Revista NOV/DEZ 2013

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Revista NOV/DEZ 2013
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:33 Página 1
FAEMGISENAR
Ano 1 - Número 1 - Novembro/Dezembro 2013
Daniel Mansur
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais ■ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG
CÓDIGO FLORESTAL MINEIRO
Produção e
preservação
FLOR DAS GERAIS | Empresa CONSÓRCIO | Criatividade
alia tradição e qualidade marca reuniões mensais
em Felixlândia
do GQC
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BA
9
DF
Cidades
citadas nesta
edição
42
23
MG
24
13
GO
3
18
20
16
30
41
26
21
12
40
19
6
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15
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29
1
SP
8
11
7
44
33
14
35
43
39
5
37
Alpinópolis
Antônio Prado de Minas
Aricanduva
Barão do Monte Alto
Barbacena
Belo Horizonte
Boa Esperança
Botelhos
Buritis
Campanha
Campo Belo
REVISTA
FAEMG|SENAR
12 Campos Altos
13 Capelinha
14 Carandaí
15 Conceição das Alagoas
16 Curvelo
17 Eugenópolis
18 Felixlândia
19 Frutal
20 Ipiaçu
21 Jequitibá
22 Juiz de Fora
ES
22
10
36
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
38
17 2
31
4
23 Juramento
24 Machacalis
25 Manhuaçu
26 Nova Ponte
27 Ouro Preto
28 Pará de Minas
29 Passos
30 Patrocínio
31 Patrocínio do Muriaé
32 Piumhi
33 Santo Antônio do Amparo
RJ
34 São Domingos do Prata
35 São João del Rei
36 São Lourenço
37 Tabuleiro
38 Tombos
39 Três Corações
40 Uberaba
41 Uberlândia
42 Unaí
43 Varginha
44 Viçosa
Avenida Carandaí, 1.115 – 3º/7º andares – CEP: 30130-915 - Fones: (31) 3074-3015 e 3074-3094 – www.sistemafaemg.org.br –
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Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG
FAEMG PRESIDENTE Roberto Simões VICE-PRESIDENTES Afonso Luiz Bretas, Alberto Adhemar do Valle Júnior, Antônio Pitangui de Salvo, Délio Prado Lopes, Domingos Frederico Netto,
Jerônimo Giacchetta, José Éder Leite, Lino da Costa e Silva, Luciano Ramos Lauar de Castro, Renato José Laguardia de Oliveira, Ricardo Quadros Laughton, Rivaldo Machado Borges Júnior,
Salviano Junqueira Ferraz Júnior, Sebastião Tardioli, Thiago Soares Fonseca DIRETORES SECRETÁRIOS Marcos de Abreu e Silva, Rodrigo Sant’Anna Alvim
DIRETORES TESOUREIROS João Roberto Puliti, Breno Pereira de Mesquita CONSELHO FISCAL Geraldo Ferreira Porto, Jadir Maurício Lanza Rabelo, João Vicente Diniz
SENAR MINAS PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Roberto Simões
SUPERINTENDENTE Antônio do Carmo Neves
REVISTA FAEMG|SENAR Editado pela Assessoria de Comunicação ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO Lauro Diniz
JORNALISTAS Carla Medeiros, Ciara Albernaz, Flávio Amaral, Ludymila Marques, Silvana Matos
PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO DE ARTE BravaDesign
Os artigos assinados e declarações são de inteira responsabilidade dos autores.
2 www.sistemafaemg.org.br
JB Mídia
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NEGÓCIOS
JURÍDICO
CAPA | Minas Gerais
tem nova Lei Florestal
e de Biodiversidade
BALDE CHEIO | Receita
de fazenda em Buritis
fica 11 vezes maior em
menos de 1 ano
capacitação do SENAR,
família investe nos negócios
4
Café | Os mineiros não querem apenas produzir.
Pretendem transformar o estado em centro de
comercialização e sede de feiras, exposições, concursos,
fóruns técnicos sobre mercado, produção e qualidade.
24 SINDICATOS
27 AGENDA
28 INOVAÇÃO &
TECNOLOGIA |
Aproveitamento da
gravidade em irrigação
elimina gastos com
energia
30 INVENTORES DO
CAMPO | Produtor de
Frutal inventa máquinas
para plantar e colher
abacaxi
GQC | Em Machacalis,
reuniões mensais
motivam grupo
20 ACONTECE
22 CASO DE SUCESSO | Após
SUMÁRIO
32
PERFIL INSTRUTOR |
Luana de Paula
33
PERFIL MOBILIZADOR|
Sebastião Oliveira Cortat
34 TURISMO RURAL |
Os encantos de Uberaba
35 ARTESANATO |
A valorização das
tradições locais
36 VOCAÇÕES | Jovens
empreendedores em São
Domingos do Prata
37
CERIMONIAL &
EVENTOS | Aprenda a
cumprimentar em
eventos sociais
38
COMIDA DE FAZENDA |
No Sindicato de Boa
Esperança o preparo do
porco é à paraguaia
Entrevista | Eliseu Alves
O futuro do agronegócio brasileiro depende de
estabilidade política e econômica e do
desenvolvimento de inovações tecnológicas
FAEMG | SENAR
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ENTREVISTA ELISEU ALVES
O futuro
do
agronegócio
Daniel Medeiros
O Brasil está preparado para
aproveitar as oportunidades do
mercado global?
Totalmente. Não só para responder
à demanda dos próprios brasileiros
quanto à do mercado externo. Temos
numerosos produtores eficientes, capazes de enfrentar qualquer desafio.
Temos instituições competentes e preparadas para apresentar soluções tecnológicas a fim de aproveitarmos o
momento. O país é competitivo e tem
uma pauta extremamente diversificada. Somos o primeiro em venda de
muitos produtos. E lembrar que antes
exportávamos apenas café... Não há sinal melhor da nossa competitividade
do que conseguirmos atender à demanda de uma população de 200 milhões de pessoas e ainda crescermos
nossas exportações. As coisas estão
muito boas para o Brasil.
E a situação de Minas Gerais?
As próximas décadas serão muito favoráveis ao
agronegócio. Com o aumento da população e do poder
aquisitivo, haverá demanda crescente por alimentos,
desafiando o campo a produzir cada vez mais, com maior
qualidade e de forma sustentável. O engenheiro agrônomo
Eliseu Alves analisa as perspectivas da agricultura
brasileira. Sobre Minas Gerais, aconselha o estado a investir
em produtos de valor agregado mais alto.
4 www.sistemafaemg.org.br
Também. Temos agricultores, universidades e serviço de extensão rural
competentes. A Emater está presente
no estado todo e faz um ótimo trabalho. Minas tem infraestrutura e sistema financeiro, ou seja, tem tudo de
que precisa para produzir e exportar.
O estado reflete muito bem o padrão
da agricultura nacional. Dispõe de excelentes universidades federais e competente sistema privado, além de ter a
Epamig e contar com a presença da
Embrapa. Está tudo pronto para aproveitar isso. A única ação que recomendo a Minas é investir mais na Epamig,
pois é ela que cuida das questões específicas da agricultura mineira.
Onde estão essas oportunidades: no
mercado interno ou no externo?
Temos no Brasil uma situação interessante. Já entramos em fase de de-
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créscimo populacional e passamos pelo processo de êxodo rural. É claro, temos demanda crescente por alimentos, impulsionada pelo aumento do
poder aquisitivo dos brasileiros. Mas a
população mundial continuará crescendo até 2050 e migrando do campo
para as cidades. Do ponto de vista da
agricultura brasileira, quanto mais o
resto do mundo crescer, melhor. De
qualquer forma, não precisamos esperar por esse futuro. Mesmo que o crescimento da população parasse hoje,
ainda há muito espaço para a demanda de alimento crescer. Já temos estoque de gente com capacidade de comer, maior que a demanda atual, e, à
medida que a renda dessas pessoas aumenta, sobe o consumo de alimentos
e aumentam as oportunidades para o
agronegócio brasileiro.
A que atribui o sucesso do agronegócio
nacional?
Estudos sobre a agricultura brasileira apontam que mais de 65% do
crescimento da nossa produção foi
em razão da tecnologia, 25% do trabalho de alta qualidade e 10% é crescimento da terra. Neste último ponto,
Minas Gerais tem situação diferente
do resto do país. A fronteira agrícola
externa está esgotada, mas dentro de
cada propriedade, mesmo com a nova legislação ambiental, há espaço para ocupar mais áreas. Principalmente
por meio do aproveitamento de pastagens degradadas.
Como a Embrapa está se preparando
para esse futuro promissor?
Uma parte grande do portfólio está voltada para os problemas atuais.
Doenças das mais variadas, mas já conhecidas. A outra tem foco na biologia avançada, que abrange a engenharia genética. As pesquisas nessa área
já estão tendo grande impacto na produção de alimentos, na produtividade e na sustentabilidade da agricultura. Já desenvolvemos boa parte dos
princípios fundamentais, a parte de
ciências básicas. Mas ainda é cedo para mensurar os resultados que podem
ser gerados, tamanho é o potencial.
Quais são os desafios e obstáculos a
serem superados pelo agronegócio?
Se tivesse que nomear um problema como principal entrave da agricultura, seria a infraestrutura. Pelo
Estudos sobre a
agricultura brasileira
apontam que mais de
65% do crescimento da
nossa produção foi em
razão da tecnologia, 25%
do trabalho de alta
qualidade e 10% é
crescimento da terra.
menos temos a firme disposição do
governo em resolvê-lo. Também podemos melhorar o acesso ao crédito
externo. O sistema financeiro para
crédito agrícola está muito desenvolvido tanto interna quanto externamente. Estão suficientemente aparelhados para apoiar a agricultura. Mas
o acesso a recursos externos é intermediado pelas multinacionais. Elas
pegam o crédito e repassam aqui. Essa parte pode melhorar.
Os produtores reclamam muito da
mão de obra. Esse não seria um
entrave também?
O encarecimento da mão de obra
não é entrave. Não participo dessa
ideia. Ao contrário, acho que isso é
um incentivo enorme para a modernização da agricultura brasileira.
Muitas empresas do agronegócio estão
migrando para o Centro-Oeste. Em
Minas, até produtores estão sendo
cooptados. Isso é sinal de que estados
com tradição agrícola, e
principalmente Minas Gerais, estão
perdendo competitividade?
Não. Isso é a lei de mercado e é ótimo que esteja acontecendo. É normal
que, de tempos em tempos, um estado se destaque por uma vantagem
competitiva. Agora é a vez de Tocantins e Goiás, que têm grandes extensões de terra e atraem com a possibilidade de mecanização. Os produtores têm que ir, afinal eles são empresários. É bom ter grande mobilidade
de produtores, isso ajuda a economia
como um todo. Minas Gerais já fez o
mesmo quando ocupou o Cerrado.
Agora é a vez do Centro-Oeste.
Quais são as alternativas que Minas
Gerais deveria explorar para expandir
seu agronegócio?
O estado deve investir na produção
de alto valor agregado, como frutas e
hortaliças. Já está tudo pronto, falta
apenas concluir a implantação do projeto Jaíba. Minas já tem uma avenida
para seguir, agora tem que explorá-la.
O produtor brasileiro é receptivo às
inovações e tecnologias?
Ele não tem opção. Ou adota as novas tecnologias ou fica pobre. Como
já disse, a tecnologia é a principal responsável pelo sucesso da nossa agricultura. Incluiu, por exemplo, os pequenos proprietários de terra no
agronegócio. No Rio Grande do Sul há
numerosos pequenos estabelecimentos que têm grande produção. No
Nordeste irrigado ocorre a mesma
coisa. Minas Gerais tem padrão de pequena propriedade na Zona da Mata,
nas áreas de café no sul do estado,
tem experiências de irrigação que fazem o sucesso do norte e do Cerrado.
Inovar faz parte, não é escolha.
Como o senhor vê o futuro da
agropecuária brasileira?
O futuro é promissor, mas pressupõe uma conjuntura favorável. A agricultura brasileira precisa de estabilidade macroeconômica. Nos últimos
20 anos, essa estabilidade tem vigorado bem, mas se forem eleitas pessoas
com ideia diferente da que está predominando, ninguém pode prever o
que acontecerá.
Eliseu Alves
Doutor em economia rural, o engenheiro
agrônomo está há mais de 50 anos
trabalhando pelo desenvolvimento do
agronegócio brasileiro. Mineiro, iniciou a
carreira como pesquisador da Emater-MG.
Integrou o grupo de trabalho que idealizou a
Embrapa. Fez parte da primeira diretoria da
empresa e a presidiu entre 1979 e 1985,
quando a instituição foi consolidada e tornouse respeitada no Brasil e no exterior. Também
foi presidente da Codevasf. Desde 1990, é
pesquisador da Embrapa, na área de política
agrícola, desenvolvimento institucional e
economia de produção, e, atualmente, é
assessor do presidente.
FAEMG | SENAR
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Elias Kfoury
NEGÓCIOS
Unidades
avançadas
Campos Altos, Patrocínio, Piumhi e
Santo Antônio do Amparo são sedes
de novas unidades avançadas da Cooxupé. Com o investimento, a cooperativa expande sua área de atuação e
conquista novos associados, e os cafeicultores locais passam a ter acesso a
assistência técnica gratuita e maior facilidade para comercializar a safra, adquirir insumos e financiamentos.
Campo Florido
Premiado
O SENAR MINAS foi um dos vencedores do VII Prêmio Minas Gerais de
Desenvolvimento Econômico ASSEMG
– MercadoComum 2013. Ao completar
20 anos de fundação, a entidade foi
premiada na categoria Relevância Empresarial/Institucional por sua “tradição, competência e perpetuidade”.
As cores e o perfume das flores se espalham pelos campos.
Não porque estamos na primavera, mas porque a floricultura
está em expansão. Em Minas
Gerais, quinto estado em cultivo, as flores já ocupam 397 hectares e geraram o terceiro maior
faturamento no ramo do país –
R$ 458 milhões – em 2012. O estado tem o segundo maior número de pontos de venda: 2.409,
e muito mercado para crescer.
Catálogo de
doenças
Já está disponível o Manual de Identificação das Doenças da Soja. A publicação foi lançada durante o 46º Congresso
de Fitoterapia, a 11ª Reunião de Controle Biológico e a Expofito (Feira Tecnológica), eventos promovidos pela Universidade Federal de Viçosa e a Sociedade
Brasileira de Fitopatologia no final de
outubro, em Ouro Preto. O download do
manual pode ser feito pelo endereço
www.fmcagricola.com.br/coletaneafmc.aspx.
Mais cavalos de potência
A comercialização de máquinas
agrícolas de maior porte está em expansão. Em vendas de colheitadeiras,
por exemplo, o Brasil já aparece como
segundo maior mercado do mundo,
atrás apenas dos EUA. A demanda por
máquinas mais potentes aumenta
principalmente em regiões onde é possível ter mais de uma safra por ano.
Este mercado prospera há dois
anos, o que significa que os produtores
estão capitalizados e empenhados em
reduzir custos e ampliar a produtividade. Também reflete o investimento das
empresas na “nacionalização” das máquinas, como o realizado pela líder em
vendas CNH, que em 2012 passou a
produzir tratores New Holland de 200
até 340 cv, na fábrica de Curitiba. Ainda espelha as condições favoráveis dos
financiamentos do BNDES. Em Minas
Gerais, quarto maior comprador de
maquinário agrícola do país, as vendas
aumentaram 10% de 2011 para 2012.
Para a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) o maquinário pesado “veio
6 www.sistemafaemg.org.br
pra ficar”. Milton Rego, vice-presidente da entidade, disse que a tendência
é alimentada pela alta do preço das
terras e as restrições ambientais que
exigem um “capital mais intensivo”.
Segundo ele, o mesmo movimento já
ocorreu na Argentina há uma década.
CRESCIMENTO DAS VENDAS
2013
%
Tratores acima de 200 cv
Colheitadeiras classes 7, 8 e 9
2014 (estimativas)
Crescimento entre
50
38%
30% e 40%
CNH/Divulgação
2012
Estado
São Paulo
Rio Grande do Sul
Paraná
Minas Gerais
Mato Grosso
Unidades
13.843
10.470
9.564
8.409
5.394
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JURÍDICO
Praga persistente
A voracidade, resistência e velocidade de alastramento da Helicoverpa
armigera está assustando os produtores brasileiros. A safra 2013/14 mal começou a brotar e as lagartas já atacaram. Informações para lidar com essa
praga capaz de infestar mais de 180 tipos de plantas chegam a todo o momento. Empresas vendendo defensivos que prometem um combate eficaz e sementes resistentes também.
Para esclarecer os produtores, o SENAR Nacional está divulgando um vídeo com dados sobre o inseto e formas eficientes de controle. O material
está disponível no portal do SENAR
http://www.senar.org.br/noticias/videos.
Café do Rei
Divulgação
Notificações
indevidas
Adiamento
da dívida
O CREA-Minas (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de
Minas Gerais) voltou a notificar produtores rurais, exigindo profissional
da agronomia nas atividades rurais.
A exigência está na contramão de decisões judiciais, que entendem que
tanto produtores quanto agrônomos
têm competência para gerir os rumos do agronegócio. Diante desta situação, a FAEMG recomenda a todos
que forem autuados a se defenderem. Fique atento ao prazo estabelecido na notificação ou no auto de infração. Para mais informações procure o seu sindicato.
A prorrogação do vencimento de
débitos decorrentes de operações de
crédito rural com recursos vindos do
Funcafé independe de autorização do
Banco Central, quando o produtor
comprova frustração de safra, dificuldade de comercialização ou qualquer
evento que comprometa o desenvolvimento da lavoura. A regra está prevista no item 9.2.4 do MCR (Manual
de Crédito Rural). Mas para se beneficiar dela o cafeicultor deve protocolar, antes do vencimento, pedido no
banco onde fez o financiamento, juntamente com laudo comprovando
uma das três hipóteses. Para os demais casos, exceto recursos especiais,
o produtor deve recorrer ao disposto
no item 2.6.9 do MCR e tomar as mesmas providências.
Pagamento
indevido
Em 2011, o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a Taxa
de Segurança Pública que era exigida
pela presença de policiais e viaturas
em eventos promovidos por entidades privadas, entre os quais feiras e
exposições (REsp 269374). A decisão
se aplica a todos. Desta forma, não é
mais devida a taxa. Caso tenha sido
recolhida, poderá ser pedida a restituição – art. 145 da Lei 6763/75. A íntegra da decisão pode ser acessada
pelo www.stf.jus.br.
Suspensão de
dissídio
O Café Aranãs, produzido na Fazenda Alvorada, em Aricanduva, recorreu ao futebol para aumentar as
vendas. A campanha publicitária tem
como garoto-propaganda o ex-jogador
de futebol Reinaldo. Um dos maiores
jogadores brasileiros de todos os tempos, ele dá seu aval à excelente qualidade do café. Os anúncios são veiculados nos vales do Aço, Jequitinhonha e
Rio Doce pelas TVs Globo e Alterosa,
em rádios e pontos de venda.
Os Sindicatos de Boa Esperança,
Varginha e Três Corações ajuizaram
ação cautelar para suspender os efeitos da sentença proferida pelo TRTMG (Tribunal Regional do Trabalho)
no dissídio coletivo. O principal argumento foi a ausência, na ata de
negociação inicial, de acordo para
instauração do dissídio entre os sindicatos patronais e a categoria profissional.
O ministro Carlos Alberto Reis de
Paula, presidente do TST (Tribunal
Superior do Trabalho), suspendeu a
decisão do TRT-MG até que os recursos sejam julgados. A ação de Três
Corações já foi julgada e o resultado,
publicado em 18 de outubro, foi pela
extinção do dissídio.
O leão está
de olho
A retificação da declaração de ITR
(Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) pode evitar problemas e
gastos inesperados. O contingente de
proprietários rurais notificados pela
Receita Federal cresce a cada dia. Junto crescem também os transtornos e
as despesas. O principal motivo é a
declaração do valor da terra nua em
valor venal muito inferior ao real. Por
isso, vale a pena avaliar os dados declarados e, sendo necessário, apresentar uma retificadora.
Mas, uma vez notificado, a saída
é defender-se. A autuação poderá ser
confirmada, caso não seja respondida no prazo estabelecido. E a consequência é a alteração para mais do
valor do ITR e aplicação de penalidades que, em geral, são pesadas. A
elaboração do laudo de acordo com
os parâmetros técnicos também é
fundamental para que a defesa seja
bem-sucedida. As dúvidas podem
ser esclarecidas no seu sindicato.
FAEMG | SENAR
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José Israel Abrantes
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Alisson J. Silva - Diário do Comércio
Minas Gerais
alinhou a legislação
estadual à federal com
a edição da Lei
Florestal e de
Biodiversidade. Uma
ação esperada e
necessária para dar
segurança jurídica à
produção agrícola.
A conquista veio mais de um
ano após a entrada em vigor do
Código Florestal Brasileiro. As discussões na Assembleia Legislativa
duraram meses, mas culminaram
em um texto final aprovado em setembro e homologado pelo governador em outubro.
Cada proposta foi moldada em
debates democráticos. Representantes do poder público, parlamentares dos diversos partidos,
ambientalistas e produtores rurais
estiveram envolvidos do início ao
fim. A FAEMG foi assídua nas reuniões, com técnicos e diretores em
todas as etapas de elaboração. Os
sindicatos também foram ativos.
Lotaram audiências públicas, apresentaram argumentos técnicos e
acompanharam todo o processo.
O resultado foi uma lei dentro do
possível, buscando equilíbrio entre preservação ambiental e produção agrícola.
Um dos temores do setor agropecuário era que a legislação mineira insistisse em ser bem mais rigorosa que a federal. A regra que vigia
em Minas, a Lei 14.309/02, em alguns aspectos, inviabilizava e penalizava com rigor desmedido a atividade. Problemas com o descompasso entre as leis federal e estadual foram frequentes em todas as regiões
do estado. Agora, com a nova legislação, isso deve acabar. O Código estadual seguiu a essência do federal.
Ele preserva a atividade rural e
aborda as peculiaridades de Minas.
Também corrigiu impropriedades
da Lei 14.309, agora revogada.
“Minas Gerais tem agora uma legislação moderna, que equilibra
com sabedoria dois fatores essenciais para a sobrevivência das
atuais e futuras gerações: a produção de alimentos e a preservação
ambiental. Um marco de que precisávamos muito e que garantirá
maior segurança aos produtores de todo o estado. O que conseguimos
foi uma conquista histórica. A nova legislação é essencial para
incrementar a produção rural em Minas. Mas ainda temos muito
que avançar.”
Roberto Simões, presidente do SISTEMA FAEMG
Ignácio Costa
Arquivo FAEMG
Lightpress
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“Houve avanços significativos. O
trabalho foi árduo e longo. Muitos
debates, reuniões e audiências
públicas com representantes dos
produtores rurais e dos
ambientalistas apresentaram
contribuições fundamentais. Depois
de muitas discussões, chegamos ao
consenso. Construímos um projeto
com o objetivo de adequar a
legislação mineira ao Código
Florestal Brasileiro, que respeita a
produção rural e valoriza a
preservação ambiental.”
“Lutamos muito pela aprovação do
novo Código. Esperávamos mais, mas
compreendemos não ser possível
porque a pressão era muito grande.
O importante é que alguns pontos que
nos preocupavam, como a questão
das reservas – principalmente em
pequenas propriedades – ganharam
uma redação positiva, que
corresponde à realidade, sem
prejudicar a preservação do meio
ambiente. O novo Código vai atender
bem a classe rural.”
“A nova lei foi muito bem aceita pelos
produtores, principalmente a
questão de Área Rural Consolidada,
que permite a continuação das
atividades agrissilvipastoris em
APPs. Nossa região é muito
montanhosa e os cultivos já são
consolidados. A legislação mineira
era muito restritiva e agora temos
uma lei que se adequou ao Código
Florestal federal. Nós estávamos
perdendo terreno para outros
estados.”
Deputado Antônio Carlos Arantes,
presidente da Comissão de Política
Agropecuária da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais
Leonardo dos Reis Medeiros,
presidente do Sindicato dos
Produtores Rurais de Passos
Domingos Frederico Netto,
presidente do Sindicato dos
Produtores Rurais de Juiz de Fora
FAEMG | SENAR
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Ciara Albernaz
“A Lei Florestal e de Biodiversidade é um
avanço em relação à lei estadual revogada.
A nova legislação permitirá que 88% dos
produtores rurais se regularizem
ambientalmente. Não causa grandes
transtornos à manutenção da atividade e
não afronta o meio ambiente. Tal como a
federal, considerou o uso consolidado,
tratou com especial zelo a pequena
propriedade rural e a agricultura familiar,
respeitou aqueles que atenderam e
cumpriram a lei vigente à época, ante as
sucessivas alterações que os dispositivos
legais sofreram.”
Wenderson Araújo - CNA
Ana Paula Mello, coordenadora
da Assessoria de Meio Ambiente
da FAEMG
Arquivo FAEMG
Arquivo Dep. Zé Maia
“Foi um projeto construído
democraticamente. Lastreia-se em
princípios constitucionais e nas normas
gerais do Código Florestal. Sua grande
conquista é a conciliação entre preservação
e produção agrícola. A nova lei garante a
área rural consolidada, permite o cômputo
das APPs no cálculo do percentual da
Reserva Legal de toda propriedade rural,
exige a recomposição das APPs
proporcional ao tamanho do imóvel e
permite a compensação de RL por meio de
doação ao poder público de área localizada
no interior de Unidade de Conservação
pendente de regularização fundiária.”
“Antes, o setor produtivo estava
angustiado, sem poder registrar a cédula
de financiamentos, escritura e sem
licenciamento ambiental para trabalhar.
A Lei Florestal e de Biodiversidade é um
grande avanço para o nosso estado.
Discutindo conosco a elaboração de um
texto que beneficiasse a produção, sem
prejuízo ao meio ambiente, a FAEMG deu
uma grande contribuição. Podendo
cumprir as regras que envolvem a produção
agrícola, visando o desenvolvimento
sustentável, os produtores terão a
indispensável segurança jurídica.”
Ennia Guedes Bueno, advogada
da FAEMG
MOMENTOS QUE
MERECEM DESTAQUE
Deputado Zé Maia, presidente da
Comissão de Fiscalização Financeira e
Orçamentária da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais
❚ Participação, com a maior representação
estadual, dos produtores rurais mineiros na
manifestação realizada em Brasília, organizada
pela CNA, para demonstrar o interesse da classe
rural brasileira na solução da questão ambiental;
❚ Presença constante e contínua de dirigentes e
técnicos da FAEMG em todas as reuniões da CNA
sobre o tema, levando a posição dos produtores
mineiros;
❚ Reunião promovida pelo Sindicato Rural de
Uberaba, com participação de mais de três mil
pessoas, mostrando e convencendo as
autoridades de que o Código Florestal antigo
inviabilizava o desenvolvimento do agronegócio;
Nestes três últimos anos, depois de ouvir sindicatos e produtores rurais das
diversas regiões do estado, ficou claro que o mais premente dos problemas da
classe era a questão ambiental. Uma lei antiga, o Código Florestal de 1965, não
mais oferecia segurança jurídica para os produtores trabalharem na legalidade. Duas lutas foram, então, empreendidas. A primeira, pela reforma da lei federal e, a segunda, pela lei estadual. Todo o objetivo era uma lei que compatibilizasse razoavelmente a produção alimentar com a preservação ambiental.
Editada a norma geral reguladora por meio do novo código federal – Lei
12.651/12, seguiu-se a luta para que os rigores da lei mineira não ultrapassassem a norma geral imposta para o país.
12 www.sistemafaemg.org.br
❚ Audiência pública da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais, realizada no Sindicato Rural de
Pará de Minas, que alertou grande número de
deputados estaduais sobre injustas exigências
da política ambiental, mostrando o absurdo de
que produtores tradicionais estavam sendo
considerados criminosos ambientais;
❚ Acompanhamento constante e intenso de
dirigentes e técnicos da FAEMG dos projetos da
nova lei ambiental mineira, junto aos deputados
estaduais e assessoria técnica da Assembleia
Legislativa, até a formulação do texto final da
nova lei aprovada, revogando a lei estadual até
então vigente.
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 13
Ignácio Costa
“Não tem tudo de que precisamos, mas a
lei é boa. Abre espaço para corrigirmos
penalidades e situações desconfortáveis
impostas com base na lei revogada. Sua
aplicação de agora em diante é que
mostrará a sua adequação à nossa
realidade.”
Marcos de Abreu e Silva, diretor da
FAEMG e advogado
Arquivo Sindicato
Arquivo Dep. Luiz Humberto Carneiro
“Comandamos, junto com as cooperativas
Cooagril, Canor, Capul e a Prefeitura
Municipal de Unaí, uma verdadeira
batalha buscando a aprovação pela
Assembleia Legislativa de uma nova lei
ambiental para Minas Gerais que,
mantendo os princípios inerentes à
sustentabilidade, fosse aprovada de
maneira a não prejudicar a extraordinária
produção que o noroeste de Minas Gerais
vem alcançando.”
"Todos os pontos do novo Código Florestal
Mineiro foram discutidos incansavelmente.
O resultado foi um texto que aperfeiçoa a
legislação estadual, adequando-a ao Código
Ambiental Federal, o que garantirá mais
igualdade e competitividade com os demais
estados. A nova legislação é essencial aos
produtores mineiros. Procuramos dar
condições para que a nossa produção
continue tendo sucesso, sem penalizar a
área ambiental."
Altir de Souza Maia, presidente do
Sindicato dos Produtores Rurais de
Unaí
Deputado Luiz Humberto Carneiro
OS VETOS, O DECRETO E AS IMPLICAÇÕES
O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa recebeu três vetos do governador Antonio Anastasia, que publicou decreto para normatizar a matéria.
VETOS À LEI 20.922/13
DECRETO 46.336/13
COMENTÁRIO
§ 3º do art. 12 – Tratava da
possibilidade de se autorizar a
supressão de vegetação nativa em
APP (Área de Preservação
Permanente) protetora de veredas
em casos de utilidade pública,
interesse social, atividades eventuais
ou de baixo impacto ambiental.
Art. 3º – Ficam vedadas quaisquer
supressões de vegetação nativa em Áreas
de Preservação Permanente protetora de
veredas, salvo em casos de utilidade
pública, dessedentação de animais ou
consumo humano.
❚ O crescimento da atividade agrícola no noroeste mineiro implica barramento de veredas,
para acumulação d’água e instalação dos equipamentos de irrigação.
❚ Impedir tais empreendimentos é engessar o progresso agrícola e social da região.
❚ Coloca Minas em desvantagem com os estados vizinhos, como Goiás.
❚ A continuação da atividade já implantada está assegurada.
❚ O decreto está em descompasso com o caput do § 3º do art. 12 e a hierarquia das leis, pois
limitou a casos de utilidade pública. No caput, há permissão também para os casos de
interesse social e atividades eventuais ou de baixo impacto.
§ 1º e 2º do art. 123 – Determinava
que a autorização para a supressão
de vegetação nativa nas áreas de
importância biológica especial e
extrema seria precedida de
apresentação de estudos que
comprovassem a ausência de
alternativa técnica e locacional nos
limites do imóvel rural.
O Art. 1º trata da possibilidade de
autorização para o corte ou a supressão de
vegetação primária e secundária enquanto
o COPAM não realiza a revisão das áreas
prioritárias de importância biológica
especial e extrema.
O Art. 2º relaciona os tipos de vegetação
que poderão ser suprimidos.
❚ Engessou o crescimento de cerca de 20% do estado, atingindo municípios integralmente.
❚ Inovou inserindo os campos de altitude.
❚ A continuação da atividade já implantada está assegurada.
❚ A alteração na distribuição do ICMS foi justificada como medida de maior justiça e melhor
compensação para os municípios do norte de Minas, da Mata Seca, em razão da manutenção
das áreas preservadas em detrimento da expansão das atividades produtivas, da circulação de
riqueza e do crescimento social.
❚ O veto restabelece as condições originais de distribuição do ICMS ecológico.
Art. 125 – Tratava da alteração da
legislação referente às parcelas de
repasse do ICMS ecológico aos
municípios.
O Art. 4º determina que para a mudança de
categoria, desafetação e alteração dos
limites de Unidade de Conservação
deverão ser elaborados estudos técnicos
resguardando o processo consultivo.
❚ Por via de decreto, criou-se uma obrigação para o trato legal de mudança de categoria,
desafetação e redução dos limites de uma Unidade de Conservação.
FAEMG | SENAR
13
JB Mídia
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 14
Flávio Amaral
O governador Antonio Anastasia elogiou
o estande do SISTEMA FAEMG, inspirado
nos casarões coloniais das fazendas de
café. Admirando o forro de palha e o
fogão de lenha, disse: “Para nós,
mineiros, é como estar em casa”.
SEMANA INTERNACIONAL
Minasdo café
O
estado é o grande produtor
mundial de café. Das lavouras mineiras sai mais da metade de toda a produção brasileira, assim como uma em
cada cinco xícaras consumidas no
mundo. Ainda assim, as maiores feiras,
rodadas de negócios e eventos do setor
são realizadas fora do estado. Isso significa perda em turismo e negócios. Hotéis, restaurantes, lojas e outros segmentos deixam de receber clientes de
alto poder aquisitivo. Mas a situação pode mudar. A Semana Internacional do
Café foi um sucesso. Entre 9 e 13 de setembro, BH recebeu produtores, expositores e consumidores que gostaram
14 www.sistemafaemg.org.br
tanto do evento e da cidade que manifestaram desejo em voltar.
Em sua primeira edição fora de São
Paulo, os corredores do 8º Espaço Café
Brasil, maior feira do setor na América
Latina, levaram o público a se aventurar entre novidades, curiosidades e
bons negócios. A variedade de produtos
e equipamentos nos estandes foi convite difícil de resistir. Em outra área do
evento, de acesso restrito às delegações
de diversos países, a Organização Internacional do Café (OIC) celebrou seu cinquentenário, discutindo medidas políticas para o momento e renovando
suas metas para os próximos 50 anos.
Para o estado do café, a Semana
trouxe novas oportunidades. “Atingimos com êxito nosso objetivo de colocar Minas, o Brasil e nossos cafés sob
o olhar do mundo inteiro. Aqui reunimos multinacionais, grandes compradores internacionais e os nossos produtores, mostrando a excelência de
nossos cafés e a forma como produzimos”, diz o presidente da FAEMG, Roberto Simões. “A feira foi um sucesso
tão grande de negócios e presença de
produtores e interessados que os promotores e expositores já sinalizam para que continue sendo realizada, de
forma permanente, em Minas Gerais;
o que é também uma grande conquista para nós.”
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 15
JB Mídia
“A feira em Minas
proporcionou um grande
diferencial: a presença do
produtor dentro do
mercado. Com acesso
direto aos compradores, ele
pôde perceber o que é
preciso fazer na sua
fazenda para satisfazer o
mercado.”
Priscila Lins, gerente de
agronegócio do Sebrae-MG
JB Mídia
“A Conferência
Internacional de Cafés
Naturais mostrou uma
tendência de
reposicionamento dos
naturais como cafés de
muita qualidade,
derrubando o estigma
negativo do “não lavado”,
como era conhecido até
poucos anos.”
Carlos Brando, diretor
da P&A Marketing
Internacional
Lightpress
“A realização deste evento aqui foi
o batismo, de forma direta, do
cafeicultor mineiro no comércio
internacional. Deu ao produtor a
oportunidade de conversar
diretamente com os compradores
internacionais e apresentar o
nosso café, tão bom quanto os
produzidos em qualquer parte do
mundo. Vamos continuar
trabalhando a fim de trazer para
Minas Gerais mais eventos como
este, fortalecendo a cafeicultura
brasileira e a mineira em especial”.
Breno Mesquita, diretor da FAEMG e presidente das
Comissões de Café da entidade e da CNA
10 120 dezenas
EVENTOS
PALESTRAS
PARALELOS
4
110
12mil
DE SESSÕES DE PROVA
E RODADAS DE NEGÓCIOS
COMPETIÇÕES NACIONAIS: DUAS DE BARISTAS,
PROVADORES E MELHOR CAFÉ DO ANO
(leia mais na página 16)
EXPOSITORES
Ludymila Marques
Flávio Amaral
VISITANTES NACIONAIS E
INTERNACIONAIS (MAIS QUE O
DOBRO DA EDIÇÃO PASSADA)
DELEGAÇÕES DE
70 países
PRODUTORES E CONSUMIDORES DE CAFÉ
R$ 20 milhões
EM NEGÓCIOS CONCRETIZADOS
“A realização no estado
líder da cafeicultura
brasileira chancelou a
Semana como evento
oficial do setor e
potencializou os negócios
para todos os expositores,
compradores e visitantes.”
“Encontrei cafés de
altíssima qualidade.
Conheci e provei dezenas
de amostras. Algumas
delas me deixaram
bastante empolgado,
principalmente um café de
Carmo de Minas.”
Caio Fontes, coordenador
do 8º Espaço Café Brasil
Nolan Hirte, proprietário
da Proud Mary Coffee
(Austrália)
EXPECTATIVA DE CONCLUSÃO DE OUTROS
R$ 30 milhões
NO PÓS-FEIRA
RODADAS DE NEGÓCIOS SEBRAE
❚ 26 ÂNCORAS (COMPRADORAS), SENDO 14 INTERNACIONAIS
(ARGENTINA, SUÉCIA, EUA, HOLANDA, AUSTRÁLIA E MÉXICO)
❚ 1.027 SACAS NEGOCIADAS, COM VALORES ENTRE R$ 600 E R$ 900 A SACA.
FAEMG | SENAR
15
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 16
JB Mídia
O SEGREDO DOS
CAMPEÕES
FAZENDA SERTÃOZINHO,
BOTELHOS (sul de Minas)
ADMINISTRADOR:
José Renato Gonçalves Dias
CAFÉ VENCEDOR:
arábica – variedade cereja amarelo descascado
Bicampeã, a Sertãozinho já havia vencido a
primeira edição do concurso, ano passado.
Tem ainda muitos outros títulos nacionais e
internacionais, conquistados ao longo de 13
anos de forte investimento em qualidade.
Para começar, a fazenda foi totalmente mapeada
em microlotes, com base em pesquisa e
observação. Todo grão é colhido
manualmente. Depois, há a separação por
altitude, variedade e exposição solar.
maior parte da produção é exportada
in natura. Os grãos destinados ao
mercado interno são processados na
fazenda, que conta, desde 2005, com
torrefação e marca própria, o Café Orfeu.
Os melhores
cafés do Brasil
“Para conquistar boa pontuação, a
bebida precisa ser limpa e de doçura
elevada. Esse café que venceu o
Coffee of the Year parecia garapa,
de tão doce e saboroso.”
Deu empate entre as fazendas Sertãozinho, de Botelhos (sul de Minas), e
Santa Terezinha, de Pedregulho (Mogiana Paulista), na premiação Coffee of
the Year 2013. A disputa foi durante a Semana Internacional do Café. Um público animado e curioso provou e escolheu seus favoritos, somando cerca de
dois mil votos, participação quatro vezes maior que a de 2012.
A competição recebeu 164 amostras de todas as regiões produtoras de
café do país. Apareceram até algumas
menos tradicionais, como Rondônia
ADMINISTRADOR:
Éder Carvalho Sandy
CAFÉ VENCEDOR:
arábica – variedade catuaí amarelo
e Pernambuco. Dessas, 72 foram selecionadas e apresentadas a compradores nacionais e internacionais durante a Rodada de Negócios Sebrae. Um
júri de especialistas escolheu as dez
melhores, que foram preparadas por
método filtrado e oferecidas aos visitantes do 8º Espaço Café Brasil para a
degustação às cegas. Em garrafas com
códigos, os finalistas – cinco de Minas
Gerais, três das montanhas do Espírito Santo e dois de São Paulo – representaram a diversidade de origens
dos cafés de alta qualidade no país.
Classificação
1º Fazenda Sertãozinho, Botelhos (sul de Minas)
Fazenda Santa Terezinha, Pedregulho (Alta Mogiana)
3º Sítio Alto Pombal, Vargem Alta (Montanhas do Espírito Santo)
4º Sítio Córrego Saudoso, Vargem Alta (Montanhas do Espírito Santo)
5º Sítio Nossa Senhora Aparecida, Divinolândia (Mogiana)
6º Fazenda Ninho da Águia, Alto do Caparaó (Matas de Minas)
7º Forquilha do Rio, Espera Feliz (Matas de Minas)
8º Sítio da Prata, Marechal Floriano (Montanhas do Espírito Santo)
9º São João Grande, Patos de Minas (Cerrado Mineiro)
10º Forquilha do Rio, Espera Feliz (Matas de Minas)
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João Renato Dias, agrônomo
FAZENDA SANTA TEREZINHA,
PEDREGULHO (Mogiana Paulista)
As características da região favorecem
muito: fertilidade do solo e altitude, além do
clima propício, com invernos bem definidos e
pouca chuva durante a época fria. O trabalho
técnico de controle nutricional e sanidade é
criterioso, e há ampla estrutura de terreiro,
maquinário e lavadores. A plantação em linha
reta favorece a mecanização. O investimento
em tecnologia é constante, do pré-plantio à
colheita e descascagem.
O agrônomo Éder Sandy explica que para o
concurso foi escolhido o catuí amarelo,
considerado de boa característica de bebida. O
grão passou por beneficiamento via úmida,
estilo cereja descascada. Toda a secagem foi
feita manualmente no terreiro.
“O segredo é uma combinação das
características naturais da região,
trabalho dedicado e boa dose de sorte.
Sorte porque o clima para esta safra
foi ideal, não choveu durante a
colheita ou a secagem.”
Antônio Grisi Sandoval, produtor
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 17
BALDE CHEIO
Arquivo Balde Cheio
Resultado
rápido
uando 2013 começou, Geraldo de Faria e sua mulher Nair (foto) não tinham
ideia que terminariam o
ano com renda 11 vezes
maior e que poderiam ampliá-la mais. A prosperidade é resultado do ingresso no Balde
Cheio, em fevereiro. O programa chegou a Buritis – onde moram – em 2012,
por meio de parceria entre a FAEMG, o
Sindicato dos Produtores Rurais de Buritis, a Capul (Cooperativa Agropecuária
Unaí Ltda.) e a Itambé.
Após constatarem o progresso conquistado por outros produtores no primeiro ano de trabalho, Geraldo e Nair
decidiram participar. Em 60 hectares,
eles tiravam 140 litros de leite por dia, o
que lhes rendia pouco mais de R$ 700 ao
mês. Olhavam para a propriedade, a Fazenda Pé da Serra, e sentiam que podiam fazer mais. Queriam dobrar a produção, mas não sabiam como.
Q
Logo na primeira visita à propriedade
do casal, o técnico agropecuário Wander
Dias Franco e o veterinário Kleisler Leite
Ribeiro perceberam que o obstáculo ao
crescimento estava na nutrição do gado.
Havia uma silagem de sorgo de péssima
qualidade e o cultivo da cana-de-açúcar
era insuficiente para alimentar o rebanho durante a estiagem.
A primeira ação para transformar a
fazenda foi melhorar a qualidade do volumoso. Começou pela implantação de
1,6 ha de pastagem intensiva irrigada,
para garantir alimento no período de seca. O investimento também reduziu a
necessidade de mão de obra e aumentou a qualidade do volumoso disponível
às vacas em lactação, diminuindo os gastos com o concentrado.
O retorno foi tão positivo, que animou os produtores a apostarem mais na
atividade leiteira. Geraldo trocou alguns
animais por outros com maior potencial
de produção. Adquiriu 21 vacas. A partir
INDICADOR
ANTES
DEPOIS
Área da propriedade (ha)
Produção diária (litros)
Vacas em lactação (%)
Despesas de custeio (R$/mês)
Receita total (R$/mês)
Produtividade (litros/ha/ano)
Preço recebido (R$)
Fluxo de caixa (R$/mês)
60
134
65
4.168,77
4.870,33
815
0,90
701,56
10
509
80
8.889,28
16.805,02
18.578
1,10
7.915,74
daí a produção e a receita começaram a
crescer. Novos investimentos foram necessários. Um segundo módulo de pastagem irrigada foi implantado em 1,2 ha.
Alcançaram a meta dos 300 litros/dia
e agora desejam chegar aos 600 litros/dia.
Na opinião dos técnicos, no ritmo em
que vão, não levarão muito tempo para
conquistar o novo objetivo. Hoje, eles tiram 509 litros de leite por dia e têm 31
vacas em lactação. Os animais ficam
100% do tempo nos piquetes rotacionados irrigados, que têm lotação média de
11 vacas por hectare.
FAEMG | SENAR
17
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 18
Fotos: Arquivo SENAR MINAS
Mesmo depois de finalizado o GQC, produtores de
Machacalis continuam se reunindo. Para motivar
o grupo, foi criado um consórcio e o ganhador tem
que investir o dinheiro na propriedade.
DIEGO SOUZA, DE GOVERNADOR VALADARES
GQC
A força da união
D
epois de participarem do
Programa Gestão com Qualidade em Campo (GQC)
em Machacalis, no Vale do
Mucuri, um grupo de 19
produtores de dez propriedades continua se reunindo com o
propósito de aperfeiçoar a gestão das
propriedades.
No último sábado de cada mês, eles
se reúnem e trocam informações sobre
os negócios. Para animar ainda mais os
encontros, os produtores criaram um
consórcio em que cada propriedade
contribui com R$ 100,00. O dinheiro é
sorteado e o ganhador de R$ 1 mil fica
com o compromisso de receber a visita
do grupo no mês seguinte e contar como investiu o dinheiro.
“Nós recebemos o dinheiro, mas
ainda não investimos. É um valor considerado baixo para a realização de algumas ações, mas serve de incentivo.
18 www.sistemafaemg.org.br
Por exemplo, nós vamos comprar madeira para o curral e certamente precisaremos complementar esse valor. A
regra é investir o dinheiro na propriedade, senão o dinheiro tem que ser devolvido”, explica Gerenaldo de Souza
Porto, mobilizador do Sindicato dos
Produtores Rurais de Machacalis e participante do grupo.
“Já realizamos dois encontros e vamos passar pelas 10 propriedades que
estiveram envolvidas no GQC. Ao final
das visitas faremos uma avaliação para
sabermos como e onde o valor repassado foi investido e se isso foi feito de maneira correta”, explica Vandelício Santos Dantas, que participou do GQC com
a sua esposa Sivanilde Dantas Azevedo.
A criação do consórcio é inédita na
região. Vandelício Dantas, que é também presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Córrego de
Água Branca, explica que a ideia surgiu
“O GQC foi uma
experiência fantástica
que fez com que
enxergássemos tudo
de forma diferente,
nos abriu a cabeça. E
para que pudéssemos
seguir enxergando
bem e adiante
resolvemos manter os
encontros”
Vandelício Dantas
o
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 19
Fazenda de um dos participantes
do GQC em Machacalis
Celso Furtado (à esquerda) em visita a uma das propriedades participantes do GQC
Divisor de águas
Gerenaldo Porto
para o grupo colocar em prática os ensinamentos do GQC. “O GQC foi uma
experiência fantástica que fez com que
enxergássemos tudo de forma diferente, nos abriu a cabeça. E para que pudéssemos seguir enxergando bem e
adiante resolvemos manter os encontros mesmo com o fim do programa.
Assim estaremos sempre praticando
aquilo que aprendemos no curso.”
A instrutora do grupo, Teí Gazzinelli, se surpreendeu com a iniciativa.
“Senti o grupo muito interessado e dedicado desde o início. Aliás, a característica marcante do grupo foi o interesse.” Ela acredita que o curso e os
encontros farão diferença no modo de
vida desses produtores. “É muito clara
a transformação por que passaram
nos três meses de GQC. Espero que
eles sigam trilhando esse caminho do
conhecimento e aperfeiçoando as
suas habilidades”.
Cyntia Bonfim Dantas, esposa de
Gerenaldo, também participou do
GQC e diz ter ficado emocionada
com tudo que aprendeu. “A gente
percebe uma aproximação maior
entre os produtores e especialmente dentro de cada família. Aqui em
casa foi um divisor de águas. Hoje a
gente se ajuda mutuamente, o que
antes não ocorria. Tem sempre alguém do grupo para ajudar, sanar
dúvidas. A nossa comunidade está
mais unida. Sentimo-nos apoiados
uns nos outros”.
Celso Furtado Júnior, assessor de
Planejamento do SENAR MINAS e
coordenador do GQC, diz que considera a iniciativa uma proposta inteligente. “Mostra que é possível avançar no propósito de continuidade do
GQC, mesmo quando se finalizam
os blocos de teoria e consultoria. A
força dos participantes, em conjunto com o Sindicato de Produtores
Rurais e entidade aglutinadora, representa um exemplo de visão de
futuro apoiada em soluções locais.”
O GQC de Machacalis foi realizado pelo Sindicato dos Produtores
Rurais da cidade, em parceria com
o SENAR MINAS e o Sicoob Carlos
Chagas.
Trajetória do GQC
Iniciado em 2005, com um projeto piloto no município de Santo
Antônio do Amparo, no oeste de
Minas, o GQC tem metodologia
própria, desenvolvida pelo SENAR
MINAS com especial atenção às
características peculiares do meio
rural. O Programa é desenvolvido
em módulos, com aulas expositivas voltadas para exemplos práticos e consultorias especializadas,
que são feitas nas propriedades
rurais. Cada turma é composta
por vinte pessoas, duas por propriedade.
Um item importante na metodologia é o PGQ – Plano de Gestão
com Qualidade, elaborado pelo
participante nas etapas do programa. Nele são abordados temas como por exemplo: trajetória, inventário, razão da existência da
empresa rural, objetivos, metas,
custo de produção, 5 “S”, processos da atividade principal da empresa rural (etapas, indicadores de
verificação e controle) etc. Desde a
sua criação, foram realizados 147
programas, atendendo a 1.405
propriedades.
FAEMG | SENAR
19
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 20
ACONTECE
Gustavo Lazzarini
Reunidos em Uberaba, membros da Comissão avaliaram as expectativas para a próxima safra
Soja avança
A desvalorização do milho e o bom
momento da soja no mercado internacional devem influenciar a conversão de cerca de 10% das áreas plantadas em Minas Gerais. Um pesado investimento em tecnologia também é
esperado para a safra verão de grãos
2013/14. Essa foi a avaliação da Comissão de Grãos da FAEMG, após reunião
para discutir cenário e oportunidades
de mercado.
Apesar dos problemas com a Helicoverpa e a mosca-branca, o cultivo de
soja deve ser estimulado pelo preço
mais atrativo que o do milho, ameaçado pela safra recorde no CentroOeste. O algodão também deve ganhar um pouco mais de espaço.
Sobre as pragas, a Comissão destacou a importância da assistência técnica, uma vez que o manejo adequado reduz a necessidade de defensivos
agrícolas. A ferrugem, por exemplo,
já não causa tanta apreensão aos produtores, que aprenderam a lidar com
ela. A Helicoverpa, por outro lado, é
considerada inimiga ainda desconhecida e preocupante.
Missão cumprida
“O produtor tem
investido na agricultura
de precisão, em
maquinário, irrigação
e pesquisa. Cresce a
demanda por produtos
agroquímicos menos
nocivos, sementes
modificadas com
tecnologia para
controle de lagartas, de
ervas daninhas e para
maior precocidade.
O investimento em
otimização tem elevado
nossa produção ao topo
dos padrões
internacionais”.
Claudionor Nunes de Morais,
Presidente da Comissão
de Grãos da FAEMG
Arquivo FAEMG
O Novas Lideranças formou a última turma do ano em São Lourenço, com 40 participantes. Ao longo de 2013, o programa preparou 180
líderes, em cinco municípios. Os cursos foram ministrados também em Governador Valadares, Juiz de Fora, Patos de Minas e Uberaba.
20 www.sistemafaemg.org.br
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Arquivo SENAR
Arquivo SENAR
Semana do
Fazendeiro
Programa Leite Legal
Foi dada a largada para a formação
profissional de milhares de produtores de
leite em Minas Gerais. Depois de receberem capacitação em Belo Horizonte, 13
instrutores participaram do primeiro treinamento em campo (foto), em São Sebas-
tião da Vitória, distrito de São João Del
Rei, para produtores vinculados ao Laticínio Vitória. Até o final de 2014, o SENAR
MINAS pretende capacitar 15 mil propriedades. Para isso, estarão em campo trabalhando cerca de 60 instrutores.
Lançamento em Jequitibá
Subiu para 272 o número de municípios mineiros atendidos pelo Programa
Balde Cheio da FAEMG. O lançamento
do convênio em Jequitibá, realizado na
Casa de Leilões Domingos Barbosa Mascarenhas, foi prestigiado por 80 produtores e lideranças da região. O evento
contou ainda com palestras sobre cenário e perspectiva do mercado e sobre o
funcionamento do Balde Cheio.
A FAEMG foi representada pelos di-
retores João Roberto Puliti e Rodrigo Alvim, presidente das Comissões de Pecuária de Leite da FAEMG e da CNA.
Também estiveram presentes a presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Jequitibá, Mônica Mascarenhas;
o prefeito, Humberto Reis; o presidente
da Cooperativa Regional Agropecuária
de Jequitibá, Auromar Jare dos Santos,
e o gerente geral de Suprimentos de
Leite da Itambé, Armindo Neto.
Oportunidades na crise
Em meio à crise provocada por cotações de mercado abaixo dos custos de
produção, os cafeicultores da Chapada
de Minas criaram uma oportunidade para discutir soluções. Prefeitura, SebraeMG, Associação Comercial, Emater-MG
e Sindicato Rural se uniram para promover o Seminário do Café das Chapadas de Minas, em Capelinha. Palestras,
rodada de negócios e momentos de interação atraíram 300 participantes.
O evento foi prestigiado pela FAEMG.
O diretor João Roberto Puliti esteve presente na abertura e o diretor e presidente das Comissões de Café da FAEMG
e CNA, Breno Mesquita, proferiu palestra. Ele falou sobre os esforços que tem
comandado para sanar a crise enfrentada pelo setor. O presidente do Sindicato Rural de Capelinha, Murilo Horta,
disse que o balanço é muito positivo e
que a principal contribuição foi a proposta de criar a Associação de Produtores de Café de Capelinha e Região.
Durante a 84ª Semana do Fazendeiro, realizada no campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV),
o SENAR MINAS capacitou 71 pessoas em nove cursos (foto). O SISTEMA FAEMG também esteve presente com estande institucional,
apresentando ao público ações,
cursos e programas das entidades.
Aprimoramento
constante
Arquivo FAEMG
O superintendente da FAEMG,
Silas Canedo, e a coordenadora de
Administração e Finanças do SENAR, Ana Lúcia Campos, participaram do 39º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, em São Paulo. Realizado pela ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), o tema do evento foi “Reinventar a Gestão: Uma Construção
Coletiva”. Os debates focaram a alta velocidade de transformação na
interação entre organizações e pessoas. Mais de 3.500 congressistas
participaram do evento.
FAEMG | SENAR
21
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 22
CASO DE SUCESSO
Negócio de família
Os cursos do SENAR
mudaram a vida de Maria
Lúcia, que passou a produzir
doces, geleias e carnes
defumadas e hoje, com o
marido, que se dedica à
fabricação de cachaça,
possui uma charmosa loja
em Felixlândia.
MÔNICA SALOMÃO, DE SETE LAGOAS
Depois de lecionar por 33 anos, há
cinco a professora de Português Maria
Lúcia Duarte de Oliveira aposentou-se
e, assim como o marido Adão Manoel
de Oliveira, que em 1989 deixou o Direito para se dedicar à produção de cachaça, decidiu também investir na atividade rural. Como ponto de partida,
ela se impôs uma meta: tirar o maior
proveito possível de toda a matériaprima disponível na Fazenda Mourões da Porteira, localizada em Felixlândia, na região central do estado.
“Quando me mudei para cá, as frutas
perdiam nos pés e o leite muitas vezes
era desperdiçado. Então conversei com meu marido e
ele me orientou a pro-
As cachaças são o carrochefe da empresa, mas a
produção está bem
diversificada, com geleias,
licores, embutidos e
derivados do leite
22 www.sistemafaemg.org.br
curar no Sindicato algum curso oferecido pelo SENAR e foi aí que tudo começou”, relata.
Sem tempo a perder, Maria Lúcia
fez os cursos de Fabricação de Picles e
Produtos Derivados do Tomate, Fabricação de Compotas, Frutas Cristalizadas, Geleias e Doce em Pasta, Produção
de Derivados do Leite e mais recentemente o de Transformação de Produtos de Origem Animal em Embutidos e
Defumados - Peixe e Carne Suína. A satisfação com o retorno das capacitações foi tanta que ela se tornou parceira do Sindicato, emprestando as dependências da fazenda para a
realização de cursos.
Para diminuir os
constantes deslocamentos a Sete Lagoas e Belo Horizonte, principais
cidades compradoras dos produtos Flor das
Gerais, o casal
decidiu que era
chegada a hora
de levar os clientes
até a fazenda. E uma
das formas encontradas foi a instalação de placas ao longo da estrada, cada
uma anunciando um produto, indicando a quilometragem restante para se
chegar à propriedade. “De um ano para
cá, a demanda aumentou muito. Tudo
o que fabricamos é vendido e para dar
conta contratei uma funcionária que
também fez cursos do SENAR”.
Segundo a produtora, toda decisão
é tomada com a participação dos filhos Daniel, engenheiro agrônomo,
Danielle, arquiteta, e Grazielle, fonoaudióloga. “Nossos filhos são os
nossos grandes parceiros e incentivadores. A profissionalização das embalagens e a criação da nossa página na
internet, por exemplo, foram iniciativa deles”, aponta.
Maria Lúcia Duarte
com os filhos Daniel
e Danielle
“Estamos envolvidos
desde o começo e,
com certeza, temos a
intenção de dar
continuidade a este
trabalho que
começou com os
nossos pais.
Reformamos a casa a
partir de um projeto
totalmente
sustentável para
melhor receber a
clientela e as
perspectivas são as
melhores possíveis”
Danielle Oliveira
Qualidade certificada
A cachaça produzida pela família
possui as certificações de produto orgânico, emitida pelo Instituto Mineiro
de Agropecuária (IMA), e de qualidade,
concedida pela Associação Mineira
dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq). “Estamos em vias de
conseguir a certificação do Sisorg (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) e o próximo objetivo é a certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Queremos, até o
fim do ano, essas quatro certificações
para que a nossa cachaça se torne a
mais certificada do país”, espera Daniel Oliveira. De acordo com o caçula
da família, assim como a cachaça, a
ideia é que os outros produtos também tenham futuramente a certificação do Sisorg.
Solange do Rosário Souza Oliveira,
assistente técnica na área de educação, é consumidora dos produtos Flor
das Gerais há cerca de 10 anos. “O diferencial do produto certificado está no
fato de passar por um rígido controle
de fabricação que, por sua vez, assegura qualidade ao que vamos consumir.”
Solange diz que sempre compra os
produtos também para presentear os
amigos e a família. “O sucesso é garantido.” Para ela, os sabores da Flor das
Gerais são diferenciados. “Tudo o que
a Maria Lúcia e o Adão fazem é com
muito carinho, cuidado e dedicação.
Acho que por isso é tudo tão saboroso.”
“Os produtos orgânicos e certificados, além de contribuírem para a saúde, têm valor agregado: os clientes ficam mais confiantes ao adquiri-los e
se tornam fiéis à marca. Trabalhar
com esses produtos e obter a certificação é para nós uma vitória, uma
vez que primam pelo sabor, pela tradição da produção artesanal e, principalmente, pela qualidade”, atesta Maria Lúcia.
FAEMG | SENAR
23
Mônica Salamão
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 23
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 24
SINDICATOS
Curvelo
di
ca
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Nova sede
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Si
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q
Ar
Sindicato dos Produtores
Rurais de Curvelo
Fundação: 21 de dezembro de 1966
Nº de associados: 581
Novo endereço: Rua Rio Negro, 180 – Centro
Curvelo/MG – 35790-000
24 www.sistemafaemg.org.br
O
s produtores rurais de Curvelo tiveram
duas grandes conquistas neste semestre.
O Sindicato Rural inaugurou sua sede: um
prédio moderno, com 318 m² (fotos). Antes,
o Sindicato funcionava em casa alugada.
Também lançou o Cartão do Associado, que permite
desconto no comércio, clínicas médicas e laboratórios.
As novidades fazem parte das ações para melhorar o
atendimento aos associados e atrair novos produtores.
O presidente do Sindicato, Dalton Canabrava Filho,
disse que essas iniciativas são apenas o começo: “Nas
novas instalações, os produtores serão atendidos com
mais conforto e rapidez. Queremos que o Sindicato
cuide de todas as demandas da porteira para fora”.
Na inauguração, Dalton agradeceu às diretorias atual e
anteriores a contribuição na construção da sede própria.
Os associados aprovaram as novidades. Para o
produtor de leite Marco Aurélio Machado, 69, a nova
sede é moderna e de fácil acesso: “Agora, temos tudo
de que precisamos em um único lugar”.
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 25
Campo Belo | Mulher de fibra
Arquivo Sindicato
A história de Denise Cássia Garcia
no meio rural começou há 32 anos,
quando assumiu a propriedade da família. Foi a primeira mulher eleita
presidente de um Sindicato de Produtores Rurais em Minas Gerais, e a primeira na diretoria da FAEMG. Há 14
anos está à frente do Sindicato Rural
de Campo Belo, gestão reconhecida
com a Medalha do Mérito Rural 2011.
Formada em administração e direito
e com duas pós-graduações, exerce
várias atividades classistas, entre elas
a vice-presidência da Comissão Técnica de Café da FAEMG e a coordenação
da Câmara Setorial de Café da Secretaria Estadual de Agricultura.
Este ano, sua liderança recebeu reconhecimento da ACMinas (Associação Comercial e Empresarial de Minas). Ela foi agraciada com o prêmio
“Mulheres Notáveis”, na categoria
Mulher Notável que trabalha pela sociedade – Liderança Classista. A entrega foi durante o evento Salto em Negócios, em BH.
Assistência técnica é um
investimento com retorno garantido. A implantação do
Balde Cheio em Carandaí, pelo Sindicato Rural e parceiros,
é um bom exemplo. Após palestra com apresentação dos
resultados do programa, a diretoria, produtores e apoiadores estão cada vez mais animados em oferecer a oportunidade para mais pecuaristas.
O Sindicato Rural de Carandaí
também está investindo em
outras formas de capacitação,
com a promoção constante de
cursos do SENAR MINAS. Os
últimos treinamentos promovidos foram de motosserra e
desdobramento de toras.
Campanha
Pomares bem cuidados
Frutal | Ação
sustentável
Arquivo SENAR MINAS
A citricultura ganha cada vez mais
destaque em Campanha. O desenvolvimento da atividade é incentivado
pelo Sindicato, em parceria com o SENAR MINAS. Neste semestre, 33 produtores e trabalhadores rurais participaram do curso Fruticultura Básica –
Manejo Integrado de Pragas e Doenças, inédito no município.
O presidente do Sindicato, Romeu
Mendes Filho, está entusiasmado com
o crescimento da atividade e com o
desenvolvimento dos pomares, depois
dos treinamentos. Segundo ele, cerca
de 100 produtores se dedicam à citricultura, principalmente ao cultivo de
laranjas: “É um importante momento
para os produtores. Sentem seus esforços valorizados e aproveitam as
oportunidades para crescer”.
Carandaí
Capacitação
em alta
Quando se avalia o potencial agrícola
de uma região, resultado da eficiência
de produtores e da aplicação de técnicas
precisas, o uso de defensivos e a destinação correta das embalagens vazias não
pode ficar de fora. Minas tem se destacado neste campo. De janeiro a setembro deste ano, retirou do meio ambiente 2.597 toneladas de recipientes.
Para aumentar a capacidade de recebimento dessas embalagens no estado,
foi ampliada a unidade receptora de
Frutal. Passou a captar 200 toneladas
por ano. O posto é gerenciado pela Associação das Revendas de Agrotóxicos
de Frutal e Região e tem o Sindicato dos
Produtores Rurais como parceiro. Todo
material é levado para Uberaba e encaminhado para reciclagem ou incineração, pelo inpEV (Instituto Nacional de
Processamento de Embalagens Vazias).
FAEMG | SENAR
25
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 26
SINDICATOS
Si
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Tabuleiro
Estratégia para o crescimento
o
iv
qu
Ar
Uberlândia
Sucesso da
Camaru
Já é possível ao produtor rural comprar sacas de milho a preço menor do
que o praticado no mercado graças a
um projeto lançado há três meses, em
Tabuleiro, parceria entre Sindicato Rural, Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento) e prefeitura.
Segundo o presidente do Sindicato
Rural, Paulo Henrique de Castro, as
primeiras compras foram de duas mil
sacas, agora chegam a 20 mil. O produtor economiza até 30% por saca de milho (50 kg), comercializada no mercado regional a R$ 23,65. O grão é importante para manter as principais atividades do município: pecuárias de corte
e de leite. Para ter acesso à compra, o
produtor deve se cadastrar no Sindica-
to – responsável por enviar os documentos à Conab. A mercadoria é entregue pelo Sindicato e pela prefeitura e o
produtor ainda fica livre do frete.
Paulo Henrique conta que os produtores têm valorizado as ações do
Sindicato, o que pode ser medido pelo aumento do número de associados. Em 2012, eram 85, hoje são 110.
“Nosso objetivo é atender às necessidades do homem do campo. Vamos
continuar com esses e outros projetos e estamos muito animados com
os resultados. Como a maioria dos
produtores do município é de mais
velhos, estamos também trabalhando para incentivar a participação dos
jovens”, disse.
Arquivo Sindicato
Em sua 50ª edição, a Camaru (Exposição Agropecuária de Uberlândia)
é um ótimo exemplo da importância
dos eventos agropecuários para as
economias locais. Durante os dez dias
de festa, recebeu 300 mil pessoas e gerou R$ 50 milhões em negócios. O resultado deste ano rendeu ao Sindicato
Rural homenagem da CDL (Câmara
de Dirigentes Lojistas) pela promoção.
De acordo com o presidente do Sindicato, Thiago Soares Fonseca, a exposição está entre as principais mostras
do país. A próxima edição será de 29
de agosto a 7 de setembro de 2014.
Ipiaçu | Novo
cooperado
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ipiaçu, Otávio de
Moraes Franco Neto, assinou Termo
de Cooperação Técnica e Financeira
para a realização de cursos do SENAR.
“Ampliar a área de atendimento da
Regional vem ao encontro do nosso
objetivo de estar cada vez mais próximos dos produtores”, diz o gerente
regional do SENAR MINAS em Uberaba, Flávio Silveira. Ipiaçu está localizada no Pontal do Triângulo, possui
quatro mil habitantes e a agropecuária é a principal atividade econômica.
26 www.sistemafaemg.org.br
Motorista Joel de Sousa Reis; o presidente do Sindicato Rural de Tabuleiro, Paulo
Henrique Netto de Castro; o produtor José Eugênio Ramos Lino e o vice-prefeito de
Tabuleiro, Francisco Guilherme Ferraz
Conceição das Alagoas
Incentivo aos estudos
Produtores e familiares, associados às entidades pertencentes ao
Núcleo de Sindicatos Rurais, terão descontos especiais para estudar nas Fazus (Faculdades Associadas de Uberaba). A parceria
foi firmada na última reunião,
em Conceição das Alagoas. A iniciativa do Núcleo vai incentivar
a qualificação do homem do
campo. Os produtores também
terão descontos nos serviços
prestados pelos laboratórios das
faculdades.
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 27
AGENDA |NOVEMBRO - DEZEMBRO
Flávio Amaral
5 a 7|11
8º SIMPÓSIO DE PESQUISA
DOS CAFÉS DO BRASIL | Em
Minas, no Centro Universitário, a
consolidação da cadeia produtiva da
macaúba será discutida em evento
promovido pelo Ministério da
Agricultura, em parceria com o
Ministério do Desenvolvimento
Agrário, Embrapa Agroenergia,
Embrapa Cerrados, Secretaria de
Estado de Agricultura e Centro
Universitário de Patos de Minas.
Salvador, no Fiesta Bahia Hotel, mais
de 300 trabalhos científicos serão
apresentados em evento promovido
pelo Consórcio Pesquisa Café e
coordenado pela Embrapa Café. O
evento também terá palestras,
oficinas, minicursos, mesasredondas e visitas técnicas. Para
pesquisadores, estudantes,
professores, extensionistas,
produtores, lideranças, empresários
e imprensa.
6 e 7|11
II CONGRESSO BRASILEIRO
DE EUCALIPTO | Para
Wilson Moura, coordenador da Assessoria Sindical da FAEMG
Executivos
Sindicais
Para qualificar e valorizar os recursos humanos
do sistema sindical rural, a FAEMG vai promover
o curso de atualização para funcionários (secretários executivos) de sindicatos, no San Francisco
Flat, em Belo Horizonte (Av. Alvares Cabral, 967,
no bairro de Lourdes). A primeira edição será de 5
a 7 de novembro; a segunda, de 12 a 14; e a terceira, de 19 a 21. As palestras abordarão assuntos jurídicos, ambientais, contábeis e tributários e contribuição sindical.
Anualmente, a FAEMG capacita cerca de 300
secretários executivos, segundo o coordenador da
Assessoria Sindical, Wilson Moura: “Esses cursos
já são tradicionais no nosso Sistema e os resultados têm sido muito positivos. A qualidade dos serviços, a imagem do Sindicato Rural e o envolvimento dos funcionários crescem e melhoram a
cada edição”.
professores, pesquisadores,
extensionistas, empresários e
estudantes: realidade e perspectivas
do setor. Promoção do Centro de
Desenvolvimento do Agronegócio,
Remade e Revista da Madeira. Em
São Paulo, no Centro de Exposição
Imigrantes.
www.congressoeucalipto2013.com.br
15 a 17|11
I SIMPÓSIO AGROMINAS |
Com o tema “O agronegócio regional
em evidência”, o evento reunirá
líderes, produtores, técnicos,
pesquisadores e estudantes, em
Governador Valadares, no Parque de
Exposições, das 8:00 às 18:00. O
objetivo é fornecer subsídios técnicos
para avaliação dos sistemas de
manejo de rebanhos e também de
lavouras. Participantes e empresas
poderão apresentar os resultados de
pesquisas para aumentar trocas de
experiências e informações.
Promoção da Editora e Revista
Agrominas, com apoio do Sindicato
Rural de Governador Valadares.
(33) 3271-9738
[email protected]
Balde Cheio
Em dezembro, a FAEMG promoverá treinamento de técnicos do Programa Balde Cheio: dias 2 e 3,
para veteranos e 5 e 6, para iniciantes. Palestras: Manejo do rebanho leiteiro, Cenário e Perspectivas do
Mercado Lácteo e Regularização Ambiental. No dia
4, veteranos e iniciantes assistirão às palestras Programa Leite Legal, Sistema Sindical e Capital Humano – Estímulo à reflexão, à ética e à cooperação.
25 a 28|11
1º CONGRESSO BRASILEIRO
DE MACAÚBA | Em Patos de
19|11 - 3|12 - 17|12
LEILÃO MISTO DE BOVINOS
Gados de corte e de leite serão
leiloados em eventos promovidos
pelo Sindicato Rural de Passos, no
Parque de Exposições, às 19:00.
(35) 3529-2650
www.simposiocafe.sapc.embrapa.br
30|11 - 20|12
LEILÃO MISTO DE BOVINOS |
Promoção do Sindicato Rural de
Januária para melhorar o rebanho da
região, no Parque de Exposições
Astério Itabayana, às 19:00.
(38) 3621-1964
1º|12
LEILÃO DE GADO LEITEIRO|
Promoção do Sindicato Rural de
Passos, no Parque de Exposições,
às 19:00. (35) 3529-2650
6|12
51º LEILÃO DE CORTE|
Animais de alta qualidade serão
leiloados em evento promovido pelo
Sindicato Rural de Curvelo, no
Parque de Exposições, às 19:00.
(38) 3721-1770
3 a 8|12
24ª FEIRA NACIONAL DE
ARTESANATO |Neste ano, a
Feira de Artesanato, no
Expominas, em BH, com o tema
“A Cultura e a Arte Entram em
Campo”, faz homenagem à Copa
do Mundo 2014. O SISTEMA
FAEMG terá estande com a
exposição de produtos dos cursos
do SENAR MINAS nas áreas de
alimentação e artesanato. A feira
terá expositores, cursos, oficinas,
palestras e shows.
www.feiranacionaldeartesanato. com.br
FAEMG | SENAR
27
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:42 Página 28
Fotos: Ciara Albernaz
INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Irrigação criativa
U
m projeto feito por profissionais competentes e
bem executado pode ser o
pulo do gato para o produtor. Fausto Pereira Batista, 48, sabe bem disso.
No início de 2012, ele investiu em um
projeto inovador: um sistema de irrigação que utiliza a força da gravidade
em vez de energia elétrica.
O projeto foi implantado em 26
hectares da Fazenda Paraíso, em Nova
Ponte, onde cria gado de leite. Fausto
conta que antes do investimento a
propriedade não gerava renda suficiente para o custeio. Hoje a fazenda
não só se sustenta como gera lucro.
A irrigação permitiu que a lotação
do pasto passasse de um para oito animais por hectare ao mês. A receita
com a produção de leite subiu vertiginosos 1.150%, passando de R$ 2.400,00
para R$ 27.600,00 por hectare ao ano.
O melhor é que os R$ 290 mil aplicados foram recuperados em 18 meses.
Os resultados são visíveis a distância. Este inverno foi o primeiro com a
irrigação funcionando plenamente.
28 www.sistemafaemg.org.br
O tempo de utilizar pastagens de acordo com a quantidade
de chuvas passou. A irrigação deixou de ser vista como custo
e virou investimento. É cada vez mais utilizada como recurso
para aumentar a produtividade daqueles que, é claro, têm
água à disposição. Hoje em dia custa, em média, um quinto
do valor da terra. Situação bem diferente de 15 anos atrás,
quando a relação de valor era inversa.
Quem passava pela estrada identificava de longe as terras da família Pereira. Eram como um oásis de verde intenso na paisagem amarelada.
O crédito desta transformação
Fausto dá à filha Suzana, 24. Gestora
de agronegócio, ela estava, na época,
terminando a pós-graduação em Gestão Financeira e Comércio Exterior
em Agronegócios. Queria que o trabalho de conclusão de curso fosse sobre algo útil para os negócios da família. Estimulada pelas possibilidades e inovações que conheceu durante as aulas, ela desenvolveu o “Projeto de Irrigação com Fertirrigação por
Gravidade Automatizado Hidraulica-
mente para Pastejo Rotacionado”.
A inspiração partiu de duas características da Fazenda Paraíso: o curso
d'água no topo da serra e o desnível
médio de 100 metros. Antes mesmo
das medições técnicas ela sabia que
esses dois recursos há muito esquecidos tinham potencial. Antigamente,
a força da água morro abaixo movimentava o engenho e o moinho da
fazenda.
Com o projeto em mente, Suzana
levou o pai para assistir a aulas sobre
os benefícios da irrigação e as inovações tecnológicas disponíveis. Certo de
que seria um ótimo investimento,
Fausto e a família iniciaram os estudos.
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 29
Execução
Facilidade: a central de comando do
sistema de irrigação foi instalada na
garagem de Fausto
Suzana saiu à procura de profissionais para executar o projeto. As empresas mineiras que consultou disseram
não ser possível colocá-lo em prática. Só
em São Paulo encontrou uma que propôs a adaptação de técnicas israelenses
para aproveitar a gravidade. A proposta
reduziu o consumo de energia elétrica
ao nível semelhante ao de um rádio-relógio comum, mesmo utilizando-se um
sistema completamente automatizado.
Os 26 hectares foram divididos em
15 setores, com 64 piquetes, que atualmente comportam três baterias de gado, que rodam a cada 25 dias. A programação da irrigação é controlada por
um dispositivo que fica na garagem da
casa. A pressão da água é regulada de
acordo com o desnível de cada piquete,
por meio de cavaletes, e individualmente em cada aspersor. O volume de água
irrigado e a periodicidade também têm
regulagem automatizada, com controle
estabelecido por sensores de chuva.
PRODUÇÃO IRRIGADA X CONVENCIONAL
ÁREA SEM IRRIGAÇÃO
Antes de chegar ao pasto, fertilizantes
são misturados à água para irrigação
Unidade animal
Produtividade de leite
Produção de leite por lactação ao ano
Valor do litro de leite em função do volume produzido
Valor total do leite produzido / ano
Produção de bezerros (ano)
Valor da produção de bezerros ao ano
Custo com adubação (ha/ano)
Depreciação do projeto de irrigação (ao ano)
Custo do animal
Despesas (ha/ano)
Despesas (litro de leite/ano)
Receita bruta (ha/ano)
Renda líquida (ha/ano)
Diferenca de lucratividade em 26 ha/ano
1
8
2400
R$ 0,75
R$ 1.800,00
1
R$ 600,00
R$ 300,00
R$ 1.903,35
R$ 0,79
R$ 2.400,00
R$ 496,65
ÁREA IRRIGADA
8
10
24000
R$ 0,95
R$ 22.800,00
8
R$ 4.800,00
R$ 4.050,00
R$ 904,30
R$ 2.400,00
R$ 19.802,30
R$ 0,95
R$ 27.600,00
R$ 7.797,70
R$ 189.827,30
Vantagens
agregadas
A melhora na qualidade do pasto
propiciou mudanças no trato do rebanho. A ordenha é feita apenas
uma vez ao dia. As vacas criam o bezerro ao pé, dando um considerável
incremento de lucratividade ao projeto. A reciclagem de nutrientes proporcionada pela fertirrigação, combinada à matéria orgânica que os
animais deixam no pasto, também
promove melhoras constantes na
qualidade do capim e, consequentemente, na nutrição do rebanho.
Os resultados e o retorno do capital aplicado foram tão bons e rápidos que Fausto já expandiu o investimento em irrigação para outra de
suas propriedades, onde produz
grãos e tem parceria com vizinhos
para o cultivo de batata, cebola, feijão e milho para semente.
O casal Lucineide e Fausto Pereira Batista, com as filhas Suzana e Poliana
A família
Fausto Pereira Batista e sua mulher
Lucineide são de famílias com tradição na produção rural. A Fazenda Paraíso, onde o projeto de irrigação foi
implantado, pertence à família de Lucineide há mais de dois séculos e é
uma das propriedades que o casal tem
no Triângulo. Produtores de cana-deaçúcar, milho, soja e criadores de ga-
dos de corte e de leite, eles têm o agronegócio no sangue, passado de geração em geração. Sempre incentivaram
as filhas Suzana e Poliana a se interessarem pela fazenda, mas nunca as obrigaram a nada. O gosto que as moças
adquiriram pelo negócio foi espontâneo, mas muito bem-vindo, e agora
tem gerado lucros e tranquilidade.
FAEMG | SENAR
29
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 30
INVENTORES DO CAMPO
Máquinas para abacaxis
Fotos: Divulgação Motoagro
Em tempos de mão de obra escassa e cada vez
mais cara no campo, muitos produtores rurais
procuram formas inovadoras de garantir produção
e renda. Para quem cultiva abacaxi, o produtor
Wagner Guidi criou soluções engenhosas.
P
recisando aumentar a produção e sem gente para
contratar, ele pensou durante um bom tempo em
alternativas para superar o
impasse. A mais óbvia seria mecanizar a produção. Pesquisou e
não encontrou máquinas que pudessem atendê-lo. Então, decidiu inventar. Entrou no barracão de sua fazenda
em Frutal e, não demorou muito tempo, as máquinas começaram a sair.
Seu primeiro invento, a “motoagro”,
já faz sucesso no mercado há alguns
anos, com mais de 60 kits vendidos
em oito estados. Equipamento acoplado em motocicletas do tipo cross (Honda Bros 125 e 150 e Yamaha xtz 125), foi
criado para aplicação de herbicidas,
30 www.sistemafaemg.org.br
hormônios para indução floral, inseticidas e fungicidas, percorrendo um
hectare por hora.
A máquina é capaz de pulverizar
100 litros a cada 4 ou 5 minutos. Uma
produtividade excelente se comparada a um trabalhador que, por uma diária de R$ 60, pulveriza 200 litros, o que
implica recarregar a bomba costal 10
vezes durante o dia.
A motoagro também pode ser utilizada para adubação granulada, com
rendimento de 10 sacos de adubo por
hora, e como podadeira, facilitando o
trabalho na hora da tampa do fruto. O
equipamento custa em torno de R$ 15
mil. É unido à motocicleta por meio
de cinco parafusos e ainda pode ser
utilizado em canaviais.
Novidade
No mês passado, durante a feira de
agronegócios de Aparecida de Minas,
ele lançou mais um invento. Desta vez
um equipamento que aduba a terra enquanto planta as mudas. Acoplada a
um trator médio, de 90 cv (cavalos de
potência), a plantadeira cobre um hectare por dia. Ou seja, finca no solo
aproximadamente 35 mil mudas. Uma
produtividade igualada à de oito trabalhadores aplicados.
O invento fica bem mais interessante quando nos lembramos de que o
plantio mecanizado de abacaxis sempre foi dificultado pelo formato das
mudas. Elas não entram na terra com
facilidade quando lançadas por máquinas. A raridade de equipamentos eficientes no plantio do fruto é tanta,
que, antes mesmo de chegar à feira,
Guidi vendeu um dos protótipos.
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 31
O comprador foi um produtor do
Tocantins, cansado de correr atrás de
mão de obra e que necessitava plantar
dois milhões de mudas. Durante o
evento, Guidi vendeu outra unidade
para uma fazenda no Pará. A receptividade surpreendeu o inventor, que já recebeu convite para expor seus equipamentos em Palmas (TO), por indicação
do cliente satisfeito.
Agora, com máquinas para o plantio e trato da lavoura, ele se dedica à
criação de um meio de transporte que
leve os abacaxis do campo até o caminhão. A invenção já tem nome: “tratorito” – um veículo pequeno o suficiente para trafegar pela lavoura sem causar danos. Capaz de executar as mesmas tarefas da motoagro, e ao mesmo
tempo forte o bastante para carregar
18 caixas, com 10 a 14 frutos em cada,
substituindo a carriola na colheita. Um
protótipo do tratorito também foi
apresentado na feira de Aparecida de
Minas, provocando expectativas no público quanto ao lançamento.
Talento criativo
A inspiração para criar máquinas surgiu da necessidade. Há sete anos, Guidi resolveu ampliar
sua plantação de abacaxi, que na
época era de cerca de 70 mil pés.
Mas, como só tinha um funcionário, teve que colocar a mão na terra. Além do grande esforço debaixo de sol, ele percebeu que a expansão seria lenta com apenas
dois trabalhando. Com os lavradores locais dando preferência às
usinas de cana-de-açúcar, teve
que se virar. Uniu a habilidade
em reparar máquinas à paixão
por motos e, depois de algumas
tentativas, HEURECA!
O equipamento foi, primeiro,
intensivamente testado em sua
propriedade, onde hoje são cultivados 700 mil pés de abacaxi – 10
vezes mais do que antes de o invento existir. O sucesso da motoagro incentivou a continuação das
experiências na oficina para criar
mecanismos que cobrissem as
outras etapas da produção. Também gerou um novo negócio: a
venda de implementos agrícolas.
No início, a motoagro era procurada por vizinhos. Mas os bons resultados, divulgados de boca em
boca, impulsionaram a expansão
dos negócios. Hoje os equipamentos são comercializados por meio
do www.motoagro.com.br
O inventor
MOTOAGRO
Equipamento acoplado em motocicletas do tipo
cross (Honda Bros 125 e 150 e Yamaha xtz 125)
para aplicação de herbicidas, hormônios para
indução floral, inseticidas e fungicidas
Produtividade: Um hectare por hora.
Capaz de pulverizar 100 litros a cada 4 ou 5
minutos
Preço: R$ 15 mil
PLANTADEIRA
Mecanismo acoplado em trator de médio porte,
que aduba a terra enquanto planta mudas de
abacaxi
Produtividade: Um hectare (cerca de 35 mil
mudas) por dia, o equivalente ao trabalho de oito
pessoas
Preço: sob consulta
TRATORITO
Carrega 18 caixas de abacaxis, com 10 a 14 frutos
em cada, e é capaz de executar as mesmas
tarefas da motoagro
Produtividade: substitui a carriola na colheita e
tem a mesma eficiência da motoagro
Preço: ainda não está disponível no mercado
Wagner Guidi, 51 anos, nasceu em Pontal (SP), na fazenda
onde a família cultivava canade-açúcar e amendoim. Desde
menino observava o pai na lida. Com ele aprendeu a “dar
um jeito” nos equipamentos
que pifavam, especialmente
no motor do moinho de pinga,
desenvolvendo ali a habilidade com ferramentas e o talento para inventar máquinas.
Aos 15 anos veio para Minas
Gerais acompanhando a família. Fixaram-se no Triângulo,
onde recomeçaram a vida
plantando milho, soja e feijão.
A lavoura de grãos foi substituída no final dos anos 80 pela
cana-de-açúcar, quando uma
usina se instalou perto da propriedade, e pelo cultivo de
abacaxi. Em 1989, Guidi assumiu o comando das propriedades juntamente com a irmã caçula e o cunhado. Ele tem orgulho de dizer que sempre viveu na fazenda, mas hoje, casado com uma médica e pai de
duas meninas, tem também
uma casa na cidade.
FAEMG | SENAR
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REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 32
Fotos: Arquivo pessoal
“Apesar de não terem
conhecimento da
técnica, os alunos me
deixam surpresa com
suas experiências.
Além disso, são muito
observadores.”
PERFIL INSTRUTOR
Luana Dias de Paula
Os ‘pacotinhos’
da Luana
Os alunos passaram a ter mais interesse no curso depois
que Luana de Paula mudou a maneira de transmitir os
conteúdos. KEULY VIANNEY, DE PASSOS
Para ajudar o aluno a se interessar
pelo conteúdo e a processar as informações, os instrutores utilizam diversas técnicas. Sem, obviamente, desconsiderar a metodologia do SENAR, cada
um busca uma maneira de facilitar o
aprendizado.
A nutricionista Luana Dias de Paula,
instrutora do SENAR há três anos, percebeu já há algum tempo que ensinar de
forma gradual – método consolidado na
Pedagogia – foi fundamental para o desenvolvimento da técnica do “pacotinho”. “Trabalho os conteúdos dos cursos em "pacotinhos" (blocos), separando
bem cada assunto. Depois, junto todos
os temas abordados, mostrando a relação entre eles e a importância de cada
um para o resultado final. Isto ajuda na
compreensão do aluno, especialmente
quando o assunto é novo”, explica.
Natural de Alpinópolis, município do
sudoeste mineiro, ela ministra cursos
de Planejamento de Cardápios, Deriva-
32 www.sistemafaemg.org.br
dos do Café e Produção Artesanal de Alimentos. Graduada em Nutrição pela
Fesp (Fundação de Ensino Superior de
Passos), seu diferencial, na avaliação do
gerente regional do SENAR em Passos,
Rodrigo Diniz, é a metodologia de ensino que utiliza para repassar o conteúdo.
Quando Luana se credenciou no
SENAR, em 2010, ajudou o gerente a
reestruturar a forma como o conteúdo é trasmitido aos alunos e as práticas trabalhadas no curso de Planejamento de Cardápios e de Produção Artesanal de Alimentos, auxiliando na
aplicação mais adequada da metodologia do SENAR nos treinamentos.
Com criatividade e dedicação, busca
constantemente por novos conteúdos,
gerando maior interesse e demanda por
estes cursos. Na Regional de Passos, por
exemplo, entre 2003 e 2009, eram realizados, em média, 17 cursos por ano.
Com as mudanças, o número saltou para 43 no período de 2010 a 2013.
Surpresas
Luana confessa que a cada novo
treinamento surpreende-se com os
alunos do meio rural, pois também
tem sempre algo a aprender com
eles. “Apesar de não terem conhecimento da técnica, eles me deixam
surpresa com suas experiências.
Além disso, são muito observadores.”
Ela não vê grandes dificuldades
no trabalho de instrutora, mas, às
vezes, tem que improvisar nos lugares onde ministra os cursos, principalmente nas cozinhas. “Muitas vezes, a mesa, a pia, o fogão e o forno
não são ideais para a parte prática,
mas improvisamos de forma a não
prejudicar o aprendizado dos participantes.”
Devido às constates viagens, Luana sente saudades da família, mas
faz dos cursos do SENAR uma extensão de sua casa. De vez em quando,
fatos inusitados acontecem. “Num
curso, precisei regular a temperatura do forno com pedras. Pedi às participantes que me arrumassem pedras pequenas e uma delas me trouxe uma muito grande, do tamanho
de um tijolo. Mesmo assim, usei a
pedra no forno e o fato causou muita risada entre as outras alunas. O
ambiente ficou descontraído e nos
sentimos mais próximas.”
Arquivo pessoal
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 33
“É muito bom saber que
estou levando educação
e aprendizado para as
famílias que não
tiveram oportunidade
de fazer um curso
técnico ou mesmo uma
faculdade”
Sebastião Oliveira
Envolvimento
PERFIL MOBILIZADOR
O mobilizador de
cinco sindicatos
Uma vida dedicada a proporcionar educação e
aprendizado para a população rural .
NATHALIE GUIMARÃES, DE VIÇOSA
Natural de Tombos e filho de mãe
professora e pai produtor rural, o educador Sebastião Oliveira Cortat se tornou mobilizador “não por acaso”, como ele mesmo diz. “Tive o privilégio
de minha mãe ter sido minha professora na zona rural, depois cursei o Ginasial e o segundo grau em Tombos na
Escola Estadual Ilka Campos Vargas e
posteriormente me formei como educador na Escola de Educação Física de
Volta Redonda, na Fundação Osvaldo
Aranha”, conta.
A partir daí, veio o convite do amigo e então presidente do Sindicato dos
Produtores Rurais de Tombos, Darci
Pereira Bastos, que percebeu ter Sebastião perfil para desenvolver o trabalho
e assumir a função de mobilizador. O
tempo que se passou até agora, ele sabe na ponta da língua: precisamente
20 anos e 6 meses, desde a criação do
SENAR MINAS.
De lá para cá, ele aprendeu e aper-
feiçoou o trabalho e agora atua em cinco sindicatos de produtores rurais dentro da área de abrangência da Regional
do SENAR MINAS em Viçosa. São os
sindicatos de Antônio Prado de Minas,
Barão do Monte Alto, Eugenópolis, Patrocínio do Muriaé e Tombos. Para dar
conta de tantas obrigações, Sebastião
revela o segredo: “tenho muita fé em
Deus e todo respaldo de minha família
que reside em Juiz de Fora”.
Morando em Tombos, longe da família, Sebastião encontra no trabalho
a grande fonte de motivação. O convívio no meio rural, estando cada dia em
um lugar diferente, é o que ele mais
gosta. Entre as alegrias que o trabalho
proporciona, está a missão de oferecer
conhecimento ao homem do campo.
“É muito bom saber que estou levando
educação e aprendizado para as famílias que não tiveram oportunidade de
fazer um curso técnico ou mesmo uma
faculdade”, enfatiza.
No relacionamento diário com
alunos e instrutores, e também em
visita às famílias rurais, associações,
secretarias e escolas, Sebastião destaca que a cooperação e a parceria são
muito importantes. “É o melhor possível, um ajudando o outro, pois o envolvimento é muito grande”, explica.
O trabalho de mobilizador também
tem seu lado engraçado. Segundo Sebastião, em uma ocasião, a gerente Silvana Novais queria fazer supervisão
em um evento e ligou para ele para saber como chegariam ao local. “Eu falei
para ela não vir porque havia chovido
muito e a estrada não estava boa. Ela
veio e teve que empurrar minha Belina morro acima!”, lembra.
A gerente ri da lembrança e conta
que Sebastião é um mobilizador muito organizado para trabalhar com
cinco entidades cooperadas e que ele
montou uma empresa como microempreendedor individual a fim de
profissionalizar o trabalho. “Ele busca muitas parcerias e tem uma demanda ampla porque divulga o trabalho desempenhado pelo SENAR,
atendendo sempre aquilo que realmente é relevante para as localidades”, destaca Silvana Novais.
Mesmo com mais de 20 anos junto
ao SENAR, ele ainda se surpreende
com o interesse, a participação e a
dedicação dos alunos e também com
a falta de responsabilidade de alguns.
“Há muita preocupação para que tudo dê certo: a turma ter comparecido, o instrutor ter feito um bom trabalho, todas as normas terem sido
cumpridas, enfim, tudo o que foi planejado tem que ser executado com
sucesso”, ensina.
FAEMG | SENAR
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REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 34
TURISMO RURAL
O potencial
de Uberaba
Belas paisagens e Peirópolis são atrativos
ainda pouco conhecidos dos turistas.
ANA CRISTINA MARQUEZ, DE UBERABA
Arquivo SENAR
M
ais conhecida como a
capital do zebu e o local escolhido pelo médium Chico Xavier para viver, Uberaba possui outros atrativos
ainda pouco difundidos entre os turistas. O município integra o Circuito dos
Lagos, com belas paisagens e cachoeiras. Abriga também o distrito de Peirópolis, pequena vila situada a 21 Km do
centro da cidade, que possui um sítio
paleontológico com fósseis de 80 milhões de anos, um museu e o Centro de
Pesquisas Paleontológicas.
Para difundir estes atrativos e alavancar o turismo na região, o SENAR
MINAS iniciou o Programa de Qualificação para Agente do Turismo Rural,
com o apoio do Citur (Centro de Informações Turísticas, Qualificação e Comercialização de Produtos Rurais) e do
Sindicato Rural de Uberaba.
Até o momento foram identificadas
Participantes do programa visitam a
Casa do Turista, em Peirópolis
18 propriedades rurais com potencial
turístico, e inscritas duas turmas formadas por produtores rurais, associações e agentes de turismo que participaram do primeiro módulo do curso.
Em abril de 2014, data prevista para o encerramento do programa, o
grupo organizará um evento turístico
(feira e roteiro) para apresentar à comunidade de Uberaba as potencialidades turísticas da região. “Nossa meta é fazer com que o grupo crie roteiros turísticos, cardápios típicos e
apresente para a população”, explica
a instrutora Cláudia Ferolla.
“A expectativa do grupo é grande. Os
participantes sabem que o município é
carente na área de turismo, embora tenha grande potencial. É uma nova oportunidade de negócios que irá fomentar
o turismo rural na nossa região”, complementa Flávio Silveira, gerente do
SENAR em Uberaba. A próxima cidade
a receber o programa é Viçosa.
Ascom PMU
Peirópolis possui
fósseis de 80
milhões de anos
MÓDULOS
O programa tem carga horária de
256 horas e sete módulos:
❚ Potencialidade e Oportunidade de Negócios
Turístico no Meio Rural;
❚ Sustentabilidade, Oportunidade e
Desenvolvimento de Produtos e Negócios
Turísticos no Meio Rural;
❚ Segurança nas Atividades Turísticas Rurais;
❚ Condução de Turismo no Meio Rural;
❚ Hospedagem em Áreas Rurais e Atendimento
ao Cliente;
❚ Meios de Alimentação na Área Rural;
❚ Comercialização de Produtos e Negócios
Turísticos no Meio Rural.
34 www.sistemafaemg.org.br
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ARTESANATO
Fotos: Arquivo SENAR
Memória
Para que tal mudança ocorra, é fundamental que instrutores vejam a necessidade de resgatar a memória das comunidades. “Mesmo que eu tenha muito conhecimento, é fundamental saber
ouvir os códigos de cada lugar, a sua história. Afinal, de que adianta trabalhar
valores que nada têm a ver com as pessoas que moram ali?”, destaca Mazarelo.
Durante o treinamento, as instrutoras elencaram os códigos, ou seja, os valores que poderão ser explorados: relevo; bioma; expressões culturais; religiosidade, entre outros. “O turista vai se interessar por um trabalho que identifique
o local que visitou”, reforça Mazarelo.
Transformação
Cerâmica de
Santa Barbara
O SENAR MINAS está capacitando
instrutoras de Artesanato para que
explorem a cultura local e traduzam
estes valores nas peças produzidas.
ALINE FURTADO, DE JUIZ DE FORA
Resgate
cultural
“Cada lugar é único”. A frase da instrutora do curso de Artesanato em Argila e Congêneres, Marciana Félix, sintetiza a tônica do treinamento Criatividade e Resgate Cultural, realizado
pelo SENAR MINAS durante dois dias
em Barbacena, a 27 instrutoras da área
de Artesanato.
“Nossa intenção é provocar uma
mudança na forma de trabalhar. É preciso, ao chegar às comunidades onde
ministrarão os cursos, que as instrutoras incentivem a valorização das riquezas culturais e naturais destes locais. Minas Gerais é um estado muito
rico e é necessário explorar essa rique-
za com o que está sendo produzido”,
destaca o coordenador de Promoção
Social do SENAR MINAS, José Belas.
Uma das responsáveis pelo treinamento, Mazarelo Carneiro Miranda,
que presta consultoria nas áreas de designer e artesanato, conta que a proposta pode ser sintetizada como “quebra de paradigmas”. “Estamos fazendo
o convite para que elas quebrem modelos, que são verdadeiras barreiras.
Isso só pode ocorrer se incentivarmos
o desafio, a criatividade, o novo. Só assim conseguirão, verdadeiramente, estimular os talentos com os quais se deparam nessas andanças pelo estado.”
Ana Maria Baldoni, também responsável pelo treinamento, aponta a
necessidade de mudança pessoal. “É
um processo de transformação pessoal. Afinal, como modificar os alunos
se a mudança não começa em você?”,
pergunta às instrutoras.
Para Maria de Fátima Ferreira Louzada, a mudança pessoal pode ser traduzida no estímulopara sair da zona
de conforto. “O conhecimento adquirido nos dá embasamento técnico e
mais segurança para aplicar o conceito
de resgate cultural.” Ela relata que em
Manhuaçu, por exemplo, este trabalho
fez com que fossem criadas peças que
retratavam o café, a principal atividade daquela região.
Quem também acredita no processo
de transformação pessoal é a instrutora
Fabrícia Ferreira de Figueiredo. “Pude
perceber que posso fazer melhor do que
vinha fazendo. Será um desafio. Foram
dois dias de aprendizado que nos ajudaram aver as coisas por outros ângulos.”
Em Manhuaçu,
a referência
é o café
FAEMG | SENAR
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Solange Regina Pinto
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 36
Programa Jovem no Campo em São
Domingos do Prata forma profissionais
para atuarem na equideocultura,
atividade tradicional na região.
NATHALIE GUIMARÃES, DE VIÇOSA
VOCAÇÕES
Jovens empreendedores
Dois jovens irão montar o seu próprio negócio após participarem do
Programa Jovem no Campo, com foco no ramo da equideocultura, oferecido pelo SENAR MINAS em São Domingos do Prata, em parceria com a
Associação dos Apicultores do município. Finalizado no último mês, o
programa cumpriu sua proposta de
contribuir com a inserção do jovem
no mercado de trabalho, oferecendo
a ele uma visão empreendedora do
negócio, com base principalmente
nas oportunidades locais e regionais.
Segundo a instrutora Solange Regina Pinto, que abordou o tema “empreendedorismo”, o curso foi um sucesso. “Os alunos saíram motivados e
36 www.sistemafaemg.org.br
os resultados foram surpreendentes”,
comemora. Dois participantes de 17
anos pretendem registrar uma empresa de doma e outros cuidados na
área de equideocultura, prestando
serviços para os fazendeiros da região.
Um deles é o estudante Kaio Feliz
Barros, que já trabalha com doma,
ferrageamento e preparação de equinos para apresentação em pista e pretende abrir o negócio já no próximo
ano. "Quero abrir um centro de treinamento para trabalhar com equinos. Tenho um colega que quer estabelecer comigo, mas isso só será possível no ano que vem", explicou.
O mobilizador da Associação dos
Apicultores de São Domingos do Pra-
ta, João Batista Lima, conta que há
uma grande demanda pelo curso na
região. Cerca de 50 jovens se candidataram ao programa, mas devido ao
número limitado de vagas das duas
turmas, apenas 27 puderam participar. Eles são na maioria filhos de produtores rurais e lidam com equideocultura no dia a dia.
De acordo com a assessora Pedagógica, Mírian Rocha Silveira, o Programa Jovem no Campo é desenvolvido
desde 2010, qualificando jovens em
diversas ocupações: Apicultura, Floricultura, Jardinagem, Bovinocultura
de Leite e Equideocultura. Em 2014,
será realizada uma avaliação dos
egressos do Programa.
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:48 Página 37
CERIMONIAL E EVENTOS ROSI GUIMARÃES
Apresentações e
cumprimentos
residentes de sindicatos, funcionários e produtores rurais
são constantemente convidados a participar de eventos
sociais. Como muitos nos enviaram consultas sobre como proceder no momento das apresentações,
vamos ao assunto.
Nas apresentações e cumprimentos,
o jeitinho brasileiro se manifesta em
efusivos abraços e beijos. Quase todos
gostam dessa forma de afeto. Para evitar excessos e constrangimentos, não
custa levar a etiqueta em consideração.
P
A “regrinha” básica diz o seguinte:
“Você apresenta o mais jovem ao
mais velho, o homem à mulher, o
funcionário ao chefe e as pessoas menos conhecidas ao mais conhecido.
No caso de pessoas que ocupam algum cargo de destaque, diz-se primeiro o cargo e depois o nome”.
Nos cumprimentos, o mais indicado é o homem, caso esteja sentado, se
levantar. A mulher só se levanta se a
pessoa apresentada for a anfitriã ou o
anfitrião ou ainda uma senhora de
idade.
APERTO DE MÃO
No ambiente profissional, o aperto de mão é o
mais indicado. Mas precisa passar confiança. O
aperto de mão deve ser firme, mas sem exagero,
mantendo-se o contato no olhar e, acima de
tudo, deve transmitir personalidade.
O aperto de mão se dá com a mão direita, mas
se alguém oferecer a mão esquerda, siga o que os
outros fazem, ofereça sua mão esquerda
também. As pessoas devem se lembrar de você,
por isso transmita confiança com seu agradável
aperto de mão. Quem já recebeu um fraco e
desajeitado aperto de mão entende como é
decepcionante. Não vale perder pontos por
algo tão simples.
ABRAÇO
Definido como forma de apertar entre os
braços, demonstração de carinho; é mais usado
em situações sociais, e, claro, pode ser praticado
no ambiente profissional, mas com moderação,
evitando os abraços apertados; deixe-os para
parentes e amigos.
Usamos o abraço impessoal que é aquele
apenas falado e não dado de fato. É comum
cumprimentar ou se despedir dizendo "um
abraço", sinal de pouca intimidade, e pode ser
usado mesmo entre pessoas desconhecidas.
BEIJOS
Um, dois ou três?
Depende do costume de cada região do Brasil:
em São Paulo dá-se apenas um, em Minas Gerais
e no Rio de Janeiro, um ou dois, e no Nordeste,
três. Mas o melhor mesmo é se sentir à vontade
para corresponder ao cumprimento recebido.
No caso de duas pessoas da mesma idade e
em ambiente corporativo, é a mulher que mostra
se está a fim de cumprimentar com beijinhos ou
se prefere ficar só no aperto de mãos. Muitas
pessoas se sentem desconfortáveis quando são
cumprimentadas muito de perto, então, o
melhor é agir com naturalidade.
Cuidado ao cumprimentar estrangeiros,
muitos não estão acostumados ao jeitinho
brasileiro e estranham o contato físico. Para não
errar, em situações formais, é preferível
restringir-se ao aperto de mãos.
DEVEMOS EVITAR
E se estiver resfriado? Desista dos beijos e
abraços! Evite até mesmo chegar muito perto
dos outros, pois ninguém quer correr o risco de
se contaminar.
Nunca deixe de cumprimentar quando uma
mão lhe é estendida, isso é considerado falta
de educação. Espremer a mão, puxar o braço
ou balançar a mão por muito tempo, tudo isso
transmite uma imagem de pessoa pouco
agradável.
FICA A DICA
Se quiser causar realmente boa impressão,
ao despedir-se cite o nome da pessoa à qual
você foi apresentada. Isso demonstra interesse
e, para fechar o encontro com chave de ouro,
sorria! Um sorriso sincero consolida a primeira
impressão, transmitindo uma mensagem
positiva e confiante.
Para a consultora de moda Glorinha Kalil,
não se usa mais beijar a mão das mulheres
como cumprimento, só no caso de
demonstração de muito afeto e carinho para
com uma mulher que você conhece o bastante.
FAEMG | SENAR
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REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 38
copo de suco de limão coado
TEMPERO: 00 11 kg
de sal
0 8 cebolas grandes
0 60 dentes de alho grandes
0 1 litro de vinho branco seco
0 1 litro de molho shoyu
BATA TUDO NO LIQUIDIFICADOR, acrescente água até completar 4 litros e injete na carne. Não
economize no tempero. O ideal é usar uns quatro litros de tempero. Injete-o por igual, sem
esquecer nenhum pedaço. Deixe a carne descansar no molho por 12 horas (de um dia para o outro).
COMIDA DE FAZENDA
Porco à paraguaia
ma saborosa carne de
porco assada, coberta
por uma pururuca bem
crocante tem o seu lugar.
Em Boa Esperança, no
sul do estado, o pessoal sabe disso e
inova no jeito de preparar essa
delícia. Nos dias de festa, o Sindicato
dos Produtores Rurais proporciona a
seus convidados o porco à paraguaia
– uma iguaria ideal para alimentar e
satisfazer muitos de uma vez.
Servido com uma farta salada, os
tradicionais feijão tropeiro e pão de
queijo e chope estupidamente
gelado, a receita agrada a todos os
paladares.
Preparado por Marcos Afrânio
Borges, funcionário da entidade há
28 anos, a carne tenra contrasta com
os estalos da pele e tem um cheiro de
enlouquecer... A receita foi aprendida
com o suinocultor Romeu Waner
Messoura há mais de 3 anos, mas o
talento é de família. “Tenho um
primo que é cozinheiro profissional”,
diz Afrânio orgulhoso. Ele conta que
sempre gostou de preparar carnes, o
que deixa sua mulher bastante
contente. A lista de especialidades
tem todos os tipos: boi e porco no
rolete, frango desossado e recheado,
dourado assado e recheado, falso
lombo e por aí vai.
U
1
Utilize uma estrutura
que tenha um metro de
altura e pelo menos 70
cm de largura. Arrume
as brasas apenas nos
cantos.
2
Coloque o porco
aberto e de bruços em
cima da grade e cubra
as costas com papelalumínio.
38 www.sistemafaemg.org.br
“O segredo está na arrumação da
churrasqueira e, claro, no tempero.
Outra dica é usar um suíno de, no
máximo, 50 kg, para que não
fiquem partes mal assadas ou
muito tostadas.”
Marcos Afrânio Borges
Sindicato dos Produtores Rurais de Boa Esperança
3
Deixe assar por 8
horas. Quando a pele
de cima ficar
amarelada é sinal de
que está bom. Retire o
papel-alumínio e vire a
peça.
4
Logo em seguida,
esparrame as brasas
até o centro da
churrasqueira (as
brasas devem ser
distribuídas por igual,
cobrindo toda a
extensão da
churrasqueira) e
acenda bem.
5
Em minutos, a
pururuca surgirá.
Bom apetite!
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 39
CHEGOU
CNA CARD,
O CARTÃO
DO PRODUTOR.
ECONOMIA NO BOLSO, FARTURA
NO CAMPO E BENEFÍCIOS PARA
MELHORAR A PRODUÇÃO.
SOLICITE SEU CARTÃO!
ACESSE: WWW.CNACARD.COM.BR
LIGUE: 0800 7230299
MAIS INFORMAÇÕES: ENTRE EM CONTATO COM A FEDERAÇÃO DE
REVISTA
FAEMG|SENAR
39
AGRICULTURA E PECUÁRIA DO SEU ESTADO, SINDICATOS
RURAIS
DO SEU
MUNICÍPIO OU [email protected]
REVISTA FAEMG_SENAR Edição 93 PARA GRÁFICA Back_ATIVAIDADE 19/11/2013 15:43 Página 40

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