Criação de camarão é sinônimo de investimento rentável

Transcrição

Criação de camarão é sinônimo de investimento rentável
Informativo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Ano XiII - nº 207 - junho/2009
Marlon Seefeld
Por que
um Código
Florestal
estadual?
Página 6
Novas
perspectivas
para a
pecuária
Criação de camarão
é sinônimo de
investimento rentável
PáginaS 10 e 11
Página 3
A vez dos orgânicos
Energia elétrica mais barata
SR Viana
Página 4
Ass. de Comunicação/Seag
Página 5
EDITORIAL
Campo legal
Justa homenagem
EXPEDIENTE
A Comissão de Agricultura
da Assembléia Legislativa concedeu à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do
Espírito Santo a oportunidade
de encaminhar um nome, representativo da categoria dos
produtores rurais, para denominar uma das salas daquela
Casa de Leis.
Reunido nosso Conselho
Diretor pelos representantes
dos nossos Sindicatos Rurais,
indicamos o nome do saudoso
produtor José Machado Netto,
que foi vítima de um atentado
dentro de sua propriedade, em
confronto com o MST.
Todo o grupo foi identificado,
e, o júri de triste lembrança,
resultou em total ausência de
apuração de responsabilidade.
Constituímos uma classe
ordeira, que apóia a reforma
agrária, sobretudo com as pessoas estabelecidas no ambiente
rural, mas não aceitamos a
invasão de terras, pelo seu caráter de transgressão ao Estado
de Direito, como pela violência
e risco total a que submete de
forma deliberada e leviana,
vidas humanas.
O cidadão José Machado
Netto, deixou de existir, mas o
seu ideal e o seu exemplar procedimento de chefe de família,
2
cidadão honrado, amigo leal e
solidário, que se constituía em
orgulho de familiares e amigos,
como a toda a categoria dos
produtores rurais, permanecerá
ao longo dos tempos.
Queremos agradecer aos
nossos ilustres Deputados, que
aprovaram em 19/05/2009, pela
resolução nº. 2.674 a denominação justa da sala, com um
nome que tanto enobreceu os
produtores rurais.
Um agradecimento especial
à Comissão de Agricultura da
Assembléia Legislativa, particularmente ao seu Presidente,
Deputado Atayde Armani, pela
identidade e contínuo esforço
em defesa de nossos valorosos
produtores.
À Dona Alinie, suas filhas,
Regina, Lúcia, Olga Maria,
Rosangela, Alice, Amália, genros, netos (as), nosso carinho
e gratidão pela convivência
enriquecedora que compartilhamos com seu esposo, pai,
sogro e avô.
Tenham certeza que a sua
digna trajetória de vida jamais
será esquecida.
Júlio da Silva Rocha Jr.
Presidente da Faes
Acidentes de Trabalho:
cobranças e
responsabilidades
É necessário que os Empregadores Rurais estejam
atentos às Normas de Saúde
e Segurança no Trabalho. O
Instituto Nacional do Seguro
Especial – INSS vem cobrando
dos empregadores os gastos
destinados a benefícios acidentários por meio de AÇÕES
REGRESSIVAS, e o Ministério
Público do Trabalho – MPT
tem interposto AÇÕES CIVIS
PÚBLICAS contra empresas
tomando como base o número
de afastamentos por Acidente
do Trabalho.
Em face desta realidade,
o Produtor Rural Empregador deve manter em seus
arquivos: os exames médicos
admissionais (exames estes
que devem ser rígidos e anuais); e EPI’s - equipamentos
com as devidas instruções
de uso de segurança dados
pelo empregador com recibo
assinado pelo empregado (o
produtor pode solicitar curso
ao SENAR com certificação do
trabalhador). Vale lembrar que
a responsabilidade de comprovar que houve ou não culpa
do empregador (empresa) em
eventual acidente do trabalho
cabe ao empregador.
O empregador deve comprovar que o afastamento não
tem ligação com o ambiente do
trabalho, pois qualquer afastamento do empregado aparece
para o INSS como ACIDENTE
DE TRABALHO, cabendo ao
empregador o ônus da prova
que o isente do afastamento
do empregado.
O Decreto nº 6.042/2007
estabelece um novo reenquadramento de empresas no que
se refere ao grau de periculosidade, relacionando a atividade
econômica à determinada
doença para fins do percentual
da alíquota da contribuição
do Seguro de Segurança do
Trabalho – SAT. O Decreto
entrará em vigor em 2010 e o
cálculo deve ser fator de preocupação para o empregador,
pois caso ele não questione os
afastamentos, ele será surpreendido no bolso com alíquotas
majoradas e baseadas em seu
perfil, já que o INSS não faz
verificação individual.
Valdirene Ornela da Silva
Barros
Assessora Jurídica
Coordenadora - FAES
O Jornal Esta Terra é uma publicação mensal da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do Espírito Santo (SENAR-AR/ES).
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Priscila Norbim - Textos: Priscila Norbim e Danielle Ewald - Colaboradores: Neuzedino Assis, Altanôr Lobo, Ivanete Freitas, Maria Tereza Zaggo, Liliane Fundão, Murilo
Pedroni, Hildeberto Pigatti e Simone Sandre.
Criação de camarão é sinônimo de
investimento rentável
O Estado possui, em Guarapari, um dos cinco laboratórios do país voltados
exclusivamente para a produção de pós-larvas de camarão.
O
camarão é uma iguaria
apreciada por consumidores em todo o mundo
e considerado produto nobre.
Por isso, investir na produção de
camarão em cativeiro pode ser
uma atividade muito rentável. O
Estado já conhece essa técnica,
tanto é que possui um dos cinco
laboratórios do país voltados
exclusivamente para a produção
de pós-larvas de camarão.
O laboratório, localizado em
Guarapari, trabalha com a produção do camarão Macrobrachiun
Rosenbergii, o popular “camarão
da Malásia”. Segundo o técnico
do laboratório Fazenda Rio Grande, Marlon Jair Seefeld, a espécie
é a que possui maior rendimento
em cativeiro por hectare.
A produção de camarão em
cativeiro é um ótimo investimento
e é um mercado em expansão. De
acordo com o responsável pelo laboratório, Alins José Sgrancio, há
muita demanda porque o camarão
é um produto muito valorizado,
tanto no mercado nacional como
no internacional.
“O mercado consumidor é bastante diversificado e está aberto
para produtos de alta qualidade,
como os camarões de cativeiro.
Diferente dos camarões capturados, os cultivados possuem maior
controle de qualidade e produção,
e isso influencia diretamente na
textura e paladar do produto que
chega à mesa do consumidor”,
explica.
Fotos: Marlon Seefeld
450 mil pós-larvas, mas já há
projetos de ampliação do local. A
expectativa é atingir 750 mil póslarvas no mesmo período.
COMERCIALIZAÇÃO
A espécie também é conhecida como camarão da Malásia
PRODUÇÃO
A atividade, denomidada de
carcinicultura, requer pouco espaço e é uma oportunidade para
o produtor que quer diversificar
suas atividades sem gastar muito.
Em uma área de um hectare, os
tanques de água doce conseguem
abrigar até uma tonelada de camarão, que podem ser vendidos a um
preço médio de R$ 20 o quilo.
No laboratório Fazenda Rio
Grande é realizado a eclosão das
larvas e a larvicultura das mesmas por um prazo aproximado
de 40 dias. Neste período elas
são cultivadas em água salobra,
em que são controlados vários
fatores físicos e químicos das
cinco caixas de 1.500 litros que
são utilizadas para a produção
das pós-larvas.
Para produzir camarões de
melhor qualidade, o laboratório
também conta com uma tecnologia de ponta, utilizando biofiltros
com bactérias nitrificantes. O sistema visa à recirculação da água
do cultivo para que assim possa
funcionar por 40 dias gerando
maior produção e qualidade das
pós-larvas. Segundo Seefeld, isso
traz benefícios também para os
compradores, pois a utilização da
técnica diminui o custo cobrado
pelo milheiro.
Atualmente, a média de produção por ciclo de 40 dias do
laboratório é de aproximadamente
O laboratório tem uma importância muito grande para o Espírito
Santo e estados vizinhos, uma vez
que a proximidade influencia diretamente no custo da compra das
pós-larvas pelos produtores. Antes, os carcinicultores precisavam
recorrer a São Paulo para garantir
a continuidade da produção.
Para comercializar e exportar
as pós-larvas é necessário atender
várias regras de qualidade. O laboratório analisa antecipadamente o
tempo de transporte, por exemplo,
de acordo com o técnico, quanto
menor o período em que as larvas
permanecem embaladas, menor é
o stress e maior é a qualidade para
os clientes. Os produtores também
saem ganhando, já que as larvas
terão maior sobrevivência e, consequentemente, o criador terá menos
desperdício de ração e melhor
faturamento no fim do cultivo.
Para os interessados em investir na atividade e adquirir o produto,
o laboratório comercializa cota
mínima de mil pós-larvas. Compras
acima de 100 mil larvas podem ser
negociadas. Vale lembrar que no
local também são vendidos camarões para o consumo dos tamanhos
pequenos, médio, grande, especial
e prêmio.
Serviço
Laboratório de Pós Larvas de Camarão
Onde: BR 101, Km 345, Reta Grande, na Fazenda Rio Grande,
Guarapari/ES.
Documentos necessários: CPF, RG, CNPJ e endereço completo
da propriedade.
Informações: (27) 9870-6479, (27) 8138-7850, (27) 9892-0639
3
A vez dos orgânicos
O
Cada vez mais procurados pelo mercado consumidor, o produto orgânico é um nicho de mercado promissor.
s alimentos orgânicos,
sejam frutas, verduras
ou legumes, ganharam
status de especiais ao aliarem
benefícios à saúde e diminuição
dos riscos e danos ambientais.
Os agricultores mais atentos à
demanda pujante já estão de
olho na moda, que têm grande
aceitação no mercado mundial cresce 30% ao ano e rende em
média 40% a mais que produtos
convencionais.
Para incentivar a produção
no Espírito Santo, o Senar-ES
há mais de dez anos disponibiliza treinamento na área.
O Sindicato Rural de Viana,
por exemplo, realizou, entre
os dias 25 e 27 de maio, em
parceria com o Senar/ES, Incaper e Secretaria Municipal
de Agricultura, o treinamento
em Olericultura Orgânica para
moradores da região.
A capacitação foi um sucesso. Com aulas no Centro de
Educação Ambiental de Jucuruaba (Ceaj), os participantes
aprenderam técnicas sustentáveis de produção que podem ser
utilizadas tanto para agricultores
familiares quanto por grandes empresários rurais. Uma
excursão técnica também foi
realizada ao município de Santa
Maria de Jetibá, que se destaca
entre os maiores produtores do
segmento no Estado.
Segundo o engenheiro agrônomo e instrutor do treinamento,
Paulo Henrique Radaik, os participantes aprendem a produzir
sempre com a preocupação de
não prejudicar o meio ambiente,
pois a agricultura orgânica é
autossustentável, preservando
os recursos naturais.
“Para produzir organicamente é fundamental a recuperação,
conservação e enriquecimento
do solo e da biodiversidade. Por
isso não são utilizados produtos
químicos, agrotóxicos e adubos
químicos solúveis”, explica.
aqui, existe continuidade de
produção, pois as temperaturas
possuem médias semelhantes
durante todas as estações. Por
isso, fiz o treinamento para adquirir mais conhecimento sobre
a produção brasileira, em que
quero investir”, explica.
MERCADO
A demanda por produtos
orgânicos, tanto no mercado
capixaba, quanto no mercado
nacional e mundial é crescente.
Segundo Radaik, o consumo
mundial de produtos orgânicos
movimenta US$ 30 milhões em
exportações brasileiras.
No Espírito Santo, a maior
produção orgânica por área está
relacionada ao plantio de hortaliças no município de Santa Maria
de Jetibá, que ultrapassa mil
hectares plantados. O cultivo de
café arábica orgânico também se
destaca, com aproximadamente
100 ha, e de fruticultura, principalmente de banana orgânica, que
representa cerca de 300 ha.
Assessoria/Seag
EXPERIÊNCIA
Entre os treinandos de Viana esteve o agrônomo italiano,
Giuliano Cesaritto. Ele, que
chegou recentemente ao Brasil,
trabalhava na Itália em grandes
fazendas que utilizam produtos
químicos. Ao chegar ao Estado
se interessou pelo treinamento,
o oposto do que costumava
fazer em seu país de origem.
Cesaritto conta que já colocou
em prática todas as técnicas
ensinadas pelo instrutor.
“A produção capixaba é muito diferente da s p r o d u ç õ e s
europeias. Lá há um tipo de
produção e manutenção para
cada clima, já que as diferenças térmicas em cada estação
do ano são muito variadas. Já
SR Viana
Produtores de Viana já estão investindo no cultivo de alimentos
sem a utilização de agrotóxicos.
4
O mercado de orgânicos cresce cerca de 30% ao ano.
Produtores rurais querem tarifa
especial de energia elétrica
O Sindicato Rural de Linhares enviou documento à Escelsa para a aquisição e instalação dos relógios de dupla
tarifação, o que pode contribuir com desconto de até 77% na conta de energia elétrica
O
Sindicato Rural de Linhares, através de seu
presidente, Antonio Roberte Bourguignon, e em nome
dos produtores rurais capixabas,
enviou solicitação à Escelsa
para a aquisição e instalação de
relógios de dupla tarifação nas
propriedades rurais do Espírito
Santo. A utilização do aparelho
pode reduzir em até 77% a conta de energia elétrica.
Devido ao alto custo do relógio, o ofício pede que a Escelsa
compre os aparelhos, instale-os
e depois cobre parceladamente,
em até quatro vezes nas contas
de energia, de cada produtor.
A extensão do beneficio no
horário noturno aos sábados,
domingos e feriados, na totalidade das 24 horas, também é
reivindicado.
A região de Linhares é grande consumidora de energia
destinada à irrigação, por isso o
relógio de dupla tarifação é importante, pois tornaria possível
aos produtores o procedimento
no período noturno, das 21h às
6h do dia seguinte, que
é o de menor consumo
de energia, o que influenciará diretamente
em redução do custo de
produção.
Além do sindicato,
assinam o documento,
a Faes e a Associação
dos Irrigantes do Estado do Espírito Santo.
Também foi solicitado ao
deputado Atayde Armani, que interviesse junto
à Escelsa.
Comunicação/Faes
Antônio Roberte assina o documento que
foi enviado à Escelsa, Seag e Assembléia
Legislativa
Pólos entram em nova
Produtores de Pinheiros
de atuação
se unem por renegociação de dívidas Noetapa
dia 08 de maio, representantes do
As dificuldades que os produtores rurais de Pinheiros estão enfrentando para quitar ou
renegociar as dívidas referentes
ao custeio e investimentos contraídas de junho de 2005 a dezembro de 2008 foi motivo para
uma reunião entre lideranças
locais e políticas, que aconteceu no dia 22 de junho, na sede
da Federação da Agricultura e
Pecuária do ES.
Vinte e três pessoas participaram dos debates, entre elas
o prefeito e vereadores de Pinheiros, o
senador Renato Casagrande, o deputado
federal Lelo Coimbra, o presidente do
Sindicato Rural e presidentes de associações.
Um documento assinado pelo juiz da
comarca de Pinheiros, Juracy José da
Silva, retrata as dificuldades do setor
e aponta o sobressalto no número de
ações de cobrança, busca e apreensões
de veículos e maquinários, processos
executivos e fiscais, tendo como autores,
em sua maioria, instituições financeiras
e como demandadas pessoas físicas e
jurídicas componentes do setor produtivo
do município.
A partir da reunião, a Faes enviou
A reunião contou com a participação de 23 pessoas
ofício às autoridades competentes para
que busquem junto ao Conselho Monetário
Nacional – CMN a prorrogação de dívidas
de crédito rural – Custeio e Investimentos,
do período citado, inclusive abrangendo os
produtores que já renegociaram com taxas
maiores e prazos menores ao reivindicado,
que é de seis anos/safra com início em
outubro de 2010.
O grupo de lideranças de Pinheiros
aproveitou para reiterar a solicitação do
Sindicato Rural de Linhares quanto à
instalação de relógios de dupla-tarifação
nas zonas rurais capixabas. Inclusive,
acrescentando que o serviço seja estendido também para o período diurno nos
finais de semana e feriados.
Senar/ES, da Faes e sindicatos pólos,
Cachoeiro de Itapemirim (Sul) e Jaguaré
(Norte), se reuniram na sede do Senar/
ES para fazer uma avaliação do Programa
de Fortalecimento dos Sindicatos Rurais
capixabas.
Além da prestação de contas, os sindicatos pólos apresentaram o relatório da
segunda visita feita aos sindicatos rurais
que estão em suas respectivas zonas de
abrangência. Também foi discutido um
segundo treinamento, desta vez na área
de legalização, que será oferecido aos
diretores e funcionários dos sindicatos
capixabas. O treinamento vai abranger as
áreas sindical, jurídica, contábil e outros
segmentos e deve acontecer nos próximos
60 dias, com coordenação do Senar/ES.
Segundo o técnico em Atividade Administrativa da entidade, Welingtonglei
de Carvalho, os objetivos do programa
estão sendo alcançados e a avaliação foi
muito positiva. “O programa de Fortalecimento dos Sindicatos Rurais além de
estar integrando os sindicatos, também
tem contribuído para nivelar os conhecimentos básicos dos sindicatos, com
os treinamentos de informática e secretariado, por exemplo, deixando-os mais
preparados para melhor atender o produtor
rural”, explica.
5
Por que fazer um Código Florestal e
“Se é o Estado quem licencia, por que ele também não pode legislar?”, argume
assessor técnico da CNA, Nelson Ananias Filho, em defesa da criação do Código Flore
A
criação de um Código Florestal para o Espírito Santo
tem embasamento jurídico
e técnico. No dia 25 de maio, o
assessor técnico da CNA, Nelson
Ananias Filho, esteve na Faes
para ministrar palestra sobre a
questão e pontuou aos representantes dos sindicatos rurais
capixabas por que a criação de
um código florestal estadual é
viável e necessária.
Em um primeiro momento,
Ananias falou da necessidade
de atualização do código florestal
brasileiro, e explicou como essa
discussão é feita dentro da CNA
(Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil). Segundo
ele, o atual código florestal está
totalmente dissonante da realidade do país.
Para o assessor da CNA a
afirmação de que o produtor
rural é o principal desmatador do
mundo é equivocada.
“Não existe nenhum país no
mundo que tenha a porcentagem
de preservação como a do Brasil. Nosso país já deu sua cota.
Mais da metade do país está
conservada. 85% da Amazônia
está de pé, dos 15% restantes,
apenas 4% são propriedades rurais. O Brasil é o país com maior
potencial agricultável do mundo
e é o segundo com maior cobertura florestal nativa do planeta,
cerca de 75% intocável. Com
isso, percebe-se que o produtor
rural não é o vilão da história”,
explica.
Comunicação/Faes
O assessor técnico da CNA apontou diversos fatores que contribuem para a criação de
códigos florestais estaduais
para continuar. De uma hora
para a outra, através de uma
canetada, o produtor que estava na legalidade, passou a
ser um criminoso. É preciso
racionalidade técnica, explicar o
porquê das regras. Se continuarmos como estamos, é melhor
entregar nossas fazendas e
propriedades e deixar por conta
dos governos a produção de
alimentos”, afirma.
Desde sua criação, na década de 30, o código florestal passou por 14 atualizações e por 60
modificações. Cada modificação
afastava mais e mais o produtor
da legalidade, sem reconhecer
o seu direito adquirido. Em caso
de aplicação integral da legislação ambiental, 27% do território
brasileiro seriam unidades de
conservação e terras indígenas,
32% Reserva Legal e 17% Área
de Preservação Permanente
(APP), ou seja, só restariam
29% de área disponível para
produção, cidades e infraestrutura. No Espírito Santo, por
exemplo, mais da metade do
estado, 56,75%, estaria indisponível para a utilização que não
fosse a preservação.
Quando o código foi criado
ainda não existiam os grandes
trechos das BR´s, não havia Embrapa, nem monitoramento via
satélite do solo, e a Amazônia
sequer fazia parte das discussões de preservação. Outro problema apontado é que na época
não havia o plantio direto, que
hoje representa 40% da produção nacional de grãos. O Brasil
só existia na faixa litorânea e só
começou a se interiorizar com
Reinaldo Carvalho
DEFESA
Para Ananias, o atual código
florestal é muito bom para o ano
de 1500, mas já se passaram
mais de 500 anos de desenvolvimento e é necessário acompanhar o crescimento. Segundo
ele, o direito adquirido precisa
ser reconhecido.
“Dessa forma não dá mais
6
Grupo de trabalho que vai debater a nova política florestal
a construção de Brasília, em
1960. Além disso, o país não era
grande exportador de produtos
agrícolas, como é hoje.
É por esses e outros motivos,
que Nelson Ananias defende códigos florestais estaduais, que
utilizem critérios locais de preservação e utilização do meio
ambiente. Hoje o licenciamento
ambiental é uma competência
do Estado, por esse motivo,
Ananias argumenta que se um
Estado licencia é porque ele
reconhece o seu terreno e, por
isso, pode legislar e criar seu
próprio código florestal.
LEGISLAÇÃO
O assessor técnico defende
o resgate do pacto federativo.
Segundo ele, há a necessidade
de dar credibilidade aos governantes, deputados e juízes
estaduais para que eles tenham
responsabilidade de resolver as
contradições de seus Estados.
”Afinal, foi o federalismo que
deu origem à República e o
Estado unitário é a negação da
pluralidade”, ressalta.
Ananias apresentou uma
Proposta de Reformulação do
Código Florestal e citou alguns
ajustes que poderiam ser feitos
por medidas provisórias ou por
projetos de lei como: a compensação da reserva legal fora da
bacia hidrográfica e do estado
onde está localizada a propriedade rural; cômputo das áreas
de preservação permanente na
área de reserva legal; permissão
para o poder público estadual
reduzir a reserva legal para 50%
da área da propriedade para
fins de regularização; permitir
a continuidade das atividades
agropecuárias em áreas de preservação permanente e ampliar
as possibilidades de constituição de servidão florestal em
áreas preservadas.
enta o
estal estadual
Grupo de
trabalho para
debates já
está formado
Já está formado o grupo de
trabalho que vai debater uma nova
política florestal para o Espírito
Santo. No dia 23 de junho, aconteceu a primeira reunião do grupo, na
Assembléia Legislativa do Estado.
Os membros vão ficar encarregados
de fazer um trabalho de pesquisa
pioneiro no Brasil para detectar o
que pode ser modificado na legislação atual.
Segundo o deputado estadual
e presidente da Comissão da Agricultura da Ales, Atayde Armani, o
objetivo é chegar a um consenso. “O
grupo foi criado prevendo justamente esse equilíbrio entre produção
agrícola e conservação ambiental,
para que tenhamos algo ao menos
próximo do ideal”, afirma.
Diversos representantes de
segmentos ligados à agricultura e
meio ambiente compõem o grupo.
As instituições são: Seag, Incaper,
Idaf, Seama, Iema, Fosemag, Faes,
Fetaes, Cedagro, INCRA, CREA,
UFES, Findes, Sindimol (Sindicato
das Indústrias da Madeira e do
Mobiliário de Linhares e Região
Norte do Espírito Santo), OCB,
Aprofes(Associação dos Produtores
Florestais do Espírito Santo), SEEA
(Sociedade Espiritossantense dos
Engenheiros Agrônomos), AEFES
(Associação de Engenheiros Florestais do Estado do Espírito Santo),
AVES (Associação dos Avicultores
do Estado do Espírito Santo),
ASES(Associação de Suinocultores
do Espírito Santo), Espírito Santo
em Ação, Sedurb (Secretaria de
Estado de Saneamento, Habitação
e Desenvolvimento Urbano), Ministério Público e Associação dos
Irrigantes de Pinheiros.
Especialistas nacionais
debatem cenários da cafeicultura
O dia 22 de maio foi especial
para Santa Teresa. O município
recebeu especialistas nacionais
do café para participar do XI
Encontro de Cafeicultores da
região. O evento reuniu 347 pessoas, entre produtores, técnicos
e autoridades, interessadas em
discutir temas como a perspectiva para a cafeicultura arábica
no estado, linhas de crédito rural
e o cenário atual da produção
de café.
Dentre os palestrantes, marcaram presença o secretário
Nacional de Produção e Agronegócio do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, e o gerente
geral da Embrapa Café, Aymbiré
Fonseca. O pastor, Hernandes
Dias Lopes, também participou
e falou sobre “As Marcas de um
Vencedor”. O evento, que aconteceu no anfiteatro da Escola
Agrotécnica Federal, foi uma
realização do Sindicato Rural de
Santa Tereza, em parceria com
a Faes, Senar/ES, Incaper, Secretaria Municipal de Agricultura
e Desenvolvimento Econômico e
Coopeavi.
Segundo o presidente do
Sindicato Rural de Santa Teresa,
Lacyr André Ferreira, o encontro
foi um sucesso total, tanto pelo
número de participantes quanto
pela qualidade das palestras.
“O evento serviu para troca de
experiências entre produtores
e técnicos, aprimoramento de
conhecimentos e, com isto, o
desenvolvimento da atividade
cafeeira na região e em municípios vizinhos”, conta.
Divulgação/SR Sta Teresa
estadual?
Ping-Pong com Manoel Bertone
O Esta Terra aproveitou a
presença do secretário Nacional de Produção e Agronegócio
do Ministério da Agricultura,
Manoel Bertone, no Espírito
Santo, para conferir algumas
de suas opiniões sobre o agronegócio brasileiro.
Cafeicultura – “É necessário criar mecanismos de defesa
da renda do produtor, para que
ele possa produzir e sustentar
sua família com dignidade”
Agronegócio – “Na realidade, a economia brasileira
há anos está sendo apoiada
na agricultura. Praticamente
todo esse volume de divisas
acumuladas pelo Brasil foi
proporcionado pelo agronegócio. O produtor brasileiro tem
prestado um enorme serviço
à nação. Mas infelizmente o
modelo agrícola tem penalizado
muito o produtor”
Investimentos – “O setor
de açúcar e álcool tem boas
perspectivas, não só de álcool
química, mas também energia.
É uma atividade que tem várias
alternativas de renda, o mercado está vivendo um momento
de consolidação de empresas.
Há algum investimento de fora,
15% da produção brasileira é
detida por capital internacional,
o que não é ruim e nem ameaça
a soberania nacional”
Endividamento – “O maior
problema da agricultura é que
ela está refém de financiamentos. Geralmente as pessoas trabalham para receber o salário,
já o agricultor tem produzido
em função de financiamentos,
que é como ele tem sustentado a sua família em período
de preços baixos. A produção
acaba sendo induzida pelos
financiamentos e não pelos
preços do produto, e aí está o
problema. Quando essa dívida
fica insustentável, impossível
de pagar, ele acaba tendo que
vender sua propriedade. Isso
tem acontecido com muita freqüência”
Legislação ambiental –
“Não é justo um produtor ter
metade ou mais da sua propriedade indisponível para produzir
só porque alguém resolveu
fazer uma lei sem conhecer
adequadamente a atividade
que visava regulamentar. Se o
beneficio da preservação ambiental é para toda a sociedade
brasileira, que o custo também
o seja. Produtores estão preocupados por causa de leis que
foram feitas por gente que não
conhece a realidade da agricultura brasileira”
Comunicação/Faes
Manoel Bertone (MAPA)
7
Rio Bananal: Ações de segurança
dão mais tranquilidade ao produtor
A
O Sindicato Rural mobilizou projeto junto ao Ministério Público e Polícia Militar para garantir
mais segurança e bem-estar aos produtores da região.
insegurança se tornou
preocupação cotidiana do
brasileiro. Com a convicção
de que ações individuais fazem a
diferença, o Sindicato Rural de
Rio Bananal mobilizou parceiros
para tentar minimizar os índices
de criminalidade da região. Sindicato, Ministério Público e Polícia
Militar colocaram em prática o
cadastramento de trabalhadores
oriundos de outros estados que
vêm trabalhar na colheita de
café.
O presidente, Luiz Malavasi,
que está à frente da instituição
desde 2005, conta que dentro do
projeto todo empregado preenche
uma ficha de identificação, que
é remetida ao Ministério Público
para verificar se o temporário
possui antecedentes criminais. A
Polícia Militar por sua vez, realiza
visitas às propriedades rurais.
Segundo Malavasi, a expectativa
é que o índice de criminalidade
na época da colheita do café
diminua.
“Essa foi uma necessidade
que surgiu diante dos diversos
casos de roubos e furtos que
acontecem na época da colheita.
Muitos produtores reclamavam
da falta de segurança e por isso
o sindicato tomou a iniciativa de
mobilizar a ação, que com certeza
SR Cachoeiro de Itapemirim
vai favorecer todos da região”,
explica.
SR Rio Bananal
ATENDIMENTO
O atendimento também é
ponto de destaque do Sindicato
de Rio Bananal. A oferta de serviços de qualidade, sempre dispensando atenção diferenciada
aos associados, é prioridade na
instituição.
É por isso que já está em fase
de conclusão um auditório na sede
do sindicato. Ele terá capacidade
para 50 pessoas e vai servir como
ambiente de integração entre os
parceiros. Além disso, mais três
salas estão sendo construídas
para implantação de consultório
médico com exame de ultrasonografia e clínica psicológica e
de fonoaudiologia, que também
vão oferecer consultas a preços
mais baixos aos produtores.
Atualmente, o sindicato oferece serviços de assessoria
jurídica, contábil, departamento
pessoal, contrato de parceira
agrícola, comodato, arrendamento, ITR- Imposto Territorial Rural,
DIPF- Declaração e Imposto de
Renda Pessoa Física, emissão
de carta de aptidão (Pronaf) e
possui convênios com laboratórios de análise clínica, hospitais,
Atualmente o sindicato tem 350 associados que contam com
serviços jurídicos, contábeis e de saúde. No destaque, o
presidente da entidade Luiz Malavasi
farmácias e consultórios médicos
e odontológicos.
Visando gerar economia
para os associados, o sindicato
também promove a cotação de
adubos em empresas com sede
no município, garantindo assim
melhor preço para o produtor.
A parceria com o Senar/ES
possibilita a oferta de treinamentos aos trabalhadores da região.
Em média, 250 pessoas já participaram de capacitações durante a
atual gestão. Para este ano, estão
pré-agendados treinamentos na
área de poda e desbrota de café,
derivados de leite, merendeira
escolar e aplicação de agrotóxicos.
O sindicato possui sede própria e conta atualmente com 350
Sindicato Rural de
Rio Bananal
Av. 14 de Setembro, São Sebastião, Rio Bananal - ES
Telefone: (27) 3265-1292
E-mail: [email protected]
Faes e Senar/ES mostram
seu trabalho
A Faes e o Senar/ES marcaram presença em quatro importantes eventos que aconteceram
em maio e junho: a 6ª Qualicafés
- Feira Tecnológica do Agronegócio Café, em Venda Nova do
Imigrante; a Feira Agropecuária
de Cachoeiro de Itapemirim; a
5ª Feira da Agricultura Familiar
Sec. de Desenvolvimento Rural de Cachoeiro, José Arcanjo Nunes, a mobilizadora do Senar/ES em Cachoeiro, Juliana Coelho, o
superintendente do Sindicato de Cachoeiro, Hildeberto Pigatti, e o prefeito de Cachoeiro, Carlos Roberto Casteglione, na 63º Feira
Agropecuária de Cachoeiro de Itapemirim aconteceu entre os dias 20 e 24 de maio.
8
associados.
De acordo com o presidente,
qualquer empreendimento para
obter bons resultados, não depende apenas de um fator diferenciador, é necessário também a união
de todos. “A prestação de serviços
e também de informações é o
pivô central para o crescimento
e reconhecimento do sindicato
e seus associados. Em simples
palavras, a união que faz a força”,
ressalta.
e Reforma Agrária do ES; e o
6º Simpósio de Pesquisa dos
Cafés do Brasil. As instituições
montaram stands nos eventos,
repletos de material informativo
e banners, com objetivo de levar
ao conhecimento do público o
trabalho desenvolvido para o
homem do campo.
Merenda escolar
com mais qualidade no campo
U
Merendeiras rurais aprenderão boas práticas de manipulação e higienização de alimentos,
além da criação de cardápios saudáveis e nutritivos.
ma boa alimentação é
fundamental para se
ter uma vida saudável.
Pensando nisso, o Senar/ES
já oferece treinamento para
capacitar as cozinheiras das
escolas, conhecidas como merendeiras.
Com o treinamento, as merendeiras rurais são orientadas
quanto às técnicas de manipulação, seleção, estocagem,
higienização e armazenamento dos alimentos. Além disso,
aprendem sobre a pirâmide
alimentar e a melhor forma de
inserir alimentos no cardápio.
O reaproveitamento também é
pauta do treinamento.
Os profissionais são prepa-
rados para adotar boas práticas
em todas as etapas da preparação de alimentos, promovendo
a saúde dos alunos através da
produção de merenda escolar
saudável e segura.
Segundo a instrutora do
treinamento e também nutricionista, Elaine Matosinhos, com
esses profissionais capacitados
todos ganham, tanto a escola
quanto o aluno. “As merendeiras
aprendem a preparar alimentos
com qualidade, ou seja, dentro
das normas de higiene sanitária
e com grande valor nutricional.
Além disso, aprendem a utilizar e racionalizar os alimentos
de acordo com a demanda de
cada escola”, explica.
Confira alguns treinamentos oferecidos pelo Senar/ES:
Ação/ Atividade
Início
Município
Olericultura Básica
01 de julho Alfredo Chaves
Produção de Conservas
Vegetais
01 de julho Jerônimo Monteiro
11 de julho Alfredo Chaves
15 de julho Alfredo Chaves
Educação Ambiental
06 de julho Viana
Defensivos Agrícolas
15 de julho Domingos Martins
Produção Artesanal de
Pães e Biscoitos
15 de julho Castelo
15 de julho Conceição do Castelo
20 de julho Jerônimo Monteiro
Merendeiras Rurais
15 de julho Ecoporanga
23 de julho Mimoso do Sul
Melhoramento de Pastagens 20 de julho Ecoporanga
Senar/ES
Durante o treinamento as
participantes aprendem a
preparar cardápios saborosos e
ricos em nutrientes
Jaguaré
Jerônimo Monteiro
Eletricista Rural
20 de julho
Turismo Rural – Módulo 1
20 de julho Santa Leopoldina
Corte e Costura
20 de julho Itarana
Jardineiro
27 de julho B. de São Francisco
Produção de Derivados
do Leite
29 de julho Jerônimo Monteiro
Mulheres concluem curso de panificação
No dia 21 de maio, um
grupo de 14 mulheres da
comunidade de Santa Luzia
e adjacências concluíram
treinamento de panificação
oferecido pelo Senar/ES, Sindicato Rural de Conceição de
Castelo, Incaper, Secretaria
de Agricultura do município
e Conselho Comunitário de
Santa Luzia.
A capacitação, que durou
três dias, aconteceu no Salão
Comunitário, onde as mulheres
aprenderam a preparar delícias
como bolos, tortas, pães e biscoitos, com a instrutora Kelly
Cristina Alves. O objetivo do treinamento foi levar conhecimento
técnico-científico a mulher rural
para que ela possa agregar valor
ao seu produto, através de tecnologias adaptadas à condição
do meio em que vive.
SR Conceição do Castelo
9
Comissões discutem estratégias
para beneficiar o produtor rural capixaba
Em maio, as comissões técnicas da Faes se reuniram para debater questões
como a brucelose e a prorrogação de dívidas.
N
o dia 25 de maio, a Comissão Técnica de Pecuária
de Leite da Faes se reuniu,
juntamente com representantes
de vários órgãos ligados ao agronegócio leite, para discutir novas
ações de melhorias para o setor.
A questão da vacinação contra
brucelose foi um dos pontos mais
debatidos pelos participantes, por
se tratar de um fator preocupante
e que afeta diretamente a qualidade e produtividade do segmento.
A reunião deu origem a um
projeto, que está em fase de elaboração e viabilização, e prevê a
vacinação de todas as bezerras
com idade entre 03 e 08 meses.
IMUNIZAÇÃO
A representante do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento), Alba Luisa, falou
da importância e necessidade de
vacinar as bezerras com idade
entre três e oito meses, e que
apesar da vacina ser cara, o
custo benefício é muito grande.
Ela ainda alertou que os animais
não podem ser vacinados fora da
faixa etária, pois caso isto ocorra,
a situação terá reação contrária
à desejada e o problema será
irreversível.
Comunicação/Faes
A Comissão de Pecuária de Leite, encabeçada por Faes e Senar, articula um projeto de
controle e erradicação da brucelose no ES
Outro ponto levantado pelos
presentes foi a questão da indenização dos produtores quanto
ao sacrifício dos animais, já que
após detectada a doença, não há
tratamento que reverta o problema. O produtor reclama que não
existe recurso financeiro por parte
do governo para cobrir a despesa,
tendo o produtor que arcar com o
prejuízo de perder um animal de
seu rebanho.
A dificuldade em se conseguir
um médico veterinário para realizar a certificação da vacinação
também foi discutida, assim como
o não reconhecimento pelo IDAF
da vacina aplicada pelo proprietá-
ceiros disponibilizem vacinas e
treinem agentes vacinadores para
o atendimento aos produtores de
cada região.
A locomoção dos técnicos
para aplicação da vacina seria
realizada por motocicletas, o
que tornaria mais fácil o acesso
à propriedades mais distantes
e diminuiria o custo do serviço.
Desta forma, a imunização será
mais abrangente.
RECONHECIMENTO
Para tentar minimizar o problema, o diretor financeiro da Faes,
Neuzedino Alves, explicou que o
projeto visa facilitar a vacinação.
A idéia inicial é, através dos
sindicatos pólos de Cachoeiro
de Itapemirim e Jaguaré, que o
Senar-ES, Faes e órgãos par-
A questão do estudo da melhoria da qualidade do leite também esteve em pauta durante a
reunião. Ações já estão sendo
desenvolvidas pelo Senar/ES
para que os produtores recebam
capacitação para melhorias na
qualidade do leite produzido.
Para que os produtores conheçam as novidades da área e
tenham acesso a outros modos
de produção, o presidente da
comissão de Pecuária de Leite,
Rodrigo Monteiro, sugeriu uma
visita técnica dos produtores
capixabas à exposição MEGALEITE 2009, o principal encontro
do setor no país, que acontece
entre os dias 29 de junho a 05
de julho, em Uberaba (MG).
Uma delas é a definição do Marco
Zero, que será o levantamento do
número de produtores por faixa
de qualidade, bem como dos que
receberam, ou não, qualificação
na área.
Outra estratégia foi a realização de Seminários de Sensibilização sobre Qualidade do Leite,
com duração de quatro horas,
visando conscientizar os produtores quanto a necessidade de
melhorar o leite produzido. Dentre
os conteúdos abordados estão a
importância da adoção de critérios
de qualidade, a Instrução Normativa 51 (Ministério da Agricultura) e
o adicional de qualidade adotado
pelas cooperativas. A mobilização
ficará por conta dos sindicatos
rurais, cooperativas e Incaper.
O primeiro seminário já tem data
marcada para o dia 15 de julho,
em Presidente Kennedy.
rio. “Em muitos municípios onde
não há um profissional credenciado, os produtores ficam sem
saber o que fazer para cumprir
as exigências legais”, conta o
secretário executivo da Faes,
Altanôr Lôbo.
PROJETO
Ações em Prática!
Para discutir ações de melhoria da qualidade do leite capixaba,
a Comissão Técnica de Pecuária
de Leite da Faes criou um grupo
de trabalho específico que vai
ficar responsável por debater propostas e colocar em prática ações
que favoreçam o desenvolvimento
do setor.
Em primeira reunião, no dia
8 de junho, o grupo já debateu
e definiu algumas estratégias.
10
Produtores de
café destacam
endividamento
A Comissão Técnica de Café da Faes
se reuniu na Escola Agrotécnica Federal de
Santa Tereza, no dia 22 de maio. A categoria
discutiu questões como a inclusão do café
conilon no programa de opções de compra
do Governo Federal e a prorrogação de
dívidas dos cafeicultores capixabas.
Os produtores de café querem a inclusão
do café arábica bebida RIO e do café conilon no Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao
Produtor). O pedido já foi encaminhado ao
presidente da Comissão Nacional do Café
da Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), Breno Mesquita.
A prorrogação das dívidas dos cafeicultores também esteve em pauta. A maioria
dos produtores reclama que os bancos não
estão alongando as dívidas, principalmente
no que tange o Funcafé, que previa renegociação até 30 de abril. Outra reclamação
diz respeito a lançamentos diretos na conta
do produtor.
DOCUMENTO
A revisão do zoneamento da lavoura de
café para liberação de financiamento, tanto
para arábica quanto para conilon, também
foi discutida. As manifestações indicadas
pelos cafeicultores foram repassadas ao
secretário Nacional de Produção e Agronegócio do Ministério da Agricultura, Manoel
Bertone, que esteve presente na reunião.
Os cafeicultores reivindicam ainda a
melhoria no preço do café conilon, pois,
de acordo com eles, não há condições de
melhorar a qualidade do produto se o preço
pago é o mesmo de um café de qualidade
inferior. Falou-se também da necessidade
de intervenção no mercado e das dificuldades de acesso às linhas de crédito para
melhorar a qualidade do café conilon, bem
como as elevadas taxas de juros.
Participaram da reunião o presidente da
Faes, Júlio da Silva Rocha, Murilo Pedroni
(Faes), Neuzedino Alves de Assis (Senar/
ES), Lacyr Ferreira (SR Santa Tereza),
Antonio José Baratela e José Antonio Binda (SR Itaguaçú), Adilson Luiz Baratella
(Pref. Municipal de Santa Teresa), João
Galimbert (Coopeavi) e José Silvano Bizi
(SR Jaguaré).
Programa lança novos caminhos
para a borracha no ES
No dia 25 de maio, a Comissão Técnica de
Heveicultura da Faes se reuniu para debater
sobre o novo programa do Governo do Estado,
o PROBORES - Programa de Expansão da
Heveicultura Capixaba. O projeto vai distribuir
mudas de seringueira para produtores capixabas interessados em investir na atividade. A
ação pretende contribuir para o crescimento
do setor no estado, traçando novos caminhos
para a borracha capixaba.
Segundo o vice-presidente da comissão,
José Manoel Monteiro, a produção de borracha no ES ainda é pequena, assim como em
todo o país, mas a demanda é muito alta, e por
isso quem investir na atividade vai ter sempre
compradores locais e nacionais.
Para poder distribuir as mudas, o governo
pretende comprá-las dos grandes produtores
e cooperativas do Estado. Porém, a comissão
discorda sobre alguns pontos colocados pela
Seag em relação à licitação das mudas e
outras questões.
REIVINDICAÇÕES
De acordo com José Manoel Monteiro,
o Estado tem hoje 150 mil mudas prontas,
ensacoladas que podem ser vendidas ao
Governo para o PROBORES. Porém, para
produzir a quantidade de mudas que o programa pretende distribuir, demandaria tempo,
cerca de dois anos, já que o processo é longo
e possui várias etapas, desde a colheita das
sementes até a produção das mudas.
Por esse motivo, a comissão quer que a
licitação seja feita ainda em 2009 para que os
produtores possam trabalhar com garantias,
já que os investimentos são elevados. O Estado tem capacidade de produzir 1,2 milhão
de mudas para os próximos dois anos. A
comissão também pediu à Seag para diminuir
o número de mudas por lote e assim atender
os viveiristas locais.
O PROBORES tem como meta diminuir a
importação da borracha e pulverizar o plantio
de seringueiras no Estado. O objetivo geral
é promover a implantação de 75 mil novos
hectares de seringueira no Espírito Santo e,
com isso, contribuir para o abastecimento
interno do País e propiciar a proteção do
meio ambiente.
Segundo o presidente da Comissão
Técnica de Heveicultura da Faes, Moysés
Covre, a seringueira além de ser nativa, tem
alta empregabilidade e é ambientalmente
sustentável. ”Ela se sustenta num tripé:
econômico, social e ambiental. Além de gerar lucro para os produtores e empregos, a
seringueira protege e regenera o solo, sendo
ambientalmente correta”, explica.
Por essa capacidade sustentável é que
a comissão também reivindica que os produtores possam utilizar as áreas destinadas
a Reserva Legal e Área de Preservação
Permanente (APP) com as plantações de
seringueiras. A comissão alega que além
de protegerem o solo, elas são uma das
espécies que mais retiram gás carbônico da
atmosfera, contribuindo para a despoluição
do meio ambiente.
A comissão, em nome de vários produtores do setor, também enviou ofício com
várias solicitações da categoria ao senador
Renato Casagrande.
Os seringalistas querem que parte da
arrecadação do imposto da importação da
borracha seja destinada a programas de apoio
à heveicultura e que seja feita a revisão da
legislação de financiamento para o setor, bem
como da norma da CONAB no que se refere
ao preço mínimo para borracha natural.
Outra solicitação é a continuidade do
funcionamento da câmara setorial da borracha do MAPA, revendo sua composição
e com gestão ministerial. A intenção é que
a internacionalização seja levada em conta
para determinação do preço de produção
rural nacional.
Comunicação/Faes
A comissão debateu os prós e contras do PROBORES, além de novas ações pelo segmento
11
MAIS
CNA em
Campo no Paraná
Para conhecer de perto o
projeto CNA em Campo, que já
foi adotado em alguns estados
brasileiros, o presidente da Faes,
Júlio Rocha, participou do lançamento do programa no Paraná,
que aconteceu entre os dias 04 e
06 de junho.
O presidente capixaba visitou
três municípios paranaenses:
Londrina, Campo Mourão e Toledo, e pôde conferir de perto a
força da nova administração da
CNA, presidida pela Senadora
Kátia Abreu, já que mais de seis
mil pessoas participaram dos
eventos.
O projeto CNA em Campo tem
o objetivo de promover a interiorização do Sistema CNA/SENAR e
discutir com os produtores rurais
soluções para os problemas do
campo.
Federação do Amapá
07
07
08
09
13
15
15
20
22
26
27
27
29
30
Café para Equador
Senar/ES
No dia 28 de maio, a Faes e o
Senar/ES receberam a visita de
uma missão do Equador, composta por representantes de em-
presas de café, com o objetivo de
conhecer o trabalho desenvolvido
pelos capixabas no agronegócio
café. Eles também vieram buscar
fornecedores de café conilon
interessados em exportar para
o Equador. Na ocasião, os visitantes fizeram um roteiro por Jaguaré, o maior município produtor
da espécie no estado. A visita foi
articulada pelo vice-presidente do
Sindicato Rural de Jaguaré, José
Silvano Bizi.
José Machado Netto dá nome à sala da ALES
Agora é oficial. A sala onde funciona a Comissão da Agricultura da
Assembléia Legislativa do Espírito
Santo receberá o nome do produtor
rural José Machado Netto. A Resolução 2.674, do deputado estadual
Atayde Armani (foto), foi aprovada
no dia 20 de maio.
Segundo o deputado, a conquista foi uma grande vitória. “Foi
um ano de luta para conseguir essa
aprovação e pela primeira vez uma
sala da Assembléia Legislativa vai
levar o nome de um produtor rural.
Sem dúvidas essa é uma grande
vitória para a categoria”.
A indicação do nome para a
sala foi feita pela Faes (Federação
da Agricultura e Pecuária do ES)
juntamente com 56 sindicatos
rurais capixabas. Netto era agricultor em Pedro Canário, interior
do Estado, foi um dos proprietários
rurais que sempre defendeu o cooperativismo incentivando a união
da classe.
Atayde Armani
ANIVERSARIANTES DE JULHO
Antonio Roberte Bourguignon
Luzia Lira Herzog
Andréa Cristina Viana Tavares Trigo
Juracema Batista de Freitas
Ermides Lorenzoni Tótola
Inês Altoé Franco
Ricardo Saar Meireles
Ângela Maria Querino Kuboyama
Jacqueline Joseph El Hireche Gomes
Luiz Malavasi
José Guilherme Ferreira dos Santos
Luciano de Paula Trigo
Fabíola Carla da Silva Sossai
Adelaide Cavalcanti de Assis
Presidente do SR Linhares
Esposa do Pres. SR de Santa Leopoldina
Esposa do Pres. SR de Guaçuí
Esposa do Diretor da FAES (Tolentino Ferreira de Freitas)
Esposa do Pres. SR de Pinheiros
Esposa do Pres. SR de Marilândia
Estagiário do FEPSA
Esposa do Pres. SR de Sooretama
Esposa do Pres. SR de Viana
Pres. SR de Rio Bananal
Pres. SR de Vila Velha
Pres. SR de Guaçuí
Esposa Pres. SR de Jaguaré
Esposa do Superintendente do Senar (Neuzedino)
Av. Nossa Senhora da Penha, nº 1495 - torre A - 10º e 11º
andares - Bairro Santa Lúcia - Vitória/ES - CEP: 29056-901
12
Leilão em Ecoporanga
SR Ecoporanga
Entre os dias 19 e 20 de
junho, o Sindicato Rural de
Ecoporanga realizou a 5ª Feira
Agropecuária do município, além
do 31º Leilão de Corte e Leite,
que aconteceu no dia 20. Mais de
700 bezerros e 10 lotes de gado
de leite entraram em exposição.
O evento teve o apoio da Faes e
do Senar/ES.
DNIT instala
semáforos
temporizadores
na BR 262
Para diminuir a incidência de
acidentes na BR 262, trecho entre
Viana e subida da 2ª Ponte em
Cariacica, o Sindicato Rural de
Viana, em nome dos produtores
rurais da região, solicitou ao
DNIT – Departamento Nacional
de Infraestrutura e Transporte,
a instalação de semáforos com
temporizadores na rodovia.
O presidente do Sindicato Rural de Viana, Abdo Gomes, conta
que embora a solicitação tenha
sido atendida parcialmente, já se
constata que este tipo de equipamento propiciou maior segurança
aos usuários da rodovia.
É festa
em Jaguaré
Entre os dias 03 e 05 de julho
o Sindicato Rural de Jaguaré realiza a Festa do Produtor Rural. O
evento acontecerá no Parque de
Exposições Alpheu Sossai e tem
parceira da Faes e Senar.

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