^GDRH Percepção sobre planejamento fami
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^GDRH Percepção sobre planejamento fami
A, 7-. ^GDRH .biblioteca BIBLIOTECA Ana Hartha de Almeida Percepção sobre planejamento fami liar pela clientela do Centro de Saúde Materno-Infantil do Jardim Hilda - Dourados/ Mato Grosso do Sul. T ( i, . í I. Campo Grande / MS » 1.989 ESCOLA NACIONAL DE SAÜDE PÚBLICA/FIOCRUZ ESCOLA DE SAÜDE PÚBLICA/CDRH/SS/MS SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL VI CURSO DESCENTRALIZADO DE SAÚDE PÚBLICA/MS ANA MARTHA DE ALMEIDA PERCEPÇÃO SOBRE PLANEJAMENTO FAMILIAR PELA CLIENTELA DO ' CENTRO DE SAÚDE MATERNO-IN FANTIL DO JARDIM HILDA - DOU rados/mato grosso do sul. Relatório de Pesquisa apresentado no VI Curso Descentralizado de Sau de Pública/MS, para a obtenção do Título de SANITARISTA sob a orien tação de DR. VALDIR S. SIROMA e mariluce BITTAR. CAMPO GRANDE / MS 1.989 DEDICATÓRIA A todas as mulheres, dedico este trabalho biblioteca A » AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que direto^ ou indiretamente colabora ram na execução desta pesquisa, em especial atenção^s: . funcionários do Centro de Saúde Materno-Infantil do Jardim Hilda, pelo apoio e compreensão com que me re ceberam no período da pesquisa; . meus orientadores de conteúdo DR. VALDIR S. SIROMA e de metodologia MARILUCE BITTAR, que através de suas experiências orientaram-me para a concretização des ta monografia; . à minha amiga NOÊMIA KEIKO IIYAMA, meu muito obriga do pela ajuda prestada ao longo da realização trabalho. deste SUMÁRIO RESUMO I - introdução II - REVISAo DE LITERATURA III - PROCEDIMENTO METODOLÓGICO IV - ANÁLISE DA PESQUISA V - conclusão VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VII - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ANEXOS Qg 1q 47 49 Q2 64 55 gg 11 biblioteca ® 4* RESUMO Realizou-se a pesquisa com o objetivo de conhecer a per cepçao sobre planejamento familiar pela clientela feminina do Cen tiro de Saúde Materno—Infantil do Jardim Hilda — Dourados/MS. A coleta de dados, foi feita por intermédio de entrevis tas, aplicadas no período de 24 a 31 de outubro de 1989, abrangen do um total de 100 (cem) entrevistas. Os resultados mostram que 93% da clientela não^emconhe cimento sobre o que é planejamento familiar. Verificou-se também que 100% (cem por cento) das entrevistadas nunca receberam orien tação sobre planejamento familiar. Conclui-se que, a clientela feminina que freqüenta oCen tro de Saúde Materno-Infantil do Jardim Hilda não tem conhecimen to sobre o que é planejamento familiar, e ao mesmo tempo não teve orientação sobre os métodos contraceptivos. I - INTRODUÇÃO Em todos os tempos e culturas, mulheres e homens sempre usaram de alguma forma, métodos para controlar a fecundidade. Por milhares de anos, as mulheres usavam combinações de vários métodos anticoncepcionais a fim de evitar a gravidez indesejada. Há séculos, foram criados os preservativos de intestinos de animais para o uso masculino. Apesar disso, a fatalidade pre- ^ dominava no terreno da reprodução e o tema era um assunto indivi dual. O que se vê hoje, porém, é que a liberdade reprodutiva, apesar de já ser uma realidade do ponto de vista técnico-científi CO, tem sido limitada por uma série de fatores sõcio-econômicos , ideológicos e culturais. Hoje, é inegável que mulheres de todas as classes so ciais sentem no próprio corpo e na própria vida, a necessidade de planejar sua fecundidade. No Brasil, o planejamento familiar, de assunto proibido que era nas últimas décadas, evolui para uma reivindicação aberta das mulheres. Elas passam a exigir assistência integral á sua saúde, inclusive com o planejamento familiar, como um dever do Es tado e um direito do cidadão. 09 O setor público vem, implantando, o programa de saúde da mulher, que visa dar assistência tanto às pessoas que desejam en gravidar, mas que apresentam alguma dificuldade para tal, quanto à quelas que, por razões pessoais ou médicas, desejam evitar uma gra videz. Esse trabalho pretende contribuir para levar à população feminina que freqüenta o Centro de Saúde Materno-Infantil do Jardim Hilda - Dourados/MS, mais conhecimento sobre planejamento familiar e para motivar a implantação de um programa que realmente seja o- rientador quanto aos métodos contraceptivos, e não se limite nas a orientar, mas que dé cobertura assistencial às mulheres buscam os serviços de saúde. ape que II - REVISÃO DE LITERATURA PLANEJAMENTO FAMILIAR O Planejamento Familiar no Brasil tem passado por uma e volução constante e progressiva, desde que em novembro de 1965 , foram criados no país os primeiros programas por iniciativa priva da. O direito da mulher ou do casal de decidir o número de filhos que deseja ter é inalienável e universalmente reconhecido. No Brasil, o mal entendido intencional alimentado pelos oposito res do planejamento familiar entre política de controle populacio nal compulsório e o dever do Estado de prover as informações e meios a todos os cidadãos, para que eles possam decidir por si me^ mos sobre o tamanho de suas famílias, representa xim sério obstácu Io ao reconhecimento desse direito. (4) Para melhor compreensão da problemática envolvida no te ma anticoncepção, é importante distinguir claramente planejamento familiar de controle da natalidade. O planejamento familiar é en tendido como o direito de cada pessoa à informação, à assistência especializada e ao acesso aos recursos que lhe permitam optar li vre e conscientemente por ter ou não ter filhos, o número e espa- BIBLIOTECA 11 ça.in0nto entr© ©les © a ©scolha do método anticonc©pcional mais a d©quado, s©mcoação por qu©m qu©r qu© s©ja. control© da natalidad© ©nt©nd©—s© uma ação qov©rna ^®Tital cuja pr©ocupaçao ©xplicita é ©stipular m©tas para um cr©s cimento ideal, definindo, a partir dessas metas, políticas que visam intervir diretamente na vida reprodutiva da população. No Governo Castelo Branco (1964 — 1967), já eram preço— nizadas medidas drásticas, afirmando—se que o controle demoqrãfi CO deveria ser o principal ponto do plano governamental, e apon tando—se como a causa da grave situação econômica do país o exces sivo número de nascimentos. Em 1968, o Presidente Costa e Silva considerava deseja vel o aumento da população por razões de ordem muito prática: no vos braços contribuiriam para o crescimento da economia e para a ocupação dos espaços vazios do país. Essas preocupações combi nam-se perfeitamente com as justificativas de caráter religioso, por ser o Brasil um país católico. O entusiasmo pelas posições expancionistas foi diminuin do em virtude de fatores como o fracasso na tentativa de ocupar as regiões despovoadas do Pars, a impossibilidade de se estabele cer uma política migratória eficaz, o declínio do crescimento e- conõmico e, posteriormente, a acentuação da crise. Assim, foi ne cessário repensar a problemática populacional. (2) O Governo Brasileiro deu o primeiro grande passo em di reção ao planejamento familiar em agosto de 1974, durante a Con ferência Mundial de População em Bucarest, quando definiu ofi cialmente uma política demográfica em que, deixando claro o seu nao envolvimento com controle de natalidade, assumia a responsa— ^6 proporcionar às famílias de baixo poder econômico in 12 formações e meios que lhes permitissem decidir o seu tamanho i- deal. Nos anos que se seguiram, o Estado não tomou medidas ca pazes de pôr em prática sua postura, assumida no sentido de pro porcionar à população as informações e os meios para a regulação da fecundidade. Isto certamente não aconteceu por acaso, nem por incapacidade da administração pública, mas, pelo contrário, obe deceu a lógica das relações de poder existente. O passo seguinte sõ foi dado pelo Ministério da Saúde em 1977 no Governo do Presidente Ernesto Geisel (1974-1979), com a inclusão do planejamento familiar no Programa Materno-Infantil. Foi criada então uma Comissão dePerinatologia que determinou crité rios de utilização e posição de serviços nessa área. Esse traba lho sofreu pressões de diversas origens e, em conseqüência, os tipos de métodos anticoncepcionais alternativos que seriam ofere cidos pelo programa foram restringidos a tal ponto que ficaria a- fetada a eficácia do programa em alcançar o objetivo que se propu nha: a prevenção da gravidez de alto risco. Ao ser aprovado pe lo Conselho de Desenvolvimento Social, o programa consistia basi. camente em modesta distribuição gratuita de pílulas anticoncep cionais por unidades de saúde do Governo. É no final da década de 70 e início de 80 que ocorrem no Brasil as experiências de uso e principalmente de abuso dos contraceptivos orais, sem a devida assistência médica, necessária em qualquer programa de planejamento familiar. A esterilização feminina também tem sua prevalência bastante aumentada. Nos primeiros anos de Governo Figueiredo, entre 1979 e 1982, esta situação se manteve a mesma. Com a aproximação da Con ferência Mundial de População, que seria realizada em 1984 no México, teve início em junho de 1982 a fase de preparação da po- 13 sição brasileira a ser levada aquele evento. Começou com uma reu nião ministerial para revisar o documento levado a Bucarest, àluz das mudanças ocorridas na economia, que entrara em crise no final de 1980. A responsabilidade do Estado é indiscutível quando se a valia a importância do planejamento familiar como conquista médi- co-social, o avanço científico alcançado nesse campo, e a sua ut_i lizaçao na medicina moderna como um dos principais métodos de pre venção em saúde Materno-Infantil. O espaçamento e o controle da prole na medidas do dese jo de cada casal, a prevenção da gravidez não desejada, e a redu ção do aborto criminoso tem exercido um impacto considerável na redução das taxas de mortalidade materna e infantil. A proporção de mulheres em idade fértil atualmente casa das e que usam algum tipo de método anticoncepcional varia de 31% para os Estados do Piauí e da Bahia a 64% para São Paulo. Nos Es tados de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, que possuem servi ços acessíveis a população em geral, ela está em torno de 45%. A proporção das usuárias é bem menor nas áreas rurais do que nas ur banas, com exceção do Estado de São Paulo, onde elas se aproximam. Em todos os Estados, a maior proporção de usuárias encontra-se nos grupos que possuem gradativamente mais alto nível educacional e maior renda domiciliar. No Estado de São Paulo, 59% das usuárias adquirem anti concepcionais nas farmácias. O Brasil é o 4Q País no mundo maior consumidor de pílulas anticoncepcionais. mo dos dados obtidos Conclui-se daí, assim co sobre demanda não atendida, que o regimento da população que possui melhores recursos pode e obtém facilmente serviços de planejamento familiar através do setor médico privado, enquanto que a classe menos favorecida carece profundamente da in 14. formação e do acesso a esses serviços. Os dados oficiais atestam que a população brasileira te ve seu crescimento desacelerado nas últimas décadas, experimen tando uma taxa de 2,5% ao ano entre 1970—80, o que representa uma redução na intensidade de seu crescimento da ordem de 14%. Esta redução deveu-se exclusivamente a um declínio na taxa de fecundidade, uma vez que aumentou a esperança de vida ao nascer, e o volume de imigração internacional recebido pelo País não alterou seu ritmo de crescimento. O nível de reprodução da mulher brasileira praticamente estãvel por volta de 6,2 de 1940- 60. manteve-se filhos, durante o período A partir de 1960, porém, começa um ligeiro declí nio, cujo início é localizado em torno de 1965 -67, que se acen tua notavelmente na década de 70, atingindo, em 1980, o valor mé dio de 3,4 filho por mulher. Essa alteração significa nos veis reprodutivos da população brasileira apresenta-se ní como um dos fenômenos mais importantes da dinâmica populacional das últ^ mas décadas. De fato, estudos específicos atestam que foi nas classes de mais baixa renda onde a fecundidade mais declinou. No Brasil, algumas organizações muito tem contribuído para a evolução do planejamento familiar no país, prestando serv^ ços a extenso segmento de população carente. A BEMFAM (Sociedade Civil do Bem-Estár Familiar), cria do, y-vA da em 1965, foi a pioneira dessas instituições. Iniciou as suas\ r'i 4<X.V.« CA'C\. atividades com a criação de clínicas de planejamento familiar. Hoje é a organização que tem no país a maior experiência em pro gramas comunitários. Ela mantém convênios com Governoá Esta duais, Prefeituras Municipais e Associações Privadas, executa pro gramas de âmbito estadual em mais de cinco Estados no Brasil. 15 O CPAIMC (Centro de Assistência Integrada à Mulher e à Criança), no Rio de Janeiro, utiliza outro modelo programático. Presta serviços em diferentes níveis de atenção de saúde, desde o posto de saúde em comunidades carentes até o hospital. Preocu- pa-se com a integração, planejamento familiar e assistência ma- terno-infantil. As escolas médicas brasileiras, através dos seus depar tamentos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana, vem"pro gressivamente reconhecendo a importância e a necessidade do ensi. no do planejamento familiar para os seus estudantes. A Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), criou comissões técnicas para estudar planejamento familiar. o Ao concluirem esses estudos, as comissões recomendaram ao Conselho Federal de Medicina a aprovação dos dife rentes métodos modernos de anticoncepção. te em A discussão permanen congressos de ginecologia, obstetrícia e de reprodução hu mana, possibilita as escolas, as asssociações médicas a ao profi£ sional o intercâmbio, a procura de métodos eficientes de ensino em planejamento familiar e a determinação de padrões para a prá tica do mesmo. O debate em torno da prática do planejamento é grande. familiar O tema tem sido avaliado pelos ângulos mais variados. Existe entretanto um consenso geral, onde os opositores não ousam tocar: é o direito da seus filhos. sejam ter. mulher ou do casal de decidir o número de O direito de determinar quando e quantos filhos de Esse direito sô existirá realmente quando existir pa ra todos a opção, e o acesso a serviços que tornem possível esse objetivo. (4) 16 ASSISTÊNCIA EM CONTRACEPÇAO A assistência em contracepção pressupõe a oferta de to das as alternativas possíveis em termos de métodos anticoncepcio nais reversíveis, bem como o conhecimento de suas indicações, contra—indicações e implicações de uso, garantindo à mulher ou ao ca sal os elementos necessários para a opção livre e consciente do método que a eles melhor se adapte. Pressupõe, ainda, o devido a companhamento clínico-ginecológico à usuária, independente do mé todo escolhido. A escolha do método anticoncepcional deve ser feita à luz das seguintes considerações: - características dos métodos; fatores individuais e situacionais relacio nados aos usuários do método. Características dos Métodos Anticoncepcionais - Eficácia - Inocuidade - Aceitabilidade - Disponibilidade - Facilidade de uso - Reversibilidade Eficácia Todos os métodos anticoncepcionais apresentam uma eficá cia teórica, determinada por estudos realizados em condições i- 17 deais, com grupos pequenos, e uma eficácia prática ou de uso, que é observada quando o método é utilizado em condições normais vida onde, obviamente, pode sofrer a influência de fatores de como custo, facilidade de uso, motivação, religião e nível sócio-cultu ral, entre outros. Inocuidade A inocuidade significa a ausência de quaisquer efeitos secundários adversos, um aspecto ideal ainda não conseguido nos anticoncepcionais modernos. O profissional de saúde deve estar capacitado para preve nir e tratar tais efeitos, assim como avaliar os riscos que o uso de determinados métodos pode acarretar à saúde. Aceitabilidade A aceitação do método, o grau de confiança que nele se tem e a motivação para seu uso são importantes fatores para o su cesso do método escolhido. Por outro lado, a inadaptação psicolõ gica e cultural a determinados métodos pode ser a maior causa de seu fracasso ou de mudança para um outro método. Disponibilidade Considerando-se que a grande parte de população não tem condições de pagar nem mesmo uma módica quantia por um método con traceptivo, o ideal seria oferecer todos os métodos gratuitamente ou a preços acessíveis ao baixo poder aquisitivo da população, pa ra que haja uma plena liberdade de escolha. 18 Facilidade de Uso De nada adiantará a indicação de um método que tenha to das as qualidades anteriormente descritas mas cuja utilização se ja difícil e complicada. Reversibilidade O ideal é que os métodos contraceptivos sejam completo e imediatamente reversíveis, e que uma vez interrompido seu uso haja recuperação total da fertilidade correspondente à faixa etá ria da usuária. Fatores individuais e situacionais relacionados aos u- suários do método: - Estado de Saúde - Escolha pessoal - Características da personalidade da mulher e de seu parceiro - Condições econômicas - Fase da vida - Estilo de vida - Padrão de comportamento sexual - Aspirações reprodutivas - Fatores outros, como medo, dúvidas, vergonha, etc.(3) 19 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Métodos naturais ou de abstinência periódica. Os métodos naturais de planejamento familiar referem-se às técnicas para obter ou evitar a gravidez mediante a auto-obser vação de sinais ou sintomas que ocorrem naturalmente no organismo feminino ao longo do ciclo menstrual. (3) Conhecer a fertilidade significa estar inteirado dos pro cessos fisiológicos básicos da fertilidade e reprodução e de suas manifestações clínicas. Esses processos podem ser resumidos da forma seguinte; - Uma vez iniciada a produção normal de espermatozóides na puberdade, o parceiro é potencialmente fértil pelo resto da sua vida. Acredita-se que a capacidade fecundante dos espermatozói des, é em geral de 03 a 05 dias no sistema reprodutor feminino , se houver muco cervical. - Ao contrário da fertilidade masculina, a feminina é ciclíca, estando apenas presente pelo curto período durante o ci. cio menstrual em que o óvulo maduro se encontra livre de Falópio. na trompa A vida fecundável do óvulo é de 10 a 24 horas duran te cada ciclo ovulatório. (1) 20 Atualmente, são conhecidos os seguintes métodos natu- rais: - Método de Ogino-Knaus (calendário ou "tabelinha") - Método da temperatura basal corporal - Método da ovulação ou do muco cervical - Método da ovulação ou do muco cervical (Billings) - Método Sinto-térmico - Abstinência - Coito interrompido - Amamentação Método de Ogino-Knaus (Calendário ou "Tabelinha") Este método baseia-se no fato de que a duração da segun da fase do ciclo menstrual (p6s-ovulat6ria) é relativamente cons tante, com a ovulação ocorrendo entre 12 a 16 dias antes do iní cio da próxima menstruação. A mulher faz seus cálculos depois de estudar a duração de seus próprios ciclos durante 06 a 12 meses, tomando em conta o ciclo mais longo e o ciclo mais curto que ela experimentou. Cal cular a diferença entre eles, mais Se a diferença entre o ciclo longo e o mais curto for de 10 dias ou mais, a mulher não deve usar este método, pois o seu ciclo será considerado irregular. Determinar a duração do período fértil, da seguinte ma neira; subtraindo-se 18 do ciclo mais curto, obtém-se o dia do início do período fértil. subtraindo-se 11 do ciclo mais longo, obtém-se o do fim do perído fértil. dia 21 biblioteca Exemplo: Início do período fértil = 27-18 = 9Q dia Fim do período fértil = 33 - 11 = 22Q dia Neste exemplo, o período fértil determinado foi ao 22Q dia do ciclo (ambos os dias inclusive), com uma do 9Q duração de 14 dias. Abster-se de relações sexuais com contato genital du rante o período fértil (no exemplo acima, do 9Q ao 22Q dia). A eficácia deste método é de 99% quando os ciclos são regulares, com irregularidade pode baixar a 53%. Este método não é suficientemente confiável para tos casais que querem evitar uma gravidez. Tem sido mui abandonado em quase todos os programas de planejamento familiar natural co mo método para usar isoladamente, não obstante, é usado em com binação com o registro de temperatura e de muco. Método Temperatura Basal Corporal Este método fundamenta-se nas alterações da temperatu ra basal, que ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. Antes da ovulação, a temperatura basal corporal perma nece em nível baixo, após a ovulação, ela se eleva ligeiramen te (alguns décimos de grau centígrado), permanecendo nesse nível até a próxima menstruação. novo Este aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de progesterona, que tem um efei to hipertérmico. O método permite, portantp, através da mensura 22 ção diária da temperatura basal, a determinação da fase infértil pós-ovulatõria. Técnica de uso do método a) A partir do primeiro dia do ciclo menstrual, verifi car diariamente a temperatura basal, pela manhã, antes de reali zar qualquer atividade e após um período de repouso de 03 a 05 ho ras, procedendo da seguinte forma: - usar um termômetro comum para a medida da temperatu ra. O termômetro deve ser sempre o mesmo (no caso de quebra ou qualquer outro dano, anotar o dia de sua substituição); - a temperatura pode ser verificada por via oral, tal ou vaginal. re- A temperatura oral deve ser verificada colocan do-se o termômetro embaixo da língua e mantendo a boca fechada , por 05 minutos. A temperatura retal ou vaginal deve ser verifi cada por 03 minutos. Uma vez escolhida a via de verificação da temperatura, esta deve ser mantida durante todo o ciclo. - a temperatura deve ser verificada sempre no mesmo ho rário (ao acordar), jã que a verificação efetuada uma hora antes ou depois da habitual certamente afetará o resultado do gráfico. b) Registrar a temperatura observada a cada dia do ci clo menstrual em papel quadriculado comum (0,5 cm = 0,1 C). Li gar os pontos referentes a cada dia, formando uma linha que vai do IQ ao 2Q, do 2Q ao 3Q, etc. Cada ciclo menstrual terá seu grá fico próprio de temperatura basal corporal. c) Verificar a ocorrência de um aumento persistente da temperatura basal por 03 dias no período esperado da ovulação. d) Reconhecer que a diferença de no mínimo 0,2 C entre a última temperatura baixa e as três temperaturas altas que se 23 seguem indica a mudança da fase pri-ovulatória para a fase pós-o vulatória do ciclo menstrual, durante a qual a temperatura se man terá alta, até a época da próxima menstruação. O período fértil termina na manhã do 3Q dia em que foi observada a temperatura elevada. e) Abster-se de relações sexuais com contato genital du rante toda a primeira fase do ciclo (pré-ovulatória) e até a ma nhã do dia em que se verificar a terceira temperatura alta acima da linha base, principalmente durante os primeiros meses de uso do método. f) Atentar para os seguintes fatores que podem alterar a temperatura basal, registrando-os no gráfico quando ocorrerem: - mudanças no horário de verificação da temperatura; - ingestão de bebidas alcóolicas; - recolher-se tarde da noite para dormir; - pertubações do sono, sono interrompido (necessidade de se levantar com freqüência, insônia); - mudanças de ambiente (principalmente nos períodos de férias); - pertubações emocionais, fadiga, stress, entre ou tros. (3) Método da Ovulação ou do Muco Cervical (Billings) Este método baseia-se na identificação do período fér til, através da auto-observação das características do muco cervi cal e da sensação por ele provocado na vulva da mulher. O fluxo do muco cervical é uma secreção produzida no co 24 Io do útero, que por ação hormonal apresenta transformações carac terísticas ao longo do ciclo mesntrual, possibilitando dessa manei ra a identificação do processo ovulatõrio. O muco cervical tipo "G", sob ação da progesterona, for ma uma verdadeira rolha no colo uterino, impedindo que os esperma tozóides penetrem pelo canal cervical. Ê um muco pegajoso, bran co ou amarelo, grumoso, que dã uma sensação de secura na vulva. O muco cervical tipo "E", sob ação estrogenica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o tem po de fertilidade, momento em que os espermatozõides tem maior fa cilidade de penetração no colo uterino. Este muco é transparente, elástico, escorregadio, fluido, semelhante à clara de ovo. Modificações do muco cervical ao longo do ciclo mens- trual Fase pré-ovulatória Ao término da menstruação, começara uma fase seca com secreção igual e contínua na aparência e um sintoma (muco gajoso opaco) que dura, em geral, 02, 03 ou mais dias. O ou pe casal pode ter relações sexuais nos dias da fase seca. Fase ovulatória O muco que inicialmente é esbranquiçado, turvo e pegajo so, vai se tornando a cada dia mais elástico e lubrificante, seme lhante à clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio. Quando mantido entre o polegar e o indicador, pode ser distendido vários centíme tros antes que se rompa o fio. Havendo fluxo mucoso, a mulher de ve abster-se de relações sexuais, quando não deseja a gravidez. Chama-se dia ápice o último dia de muco lubrificante , escorregadio, com sensação de umidade lubrificante. 25 O dia ápice , no entanto, s6 pode ser reconhecido poste riormente, pois somente quando o muco desaparece ou retorna à apa rencia de muco pegajoso, com sensação de secura , é que se identi fica que o dia anterior foi o dia ápice. O dia ápice significa que dentro de mais ou menos 48 ho ras a ovulação já ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer. Nessa fase, o casal deve abster-se de relações sexuais e contatos genitais. Fase p6s-ovulatória No 4Q dia após o dia ápice a mulher entra no período de infertilidade, que dura mais ou menos duas semanas. Nesse perío do, o casal pode ter relações sexuais pois os indicadores do pe ríodo fértil (muco e ovulação) já ocorreram. Em resumo, pode-se identificar o período fértil da ser guinte maneira: - a presença de muco e sua modificação, com sensação de molhado ou de umidade, sempre indica o começo do período fértil; - o dia ápice significa que dentro de mais ou menos 48 horas a ovulação já ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer; - no 4Q dia após o dia ápice começa o perído infértil. (1) Método Sinto-Térmico Este método baseia-se na combinação de múltiplos indica dores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade. Fundamentalmente, ele combina a observação dos sinais e 26 3rGls.dori3.dos s tGinpsirstuirs bsssl corpoirsl 0 so muco cgíc vical, associada a parâmetros subjetivos (físicos e/ou psicològi cos) indicadores de possível ovulação. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação po dem ser, entre outros: - dor abdominal; - sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou dolori das; - variações de humor e/ou do líbido; - outros sinais e sintomas (enxaqueca, naúseas, acne , aumento de apetite, etc). (3) Abstinência É um método de controle completamente eficaz, entretan to, não é fisiológico e quase sempre é inaceitável e impraticá vel para a maioria dos casais. Muitos optam pela abstinência por razões éticas, giosas e morais. reli Em outras palavras, há períodos na vida de mui tas pessoas em que manter relações sexuais é considerado "er rado". Indivíduos que recebem orientação em clínicas de planeja mento familiar, aprendem que as decisões referentes às relações sexuais devem ser tomadas de maneira consciente e de acordo com valores éticos e morais. Coito Interrompido Ê uma técnica contraceptiva que vem sendo utilizada longo tempo. O casal há tem relação até que a ejaculação seja ine vitável, momento em que o homem retira o pénis. A ejaculação o- 27 corre fora da vagina e da genitãlia externa da mulher, evitan do a possibilidade de concepção. A interrupção do coito possui vantagens como: não neces sita de dispositivos, não envolve o uso de produtos químicos, po de ser utilizada a qualquer momento e não custa nada. Entretanto, possui uma grande desvantagem: a taxa de falha é grande por vá rios fatores. Mesmo quando bem executado, hã um erro inerente ao método. Antes da retirada do pênis, pode ser liberado líquido pré -ejaculatório. Outra razão para a falha do coito interrompido é ^ fs-lta de auto— controle exigida pelo método. Apesar de não possuir efeitos colaterais, a interrupção do ato sexual na fase alta do ciclo de resposta sexual pode dimi nuir muito o prazer do casal. Amamentação Após o nascimento do nenê, quase todas as mulheres expe rimentam um período natural de infertilidade, prolongado por me ses ou até anos se a mãe amamenta seu nenê. Mas assim que aneces sidade de seu leite diminui, seu corpo responde com a ovulação. Comumente, a ovulação ocorre antes da primeira menstruação. Vários fatores influenciam a anovulação durante a lacta ção. O perído de rnfertibilidade é prolongado pela duração da a- mamentação quando esta é o único recurso alimentar do lactente ou quando o estado nutricional da mulher é precário. A amenorréia pós-parto, em mulheres que não amamentam dura em média de 02 a 03 meses. Com a lactação, o prazo aumenta de 02 para 18 meses. Os estrógenos estão num nível baixo enquanto você está amamentando. Isto é devido ao efeito do hormônio prolactina, que 28 controla a produção do leite materno. Efeitos dos métodos contraceptivos na lactação Os espermaticidas e/ou métodos de barreira não tem efei to sobre a lactação. Os DIUS neutros também não a alteram, embo ra as contrações uterinas que ocorrem em resposta à sucção do mamilo possam contribuir para a expulsão dos dispositivos. vários pesquisadores estudaram os efeitos dos contrace^ tivos esteróides na lactação com resultados confusos. Este fato pode ser explicado pela diferença entre os métodos empregados pa ra a avaliação do aleitamento e pelas diferenças nas doses e na composição dos anticoncepcionais orais estudados. Em doses altas, o estrôgenio pode inibir o início da lac tação. Muitos pesquisadores acreditam que a dose de estrogênio contida nos contraceptivos orais também possa afetar, a quantida de e a duração do fluxo de leite, especialmente quando o seu uso é iniciado logo após o parto. (5) Métodos de Barreira Estes métodos agem como uma barreira física, química ou físico-química, impedindo a penetração dos espermatozõides no ca nal cervical. Seu uso está relacionado, portanto a cada ato se xual. O condon e o diafragma são métodos de barreira física. Os espermaticidas são barreiras químicas, bem como sua associação ao condom ou ao diafragma. A anticoncepção de barreira parece oferecer muitas van tagens. Ela protege contra muitas doenças transmitidas sexualmen 29 te. (2) Condom ou Preservativos (Camisa de Vênus) O condom é provavelmente uma das formas mais antigas de controle de natalidade. uso de Existem referências, já em 1350 a.C., do envoltórios, quando os egípcios usavam capas no seus pênis. Pouco tempo depois, foram criados os vos feitos de intestinos de animais. XVIII que os Mas foi apenas decorativas preservati no século envoltórios colocados no pênis receberam o nome de "condom". O Condom é um envoltório de látex idealizado para reco brir o pênis durante o ato sexual, retendo o sêmen ejaculado e im pedindo, assim,a migração dos espermatozóides através do canal cer vical. no. Ê, portanto, um método anticoncepcional para uso masculi Além disso, seu uso fornece proteção contra doenças sexual mente transmissíveis. Técnica de Uso a) Usar o condom em todas as relações sexuais. b) Colocar o condom antes de qualquer contato do pênis com os genitais femininos. c) Desenrolar o condom sobre o pênis ereto, deixando um espaço de cerca de 02 cm na ponta, sem ar, no caso de utilizar condons sem reservatório para o sêmen. d) Se o condom não for lubrificado e a vagina se encon trar pouco umedecida, usar alguma substância lubrifi cante (exceto vaselina) para evitar que o condom se rompa devido à fricção. e) Retirar o pênis ainda ereto da vagina, imediatamente 30 após a ejaculação. Pressionar as bordas do condom com dois dedos, durante a retirada do pênis, para e- vitar que o sêmen extravase ou que o condom se des prenda e fique na vagina. f) Jogar fora o condom após o uso, ele não deve jamais ser reutilizado. g) No caso de haver outra relação, utilizar um novo con dom. Eficácia Usado segundo indicações, um condom de alta. qualidade tem aproximadamente 97% de eficácia. Contra-indicações - Anomalias do pênis Efeitos colaterais A maior queixa dos usuários de condom é de que ele duz a sensibilidade da glande. re Alguns homens são incapazes de ter prazer ou até mesmo de manter a ereção, quando usam condons. Mu_i to es poucas pessoas são alérgicas ao condom de borracha. Para sas, deve ser indicado o condom de pele de animais. Gelêia espermaticida A geléia espermaticida é um método de barreira físico- química, que atua mecanicamente formando uma película que recobre a vagina e o colo do útero, impedindo a penetração dos espermatozóides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizando ou des truindo os espermatozóides. 31 A geléia espermaticida destina-se, mais adequadamente , ao uso combinado com o diafragma ou, eventualmente, associada ao condom. Excepcionalmente, a geléia pode ser utilizada sozinha , no caso de relações sexuais eventuais, como um método de uso a cur to prazo, por mulheres dispostas a conviver com um alto indíce de falhas, já que sua distribuição na vagina não se dá uniformemen— te, podendo muitas vezes localizar—se longe do canal cervical, per dendo, assim, sua eficácia. Técnica de uso a) aplicar a geléia espermaticida até o limite máximo de uma hora antes de cada relação sexual. b) tirar a tampa do tubo e colocar o aplicador na aber tura do mesmo, girando-o. c) apertar o tubo desde o fundo, forçando seu conteúdo para o cilindro do aplicador, até que o embolo este ja totalmente exposto e o cilindro completamente cheio. d) separar o aplicador do tubo, fechar o tubo e enrolálo desde o fundo, após cada uso. e) segurar o aplicador cheio e inseri-lo suavemente na vagina, o mais profundo possível, empurrar o embolo e, com o embolo ainda nessa posição, extrair o apli cador, segurando-o pelo cilindro. f) reaplicar a geléia a cada relação sexual. g) evitar duchas vaginais até, pelo menos 08 horas após o coito. h) após cada uso, deve-se lavar o aplicador com água e sabão, enxaguando- o bem, entretanto, não se deve fer 32 vê-lo. Contra-Indicações - Alergia a espuma - Mulheres de alto risco gestacional Efeitos colaterais - Reações alérgicas raras. (3) Diafragma O diafragma é um capuz de borracha côncavo com um borda de metal flexível, ou de borracha mais espessa. Peve ser coloca do na vagina antes de cada relação sexual, de modo que a borda po£ terior fique em contato com o fundo de saco de Douglas e a " borda anterior fique acomodada atrás do púbis. A parte côncava recobre o colo uterino, mantendo a geléia espermaticida em contato com sua superfície. O efeito do diafragma depende, em parte, de sua ação co mo barreira mecânica (impedindo a aproximação do sêmen cervical) e, em parte, da ação do espermaticida. ao canal Para uma eficá cia satisfatória, é essencial o uso de um agente espermaticida as sociado. Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo neces sário um procedimento para determinar a medida adequada a cada mu lher. A vida média útil do diafragma é de cerca de 02 anos, se observadas as recomendações de conservação do produto. 33 O tamanho adequado do diafragma para cada mulher corres ponde ao comprimento diagonal do canal vaginal, desde a face pos terior da sínfise púbica até o fundo do saco vaginal posterior. (2) Atividade Educativa Específica Antes que a mulher comece a utilizar o diafragma, é im portante que ela aprenda a identificar o colo uterino através do auto toque vaginal, da seguinte forma: - após lavar as mãos, introduzir o dedo médio na vagina, dirigindo-o para dentro e para trás; - movendo suavemente o dedo dentro da vagina, procurar o colo uterino, cuja forma e consistência se assemelham às da ponta do nariz . - após colocar o diafragma, a mulher deve estar apta a sentir o colo uterino através da borracha, portanto de ve estar bem familiarizada com tal identificação. Técnica de Uso a) usar' o diafragma com espermaticida todas as vezes em que mantiver relações sexuais, independente do perío do do mês. b) urinar e lavar as mãos antes de colocar o diafragma. c) antes de cada uso, examinar cuidadosamente o diafra^ ma contra a luz, para assegurar-se da inexistência de defeitos e buracos. d) aplicar a geléia espermaticida dentro da parte cônca va do diafragma (usar mais ou menos uma colher de 34 chá)f e espalhar com o dedo uma película em volta da borda. A geléia permanece ativa, por no máximo, 06 horas, de modo que o diafragma pode ser colocado até 06 horas antes da relação sexual. e) colocar o diafragama com geléia na vagina, na posi ção que achar mais confortável (deitada, de cócoras, ou em pé, com uma das pernas levantada) da seguinte forma; - segurar o diafragma com uma das mãos, com a parte concava virada para baixo (com a geléia dentro), e pressionar e unir as bordas com os dedos médio e po legar; - afastar os lábios da vulva com a outra mão e colo car, dentro do canal vaginal, o diafragma dobrado, empurrando-o para baixo e para dentro do fundo da vagina, até onde seja possível; - com o dedo indicador, empurrar a borda anterior do até que esta se apoie na face posterior do púbis. f) verificar a correta colocação do diafragma através do autotoque, certificando-se de que o colo uterino es teja coberto pela membrana de borracha. g) caso haja mais de uma relação sexual em um período de 06 horas, fazer uma nova aplicação de geléia esperma ticida a cada relação, usando o aplicador plástico pa ra colocar a geléia à frente do diafragma, sem reti rá-lo do local. h) após a relação sexual, o diafragma não deve ser reti rado por 06 a 08 horas, deve-se evitar duchas vagi- 35 nais durante esse período. i) remover o diafragma após o tempo mínimo de 06 a 08 horas após a relação e até o máximo de 24 horas de pois de sua inserção, colocando o dedo indicador por trás da borda anterior do diafragma e puxando-o para baixo e para fora. j) após o uso, lavar o diafragama com água fria e sabo nete neutro, enxaguar bem, secar e guardar no esto- jo próprio. Eficácia Taxa de eficácia de 98% para as usuárias de diafragma. Contra-Indicações - mulheres que nunca tiveram relação sexual - configuração anormal da vagina - cistocele ou retocele acentuada - anteversão ou retroversão uterina pronunciada - prolapso uterino - cervicites e outras patologias de colo uterino - leucorréias abundantes - alterações psíquicas graves, que impeçam o uso correto do método. Efeitos Colaterais - irritação da vagina ou pênis - reação alérgica ã borracha ou ao espermaticida. 36 Contraceptivos Hormonais Orais Os contraceptivos hormonais orais, também chamados de pi lulas anticoncepcionais, são hormônios esteróides não naturais , funcionalmente similares àqueles produzidos pelos ovários da mu lher. Administrados por via oral, apresentam um efeito contrace^ tivo devido à modificação que produzem na regulação endócrina. Pílulas Combinadas Sao compostos que associam estrógenos e progestógenos durante todo o ciclo, numa série de 21 comprimidos. Atuam como contraceptivos basicamente através da inibi- ção da ovulação, além disso, provocam alterações nas característi cas fisico-quimicas do muco cervical, alterações funcionais do en dométrio e alterações na motilidade das trompas, interferindo com o transporte do óvulo. De acordo com a dosagem de estrógeno em sua composição, as pílulas combinadas que poderão ser usadas são a de média dosa gem, que contém 0,05 mg de estrógeno e as de baixa dosagem, que contém 0,03 mg de estrógeno. A pílula é atualmente usada por 25 - 50 milhões de mulhe res em todo o mundo. A despeito da extensa publicidade contrária, permanece sendo uma opção contraceptiva popular e segura para mui tas mulheres. Técnica de Uso a) no primeiro mês de uso: tomar o primeiro no 5Q dia do ciclo menstrual (ou em qualquer dia do IQ do ciclo, mas nunca depois do 5Q dia). comprimido ao 5Q dia 37 b) posteriormente, tomar um comprimido por dia, até o final da carteia, de preferência à mesma hora, todos os dias. c) ao final da carteia (21 dias), parar por 07 dias e reiniciar, então uma nova carteia, desde que tenha surgido o flu xo menstrual. d) no caso de não haver menstruação no período de inter valo entre as cartelas, procurar o médico para descartar a hipóte se de gravidez, fazendo uso de outro método durante esse período. e) se houver esquecimento de tomar a pílula: - esquecimento de uma pílula: tomar a pílula que foi esquecida (a do dia anterior) logo que lembrar e a pílula regular à mesma hora de sempre, ou então as duas pílulas no horário habitual. - esquecimento de duas pílulas ou mais: abandonar a carteia em uso e começar imediatamente a usar um ou tro método contraceptivo. Aguardar amenstruaçãoe recomeçar uma nova carteia no 5Q dia do ciclo guinte. se Se não houver menstruação, procurar o mé dico. f) no caso de vômitos ou diarréia por dois dias, procu rar o médico, evitando as relações sexuais até rece ber nova orientação, pois é possível que os hormônios da pílula não tenham sido absorvidos, perdendo-se , assim, um efeito contraceptivo. Eficácia A variedade da eficácia de diferentes formas da se deve à quantidade de estrôgeno presente. pílula Quando o conteúdo de estrógeno é de 50 microgramas ou mais, calcula-se que a pílula te 38 nha uma eficácia de 99,5%. Pílulas com 20 a 25 microgramas de es trógeno tem uma eficácia de cerca de 97%. Contra-Indicações Absolutas - idade acima de 40 anos - fumantes acima de 35 anos - adolescentes com menos de 02 anos de ciclos regulares - gravidez comprovada ou suspeita - amamentação - hipertensão arterial - diabetes - hepatopatias - varizes - hemorragias genital de causa indeterminada - displasia acentuada de colo uterino - câncer da mama ou do aparelho genital - enxaqueca - epilepsia - acidente vascular cerebral, ocular e cardíaco - cardiopatias - arteriosclerose - neàropatias - coagulopatias - psicoses e neurose graves - durante as 4 - 6 semanas que precedem uma cirurgia ele tiva de grande porte. 39 Contra-Indicações Relativas - idade acima de 35 anos - fumantes acima de 30 anos (se tabagismo moderado) - fumantes em qualquer idade,se mais de15 cigarros dia - antecedentes de hipertensão arterial na gravidez - antecedente de icterícia na gravidez - antecedente'familiar de câncer ginecolõgico - obesidade - cefaléias freqüentes - crises de depressão - asma grave - tumor benigno da mama - displasia leve ou moderada de colo uterino - esquitossomose, malária, hanseníase. Efeitos Colaterais Graves - acidentes flébíticos / trombõticos - hipertensão arterial - hepatopatias Efeitos Colaterais Menores - mal-estar gástrico, naúseas, vômitos - cefaléias - tonturas - irritabilidade - diminuição do fluxo menstrual - perda ou aumento de peso - acne e/ou seborréia por 40 - sangramento intermenstrual (manchas) Minipílulas Consiste numa minidose de progestógeno puro, de uso con tínuo, numa série de 35 comprimidos. Ainda não foi demonstrado se as minipílulas são mais se guras em comparação com as pílulas combinadas. É muito provável que a retirada do estrógeno as tenha tornado bem mais seguras. Técnica de Uso a) tomar o IQ comprimido da carteia no IQ dia da - mens truação. b) seguir tomando um comprimido por dia, sempre à mesma hora. c) quando acabar a carteia, começar outra no dia seguin te. Não deve haver interrupção entre uma carteia e outra e nem durante a menstruação. d) se houver esquecimento de tomar a pílula: - esquecimento de uma pílula: tomar a pílula que foi esquecida (a do dia anterior) logo que lembrar e a pílula regular à mesma hora de sempre, ou então as duas pílulas no horário habitual. - esquecimento de duas pílulas ou mais: abandonar carteia em uso e começar imediatamente a usar outro método contraceptivo. Aguardar a um menstrua ção e recomeçar uma nova carteia no IQ dia do clo seguinte. a ci Se não houver menstruação, procurar o serviço de saúde. 41 É provável que aconteçam mudanças no intervalo e na dura ção da menstruação, e talvez sangramento intermenstruais (spot- ting), com o uso da minipílula. Eficácia A eficácia teórica da minipílula é de 98,5 - 99%. (3) Anticoncepcionais Injetáveis - DEPO-PROVERA Estas injeções são atualmente vendidas em 70 países, São usadas por quase um milhão de mulheres em todo o mundo e estiveram perto de receber a aprovação da FDA nos Estados Unidos por anos. vários As restrições da FDA estão relacionadas à questão dos tumo res de mama em cadelas, cobaias, à possível teratogenicidade e aos problemas potenciais dos progestágenos injetáveis que podem neces sitar de suplementação estrogênica para aliviar sangramento irregu lares. As pacientes que preferem usar Depo-Provera são, em ge ral mulheres que acham mais cômodo tomar uma injeção a cada três me ses do que tomar uma pílula diariamente ou usar um método relacio nado com o coito, ou que tiveram dificuldades com o DIU. Técnica de Uso a) Use um segundo método associado nas primeiras duas se manas, após a primeira injeção. b) volte ã clínica a cada trés meses para outra injeção. c) mulheres em uso de Depo-Provera podem ter ções mais longas, irregulares ou ausentes. gramento a incomoda, volte à clínica. menstruaSe o san 42 d) algumas mulheres referiram diminuição do libido, ga nho de peso, dor de cabeça ou tonteiras. Procure o médico, caso estes sintomas apareçam. e) se quiser engravidar após o uso do DMPA, espere até que sua menstruação esteja bem regular. (2) Dispositivos Intra-Uterinos - DIUs Difundido em todo o mundo na década de 60, o DIU sou a ser utilizado no Brasil, mesmo ilegalmente, a pas partir de 1968. Até meados de 1984, a fabricação e a venda do DIU eram proibidas no Brasil, por influência de uma corrente que o conside rava abortivo. A liberação da fabricação e a comercialização deste an ticoncepcional no Brasil foram regulamentadas pela portaria nQ 06, de 06 de julho de 1984. (1). Os dispositivos intra-uterinos são artefatos de polieti leno, com ou sem adição de substâncias metálicas ou hormonais , que exercem efeito contraceptivo quando colocados dentro da cavi dade uterina. Atualmente, os DIUs podem ser classificados basicamente em duas categorias: - DIUs não medicados (ou inertes), não contém ou libe ram substâncias ativas, são unicamente constituídos de polietileno. - DIUs medicados (ou ativos), além da matriz de polieti leno, contém substâncias metais ou hormônios, que exercem ação bio 43 química local, aumentando a tolerância e a eficácia va. contracepti- Dos DIUS medicados, os mais utilizados sao os que contém co bre. Mecanismo de Ação O exato mecanismo de ação dos DIUs ainda não está feitamente determinado. Sabe—se, porém, que estes per dispositivos provocam uma série de efeitos em diferentes níveis do aparelho ge nital feminino, que, em conjunto, são responsáveis pela ação anti concepcional. Estes mecanismos são os seguintes: - ação mecânica sobre o endométrio (atribuível tanto aos DIUs inertes quanto aos ativos), a presença do DIU na cavidade uterina leva a uma reação inflamatória crôni ca do endométrio. - ação bioquímica do cobre (para os DIUs com cobre), nos experimentos in vitro observa-se a ação tóxica deste íon sobre os espermatozóides, o que sugere a possibi lidade de que o cobre atue como espermicida ao nível do muco cervical, do endométrio e do epitélio tubário. Eficácia A eficácia teórica do DIU é de 95 - 99%. Contra-Indicações - gravidez ou suspeita de gravidez - infecção pélvica 44 - nuliparidade - neoplasias ginecológicas - vaginites ou cervicites - história de gravidez ectópica - cardiopatias valvulares Instruções às pacientes 01. Usando o Copper-T , deverá trocá-lo a cada 3-5 nos, já que o cobre perde a sua eficácia gradualmente. a- Usando o Progestarest-T, a troca será anual. 02. Antes de deixar o consultório, aprenda a sentir os cordoes que ficam mais ou menos 05 cm para fora da vagina. 03. É possível expulsar o DIU sem sentir. Verifique os cordões durante os primeiros meses de uso. 04. Após a colocação do DIU, se apresentar febre, dor pélvica, eólica forte ou sangramento vaginal, procure o médico. Estes podem ser sinais de infecção. 05. Caso não fique menstruada, procure o seu médico. 06. Caso engravide, apesar do DIU, este deverá ser remo vido por causa do risco de infecção. 07. Não remova o DIU por conta própria. 08. Faça um exame anual. (3) Métodos Permanentes Com a queda de muitas barreiras culturais e legais, a contracepção permanente assumiu papel de destaque no planejamento 45 familiar. No Brasil, tem-se observado um crescimento significati vo da esterelização feminina nos anos mais recentes. É fundamental que a opção pela esterelização seja volun tária e que os indivíduos que pretendem submeter-se a esta inter venção estejam bem informados a respeito do procedimento e de seus efeitos. Laqueadura Esterelização feminina que consiste na retirada de um pe daço de cada trompa de Falópio, e ambos os terminais de cada trom pa são dobrados nos tecidos adjacentes. Vantagens - efetiva - não interfere no prazer sexual Desvantagens - irreversível ou de reversibilidade difícil - requer cirurgia - depressão quando a mulher associa capacidade de repro dução com capacidade para o prazer sexual. Vasectomia A operação de esterelização do homem se chama mia. vasecto Esta envolve uma anestesia local seguida por incisões no es croto. O médico localiza os dois vasos dèferentes (canais ou tu bos através dos quais passam os espermatozóides saindo do testícu 46 Io), um pedaço de cada é retirado e as pontas são ligadas. (5) III - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS No período de 24 a 31 de outubro de 1989, foi realizada a primeira pesquisa de campo, no Centro de Saúde Materno-Infantil do Jardim Hilda - Dourados/MS, Caracterizamos como população a ser pesquisada toda a clientela feminina que se encontrava nos corredores do Centro de Saúde â espera de uma consulta, de iima vacina para seu filho ou pa ra fazer o exame preventivo do câncer ginecológico, independente da raça ou nível sócio-econômico, tendo como único critério de in clusão, que já tivessem tido relação sexual. Para a realização das entrevistas, foi utilizado um ques tionário (anexo 01) com perguntas relacionadas sobre planejamento familiar. O intuito das questões foi perceber nas respostas os co nhecimentos que as mulheres possuem sobre planejamento familiar. Para o cálculo da amostra de mulheres a serem distribuí das, foram utilizados o número de atendimento trimestral do Cen tro de Saúde, referente aos meses de julho, agosto e setembro de ^989, sendo que a média foi de 225,3 atendimentos, tomando-se pa ^ ra amostra 30^dess^ méd^ de atendimentos, ficou-se estabelecido o número de mulheres que deveriam ser entrevistadas - 67,6. Para melhor realização do trabalho, resolveu-se entrevistar 100 mulhe res. 48 As sntrsvistas foram rsalizadas diratamGntG GntrG GntrG vistadora g GntrGvistada, g os GsclarGcimGntos das cjuGstÕGS, cjug SG fizGram iiGCGSsárias Gm algumas ocasioGS/ foram prontamGntG prGs tados. AntGS dG iniciar a GntrGvista fazia—sg uma brGVG Gxpli— caçao dos motivos das pGrguntas g da uGCGSsidadG g importância dG quG as GntrGvistadas fornGCGSSGm rGspostas quG rGVGlassGm os conhG cimGntos quG tinham sobro o toma abordado nas quGstÕGS. Em algu mas ocasioGS/ quando sg doixou do dar GxplicaçÕGS prévias, as ontrGvistadas mostraram curiosidado om sabor qual ora a finalidado da ontrovista. Os dados foram rogistrados no docorror das ontrovis- tas, a fim do obtor a total colaboração das entrevistadas. As respostas obtidas foram variadas, embora semelhantes G riquíssimas para o que se queria demonstrar. Seguem-se em tabe Ias as análises das entrevistas. IV - ANÁLISE DA PESQUISA O Bairro denominado Jardim Hilda faz divisa com os seguin tes bairros: Jardim Itália, Jardim Independência, Vila Amaral, Vi la Erondina, Vila Almeida, Jardim Mato Grosso, Jardim Cuiabazinho, Jardim Maringá, Jardim Londrina, Mutirão da Morada e Jardim Guachi ni, o^e todos estes bairros utilizam os serviços do Centro de Saú de Materno-lnfantil do Jardim Hilda, o qual desenvolve as seguin tes atividades em atenção ã saúde da mulher segundo o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM): - coleta de exame preventivo do câncer - atendimento ã gestante - consulta ginecológica - prevenção ao câncer de mama e cérvico uterino - encaminhamento hospitalar a gestante - programa de suplementação alimentar - imunização - distribuição de medicamentos - serviços odontológicos Através dos resultados obtidos na pesquisa, passou-se a analisá-los e interpretá-los. Os dados encontrados na Tabela 01 mostram que 27% das mu lheres entrevistadas se encontra entre 20 e 24 anos de idade e 30% estão entre 25 e 29 anos. Isso revela que é significativo o núme 50 rc de mulheres jovens que freqüentam o Centro de Saúde. TABELA Faixa I D A D E etária 01 e número de mulheres entrevistadas NÚMERO (%) 15 a 19 06 6,0 20 a 24 27 27,0 25 a 29 30 30,0 30 a 34 17 17,0 35 a 39 11 11,0 40 a 44 05 5,0 45 e mais 04 4,0 100 100,0 T 0 T A L No que se refere ao estado civil das 100 entrevistadas, Dtl dados contidos na Tabela 02, mostram que 62% das mulheres casadas. suem são Este dado nos faz supor que a maioria das mulheres pos apenas um parceiro sexual. 51 TABELA 02 Estado civil e número de mulheres entrevistadas ESTADO nOmero CIVIL (%) Casada 62 62,0 Com companheiro 19 19,0 Solteira 12 12,0 Viúva 04 4,0 Desquitada 03 3,0 100 100,0 TOTAL Na Tabela 03 encontram-se os dados sobre o número de fj. lhos das mulheres entrevistadas e mostram que 34% tem dois filhos, 26% tem três filhos, sendo que cinco ou mais filhos a porcentagem é de 11%. Da análise desses dados deduz-se que o número de filhos ê razoavelmente pequeno, porque a maioria dessas mulheres era de^ cendente de uma família com a prole numerosa, e em conseqüência disso, começaram a planejarem suas famílias inconscientemente. TABELA 03 Número de filhos vivos das mulheres entrevistadas. NtJMERO (%) Nenhum 03 3,0 01 16 16,0 02 34 34,0 03 26 26,0 04 10 10,0 11 11,0 100 100,0 NQ DE 05 FILHOS e mais TOTAL 52 No que se refere â escolaridade, os dados contidos na Tabela 04 mostram que 80% possuem o IQ grau incompleto e 15% das entrevistadas não freqüentaram a escola. Esses dados indicam que a maioria das mulheres iniciaram a sua alfabetização, mas devido a constante migração das famílias e casamento precoce, acabavam por interromper os seus estudos. Estes dados nos faz supor tam7 bem que as suas respostas sao merecedoras de crédito.»porque a maioria tem algxama instrução. TABELA 04 Grau de instrução das mulheres entrevistadas GRAU DE INSTRUÇÃO NÚMERO (%) Nenhum 15 15,0 12 Grau completo 04 4,0 12 Grau incompleto 80 80,0 Universidade incompleta 01 1,0 100 100,0 TOTAL Em relação a distribuição de renda da clientela envolvi da na pesquisa, os dados da Tabela famílias de baixa renda. 05 revelaram que trata-se Famílias com menos de um salário 42% na faixa de dois salários 32%. A baixa renda de grande de e parcela da população é ainda o maior motivador da redução do número de fi lhos, o que coloca a prática de contracepção muito distante de uma opção livre para a maioria das pessoas. 53 TABELA 05 Renda familiar das mulheres entrevistadas RENDA FAMILIAR NÜMERO (%) Menos que 01 Salário 20 20,0 01 Salário Mínimo 42 42,0 02 Salários Mínimos 32 32,0 02 06 6,0 100 100,0 a 04 Salários mínimos TOTAL Os dados encontrados na Tabela 06 revelaram que 87% das entrevistadas não estavam grávidas e apenas 8% estavam grávidas , sendo que 4% tinham gravidez planejada. Da análise desses conclui-se que as mulheres obtim informações de como evitar gravidez, através de amigas, comadres, vizinhas e 06 Condições das clientes entrevistadas CONDIÇÃO DA CLIENTE nOmero (%) Não grávida 87 87,0 Suspeita de gravidez 05 5,0 Gravidez não planejada 04 4,0 Gravidez planejada 04 4,0 100 100,0 TOTAL uma principalmente de balcões de farmácia. TABELA dados 54 Nas Tabelas 07, 08 e 09, encontram-se respectivamente os seguintes dados: 48,6% das mulheres entrevistadas desejam en gravidar, onde 35,7% desejam ter filhos mais tarde. A porcenta gem das mulheres que não desejam engravidar é de 51,4%, sendo que 47,2% por problemas financeiros, 19,4% devido a problemas de saú de e 25% porque já tem o número de filhos que quer. Esses resul tados vem orientar que a porcentagem das mulheres que desejam en gravidar e as que não desejam ter mais filhos não é significati va. Agora das mulheres que não desejam ter mais filhos, a maior porcentagem é devido a problemas financeiros, isto nos leva a ©QÍn^âen4er a diminuição de filhos das famílias brasileiras, de vido a baixa renda familiar e da alta conscientização das mulhe res a terem o número de filhos reduzidos. TABELA 07 Respostas ã questão: "Deseja engravidar ?". RESPOSTAS nOmero (%) - Sim 34 48,6 - Não 36 51,4 TOTAL 70 100,0 55 TABELA 08 Respostas à questão: "Quando deseja ter mais filhos ?". NÚMERO RESPOSTAS (%) - Nunca 36 51,4 - Mais tarde 25 35,7 - Agora 03 4,3 - Não sabe 06 8,6 TOTAL 70 100,0 TABELA 09 Respostas à questão: "Se nunca, qual a razão ?" RESPOSTAS NÚMERO (%) - Problema financeiro 17 47,2 - Problema de saúde 07 19,4 - Problemas conjugais 02 5,6 quer 09 25,0 - Outros 01 2,8 TOTAL 36 100,0 - Tem o n2 de filhos que 56 Na Tabela 10 observa-se, os seguintes dados: 93,% das mulheres entrevistadas não sabia o que era planejamento familiar e somente 7% conseguiram demonstrar algum conhecimento sobre pia nejamento familiar. Estes dados nos mostra ser expressivo o nú mero de mulheres que desconhecem o que é planejamento familiar. TABELA 10 Respostas â questão: "Você sabe o que é Planeja mento Familiar ?". RESPOSTAS NÜMERO (%) - Sim 07 7,0 - Não 93 93,0 100 100,0 TOTAL Nas Tabelas 11 e 12 encontram-se respectivamente os guintes dados: 51,4% das mulheres entrevistadas fazem uso de se al gum método contraceptivo, sendo que 89,5% dessas mulheres usa co mo método os anticoncepcionais orais. Isto demonstra que os tros métodos são praticamente desconhecidos. ou 57 TABELA 11 Respostas â questão: "Você faz uso de algum método contraceptivo ?". NÜMERO RESPOSTAS (%) - Sim 36 51,4 - NÍo 34 48,6 TOTAL 70 100,0 TABELA 12 Respostas â questão: "Se faz uso de algum método contraceptivo, qual ?". NÜMERO (%) 01 2,6 - DIU - - - Diafragma - - - Amamentação 01 2,6 - pílulas 34 89,5 RESPOSTAS - Tabela - Anticoncepcionais inje táveis - - Outros 02 5,3 TOTAL 38 100,0 58 Os dados encontrados nas Tabelas 13 e 14 revelaram 77,8% das entrevistadas escolheram o seu método contraceptivo que e 66,7% foi com a participação do parceiro, o qual foi uma surpresa muito grande o interesse do sexo masculino. TABELA 13 Respostas à questão: "O método que usa foi por escolha da cliente ?". RESPOSTAS NÚMERO (%) - Sim 28 77,8 - Não 08 22,2 TOTAL 36 100,0 TABELA 14 Respostas à questão: "Há participação do parce^ ro na escolha do método ?". RESPOSTAS NÚMERO (%) - Sim 24 66,7 - Não 12 33,3 TOTAL 36 100,0 59 Analisando-se as respostas das Tabelas 15 e 16, 100% das \ mulheres nunca receberam orientação sobre planejamento familiar e 100% gostaria que este programa fosse implantado no Centro de Saú de Materno-Infantil do Jardim Hilda. Isso revela que as ativida des educativas não vêm sido desenvolvidas pelos profissionais de saúde e a importância da implantação de um programa de planejamen to familiar, no referido Centro de Saúde. TABELA 15 Respostas â questão: "Jâ recebeu orientação sobre planejamento familiar ?". RESPOSTAS NÜMERO (%) - Sim - Não 100 100,0 TOTAL 100 100,0 TABELA 16 Respostas à questão: "Gostaria que fosse implan tadoo programa de planejamento familiar neste Centro de Saúde RESPOSTAS - Sim - Não T 0 T A L NÜMERO 100 (%) 100,0 — - 100 100,0 60 A análise dos dados das Tabelas 17 e 18 revelou que das 100 mulheres entrevistadas, 30% já fez laqueadura, e dessas 30 mu lheres 26,7% fez devido á instabilidade financeira, 30% por falta ^ de segurança para a educação dos filhos e somentej^"^^ das mulheres fizeram por vontade própria. Esses dados revelam que as condições econômicas e a política de saúde levam ã falta de orientação e a— cesso a outros métodos. TABELA 17 Respostas â questão: "Você já fez laqueadura ?" 7 RESPOSTAS NÜMERO (%) - Sim 30 30,0 - Não 70 70,0 100 100,0 TOTAL TABELA 18 Respostas à questão: RESPOSTAS - Medo da gravidez "Se fez, qual o motivo ?". NÜMERO (%) 05 16,7 01 3,3 01 - Parceiro não quer mais fi lhos - Doenças genéticas na fa mília - Instabilidade financeira 08 3,3 26,7 - Vontade própria 04 V 13,3 - Problemas de Saúde 09 02 30,0 6,7 TOTAL 30 100,0 - falta de segurança para educação dos filhos ^ 61 No que se refere ao esclarecimento das mulheres quanto à laqueadura os dados contidos na Tabela 19 mostram que 63,3% das mulheres for devidamente esclarecida quanto a intervenção cirúrqi ca. Isto nos faz pensar que naquele momento essas mulheres não pensaram em viuvez, perda de filhos, separaçao, etc e optaram por um método definitivo. TABELA 19 Respostas a questão: "Quando feito a laqueadura por intervenção cirúrgica, foi devidamente es clarecida quanto ao procedimento ?". RESPOSTAS NÚMERO (%) - Sim 19 63,3 - Não 11 36,7 TOTAL 30 100,0 V - CONCLUSÃO Pelo estudo realizado conclui-se: - Que um número elevado de mulheres (93%) não tem conhe cimento algum sobre planejamento familiar. - Que das 100 mulheres entrevistadas, 100% nunca rece beu orientação a respeito de planejamento familiar pelos profissio nais de saúde. - Que o método contraceptivo mais utilizado pelas mulhe res são os anticoncepcionais orais (89,5%), isto não representaria um problema, se resultasse de uma escolha consciente e de uma indi cação precisa. - Que o número de mulheres que não desejam ter mais fi lhos (51,4%) não é por vontade própria e sim devido a problemas financeiros (47,2%). - Que não existe no município de Dourados, nenhuma Uni dade de Saúde com atendimento específico de planejamento familiar, que atenda as necessidades da clientela. Sugerimos; - Realizar treinamentos e cursos de atualização para os profissionais da área de saúde. - Desenvolver atividades educativas com o objetivo de o- ferecer à clientela os conhecimentos necessários para a escolha e utilização do método anticoncepcional mais adequado, assim como pro 63 piciar o questionamento e reflexão sobre contracepção e sexualida de. - Oferecer a todas as mulheres alternativas em termos de métodos anticoncepcionais reversíveis, bem como o conhecimento de sua indicações, contra—indicações e implicações de uso, garan tindo à mulher ou ao casal a opção livre e consciente do método que a eles melhor se adapte. - Implantação do programa de planejamento familiar Centro de Saúde Materno-Infantil do Jardim Hilda, com no profissio nais capacitados para avaliar os riscos que o uso de determinados métodos pode acarretar à saúde. 64 VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 01. BILLINGS, Evelyn e WESTMORE; Ann. O Método Billinqs. le da fertilidade sem drogas e sem dispositivos ciais. Contro artifi Edições Paulinas. São Paulo, 3§ Edição, 1986. 02. BRASIL. Comissão de Saúde Conselho Estadual da Condição Femi nina. O direito de ter ou não ter filhos no Brasil. São Paulo, 1986. 03. BRASIL. Ministério da Saúde. SNPES/DNSMI/PAISM/INAMPS. Assis tência ao Planejamento Familiar (Normas e Manuais Técni cos). Brasília, 1987. 04. HATCHER, Robert A. et alii. Planejamento Familiar. Rio de Janeiro, 1983. 05. NEWTON, John R. e cols. Clínicas Obstétricas Ginecológicas. Atualização em anticoncepcão. ca Ltda, São Paulo, 1984. Editora Médica e Científi 65 VII - BIBLIOGRAFIA 01. BRASIL, Bolstim da BEMFAM. CONSULTADA Rio d© Janeiro, nQ 119, novembro/ dezembro, 1982. 02. GARCIA, R. Giselle. não sabemos. lher. Contraceptivos: o que sabemos e o que Conferência Nacional Saúde e Direitos da Mu Outubro, 1986. 03. NETTO, José Maria de Magalhães. Controle da Mortalidade, Pia nejamento Familiar e Ética Médica. Boletim da BENFAM. Rio de Janeiro, nQ 100, julho/setembro, 1979. 04. RODRIGUES, Walter. Planejamento Familiar no Brasil. Contracepgão. Capítulo 03. Temas de 66 ANEXO 01 O r QUESTIONÁRIO 01. Prenome 02. Idade 03. Estado Civil 04. Número de filhos vivos 05. Grau de instrução 06. Renda familiar 07. Condição da cliente 08. A cliente deseja engravidar ? 09. Quando deseja ter mais filhos ? f 10. Se nunca, qual a razão ? 11. A cliente sabe o que é planejamento familiar ? 12. A cliente faz uso de algum método contraceptivo ? 13. Se faz uso de algum método contraceptivo, qual ? 14. O método que usa, foi por escolha da cliente ? 15. Há participação do parceiro na escolha do método ? 16. Já recebeu orientação sobre planejamento familiar ? 17. Gostaria que fosse implantado o programa de planejamento fami liar neste Centro de Saúde ? 18. Você já fez laqueadura ? 19. Se fez, qual o motivo ? 20. Quando feito laqueadura por intervenção cirúrgica, foi devida f $ mente esclarecida quanto ao procedimento ?
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