Departamento de Economia e Relações Internacionais

Transcrição

Departamento de Economia e Relações Internacionais
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Centro Sócio Econômico
Departamento de Economia e Relações Internacionais
GIOVANI CÉLIO DEGARAIS
O IMPACTO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO PARA O COMÉRCIO BRASILEIRO
Florianópolis, 2013
GIOVANI CÉLIO DEGARAIS
O IMPACTO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO PARA O COMÉRCIO BRASILEIRO
Monografia
submetida
ao
Departamento
de
Ciências
Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina,
como requisito obrigatório para a obtenção do grau de
Bacharelado.
Orientador: Dr. Ronivaldo Steingraber
Florianópolis,2013
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Centro Sócio Econômico
Departamento de Economia e Relações Internacionais
Abancaexaminadoraresolveuatribuiranota
6,5
aoalunoGiovani
Célio
DegaraisnadisciplinaCNM 5420 – Monografia, como requisito obrigatório para a obtenção do
grau de Bacharelado.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Ronivaldo Steingraber
Orientador
Prof. Dr. Arlei Luiz Fachinello
Membro
Prof. Me. João Pedro Krutsch Neto
Membro
Dedico este trabalho aos meus Pais Alceu Luiz Pertussatti e Rosalina Pertussatti, e a meu
querido irmão Geverton Pertussatti (in memorian).
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a meus pais, Alceu e Rosalina, cada um ao seu modo, não
mediram esforços para me proporcionar o direito e a oportunidade de estudar, desde o ensino
básico até a conclusão do ensino superior, sem eles nada disso teria sido possível.
Agradeço ao Professor e orientador, Dr. Ronivaldo Steingraber, pela dedicação, pela
amizade, compreensão, críticas e elogios, onde esteve sempre prontamente disposto a me
atender, sem hesitar, sobre minhas dificuldades e dúvidas, que surgiram ao longo desta
empreitada.
Aos professores do Departamento de Ciências Econômicas, que nos transmitiram
conhecimentos e compartilharam suas histórias e experiências, nos mostraram possibilidades e
caminhos possíveis a seguir, buscando passar algo a mais, além do que estava pré-determinado.
Aos servidores da UFSC em geral, pelo auxilio e suporte ao longo destes anos.
Agradeço aos amigos que, estiveram comigo durante os anos de faculdade, sejam os que
estiveram no dia a dia em sala ou pela universidade, seja os que estiveram virtualmente
presentes, me apoiando.
A Deus, que me capacitou para concluir esta etapa de minha vida.
Obrigado a todos, de coração.
“Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos
poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de
vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus
sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis”.
T. E. Lawrence
RESUMO
As tecnologias da informação e comunicação têm evoluído bastante nas ultimas décadas, e com
ela criou-se um novo método de praticar comércio. Com isso os métodos de comércio e vendas,
tiveram que se adaptarem as novas tecnologias. O comércio eletrônico surge como um novo
meio de se alcançar mercados e ambientes, onde o comércio tradicional, não conseguiria ou
seria inviável se manter. Baseado na análise de dados e pesquisas feitas pelo IPEA e CGI. Br e
a pesquisa anual do comércio (PAC), em relação ao setor empresarial e perfil de consumidor, é
possível ter uma visão melhor de como a economia esta sendo afetada pelo comércio
eletrônico, sua evolução e mudanças, dessa nova economia digital. Partindo desses estudos, e
indicadores, da América Economia, torna-se possível entender as melhorias decorrentes da
inclusão das tecnologias da informação e comunicação no ambiente digital brasileiro, bem
como a consolidação do comércio eletrônico e a sua atual fase de maturação. Também é
possível analisar a mudança no comportamento do consumidor, utilizando o comércio
eletrônico como meio de compra e não mais um simples canal de consulta de preços, e os
benefícios gerais gerados pela melhora dos meios de pagamentos.
Palavras-chave: Comércio eletrônico, Comércio Tradicional, Tecnologias da Informação e
comunicação.
ABSTRACT
Information technology and communication have evolved greatly in recent decades, and with it
created a new method of practicing trade. Thus the methods of trading and sales, had to adapt
to new technologies. E-commerce emerged as a new means of reaching markets and
environments where traditional commerce, could not or would not be feasible to maintain.
Based on analysis of data and research done by IPEA and CGI.Br and annual survey of trade
(CAP), in relation to the business sector and consumer profile, you can get a better view of how
the economy is being affected by e-commerce, its evolution and changes, this new digital
economy. Based on these studies and indicators, American Economy, it becomes possible to
understand the improvements resulting from the inclusion of information technology and
communication in the digital environment in Brazil, as well as the consolidation of electronic
commerce and its current phase of maturation. It is also possible to analyze the change in
consumer behavior, using e-commerce as a means of purchase and no more a simple
consultation channel pricing, and overall benefits generated by the improvement of the means
of payment.
Key-words: Ecommerce,
Communication.
Traditional
Commerce,
Information
Technology
and
LISTADE SIGLAS EABREVIATURAS
B2A - Relação empresa – administração.
B2B - Relação comercial entre duas empresas (business to business).
B2B2C - Relação entre empresa – empresa – Consumidor.
B2C - Relação comercial entre empresa e consumidor (business to consumer).
B2E - Relação empresa – funcionário.
C2B - Relação comercial entre empresa – consumidor.
C2C - Relação comercial entre consumidor – empresa.
C - commerce - comércio colaborativo.
CE - Comercio Eletrônico.
CGI.Br - Comitê gestor da internet no Brasil.
CETIC - Centro de estudos sobre as tecnologias da informação e da comunicação.
E-bit - Empresa que avalia e monitora e-commerce brasileiro.
E- consumidor - Clientes que fazem suas compras através da internet.
E2E - sistema formal de conexão em um mercado de trocas eletrônicas pública.
E- government - Relação governo – cidadão.
E- readiness - Índice que reflete as condições que um país oferece para o desenvolvimento do
comércio eletrônico.
IAB - Interactive advertising bureau – Brasil.
Internauta - Indivíduo que acessa a Internet.
Internet - rede mundial de computadores.
Intranet - rede de computadores privada.
LAN - são redes locais.
Loja online – Lojas que vendem seus produtos através da Internet.
M- commerce - Comércio Móvel.
Online - Como é conhecido o ambiente da rede onde se encontram os internautas.
TI - Tecnologia da Informação.
TIC - Tecnologia da informação e comunicação.
VAN - são redes particulares, que adicionam serviços de comunicação ás redes transmissoras
comuns pré-existentes.
Website - Páginas de conteúdos diversos que são encontradas na Internet.
WWW -World Wide Web, rede mundial.
LISTADE FIGURAS
Figura 1. Índice e-readiness.........................................................................................................34
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Curva de custos de produtos regulares x digitais.......................................................31
Gráfico 2.Efeitos do CE sobre os custos de transação................................................................32
Gráfico 3. Efeitos do CE sobre os custos de agência..................................................................33
Gráfico 4. Evolução do número de domínios brasil....................................................................37
Gráfico 5. Evolução do número de host Brasil...........................................................................38
Gráfico 6. Local de acesso á internet (2005 – 2011)...................................................................40
Gráfico 7. Proporção de domicílios com internet, por tipo de conexão......................................41
Gráfico 8. Proporção de empresas que possuem website(2007-2011)........................................42
Gráfico 9. Total de e-consumidores Brasil (2001 a 2012)..........................................................43
Gráfico 10. Faturamento do comércio eletrônico Brasil (2001 – 2012).....................................45
Gráfico 11.Faturamento anual do comércio eletrônico (15/11 A 23/12)...................................49
Gráfico 12. Variação do ticketmédio Brasil 2003 a 2011..........................................................50
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1. Vantagens do comércio eletrônico para empresas e consumidores...........................28
Tabela 1. Usuários por hora online.............................................................................................39
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14
1.1 TEMA E PROBLEMA......................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 16
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 16
1.2.2Objetivos Específicos ........................................................................................................ 16
1.2.3Justificativa ....................................................................................................................... 16
1.3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 19
2.1 A INTERNET ....................................................................................................................... 19
2.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO ............................................................................................... 20
2.2.1 Definição de Comércio Eletrônico.................................................................................. 20
2.2.2 Historia do Comércio Eletrônico ................................................................................... 21
2.2.3 Modelos de Comércio Eletrônico ................................................................................... 23
2.3 COMÉRCIO TRADICIONAL X COMÉRCIO ELETRÔNICO ......................................... 25
2.3.1 Vantagens do Comércio Eletrônico ............................................................................... 26
2.3.2 Desvantagens do Comércio Eletrônico .......................................................................... 29
2.3.3 Impacto Econômico do Comércio Eletrônico ............................................................... 30
2.3.3.1 Curva de Custo Médio .................................................................................................... 30
2.3.3.2 Efeito sobre Custos de Transação ................................................................................... 31
2.3.3.3 Efeito sobre Custo de Agência (administração) ............................................................. 32
2.3.3.4 Índice e-readiness ........................................................................................................... 33
3 BREVE APRESENTAÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO ............ 36
3.1 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, O AMBIENTE DIGITAL
NACIONAL ............................................................................................................................... 36
3.1.1 Domínios. Br .................................................................................................................... 36
3.1.2 Hosts .................................................................................................................................. 37
3.1.3Usuários por Horas Online .............................................................................................. 39
3.1.4 Locais de Acesso à Internet ............................................................................................ 40
3.1.5 Empresas com Website .................................................................................................... 42
3.2CONSUMIDORES ELETRÔNICOS ................................................................................... 43
3.3 EMPRESAS E O COMÉRCIO ELETRÔNICO .................................................................. 44
3.3.1 Faturamento ..................................................................................................................... 45
3.3.2 Período de Natal .............................................................................................................. 48
3.3.3 Ticket Médio .................................................................................................................... 49
4ANÁLISE DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO E AMBIENTE DIGITAL
.................................................................................................................................................... 51
4.1 ANÁLISE DO AMBIENTE DIGITAL BRASILEIRO ....................................................... 51
4.2ANÁLISE DAS EMPRESAS E E-CONSUMIDORES........................................................ 53
4.3ANÁLISE DO ÍNDICE E-READINESS .............................................................................. 55
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 60
14
1 INTRODUÇÃO
O comércio eletrônico é recente no Brasil, considerando que a inclusão das tecnologias
da informação e comunicação, foi anexada ao comércio há poucas décadas. Porém se
analisarmos desde seu inicio, veremos que o comércio é uma das atividades mais antigas da
humanidade. Ao longo dos anos, foi sendo se transformando e ganhando proporções maiores e
mais dinâmicas. Após a Revolução Industrial, houve um grande aumento na produção, através
da mecanização e da divisão do trabalho. Porem, o que se nota nessa ultima década é uma
remodelada nos modos de se praticar o comércio, que começou há alguns anos com a revolução
digital e as inovações da tecnologia da informação e comunicação, gerando possibilidades de
um ambiente digital, com grande crescimento de transações pela internet, um grande número de
usuários online e com o surgimento de compras coletivas.
Na última década houve um grande aumento dos usuários da internet no Brasil, como
destaca pesquisas do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI, 2012), bem como os incentivos
à inclusão digital e com preços mais acessíveis, tornou-se fácil adquirir ou ter acesso à rede,
segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2011). Outro fator é a
popularização no país das redes sociais que incentivam o maior uso da internet para o comércio
e, com o tempo, este se tornou um meio bem atrativo de se obter lucros. Com isso é possível
expandir as fronteiras do varejo tradicional e com isso agregar valor à empresa e melhorar o
relacionamento com clientes e fornecedores, com mais agilidade, rapidez e com um custo
menor.
A despeito disso, Albertin, (2004, p. 17), argumenta que
As tecnologias de Comércio Eletrônico não estão restritas á internet e WWW, pois também são
consideradas todas as tecnologias de mídia interativas, isto é, a combinação de um meio
inteligente e o suporte de dados em multimídia (texto, som, figuras, vídeo, etc.), conectados a
rede aberta.
Muitas empresas que já estavam fixadas no mercado tradicional há anos que utilizavam
pouco esta forma de comércio, começaram a rever seus conceitos e tiveram que se adaptar a
este grande “boom” das vendas pela internet, pois estavam perdendo espaço e clientes e era
preciso contrabalancear estas perdas. Segundo Albertin (2004) o ambiente empresarial, seja em
nível mundial ou nacional, tem passado por profundas mudanças, sendo relacionadas
diretamente a TI, na qual engloba desde o surgimento de novas tecnologias e aplicações, para
atender as necessidades do novo ambiente ou para o surgimento de novas oportunidades
15
empresariais, onde as organizações de diversos setores têm realizado significativos
investimentos em TI.
O comércio eletrônico e hoje é pauta de vários debates acadêmicos e workshops, uma
vez que a análise de mercado já não é feita como era na década de 1990 e é preciso levar vários
quesitos novos em conta, entre eles o e-commerce e suas influências para o comércio como um
todo, pois existem diversas formas de praticar este tipo de comércio, porem nem todas as
empresas o fazem corretamente ou entraram nesse ambiente digital diretamente, estas podem
ser afetadas pelas demais empresas que praticam exclusivamente o comércio eletrônico ou
agregaram este a seu negócio (comércio tradicional). Porem em vários setores, não se sabe até
que ponto o comércio eletrônico trás lucros reais, ou interfere diretamente na economia das
empresas, não indo além um simples marketing na internet, isso depende muito da maneira
como ele é realizado e implementado.
16
1.1 TEMA E PROBLEMA
A temática do presente trabalho concentra-se no estudo e análise do comércio eletrônico
brasileiro e as relações com as tecnologias da informação e comunicação e em um segundo
momento a analise do crescimento do comércio eletrônico nacional em relação ao comércio de
varejo tradicional.
Diante do apresentado, surge a pergunta de pesquisa que é: Como o uso do comércio
eletrônico tem afetado o comércio brasileiro, quais as consequências em nível nacional e para
estas empresas?
1. 2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar as mudanças ocorridas no comércio eletrônico brasileiro ao longo da última
década de 2002 a 2012.
1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar o desempenho do comércio eletrônico Brasileiro ao longo da última década de
2002 a 2012.

Analisar dados referentes às tecnologias da informação e comunicação, e as influências
no ambiente digital Brasileiro.

Caracterizar este tipo de comércio, em seus aspectos econômicos, sociais e traçar
paralelos com o comércio tradicional.

Identificar e analisar as mudanças no comportamento do e-consumidor.
1.2.3 Justificativa
A escolha do tema mostra-se bastante relevante diante das mudanças ocorridas na
última década em relação às mudanças e inovação das tecnologias da informação e
comunicação, que modificaram o modo de se fazer comércio, trazendo esta modalidade mais
recente de comércio ao meio acadêmico, uma vez que esta não pode mais ser ignorada,
17
tornando-se tema frequente de debates em diversos níveis da graduação e pós-graduação. Por
ser mais recente, última década que o comércio eletrônico surgiu com maior força, em relação
ao comércio tradicional que já tem séculos, o comércio eletrônico ainda não esta totalmente
desvendado e desmistificado e isso torna o presente trabalho importante para entender, dentro
de um contexto global, onde empresas brasileiras que o utilizam, não o fazem com clareza ou
objetividade necessária, para realmente fazer alguma diferença em seu crescimento empresarial
proporcionando lucros ou níveis de crescimento. Porém nos últimos anos, este tipo de comércio
por meio eletrônico, quando utilizado de maneira correta, tem feito varias empresas jovens, que
nasceram exclusivamente para comércio eletrônico, superarem os lucros de empresas já
consolidadas no mercado. A análise deste trabalho é de grande importância para entender certas
lacunas existentes entre esses tipos de comércios.
As mudanças oriundas do comércio eletrônico têm feito grandes empresas se
reestruturarem, para se adaptarem e não perderem espaço que antes já era consolidado
(ecommerce.org, 2012). Esta nova reorganização do comércio a nível nacional, com
possibilidades de expansão para níveis mundiais tem atraído muitos empreendedores, o que
também tem mostrado algumas mudanças em relação ao mercado de trabalho, com novas
exigências, abrindo a necessidade de um novo tipo de trabalhador mais especializado em redes
sociais ou gerenciamento eletrônico. O trabalho justifica-se pela grande potencialidade e
aplicabilidade da tecnologia na vida das pessoas e das organizações. Por se tratar de um tema
em evolução, há pontos a serem desvendados, de ordem acadêmica, que ainda precisam de uma
melhor análise.
Portanto visa-se com este estudo observar esse possível crescimento no comércio
eletrônico e explicar os motivos que o ocasionam e como as melhorias das tecnologias da
informação e comunicação interferem nesse crescimento afetando os demais setores do
comércio bem como suas empresas. O objetivo geral desse trabalho não é fazer previsões de
crescimento para o setor de comércio eletrônico, mais sim analisar e tentar encontrar gargalos e
pontos fortes que vem sendo construídos paralelamente a este crescimento, verificando quais as
ramificações oriundas deste comércio.
1.3 METODOLOGIA
O presente estudo tem por objetivo a identificação e análise do comportamento e do
desenvolvimento do comércio eletrônico, buscando inicialmente sua caracterização e inserção
no ambiente digital. Para essa caracterização e divisão será utilizado dado de material
18
bibliográfico de diversas fontes, apresentando diversos autores que estudam e pesquisam sobre
o ambiente digital, obtido através de livros, artigos, levantamento de dados, relatórios de órgãos
como O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), Interactive Advertising Bureau (IAB) Brasil, Fundação Getulio Vargas (
FGV). Além de estudos privados baseados nas variáveis que compõe este trabalho, buscando
mostrar fatos históricos e econômicos, referentes á estrutura necessária a esse ambiente digital,
bem como internet e mensurando e dividindo em categorias o comércio eletrônico, buscando
uma forma mais simples de estruturação de dados para entender melhor as mudanças no
comércio eletrônico.
Após, será apresentado um perfil das empresas brasileiras e dos usuários, para mostrar
sua estrutura e as influenciadas pelo comércio eletrônico, bem como a de inclusão de TI por
parte das empresas e análise e perfil dos consumidores, para isso serão usados dados de
pesquisas e artigos elaborados pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (CETIC. Br), que anualmente avalia as condições das empresas e de domicílios,
também dados do World Bank Institute (WBI), e de sites como e-bit que analisam desempenho
e perfil do comércio eletrônico.
Em sequência, serão apresentados dados em nível de pais, relacionando Brasil,
analisando variáveis e índices de pesquisas e estudos realizados pela América Economia,
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, World Bank Institute (WBI), referentes
ao comércio eletrônico nacional.
Por fim, será a análise de dados secundários, advindos de relatórios, arquivos, estudos
anteriores e informações coletadas em sites específicos voltado aos comércio eletrônico,
complementam os dados principais, tornando a análise mais estruturada e com uma melhor
ambientação.
19
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A INTERNET
Quando é analisado o comércio eletrônico, surge à necessidade de se entender
como este é possível e funciona nos dias atuais. Diante disto, é de suma importância
entender alguns fatos históricos que proporcionaram mudanças e deram início a este
novo jeito de se fazer comércio.
Para Hutt e Speh (2002, apud SILVA 2009, p. 15) o comércio eletrônico foi
possível com o desenvolvimento da internet que teve inicio na década de 1960 com o
projeto Advanced Research Projects Agency (ARPA) e do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos.
Veríssimo (2005, p. 11), destaca que
O comércio eletrônico não é um sonho futurístico. Ele está acontecendo agora,
comum grande número de bem sucedidas histórias. Ele está acontecendo em todo o
mundo. Embora os Estados Unidos, o Japão e a Europa sejam lideres neste processo
revolucionário, o comércio eletrônico é essencialmente de natureza global tanto em
seu conceito quanto na sua implementação.
A internet começou a ser desenvolvida, em meados de 1960, quando surgiu um
projeto militar americano surgiu a ARPANET. Alguns fatos importantes mascaram os
anos anteriores, que impulsionaram os Estados Unidos a manter suas pesquisas, pois a
década de 1960 era marcada pela tensão criada pela Guerra Fria, o conflito entre
Estados Unidos e União Soviética, atingia seu ápice e cada avanço tecnológico era visto
como supremacia. (ALBERTIN, 2004).
Em 1957, URSS lança o Sputnik, o primeiro satélite artificial terrestre, em
resposta o Departamento de Defesa Americano (DoD) forma o Advanced Research
Projects Agency (ARPA), com objetivo de estabelecer a liderança americana nas áreas
de ciência e tecnologia militar. O sucesso desse projetoatraiu diversas universidades
para fazer parte da rede e pesquisas nessa área (FONSECA & SAMPAIO, 1996).
Segundo o Ipea (2011), com a difusão do uso da internet, houve uma
contribuição decisiva para que ocorressem inúmeras mudanças organizacionais das
firmas brasileiras, especialmente nos aspectos relativos às transações comerciais das
empresas, que passaram a implementar de forma mais intensa o comércio eletrônico.
A respeito disso o IPEA (2011 p. 3), ressalta que
20
Do ponto de vista operacional, a evolução das tecnologias da informação e
comunicação (TICs), associadas à emergência de novas técnicas de logística e
gerência da cadeia de suprimentos, levou a uma revolução do processo de compra e
venda do setor varejista. Atualmente, existe um sofisticado controle do trânsito de
mercadorias, com a proliferação de mecanismos eletrônicos, como leitores de códigos
de barras e computadores nos caixas.
Com a implementação das tecnologias da informação e comunicação, por parte
das empresas, as formas de se praticar comércio varejista até então, tiveram que ser
revista, e as empresas se remodelaram, agregando este novo meio que lhes possibilitava,
novos mercados, novos clientes e maiores lucros.
2.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO
2.2.1 Definição de Comércio Eletrônico
Sobre o comércio eletrônico, Vidigal (2003, p. 38), esclarece que:
Comércio eletrônico consiste na realização de negócios por meio da internet,
incluindo a venda de produtos e serviços físicos, entregues off-line, e de produtos
digitalizados e entregues on-line, nos segmentos de mercado consumidor, empresarial
e governamental.
“O CE refere-se a qualquer forma de transação na qual as partes interagem
eletronicamente, isto é, a realização de compra e venda é feita sem contato físico
direto”. (PERIOTTO et al., 2001, p. 79).
O CE é definido por Albertin (2000, p. 15) como sendo a realização de toda
cadeia de valor dos processos de negócio em ambiente eletrônico, por meio da aplicação
intensa de tecnologia e da informação, atendendo aos objetivos de negócio.
Para Cameron (1997, apud ALBERTIN, 2004, p.15), “o CE inclui qualquer
negócio transacionado eletronicamente, onde estas transações ocorrem entre dois
parceiros de negócio ou entre um negócio e seus clientes”.
Heng (2000, p. 3), esclarece que
CE pode ser entendido como uma atividade empresarial preocupada diretamente com
o comércio de bens e serviços, além de outras atividades relacionadas com negócios
virtuais, como meio de transmissão de informações, administração de pagamentos e
comercialização de ativos financeiros.
Para Kalakota & Whinston (1997, apud ALBERTIN, 2004, p.15), o CE pode ser
definido como sendo a compra e a venda de informações, produtos e serviços através de
redes de computadores, definidos a partir de quatro perspectivas:
21

Perspectiva de comunicação

Perspectiva de processo comercial

Perspectiva de serviços

Perspectiva on-line
O comércio eletrônico analisado por essas perspectivas torna mais fácil a
compreensão e diferenciação, em relação ao varejo tradicional, onde a partir dos
conceitos destes autores apresentados, buscou-se complementar uma melhor e mais
concreta definição de comércio eletrônico, tornando as análises mais precisas e bem
detalhadas.
2.2.2 História do Comércio Eletrônico
O comércio eletrônico teve inicio na década de 1970, e eram bem mais restrita a
grandes empresas, corporações ou instituições financeiras, pois eram usadas para
transferências eletrônica de fundos. Segundo os autores, esse foi o primeiro passo, mas
quando surgiu a possibilidade de realizar troca eletrônica de dados, onde era possível a
transferência eletrônica de documentos como ordem de compras, faturas e pagamentos
eletrônicos entre organizações, isso ampliou as possibilidades do comércio eletrônico,
onde foi agregando empresas financeiras, manufaturas, de revenda e prestação de
serviços. (TURBAN & KING, 2004)
Esses primeiros anos foram de grande importância tanto no desenvolvimento da
TI, como para a estruturação e consolidação do comércio eletrônico e ampliação de suas
possibilidades. É importante olharmos a linha do tempo, desenvolvida por Money how
stuff works1 (2007, apud BATTISTI, 2007)2·, que descrever os fatos mais importantes e
descobertas em TI:
Para Turbam & King (2004), à medida que a internet foi melhorando e se
tornando mais comercial e que os usuários passaram a usar a world wide web(WWW) a
partir de 1990, a expressão e-commerce passou a ser utilizada e teve uma rápida
expansão, em grande parte devido a desenvolvimento de novas redes, protocolos,
1
Tradução para o português - própria
Retirado de http://communication.howstuffworks.com/history-e-commerce2.htm, disponível para
consulta.
2
22
softwares e especificações, sempre com aumento da motivação a competitividade e
pressão sobre os negócios.
Em 1992 J.H. Snider e Terra Ziporyn publicar Future Shop: vai mudar a forma
como fazemos compras e que nós compramos.
No ano de1994 a Pizza Hut oferece pedidos online em sua página na Internet,
surge o primeiro banco on-line abre.
Em 1995 Jeff Bezos lança Amazon.com e o primeiro comercial livre de 24
horas, somente internet estações de rádio, Radio HK e NetRadio início radiodifusão, a
Dell e Cisco começar a usar agressivamente a internet transações comerciais. A ebay é
fundada pelo programador de computador Pierre Omidyar como Auction Web.Primeiro
comércio eletrônico global AMAZON.
Em 1997 AMAZON passa a vender outros produtos (Cds, Brinquedos),
empregando mais de 17.000 pessoas.
Em 1998 os selos postais eletrônicos podem ser comprados e baixados para
imprimir a partir da web.
Em 1999 o Business.com vendido para os EUA 7,5 milhões dólares para eCompanies, que era comprado em 1997 para EUA $ 149,000.
Em 2000 ocorre o estouro da bolha pontocom.
No ano seguinte, 2002, o eBay adquire PayPal para 1,5 bilhões dólares, nicho
empresas de varejo CSN. Lojas e Netshops são fundadas com o conceito de venda de
produtos através de vários domínios alvo, em vez de um portal central.
Somente em 2003 a Amazon.com registra mensagens de seu primeiro lucro
anual.
Já em 2007 o Business.com é adquirido pelo RH Donnelley para 345.000 mil
dólares.
Em 2009 a Zappos.com é adquirida pela Amazon.com por 928 milhões dólares.
Convergência, operador de venda privada website RueLaLa.com, adquirida pela GSI
Commerce por US $ 180 milhões.
Em 2010 nos EUA o comércio eletrônico e vendas no varejo online projetado
para atingir 173 dólares bilhões, um aumento de 7 % em relação a 2009.
Nos anos de 2011, ocorre um aumento e difusão do m- commerce, socialcommerce, e compras coletivas.
23
No ano seguinte, 2012, empresas se especializam nos novos modelos comércio
eletrônico, Wallmart, investe nesse novo mercado de m-commerce, buscando ampliar
seu modelo de comércio eletrônico.
Isso mostra a evolução e consolidação do comércio eletrônico, bem como sua
constante metamorfose, onde à medida que a tecnologia evolui, vai dando novas
oportunidades para as empresas praticarem seus negócios, abrindo novos nichos de
mercados.
2.2.3 Modelos de Comércio Eletrônico
Grande parte dos consumidores pensa que comércio eletrônico significa fazer
compras online. Mas usar a Internet para fazer compras é só uma pequena parte do
universo do comércio eletrônico, o conceito em si é bem mais amplo. O termo também
se refere a transações de estoque online, compra ou download de software sem a
necessidade de ir a uma loja, entre outros. Segundo Turbam & King (2004, p. 6), os
modelos de comércio eletrônico, pela sua natureza de transação, se classificam em:

Business to Business (Empresa- Empresa) - B2B: é o tipo dominante na Internet.
Nele, a negociação é de empresa para empresa, ou seja, entre duas pessoas jurídicas. O
sistema é composto por empresas que utilizam a Internet como ambiente transacional e
busca atrair para um mesmo local todos os participantes de uma cadeia produtiva.

Business to Consumer (Empresa - Consumidor) - B2C: é a versão eletrônica da
venda a varejo. Envolve uma organização (pessoa jurídica, fornecedor) e um
consumidor (pessoa física) e geralmente envolve estratégias de pagamentos aceitas
pelas partes. Este modelo teve grande crescimento, principalmente a partir de 1995
quando a internet abriu-se para as empresas, assim como houve um crescimento
concomitante dos provedores de acesso e informação.

Consumer to Business (Consumidor - Empresa) - C2B: é a transação realizada
entre o consumidor e uma empresa, em que o fornecedor é a pessoa física e o
consumidor é a pessoa jurídica. Fazem parte deste comércio, os sites que tornam
24
disponíveis informações provenientes de pessoas físicas destinadas às pessoas jurídicas,
por exemplo, bolsas de empregos.

Consumer to Consumer (Consumidor - Consumidor) - C2C: ocorre entre os
consumidores, ou seja, as pessoas físicas são os fornecedores e os consumidores. O
exemplo mais comum é os sites de leilões em que as pessoas interessadas em negociar
um bem tornam disponíveis as informações sobre os mesmo.

Business to Administration (Empresa – Administração) - B2A: neste modelo as
organizações se relacionam com as administrações federais, estaduais ou municipais do
governo.

Business to Employee(Empresa – Funcionário) - B2E: surgiu quando as
empresas começaram a construir intranets, esses sites internos eram mais utilizados para
agilizar a comunicação e a transmissão de instruções administrativas. Agora, com o
avanço dos negócios on-line, as linhas se confundem entre a comunicação da empresa
com seus empregados e suas atividades de comércio eletrônico.

Business to Business to Consumer (Empresa – Empresa - Consumidor) -
B2B2C: modelo na qual uma empresa oferece produtos ou serviços a uma empresa que
seja sua cliente e esta por sua vez tem seus próprios clientes, para os quais o serviço ou
produto é repassado.

Móbile – Commerce (Comércio Móvel): modalidade na qual, as atividades e
transações de e-commerce são realizadas em ambiente sem fio, chamados de comercio
móvel, uma característica desse modelo é que visa indivíduos em locais e horários
específicos, muitas vezes é chamado de comercio baseado em localização, L –
commerce.

E- government (Governo – Cidadão) – G2C: modelo na qual uma unidade
governamental adquire produtos, serviços ou informações de empresas ou cidadãos, ou
em outras situações podem oferecer esses bens a tais empresas e cidadãos.
25

Exchange to Exchange – E2E: é o sistema formal que estabelece conexão, em
um mercado de trocas eletrônico e publico, na medida em que o
numero de
compradores e vendedores cresce.

C – Commerce (Comércio Colaborativo): quando indivíduos ou grupos se
comunicam ou colaboram uns com os outros online, como parceiros de negócios que
estejam em locais diferentes, podem juntos desenvolver um produto por meio de tela
compartilhada, ou criar previsão de demanda de mercado.

CE – Nonbussines (não-comercial): modelo na qual instituições não financeiras,
como as acadêmicas ( não-financeiras) , religiosas, sociais e agentes do governo,
utilizam o e-commerce para reduzir despesas ou aprimorar operações e serviços.

CE – Intranegócios (Organizacional): modelo que envolve todas as atividades
internas que envolvem a troca de produtos, serviços e informações entre diferentes
unidades e indivíduos de uma organização, essas atividades abrange desde a venda de
produtos corporativos a funcionários até o treinamento on-line ou projetos de
colaboração, normalmente é usado em intranets ou portais corporativos.
2.3 COMÉRCIO TRADICIONAL X COMÉRCIO ELETRÔNICO
O conceito de varejo pode ser definido, segundo Kotler (2000, p. 540)
todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços diretamente aos
consumidores finais para uso pessoal. Um varejo ou loja de varejo é qualquer empresa
cujo volume de vendas decorre, principalmente, do fornecimento por unidade ou
pequenos lotes. O local onde os produtos ou serviços são vendidos (lojas, rua ou
residência do consumidor) não é importante. Da mesma forma, todas as maneiras pela
qual estes bens ou serviços são vendidos estão incluídas no conceito de varejo, seja
através de venda pessoal, correio, telefone ou máquina automática.
Segundo TURBAN & KING (2004), é importante ficar atento aos fracassos que
podem surgir decorrentes de expectativas e perspectivas erradas de como executar o
comércio eletrônico e tempo de retorno de lucratividade.
Sobre o comércio eletrônico, Turban & King (2004,p. 7), alertam que
A partir de 1999 diversas empresas de comercio eletrônico, especialmente as de etailing, começaram a falir. Isso significa que o comercio eletrônico é apenas uma
moda passageira com dias contados? Não! Muito pelo contrario! O CE esta se
consolidando a medida que os investidores testam modelos e estruturas
organizacionais diferente. A maioria das empresas de CE, mesmo as gigantes como
26
AMAZON.com, ainda não tem lucros, mas estão expandindo suas operações e
gerando aumento de vendas. A expectativa era que já estariam obtendo lucros já em
2003 (A Amazon.com obteve lucro pela primeira vez no final de 2001, graças as boas
vendas de natal, embora tenha sofrido perdas durante o ano.).
Segundo, Turban & King (2004), o CE pode ser praticado de varias formas e sob
varias óticas, podendo ou não ser pela internet, mas também pelas VANs3 e LANs4.
Podemos ter uma melhor noção de como se encontram as dimensões do comercio
eletrônico, e as áreas de forte atuação e desempenho podendo perceber a distância a área
destinada ao comércio tradicional e as partes onde se encaixam o produto digital, os
produtos físicos e o produto virtual. É possível ver a sequência e dos processos físico,
digital e virtual, em seus processos e relações.
Para ALBERTIN (2004), o processo de negócio é realizado com participação de
agentes e em relação a produtos e serviços. No ambiente digital, o processo pode ser
realizado de forma digital, utilizando-se a infraestrutura de comunicação e informação
disponível, permitindo maior rapidez, flexibilidade e redução de custos.
Albertin (2004, p 67), explica que
Nesse mesmo ambiente, os agentes que participam do processo podem ser
substituídos por agentes digitais, permitindo redução de custos e maior produtividade.
O produto pode ser digitalizado, permitindo atribuir-lhe maior qualidade, adequação
as necessidades do cliente, e redução de custos. Essas dimensões podem ser
virtualizadas, só ocorrendo no momento de no momento de sua necessidade ou
realização, de forma mais livre e efetiva.
A inclusão do comércio eletrônico ao varejo tradicional pode trazer inúmeras
possibilidades, e benefícios para as empresas e também para os consumidores. A seguir
são mostradas algumas vantagens e desvantagens de se agregar o comércio eletrônico ao
modelo de negócio da empresa.
2.3.1 Vantagens do Comércio Eletrônico
Um sistema de comércio eletrônico bem planejado e implementado é capaz de
trazer inúmeras vantagens em comparação com o comércio tradicional, destacado por
diversos autores, que analisam o ambiente eletrônico, como ALBERTIN (2004),
TURBAM & KING (2004), KALAKOTA & WHINSTON (1997) CAMERON (1997):
3
VANs são redes particulares, que adicionam serviços de comunicação ás redes transmissoras comuns
pré-existentes.
4
LANs são redes locais.
27

Os sistemas de comércio eletrônico possuem como uma das principais vantagens o
aumento considerável na negociação de bens e serviços.

Existe o aprimoramento das relações com os clientes, devido à interação com os
mesmos através de linhas diretas (correio eletrônico, telefone) ou através de
propaganda e marketing no próprio site. Isto causa maior interesse e confiança por
parte do cliente, que percebe o esforço que a empresa está empregando para melhor
servi-lo.

O custo para convencer e conquistar um cliente é inferior ao custo que seria gasto
em um comércio tradicional. E conquistar a confiança do cliente é crucial para o
sucesso do comércio.

O tempo que envolve todo o processo de compra e venda e entrega do produto é
otimizado, através da racionalização dos processos e de pessoal.

Existe a redução de despesas com o transporte, armazenamento, distribuição, bem
como a redução de despesas com estoque através da automação e redução dos
tempos de processamento.

Maior competitividade com outras empresas e expansão do mercado. O
planejamento de um bom sistema de marketing e propaganda pode migrar o
mercado de atuação de locais e regionais para nacionais e internacionais, com
requisitos mínimos de capital, estoque e pessoal.

A comunicação e coordenação dentro das empresas tendem a melhorar, em função
do aumento do uso da informação tecnológica, dos sistemas de integração e da
própria rede. As tarefas são divididas de um modo mais otimizado e as áreas
profissionais tendem a ser mais definidas.

Surge um contato mais direto com os fornecedores, podendo ser feito até mesmo
através de sistemas interligados, eliminando a necessidade de representantes e
inventários e aumentando a disponibilidade de produtos para os clientes.
O Quadro 1. a seguir destaca as principais vantagens do comércio eletrônico, do
ponto de vista de empresas e consumidores.
28
Quadro 1. Vantagens do comércio
EMPRESAS
eletrônico para empresas e consumidores
Atendimento personalizado ao cliente;
CONSUMIDORES
Oferecimento de mais opções de escolha para o
comprador;
Apresentação de detalhes do item comercializado;
Redução do tempo e do custo na procura e escolha
do produto;
Queda de fronteiras globais
Ambiente globalizado do mercado, permitindo
negociações em todo o mundo onde existe
Internet;
Negociações realizadas vinte e quatro horas por Maior conveniência e rapidez nas compras;
dia, sete dias por semana.
Possibilidade de eliminar intermediários nos Aumento na escolha de produto e serviços;
canais de distribuição
Menores custos fixos para a empresa;
Acesso mais rápido às informações;
Produção e pagamento facilitados;
Preços menores;
Maior administração das informações
Maior atendimento ao consumidor;
Facilidade em atualizar informações e
Facilidade em avaliar as propagandas e promoções;
promoções nos sites;
Possibilidade de identificar novos produtos e Maior confiança (empresas pré-qualificadas);
mercados com o rastreamento das ações dos
compradores na Internet;
Aumento da vantagem competitiva;
Redução nos custos;
Redução do tempo de ciclo;
Menor barreira de entrada;
Todas as empresas podem competir ao mesmo
nível;
Melhor suporte aos distribuidores;
Maior proximidade com os parceiros com
informações em tempo real;
Agilidade nos processos empresariais;
Poder melhorar a imagem da empresa;
Fonte: O autor, com dados de ALBERTIN (2004), TURBAM & KING (2004).
Além desses benefícios e vantagens, TURBAM & KING (2004) ainda
adicionam os benefícios à sociedade, bem como melhorias no padrão de vida , onde
mesmo em regiões de interior do país ou países menos desenvolvidos, é possível
adquirir produtos e serviços, difíceis de serem conseguidos sem o uso do comércio
eletrônico. As vantagens, em relação ao mercado de trabalho5 uma vez que o mercado
de trabalho online tem um custo mais barato, seu ciclo de vida é longo, proporciona
abrangência global, atualização rápida e barata, facilidades de pesquisas por parte do
candidato são grandes, a capacidade dos empregadores de encontrar candidatos é bem
maior, surge uma maior compatibilização entre oferta e demanda, possui uma
confiabilidade alta, a velocidade de comunicação entre empregados e empregadores é
rápida, e há uma grande possibilidade para os candidatos compararem empregos.
5
Esta tabela mostra os benefícios de se praticar o mercado de empregos online, mas na próxima sessão
de desvantagens, será visto do ponto de vista do desemprego.
29
Há também os benefícios de se trabalhar em casa, ou reduzir os números de
viagens a negócios e com isso há diminuição do transito, poluição. Serviços públicos,
como de saúde, educação e assistência social, agora também podem ser oferecidos pelo
CE, com custos menores e/ou qualidades melhores. TURBAM & KING (2004 p. 15)
Essas vantagens tonam a agregação do comércio eletrônico um meio mais
interessante ao comércio e possibilita, tanto para empresas como para empregados ou
consumidores, oportunidades melhores de obter produtos e serviços, com maior
comodidade e rapidez. Com isso não há necessidade ir a alguma loja física para
comprar, ou mesmo para trabalhadores que podem trabalhar em suas próprias casas.
Isso garante uma viabilidade econômica maior para empresas que possuem varejo físico
e eletrônico, um dinamismo e abrangência global, movimentando um volume muito
maior de produtos e serviços, tornando-as economicamente mais lucrativas e com
presença maior de mercado.
2.3.2 Desvantagens do Comércio Eletrônico
A implantação de um sistema de comércio eletrônico necessita de alguns
requisitos que não são necessários no comércio tradicional. O objetivo desta seção é
ilustrar algumas desvantagens do CE, baseado na literatura de vários autores que
analisam os efeitos do comércio eletrônico, entre eles Smith, Speaker e Thompson
(2000), Nakamura (2001), Turbam & King (2004), Albertin (2012).

Atualmente, os sistemas de comércio eletrônico não permitem uma comunicação
direta e livre com os vendedores.

Diminuição da qualidade dos produtos entregues aos clientes;

Como o comércio eletrônico faz em muito dos casos o papel de intermediário e
até mesmo de vendedor, pois não é necessário ter uma pessoa para atender o
cliente face a face, as pessoas que eram responsáveis por atuarem nestas áreas,
em alguns casos, perderam o seu lugar dentro da empresa, gerando assim várias
demissões e um aumento na taxa de desemprego do país;
Apesar de todo esforço voltado para a segurança, existem ainda problemas em
torno desta questão, alguns recursos que estão sendo utilizados para garantir maior
30
segurança em compras online são criptografia, certificação digital e autenticação. O
quadro mostra alguns problemas relacionados ao comércio eletrônico, para as empresas
e para consumidores.
Entre os problemas que surgem para as empresas, destaca-se a falta de hábito do
cliente em participar de negociações eletrônicas, a desconfiança do comprador em
relação ao processo, argumentação prejudicada do vendedor, empresas devem aprimorar
seus conhecimentos em TI, problemas com sites mal desenvolvidos, informações
armazenadas podem ser vulneráveis a hackers, maior competição entre empresas, custo
de implementação pode ser alto, poucas formas de pagamento (Boleto, Cartão, DOC),
necessidade de se estabelecer a fidelidade dos clientes, alguns usuários não aceitam
pagar pelas taxas de entrega, diferenças regionais (idioma, fuso horário e moeda),
mudanças nas cadeias de suprimentos atuais, problemas com proteção intelectual,
problemas com pirataria, facilidade para os clientes mudarem de fornecedores, usuários
da web podem não representar o público alvo da empresa, a necessidade de reestruturar
processos empresariais, presença global restrita a existência de acesso a Internet.
Entre os problemas que surgem para os consumidores, destaca-se o prazo de
entrega dos produtos nem sempre é cumprido, questões de segurança, não poder tocar
ou sentir o produto, nem todos tem acesso a internet, possibilidade de sobrecarga de
informação ou sites lentos para carregar as páginas, consumidores podem ter um medo
de varejistas desconhecidos e difícil adaptação para pessoas novatas na Internet.
2.3.3 Impacto Econômico do Comércio Eletrônico
O comércio eletrônico afeta de diferentes formas as variáveis econômicas, bem
como as curvas de custo médio, curva de custos de transação, e custos de agenciamento
e administração, em comparação com o fluxo tradicional (sem CE). A seguir será
mostrado como o comércio eletrônico influência essas variáveis, tais princípios têm
origens na economia de redes e informação.
2.3.3.1 Curva de Custo Médio
31
Segundo Turbam & King (2004), a curva de custos médios de diversos produtos
e serviços tem o formato da curva em U, como é mostrado na figura abaixo, no gráfico
1.(a). Produtos regulares.
Gráfico 1. Curva de custos de produtos regulares x digitais
Fonte: Adaptado de Turban & King (2004)
Com isso, inicialmente, à medida que aumenta a quantidade, o custo médio do
produto ou serviço, vai decrescendo e à medida que o a quantidade aumenta ainda mais
o custo sobe, devido ao aumento dos custos variáveis (principalmente os custos
administrativos e de marketing) no curto prazo, quando a capacidade de produção é
fixa. (TURBAN & KING, 2004).
Porem, quando se analisa, produtos digitais, onde o custo variável por unidade é
bastante baixo (na maioria dos casos) sendo praticamente fixo, independente da
quantidade, porém como é possível notar na figura, (b) Produtos digitais, o custo total
por unidade cai na medida em que a quantidade aumenta, uma vez que os custos fixos
são diluídos (rateados) pelo numero de unidades, o que resulta em um crescente retorno
e mais vendas. (TURBAN & KING, 2004).
Isso mostra que o comercio de Produtos digitais leva uma vantagem sobre o
comércio tradicional, uma vez que este não se limita ao ponto ótimo em (a), gerando
maiores benefícios e lucros ao empresário.
2.3.3.2 Efeito sobre Custos de Transação
32
O gráfico 2. abaixo, custos de transação, relaciona o custo em relação ao
tamanho da empresa, para as curvas T1 e T2.
Gráfico 2. Efeitos do CE sobre os custos de transação
Fonte: Adaptado de Turban & King (2004)
Os custos de transação são relacionados com a condução de uma venda, onde é
analisada a situação da curva em T1, onde para a redução desse custo as empresas eram
obrigadas e expandir seu tamanho. Porém, com a inclusão do CE e a economia digital, o
que ocorre é um deslocamento da curva de T1 para T2, onde é possível conseguir baixos
custos de transação em uma empresa de porte pequeno, ou também mantê-los baixo
quando a empresa cresce. (TURBAN & KING, 2004).
2.3.3.3 Efeito sobre Custo de Agência (administração)
No gráfico 3. abaixo, Custos de agenciamento ou administração, são
relacionados os custos administrativos da empresa com o seu tamanho e complexidade.
33
Gráfico 3. Efeitos do CE sobre os custos de agência
Fonte: Adaptado de Turban & King (2004)
Pela análise das curvas, inicialmente na “velha economia”, representa por A1 e
sem CE, nota-se que os custos aumentam proporcionalmente ao tamanho e
complexidade da empresa criando uma curva mais ascendente, criando obstáculos ao
crescimento da empresa. Porém, à medida que se adiciona o CE, ocorre um
deslocamento da curva de A1 para a curva A2, onde ocorre diminuição dos custos de
agenciamento,
onde
é
possível
as
empresas
expandirem
seus
negócios
significativamente, sem necessariamente ter um grande aumento de custos
administrativos. Turbam & King (2004).
2.3.3.4 Índice e-readiness
O índice e-readiness reflete as condições que um país oferece para o
desenvolvimento do comércio eletrônico, sendo desenvolvido a partir de 23 variáveis
econômicas e tecnológicas selecionadas por sua relevância estatística, bem como por
sua importância, indicada por especialistas do setor, para o futuro crescimento do
comércio eletrônico, conforme demonstrado no diagrama abaixo. (AMÉRICA
ECONOMIA, 2012, p.8).
34
Figura 1. Índice e-readiness
Fonte: Adaptado de América Economia (2012, p.8)
Segundo América Economia(2012, apud VISA, 2012), os índices de e-readiness
através da construção de 23 variáveis econômicas e tecnológicas, selecionadas com base
em sua relevância econométrica e importância apontada pelos inúmeros especialistas da
indústria de comércio eletrônico.

Volume de mercado - população total, população entre 25 e 30 anos, PIB per
capita, usuários de internet %.

Infraestrutura Tecnológica – Telefonia Fixa, Telefonia móvel, Computadores
pessoais, Conexões Banda Larga, preço da banda larga móvel, serviços
logísticos.

Bancarização – cartões de credito, cartões de debito, caixas automáticos.

Adoção tecnológica – banda larga móvel, e-consumidores, compras pela
internet.

Poder da oferta – Poder do varejo número de varejistas, vendas online (%),
presença online, diversidade de oferta, pagamentos de impostos online.
“Esta edição do estudo trouxe também um indicador para a infraestrutura de
tecnologia logística, que mede a capacidade e a qualidade dos serviços de entrega dos
produtos vendidos online.” (AMERICAECONOMIA, 2012, p.8).
35

Para cada variável, foram utilizados dados compilados de 2001 a 2012, o que
permitiu a configuração da base populacional total, fortalecendo o modelo
estatístico.

Como diferentes unidades de medida foram usadas para os diferentes
indicadores, os dados foram reescalonados utilizando um valor referencial 1,00
para cada resultado registrado pela Espanha em 2009, de modo que a Espanha e
o ano de 2009 pudessem ser usados como modelo de referência.

Um país terá um valor maior ou menor que 1,00 dependendo de como ele está
em relação e em proporção ao indicador espanhol em 2009.
As fontes de informação deste estudo são feitas em colaboração com as
instituições do país (Brasil), que contribuíram com informações, e com os líderes dos
setores que contribuíram com suas opiniões durante a formatação e composição da
metodologia, com o Banco Mundial, Cepal, Fundo Monetário Internacional, Cisco, 3G
Américas, Alexa.com, escritórios das superintendências bancárias e as autoridades
fiscais pertinentes. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012, p.8).
36
3 BREVE APRESENTAÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO
3.1 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, O AMBIENTE DIGITAL
NACIONAL
O ambiente digital brasileiro é aonde irá acontecer e ocorrer às transações e negócios,
este irá proporcionar os alicerces para que o comércio eletrônico possa se desenvolver e ser
praticado no âmbito nacional e internacional aliado ao ambiente digital mundial.
A seguir, serão apresentados dados para a caracterização do ambiente digital Brasileiro,
bem como a evolução de algumas tecnologias da informação e comunicação. Os dados
referentes às tecnologias da informação e comunicação são baseados nos estudos feitos pelo
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br) e pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da
Informação e da Comunicação - CETIC.Br.
Sobre sua atuação e foco, o CGI.Br (1995):
(...) foi criado pela Portaria Interministerial nº 147, de 31 de maio de 1995 e alterada pelo
Decreto Presidencial nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, para coordenar e integrar todas as
iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados.
Sobre sua atuação, o CETIC.Br (2005)
(...) é o departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre
a disponibilidade e uso da Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de
políticas públicas que garantam o acesso da população às Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto socioeconômico das TICs.
Essas instituições analisam e monitoram o ambiente digital brasileiro, porém à medida
que o ambiente digital foi evoluindo, no decorrer de 2002 a 2012, os métodos de pesquisa
foram sendo implementados e melhorados, agregando variáveis, visando um melhor
entendimento deste ambiente. Por isso é imprescindível, os dados coletados por estas
instituições, para o presente estudo.
3.1.1 Domínios. Br
Segundo Sawaia (1999, p.143), o significado de domínio:
(1) Numa rede de teleprocessamento, são os recursos que estão sob o controle de um ou mais
processadores associados. (2) Os recursos da rede que estão sob o controle de serviços do
sistema (SSCP).
37
Gráfico 4. Evolução do número de domínios Brasil
3.500.000
3.098.531
2.763.360
3.000.000
2.338.849
2.500.000
Total
1.968.709
2.000.000
1.553.940
1.240.931
1.500.000
1.037.296
866.969
715.152
1.000.000
558.408
425.121
500.000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Numero de Domínios
Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br.
Pelos dados apresentados no gráfico 6. o número de domínios teve uma boa evolução ao
longo da década com uma trajetória ascendente, onde em janeiro de 2003 o numero 425.121
domínios.br e continuou crescendo em uma quantidade razoável até meados de 2008 chegando
a 1.240.931 domínios. A partir de 2008 o país obteve um salto realmente considerável no
número de domínios, chagando a 3.098. 531 em 2013. É interessante ressaltar que no país
existem outros domínios que não são “.br”, o gráfico mostra somente os domínios que são
registrados como “.br”.
3.1.2 Hosts
Segundo Sawaia (1999, p. 219), a definição de Host é:
Computador principal; hospedeiro ou “anfitrião (1) Em uma instrução ou sistema de dois ou
mais computadores, é o computador que desempenha as funções principais ou de controle. (V430) (2) Na Internet, qualquer computador que pode funcionar como o ponto de partida e de
chegada nas transferências de dados.
Para uso deste estudo, Host é, segundo e-commerce.org (2012), qualquer computador
conectado à Internet onde um site é hospedado para poder ser acessado pelos demais usuários
da rede.
38
Gráfico 5. Evolução do número de host Brasil
25.000.000
21.121.168
20.000.000
17.786.552
14.678.982
Total
15.000.000
10.151.592
10.000.000
7.422.440
5.094.730
5.000.000
3.934.577
3.163.349
2.237.527
1.644.575
876.596
446.444
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Numero de Hosts
Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br,IBOPE/NetRatings
Segundo dados das pesquisas de indicadores CETIC.Br de 2001 a 2011, em relação ao o
numero de Hosts, houve uma evolução considerável na quantidade disponível, onde os
primeiros anos analisados, mostravam números baixos, como em janeiro de 2001 o total era de
876.596, onde nessa época, a internet ainda lutava para se estabelecer entre os usuários
brasileiros, e estabelecer um ambiente digital mais favorável e com uma dinâmica maior. Os
primeiros anos após 2001 foram importantes, pois aos poucos, como vemos pelo Gráfico 5. o
numero de host começou a crescer em uma proporção consideravelmente boa, chegando a
3.934.577 hosts em 2005, e começando a ter um crescimento mais ascendente, onde o intervalo
entre 2006 a 2009, partindo de 5.094.730 hosts e chegando a um numero de 14.678.982 hosts, o
número teve seu período de maior ascendência visto no gráfico, diminuindo um pouco o
39
crescimento ao decorrer de 2009 a 2010 chegando a 17.786.552 hosts, e praticamente
estabilizando seu crescimento em 2010 a janeiro de 2011em 21.121.168.
3.1.3 Usuários por horas online
A tabela 1. , baseado nos estudos da CETIC. Br em parceria com a IBOPE/NetRatings
mostra o número de usuários por horas online, desde dezembro 2000 a junho de 2012.
Tabela 1. Usuários por hora online
MES/ANO
dez/00
jun/01
dez/01
jun/02
dez/02
jun/03
dez/03
jun/04
dez/04
jun/05
dez/05
jun/06
dez/06
jun/07
dez/07
jun/08
dez/08
jun/09
dez/09
jun/10
dez/10
jun/11
dez/11
jun/12
INTERNAUTAS
(MILHÕES)
4,9
5,5
6
7,6
7,4
7,9
8,7
11,8
10,9
11,5
12,2
13,4
14,4
18
21,4
23,7
24,5
25,6
28,5
30,5
34,8
36,8
38,2
41,4
TEMPO
(HORAS)
07:06
08:03
08:36
09:46
10:23
10:47
12:24
13:05
13:23
16:54
17:59
20:33
21:38
22:26
22:59
24:54
22:50
27:48
29:56
30:02
31:53
31:34
33:07
32:00
Fonte: O autor, com dados de CETIC. BR, IBOPE/NetRatings
Como é mostrado pela tabela 1. o número de usuário aumenta consideravelmente no
decorrer dos anos, tendo um baixo número de usuários em 2001 e passando poucas horas
online, na faixa de 5,5 milhões de internautas ativos por 8:03 horas, tendo um aumento
40
relativamente modesto nos anos seguintes, tanto em relação a número de usuários, como as
horas que os mesmo passavam online. Entre os anos de 2004 a 2008, é que ocorre o período de
crescimento mais significativo, onde o número de internautas já chega a 10,9 milhões com o
tempo de 13:23 horas online, e cresce em 2008 para 24,5 milhões de internautas com 22:50
horas, ressaltando que em dezembro 2008 há uma queda no crescimento de numero de horas
online, porem o número de internautas continua em ascendência. A partir de 2009 o número de
horas online volta a crescer, tendo seu auge em dezembro de 2011, com 38,2 milhões de
internautas conectados em 33:07 horas online, e somente em 2012 que ocorre uma leve baixa
do número de horas online para 32:00 horas, com um auge de 41,4 milhões de internautas.
3.1.4 Locais de Acesso à Internet
O gráfico 6.mostra os locais de acesso à internet entre 2005 e 2011, relacionando
acessos em domicílios, em locais de acesso gratuito (tele centros), e em lanhouse, baseado na
pesquisa anual sobre domicílios do CETIC. Br.
Gráfico 6. Local de acesso á internet (2005 – 2011)
80%
70%
69%
60%
57%
Total
50%
49%
40% 42%
40%
30%
30%
20%
40%
50%
44%
34%
28%
18%
10%
0%
47%
43%
2%
2005
3%
6%
2006
Domicílio
2007
3%
2008
LANHOUSE
4%
4%
2009
2010
6%
2011
TELECENTRO
Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br.
Segundo as pesquisas anuais da Cetic. BR (2011), o número de usuários que tem acesso
à internet em domicilio, teve um aumento relativamente grande, em relação os outros dois
locais comparados. Pelo gráfico é possível notar que as lanhouse, que tiveram um bom
41
crescimento entre 2005 e 2007 chegando ao se auge de 49% dos usuários totais de internet,
época em que a internet estava ganhando uma maior atenção e abrangência, e a acessibilidade a
computadores pessoais era mais caro e menos acessível, colaborou para esse crescimento,
porem à medida que foi ficando mais fácil e acessível, as lanhouses perderam força, e nos anos
seguintes tiveram um grande queda, chegando a 28% apenas sobre o total de usuários.
A pesquisa ainda mostra que os tele centros com acesso gratuito, que tinham uma
porcentagem baixa em 2005, de 2%, continuaram em baixa, mas com oscilações, tendo picos
de 6% do total de usuários da internet em 2007 e 2011, e quedas a 3% no ano seguinte em
2008. (CETIC.BR, 2011).
Já em relação aos acessos em domicílio, tiveram um aumento considerável, onde
inicialmente em 2005 estava com 42% do total de usuários, tiveram momentos de leve queda
de 2%, época em que houve o auge das lanhouse, mas recuperando o fôlego após 2007,
chegando a 69% em 2011.
O gráfico 7. relaciona o número de domicílios com internet, separando por tipos de
conexão, banda larga fixa, banda larga móvel, e acesso discado, entre 2008 e 2011, segundo
dados da CETIC. Br.
Gráfico 7. Proporção de domicílios com internet, por tipo de conexão
80%
70%
66%
60%
68%
68%
58%
Total
50%
40%
30%
31%
20%
20%
10%
6%
0%
18%
13%
10%
10%
1%
2008
BANDA LARGA FIXA
2009
2010
BANDA LARGA MÓVEL (3G)
2011
ACESSO DISCADO
Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br.
O gráfico 7. mostra que a Banda larga teve um crescimento de 10%, entre os anos de
2008 e 2010, estabilizando em 68% do total de domicílios com acesso a internet. Outro detalhe
42
foi à evolução da inclusão da tecnologia 3G, onde em 2008 a banda larga móvel ocupava
apenas 1% do total de domicílios com acesso a internet, tendo um crescimento para 18%. Sobre
o acesso discado, que ainda ocupava 31% do total de domicílios com acesso a internet em
2008, este teve uma queda grande, devido a sua limitação em relação às outras duas opções,
entrando em queda em 2008, e sendo ultrapassada em 2010 pela banda larga móvel, e ficando
em 10% apenas do total de domicílios com acesso a internet em 2011.
3.1.5 Empresas com Website
O gráfico 8.mostra proporção de empresas que possuem website (2007-2011), em
relação ao total de empresas que possuem acesso a internet.
Gráfico8. Proporção de empresas que possuem website (2007-2011)
70%
60%
60%
53%
50%
56%
51%
Percentual
46%
40%
30%
20%
10%
0%
2007
2008
2009
2010
2011
Empresas com WEBSITE
FONTE: O autor, com dados de CETIC. Br.
Em relação ao percentual de empresas que possuem website, houve um aumento em
relação a 2007, onde 46% das empresas em relação ao total de empresas com acesso a internet,
tinham website próprio, aumentando para 53% em 2008. Cabe destacar que em 2009 houve
uma pequena queda na porcentagem para 51%, reflexo do conturbado ano de 2008, segundo
mostram as pesquisas, porém no ano seguinte já retomou o crescimento, chegando a 60% em
2011(CETIC. BR, 2009).
43
O número de empresas que possuem website teve um crescimento considerável, uma
vez que, as novas empresas que surgem, já surgem com seu canal de vendas eletrônico
agregado, para concorrem e ampliarem sua área de atuação.
3.2 CONSUMIDORES ELETRÔNICOS
O gráfico 9. mostra a evolução do total de e-consumidores6 no país entre 2001 e 2012,
segundo registros de pesquisas realizadas pelo e-bit, e IAB Brasil.
Gráfico 9. Total de e-consumidores Brasil (2001 a 2012)
42,2
45
40
32
Total em Milões
35
30
23,4
25
17,6
20
13,2
15
9,5
10
5
1,1
2
2,6
3,4
2001
2002
2003
2004
4,8
7
0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Consumidores (Milhões)
FONTE: O autor, com dados de Ebit, IAB Brasil.
Segundo a E-BIT (2007), o número de e-consumidores cresceu consideravelmente ao
longo década, onde em 2001 o número de consumidores eletrônicos não ultrapassava 1,1
milhões, porém com o passar dos anos, e com a consolidação da internet e do comércio
eletrônico, este número foi aumentando gradativamente, chegando a 4,8 milhões em 2005, e
praticamente dobrando ao final de 2007 com 9,5 milhões. Com a inclusão de novas tecnologias
e aperfeiçoamento de novos meios de interação digital, o canal de internet passou a ser uma
figura muito importante, principalmente, por causa da quantidade de informações disponíveis,
facilidade na comparação de produtos, preços e formas de pagamento o numero de e-
6
E-consumidores, o mesmo que consumidores de produtos ou serviços online, consumidores eletrônicos
44
consumidores continuou a crescer em um ritmo maior, chegando a 23,4 milhões em 2010, e
atingindo uma quantidade de 42,2 milhões em 2012. (E-BIT, 2012).
Com o comércio eletrônico já enraizado e com bases mais solidas em 2012, começa-se a
traçar melhor o perfil desses 42,2 milhões de e-consumidores, baseado nas pesquisas da IAB
Brasil sobre o perfil do consumidor e dados registrados pela E-bit (2012), o numero de econsumidores homens e mulheres estão praticamente empatados, com ligeira maioria para o
sexo feminino com 50,1% contra 49,9% masculino, porém em relação aos novos entrantes no
setor, a diferença aumenta para 56,7% de mulheres contra 43,3% de homens.
Em relação à idade, a participação da maioria (38%) é igual, tanto para novos, quanto
para “antigos” consumidores, ficam na faixa de 35 a 49 anos. Em relação à escolaridade, os
novos entrantes, 38% está cursando o ensino médio, enquanto 29% dos consumidores mais
“experientes” esta já tem curso Superior. (E-BIT, 2012).
Sobre a renda dos e-consumidores, o setor continua fortemente abastecido pela
constante entrada da classe C, abrange a renda familiar entre R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00,
registrando 37% em relação ao total de e-consumidores, onde em relação os novos entrantes
46%, das pessoas que fizeram sua primeira compra online, possuíam faixa pertencente à classe
C.(E-BIT, 2012).
Em relação às categorias as categorias com maior volume de pedidos, o IAB Brasil
(2012) mostra que, primeiro vem os eletrodomésticos 12,4% do total, em segundo lugar
aparece moda e acessórios, cada vez mais consolidada no comércio eletrônico, com 12,2%, em
terceiro aparece, saúde, beleza e medicamentos com 12%, em quarto lugar informática com
9,1%, e por ultimo, a categoria de casa e decoração, com 7,9%.
3.3 EMPRESAS E O COMÉRCIO ELETRÔNICO
As empresas têm mudado seu modo de realizar comércio, anexando as tecnologias da
informação e comunicação a sua estratégia e modelos de negócios. A seguir serão apresentados
os números do comércio eletrônico Brasileiro, bem como alguns indicadores que buscam
melhor quantificar e qualificar o comércio eletrônico.
Os dados referentes às empresas e ao comércio eletrônico são baseados em dados,
estatísticas e estudos de varias fontes, entre elas Interactive Advertising Bureau (IAB) Brasil, ebit, centro de estudos sobre as tecnologias da informação e da comunicação - CETIC. Br.
Sobre sua função e atuação, o IAB (2006), tem como diretrizes
45
desenvolver o mercado de mídia interativa no Brasil. A associação integra uma rede
internacional de associações, que conta com representações em mais de 45 países, entre eles
EUA, Austrália, Cingapura, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Chile e México. O IAB Brasil
conta atualmente com mais de 170 filiados, entre sites, portais, empresas de tecnologia,
agências e desenvolvedoras Web, líderes em seu segmento no país.
Sobre a atuação e pesquisa, a e-bit (2012),
atua como um consultor de compras online, publicando no site www.ebit.com.br a certificação
das lojas virtuais por excelência de serviços obtida a partir das avaliações de pessoas que
efetivamente realizaram compras na internet.
A utilização de dados referentes a e-bit e também a IAB Brasil é de grande importância
para uma melhor identificação dos acontecimentos e mudanças econômicas e sociais, ao longo
de 2002 a 2012, buscando assim, uma melhor caracterização financeira e econômica das
empresas.
3.3.1 Faturamento
O gráfico 10. mostra o faturamento total do comércio eletrônico Brasileiro, segundo
dados anuais de pesquisa da e-bit e da IAB Brasil, que busca qualificar e quantificar o cenário
digital Brasileiro.
Gráfico 10. Faturamento do comércio eletrônico Brasil (2001 – 2012)
25
20%
20
Volume em Bilhões R$
26%
15
40%
18,7
30%
14,8
43%
5
0
22,5
33%
10
10,6
76%
0%
0,54
55%
0,85
39%
1,18
2001
2002
2003
48%
1,75
43%
2,5
4,4
2004
2005
2006
FATURAMENTO (BILHÕES)
Fonte: O autor, com dados de E-bit, IAB índices.
6,3
2007
8,2
2008
2009
Variação (%)
2010
2011
2012
46
O faturamento total do comércio eletrônico brasileiro teve um aumento grande em
relação aos primeiros anos do Gráfico10.Os primeiros anos entre 2001 a 2005 representaram
um faturamento baixo por parte das empresas brasileiras, tendo um volume de 0,5 Bilhões de
reais a 2,5 Bilhões. Os níveis mais baixos representavam uma época que o comércio eletrônico
estava ainda se estabelecendo no país, sendo que não era muito comercializado.
Em relação a 2001, segundo o E-bit (2001) , os e-consumidores são sensíveis à
percepção de que o Brasil está passando por dificuldades econômicas, estima-se que neste ano,
77% dos que compraram no natal de 2000, voltarão a comprar através da internet no natal
2001, e os e-consumidores que compraram online no natal do ano passado, 40% pretendem
aumentar seu ticket de compras, e 31% manterão seu ticket médio, ou seja, os e-consumidores
mudaram seus hábitos de consumo frente à situação econômica, mas continuam comprando
online.
Sobre os anos de 2001 e 2002, Saponik (apud EBIT 2002, p.3), ressalta que
muitos e-consumidores realizaram em 2001 pela primeira vez uma compra por meio da Internet,
por isso é normal que o gasto tenha sido menor. Ao longo de 2001, os compradores virtuais
foram adquirindo confiança e passaram a gastar mais.
Sobre 2002, o E-bit (2002) ressalta que, os índices de satisfação melhoraram em relação
a 2001, onde índice de satisfação aumentou de 78,8% em 2001 para 84,6% em 2002,
mostrando que o comércio eletrônico estava se fixando, aos poucos e ganhando consumidores.
Em relação a 2003 e 2004, os estudos da E-bit (2004), apontam dois fatores
responsáveis pela alta do ano, um é o maior volume de vendas, que teve um acréscimo de 35%
em relação a 2003, graças à entrada de novos e-consumidores de 2,5 mil para mais de 2,75 mil
em 2004. O segundo fator apontado pelo E-bit (2004), seria o aumento na frequência de
compras de "usuários" mais experientes, onde cerca de 12% dos e-consumidores realizaram
mais de 10 compras nos últimos seis meses, onde a média do valor gasto nas lojas ficou em R$
299,00, aproximadamente 11% acima do registrado em 2003, crescendo acima da inflação no
período.
Sobre o faturamento de 2006, houve um total de R$ 4,4 bilhões para o segmento do
comércio eletrônico, ou seja, um crescimento nominal de 76% em relação a 2005, isso equivale
à soma do fechamento anual de 2001 até 2004.
Também se registrou uma mudança na preferência do consumidor, agora focado em
produtos de maior valor agregado como eletrônicos e celulares, o valor médio anual por
compras ficou em R$ 296. Graças ao crescimento na base de e-consumidores e no aumento do
47
uso do canal, o setor eletrônico fechou o ano com seis milhões de pedidos a mais que em 2005
atingindo o resultado de 14,8 milhões de compras ao longo do ano. (E-BIT, 2006).
Em 2007, apesar do cenário conturbado para a economia Brasileira, somado a
desvalorização do dólar e o fim de reduções da taxa Selic, as ameaças de crises na indústria de
energia, o comércio eletrônico brasileiro não parou de crescer, consolidando-se no mercado
nacional. (E-BIT, 2007).
Ainda segundo o E-bit (2007), houve um crescimento nominal de 43% em relação ao
ano anterior, atingindo a cifra de R$ 6,3 bilhões faturados em vendas de produtos pela internet,
um dos motivos apontados foi o aumento do número de e-consumidores onde, registrou-se 5,6
milhões de pedidos a mais do que em 2006, de 14,8 milhões de pedidos para 20,4 milhões de
pedidos. Estes números levaram o varejo tradicional a tentar conquistar a preferência dos
consumidores através de promoções, liquidações, queimas de estoque, parcelamento em 12
vezes sem juros para compras efetuadas no carnê da loja ou em até6 vezes no cartão de crédito.
(PAC, 2010).
Ao final de 2008, houve um crescimento nominal de 30% nas vendas online em relação
a 2007, apesar de o país estar em um período de cautela devido à instabilidade econômica
mundial, principalmente a partir do 2º semestre e à acomodação natural do setor, o faturamento
do comércio eletrônico no Brasil foi de R$ 8,2 bilhões. A média em compras ficou em R$ 328,
apresentando um bom crescimento em relação a 2007, R$ 302, o que demonstra um aumento
da confiança do consumidor nas compras pela rede. Também houve retração nas compras por
impulso, o que aumento a importância os sites de buscas e comparação, na hora de comprar
seja pela internet seja no varejo, demonstrando que a internet já não é apenas uma adjuvante
para o consumidor, mas que facilita e torna mais ágeis decisões de compra, facilitando a vida
do consumidor. (E-BIT, 2008)
Em relação a 2009, o E-bit (2009) e as pesquisas da IAB Brasil (2009) mostraram que
as compras realizadas pela rede movimentaram R$ 10,6 bilhões, um aumento nominal de 30%
em relação a 2008, R$ 8,2 bilhões, o tíquete médio anual foi de R$ 335, consequência da
preferência dos e-consumidores por produtos de maior valor agregado. As datas sazonais (dia
das mães, dia dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e natal) juntas significaram para o
comércio eletrônico brasileiro um faturamento de R$ 3,35 bilhões, representando 31% de todo
faturamento do ano, sendo uma das razões principais, a retomada da economia ocorrida no 2º
semestre de 2009.
Em 2010 foram faturados R$ 14,8 bilhões o que significa um acréscimo de 40% em
relação a 2009 que registrou R$ 10,6 bilhões, novamente as datas sazonais (dia das mães, dia
48
dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e natal) tiveram uma grande importância,
somando 30% do total anual (R$ 4,5 bilhões). Já o valor médio das compras foi de R$ 373,
representando um acréscimo de 11% em relação a 2009, R$ 335. Outro ponto marcante foi o
boom das compras coletivas, onde dos e-consumidores que já compraram 82% pretendem
comprar novamente uma oferta de compras coletivas. (IAB, 2010).
No ano de 2011, o comércio eletrônico atingiu R$ 18,7 bilhões em faturamento, ou seja,
teve um aumento nominal de 26% em relação ao ano anterior, quando os ganhos chegaram a
R$ 14,8 bilhões. O número de pedidos feitos pela internet foi de 53,7 milhões, 34% a mais que
no ano de 2010, que registrou 40 milhões de pedidos via web. Outro fato marcante foi à
consolidação de duas novas datas responsáveis por forte movimentação nas venda, a “Black
Friday”, e o “Boxing Day”,que movimentaram juntos R$ 158 milhões, valor 91% maior do
que o alcançado nas mesmas data em 2010. Em relação ao ticket médio, este decaiu 6,5% em
relação a 2010, e ficou em R$ 350 em 2011. O número de consumidores de compras coletivas
chegou a 9,98 milhões, que registraram 20,5 milhões de pedidos com o ticket médio ficou em
R$ 78,35, atingindo um faturamento de R$ 1,6 bilhões. (E-BIT, 2011).
Em 2012 o comércio eletrônico somou R$ 22,5 bilhões de faturamento, um crescimento
de 20% em relação a 2011, que registrou R$ 18,7 bilhões, elevação do ticket médio no segundo
semestre de R$ 338 para R$ 346. O total de pedidos realizados pela internet foi de 66,7 milhões
em 2012, ou seja, valor 24,2% a mais que em 2011, caracterizando um aumento de demanda
por pedidos, com 10,3 milhões de novos e-consumidores, somando um total de 42,2 econsumidores. Já o setor de compras coletivas cresceu 8% em relação a 2011 faturando R$ 1,65
bilhão, e o número de ofertas adquiridas, cresceu 30% em relação a 2011 registrando 25,3
milhões de pedidos. Outro fator interessante foi o m - commerce, que em janeiro de 2012 tinha
um volume transacional de 0,8%, chegando a junho com 1,3% e registrado em janeiro de 2013
2,5%, confirmando sua consolidação no mercado nacional.O faturamento do B2C no Brasil foi
de R$ 49,7 bilhões de Reais (incluindo os R$ 22,5 bilhões faturados pelo varejo virtual em bens
de consumo). (E-BIT, 2012)
3.3.2 Período de Natal
Existem alguns períodos ou datas que são de enorme fluxo de transações em vendas,
sendo de grande importância, tanto para o varejo tradicional, como para o comércio eletrônico.
Entre as datas mais importantes, esta o dias mães, dias dos pais, dia dos namorados, e a
principal delas o período de final de ano e natal.
49
Gráfico 11. Faturamento anual do comércio eletrônico (15/11 A 23/12)
20
18,7
18
Total em Bilhões
16
14,8
14
12
10,6
10
8,2
8
6,3
6
4,4
4
2
1,18
00,204
1,75
0,284
2003
2004
2,5
0,458
0,7
2005
2006
Faturamento Periodo de Natal
1,08
1,25
2007
2008
1,63
2009
2,2
2010
2,6
2011
Faturamento acumulado do ano
Fonte: O autor, com dados de E-bit, IAB índices.
Segundo o Gráfico 11. o faturamento em períodos sazonais tem representado uma
importante parcela do total anual, e com a consolidação do comércio eletrônico, e como
aumento do faturamento anual, estes períodos específicos também aumentaram sua importância
frente ao total. O faturamento no período de natal, que em 2003 representava 204 mil R$, foi se
fortalecendo nos anos seguinte mantendo um crescimento elevado, sempre variando entre 39%
a 60% em relação ao ano anterior, de 2003 até 2007. Vale destacar que em 2008 foi o ano de
menor crescimento e variação, devido ao cenário conturbado da economia mundial, onde
registrou uma variação de apenas 16% em relação a 2007, mas retomando seu crescimento em
2009 e 2010, na faixa de 30% e 35%, um ritmo menor de crescimento e variação em relação
aos anos de 2003 a 2007, mas maior do que 2008, e vale destacar que a variação de 2011 em
relação a 2010, teve uma grande reduzida, ficando em 18%.
3.3.3 Ticket Médio
O gráfico12. mostra a evolução do ticket médio Brasil obtido no período de natal entre
15/11 a 23/12, de 2003 a 2011, segundo dados do E-bit (2012) e as pesquisas da IAB Brasil
(2012).
50
Segundo Busato (2011, p.1) “O ticket médio ou cupom médio é a divisão do valor total
vendido em um período dividido pelo total de vendas realizadas neste mesmo período”.
Gráfico 12. Variação do ticket médio Brasil 2003 a 2011
R$ 400,00
R$ 362,00R$ 370,00
R$ 350,00
R$ 346,00
R$ 350,00 R$ 315,00R$ 320,00
R$ 308,00
R$ 296,00
R$ 272,00
Valor Total em R$
R$ 300,00
R$ 250,00
R$ 200,00
R$ 150,00
R$ 100,00
R$ 50,00
R$ 0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Ticket Médio
Fonte: O autor, com dados de E-bit, IAB índices.
Segundo o gráfico 12. em relação ao ano de 2003 e 2004, vemos um pequeno aumento
do ticket médio, subindo em torno de R$ 5,00 em relação a 2003, porém em seguida cai para
R$ 272,00 em 2005, registrando seu menor valor para a época. A partir de 2005, ocorre
novamente um crescimento do ticket médio, onde somente em 2008 consegue superar os
valores de2004, registrando um total de R$346,00. O auge registrado pelo gráfico é em 2010,
chegando a R$370,00 no período, porém no ano seguinte vemos uma redução destes números
para R$ 350,00, para período de natal.
51
4
ANÁLISE DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO E AMBIENTE
DIGITAL
Este capítulo é reservado para uma análise e comparação do ambiente digital nacional,
em relação à consolidação e estrutura do comércio eletrônico brasileiro, analisando as
evoluções e melhorias nas variáveis mais relevantes descritas na sessão anterior.
4.1ANÁLISE DO AMBIENTE DIGITAL BRASILEIRO
Em relação às tecnologias da informação e comunicação, que são uma parte importante
na estrutura do ambiente digital nacional, o que se verificou foi uma melhora ao longo da
ultima década, pois os números de hosts e domínios tiveram um crescente aumento, que vai
demonstrando que à medida que novas tecnologias foram sendo agregadas, também houve uma
maior penetração da internet nos domicílios brasileiros.
Em 2000, onde ainda se buscava uma consolidação do ambiente digital, o numero de
usuários era pequeno, e essas tecnologias eram mais caras, e menos acessíveis a população, e
com isso o tempo gasto pelos usuários na internet era baixo. A partir de 2003 houve um
crescimento mais acelerado por parte das tecnologias da informação e comunicação, e com isso
começou a modificar também o ritmo de aceitação e adoção por parte população e empresas,
com uma abrangência maior, porém ainda com um custo elevado e com acessibilidade para as
classes mais altas da população.
A partir de 2005, como vimos no Gráfico 6. e Gráfico 7. A internet já era um meio
bastante procurado pela população, porém boa parte da população usuária da internet, não
possuía internet em domicilio, e boa parte dos que possuíam eram por meio de internet discada,
onde limitava bastante as buscas por produtos ou serviços que já começavam a surgir em um
numero maior, segundo dados do PAC7 anual. Em razão disso os dois anos seguintes houve a
boom das lanhouse, que chegaram a ser usadas por 49% do total de usuários da internet. Porém,
à medida que as conexões de internet passaram a ser banda larga, e começou a se tornar mais
acessível às camadas mais baixas da população, o tempo que os usuários passavam conectados
7
Pesquisa Anual de Comércio (PAC), parte integrante do Sistema de Estatísticas Econômicas do IBGE, levanta
informações referentes a pessoal ocupado, salários e retiradas, receitas, custos e despesas, entre outras,
coletadas junto a mais de 80.000 empresas. A pesquisa tem por objetivo descrever as características estruturais
básicas do segmento empresarial do comércio atacadista, varejista e dos representantes comerciais no País e
suas transformações no tempo.
52
também aumentou, o número de lanhouses começou a perder força e entrar em decrescimento.
Com esse novo cenário de maior número de usuários em domicílios e uma conexão mais rápida
aumentou-se as possibilidades e o dinamismo, tanto para as empresas que já usavam as TICs,
seja para realizar o comércio eletrônico ou para aperfeiçoar os métodos de gerenciamento e
controle, ou para o consumidor que passou a ter uma nova possibilidade de analisar preços e
comparar entre vários estabelecimentos de varejo online e o varejo tradicional.
Segundo Kotler (2000), a melhoria e inclusão das tecnologias da informação e
comunicação, aumentou significativamente o crescimento do varejo sem loja física, fazendo
com que os consumidores possam receber suas mercadorias por correios, pela televisão, pela
internet ou pelo telefone. E muitas vezes, sem taxa de entrega dependendo do valor e
quantidade de itens em uma compra.
A partir desse novo cenário digital, onde a internet já mostrava sua força de mercado e
gerava expectativas de alcançar consumidores a um nível maior e mais amplo, boa parte das
empresas que tinham acesso à internet passou a ter seu próprio website, onde em 2007 eram
46%, e nos anos seguintes mantiveram o crescimento, tendo uma pequena queda com o cenário
econômico conturbado no período de 2008 e 2008. Porém mesmo assim mantiveram-se acima
de 51% do total de empresas com website. Outro ponto a ser destacado que nesse período de
2009 a 2009, segundo a PAC, as empresas que ofereciam, tanto os pagamentos online, como os
carrinhos de compras apresentaram uma queda considerável, tendo uma breve melhora, porem
ainda sem voltar aos percentuais de final e 2007.
Em relação às conexões, em 2008 representa a inclusão das tecnologias 3G, que em 4
anos atingiram 18% do total das conexões, superando na segunda metade de 2010, o numero de
conexões discada, e sendo acompanhada pela crescente do numero de banda larga fixa, o que
configura um ambiente digital mais favorável ao comércio, com maior dinamismo, com uma
maior penetração nos domicílios. Porem essa nova situação, trouxe junto uma serie de
complicações e problemas, que ao longo da década, à medida que se avançava nas tecnologias
e se alcançavam um total de usuários maior, os crimes e problemas gerados na rede, também
aumentaram proporcionalmente à essa difusão.
O ambiente digital brasileiro, como se observou nas variáveis analisadas, esteve em
constante mudança ao longo da década, num primeiro momento buscando uma maior
abrangência e uma melhora por parte da internet, em outros agregando novas tecnologias como
a 3G, e velocidades maiores de banda larga fixa. Porém é relevante destacar que o Brasil é um
país em desenvolvimento, e mesmo com esta melhora e inserção de novas tecnologias, este
encontra-se em um nível aquém de países desenvolvidos,na qual possuem uma penetração
53
maior das TICs, e com valores mais acessíveis para serviços de melhor qualidade, e em muitos
países, gratuito como o caso da internet wireless em locais de maior movimentação pública,
segundo as pesquisas da OECD.
4.2
ANÁLISE DAS EMPRESAS E E-CONSUMIDORES
Em relação às empresas, foi observado que o faturamento do comércio eletrônico
Brasileiro teve altas taxas de crescimento ao longo da década, sendo que os primeiros anos
ainda movimentavam um volume baixo em relação ao comércio tradicional, e parecia pouco
expressivo. Porém à medida que os anos foram passando, e foi incluídas novas tecnologias da
informação e comunicação, o fluxo de varejo virtual começou a crescer e se expandir em níveis
altos.
Com esse novo cenário, onde a inclusão do comércio eletrônico, como visto no Gráfico
3.diminuía os custos de agenciamento e administração, bem como as estruturas de custo,
relacionamento com terceiros e clientes, tornou o comércio eletrônico uma importante
ferramenta de venda, para empresas que buscam diferentes formas de crescimento em seus
mercados, oferecendo a estas uma excelente oportunidade sobre os canais de venda
tradicionais, tornando-os globais e sem necessariamente estarem presos aos horários de
comercialização e datas, como fins de semanas e feriados. Outro ponto destacado foi que no
comércio eletrônico, as empresas conseguem realizar as suas atividades comerciais com custos
muito mais baixos e podem customizar produtos, serviços e informações, de acordo com cada
perfil de cliente, e caso seja produtos digitais, o custo caem ainda mais em relação a produtos
tradicionais.
Porém, embora aparentemente as novas tecnologias melhorem o desempenho
econômico e o bem-estar das populações utilizadoras, segundo a OCDE a ligação entre as TIC
e a generalização do progresso da produtividade ao conjunto da economia tem sido claramente
menos perceptível. Segundo um estudo realizado pelo IPEA (2011) possível afirmar que a
adoção de comércio eletrônico contribui positivamente para a produtividade das firmas
comerciais brasileiras, tanto para os casos das que o têm quanto para as que não o têm.
Segundo dados do IAB Brasil e pesquisas do IBGE, o número de empresas que
realizam somente comércio eletrônico cresceu consideravelmente nos últimos 5 anos, pela
facilidade de se abrir uma empresa e o baixo custo de ser virtual, porem como é destacado pelo
IAB Brasil, isso também aumentou o número de empresas que quebraram ao longo desse
período, caracterizando um cenário na qual a barreira de entrada é baixa, mas a competitividade
54
e o falto de preparo por parte dos novos entrantes, acabaram resultando em um curto período de
vida da empresa.
Segundo Albertin (2002, p. 105),
Os novos mercados eletrônicos não são mercados de oferta e demanda única, nem são
administrativamente operados por processos hierárquicos de tomada de decisão. Os mercados
eletrônicos combinam facilidades de tomada de decisão administrativa com preços de mercado.
Outro fator relevante que se observou foi que, em épocas específicas do ano como o
natal, ou época de dias dos pais, dias das mães, namorados, e dia das crianças, que geralmente
são de grande fatura por parte do varejo tradicional, são também de grande importância para o
comércio eletrônico, e mesmo em épocas como 2008 e 2009, que os e-consumidores estava
mais cautelosos, a confiança no comércio eletrônico manteve-se. Como resultado o Ticket
médio , não diminuiu, mantendo seu crescimento desde 2005 até 2010, caindo R$20,00 em
2011, fechando em R$350,00.
Esse crescimento, tanto do ticket médio, como do faturamento, são reflexos da aceitação
por parte dos consumidores ao comercio eletrônico, no decorrer da década.
Segundo Kotler (2000 – p.58), a satisfação do consumidor consiste “na sensação de
prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido
de um produto em relação às expectativas do comprador.”.
Embora o número de e-consumidores tenha aumentado a taxas elevadas ao longo da
década, seu perfil foi moldando-se com o tempo, e hoje é possível analisar melhor esse perfil
do consumidor, sendo possível entender melhor alguns pontos como o nível de renda e classes
sociais que são mais economicamente ativas no comércio eletrônico nacional.
Sobre as classes sociais, percebeu-se que os usuários menos favorecidos
economicamente, que acessam principalmente fora da residência ou do trabalho, são
exatamente os que passam menos tempo na internet, diminuindo sua exposição, adotam menos
instrumentos de segurança, como antivírus ou firewall, por isso podem na verdade ter passado
por problemas de segurança sem o saber. Outro ponto a destacar é pesquisa TG.net do IBOPE
(2010) demonstra também uma qualificação no nível de renda entre os consumidores online,
com crescimento vertiginoso da classe C, o perfil dos compradores online, tem como classe
social de predominância: AB. Respondendo por 61% dos consumidores online, ante os 31% da
classe C e 4% das 50 Classes DE.
Em relação aos carrinhos de compras, há uma tendência que é a não efetivação da
compra pelo cliente, esse abandonado pode ser dado em diferentes momentos do processo de
55
compra no site, mas a maior parte dos consumidores que não efetivam a compra, pois
simplesmente entram no site para fazer pesquisa de preços somente.
Segundo CATALANI (2006), quando o meio de pagamento não é imediato, o número
de arrependimentos nas compras sobe muito e várias vendas são perdidas, e quanto mais o
consumidor tiver a chance de pensar duas vezes, maior a possibilidade de desistência da
compra.
Segundo o IPEA (2011) o número de horas alocadas para uso da internet também
apresenta um impacto positivo sobre a probabilidade de consumo online, porém, destaca-se que
a quantidade de horas navegadas pela internet tem um efeito marginalmente decrescente sobre
a probabilidade de consumo online.
Com isso verificou-se que, os consumidores estão cada vez mais se tornando menos
reticente ao mercado online e diversificando suas compras, dado a primeira categoria em
volume de compras (livros e assinaturas de revista e jornal) terem um valor mais baixo que o
ticket médio, como apresentado em 2011.
Esses fatores, somados a um mercado virtual mais dinâmico nos últimos 5 anos, e a um
crescente número de e-consumidores, ajudam a explicar a crescente trajetória do comércio
eletrônico ao longo da década, e o crescimento do seu faturamento, porem é valido ressaltar
que o comércio eletrônico assim como o ambiente digital está em constante aperfeiçoamento
como foi apresentado, e é necessário que estas mudanças sejam acompanhadas de perto por
analistas e gestores das empresas, buscando sempre identificar o e-consumidor e suas
preferências que estão em constantes mudanças.
4.3
ANÁLISE DO ÍNDICE E-READINESS
O desenvolvimento do comércio eletrônico de um país depende de uma série de
variáveis, que podem ser sintetizadas para análise, em cinco grandes dimensões: o potencial da
demanda, a infraestrutura tecnológica, a penetração dos diferentes meios de pagamento, a força
da oferta e a velocidade com que as tecnologias são adotadas pelos consumidores.
Em 2012 o índice e-readiness do Brasil marcou1,24 superando a Espanha, país de
referência da pesquisa, em vários indicadores, porém é simplesmente o tamanho de sua
população e seu crescimento econômico que mais influenciam sua alta pontuação geral.
Referente à infraestrutura, apesar de ter um preço de banda larga (US $ 16 mensais) abaixo da
média latino- americana (US $ 26), e com um custo de vida mais alto, a penetração desse
56
serviço ainda é muito baixa, de apenas 84,6 conexões por mil habitantes, abaixo da média
regional de 87,5. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012).
O que percebeu é que índice alto para o Brasil deve-se a introdução das variáveis
logísticas na pesquisa, uma vez que o Brasil tem uma boa rede de players no setor, com
serviços que se caracterizam por entregas em bom estado, mesmo quando ainda há tarefas
pendentes na área de logística reversa, em trocas e devoluções. Porém vale-se destacar que
ainda é preciso melhorar os players de logística e infraestrutura para se adequar ao tamanho e
nível do comércio eletrônico nacional.
Em relação ao estudo que mede o quanto um país está preparado para transformar a
internet em um canal de vendas efetivamente capaz de atingir os consumidores. No Brasil a
capacidade cresceu 31% durante 2010 e 2011, os pontos avaliados para determinar o bom
resultado foram volume de mercado, infraestrutura tecnológica, penetração dos serviços
bancários, adoção de novas tecnologias pelos consumidores e força da oferta local. (IAB
BRASIL, 2012)
Este momento de crescimento na qual o comércio eletrônico Brasileiro passa, é
explicado em boa parte, pelo aumento do uso dos meios de pagamento eletrônicos, como os
cartões de crédito e débito, no lugar de transferência e boleto bancários. Segundo dados da EBIT (2012), o cartão de crédito se posiciona como a principal escolha do consumidor que
compra pela internet, registrando 73% dos pagamentos realizados (devido principalmente à
possibilidade de parcelamento), seguido pelo boleto bancário (18%) e outros (8%), isso mostra
que a utilização de meios de pagamento eletrônicos é a maneira preferida do consumidor online
e esta utilização pode ser cada vez maior, pois é percebida como uma maneira prática,
conveniente, e segura de realizar compras.
Os benefícios dos meios pagamentos no comércio eletrônico não são somente ao
consumidor, dados da América Economia mostram que essa forma de pagamento gera
benefícios a todas as partes envolvidas, como lojistas, instituições financeiras e governo,
impactando de maneira positiva a economia do um país. O impacto dos meios eletrônicos de
pagamento na economia, mostra que o uso de cartões de crédito e débito acrescentou 51,3
bilhões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, entre 2008 e 2012.A conclusão é
que, a partir do momento em que o cartão de débito seja amplamente aceito na internet, o
comércio eletrônico crescerá na mesma medida. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012)
Esse crescimento do índice e-readiness colaboram para explicar as taxas altas de
crescimento do comércio eletrônico nacional, e seu faturamento crescente na ultima década, e
também mostrar que mesmo com índices favoráveis, ainda existe uma grande concentração por
57
parte das classes médias e altas, configurando assim um alto crescimento com inclusão desigual
por parte das classes sociais.
58
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A evolução das tecnologias da informação e comunicação possibilitou novos meios de
praticar o comércio, porem o que se verificou foi que no decorrer da ultima década houve além
do melhoramento desses meios, uma inserção de novas tecnologias. Essas inovações
ocasionaram mudanças nas estratégias e modelos existentes, mostrando que assim como a
tecnologia da informação evolui rapidamente, o comércio eletrônico precisa se adaptar
rapidamente as mudanças, para continuar seu crescimento, agregando essas novas tecnologias.
Outro ponto a ser destacado foi à evolução Brasileira, agregando as inovações em TI que
surgiram ao longo da década, porém ainda é preciso melhorar muitos setores, como
distribuição, logística, e infraestrutura, para que o comércio eletrônico consiga fluir de maneira
mais rápida e melhor, para atingir um numero maior de usuários, gerando mais receitas e
lucros.
Sobre o comércio eletrônico, verificou-se que este tem influenciado o comércio de um
modo geral, uma vez que a inclusão das TICs modificou a maneira de praticar o comércio e as
transações, e ao longo da década ganhou força e espaço. O comércio eletrônico Brasileiro
passou pela sua fase de consolidação como foi apresentado, e chega agora numa fase de
maturação, onde o modo como será aplicado pelas empresas, bem como estratégias e
planejamento, determinara seus rendimentos e alcances uma vez que, o foco será a conquista de
e-consumidores veteranos.
Os benefícios do decorrente do comércio eletrônico, ainda que modestos, se mostraram
abrangentes, seja para a população em geral, como preços menores ou promoções e
comodidade em comprar a qualquer hora ou momento, e até para empresas do varejo
tradicionais, comoos meios de pagamentos eletrônicos.
Em relação aos e-consumidores, estes cresceram bastante ao longo da década 2002 a
2012, e houve um amadurecimento, onde deixaram de ver a internet como um simples canal de
consulta de preço, para usá-la o meio de compra efetiva, aumentando as possibilidades para o
varejo tradicional. Porém, ainda é preciso que o comércio eletrônico seja mais difundido entre
as classes sociais Brasileiras, uma vez que atingem na maior parte as camadas medias e altas.
Como desafios enfrentados na realização do presente trabalho, é válido citar a falta de
dados em relação aos primeiros anos do comércio eletrônico em relação às empresas. A
escassez de dados também se refere aos períodos analisados, restringindo-se em determinados
momentos há anos, sem dados mensais ou trimestrais. Outro fator que dificultou a pesquisa foi
59
à falta de uma padronização nas pesquisas, por parte dos órgãos responsáveis, uma vez que o
comércio eletrônico é recente. Os índices de analises ainda precisão se aperfeiçoar e evoluir,
para uma maior abrangência, qualificação e quantificação dos índices do comércio eletrônico.
A partir da realização deste estudo, observou-se que existem outras análises possíveis
acerca do comércio eletrônico: a primeira sugestão é de que seja estudado mais detalhadamente
o perfil do consumidor em relação aos tipos de comércio eletrônico, tornando a pesquisa mais
detalhada e relacionando os tipos de comércio eletrônico que geram maior impacto para a
economia nacional. A segunda e última sugestão é analisar o contexto Latino Americano,
estendendo a pesquisa aos demais países da região para se traçar um perfil do comércio
eletrônico em relação aos países desenvolvidos.
60
REFERÊNCIAS
ALBERTIN, A.L. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua
aplicação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
ALBERTIN, A. L.; MOURA, M. M. Comércio Eletrônico: seus aspectos de segurança
e privacidade. Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 2, p. 40-74.
ALENCAR, J. A. et al. Taxonomia de sites de varejo: uma proposta a partir do estudo
dos supermercados no Brasil. XXXVII CLADEA – Congresso Latino-Americano de
Escolas de Administração. Porto Alegre. Brasil. 2002.
AMÉRICA ECONOMIA . E-readinessstudy 2012. disponível
em:<http://www.americaeconomia.com/> acessado em 5 de maio de 2013.
BATTISTI. Ecommerce. Disponível
em:<http://battisti.etc.br/unialfa/ecommerce>acessado em 20 de maio de 2013.
BUSATO, LORENZO. Indicadores de Vendas 1 - ticket Médio. Disponível em:
<.http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/indicadores-de-vendas-1-_ticket-medio-18552/artigo/>Acesso em 02 de maio de 2013.
CAMERON, D. Electronic Commerce: The New Business Platform of the Internet.
Charleston: Computer Technology Research Corp, 1997.
CATALANI, L; KISCHINEVSKY, A; RAMOS, E; SIMÃO, H. Ecommerce.
2ª Edição Revisada. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
CGI.Comitê Gestor da Internet no Brasil. Disponível em
<http://www.cgi.br/publicacoes/index.htm>acessado em 14 de maio de 2013.
CNM/COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA. Roteiro para elaboração de Projeto
de Monografia. Florianópolis: Departamento de Ciências Econômicas/Coordenação de
Monografia, 2007. Disponível em: http://www.cse.ufsc.br/~gecon/ Acessado em:
12/03/2013.
COSTA, GCG. Negócios Eletrônicos: uma abordagem estratégica e gerencial. Curitiba:
IBPX, 2007.
61
CETIC.Br. Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação. Disponivel em: < http://www.cetic.br/pesquisas-indicadores.htm>
acessado em 10 de abril de 2013.
DIAS, MAP. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4ª Ed. São Paulo:
Atlas, 1996.
DRUCKER, P. O futuro já chegou. Revista Exame, ano 34, n. 6, p. 112-126, março,
2000.
EBIT. Marketing online - informações de comércio eletrônico - pesquisa e usabilidade.
a
Evolução do comércio brasileiro 2000-2012. 26 ed. relatório Web Shoppers. Agosto
2012. Disponível em: <http://www.ebitempresa.com.br>. Acesso em fev. 2013.
HENG, MSH. Understanding electronic commerce from a historical perspective.
Research Memorandum, no. 2000-38, Dec. 2000.
IBGE. Pesquisa Anual do comércio. Rio de Janeiro, v. 22, p.1-165, 2010.
IPEA. Os efeitos do e-commerce na produtividade das firmas comerciais no
brasil.Disponívelem<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&vi
ew=article&id=9757.>acesso em 02 de março de 2013
IPEA. Vendas online no Brasil: uma analise do perfil dos usuários e da oferta pelo
setordocomercio.Disponívelem<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/co
municado/110602_comunicadoipea95.pdf.> acesso em 02 de março de 2013
KALAKOTA, R; WHINSTON, A. Electronic Commerce: a manager’s guide. New
York: Addison-Wesley, 1997.
KOTLER, P. Administração de marketing. 10 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
MOONTEIRO, AR. A Internet como Ferramenta Estratégica para a Criação de
Valor .2009.Disponível em:<http://www.unaerp.br/sici/en/edicoesanteriores/doc_view/102-a-internet-como-ferramenta-estrategica-para-a-criacao-devalor?tmpl=component&format=raw>Acesso em 02 de maio de 2013.
62
SIEGEL, D. Futurize sua empresa. Tradução de Bazán Tecnologia e Lingüística. São
Paulo: Futura, 2000.
SMITH, R.; SPEAKER, M.; THOMPSON, M. O mais completo guia sobre ecommerce. São Paulo: Futura, 2000.
TURBAN, E. KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
VIDIGAL, M. T. E-Marketing: o marketing na internet, com casos brasileiros. São
Paulo: Saraiva, 2003.
ZILBER, SN. Fatores críticos para o desenho e implantação de e-business por
empresas tradicionais. 2002. Tese (Doutorado em Administração) - Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2002.