questiona
A Revista GBECAM é uma
Tiragem: 4 mil exemplares
até que
pontodoque
esse aumento
daGráfica
pCR Eskenazi
se traduz em utilidade
publicação
semestral
Grupo
Impressão:
aos médicos,
seja, na melhora da sobrevida global.
Brasileiro
de Estudos ou
do Câncer
Edição e produção:
de Mama e é distribuída
No estudo NeoALLTO4, os investigadores compararam paclitagratuitamente a seus membros,
versus paclitaxel + trastuzumabe + lapatinibe.
xelde+profissionais
trastuzumabe
além
e instituições
envolvidos
área de câncer
Nessenacenário,
a adição do lapatinibe ao trastuzumabe melhorou
de mama. A reprodução parcial
a taxa de pCR.
Publisher: Simone Simon
ou total de seus artigos é proibida.
de Estudos do Câncer de Mama
responsável:
Valéria Hartt (MTb
24.849)
Diretor de relações internacionais
Pode-se concluir que oJornalista
bloqueio
duplo claramente
melhora
Assistente editorial: Sergio Azman
Tel.: (11) 2679-6093
Referência
as taxas de pCR no cenário Direção
adjuvante
e que
a utilidade prática de
Cláudia Vasconcelos
de arte:
Ione Franco
E-mail: [email protected]
1. Marchiò C, Lambros MB, Gugliotta P, Di Cantogno LV, Botta C, Pasini B, et al. Does chroTels.: SP (11)
2478-6985
/ RJ (21)
3798-1437 por
Coordenadora executiva
ISSN
Site: www.gbecam.org.br
tal2236-7039
abordagem está sendo avaliada.
No
momento,
aguarda-se
mosome 17 centromere copy number predict polysomy in breast cancer? A fluorescence in situ hybridization and microarray-based CGH analysis. J Pathol. 2009;219(1):16-24.
resultados dos estudos ALLTO e AFFINITY.
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 9
9
3
21/04/2013 19:46:13
>> panorama
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Referências
zados
novos
s perlínica
1. Rodrigues MJ, Wassermann J, Albiges L, Brain E, Delaloge S, Stevens D, Guinebretière
et al. Trastuzumab treatment in t1ab, node-negative, human epidermal growth
17JM,
Ponto
de vista Uma seleção e
factor receptor 2-overexpressing breast carcinomas. J Clin Oncol. 2010;28(28):e541-2.
análise
principais
estudos
cân-of chemotherapy alone, with sequen2. Perezdos
EA, Suman
VJ, Davidson
NE, et al.de
Results
concurrent
of 52 weeks of trastuzumab in the NCCTG N9831 HER2certialdeor mama
noaddition
mundo
-positive adjuvant breast cancer trial. Oral presentation at the 32nd San Antonio Breast
Cancer Symposium, San Antonio, Texas, USA, 10-13 December 2009 (Abstract 80).
3. Gianni L, Pienkowski T, Im YH, Roman L, Tseng LM, Liu MC, et al. Efficacy and safety of neoadjuvant pertuzumab and
trastuzumab
Artigos
de in women with locally advanced,
inflammatory, or early HER2-positive breast cancer (NeoSphere): a randomised mulautores
brasileiros em instituições
ticentre, open-label, phase 2 trial. Lancet Oncol. 2012;13(1):25-32.
nacionais
literatura
do H,câncer
4. Baselga J,na
Bradbury
I, Eidtmann
Di Cosimode
S, de Azambuja E, Aura C, et al. Lapatinib with trastuzumab for HER2-positive early breast cancer (NeoALTTO): a randomama
mised, open-label, multicentre, phase 3 trial. Lancet. 2012;379(9816):633-40.
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
4
30 Sessão
Mais GBECAM
Uma atualização sobre
as atividades
as novidades
Coordenadora:
Dra.eAlessandra
Morelle
do GBECAM
Papel do cirurgião no tratamento neoadjuvante do câncer
mama Sergio Simon,
32deDiálogo
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
Dra. Kelly Hunt — Professora do Departamento de Cirurgia On-
Diretor-presidente do GBECAM, destacológica, Divisão de Cirurgia, Universidade do Texas MD Anderson
ca a necessidade de uma nova agenda
Cancer Center, Houston, Texas
para a atenção oncológica brasileira
37A
Encontro 7 Câncer de Mama –
quimioterapia neoadjuvante é amplamente utilizada no câncer de mamaooperável, demonstrou facilitar a cirurgia conservadora da mama e permite a avaliação da resposta ao tratamento.
Gramado:
intercâmbio científico,
Além disso, a resposta patológica no tumor se correlaciona com
pessoal
e socialda doença em longo termo. Duas metanálises1,2 foos desfechos
ram realizadas comparando a quimioterapia neoadjuvante com a
adjuvante. Elas demonstraram que não há diferença na sobrevida
De tudo um pouco:
global, seja a quimioterapia realizada no cenário neoadjuvante,
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
seja adjuvante. A abordagem neoadjuvante também demonstrou
desfechos semelhantes em relação à terapia locorregional.
38 Giro
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Existem diversas questões sobre o tratamento locorregional
em função do uso da terapia neoadjuvante. A primeira delas é
sobre qual o volume de tecido deveria ser retirado das pacientes
submetidas
à cirurgia conservadora da mama após quimioterapia,
Tiragem:
4 mil exemplares
Impressão:
Gráfica
Eskenazia precisão e o papel da dissecção do linfonoe a segunda
é sobre
do
sentinela no cenário neoadjuvante.
Edição e produção:
Em termos de volume de ressecção após a quimioterapia neoadjuvante, Boughey et al.3 demonstraram que pacientes com tumores T2 ou T3 apresentaram um volume menor de ressecção
Publisher: foram
Simone Simon
quando
tratados com quimioterapia pré-operatória compaJornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
rados com aqueles submetidos à cirurgia primeiro seguida de teraAssistente editorial: Sergio Azman
pia
adjuvante.
Com
um seguimento mediano de 33 meses, as taxas
Direção
de arte: Ione
Franco
Tels.:
SP
(11)
2478-6985
/
(21) 3798-1437
de recidiva na mamaRJforam
semelhantes nos grupos neoadjuvantes e adjuvantes. Esse dado e outros sugerem que não há necessi-
10
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 10
Revista GBECAM
dade de ressecar o volume total do tumor no pré-tratamento nas
pacientes submetidas à cirurgia conservadora da mama após receberem quimioterapia neoadjuvante. Reduzir a quantidade de tecido
ressecado na cirurgia pode melhorar os resultados cosméticos.
A segunda questão que surge no cenário da quimioterapia
neoadjuvante é o momento da avaliação nodal. No MD Anderson
Cancer Center utiliza-se o ultrassom da mama e a regional nodal basins para determinar a extensão do tumor e para se avaliar a
presença de linfonodos anormais. Preconiza-se o uso de punção
aspirativa por agulha fina para avaliar nódulos suspeitos e para confirmar doença metastática. A dissecção do linfonodo sentinela tem
sido feita rotineiramente após a quimioterapia em pacientes que
tiveram nódulos clinicamente negativos na apresentação. Recentemente foram comparados os desfechos em pacientes submetidos
primeiramente à cirurgia versus à quimioterapia e descobriu-se que
não houve diferença nas taxas falso-negativas. O subgrupo de pacientes que ainda está em discussão é composto por aqueles que
possuíam doença linfonodo-positiva no diagnóstico inicial. Essas
pacientes têm uma taxa superior de eventos falso-negativos com
a dissecção do linfonodo sentinela após a quimioterapia. Dados
sobre essa população de pacientes foram relatados recentemente pelo estudo do American College of Surgeons Oncology Group
(ACOSOG), Z1071 trial, indicando que quando se utilizou a técnica de mapeamento duplo (coloides marcados radioativamente ou
com corante azul) para o procedimento de mapeamento e quando
mais de dois linfonodos sentinelas foram retirados, a taxa de falso-negativos reduziu para aproximadamente 10,8%. Isso sugere que a
cirurgia do linfonodo sentinela pode ser uma ferramenta importante para o estadiamento na axila na população de pacientes com linfonodo positivo após boa resposta à quimioterapia neoadjuvante.
Em conclusão, a quimioterapia neoadjuvante é eficaz na redução do tamanho do tumor primário e na redução da incidência
dos linfonodos positivos. A cirurgia conservadora da mama pode
ser realizada com segurança em pacientes selecionados e a biópsia do linfonodo sentinela pode ser utilizada para o estadiamento
axilar após a quimioterapia em pacientes que apresentam linfonodos clinicamente negativos.
Referências
1. Mieog JS, Hage JA, Velde CJ. Neoadjuvant chemotherapy for operable breast cancer. Br J Surg. 2007;94:1189-200.
2. Fisher B, Brown A, Mamounas E, Wieand S, Robidoux A, Margolese RG, et al. Effect
of preoperative chemotherapy on local-regional disease in women with operable
breast cancer: findings from National Surgical Adjuvant Breast and Bowel Project
B-18. JCO. 1997;15(7):2483-93.
3. Boughey JC, Peintinger F, Meric-Bernstam F, Perry AC, Hunt KK, Babiera GV, et al.
Impact of preoperative versus postoperative chemotherapy on the extent and number of surgical procedures in patients treated in randomized clinical trials for breast
cancer. Ann Surg. 2006;244:464-70.
3
21/04/2013 19:46:13
A evidência nossa de cada dia
Tratamento neoadjuvante do câncer de mama: papel da radioterapia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
a quimioterapia neoadjuvante comparando-se a uma paciente
encontro
em
Gramado,
sintonizados
á
controvérsias
que realizou
mastectomia primeiro e tem três linfonodos positivos.
Dr. Thomas Buchholz — Reitor e vice-presidente executivo interino,
com
a
missão
de
traduzir
os
novos
sobre
diferentes
Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center, Houston, Texas
A mensagem
final é que o risco de recidiva locorregional
Uma seleçãodee
conhecimentos e incorporá-los perabordagens relacioacordo com a extensão patológica
da principais
doença após
quimioterapia
análise dos
estudos
de cânmanentemente à prática clínica
nadas ao câncer
de a lumpectomia,
xistem metanálises demonstrando
que após
neoadjuvante é diferentecer
comparando-se
às pacientes tratadas
de
mama
no
mundo
cotidiana.
mama,
desde
o manejo
da doença
a radioterapia
reduz
a recidiva
do câncer
de mama
e melhocom
cirurgia inicial.
Nesta edição,
abordamos
tam-Portanto, as indicações consagradas para raavançada até o papel preditivo e
ra as taxas de cura. Sabe-se também que a radioterapia melhora
dioterapia
pós-mastectomia
(que, novamente, devem ser baseadas
bém o panorama
do câncer
de
prognóstico da linfadenectomia. Na
as taxas de cura após a mastectomia. Dados recentes indicaram
Artigos no
de
extensão
patológica
da doença) precisam ser repensadas
mama no Brasil,na
com
destaque
para
cirurgia oncológica, consolidam-se
também que o uso seletivo da radioterapia em linfonodos reduz
autores
emneoadjuvante.
instituições
o impacto da incorporação
tras- tratadas
as evidências em favor da mastectocontexto dasdo
pacientes
combrasileiros
quimioterapia
as taxas da metástase
distância1. Contudo,
nenhum tuzumabe,
desses estu-a primeira droga-alvo na
mia com apreservação
do complexo
nacionais na literatura do câncer de
dos incluiu pacientes
tratadasmas
coma quimioterapia
Referências
mamiloareolar,
técnica con- neoadjuvante.
esfera do Sistema
Único de Saúde, e
mama
1. Whelan TJ, Olivotto I, Ackerman I, et al. (2011) NCIC-CTG MA.20: An intergroup
tinua
provocando
debates
acaloa
aquisição
de
80
novos aceleradoA decisão sobre o uso da radioterapia pós-mastectomia ou o uso
trial of regional nodal irradiation in early breast cancer. J Clin Oncol 29(suppl 15):80s,
rados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares paraabstr
os serviços
LBA1003. públicos
da radioterapia em linfonodos regionais é baseada em achados pacussão em torno da radioterapia pardo país.
2. Buchholz TA, Huang E, Berry D, Strom EA, McNeese MD, PusztaiUma
L, et al.atualizaHer2-Neu
tológicos, como o tamanho patológico do tumor primário, o númeoverexpression
does not increase the risk of local-regional recurrence for patients
A revista institucional
do GBECAM
cial acelerada, a radioterapia hipofração sobrechemotherapy,
as atividades
e as novidades
treated with neoadjuvant doxorubicin-based
mastectomy,
and radiaro e o envolvimento dos linfonodos. Infelizmente, na quimioterapia
também traz neste
número a particicionada e a irradiação convencional
tion. Int J Radiat Oncol Biol Phys.do
2003;57(2):S201.
GBECAM
neoadjuvantede
ainda
não
se
sabe
a
extensão
patológica
da
doença.
pação de dezenas de especialistas
toda a mama não é o único tema
2
nacionais
que ajudam a difundir o
a dividir
a opinião
dos especialistas.
publicado
em 2003
tentou correlacionar
o trataUm estudo
Avaliação
da resposta
estado
da
arte na
prevenção,
diag- patológica ao tratamento neoadjuvante
Esses
e
muitos
outros
debates
mento locorregional e os desfechos com a extensão patológica
Sergio Simon,
do câncer
de mama
nóstico
tratamento
do câncer
de
aqueceram
programação
da 7ª edida doença. Foi
analisadaa somente
a extensão
patológica
da edoDiretor-presidente
do GBECAM,
destaDr. Giuseppe
Viale
Patológica
os principais
es-— Diretor da Divisão de Anatomia
ção do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo
ença de pacientes que não foram tratadas com radioterapia: 150
ca a necessidade de uma nova agenda
Instituto
Europeu
tudos e os mais do
recentes
avanços
da de Oncologia
em mais um encontro repleto de
receberam quimioterapia neoadjuvante + mastectomia, e 1.031
para a atenção oncológica brasileira
especialidade no Brasil e no mundo.
controvérsias. O que se extrai dessa
receberam quimioterapia adjuvante + mastectomia. Um tamanho
resposta patológica completa é definida, segundo a US Food
experiência reforça o compromisso
patológico entre
e 5 cm seria
um etumor
2T, a nãoBoa
serleitura
que
and Drug Administration (FDA) como ausência de qualquer
com 2a cm
atualização
médica
amplia
fosse tratadoacom
a quimioterapia
7o Câncer
de Mama –
crença
na pesquisa neoadjuvante,
translacional a maioria seria
câncer invasivo residual na avaliação das técnicas
por hematoxilitumor 3T (Figura
O limite para
se utilizar
radioterapia, historipara 1).
fortalecer
a aquisição
dea eviGramado:
intercâmbio
científico,
na-eosina do espécime de mama ressecado e em todas as amoscamente, é odências.
tumor com 5 cm, porém, no cenário da quimioteraSergio D. Simon
tras de linfonodos ipsilaterais
seguidas
da compleição de terapia
pessoal
e social
Aqui,
trazemos
o saldo dessa
pia neoadjuvante,
isso precisa
ser repensado.
A barra azulEditor
ao meio
clínico neoadjuvante sistêmica.
programação
científica,
a pro-a seu lado (15%)
(36%) representa
doença tratável
e acom
vermelha
Dito isso, qual seria o papel do patologista
no cená
neoadjuvante?
posta
de
reunir
o
melhor
de
mais
De tudo
umrio
pouco:
indica doença que irá receber a quimioterapia.um
Inicialmente, a regressão
clínica total
(após a dicas
quimioterapia
neoiniciativas,
prêmios,
de leitura
O mesmo é válido para o status patológico do linfonodo. Ele
adjuvante) não implica regressão patológica completa do tumor.
representa algo diferente se houver três linfonodos positivos após
De 30% a 50% dos pacientes com resposta clínica completa terão
câncer de mama residual detectado pelo patologista nos espécimes
cirúrgicos. Cerca de 20% das pacientes com suspeita de doença reTamanho primário do tumor
sidual terão uma resposta patológica completa no exame microsp = 0,014
p = 0,002
p = 0,028
50%
cópico.
A avaliação
continua
sendo o padrão-ouro na
Conselho editorial
A Revista
GBECAM
é uma patológica
Tiragem:
4 mil exemplares
46%
publicação
semestral
do
Grupo
Impressão:
Gráfica
Eskenazi
determinação da resposta completa.
40%
H
17 Ponto de vista
E
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
A
37 Encontro
5 anos LRR
38 Giro
Sergio D. Simon
Editor clínico
36%
30%
28%
José Bines
Diretor científico
20%
18%
10%
15%
GBECAM - Grupo
Carlos Barrios
9%Brasileiro
de Estudos do Câncer de Mama
Diretor de relações internacionais
0%
Tel.: (11) 2679-6093
ADJ NEO
ADJ NEO
ADJ NEO
Cláudia Vasconcelos
E-mail: [email protected]
0-2,0 cm
2,1-5,0 cm
> 5,0 cm
Coordenadora executiva
Site: www.gbecam.org.br
Figura 1. Tamanho primário do tumor
Brasileiro de Estudos do Câncer
em relação ao espécime ciEdição e produção:
de MamaOe primeiro
é distribuídaobjetivo do patologista
gratuitamente
a seusamembros,
rúrgico, após
quimioterapia neoadjuvante, é identificar o leito do
além
de profissionais
e instituições
tumor.
De outro
modo, não seria possível garantir uma avaliação
envolvidos na área de câncer
precisa
da
resposta
patológica. O leito tumoral parece-se com uma
de mama. A reprodução parcial
Publisher:
Simone Simon
áreadeirregular
deé tecido
semelhante
à borracha. O objetivo
ou total
seus artigos
proibida.fibroso
responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
do patologista é identificar oJornalista
leito tumoral
e obter amostras desses
Assistente editorial: Sergio Azman
MFJUPT QBSB BOMJTFT QBUPM¯HJDBT
2VBOEP
OŸPFranco
¥ QPTT©WFM JEFOUJţDBS
Direção
de arte: Ione
Tels.:
SP
(11)
2478-6985
RJ (21)acontecer
3798-1437 de
ISSN
2236-7039
totalmente e obter as amostras do leito tumoral, /pode
ficarem tumores residuais não identificados.
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 11
311
21/04/2013 19:46:13
>> panorama
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
A localização do leito tumoral pode ser desafiadora após uma
resposta clínica substancial, de forma que se deve lançar mão de
qualquer ferramenta adjuvante
para
na identificação deste.
Uma sele
çãoauxiliar
e
Principalmente,
informações
e radiológicas prévias, e, semanálise
dos principais
estudosclínicas
de cânpre que possível, a identificação do clip: na lumpectomia sempre
cer de mama no mundo
obtenha uma radiografia do espécime para demonstrar o clip e assegurar a ablação do leito tumoral. O tumor também é fatiado e radiografado separadamente. Dessa
forma,de
asseguram-se amostras para a
Artigos
realização
da
histologia.
Na
mastectomia,
autores brasileiros em instituições a radiografia do espécime
pode ser na
necessária
parado
ajudar
a identificar
o clip. Em conclusão, a
nacionais
literatura
câncer
de
amostragem,
no
cotidiano
do
patologista,
é
muito
importante.
mama
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
O cenário neoadjuvante continua como um dos mais importantes para a avaliação da biologia do tumor antes e após a
Uma de
atualizaquimioterapia, como forma
compreender os mecanismos da
çãoresposta
sobre as
atividades
e
as
novidades
tumoral, da resistência do tumor e o tratamento-alvo
dopara
GBECAM
os pacientes individualmente.
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
5 Sergio Simon,
32 Sessão
Diálogo
Diretor-presidente
do Rodrigo
GBECAM,Hanriot
destaCoordenador: Dr.
ca a necessidade de uma nova agenda
para
a atenção oncológica
Quantificação
da proteínabrasileira
Ki-67: usos e abusos na prática clínica
Dr. Giuseppe Viale — Diretor da Divisão de Anatomia Patológica
do Instituto Europeu de Oncologia
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado:
intercâmbio
científico,
Ki-67
é uma proteína
nuclear composta por dois isoformos
pessoal(245
e social
e 395 kDa) denominados em função da imunorreativio
A
dade da ki-67MAb. Ela está expressa em todas as células proliferativas durante as fases tardias G1, S, G2 e M do ciclo celular, com
De tudo um pouco:
pico no G2-M. O rápido declínio do ki-67 se dá após a mitose. O
iniciativas,
prêmios,
dicas de leitura
anticorpo original do ki-67 estava originalmente apenas disponível
em tecido congelado. Mais tarde, um novo anticorpo monoclonal
(MIB-1) surgiu contra um fragmento recombinante da proteína e
reage com um epítopo resistente à formalina.
38 Giro
-Array [TMA] versus biópsia com agulha grossa (BAG)], diferentes protocolos de coloração e avaliações distintas e pontuação dos resultados.
Se independentemente de tudo isso houver dados suficientes para
a validade prognóstica do ki-67, ele deve ser um marcador confiável.
Uma metanálise1 de estudos publicados envolvendo 12.155 pacientes foi conduzida para melhor definir o valor prognóstico do ki-67.
No Consenso de St. Gallen, realizado em 2011, uma nova abordagem foi proposta para informar a escolha do tratamento sistêmico de
acordo com os subtipos de câncer de mama, identificados por ER ou
PR, HER2 e Ki67, e discriminar entre os subtipos luminal A e luminal B.
No consenso de St. Gallen, os presentes foram questionados
se quando o Ki-67 é superior a 14% em tumores responsivos à
terapia endócrina deve-se discutir a inclusão da quimioterapia.
2VBTFEPTQSFTFOUFTGPSBNBGBWPS
Mas qual é o racional para se distinguir entre o câncer de mama
subtipo luminal A e luminal B, e, principalmente, quando decidir o
momento de incluir a quimioterapia à terapia endócrina? O estudo
conduzido por Cheang et al.2, em 2009, procurou correlacionar o Ki67 com a classificação molecular dos cânceres de mama responsivos à terapia endócrina; luminal A versus luminal B. Dessa forma, ela
poderia definir o melhor preditor para luminal B, um Ki-67-limite de
aproximadamente 14%. Utilizando esse cuttof, ela foi capaz de diferenciar entre luminal A e luminal B, demonstrar os diferentes prognósticos do luminal A e B, mas, levando em consideração o limiar de
14% estabelecido por ela, na série de câncer de mama ER+, observou-se que quase 60% dos tumores do grupo luminal A tinham menos
que 14% ki-67. Portanto, eram 60% de luminal A e 40% de luminal B.
O ki-67 é um marcador prognóstico importante no câncer de
mama. Ele pode apresentar um valor preditivo em determinados
subgrupos de pacientes. Seu valor prognóstico/preditivo é ampliado
quando utilizado em associação com parâmetros clínico-patológicos
adicionais (como no status HER2, status ER, status triplo negativo etc.).
Referências
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Significado biológico do ki-67
Tiragem: 4 mil exemplares
O ki-67
é uma
medida da fração proliferativa dos tumores. Se
Impressão:
Gráfica
Eskenazi
a intenção é saber a extensão do ciclo celular, deve-se combinar
Edição e produção:
o número de células que são ki-67-positivas com a medida da
taxa proliferativa do tumor. Por exemplo, a incorporação da BrdU
com a fração de fase S. A partir do ki-67, é possível informar o
crescimento
Publisher: Simoneatual
Simondo tumor, com base na fração proliferativa, na
Jornalista
responsável:na
Valéria
Hartt (MTbda
24.849)
taxa
proliferativa,
extensão
apoptose. Esses três parâmetros
Assistente editorial: Sergio Azman
indicam
o
crescimento
tumoral
no
paciente.
Direção de arte: Ione Franco
Tels.:Existem
SP (11) 2478-6985
/ RJ (21) 3798-1437
dados suficientes
comprovando o valor prognóstico e
preditivo do ki-67, apesar do uso de materiais diferentes [Tissue Micro-
12
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 12
Revista GBECAM
1. de Azambuja E, Cardoso F, de Castro G Jr, Colozza M, Mano MS, Durbecq V, et al. Ki67 as prognostic marker in early breast cancer: a meta-analysis of published studies
involving 12,155 patients. Br J Cancer. 2007;21;96(10):1504-13.
2. Cheang MC, Chia SK, Voduc D, Gao D, Leung S, Snider J, et al. Ki67 index, HER2
status, and prognosis of patients with luminal B breast cancer. J Natl Cancer Inst.
2009;20;101(10):736-50.
Irradiação parcial da mama
Dr. Thomas Buchholz — Reitor e vice-presidente executivo interino,
Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center, Houston, Texas
O
s resultados atuais da radioterapia são muito positivos para a
maioria das pacientes tratadas com cirurgia conservadora da
3
21/04/2013 19:46:13
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
mama, principalmente para o câncer de mama em estágio I, lumio tratamento com menos frações reduzindo as chances de complicações. Contudo,
estudos indicam que o tratamento desse pequeno
nal A ou ER+. Nesse cenário, as estratégias
de examesencontro
de imagens
em Gramado,
sintonizados
á controvérsias
com a omissão
traduzir
os novos
sobre diferentes
volume
ao redor
do leito tumoral pode não ser suficiente para evitar
atuais, as técnicas cirúrgicas e de patologia
mais avançadas,
uso de
Uma seleção e
conhecimentos
e incorporá-los
relaciotodas
as recidivaspercom o passar do tempo. O aumento para uma área
mais abrangente da terapia abordagens
sistêmica (especialmente
a terapia
análise
dos
principais
estudos
de cânclínica
ao os
câncer
de namanentemente
deà1,5prática
cm adicional
ao redor do leito tumoral pode ainda não ser suhormonal na doença ER+) enadas
mesmo
avanços
radioterapia
cer
de
mama
no
mundo
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
ficiente. Alguns pesquisadores argumentam que o mais seguro seria
estão proporcionando desfechos diferenciados.
Nesta edição, abordamos tamavançada até o papel preditivo e
irradiar toda a mama, e historicamente é o que se tem feito.
É necessário
tornar o da
tratamento
radioterápico
processo
bém
o panorama do câncer de
prognóstico
linfadenectomia.
Na um
Artigos de
mama
no Brasil, com destaque para
cirurgia
consolidam-se
mais dinâmico.
Seis aoncológica,
sete dias de
sessões diárias são
inviáveis
autores ductal
brasileiros
Abordagemdo
atual
do carcinoma
in situ em instituições
o impacto
da incorporação
trasevidências
em favor da mastectopara muitos as
pacientes,
principalmente
para os que moram
longe
tuzumabe,
a
primeira
mia
com
preservação
do
complexo
droga-alvo
na
Dra.
Kelly
Hunt
—
Professora
do
Departamento
dedoCirurgia
nacionais
na
literatura
câncerOnde
dos centros de tratamento ou em países com números limitados
mamiloareolar, mas a técnica conesfera do Sistema
Único
de
Saúde,
e
cológica, Divisão de Cirurgia,
Universidade do Texas MD Anderson
mama
de departamentos de radioterapia. Essa situação leva muitas patinua provocando debates acaloa aquisição de 80
novos
aceleradoCancer
Center,
Houston,
Texas
cientes a optarem pela mastectomia.
rados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares para os serviços públicos
Uma das cussão
opçõesem
seria
continuar
o tratamento
mama
torno
da radioterapia
país. total
par- dado
atualizacarcinoma ductal in situ (DCIS) responde porUma
aproximadahipofracionado.
três hipofracategorias de irradiação
A revista institucional
do GBECAM
cial Atualmente
acelerada, a existem
radioterapia
mente
60 mil novosção
casos
de câncer
de mama
Estados
sobre
as atividades
e asnos
novidades
também
traz neste número a particicionada
e a irradiação
convencional
parcial da mama:
radioterapia
intraoperatória
em fração
única, uso
Unidos anualmente. Isso representa
20%
a
25%
das
pacientes
que
do GBECAM
pação
dezenas de especialistas
de toda a mama
não é para
o único
tema
do mesmo equipamento
utilizado
tratar
a mama
toda,de
mas
buscam por tratamento na fase inicial da doença. A incidência de
a difundir o
a dividir
opinião
especialistas.
com ajuste da
dose apara
umados
região
específica danacionais
mama, e que
o ajudam
DCIS aumentou cerca de 500 vezes com o advento da mamoestado
da
arte
na
prevenção,
diagEsses
e
muitos
outros
debates
terceiro, a inserção de fontes radioativas no leito tumoral ou ao
Sergio
grafia. As
geralmente apresentam
lesõesSimon,
assintomáticas
nóstico e tratamento
do pacientes
câncer de
aqueceram a programação da 7ª ediredor dele. Essas abordagens buscam tratar um volume menor
Diretor-presidente
do
GBECAM,
destaque
são
detectadas
pela
mamografia,
embora
algumas
apresenção do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo os principais esde tecido permitindo um tratamento mais rápido. Em vez de dois
a necessidade
de uma nova agenda
massas
palpáveis
secreção
no mamilo.
tudos e os mais tem
recentes
avanços
da ou ca
em mais um encontro repleto de
meses, são sete
dias de tratamento.
brasileira
para
a
atenção
oncológica
especialidade no Brasil e no mundo.
controvérsias.
O que se extrai dessa
O tratamento é controverso, já que aproximadamente 50%
experiência
reforça ofoicompromisso
A radioterapia
hipofracionada
testada em câncer de mama
a 70% das mulheres com DCIS tratadas não evoluem para câncom das
a atualização
médica e amplia
estágio I (maioria
pacientes pós-menopausadas),
emBoa
doisleitura
escer de mama invasivo. A questão é quais pacientes
irão evoluir e
7o Câncer
de Mama –
a crença
tudos prospectivos
fasenaIII pesquisa
(Canadá etranslacional
Reino Unido), e em ambos
precisarão
de
tratamento
local
ou
sistêmico.
As
opções
cirúrgicas
para
fortalecer
a
aquisição
de
eviGramado:
intercâmbio
científico,
tentou-se reduzir o tratamento de cinco para três semanas. Ambos
versus
mastectomia.
incluem
a
cirurgia
conservadora
da
mama
dências.
Sergio
D. Simon
pessoal e social
os estudos foram bem-sucedidos. O estudo canadense fez
um sePara as pacientes tratadas com a conservação da mama, discuAqui, trazemos o saldo dessa
Editor
clínico
guimento mais longo das pacientes, de dez anos, em que a recitem-se quais necessitam da radioterapia e em qual intensidade.
programação científica, com a prodiva foi de aproximadamente
porde
ano
(durante
As opções de tratamento sistêmico dependem
expressão dos
posta de reunir o 0,5%
melhor
mais
um os dez anos),
De tudo umdapouco:
com um desfecho equivalente de consequências cosméticas com
biomarcadores nas lesõesiniciativas,
DCIS.
prêmios, dicas de leitura
a radioterapia e com a cirurgia (considerada boa/excelente).
O Projeto Nacional de Cirurgia Adjuvante para Mama e InEsses resultados são semelhantes aos do estudo do Reino
testino (The National Surgical Adjuvant Breast and Bowel Project;
Unido, cujo seguimento foi de cinco anos. Em muitos centros dos
NSABP) completou um ciclo de estudos sobre questões controEstados Unidos a radioterapia hipofracionada é utilizada rotineiraversas no tratamento do DCISS. O estudo NSABP B171 direcionou a
mente. As evidências a seu respeito são sólidas. Trata-se de uma
questão sobre a radioterapia adjuvante em pacientes tratadas com
opção com boa relação de custo e benefício,
conveniente
para
a
lumpectomia.
Além do estudo
do 4NSABP,
outros ensaios randoConselho editorial
A Revista
GBECAM é uma
Tiragem:
mil exemplares
semestral
do Grupo
Impressão:
Gráfica
paciente, e nada indica ser menos eficaz ou mais tóxica compara- publicação
mizados
demonstraram
uma
baixa taxa
deEskenazi
recidiva na mama em
Brasileiro de Estudos do Câncer
Sergio D. Simon
da ao tratamento convencional.
pacientes tratadas com radioterapia.
Portanto,
se a radiação é tão
Edição e produção:
de Mama e é distribuída
Editor clínico
eficaz
em
prevenir
a
recidiva
na
mama,
porque
não tratar todas
Acredita-se que na ausência da radioterapia a maioria dos tu- gratuitamente a seus membros,
além
de
profissionais
e
instituições
José
Bines
as pacientes dessa maneira? A radioterapia é um tratamento caro
mores tem recidiva no local do leito tumoral. Trata-se da área com
envolvidos na área de câncer
Diretor científico
e que requer seis semanas para se atingir toda a mama. Também
o maior risco de células cancerígenas residuais. Se for possível focar de mama.
A reprodução parcial
existem
complicações,
a fibrose,
desfechos
cosméticos inGBECAM
Grupo
Brasileiro
Carlos
Barrios
Publisher:
Simone
Simon
somente nessa região sob risco, seria possível obterem-se todos os ou total
de seus
artigos é proibida.como
de Estudos do Câncer de Mama
Jornalista
responsável:
Valéria
Hartt (MTb 24.849)
Diretor
de
relações
internacionais
satisfatórios
e
efeitos
adversos
cardiovasculares.
benefícios do tratamento em um menor período. Contudo, não se
H
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
O
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
Tel.: (11) 2679-6093
Assistente editorial: Sergio Azman
sabe com
certeza
onde a doença está localizada,
portanto a definição
No tratamento sistêmico
dos de
DCIS
biomarcador
mais freCláudia Vasconcelos
Direção
arte:oIone
Franco
E-mail:
[email protected]
Tels.:
SP
(11)
2478-6985
/
RJ
(21)
3798-1437
Coordenadora
executiva
ISSN
2236-7039
Site:
www.gbecam.org.br
sobre o que se tratar tem sido arbitrária. A maioria dos médicos proquentemente utilizado é o receptor de estrogênio (RE). O estudo NSABP B-242 demonstrou que não houve benefício à terapia
cura tratar o leito tumoral + 1 cm adicional a seu redor. Isso permite
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 13
13
3
21/04/2013 19:46:14
>> panorama
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
hormonal adjuvante em pacientes DCIS RE-negativo. O uso do
tamoxifeno em pacientes com DCIS RE-positivo reduz significativamente as recidivas Uma
na mama.
O ereceptor de estrogênio está
seleção
agora sendo utilizado como um alvo para estudo no cenário neoanálise
dos principais estudos de cânadjuvante com o protocolo CALGB 40903. Nesse estudo, mulhecer de mama no mundo
res pós-menopausadas com DCIS RE-positivo receberam letrozol no cenário neoadjuvante durante três meses e a ressonância
magnética por imagem foi Artigos
utilizadade
para avaliar evidências de alterações
radiológicas
associadas
com
autores brasileiros em instituições a terapia hormonal. Outro
alvo sendo
o oncogene
nacionais
na estudado
literatura édo
câncer deHER2/neu. Algumas lesões
DCIS irão superexpressar HER2, e o estudo NSABP B-433 está utilimama
zando esse alvo no cenário adjuvante ao combinar a radioterapia
com a terapia anti-HER2 (trastuzumabe). O desfecho primário são
as taxas de recidiva na mama
em pacientes tratadas com o trasUma atualizatuzumabe
versus
placebo.
Em
conclusão, o tratamento do DCIS
ção sobre as atividades e as novidades
evoluiu para modelos de estratificação de risco em
dorecentemente
GBECAM
desenvolvimento para identificação de subgrupos de mulheres
que podem ser tratadas com excisão local versus excisão com
radioterapia. Além
disso,
existe um interesse sobre o uso de agenSergio
Simon,
tes sistêmicos, seja
cenário destapré-operatório, seja adjuvante. O
Diretor-presidente
dono
GBECAM,
é personalizar
estratégias
de tratamento para essas paca objetivo
a necessidade
de umaasnova
agenda
cientes.
Além
disso,
existem
algumas
para a atenção oncológica brasileira pacientes que podem não
precisar de qualquer intervenção e ser somente acompanhadas.
O estudo do DCIS é também uma oportunidade de identificar
7o Câncer
de Mama
agentes promissores
que podem
ser –utilizados na prevenção.
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
32 Diálogo
37 Encontro
Gramado: intercâmbio científico,
Referências
pessoal
e social
1. Phase III Randomized Study of Postoperative Radiotherapy Following Segmental
Mastectomy and Axillary Dissection in Patients with Noninvasive Intraductal Adenocarcinoma of the Breast. Disponível em: www.cancer.gov/clinicaltrials/search/view?c
drid=73291&version=HealthProfessional. Acessado em: 6 abr. 2013.
De tudo um pouco:
2. NCI HIGH PRIORITY CLINICAL TRIAL — Phase III Randomized Trial of Adjuvant
iniciativas,
dicas de
leitura
Tamoxifen prêmios,
vs Placebo Following
Breast
Irradiation in Patients Who Have Undergone
Lumpectomy for Noninvasive Intraductal Carcinoma (DCIS) of the Breast. Disponível
em: www.cancer.gov/clinicaltrials/search/view?cdrid=76907&version=HealthProfessi
onal. Acessado em: 6 abr. 2013.
3. Radiation Therapy With or Without Trastuzumab in Treating Women With Ductal Carcinoma In Situ Who Have Undergone Lumpectomy. Disponível em: www.cancer.gov/clinicaltrials/search/view?cdrid=615085&version=HealthProfessional. Acessado em: 6 abr. 2013.
38 Giro
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
da doença metastática: como melhorar ainda mais o resultado?
Edição e produção:
Dr. Fabrice André — Professor-associado do Departamento de
Oncologia Médica, Institut Gustave-Roussy, Villejuif, França
A
té há pouco tempo, os únicos fármacos disponíveis no es-
Publisher: Simone Simon
pectro
da terapia
endócrina
para o tratamento do câncer de
Jornalista
responsável:
Valéria
Hartt (MTb 24.849)
mama
eram
o tamoxifeno
Assistente
editorial:
Sergio Azmane os inibidores da aromatase.
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 14
Revista GBECAM
Foi observado um benefício, em termos de sobrevida global
(SG) de 500 mg de fulvestranto. Trata-se de um estudo muito importante, primeiramente por representar uma nova linha de tratamento às pacientes com câncer de mama RE+, e também por
ilustrar que é possível atingir SG no contexto da fase III de um
estudo randomizado em câncer de mama. A partir desses resultados a tendência é se utilizar mais o fulvestranto nos casos de
resistência aos inibidores de aromatase.
É importante destacar também os avanços no campo das
terapias-alvo para os ossos (bone-targeting agents). Um estudo2
randomizado de fase III comparou o denosumabe ao ácido zoledrônico. Foram incluídas 2.049 pacientes com câncer de mama
avançado e metástases ósseas. Elas foram divididas em dois grupos: 120 mg de denosumabe (subcutâneo; SC) + placebo intravenoso (IV) (n = 1.026) ou 4 mg ácido zoledrônico IV + placebo SC
(n = 1.020), a cada quatro semanas. O desfecho principal foi o primeiro evento relacionado ao esqueleto ocorrido durante o estudo.
Foi observada uma redução significativa em relação aos
eventos ósseos nas pacientes recebendo denosumabe comparadas com as tratadas com o ácido zoledrônico. O risco relativo
foi de 0,82 (p = 0,01).
Em termos de novas estratégias, o que se está avaliando atualmente no cenário do câncer de mama metastático é o uso de
testes genômicos que possam melhorar o desfecho. O estudo
francês SAFIR013 engloba esses conceitos. Os pesquisadores realizam biópsias de amostras tumorais congeladas de câncer de
mama para a identificação das mutações (PIK3CA-AKT1). A partir
de então a paciente passa a ser tratada de acordo com o resultado
do teste genômico com terapias-alvo.
Referências
Tiragem: 4 mil exemplares
AvançosGráfica
no tratamento
Impressão:
Eskenazi
14
Recentemente, foi completado o estudo randomizado de fase
III CONFIRM1 que comparou 250 mg de fulvestranto a 500 mg em
mulheres na pós-menopausa com câncer de mama avançado receptor de estrogênio positivo (RE+).
1. Di Leo A, Jerusalem G, Petruzelka L, Torres R, Bondarenko IN, Khasanov R, et al.
Results of the CONFIRM phase III trial comparing fulvestrant 250 mg with fulvestrant
500 mg in postmenopausal women with estrogen receptor-positive advanced breast cancer. J Clin Oncol. 2010;20;28(30):4594-600.
2. Stopeck AT, Lipton A, Body JJ, Steger GG, Tonkin K, de Boer RH, et al. Denosumab compared with zoledronic acid for the treatment of bone metastases in patients with advanced breast cancer: a randomized, double-blind study. J Clin Oncol.
2010;10;28(35):5132-9.
3. Andre F, et al. Array CGH and DNA sequencing to personalize therapy for metastatic breast cancer: A prospective National trial (UNICANCER SAFIR-01). ESMO 2012
conference Abstract 13 LBA_PR.
3
21/04/2013 19:46:14
Anun
INTERGROUP EXEMESTANE STUDY (IES)
Mais de 4.700 pacientes em 37 países e uma mediana de 7,7 anos de acompanhamento,
demonstrou benefício em termos de sobrevida, mesmo após o término do tratamento.1
Redução do risco de morte de 14%1
Redução de 19% do risco de recidiva1
O estudo demonstrou um ganho absoluto de sobrevida global em 8 anos de 2,4% (IC 95%
0,1% a 4,4%) a favor da troca de tamoxifeno para Aromasin* (exemestano), quando
comparado a continuar com tamoxifeno por 5 anos.1
O efeito protetor do risco de recidiva do esquema switch com Aromasin* (exemestano), versus
continuar o tratamento com tamoxifeno, se manteve por pelo menos 5 anos após o tratamento
e foi associado a um contínuo benefício de sobrevida global.1
Aromasin* (exemestano) é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e
atenção podem estar prejudicadas.
Contraindicação: hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula.
Interação medicamentosa: efeitos farmacocinéticos com rifampicina sem alterar atividade farmacológica.
Referência: 1. Bliss JM, Kilburn LS, Coleman RE, et al: Disease-related outcomes with long-term follow-up: an updated analysis of the intergroup exemestane study. J Clin Oncol 30:709-17, 2012.
Aromasin* (exemestano) é um inibidor irreversível da aromatase esteroidal, relacionado estruturalmente com o substrato natural androstenediona. A privação estrogênica por inibição da aromatase é um
tratamento eficaz e específico do câncer de mama hormônio-dependente em mulheres pós-menopausadas. Indicações: tratamento adjuvante em mulheres pós-menopausadas com câncer de mama inicial
com receptor de estrogênio positivo ou desconhecido, após o tratamento com tamoxifeno durante 2 ou 3 anos (o tempo total do tratamento deve ser de 5 anos, sendo 2-3 anos com tamoxifeno e 3-2 anos de
Aromasin*, de modo seqüencial); tratamento de primeira linha do câncer de mama avançado com receptor hormonal positivo em mulheres pós-menopausadas; tratamento de segunda linha do câncer de
mama avançado com receptor hormonal positivo em mulheres pós-menopausadas, cuja doença progrediu após terapia antiestrogênica. Aromasin* é também indicado para o tratamento de terceira linha do
câncer de mama avançado em mulheres pósmenopausadas, cuja doença progrediu após tratamento com antiestrógenos e/ou inibidores nãoesteroidais da aromatase ou progestágenos. Contra-indicações:
hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer um de seus excipientes, a mulheres pré-menopausadas, as gestantes ou lactantes. Advertências e precauções: Aromasin* não deve ser administrado
a mulheres prémenopausadas; sempre que for clinicamente apropriado, o estado pós-menopáusico deve ser confirmado pela avaliação dos níveis de LH, FSH e estradiol. Aromasin* não deve ser administrado
concomitantemente com medicamentos que contêm estrógenos, pois esses antagonizam sua ação farmacológica. Foram relatados casos de sonolência, astenia e tontura com o uso do fármaco; sendo assim, as
pacientes devem ser advertidas de que, se ocorrerem esses sintomas, sua capacidade física e/ou mental necessária para operar máquinas ou dirigir automóveis poderá ser prejudicada. Durante o tratamento
adjuvante com Aromasin*, mulheres com osteoporose ou com risco de osteoporose devem ter a densidade mineral óssea avaliada por densitometria óssea ao iniciar o tratamento. Deve ser considerada avaliação
e reposição dos níveis de 25 Hidroxi-Vitamina D previamente ao uso de inibidores da aromatase Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em diabéticos. Aromasin* é
um medicamento classificado na categoria X de risco de gravidez. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento. A paciente
deve informar imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Interações medicamentosas: evidências in vitro demonstraram que o fármaco é metabolizado através do citocromo P450 (CYP) 3A4
e aldocetoredutases, não inibindo qualquer das principais isoenzimas do CYP. Reações adversas: os eventos adversos mais comuns relatados foram: insônia, cefaléia, rubor, náusea, aumento da sudorese,
fadiga, dores articulares e músculo- esqueléticas (vide bula completa do produto). Além disso, foi observada linfopenia sem repercussões infecciosas em aproximadamente 20% das pacientes tratadas com
Aromasin*, particularmente em pacientes com linfopenia preexistente. Foram ocasionalmente reportadas trombocitopenia e leucopenia. Também foram observadas ocasionalmente elevações de enzimas hepáticas e da fosfatase alcalina, principalmente em mulheres com metástases hepáticas ou ósseas ou outras condições com prejuízo da função hepática. Casos raros de hepatite incluindo hepatite colestática
foram observados em estudos clínicos e reportados pós-comercialização. Posologia: a dose recomendada de Aromasin* é uma drágea de 25 mg, uma vez ao dia, administrada preferencialmente após uma
refeição. Para pacientes com câncer de mama inicial, o tratamento com Aromasin* deve continuar até completar cinco anos de terapia endócrina adjuvante, ou até recorrência local ou distante ou novo câncer de
mama contra-lateral. Para pacientes com câncer de mama avançado, o tratamento com Aromasin* deve ser mantido, até que a progressão do tumor se torne evidente. Não são necessários ajustes posológicos
em pacientes com insuficiência hepática ou renal. Superdosagem: estudos clínicos com a utilização de uma dose única de até 800 mg a voluntárias sadias e de uma dose de até 600 mg por dia a mulheres
pós-menopausadas com câncer de mama avançado foram bem toleradas. Não existe um antídoto específico para a superdosagem e o tratamento
deve ser sintomático. Quando necessário, está indicada a assistência de suporte geral, incluindo a monitoração freqüente dos sinais vitais e a
observação rigorosa da paciente. Apresentação: drágeas com 25 mg em embalagem contendo 30 unidades. USO ADULTO. USO ORAL. VENDA SOB
PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto
(ARODRA_01). Documentação científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica mediante solicitação. Laboratórios Pfizer
Ltda., Rua Alexandre Dumas, 1860 – Chácara Santo Antônio, São Paulo, SP – CEP 04717-904. Tel.: 0800-7701575. Aromasin* - MS – 1.0216. 0141.
Anúncio aprovado em Março/2013
14761 Rev
GBECAM
15
Anuncio
Estudo
1.indd 6.indd
1
21/04/2013 15:50:51
19:46:15
01/04/2013
>> mais GBECAM
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Segundo Prêmio Roche
em Câncer de Mama
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista Uma seleção e
análise dos principais estudos de câncer de mama no mundo
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27PorPesquisa
clínica Artigos de
Cláudia Vasconcelos
autores brasileiros em instituições
nacionais na literatura do câncer de
mama
30 Mais GBECAM
Uma atualização sobre
as atividades
e as
novidades
Grupo
Brasileiro de
Estudos
do Câncer de Mama (GBECAM)
do GBECAM
participou como Comissão Julgadora da segunda edição o
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
O
Prêmio Roche em Câncer de Mama. Fizeram parte dessa comissão: Dr. Gilberto Amorim (diretor de Comunicação do GBECAM e
Sergio Simon,
médico oncologista coordenador do Grupo de Oncologia MamáDiretor-presidente
do GBECAM,
desta- do Rio de Janeiro), Dra. Daria da Clínica Oncologistas
Associados
ca niela
a necessidade
de
uma
nova
agenda
Dornelles Rosa (médica oncologista do Hospital Moinhos de
brasileira
para
a
atenção
oncológica
Vento e professora
colaboradora
do Programa de Pós-Graduação
de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul) e Dr. Carlos Sampaio
Filho [diretor financeiro do GBECAM e
7o Câncer de Mama –
médico oncologista diretor da Clínica de Assistência MultidiscipliGramado: intercâmbio científico,
nar em Oncologia (AMO) de Salvador].
32 Diálogo
37 Encontro
"VUPSFT Giuliano Santos Borges, Karyn Albrecht Siqueira De
Maman, Mayra Clara Jatobá Zabel, Angelo Antonio de Borba,
Fernanda Werner Dutra, Thais Dvulatk Marques, Gustavo de Souza
Custódio, Priscila Thais dos Anjos, Bruna Rodrigues de Senna.
*OTUJUVJ£ŸPCentro de Novos Tratamentos Itajaí (Itajaí, SC).
$BUFHPSJB Tendência temporal da mortalidade por câncer de
mama feminino nas capitais e no interior dos estados brasileiros
"VUPSFTRuffo Freitas Junior, Carolina Maciel Reis Gonzaga, Marta
Rovery de Souza, Nilceana Maya Aires Freitas.
*OTUJUVJ£ŸP Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia (Goiânia, GO).
pessoal e social
Foram selecionados 13 trabalhos finalistas e 4 trabalhos vencedores. Os trabalhos vencedores foram:
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas,
prêmios,
de leitura
$BUFHPSJB
Risco dicas
de recidiva
locorregional em pacientes porta-
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
dores de câncer de mama HER2-positivos tratados com trastuzumabe adjuvante: o impacto da radioterapia
"VUPSFTJanaína Brollo, Maximiliano Cassilha Kneubil, Giuseppe
Curigliano.
*OTUJUVJ£ŸP Instituto Europeu de Oncologia (Caxias do Sul, RS).
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
$BUFHPSJB Impacto do índice de massa corpórea sobre a evoEdição eclínica
produção:
lução
das pacientes com câncer de mama triplo-negativo
"VUPSFT Geraldine Eltz de Lima, Vladmir Claudio Cordeiro de
Lima, Andrea Paiva Gadelha Guimarães, Monique Celeste Tavares,
Graziela Zibetti Dal Molin.
Publisher: Simone Simon A. C. Camargo (São Paulo, SP).
*OTUJUVJ£ŸPHospital
A cerimônia de premiação foi realizada no Auditório Moise Safra (Hospital Israelita Albert Einstein) no dia 1º de março de 2013
durante a 7ª Conferência Brasileira de Câncer de Mama.
PROJETO MULHERES DE PEITO
O projeto “Mulheres de Peito — Falando abertamente sobre
o câncer de mama” é uma iniciativa do grupo Mulheres de Peito
(composto por: Sergio Lopes, Maria Taccari, Mirela Janotti e Silvia
Prado) e foi desenvolvido em uma parceria entre as empresas Conteúdos Diversos e Cinema Animadores e o GBECAM. Trata-se de
um documentário que soma as histórias das “mulheres de peito”:
Mirela Janotti, Patrícia Resende, Márcia da Silva Barros, Graciela Alves Reyes, Aline Mourão Baptista Bertaco e Mirna Gama — estas
mulheres demonstram com suas experiências como gerenciaram
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
$BUFHPSJB
Ione
T-DM1
Direção de arte:
Franco em primeira linha para câncer de mama
Tels.:
SP
(11)
2478-6985
/ RJ (21) 3798-1437
avançado com manutenção
de resposta completa por mais de
os conflitos gerados a partir do diagnóstico de um câncer de mama.
três anos: relato de caso
em outubro em 70 países há 20 anos tem o objetivo de apoiar
16
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 16
Revista GBECAM
Em 2012, o projeto foi apadrinhado pela Breast Cancer Awareness Campaign — essa campanha acontece simultaneamente
3
21/04/2013 19:46:15
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
a luta contra o câncer de mama. Dentre as ações dessa camLIVRO “TUDO O QUE VOCÊ SEMPRE QUIS SABER SOBRE
encontro
em Gramado,
sintonizados
á controvérsias
panha está a doação do valor obtido
com a venda
do batom
CÂNCER
DE MAMA!”
com
a
missão
de
traduzir
os novos
sobre
diferentes
Pink Ribbon da Clinique (durante o mês de outubro). O evento
17o livro
Ponto
vista
Uma
seleção
O GBECAM organizou
“Tudode
o que
você
sempre
quise
conhecimentos
e
incorporá-los
perabordagens
relaciode lançamento da campanha foi realizado em 25 de setembro
análise
dos
principais
estudos
de
cânsaber
sobre câncer
manentemente
à prática
clínicade mama!” que responde de forma simples
nadas
câncer de (madrinhas
de 2012 com participação de
váriasaocelebridades
da
cer
de
mama
no
mundo
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
e direta às perguntas mais comuns sobre o câncer de mama.
H
campanha) e com cobertura do evento na revista Caras de ouNesta edição,
abordamos
tamavançada até o papel preditivo e
Nele,
as pacientes
— bem como suas amigas e seus familiares —
tubro (Caras Rosa).
bém o panorama
do
câncer
deexplicações e orientações que muitas vezes
prognóstico da linfadenectomia. Na
poderão encontrar
Artigos de
Desde outubro
2012, o documentário
está sendo
mamaexibido
no Brasil, com destaque para
cirurgiadeoncológica,
consolidam-se
são difíceis de serem obtidas, mas que podem fazer diferença
autores brasileiros em instituições
pela GNT e pela
+Globosat.em favor da mastectoo impacto da incorporação do trasas evidências
na escolha do tipo de tratamento e de outros aspectos que potuzumabe,
a
primeira
mia
com
preservação
do
complexo
droga-alvo
na
nacionais na literatura do câncer de
A loja virtual com produtos Mulheres de Peito foi lançada
dem
melhorar
sua equalidade de vida e fazê-la atravessar essa
mamiloareolar, mas a técnica conesfera do Sistema
Único
de Saúde,
mama
em outubro deste ano. Acompanhem as novidades através do
fasenovos
da vida
com mais tranquilidade e segurança.
tinua provocando debates acaloa aquisição de 80
aceleradosite do projeto www.mulheresdepeito.com.br (produtos). Agora
rados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares para os O
serviços
livro públicos
prioriza a desmistificação do câncer de mama,
você pode adquirir
os produtos
depaís.
Peito na
cussão em
torno da exclusivos
radioterapiaMulheres
do
paratualizacom atenção dirigida ao diagnóstico precoce e Uma
ao tratamenloja virtual ecial
efetivamente
com
as pesquisasA clínicas
revista institucional do GBECAM
acelerada, acontribuir
radioterapia
hipofração
sobre
as
atividades
e
as
novidades
to, tendo sido elaborado por renomados especialistas ligados
do GBECAMcionada
entrando
site do projeto
Mulheres também
de Peitotraz
na neste
número a particie ano
irradiação
convencional
do GBECAM
ao GBECAM.
sessão “produtos”.
pação de dezenas
de especialistas
de toda a mama não é o único tema
que ajudam
a difundir
o
a dividir
a opinião
especialistas.
O GBECAM
dedica
este livro às mulheres brasileiras que
Parte da renda
apurada
pelodos
projeto
será revertidanacionais
para a reaestado da arte na
prevenção,
diagEsses e muitos outros debates
lutam contra o câncer de mama e àquelas
já enfrentalização de estudos clínicos em câncer de mama que o GBECAM
Sergioque
Simon,
nóstico e tratamento
do câncer
decada uma delas um exemplo de força, fé
aqueceram a programação da 7ª ediram
essa
doença,
desenvolve. O GBECAM acredita que, com conhecimento cientíDiretor-presidente do GBECAM, destação do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo os principais ese superação!
fico de qualidade
e
credibilidade,
já
teremos
andado
boa
parte
do
ca a necessidade de uma nova agenda
tudos e os mais recentes avanços da
em mais um encontro repleto de
caminho na controvérsias.
luta contra o câncer
Leiaemais
na seção “Dica
revista. brasileira
paradeaLeitura”
atençãodesta
oncológica
especialidade no Brasil
O quede
semama.
extrai dessa
no mundo.
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
experiência reforça o compromisso
com a atualização médica e amplia
a crença na pesquisa translacional
para fortalecer a aquisição de evidências.
Aqui, trazemos o saldo dessa
programação científica, com a proposta de reunir o melhor de mais um
Boa leitura
Sergio D. Simon
Editor clínico
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
pessoal e social
o
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
Conselho editorial
Sergio D. Simon
Editor clínico
José Bines
Diretor científico
GBECAM - Grupo Brasileiro
de Estudos do Câncer de Mama
Tel.: (11) 2679-6093
E-mail: [email protected]
Site: www.gbecam.org.br
Carlos Barrios
Diretor de relações internacionais
Cláudia Vasconcelos
Coordenadora executiva
A Revista GBECAM é uma
publicação semestral do Grupo
Brasileiro de Estudos do Câncer
de Mama e é distribuída
gratuitamente a seus membros,
além de profissionais e instituições
envolvidos na área de câncer
de mama. A reprodução parcial
ou total de seus artigos é proibida.
ISSN 2236-7039
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
Edição e produção:
Publisher: Simone Simon
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 17
17
3
21/04/2013 19:46:15
>> ponto de vista
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Atualizações em câncer de mama
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista Uma seleção e
análiseEsta
dos seção
principais
estudos
de cân- oferecer um panorama das principais pesquisas em câncer de
tem
por objetivo
cermama
de mama
no
mundo
publicadas nos últimos seis meses.
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
Artigos de
autores brasileiros em instituições
nacionais na literatura do câncer de
mama
"SFWJTŸPBTFHVJS¥EFBVUPSJBEF4FSHJP%4JNPOEJSFUPSQSFTJEFOUFEP(#&$".PODPMPHJTUBEP$FOUSP
1BVMJTUBEF0ODPMPHJBFEP)PTQJUBM*TSBFMJUB"MCFSU&JOTUFJO
30 Mais GBECAM
Uma atualização sobre as atividades e as novidades
doAdjuvant
GBECAM docetaxel, doxorubicin, and cyclophosphamide in node-positive breast cancer: 10-year
follow-up of the phase 3 randomised BCIRG 001 trial.
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
32.BDLFZ+3.BSUJO.1JFOLPXTLJ53PMTLJ+(VBTUBMMB+14BNJ"FUBM-BODFU0ODPM+BO
Diálogo Sergio Simon,
Diretor-presidente do GBECAM, destaca a necessidade de uma nova agenda
TACa versus
seguimento
de dez anos
brasileira
para
atençãoFAC:
oncológica
O estudo BCIRG 001, conhecido como TAC versus FAC, foi
um estudo que marcou época quando demonstrou, numa análise
37inicial
Encontro
7 Câncer
de Mama
– significativa da sobrevida
apresentada
em 2002,
melhora
o
livre de doença
quando
se substituía o fluorouracil do esquema
Gramado:
intercâmbio
científico,
clássico
de fluorouracil, doxorrubicina e ciclofosfamida (FAC) pelo
pessoal
e social
docetaxel (Taxotere®) no tratamento adjuvante de mulheres com
câncer de mama inicial. Os resultados de cinco anos de segui-
38mento
Giroforam
De tudo
um pouco:
publicados em 2006 no New England Journal of
iniciativas,
dicas
de leitura
Medicine,prêmios,
mostrando
benefício
de sobrevida com a adição de docetaxel. Os autores publicam agora os resultados de seguimento
de dez anos, investigando se os resultados favoráveis relatados no
seguimento de cinco anos se mantêm após esse período.
Neste estudo de fase 3, realizado entre 1997 e 1999, mulheres
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
com câncer
de mama inicial, com axila positiva, sem evidência de
Tiragem:
4 mil exemplares
Impressão:
Gráfica Eskenazi
doença metastática,
foram randomizadas entre o esquema adjuvante clássico FAC e o braço experimental de Taxotere®, doxorrubicina e
Edição e produção:
ciclofosfamida (TAC). Era necessário pelo menos um linfonodo axilar
positivo de um mínimo de seis linfonodos dissecados. As pacientes
foram estratificadas por centro de pesquisa e por número de linfonodos
comprometidos
Publisher:
Simone Simon (1 a 3, 4 ou +). O esquema de quimioterapia utiliJornalista
responsável:
Valéria
24.849)
zou
as doses
clássicas
deHartt
FAC (MTb
(500/50/500)
e TAC (75/50/500). O uso
Assistente editorial: Sergio Azman
profilático
de Ione
ciprofloxacino
foi feito entre os dias 5 e 14 para todas as
Direção de arte:
Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985
(21) 3798-1437
pacientes.
O uso de/ RJ
granulocyte-colony
stimulating factor (G-CSF)
profilático não foi permitido de início para as pacientes, mas se tor-
18
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 18
Revista GBECAM
nava obrigatório para as pacientes que desenvolvessem neutropenia
febril, em todos os ciclos subsequentes. O uso de trastuzumabe adjuvante não foi empregado nas pacientes HER2+ à época do estudo.
A presente análise foi realizada quando o seguimento das pacientes atingiu a mediana de dez anos. O endpoint primário do
estudo foi a sobrevida livre de doença (SLD), definida como recidiva local ou sistêmica, segundo tumor primário ou morte por qualquer causa. Endpoints secundários foram sobrevida global (SG),
toxicidade e qualidade de vida. Foram tratadas com o esquema
TAC 745 pacientes, e 746 com o esquema FAC.
As características clínicas, demográficas e fenotípicas foram
bem balanceadas entre os dois grupos. Os dados de seguimento
foram de excelente qualidade, com menos de 6% das pacientes
com perda de follow-up aos dez anos.
Na presente análise, a SLD aos dez anos foi de 62% para o
grupo TAC contra 55% para o grupo FAC (hazard ratio = 0,80, log
rank p = 0,0043). Já haviam ocorrido 429 mortes, sendo 188 no
grupo TAC e 241 no grupo FAC, com uma SG aos dez anos de
76% no grupo TAC e de 69% no grupo FAC (HR = 0,74, log rank
p = 0,0020). Ambos os gráficos de sobrevida são demonstrados na
figura 1. Um gráfico de Forrest para SLD e SG mostra que todos os
subgrupos (por número de linfonodos comprometidos, status dos
receptores hormonais, status do HER2, estado menopausal) foram
favoráveis ao grupo TAC, se bem que nem sempre de maneira
estatisticamente significativa.
3
21/04/2013 19:46:16
>> SUMÁRIO
A evidência nossa de cada dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
H
encontro em Gramado, sintonizados
controvérsias
SobrevidaáLivre
de Doença (SLD)
Sobrevida Global (SG)
17 Ponto de vista
Sobrevida livre de doença (%)
Sobrevida global (%)
com aTAC missão de traduzir
os novos
sobre diferentes
100
Uma seleção e
FAC
conhecimentos
e incorporá-los perabordagens relacioanálise
dos
principais
estudos
de cân80
80
manentemente à prática
clínica
nadas ao câncer de
cer
de
mama
no
mundo
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
60
60
Nesta edição, abordamos
tamavançada
até o papel preditivo e
bém
o
panorama
do
câncer
de
prognóstico
da
linfadenectomia.
Na
40
40
Artigos de
mama no Brasil, com destaque para
cirurgia oncológica, consolidam-se
autores brasileiros em instituições
o impacto da incorporação
do trasas evidências
em favor da mastecto20
20
tuzumabe, a primeira droga-alvo na
mia com preservação do complexo
nacionais na literatura do câncer de
HR 0,74 (95% CI 0,61-0,90; log rank p = 0,002)
HR 0,80 (95% CI 0,63-0,93; log rank p = 0,0043)
0
0de Saúde, e
mamiloareolar,
mas
a
técnica
conesfera
do
Sistema
Único
0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 84 90 96 102 108 114 120
0 6 12 18 24 30 36 42 48mama
54 60 66 72 78 84 90 96 102 108 114 120
Tempo (meses)
Tempo (meses)
Pacientes
em risco
em risco
tinuaPacientes
provocando
debates
acaloa aquisição de 80 novos
aceleradoTAC 745 742 732 718 704 693 677 661 650 645 635 622 612 603 594 584 571 563 547 524 495
TAC 745 737 710 678 659 639 617 596 583 562 551 541 530 519 508 491 478 463 444 418 387
FAC 746 740
731 724 704 684 657 642 625 608 591 581 573 557 546 532 517 501 482 460 443
rados. Entre
radioterapeutas,
para os serviços
públicos
FAC 746 730os
699 659
618 584 558 541 523 510 499 484 a
471 dis453 437 429 414res
392 378lineares
351 333
cussão em torno da radioterapia pardo país.
Uma atualizado GBECAM
cial acelerada,
a radioterapia
hipofraFigura 1. Sobrevida
livre de
doença (SLD)
e sobrevidaA revista
global institucional
(SG) das pacientes
do estudo
(TAC versus
com
çãoBCIRG
sobre 001
as atividades
e asFAC),
novidades
ea
seguimentocionada
mediano
deirradiação
dez anos.convencional também traz neste número a particido GBECAM
pação de dezenas de especialistas
de toda a mama não é o único tema
nacionais
que ajudam
difundir ojovem (mediana de 49 anos), cerca de 16% das
a dividir
a opiniãodos
dossubtipos
especialistas.
Uma análise
exploratória
moleculares
mostrou
ser uma apopulação
estado da arte na prevenção, diagEsses e muitos outros debates
que o subgrupo luminal A (receptores hormonais positivos, HER2pacientes apresentam queda da fração de
ejeção
do ventrículo
Sergio
Simon,
nóstico e tratamento do câncer de
aqueceram a programação da 7ª edi, Ki67 baixo) provavelmente não se beneficiou da adição do taxaesquerdo > 20%, muitas delas
assintomáticas.do GBECAM, destaDiretor-presidente
ção do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo os principais esno. Já as pacientes
com
doença
HER2+
e receptores
hormonais
a necessidade
de uma
nova não
agenda
A figura
2 ressalta
de eventos
cardíacos
tertudos
e os mais recentes
avanços
daque acaincidência
em mais
um
encontro
repleto
de
negativos, bem
como aquelas
com
triplo negativos,
fo- nomina
para a atenção
oncológica
especialidade
controvérsias.
O que
setumores
extrai dessa
Brasil
e no
mundo.
com
o fim
da quimioterapia
adjuvante,
mas pode brasileira
ser observaram as que mais
se beneficiaram
esquema TAC, se bem que
experiência
reforça odo
compromisso
do de maneira cumulativa ao longo dos vários anos subsequentes.
nem semprecom
de maneira
estatisticamente
a atualização
médica e significativa.
amplia
Boa leitura
Essa atualização confirma que o benefício
absoluto de so7o Câncer de Mama –
a crença
na pesquisa
Em termos
de toxicidade
a longo translacional
prazo, astenia persistente no
brevida visto aos cinco anos (5%) se mantém aos dez anos (7%).
para fortalecer a aquisição de eviGramado: intercâmbio científico,
período de seguimento foi mais comum no grupo TAC (32%) do
Todos os grupos se beneficiaram da adição de docetaxel, com
dências.
Sergio D. Simon
pessoal e social
que no grupo FAC (24%). Amenorreia nas mulheres pré-menoAqui, trazemos o saldo dessa
Editor clínico a possível exceção das pacientes com tumores do tipo luminal
pausadas foi programação
mais comum científica,
entre as pacientes
do grupo TAC (47%)
A. Esse é um estudo importante, uma vez que traz uma enorme
com a prodo que no grupo
FAC
(30%).
Neuropatia
persistente
também foi
posta de reunir o melhor de mais um
quantidade de informação a longo prazo
sobre
pacientes
De tudo
um
pouco: tratadas
um pouco mais comum no grupo que recebeu taxano (5%) do
com quimioterapia adjuvante,
o queprêmios,
é raro nos
estudos
de adjuiniciativas,
dicas
de leitura
que no grupo FAC (1%). As outras toxicidades, incluindo cardíaca
vância em câncer de mama.
e hematológica, foram similares entre os dois grupos. Apesar da
cardiotoxicidade similar nos dois grupos, os autores enfatizam que
TAC
FAC
casos de insuficiência cardíaca congestiva e de morte cardíaca são
TAC (n = 744)
8
Número de eventos
26
17
FAC (n = 736)
considerações importantes quando se observam essas pacientes a
7
5
Relatado nos meses 0-55 de
13
acompanhamento
longo prazo, devido à morbimortalidade
encontrada
Conselho
editorial nesse grupo. A Revista GBECAM é6 uma
Tiragem:
exemplares
Relatado nos meses 56-120
de
134 mil 12
100
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
Concluindo, os autores consideram que o tratamento adjuSimon
vante com docetaxel traz benefícios deSergio
SLD D.
e de
SG quando comEditor clínico
parado com o esquema FAC. Apesar disso, os autores chamam
José Bines
atenção para o fato de que poucos estudos
de quimioterapia adDiretor
juvante apresentam seguimento longo,
no científico
qual se podem balanGBECAM
- Grupo
cear os
ganhos
de Brasileiro
sobrevida com asCarlos
toxicidades
Barrios tardias. Nesse
de
Estudos
do
Câncer
de
Mama
Diretor
internacionais
estudo, chama atenção a taxa importante de
derelações
eventos
cardíacos
Tel.: (11) 2679-6093
tardios,E-mail:
que chega
a
cerca
de
7%
em
ambos
os
grupos
[incluindoCláudia Vasconcelos
[email protected]
Coordenadora
executiva
Site: www.gbecam.org.br
-se aí insuficiência
cardíaca congestiva
(ICC) graus
3 e 4 e morte
cardíaca], certamente devida à antraciclina. Além disso, apesar de
Insuficiência cardíaca congestiva (%)
38 Giro
acompanhamento
publicação semestral5 do Grupo
Brasileiro de Estudos do Câncer
4
de Mama e é distribuída
gratuitamente a seus3 membros,
além de profissionais2 e instituições
envolvidos na área de câncer
1
de mama. A reprodução
parcial
ou total de seus artigos
é proibida.
0
Impressão: Gráfica Eskenazi
Edição e produção:
Publisher: Simone Simon
48
60
72
84
96
108
120
Jornalista
responsável:
Valéria
Hartt
(MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SPde
(11)eventos
2478-6985cardíacos
/ RJ (21) 3798-1437
ISSN
2236-7039
Figura
2. Incidência cumulativa
nos dez
0
12
24
36
Tempo desde a randomização até o evento (meses)
anos de seguimento das pacientes do protocolo BCIRG 001.
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 19
19
3
21/04/2013 19:46:16
>> ponto de vista
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
"SFWJTŸPBTFHVJS¥EFBVUPSJBEF(JMCFSUP"NPSJN0ODPMPHJTUBFDPPSEFOBEPSEP(SVQPEF0ODPMPHJB
.BNSJBEB0ODPMPHJTUBT"TTPDJBEPTF1SJTDJMMB1FOUBHOBPODPMPHJTUBEB0ODPMPHJTUBT"TTPDJBEPTF
Uma seleção e
EB0ODPUFDI
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista
análise dos principais estudos de câncer de mama no mundo
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
Supressão ovariana e uso de fulvestranto como terapia endócrina em mulheres pré-menopausadas
27com
Pesquisa
Artigos
de
câncer clínica
de mama
metastático.
autores brasileiros em instituições
#BSUTDI3#BHP)PSWBUI;#FSHIPŢ"%F7SJFT$1MVTDIOJH6%VCTLZ1FUBM&VS+$BODFS
nacionais
na literatura do câncer de
mama
O tratamento endócrino no câncer de mama está pre-
30sente
Mais
GBECAM Uma atualizatanto nos estádios precoces quanto avançados. A pos-
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
çãosibilidade
sobre as de
atividades
e as novidades
tratamento com terapia endócrina na doença
dometastática
GBECAM prolonga o intervalo livre de quimioterapia, com
possibilidade de estabilização de doença e toxicidade significativamente menor.
32 Diálogo Sergio Simon,
O tamoxifenodo
tem
sido nasdestaúltimas décadas o único trataDiretor-presidente
GBECAM,
endócrino
mulheres pré-menopausadas,
ca mento
a necessidade
de disponível
uma nova para
agenda
porém
o
advento
dos
estudos
de
bloqueio
ovariano trouxeram a
para a atenção oncológica brasileira
possibilidade de uso de outra classe de fármacos, como os inibidores da aromatase.
37 Encontro
Câncer de Mama – os altos níveis de estrógeEm mulheres7 pré-menopausadas,
o
Gramado:
intercâmbio
no fazem
que o uso científico,
de inibidores da aromatase sem supressão
pessoal
e social
ovariana
não sejam efetivos. Em termos de adjuvância, o grupo
austríaco (ABCSG) demonstrou eficácia similar entre o uso de
anastrozol associado à gosserrelina e tamoxifeno associado à
De tudo um pouco:
gosserrelina. Assim como no caso de doença metastática já exisiniciativas, prêmios, dicas de leitura
tem estudos demonstrando o benefício do uso de inibidores da
aromatase mais gosserrelina em pacientes pré-menopausadas.
38 Giro
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Fulvestranto é um antiestrogênio puro que também necessita do bloqueio ovariano para atuar nas células do tumor em pacientes pré-menopausadas. Tem sido demonstrada em diversos
estudos4 de
III sua atividade em mulheres pós-menopausadas
Tiragem:
mil fase
exemplares
Impressão:
Gráfica Eskenazi
após a progressão
de uma primeira linha endócrina. Sua utilização
em pacientes pré-menopausadas em associação à gosserrelina
Edição e produção:
merece ser avaliada, como promovida nesse estudo.
No trabalho foram selecionadas 30 pacientes com câncer de
mama avançado pré-menopausadas com receptores hormonais
Publisher: Simone
positivos
para Simon
tratamento com 250 mg de fulvestranto assoJornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
ciados a 3,6 mg de gosserrelina a cada quatro semanas, como
Assistente editorial: Sergio Azman
primeira
linha
em doença metastática. Vinte e seis
Direção de arte:
Ioneendócrina
Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985
/ RJ (21)
3798-1437programada. A maior parte das
pacientes
receberam
a terapia
pacientes foi previamente tratada com tamoxifeno, mas 69% re-
20
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 20
Revista GBECAM
ceberam previamente inibidores da aromatase em combinação
com gosserrelina. A maior parte das pacientes (69%) apresentava-se com metástases viscerais ao diagnóstico. O objetivo primário
do estudo foi o benefício clínico, incluindo doença estável por
um tempo maior ou igual a seis meses. Os objetivos secundários
foram taxa de resposta, tempo para progressão, sobrevida global
e toxicidade.
Das pacientes estudadas, 11 (42,3%) apresentaram doença estável por mais de seis meses, três pacientes (11,5%) tiveram resposta parcial, uma paciente obteve resposta completa e dez pacientes
(38,5%) progrediram a despeito do tratamento. A taxa de resposta
no estudo foi de 58%. O tempo mediano para progressão foi de
seis meses (2 a 75 meses) e a mediana de sobrevida global, de 32
meses (5 a 84 meses).
Em termos de toxicidade, essa associação tem boa tolerância,
com poucos efeitos colaterais. No estudo, os efeitos mais comuns
foram sintomas vasomotores, como flushes, e gastrointestinais.
Esse artigo é o primeiro que compara a atividade da gosserrelina associada ao fulvestranto em pacientes metastáticas em fase de
pré-menopausa. O estudo tinha limitações, como número pequeno de pacientes selecionadas, não randomização e longo tempo
de seguimento (dez anos), com utilização de linhas subsequentes
não mencionadas e a dose de 250 mg de fulvestranto. No estudo
FIRST foi demonstrada a eficácia de 500 mg de fulvestranto sobre o anastrozol. No entanto, vários trabalhos já comprovaram a
atividade de inibidores da aromatase em combinação com gosserrelina nesse contexto de pacientes.
Para pacientes bem selecionadas de câncer de mama pré-menopausadas metastáticas, esse tratamento pode ser uma opção
terapêutica, prolongando o intervalo livre de quimioterapia, com
taxas de resposta bem interessantes. Mais trabalhos serão necessários para determinar a dose ideal de tratamento e a comparação
de eficácia com outros inibidores da aromatase.
3
21/04/2013 19:46:16
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
"SFWJTŸPBTFHVJS¥EFBVUPSJBEF%BOJFMB%PSOFMMFT3PTBPODPMPHJTUBDM©OJDBEP)PTQJUBM.PJOIPTEF7FOUP
encontro em Gramado, sintonizados
á controvérsias
com a missão de traduzir os novos
sobre diferentes
Uma seleção e
conhecimentos e incorporá-los perabordagens relacioanálise
dos
principais
estudos
de cânmanentemente women
à prática with
clínicaearly breast cancer participating
nadaseffects
ao câncer
Long-term endometrial
in de
postmenopausal
cer
de
mama
no
mundo
cotidiana.
mama, desde
o manejo da doença
in the Intergroup
Exemestane
Study (IES)
— a randomised controlled trial of exemestane versus
Nesta edição, abordamos tamavançada até o papel preditivo e
continued tamoxifen after 2–3 years tamoxifen.
bém o panorama do câncer de
prognóstico da linfadenectomia. Na
Artigos de
mama no Brasil, com destaque para
cirurgia oncológica, consolidam-se
#FSUFMMJ()BMM&*SFMBOE&4OPXEPO$'+BTTFN+%SPTJL,FUBM"OOBMTPG0ODPMPHZ
autores brasileiros em instituições
o impacto da incorporação do trasas evidências em favor da mastectotuzumabe, a primeira droga-alvo na
mia com preservação do complexo
nacionais na literatura do câncer de
mamiloareolar,
mas
a
técnica
conesfera
do
Sistema
Único
de
Saúde,
e
mama
O uso do tamoxifeno está associado a uma maior incidêncebeu exemestano, sem comprometimento
da qualidade de vida
tinuauterinas,
provocando
debates acaloa aquisição
novos
aceleradocia de alterações
como hiperplasia
endometrial,
pólipos,de 80
e com
alguns
eventos deletérios ósseos. Foi delineado um subrados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares para os serviços públicos
cistos e fibroides, além de maior risco de carcinomas e sarcomas
protocolo a fim de avaliar prospectivamente as alterações uterinas
cussão em torno da radioterapia pardo país.
Uma atualizauterinos. Para mulheres na pós-menopausa, uma espessura endonum subgrupo de pacientes do IES.
A revista institucional do GBECAM
cial acelerada, a radioterapia hipofração
sobre
as
atividades
e
as novidades
metrial inferior
a 5 mm
considerada
uma medida acurada
No mês aanterior
tambémpara
traz neste número
partici-à randomização, as mulheres foram submeticionada
e aéirradiação
convencional
do GBECAM
excluir doença
alteração
da espessura
endometrial
pação
de dezenas
especialistas transvaginal, a qual foi repetida a cada quade endometrial.
toda a mamaAnão
é o único
tema
das àde
ultrassonografia
(≥ 5 mm) costuma
ocorrer
em 8%
mulheres assintomáticas
nacionais na
que ajudam
a difundir
o
a dividir
a opinião
dosdas
especialistas.
tro semanas
inicialmente,
e depois nos meses 6, 12 e 24 e ao final
estado
arte na
prevenção,
diagmuitos
outros debates
pós-menopausaEsses
e em e85%
das mulheres
assintomáticas
na da
pósdo tratamento. A ultrassonografia transvaginal
também
Sergio
Simon,foi realizanóstico e tratamento
de término do bloqueio hormonal.
da 7ª
-menopausaaqueceram
que tiverama programação
câncer de mama
e ediusam tamoxifeno.
da 12 edo
24 câncer
meses após
Diretor-presidente do GBECAM, destação do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo os principais esApós a descontinuação do tamoxifeno, a espessura endomeO
objetivo
primário
do
estudo
foi avaliar a proporção
de pacientes
ca
a necessidade
de uma nova
agenda
tudos e os mais recentes avanços da
em mais um encontro repleto de
trial tende a diminuir, embora em alguns casos a alteração endoespessura
endometrial
≥ 5 mm
24 meses
após a randomização.
brasileira
para
a atenção
oncológica
especialidade nocom
controvérsias. O que se extrai dessa
Brasil
e no mundo.
metrial possaexperiência
ser mais duradoura,
como em 45% das mulheres
Os objetivos secundários foram: (1) a proporção de pacientes com
reforça o compromisso
após 12 meses
da adescontinuação
e em e42%
após 30 meses
sem
com
atualização médica
amplia
Boa leitura
espessura endometrial ≥ 5 mm 6 e 12 meses após a randomização e
o
o medicamento.
de Mama
a crença na pesquisa translacional
12 e 24 meses após o término do tratamento;7(2)Câncer
a espessura
endo-–
para
fortalecer
a
aquisição
de
eviGramado:
intercâmbio
científico,
O efeito do tamoxifeno no endométrio ocorre principalmente
metrial como variável contínua; e (3) o volume uterino. Foram obtidos
dências. estromal subepitelial, a qual acarreta
Sergio
D. Simon
pessoal
e social
devido à proliferação
alteradados a respeito de sintomas
e procedimentos
ginecológicos e de
Aqui, trazemos o saldo dessa
Editor
clínico
ções císticas por obstrução dos lumens glandulares, mimetizando
eventos adversos ginecológicos como parte do estudo principal.
programação científica, com a prouma hiperplasia endometrial no ultrassom (enquanto o epitélio
O cálculo de tamanho amostral baseou-se na proporção de
posta de reunir o melhor de mais um
De tudo um pouco:
permanece normal ou atrófico na maioria dos casos), gerando repacientes na pós-menopausa com espessamento endometrial
iniciativas,
prêmios,
dicas de leitura
sultados falso-positivos numa população sabidamente com maior
que recebem e que não recebem tamoxifeno. Foi calculado um
risco para neoplasias malignas uterinas. Devido a evidências liminúmero de 114 pacientes com o objetivo de detectar uma difetadas de exames custo-efetivos ou eficazes para o diagnóstico
rença absoluta de 30% na proporção de pacientes com espessura
das alterações endometriais, recomenda-se que a avaliação do
endometrial ≥ 5 mm 24 meses após a randomização (de 50% no
endométrio seja realizada apenas nas mulheres que apresentam
grupo do tamoxifeno para 20% no grupo do exemestano), com
sangramento vaginal ou leucorreia.
poderGBECAM
de 90%é uma
e nível de significância
bicaudal
de 5%. Após a publiConselho editorial
A Revista
Tiragem: 4 mil
exemplares
O uso de inibidores da aromatase, que inibem a síntese de publicação
caçãosemestral
de dados
novos sobre
espessamento
endometrial no ano
do Grupo
Impressão:
Gráfica Eskenazi
de Estudos
do Câncer novo cálculo de tamanho amostral, e o núSergio D. Simon
estrogênio a partir dos andrógenos, mostrou-se
vantajoso no tra- Brasileiro
de 2000,
foi realizado
Edição e produção:
de Mama e é distribuída
Editor
clínico
tamento adjuvante de mulheres na pós-menopausa e ainda tem gratuitamente
mero necessário
de pacientes no estudo foi aumentado para 176,
a seus membros,
a vantagem de estes não causarem efeitos
adversos no útero.
com
o objetivo
de detectar uma diferença de 25% na proporção
além
de profissionais
e instituições
José Bines
envolvidos
na
área
de
câncer
Diretor científico
de pacientes com espessura endometrial ≥ 5 mm (de 55% no gruO Intergroup Exemestane Study (IES), um estudo randomizado de mama.
A reprodução parcial
po do
tamoxifeno
para 30%Publisher:
no grupo
do exemestano).
O estudo
GBECAM
Grupo
Brasileiro
Carlos
Barrios
Simone
Simon
de fase III, comparou o uso de tamoxifeno contínuo por cinco ou total
de seus
artigos é proibida.
de Estudos do Câncer de Mama
Jornalista
responsável:
Valéria
Hartt
(MTbcom
24.849) o
teve
poder
de
73%
para
detectar
tal
diferença,
de
acordo
Diretor
de
relações
internacionais
anos com o uso de tamoxifeno por dois a três anos seguido de
Assistente editorial: Sergio Azman
Tel.: (11) 2679-6093
número de pacientes avaliáveis para o desfecho primário.
troca para exemestano até completarCláudia
cincoVasconcelos
anos de tratamento
H
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
E-mail: [email protected]
Direção de arte: Ione Franco
Tels.:foi
SPincluído
(11) 2478-6985
/ RJ (21) 3798-1437
Coordenadora
executiva
Site: www.gbecam.org.br
adjuvante
para mulheres na pós-menopausa.
Houve
melhora na ISSN 2236-7039
Um total de 219 pacientes
no presente
subprotosobrevida livre de doença e na sobrevida global no grupo que recolo (104 no grupo do exemestano e 115 no grupo do tamoxifeno).
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 21
21
3
21/04/2013 19:46:16
>> ponto de vista
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Após exclusão de pacientes por problemas de violação de protocolo, 117 pacientes foram avaliadas.
zados
novos
s perlínica
17 Ponto
de vista
Uma sele
ção e na avaliação inicial foi de 6
A espessura
endometrial
mediana
mm; dos
62,6%
das pacientes
tiveram
aumento da espessura endoanálise
principais
estudos
de cân≥ 5 no
mm.
Após dois anos de tratamento com hormonocermetrial
de mama
mundo
terapia, houve espessamento endometrial ≥ 5 mm em 35,5% do
grupo exemestano e em 61,8% do grupo tamoxifeno (p = 0,004).
Artigos
de
A diferença no espessamento
endometrial
permaneceu seis meautores
brasileiros
em
institui
ções
ses após a randomização (43,5% no exemestano versus 65,2% no
nacionais
na literatura
câncertodo
de o período de tratamento.
tamoxifeno,
p = 0,01) edodurante
mama
Nos primeiros 12 meses após término da hormonoterapia, não
houve diferenças na proporção de pacientes com alterações do
endométrio (30,8% versus 34,7% para o grupo exemestano e taUma atualizamoxifeno, respectivamente; p = 0,67).
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
ção sobre as atividades e as novidades
As pacientes que fizeram a troca para exemestano tiveram
do GBECAM
rápida diminuição na espessura endometrial nos primeiros seis
meses (alteração média de -1,9 mm; intervalo de confiança: -3,1
a -0,6 mm; p =Sergio
0,003).Simon,
Uma redução menos pronunciada ocorreu
entre 6 e 24 meses
(alteração destamédia de -0,4 mm; intervalo de
Diretor-presidente
do GBECAM,
-1,3 ade
0,5uma
mm;nova
p = 0,37).
As pacientes que continuaram
ca confiança:
a necessidade
agenda
32 Diálogo
a usar tamoxifeno não apresentaram diferenças significativas na
espessura endometrial até 24 meses a partir da randomização.
O volume uterino foi significativamente reduzido após seis
meses de uso de exemestano (p < 0,01 para comparação do volume no início do protocolo e após seis meses de tratamento)
e permaneceu inalterado no grupo do tamoxifeno. Dessa forma,
houve diferença significativa no volume uterino entre os grupos
após seis meses de tratamento (-13,5 mm; intervalo de confiança
de 95%: -21,7 a -5,2; p = 0,002), mantendo-se a diferença após 12 e
24 meses de tratamento também. Essa diferença no volume uterino continuou ocorrendo 12 meses após o término do tratamento,
mas desapareceu 24 meses após o término da hormonoterapia.
Oito pacientes foram submetidas à histerectomia, mas não
houve casos de câncer endometrial no subprotocolo. Houve
maior frequência de hiperplasia endometrial, pólipos e fibroides
uterinos, dilatação uterina, curetagens e sangramento vaginal no
grupo do tamoxifeno.
Esse foi o primeiro randomizado que investigou o efeito da
troca de tamoxifeno por exemestano sobre o endométrio de pacientes assintomáticas, avaliadas através de ultrassonografia.
para a atenção oncológica brasileira
" SFWJTŸP B TFHVJS ¥ EF BVUPSJB EF (VTUBWP 8FSVUTLZ EJSFUPS DJFOU©ţDP EP -BUJO "NFSJDBO $PPQFSBUJWF
37 Encontro
7 Câncer de Mama –
0ODPMPHZ(SPVQ-"$0(FPODPMPHJTUBEP)PTQJUBM4ŸP-VDBT1POUJG©DJB6OJWFSTJEBEF$BU¯MJDBEP3JP(SBOEF
o
Gramado:
intercâmbio científico,
EP4VM16$34
pessoal e social
for
38Endocrine
Giro De tudotherapy
um pouco:
postmenopausal women with hormone receptor-positive her2-negative
advanced breast cancer after progression or recurrence on nonsteroidal aromatase inhibitor therapy:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
a Canadian consensus statement.
1SJUDIBSE,*(FMNPO,"3BZTPO%1SPWFODIFS-8FCTUFS..D-FPE%7FSNB4$VSS0ODPM
'FC
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tiragem:
4 mil exemplares
Introdução
Impressão: Gráfica Eskenazi
Aproximadamente 70% a 75% dos tumores de mama são re-
Edição e produção:
ceptores
hormonais positivos (RH+). Apesar de melhora no rastre-
amento e avanços nas opções de tratamento, um número substancial de mulheres em pós-menopausa com câncer de mama
RH+ continuam a desenvolver doença metastática durante ou
Publisher: Simone Simon
após
terapia
endócrina
Jornalista
responsável:
Valéria adjuvante.
Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Emdeestágio
avançado/metastático, a terapia endócrina seDireção
arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) é
2478-6985
/ RJ (21) 3798-1437
quencial
uma estratégia
preferencial no tratamento de pacien-
tes com doença limitada ou indolente. Apesar de sua eficácia, o
22
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 22
Revista GBECAM
desenvolvimento de resistência ao tratamento endócrino é uma
regra e acontecerá de forma precoce (também chamada resistência primária) ou tardia (resistência secundária). A terapia endócrina
sequencial com moduladores seletivos de receptores hormonais,
inibidores da aromatase (IA) não esteroidais e bloqueadores de
receptores hormonais é considerada o tratamento standard para
pacientes pós-menopausadas com câncer de mama avançado
RH+ e HER2-. Devido ao aumento no uso de IA não esteroidais
(IANE) na adjuvância e primeira linha metastática, a questão de
qual tratamento endócrino usar na recorrência ou na progressão
ao IANE é de grande interesse.
3
21/04/2013 19:46:16
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Com isso, um grupo canadense de oncologistas desenvolveu
Manejo de pacientes pós-menopausadas com câncer de
em Gramado,
sintonizados
á controvérsias
um consenso com recomendações
para a seleção deencontro
terapia enmama avançado
que recorreram ou progrediram a um IANE
com
a
missão
de
traduzir
os novos
sobre
diferentes
dócrina em pacientes pós-menopausadas com câncer de mama
Em pacientes
que apresentam
doença
lenta Uma
progressão
oue
17 Ponto
dedevista
seleção
conhecimentos
e incorporá-los per-o considerável benefício clínico em termos
abordagens
relacioRH+ e HER2-, as quais recidivaram
ou progrediram
a um IANE.
endocrinossensível,
análise dos principais estudos de cânmanentemente
à prática clínica
nadas
aoautores
câncerforam
de baseadas
As discussões e recomendações
dos
nos
versusno
2,8mundo
meses, HR 0,43; 0,35de sobrevida livre progressão
(6,9mama
cer de
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
H
resultados de quatro estudos clínicos de fase III [EFECT (Evalua0,54: p < 0,001) no estudo BOLERO-2 suportam o uso de exeNesta edição, abordamos tamavançada até o papel preditivo e
tion of Faslodex versus Exemestane Clinical Trial), SOFEA (Study of
mestano
everolimo
(EXE mais EVE), o qual também mostrou
bém o panorama
do mais
câncer
de
prognóstico da linfadenectomia. Na
Faslodex withcirurgia
or without
Concomitante
Arimidex
versus
ExemesArtigos
de
subanálise
doença
mama no Brasil,em
com
destaquemaior
para eficácia em pacientes com apenas
oncológica, consolidam-se
tane Following
Progression
Aromatase
Inhibitors),
CONFIRM
brasileiros podem
em institui
ções
metastática óssea.
Outrasautores
opções terapêuticas
ser consio impacto
da incorporação
do trasas evidências
emonfavor
da mastecto(Comparisonmia
of Faslodex
in Recurrent
or Metastatic tuzumabe,
Breast Can-a primeira
com preservação
do complexo
droga-alvo
naintolerância
deradas
em caso de
ao EVE.
Pacientes em
de EXE
nacionais
na literatura
do uso
câncer
de
mamiloareolar,
mas Who
a técnica
conesfera
do Sistema
Único
de
Saúde,
e
cer) e BOLERO-2
(Breast Cancer
Are Refractory
to Letrozole
mais EVE devem ser monitoradas
mama cuidadosamente para otimizar
tinua
debatespós-menopausadas
acaloa aquisição
novos aceleradoor Anastrozole)]
queprovocando
incluíram pacientes
comde 80
o manejo
da toxicidade, a adesão ao tratamento e consequenterados.avançado/metastático
Entre os radioterapeutas,
a disresrefratárias
lineares paramente
os serviços
públicos
câncer de mama
RH+
e HER2-,
maximizar
o benefício clínico.
cussão em torno da radioterapia pardo país.
Uma atualizaou que progrediram a um IANE.
A revista institucional do GBECAM
cial acelerada, a radioterapia hipofração sobre as atividades e as novidades
Manejo
de doença
também traz neste
número
a partici-endocrinorresistente
cionada e a irradiação convencional
do GBECAM
pação de dezenas Foram
de especialistas
de toda a mama não é o único tema
Recomendações
definidas com câncer de mama endocrinorresistennacionais que ajudam
a difundir
o com recorrência durante os dois primeiros
dividir aasopinião
dos especialistas.
te aquelas
pacientes
A figura 1aresume
recomendações
desse consenso.
estado da arte na prevenção, diagEsses e muitos outros debates
Sergio Simon,
nóstico e tratamento do câncer de
aqueceram a programação da 7ª ediDiretor-presidente
do GBECAM, destação do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo os principais esca a necessidade de uma nova agenda
tudos e os mais recentes avanços da
em mais um encontro repleto de
para a atenção oncológica brasileira
especialidade no Brasil e no mundo.
controvérsias. O que se extrai dessa
experiência reforça o compromisso
com a atualização médica e amplia
Boa leitura
7o Câncer de Mama –
a crença na pesquisa translacional
para fortalecer a aquisição de eviGramado: intercâmbio científico,
dências.
Sergio D. Simon
pessoal e social
Aqui, trazemos o saldo dessa
Editor clínico
programação científica, com a proposta de reunir o melhor de mais um
De tudo um pouco:
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
Conselho editorial
A Revista GBECAM é uma
Tiragem: 4 mil exemplares
publicação semestral do Grupo
Impressão: Gráfica Eskenazi
Brasileiro de Estudos do Câncer
Sergio D. Simon
Edição e produção:
de Mama e é distribuída
Editor clínico
gratuitamente a seus membros,
além de profissionais e instituições
José Bines
envolvidos na área de câncer
Diretor científico
a
de mama.
A reprodução
parcial
Para pacientes com idade superior a 70 anos ou para aquelas com múltiplas
comorbidades
ou comprometimento
do estado de saúde, considerar
GBECAM
Gruporeduzida
Brasileirode 5 mg por dia,
Carlos
Barrios
Publisher: Simone Simon
dose-inicial
seguida
de potencial escalonamento
dose
(dependendo
da tolerabilidade).
ou de
total
de seus
artigos é proibida.
de Estudos
do Câncer de
Mama
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Diretor
relações internacionais
EVE = everolimo;
EXE
= exemestano;
F500 de
= fulvestranto,
500 mg; F250 = fulvestranto, 250 mg; CT = quimioterapia.
Assistente editorial: Sergio Azman
Tel.: (11) 2679-6093
Cláudia Vasconcelos
Direção de arte: Ione Franco
E-mail: [email protected]
Tels.:
SP (11) de
2478-6985
RJ (21) 3798-1437
Coordenadora
executiva
ISSN 2236-7039
www.gbecam.org.br da terapia
FiguraSite:
1. Recomendações
endócrina
(ET) para pacientes
pós-menopausadas com
câncer
mama/avançado,
RH+ e
HER2-, com recorrência ou progressão ao tratamento prévio com IANE.
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 23
23
3
21/04/2013 19:46:16
>> ponto de vista
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
anos de terapia endócrina adjuvante ou progressão em menos de
seis meses do início do tratamento endocrinometastático.
zados
novos
s perlínica
As opções
essas
pacientes
fulvestranto, 500 mg
17 Ponto
de para
vista
Uma
seleção seriam
e
(F500),
EXE
mais EVE,
quimioterapia
análise
dos
principais
estudos
de cân- ou EXE em monoterapia.
magnitude do efeito, a tolerabilidade e a convenicerConsiderando
de mama noamundo
ência em relação à quimioterapia, o uso da combinação EXE mais
&7&¥SFDPNFOEBEP2VJNJPUFSBQJBţDBSFTFSWBEBDPNPFTDPMIB
para aquelas pacientes comArtigos
doençade
visceral sintomática.
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
autores brasileiros em instituições
nacionais na literatura do câncer de
Tratamento de pacientes com grande volume de doença
mamaA quimioterapia é recomendada para pacientes com câncer de
mama avançado/metastático RH+ e HER2- com doença sintomática ou de rápida progressão.
Para pacientes com doença visceral
Uma atualizaindolente ou que não aceitem a quimioterapia, várias opções de
ção sobre as atividades e as novidades
dotratamento
GBECAM estão disponíveis: EXE, F250, F500, EXE mais EVE. Considerar tratamento com EXE mais EVE em pacientes com doença
visceral assintomáticas ou pouco sintomáticas, independentemente da extensãoSergio
da doença
ou do tratamento quimioterápico prévio.
Simon,
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
32 Diálogo
sobre a necessidade de reportar precocemente os eventos adversos causados pelas medicações. Em pacientes com comorbidades ou estado de saúde comprometido, o escalonamento de
dose (exemplo iniciar EVE, 5 mg, e aumentar para 10 mg se bem
tolerado) pode ser considerado.
Nova biópsia
Uma nova biópsia do sítio metastático é recomendada, se for
de fácil acesso, com o intuito de confirmar o diagnóstico imunoistoquímico (especialmente RH e HER2). Nova biópsia é altamente recomendada para aquelas pacientes em que a evolução
da doença não corresponde ao perfil imunoistoquimico do câncer de mama diagnosticado.
Resumo
A terapia endócrina sequencial é o tratamento de escolha em
pacientes refratárias ao IANE. Neste contexto, o uso de EXE mais
Diretor-presidente do GBECAM, destaca Tratamento
a necessidade
uma nova
agenda
de de
pacientes
idosas
com câncer de mama HR+
brasileira
para
a atençãoaoncológica
refratárias
IANE
EVE é umas das opção terapêuticas preferenciais devido à magni-
Várias opções de tratamento estão disponíveis para essas pacientes: EXE, F250,o F500, EXE mais EVE. É importante informá-las
rados na seleção do tratamento, assim como um manejo proativo
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
pessoal e social
tude de benefício clínico apresentado no estudo BOLERO-2. Idade, estado funcional e comorbidades são fatores a serem consideda toxicidade em caso de opção por EVE.
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
Edição e produção:
Publisher: Simone Simon
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
24
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 24
Revista GBECAM
3
21/04/2013 19:46:16
No tratamento de pacientes portadoras de
câncer de mama RH+* na pós-menopausa,
previamente tratadas com terapia hormonal,
Faslodex® (fulvestranto) proporciona:(2)
(
(
recupere e mantenha o controle
(1)
Controle eficaz e bem-tolerado da doença.(3)
Atividade em pacientes com doença visceral.(4)
Um mecanismo de ação diferente que proporciona
controle duradouro.(3-5) (DuR** mediana ~ 17 meses)
Melhor benefício clínico quando utilizado nas linhas iniciais de tratamento.(6)
Faslodex® (fulvestranto) é o primeiro agente de uma nova classe de antiestrogênicos que leva à supressão dos receptores de estrogênio. Indicações: Faslodex é indicado para o
tratamento de mulheres de qualquer idade e que estejam na pós-menopausa, portadoras de câncer de mama localmente avançado ou metastático, previamente tratadas com terapia endócrina
(antiestrogênio ou inibidor da aromatase), independente se a pós-menopausa ocorreu naturalmente ou foi induzida artificialmente. Contraindicações: Faslodex é contra-indicado a pacientes
com conhecida hipersensibilidade ao fulvestranto ou a qualquer componente da fórmula. Cuidados e Advertências: Advertências: O fulvestranto é metabolizado primariamente no fígado.
Deve-se ter cuidado ao usar Faslodex em pacientes com insuficiência hepática, pois o clearance pode ser reduzido. Deve-se ter cuidado antes de tratar pacientes que tenham clearance de
creatinina menor que 30 mL/min. Deve-se ter cuidado antes de tratar pacientes com distúrbios de coagulação, trombocitopenia ou em uso de anticoagulante, devido à via de administração.
Uso durante a gravidez e a lactação: Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. O uso de Faslodex deve ser
evitado em gestantes e lactantes. Interações medicamentosas: Não é necessário ajuste de dose em pacientes recebendo inibidores ou indutores da CYP3A4 (outras informações vide bula
completa do produto). Reações adversas: As seguintes reações adversas ao medicamento foram observadas em ensaios clínicos para Faslodex 250 mg: Muito comuns: reações no local da
injeção, astenia (fraqueza), elevação das enzimas hepáticas (ALT, AST, ALP – este efeito só pode ser visto quando um exame de sangue é realizado), náusea (enjoo) e dor de cabeça. Comuns:
ondas de calor, vômitos, diarreia, anorexia (perda do apetite), erupção cutânea (lesões na pele com vermelhidão), infecções do trato urinário, reações de hipersensibilidade (reações alérgicas)
e aumento da bilirrubina (pigmento produzido pelo fígado). Incomuns: insuficiência hepática (do fígado), hepatite (inflamação do fígado) e aumento da gama-GT (enzima do fígado),
Posologia: A dose recomendada de Faslodex é de 250 mg, em injeção única de 5 ml, a ser administrada por via intramuscular na nádega, com intervalos de 1 mês. É recomendado que a
injeção seja administrada lentamente (informações relacionadas ao Modo de Usar vide bula completa do produto). Superdose: Não há experiência de superdosagem em humanos. Caso
ocorra superdosagem, as pacientes devem ser tratadas sintomaticamente. Apresentação: Solução injetável 250 mg/5 mL (50 mg/mL) em embalagem com uma seringa preenchida,
contendo 5 mL da solução injetável, acompanhada de uma agulha estéril descartável. USO ADULTO. USO INJETÁVEL POR VIA INTRAMUSCULAR. VENDA SOB PRESCRIÇÃO
MÉDICA. Para mais informações, consulte a bula completa do produto (FAS007). AstraZeneca do Brasil Ltda., Rod. Raposo Tavares, km 26,9 - Cotia SP - CEP 06707-000 Tel.:
0800-0145578. www.astrazeneca.com.br Faslodex®. MS – 1.1618.0114.
FX.12.E.164 – Produzido em Maio/2012
*Receptor hormonal positivo
**DuR - Duração da Resposta
Referências: 1- Colozza M et al. Achievements in systemic therapies in the pregenomic era in metastatic breast cancer. Oncologist 2007;12(3):253-70. 2- Bula do produto. 3- Robertson JFR et al. Fulvestrant versus anastrozole for the treatment of advanced
breast carcinoma in postmenopausal women. A prospective combined analysis of two multicenter trials. Cancer 2003;98(2):229-38. 4- Mauriac L et al. Fulvestrant (Faslodex(TM)) versus anastrozole for the second-line treatment of advanced breast cancer
in subgroups of postmenopausal women with visceral and non-visceral metastases: combined results from two multicentre trials. Eur J Cancer 2003;39:1228-33. 5- Dowsett M et al. Biological characteristics of the pure antiestrogen fulvestrant: overcoming
endocrine resistance. Breast Cancer Res Treat 2005;93(Suppl 1):S11-8. 6- Steger GG et al. Fulvestrant (‘Faslodex’): Clinical experience from the Compassionate Use Programme. Cancer Treat Rev 2005;31(Suppl 2): S10-S16.
Contraindicações: Hipersensibilidade à droga ou a qualquer componente da fórmula. Deve ser evitado em gestantes e lactantes. Interações
medicamentosas: Não é necessário ajuste de dose em pacientes recebendo inibidores ou indutores da CYP3A4.
Material destinado exclusivamente à classe médica. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.
www.astrazeneca.com.br
14761 Rev GBECAM 6.indd 25
Revista GBECAM
25
21/04/2013 19:46:21
>> pesquisa clínica
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Artigos brasileiros sobre câncer de
mama nos últimos seis meses
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista Uma seleção e
análise dos principais estudos de câncer de mama no mundo
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27Por
Pesquisa
José Binesclínica
Artigos de
autores
brasileiros
institui
ções
Diretor Científico
do em
GBECAM
e oncologista
do INCA – Rio de Janeiro/RJ
nacionais na literatura do câncer de
mama
N
esta seção reproduzimos algumas contribuições de autores
brasileiros em instituições nacionais, dentro da literatura de
câncer de mama.
Uma atualiza-
circumference of 88 cm or larger, blood pressure of 130/85 mm Hg
ção sobre
as atividades
e asdanovidades
Algumas
publicações
produção brasileira de artigos em
docâncer
GBECAM
de mama foram selecionadas após busca no PubMed com
level of 100 mg/dL or higher. For statistical analysis, Student’s t test,
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
as palavras breast, cancer, Brazil, com limitação para os últimos
seis meses. O abstract é apresentado, seguido de um breve coSergio Simon,
mentário. Solicitamos sugestões e críticas dos leitores para que
Diretor-presidente
do GBECAM, destapossamos aperfeiçoar a seção.
32 Diálogo
ca a necessidade de uma nova agenda
brasileira
para
a atenção
oncológica
Risk
of metabolic
syndrome
in postmenopausal breast cancer
survivors. Menopause. 2012 Nov 27. [Epub ahead of print]
Buttros DB, Nahas EA,
o Vespoli HD, Uemura G, de Almeida BD, Nahas-Neto J.
or higher, triglycerides level of 150 mg/dL or higher, high-density
lipoprotein cholesterol level lower than 50 mg/dL, and glucose
X test, and logistic regression (odds ratio [OR]) were used.
RESULTS
The mean (SD) age of breast cancer survivors was 60.6 (8.6) years,
with a mean (SD) follow-up of 9.4 (4.4) years. A higher percentage
of breast cancer survivors (46.2%) were obese as compared with
controls (32.7%; P < 0.05), and a smaller percentage showed
optimal values for low-density lipoprotein cholesterol, glucose,
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
Abstract
pessoal e social
and C-reactive protein versus controls (P < 0.05). MetS was
The aim of this study was to assess the risk of metabolic syndrome (MetS)Deintudo
postmenopausal
um pouco: breast cancer survivors as compared
with
postmenopausal
iniciativas, prêmios, dicas dewomen
leitura without breast cancer.
> 88 cm), affecting 62.5% and 67.8% of the participants, respectively.
37 Encontro 7
OBJECTIVE
38 Giro
diagnosed in 50% of breast cancer survivors and in 37.5% of control
group women (P < 0.05). Among the MetS diagnostic criteria,
the most prevalent was abdominal obesity (waist circumference
In the control group, breast cancer survivors had a higher risk for
MetS (OR, 1.66; 95% CI, 1.04-2.68), dysglycemia (OR, 1.05; 95% CI,
1.09-3.03), and hypertension (OR, 1.71; 95% CI, 1.02-2.89).
METHODS
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
In this cross-sectional study, 104 postmenopausal breast cancer
survivors were compared with 208 postmenopausal women
(controls) attending a university hospital. Eligibility criteria
Tiragem:
4 mil
exemplares
included
the
following: amenorrhea longer than 12 months and
Impressão:
Gráfica Eskenazi
aged 45 years
or older, treated for breast cancer, and metastasisfree
for
at
least
Edição e produção: 5 years. The control group consisted of women
with amenorrhea longer than 12 months and aged 45 years or
older and without breast cancer, matched by age and menopause
status (in a proportion of 1:2 as sample calculation). Clinical and
Publisher: Simone Simon
anthropometric
data were collected. Biochemical parameters,
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
including total cholesterol, high-density lipoprotein cholesterol,
Assistente editorial: Sergio Azman
low-density
lipoprotein
cholesterol, triglycerides, glucose, and
Direção de arte: Ione
Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985
(21) 3798-1437
C-reactive
protein,/ RJ
were
measured. Women showing three or
more diagnostic criteria were diagnosed as having MetS: waist
26
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 26
Revista GBECAM
CONCLUSIONS
Postmenopausal breast cancer survivors present a higher risk of
developing MetS as compared with women without breast cancer.
Bupropion for control of hot flashes in breast cancer survivors:
a prospective, double-blind, randomized, crossover, pilot phase II
trial. J Pain Symptom Manage. 2012 Sep 24. [Epub ahead of print]
Nuñez GR, Pinczowski H, Zanellato R, Tateyama L, Schindler F, Fonseca F, Del Giglio A.
Abstract
CONTEXT
Hot flashes (HFs) and sexual dysfunction often affect breast cancer
(BC) survivors and compromise their quality of life. Bupropion is an
3
21/04/2013 19:46:21
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
na, citalopram, fluoxetina, sertralina, paroxetina), anti-hipertensivos
antidepressive medication used for smoking cessation and also has
encontro em Gramado,
sintonizados
á controvérsias
been previously studied for the treatment
of sexual dysfunction.
(como clonidina)
e análogos do ácido gama butírico (como gabacom a missão de
traduzir
os
novos
sobre diferentes
pentina), além de terapias não medicamentosas (como
Umaacupuntuseleção e
conhecimentos ra).
e incorporá-los
perabordagens relacioO grupo da Faculdade
do
ABC1
comparou
em
estudo-piloto
de
OBJECTIVES
análise
dos
principais
estudos
de cânmanentemente à prática clínica
nadas ao câncer de
fase
II:
bupropiona
(também
um
antidepressivo,
utilizado
na
cessaWe aimed to evaluate bupropion’s efficacy in controlling HFs in
cer de mama no mundo
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
ção de tabagismo) com placebo; em estudo randomizado duploBC survivors.
Nesta edição, abordamos tamavançada até o papel preditivo e
-cegodocom
crossover.
bém o panorama
câncer
de O estudo não demonstrou benefício para
prognóstico da linfadenectomia. Na
Artigos de
bupropiona
nopara
controle de fogachos. A diminuição antecipada
mama no Brasil,acom
destaque
METHODS cirurgia oncológica, consolidam-se
H
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
em de
institui
ções
em 50% de fogachos
o númerobrasileiros
correspondente
pacientes
o impacto da incorporação
do tras- comautores
as evidências
em favor da
mastectoThis was a randomized,
double-blind,
crossover,
placebo-controlled
tuzumabe,
a
primeira
mia
com
preservação
do
complexo
droga-alvo
na
nacionais
na
literatura
do
câncer
de
(55)
não
permite
descartar
um
benefício
mais
modesto.
Entretanpilot study that enrolled 55 BC survivors who reported more than
mamiloareolar,
mas
a
técnica
conesfera
do
Sistema
Único
de
Saúde,
e
mama
to, esses resultados se juntam
à pouca literatura disponível, com a
seven HFs per week. Subjects were randomized to receive either
tinua provocando debates acaloa aquisição de 80
novos aceleradoconclusão
que
bupropiona
não
está indicada com intuito de mebupropion 150mg twice daily for four weeks followed by one week
rados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares para os serviços públicos
lhora de fogachos em pacientes após câncer de mama.
of washout and four more weeks of placebo twice daily or vice
cussão em torno da radioterapia pardo país.
Uma atualizaversa. The primary
end
point
was
average
daily
HF
activity
(number
Elementos
da síndrome metabólica, que inclui obesidade
A revista institucional
do GBECAM
cial acelerada, a radioterapia hipofração
sobre
as
atividades
e
as novidades
of HFs and cionada
a score ecombining
number
and severity)
reported
também
traz neste
número
a partici-à insulina, hipertensão e dislipidemia, estão
a irradiação
convencional
central,
resistência
do GBECAM
while on bupropion
on placebo.
points de
were
dezenas
de especialistas
de toda aormama
não é oSecondary
único temaend pação
associados
com aumento de risco de recorrência do câncer de
nacionais
que ajudam
a grupo
difundir
a dividirdepression,
a opinião dos
sexual dysfunction,
andespecialistas.
quality of life evaluated
with
mama. O
da oFaculdade de Medicina de Botucatu2 compaestado
da
arte
na
prevenção,
diagEsses
e
muitos
outros
debates
the Arizona Sexual Experience Scale, Beck Depression Inventory,
rou 104 pacientes na pós-menopausa após
câncer
de mama com
Sergio
Simon,
nóstico
e tratamento do câncer de
aqueceram
a programação
7ªTreatment
ediand European
Organization
for Researchda
and
of Cancer
208 controles (em acompanhamento
na clínica
de climatério
da
Diretor-presidente
do GBECAM,
destação do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo os principais es2VBMJUZPG-JGF2VFTUJPOOBJSF$SFTQFDUJWFMZ
instituição)
quanto
à
presença
de
síndrome
metabólica.
Síndroca a necessidade de uma nova agenda
tudos e os mais recentes avanços da
em mais um encontro repleto de
metabólica
estava presente
50% dos
casos e brasileira
em 38% dos
para aem
atenção
oncológica
especialidade nome
controvérsias. O que se extrai dessa
Brasil
e no mundo.
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
RESULTS
controles. Guardadas as limitações de um estudo caso-controle e
experiência reforça o compromisso
Bupropion reduced
by 1.26 per
day and
the HF score Boa
by 6.31%,
com a HFs
atualização
médica
e amplia
leitura da ausência de dados quanto à presença de síndrome metabóli7o Câncer
dereforça
Mamao–
whereas placebo
reduced
by 2.11translacional
per day (P>0.05) and the HF
a crença
na HFs
pesquisa
ca antes do diagnóstico de câncer de mama,
o estudo
para (P>0.05).
fortalecerThere
a aquisição
eviscore by 30.47%
were nodestatistically
significant
Gramado:
intercâmbio
científico,
conceito que os cuidados de pacientes com câncer de mama não
dências. bupropion and placebo in the Arizona
Sergio
D. Simon
differences between
Sexual
pessoaldee câncer.
social
devem se limitar ao tratamento
Aqui,
trazemos
o saldo
dessa and European
Editor clínico
Experience Scale,
Beck
Depression
Inventory,
programação científica, com a pro0SHBOJ[BUJPOGPS3FTFBSDIBOE5SFBUNFOUPG$BODFS2VBMJUZPG-JGF
Comprehensive analysis of BRCA1, BRCA2
andum
TP53
germline muposta de reunir o melhor de mais um
De tudo
pouco:
2VFTUJPOOBJSF$ "U UIF FOE PG UIF TUVEZ PG UIF QBUJFOUT
tation and tumor characterization: a portrait of early-onset breiniciativas, prêmios, dicas de leitura
preferred bupropion, whereas 53% preferred placebo. There were
ast cancer in Brazil. PLoS One. 2013;8(3):e57581. doi: 10.1371/journal.
no statistically significant differences in side effects between the
pone.0057581. Epub 2013 Mar 1.
study groups.
Carraro DM, Koike Folgueira MA, Garcia Lisboa BC, Ribeiro Olivieri
37 Encontro
38 Giro
EH, Vitorino Krepischi AC, de Carvalho AF, et al.
CONCLUSION
Compared with placebo, bupropion did not control HFs in this
Abstract
Conselho editorial
A Revista
GBECAM é uma
Tiragem: 4 mil exemplares
group of BC survivors.
Germline
mutations
genes have
been
identified as one of
publicação
semestral
do Grupoin, and Impressão:
Gráfica
Eskenazi
COMENTÁRIO DOS ARTIGOS 1 e 2
Sergio D. Simon
Editor clínico
Os avanços terapêuticos em câncer de
mama
José
Bines podem se traduzir
Diretorda
científico
em diminuição da mortalidade decorrente
doença. Ao mesmo
tempo,GBECAM
doenças
e sintomas
ou relacionados ao
- Grupo
Brasileiro independentes
Carlos Barrios
Estudos
do e
Câncer
Mama
câncerdede
mama
a seudetratamento
merecem
atenção
no acomDiretor de relações
internacionais
Tel.: (11) 2679-6093
panhamento
de pacientes.
Cláudia Vasconcelos
E-mail: [email protected]
Site: www.gbecam.org.br
Fogachos
são sintomas colaterais Coordenadora
frequentes executiva
após carcinoma
de mama. Seu tratamento inclui antidepressivos (como venlafaxi-
Brasileiro
de Estudos
do Câncer
the most
important
disease-causing issues in young breast cancer
Edição e produção:
de Mama e é distribuída
patients
worldwide.
gratuitamente a seus membros,The specific defective biological processes
além
de profissionais
e instituições
that
trigger germline
mutation-associated and -negative tumors
envolvidos na área de câncer
remain unclear. To delineate an initial portrait of Brazilian earlyde mama. A reprodução parcial
onset
breast
cancer,
we performed
an investigation
combining
Publisher: Simone
Simon
ou total
de seus
artigos
é proibida.
Jornalista
responsável:
Valéria
Hartt
both germline and tumor analysis. Germline screening(MTbof24.849)
the ,
Assistente editorial: Sergio Azman
(c.1100delC and genes was performed
in
54
unrelated
patients
<35
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11)
2478-6985
3798-1437
ISSN
y;2236-7039
their tumors were investigated
with
respect/ RJ
to(21)
transcriptional
and genomic profiles as well as hormonal receptors and HER2
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 27
27
3
21/04/2013 19:46:21
>> pesquisa clínica
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
expression/amplification. Germline mutations were detected
in 12 out of 54 patients (22%) [7 in (13%), 4 in (7%) and one in
(2%) gene]. A cancer familial
history
Uma sele
ção ewas present in 31.4% of the
unrelated
patients,
from
them
43.7%
análise dos principais estudos de cân- were carriers for germline
in and in 6.2% in the genes). Fifty percent of
cermutation
de mama(37.5%
no mundo
the unrelated patients with hormone receptor-negative tumors
carried mutations, percentage increasing to 83% in cases with
familial history of cancer. Over-representation
of DNA damage-,
Artigos de
cellular
and
cell
cycle-related
processes
was
detected
in the upautores brasileiros em instituições
regulatedna
genes
of -associated
tumors,
nacionais
literatura
do câncer
de whereas cell and embryo
development-related
processes
were
over-represented in the
mama
up-regulated genes of -negative tumors, suggesting distinct
mechanisms driving the tumorigenesis. An initial portrait of the
Uma
atualizaearly-onset breast cancer
patients
in Brazil was generated pointing
çãoout
sobre
atividades
e as novidadestumors and positive familial
that as
hormone
receptor-negative
dohistory
GBECAM
are two major risk factors for detection of a germline
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
mutation. Additionally, the data revealed molecular factors that
potentially trigger the tumor development in young patients.
COMENTÁRIO
A população brasileira tem uma composição genética complexa.
O grupo do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo, fez uma delineação inicial do perfil de pacientes brasileiras jovens (com idade
inferior a 35 anos) com câncer de mama, a partir de um grupo de
54 mulheres não relacionadas. Apesar do número pequeno de
pacientes, a partir dos resultados encontrados, os autores recomendam aconselhamento genético e testagem para mutação do
gene BRCA1 quando as três características estão presentes: paciente (idade superior 35 anos), história familiar (positiva) e tumor
(receptor hormonal negativo e triplo negativo).
© Polka Dot Images / Matton Images
dia
32 Diálogo Sergio Simon,
Diretor-presidente do GBECAM, destaca a necessidade de uma nova agenda
para a atenção oncológica brasileira
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
pessoal e social
o
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
Edição e produção:
Publisher: Simone Simon
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
28
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 28
Revista GBECAM
3
21/04/2013 19:46:22
Anun
© Polka Dot Images / Matton Images
Anúncio
Sanofi
UMA EMPRESA COM
FOCO NO PACIENTE
3URGX]LPRVPHGLFDPHQWRVHYDFLQDVSDUDUHVSRQGHUDRVGHVD¿RVGHPHOKRUDUD VD~GHQR%UDVLOHID]HUDGLIHUHQoDQDYLGDGDVSHVVRDV
ZZZVDQRILFRPEU‡ZZZVDQRILSDVWHXUFRPEU‡ZZZPHGOH\FRPEU‡ZZZJHQ]\PHFRPEU‡ZZZPHULDOFRPEU
14761
Rev
GBECAM 6.indd 29 1
Anuncio
Inst_205mmX275mm.indd
21/04/2013 20:22:41
19:46:22
18/03/2013
>> diálogo
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Pesquisa sobre produção científica e
endpoints em câncer de mama
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista Uma seleção e
análise dos principais estudos de câncer de mama no mundo
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
D. Saad
27Everardo
Pesquisa
clínica
Artigos de
Diretor
científico,
Dendrix,
autores brasileiros em instituiSão
çõesPaulo
nacionais na literatura do câncer de
mama
30Introdução
Mais GBECAM
P
Uma atualiza-
or ocasião
do mais
recente
Enfoque San Antonio, evento
ção sobre
as atividades
e as
novidades
organizado pelo Grupo Brasileiro de Estudos em Câncer de
do GBECAM
Mama (GBECAM) em março de 2013, tive a honra de apresentar
alguns dos resultados de minha linha de pesquisa, possível graças
à colaboraçãoSergio
com diversos
Simon, profissionais do Brasil e do exterior,
e que envolve duas
Diretor-presidente
dovertentes
GBECAM,principais:
desta- uma avaliação biblioméda produção
ca trica
a necessidade
de científica
uma novabrasileira
agenda na área de oncologia e a
endpointsbrasileira
, ambas resumidas a seguir.
pesquisa
sobreoncológica
para
a atenção
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
32 Diálogo
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
pessoal e social
o
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
FOTO
Edição e produção:
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 30
Revista GBECAM
A pesquisa clínica, área de atividade dedicada ao desenvolvimento clínico de novos tratamentos, está atualmente bastante desenvolvida em nosso país. Assim, é de interesse conhecer
aspectos específicos da pesquisa clínica em oncologia. Recentemente, apresentamos um resumo do panorama em pesquisa
clínica sobre o câncer no Brasil1. O quinto maior país do mundo em extensão e em população, bem como o nono em termos
econômicos2, já está colocado na 13ª posição mundial em termos
de produção científica, com pouco mais de 30 mil artigos publicados em 200832VBOEPTFBWBMJBFYDMVTJWBNFOUFBPODPMPHJB¥
sabido que vem aumentando a participação brasileira na pesquisa
sobre o câncer4, e já ocupamos a 11ª posição mundial quando são
considerados os resumos selecionados para o Encontro Anual da
American Society of Clinical Oncology (ASCO), o mais importante
evento científico em oncologia clínica5.
Apesar do aumento quantitativo de nossa produção científica, ainda são necessários esforços para que aumente também
a taxa com que são publicados na íntegra os resumos brasileiros apresentados no encontro da ASCO, já que essa taxa é de
aproximadamente um terço da taxa mundial6. Da mesma forma,
existe preocupação com a qualidade de muitos desses estudos,
já que trabalhos brasileiros dão origem a resumos na categoria publication only com frequência significativamente maior do
que a observada para a totalidade dos trabalhos aceitos para os
Encontros Anuais da ASCO, o que sugere que a produção brasileira em oncologia carece de inovação científica (Tabela 1)7.
Embora a atividade em pesquisa clínica em nosso país tenha
sido grandemente facilitada e ampliada pela publicação da Resolução 196 de 1996, que normatizou a pesquisa clínica no Brasil,
o crescimento dessa atividade está bastante ligado aos interesses da indústria farmacêutica, que identificou nosso país como
um cenário atraente para o rápido recrutamento de pacientes e
Publisher: Simone Simon
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
30
Pesquisa clínica em oncologia no Brasil
3
21/04/2013 19:46:22
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Pesquisa sobre endpoints
H
encontro
sintonizados
á controvérsias
Um dos
aspectos mais importantes no desenho, na análise e
Categoria de
Brasil
Todos os
paísesem Gramado,
com
a
missão
de
traduzir
os
novos
sobre
diferentes
apresentação
na interpretação
de estudos clínicos que envolvem
novos
Uma
seletratação e
conhecimentos mentos
e incorporá-los
perabordagens relaciocontra
o
câncer
é
a
avaliação
da
eficácia
e
da
toxicidade
Oral
1,6%
7,8%
análise
dos
principais
estudos
de
cânmanentemente à prática clínica
nadas ao câncer de
desses tratamentos. Essa avaliação, que vem sendo aprimorada
cer
de
mama
no
mundo
Pôster
cotidiana.
mama, desde o 28,7%
manejo da doença 49,2%
desde a década de 1950, é relativamente padronizada e deve seavançada
até
o
papel
preditivo
e
Publication only
69,7%
43,0%Nesta edição, abordamos tamguir critérios objetivos e reprodutíveis, para que possam ser feitas
bém o panorama do câncer de
prognóstico da linfadenectomia. Na
adequadas
entre diferentes estudos e modalidades
Artigos de
mama no Brasil,comparações
com destaque
para
cirurgia oncológica, consolidam-se
Tabela 1. Categorias de apresentação dos estudos brasileiros e de
terapêuticas. do
Da trasmesma forma,
a avaliação
de eficácia
e toxicidaautores
brasileiros
em institui
ções
o impacto da incorporação
as evidências em favor da mastectoestudos de todos os países aceitos para os eventos anuais da ASCO
de é importante
clínica, permitindo
ao médico
tomar
tuzumabe, a primeira
mia com preservação do complexo
droga-alvona
naprática
nacionais
na literatura
do câncer
de
(p < 0,001 para a comparação)
mamiloareolar, mas a técnica conesfera do Sistema
Único de
Saúde,aoe tratamento.
endpoint
como
decisões
relativas
Assim,
define-se
mama
tinua provocando debates acaloa aquisição de 80
novos aceleradoas medidas
objetivas usadas para avaliação de eficácia ou de torados. Entre os radioterapeutas, a disres lineares paraxicidade
os serviços
em públicos
estudos clínicos. O termo é usado em inglês porque
para coleta de dados com boa qualidade. Como prova disso, muicussão em torno da radioterapia pardo país.
Umaosatualizaé
difícil
traduzi-lo
para o português. Em nosso idioma,
termos
tos estudos cial
publicados
recentemente
em
periódicos de
grandeinstitucional do GBECAM
A revista
acelerada,
a radioterapia
hipofração
sobre
as
atividades
e
as
novidades
“desfecho”, “parâmetro” e “objetivo” têm seus correspondentes em
prestígio na oncologia
número
de pacientes
brasileiros
também
traz neste número a particicionada e incluíram
a irradiação
convencional
do GBECAM
objective), mas nenhum deles equiinglês (outcome, parameter,
suficiente para
a alguns
investigadores
brasileiros
a
pação
de dezenas
de especialistas
de assegurar
toda a mama
não édos
o único
tema
vale
ao
conceito
denotado
pelo
termo endpoint.
nacionais
a dividir
a opinião
dos especialistas.
coautoria nesses
estudos
multicêntricos
internacionais,
porém que
é ajudam a difundir o
estadona
dainarte na prevenção,
diagEsses e muitos
debatesfoi maior
Numa doença
como o câncer avançado, a sobrevida global foi
nítido que a participação
desses outros
pesquisadores
Sergio Simon,
nóstico e tratamento
do
câncer
de
aqueceram a programação da 7ª edihistoricamente o principal parâmetro usado para avaliar a eficácia
clusão de pacientes do que no desenho e na análise do estuDiretor-presidente
do GBECAM, destaos principais
esção do Câncer de Mama – Gramado, mama, debatendo
de um
tratamento
antineoplásico9, porém a avaliação de sobredo, sendo essas duas etapas as mais relevantes do ponto de vista
ca a necessidade de uma nova agenda
tudos e os mais vida
recentes
avanços
da tanto
em mais um encontro repleto de
global
é custosa,
em termos de tempo quanto de núcientífico e metodológico.
para a atenção oncológica brasileira
especialidade no Brasil e no mundo.
controvérsias. O que se extrai dessa
mero de pacientes necessários para chegar a conclusões precisas
experiência
reforça
o uma
compromisso
A indústria
farmacêutica
exerce
influência positiva em pese relevantes. Além disso, a sobrevida global é influenciada pelos
a atualização
médica e amplia
Boa leitura
quisa clínica, com
permitindo
grande aprendizado
para os pesquisadores
o
tratamentos que um paciente recebe após a7participação
em um–
Câncer de Mama
a crença na pesquisa translacional
e suas equipes, mas é essencial que esses profissionais adquiram
determinado estudo clínico,
o que fazintercâmbio
com que a relação
de causa
para fortalecer a aquisição de eviGramado:
científico,
conhecimento e prática suficientes para que poossam desenhar
e efeito entre o tratamento
do
estudo
e
o
tempo
de
vida
seja medências.
Sergio D. Simon
pessoal e social
10
seus próprios estudos,
a exemploo do
que vem
pelo
Aqui, trazemos
saldo
dessasendo feito
.
Diante
dessas
limitações,
houve
redução
progressiva
nos
clara
Editor clínico
GBECAM e outros
grupos colaborativos.
Vale
ressaltar que há eviprogramação
científica, com
a prodo uso de sobrevida global como endpoint primário nos estudos
postade
deque
reunir
o melhor debrasileiro
mais umestabeleça coladências indiretas
o pesquisador
De tudo um pouco:
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
32 Diálogo
37 Encontro
38 Giro
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
boração com seus colegas mais raramente que os pesquisadores
de outros países, uma vez que encontramos entre os estudos
apresentados nos encontros da ASCO taxas de estudos multicêntricos brasileiros de apenas 33,7%, contra taxa correspondente
de 43,9% para estudos multicêntricos uninacionais realizados em
outros países (p = 0,003)7.
Conselho editorial
Em resumo, o panorama científico atual sugere crescimento da participação brasileira na pesquisa
sobre
Sergio D.
Simono câncer, mas
clínico a qualidade dos
ainda são necessários esforços para Editor
aumentar
trabalhos produzidos e sua influênciaJosé
noBines
cenário internacional.
Diretorno
científico
Isso parece ser particularmente verdade
caso do câncer de
mama,GBECAM
doença
queBrasileiro
gera grande interesse
entre pesquisadores
- Grupo
Carlos Barrios
8
de Estudos
Câncer deforma,
Mama podemos
Diretoridentificar
de relações internacionais
. Da domesma
nichos não
brasileiros
Tel.: (11) 2679-6093
A indústria farmacêutica exerce uma influência
positiva em pesquisaTiragem:
clínica,
permitindo grande
A Revista GBECAM é uma
4 mil exemplares
publicação
semestral do Grupo para Impressão:
Gráfica Eskenazi
aprendizado
os pesquisadores
e suas
Brasileiro de Estudos do Câncer
equipes,
mas é essencial
esses profissionais
Edição eque
produção:
de Mama
e é distribuída
gratuitamente
a seus membros,
adquiram
conhecimento e prática suficientes
além de profissionais e instituições
para
poossam desenhar seus próprios
envolvidos
na áreaque
de câncer
de mama. A reprodução parcial
estudos, a exemplo do
que vem sendo feito pelo
Publisher: Simone Simon
ou total de seus artigos é proibida.
Jornalista
responsável:
Valéria Hartt (MTb 24.849)
GBECAM e outros
grupos
colaborativos
explorados
de pesquisa, algo que descrevemos
recentemente
Cláudia Vasconcelos
E-mail: [email protected]
Coordenadora
executiva
www.gbecam.org.br
como Site:
uma
das estratégias para aumentar
nossa
influência no ISSN 2236-7039
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
cenário internacional1.
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 31
31
3
21/04/2013 19:46:22
>> diálogo
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
sobre câncer de mama. Consequentemente, também vêm sendo
usados e aceitos para fins regulatórios outros endpoints de eficácia, tais como a resposta
objetiva,
a sobrevida
livre de progressão
Uma
seleção
e
11
.
Todos
esses endpoints
(SLP),
a
toxicidade
e
a
qualidade
de
vida
análise dos principais estudos de cânapresentam
vantagens
e
desvantagens,
que
foram
discutidas recer de mama no mundo
centemente no caso específico do câncer de mama12.
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
A avaliação da resposta objetiva é feita usando-se os critérios
13
. Embora
autores
brasileiros
emhabitualmente
instituições considerada um endpoint
a taxa de
resposta seja
27Response
Pesquisa
clínica
Artigos
deTumors (RECIST)
Evaluation
Criteria
in Solid
nacionais na literatura do câncer de
mama
Endpoint
30 Mais GBECAM
Uma atualizaSobrevida global
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
ção sobre as atividades e as novidades
do GBECAM
Sobrevida livre de progressão
32 Diálogo
Sergio Simon,
Tempo até a progressão
Diretor-presidente do GBECAM, destaca a necessidade de uma nova agenda
para a atenção oncológica brasileira
Tempo até a falha do tratamento
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
Duração de resposta
pessoal e social
o
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
típico dos estudos de fase II, demonstramos que ela foi usada
como endpoint primário em cerca de 40% dos estudos de fase III
em câncer de mama ao longo da última década14. Nessa doença,
os endpoints mais usados na fase III são a SLP e o tempo até a
progressão (TTP), sendo a sobrevida global usada apenas raramente14. Esses dois endpoints apresentam definições diferentes
(Tabela 2), mas os pesquisadores vêm ocasionalmente empregando SLP e TTP de maneira indistinta, sem levar em consideração as diferenças15.
Eventos de interesse
Motivos para censura
Morte por qualquer causa
Término do seguimento (com paciente ainda
viva) ou perda de seguimento
Progressão da doença ou
morte por qualquer causa
Término do seguimento (com paciente ainda
viva sem progressão da doença) ou perda de
seguimento
Progressão da doença
Término do seguimento (com paciente ainda
viva sem progressão da doença), morte sem
documentação de progressão ou perda de
seguimento
Progressão, toxicidade
inaceitável, morte ou
retirada de consentimento
Término do seguimento (com paciente ainda
viva) ou perda de seguimento
Progressão da doença,
considerando-se apenas as
pacientes respondedoras
a partir da data da
documentação da resposta
Término do seguimento (com paciente ainda
viva sem progressão da doença), morte sem
documentação de progressão ou perda de
seguimento
Tabela 2. Definição dos principais endpoints de tempo em câncer de mama metastático
A qualidade de vida é um indicador da eficácia terapêu-
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tiragem:
exemplaresde tratamento paliativo, sendo comumentica em4 mil
situações
Impressão: Gráfica Eskenazi
te usada como endpoint secundário. Em um estudo clínico,
e produção:
aEdição
qualidade
de vida pode ser avaliada de forma objetiva, por
meio de questionários validados para uma situação ou doença
específica. Entretanto, a metodologia para avaliação da qualidade
de vida em estudos clínicos ainda vem sendo refinada,
Publisher: Simone Simon
Jornalista
responsável: Valéria
Hartt (MTb 24.849)
e
demonstramos
recentemente
que a avaliação de qualidade
Assistente editorial: Sergio Azman
de
vida
Direção
denos
arte: estudos
Ione Francode fase III em câncer de mama avançado
Tels.:
SP (11) 2478-6985
/ RJ (21)
3798-1437 um tratamento que possa ser
é
raramente
útil para
identificar
considerado superior16.
32
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 32
Revista GBECAM
Apesar das limitações da sobrevida global como endpoint
primário em câncer de mama e outros tumores para os quais
existe tratamento eficaz em múltiplas linhas terapêuticas, a extensão da sobrevida ainda é o desfecho mais importante no paciente com tumor sólido avançado. Assim, é importante que se
faça a distinção entre sobrevida global como endpoint em estudo clínico e como objetivo terapêutico no paciente individual,
algo que tentamos enfatizar em publicação recente17. Na prática
clínica, tanto pacientes quanto profissionais de saúde almejam o
maior tempo possível de vida para os indivíduos com doenças
incuráveis, mas isso não significa que devamos usar a sobrevida
global como endpoint primário nos estudos clínicos.
3
21/04/2013 19:46:23
A evidência nossa de cada dia
>> SUMÁRIO
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Referências
9. Sargent D. General and statistical hierarchy of appropriate biologic endpoints. On1. Saad ED, Katz A, Riechelmann R. Colaboração, pesquisa em nichos e meta-pesencontro em Gramado,
sintonizados
á controvérsias
cology (Williston
Park). 2006;20:5-9.
quisa: três ingredientes para inovar em pesquisa e aumentar a influência brasileira no
com
a
missão
de
traduzir
os A,novos
sobre
diferentes
10.
Saad
ED,
Katz
Hoff PM, Buyse M. Progression-free survival as surrogate and as
cenário mundial. Rev Bras Oncol Clín. 2011;7:36-41.
Uma seleção e
true
end point: insights
from the breast and colorectal cancer literature. Ann Oncol.
e incorporá-los
perabordagens
relacio- em: conhecimentos
2. Central Inteligence Agency. The World
Factbook. Disponível
www.cia.gov/li2010;21:7-12.
análise
dos
principais
estudos
de cânbrary/publications/the-world-factbook/geos/br.html.
Acessado
jan. 2012.
à prática clínica
nadas ao câncer
deem: 12manentemente
11. Sridhara R, Johnson JR, Justice R, Keegan P, Chakravarty A, Pazdur R. Review of
3. Brasil. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
cer
de
mama
no
mundo
cotidiana.
mama, desde o manejo da doença
oncology and hematology drug product approvals at the US Food and Drug AdminisNível Superior. Produção Científica: ministro prevê inclusão do Brasil entre os dez
tration
between Julytam2005 and December 2007. J Natl Cancer Inst. 2010;102:230-43.
Nesta edição,
abordamos
avançada
até
o
papel
preditivo
e
maiores do planeta. Disponível em: www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/3612. Saad
Endpoints de
in advanced breast cancer: methodological aspects & clinical
bém o panorama
doED.câncer
prognóstico da linfadenectomia. Na
-noticias/2654-ministro-preve-inclusao-do-brasil-entre-os-dez-maiores-do-planeta.
implications. Indian J Med Res. 2011;134:413-8.
Artigos de
Acessado em: 12cirurgia
ago. 2010. oncológica, consolidam-se
mama no Brasil, com destaque para
13. Eisenhauer EA, Therasse P, Bogaerts J, Schwartz LH, Sargent D, Ford R, et al. New
4. Rodrigues PS, Fonseca L, Chaimovich H. Mapping cancer, cardiovascular and maautores
em institui
ções
o impacto da incorporação
do trasas evidências em favor da mastectoresponse evaluation
criteria in solid
tumours:brasileiros
revised RECIST guideline
(version
1.1).
laria research in Brazil. Braz J Med Biol Res. 2000;33:853-67.
Eur J Cancer.
2009;45:228-47.
tuzumabe,
a
primeira
mia
com
preservação
do
complexo
droga-alvo
na
nacionais
na
literatura
do
câncer
de
5. Saad ED, Mangabeira A, Masson AL, Prisco FE. The geography of clinical cancer re14.Único
Saad ED,de
Katz
A, Buyse
M. Overall survival and post-progression survival in admamiloareolar,
mas
a
técnica
conesfera
do
Sistema
Saúde,
e
search: analysis of abstracts presented at the American Society of Clinical Oncology
vanced breast cancer: a reviewmama
of recent randomized clinical trials. J Clin Oncol.
Annual Meetings.
Ann Oncol.
2010;21:627-32.
tinua
provocando
debates acaloa aquisição de 80
novos acelerado2010;28:1958-62.
6. Saad ED, Pinheiro
CM, Entre
Massonos
AL,radioterapeutas,
Borghesi G, Hoff PM, a
Prisco
outputpara15.
rados.
dis-FE. Increasing
res lineares
os Saad
serviços
públicos
ED, Katz
A. Progression-free survival and time to progression as primary
and low publication rate of Brazilian studies presented at the American Society of
end points in advanced breast cancer: often used, sometimes loosely defined. Ann
cussão em torno da radioterapia pardo país.
Uma atualizaClinical Oncology Annual Meetings. Clinics (Sao Paulo). 2008;63:293-6.
Oncol. 2009;20:460-4.
A revista
do GBECAM
cial acelerada,
a radioterapia
hipofra7. Saad ED, Mangabeira
A, Masson AL.
Estudos Brasileiros
Apresentados nos
Encon-institucional
ção
atividades
e as of
novidades
16. Adamowicz K, Jassem J, Katz
A, sobre
Saad ED.as
Assessment
of quality
life in adtambém
traz
número
a particicionada
a irradiação
convencional
tros Anuais da ASCO
entre e
2001
e 2007: Aumento
de Produção, com
Baixa Taxa
de neste
vanced
breast cancer.
An overview of randomized phase III trials. Cancer Treat Rev.
do GBECAM
Publicação. Rev de
Brastoda
Cancerol.
2009;55:221-7.
2012;38:554-8.
pação de dezenas
de especialistas
a mama
não é o único tema
8. Lee BL, LiedkeaPE,
Barrios
CH,
Simon
SD,
Finkelstein
DM,
Goss
PE.
Breast
cancer
in
17.
Saad
ED,
Buyse
M.
Overall
survival:
patient outcome, therapeutic objective, clinical
nacionais que ajudam a difundir o
dividir a opinião dos especialistas.
trial end point, or public health measure? J Clin Oncol. 2012;30:1750-4.
Brazil: present status and future goals. Lancet Oncol. 2012;13:e95-e102.
H
17 Ponto de vista
27 Pesquisa clínica
30 Mais GBECAM
Esses e muitos outros debates
aqueceram a programação da 7ª edição do Câncer de Mama – Gramado,
em mais um encontro repleto de
controvérsias. O que se extrai dessa
experiência reforça o compromisso
com a atualização médica e amplia
a crença na pesquisa translacional
para fortalecer a aquisição de evidências.
Aqui, trazemos o saldo dessa
programação científica, com a proposta de reunir o melhor de mais um
estado da arte na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de
mama, debatendo os principais estudos e os mais recentes avanços da
especialidade no Brasil e no mundo.
Boa leitura
Sergio D. Simon
Editor clínico
32 Diálogo Sergio Simon,
Diretor-presidente do GBECAM, destaca a necessidade de uma nova agenda
para a atenção oncológica brasileira
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
pessoal e social
o
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
Conselho editorial
Sergio D. Simon
Editor clínico
José Bines
Diretor científico
GBECAM - Grupo Brasileiro
de Estudos do Câncer de Mama
Tel.: (11) 2679-6093
E-mail: [email protected]
Site: www.gbecam.org.br
Carlos Barrios
Diretor de relações internacionais
Cláudia Vasconcelos
Coordenadora executiva
A Revista GBECAM é uma
publicação semestral do Grupo
Brasileiro de Estudos do Câncer
de Mama e é distribuída
gratuitamente a seus membros,
além de profissionais e instituições
envolvidos na área de câncer
de mama. A reprodução parcial
ou total de seus artigos é proibida.
ISSN 2236-7039
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
Edição e produção:
Publisher: Simone Simon
Jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
Revista GBECAM
GBECAM
Revista
14761 Rev GBECAM 6.indd 33
33
3
21/04/2013 19:46:23
>> dica de leitura
>> SUMÁRIO
dia
4 Panorama O que foi destaque
no 7o Câncer de Mama – Gramado
Sobre o livro “Tudo o que você
sempre
quis
saber
sobre
câncer
27 Pesquisa clínica
de mama!”
zados
novos
s perlínica
17 Ponto de vista Uma seleção e
tamer de
e para
trasvo na
úde, e
radoblicos
Artigos de
autores brasileiros em instituições
nacionais na literatura do câncer de
mama
análise dos principais estudos de câncer de mama no mundo
30 Mais GBECAM
Uma atualização sobre as atividades e as novidades
do GBECAM
Reprodução
ECAM
articialistas
ndir o
diager de
is esos da
undo.
32 Diálogo Sergio Simon,
Diretor-presidente do GBECAM, destaca a necessidade de uma nova agenda
para a atenção oncológica brasileira
37 Encontro 7
Câncer de Mama –
Gramado: intercâmbio científico,
pessoal e social
o
38 Giro De tudo um pouco:
iniciativas, prêmios, dicas de leitura
ma
o Grupo
o Câncer
a
membros,
instituições
âncer
o parcial
é proibida.
Tudo o que você
sempre quis
saber sobre
câncer de mama!
Tiragem: 4 mil exemplares
Impressão: Gráfica Eskenazi
Grupo Brasileiro de
Estudos do Câncer de
Mama (GBECAM)
Edição e produção:
Publisher: Simone Simon
Cláudia Valéria
Vasconcelos
JornalistaPor
responsável:
Hartt (MTb 24.849)
Assistente editorial: Sergio Azman
Direção de arte: Ione Franco
Tels.: SP (11) 2478-6985 / RJ (21) 3798-1437
34
Revista GBECAM
14761 Rev GBECAM 6.indd 34
Revista GBECAM
T
rata-se de uma informação atualizada em formato de perguntas
e respostas que enfatiza as principais
dúvidas da população sobre o câncer
de mama.
O livro foi elaborado somando o
conhecimento de diversos médicos e
profissionais que atuam em áreas afins,
relacionadas com o câncer de mama
— ao todo são 44 colaboradores, todos ligados ao Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM).
No projeto coordenado pelos oncologistas Sergio Daniel Simon, José Bines,
Carlos Henrique E. Barrios, Francisco
Wisintainer, Carlos Sampaio Filho e
Gilberto Amorim e pela executiva de
operações do GBECAM, Cláudia Vasconcelos, os especialistas esclarecem
as principais dúvidas em relação à
doença. O livro prioriza a desmistificação do câncer de mama, com principal atenção dirigida à informação e
ao diagnóstico precoce. A seleção dos
autores prima pela excelência e pela
qualidade dos profissionais, todos renomados e reconhecidos em suas
respectivas áreas. Outro aspecto de
extrema importância em saúde pública que se destaca no livro são orientações em conjunto com informações
técnicas e emocionais, quanto aos di-
reitos legais das mulheres portadoras
de câncer de mama (aposentadoria,
seguros, impostos, coberturas de tratamentos por convênios), pesquisa
clínica e apoio psicossocial também
não foram esquecidos.
Dados sobre a incidência do câncer de mama no Brasil estão explicitados no livro, que revela ainda o
preocupante percentual de 60% dos
diagnósticos brasileiros como tardios.
Para os especialistas, esse livro destinado a um leque muito amplo de leitores, será atrativo à população leiga e
servirá como uma fonte de informação valiosa que busca de forma simples e objetiva — sem perder o caráter
científico — mostrar a realidade da
doença em nosso país e no mundo e,
principalmente, ressaltar que o câncer
de mama tem cura!
A capa do livro é a belíssima obra
do artista Fabio Balen, denominada
“Mulher no Jardim Rosa”, que com
suas cores e formas inspiram as mulheres acometidas pelo câncer de
mama a acreditar na cura e a buscar
forças para combater a doença através de sua beleza interior.
O livro está à venda nas principais
livrarias do País e no site da editora
Manole: www.manole.com.br.
3
21/04/2013 19:46:27
25por8
14761 Rev GBECAM 6.indd 35
21/04/2013 19:46:30
Patrocinadores
*
Pantone
228
14761 Rev GBECAM 6.indd 36
*
Pantone
130
21/04/2013 19:46:33

Documentos relacionados