AS DIVERSAS LINGUAGENS NA ROTINA DE

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AS DIVERSAS LINGUAGENS NA ROTINA DE
AS DIVERSAS LINGUAGENS NA ROTINA DE CRIANÇAS EM UM
KINDERGARTEN NA CIDADE JYVÄSKYLÄ – FINLÂNDIA
Thyara Antonielle Demarchi1
Profª Drª Rita Buzzi Rausch2
APRESENTAÇÃO
A experiência relatada neste texto foi vivenciada na cidade de Jyväskylä ao norte da
capital finlandesa, Helsinque, por um período de seis semanas (entre os meses de janeiro e
fevereiro de 2014),oportunizada por trabalho voluntário denominado Cidadão Global da ONG
AIESEC. A proposta voltava-se mais especificamente em desenvolver um trabalho
pedagógico na língua inglesa com uma turma de crianças da Educação Infantil (crianças entre
5 e 6 anos de idade). Esta experiência fez parte da geração de dados para uma pesquisa mais
ampla que resultará na dissertação de Mestrado em Educação, do Programa de Pós Graduação
em Educação da Universidade Regional de Blumenau (PPGE – FURB). Durante o período de
seis semanas, em concomitância com a coleta de dados da pesquisa de dissertação de
mestrado, em duas universidades finlandesas, tivemos oportunidade de vivenciar e
experienciar o cotidiano de uma instituição de educação infantil privada na cidade de
Jyväskylä, na Finlândia.
A partir desta experiência aqui relatada, mostramos de alguma forma a importância
emrefletir, analisar e conhecer diferentes realidades, sejam estas a nível local ou a nível
internacional. Desta forma, nos propomos realizar uma análise em conjunto com a teoria, ou
seja, refletir sobre as práticas finlandesas na educação infantil, o que incluem momentos de
atividades mais dirigidas a brincadeiras mais esporádicas. Neste caso, abordamos, além disso,
uma sequencia de relatos a respeito da experiência da pesquisadora em ensinar a língua
inglesa às crianças desta instituição de educação infantil na Finlândia. Com isso, torna-se
relevante, para o âmbito da educação infantil e do trabalho do professor, no exercício de sua
profissão, repensar, reanalisar e refletir sobre as diferentes possibilidades no cotidiano escolar.
Este relato de experiência tem como principal objetivo “socializar as diversas
linguagens desenvolvidas na rotina da Educação Infantil de uma escola privada finlandesa”,
apresentando reflexões acerca da indagação: “Quais são as linguagens desenvolvidas na rotina
da Educação Infantil com crianças de um kindergarten finlandês?”.
1
Pedagogia, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado em Educação da
Universidade Regional de Blumenau. E-mail: [email protected]
2
Doutora em Educação, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educaçãoda Universidade Regional
de Blumenau. E-mail: [email protected]
CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃODE EDUCAÇÃO INFANTIL
A instituição a qual aconteceram as experiências aqui relatadas pertence a uma rede
privada de instituições de educação infantil, chamada Aarresaari Päiväködit (em português:
Ilha dos Tesouros), a qual possui nove filiais na cidade de Jyväskylä e em outras
proximidades. A Instituição de Educação Infantil analisada é chamada Meritähti(em
português: Estrela do mar). O principal objetivo desta rede de instituições de educação infantil
privada é proporcionar aventuras educativas em que são desenvolvidas atividades
relacionadas à música e exercícios físicos. O nome sugestivo, “Ilha dos Tesouros”, remete
às crianças a uma viagem imaginária ao mundo dos piratas, em que cada espaço da instituição
possui decoração e nomes relacionados ao navio dos piratas.
Em relação aos sujeitos participantes, apresentaremos características breves sobre as
crianças participantes e as professores desta instituição de Educação Infantil privada. Este
espaço era dividido em pequenos grupos, com professoras responsáveis por cada um. A escola
tinha em torno de 53 crianças entre as idades de 1 ano e meio até 6 anos,e em média de sete a
10 professoras, dependendo do dia. A frequência das crianças a esta escola não era
obrigatória, portanto, algumas permaneciam meio período (ou de manhã, ou de tarde),
enquanto outras permaneciam em período integral na instituição. As professoras possuíam até
três horários diferentes de trabalho (shifts – turnos) iniciando às 6 horas da manhã até 7 horas
da noite.Muitas destas professoras trabalhavam em diferentes instituições durante a semana,
alternando de semana a semana, ou de dia a dia. No que diz respeito à formação dos
professores, na sua grande maioria, possui bacharel em enfermagem, e na sua minoria,
bacharel para atuar na Educação Infantil ou Pré-escolar. Este tipo de formação é um direito,
presente na constituição e nas diretrizes finlandesas. Ou seja, pessoas que desejam trabalhar
na educação infantil (kindergartens) podem ser formadas em enfermagem ou em uma
formação específica para educação infantil e/ou pré-escola.
Neste período de seis semanas foram desenvolvidas diversas brincadeiras, jogos e
atividades dirigidas, tanto pelas professoras e enfermeiras que trabalhavam na escola, quanto
por mim, professora voluntária. Em conjunto, desenvolvemos, quando possível, algumas
atividades pedagógicas voltadas à língua inglesa com as crianças da pré-escola, que estavam
iniciando o processo de alfabetização. Houve uma participação satisfatória das crianças no
envolvimento com a língua inglesa e com as propostas apresentadas em que as professoras
auxiliaram no seu desenvolvimento.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como suporte teórico, para o desenvolvimento e análise deste relato de experiência,
nos apoiamos nos documentos oficiais da Finlândia e alguns autores que vêm ao encontro da
discussão sobre a educação infantil. Sobre os documentos nacionais, nos embasamos no
documento da UNESCO – Dados Mundiais sobre a Educação (2011), que traça panoramas de
diversos países do mundo em todos os níveis de seus sistemas de educação, bem como
objetivos e metas em cada um deles, o que inclui a Finlândia. Além disso, diretrizes do
Conselho Nacional de Educação na Finlândia – Currículo Nacional para pré-escola na
Finlândia (2000) e o Manual das instituições de Educação Infantil Aarresaari – Ilha dos
Tesouros e na brochura disponível no site3 da instituição. Trouxemos algumas considerações a
respeito das linguagens em Edwards (1999) e Gandini (2002).
O principal alvo da educação infantil finlandesa é de promover o bem-estar da criança
da melhor maneira possível a fim de possibilitar condições para o crescimento, aprendizagem
e desenvolvimento. Nestas interações com outras crianças e educadores, a criança pode
experimentar a alegria, a liberdade de ação em uma atmosfera saudável. A criança interessada
no seu ambiente pode direcionar sua energia para jogar, brincar, aprender todos os dias com
atividades apropriadas ao seu nível de desafios. Este ambiente deve ser compreendido como
um espaço que contenha elementos físicos, psíquicos e sociais, que proporcionem uma
atmosfera saudável e segura. Um ambiente que possibilite as crianças a brincar, jogar, se
expressar, movimentar-se, explorando de diferentes maneiras. O espaço da educação infantil
pode ser organizado de maneira que haja participação das crianças, envolvendo diferentes
idades e interesses, a fim de, proporcionar a interação e o diálogo entre todos. (FNBE, 2003)
Dado o exposto, a partir da análise e leitura dos documentos nacionais finlandeses,
propusemos a um olhar sensível à experiência vivenciada, a fim de, socializar estes diferentes
momentos dentro da instituição de educação infantil e principalmente, abordar de maneira
sistematizada o encontro com autores e documentos finlandeses.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
3
Disponível em: <http://www.aarresaari.fi/files/pdf/aarresaari_esite_eng.pdf> Acesso em: junho 2014.
É importante, inicialmente, apresentar brevemente um pouco da rotina da instituição
de educação infantil analisada. Podemos afirmar que em relação às experiências
anteriormente vivenciadas em instituições de Educação Infantil privadas brasileiras
(especificamente blumenauenses) constatamos que não há muita diferença no que concerne ao
cotidiano da instituição finlandesa, como, por exemplo, hora de chegada e saída, recepção das
crianças, atividades desenvolvidas, horários de lanche, almoço e etc.
Na tentativa de sistematizar a rotina desta instituição apresentamos:
- 1º. Chegada erecepção das crianças: Neste primeiro momento, as professoras se
organizavam para recepcionar as crianças, de modo que, algumas ficavam responsáveis em
desenvolver atividades e jogos dirigidos e previamente planejados, enquanto outras
professoras faziam uma reunião matinal diária;
- 2º. Reunião das professoras: Durante estas reuniões, as professoras discutiam sobre
horários de chegada e saída das crianças, os turnos que as professoras cumpriam durante o
dia, e o planejamento do dia;
- 3º. Café da manhã: Enquanto algumas crianças ficavam brincando pela escola, uma
professora ficava responsável por verificar na tabela e chamar as crianças que não haviam
tomado café da manhã;
- 4º. Atividades dirigidas e parque:Em alguns momentos foi possível participar das
atividades e jogos dirigidos desenvolvidos e planejados pelas professoras, o que aconteciam
com o grupo total de crianças, e muitas vezes com os grupos divididos por turma. O parque
era algo muito presente na rotina das crianças, sendo utilizado geralmente na metade da
manhã, antes do almoço, ou no final do dia, quando os pais buscavam as crianças;
- 5º. Almoço: Da mesma maneira que acontecia o café da manhã, acontecia o almoço. As
crianças almoçavam pouco a pouco, sendo chamadas e orientadas pelas professoras;
- 6º. Hora do descanso ou “soninho”: As crianças menores entravam para a sala do descanso
antes dos maiores, por facilmente dormirem. Este momento é visto pelas professoras como
vital para a reposição de energia das crianças, mas, não é visto como obrigatório,
possibilitando a saída das crianças que não desejam dormir;
- 7º. Lanche da tarde: Após acordarem, as crianças vão sendo chamadas pelas professoras
para tomarem o lanche da tarde, seguindo a mesma lógica das outras refeições;
- 8º. Saída: Geralmente, quando não muito frio, as crianças iam para o parque com as
professoras para aguardar os seus pais virem buscar.
De forma bem sintetizada, apresentamos todas as etapas da rotina desta instituição. Na
sequencia disso, apontamos momentos observados e registrados em Diário de Campo que
evidenciam a experiência e dialogam com os documentos e autores abordados anteriormente.
Segundo Barbosa e Horn (2001, p. 68), “todos os momentos, sejam eles desenvolvidos nos
espaços abertos ou fechados, deverão permitir experiências múltiplas, que estimulem a
criatividade, a experimentação, à imaginação, que desenvolvam as distintas linguagens
expressivas e possibilitem a interação com outras pessoas.”
Com base nisso, vale ressaltar os momentos que fazia parte da rotina semanal das
crianças, que eram momentos de atividades direcionadas, e principalmente focados no
movimento e desenvolvimento do corpo,a Educação Física, que era desenvolvida no centro
esportivo, fora do espaço escolar.
No complexo esportivo, espaço que as crianças vão uma vez por semana, a professora responsável propôs
diversas brincadeiras que envolviam o movimento contínuo do corpo, braços, pernas, abdômen. Perguntei a
ela qual era o propósito, e ela comentou que buscava fazer esse tipo de exercícios por causa do frio, pois,
ficamos muito tempo sem fazer exercícios e é preciso ajudar o corpo na circulação e consequente aquecimento.
(Notas de campo, 15 de janeiro de 2014)
Ainda em relação às atividades de movimentos com o corpo:
Esses tipos de atividades são frequentes na escola, em que as professoras sempre planejam juntas atividades
que envolvam o corpo, música, concentração, entre outras habilidades. Posso dizer que é uma forma de
interação bem forte com as professoras e as crianças e não deixa de ser uma interdisciplinaridade. (Notas de
campo, 20 de janeiro de 2014)
Nesta instituição a linguagem e os movimentos com o corpo eram atividades
constantes, que de acordo com Edwards (1999) há um encorajamento no desenvolvimento de
tais atividades em que as crianças podem explorar os espaços e expressarem a si mesmas,
sendo através de todas as linguagens, movimentos e modos de expressão. Segundo Craidy
(2001, p. 91):
Mesmo quando a criança brinca livremente no parque infantil, ela desenvolve novas
habilidades e competências. Neste momento, o professor poderá observar a criança,
nas suas relações com outros colegas, nas relações estabelecidas com os objetos, e
ainda, nas descobertas e desafios que cada professor poderá conduzir e orientar a
brincadeira, tornando-a mais atraente, desafiadora.
Em outros momentos de atividades dirigidas, principalmente com as crianças da préescola, na alfabetização, ou melhor, na introdução das letras do alfabeto finlandês, tivemos a
oportunidade de introduzir o ensino, sutil, da língua inglesa.
Todas as terças-feiras a professora da pré-escola preparava atividades para ensinar uma letra do alfabeto.
Neste dia, a letra, seguindo a ordem do livro da escola, seria a letra K. [...] Toda semana as crianças recebem
uma carta (que está escondida na escola) de um pirata com charadas para descobrir que letras irão aprender
neste dia. Duas crianças são escolhidas para procurar a carta na escola. Na carta, o “pirata” dá uma letra (K),
mais uma nota/bilhete e algumas figuras que iniciam com a letra da semana. (Nota de campo. 21 de janeiro de
2014)
[...] o grupo é dividido em dois. Enquanto um grupo faz as atividades no livro o outro vai para outra sala fazer
atividades com movimentos estudando a mesma letra (K). O grupo em sala trabalha a letra da semana
descobrindo o som das palavras que iniciam com K e separam-nas por sílabas, com palmas. Sob a orientação
da professora as crianças separam as sílabas e depois contam. [...](Nota de campo. 21 de janeiro de 2014)
Outra atividade proposta pela professora que me chamou atenção foi o fato de as crianças desenharem (com o
dedo) a letra nas costas do colega. Questionei a professora sobre isso, e de acordo com ela o fato das crianças
terem este contato com o corpo e a letra estudada ajuda-as a identificar e memorizar a letra com maior
facilidade, ou seja, familiarizar-se com a letra. Além disso, disso que isso ajuda crianças com problemas de
memória e concentração, motores, pois com esta atividade eles podem sentir a letra e o seu formato.
(Nota de campo. 21 de janeiro de 2014)
Foram nestes momentos do ensino das letras do alfabeto finlandês que passamos a
observar a rotina e a introduzir aos poucos o ensino da língua inglesa, no que consistia
palavras simples e vinculadas ao cotidiano das crianças.
Depois da recepção na escola, cada grupo foi para uma sala com duas professoras. O grupo da pré-escola foi
para o refeitório e hoje iriam aprender a letra L. Propus para a professora mostrar para eles que a palavra
Leão em português, tem a mesma inicial em inglês e em finlandês. Fiz um desenho do leão com as duas palavras
escritas. Ex: Leijona e Lion. No mesmo dia, muitas crianças, no período da tarde desenharam um leão e
escreveram a palavra nas duas línguas. Foi surpreendente a maneira como imediatamente associaram com sua
língua, a imagem e a palavra em inglês. (Nota de campo, 28 de janeiro de 2014)
O fato de proporcionar estes momentos de atividade dirigida em conjunto ao
planejamento da professora da turma desenvolveu-se nas crianças um interesse maior,
refletindo de imediato nas suas produções artísticas, vinculando estas diversas linguagens em
um só espaço, na palavra escrita, na língua falada e nos seus desenhos. Segundo o documento
da União Europeia: “A interação entre o professor ea criança e entre as crianças é considerada
fator essencial de um ambiente de aprendizagem. Isso deve estimular a curiosidade das
crianças e promover o desenvolvimento linguístico das crianças e seu potencial para
aprender coisas novas." (2013, p. 14, tradução nossa, grifo nosso) Dentro disso, em outros
momentos de interação com as crianças, desenvolvemos diferentes atividades em inglês:
Neste dia aproveitei que as crianças ficaram por mais tempo dentro da escola e ensinei uma música em inglês
(head, shoulders, knees and toes – cabeça, ombro, joelho e dedos do pé). As professoras sugeriram que
mostrasse primeiro em inglês e posteriormente iriam traduzir para o finlandês. Fizemos a dança e as crianças
estavam muito inteiradas na música e na dança. (Nota de campo, 05 de fevereiro de 2014)
Neste relato fica evidente que a música é uma importante ferramenta na educação,
principalmente, na aprendizagem de diferentes línguas, o que acaba chamando bastante
aatenção das crianças quando envolvidas com o canto em si, a dança e os movimentos com o
corpo. Desta forma, Gandini (2002, p. 196) aponta que “[...] um ambiente educacional
incentiva às crianças ao caminho da descoberta do mundo quando garante que elas podem
organizar suas próprias atividades cognitivas e proporciona oportunidades específicas de
conhecimento”.
Outro registro de nota de campo evidencia a variedade das atividades proporcionadas
no cotidiano desta instituição, sempre em acordo com o planejamento semanal das
professoras, que era construído em conjunto:
No período da manhã, durante a recepção das crianças, a professora preparou uma brincadeira e suas músicas.
Fiquei responsável em contar uma história em inglês para as crianças, contei a história do “Morango vermelho
maduro”. [...] No primeiro momento contei a história do morango em inglês e simultaneamente a professora
traduziu para o finlandês. As crianças prestaram atenção, ficaram sentadas em círculo e ao final conversaram
com a professora da sala sobre a história. Questionaram onde o urso estava porque não apareceu e que gostavam
muito de comer morangos. (Notas de campo, 17 de fevereiro de 2014)
Estes relatos entram em sintonia com a proposta nacional da Educação Infantil na
Finlândia, bem como, o projeto da instituição onde ocorreu determinada experiência,
principalmente no que diz respeito às diversas linguagens, movimentos com o corpo,
expressões e organizações no geral. O desenvolvimento de tais atividades dirigidas teve o
intuito de proporcionar momentos de interação entre as crianças e professoras, em que ambos
aprendiam vocabulários novos.
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
O impacto que ocorreu neste período de experiência de seis semanas na instituição de
educação infantil na Finlândia foi principalmente relacionado à aprendizagem das crianças de
uma língua nova, neste caso, o inglês. Os pais das crianças davam diversos feedbacks para a
instituição, os quais ficavam surpresos com a rapidez da aprendizagem de seus filhos. Na
instituição, observávamos que nas interações as crianças gesticulavam e ensaiavam palavras
na língua inglesa, seja na língua falada ou escrita.Desta forma, percebemos e analisamos que
segundo o documento da União Europeia (2013, p. 14, tradução nossa):
O currículo nacional para o ensino da pré-escola define o papel central da educação
pré-escolar, em que deve promover o "crescimento dos indivíduos humanos, ou seja,
das crianças e membros eticamente responsáveis da sociedade, orientando-os para a
ação responsável e cumprimento das normas geralmente aceites e para valorização
para as outras pessoas."
Podemos dizer que o cuidar e o educar são processos integrados: de acordo com os
documentos, estes dois aspectos são compreendidos como o principal papel da educação
infantil. Estas dimensões recebem diferentes ênfases de acordo com a idade das crianças e
com o contexto que ocorre. A combinação desses processos pode promover na criança uma
imagem positiva, expressiva e de habilidades interativas, e ainda o desenvolvimento do
pensamento. (FNBE, 2003)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relato de experiência, caracterizado como um trabalho voluntário, em uma
instituição de educação infantil privada finlandesa, no período de seis semanas, trouxe
grandes contribuições à formação pessoal e profissional dos envolvidos, e principalmente, um
olhar diferenciado às diferentes possibilidades de interação dentro do espaço infantil. Com
isso, vale ressaltar que a partir destas considerações e análises desenvolvidas em torno dos
registros feitos, possibilitou refletir a própria experiência na educação infantil, e, além disso,
as práticas anteriormente desenvolvidas no Brasil, ressignificando nossa forma de pensar/
fazer docente na educação infantil.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Mª Carmem Silveira, HORN, Mª da Graça Souza. Organização do espaço e
tempo na escola infantil. In: CRAIDY, Maria, KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva.
Educação infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
CRAIDY, Maria, KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva. Educação infantil: pra que te
quero. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
EDWARDS, Caroline; GANDINI, L. As cem linguagens da criança: as abordagens de
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Structural and Cohesion Policies. Culture and Education.Quality in Early Childhood
Education and Care.Brussels: 2013, TOTAL DE PÁGINAS.
FNBE.Finnish National Board of Education.National Curriculum Guidelines on Early
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GANDINI, Lella; EDWARDS, Carolyn. Bambini: a abordagem italiana à educação infantil.
Porto Alegre: Artmed, 2002.
JYVÄSKYLÄ. Aarresaariday-care centers. Diretrizes internas para as Instituições de
Educação Infantil desta rede – arquivo enviado via e-mail. Finland: 10 p.

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