Departamento de Economia e Relações Internacionais
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Departamento de Economia e Relações Internacionais
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Centro Sócio Econômico Departamento de Economia e Relações Internacionais GIOVANI CÉLIO DEGARAIS O IMPACTO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO PARA O COMÉRCIO BRASILEIRO Florianópolis, 2013 GIOVANI CÉLIO DEGARAIS O IMPACTO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO PARA O COMÉRCIO BRASILEIRO Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharelado. Orientador: Dr. Ronivaldo Steingraber Florianópolis,2013 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Centro Sócio Econômico Departamento de Economia e Relações Internacionais Abancaexaminadoraresolveuatribuiranota 6,5 aoalunoGiovani Célio DegaraisnadisciplinaCNM 5420 – Monografia, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharelado. Banca Examinadora: Prof. Dr. Ronivaldo Steingraber Orientador Prof. Dr. Arlei Luiz Fachinello Membro Prof. Me. João Pedro Krutsch Neto Membro Dedico este trabalho aos meus Pais Alceu Luiz Pertussatti e Rosalina Pertussatti, e a meu querido irmão Geverton Pertussatti (in memorian). AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a meus pais, Alceu e Rosalina, cada um ao seu modo, não mediram esforços para me proporcionar o direito e a oportunidade de estudar, desde o ensino básico até a conclusão do ensino superior, sem eles nada disso teria sido possível. Agradeço ao Professor e orientador, Dr. Ronivaldo Steingraber, pela dedicação, pela amizade, compreensão, críticas e elogios, onde esteve sempre prontamente disposto a me atender, sem hesitar, sobre minhas dificuldades e dúvidas, que surgiram ao longo desta empreitada. Aos professores do Departamento de Ciências Econômicas, que nos transmitiram conhecimentos e compartilharam suas histórias e experiências, nos mostraram possibilidades e caminhos possíveis a seguir, buscando passar algo a mais, além do que estava pré-determinado. Aos servidores da UFSC em geral, pelo auxilio e suporte ao longo destes anos. Agradeço aos amigos que, estiveram comigo durante os anos de faculdade, sejam os que estiveram no dia a dia em sala ou pela universidade, seja os que estiveram virtualmente presentes, me apoiando. A Deus, que me capacitou para concluir esta etapa de minha vida. Obrigado a todos, de coração. “Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis”. T. E. Lawrence RESUMO As tecnologias da informação e comunicação têm evoluído bastante nas ultimas décadas, e com ela criou-se um novo método de praticar comércio. Com isso os métodos de comércio e vendas, tiveram que se adaptarem as novas tecnologias. O comércio eletrônico surge como um novo meio de se alcançar mercados e ambientes, onde o comércio tradicional, não conseguiria ou seria inviável se manter. Baseado na análise de dados e pesquisas feitas pelo IPEA e CGI. Br e a pesquisa anual do comércio (PAC), em relação ao setor empresarial e perfil de consumidor, é possível ter uma visão melhor de como a economia esta sendo afetada pelo comércio eletrônico, sua evolução e mudanças, dessa nova economia digital. Partindo desses estudos, e indicadores, da América Economia, torna-se possível entender as melhorias decorrentes da inclusão das tecnologias da informação e comunicação no ambiente digital brasileiro, bem como a consolidação do comércio eletrônico e a sua atual fase de maturação. Também é possível analisar a mudança no comportamento do consumidor, utilizando o comércio eletrônico como meio de compra e não mais um simples canal de consulta de preços, e os benefícios gerais gerados pela melhora dos meios de pagamentos. Palavras-chave: Comércio eletrônico, Comércio Tradicional, Tecnologias da Informação e comunicação. ABSTRACT Information technology and communication have evolved greatly in recent decades, and with it created a new method of practicing trade. Thus the methods of trading and sales, had to adapt to new technologies. E-commerce emerged as a new means of reaching markets and environments where traditional commerce, could not or would not be feasible to maintain. Based on analysis of data and research done by IPEA and CGI.Br and annual survey of trade (CAP), in relation to the business sector and consumer profile, you can get a better view of how the economy is being affected by e-commerce, its evolution and changes, this new digital economy. Based on these studies and indicators, American Economy, it becomes possible to understand the improvements resulting from the inclusion of information technology and communication in the digital environment in Brazil, as well as the consolidation of electronic commerce and its current phase of maturation. It is also possible to analyze the change in consumer behavior, using e-commerce as a means of purchase and no more a simple consultation channel pricing, and overall benefits generated by the improvement of the means of payment. Key-words: Ecommerce, Communication. Traditional Commerce, Information Technology and LISTADE SIGLAS EABREVIATURAS B2A - Relação empresa – administração. B2B - Relação comercial entre duas empresas (business to business). B2B2C - Relação entre empresa – empresa – Consumidor. B2C - Relação comercial entre empresa e consumidor (business to consumer). B2E - Relação empresa – funcionário. C2B - Relação comercial entre empresa – consumidor. C2C - Relação comercial entre consumidor – empresa. C - commerce - comércio colaborativo. CE - Comercio Eletrônico. CGI.Br - Comitê gestor da internet no Brasil. CETIC - Centro de estudos sobre as tecnologias da informação e da comunicação. E-bit - Empresa que avalia e monitora e-commerce brasileiro. E- consumidor - Clientes que fazem suas compras através da internet. E2E - sistema formal de conexão em um mercado de trocas eletrônicas pública. E- government - Relação governo – cidadão. E- readiness - Índice que reflete as condições que um país oferece para o desenvolvimento do comércio eletrônico. IAB - Interactive advertising bureau – Brasil. Internauta - Indivíduo que acessa a Internet. Internet - rede mundial de computadores. Intranet - rede de computadores privada. LAN - são redes locais. Loja online – Lojas que vendem seus produtos através da Internet. M- commerce - Comércio Móvel. Online - Como é conhecido o ambiente da rede onde se encontram os internautas. TI - Tecnologia da Informação. TIC - Tecnologia da informação e comunicação. VAN - são redes particulares, que adicionam serviços de comunicação ás redes transmissoras comuns pré-existentes. Website - Páginas de conteúdos diversos que são encontradas na Internet. WWW -World Wide Web, rede mundial. LISTADE FIGURAS Figura 1. Índice e-readiness.........................................................................................................34 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Curva de custos de produtos regulares x digitais.......................................................31 Gráfico 2.Efeitos do CE sobre os custos de transação................................................................32 Gráfico 3. Efeitos do CE sobre os custos de agência..................................................................33 Gráfico 4. Evolução do número de domínios brasil....................................................................37 Gráfico 5. Evolução do número de host Brasil...........................................................................38 Gráfico 6. Local de acesso á internet (2005 – 2011)...................................................................40 Gráfico 7. Proporção de domicílios com internet, por tipo de conexão......................................41 Gráfico 8. Proporção de empresas que possuem website(2007-2011)........................................42 Gráfico 9. Total de e-consumidores Brasil (2001 a 2012)..........................................................43 Gráfico 10. Faturamento do comércio eletrônico Brasil (2001 – 2012).....................................45 Gráfico 11.Faturamento anual do comércio eletrônico (15/11 A 23/12)...................................49 Gráfico 12. Variação do ticketmédio Brasil 2003 a 2011..........................................................50 LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1. Vantagens do comércio eletrônico para empresas e consumidores...........................28 Tabela 1. Usuários por hora online.............................................................................................39 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14 1.1 TEMA E PROBLEMA......................................................................................................... 16 1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 16 1.2.2Objetivos Específicos ........................................................................................................ 16 1.2.3Justificativa ....................................................................................................................... 16 1.3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 19 2.1 A INTERNET ....................................................................................................................... 19 2.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO ............................................................................................... 20 2.2.1 Definição de Comércio Eletrônico.................................................................................. 20 2.2.2 Historia do Comércio Eletrônico ................................................................................... 21 2.2.3 Modelos de Comércio Eletrônico ................................................................................... 23 2.3 COMÉRCIO TRADICIONAL X COMÉRCIO ELETRÔNICO ......................................... 25 2.3.1 Vantagens do Comércio Eletrônico ............................................................................... 26 2.3.2 Desvantagens do Comércio Eletrônico .......................................................................... 29 2.3.3 Impacto Econômico do Comércio Eletrônico ............................................................... 30 2.3.3.1 Curva de Custo Médio .................................................................................................... 30 2.3.3.2 Efeito sobre Custos de Transação ................................................................................... 31 2.3.3.3 Efeito sobre Custo de Agência (administração) ............................................................. 32 2.3.3.4 Índice e-readiness ........................................................................................................... 33 3 BREVE APRESENTAÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO ............ 36 3.1 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, O AMBIENTE DIGITAL NACIONAL ............................................................................................................................... 36 3.1.1 Domínios. Br .................................................................................................................... 36 3.1.2 Hosts .................................................................................................................................. 37 3.1.3Usuários por Horas Online .............................................................................................. 39 3.1.4 Locais de Acesso à Internet ............................................................................................ 40 3.1.5 Empresas com Website .................................................................................................... 42 3.2CONSUMIDORES ELETRÔNICOS ................................................................................... 43 3.3 EMPRESAS E O COMÉRCIO ELETRÔNICO .................................................................. 44 3.3.1 Faturamento ..................................................................................................................... 45 3.3.2 Período de Natal .............................................................................................................. 48 3.3.3 Ticket Médio .................................................................................................................... 49 4ANÁLISE DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO E AMBIENTE DIGITAL .................................................................................................................................................... 51 4.1 ANÁLISE DO AMBIENTE DIGITAL BRASILEIRO ....................................................... 51 4.2ANÁLISE DAS EMPRESAS E E-CONSUMIDORES........................................................ 53 4.3ANÁLISE DO ÍNDICE E-READINESS .............................................................................. 55 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 58 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 60 14 1 INTRODUÇÃO O comércio eletrônico é recente no Brasil, considerando que a inclusão das tecnologias da informação e comunicação, foi anexada ao comércio há poucas décadas. Porém se analisarmos desde seu inicio, veremos que o comércio é uma das atividades mais antigas da humanidade. Ao longo dos anos, foi sendo se transformando e ganhando proporções maiores e mais dinâmicas. Após a Revolução Industrial, houve um grande aumento na produção, através da mecanização e da divisão do trabalho. Porem, o que se nota nessa ultima década é uma remodelada nos modos de se praticar o comércio, que começou há alguns anos com a revolução digital e as inovações da tecnologia da informação e comunicação, gerando possibilidades de um ambiente digital, com grande crescimento de transações pela internet, um grande número de usuários online e com o surgimento de compras coletivas. Na última década houve um grande aumento dos usuários da internet no Brasil, como destaca pesquisas do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI, 2012), bem como os incentivos à inclusão digital e com preços mais acessíveis, tornou-se fácil adquirir ou ter acesso à rede, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2011). Outro fator é a popularização no país das redes sociais que incentivam o maior uso da internet para o comércio e, com o tempo, este se tornou um meio bem atrativo de se obter lucros. Com isso é possível expandir as fronteiras do varejo tradicional e com isso agregar valor à empresa e melhorar o relacionamento com clientes e fornecedores, com mais agilidade, rapidez e com um custo menor. A despeito disso, Albertin, (2004, p. 17), argumenta que As tecnologias de Comércio Eletrônico não estão restritas á internet e WWW, pois também são consideradas todas as tecnologias de mídia interativas, isto é, a combinação de um meio inteligente e o suporte de dados em multimídia (texto, som, figuras, vídeo, etc.), conectados a rede aberta. Muitas empresas que já estavam fixadas no mercado tradicional há anos que utilizavam pouco esta forma de comércio, começaram a rever seus conceitos e tiveram que se adaptar a este grande “boom” das vendas pela internet, pois estavam perdendo espaço e clientes e era preciso contrabalancear estas perdas. Segundo Albertin (2004) o ambiente empresarial, seja em nível mundial ou nacional, tem passado por profundas mudanças, sendo relacionadas diretamente a TI, na qual engloba desde o surgimento de novas tecnologias e aplicações, para atender as necessidades do novo ambiente ou para o surgimento de novas oportunidades 15 empresariais, onde as organizações de diversos setores têm realizado significativos investimentos em TI. O comércio eletrônico e hoje é pauta de vários debates acadêmicos e workshops, uma vez que a análise de mercado já não é feita como era na década de 1990 e é preciso levar vários quesitos novos em conta, entre eles o e-commerce e suas influências para o comércio como um todo, pois existem diversas formas de praticar este tipo de comércio, porem nem todas as empresas o fazem corretamente ou entraram nesse ambiente digital diretamente, estas podem ser afetadas pelas demais empresas que praticam exclusivamente o comércio eletrônico ou agregaram este a seu negócio (comércio tradicional). Porem em vários setores, não se sabe até que ponto o comércio eletrônico trás lucros reais, ou interfere diretamente na economia das empresas, não indo além um simples marketing na internet, isso depende muito da maneira como ele é realizado e implementado. 16 1.1 TEMA E PROBLEMA A temática do presente trabalho concentra-se no estudo e análise do comércio eletrônico brasileiro e as relações com as tecnologias da informação e comunicação e em um segundo momento a analise do crescimento do comércio eletrônico nacional em relação ao comércio de varejo tradicional. Diante do apresentado, surge a pergunta de pesquisa que é: Como o uso do comércio eletrônico tem afetado o comércio brasileiro, quais as consequências em nível nacional e para estas empresas? 1. 2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Analisar as mudanças ocorridas no comércio eletrônico brasileiro ao longo da última década de 2002 a 2012. 1.2.2 Objetivos Específicos Analisar o desempenho do comércio eletrônico Brasileiro ao longo da última década de 2002 a 2012. Analisar dados referentes às tecnologias da informação e comunicação, e as influências no ambiente digital Brasileiro. Caracterizar este tipo de comércio, em seus aspectos econômicos, sociais e traçar paralelos com o comércio tradicional. Identificar e analisar as mudanças no comportamento do e-consumidor. 1.2.3 Justificativa A escolha do tema mostra-se bastante relevante diante das mudanças ocorridas na última década em relação às mudanças e inovação das tecnologias da informação e comunicação, que modificaram o modo de se fazer comércio, trazendo esta modalidade mais recente de comércio ao meio acadêmico, uma vez que esta não pode mais ser ignorada, 17 tornando-se tema frequente de debates em diversos níveis da graduação e pós-graduação. Por ser mais recente, última década que o comércio eletrônico surgiu com maior força, em relação ao comércio tradicional que já tem séculos, o comércio eletrônico ainda não esta totalmente desvendado e desmistificado e isso torna o presente trabalho importante para entender, dentro de um contexto global, onde empresas brasileiras que o utilizam, não o fazem com clareza ou objetividade necessária, para realmente fazer alguma diferença em seu crescimento empresarial proporcionando lucros ou níveis de crescimento. Porém nos últimos anos, este tipo de comércio por meio eletrônico, quando utilizado de maneira correta, tem feito varias empresas jovens, que nasceram exclusivamente para comércio eletrônico, superarem os lucros de empresas já consolidadas no mercado. A análise deste trabalho é de grande importância para entender certas lacunas existentes entre esses tipos de comércios. As mudanças oriundas do comércio eletrônico têm feito grandes empresas se reestruturarem, para se adaptarem e não perderem espaço que antes já era consolidado (ecommerce.org, 2012). Esta nova reorganização do comércio a nível nacional, com possibilidades de expansão para níveis mundiais tem atraído muitos empreendedores, o que também tem mostrado algumas mudanças em relação ao mercado de trabalho, com novas exigências, abrindo a necessidade de um novo tipo de trabalhador mais especializado em redes sociais ou gerenciamento eletrônico. O trabalho justifica-se pela grande potencialidade e aplicabilidade da tecnologia na vida das pessoas e das organizações. Por se tratar de um tema em evolução, há pontos a serem desvendados, de ordem acadêmica, que ainda precisam de uma melhor análise. Portanto visa-se com este estudo observar esse possível crescimento no comércio eletrônico e explicar os motivos que o ocasionam e como as melhorias das tecnologias da informação e comunicação interferem nesse crescimento afetando os demais setores do comércio bem como suas empresas. O objetivo geral desse trabalho não é fazer previsões de crescimento para o setor de comércio eletrônico, mais sim analisar e tentar encontrar gargalos e pontos fortes que vem sendo construídos paralelamente a este crescimento, verificando quais as ramificações oriundas deste comércio. 1.3 METODOLOGIA O presente estudo tem por objetivo a identificação e análise do comportamento e do desenvolvimento do comércio eletrônico, buscando inicialmente sua caracterização e inserção no ambiente digital. Para essa caracterização e divisão será utilizado dado de material 18 bibliográfico de diversas fontes, apresentando diversos autores que estudam e pesquisam sobre o ambiente digital, obtido através de livros, artigos, levantamento de dados, relatórios de órgãos como O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Interactive Advertising Bureau (IAB) Brasil, Fundação Getulio Vargas ( FGV). Além de estudos privados baseados nas variáveis que compõe este trabalho, buscando mostrar fatos históricos e econômicos, referentes á estrutura necessária a esse ambiente digital, bem como internet e mensurando e dividindo em categorias o comércio eletrônico, buscando uma forma mais simples de estruturação de dados para entender melhor as mudanças no comércio eletrônico. Após, será apresentado um perfil das empresas brasileiras e dos usuários, para mostrar sua estrutura e as influenciadas pelo comércio eletrônico, bem como a de inclusão de TI por parte das empresas e análise e perfil dos consumidores, para isso serão usados dados de pesquisas e artigos elaborados pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC. Br), que anualmente avalia as condições das empresas e de domicílios, também dados do World Bank Institute (WBI), e de sites como e-bit que analisam desempenho e perfil do comércio eletrônico. Em sequência, serão apresentados dados em nível de pais, relacionando Brasil, analisando variáveis e índices de pesquisas e estudos realizados pela América Economia, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, World Bank Institute (WBI), referentes ao comércio eletrônico nacional. Por fim, será a análise de dados secundários, advindos de relatórios, arquivos, estudos anteriores e informações coletadas em sites específicos voltado aos comércio eletrônico, complementam os dados principais, tornando a análise mais estruturada e com uma melhor ambientação. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A INTERNET Quando é analisado o comércio eletrônico, surge à necessidade de se entender como este é possível e funciona nos dias atuais. Diante disto, é de suma importância entender alguns fatos históricos que proporcionaram mudanças e deram início a este novo jeito de se fazer comércio. Para Hutt e Speh (2002, apud SILVA 2009, p. 15) o comércio eletrônico foi possível com o desenvolvimento da internet que teve inicio na década de 1960 com o projeto Advanced Research Projects Agency (ARPA) e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Veríssimo (2005, p. 11), destaca que O comércio eletrônico não é um sonho futurístico. Ele está acontecendo agora, comum grande número de bem sucedidas histórias. Ele está acontecendo em todo o mundo. Embora os Estados Unidos, o Japão e a Europa sejam lideres neste processo revolucionário, o comércio eletrônico é essencialmente de natureza global tanto em seu conceito quanto na sua implementação. A internet começou a ser desenvolvida, em meados de 1960, quando surgiu um projeto militar americano surgiu a ARPANET. Alguns fatos importantes mascaram os anos anteriores, que impulsionaram os Estados Unidos a manter suas pesquisas, pois a década de 1960 era marcada pela tensão criada pela Guerra Fria, o conflito entre Estados Unidos e União Soviética, atingia seu ápice e cada avanço tecnológico era visto como supremacia. (ALBERTIN, 2004). Em 1957, URSS lança o Sputnik, o primeiro satélite artificial terrestre, em resposta o Departamento de Defesa Americano (DoD) forma o Advanced Research Projects Agency (ARPA), com objetivo de estabelecer a liderança americana nas áreas de ciência e tecnologia militar. O sucesso desse projetoatraiu diversas universidades para fazer parte da rede e pesquisas nessa área (FONSECA & SAMPAIO, 1996). Segundo o Ipea (2011), com a difusão do uso da internet, houve uma contribuição decisiva para que ocorressem inúmeras mudanças organizacionais das firmas brasileiras, especialmente nos aspectos relativos às transações comerciais das empresas, que passaram a implementar de forma mais intensa o comércio eletrônico. A respeito disso o IPEA (2011 p. 3), ressalta que 20 Do ponto de vista operacional, a evolução das tecnologias da informação e comunicação (TICs), associadas à emergência de novas técnicas de logística e gerência da cadeia de suprimentos, levou a uma revolução do processo de compra e venda do setor varejista. Atualmente, existe um sofisticado controle do trânsito de mercadorias, com a proliferação de mecanismos eletrônicos, como leitores de códigos de barras e computadores nos caixas. Com a implementação das tecnologias da informação e comunicação, por parte das empresas, as formas de se praticar comércio varejista até então, tiveram que ser revista, e as empresas se remodelaram, agregando este novo meio que lhes possibilitava, novos mercados, novos clientes e maiores lucros. 2.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO 2.2.1 Definição de Comércio Eletrônico Sobre o comércio eletrônico, Vidigal (2003, p. 38), esclarece que: Comércio eletrônico consiste na realização de negócios por meio da internet, incluindo a venda de produtos e serviços físicos, entregues off-line, e de produtos digitalizados e entregues on-line, nos segmentos de mercado consumidor, empresarial e governamental. “O CE refere-se a qualquer forma de transação na qual as partes interagem eletronicamente, isto é, a realização de compra e venda é feita sem contato físico direto”. (PERIOTTO et al., 2001, p. 79). O CE é definido por Albertin (2000, p. 15) como sendo a realização de toda cadeia de valor dos processos de negócio em ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa de tecnologia e da informação, atendendo aos objetivos de negócio. Para Cameron (1997, apud ALBERTIN, 2004, p.15), “o CE inclui qualquer negócio transacionado eletronicamente, onde estas transações ocorrem entre dois parceiros de negócio ou entre um negócio e seus clientes”. Heng (2000, p. 3), esclarece que CE pode ser entendido como uma atividade empresarial preocupada diretamente com o comércio de bens e serviços, além de outras atividades relacionadas com negócios virtuais, como meio de transmissão de informações, administração de pagamentos e comercialização de ativos financeiros. Para Kalakota & Whinston (1997, apud ALBERTIN, 2004, p.15), o CE pode ser definido como sendo a compra e a venda de informações, produtos e serviços através de redes de computadores, definidos a partir de quatro perspectivas: 21 Perspectiva de comunicação Perspectiva de processo comercial Perspectiva de serviços Perspectiva on-line O comércio eletrônico analisado por essas perspectivas torna mais fácil a compreensão e diferenciação, em relação ao varejo tradicional, onde a partir dos conceitos destes autores apresentados, buscou-se complementar uma melhor e mais concreta definição de comércio eletrônico, tornando as análises mais precisas e bem detalhadas. 2.2.2 História do Comércio Eletrônico O comércio eletrônico teve inicio na década de 1970, e eram bem mais restrita a grandes empresas, corporações ou instituições financeiras, pois eram usadas para transferências eletrônica de fundos. Segundo os autores, esse foi o primeiro passo, mas quando surgiu a possibilidade de realizar troca eletrônica de dados, onde era possível a transferência eletrônica de documentos como ordem de compras, faturas e pagamentos eletrônicos entre organizações, isso ampliou as possibilidades do comércio eletrônico, onde foi agregando empresas financeiras, manufaturas, de revenda e prestação de serviços. (TURBAN & KING, 2004) Esses primeiros anos foram de grande importância tanto no desenvolvimento da TI, como para a estruturação e consolidação do comércio eletrônico e ampliação de suas possibilidades. É importante olharmos a linha do tempo, desenvolvida por Money how stuff works1 (2007, apud BATTISTI, 2007)2·, que descrever os fatos mais importantes e descobertas em TI: Para Turbam & King (2004), à medida que a internet foi melhorando e se tornando mais comercial e que os usuários passaram a usar a world wide web(WWW) a partir de 1990, a expressão e-commerce passou a ser utilizada e teve uma rápida expansão, em grande parte devido a desenvolvimento de novas redes, protocolos, 1 Tradução para o português - própria Retirado de http://communication.howstuffworks.com/history-e-commerce2.htm, disponível para consulta. 2 22 softwares e especificações, sempre com aumento da motivação a competitividade e pressão sobre os negócios. Em 1992 J.H. Snider e Terra Ziporyn publicar Future Shop: vai mudar a forma como fazemos compras e que nós compramos. No ano de1994 a Pizza Hut oferece pedidos online em sua página na Internet, surge o primeiro banco on-line abre. Em 1995 Jeff Bezos lança Amazon.com e o primeiro comercial livre de 24 horas, somente internet estações de rádio, Radio HK e NetRadio início radiodifusão, a Dell e Cisco começar a usar agressivamente a internet transações comerciais. A ebay é fundada pelo programador de computador Pierre Omidyar como Auction Web.Primeiro comércio eletrônico global AMAZON. Em 1997 AMAZON passa a vender outros produtos (Cds, Brinquedos), empregando mais de 17.000 pessoas. Em 1998 os selos postais eletrônicos podem ser comprados e baixados para imprimir a partir da web. Em 1999 o Business.com vendido para os EUA 7,5 milhões dólares para eCompanies, que era comprado em 1997 para EUA $ 149,000. Em 2000 ocorre o estouro da bolha pontocom. No ano seguinte, 2002, o eBay adquire PayPal para 1,5 bilhões dólares, nicho empresas de varejo CSN. Lojas e Netshops são fundadas com o conceito de venda de produtos através de vários domínios alvo, em vez de um portal central. Somente em 2003 a Amazon.com registra mensagens de seu primeiro lucro anual. Já em 2007 o Business.com é adquirido pelo RH Donnelley para 345.000 mil dólares. Em 2009 a Zappos.com é adquirida pela Amazon.com por 928 milhões dólares. Convergência, operador de venda privada website RueLaLa.com, adquirida pela GSI Commerce por US $ 180 milhões. Em 2010 nos EUA o comércio eletrônico e vendas no varejo online projetado para atingir 173 dólares bilhões, um aumento de 7 % em relação a 2009. Nos anos de 2011, ocorre um aumento e difusão do m- commerce, socialcommerce, e compras coletivas. 23 No ano seguinte, 2012, empresas se especializam nos novos modelos comércio eletrônico, Wallmart, investe nesse novo mercado de m-commerce, buscando ampliar seu modelo de comércio eletrônico. Isso mostra a evolução e consolidação do comércio eletrônico, bem como sua constante metamorfose, onde à medida que a tecnologia evolui, vai dando novas oportunidades para as empresas praticarem seus negócios, abrindo novos nichos de mercados. 2.2.3 Modelos de Comércio Eletrônico Grande parte dos consumidores pensa que comércio eletrônico significa fazer compras online. Mas usar a Internet para fazer compras é só uma pequena parte do universo do comércio eletrônico, o conceito em si é bem mais amplo. O termo também se refere a transações de estoque online, compra ou download de software sem a necessidade de ir a uma loja, entre outros. Segundo Turbam & King (2004, p. 6), os modelos de comércio eletrônico, pela sua natureza de transação, se classificam em: Business to Business (Empresa- Empresa) - B2B: é o tipo dominante na Internet. Nele, a negociação é de empresa para empresa, ou seja, entre duas pessoas jurídicas. O sistema é composto por empresas que utilizam a Internet como ambiente transacional e busca atrair para um mesmo local todos os participantes de uma cadeia produtiva. Business to Consumer (Empresa - Consumidor) - B2C: é a versão eletrônica da venda a varejo. Envolve uma organização (pessoa jurídica, fornecedor) e um consumidor (pessoa física) e geralmente envolve estratégias de pagamentos aceitas pelas partes. Este modelo teve grande crescimento, principalmente a partir de 1995 quando a internet abriu-se para as empresas, assim como houve um crescimento concomitante dos provedores de acesso e informação. Consumer to Business (Consumidor - Empresa) - C2B: é a transação realizada entre o consumidor e uma empresa, em que o fornecedor é a pessoa física e o consumidor é a pessoa jurídica. Fazem parte deste comércio, os sites que tornam 24 disponíveis informações provenientes de pessoas físicas destinadas às pessoas jurídicas, por exemplo, bolsas de empregos. Consumer to Consumer (Consumidor - Consumidor) - C2C: ocorre entre os consumidores, ou seja, as pessoas físicas são os fornecedores e os consumidores. O exemplo mais comum é os sites de leilões em que as pessoas interessadas em negociar um bem tornam disponíveis as informações sobre os mesmo. Business to Administration (Empresa – Administração) - B2A: neste modelo as organizações se relacionam com as administrações federais, estaduais ou municipais do governo. Business to Employee(Empresa – Funcionário) - B2E: surgiu quando as empresas começaram a construir intranets, esses sites internos eram mais utilizados para agilizar a comunicação e a transmissão de instruções administrativas. Agora, com o avanço dos negócios on-line, as linhas se confundem entre a comunicação da empresa com seus empregados e suas atividades de comércio eletrônico. Business to Business to Consumer (Empresa – Empresa - Consumidor) - B2B2C: modelo na qual uma empresa oferece produtos ou serviços a uma empresa que seja sua cliente e esta por sua vez tem seus próprios clientes, para os quais o serviço ou produto é repassado. Móbile – Commerce (Comércio Móvel): modalidade na qual, as atividades e transações de e-commerce são realizadas em ambiente sem fio, chamados de comercio móvel, uma característica desse modelo é que visa indivíduos em locais e horários específicos, muitas vezes é chamado de comercio baseado em localização, L – commerce. E- government (Governo – Cidadão) – G2C: modelo na qual uma unidade governamental adquire produtos, serviços ou informações de empresas ou cidadãos, ou em outras situações podem oferecer esses bens a tais empresas e cidadãos. 25 Exchange to Exchange – E2E: é o sistema formal que estabelece conexão, em um mercado de trocas eletrônico e publico, na medida em que o numero de compradores e vendedores cresce. C – Commerce (Comércio Colaborativo): quando indivíduos ou grupos se comunicam ou colaboram uns com os outros online, como parceiros de negócios que estejam em locais diferentes, podem juntos desenvolver um produto por meio de tela compartilhada, ou criar previsão de demanda de mercado. CE – Nonbussines (não-comercial): modelo na qual instituições não financeiras, como as acadêmicas ( não-financeiras) , religiosas, sociais e agentes do governo, utilizam o e-commerce para reduzir despesas ou aprimorar operações e serviços. CE – Intranegócios (Organizacional): modelo que envolve todas as atividades internas que envolvem a troca de produtos, serviços e informações entre diferentes unidades e indivíduos de uma organização, essas atividades abrange desde a venda de produtos corporativos a funcionários até o treinamento on-line ou projetos de colaboração, normalmente é usado em intranets ou portais corporativos. 2.3 COMÉRCIO TRADICIONAL X COMÉRCIO ELETRÔNICO O conceito de varejo pode ser definido, segundo Kotler (2000, p. 540) todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Um varejo ou loja de varejo é qualquer empresa cujo volume de vendas decorre, principalmente, do fornecimento por unidade ou pequenos lotes. O local onde os produtos ou serviços são vendidos (lojas, rua ou residência do consumidor) não é importante. Da mesma forma, todas as maneiras pela qual estes bens ou serviços são vendidos estão incluídas no conceito de varejo, seja através de venda pessoal, correio, telefone ou máquina automática. Segundo TURBAN & KING (2004), é importante ficar atento aos fracassos que podem surgir decorrentes de expectativas e perspectivas erradas de como executar o comércio eletrônico e tempo de retorno de lucratividade. Sobre o comércio eletrônico, Turban & King (2004,p. 7), alertam que A partir de 1999 diversas empresas de comercio eletrônico, especialmente as de etailing, começaram a falir. Isso significa que o comercio eletrônico é apenas uma moda passageira com dias contados? Não! Muito pelo contrario! O CE esta se consolidando a medida que os investidores testam modelos e estruturas organizacionais diferente. A maioria das empresas de CE, mesmo as gigantes como 26 AMAZON.com, ainda não tem lucros, mas estão expandindo suas operações e gerando aumento de vendas. A expectativa era que já estariam obtendo lucros já em 2003 (A Amazon.com obteve lucro pela primeira vez no final de 2001, graças as boas vendas de natal, embora tenha sofrido perdas durante o ano.). Segundo, Turban & King (2004), o CE pode ser praticado de varias formas e sob varias óticas, podendo ou não ser pela internet, mas também pelas VANs3 e LANs4. Podemos ter uma melhor noção de como se encontram as dimensões do comercio eletrônico, e as áreas de forte atuação e desempenho podendo perceber a distância a área destinada ao comércio tradicional e as partes onde se encaixam o produto digital, os produtos físicos e o produto virtual. É possível ver a sequência e dos processos físico, digital e virtual, em seus processos e relações. Para ALBERTIN (2004), o processo de negócio é realizado com participação de agentes e em relação a produtos e serviços. No ambiente digital, o processo pode ser realizado de forma digital, utilizando-se a infraestrutura de comunicação e informação disponível, permitindo maior rapidez, flexibilidade e redução de custos. Albertin (2004, p 67), explica que Nesse mesmo ambiente, os agentes que participam do processo podem ser substituídos por agentes digitais, permitindo redução de custos e maior produtividade. O produto pode ser digitalizado, permitindo atribuir-lhe maior qualidade, adequação as necessidades do cliente, e redução de custos. Essas dimensões podem ser virtualizadas, só ocorrendo no momento de no momento de sua necessidade ou realização, de forma mais livre e efetiva. A inclusão do comércio eletrônico ao varejo tradicional pode trazer inúmeras possibilidades, e benefícios para as empresas e também para os consumidores. A seguir são mostradas algumas vantagens e desvantagens de se agregar o comércio eletrônico ao modelo de negócio da empresa. 2.3.1 Vantagens do Comércio Eletrônico Um sistema de comércio eletrônico bem planejado e implementado é capaz de trazer inúmeras vantagens em comparação com o comércio tradicional, destacado por diversos autores, que analisam o ambiente eletrônico, como ALBERTIN (2004), TURBAM & KING (2004), KALAKOTA & WHINSTON (1997) CAMERON (1997): 3 VANs são redes particulares, que adicionam serviços de comunicação ás redes transmissoras comuns pré-existentes. 4 LANs são redes locais. 27 Os sistemas de comércio eletrônico possuem como uma das principais vantagens o aumento considerável na negociação de bens e serviços. Existe o aprimoramento das relações com os clientes, devido à interação com os mesmos através de linhas diretas (correio eletrônico, telefone) ou através de propaganda e marketing no próprio site. Isto causa maior interesse e confiança por parte do cliente, que percebe o esforço que a empresa está empregando para melhor servi-lo. O custo para convencer e conquistar um cliente é inferior ao custo que seria gasto em um comércio tradicional. E conquistar a confiança do cliente é crucial para o sucesso do comércio. O tempo que envolve todo o processo de compra e venda e entrega do produto é otimizado, através da racionalização dos processos e de pessoal. Existe a redução de despesas com o transporte, armazenamento, distribuição, bem como a redução de despesas com estoque através da automação e redução dos tempos de processamento. Maior competitividade com outras empresas e expansão do mercado. O planejamento de um bom sistema de marketing e propaganda pode migrar o mercado de atuação de locais e regionais para nacionais e internacionais, com requisitos mínimos de capital, estoque e pessoal. A comunicação e coordenação dentro das empresas tendem a melhorar, em função do aumento do uso da informação tecnológica, dos sistemas de integração e da própria rede. As tarefas são divididas de um modo mais otimizado e as áreas profissionais tendem a ser mais definidas. Surge um contato mais direto com os fornecedores, podendo ser feito até mesmo através de sistemas interligados, eliminando a necessidade de representantes e inventários e aumentando a disponibilidade de produtos para os clientes. O Quadro 1. a seguir destaca as principais vantagens do comércio eletrônico, do ponto de vista de empresas e consumidores. 28 Quadro 1. Vantagens do comércio EMPRESAS eletrônico para empresas e consumidores Atendimento personalizado ao cliente; CONSUMIDORES Oferecimento de mais opções de escolha para o comprador; Apresentação de detalhes do item comercializado; Redução do tempo e do custo na procura e escolha do produto; Queda de fronteiras globais Ambiente globalizado do mercado, permitindo negociações em todo o mundo onde existe Internet; Negociações realizadas vinte e quatro horas por Maior conveniência e rapidez nas compras; dia, sete dias por semana. Possibilidade de eliminar intermediários nos Aumento na escolha de produto e serviços; canais de distribuição Menores custos fixos para a empresa; Acesso mais rápido às informações; Produção e pagamento facilitados; Preços menores; Maior administração das informações Maior atendimento ao consumidor; Facilidade em atualizar informações e Facilidade em avaliar as propagandas e promoções; promoções nos sites; Possibilidade de identificar novos produtos e Maior confiança (empresas pré-qualificadas); mercados com o rastreamento das ações dos compradores na Internet; Aumento da vantagem competitiva; Redução nos custos; Redução do tempo de ciclo; Menor barreira de entrada; Todas as empresas podem competir ao mesmo nível; Melhor suporte aos distribuidores; Maior proximidade com os parceiros com informações em tempo real; Agilidade nos processos empresariais; Poder melhorar a imagem da empresa; Fonte: O autor, com dados de ALBERTIN (2004), TURBAM & KING (2004). Além desses benefícios e vantagens, TURBAM & KING (2004) ainda adicionam os benefícios à sociedade, bem como melhorias no padrão de vida , onde mesmo em regiões de interior do país ou países menos desenvolvidos, é possível adquirir produtos e serviços, difíceis de serem conseguidos sem o uso do comércio eletrônico. As vantagens, em relação ao mercado de trabalho5 uma vez que o mercado de trabalho online tem um custo mais barato, seu ciclo de vida é longo, proporciona abrangência global, atualização rápida e barata, facilidades de pesquisas por parte do candidato são grandes, a capacidade dos empregadores de encontrar candidatos é bem maior, surge uma maior compatibilização entre oferta e demanda, possui uma confiabilidade alta, a velocidade de comunicação entre empregados e empregadores é rápida, e há uma grande possibilidade para os candidatos compararem empregos. 5 Esta tabela mostra os benefícios de se praticar o mercado de empregos online, mas na próxima sessão de desvantagens, será visto do ponto de vista do desemprego. 29 Há também os benefícios de se trabalhar em casa, ou reduzir os números de viagens a negócios e com isso há diminuição do transito, poluição. Serviços públicos, como de saúde, educação e assistência social, agora também podem ser oferecidos pelo CE, com custos menores e/ou qualidades melhores. TURBAM & KING (2004 p. 15) Essas vantagens tonam a agregação do comércio eletrônico um meio mais interessante ao comércio e possibilita, tanto para empresas como para empregados ou consumidores, oportunidades melhores de obter produtos e serviços, com maior comodidade e rapidez. Com isso não há necessidade ir a alguma loja física para comprar, ou mesmo para trabalhadores que podem trabalhar em suas próprias casas. Isso garante uma viabilidade econômica maior para empresas que possuem varejo físico e eletrônico, um dinamismo e abrangência global, movimentando um volume muito maior de produtos e serviços, tornando-as economicamente mais lucrativas e com presença maior de mercado. 2.3.2 Desvantagens do Comércio Eletrônico A implantação de um sistema de comércio eletrônico necessita de alguns requisitos que não são necessários no comércio tradicional. O objetivo desta seção é ilustrar algumas desvantagens do CE, baseado na literatura de vários autores que analisam os efeitos do comércio eletrônico, entre eles Smith, Speaker e Thompson (2000), Nakamura (2001), Turbam & King (2004), Albertin (2012). Atualmente, os sistemas de comércio eletrônico não permitem uma comunicação direta e livre com os vendedores. Diminuição da qualidade dos produtos entregues aos clientes; Como o comércio eletrônico faz em muito dos casos o papel de intermediário e até mesmo de vendedor, pois não é necessário ter uma pessoa para atender o cliente face a face, as pessoas que eram responsáveis por atuarem nestas áreas, em alguns casos, perderam o seu lugar dentro da empresa, gerando assim várias demissões e um aumento na taxa de desemprego do país; Apesar de todo esforço voltado para a segurança, existem ainda problemas em torno desta questão, alguns recursos que estão sendo utilizados para garantir maior 30 segurança em compras online são criptografia, certificação digital e autenticação. O quadro mostra alguns problemas relacionados ao comércio eletrônico, para as empresas e para consumidores. Entre os problemas que surgem para as empresas, destaca-se a falta de hábito do cliente em participar de negociações eletrônicas, a desconfiança do comprador em relação ao processo, argumentação prejudicada do vendedor, empresas devem aprimorar seus conhecimentos em TI, problemas com sites mal desenvolvidos, informações armazenadas podem ser vulneráveis a hackers, maior competição entre empresas, custo de implementação pode ser alto, poucas formas de pagamento (Boleto, Cartão, DOC), necessidade de se estabelecer a fidelidade dos clientes, alguns usuários não aceitam pagar pelas taxas de entrega, diferenças regionais (idioma, fuso horário e moeda), mudanças nas cadeias de suprimentos atuais, problemas com proteção intelectual, problemas com pirataria, facilidade para os clientes mudarem de fornecedores, usuários da web podem não representar o público alvo da empresa, a necessidade de reestruturar processos empresariais, presença global restrita a existência de acesso a Internet. Entre os problemas que surgem para os consumidores, destaca-se o prazo de entrega dos produtos nem sempre é cumprido, questões de segurança, não poder tocar ou sentir o produto, nem todos tem acesso a internet, possibilidade de sobrecarga de informação ou sites lentos para carregar as páginas, consumidores podem ter um medo de varejistas desconhecidos e difícil adaptação para pessoas novatas na Internet. 2.3.3 Impacto Econômico do Comércio Eletrônico O comércio eletrônico afeta de diferentes formas as variáveis econômicas, bem como as curvas de custo médio, curva de custos de transação, e custos de agenciamento e administração, em comparação com o fluxo tradicional (sem CE). A seguir será mostrado como o comércio eletrônico influência essas variáveis, tais princípios têm origens na economia de redes e informação. 2.3.3.1 Curva de Custo Médio 31 Segundo Turbam & King (2004), a curva de custos médios de diversos produtos e serviços tem o formato da curva em U, como é mostrado na figura abaixo, no gráfico 1.(a). Produtos regulares. Gráfico 1. Curva de custos de produtos regulares x digitais Fonte: Adaptado de Turban & King (2004) Com isso, inicialmente, à medida que aumenta a quantidade, o custo médio do produto ou serviço, vai decrescendo e à medida que o a quantidade aumenta ainda mais o custo sobe, devido ao aumento dos custos variáveis (principalmente os custos administrativos e de marketing) no curto prazo, quando a capacidade de produção é fixa. (TURBAN & KING, 2004). Porem, quando se analisa, produtos digitais, onde o custo variável por unidade é bastante baixo (na maioria dos casos) sendo praticamente fixo, independente da quantidade, porém como é possível notar na figura, (b) Produtos digitais, o custo total por unidade cai na medida em que a quantidade aumenta, uma vez que os custos fixos são diluídos (rateados) pelo numero de unidades, o que resulta em um crescente retorno e mais vendas. (TURBAN & KING, 2004). Isso mostra que o comercio de Produtos digitais leva uma vantagem sobre o comércio tradicional, uma vez que este não se limita ao ponto ótimo em (a), gerando maiores benefícios e lucros ao empresário. 2.3.3.2 Efeito sobre Custos de Transação 32 O gráfico 2. abaixo, custos de transação, relaciona o custo em relação ao tamanho da empresa, para as curvas T1 e T2. Gráfico 2. Efeitos do CE sobre os custos de transação Fonte: Adaptado de Turban & King (2004) Os custos de transação são relacionados com a condução de uma venda, onde é analisada a situação da curva em T1, onde para a redução desse custo as empresas eram obrigadas e expandir seu tamanho. Porém, com a inclusão do CE e a economia digital, o que ocorre é um deslocamento da curva de T1 para T2, onde é possível conseguir baixos custos de transação em uma empresa de porte pequeno, ou também mantê-los baixo quando a empresa cresce. (TURBAN & KING, 2004). 2.3.3.3 Efeito sobre Custo de Agência (administração) No gráfico 3. abaixo, Custos de agenciamento ou administração, são relacionados os custos administrativos da empresa com o seu tamanho e complexidade. 33 Gráfico 3. Efeitos do CE sobre os custos de agência Fonte: Adaptado de Turban & King (2004) Pela análise das curvas, inicialmente na “velha economia”, representa por A1 e sem CE, nota-se que os custos aumentam proporcionalmente ao tamanho e complexidade da empresa criando uma curva mais ascendente, criando obstáculos ao crescimento da empresa. Porém, à medida que se adiciona o CE, ocorre um deslocamento da curva de A1 para a curva A2, onde ocorre diminuição dos custos de agenciamento, onde é possível as empresas expandirem seus negócios significativamente, sem necessariamente ter um grande aumento de custos administrativos. Turbam & King (2004). 2.3.3.4 Índice e-readiness O índice e-readiness reflete as condições que um país oferece para o desenvolvimento do comércio eletrônico, sendo desenvolvido a partir de 23 variáveis econômicas e tecnológicas selecionadas por sua relevância estatística, bem como por sua importância, indicada por especialistas do setor, para o futuro crescimento do comércio eletrônico, conforme demonstrado no diagrama abaixo. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012, p.8). 34 Figura 1. Índice e-readiness Fonte: Adaptado de América Economia (2012, p.8) Segundo América Economia(2012, apud VISA, 2012), os índices de e-readiness através da construção de 23 variáveis econômicas e tecnológicas, selecionadas com base em sua relevância econométrica e importância apontada pelos inúmeros especialistas da indústria de comércio eletrônico. Volume de mercado - população total, população entre 25 e 30 anos, PIB per capita, usuários de internet %. Infraestrutura Tecnológica – Telefonia Fixa, Telefonia móvel, Computadores pessoais, Conexões Banda Larga, preço da banda larga móvel, serviços logísticos. Bancarização – cartões de credito, cartões de debito, caixas automáticos. Adoção tecnológica – banda larga móvel, e-consumidores, compras pela internet. Poder da oferta – Poder do varejo número de varejistas, vendas online (%), presença online, diversidade de oferta, pagamentos de impostos online. “Esta edição do estudo trouxe também um indicador para a infraestrutura de tecnologia logística, que mede a capacidade e a qualidade dos serviços de entrega dos produtos vendidos online.” (AMERICAECONOMIA, 2012, p.8). 35 Para cada variável, foram utilizados dados compilados de 2001 a 2012, o que permitiu a configuração da base populacional total, fortalecendo o modelo estatístico. Como diferentes unidades de medida foram usadas para os diferentes indicadores, os dados foram reescalonados utilizando um valor referencial 1,00 para cada resultado registrado pela Espanha em 2009, de modo que a Espanha e o ano de 2009 pudessem ser usados como modelo de referência. Um país terá um valor maior ou menor que 1,00 dependendo de como ele está em relação e em proporção ao indicador espanhol em 2009. As fontes de informação deste estudo são feitas em colaboração com as instituições do país (Brasil), que contribuíram com informações, e com os líderes dos setores que contribuíram com suas opiniões durante a formatação e composição da metodologia, com o Banco Mundial, Cepal, Fundo Monetário Internacional, Cisco, 3G Américas, Alexa.com, escritórios das superintendências bancárias e as autoridades fiscais pertinentes. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012, p.8). 36 3 BREVE APRESENTAÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO 3.1 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, O AMBIENTE DIGITAL NACIONAL O ambiente digital brasileiro é aonde irá acontecer e ocorrer às transações e negócios, este irá proporcionar os alicerces para que o comércio eletrônico possa se desenvolver e ser praticado no âmbito nacional e internacional aliado ao ambiente digital mundial. A seguir, serão apresentados dados para a caracterização do ambiente digital Brasileiro, bem como a evolução de algumas tecnologias da informação e comunicação. Os dados referentes às tecnologias da informação e comunicação são baseados nos estudos feitos pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br) e pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação - CETIC.Br. Sobre sua atuação e foco, o CGI.Br (1995): (...) foi criado pela Portaria Interministerial nº 147, de 31 de maio de 1995 e alterada pelo Decreto Presidencial nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, para coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Sobre sua atuação, o CETIC.Br (2005) (...) é o departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso da população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto socioeconômico das TICs. Essas instituições analisam e monitoram o ambiente digital brasileiro, porém à medida que o ambiente digital foi evoluindo, no decorrer de 2002 a 2012, os métodos de pesquisa foram sendo implementados e melhorados, agregando variáveis, visando um melhor entendimento deste ambiente. Por isso é imprescindível, os dados coletados por estas instituições, para o presente estudo. 3.1.1 Domínios. Br Segundo Sawaia (1999, p.143), o significado de domínio: (1) Numa rede de teleprocessamento, são os recursos que estão sob o controle de um ou mais processadores associados. (2) Os recursos da rede que estão sob o controle de serviços do sistema (SSCP). 37 Gráfico 4. Evolução do número de domínios Brasil 3.500.000 3.098.531 2.763.360 3.000.000 2.338.849 2.500.000 Total 1.968.709 2.000.000 1.553.940 1.240.931 1.500.000 1.037.296 866.969 715.152 1.000.000 558.408 425.121 500.000 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Numero de Domínios Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br. Pelos dados apresentados no gráfico 6. o número de domínios teve uma boa evolução ao longo da década com uma trajetória ascendente, onde em janeiro de 2003 o numero 425.121 domínios.br e continuou crescendo em uma quantidade razoável até meados de 2008 chegando a 1.240.931 domínios. A partir de 2008 o país obteve um salto realmente considerável no número de domínios, chagando a 3.098. 531 em 2013. É interessante ressaltar que no país existem outros domínios que não são “.br”, o gráfico mostra somente os domínios que são registrados como “.br”. 3.1.2 Hosts Segundo Sawaia (1999, p. 219), a definição de Host é: Computador principal; hospedeiro ou “anfitrião (1) Em uma instrução ou sistema de dois ou mais computadores, é o computador que desempenha as funções principais ou de controle. (V430) (2) Na Internet, qualquer computador que pode funcionar como o ponto de partida e de chegada nas transferências de dados. Para uso deste estudo, Host é, segundo e-commerce.org (2012), qualquer computador conectado à Internet onde um site é hospedado para poder ser acessado pelos demais usuários da rede. 38 Gráfico 5. Evolução do número de host Brasil 25.000.000 21.121.168 20.000.000 17.786.552 14.678.982 Total 15.000.000 10.151.592 10.000.000 7.422.440 5.094.730 5.000.000 3.934.577 3.163.349 2.237.527 1.644.575 876.596 446.444 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Numero de Hosts Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br,IBOPE/NetRatings Segundo dados das pesquisas de indicadores CETIC.Br de 2001 a 2011, em relação ao o numero de Hosts, houve uma evolução considerável na quantidade disponível, onde os primeiros anos analisados, mostravam números baixos, como em janeiro de 2001 o total era de 876.596, onde nessa época, a internet ainda lutava para se estabelecer entre os usuários brasileiros, e estabelecer um ambiente digital mais favorável e com uma dinâmica maior. Os primeiros anos após 2001 foram importantes, pois aos poucos, como vemos pelo Gráfico 5. o numero de host começou a crescer em uma proporção consideravelmente boa, chegando a 3.934.577 hosts em 2005, e começando a ter um crescimento mais ascendente, onde o intervalo entre 2006 a 2009, partindo de 5.094.730 hosts e chegando a um numero de 14.678.982 hosts, o número teve seu período de maior ascendência visto no gráfico, diminuindo um pouco o 39 crescimento ao decorrer de 2009 a 2010 chegando a 17.786.552 hosts, e praticamente estabilizando seu crescimento em 2010 a janeiro de 2011em 21.121.168. 3.1.3 Usuários por horas online A tabela 1. , baseado nos estudos da CETIC. Br em parceria com a IBOPE/NetRatings mostra o número de usuários por horas online, desde dezembro 2000 a junho de 2012. Tabela 1. Usuários por hora online MES/ANO dez/00 jun/01 dez/01 jun/02 dez/02 jun/03 dez/03 jun/04 dez/04 jun/05 dez/05 jun/06 dez/06 jun/07 dez/07 jun/08 dez/08 jun/09 dez/09 jun/10 dez/10 jun/11 dez/11 jun/12 INTERNAUTAS (MILHÕES) 4,9 5,5 6 7,6 7,4 7,9 8,7 11,8 10,9 11,5 12,2 13,4 14,4 18 21,4 23,7 24,5 25,6 28,5 30,5 34,8 36,8 38,2 41,4 TEMPO (HORAS) 07:06 08:03 08:36 09:46 10:23 10:47 12:24 13:05 13:23 16:54 17:59 20:33 21:38 22:26 22:59 24:54 22:50 27:48 29:56 30:02 31:53 31:34 33:07 32:00 Fonte: O autor, com dados de CETIC. BR, IBOPE/NetRatings Como é mostrado pela tabela 1. o número de usuário aumenta consideravelmente no decorrer dos anos, tendo um baixo número de usuários em 2001 e passando poucas horas online, na faixa de 5,5 milhões de internautas ativos por 8:03 horas, tendo um aumento 40 relativamente modesto nos anos seguintes, tanto em relação a número de usuários, como as horas que os mesmo passavam online. Entre os anos de 2004 a 2008, é que ocorre o período de crescimento mais significativo, onde o número de internautas já chega a 10,9 milhões com o tempo de 13:23 horas online, e cresce em 2008 para 24,5 milhões de internautas com 22:50 horas, ressaltando que em dezembro 2008 há uma queda no crescimento de numero de horas online, porem o número de internautas continua em ascendência. A partir de 2009 o número de horas online volta a crescer, tendo seu auge em dezembro de 2011, com 38,2 milhões de internautas conectados em 33:07 horas online, e somente em 2012 que ocorre uma leve baixa do número de horas online para 32:00 horas, com um auge de 41,4 milhões de internautas. 3.1.4 Locais de Acesso à Internet O gráfico 6.mostra os locais de acesso à internet entre 2005 e 2011, relacionando acessos em domicílios, em locais de acesso gratuito (tele centros), e em lanhouse, baseado na pesquisa anual sobre domicílios do CETIC. Br. Gráfico 6. Local de acesso á internet (2005 – 2011) 80% 70% 69% 60% 57% Total 50% 49% 40% 42% 40% 30% 30% 20% 40% 50% 44% 34% 28% 18% 10% 0% 47% 43% 2% 2005 3% 6% 2006 Domicílio 2007 3% 2008 LANHOUSE 4% 4% 2009 2010 6% 2011 TELECENTRO Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br. Segundo as pesquisas anuais da Cetic. BR (2011), o número de usuários que tem acesso à internet em domicilio, teve um aumento relativamente grande, em relação os outros dois locais comparados. Pelo gráfico é possível notar que as lanhouse, que tiveram um bom 41 crescimento entre 2005 e 2007 chegando ao se auge de 49% dos usuários totais de internet, época em que a internet estava ganhando uma maior atenção e abrangência, e a acessibilidade a computadores pessoais era mais caro e menos acessível, colaborou para esse crescimento, porem à medida que foi ficando mais fácil e acessível, as lanhouses perderam força, e nos anos seguintes tiveram um grande queda, chegando a 28% apenas sobre o total de usuários. A pesquisa ainda mostra que os tele centros com acesso gratuito, que tinham uma porcentagem baixa em 2005, de 2%, continuaram em baixa, mas com oscilações, tendo picos de 6% do total de usuários da internet em 2007 e 2011, e quedas a 3% no ano seguinte em 2008. (CETIC.BR, 2011). Já em relação aos acessos em domicílio, tiveram um aumento considerável, onde inicialmente em 2005 estava com 42% do total de usuários, tiveram momentos de leve queda de 2%, época em que houve o auge das lanhouse, mas recuperando o fôlego após 2007, chegando a 69% em 2011. O gráfico 7. relaciona o número de domicílios com internet, separando por tipos de conexão, banda larga fixa, banda larga móvel, e acesso discado, entre 2008 e 2011, segundo dados da CETIC. Br. Gráfico 7. Proporção de domicílios com internet, por tipo de conexão 80% 70% 66% 60% 68% 68% 58% Total 50% 40% 30% 31% 20% 20% 10% 6% 0% 18% 13% 10% 10% 1% 2008 BANDA LARGA FIXA 2009 2010 BANDA LARGA MÓVEL (3G) 2011 ACESSO DISCADO Fonte: O autor, com dados de CETIC. Br. O gráfico 7. mostra que a Banda larga teve um crescimento de 10%, entre os anos de 2008 e 2010, estabilizando em 68% do total de domicílios com acesso a internet. Outro detalhe 42 foi à evolução da inclusão da tecnologia 3G, onde em 2008 a banda larga móvel ocupava apenas 1% do total de domicílios com acesso a internet, tendo um crescimento para 18%. Sobre o acesso discado, que ainda ocupava 31% do total de domicílios com acesso a internet em 2008, este teve uma queda grande, devido a sua limitação em relação às outras duas opções, entrando em queda em 2008, e sendo ultrapassada em 2010 pela banda larga móvel, e ficando em 10% apenas do total de domicílios com acesso a internet em 2011. 3.1.5 Empresas com Website O gráfico 8.mostra proporção de empresas que possuem website (2007-2011), em relação ao total de empresas que possuem acesso a internet. Gráfico8. Proporção de empresas que possuem website (2007-2011) 70% 60% 60% 53% 50% 56% 51% Percentual 46% 40% 30% 20% 10% 0% 2007 2008 2009 2010 2011 Empresas com WEBSITE FONTE: O autor, com dados de CETIC. Br. Em relação ao percentual de empresas que possuem website, houve um aumento em relação a 2007, onde 46% das empresas em relação ao total de empresas com acesso a internet, tinham website próprio, aumentando para 53% em 2008. Cabe destacar que em 2009 houve uma pequena queda na porcentagem para 51%, reflexo do conturbado ano de 2008, segundo mostram as pesquisas, porém no ano seguinte já retomou o crescimento, chegando a 60% em 2011(CETIC. BR, 2009). 43 O número de empresas que possuem website teve um crescimento considerável, uma vez que, as novas empresas que surgem, já surgem com seu canal de vendas eletrônico agregado, para concorrem e ampliarem sua área de atuação. 3.2 CONSUMIDORES ELETRÔNICOS O gráfico 9. mostra a evolução do total de e-consumidores6 no país entre 2001 e 2012, segundo registros de pesquisas realizadas pelo e-bit, e IAB Brasil. Gráfico 9. Total de e-consumidores Brasil (2001 a 2012) 42,2 45 40 32 Total em Milões 35 30 23,4 25 17,6 20 13,2 15 9,5 10 5 1,1 2 2,6 3,4 2001 2002 2003 2004 4,8 7 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Consumidores (Milhões) FONTE: O autor, com dados de Ebit, IAB Brasil. Segundo a E-BIT (2007), o número de e-consumidores cresceu consideravelmente ao longo década, onde em 2001 o número de consumidores eletrônicos não ultrapassava 1,1 milhões, porém com o passar dos anos, e com a consolidação da internet e do comércio eletrônico, este número foi aumentando gradativamente, chegando a 4,8 milhões em 2005, e praticamente dobrando ao final de 2007 com 9,5 milhões. Com a inclusão de novas tecnologias e aperfeiçoamento de novos meios de interação digital, o canal de internet passou a ser uma figura muito importante, principalmente, por causa da quantidade de informações disponíveis, facilidade na comparação de produtos, preços e formas de pagamento o numero de e- 6 E-consumidores, o mesmo que consumidores de produtos ou serviços online, consumidores eletrônicos 44 consumidores continuou a crescer em um ritmo maior, chegando a 23,4 milhões em 2010, e atingindo uma quantidade de 42,2 milhões em 2012. (E-BIT, 2012). Com o comércio eletrônico já enraizado e com bases mais solidas em 2012, começa-se a traçar melhor o perfil desses 42,2 milhões de e-consumidores, baseado nas pesquisas da IAB Brasil sobre o perfil do consumidor e dados registrados pela E-bit (2012), o numero de econsumidores homens e mulheres estão praticamente empatados, com ligeira maioria para o sexo feminino com 50,1% contra 49,9% masculino, porém em relação aos novos entrantes no setor, a diferença aumenta para 56,7% de mulheres contra 43,3% de homens. Em relação à idade, a participação da maioria (38%) é igual, tanto para novos, quanto para “antigos” consumidores, ficam na faixa de 35 a 49 anos. Em relação à escolaridade, os novos entrantes, 38% está cursando o ensino médio, enquanto 29% dos consumidores mais “experientes” esta já tem curso Superior. (E-BIT, 2012). Sobre a renda dos e-consumidores, o setor continua fortemente abastecido pela constante entrada da classe C, abrange a renda familiar entre R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00, registrando 37% em relação ao total de e-consumidores, onde em relação os novos entrantes 46%, das pessoas que fizeram sua primeira compra online, possuíam faixa pertencente à classe C.(E-BIT, 2012). Em relação às categorias as categorias com maior volume de pedidos, o IAB Brasil (2012) mostra que, primeiro vem os eletrodomésticos 12,4% do total, em segundo lugar aparece moda e acessórios, cada vez mais consolidada no comércio eletrônico, com 12,2%, em terceiro aparece, saúde, beleza e medicamentos com 12%, em quarto lugar informática com 9,1%, e por ultimo, a categoria de casa e decoração, com 7,9%. 3.3 EMPRESAS E O COMÉRCIO ELETRÔNICO As empresas têm mudado seu modo de realizar comércio, anexando as tecnologias da informação e comunicação a sua estratégia e modelos de negócios. A seguir serão apresentados os números do comércio eletrônico Brasileiro, bem como alguns indicadores que buscam melhor quantificar e qualificar o comércio eletrônico. Os dados referentes às empresas e ao comércio eletrônico são baseados em dados, estatísticas e estudos de varias fontes, entre elas Interactive Advertising Bureau (IAB) Brasil, ebit, centro de estudos sobre as tecnologias da informação e da comunicação - CETIC. Br. Sobre sua função e atuação, o IAB (2006), tem como diretrizes 45 desenvolver o mercado de mídia interativa no Brasil. A associação integra uma rede internacional de associações, que conta com representações em mais de 45 países, entre eles EUA, Austrália, Cingapura, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Chile e México. O IAB Brasil conta atualmente com mais de 170 filiados, entre sites, portais, empresas de tecnologia, agências e desenvolvedoras Web, líderes em seu segmento no país. Sobre a atuação e pesquisa, a e-bit (2012), atua como um consultor de compras online, publicando no site www.ebit.com.br a certificação das lojas virtuais por excelência de serviços obtida a partir das avaliações de pessoas que efetivamente realizaram compras na internet. A utilização de dados referentes a e-bit e também a IAB Brasil é de grande importância para uma melhor identificação dos acontecimentos e mudanças econômicas e sociais, ao longo de 2002 a 2012, buscando assim, uma melhor caracterização financeira e econômica das empresas. 3.3.1 Faturamento O gráfico 10. mostra o faturamento total do comércio eletrônico Brasileiro, segundo dados anuais de pesquisa da e-bit e da IAB Brasil, que busca qualificar e quantificar o cenário digital Brasileiro. Gráfico 10. Faturamento do comércio eletrônico Brasil (2001 – 2012) 25 20% 20 Volume em Bilhões R$ 26% 15 40% 18,7 30% 14,8 43% 5 0 22,5 33% 10 10,6 76% 0% 0,54 55% 0,85 39% 1,18 2001 2002 2003 48% 1,75 43% 2,5 4,4 2004 2005 2006 FATURAMENTO (BILHÕES) Fonte: O autor, com dados de E-bit, IAB índices. 6,3 2007 8,2 2008 2009 Variação (%) 2010 2011 2012 46 O faturamento total do comércio eletrônico brasileiro teve um aumento grande em relação aos primeiros anos do Gráfico10.Os primeiros anos entre 2001 a 2005 representaram um faturamento baixo por parte das empresas brasileiras, tendo um volume de 0,5 Bilhões de reais a 2,5 Bilhões. Os níveis mais baixos representavam uma época que o comércio eletrônico estava ainda se estabelecendo no país, sendo que não era muito comercializado. Em relação a 2001, segundo o E-bit (2001) , os e-consumidores são sensíveis à percepção de que o Brasil está passando por dificuldades econômicas, estima-se que neste ano, 77% dos que compraram no natal de 2000, voltarão a comprar através da internet no natal 2001, e os e-consumidores que compraram online no natal do ano passado, 40% pretendem aumentar seu ticket de compras, e 31% manterão seu ticket médio, ou seja, os e-consumidores mudaram seus hábitos de consumo frente à situação econômica, mas continuam comprando online. Sobre os anos de 2001 e 2002, Saponik (apud EBIT 2002, p.3), ressalta que muitos e-consumidores realizaram em 2001 pela primeira vez uma compra por meio da Internet, por isso é normal que o gasto tenha sido menor. Ao longo de 2001, os compradores virtuais foram adquirindo confiança e passaram a gastar mais. Sobre 2002, o E-bit (2002) ressalta que, os índices de satisfação melhoraram em relação a 2001, onde índice de satisfação aumentou de 78,8% em 2001 para 84,6% em 2002, mostrando que o comércio eletrônico estava se fixando, aos poucos e ganhando consumidores. Em relação a 2003 e 2004, os estudos da E-bit (2004), apontam dois fatores responsáveis pela alta do ano, um é o maior volume de vendas, que teve um acréscimo de 35% em relação a 2003, graças à entrada de novos e-consumidores de 2,5 mil para mais de 2,75 mil em 2004. O segundo fator apontado pelo E-bit (2004), seria o aumento na frequência de compras de "usuários" mais experientes, onde cerca de 12% dos e-consumidores realizaram mais de 10 compras nos últimos seis meses, onde a média do valor gasto nas lojas ficou em R$ 299,00, aproximadamente 11% acima do registrado em 2003, crescendo acima da inflação no período. Sobre o faturamento de 2006, houve um total de R$ 4,4 bilhões para o segmento do comércio eletrônico, ou seja, um crescimento nominal de 76% em relação a 2005, isso equivale à soma do fechamento anual de 2001 até 2004. Também se registrou uma mudança na preferência do consumidor, agora focado em produtos de maior valor agregado como eletrônicos e celulares, o valor médio anual por compras ficou em R$ 296. Graças ao crescimento na base de e-consumidores e no aumento do 47 uso do canal, o setor eletrônico fechou o ano com seis milhões de pedidos a mais que em 2005 atingindo o resultado de 14,8 milhões de compras ao longo do ano. (E-BIT, 2006). Em 2007, apesar do cenário conturbado para a economia Brasileira, somado a desvalorização do dólar e o fim de reduções da taxa Selic, as ameaças de crises na indústria de energia, o comércio eletrônico brasileiro não parou de crescer, consolidando-se no mercado nacional. (E-BIT, 2007). Ainda segundo o E-bit (2007), houve um crescimento nominal de 43% em relação ao ano anterior, atingindo a cifra de R$ 6,3 bilhões faturados em vendas de produtos pela internet, um dos motivos apontados foi o aumento do número de e-consumidores onde, registrou-se 5,6 milhões de pedidos a mais do que em 2006, de 14,8 milhões de pedidos para 20,4 milhões de pedidos. Estes números levaram o varejo tradicional a tentar conquistar a preferência dos consumidores através de promoções, liquidações, queimas de estoque, parcelamento em 12 vezes sem juros para compras efetuadas no carnê da loja ou em até6 vezes no cartão de crédito. (PAC, 2010). Ao final de 2008, houve um crescimento nominal de 30% nas vendas online em relação a 2007, apesar de o país estar em um período de cautela devido à instabilidade econômica mundial, principalmente a partir do 2º semestre e à acomodação natural do setor, o faturamento do comércio eletrônico no Brasil foi de R$ 8,2 bilhões. A média em compras ficou em R$ 328, apresentando um bom crescimento em relação a 2007, R$ 302, o que demonstra um aumento da confiança do consumidor nas compras pela rede. Também houve retração nas compras por impulso, o que aumento a importância os sites de buscas e comparação, na hora de comprar seja pela internet seja no varejo, demonstrando que a internet já não é apenas uma adjuvante para o consumidor, mas que facilita e torna mais ágeis decisões de compra, facilitando a vida do consumidor. (E-BIT, 2008) Em relação a 2009, o E-bit (2009) e as pesquisas da IAB Brasil (2009) mostraram que as compras realizadas pela rede movimentaram R$ 10,6 bilhões, um aumento nominal de 30% em relação a 2008, R$ 8,2 bilhões, o tíquete médio anual foi de R$ 335, consequência da preferência dos e-consumidores por produtos de maior valor agregado. As datas sazonais (dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e natal) juntas significaram para o comércio eletrônico brasileiro um faturamento de R$ 3,35 bilhões, representando 31% de todo faturamento do ano, sendo uma das razões principais, a retomada da economia ocorrida no 2º semestre de 2009. Em 2010 foram faturados R$ 14,8 bilhões o que significa um acréscimo de 40% em relação a 2009 que registrou R$ 10,6 bilhões, novamente as datas sazonais (dia das mães, dia 48 dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e natal) tiveram uma grande importância, somando 30% do total anual (R$ 4,5 bilhões). Já o valor médio das compras foi de R$ 373, representando um acréscimo de 11% em relação a 2009, R$ 335. Outro ponto marcante foi o boom das compras coletivas, onde dos e-consumidores que já compraram 82% pretendem comprar novamente uma oferta de compras coletivas. (IAB, 2010). No ano de 2011, o comércio eletrônico atingiu R$ 18,7 bilhões em faturamento, ou seja, teve um aumento nominal de 26% em relação ao ano anterior, quando os ganhos chegaram a R$ 14,8 bilhões. O número de pedidos feitos pela internet foi de 53,7 milhões, 34% a mais que no ano de 2010, que registrou 40 milhões de pedidos via web. Outro fato marcante foi à consolidação de duas novas datas responsáveis por forte movimentação nas venda, a “Black Friday”, e o “Boxing Day”,que movimentaram juntos R$ 158 milhões, valor 91% maior do que o alcançado nas mesmas data em 2010. Em relação ao ticket médio, este decaiu 6,5% em relação a 2010, e ficou em R$ 350 em 2011. O número de consumidores de compras coletivas chegou a 9,98 milhões, que registraram 20,5 milhões de pedidos com o ticket médio ficou em R$ 78,35, atingindo um faturamento de R$ 1,6 bilhões. (E-BIT, 2011). Em 2012 o comércio eletrônico somou R$ 22,5 bilhões de faturamento, um crescimento de 20% em relação a 2011, que registrou R$ 18,7 bilhões, elevação do ticket médio no segundo semestre de R$ 338 para R$ 346. O total de pedidos realizados pela internet foi de 66,7 milhões em 2012, ou seja, valor 24,2% a mais que em 2011, caracterizando um aumento de demanda por pedidos, com 10,3 milhões de novos e-consumidores, somando um total de 42,2 econsumidores. Já o setor de compras coletivas cresceu 8% em relação a 2011 faturando R$ 1,65 bilhão, e o número de ofertas adquiridas, cresceu 30% em relação a 2011 registrando 25,3 milhões de pedidos. Outro fator interessante foi o m - commerce, que em janeiro de 2012 tinha um volume transacional de 0,8%, chegando a junho com 1,3% e registrado em janeiro de 2013 2,5%, confirmando sua consolidação no mercado nacional.O faturamento do B2C no Brasil foi de R$ 49,7 bilhões de Reais (incluindo os R$ 22,5 bilhões faturados pelo varejo virtual em bens de consumo). (E-BIT, 2012) 3.3.2 Período de Natal Existem alguns períodos ou datas que são de enorme fluxo de transações em vendas, sendo de grande importância, tanto para o varejo tradicional, como para o comércio eletrônico. Entre as datas mais importantes, esta o dias mães, dias dos pais, dia dos namorados, e a principal delas o período de final de ano e natal. 49 Gráfico 11. Faturamento anual do comércio eletrônico (15/11 A 23/12) 20 18,7 18 Total em Bilhões 16 14,8 14 12 10,6 10 8,2 8 6,3 6 4,4 4 2 1,18 00,204 1,75 0,284 2003 2004 2,5 0,458 0,7 2005 2006 Faturamento Periodo de Natal 1,08 1,25 2007 2008 1,63 2009 2,2 2010 2,6 2011 Faturamento acumulado do ano Fonte: O autor, com dados de E-bit, IAB índices. Segundo o Gráfico 11. o faturamento em períodos sazonais tem representado uma importante parcela do total anual, e com a consolidação do comércio eletrônico, e como aumento do faturamento anual, estes períodos específicos também aumentaram sua importância frente ao total. O faturamento no período de natal, que em 2003 representava 204 mil R$, foi se fortalecendo nos anos seguinte mantendo um crescimento elevado, sempre variando entre 39% a 60% em relação ao ano anterior, de 2003 até 2007. Vale destacar que em 2008 foi o ano de menor crescimento e variação, devido ao cenário conturbado da economia mundial, onde registrou uma variação de apenas 16% em relação a 2007, mas retomando seu crescimento em 2009 e 2010, na faixa de 30% e 35%, um ritmo menor de crescimento e variação em relação aos anos de 2003 a 2007, mas maior do que 2008, e vale destacar que a variação de 2011 em relação a 2010, teve uma grande reduzida, ficando em 18%. 3.3.3 Ticket Médio O gráfico12. mostra a evolução do ticket médio Brasil obtido no período de natal entre 15/11 a 23/12, de 2003 a 2011, segundo dados do E-bit (2012) e as pesquisas da IAB Brasil (2012). 50 Segundo Busato (2011, p.1) “O ticket médio ou cupom médio é a divisão do valor total vendido em um período dividido pelo total de vendas realizadas neste mesmo período”. Gráfico 12. Variação do ticket médio Brasil 2003 a 2011 R$ 400,00 R$ 362,00R$ 370,00 R$ 350,00 R$ 346,00 R$ 350,00 R$ 315,00R$ 320,00 R$ 308,00 R$ 296,00 R$ 272,00 Valor Total em R$ R$ 300,00 R$ 250,00 R$ 200,00 R$ 150,00 R$ 100,00 R$ 50,00 R$ 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Ticket Médio Fonte: O autor, com dados de E-bit, IAB índices. Segundo o gráfico 12. em relação ao ano de 2003 e 2004, vemos um pequeno aumento do ticket médio, subindo em torno de R$ 5,00 em relação a 2003, porém em seguida cai para R$ 272,00 em 2005, registrando seu menor valor para a época. A partir de 2005, ocorre novamente um crescimento do ticket médio, onde somente em 2008 consegue superar os valores de2004, registrando um total de R$346,00. O auge registrado pelo gráfico é em 2010, chegando a R$370,00 no período, porém no ano seguinte vemos uma redução destes números para R$ 350,00, para período de natal. 51 4 ANÁLISE DO COMÉRCIO ELETRÔNICO BRASILEIRO E AMBIENTE DIGITAL Este capítulo é reservado para uma análise e comparação do ambiente digital nacional, em relação à consolidação e estrutura do comércio eletrônico brasileiro, analisando as evoluções e melhorias nas variáveis mais relevantes descritas na sessão anterior. 4.1ANÁLISE DO AMBIENTE DIGITAL BRASILEIRO Em relação às tecnologias da informação e comunicação, que são uma parte importante na estrutura do ambiente digital nacional, o que se verificou foi uma melhora ao longo da ultima década, pois os números de hosts e domínios tiveram um crescente aumento, que vai demonstrando que à medida que novas tecnologias foram sendo agregadas, também houve uma maior penetração da internet nos domicílios brasileiros. Em 2000, onde ainda se buscava uma consolidação do ambiente digital, o numero de usuários era pequeno, e essas tecnologias eram mais caras, e menos acessíveis a população, e com isso o tempo gasto pelos usuários na internet era baixo. A partir de 2003 houve um crescimento mais acelerado por parte das tecnologias da informação e comunicação, e com isso começou a modificar também o ritmo de aceitação e adoção por parte população e empresas, com uma abrangência maior, porém ainda com um custo elevado e com acessibilidade para as classes mais altas da população. A partir de 2005, como vimos no Gráfico 6. e Gráfico 7. A internet já era um meio bastante procurado pela população, porém boa parte da população usuária da internet, não possuía internet em domicilio, e boa parte dos que possuíam eram por meio de internet discada, onde limitava bastante as buscas por produtos ou serviços que já começavam a surgir em um numero maior, segundo dados do PAC7 anual. Em razão disso os dois anos seguintes houve a boom das lanhouse, que chegaram a ser usadas por 49% do total de usuários da internet. Porém, à medida que as conexões de internet passaram a ser banda larga, e começou a se tornar mais acessível às camadas mais baixas da população, o tempo que os usuários passavam conectados 7 Pesquisa Anual de Comércio (PAC), parte integrante do Sistema de Estatísticas Econômicas do IBGE, levanta informações referentes a pessoal ocupado, salários e retiradas, receitas, custos e despesas, entre outras, coletadas junto a mais de 80.000 empresas. A pesquisa tem por objetivo descrever as características estruturais básicas do segmento empresarial do comércio atacadista, varejista e dos representantes comerciais no País e suas transformações no tempo. 52 também aumentou, o número de lanhouses começou a perder força e entrar em decrescimento. Com esse novo cenário de maior número de usuários em domicílios e uma conexão mais rápida aumentou-se as possibilidades e o dinamismo, tanto para as empresas que já usavam as TICs, seja para realizar o comércio eletrônico ou para aperfeiçoar os métodos de gerenciamento e controle, ou para o consumidor que passou a ter uma nova possibilidade de analisar preços e comparar entre vários estabelecimentos de varejo online e o varejo tradicional. Segundo Kotler (2000), a melhoria e inclusão das tecnologias da informação e comunicação, aumentou significativamente o crescimento do varejo sem loja física, fazendo com que os consumidores possam receber suas mercadorias por correios, pela televisão, pela internet ou pelo telefone. E muitas vezes, sem taxa de entrega dependendo do valor e quantidade de itens em uma compra. A partir desse novo cenário digital, onde a internet já mostrava sua força de mercado e gerava expectativas de alcançar consumidores a um nível maior e mais amplo, boa parte das empresas que tinham acesso à internet passou a ter seu próprio website, onde em 2007 eram 46%, e nos anos seguintes mantiveram o crescimento, tendo uma pequena queda com o cenário econômico conturbado no período de 2008 e 2008. Porém mesmo assim mantiveram-se acima de 51% do total de empresas com website. Outro ponto a ser destacado que nesse período de 2009 a 2009, segundo a PAC, as empresas que ofereciam, tanto os pagamentos online, como os carrinhos de compras apresentaram uma queda considerável, tendo uma breve melhora, porem ainda sem voltar aos percentuais de final e 2007. Em relação às conexões, em 2008 representa a inclusão das tecnologias 3G, que em 4 anos atingiram 18% do total das conexões, superando na segunda metade de 2010, o numero de conexões discada, e sendo acompanhada pela crescente do numero de banda larga fixa, o que configura um ambiente digital mais favorável ao comércio, com maior dinamismo, com uma maior penetração nos domicílios. Porem essa nova situação, trouxe junto uma serie de complicações e problemas, que ao longo da década, à medida que se avançava nas tecnologias e se alcançavam um total de usuários maior, os crimes e problemas gerados na rede, também aumentaram proporcionalmente à essa difusão. O ambiente digital brasileiro, como se observou nas variáveis analisadas, esteve em constante mudança ao longo da década, num primeiro momento buscando uma maior abrangência e uma melhora por parte da internet, em outros agregando novas tecnologias como a 3G, e velocidades maiores de banda larga fixa. Porém é relevante destacar que o Brasil é um país em desenvolvimento, e mesmo com esta melhora e inserção de novas tecnologias, este encontra-se em um nível aquém de países desenvolvidos,na qual possuem uma penetração 53 maior das TICs, e com valores mais acessíveis para serviços de melhor qualidade, e em muitos países, gratuito como o caso da internet wireless em locais de maior movimentação pública, segundo as pesquisas da OECD. 4.2 ANÁLISE DAS EMPRESAS E E-CONSUMIDORES Em relação às empresas, foi observado que o faturamento do comércio eletrônico Brasileiro teve altas taxas de crescimento ao longo da década, sendo que os primeiros anos ainda movimentavam um volume baixo em relação ao comércio tradicional, e parecia pouco expressivo. Porém à medida que os anos foram passando, e foi incluídas novas tecnologias da informação e comunicação, o fluxo de varejo virtual começou a crescer e se expandir em níveis altos. Com esse novo cenário, onde a inclusão do comércio eletrônico, como visto no Gráfico 3.diminuía os custos de agenciamento e administração, bem como as estruturas de custo, relacionamento com terceiros e clientes, tornou o comércio eletrônico uma importante ferramenta de venda, para empresas que buscam diferentes formas de crescimento em seus mercados, oferecendo a estas uma excelente oportunidade sobre os canais de venda tradicionais, tornando-os globais e sem necessariamente estarem presos aos horários de comercialização e datas, como fins de semanas e feriados. Outro ponto destacado foi que no comércio eletrônico, as empresas conseguem realizar as suas atividades comerciais com custos muito mais baixos e podem customizar produtos, serviços e informações, de acordo com cada perfil de cliente, e caso seja produtos digitais, o custo caem ainda mais em relação a produtos tradicionais. Porém, embora aparentemente as novas tecnologias melhorem o desempenho econômico e o bem-estar das populações utilizadoras, segundo a OCDE a ligação entre as TIC e a generalização do progresso da produtividade ao conjunto da economia tem sido claramente menos perceptível. Segundo um estudo realizado pelo IPEA (2011) possível afirmar que a adoção de comércio eletrônico contribui positivamente para a produtividade das firmas comerciais brasileiras, tanto para os casos das que o têm quanto para as que não o têm. Segundo dados do IAB Brasil e pesquisas do IBGE, o número de empresas que realizam somente comércio eletrônico cresceu consideravelmente nos últimos 5 anos, pela facilidade de se abrir uma empresa e o baixo custo de ser virtual, porem como é destacado pelo IAB Brasil, isso também aumentou o número de empresas que quebraram ao longo desse período, caracterizando um cenário na qual a barreira de entrada é baixa, mas a competitividade 54 e o falto de preparo por parte dos novos entrantes, acabaram resultando em um curto período de vida da empresa. Segundo Albertin (2002, p. 105), Os novos mercados eletrônicos não são mercados de oferta e demanda única, nem são administrativamente operados por processos hierárquicos de tomada de decisão. Os mercados eletrônicos combinam facilidades de tomada de decisão administrativa com preços de mercado. Outro fator relevante que se observou foi que, em épocas específicas do ano como o natal, ou época de dias dos pais, dias das mães, namorados, e dia das crianças, que geralmente são de grande fatura por parte do varejo tradicional, são também de grande importância para o comércio eletrônico, e mesmo em épocas como 2008 e 2009, que os e-consumidores estava mais cautelosos, a confiança no comércio eletrônico manteve-se. Como resultado o Ticket médio , não diminuiu, mantendo seu crescimento desde 2005 até 2010, caindo R$20,00 em 2011, fechando em R$350,00. Esse crescimento, tanto do ticket médio, como do faturamento, são reflexos da aceitação por parte dos consumidores ao comercio eletrônico, no decorrer da década. Segundo Kotler (2000 – p.58), a satisfação do consumidor consiste “na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador.”. Embora o número de e-consumidores tenha aumentado a taxas elevadas ao longo da década, seu perfil foi moldando-se com o tempo, e hoje é possível analisar melhor esse perfil do consumidor, sendo possível entender melhor alguns pontos como o nível de renda e classes sociais que são mais economicamente ativas no comércio eletrônico nacional. Sobre as classes sociais, percebeu-se que os usuários menos favorecidos economicamente, que acessam principalmente fora da residência ou do trabalho, são exatamente os que passam menos tempo na internet, diminuindo sua exposição, adotam menos instrumentos de segurança, como antivírus ou firewall, por isso podem na verdade ter passado por problemas de segurança sem o saber. Outro ponto a destacar é pesquisa TG.net do IBOPE (2010) demonstra também uma qualificação no nível de renda entre os consumidores online, com crescimento vertiginoso da classe C, o perfil dos compradores online, tem como classe social de predominância: AB. Respondendo por 61% dos consumidores online, ante os 31% da classe C e 4% das 50 Classes DE. Em relação aos carrinhos de compras, há uma tendência que é a não efetivação da compra pelo cliente, esse abandonado pode ser dado em diferentes momentos do processo de 55 compra no site, mas a maior parte dos consumidores que não efetivam a compra, pois simplesmente entram no site para fazer pesquisa de preços somente. Segundo CATALANI (2006), quando o meio de pagamento não é imediato, o número de arrependimentos nas compras sobe muito e várias vendas são perdidas, e quanto mais o consumidor tiver a chance de pensar duas vezes, maior a possibilidade de desistência da compra. Segundo o IPEA (2011) o número de horas alocadas para uso da internet também apresenta um impacto positivo sobre a probabilidade de consumo online, porém, destaca-se que a quantidade de horas navegadas pela internet tem um efeito marginalmente decrescente sobre a probabilidade de consumo online. Com isso verificou-se que, os consumidores estão cada vez mais se tornando menos reticente ao mercado online e diversificando suas compras, dado a primeira categoria em volume de compras (livros e assinaturas de revista e jornal) terem um valor mais baixo que o ticket médio, como apresentado em 2011. Esses fatores, somados a um mercado virtual mais dinâmico nos últimos 5 anos, e a um crescente número de e-consumidores, ajudam a explicar a crescente trajetória do comércio eletrônico ao longo da década, e o crescimento do seu faturamento, porem é valido ressaltar que o comércio eletrônico assim como o ambiente digital está em constante aperfeiçoamento como foi apresentado, e é necessário que estas mudanças sejam acompanhadas de perto por analistas e gestores das empresas, buscando sempre identificar o e-consumidor e suas preferências que estão em constantes mudanças. 4.3 ANÁLISE DO ÍNDICE E-READINESS O desenvolvimento do comércio eletrônico de um país depende de uma série de variáveis, que podem ser sintetizadas para análise, em cinco grandes dimensões: o potencial da demanda, a infraestrutura tecnológica, a penetração dos diferentes meios de pagamento, a força da oferta e a velocidade com que as tecnologias são adotadas pelos consumidores. Em 2012 o índice e-readiness do Brasil marcou1,24 superando a Espanha, país de referência da pesquisa, em vários indicadores, porém é simplesmente o tamanho de sua população e seu crescimento econômico que mais influenciam sua alta pontuação geral. Referente à infraestrutura, apesar de ter um preço de banda larga (US $ 16 mensais) abaixo da média latino- americana (US $ 26), e com um custo de vida mais alto, a penetração desse 56 serviço ainda é muito baixa, de apenas 84,6 conexões por mil habitantes, abaixo da média regional de 87,5. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012). O que percebeu é que índice alto para o Brasil deve-se a introdução das variáveis logísticas na pesquisa, uma vez que o Brasil tem uma boa rede de players no setor, com serviços que se caracterizam por entregas em bom estado, mesmo quando ainda há tarefas pendentes na área de logística reversa, em trocas e devoluções. Porém vale-se destacar que ainda é preciso melhorar os players de logística e infraestrutura para se adequar ao tamanho e nível do comércio eletrônico nacional. Em relação ao estudo que mede o quanto um país está preparado para transformar a internet em um canal de vendas efetivamente capaz de atingir os consumidores. No Brasil a capacidade cresceu 31% durante 2010 e 2011, os pontos avaliados para determinar o bom resultado foram volume de mercado, infraestrutura tecnológica, penetração dos serviços bancários, adoção de novas tecnologias pelos consumidores e força da oferta local. (IAB BRASIL, 2012) Este momento de crescimento na qual o comércio eletrônico Brasileiro passa, é explicado em boa parte, pelo aumento do uso dos meios de pagamento eletrônicos, como os cartões de crédito e débito, no lugar de transferência e boleto bancários. Segundo dados da EBIT (2012), o cartão de crédito se posiciona como a principal escolha do consumidor que compra pela internet, registrando 73% dos pagamentos realizados (devido principalmente à possibilidade de parcelamento), seguido pelo boleto bancário (18%) e outros (8%), isso mostra que a utilização de meios de pagamento eletrônicos é a maneira preferida do consumidor online e esta utilização pode ser cada vez maior, pois é percebida como uma maneira prática, conveniente, e segura de realizar compras. Os benefícios dos meios pagamentos no comércio eletrônico não são somente ao consumidor, dados da América Economia mostram que essa forma de pagamento gera benefícios a todas as partes envolvidas, como lojistas, instituições financeiras e governo, impactando de maneira positiva a economia do um país. O impacto dos meios eletrônicos de pagamento na economia, mostra que o uso de cartões de crédito e débito acrescentou 51,3 bilhões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, entre 2008 e 2012.A conclusão é que, a partir do momento em que o cartão de débito seja amplamente aceito na internet, o comércio eletrônico crescerá na mesma medida. (AMÉRICA ECONOMIA, 2012) Esse crescimento do índice e-readiness colaboram para explicar as taxas altas de crescimento do comércio eletrônico nacional, e seu faturamento crescente na ultima década, e também mostrar que mesmo com índices favoráveis, ainda existe uma grande concentração por 57 parte das classes médias e altas, configurando assim um alto crescimento com inclusão desigual por parte das classes sociais. 58 CONSIDERAÇÕES FINAIS A evolução das tecnologias da informação e comunicação possibilitou novos meios de praticar o comércio, porem o que se verificou foi que no decorrer da ultima década houve além do melhoramento desses meios, uma inserção de novas tecnologias. Essas inovações ocasionaram mudanças nas estratégias e modelos existentes, mostrando que assim como a tecnologia da informação evolui rapidamente, o comércio eletrônico precisa se adaptar rapidamente as mudanças, para continuar seu crescimento, agregando essas novas tecnologias. Outro ponto a ser destacado foi à evolução Brasileira, agregando as inovações em TI que surgiram ao longo da década, porém ainda é preciso melhorar muitos setores, como distribuição, logística, e infraestrutura, para que o comércio eletrônico consiga fluir de maneira mais rápida e melhor, para atingir um numero maior de usuários, gerando mais receitas e lucros. Sobre o comércio eletrônico, verificou-se que este tem influenciado o comércio de um modo geral, uma vez que a inclusão das TICs modificou a maneira de praticar o comércio e as transações, e ao longo da década ganhou força e espaço. O comércio eletrônico Brasileiro passou pela sua fase de consolidação como foi apresentado, e chega agora numa fase de maturação, onde o modo como será aplicado pelas empresas, bem como estratégias e planejamento, determinara seus rendimentos e alcances uma vez que, o foco será a conquista de e-consumidores veteranos. Os benefícios do decorrente do comércio eletrônico, ainda que modestos, se mostraram abrangentes, seja para a população em geral, como preços menores ou promoções e comodidade em comprar a qualquer hora ou momento, e até para empresas do varejo tradicionais, comoos meios de pagamentos eletrônicos. Em relação aos e-consumidores, estes cresceram bastante ao longo da década 2002 a 2012, e houve um amadurecimento, onde deixaram de ver a internet como um simples canal de consulta de preço, para usá-la o meio de compra efetiva, aumentando as possibilidades para o varejo tradicional. Porém, ainda é preciso que o comércio eletrônico seja mais difundido entre as classes sociais Brasileiras, uma vez que atingem na maior parte as camadas medias e altas. Como desafios enfrentados na realização do presente trabalho, é válido citar a falta de dados em relação aos primeiros anos do comércio eletrônico em relação às empresas. A escassez de dados também se refere aos períodos analisados, restringindo-se em determinados momentos há anos, sem dados mensais ou trimestrais. Outro fator que dificultou a pesquisa foi 59 à falta de uma padronização nas pesquisas, por parte dos órgãos responsáveis, uma vez que o comércio eletrônico é recente. Os índices de analises ainda precisão se aperfeiçoar e evoluir, para uma maior abrangência, qualificação e quantificação dos índices do comércio eletrônico. A partir da realização deste estudo, observou-se que existem outras análises possíveis acerca do comércio eletrônico: a primeira sugestão é de que seja estudado mais detalhadamente o perfil do consumidor em relação aos tipos de comércio eletrônico, tornando a pesquisa mais detalhada e relacionando os tipos de comércio eletrônico que geram maior impacto para a economia nacional. A segunda e última sugestão é analisar o contexto Latino Americano, estendendo a pesquisa aos demais países da região para se traçar um perfil do comércio eletrônico em relação aos países desenvolvidos. 60 REFERÊNCIAS ALBERTIN, A.L. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. ALBERTIN, A. L.; MOURA, M. M. Comércio Eletrônico: seus aspectos de segurança e privacidade. Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 2, p. 40-74. ALENCAR, J. A. et al. Taxonomia de sites de varejo: uma proposta a partir do estudo dos supermercados no Brasil. XXXVII CLADEA – Congresso Latino-Americano de Escolas de Administração. Porto Alegre. Brasil. 2002. AMÉRICA ECONOMIA . E-readinessstudy 2012. disponível em:<http://www.americaeconomia.com/> acessado em 5 de maio de 2013. BATTISTI. Ecommerce. Disponível em:<http://battisti.etc.br/unialfa/ecommerce>acessado em 20 de maio de 2013. BUSATO, LORENZO. Indicadores de Vendas 1 - ticket Médio. 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