aqui a versão do anuário em PDF
Transcrição
aqui a versão do anuário em PDF
ANUÁR I O BR ASIL EIRO DE R E LAC IO NAMENTO COM C L IENTES O MAIS COMPLETO CONJUNTO DE INFORMAÇÕES DO SETOR DE CALL CENTER, CRM E GESTÃO MULTICANAL NO PAÍS Cenário Atendimento C-Level Responde 2 0 1 5 2 0 1 6 www.portalcallcenter.com.br Gestão Futuro Tecnologia Estudo ED ITO RIAL Enquanto consumidores passam de um canal para o outro te: a Guatemala emerge como um dos melhores destinos para a e começam a usar aparelhos mais avançados de comunicação e terceirização de serviços. Sobretudo de laboratório, software de de relacionamento com empresas e marcas, atender um público exportação, turismo sustentável e contact centers. Os dados são específico passa a ser uma tarefa meticulosa e muito mais digital. do informe anual da Associação Guatemalteca de Exportadores (Agexport). Segundo Rolando Paiz, presidente da Agexport, caso Mesmo diante de tantos avanços, ainda assim existe um pa- as expectativas se confirmem, em quatro anos o crescimento de drão para entendermos esse comportamento: consumidores estão postos de empregos em serviços na Guatemala poderá passar selecionando o aparelho, canal ou ponto de contato adequado de 83 mil para 183 mil. Números que poderiam ajudar o Brasil para eles e para o momento que estão vivendo. As relações agora a repensar sua governança e, de fato, trabalhar em políticas e são on demand, e o consumidor é quem está no comando. investimentos reais em educação e infraestrutura para que, no longo prazo, aliado ao PL de Terceirização que tramita na Câmara Para os contact centers essa revolução já chegou e está redefinindo sua atuação. Muitas companhias já reconhecem a dos Deputados, alavancasse novos mercados, melhores ofertas de trabalho e de prestação de serviços a exemplo da Guatemala. importância do atendimento sob demanda e oferecem soluções conforme a necessidade de seus contratantes: sincronização de Voltando ao resumo dessa publicação, você, leitor, tem nas canais, otimização de processos, autoatendimento e gestão de mãos o melhor e mais completo conteúdo investigativo e analítico agentes, são alguns exemplos. sobre o mercado de contact center e relacionamento com clientes. São matérias e análises exclusivas onde buscamos traçar um Nesse cenário, não há dúvidas de que o setor deve estar aten- panorama de um setor profundamente inserido numa sociedade to para providenciar uma experiência de alta satisfação para o mais conectada e móvel na qual marcas e empresas estão apren- consumidor. Compreender como o setor de contact center planeja dendo a gerir melhor suas habilidades, em que o conhecimento atuar na harmonia das relações de consumo e do atendimento aliado à tecnologia torna-se a fonte para a competitividade e sob demanda é o tema central do Anuário Brasileiro de Relaciona- resultados de sucesso. Um cenário no qual há uma grande possi- mento com Clientes 2015/2016. bilidade dessas empresas repensarem seus pontos de contatos e ofertarem soluções voltadas à nova dinâmica das relações de con- Além de mergulharmos fundo na adoção de aplicativos, redes sumo e ao real interesse de seus clientes: eficiência. Nas páginas sociais, tendências em full outsorsing, wearables, biometria e a seguir você poderá comprovar nossa inquietude acerca desses cloud computing, o Anuário também traz um balanço do setor temas e tirar suas próprias conclusões. por meio de um estudo exclusivo do Centro de Inteligência Padrão Boa leitura! (CIP) em parceria com a E-Consulting Corp. Diante da delicada situação econômica e política do País, temas como regionalização e terceirização se destacam. Sobre esse último cabe aqui um recor- MARCELO BRANDÃO EDITOR E X P E D I PUBLISHER DIRETORA COMERCIAL, MARKETING E RELACIONAMENTO DIRETORA DE OPERAÇÕES, RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E CORPORATIVAS DIRETORA DE OPERAÇÕES, RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E CORPORATIVAS DIRETORA FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA GESTORA-EXECUTIVA DO DESIGN REDAÇÃO EDITOR REPÓRTERES ANALISTA DE REDES SOCIAIS SÊNIOR ANALISTA DE REDES SOCIAIS JÚNIOR NÚCLEO DE CRIAÇÃO DESIGNERS FOTOS REVISÃO PUBLICIDADE GERENTE-EXECUTIVA DE VENDAS E NEGÓCIOS GERENTES COMERCIAIS CIP – CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO ANALISTA DE PESQUISA EVENTOS GERENTE DE EVENTOS COORDENADORA DE EVENTOS RELACIONAMENTO CAPA CONCEPÇÃO: Tatiane Martins E N T E Roberto Meir Fabiana Zuanon | [email protected] Jacques Meir | [email protected] Carina Almeida | [email protected] Lucia Maria De Bellis Mascaretti | [email protected] Tatiane Martins | [email protected] Marcelo Brandão| [email protected] Danilo Barba | [email protected] Ivan Ventura | [email protected] Melissa Lulio | [email protected] Paula Furlan | [email protected] Raisa Covre | [email protected] Roberta Romão | [email protected] Rafael Hernandez | [email protected] Fernando Zuanom | [email protected] Érika Bernal, Felipe Araujo, Flávio Pavan, Luciana Abrão e Robson Carvalho Douglas Luccena e assessorias Dora Wild Adriana Próspero | [email protected] Andréia Gonçalves | [email protected] Lucimara Fiorin | [email protected] Gerente Aline Tobal | [email protected] Eduardo Bueno | [email protected] Luana Soares | [email protected] Rafael Di Sessa | [email protected] Sabrina Lahuerta | [email protected] Débora Hanna Storch | [email protected] Coordenadora Katty Bovo | [email protected] IMPRENSA Assessora Caroline Verre | [email protected] LOGÍSTICA Door to Door Logística e Distribuição CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS IMPRESSÃO [email protected] Log & Print Gráfica e Logística Imagens: Shutterstock A metodologia das pesquisas, as análises e os conceitos utilizados neste Anuário são recomendados e utilizados pela Abrarec – Associação Brasileira das Relações Empresa–Cliente Anuário Brasileiro de Relacionamento com Clientes é uma publicação da Padrão Editorial Eireli. Av. Pacaembu 1.613 – Pacaembu CEP 01234–001 – São Paulo – SP Telefax 55 – 11 – 3125–2244 A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial deste anuário só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte. Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright, sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos publicados, salvo expresso consentimento dos seus editores. Padrão Editorial Ltda. S UM ÁR I O 14 SE TOR E M BA LA NÇO Um avaliação contundente sobre o mercado de contact center diante da atual situação econômica do País 34 54 CI NCO QUESTÕES SOBRE SAC SO CIA L Redes sociais são partes da estratégia de grandes empresas e, hoje, não podem ser deixadas de lado. Veja o que pensam cinco das maiores empresas do mercado quanto o assunto é atendimento via redes sociais 64 82 PA R A O NORDESTE, MEU JOVEM, PA R A O NORDE STE. . . Por mais um ano, a região manteve o ritmo de polo indutor de empresas de contact center do Sul e Sudeste. Mas muita coisa mudou em 2015 – e não é apenas a crise econômica NUVEM: A VANTAGEM DA TEC N OLO G IA SO BRE O L EGA D O Em um setor em que agilidade e redução de custos podem trazer ótimos resultados, o cloud computing surge como uma opção bastante competitiva, basta compreendê-lo APLICATIVOS E A EVOLUÇÃO D O ATENDIMENTO MÓVEL Grandes empresas de tecnologia de atendimento ao cliente revelam estratégias e quais novidades deverão fazer parte da rotina de um consumidor cada vez mais móvel e digital EM BUSC A D E UM ATEN D IMENTO C OMP L ETO A tendência de full outsourcing pode ganhar escala no Brasil? Ouvimos os principais executivos do mercado de contact center para entender as reais possibilidades desse novo conceito em atendimento O PA P EL D OS CONTAC T CE NTERS NA ER A D O ATENDIMENTO SOB DEMA NDA Executivos discutem o papel da tecnologia no atendimento ao cliente e o futuro dos contact centers e de soluções para providenciar uma experiência de alta satisfação para o consumidor 42 74 92 AD IC IO N AND O VALO R AO ATEND IMEN TO MULTICANA L Soluções de inteligência analítica e de multicanalidade entram no radar das empresas como diferencial competitivo 96 REVOL UÇÃO VESTÍVEL Especialistas em tecnologia do atendimento ao cliente preveem quais serão as características e como o consumidor deve se relacionar com um mercado que promete ser onipresente: os wearables 104 A BÚSSO L A D O MERCAD O Em sua segunda edição, o estudo Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes está ainda mais completo e analítico, um dos mais avançados parâmetros de percepção do mercado de contact center A RT IG O S 12 • DEBORAH BARRA, Presidente da Vector Contact Center 40 • ALBERTO FERREIRA, Presidente da Teleperformance Brasil 52 • CASSIO ROCHA AZEVEDO, Sócio-Fundador da AeC e Vice-Presidente da ABT 62 • MAÍLSON DA NÓBREGA 72 • SERGIO PESSOA, Diretor-Executvio da Contax Allus 88 • MAJO MARTINEZ CAMPOS é diretora-executiva de recursos humanos da Atento no Brasil 90 • SONIA RICA, Diretora de Atendimento da Porto Seguro 114 • MARCELO MENTA, Country Manager da Genesys Brasil A R T I G A FORÇA DO ENGAJAMENTO O DEBORAH BARRA É PRESIDENTE DA VECTOR CONTACT CENTER O setor de call center é ainda um dos que mais em- volver habilidades de comunicação e de comportamen- pregam no Brasil. São mais de dois milhões de pes- to e, por fim, criar novas oportunidades no mercado de soas trabalhando com relacionamento com clientes. trabalho. Mercado que está em mudança constante e E uma das figuras mais importantes deste segmento que vem entendendo o verdadeiro significado da pala- são os atendentes ou operadores. Eles são a primeira vra engajamento. impressão do cliente diante uma empresa, produto ou Estar engajado em nosso setor vai além do compro- serviço. Cansamos de ouvir, presenciar e ver casos do metimento. É estar antenado às tendências de comu- mau atendimento. Operadores que invadem a priva- nicação, ser ligeiro, desenvolvendo o raciocínio rápido cidade de clientes, que não dão a informação correta, para captar o que realmente o cliente precisa, mostrar- que discutem com os clientes ou que apenas são robó- se prestativo e, acima de tudo, eficiente. Mas, afinal o que é ser eficiente? Para uns a efi- ticos diante de problemas. O que ninguém fala é que esse público é alvo cons- ciência é medida em cima dos resultados, para outros, tante de treinamentos e aperfeiçoamentos que os pos- assim como eu, acredito que ser eficiente é atingir o sibilitam de ir além do relacionamento com os clientes. objetivo ao final de cada encerramento de contato, ter Esse setor é, sim, a oportunidade de um primeiro em- a certeza de que o cliente entendeu sua mensagem e prego, mas é também a possibilidade de profissionais que você mostrou-se apto a ir além desse simples aten- experientes retornarem ao mercado, de se aperfeiçoar, dimento. E assim conquistou uma liderança nata, e aprender algo novo, descobrir novos idiomas, desen- isso, pode ter certeza todos podemos conquistar. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 12 C E N Á R I O SETOR EM BALANÇO O Centro de Inteligência Padrão (CIP) e a E-Consulting Corp trazem uma avaliação contundente sobre o mercado de contact center diante da atual situação econômica do País por Marcelo Brandão Em um momento de impasse econômico e político no Brasil, os efeitos “Encontramos um cenário de inflexão, pois dois da desaceleração chegaram ao setor de contact center. A causa é decor- movimentos antagônicos se sobrepõem no mercado, rência de um setor altamente dependente da macroeconomia nacional, diminuindo volumes de investimento e retardando da forte concentração de custos ligados às questões trabalhistas, questões a agilidade nos processos decisórios diante da baixa cambiais (compra de tecnologia e contratação de serviços em dólar) e in- clareza dos cenários de curto e médio prazo do setor e cisiva regulamentação imposta pela máquina pública às suas atividades. da economia como um todo”, avalia Daniel Domene- Segundo as projeções da E-Consulting Corp, o mercado de contact ghetti, CEO da E-Consulting Corp. center deverá movimentar este ano – na soma das operações terceirizadas e internalizadas – cerca de R$ 45,6 bilhões no País. Um aumento de apenas 4,7% em relação ao ano anterior (R$ 43,4 bilhões). Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela consultoria de Setor deve movimentar cerca de R$ 45,6 bilhões em 2015 – um março e junho deste ano. Foram analisadas 613 das mil maiores empresas aumento de apenas 4,7% em relação brasileiras de diversos segmentos e as 50 maiores companhias de contact a 2014, que atingiu R$ 43,4 bilhões center do Brasil. UM SETOR EM EVOLUÇÃO, APESAR DAS DIFICULDADES NÚMEROS DO ESTUDO E-CONSULTING CORP Operações terceirizadas: Faturamento: R$ 15,50 bilhões (período Mesmo com todos os desafios, historicamente te- março a junho de 2015). R$ 14,94 bilhões no mesmo período em 2014. mos um mercado de contact center pujante. Fatores Crescimento de 3,73%. como peso e dependência do relacionamento saudável e Operações internas: Faturamento R$ 29,17 bilhões (período março rentável com os clientes na estratégia e no resultado das a junho de 2015). R$ 28,47 bilhões no mesmo período em 2014. empresas (B2C e B2B2C) são os responsáveis. Hoje, a mobilidade e as novas tecnologias cola- Crescimento de 2,44%. Comparativo: reversão, ainda que tímida, no movimento de redução borativas contribuem para o relacionamento multi- das taxas de terceirização em relação a taxas de internalização (taxa de canal e multiformato no setor. Já o barateamento do terceirização de 0,344 em 2015 contra 0,347 em 2014). acesso e operação das novas tecnologias e a pressão ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 14 do consumidor por proximidade e interação com empresas, marcas e serviços, elevam a competitividade. Paralelo a isso, questões ligadas às legislações e regulamentações específicas sobre as atividades de um contact center refletem no aumento de turnos, plantéis e adoção de modelos de qualidade, certificações, entre outros, impactando diretamente a gestão da sua força de trabalho. Na avaliação de Domeneghetti, esses fatores têm produzido um crescimento importante da atividade, mas também do modelo Internalizado. “Empresas operam e não terceirizam. Assim como a migração de parte das operações dos grandes centros – especialmente São Paulo, mais caro e complexo – para regiões mais atraentes, como o Nordeste”, pontua o consultor. Mobilidade, novas tecnologias, canais digitais e colaborativos, impulsionam a expansão do relacionamento multicanal e multiformato no setor FATORES DE IMPEDIMENTO Na avaliação de Daniel Domeneghetti, a atual situação do País tem impactado a atividade do setor e promove uma desaceleração do seu crescimento nos próximos dois anos. “Notamos isso especialmente em São Paulo, nas operações de SAC, terceirizadas e via canal telefônico”, completa. 15 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES C E N Á R I O BUSCA POR PARCERIAS AS CAUSAS DA DESACELERAÇÃO operações terceirizadas diante do crescimento das internalizadas, tendem a ser reflexo da manei- √ Aumento da insegurança no ra como as empresas enxergam a economia atual do País e sua prerrogativa de transferir riscos. processo de tomada de decisão dos Assim como a possibilidade de transformar custos (principalmente tecnologia e pessoas) em des- executivos e barragem de alguns pesa. “Ainda que, no geral, a terceirização saia ‘mais cara’ que a internalização”, avalia o consultor. Para Domeneghetti, aparentemente os números um pouco mais aquecidos previstos para investimentos. Segundo Domeneghetti, ao trabalhar em parceira com uma companhia especializada de contact center, os contratantes direcionam o foco na estratégia de aquisição, fidelização, cres- √ Aumento sensível e pouco pre- cimento e rentabilização de sua base de clientes/consumidores, sem o ônus complexo das ope- visível do preço do dólar (base de rações e da gestão diária de um contact center. “Além disso, o contratante pode experimentar contratos e de precificações, por um aprofundamento das possibilidades de relacionamento em outros canais mais tecnológicos exemplo, para aquisição de tecno- e remotos”, avalia. logias fundamentais). REGIÕES E A QUESTÃO DA MIGRAÇÃO √ Atuação dos sindicatos nos Esta- Especificamente sobre a questão da migração de novos sites para outras regiões do País, na dos do Nordeste, impactando o dia visão da E-Consulting Corp, o Nordeste e Centro-Oeste tende a perder alguma força. “Antes as a dia das operações. operações saíam principalmente da capital paulista, na qual predominam os maiores custos de pessoal, de metro quadrado, de salário, de infraestrutura e de conectividade para as regiões a √ Queda da propensão de investi- serem desenvolvidas, geralmente ancoradas em algum modelo de parceria com o poder público mentos e contratação das empresas local (municipal ou estadual). Agora, ainda que timidamente, parte desse mercado está voltan- públicas sob forte monitoria social. do para os grandes centros, principalmente por conta das pressões sociais e sindicais locais e os níveis de qualidade atingidos muitas vezes aquém do esperado”, contextualiza Domeneghetti. √ Impacto da crise na perspectiva de crescimento de diversos seto- CONCENTRAÇÃO DAS OPERAÇÕES TERCEIRIZADAS POR REGIÃO res altamente contratantes e com √ Nordeste: 11,8% (14,4% em 2014) √ Sudeste: 58,8% (54,90% em 2014) grande volume de usuários, como √ Sul: 17% (18,8% 2014) √ Centro-Oeste: 9,6% (o mesmo de 2014) varejo, serviços, bens de consumo √ Norte: 2,3% (o mesmo de 2014) e telecom. GERAÇÃO DE RECEITA √ Atuação de monitoria dos clientes SAC: R$ 6,84 bilhões (R$ 6,52 bilhões em 2014) e suas comunidades sobre as práti- Televendas: R$ 2,81 bilhões (R$ 2,92 bilhões em 2014) cas dos contratantes e, por decor- Recuperação de crédito ou cobrança: R$ 3,3 bilhões (R$ 2,92 em 2014) rência, dos operadores terceirizados. Outras linhas: R$ 1,1 bilhão para serviços B2B R$ 0,9 bilhão para as plataformas e modelos digitais/web √ Eficácia crescente dos canais R$ 0,52 bilhão para outros formatos remotos e digitais e a adesão dos Análise e previsão: E-Consulting Corp (2015) usuários/clientes a outros modelos RENDA POR CARGO de contato com empresas e marcas. Gerente de tecnologia: R$ 9,15 mil; Gerente comercial: R$ 6,47 mil; Agente de relacionamento: R$ 800 Fonte: Análise E-Consulting Corp (2015) ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Dados: E-Consulting Corp (2015) 16 C E N Á R I O RETRATO DO SETOR Na análise do Centro de Inteligência Padrão (CIP), o crescimento da produtividade por funcionário investimentos em tecnologia e treinamento, entre outros fatores, evidenciam o interesse do setor na melhoria e evolução do seu negócio nos últimos anos A exemplo de 2015, o Centro de Inteligência Padrão (CIP) realizou NÚMERO DE SITES uma abrangente pesquisa e análise do setor de contact centers com ex- As empresas participantes da pesquisa totaliza- clusividade para o Anuário Brasileiro de Relacionamento com Clientes. O ram 2014 com 201 sites. Crescimento de 4,7% em estudo é o mais completo panorama do setor de operações terceirizadas relação a 2013 (encerrado com 192 sites). do País. O documento é a base para a construção do Ranking de Contact NÚMEROS DE PAS X RENTABILIDADE Centers deste Anuário. O número de Posições de Atendimento (PAs) VEJA OS PRINCIPAIS DESTAQUES DO ESTUDO POR CATEGORIAS: em 2014 aumentou 4,1% comparado a 2013. Em termos de rentabilidade por PA, o CIP avalia que o aumento foi muito superior ao aumento do número FATURAMENTO DO SETOR COM OPERAÇÕES TERCEIRIZADAS de posições. Em 2013, a rentabilidade média por PA foi de R$ 50,9 mil. Em 2014 a média foi de R$ 67,7 Os dados da E-Consulting Corp apresentados anteriormente sobre o mil – uma taxa de crescimento de 33%. faturamento das operações terceirizadas (R$14,94 bilhões em 2014) foram um dos pontos de partida do estudo do CIP. Quando esse valor é comparado NÚMERO DE OPERADORES ao faturamento bruto das 23 empresas de contact center que informaram Em 2014, o número de operadores represen- esse dado na pesquisa do CIP, verifica-se que esse grupo representa, em tou 83,7% do total de funcionários de uma em- média, 68% do faturamento do setor. presa de contact center. Em 2013 este número representava, em média, 60,2% do total de fun- TEMPO DE TREINAMENTO cionários. Em 2013, havia uma média de 139 horas de treinamento por funcionário. Em 2014 essa média foi reduzida para 116 horas. Essa queda pode ter PRODUTIVIDADE POR FUNCIONÁRIO relação com aumento do nível de escolaridade dos funcionários. Mesmo Em 2013 a produtividade média por funcioná- com ensino superior incompleto (aumento de 101% em 2014 comparado a rio era de R$34,4 mil. Em 2014 este número atingiu 2013) esses funcionários exigiram menos horas em treinamento. a marca de R$ 43,1 mil – crescimento de 25,3%. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 18 C E N Á R I O OS ASPECTOS HUMANOS DO SETOR O estudo do CIP traz também uma visão detalhada das características de gestão e os aspectos humanos dos contact centers. De acordo com Aline Tobal, “isso permite que as empresas do setor possam comparar suas políticas trabalhistas e aperfeiçoar as práticas relacionadas ao seu principal ativo: o colaborador”. ENTENDA A ANÁLISE DO CIP POR TÓPICOS: IDADE DO COLABORADOR Pequena redução dos funcionários com até 25 anos. Crescimento na faixa acima de 35 anos. Mesmo com a redução gradativa do número de funcionários com a menor média de idade estes ainda são maioria no setor. 2011 até 25 anos 2012 de 26 a 35 anos 16,73% 18,50% 32,99% 33,79% 15,78% 30,91% 14,67% 2010 48,50% 49,48% 53,32% 30,52% 15,93% 28,02% 54,81% 56,05% FUNCIONÁRIOS POR FAIXA ETÁRIA 2013 2014 acima 35 anos Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão RAZÕES Os contact centers são grandes geradores de emprego no setor de serviços. Os operadores compõem cerca de 84% do seu quadro de funcionários. De acordo com o CIP, devido a salário e jornada de trabalho para esse cargo, eles são ocupados majoritariamente por jovens em busca do primeiro emprego. Outro ponto levantado pelo estudo: muitas empresas oferecem programas de recolocação profissional. Isso pode ter ligação direta com aumento no número de funcionários acima de 35 anos. ESCOLARIDADE Os contact centers são compostos, em sua maioria, por funcionários com ensino médio completo. Porém, o porcentual vem diminuindo no decorrer dos anos. Segundo a avaliação do CIP, a queda no número de funcionários com ensino médio completo foi mais expressiva entre 2013 e 2014. “Isso pode estar relacionado a dois fatores: a procura dessas empresas por mão de obra qualificada e o aumento natural do nível de qualificação dos funcionários que já trabalham nessas empresas”, explica Aline Tobal. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 20 2010 2011 ensino médio incompleto 2013 ensino superior incompleto 14,88% 11,20% 2,65% 4,80% 7,39% 7,86% 1,16% 2012 ensino médio completo 66,44% 80,67% 2,92% 8,28% 6,05% 0,82% 80,38% 4,47% 7,33% 5,17% 0,42% 1,28% 0,11% 5,24% 3,51% 0,03% 85,80% 91,11% FUNCIONÁRIOS POR ESCOLARIDADE 2014 ensino superior completo pós graduado Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão BENEFÍCIOS E INCENTIVOS Os benefícios geralmente oferecidos pelas empresas de contact center são: vale transporte (97%), assistência médica e odontológica (93%), vale refeição e auxílio creche (90%). Das empresas entrevistadas, 7% informaram oferecer curso universitário gratuito. Como maneira de disseminar conhecimento 97% das empresas pesquisadas informaram fazê-lo por meio de treinamentos presenciais; 93% o fazem por meio de reuniões informativas e 76% por meio de e-learning. Algumas das empresas entrevistadas informaram oferecer descontos e parcerias com universidades. E 7% delas oferecem bolsas de estudo integrais. “Esse comportamento verificado no setor está de acordo com o aumento do porcentual de funcionário com ensino médio incompleto, já citado. Notamos que entre 2013 e 2014 houve um crescimento expressivo do percentual de colaboradores com ensino superior incompleto Plano de telefonia gratuita 38% Auxílio-funeral 52% Auxílio-creche/babá 90% Assistência odontológica 93% Assistência médica 93% 0 Empréstimo consignado 17% 20 Curso universitário gratuito 7% 40 Vale-combustível 14% 60 Vale-alimentação 76% 80 Vale-refeição 90% 100 Vale-transporte 97% BENEFÍCIOS OFERECIDOS Parceria com empresas de entretenimento 69% e pós-graduado. Um crescimento de 101% e 129%, respectivamente. Isso evidencia um maior preparo profissional”, comenta Aline Tobal. Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão 21 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES C E N Á R I O 40 Treinamentos lúdicos (jogos, quiz etc.) 72% Palestras, confêrencias e seminários 72% Reuniões informativas 93% E-book 28% 60 Fórum de discussão 59% 80 Treinamentos presenciais 97% 100 Universidade corporativa 38% E-learning 76% MODELOS DE DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO 20 0 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão INVESTIMENTOS EM TREINAMENTO Segundo o estudo, as empresas investem em média 5% do seu faturamento em treinamento de funcionários. Os dados revelam um redução de dois pontos porcentuais em relação à média de 2013( 7%). “Essa redução também era esperada, visto que desde o início do segundo semestre de 2014 houve uma desaceleração na economia”, complementa Aline Tobal. CONTRATAÇÃO/MÊS Já o número médio de funcionários contratados por mês aumentou 58% entre 2103 e 2014. Veja o gráfico: MÉDIA DE FUNCIONÁRIOS CONTRATADOS POR MÊS 883 917 815 651 579 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: CIP - Centro de Inteligência Padrão ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 22 A PRESENÇA FEMININA De acordo com o estudo, as mulheres compõem a maior parte dos funcionários das empresas de contact centers. Em 2014, elas representavam 67,38% do quadro de colaboradores. Apesar de ainda ser a maioria nessas empresas, o CIP observa uma gradativa queda na participação feminina nos contact centers – desde 2011 essa redução foi de aproximadamente 11%. FUNCIONÁRIOS POR GÊNERO 73,10% 74,61% 73,36% 69,03% 67,38% 26,90% 25,39% 26,64% 30,97% 32,62% 2010 2011 2012 masculino 2013 2014 feminino Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão QUADRO SALARIAL Com relação às médias salariais de todos os cargos analisados, o CIP avaliou uma redução entre 2013 e 2014 de 0,8%. Embora no mesmo período o salário de operador e de gerente de operação tenha apresentado aumentos de 8% e 8,36%, respectivamente – vale ressaltar que estes aumentos foram inferiores ao aumento do salário mínimo no mesmo período (8,8%). Ao mesmo tempo, quando o estudo analisa a Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 2010 a 2014, o salário do operador revela um aumento de 10,4% e o de gerente de operação de 8,45% – ambos também inferiores ao aumento do salário mínimo no período (15,6%). Com isso o estudo aponta que, principalmente no caso dos operadores, apesar do aumento salarial de 2013 para 2014, ele foi inferior à média de aumentos nos anos anteriores. “A redução nas médias salariais era esperada com a desaceleração na economia e o aumento do desemprego. Já o fato de os contact center possuírem altos índices de turnover, aumenta a flexibilidade para alterações salariais”, analisa Aline Tobal. EVOLUÇÃO SALARIAL MÉDIA POR CARGO R$ 10.000,00 R$ 8.000,00 R$ 6.000,00 R$ 4.000,00 R$ 2.000,00 R$ Operador Supervisor Coordenador Gerente de Operação Gerente de Cobrança Gerente Comercial Gerente de Tecnologia 2010 R$ 589,69 R$ 1.319,11 R$ 3.005 R$ 5.810 R$ 5.004 R$ 6.914 R$ 8.720 2011 R$ 587,43 R$ 1.197,54 R$ 2.331,06 R$ 4,294,26 R$ 5.904,82 R$ 4.619,13 R$ 7.585,16 2012 R$ 759,36 R$ 1.682,49 R$ 3.386,15 R$ 6.569,66 R$ 7,160,56 R$ 8.282,72 R$ 9.764, 39 2013 R$ 811,12 R$ 1.881,45 R$ 3,741,51 R$ 7,416,13 R$ 8,563,12 R$ 10.164,85 R$ 9.865,55 2014 R$ 876,29 R$ 1.739,48 R$ 3.624,63 R$ 8.035,96 R$ 7.895,09 R$ 9.864,66 R$ 9.793,31 Fonte: CIP - Centro de Inteligência Padrão 23 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES C E N Á R I O CAGR (2010–2014) – DAS MÉDIAS SALARIAIS POR CARGO 12,08% 10,41% 9,29% 8,45% 7,16% 4,79% 2,94% operador supervisor coordenador gerente de operação gerente de cobrança gerente comercial gerente de tecnologia Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão RENTABILIDADE POR PAS X PRODUTIVIDADE POR EMPRESA Uma característica exclusiva do estudo do CIP é que os dados analisados permitem a comparação da rentabilidade por PA e da produtividade por operador de cada player pesquisado. A análise da matriz abaixo revela que a Algar Tech se destacou em termos de produtividade, ainda que não tenha apresentado um desempenho excepcional em termos de rentabilidade. . Produtividade (faturamento/operadores em R$) MATRIZ RENTABILIDADE P.A. X PRODUTIVIDADE OPERADOR 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 ALGAR TECH 80.000 60.000 40.000 PASCHOALOTTO CONTAX ALLUS TEL TELEMÁTICA 20.000 AeC ALMAVIVA ATENTO BRASIL TMKT BT CALL CENTER DATAMÉTRICA 0 25.000 43.000 61.000 79.000 Rentabilidade (faturamento/PAs em R$) ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 24 97.000 115.000 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão C E N Á R I O O faturamento das operações terceirizadas analisadas representa, em média, 68% do faturamento de todo o setor. Isso comprova a alta concentração dessas operações e justifica a crescente aquisição de players menores por grandes operadoras Vale ressaltar que ainda existe a necessidade das empresas do setor estabelecerem e revisarem constantemente seus KPIs, para aumentarem a performance das PAs, tanto em produtividade quanto em rentabilidade. Consequentemente, esse ganho de eficiência evidenciaria seu desempenho como ferramenta de atendimento e de relacionamento com clientes, voltada para a geração de valor. A noção de produtividade nos contact centers deve estar mais relacionada à fluidez, rapidez e agilidade na construção dos processos do que unicamente o seu valor financeiro absoluto. POR DENTRO DO ESTUDO DO CIP CONCEITOS Faturamento bruto da empresa: Valor equivalente à venda de produtos e serviços. PA (Posição de Atendimento): Sigla utilizada pelos contact centers para referir-se a uma posição de atendimento. Unidade de contato entre a empresa e cliente. Composta por um operador de computador e um terminal de informática ligado em rede. Rentabilidade por PA: Esse conceito é apresentado na pesquisa para fins de análise e comparação. Não representa o valor real da rentabilidade de cada PA da empresa. Ele representa o faturamento médio produzido por PA, ou seja, quão rentável é cada PA. O indicador foi calculado da seguinte forma: Rentabilidade por PA = faturamento bruto/número de PAs. Produtividade por operador: O conceito foi desenvolvido apenas para a geração das análises. Não representa o valor real da produtividade dos operadores da companhia. Ele representa, em média, quanto cada operador teria gerado de faturamento para a empresa. O indicador é calculado da seguinte forma: Produtividade por operador = faturamento bruto/número de operadores. Metodologia: A pesquisa adota uma metodologia quantitativa a fim de possibilitar a avaliação da evolução do setor por meio de números e indicadores. O processo de coleta de dados foi realizado por meio da aplicação de questionários on-line com mais de 30 das maiores empresas de contact center do mercado nacional. O campo da pesquisa foi realizado nos meses de junho e julho dos anos referidos. CRITÉRIOS Classificação no ranking: A classificação das empresas de contact centers no ranking foi baseada no faturamento bruto. Nos casos em que a empresa não informou o faturamento bruto, foi utilizado o número de PAs como segundo critério. Em terceiro lugar foi considerado o número de operadores. Dados: Os dados utilizados na pesquisa referem-se aos do final do exercício de 2014 no território brasileiro. O faturamento é o contabilizado e registrado pela empresa no referido exercício. O número de PAs, operadores, funcionários e sites correspondem ao que a empresa possuía em 31/12/2014. Esse critério foi adotado para permitir que os cálculos de crescimento, rentabilidade por PA e produtividade por operador fossem realizados utilizando uma mesma base. E que as análises e insights gerados a partir desses dados tivessem consistência e validade. Foram utilizados apenas dados da operação de contact center e não de suas demais atividades. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 26 RANKING DE CONTACT CENTERS EMPRESA FATURAMENTO 2014 (em R$) CRESCIMENTO 2013-2014 (em %) NÚMERO DE PAs NÚMERO DE OPERADORES ATENTO BRASIL 3.074.951.000,00 7,1 44.061 75.624 CONTAX ALLUS 3.073.117.000,00 10,4 51.689 68.120 ALGAR TECH 487.586.357,41 17,4 7.393 4.859 AEC 724.315.000,00 20,2 12.514 24.713 ALMAVIVA 701.951.432,75 43,4 12.300 24.422 BT CALL CENTER 590.000.000,00 15,5 6.688 15.660 PASCHOALOTTO 284.960.446,75 15,9 3.926 5.812 TMKT 275.272.139,65 13,9 4.060 7.714 CSU CONTACT 207.700.000,00 15,0 2.393 ND FLEX CONTACT CENTER 186.082.201,00 21,3 ND 7.000 TEL TELEMÁTICA 171.000.000,00 18,5 4.331 6.700 DATAMÉTRICA 97.667.455,22 95,7 3.120 5.100 VOXLINE 78.000.000,00 14,7 1.500 1.836 ELO CONTACT CENTER 60.380.200,00 91,6 1.663 2.237 CPFL ATENDE 37.300.000,00 40,8 417 895 PLURIS MIDIA 36.189.490,10 11,1 421 572 CENTRAL 24 HORAS 29.361.472,24 -14,0 166 501 VECTOR 25.000.000,00 25,0 2.500 1.150 ASK! 16.605.756,41 58,3 193 273 SENARC 15.991.653,00 29,8 900 850 EXPLORER CALL CENTER 15.182.579,53 119,5 160 463 INTERNÁUTICA CALL CENTER 13.100.000,00 15,0 490 500 ONLINE SAC 7.200.000,00 15,0 ND ND TELEPERFORMANCE ND ND 12.736 16.100 CALLINK ND ND 4.000 2.992 VIKSTAR ND ND 3.712 7.224 TELE TECH ND ND 980 2.558 TSA ND ND 613 ND SYKES ND ND 500 350 EFIKA ND ND ND ND SITEL ND ND ND 2.788 KAINOS ND ND ND 98 EMPRESAS DO RANKING 10.208.914.184,06 13,6 183.426 287.111 DADOS DO SETOR 2014* 14.943.431.214,92 4,2 277.042 ND PERSPECTIVAS DO SETOR 2015* 15.501.443.109,32 3,7 266.387 ND *Dados e perspectivas do setor terceirizado de contact center estimados pela E-Consulting ND – Não Divulgado ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 28 NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NÚMERO DE SITES TREINAMENTO (Média hora/ funcionário no ano) EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO 2015 (%) RENTABILIDADE Faturamento/PAs (em R$) PRODUTIVIDADE Faturamento/ operadores (em R$) 89.791 31 36 ND 69.788,50 40.661,05 82.309 40 111 ND 59.453,98 45.113,29 6.590 ND ND ND 65.952,44 100.347,06 28.351 11 114 22,9 57.880,37 29.309,07 26.598 10 114 37,6 57.069,22 28.742,59 18.000 5 75 1,0 88.217,70 37.675,61 7.145 22 35 21,5 72.582,90 49.029,67 8.948 2 120 1,7 67.801,02 35.684,75 6.934 2 ND ND 86.794,82 ND 6.000 9 ND 29,0 ND 26.583,17 8.324 7 144 28,7 39.482,80 25.522,39 5.800 21 180 94,5 31.303,67 19.150,48 2.233 2 27 3,8 52.000,00 42.483,66 2.615 5 48 65,6 36.308,00 26.991,60 1.000 2 300 20,6 89.448,44 41.675,98 703 2 48 16,1 85.960,78 63.268,34 584 1 65 -21,7 176.876,34 58.605,73 350 2 36 28,0 10.000,00 21.739,13 406 1 21 5,5 86.040,19 60.826,95 850 1 576 12,6 17.768,50 18.813,71 579 2 320 10,2 94.891,12 32.791,75 535 1 80 5,0 26.734,00 26.200,00 65 1 ND 10,0 ND ND 18.000 9 188 ND ND ND 3.849 1 200 ND ND ND 8.561 3 66 ND ND ND 2.988 2 36 ND ND ND 1.075 1 96 ND ND ND 60 1 0 ND ND ND 450 1 50 ND ND ND 3.073 2 115 ND ND ND 131 1 54 ND ND ND 342.897 201 116 20,1 67.682,58 43.130,40 559.263 ND ND ND 55.229,47 ND 542.710 ND ND ND 57.341,49 ND 29 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES FORNECEDORES DE TECNOLOGIA EMPRESA SOLUÇÃO DE DAC SOLUÇÃO DE WORKFORCE MANAGEMENT SOLUÇÃO DE PERFORMANCE MANAGEMENT ATENTO BRASIL AVAYA, CISCO VERINT ND CONTAX ALLUS AVAYA NICE ND ALGAR TECH AVAYA NICE ASPECT, NICE AEC AVAYA CCM7 ND ALMAVIVA ALTITUDE, AVAYA GOACS GOACS BT CALL CENTER GENESYS PRIME NICE NICE TMKT ALTITUDE, AVAYA, OLOS GENESYS PRIME PRÓPRIA FLEX CONTACT CENTER AVAYA, CISCO, ININ CCM7 ND TEL TELEMÁTICA AVAYA ASPECT ASPECT DATAMÉTRICA AVAYA, COLLAB, DÍGITRO, ININ GENESYS PRIME ND VOXLINE AVAYA GENESYS PRIME ND ELO CONTACT CENTER AVAYA, CISCO CCM7, GENESYS PRIME ND CPFL ATENDE SIEMENS CCM7 SIEMENS PLURIS MIDIA AVAYA TELEOPTI, GENESYS PRIME ND CENTRAL 24 HORAS AVAYA ND ND VECTOR CALLFLEX CCM7 ND ASK! ININ ND ND SENARC CALLFLEX CCM7 NICE EXPLORER CALL CENTER AYTY, COMMODITY ND ND TELEPERFORMANCE AVAYA NICE, TELEOPTI NICE, QLIKVIEW CALLINK ASPECT, AVAYA, CISCO ASPECT, NICE ND VIKSTAR AVAYA CCM7 ND TSA AVAYA ND ND SYKES AYTY ASPECT ASPECT SITEL ALTITUDE, AVAYA IEX TALENT MANAGEMENT KAINOS ALTITUDE, COMMODITY ND ND ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 30 OPERADORA DE TELECOM SERVIÇO DE 0800 PROVEDOR DE INTERNET INTEGRADOR DE CONTACT CENTER TIM, EMBRATEL, OI, TELEFÔNICA|VIVO TIM, EMBRATEL, OI, TELEFÔNICA|VIVO TIM, LEVEL 3, OI, TELEFÔNICA|VIVO WITTEL ALGAR TELECOM, OI, TELEFÔNICA|VIVO OI ND ND TIM, ALGAR TELECOM, CLARO, EMBRATEL, GVT, OI, TELEFÔNICA|VIVO TIM, ALGAR TELECOM, EMBRATEL, GVT, OI, TELEFÔNICA|VIVO TIM, ALGAR TELECOM, CLARO, EMBRATEL, GVT, NET, OI, TELEFÔNICA|VIVO WITTEL, ALPHA PEOPLE, MEDIA CORE TIM, ALGAR TELECOM, CLARO, EMBRATEL, GVT, OI, TELBRAX EMBRATEL TIM, CLARO, CTBC TELECOM, EMBRATEL, GVT, OI, TELBRAX ND TIM, ALGAR TELECOM, EMBRATEL, OI, TELEFÔNICA|VIVO TIM CTBC TELECOM, EMBRATEL BETTA GROUP OI OI OI ND EMBRATEL, OI EMBRATEL, OI EMBRATEL, OI A5 ALGAR TELECOM, CLARO, EMBRATEL, GVT, OI, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL, GVT EMBRATEL, GVT, TELEFÔNICA|VIVO COMMODITY EMBRATEL, GVT, OI, TELEFÔNICA|VIVO OI EMBRATEL, GVT, NET, OI, TELEFÔNICA|VIVO BETTA GROUP EMBRATEL, GVT, OI, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL EMBRATEL ND EMBRATEL, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL EMBRATEL, TELEFÔNICA|VIVO WITTEL EMBRATEL, TELEFÔNICA|VIVO ND EMBRATEL, NET BETTA GROUP TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL TELEFÔNICA|VIVO ND ALGAR TELECOM, EMBRATEL, GVT, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL, TELEFÔNICA|VIVO LEVEL 3, TELEFÔNICA|VIVO PLUSOFT ALGAR TELECOM, EMBRATEL CTBC TELECOM, EMBRATEL CTBC TELECOM, EMBRATEL ND CLARO, EMBRATEL, OI OI OI ND SERCOMTEL SERCOMTEL SERCOMTEL SOPHO CLARO, OI EMBRATEL EMBRATEL, GVT ND EMBRATEL, GVT, NVOX, OI, PONTAL TELECOM EMBRATEL, GVT, OI EMBRATEL, GVT, LEVEL 3 AYTY, COMMODITY TIM, CLARO, EMBRATEL, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL, TELEFÔNICA|VIVO TIM, LEVEL 3, UOL DIVEO ND TIM, ALGAR TELECOM, CLARO, EMBRATEL, OI, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL CTBC TELECOM, EMBRATEL, OI ILINK SOLUTIONS TELEFÔNICA|VIVO ND TELEFÔNICA|VIVO ND ND ND ND ND ALGAR TELECOM, AT&T, CLARO, EMBRATEL, GVT EMBRATEL, GVT EMBRATEL, GVT ND TIM, EMBRATEL, GVT, L3, TELEFÔNICA|VIVO EMBRATEL, LEVEL 3, TELEFÔNICA|VIVO AT&T, EMBRATEL, GVT, NET ALTITUDE, AT&T EMBRATEL, GVT ND EMBRATEL, GVT ND 31 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES FORNECEDORES DE TECNOLOGIA EMPRESA ATENDIMENTO WEB SOLUÇÃO DE CTI SOLUÇÃO DE URA SOLUÇÃO DE DISCADOR PREDITIVO ATENTO BRASIL PLUSOFT, DIRECT TALK AVAYA AVAYA ALTITUDE, ASPECT, AVAYA CONTAX ALLUS ND AVAYA AVAYA, GENESYS PRIME, INTERVOICE ASPECT ALGAR TECH ASPECT, ASC BRASIL, DIRECT TALK, SEEKR ASPECT, AVAYA AVAYA ALTITUDE, ASPECT AEC DIRECT TALK AVAYA AVAYA ALTITUDE, CALLFLEX ALMAVIVA DIRECT TALK ALTITUDE, AVAYA AVAYA ALTITUDE BT CALL CENTER ND GENESYS PRIME GENESYS PRIME GENESYS PRIME TMKT DIRECT TALK AVAYA, OLOS VOICE COM ALTITUDE FLEX CONTACT CENTER COMMODITY AVAYA, GENESYS PRIME, ININ COMMODITY, INTERACTIVE INTELLIGENCE AYTY, COMMODITY TEL TELEMÁTICA DIRECT TALK AVAYA AVAYA AVAYA, CALLFLEX, VOCALCOM DATAMÉTRICA ORBIUM AVAYA COLLAB, DÍGITRO, ININ COLLAB VOXLINE PLUSOFT AVAYA AVAYA ALTITUDE ELO CONTACT CENTER ND AVAYA, GENESYS PRIME GENESYS PRIME CALLFLEX, HUAWEI CPFL ATENDE SCUP GENESYS PRIME GENESYS PRIME ND PLURIS MIDIA PLUSOFT AVAYA LM ALTITUDE CENTRAL 24 HORAS ND AVAYA ND ND VECTOR ND ATOM, IZYSOFT PRÓPRIA CALLFLEX ASK! ND ND ININ ININ CALLFLEX, REDE SERVICE AYTY, COMMODITY SENARC DIRECT TALK CALLFLEX CALLFLEX, REDE SERVICE EXPLORER CALL CENTER ND AYTY, COMMODITY AYTY, COMMODITY TELEPERFORMANCE ND AVAYA AVAYA ND CALLINK ASPECT AVAYA ASPECT ASPECT VIKSTAR ND AVAYA AVAYA ND TSA ND ND ND ND SYKES LIVE PERSON AVAYA AVAYA ND SITEL DIRECT TALK AVAYA ALTITUDE, AVAYA ALTITUDE KAINOS ALTITUDE, COMMODITY ALTITUDE, COMMODITY ALTITUDE, COMMODITY ALTITUDE, COMMODITY ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 32 SISTEMA DE GRAVAÇÃO SOLUÇÃO DE TELEFONIA IP SOFTWARE DE ATENDIMENTO SOLUÇÃO DE CRM SOLUÇÃO DE INTELIGÊNCIA ANALÍTICA AVAYA, NICE, VERINT AVAYA, CISCO DIRECT TALK, PLUSOFT AYTY ND NICE AVAYA ND ND ND NICE AVAYA ALTITUDE, AVAYA, DIRECT TALK MICROSOFT, ORACLE ND NICE, WYTRON AVAYA DIRECT TALK ND ND ND AVAYA ALMAWAVE ALMAWAVE ALMAWAVE NICE GENESYS PRIME GENESYS PRIME, TOOLBAR ND NICE, SAS EYRITEL, REDBOX, VERINT AVAYA ND PRÓPRIA VERINT AYTY, COMMODITY AVAYA AYTY, COMMODITY AYTY, COMM, MICROSOFT MICROSOFT AVAYA, VERINT AVAYA G4 G4 VERINT AVAYA, COLLAB, ININ AVAYA, COLLAB, DÍGITRO, ININ ND ORBIUM ND NICE AVAYA MICROSOFT MICROSOFT ND AVAYA AVAYA G4 TOTVS NICE SIEMENS SIEMENS SIEMENS SAP ND DIALTECH AVAYA PLUSOFT MICROSOFT, PLUSOFT ND REDBOX AVAYA AVAYA ND ND CALLFLEX ND ATOM ATOM ND ININ ININ ININ SERCOMTEL ND NICE ND CALLFLEX, REDE SERVICE ND DIRECT TALK REDE SERVICE, SAP, WEDOO AYTY, COMMODITY AYTY, COMMODITY AYTY, COMMODITY AYTY, COMMODITY CALL COPY, NICE AVAYA ND ND ND ASPECT, NICE ASPECT, AVAYA ASPECT ND ND AVAYA AVAYA ND ORACLE, TOTVS ND ND ND ND ND ND CALLCOPY AVAYA CONECTOR CONECTOR ND NICE AVAYA SID SID BUSINESS OBJECT ALTITUDE, COMMODITY ALTITUDE, COMMODITY ALTITUDE, COMMODITY ND ND 33 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES A T E N D I M E O PAPEL DOS CONTACT CENTERS NA ERA DO ATENDIMENTO SOB DEMANDA Executivos discutem o papel da tecnologia no atendimento ao cliente e o futuro dos contact centers, e de soluções para providenciar uma experiência de alta satisfação para o consumidor POR DANILO BARBA ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 34 N T O Com contact centers cada vez mais automatizados, o futuro aponta mesmo para um atendimento totalmente robotizado? Será que a tecnologia está de fato conferindo mais poder ao cliente no relacionamento com empresas? Afinal, quais são os reais desafios em atender um consumidor que procura agilidade e eficiência no canal de atendimento que mais lhe convém? Para a Altitude Software, é fundamental que, além de o consumidor ter acesso à empresa por diversas portas, a companhia também tenha uma visão de 360 graus do cliente. “Precisamos perceber que aquele consumidor que está interagindo hoje pela página do Facebook é o mesmo que está me enviando um SMS, fazendo uma chamada telefônica, abrindo uma sessão de chat ou enviando e-mail”, defende Frederico Dias, presidente da Altitude Software para América Latina. Em busca de um modelo ideal de atendimento, customizações e serviços em nuvem impulsionam este processo. A Algar Tech foi uma das companhias que potencializaram suas soluções por meio do cloud computing e aposta no Big Data, social e mobile como principais agentes transformadores. Nos últimos dois anos, a Algar Tech desenvolveu aplicativos móveis, atendimento via WhatsApp, robôs de atendimento com inteligência artificial para chat e redes sociais, portais de atendimentos integrados a CRM e robôs de automação de processos. “Tudo isso ajuda o usuário a resolver sozinho a maioria das suas informações e solicitações, bem como traz redução de custos para nossos clientes”, afirma Marco Aurélio Borges Matos, diretor de operações BPO e aplicações da Algar Tech. O CONSUMIDOR MERECE ATENÇÃO, NÃO AS FERRAMENTAS Já os serviços ofertados pelo Grupo Almaviva apostam em tecnologias próprias para melhorar a experiência do cliente enquanto simplificam o trabalho e aceleram o desempenho das operações. “Introduzimos uma nova perspectiva de business intelligence e Big Data analytics. Propomos que os operadores possam acessar as respostas corretas com a mesma facilidade e prazer com que se navega na internet, concentrando sua atenção apenas no cliente e no seu problema, não nas ferramentas”, garante Francesco Renzetti, vice-presidente executivo da AlmavivA do Brasil ediretor-geral mundo do Grupo AlmavivA. A Aspect investe em plataformas que podem ser facilmente configuradas e gerenciadas por pessoas sem formação técnica. “A Voxeo e a Zipwire são flexíveis e de fácil utilização, permitindo a customização de acordo com os objetivos do cliente”, afirma Laurent Delache, vice-presidente regional da Aspect. “A comunicação é integrada, o que permite que o consumidor escolha a melhor maneira de se comunicar com a empresa”, diz Delache. 35 A T E N D I M E N T O com o cliente. Assim conseguimos categorizar esse cliente de uma MOBILIDADE E A BUSCA POR CONSISTÊNCIA E QUALIDADE forma muito mais personalizada”, afirma. Alguns desafios são cruciais hoje nas áreas de atendimen- Com mais de 26 anos de expertise, a Plusoft promete comple- to ao cliente das empresas. A ampla utilização de apps como o mentar suas soluções com dashboards interativos e acompanha- WhatsApp marca a rápida proliferação de canais e a passagem des- mento de operações em tempo real até o final de 2015. “Se os dados sa solução como o mainframe da atualidade. Para Alexandre Camilo das interações não morrerem como estatística, uma empresa res- Perez, diretor de marketing da BRQ IT Services, “está cada vez mais ponderá muito rapidamente cada cliente, de forma personalizada, difícil colocar fronteiras entre o que é atender ao cliente e o que é e ainda estará cada vez mais na memória de compra dele”, afirma vender ou executar um serviço ou produto que foi vendido”. Guilherme Porto, CEO da Plusoft. De acordo com Perez, quando juntamos a proliferação de canais A SAP ressalta para uma implementação moderna de atendi- com o custo do atendimento e a questão das fronteiras, o maior de- mento ser bem-sucedida, o primeiro passo é entender a real necessi- safio é conseguir consistência e qualidade no atendimento. “Se você dade do cliente. “A partir de uma análise detalhada é possível montar não tiver uma estratégia clara e tecnologia apropriada para torná-la a solução adequada para cada caso”, garante André Nigro, vice-presi- realidade, não conseguirá consistência e qualidade”, diz o executivo. dente para soluções de relacionamento com clientes e comércio. “No A mobilidade é o principal investimento da G4 em 2015. De acordo caso de contact centers nossas principais linhas são o CRM on cloud com Erik Mazzei, diretor de marketing e vendas da G4, o objetivo da e o CRM on premise, que respondem integralmente às necessidades companhia é “colocar todo o contact center na mão do consumidor”. do setor”, frisa Nigro. “Pelo lado da empresa, trabalhando sob o conceito de uma ‘URA OTIMIZAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS visual’ os próprios gestores das operações podem customizar o fluxo de atendimento diretamente para o aplicativo por um módulo Não há dúvida que os consumidores de hoje estão exigindo designer, interno do sistema, implantando, excluindo ou ajustando serviços mais pessoais, enquanto as empresas precisam de servi- processos e funções em tempo real para todos os clientes conectados”, ços mais produtivos e previsíveis. Para Scott Hays, vice-presiden- explica Mazzei. te de solutions marketing da Verint, ambos demandam melhores resultados obtidos por meio de menos esforços. De acordo com o executivo, os consumidores sabem que seus fornecedores têm PROATIVIDADE E INTERATIVIDADE COMO FERRAMENTAS uma vasta quantidade de dados sobre seu histórico, seus produ- Para Ingrid Imanishi, consultora de soluções avançadas da Nice, tos e serviços, e seus detalhes de conta. “Eles esperam então que as empresas precisam ter mais proatividade na hora de oferecer os a informação esteja disponível e seja útil em cada interação”, diz produtos e serviços que o consumidor precisa e deseja. “Temos uma Hays. “As organizações inovadoras estão reorientando os custos plataforma chamada Customer Engagement Analytics (CEA), que do contact center para fornecer um melhor serviço em outros ca- permite trazer informações de diversas plataformas de interação nais”, completa. Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da BRQ IT Services “Está cada vez mais difícil colocar fronteiras entre o que é atender ao cliente e o que é vender ou executar um serviço” ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Celso Tonet, diretor de atendimento da Net “Nunca podemos esquecer que é preciso formar um novo consumidor, que seja mais habituado com esse empoderamento” 36 É o caso da AES Eletropaulo com seu projeto Smart Grid (ver box). “Ele dará muito mais autonomia em relação aos serviços da distribuidora para o consumidor”, garante Teresa Vernaglia, vice-presidente de clientes e negócios da distribuição da AES Eletropaulo. Pensando na mobilidade do consumidor a Tivit lançou o Tell Me, um aplicativo que permite que a empresa ofereça soluções para o cliente de forma rápida e pelo menor custo. “Ele aperfeiçoa os serviços de relacionamento de quem contrata, otimizando o tempo de resposta e melhorando a experiência do cliente final”, revela Paulo Freitas, vice-presidente de gestão de processos de negócios da Tivit. O Tell Me, por sua vez, é suportado pelo sistema Neoflow, plataforma multicanal desenvolvida pela Tivit que permite a gestão de todo o ciclo de processos de negócios. O ENGAJAMENTO AUXILIANDO NA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE No final de 2014 a Avaya introduziu uma nova plataforma para engajar, de forma diferenciada, os clientes com as empresas, o Avaya Engagement Development Platform (EDP). Um dos diferenciais da solução é que o desenvolvedor não requer conhecimento de telefonia para criar uma aplicação, simplificando as integrações, reduzindo o tempo de implementação de novas ideias e otimizando a experiência do consumidor final. “Com apenas um clique no website da empresa, o cliente pode estabelecer uma interação de voz e/ou vídeo, estendendo ainda todo o contexto da navegação prévia para a empresa de forma a obter uma resposta customizada e rápida”, explica Carlos Bertholdi, diretor administrativo da Avaya Brasil. Para a Atento, o empoderamento é uma ânsia dos consumidores, cuja cobrança tem se intensificado a cada dia e que reflete uma nova tendência das relações de consumo. Regis Noronha, diretor-executivo de estratégia e marketing da Atento, avalia: “Se, por um lado, a tecnologia dos smartphones, a internet e as redes sociais mudam o perfil dos consumidores, novas tecnologias surgem indo ao encontro desses novos anseios”. AUTOSSERVIÇO: AGILIDADE E INDEPENDÊNCIA Evidentemente que o consumidor atual está muito mais atento à postura das empresas que procura e, em consequência, muito mais exigente. No entanto, para alguns segmentos, oferecer atendimento integrado é fundamental para a continuidade de suas atividades. A indústria financeira, em especial os bancos, saiu na frente e se mantém há uma boa distância dos demais. “Assim como o Bradesco, alguns segmentos do mercado financeiro e do mercado de telecomunicações já entenderam que o grande desafio é proporcionar a melhor experiência de uso positiva, sem que o cliente perceba qualquer diferença do atendimento humano para o atendimento digital”, avalia Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco. Entretanto, as outras grandes indústrias de serviços já vêm mostrando uma reação. A operadora Claro tem apostado em ferramentas para que o cliente resolva as suas demandas da forma como quiser. O Minha Claro disponível na versão web e aplicativo é um bom exemplo (ver box). Atualmente, na versão web, as funcionalidades já respondem por 73% dos maiores motivos de ligações do SAC. “Com a 37 5 MODELOS DE ATENDIMENTO SOB DEMANDA Minha Claro: página personalizada da Claro que dá acesso a sua fatura digital, acompanhamento de gastos, ativação e compra de serviços, consulta e resgate de pontos. Minha Oi: plataforma digital de serviços automatizados da Oi. Garante autonomia ao cliente para cadastrar e cancelar produtos e serviços em diversos ambientes (desktop, apps, site móvel e redes sociais). Bradesco Next: agência do banco Bradesco que abusa de kinect, interatividade, e integra diferentes plataformas para oferecer uma experiência diferenciada a cada cliente. Smart Grid: projeto da AES Eletropaulo que trará funcionalidades, como o registro de falta de energia por geolocalização, o envio de notificações com mensagens de previsão de retorno de energia, aviso de desligamento programado, além dos serviços já disponíveis na agência virtual. Chat Online Widget: chat on-line da Netshoes que traz componentes para simplificar o acesso a outro programa ou sistema e assim oferecer ao cliente interfaces visuais, com vídeos e imagens relacionadas à dúvida de produtos. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES A T E N D I M E N T O constante evolução da tecnologia, se torna primordial a criação de mecanismos que ofereçam ao consumidor a possibilidade de ter as suas solicitações atendidas a qualquer momento e de forma simplificada”, diz Ricardo Floresta, diretor de serviços ao cliente e operações da Claro. Celso Tonet, diretor de atendimento da Net, concorda com essa tendência, entretanto faz um alerta: “Nunca podemos esquecer que é preciso formar um novo consumidor – que seja mais habituado com esse empoderamento”. FACILIDADES NAS NEGOCIAÇÕES Para o presidente da Paschoalotto, Rodrigo Paschoalotto, estamos vivendo uma “revolução no atendimento ao cliente” na qual o maior desafio é manter o nível de qualidade no atendimento em todas as frentes de comunicação. “É uma necessidade tornar-se cada vez mais digital, e isso não significa ter um site ou colocar um aplicativo mobile no ar, mas, sim, repensar o negócio e como a tecnologia e a comunicação integrada podem potencializá-lo”, afirma o executivo. De acordo com Paschoalotto, o consumidor busca empresas que acompanhem as novas tecnologias e ofereçam uma experiência mobile, que faz parte da sua atmosfera. “Quanto mais utilizarmos de forma inteligente a tecnologia a nosso favor, mais eficiência e personalização teremos no mento que permitem ao cliente realizar solicitações e consultas de SAC”, argumenta. forma automatizada. O atendimento ficou mais humanizado e con- A Netshoes é uma empresa que compartilha dessa visão. Re- textualizado, se ajustando ao perfil de cada cliente. Essa ação aumen- centemente incorporou ao seu chat on-line a funcionalidade de tou o uso do autoatendimento em 50%”, conta Bruno Espírito Santo, widget (componentes para simplificar o acesso a um outro progra- diretor de relacionamento com clientes da Oi. Além disso, por meio ma ou sistema), que oferece ao cliente interfaces visuais, com ví- de uma área exclusiva em seu site, o Minha Oi (ver box),serviços au- deos e imagens relacionadas à dúvida apresentada. “O widget foi tomatizados dão autonomia ao cliente em diversos ambientes. plugado ao atendente virtual em maio. A porcentagem de consu- SEGMENTAÇÃO EM NOME DA EXCELÊNCIA midores que indicaram que a resposta apresentada foi satisfatória, saltou de 34% para 53% depois dessa implantação”, diz Graciela Com esses elementos de contato mais segmentados no atendi- Tanaka, COO da Netshoes. De acordo com Graciela, o autoatendi- mento, o consumidor ganha ainda mais informações para esclarecer mento é uma das ferramentas mais utilizadas no site com mais de dúvidas e aprimorar seu relacionamento com a central de atendi- 150 mil acessos mensais. mento. Para Sonia Rica, diretora de atendimento na Porto Seguro, esse caminho está sendo trilhado por consumidores de forma mais Recentemente a Oi desenhou uma nova URA com foco numa veloz do que a capacidade de adaptação das empresas. navegação mais simples e direta. “Atualmente há canais de atendiANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 38 “Estamos falando de consumidores exigentes e articulados, com um ‘megafone’ nas mãos, o que exigirá das empresas maior poder de segmentação, processo e produtos mais simples, além e melhores canais de comunicação e que estejam integrados”, adverte a executiva. Sonia destaca um ponto importante: a criticidade da situação em que o cliente se encontra. “As pessoas querem saber que, de fato, tem alguém tratando o seu pedido e não irão ficar sem resposta”, diz a executiva. PERSONALIZAÇÃO GARANTE SATISFAÇÃO De acordo com a Teleperformance, outro grande desafio é ofertar canais que atendam diferentes públicos de maneira integrada.“Os clientes desejam navegar por diferentes canais de atendimento, tendo acesso aos serviços e produtos das empresas onde Graciela Tanaka, COO da Netshoes “Cada vez mais o consumidor de qualquer produto, em qualquer mercado, tem como característica comum a presença no ambiente digital” 5 CARACTERÍSTICAS PARA OFERTAR UM ATENDIMENTO SOB DEMANDA Proatividade e foco no consumidor – independentemente do canal escolhido por ele. quer que estejam, da forma que desejam”, afirma Alberto Ferreira presidente da Telperformance Brasil. Outra questão delicada para o executivo é manter a qualidade e agilidade do atendimento em todos os canais. “Na Teleperformance temos uma solução mobile que está alinhada a estratégia multicanal de atendimento. Ela permite que qualquer aplicativo se torne uma plataforma completa de experiência para o cliente, preenchendo a lacuna entre os aplicativos móveis de uma empresa e a interação direta com os seus clientes”, completa Ferreira. Num cenário no qual o consumidor tem nas mãos o poder de escolha do canal que melhor lhe convém para contato com empresas e marcas, fica claro que a automação dos contact centers tem o intuito de melhorar a segurança das informações, reduzir erros humanos e levar a esse consumidor a redução de tempo de espera e satisfação no atendimento. Mesmo diante de toda tecnologia implementada, dos avanços conquistados até aqui e de todos os desafios que ainda estão por vir, os contact centers não eliminam sua principal missão: gente que atende gente. 39 Soluções de inteligência coletiva para que o consumidor possa resolver demandas simples com outros consumidores. Estrutura de serviços que sustente: mobilidade, Big Data analytics, customizações e serviços em nuvem. Aplicativos que suportem atendimento via WhatsApp e redes sociais. URA visual com capacidade para customizar o fluxo de atendimento em tempo real. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES A R T I G O ATENDIMENTO SOB DEMANDA NO SEGMENTO PREMIUM ALBERTO FERREIRA É PRESIDENTE DA TELEPERFORMANCE Os consumidores estão cada vez mais informados sobre ou seja, as empresas precisam de fato ser multicanal. E produtos e serviços, mais conscicentes dos seus direitos e esse atendimento deve ser sinônimo de excelência. optam por qual canal ou por quais canais querem interagir Eu acredito no conceito de operações de qualidade com suas marcas preferidas. Eles têm acesso a um grande superior que, no caso da Teleperformance, chamamos de volume de informações que utilizam como base para esco- Platinum, um upgrade no contact center que proporcio- lherem onde e como comprar, bem como quais marcas e na um serviço de qualidade superior, combinando tecno- serviços gostam mais. E quando estamos falando do público logia de ponta, processos operacionais sofisticados e um premium, essa realidade fica ainda mais acentuada. time de especialistas capacitados para lidar com clientes Num cenário no qual são oferecidos produtos cada mais exigentes. Posso afirmar pela nossa experiência que vez mais parecidos, o relacionamento que as empresas esse tipo de operação garante a fidelidade do cliente, traz constroem com os seus clientes pode ser fator decisivo mais produtividade e, com certeza, a diferenciação da na hora da escolha entre empresas e marcas. Diante des- marca do nosso contratante. sa nova realidade, as empresas devem entender a neces- A operação Platinum tem como diferenciais os trei- sidade de se reinventar para atuar de maneira diversifi- namentos customizados de acordo com o perfil de cada cada e focada no cliente, estar onde ele está e oferecer o consumidor, os processos de melhoria e inovação, a in- que ele deseja. fraestrutura premium, além de gestores altamente capa- O mercado corporativo ainda enfrenta um grande citados para atender clientes e a produtos complexos. desafio que é o de tirar o foco das demandas massifica- Uma estratégia multicanal precisa estar alinhada das e se preparar para atender a demandas espefícicas, aos principais desafios do mercado atual: um mundo em oferecer serviços especializados e personalizados para constante mudança, competição acirrada e consumido- cada cliente. As empresas precisam integrar os canais de res exigentes, que querem o melhor atendimento de for- comunicação e definir um discurso único para todos eles, ma rápida, assertiva e cordial. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 40 A T E N D I M E N T O APLICATIVOS E A EVOLUÇÃO POR DANILO BARBA GRANDES EMPRESAS DE TECNOLOGIA DE ATENDIMENTO AO CLIENTE REVELAM ESTRATÉGIAS E QUAIS NOVIDADES DEVERÃO FAZER PARTE DA ROTINA DE UM CONSUMIDOR CADA VEZ MAIS MÓVEL E DIGITAL ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Após o boom das redes sociais, aos poucos os aplicativos surgem como mais um canal de contato entre empresas e clientes. Com mais de 190 milhões de usuários de celulares e quase 40 milhões de smartphones ativos, o Brasil é a quinta potência mundial no uso de aparelhos móveis: com isso, o número de aplicativos baixados também é superior a outros países. Porém, o atendimento ao cliente ainda não chegou a essa plataforma na mesma velocidade que os demais serviços. Buscando avançar nesse cenário, fornecedores de tecnologia para o atendimento e os próprios contact centers começam a trabalhar com soluções cada vez mais personalizadas e integradas a comodidade e agilidade dos aplicativos. O Centro de Estudos e Tendências Atento também aponta para essa tendência. O grupo realizou a pesquisa Tendências Comportamentais do Consumidor Omnichannel. Estamos preparados para atendê-lo? O levantamento entrevistou mais de 400 pessoas em todas as regiões do País. De acordo com o estudo, 35% dos entrevistados preferem o celular quanto meio de utilização, ficando à frente de mídias, como computador (de casa e do trabalho) e tablet. “Os smartphones serão cada vez mais utilizados no relacionamento entre as empresas e seus clientes e as transações mais simples, como dúvidas ou sugestões, por exemplo, serão realizadas de forma digital”, afirma Regis Noronha, diretor-executivo de estratégia e marketing da Atento, sobre a importância do principal suporte para aplicativos. 42 DO ATENDIMENTO MÓVEL 43 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES A T E N D 10 MOTIVOS PARA OFERTAR UM ATENDIMENTO VIA APLICATIVO I M E N T O CONTATO INSTANTÂNEO É PRIMORDIAL Um estudo feito pela CA Technologies, uma das maiores fabricantes de softwares independentes do mundo, com 1.450 empresas líderes em 13 países (entre eles o Brasil), revela: a economia dos aplicativos chegou pra ficar. Os dados mostraram que as companhias inseridas nesse novo paradigma estão ob- 7 Promove o relacionamento tendo resultados significativamente melhores nos negócios do dinâmico e o engajamento entre empresa e cliente. que aquelas que ainda não se adaptaram. “Em tempos de mobilidade e popularização de smartpho- 7 Torna o atendimento via nes e dispositivos móveis, contatar um atendente de contact voz útil para assuntos específicos. center por meio de aplicativos torna-se uma opção muito atrativa e cada vez mais necessária”, diz Laurent Delache, vice-presidente regional da Aspect, responsável pela América Latina, 7 Oferece infraestrutura Caribe e Brasil. para armazenar dados importantes sobre o histórico do atendimento e como fonte para estratégias de negócios. Por meio de sua plataforma multicanal, a Voxeo, a Aspect possibilita aos contact centers o recebimento de contatos por voz (telefone), SMS, web mobile e redes sociais tanto por meio de um desktop quanto dos diversos aplicativos disponíveis para 7 Aproxima o contato com todos os dispositivos móveis presentes no mercado (inclusive o consumidor e estimula a melhoria contínua do atendimento. vestíveis). Agora agregando o WebRTC (Real Time Communications), o sistema permite a interação cliente–contact center por meio de vídeo, usando simplesmente um browser de celular. 7 Empodera o cliente com “Isso, sem dúvida, mudará ainda mais a forma como interagimos diversas opções de interação. com empresas. Hoje nos relacionamos com amigos e família des- 7 Proporciona atendimento sa maneira, por que não com as empresas?”, questiona Delache. unificado e visão de 360 graus sobre a força de trabalho. Disponível para Android e iOS, o Contact Studio Mobile da G4 é outra plataforma que dá aos consumidores a interação com contact centers por meio de conversas instantâneas 7 Permite conhecer melhor em vídeo e texto, no próprio aplicativo. “Além de mais rápido e os perfis e as demandas dos consumidores. fácil, isso também elimina o custo de falar com o atendente na linha. Os gestores da empresa definem funções, menus, apa- 7 O consumidor quer ser rência e desenham o fluxo das interações, sem a necessidade atendido pelo canal de sua escolha no momento mais conveniente. de conhecimentos em linguagens e códigos de programação”, afirma Erik Mazzei, diretor de marketing e vendas da G4, criadora da solução. 7 Existe uma relação desgastada entre atendimento convencional e consumidor SEJA SIMPLES E DÊ OPÇÕES Para obter sucesso no atendimento móvel, além de simplicidade para o atendente e um alto índice de resolução de de- 7 O consumidor é móvel. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES mandas, um aplicativo deve proporcionar autonomia e inde44 A T E N D I M E N T O pendência para o consumidor. PossoAjudar? é uma plataforma colaborativa da M2G que facilita a comunicação entre consumidores e empresas ao permitir a troca de experiências entre usuários, que podem levar todos os Fale Conosco no bolso. “Ela traz na sua essência o que chamamos de inteligência coletiva, o que pode significar para a empresa uma oferta de atendimento totalmente inovadora e relevante”, conta Daniel Lindenberg, CEO da M2G. O executivo afirma que a solução contribui para o fortalecimento de uma marca e estimula o relacionamento empresa/cliente, melhorando a qualidade no atendimento. “O fundamental é que a aplicação entregue aquilo a que ela se propõe”, reforça Lindenberg. Carlos Bertholdi, managing director da Avaya Brasil, destaca a importância da primeira experiência no modelo de atendimento via aplicativo: “deve ser simples e positiva”. Segundo ele, “pesquisas mostram que mais de 70% dos usuários desistem de usar um app após uma experiência negativa. O aplicativo deve estar 100% integrado com os outros canais de atendimento”. PROXIMIDADE E ADERÊNCIA Nesse caminho, os aplicativos ofertados pela Plusoft são construídos sob medida para que as empresas, além de personalizar o relacionamento com clientes e parceiros, criem vínculos. Ao desenvolver produtos como CRM social e SAC mobile, a empresa oferece modelos Paulo Freitas, vice-presidente de gestão de processos de negócios da Tivit “Estreita o relacionamento e fideliza um público que tem um perfil diferenciado de consumo” de serviço com exclusividade, aprimorando a experiência do usuário e ampliando as oportunidades de negócio. Guilherme Porto, CEO da Plusoft, garante que as demandas de primeiro nível no atendimento podem ser resolvidas facilmente por meio de um app, o que traz agilidade e redução de custos nas operações. “Além de ser mais um canal para coletar informações sobre o cliente e aumentar a efetividade do atendimento, aplicações possibilitam acomFrancesco Renzetti, vice-presidente executivo da AlmavivA do Brasil “Aplicações não só melhoram e simplificam drasticamente as atividades do contact center, mas introduz também novos modelos de multicanal” panhar a evolução de cada caso, enviar alertas proativos e identificar rapidamente a aderência ou não de um produto e/ou serviço”, afirma. Porto sugere que os apps precisam ser um canal que facilite a resolução da demanda do cliente, no momento e na hora que for mais conveniente para ele. “Tem de ser intuitivo e com fácil navegação e usabilidade, além de estar adaptado aos diferentes dispositivos móveis disponíveis no mercado”, pontua. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 46 A T E N D 5 CARACTERÍSTICAS ESSÊNCIAS PARA UM ATENDIMENTO MÓVEL I M E N T O AlmavivA do Brasil e diretor-geral mundo do Grupo AlmavivA. “Permitimos uma experiência fácil e totalmente nova, que pode aproximar do autosserviço até mesmo classes de consumidores que até pouco tempo utilizavam canais de assistência por conta de 7 Adaptável aos diferentes dispositivos móveis aplicativos complexos e pouco intuitivos”, completa. disponíveis no mercado. Mesmo com todas essas vantagens há momentos em que o 7 Ser intuitivo e com fácil navegação e usabilidade. consumidor quer utilizar a voz para contatar uma empresa. Para isso a Avaya desenvolveu algumas soluções que otimizam esse de- 7 Ter ferramentas personalizadas para públicos sejo do cliente. Uma delas é a Avaya WebRTC. “Por meio da aplica- específicos. ção, os usuários conectados em uma rede Wi-Fi ou 3G/4G podem 7 Multicanalidade integrada (chat, social, e-mail e apps). entrar em contato via voz com o serviço de atendimento ao cliente sem precisar de um telefone. Toda a comunicação é realizada pela 7 Ser capaz de atendê-lo melhor do que o atendimento internet, sem custos adicionais para o cliente ou para a empresa”, humano. afirma Carlos Bertholdi, managing director da Avaya Brasil. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO PROPORCIONE ATENDIMENTO HUMANIZADO Além de economia, simplicidade e de tecnologias que permitam Nessa dinâmica móvel o papel do atendente em uma central a integração dos canais, a BRQ é uma companhia que acredita mui- de relacionamento é crucial para o negócio dos contact centers. to nos produtos que têm como base a linguagem natural. “Em vez Antigamente essas companhias tinham de criar um ambiente de o cliente mandar um e-mail, ou fazer uma ligação por telefone, muito particular para o atendente, mas hoje ele se tornou uni- ele deve ter a opção de entrar num site ou utilizar um aplicativo ficado, por meio de aplicativos e softwares que rodam em qual- que vai ser capaz de atendê-lo melhor do que o atendimento huma- quer plataforma. no”, propõe Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da BRQ A Altitude Software é uma das companhias que pensaram na IT Services. “Na BRQ temos uma tecnologia capaz de ler o que o importância da gestão desse novo atendimento móvel e digital tão atendente escreveu durante suas interações com o cliente e inter- almejado pelas centrais de atendimento. Por meio da Altitude door- pretar aquilo tentando buscar situações nas quais é necessária uma to-door, uma ferramenta de monitoramento e gestão da força de ação rápida.” trabalho, os gestores têm uma visão de 360 graus do trabalho dos Para Gustavo Marinho, vice-presidente da Vector, o que tem colaboradores, proporcionando monitoramento geoespacial em acontecido no mercado de voz de atendimento é que realmente a tempo real. “Com o advento da mobilidade, ter o canal um canal multicanalidade já tem absorvido um porcentual cada vez mais re- de comunicação e gestão na mão também é uma forma de estar presentativo de atendimento: “Com novas tecnologias entrantes, o perto dos clientes”, garante Frederico Dias, presidente da Altitude mercado tem caminhado para uma redução no contato por voz. A Software para América Latina. Já o suporte remoto pode auxiliar no atendimento ao cliente relação do cliente com a empresa por esse canal vai diminuir”. A AlmavivA do Brasil conta com a ferramenta Iride Customer dos mais diversos segmentos e um agente de contact center ganha Centric Suite, um portfólio de aplicações que não só melhora e sim- “poderes especiais”. Foi com esse foco no desenvolvimento de apli- plifica drasticamente as atividades realizadas pelo contact center, cativos móveis para conectar funcionários, executivos e gestores mas introduz também novos modelos de multicanal integrado das empresas, que a Nice criou soluções que facilitam a visualiza- (chat, social, e-mail e apps). “Tudo baseado em uma ideia de intera- ção de desempenho e indicadores de satisfação do cliente. ção fácil e intuitiva e na compreensão das palavras expressas pelo “Quando falamos em conseguir categorizar e entender cada cliente”, afirma Francesco Renzetti, vice-presidente executivo da cliente por meio de múltiplos canais a ideia é encapsular as infor- ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 48 Daniel Lindenberg, CEO da M2G “O fundamental é que a aplicação entregue aquilo a que ela se propõe” Guilherme Porto, CEO da Plusoft “Aplicativos podem ser mais um canal para coletar informações sobre o cliente e aumentar a efetividade do atendimento” mações mais relevantes”, garante Ingrid Imanishi, consultora de soluções avançadas da Nice. A executiva explica que estudos de usabilidade precisam ser realizados “para garantir que você não está usando espaço demais”. “O excesso de informação é o maior pecado que se pode cometer no desenho de uma aplicação móvel”, alerta. BUSQUE FERRAMENTAS PARA ENTENDER O CLIENTE A visão da SAP é a de criar soluções de fácil implementação e adaptáveis às necessidades de cada cliente, dos mais diferentes segmentos. “Cada cliente tem uma jornada, uma necessidade. Nós construímos uma solução, oferecendo ferramentas de prateleira, mas com a cara do cliente”, garante André Nigro, vice-presidente para soluções de relacionamento com clientes e comércio da SAP. Para Nigro, o sucesso é de um atendimento moderno está na “compreensão às demandas de seus clientes.” A Tivit investiu R$ 15 milhões no desenvolvimento de uma plataforma completa para gestão de processos de negócios (BPM), batizada de Neoflow. A solução integra os dados junto com outros canais de relacionamento com o cliente, dando à empresa uma visão única deste consumidor em apenas uma interface. Paulo Freitas, vice-presidente de gestão de processos de negócios da Tivit, diz que a solução “estreita o relacionamento e fideliza um público que tem um perfil diferenciado de consumo”. Os consumidores que usam aplicativos não querem uma experiência fria e mecânica. “Eles querem ser reconhecidos e valorizados, mas em seu dispositivo individual e de acordo com sua própria vontade”, diz Scott Hays, vice-presidente de solutions marketing da Verint. E independentemente do tamanho e da finalidade do contact center, o atendimento ao cliente móvel e por meio de aplicativos deve ser personalizado.”Não se resume apenas a identificar o cliente numa base de dados, mas identificar previamente suas necessidades e a razão de seus contatos”, agrega Carlos Louro, vice-presidente de operações da Wittel. DOSSIÊ DO ATENDIMENTO Segundo Michele Labriola, CEO e cofundador da SACapp, uma startup que produz co mponentes para apps de atendimento, a maioria dos aplicativos que integram canais de relacionamento falha num ponto crucial. “O Fale Conosco mostra o telefone do call center, e o cliente acaba tendo de informar todos os dados de atendimento novamente”, sugere Labriola. “Com o SACapp aproveitamos os dados 49 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES A T E N D I M E N T O ALÉM DE SIMPLICIDADE PARA O ATENDENTE E UM ALTO ÍNDICE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS, UM APLICATIVO DEVE PROPORCIONAR AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA PARA O CONSUMIDOR de autenticação e ao invés da URA, o cliente navega visualmente dentro do aplicativo. Ele consegue inserir texto, tirar fotos de documentos e outras fontes de informação, criando uma espécie de ‘dossiê’ da chamada”, conta o CEO. Labriola esclarece que o contato direto com o contact center é oferecido, se for necessário, e cai direto no atendente para aquele motivo específico de chamada, já completamente identificada. “Como nossa estrutura está toda integrada ao ambiente Avaya, conseguimos mostrar para o atendente quem é o cliente e todas as opções que ele definiu anteriormente”, garante. De acordo com o executivo, uma chamada via SACapp é cerca de 30% a 35% mais barata que uma chamada convencional. BUSCA POR IMAGEM E VOZ A VTX Brasil é uma startup brasileira que desenvolveu um algoritmo de busca por imagem e voz em parceria com a universidade norte-americana Virginia Tech. “Oferecemos ao varejo a chance de ter uma solução parecida com a da Amazon sem precisar ter o mesmo acesso à tecnologia que a gigante norte-americana”, garante Fernando Ponciano, cofundador da VTX Brasil. Já utilizado pela Netshoes, a API (do inglês Application Programming Interface, ou seja, uma interface de programação de aplicativos), que pode ser integrada ao aplicativo ou site de uma empresa, permite que o consumidor procure um produto apenas enviando uma foto ou pronunciando seu nome. O sistema faz o reconhecimento e retorna os itens correspondentes na base de dados da empresa. Segundo Ponciano, a tecnologia patenteada deverá englobar ainda a realidade aumentada e interagir com diversas plataformas para trazer conteúdo adicional ou direcionar o cliente a fazer a compra pelo app. “No futuro o usuário que receber um produto danificado poderá enviar uma foto para o SAC e agilizar a troca”, explica o executivo. Como vimos, os aplicativos podem ter um impacto positivo nas operações de um contact center. Aliados à mais alta tecnologia, fornecedores e centrais de atendimento têm buscado desempenhar um papel de facilitador nas relações entre empresa e clientes e, sobretudo, criar estratégias de otimização de recursos e de novos negócios. “Cada vez mais atuaremos de forma consultiva em toda jornada do relacionamento das empresas com seus públicos e estas ações são capazes de aprimorar os processos de negócios e melhorar os resultados”, reforça Regis Noronha sobre o potencial das soluções móveis e dos aplicativos. Para esse novo canal, os desafios que vem pela frente não são pequenos. Customização parece ser a principal delas. O fato é que o atendimento móvel só terá o impacto desejado caso seja centrado nas expectativas dos mais diversos perfis de consumidores que existem por ai. Do contrário será mais um investimento sem retorno. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 50 A R T I G O LEI DA TERCEIRIZAÇÃO OU DA LEGALIZAÇÃO: UMA QUESTÃO DE SEMÂNTICA CASSIO ROCHA AZEVEDO É SÓCIO-FUNDADOR DA AEC E VICE-PRESIDENTE DA ABT A polêmica Lei de Terceirização talvez causasse me- pecialização, produtividade e baixos custos: tudo o que nos alvoroço caso se intitulasse Lei da Legalização do corrobora com um país ineficiente e menos competitivo. Serviço Terceirizado. O texto passou por análises e dis- É importante destacar que a lei garante que todos os cussões na Câmara dos Deputados desde 2004 e, recen- direitos que constam na CLT e mais alguns sejam aplicados temente, foi aprovado por maioria absoluta de votos. aos mais de 20 milhões de trabalhadores prestadores de Após 11 anos, acreditamos que todas as dúvidas quanto serviço no Brasil. Somente no setor de telesserviços, esse à importância da sua aprovação já tenham sido sanadas. número chega a 1,5 milhão de pessoas que atendem mais Um dos pontos centrais do texto destaca a definição so- de dez bilhões de ligações por ano e que serão diretamente bre o que é atividade fim e meio. A discussão se perdeu na impactadas pela aprovação da lei. Além disso, as empresas interpretação da súmula 331, editada pelo TST, em que so- contratantes estarão mais preocupadas com a qualidade mente os serviços de segurança e limpeza podem ser ter- do serviço prestado e isso será benéfico para o mercado. ceirizados. Nessa análise, todo e qualquer serviço prestado Acredito que se os esforços gerados para impedir a e seu prestador estarão ilegais, criando uma insegurança votação da Lei na Câmara estivessem concentrados na jurídica sem precedentes para a economia brasileira. modernização das relações de trabalho, entraríamos O outro ponto igualmente importante trata a preca- 2016 com uma perspectiva bem melhor da que emerge rização do trabalho e vai de encontro ao conceito da es- ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES atualmente. 52 C - L E V E L R E S 5 QUESTÕES SOBRE O SAC SOCIAL POR MELISSA LÚLIO Redes sociais são partes da estratégia de grandes empresas e, hoje, não podem ser deixadas de lado. Veja o que pensam cinco das maiores empresas do mercado quando o assunto é atendimento via redes sociais ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 54 P O N D E Olhe em volta. Se você está em um lugar público, é bem provável que encontre pessoas conectadas – não umas com as outras, mas quase todas à internet, com celulares em mãos. Diante desse comportamento, as mídias sociais se tornaram muito mais do que canais de comunicação entre as pessoas e passaram a ser a nova ferramenta do consumidor. No entanto, a implantação desses pontos de contato pelas empresas muitas vezes traz desafios ou dúvidas e faz questionar: Por que poucas empresas têm se posicionado nesse ambiente de maneira assertiva? Para responder a essa e a outras questões, ouvimos executivos de cinco grandes companhias: Rogério Taltassori, ouvidor do Itaú Unibanco, Raphael Duailibi, vice- presidente de clientes da Sky, Ricardo Floresta, diretor de serviços ao cliente e operações da Claro, Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco, e Giulio Salomone, presidente country head, COO Contact Center Brasil, da Contax Allus. 55 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES C - L E V 1 Similar aos call centers, as redes sociais podem oferecer insights valiosos para a melhoria do atendimento e do negócio, mas poucas empresas têm explorado isso de uma maneira assertiva. Por quê? Rogério Taltassori (Itaú Unibanco) O primeiro olhar que as empresas têm sobre as manifestações nas redes sociais E L R E S P O N D E 2 Com as redes sociais em mãos, os consumidores são capazes de tudo para chamar a atenção da empresa-alvo. Como se posicionar nesses canais para proteger a imagem de uma organização? Rogério Taltassori (Itaú Unibanco) Ser transparente é o caminho mais curto para restabelecer a confiança. está relacionado à imagem, o que é natural e legítimo. Assumir erros, ser ágil e combinar exatamente o que Com o tempo, aprendem que a interação é a chave do bom será feito ajuda a resgatar a relação. Os consumidores relacionamento nesse canal. querem se sentir ouvidos e querem transferir para alguém da empresa um pouco de sua indignação e sentimento. Raphael Duailibi (Sky) Redes sociais são uma forma de Quando ele percebe que isso foi atingido e a relação comunicação rápida e direta com o público e nesse sentido estabelecida é legítima, então entramos no campo mais deve ser usada como ferramenta de construção de marca racional, que geralmente leva a uma boa solução. e de diálogo com o consumidor. Raphael Duailibi (Sky) A rapidez no atendimento via redes Ricardo Floresta (Claro) A Claro remodelou o sua estrutura sociais é fundamental, já que esse ritmo é ditado pelo de SAC 2.0 no final do ano passado, quando passou a atuar próprio ambiente. É preciso também transparência e adaptar massivamente no Facebook e Twitter. Desde então, todos processos, linguagem e pessoas para fazer o atendimento. E os insights pertinentes para a companhia são avaliados o mais importante: que o problema seja solucionado. e compartilhados com as áreas responsáveis. E é pauta Ricardo Floresta (Claro) O comentário nesse ambiente deve semanal do comitê executivo da companhia. ser analisado e respondido com objetividade, rapidez e Luca Cavalcanti (Bradesco) No Bradesco temos um fluxo linguagem apropriada. Na resposta, além da resolução da muito bem definido e também uma conscientização dos solicitação, podemos inserir informações sobre os valores gestores e diretoria executiva. Diariamente, nossa equipe da marca e, vez ou outra, utilizar recursos textuais próprios de monitoramento e interação em redes sociais dispara da internet para demonstrar simpatia e colaboração. um e-mail com um relatório do dia anterior para todos os gestores e diretoria executiva. A partir daí, é feita Luca Cavalcanti (Bradesco) Lemos e analisamos uma análise de tudo o que foi mencionado para que se humanamente todas as citações à marca, seus produtos encontrem as saídas e soluções. e serviços em redes sociais. Nossos analistas decidem ou não pela interação e a criam no momento da conversa Giulio Salomone (Contax Allus) A Contax Allus tem como (não usamos scripts). A partir daí, utilizamos “tags” que objetivo ampliar a gestão do relacionamento com o cliente. marcam cada manifestação por gestor, produto e tipo de Dessa forma, estamos implantando em nossos clientes a citação, para que atuemos pontualmente e de forma macro multicanalidade, que permitirá melhorias no atendimento também no aprimoramento dos serviços. nas mídias sociais. Giulio Salomone (Contax Allus) Combinamos tecnologia e gente na execução de transações completas por meio de uma complexa engenharia recursos de telecomunicações, investindo pesadamente em inovação e capacitação de forma muito específica. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 56 C - L E V E 1. Giulio Salomone, presidente country head, COO contact center Brasil, da Contax Allus 2. Raphael Duailibi, vice- presidente de clientes da Sky L R E S P O N D E 3 O atendimento ao cliente realizado por meio da mídia social realmente reduz custos? Rogério Taltassori (Itaú Unibanco) Atender o cliente é sempre uma oportunidade para cativá- 3. Rogério Taltassori, ouvidor do Itaú Unibanco lo e isso vale para qualquer canal que escolha. A importância do atendimento nesse e nos demais 4. Ricardo Floresta, diretor de serviços ao cliente e operações da Claro canais não deve ser entendida apenas como custo, 5. Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco mas como uma oportunidade de potencializar o relacionamento e se estabelecer novos negócios. Raphael Duailibi (Sky) A estrutura de custos de um call center ou atendimento via mídias sociais é similar. De qualquer forma, o mais importante é a eficiência e capacidade de atender o cliente onde e quando houver demanda, facilitando o acesso ao serviço pela plataforma mais conveniente para ele. O objetivo não é redução de custos e, sim, poder oferecer um leque de opções de canais de atendimento. 1. 2. Ricardo Floresta (Claro) Ao atender o cliente por meio das mídias sociais de forma rápida e eficaz, um laço de confiança é construído. Dessa forma, 3. a empresa reforça a sua presença no meio não apenas na produção de conteúdo editorial, mas também dando atenção aos seus consumidores. Luca Cavalcanti (Bradesco) Podemos dizer que sim, à medida que atendemos o cliente em um canal de menor custo que o atendimento personalizado na agência ou por telefone, capturamos e resolvemos casos que estariam muito próximos de se tornar 5. registros em órgãos de defesa do consumidor e aumentamos a fidelização de longo prazo ao conectar ou reconectar o cliente ao Bradesco. Giulio Salomone (Contax Allus) Ao representar uma plataforma integrada e sistêmica, a multicanalidade proporciona economia de tempo para o consumidor e agilidade na resolução de seus problemas, artigos indispensáveis para a melhoria do processo de atendimento. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 58 C - L E 4 De que forma o SAC social poderia contribuir efetivamente na melhoria do atendimento ao cliente? Rogério Taltassori (Itaú Unibanco) A ideia é promissora; ajuda a multiplicar conhecimento e a identificar novas tendências. A relação com o SAC muda totalmente, deixando de ser um canal de críticas para se transformar em um canal colaborativo e de construção de soluções. A V E L R E S P O N D E 5 Algumas empresas já utilizam aplicativos como o WhatsApp como um canal de atendimento automatizado com perguntas e respostas predefinidas. Ações desse tipo podem evoluir para um canal efetivo de atendimento? Rogério Taltassori (Itaú Unibanco) Acreditamos que o futuro das relações comerciais, em especial para os formação dessas comunidades ajudaria a encontrar uma setores com maior dependência de tecnologias, como valiosa fonte de aprendizado. é o financeiro, caminha para ser cada vez mais digital e mobile. Qualquer canal de atendimento significa sempre Raphael Duailibi (Sky) As novas tecnologias digitais um desafio, pois pressupõe a capacidade de informar. trouxeram para a realidade da empresa uma demanda Para isso, ainda precisamos da ação humana, por mais ainda maior por transparência e customização para se tecnológica que seja a plataforma. manter a relevância. A Sky procura se abrir ao diálogo, ouvir o consumidor, entregar para ele o que ele quer, Raphael Duailibi (Sky) No momento não existe nenhuma quando e como precisa. iniciativa para atendimento via WhatsApp implantada na Sky. A empresa está sempre atenta às soluções que tornem Ricardo Floresta (Claro) Percebemos que o tratamento o atendimento ao cliente simples e eficiente, mas ainda não mais próximo, personalizado e contextualizado com o enxerga para o presente a utilização dessa plataforma. ambiente da rede social tem colaborado para a otimização de diversos processos e fluxos de atendimento. As Ricardo Floresta (Claro) No ano passado fizemos uma vivências nas mídias sociais têm contribuído, por exemplo, experiência com o uso do WhatsApp por três meses. A para a revisão de termos utilizados na URA. ação fazia parte da divulgação do produto e a ferramenta. Era utilizada para esclarecimento de dúvidas sobre o Luca Cavalcanti (Bradesco) Acreditamos que redes sociais serviço. A campanha tinha uma linguagem muito próxima à são as conexões entre as pessoas. Portanto, qualquer realidade. Isso gerou simpatia e respeito do cliente. ação nessas plataformas busca ampliar e fidelizar essas conexões, entregando uma experiência que faça sentido Luca Cavalcanti (Bradesco) As pessoas se comunicam hoje para a vida das pessoas. facilmente por meio dessa ferramenta, é natural que esperem a mesma experiência de conversação com as empresas. Giulio Salomone (Contax Allus) Acreditamos em um SAC No entanto, o WhatsApp ainda não tem uma solução de capaz de resolver o problema do cliente na primeira atendimento oficial, então as empresas que o utilizam como chamada, no menor tempo possível. Mas isso exige uma canal sabem que o serviço pode sofrer com instabilidades. equipe absolutamente bem amparada tecnologicamente, capacitada e motivada. Giulio Salomone (Contax Allus) A tendência mundial no contact center é a de redução do atendimento por telefone, com a ampliação de canais de contato com o cliente. Onde o consumidor estiver, terá à disposição uma série de canais. Independentemente da escolha do canal, consumidor e atendente deverão ter todo o histórico do atendimento para consulta. Essa é a evolução do serviço. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 60 A R T I G O A INCRÍVEL RESISTÊNCIA À TERCEIRIZAÇÃO A terceirização é tema fora do radar em países mini- feccionar peças de tecidos e de calçados. Outros faziam o mamente relevantes, mas aqui provocou acirrado debate. produto final. A reação ao projeto que regula a matéria (PL 4330) evi- Até 1700, bens de consumo durável eram fabrica- denciou a dificuldade que muitos têm de entender mais dos em bloco único. O mesmo artesão produzia reló- um avanço no modo de produzir, um processo que acon- gios e mosquetões. Com o advento da engenharia de tece há mais de três séculos. Ao contrário do que se diz, a precisão, surgiu a peça intercambiável. No século 19, terceirização é favorável aos trabalhadores. Seu propósito foi a vez dos bens de capital e das máquinas-ferramen- não é diminuir direitos e salários. ta. Tornos, plainas e outros instrumentos foram inven- A resistência à mudança é simplória, demagógica e tados. Os bens passaram a ser produzidos por muitos. ideológica. Para um ministro do governo, o PL 4330 pre- Aumentou a produtividade. cariza a relação do trabalho, reduz salários e por isso Em 1769, em Derbyshire, Inglaterra, Richard Arkwright “não é bom para os trabalhadores. Não é bom para o País”. criou a fábrica moderna, para fazer tecidos. Era outro modo Inacreditável. O PSDB, que, sob a liderança de FHC, con- de produzir. Os operários trabalhavam no mesmo espaço – duziu amplo e profícuo esforço de modernização institu- com hora para entrar e sair –, e não nas fazendas. O proces- cional, aliou-se a grupos retrógrados do PT para barrar so foi imitado e se ampliou. Inovações e avanços tecnoló- a terceirização em atividades-fim das empresas estatais. gicos intensificaram a mecanização e reduziram a mão de Decepcionante e triste. obra empregada. A terceirização – mais antiga do que se pensa – era o A reação ao correspondente desemprego veio com o modo de produzir nos primórdios da industrialização (sé- movimento contra a mecanização, conhecido como lud- culo 17). Constituía a base da indústria de características dismo. Em 1811, hordas invadiam fábricas para destruir domésticas que utilizava mão de obra rural (cottage indus- máquinas, imaginando que os empregos seriam resta- try). Trabalhadores do campo eram contratados para con- belecidos. Não percebiam que ganhos de produtividade ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 62 e de renda advindos da mecanização contribuíam para gerar empregos alhures. A CUT é uma das fontes de resistência ao PL 4330. Se existisse naquela época, estaria quebrando máquinas. Em meados do século 19, a industrialização atingiu o auge na Inglaterra sob o modo de integração vertical, em que se buscava produzir quase tudo. Ainda não havia mercado de peças e serviços. Tal modo vigorou até a Segunda Guerra, quando foi possível descentralizar a produção e iniciar crescente terceirização nos Estados Unidos. O novo modo de produzir – a integração horizontal – generalizou-se com a globalização nos anos 1980. No Brasil, a terceirização cresceu com a abertura da economia (1988–1995). E continuou sob o imperativo da necessidade de eficiência, produtividade e competitividade. A CUT erra ao afirmar que a terceirização faz com que os trabalhadores ganhem 25% menos do que os não terceirizados. Na verdade, os menores salários decorrem do fato de que a terceirização, embora inclua trabalhadores de maior qualificação, tem ocorrido em maior escala nos serviços de conservação, limpeza e segurança, nos quais a remuneração é normalmente mais baixa. Os luddistas ingleses tentavam deter a marcha da história. Se eles tivessem vencido sua guerra doida, a Inglaterra não teria alcançado os níveis de renda e bem-estar que beneficiariam seguidas gerações de trabalhadores. A CUT e os que com ela resistem à terceirização tentarão deter ou piorar o PL 4330 no Senado, cujo presidente disse, demagogicamente, que a terceirização de atividades-fim é um retrocesso. Se ideias arcaicas prevalecerem, as empresas brasileiras ficarão cada vez menos competitivas, inibindo a ampliação do potencial de crescimento da economia Os trabalhadores perderão muito. A terceirização não precariza. É boa para todos. É hora de superar mitos e derrotar os novos luddistas. MAÍLSON DA NÓBREGA R E G I O N A L I Z A Ç Ã PARA O NORDESTE, MEU JOVEM, PARA O NORDESTE E CRESÇA COM O PAÍS Por mais um ano, a região manteve o ritmo de polo indutor de empresas de contact center do Sul e Sudeste. Mas, muita coisa mudou em 2015 – e não é apenas a crise econômica POR IVAN VENTURA ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 64 O Uma das maiores contribuições para a ocupação do Oeste norte-americano, no início do século 19, partiu do jornalista Horace Greeley. Ele, um influente colunista e editor do extinto “New York Daily Tribune”, foi o autor da célebre frase “Go west, young man, go west and grow up with the country” (algo como “Para o oeste, meu jovem, para o Oeste e cresça com o país”). De tão importante, a máxima se transformou no espírito do Velho Oeste. No Brasil, guardadas as devidas distâncias culturais, a frase da cultura western norte-americana ajuda a explicar também os movimentos migratórios em curso das empresas de contact centers do Sul e Sudeste com destino ao Nordeste. Esse “espírito do agreste” contribuiu para o sucesso do setor nos últimos anos e, ao que tudo indica, terá desempenho positivo em 2015, mesmo com o país imerso em uma profunda crise econômica. Mas algo preocupa e ele tem relação com a expansão do negócio no País. Um dos motivos dessa preocupação é claramente identificado em um recente estudo da consultoria E-Consulting Corp. Segundo os mais recentes dados da pesquisa, as empresas de contact center devem movimentar R$ 45,6 bilhões até o fim do ano, o que representa um aumento de 4,7% na comparação com o ano de 2014. A alta, no entanto, será menor se comparado ao 6,61% no período entre 2013 e 2014: “Vivíamos um momento de expansão muito grande para o Nordeste, especialmente por conta das parcerias com os governos. Agora, percebemos que não há uma continuidade de migração (do Sudeste para o Nordeste) dentro das taxas de crescimento que víamos nos últimos anos”, resume Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting Corp. 65 ANUÁRIO ANUÁRIO BRASILEIRO BRASILEIRO DE DE RELACIONAMENTO RELACIONAMENTO COM COM CLIENTES CLIENTES R E G I O N A L I Z A Ç Ã O Para Domeneghetti, a crise econômica é e/ou municípios com alta densidade populacional, com o ponto de partida da preocupação do setor. uma boa oferta de serviços e transporte. “Tem ainda ou- Fala-se, por exemplo, na interrupção de ne- tro fator importante. O ideal é que a cidade tenha um gociações de novos negócios e até revisões bom polo universitário. É justamente a mão de obra que de cláusulas de reajuste. Há até relatos de re- procuramos”, afirma. formulações de contratos inteiros com foco A procura de um espaço deve necessariamente no valor pago às empresas. “Somos afetados acompanhar uma atraente carteira de incentivos fiscais indiretamente pela crise. Como o nosso re- oferecidas por governos municipais locais. No rol de lacionamento é uma relação B2B e não com impostos e taxas, o Imposto Sobre Serviços (ISS), que é municipal, é o mais o consumidor final, isso afeta a nossa preci- importante e desencadeou uma onda de reduções de alíquotas de 5% para ficação e a expansão. Então, ele deixa de in- 2% por todo o Nordeste. vestir em crescimento, começa a trabalhar Uma dessas cidades é Maceió, capital de Alagoas. A oferta de cidades bastante em termos de valores”, afirma Ale- com o ISS mais barato resultou em uma disputa com ares de “guerra fiscal”. xandre Moreira, CEO da AeC, empresa que “O ISS chega a ter a sua redução em alíquotas de 2% a 3%. A sua redução, vem gerando 13 mil empregos no Nordeste. feita por meio de um acordo entre empresa e prefeitura, torna a cidade mais atrativa para a implantação de grandes empresas, além de gerar mais em- PROCURAM-SE CIDADES E IMPOSTOS pregos”, explicou Alberto Ferreira, presidente da Teleperformance Brasil. Ou seja, na prática, não é difícil encontrar uma cidade nordestina com Por outro lado, a crise será algo passa- alíquotas fiscais que agradem às empresas. O problema é encontrar muni- geiro. Algo muito mais perene está em curso cípios disponíveis nas condições mencionadas por Pfeiffer, especialmente e tem relação com os desdobramentos dessa quando o assunto é a alta densidade populacional. Um recente estudo do expansão do setor na região, o que resultou IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que menos de em novos e emergentes desafios. 10% dos 5.570 municípios brasileiros possuem mais de cem mil habitantes. Uma delas diz respeito a uma premissa No Nordeste, pouco mais de 50 municípios atendem esse requisito. finita: a localização da cidade adequada para Embora não existam números confiáveis que mostrem um mapa do se- a instalação dessas companhias. Segundo tor no Nordeste, é sabido que as capitais já foram ocupadas por empresas do Edson Pfeiffer, diretor comercial e de rela- Sul e Sudeste. Agora, a procura se concentra nas cidades mais importantes cionamento da CSU CardSystem, as empre- das mesorregiões nordestinas (região sociaeconômica, com várias cidades e sas estão especialmente atentas as capitais de menor relevância que a macrorregião). Uma delas é Arapiraca, que é o Gustavo Marinho, vice-presidente da Vector “Em média, ciclos de vida nas grandes capitais do Sudeste são de sete meses. Esse tempo sobe para um ano e seis meses no Nordeste” ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Regis Noronha, diretor de estratégia e marketing da Atento “Nessas localidades, encontramos centros urbanos em fase de desenvolvimento e uma grande expectativa de melhoria de vida local” 66 A escolha das cidades e seus respectivos impostos representam apenas a primeira etapa do desafio de buscar um lugar ao Sol no Nordeste Alexandre Moreira, CEO da AeC “Como o nosso relacionamento é uma relação B2B e não com o consumidor final, somos afetados indiretamente pela crise” Gabriel Drummond, CEO da Tel Telemática “No passado, o nordestino foi vítima de preconceito e, ao trabalhar conosco, ele se sente mais confortável” 67 67 ANUÁRIO ANUÁRIO BRASILEIRO BRASILEIRO DE DE RELACIONAMENTO RELACIONAMENTO COM COM CLIENTES CLIENTES R E G I O N A L I Z A Ç Ã O principal município da mesorregião do agreste alagoano. No Rio Grande do Norte, Mossoró é a “capital” da chamada mesorregião do Oeste potiguar. E muitas outras cidades como Juazeiro do Norte, no Ceará, ou Campina Grande, na Paraíba. “Nessas localidades, encontramos centros urbanos em fase de desenvolvimento, com um crescimento populacional constante e uma grande expectativa de melhoria de vida local”, explicou Regis Noronha, diretor de estratégia e marketing da Atento. Em meio à definição de escolhas das empresas do Sul e Sudeste, uma surpresa. Há também um crescimento de empresas genuinamente nordestinas, como é o caso da Tel Telemática, empresa baiana e uma das mais antigas da região. O segredo, segundo o CEO da empresa Gabriel Drummond é entender bem o Nordeste. “Nós sabemos lidar com as pessoas do nosso Nordeste. É diferente de trabalhar em uma multinacional ou estrangeira e não ter a mesma receptividade”, diz. MAIS EMPRESAS, MENOR FIDELIDADE A escolha das cidades e seus respectivos impostos representam apenas a primeira etapa do desafio de buscar um lugar ao Sol no Nordeste. A presença de mão de obra qualificada é outro fator decisivo. Se uma companhia é próxima a um polo universitário, logo é grande a possibilidade em encontrar uma mão de qualificada. Em um passado não muito distante, empresas se instalavam em cidades populosas, com boa oferta de mão de obra universitária e praticamente nenhuma concorrência. Esse fator foi decisivo por manter alta a vida útil de um funcionário dentro de uma empresa do setor. “Em média, ciclos de vida nas grandes capitais do Sudeste são de sete meses. Esse tempo sobe para um ano e seis meses no Nordeste, ou seja, essa taxa mais que dobra”, afirmou Gustavo Marinho, vice-presidente da Vector. Mas, de novo, muita coisa mudou com a concorrência do setor no Nordeste. O comportamento do colaborador já não é o mesmo em decorrência de uma oferta de emprego maior do que havia no passado, e ele sabe que pode migrar para a concorrente. Assim, aos poucos, ele se assemelha ao colaborador do Sudeste. “Antes você tinha cinco call centers no Nordeste, agora são 20. O que percebemos é o aumento do indicador de absenteísmo (ausência ou falta) e de indisponibilidade. Começa a ficar na mesma linha de São Paulo. O operador sabe que pode perder na empresa ‘A’ e pode ir para ‘B’ ou para ‘C’. Antes, era só a ‘A”, afirmou o diretor da CSU. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 68 R E G I O N A L I Z A Ç Ã O RELAÇÕES SINDICAIS Esses novos comportamentos do atendente já clima um de déjà vu entre os empresários do Sul e Sudeste com investimentos no Nordeste. Afinal, nos últimos anos, é cada vez maior o número de funcionários que entraram com ações na Justiça trabalhista. Há um discurso com certo apelo sindical. E isso não ocorreu à toa. O aumento dos negócios e de trabalhadores tornouse um prato cheio para os líderes sindicais, que tam- Os números do setor para 2015 * • O setor deve movimentar R$ 45, 6 bilhões até o fim do ano • Aumento de 4,7% na comparação com o ano de 2014 bém seguiram na mesma direção das empresas. Antes * Fonte – Estudo E-Consulting Corp 2015 presentes no Sul e Sudeste do País, ganharam espaço e também força no Nordeste, segundo Domeneghetti, da E-Consulting Corp. “Houve também aumento de Há desde a pressão sindical, o aumento do custo da operação e os benefícios utilização da Justiça, do processo trabalhista. Há mais oferecidos pelas prefeituras que foram revistos”, explicou Domeneghetti. reivindicações locais”, explicou. “Temos conseguido crescimento orgânico. Para a isso, temos fei- Um bom exemplo foi Belo Horizonte, em Minas Ge- to algumas negociações de contrato ou oferecido uma planta dife- rais. No passado, a capital mineira foi uma das maiores rente de modelo comercial. São alternativas para não aplicar rea- provedoras de atendentes por telefone. Mas uma onda juste. Mexo na especificação do contrato tentando preservar uma de ações trabalhistas ligadas às pressões de sindicatos margem que tenho”, explica Pffeifer. locais resultou em uma debandada de empresas do setor. “Belo Horizonte é uma grande tristeza. Não se consegue fechar negócios por lá. Existe uma jurisprudência que inviabiliza o processo”, disse Marinho. E QUAL O PRÓXIMO DESTINO DOS CALL CENTER? A competitividade, claro, levará as empresas para outras cidades ou até regiões do País. Mas não no próximo ano. Pouca coisa deve mudar em 2016, segundo as empresas. O espírito do Nordeste continuará vivo porque A CLIENTE QUER NEGOCIAR há mesorregiões atraentes. Por outro lado, as empresas devem intensificar E quanto aos clientes das empresas de contact cen- o uso de tecnologia no atendimento, o que contribuiria decisivamente no ter? O Nordeste ainda é o trunfo para a oferta de bons aprimoramento dos resultados e, ao mesmo tempo, na redução dos custos. contratos. No entanto, a crise econômica tem levado as Além disso, ficarão cada vez mais evidentes as finalidades das diferen- contratantes a pedirem a revisão de valores ou reajustes tes unidades no Brasil. No Sudeste, haverá concentração das demandas acordado inicialmente com as empresas de call center, mais complexas, ou as chamadas premium. Já no Nordeste, as unidades que, por sua vez, lidam com pressão de funcionários e devem manter como principal característica o primeiro atendimento. sindicatos, além da própria competitividade do negócio. E quanto ao Norte do País? Embora as empresas mantenham segredo Ou seja, a pressão vem de ambos os lados. A solução de quanto aos próximos movimentos de migração, o setor mantém cautela algumas empresas foi aceitar as condições do cliente e, para essa região no próximo ano. Embora existam empresas em Rio Bran- assim, diminuir as margens de lucros. co, no Acre, cidades como Manaus não são atraentes pela competitivida- No fim, quem contrata busca qualidade (e isso inclui de de mão de obra com a indústria. O próprio dado da E-Consulting Corp. treinamento), mas também estão de olho nos valores do mostra que a região representa pouco mais de 1% das operações no País. contrato e querem sentar para rediscuti-los. E isso nem “O Norte ainda é pouco relevante”, resume Domeneghetti. Ao menos no sempre é bom para algumas operações. “Algumas simples- próximo ano, será mantida a ideia do “Para o Nordeste, meu jovem, para o mente não deram certo no Nordeste por diversas razões. Nordeste e cresça com o país”. Mas até quando? ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 70 Os encantos nordestinos INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS • Em média, as alíquotas de ISS no Nordeste são de 2% • Redução de outros impostos ou taxas municipais e estaduais • Facilidade no acesso à área na qual será construído o contact center COLABORADORES • Menor taxa de absenteísmo (falta ou ausência) • Rotatividade de pessoal: em média um ano e quatro meses no Nordeste (seis meses no Sudeste) SINDICAL • Menor interferência sindical • Judicialização inferior aos números do Sudeste ATRATIVOS SOCIAIS E GEOGRÁFICOS • Cidades com mais de 100 mil habitantes no Nordeste • Cidades com forte polo universitário ou com jovens bem escolarizados • Municípios com boa infraestrutura de serviços, transportes e menos de 100 km da capital • Mesorregiões nordestinas (cidades economicamente inferiores às regiões metropolitanas ou próximas às capitais) AS MESORREGIÕES OU CIDADES DA MODA • Agreste alagoano, com sede em Arapiraca • Oeste potiguar, com sede em Mossoró • Juazeiro do Norte • Campina Grande 71 ANUÁRIO ANUÁRIOBRASILEIRO BRASILEIRODE DERELACIONAMENTO RELACIONAMENTO COM CLIENTES CLIENTES A R T I G O BIG DATA: FUNDAMENTAL NA CRIAÇÃO DE VALOR AOS CLIENTES SÉRGIO PESSOA É DIRETOR-EXECUTIVO DA CONTAX ALLUS O Big Data envolve volumes imensos de dados que do século 21. Durante a minha experiência de trabalho se movem rapidamente e que podem ser transforma- no Vale do Silício, na Califórnia, pude observar de perto dos por empresas inteligentes em insights e ação. Com a grande importância conferida ao Big Data por empresas isso elas podem conhecer melhor os seus clientes e líderes de mercado da região como Google, Amazon, Ya- se antecipar, moldando a relação com o consumidor. hoo, eBay, Facebook e LinkedIn. Hoje, mais do que nunca, Para as empresas, a análise do volume de informações o elemento analítico é fundamental também na personali- depende de objetivos claros e pode ser trabalhosa se zação do atendimento das empresas aos seus clientes. não forem utilizados processos e ferramentas adequa- Atualmente, a Contax Allus desenvolve estudos em das, mas a recompensa é ainda maior: conquista, re- parceria com instituições de ensino sobre o uso da inte- tenção e fidelização do cliente, além de identificação ligência artificial e de técnicas de troca de informações com a marca. entre máquinas visando ao entendimento de um gigan- Para o setor de contact center, o Big Data é primordial. tesco volume de conversas. É mais um passo na direção Para que a gestão de relacionamento com os clientes seja da observação comportamental que permitirá à empresa eficaz, é preciso entender comportamentos e contextuali- desenvolver a capacidade de se antecipar às necessidades zar ações de forma efetiva, a fim de impactar tomadas de dos clientes e do mercado. decisões. Assim, são gerados resultados de alto impacto A grande escala da Contax Allus também é um fator aos negócios, desde o aumento de eficiência operacional a muito importante na análise das informações. Como li- novas oportunidades de crescimento. damos com consumidores – ouvindo o que eles falam e Embora o uso do Big Data ainda esteja se delineando entendendo o que eles desejam – podemos explorar a in- no Brasil, já temos bons exemplos pelo mundo de como a teligência por trás dessas interações: esse é um diferencial análise das informações em rede é essencial para a tomada do nosso serviço e um elemento fundamental na criação de decisões corretas e rápidas – uma demanda crescente de valor aos nossos clientes ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 72 G E S T Ã O EM BUSCA DE UM ATENDIMENTO COMPLETO A TENDÊNCIA DE FULL OUTSOURCING PODE GANHAR ESCALA NO BRASIL? OUVIMOS OS PRINCIPAIS EXECUTIVOS DO MERCADO DE CONTACT CENTER PARA ENTENDER AS REAIS POSSIBILIDADES DESSE NOVO CONCEITO EM ATENDIMENTO POR ROBERTA ROMÃO ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 74 74 75 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES G E S T Ã O O outsourcing surgiu no final dos anos 1980 a fim de sanar a necessidade de algumas organizações em focar mais no seu próprio negócio. Por isso, a terceirização ganhou tanto espaço. Por meio dela empresas puderam transferir ao prestador de serviços tarefas secundárias que antes eram realizadas internamente, como financeiro, administrativo, atendimento e, principalmente, tecnologia da informação. Hoje, 35 anos depois, a terceirização está mais uma vez em pauta com o surgimento do full outsourcing. Traduzida de maneira simples: “terceirização completa”, um modelo que alia software, hardware, serviços e consultoria para contact centers. Há quem diga que esse novo modelo pode ser a saída para Alberto Ferreira, presidente da Teleperformance Brasil “Muitas empresas optam pelo modelo para que possam se dedicar ainda mais ao seu core business” melhorar o atendimento e aumentar a eficiência e a rentabilidade de quem contrata. Mas será que o full outsourcing pode ganhar escala no Brasil? Para muitos executivos do setor, a tendência veio para ficar, já que novo modelo unifica todas as etapas do atendimento e traz um desempenho mais assertivo e qualificado. Esse mode- Renato Matheus, diretor-chefe de vendas da Sitel “O fornecedor torna-se um parceiro estratégico e que realmente entregará serviços de valor agregado” lo quebra alguns paradigmas do mercado que, na maioria das vezes, entende que as empresas de terceirização são simples fornecedoras. Na Sitel, por exemplo, o full outsourcing é chamado de modelo transformacional. “O fornecedor torna-se um parceiro estratégico e que realmente entregará serviços de valor agregado e com resultados muito superiores em todo o ciclo de relacionamento com o cliente”, salienta Renato Matheus, diretor-chefe de vendas da Sitel. FULL OUTSOURCING PARA QUEM? Quanto maior o mercado, maior é o volume de clientes e, consequentemente, existe uma grande necessidade e demanda de se comunicar com eles de forma integrada e em diferentes plataformas de contato. Ou seja, as tecnologias disponíveis estão cada vez mais avançadas e flexíveis, portanto, mais complexas. “O modelo full outsourcing tem sido essencial para que empresas concentrem todo o foco em seus negócios a fim de evitar a ‘distração’ com gestão de tecnologias”, argumenta Reinaldo Gil, diretor de vendas da Verint. Dessa forma, o full outsourcing não é exclusividade de um setor ou de um tipo de operação, ele pode ser aplicado em diferentes áreas. Tudo depende de o quanto o contratante está disposto a coANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 76 Rouman Ziemkiewicz, vice-presidente comercial da Genesys Prime “O modelo traz soluções que fazem com que o cliente se sinta mais satisfeito com a experiência toda” 77 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES G E S T Ã Os processos de negócios mais críticos são confiados a empresas terceiras à medida que elas demonstram competência e compromisso com o propósito do cliente O jornadas de interação com os bancos. Essa orientação é diferente no setor de varejo”, contextualiza Gorski. OS RESULTADOS DA ADOÇÃO Mais importante do que testar o modelo é saber quais os resultados que ele traz. Para os colaboradores de uma central de atendimento, trata-se de uma perspectiva de crescimento. “Temos atendentes que se especializam, por exemplo, em mí- laborar com a sua implementação. “Independentemente do setor dias sociais e, com isso, novas oportunidades aparecem em sua em que atua, a propensão à terceirização no modelo completo de trajetória. Outros atendem vários canais consecutivos e isso terceirização está intimamente relacionado ao nível de parceria também o beneficia, pois amplia os seus conhecimentos e as entre as empresas”, afirma Marco Aurélio Borges Matos, diretor de suas oportunidades”, comenta Guilherme Porto . operações BPO e aplicações da Algar Tech. Rouman Ziemkiewicz, vice-presidente comercial da Ge- Regis Noronha, diretor-executivo de estratégia e marketing nesys Prime, chama atenção para o lado humanizado que o da Atento, concorda: “A terceirização completa é um processo full outsourcing também traz como resultado. “Por conta dis- de mindset, de gestão e parceria estratégica que pode ser im- so, oferecermos soluções que fazem com que o cliente se sinta plementado em todos os setores. Não há limites ou um merca- mais satisfeito com a experiência toda. Criamos soluções que do específico”. têm como pedras de fundação algumas práticas há muito des- Prova disso são os setores apontados pelos executivos como prezadas: respeito, lealdade e confiança.” os de maior aderência ao modelo. Logística, laboratórios farma- Do lado do negócio, de acordo com Matos, diretor da Algar cêuticos, seguradoras, alimentício, varejo, empresas de bens de Tech, o modelo permite um compartilhamento maior dos obje- consumo semiduráveis e, principalmente, e-commerce, teleco- tivos do cliente com o fornecedor e não apenas com indicado- municação, financeiro, varejo e tecnologia. Todos eles poderão res de performance do atendimento. “A resposta aos problemas obter diferenciais competitivos por meio do full outsourcing. e desafios de negócio do cliente é mais efetiva e o nível de sa- Existem, ainda, as áreas em experimentação como o agronegó- tisfação é muito maior, o que é refletido em relações cada vez cio, construção, saúde, educação e indústria. mais longevas e completas”, diz. “O modelo serve para quem quer fazer mais com menos, Nesse ponto, o atendente é mais engajado e tem consciên- quer gerar mais qualidade, produzir mais, ter mais rentabilida- cia do seu papel dentro da proposta de valor da empresa que de”, frisa Alessandro Xavier, diretor-geral da Quaddra Contact representa. “O modelo extrai o melhor de cada capacitação Center. Para o executivo, alguns setores colherão resultados para aperfeiçoar seu trabalho e atender ainda melhor os clien- maiores que outros por conta do estágio atual de suas opera- tes”, complementa Matos. ções. “Porém, tenho certeza de que todos terão um desfecho Renato Matheus comenta que o mais interessante no mo- positivo”, insiste. delo é que os indicadores de transações básicos continuam sen- Segundo Ricardo Gorski, country manager da Interactive do medidos, porém, com a incorporação de novos indicadores. Intelligence, cada vez mais os provedores terão de especializar “Tamanho da base de clientes, intimidade com o cliente e retor- no comportamento de clientes para cada setor. “Por exemplo, no sobre investimentos são alguns”, diz Matheus. para serviços bancários, a maioria dos consumidores usa apli- “Outro ponto positivo é ter sempre seu parque tecnológico cativos móveis, internet, autoatendimento e serviços de vídeo atualizado e monitorado, o que gera maior credibilidade na hora da e voz. O prestador de serviços para bancos precisa saber o que oferta dos seus serviços e produtos aos seus clientes”, disse, Emer- é melhor no processo para orientar os consumidores em suas son Altomani diretor de marketing e vendas da Betta Group. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 78 G E S T Ã O QUALIDADES DO MODELO FULL OUTSOURCING PARCERIA E CONFIANÇA: O SUCESSO NA ADOÇÃO Analisando as opiniões dos executivos, o modelo parece que veio para ficar. Conforme as parcerias amadurecem e a confiança é estabelecida, o full outsorcing ganha espaço na agenda dos contratantes. Os processos de negócios mais críticos são confiados a empresas terceiras na medida em que elas demonstram competência e compromisso com o propósito do cliente. Ou seja, quanto mais autonomia e sinergia os contact cen- 7 Eficiência ters têm para dar suporte ao negócio de seus clientes, maior Aumento da performance, a possibilidade de aportar inteligência, inovação e tecnologia produtividade aplicadas aos interesses das empresas e de seus consumidores e eficiência operacional. por meio do full outsourcing. “Nessa linha, há várias possibili- Gestão e controle de processo dades de estabelecer uma relação ‘ganha-ganha’, pela qual as e serviços. empresas servidas percebem agregação de valor aos seus negó- Obtenção de ganhos qualitativos cios e os provedores de serviço têm a possibilidade de aumen- e quantitativos. tar sua rentabilidade”, analisa Marco Aurélio Borges Matos, Capacidade de entender as necessidades diretor de operações BPO e aplicações da Algar Tech. específicas de cada companhia, segmento e atuação. Para Alberto Ferreira, presidente da Teleperformance Brasil, muitas empresas optam pelo modelo para que possam dedicar-se ainda mais ao seu core business. “Geralmente, elas entendem o relacionamento com o consumidor como um diferencial estratégico que impacta positivamente na conquista e fidelização dos seus clientes. Por isso buscam empresas espe- 7 Valor cializadas e capacitadas para atender a esse tipo de demanda”, Liberdade para a contratante. explica. Ganho para todas as partes do negócio No entanto, Ricardo Gorski salienta que a empresa que (contratante e cliente). contratará o modelo deve avaliar que tipo de ferramentas o Agrega valor ao negócio de acordo com provedor de serviços está oferecendo e verifique se esse pacote as exigências de seus públicos. está alinhado às suas necessidades. “Melhorias constantes nos processos são fundamentais para acompanhar o dinamismo do mercado, o que requer soluções cada vez mais prontas para mudanças, sem a dependência de novas intervenções de desenvolvimento”, alerta. Mais do que uma maneira de reduzir os gastos e preocupa- 7 Criação ções com a infraestrutura de TI, o conceito de full outsourcing Sinergias de negócios torna-se estratégico para um desempenho mais assertivo dos Busca conjunta pela inovação. contact centers. Trazendo mais competitividade e competên- Diferencial competitivo. cia para as empresas caminharem para um atendimento mais completo e eficiente. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 80 G E S T Ã O NUVEM: A VANTAGEM DA TECNOLOGIA SOBRE O LEGADO Em tempos de economia instável e desenvolvimento tecnológico a todo vapor, qualquer solução que auxilie na redução de custos e traga diferenciação EM UM SETOR EM QUE AGILIDADE E REDUÇÃO DE CUSTOS PODEM TRAZER ÓTIMOS RESULTADOS, O CLOUD COMPUTING SURGE COMO UMA OPÇÃO BASTANTE COMPETITIVA, BASTA COMPREENDÊ-LO POR RAISA COVRE competitiva torna-se uma ferramenta estratégica para os negócios. Para os contact centers não é diferente e uma das tendências da atualidade pode ser crucial para o setor: o cloud computing. Atender o consumidor hoje requer dos canais de contato agilidade, capacidade, flexibilidade, segurança e, acima de tudo, confiabilidade. Um conjunto de competências, que, segundo Ricardo Gorski, country manager da Interactive Intelligence, pode ser alcançado por meio de tecnologias na nuvem. “Com a mobilidade, os consumidores exigem que suas interações com os contact centers ofereçam, além dessas características, a disponibilidade de todo o seu histórico de relacionamento no momento da próxima interação, mesmo que ele mude de canal, ou pare sua interação e depois continue”, pontua. Para Gorski, um dos principais diferenciais da nuvem para os contact centers é justamente este: “não ter obstáculo ou perda de tempo para recuperar o histórico do cliente”. Sem dúvida, a integração de soluções e a agilidade e redução de custos possibilitada pelos softwares em nuvem tornam o sistema legado obsoleto em praticamente todas as suas características. Ainda que sua opção seja cautelosa, os contact centers têm adotado soluções em cloud com mais intensidade. De acordo com estudo recente da Frost & Sullivan, o mercado de contact center na nuvem está crescendo quase duas vezes mais rápido do que os sistemas implantados nas instalações do cliente (11,6% versus 6,1%). Mas o que realmente significa para um contact center adotar um software em nuvem? ADOTE, MAS COM CAUTELA Modificar estruturas utilizadas há tanto tempo nos negócios, como os data centers internos e vastos bancos de dados, pede cuidado – mesmo que a promessa do serviço seja incrível. Kristyn Emenecker, vice-presidente de workforce optimization practice, strategic operations da Verint é detalhista nesse ponto. “A implantação da nuvem pode trazer muitos desafios e as empresas devem entendê-los completamente antes de escolher um fornecedor”, diz. Para Kristyn, a adoção deve levar em consideração questões como a acessibilidade e a proteção dos dados do consumidor, o custo versus modelos tradicionais, característica e comparações de funcionalidade com o que a empresa já possui atualmente, fora o encaixe aos seus objetivos globais. “Além disso, as organizações devem procurar um fornecedor com profundo conhecimento em protocolos modernos ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 82 PERSONALIZAÇÃO: O BÔNUS NO ATENDIMENTO de segurança em nuvem e nos diversos regulamentos da vertical de seu próprio setor”, alerta. Ao mesmo tempo, o conceito traz dinamismo ao mercado, con- A integração de soluções que lidam com dados fruto do re- forme complementa Marco Aurélio Borges Matos, diretor de ope- lacionamento com o cliente é um dos fatores mais interessante rações BPO e aplicações da Algar Tech: “a nuvem traz uma grande apontado pelas empresas do segmento quando pensam em cloud. competitividade para as operações, sobretudo aquelas que ainda es- “Quando a empresa possui uma fonte única de dados, ou seja, um tão ‘dentro de casa’ (contact center in house), que ainda representa CRM, por exemplo, ela consegue trabalhar melhor a informação, cerca de dois terços do mercado de posições de atendimento no Bra- ter acesso de uma maneira mais fácil, mais rápida e otimizar a for- sil. Essas operações passaram a ter a possibilidade de utilizar melho- ma pela qual o cliente final será atendido”, lembra André Nigro, di- rias, antes limitadas apenas aos grandes players”, diz. Além de trazer competitividade e profissionalização para a indústria e maior produtividade para as operações, outro fator imprescindível, na visão de Paulo Freitas, vice-presidente de gestão de processos de negócios da Tivit, é a garantia proporcionada pela base tecnológica robusta das soluções em nuvem. “É possível diminuir drasticamente os riscos de indisponibilidades dos sistemas, acompanhar as mudanças de mercado de forma muito mais rápida e ser economicamente mais competitivo em um ambiente seguro”, aponta. 83 “Um dos principais diferenciais da nuvem para os contact centers é não ter obstáculo ou perda de tempo para recuperar o histórico do cliente” Ricardo Gorski, country manager da Interactive Intelligence “Acredito que há uma tendência a migração para esse modelo, especialmente das soluções que não requerem uma topologia de segurança exclusiva” João Mendes, diretor de TI da Atento no Brasil “O modelo em nuvem oferece grande flexibilidade às empresas e deve ser visto como mais uma arma competitiva e não a única” Francisco Virgílio, diretor de prévendas da América Latina da Altitude Software “O uso da nuvem promove também sinergia entre as áreas envolvidas na gestão” Marcelo Souccar, diretor do segmento de Serviços da Totvs. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES G E S T Ã O retor para soluções de relacionamento com que surge uma nova demanda, já que o clien- clientes e comércio da SAP. te possui um histórico de movimentações de fácil acesso com a empresa. Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da BRQ, explica que um sistema EQUIPE: A CARTA NA MANGA otimizado pela nuvem possibilita o uso de da- Para um atendimento brilhante, não só dos de forma estratégica para que o atendente possa fornecer ao cliente uma melhor experiência no atendimento e, consequentemente, aumentando sua satisfação. “Por meio do armazenamento dos dados necessários para uma correlação dos interesses do cliente naquele momento, é possível criar a abordagem correta e no momento certo”, complementa. O CLOUD COMPUTING FICARÁ CADA VEZ MAIS ACESSÍVEL E ESTRATÉGICO PARA OS CONTACT CENTERS de tecnologia vive uma empresa. A equipe faz toda a diferença e nesse quesito o cloud computing também pode ser uma vantagem. Considerando a grande rotatividade de pessoal nas empresas do setor, agilizar os processos ligados gestão de colaboradores, como a comunicação e a operação de tarefas Em suma, a personalização e rapidez e canais de contato podem ser diferenciais propiciadas pela nuvem acabam sendo as competitivos importantes. “O uso da nuvem palavras de ordem na utilização desses dados promove também sinergia entre as áreas pelas empresas. Quando os atendentes têm envolvidas na gestão, garantindo a continui- acesso às informações de atendimentos pas- dade do fluxo de processos sem intervenção sados daquele determinado consumidor, po- manual”, destaca Marcelo Souccar, diretor do dem garantir mais agilidade no momento em segmento de serviços da Totvs. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Nesse sentido, André Nigro, da SAP, destaca: “a tecnologia é a base para o crescimento de todos os setores e principalmente nos contact centers, pois cada real poupado pode significar uma operação positiva ou negativa”. UMA QUESTÃO DE ESTRATÉGIA E EQUILÍBRIO Em um mercado com tantas possibilidades, as empresas oferecem seus serviços em nuvem de diversas formas. Algar Tech, SAP, Tivit, Aspect e Altitude, por exemplo, oferecem suas próprias plataformas de cloud, enquanto a BRQ disponibiliza o serviço em parceria com outras companhias, com a Amazon. Já players como Verint, Wittle e Totvs disponibilizam suas ferramentas de gestão com a opção da nuvem, diversificando a oferta do software de acordo com a necessidade dos clientes. As opções são muitas, os contratos podem ser feitos conforme a demanda e cada contact center deve avaliar o modelo que melhor se encaixa no seu negócio e na sua cultura corporativa. O fato, é que o cloud pode trazer inúmeros benefícios, seja por meio do modelo privado, híbrido ou público. “Uma vez na nuvem as vantagens competitivas se tornam visíveis sobre os concorrentes”, frisa Laurent Delache. No entanto, é valido lembrar que ainda há quem opte pela infraestrutura tradicional e, conforme explica Carlos Louro, vicepresidente de operações da Wiitel, isso não deve ser condenado. TECNOLOGIA COMO SERVIÇO “Tecnologia sempre foi um ponto estratégico, mas a decisão de Usufruir de uma vasta base tecnológica terceirizada é, talvez, o utilizar serviços em nuvem não é uma verdade para todos os tipos ponto mais lembrado pelas empresas quando o assunto é nuvem. de empresa. Ainda temos muitos clientes, que após avaliarem as Em um primeiro momento, os contact centers deixam de ser obri- opções, continuaram adotando o modelo tradicional de tecnologia gados a manter equipes técnicas especializadas na manutenção da ‘in house’”, conta. plataforma e podem focar no seu core business. “Os contact centers Para Francisco Virgílio, diretor de pré-vendas da América La- passam então a consumir a tecnologia como serviço e não precisam tina da Altitude Software, o modelo em nuvem oferece grande se preocupar mais em investimentos pesados para manter o parque flexibilidade às empresas e deve ser visto como “mais uma arma tecnológico atualizado – o provedor da solução em nuvem é quem se competitiva” e não “a única”. preocupa com isso”, explica, Laurent Delache, vice-presidente regional da Aspect para América Latina e Caribe. O PONTO DE VISTA DOS CONTACT CENTERS Fora isso, a empresa conta com a opção de utilizar apenas a Apesar do crescimento e interesse pelas soluções em nuvem, capacidade necessária para cada momento em particular, desfru- muitas empresas ainda hesitam em tirar o contact center das suas tando de um serviço sob demanda. “Na elaboração das estratégias instalações físicas. Na AeC, todo o seu ambiente de data center pode-se tirar também melhor proveito de cada canal individual- segue o modelo On Premises. Apenas uma solução CRM da Mi- mente ou em conjunto, já que seu consumo será pago como servi- crosoft, o app Dynamics é oferecido pela Microsoft via cloud. Para ço”, completa Delache. 85 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES G E S T Ã O Gustavo Teixeira, diretor de tecnologia e sis- dalidade cloud solicitada pelo temas da AeC, mesmo que o futuro apon- cliente, bem como integrar te para um contact center em nuvem, as soluções existentes com nossas empresas hospedeiras precisarão investir próprias para melhor atender às e garantir mais disponibilidade com um necessidades das empresas”, reforça menor custo. “Ainda existe uma neces- João Mendes, diretor de TI da Atento no sidade de investimentos em processos e Brasil. “Acredito que há uma tendência a mi- pessoas com total domínio dos ambientes gração para esse modelo, especialmente das hospedados, garantindo atuação em proble- soluções que não requerem uma topologia de mas na mesma velocidade que seria dentro segurança exclusiva”, completa Mendes. Como vimos, impulsionado pelos avan- da casa do cliente”, ressalta. Outras empresas estão percebendo a van- ços tecnológicos e pelo comportamento digi- tagem competitiva significativa em colocar tal do consumidor, o cloud computing ficará parte ou todo o call center na nuvem. É o caso cada vez mais acessível e estratégico para os da Atento, que conta com soluções em cloud contact centers. Bastará que os players inte- privadas e públicas, criando, assim, um modelo híbrido. Para ques- ressados em sua adoção estejam atentos às tões estratégicas de relacionamento de seus clientes com os seus características de cada modelo e, acima de tudo, tenham uma clara consumidores, a Atento utiliza a nuvem privada. Para temas me- definição do seu papel dentro de sua estratégia de negócios. Eficiên- nos críticos e sistemas administrativos da própria empresa, a Atento cia e bons resultados no atendimento ao cliente são as bases de atua- opta pela nuvem pública. “Estamos sempre prontos a utilizar a mo- ção dos contact centers, já dispêndios e modismo não. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 86 5 VANTAGENS 1O NA ADOÇÃO O 2 DA NUVEM O 3 REDUÇÃO DOS CUSTOS OPERACIONAIS. AS DIVISÕES E O MODELO MAIS ADOTADO* Nuvem privada: pode ser interna e externa. No primeiro caso, apenas a empresa que desenvolveu tem acesso; no segundo, o fornecedor oferece um espaço isolado que é acessado exclusivamente por quem contratou. Nuvem pública: nesse modelo, o espaço terceirizado pode ser acessado por qualquer pessoa, como Dropbox ou Gmail. Nuvem híbrida: é a junção dos serviços que estão sendo executados em uma nuvem pública e uma nuvem privada. FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE PARA *Preferência dos clientes segundo as fontes entrevistadas (Algar EQUIPES DE TRABALHO. Tech, SAP, Tivit, Verint, Aspect e Wittel) MELHORA NA INTERAÇÃO COM PONTO DE VISTA: “A nuvem privada, por exemplo, COLABORADORES, CLIENTES, FORNECEDORES pode ser o modelo de preferência dos grandes E PARCEIROS COMERCIAIS. bancos corporativos e das seguradoras devido à segurança e ao conforto. Porém, uma solução pú- ESCALABILIDADE, CRESCIMENTO PLANEJADO. blica muitas vezes é perfeita para as organizações de crescimento elevado e alta sazonalidade, que USO SOB DEMANDA. valorizam a flexibilidade, a velocidade de startup e a baixa barreira de entrada”, diz Kristyn Emenecker, da Verint. A R T I G O GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM CLIENTES X O UNIVERSO FEMININO MAJO MARTINEZ CAMPOS É DIRETORA-EXECUTIVA DE RECURSOS HUMANOS DA ATENTO NO BRASIL No cotidiano das empresas, atender os consumido- te é de seis horas, dando flexibilidade para gerir diferentes res é sempre uma tarefa instigante. Da interação com os agendas (delas, do marido e dos filhos). O fato de não ser clientes é que surgem novas oportunidades de negócios e necessária experiência prévia e de as empresas oferecerem até mesmo melhorias nos processos do atendimento, es- treinamento é outro aspecto positivo, porque viabiliza o pri- tabelecendo-se, assim, uma relação de confiança e, conse- meiro emprego e o reingresso ao mercado daquelas que se quentemente, fidelidade. Quando esse contato é feito por afastaram por razões pessoais – mesmo depois dos 40 anos. telefone, sms, chat, e-mail, mídias sociais ou outros canais, Para completar, as companhias, em retribuição à dedi- sem identificação pessoal, é um desafio ainda maior, seja em cação delas, têm programas especiais, além dos benefícios pré-vendas, vendas, pós-venda, assistência técnica, cobran- trabalhistas. No caso da Atento, por exemplo, oferecemos ça ou no momento de receber sugestões e reclamações. auxílio-creche, auxilio à criança especial e apoio às gestan- É preciso estar, antes de tudo, altamente capacitado para tes, como o Programa Mamãe Nota 10, iniciativa que pro- desenvolver essa atividade e características como paciência move uma série de atividades para o acompanhamento das e saber ouvir são fundamentais para dar à devida atenção grávidas da empresa, com o intuito de garantir o nascimen- aos detalhes e reivindicações feitas pelos clientes durante to de crianças saudáveis, diminuir os riscos durante a ges- a conversa, mantendo sempre a cordialidade para estabe- tação e acabar com os preconceitos internos em relação à lecer empatia e resolver as ocorrências da melhor maneira gravidez. Já foram mais de quatro mil mães atendidas pelo possível. É um trabalho estratégico para qualquer empresa, programa, com redução de 41% das internações de recém- independentemente do setor de atuação. E, as mulheres, nascidos fora de UTIs. por terem características específicas, tendem a adaptar-se Portanto, temos um casamento perfeito com o universo e serem muito eficazes nesta interação, representando hoje feminino, no qual 38,7% delas são as principais provedoras mais de 70% da força de trabalho do setor. de seus lares, segundo dados do IBGE, e a maioria das de- Além de adequar-se perfeitamente ao jeito feminino de mais contribuem ou desejam colaborar com a renda fami- ser, o trabalho nas empresas de gestão do relacionamento liar. Estamos muito felizes com a parceria, que nos permite com clientes/contact center oferece a elas a possibilidade buscar sempre a excelência no atendimento e novas opor- de conciliar a carreira, a família e os estudos. O expedien- tunidades de negócios para os nossos clientes. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 88 A R T I G O A PRESENÇA FEMININA NAS CENTRAIS DE ATENDIMENTO SONIA RICA É DIRETORA DE ATENDIMENTO DA PORTO SEGURO Estudos apontam que as mulheres somam mais de mais destreza. De toda forma, o que realmente buscamos 70% dos trabalhadores no setor de contact center. Olhan- – consumidores e empresas – é a melhor interação, expe- do pelo retrovisor, é um fato a aceleração de muitos pro- riência, humanização e excelência no atendimento, inde- dutos e serviços de diversas naturezas sendo tratados nas pendentemente de gênero. centrais de atendimento, em especial nas últimas duas Estimular boas experiências em um atendimento é décadas, nas quais as mulheres foram, e continuam sen- uma oportunidade que surge a cada instante em que rea- do, o maior contingente de trabalhadores na indústria. lizamos algo. O filósofo Aristóteles já falava do conceito Estatisticamente, o mesmo acontece na Porto Seguro e de excelência em 300 A.C. e afirma algo muito interessan- suas empresas, no que tange ao número de mulheres atuan- te nesse sentido, “somos o que repetidamente fazemos. A do nas centrais de atendimento. Além de serem a maioria excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”. Per- na base de operações, representando 68%, boa parcela de- cebemos nas mulheres que compõem equipes de atendi- las (12%) tem entre 18 e 21 anos e muitas estão em seu pri- mento uma grande disciplina e habilidade para lidar com meiro emprego. A experiência profissional e o aprendizado diversas tarefas, o que contribui muito para que se alcan- construído na central de atendimento irão moldar o estilo ce o objetivo de manter um atendimento excepcional. de trabalho e influenciar a carreira dessas mulheres. Atual- Toda e qualquer necessidade do cliente que tenha mente, elas ocupam 70% dos cargos de liderança nos níveis uma origem legítima deve ser conduzida de forma hu- de supervisão, coordenação e gerencial. manizada, resolvendo a dúvida ou necessidade do con- Em geral, há personalidades e atendimentos diver- sumidor e sempre buscando superar suas expectativas. É sos nos contact centers. Há modalidades em que as mu- fundamental destacar ainda o espaço conquistado pelas lheres possuem maior efetividade e resolubilidade nos mulheres neste setor que contribui para o início de car- casos atendidos, em razão de características inerentes à reira de tantas delas. Essa evolução é resultado da força natureza feminina, da mesma forma que há segmentos de vontade dessas mulheres que, a cada dia, provam que nos quais os homens desempenham suas atividades com não devem haver barreiras entre os gêneros. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 90 A T E N D I M E N T O ADICIONANDO VALOR AO SOLUÇÕES DE INTELIGÊNCIA ANALÍTICA E DE MULTICANALIDADE ENTRAM NO RADAR DAS EMPRESAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO POR MARCELO BRANDÃO Em tempos de alta competitividade mercadológica e intensa interação digital entre marcas e consumidores, antecipação passa a ser uma capacidade corporativa quase mais importante do que perfeição no mercado atual. Por isso, soluções de inteligência analítica e de multicanalidade entram no radar das empresas como uma maneira de criar processos oportunos e com alto diferencial competitivo. No âmbito do atendimento, apostar nessas soluções é dar um passo importante rumo à antecipação, ao engajamento e à satisfação do cliente. Entretanto, ainda vemos alguns gargalos a ser superados para que o cenário seja mais positivo. Neste momento emergem algumas questões: por que empresas não investem tanto nessas soluções para melhorarem seu atendimento ao consumidor? Custo ainda é o maior obstáculo? Quais outros fatores impedem que os contact centers integrem a comunicação e melhorem definitivamente a satisfação de seus clientes? Atrás de respostas, conversamos com alguns executivos e ouvimos uma das maiores integradoras do mercado, a Betta Group. Presente na área de TI e telecom há mais de 20 anos, fornecendo software, hardware e suporte técnico, além de gerenciar projetos de diversos portes, a companhia é referência no assunto. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 92 ATENDIMENTO MULTICANAL 93 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES A T E N D No estágio atual do relacionamento entre empresas e clientes, processos mais ágeis, conectados e arrojados são tão urgentes para um contact center quanto para qualquer outro setor I M E N T O empresa ao atendimento multicanal e as formas de lidar com as informações fornecidas pelo cliente para tratá-lo de forma integrada”, pontua. CUSTO OU INVESTIMENTO? De acordo com Emerson Altomani, o custo pode ser o maior obstáculo se a oferta – mais uma vez – for apenas uma ferramenta. Para o executivo, outro fator importante no sucesso dessa adoção é a maneira que os clientes contratam. “Na Betta BUSQUE MAIS DO QUE FERRAMENTAS Group entendemos que quanto maior a abertura e detalhamen- De acordo com Emerson Altomani, diretor de marketing e to de informações dadas pelo cliente maior será sua percepção vendas da Betta Group, a demanda por soluções de inteligência do valor dessas soluções, e que não se trata de custo. Pelo con- analítica e multicanalidade vem crescendo, entretanto, segundo trário, em alguns casos haverá economia e até mesmo aumento o executivo, muitos fornecedores estão apenas ofertando fer- de receita”, explica. ramentas. “As empresas necessitam de soluções”, diz Altomani. Ricardo Floresta compartilha dessa visão e diz que o custo não “Na Betta Group acreditamos que a oferta tem de acontecer de é alto quando se tem uma estratégia definida. “No longo prazo o forma inteligente e segura. Temos competência para comparti- investimento traz grande retorno, já que as soluções aumentam lhar os riscos com nossos clientes e entregar uma solução real o engajamento do cliente”, diz. “Ampliar a comodidade no aten- para sua demanda ou problema”, afirma o executivo. dimento é um valor que o consumidor percebe e valoriza muito”, Seja um cliente, consumidor ou mesmo funcionário, platafor- completa Floresta. Para Cláudio Xavier, o custo sempre será visto mas e aplicativos orientados a essas soluções tornaram-se indis- como um obstáculo, “mas não deveria sobrepor ao benefício des- pensáveis para os negócios. Para Ricardo Floresta, diretor de servi- sas soluções”. “As soluções de autoatendimento multicanal tem ços ao cliente e operações da Claro, o uso de soluções inteligentes mostrado um retorno muito positivo, tanto do ponto de vista fi- torna possível enxergar mais oportunidades. “A adoção dessas so- nanceiro, quanto de satisfação do cliente”, complementa Bruno luções permitem que as companhias adicionem mais valor para a Espirito Santo, diretor de relacionamento com o cliente da Oi. área de atendimento, que passa a ser cada vez mais estratégica”, diz. Contudo, Cláudio Xavier, COO da AeC, afirma que para ter O DESAFIO É A PRÁTICA sucesso é preciso um atendimento com a mesma qualidade e Em ambos os casos, do ponto de vista de quem oferta e de eficiência. “É necessário aperfeiçoar a estrutura do suporte da quem contrata soluções analíticas e de multicanalidade ainda existe uma assimetria nos processos. Levando em consideração cada setor interessado, é nítida a importância e são nítidos os Emerson Altomani, diretor de marketing e vendas da Betta Group “O custo na adoção de inteligência analítica e de multicanalidade pode ser um obstáculo se a oferta for apenas uma ferramenta e não uma solução” benefícios dessas soluções, porém o aculturamento, aliado a fatores externos – como incertezas econômicas – pressionam os envolvidos a trabalharem lado a lado na busca pelo melhor caminho para essa adoção. “Notamos que um dos maiores obstáculos é a falta de uma operação no ambiente do cliente com autonomia entre as áreas. En- ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 94 3 RAZÕES PARA ADOTAR SOLUÇÕES ANALÍTICAS E DE MULTICANALIDADE √ Alcance um público maior Segmentar seus canais para satisfazer preferências específicas de consumidores diversos pode ajudá-lo a satisfazer as necessidades de um público maior. √ Ofereça mais conveniência Soluções multicanais são práticas e convenientes e mostram que seu negócio entende o cotidiano moderno do seu público consumidor. √ Ganhe mais dados Quanto mais canais você usa, mais informações de valor você obterá. Esses dados, aliados a soluções analíticas, podem ser aplicados à sua estratégia de negócios para melhorar a experiência do cliente. tendemos que precisamos mudar a maneira de ofertar e o cliente a Evidente que o futuro para a área de atendimento é ter uma de aceitar esse tipo de oferta”, avalia Emerson Altomani. “O desafio visão única do cliente. Mas essa competência já ultrapassou o é conseguir colocar em pratica essas soluções, para o cliente usu- puro relacionamento e hoje impacta diretamente o próprio fruir o benefício esperado”, complementa Cláudio Xavier. negócio. No estágio atual do relacionamento entre empresas Para Ricardo Floresta, o contact center é uma opção dentro e clientes processos mais ágeis, conectados e arrojados são tão da multicanalidade e deve estar integrado aos demais pontos urgentes para um contact center quanto para qualquer outro de contato. “No entanto, isso ainda representa um desafio às setor. O ponto aqui é aceitar, planejar e entender que quanto companhias devido aos investimentos em tecnologia e simplifi- maior a quantidade de caminhos para interagir com seu cliente, cação de processos”, diz. “Muitos trabalham por PAs (Pontos de maiores serão as possibilidades de aumentar as fronteiras do seu Atendimento) porque o mercado tem um tempo de maturação negócio. A adoção dessas soluções, aliadas à compreensão das entre o que é novo e o que já está disseminado, e isso depende competências necessárias para isso, pode mudar sua posição no de adequações, sejam elas culturais ou de cada empresa”, explica mercado. E o atendimento ao cliente – integrado a todos os ca- Cláudio Xavier. nais possíveis – é parte dessa excelência competitiva. 95 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES F ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES U T U R 96 O REVOLUÇÃO VESTÍVEL Especialistas em tecnologia do atendimento ao cliente preveem quais serão as características e como o consumidor deve se relacionar com um mercado que promete ser onipresente: os wearables POR DANILO BARBA A Internet das Coisas ou IoT (do inglês, Internet of Things) está cada vez mais presente em nosso meio. Basta observar os relógios inteligentes, refrigeradores, purificadores de água e até roupas e calçados na tentativa de facilitar nossa vida e nos conectar de maneira moderna e diferenciada com seus fabricantes e fornecedores. De acordo com uma pesquisa feita pela International Data Corporation (IDC), uma das maiores empresas de pesquisa de tecnologia de consumo do mundo, o mercado de wearables deve crescer 175% em 2015. Mesmo com todos esses avanços surpreendentes, a indústria de relacionamento com o cliente ainda é um grande desafio para esse mercado. Sobretudo pelo fato de o consumidor, muitas vezes, preferir meios tradicionais para interagir com as empresas. Seja a necessidade de maiores esclarecimentos, a falta de infraestrutura e tecnologia adequada em alguns casos; ou, ainda, pelas novas gerações de consumidores não terem ganhado total autonomia de compra. 97 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES F U T U R O ADAPTAÇÃO E OPORTUNIDADES Não resta dúvida que a Internet das Coisas e os “vestíveis” IMPACTOS PARA O ATENDIMENTO (do inglês wearables) representam uma nova fronteira para 7 Captura a localização cional banco de investimentos norte-americano, em diversos fornecer ao consumidor experiências mais eficazes e completas. Destacadas como megatendência pelo Piper Jaffray, tradi- do cliente. setores essas tecnologias propõem uma mudança completa, 7 Amplia a conexão da 7 7 7 7 7 criando novas oportunidades de negócios e de concepção de empresa com seus clientes. Torna-se parte do dia a dia do cliente. Monitoramento da experiência com o produto ou serviço. Maior poder de customização da experiência do cliente. Novas oportunidades de negócios. Atendimento a um clique. novos modelos de customização da experiência do cliente. Um bom exemplo desse potencial foi demonstrado pela Whirlpool durante a Consumer Electronics Show (CES), realizada no início deste ano em Las Vegas, EUA. No cooktop (fogão de mesa) apresentado pela companhia, a informação contida em um tablet ou smartphone pode ser transmitida para a tela do objeto. Ou seja, as receitas ficam mais fáceis de serem consultadas. Imaginem como isso pode ser explorado pelo setor de atendimento ao cliente de produtos de cozinha e outros serviços! Já o recém-lançado Fitbit Surge é um smartwatch que troca de modos automaticamente para monitorar desde o seu sono até a sua atividade física. Conta com GPS e sensor ótico de batimentos cardíacos. Presente em 54 países, a empresa Fitbit está dominando 85% do mercado de wearables nos Estados Unidos. Segundo dados de uma pesquisa da operadora norte-america- Frederico Dias, presidente da Altitude Software para América Latina “Os wearables são um caminho para aproximar e melhorar a relação das empresas com consumidores” ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 98 na Verizon, o setor de saúde é um mercado em absoluta ascensão. A virtualizar essa experiência do consumidor para seus clientes, com o área hospitalar aumentou em 88% a adoção do IoT, em apenas um intuito de alcançar uma análise de dados mais completa e confiável. ano nos Estados Unidos. Outro potencial mercado para companhias Frederico Dias, presidente da Altitude Software para América de contact center aprimorarem o atendimento e as relações por meio Latina, defende que não só pelo comportamento do usuário, mas por dos vestíveis. todo o processo de monitoramento das coisas os wearables são um caminho para aproximar e melhorar a relação das empresas com CADA VEZ MAIS PERTO DO CONSUMIDOR consumidores. “Hoje já temos clientes na América Latina que utili- O Bradesco já desenvolveu um aplicativo para o Apple Watch. zam sistemas de controle via satélite que monitoram o estado de sen- Com o app é possível consultar o saldo da conta, acessar a chave de sores automotivos para garantir que, numa situação de emergência, segurança, receber notificações do uso do cartão de débito e buscar eles possam desempenhar o trabalho deles com maior eficiência”, pontos de atendimento. A Chave de Segurança terá a opção de ficar destaca o executivo. no mostrador Resumos (Glances), no qual ficam as informações im- O IMPACTO NOS CONTACT CENTERS portantes para acesso rápido. “Da invenção da roda ao Apple Watch, caminhamos no sentido de diminuir a fricção com o mundo físico. No que se refere aos contact centers, num futuro próximo “os Nesse sentido, o digital tem chegado cada vez mais perto dos nos- agentes poderão gerenciar o uso que o consumidor faz de produtos sos corpos, tornando-se não só móvel, como a própria extensão do sem a necessidade de feedback direto do usuário, devido à inteligên- corpo”, afirma Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco. cia artificial que estará presente nos dispositivos. Além disso, eles Francesco Renzetti, vice presidente executivo da AlmavivA do ainda poderão entrar em contato com o cliente antecipando a solu- Brasil e diretor-geral mundo do Grupo AlmavivA, concorda com essa ção ou ofertando algo que ele gostaria ou poderá vir ter a necessida- tendência e acrescenta: “essa tecnologia pode oferecer mais assistên- de de ter”, garante Laurent Delache, vice-presidente regional da As- cia ao cliente e fornecer aos gestores de marca informações preciosas pect, atualmente responsável pela América Latina, Caribe e Brasil. para compreender as exigências do consumidor e fazer com que os Julian Nakasone, diretor de soluções da PromonLogicalis, defen- modelos de marketing sejam mais envolventes”. Renzetti salienta de que os wearables, combinados com a experiência do usuário, vão que a AlmavivA já está focada em soluções e modelos que permitem trazer o grande salto nas questões dos contact centers em breve. “É a Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco “Caminhamos no sentido de diminuir a fricção com o mundo físico. Nesse sentido, o digital tem chegado cada vez mais perto dos nossos corpos” Laurent Delache, vice-presidente regional da Aspect “Os agentes poderão gerenciar o uso que o consumidor faz de produtos sem a necessidade de feedback direto do usuário” 99 Carlos Bertholdi, diretorgeral da Avaya no Brasil “Os wearables enriquecem ainda mais o contexto do cliente em cada contato, permitindo obter novas informações que podem ser decisivas no atendimento” ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES F U T U R O QUEM JÁ ESTÁ VESTINDO Voxeo: plataforma aberta da Aspect que permite a coleta de informações apor meio de vários meios, inclusive wearables. Itaú: lançou uma atualização do app para iPhone que o torna compatível ao Apple Watch. Bradesco: app para Apple Watch do banco permite que o usuário consulte o saldo, use o relógio como dispositivo de segurança e busque por agências e máquinas de autoatendimento sem precisar ligar para o contact center. Nubank: o primeiro cartão de crédito totalmente on-line lançou seu aplicativo para Apple Watch, por meio do qual é possível conferir saldos, extratos e fazer pagamentos com o relógio. Fitness Point: é um app de treino diário e musculação que coleta estatísticas corporais diretamente do pulso para criar treinamentos personalizados de acordo com as condições físicas. HealthTap: é um app para smartwatch que permite tirar dúvidas com mais de 68 mil médicos nos Estados Unidos enquanto você está em movimento. Além disso, com ele o usuário recebe notificações de consultas on-line e lembretes para tomar medicações. terceira fase da evolução das centrais de atendimento. A grande tendência é a questão da proatividade. Vamos entrar num conceito de gestão da experiência do usuário, em que a experiência dele com o seu produto ou serviço será monitorada. Quanto mais tecnologia você consegue colocar no seu produto final mais você tem instrumento para monitorar a experiência. É claro que há regras de invasão privacidade , mas à medida que esteja conectado e capaz de coletar informações de uso , ele traz muito mais instrumentos para você ter uma abordagem mais proativa e adequada à situação que o consumidor está sofrendo”, avalia Nakasone. EXPERIÊNCIA QUASE PRESENCIAL A Totvs defende que o relacionamento com o cliente via wearables é uma tendência real e que, aos poucos, a cada inovação na área, mais possibilidades de comunicação, colaboração e alcance vão se abrir. “Se pegarmos, por exemplo, os óculos inteligentes e aplicarmos em áreas como serviços, manufatura, saúde, varejo e segurança, abrimos uma nova experiência quase presencial para a colaboração entre os indivíduos. A cada novo objeto cotidiano lançado com tecnologia embutida, podemos extrapolar seu uso e aplicar nas mais diversas frentes”, afirma Marcelo Souccar, diretor do segmento de serviços da Totvs. Para Souccar, o equilíbrio correto entre a tecnologia, o wearable e as pessoas, tornará cotidiano e essencial. “Essa tecnologia elevará o modelo de relacionamento entre a empresa e seus clientes, quebrando barreiras e trazendo praticidade e produtividade para os envolvidos”, diz. Souccar conta que a Totvs já posANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 100 sui tecnologia para trazer seus produtos para wearables, como os QUANTO MAIS TECNOLOGIA VOCÊ CONSEGUE COLOCAR NO SEU PRODUTO FINAL MAIS INSTRUMENTOS VOCÊ TEM PARA MONITORAR A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE relógios inteligentes. “Atualmente estamos pesquisando e estudando o mercado para trazer um produto que traga a produtividade e praticidade desejada na prestação de serviços e suporte ao cliente”, informa o executivo. SAC: AVATAR DE SERVIÇO Erik Mazzei, diretor de marketing e vendas da G4, sugere que não existe mais uma diferenciação clara entre produtos e serviço. “Quase toda a cadeia de consumo está imersa em serviços. Nesse MAIOR PODER DE DECISÃO A coleta de dados como a posição geográfica e a possibilidade de sentido os dispositivos vestíveis nos manterão conectados ao principal deles: o SAC”, afirma o executivo. realizar uma videoconferência a partir desses dispositivos são ape- Segundo Mazzei, os dispositivos wearables se traduzem em no- nas dois exemplos que elevam os contact centers a um novo pata- vos meios e formas de uso e não no conceito ou na tecnologia em si. mar de interações em tempo real. O uso dessas novas tecnologias Hoje a G4 se considera inserida neste contexto, com o lançamento também está acontecendo dentro dos ambientes de atendimento. da plataforma Contact Studio Móbile, solução aplicável aos serviços Segundo Carlos Bertholdi, diretor-geral da Avaya no Brasil, os wea- de atendimento e relacionamento com o consumidor, em disposi- rables enriquecem ainda mais o contexto do cliente em cada conta- tivos móveis. “Seja qual for o formato que eles tenham no futuro”, to, permitindo obter novas informações que podem ser decisivas no frisa Mazzei. atendimento. “Os supervisores e especialistas precisam de mobilidade e não podem perder todas as informações do negócio”, ressalta. O CAMINHO MAIS FÁCIL Nesse sentido, a Avaya já disponibiliza por meio do tablet todas as A Nice avalia que a maior riqueza do wearable hoje tem a ver informações do contact center em tempo real para os supervisores e com capturar a localização do cliente. “Com isso conseguimos executivos”. Como uma série de aplicações como o Avaya CMS Mo- adicionar uma personalização muito maior na hora de fornecer bile Supervisor. “Teremos muitas novidades em breve com o lança- as soluções, tirando vantagem do fato do cliente estar utilizando mento da próxima versão do Engagement Development Plataform”, o dispositivo em movimento”, diz Ingrid Imanishi, consultora de adianta Bertholdi. soluções avançadas da Nice. Ingrid afirma que ter a dinâmica para modificar aquilo que se está ofertando de acordo com a localização do indivíduo, ou NATURALIDADE E COLABORAÇÃO: QUALIDADES QUE AINDA SE CONSOLIDARÃO a sua proximidade de estabelecimentos, ou em relação a outros Será que a forma antiga que todo mundo sempre usou para se indivíduos “será a grande contribuição dos vestíveis para o re- relacionar com o computador, escrita, toque, irá morrer? De acordo lacionamento entre empresas e clientes”. De acordo com a exe- com Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da BRQ IT Ser- cutiva, as pessoas querem soluções que facilitem a vida delas. vices, sim. Para o executivo, a tecnologia mais vital quando se fala de “Tudo que uma empresa oferecer que trouxer alguma facilida- wearable é a linguagem natural. “Cada vez mais tudo será por meio de – e a mobilidade é essencial nisso – com certeza isso vai ser de voz e você vai conversar com a máquina. Isso vai valer para com- adotado, pois o consumidor sempre vai escolher o caminho mais putadores, tablets e celulares mais principalmente para wearables”, fácil”, pontua. Ingrid adianta que a Nice está trabalhando numa garante o executivo, citando, por exemplo, a assistente pessoal da formatação de soluções para gerar alertas em diversos gadgets: Apple (Siri). “Mas a maturidade vem com o tempo. Vai demorar al- “o smartwatch é um dispositivo muito interessante para você guns anos para vermos uma empresa com tudo isso realmente fun- gerar alertas e comunicação corporativa”, revela. cionando muito bem”, pondera. 101 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES F U T U R O O EQUILÍBRIO CORRETO ENTRE A TECNOLOGIA, O WEARABLE E AS PESSOAS, TORNARÁ COTIDIANO E ESSENCIAL Guilherme Porto, CEO da Plusoft, concorda que o atendimento via wearables é um mercado que tende a ser explorado – principalmente, por ampliar os indicadores coletados durante a experiência de uso – podendo redefinir a maneira como as empresas se conectam com os seus executivos e clientes. Segundo o executivo, a Plusoft está atuando na adoção da tecnologia em duas frentes. “A primeira está direcionada ao suporte à direção, o que possibilita acompanhar as interações, evoluções de vendas, campanhas de marketing e eventuais demandas e crises, carregando no pulso os resultados da operação. E, a segunda, está relacionada com a necessidade de ampliar a conexão da empresa com seus clientes, gerando um nível nunca visto de personalização”, afirma Porto. Para ele, o produto e/ou serviço irá fazer parte do dia a dia do cliente, que atuará de forma colaborativa. “Ou seja, o cliente deixará de ser usuário e assumirá um papel de especificador e homologador do produto e/ou serviço, tornando-se um fã da empresa, por carregar a marca no pulso.” Para Carlos Louro, vice-presidente de operações da Wittel, assim como oferecer o atendimento via app apenas para estar sintonizado com novos conceitos de modernidade, cogitar tecnologia vestível para atendimento pode ainda ser um desperdício de tempo e investimento. “É necessário verificar a conveniência e aplicabilidade desta solução caso a caso, para conter excessos. Nossos fornecedores de tecnologia estão entre as empresas que investem em soluções de relacionamento e atendimento em todos os meios e canais, e a convergência dos modelos atuais para aplicativos wearables se dará de forma natural”, prevê Louro. Mesmo assim, o Gartner já prevê que os wearable impulsionarão 50% de todas as interações de aplicativos em 2017. A Intel apresentou recentemente a sua nova geração de chips voltados para este tipo de dispositivo, com o tamanho de um botão. Como podemos observar, a Internet das Coisas aliada aos vestíveis ganha gradativamente espaço na rotina do consumidor, superando obstáculos que antes dificultaram a comunicação entre empresas e clientes no último século. Embora muitas pessoas ainda prefiram os meios tradicionais para se relacionar com as companhias, a previsão é que elas obtenham cada vez mais autonomia em sua jornada de compras e de contato com uma marca por meio dos wearables. O que resta saber agora é a transformação que a entrada de mais de 130 milhões de dispositivos vestíveis no mercado irá provocar nas relações entre consumidores até 2019. Principalmente para as empresas que detêm as ferramentas de atendimento e de relacionamento com clientes. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 102 E S T U D O A BÚSSOLA DO MERCADO EM SUA 2 EDIÇÃO, O ESTUDO PANORAMA BRASILEIRO DO SETOR DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES ESTÁ AINDA MAIS COMPLETO E ANALÍTICO, UM DOS MAIS AVANÇADOS PARÂMETROS DE PERCEPÇÃO DO MERCADO DE CONTACT CENTER a POR MARCELO BRANDÃO O Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes chega a sua segunda edição. O estudo se consolida como o mais abrangente documento de análise e percepção do mercado brasileiro de contact center. Seu valor e ineditismo é fruto do trabalho realizado pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP) que, por meio de uma abordagem única de avaliação das empresas, feita pelos próprios usuários dos serviços e soluções, faz do documento uma referência para o setor. Essa metodologia exclusiva do CIP pela qual todas as empresas envolvidas avaliam umas às outras em um processo colaborativo, é responsável por revelar uma análise fidedigna desse mercado. Nele, empresas contratantes, contact centers, fornecedores de tecnologia e profissionais do relacionamento com clientes são percebidos em toda a sua cadeia de valor. “Ter esse retorno das avaliações de clientes, parceiros e usuários de serviços e soluções é essencial para as empresas de contact center. Isso permite que elas avaliem seu posicionamento e como ele é percebido pelo mercado”, explica Aline Tobal, gerente do CIP. Segundo Aline, o estudo gera uma percepção profunda das estratégias de negócios dessas empresas e se estas estão condizentes com suas diretrizes. “Isso traz um novo olhar paras as estratégias de negócios dessas empresas. Elas podem avaliar seus pontos fortes e fracos em relação aos demais players e quais oportunidades necessitam de novas configurações”, completa. A seguir, você confere as principais diretrizes para a aplicação do estudo e os critérios que, a partir do Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes, dão origem ao Prêmio Conarec. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 104 104 105105 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES E S T U D O PARTICIPANTES Na edição anterior do Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes, foram entrevistados executivos de cinco setores: bancos, telecomunicações, TV por assinatura, energia elétrica e internet. Para este ano, o CIP procurou aumentar o alcance e a representatividade do estudo. Novos setores foram incluídos: automóveis, companhias aéreas, construtoras e incorporadoras, educação, eletrodomésticos, eletrônicos, laboratórios farmacêuticos, seguros, saúde, previdência e capitalização, além de serviços financeiros e varejo (super e hipermercados, moda, eletro e e-commerce). METODOLOGIA O Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes adota uma metodologia quantitativa. Essa aplicação é capaz de quantificar o desempenho das empresas do setor a partir dos mais avançados parâmetros de avaliação de percepção e satisfação. O processo de coleta de dados é realizado entre os meses de junho e agosto de 2015 por meio da aplicação de questionários on-line. O estudo é desenvolvido com os principais contact centers e executivos da área de relacionamento com clientes dos maiores setores contratantes do Brasil. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Os contact centers desses setores foram avaliados por tipo de operação pelos maiores contratantes do país a partir de quatro critérios: Preço (custo–benefício), Qualidade, Escalabilidade e Atendimento. Analisando a avaliação dos contratantes, também foram identificados os melhores contact centers por categorias. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS CONTACT CENTERS POR CATEGORIA 1. Gestão de Operações 7 Atendimento 7 Escalabilidade 7 Envolvimento da diretoria 7 Treinamento 2. Gestão de Qualidade 7 Planejamento e monitoria 7 Entendimento das necessidades dos clientes 7 7 Ferramentas diferenciadas Capacidade de melhorias 3. Gestão de Tecnologia 7 Processos de governança 7 Velocidade de implementações 7 Infraestrutura 7 Front-end próprio 7 7 Plano de carreira Treinamento 5. Gestão de Inovação 7 Consultoria externa 7 Inovação de sistemas 7 Alternativa de melhorias 7 Inovação do canal de atendimento 6. Gestão Multicanal 7 Oferta de canais 7 Gestão de canais 7 Atendimento multicanal 7 Estrutura 7 7 7 7 7 7 7 7 Funcionalidades Facilidade de uso Desempenho Suporte técnico Integração Estabilidade Escalabilidade Preço (custo–benefício) PARCEIRO DE TECNOLOGIA Analisando a avaliação das empresas, também foi identificado o melhor Parceiro FORNECEDORES DE TECNOLOGIA Os fornecedores de tecnologia foram avaliados no estudo por modelo de solução de Tecnologia. As empresas contratantes foram avaliadas pelos principais contact centers do país. pelos principais contact centers e os maiores contratantes do País. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 7 7 7 7 4. Gestão de Pessoas 7 Campanhas motivacionais 7 Valores e culturas presentes ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 106 106 Forma de contratação Gestão de relacionamento Transparência Definição de metas ANÁLISES do critério. A questão mais aguda nesse caso é que a escalabilidade O estudo Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamen- impacta a rentabilidade do negócio para o contact center – contin- to com Clientes faz o cruzamento de dados e análises sob dois genciar uma operação para maior ou menor número de PAs é mis- aspectos: as expectativas das empresas contratantes e o que os são crítica – ao passo que para o contratante, via de regra, a escalabi- contact centers estão efetivamente entregando. Como dito an- lidade é apenas uma obrigação contratual. teriormente, essa metodologia exclusiva do CIP permite ao setor um entendimento maior de entrega de serviços e das expecta- OPERAÇÃO DE COBRANÇA E RECUPERAÇÃO 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 tivas de quem contrata um contact center. Ao final, além do estudo revelar novas oportunidades de mercado ele faz com que o próprio setor repense suas estratégias de negócios. A seguir, você confere o estudo aplicado em algumas operações. 3,9 3,5 preço Operação de SAC Nesse caso, é possível verificar que para 5,1 4,2 qualidade 4,5 4,4 4,1 3,3 escalabidade atendimento operação de cobrança e recuperação – média de avaliação operação de cobrança e recuperação – importância do critério os contratantes o critério mais importante é a qualidade do ser- Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão viço prestado. Atualmente o critério que as empresas de contact center melhor entregam é escalabilidade. No critério atendimento é possível notar que a nota da avaliação é equivalente à OPERAÇÃO DE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO importância do critério. De acordo com o CIP, isso evidencia que Nesse critério podemos observar que, no geral, há um grande a expectativa do contratante está alinhada com aquilo que ele alinhamento entre o que o contratante do serviço espera e o que ele está recebendo do contact center. está recebendo do contact center. 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 OPERAÇÃO DE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO OPERAÇÃO DE SAC 4,1 3,8 preço 5,1 4,1 qualidade 4,2 3,3 escalabidade 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 4,1 4,1 atendimento 3,7 3,1 preço operação de SAC – média de avaliação operação de SAC – importância do critério 4,4 4,0 qualidade 4,2 4,2 3,6 escalabidade atendimento Operação de retenção e fidelização – média de avaliação Operação de retenção e fidelização – importância do critério Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão OPERAÇÃO DE COBRANÇA E RECUPERAÇÃO 4,0 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão GESTÃO DE OPERAÇÕES Nesse modelo, o estudo verificou que para os contratantes o cri- Nesse ponto, o aspecto mais valorizado pelos contratantes tério mais importante é a qualidade do serviço prestado. Entretanto, é o atendimento. Atualmente o envolvimento da diretoria das o desempenho médio dos contact centers nesse caso é 18% – infe- empresas de contact centers é o critério melhor avaliado. No rior ao esperado pelos contratantes. O estudo revela que as empresas entanto, esse aspecto é o menos valorizado pelos contratantes de contact center atualmente entregam mais escalabilidade, sendo na gestão da operação. De acordo com o estudo, os contratantes esse o critério menos importante de acordo com a avaliação dos con- consideram que o treinamento é o segundo critério mais impor- tratantes. Na análise do CIP, isso representa uma oportunidade de tante nesta categoria. Porém, o estudo revela que este é o crité- mercado. As empresas que se adequar a oferta de serviços às expec- rio em que os contact centers possuem o pior desempenho. Na tativas dos contratantes, evidentemente será mais atrativa. Aqui o análise do CIP, isso alerta o setor para diversas oportunidades de atendimento e o preço possuem notas maiores do que a importância melhoria na gestão das operações dos contact centers. 107 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES E S T U O Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes adota uma metodologia quantitativa. Essa aplicação é capaz de quantificar o desempenho das empresas do setor a partir dos mais avançados parâmetros de avaliação de percepção e satisfação D O GESTÃO MULTICANAL Para uma Gestão Multicanal adequada, os contratantes entendem que os critérios mais importantes são: gestão de canais e atendimento multicanal. No entanto, é possível observar pelo gráfico que os contact centers ainda precisam melhorar esses aspectos para atenderem às expectativas dos seus clientes. GESTÃO MULTICANAL 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 GESTÃO DE OPERAÇÕES 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 4,8 4,2 preço 4,2 4,3 3,4 3,1 escalabidade envolvimento da diretoria 3,7 3,6 oferta de canais 4,6 3,9 4,4 4,5 3,6 3,6 gestão de canais atendimento multicanal 3,6 3,4 estrutura gestão multicanal – média de avaliação gestão multicanal – importância do critério treinamento Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão gestão de operações – média de avaliação gestão de operações – importância do critério Obs: Para compor essa matéria separamos as operações mais Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão relevantes. As análises completas das demais operações podem ser solicitadas junto à equipe do CIP. GESTÃO DE INOVAÇÃO PELA ÓTICA DOS CONTRATANTES Nesse caso é possível verificar que, na maioria dos critérios elen- Nesse tópico, o Panorama Brasileiro do Setor de Relaciona- cados, as necessidades dos contratantes estão sendo atendidas pelos mento com Clientes apresenta alguns dados sob a ótica dos con- contact centers. O ponto que merece maior atenção por parte dos tratantes de uma operação de contact center. Formas e canais contact centers, segundo o CIP, é a inovação do canal de atendimen- para contratação de um contact center, periodicidade de avalia- to. Pelo gráfico, percebemos que o contratante não está sendo aten- ção da qualidade dos serviços prestados, escolha de fornecedo- dido de forma adequada neste quesito. Para o contratente, inovação res de tecnologia e as razões pela troca de um contact center são do canal de atendimento é um componente muito importante na alguns dos aspectos analisados. gestão de inovação. De acordo com o estudo, os contratantes optam pelas suas escolhas de serviços de contact centers por dois modelos: Tipo de Operação (SAC, vendas ativas, cobrança), procedimento GESTÃO DE INOVAÇÃO 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 3,5 3,1 consultoria externa adotado por 68,9% dos contratantes; ou Canais de Contato 4,0 4,4 4,4 (voz, e-mail ou redes sociais), procedimento adotado por 31,1% 3,8 3,8 3,5 dos contratantes. inovação de sistema alternativa de melhorias inovação do canal de atendimento gestão de inovação – média de avaliação gestão de inovação – importância do critério Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Em relação à escolha do fornecedor de tecnologia, em 31,6% dos casos analisados pelo estudo isso é de responsabilidade da empresa contratante. Enquanto em apenas 5,3% a escolha é exclusiva do contact center. Já a responsabilidade partilhada é presente em 63,2% dos casos investigados pelo estudo. 108 Aline Tobal, genente do CIP “O estudo faz o cruzamento de dados e análises sob dois aspectos: as expectativas das empresas contratantes e o que os contact centers estão efetivamente entregando” FORMA DE CONTRATAÇÃO DE UM CONTACT CENTER RESPONSÁVEIS PELO PROCESSO DE ESCOLHA DOS FORNECEDORES DAS TECNOLOGIAS 68,9% Operação Canal de Atendimento PERIODICIDADE DE AVALIAÇÕES DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS 31,6% 63,2% Responsabilidade de ambos Responsabilidade exclusiva da empresa Responsabilidade exclusiva do contact center contratado Fonte: CIP - Centro de Inteligência Padrão 31,1% Fonte: CIP - Centro de Inteligência Padrão 5,3% RAZÕES PARA MUDAR DE CONTACT CENTER 5,4% Diariamente Mensalmente Semanalmente 109109 27,7% 14,3% 14,3% 26,9% Reclamação de clientes Qualidade não satisfatória Não cumprimento do contrato Falta de agilidade Prejuízos financeiros Fonte: CIP - Centro de Inteligência Padrão 81,1% Fonte: CIP - Centro de Inteligência Padrão 16,8% 13,5% ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES E S T U D O CONTRATANTES Na categoria Contratantes, o critério para identificação das 2015 vencedoras é a média das empresas em todos os quesitos e em todas as avaliações que recebeu. Para essas empresas não é considerado o número de avaliações. Como informa o CIP, isso é levado PRÊMIO CONAREC em consideração porque muitos contratantes utilizam um único A partir do Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento contact center, seja por uma necessidade específica (operação pe- com Clientes, o estudo dá origem ao Prêmio Conarec, o maior e quena, por exemplo) ou por confiança, cujos serviços considera de melhor reconhecimento do setor. Em sua segunda edição, os cri- excelência. térios utilizados para a avaliação dos vencedores do prêmio foram identificados pela equipe do CIP como os mais relevantes e PROFISSIONAIS DO RELACIONAMENTO Os profissionais identificados no estudo que se destacaram representativos em cada categoria. O material foi extraído a partir de entrevistas qualitativas com executivos do setor. no setor de relacionamento com clientes no último ano foram Além de avaliar cada categoria, os participantes também atri- indicados pelas próprias empresas participantes. Os executivos buíram “pesos” aos critérios determinados. De acordo com o CIP que tiveram o maior número de indicações foram considerados isso é uma forma de contribuir para o entendimento de quais são referências. De acordo com o CIP, por conta dessa metodologia de os critérios mais relevantes em cada categoria. indicação não são todos os setores do estudo que precisam apresentar um profissional de destaque. CONHEÇA OS CRITÉRIOS DE ANÁLISE DAS VENCEDORAS DO PRÊMIO CONAREC Em resumo, o Panorama Brasileiro do Setor de Relacionamento com Clientes, junto com o Prêmio Conarec, apresenta uma A fim de avaliar as empresas de forma consistente, o CIP criou oportunidade única para toda a cadeia de valor do setor repensar alguns parâmetros para garantir que não houvesse viés na análi- suas estratégias de negócios. Uma fonte fidedigna de consulta, se de seus vencedores: análise e reconhecimento. Um trabalho que preza o conceito co- 1º - Em cada categoria são identificadas todas as empresas que tiveram até metade do número de avaliações recebidas pela laborativo como fomento para a construção das melhores práticas de empresas e profissionais do relacionamento com clientes. empresa mais avaliada. Dessa forma, se na categoria Operação “Todo esse cuidado na construção da metodologia de pesqui- de SAC, por exemplo, um contact center foi avaliado por dez con- sa e análise do estudo é para obtermos os resultados que melhor tratantes, serão considerados na análise de desempenho todas as refletem o momento desse setor e dos seus profissionais”, conclui empresas que tiveram no mínimo cinco avaliações. Aline Tobal, gerente do CIP. Ao lado, você confere os vencedores por categoria do Prêmio 2º - Uma vez identificadas essas empresas, é considerada vencedora aquela que teve o melhor desempenho na categoria, Conarec 2015. ou seja, vence a empresa que obteve a maior média em todos os critérios e entre todas as avaliações que recebeu. Essa regra, segundo o CIP, aplica-se também para a identificação da categoria Contact Center do Ano. Contudo, nesse caso, o número de avaliações mínimas que a empresa precisa para concorrer é fixo: 50 avaliações. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 110 VENCEDORES – CONTRATANTES CATEGORIA EMPRESA PONTUAÇÃO Automóveis Volvo 6,0 Bancos Itaú Unibanco 5,2 Companhias Aéreas Gol 5,3 Construtoras e Incorporadoras Odebrecht 5,5 Educação Universidade Anhembi Morumbi e FMU 6,0 Eletrodomésticos Philips 6,0 Eletrônicos Motorola 6,0 Internet Uol 6,0 Laboratórios Farmacêuticos Merck 6,0 Seguros, Saúde, Previdência e Capitalização Caixa Seguros 6,0 Serviços Financeiros BV Financeira 5,5 Telecomunicações Net 5,5 TV por Assinatura Sky 5,3 Varejo E-Commerce Walmart.com 5,8 Varejo Eletro Máquina de Vendas 5,3 Varejo Moda Lojas Esplanada 6,0 Varejo Super e Hipermercados Mercadinhos São Luís 6,0 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão POR OPERAÇÃO CATEGORIA EMPRESA PONTUAÇÃO Operação de SAC AeC 4,4 Operação de Vendas Ativas Algar Tech 4,6 Operação de Vendas Receptivas Teleperformance 4,5 Operação de Cobrança e Recuperação Almaviva 4,4 Operação de Retenção e Fidelização Teleperformance 4,5 Operação de Atendimento Web Atento 4,4 Operação de Suporte Técnico AeC 4,7 Operação de Atendimento Via Mídias Sociais Atento 4,6 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão 111 ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES E S T U D O ESPECIAIS CATEGORIA EMPRESA PONTUAÇÃO Gestão de Operações AeC 4,9 Gestão de Qualidade AeC 4,5 Gestão de Tecnologia Teleperformance 4,5 Gestão de Pessoas AeC 4,9 Gestão de Inovação Teleperformance 4,1 Gestão Multicanal Teleperformance 4,1 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão VENCEDORES – FORNECEDORES DE TECNOLOGIA CATEGORIA EMPRESA PONTUAÇÃO CTI – integração computação-telefonia Avaya 4,8 DAC – Distribuidor Automático de Chamadas Avaya 4,8 Discador Preditivo Altitude 4,3 Gravação Digital Nice 4,6 Integrador de Contact Center A5 E Betta Group 4,8 Operadora de Telecomunicações Embratel 4,5 Performance Management Nice 4,8 Plataforma de Telefonia IP Avaya 4,7 Provedor de Internet Embratel 4,8 Serviço de 0800 Embratel 4,5 Software de Atendimento Oracle 4,8 Solução CRM Plusoft 4,9 Solução de Atendimento Web Plusoft 4,9 Solução de Inteligência Analítica Nice 4,6 URA – Unidade de Resposta Audível Genesys Prime 4,6 Workforce Management Ccm7 4,8 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão VENCEDORES - PROFISSIONAIS DO SETOR DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES CATEGORIA PROFISSIONAL Profissional de Bancos e Cartões Fernando Malta – Itaú Unibanco Profissional de Companhias Aéreas Rogério Nunes – Gol Profissional de Seguros Eugênio Velasques – Bradesco Seguros Profissional de Telecomunicações Ricardo Floresta – Claro Profissional de TV por Assinatura Raphael Duailibi – Sky Profissional de Contact Center Nelson Armbrust – Atento Profissional do Setor de Tecnologia Carlos E. Bertholdi – Avaya ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 112 Fonte: CIP – Centro de Inteligência Padrão A R T I G O O ATENDIMENTO AO CLIENTE NA ERA OMNICHANNEL MARCELO MENTA É COUNTRY MANAGER DA GENESYS BRASIL Antigamente, as únicas formas de as empresas fa- É evidente que a forma como as pessoas se comunicam zerem contato direto com os seus clientes eram frente está mudando e, por esse motivo, priorizar a experiência a frente ou somente por telefone, o que muitas vezes do cliente nos canais digitais não é apenas bom para os ocasionava experiências morosas e frustrantes. Com a negócios, mas mandatório. No entanto, o grande desafio é evolução da tecnologia, hoje as companhias dispõem de saber criar uma experiência única com o cliente, indepen- diferentes canais on-line de interações, como interface dente do canal de comunicação que ele prefira usar. O que muitas vezes observamos nas empresas são comu- web e mídias digitais, que têm se tornado os meios de comunicação preferenciais entre os clientes. nicações desencontradas em que os canais não se conectam e De acordo com um estudo realizado pela Economist os clientes precisam repetir as suas solicitações quando mu- Intelligence Unit (EIU), encomendado pela Genesys, as dam a ferramenta de interação. Promover uma experiência mídias sociais são umas das plataformas mais impor- do cliente ideal é estar com o cliente onde quer que ele es- tantes de atendimento, com previsão de crescimento de teja, independentemente do canal de interação, seja a web, 27% a 35%, seguida pelo atendimento on-line (de 33% a os aplicativos móveis, mensagens instantâneas ou mesmo o 39%). Outra pesquisa realizada pela Yankee Group mos- tradicional atendimento humano. Para isso, é necessário in- trou que o telefone, por exemplo, vem perdendo cada tegrar todos os canais de comunicação em uma plataforma vez mais espaço. Enquanto em 2012, 67% dos contatos omnichannel, capaz de reconhecer o cliente, enxergar onde eram realizados através do telefone e 33% estavam dis- ele está em sua jornada e antecipar o seu próximo passo. tribuídos entre os canais eletrônicos, em 2013 apenas Dessa forma, com todos os canais integrados, as empre- 22% eram feitos no atendimento telefônico, sendo que sas conseguirão fornecer serviços personalizados e asserti- houve um aumento de 21% nos canais digitais – com vos, fortalecendo o seu relacionamento com o cliente e pas- destaque especial para o crescimento dos canais de au- sando a sensação de uma marca única, independentemente toatendimento. do canal onde ele esteja. ANUÁRIO BRASILEIRO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 114