Socioeconomia - Votorantim Metais
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Socioeconomia - Votorantim Metais
Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERRÂNEA DE POLIMETÁLICOS MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA VOLUME 4: MEIO ANTRÓPICO Cuiabá/MT, Maio de 2015 ii Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 CORPO TÉCNICO SÓCIO ECONOMIA, HISTÓRIA E CULTURA Responsáveis Técnicos: Luiz Vicente da Silva Campos Filho, Zootecnista, MSc. Antropologia, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade Marina Azém, Médica Ginecologista, MSc. Antropologia, MSc. Saúde Coletiva ARQUEOLOGIA Responsável Técnico: Valéria Cristina Ferreira e Silva, Geóloga, Dra. Arqueologia Técnico de campo: Nelson Rodrigues, Biólogo SUMÁRIO Pág SÓCIO ECONOMIA, HISTÓRIA E CULTURA I. INTRODUÇÃO 1 II. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 9 III. HISTÓRICO 10 IV. ASPECTOS SOCIAIS 22 1. Organização Político Administrativa 23 2. Demografia 28 3. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 39 4. Habitação 41 5. Saneamento 45 5.1. Água 51 5.2. Esgoto 55 5.3. Lixo 57 6. Educação 61 iii Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.1. Educação infantil 66 6.2. Ensino fundamental 74 6.3. Ensino médio 94 6.4. Educação especial 101 6.5. Educação escolar indígena 106 6.6. Ensino superior 107 6.7. Educação de jovens e adultos 110 7. Saúde 115 7.1. Secretaria Estadual de Saúde (SES) 115 7.2. Pacto pela saúde 117 7.3. A microrregionalização 118 7.4 Atenção a saúde 119 7.5. Programa da Saúde da Família (PSF) 127 7.6. Agentes comunitários da saúde 136 7.7. Atendimento odontológico 137 7.8. Indicadores de saúde 138 7.9. Estatística vital 150 7.9.1. Natalidade 161 7.9.2. Mortalidade 169 7.10 Perfil epidemiológico 171 7.10.1 AIDS/HIV 175 7.10.2. Dengue 179 7.10.3. Doenças sexualmente transmissíveis (DST) 184 7.10.4. Hanseníase 188 7.10.5 Hantavirose 190 7.10.6. Hepatites virais 192 7.10.7. Leishmaniose tegumentar americana 194 7.10.8. Malária 199 7.10.9. Paralisia flácida aguda (Poliomielite) 200 7.10.10. Tuberculose 203 7.10.11. Varicela 204 7.10.12. Demais agravos de notificação obrigatória 205 iv Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 7.11. Vacinação 208 7.12. Saúde do trabalhador 208 7.12.1. Acidente de trabalho segundo CID 214 7.12.2. Indicadores de acidente de trabalho 218 7.12.3. Doenças ocupacionais 219 7.12.3.1. Doenças infecto parasitárias relacionadas ao trabalho 221 7.12.3.2. Acidentes por animais peçonhentos 221 7.12.3.2.1. Acidente ofídico 223 7.12.3.2.2. Acidente por escorpião 225 7.12.3.2.3. Acidente aracnídico 225 7.12.3.2.4. Acidente por lagarta 226 7.12.3.2.5. Outros insetos 227 7.12.3.3. Neoplasias relacionadas ao trabalho 228 7.12.3.3.1. Neoplasia maligna de pele 228 7.12.3.3.2. Leucemias 228 7.12.3.4. Dermatoses ocupacionais 229 7.12.3.5. Perda auditiva induzida por ruído 229 7.12.3.6. Doença osteomuscular relacionada ao trabalho 229 7.12.3.7. Doença do aparelho respiratório relaciona ao trabalho 231 7. 12.3.8. Intoxicação por metais pesados 231 8. Ação Social 235 8.1. Programas Federais 236 8.2. Programas Estaduais 241 8.3. Programas Municipais 245 9. Trabalho e Renda 255 V. ASPECTOS ECONÔMICOS 263 1. Produto Interno Bruto 263 2. Finanças Públicas 270 VI. INFRA-ESTRUTURA 276 1. Energia 276 2. Segurança pública 283 3. Indústria 286 v Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 4. Comércio 292 5. Meios de comunicação 299 6. Transporte 301 7. Esporte 307 8. Cultura 311 9. Lazer e turismo 314 VII. OUTROS ASPECTOS DE PRODUÇÃO 320 1. Agricultura 321 1.1. Lavoura permanente 327 1.2.Lavoura temporária 329 2. Pecuária 331 VIII. ÁREAS DE INFLUÊNCIA 334 IX. CONSIDERAÇÔES FINAIS 343 X. BIBLIOGRAFIA 358 ARQUEOLOGIA PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUEOLÓGICO 361 1. CONTEXTO ARQUEOLÓGICO 361 2. BACIA DO RIO ARIPUANÃ – DADOS SOBRE O POTENCIAL ARQUEOLÓGICO DA REGIÃO 365 3. LEVANTAMENTO OPORTUNÍSTICO ATRAVÉS DE ENTREVISTAS 366 4. LEVANTAMENTO ARQUEOLÓGICO DE CAMPO 368 1 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 I. INTRODUÇÃO As cidades transformaram-se na expressão da sociedade atual. Nelas concentram-se parcelas significativas da população: cerca de 47% da população mundial (projeções da ONU indicam que esse índice chegará a 60% em 2030), 76% da população dos países mais desenvolvidos e 81% da população brasileira (IBGE, Censo demográfico 2000). O espaço urbano se produz a partir de imensas contradições, que fazem com que a cidade conviva com o melhor e o pior da sociedade. Assim, além da riqueza, do acesso privilegiado a informação, dos fluxos financeiros, dentre outros, observam-se também as manifestações de violência, pobreza e exclusão, apontando para a gravidade das questões de ordem social que imperam nesse espaço (Mendonça, 2004). Devido aos elevados índices de população urbana não se pode negligenciar que importantes questões ambientais ocorrem nas cidades, pois aí estão as maiores concentrações de pessoas e atividades econômicas, com importantes desdobramentos para a vida urbana, como os impactos que ocorrem na infra-estrutura como rede de água e esgoto, vias públicas, loteamentos, arruamentos, enchentes, construções, etc. Condições relativas as condições e qualidade de vida, enfocando a dimensão social e os impactos advindos das diferentes condições de acesso a cidade, como saúde, educação, controle da natalidade, insalubridade, poluição, etc; e o impacto nas perspectivas de políticas públicas e gestão urbana, que diz respeito a como as questões anteriores são colocadas no plano dos interesses dos governos locais, de modo a atender as demandas da população (Mendonça, 2004). Imagens aéreas de Aripuanã Fotos de Júnior Coelho O “Zoneamento Socioeconômico Ecológico (Mato Grosso, 2002b) é um instrumento de planejamento que busca conciliar de forma sustentável o desenvolvimento econômico e social com a proteção ambiental”. No Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso – ZSEE a área de estudo está inserida no “Região de Planejamento I – Noroeste 1 – Juína”, com quatro USEE. As Unidades Sócio-Econômicas-Ecológicas - USEE são áreas individualizadas a partir da correlação estabelecida entre as diferentes formas e modos de ocupação do território e de exploração, considerando as potencialidades e fragilidades naturais existentes. 2 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em outros termos, as USEE sintetizam as relações ecológicas e sócio-econômicas e suas expressões materiais espacializadas. Conforme o documento governamental: “distinguem-se entre si pela diversidade das potencialidades e restrições dos componentes naturais e construídos que abrigam. Constituem um marco de referência espacial para a identificação de diferentes possibilidades de apropriação dos recursos naturais pela sociedade, de forma adequada e sustentável, segundo a tecnologia disponível pelos atores sociais e a capacidade de suporte dos componentes naturais. Do ponto de vista do conhecimento da realidade mato-grossense, as USEE constituem a unidade de informação básica, possibilitando: distinguir as homogeneidades e diversidades naturais e sócio-econômicas, de cada parcela do território estadual, passível de espacialização; a compreensão da estruturação e da dinâmica sócio-econômica e ecológica dessas unidades e sua articulação com as unidades vizinhas; e, embasar as proposições de intervenções mais adequadas em relação à ocupação dos espaços rurais e urbanos e às formas de apropriação das potencialidades naturais e econômicas, através do Zoneamento SócioEconômico-Ecológico”. Buscando explicitar uma visão governamental da região de estudo, foram transcritos textos desse trabalho sobre Aripuanã. Imagens aéreas de Aripuanã Foto de Junior Coelho A primeira USEE é a “Unidade 2 – Colniza Oeste”, que abrange cerca de 30% do município de Rondolândia, 42% de Aripuanã e 61% de Colniza. Limita-se ao norte com o Estado do Amazonas e a oeste com Rondônia, cujas sedes municipais mais próximas distam cerca de 200 km e 175 km, respectivamente da divisa. Caracteriza-se pela precariedade dos acessos viários e vazio populacional. A USEE não engloba nenhuma sede urbana e a infra-estrutura regional se classifica como sistema inferior de atendimento. No que se refere à infra-estrutura, a área é atendida pelo sistema isolado de energia elétrica e é atravessada em parte pela MT-206 (não pavimentada) que faz a ligação da área com a cidade de Colniza. Integrante da região do Estado com forte característica amazônica, predominantemente recoberta pela Floresta Ombrófila (Amazônica), altamente conservada do ponto de vista biológico. O alto potencial biótico deste ambiente é comprovado pelos elevados índices de diversidade das espécies vegetais encontrados regionalmente. Estes resultados associados aos levantamentos efetuados para a fauna demonstram que a área possui alta riqueza florística e faunística, detém ainda espécies raras e ameaçadas de extinção. Pouco perturbada pela ocupação humana, provavelmente ocorrem nesta Unidade grande número de espécies desconhecidas para a ciência. 3 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Orquídeas nativas da região Estas características associadas a contínua extensão da área florestada e ao alto grau de conservação (o uso antrópico ocupa apenas cerca de 2% da área da unidade), indicam como maior vocação a exploração e o uso sustentado dos produtos da floresta. Além do alto potencial biótico, a unidade apresenta potencial alto para exploração de estanho e médio para ouro, e feições de beleza cênica, como as cachoeiras e corredeiras dos rios Roosevelt e Branco. A aptidão agrícola é predominantemente regular, ocorrendo com menor expressividade mancha de terras boas e de terras impróprias para lavouras, onde as principais limitações agronômicas referem-se ao baixo rendimento das máquinas agrícolas, moderada a alta predisposição à erosão laminar, alto potencial erosivo das chuvas e médio potencial climático para o desenvolvimento dos cultivos. O pouco uso dos recursos do solo é considerado incompatível por subutilização e sobreutilização (localizada). Compõe também a base de bens naturais e a excelente disponibilidade hídrica superficial que garante padrões de qualidade de alta a excelente. A maior potencialidade desta Unidade está associada a exploração sustentada de sua biodiversidade. Desta forma a substituição da cobertura vegetal por atividades agropecuárias deverá ser cuidadosamente avaliada devido às limitações agronômicas, ao alto potencial erosivo das chuvas, à possibilidade de interferências no clima local e regional, às alterações no regime hídrico e à perda de um potencial biótico elevado. Apesar de serem constatadas feições degradadas por atividades minerais, na região do igarapé São Francisco, e pressão sobre a cobertura florestal pela exploração madeireira, a Unidade ainda apresenta qualidade do ambiente natural muito alta, refletida tanto pela extensão e continuidade da cobertura florestal, quanto pelos padrões de alta qualidade dos recursos hídricos. 4 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ainda que a unidade possua atrativos naturais, apresenta incipiente atratividade turística, dada a completa ausência de infra-estrutura e serviços de apoio ao turismo receptivo. Apesar de apresentar proporcionalmente muito grande extensão, o processo de antropização é muito baixo, com atividades produtivas dispersas e extensivas. O potencial madeireiro é elevado e explorado de modo não sustentado, verificando-se também algum potencial mineral. O uso do solo é incipiente (cerca de 2% da unidade), sendo mais significativo o agropecuário em médias e grandes propriedades com predomínio de pastagens. Os demais potenciais são pouco significativos. Caracterizando-se desse modo um baixo grau de apropriação do território e baixa eficiência econômica. A segunda é a Unidade 4, chamada Rondolândia apresenta território reduzido e fortemente antropizado, ocupando menos de 2% do município de Rondolândia, embora contenha sua sede municipal. Seu núcleo urbano é limitado ao atendimento das necessidades básicas de sua população. Está localizado a mais de 200 Km de rodovia pavimentada e é atendido pelo sistema isolado de energia elétrica e apresenta um alto grau de urbanização (64%). O potencial de inserção da população no mercado de trabalho é baixo com padrões de instrução e renda inferiores à média estadual. Caracteriza-se pela precariedade de infra-estrutura urbana e carência de equipamentos sociais. Essa USEE limita-se a oeste com Rondônia, cujas sedes municipais mais próximas distam cerca de 75 km da divisa, mas não existem acessos viários. Unidade integrante da região do Estado com característica amazônica alterada pelo alto índice de retirada da vegetação original. O potencial biótico original foi reduzido e atualmente pode ser considerado médio, haja vista que a área possui somente fragmentos de floresta secundária intensamente perturbados pela ação humana, que ainda assim não atingem 30% da área total da USEE. Com relação ao uso agrícola, a Unidade apresenta um predomínio de terras aptas para lavouras, ocorrendo em menor proporção terras com restrições para pastagens plantadas. As limitações agronômicas referem-se à moderada a alta predisposição à erosão laminar, dificuldades de mecanização agrícola, alto potencial erosivo das chuvas e médio potencial climático. O uso dos recursos do solo é considerado compatível. Compõe também a base de potenciais naturais a média potencialidade para estanho e uma disponibilidade hídrica superficial alta. A qualidade das águas reflete a elevada antropização, através dos padrões variando entre média e pequena qualidade. Considerando-se os aspectos anteriormente abordados, a qualidade ambiental pode ser considerada média, prejudicada pela alta ocupação humana e fragmentação da cobertura vegetal aliada a qualidade média das águas superficiais. Predominam pequenos e médios produtores provenientes em grande medida de antigas áreas de colonização dirigida no Estado de Rondônia que passaram por intenso processo de pecuarização. A estrutura econômica e institucional urbana é incipiente, a infra-estrutura regional se classifica como sistema Inferior de atendimento. Entre as atividades produtivas destaca-se a policultura desenvolvida com manejos pouco tecnificados, com tendência ao processo de pecuarização. 5 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Inexistem nesta USEE recursos naturais com potencial significativo, podendo-se considerar apenas o predomínio de terras aptas para lavouras em sistema de manejo pouco desenvolvido, o que é coincidente com a tipologia do fluxo migratório que vem intensificando a ocupação do meio rural local. A extensa Unidade 5, chamada Cotriguaçu/Juruena, apresenta baixa antropização e compreende parte dos municípios de Colniza, Cotriguaçu, Juruena, Aripuanã e Castanheira, englobando as sedes municipais de Juruena, Colniza e Cotriguaçu. A oferta de infra-estrutura urbana e institucional é de média intensidade e a oferta de infraestrutura regional se caracteriza como sistema inferior de atendimento. A sedes municipais de Cotriguaçu, Colniza e Juruena são classificadas como núcleos urbanos limitados ao atendimento das necessidades básicas da população local. Estão localizadas a mais de 200 quilômetros de rodovia pavimentada, sendo atendidas pelo sistema isolado de energia elétrica, com muito baixo nível de disponibilidade de telefonia. Taeniophalus brevirostris – primeiro registro da espécie no Estado de Mato Grosso. Coleta dos herpetólogos deste EIA Alface d´água Do ponto de vista do ambiente natural, trata-se de uma região do Estado com forte característica amazônica, predominantemente recoberta pela Floresta Ombrófila (Amazônica) associada com a Floresta Estacional em cerca de 50% da área e com Savanas. De modo geral, a vegetação encontra-se em bom estágio de conservação. Apesar de serem verificadas extensas áreas florestadas com acelerado processo de exploração madeireiro com extração seletiva de madeira, verificações de campo associadas aos elevados índices de diversidade das espécies vegetais encontrados regionalmente e aos levantamentos efetuados para a fauna pode-se inferir que a área possui alta riqueza florística e faunística, detendo ainda espécies raras e ameaçadas de extinção A aptidão agrícola é predominantemente regular para lavouras, ocorrendo em menor proporção solos com boa aptidão e solos impróprios para lavouras. As limitações agronômicas são expressas por necessidade de significativas correções de ordem química, moderada a alta predisposição à erosão (laminar e concentrada) das terras, alto potencial erosivo das chuvas, 6 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 solos rasos e pedregosos, áreas com forte declive, baixo rendimento de máquinas agrícolas, e médio potencial climático. O uso dos recursos do solo, baseado na agropecuária, é considerado predominantemente incompatível por sobreutilização ao longo do trecho Cotriguaçu-Juruena e no limite sudoeste da Unidade, próximo a cidade de Aripuanã, ocorrendo manchas com incompatibilidade por subutilização e manchas de uso compatível. A substituição das florestas para instalação de pastagens, ocasionando a fragmentação dos ambientes, é verificada principalmente nas proximidades de Colniza, Cotriguaçu e Juruena. A USEE apresenta também como recursos, áreas com alto potencial mineral para ouro, cobre, chumbo, zinco e prata, e feições de interesse cênico, representadas pelos canais anastomosados, por cachoeiras e corredeiras, principalmente no rio Juruena. Compõe também a base de bens naturais a disponibilidade hídrica superficial excelente. Os padrões de qualidade refletem a influência dos usos, variando ao longo da Unidade entre média, grande e alta qualidade. A fragilidade natural é representada pela suscetibilidade a inundações periódicas das planícies fluviais dos rios Aripuanã e igarapé do Canoeiro. A maior potencialidade dessa unidade refere-se a exploração sustentada dos produtos da floresta, não sendo recomendada sua substituição por atividades agropecuárias devido às limitações agronômicas existentes, ao alto potencial erosivo das chuvas, à possibilidade de mudanças no clima local e regional, a alterações no regime hídrico e a própria perda de um alto e pouco conhecido potencial biótico. Com uma alteração antrópica dos ambientes em torno de 6%, apesar da ocorrência de áreas impactadas, localizadas, pela atividade minerária e da redução de potencial biótico nas áreas desmatadas, a Unidade apresenta ainda alta qualidade do ambiente natural, atestada pela alta qualidade das águas superficiais e pela extensão e continuidade das áreas florestadas. Em campo observou-se uma exploração intensiva da floresta, a principal atividade econômica da região. A maior parte da área já esteve sujeita a extração seletiva de madeira e em vários locais foram efetuados extensos desmatamentos para a instalação de pastagens. Nas áreas já apropriadas predominam atividades desenvolvidas com manejos de nível tecnológico médio, verificando-se tanto a presença de grandes fazendas voltadas á pecuária como de núcleos de pequenos e médios produtores voltados a uma policultura diversificada, com tendência a pecuarização. Esta região é bastante procurada por pescadores, principalmente amadores, da cidade de Juruena ou outras localidades. Embora se trate de atividade de lazer, é elevada a biomassa de pescado que estas pessoas levam para a cidade. Os pescadores profissionais comercializam peixes como o pintado, jaú, trairão, barbado, matrinchã, piaus e corvinas. Embora na cidade não exista uma colônia de pesca legalmente estabelecida, segundo informações de pescadores locais, devido ao pequeno número de profissionais da área, é relativamente grande o grupo de índios canoeiros que se dedicam à pesca e comercialização do pescado na cidade. A despeito de possuir atrativos naturais, a carência de infra-estruturas e de serviços faz com que a potencialidade turística seja classificada como incipiente. 7 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Orquídeas nativas da região A quarta e ultima unidade, a Unidade 6, é chamada Aripuanã e apresenta extensão mediana e com personalidade amazônica, compreendendo parcelas dos municípios de Aripuanã (incluindo sua sede), Castanheira, Juína e Juruena. A área integra a região do Estado com característica amazônica, predominantemente recoberta pela Floresta Ombrófila (Amazônica) associada a formações do contato com a Floresta Estacional e de Savana, que se encontra pouco alterada pela ação humana. Constitui área extremamente rica do ponto de vista da biodiversidade, apresentando grande diversidade de paisagens, tipologias vegetais (Floresta Ombrófila, Floresta Estacional, Contato Floresta Ombrófila/ Floresta Estacional, Contato Floresta Estacional/ Savana, Savana Arborizada e Savana Florestada) e áreas ecotonais, ocorrem ainda feições ecológicas singulares, como campos rupestres. Conseqüentemente, é área possuidora de elevados índices de diversidade florística e grande riqueza faunística, onde são representadas também, espécies raras e ameaçadas de extinção. Maiores estudos sobre a fauna e a flora são extremamente indicados, pois pelas características apresentadas, a área deve abrigar várias espécies ainda não identificadas e com alto potencial biótico. As áreas mais alteradas encontram-se no entorno de Aripuanã, devido a retirada seletiva de madeira e aos desmatamentos para a instalação de pastagem para criação extensiva de gado, particularmente no limite sul da unidade. Além do alto potencial para exploração sustentada dos produtos da floresta, a unidade apresenta potencialidade quanto aos aspectos de valor paisagístico com destaque para as cachoeiras das Andorinhas e da Fumaça, em Aripuanã. Com referência a aptidão agrícola, predominam as terras boas e regulares para lavoura, ocorrendo terras indicadas para silvicultura e para pastagem nativa em menor proporção. 8 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Cachoeira das Andorinhas Fotos Júnior Coelho Cachoeira Dardanelos As limitações agronômicas compreendem moderada a alta predisposição à erosão (laminar e concentrada), baixa potencialidade agrícola, chuvas com alto poder erosivo e potencial climático médio. O uso dos recursos do solo, baseado na agropecuária, é considerado incompatível por subutilização, ocorrendo em menor proporção áreas com uso compatível. Várzea dos buritis Foto Junior Coelho Várzea dos buritis Compõe também a base de bens naturais a disponibilidade hídrica superficial, que varia de excelente, na área afluente ao rio Aripuanã a montante da cidade homônima e, a alta disponibilidade nas áreas afluentes aos rios Branco e Natal. A qualidade das águas reflete em parte as condições de antropização, verificando-se padrões de qualidade excelente na área afluente ao rio Aripuanã, e grande, média e pequena nas áreas afluentes aos rios Branco e Natal. Considerando-se a baixa antropização da Unidade (em torno de 11,7%), associada as características físico-bióticas acima mencionadas e ao fato de não serem detectados processos de 9 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 degradação com expressividade regional, pode-se atribuir uma alta qualidade ao ambiente natural da Unidade Vista aérea margem do rio Várzea dos Buritis Foto Junior Coelho Em face das potencialidades naturais, destaca-se na economia, o desdobramento da madeira, entre outras atividades fracamente agregadoras de valor. Nas áreas transformadas predominam grandes fazendas de gado e, no entorno do núcleo urbano, uma agropecuária diversificada, com significativa concentração de pequenos e médios produtores. Nesse segmento predomina a produção de alimentos que apresenta tendência declinante. O manejo agropecuário apresenta baixo nível tecnológico de manejo. O único potencial natural mais significativo, o madeireiro vem sendo explorado de modo não sustentado. A existência de fortes atrativos naturais, no entanto é incipientemente aproveitada, por falta de infra-estrutura e serviços de apoio. As atividades terciárias são também incipientes, caracterizando-se o núcleo urbano presente na Unidade pela baixa intensidade dos fluxos comerciais do potencial exportador. Trata-se, desse modo, de uma estrutura produtiva ainda dispersa e com baixa eficiência. II. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Nesta pesquisa a área de influência direta do empreendimento proposto foi definida como a área de produção relacionada com o empreendimento proposto. A Área de Influência Indireta engloba espaços circunvizinhos ao mesmo empreendimento, no município de Aripuanã. A Área de Influência Regional expande a compreensão de processos sociais para além dos espaços de produção envolvidos no projeto proposto, ampliando a visualização de situações sociais na região envolvente. A elaboração deste trabalho envolveu as fases de compilação de dados e análise. Na compilação, foram buscados dados secundários em literatura técnica, citada em “Bibliografia”; e, dados primários em trabalho de campo. 10 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os dados secundários foram compilados em bibliografia especializada, englobando registros do município de Aripuanã. Utilizou-se a regionalização do território brasileiro do IBGE, que agrupa municípios por condições sociais e econômicas semelhantes, buscando a compreensão da vida humana nas diferentes regiões dos estados. O Estado de Mato Grosso atualmente encontra-se dividido em 5 mesorregiões e 22 microrregiões. Aspectos urbanos de Aripuanã- 2008 Aspectos urbanos de Aripuanã - 2008 O trabalho de campo consistiu em visitas as áreas de influência dos empreendimentos, com verificações in loco, aplicando entrevistas semi-estruturadas, colhendo informações em diálogos informais e reconhecendo visualmente os espaços para apreensão qualitativa da vida local. Foram fotografadas diferentes situações para ilustrar a caracterização. Os temas enfocados são parâmetros para o entendimento qualitativo do viver local, compondo quadros de realidade. A análise dos dados foi efetuada mediante interpretação dos dados da produção e demografia locais. Foram utilizados parâmetros oferecidos pelo IBGE em suas publicações. III. HISTÓRICO Virgílio Corrêa Filho, reconhecido pesquisador mato-grossense desenvolveu em Ferreira (1958) uma extensa descrição da ocupação e discussão de limites da região onde situa Aripuanã, que está a seguir reproduzida: “indivisas as raias de Mato Grosso com os Estados do Amazonas e Pará para o que faleciam elementos cartográficos, a região do rio Madeira, de onde foi desmembrado o território que hoje constitui o município de Aripuanã, foi objeto de demoradas conversações entre os três governos estaduais, na República, como já tinha sido no período Imperial e, mais remotamente, entre a província de Mato Grosso e as províncias de São José do Rio Negro e Grão-Pará. Não fracassasse a tentativa audaciosa do primeiro Governador da capitania de Mato Grosso, D. Antônio Rollim de Moura Tavares, mandando em 1758, Theotonio da Silva Gusmão, irmão de Alexandre de Gusmão. Explorar e fundar povoados na região do Madeira, provavelmente Aripuanã se teria integrado ao ciclo colonizador dos antigos bandeirantes. 11 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Incompatibilidades aparentemente irremovíveis surgidas entre Gusmão e os frades jesuítas levaram ao despovoamento o incipiente arraial de Nossa Senhora da Boa Viagem, erigido à margem direita do rio Madeira, no salto gamon. Segundo a versão dada por Gusmão, em carta de 11 de novembro de 1760, ao capitão-general, a desagregação do arraial deveu-se ao fato de ‘os frades depois de concorrerem e talvez aconselharem a fuga e deserção de alguns moradores, affectando pretextos falsos, taes enredos e imputação fizeram na minha família com sonhado e affectado medo do gentio que convim em que fossem embora em 29 de agosto, levando o ultimo morador que ali estava que tinham posto em seu systema’. Alegavam por sua vez os frades que ‘se não passava dia em que não descompuzesse (Theotonio da Silva Gusmão) algum morador, e assim por tal feitio exasperou o seu terrível gênio que correu com todos, não ficando uma só pessoa na povoação’, segundo depoimento do Fr. José de Jesus Maria, em carta dirigida ao mesmo governador. Independente de tais contendas entre os poderes temporal e espiritual, aquela tentativa estava destinada a um malogro inevitável, dada a impotência do homem ante a braveza da terra e a hostilidade das doenças e dos silvícolas, ceifadores de vidas. Permanecendo desabitado todo o vale do Madeira, nenhuma das providências tentadas para a fixação das linhas extremas do Estado com os seus vizinhos do norte teve a aceitação das partes interessadas, até o advento da República. Iniciada a exploração da borracha, surgiram, como era lógico, os conflitos fiscais entre as províncias na arrecadação dos impostos devidos pelos seringueiros. João Nepumoceno de Medeiros Mallet, então governador, prevendo o incremento dessa indústria extrativa, criou uma Coletoria a margem direita do rio Madeira e duas agências fiscais nas embocaduras dos rios Jamari e Gi-Paraná, a fim de salvaguardar os interesses de Mato Grosso, dessangrado pela arrecadação dos impostos pelo govêrno amazonense. Instalados em 1894, desde logo reagiram as autoridades vizinhas, impedindo a posse do tenente Francelino Nunez Ferraz, por julgá-la atentatória aos direitos territoriais do Amazonas. O Dr. Manoel Murtinho, em 1895 e, posteriormente o Dr. Antônio Corrêa da Costa defenderam ardorosamente as pretensões mato-grossenses, até que o litígio sobe a decisão do governo federal, que sugeriu um entendimento provisório entre os litigantes. Não acordando, o Amazonas leva a questão ao supremo tribunal, em 27 de dezembro de 1896, propondo ação contra Mato Grosso, pedindo manutenção de domínio e jurisdição sobre o território contestado e restituição dos impostos arrecadados. Nem por isso, no entanto, entrepara a ação invasora do estado vizinho, estendendo-se além do que judiciàriamente pleiteava, ocupando e vendendo terras fora da zona em pendência. A 11 de novembro de 1899 foi julgado o litígio, por sentença do Supremo Tribunal, embora não terminasse por diante os conflitos de jurisdição, freqüentemente usurpada pelo governo amazonense, tanto no plano territorial como no fiscal. A convenção de limites de 1904, firmada pelos delegados de ambos os estados a 29 de outubro, não pôde receber a sanção legislativa do governo de Mato Grosso, por lesiva aos seus interesses. Evidentemente, a ser aceita, perderia Mato Grosso 120 000 quilômetros quadrados de território, abrangendo todo o atual município de Aripuanã, além de Diamantino, em menor proporção. Deve-se a dialética irretorquível, ao conhecimento aprofundado da questão demonstrada pelo Dr. Antonio Corrêa, a liquidação da secular pendência de limites com o Estado do amazonas, por Acórdão de 27 de julho de 1912, 12 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pelo Egrégio tribunal, por unanimidade, homologou a demarcação parcial da linha de limites comum aos dois estados, partindo da Cachoeira de Santo Antonio, pelo paralelo 8º 48’’. Em 1916, reiniciados os trabalhos demarcatórios, já agora por processo amigável, são levadas as operações de campo aos rios Aripuanã e Tapajós, apontados como incompletos pelo Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, ― hoje Marechal ―, que explorara a região, por não aparecerem os rios Roosevelt e outros volumosos cursos cruzados pelo paralelo ajustado de demarcação. Agitações políticas no Estado, que motivaram a intervenção federal, ensejaram ao Amazonas novas investidas contra atos administrativos do governo mato-grossense, que estabeleceu postos fiscais nos rios Roosevelt, Guariba e Aripuanã. Novo convênio fiscal foi firmado pelos representantes dos dois estados, que foram desautorados pela Assembléia amazonense, ao mesmo passo que invalidava o anterior acordo de 1912, por ilegais e nocivos aos interesses do Estado. Coube ao governo de Dom Francisco de Aquino Corrêa encaminhar a bom termo a demorada questão, finalmente homologada por sentença, em 5 de maio de 1919. Paralelamente com a questão de limites com o Amazonas, que de perto refletis sobre a área de Aripuanã, desenvolveram-se as demarches para a fixação dos lindes com o Pará, que igualmente interessavam a mesma região mato-grossense. Nos primeiros anos de desbravamento e colonização de Mato Grosso, as fronteiras com o vizinho se apresentavam fictícias, tal a distância que separava Cuiabá de Belém. A descoberta das minas de Santa Izabel, por Almeida Falcão, à margem do principal tributário do rio Arinos, ensejou ao sargento-mor João de Souza Azevedo procurar filões auríferos. Aparelhando-se para o intento, partiu de Cuiabá, subiu o Paraguai e o Sepotuba, alcançou por terra o Sumidouro, e por este, o Arinos, o Juruena e o Tapajós, galgando o Pará. Partindo de Jauru a 4 de agosto de 1746, concluiu a aventurosa viagem em julho do ano seguinte. Foi dessa forma o primeiro a perlustrar os lindes municipais de Aripuanã. Seguir-lhes as pegadas em 1805, partindo de Cuiabá, por ordem do capitão-general Manoel Carlos de Abreu, o furriel Manoel Gomes, que chegou até Santarém tendo considerado impraticável a navegação pelo rio Tapajós. Em 1812, o capitão-general João calos Augusto Oyenhausem de Gravenburg manda que o capitão Miguel João de Castro retome o roteiro de João de Souza Azevedo, à procura do caminho mais fácil para atingir Belém. Partindo do Arinos, alcança o Juruena, e deste, passando ao Tapajós, aporta ao destino. Alcançava-se o misterioso território de Aripuanã, batizando-se os principais acidentes encontrados: Cachoeira de São João, da Barra, onde perderia a vida e seria sepultado o seu descobridor numa segunda viagem empreendida: Salto Augusto, Canal do Inferno, Cachoeira da Misericórdia, etc. Outras expedições se sucederam, estimuladas pela isenção de todos os direitos, por 19 anos, que lhes outorgara a carta Régia de 14 de dezembro de 1815. No governo Maggesse, tristemente celebrizado pela deposição, é comissionado o tenente Antônio Peixoto de Azevedo, em 1820, para procurar novas rotas de mais fácil acesso, ensejando-lhe contacto com os índios ‘apiacás’, que soube atrair, trazendo de regresso até Cuiabá um de seus caciques, acompanhado de mais sete indígenas. ‘Eram de média estatura, mas bem proporcionados’. Tornando-se amigos dos exploradores, foram-lhes de grande valia daí por diante, quando a navegação pelo rio Arinos 13 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 tornou-se habitual, substituindo a que era feita antes pelo rio Guaporé, até a abertura do rio Paraguai à navegação internacional. O vulto verdadeiramente notável das permutas com o Estado do Pará teve como consequência o estabelecimento de uma colônia militar no Salto Augusto, para atração dos índios e abastecimento dos navegantes. O ciclo extrativo da borracha, tal como aconteceu no Amazonas, viria propiciar ensejo aos paraenses de penetrarem os seringais do Alto Tapajós e do São Manoel, sobre os quais o estado de Mato Grosso evocava direito de posse. Surgem na oportunidade os primeiros conflitos fiscais, emaranhando-se os dois estados no cipoal de pretensões antagônicas. A princípio, Mato grosso pleiteava que fossem as suas raias estabelecidas pelos ‘rios Três Barras, desde a confluência Tapajóz, Cariahy, Fresco, afluente do Xingú, Aquiqui, affluente Araguaya’ de acordo com o telegrama do presidente Antônio Cezário, de 7 de outubro de 1898, a Flávio Augusto de Matos, chefe da comissão mato-grossense junto ao governo do Pará. Ao impugnar semelhante proposta, o representante paraense diligenciou por ‘demonstrar a inconveniência da adopção de todo S. Manoel como linha divisória’, de cuja margem esquerda não poderia desistir, pois já se achava ‘povoada até o Salto das Sete Quedas, por paraenses’. ‘Em contrapartida, recuou a linha lindeira para o Norte, ao traça-la pelo ‘rio São Manoel, desde a sua confluência no Tapajoz, até o Salto das Sete Quedas; uma recta deste salto às nascentes do Tapirapé; este rio, desde as suas origens, até a sua confluência no Araguaia’, proposta esta recusada pelo governo de Mato Grosso. Na impossibilidade de um entendimento a despeito, é dissolvida a comissão mato-grossense, regressando a Cuiabá o seu delegado, Flávio Augusto de Matos, que logo após seria barbaramente sacrificado na baía do Garcez, em 1892, no encerramento do episódio tenebroso da revolução de Ponce. Em 7 de novembro de 1900, finalmente, no Rio de Janeiro, as delegações dos dois Estados firmaram o convênio de limites, fundamentado na primeira contraproposta paraense, homologando-o o Congresso Nacional, pelo Decreto n. º 3. 679, de 8 de janeiro de 1919, de acordo com o projeto apresentado pela Comissão de Constituição e Diplomacia do Senado federal. Desta forma estabeleceram-se as raias setentrionais do território que hoje constitui o município de Aripuanã. Pelo que se deduz do esforço acima delineado, das questões de limites e jurisdição sustentadas por Mato Grosso e seus vizinhos, a penetração do município de Aripuanã e a conseqüente exploração extrativa ali desenvolvida couberam aos habitantes vindos do norte, na sua maioria nordestinos, tão logo se entremostrou vantajosa a colheita da hevea, de que se tornavam ávidas as indústrias manufatureiras dos alienígenas. A partir da última década do século XIX, subiam as comitivas do Tapajós, dispersando-se pelos seus afluentes em busca da borracha, nas épocas propícias, refluindo aos pontos de partida com as igarités e batelões pejados ou soltos as bolas, a deriva, correnteza abaixo. Dessarte, a população se apresentava ora mais densa, ora extremamente rarefeita, flutuando de acordo com os períodos de safra e repouso obrigatório concedido às árvores para aprovisionamento do látex, na entressafra. 14 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Restringiam-se as autoridades mato-grossenses ao usufruto dos resultados da ação fiscal desenvolvida pela Delegacia Fiscal do Norte, e os diversos postos controladores disseminados na linha divisória entre os estados vizinhos, na arrecadação dos direitos de exploração e das taxas de exportação da borracha e das castanhas. Aos poucos, no entretanto, começou o rio Roosevelt a atrair os seringueiros à fixação mais ou menos definitiva na zona ribeirinha, a relativo abrigo das incursões dos silvícolas, de onde partiam as estradas seringueiras, montando comércio e barracões coletores e iniciando as primeiras lavouras de sustentação. Vinha sendo mantida através de sucessivas administrações estaduais tal situação, quando, pelo Decreto n. º 154, de 30 de março de 1932, é criado o distrito de paz de Aripuanã, na comarca de Santo Antônio do Rio Madeira, e estabelecem-se seus limites, como ensaio a futura elevação a município, com autoridades próprias que melhor soubessem beneficiar-se da prodigalidade extrativa que era carreada para os estados Amazônicos, sem a compensação dos impostos devidos, cuja arrecadação era feita com grandes dificuldades, ensejando evasão de vulto. Por não satisfazer, entretanto, as condições mínimas legais da Lei de organização das unidades judiciárias e administrativas do Estado, o Decreto-lei estadual n. º 208, de 26 de outubro de 1938, extinguiu o distrito, anexando o seu território ao de Tabajara, do município de Alto Madeira (ex Santo Antônio do Rio Madeira). A ausência de incremento povoador da região foi a causa da degradação do novo distrito. A fatalidade geográfica, entretanto, avisa aos dirigentes estaduais da necessidade de ser criado ali um organismo próprio de administração, a fim de refrear o ímpeto invasor dos amazônicos, de que resultou o Decreto-lei n. º 545, de 31 de dezembro de 1944, o município perdeu parte de seu único direito, transferida para o de Tabajara, do município de Alto Madeira, anexado ao Território Federal do Guaporé (atual Rondônia). Em virtude do decreto-lei estadual n. º 545, de 31 de dezembro de 1943, que fixou o quadro territorial em vigor no qüinqüênio 1944 - 1948, foi criado, com o novo município de Aripuanã, o termo de igual nome, subordinado à comarca de Cuiabá, situação essa mantida pelas subseqüentes alterações ocorridas na formação judiciária do Estado, até os dias atuais. Não se verificou ainda nenhuma eleição municipal para a formação dos poderes Legislativo e Executivo do município [até 1958]. Os prefeitos têm sido de nomeação do governo do Estado. O primeiro deles, credenciado pela experiência adquirida como funcionário da Delegacia Fiscal do Norte, Salustiano Alves Corrêa, pervagou o rio Marmelos, afluente do Madeira, em procura de lugar apropriado para a fundação da sede municipal. Lamentável acidente ocorrido na transposição da Cachoeira Paricá roubou-lhe a vida antes de efetivar o intento. Posteriormente, foi escolhido o local denominado Angustura, situado a margem esquerda do rio Gi-Paraná ou Machado, afluente do Madeira, sem que, todavia, ali se concretizasse a fundação da sede, impedida pela retração do território pertencente ao município, para Leste, em benefício do território federal de Rondônia (aliás o local pertencia ao estado do Amazonas). Outras zonas foram então exploradas, optando-se finalmente pelo entreposto seringueiro de Panelas, à margem direita do rio Roosevelt, a 180 quilômetros, aproximadamente, da linha de limites com o Pará, onde oficialmente se estabeleceu a sede municipal, sob a denominação de Aripuanã. Mais distante no tempo do que no espaço, acham-se a sede municipal e o próprio município divorciados da capital do Estado, só podendo ser atingidos através de Manaus (AM), em difíceis 15 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 meios de navegação, em igarités ou barcos motores de pequeno calado, utilizados pelos seringueiros. Esse percurso é sobremaneira dificultado pelos inúmeros saltos e rápidos existentes, transpostos sob precaríssimas condições de segurança para a vida humana e realizado mais ou menos de 3 em 3 meses por algumas empresas seringalistas. Edificação do Projeto Humboldt (2008) Ruína (2008) Ao todo, segundo relacionou em ofício a Divisão Técnica do Recenseamento a Inspetoria Regional de Estatística de Manaus, são vencidas 53 cachoeiras, saltos e rápidos para se atingir a sede municipal de Aripuanã, alguns dos quais batizados por nomes sugestivos e que refletem as peripécias a que se submetem os viajantes que ousam transpô-los. De tal sorte se torna difícil o seu acesso, tais as condições de inadaptabilidade do homem civilizado a mataria selvagem do município, que as administrações municipais, via de regra, se instalaram em Manaus, com ligeiras incursões à sede municipal, numa ou noutra quadra de navegação menos difícil. Outro autor a trabalhar com a história do município de Aripuanã é Ferreira (2001). Nesse trabalho, informa que a área inicial do município engloba hoje as áreas dos municípios de Alta Floresta, Apiacás, Castanheira, Cotriguaçu, Juína, Juruena, Nova Bandeirante, Nova Monte Verde, Paranaíta, Colniza e Rondolândia. Originalmente, em seu antigo território era habitado por povos Munduruku, Apiaká, Kayabi, Nambikwara, Tupi-mondé e Arara. Atualmente, com as sucessivas perdas territoriais, pelas criações de municípios, há terras indígenas Cinta-larga e Arara no município. O contato entre as populações indígenas locais e as frentes de expansão colonizadora deu-se com o advento do ciclo da borracha, em condições muitas vezes hostis. Como exemplo, em 1928, foi massacrada uma aldeia Iamé (hoje Cinta-larga). Esse massacre foi executado por um bando de seringueiros chefiados por Júlio Torres, sob o comando do seringalista peruano Alejandro Lopes, fundador da primeira vila de Aripuanã (conforme o autor), que dominava todo o alto curso do rio Aripuanã. Na década de 1950, houve um incremento no que o autor chamou de “limpeza da área”, abrangendo toda a região, especialmente a área entre os rios Aripuanã e Juruena, onde quase todas as aldeias Cinta-larga foram dizimadas. Nessa época, um massacre que teve grande 16 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 repercussão mundial foi o “Massacre do Paralelo Onze”, promovido por elementos das famílias Arruda e Junqueira. Nas décadas seguintes, houve incremento no processo de colonização, auxiliado pelos trabalhos de “pacificação” dos índios. Alguns desses trabalhos, como as expedições de Fiúza, Meireles e Peret, foram financiados por empresas de mineração que tinham interesses na região. O contato com as frentes de expansão causou uma depopulação indígena também pela introdução de doenças. A ocupação pela população nacional e interesses pela posse de recursos naturais, especialmente minerais, criou uma série de conflitos entre posseiros, interesses da mineração e os índios da região, prevalecendo os interesses da sociedade nacional sobre os direitos dos habitantes originais. Entendimentos de fontes orais locais entrevistadas nesta pesquisa corroboram a informação de que o extrativismo do látex iniciou a colonização regional, com populações oriundas do norte, que por sua vez vinham principalmente do nordeste brasileiro, expulsas das secas. Esses agrupamentos sociais são atual e localmente chamados “amazoninos” e “beiradeiros”. Nessa fase, a agricultura era de subsistência e praticada pelos próprios seringueiros e famílias. Acoplada a essa extração, também o comércio de peles era praticado. Com a gradativa decadência dessa atividade houve uma diminuição de opções econômicas na região, havendo o fortalecimento da agricultura pela população que permaneceu. A diminuição de interesse pela extração de látex teve seu auge nos anos de 1980, quando o baixo preço do produto fez os extrativistas pararem com sua exploração, que permanece inativa até os dias atuais. A escolha do local da sede municipal atual, segundo fontes locais, deu-se pelo aviador Amauri Furquim, que sobrevoando o local, visualizou a nuvem de umidade que se expande das cachoeiras. Seringueira – Hevea brasilienses Nuvem da cachoeira O início da ocupação na área da atual sede do município teve como ponto de partida a localidade de Roda d´Água. De lá utilizando barcos, desceram o rio Aripuanã até as proximidades das cachoeiras. Trouxeram instrumentos manuais, como machado, foice, facão e enxadão, para a abertura da pista de pouso e limpeza da área. A partir daí, houve o progressivo incremento de ocupação e melhoramentos, como estrada rodoviária. Essa construção propicia hoje a lembrança de eventos consagrados na cidade, como a chegada do Senhor João Jorge, com um caminhão carregado de mercadorias. A falta de bens era tamanha, que a população afluiu ao redor do caminhão, querendo fazer compras, antes mesmo do caminhão ser descarregado. 17 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Vista aérea de Aripuanã Fotos Junior Coelho A chegada de fluxos de migrantes na década de 1980, ligadas a frente de expansão na Amazônia, consistiu em pessoas sem tradição agrícola, mas sim com tradição pecuária. Uma fonte oral conta que “o povo iniciou a desbravar Rondônia”. Formavam pastagens e vendiam para grandes fazendeiros com condições econômicas e seguiam adiante, formando nova área pelo “desbravamento”. Essa fase encontra-se em processo de superação, dado que a política de refreamento do desmate já não facilita a ocupação de novas áreas, fazendo com que aqueles que queiram terra, tenham que otimizar os usos daquelas que já se encontram disponíveis. Para isso a diversificação se coloca atualmente, como uma forma de refreamento do desmate e de melhoria da sustentabilidade das populações em suas terras. Os migrantes que chegaram na sede urbana, disse uma fonte em sua entrevista, que o fato de não haver concorrência, serviu para o sucesso dos pioneiros. Quem estava estabilizado não vinha para a região, ficando esta acessível ao crescimento dos que iniciavam e corriam os riscos de desbravar o novo e o desconhecido. Vista aérea de Aripuanã Foto Junior Coelho Aspecto urbano de Aripuanã Nas décadas de 1980 e 1990 ocorreu outro ciclo econômico para o município de Aripuanã, o garimpo de ouro. Segundo o secretário da Cooperativa de Produtores de Ouro de Aripuanã – Coopernã, a atividade funcionou entre 1988 e 1995. Após essa data houve enfraquecimento da mesma, permanecendo um agrupamento ativo na área do empreendimento deste estudo, até o 18 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 início de 2007 quando, segundo a mesma fonte, a empresa Votorantim pediu a desocupação da área, por ser de seu direito e interesse, ficando de oferecer uma área alternativa para a exploração garimpeira, conforme documentos protocolados em Cuiabá, Brasília e Goiânia (nesta última cidade, na ocasião em que a Anglo American detinha os direitos). Segundo informes locais, no auge dessa atividade, havia cerca de 1.000 garimpeiros envolvidos. Em torno do ano 2000, houve uma quase paralisação, pelo baixo preço do produto e pelo pequeno sucesso advindo da exploração. Até o ano de 2007, conforme a mesma fonte, havia cerca de 300 garimpeiros no município, que vivem hoje de plantio de roças e prestação de serviços, especialmente na Hidrelétrica. Assim, encontra-se atualmente inativa a exploração de ouro na região. Essa atividade traz contingentes populacionais, especialmente homens, com uma cultura particular. São também características as formas de relação com o ambiente, trazendo degradação das áreas mineradas, contaminação por metal pesado, pois é utilizado o mercúrio sem qualquer controle. A atividade era exercida sem qualquer controle e responsabilidade com as consequências e, por vezes invadindo terras, como relatado nesta pesquisa. A falta de planejamento e políticas voltadas ao desenvolvimento de diferentes regiões brasileiras faz com que a economia seja desenvolvida de forma predatória, em termos sociais e ambientais, dilapidando as riquezas naturais e não gerando ou gerando poucos benefícios para as populações locais, pela ilegalidade, degradação e evasão de recursos naturais e econômicos. Ainda Há interesse atual dos garimpeiros em estabelecer área garimpeira no município. Sugerem que isso traria oferta de ocupação de mão-de-obra e produção de recursos econômicos ao município. No Zoneamento sócioeconomico-ecológico do Estado de Mato Grosso, há a seguinte consideração sobre garimpos: “tornaram-se crescentemente um complexo sistema informal de lavra mecanizada, com equipamentos pesados como dragas, tratores e até completas instalações de tratamento do minério. As pequenas escavações de outrora escassearam, , cedendo lugar a grandes cavas feitas com modernos equipamentos e até, em alguns casos, galerias subterrâneas. Área garimpada na área de influência indireta (2008). 19 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Enquanto a legislação ficou parada, o garimpo evoluiu, passando os garimpeiros da etapa do trabalho braçal para o uso de grandes equipamentos. Apesar dessa transformação estrutural, os métodos de lavra e beneficiamento permaneceram inadequados e de caráter imediatista, sem preocupação com o rendimento e orientação técnica. Segundo os especialistas, não se incorreria em grande erro ao estimar que cerca de 50% do ouro contido dos depósitos aluvionares não é recuperado nos garimpos de Mato Grosso” (Mato Grosso, 2002b: Tomo 4 Anexo 6. p. 36). Nessa mesma década de 1980, em torno de 1982, segundo informações locais, foi implantado o Projeto Humboldt, que desenvolveu pesquisas minerais, além de zoológicas e botânicas, especialmente por estrangeiros. Era considerada uma área de segurança nacional, havendo a presença ostensiva do exército, que dava assistência para o projeto. Havia pastagens plantadas para a criação de búfalos e uma pequena usina de energia. Chegou a estrada na sede municipal em 1983, construída pela empresa Andrade Gutierrez, segundo fontes orais locais. Aspectos urbanos de Aripuanã - 2008 Casa antiga Com a mesma lógica predatória dos ciclos econômicos anteriores, nos anos de 1990 (há informações de que intensificou em torno de 1996), o ciclo econômico da exploração da madeira se instalou na região. Em escala muito maior do que a exploração mineral há informes orais de que é difícil atualmente encontrar área florestada sem corte seletivo de madeira. Em compensação, benefícios decorrentes dessa exploração, quase não são vistos na cidade de Aripuanã, justificando a percepção de ser uma economia de saque, que retira os bens materiais e investe pouco, ou não investe ou retorna em benefícios de qualquer espécie para o município. Com a Operação Curupira, em 2005, ação policial que visou desmontar a atividade que era exercida ilegalmente, houve um fechamento de cerca de 70% das madeireiras existentes. Essa ação foi seguida por um êxodo populacional e aumento de desemprego local, já que não havia alternativas de ocupação de mão-de-obra. Em decorrência dessa exploração saqueadora, segundo fontes locais, já não há madeiras de primeira qualidade passíveis de exploração, havendo apenas, e quando há, madeiras de qualidade e preço inferior. Há informes de que mesmo nas áreas indígenas Arara e Cinta Larga já não há madeira. Porém, informam algumas fontes a ocorrência atual de retirada ilegal de madeira, havendo também áreas licenciadas para manejo florestal sustentado. 20 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Placa de Plano de Manejo Florestal (2008). Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Área de plano de manejo florestal (2008) Aspectos da construção da Energética Águas da Pedra - 2008 Sem alternativas econômicas, segundo fontes orais, a cidade entrou em uma fase de dificuldades econômicas. Permaneceu sem qualquer incentivo ou incremento de oportunidades até que o Empreendimento Hidrelétrico Águas da Pedra foi proposto, passando a ser visto como uma possibilidade de mudanças para o município. Ainda que houvesse movimentos de opinião contrários a implantação da hidrelétrica, prevaleceu a posição favorável e ainda que com os entraves, foi construída. Durante a sua construção foi a maior fonte de empregos para a população local. Verificou-se ainda um aumento populacional, pela chegada de trabalhadores especializados que não eram encontrados em Aripuanã e aquecimento no comércio e serviços locais (especialmente pelas empresas terceirizadas e pela população flutuante). Ainda assim, como ganhos da sociedade pode-se arrolar o melhoramento do aeroporto (que apresenta erros de planejamento, não seguindo normas de segurança); dotação orçamentária para aquisição de equipamentos pela polícia militar; ações ambientais; contribuição ao Plano Diretor da cidade e a construção do Centro de Educação Continuada Dardanelos e do Hospital Municipal. Houve plano de construção de aterro sanitário, que não foi executado pelo não estabelecimento pela prefeitura de terreno condizente. Perdeu-se com isso uma oportunidade, já que não ficou estabelecido um compromisso da empresa com essa iniciativa. 21 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aspecto Energética Águas da Pedra - 2011 Outras iniciativas governamentais e empresariais têm sido vistas de forma positiva na cidade. Entre as empresariais, surge com expectativa enquanto fonte de emprego e renda, a “mina da Votorantim”. Os requerimentos para mineração na região geram, porém certos constrangimentos, como a impossibilidade de extração de areia próxima da área urbana, por estarem todas as áreas requeridas. Entre as propostas governamentais aventadas na cidade, o melhoramento do acesso rodoviário da cidade com o restante do Estado é visto como uma urgência. Existem emendas parlamentares que são voltadas a esse fim, como a que visa a elevação e terraplanagem do trecho rodoviário entre Aripuanã e Castanheira, via Juruena; e, uma segunda, entre Juruena e Aripuanã. Essas iniciativas compõem um esforço para o asfaltamento da rodovia, ação esta muito valorizada localmente, pelas dificuldades e desgastes que uma viagem representa no momento. Centro de Educação Continuada Dardanelos (2011) Auditório A construção de estrada de ferro a partir de Juína tem sido lembrada, havendo sido acordada numa reunião do plano nacional de desenvolvimento – PAC II. Essa interligação em muito facilitaria o escoamento de produção, que dessa forma independeria de manutenção de estradas de rodagem usuais. 22 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Atualmente, tem havido um trabalho no sentido de substituir a pecuária de corte, pela pecuária leiteira e diversificação de produção. Para a auto-suficiência alimentar familiar, tem sido estimulada a produção de defumados, derivados de leite, sabão, etc., passando a comprar alguns elementos, como óleo, cebola, alho e sal. IV. ASPECTOS SOCIAIS Este item reúne um conjunto de dados sobre a realidade social, abrangendo uma série histórica de informações das áreas de saúde, educação, demografia, trabalho, renda, habitação e os principais indicadores sociais. São informações elaboradas a partir dos resultados dos Censos Demográficos, Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD) e dados de Instituições como Secretarias de Saúde e Educação, Ministério da Saúde, TRE, Datasus, etc. A elaboração e sistematização dessas informações atendem a demanda de agentes econômico/sociais públicos e privados da sociedade permitindo compreender o perfil demográfico, social, econômico da população, bem como monitorizando as ações governamentais, constituindo uma importante ferramenta para o direcionamento das políticas sociais. Para se avaliar a evolução da qualidade de vida de uma população, são necessárias informações quantitativas que sirvam de referência ao planejamento das ações de governo. Essas informações são chamadas de índices. Os índices são compostos de indicadores que procuram descrever e quantificar um determinado aspecto da realidade, ou representam uma relação entre vários aspectos, ou ainda expressam uma relação entre duas grandezas. Alguns indicadores Indicadores Mato Grosso Ano 2006 Ano 2010 Taxa média geométrica de crescimento populacional 2,28 1,94 Taxa de urbanização 76,7 81,9 Taxa de mortalidade infantil (1/1.000 nascidos vivo) 16,50 16,20 Analfabetismo 9,39% 10,24% Domicílios com canalização interna de água 62,74% 72,74% Domicílios com coleta de lixo diretamente 70,81% 76,97% Domicílios que possuem rede coleta esgoto 13,01 11,06% IDH (médio) 2000/2005 0,767 0,796 23 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Indicadores Mato Grosso Ano 2006 Ano 2010 Rendimento mensal de todos os trabalhos (R$) 798,00 1.006,00 PIB a preço de mercado corrente do Brasil 2002/2007 ($milhões) 20.941 42.687 População residente (mil) 2.908 3.057 População economicamente ativa (mil) 1.515 1.664 Taxa de desemprego 8,4% 6,2% Deficit habitacional (residências) 127.000 124.871 Deficit habitacional (percentual) 13,19 13,09 Casas construídas através de programas habitacionais 3.924 4.784 Leitos hospitalares (SUS e privado) 5.463 7.142 Unidades escolares 4.303 4.250 Fonte: Mato Grosso (2010b). 1. Organização política e administrativa O Estado de Mato Grosso possui 141 municípios, agrupados em 22 microrregiões políticoadministrativas, que fazem parte de cinco mesorregiões definidas pelo IBGE. Em 2001, através de estudos produzidos pela SEPLAN/MT foi realizada uma nova regionalização do Estado e foram definidas 12 Regiões de Planejamento. Atualmente Mato Grosso possui 75 terras indígenas e 19 unidades de conservação federais, 42 estaduais e 44 municipais distribuídas entre reservas, parques, bosques, estações ecológicas e RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Nacional (Mato Grosso, 2006). Prefeitura Municipal de Aripuanã Promotoria de Justiça 24 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Mesorregião é uma área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta formas de organização de espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o processo social como determinante, o quadro natural como condicionante e a rede de comunicação e de lugares como elemento de articulação espacial. Estas três dimensões possibilitam que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional. Esta identidade é uma realidade constituída ao longo do tempo pela sociedade que ali se formou (Brasil: IBGE, 1990). Microrregião é a uniformidade do espaço baseada nas características socioeconômicas que os dados estatísticos espelham; espaços estes que sofrem modificação toda vez que uma alteração substancial desta uniformidade for afetada pelo desenvolvimento econômico (Brasil: IBGE, 1990). Câmara Municipal de Aripuanã Fórum de Aripuanã O município de Aripuanã está localizado na Messoregião Norte Matogrossense e na Microrregião de Aripuanã. Neste município há apenas o distrito sede, existindo o que localmente são chamadas localidades (aglomerações decorrentes de ocupação rural), como: Conselvan, Cidade Morena, Lontra, Água Milagrosa, R2, Rio Branco, Nova União, Vale dos Sonhos, Gleba Cafezal e a área do Puraqué. Os demais municípios que fazem parte desta microrregião são: Brasnorte, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juína, Juruena e Rondolândia. Aspectos urbanos de Aripuanã - 2008 25 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ainda que esteja atualmente fora dos limites do município de Aripuanã, a Reserva Extrativista Guariba - Roosevelt tem a maior parte de sua população vivendo no município. Alguns se mudaram para a cidade em busca de oportunidades e melhores condições de atendimento a saúde. As reservas extrativistas são concessões de terras públicas para populações com tradição de exploração racional dos recursos florestais e pesqueiros e que estejam organizadas em associações e cooperativas. O movimento social nacional de extrativistas foi iniciado pelo Conselho Nacional dos Seringueiros, com posterior apoio de castanheiros no Amapá, que resistiam através da ação conhecida como empate, impedimento de desmate por fazendeiros recém chegados. Contou com o apoio de entidades ambientalistas e organizações não governamentais nacionais e estrangeiras. A Portaria do INCRA nº. 627, de 30/07/1987, incluíram os assentamentos extrativistas no Programa Nacional de Reforma Agrária. A reformulação da Política Nacional de Meio Ambiente, pela Lei nº. 7.804, de 24/07/1989, art. 9, inciso VI, possibilitou a “criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas”. Para regulamentar a criação de reservas extrativistas, houve o Decreto Presidencial nº. 98.897, de 30/01/1990. As reservas extrativistas são áreas de domínio público e ocupadas por grupos sociais que têm como fonte de sobrevivência, produtos nativos da floresta e que realizam, mediante concessão de uso, exploração em base sustentada, de acordo com plano de manejo preestabelecido (Plano Nacional de Meio Ambiente, Secretaria Especial de Meio Ambiente, 1998). Objetiva conservar a natureza e manter as populações utilizando recursos naturais de forma sustentável, sendo requerido plano de manejo da área. O Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais – CNPT, vinculado ao Ibama, tem como função oferecer apoio técnico para as reservas extrativistas, sendo o órgão federal responsável pela implementação, consolidação, gerenciamento e desenvolvimento das reservas extrativistas, atuando em aproximadamente 195 comunidades extrativistas. Em 19/6/1996, o Governo de Mato Grosso, pelo Decreto nº. 952 criou a Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, com 57.630 hectares, localizada entre a margem esquerda do rio Guariba e a margem direita do rio Roosevelt. Essa reserva resultou da luta de seringueiros locais, representada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aripuanã, em 1989, que solicitou sua implantação. A maior parte da população extrativista local está localizada fora da área demarcada, que não incluiu todas as áreas e recursos explorados, estando essa população sem regularização fundiária e sofrendo pressões e injúrias. Isso cria riscos de expulsão pela pressão de invasores, como madeireiros, fazendeiros e grileiros, representantes da expansão colonizadora agrária regional. Estão organizados na Associação dos Seringueiros do Guariba-Roosevelt, criada em 1993. Na origem das famílias estão os migrantes provenientes do Nordeste brasileiro, e no início do século passado já havia relatos de sua presença no noroeste de Mato Grosso. 26 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A atividade econômica principal é a coleta de látex de seringueira (Hevea brasiliensis). Atualmente são as coletas de castanha (Bertholletia excelsa) e óleo de copaíba (Copaifera langsdorfii). Também criam animais domésticos e fazem mutirão para derrubada de parcela da floresta para o plantio de roças, com descanso e rotação de áreas. Cada unidade familiar e sua área de atuação é denominada “colocação” e pode englobar de três a doze ´estradas de seringa`, que são os trajetos percorridos diariamente por um seringueiro na extração do látex. São chamadas ´piques`, as estradas por onde extraem copaíba e castanha do Brasil. Chamam de Beiradão as áreas nas margens do rio Guariba onde vivem. Utilizam equipamentos como raspador de casca, faca de seringa, tigelas, sacos encauchados (emborrachados), cestos de palha e tipos específicos de corte na casca. Vivendo historicamente em condições de pequeno consumo e grande independência de mercados, os problemas começaram com a lenta chegada de pessoas dizendo serem donas das terras ocupadas por eles há gerações. Inicialmente, aviões passavam pela região. Não imaginavam que eram reconhecimentos dos que legalizavam as terras. Chega hoje a ocorrer de trabalharem para pessoas que ficaram com suas terras, escolhendo madeira nessas mesmas terras suas de uso histórico. Uma pequena unidade de processamento de castanha foi implantada em vila próxima da Reserva Extrativista, sendo comercializada em São Paulo por R$ 26,00 o litro. Isso tem trazido uma boa perspectiva aos extrativistas. Porém, em alguns casos a expansão de fazendas tem derrubado, ou matado por queima, muitos pés de castanha. Isso fez com que diminuísse a produção para alguns coletores do produto. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aripuanã vem desenvolvendo um projeto, que conta com o apoio da Petrobrás. O Projeto Pacto das Águas, tem como objetivo estabelecer via de comércio justo para os povos extrativistas, incluindo agrupamentos sociais tradicionais e indígenas. Entre os problemas enfrentados pela categoria constam: a comercialização, pesca predatória, incremento no estabelecimento de grandes fazendas com desmatamento, crescente navegação nos rios, abertura de estradas de acesso a fazendas, baixo preço, regularidade de produção das árvores, relação assimétrica entre produtores e mercado, uniformização de produtos, pequeno número de itens produzidos. Acusa-se ainda como responsável pelas dificuldades que passa essa população (incluindo todos os recentes pequenos colonizadores), a falta de políticas efetivas para a sustentabilidade econômica, voltadas para as novas necessidades e realidades decorrentes do crescimento econômico regional e mudanças culturais. No caso de populações tradicionais, não há o desenvolvimento de meios de permanência em suas terras de forma a manter os antigos meios de sobrevivência com dignidade, assim como incrementar meios alternativos de economia. Tem sido aventada a possibilidade de ampliação da Reserva Extrativista, pois o desenho da existente não é adequado para a realidade social local. A maior parte da população estava estabelecida fora da delimitação da reserva extrativista, quando de sua criação. Dessa forma, os limites da reserva não incorporaram toda a população extrativista. 27 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Há no município duas terras indígenas, uma da etnia Arara e outra Cinta Larga. Existe interesse local na criação de duas unidades de conservação na área urbana do município. A primeira é a área do Buritizal, em várzea do igarapé do Laerte, localizada no fim da Avenida Dois de Dezembro. Engloba áreas de brejo e buritizais e alguns fragmentos de matas e oferece habitat para muitos psitacídeos (araras, papagaios, periquitos e ararinhas), que podem ser vistos aos bandos, especialmente no início do dia. Toda a área é particular, sendo chácaras documentadas. A melhor opção parece ser a criação de uma Área de Proteção Ambiental – APA. Aspectos urbanos de Aripuanã - 2008 Uma segunda área vem sendo vista como potencial para ser Parque Municipal. Engloba as matas da margem direita do rio Aripuanã, desde a Cachoeira das Andorinhas até um porto que há abaixo do Balneário Primavera. Alguns lotes se tornaram privados e isso tem trazido dificuldades ao estabelecimento da unidade de conservação, segundo informes colhidos na Prefeitura Municipal. Parte dessa área já vem sendo conservada por particulares, havendo hotel que construiu caminhos para passeio. A Empaer detém parte da área de interesse, com cerca de 90 hectares, com morros e grotões, próximo do Parque de Exposições Agropecuárias. Uma área que vem sendo conservada, tendo uso turístico é a ilha onde está instalada a PCH Faxinal. Área na margem do rio Aripuanã e Ilha da Faxinal - Fotos Junior Coelho Aspecto da cachoeira Dardanelos e parte da Ilha da Faxinal (esq. da foto) 28 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2. Demografia A demografia é uma área da geografia que estuda a dinâmica populacional humana. O seu objeto de estudo engloba as dimensões, estatísticas, estrutura e distribuição das diversas populações humanas. Estas não são estáticas, variando devido à natalidade, mortalidade, migrações e envelhecimento. A análise demográfica centra-se também nas características de toda uma sociedade ou um grupo específico, definido por critérios como a educação, a nacionalidade, religião e pertença étnica. Seu objetivo é estudar a estrutura da população, seu arranjo espacial ou forma como a população está distribuída no meio físico (urbano, rural) e sua composição, que pode ser estudado levando-se em consideração a faixa etária, o sexo, ou outras características da população. A importância do estudo da demografia consiste no fato da população ser um elemento político essencial que caracteriza uma sociedade e, conseqüentemente, necessário compreender a fim de tornar possível o planejamento econômico, social, cultural ou político. O Estado de Mato Grosso, situado na Região Centro-Oeste em termos de área é a terceira maior unidade da Federação, correspondendo a aproximadamente 10% do território nacional. Possuía em 1940, 192.531 habitantes. Já em 2010, aproximadamente 70 anos depois este número subiu para 3.033.991 habitantes. Em 2010 a densidade demográfica do Estado é de 3,36 habitantes por quilômetro quadrado (Mato Grosso, 2010b). Entre 1940 e 1970, Mato Grosso passou por um lento processo de crescimento populacional. O Programa Federal “Marcha para o Oeste” no período de 1930/1950, que objetivava dar inicio ao processo de integração dessa área ao território nacional, através de políticas de integração e garantia dos limites territoriais nas áreas de fronteira, pouco contribuiu para o incremento populacional e, consequentemente, fixação do homem a terra (Mato Grosso, 2010b). A transferência da capital para Brasília e a implementação de rodovias ligando os municípios da região central do Brasil ao Sul e Norte (rodovia Belém-Brasília, BR 364 e BR 163), aliadas a execução de programas governamentais voltados para a ocupação da região, intensificaram a formação de frentes de expansão, fazendo com que a população da região Centro-oeste e do Estado de Mato Grosso tivesse um alto crescimento. Densidade demográfica (Habitante por quilômetro quadrado) Localidade 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 Brasil 2,05 3,60 4,84 6,10 8,34 11,10 14,23 17,26 19,92 22,43 Centro-Oeste 0,23 0,47 0,68 0,95 1,67 2,88 4,36 5,86 7,23 8,75 Mato Grosso 0,13 0,27 0,21 0,24 0,37 0,68 1,29 2,24 2,77 3,36 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010. Essa ocupação na região Centro-oeste não se deu uniformemente no espaço e no tempo, sendo inicialmente no Estado de Goiás (até 1970 detinha 50% da população regional) e em Mato Grosso do Sul. E a partir da década de 1960 também no Estado de Mato Grosso (Mato Grosso, 2010b). 29 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 1980 o Estado de Mato Grosso ocupava a vigésima segunda posição no ranking nacional concentrando 0,96% da população do País. Em 1991, essa participação passou a ser a décima nona posição, com 1,38% da população nacional. No ano 2000 passa para o décimo oitavo lugar com 1,48% da população nacional. Ano 1940 1970 1980 1991 2000 2004 2005 2008 2010 População (habitantes) Mato Grosso Centro Oeste 192.531 1.250.982 599.764 5.073.259 1.138.691 7.545.769 2.027.231 9.427.601 2.504.353 11.636.728 2.759.134 12.816.392 2.803.274 13.020.767 3.009.571 13.777.198 3.033.991 14.050.340 Brasil 41.236.315 93.139.037 119.011.052 146.825.475 169.799.170 182.060.108 184.184.264 189.952.795 190.732.694 Fonte: Mato Grosso (2010b). A partir de 1970 a expansão se revigora na porção norte de Mato Grosso por força dos incentivos a ocupação de terras e estímulo ao desenvolvimento regional. Na década correspondente a 1970/1980 a população de Mato Grosso obteve um crescimento anual de 6,62% contra 2,98% do Centro-oeste e 2,49% do Brasil (Mato Grosso, 2010b). Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual Período Mato Grosso Centro-oeste 1940/1950 0,96 3,3 1970/1980 6,62 4,05 1991/2000 2,87 2,6 2000/2006 2,28 2,27 2000/2007 1,89 1,83 2000/2010 1,94 1,90 Brasil 2,34 2,48 1,97 1,64 1,14 1,17 Fonte: Mato Grosso (2010b). No período correspondente entre 1980 e 1991 Mato Grosso apresentou um crescimento populacional na ordem de 5,38% alicerçado fundamentalmente pela migração, pois se tratava de uma área de fronteira recente. A partir de 1991 começa a retração do crescimento no Estado, sendo válido até a data atual (em torno de 2%). A principal causa do desaceleramento foi a diminuição do fluxo migratório, ocasionados principalmente pelo “fechamento de fronteira”. Outro fato é a queda de fecundidade em todo o país, refletindo sobre o crescimento demográfico. O Estado de Mato Grosso não é mais uma área de fronteira, mas um território consolidado. Alguns estudos apontam para a existência de uma área localizada a noroeste do Estado que ainda pode ser considerada fronteira agrícola. Com certeza não deve atrair para o território um fluxo 30 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 populacional considerável, uma vez que o seu processo de ocupação é diferente do ocorrido no passado. Mato Grosso apresentou a maior taxa de crescimento no último período de 2000, em relação aos demais estados da região Centro-oeste. As altas taxas de crescimento deveram-se ao incremento da população urbana, sendo que o crescimento da população rural foi mais baixo. Tal tendência já era presente no Estado desde a década de 1970, quando as taxas de crescimento da população urbana e rural foram respectivamente 10,9% e 2,05% ao ano (Mato Grosso, 2010b). Ano Mato Grosso Urbana Rural 684.189 483.739 1.485.110 542.121 1.705.139 530.693 1.987.726 516.627 2.119.328 639.806 2.505.243 552.018 2.484.838 549.153 1980 1991 1996 2000 2004 2009 2010 Centro-oeste Urbana Rural 4.614.597 2.191.314 7.663.122 1.764.479 8.864.936 1.635.643 10.092.976 1.543.752 11.057.995 1.758.397 12.289.333 1.689.022 12.479.872 1.570.465 Brasil Urbana 80.437.327 110.990.990 123.076.831 137.953.959 151.124.470 161.040.936 160.879.708 Rural 38.573.725 35.834.485 33.993.332 31.845.211 30.935.638 30.754.918 29.852.986 Fonte: Mato Grosso (2010b). Uma população com crescimento inferior ao que vinha ocorrendo em décadas passadas, com baixo índice de mortalidade infantil e fecundidade, influenciará diretamente a estrutura socioeconômica da população. Se por um lado desafogará o sistema escolar, por outro haverá uma maior demanda por serviços típicos de uma população mais velha: impostos, pensões, mercado de trabalho, saúde, assistência médica, composição e organização da família. Entre os censos demográficos de 1980 e 1991, o número de municípios existentes em Mato Grosso passou de 55 para 95. Em 1993, foram instalados mais 22 e em 1997 mais 9. No período de 1998 a 2000 instalaram-se mais 13 municípios e em 2004 mais 2, totalizando 141. Nos últimos 20 anos o Estado sofreu um acréscimo de 1.365.662 habitantes, crescendo a uma Taxa Geométrica anual de 5,38% entre 1980/1991 e 2,81% entre 1996/2000 (Mato Grosso, 2006b). Entre o ano 2000 e 2010 o Estado teve um acréscimo de população de 529.638 habitantes, crescendo a uma taxa média geométrica anual de 1,94% (Mato Grosso, 2010b). Em 1970 a população total do Estado de Mato Grosso representava 1,7% (1.597.009) da população geral do Brasil (93.134.846), sendo que 42,8% (683.857) estavam na zona urbana e 57,2% (913.152) na zona rural. Neste mesmo ano o município de Aripuanã tinha apenas 0,13% (2.235) da população do Estado de Mato Grosso, sendo que 96,2% (2.150) se encontravam na zona rural e 3,8% (85) na zona urbana. Em 2000 a população total do Estado de Mato Grosso representava 1,47% (2.504.353) da população geral do Brasil (169.799.170). População residente zona urbana e rural 1970 a 2000. Localidade Brasil Ano Total Total Urbana Rural 1970 93.134.846 52.097.260 41.037.586 1980 119.011.052 80.437.327 38.573.725 31 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Continuação... Localidade Brasil Mato Grosso Aripuanã Total Ano Total Urbana Rural 1991 146.825.475 110.990.990 35.834.485 2000 169.799.170 137.953.959 31.845.211 1970 1.597.009 683.857 913.152 1980 1.138.918 655.141 483.777 1991 2.027.231 1.485.110 542.121 2000 2.504.353 1.987.726 516.627 1970 2.235 85 2.150 1980 13.961 4.323 9.638 1991 13.614 4.467 9.147 27.560 14.872 12.688 2000 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2000. A população de Aripuanã em 2000 representava 1,1% (27.560) da população do Estado, ocorrendo a partir deste período uma inversão da fixação da população no campo, estando 53,9% (14.872) da população na zona urbana e 46,1% (12.688) na zona rural (IBGE, Censo Demográfico, 2000). Em 1970 a população masculina do município de Aripuanã representava 0,17% (1.429) do total de homens do Estado, enquanto que a população feminina era de 0,10% (806) da população total de mulheres do Estado. Os homens representavam 63,9% da população do município, estando 97,1% (1.387) na zona rural e 2,9% (42) na cidade. A população feminina representava 36,1% dos habitantes, estando 94,1% (763) na zona rural e 5,3% (43) na zona urbana. No ano 2000 a população do município de Aripuanã era composta por 55% (8.103) de homens e 45% (6.769) de mulheres. Entre a população masculina 53,4% (8.103) estavam na cidade e 46,6% (7.066) na zona rural. Dentre a população feminina 54,62% (6.760) estavam na cidade e 45,38% (5.622) na zona rural (IBGE, Censo Demográfico, 2000). População segundo o sexo, na zona urbana e rural 1970 a 2000. Localidade Ano Homens Mulheres Total Urbana Rural Total Urbana Rural 1970 46.327.250 25.237.847 21.089.403 46.807.596 26.859.413 19.948.183 1980 59.142.833 39.238.940 19.903.893 59.868.219 41.198.387 18.669.832 1991 72.485.122 53.854.256 18.630.866 74.340.353 57.136.734 17.203.619 2000 83.576.015 66.882.993 16.693.022 86.223.155 71.070.966 15.152.189 1970 833.291 337.789 495.502 763.718 346.068 417.650 1980 594.656 329.935 264.721 544.262 325.206 219.056 1991 1.049.228 748.143 301.085 978.003 736.967 241.036 2000 1.287.187 999.831 287.356 1.217.166 987.895 229.271 1970 1.429 42 1.387 806 43 763 1980 7.643 2.350 5.293 6.318 1.973 4.345 1991 7.746 2.367 5.379 5.868 2.100 3.768 2000 15.169 8.103 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2000. 7.066 12.391 6.769 5.622 Brasil Mato Grosso Aripuanã 32 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O município de Aripuanã é o terceiro maior em área geográfica (km²) do Estado de Mato Grosso, ficando atrás apenas do município de Juína e Colniza. No período entre 2000 e 2004 encontrava-se entre as 20 cidades do Estado que apresentaram a maior taxa geométrica de crescimento anual (Mato Grosso, 2005). Localidade Ano de criação Brasil 1500 Centro-oeste Mato Grosso Colniza 1998 Juína 1982 Aripuanã 1943 Fonte: Mato Grosso (2005). Distância de Cuiabá (km) Área geográfica (km²) 1.065 737 976 8.514.204,9 1.606.445,5 903.347,97 27.947,65 26.251,28 25.048,97 População 2000 2004 169.799.170 11.636.728 2.504.353 10.270 38.017 14.034 181.587.024 12.770.141 2. 749.145 12.971 39.064 17.759 Taxa geométrica crescimento anual (%) 1,69 2,35 2,36 6,01 0,68 6,06 Na microrregião de Aripuanã no ano 2010 os municípios de Juína e Colniza, se encontravam entre os 20 municípios mais populosos do Estado de Mato Grosso (Mato Grosso, 2010b). Com referência a distribuição de homens e mulheres na população, o censo de 2000 apontava um excedente de 70.021 homens na população do Estado em relação as mulheres, resultando uma razão de sexo de 105,7%. Para a região Centro-oeste esta relação era estimada em 99,40% e para o País em 96,93%. População residente nos maiores municípios de Mato Grosso Contagem 2007 Classificação Censo 2010 Cuiabá 526.831 1º 551.350 Várzea Grande 230.307 2º 252.709 Rondonópolis 172.783 3º 195.550 Juína 38.422 11º 39.260 Colniza 27.882 20º 26.390 Fonte: Mato Grosso (2006), Mato Grosso (2008), Mato Grosso (2010b). Classificação 1º 2º 3º 13º 20º Em Mato Grosso, a razão de sexo na área rural era mais alta que a urbana: 125,33% e 101,21% respectivamente. Razão esta explicada pelo tipo de atividade e dificuldades que se apresentava na incorporação das terras do Estado ao processo produtivo e, consequentemente, pela presença de maior número de homens sem família na zona rural. Quanto a localização, em 2000, conforme censo demográfico, 79,38% da população do Estado residia na zona urbana contra 20,62% na zona rural. Em termos absolutos estes percentuais equivalem respectivamente a 1.987.726 e 516.627 habitantes (Mato Grosso, 2006). Mato Grosso tinha uma população de 2.854.642 habitantes em 2007, apresentou uma taxa de crescimento populacional de 1,89% ao ano e 76,95% da população localiza-se na zona urbana. A taxa de fecundidade era de 2,3 filhos por mulher e havendo uma pequena predominância do sexo masculino (Mato Grosso, 2008). 33 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A população rural do Brasil no ano 2000 representava 18,75% da população total do País. A proporção encontrada para a população rural no Estado de Mato Grosso era de 20,62%. Na microrregião de Aripuanã a população rural representava 35,39% da população, proporção maior que a encontrada para o Brasil e para o Estado de Mato Grosso. Dentre os municípios da área de estudo, apenas Juína apresentava percentual da população rural semelhante ao observado para o País e para o Estado, ou seja, de 19,85%. Os municípios de Brasnorte (36%) e Juruena (31%) apresentavam proporção semelhante a observada para a microrregião de Aripuanã. Os municípios de Aripuanã (46%), Colniza (46%) e Rondolândia (46%) apresentavam um percentual de população rural superior aos observados para o País, para o Estado e para a Microrregião. Os municípios de Castanheira (52%) e Cotriguaçu (56%) tinham mais da metade de sua população residindo na zona rural (Mato Grosso, 2007). Neste mesmo período os municípios de Cotriguaçu, Juruena a Juína apresentaram uma taxa de crescimento demográfico superior a verificada para o Estado de Mato Grosso e para o Brasil. Já os municípios de Aripuanã e Castanheira tiveram um taxa de crescimento negativa. A densidade demográfica dos municípios de Castanheira, Juína e Juruena são superiores a encontrada para a Microrregião de Aripuanã, mas inferior a observada para o Estado. O município de Cotriguaçu apresenta densidade demográfica semelhante a encontrada para a microrregião. Já os municípios de Aripuanã e Brasnorte tiveram uma densidade demográfica inferior da verificada para a microrregião (Mato Grosso, 2010a). População residente, taxa de crescimento anual e densidade demográfica 1996/2000. Localidade Em 01.08.1996 Brasil 157.070.163 Estado MT 2.235.832 Microrregião 75.867 Aripuanã Aripuanã 16.764 Brasnorte 9.362 Castanheira 8.294 Colniza 4.758 Cotriguaçu Juína 32.221 Juruena 4.468 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 01.08.2000 Total Urbana Rural 169.799.170 2.504.353 137.953.959 1.987.726 31.845.211 516.627 Taxa de crescimento 1996/2000 1,93 2,81 Densidade demográfica (hab/km²) 19,92 2,77 97.104 62.734 34.370 - 0,78 14.034 9.815 7.790 8.474 10.270 38.017 5.448 3.256 7.573 6.260 3.680 3.707 5.542 30.470 3.745 1.757 6.461 3.555 4.110 4.767 4.728 7.547 1.703 1.499 -4,35 1,19 -1,56 15,52 4,22 5,08 - 0,42 0,61 2,05 0,93 1,44 1,71 - No Brasil em 2000 as mulheres representavam 54% da população total do país. Em Mato Grosso elas eram 48% da população total. Na microrregião de Aripuanã a proporção da população de mulheres em relação aos homens variava de 44% a 47% do total (Mato Grosso, 2010a). População de homens e mulheres no ano 2000. Ano 2000 Brasil Mato Grosso Aripuanã Homens 83.576.015 1.287.187 7.724 Mulheres 86.223.155 1.217.166 6.310 34 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Ano 2000 Brasnorte Castanheira Cotriguaçu Colniza Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Continuação... Mulheres 4.533 3.651 3.763 4.617 17.950 2.556 1.464 Homens 5.282 4.139 4.711 5.653 20.067 2.892 1.792 Observou-se um aumento considerável da população do município de Aripuanã entre 1970 a 2000, e ao final deste período uma urbanização em detrimento da população rural. A população residente em Aripuanã no ano 2000 era de 27.560 habitantes, sendo 15.169 homens (55,0%) e 12.391 mulheres (45.0%). Residiam na zona urbana 8.103 homens e 6.769 mulheres, totalizando 14.872 (54,0%) habitantes. Na zona rural se encontravam 7.066 homens e 5.622 mulheres, totalizando 12.688 (46,0%) habitantes. Distribuição da população no município de Aripuanã entre 1970 e 2000. Sexo Homens Zona 1970 Urbana 42 Rural 1.387 Mulheres Urbana 43 Rural 763 Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2000. 1980 2.350 5.293 1.973 4.345 1991 2.367 5.379 2.100 3.768 2000 8.103 7.066 6.769 5.622 A estimativa para a população municipal na microrregião de Aripuanã para 2006 foi que Aripuanã teria 19.372 habitantes; Brasnorte 12.464; Castanheira 6.920; Colniza 14.149; Cotriguaçu 13.390; Juína 39.526, Juruena 6.420 e Rondolândia 4.347 habitantes (Mato Grosso, 2007). A contagem da população (IBGE) obtida para os mesmos municípios em 2007 foi para Aripuanã 19.100 habitantes; Brasnorte 13.975; Castanheira 7.808; Colniza 17.882; Cotriguaçu 13.740; Juína 38.422; Juruena 8.731 e Rondolândia 3.348 habitantes (IBGE, contagem da população). No período entre 2000 e 2006 todos os municípios apresentaram aumento populacional. Observa-se um decréscimo apenas em Aripuanã e Juína no ano de 2007 em relação a 2006. População residente nos anos 2000, 2006 e 2007. Município Ano 2000 Ano 2006 Ano 2007 Aripuanã 14.034 19.372 19.100 Brasnorte 9.815 12.464 13.975 Castanheira 7.790 6.920 7.808 Colniza 8.474 14.149 17.882 Cotriguaçu 10.270 13.390 13.740 Juína 38.017 39.526 38.422 Juruena 5.448 6.420 8.731 Rondolândia 3.256 4.347 Fonte: Mato Grosso (2007); IBGE - Contagem da População. 3.348 35 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2009 a população estimada no município de Aripuanã era de 20.511 pessoas, sendo o maior percentual da faixa etária entre 15 e 49 anos (59,55%), representados por 6.822 homens (33,2%) e 5.394 mulheres (26,29%), que corresponde a população economicamente ativa. Na ocasião o percentual de idosos do município representava 4,32% da população e menores de 1 ano 2,11% (IBGE, DATASUS). Distribuição da população (estimada) por faixa etária e sexo em Aripuanã, 2009. Faixa Etária Masculino Feminino Total Menor 1 ano 221 210 431 1 a 4 anos 875 818 1.693 5 a 9 anos 1.084 979 2.063 10 a 14 anos 1.079 914 1.993 15 a 49 anos 6.822 5.394 12.215 50 a 59 anos 731 500 1.231 Acima de 60 anos 484 401 885 Total geral 11.296 8,856 20.511 % 2.11 8.25 10.05 9.71 59.55 6.01 4.32 100 Fonte: IBGE e DATASUS. Em 2009 a população indígena residente no município de Aripuanã somava 603 indivíduos, sendo que 262 estavam na faixa etária entre 15 e 49 anos (43,45%). O maior percentual populacional era de crianças e adolescentes (menores de 1 ano até 14 anos) que juntos somavam 290 pessoas e representavam 48% da população. As pessoas acima de 60 anos representavam 4,61% da população (Pólo de Saúde Indígena, 2009). Distribuição da população indígena por faixa etária e sexo, 2009. Faixa Etária Masculino Feminino Menor 1 ano 09 12 1 a 4 anos 47 46 5 a 9 anos 42 57 10 a 14 anos 41 41 15 a 49 anos 125 137 50 a 59 anos 08 14 Acima de 60 anos 15 14 Total geral 314 289 Fonte: Pólo de Saúde Indígena. Total 21 93 94 82 262 22 29 603 % 3,48 15,42 15,59 13,60 43,45 3,65 4,61 100 Em 2009 na zona rural o assentamento (INCRA) Projeto Lontra tinha 135 famílias residentes com uma população de 481 habitantes. Nos assentamentos não oficiais de Conselvan encontravam-se 1.085 famílias e 3.658 habitantes; e na Comunidade Milagrosa 166 famílias com 551 habitantes (Fonte: SIAB). Na última década o município da área de estudo que mais cresceu foi Colniza, passando de 8.474 habitantes em 2000, para 26.381 em 2010 (crescimento de 311%). O município de Aripuanã neste mesmo período apresentou um acréscimo de 4.622 habitantes, representando um crescimento de 24,77%. Os municípios de Brasnorte, Cotriguaçu e Juruena também 36 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 apresentaram acréscimo populacional. Os municípios que apresentaram o menor crescimento foram Rondolândia com um aumento de apenas 348 habitantes (9,6%) e, Castanheira com um aumento de 441 habitantes (5,35%). População residente na área de estudo ano 2010. Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total 11.681 10.038 3.921 14.987 5.132 33.960 6.801 950 Urbana Homens 6.147 5.208 1.955 7.738 2.620 17.221 3.461 493 Mulheres 5.534 4.830 1.966 7.249 2.512 16.739 3.340 457 Total 6.975 5.319 4.310 11.394 9.851 5.295 4.400 2.654 Rural Homens 3.930 3.077 2.390 6.346 5.357 2.915 2.347 1.409 Mulheres 3.045 2.242 1.920 5.048 4.494 2.380 2.053 1.245 Densidade demográfica 0,76 0,96 2,22 0,94 1,58 1,49 3,48 0,28 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010 A proporção de homens e mulheres, na área de estudo, se manteve razoavelmente estável nas últimas décadas. Em 2010 a proporção continua sendo em torno de 54% homens e 46% de mulheres. População de homens e mulheres no ano 2010. Ano 2010 Aripuanã Brasnorte Castanheira Cotriguaçu Colniza Juína Juruena Rondolândia Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010. Homens Mulheres 10.077 8.285 4.345 14.084 7.977 20.136 5.808 1.902 8.579 7.072 3.886 12.297 7.006 19.119 5.393 1.702 A população de uma região não é apenas modificada pelas mortes e nascimentos de seus habitantes. É preciso levar em conta, também, os movimentos de entrada e de saída, ou seja, as migrações que ocorrem em seu território. As migrações no território estão associadas a fatores econômicos. O deslocamento de pessoas em direção a um novo centro econômico é devido a busca de melhores empregos, salários e qualidade de vida. Na década de 1970 a estratégia dos governos militares era de integrar o Centro-oeste a Amazônia. De Brasília deveriam partir grandes eixos rodoviários completando a interiorização do Brasil. Na retaguarda desse avanço havia algumas circunstâncias especiais. Eram problemas sociais que atingiam descendentes dos imigrantes europeus, residentes no Rio Grande do Sul, que vieram para o Brasil no final do século XIX e começo do século XX. Esses trabalhadores, ao lado dos cafeicultores atingidos pelas geadas de 1974/75 no Paraná, aumentaram a crise social no Sul do Brasil. O governo Medici (1971-1975) criou programas de implantação de infraestrutura nas regiões sul e norte matogrossense, transformando essa região no “Portal da Amazônia” e, a 37 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 partir daí começou a ocupar o norte da amazônia. Com isso atraiu descendentes dos imigrantes, cafeicultores e outros brasileiros para Mato Grosso, Rondônia e sul do Pará. A população de Aripuanã no ano 2000 era composta de pessoas de diferentes procedências. Desses, (35,1%) eram proveniente da região centro-oeste, 6.358 (23,1%) da região sul, 5.340 (19,42%) da região norte, 4.329 (15,74%) da região sudeste e 1.620 (5,89%) da região nordeste. Local de nascimento da população de Aripuanã em 2000 Região Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste Homens 2.633 1.025 2.547 3.520 5.400 Mulheres 2.707 595 1.782 2.838 4.445 Total 5.340 1.620 4.329 6.358 9.845 Fonte: IBGE – Censo Demográfico A taxa de urbanização (%) do município de Aripuanã no ano 2000 era de 53,71%. Contava com 10.531 eleitores que representavam 0,56% dos eleitores do Estado (Mato Grosso, 2005). Em 2009 a área correspondente aos municípios da microrregião de Aripuanã representava 13,7% da superfície do Estado e comportavam 4,76% da população de Mato Grosso. O município de Aripuanã era o terceiro em tamanho (20% da área da microrregião), o terceiro em número de habitantes (14,34%) e o sexto em densidade demográfica (0,82 hab/km²). O maior número de habitantes se concentrava em Juína seguido de Colniza. A maior densidade demográfica da área estava em Juruena seguido de Castanheira. Todos os municípios da área de estudo apresentavam uma densidade demográfica inferior a média para o Estado, com exceção dos municípios de Juína, Castanheira e Juruena (Mato Grosso, 2010a). Estimativa populacional 2008, área e densidade demográfica Município População Área/km² Estado Mato Grosso Micro Região Aripuanã Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso, (2010a). 3.001.692 143.008 20.511 15.089 8.059 31.597 39.708 9.595 3.484 903.347,97 124.123,84 25.048,97 15.959,33 3.948,86 27.947,65 26.251,28 3.190,48 12.653,69 Densidade demográfica hab/km² 3,32 1,15 0,82 0,95 2,04 1,13 1,51 3,01 0,28 Em 2010 a população do Estado era de 3.033.991 habitantes. O número de homens correspondia a 51,05% da população, sendo ligeiramente superior ao das mulheres, que representava 48,95%. Viviam na zona urbana 81,9% da população contra 18,1% na zona rural (Mato Grosso, 2010b). A densidade demográfica da área de estudo se manteve praticamente inalterada na década de 2000 a 2010. Conservando índices inferiores ao observado para o Estado de Mato Grosso e para o Brasil. 38 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 População residente, por sexo, no Estado de Mato Grosso entre 1980 e 2010. Anos População total (hab) 1980 1.131.691 1991 2.027.231 1996 2.235.832 2000 2.504.353 2004 2.759.134 2005 2.807.482 2006 2.866.477 2007 ² 2.854.642 2008 ¹ 3.009.571 2009 ¹ 3.057.261 2010 ³ 3.033.991 Fonte: Mato Grosso (2010b) PNAD (1); Contagem (2); Censo Demográfico (3). Sexo Homem Mulher 594.146 1.048.507 1.154.216 1.287.187 1.379.567 1.421.441 1.453.879 1.452.153 1.535.120 1.533.562 1.548.894 544.545 977.563 1.081.616 1.217.166 1.379.567 1.386.041 1.412.595 1.377.327 1.474.451 1.523.699 1.485.097 Densidade demográfica (hab/km²) 1,26 2,23 2,76 2,76 3,05 3,11 3,15 3,16 3,33 3,38 3,36 Densidade demográfica, 2010. Brasil, Unidade da Federação e Município Densidade demográfica, 2010 Brasil 22,43 Mato Grosso 3,36 Aripuanã 0,76 Brasnorte 0,96 Castanheira 2,22 Colniza 0,94 Cotriguaçu 1,58 Juína 1,49 Juruena 3,48 Rondolândia 0,28 Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010. Em 2010 os municípios de Juína e Colniza, pertencentes a área de estudo, ocupavam o 14º e 20º lugar respectivamente no ranking dos vinte municípios do Estado de Mato Grosso com maior população (Mato Grosso, 2010b). Ranking dos municípios em população, MT/ 2010. Município Censo 2010 Classificação Cuiabá 55.350 1º Várzea Grande 252.709 2º Rondonópolis 195.550 3º Sinop 113.082 4º Cáceres 87.912 5º Tangará da Serra 84.076 6º Sorriso 66.506 7º 39 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Continuação... Município Censo 2010 Classificação Barra do Garças 56.423 8º Primavera do Leste 52.114 9º Alta Floresta 49.233 10º Lucas do Rio Verde 45.545 11º Pontes e Lacerda 41.386 12º Juína 39.260 13º Juara 32.769 14º Guarantã do Norte 32.150 15º Poconé 31.778 16º Barra do Bugres 31.058 17º Colider 30.864 18º Peixoto de Azevedo 30.762 19º Colniza 26.390 20º Fonte: Mato Grosso (2010b). 3. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para medir o nível de desenvolvimento humano dos diversos países do mundo. È uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente infantil. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não indica o “melhor lugar para se viver”. O objetivo é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o PIB – Produto Interno Bruto, que considera apenas a dimensão econômica (Mato Grosso, 2008). Varia de 0 a 1. O índice de desenvolvimento humano de 0,00 até 0,499 é considerado baixo; entre 0,500 e 0,799 é considerado médio; e maior do que 0,800 é considerado alto. Mato Grosso, no ano 2000, foi o 9º Estado brasileiro em IDH, sendo a educação responsável por 60,78% do aumento. Já a renda contribuiu com 25,78% e a longevidade com 13,44%, do crescimento do índice. Em todas as unidades da federação a educação foi o componente que mais influiu no aumento do IDH, sendo que em 21 Estados sua participação foi maior que 50%. O componente longevidade contribuiu positivamente em todos os Estados, variando entre 15,15% e 39,02%. O componente renda apresentou grandes variações quando os Estados são analisados individualmente (Mato Grosso, 2006). Nenhum município de Mato Grosso foi classificado na categoria de índice baixo (inferior a 0,500) no ano 2000. A primeira vista parece uma situação boa, mas essa classificação não mostra com fidelidade a realidade socioeconômica. Na metodologia utilizada para o cálculo, existem apenas três classes: alta, média e baixa; desta forma os intervalos entre cada classe são muito grandes, mascarando essa classificação. Para o cálculo dos índices dos municípios o ideal seria aumentar as classes para cinco, diminuindo cada uma delas (Mato Grosso, 2008). 40 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Evolução do IDH no Brasil e Regiões Especificação Brasil Centro-oeste Mato Grosso 1970 0,494 0,469 0,458 1980 0,734 0,704 0,600 1991 0,787 0,817 0,756 1995 0,814 0,839 0,768 2000 0,766 0,788 0,767 2005 0,802 0,815 0,796 Fonte: Mato Grosso (2010a). O Estado de Mato Grosso no ano 2000 foi considerado o 9º estado brasileiro em IDH, atrás do Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Goiás. Nos últimos 30 anos Mato Grosso vem melhorando este índice. Em 1970 o seu IDH era de 0,458, considerado baixo. No decorrer de 30 anos atingiu índice superior a média brasileira. Entre 1991/2000 os estados brasileiros que mais subiram no ranking foram Ceará, que passou da 23ª colocação para 19ª e Mato Grosso, que passou da 12ª para 9ª posição (Mato Grosso, 2006). Na microrregião de Aripuanã nenhum dos municípios encontrava-se entre os 20 com maior IDH. A variação, em percentual, do IDH dos municípios da área de estudo entre os anos de 1991 e 2000 foi superior aos percentuais observados para o País, para a região Centro-oeste e para o Estado de Mato Grosso (Mato Grosso, 2005). Todos os municípios da área apresentam um IDH considerado médio. Variação de IDH 1991/2000 Região Brasil Centro-oeste Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2005). IDH 1991 0,787 0,817 0,756 0,640 0,674 0,629 0,691 0,666 0,732 - IDH 2000 0,766 0,788 0,767 0,704 0,757 0,730 0,721 0,749 0,751 - Variação % 0,97 0,96 1,01 1,10 1,12 1,16 1,04 1,12 1,03 - O maior índice de IDHM, no Estado de Mato Grosso, no ano 2000 foi do município de Sorriso (0,824), que passou da 6º colocação para o 1º lugar. Neste mesmo ano a capital Cuiabá passou do 3º para o segundo lugar. O índice educação foi responsável pelo acréscimo de IDH na maioria dos municípios do Estado, alçando seu maior valor em Cuiabá (0,938). O maior índice de renda foi alcançado por Sorriso (0,797) e o maior índice por longevidade em Sapezal (0,807). Nos municípios da microrregião de Aripuanã, o aumento do IDH também ocorreu por aumento do índice educação. O maior índice de renda na área de estudo é do município de Juína; o maior índice de educação pertence à Juruena (0.819); e o maior índice de longevidade é de Brasnorte (Mato Grosso, 2010a). 41 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Índice de IDH segundo sua composição, ano 2000. Município IDHM Sorriso 0,824 Cuiabá 0,821 Sapezal 0,803 Brasnorte 0,757 Juruena 0,751 Juína 0,749 Castanheira 0,730 Cotriguaçu 0,721 Aripuanã 0,704 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). Renda 0,797 0,790 0,763 0,701 0,691 0,716 0,650 0,678 0,655 - Longevidade 0,805 0,734 0,807 0,778 0,744 0,732 0,750 0,728 0,715 - Educação 0,869 0,938 0,838 0,792 0,819 0,799 0,791 0,756 0,741 - Ranking 1º 2º 10º 37º 44º 47º 67º 80º 99º - 4. Habitação Segundo o censo demográfico, o deficit habitacional no Estado até o ano 2000 era de 93.734 unidades. Entre os anos de 2000 e 2004 este número subiu para 133.964 moradias. Aproximadamente 13% do déficit estavam concentrados em Cuiabá e Várzea Grande, especificamente no segmento de famílias com renda inferior a 6,5 salários mínimos. Os municípios que apresentavam as mais altas taxas eram: Cáceres, Sinop, Rondonópolis, Tangará da Serra, Alta Floresta, Barra do Garças, Juína e Sorriso (Mato Grosso, 2006). Em 2005 houve uma redução significativa em relação ao ano anterior, porém em 2006 volta a aumentar, mas mantém-se inferior ao ano 2004 (Mato Grosso, 2008). Deficit habitacional estimado no Estado de Mato Grosso Ano Unidades habitacionais 2000 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Mato Grosso (2006); Mato Grosso (2008). 93.734 107.198 11.744 133.964 118.207 127.000 As principais causas dessa redução foram a execução de vários programas como: Fundo Estadual de Habitação (FETAB); Bolsa de Material de Construção (BMT); Prosol; Casa Fácil; Lions e Programa de Arrendamento Residencial (PAR) (Mato Grosso, 2008). Entre os anos de 2003 e 2006 o Governo do Estado de Mato Grosso viabilizou a entrega de aproximadamente 32 mil moradias. Casas construídas pelo programa habitacional do Governo do Estado (2003-2006) Especificação FETAB BMC MM/Prosol PAR Casa Fácil * 2003 3.525 1.475 371 704 0 2004 5.238 2.454 1.495 3.005 1.632 2005 69 298 0 1.960 0 2006 812 366 0 2.146 0 Total 9.644 4.593 1.866 7.815 1.632 42 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Especificação INCRA/INTERMAT * Lions * Meu teto * Total 2003 1.852 0 0 7.927 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2004 3.574 0 0 17.398 2005 200 64 0 2.591 2006 0 0 600 3.924 Continuação... Total 5.626 64 600 31.840 Fonte: Mato Grosso (2008). Nota:* Recursos do Governo Estadual e Federal. As principais metas eram adquirir em parceria com os municípios terras para reassentamento de famílias em áreas de risco e baixa renda; articular junto com o Governo Federal a construção e a restauração de residências para população com renda de zero a três salários mínimos, com parcelas fixas de no máximo 10% da renda familiar; articular com o Governo Federal a construção e a restauração de residências para população com renda de três a cinco salários mínimos, com parcelas de no máximo 20% da renda familiar; construir infra-estrutura e equipamentos sociais nos loteamentos, conforme a necessidade da população atendida; e construir 20.000 residências para famílias com renda de até um salário mínimo, até 2006 (Mato Grosso, 2006). No Estado de Mato Grosso no ano 2004, o total de moradias era de 787.620 unidades, assim discriminadas: 757.921 casas, 23.099 apartamentos e 6.600 cômodos. Quanto à condição de ocupação desses domicílios 535.530 eram próprios, 118.126 alugados e 127.364 eram cedidos (Mato Grosso, 2006). Tipo de domicílio e ocupação em 2004 Local Total Casa Mato 787.620 757.921 Grosso Centro3.745.500 3.438.776 oeste 511.752.528 46.274.666 Brasil Fonte: Mato Grosso (2006). Tipo Apto Cômodo Próprio Condição de ocupação Alugado Cedido 23.099 6.600 535.530 118.126 127.364 6.600 272.995 5.299.404 33.729 248.458 2.444.726 51.752.528 729.954 7.991.831 534.604 5.360.427 25.807 254.988 Outras Em 2006 havia um deficit de 6,6 milhões de moradias no Brasil, dos quais 83% concentrados em famílias com renda mensal de até três salários mínimos. O Estado de Mato Grosso apresentava um deficit neste ano de 127.000 moradias (13,19%) (Mato Grosso, 2008). Número de domicílios por localização e população residente em 2006 Total Brasil 54.679.074 Centro-oeste 3.971.421 Mato Grosso 835.707 Fonte: Mato Grosso (2008). Domicílios Urbana 46.360.458 3.420.036 637.186 Rural 8.318.616 551.385 198.521 Total 186.362.230 13.226.104 2.856.806 População residente Urbana 155.193.826 11.428.871 2.189.050 Rural 31.168.404 1.797.133 667.756 Em 2009 a situação era a seguinte: o total de moradias era de 953.883 unidades, assim discriminadas: 909.232 casas, 38.329 apartamentos e 6.322 cômodos. Quanto à condição de 43 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ocupação desses domicílios: 670.951 eram próprios, 158.061 alugados e 109.461 eram cedidos, e em outras condições 15.410 (Mato Grosso, 2010b). Tipo de domicílio e ocupação em 2009 Local Mato Grosso Centrooeste Brasil Casa Tipo Apto Cômodo Próprio 953.883 909.232 38.329 6.322 670.951 158.061 109.461 15.410 4.345.685 3.958.844 342.999 43.842 2.843.475 931.269 259.526 41.415 58.577.357 52.261.503 6.090.791 225.063 43.135.958 9.951.693 5.176.039 313.667 Total Condição de ocupação Alugado Cedido Outras Fonte: Mato Grosso (2010b). Os critérios para considerar os domicílios como adequados, segundo o IBGE, são o acesso a redes de serviços urbanos. Mesmo com a evolução destes serviços, no Estado de Mato Grosso, no decorrer dos anos ainda existe grande deficiência. Em 2001 a coleta de lixo tinha cobertura de 64,31% dos domicílios passando a 70,81 em 2006. A água encanada atingia 56,85% dos domicílios em 2001 e aumenta para 62,74 em 2006. Quanto ao esgotamento sanitário, em 2001 apenas 7,36% dos domicílios do Estado contavam com acesso a rede. Em 2006 este percentual atingiu 13,01% (Mato Grosso, 2008). Evolução do déficit habitacional no Estado de Mato Grosso 2000 2004 2006 97.650 133.964 127.000 12,79% 14.53% 13.19% 2008 116.629 12.65% 2009 124.871 13.09% Fonte: Mato Grosso (2010b). Além da carência de moradia há o chamado deficit qualitativo, formado por moradias que apresentam deficiências de acesso a infraestrutura ou adensamento excessivo. Trata-se de famílias que não necessitam, com prioridade, de uma nova moradia, mas intervenções para condições dignas para sua habitação. De fato, não há verdadeiramente política pública para o setor habitacional. O que existe são programas pontuais nas esferas federal, estadual e municipal, na maioria das vezes descoordenados entre si. As ações governamentais são sempre insuficientes e defasadas no tempo, e mesmo quando implementadas padecem de descontinuidade. Em consequência disso são editadas constantemente leis visando dar sustentação política aos programas emergenciais. Em 2008, durante o trabalho de campo, constatou-se que o município de Aripuanã possuía um Conselho de Habitação composto por 8 membros, que trabalhavam em parceria com a Secretaria Municipal de Ação Social. O déficit habitacional da cidade era de residências para 350 famílias, número este de inscritos nos programas de aquisição de casa própria da Prefeitura. O Conselho de Habitação foi criado em 2008. Na ocasião, em parceria com o governo de Estado a Prefeitura construiu 50 casas para famílias com renda de até R$ 350,00 mensais. Os moradores permanecem nas casas por 18 anos antes de receber o titulo de propriedade. Encontrava-se em fase de aprovação o programa “Tô feliz”, que pretendia construir 160 casas, com recursos do 44 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 FGTS através da Caixa Econômica Federal e contrapartida da Prefeitura de Aripuanã. Eram moradias com uma sala, um quarto, cozinha e banheiro, para famílias de baixa renda. Conjunto habitacional O programa estadual de fornecimento de bolsa de material de construção, para os proprietários de terreno estava suspenso, devido a experiências negativas registradas em outros municípios. Seriam liberados pela prefeitura recursos para a aquisição de 35 kits sanitários, a ser instalados no Jardim Planalto. A Prefeitura construiu a Casa do Idoso, que em 2008 abrigava quatro moradores. Em 2008, existia o projeto da Prefeitura de Aripuanã para a construção de 160 casas para pessoas de baixa renda em terreno localizado ao lado da Escola São Gonçalo. Outro loteamento seria feito na ampliação do Bairro Planalto, que já estava com as ruas demarcadas. Faltava recursos para instalação de água e energia (Secretaria de Planejamento de Aripuanã, 2008). De acordo com vários entrevistados durante o trabalho de campo, em maio de 2008, Aripuanã apresentava carência de casas para morar, devido a demanda ocasionada com a vinda dos trabalhadores que construíram a Usina Águas da Pedra. As casas vagas da cidade foram ocupadas e o valor de seus alugueis subiu muito. Vários terrenos desocupados da cidade também foram comprados, por preços acima do vigente no mercado imobiliário da cidade. A empresa construtora da Usina de Dardanelos construiu 10 casas para seus funcionários mais graduados, em terreno cedido pela Prefeitura, que foram doados a cidade após o término do empreendimento. Em 2011, durante trabalho de campo, entramos em contato com a Secretaria de Ação Social e recebemos a informação que Aripuanã possuía um déficit de 300 unidades habitacionais. São para famílias que não possuem terreno ou cujas casas, geralmente de madeira, se encontram em situação precária, necessitando ser reconstruídas. Estas unidades serão destinadas prioritariamente para famílias carentes, cujo chefe é do sexo feminino, que tenham prole 45 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 numerosa; e para famílias cujo chefe é idoso. Os cadastros já estão feitos sendo 90% constituído de mulheres. Na gestão anterior foram entregues 50 casas do Conjunto Residencial Boa Esperança I. A segunda fase, o Conjunto Residencial Boa Esperança II foi construído com financiamento da Caixa Econômica Federal, com recursos do FGTS. Possuí 99 unidades habitacionais e se encontra em fase de entrega. A ocupação se fará de acordo com cadastro já existente. Pulverizados pela cidade encontravam-se 30 casas em fase de execução de obra, para famílias que possuem terreno próprio. Fazem parte do programa “Minha casa, minha vida” do Governo Federal em parceria com os Governos Estaduais e Municipais. Para o ano de 2012, a Prefeitura Municipal de Aripuanã tem a intenção de construir 120 casas, em parceria com o programa “Meu Lar”. Os cadastros dos já foram enviados para a Caixa Econômica Federal. A Prefeitura contratou uma empresa especializada em Cuiabá para a elaboração do Plano Municipal de Habitação. Sem este instrumento, ela não consegue mais viabilizar recursos para financiamento de novas unidades habitacionais. 5. Saneamento Saneamento é o conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria. Outras atividades de saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho, de lazer e habitações. Normalmente qualquer atividade de saneamento tem os seguintes objetivos: controle e prevenção de doenças, melhoria da qualidade de vida da população, melhorar a produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. Dentre os critérios considerados para classificar os domicílios como adequados, segundo o IBGE, o principal parâmetro é o acesso a redes de serviços urbanos. Um sistema de abastecimento de água caracteriza-se pela retirada da água da natureza, adequação de sua qualidade, transporte até os aglomerados humanos e fornecimento a população em quantidade compatível com suas necessidades. Pode ser concebido para atender a pequenos povoados ou a grandes cidades, variando nas características e no porte de suas instalações. Representa o conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos. A água com canalização interna é um componente de medição de domicílios adequados. Em Mato Grosso, no ano 2001 atingia 56,85% dos domicílios. Em 2006 sua participação aumenta para 62,74%, menor que a média do Brasil que nesse ano atingiu 81,07% (Mato Grosso, 2008). Em 2009 o Estado apresentava uma cobertura de 72,74% dos seus domicílios com canalização interna ligada a rede geral, atendimento inferior a média do Brasil que nesse ano contava com 83,05% de seus domicílios providos com este serviço (Mato Grosso, 2010b). 46 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Percentual de domicílios atendidos por serviços de água – 2001-2009, MT Descrição 2001 2002 2006 2007 2008 2009 Com canalização interna – rede geral Com canalização interna – outra rede Sem canalização 77,83 Brasil 79,12 81,07 81,57 82,31 83,05 9,49 9,62 10,16 10,27 10,32 10,1 25,36 8,16 7,36 6,85 Com canalização interna – rede geral Com canalização interna – outra rede Sem canalização 72,11 22,51 8,77 Centro-oeste 74,19 78,46 80,03 80,83 82,4 18,25 18,08 17,91 16,26 16,87 14,66 19,28 3,71 2,30 2,93 Com canalização interna – rede geral Com canalização interna – outra rede Sem canalização Fonte: Mato Grosso (2010b). 56,85 15,47 3,64 Mato Grosso 61,06 62,74 65,35 68,80 72,74 22,46 21,17 26,79 26,28 26,09 20,13 41,36 35,54 10,46 8,36 5,11 7,13 A importância do sistema de abastecimento de água pode ser considerada no aspecto social, proporcionando a melhoria da saúde e das condições de vida de uma comunidade; diminuindo da mortalidade em geral, principalmente da infantil; aumentando a esperança de vida da população; diminuindo a incidência de doenças relacionadas à água; implantando hábitos de higiene na população; facilitando a implantação e melhoria da limpeza pública; melhorando os sistemas de esgotos sanitários; proporcionando conforto e bem-estar; e melhorando as condições de segurança. Quanto aos aspectos econômicos propicia o aumento da vida produtiva dos indivíduos economicamente ativos; diminui gastos particulares e públicos com consultas e internações hospitalares; favorece instalações de indústrias, onde a água é utilizada como matéria-prima ou meio e operação; incentiva a indústria turística em localidades com potencialidades para seu desenvolvimento (Rezende e Heller, 2002). Fluoretação é um tratamento da água que consiste na adição de pequenas quantidades de fluor. No Brasil existem dificuldades para o controle da dosagem correta do flúor na água de abastecimento. O flúor presente constantemente na água ingerida participa dos ciclos de desmineralização e remineralização do esmalte dentário, atuando de forma terapêutica e preventiva, tendo sido atribuída a fluoretação das águas uma redução de 30 a 60% na incidência da cárie dentária. Para alcançar os efeitos preventivos, os teores adequados precisam ser mantidos permanentemente, pois a interrupção temporária ou definitiva e teores de flúor abaixo do recomendado acarretam a perda do benefício pela população. Contudo essas estatísticas não se vêm na pratica. Com o advento do flúor tópico dos cremes dentais, a eficácia do flúor sistêmico despencou e o efeito primário passou a ser local, predominantemente. Isso devido ao fato da cárie ser uma doença multifatorial, o excesso de açucar, a desnutrição, a falta de higiene adequada e em último, um consumo pobre de fluoreto, resultam em sua aparição. 47 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sistemas adequados de abastecimento de água trazem como resultado uma rápida e sensível melhoria da saúde e das condições de vida de uma comunidade, principalmente pelo controle e prevenção de doenças, promoção de hábitos higiênicos e da limpeza pública. Esses efeitos benéficos se acentuam com a implantação e a melhoria dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários Como consequência da utilização de água para abastecimento, há a geração de esgotos. Caso não seja dada uma adequada destinação aos mesmos, estes acabam poluindo o solo, contaminando as águas superficiais e subterrâneas e freqüentemente passam a escoar a céu aberto, constituindo-se em perigosos focos de disseminação de doenças. Com a construção do sistema de esgotos sanitários em uma comunidade, procura-se atingir os seguintes objetivos: coleta dos esgotos individual ou coletiva; afastamento rápido e seguro dos esgotos sejam através de fossas ou sistemas de redes coletoras; tratamento e disposição sanitariamente adequada dos esgotos tratados. Como benefício tem-se: melhoria das condições sanitárias locais; conservação dos recursos naturais; eliminação de focos de poluição e contaminação; eliminação de problemas estéticos desagradáveis; melhoria do potencial produtivo do ser humano; redução das doenças ocasionadas pela água contaminada por dejetos; redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta de uma solução adequada de esgotamento sanitário; diminuição dos custos no tratamento de água para abastecimento (que seriam ocasionados pela poluição dos mananciais) (Rezende e Heller, 2002). Em 2001 no Estado de Mato Grosso apenas 7,36% dos domicílios tinham acesso a rede de coleta. Em 2006 esse percentual atinge 13,01%, bem inferior a média do Brasil que era 48,48% (Mato Grosso, 2008). Mesmo com a evolução desse serviço no decorrer dos anos, ainda há uma grande deficiência desse segmento em Mato Grosso. Em 2009 apenas 11,6% dos domicílios tinha rede de coleta de esgoto; atendimento bem inferior a média do Brasil, que apresentou neste ano uma cobertura de 52,53% (Mato Grosso, 2010b). Percentual de domicílios atendidos por esgotamento sanitário 2001-2009, MT. Descrição Tinham rede de coleta Tinham fossa séptica Tinham outro Não tinham Tinham rede de coleta Tinham fossa séptica Tinham outro Não tinham Tinham rede de coleta Tinham fossa séptica Tinham outro Não tinham Finte: Mato Grosso (2010b). 2001 2002 Brasil 45,41 46,46 21,34 21,67 25,59 25,12 7,64 6,74 Centro-oeste 30,79 31,69 12,91 13,30 52,18 52,05 4,12 2,98 Mato Grosso 7,36 8,95 30,54 37,86 54,79 48,35 7,31 4,84 2006 2007 2008 2009 48,27 22,08 24,79 4,85 51,1 22,3 22,14 4,47 52,5 20,7 23 3,88 52,53 3,56 3,53 98,48 10,61 53,88 1,52 98,13 12,48 50,84 1,87 98,9 10,9 50,4 1,14 99,15 0,62 0,85 13,01 21,16 62,24 3,59 9,76 16,32 68,27 5,66 18,5 34,9 43,8 2,76 11,06 1,08 1,78 48 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água e apenas 0,1% de sólidos. E devido a essa fração de 0,1% de sólidos que ocorrem os problemas de poluição das águas, trazendo a necessidade de se tratar os esgotos. A característica dos esgotos gerados por uma comunidade é função dos usos aos qual a água foi submetida. Esses usos e a forma com que são exercidos variam com o clima, situação social e econômica e hábitos da população. O processo de tratamento do esgoto consiste em separar a parte líquida da parte sólida e tratar cada uma delas separadamente, reduzindo ao máximo a carga poluidora, de forma que elas possam ser dispostas adequadamente, sem prejuízo ao meio ambiente. As Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) reproduzem num menor espaço e tempo, a capacidade que os cursos de água têm naturalmente de decompor a matéria orgânica. As fossas sépticas ou filtros anaeróbios são muito usados no Brasil, no meio rural e em comunidades de pequeno porte. Os sólidos em suspensão se sedimentam no fundo da fossa séptica e formam o lodo onde ocorre a digestão anaeróbia. O líquido se encaminha para o filtro anaeróbio que possui bactérias que crescem aderidas a uma camada suporte formando a biomassa, que reduz a carga orgânica dos esgotos. No reator anaeróbio de fluxo ascendente (RAFA) a biomassa cresce dispersa no meio e não aderida como nos filtros. Esta biomassa, ao crescer, forma pequenos grânulos, que por sua vez tendem a servir de meio suporte para outras bactérias. O fluxo do líquido é ascendente e são formados gases – metano e gás carbônico, resultantes do processo de fermentação anaeróbia. As lagoas de estabilização são lagoas construídas de forma simples, onde os esgotos entram em uma extremidade e saem na oposta. A matéria orgânica, na forma de sólidos em suspensão, fica no fundo da lagoa, formando um lodo que vai aos poucos sendo estabilizado. O processo se baseia nos princípios da respiração e da fotossíntese: As algas existentes no esgoto, na presença de luz, produzem oxigênio que é liberado através da fotossíntese. Esse oxigênio dissolvido (OD) é utilizado pelas bactérias aeróbias (respiração) para se alimentarem da matéria orgânica em suspensão e dissolvida presente no esgoto. O resultado é a produção de sais minerais – alimento das algas - e de gás carbônico (CO2). Os efluentes industriais podem exercer uma grande influência no projeto dos sistemas de esgotos sanitários e na operação das estações de tratamento. Para que o tratamento seja eficaz, são necessários que sejam previamente removidos dos despejos industriais os contaminantes que possam causar um os seguintes problemas: toxidez aos microrganismos responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos; toxidez ao tratamento do lodo gerado no tratamento dos esgotos e à sua disposição final; riscos à segurança dos trabalhadores da rede de coleta e interceptação; presença de contaminantes no efluente do tratamento biológico, devido ao fato dos mesmos poderem não ser removidos pelo tratamento (Rezende e Heller, 2002). Para os despejos industriais são possíveis as seguintes soluções: tratamento dos efluentes industriais em estação de tratamento própria e lançamento direto no corpo de água receptor; précondicionamento dos efluentes industriais em estação própria e lançamento em rede pública de coleta, desde que exista estação de tratamento de esgotos para atendimento ao município. 49 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 É considerada uma prática que normalmente surte bons resultados a integração dos despejos industriais com os esgotos domésticos, na rede pública de coleta, para posterior tratamento conjunto na ETE. O lixo é decorrência da atividade humana, visto que em processos da própria natureza toda sobra ou resíduo será transformado. O lixo domiciliar vem das residências e é constituído por restos de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos. Hoje cada brasileiro produz em média quinhentos gramas de lixo por dia e dependendo do lugar que mora e seu poder aquisitivo, podem chegar a mais de um quilo. Sua composição média é de vinte e cinco por cento de papel, quatro por cento de metal, três por cento de vidro, três por cento de plástico e sessenta e cinco por cento de matéria orgânica (Rezende & Heller, 2002). Em 2001 a coleta de lixo em Mato Grosso tinha uma cobertura de 64,31% dos domicílios. Em 2006 há um avanço, passando para 70,81%, sendo a média nacional neste período de 79,61% (Mato Grosso, 2008). Pode-se evidenciar a falta de políticas mais efetivas na área de saneamento básico, constituindo um gargalo para o avanço da melhoria da qualidade de vida da população. O atendimento de coleta de lixo diretamente nos domicílios mato-grossenses atingiu 76,97% em 2009, média inferior ao observado para o Brasil que neste período alcançou 82,10% das residências. Para o Estado são necessárias ações oriundas de políticas públicas que invistam em programas de urbanização e saneamento atendendo as carências da maioria da população. Percentual de domicílios com coleta de lixo 2001-2006, MT. Descrição 2001 Coletado diretamente Coletado indiretamente Outro destino 75,55 7,65 16,79 Coletado diretamente Coletado indiretamente Outro destino 78,33 6,05 15,62 Coletado diretamente Coletado indiretamente Outro destino Fonte: Mato Grosso (2010b). 64,31 5,82 29,87 2002 Brasil 76,50 8,33 15,16 Centro-oeste 80,58 5,25 14,17 Mato Grosso 66,40 6,60 27,00 2006 2007 2008 2009 79,61 7,02 13,37 79,74 7,60 12,66 79,36 8,53 12,1 82,1 6,54 11,37 82,06 5,78 12,17 78,87 9,34 81,79 7,36 85,05 4,81 70,81 4,75 24,44 72,86 2,05 25,09 74,83 4,69 20,48 76,97 3,52 19,51 O lixo comercial é originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários. 50 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O lixo público são aqueles originados dos serviços de limpeza pública urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc. O lixo de serviços de saúde e hospitalar se constitui dos resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc.. São agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X etc.. Resíduos assépticos destes locais, constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de limpezas gerais (pós, cinzas etc.), e outros materiais que não entram em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos anteriormente descritos, são considerados como domiciliares (Rezende e Heller, 2002). O lixo industrial é originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como, metalúrgica, química, petroquímica, agroindústria, alimentícia, etc.. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas, etc.. Nesta categoria, incluise a grande maioria do lixo considerado tóxico. O lixo agrícola são resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc.. Em várias regiões do mundo, estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também as embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final e, por vezes, coresponsabilizando a própria indústria fabricante destes produtos. O entulho é resíduo da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações, etc. Ele é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento. No ano 2000 o município de Aripuanã contava com os seguintes serviços de saneamento básico: uma rede geral de distribuição de água, com um serviço de limpeza urbana e coleta de lixo e drenagem urbana (Mato Grosso, 2007). Tipo de serviço de saneamento básico ano 2000, Aripuanã. Total 1 Rede geral de distribuição de água 1 Rede coletora de esgoto - Limpeza urbana e coleta de lixo 1 Drenagem urbana Fonte: Mato Grosso (2007). 1 51 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Instalação de tubulação na sede (2008) Em 2008, todos os municípios da área de estudo possuíam algum tipo de serviço de saneamento básico. Todos tinham rede de distribuição de água e manejo de resíduos sólidos. O município de Aripuanã era o único a possuir alguns domicílios com rede coletora de esgoto. Os municípios de Colniza, Cotriguaçu e Rondolândia não tinham um programa de manejo das águas pluviais (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Serviço de saneamento básico, 2008. Tipo de serviço Município Aripuanã Brasnorte Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total geral de municípios 1 1 1 1 1 1 1 Total com algum serviço de saneamento básico 1 1 1 1 1 1 1 Rede geral de distribuição de água 1 1 1 1 1 1 1 Rede coletora de esgoto 1 - - - - - - Manejo de resíduos sólidos 1 1 1 1 1 1 1 Manejo de águas pluviais 1 1 - - 1 1 - Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010. 5.1. Água Em 2000 o total de domicílios com alguma forma de abastecimento de água em Aripuanã totalizava 6.483 unidades, sendo 3.507 (54,0%) na zona urbana e 2.976 (46,0%) na zona rural. Na zona urbana predominava o abastecimento através de rede geral em pelo menos um cômodo (1.378 domicílios) e na zona rural a existência de poço ou nascente na propriedade, não canalizada (2.777 propriedades) (IBGE, Censo Demográfico, 2000). Forma de abastecimento em Aripuanã, ano 2000. Forma de abastecimento de água Situação do domicílio Total Urbana Rural Total 6.483 3.507 2.976 Rede geral 1.814 1.754 60 52 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Situação do domicílio Forma de abastecimento de água Total Urbana Rural Rede geral - canalizada em pelo menos um cômodo 1.378 1.331 Rede geral - canalizada só na propriedade ou terreno 436 Poço ou nascente (na propriedade) 423 47 13 4.238 1.504 2.734 Poço ou nascente (na propriedade) - canalizada em pelo menos um cômodo 1.108 575 533 Poço ou nascente (na propriedade) - canalizada só na propriedade ou terreno 353 114 239 Poço ou nascente (na propriedade) - não canalizada 2.777 815 1.962 Outra forma 431 249 182 Outra forma - canalizada em pelo menos um cômodo 47 38 9 Outra forma - canalizada só na propriedade ou terreno Outra forma - não canalizada Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2000. 8 4 4 376 207 169 Em 2000 apenas 1 aglomerado humano do município de Aripuanã contava com abastecimento de água, sendo sua captação superficial e sem tratamento. Não havia captação de água por poço raso ou profundo, proveniente de adutora de água bruta ou de água tratada. A água não era clorada ou fluoretada (IBGE, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico). Tipo de tratamento de água no ano 2000, município de Aripuanã. Total geral do distrito Não convencional Simples desinfecção (cloração) Fluoretação Sem tratamento Abastecimento de água (Unidade) 3 - - - 1 Captação superficial (Unidade) 3 - - - 1 Captação de poço raso (Unidade) 3 - - - - Captação de poço profundo (Unidade) 3 - - - - Água proveniente de adutora de água bruta (Unidade) 3 - - - - - - - - Variável Água proveniente de adutora de água 3 tratada (Unidade) Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico DAE / Depto. de Água e Esgoto (2011) ETA / Estação de Tratamento de Água (2008) 53 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2006 o município de Aripuanã tinha uma rede geral de distribuição de água com 49 km de extensão e 2.750 pontos de ligação. A fonte de captação de água era superficial, recebia tratamento com adição de cloro (95%), havendo um consumo diário de 2.400.000 m³, que beneficiava 11.142 consumidores (60% da população atendida) (Mato Grosso, 2010a). Nenhum dos distritos de Aripuanã contava com água fluoretada no ano 2006. Total de distritos abastecidos com água fluoretada no ano 2000, Aripuanã Total de distritos com existência de pontos de controle - Na saída da unidade de tratamento - Nas pontas de redes - Em outros pontos - Não há pontos de controle - Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico De acordo com dados obtidos durante o trabalho de campo e fornecidos pelo Departamento de Água e Esgoto de Aripuanã, em 2008 a cidade contava com dois pontos de captação de água: o proveniente do córrego Frei Canuto com uma vazão 30 m³/hora, cujas águas eram tratadas na ETA (Estação de Tratamento de Água) do bairro Planalto; e o do rio Aripuanã com uma vazão de 180m³/hora, cujas águas eram tratadas na região central, divididas em duas ETA’s, cada uma com capacidade de vazão de 90m³/hora. Toda a água que abastece a cidade era tratada através do método de cloração, utilizando-se cal hidratada, sulfato de alumínio e hipoclorito de sódio. Eram realizadas diariamente várias análises físico-química da água de abastecimento, coletadas em diferentes pontos da cidade (reservatório, pontas de rede). A análise bacteriológica era feita em Cuiabá (Laboratório Aquanálise) em torno de quatro vezes por semana. As vezes essa avaliação era prejudicada por falta de vôos para levar o material. A rede de distribuição de água favorecia 90% da população que residia na cidade (2.750 domicílios), não alcançando apenas as casas mais distantes da periferia da cidade. Captação de água no rio Aripuanã Ainda conforme informação recebida, o abastecimento de água tratada para a cidade, no ano de 2008, encontrava-se na sua capacidade limite. O município não conseguiria suprir um aumento 54 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] de demanda sem aumentar a sua capacidade de captação. Para 2009 existia a intenção de aumentar a captação, provavelmente do rio Aripuanã, em mais 180 m³/hora, utilizando-se recursos da FUNASA e do Governo de Estado. Em 2010, a forma de abastecimento prioritário de água na zona urbana, na maioria dos municípios da área de estudo se dava por rede geral. Os municípios de Juína e Rondolândia tinham um maior número de domicílios abastecido por poços ou nascentes nas propriedades. Na zona rural a maioria dos domicílios era abastecida por poços ou nascentes nas propriedades, em todos os municípios da área de estudo (IBGE, Censo Demográfico, 2010). De acordo com informação recebida no DAE de Aripuanã (Departamento de Águas e Esgoto), em dezembro de 2011, o município continuava com dois pontos de captação de água para abastecimento da cidade: o Rio Aripuanã com uma vazão de 180m³/por hora e o Córrego Frei Canuto, com uma vazão de 40m³/por hora. Neste último ocorreu um aumento de 10m³/por hora de captação, em relação a 2008. A água continuava sendo tratada na ETA Central para a proveniente do Rio Aripuanã e na ETA Jardim Planalto para a água do córrego Frei Canuto. A capacidade de tratamento das ETA’s se manteve em relação a 2008. O setor industrial continua recebendo água sem tratamento, ou seja, água bruta, pela sobrecarga no sistema. Forma de abastecimento de água na área de estudo, 2010 Urbana Total Rede geral Rural Poço ou nascente na propriedade Poço ou nascente fora da propriedade Rios, açudes, lagos ou igarapés Outra Total Rede geral Aripuanã 3.337 3.138 112 73 8 4 Brasnorte 2.979 2.619 311 16 17 16 1.414 78 Castanheira 1.247 1.183 Colniza 4.436 1.703 Cotriguaçu 1.597 114 2.035 98 Rios, açudes, lagos ou igarapés Outra 1.538 132 260 7 901 46 163 8 57 5 - 2 1.266 19 1.171 66 4 6 161 4 7 3.204 2.837 161 200 5 1.271 210 - 1 2.700 196 1.519 823 153 2 2 1.267 143 48 - 1.211 10 1.052 48 85 16 487 139 20 3 Juína 10.454 4.052 6.262 110 19 11 1.476 1.973 1.461 489 20 1 2 164 84 - - 18 Poço ou nascente fora da propriedade 2.561 Juruena Rondolândia 290 Poço ou nascente na propriedade 680 1 - Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010. Existe a intenção de se concentrar a coleta no Rio Aripuanã, já que no Córrego Frei Canuto a previsão de captação no futuro pode estar comprometida em decorrência da instalação de um loteamento na sua cabeceira e a suspeita de contaminação. O número de ligações em rede geral, em 2011, alcançava 97% dos pontos de ligação. Os restantes 3% recebiam água de poços semi-artesianos, geralmente instalados em escolas, postos de gasolina, etc. A profundidade destes poços varia de 40 a 80 metros. A demanda de água tratada continuava sendo maior do que a capacidade de distribuição, principalmente em bairros mais afastados, como o Jardim Planalto. 55 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O Jardim Planalto apresentava um deficit aproximado de 20 mil litros de água por dia. Para seu abastecimento é necessário a inversão de fluxo do centro para o bairro. Tal procedimento demanda um consumo de energia grande, que encarece o fornecimento. Existem projetos na FUNASA para ampliação e melhorias nas ETA’S, construção de novas adutoras no Rio Aripuanã e ligações domiciliares no centro. Atualmente não existe nenhum tratamento de água em Conselvan (localidade mais populosa de Aripuanã fora da sede). Serão necessários recursos (via FUNASA) no valor de R$ 3.613.000,00 para instalação de 1.200 pontos de ligação de água. 5.2. Esgoto O escoamento sanitário em Aripuanã no ano 2000 era predominantemente constituído de fossa rudimentar, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Apenas 6 domicílios na zona urbana contavam com rede geral de esgoto ou pluvial. Do total de domicílios no município, 1.434 localizados na zona rural não tinham banheiro, nem sanitário (IBGE, Censo Demográfico). Em 2006, Aripuanã ainda não possuía rede ou tratamento de esgoto (Mato Grosso, 2010a). Tipo de esgotamento sanitário por domicílio no ano 2000, Aripuanã. Tipo de esgotamento sanitário Situação do domicílio Total Urbana Rural 6.483 3.507 2.976 6 6 - Fossa séptica 1.283 1.246 37 Fossa rudimentar 3.573 2.087 1.486 Vala 22 9 13 Rio, lago ou mar 3 1 2 Outro escoadouro 6 2 4 1.590 156 1.434 Total Rede geral de esgoto ou pluvial Não tinham banheiro nem sanitário Fonte: IBGE - Censo Demográfico Conforme dados coletados, em 2008, no departamento de Água e Esgoto de Aripuanã, apenas 32 domicílios da cidade tinham rede de esgoto, mas a coleta ainda não estava sendo efetuada, por falta de documentação da SEMA (Secretaria Estadual do meio Ambiente). Os demais domicílios tanto da zona urbana quanto da zona rural possuíam fossa séptica. Para 2009 existia a previsão de ampliação da rede com mais 500 ligações. Em torno de 50% da cidade tinha rede de captação de águas pluviais. Conforme observação de trabalho de campo, em 2008 o município de Aripuanã tinha construído lagoas de estabilização, mas que ainda não estavam em funcionamento. Em 2008 existia o projeto de construção de duas subestações para bombeamento de esgoto para as lagoas de decantação, que já estavam construídas (Secretaria de Obras Públicas e Serviços Urbanos de Aripuanã, 2008). 56 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2010 a maioria dos domicílios da área de estudo contava com banheiro de uso exclusivo, com fossa rudimentar. Podia-se verificar escoamento através de fossa séptica, em todos os municípios, sendo o maior percentual encontrado em Juruena (31%). Nos demais municípios este valor não chegava a 10% dos domicílios: Brasnorte (8,7%), Castanheira (7,6%), Juína (7,1%), Rondolândia (4,7%), Cotriguaçu (4,6%), Colniza (4,1%) e, com o menor percentual Aripuanã (2,6%) (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Futura Estação de Tratamento de Esgoto – ETE (2008). Neste mesmo ano, não existia rede geral de escoamento de esgoto nos municípios de Colniza, Cotriguaçu e Rondolândia. Nos demais municípios esta rede representava um percentual bastante pequeno, sendo que no município de Juruena alcançava o maior número de domicílios (2,6%). Em seguida vinha Aripuanã (1,7%), Juína (0,9%), Brasnorte (0,7%) e finalmente Castanheira (0,6%) (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Em todos os municípios da área de estudo, em 2010, ainda existiam domicílios que não tinham banheiro ou sanitário. Este percentual era maior em Rondolândia (6,49%), seguido de Colniza (4,76%), Castanheira (4,25%), Brasnorte (2,3%), Juruena (1,97%), Aripuanã (1,7%), Juína (0,9%) e em menor número Cotriguaçu (0,27%) (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Existência de banheiros ou sanitários e esgotamento sanitário, 2010. Município Existência de banheiro ou sanitário e esgotamento sanitário Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total 5.372 4.393 2.513 7.640 4.297 11.930 3.184 970 Tinham banheiro - de uso exclusivo do domicílio 4.736 3.964 2.294 5.553 4.188 11.391 2.887 676 Tinham banheiro - de uso exclusivo do domicílio - rede geral de esgoto ou pluvial 81 28 16 - - 107 76 - Tinham banheiro - de uso exclusivo do domicílio fossa séptica 127 334 176 228 195 814 896 32 Tinham banheiro - de uso exclusivo do domicílio - fossa rudimentar 4.470 3.580 2.028 5.173 3.943 10.416 1.822 621 57 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Continuação... Município Existência de banheiro ou sanitário e esgotamento sanitário Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Tinham banheiro - de uso exclusivo do domicílio - vala 13 13 32 66 16 31 - 20 Tinham banheiro - de uso exclusivo do domicílio - outro 44 - 39 78 28 15 87 - Tinham sanitário 543 324 112 1.723 97 430 234 231 - - - - - 16 - - Tinham sanitário - fossa rudimentar 271 208 61 1.262 32 248 141 202 Tinham sanitário - vala 229 24 - 90 - 40 19 23 Tinham sanitário - outro 41 84 42 368 57 122 70 - Não tinham banheiro nem sanitário 93 105 107 364 12 109 63 63 Tinham sanitário - fossa séptica Fonte: IBGE - Censo Demográfico Em 2011, recebemos informação da Secretaria de Obras de Aripuanã, que estão previstos o recebimento de R$ 2.400.000,00 do PAC I para obras de construção de duas estações elevatórias, que serão interligadas as lagoas de tratamento. Cada uma deve receber 150 ligações. Para o PAC II serão solicitados recursos para a ligação das casas ao sistema. Serão necessárias a construção de 4 a 5 estações elevatórias para ser ter cobertura de 100% do município. Durante o trabalho de campo em dezembro de 2011, soubemos que existia uma carência na cidade de banheiros instalados em contigüidade (dentro) das casas. Para suprir esta necessidade criou-se o fornecimento de material, denominado pela Prefeitura de “kit banheiros”. São construídos recintos com a dimensão de 1,5 metros por 2,0 metros, de alvenaria, com fossa, vaso sanitário, pia e ponto para chuveiro. Na gestão anterior, com recursos da FUNASA, foram entregues 32 kits. Durante esta gestão, com recursos próprios foram distribuídos alguns materiais. Existe uma demanda de aproximadamente 100 kits para atender a zona urbana e periferia da cidade. No início de 2011, em caráter emergencial, aproximadamente 20 casas do Conjunto Residencial Boa Esperança I receberam a instalação imediata de rede de esgoto. Em decorrência do volume de chuvas as fossas transbordaram, causando sérios problemas para a população. 5.3. Lixo No ano 2000 o município de Aripuanã contava com 6.483 domicílios, sendo 3.507 na zona urbana e 2.976 na zona rural. O lixo era coletado em 2.103 domicílios da zona urbana e em 6 da zona rural. Em 47 domicílios da zona urbana e em 1 da zona rural, o lixo era coletado por caçamba de serviço de limpeza. Em 1.161 propriedades urbanas e 2.220 propriedades rurais o lixo era queimado na propriedade. Era enterrado em 76 propriedades urbanas e 129 rurais; jogado em terreno baldio ou logradouro em 155 propriedades urbanas e 613 rurais; em 2 propriedades rurais era jogado no rio ou lago; e tinha outro destino em 18 propriedades urbanas e 6 rurais (IBGE, Censo Demográfico). Na zona urbana a predominância do destino do lixo era a 58 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] coleta por serviço de limpeza e depositado em lixão, situado fora do perímetro urbano da cidade. O segundo meio mais utilizado era a queima do lixo na propriedade. A quantidade diária de lixo depositada no lixão era de 10 toneladas. Na zona rural o destino do lixo era predominantemente a queima. Outra forma era jogar em terreno ao redor da casa. Lixão (2008). Destino do lixo, na zona urbana e rural, ano 2000, Aripuanã. Destino do lixo Situação do domicílio Total Urbana Rural Total de domicílios 6.483 3.507 2.976 Coletado 2.103 2.097 6 Coletado por serviço de limpeza 2.055 2.050 5 Coletado em caçamba de serviço de limpeza Queimado (na propriedade) 48 47 1 3.381 1.161 2.220 Enterrado (na propriedade) 205 76 129 Jogado em terreno baldio ou logradouro 768 155 613 Jogado em rio ou lago 2 - 2 Outro destino Fonte: IBGE - Censo Demográfico 24 18 6 Áreas de disposição do lixo no ano 2000, município de Aripuanã. Dentro do perímetro urbano - próximo às residências - Dentro do perímetro urbano - próximo a áreas com atividade agropecuária Dentro do perímetro urbano - próximo a áreas de proteção ambiental - Dentro do perímetro urbano - outras áreas - Fora do perímetro urbano - próximo às residências - Fora do perímetro urbano - próximo a áreas com atividade agropecuária 1 Fora do perímetro urbano - próximo a áreas de proteção ambiental - Fora do perímetro urbano - outras áreas - Sem declaração - Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 59 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2005 o município de Aripuanã coletava 17.000 kg por dia de lixo, beneficiando 2.950 domicílios, na sede (Mato Grosso, 2007). Quantidade diária de lixo coletado, 2005. Município Coleta de lixo Aripuanã Sim Fonte: Mato Grosso (2007). Peso (kg/dia) 17.000 Volume - Usuário 2.950 No lixão o lixo é depositado deliberadamente a céu aberto e não recebe nenhuma forma de tratamento. Com isso, há liberação de gás metano (gás oriundo da decomposição de matérias orgânicas, extremamente poluente e tóxico) e chorume (líquido de cor negra que se forma no lixo pelo acúmulo de água, no caso, decorrente das chuvas, e provocador do mau cheiro). Ambos, gás metano e o chorume, são extremamente poluentes e tóxicos, o primeiro polui o ar e o segundo representa forte ameaça aos lençóis freáticos e rios. Além de gerar poluentes, o lixão atrai uma série de animais vetores, como ratos, baratas e outros insetos, responsáveis pela transmissão de diversas doenças graves. Queimar o lixo é uma medida tomada que visa reduzir o volume e peso do lixo, transformando-o em cinzas. Não é aconselhável porque há emissão de dióxido de carbono e liberação de substâncias tóxicas que, se não controladas, causam problemas sérios à saúde. O aterro sanitário é a mais nova tecnologia para destinação do lixo. Consiste em uma área especialmente preparada para receber o lixo. Recebe alto investimento com relação à infraestrutura – seu solo é inteiramente impermeabilizado, o que evita que o chorume contamine o subsolo e conseqüentemente aqüíferos. Em 2008 eram produzidas 100 toneladas de lixo por mês no município de Aripuanã. A coleta era realizada diariamente nos restaurantes e nos mercados e em dias alternados nas residências (Secretaria de Obras Públicas e Serviços Urbanos de Aripuanã) Conforme observado em maio de 2008, durante o trabalho de campo em Aripuanã, existia coleta de lixo na zona urbana (sem coleta seletiva) que era encaminhado para o lixão, distante aproximadamente 3 km da sede. Existia um projeto para construção de um aterro sanitário. Estava em estudo sua localização, pois o terreno destinado a sua construção não mantinha um adequado afastamento do campo de aviação da cidade. O lixo hospitalar era coletado separadamente e depositado em uma vala a parte no lixão e queimado. A cidade contava com um incinerador para lixo de material biológico que foi fechado pela SEMA. A coleta de lixo ocorre geralmente na zona urbana. Na área de estudo em 2010, nem todos os domicílios possuíam este serviço. O município que apresentou o maior percentual de coleta foi Juína (80%), seguido de Brasnorte (68%), Aripuanã (62%), Juruena (58,6%), Colniza (49,4%), Castanheira (47,5%), Cotriguaçu (37,4%) e Rondolândia (28,1%). A coleta se fazia por serviço de limpeza. O uso de caçamba era muito pequeno em todos, sendo que o percentual maior de domicílios favorecido por este meio se encontrava em Cotriguaçu (31,6%) e depois Colniza (14%), Brasnorte (11,5%), Aripuanã (7%), Juína (3,2%), Rondolândia (2,1%), Juruena (1,9%) e Castanheira (0,4%). Um percentual do lixo das áreas urbanas era descartado em terrenos baldios. 60 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O município com maior percentual desta prática era Rondolândia (10,9%), provavelmente por apresentar o menor percentual de coleta por serviço de limpeza. Os demais municípios também tinham descarte em terrenos baldios em menor proporção: Aripuanã (2,49%), Castanheira (1,98%), Colniza (1,89%), Cotriguaçu (1,5%), Juína (1,13%), Juruena (0,5%) e Brasnorte (0,3%). (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Na zona rural, em todos os municípios, o lixo era queimado na maioria dos domicílios. Ocorria em maior proporção em Rondolândia (53,8%), seguido de Cotriguaçu (523,7%), Colniza (40,3%), Castanheira (39,7%), Aripuanã (32,9%), Juruena (24,15%), Brasnorte (20,5%) e Juína (12,48%) (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Coleta e destino do lixo, 2010 Destino do lixo Total Coletado Coletado por serviço de limpeza Coletado em caçamba de serviço de limpeza Queimado (na propriedade) Enterrado (na propriedade) Jogado em terreno baldio ou logradouro Jogado em rio, lago ou mar Outro destino Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 5.372 4.393 2.513 7.640 4.297 11.930 3.184 970 3.371 3.007 1.196 3.779 1.609 9.605 1.868 273 3.134 2.661 1.191 3.312 1.222 9.296 1.832 267 237 346 5 467 309 36 6 1.772 901 999 3.085 2.266 1.490 769 522 88 374 181 368 337 531 206 63 134 14 50 145 65 135 16 106 - 1 1 2 2 2 - - 7 96 86 261 18 167 325 6 387 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010. De acordo com informação recebida durante trabalho de campo em 2011, existia um acordo para a construção de um aterro sanitário no município de Aripuanã. Seria executada pela empresa Águas da Pedra, como parte da compensação social pela construção da usina. A obra só não se concretizou por que a prefeitura de Aripuanã não conseguiu disponibilizar um terreno que tivesse a documentação regularizada. O lixo continua sendo depositado no lixão, que fica a 3 km da sede do município, sem haver separação e não existe lugar adequado para depósito do lixo hospitalar. Até 2014 todos os municípios devem ter aterro sanitário. Em Aripuanã, no início de 2010 começou a se pensar na criação da Associação dos Catadores de Lixo. Tal entidade se constituiu com parceria da Usina Águas da Pedra. A mesma foi criada pela Lei nº 944/2011, tem CNPJ e era reconhecida com certificado de utilidade pública. 61 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Contava com 15 sócios-membros e estava lotada em barracão emprestado, onde eram armazenados pneus, papelão, latinhas, garrafas pet, plásticos e material ferroso. A associação participava de eventos no município como festivais e rodeios, para arrecadar fundos para construção de sede própria. Contava com apoio da Prefeitura e da SEMA. Necessitava de barracão, equipamentos, carrinhos e veículos. 6. Educação O Estado de Mato Grosso prioriza a ampliação da educação com universalização da educação básica e elevação do nível e da qualidade dos ensinos fundamental e médio, contemplado as seguintes estratégias: reestruturação da gestão do sistema educacional, fortalecimento da educação rural e regional e melhoria da infraestrutura da rede física escolar das escolas públicas (Mato Grosso, 2010b). Essas políticas medem condições básicas de funcionamento de um sistema educacional por meio da escola que vem se constituindo em um novo foco da política educacional. Dentre as medidas adotadas demonstram-se a capacidade do Estado de dar continuidade as políticas socioeconômicas de melhorar os indicadores da área de educação principalmente quanto ao acesso, aprendizagem, permanência e conclusão do ensino básico. Os melhores resultados obtidos quanto ao aumento das unidades escolares são referentes a rede pública municipal que agregou mais escolas em 2009, perfazendo 57,17% do total. Um desempenho mais modesto coube a rede particular com 18,65%, que congrega quase todos os alunos de melhor posição social. A rede municipal de escolas encontra-se mais articulada com programas de gestão pública, implicando diretamente no processo educacional. Unidades escolares por dependência administrativa 1999-2009 Ano Unidades escolares Total Federal Estadual Municipal 1999 3.326 3 600 2.381 2000 3.243 3 603 2.312 2001 3.110 3 603 2.2003 2002 2.973 3 603 2.045 2003 2.924 3 610 1.989 2004 5.309 3 1.352 3.306 2005 5.408 3 1.373 3.368 2006 4.303 3 985 2.673 2007 4.200 3 1.013 2.530 2008 4.335 3 1.043 2.444 2009 4.250 5 1.022 2.430 Particular 342 325 301 322 322 649 664 642 654 845 793 Fonte: Mato Grosso (2010b). Referente a população alfabetizada e sem instrução, o processo de escolarização acelerou o declínio do analfabetismo e a população de alfabetizados aumentou. Apesar da redução, ao longo do período é importante ampliar ao acesso a educação básica. 62 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 População residente de 10 anos ou mais de idade, total e alfabetizada e percentual da não alfabetizada, no Estado de Mato Grosso, 2000-2009. Especificação População de 10 anos ou mais de idade 2000 2005 2006 2007 2008 2009 Total 1.982 2.354 2.394 2.430 2.524 2.542 Alfabetizada 1.762 2.739 2.787 2.789 2.879 2.844 Sem instrução 11,09% 9,79% 9,39% 11,50% 11,14% 10,24% Fonte: Mato Grosso (2010b). A questão do analfabetismo seguiu a tendência do país. A baixa escolaridade em um mundo globalizado requer mais a produção e consumo de ciência e tecnologia. A manutenção elevada de analfabetos pode ser explicada em parte porque não foi alvo das políticas públicas de educação. Na última década a taxa de alfabetização se manteve praticamente estável no Estado de Mato Grosso. Em 2010, os valores alcançados pelo Estado (92,0%) superam os percentuais nacionais. Dentre os municípios da área de estudo Brasnorte (91,8%) e Cotriguaçu (91,2%) apresentavam os melhores índices da região. O menor percentual era do município de Rondolândia (85,9%) (IBGE, Censo Demográfico, 2010). Taxa de alfabetização, por sexo na área de estudo, 2010. Localidade Total Homens Brasil 91,0 90,0 Mato Grosso 92,0 92,0 Aripuanã 90,9 90,8 Brasnorte 91,8 91,3 Castanheira 88,2 87,9 Colniza 90,2 89,7 Cotriguaçu 91,2 90,5 Juína 90,9 90,8 Juruena 91,1 90,3 Rondolândia 85,9 86,0 Fonte: IBGE – Censo demográfico, 2010. Secretaria Municipal de Educação Mulheres 91,3 92,4 91,0 92,3 88,5 90,8 92,1 90,9 91,9 85,9 63 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O Governo do Estado de Mato Grosso oferece educação em todos os níveis: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, de responsabilidade da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Ensino Superior, por meio da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), que é responsabilidade da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec). Além disso, a Seduc trabalha com as seguintes modalidades de ensino: Educação Especial, para alunos portadores de necessidades educacionais especiais (PNEE), Educação Indígena, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Educação a Distância e Educação no Campo. Continua ainda a discussão sobre a qualidade do ensino e as mudanças necessárias no modelo de gestão da educação. Deve-se priorizar a educação básica que evidencia uma forte focalização no ensino fundamental na idade legal apropriada. O efeito desta mudança se faz notar na freqüência a escola e o acesso das crianças de 7 a 14 anos, que produziu uma significativa evolução nas matrículas. Escola Estadual Colégio São Gonçalo Em 2005 os municípios da área de estudo contavam com 1.041 unidades de salas de aula, sendo 931 permanentes e 110 provisórias. O município com maior número de salas de aula era Juína, com 337 unidades (32,3%), seguido de Colniza com 153 (14,6%) e em terceiro lugar Aripuanã com 146 (14,0%). O menor número de salas de aula estava em Rondolândia com 52 unidades (4,9%). O município de Castanheira não contava com nenhuma sala provisória (Mato Grosso, 2006). Salas de aula existentes em 2005 Referência MT Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Fed 128 - Salas permanentes Estad Munic Priv 7.450 9.168 3.086 251 592 88 33 77 13 16 72 6 19 54 24 117 4 Total 19.832 931 123 94 73 145 Estad 650 56 12 3 - Salas provisórias Munic Priv 1.082 88 54 11 8 8 - Total 1.820 110 23 11 8 64 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Continuação... Referência Fed Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Salas permanentes Estad Munic Priv 22 64 117 130 53 10 38 12 10 40 - Total 86 300 60 50 Estad 9 29 2 1 Salas provisórias Munic Priv 15 8 3 1 - Total 24 37 5 2 O total de salas de aula utilizado na região de estudo, em 2005, somava 1.025 unidades. Deste total 928 (90,5%) se encontravam dentro de estabelecimento de ensino e 97 (9,5%) fora do estabelecimento. Dentre os municípios da área de estudo Rondolândia apresentava o maior percentual de salas de aula dentro do estabelecimento de ensino 50 (98,0%); seguido de Brasnorte com 99 (97,05%) e depois Juruena com 63 (96,9%) salas. O município que apresentava o maior percentual de salas de aula fora do estabelecimento de ensino era Castanheira com 15 (21,2%) salas, seguido de Aripuanã com 28 (19,18%) e a seguir Cotriguaçu com 19 (17,3%) (Mato Grosso, 2007). Todos os municípios contavam com mais salas de aula nos estabelecimentos de ensino do que fora. Salas de aula utilizadas em 2005 No estabelecimento Fed Estad Munic Priv MT 120 6.649 8.627 3.167 Microrregião 266 576 83 Aripuanã 33 72 13 Brasnorte 16 77 6 Castanheira 19 37 Colniza 23 120 4 Cotriguaçu 24 67 Juína 129 127 48 Juruena 12 39 12 Rondolãndia 10 40 1 Fonte: Mato Grosso (2007). Referência Total 18.563 928 118 99 56 147 91 304 63 50 Estad 649 41 12 3 1 7 17 1 Fora do estabelecimento Munic Priv 1.029 26 56 16 15 4 12 7 2 - Total 1.704 97 28 3 15 5 19 24 2 1 No período de 2005 a 2008 ocorreu um aumento de 14,4% (174 salas) no número de salas de aula existente na microrregião de Aripuanã. No município de Aripuanã houve um acréscimo de 46 salas, correspondendo um aumento de 14%. A rede estadual foi responsável pelo maior número de salas abertas (21 salas), equivalente a 45,6% do número de novas salas. Os demais municípios da microrregião também apresentaram um acréscimo no número de novas salas (Mato Grosso, 2010a). Salas de aula existentes em 2008 Referência Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Fed - Salas permanentes Estad Munic Priv 342 635 93 58 109 25 20 100 8 32 41 38 71 8 Total 1.070 192 128 73 117 Estad 411 59 31 32 45 Salas utilizadas Munic Priv 721 83 110 23 95 8 40 182 8 Total 1.215 192 134 72 235 65 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Salas permanentes Fed Estad Munic Priv Cotriguaçu 32 71 Juína 136 124 52 Juruena 11 51 Rondolândia 15 68 Fonte: Mato Grosso (2010a). Referência Total 103 312 62 83 Estad 37 173 13 21 Salas utilizadas Munic Priv 74 127 44 40 53 - Total 111 344 53 74 Em 2008 no município de Aripuanã existiam na zona urbana 2 escolas estaduais, 6 municipais e 3 da rede privada, totalizando 11 estabelecimentos de ensino. Na zona rural existiam 3 escolas estaduais e 8 municipais, somando 11 escolas (Mato Grosso, 2010a). No município de Aripuanã em 2011 existiam 14 Instituições Municipais de Ensino. Estavam situadas na sede 2 Centros de Educação Infantil e 4 Escolas Municipais. No campo 1 Centro de Educação Infantil e 7 Escolas Municipais, com 6 salas anexas localizadas nas linhas, lugares de difícil acesso. Todas as escolas da sede possuíam atendimento educacional especializado para alunos portadores de necessidades especiais. Contava também com 5 Escolas Estaduais, sendo 2 na zona urbana, 2 em área indígena e 1 na zona rural. Em 2009 iniciou o Projeto Educarte, com atividades diversificadas, ampliando o trabalho e o atendimento no contra turno (Secretária de Educação de Aripuanã, 2011). O Ministério de Educação e Cultura (MEC) apresentou em 2007 o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) colocando a disposição dos Estados e Municípios instrumentos de avaliação e implementação de políticas de melhorias da qualidade de educação, sobretudo da educação básica. O Compromisso Todos pela Educação está fundamentado em 28 diretrizes instituídas pelo Decreto 6.094/2007/MEC, sendo uma das metas a elaboração do Programa de Ações Articuladas (PAR). Após 3 anos de existência os municípios devem rever seus diagnósticos e atualizar ao dados da realidade local. Deve-se buscar a melhoria da qualidade de ensino nas escolas, atendendo as expectativas de aprendizagem de cada série, pelo alcance dos resultados e metas previstas a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Todos os municípios do Estado de Mato Grosso tiveram seus Planos elaborados e aprovados pelo MEC. O plano tem vigência de 4 anos e é elaborado por representantes da comunidade escolar. Contempla quatro dimensões educacionais: Gestão Educacional, Formação de Professores e de Profissionais de Serviços e Apoio Escolar, Práticas Pedagógicas e Avaliação e Infraestrutura e Recursos Pedagógicos. Em Aripuanã para a elaboração do PAR 2011/2014 foi realizado um seminário em maio 2011, com a participação de representante dos professores, diretores e coordenadores (zona urbana e do campo); dos Poderes Executivo e Legislativo; dos Conselhos Escolares; e Técnicos da SMEC. O benefícios da primeira edição do PAR para o município foram: execução do Gestar, PróLetramento, Escola Ativa, Curso de Aperfeiçoamento e Especialização em Relações Raciais e Programa Formação pela Escola; a entrega de laboratórios de informática para as escolas do campo e urbana; e implantação de Sala de recursos Multifuncional em 80% das escolas municipais (Secretaria de Educação de Aripuanã, 2011). 66 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.1.Educação infantil A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A educação infantil é oferecida em creches ou entidades equivalentes e pré-escolas. Nos últimos anos a educação Infantil está num processo de transformação no Brasil. O que se constata é que se antes as instituições responsáveis pelo atendimento a criança menor de seis anos adquiria caráter assistencial, hoje esta instituições são um assunto de responsabilidade da educação. As primeiras creches foram criadas a partir de reivindicações de mães trabalhadoras e operárias de fábricas, que necessitavam de um lugar para deixar seus filhos. Especialistas, educadores e pesquisadores reconheceram a importância do desenvolvimento integral nos primeiros anos de vida, onde a vivência escolar passa a ser vista como parte essencial desse processo, o direito da criança a educação infantil foi garantida e o acesso vem sendo ampliado. Com a Constituição Federal de 1988 e posterior Lei de Diretrizes e bases da educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, creches e pré-escolas passam a fazer parte do sistema educacional como primeira etapa da Educação Básica e ficam sob responsabilidade dos municípios. A partir de 2007 com a substituição do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) pelo FUNDEB (Fundo de desenvolvimento da educação Básica) é que se garantiram fundos para investimento nesta etapa da educação. Em Mato Grosso, apesar da constante ampliação de vagas nos três níveis de ensino, ainda se observa um déficit de atendimento pela rede pública de ensino. São grandes as diferenças já que o ensino fundamental absorvia em 2004 mais de 95% da população escolarizável e a educação infantil só atendia 21,8% da população e o ensino médio 18,6% (Mato Grosso, 2006). É importante destacar que o sistema educacional oferece um atendimento bastante baixo quando se trata de educação infantil. A nova Lei de Diretrizes e Bases, ao propor a garantia de atendimento gratuito as crianças do ensino infantil, induz a universalização da educação. Percebe-se que existe uma população expressiva a ser atendida. É necessário ampliar o atendimento para a faixa de 0 a 3 anos e universalizar o atendimento as crianças de 4 a 5 anos. Para que isso ocorra é preciso garantir infraestrutura adequadas e profissionais capacitados. Na educação infantil a participação do Estado no total de matrículas em 2004 era de 2,13%. A dos municípios, que vem assumindo a educação infantil urbana era de 80,2% e da iniciativa privada de 17,67% (Mato Grosso, 2006). Em 2006, a participação do Estado no total de matrículas da educação infantil era de 1,47%, da iniciativa privada 18,6% e do município de 79,9% (Mato Grosso, 2008). As matrículas nas redes municipais foram as principais responsáveis pela expansão da educação infantil no Estado, registrada em 1999 com 71,0% passando a 89,7% em 2005 e 80,0% em 2006 (Mato Grosso, 2008). Em 2009 o acesso a educação infantil atinge 82,51% na rede municipal, 67 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 referencia para esta modalidade de ensino. O aumento do número de matrículas municipais se deve ao cumprimento do dever constitucional, que teve um acréscimo de 7,20% em relação a 2008 (Mato Grosso, 2010b). Evolução alunos matriculados na educação infantil e número de docente da educação infantil, 1999-2009 Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Ano 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Educação infantil – alunos matriculados em Mato Grosso Total Estadual Municipal Particular 56.303 2.573 39.772 13.958 61.924 2.310 45.516 14.098 66.222 1.380 51.650 13.192 69.867 1.676 54.546 13.645 74.726 1.741 58.586 14.399 77.500 1.651 62.152 13.697 87.988 1.576 69.956 16.456 93.866 1.349 75.054 17.463 91.454 916 76.879 13.659 97.305 810 80.243 16.252 104.312 756 86.068 17.488 Docentes da Educação Infantil em Mato Grosso Total Estadual Municipal Particular 2.775 106 1.675 994 3.111 122 2.012 977 3.320 81 2.366 873 3.526 73 2.539 914 3.838 82 2.807 949 3.994 81 2.971 942 4.386 65 3.315 1.006 4.625 71 3.547 1.007 4.496 70 3.539 887 5.065 87 3.797 1.181 8.349 128 6.671 1.550 Fonte: Mato Grosso (2010b). Número de unidades escolares da educação infantil em 2005 Local Estadual Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Creche Municipal Privada 1 2 1 2 7 1 1 - Total 1 2 1 2 8 1 - Estadual - Pré-escola Municipal Privada 6 1 8 1 1 27 1 4 10 3 2 1 2 - Total 7 9 1 28 4 13 3 2 68 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2005 o total de creches na área de estudo totalizava 15 unidades, todas pertencentes a rede municipal, exceto uma em Juína da iniciativa privada. A pré-escola contava com 60 unidades da rede municipal e 7 da rede privada (Mato Grosso, 2007). Também em 2005 a área de estudo contava com 1.005 matrículas na creche e 3.602 na pré-escola. Não havia instituição estadual em nenhum dos municípios para a educação infantil. O maior número de alunos das creches estava matriculado em Juína (500/49,75%), seguido de Brasnorte (140/13.93%), depois Cotriguaçu (122/12,13%) e em quarto lugar Aripuanã (102/10,14%). Os municípios de Colniza e Rondolândia não contavam com creche. O total de matrículas na pré-escola totalizava 3.602 alunos. O maior contingente se encontrava em Juína (907/25,18%), seguido de Aripuanã (349/9,68%) e em terceiro lugar Brasnorte (344/9,55%) e Cotriguaçu (341/9,46%) (Mato Grosso, 2007). Matriculas da educação infantil em 2005 Municipal Aripuanã 102 Brasnorte 140 Castanheira 54 Colniza Cotriguaçu 122 Juína 488 Juruena 87 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Creche Privada 12 - Escola municipal Jari Zambiasi Total 102 140 54 122 500 87 - Municipal 305 332 49 287 341 712 251 33 Pré-escola Privada 44 12 13 195 23 - Total 349 344 49 300 341 907 274 33 Total geral 451 484 103 300 463 1.407 361 33 Escola Mun. Albertina F. dos Santos Em 2007 o total de matrículas na educação infantil nas Escolas Municipais de Aripuanã foram 483, deste total 168 (34.7%) estavam na creche. Ocorreram 29 evasões da creche correspondendo a 17,3% das crianças matriculadas. Foram aprovados 139 alunos, correspondendo a 82,7% do total de crianças matriculadas no início do ano. Não houve transferência de alunos da creche neste ano (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, inédito 2008). 69 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Escola Municipal Profª.Wilma Calvi Battisti Nas Escolas Municipais de Aripuanã em 2007 havia 315 (65,3%) alunos matriculados na préescola. Durante o ano foram transferidos 51 (16,20%) alunos, sendo o maior número (13) verificado na E. M. Wilma Battisti (25,5%), sendo nenhuma transferência na E. M. José de Alencar. Neste mesmo ano 45 (14,28%) alunos evadiram da educação infantil. A escola com maior número absoluto de evasão foi CEI-Pré com 8 crianças. Percentualmente a maior evasão ocorreu na E. M. São José com 13,0%. O maior percentual de aprovação ocorreu na E. M. Maria Luiza (98,1%) (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Escola Municipal São José Operário II (2008) Escola Municipal Mª Luísa do Nascimento Silva, com ginásio de esportes (2008) Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, durante o trabalho de campo, em 2008 o município tinha uma creche municipal na zona urbana com 59 crianças matriculadas no maternal, com idade até 3 anos e na pré-escola 145 crianças matriculadas, com 4 a 5 anos de idade. O município contava com 16 docentes, todas acadêmicas de pedagogia em educação infantil. 70 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Educação infantil em Aripuanã, 2007. 2007 Matrícula Transferên Evasão Creche 168 0 29 CEI-Pré 86 11 8 EM Maria Luiza 58 5 1 EM São José 34 11 3 EM Wilma Battisti 56 13 1 EM Jose de Alencar 8 0 1 EM José Ary 60 6 2 EM Tiradentes 13 5 0 Total 483 51 45 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). % 17,3 10,7 1,9 13,0 2,3 12,5 3,7 0 10,4 Aprovados 139 67 52 20 42 7 52 7 386 % 82,7 89,3 98,1 87,0 97,7 87,5 96,3 87,5 89,4 Na educação infantil no município em 2008 tinha 4 turmas de pré-escola na zona rural, sendo 2 escolas na Conselvan com 46 alunos; no Projeto Lontra 8 crianças; e na Cidade Morena 7 crianças. Na pré-escola na zona urbana tem 75 crianças matriculadas na EM Maria Luiza; duas turmas de 25 alunos na EM Wilma Battisti e 23 alunos na EM São José Operário. Na rede privada a educação infantil tem 287 alunos matriculados, sendo 127 no Colégio São Gonçalo e 160 no Colégio Delta (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Entre 2005 a 2008 na microrregião de Aripuanã houve um acréscimo de 6 creches, representando um aumento de 28,6%. As novas unidades foram criadas no município de Colniza (1) e Rondolândia (6). Em todos os municípios as unidades eram da rede municipal de ensino, exceto 1 da rede privada localizada no município de Juína. Neste período o número de unidades da préescola foi reduzido de 67 unidades para 44, representando um decréscimo de 34,5%. O município que mais perdeu unidades de pré-escola foi Colniza, que passou de 28 unidades para 4. No município de Aripuanã houve um aumento de 2 unidades escolares (22,3%) (Mato Grosso, 2010a). Número de unidades escolares da educação infantil em 2008 Local Estadual Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). Creche Municipal Privada 1 2 1 1 2 7 1 1 5 - Total 1 2 1 1 2 8 1 5 Estadual - Pré-escola Municipal Privada 7 2 5 1 1 3 1 3 10 3 1 1 6 - Total 9 6 1 4 3 13 2 6 Em 2005 o total de docentes do ensino infantil nos municípios da área de estudo eram 216, sendo 64 (29,6%) da creche e 152 (70,4%) da pré-escola. O município com maior número (44) de docentes para a creche era Juína (68,75%) seguido de Aripuanã com 10 (15,62%). Na pré-escola Juína tinha o maior número (46) de docentes (30,36%),seguida de Colniza (23,0%) e depois Aripuanã e Cotriguaçu, cada uma com 19 docentes (12,5%) (Mato Grosso, 2007). 71 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Número de docentes da educação infantil em 2006. Municípios Municipal Aripuanã 10 Brasnorte Castanheira 2 Colniza Cotriguaçu 2 Juína 43 Juruena 6 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Creche Privada 1 - Total 10 2 2 44 6 - Municipal 12 15 2 33 19 33 10 2 Pré-escola Privada 7 1 2 13 3 - Total 19 16 2 35 19 46 13 2 Total geral 29 16 4 35 21 90 19 2 No período entre 2005 e 2008 houve um aumento de 58 docentes na rede de educação infantil na microrregião de Aripuanã, significando um acréscimo de 20,4%. O maior número de docentes foram para a creche, que recebeu 56 docentes (aumento de 46,7%). A pré-escola recebeu 5 novos docentes, correspondendo a um aumento de 3,2%. O município de Juína tinha o maior número de docentes das unidades de creches (46,6%) e pré-escola (55,4%), seguido de Aripuanã (18,3% e 13,5% respectivamente) (Mato Grosso, 2010a). Número de docentes da educação infantil em 2008. Creche Municípios Municipal Privada Total Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 6 6 6 2 82 9 1 1 7 - 7 6 6 2 89 9 1 Pré-escola Municipal Privada Total 22 11 5 9 14 56 9 12 8 1 7 - 30 12 5 9 14 63 9 12 Total geral 37 12 11 15 16 152 18 13 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2011 a Educação Infantil no município de Aripuanã era oferecida em Centros de Educação Infantil (CEI). A soma de alunos nesta rede chega a 743 crianças. Estava presente em outras instituições de ensino, que além do Ensino Fundamental ofereciam turmas de pré-escola: Escola Wilma Calvi Battisti (76); Escola Maria Luiza do Nascimento Silva (89); Escola São José Operário (20); Escola Tiradentes (10); Escola Governador Fragelli (8); Escola Deoclides de Macedo (9) e Escola José de Alencar (8) (Secretaria Municipal de Aripuanã, 2011). Escolas de Educação Infantil, situadas em Aripuanã em 2011. Escola EM Deoclides de Macedo EM José de Alencar EM Governador Fragelli EM Tiradentes EM Prof. Wilma Calvi Battisti Nº docentes 1 1 1 1 4 Nº alunos 9 8 8 10 76 Localizada Com. Medalha Milagrosa Agrovila Lontra MT 208/AR-2 - 70 km sede Cidade Morena Cidade Alta - sede 72 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Escola EM Mª Luiza do Nascimento Silva EM São José Operário CEI Albertina Felício dos Santos CEI Raio de Sol CEI primeiros Passos Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Nº docentes 4 1 16 18 10 Nº alunos 89 20 197 173 153 Localizada Jardim Planalto - sede Parque Industrial - sede Centro – sede Jardim Planalto – sede Conselvan – 85 km sede Fonte: Secretaria de Municipal de Educação de Aripuanã, (inédito 2011). Segundo informação da Secretaria de Educação de Aripuanã, os Centros de Educação Infantil (CEI) do município são locais em que o aluno pode se sentir acolhido e valorizado, que possa crescer e aprender na perspectiva pessoal e social. Tem a missão de preparar a criança para ser um cidadão consciente, crítico e participativo. Em 2011 os Centros de Educação Infantil em Aripuanã eram os seguintes: 1. CEI Albertina Felício dos Santos, situada no bairro centro do município. Criada pelo Decreto lei nº 266/1993 tinha 197 alunos matriculados: 68 na creche e 129 na pré-escola. Contava no seu quadro de profissionais com 16 professores. O Projeto de Destaque da escola aconteceu com o objetivo de proporcionar a criança o conhecimento de si e do mundo em que está inserida, permitindo fazer uma relação entre o eu, a família, a escola e a comunidade. No desenrolar das atividades foi constatada a dificuldade de se trabalhar com alguns alunos, que necessitavam de acompanhamento de uma fonoaudióloga. Com ajuda deste profissional as crianças foram avaliadas, e profissionais foram capacitados para desenvolver atividades com os alunos. 2. CEI Primeiros Passos, situada na Estrada Progresso em Conselvan, a 85 km da sede do município. Criada pelo Decreto nº 1.646/2010. Tinha 173 alunos matriculados sendo 81 na creche III e 92 na pré-escola I. Contava com 16 professores. O projeto “Gerador Diversidade no dia a dia” foi seu destaque. Tinha a finalidade de trabalhar com as crianças o respeito a diversidade, uma vez que a sociedade vem enfrentando preconceitos, rótulos e discriminação. O projeto apresentava várias formas de lidar com as diferenças, desenvolvendo respeito frente a diversidade, vivenciadas no dia a dia dentro da sala de aula. A equipe da escola precisou ser preparada para tal tarefa. 3. CEI Raios de Sol, situada no bairro Jardim Planalto, na sede do município. Criada pelo Decreto n° 1.494/2009. Tinha 153 alunos, distribuídos 40 na creche III e 113 na pré-escola I. Contava com 18 professores. O seu projeto destaque foi “Cidade limpa, povo educado”, mobilizando as crianças no combate a dengue, enfocando a coleta de lixo e os cuidados para evitar a proliferação do mosquito. As atividades se desenvolveram por meio de atividades lúdicas, atrativas e prazerosas como historinhas, jogos, brincadeiras, recorte, colagem, etc. Em 2011 ocorreu um acréscimo de 152 matrículas na Educação Infantil do município de Aripuanã, em relação a 2010, o que representa 20,45% mais crianças nas salas de aula (Secretaria Municipal de educação de Aripuanã, 2011). Ano Total de matrículas 2008 424 2009 508 Ano Total de matrículas 2010 591 2011 743 Fonte: Secretaria Educação Aripuanã (inédito 2011) 73 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Centro de Educação Infantil Raio de Sol Visitamos esta unidade escolar durante o trabalho de campo em dezembro de 2011. Os alunos tinham entre 3 a 4 anos de idade, divididos em 3 turmas de crianças com 3 anos e 2 turmas de crianças com 4 anos, ficando em período integral (6:00 as 18:00 horas); e 2 turmas de crianças com 3 anos e 2 de crianças com 4 anos, distribuídos no período matutino e vespertino. O total de funcionários que trabalhavam somava 30 pessoas: 1 coordenadora, 1 diretora, 1 secretária, 18 professores, 3 vigias, 3 cozinheiras e 3 zeladoras. Durante o período em que permaneciam na escola as crianças desenvolviam atividades de rotina (como rodas, conversas informais); música (aprendizado de um instrumento musical); atividades de socialização (histórias, fantoches, dramatização, brincadeiras “antigas”); pintura, etc. As crianças tomavam café da manhã as 8:30 horas e almoçavam as 11:30 horas. Dormiam após o almoço e recebiam lanche as 15:00 horas. Elas são orientadas (após os primeiros dias de aula) a comerem sozinhas, utilizando garfo e faca, para treinarem coordenação motora e desenvolverem um estado de independência. De acordo com informação recebida a CEI necessitava de mais 5 salas, podendo assim ter um menor número de crianças por sala (no momento com 20 alunos por sala, quando o ideal é 18). Centro de Educação Infantil Raio de Sol 74 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.2.Ensino fundamental A rede escolar de ensino fundamental se estende por todos os 141 municípios do Estado, tanto na área urbana como rural. Basicamente a população de Mato Grosso serve-se da rede pública estadual e municipal para ter acesso a escola. As escolas particulares estão presentes preferencialmente nos centros urbanos de maior porte, onde há população de maior poder aquisitivo. Esta focalizada em aumentar o número de matriculas das crianças de 7 a 14 anos, procurando melhor a qualidade do ensino básico. A rede pública estadual suplanta a municipal e a privada na absorção da clientela matriculada no ensino fundamental. A rede estadual destaca-se com 45,5% do total dos estudantes do ensino fundamental, contribuindo com significativo impacto no acesso ao ensino fundamental. As instituições privadas responderam por 6,2% e 6,4% respectivamente em 2005 e 2006, sobretudo nos centros urbanos onde existe população de maior poder aquisitivo. Em 2004 o Estado de Mato Grosso optou instituir na rede estadual o regime de ciclos de formação, por isso também a oferta cresceu ao longo do ano elevando-se para 49%. A partir de 2005 e 2006 a rede estadual obteve um número menor de matrículas, passando de 47,1% para 45,5%. O Estado de Mato Grosso vem empreendendo esforços, através de programas de governo e do sistema de ciclos, para reduzir a reprovação. Mas para melhorar a qualidade de ensino são necessárias medidas para combater o fracasso escolar e a exclusão. Escola Municipal São José Operário Evolução dos alunos matriculados no ensino fundamental 1999-2009 Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ensino fundamental – alunos matriculados em Mato Grosso Total Estadual Municipal Particular 604.741 315.572 250.827 38.342 611.620 308.496 266.979 36.145 596.909 282.517 279.441 34.951 602.446 278.901 287.320 36.225 610.429 280.127 294.691 35.611 611.230 299.037 275.464 36.729 601.445 283.294 280.636 37.515 578.788 263.918 277.852 37.018 524.550 233.026 257.355 34.169 75 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ensino fundamental – alunos matriculados em Mato Grosso Total Estadual Municipal Particular 516.764 226.578 249.523 40.663 505.486 215.450 247.025 43.011 Anos 2008 2009 Fonte: Mato Grosso (2010b). A área de estudo em 2005 tinha 228 unidades escolares de ensino fundamental, sendo 37 (16,22%) unidades na zona urbana e 188 (83,78%) na zona rural. Na zona urbana o maior número era da rede estadual com 18 (45,0%) unidades, seguida da rede municipal com 15 (37,5%) unidades e rede privada com 7 (1,75%) unidade. Na zona rural o maior número era da rede municipal com 183 (97,3) unidades e a rede estadual com 5 (2,7%) unidades. O município com maior número de unidades escolares do ensino fundamental era Colniza com 89 (39,0%); seguido de Juína com 34 (15,0%), Cotriguaçu com 28 (12,3%)e Aripuanã com 18 (7,9%) unidades (Mato Grosso, 2007). Unidades escolares do ensino fundamental, 2005 Local Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Urbana Municipal Privada 5 1 2 1 1 1 1 1 3 3 2 1 - Estadual 2 1 1 2 2 8 1 1 Total 8 4 2 4 3 14 4 1 Estadual 2 1 2 - Rural Municipal Privada 8 16 9 85 25 18 12 10 - Total 10 17 9 85 25 20 12 10 Total geral 18 21 11 89 28 34 16 11 Fonte: Mato Grosso (2007) Os alunos matriculados no Ensino Fundamental por dependência administrativa na área de estudo em 2005 eram 30.692, sendo que 20.589 (67,1%) estavam na zona urbana e 10.103 (32,9%) na zona rural. A maioria estava matriculado na rede estadual de ensino na zona urbana, somando 11.490 (37,43%), seguido de 9.653 (31,45%) alunos da rede municipal da zona rural, de 8.213 (26,75%) da rede municipal da zona urbana, de 450 (0,14%) da rede estadual na zona rural e 111 (0,36%) da rede privada na zona urbana. Juína concentrava o maior número total de matrículas (8.230), seguido de Colniza (5.892) e em terceiro lugar Aripuanã (4.849). O maior número de alunos na zona urbana era da rede estadual de Juína (4.898) e o maior número de alunos da zona rural se encontrava na rede municipal em Colniza (2.792) (Mato Grosso, 2007). Número de matrículas no ensino fundamental 2005 Localidade Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Estadual 11.490 1.438 603 910 1.516 1.133 4.898 566 426 Urbana Municipal Privada 8.213 889 2.662 111 1.229 109 360 1.572 12 396 1.233 582 761 72 - Fonte: Mato Grosso (2007). Total 20.589 4.211 1.941 1.270 3.100 1.529 6.713 1.399 426 Estadual 450 185 62 203 - Rural Municipal Privada 9.653 453 1.017 550 2.792 1.675 1.314 405 1.447 - Total 10.103 638 1.079 550 2.792 1.675 1.517 405 1.447 Total geral 30.692 4.849 3.020 1.820 5.892 3.204 8.230 1.804 1.873 76 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Na área de estudo em 2005 a rede municipal de ensino fundamental na zona rural tinha o maior número de docentes (698) seguida da rede estadual urbana (441), da rede municipal urbana (294), da rede privada urbana (89) e da rede estadual rural (29). Na zona urbana o maior número de docentes encontrava-se na rede estadual no município de Juína (195) e na zona rural na rede municipal de Colniza (337). Em 2005 Aripuanã concentrava o segundo maior número total de docentes urbanos (176) e sexto lugar em número total de docentes na zona rural (47) (Mato Grosso, 2007). Número de docentes do ensino fundamental em 2005 Urbana Rural Total geral 1.551 223 147 81 425 136 382 91 66 Localidade Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal 441 294 89 824 29 698 62 98 16 176 13 34 25 48 14 87 3 57 27 15 42 39 48 36 4 88 337 47 13 60 76 195 55 44 294 13 75 27 29 11 67 24 10 10 56 Privada - Total 727 47 60 39 337 76 88 24 56 Fonte: Mato Grosso (2007). A Lei nº. 11.274 de 6 de fevereiro de 2006, ampliou para nove anos a duração do ensino fundamental com matricula de crianças de seis anos de idade. Essa ampliação é um avanço na educação, principalmente na inclusão e êxito (redução de reprovação) da criança das camadas populares no sistema escolar, que constitui o público potencial dos programas de educação (Mato Grosso, 2008). Número de escolas e docentes do ensino fundamental nos anos iniciais e finais em 9 anos, Mato Grosso 2005. Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Juína Rondolândia Urbana Estadual 1 1 1 8 1 Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Juína Rondolândia Rural Municipal Estadual 5 2 1 1 1 Docentes anos iniciais Urbana Estadual 16 5 10 133 5 Fonte: Mato Grosso (2007). Municipal 8 8 Rural Municipal 68 15 - Estadual 10 3 10 - Total 16 2 2 9 9 Total Municipal 28 37 122 8 25 143 42 77 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Juína Rondolândia Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Docentes anos finais (em nove anos) Urbana Rural Estadual Municipal Estadual Municipal 4 4 1 9 113 10 5 29 Total 4 5 9 123 34 Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2005, Juína apresentava o maior número de unidades (8) escolares da rede estadual na zona urbana, de ensino fundamental com nove anos, tendo o maior número de docentes dos anos iniciais (133) e dos anos finais (143). Seguido pelo município de Aripuanã com 5 unidades escolares municipais urbanas, do ensino fundamental com nove anos, contando com 68 docentes dos anos iniciais e nenhum nos anos finais. (Mato Grosso, 2007). Em 2005 na zona rural Aripuanã e Rondolândia contavam com 8 unidades municipais de ensino fundamental com nove anos, tendo respectivamente 28 e 37 docentes dos anos iniciais e nenhum dos anos finais. Aripuanã tinha também 2 unidades estaduais na zona rural de ensino fundamental com nove anos, tendo 10 professores dos anos iniciais e 4 dos anos finais (Mato Grosso, 2007). Quanto ao rendimento escolar, na área de estudo em 2004 o índice de aprovação dos alunos matriculados na rede estadual e municipal do ensino fundamental na zona urbana apresentou numa média de 75,0% de aprovação, obtendo-se o maior índice de 91,0% na rede municipal de Castanheira e o menor índice 63,7% na rede estadual de Juruena. O rendimento escolar dos alunos matriculados na rede privada do ensino fundamental foi superior ocorrendo 100% de aprovações em Aripuanã e Colniza e uma menor aprovação em Juruena com 94,9% (Mato Grosso, 2007). Na zona rural os alunos matriculados no ensino fundamental na rede estadual e municipal proporcionalmente obtiveram uma aprovação com índices inferiores aos observados para a zona urbana. O maior índice de aprovação observado foi 87,9% na rede estadual rural de Brasnorte e o menor índice 18,2% na rede estadual de Aripuanã. A rede privada não possuía estabelecimentos na zona rural (Mato Grosso, 2007). Observou-se em 2004 um elevado percentual de reprovação e abandono de alunos na rede estadual e municipal de ensino fundamental, tanto na zona urbana quanto na zona rural, sendo que o maior índice de reprovação foi verificado em Aripuanã com 81,8% na rede estadual rural e o maior índice de abandono foi de 21,1% em Juruena na rede estadual urbana (Mato Grosso, 2007). A repetência e o abandono escolar verificaram-se mais acentuadamente nas populações de menor poder aquisitivo e nas áreas rurais. São condicionados por um lado por fatores socioeconômicos e culturais e por outro por problemas internos do sistema educacional. Os níveis dessa repetência e abandono temporário da escola pelos alunos geram distorções no equilíbrio série-idade e fazem com que contingentes significativos da população de 15 a 19 anos desistam dos cursos regulares (Mato Grosso, 2006). 78 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Rendimento escolar no ensino fundamental (%) no ano 2004. Estadual Urbana Aprovação Reprovação Abandono Aripuanã 70,5 10,3 19,2 Brasnorte 82,6 1,5 15,9 Castanheira 90,0 6,2 3,8 Colniza 72,2 14,5 13,3 Cotriguaçu 68,7 19,2 12,1 Juína 79,7 10,2 10,1 Juruena 63,7 15,2 21,1 Rondolândia 74,8 4,9 20,3 Municipal Urbana Aprovação Reprovação Abandono Aripuanã 79,5 4,8 15,7 Brasnorte 83,9 6,4 9,7 Castanheira 91,0 5,3 3,7 Colniza 67,6 14,1 18,3 Cotriguaçu Juína 84,4 13,1 2,5 Juruena 78,6 18,4 3,0 Rondolândia Privada Urbana Aprovação Reprovação Abandono Aripuanã 100 Brasnorte 98 1,0 1,0 Castanheira Colniza 100 Cotriguaçu Juína 96,9 2,7 0,4 Juruena 94,9 5,1 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Aprovação 18,2 87,9 72,6 - Rural Reprovação 81,8 12,1 23,8 - Abandono 3,6 - Aprovação 82,2 74,0 77,6 65,0 71,1 80,8 75,2 83,5 Rural Reprovação 6,6 9,8 10,1 17,4 11,9 11,8 15,7 5,1 Abandono 11,2 16,2 12,3 17,6 17,0 7,4 9,1 11,4 Aprovação - Rural Reprovação - Abandono - A economia brasileira vem sinalizando para uma qualificação de sua estrutura ocupacional, onde predominam requisitos cada vez mais elevados de escolaridade. O mercado de trabalho tem se tornado mais exigente em termos de educação formal e as empresas estão exigindo diplomas de nível cada vez mais elevado. O atual desempenho do sistema educacional do Estado, determinante de baixos níveis de escolaridade de sua população, condiciona a escassez de pessoal com requisitos básicos para seu desenvolvimento econômico. Segundo PNAD-2004 apenas 12,62% das pessoas responsáveis por seus domicílios têm 8 a 12 anos de estudo e 13,8% têm 11 a 14 anos de estudo. A baixa escolaridade reduz as possibilidades de inserção na vida urbana e de consumo, pois as novas tecnologias implicam familiaridade com mecanismos operacionais. A Organização por Ciclos de Formação Humana é a Política Educacional para o Ensino Fundamental proposta pela Secretaria de Estado de Educação para atender os alunos das escolas públicas estaduais. Esta forma de organização do Ensino Fundamental, com nove anos de 79 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 duração está regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº. 9.394/96, com adequações para o Estado de Mato Grosso pela Resolução 262/002/CEE/MT. As unidades escolares se organizam por Ciclos de Formação, considerando as diferentes etapas de desenvolvimento do ser humano. Deste modo temos: I Ciclo (Infância) – 1º ano: idade entre 67anos; 2º ano: idade entre 7-8 anos; 3º ano: idade entre 8- 9 anos. II Ciclo (Pré-Adolescência) – 1º ano: idade entre 9-10 anos; 2º ano: idade entre 10-11 anos; 3º ano: idade entre 11-12 anos. III Ciclo (Adolescência) -1ºano: idade entre 12-13 anos; 2º ano: idade entre 13-14 anos; 3º ano: idade entre 14- 15 anos. Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã durante o trabalho de campo, em maio de 2008, a evolução das matriculas por dependência administrativa no ensino fundamental, entre 2004 e 2007 no município, vinha diminuindo nas três redes de ensino: estadual, municipal e privada. A partir de 2005, com a instalação da Operação Curupira (Operação da Polícia Federal que desmantelou uma quadrilha que retirava ilegalmente e vendia madeira da Amazônia), várias madeireiras da cidade fecharam, acarretando em um esvaziamento do município. Matrículas no ensino fundamental por dependência administrativa 2004 a 2007 Ano 2004 2005 2006 2007 Urbana 1.269 1.416 1.346 1.307 Estadual Rural 0 0 0 0 Total 1.269 1.416 1.346 1.307 Urbana 2.064 2.054 1.728 1.672 Municipal Rural 1.428 1.497 1.531 1.591 Total 3.492 3.551 3.259 3.263 Particular Urbana Total 244 244 239 239 233 233 218 218 Fonte: Secretaria de Educação de Aripuanã (inédito 2008). De acordo com informação da Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã o município tinha em 2007 sob sua responsabilidade 13 escolas municipais de ensino fundamental. O programa de ensino era ciclado, sendo que ainda existiam salas da 7ª e 8ª nas escolas, que vão acabar nos próximos dois anos. O total de matrículas em 2007 foi de 3.263 alunos. Ocorreu uma evasão escolar de 178 alunos correspondendo a 6,5% do total de matrículas e 516 transferências. O rendimento escolar resultou em 2.460 aprovações (89,6%) e 109 reprovações (4,0%) (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Em 2007 nas escolas municipais de Aripuanã, observou-se uma maior evasão escolar nas séries finais do ciclo de nove anos, chegando a 20% na 8ª série. O número de transferências nestas séries finais também foi grande (94 alunos). O percentual de reprovação foi maior nas séries finais (6,7%) que o registrado para o total de alunos matriculados, exceto pelo percentual apresentado no total de reprovações da 3º fase do 1º ciclo (12,4%) (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Ensino fundamental nas escolas municipais em Aripuanã 2007 2007 1ºF/1ºC 2ºF/1ºC 3ºF/1ºC Matriculas Transferência 392 67 414 77 459 80 Evasão 8 13 6 % 2,5 3,9 1,6 Reprovação 0 0 47 % 0 0 12,4 Aprovação 317 324 326 % 97,5 96,1 86,0 80 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] 2007 1ºF/2ºC 2ºF/2ºC 3ºF/2ºC 1ºF/1ºC 6º série 7ª série 8ª série Matriculas Transferência 465 77 432 75 394 46 317 45 201 25 189 24 3.263 516 Evasão 4 9 37 36 32 33 178 % 1,0 2,5 10,6 13,2 18,2 20,0 6,5 Reprovação 0 0 20 20 13 9 109 % 0 0 5,7 7,4 7,4 5,5 4,0 Aprovação 384 348 291 216 131 123 2.460 % 99,0 97,5 83,6 79,4 74,4 74,5 89,6 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). Em 2008 a área de estudo ainda apresentava unidades escolares do ensino fundamental com 8 anos regulares. Vinham sendo substituídas pelas unidades com 9 anos regulares. Em todos os municípios da área de estudo a rede municipal de ensino tinha o maior número de unidades, concentradas na zona rural (96%). Na zona urbana a rede estadual respondia por 37,9% das unidades enquanto que a rede municipal tinha 41,3% das unidades. A rede privada mantinha unidades somente na zona urbana (20,6%) (Mato Grosso, 2010a). Número de unidades escolares de ensino fundamental em 8 anos, MT/2008 8 anos regular Urbana Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total rural Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal Privada Total 2 1 1 2 2 1 1 1 11 2 2 2 2 2 2 12 2 1 1 1 1 6 6 4 1 5 4 4 4 1 29 1 1 2 1 5 4 16 2 62 27 4 10 4 129 - 5 17 4 62 28 4 10 4 134 Total geral 11 21 5 67 32 8 14 5 163 Fonte: Mato Grosso, (2010a). A responsabilidade de oferecer o ensino fundamental é do município (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Ao longo dos anos eles vêm assumindo esta função. Cabe ao Estado colaborar com os municípios. A rede estadual ainda responde por uma parcela no acesso ao ensino fundamental com 9 anos regulares. Na área de estudo a rede estadual corresponde a 20% das unidades de ensino fundamental, a rede municipal a 77,29% e a rede privada a 2,7%. O maior número de unidades se encontrava na zona rural (Mato Grosso, 2010a). Número de unidades escolares de ensino fundamental em 9 anos, MT/2008 9 anos regular Urbana Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza rural Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal Privada Total 1 1 1 2 4 2 1 2 1 - 5 4 2 4 1 15 2 - 9 8 81 - 10 15 10 81 Total geral 15 19 12 85 81 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 9 anos regular Urbana Localidade Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total rural Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal Privada Total 2 8 1 1 17 3 2 14 3 1 5 2 14 4 1 36 2 20 12 12 7 129 - 14 12 7 149 Total geral 2 28 16 8 185 Fonte: Mato Grosso, (2010a). Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Educacional Anísio Teixeira (INEP/2002) entre 1996 e 2002 a formação dos professores do País em todos os níveis da educação básica melhorou. Em Mato Grosso 73,4% dos profissionais da educação da rede estadual, que atendem ao ensino fundamental, têm nível superior. A formação dos professores que lecionam da primeira à oitava série do ensino fundamental no Estado está acima da média nacional, em torno de 65,3% e da região Centro-oeste em 61,89% (Mato Grosso, 2006). Observa-se um aumento significativo na qualificação dos docentes de 67,2% em 199 para 79,6% em 2006 (Mato Grosso, 2008). Nível de formação dos docentes do ensino fundamental MT 1999 a 2006 Nível de formação Ensino Fundamental Incompleto Completo Ensino Médio Magistério completo Outra formação Ensino Superior Licenciatura completa Completa c/magistério Completa s/ magistério 1999 1.502 527 975 12.505 9.707 2.798 12.903 10.345 1.738 - 2000 1.357 391 966 12.013 9.192 2.821 15.206 12.639 1.903 664 2001 813 150 663 11.807 9.149 2.658 15.560 12.855 2.053 652 2002 474 136 338 10.972 8.585 2.387 16.753 14.971 1.391 391 2003 512 129 383 9.698 7.313 2.385 18.238 16.366 1.403 469 2004 572 125 447 9.288 6.783 2.505 21.465 19.558 1.440 467 2005 2006 337 14 78 2 259 12 7.051 2.318 7.051 1.278 23.482 12.884 23.482 12.844 - Fonte: Mato Grosso (2006); Mato Grosso (2008). O número de docentes em 2009 para o ensino fundamental sofreu um decréscimo de 13,31% em relação a 2008. Uma das causas pode ser a não valorização da carreira de docentes. Número de docentes do ensino fundamental 2005-2009, Mato Grosso. Anos 2005 2006 2007 2008 2009 Total 30.870 29.840 24.951 30.711 26.622 Fonte: Mato Grosso (2010b). Docentes do ensino fundamental Federal Estadual Municipal 14.097 13.708 13.057 13.759 11.411 11.103 14.795 12.484 11.214 11.692 Particular 3.065 3.024 2.437 3.432 3.716 82 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2005 a área de estudo contava com 515 docentes do ensino fundamental. Em 2008 este número sobe para 1.473, ocorrendo um acréscimo de 958 docentes do ensino fundamental, representando um aumento de 65%. Os municípios de Colniza, Cotriguaçu e Juruena não contavam com este profissional em 2005 e em 2008 passam a ter estes docentes na sua rede de ensino. Em 2008 os docentes da rede municipal representam 52,0% do total (767), os da rede estadual eram 40,9% (599) e da rede privada 7,26% (107) (Mato Grosso, 2010a). Número de docentes do ensino fundamental, MT/2008 Urbana Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total rural Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal Privada Total 67 40 43 73 37 221 24 30 535 73 40 15 61 42 56 33 320 27 17 5 58 107 167 97 58 139 79 335 57 30 962 2 7 21 14 20 64 39 38 36 186 36 55 13 44 447 - 41 45 57 186 50 75 13 44 511 Total geral 208 142 115 325 129 410 70 74 1.473 Fonte: Mato Grosso, (2010a). Em 2005 havia 30.692 alunos matriculados no ensino fundamental na área de estudo. Em 2008 este número passou para 26.619, havendo uma redução de 4.073 alunos que corresponde a um decréscimo de 13,27%. Número de matrículas do ensino fundamental, MT/2008 Urbana Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total rural Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal Privada Total 459 125 210 749 354 2.165 84 142 4.099 1.723 1.162 494 2.495 1.403 1.078 881 237 9.473 119 83 10 256 468 2.301 1.370 704 3.254 1.757 3.499 965 379 14.040 889 418 703 656 677 2.456 428 151 6.378 997 865 62 1.845 520 996 290 229 5.795 75 90 5 236 406 1.961 1.373 765 2.506 1.197 3.688 718 380 12.579 Total geral 4.262 2.743 1.469 5.760 2.954 7.187 1.683 759 26.619 Fonte: Mato Grosso, (2010a). Em 2007 observou-se na área de estudo um percentual bastante elevado de abandono do ensino fundamental na zona urbana, chegando a 42,6% no município de Rondolândia. Na zona urbana este percentual fica abaixo de 10% somente nos municípios de Castanheira (4,1%) e Juína (8,6%). Nos demais municípios estão perto de 20% de evasão escolar. Na zona rural o abandono da escola se mantém entre 10 a 20%. O maior percentual de aprovação na zona urbana e na zona rural ocorreu em Castanheira (93,% e 91,8%, respectivamente). Os maiores percentuais de reprovação eram observados em Juína (8,6%) na zona urbana e Colniza (13,0%) na zona rural 83 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 (Mato Grosso, 2010a). A frequencia a escola de crianças de 7 a 14 anos de idade é prioridade das secretarias de educação. Rendimento escolar, ensino fundamental, MT/2007 Local Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Estadual Apr Rep Abd 72,6 3,2 24,2 79,6 4,4 16,0 91,3 4,6 4,1 72,9 3,5 23,6 74,5 9,5 16,0 82,1 9,3 8,6 74,6 4,2 21,2 53,6 3,8 42,6 Urbana % Municipal Apr Rep Abd 85,8 4,0 10,2 77,1 11,6 11,3 93,8 4,1 2,1 65,4 8,7 25,9 74,0 24,8 1,2 88,2 9,7 2,1 77,6 19,7 2,7 - Apr 99,0 100 63,2 96,9 - Privada Rep 3,5 - Abd 1,0 36,8 0,5 - Apr 98,6 100 77,8 - Rural % Estadual Municipal Rep Abd Apr Rep Abd 1,4 84,3 3,9 11,8 80,0 8,0 12,0 91,8 2,0 6,2 74,4 13,0 12,6 78,0 12,8 9,2 14,1 8,1 82,9 9,6 7,5 80,5 10,7 8,8 81,2 2,3 16,5 Apr: aprovados; Rep: reprovados; Abd: abandono. Fonte: Mato Grosso (2010a). De acordo com informação obtida em 2008, o município de Aripuanã tinha as seguintes escolas na sede da cidade: EM São José Operário; EM Professora Wilma Calvi Battisti; EM Professor Jarí Edgar Zambiasi; EM Maria Luiza do Nascimento Silva; Colégio São Gonçalo; Colégio Delta; EE São Francisco de Assis e EE Professor Elídio Murcelli Filho. O número total de alunos matriculados na cidade soma 4.859, sendo 2.924 (60,3%) da rede estadual, 1.679 (34,5%) da rede municipal e 256 (5,2%) da rede privada. Contam com 266 docentes sendo 159 (59,7%) da rede estadual, 77 da rede municipal (29,1%) e 30 (11,2%) da rede privada (Secretaria Municipal de educação de Aripuanã, 2008). Escolas situadas na sede de Aripuanã em 2008. Escola EM São José Operário EM Profª Wilma Calvi Battisti EM Profº Jarí Edgar Zambiasi EM Maria Luiza Nascimento Silva Colégio São Gonçalo Colégio Delta EE são Francisco de Assis EE Profº Elídio Murcelli Filho Total Nº de docentes 14 22 17 24 19 11 107 52 266 Nº de alunos 266 471 371 571 152 104 1.731 1.193 4. 859 Rede Municipal Municipal Municipal Municipal Privado Privado Estadual Estadual - Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (2008). Em 2008 o município conta com as seguintes escolas nas localidades (zona rural): EM Governador Fragelli (na AR-2, distante 70 km); EM José de Alencar (na agrovila Projeto Lontra, distante 25 km); EM Tiradentes (Cidade Morena, distante 45 km); EM José Ary da Costa (Estrada Progresso/Conselvan, distante 85 km); EM Raquel de Queiróz (Linha Zé da Mata/Conselvan, distante 100 km); EM São Bento (Linha Conselvan, distante 60km); EM Deoclides de Macedo (Vila Milagrosa, distante 30 km); EM Trilha do Saber (Linha SM/Conselvan, distante 70 km); EM Nova Santana (Fazenda Nova Santana, distante 285 km); EE Dom Franco Dalla Valle (na localidade de Conselvan); EE Indígena Adeca Vela Arara (Aldeia Rio Branco, etnia Arara) e EE Passapkaréeý (Aldeia Taquaral, etnia Cinta Larga). ) total 84 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de alunos matriculados soma 1.878, sendo 1.413 (75,24%) da rede municipal e 465 (24,76%) da rede estadual. Os alunos da escola indígena somam 225 (12%) do total de alunos matriculados na zona rural (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Escolas situadas nas localidades de Aripuanã em 2008. Escola EM Governador Fragelli EM José de Alencar EM Tiradentes EM José Ary da Costa EM Raquel de Queiroz EM São Bento EM Deoclides de Macedo EM Trilha do Saber EM Nova Santana EE Dom Franco Dalla Valle EE Indígena Adeca Vela Arara EE Indígena Passapkaréeý Total Nº docentes 7 8 12 24 5 5 5 3 1 11 7 16 104 Nº alunos 82 100 160 906 36 31 68 17 13 240 65 160 1.878 Distancia sede 70 km 25 km 45 km 85 km 100 km 60 km 30 km 70 km 285 km - Rede Municipal Municipal Municipal Municipal Municipal Municipal Municipal Municipal Municipal Estadual Estadual Estadual - Fonte: Secretaria de Municipal de Educação de Aripuanã, (inédito 2008). De acordo com dados obtidos na Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã em 2008, o município disponibilizava salas de aula a distância, ligadas as unidades escolares na zona rural: 1. E.M. Raquel de Queiroz conta com 7 salas multiseriadas a distância e tem 90 alunos matriculados: 1 sala a 100 km de distância de Conselvan, sendo necessário uso de barco para acesso; 1 sala com 10 alunos na linha Baixão dos Oliveiras (10 km distância); 1 sala com 6 alunos na Estrada Zé da Mata (60 km de distância), onde o professor reside no local; 1 sala com 5 alunos na linha dos índios (15 km); 1 sala com 11 alunos no Rio Guariba (120 km), para acesso necessário navegar 23 km de barco; 1 sala no Guariba (70 km) com 12 alunos, conta com um professor para o Rio Guariba e do Guariba , permanecendo uma semana em cada localidade;e 1 sala na linha Bom Futuro (70 km) com 6 alunos. 2. E.M. São Bento com 4 salas multiseriadas à distância e tem 59 alunos matriculados: 1 sala com 8 alunos na linha Capucho (80 km); 1 sala linha São José com 6 alunos (80 km); 1 sala com 5 alunos linha 2 Luiz Laércio (70 km); 1 sala com 21 alunos na linha Monte das Oliveira (95 km). 3. E.M. Deoclides de Macedo com 4 salas a distancia e 34 alunos matriculados: 1 sala com 6 alunos a 53 km distância; 1 sala na Fazenda 3 Rios (112 km) com 14 alunos; 1 sala na linha a 63 km de distância com 9 alunos e 1 sala a 50 km de distância com 5 alunos. 4. E.M. Trilha do Saber tem 2 salas a distância com 29 alunos matriculados: 1 sala na linha SM (70 km) com 6 alunos e outra sala com 7 alunos. 85 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Dados colhidos com o responsável pelo transporte, da Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, em 2008 o transporte escolar do município era realizado utilizando-se 9 veículos da prefeitura (7 ônibus e 2 micro-ônibus) e 11 veículos particulares (10 ônibus e 1 micro-ônibus). Os veículos da prefeitura apresentavam conservação mecânica e pneus novos, sendo que os terceirizados estavam com a lataria em estado precário. As licitações para realização do transporte escolar eram realizadas a cada seis meses. Devido ao curto tempo do contrato as empresas não realizavam manutenção adequada dos veículos, sendo frequente o ônibus quebrar e as crianças não irem para a escola. Algumas linhas estavam superlotadas. Segundo informação recebida o município foi contemplado através do Projeto Caminho da Escola (recurso federal) com 3 ônibus e 2 micro-ônibus novos, o que melhoraria o acesso das crianças a escola. Todos os motoristas eram profissionais e tinham curso de primeiros socorros (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). As linhas de transporte escolar, em 2008, eram as seguintes: 1. Da zona rural com destino a cidade são sete linhas sendo cinco com utilização de veículos da prefeitura e duas com veículos terceirizados. A distância total percorrida diariamente são 900 quilômetros, transportando 340 alunos da rede estadual e municipal. Linha com destino a cidade, em 2008 Linha Lontra Milagrosa / Rouden Milagrosa linha 6 e 7 Milagrosa via Cafundó Rio Branco linha Pé da Serra Rio Branco via Poraquê Linha Taboca /chácaras Total Distância/dia em km 120 170 117 126 128 139 100 900 Nº alunos 50 62 54 41 52 40 41 340 Veículo Terceirizado Terceirizado Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura - Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). 2. Dentro da comunidade Lontra são duas linhas realizadas com veículos da prefeitura (ônibus e micro-ônibus). São percorridos diariamente 150 quilômetros, transportando 97 alunos. Linha do Lontra, 2008 Linha Ônibus Micro-ônibus Total Distância/dia em km 70 80 150 Nº alunos 65 32 97 Veículo Prefeitura Prefeitura - Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). 3. Linha da Conselvan são cinco linhas utilizando veículos terceirizados. São percorridos diariamente 423 quilômetros, transportando 415 alunos. Alguns ônibus desta região fazem mais do que uma rota ao dia, pois percorrem distâncias menores (Linha Zé da Mata, Monte das Oliveiras e R2). 86 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Linha Conselvan, 2008 Linha Linha SM Linha Capucho Linha Zé da Mata Monte das Oliveiras Tolardo/União R2 Total Matutino Vespertino - Distância/dia em km 55 68 80 56 20 10 Nº alunos 57 68 48 63 24 25 Terceirizado Terceirizado Terceirizado Terceirizado Terceirizado Terceirizado - 56 38 40 - 63 23 26 18 Terceirizado Terceirizado Terceirizado Terceirizado - 423 415 - Período Progresso Progressinho Monte da Oliveiras Baixão das Oliveiras Camanã União Ponte limite município - Veículo Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). 4. Linha Morena são três linhas, duas realizadas com veículos da prefeitura e uma com veículo terceirizado. São percorridos diariamente 405 quilômetros, transportando 103 alunos. Linha Morena, 2008. Linha Fazenda Asa da Serra Fazenda Camana Fazenda Estrela Total Distância/dia em km 145 100 160 405 Nº alunos 35 36 32 103 Veículo Terceirizado Prefeitura Prefeitura - Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). Durante trabalho de campo, em dezembro de 2011, coletamos as seguintes informações na Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, (a2011) sobre as escolas de municipais, localizadas na zona rural: 1. Escola Municipal (EM) Nova Santana: localizada no Parque Industrial, as margens do Rio Roosevelt. Criada pelo Decreto nº 68/1990. Foi fundada para oferecer aos funcionários, familiares e vizinhos da Fazenda Santana oportunidade de estudo.Conta com 8 alunos e 1 professora. Tem ciclo de formação do 2° ano ao 9º. A escola possuía uma pequena biblioteca e um computador. Desenvolvia na ocasião o Projeto Leitura. 2. EM Trilha do Saber: localizada na estrada Progresso Linha São José – Conselvan, a 85 km da sede de Aripuanã. Criada pelo Decreto 829/2002. Tinha 51 alunos e 6 professores. Contava com ciclo de formação do 1º ao 7º ano. Os alunos estão divididos em 5 turmas. Foi instalada em uma região de mata fechada, com possibilidade de agricultura. Está localizada dentro da única Reserva Extrativista do estado de Mato Grosso. O projeto de destaque da escola é a produção de textos, onde os alunos contam as suas histórias. Em parceria com uma ONG (WWF Brasil), a melhor história será lançada em uma cartilha no próximo ano. 87 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3. EM Deoclides de Macedo: localizada na Comunidade medalha Milagrosa. Criada pelo Decreto 088/90. Tem um total de 180 alunos, distribuídos em 09 na educação infantil e 171 no ensino fundamental. Conta com 13 professores. É uma escola nova em comparação com as demais do município de Aripuanã. Não dispõem de todos os equipamentos e recursos para facilitar o trabalho de professores e alunos. Foi realizado investimento na compra de computadores, impressoras, TV, aparelho de som, aparelho de DVD, freezer, ventiladores, etc. O seu projeto destaque é “Cultura de Mato Grosso”, momento para valorização e compreensão da própria história. 4. EM José de Alencar: localizada na agrovila do Projeto Lontra. Criada pelo Decreto nº 371/1994. O projeto Lontra surgiu na década de 90 com a desapropriação de uma área indígena, da tribo Zoró, com a proposta de atender 195 famílias de produtores rurais. Possuí 103 alunos divididos em 8 do ensino infantil, 52 do ensino fundamental e 43 do ensino médio. Tem 13 professores. A escola trabalha com projeto da alternância, no qual o aluno estuda um dia inteiro na escola (período integral) e realiza atividades extraclasses no outro. 5.EM Governador Fragelli: localizada na MT/208/AR-2 a 72 km da sede do município de Aripuanã. Criada pelo Decreto nº16/1986. Na década de 80 tinha apenas 5 alunos e a professora era também cozinheira e zeladora. Tem 91 alunos, sendo 8 da educação infantil e 83 do ensino fundamental. Conta com 15 professores. Seu projeto de destaque é trabalhar com oficinas lúdico pedagógicas. Utiliza-se de técnicas de dança, teatro, curta metragens, artes, etc. Também são trabalhadas as dimensões cognitivas dos alunos, oportunizando o desenvolvimento de amplitudes de convivência e integração social. Destacam-se os potenciais para ajudar a vencer as dificuldades de aprendizagem. 6. EM José Ary da Costa: localizada na estrada Progresso – Conselvan, a 85 km da sede do município de Aripuanã. Criada pelo Decreto nº829/2002. A escola conta com 501 alunos, divididos em turno matutino e vespertino. Tem salas do 1º a 6º ano. Conta com 24 professores. 7. EM Tiradentes: localizada na Cidade Morena. Criada pelo Decreto 07/1984. Tem 145 alunos divididos em 10 da educação infantil e 135 do ensino fundamental. Conta com 11 professores. Teve com projeto destaque divulgar na comunidade os trabalhos dos alunos. Foram oportunizados momentos de danças folclóricas, poesias, apresentação de teatro, interpretação de musicas, cantigas de roda e lendas. Tem salas da pré-escola até 9º ano. Todas as escolas municipais da zona rural possuem salas anexas na localidade: Cidade Morena, Projeto Lontra, Comunidade Milagrosa, AR2 e José Ary. Nas localidades de Cidade Morena, Projeto Lontra e Comunidade Milagrosa, os professores moram na comunidade. A Secretaria Municipal de Educação mantém uma escola para os Ribeirinhos na região do Guariba. Para chegar ao local são necessárias 3 horas de viagem de caminhonete, mais 3 horas de barco. É uma comunidade muito carente e de difícil acesso. 88 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Acesso aos Ribeirinhos Os alunos ribeirinhos são divididos em duas turmas e assistem as aulas em dias alternados. A turma A: educação infantil até 5º ano e turma B: 6º ano ao 3º ensino médio. Na primeira semana a turma A vai a escola nas 2ª/4ª e 6ª feira e a turma B na 3ª e 5ª. Na outra semana invertem. Eles ficam 8 horas na escola e recebem 3 refeições: café da manhã, almoço e lanche da tarde. Isto possibilitou que as crianças tivessem mais contato com seus familiares, evitando a perda de vínculo. Quando frequentavam a escola todos os dias passavam muito tempo dentro do ônibus (Secretaria Municipal de Educação, 2011). Sobre as Escolas Municipais localizadas na zona urbana em 2011, podemos dizer: 1. EM Wilma Calvi Battisti: localizada no bairro Cidade Alta. Criada pelo Decreto 626/1998. Tem 424 alunos divididos em 76 da educação infantil e 348 do ensino fundamental. Conta com 24 professores. Tem salas da pré-escola até 5º ano. Seu projeto destaque é a leitura. Foram reservados espaços na escola para leitura. O objetivo é incentivar, permitindo que a leitura seja reconhecida como uma fonte de prazer. Pode ser livros, revistas ou histórias em quadrinhos. Durante o ano trabalharam com musica, poemas, embalagens e confeccionaram livros. 2. EM Maria Luiza do Nascimento Silva: localizada no bairro Jardim Planalto. Criada pelo Decreto 743/2000. Tem 480 alunos distribuídos 89 na educação infantil e 391 no ensino fundamental. Conta com 23 professores. Tem salas da pré-escola até 4º ano. Seu projeto destaque foi “Ética e cidadania”, visando fortalecer princípios éticos e de cidadania, da convivência democrática, inclusão social, respeito aos direitos humanos e as diferenças. 3. EM São José Operário: localizada no bairro Parque Industrial. Criada pelo Decreto 944/2006. Tem 207 alunos divididos em 20 da educação infantil e 187 do ensino fundamental Conta com 16 professores. Tem salas da pré-escola até 5° ano. 4. EM Jari Edgar Zambiasi: localizada no bairro Parque Industrial. Criada pelo decreto nº 1322/2007. Tem 509 alunos do ensino fundamental que se distribuem entre o 6º e 8º ano. Conta com 21 professores. Desenvolveu ao longo do ano várias atividades envolvendo todos os segmentos da sociedade tais como: festa junina, dia da árvore, desfile 7 de setembro, atividades recreativas, campanha de natal, etc. 89 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 De acordo com projeto de Lei n° 38/2009 foi implantado pela Secretaria Municipal de Educação o Projeto Educarte, intitulado “O despertar do ser”, atende 700 estudantes da rede municipal (com idade entre 8 e 11 anos) e também os alunos do Centro de Educação Especial (APAE) e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). A idéia é trabalhar com atividades artísticas no turno contrário em que o aluno estuda. Proporcionar o desenvolvimento de habilidades diversas, contribuindo para a redução de evasão, da reprovação e melhoria das condições para rendimento e aproveitamento escolar. As atividades são acompanhadas por 8 professores e uma gestora, que possuem habilidades para exercer atividades artísticas e esportivas. As crianças permanecem no local por 3 horas. Educarte é uma ação de política pública. No ano de 2011 o Projeto Educarte ocupava um prédio alugado. Contava com 2 salas grandes e uma quadra de esporte de chão de cimento, cuja utilização revezava com outra instituição. As atividades oferecidas aos alunos eram: artesanato, pintura, dança, teatro, musica, flauta, violão, karatê, ginástica rítmica, futsal e handball. O projeto tem 50 violões, 100 flautas e 25 kimonos. O material para as aulas de artesanato e pintura são fornecidos pela prefeitura. Espaço físico do Projeto Educarte (2011) Coral de Natal Projeto Educarte (2011) O projeto se mantinha com muita dificuldade, por falta de recursos. Em diversas ocasiões os professores fizeram doações para que as crianças tivessem material para as atividades. Em outras ocasiões, aproveitaram as festividades da cidade e montaram barracas para vender salgados e bebidas para fazer caixa. O Educarte tem uma lista de espera de alunos que querem participar do projeto. É voltado para crianças em estado de vulnerabilidade, mantendo este aluno mais tempo na escola. Durante o ano de 2011 foram realizadas diversas atividades junto a comunidade: 1. Sarau das letras: intitulado “Um passeio por um século de artes brasileiras”; 2. Dia do Trabalho: teatro. Nesta ocasião as professoras montaram uma barraca de salgados para arrecadar fundos para pagar a conta de luz; 90 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aulas de karatê Educarte Produção artesanato - alunos do Educarte 3. Bailarte: oficina de dança de 1 semana que terminou com um baile, para casais da terceira idade. Foi organizada venda de bebidas e salgados; 4. Festival de pesca: promoveram oficina de artesanato com uso de garrafa peti; 5. Aniversário da cidade: apresentação de teatro e mostra de artesanato dos alunos; 6. Festa junina o “Alto dos 3 Santos”, promoção de baile e barracas de bebidas e salgados para arrecadar dinheiro para pagar conta de luz; 7. Encerramento do primeiro semestre com encenação de teatro e mostra de atividades intituladas “Descobrindo Portinari”; 8. Feira de ciências: pesquisa sobre reciclagem e coleta seletiva; 9. Copa karatê: crianças do projeto ficaram na 3ª colocação estadual; 10. Semana da criança: confecção de bonecos de lã e carrinhos de feltro. Sessão de cinema com bolo, picolé e chocolate; 11. Festival da canção. 12. Sarau intitulado “Brega é quem me diz”, com apresentação de artistas da cidade. 13. Projeto “Cidade limpa”: encenação de teatro; 14. Encerramento do ano com mostra de artesanato e pintura e apresentação das outras atividades: música, violão, flauta e teatro. O Educarte estava com futuro incerto para 2012. Suas instalações eram alugadas e o proprietário prédio já havia pedido a sua desocupação. As instalações não eram adequadas faltando salas para laboratório de informática, sala de aula para aprendizado de uma língua estrangeira e para fazer 91 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 tarefas e reforço escolar. Segundo informação colhida em 2011 a prefeitura não apresentava condições de alugar outro prédio, nem tinha local disponível para alojar o projeto. Aulas de violão Projeto Educarte Atividades de artes Projeto Educarte Em 2011 foi criado o núcleo psico-fono-pedagógico na Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, com a finalidade de atender uma demanda de alunos com problemas psico-fonoeducacionais, que não podem ser atendidos de forma individual no espaço escolar. A equipe era composta por uma fonoaudióloga, uma psicóloga e uma psicopedagoga. Inicialmente foram identificadas as alterações apontadas pelas professoras nas escolas. A seguir foi realizado uma triagem dos alunos e capacitação dos professores para visualizar estas alterações nas crianças, que podiam se manifestar na fase pré-escolar e escolar. As principais patologias atendidas eram distúrbios de aprendizado, distúrbios de comportamento, de leitura e escrita. Recebiam também alunos com alteração de audição e de articulação da linguagem (Secretaria Municipal de Educação, 2011). O núcleo já atendeu mais de 600 crianças e outras 170 estavam na lista de espera. Se for identificado um caso neurológico este era encaminhado para atendimento especializado, agendado inicialmente em Juína e eventualmente em Cuiabá. A consulta com a psicóloga durava 45 minutos; a Secretaria adquiriu teste de Bender e matrizes coloridas de Ravem para aplicação durante a sessão. A consulta com a fonoaudióloga e psicopedagoga levava 30 minutos. Existia a necessidade de se contratar uma assistente social para trabalhar com o núcleo. Eram muitos conflitos familiares que interferiam no aprendizado das crianças. Durante a construção da Usina Águas da Pedra, a empresa cedia um profissional para trabalhar com a Secretaria (Secretaria Municipal de Educação, 2011). Todas as escolas municipais tinham um professor articulador para trabalhar com crianças que apresentem qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem. Elas identificavam o problema, levavam para o núcleo e retornavam com proposta de atividades. Nas escolas existem salas multifuncionais, com material didático e pedagógico para execução destas propostas, que podem atender deficientes auditivos, visuais, físicos e com múltiplas deficiências. Alguns alunos passam meio período na escola regular e o outro período na APAE (Secretaria Municipal de Educação, 2011). 92 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As profissionais do núcleo vão para as escolas do campo para fazer avaliação e através de relatórios orientam os professores como trabalhar com estes alunos especiais. São fornecidas apostilas para formação dos profissionais e materiais didáticos diversificados para as atividades (Secretaria Municipal de Educação, 2011). A Secretaria Municipal de Educação criou um plano de alfabetização municipal. Elaborou material didático para os alunos com até 6 anos de idade, universal para todas as escolas. A intenção era que toda criança até esta idade soubesse ler, havendo uma unidade no município. Elaborou, então, um sistema de avaliação diagnóstica para os todos os alunos do ensino fundamental, para saber qual o grau de aprendizagem de cada um. As avaliações eram elaboradas pela equipe da secretaria e obedeciam ao grau de dificuldade de cada ano. No ano de 2011 foram aplicadas duas avaliações, uma em cada semestre. Após a primeira avaliação os professores foram chamados para verificar o desempenho de seus alunos e traçar metas para suprir as necessidades de cada turma. Com a avaliação do segundo semestre vai se verificar se houve melhora do aluno e qual foi a atuação do professor (Secretaria Municipal de Educação, 2011). Sala de aula da educação infantil Sala de aula do ensino fundamental A Secretaria Municipal de Educação trabalha em parceria com a SEDUC, no intuito de melhora o IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) na Prova Brasil, pois a EM Maria Luiza ficou com índice bastante baixo em 2007. A secretaria não tem um sistema municipal de ensino. Ela utiliza parâmetros do ensino ciclado (sem reprovação), mas implantou ensino de 9 anos (Secretaria Municipal de Educação, 2011). Durante trabalho de campo (2011) recebemos a informação que ocorreu uma ampliação do transporte escolar, passando de 20 linhas em 2008 para 32 em 2011. Para atendimento destas linhas a Secretaria de Educação conta 24 veículos próprios: 10 microônibus novos recebidos do Governo do Estado, 5 ônibus ano 1998, e 9 ônibus muito antigos que precisam ser trocados pois demandam muita manutenção. Tem mais 7 ônibus terceirizados, que causam muitos problemas pois não estão em boas condições e nem sempre cumprem os contratos, ficando várias vezes sem chegar ao final da linha. A secretaria tem ainda duas caminhonetes para serviços internos. Para 93 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 dirigir estes veículos a secretaria conta com 8 motoristas efetivos e outros contratados. No ano de 2011 foi realizado concurso para preenchimento dos cargos. Frota de ônibus escolares (2011) Ônibus para transporte de alunos especiais (2011) Os ônibus novos recebidos pelo município apresentam muitos problemas de manutenção. São mais modernos e tem ignição eletrônica, que facilmente se danifica com a lama das estradas. Por serem muito baixos não suportam a má condição das estradas e em seis meses já estavam com os pneus e a suspensão estragada, não são adequados para as condições locais, foram feitos para rodar em asfalto. Outra dificuldade é a falta de peças de reposição no município e mecânicos não capacitados para dar manutenção. Por vezes os veículos ficam parados por muitos dias enquanto a peça não chega da capital (Secretaria Municipal de Educação, 2011). A Secretaria não dispunha de ônibus reserva, portanto, quando um dos ônibus tinha algum problema, um dos outros veículos tinha que fazer duas linhas. Caso fosse necessário mandar um dos carros novos para a concessionária, precisava ser enviado para Vilhena (800 km) ou Cuiabá (900 km), o que tornava dispendioso o conserto. Cada linha percorria uma média de 120 km por dia (varia de 60 a 180 km). As distâncias eram: Gleba Milagrosa 30 km; Lontra 30 km; Cidade Morena 55 km; AR2 70 km; Vale do Sonho 90 km; 3 Rios 85 km e Conselvan 80 km. Eram transportados diariamente 1.240 alunos. De acordo com dados obtidos em 2011 foi aprovado um orçamento suplementar pela prefeitura para a aquisição de mais 7 ônibus escolares. Em 2010 foram adquiridos 140 mil litros de óleo diesel e 150 mil litros em 2011. Foram gastos em 2010 um milhão e meio de reais com peças de reposição e para manutenção da frota escolar e o mesmo montante em 2011. Em 2011 foram gastos 110 mil reais com a compra de pneus novos (Secretaria Municipal de Educação, 2011). A Lei nº 11.94/2009 criou o Programa Nacional de Alimentação Escolar, cujo objetivo era atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência nas escolas, contribuindo com uma alimentação saudável a fim de melhorara o rendimento escolar. O município de Aripuanã passou a comprar diretamente dos produtores de agricultura familiar. Inicialmente comprava 2% diretamente dos produtores, passando para 21% em 2010 e em 2011 este montante chegou a 37%, representando o valor de R$ 79.330,00 (Secretaria Municipal de Educação, inédito 2011). Os contemplados com alimentação escolar somam 3.338 alunos da rede 94 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 municipal de ensino. Os recursos são provenientes do Fundo Nacional de desenvolvimento da educação (FNDE). São comprados produtos diversos como: banana, abacaxi, abóbora, alface, couve, batata doce, laranja, pepino, póla de frutas, almeirão, banana da terra, maracujá, rúcula, e tomate (Secretaria Municipal de Educação, 2011). O projeto Pró-Letramento era um programa de Formação Continuada de professores realizada pelo MEC em parceria com as Universidades e adesão dos Estados e Municípios. Visa melhorar a qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Todos os professores em exercício podiam participar. Oferecia suporte para a ação pedagógica dos professores e assim elevava a qualidade do ensino. O programa contava em 2011 com 52 cursistas na área de matemática e 50 na de linguagem. O curso era dividido em 84 horas presenciais e 36 a distância, totalizando 120 horas. A maioria dos professores da rede municipal de ensino tinha curso superior (Secretaria Municipal de Educação, 2011). O município de Aripuanã possuía um Conselho Municipal de Educação, instituído conforme Lei Municipal nº 659/2006 e composto por 9 membros de diversos segmentos da sociedade. 6.3.Ensino médio O Ensino Médio, também conhecido como 2º Grau, pela Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 (LDB) tornou-se a etapa final da Educação Básica. Tem por finalidade a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental. Esta etapa da Educação Básica possibilita o prosseguimento de estudos, além da preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, de modo a torná-lo capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores. As Diretrizes Curriculares Nacionais têm como função orientar as escolas e seus professores. O MEC, numa construção conjunta com os especialistas da educação, elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNEM e o Conselho Nacional de Educação instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) – Resolução CEB/CNE nº. 03/98. O PCNEM tem caráter de orientação e as Diretrizes, por ser uma resolução do Conselho Nacional de Educação, têm caráter de lei. As DCNEM estabelecem que o currículo deva ser formado por uma Base Nacional Comum, complementada por uma parte diversificada, destinada a atender às características regionais de cada Estado. O novo currículo é dividido em três áreas: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências da natureza, matemática e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias. O currículo deve ser contextualizado, o que significa que os conteúdos e as metodologias devem possuir vínculos com a vida dos alunos e, suas experiências pessoais, sociais e culturais devam ser consideradas pelos professores durante o processo de ensino-aprendizagem. A interdisciplinaridade é fundamental, ou seja, todas as disciplinas e seus respectivos conteúdos devem ser relacionados, integrados, comparados e complementados, a fim de que o aluno construa um conhecimento complexo da sociedade em que vive. 95 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Esc. Estadual S. Fco. de Assis Esc. Estadual Ilídio Moriceli Filho As novas Diretrizes Curriculares procuram desenvolver nos alunos o domínio de competências básicas e não a memorização de informações. O que se deseja é que as escolas de Ensino Médio garantam aos jovens a autonomia para continuar aprendendo; condições para sua inserção no mundo do trabalho; e competências para sua atuação como cidadão. O número de unidades escolares de Ensino Médio, por dependência administrativa na área de estudo em 2005 somava 19 unidades, sendo que 15 (79,0%) se encontravam na zona urbana e 4 (21,0%) na zona rural. O único município com ensino médio na zona rural era Rondolândia e as unidades escolares pertenciam à rede municipal de ensino. Na zona urbana o município com maior número de unidades escolares era Juína com 5 (26,3%) escola (2 da rede estadual e 3 privadas). O município de Aripuanã tinha 3 (15,8%) unidades escolares do ensino médio, 2 (10,5%) da rede estadual urbana e 1 (5,3%) da rede privada urbana (Mato Grosso, 2007). Unidades de ensino por dependência administrativa, ensino médio em 2005. Urbana Local Estadual Municipal Privada Aripuanã 2 1 Brasnorte 1 1 Castanheira 1 Colniza 2 Cotriguaçu 1 Juína 2 3 Juruena 1 Rondolândia 1 Fonte: Mato Grosso (2007). Total 3 2 1 2 1 5 1 1 Estadual - Rural Municipal Privada 3 Total 3 Total geral 3 2 1 2 1 5 1 4 O ensino médio é competência do Estado, exigindo um maior esforço para expandir o acesso a ele e garantir a sua obrigatoriedade. O aumento de sua oferta pode elevar a escolarização e aumentar as possibilidades de trabalho. A distribuição das matrículas por rede de ensino mostra uma tendência crescente, especialmente em 2006. Há participação das diferentes redes de ensino, com domínio da rede estadual que detém 88,7% do total de matrículas. Vale notar a expansão da rede estadual que adicionou de 2000 a 2006 um total de 804.745 alunos. A rede privada, no mesmo período, também apresenta um aumento de alunos, 92.337 que correspondem a 9,4% do total (Mato Grosso, 2006, 2008). 96 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Evolução alunos matriculados no ensino médio 2004 a 2009. Anos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total 147.399 151.359 156.942 146.753 147.918 145.073 Alunos matriculados em Mato Grosso no ensino médio Federal Estadual Municipal 1.574 130.010 1.430 1.535 133.167 1.438 1.491 139.291 1.332 1.771 132.000 318 1.298 132.361 231 1.457 129.776 96 Particular 14.385 15.219 14.828 12.664 14.028 13.744 Fonte: Mato Grosso (2010b). O Estado de Mato Grosso enfrentava problemas referentes ao acesso para o ensino médio, demonstrando um baixo numero de matrículas, ficando evidente que o Estado necessitava ampliar significativamente as oportunidades de educação a esse nível de ensino. O que se pode considerar é que o sistema continuava profundamente desigual, havendo a necessidade de fortes investimentos e de formulação de políticas adequadas que visem a ampliação do acesso ao ensino médio. Além disso, era tarefa do poder público garantir que o ensino médio gratuito fosse progressivamente universalizado (Mato Grosso, 2010b). Evolução dos docentes do ensino médio 2004 a 2009. Anos 2004 165 2006 2007 2008 2009 Total 8.210 6.426 8.303 8.546 9.532 8.989 Docente do ensino médio Mato Grosso Federal Estadual Municipal 295 6.264 102 101 6.426 101 118 6.614 103 107 7.195 52 142 7.959 61 108 7.536 20 Particular 1.549 1.540 1.468 1.192 1.370 1.325 Fonte: Mato Grosso (2010b). Em 2005 o número de alunos matriculados no ensino médio na área de estudo totalizava 5.329, estando 5.257 (98,6%) na zona urbana e 72 (1,4%) na zona rural. O município de Rondolândia era o único que contava com ensino médio na zona rural, com 72 alunos matriculados na rede municipal. Juína tinha o maior número de alunos matriculados no ensino médio, estando 1.331 na rede estadual e 215 na rede privada. O município de Aripuanã vinha a seguir com total de 945 alunos matriculados no ensino médio, sendo 900 da rede estadual e 45 da rede privada (Mato Grosso, 2007). Número de matrículas no ensino médio em 2005 Local Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Estadual 900 594 400 749 421 1.331 375 Urbana Municipal Privada 45 15 215 - Total 945 609 400 749 421 1.546 375 Estadual - Rural Municipal Privada - Total - Total geral 945 609 400 749 421 1.546 375 97 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Local Estadual Rondolândia 212 Fonte: Mato Grosso (2007) Urbana Municipal Privada - Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Total 212 Estadual - Rural Municipal Privada 72 - Total 72 Total geral 284 O número total de docentes do ensino médio em 2005, na área de estudo totalizava 281, sendo 229 (81,5%) da rede estadual urbana, 11 (4,0%) da rede municipal rural e 41 (14,5%) da rede privada urbana. O município de Juína contava com o maior número de docentes (76) seguido do município de Aripuanã (63). O município de Rondolândia era o único a ter docentes na zona rural (Mato Grosso, 2007). Número de docentes do ensino médio em 2005 Local Estadual Aripuanã 52 Brasnorte 30 Castanheira 18 Colniza 29 Cotriguaçu 21 Juína 53 Juruena 18 Rondolândia 8 Fonte: Mato Grosso (2007) Urbana Municipal Privada 11 7 23 - Total 63 37 18 29 21 76 18 8 Estadual - Rural Municipal Privada 11 - Total 11 Total geral 63 37 18 29 21 76 18 19 Observa-se um aumento na qualificação dos docentes do ensino médio na última década. Em 1999 eram 5.685 docentes, sendo que 997 (17,5%) contavam com ensino médio, 4.643 (81,7%) com ensino superior. Em 2006 os docentes eram 8.303. Destes, 72 (0,9%) com ensino médio e 8.231 ensino superior (99,1%) (Mato Grosso, 2008). Nível de formação dos docentes do ensino médio MT entre 1999 a 2006 Nível de formação 1999 2000 2001 Ensino Fundamental 45 5 46 Incompleto Completo 45 5 46 Ensino Médio 997 909 936 Magistério completo 380 402 437 Outra formação 617 507 499 Ensino Superior 4.643 5.218 5.243 Licenciatura completa 3.636 3.943 4.262 Completa c/magistério 451 770 586 Completa 556 505 395 s/ magistério Fonte: Mato Grosso (2008). 2002 6 6 947 459 488 5.778 5.111 378 289 2003 15 7 8 853 421 432 6.518 5.797 412 309 2004 9 3 6 723 315 408 7.307 6.725 324 258 2005 222 222 8.010 8.010 - 2006 72 72 8.231 8.231 - O rendimento escolar dos alunos do ensino médio na área de estudo estava em torno de 70% de aprovação, sendo o maior percentual alcançado no município de Rondolândia com 85,1% e, o menor percentual no município de Juruena com 61,1%. O percentual de abando escolar no ensino médio foi grande em 2005, atingindo 30,3% no município de Juruena e, o menor percentual foi verificado em Rondolândia com 10,3%. A média da reprovação escolar estava em torno de 6,0%, sendo o maior número encontrado no município de Juína com 11,5% e, o menor 98 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 número em Brasnorte com 2,8%. O município de Aripuanã apresentou percentual de abando de 18,4% e de reprovação de 7,5% (Mato Grosso, 2007). Rendimento escolar (%) ensino médio em 2005 Local Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Rede estadual urbana Aprov Repro Aband 74,1 7,5 18,4 70,2 2,8 27,0 70,5 6,4 23,1 69,2 4,2 26,6 77,4 22,6 73,9 11,5 14,6 61,1 8,6 30,3 85,1 4,6 10,3 Rede municipal rural Aprov Reprov Aband 78,3 21,7 Rede privada urbana Aprov Reprov Aband 94,3 5.7 100 93,9 4,6 1,5 - Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2008, durante trabalho de campo, a assessoria pedagógica do Governo Estadual informou a existência de cinco escolas estaduais no município, sendo 2 urbanas (EE São Francisco de Assis e EE Profº Elídio Murcelli Filho), 2 indígenas (EE Indígena Adeca Vela Arara e EE Indígena Passapkaréeý) e 1 rural (EE Dom Franco Dalla Valle) na localidade de Conselvan. Encontravase em processo de implantação o modelo de escola ciclada, com eliminação total do modelo seriado, previsto para 2010. Para os alunos das escolas São Francisco e Elídio Murcelli Filho, que moram no meio rural, era oferecido transporte. A Escola São Francisco, localizada na zona urbana, contava com 1.865 alunos e 107 professores, sendo 74 no ensino fundamental e 33 no ensino médio. O modelo ciclado tinha 383 alunos até a 2ª fase do 2º ciclo e, 666 alunos da 5ª a 8ª seriada. No EJA (Educação de Jovens e Adultos) noturno de 1ª a 4ª havia 51 alunos e da 5ª a 8ª, 238 alunos. No ensino médio eram 527 alunos. Tinha 2 as salas especiais, com 5 alunos cada uma, somando 10 alunos. Registravam problemas quanto a capacitação de professores e para transporte, hospedagem e alimentação de alunos. Na Escola Estadual Professor Elídio Murcelli Filho, em 2008 era oferecido salas de aula de 5ª a 8ª e o ensino médio, com o total de 1.174 alunos. Entre a 5ª e a 8ª eram 552 alunos do ensino fundamental e 622 do ensino médio. O total de professores era 82, com 34 no ensino da 5ª a 8ª e, 48 no ensino médio. Nesta escola era desenvolvido como projeto experimental, o BEJA; desenvolvido entre os anos de 2005 e 2009, quando seria avaliado. Servia 2.000 alunos e tinha sala anexa em escola municipal no Jardim Planalto. A Escola Estadual Dom Franco Dalla Valle oferecia em 2008 o ensino regular (propedêutico) para 240 alunos, contando para isso com 15 professores. Conforme dados cedidos, em 2008, pela Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, o número de alunos matriculados no ensino médio vem decrescendo desde 2005. As transferências neste período também são significativas, bem como o percentual de evasão escolar, que em 2007 atingiu 17% dos alunos matriculados. No período de 2004 a 2007 o percentual de alunos 99 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 reprovados era em média 7,7% e o índice de aprovação em média de 76,4% do total de alunos (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Ensino médio nas escolas municipais em Aripuanã 2007 2004 2005 2006 2007 Total Matriculas 1.269 1.416 1.346 1.063 5.094 Transferência 146 253 248 184 831 Evasão 155 159 161 149 624 % 13,8 13,7 14,7 17,0 14,6 Reprovação 113 96 62 59 330 % 10,1 8,3 5,6 6,7 7,7 Aprovação 855 908 875 631 3.259 % 76,1 78,1 79,7 71,8 76,4 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (inédito 2008). As unidades de ensino médio na área de estudo em 2008 se concentravam na rede estadual e em maior número na zona urbana. Houve um aumento da rede estadual, de 2 unidades, em relação a 2005, no município de Juína. Os demais municípios mantiveram o número inalterado. A rede privada de ensino, localizada nos municípios de Aripuanã e Juína também não sofreram alteração em relação a 2005. Na zona rural que em 2005 não contava com nenhuma unidade escolar do ensino médio, passa em 2008 a contar com 6 unidades, localizadas 2 no município de Castanheira e 1 unidade nos municípios de Brasnorte, Cotriguaçu, Juína e Rondolândia (Mato Grosso, 2010a). Unidades de ensino por dependência administrativa, ensino médio em 2008 Urbana Local Estadual Municipal Privada Aripuanã 2 2 Brasnorte 1 Castanheira 1 Colniza 2 Cotriguaçu 1 Juína 4 3 Juruena 1 Rondolândia 1 Total 13 5 Fonte: Mato Grosso (2010a). Total 4 1 1 2 1 7 1 1 18 Estadual 1 2 1 1 1 6 Rural Municipal Privada - Total 1 2 1 1 1 6 Total geral 4 2 3 2 2 8 1 2 24 Em 2008 houve um acréscimo de 117 docentes do ensino médio na área de estudo, em relação a 2005, representando um aumento de 29,39%. Os municípios que mais ganharam profissionais, na rede estadual de ensino médio, foram Juína (31), seguido de Colniza (25), Rondolândia (21), Aripuanã (16), Castanheira (16), Cotriguaçu (16), Juruena (5) e Brasnorte (4). Na rede privada somente Aripuanã e Juína contavam com docentes do ensino médio, que representavam 8,79% do total. Número de docentes do ensino médio, 2008 Município Estadual Municipal Aripuanã 68 Brasnorte 34 Castanheira 34 - Privada 11 - Total geral 79 34 34 100 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Município Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total Estadual 54 37 84 23 29 363 Municipal - Privada 24 35 Total geral 54 37 108 23 29 398 Fonte: Mato Grosso (2010a). Na área de estudo, em 2008 houve aumento de 291 matriculas no ensino médio em relação a 2005, o que representava um acréscimo de 5,1%. Os alunos se concentravam nas escolas estaduais. Um pequeno número estava na rede privada (165) correspondendo a 2,9% do total (Mato Grosso, 2010a). Número de matrículas do ensino médio, 2008 Município Aripuanã Brasnorte Castanheria Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total Urbana Estadual 816 758 416 871 461 1.622 308 203 5.455 Municipal - Privada 25 140 165 Total geral 841 758 416 871 461 1.762 308 203 5.620 Fonte: Mato Grosso (2010a). A evasão escolar, em 2007, de alunos matriculados no ensino médio na área de estudo é bastante considerável, chegando a atingir nível superior a 30% nos município de Brasnorte, Castanheira e Colniza. O menor percentual de abando é observado no município de Juína (13,7%) (Mato Grosso, 2010a). Rendimento escolar no ensino médio, 2007 Estadual Município Aprovado Reprovado Aripuanã 70,4 4,9 Brasnorte 63,9 2,8 Castanheira 65,2 1,0 Colniza 60,2 6,6 Cotriguaçu 74,0 6,4 Juína 78,1 8,2 Juruena 74,8 3,4 Rondolândia 68,7 2,3 Fonte: Mato Grosso (2010a). Abandono 24,7 33,3 33,8 33,2 19,6 13,7 21,8 29,0 Aprovado 100,0 100,0 - Privado Reprovado - Abandono - 88,8 - 5,9 - 5,3 - 101 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Conforme dados colhidos no trabalho de campo, em dezembro de 2011, o município de Aripuanã conta com 5 unidades escolares estaduais. Suas localizações são: 2 na sede do município, uma em Colselvan e 2 escolas indígenas, uma da etnia Arara e outra Cinta Larga. Conta também com salas anexas na localidades de AR2, Comunidade Milagrosa, projeto Lontra, Cidade Morena, Linha Capucho (Secretaria Estadual de Educação, Aripuanã, 2011). De acordo com informação recebida em 2011, com o término da obra da Usina de Águas da Pedra houve uma redução bastante significativa do número de alunos matriculados nas escolas estaduais. A secretaria calcula que houve um decréscimo de aproximadamente 500 alunos. Este número pode ser confirmado, verificado o número de alunos matriculados nas 3 escolas estaduais, em 2011. A EE Dom Franco Dalla Valle (em Conselvan) contava com 735 e 38 professores; já chegou a ter 900 alunos matriculados. A EE Prof. Elídio Murselli Filho tinha 830 alunos e 35 professores. Já chegou a contar com 1.200 alunos. Oferece ensino fundamental, médio e EJA. Possui salas ociosas no período diurno. A EE São Francisco de Assis tinha 1.371 alunos e 56 professores. Já teve 1.800 alunos matriculados. Oferece ensino fundamental e EJA. A partir de 2012 só terá as série finais. Está com salas ociosas no período noturno. Uma nova escola estadual está em fase final de construção, perto do rodeio. Serão 18 salas de aula com capacidade para receber 1.600 alunos, das séries finais do ensino fundamental e alunos do ensino médio. Contará com laboratório e biblioteca. Ainda se discute a ocupação deste prédio, visto que com a atual demanda por matriculas no município, a tendência é que muitas salas deste novo prédio permaneçam ociosas. 6.4. Educação especial A Educação Especial é uma modalidade de educação escolar da rede regular de ensino ou em escolas especializadas, para alunos Portadores de Necessidades Educacionais Especiais (PNEE). Essa oferta é dever constitucional do Estado tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil e o atendimento educacional é feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Conforme Resolução n.º 261/02 do CEE-MT, a Educação Especial é um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, bem como promover o desenvolvimento das potencialidades aos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais (Mato Grosso, 2006). Ano 1999 2000 2001 2002 2003 Total 4.876 5.160 6.130 6.574 6.839 Educação especial – alunos matriculados em Mato Grosso Estadual Municipal Particular 1.206 274 3.396 1.229 283 3.648 1.434 385 4.311 1.569 315 4.690 1.403 394 5.042 102 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Ano 2004 2005 2006 2007* 2008 2009 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Educação especial – alunos matriculados em Mato Grosso Total Estadual Municipal Particular 7.201 1.537 342 5.322 7.355 1.446 508 5.401 7.087 1.378 460 5.249 10.950 2.770 2.889 5.288 11.395 2.790 3.457 5.146 9.571 2.145 3.004 4.421 Fonte: Mato Grosso (2010b). Educação especial + inclusos No ano de 2005 os municípios da área de estudo contavam com 7 unidades escolares de educação especial. O município de Aripuanã contava com duas unidades, um da rede estadual e uma da rede privada (Mato Grosso, 2007). Unidades escolares de educação especial, 2005 Municípios Estadual Municipal Aripuanã 1 Brasnorte Castanheira 1 Colniza 1 Cotriguaçu 1 Juína Juruena Rondolândia 1 - Privada 1 1 - Total 2 1 1 1 1 1 Fonte: Mato Grosso (2007). O total de alunos matriculados na educação especial da área de estudo somava 177, sendo que 102 (57,6%) encontravam-se em Juína, atendidos pela rede privada e, 45 (25,4%) em Aripuanã, onde 14 são atendidos na rede estadual e 31 na rede privada (Mato Grosso, 2007). Em 2007, Aripuanã tinha na EM Wilma Battisti um aluno cadeirante e na EM Maria Luiza 8 crianças com deficiência leve (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Número de alunos matriculados na educação especial, 2005. Municípios Estadual Municipal Privada Aripuanã 14 31 Brasnorte Castanheira 6 Colniza 16 Cotriguaçu 5 Juína 102 Juruena Rondolândia 3 Fonte: Mato Grosso (2007). Total 45 6 16 5 102 3 103 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A área de estudo contava em 2005 com 17 docentes da educação especial estando 8 (47,0%) no município de Juína e 5 (30,0%) em Aripuanã (Mato Grosso, 2007). Número de docentes da educação especial, 2005 Municípios Estadual Municipal Aripuanã 2 Brasnorte Castanheira 1 Colniza 1 Cotriguaçu 1 Juína Juruena Rondolândia 1 - Privada 3 8 - Total 5 1 1 1 8 1 Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2008, durante o trabalho de campo visitamos as instalações do Centro de Educação Especial Despertar, dirigido pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e obtivemos informações sobre o seu funcionamento. Em Aripuanã eram atendidos 56 alunos, com idades variando de zero até 48 anos, portadores de múltiplas deficiências, tais como síndrome de Down, síndrome de Duchenne, paralisias cerebrais, etc. APAE Coral da APAE Foto– Aparecida Procópio A equipe era composta por 12 profissionais, tendo pedagoga, docente em educação infantil e fisioterapeuta (única profissional do município). A entidade necessitava para melhor funcionamento de profissionais na área de psicologia, fonoaudiologia e assistente social, que não eram encontradas no município. O município não dispunha de um serviço de odontologia especializado para tratar os alunos da APAE, visto que em certas ocasiões era preciso sedação para realizar o tratamento odontológico. Possuía convênio com o Estado e uma parceria com a prefeitura de Aripuanã, que cedia funcionários para trabalhar na instituição. O custeio da alimentação dos alunos e dos docentes no período de atividades era conseguido através de doações e promoções de eventos. 104 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O espaço físico era composto de cinco salas de atividades, sala da administração, refeitório, cozinha e banheiros. Na ocasião o prédio passou por uma reforma e ampliação, custeada pela empresa Odebrecht, empreiteira que executava as obras da Usina Hidrelétrica de Dardanelos. A empresa Energética Águas da Pedra fez a doação de uma Kombi para locomoção dos alunos. As suas instalações ainda estavam incompletas, necessitando murar a escola, de uma piscina para exercitar as crianças, um parquinho, de computadores para aulas de computação e adaptação para ecoterapia (já tinha dois cavalos cedidos que estavam alojados no parque de exposição da cidade). A sala de estimulação precoce, que atendia 15 crianças, precisava ser equipada com bebedouro, geladeira, adaptação do banheiro, estoques de fralda descartável e outros materiais de consumo, para melhor atendimento das crianças. A APAE atendia crianças de risco, que apresentavam retardo no seu desenvolvimento, realizando estimulação precoce, para que depois pudessem ser encaminhadas a creche. Crianças hiperativas também eram atendidas e integradas no ensino regular. As escolas de Aripuanã não contavam com docentes capacitados para acompanhar estes alunos (estavam se preparando para recebê-los). As crianças que frequentavam a APAE recebiam aulas de alfabetização e participavam de atividades pedagógicas. Os adultos recebiam ensino profissionalizante, tinham atividades na oficina pedagógica e aulas de higiene e tarefas do cotidiano. A instituição tinha um coral para alunos a partir de 14 anos. Várias crianças da cidade não recebiam atendimento por que as famílias não aceitavam a patologia de seu ente e tinham medo de exposição da criança. Comemoração Páscoa APAE - 2011 Teatro Festa Junina APAE - 2011 Os alunos participavam de várias atividades com a comunidade, dentre elas: desfile de 7 de setembro, festa junina, dia das mães, dos pais, Natal, Páscoa, dia das crianças, dia internacional da mulher, dia dos namorados (APAExonados), etc. Alguns eventos realizados na cidade tinham percentual da sua arrecadação doado para a entidade (leilão da prefeitura, rodeio). Ao visitar a APAE em 2011, constatamos que a mesma construiu uma área coberta na frente do prédio (construída com recursos próprios), onde são realizadas atividades com os alunos, que ficam protegidos do sol e chuva. Nos fundos do prédio também se encontra em construção uma nova cozinha. 105 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em dezembro de 2011 contavam com 49 alunos, alguns inclusive residentes na zona rural. Todos deveriam freqüentar escolas regulares. Os alunos adultos estão inscritos no período da tarde e apresentam dificuldade de comunicação e movimentação. A instituição tem 11 funcionárias, sendo que 9 são mantidas pelo município. Em 2012 a prefeitura passará a manter somente 3 funcionárias. Os recursos para a manutenção da APAE são conseguidos através de convênios com o Estado (manutenção de professores), de mensalidade de sócios contribuintes (R$ 600,00) e da realização de promoções: festa do dia da mulher, festa dia dos namorados, venda de pizzas, rifas e bazar. Eventualmente recebem doações de material apreendido pela Polícia Federal (roupas, celulares, DVD, caixas de som, etc.) que vendem e transformam em caixa. Possuem também Título de Utilidade Pública, que permite a realização de algumas parcerias com o SICRED. Com a venda de madeiras doadas pelo Fórum do município, construíram uma sala de jogos e de informática. Além do suporte pedagógico a APAE atende as famílias dos alunos, com auxílio alimentação aos mais carentes (fornecimento de cestas básicas) e visitas domiciliares. A prefeitura colabora com a alimentação dos alunos no período em que eles frequentam a instituição. A APAE tem uma Kombi para o transporte dos alunos, que também serve as crianças do PETI e da Casa Transitória para Menores. Ela foi doada pela Empresa Águas da Pedra e devido ao grande uso da mesma esta precisando de reforma. Para atender a demanda de utilização, seria necessário a aquisição de mais um carro. A APAE tem um ônibus doado pelo Estado, que também precisa de reformas. A prefeitura de Aripuanã fornece o combustível e faz a manutenção. Conforme informações colhidas em 2011 a instituição precisa equipar salas para atender adequadamente as crianças. São necessários a aquisição de equipamentos de fisioterapia, fonoaudiologia e pedagógicos. Conta em seu quadro de funcionários com uma fisioterapeuta, mantida pela prefeitura que trabalha 20 horas semanais. Aripuanã tem somente uma fonoaudióloga na cidade, que esta lotada na Secretaria Municipal de Educação. Quando a APAE precisa, solicita avaliações. O ideal seria uma fonoaudióloga que trabalhasse na APAE e tivesse conhecimento do trabalho diferenciado que precisa ser feito com seus alunos. Os alunos que necessitam de avaliação neurológica são encaminhados para Juína ou Cuiabá, demandando uma longa espera por vaga. A APAE necessita de uma psicóloga, bem como de uma sala de estimulação com brinquedos luminosos e sonoros. Existe uma chance de progressão com estimulação, desde que ministrado por um profissional capacitado. A oportunidade de melhora ocorre, geralmente, até a criança atingir 7 anos de idade. Este profissional também teria a oportunidade de atender os alunos adultos e suas famílias, que tem dificuldade de lidar com conflitos familiares e com o cotidiano. As funcionárias sonham com a melhora do acesso até o município. Se tal ocorrer terão mais possibilidade de participar de eventos com outras APAE’s (troca de experiência e vivência) e teriam mais chance comparecer a cursos de qualificação. 106 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.5. Educação escolar indígena A Educação Escolar Indígena é voltada as escolas localizadas em terras habitadas pelas comunidades indígenas, com a garantia do atendimento ser diferenciado, específico, intercultural e de acordo com a realidade sócio - linguística de cada povo. O termo “Escolar” é utilizado para diferenciar das demais atividades indígenas. Esta categoria educacional, portanto, não deve ser confundida com a educação indígena tradicional própria de cada etnia, conforme as diferentes culturas e pedagogias. Nos termos da atual legislação federal, os objetivos da Educação Escolar Indígena são: proporcionar aos índios, as suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; e garantir o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias. (LDB, Art. 78). Tais propósitos estão presentes em todos os programas, projetos e metas do trabalho da Secretaria de Estado de Educação com as escolas indígenas e, portanto, consubstanciam uma política de educação escolar específica e diferenciada para as sociedades indígenas localizadas em território matogrossense. O modelo de educação escolar que vigorou durante anos nas comunidades indígenas, baseado num processo educativo de padronização de valores, saberes e de gestão escolar, desconsiderando as diferenças étnicas dos povos, constituiu um modelo que tinha como finalidade impor conhecimentos e comportamentos da sociedade ocidental. Com a mudança de paradigma da educação escolar, os povos reivindicaram seus direitos de cidadania, reconhecendo que, mesmo sendo originários e nativos desta terra, na prática, a cidadania não existia. Desse modo, a escola passa a ter uma nova finalidade educativa, como a valorização dos significados tradicionais e a resignificação dos conhecimentos adquiridos. A escola passa a ser pensada no contexto dos direitos humanos e sociais, sendo reconhecida sua diversidade cultural, as experiências sociopolíticas, linguísticas, pedagógicas e a valorização do saber tradicional de cada povo. Além disso, se reconhece a educação comunitária, as experiências e conhecimentos, os processos próprios de aprendizagem e a cosmo visão das diferentes sociedades. O município de Aripuanã, em 2008, contava com duas escolas indígenas: Escola Estadual Indígena Passapkaréeý, localizada na Aldeia Taquaral da etnia Cinta-larga. Oferecia até a 6ª série ciclada e tinham 136 alunos matriculados. A escola possuía 7 salas anexas em 7 aldeias. Eram 14 docentes, sendo 7 professores indígenas e 7 não indígenas. Desses, 7 professores desenvolviam atividades da 1ª a 4ª séries e 7 entre a 5ª e a 6ª. E a Escola Estadual Indígena Adeca Vela Arara, localizada na Aldeia Rio Branco da etnia Arara. Oferecia salas de aula para todo o ensino fundamental, estando o modelo seriado em eliminação. Servia a 5 aldeias e contava com 8 professores e 82 alunos. 107 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2008, conversamos com o diretor da EE Adeca Vela Arara. Fomos informados que as escolas existiam há aproximadamente seis anos e que uma das razões de sua criação foi a necessidade do povo estudar para poder se estabelecer com documentação legal perante a sociedade nacional. Relatou-nos que na aldeia Cinta-larga todos falavam a língua materna e que existiam pesquisas para estabelecer o alfabeto para registro da língua escrita. Quanto aos Arara, alguns falam a língua. Foram obrigados a deixar as terras e por um longo período moraram na cidade e a língua não foi transmitida aos novos descendentes. Com o retorno estão voltando a falar a língua materna e seu alfabeto também está sendo definido. Seu povo era incluído no tronco Tupi, mas hoje existem pesquisas que duvidam desta classificação. O diretor alegou que é bom para os índios frequentar a escola, pois aumenta a oportunidade de emprego na cidade e cria a possibilidade de ir para a faculdade. Os índios frequentavam o ensino médio em Aripuanã. Dentre os cursos universitários aponta os profissionais que mais trariam benefício para seu povo: engenheiro agrônomo, engenheiro florestal, enfermagem e pedagogia. De acordo com dados coletados, no trabalho de campo em 2011, o município de Aripuanã continua com 2 escolas estaduais indígenas: EE Pasapkaréý da etnia Cinta Larga, que tem 141 alunos e 20 professores; e a EE Adeca Vela Arara, da etnia Arara, com 22 alunos e 4 professores. Esta duas escolas possuem salas anexas em outras aldeias, algumas distante até 280 km da sede do município (Aldeia Flor do Prado). Foi criado o Projeto Hoyho para capacitação de professores indígenas. O diretor da escola Arara foi o único a se capacitar. Existe uma grande dificuldade em conseguir professores brancos que permaneçam nas aldeias. Um grande número de indivíduos da etnia Arara já mora na cidade. A maioria das crianças e adolescentes em idade escolar se encontra na sede, sendo as turmas escolares das aldeias bastante reduzidas, com apenas 3 a 5 alunos. A população já não fala a língua mãe, restando apenas 2 idosos que conhecem. Da etnia Cinta Larga vários já estão no ensino médio. Até 2011 havia 7 professores indígenas que cursaram o Projeto Hoyho, sendo que 4 estavam cursando ensino superior no município de Barra do Bugres. Por vezes é necessário se contratar um professor branco para dar aula nas aldeias, pois as crianças falam a língua mãe e só começam a falar português em idade escolar. Faltam professores indígenas. As escolas das aldeias recebem recurso para merenda escolar, material pedagógico, material permanente e para realização de pequenos reparos. Faz parte da proposta pedagógica envolver os alunos com as atividades de rotina (pesca, lavoura, etc.), para depois contextualizar na sala de aula. Existe uma proposição para que o ensino médio seja integrado na aldeia, com enfoque para a agroecologia. Estudos e levantamentos estão sendo feitos para verificar o número de alunos que participariam do curso, para verificar a viabilidade (Secretaria Estadual de Ensino, Aripuanã, 2011). 6.6. Ensino superior No ensino superior a Universidade Federal de Mato Grosso, com sede em Cuiabá, tem campus avançado em 18 municípios. A Universidade Estadual de Mato Grosso, com sede no município 108 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de Cáceres, tem campus avançado em 21 municípios do Estado. Entre 1999 e 2009 observou-se um crescimento do número de faculdades particulares, que passaram de 16 para 48, preferencialmente concentradas nos grandes centros. Ano Total 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 19 20 24 27 28 81 81 80 83 83 115 Instituição ensino superior público - MT Federal Estadual Municipal Total 1 1 1 3 1 1 1 3 2 1 1 4 2 1 1 4 3 1 1 5 21 23 2 46 21 23 2 46 15 22 1 38 18 17 1 36 17 18 1 36 39 27 1 67 Instituição privada 16 17 20 23 23 35 35 42 47 47 48 Fonte: Mato Grosso (2010b). A Secretaria de Educação de Aripuanã informou que em 2008 quatro instituições de ensino superior ofereciam cursos na cidade: UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso, com ensino a distância, EADCON/UNITINS (Fundação Universidade do Tocantins/Convênio com Colégio São Gonçalo); Curso de Ensino Superior ULBRA, ensino a distância; e Curso de Pós-graduação da AJES (Faculdades do Vale do Juruena) (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Ensino superior em convênio com UFMT, modalidade ensino a distância Curso Licenciatura em pedagogia séries iniciais Licenciatura em pedagogia séries iniciais Licenciatura em pedagogia educação infantil Nº alunos 25 43 29 Período 2000/2004 2003/2008 - observação Concluído Em curso Em curso Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (2008) Unemat Placa informativa da pós-graduação da AJES, 2008 109 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ensino superior EADCON/UNITINS –Fund. Univ. do Tocantins/ Colégio São Gonçalo Curso Bacharel em ciências contábeis Bacharel em ciências contábeis Bacharel em serviço social Bacharel em administração Bacharel em serviço social Bacharel em administração Bacharel em ciências contábeis Licenciatura em matemática Licenciatura em letras Bacharel em análise e desenvolvimento de sistema Bacharel em administração Bacharel em análise e desenvolvimento de sistema Licenciatura em pedagogia (complementação) Bacharel em ciências contábeis Licenciatura em normal superior Nº alunos 22 26 6 2 14 0 13 12 21 12 22 10 9 27 22 Período 2005/2008 2005/2008 2006/2009 2006/2009 2007/2010 2007/2010 2007/2010 2007/2010 2007/2010 2007/2009 2008/2011 2008/2010 2008/2009 2008/2011 2005/2008 observação Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Concluído Período 2007/2010 2007/2010 2007/2010 2008/2010 2008/2010 2008/2011 2008/2011 observação Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Em curso Período 2004/2006 2008/2010 2008/2010 observação Concluído Em curso Em curso Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (2008). Curso ensino superior – ULBRA, modalidade ensino a distância Curso Licenciatura em pedagogia Licenciatura em letras Licenciatura em sociologia Licenciatura em pedagogia Licenciatura em sociologia Bacharel em administração de empresas Bacharel em serviço social Nº alunos 26 22 26 40 27 31 28 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (2008). Curso de Pós-graduação AJES, Faculdades do Vale do Juruena Curso Psicopedagogia Gestão e prática pedagógica Educação ambiental Nº alunos 26 38 26 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (2008). Segundo dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Aripuanã e da Secretaria Municipal de Educação, em 2005 foi implantado um convênio com UNITINS (Universidade Privada do Tocantis) para a realização de cursos a distância nas áreas de Administração, Ciências Contábeis, Normal Superior, Matemática, Letras e Pedagogia. Também um convênio com a Ubra, Universidade de Minas Gerais nas áreas de Pedagogia, Letras e Sociologia, sendo a matéria ministrada através de teleaulas com a presença de mediador. Em 2008 o município de Aripuanã possuía convênio com Núcleo de Educação da UFMT para realização de cursos de férias a distância, sob supervisão de orientador, na área de Pedagogia (duração de 3 a 5 anos). Tinha convênio com a UNEMAT para bacharel em Administração, com ênfase em empreendedorismo (diurno e noturno) e agronegócios. 110 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Nº de alunos do ensino regular superior, matriculados e concluintes, 2008. Município Instituições de Ensino Superior Matriculados Concluintes Aripuanã UFMT Campus Tangará da Serra 78 Juína UFMT Campus Cuiabá 470 35 UNEMAT 84 38 Fonte: Mato Grosso (2010a). De acordo com informação obtida em 2011, durante o ano de 2010 duzentos alunos participaram por seis meses de forma gratuita de curso pré-vestibular, oferecido pelo Governo do Estado de Mato Grosso em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Todos receberam material didático e as aulas foram ministradas na modalidade de Educação a Distância (EAD). Uma vez por mês havia o encontro presencial com professor de uma determinada área. Simulados foram aplicados para testar o aprendizado, servindo também como auto-avaliação. Os interessados em prestar concurso público também foram beneficiados. Dos alunos que cursaram alguns passaram em concursos públicos na região e outros em faculdade/universidade. De acordo com resolução do MEC, até o final de 2011, todas as universidades que ofereciam curso a distância foram descredenciadas para continuar a ministrar tais cursos, alegando necessidade de mais investimento pedagógico e em infra-estrutura. Até final de janeiro de 2012 seria editado um parecer sobre a possibilidade de se reabrir novos cursos e como ficaria a conclusão dos cursos em andamento. Em dezembro de 2011 no município de Aripuanã, 400 alunos cursavam ensino a distância na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), nos cursos de pedagogia, administração, gestão pública, gestão de RH, letras, serviço social e ciências sociais bacharelado e licenciatura. As aulas eram presenciais, ministradas por 5 professores locais, durante 4 horas semanalmente e em casa por plataforma (através da internet). Metade dos alunos era do interior do município. Por Aripuanã estar longe de outro município e com acesso bastante precário, a transferência destes alunos para outra universidade só é possível com a mudança de residência. Existe a intenção de outras universidades instalarem pólo em Aripuanã para cursos de graduação e pós-graduação, dependendo da resolução adotada pelo MEC. 6.7. Educação de jovens e adultos A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade específica da Educação Básica que se propõe a atender a um público ao qual foi negado o direito à educação durante a infância e/ou adolescência seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis. O conceito de EJA muitas vezes confunde-se com o de Ensino Noturno. Trata-se de uma associação equivocada uma vez que a EJA não se define pelo turno em que é oferecida, mas muito mais pelas características e especificidades dos sujeitos aos quais ela se destina. Várias iniciativas de educação de adultos em escolas ou outros espaços têm demonstrado a necessidade 111 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de ofertar essa modalidade para além do noturno de forma a permitir a inclusão daqueles que só podem estudar durante o dia. Para que se considere a EJA enquanto uma modalidade educativa inscrita no campo do direito, faz-se necessário superar uma concepção dita compensatória cujos principais fundamentos são a de recuperação de um tempo de escolaridade perdido no passado e a idéia de que o tempo apropriado para o aprendizado é a infância e a adolescência. Nesta perspectiva, é preciso buscar uma concepção mais ampla das dimensões tempo/espaço de aprendizagem, na qual educadores e educandos estabeleçam uma relação mais dinâmica com o entorno social e com as suas questões, considerando que a juventude e a vida adulta são também tempos de aprendizagens. São homens e mulheres, trabalhadores/as empregados/as e desempregados/as ou em busca do primeiro emprego; filhos, pais e mães; moradores urbanos de periferias, favelas e vilas. São sujeitos sociais e culturais, marginalizados nas esferas socioeconômicas e educacionais, privados do acesso à cultura letrada e aos bens culturais e sociais, comprometendo uma participação mais ativa no mundo do trabalho, da política e da cultura. Vivem no mundo urbano, industrializado, burocratizado e escolarizado, em geral trabalhando em ocupações não qualificadas. São, excluídos do sistema de ensino, e apresentam em geral um tempo maior de escolaridade devido a repetências acumuladas e interrupções na vida escolar. Muitos nunca foram à escola ou dela tiveram que se afastar, quando crianças, em função da entrada precoce no mercado de trabalho, ou mesmo por falta de escolas. Jovens e adultos que quando retornam à escola o fazem guiados pelo desejo de melhorar de vida ou por exigências ligadas ao mundo do trabalho. Conforme dados coletados em 2008 na Secretaria Municipal de Aripuanã, a EJA (Educação de Jovens e Adultos) era oferecida nas seguintes escolas: EM José Ary da Costa (Estrada progresso/Conselvan), EM Wilma Calvi Battisti (sede município) e EM Maria Luiza do Nascimento Silva (sede do município). Em 2007 foram 138 alunos matriculados, obtendo um percentual de aprovação médio de 57,6%, ocorrendo 6,8% de reprovação uma evasão escolar de 31,8% (Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, 2008). Educação de Jovens e Adultos em Aripuanã 2007 2007 1ªF1ºS 2ªF1ºS 3ªF1ºS Total Matriculas 43 71 24 138 Transferência 2 4 0 6 Evasão 16 25 1 42 % 39,0 37,3 4,2 31,8 Reprovação 6 0 3 9 % 14,6 0,0 12,5 6,8 Aprovação 17 42 17 76 % 41,5 62,7 70,8 57,6 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã (2008). Em 2008 na região da área de estudo havia 40 unidades escolares da educação de jovens e adultos. Deste total 25 unidades eram da rede estadual, correspondendo a 62,5%. A rede municipal contava com 14 estabelecimentos, representando 35% do total. No município de Juína se encontrava o único estabelecimento desta modalidade, da rede privada (2,5%) (Mato Grosso, 2010a). 112 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Unidades escolares EJA, 2008 Localidade Ensino fundamental Estadual Municipal Total Aripuanã 2 3 5 Brasnorte 1 1 2 Castanheira 1 1 2 Colniza 1 1 Cotriguaçu 2 1 3 Juína 6 1 7 Juruena 1 1 Rondolândia 1 7 8 Total 15 14 29 Estadual 1 1 2 2 3 1 10 Ensino médio Privada 1 1 total 1 1 2 2 4 1 11 Total geral 6 2 3 3 5 11 2 8 40 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2008 o total de docentes na área de estudo da EJA era 321. A rede estadual concentrava o maior número (266), representando 82,8% do total, seguido da rede municipal (53) com 16,6% e somente 2 docentes da rede privada que se encontravam no município de Aripuanã (0,6%) (Mato Grosso, 2010a). Docentes do ensino EJA, 2008 Localidade Estadual Aripuanã 54 Brasnorte 14 Castanheira 11 Colniza 38 Cotriguaçu 27 Juína 97 Juruena 16 Rondolândia 9 Total 266 Zona urbana Municipal Privado 5 2 2 2 22 4 18 53 2 Total geral 61 16 13 60 31 97 16 27 321 Fonte: Mato Grosso (2010a). O número de alunos matriculados no EJA em 2008 na área de estudo era 5.595. O maior número cursava o ensino fundamental, tanto na rede estadual como municipal, representando 3.799 alunos (67,89%). Muitos desses estudantes desistem antes do final do ano, pelo fato de estarem cansados devido ao trabalho (geralmente as aulas são a noite). O objetivo do curso é possibilitar a inclusão na educação, combatendo a exclusão social causada pela baixa escolaridade, permitindo uma melhor inclusão no mercado de trabalho. Número de alunos matriculados no EJA, 2008 Estadual Localidade Fundamental Médio Total Aripuanã 421 338 759 Brasnorte 202 202 Municipal Fundamental Médio 111 33 - Total 111 33 Total geral 870 235 113 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Localidade Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total Estadual Fundamental Médio 98 138 342 383 80 86 1.509 749 181 102 34 2.867 1.796 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Total 236 725 166 2.258 283 34 4.663 Municipal Fundamental Médio 39 474 114 161 932 - Total 39 474 114 161 932 Total geral 275 1.199 280 2.258 283 195 5.595 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2008, Aripuanã contava com uma biblioteca municipal e outras de menor porte nas escolas. Possuía aproximadamente 7.000 volumes. Fazia empréstimo para cadastrados. Seus maiores usuários eram alunos de 1° e 2° graus. Em suas dependências algumas prateleiras pertenciam ao NEAD – Núcleo de Estudos a Distância, que é ensino de terceiro grau. A biblioteca municipal funcionava nas dependências da Secretaria Municipal de Educação e seu espaço não era adequado. Precisava de ampliação do acervo da biblioteca e de seu espaço físico, bem como criar unidades menores nas escolas. Não possuía auditório e nem área para trabalhos com crianças, como atividades diferenciadas de arte - educação. Para acadêmicos, a Unemat – Universidade Estadual de Mato Grosso oferecia uma biblioteca. A prefeitura tinha promovido cursos de capacitação nas áreas de agricultura, pecuária e computação. A Secretaria de Ação Social da Prefeitura e a Associação Comercial de Aripuanã também ofereciam cursos de qualificação. Em 2008, segundo a Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, com a chegada na cidade do fluxo migratório para suprir a demanda de mão de obra para a construção da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, houve um aumento nas matriculas escolares e as salas de aula estavam lotadas, não havendo vagas para ensino infantil, fundamental e médio. As disponíveis eram para o ensino de jovens e adultos, no período noturno. As escolas municipais de Conselvan, Cidade Morena, Lontra, Maria Luiza e Wilma Battisti precisavam ser ampliadas. O município necessitava de mais duas creches, uma na vila Operária e outra próxima ao Jardim Planalto. Existia a necessidade de construção de pelo menos mais duas escolas, uma entre o bairro Planalto e Cidade Alta e outra no fim do bairro Planalto. As instalações físicas que abrigavam os setores administrativos das escolas necessitavam de reforma, pois não existia espaço adequado para abrigar funcionários e documentos de trabalho. Existia carência de laboratórios de ciências e informática em todas as escolas. Somente uma das escolas possuía quadra de esportes coberta (E.M. Maria Luiza). Nas outras escolas, o piso das quadras precisava de reformas (EM Jary Zambiasi) e em outras o chão era de areia (EM São José Operário). 114 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Referiu que a educação infantil avançou no município, mas que ainda não atendia a toda a população. A prioridade era dada as mães que trabalhavam fora de casa. Faltavam espaços físicos e profissionais qualificados para atender as crianças. O ensino superior presente na cidade iria começar a suprir essa demanda de docentes. Era um esforço que o município fazia para cumprir a meta do governo federal, que até o ano 2011 todos os professores deveriam ter curso superior. A Secretaria Municipal de Educação investiu na formação de professores da cidade e da zona rural. Em parceria com a empresa Energética Águas da Pedra promoveu um Seminário de Capacitação de 40 horas, cuja finalidade foi fornecer novas ferramentas e estratégias educacionais, estimulando e motivando o sentimento de mudança para o ano letivo de 2008. Compareceram cerca de 250 professores do ensino médio e fundamental, incluindo diretores. Conforme informação obtida em 2011 da Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã, todas as escolas da rede municipal necessitam de reforma e adequação de espaço físico. Precisam de salas próprias para realizar as atividades com os alunos portadores de necessidades especiais ou problema de aprendizado; precisam de salas de informática e salas para a biblioteca. As escolas possuem estas modalidades, mas foram acomodadas em salas de aula ou espaços não devidamente adaptados. Todas as quadras de esporte precisam ser reformadas e várias necessitam de cobertura. É preciso construir rampas de acesso para os alunos portadores de necessidade especial, bem como adaptar sanitários. A Escola Municipal São José Operário estava com as estruturas de parede, forro e do seu telhado abalado, necessitando de reforma urgente, pois poderia ceder. A Secretaria enviou ao MEC uma nova planta para a construção de uma nova escola, no terreno em frente a da atual. O projeto foi aprovado. Mas quando receberam uma imagem de satélite e verificaram que a escola seria vizinha de uma madeireira, o processo parou. A Secretaria aguarda uma resolução pois a escola necessita de reforma e se encontra em um bairro carente. Em 2008 o recurso destinado para a educação municipal era de R$ 13.000.000,00. No final de 2009 foi aprovado uma reposição salarial para os professores, fixando o salário inicial dos concursados em R$ 1.312,00 e para os contratados R$ 1.100,00. O salário fixado para aposentadoria é R$ 2.900,00. Com a vinda dos trabalhadores para construção da Usina Águas da Pedra, houve a necessidade de aumentar o quadro de funcionários da educação, para atender a demanda. Com término da obra e a parada de geração de imposto, ocorreu um corte no orçamento da secretaria que hoje recebe R$ 9.000.000,00 e tem um maior número de compromissos a cumprir. Segundo informação da Secretaria de Educação: estamos “trabalhando no limite”. Em vista disso optou-se por investir no profissional em detrimento das instalações. Em 2011 todas as escolas da rede municipal possuíam laboratório de informática, algumas interligadas na internet. O passo seguinte é tentar implantar um sistema online de diário de classe e ponto eletrônico nas escolas. Já está instituído um caderno de campo, para se anotar a rotina e as avaliações pedagógicas (escrita e leitura). A secretaria quer algo diferente do diário que é muito técnico. A Secretaria de Educação mantém parceria com o Conselho Tutelar, com a Polícia Militar e com as Secretárias de Saúde e Ação Social. 115 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 7. Saúde A saúde, como um dos componentes do bem-estar e consequentemente do nível de vida exige a atenção crescente de políticos e administradores e a mobilização cada vez mais acentuada de recursos humanos e materiais, tornando-se um dos setores mais complexos da sociedade. Para o administrador sanitário poder executar o seu trabalho em bases racionais, é imprescindível o conhecimento da situação de saúde da comunidade sob sua jurisdição. Esse conhecimento será possível mediante a utilização da informação estatística. Em várias etapas do trabalho de saúde pública esse conhecimento é necessário, mas em duas ocasiões particulares assume ele importância fundamental: precedendo instalações dos serviços, a fim de possibilitar um planejamento de atividades ajustado à natureza e amplitude dos problemas existentes e depois de algum tempo de desenvolvimento do programa de trabalho, para permitir avaliar os resultados obtidos, corrigir deficiências de execução, ampliar ou reduzir as atividades em determinados campos e eventualmente rever o sistema de prioridades para fazer face a novos problemas que tenham surgido. As necessidades derivadas da perda da saúde são maiores do que os recursos existentes para satisfazê-las. Mesmo os países mais ricos não dispõem de recursos suficientes para atacar simultaneamente todos os problemas de saúde. Nos países pobres a situação, naturalmente, se apresenta mais grave. Do fato se origina outro problema, que é o de fixar prioridades, considerando que grupos da população devem ser beneficiados mais que outros e que danos devem ser combatidos com maior ou menor intensidade. As informações na saúde são apresentadas na forma de indicadores. Os mais utilizados em saúde pública são: morbidade, que compõem o Perfil Epidemiológico; a mortalidade e natalidade, que compõem a Estatística Vital; a assistência básica através do Programa de Atenção a Saúde e Vigilância Sanitária; os serviços de referência próprios da SES, nas unidades descentralizadas e a assistência ambulatorial e hospitalar nos serviços de saúde. 7.1. Secretaria Estadual de Saúde (SES) A Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem como função a coordenação e execução das políticas de saúde, de acordo com as diretrizes básicas do Sistema Único de Saúde do Estado de Mato Grosso (SUS-MT), através de ações e medidas de promoção e proteção da saúde da população, prestando assistência médico-ambulatorial e hospitalar integral, bem como a execução da vigilância epidemiológica e sanitária, no âmbito do Estado de Mato Grosso. O Sistema Único de Saúde (SUS) é o modelo de organização e financiamento dos sistemas de serviços de saúde pública criado pela Constituição Federal de 1988 e legislação infraconstitucional, principalmente as leis 8.080/90 e 8.142/90, com a finalidade de melhorar a saúde da população. Alcançar esse objetivo depende da adoção de medidas que garanta a distribuição adequada dos serviços de saúde, a proteção aos riscos a saúde e aos agravos, a qualidade do serviço prestado, a efetividade e eficiência das instituições prestadoras de serviços e gestoras do SUS (Mato Grosso, 2005b). 116 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES), como gestora do SUS estadual, exerce as macro-funções de planejamento, formulação de políticas, gestão, regulação, monitoramento e avaliação, prestação de serviços de maior complexidade, bem como a condução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos e co-financiamento das ações de saúde. As operacionalizações institucionais dessas funções são agregadas em duas grandes áreas: finalística e meio ou instrumental. A primeira envolve ações de promoção à saúde, prevenção de riscos e agravos, proteção do ambiente, assistência à saúde, bem como a qualidade da atenção e o acolhimento do usuário. E através da área instrumental planeja, acompanha, controla e avalia ações e serviços de saúde, qualifica recursos humanos, regula os serviços de saúde e disponibiliza informações, criando condições para a realização das ações finalísticas. Uma extensa reforma no setor de saúde ocorreu no Estado entre 1980 e 1990. Implementou-se em Mato Grosso, uma política estadual de saúde motivada pela geração e renovação dos processos de planejamento, a partir da compreensão e utilização da epidemiologia e da demografia, de prioridades sociais, com organização dos serviços assistenciais de saúde. Para que as mudanças ocorressem no Estado, foi realizado um pacto entre os gestores estaduais e municipais. Essa articulação, no caso do Sistema Único de Saúde (SUS), foi o principal passo para a promoção de saúde para a população do Estado. Em 1998, foi criado o Sistema Estadual de Referência (SER-SUS/MT), que tem por objetivo, organizar o fluxo de pacientes na rede de serviços, para garantir seu atendimento, interligando sistemas municipais, regionais e estaduais. Além dos programas de atenção básica e de saúde da família, pretendeu-se atender as enfermidades transmissíveis, as crônico-degenerativas, assistência especializada e de alta complexidade e ainda qualificar a prestação de serviços de saúde aos usuários do SUS (Mato Grosso, 2000). A primeira Política Estadual de Saúde de Mato Grosso foi elaborada em 1995. Aquela época a situação do SUS no país ainda não estava consolidada e o financiamento precário delineava um futuro de muita dificuldade para sua estruturação nos moldes necessários para atender as demandas da população. Porém a regulamentação do sistema feita através da edição das Normas Operacionais Básicas – NOB e Normas Operacionais da Assistência a Saúde - NOAS e a aprovação da Emenda Constitucional 29/00, fortaleceram a gestão do SUS e possibilitaram a expansão dos serviços prestados aos usuários sem, contudo, impactar substancialmente na qualidade da atenção dispensada (Mato Grosso, 2005b). A interiorização de serviços públicos de saúde e o aporte maior de recursos, instituído pela Emenda Constitucional 29/00, fortaleceram o SUS e ampliaram o acesso da população aos serviços, ao mesmo tempo em que a participação da sociedade civil organizada nos conselhos e conferências de saúde trouxe para as instituições públicas maior controle das políticas de saúde. Aliado a isso houve forte investimento na formação e capacitação de recursos humanos e na infra-estrutura regionalizada dos serviços de saúde, unidades básicas e hospitais municipais e regionais (Mato Grosso, 2005b). A atual situação sanitária de Mato Grosso apresenta avanços consideráveis em relação a uma década atrás. Se em 1995 não havia informações suficientes e fidedignas para se traçar um perfil sociossanitário da população, atualmente pode-se contar com sistemas informatizados para captar informações sobre serviços, morbidade, estatística vital, recursos, e muitos outros. 117 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Entretanto observam-se que problemas relacionados a pobreza, a ocupação desordenada do solo, a devastação do meio ambiente, a violência, as drogas, a crescente urbanização, a deficiência de infra-estrutura, continuam a ter papel preponderante sobre os processos de saúde-doença, como no caso dos homicídios, acidentes de trabalho e acidentes de transporte que respondem por um número considerável de óbitos em Mato Grosso. Somam-se aí as morbidades e agravos relacionados ao envelhecimento da população, como as doenças crônico-degenerativas: câncer, hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e renais; à incidência de doenças relacionadas a AIDS; e ao controle insuficiente das infecto-contagiosas como a tuberculose e a hanseníase. Secretaria Municipal de Saúde - 2008 Secretaria Municipal de Saúde - 2011 Em 2008 a Secretaria Municipal de Saúde ocupava um prédio em frente a Prefeitura Municipal de Aripuanã. A partir de 2011, com a desocupação das instalações do antigo Hospital Municipal da cidade, o prédio foi adequado, e a secretaria passou a ocupar as instalações. 7.2. Pacto pela Saúde O Pacto pela Saúde, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde é um novo conceito de administrar e fazer gerir o maior Plano de Saúde Pública do Mundo. Baseado em três conceitos, sendo o primeiro o Pacto pela Vida, no qual estão numeradas prioridades básicas em saúde que os três entes federados devem cumprir, com metas e indicadores para avaliação anual. Busca a atenção integral à saúde do idoso; o controle do câncer de colo de útero e de mama; a redução da mortalidade materna e infantil; o fortalecimento da atenção básica; a promoção da saúde; e o reforço das ações de controle das doenças, emergências e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza. Caberá aos governos estaduais e municipais no Pacto pela Vida construir as ações necessárias para o cumprimento das metas, de acordo coma realidade local. Prioridades municipais e estaduais poderão ser agregadas à agenda nacional. O segundo, o Pacto em Defesa do SUS tem o objetivo de iniciar um movimento de repolitização da saúde, nos moldes da Reforma Sanitária, em defesa do caráter público e universal do sistema 118 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 da saúde brasileiro. A prioridade dos entes federados neste pacto será o de fortalecer as relações com os movimentos sociais de luta pela saúde, ampliando o diálogo com a sociedade. É a busca pelo reconhecimento do Sistema Único de Saúde como política de Estado e não apenas de um governo específico. Os três entes federados se comprometem a reunir esforços para assegurar um financiamento compatível com as necessidades da rede pública de saúde. Uma das ações iniciais será a luta pela regulamentação da Emenda Constitucional 29, que garante recursos mínimos das três esferas de governo para o custeio das ações de saúde. E terceiro, o Pacto de Gestão, onde União, Estado, Municípios e Distrito Federal acordam um conjunto de responsabilidades comuns e específicas em relação à descentralização, à regionalização, ao financiamento, ao planejamento, à programação pactuada e integrada, à regulação, à gestão de trabalho, à educação na saúde, à participação e ao controle social. Uma das principais inovações do Pacto de Gestão é em relação ao financiamento das ações de saúde. A transferência de fundo a fundo de recursos federais para estados e municípios acontecendo a partir de cinco blocos: atenção à saúde; média e alta complexidade; vigilância em saúde; assistência farmacêutica e gestão do SUS. Esta medida interrompe a utilização de mais de 130 caixinhas utilizadas até então pelo Governo federal nos repasses a estados e municípios. Governo Federal, Estadual, Municipal e Distrito Federal assinarão os termos, encaminharão ao seu respectivo Conselho em forma de compromisso, que será analisado. Com o pacto, altera-se a lógica dos processos de habilitação dos estados e municípios. Não haverá mais divisão entre municípios/estados habilitados ou não habilitados. Todos passam a ser gestores das ações de saúde, com atribuições definidas e metas a cumprir. Anualmente os Conselhos de Saúde farão uma avaliação com os gestores da execução dos planos de saúde, a partir do que foi acordado no termo de compromisso. O Pacto vai contribuir para fortalecer os Conselhos de Saúde como espaços de debate e qualificação da política pública. 7.3. A microrregionalização A partir de 1995 em Mato Grosso houve a descentralização da atenção e da gestão dos recursos e das ações de saúde, em parceria com os municípios. Essa política atendia a orientação do Plano Estratégico do Governo, definindo microrregiões no território estadual, para a implantação de políticas econômicas e sociais (Mato Grosso, 2002b). A microrregião de saúde é um espaço geográfico, político e administrativo delimitado que contêm um conjunto de municípios e um Escritório Regional de Saúde, que atende aos seguintes quesitos: contiguidade entre os municípios; garantia de acesso; capacidade instalada de atenção básica à saúde e ações de saúde coletiva; existência de uma rede hierarquizada de serviços e sistemas funcionais do segundo nível de referência; capacidade de gestar e critério político (Mato Grosso, 2002). O território das microrregiões definidas pelo Governo do Estado coincide com o espaço de divisão administrativa da SES. Mato Grosso conta hoje com 16 microrregiões de saúde. A 119 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 divisão dessas microrregiões de saúde difere da divisão geográfica e político-administrativa do Estado, preconizada pelo IBGE. Os municípios de Aripuanã, Brasnorte, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juína, Juruena, e Rondolândia são da microrregião de Juína, cuja cidade pólo é o município de Juína. Hospital Municipal e Pronto Socorro de Juína (2008). 7.4. Atenção a saúde O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS, na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e da estratégia de Saúde da Família, elementos essenciais para a reorientação do modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de um conjunto de questões relativas às bases conceituais e operacionais do que se tem denominado "Atenção Básica a Saúde" no Brasil e de suas relações com os demais níveis do sistema. Esta discussão fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de descentralização e controle social da gestão, princípios assistenciais e organizativos do SUS, consignados na legislação constitucional e infraconstitucional. A expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela estratégia Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas as populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. Os princípios fundamentais da atenção básica no Brasil são: integralidade, qualidade, eqüidade e participação social. Mediante o conhecimento de clientela, as equipes Saúde da Família estabelecem vínculos com a população, possibilitando o compromisso e a co-responsabilidade destes profissionais com os usuários e a comunidade. Seu desafio é ampliar suas fronteiras de atuação visando uma maior resolubilidade da atenção, onde a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal 120 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 para mudança deste modelo, que deve se integrar ao contexto de reorganização do sistema de saúde. A capacidade ambulatorial do Estado de Mato Grosso vem acompanhando as modificações propostas pelo Ministério da Saúde, com a reformulação de objetivos da Rede Básica de Atendimento. Houve uma inversão numérica na quantidade de Posto de Saúde e o incremento dos Centros de Saúde conhecidos como Unidades Básicas de Saúde (UBS), que prestam atenção integrada a saúde da população através de políticas organizadas pela estratégia do programa de Saúde da Família. Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Posto de Saúde/MT 460 449 410 400 383 258 262 249 256 241 222 Centro de Saúde/MT 347 225 198 190 199 556 578 623 623 655 674 Policlínica/MT 28 17 17 28 16 19 18 21 21 16 18 Ambulatório Hospitalar/MT 88 61 73 40 67 67 - Pronto socorro/MT 14 08 07 05 06 09 08 10 10 11 12 Fonte: Mato Grosso (2010b). O mesmo modelo é seguido pelos municípios em estudo, onde se observa que os Postos de Saúde e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são representativos no atendimento da população (Mato Grosso, 2007). Capacidade ambulatorial da área de estudo, 2005. Local Posto Saúde Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). 7 8 4 1 8 - UBS Unidade móvel Clínica especializada Unidade de Vigilância sanit/epid Unidade de apoio e diagnose e terapia SADT 3 6 3 3 7 2 1 1 1 1 - 2 1 - 1 1 - 2 2 2 2 1 - A capacidade ambulatorial instalada nos municípios da área de estudo se manteve praticamente inalteradas no período entre 2005 e 2008. A maior mudança é notada no município de Castanheira que perde 4 postos de saúde, provavelmente transformados em Programa da Saúde da Família (PSF) (Mato Grosso, 2010a). 121 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Capacidade ambulatorial da área de estudo, 2008. Descrição Posto saúde Centro Saúde Cons. Isolado Unid. móvel terrestre Ambulatóri o especial. U. V. S. epidemiolgi a SADT Hosp. geral CAPS Hemocentro Aripuan ã 6 4 Brasnort e 9 5 Castanheir a - Colniz a 1 5 Cotriguaç u 2 4 Juín a 6 11 Juruen a 3 Rondolândi a 1 - - - - - 1 - - 1 1 - - - - - - 1 - - - 1 2 1 - 1 1 - - 1 2 1 - 2 1 - 1 - - 1 - 1 - 1 1 1 1 1 - - Fonte: Mato Grosso (2010a). A atenção secundária é constituída por ações e procedimentos especializados de média complexidade, como consultas e procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, serviços de apoio diagnóstico-terapêutico, internações e reabilitação. Estão aqui incluídos, os procedimentos: exames laboratoriais, raios-X, ultra-sonografias obstétricas e ginecológicas, fisioterapia, urgência e emergência 24 horas, pronto atendimento e internações nas clínicas básicas (clínica médica, pediatria e obstetrícia). Centro de reabilitação (2008). Em 2008 Aripuanã realizava alguns procedimentos da competência da atenção secundária, eram eles: RX simples, sem uso de contraste; ultrasonografia obstétrica e exames de laboratório de rotina. A cidade pólo de referência para a saúde era Juína. 122 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Segundo informação colhida em 2011 em Aripuanã, os atendimentos referentes a atenção secundária continuam os mesmos: RX simples, ultrasonografia (realizada no consultório particular de um dos médicos), eletrocardiograma (realizado com emissão do traçado por telefone e avaliado a distância) e exames laboratoriais de rotina. As sorologias são enviadas para laboratório fora do município, bem como os exames de patologia como leitura das lâminas de citologia (Papanicolau). Em 2008, segundo um dos bioquímicos da cidade, o município de Aripuanã contava com 3 laboratórios de análises clínicas, sendo 2 terceirizados para realizar exames da prefeitura municipal (em média cada um realiza 1.500 exames/mês). Os exames rotineiros eram feitos na cidade; as sorologias, as dosagens hormonais e as citologias eram encaminhadas para Cuiabá e depois via Sedex para o Laboratório Hermes Pardini em Belo Horizonte. Devido a alta incidência de malária na região, há 18 anos adotou-se a prática de fazer uma leitura da lâmina (mesmo quando não solicitado) de todos os hemogramas pedidos na cidade, a procura do parasita. A doença ocorria muito na época em que os garimpos estavam em plena atividade. A mais freqüente era causada pelo Plasmodium vivax. A maioria dos casos aparecia no início e final das chuvas. Referiu que atualmente as drogas utilizadas no combate a malária a eliminam rapidamente, dificultando a disseminação da mesma. Laboratório American Plus (2008) Laboratório Patolab (2008) Os exames específicos para dengue eram realizados na cidade, conseguindo detectar IgM em 5 dias. Realizava teste rápido para identificação do vírus do HIV, mas o teste confirmatório era realizado em Cuiabá. Referiu pequeno número de sorologias para sífilis positivas. A positividade para teste de doença de Chagas era pequena, mas que ocorre alta incidência de testes positivos para Leishmaniose Tegumentar Americana. A atenção terciária compreende ações e procedimentos considerados de alta complexidade ambulatorial e hospitalar e/ou alto custo. Fazem parte desse grupo de procedimentos de diagnóstico e terapêutica: mamografia, ressonância magnética, hemodinâmica, medicina nuclear, quimioterapia, radioterapia, hemodiálise, litotripsia (fragmentação de cálculos renais) e outros. A referência para atenção terciária de Aripuanã é a cidade de Cuiabá. 123 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Conforme informação da Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, em 2008 o município tinha gestão plena da Atenção Básica, mas ainda não assumia todas as responsabilidades com a assinatura do pacto. A prefeitura de Aripuanã disponibilizava 18,5% da receita corrente líquida para a saúde. Recebia recursos da União para os seguintes programas: Programa Saúde da Família (PSF); Farmácia Básica; Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); Programa Nacional de Imunização (PNI); Programa de Saúde Bucal; Programa de Controle de Endemias (malária/dengue); Vigilância Sanitária; Piso de Atenção Básica (PAB); Incentivo a Atenção Básica Indígena; Fração de Atendimento Especializado (FAE – RX, laboratório, Ultrasonografia). O governo do Estado contribuía com os seguintes programas: Programa Saúde da Família (PSF); Programa Nacional de Imunização (PNI); Programa de Controle de Doenças Crônico Degenerativas (PDCD); Programa de Apoio Consorcio Intermunicipais (PACIS); Programa de Agente Comunitário Assentamento Rural (PASCAR) e com Programa do SIH/AIH Autorizações de Internação Hospitalar (Secretaria Municipal de Finanças de Aripuanã). De acordo com informação recebida em 2008, o total arrecadado pelo Fundo Municipal de Saúde foi R$ 2.972.057,79. Deste montante 72,0% (R$ 2.139.825,14) foram repasses federais e 28,0% (R$ 832.205,65) estaduais. Do total do repasse federal 40,8% (R$ 873.600,00) foram destinados a Atenção Básica Indígena (Secretaria Municipal de Finanças de Aripuanã, 2008). Repasses recebidos por programa – Fundo Municipal de Saúde, 2007. Programas Federal Recebido Repassado 201.458,00 201.458,00 372.600,00 372.600,00 3.659,45 3.659,45 40.401,66 40.401,66 30.600,00 30.600,00 102.311,70 102.311,70 7.313,78 7.313,78 29.130,92 29.130,92 289.147,50 289.147,50 Prog Agente Comunitário de Saúde Prog Saúde da Família Prog Nacional de Imunização Prog Controle Doenças Crônico Degenerativas Prog Saúde Bucal Prog Controle de Endemias Outros Vigilância Sanitária Farmácia Básica Piso de Atenção Básica PACIS PASCAR Incentivo Atenção Básica Indígena 873.600,00 Incentivo Adicional ao PACS 20.748,00 Programa ao SIH/AIH FAE 168.854,13 Total 2.139.825,14 Fonte: Secretaria Municipal de Finanças de Aripuanã (2008). Estadual Recebido Repassado 416.000,00 14.000,00 21.527,81 416.000,00 14.000,00 21.527,81 36.400,00 3.940,00 36.400,00 3.940,00 873.600,00 20.748,00 340.337,84 168.854,13 2.139.825,14 832.205,65 832.205,65 A Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã tinha a sua disposição, em 2008, os seguintes veículos: 4 ambulâncias, 2 Doblo, 2 caminhonetes S-10, 1 caminhonete Ranger e 2 Fiat (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2008). Em 2010 a Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã recebeu através de transferência de recursos do Tesouro Estadual, fonte 134, um total de R$ 442. 895,23. São recursos destinados ao 124 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 desenvolvimento das ações de saúde. Foram criados em parceria do Estado de Mato Grosso e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda, que acordaram os critérios, as definições e as metodologias de apuração, projeção e avaliação aplicados ao Projeto de Reestruturação e Ajuste Fiscal do Estado para o período de 2010-2012 (SES/MT, SUPOV/COPLAN). Transferência de recursos fonte 134 Destino recurso Valor em R$ Programa Saúde da família 280.000,00 PAF 37.358,79 Port. 112/61 média e alta complexidade 45.000,00 PASCAR 5.430,00 Diabete mellitus 10.255,54 Sistema planejamento SUS 21.996,54 Plano Educação Permanente 37.134,33 PAICI 5.720,00 Vigilância em Saúde 30.000,00 Total 442.895,23 Fonte: SES/MT, SUPOV/COPLAN Em 2011 o município de Aripuanã trabalhava com Gestão Plena da Atenção Básica NOB96, segundo Portaria nº 2456 de 07/04/1998 publicada no Diário Oficial da União de 08/04/1998. Integrando o Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Juruena, do qual fazem parte os municípios de Aripuanã, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juína e Juruena. Está dividido em regiões geográficas para o modelo de atenção dividido em áreas de saúde. A estrutura organizacional formal da Secretaria Municipal de Saúde foi regulamentada pela Lei Complementar nº 016/2005 publicada em Diário Oficial em 16/05/2005 (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2011). A Lei: Nº 315/97, publicada em 24/12/1997 de criou o Conselho Municipal de Saúde e a Lei Nº 093/91, publicada em 28/05/1991 de criou o Fundo Municipal de Saúde. Os instrumentos de Gestão utilizados pelo município para planejamento, acompanhamento e avaliação da atuação da SMS: Plano Municipal de Saúde; Plano Plurianual; Programação das Ações Prioritárias da Vigilância em Saúde - PAP-VS; e Relatório de Gestão (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2011). Os sistemas de Informática em Informação em Saúde: utilizados são: SIA/SUS – Sistema de Informação Ambulatorial; SIH/SUS – Sistema de Informação Hospitalar; SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidade; SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos; SINAN – Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação; SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica; SISVAN – Sistema de Informação Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional; SGAIH – Sistema de Gerenciamento de AIH; BDCNES – Banco de Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde; PNI – Programa Nacional de Imunização; Cartão SUS; SIOPS – Sistema de Informação do Orçamento Público em Saúde, e outros como 125 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 SISFAD, SISLOC, SIVEP – Malária, SISPACTO, SISPPI (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2011). Em 2011 a Secretaria dispunha de 1 ambulância da SAMU e 2 ambulância S-10 (1 traçada e outra simples). A ambulância da SAMU só trafegava entre Aripuanã e Juína (cidade pólo) no período da seca, na época chuvosa ela não tem capacidade de andar na lama. A distância até a cidade pólo é de 270km via Castanheira e 200km via Cidade Morena. Dependendo do estado da estrada esta viagem pode levar até 8 horas. No período da seca é realizado 1 viagem por dia para Juína, levando pacientes para internação, ou para consulta especializada. Já aconteceu de uma das ambulâncias S-10 estar em Conselvan e a outra (traçada) em Aripuanã e as duas saírem ao mesmo tempo, se encontrarem no meio do caminho e o paciente ser transferido de veículo para chegar a sede mais rapidamente. Na época de chuva os pacientes são transferidos de avião fretado para Juína. Durante o trabalho de campo em 2011, somente em um dia 3 pacientes seguiram de avião para Juína, a um custo de R$ 1.7000,00 cada viagem. A Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã trabalhava em conjunto com: 1. Vigilância Sanitária: tinha a função de evitar a propagação de doenças nos agrupamentos urbanos e de ser o guardião dos direitos do consumidor e provedor das condições de saúde da população. Em Aripuanã os seus funcionários atendiam em média 4 denúncias por dia, dentre elas: fossas abertas, lixo na rua, fogo nos quintais, animais mortos, presença de esgoto a céu aberto, etc. Durante a vistoria faziam a orientação e davam um prazo para que a irregularidade fosse reparada (por exemplo construção da fossa). Procedia também a vigilância nos estabelecimentos do comércio de baixa complexidade e de todas as escolas da região. A fiscalização do hospital, dos postos de saúde, do laticínio, das indústrias é feita pela regional de Juína (Vigilância Sanitária de Aripuanã, 2008.). Indicadores de Vigilância Sanitária referentes a 2009, fornecidos durante trabalho de campo em dezembro de 2011: Estabelecimentos de interesse à Vigilância Sanitária por nível de Complexidade Estabelecimentos por complexidade Baixa Média Alta Total Existentes Cadastrados Inspecionados Alvarás Liberados 190 14 09 213 190 11 09 211 190 10 09 209 0 10 09 19 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, (2011). 2. Vigilância Ambiental: se configurava como um conjunto de ações que proporcionavam o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferiam na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos e das doenças ou agravos relacionados a variável ambiental. 126 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As atividades desenvolvidas em Aripuanã eram a pesquisa dos vetores da dengue, malária, leishmaniose e mais recentemente de doença de Chagas e do caramujo africano. Era feito a captura, identificação e análise das fezes (busca do Triatoma) dos insetos. Na presença de Triatoma era realizada sorologia para Doença de Chagas em todos que residiam na casa. Até o momento 2 casos foram confirmados no município. Executava o controle químico do Aedes e do Triatoma. Caramujo africano Foto do acervo da Séc. Mun. de Saúde A equipe era composta por 1 coordenador e 12 agentes de endemias, sendo 3 destinados ao controle da malária, principalmente na zona rural. Durante dois meses deste ano (2008) foram realizadas visitas domiciliares em todo o perímetro urbano da cidade, tampando as caixas d’água e eliminando focos de proliferação do mosquito. Na zona rural existia carência de agentes para o combate da doença. No segundo semestre era realizado a vacinação anti-rábica nos cachorros. A equipe conta com dois profissionais treinados para coletar sorologia de Leishmaniose canina (Vigilância Ambiental de Aripuanã). Indicadores da Área Ambiental fornecidos pela Secretária Municipal de Saúde de Aripuanã, referentes ao período de 2006 a 2009, onde se observa uma redução de todos os índices: Indicador Índice Parasitário Anual de Malária (/1.000 Hab) Índice Predial de Infestação de Aedes Aegypit (%) Coeficiente de Incidência de Leishmaniose Tegumentar (/1.000 Hab) Situação Atual 2006 2007 2008 2009 27,8 5 4,38 43,7 1.82 2.18 22,5 1,12 1,90 19,11 0,82 0,16 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã (2011). Em 2011 a equipe de endemia era formada por 2 agentes de endemia fixos na localidade de Conselvan, 10 agentes na sede e 1 profissional de identificação. Neste ano foram realizadas 31.007 visitas domiciliares, onde foram detectados 334 imóveis com Aedes e 335 depósitos de 127 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aedes, sendo que o índice médio de infestação predial foi de 1,08 (Vigilância epidemiológica de Aripuanã, 2011). O índice de infestação predial é realizado através da coleta feita pelos agentes de saúde de endemia, em ciclos de 2 meses. Os valores obtidos para 2011 foram: ciclo 1- 1,38; ciclo 2 – 1,29; ciclo 3 – 0,51; ciclo 4 – 0,30; ciclo 5 – 1,22; e ciclo 6 – 2,45. Os maiores índices coincidem com os meses chuvosos, observando-se uma queda no período da seca (maio a agosto) (Vigilância epidemiológica de Aripuanã, 2011). 3. Vigilância Epidemiológica: é um conjunto de atividades que permitia reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem a prevenção e ao controle de determinadas doenças. Os principais controles realizados na cidade eram referentes aos casos de dengue, malária, tuberculose, hanseníase, leishmaniose tegumentar americana, doenças sexualmente transmissíveis, HIV/AIDS, hepatites virais e demais doenças de notificação compulsória (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Número de casos notificados pela Vigilância Epidemiológica, Aripuanã Doenças notificadas 2006 2007 2008 Hepatite 03 05 Leishmaniose 85 44 39 Acidente anti-rábico humano 12 59 63 Dengue 387 204 Conjuntivite 01 01 Trat. acidente animal peçonhento 28 35 Malária 2.299 2.313 288 Hanseníase 18 13 11 Tuberculose 05 03 07 2009 23 34 62 1.565 01 43 391 20 08 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã (2011). 7.5. Programa da Saúde da Família A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes e, na manutenção da saúde desta comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS. A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS, condicionada pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 128 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1994, apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos. A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios e pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida. A Saúde da Família como estratégia dos sistemas municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às equipes saúde da família. O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de Saúde. As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 mil a 4 mil e 500 pessoas ou de mil famílias de uma determinada área, e estas passam a ter co-responsabilidade no cuidado à saúde. A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde. E, ainda: por estabelecer vínculos de compromisso e de co-responsabilidade com a população; por estimular a organização das comunidades para exercer o controle social das ações e serviços de saúde; por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e a tomada de decisões; por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a especificidade do setor saúde e que têm efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde do indivíduofamília-comunidade. O PSF iniciou em Mato Grosso no ano de 1996, com efetivação em 1997, na ocasião com 8 equipes atuando em 6 municípios. Em 1998, contava com 22 equipes, atuando em 28 municípios (Mato Grosso, 2000). No inicio de 2009 o Estado de Mato Grosso contava com equipes de PSF presente nos 141 municípios, sendo 521 equipes de PSF que tinham 4.547 agentes comunitários, responsáveis pelo atendimento de mais de 2,2 milhões de habitantes. A composição mínima de cada equipe era: 1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem e 12 agentes comunitários de saúde. O Estado contava ainda com 331 equipes de saúde bucal, que estavam presente em 137 municípios. Em 2008, o município de Aripuanã contava com 4 equipes de PSF, sendo 3 na sede e 1 na localidade de Conselvan, distante 70 km de Aripuanã e que tinha uma população de aproximadamente 4.000 pessoas. Os PSF’s da cidade eram: PSF I (Centro) que tinha uma 129 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Unidade de Saúde Bucal e é local de notificação de malária e dos programas especiais de tuberculose, hanseníase e saúde mental; PSF II (Cidade Alta) e PSF III (Jardim Planalto). Teoricamente faziam cobertura de 100% da cidade, mas na prática, atingiam 70% da população. Existia uma discrepância entre o número de famílias registradas e cadastradas, havendo subnotificação em algumas equipes. De acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Saúde em 2007 foram realizados no município 23.022 consultas pelo PSF e atendidas 11.919 emergências hospitalares. PSF III, do Jardim Planalto PSF II, Cidade Alta Aripuanã contava em 2008, com um Posto de Saúde em cada uma das 6 localidades rurais, sendo elas Cidade Morena, Rio Branco, Lontra, Nova União, AR-2 e Vale do Sonho. Um médico comparecia a estas localidades uma vez a cada 15 dias. Em cada unidade se encontrava uma atendente de enfermagem. Os procedimentos realizados por estes profissionais eram curativos, administração de medicação básica, aerosol e rehidratação oral. A localidade de Conselvan contava com um PSF. Atendimento nas Unidades de PSF em Aripuanã/2007. Tipo de atendimento Famílias cadastradas Consultas médicas ambulatoriais Consulta de enfermagem Exames laboratoriais Prevenção de câncer de colo Doses aplicadas de vacina de rotina Doses aplicadas de vacina em campanha Curativos/suturas Inalações Paciente atendido com tuberculose Paciente atendido com hanseníase Paciente atendido no prog. de saúde mental Notificação de doenças Total 3.815 23.022 12.370 36.882 1.267 18.541 6.950 6.748 2.847 19 95 786 328 130 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã (2008) No PSF I – Central era feito o acompanhamento e entrega de medicação do programa de saúde mental. São 262 pacientes inscritos em 2008, com as seguintes patologias: epilepsia, esquizofrenia, depressão, insônia, retardo mental, oligofrenia, psicoses, seqüelas de TCE (traumatismo crânio-encefálico), etc. Segundo informação recebida em 2008, o número de casos aumentou com a vinda de pessoas de outras cidades, que vieram por causa da construção da Usina Hidrelétrica (Secretaria de Saúde de Aripuanã, 2008). PSF I – Posto Central - 2008 De acordo com informação recebida da Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, em 2011 o município de Aripuanã continuava com 4 equipes de PSF. A unidade Central tinha uma equipe de Saúde Bucal, ou seja, contava com um odontólogo. Esta unidade era responsável pela notificação de agravos como malária, tuberculose e hanseníase; e pela distribuição e controle da medicação para pacientes do programa de saúde mental. Outra unidade já estava habilitada a ter saúde bucal, mas por falta de um profissional para atuar 8 horas na rede, ainda não tinha iniciado seu funcionamento. O município recebia um recurso de R$ 6.000,00 mensais para manter este profissional. A dificuldade em manter os PSF’s em funcionamento era a grande rotatividade de médicos na cidade. A falta de recursos, a distância da capital e o isolamento causado pelo acesso rodoviário difícil, não atraia profissionais. A equipe de enfermagem era mais fixa. Foi mencionada a necessidade de instalação de mais um PSF na Vila Operária, o que traria uma cobertura de 100% da sede. Um novo prédio para instalação de um PSF estava em fase final de construção no Bairro Planalto. Uma das unidades de PSF encontra-se na localidade de Conselvan, que tem aproximadamente 1.085 famílias, com aproximadamente 3.700 habitantes. É uma unidade mista: PSF e urgência. Um posto de saúde estava localizado no projeto Lontra, que tem 135 famílias e em torno de 500 habitantes (Secretaria de Saúde de Aripuanã, 2011). Segundo informação colhida no PSF I (Central), durante a instalação da Usina de Águas da Pedra houve um aumento no número de consultas de pré-natal na cidade, do fluxo de vacinação de adultos e no número de casos de DST’s, principalmente de condiloma acuminado (HPV). 131 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Atendimento nas Unidades de Saúde de Aripuanã/2010. Tipo de atendimento Consultas médicas ambulatoriais Consultas médicas de emergência Atendimento fisioterápico (sessões) Exames laboratoriais Radiografias Prevenção de câncer de colo uterino Doses de vacina de rotina Doses de vacina de campanha Consulta de enfermagem Curativos/suturas Inalações Gesso Paciente com tuberculose Paciente com hanseníase Paciente no Programa de saúde mental Ultrasonografia Partos realizados no H.M. Óbitos no H.M. Famílias cadastradas no PSF’s Visitas realizadas por ACS Acompanhamento de gestante por ACS Total de ações da vigilância sanitária Notificações de dengue confirmados Atendimento odontológico Exames de malária positivos Internamentos Encaminhamento para Juína Encaminhamento para Cuiabá Cirurgias Medicação Atividade educativa Total 20.940 21.386 4.222 44.185 5.175 1.350 14.567 4.511 7.725 7.106 1.759 158 14 42 736 1.357 233 40 3.394 25.382 1.810 178 434 3.728 181 1.520 780 478 123 189.787 190 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã (2011). As Casas de Apoio a Saúde Indígena estão localizadas em diversos municípios. Nelas são executados serviços de apoio aos pacientes referenciados a rede SUS. Criadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em 1999 tiveram suas atribuições transferidas para a FUNASA. Existem atualmente 67 casas em condição de receber, alojar e alimentar pacientes e acompanhantes. Prestam serviços 24 horas com assistência de enfermagem, agendamento de consultas, realização de exames complementares e encaminhamento para internação hospitalar. Depois de restabelecidos, os pacientes retornam a sua comunidade de origem. O município de Aripuanã contava em 2008, com uma Casa de Saúde Indígena (CASAI), onde era mantido um PSF, com recursos da FUNASA. A equipe era composta por um médico, 132 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 enfermeira, pessoal administrativo e agente da saúde indígena. O pólo de referência para a saúde indígena de Aripuanã era Cacoal (Rondônia). A saúde indígena no município recebia mensalmente R$ 72.800,00 de recursos federais. A alimentação dos índios, a medicação utilizada na casa, a enfermagem e a administração eram feitos com recursos próprios. A atenção médico/hospitalar e exames laboratoriais eram fornecidos pelo município (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2008). Em 2008, segundo informação recebida em 2008, o CASAI recebia pacientes referenciados das aldeias Cinta-larga e Arara. A casa tinha capacidade para internar 10 pacientes, que mesmo sendo orientados para vir acompanhados de uma pessoa, geralmente vinham com a família. A média de dias de permanência era de 7 a 10. Os casos mais freqüentes eram de diarréia, infecção das vias aéreas superiores, escabiose, pediculose, hepatites. A malária era mais comum nas áreas urbanas. As índias gestantes faziam o pré-natal no CASAI e vinham para a cidade dar a luz. Todos os partos eram normais, ocorrendo em média 15 a 20 por ano. A equipe do CASAI prestava atendimento semanal nas aldeias, inclusive com atendimento odontológico. CASAI 2008 CASAI 2011 Em 2008, a casa tinha 607 índios cadastrados em 19 aldeias. A comunicação com as localidades era feita com uso de rádio. A casa tinha uma caminhonete Hilux e uma Toyota para o transporte dos índios. A aldeia mais distante da casa ficava a 300 quilômetros, perto de Cacoal/Rondônia. Segundo a enfermeira do CASAI são poucos os casos de DST’s entre os índios, havendo registro de casos de gonorréia e cancro mole. Não existia registro de contágio pelo vírus do HIV. O alcoolismo era evidenciado quando o índio vinha para a cidade, não ocorrendo nas aldeias. A obesidade era observada na etnia Cinta-larga, pelo consumo de açúcar. A preocupação na época se referia a municipalização da Saúde Indígena. Existia uma incerteza quanto a destinação e distribuição dos recursos que recebiam. Acreditavam que perderiam em torno de 20% dos recursos e não haveria mais atendimento nas aldeias (Diretor da Escola Indígena Arara). Durante o período que ficamos em Aripuanã, realizando o trabalho de campo (maio de 2008), os índios da etnia Arara e Cinta-Larga fecharam o acesso a Juína e a Juruena, ilhando a cidade de Aripuanã, em sinal de protesto contra a municipalização. 133 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2011 a Casa de Apoio a Saúde Indígena era mantida pela ONG Missão Evangélica Kaiuá, de Mato Grosso do Sul. Os repasses eram feitos diretamente a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), desvinculada da FUNASA. A organização dos serviços de atenção a saúde indígena são feitos na forma de Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIS). Atualmente existem 34 DESEIS. Os DESEIS não foram divididos por Estados, mas por área territorial, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. A quantidade de distritos de uma região/estado depende do número da população indígena. Na maioria das unidades da Federação existe apenas um. Já no Amazonas, que concentra 44% da população indígena, funcionam sete DESEI’s. A população indígena do município de Aripuanã esta localizada no 32º Distrito com sede em Vilhena/Rondônia. Fazem parte do mesmo Distrito os pólos de Juína e Cacoal (Ministério da Saúde, 2009). De acordo com informação recebida no CASAI, em 2011, a equipe que compunha a casa na ocasião era 1 médico que atendia por 1 hora todos os dias visitando e prescrevendo para os índios internados, 1 enfermeira, 7 técnicos de enfermagem, 3 técnicos de endemias, 1 técnico de saneamento, 4 cozinheiras, 3 zeladores e 1 funcionário para limpeza do pátio. Recebemos a informação que nos últimos 12 anos ocorreu a troca de 15 enfermeiras no CASAI. A frota disponível na ocasião era composta por 1 van (para serviços na sede), 1 L20 para transporte para as aldeias e mais 2 carros. Ganharam mais 5 caminhonetes L20 para cada etnia, mas faltava gasolina e manutenção para uso. A casa tinha 12 quartos e recebia uma média de 40 pacientes por mês, que geralmente vinham acompanhados de pelo menos 2 familiares (ficavam na casa uma média de 80 a 100 pessoas por mês). A população indígena do município era de aproximadamente 600 indivíduos, sendo 460 aldeados e 140 residindo na cidade. Estavam distribuídos em 18 aldeias, sendo 11 da etnia Cinta Larga e 7 Arara. O maior número de atendimentos era de índios Cinta Larga. A maioria da população Arara vivia na cidade. As patologias mais frequentes entre os pacientes eram diarréia entre crianças e adultos, estado gripal, desidratação, pneumonia e gestantes (CASAI Aripuanã, 2011). A aldeia mais distante ficava a 280 km (Flor do Prado – Cinta Larga). Algumas aldeias tinham comunicação por rádio. As que não tinham, quando necessário, os índios buscavam telefone ou rádio nas proximidades ou vinham de moto para o CASAI pedir ajuda. Na época de chuva o acesso as aldeias ficava muito difícil e os índios preferiam vir a cidade ao invés de ser atendido na sua comunidade. Segundo informação recebida em 2011, não constava nenhum registro de dengue entre os índios há 2 anos; em 2010 ocorreram 22 casos de malária no mangueiral, local na sede em que os índios tinham casa e em 2011 foram registrados 2 casos de malária. Era frequente entre eles casos de sífilis, gonorréia e hepatite B. Não existia notificação de nenhum caso de HIV/AIDS. Tinham indivíduos cadastrados para acompanhamento de hipertensão e diabetes. O número de índios alcoólatras era grande, mas nunca foi realizado uma coleta de dados. O uso de drogas ilícitas acontecia entre os índios que moravam na cidade. A abrangência vacinal era bastante grande. O número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos era bastante grande, principalmente 134 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 acidente ofídico causado por serpentes da gênero Bothrops (jararaca) e por escorpião. A soroterapia era administrada no hospital municipal. A casa recebia uma média de 12 gestantes por mês. As índias gestantes realizavam o pré-natal na cidade e os partos ocorriam no hospital municipal. Quase 100% dos partos eram por via baixa (parto normal). Em 2010 ocorreram 4 óbitos infantis. A casa coleta exames complementares laboratoriais de baixa complexidade. Não tinha verba para realizar exames de dosagem de uréia, creatinina, ácido úrico e bilirrubinas, bem como para fazer eletrocardiograma, eletroencefalograma e tomografias. Quando estes eram necessários, dependiam do sistema de regulação do SUS. Possuiam convênio com uma farmácia da cidade para adquirir medicação não fornecida pela rede SUS. Para consultas com especialistas, tinham melhor apoio de Cacoal do que de Cuiabá. No mesmo local onde estava instalado o CASAI, funcionava o Pólo de Saúde Indígena com a seguinte equipe: 1 enfermeira que era chefe do pólo, 2 técnicos de endemia, 1 técnico de saneamento, 2 técnicos administrativos e 2 técnicos do SIASE (Sistema de Informação de Dados). O pólo realizava serviços administrativos. A cada 4 meses funcionários do Distrito de Saúde vinham a Aripuanã para supervisão. Esta equipe era composta por 1 enfermeira, 1 odontólogo, nutricionista e 1 farmacêutico. A assistência nas aldeias era realizada 4 vezes por ano. Está equipe era composta por 1 enfermeira e 1 técnica de enfermagem, que eram responsáveis pela vacinação e notificação dos agravos; 1 odontólogo e 1 técnico odontólogo. A odontologia possuia uma cadeira móvel e maleta com instrumentos para realização de atenção primária e extração dentária. Na ocasião de nossa visita em 2011 estavam sem equipe de odontologia. A equipe de campo possuia uma caminhonete L20 para sua locomoção. A média estimada de vida deste veículo era de um ano e meio, devido o difícil acesso as aldeias. Segundo informação recebida no Pólo de Saúde Indígena, os postos de saúde das aldeias precisavam de reforma, bem como todos os banheiros e lavanderias instalados. A atenção indígena contava também com 10 agentes de saúde indígena distribuídos nas aldeias: Cachoeirinha, Areião, Boa Esperança, Paralelo 10, Flor do Prado, Flor da Serra, Bananal, Pista Leão e Laguinho. Contavam também com 7 agentes indígenas de saneamento, que realizavam a borrifação das casas, nas aldeias: Areião, Flor do Prado, Ponte Nova, Boa Esperança, Pista Leão, Rio Preto e Taquaral. 135 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Banheiros e lavanderias nas aldeias necessitam reformas Aldeias, localização, tempo de viagem (horas), etnia e população por sexo, 2011. Aldeia Distância km Tempo viagem Ararauna Areião 110 6 Bananal 40 3 Boa esperança 65 3 Cachoeirinha 110 6 Flor da selva 95 4 Flor do prado 290 12 Laguinho 73 3:30 Mamãe vem aí 45 3 Mineiro 300 15 Paralelo 10 72 3:30 Pé da serra 105 5 Pista do leão 80 3:30 Ponte nova 40 1 Rio Preto 60 4 Taboca 73 3 Taquaral divisa 45 1:30 Taquaral 65 4 Taquaral ipê 85 7 Volta grande 68 4 Etnia nº mulheres nº homens Arara 6 2 Cinta larga 12 14 Cinta larga 12 16 Arara 8 3 Cinta larga 19 23 Cinta larga 8 11 Cinta larga 34 32 Arara 5 8 0 0 Cinta larga 9 9 Cinta larga 9 19 Arara 0 0 Arara 2 3 Arara 22 29 Cinta larga 5 14 Arara 2 2 Cinta larga 10 9 Cinta larga 23 20 Cinta larga 6 6 Arara 10 13 Fonte: Pólo de Saúde Indígena de Aripuanã (2011). Segundo informação recebida, os maiores problemas enfrentado nas aldeias eram referentes a extração de madeira em áreas de reserva e a presença de garimpo de ouro (aldeia Rio Preto). Como divulgado na mídia, os índios (Cinta Larga e Arara) mais que uma vez entraram na Usina Águas da Pedra e tomaram as instalações pedindo compensação pela ocupação de área que eles alegavam ser sagradas para sua etnia e que foram destruídas com a construção da barragem. Representantes da Igreja Assembléia de Deus tinham uma casa na aldeia Flor do Prado, distante 280 km de Aripuanã. E a aldeia Flor da Selva, localizada perto de Conselvan, recebia representantes desta igreja que residiam na localidade. 136 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Atendimento odontológico nas aldeias Posto de saúde de uma aldeia 7.6. Agentes Comunitários de Saúde O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) é hoje considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde. Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações distintas em relação à rede do SUS: a) ligados a uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família; e b) ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente, encontra-se em atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados. Em 1995, o PACS foi iniciado no Estado de Mato Grosso, em 10 municípios. Em 1998, 91 municípios contavam com esse atendimento. Cada Agente Comunitário de Saúde (ACS) é responsável por visitar 100 a 150 famílias de uma determinada área, porém devido a dificuldade de acesso, este número pode ser menor na área rural (Mato Grosso, 2000). Como desafios institucionais para expandir e qualificar a atenção básica no contexto brasileiro destaca-se: (1) a expansão e estruturação de uma rede unidades básicas de saúde que permitam a atuação das equipes na proposta da saúde da família; (2) a contínua revisão dos processos de trabalho das equipes de saúde da família com reforço as estruturas gerenciais nos municípios e estados; (3) a elaboração de protocolos assistenciais integrados (promoção, prevenção, recuperação e reabilitação) dirigidos aos problemas mais freqüentes do estado de saúde da população, com indicação da continuidade da atenção, sob a lógica da regionalização, flexíveis em função dos contextos estaduais, municipais e locais; (4) ações que visem o fortalecimento das estruturas gerenciais nos municípios e estados com vistas a: programação da atenção básica, supervisão das equipes, supervisão dos municípios, supervisão regional, uso das informações 137 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 para a tomada de decisão; (5) revisão dos processos de formação em saúde com ênfase na educação permanente das equipes, coordenações e gestores; (6) a definição de mecanismos de financiamento que contribuam para a redução das desigualdades regionais e para uma melhor proporcionalidade entre os três níveis de atenção; (7) a institucionalização de processos de acompanhamento, monitoramento e avaliação da atenção básica; (8) ações articuladas com as instituições formadoras para promover mudanças na graduação e pós-graduação dos profissionais de saúde, de modo a responder aos desafios postos pela expansão e qualificação da atenção básica, incluindo aí a articulação com os demais níveis de atenção. Em 2008, as equipes de PSF de Aripuanã tinham em média 10 agentes comunitários de saúde. Em 2007 realizaram 43.777 visitas a famílias; fizeram 1.370 acompanhamentos de gestantes e 2.309 acompanhamentos de crianças (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2008). Em 2009 o número de agentes comunitários de saúde de no município de Aripuanã era 48. Realizaram 25.382 visitas domiciliares, 1.762 acompanhamentos de crianças e 1.810 acompanhamentos de gestantes (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2011). Descrição Ano de 2007 Ano de 2009 Número de agentes comunitários de saúde 40 48 Visitas domiciliares 43.777 25.382 Acompanhamento de gestantes 1.370 1.810 Acompanhamento de crianças 2.309 1.762 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, inédito 2008 e 2011). 7.7. Atendimento odontológico Na última década, o Brasil avançou muito na prevenção e no controle da cárie em crianças. Mesmo assim, a situação de adolescentes, adultos e idosos está entre as piores do mundo. E mesmo entre as crianças, problemas gengivais e dificuldades para conseguir atendimento odontológico persistem. A saúde bucal, parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo está diretamente relacionada às condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente, acesso aos serviços de saúde e à informação. Dos problemas que comprometem a saúde bucal das pessoas em geral, a cárie é o mais comum de todos. Já se comprovou que este é o mal de maior incidência entre crianças e adolescentes de países latino-americanos e o grande responsável pela dor, pelo desconforto, pelo mau hálito, pela perda de dentes, pelos abscessos e pelos focos dentários. Além da cárie, existem outros problemas como a doença periodontal, a gengivite, o tártaro, e os problemas de ordem estética. A Saúde Bucal é uma política prioritária de âmbito federal e estadual. O Governo Estadual vem desenvolvendo várias ações para implementar a descentralização da Atenção Básica dos recursos e do trabalho da saúde bucal, através do processo de articulação com os 16 Escritórios Regionais de Saúde e os Municípios. O Estado possui 149 Equipes de Saúde Bucal inseridas no Programa Saúde da Família, atendendo em 107 municípios com uma cobertura de 39,54% da população. A 138 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Organização Mundial de Saúde prevê para o Brasil o aumento do atendimento de crianças a partir dos 12 anos. Em Mato Grosso, as primeiras equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família começaram a ser implantadas a partir do ano de 2000. Em 2005, com a publicação da Portaria Nº 005/2005/GBSES inicia-se o repasse financeiro estadual aos municípios com Equipe de Saúde Bucal (ESB), tendo como principal objetivo ampliar o número de equipes, aumentarem a cobertura e garantir o acesso ao tratamento odontológico por meio do SUS. Em 2011 a cobertura de Saúde Bucal no Estado é de 53,44%. O valor do repasse financeiro estadual varia de acordo com o tipo de modalidade da equipe. Existem dois tipos de Equipe de Saúde Bucal: Modalidade I: composta por Cirurgião-Dentista (CD) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); modalidade II: composta por CD, ASB e Técnico em Saúde Bucal (TSB). Para modalidade I, o repasse é de R$1.400,00 e para modalidade II é de R$1.900,00, podendo ser acrescidos de R$500,00 em caso de cobertura de 70% ou mais. O Ministério da Saúde também repassa mensalmente um incentivo financeiro as equipes. As equipes também recebem no mês subsequente ao credenciamento em parcela única o valor de R$ 7 mil como recursos para investimento nas Unidades Básicas e realização de Curso Introdutório. Através da Portaria N.º 2372 GM/MS, de 07 de outubro de 2009 as equipes de modalidade I e II credenciadas, recebem equipo odontológico completo (composto por uma cadeira odontológica, um equipo odontológico, uma unidade auxiliar odontológica, um refletor odontológico e um mocho) e um kit de peças de mão (composto por um micromotor, uma peça reta, um contraângulo e uma caneta de alta rotação). As equipes da modalidade II continuam recebendo, cadeira e acessórios odontológicos para uso do técnico em saúde bucal (Ministério da Saúde). A inserção da Saúde Bucal na estratégia Saúde da Família representou a possibilidade de criar um espaço de práticas e relações a serem construídas para a reorientação do processo de trabalho e para a própria atuação da saúde bucal no âmbito dos serviços de saúde. Dessa forma, o cuidado em saúde bucal passa a exigir a conformação de uma equipe de trabalho que se relacione com usuários e que participe da gestão dos serviços para dar resposta às demandas da população e mediante o estabelecimento de vínculo territorial (Inédito: Ministério da Saúde, 2011). Em 2008, o município de Aripuanã dispunha de 1 unidade de saúde bucal no PSF I (Central). Eram oferecidos serviços básicos em tratamento dental, como restauração, controle de placas, consultas, tratamento de alveolite, remoção de restos radiculares, pulpotomia, entre outros. Em 2007 foram realizados 3.901 atendimentos odontológicos (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, inédito, 2008). Em 2011 a única unidade de saúde bucal continuava sendo o PSF I (Central). Em 2009 foram realizados 3.728 atendimentos odontológicos (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, inédito, 2011). 7.8. Indicadores da Saúde 139 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quando se apresentam números sobre o setor de Saúde, não se limitam a ser meramente informações contidas em uma tabela. Dá-se atenção aos problemas e avanços do setor e as formas como eles refletem nas condições de vida da população. No Estado de Mato Grosso, assim como em todo o País, as taxas de mortalidade infantil vêm diminuindo, enquanto aumentam o número médio de anos de vida da população, em função da implantação e/ou extensão de redes de saneamento básico e do aumento de oferta de serviços de saúde, principalmente os de imunização. Ambos decorrentes do aumento da urbanização. Apesar das melhorias, não se pode desconsiderar que a ênfase dada pelo sistema de saúde vigente à medicina curativa, em um Estado com diferentes situações de carência social, torna-se responsável pela taxas ainda altas de mortalidade infantil. É grande também o número de mortes na população jovem por doenças evitáveis e as mortes ocasionadas por “causas externas”, como acidentes, assassinatos, etc. Tanto no Brasil como em Mato Grosso, as doenças típicas do subdesenvolvimento estão recrudescendo, tais como tuberculose, hanseníase. Os indicadores responsáveis por medir os recursos disponíveis no setor, como número de leitos e hospitais existentes, caracterizam como está estruturado o setor de saúde no Estado, suas dificuldades e problemas. O número de hospitais matogrossenses em um período de dez anos entre 1999 e 2009 revela um decréscimo do número total de hospitais, ocasionado pelos hospitais da rede privada, uma vez que os públicos tiveram um aumento nesse período. Porém, há que se ressaltar um largo predomínio de hospitais da iniciativa privada em relação a pública. Evolução da rede hospitalar no Estado de Mato Grosso Ano Total 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 188 192 178 147 156 177 165 180 173 171 164 Total 51 50 48 48 52 58 63 69 57 60 59 Hospital Público Estadual Municipal 03 48 01 49 03 45 05 43 04 48 05 52 4 58 5 63 4 52 4 55 5 53 Universitário Privado 01 01 01 01 4 2 2 1 1 1 0 125 137 111 80 82 119 102 96 99 96 88 Fonte: Mato Grosso (2010b). Entre os municípios da área de estudo, em 2005 o número total de hospitais era 9, sendo 1 (11,11%) estadual, 5 (55,55%) municipais e 3 privados (33,33%). Não havia nenhum hospital no município de Rondolândia (Mato Grosso, 2007). 140 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A média de leitos existentes nos hospitais do Estado em 2007 era de 42 por hospital. Dos 7.344 leitos existentes em Mato Grosso no ano 2007, 2.477 (33,7%) eram de hospitais públicos estaduais e municipais e, 4.747 (64,63%) de hospitais privados. Em 2009 do total de leitos existentes em Mato Grosso, 58,2% pertenciam ao SUS e 41,8% eram da rede privada, salientando que parte dos leitos pertencentes ao SUS estavam em instituições privadas, conveniadas com o sistema público de saúde. Dadas as dessemelhanças tanto por dependência administrativa (público, privado) como regional, o índice de 2,3 leitos por mil habitantes verificado no Estado no ano de 2009 não mostrava a verdadeira situação do setor. Ao contrário parece esconder a real distribuição público/privada e geográfica desses leitos, bem como a inadequada distribuição quanto as especialidades médicas mais necessárias a população (Mato Grosso, 2010b). A pouca oferta de leitos hospitalares observada nos últimos anos pode ser atribuída a fatores relacionados a “modernização” do sistema de saúde. As inovações tecnológicas introduzidas na área de saúde e o aumento da resolutividade ambulatorial alteraram a demanda por leitos hospitalares. O tempo médio de permanência hospitalar para os principais eventos (partos, cirurgias, etc.) declinaram nos últimos anos. O atendimento de determinadas patologias como tuberculose, hanseníase, saúde mental e atendimento ao idoso, reduziram a necessidade de leitos para pacientes crônicos. Número de leitos hospitalares no Estado de Mato Grosso, 200-2009. Ano Total 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 7.200 7.283 5.410 6.308 6.406 7.391 7.212 7.344 7.260 7.304 7.142 Total 1.506 1.627 1.676 1.663 1.678 2.260 5.298 4.285 4.166 4.087 4.159 Público Estadual 142 190 192 388 388 517 587 556 556 466 601 Municipal 1.364 1.437 1.484 1.275 1.290 1.623 4.593 3.609 3.483 3.503 3.440 Privado Universitário Filantrópico 4.564 5.220 2.852 3.182 3.218 5.131 1.776 1.881 1.854 1.870 1.769 80 118 108 108 108 312 138 156 162 182 - 1.050 318 774 1.355 1.402 853 1.022 1.078 1.165 1.214 Fonte: Mato Grosso (2010b). O número de leitos no Estado para cada 1.000 habitantes em 2004 era de 2,69 leitos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para países de alta densidade populacional do terceiro mundo, o número de leitos ideal é de 4,0/1.000 habitantes. Em 2009 esta relação caiu passando a ser 2,33/1.000 habitantes. Durante este período se observa a inversão do número de leitos do SUS e das instituições privadas. A partir de 2002 o número de leitos por hospital se mantém estabilizado. Evolução do número de leitos entre 1999-2009 141 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Anos Leitos do SUS Leitos privados 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2.636 4.823 2.558 5.151 4.620 5.656 5.436 5.463 5.406 5.434 5.373 4.564 2.460 2.852 1.157 1.786 1.735 1.776 1.881 1.854 1.870 1.769 Nº. leito por hospital 38,30 37,93 30,39 42,91 41,06 41,76 43,44 43,45 43,45 42,71 43,55 Nº. leitos por 1.000/hab 3,03 2,90 2,11 2,42 2,42 2,69 2,57 2,57 2,57 2,56 2,33 Fonte: Mato Grosso (2010b). Em 2005 o Município de Aripuanã contava com um Hospital Municipal e um Hospital da rede Privada. Juntos tinham 67 leitos disponíveis para a população, sendo 7 para Cirurgia Geral, 26 para Clínica Médica, 13 para obstetrícia, 19 para Pediatria e 2 para outras especialidades. Deste total 61 leitos eram credenciados no SUS e 6 privados. O Hospital privado tinha 36 camas e o Hospital Municipal 18 camas (Mato Grosso, 2007). Em 2005 foram liberadas 973 autorizações de internação hospitalar (AIH) para o município de Aripuanã, sendo o valor médio recebido por cada uma de R$ 468,82 e o valor total recebido durante o ano foi de R$ 456.165,64 (Mato Grosso, 2007). Em 2008 o Hospital Privado da cidade encontrava-se fechado, em 2011 ele funcionava como consultório médico. O município de Aripuanã contava somente com o Hospital Municipal Santo Antonio, que necessitava urgentemente de reforma. Clínica particular Laboratório São Lucas O Hospital Municipal Santo Antonio tinha capacidade instalada de 30 leitos, todos credenciados pelo SUS, berço aquecido e fototerapia para recém-natos. Possuía dois médicos que atendiam no hospital e os três médicos dos PSF’s que entravam na escala de plantão. Eram realizados atendimentos de Clínica Médica e Clinica Cirúrgica (cirurgia geral e obstétrica), efetuando procedimentos de pequena e média complexidade, tais como partos cesárea, apendicectomia, 142 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 herniorrafia inguinal, perineoplastia, histerectomias, etc.. Por não contarem com um profissional anestesiologista, existia um revezamento entre os médicos para realização do ato anestésico, para que pudesse ocorrer o ato cirúrgico. O procedimento utilizado era anestesia raquidiana. Hospital Municipal Santo Antonio - 2008 Hospital Municipal Santo Antonio - 2011 De acordo com informação obtida com o diretor clínico do hospital, a cidade necessitava de profissionais médicos nas áreas de ortopedia, pedriatria e anestesiologia. A Secretaria de Saúde estava tendo dificuldade para cadastrar os médicos da cidade de acordo com o Código Brasileiro de Ocupação (CBO). Esse cadastro é obrigatório para que o hospital pudesse receber o pagamento pelas internações realizadas pelo SUS (AIH – Autorização de Internação Hospitalar). Como não existia profissional especialista em anestesiologia na cidade, conforme norma do Ministério da Saúde, não seria possível a realização de cirurgias. O município tinha sido advertido quanto a falha no cadastro, mas não estava conseguindo resolver o impasse. Com o tempo poderia ocorrer a suspensão dos pagamentos.Eram realizadas em média 148 internações por mês, entre casos clínicos, cirúrgicos e em torno de 32 partos/mês. O hospital recebia a autorização de 99 AIH/mês. As outras internações eram de responsabilidade da prefeitura. Em 2007 foram internados 1.781 pacientes. Ainda conforme relato, existia em 2008 uma grande dificuldade em conseguir novos médicos para atender no município. Não havia uma demanda suficiente para que um anestesista atendesse somente no hospital municipal. As cidades vizinhas, onde também poderia prestar atendimento, eram distantes e com estradas em condições precárias, o que inviabilizava que o mesmo trabalhasse em mais de um município. A mesma situação se aplicava a vinda de um ortopedista. Quanto ao pediatra, existia um demanda de serviço que comportaria um profissional na cidade, mas com o número reduzido de médicos ele teria que entrar na escala de plantão do hospital e atender a todas as emergências do turno (traumas, clínica médica, obstetrícia, etc.), situação que afugentava estes profissionais. O hospital tinha um aparelho de RX e 1 técnico de radiologia que fazia 8 radiografias diárias. Tinha um aparelho de ultrasonografia com doppler que realizava apenas exames ginecológicos e obstétricos. O laboratório de análises clínicas era terceirizado e ficava fora do hospital. Os 143 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 exames de sorologia e as citologias eram encaminhados Cuiabá. A equipe de enfermagem era composta de 3 enfermeiras e 18 técnicas de enfermagem. Com a chegada dos trabalhadores para a construção da Usina de Dardanelos, ocorreu um aumento do atendimento de pacientes no hospital. As principais patologias que acometiam estes funcionários era alcoolismo, traumatismos e lombalgia. Durante o período de epidemia da dengue, chegaram a ter pacientes internados em cadeiras e macas no corredor. Conforme relato do diretor clínico do hospital municipal, em 2008 o estabelecimento necessitava aumentar a sua área física e número de leitos; de uma reforma no centro cirúrgico para adequação das salas; da aquisição de um respirador e outros materias para dar suporte aos pacientes; e aumentar o número de profissionais médicos e de enfermagem. Os procedimentos mais graves e os agravos ortopédicos eram encaminhados para Juína, o município pólo da microrregião de saúde, que fica a 250 km de distância. Dependendo das condições do paciente o transporte era realizado por via terrestre ou aérea. Os pacientes encaminhados geralmente portavam uma AIH (Autorização de Internação Hospitalar, do SUS) e em situações extremas eram encaminhados para Cuiabá. Juína conseguia ter uma resolutividade em torno de 95% dos casos. A maioria dos casos transferidos para a capital eram recém-nascidos de alto risco. Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã em 2007 foram encaminhados 767 pacientes para Juína e 133 pacientes para Cuiabá. O Hospital Municipal de Juína tinha consórcio com as cidades da microrregião. Mantinha uma equipe de plantonistas e especialistas que tinha condição de realizar procedimentos de ortopedia, cirurgia geral de grande porte, atendimentos de obstetrícia que necessitam de suporte de UTI neonatal (2 leitos) e neurologia clínica. Os adultos que necessitavam de internação em UTI eram encaminhados ao Hospital São Lucas em Juína que tinha 10 leitos credenciados pelo SUS. O hospital contava com RX, ultrasonografia e tomografia computadorizada (Hospital Municipal de Juína, inédito 2008). De acordo com dados obtidos no Hospital Municipal de Juína até abril de 2008 foram encaminhados 361 pacientes de Aripuanã para Juína. Deste total 305 foram consultas (84,48%), 51 internações (14,12%) e 3 (1,4%) procedimentos cirúrgicos (Hospital Municipal de Juína, inédito 2008). O município de Aripuanã encaminhava poucos procedimentos cirúrgicos para Juína, ao contrário dos municípios de Colniza e Cotriguaçu, com grandes números de trabalhadores braçais e de acidentes de trabalho. Número de pacientes encaminhados para Juína em 2008. Tipo de procedimento Consultas Internação Cirurgia Total Fonte: Hospital Municipal de Juína (2008). Janeiro 51 14 1 66 Fevereiro 154 9 0 165 Março 23 9 2 34 Abril 77 19 0 96 144 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2008 a área de estudo contava com 6 hospitais da rede municipal (Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Cotriguaçu, Juína e Juruena) e 3 hospitais da rede privada localizados em Juína. (Mato Grosso, 2010a). Na área de estudo em 2008 não havia nenhum leito de UTI pertencente a rede municipal de hospitais. O total de leitos municipais na ocasião era 217, distribuídos entre as clínicas cirúrgica e geral. O maior número de leitos pertencia a clínica geral. O único município com leito destinado a psiquiatria era Juína (cidade pólo da microrregião), que também possuía o maior número de leitos (Mato Grosso, 2010a). Tipos de leitos existentes na rede municipal, 2008 Clínica cirúrgica Município Cirg.G Obst. Outros Clin G Total 33 20 14 61 Aripuanã 3 4 11 Brasnorte 5 5 3 10 Castanheira Colniza 5 2 5 Cotriguaçu 4 14 Juína 14 9 11 15 Juruena 2 6 Rondolândia - Obst 30 4 4 3 9 4 6 - Clínica Médica Ped Psiq 41 2 8 4 3 9 4 2 6 - Outros 16 15 1 - Total 217 30 31 21 32 83 20 - Cirg G: Cirurgia Geral; Obst: Obstetrícia; Clin G: Clínica geral; Ped: Pediatria; Psiq: Psiquiatria. Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2008 havia 258 leitos hospitalares na área de estudo sendo 183 (70,9%) da rede SUS e 75 (29,1%) da rede privada. O município com maior número de leitos total era Juína, com 124 leitos que correspondia a 48% do total (Mato Grosso, 2010a). Número de leitos por dependência administrativa, 2008 Município Leitos SUS Privado Total 183 75 Aripuanã 30 Brasnorte 31 Castanheira Colniza 21 Cotriguaçu 32 Juína 49 75 Juruena 20 Rondolândia - Total 258 30 31 21 32 124 20 - Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2008 o Estado de Mato Grosso recebeu 174.451 autorizações de internação hospitalar (AIH’s) pelo SUS, ou seja, 14.538 por mês, para ser distribuído pelo Estado. A área de estudo 145 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 recebeu 6.815 AIH’s que representaram 3,9% do total do Estado. Foi uma média de 568 por mês para ser dividido entre os municípios da área. O município de Aripuanã recebeu naquele ano 1.153 AIH’s (0,66% do total do Estado; 16,7% da regional), ou 96 por mês. O município com maior número de internações autorizadas foi Juína (3.364), cidade pólo da área, que ficou com 49,36% da regional ou 1,92% do Estado (Mato Grosso, 2010a). O valor médio recebido por cada internação, em 2009, na regional foi R$ 491,31, valor 17,84% inferior a média do Estado. Na área de estudo o município de Juína recebeu o maior valor por internação (R$ 556,58), sendo 7% inferior ao valor médio do Estado e 11,7% superior ao valor médio da regional. O município de Aripuanã recebeu R$ 400,66 por internação, sendo 33% inferior ao valor recebido pelo Estado e 18,5% inferior ao valor da regional (Mato Grosso, 2010a). Número de AIH’s e valor médio, 2008 Município Nº AIH’s Estado Mato Grosso 174.451 Regional 6.815 Aripuanã 1.153 Brasnorte 794 Castanheira Colniza 677 Cotriguaçu 463 Juína 3.364 Juruena 364 Rondolândia - Valor médio R$ 597,97 491,31 400,66 377,84 522,61 405,28 556,58 473,85 - Valor total R$ 104.316.845,69 3,348.211,70 461.961,84 300.002,84 353.809,34 187.645,00 1.872.344,37 172.481,31 - Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2009 ocorreram 1.187 internações pelo SUS, no município de Aripuanã, sendo 561 de clínica médica; 209 da clínica cirúrgica; 199 na pediatria; 186 partos normais e 100 partos cesárea. A média mensal de internação foi 99 pacientes. O faturamento mensal foi R$ 40.582,10, sendo o valor médio por internação de R$ 411,51. O percentual anual de população internada foi de 5,7% do total (Hospital Municipal de Aripuanã, 2009). As maiores causas de internação hospitalar pelo SUS, 2009 Causa Número Percentual Partos 386 32,50 Vias aéreas superiores 214 18,02 Cirurgias 209 17,6 Dengue 152 12,8 Aparelho urinário 84 7,07 Entero infecção 81 6,82 Outros 61 5,13 Total 1.187 100 FONTE: SIHD 146 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As cinco maiores causas de internação hospitalar pelo SUS no ano de 2009, em crianças menores de cinco anos de idade foram: 58 (4,88%) internações por doenças infecciosas das vias aéreas superiores e 46 (3,87%) por doenças gastrointestinais (Fonte: SISAIH01) Conforme informação colhida em dezembro de 2011 a sede do novo hospital municipal de Aripuanã foi inaugurado no dia 28 de dezembro de 2010. O prédio foi erguido pela construtora que executou a obra da Usina Águas da Pedra. Contava no momento com 30 leitos, mas tinha capacidade para mais. Possuía atendimento ambulatorial e recebia internação de pediatria, maternidade, clínica médica e cirúrgica. O quadro era formado por 2 médicos durante o dia e um sistema de revezamento nos plantões noturnos, com os médicos dos PSF’s fazendo parte da escala. A partir de janeiro de 2012 teria mais um médico durante o dia nos períodos de pico de atendimento. O restante da equipe era composta por 4 enfermeiras, 10 técnicas de enfermagem no período diurno e 4 técnicas de enfermagem do período noturno, todas trabalhando em regime 12 horas de trabalho por 36 de descanso. O hospital foi construído com boa distribuição interna, separando as diferentes alas, o que fornece o conforto para os pacientes. As alas de internação e cirurgia (2 salas de cirurgia e 1 de parto) são isoladas da ala do ambulatório (que conta com 1 sala para pequenos procedimentos). Tem uma sala de pré-parto contigua ao centro cirúrgico. Possuí uma central de esterilização de material, com autoclave. Distribuição interna do hospital Central de esterilização de material Nos quartos, salas de cirurgia e sala de parto e nas dependências do ambulatório existia canalização interna para fluxo de oxigênio, que não era utilizada por falta de fonte de distribuição adequada. Existia uma central para armazenamento e conexão para oxigênio na parte externa do hospital. 147 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Pontos de distribuição de oxigênio e ar comprimido nas dependências do hospital Central de distribuição externa O que se verificava no estabelecimento era a presença de torpedos de oxigênio isolados nos corredores e salas de atendimento, dispostos de maneira incorreta e insegura. Estava instalada também canalização interna para ar comprimido, que não era utilizado por falta de um compressor. O estabelecimento possuía gerador próprio de energia elétrica, movido a diesel. Torpedos de oxigênio no corredor Sala de atendimento ambulatorial Possuía uma cozinha, adaptada com utensílios domésticos. A lavanderia possuía barreira de passagem (separa área suja da área limpa), sendo a roupa hospitalar lavada e seca em maquinários adequados. Depois eram passadas utilizando ferro doméstico. Tinha local para armazenamento, mas precisava ser estruturado com divisórias e prateleiras. Por vezes as roupas eram colocadas em varais do lado de fora, ao relento, para secarem, o que é totalmente contra indicado. O hospital contava com um aparelho de RX, que somente realizava exames simples, um aparelho de ultrasonografia sem uso (os exames estão sendo realizados fora do hospital) e a realização de eletrocardiograma a distância. 148 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Cozinha Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Lavanderia com barreira de passagem Os exames complementares eram feitos em laboratórios privados na cidade. Tinha uma sala com refrigeração especial para guardar soro antiofídico, anti-rábico e sangue. Não tinha coleta de sangue na cidade devido ao alto índice de malária e hepatite. Recebia um pequeno estoque que durava no máximo 30 dias, proveniente de Juína e Cuiabá. Aparelho de RX Geladeira para conservação de sangue e derivados O hospital tinha 2 salas de cirurgia, que necessitavam ser equipadas. Eram realizados poucos procedimentos cirúrgicos. Faltava equipamento para monitorização do paciente e ressuscitação. A equipe médica realizava apenas cirurgias simples e de pequeno porte, tais como correção de hérnias, perineoplastia e cesáreas. Não existia estrutura de retaguarda para os procedimentos maiores como atendimento de pacientes baleados, esfaqueados ou grandes traumas Não tinha capacidade para acolher os recém nascidos que precisavam de assistência, como oxímetros, bombas de infusão, material de entubação, etc. A equipe presente nas cirurgias, geralmente era um médico e pessoal de enfermagem. Ficava a cargo da enfermeira receber o recém nascido durante a cesárea, prestar os primeiros atendimentos e monitorar a anestesia durante o ato cirúrgico. O número de internações variava de acordo com as estações do ano. Durante o período de seca (agosto e setembro) era menor. No período das chuvas o número aumentava devido a casos de 149 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 diarréia, malária e dengue. Conforme dado coletado no hospital, durante 2011, o número de internações foi: maio- 181; junho – 119; julho – 144; agosto 165; setembro – 139; outubro – 170;novembro – 95; e até o dia 09 de dezembro -141 (muitos casos de dengue). O município recebia 90 AIH’s por mês, o excedente de internações era pago pelo município. Equipamento da sala cirurgia Equipamento do berçário Apesar da construção do hospital municipal de Aripuanã ser recente, desde o inicio do seu funcionamento apresentou problemas. Tinha rachaduras no chão, os rodapés não eram embutidos nas paredes (acumulando poeira) e nem os cantos foram arredondados (exigência para estabelecimentos da saúde). O piso foi inadequadamente aplicado (granilite) aparentando estar constantemente sujo. Piso com aspecto “sujo” Infiltração nas paredes O telhado apresentava goteiras e o forro de todo o hospital não tinha estrutura para sustentar ventiladores de teto, o que tornava o local muito quente. O calor aumentava no período da tarde quando o sol batia na parede dos quartos e entrava pelas janelas de vidro, que não possuiam cortina ou barreira física no lado de fora para “bloquear” o sol. O único quarto com ar condicionado era o de pós-parto O aparelho foi doado por um familiar de uma gestante que deu a luz no hospital e quis melhorar a condição de permanência das mulheres e recém nascidos no 150 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 hospital. As instalações hidráulicas apresentavam vazamentos e entupimentos. A fossa não comportava o volume de uso e precisava ser esvaziada constantemente. A pintura das paredes era áspera, acumulando sujeira e favorecendo o aparecimento de teias de aranha. As paredes da sala refrigerada (onde estão guardados soros específicos e sangue) apresentavam mofo do lado de fora. Não foi construído um muro ao redor do hospital o que o tornava muito vulnerável. Familiares e acompanhantes tinham acesso aos quartos dos pacientes através das janelas e costumavam levar alimentos para seus familiares, nem sempre adequados. Devido ao grande número de irregularidades na sua construção, o hospital tinha demandado uma quantidade grande de gastos na sua manutenção. Segundo alguns gestores, até o momento, foi “um presente de grego” recebido pela cidade. Mesmo considerando que o velho necessitava de muitas reforma e de ampliação. 7.9. Estatística vital A estatística vital é fonte de dados indispensáveis a administração e ao planejamento da Saúde. Mesmo em face as dificuldades encontradas em nosso Estado é primordial montar um sistema eficiente de coleta e análise de dados que possam ser úteis ao administrador da saúde, para um melhor conhecimento dos problemas, auxiliando sobremodo no processo da tomada de decisões. A grande extensão geográfica de Mato Grosso, com populações rurais distribuídas em comunidades, assentamentos, glebas, fazendas, às vezes, de difícil acesso, contribui para a subnotificação de natalidade, mortalidade e morbidade, dificultando a coleta de dados das secretarias municipais de saúde, publicando dados que não correspondem, satisfatoriamente, a realidade dos fatos. Quanto ao acesso aos serviços de saúde, devemos lembrar que a maioria da população brasileira (76%) não possui plano de saúde, dependendo integralmente do SUS, principalmente os seguimentos mais pobres. 7.9.1. Natalidade A implantação do SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) no Brasil se deu em 1990 e em Mato Grosso em 1994. Sua normatização ocorreu em 1997, através da resolução Estadual nº 09 de 1997, modificada pelas Resoluções de nº 09 de 1999 e 01 de 2000, em vigência (SES/MT, 2010). Taxa de natalidade corresponde a relação entre o número de nascimentos ocorridos em um ano e a população absoluta, o resultado em geral é expressa por mil. A natalidade é ligada a vários fatores como, por exemplo, qualidade de vida da população, ou ao fato de ser uma população rural ou urbana. As taxas no Brasil caíram muito nos últimos anos, devido ao processo de urbanização que gerou transformações de ordem sócio-econômicas e culturais na população brasileira. O índice de natalidade, ou seja, o número de “nascidos vivos” é uma descrição das características específicas da maternidade, do parto e recém-nato, possibilitando uma avaliação da estrutura de saúde local. 151 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No ano de 2005 foram registrados no Estado de Mato Grosso 52.116 nascidos vivos, sendo 26.682 do sexo masculino (51,2%) e 25.427 do sexo feminino (48,8%). Em 2005 o município de Aripuanã teve 407 nascidos vivos, correspondendo a 0,78% do total de nascidos vivo do Estado. Foram 215 (52,8%) recém nascidos do sexo masculino e 192 (47,2%) do sexo feminino. Os percentuais de sexo foram semelhantes ao observado para o Estado. Na área de estudo o município com maior número de nascidos vivos foi Juína (738) e com menos número Rondolândia (1) (Mato Grosso, 2007). Número de nascidos vivos m 2005. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Nascidos vivos 52.116 407 221 127 550 265 738 197 1 Masculino 26.682 215 121 70 293 135 367 100 - % 51,2 52,8 54,8 55,1 53,3 50,9 49,7 50,8 - Feminino 25.427 192 100 57 257 130 371 97 1 % 48,8 47,2 45,2 44,9 46,7 49,1 50,3 49,2 100 Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2008 foram registrados no Estado de Mato Grosso 48.870 nascidos vivos, sendo 24.852 do sexo masculino (50,9%) e 24.018 do sexo feminino (49,1%). Neste ano o município de Aripuanã teve 389 nascidos vivos, correspondendo a 0,79% do total de nascidos vivo do Estado. Foram 192 (48,2%) recém nascidos do sexo masculino e 206 (51,8%) do sexo feminino. Os percentuais de sexo feminino foram superiores ao masculino, relação inversa ao encontrado para o Estado. Na área de estudo o município com maior número de nascidos vivos foi Juína (755) e com menos número Rondolândia (1). Em relação 2005 houve uma redução de 3.246 nascidos vivos no Estado, que corresponde a um decréscimo de 6,2%. No município de Aripuanã houve uma redução de 18 nascidos vivos, correspondendo a 4,47%. Ainda em relação a 2005 os municípios que não apresentaram redução de nascidos vivos no ano de 2008 foram Colniza, Cotriguaçu e Juína (Mato Grosso, 2010a). Número de nascidos vivos m 2008. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Nascidos vivos 48.870 389 218 118 566 281 755 147 1 Fonte: Mato Grosso (2010a). Masculino 24.852 192 124 63 272 128 410 81 1 % 50,9 48,2 56,9 53,4 48,1 45,6 54,3 55,1 100 Feminino 24.018 206 94 55 294 153 345 66 - % 49,1 51,8 43,1 46,6 51,9 54,4 45,7 44,9 - 152 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2010 no município de Aripuanã ocorreram 360 nascimentos. Deste total 347 (96,39%) tinham registro de nascimento e apenas 13 (3,61%) não tinham, sendo 4 (1,11%) na zona urbana e 9 (2,5%) na zona rural. O maior número de registro (333) foi feito em cartório (92,5%). Apenas 10 crianças tinham somente a declaração de nascido vivo fornecido pelo hospital (2,77%) e 4 tinham registro administrativo de nascimento indígena (1,11). Todas as crianças tinham a declaração de nascidos vivo (IBGE: Censo Demográfico, 2010) Pessoas com menos de 1 ano e existência de registro de nascimento 2010. Situação do domicílio Existência e tipo de registro de nascimento Total Urbana Rural Total 360 240 120 Com registro de nascimento 347 236 111 Com registro de nascimento - em cartório 333 232 101 Com registro de nascimento - declaração de nascido vivo - DNV do hospital ou da maternidade 10 3 7 Com registro de nascimento - registro administrativo de nascimento indígena (RAN) 4 1 3 Sem registro de nascimento 13 4 9 Não sabiam - - - Sem declaração Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010. - - - De acordo com dados fornecidos pelo Hospital Municipal de Aripuanã até o dia 09 de dezembro de 2011 nasceram 302 crianças no estabelecimento, sendo 152 (50,33%) de parto cesáreas e 150 (49,66%) partos normais, percentuais semelhantes. Nº de nascimentos e tipo de parto, Aripuanã 2011. Nº de nascimentos Parto cesárea Parto normal Janeiro 18 7 11 Fevereiro 32 11 21 Março 29 15 14 Abril 29 18 11 Maio 36 21 15 Junho 32 17 15 Julho 27 14 13 Agosto 23 12 11 Setembro 28 9 19 Outubro 23 13 10 Novembro 17 10 7 Dezembro (até 09/12) 8 5 3 Total 302 152 150 Fonte: Hospital Municipal de Aripuanã (2011). O baixo peso ao nascer expressa retardo do crescimento intra-uterino ou prematuridade e representa importante fator de risco para a morbi-mortalidade neonatal e infantil. É um preditor 153 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 da sobrevivência infantil. Quanto menor o peso ao nascer, maior a possibilidade de morte precoce. Valores abaixo de 10% são aceitáveis internacionalmente, embora a proporção encontrada nos países desenvolvidos varie em torno de 6%. Proporções elevadas de nascidos vivos de baixo peso estão associadas, em geral, a baixos níveis de desenvolvimento e de assistência materno-infantil. Em 2005 o Estado de Mato Grosso teve 3.502 recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500 gramas), correspondendo a 6,7% do total de nascidos vivos, valor aceitável internacionalmente. Todos os municípios da área de estudo apresentaram valores ao redor de 6,0%. O município de Aripuanã, neste mesmo ano, teve 12 recém-nascidos com peso abaixo de 2.500g, correspondendo à 2,9% do total de nascidos vivos do município (Mato Grosso, 2007). Número de nascidos vivos de baixo peso em 2005. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Peso menor 2.500 g 3.502 12 15 7 26 13 49 12 - % 6,7 2,9 6,8 5,5 4,7 4,9 6,6 6,1 - Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2008 o Estado de Mato Grosso teve 3.374 recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500 gramas), correspondendo a 6,9% do total de nascidos vivos, valor aceitável internacionalmente. Todos os municípios da área de estudo apresentaram valores aceitáveis (entre 6 a 10%). O município de Aripuanã, neste mesmo ano, teve 22 recém-nascidos com peso abaixo de 2.500g, correspondendo a 5,5% do total de nascidos vivos do município. O município de Brasnorte apresentou o maior percentual de nascidos vivos com baixo peso (8,7%) e o município com o menor percentual foi Cotriguaçu (5,3%) (Mato Grosso, 2010a). Número de nascidos vivos de baixo peso em 2008. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). Peso menor 2.500 g 3.374 22 19 10 40 15 45 9 - % 6,9 5,5 8,7 8,5 7,1 5,3 6,0 6,1 - Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão governamental que regula a ação das operadoras de planos de saúde no País, estima que na rede privada, a taxa de parto cesárea chega 154 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 a quase 80%. Os índices mais altos estão na rede privada com plano de saúde. Nos hospitais e maternidades da rede pública, as taxas de cesariana caem para 27.5%. Para Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é de que as cesarianas representem 15% dos partos. Mesmo nos hospitais públicos, o Brasil tem um índice muito alto de partos cesárea. Isso mostra o quanto o país ainda está distante de oferecer uma assistência de qualidade à mulher. Se o cálculo da idade gestacional do bebê for malfeito, o parto cesárea será feito antes da hora e o bebê nascerá prematuro, podendo trazer complicações no pós-parto como distúrbios respiratórios. Bebês de 37 a 38 semanas têm 120 vezes mais chances de apresentar a síndrome da angústia respiratória do que aqueles de 39 semanas. No parto normal, você tem certeza que ele está nascendo na época adequada. O risco de morte materna em partos cesárea aumenta em 2,8 vezes em relação ao parto normal. A mãe também pode sofrer hemorragia e infecção puerperal. Sua recuperação é mais demorada do que no parto normal e sua estadia no hospital é maior. Do total de nascimentos ocorridos no Estado em 2005, registram-se 51.632 partos hospitalares (99,1%) e 285 (0,5%) partos domiciliares. Dentre os partos hospitalares 26.028 (49,9%) foram partos cesarianos e 25.604 (49,1%) partos normais. Entre os municípios da área de estudo, acima de 99% dos partos ocorreram em dependência hospitalar. O número de partos cesárea foi elevado em todos os municípios, principalmente em Juína, que alcançou o percentual de 61,2%. Deve-se levar em consideração que Juína é cidade pólo de saúde da região e que as gravidez de alto risco são encaminhadas para o município, pois este apresenta condições de dar suporte para a mãe e ao recém-nato (UTI adulto e neonatal). No município de Aripuanã neste mesmo ano 405 (99,5%) partos foram hospitalares e 1 (0,2%) parto domiciliar. Dentre os partos hospitalares 98 (24,1%) foram partos cesárea e 307 (75,4%) partos normais (Mato Grosso, 2007). O percentual de partos cesárea apresentado por Aripuanã encontra-se bem acima do índice preconizado pela OMS e abaixo do índice encontrado para o Estado de Mato Grosso. Local de ocorrência e tipo de parto em 2005 Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Hospital 51.632 405 219 127 550 265 735 196 1 % 99,1 99,5 99,1 100 100 100 99,6 99,5 100 Domicílio 285 1 1 1 1 - % 0,5 0,2 0,5 0,1 0,5 - Parto cesárea 26.028 98 101 72 305 110 452 65 - % 49,9 24,1 45,7 56,7 55,5 41,5 61,2 33,0 - Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2006 o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) registrou 50.008 nascimentos residentes em Mato Grosso. Destes, 49.139 nascimentos (98,3%) ocorreram em hospitais, 463 (0,9%) em outros estabelecimentos de saúde, 339 (0,7%) em domicílio, 60 nascimentos (0,1%) em outros locais e 07 (0,01%) tiveram local de ocorrência ignorado. Das ocorrências hospitalares, 19.989 nascimentos (40,7%) ocorreram em estabelecimentos públicos e 155 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] 29. 150 (59,3%) em estabelecimentos privados. Entre as unidades hospitalares privadas incluemse aquelas conveniadas ao SUS (SES/MT, 2010). Ainda em 2006, do total de nascimentos residentes, 49.619 (99,2%) ocorreram em Mato Grosso e 389 (0,8%) em outras unidades da federação. A maioria dos partos nesse ano se deu no intervalo de 37 a 41 semanas (93,2%), seguido dos intervalos menores de 37 (5,9%) e acima de 42 (0,8%) semanas. A gestação abaixo de 37 semanas se mantém em patamar constante no intervalo dos anos de 2000 a 2006, apresentando sensível declínio no intervalo acima de 42 semanas (2,4% no ano 2000 e 0,8% em 2006) (SES/MT, 2010). De acordo com dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã em 2007 foram realizados 327 partos no hospital da cidade. Dentre estes 147 (44,95%) foram cesareanas; 83 (25,38%) eram gestantes com menores de 20 anos. Do total de recém-nascidos, 20 (6,11%) apresentaram baixo peso ao nascer. Em 2008 no Estado de Mato Grosso, foram registrados 47.969 partos hospitalares (98,2%) e 391 (0,8%) partos domiciliares. Dentre os partos hospitalares 25.753 (52,7%) foram partos cesarianos e 22.216 (47,3%) partos normais. Entre os municípios da área de estudo, acima de 90% dos partos ocorreram em dependência hospitalar. O número de partos cesárea foi elevado em todos os municípios, principalmente em Juína, que alcançou o percentual de 58,4%. Deve-se levar em consideração que Juína é cidade pólo de saúde da região e que as gravidez de alto risco são encaminhadas para o município, pois este apresenta condições de dar suporte para a mãe e ao recém-nato (UTI adulto e neonatal). No município de Aripuanã neste mesmo ano 395 (99,2%) partos foram hospitalares, não havendo registro de parto domiciliar. Dentre os partos hospitalares 183 (46,0%) foram partos cesárea e 212 (54,0%) partos normais. Todos os municípios da área de estudo apresentam índice de partos cesárea acima do preconizado pela OMS (15%) (Mato Grosso, 2010a). Local de ocorrência e tipo de parto em 2008 Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Hospital 47.969 395 204 116 510 274 712 147 1 % 98,2 99,2 93,6 98,3 90,1 97,5 94,3 100,0 100,0 Domicílio 391 14 2 42 - % 0,8 6,4 0,7 5,6 - Parto cesárea 25.753 183 69 64 201 137 441 35 1 % 52,7 46,0 31,7 54,2 35,5 48,8 58,4 23,8 100,0 Fonte: Mato Grosso (2010a). O papel de determinantes sócio-econômicos na saúde da criança e da mulher demonstra a importância do acesso e qualidade da assistência na evolução favorável dos principais indicadores populacionais de saúde verificada em nosso país, mesmo diante de crises econômicas, desemprego e persistência de inadequadas condições ambientais e de moradia de um grande contingente da população. 156 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A assistência pré-natal compreende um conjunto de atividades que visa a promoção da saúde da mulher grávida e do feto, bem como a identificação de riscos, para ambos, visando a assistência adequada e oportuna. Sua ausência e/ou deficiência, comprovadamente, associam-se a maiores taxas de morbi-mortalidade neonatal, prematuridade, baixo peso ao nascer, retardo de crescimento intra-uterino e mortalidade materna. Considera-se um pré-natal satisfatório, aquele que garanta durante a gestação assistência adequada ao binômio mãe/filho. Para que este objetivo seja atingido preconiza-se a realização de no mínimo seis consultas durante a gravidez, iniciando no primeiro trimestre da gestação e a realização de exames de laboratório, pesquisando doenças infecciosas que podem ser transmitidas da mãe para o feto. Com este procedimento consegue-se uma melhor condução do parto e redução da mortalidade infantil perinatal. No tocante a educação, a interrupção, temporária ou definitiva, no processo de educação formal, acarretará prejuízo na qualidade de vida e nas oportunidades futuras. E não raro com a conivência do grupamento familiar e social a adolescente se afasta da escola, frente a gravidez indesejada, quer por vergonha, quer por medo da reação de seus pares. Em 2005 no Estado de Mato Grosso 29.429 gestantes tiveram acesso a mais de seis consultas durante o pré-natal, representando 56,5%% do total de mulheres grávidas. Nos municípios da área de estudo Rondolândia teve 100% das gestantes (1) com mais de 6 consultas no pré-natal. Os município de Juruena (75,6%) e Aripuanã (71,7%) apresentaram percentual maior que o Estado, de gestantes que compareceram a mais de 6 consultas durante o pré-natal. O menor percentual foi encontrado em Cotriguaçu, com apenas 58 (21,9%) gestantes com mais de 6 consultas no pré-natal (Mato Grosso, 2007). Neste mesmo ano, em relação ao grau de instrução das gestantes do Estado de Mato Grosso, 791 (1,5%) não tinham nenhum grau de instrução e 3.870 (7,4%) tinham o 1º Grau incompleto. Na área de estudo o município de Aripuanã apresentava o maior percentual de gestantes com nenhum grau de instrução (2,5%) e o maior percentual de gestantes com 1º Grau incompleto (13,5%) (Mato Grosso, 2007). Nº de gestantes pelo grau de instrução e nº de consultas no pré-natal em 2005. Município Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia + 6 consultas 29.429 292 95 72 149 58 365 149 1 % 56,5 71,7 43,0 56.7 27,1 21,9 49,5 75,6 100,0 Nenhuma 791 10 4 2 9 4 16 4 - % 1,5 2,5 1,8 1,6 1,6 1,5 2,2 2,0 - 1º G incompleto 3.870 55 26 13 70 20 64 25 1 % 7,4 13,5 11,8 10,2 12,7 7,5 8,7 12,7 100,0 Fonte: Mato Grosso (2007). Embora o número elevado de consulta pré-natal seja favorável do ponto de vista quantitativo, numa perspectiva qualitativa este indicador tem limites para investigar uma boa condição na atenção ao pré-natal. Em 2006 mais da metade (58,7%) das mães do Estado de Mato Grosso 157 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 tiveram 07 ou mais consultas, seguidas de 04 a 06 (33,8%) consultas e 01 a 03 consultas 6,1% das mães. Nenhuma consulta pré-natal representa aproximadamente 1% das mães residentes. Quando se estratificam os resultados em menos de 04 consultas de pré-natal por região de saúde (microrregiões), destacam-se como regiões com indicadores menos favoráveis do Estado: São Felix do Araguaia (14,1%), seguidos de Água Boa (12,3%), Barra do Garças (11,4%), Cáceres (11,3%), Juína (11,3%) e Porto Alegre do Norte (11,1%) (SES/MT, 2010). Nesta perspectiva questiona-se a qualidade no preenchimento da variável consulta de pré-natal, remetendo a algumas indagações: preenchimento inadequado da DN (Declaração de Nascido Vivo) pelo estabelecimento de saúde e/ou inadequação na atenção ao pré-natal, embora o quantitativo de consultas seja elevado. Recomenda-se uma apreciação mais detalhada quanto a necessidade de melhoria no preenchimento das Declarações de Nascidos Vivos por parte dos estabelecimentos de saúde. Outra necessidade é a intensificação no processo de monitoramento e avaliação na atenção ao período gravídico (SES/MT, 2010). Em 2008 no Estado de Mato Grosso 30.558 gestantes tiveram acesso a sete ou mais consultas durante o pré-natal, representando 62,5%% do total de mulheres grávidas. Na área de estudo os municípios de Cotriguaçu (87,9%) e Juruena (63,9%) alcançaram percentuais maiores que o do Estado para gestantes com mais de sete consultas. O menor percentual nesta faixa de consulta foi atingido pelo município de Colniza (28,1%). Os demais municípios apresentam percentuais ao redor de 60%. Neste mesmo ano ainda é considerável o número de gestante que realizaram apenas 1 a 3 consultas de pré-natal, atingindo os maiores percentuais em Brasnorte (17,4%) e Colniza (14,3%). No município de Aripuanã este percentual também é grande com 7,8% das gestantes nesta condição (Mato Grosso, 2010a). Nº de consultas no pré-natal em 2008. Município Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 1a3 2.619 31 38 4 81 7 41 7 - % 5,4 7,8 17,4 3,4 14,3 2,5 5,4 4,8 - 4a6 15.084 112 45 51 320 26 272 45 - % 30,9 28,1 20,6 43,2 56,5 9,3 36,0 30,6 - 7e+ 30.558 244 132 63 159 247 438 94 1 % 62,5 61,3 60,6 53,4 28,1 87,9 58,0 63,9 100,0 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2008, quanto ao grau de instrução das gestantes do Estado de Mato Grosso, 588 (1,2%) não tinham nenhum grau de instrução e 16.212 (33,2%) tinham terminado o ensino fundamental (< 8 anos). Na área de estudo o município de Juína apresentava o maior percentual de gestantes com nenhum grau de instrução (7,3%). O maior percentual de gestantes com ensino fundamental completo encontrava-se em Colniza (61,7%). Os demais municípios apresentavam índices inferiores a 60% de gestantes com mais de 8 anos de estudo. O município de Aripuanã tinha 10 (2,5%) gestantes com nenhum grau de instrução e 175 (33,2%) que tinham completado o ensino fundamental (Mato Grosso, 2010a). 158 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Nº de gestantes pelo grau de instrução em 2008. Município Nenhum % Mato Grosso 588 1,2 Aripuanã 10 2,5 Brasnorte 7 3,2 Castanheira 1 0,8 Colniza 15 2,7 Cotriguaçu 4 1,4 Juína 55 7,3 Juruena 3 2,0 Rondolândia - <8 anos 16.212 175 112 50 349 159 298 88 - % 33,2 44,0 51,4 42,4 61,7 56,6 39,5 59,9 - Fonte: Mato Grosso (2010a). A gravidez na adolescência tem sérias implicações biológicas, familiares, emocionais e econômicas, além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo isoladamente e a sociedade como um todo, limitando ou mesmo adiando as possibilidades de desenvolvimento e engajamento dessas jovens na sociedade. Devido as repercussões sobre a mãe e sobre o concepto é considerada gestação de alto risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, atualmente postula-se que o risco seja mais social do que biológico. A Organização Mundial da Saúde considera adolescência de 10 aos 19 anos. As complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente nas de faixa etária mais baixa. Os agravos vão desde anemia, ganho de peso insuficiente, hipertensão, infecção urinária, DST, desproporção céfalo-pélvica, até complicações pós-parto. Porém, devemos ter o cuidado de nos lembrar que esses achados se relacionam também com os cuidados pré-natais e desde que haja adequado acompanhamento pré-natal, não há maior risco de complicações obstétricas quando se comparam mulheres adultas e adolescentes de mesmo nível socioeconômico. Outro ponto doloroso dessa questão é a morte da mãe decorrente de complicações da gravidez, parto e puerpério (pós-parto); sendo que na adolescência, verificou-se ser esta a sexta causa de morte. Em 2005 o Estado de Mato Grosso teve 661 gestantes com idade inferior a 15 anos, representando 1,3% do total de grávidas e, 12.904 mães com idade entre 15 e 19 anos. Na área de estudo o percentual de gestantes com idade inferior a 15 anos foi semelhante aos valores encontrado para o Estado. Já o percentual de adolescentes grávidas com idade entre 15 e 19 anos foi superior em todos os municípios, atingindo o maior valor em Cotriguaçu que teve 32,8% das gestantes com idade entre 15 e 19 anos. Neste ano o município de Aripuanã teve 6 (1,5%) gestantes com idade inferior a 15 anos e 127 (31,2%) gestantes com idade entre 15 e 19 anos (Mato Grosso, 2007). Idade das gestantes em 2005. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Menor 15 a 661 6 1 1 % 1,3 1,5 0,5 0,8 15 a 19 anos 12.904 127 67 38 % 24,8 31,2 30,3 29,9 159 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Localidade Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Menor 15 a 6 4 11 4 - Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 % 1,1 1,5 1,5 2,0 - 15 a 19 anos 178 87 189 54 - % 32,4 32,8 25,6 27,4 - Fonte: Mato Grosso (2007). Segundo informações obtidas em 2008, na Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã e no Conselho Tutelar, com a chegada dos trabalhadores para a construção da Usina de Águas da Pedra, com o fluxo migratório principalmente de homens solteiros para a cidade, o número de gestações em mulheres com menos de 20 anos aumentou na cidade. Este evento já tinha acontecido anteriormente no município durante o ciclo do garimpo e das madeireiras. Nestes períodos foram realizados trabalhos de educação em saúde com as adolescentes, ocorrendo redução no número de adolescentes grávidas. Em 2008 o Estado de Mato Grosso teve 591 gestantes com idade inferior a 15 anos, representando 1,2% do total de grávidas e, 10.747 (22,0%) mães com idade entre 15 e 19 anos. Na área de estudo o percentual de gestantes com idade inferior a 15 anos foi semelhante aos valores encontrado para o Estado, a não ser pelo município de Brasnorte que teve 2,8% das mães nesta faixa etária. A média percentual de adolescentes grávidas com idade entre 15 e 19 anos foi semelhante em todos os municípios, atingindo o maior valor em Juruena que teve 36,1% das gestantes com idade entre 15 e 19 anos. Neste ano o município de Aripuanã teve 4 (1,0%) gestantes com idade inferior a 15 anos e 110 (27,6%) gestantes com idade entre 15 e 19 anos. Todos os municípios da área de estudo têm entre 25% a 30% de suas gestantes na faixa etária de adolescente, aumentando assim os riscos na gravidez (Mato Grosso, 2010a). Idade das gestantes em 2008. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Menor 15 a 591 4 6 2 4 4 11 1 - % 1,2 1,0 2,8 1,7 0,7 1,4 1,5 0,7 - 15 a 19 anos 10.747 110 49 23 154 80 172 53 - % 22,0 27,6 22,5 19,5 27,2 28,5 22,8 36,1 - Fonte: Mato Grosso (2010a). O percentual de gestantes que realizam pré-natal nos últimos anos vem crescendo, inclusive no município de Aripuanã. Mesmo assim podemos observar que apenas 49,20% realizam 6 consultas de pré-natal e todos os exames básicos. Este número aumenta quando acrescentamos a consulta de puerpério (65,24%), ou seja, a consulta realizada após o parto. Em relação a testagem para o vírus do HIV, 90,56% das gestantes realizaram o teste, mas não temos a informação se todas receberam o resultado antes de darem a luz. Em relação ao exame VDRL (teste para identificação de sífilis) o percentual fica em 70,80% de gestantes que realizaram exame no 160 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 primeiro e terceiro trimestre da gestação. Não sabemos também o número de gestantes que apresentaram resultado positivo e se foram adequadamente tratadas antes do parto. A subnotificação da sífilis congênita no país é alta, se considerados os dados relativos ao tema disponíveis na literatura nacional que indicam a elevada magnitude do problema em nosso meio. O incremento da incidência de sífilis congênita nos últimos anos deve-se muito aos esforços locais, regionais e nacionais para a qualificação e incentivo a notificação dos casos diagnosticados. É importante ressaltar esse agravo como indicador de qualidade do pré-natal, uma vez que seu controle é factível, desde que a mulher infectada seja diagnosticada e tratada adequadamente antes ou durante a gravidez. Relatório de indicadores do SISPRENATAL no período de 01/01/2008 a 12/12/2011. Indicadores do processo Percentual Percentual de gestantes Percentual de gestantes que se inscreveram no selecionadas em relação ao programa e realizaram a 1º consulta, em relação ao nº total de gestantes no de nascidos vivos no período. 88,61% município. Nascidos vivos no período 1.739 Gestantes cadastradas Gestantes selecionadas 1.541 3.521 (43,77%) Percentual de gestantes que se inscreveram no programa e realizaram a 1º consulta até 120 dias, em 81,66% relação ao nº de nascidos vivos no período. Gestantes selecionadas no período 1.420 Percentual de gestantes inscritas que realizaram 6 Selecionadas 774 de um 56,01% consultas de pré-natal total de 1.382 gestantes Percentual de gestantes inscritas que realizaram 6 Selecionadas 428 de um 70,51% consultas de pré-natal e a consulta de puerpério. total de 607 gestantes Percentual de gestantes inscritas que realizaram 6 Selecionadas 680 de um 49,20% consultas de pré-natal e todos os exames básicos. total de 1.382 Percentual de gestantes inscritas que realizaram 6 Selecionadas 396 de um consultas de pré-natal, a consulta de puerpério e todos 65,24% total de 607 os exames básicos. Percentual de gestantes inscritas que receberam a 2ª Selecionadas 1.123 de um dose ou a dose de reforço ou a dose imunizante da 83,56% total de 1.344 gestantes vacina antitetânica. Percentual de gestantes inscritas que realizaram 6 consultas de pré-natal, a consulta de puerpério, todos Selecionadas 377 de um os exames básicos, o teste anti-HIV, a 2ª dose ou a 62,11% total de 607 gestantes dose de reforço ou a dose imunizante da vacina antitetânica. Percentual de gestantes inscritas que realizaram o Selecionadas 1.180 de um 90,56% teste anti-HIV. total de 1.303 Percentual de gestantes inscritas que realizaram os Selecionadas 788 de um 70,80% dois exames de VDRL. total de 1.113 Fonte: Secretaria Municipal de Aripuanã/DATASUS (inédito 2011). 161 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No período de 2008 a 2011 apenas 0,66% das gestantes do município de Aripuanã tinham idade entre 10 a 14 anos. O maior número de grávidas estava na faixa etária de 20 a 24 anos (33,35%). As gestantes acima de 40 anos representavam 1% do total. Em mulheres acima de 44 anos não ocorreu nenhuma gestação (Secretaria Municipal de Aripuanã/DATASUS, 2011). Número de gestantes entre 01/01/2008 a 12/12/2011 no município de Aripuanã Unidade Faixa etária Total 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 Aripuanã 11 287 548 453 246 81 17 1.643 Centro 1 64 145 124 60 30 5 429 Planalto 0 79 146 130 80 19 6 460 Conselvan 5 73 116 88 43 11 1 337 Cidade Alta 5 71 141 111 63 21 5 417 Fonte: Secretaria Municipal de Aripuanã/DATASUS (2011). A Secretaria Municipal de Saúde instalou nas dependências do Hospital Municipal o Programa Criança Cidadã, onde a criança recém-nascida já sai com as declarações de Nascido Vivo e Certidão de Nascimento. Com o registro civil as mães nutrizes e crianças podem ser beneficiadas por programas do governo federal, de acordo com normas do Ministério da Saúde. 7.9.2. Mortalidade O coeficiente de mortalidade infantil é a relação entre o número de óbitos de crianças menores de um ano e o número de nascidos vivos em determinado local, calculado na base de mil nascidos vivos. Este coeficiente é reconhecido como um dos mais sensíveis indicadores de saúde, pois a morte de crianças menores de um ano é diretamente influenciada por condições de pré- natal, gravidez, história materna, conduta e doenças maternas, ruptura precoce de membrana, gemelaridade, idade materna, consangüinidade, procedimentos perinatais, mortalidade perinatal, condições e tipo de parto, síndrome da morte súbita, estado marital, intervalo entre partos, fatores interpartais, diferenças raciais maternas e infantis condições socioeconômicas, prematuridade, baixo peso ao nascer, más formações congênitas, mães portadoras do HIV e de outras doenças infecto contagiosas. No Brasil vem ocorrendo uma redução gradativa dessa taxa, apesar de ainda ser muito elevada se comparada a países desenvolvidos. Em 1992 era de 44,30 por mil ou 4,43%. As regiões brasileiras apresentam realidades diferentes, o Nordeste apresentava a maior taxa de mortalidade infantil, sendo em 1992 de 65,20 por mil ou 6,52%. Neste mesmo ano o Estado de Mato Grosso apresentava uma taxa de 33,80 por mil ou 3,38%, inferior a taxa brasileira (Mato Grosso, 2006). Uma década após, em 2002, ocorreu queda nas taxas, mas ainda se observava altos índices, principalmente na região Nordeste (41,40 por mil ou 4,40%). No Estado de Mato Grosso também ocorreu queda da taxa de mortalidade, sendo inferior ao índice nacional (Mato Grosso, 2006). 162 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Taxa de mortalidade infantil 1992 – 2002. Especificação Brasil Mato Grosso Norte Nordeste Sudoeste Sul Centro-oeste Ano 1992 44,30 33,80 40,70 65,20 30,00 25,70 30,40 2002 27,80 21,50 27,70 41,40 20,20 17,90 20,40 Fonte: Mato Grosso (2006). Em 2005 comparando-se a média nacional (26,6 por mil nascidos vivos) a taxa de mortalidade infantil matogrossense (17,75 por mil) era baixa. A tendência histórica deste indicador tem sido de queda, passando de 26,70 óbitos por mil nascidos vivos em 1997, para 23,49 em 2000, chegando a 17,75 mortes por mil em 2005. Em 2009 ela representou 16,2 tendo uma pequena elevação em relação ao ano anterior. Diante disso pode-se dizer que esta tendência declinante da mortalidade infantil é interpretada como reflexo da melhoria das condições médico-sanitario e socioeconômico (Mato Grosso, 2010b). Taxa de mortalidade infantil em Mato Grosso. Ano Taxa mortalidade infantil 1997 26,70 1998 25,54 1999 24,47 2000 23,49 2001 22,58 2002 21,78 2003 21,04 2004 18,92 2005 17,75 2006 16,50 2007 15,05 2008 15,41 2009 16,20 Fonte: Mato Grosso (2010b). Em 2005 a taxa de mortalidade infantil para o Estado de Mato Grosso era 17,7 por mil habitantes. Na área de estudo os municípios de Aripuanã (14,7), Brasnorte (13,6), Castanheira (15,7) e Cotriguaçu (11,3) apresentavam coeficiente de mortalidade infantil inferior ao valor encontrado para o estado. Nos demais municípios os valores encontrados eram superiores, atingindo o maior valor em Juruena (35,5) (Mato Grosso, 2007). O alto índice encontrado em Juína deve-se, também, ao fato da cidade se pólo regional de saúde e possui UTI adulto e neonatal, atendendo as gestantes e recém-nascidos de alto risco da região. 163 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Coeficiente de mortalidade infantil em 2005 Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Nascidos vivos 52.117 407 221 127 550 265 738 197 1 Óbitos < 1 ano Nº. CMI 923 17,7 6 14,7 3 13,6 2 15,7 13 23,6 3 11,3 19 25,7 7 35,5 - Fonte: Mato Grosso (2006). CMI – Coeficiente de Mortalidade Infantil (óbitos < 1 ano por 1.000 nascidos vivos). Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã em 2007 ocorreram 71 óbitos no município, sendo 3 (4,2%) de recém-nascidos com menos de 28 dias e 2 (2,8%) de natimorto. A redução da taxa de mortalidade infantil tem importância na contribuição do aumento das condições gerais de sobrevivência da população e de uma forma mais específica, da expectativa de vida. Apesar de haver uma redução geral no Estado das taxas de mortalidade infantil, em 2008 observamos um aumento desta taxa nos municípios de Brasnorte, Castanheira, Colniza e Cotriguaçu. No município de Aripuanã ocorreu uma queda considerável, passando de 14,7 para 5,0 (Mato Grosso, 2010b). Coeficiente de mortalidade infantil em 2008 Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Nascidos vivos 48.870 398 218 118 566 281 755 147 1 Óbitos < 1 ano Nº. CMI 753 15,4 2 5,0 7 32,1 3 25,4 14 24,7 8 28,5 5 6,6 2 13,6 - Fonte: Mato Grosso (2010a). CMI – Coeficiente de Mortalidade Infantil (óbitos < 1 ano por 1.000 nascidos vivos). Em 2009 nasceram 389 crianças vivas de mães residentes no município. Desta 3 morreram antes de completar 1 ano de vida. Neste ano o coeficiente de mortalidade infantil foi de 7,7 óbitos de menores de uma ano por mil nascidos vivos. Este coeficiente aumentou em relação a 2008 que teve coeficiente zero. 164 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Persiste uma tendência de queda progressiva no município, mantendo-se menor que a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de menos de 20. O coeficiente era 14,8 em 2006, ocorrendo uma redução de 48% para o ano de 2009 (7,7). Isto é um forte indicador de melhoria das condições de vida e saúde da população (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM/SINASC). Ano Nº de nascidos vivos Óbitos de menores de 1 ano Coeficiente de mortalidade infantil 2001 360 9 25,0 2002 364 10 27,5 2003 351 2 5,7 2004 444 3 6,8 2005 421 7 16,6 2006 337 5 14,8 2007 329 1 3,0 2008 408 0 0,0 2009 389 3 7,7 Total 3.403 40 11,8 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM/SINASC A curva de mortalidade proporcional do município de Aripuanã manteve o padrão regular de saúde em 2009, sendo semelhante ao dos anos de 2007 e 2008. A proporção de mortes de bebes de menos de um ano foi maior em 2009, mas não morreram crianças maiores, de 01 a 14 anos. Também foram mais frequentes as mortes de adolescentes e adultos jovens, o que rebaixa a classificação do nível de saúde da população. Pouco mais da metade dos óbitos foram de pessoas com mais de 50 anos. Para atingir um nível elevado de saúde esta proporção deveria ser maior que 75% (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM). Ano 2007 2008 2009 < 01 2% 0% 6% 1–4 0% 8% 0% 5 – 14 35% 6% 0% 15 – 49 44% 33% 43% + 50 52% 53% 51% Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM Entre agosto de 2009 e julho de 2010 faleceram 47 menores de 1 ano de idade na área de estudo, sendo 29 do sexo masculino (61,7%) e 18 do sexo feminino (38,3%). Esta proporção se manteve nos municípios de Brasnorte e Juína. Nos demais municípios ocorreram mais óbitos do sexo feminino em relação ao masculino. O maior número de óbitos ocorreu na zona urbana (53,19%) (IBGE: Censo Demográfico, 2010). Óbito de menores de 1 ano entre agosto de 2009 a julho de 2010. Total Urbana Rural Município Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Aripuanã 8 3 5 5 2 3 3 1 2 165 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Município Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Total Urbana Rural Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres 6 5 1 4 4 2 1 1 1 1 1 1 9 3 6 9 3 6 3 3 2 2 1 1 17 13 4 17 13 4 3 1 2 3 1 2 47 29 18 38 25 13 9 4 5 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010. Para manter a tendência declinante desse indicador nos próximos anos é necessário ampliar esforços no campo da saúde materno-infantil. Isso por que a mortalidade infantil não reflete apenas a incidência de doenças infecciosas ou problemas nutricionais. Concentram-se nos primeiros dias de vida das crianças, quando a condição da gestação, do parto e dos cuidados pósparto é decisiva e exige ações mais complexas. Sendo assim os programas de saúde da família e saúde da mulher são de extrema importância. As doenças maternas mais frequentes associadas a mortalidade infantil são: a hipertensão arterial, diabetes, infecção por HIV e sífilis. A ausência de cuidados pré-natais está associada com um aumento do risco de baixo peso ao nascer, partos prematuros e mortalidade materna e infantil. O tipo de parto: normal ou cesáreo, de crianças em posição desfavorável e de peso ao nascer extremamente baixo, interfere no risco de mortalidade. O tétano neo-natal é a segunda maior causa de mortalidade entre as seis infecções preveníveis por vacinas em países em desenvolvimento. Os fatores ambientais também são determinantes da taxa de mortalidade infantil. Crianças que nascem no meio urbano apresentam menor coeficiente de mortalidade infantil em relação àquelas que nascem no meio rural. A ausência de saneamento básico e a poluição excessiva do ar também contribuem para o aumento da mortalidade. Em 2005 foram registrados 12.647 óbitos no Estado de Mato Grosso, que forneceu um Coeficiente Geral de Mortalidade de 3,9 por mil habitantes. Na área de estudo ocorreram 526 óbitos com 4,6 de coeficiente, valor superior ao encontrado para o Estado. Dentre os municípios da área de estudo Colniza (6,9) e Juruena (6,4) apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade geral. Nos demais municípios os coeficientes foram semelhantes ao observado para o Estado. O município de Aripuanã teve 74 óbitos com coeficiente de 4,0 (Mato Grosso, 2007). Dentre as causas de óbito em 2005, as doenças do aparelho circulatório (3.326) foram as que mais vitimaram a população do Estado de Mato Grosso. Na área de estudo foram as causas externas (146). No município de Aripuanã foram as doenças do aparelho circulatório (20) seguida das causas externas (19), fornecendo respectivamente um coeficiente de mortalidade de 107,7 e 102,3, valores maiores que os observados para o Estado. O município de Aripuanã foi o 166 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 único da área de estudo a apresentar morte materna (2), que forneceu um coeficiente de mortalidade geral de 49,1 (Mato Grosso, 2007). Óbitos ocorridos segundo os grupos de doenças em 2005. Óbitos Local DIP Nº G M Nº MT 12.64 7 3,9 65 8 Microrreg. 526 4,0 31 Aripuanã 74 4,0 6 Brasnorte 48 4,0 3 Castanheira 29 4,1 1 Colniza 94 6,9 6 Cotriguaçu 52 4,1 3 Juína 189 4,8 12 Juruena 40 6,4 - Ap Circul. Ap. Dig. GM Nº GM Nº GM Nº 20, 4 27, 3 32, 3 24, 9 14, 2 44, 2 23, 6 30, 5 3.32 6 103, 2 111, 8 107, 7 52 5 16, 3 18, 5 21, 5 1.18 8 82,9 1 8,3 1 - - 5 - 7 127 20 10 12 18 8 52 170, 0 132, 7 63,0 132, 3 112, 6 21 4 7 2 6 1 Rondolândi a Fonte: Mato Grosso (2007). CGM: Coeficiente Geral de Mortalidade por 1.000/habitantes. DIP: Doenças Infecto Parasitárias. Ap. Circul: Doenças do Aparelho Circulatório. Ap. Dig: Doenças do Aparelho Digestivo. Ap. Respir: Doenças do Aparelho Respiratório. C. externa: Causas externa. 51, 6 15, 8 15, 3 16, 1 - Ap. Respir. 38 4 3 5 18 2 - Neoplasia C. externa GM Nº GM Nº GM 36, 9 33, 4 21, 5 1.57 5 2.50 5 77,8 8,3 9 48, 9 52, 8 43, 1 74, 6 56, 7 51, 6 31, 5 61, 1 64, 4 - - 70, 9 22, 1 39, 4 45, 8 32, 2 - 60 8 4 7 4 24 4 - 146 19 15 2 33 20 42 15 128, 5 102, 3 124, 4 28,3 243, 3 157, 6 106, 9 241, 3 Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, em 2007 ocorreram 71 óbitos no município. O que ocasionou o maior número de óbitos foi 19 (26,7%) por causas externas. Ocorreram 6 óbitos de mulheres em idade fértil (8,4%), 3 recém-nascidos menores que 28 dias e 2 natimorto (2,81%). Em 2008 as doenças do aparelho circulatório continuaram a ser responsáveis pelo maior número de óbitos no Estado de Mato Grosso (3.633), representando 27% do total de óbitos. A seguir vem as mortes por causas externas com 2.492 óbitos, responsável por um percentual de 18,54%. Na área de estudo estas duas causas de óbito tem praticamente o mesmo percentual sendo 25,87% (133) para doenças do aparelho circulatório e 23,73% (122) para causas externas. No município de Aripuanã a maior número de óbitos é devido a causas externas com 19,67% (12), seguido de doenças do aparelho circulatório com 11,47% (7) e neoplasia com 9,83% (6). Em 2008 na área de estudo apenas o município de Juruena apresentou 1 caso de mortalidade materna (Mato Grosso, 2010a). 167 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Óbitos ocorridos segundo os grupos de doenças em 2008. Óbitos Local Nº MT Microrreg. 13.44 1 514 G M 4,5 DIP Ap Circul. Ap. Dig. Ap. Respir. Neoplasia C. externa Nº GM Nº GM Nº GM Nº GM Nº GM Nº GM 22, 0 23, 8 15, 1 20, 5 24, 9 3,4 3.63 3 133 122, 8 95,8 65 3 21 1.17 4 36 2 12 60,2 10 68,5 3 15 14 3 102, 7 87,1 19 174, 1 64,1 27, 8 42, 9 32, 7 - 9 62,5 2 60 151, 6 152, 5 - 4 61, 9 31, 0 30, 1 13, 7 24, 9 23, 6 34, 7 45, 5 32, 7 - 2.49 2 122 35,1 39, 7 25, 9 25, 1 27, 4 24, 9 13, 5 13, 9 48, 0 - 1.83 1 43 7 22, 1 15, 1 10, 0 20, 5 37, 3 13, 5 13, 9 10, 1 32, 7 - 84,3 3,7 65 0 33 Aripuanã 61 3,1 3 Brasnorte 53 3,6 3 Castanheira 37 4,6 2 Colniza 98 3,3 1 Cotriguaçu 50 3,5 4 Juína 172 4,3 17 Juruena 43 4,7 3 14 4 3 5 4 2 4 2 19 - 6 2 2 7 5 18 3 7 37 87,9 11 124, 8 76,4 32 80,8 8 87,1 Rondolândi a Fonte: Mato Grosso (2010a). CGM: Coeficiente geral de Mortalidade por 1.000/habitantes / DIP: Doenças Infecto Parasitárias / Ap. Circul: Doenças do Aparelho Circulatório / Ap. Dig: Doenças do Aparelho Digestivo / Ap. Respir: Doenças do Aparelho Respiratório / C. externa: Causas externa. As causas externas de morte foram a principal causa de óbitos em Aripuanã no ano de 2009, sendo responsáveis por 37,3% das mortes. Em seguida vêm as doenças cardiovasculares (27%), respiratórias (5,9%), perinatais (3,9%), câncer (3,9%), tuberculose (3,9), alcoolismo (3,9%) e outras como dengue hemorrágica (1,0%), AIDS (1,0%), etc. (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM). As doenças cardiovasculares que mais mataram em Aripuanã em 2009 foram: a doença hipertensiva, o acidente vascular cerebral, o infarto agudo do miocárdio e a insuficiência cardíaca congestiva. A pneumonia e o enfisema pulmonar foram as principais causas respiratórias de morte (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Causas de óbitos em Aripuanã, 2009. Grupo Nº Causas externas 19 Cardiovasculares 14 Infecciosas 4 Causas Homicídios Acidentes de transito transporte Quedas Outros acidentes Suicídios Lesões intencionais indeterminada Doença hipertensiva Infarto agudo do miocárdio Insuficiência cardíaca Doenças cerebrovasculares Tuberculose Total 10 5 1 1 1 1 4 4 3 3 2 168 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Respiratórias 3 Neoplasias Mentais 2 2 Perinatais 2 Metabólica Má formação congênita Óbito materno Indefinidas Total 1 1 1 2 51 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 AIDS Dengue hemorrágica Pneumonia Bronquite, enfisema, asma Outras doenças do pulmão Câncer de próstata Alcoolismo Afecções respiratórias do RN Demais causas perinatais Diabete mellitus Anomalia congênita do sistema nervoso Eclâmpsia Demais causas de morte 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 2 51 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM. Entre as 19 mortes por causa externa, no ano de 2009, destacam-se 10 homicídios e 5 acidentes de transporte. Mais de dois terços desses óbitos são de adolescentes e adultos jovens. Entre os homicídios predominam as agressões por arma de fogo e arma branca, muitas vezes por motivos passionais. Entre os acidentes de transporte predominam os atropelamentos e os acidentes de moto. Este tipo de óbito é o fator que impede que os indicadores de saúde da população atinjam níveis mais elevados de vida e desenvolvimento humano. Em 2009 morreram 51 pessoas que viviam em Aripuanã, uma média de 4 por mês, ou uma por semana. A taxa bruta de mortalidade foi de 2,5 óbitos por 1.000 habitantes. Ocorreu uma redução de 25% do número de mortos e de 27% da taxa bruta de mortalidade em relação a 2008 (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM). Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 total População 14.936 15.598 16.300 16.992 18.568 19.373 20.169 19.930 20.512 162.378 Nº de óbitos 62 81 64 80 77 51 71 68 51 605 Taxa bruta de mortalidade 4,2 5,2 3,9 4,7 4,1 2,6 3,5 3,4 2,5 3,7 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SIM A mortalidade em Aripuanã vem caindo desde 2002, atingindo seu menor valor em 2009 (2,5). Houve uma redução (25%) do número de óbitos no triênio 2004-2006 caindo de uma média de 69 óbitos para 51 em 2009 e a taxa bruta reduziu 34% de uma média de 3,8 para 2,5 em 2009. De agosto de 2009 a julho de 2010 ocorreram 514 óbitos na área de estudo. Deste total 337 eram homens (65,56%), quase o dobro do número de mulheres (177 ou 34,44%). Em todos os 169 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 municípios da área de estudo o número de homens foi maior que o número de mulheres, sendo que em Rondolândia o percentual de óbitos masculinos alcança 87,5% (7) do total. A maioria ocorreu na zona urbana (72,9%) (IBGE – Censo Demográfico, 2010). Um dos fatores que provavelmente contribuiu para estes percentuais são as mortes por causa externa (acidentes, violência) que atingem mais a população masculina na faixa de 19 a 35 anos (IBGE - Censo Demográfico 2010) Número de óbitos entre agosto de 2009 a julho de 2010. Total Urbana Rural Local Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Aripuanã 62 38 24 45 26 19 17 12 5 Brasnorte 93 64 29 56 40 16 37 24 13 Castanheira 27 18 9 18 13 5 9 5 4 Colniza 86 52 34 51 30 21 35 22 13 Cotriguaçu 31 22 9 16 11 5 15 11 4 Juína 172 113 59 162 107 55 10 6 4 Juruena 35 23 12 23 17 6 12 6 6 Rondolândia 8 7 1 4 3 1 4 4 Total 514 337 177 375 247 128 139 90 49 Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010). De acordo com dados fornecidos pelo Hospital Municipal de Aripuanã em 2011 ocorreram 48 óbitos na instituição. Dentre eles 6 (12,5%) foram de causa infantil; e 3 (6,25%) de óbito fetal, sendo as causas prematuridade, óbito intra útero e descolamento prematuro de placenta (Hospital Municipal Aripuanã, 2011). 7.10. Perfil epidemiológico As primeiras intervenções estatais no campo da prevenção e controle de doenças, desenvolvidas sob bases científicas moderna, datam do início do século XX e foram orientadas pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos de algumas doenças infecciosas e parasitárias. O objetivo da epidemiologia é estudar o comportamento e distribuição de eventos relativos a saúde nas populações humanas, bem como analisar as causas da distribuição encontrada. A descrição da distribuição das doenças segundo instâncias geográficas, pessoais ou temporais, leva a que com frequência, fiquem subjacentes e não explicitadas, as interferências das variáveis sociais. A distribuição socialmente desigual da morbi-mortalidade evidencia-se nos padrões distintos de adoecer conforme a categoria social das pessoas. A vigilância epidemiológica deve fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde para decidirem sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, utilizando 170 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida (Brasil, 2006). A ocorrência de casos novos de uma doença (transmissível ou não) ou agravo (inusitado ou não) passíveis de prevenção e controle pelo serviço de saúde indica que a população está sob risco. A vigência de tal situação pode indicar falha na assistência a saúde e/ou medidas de proteção adequadas. A informação é instrumento essencial para a tomada de decisão. Representa ferramenta imprescindível a vigilância epidemiológica, desencadeando a dinâmica de ações que devem ser tomadas a partir da informação ou suspeita de algum caso de doença ou agravo. A informação em saúde é a base para a gestão dos serviços, pois orienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção a saúde e das ações de prevenção e controle das doenças. Fornece o suporte necessário para o planejamento, decisões e ações dos gestores. Nos últimos 9 anos, foram registrados quase 11 mil casos de doenças de notificação compulsória no município de Aripuanã. Em média são registrados 1.200 casos por ano, 100 casos por mês, 3 casos por dia. A malária foi responsável por 56% das ocorrências, com quase 6 mil casos no período (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS/DASIS, SINAM) . Em 2009 foram registrados 2.149 casos de doenças de notificação compulsória em Aripuanã, sendo 72% dos casos (1.546) de dengue. Os demais 28% estavam distribuídos entre outras 17 doenças, principalmente malária, varicela, atendimento anti-rábico humano, acidentes por animais peçonhentos, leishmaniose, outras DST’s, e hanseníase. Agravo Malária Dengue Leish. tegumentar At. Anti-rábico Varicela A.animal peçonhento Hanseníase Hepatites virais Tuberculose Outras DST AIDS Sífilis em gestante Intoxicação exógena Doença de Chagas Gestante HIV+ Esquistossomose D. exantemática Hantavirose A. material biológico Conjuntivite viral Sífilis congênita Carbúnculo/antraz 2001 2002 2003 963 1 94 70 11 18 26 16 13 2 - 2.192 2 90 60 41 19 23 3 9 1 1 - 401 5 78 63 37 21 12 6 5 3 1 1 - número de casos / ano 2004 2005 2006 2007 303 11 68 50 29 27 18 20 9 1 1 - 592 0 78 73 58 31 25 26 6 0 - 491 339 50 32 26 14 3 13 2 4 - 709 392 49 63 16 24 13 11 3 4 2 2 1 2 1 2008 2009 total 288 204 39 63 45 35 11 5 7 1 2 1 2 - 230 1.546 33 46 157 39 19 17 8 36 1 6 1 1 - 6.169 2.500 579 520 394 240 161 107 73 36 15 8 7 7 5 3 2 2 1 1 1 1 171 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Criança exposta 1 Leptospirose 1 Leish. visceral 1 Meningite 1 Paralisia flácida 1 Total 1.214 2.442 633 537 890 974 1.295 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS/DASIS, SINAM 703 2.149 1 1 1 1 1 10.837 Triplicou o número de casos de doenças de notificação compulsória em 2009, no município de Aripuanã, em relação ao ano anterior. Este grande aumento foi devido a epidemia de dengue que ocorreu no segundo semestre do ano. Excluindo-se a dengue o número de notificações aumentou de 499 casos em 2008 para 602 em 2009, um incremento de 21%, que foi devido ao maior número de casos de varicela (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS/DASIS, SINAM). Agravo 2009 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Dengue (notificado) 5 10 11 10 2 0 41 169 186 402 425 285 1.546 Malária 14 32 19 22 17 22 36 12 15 17 15 9 230 Varicela 1 2 1 6 45 46 46 9 1 157 A anti-rábico 3 2 5 5 4 3 5 6 6 3 2 2 46 A animal peçonhento 4 9 2 0 2 4 3 4 4 2 5 39 Outras DST’s 17 1 6 1 1 2 3 2 2 1 36 Leish tegumentar 2 1 4 2 5 2 1 2 2 7 5 33 Hanseníase 4 2 2 1 1 1 3 2 1 1 1 19 Hepatites virais 5 3 1 2 4 1 1 17 Tuberculose 1 1 3 1 2 8 Intox exógena 1 1 1 2 1 1 7 Sífilis gestante 1 2 1 1 1 6 AIDS 1 1 A material biológico 1 1 Conjuntivite viral 1 1 D. exantemáticas 1 1 Sífilis congênita 1 1 Total 51 61 51 46 39 38 95 250 267 485 465 301 2.149 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS/DASIS, SINAM Nos últimos 8 anos (até 2009), não foram registrados em Aripuanã casos de botulismo, cólera, coqueluche, difteria, febra amarela, febre maculosa, febre tifóide, hantaviroses, influenza A (H1N1), intoxicação por agrotóxico, peste, raiva humana, sífilis congênita, síndrome de rubéola congênita, tétano acidental ou tétano neonatal. Aripuanã é área endêmica para malária, leishmaniose cutânea, dengue e febre amarela silvestre. Casos esporádicos de Doença de Chagas, Esquistossomose e Leishmaniose visceral são registrados, mas não atingem índice de endemicidade. Em 2009 foram registrados 1.809 casos de doenças endêmicas em Aripuanã, sendo 85% dengue, 13% de malária e 2% de leishmaniose (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS/DASIS, SINAM). 172 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 7.10.1. AIDS/HIV A Aids é uma doença emergente, que representa um problema de saúde da atualidade em virtude de seu caráter pandêmico e gravidade. Os infectados pelo vírus do HIV evoluem para disfunção do sistema imunológico. A história natural da AIDS vem sendo alterada pelo uso da terapia anti-retroviral (ARV) que retarda a evolução da infecção. Juntamente com as campanhas de prevenção, os ARV parecem contribuir para a estabilização do crescimento da epidemia no Brasil. O vírus pode ser transmitido pelo sangue (via parenteral e vertical), esperma, secreção vaginal (via sexual) e leite materno (via vertical). O indivíduo infectado pode transmitir o HIV durante todas as fases da infecção, risco proporcional à magnitude da viremia, principalmente na infecção aguda e doença avançada. O tempo entre a exposição ao vírus do HIV e o aparecimento dos sintomas na fase aguda é de cinco a trinta dias. O período de latência clínica, após a infecção aguda, até o desenvolvimento da imunodeficiência é longo. Não há consenso sobre o conceito desse período em aids. A susceptibilidade é geral, em vista dos vários modos de transmissão e transmissibilidade. A vulnerabilidade, para os não infectados, significa ter pouco ou nenhum controle sobre o risco de adquirir o HIV ou outra DST; e para os infectados ou afetados pela doença, ter pouco ou nenhum acesso a cuidados e suportes apropriados (Brasil, 2006). A doença pode ou não ter expressão clínica logo após a infecção, sendo importante que o profissional saiba conduzir a investigação laboratorial após a suspeita de risco de infecção pelo HIV. Assim deve-se atentar para o fato de que, com testes atualmente disponíveis, o tempo necessário para que a sorologia anti-HIV se torne positiva é de seis a doze semanas após a aquisição do vírus, com período médio de aproximadamente dois meses. Esse tempo compreendido entre a aquisição da infecção e a detecção da soroconversão é chamado de janela imunológica ou biológica. Os testes utilizados apresentam níveis de soroconversão de 95% nos primeiros seis meses após a transmissão. Na primeira metade da década de 1980 a epidemia HIV/AIDS manteve-se basicamente restrita às regiões metropolitanas do Sudeste e Sul do país, tendo como principais vias de transmissão a sexual (entre homens que fazem sexo com homens) e a sangüínea (transfusão de sangue e hemoderivados e uso de drogas injetáveis). Neste período a velocidade de seu crescimento de incidência e taxas de mortalidade eram elevadas, a estrutura assistencial encontrava-se em fase de implantação/implementação e foram priorizadas medidas dirigidas à melhoria da qualidade e controle do sangue e seus derivados. Como conseqüência imediata dessas medidas, observou-se drástica diminuição de casos de aids entre hemofílicos e transfundidos. Nos últimos anos da década de 1980 e 1990 a epidemia assume outro perfil. A transmissão heterossexual passou a ser a principal via de transmissão do HIV, a qual vem apresentando maior tendência de crescimento em anos recentes, acompanhada de expressiva participação das 173 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 mulheres na dinâmica da epidemia e um aumento da transmissão materno-infantil (transmissão vertical). Observa-se ainda um processo de interiorização com maiores ritmos de crescimento nos municípios pequenos, com menos de 50.000 habitantes, a pauperização da epidemia e acometendo camadas da população com menos escolaridade. A partir de 1996 com a distribuição universal e gratuita de anti-retrovirais, vem ocorrendo a redução na velocidade de crescimento da incidência e taxas de mortalidade da doença. A epidemia de AIDS no Brasil é a somatória de subepidemias microrregionais, em interação permanente, devido às diferentes condições de vida das populações atingidas, às distintas composições das populações regionais, aos padrões de mobilidade da população e à diversidade de arranjos e padrões de comportamento sexual (Brasil, 2006). O Estado de Mato Grosso é considerado de média endemicidade, em relação a AIDS (pacientes soro positivos que já desenvolveram a doença), segundo o Ministério da Saúde, possuindo como limite mínimo 0,1% e máximo 0,3% para prevalência de HIV entre indivíduos de 15 a 49 anos de idade (Mato Grosso, 2000). O número de casos de AIDS diagnosticados em Mato Grosso no ano 2005 foram 822. Na área de estudo o número de casos novos foi 23, representando 2,79% do total de casos diagnosticados no Estado. O município que apresentou o maior número de casos novos foi Juína, com 13 casos (1,58% do total de casos do Estado). O município de Aripuanã registrou 2 casos novos em 2005, representando 0,24% do total de casos diagnosticados no estado (Mato Grosso, 2007). Casos de AIDS diagnosticados em 2005. Localidade 2005 Mato Grosso 822 Microrregião 23 Aripuanã 2 Brasnorte 2 Castanheira Colniza 2 Cotriguaçu 1 Juína 13 Juruena 3 Rondolândia - Percentual 100 2,79 0,24 0,24 0,24 0,12 1,58 0,36 - Fonte: Mato Grosso (2007). No período de 1990 a 2004 foram notificados 2.839 casos de AIDS em Mato Grosso (Mato Grosso, 2006). Segundo estimativa do Ministério da Saúde, o número de casos notificados corresponde a aproximadamente 33% dos casos existentes. Calcula-se que para cada caso confirmado de doença existam outras 5 pessoas contaminadas. O Município de Aripuanã notificou 1 caso em 1995, 2 em 1997, 1 em 2001, 5 em 2003 e 1 em 2004, totalizando 10 casos de HIV/AIDS no período de 1990 a 2004. Em 2005 foram diagnosticados 2 casos novos (Mato Grosso, 2007). De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, em 2006 houve 4 evidências laboratoriais de pacientes com sorologia positiva para o vírus do HIV. Em 2007 foi notificado 1 caso no município. Até maio de 174 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2008 tinha-se o conhecimento de 11 casos de HIV no município, sendo 4 diagnosticados em gestantes. Um paciente foi a óbito (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Atualmente o Estado de Mato Grosso conta com 12 serviços de referência para atendimento de HIV/AIDS, através dos Serviços de Assistência Especializada DST/AIDS (SAE), espalhados pelo Estado. Na área de estudo existia um serviço especializado implantado no município de Juína. Lá os pacientes HIV positivos recebiam acompanhamento médico ambulatorial e quando necessário eram encaminhados para a capital Cuiabá. De acordo com informação da Secretaria de Saúde de Aripuanã em 2008 existiam 11 pacientes diagnosticados com vírus do HIV no município. Segundo informação do Diretor Clínico do Hospital Municipal de Aripuanã no ano de 2008, duas gestantes soropositivas para HIV deram a luz no hospital da cidade. Uma das gestantes já tinha diagnóstico confirmado antes do parto, chegando ao hospital com o “kit parto” (medicação usada durante o trabalho de parto e para o recém-nascido após o parto). A outra gestante recebeu o resultado após dar a luz e não foi submetida aos cuidados preconizados pelo Programa Nacional de DST/AIDS para reduzir os riscos de transmissão vertical (materno-fetal). Sabe-se que o uso adequado da medicação antiretroviral durante a gestação, intra-parto e a profilaxia do recém-nato pós-parto pode fazer risco de transmissão vertical chegar a zero. A gestante não sendo submetida a estes cuidados, aumenta a probabilidade de transmitir o vírus ao seu concepto fica em torno de 35%. Segundo informação da Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, existe uma resistência muito grande dos médicos da cidade em realizar os partos das pacientes portadoras do vírus do HIV. O primeiro caso de sorologia positiva para HIV, em Aripuanã, foi detectado em 1995. Desde então 18 casos já foram diagnosticados. A tendência histórica é de crescimento. Os maiores registros foram em 2003 (3), 2004 (3) e 2007 (3). Em 2008 e 2009 apenas um caso foi registrado em cada ano (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS – Coordenação Nacional DST/AIDS). Números de casos de HIV+ , Aripuanã, 1995 a 2009. ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Aripuanã 1 2 2 3 3 2 3 Brasnorte 2 1 7 1 1 3 Castanheira 1 - Colniza 2 2 1 Cotriguaçu 1 1 2 1 Juína 1 1 11 5 3 10 11 9 9 Juruena 2 1 2 Total 1 2 1 1 14 7 12 22 14 14 19 175 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] 2008 2009 Total 1 1 18 2 1 18 1 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 5 5 9 69 4 9 16 2 125 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS – Coordenação Nacional DST/AIDS O município de Juína concentrava 55% dos casos de sorologia positiva; os municípios de Aripuanã e Brasnorte 14%. De 1995 a 2000 ocorreram de 0 a 3 casos esporádicos por ano. A partir de 2001 o número subiu para 14 e desde então tem se mantido estável em torno de 13 casos anuais. Vale lembrar que existe um aumento de testagem e incentivo a testagem nos últimos anos, o que consequentemente levou a identificação de novos casos. O número de casos registrados em 2009 mostrava-se baixo, porque ainda não foram incluídos todos os casos do ano. O sistema de informação de HIV/AIDS trabalha com defasagem de 2 anos nos registros de casos. O coeficiente de incidência de HIV/AIDS em Aripuanã era baixo. Foram menos de 5 casos por cem mil habitantes por ano em 2008, apresentando índice menor que a regional, o Estado e o país. A média da regional foi 11; do Estado de Mato Grosso 23; do Centro-oeste 16 e do Brasil 18. O município de Juína tinha um alto coeficiente: 23. O município de Juruena apresentou um alto coeficiente de 43, devido a detecção de 4 casos e possuir uma população menor de dez mil habitantes (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS –Coordenação Nacional DST/AIDS). Coeficiente de incidência de HIV/AIDS, 2007 Nº de casos/100.000 habitantes Brasil 18,0 Centro-oeste 15,7 Mato Grosso 23,1 Regional 11,5 Aripuanã 4,9 Brasnorte 13,3 Castanheira 0,0 Colniza 0,0 Cotriguaçu 0,0 Juína 22,7 Juruena 41,7 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã Os portadores do vírus do HIV em Aripuanã eram predominantemente adultos jovens do sexo masculino, na faixa etária dos 20 aos 49 anos. Estimativas nacionais apontam para uma prevalência média de pessoas infectadas pelo vírus do HIV de 0,5% da população de 15 a 49 anos, sendo 0,4% mulheres e 0,60% entre os homens. Aplicando-se este cálculo para a população da área de estudo, pode-se estimar que existam 345 pessoas infectadas pelo vírus; seriam 60 em Aripuanã ou 14,6% do total da área. A maioria provavelmente não sabe da sua condição de portador. Em 2009 não foi registrado nenhum caso de gestante portadora do vírus HIV. O primeiro caso detectado de gestante com sorologia positiva foi em 2004; desde então já se identificou 5 casos, com registro de apenas 1 criança exposta registrada no SINAN. Deveria 176 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 haver uma criança exposta para cada gestante HIV+; não se sabe se as crianças expostas foram infectadas (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã e MS/SVS – Coordenação Nacional DST/AIDS). 7.10.2. Dengue A dengue tem sido relatada na Américas há mais de 200 anos. Existem referências epidêmicas no Brasil desde o século XIX. A primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1980-1982, em Boa Vista-Roraima, causada pelo sorotipo 1 e 4. Na região Centrooeste só foi registrado epidemias a partir da segunda metade da década de 1990. A maior incidência da doença no Brasil foi observada em 2002, quando foram registrados 790 mil casos (Brasil, 2005). A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde estima que 80 milhões de pessoas se infectem anualmente, com cerca de 550 mil hospitalizações e 20 mil óbitos (Brasil, 2005). No Brasil, o aumento da incidência da doença verificado entre 2000 e 2002 e a introdução de um novo sorotipo (DEN 3) acena para o elevado risco de epidemias de dengue e febre hemorrágica da dengue (FHD). A infecção por dengue inclui desde formas clinicamente inaparentes até quadros graves de hemorragia e choque, podendo evolui para óbito. O agente etiológico é um vírus RNA, sendo conhecidos quatro sorotipos: 1,2,3 e 4. A fonte de infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. Os vetores são mosquitos do gênero Aedes aegypti. A transmissão se faz pela picada do mosquito. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com pessoa sadia, nem por intermédio de água ou alimento. O período de incubação varia de 3 a 15dias. Um dos problemas que têm acarretado demora no reconhecimento de uma situação epidêmica, aumento de gastos públicos e indiretamente diminuição da qualidade da atenção é o uso inadequado das técnicas disponíveis para diagnóstico da dengue. Os exames específicos para diagnóstico têm a finalidade de orientar ações de vigilância epidemiológica, uma vez que a conduta terapêutica raramente será alterada em função da confirmação diagnóstica. Desse modo sua importância é capital em períodos não epidêmico e menor em situações de epidemia. O uso de teste diagnóstico em todos os estados do Brasil, que apresentam a circulação do vírus da dengue, não tem sido racional, ocasionando baixa sensibilidade da vigilância epidemiológica nos períodos não epidêmicos e sobrecarga de trabalho para os laboratórios da saúde pública nos períodos de epidemia. A incidência de uma doença é, estritamente, representada pelo número de novos casos surgidos a cada ano na população, expresso por 100 mil habitantes, ocorridos em determinado local e período. Trata-se de uma medida para avaliar o quão comum é a doença. Indica o risco de uma população vir a adoecer, mede a freqüência ou a probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população em um determinado local e período. É um indicador que nos leva a refletir sobre os fatores precursores/determinantes da ocorrência da doença. As formas graves da dengue são expressas pela elevada letalidade observada na febre hemorrágica da dengue (FHD) – 7,1% em 2004 (Brasil, 2005). A circulação simultânea de três 177 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 sorotipos em 24 estados do País e a multiplicidade de formas clínicas observadas recentemente são fatos que apontam para o risco de ocorrência de epidemias de FHD. Em geral, altas taxas de incidência de dengue refletem baixos níveis de condições e qualidade de vida e, de modelos de comportamento. Auxilia a identificar e monitorar a tendência da doença segundo variáveis de tempo, áreas geográficas e grupos populacionais; bem como, identificar áreas com circulação simultânea de vírus e a entrada de novo sorotipo de vírus no país. Subsidia processo de planejamento, gestão, avaliação de políticas e ações preventivas para evitar a dispersão do Aedes aegypti e epidemias de dengue e de dengue hemorrágico/ síndrome de choque do dengue. Em 2005 foram confirmados 10.831 casos novos de dengue no Estado de Mato Grosso, com incidência de 7.561,03. Na área de estudo foram diagnosticados 437 casos novos com incidência na microrregião de 178,08. O município com maior número de casos novos foi Juína com 384 casos e uma incidência de 97,71. O município de Aripuanã não teve nenhum casos notificado neste ano (Mato Grosso, 2007). Casos novos de dengue diagnosticados em 2005. Localidade Mato Grosso Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Casos confirmados 10.906 437 6 1 1 384 44 1 Incidência 2004 7.561,03 178,08 4,98 1,42 0,79 97,71 70,79 2,40 Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2005 foram registrados 10.906 casos no Estado de Mato Groso, denotando um aumento de 151% em relação ao ano anterior. Em 2006, 16.123 casos, um aumento de 31,6%. Até março de 2007, 10.834 casos. Os casos graves notificados em 2003 foram: 38 casos de dengue com complicação, 24 de febre hemorrágica da dengue e nenhum óbito; em 2006 ocorreram 36 casos de dengue com complicação, 13 de febre hemorrágica da dengue e 2 óbitos; até março de 2007 se registrou 3 casos de dengue com complicação, 7 febre hemorrágica da dengue e 2 óbitos. A letalidade em 2006 foi de 23% e até março de 2007 de 28,6% (SES, inédito 2007). De acordo com dados fornecidos pela vigilância epidemiológica de Aripuanã em 2007 foram diagnosticados 387 casos de dengue no município. O mês com maior número de casos foi janeiro (113) seguido de novembro (88) (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, inédito 2008). Número de casos de dengue em 2007 Jan Fev Março Abril Maio Junho Julho Agost Set Out Nov Dez 178 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] 113 21 12 6 6 6 23 20 24 25 88 43 Fonte: Vigilância Epidemiológica de Aripuanã (SINANET). Conforme dados coletados pela vigilância epidemiológica até abril de 2008 foram identificados 169 casos no município, sendo que em janeiro (53) houve detecção de maior número de casos. O local com maior número de notificações foi o PSF 2 (52), localizado no bairro Jardim Planalto (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, 2008). Número de casos notificados em 2008. Local Janeiro Fevereiro PSF 1 1 6 PSF 2 19 11 PSF 3 11 16 PSF 4 10 2 Hospital 12 12 Laboratório Total 53 47 Março 8 3 7 5 4 27 Abril 15 19 3 1 4 42 Total 30 52 37 18 32 169 Fonte: Vigilância Epidemiológica de Aripuanã (SINANET). PSF 1 : Central; PSF 2: Jardim Planalto; PSF 3: Cidade Alta; PSF 4: Conselvan. Em 2009 o município de Aripuanã enfrentou uma epidemia de dengue com muitas formas graves. Mais de 1.500 casos foram notificados, 11 pessoas foram removidas para Juína com forma graves e ocorreu 1 óbito confirmado. A região centro-oeste registrou 67 mil casos e o Estado de Mato Grosso 32 mil (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã). Número de casos de dengue e coeficiente de incidência em Aripuanã Ano População Número de casos Coficiente incidência nº casos/1.000 hab. 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total 14.936 15.598 16.300 16.992 18.568 19.373 20.169 19.930 20.512 162.378 1 2 5 11 0 339 387 204 1.546 2.495 0,1 0,1 0,3 0,6 0,0 17,5 19,2 10,2 75,5 6,7 Fonte: Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã – SISFAD. Dengue é uma doença do período chuvoso e a grande maioria dos casos se concentra nos primeiros meses do ano. Por isso a vigilância ambiental do município desenvolve ações de combate ao vetor durante todo o ano e intensifica essas ações no período chuvoso (janeiro a abril). Em 2009 houve uma mudança de comportamento do vetor que passou a proliferar nos depósitos de água para consumo humano, nas caixas d’água, pois esta se mantém limpa o ano todo. 179 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A equipe de controle de endemias do município limitava suas buscas aos inservíveis, lixo, etc. Não eram realizadas inspeções das caixas d’água suspensas nem dos depósitos no chão. Com isso, os índices de infestação predial eram extremamente baixos, ficando entre 0,5 e 1% das casas infestadas, durante a maior epidemia já registrada, o que era totalmente incompatível. Uma inspeção da SESMT (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso) demonstrou que 33% das caixas d’água destampadas e 77% dos depósitos em caixas ou tambores no chão apresentavam grande quantidade de larvas do Aedes aegypti. Estas casas tinham sido registradas como negativas em inspeções anteriores, pelos agentes de endemias (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã). Isto foi resultado de uma série de fatores: agentes de endemia sem experiência prévia em controle de vetores; supervisão de trabalho de campo inadequado; acomodação da equipe; dados não refletiam a realidade; perda da capacidade operacional da vigilância ambiental por falta de veículo (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã). A partir de então foram desenvolvidas alguma ações: intensificar a vigilância epidemiológica com busca ativa de casos, notificações e coleta de sorologias; teste rápido precoce que em 15 minutos confirma ou afasta o diagnóstico; vários ciclos de nebulização espacial (fumacê); limpeza urbana; mutirão para destruição de focos do mosquito, principalmente nas caixas d’água; conscientização da população; telagem das caixas d´água destampadas; atualização dos médicos em manejo clínico da dengue; aprovação de lei municipal que pune moradores que mantiverem ambiente propício a proliferação do Aedes aegypti em suas casas. Em 2009 ocorreu um aumento de 658% no número de casos em relação a 2008 (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã). 2008 2009 Jan 50 5 Fev 47 10 Mar 27 11 Abr 42 10 Mai 3 2 Jun 0 0 Jul 10 41 Ago 3 169 Set 0 186 Out 0 402 Nov 2 425 Dez 8 285 Fonte: Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã. 7.10.3. Doenças sexualmente transmissíveis (DST) As doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo, com uma estimativa de 340 milhões de casos novos por ano (Brasil, 2006b). As DST facilitam a transmissão do HIV, por isso passam a ter redobrada importância nos últimos anos, principalmente no que se refere à vigilância epidemiológica, à capacitação de profissionais e a disponibilidade de medicação. Por sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade e factibilidade de controle as DST devem ser priorizadas enquanto agravos em saúde pública. A assistência deve ser realizada de forma integrada pelo Programa de Saúde da Família (PSF), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços de referência regionalizados. O primeiro pode facilitar o acesso ao cuidado e a busca de 180 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 parceiros sexuais, enquanto UBS e os últimos devem realizar o tratamento adequado e seguimento clínico. Deve haver participação e controle de ações pelas organizações da sociedade civil no acesso aos serviços, no cumprimento da pactuação para aquisição de medicamentos, na disponibilização de insumos laboratoriais, na disponibilidade de preservativos e insumos (Brasil, 2006b). Os portadores de DST continuam sendo discriminados nos vários serviços de saúde, muitas vezes com atendimento inadequado, resultando em segregação e exposição a situações de constrangimento. A conseqüência mais evidente dessa situação é a busca de atendimento em locais nos quais não seja necessário se expor, recebendo muitas vezes orientação e tratamento inadequado, transformando-se em casos sub-clínicos, permanecendo transmissores e mantendose como elos na cadeia de transmissão das doenças. Raros são os serviços onde a notificação é realizada de forma sistemática e correta. A associação entre diferentes DST são frequentes. Destaca-se atualmente a relação entre a presença de DST e o aumento do risco de infecção pelo HIV. Estudos do Ministério da Saúde indicavam que no ano 2000 existiam 38 milhões de casos de DST tratáveis (gonorréia, clamídia, sífilis e tricomonas) na América Latina, sendo o Brasil responsável por 10 milhões de casos. No ano de 2003 a população sexualmente ativa da região Centro-oeste registrou 452.955 casos de DST (PN DST/AIDS, Ministério da Saúde). Os dados registrados em Mato Grosso no ano de 2005, referentes a ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis, são incompatíveis com as projeções do Ministério da Saúde. O total de casos notificados para o Estado foi 16.397, número pequeno para o total de 141 municípios de Mato Grosso (em média 116 casos por município). Em 2005 não foi notificado nenhum caso de sífilis na área de estudo. O município com maior número de notificações foi Juína (219), sendo a síndrome do corrimento cervical (185) a mais notificada. O município de Aripuanã notificou apenas 19 casos nesse ano (Mato Grosso, 2007). Número de ocorrência de casos de DST em 2005. Localidade Condiloma acuminado Herpes genital Sífilis Mato Grosso Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 887 17 1 2 1 7 5 1 236 19 4 15 - 51 - Sind Sind corrimento corrimento cervical uretral 14.018 973 426 23 18 42 4 99 4 34 27 1 185 10 14 3 7 1 Sind úlcera genital feminina 232 2 2 - Total 16.397 487 19 52 104 34 28 219 22 9 181 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Mato Grosso (2007). A Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã informou que em 2006 foram notificadas as seguintes DST’s: 6 casos de condiloma acuminado (verrugas ano-genitais), 6 casos de herpes genital, 2 casos de sífilis em adulto (excluída a forma primária), 2 casos de síndrome da úlcera genital e 29 casos de corrimento cervical. Relatou que a incidência de DST diminuiu nos últimos anos em virtude de campanhas de prevenção realizados junto a população. A disseminação destes agravos se deveu a presença de expressiva população flutuante (devido a retirada de madeira, esporadicamente a novos garimpos e com a construção da Hidrelétrica de Dardanelos), que diretamente contribuíu para aumentar a prostituição (inclusive infantil) e gestação na adolescência. A gravidez em mulheres com idade inferior a 19 anos já alcançou índices no município em torno de 60% (1996 a 1998). Hoje, graças aos programas implementados, encontra-se em torno de 30%. De acordo com dados fornecidos pela Vigilância Epidemiológica de Aripuanã em 2007 foram notificados 55 casos de síndrome do corrimento cervical (doença inflamatória do colo uterino), 42 casos de outras doenças de transmissão predominantemente sexual, 2 casos de sífilis, 2 casos de sífilis em gestantes e 1 de úlcera de vulva (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SINANET). Em relação a 2005 já houve um aumento considerável no número de notificações (102). De acordo com informação recebida nos PSF’s da cidade e no hospital municipal, muitas DST’s são tratadas nas farmácias. Das várias doenças que podem ser transmitidas durante o ciclo gravídico puerperal a sífilis é a que tem as maiores taxas de transmissão. No Brasil estima-se que em 2004 a prevalência em gestantes foi de 1,6%, representando cerca de 50.000 parturientes com sífilis ativa e cerca de 15.000 crianças nascendo com sífilis. Desde 1986 a sífilis congênita é doença de notificação compulsória, incluída no SINAN (Sistema de Informação de Agravos Notificação). Embora a subnotificação tenha sido a regra entre 1998 e 2004, neste intervalo de tempo foram notificados 24.448 casos da doença. Em 2003 observou-se a taxa de 2,7 óbitos por 100.000, em menores de 1 ano de idade, demonstrando um insuficiente controle do agravo (Brasil, 2006c). A sífilis tornou-se uma doença de notificação compulsória para fins de vigilância epidemiológica por meio da portaria 542 de 22 de dezembro de 1986. Em 1995, pela resolução CE 116.R3 da organização Pan-Americana de Saúde, o Brasil juntamente com outros países da América Latina e Caribe, assumiu o compromisso para a elaboração do Plano de Ação, visando a eliminação da sífilis congênita nas Américas até o ano 2000. Em 1997, o Ministério da Saúde passou a considerar como meta de eliminação o registro de até 01 caso de sífilis congênita por 1.000 nascidos/vivos (Brasil, 2006c). Como medidas de combate a transmissão vertical (mãe para feto) da sífilis, as medidas de diagnóstico e prevenção precisam ser reforçadas no pré-natal e parto. Porém estas ações seriam mais efetivas se realizadas com a população em geral, antes da gravidez. Taxa de prevalência (%) de parturientes e nascidos vivos com sífilis 2002. Região Prevalência Parturientes Parturientes com Nascidos vivos 182 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste 1,6 1,8 1,9 1,6 1,4 1,3 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2002 3.059.402 310.208 929.717 1.195.168 406.116 227.193 sífilis 2002 48.950 5.422 17. 665 19.123 5.686 2.954 com sífilis 2002 12.238 1.355 4.416 4.781 1.421 738 Fonte: Programa Nacional DST/AIDS: Ministério da Saúde, 2003. No período de 1998 a 2003, os dados nacionais de sífilis congênita mostram uma incidência média de 1,15/1.000 nascidos vivos. Maiores coeficientes são encontrados na região Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e Espírito Santo, o que pode refletir não uma realidade mais desfavorável que a de outros Estados, mas a intensidade dos esforços para detectar e notificar a doença (Brasil, 2006). A sífilis congênita é conseqüente a infecção do feto pelo Treponema pallidum, por via placentária, em qualquer momento da gestação. Sua ocorrência evidencia falha dos serviços de saúde, particularmente da atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico precoce e tratamento são medidas simples e eficazes na prevenção. Quando a mulher adquire sífilis durante a gestação, pode haver infecção assintomática ou sintomática nos recém-nascidos. Mais de 50% das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros sintomas nos 3 primeiros meses de vida. Ocorrem abortos espontâneos, natimorto ou morte perinatal em 40% das crianças infectadas a partir de mães não tratadas. A síndrome clínica da sífilis congênita precoce surge até o 2º ano de vida. Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as crianças podem apresentar: hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, lesões cutâneas, periostite ou osteíte, pseudoparalisia dos membros, sofrimento respiratório, rinite sero-sanguinolenta, icterícia, anemia, linfadenopatia generalizada, etc. A síndrome clínica tardia surge após o 2º ano de idade, sendo as principais características: tíbia em “lâmina de sabre”, articulações de Clutton, fronte olímpica, nariz em “sela”, dentes incisicvos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite intersticial, surdez neurológica e dificuldade de aprendizado. As características maternas são: 74% estão na faixa etária de 20 a 39 anos; mais de 40% dos casos a escolaridade informada têm mais de 1 a 3 anos de estudo; aproximadamente 70% dos casos notificados fizeram pré-natal e cerca de 50% realizaram 4 ou mais consultas e tiveram diagnóstico de sífilis durante a gravidez. Os dados do SINAN mostram que mais de 54% dos parceiros não foram tratados. As crianças se apresentavam assintomáticas ao nascimento em 75% das notificações onde consta a informação (Brasil, 2006). O Ministério da Saúde e Datasus registraram para a região Centro –oeste o total de 650 casos de sífilis congênita entre os anos de 2000 e 2005, que custou ao SUS o total de R$ 178.513,99. Estes dados são levantados a partir das AIH’s (Autorização de Internação Hospitalar). Casos de sífilis congênita na região Centro-oeste 183 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Casos sífilis congênita 19 63 126 91 152 199 650 Custo direto R$ 18.624,22 R$ 35.572,50 R$ 20.946,18 R$ 45.570,80 R$ 52.295,50 R$ 5.504,79 R$ 178.513,99 Fonte: Ministério da Saúde/Datasus. Em 2005 a microrregião de estudo não registrou nenhum caso de sífilis ou sífilis congênita. A ausência de notificação deste agravo atesta a precariedade de coleta de dados e a subnotificação dos agravos. A presença de nascidos vivos com sífilis representa falha na identificação, tratamento e notificação dos casos de sífilis materna. Sabemos da carência de pré-natal com qualidade para o total das grávidas do Estado. Uma pequena parcela de gestantes que apresentam VDRL (teste não treponêmico para diagnóstico de sífilis) positivo durante a gestação é tratada adequadamente, bem como um número reduzido de parceiros. O exame de VDRL por ocasião do parto e de abortamentos não é realizado na maioria dos hospitais, inclusive na rede privada. Portanto a ausência de casos registrados para o Estado reflete a ineficiência do atendimento médico ambulatorial para as gestantes de Mato Grosso e a precariedade da coleta de dados. Em 2008 foram notificados 19.453 casos de DST no Estado de Mato Grosso. Deste total a área de estudo foi responsável por 962 agravos, que correspondia a 4,94% das notificações. O município de Aripuanã notificou 131 pacientes, representando 0,63% das DST do Estado (Mato Grosso, 2010a). As DST´s deixaram de ser de notificação compulsória a nível nacional em 2007, devido a imprecisão de registros e a ausência de diagnóstico etiológico. Continuam a ser de notificação estadual. Em 2009 o município de Aripuanã registrou apenas 43 casos de DST, três vezes menos que no ano anterior, quando 131 casos foram notificados. A maioria absoluta delas corresponde a síndrome do corrimento cervical. Foram registrados 6 casos de sífilis em gestantes e 1 caso de sífilis congênita (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Número de ocorrência de casos de DST em 2008. Localidade Outras doenças de transmissão sexual não classificadas (A63) Infecção anogenital pelo vírus da Herpes (A60) Outras formas não classificadas da sífilis (A53) Doença do colo do útero (N72) Outros transtornos da uretra (N36) Mato Grosso Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza 2.176 143 44 34 35 343 51 2 3 - 310 12 1 - 15.734 736 82 141 50 20 864 15 1 2 - Ulceração e inflamação vulvovaginais em doenças não classificadas em outra parte (N 48.5) 26 5 2 - Total 19.453 962 131 181 50 55 184 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Cotriguaçu 1 Juína 29 Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). 2 44 - 1 9 1 - 161 266 16 - 4 8 - 3 - 169 359 17 - Em uma série histórica podemos observar que no início da década passada praticamente a único agravo notificado, no município de Aripuanã, era síndrome do corrimento vaginal, que é patologia facilmente identificável durante o exame ginecológico de rotina. Mas mesmo assim o número de notificações é bastante reduzido se considerarmos as estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde), que considera aproximadamente 10 milhões de DST’s tratáveis no ano 2000 no Brasil. O mesmo pode se dizer em relação aos casos notificados de sífilis em adultos. Estima-se uma prevalência de 0,8% de sífilis entre adultos masculinos na faixa etária de 17 a 21 anos; e entre as gestantes de 1,6%. Alguns trabalhos falam em uma prevalência de até 10,5% de sífilis entre adultos jovens masculinos de baixo poder econômico e 2% nas classes socioeconômicas mais altas. Portanto os números registrados para Aripuanã indicam uma subnotificação destes agravos. Ocorre um aumento nas notificações a partir de 2008. De acordo com dados coletados durante o trabalho de campo em 2011, foi mencionado o aumento de condiloma acuminado (HPV) durante a construção da Usina Águas da Pedra. Descrição 2001 2002 Sind úlcera genital 1 1 Ulceração ou inflamação vulvovaginais, classif. em outra parte Herpes genital Sind corrimento cervical 29 66 Sind corrimento uretral 1 3 Outros transtornos da uretra Sífilis adulto 1 9 Sífilis gestante Sífilis não especificada Outras DST Fonte: Vigilância Epidemiológica de Aripuanã 2003 - 2004 - 2005 - 2006 2 - 2007 - 2008 2 - 2009 1 2010 2 1 2011 - 2 7 - 3 4 - 17 2 - 29 2 - 1 - 2 81 1 2 44 3 24 2 6 15 4 21 1 2 17 2 76 3 1 2 1 19 7.10.4. Hanseníase A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, proveniente da infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Este bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade), propriedades que não são apenas função de suas características intrínsecas, mas que dependem de sua relação com o hospedeiro e grau de endemicidade do meio. O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora existam lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente os relacionados ao ambiente social. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do agente etiológico, Mycobacterium leprae, bacilo álcool-ácido resistente. 185 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 É parasita intracelular obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos. O homem é reconhecido como a única fonte de infecção embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados: o tatu, o macaco mangabei e o chimpanzé. A principal via de eliminação dos bacilos é a aérea superior, sendo que o trato respiratório é a mais provável via de entrada no corpo. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que juntamente com a África podem ser considerados o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram este quadro, sendo que hoje a hanseníase tem tratamento e cura. A doença apresenta um longo período de incubação, em média de dois a sete anos, o que a torna menos freqüente na infância. Contudo em áreas endêmicas, a exposição precoce em focos domiciliares, aumenta a incidência de casos nessa faixa etária. Embora acometa ambos os sexos, observa-se predominância no sexo masculino. Como em outras doenças infecciosas a conversão em doença depende da interação de fatores individuais do hospedeiro, ambientais e do próprio bacilo. É doença de notificação compulsória em todo território nacional. Devido a sua magnitude e potencial incapacitante, por acometer faixa etária economicamente ativa, é objeto de atuação da saúde pública. Entre 1985 a 2003, no Brasil, ocorreu redução da taxa de prevalência de 19 para 4,52 doentes para cada 10.000/habitantes, mas a doença ainda merece consideração. Desde 1985 o país vem reestruturando suas ações para este problema. Em 1999 ratificou o compromisso de eliminar a hanseníase até 2005, quando se objetivou alcançar o índice nacional de menos de um doente em cada 10.000/habitantes e até 2010, sustentar os níveis de eliminação nos estados e conquistá-los em cada município (Brasil, 2005). Apesar de todos os esforços realizados para se alcançar a eliminação da doença, ainda é necessário buscar impactar sua transmissão, observada na taxa de detecção anual de casos novos. Em 2005 a região Centro-oeste (8,75) apresentava o segundo maior coeficiente de prevalência entre as regiões do Brasil, ficando apenas atrás da região Nordeste (11,44). O mesmo se repete para o coeficiente de detecção (Brasil, 2006). Coeficientes de prevalência e detecção em 2005. Macrorregião Brasil Norte Nordeste Sudeste Centro-oeste Prevalência Número Coef/10 mil 79.908 4,52 15.764 11,44 33.234 6,73 18.079 2,40 10.783 8,75 Número 49.026 10.488 17.380 10.917 8.057 Detecção Coef/10 mil 2,77 7,61 3,52 1,45 6,54 Fonte: Brasil (2006). Dados divulgados até 2003 colocavam o país como o de maior coeficiente de prevalência do mundo, pois nos coeficientes de prevalência calculados pelo Brasil eram incluídos em seu 186 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 numerador os casos de abandono de tratamento. Os elevados números de registros de pacientes que há mais de 12 meses não compareciam pelo menos uma vez aos serviços (abandono do tratamento) eram da ordem de 70% a 80% nos bancos de dezembro de 2002 e fevereiro de 2003, respectivamente (Brasil, 2006). Até 1990, as atividades de diagnóstico e tratamento em Mato Grosso eram centralizadas. Atualmente, todos os 141 municípios fazem o diagnóstico e realizam o tratamento poliquimioterápico de acordo com as orientações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (PQT/OMS) – adotadas pelo Estado desde 1990. Com relação à cobertura, 58% das unidades básicas (382/655) realizam tais atividades. No município de Cuiabá há um Centro de Referência Estadual. A partir de 1999 foi adotado o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), descentralizado para todos os municípios. Nos anos 2002/2003, 658 profissionais foram treinados, para diagnóstico e tratamento da hanseníase. Em 2003, foram registrados 3.601 novos casos. Destes, 282 (7,83%) acometiam menores de 15 anos, 124 (4%) apresentavam no momento do diagnóstico incapacidade física severa e 1.439 (40%), formas avançadas da doença. Mais de 35% da população do Estado vivem em municípios com prevalência superior a 5 casos/10.000 habitantes, quando a taxa ideal é menos de 1 por 10.000 habitantes (Brasil, 2006). Mato Grosso compõe o grupo dos estados que mais cooperaram nessa redução. Em 2004 existiam 3.355 registros de abandono, enquanto em 2005, 876. O número de casos em registros na situação de abandono em 2004 foi reduzido pela rotina de atualização de dados em mais de 100%. Foram atualizados, no período, 2.479 registros. Ocorreu importante aumento na freqüência de casos em tratamento e significativa redução nos casos de registro sem informação da classificação dos pacientes (Brasil, 2006). O número absoluto de casos novos no Estado de Mato Grosso em 2005 foi de 3.661, com uma incidência de 2.575,14. Na microrregião estudada o número de casos novos foi de 139, com uma incidência de 121,45. O município de Aripuanã teve 21 casos registrados com incidência de 14,54. O município com o maior número de casos registrados foi Juína, com 44 casos novos e uma incidência de 12,21, menor que a observada para Aripuanã (Mato Grosso, 2007). Casos novos e incidência de hanseníase em 2005. Localidade Casos novos Mato Grosso 3.661 Microrregião 139 Aripuanã 21 Brasnorte 22 Castanheira 21 Colniza 8 Cotriguaçu 12 Juína 44 Incidência 2.575,14 121,45 14,54 19,08 18,42 22,86 11,82 12,21 187 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Juruena Rondolândia 11 - 22,52 - Fonte: Mato Grosso (2007) No município de Aripuanã as notificações de casos de hanseníse são registradas no PSF 1 (Central). Em 2007 foram notificados 10 casos novos e durante o ano foram atendidos 95 pacientes em tratamento. De janeiro a abril de 2008 foram registrados 3 casos novos e 1 transferência (Dados PSF 1 Central de Aripuanã, 2008). Número de pacientes atendidos com hanseníase 2007. Jan Fev Março Abril 1 6 6 5 Fonte: PSF 1 Aripuanã (2008). Maio 9 Jun 10 Jul 8 Ago 9 Set 12 Out 10 Nov 9 Dez 10 De 2001 a 2009 foram registrados 161 casos da doença em Aripuanã. Em média são diagnosticados 18 casos novos todo ano, um cada a cada 20 dias. Em 2009 foram diagnosticados 19 casos, representando um coeficiente de incidência de 9,3 casos por dez mil habitantes. A incidência de hanseníase vinha em queda desde 2005. Em 2009 ocorre um aumento de 75%, passando de 11 casos em 2008 para 19 em 2009. O município era hiperendêmico ate 2006, com índices de mais de 10 casos por dez mil habitantes por ano. Em 2009 quase voltou a esses índices anteriores. Esse aumento foi devido a busca ativa de doentes, decorrente do treinamento realizado com médicos e enfermeiras (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Número de casos de hanseníase e coeficiente de incidência em Aripuanã Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total População Número de casos Coeficiente incidência nº casos/10.000 hab. 14.936 15.598 16.300 16.992 18.568 19.373 20.169 19.930 20.512 162.378 26 23 12 18 25 14 13 11 19 161 17,4 14,7 7,4 10,6 13,5 7,2 6,4 5,5 9,3 9,9 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã - SINAN Em 2009 na área de estudo o município de Aripuanã era o quinto em incidência de hanseníase, perdia para Castanheira, Brasnorte, Juína e Juruena. A situação da hanseníase em Aripuanã era 20% pior que a média do Estado e duas vezes e meia pior que a Região centro-oeste, e seis vezes pior que do Brasil (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Em relação a 2008, em 2009 o Estado de Mato Grosso apresentou uma redução no coeficiente de incidência, bem como os municípios de Cotriguaçu e Juruena (Mato Grosso, 2010a). Coeficiente de incidência, 2008 /2009 Local 2008 2009 188 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Local Brasil Região centro-oeste Mato Grosso Regional Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 2008 10,2 7,1 5,5 3,4 3,7 7,1 7,6 9,3 12,09 - Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2009 1,5 3,6 7,7 9,5 9,3 11,3 17,4 7,6 6,0 10,1 9,4 - Fonte: Mato Grosso (2010a); Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã. 7.10.5. Hantavirose A hantavirose é uma doença emergente que se manifesta sob diferentes formas, desde doença febril aguda, cuja suspeita diagnóstica é baseada fundamentalmente em informações epidemiológicas, até quadros pulmonares e cardiovasculares mais característicos, ou eventualmente como uma febre hemorrágica com comprometimento renal. O agente etiológico é um vírus do gênero Hantavirus da família Bunyaviridae. Os roedores silvestres são os reservatórios e cada tipo de vírus parece ter tropismo por determinada espécie de roedor e somente a ela. Dada à distribuição geográfica das espécies de roedores encontradas com hantavírus, percebe-se que o Bolomys lasiurus (rato silvestre) mostrase amplamente disseminado nos ambientes de cerrado e caatinga brasileiros. No roedor a infecção pelo hantavírus não é letal, mantendo-o como reservatório por longo período, provavelmente por toda vida. Os hantavírus são eliminados em grande quantidade pela urina, saliva e fezes (Brasil, 2006). A infecção humana ocorre mais frequentemente pela inalação de aerossóis, formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores reservatórios. Outras formas de transmissão para a espécie humana são: percutânea, por meio de escoriações cutâneas ou mordeduras de roedores; contato do vírus com mucosa (conjuntiva, da boca ou do nariz), por meio de mãos contaminadas com excreções dos roedores. O período de incubação em média é de 2 a 3 semanas, com variação de 5 a 55 dias. O primeiro caso foi detectado no sudoeste americano em 1993. Na América do Sul os primeiros casos foram diagnosticados no Estado de São Paulo em novembro de 1993. Ocorre desde o Canadá até a Argentina. A susceptibilidade é geral. Supõe-se que haja um padrão de sazonalidade em função da biologia dos roedores silvestres. No Brasil entre novembro de 1993 e dezembro de 2003, foram confirmados 338 casos, dos quais 96% com confirmação laboratorial. As regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste registraram 173 189 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 (51,2%), 116 (34,3%) e 36 (10,7%) casos respectivamente, enquanto que o Nordeste (9) e Norte (4) juntos detectaram apenas 3,8% dos casos. Apesar da ocorrência da doença em todas as regiões brasileiras, apenas onze estados registraram casos, dos quais 84,6% do total no Paraná (91/26,9%), Santa Catarina (49/14,5%), Rio Grande do Sul (33/9,8%), São Paulo (59/17,5%) e Minas Gerais (54/16,0%). O Mato Grosso detectou 33 casos (9,8%), enquanto que o Maranhão (7), Pará (4), Goiás (3), Rio Grande do Norte (1) e Bahia (1) notificaram em conjunto 4,8% das hantaviroses dos últimos 10 anos (Brasil, 2006). Metade dos indivíduos acometidos (51%) residia na área rural; cerca de 65% exercia ocupação relacionada com atividades agrícolas e/ou de pecuária e 84% eram do sexo masculino. A faixa etária mais atingida foi de 20-39 anos (intervalo de 8 meses – 66 anos), com 58,3% das ocorrências. Em 139 casos a infecção ocorreu em ambiente de trabalho. A taxa de letalidade no período foi de 44,7% e 95,7% dos pacientes foram internados (Brasil, 2006). No Estado de Mato Grosso os primeiros casos foram registrados em 1999 nos municípios de Peixoto de Azevedo (2), Campo Novo do Parecis (1), Tangará da Serra (5) e Nova Marilândia. No período entre 1999 a 2005 foram confirmados laboratorialmente 48 casos, concentrados na região médio norte do Estado (86,2%). Todos os pacientes acometidos eram da zona rural, envolvidos em alguma atividade agrícola, a média de idade era 31 anos e 68,9% do sexo masculino. O maior número de casos (12) ocorreu em 2002 com uma proporção de cura de 66,7%. Até março de 2005 os seguintes municípios já tinham registrado casos de hantavirose: Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Jaciara, Nova Maurilândia, Nova Olímpia, Peixoto de Azevedo, Tangará da Serra e União do Sul (SES, inédito 2006). A taxa de letalidade da doença está em torno de 50% e vem diminuindo graças a diagnóstico precoce e tratamento adequado (profilaxia do choque e suporte ventilatório adequado) aos pacientes. A prevenção adotada para evitar o contágio é nos locais com vestígios de presença de ratos nunca deverão ser varridos, para evitar a formação de aerossóis. Ao proceder à limpeza, deve-se jogar água ou passar pano úmido. Evitar construir depósitos de ração animal ou de grãos (arroz, soja, milho, etc) a uma distância inferior a 30 metros da casa. Construir os armazéns sobre um estrado de 40 centímetros de altura. Eliminar todos os resíduos que possam ser utilizados para construção de tocas e ninhos. Evitar entulhos e objetos inúteis no interior ou ao redor do domicílio através de limpeza diária. Os produtos armazenados dentro dos domicílios devem ficar em recipientes fechados, a 40 centímetros do solo. Remover diariamente as sobras de alimentos de animais domésticos, para não oferecer comida fácil ao roedor silvestre. Se tiver contato com roedores silvestres e apresentar os sintomas como febre, dor nos músculos e falta de ar, procurar o médico imediatamente, porque até o presente momento não há tratamento específico para a doença, mas sabe-se que quanto mais cedo for diagnosticada, e mais rapidamente os doentes levados ao hospital para cuidados de terapia intensiva, maior a possibilidade de cura. Em 2005, dezenove municípios do Estado de Mato Grosso registraram casos de hantavirose. Na área de estudo foram registrados casos em Cotriguaçu e Juruena, com uma incidência de 0,79 e 1,61 respectivamente (Mato Grosso, 2007). Em 2007 de acordo com dados da Vigilância 190 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Epidemiológica foi notificado e confirmado dois casos em Aripuanã (Vigilância Epidemiológica, SINAN). Mas em 2009 não ocorreu nenhum caso de hantavirose em Aripuanã. Incidência de hantavirose em 2005. Localidade Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Incidência 0,79 1,61 - Fonte: Mato Grosso (2007). 7.10.6. Hepatites virais As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo fígado, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Sua distribuição é universal, sendo que a magnitude varia de região para região. Sua importância para a saúde pública se dá pelo número de pessoas atingidas e pela possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas. Os agentes etiológicos mais relevantes são vírus A, vírus B, vírus C, vírus D e vírus E. Esse vírus tem em comum a predileção para infectar os hepatócitos, entretanto divergem quanto às formas de transmissão e conseqüências clínicas advindas da infecção. O homem é o único reservatório com importância epidemiológica. Quanto as formas de transmissão podem ser classificadas em: o grupo fecal-oral (hepatite A e hepatite E), que tem seu mecanismo de transmissão ligado a condição de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos; a transmissão percutânea (inoculação acidental) ou parenteral (transfusão) para hepatite A e E é muito rara. O segundo grupo (hepatite B, hepatite C e hepatite D) possui diversos mecanismos de transmissão como o parenteral, sexual, compartilhamento de objetos contaminados (agulhas, seringas, lâminas de barbear, etc), utensílios para colocação de piercing e confecção de tatuagens e outros instrumentos para uso de drogas injetáveis e inaláveis. Há também o risco de transmissão através de acidentes com perfurocortantes, procedimentos cirúrgicos e odontológicos e hemodiálises. A transmissão por via sexual é mais comum para a hepatite B. Os vírus da hepatite B, C e D possuem também a via de transmissão vertical (da mãe para o feto). A transmissão vertical da hepatite B ocorre em 70% a 90% dos casos de mães com replicação viral (HBeAg positivo); na mães sem replicação viral (HBeAg negativo) a probabilidade varia entre 30% a 50%, o que não altera a conduta a ser adotada para a criança. Na hepatite C a transmissão vertical é menos freqüente, podendo ocorrer em 6% dos casos. Em mães co-infectadas com HIV este percentual sobe para 17%. A transmissão vertical não tem importância para hepatite A e E. O período de 191 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 incubação varia de acordo com o agente. A suscetibilidade é universal. A infecção confere imunidade permanente e específica para cada tipo de vírus. A hepatite A apresenta alta prevalência nos países com precárias condições sanitárias e socioeconômicas. Para o Brasil a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que ocorram 130 novos casos novos/ano por 100.000 habitantes e que mais de 90% da população com mais de 20 anos tenha tido exposição ao vírus. Em regiões que apresentam melhores condições de saneamento, estudos demonstram um acúmulo de susceptíveis em adultos jovens acima desta idade (Brasil, 2006). Estudos da década de 1980 e início de 1990 indicavam uma tendência crescente da hepatite B nas regiões Sul e Norte, considerando áreas de alta endemicidade a região amazônica, alguns locais do Espírito Santo e oeste de Santa Catarina; áreas de endemicidade intermediária as regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste e baixa endemicidade a região Sul do país. No entanto o padrão vem se modificando com a política de vacinação iniciada em 1989 sob a forma de campanha no estado do Amazonas, e de rotina a partir de 1991, em uma inclusão crescente de estados e faixas etárias maiores, em função da endemicidade local. A região Centrooeste é atualmente considerada de baixa endemicidade, com exceção do norte de Mato Grosso, com prevalência moderada. Quanto a hepatite C, não existem estudos capazes de estabelecer sua prevalência no país. Com base em dados da rede de hemocentros, em 2002 a distribuição no Brasil foi: 0,62% no Norte; 0,55% no Nordeste; 0,28% no Centro-oeste; 0,43% no Sudeste e 0,46% no Sul (Brasil, 2006). A incidência das hepatites virais em Mato Grosso, no ano 2005 foi 1.016,52. Na microrregião estudada a incidência foi de 40,74. O município com maior número de casos novos (31) registrados e maior incidência (16,70) foi Aripuanã (Mato Grosso, 2007). Vale lembrar que o valor computado é o total de casos de hepatite, sem uma classificação por agente etiológico. Incidência de hepatite viral em 2005. Localidade Mato Grosso Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Incidência 1.016,52 40,74 16,70 4,98 4,25 2,36 2,80 9,65 - Casos novos confirmados 2.003 60 31 6 3 3 11 6 - Fonte: Mato Grosso (2007). Por ser a área de estudo região de fluxo migratório (ciclo garimpo, madeireira e agora construção Usina Hidrelétrica de Dardanelos), podemos supor que parte dos casos de hepatite sejam causados pelo vírus A (principalmente quando afetam crianças), que esta ligado a falta de 192 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 saneamento básico e higiene dos alimentos (contaminação oral-fecal) e que ocorra também a presença das hepatites B, de transmissão sexual, pois sabemos que o contingente migratório para trabalhar fora do município de nascimento é basicamente masculino, havendo um aumento da prostituição e promiscuidade local. Em 2007 a Vigilância Epidemiológica de Aripuanã notificou 2 casos novos de hepatite viral. De 2001 a 2009 foram registrados 107 casos de hepatites virais em Aripuanã. Uma média de 12 casos por ano, 1 por mês. Ocorreram 20 casos em 2004 e 26 em 2005. Em 2009 foram registrados 17 casos. A hepatite pelo vírus B é responsável por 80% dos casos nos últimos 3 anos. As causadas pelo vírus A e C e as de causa desconhecida por 6,1% cada. Em Aripuanã a transmissão sexual predomina sobre a transmissão fecal-oral (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). 2001 16 2002 3 2003 6 2004 20 2005 26 2006 3 2007 11 2008 5 2009 17 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã. 7.10.7. Leishmaniose tegumentar americana A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa não contagiosa, causada por um protozoário de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. Existem diferentes subgêneros e espécies de agentes etiológicos, de acordo com a região do Brasil. A Leishmania amazonensis se distribui pelas florestas primárias e secundárias da Amazônia (Amazonas, Pará, Tocantins e sudoeste do Maranhão), particularmente nas áreas de igapó e de florestas tipo “várzea”. Sua presença amplia-se para o Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-oeste (Goiás). Tem como hospedeiro naturail vários marsupiais e roedores (Brasil, 2006). O vetor transmissor da LTA pode pertencer a várias espécies de flebotomíneos. A transmissão ocorre com a picada do inseto infectado e o período de incubação em média são 2 meses. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente. A LTA apresenta-se em expansão geográfica, mudando seu comportamento epidemiológico. A LTA começa a aparecer em zonas rurais praticamente desmatadas e em regiões periurbanas. Observa-se a coexistência de um duplo perfil epidemiológico, expresso pela manutenção de casos oriundos de focos antigos e pelo aparecimento de surtos epidêmicos associados a fatores decorrentes do surgimento de atividades econômicas como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas e extrativismo. No período de 1985 a 2003 a LTA no Brasil apresentou coeficientes de detecção entre 10,45 a 21,23 por 100.000 habitantes. Nesse período houve um crescimento da endemia com elevação dos coeficientes nos anos de 1994 e 1995, quando atingiram 22,83 e 22,94 respectivamente. Em 193 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1998 ocorreu queda desses coeficientes atingindo 13,47/100.000 habitantes. Na década de 1980 foram registrados casos autóctones em 19 unidades federadas. Nos últimos anos todos os estados registraram autoctonia da doença. A região Nordeste contribuiu com maior número de casos (cerca de 37,2% do total de casos) e a região Norte com os coeficientes mais elevados (93,84 por 100.000/habitantes), seguida da região Centro-oeste (42,70 por 100.000/habitantes) e Nordeste (26,50 por 100.000/habitantes) (Brasil, 2006). Em 2005 o Estado de Mato Grosso registrou 3.905 casos novos de LTA. A microrregião estudada teve 693 casos novos, que representavam 17,7% do total de casos novos do estado. A incidência para a região foi de 574,01. O município com maior número de casos novos confirmados foi Colniza (148) e o que apresentou a maior incidência foi Juruena (157,66). O município de Aripuanã teve 80 casos novos em 2005 com uma incidência de 43,08 (Mato Grosso, 2007). Número de casos novos e incidência de LTA em 2005. Localidade Casos novos confirmados Mato Grosso 3.905 Microrregião 693 Aripuanã 80 Brasnorte 61 Castanheira 57 Colniza 148 Cotriguaçu 102 Juína 140 Juruena 98 Rondolândia 7 Incidência 3.542,85 574,01 43,08 50,59 80,77 109,12 80,35 35,63 157,66 16,80 Fonte: Mato Grosso (2007). De acordo com dados fornecidos pela Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, em 2007, estavam em tratamento 44 pacientes com LTA. O último inquérito canino realizado na cidade foi em 2001/2002, sendo os exames encaminhados para o MT Laboratório em Cuiabá (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã). A incidência de leishmaniose era alta em Aripuanã mas está em queda nos últimos anos. O número diminuiu de 94 casos em 2001 para 33 em 2009, em redução de 65%. Esta endemia hoje ocupa o sétimo lugar em número de casos de notificação obrigatória. Em 2008 houve uma redução de 15% de casos e o coeficiente de incidência 18%. A incidência caiu de 19,6 casos por dez mil habitantes em 2008 para 16,0 em 2009 (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SINAN). Nº de casos e coeficiente de incidência (nº casos/10.000 hab./ano) de LTA, Aripuanã. Ano 2001 2002 2003 2004 População 14.936 15.598 16.300 16.992 Número de casos 94 90 78 68 coeficiente de incidência 62,9 57,7 47,9 40,0 194 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] 2005 2006 2007 2008 2009 Total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 18.568 19.373 20.169 19.930 20.512 162.378 78 50 49 39 33 579 42,0 25,8 24,3 19,6 16,0 35,7 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SINAN A leishmaniose visceral é típica dos estados do nordeste como Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão. Recentemente tem se disseminado nas regiões norte e centro-oeste, em função dos impactos ambientai decorrentes da atividade humana. A incidência tem crescido no Brasil. Em 2009 foram registrados 2.186 casos em todo o país. Destes 216 (10%) ocorreram no centro-oeste e 39 no Estado de Mato Grosso. Aripuanã já teve um caso autóctone de leishmaniose visceral em 2002 e outro caso foi registrado em Brasnorte em 2001 (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). A população canina de Aripuanã é muito grande, tornando-se importante fator de risco para a transmissão da doença. É preciso controlar a população canina do município para reduzir o risco e também para evitar ataque a pessoas, gerando altos índices de atendimento anti-rábico humano. 7.10.8. Malária A malária ainda é uma das doenças prevalentes no mundo, ocorrendo em 90 países. Quarenta por cento da população mundial está sob algum risco de contrair malária. Estima-se que cerca de 300 a 500 milhões de pessoas sejam infectadas a cada ano, sendo a África responsável por 90% dessas pessoas. A mortalidade é bastante expressiva e chega a ocorrer mais de 1 milhão de óbitos, principalmente em crianças menores de 5 anos e gestantes (Brasil, 2006d). A malária divide o território brasileiro em duas áreas: a região endêmica constituída pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, e a região não endêmica constituída pelos outros estados (Brasil, 2006d). Mesmo na região endêmica a malária não se transmite com igual rapidez ou intensidade. A dinâmica da transmissão depende da interação de fatores ambientais, socioculturais, econômicos e políticos. A luta contra a malária no Brasil perdura por mais de meio século. Os registros indicam que em 1889 já se regulamentava os Serviços de Saúde dos Portos para combate das endemias. Na região endêmica em face de dificuldade de reduzir fatores de risco de ordem social e econômica, determinantes da incidência da doença, o que torna praticamente impossível a erradicação da endemia, surgiu à necessidade de mudanças de objetivos do programa de combate. Em outubro de 1992, em Amsterdã, a Conferência Ministerial patrocinada pela OMS recomendou a adoção de uma nova estratégia global de luta contra a malária. O principal objetivo passa a ser o homem e não mais o mosquito, na medida em que se busca primeiramente prevenir os casos graves e as mortes causadas pela doença. O princípio estratégico consiste em diagnóstico precoce e tratamento imediato como prática geral de controle e na escolha seletiva 195 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de medidas antivetoriais, orientadas para cada área específica que sejam de baixo custo (Brasil, 2005b). As medidas antivetoriais compreendem o manejo ambiental, o tratamento químico dos domicílios, o tratamento químico dos espaços abertos e nebulizações térmicas (fumacê), além do tratamento de criadouros. A malária é uma doença infecciosa causada por um protozoário do gênero Plasmodium e se caracteriza por acessos intermitentes de febre, calafrios, cefaléia e sudorese. O homem constitui a principal fonte de infecção de importância epidemiológica. A malária é transmitida através da picada da fêmea infectada do anofelino. As pessoas não tratadas ou tratadas de forma inadequada podem ser fonte de infecção para o mosquito por um período que varia de um a três anos. O mosquito permanece infectante enquanto viver. No Brasil a distribuição da malária é extensa. Na Amazônia verificou-se uma concentração crescente de casos de malária nos últimos anos, passando de 94,9% em 1980 para 99,7% dos casos em 2004. O Amazonas concentra o maior número de casos. Fator de risco para a malária é qualquer variável ou conjunto de variáveis que tenham relação direta com a sua incidência, ou seja, que aumente a probabilidade de surgimento, agravamento e morte pela doença. Os riscos podem ser: biológicos (população susceptível, agente etiológico, presença do vetor); ambiental (umidade, temperatura, criadouros); econômicos (renda, desemprego, moradia, migração); sociocultural (hábitos, costumes, educação); infra-estrutura de serviços de saúde (insuficiência de serviços). O território brasileiro está dividido em quatro situações distintas: alto risco (incidência parasitária anual – IPA > 49,9 casos/1.000 hab); médio risco (IPA de 10 a 49,9 casos /1.000 hab); baixo risco (IPA de 0,1 a 9,9 casos/1.000 hab) e áreas não endêmicas (IPA = zero) (Mato Grosso, 2005b). A malária é uma doença de notificação em todo o País. Nas áreas não endêmicas além de ser de notificação compulsória é de investigação obrigatória, visando a adoção de medidas de controle para manter parte do território brasileiro livre da doença. Em 2005 foram diagnosticados 9.809 casos novos de malária no Estado de Mato Grosso, sendo 6.928 (70,6%) ocasionados pelo P. vivax, 2.729 (27,8%) pelo P. falciparum e 152 (1,54%) pelos dois tipos. Na microrregião estudada foram notificados 7.789 casos novos, correspondendo a 79,4% do total de casos registrados para o Estado. Entre os agentes parasitários o P. vivax foi responsável por 2.476 (31,7%) casos, o P. falciparum por 5.186 (66,58%) e forma mista por 127 (1,6%) casos. O município de Aripuanã teve a terceira maior notificação da região (803), ficando atrás de Colniza (5.222) e Rondolândia (860). O número de casos do município corresponde a 8,2% do total de casos novos de malária registrados no Estado e a 10% do total de casos da microrregião. O percentual de casos de malaria causados pelo P. vivax (193) em Aripuanã foi 24,0%, ocasionados pelo P. falciparum (600) foi 74,7% e mistos (10) 1,2% (Mato Grosso, 2007). 196 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Número de casos novos de malária confirmados em 2005 e a espécie parasitária. Município Mato Grosso Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia falciparum 2.729 2.476 193 6 1.754 3 5 90 278 147 Espécie parasitária vivax falcip./vivax 6.928 152 5.186 127 600 10 14 3.389 79 18 21 136 7 320 6 688 25 Casos novos confirmados 9.809 7.789 803 20 21 5.222 26 233 604 860 Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2007 o município de Aripuanã realizou 2.313 exames para diagnóstico de malária obtendo 669 (28,9%) resultados positivos. Os meses com realização de maior número de exames foram outubro e novembro (início das chuvas). Os meses que registraram os maiores números de casos positivos foram janeiro e fevereiro (meses de chuva). Do total de casos 653 (97,6%) eram autóctones e 16 (2,39%) vindos de outro município (Vigilância Ambiental Aripuanã, SIVEP). Casos notificados de malária em 2007. Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Exames Positivos Autóctone 326 177 178 118 157 175 138 165 153 288 287 151 2.313 89 69 56 60 67 68 51 39 30 66 29 45 669 86 69 55 58 67 67 48 39 30 64 27 43 653 Importado/ outro município 3 0 1 2 0 1 3 0 0 2 2 2 16 IPA 4,4 3,4 2,8 3,0 3,3 3,4 2,5 1,9 1,5 3,3 1,4 2,2 33,2 Fonte: Vigilância Ambiental Aripuanã, SIVEP. De acordo com dados da Vigilância Ambiental de Aripuanã de janeiro a abril de 2008 foram confirmados 139 casos de malária, valor inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior (268). O IPA neste período em 2008 se encontra em 6.9 e no ano anterior em 13.6 (Vigilância Ambiental Aripuanã, SIVEP 2008). Casos notificados de malária de 01/01/2008 a 15/05/2008 Mês Exames Positivos Autóctone Importado/ outro município IPA 197 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Total Exames Positivos Autóctone 259 205 84 112 5 665 57 52 20 10 0 139 56 52 18 10 0 136 Importado/ outro município 1 0 2 0 0 3 IPA 2,8 2,6 1,0 0,5 0,0 6,9 Fonte: Vigilância Ambiental Aripuanã (SIVEP) 2008. Conforme dados fornecidos pela Vigilância Ambiental de Aripuanã depois da capacitação realizada com agentes de endemia (3 agentes de controle de endemia na zona rural) houve uma redução no número de casos. O município conta com três locais para realização de diagnóstico e tratamento na cidade e nas localidades de Cidade Morena, Lontra e Conselvan (Vigilância Ambiental de Aripuanã, 2008). A malária sempre foi a principal endemia de Aripuanã. A partir de 2009 passou a ocupar a terceira posição, perdendo para dengue e varicela. Nos últimos 9 anos (2001 a 2009), mais de seis mil casos foram registrados. A média é de quase 700 casos por ano, 60 casos por mês ou 2 casos por dia. Foram registrados 230 casos de malária em Aripuanã em 2009, sendo dois importados de outros municípios e 228 autóctones. Houve uma diminuição de 20% em relação ao ano anterior. Com isso o índice parasitário anual (IPA) ficou em 11,2 casos por mil habitantes por ano, o melhor índice já atingido pelo município e quase chega ao nível de baixo risco de transmissão. Ano 2005 2006 2007 2008 2009 Número de casos 592 491 709 288 230 IPA nº/1.000 habitantes 31,9 25,3 35,2 13,7 11,2 Fonte: Vigilância Ambiental Aripuanã (SIVEP) 2009. A redução do risco de transmissão medido pelo IPA de 61% de 2007 para 2008 caiu mais 21% em 2009. Esta redução acentuada e progressiva da transmissão da malária foi resultado de esforço concentrado nos locais e períodos do ano de maior transmissão, com intensificação das medidas de combate ao vetor e detecção e tratamento precoce dos casos. Ao longo de 2009 o município manteve a equipe de controle de endemias com 3 agentes complementares a equipe do município. Foram adquiridos equipamentos e insumos e oferecido apoio operacional de transporte (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã, 2009). A regional de Juína era a área mais malarígena do Estado de Mato Grosso, responsável por 80% dos casos do Estado em 2009. Em 2008 esta proporção era de 85%. Colniza tinha índice de alto risco de transmissão; Aripuanã e Brasnorte de médio risco e todos os demais municípios de baixo risco. Aripuanã era o terceiro município de maior risco de transmissão na regional. O primeiro era Colniza com 62% dos casos do Estado e 77% da regional, e IPA de 60 casos por 198 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1.000/habitantes em 2009. O IPA médio da microrregional era de 14. O de Aripuanã era um pouco menor que a média regional e dez vezes maior que o do Estado de Mato Grosso (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã, 2009). Ocorre a transmissão de malária durante todo o ano em Aripuanã, mas há uma nítida variação sazonal. O número de casos tende a subir no início da estiagem e no início das chuvas e a cair no auge das chuvas e da estiagem. Os meses em que isso ocorre variam de acordo com o início, término e intensidade das chuvas em cada ano. Interfere também a intensidade de ações de controle desenvolvidas e a atividade econômica na zona rural, principalmente a extração madeireira (Programa Nacional de Controle de Malária – Sivep-Malária, 2009). Local nº de casos/1.000 habitantes 1,1 14,2 11,2 14,0 0,6 59,7 0,3 3,0 1,1 Mato Grosso Microrregião Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Fonte: Programa Nacional de Controle de Malária – Sivep-Malária, 2009. Em 2008 os picos de transmissão da malária ocorreram em janeiro e outubro. Em 2009 em fevereiro e julho. Em Aripuanã, metade dos pacientes com a doença recebeu tratamento nas primeiras 24 horas (50,9%) do início dos sintomas. Menos de um terço recebeu tratamento tardiamente, após 48 horas do início da febre (31,3%). Entre 25 a 48 horas após início dos sintomas 10,4% dos pacientes começaram o tratamento. Após coletar a lâmina, 98,7% dos pacientes iniciam o tratamento nas primeiras 24 horas. Isto significa que predominava tratamento precoce em tempo oportuno, o que é altamente favorável ao controle da transmissão da doença. Apesar dos grandes avanços no controle da malária em Aripuanã, há um grande risco de exacerbação da doença devido ao desaparelhamento do programa de controle. Não é possível combater malária sem viatura. O setor contava com duas caminhonetes em 2007 e no momento não tem nenhuma. É necessário adquirir viaturas e investir em treinamento de pessoal para que níveis de baixo risco de transmissão sejam alcançados (Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã, 2009). Ano 2008 2009 Jan 57 14 Fev 52 32 Mar 19 18 Abr 10 22 Mai 17 17 Jun 9 22 Jul 13 36 Ago 12 12 Set 29 16 Out 37 17 Nov 19 15 Dez 14 9 Total 288 230 Fonte: Coordenação de Controle de Endemias de Aripuanã, 2009. O número de casos de malária vem caindo progressivamente de 2008 até 2011. O diagnóstico da etiologia é realizado através de leitura de lâmina. O maior número de lâminas positivas era encontrado na sede de Aripuanã, vindo em segundo lugar o assentamento Conselvan. A proporção de homens estava em torno de 70,0% ou mais entre 2008 e 2009. A partir de 2010 o 199 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 percentual de mulheres aumentava, ficando entre 30 a 40%. A maioria dos casos era de malaria causada pelo Plasmodium vivax. A totalidade das lâminas colhidas tinha resultado positivo, a exceção de uma lâmina de mulher, colhida na sede em 2011 (SIVEP – Malária). Proporção de lâminas positivas por sexo, jan a dez 2008 Total Masculino Feminino Aripuanã centro 143 42 Conselvan 69 21 Cidade Morena 9 3 Projeto Lontra 1 0 Total 222 66 Fonte: SIVEP - Malária Localidades Positivas Masculino Feminino 143 42 69 21 9 3 1 0 222 66 Masculino 77,30 76,67 75,00 100,00 77,08 % positivas por sexo Feminino F V 22,27 24 161 23,33 26 64 25,00 5 7 0,00 0 1 22,92 55 233 F+V 0 0 0 0 0 Proporção de lâminas positivas por sexo, jan a dez 2009 Total Masculino Feminino 95 38 36 12 5 2 Módulo 01 - BAIR 24 15 Projeto Lontra 2 2 Total 162 69 Fonte: SIVEP - Malária Localidades Aripuanã centro Conselvan Cidade Morena Positivas Masculino Feminino 95 38 36 12 5 2 24 15 2 2 162 69 Masculino 71,43 75,00 71,43 61,54 50,00 70,13 % positivas por sexo Feminino F V 28,57 10 121 25,00 10 38 28,57 0 7 38,46 4 30 50,00 0 4 29,87 24 200 F+V 2 0 0 5 0 7 Masculino 67,95 85,71 0,00 63,16 66,11 % positivas por sexo Feminino F V 32,05 7 69 14,29 0 7 0,00 0 0 36,84 12 68 33,89 19 144 F+V 2 0 0 15 17 Proporção de lâminas positivas por sexo, jan a dez 2010 Total Masculino Feminino 53 25 6 1 0 0 Módulo 01 - BAIR 60 35 Total 119 61 Fonte: SIVEP – Malária Localidades Aripuanã centro Conselvan Cidade Morena Positivas Masculino Feminino 53 25 6 1 0 0 60 35 119 61 Proporção de lâminas positivas por sexo, jan a 12 de dez 2011 Total Masculino Feminino 33 24 32 7 0 0 Módulo 01 - BAIR 23 22 Projeto Lontra 1 0 Total 89 53 Fonte: SIVEP – Malária Localidades Aripuanã centro Conselvan Cidade Morena Positivas Masculino Feminino 33 23 32 7 0 0 23 22 1 0 89 53 % positivas por sexo Masculino Feminino F V 58,93 41,07 1 55 82,05 17,95 2 37 0,00 0,00 0 0 51,11 48,89 1 41 100,00 0,00 0 1 63,12 36,88 4 134 F+V 0 0 0 3 0 3 7.10.9. Paralisia flácida aguda (Poliomielite) A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por quadro de paralisia flácida de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e a evolução desta 200 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 manifestação não ultrapassa três dias. Acomete geralmente membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. Esta doença encontra-se erradicada no país desde o início dos anos 90, em virtude do êxito da política de prevenção, vigilância e controle dos três níveis do SUS. O agente etiológico são poliovírus pertencentes ao gênero enterovírus, cujo reservatório é o homem. A transmissão ocorre principalmente por contato direto pessoa a pessoa, fazendo-se a transmissão pelas vias fecal-oral ou oral-oral. As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma casa constituem fatores que favorecem a transmissão. O período de incubação é de 7 a 12 dias. Todas as pessoas não imunizadas são susceptíveis de contrair a doença. A infecção natural ou a vacinação conferem imunidade duradoura. Não há tratamento específico. Todos os casos devem ser hospitalizados. Até a primeira metade da década de 80, a poliomielite foi de alta incidência no Brasil. Em 1994, a Organização Pan-Americana da Saúde/OMS certificou a erradicação da transmissão autóctone do polivírus selvagem nas Américas, após 3 anos sem circulação deste vírus no continente. Desde então todos os países da região assumiram o compromisso de manter altas e homogêneas coberturas vacinais, bem como vigilância epidemiológica ativa e sensível para identificar imediatamente a reintrodução do polivírus selvagem em cada território nacional e adotar medidas de controle capazes de impedir a disseminação (Brasil, 2006). No Brasil o último caso de infecção pelo polivírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza/Paraíba. Os fatores decisivos para a erradicação no Brasil foram os elevados níveis de cobertura vacinal obtidos com campanhas nacionais a partir de 1988 e o aumento do poder imunogênico da vacina utilizada. No momento deve-se prestar atenção para um fenômeno já observado em alguns países com coberturas vacinais insuficientes e/ou heterogêneas: a emergência de cepas de vírus derivados da vacina, que passam a readquirir neurovirulência e patogenicidade, provocando surtos de poliomielite em países que já tinha a doença sob controle parcial ou total. Chama atenção também o risco de importação de casos de países onde ainda há circulação endêmica do polivírus selvagem (Brasil, 2006). As campanhas constituem ação complementar para a vacinação de rotina. A vacina oral contra poliomielite produz extensa disseminação do vírus vacinal, capaz de competir com a circulação do vírus selvagem, interrompendo abruptamente a cadeia de transmissão da doença. O município de Aripuanã notificou em 2007 um caso de paralisia flácida aguda – poliomielite (Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SINAN). 7.10.10. Tuberculose Estima-se que cerca de um terço da população mundial está infectada com o Mycobacterium tuberculosis, sob risco de desenvolver a enfermidade. Anualmente ocorrem oito milhões de casos novos e quase três milhões de mortes. Nos países desenvolvidos é mais freqüente nos idosos, nas minorias étnicas e imigrantes estrangeiros. Nos países em desenvolvimento estima-se 201 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 que ocorram 95% dos casos e 98% das mortes causadas pela doença, ou seja, mais de 2,8 milhões de mortes por tuberculose e 7,5 milhões de casos novos, atingindo todos os grupos etários, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15-54 anos). Os homens adoecem duas vezes mais que as mulheres. O Brasil apresenta 85 mil casos novos por anos e cerca de 5-6 mil mortes pela doença. Em 1981 com surgimento da AIDS vem-se observando, tanto em países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, crescente número de casos notificados de tuberculose em pessoas infectadas pelo vírus do HIV. Esta associação constitui um sério problema de saúde pública, podendo aumentar a morbidade e mortalidade pela tuberculose. O agente etiológico é o Mycobacteruium tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch. O principal reservatório é o homem. Em geral a fonte de infecção é o indivíduo com a forma pulmonar da doença, que elimina bacilos para o exterior. Calcula-se que durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo bacilífero poderá infectar em média 10 a 15 pessoas (Brasil, 2006). A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa através do ar. A fala, o espirro e principalmente a tosse de um doente com tuberculose bacilífera lança gotículas no ar, contendo bacilos no seu interior. As gotículas mais leves podem permanecer em suspensão por diversas horas. O período de incubação transcorre em média de 4 a 12 semanas, para a detecção das lesões primárias. A maioria dos casos de doença pulmonar ocorre em torno de 12 meses após a infecção inicial. A probabilidade do indivíduo ser infectado e desenvolver a doença dependem de múltiplas causas, destacando-se as condições socioeconômicas e algumas condições médicas (diabetes, neoplasias, uso de corticóides, HIV). A transmissão ocorre enquanto o doente com a forma bacilífera eliminar bacilos e não tiver iniciado o tratamento. A infecção pelo bacilo de Koch pode acontecer em qualquer idade. Nem todas as pessoas expostas ao bacilo da tuberculose desenvolvem a doença. A tuberculose é doença grave, porém curável em praticamente 100% dos casos novos, desde que o esquema terapêutico seja seguido. Poucos dias após iniciar a medicação, os bacilos perdem seu poder infectante, assim os doentes não precisam ser segregados do convívio familiar e comunitário. O tratamento de tuberculose é feito em regime ambulatorial, supervisionado, no serviço de saúde mais próximo, na residência ou trabalho do doente. O tratamento observado de curta duração (DOTS) é essencial para promover o controle da tuberculose. A OMS recomenda a observação direta da tomada de medicamento em pelo menos três observações semanais, nos primeiros dois meses e uma observação por semana até o final. Esta estratégia é uma das prioridades para que o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde, atinja a meta de curar pelo menos 85% dos doentes, diminua a taxa de abandono do tratamento, evite surgimento de bacilos resistentes e possibilite efetivo controle da tuberculose (Brasil, 2006). A tuberculose não apresenta variações cíclicas ou sazonais. A prevalência é maior em áreas de grande concentração populacional e precárias condições socioeconômicas e sanitárias. A distribuição da doença é mundial. Como a tuberculose é uma doença com raízes sociais, 202 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] relacionada a má distribuição de renda, a sua incidência varia de acordo com a localidade, inclusive dentro da mesa região. No Brasil, no ano de 2001 foram notificados 81.432 casos novos, correspondendo a um coeficiente de incidência de 47,2/100.000 habitantes, dos quais 43.085 foram formas pulmonares bacilíferas (coeficiente de incidência de 24,9/100.000 habitantes). Dentre estes pacientes 72,2% receberam alta por cura, 11,7% abandonaram o tratamento, 7% evoluíram para óbito e 9,1% referem-se à mudança de serviço ou domicílio (Brasil, 2006). Atualmente a mortalidade por tuberculose representa o desempenho do programa, uma vez que todos os doentes têm chance de se curar, mediante diagnóstico precoce e tratamento corretamente administrado. O propósito do Programa Nacional de Controle da Tuberculose é atingir as metas estabelecidas pela OMS: descoberta de 70% dos casos estimados e tratamento e cura de 85% dos mesmos. O principal objetivo da vigilância epidemiológica é identificar possíveis fontes de infecção. Em 2005 o Estado de Mato Grosso apresentou 1.377 casos novos de tuberculose, com uma incidência de 625,44/100.000 habitantes. Na área de estudo o município com o maior número absoluto de casos novos de tuberculose foi Juína (30) e a maior incidência (7,63/100.000 habitantes). O município de Aripuanã teve 8 casos novos em 2005 com uma incidência de 4,31 (Mato Grosso, 2007). Nº casos e incidência de tuberculose, 2005 Localidade Casos novos Incidência 2005 Mato Grosso 1.377 625,44 Aripuanã 8 4,31 Brasnorte 2 1,66 Castanheira 3 4,25 Colniza 4 2,95 Cotriguaçu 8 6,30 Juína 30 7,63 Juruena 4 6,44 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Em 2007 foram realizadas 19 consultas de atendimento de pacientes com tuberculose nos ambulatórios dos PSF’s e 3 pacientes estão em acompanhamento ambulatorial. Neste ano não foi notificado nenhum caso novo (Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, 2008). Pacientes atendidos com tuberculose em 2007. Jan 7 Fev 1 Mar 0 Abr 0 Maio 0 Jun 0 Jul 1 Ago 0 Set 2 Out 3 Nov 1 Dez 4 Em 2009 foram registrados 8 casos de tuberculose em Aripuanã, um a mais que em 2008. O número de casos se mantém estável em menos de 10 por ano, apesar da tendência crescente nos últimos 3 anos. O coeficiente de incidência aumentou de 3,5 para 3,9 por dez mil habitantes por ano. 203 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Número de casos e coeficiente de incidência de tuberculose em Aripuanã. Ano População Número de casos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total 14.936 15.598 16.300 16.992 18.568 19.373 20.169 19.930 20.512 162.378 13 9 5 9 6 13 3 7 8 73 coeficiente de incidência nº casos/10.000 hab. 8,7 5,8 3,1 5,3 3,3 6,7 1,5 3,5 3,9 4,5 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SINAN Brasnorte é o município da área de estudo com a pior situação da tuberculose, com incidência de 17 casos por dez mil habitantes em 2009. Aripuanã vem em segundo lugar com 3,9. Este valor é semelhante ao regional, uma vez e meia pior que os valores do Estado, duas vezes pior que da região centro-oeste e 30% pior que a média nacional (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, SINAN). Nº casos e incidência de tuberculose, 2009. Local N° de casos/10.000 habitantes Brasil 3,0 Centro-oeste 1,8 Mato Grosso 2,6 Regional 4,0 Aripuanã 3,9 Brasnorte 17,2 Castanheira 0,0 Colniza 1,9 Cotriguaçu 2,0 Juína 3,0 Juruena 1,0 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã - SINAN 7.10.11. Varicela Varicela (catapora) é uma infecção viral primária aguda, caracterizada por surgimento de exantema de aspecto máculo-papular, de distribuição centrípeta, que após horas adquire aspecto vesicular, evoluindo para pústula, posteriormente formando crostas em 3 a 4 dias. Pode ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. Em crianças a doençaé benigna e autolimitada. 204 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O agente etiológico é um vírus RNA (Varicella zooster). O modo de transmissão é de pessoa a pessoa, através de contato direto ou secreções respiratórias e raramente através de contato com as lesões. O período de incubação pode variar entre 10 a 20 dias. O período de transmissibilidade varia de 1 a 2 dias antes da erupção até 5 dias após o surgimento do primeiro grupo de vesículas. Enquanto houver vesículas a infecção é possível. A susceptibilidade é universal. A infecção confere imunidade permanente. A infecção materna no primeiro ou segundo trimestre da gestação pode resultar em embriopatia. Nas primeiras 16 semanas de gestação há risco maior de lesões graves ao feto, resultando em baixo peso ao nascer, cicatrizes cutâneas, microoftalmia, catarata e retardo mental. O diagnóstico é clínico-epidemiológico. O vírus pode ser isolado das lesões vesiculares durante os primeiros 3 a 4 dias da erupção. A varicela é uma doença benigna mas altamente contagiosa, que ocorre principalmente em menores de 15 anos, sendo mais freqüente no final do inverno e início da primavera No Brasil não é doença de notificação compulsória, embora surtos devam ser notificados às Secretarias Municipais e estaduais de saúde. As vacinas contra varicela são administradas por via subcutânea a partir dos 112 meses de idade (vírus vivo atenuado). A vacinação universal não é realizada no Brasil, exceto nas populações indígenas. A vacina é recomendada em caso de surto nas populações indígenas a partir dos 6 meses e para prevenção da doença em indivíduo susceptível de qualquer idade, até 96 horas após a exposição a uma fonte de infecção, desde que integrante de grupo de risco (Brasil, 2006). No período de 1998 a 2002 foram registradas 6.558 internações por varicela, com média anual de 1.312 casos. O maior número concentra-se na faixa etária de 1 a 4 anos, seguidos de menores de 1 ano. Neste período ocorreram 1.464 óbitos cuja causa básica foi varicela (Brasil, 2006). A vigilância de casos graves de varicela visa monitorar a intensidade da circulação viral e fatores associados à gravidade e óbito, que possam inclusive reorientar as atuais recomendações de vacinação. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, em 2007 foram notificados 16 casos de varicela. Em 2009 ocorreu uma epidemia no município sendo notificados 157 casos. 7.10.12. Demais agravos de notificação obrigatória Conforme dados fornecidos pela Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, as demais doenças de notificação obrigatória que tiveram registro de casos em 2007 foram: acidente por animal peçonhento (28), atendimento anti-rábico (65), conjuntivite viral (1), doença exantemática – rubéola (1), carbúnculo ou antraz (1). De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã, em 2006 foram registrado 5 casos de Doença de Chagas no município. Dentre as doenças não transmissíveis, de notificação obrigatória devemos citar o atendimento anti-rábico humano, de pessoas agredidas por animais que podem transmitir a raiva. Este agravo 205 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 é bastante frequente no município de Aripuanã. Em 2009 foram registrados 46 casos, ocorrendo uma redução de 27% em relação ao ano anterior. Nos últimos 9 anos foram registrados 520 casos, sendo a tendência decrescente. O coeficiente de incidência médio foi 33 casos por dez mil habitantes por ano. As agressões mais frequentes são de cães e gatos. Eventualmente ocorrem acidentes com animais silvestres criados em cativeiro e alguns casos de ataques de morcegos vampiros. Nº de casos e coeficiente de incidência de Atendimento anti-rábico humano, 2001-2009. Ano Nº de casos Coeficiente de incidência 2001 70 46,9 2002 60 38,5 2003 63 38,7 2004 50 29,4 2005 73 39,3 2006 32 16,5 2007 63 31,2 2008 63 31,6 2009 46 22,4 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã - SINAN 7.11. Vacinação As vacinas previnem o adoecimento e a morte de milhões de pessoas a cada ano, representando a intervenção com melhor custo-benefício. Apesar disso, dois milhões de crianças morrem anualmente por doenças imunopreveníveis, que poderiam ser evitadas com vacinação de baixo custo (Brasil, 2006). No começo do século XX a cada 1.000 crianças nascidas, 160 morriam de uma causa infecciosa antes dos 5 anos. No Brasil, o registro de chegada da primeira vacina data de 1805, sob a forma de vírus vacínico da varíola, no braço de escravos. Em 1925, o BCG (contra tuberculose) começa a ser utilizado e produzido no país, bem como a vacina de febre amarela. As campanhas de vacinação visam aumentar a oportunidade das crianças em completar o esquema básico de vacinação. São alcançadas crianças não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto, compensando falhas existentes na vacinação de rotina, motivada pela não procura dos postos e unidades de Saúde por parte dos pais e responsáveis. A importação de doenças é um risco real se não forem tomados os cuidados necessários. Em 1995, o Brasil já havia alcançado um bom nível de controle do sarampo. Na época, em alguns estados brasileiros, achava-se que não era preciso participar da campanha de vacinação contra a doença, o que levou a uma cobertura vacinal muito baixa. Como resultado, em 1996, houve a importação de casos de sarampo, vindos provavelmente da Itália, que levaram a uma epidemia em todo o País. Foram mais de 50 mil casos entre 1997 e 1998. A epidemia causou cerca de 60 mortes. Outro fator que levou à epidemia foi que a Campanha não foi realizada por muitos 206 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] estados em 1995. Hoje, a situação em relação ao sarampo está tranqüila, as pessoas só não podem duvidar da necessidade da vacina e correr o mesmo risco. No Estado de Mato Grosso o último caso de Poliomelite registrado foi em 1986, no município de Terra Nova do Norte e de Sarampo foram notificados oito casos em 1999. E, em 2005 a cobertura vacinal no Estado de Mato Grosso atingiu índices maiores de 100% nas vacinas de poliomielite, tríplice viral e BCG. Na vacina tetravalente alcançou 99,92% de cobertura, na vacina contra hepatite B 91,70% de cobertura e na vacina contra febre amarela obteve uma cobertura de 94,90%. Nos municípios da área de estudo o município com a menor cobertura vacinal foi Rondolândia, não chegando a 100% da cobertura vacinal em nenhuma das vacinas. O município de Aripuanã obteve cobertura vacinal superior a 100% em todas as vacinas (Mato Grosso, 2007). Cobertura vacinal em 2005. Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândi a Poliomielite 3ª cobert dos .% e 400 112,0 4 291 114,5 7 144 104,3 5 612 175,3 6 411 104,3 1 746 86,14 202 146,3 8 56 50,91 Tetravalente 3ª cobert dos .% e 399 111,7 6 289 113,7 8 144 104,3 5 606 173,6 4 411 104,3 1 745 86,03 200 144,9 3 56 50,91 Triplice viral 1ª cobert dos % e 445 108,2 7 223 75,08 157 533 372 733 205 39 112,1 4 185,0 7 120,0 0 93,02 156,4 9 37,14 BCG 1ª dos e 364 264 113 473 333 778 186 9 Hepatite B 3ª cobert dos .% e 372 104,2 0 275 108,2 7 134 97,10 F. amarela 1ª cobert dos % e 363 101,6 8 219 86,22 135,5 3 84,52 594 533 89,84 134,7 8 8,18 750 195 cobert % 101,9 6 103,9 4 81,88 411 44 170,2 0 104,3 1 86,61 141,3 0 40,00 146 365 675 183 42 105,8 0 152,8 0 92,64 77,94 132,6 1 38,18 Fonte: Mato Grosso (2007) Em todo o Estado de Mato Grosso, a meta da SES para a segunda etapa da campanha de vacinação em agosto de 2007, foi vacinar 275.289 crianças na faixa etária de 0 a 4 anos de idade com a vacina oral contra a Poliomelite (Paralisia Infantil) e 222.293 crianças de 1 a 4 anos de idade com a Vacina Tríplice Viral (sarampo, rubéola e caxumba). Contra Hepatite B pretendeu vacinar 125.439 pessoas de 0 a 19 anos. Foram envolvidos na mobilização cerca de 2,5 mil postos de saúde, 1.529 veículos e mais 10 mil profissionais, entre servidores públicos, privados e voluntários. O atendimento foi realizado no horário de funcionamento normal dos postos, das 8h às 17h. A proposta da SES foi completar a proteção das crianças contra a poliomielite e protegêlas também do risco da importação do sarampo. Todas as crianças menores de 5 anos - mesmo as que tomaram a vacina na primeira etapa da campanha deste ano - precisavam receber a segunda dose contra a pólio (SES, 2007). 207 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No período entre 2005 a 2009 a melhor cobertura vacinal alcançada pelo município de Aripuanã foi em 2005, quando todas as vacinas foram aplicadas em mais de 100% das crianças (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã). Ano base 2005 Vacinas básicas Metas Doses aplicadas Cobertura (%) BCG 357 364 101,96 Pólio (3ª dose) 357 366 102.52 DPT (3ª dose) 357 445 113,8 Febre Amarela 357 365 102,24 Hepatite B (3ª) 357 372 109,7 Fonte: PNI Ano base 2006 Vacinas básicas Metas Doses aplicadas Cobertura (%) BCG 421 398 94,5 Pólio (3ª dose) 421 362 86,9 DPT (3ª dose) 421 339 80,5 Febre Amarela 444 386 86,9 Hepatite B (3ª) 421 366 86,9 Fonte: PNI Ano base 2007 Vacinas básicas Metas Doses aplicadas Cobertura (%) BCG 379 326 86,0 Pólio (3ª dose) 400 411 102.7 DPT (3ª dose) 400 412 103.0 Febre Amarela 421 362 85,9 Hepatite B (3ª) 400 362 102.0 Fonte: PNI Ano base 2008 Vacinas básicas Metas Doses aplicadas Cobertura (%) BCG 421 396 94,06 Pólio (3ª dose) 421 418 99,28 Febre Amarela 421 343 81,47 Hepatite B (3ª) 421 414 98,3 Fonte: PNI Ano base 2009 Vacinas básicas Metas Doses aplicadas Cobertura (%) BCG 421 396 94,06 Pólio (3ª dose) 421 418 99,28 Febre Amarela 421 343 81,47 Hepatite B (3ª) 421 414 98,3 Fonte: PNI 208 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O governo federal anunciou a introdução de duas novas vacinas no calendário básico de vacinação infantil. Serão introduzidas, a partir do segundo semestre de 2012. A vacina injetável contra a poliomielite (conhecida como Salk) e a vacina pentavalente, que reúne em uma única dose imunizações contra cinco doenças. Segundo o Ministério da Saúde, as duas novas vacinas serão utilizadas a partir do mês de agosto. A dose injetável contra a pólio, contudo, será aplicada apenas nas crianças que estão iniciando o calendário de vacinação. A introdução da vacina injetável contra a pólio, feita com o vírus inativado, reduz riscos de possível contágio pela doença. Tal mudança ocorreu por que existem registros de dois casos suspeitos de paralisia, supostamente causados pela aplicação da vacina oral (conhecida como Sabin). Ao todo, serão 8 milhões de doses da nova vacina, que já começaram a ser compradas pelo governo a partir de dezembro de 2011. Por enquanto, a aplicação da dose injetável não irá retirar do calendário de vacinação as doses orais, já aplicadas nas campanhas de imunização. Segundo o governo, será aplicado um esquema sequencial, com as duas vacinas até que a doença seja totalmente erradicada. A imunização injetável será aplicada aos 2 e aos 4 meses de idade e a vacina oral será usada nos reforços, aos 6 e aos 15 meses de idade. Já a vacina pentavalente reunirá em uma única dose imunizações contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo B e hepatite B. Atualmente, a imunização para estas doenças é oferecida em duas vacinas separadas. Não são apenas as crianças e os adolescentes que precisam se imunizar. Os adultos e os idosos também devem continuar recebendo doses de vacinas para se proteger de várias doenças. As seguintes vacinas estão a disposição no sistema público de saúde: dupla adulto, influenza, contra pneumonia, hepatite B e febre amarela. O Ministério da Saúde considera a influenza como uma das enfermidades infecciosas que mais preocupam as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo. Ela já causou três pandemias, que levaram ao óbito mais de 50 milhões de pessoas, geraram problemas sociais e grandes perdas econômicas: a gripe espanhola (1918); a gripe asiática (1957); e a gripe de Hong Kong (1968). 7.12. Saúde do Trabalhador A necessidade do conhecimento sobre acidentes de trabalho e o levantamento estatístico de seus registros propiciam a definição de um elenco de informações que permite a elaboração de políticas de intervenção, prevenção efetiva de doenças profissionais e acidente de trabalho, avaliação e atualização dos graus de risco atribuídos às atividades econômicas e do acompanhamento da eficácia dos investimentos na melhoria das condições e doa ambientes de trabalho. Os indicadores do acidente de trabalho são utilizados para mensurar a exposição dos trabalhadores aos níveis de risco inerentes à atividade econômica, viabilizando o acompanhamento das flutuações e tendências históricas dos acidentes e seus impactos nas 209 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 empresas e na vida dos trabalhadores. Além disso, fornecem subsídios para o aprofundamento de estudos sobre o tema e permitem o planejamento de ações nas áreas de segurança e saúde do trabalhador. Acidentes de trabalho registrados são aqueles cujas comunicações são protocolizadas e caracterizadas pelo INSS. São classificados em: acidente típico – acidente decorrente da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado; acidente de trajeto – acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado, e vice-versa; e doença profissional ou do trabalho – entende-se por doença profissional aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de atividade constante no Anexo II do regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº. 3.048, de 6 de maio de 1999 e por doença do trabalho aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que constante do Anexo citado anteriormente. A empresa deve comunicar o acidente de trabalho ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 286 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº. 3.048, de 06 de maio de 1999. Os acidentes do trabalho devem ser comunicados por meio do documento Comunicação de Acidente de trabalho – CAT. Número de acidentes de trabalho registrados por motivo/ano Brasil. Motivo Total Típico Trajeto Doença ocupacional 2001 340.251 282.965 38.799 18.487 2002 393.071 323.879 46.881 22.311 2003 390.180 319.903 49.069 21.208 Fonte: Brasil (2004). O total de acidentes de trabalho registrado na região Centro-oeste no período entre 2001 e 2003 representa 5,7%, 5,8% e 6,4% respectivamente, do total de acidentes notificados no País. O maior percentual de acidentes notificados neste período no estado foram os acidentes típicos com uma média de 81% e a menor notificação foi de doenças ocupacionais com 3,8% do total (Brasil, 2004). Número de acidentes de trabalho registrados Região Centro-oeste Motivo Total Típico Trajeto Doença ocupacional Fonte: Brasil (2004). 2001 19.636 16.196 2.689 751 2002 23.088 18.837 3.365 886 2003 25.004 20.331 3.667 1.006 210 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No período entre 2001 e 2003, o total de acidentes de trabalho notificado no estado de Mato Grosso representou em média 1,5% do total dos acidentes registrados no País e 21,5% do total dos acidentes ocorridos no Centro-oeste. O maior percentual coube aos acidentes típicos, em média 85% do total do total do estado e o menor percentual registrado foram as doenças ocupacionais, com uma média de 2,7% (Brasil, 2004). Número de acidentes de trabalho registrados Mato Grosso Motivo Total Típico Trajeto Doença ocupacional 2001 4.252 3.685 484 83 2002 4.933 4.265 558 110 2003 5.706 4.786 690 230 Fonte: Brasil (2004). Acidentes de trabalho líquido correspondem aos acidentes cujos processos foram encerrados administrativamente pelo INSS, depois de completado o tratamento e indenização das seqüelas. São classificados em: simples assistência médica – atendimento médico seguido da pronta recuperação do segurado para o exercício da atividade laborativa; incapacidade com afastamento inferior a 15 dias – entende-se por incapacidade temporária a interrupção da atividade laborativa durante o período de tratamento psicofísico por ocasião do acidente correlacionado à prática do trabalho, sendo o afastamento inferior ou igual a quinze dias, não gerando pagamento por parte do INSS, sendo a responsabilidade financeira desse período do empregador; incapacidade com afastamento superior a 15 dias – a interrupção do exercício laboral durante o período de tratamento psicofísico por ocasião de acidente correlacionado à prática do trabalho, superior a quinze dias, coberto financeiramente pelo INSS; incapacidade permanente – segurados que ficam permanentemente incapacitados para o exercício laboral; óbito – é o falecimento do segurado ocorrido em função do acidente de trabalho durante o exercício laboral. No período entre 2001 e 2003, em média 45,5% do total de acidentes de trabalhos ocorridos no Brasil foi resolvida com afastamento do trabalhador da sua atividade laborativa por um período inferior a 15 dias. Neste período em torno de 3,5% dos acidentes evoluíram para incapacidade permanente e 0,6% para óbito (Brasil, 2004). Número de acidentes de trabalho líquido no Brasil Conseqüência Total Assistência médica Menos de 15 dias Mais de 15 dias Incapacidade permanente Óbito Fonte: Brasil (2004). 2001 361.468 51.686 151.048 143.943 12.038 2.753 2002 421.600 62.153 179.212 162.008 15.259 2.968 2003 412.953 60.120 188.525 149.077 12.649 2.582 211 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Na região Centro-oeste, entre 2001 e 2003 em media 40% dos acidentes de trabalho evoluiram com afastamento de trabalhador de suas atividades, por menos de quinze dias. No mesmo período foram registrado em média 4,0% de incapacidade permanente e 1,25% de óbitos, valor superior ao registrado para o País no mesmo período (Brasil, 2004). Número de acidentes de trabalho líquido na Região Centro-oeste Conseqüência Total Assistência médica Menos de 15 dias Mais de 15 dias Incapacidade permanente Óbito 2001 20.955 1.954 7.938 9.905 874 283 2002 24.894 2.487 9.819 11.090 1.153 345 2003 26.589 2.647 11.947 10.769 896 330 Fonte: Brasil (2004). Entre 2001 e 2003, no Estado de Mato Grosso, diferentemente do que se registrou para o Brasil e para a região Centro-oeste, o maior percentual de acidente de trabalho foi com afastamento do trabalhador do seu local de trabalho por mais de quinze dias, com uma média de 50% do total de acidentes. Os valores encontrados para acidentes com incapacidade permanente foram similares ao do País e da região Centro-oeste, em média 4,0%, mas os valores de acidentes que levaram ao óbito, no estado, foram 2,2% do total de acidentes, índices maiores que do Brasil e região Centro-oeste no mesmo período. Estes números fazem pensar que os acidentes ocorridos em Mato Grosso foram de maior gravidade (Brasil, 2004). Número de acidentes de trabalho líquido em Mato Grosso Conseqüência Total Assistência médica Menos de 15 dias Mais de 15 dias Incapacidade permanente Óbito 2001 4.637 160 1.563 2.623 188 103 2002 5.378 333 1.916 2.798 197 134 2003 6.109 445 2.452 2.873 204 135 Fonte: Brasil (2004). De acordo com informação recebida na Secretaria Municipal de Saúde de Aripuanã a maioria dos acidentes de trabalho que ocorrem no município era proveniente das madeireiras, não havendo notificação dos mesmos. Em geral eram acidentes graves, com mutilação e algumas vezes óbito. Estes trabalhadores eram encaminhados para Juína. Em 2007 tiveram 3 casos de politraumatismo. Não existia médico com especialidade em Medicina do Trabalho na cidade. A Usina Hidrelétrica de Dardanelos, na fase de construção, contava com dois médicos do trabalho, que atuavam exclusivamente no canteiro de obras atendendo os trabalhadores da construção. A Secretaria Municipal de saúde sabia da ocorrência de 1 acidente de trabalho grave entre estes trabalhadores. A partir de abril de 2007 ocorreram mudanças na metodologia de caracterização de acidentes de trabalho na concessão de benefícios previdenciários. Eram acidentes que tiveram CAT 212 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 (Comunicação de Acidente de Trabalho) protocoladas no INSS e aqueles que, embora não tivessem sido objeto de CAT, deram origem a benefício por incapacidade de natureza acidentária. Acidentes com CAT registrada: corresponde ao número de acidentes cuja CAT foi cadastrada no INSS. Acidentes sem CAT registrada: corresponde ao número de acidentes cuja CAT não foi cadastrada no INSS. O acidente é identificado por meio de um dos possíveis nexos: Nexo técnico profissional/trabalho, Nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) ou Nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho. Esta identificação é feita pela nova forma de concessão de benefício acidentário (Brasil, 2008). No ano de 2007 a distribuição dos acidentes de trabalho no Brasil foram representados por 78,7% dos acidentes com CAT e 21,27% sem registro de CAT junto ao INSS, demonstrando uma grande subnotificação de acidentes, que só apareceram nas estatísticas mediante procura do próprio segurado, muitas vezes já com doença instalada. Dentre os registrados com CAT 63,5% eram acidentes típicos, 12,0% de trajeto e 3,18% por doença ocupacional. Ocorreu um aumento de 21,6% de registros de acidentes em relação a 2006 (Brasil, 2008). Quantidade de acidentes de trabalho, Brasil Tipo de acidente 2006 Acidente típico 407.426 Acidente de trajeto 74.636 Doença do trabalho 30.170 Com CAT 512.232 Sem CAT registrada Total de acidentes 512.232 2007 414.785 78.564 20.786 514.135 138.955 653.090 Fonte: Brasil (2008). Em 2007 ocorreram 44.775 acidentes de trabalho na região Centro-oeste. Deste total 78,7% foram registrados com CAT e 21,3% sem CAT. Dentre os que apresentaram CAT 80,7% foram acidentes típicos, 14,3% de trajeto e 4% por doença ocupacional. Ocorreu um aumento de notificação em relação a 2006 de 25,7% (Brasil, 2008). Quantidade de acidentes de trabalho, região Centro-oeste Tipo de acidente 2006 Acidente típico 26.213 Acidente de trajeto 5.538 Doença do trabalho 1.535 Com CAT 33.286 Sem CAT registrada Total de acidentes 33.286 2007 28.686 5.885 1.055 35.626 9.149 44.775 Fonte: Brasil (2008). Em 2007 a distribuição dos acidentes de trabalho no Estado de Mato Grosso foi representado por 75,3% dos acidentes com CAT e 24,7% sem registro de CAT junto ao INSS. Dentre os 213 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 registrados com CAT 83,8% eram acidentes típicos, 13,9 % de trajeto e 2,3% por doença ocupacional (Brasil, 2008). Quantidade de acidentes de trabalho, Mato Grosso Tipo de acidente 2006 Acidente típico 6.335 Acidente de trajeto 1.051 Doença do trabalho 230 Com CAT 7.616 Sem CAT registrada Total de acidentes 7.616 2007 7.257 1.204 201 8.662 2.834 11.496 Fonte: Brasil (2008). Em 2007 foram liquidados 688.693 acidentes, tendo como consequência apenas assistência médica 14,1%, afastados do trabalho menos que 15 dias 43,4%, afastados do trabalho por mais de 15 dias 40,9%, gerando incapacidade permanente 1,2 % e que resultaram em óbito 0,4% (Brasil, 2008). Número de acidentes de trabalho líquido no Brasil Consequência Total Assistência médica Menos de 15 dias Mais de 15 dias Incapacidade permanente Óbito 2006 559.109 87.483 309.681 149.944 9.203 2.798 2007 688.693 96.793 298.896 281.696 8.504 2.804 Fonte: Brasil (2008). Em 2007 na Região centro-oeste 10,0% dos acidentes se resolveram apenas com assistência médica, 44,73% com menos de 15 dias de afastamento, 43,17% com mais de 15 dias de afastamento, 1,26% evoluíram para incapacidade permanente e 0,73% para óbito. Na região o número de óbitos por acidente de trabalho é quase duas vezes o valor encontrado para o Brasil (Brasil, 2008). Número de acidentes de trabalho líquido na Região Centro-oeste Consequência Total Assistência médica Menos de 15 dias Mais de 15 dias Incapacidade permanente Óbito 2006 36.494 3.776 20.584 11.184 592 358 2007 47.831 4.829 21.397 20.649 605 351 Fonte: Brasil (2008). Em 2007 no Estado de Mato Grosso 8,1% dos acidentes se resolveram com assistência médica, 41,4% com menos de 15 dias de afastamento, 48,1% com mais de 15 dias de afastamento, 1,2% evoluíram para incapacidade permanente e 1,1% para óbito. No estado de Mato Grosso o número 214 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de óbitos por acidente de trabalho é três vezes o valor encontrado para o Brasil. A maioria dos acidentes necessitou de mais de 15 dias de afastamento do trabalho (Brasil, 2008). Número de acidentes de trabalho líquido no Estado de Mato Grosso Consequência Total Assistência médica Menos de 15 dias Mais de 15 dias Incapacidade permanente Óbito 2006 8.505 683 4.415 3.132 121 154 2007 12.459 1.014 5.154 5.994 154 143 Fonte: Brasil (2008). De acordo com informação recebida no Hospital Municipal de Aripuanã (2011) o número de acidentes de trabalho vem caindo no município, principalmente depois que várias madeireiras param de funcionar. Os acidentes de trabalho que ocorreram durante a construção da usina Águas da Pedra eram atendido no local da obra, onde estava instalado um ambulatório que contava com médico do trabalho e enfermagem para prestar atendimento aos trabalhadores da obra. 7.12.1. Acidentes de trabalho segundo CID O CID (Classificação Internacional das Doenças) é periodicamente revisado pela Organização Mundial da Saúde. Sua revisão mais recente é conhecida como CID-10, adotada na identificação dos diversos quadros dos quais é formada por um código alfanumérico composto por uma letra e até quatro caracteres numéricos. O uso do CID-10 pelo INSS permitiu padronizar a classificação das doenças. Acidentes de trabalho mais frequentes registrados no Brasil 2001/CID -10 CID – 10 Total S61 S62 S60 S93 S92 M65 S82 M54 Total Típico Trajeto 340.251 45.847 24.359 14.760 11.935 10.942 10.617 10.233 9.765 282.965 45.084 21.864 13.798 9.036 8.883 4.408 6.756 8.493 38.799 695 2.432 921 2.854 2.035 229 3.449 402 Fonte: Brasil (2004). M 54 – Dorsalgia; M 65 – Sinovite e tenossinovite. S 52 – Fratura do antebraço. S 60 – Traumatismo superficial do punho e da mão. S 61 – Ferimento de dedo sem lesão da unha. S 62 – Fratura ao nível do punho e da mão. S 82 – Fratura da perna, incluindo tornozelo. S 92 – Fratura do pé, exceto tornozelo. Doença ocupacional 18.487 68 63 41 45 24 5.980 28 870 215 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 S 93 – Luxação, entorse, distensão das articulações e dos ligamentos ao nível do tornozelo e do pé . Os acidentes de trabalho mais frequentes em 2001 na região Centro-oeste, de acordo com a classificação do CID-10, não diferem dos encontrados para o Brasil. Acidentes mais freqüentes registrados na região Centro-oeste 2001/CID-10 CID – 10 Total S61 S62 S82 S93 S92 M54 M65 S52 Total Típico Trajeto 19.636 1.707 1.403 961 795 737 694 669 659 16.196 1.672 1.244 619 664 614 616 332 494 2.689 31 156 342 129 123 45 17 165 Doença ocupacional 751 4 3 2 33 320 - Fonte: Brasil (2004). A descentralização política, administrativa e tributária em favor dos municípios gerou um aumento da demanda por informações municipais, com o objetivo de subsidiar a elaboração de políticas, planejamento de ações sociais e direcionar esforços para atender à solução de problemas específicos como a saúde e segurança do trabalhador. No período 2002/2003 os acidentes de trabalho típico, foram os mais frequentes nos municípios da área de estudo, representando 88,4% e 90,0% respectivamente. Em 2003 os municípios de Cotriguaçu e Juruena notificaram doenças ocupacionais. Em 2002 os municípios de Aripuanã, Brasnorte e Castanheira notificaram óbito relacionado ao trabalho (2,47% do total de acidentes registrados em 2002). Em 2003 ocorreu notificação de óbito relacionado ao trabalho em Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Cotriguaçu e Juína, totalizando 9 trabalhadores (5,29% do total de acidentes registrados em 2003) (Brasil, 2004). Devemos lembrar que existe grande subnotificação de acidentes de trabalho e de doenças relacionadas ao trabalho, apesar de ser de notificação compulsória, de acordo com a Portaria GM/MS/777 de 28 de abril de 2004. Os Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT) são preenchidos para trabalhadores com vínculo empregatício ou que contribuem com o INSS. Na região predomina o trabalho informal sem registro. Acidente de trabalho por motivo nos municípios 2002-2003 Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Total 2002 20 31 2 2003 42 31 3 Típico 2003 18 29 2 2003 39 30 3 Trajeto 2002 2 2 - 2003 3 1 - Doença Ocupacional 2002 2003 - Óbito 2002 1 1 1 2003 2 1 - 216 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total 4 8 45 11 121 11 11 45 24 3 170 3 7 40 8 107 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 10 9 39 20 3 153 1 1 5 3 14 1 1 6 3 15 - 1 1 2 3 2 1 3 9 Fonte: Brasil (2004). O registro de acidentes de trabalho, de acordo com o CID, não difere de 2003, sendo que os ferimentos e traumatismos da mão continuam liderando os motivos que mais afetam os trabalhadores (Brasil, 2008). Total acidentes de trabalho por motivo no Brasil, 2006 CID – 10 Total S 61 S 62 S 60 S 93 M 54 S 92 S 82 S 80 Total 512.232 69.065 34.987 28.772 20.227 16.773 14.188 13.974 13.903 Típico 407.426 67.774 30.113 26.378 14.416 13.516 10.649 7.966 10.081 Trajeto 74.636 1.197 4.770 2.312 5.763 1.018 3.491 5.945 3.783 Doença ocupacional 30.170 94 104 82 48 2.239 48 63 39 Fonte: Brasil (2004). S61- Ferimento do punho e da mão S62- Fratura ao nível Dio punho e da mão S60- Traumatismo superficial do punho e da mão S93- Luxação, entorse e distensão das articulações e ligamentos ao nível do tornozelo e pé M54- Dorsalgia S92- Fratura do pé (exceto tornozelo) S82- Fratura da perna incluindo tornozelo S80-Traumatismo superficial da perna Na região Centro-oeste os traumatismos de mão também são a maioria dos motivos de acidente. Entre os dados encontrados a patologia dorsalgia (M54) fica em terceiro lugar nos registros de acidentes.(Brasil, 2008). Total acidentes de trabalho por motivo na Região Centro-oeste, 2006 CID – 10 Total S 61 S 62 M54 S82 S93 S60 S92 S53 Total Típico Trajeto 33.286 3.468 2.179 1.373 1.345 1.315 1.213 1.135 980 26.213 3.392 1.801 1.155 764 978 1.109 834 690 5.538 70 370 81 571 335 99 296 282 Doença ocupacional 1.535 6 8 137 10 2 5 5 8 217 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Brasil (2004). S61- Ferimento do punho e da mão S62- Fratura ao nível Dio punho e da mão M54- Dorsalgia S82- Fratura da perna incluindo tornozelo S93- Luxação, entorse e distensão das articulações e ligamentos ao nível do tornozelo e pé S60- Traumatismo superficial do punho e da mão S92- Fratura do pé (exceto tornozelo) S53- Fratura do antebraço Na área de estudo, nos anos 2006 e 2007, os acidentes de trabalho típico são os mais registrados. As doenças relacionadas ao trabalho quase não aparecem. Ainda são subnotificadas, apesar de haver portaria que regulamenta a sua notificação obrigatória desde 2004 (Portaria 777). Os acidentes de trabalho que resultaram em óbito no Estado de Mato Grosso corresponderam a 2,0% em 2006 e 1,2% em 2007. O município de Aripuanã apresentava percentuais bem mais elevados sendo 6,6% em 2006 e 15% em 2007. Em 2007 os acidentes registrados sem CAT no Estado de Mato Grosso representavam 24% do total. Na área de estudo o único município que registrou acidente sem CAT foi Juína, com 55% do total de acidentes sem CAT (Brasil, 2008). Estatísticas municipais de acidentes de trabalho, 2006/2007 Total Local Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheir a Colniza Cotriguaç u Juína Juruena Rondolân dia Total com CAT 200 200 6 7 7.61 8.66 6 2 30 32 25 32 200 6 7.61 6 30 25 11.49 6 32 32 6 1 6 12 19 14 Típico Trajeto 200 6 6.33 5 25 21 200 7 7.25 7 28 29 200 6 1.05 1 5 4 200 7 1.20 4 4 3 1 6 1 - 12 19 11 18 8 14 8 9 68 13 139 25 68 13 68 25 7 8 7 8 2007 Doença do trabalho 200 200 6 7 Sem CAT registrada 200 200 6 7 2.83 4 - óbito 200 6 200 7 154 143 2 1 5 1 230 201 - - - - - - - - - 1 1 - - - - - 1 5 4 2 1 1 - - - - 55 12 50 21 12 1 15 4 1 - 3 - - 71 - - 1 - 7 7 - 1 - - - - - 1 Fonte: Brasil (2008). Em 2008 e 2009 ainda o maior número de acidentes registrados no Estado de Mato Grosso são os acidentes típicos. Ocorre uma redução do número de acidentes que resultavam em óbito em relação aos dois anos anteriores. Em 2008 este percentual é de 0,9% e em 2009 de 0,8%. O município de Aripuanã também apresentou uma redução, mas ainda é superior ao registrado para o Estado, ficando em 4,46% do total. Neste período o número de acidentes sem registro de CAT no Estado foi de 30,24% em 2008 e 31,80% em 2009. O único município na área de estudo que tem acidentes registrados sem CAT é Juína, com 55,5% do total (INSS/ERS Juína, 2011). Estatísticas municipais de acidentes de trabalho, 2008/2009 Local Total Total com Típico Trajeto Doença do Sem CAT óbito 218 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] MT Aripuanã Brasnorte Castanhe ira Colniza Cotrigua çu Juína Juruena CAT 200 200 8 9 9.64 9.52 9 5 42 42 34 55 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 200 8 8.02 1 39 31 200 9 7.84 0 38 51 200 8 1.41 1 3 2 200 9 1.46 5 4 4 2008 2009 13.83 2 42 34 13.96 8 42 55 8 9 8 9 6 8 2 26 39 26 39 22 29 15 21 15 21 15 345 23 180 16 251 23 80 16 232 21 trabalho 200 200 8 9 registrada 200 200 8 9 4.18 4.44 3 3 - 200 8 200 9 130 123 2 2 2 1 217 220 - - 1 - - - - - - 3 5 1 5 - - 2 3 20 - 1 - - - - 1 - 71 12 17 2 7 4 2 - 2 - 34 - 100 - 4 1 1 - Fonte: INSS/ERS Juína (2010). 7.12.2. Indicadores de acidente de trabalho São utilizados para mensurar a exposição dos trabalhadores aos níveis de risco à atividade econômica, viabilizando o acompanhamento das flutuações e tendências históricas dos acidentes e seus impactos nas empresas e na vida dos trabalhadores. Fornecem subsídios para o planejamento de ações nas áreas de segurança e saúde do trabalhador. A Taxa de incidência de acidente de trabalho – é um indicador da intensidade com que acontecem os acidentes do trabalho. Expressa a relação entre as condições de trabalho e o quantitativo médio de trabalhadores expostos àquelas condições. Essa relação constitui a expressão mais geral e simplificada do risco. Seu coeficiente é definido como razão entre o número de novos acidentes do trabalho registrado a cada ano e a população exposta ao risco de sofrer algum tipo de acidente. A população exposta ao risco deve representar o número médio de trabalhadores dentro do grupo de referência e para o mesmo período de tempo que a cobertura das estatísticas de acidente de trabalho (somente trabalhadores cobertos pelo Seguro de Acidente de Trabalho – SAT). Devido à necessidade de indicadores mais detalhados, decidiu-se pela utilização do número médio de vínculos ao invés do número de trabalhadores, pois o trabalhador pode ter mais de um vínculo. A Taxa de incidência específica para acidente de trabalho – considera somente os acidentes de trabalho registrados, cujo motivo seja doença profissional, aquela produzida ou desencadeada pelo trabalho. A Taxa de incidência específica para acidente do trabalho típico – considera somente os acidentes típicos, aqueles decorrentes das características da atividade profissional desempenhada pelo acidentado. 219 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A Taxa de incidência específica para incapacidade temporária – considerados os acidentes do trabalho no qual o segurado ficam temporariamente incapacitados para o exercício de sua capacidade laboral. A Taxa de mortalidade – mede a relação entre o número de óbitos decorrentes dos acidentes do trabalho verificados no ano e a população exposta ao risco de se acidentar. A Taxa de letalidade – é o maior ou menor poder que tem o acidente de ter como consequência a morte do trabalhador acidentado. È um bom indicador para medir a gravidade do acidente. A Taxa de acidentalidade proporcional específica para a faixa etária de 16 a 34 anos – a avaliação da ocorrência de acidentes de trabalho pode ser aprimorada com a elaboração de indicadores por grupos etários. Revelam o risco específico de se acidentar para subgrupos populacionais na faixa de 16 a 34 anos. Os indicadores de acidente de trabalho buscam retratar o comportamento e as características dos acidentes de trabalho. Em 2002 a taxa de mortalidade do Estado de Mato Grosso era três vezes maior que a do Brasil, a taxa de letalidade quatro vezes maior e a taxa de acidentalidade proporcional específica na faixa etária de 16 a 34 anos 3,8 pontos maior (Brasil, 2004). Indicadores de acidente de trabalho – incidência por 1.000 vínculos/2002 Descrição Incidência total (por 1.000 vínculos) Doença ocupacional (por 1.000 vínculos) Acidente típico (por 1.000 vínculos) Incapacidade temporária (por 1.000 vínculos) Taxa mortalidade (por 100.000 vínculos) Taxa letalidade (por 1.000 acidentes) Acidentes faixa 16-34 anos (por 100 acidentes) Brasil 17,25 Mato Grosso 15,90 0,98 0,35 14,22 13,75 14,98 15,20 13,03 43,20 7,55 27,16 56,93 60,81 Fonte: Brasil (2004). Em 2007 todos os indicadores de acidente de trabalho do Estado de Mato Grosso são maiores que os verificados para o Brasil, exceto o índice para doença ocupacional. Alguns indicadores são bastante preocupantes, tais como a taxa de mortalidade e de letalidade que se mantém três vezes maior que os índices nacionais (Brasil, 2008) Indicadores de acidente de trabalho 2007 Incidência total (por 1.00 vínculos) Doença ocupacional (por 1.000 vínculos) Brasil 21,99 0,70 Mato Grosso 25,51 0,45 220 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Acidente típico (por 1.000 vínculos) Incapacidade temporária (por 1.000 vínculos) Taxa mortalidade (por 100.000 vínculos) Taxa letalidade (por 1.000 acidentes) Acidentes faixa 16-34 anos (por 100 acidentes) Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 13,97 19,55 9,44 4,29 54,94 16,11 24,74 31,74 12,44 58,20 Fonte: Brasil (2004). 7.12.3. Doenças ocupacionais O reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do processo saúde-doença dos trabalhadores tem implicações éticas, técnicas e legais, que se reflete sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse segmento da população. O estabelecimento da relação causal ou do nexo entre um determinado evento de saúde – dano ou doença- individual ou coletivo, potencial ou instalado e uma dada condição de trabalho constitui a condição básica para a implementação de ações de Saúde do Trabalhador nos serviços de saúde. Esse processo pode se iniciar pela identificação e controle dos fatores de risco presentes nos ambientes e condições de trabalho e/ou a partir do diagnóstico, tratamento e prevenção dos danos, lesões ou doenças provocadas pelo trabalho, no indivíduo e no coletivo de trabalhadores (Brasil, 2001). Os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho, podem ser classificados e: físicos (ruído, vibração, radiações ionizantes e não ionizantes, frio e calor, pressão atmosférica, etc.); químicos (substâncias químicas sob a forma líquida, gasosa ou de poeiras e partículas minerais e vegetais); biológicos (vírus, bactérias, parasitas, associados ao trabalho em hospitais, laboratórios, agricultura e pecuária); ergonômico (posturas inadequadas, condição de iluminação, ritmo trabalho excessivo, etc.) e mecânicos e de acidentes (ligados a proteção das máquinas, arranjo físico, ordem, limpeza, etc). Na atualidade a preocupação com o meio ambiente e a saúde das populações residentes na área de influência das unidades produtivas vem fortalecendo o movimento que busca a mudança de processos de trabalho potencialmente lesivos para a saúde das populações e o ambiente, o que pode ser aliado importante para a saúde do trabalhador. O conceito de risco é bidimensional, representando a possibilidade de um efeito adverso ou dano e a incerteza da ocorrência, distribuição no tempo ou magnitude de resultado adverso. Risco é uma condição ou conjunto de circunstâncias que tem o potencial de causar um efeito adverso, que pode ser: morte, lesões, doença ou danos à saúde, à propriedade ou ao meio ambiente (Brasil, 2001). Reconhecer o risco significa identificar no ambiente de trabalho fatores ou situações com potencial de dano. Avaliar o risco significa estimar a probabilidade e a gravidade de que o dano ocorra. As doenças relacionadas ao trabalho são divididas de acordo com a classificação proposta por Schilling (1984) em: Grupo I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas “doenças profissionais”, strictu sensu, e pelas intoxicações agudas de origem ocupacional. 221 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Grupo II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo, mas não necessário, exemplificadas pelas doenças “comuns”, mais freqüentes ou mais precoces em determinados grupos ocupacionais, e para as quais, o nexo causal é de natureza eminentemente epidemiológica. A Hipertensão Arterial e as Neoplasias Malignas (Cânceres), em determinados grupos ocupacionais ou profissões constituem exemplo típico. Grupo III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida ou pré-existente, ou seja, concausa, tipificadas pelas doenças alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais, em determinados grupos ocupacionais ou profissões (Brasil, 2001). Classificação de Schilling Categoria I.Trabalho como causa necessária II.Trabalho como fator contributivo, mas não necessário III.Trabalho como provocador de um distúrbio latente ou agravador de doença já estabelecida Exemplos Intoxicação por chumbo Silicose Doença coronariana, Doença do aparelho locomotor, Câncer Varizes dos membros inferiores Bronquite crônica Asma Dermatite de contato Doenças mentais Fonte: Brasil (2001). Em 2011 foram notificados 163 agravos relacionados ao trabalho de notificação compulsória, junto ao Escritório Regional de Saúde de Juína. Foram: 126 acidentes de trabalho grave, 27 exposições a material biológico relacionado ao trabalho, 6 intoxicações exógenas ocupacionais, 1 DORT e 3 dermatoses ocupacionais (SINAN NET/SES/MT, atualizado em junho de 2011). 7.12.3.1. Doenças infecto parasitárias relacionadas ao trabalho As doenças infecciosas e parasitárias relacionadas ao trabalho dependem das circunstâncias em que o trabalho é executado e da exposição ocupacional que favorece contato, contágio ou transmissão. Os agentes etiológicos estão disseminados no meio ambiente, dependentes das condições ambientais e de saneamento e da prevalência dos agravos na população geral, vulneráveis às políticas gerais de vigilância e da qualidade dos serviços de saúde. As consequências da exposição a riscos biológicos para a saúde do trabalhador incluem quadros de infecção aguda, crônica, parasitoses e reações alérgicas e tóxicas a plantas e animais. As infecções podem ser causadas por vírus, bactérias, riquétsias, clamídias e fungos. As parasitoses estão associadas a protozoários, helmintos e artrópodes. Diversas plantas e animais produzem substâncias alergênicas, irritativas e tóxicas com as quais os trabalhadores entram em contato diretamente por poeiras, pêlos, pólen, esporos, fungos, ou picadas e mordeduras. De acordo com a portaria do Ministério da Saúde nº 1.339/1999 são consideradas doenças infecciosas relacionadas ao trabalho: tuberculose, carbúnculo, brucelose, leptospirose, tétano, psitacose, dengue, febre amarela, hepatites virais, HIV, dermatofitose e outras micoses 222 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 superficiais, candidíase, paracoccidioidomicose, malária e leishmaniose cutânea e cutâneamucosa (Brasil, 2001). 7.12.3.2. Acidentes por animais peçonhentos A redução dos acidentes por animais peçonhentos é conseguida através da promoção de ações de educação em saúde, com o objetivo de diminuir a gravidade, a freqüência de sequelas e a letalidade mediante o uso adequado da soroterapia. A notificação desse agravo é de obrigatoriedade nacional, independente do paciente ter recebido ou não soroterapia. Conforme disposto na Norma Regulamentadora Rural nº 4, aprovada através da portaria nº 3.067 de 12/04/1988, do Ministério do Trabalho, os empregadores são obrigados a fornecer gratuitamente aos empregados proteção para os pés, pernas, braços e mãos. A incidência de acidentes ocasionados por animais peçonhentos, no ano de 2005, no Estado de Mato Grosso foi de 1.339,09. Os municípios de Colniza (42,03) seguido de Cotriguaçu (36,24) apresentaram o maior coeficiente da microrregião de estudo. Não consta dos dados a identificação do agente causador do acidente (Mato Grosso, 2007). Conforme dados da Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, em 2006 foram notificados 25 acidentes ocasionados por animais peçonhentos e em 2007 foram registradas 28 notificações. Acidente por animal peçonhento 2005 Localidade Incidência 2005 Mato Grosso 1.339,09 Aripuanã 16,70 Brasnorte 13,27 Castanheira 14,17 Colniza 42,03 Cotriguaçu 36,24 Juína 7,38 Juruena 27,35 Rondolândia 19,20 Fonte: Mato Grosso (2007). Os acidentes ocasionados por animais peçonhentos no município de Aripuanã são muito frequentes, correspondendo a 6ª causa de doenças de notificação compulsória. Nos últimos 9 anos foram registrados 244 acidentes, uma média de 27 por ano, mais de 2 por mês. A tendência é de crescimento rápido e progressivo, principalmente nos últimos 2 anos. Em 2009 houve um aumento de 11% do número de casos e de 9% do coeficiente de incidência (nº de casos/10.000 habitantes) em relação a 2008 (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/DASIS – SINAN) Ano 2001 2002 2003 População Nº de casos coeficiente de incidência 14.936 18 12,1 15.598 19 12,2 16.300 21 12,9 223 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total 16.992 18.568 19.373 20.169 19.930 20.512 141.866 27 31 26 28 35 39 244 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 15,9 16,7 13,4 14,7 17,6 19,0 15,0 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/DASIS – SINAN O número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos no município de Aripuanã em 2008 foi muito alto, 19 casos por dez mil habitantes. Era o quarto mais alto da Regional de Juína, perdendo apenas para Cotriguaçu (45), Juruena (38) e Colniza (21). A incidência em Aripuanã é 3 vezes maior que do Estado de Mato Grosso, 6 vezes maior que da região Centro-oeste e 4 vezes maior que do Brasil (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/DASIS – SINAN). Coeficiente de incidência de acidentes por animais peçonhentos, 2009. Local nº de casos/10.000 hab. Brasil 4,5 Centro-oeste 3,2 Mato Grosso 6,7 Regional Juína 17,9 Aripuanã 19,0 Brasnorte 7,3 Castanheira 14,9 Colniza 21,2 Cotriguaçu 44,8 Juína 4,5 Juruena 37,5 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/DASIS – SINAN O escorpião é o animal que mais causa acidentes em Aripuanã, responsável por quase 60% dos casos. As serpentes causam 30% e as aranhas 10%. A maioria doas acidentes ofídicos é causada por serpentes do gênero Bothrops (jararaca), seguida do gênero Lachesis (surucucu) em menos grau. Não existem dados sobre os tipos de escorpiões que causam os acidentes. Não foram registrados acidentes ocasionados por peixes, abelhas, lonômias, outras lagartas ou outros animais peçonhentos no período entre 2001 e 2009. O escorpião é o animal peçonhento que mais causa acidente em Aripuanã, responsável por quase 60% dos casos. As serpentes causam 30% e as aranhas 10%. A maioria dos acidentes ofídicos é causada por serpentes do gênero Bothrops (jararaca), seguida de Lachesis (surucucu) em muito menor número. Não existem dados sobre os tipos de escorpiões e aranhas que causam os acidentes. Em 2009 não foram registrados acidentes por peixes, abelha, lonômia ou outras lagartas 224 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 7.12.3.2.1. Acidentes ofídicos No Brasil quatro tipos de acidentes são considerados de interesse em saúde: botrópico, crotálico, laquético e elapídico. Acidentes por serpentes não peçonhentas são relativamente freqüentes, porém não determinam acidentes graves e por isso são considerados de menor importância médica. O envenenamento causado pela inoculação de toxinas, através das presas de serpentes, pode determinar alterações locais e sistêmicas. O gênero Bothrops representa o grupo mais importante de serpentes peçonhentas, com mais de 60 espécies encontradas em todo o território brasileiro. Na região Centro-oeste a Bothrops moojeni é a principal espécie do cerrado, capaz de se adaptar aos ambientes modificados, com comportamento agressivo e porte avantajado e Bothrops alternatus que vive nos campos e outras áreas abertas. As serpentes do gênero Crotalus são identificadas pela presença do guizo na extremidade da cauda. Tem ampla distribuição geográfica, desde o cerrado do Brasil central, região árida e semi-árida do Nordeste e campos e áreas abertas do Sul, Sudeste e Norte. São representadas por uma única espécie Crotalus durissus. O gênero Lachesis é identificado por espécie única Lachesis muta, habitante da floresta Amazônica e remanescente da Mata Atlântica. O gênero Micrurus é o representante da família Elapidae no Brasil. Com 22 espécies tem ampla distribuição geográfica no país. Os hábitos fossoriais, os reduzidos tamanhos de abertura bucal e das presas inoculadoras de veneno e a baixa agressividade justificam o pequeno número de acidentes registrados por este gênero (Brasil, 2006). A gravidade do acidente depende da quantidade de veneno inoculado. Não existe imunidade adquirida. Na maioria dos casos o reconhecimento das manifestações clínicas e a história epidemiológica do acidente permitem o diagnóstico do tipo de envenenamento. O diagnóstico por meio de identificação do animal é pouco freqüente. O número de notificações de ofidismo vem aumentando. Em 2003 foram registrados 25.478 acidentes correspondendo à incidência de 15 casos por 100.000 habitantes, verificando-se variação por região. A maior incidência de acidentes provocados por animais peçonhentos foi a região Norte (54,8) seguida da região Centro-oeste (22,6) (Brasil, 2006a). Número de acidentes ofídicos em 2003 Região Número de casos Brasil 25.478 Norte 7.073 Nordeste 6.117 Sudeste 6.840 Sul 2.741 Centre-oeste 2.627 Incidência 15,0 54,8 12,8 9,5 10,9 22,6 Fonte: Brasil (2006a). Dos quatro gêneros de serpentes peçonhentas verifica-se o predomínio do acidente botrópico responsável por 87,5% dos acidentes ofídicos registrados no Brasil, seguido pelo crotálico com 9,2%, laquético com 2,7% e elapídico com 0,6%, com pequenas variações por região e 225 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 distribuição geográfica das serpentes. Em 2003, dos casos notificados 18,9% foram por serpentes não identificadas (Brasil, 2006a). A distribuição dos acidentes ao longo do ano não ocorre de maneira uniforme, havendo um incremento de casos na época das chuvas e calor, que coincidem com o período de maior atividade humana no campo, que na maioria dos estados corresponde ao período de janeiro a abril. O acidente ofídico acomete mais adultos jovens do sexo masculino, durante o trabalho rural. A maioria dos acidentes é classificada como leve e a letalidade é relativamente baixa (0,5%). O tempo decorrido entre o acidente e o atendimento e tipo de envenenamento pode elevar a letalidade em até oito vezes, como no envenenamento crotálico, quando o atendimento é realizado de 6 a 12 horas após o acidente (4,7%). A freqüência de seqüelas, relacionadas as complicações locais é mais elevada nos acidentes botrópicos, associada a fatores como torniquetes, picada em extremidades (dedos da mão e pés) e retardo na administração da soroterapia. Caso ocorra acidente ofídico, o trabalhador deve ser encaminhado ao serviço de saúde para receber soro e atendimento adequado. Quando indicado, o soro específico deve ser aplicado o mais breve possível, em quantidade suficiente e administrado por profissional habilitado. O município de Aripuanã dispõem de soro anti-ofídico no seu Hospital Municipal. Em 2007 ocorreram 28 notificações por acidente com animais peçonhentos. Em geral são causados por picada de bothrops, crotalus e escorpiões. 7.12.3.2.2. Acidente por escorpião O envenenamento causado pela inoculação de toxinas de escorpiões pode determinar alterações locais. No Brasil os escorpiões de importância médica são do gênero Tityus. Com ampla distribuição desde a Bahia até o Paraná e região central do país, o Tityus serrulatus é a espécie de maior interesse pela facilidade de reprodução, adaptação ao meio urbano e potencial de gravidade de envenenamento. São animais carnívoros e alimentam-se principalmente de insetos, como grilos e baratas. Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pilhas de pedras, troncos, entulhos, telhas, tijolos, etc. Muitas espécies vivem na área urbana, onde encontram abrigo dentro ou próximo das casas. Podem sobreviver vários meses sem alimento ou água (Pascolat, 2005). A distribuição do escorpionismo não ocorre de maneira uniforme ao longo do ano, havendo incremento de casos nas épocas de calor e chuvas, que coincidem com o período de maior atividade biológica do escorpião. A dor é uma constante em todos os casos e pode ser acompanhada de paresias. Após minutos (ou até 2 horas, em média) aparecem vômitos, mal-estar e às vezes, soluços, rinorréia, espirros e manifestações neurológicas e cardiológicas em decorrência da difusão sistêmica do veneno e 226 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 liberação de catecolaminas e acetilcolina nas fibras pós-ganglionares parassimpáticas e simpáticas. A maioria dos acidentes é classificada como leve e não requer soroterapia, podendo ser tratada na unidade de saúde mais próxima do local de ocorrência. A letalidade é baixa (0,2%), mas crianças abaixo de 14 anos podem evoluir para óbito (3,2%). Em 2003 foram registrados 48 óbitos no Brasil, a quase totalidade em menores de 14 anos (Brasil, 2006a). 7.12.3.2.3. Acidente aracnídico O envenenamento causado pela inoculação de toxina das aranhas pode determinar alterações locais e sistêmicas. Apesar do grande número de aranhas encontradas na natureza, poucas são consideradas de importância médica. As de interesse médico no Brasil são representadas pelo gênero Loxosceles (aranha marrom), Phoneutria (armadeira) e Latrodectus (viúva negra), que tem aspectos biológicos e distribuição geográfica distinta (Brasil, 2006). O gênero Loxosceles é encontrado em todo o país, mas sua importância é mais destacada na região Sul, aonde vem se proliferando de maneira significativa. Outras aranhas bastante comuns no peridomicílio são da família Lycosidae (aranha de grama) e caranguejeiras, que não representam problema de saúde. Podem ocasionar picada dolorosa, sem repercussão sistêmica. Todas as espécies são causadoras de acidentes, pois ao se sentirem ameaçadas procuram picar. Assumem uma atitude típica, apoiando-se nos dois pares de pernas traseiras, erguendo os dois dianteiros, abrindo os ferrões. Acompanham o movimento do agressor, são muito rápidas e provocam o acidente. O veneno tem ação neurotóxica. Em 2003 foram registrados 15.038 casos de acidente aracnídico no Brasil (incidência de 8,9 acidentes por 100.000 habitantes), sendo o loxoscelismo responsável por 49,6% das notificações, o foneutrismo por 11,9% e o latrodectismo por 0,4%. Boa parte dos registros não fornece informações sobre o tipo de envenenamento, com cerca de 33,6% sem identificação do tipo de acidente (Brasil, 2006a). O pico de ocorrência dos acidentes se concentra nos meses de abril e maio, na região Sudeste, que detém a maioria das notificações. Cerca de 90% dos casos são considerados acidentes leves, sem necessidade do uso de soroterapia. 7.12.3.2.4. Acidentes por lagartas Ocasionalmente crianças e adultos são surpreendidos por “queimaduras” nas mãos ou em outras partes do corpo, quando manuseiam galhos, troncos e folhagens. Tais “queimaduras” são devidas às taturanas, também conhecidas por lagarta-de-fogo, mandarová, sauí e outros. São insetos no estágio larval, pertencentes à ordem dos Lepidópteros e que no estágio adulto são conhecidas como mariposas. As lagartas não ultrapassam 6 a 7 cm de comprimento, cor marrom claro 227 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 esverdeada ou marrom amarelada, com manchas amarelo ocreadas, pequena mancha branca em região dorsal, corpo com faixas longitudinais. Sua principal característica é a presença de espinhos simétricos ao longo do dorso, ramificados no ápice. Durante o dia permanecem agrupadas no tronco das árvores e à noite deslocam-se para as folhas a fim de se alimentar. A glândula de veneno situa-se próxima da ponta do espinho que ao contato com a pele quebra-se liberando o líquido (Pascolat, 2005). O acidente ocasionado pela penetração de cerdas de lagartas na pele assim como a inoculação de toxinas podem determinar alterações locais e sistêmicas. São considerados de importância médica acidentes causados por insetos da ordem Lepidóptera, na sua forma larvária. Popularmente conhecidas como taturanas, apresentam grande variedade morfológica. As medidas a serem tomadas após caso de acidente são compressas frias e se necessário anestesia local para alívio da dor. Os representantes da família Megalopygidae apresentam cerdas pontiagudas, curtas e que contém as glândulas de veneno, entremeadas por outras longas coloridas e inofensivas. As da família Saturniidae tem “espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, com tonalidade esverdeada. Nesta família se inclui o gênero Lonomia, causador de acidentes hemorrágicos, mais freqüentes na região Sul, Pará, Amapá e Maranhão. Em 2003 foram notificados 291 acidentes por Lonomia e 820 por outras lagartas (Brasil, 2006a). 7.12.3.2.5. Outros insetos As abelhas, vespas formigas e os marimbondos são bastante conhecidos e úteis na polinização, na produção de mel e de outros produtos. São também considerados controladores biológicos, pois parasitam outros insetos. O maior problema ligado a esses insetos são as ferroadas, ou mordidas que acontecem quando molestados. Os acidentes ocorrem devido a presença de um agulhão com glândula de veneno que, introduzido na pele libera a substância tóxica. Na maioria das pessoas ocorre apenas dor, inchaço, vermelhidão e coceira no local da ferroada. Em menos de 1% dos casos pode haver reação alérgica grave, que em geral surgem minutos após o acidente (choque anafilático). Nos acidentes por múltiplas ferroadas desenvolve-se um quadro tóxico generalizado denominado síndrome de envenenamento. Após a picada do inseto devem ser feitas compressas frias no local. Pode ser necessária a aplicação de outros medicamentos nos casos mais graves. 7.12.3.3. Neoplasias relacionadas ao trabalho O termo tumores ou neoplasias designa um grupo de doenças caracterizadas pela perda do controle do processo de divisão celular, por meio do qual os tecidos normalmente crescem e/ou se renovam, levando à multiplicação celular desordenada. A oncogênese por ser ativada por agentes ambientais, atuando diretamente no gene, propiciando o desencadeamento de tumores. O câncer pode surgir como conseqüência da exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente onde se vive e trabalha. Segundo o Instituto Nacional do 228 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Câncer (INCA, 1995) estima-se que 60 a 90% dos casos de câncer sejam devidos à exposição de fatores ambientais. Em 30% dos casos, não foi possível identificar a causa (Brasil, 2001). A IARC (International Agency for Reasearch on Cancer) já comprovou ou considera suspeitos de carcinogênese cerca de dois mil fatores de risco, que podem ser classificados em dois grandes grupos: Grupo 1: incluí fatores genéticos, que explicam as diferentes suscetibilidades entre os indivíduos e a maior suscetibilidade em um mesmo grupo familiar; Grupo 2: fatores ambientais, que considera hábitos como o tabagismo, dietas ricas em gorduras saturadas, álcool, exposição solar excessiva, hábitos sexuais e de higiene pessoal e outros fatores sobre os quais os indivíduos não detêm controle, como exposição ocupacional (Brasil, 2001). Estima-se que existam cerca de 600.000 substâncias químicas conhecidas, das quais 50.000 a 70.000 têm uso industrial e que cerca de 3.000 novos produtos químicos sejam colocados no mercado por laboratórios e centros de pesquisa a cada ano, sem que seu conheça perfeitamente seus efeitos tóxicos sobre a saúde e seu potencial cancerígeno. 7.12.3.3.1. Neoplasias malignas da pele Os epiteliomas são neoplasias do epitélio que podem ser benignos ou malignos. O termo geralmente é usado para designar os carcinomas de células basais (basocelulares) e os de células escamosas (espinicelulares). A etiologia dos Cânceres de pele está fortemente associada com a exposição actínica, em especial aos raios ultravioleta. Cerca de 90% desses cânceres desenvolvem-se em regiões do corpo expostas ao sol. A incidência em populações brancas aumenta muito em regiões próximas à linha do Equador e com a altitude. As profissões que expõem os trabalhadores à intensa radiação solar, como agricultores, trabalhadores da construção civil e mineração a céu aberto, pescadores, por exemplo, têm taxas de incidência de câncer de pele mais elevadas do que a população em geral. Nos últimos anos houve um aumento de 55% no número de benefícios concedidos por incapacidade provocada por câncer de pele ocupacional. Em 2000 ocorreram 1.438 afastamentos e em 2004 esse número foi de 2.282 casos, segundo o Ministério da Previdência Social. O decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1999, classifica as queimaduras solares, e outras alterações da pele devidas a radiação ultravioleta como doenças relacionadas ao trabalho. 7.12.3.3.2. Leucemias Leucemias são neoplasias malignas das células primitivas hematopoiéticas que surgem na medula óssea e que se distribuem pelo sangue circulante e por outros órgãos. Inúmeros fatores etiológicos são apontados tais como radiações ionizantes. A contribuição da ocupação, trabalho ou profissão na etiologia das leucemias está estabelecida. Por exemplo, a exposição ao benzeno 229 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 está relacionada com a leucemia mieloblástica aguda (LMA) e com a leucemia mieloblástica crônica (LMC). Estudos demonstram que trabalhadores expostos ocupacionalmente ao benzeno, a uma concentração média de 10 ppm durante 40 anos, tiveram risco aumentado de morrer por leucemia em 154 vezes. Baixando o limite de exposição para 1 ppm, o risco seria de 1,7 vezes. A leucemia mielóde aguda poder ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco no conjunto de fatores associados com a etiologia multicausal dessas neoplasias. 7.12.3.4. Dermatoses ocupacionais As dermatoses ocupacionais compreendem as alterações da pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho. Cerca de 80% das dermatoses ocupacionais são produzidas por agentes químicos, substâncias orgânicas e inorgânicas, irritantes e sensibilizantes. As dermatites são as mais frequentes e estima-se que as dermatites alérgicas e as de contato sejam responsáveis por 90% dos casos de dermatoses ocupacionais. Apesar de na maior parte das vezes não produzirem quadros consideráveis graves, causam desconforto, prurido, ferimentos, traumas, alterações estéticas e funcionais que interferem na vida social e do trabalho (Brasil, 2001). As dermatites alérgicas e de contato relacionadas ao trabalho podem ser enquadradas nos Grupos I ou III da Classificação de Schilling. O trabalho pode ser a causa em trabalhadores não alérgicos ou atópicos (Grupo I) ou desencadeador ou agravante em trabalhadores alérgicos, hipersensíveis ou previamente sensibilizados pelos mesmos alergenos e/ou por outros semelhantes (grupo III). 7.12.3.5. Perda auditiva provocada pelo ruído (PAIR) A perda auditiva provocada pelo ruído relacionada ao trabalho é a diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora. A PAIR tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição. Inicialmente são acometidos os limiares auditivos em uma ou mais freqüências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz. As freqüências mais altas ou mais baixas poderão levar mais tempo para ser afetadas. Uma vez cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva. Apesar de pouco conhecidas, há evidências clínicas e epidemiológicas dos efeitos extra-auditivos da exposição ao ruído, que se manifestam através da hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, alterações do sono e psicoafetivas, entre outras. O ruído torna-se fator de risco se o nível da pressão sonora e o tempo de exposição ultrapassarem os limites indicados na Norma Regulamentadora (NR) 15 da Portaria/MTb nº 3.214/1978, nos anexos 1e 2. É tolerada a exposição de no máximo oito horas diárias a ruído contínuo ou intermitente, com média ponderada no tempo de 85 dB ou uma dose equivalente. Nos níveis elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 130 dB (Brasil, 2001). 230 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 É comum a coexistência de vários outros fatores que podem agredir o aparelho auditivo e influir na perda auditiva, por meio da interação com os níveis de pressão sonora ocupacional, são eles: agentes químicos (solventes, fumos metálicos, monóxido de carbono); agentes físicos (vibrações, radiação, calor) e agentes biológicos (vírus, bactérias). As PAIR são enquadradas no grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho significa fator de risco contributivo aditivo. Os trabalhadores ocupacionalmente expostos ao ruído e na ausência de fatores contributivos, devem ser enquadrados no Grupo I da Classificação de Schilling (Brasil, 2001). 7.12.3.6. Doenças osteomuscular relacionadas ao trabalho São distúrbios ou doenças do sistema músculo-esquelético, principalmente de pescoço e membros superiores, relacionados comprovadamente ou não ao trabalho. Apresentam as seguintes características: 1. indução por fadiga neuromuscular causada por trabalho realizado em posição fixa ou com movimentos repetitivos; falta de tempo de recuperação pós-contração e fadiga; 2. quadro clínico variado incluindo dor, formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce; 3. presença de entidades ortopédicas definidas como tendinite, tenossinovite, sinovite, peritendinite, em particular de ombros, cotovelos, punhos e mãos; dedo em gatilho, síndrome do túnel do carpo, síndrome do desfiladeiro torácico, entre outras; e 4. presença de quadros em que as repercussões são mais extensas ou generalizadas como síndrome miofascial, mialgia, síndrome da tensão do pescoço, etc. (Brasil, 2001). No Brasil a primeira referência oficial a esse grupo de afecções foi feita pela Previdência Social, com a terminologia tenossinovite do digitador, através da Portaria nº 4.062 de 06/08/1987. Em 1992 a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo publicou a resolução SS 197/92, já introduzindo oficialmente a terminologia Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Em 1993 o INSS publicou sua Norma Técnica para Avaliação de Incapacidade para LER. Em 1998 na revisão da norma substituíram LER por DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) (Brasil, 2005b). A prevalência de casos é cada vez maior. Fatores referentes à organização do trabalho tais como a inflexibilidade e alta intensidade do ritmo, execução de grande quantidade de movimentos repetitivos em grande velocidade, sobrecarga de determinados grupos musculares, ausência de pausas, exigência de produtividade, uso de mobiliário e equipamentos desconfortáveis são apontados como responsáveis pelo aumento de LER/DORT. No Brasil o Sistema Nacional de Informação (SINAM) do Sistema Único de Saúde (SUS) é deficitário no registro de acidentes de trabalho em geral e dos casos de LER/DORT, o que prejudica a obtenção de dados epidemiológicos, tenham os trabalhadores vínculos empregatícios pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), sejam autônomos, prestadores de serviço, funcionários públicos ou do mercado informal. Os dados existentes referem-se apenas aos trabalhadores do mercado formal e com contrato de trabalho regido pela CLT, o que totaliza menos de 50% da população economicamente ativa. Sabe-se também que os acidentes de trabalho são subnotificados e muito mais as doenças relacionadas ao trabalho. 231 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O aumento de casos registrados de doença ocupacional pela Previdência Social a partir de 1992 deu-se à custa de LER/DORT, a despeito da subnotificação existente. A freqüência de trabalhadores com LER/DORT e sua proporção em relação a trabalhadores com doenças ocupacionais em geral é grande nos serviços de referência para a Saúde do Trabalhador. No quadro que se segue está registrado a distribuição de acidentes de trabalho no Brasil em 1997, segundo algumas doenças mais incidentes. Os dados foram baseados nas CAT’s (Comunicado de Acidente de Trabalho) processadas pela Dataprev. É importante ressaltar que nem todos os acidentes de trabalho registrados em 1997 estão representados. No caso das doenças ocupacionais foram registrados cerca de 30% do total (Brasil, 2005b). Distribuição dos acidentes de trabalho, Brasil 1997 CID da doença Sinovite e tenossinovite Convalescença pós-cirurgia Ferimentos de dedos da mão, sem menção de complicação Fratura de falange, fechada Ferimento de dedos da mão complicado Lumbago Total 12.258 6.149 Típico 2.605 5.047 Trajeto 126 926 Doença 9.527 176 5.754 5.698 45 11 5.252 3.776 3.060 4.912 3.733 2.727 333 388 92 7 5 241 Fonte: Brasil (2005b). No Brasil o aumento da incidência de LER/DORT pode ser observado nas estatísticas do INSS de concessão de benefícios por doenças profissionais. Respondem por mais de 80% dos diagnósticos que resultaram em recebimento de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez pela Previdência Social em 1998 (Brasil, 2005b). As LER/DORT podem ser classificadas no Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado fator de risco. Algumas doenças do sistema osteomuscular relacionadas ao trabalho, de acordo com a Portaria nº. 1.399/1999: síndrome cérvicobraquial, dorsalgia, sinovite e tenossinovite, lesões de ombro (bursites), epicondilite medial e lateral (cotovelo de tenista), etc. 7.12.3.7. Doenças do sistema respiratório relacionadas a trabalho A poluição do ar nos ambientes de trabalho associa-se a uma extensa gama de doenças do trato respiratório, que acomete desde o nariz até o espaço pleural. A pneumonite por hipersensibilidade constitui um espectro de doenças pulmonares granulomatosas, intersticiais e alveolares, que resultam de repetidas inalações e da sensibilização a um amplo grupo de poeiras orgânicas e substâncias químicas antigênicas, de baixo peso molecular (Brasil, 2005b). As partículas menores que 5micra atingem os bronquíolos terminais, respiratórios e alvéolos. A presença antígenos fúngicos, bacterianos e protéicos de alto peso molecular desencadeia uma resposta imunológica. A resposta tecidual à agressão vai depender do tamanho da partícula, da sua concentração, do seu potencial antigênico e da reatividade imunológica individual. 232 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os trabalhadores expostos apresentam dispnéia, sibilos, febre, tosse, mal estar geral e fadiga. Estes episódios são caracterizados como quadro gripal. A exposição continuada leva a crises freqüentes de gravidade crescente. Os sintomas agudos podem não estar presentes, mas a reação tecidual é desencadeada. Na fase crônica da doença instala-se um quadro progressivo, com hipóxia, hipertensão pulmonar e “cor pulmonale”. O afastamento da exposição elimina o contato com o antígeno. Com uso de medicação ocorre uma melhora entre 2 a 3 semanas. Os casos mais graves requerem internação com oxigenoterapia e tratamento de suporte. Em trabalhadores expostos, essas entidades podem ser caracterizadas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling. 7.12.3.8. Intoxicação por metais pesados Os metais talvez sejam os agentes tóxicos mais conhecidos pelo homem. Há aproximadamente 2.000 anos a.C. grandes quantidades de chumbo eram obtidas de minérios, como subproduto da fusão da prata e isso provavelmente tenha sido o início da utilização desse metal pelo homem. Os metais pesados diferem de outros agentes tóxicos porque não são sintetizados nem destruídos pelo homem. A atividade industrial diminui significativamente a permanência desses metais nos minérios, bem como a produção de novos compostos, além de alterar a distribuição desses elementos no planeta. A presença de metais muitas vezes está associada a localização geográfica, seja na água ou no solo e pode ser controlada, limitando o uso de produtos agrícolas e proibindo a produção de alimentos em solos contaminados com metais pesados. Todas as formas de vida são afetadas pela presença de metais dependendo da dose e da forma química. Muitos metais são essenciais para o crescimento de todos os tipos de organismos, desde as bactérias até mesmo o ser humano, mas eles são requeridos em baixas concentrações e podem danificar sistemas biológicos. Os metais são classificados em: 1.elementos essenciais: sódio, potássio, cálcio, ferro, zinco, cobre, níquel e magnésio; 2.micro-contaminantes ambientais: arsênico, chumbo, cádmio, mercúrio, alumínio, titânio, estanho e tungstênio; 3.elementos essenciais e simultaneamente micro-contaminantes: cromo, zinco, ferro, cobalto, manganês e níquel. Os efeitos tóxicos dos metais sempre foram considerados como eventos de curto prazo, agudos e evidentes, como anúria e diarréia sanguinolenta, decorrentes da ingestão de mercúrio. Atualmente, ocorrências a médio e longo prazo são observadas e as relações causa-efeito são pouco evidentes e quase sempre subclínicas. Geralmente esses efeitos são difíceis de serem distinguidos e perdem em especificidade, pois podem ser provocados por outras substâncias tóxicas ou por interações entre esses agentes químicos. A manifestação dos efeitos tóxicos está associada a dose e pode distribuir-se por todo o organismo, afetando vários órgãos, alterando os processos bioquímicos, organelas e membranas celulares (Salgado, 1996). Atualmente, um dos problemas mais sérios que afetam o meio ambiente é a poluição química de natureza orgânica ou inorgânica, decorrente dos despejos residenciais e industriais. Define-se como poluição qualquer alteração física, química ou biológica que produza modificação no ciclo 233 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 biológico normal, interferindo na composição da fauna e da flora do meio. A poluição aquática, uma das mais sérias, provoca mudanças nas características físicas, químicas e biológicas das águas, as quais interferem na sua qualidade, impossibilitando o seu uso para o consumo humano. Alguns metais pesados são substâncias altamente tóxicas e não são compatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos de efluentes existentes. Dessa forma, efluentes contendo esses metais não devem ser descartados na rede pública, para tratamento em conjunto com o esgoto doméstico. As principais fontes de poluição por metais pesados são provenientes dos efluentes industriais, de mineração e das lavouras. A atividade de uma substância tóxica depende sempre de sua concentração no organismo, independente do mecanismo de intoxicação. Embora alguns metais sejam biogenéticos, isto é, sua presença é essencial para permitir o funcionamento normal de algumas rotas metabólicas, a maioria dos metais pesados, se ingeridos em concentrações demasiadas, são venenos acumulativos para o organismo. A intoxicação por metais pesados provoca um conjunto específico de sintomas e um quadro clínico próprio. Os dois principais mecanismos de ação dos metais pesados, nos seres vivos, são a formação de complexos com os grupos funcionais das enzimas, que prejudica o perfeito funcionamento do organismo, e a combinação com as membranas celulares, que perturba ou em alguns casos mais drásticos, impede completamente o transporte de substâncias essenciais, tais como os íons Na+ e K+, e de substâncias orgânicas. Devido a alta permeabilidade da placenta, o feto também sofre todos os males da intoxicação por metais pesados. Os metais pesados presentes nos efluentes industriais reduzem a capacidade autodepurativa das águas, devido a ação tóxica que eles exercem sobre os microorganismos. Esses microorganismos são os responsáveis pela recuperação das águas, através da decomposição dos materiais orgânicos que nelas são lançados. Com isso, ocorre um aumento na demanda bioquímica de oxigênio (DBO), caracterizando um processo de eutrofização. Esse florescimento demasiado acarreta vários problemas ambientais, tais como deterioração do corpo receptor; odor pronunciado decorrente da composição anaeróbia; alteração de cor e de turbidez da água; redução do teor de oxigênio dissolvido; modificação da biota, bem como das condições de proliferação da mesma e da sobrevivência da fauna aquática superior; assoreamento de canais e de vias navegáveis podendo, até mesmo, levar a uma maior perda de água por evapotranspiração. O meio mais usual de contaminação por metais pesados é através da descarga de efluentes não tratados em rios ou lagos. Assim, fez-se necessário o estabelecimento de normas para o lançamento de efluentes. Os valores máximos permitidos de metais pesados que possam estar em um determinado efluente foram estabelecidos, em 1986, pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) (Aguiar & Novaes, 2001). A poluição por metais pesados (cobre, zinco, cádmio e chumbo) ocorre devido a processos industriais, mas, pode ser gerada pelo contato da água com solos e rochas compostas por esses 234 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 minerais. Eles podem se concentrar na cadeia alimentar (biomagnificação), formando compostos que dificilmente serão degradados por processos químicos ou biológicos, no meio ambiente. O chumbo constitui um metal abundante na crosta terrestre estando amplamente distribuído e sendo encontrado livre e em associação com outros elementos. O chumbo não apresenta nenhuma função biológica conhecida sobre o organismo de seres humanos e animais. Os processos fisiológicos de absorção, distribuição, armazenamento e eliminação do metal são influenciados por fatores endógenos (constituição genética, fatores antropométricos, estado de saúde) e fatores exógenos, tais como carga de trabalho, exposição simultânea a outras substâncias, drogas, álcool e fumo (Moreira, 2004). Nos países desenvolvidos a ocorrência de casos de intoxicação por chumbo (saturnismo) vem se tronando cada vez menos freqüente. Esforços tem sido feitos para a identificação de efeitos na saúde decorrentes da exposição a baixas concentrações nos ambientes de trabalho e no meio ambiente, muitas vezes considerados seguros pela legislação de segurança e medicina do trabalho. Uma vez que o chumbo entra em contato com o organismo, não sofre metabolização, sendo complexado por macromoléculas, diretamente absorvido, distribuído e excretado. As vias de contaminação podem ser a inalação de fumos e poeiras (importante do ponto de vista ocupacional) e a ingestão. Apenas as formas orgânicas do metal podem ser absorvidas via cutânea. O chumbo é bem absorvido por inalação e até 16% do chumbo ingerido por adultos pode ser absorvido. Em crianças o percentual absorvido por via digestiva é de 50%. Uma vez absorvido, é distribuído para o sangue onde tem meia vida de 37 dias. Nos tecidos moles tem meia vida de 40 dias e nos ossos tem meia vida de 27 anos, constituindo este o maior reservatório corporal do metal, armazenando de 90 a 95% do chumbo presente no corpo (Moreira, 2004). O chumbo compromete vários sistemas fisiológicos. Os mais sensíveis são o sistema nervoso central, o hematopoiético, o renal, o gastrointestinal, o cardiovascular, o musculoesquelético e o reprodutor. De uma forma geral os sintomas e a severidade dos mesmos aumentam com o crescimento da concentração sangüínea de chumbo. Os sintomas iniciais são freqüentemente sutis e inespecíficos envolvendo o sistema nervoso (fadiga, irritabilidade, distúrbios do sono, redução da libido), gastrointestinais (cólicas inespecíficas de fraca intensidade, diarréia) e dor nos membros inferiores. Quadros crônicos de maior gravidade manifestam-se por meio de nefropatias com gota e insuficiência renal crônica, encefalopatia crônica com alterações cognitivas e de humor e neuropatia periférica. Tem sido apontadas alterações de sistemas fisiológicos na vigência de níveis de chumbo anteriormente considerados seguros (Brasil, 2006e). A medida mais importante no tratamento da intoxicação por chumbo é a interrupção da exposição ao metal. O cobre é um elemento que ocorre em baixas concentrações na água subterrânea, devido sua pequena solubilidade. A ingestão de altas doses pode acarretar no homem irritação e corrosão da mucosa estomacal, problemas hepáticos, renais, irritação do sistema nervoso e depressão. As atividades humanas responsáveis pela introdução de cobre na água são: corrosão de tubos de 235 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 cobre e de latão por águas ácidas, algicidas, fungicidas usados na preservação da madeira e indústria de mineração, fundição, galvanoplastia e refino (Brasil, 2006e). Todos os concentrados de zinco apresentam de 0,1 a 0,3 % de cádmio, sendo que o cádmio pode causar aumento da pressão sanguínea, danos ao fígado e esterilidade, entre outros males. A contaminação por zinco provoca, no ser humano, sensações como paladar adocicado e secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios, febre, náusea, vômito. Ele é comprovadamente um agente cancerígeno, (teratogênico) e pode causar danos ao sistema reprodutivo (Brasil, 2006e). Mesmo que muitas situações de risco pelas quais os trabalhadores passam sejam o resultado de decisões individuais, outras tantas resultam do modelo de desenvolvimento vigente, das políticas públicas e das leis que regem a sociedade. É fundamental compreender qual é a visão dos diferentes grupos de trabalhadores perante os riscos de sua atividade e como esta pode ser indicativa de alguma estratégia de controle que seja simples, abrangente e eficiente. Os danos a saúde causados pelo trabalho ainda são compreendidos como simples expressões sobre os corpos dos trabalhadores, de determinados riscos presentes nos ambientes de trabalho. Há um reducionismo naturalista e biologista da idéia de risco e dano, na medida em que não se considera seu caráter histórico e social. 8. Ação Social Durante as pesquisas de campo ( 2008 e 2011) visitamos a Secretaria de Ação Social de Aripuanã que nos forneceu dados sobre os programas executados na cidade. Durante o ano de 2011, o município de Aripuanã desvinculou o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do CREAS (Centro de Referência Especializada de Assistência Social). O CRAS é uma unidade pública de assistência social, de base municipal, localizada em áreas com maior índice de vulnerabilidade e risco social. É destinado a prestação de serviços e programas sócio-assistenciais da Proteção Social Básica, atuando com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando a orientação e o fortalecimento do convívio sócio-familiar. Atende atualmente 3.000 famílias. O CRES atua quando as pessoas já tiveram seus direitos violados, por exemplo, o abuso, a violência, a gravidez na adolescência, etc. 236 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Sede do CRAS - 2011 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sede do CRES – 2011 A equipe de profissionais especializados que atendem o CRAS e CRES é a mesma: 1 psicóloga (única no município), 2 assistente social e 1 pedagoga. A secretaria possui um veículo Kombi e um motorista para dirigi-lo. O CRAS presta serviços para o Fórum, ajudando em casos de guarda e adoção de menores e de reintegração familiar. Ajuda também a Secretaria de Saúde no atendimento de portadores de transtornos mentais. Pela alta demanda do serviço, muitos casos não conseguem ser concluídos. A atenção com tratamento e conduta dos dependentes químicos era função do CRAS. A partir de 2011 a Secretaria de Saúde vêem assumindo estes casos. Os usuários que aceitam tratamento são encaminhados para Cuiabá, para internação, em clinicas predominantemente evangélicas. Recebem passagem e uma ajuda de custo de R$ 200,00 por mês. O município de Aripuanã não tem CAPS, nem profissionais capacitados para que uma unidade seja instalada (CRAS, 2011). Segundo informação recebida durante o trabalho de campo em 2011, em 2012 o CRES deve ter um prédio e equipe própria, contando com os seguintes profissionais: psicóloga, assistente social, sociólogo, advogado, pedagogo, recepcionista, serviços gerais e motorista. Para o ano de 2012 o CRAS deve possuir uma unidade itinerante. (CRAS 2011). É intenção também a criação de um CRAS volante para atender as localidades de Conselvan, Cidade Morena, AR2, Comunidade Milagrosa e Projeto Lontra, todos na zona rural. Para instalação desta unidade vão receber um recurso de R$ 4.500,00, que deve ser usados para pagamento de profissionais e aquisição de material de consumo (CRAS, 2011). 8.1. Programas Federais Eram os seguintes programas federais executados em 2008: 1. PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) - tinha 70 alunos inscritos; 2. API (Atenção a Pessoa Idosa) - tinha 150 participantes e recebia recursos federais para 62, sendo que a prefeitura completava a diferença; 3. PROJOVEM - com 50 inscritos, capacitava jovens para entrar no mercado de trabalho. Fazia parte deste programa pessoas já inscritas no programa Bolsa Família. 4. ASEF (Ações Socioeducativas Familiar) – atuava em 190 núcleos familiares. Realizava ações e atividades voltadas para a promoção, capacitação humana e geração de renda, criando oportunidade de emprego, visando a prevenção e eliminação de riscos destas famílias. Oferecia cursos de 237 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 bordado, pintura, etc. 5. Programa Bolsa Família – tinha cadastrados 1.099 pessoas na zona rural e 1.789 na área urbana. Recebia 884 bolsas CRAS,inédito 2008). Em 2008 o Programa Bolsa Família (PBF), um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 60,01 a R$ 120,00) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 60,00), de acordo com a Lei 10.836, de 09 de janeiro de 2004 e o Decreto nº 5.749, de 11 de abril de 2006. Instalações do PETI - 2011 Atividade com idosos - 2011 O Programa pautava-se na articulação de três dimensões essenciais a superação da fome e da pobreza: 1. promoção do alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de renda a família; 2. reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e Educação, por meio do cumprimento das condicionalidades, o que contribui para que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações; 3. coordenação de programas complementares, que têm por objetivo o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários do Bolsa Família consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza. São exemplos de programas complementares: programas de geração de trabalho e renda, de alfabetização de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos. Em 2008 podiam fazer parte do Programa Bolsa Família as famílias com renda mensal de até R$ 120,00 (cento e vinte reais) por pessoa, devidamente cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). A renda da família era calculada a partir da soma do dinheiro que todas as pessoas da casa ganham por mês (como salários e aposentadorias). Esse valor devia ser dividido pelo número de pessoas que vivem na casa, obtendo assim a renda per capita da família. Cada município tem uma estimativa de famílias pobres, considerada como a meta de atendimento do Programa naquele território. Essa estimativa é calculada com base numa metodologia desenvolvida com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e tem como referência os dados do Censo de 2000 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, ambos do IBGE. O cadastramento não implica a entrada imediata dessas famílias no Programa e o recebimento do benefício 238 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os valores pagos pelo Programa Bolsa Família, em 2008, variavam de R$18,00 (dezoito reais) a R$172,00 (cento e setenta e dois reais), de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes até 17 anos. O Programa Bolsa Família tem três tipos de benefícios: 1. o Benefício Básico, de R$ 58,00 (cinquenta e oito reais), era pago as famílias consideradas extremamente pobres, aquelas com renda mensal de até R$ 60,00 (sessenta reais) por pessoa (pago as famílias mesmo que elas não tenham crianças, adolescentes ou jovens); 2. o Benefício Variável, de R$ 18,00 (dezoito reais), a pago as famílias pobres, aquelas com renda mensal de até R$ 120,00 (cento e vinte reais) por pessoa desde que tivessem crianças e adolescentes de até 15 anos. Cada família podia receber até três benefícios variáveis, ou seja, até R$ 54,00 (cinqüenta e quatro reais); e o Benefício Variável Vinculado ao Adolescente, de R$ 30,00 (trinta reais), era pago a todas as famílias do PBF que tivessem adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a escola. Cada família podia receber até dois benefícios variáveis vinculados ao adolescente, ou seja, até R$ 60,00 (sessenta reais). De acordo com informações obtidas na Secretaria de Ação Social de Aripuanã em 2008, o teto máximo de benefício recebido por cada família era de R$ 172,00. O tempo de permanência no programa eram quatro anos. A partir de então se supunha que a família conseguisse se manter sozinha. Para receber o benefício existiam condições a ser cumpridas: com a saúde das gestantes e nutrizes – vacinação, frequência no pré-natal, acompanhamento da criança no primeiro ano de vida, pesagem e altura das crianças até 7 anos de idade; e com a educação – frequência escolar 85%. Caso o compromisso não fosse cumprido a família recebia uma advertência, depois ocorria um bloqueio do benefício por 60 dias e finalmente uma suspensão por 90 dias. Conforme informação da secretaria os dados de saúde encontravam-se abaixo das metas exigidas, em 2008. As medidas antropométrica das crianças de 5 a 7 anos eram descumpridos, por que as crianças maiores sentiam vergonha de ser pesadas no equipamento utilizado pelos agentes de saúde. As famílias evitavam encontrar com os agentes de saúde temendo perder o benefício. Quanto a educação, a frequência escolar encontrava-se em 85%. O município registrava ainda um índice de 14% de famílias não localizadas: mudavam e não informavam o novo endereço. Era necessário realizar uma busca ativa, mas a equipe de fiscalização era pequena. Para realizar a transferência, o sistema de pagamento era bloqueado e a família não recebendo o benefício procurava a secretaria para regularizar a sua situação. Em 2008 a chefe da Casa de Saúde Indígena (CASAI) queria incluir os índios da etnia Cinta Larga no cadastro, mas as aldeias ficavam na zona rural a longas distâncias. O cadastro da etnia Arara foi mais fácil, por que a maioria era urbana. Em Aripuanã, em 2008, a fiscalização da Bolsa Família era feita pelo Conselho da Criança e do Adolescente. Foram realizadas reuniões com a Pastoral da Saúde, cursos de capacitação nos bairros para as mães que fazem parte do programa, criando condições para que eles pudessem gerar renda para a família. A cada mês era realizado um curso diferente. Em parceria com o SENAI promoveu, para toda a população do município, cursos cobrando uma taxa mínima de inscrição. Realizou curso de garçom, encanador, cabeleireiro. O programa estava implantado em Aripuanã desde setembro de 2001. Ainda não foi realizado um trabalho para avaliar o desempenho do programa, verificando a situação das famílias após o 239 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 recebimento do benefício e como ficaram depois que deixaram de receber. Acreditam que a vida melhorou. O programa Bolsa Família de Aripuanã recebia, em 2008, recursos para campanhas de divulgação, informando a população quem se enquadra no perfil e também para melhoria do atendimento da população, equipando a sala de atendimento com mesas, cadeiras, computador, etc. Esta verba era denominada IGD (Índice de Gestão Descentralizado). Na ocasião recebia o valor de R$ 1.600,00 podendo chegar a R$ 3.000,00, desde que as metas de saúde fossem cumpridas. Recebia também R$ 2,50 para cada cadastro válido (em 2008 eram 884). Este dinheiro podia ser utilizado para aquisição de veículo, para a contratação de pessoal, para realização de visitas na zona rural mais distante. Em 2011 o município de Aripuanã tinha 1.667 famílias recebendo o benefício de Bolsa Família. Neste ano foram acrescentadas aproximadamente 200 famílias. Se as obrigações para recebimento estiverem sendo cumpridas, não existe prazo para sua suspensão. O cadastro é atualizado a cada 2 anos, sendo válido também para os benefícios de passe livre, valores especiais de energia elétrica, aposentadoria pelo INSS (a partir dos 60 anos), para o PETI, para indígenas e benefício do LOAS (idosos e pessoas portadoras de necessidade especial). O dinheiro da Bolsa Família é sacado nas casas lotéricas e pode ficar acumulado por três meses. Não existe dificuldade para se abrir uma conta bancária nas loterias. O recebimento mínimo é de R$ 32,00 (1 filho), podendo a família receber por no máximo 5 filhos entre 0 a 15 anos. Quando os filhos tem entre 16 a 17 anos o valor recebido é de R$ 38,00 e a família pode receber no máximo por 2 filhos. A Bolsa Família é um benefício dado a famílias de baixa renda com renda per capita inferior a R$ 70,00/mês (CRAS, 2011). O Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, é a autarquia competente no Brasil para o recebimento de contribuições para a manutenção do Regime Geral da Previdência social, sendo responsável pelo pagamento da aposentadoria, pensão por morte, auxílio doença, auxílio acidente, entre outros benefícios previstos em lei. O INSS trabalha junto com a DATAPREV, empresa de tecnologia que faz o processamento de todos os dados da previdência. Além do Regime Geral, os Estados e Municípios podem instituir os seus regimes próprios, financiados por contribuições específicificas. Parte das contribuições são efetivadas por desconto na folha de pagamento, antes do funcionário da empresa receber o valor total de seu salário. Mas existe um limite máximo para o desconto do INSS. Quando o empregado tiver como salário um valor superior ao limite máximo de contribuição, só é admissível descontar do salário um valor estabelecido, chamado de teto. Todos os meses, o funcionário terá descontado na sua folha de pagamento o valor referente ao INSS. As porcentages de desconto irão variar dependendo do salário de cada um. A Previdência Social, por intermédio do INSS, oferece 11 modalidades de benefícios previdenciários, 1 benefício assistencial e 2 serviços previdenciários. São eles:1. Benefícios Previdenciários: Aposentadoria por idade; Aposentadoria por invalidez; Aposentadoria por tempo de contribuição; Aposentadoria especial; Auxílio-doença; Auxílio-acidente; Auxílioreclusão; Pensão por morte; Salário-maternidade; Salário-família;2. Benefício Assistencial: Benefício Assistencial ao Idoso e ao Deficiente; 3. Serviços Previdenciários: Reabilitação Profissional e Serviço Social (Brasil, 2001). 240 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As contas da Previdência Social fecharam o primeiro semestre do ano de 2007 com um déficit de R$ 20,95 bilhões, um rombo 5,9% maior que o do mesmo período do ano 2006. O que mais pressionou os gastos previdenciários não foi a quantidade de benefícios concedidos, mas o reajuste acima da inflação dado ao salário mínimo neste ano. O governo, no entanto, destacou que a taxa de crescimento das receitas (10%) superou a taxa de crescimento das despesas (9%) e, portanto, não alterou a previsão de que o déficit previdenciário deve ficar em R$ 44,8 bilhões no ano 2007. No primeiro semestre de 2007, as despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegaram a R$ 84,26 bilhões e as receitas ficaram em R$ 63,31 bilhões (Ministério da Previdência Social, inédito). Nos municípios da microrregião de Aripuanã, em 2005 a arrecadação do INSS foi maior do que o valor por ela distribuído, exceto para Rondolândia onde não houve arrecadação, apenas distribuição (Mato Grosso, 2007). Valor arrecadado e distribuído pelo INSS, 2005. Município Arrecadação (R$) Aripuanã 4.384.000,00 Brasnorte 2.519.000,00 Castanheira 3.053.000,00 Colniza 3.580.000,00 Cotriguaçu 2.107.000,00 Juína 17.252.000,00 Juruena 2.754.000,00 Rondolândia - Distribuído (R$) 3.034.855,99 2.060.600,77 2.056.946,30 2.180.706,90 1.414.182,88 12.627.362,32 2.004.647,98 1.385,25 Fonte: Mato Grosso (2007). Os maiores valores pagos (R$) por benefícios em 2005 pelo INSS, nos municípios da microrregião de Aripuanã eram as aposentadorias e pensões. O maior valor pago pelo INSS foi no município de Juína (Mato Grosso, 2007). Valor pago por tipo de benefício concedido pelo INSS, 2005. Município Aposentadoria Aripuanã 1.460.533,69 Brasnorte 844.865,40 Castanheira 955.010,62 Colçniza 1.144.130,62 Cotriguaçu 688.320,60 Juína 6.043.817,03 Juruena 918.114,86 Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). Amparos assistenciais 526.112,87 412.275,87 365.285,09 411.925,53 184.638,41 2.03.883,70 311.449,48 1.385,25 Auxílios Pensões Outros Total 252.059,07 264.813,59 178.609,61 184.042,75 214.676,73 1.209.391,40 245.316,82 - 795.805,71 537.565,17 556.431,31 438.220,23 325.693,15 3.320.722,58 528.810,04 - 324,65 1.080,74 1.609,67 2.387,77 853,99 22.547,61 956,78 - 3.034.855,99 2.060.600,77 2.056.946,30 2.180.706,90 1.414.182,88 12.627.362,32 2.004.647,98 1.385,25 De acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Ação Social de Aripuanã, conforme polícica de Seguridade Social, através do LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) e do BPC (Benefício de Prestação Continuada), era concedido o benefício de 1 (um) salário mínimo mensal a pessoa portadora de necessidades especiais e ao idoso (com mais de 65 anos) que 241 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 comprovasse não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Em 2008, a Secretaria de Ação Social de Aripuanã organizava os processos que eram encaminhados e avaliados no INSS de Juína. Quando o beneficiário não tinha condição de viajar sozinho, a secretaria cedia um acompanhante. A cada dois anos o beneficiário era avaliado através de uma perícia residencial, independente da localidade de sua moradia. Até 28 de janeiro de 2008 existiam 142 idosos e 85 portadores de necessidades especiais recebendo beneficio em Aripuanã. Na região da área de estudo, em 2008, o INSS concedia benefício a 1.927 pessoas. O maior número de usuários recebia auxílio (42,13%), que é um benefício de pagamento continuado de duração indefinida, reeditável, substituidor dos salários, que obsta a volta do trabalhador. A seguir vinha a aposentadoria (19,14%), que é um benefício de pagamento continuado de duração indefinida, não reeditável, substituidor de salário e que não obsta a volta ao trabalho. A pensão (8,92%) é um benefício devido ao conjunto de dependentes do segurado que falece, aposentado ou não (Mato Grosso, 2010a). Tipo e número de benefícios concedido pelo INSS, 2008. Município Aposentadoria Região Aripuanã Brasnorte Castanheira Colçniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 369 64 40 28 53 42 115 12 15 Amparos assistenciais 240 41 22 20 40 25 69 23 0 Auxílios Pensões Outros Total 812 69 87 38 93 64 383 49 29 172 15 13 11 28 18 69 14 4 334 18 23 19 56 83 100 8 27 1.927 207 185 116 270 232 736 106 75 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2011 o CRAS em parceria com o Governo Federal implantou o projeto “MT Ação Digital” que ofereceu curso de informática básica destinado as pessoas beneficiarias do Programa Bolsa Família (PBF) e aos usuários do CRAS. O curso teve duração de 60 horas, voltado as ações básicas do Módulo Linux e Internet. Além de oferecer o curso o laboratório também está aberto a toda a população para pesquisas de teor educativo (CRAS, 2011). Em 2011 no município de Aripuanã, 233 idosos com mais de 65 anos recebiam Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário mínimo por mês. Era destinado a pessoas carentes, que não recebiam outro recurso bem como nenhum membro de sua família também. Neste mesmo ano o CRAS atendeu 204 pessoas portadoras de deficiência, sendo que deste total 87 recebiam benefício de Prestação Continuada. O município contava também com 2 detentos, cujas famílias recebiam auxílio reclusão, pois os mesmos tinham situação regular junto ao INSS (carteira assinada ou 12 meses de recolhimento). Algumas gestantes também recebiam auxílio maternidade, desde que tivessem contribuído com o INSS por 10 meses, em data de até 18 meses antes de dar a luz. 242 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O município fornecia carteiras para transporte de idosos com baixa renda (com mais de 60 anos). Os aposentados viajavam mediante a apresentação do último extrato de pagamento da aposentadoria. Mas as empresas de ônibus não estavam fornecendo passagem para aqueles que recebiam mais de dois salários mínimos. Uma das dificuldades enfrentada pelos profissionais do CRAS era a ausência de uma agência do INSS na cidade. Tinham apenas um posto de serviço. Em algumas situações era preciso se deslocar até Juína para ter acesso aos processos. Este trajeto se torna muito penoso para os idosos e portadores de deficiência devido as condições precárias da estrada. 8.2. Programas Estaduais Em 2008 o município de Aripuanã tinha os seguintes programas juntamente com o Estado: 1. SETECS (Secretaria Estadual de Trabalho e Cidadania), antiga Prosol. Recebia recurso único pactuado uma vez ao ano. O montante era destinado 30% para a APAE e 70% para idosos. Podia ser utilizado para gastos com alimentação, material pedagógico, material de limpeza. 2. Distribuição de cobertores para famílias carentes (em 2007 foram 500 unidades na zona urbana e 250 para comunidades indígenas). 3. Natal das crianças, com distribuição de 250 cestas básicas. 4. Parceria com FAMATO realizava cursos de capacitação, fornecendo certificado e parte do material didático: costura em geral, confecção de roupas para bebês, peças íntimas, bordados com fita e linhas, etc. A Secretaria ficava com 20% do material produzido durante o curso e o participante com 80%. 5. Parceria com a FUNASA- forneceu 42 kits sanitários, construindo banheiro com chuveiro e sanitário anexos as casas de famílias carentes. 6. PESMS (Programa de Educação, Saúde e Mobilização Social) para conscientização das famílias carentes. Recebeu contra partida da prefeitura. A Secretaria de Ação Social, o SINE, o SENAI e o SENAR firmaram uma parceria em 2010 que beneficiou mais de 280 alunos que participaram de diversos cursos profissionalizantes, durante o ano de 2011, cuja finalidade era criar oportunidade de emprego e geração de renda. Foram cursos de eletricista instalador predial, recepcionista, telefonista com informática. Produção de derivados de leite (queijos), transformação caseira de produtos orgânicos animal em embutidos e defumados (suíno), pintura em tecidos, panificação caseira, corte e costura, confecção de peças íntimas, e produção de conservas vegetais, compotas, frutas cristalizadas e licores. Os cursos foram realizados no perímetro urbano de Aripuanã e nas localidades de Milagrosa e AR2 (CRAS, 2011). Durante o ano de 2011, com ajuda de convênio com o Estado e com a prefeitura o CRES promoveu semanalmente grupos de convivência para mulheres, crianças e adolescentes. Foram momentos onde cada grupo trabalhava as limitações específicas, objetivando uma tentativa de reconstrução do mundo interior. Os grupos eram atendidos nas dependências do CRES, tinham transporte de ida e volta e recebiam lanche. Eram atividades semanais de duas horas de duração, sob a supervisão da equipe do CRES: 1 psicóloga, 1 assistente social e 1 pedagoga. A sociedade local contribuiu de maneira indireta, por exemplo, quando adquiriu um objeto de artesanato produzido pelo grupo. 243 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Curso pintura em tecido - 2011 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Curso derivados de leite - 2011 O grupo FENIX, trabalhava com mulheres a partir de 16 anos de idade, com problemas emocionais. O grupo variava de 5 a 15 mulheres dependendo da época do ano. Em datas comemorativas (dia das mães, páscoa, dia da mulher) confeccionavam produtos que depois levavam para casa (CRES, 2011). No grupo ADOLESCER os adolescentes foram estimulados de forma gradual a aprender a conviver em grupo e a conquistar seu lugar no mundo na família e na escola. O que levava os pais e mães a perceber seu papel de educar, proteger e amar seus filhos, resgatando vínculos afetivos, aprendendo a conviver e buscar a reconstrução do seu lar. Composto de jovens de 11 a 18 anos, que debatiam temas que surgiram da troca de experiências. Eram ministradas palestras sobre sexualidade, drogas, comportamento, agressividade, regras e adolescência. Após a exibição de filmes foram realizados debates sobre o conteúdo. Os jovens participavam também de atividade de campo com teor sócio educativo como a Semana da Bondade, visitas a APAE e ao Lar dos Idosos, visita a bairros pobres levando alimentos e roupas, incentivando os adolescentes a cultivar a solidariedade. Participaram também atividades de lazer como gincanas, picnic e diversão na piscina (CRES, 2011). Atividade recreativa - Adolescer Campanha da bondade - Adolescer O grupo BRINCADEIRA DE CRIANÇA era composto de crianças de 5 a 11 anos. O tamanho do grupo variava muito porque os pais mudavam de município ou trocavam os horários das 244 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 crianças frequentarem a escola. A equipe do CRES desenvolvia atividades artísticas, de educação física, pedagógicas e lúdicas com uso de técnicas de teatro, fantoches e brinquedos pedagógicos. Eram realizadas sessões de música, danças, leitura e filmes. Os temas debatidos estavam de acordo com a faixa etária, enfatizando troca de experiência do grupo (CRES, 2011). As crianças e adolescentes que frequentavam o CRES eram provenientes de demanda espontânea ou através de encaminhamento do Conselho Tutelar, PETTI, Ministério Publico, do Fórum e das escolas. A demanda sempre foi grande. As equipe do CRES referiu que ultimamente cresceu muito o número de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual e abuso, principalmente de familiares; jovens vítimas de prostituição e gestação na adolescência. O grupo podia ter um número limitado e pequeno de menores infratores leves (briga na escola, pixação, andando de moto, etc.). Durante o acompanhamento destes jovens se observou um aumento na participação das atividades, uma aceitação em seguir regras, melhora da auto-estima, das notas na escola e do comportamento. As crianças eram avaliadas constantemente e algumas chegaram a receber “alta”. Na maioria dos casos o que acontecia é que elas mudavam de grupo. (CRES, 2011). Os homens que procuram atendimento no CRES são poucos. Quando acontecia era necessário agendar um horário compatível com o horário de trabalho. Alguns são atendidos individualmente, outros quando era realizado um atendimento do casal. 8.3. Programas Municipais Em 2008 eram eles: 1. PPA – plano plurianual. 2. Emergencial - onde são fornecidos (em caráter emergencial) cestas básicas, passagens para pacientes serem tratados fora do município e as vezes até do estado. 3. Programa pão e leite – esteve em vigor durante 5 meses de 2007. 4. Auxílio funeral – concedido urna funerária e vestimenta. 5. Auxílio para aquisição de óculos. 6. Exames laboratoriais, quando não realizados pelo SUS. 7. Fornecimento de documentos. 8. Dia da cidadania – em parceria com a Pastoral. Nesta ocasião são realizados cursos rápidos (ex.: confecção de bonecas de pano), corte de cabelo para a comunidade, orientação familiar e emissão de documentos. Ajuda emergencial enchente 2011 Ajuda emergencial enchente 2011 De acordo com dados colhidos durante o trabalho de campo em 2008 o foco da Secretaria de Ação Social de Aripuanã eram as famílias que residiam em uma área de até 150 km ao redor da 245 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 sede. Foram realizadas visitas domiciliares, atendimento psicológico, orientação psicosocial, e acompanhamento de processos no Fórum relativos a conflitos familiares. A Secretaria também mantinha parcerias com: a Justiça Federal, através do gabinete itinerante para concessão de benefícios; com o PSF (Programa Saúde da Família), ministrando palestras durante as reuniões; utilizando o espaço físico da Igreja Católica no programa PROJOVEM; com a ADRA (Agencia de Desenvolvimento de Recursos Assistenciais) da Igreja Adventista, realizando cursos de artesanato para a melhor idade uma vez por semana; com a Paróquia da Igreja de São Francisco, através do Projeto Oratório; e com o Centro de reabilitação Motora, que é uma extensão do Centro de Reabilitação Dom Aquino, reivindicando próteses. O projeto Oratório era uma parceria com a Paróquia da Igreja de São Francisco, que possuía um pré-seminário. Abrigava 10 jovens vindos da região de Colniza e Cotriguaçu que permaneciam, a título de experiência, por uma ano estudando e depois se quisessem continuar a carreira eclesiástica, seguiam para o Paraná e São Paulo. As salas do seminário foram reformadas pela Energética Águas da Pedra (Usina Dardanelos) para acolher jovens em atividades sociais, afastando-os dos riscos da rua. Com recursos da prefeitura era aproveitada a equipe existente no seminário para dar aulas de reforço escolar e cursos preparatórios para o mercado de trabalho. Estava localizado no setor madeireiro perto da escola São José Operário (CRAS, 2008). Sede da ADRA Curso realizado em 2011 A Igreja Adventista de Aripuanã, através da ADRA (Agencia de Desenvolvimento de Recursos Assistenciais) recebia uma contribuição monetária da prefeitura para desenvolver atividades com um grupo de terceira idade que participava de aulas de artesanato duas vezes por semana. Desenvolvia também atividades com adolescentes entre 10 a 15 anos há 9 anos (sem recursos da prefeitura). Era o Clube dos Desbravadores, que recebia jovens sem distinção de orientação religiosa. Dez adultos voluntários orientavam 50 jovens. Tinham um encontro semanal no domingo, com atividades físicas, trabalhos manuais (pintura, bordados, trabalho em madeira) e aulas de flauta. Faziam também trabalhos sociais como visita a idosos, socializavam crianças com problemas e faziam jardinagem nos canteiros e avenidas da cidade. O produto das aulas de trabalho manual era vendido e o valor arrecadado era revertido para uma instituição no município. No ano de 2007 compraram 6 colchões e 6 cadeiras de fio que foram doados para o Hospital Municipal de Aripuanã. Estes jovens vão uma vez ao ano, para um acampamento estadual com grupos de Desbravadores de outras cidades. Durante um final de semana são 246 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 realizadas atividades de integração, competições esportivas e trabalhos de socialização. Já foram para Cuiabá e Campo Verde. Durante um encontro da região centro-oeste na cidade de Anápolis/Goiás os jovens tiveram a oportunidade de visitar Brasília. Contava também com a fanfarra (ADRA, 2008). Plantio – 2008 Foto – Aparecida Procópio Fanfarra – 2008 Foto – Aparecida Procópio Em 2008, a Secretaria de Ação Social de Aripuanã tinha no seu quadro de funcionários a única psicóloga da cidade. A procura por atendimento especializado tinha aumentado bastante havendo necessidade de contratar mais profissionais. Os casos mais atendidos eram de mulheres com depressão, problemas conjugais, desestrutura familiar, jovens envolvidos com drogas, gestação na adolescência e, transtornos psiquiátricos (esquizofrenia). Com a aplicação da Lei Maria da Penha a violência contra a mulher diminuiu. A psicóloga prestava atendimento no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), realizando atendimentos individualizados. Já tinha tentado formar grupos, mas encontrou resistência dos pacientes. O CRAS realizava avaliações sociais para o Fórum e atuava junto ao PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Conforme informação obtida com a psicóloga a cidade necessitava de casa de apoio para crianças que precisavam ser afastadas da família; de uma casa de apoio para mulheres vitimas de violência e um local para tratamento de adolescentes drogaditos. Fazia parte dos programas da Secretaria de Ação Social de Aripuanã, em 2008, atividades com a Terceira Idade, realizadas através da Associação da Melhor Idade. Eram 157 pessoas cadastradas, com idade acima de 55 anos, que tinham encontros semanais. Compareciam com frequência em torno de 70 pessoas. Desenvolviam atividades como caminhadas e alongamento, ensaios para festa junina e carnaval, hidroginástica e treinos preparatórios (basquete, volley, futsal, jogos recreativos) para os Jogos Regionais da Terceira Idade. Faziam também cursos de pintura em tecido e trabalhos com madeira. Toda primeira terça feira do mês acontecia um almoço de confraternização no Balneário Oásis, onde passavam a tarde dançando e jogando baralho, dominó, bozó. Prendas doadas pelo comércio local eram sorteadas. Um ônibus da Secretaria de Educação levava e trazia os participantes, juntamente com uma Kombi da Associação. No carnaval de 2008 a Associação da Melhor Idade organizou um bloco carnavalesco: “Voando Alto, a terceira idade vivendo a sua melhor idade”, com 120 participantes. Compuseram a música tema e confeccionaram uma fantasia diferente para cada noite de folia, criaram alas e 247 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 construíram o primeiro carro alegórico que desfilou nas ruas de Aripuanã. Ganharam o primeiro prêmio do carnaval, recebendo R$ 2.000,00. Bloco de carnaval da Terceira Idade 2008. Foto – Enidelce Jorge Atividade física da Terceira Idade 2008. Foto – Enidelce Jorge A Secretaria de Ação Social de Aripuanã participa de diversos conselhos: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescentes; Conselho da Comunidade, que visa atender os detentos e seus familiares; Conselho de Habitação; Conselho Municipal do Idoso e do Conselho Tutelar. A Lei Municipal nº. 693/2007 de Aripuanã criou o Conselho e o Fundo Municipal de Apoio ao Idoso. É composto de cinco representantes do governo municipal e cinco da sociedade civil, escolhidos entre as entidades que desenvolvem trabalho com idosos. Recebe recursos de órgãos da União e do Estado vinculados a Política Nacional do Idoso, através de repasses do município. Têm também receita proveniente de doações, contribuições de iniciativas privadas, pessoas físicas e jurídicas. O dinheiro arrecadado com eventos é depositado em uma conta bancária da Associação dos Idosos e destinado para a construção de sede própria. Durante o trabalho de campo, em 2008, entrevistamos um representante do Conselho Tutelar de Aripuanã. A entidade que trabalha conscientizando a população na defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Sua área de atuação abrangia adolescente e crianças que não compareciam as aulas, quando fogiam de casa, gestação na adolescência (nº grande em Conselvan), drogadição e alcoolismos de menores, violência doméstica, maus tratos, etc. O Conselho Tutelar tinha uma casa de referência na cidade destinada as crianças abandonadas. Em 2007 trinta crianças passaram por lá. Os maiores problemas que o Conselho enfrentava com os adolescentes eram o alcoolismo e a prostituição. Recebiam pouco apoio da polícia e as casas de diversão noturna forneciam bebidas alcoólicas sem cobrar documentos que identificasse a idade do comprador. Muitos não tinham documentos ou endereço fixo. Furtam jóias, dinheiro, aparelhos eletrônicos para comprar bebidas. O número de estabelecimentos de prostituição aumentou muito na cidade, depois da chegada do fluxo de homens solteiros que vieram trabalhar na construção da Usina de Águas da Pedra. Existiam casas que aliciavam menores de diferentes níveis sociais e econômicos. A 248 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 prostituição já existia antes da chegada do empreendimento, mas aumentou nos últimos tempos e seu reflexo já era observado no aumento de gestações entre adolescentes. Estas casas de prostituição forjavam documentos dos menores e existia informação que a atuação policial era ineficaz (Conselho Tutelar, 2008). Prostíbulo Ainda de acordo com o representante do Conselho Tutelar a entidade precisava de uma sede mais bem localizada e recursos da prefeitura se equipar e atender as denúncias, principalmente em localidades mais distantes. Trabalhava em conjunto com a Ação Social e com a Promotoria. Tinha uma linha de disque denúncia anônima. Acreditava que qualquer empreendimento que fizesse aumentar o número de homens solteiros na cidade e com baixo nível de escolaridade faria crescer a prostituição e gestação entre menores. Disse: “Hoje não faltam prostíbulos em Aripuanã, só na BR são cinco”. Uma medida a ser implantada seria a patrulha escolar. Outra seria que os hotéis da cidade restringissem a entrada de pessoas não hospedadas nos quartos (Conselho Tutelar, 2008). Em 2011 voltamos a conversar com representantes do Conselho Tutelar de Aripuanã. Estão com sede própria, em uma casa localizada ao lado do PETI e da Casa Transitória para menores e adolescentes. São 5 conselheiros escolhidos através de seleção com prova escrita, que trabalhavam em horário comercial. Recebiam salário e suporte material da prefeitura de Aripuanã. Cumprem um mandato de 3 anos. Na ocasião o mandato dos mesmos estava sendo prorrogado, por não haver número de candidatos para ocorrer uma próxima eleição. De acordo com legislação este mandato podia se prorrogar apenas uma vez. A função do Conselho Tutelar continuava sendo zelar pelas crianças e adolescentes vítimas de maus tratos, abandono e violência. Trabalhavam mediante denúncia, as vezes apenas a dúvida podia gerar uma investigação. O Conselho encaminhava cada caso ao devido órgão competente para dar seguimento: CRAS, CRES, Saúde, Ministério Público, Policia Militar, etc. A maioria das denúncias eram sobre maus tratos e evasão escolar. De acordo com informação recebida, com a implantação da Usina de Águas da Pedra, o número de separação de casais cresceu aumentando o número de crianças com problemas, devido a 249 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 desestruturação familiar. O número de crianças encaminhadas para a Casa Transitória também aumentou. Houve um incremento do tráfego de drogas e seu consumo pelos adolescentes. Neste período houve um aumento das denuncias de prostituição infantil, sendo muito difícil comprovar. Mas, em 2011, foram julgados e penalizados 12 casos referentes a prostituição infantil. Foram realizadas campanhas em todas as escolas do município, incentivando a denúncia. Outra preocupação do conselho, foram as denuncias referentes a adolescentes trabalhando com carteiras de trabalho assinadas, mas com documentos alterados (Conselho Tutelar de Aripuanã, 2011). Os conselheiros reivindicam uma sede com acesso mais fácil. Contam somente com um carro FIAT Uno para se deslocar, veículo que não é adequado a realidade do município. Tem carência de profissionais. Precisariam de uma assistente social e uma psicóloga para atender as ocorrências. Os atuais funcionários desempenham múltiplas funções, que impossibilita o devido acompanhamento dos casos. A prefeitura de Aripuanã mantinha em parceria com o CRAS uma “Casa transitória” para abrigar crianças e adolescentes. Foi criada em 1998 e regularizada somente em 2011. Abrigava crianças entre 0 e 17 anos e 11 meses, vítimas de violência doméstica, , maus tratos, abuso sexual e abandono. Antes da regulamentação (até junho 2011) recebia menores infratores e viciados em drogas. Estavam lotados em uma casa de propriedade da prefeitura de Aripuanã, que necessitava de diversas reformas importantes como refazer a instalação hidráulica; a construção de uma nova fossa, pois a existente não aguentava a demanda; criar uma ventilação adequada para os cômodos; e reformar as paredes de madeiras que eram bastante antigas. Em dezembro de 2011 tinha 9 crianças residentes, sendo que a casa tinha capacidade para abrigar até 10 crianças. A casa precisava de colchões para uso das crianças. A Promotoria já havia requisitado uma lista de necessidades da casa para que esta fosse beneficiada com penas alternativas (Casa Transitória, 2011). A partir do internamento da criança ou adolescente, a Secretaria de Assistência Social tinha 6 meses para tentar regularizar a situação destas crianças com suas famílias, tentando a reinserção junto aos seus familiares. Caso isso não fosse possível o adolescente podia permanecer na casa até completar 18 anos. A grande preocupação da “cuidadora” que residia na casa era o destino destas crianças ao deixarem a casa. Elas precisariam de ajuda para arrumar emprego e ter onde morar. Se tivessem cursado algum curso de capacitação do sistema S (SESI, SENAI, etc.) seria mais fácil a colocação destes jovens. Recebemos a informação que a casa se mantinha com recursos da prefeitura e da sociedade civil, que doava roupas, verduras e alimentos em geral. Uma das carências alegada pela “cuidadora” seria a falta de local para levar as crianças para passear, por falta de um espaço adequado e de veículo para locomoção. Quando precisavam usavam a Kombi da Secretaria de Assistência Social. O município de Aripuanã contava também com o programa PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Em 2011 tinha 70 crianças inscritas (maioria do sexo masculino), divididas em 2 períodos: matutino e vespertino. Contava com 3 professores, 1 cozinheira e 1 zeladora. As crianças eram encaminhadas para fazer parte deste programa através do conselho tutelar (crianças vulneráveis), por ordem judicial, pela bolsa família ou através de pais que conheciam o programa. A maioria das crianças inscritas eram do bairro Planalto e dependiam da Kombi da 250 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Assistência Social para chegar ao local. A grande reclamação era que o veículo estava constantemente quebrado. As professoras do PETI achavam que deveria ser criado uma outra unidade no bairro Planalto devido ao grande número de crianças em risco de vulnerabilidade que moram no local (PETI, 2011). Atividades diárias PETI (2011) Participação PETI - Festa Junina (2011) As crianças permaneciam no local durante 4 horas, recendo uma refeição durante este período (as verduras são doadas através de convênio com a Conab). Desenvolviam atividades de acordo com escolha e aptidão. Era oferecido: karatê, teatro, música, xadrez, inglês, dança, produção manual (pintura, desenho, trabalhos com lã e garrafas plásticas), natação e reforço escolar. As crianças se apresentaram em vários eventos do município: reuniões escolares, câmara municipal, encontro dos idosos, igrejas, etc. Durante o desenvolvimento das atividades os professores descobrem os sofrimentos e os relacionamentos familiares das crianças (PETI, 2011). O PETI ganhou 10 computadores do pregão do Ministério de Comunicação para ser usado com as crianças, mas não consegue que os mesmo funcionem, pois está instalado um programa não usual. Em 2011, uma das alunas do PETI concorreu no campeonato brasileiro de karatê, realizado no Estado de Rio Grande do Norte, ficando com a primeira colocação feminina na categoria infantojuvenil de katar e terceiro lugar em luta. A Federação Mato Grossense de Karatê forneceu alojamento e alimentação durante a competição e a passagem foi conseguida através de contribuição da população civil. O PETI não tem tatame para as crianças treinarem, as atividades são realizadas no chão de cimento do salão. Por falta de verba para a locomoção das crianças, elas não puderam participar das seletivas para 2012, realizadas em dezembro de 2011 em Cuiabá. Um dos moradores (15 anos) da Casa Transitória ficou em quarto lugar na categoria masculino de karatê e estava concorrendo a uma bolsa atleta (PETI, 2011). 251 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Crianças do PETI Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Equipe campeã de karatê – 2011 Em 2011 a prefeitura de Aripuanã, em parceria com o CRAS mantinha uma “Casa Lar” para idosos, com capacidade para 8 ocupantes. São pessoas com idade superior a 60 anos, que não tem família. Tinha na ocasião 6 idosos morando. A casa contava com 1 médico e 1 enfermeira que faziam visitas quinzenais; 1 técnica de enfermagem e 1 fisioterapeuta que realizavam visitas 3 vezes por semana; 1 zeladora que morava na residência. O CRAS realizava busca ativa para localizar familiares ou responsáveis para os idosos para integrá-los as sua famílias. Os idosos que tem benefício recebem o dinheiro para ser gasto nas suas despesas pessoais (CRAS, 2011). A prefeitura de Aripuanã mantém há 2 anos (desde 2009) uma casa de apoio para gestantes. Tem capacidade para abrigar 5 mulheres grávidas, que vem do interior e não tem onde ficar na cidade. Elas podem estar na situação de pré-natal, pré-parto e pós-parto. A permanência na casa pode ser de 3 a 30 dias. São atendidas pelos médicos dos PSF e dão a luz no hospital municipal. Se chegarem em situação crítica, sem enxoval para o recém-nascido, este é providenciado. A casa possui uma “cuidadora” que reside na casa. Em parceria com o CRAS a prefeitura mantém uma “Casa transitória”, para indivíduos em situação de rua. Funciona como um albergue. É destinada a andarilhos, sem documentos, sem família e sem ter onde ficar. O CRAS, com ajuda da polícia militar, faz uma abordagem a estes pessoas, tenta localizar e reconduzir estes indivíduos para a família. Segundo relato de moradores, com a construção da Usina Águas da Pedra aumentou muito o número dessas pessoas na cidade, crescendo o número de roubos e promiscuidade. O número de idosos do município de Aripuanã em 2011, de acordo com o IBGE eram 1.420. Deste total o CRAS tinha 225 cadastrados e atendeu no decorrer do ano 489. Os atendimentos foram realizados na forma de visitas domiciliares, atendimentos emergenciais, orientação familiar, atendimento psicossocial, fisioterapia no domicílio, encaminhamentos para a rede de proteção social e sistema de garantia de direitos. 252 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Atividades da terceira idade - 2011 Neste ano o Grupo da Melhor Idade contava com 300 participantes cadastrados. Tinham atividades regulares de caminhadas (três vezes por semana) e hidroginástica (na piscina da única academia da cidade, duas vezes por semana), orientados por um professor de educação física. Alguns idosos faziam parte do “Grupo Passos Firmes” e treinavam diversos esportes, dentre eles volleyball, natação, atletismo, futsal, malha e bocha. A delegação de Aripuanã, com 60 integrantes, participou dos jogos regionais da terceira idade, realizado em 2011 no município de Brasnorte em setembro, ficando em terceiro lugar. A associação ainda conta com grupo de dança e participa de eventos como carnaval de rua, festa junina, dia da mulher, etc. Uma vez por mês tem um encontro no balneário Oásis, com almoço e outras atividades. Uma sede própria para abrigar a associação está em construção (CRAS, 2011). Neste mesmo ano o CRAS promoveu os seguintes programas emergenciais, através de benefícios eventuais: 1. Situação de nascimento – gestantes que necessitam de auxílio para a aquisição de enxoval para o recém-nascido, leite para crianças de baixo peso, ou alimentação para a mãe, com o fornecimento de cestas básicas. Este trabalho é realizado em conjunto com a Vigilância em Saúde; 2. Fornecimento de urna funeral, em caso de óbito materno e neonatal; 3. Situação de calamidade, como ocorreu devido as enchentes no início de 2011, quando várias famílias perderam suas casas, foram distribuídos cestas básicas, colchões, cobertores, panelas, etc.; 4. Fornecimento de urna funeral e translado para famílias de baixa renda; 5. Fornecimento de cestas básicas para famílias de baixa renda; 6. Repasse de filtros e cobertores para famílias carentes; 7. Solicitação de segunda via de registros de nascimento. De acordo com informação recebida no CRAS, em 2011 foram gastos durante o ano 3,5% da arrecadação do município com cuidados para as gestantes. Em 2012 este valor passaria a ser 4,14% da arrecadação. Em 2011 o CRAS promoveu as seguintes campanhas: 1. contra o abuso sexual de crianças e adolescentes, utilizando panfletagem, pit stop, campanha nas escola. A repercussão foi bastante grande, inclusive revertendo em prisão de um indivíduo. 2. caminhada de mobilização para prevenção contra o câncer de mama. 3. campanha de preservação ambiental em parceria com Usina Águas da Pedra. 4. concurso de desenhos relativos as campanhas desenvolvidas. 5. campanha do dia das mulheres, valorizando a Lei Maria da Penha. 253 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Situação emergencial - enchente - 2011 O CRAS em parceria com a Secretaria de Educação e Secretaria de Turismo, no ano de 2010, realizou a campanha “Criança Feliz”, por ocasião do dia da criança, visitando todos os distritos. A equipe da secretaria se vestia de palhaço para brincar com as crianças. A Usina Águas da Pedra doou brinquedos que foram distribuídos. Durante as atividades era oferecido cachorroquente, pipoca e sorvete para as crianças. Em 2011 o CRAS não teve recurso para repetir esta atividade. Foi encaminhado um recurso menor para todas as escolas realizarem uma atividade com seus alunos por ocasião do dia da criança (CRAS, 2011). Em 2011, o CRAS em parceria com a Secretaria de Educação, Turismo e Agricultura foi até a comunidade São Lourenço e Serra Azul, na reserva extrativista Roosevelt. No local cerca de 20 famílias receberam cesta básica, cobertores, roupas e filtros. Foram prestados diversos serviços simultâneos para a população. Foi organizada uma festa natalina para as crianças e adolescentes, com distribuição de brinquedos, cachorro-quente, algodão doce e roupas (CRAS, 2011). Campanha “Criança Feliz” 2011 Existe uma preocupação da Secretaria de Ação Social em relação a estação de chuva de 2012, por que no ano de 2011, houve dias que choveu por 12 horas em seguida, destelhando casas e ilhando pessoas, pois estradas foram interditadas e a ponte sobre o Rio Branco caiu, precisando ser reconstruída durante o ano. 254 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Serviços desenvolvidos pelo CRAS em 2011, município de Aripuanã. Serviços desenvolvidos pelo CRAS Proteção e atendimento integral a família (PAIF) Serviço socioeducativo com a família Fortalecimento de vínculo para crianças com até 6 anos e a família Convivência para crianças e adolescentes de 7 a 14 anos Convivência para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos Pro jovem adolescente Convivência para jovens de 18 a 29 anos Convivência para idosos Convivência para deficientes Proteção social básica no domicílio para pessoas idosas e com deficiência Capacitação e inclusão produtiva Transferência de renda/PBF - Cadastro único Nº de atendimentos 1º 2º semestre semestre 1.500 2.300 174 374 35 26 221 180 99 230 0 0 0 2 263 368 45 48 68 86 95 910 185 910 Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social (2011). Ações e atividades que possuem maior incidência no território de abrangência do CRAS, por ordem crescente, Aripuanã 2011. Nº de atendimentos Atividades do CRAS 1º semestre 2º semestre Recepção e acolhida 4.361 4.870 Visitas domiciliares 660 432 Encaminhamento para inserção no cadastro único 580 630 Acompanhamento de famílias do PBF 455 613 Acompanhamento de famílias 1.550 1.580 Acompanhamento de famílias do BPC 171 102 Acompanhamento de indivíduos 320 380 Encaminhamento para outras políticas públicas 160 84 Encaminhamento para rede de serviço sócio assistencial 230 114 Concessão de benefícios eventuais 5 35 Acompanhamento dos encaminhamentos realizados 174 214 Orientação/acompanhamento para inserção no BPC 94 87 Ações de capacitação e de inserção produtiva 5 3 Vigilância social – conhecimento de família referenciada 115 130 Acompanhamento de famílias do PETI 70 84 Busca ativa 17 19 Atividades de inclusão digital 2 2 Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social (2011). Em 2011 o CRAS realizou atendimento volante nas áreas de assentamento, nas comunidade rurais e ribeirinhas. Eram desenvolvidas atividades de triagem para o Programa de Bolsa Família, cursos, palestras, atividades sócio educativas, orientação psicossocial, divulgação e 255 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 orientação do Programa MT Ação Digital, orientação sobre o Benefício de Prestação Continuada, atendimentos emergenciais, articulação com serviços ofertados por outras Secretarias do município (meio ambiente, educação e saúde). Festa para as crianças Ribeirinhas-2011 Festas para as crianças Ribeirinhas - 2011 Serviço de proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF) Descrição 1º semestre 2º semestre Famílias beneficiárias de transferência de renda e benefícios 910 910 Famílias com perfil do PBF ou BPC não contemplados 300 300 Famílias em situação de vulnerabilidade 250 250 Pessoas idosas 316 316 Pessoas com deficiência 36 30 Crianças 0-6 anos e suas famílias 18 18 Crianças e adolescentes 6-15 anos 72 72 Adolescentes 15-17 anos 15 15 O CRAS mantinha articulação com a Rede Socioassistencial do território através de parcerias nas ações do centro de reabilitação, APAE, Pastoral da Criança, PSF´s, Pastoral da Saúde, Casa da Mãe Gestante, Casa Transitória do Idoso e casa transitória da criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Programa de Erradicação do trabalho Infantil e Projeto EDUCARTE. As maiores dificuldades enfrentadas para desenvolvimento das atividades era falta de transporte adequado e a contrapartida das famílias. Os benefícios eventuais fornecidos pelo CRAS eram auxílio por morte, atendimento por vulnerabilidade temporária (cesta básica, cobertores, roupas), atendimento a situação de calamidade pública (caso das enchentes), passagem para itinerante e usuário de assistência social e leite em pó para recém-nascidos. 9. Trabalho e renda A População Economicamente Ativa (PEA) corresponde ao conjunto das pessoas com idade igual ou superior a 10 anos, ocupadas e desocupadas no período de referência de sete dias. As pessoas ocupadas são aquelas que tinham trabalho durante todo ou parte do período de referência assim como aquelas que, embora tivessem trabalho remunerado, não o exerceram no período de 256 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 referência por motivo de férias, licença, greve, etc. As pessoas desocupadas correspondem as que, no período de referência, não tinham trabalho e tomaram alguma providência efetiva de procura por trabalho (Brasil, 2004). Em 2004 a estrutura ocupacional do Estado de Mato Grosso era de 1.401.007 pessoas, com 10 ou mais anos, sendo 60,4% do sexo masculino. As situações de trabalho eram precárias em termos de seguridade social, na medida em que 61% não contribuíam com o INSS. Nas atividades ligadas a prestação de serviço na área social e comércio, observava-se uma concentração da população feminina (Mato Grosso, 2006). Neste ano a categoria agrícola apresentou a maior participação na estrutura ocupacional com 30%; seguida do comércio e reparação com 18,86%; a indústria com 9,78%; educação, saúde e serviços pessoais com 7,82%; os serviços domésticos com 7,63%; a administração pública com 5,18% e o transporte e comunicação com 3,72%. A população urbana ligada a economia era de 1.023.526, representando 73,2% do total (Mato Grosso, 2006). Número de pessoas ocupadas por atividade de trabalho e participação em MT/2004. Atividade do trabalho Total Agrícola Indústria Construção Comércio e reparação Alojamento e alimentação Transporte, armazenagem e comunicação Administração pública Educação, saúde e serviços sociais Serviços domésticos Outros serviços coletivos, sociais e pessoais Outras atividades Atividades mal definidas ou não declaradas Número de pessoas 1.401.007 420.372 136.938 88.758 264.298 43.885 52.126 72.592 109.547 106.905 39.595 65.331 660 Participação % 100,00 30,00 9,78 6,34 18,86 3,13 3,72 5,18 7,82 7,63 2,83 4,66 0,05 Fonte: Mato Grosso (2006). As atividades econômicas, segundo a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), que mais cresceram no município de Aripuanã no período de 1996 a 2005 foram as indústrias de transformação, o comércio, reparação de veículos automotores, comércio de objetos pessoais e domésticos (IBGE – Cadastro Central de Empresas). Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) Descrição Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal Indústria extrativista Indústria de transformação Produção e distribuição de eletricidade, gás e água Construção Nº de unidades locais 1996 2000 2005 Total pessoal ocupado 1996 2000 2005 8 22 23 71 175 159 66 1 127 1 171 381 709 908 - 2 3 - x 15 1 5 8 - 6 9 257 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos Alojamento e alimentação Transporte, armazenamento e comunicação Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados Atividade imobiliária, aluguéis e serviços prestados às empresas Educação Saúde e serviços sociais Outros serviços coletivos sociais e pessoais Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 103 193 300 129 336 595 13 4 30 9 34 4 17 2 34 4 38 9 1 1 2 - - - 4 9 12 3 26 21 2 3 9 2 7 25 6 11 34 x 13 13 x 22 20 40 9 29 No período de 2000 a 2004, ocorreu um aumento da população economicamente ativa do Estado de Mato Grosso, com uma redução da taxa de desemprego, devido ao aumento do número de empregos gerados direta e indiretamente com o agronegócio. As taxas de desemprego no Estado durante este período são menores que as observadas para o Brasil (Mato Grosso, 2006). População economicamente ativa 2000 - 2004 Mato Grosso % da população Taxa desemprego % economicamente ativa 2000 45,15 12,51 2001 51,28 6,00 2002 50,93 6,78 2003 50,05 7,14 2004 53,85 5,70 Fonte: Mato Grosso (2006). Ano Brasil Taxa desemprego % 15,04 9,35 15,43 13,64 8,90 No ano 2000 a população economicamente ativa do Brasil era 76.158.531 pessoas, sendo que 84,96% tinhm uma ocupação e a taxa de desemprego era 15,04%. A região Centro-oeste e Mato Grosso apresentavam uma taxa de ocupação superior a do País, com uma taxa de desemprego menor. Neste ano Aripuanã apresentou uma taxa de ocupação de 94,84%, valor superior aos do Estado, da Região Centro-Oeste e do Brasil e uma taxa de desemprego de 5,16, valor inferior ao encontrado no Estado, na região Centro-oeste e no Brasil (Mato Grosso, 2005). Os demais municípios pertencentes a microrregião de Juína apresentam taxa de ocupação e de desemprego semelhantes aos encontrados para o município de Aripuanã. População economicamente ativa, taxa de ocupação e desemprego em 2004. Local Brasil Centro-oeste Mato Grosso Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu População economicamente ativa 76.158.531 5.551.095 1.037.824 13.014 4.532 3.693 4.196 Taxa de ocupação (%) Taxa de desemprego (%) 84,96 90,26 87,49 94,84 92,21 98,08 95,11 15.04 9,74 12,61 5,16 7,79 1,92 4,89 258 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Juína Juruena Rondolândia Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 18.879 2.517 - 94,44 91,34 - 8,66 - Fonte: Mato Grosso (2005). De acordo com dados colhidos durante o trabalho de campo, em 2008 no município de Aripuanã não existia desemprego. A mão de obra especializada, ou não, foi incorporada pela empresa que estava construindo a Usina Águas da Pedra. Desde o início do empreendimento observou-se na cidade um fluxo de homens solteiros vindo das regiões vizinhas e de outros estados (especialmente do Nordeste) para preencher as ofertas de vagas. Existia carência de mão-de-obra especializada na cidade (engenheiro civil e elétrico; eletricistas, técnicos em eletrônica, técnicos em informática), para suprir os moradores, visto que os técnicos existentes estavam trabalhando na usina. Em 2004 no Estado de Mato Grosso quanto a renda, em um total de 2.229.552 pessoas com 10 anos e mais de idade, existia um contingente significativo de pessoas sem remuneração (36,1% = 802.801 pessoas) e com baixos níveis salariais (de ½ a 1 salário mínimo = 326.330 pessoas). A renda de 47,4% da população economicamente ativa no Estado de Mato Grosso encontravam-se na faixa de até três salários mínimos; 8,8% estavam na faixa de 3 a 5 salários mínimos; 1,8% na faixa de 10 a 20 salários mínimos e 0,9% com mais de 20 salários mínimos. Quanto a participação das mulheres no período de 1999-2004, verificavam-se ainda baixos rendimentos, visto que 48,6% não tinham remuneração e 42,3% recebiam até três salários mínimos (Mato Grosso, 2006). Rendimento mensal da população de Mato Grosso em 2004 Rendimento mensal Total 2.229.552 77.542 326.330 468.547 183.130 196.323 109.877 40.916 17.818 802.801 6.268 Total Até ½ salário De ½ a 1 salário De 1 a 2 salários De 2 a 3 salários De 3 a 5 salários De 5 a 10 salários De 10 a 20 salários Mais de 20 salários Sem rendimento Sem declaração Pessoas de 10 anos ou mais de idade Homens Mulheres 1.110.650 1.118.902 17.488 60.054 137.266 189.064 290.365 178.182 137.592 45.538 138.581 57.742 78.532 31.345 31.347 9.569 14.849 2.969 259.352 543.499 5.278 990 Fonte: Mato Grosso (2006). O valor do rendimento mensal das pessoas com 10 ou mais anos de idade em 2004, no Estado de Mato Grosso era em média de R$ 764,99, sendo o valor na área urbana de R$ 816,00 e na área rural de R$ 549,00. Os rendimentos mensais obtidos no Estado eram superiores aos valores obtidos para o País e inferiores aos valores da região Centro-oeste (Mato Grosso, 2006). Rendimento mensal em 2004 Local Total Urbana Rural 259 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Brasil Centro-oeste Mato Grosso Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 724,00 835,00 764,99 785,00 877,00 816,00 382,00 531,00 549,00 Fonte: Mato Grosso (2006). Na microrregião de Aripuanã em 2004, aproximadamente 20% da população ocupada recebia até 1 salário mínimo. O número de pessoas que recebiam mais de 1 salário até 5 salários compreendia 45 a 60% da população ocupada. Exceto no município de Castanheira (4,89% da população ocupada), nos demais municípios 8 a 9% da população ocupada recebia de 5 a 10 salários e entre 2 a 5,0% da população recebia mais de 10 salários mínimos. Observa-se que em todos os municípios um grande contingente da população ocupada não apresentava rendimento, atingindo sua maior proporção no município de Aripuanã (23,29%) (Mato Grosso, 2005). Distribuição de renda (%) da população ocupada em 2004 Local Até 1 SM Mais de 1 a 2 SM Mais de 2 a 5 SM Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 17,25 12,42 19,93 15,58 20,42 20,88 - 20,82 26,59 28,77 23,74 29,47 28,88 - 26,78 38,07 22,72 24,34 27,89 34,23 - Mais de 5 a 10 SM 8,87 8,59 4,89 8,19 6,74 9,09 - Mais de 10 SM Sem rendimento 2,98 4,83 2,40 3,23 4,78 4,52 - 23,29 9,50 21,29 24,92 10,70 2,39 - Fonte: Mato Grosso (2005). De acordo com dados colhidos em 2008 durante o trabalho de campo, no município de Aripuanã desde início das obras para a construção da Usina Águas da Pedra, os valores salariais tornaramse mais elevados, principalmente da mão-de-obra especializada. No Brasil em 2000, existiam 86 milhões de mulheres que representam mais da metade da população do país. Segundo os dados do IBGE, 84% delas vivem nas cidades e apenas 17% atuam no mercado formal de trabalho. Apesar da força de trabalho feminino responder por 53% da população economicamente ativa, as mulheres ganhavam 69% menos do que os homens. Mesmo recebendo uma remuneração menor do que os homens, as mulheres eram chefes de família em 32% dos domicílios brasileiros. De acordo com os dados do ano de 2000 do IBGE, existiam 427.250 mil mulheres economicamente ativas em Mato Grosso e 737.827 homens. No total eram 910.621 mulheres e 923.737 homens no Estado. De acordo com TRE/MT as mulheres correspondiam a 46,15% do eleitorado mato-grossense. Em um levantamento sobre salários nas empresas de Mato Grosso, apontava a média mensal de R$ 346 para mulheres e R$ 538 para homens (Mato Grosso, 2006). O rendimento nominal mensal médio no ano de 2000, por sexo, na área da microrregião de Aripuanã confirmava o que as estatísticas nacionais apontavam: uma parcela considerável da população de mulheres economicamente ativa recebendo salários baixos e um pequeno número com rendimento mensal superior ou igual a 10 salários mínimos (IBGE, Censo Demográfico). 260 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Rendimento mensal população masculina, economicamente ativa, no ano 2000. Mais de 1/2 a 1 salário mínimo Aripuanã 1.329 Brasnorte 226 Cotriguaçu 345 Juína 1.401 Juruena 271 Município Mais de 1a2 salários mínimos 1.882 812 667 3.850 395 Classes de rendimento nominal mensal Mais de Mais de Mais de Mais de 10 Mais de 15 2a3 3a5 5 a 10 a 15 a 20 Sem salários salários salários salários salários rendimento mínimos mínimos mínimos mínimos mínimos 1.612 1.417 1.015 174 37 1.717 748 620 318 90 42 497 448 431 302 41 44 557 1.925 2.303 1.026 319 142 1.367 362 350 205 37 11 152 Fonte: IBGE - Censo Demográfico Rendimento mensal da população feminina, economicamente ativa, no ano 2000 Classes de rendimento nominal mensal Mais de Mais de 1 Mais de 2 Mais de 3 Mais de 5 Mais de 10 Mais de 15 Município 1/2 a 1 a2 a3 a5 a 10 a 15 a 20 Sem salário salários salários salários salários salários salários rendimento mínimo mínimos mínimos mínimos mínimos mínimos mínimos Aripuanã 674 724 296 193 124 13 1.246 Brasnorte 226 310 114 96 48 5 223 Cotriguaçu 265 309 51 92 41 8 390 Juína 1.462 1.322 497 473 279 48 11 1.327 Juruena 155 256 46 62 20 20 115 Fonte: IBGE - Censo Demográfico A População Não Economicamente Ativa é composta por aqueles que já estão capacitados a trabalhar dentre os quais incluem-se os desempregados, os inativos (que são aquelas pessoas que não buscam e não estão dispostas a trabalhar); e ainda fazem parte deste grupo não economicamente ativo, os incapacitados para o trabalho. Dentro deste grupo podemos destacar os inválidos e os idosos (Brasil, 2004). O SINE de Aripuanã informou que em 2008 ainda havia vagas de trabalho na cidade. Porém, o que dificultava a ocupação dessas vagas era a baixa capacitação dos seus aspirantes. A cidade recebia fluxo de migrantes em busca de oportunidades, especialmente de Rondônia e do Nordeste brasileiro, principalmente do sexo masculino. Os cadastros somavam 1.200, sendo entre 15 e 20% eram oriundos de Aripuanã. A maior motivação dessa migração são as “fofocas” sobre as empresas que se instalaram no município. O foco maior de procura por emprego recaia sobre a Odebrecht, pelo empreendimento em instalação desde setembro de 2007, segundo a fonte oral. 261 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 CEMAT e SINE Predominava, entre os que apresentavam o 1° grau incompleto, buscas por empregos na área de serviços gerais e auxiliar de serviços; e, aqueles que possuíam o 1° grau completo pleiteavam posições na área administrativa. Ocorria busca pelo “primeiro emprego”, mas a maioria das empresas não oferecia essas vagas. Os maiores empregadores, segundo o SINE, eram empresas terceirizadas, ligadas ao empreendimento hidroelétrico de Dardanelos, a mineração da Votorantim e também a Madeireira Faxinal. Em 2009 a população economicamente ativa (PEA) de Mato Grosso era de 1,66 milhões, o que representava 54,4% da população residente ou 65,5% da população em idade ativa (PIA) (Mato Grosso 2010b). Entre 2000 e 2009 a taxa de atividade média do Estado, medida pela relação percentual entre PEA e PIA evoluiu de 57,6% para 65,5%. A taxa era relativamente estável entre homens (76,5%) e crescente entre as mulheres (aumentou de 49,1% para 54,4%). Para se aproximar da taxa verificada entre os homens, outras 274,7 mil mulheres deveriam se incorporar ao mercado de trabalho (Mato Grosso, 2010b). A crise de 2009 afetou o mercado de trabalho. Entre 2008 e 2009 a taxa de desemprego aumentou 0,4 %, passando de 5,8% para 6,2% e a população desocupada aumentou em 9,5%, passando de 94 mil para 103 mil pessoas. Vale notar que a taxa de desemprego no Estado tem ficado abaixo da média nacional (8,7%). O rendimento médio do trabalho alcançou a marca de R$ 1.006,00 em setembro de 2009. O rendimento médio do trabalho diminuiu 10,8% em termos reais, em contraste com a forte expansão de 21,85% ocorrida em 2008. As mulheres tiveram perdas maiores do que os homens: 11,2% contra 9,1%. Em 2008 o rendimento médio das mulheres (R$ 789,00) era 63% do rendimento dos homens (R$ 1.257,00); em 2009 essa relação caiu para 61,3% (Mato Grosso, 2010b). Rendimento de todos os trabalhos, em moeda corrente e constante, Mato Grosso. Ano 2001 Total 530 R$ correntes Homem Mulher 622 366 R$ de set/2009 (INPC/IBGE) Total Homem Mulher 916,1 1075,1 632,6 Variações reais (%) Total Homem Mulher - 262 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] 2002 613 723 2003 619 709 2004 683 827 2005 706 835 2006 798 953 2007 828 967 2008 1080 1257 2009 1006 1194 Fonte: Mato Grosso (2010b). 420 459 463 503 543 590 789 732 966,9 830,9 865,3 851,9 936,1 925,7 1128,0 1006,0 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1140,4 951,7 1047,7 1007,5 1117,9 1081,1 1312,9 1194,0 662,5 616,1 586,6 606,9 636,9 659,6 824,1 732,0 55,5 14,07 4,14 1,55 9,88 1,10 21,85 10,82 6,08 16,55 10,09 3,84 10,95 3,29 21,44 9,06 4,72 7,00 4,80 3,47 4,95 3,56 24,93 11,17 Entre 2004 e 2009 o total de postos de trabalho no mercado formal de Mato Grosso cresceu 31,7%, passando de 472,6 mil para 622,4 mil. No mesmo período a população economicamente ativa (PEA) e a população residente cresceram 10,5% e 9,3% respectivamente. Portanto o mercado formal de trabalho cresceu três vezes acima do crescimento populacional. Em termos relativos o setor de atividade que mais expandiu o emprego formal foi a construção civil (76,1%), ficando com 4,48% de participação no total de postos de trabalho (Mato Grosso, 2010b) . Em 2009 os empregados com carteira, os militares e os funcionários públicos somavam 605 mil pessoas e representavam 67,7% do total de empregos. Inversamente os empregados sem carteira tiveram a sua participação reduzida de 47,4% para 32,5% entre 2001 e 2009. A formalização do mercado de trabalho vem aumentando a um ritmo médio de 1,7% ao ano (Mato Grosso, 2010b). Em 2010 o maior percentual da população economicamente ativa da área de estudo recebia entre ½ a 1 salário mínimo. No município de Aripuanã eram 1.629 pessoas que correspondiam a 30,32% da população economicamente ativa. O percentual da população sem rendimento era de 681 pessoas ou 12,67%. Os que recebiam mais de 5 salários mínimos (107) representavam 1,99% da PEA (IBGE, Censo Demográfico 2010). Rendimento nominal mensal domiciliar per capita, 2010. Município Total Aripuanã 5.372 Brasnorte 4.393 Castanheira 2.513 Colniza 7.640 Cotriguaçu 4.297 Juína 11.930 Juruena 3.184 Rondolândia 970 Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita Até 1/4 Mais de Mais de Mais de 1 Mais de 2 Mais de 3 Mais de 5 de 1/4 a 1/2 1/2 a 1 a2 a3 a5 Sem salários salário salário salário salários salários salários rendimento mínimos mínimo mínimo mínimo mínimos mínimos mínimos 363 926 1.629 1.191 304 171 107 681 344 775 1.470 1.057 291 123 91 242 402 610 804 387 87 47 42 134 1.501 1.455 2.007 1.147 278 166 92 994 1.172 855 1.108 623 158 70 47 264 963 2.455 4.039 2.470 637 442 300 624 464 741 1.097 511 106 54 23 188 190 266 268 152 29 25 13 27 Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010). Obs.: 1. A categoria Total inclui os domicílios sem declaração de rendimento nominal mensal domiciliar per capita. 2. A categoria Sem rendimento inclui os domicílios com rendimento domiciliar per capita nominal mensal somente em benefícios. 3. Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. 263 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2011 a maior procura por emprego continuava sendo de mão-de-obra não especializada como serviços gerais e domésticas, devido a abaixa qualificação. Pedreiros e carpinteiros com menor qualificação também tinham colocação, pois os mais capacitados foram embora após o término da obra da Usina Águas da Pedra, seguindo para o município de Paranaita, onde está em construção outra usina hidroelétrica. Segundo informaçãp recebida no SINE a pouca experiência dos que procuram trabalho gera uma dificuldade em se conseguir um emprego. Não trabalhando, não vão conseguir se capacitar e por conseguinte não terão as suas carteiras de trabalho assinadas, gerando assim um círculo vicioso (SINE, 2011). Existia uma demanda no município por operadores de trator, pá carregadeira e motoniveladora. Houve uma capacitação pelo “Projeto Acreditar”, uma parceria entre o SINE e a Construtora Odebrecht, mas com o término da obra estes trabalhadores foram trabalhar em Paranaíta. Está em construção uma usina termoelétrica no município. Uma capacitação para técnicos foi oferida para a população, sendo que a empresa forneceu estadia e o SINE o curso para os interessados. Para 2012 existe a possibilidade de realização de quatro (ainda não definidos) cursos em parceira com o SENAI, a partir de fevereiro. Caso haja pessoal capacitado existe colocação para formados em secretariado, recepcionista, informática básica e avançada, eletricista predial, telefonista, auxiliar administrativo, operador de caldeira, destopador e alinhador (circuleiro). Os alunos destas áreas, geralmente, são os que se mostram mais interessados e tem o melhor aproveitamento do conteúdo (SINE, 2011). IV. ASPECTOS ECONÔMICOS As informações econômicas reúnem um conjunto de dados da realidade do Estado de Mato Grosso. Como resultado da tabulação desses dados obtém-se o indicador - Produto Interno Bruto (PIB), que sintetiza o resultado final da renda gerada no processo de produção em um determinado período, geralmente um ano, pelos residentes de um espaço econômico definido. 1. Produto Interno Bruto O Produto Interno Bruto (PIB) é o agregado econômico de maior importância nas Contas Regionais. Ele corresponde ao valor, a preços de mercado, de todos os bens e serviços finais internamente produzidos dentro do território nacional ou regional, num determinado período de tempo (Mato Grosso, 2005). Produto Interno Bruto a preço de mercado corrente 1997 1998 1999 2000 2001 2002 % 2002 Brasil 870.743 914.186 973.842 1.101.257 1.198.736 1.346.025 100,00 Centro-oeste 54.388 62.498 62.778 76.541 86.288 100.202 7,44 Mato Grosso 9.155 9.901 11.701 13.428 14.453 17.888 1,33 264 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Mato Grosso (2005). O PIB per capita é o resultado do PIB dividido pelo número de habitantes do país ou Unidades da Federação. Havendo crescimento do PIB per capita, teoricamente, isto significa dizer que cada habitante obteve acréscimo em sua renda média comparada ao ano anterior. Representa também que os habitantes obtiveram aumento ao acesso médio aos produtos de bens e serviços. Além de medir a riqueza, o PIB mostra e avalia o desempenho econômico de um país, região ou Unidade da Federação. Serve como um dos parâmetros para a distribuição do Fundo de Participação dos Estados e Municípios (Mato Grosso, 2005). PIB per capita Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 % 2002 Brasil 5.327 5.518 5.771 6.430 6.896 7.631 1,11 Centro-oeste 4.932 5.560 5.442 6.498 7.177 8.166 1,14 Mato Grosso 3.855 4.090 4.713 5.297 5.585 6.771 1,21 Fonte: Mato Grosso (2005). Para o cálculo do PIB Regional, adotam-se como macro referencial as recomendações contidas no Sistema de Contas Nacionais (SCN), propostas pelas Nações Unidas. No processo de estimação do valor adicionado das diversas atividades que integram a economia matogrossense, cuja agregação resulta no PIB Estadual, utilizam-se procedimentos que consistem na elaboração do PIB pelo chamado método da produção. Este método permite deduzir o Valor Bruto da produção em cada período contábil e em todas as classes de atividade econômicas, as parcelas relativas ao Consumo Intermediário, demandado pelos diversos processos produtivos. Deste modo chega-se ao valor Adicionado Bruto, que representa a contribuição de cada unidade produtora ao PIB Estadual (Mato Grosso, 2005). O PIB municipal baseia-se num processo descendente de repartição, do valor adicionado das atividades econômicas, sendo que primeiro estima-se o valor estadual de cada agregado; em seguida, reparte-se este valor pelos municípios, ou seja, uma vez estimado o valor adicionado por atividades, procede-se à distribuição para as atividades municipais, segundo indicadores selecionados, capazes de representar o comportamento de cada atividade econômica (Mato Grosso, 2005). O Estado de Mato Grosso apresentou no ano de 2002 a maior taxa de crescimento do Brasil, com 9,5% contra 6,7% em 2001, superando a média nacional que foi de 1,9%. O PIB a preços de mercado corrente, que é a soma de toda a produção gerada no Estado, foi de R$ 17,9 bilhões. O PIB per capita registrou em 2002 o valor de R$ 6.773,00, mantendo a posição de 12º no ranking (Mato Grosso, 2005). 265 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O Estado de Mato Grosso era a décima quinta economia do país. A vasta extensão territorial proporcionou uma grande desigualdade na distribuição espacial tanto da população quanto da riqueza gerada. Esta desigualdade foi verificada através da média do PIB estadual de 2002, que ficou com R$ 128,6 milhões e apenas 27 municípios se enquadravam acima dela e eram responsáveis por 70,8% da geração de riqueza total do Estado, agregando 64,4% da população. Já os 25 municípios com população acima da média estadual eram responsáveis por 65% do PIB e agregavam 66,1% da população. Isso foi justificado pela extensão territorial, modo de produção e forma de apropriação e ocupação do espaço territorial (Mato Grosso, 2005). Distribuição dos municípios de MT em relação a média da população e PIB, 2002 Número de municípios Absoluto % População média = 19.001 habitantes Acima da média 25 18% Abaixo da média 114 82,0% PIB médio (em mil) = 128.623 Acima da média 27 19,4% Abaixo da média 112 80,6% Especificação Participação (%) População PIB 66,06 33,94 65% 35% 64,6% 35,5% 70,8% 29,2% Fonte: Mato Grosso (2005). No ano 2002, os municípios que tiveram maior PIB de Mato Grosso foram: Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande e Sorriso. A capital Cuiabá e os municípios de Rondonópolis e Várzea Grande foram os principais centros polarizadores. O município de Aripuanã neste ano encontrava-se em 47º lugar no ranking de distribuição do PIB municipal (Mato Grosso, 2005). PIB a preços de mercado no ano 2002. Localidade Estado Cuiabá Rondonópolis Várzea Grande Juína Brasnorte Aripuanã Castanheira Cotriguaçu Colniza Juruena Rondolândia PIB total (R$ 1.000) 17.888.420 3.985.861 1.042.130 1.018.417 173.298 115.684 84.074 43.790 38.435 34.439 27.892 23.799 Part. % do PIB em 99 100 22,28 5,83 5,69 0,97 0,65 0,47 0,24 0,21 0,19 0,16 0,13 Ranking 1 2 3 20 36 47 73 83 92 96 105 Fonte: Mato Grosso (2005). Os municípios que apresentaram os maiores PIB per capita em Mato Grosso no ano 2002 foram: Santo Antônio do Leste, Santa Rita do Trivelato, Campos de Júlio, Alto Taquari e Sapezal. Os três primeiros municípios eram recém-criados, com baixa concentração populacional e grandes produtores de soja. O município de Alto Taquari além de ser grande produtor de soja, recebeu impulso com a chegada da Ferronorte e a instalação de empresas comercializadoras de produtos agropecuários. Sapezal era um município com grande produção de grãos e oleaginosas e contava 266 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 com 5 usinas hidrelétricas e mais 8 em consórcio com o município de Campos de Júlio, para atender as empresas agrícolas (Mato Grosso, 2005). O maior PIB per capita não significava uma melhor colocação no índice de PIB estadual. PIB per capita no ano 2002 Local Estado Santo Antônio do Leste Santa Rita do Trivelato Campos de Júlio Alto Taquari Sapezal Juína Brasnorte Aripuanã Castanheira Cotriguaçu Colniza Juruena Rondolândia Ranking PIB/2002 17.888.420 47 60 31 21 11 20 34 46 73 83 93 96 105 PIB per capita (R$) 6.773 40.227 39.968 37.297 32.681 31.206 4.489 10.669 5.207 5.876 3.624 2.920 4.978 6.569 População 2002 2.641.254 2.010 1.462 3.426 4.895 9.726 38.603 10.843 16.146 7.452 10.605 11.793 5.603 3.623 Fonte: Mato Grosso (2005). Na microrregião de Aripuanã, se observou que os municípios que possuíam os maiores PIB per capita eram os que estavam em melhor colocação na participação do PIB estadual. A baixa concentração de população e a produção local eram fatores decisivos para a obtenção desses valores. Na microrregião de Aripuanã em 2003, o município de Aripuanã ocupava a terceira colocação do PIB a preço de mercado, ficando atrás de Juína e Brasnorte. Em 2004 se mantém na terceira colocação, mas Brasnorte assumiu o primeiro lugar (Mato Grosso, 2007). O município de Brasnorte apresentava uma agricultura mais desenvolvida e uma localização privilegiada em relação aos outros municípios da microrregião, com acesso de rodovias asfaltadas para o escoamento de sua safra. Tinha um forte potencial agrícola e pecuário. PIB a preços de mercado corrente em R$ 1.000,00 em 2003 e 2004 Localidade Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2007). 2003 97.002 173.980 46.750 46.212 38.190 183.122 30.077 34.382 2004 120.577 259.920 68.037 67.086 49.614 215.278 39.470 46.485 267 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os estudos do Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (2002b) definiram doze macrorregiões de Planejamento, com o objetivo de subsidiar a gestão das ações e políticas públicas governamentais. Estas regiões foram avaliadas no estudo do Valor Adicionado dos municípios de Mato Grosso para o ano de 2000 e 2002, considerando as regiões por ordem de grandeza (população e Valor Adicionado) (Mato Grosso, 2005). A microrregião de Aripuanã encontrava-se na Região Noroeste I- Juína , com população em 2002 de 93.825 habitantes e Valor Adicionado de R$ 425,7 milhões. Era a segunda menos representativa, onde se concentravam 2,43% da riqueza gerada do Estado, com atividade predominante no setor agropecuário registrando 3,07%, serviços 2,32% e apenas 1,80% na indústria. A região é formada por 8 municípios dos quais se destacava Juína, centro polarizador regional e produtor de rebanho bovino. Em 2002 o município de Juína registrou a 20º posição no ranking do PIB municipal e participação de 0,97% do PIB estadual (Mato Grosso, 2005). O município de Aripuanã, no ano 2000, registrou a segunda colocação na microrregião para valor adicionado bruto. Valor adicionado bruto a preço básico, por atividade econômica, 2000. Valor a preço básico (R$ 1.000) Aripuanã 78.256 Cotriguaçu 22.413 Juruena 21.485 Castanheira 32.141 Juína 122.041 Fonte: Mato Grosso (2005). Local Agropecuária 27.995 5.832 8.651 18.962 38.949 2000 Indústria 12.273 5.642 2.831 1.538 15.279 Serviços 37.988 10.939 10.003 11.641 67.813 O bom desempenho do PIB matogrossense era sustentado pela crescente produção do setor agropecuário, que obteve crescimento em seu volume de 18% entre 2001/2002, e foi responsável por 29,8% da riqueza gerada no Estado. As culturas que mais influenciaram para que o setor agropecuário crescesse foram: soja (produto de maior importância no Estado) – 23%; café – 122%; milho – 33%; cana-de-açúcar – 14% e algodão – 6%. Na pecuária foram registrados incrementos no efetivo bovino – 11%; suínos – 10% e aves – 20% (Mato Grosso, 2005). No ano de 2004 o desempenho da agricultura do Estado de Mato Grosso foi incomparável. Nenhum outro Estado teve um crescimento em volume tão expressivo no setor (28%), além dos preços excelentes, que alcançaram índice de 1,24% em relação ao ano anterior. A safra de grãos e oleaginosas saltou de 15,6 milhões de toneladas em 2003 para 18,6 milhões de toneladas. Isso fez com que a participação do Valor Adicional (VA) da agricultura alcançasse 11,9%, se igualando a São Paulo, sendo superado apenas por Minas Gerais (12,8%) (Mato Grosso, 2008). Em 2005 o Estado enfrentou uma crise nos preços das commodities internacionais, afetando a renda dos agricultores e consequentemente o PIB total. Assim o Estado que era em 2004 a 12º economia com participação de 1,9% no ranking nacional, retraiu em 2005 para a 14º posição e participação de 1,7% no PIB brasileiro (Mato Grosso, 2008). A maior participação do Estado estava na atividade agrícola, que representou 12,4% do valor adicionado bruto do Brasil. A 268 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pecuária, apesar do Estado possuir o maior rebanho bovino brasileiro, participou apenas com 5,8% do valor adicionado da pecuária nacional, ficando em 8º no ranking (Mato Grosso, 2008). Neste mesmo ano a indústria estadual que era eminentemente agroindustrial sofreu impacto dos preços internacionais, atingindo principalmente a indústria de transformação, cujo valor adicional registrou uma retração de 5,94%, passando de R$3,65 bilhões em 2004 para 3,43 bilhões em 2005, muito embora tenha evoluído em volume no mesmo período (7,74%). Na participação do PIB em 2005 a indústria colaborou com 18,6% contra 19,88% em 2004 (Mato Grosso, 2008). A participação do setor serviços na formação do PIB em 2005 elevou de 49,17% contra 44,77% no ano anterior, em detrimento da crise do setor agropecuário que perdeu participação. Influenciaram positivamente no total de serviços as atividades imobiliárias, intermediação financeira, o comércio e serviços de reparos e manutenção, cujas atividades apresentaram incremento no valor nominal de 8,75%, 20,52% e 3,45% respectivamente. A atividade de comércio que era da maior importância (28,53%) apresentou uma taxa de crescimento de apenas 3,45%, influenciado pelas taxas negativas dos subsetores do comércio varejista como um todo, mais precisamente o de veículos automotores e motocicletas (0,91%), combustíveis e lubrificantes (0,88%) e de produtos alimentícios e bebidas (0,90%). Esta atividade foi a que se mostrou mais sensível ao choque de preços, afetou a agropecuária, a agroindústria e restringiu , além da cadeia produtiva, o poder de compra do trabalhador, reduzindo o consumo (Mato Grosso, 2008). Em 2005 o Estado de Mato Grosso alcançou um PIB per capita de R$ 13.365,00, ficando na sexta colocação no ranking nacional, acima da média brasileira que foi de R$ 11.658,00 (Mato Grosso, 2008). O Estado de Mato Grosso possui o 14º maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com a publicação das Contas Regionais do Brasil 2005-2009. A soma de toda produção gerada pelos diversos setores econômicos de Mato Grosso, no ano de 2009, foi de R$ 51,2 bilhões, contribuindo com 1,8% do PIB nacional (IBGE - Censo Demográfico 2010). O PIB matogrossense evoluiu 53,5% desde 2005, quando a pesquisa do IBGE apontou a riqueza do Estado em R$ 33,3 bilhões. No entanto, os números poderiam ser mais positivos não fosse o declínio da economia de Mato Grosso em 2006 – ano de severa crise na agricultura, que sustentava um dos pilares econômicos de Mato Grosso. Naquele ano, o PIB caiu para R$ 30,9 bi. Mas, com a recuperação do setor, o PIB está em crescente evolução. Em 2007 registrou R$ 42,7 bi, em 2008 teve significativo salto para R$ 47,5 bi, culminando com os R$ 51,2 bilhões mensurados em 2009 (IBGE – Censo Demográfico, 2010). Em 2002 o PIB da região de estudo representava 2,5% do PIB do Estado. No ano de 2007 este percentual passou para 3,3%. O maior valor dentre os municípios da área de estudo foi de Juína, seguido de Brasnorte e em terceiro lugar Aripuanã (Mato Grosso, 2010a). PIB bruto, em R$ 1.000,00, a preço de mercado corrente, 2002-2007. 269 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Estado Regional Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia 2002 20.941.060 539.960 77.371 131.862 35.692 32.805 36.407 176.994 31.003 17.821 2003 27.888.658 706.349 96.109 188.930 42.630 56.396 43.949 214.292 37.869 26.169 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2004 36.961.123 1.000.717 129.674 309.238 59.747 105.382 57.739 258.948 47.947 32.038 2005 37.465.937 1.038.006 140.594 243.687 59.172 124.314 59.093 329.181 47.330 34.633 2006 35.257.614 1.008.897 163.135 189.934 61.302 145.412 78.233 348.732 56.411 45.735 2007 42.687.119 1.339.416 192.264 282.182 68.298 183.564 88.646 409.679 69.045 45.734 Fonte: Mato Grosso (2010a). A maior participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto a preços básicos foi a de serviços, com 54,5%, seguido pela agropecuária (agricultura, pecuária e atividade madeireira) 28,6% e a indústria, com 16,9% (Mato Grosso (2010b). Atividades econômicas que mais cresceram em Mato Grosso desde 2002. Intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados Serviços de informação Serviços prestados as empresas Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana Indústria de transformação Serviços de alojamento e alimentação Serviços prestados as famílias e associativas Agricultura, silvicultura e exploração florestal Construção civil Atividades imobiliárias e aluguéis Comércio e serviços de manutenção e reparação Transportes, armazenagem e correio Saúde e educação mercantis Administração, saúde e educação públicas e seguridade social Indústria extrativa Pecuária e pesca Serviços domésticos 124,8% 116% 96% 81% 70,8% 64,6% 54% 50% 44,3% 40,2% 35,3% 34,4% 25,9% 21% 20,7% 18% 15,4% Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010). Em 2008 a economia mato-grossense registrou um crescimento no PIB a preço real de 7,9%, superior a média nacional (5,2%) e da região Centro-oeste (6,0%). O PIB a preço de mercado foi de aproximadamente R$ 53 bilhões contra R$ 42,7 bilhões em 2007, mantendo-se na 14º posição, participando com 1,7% do PIB nacional em 2008. O volume acumulado foi de 46% na série 2002-2008 e 128,4% no período 1995-2008. Em 2008 apresentou PIB per capta de R$ 17.927,00, ultrapassando o Estado do Paraná e ocupando a 7º posição. O Valor Adicionado rendeu em 2008 R$ 47,2 bilhões, o que significou um crescimento de 7,1% como resultado da agropecuária, que teve taxa positiva de 7,5%, a indústria de 5,5% e os serviços com expansão de 7,5% (Mato Grosso, 2010b). 270 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 PIB per capta Brasil e Mato Grosso, 2002-2008 Ano 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Brasil 8.378 9.498 10.692 11.658 12.687 14.465 15.989 Mato Grosso 7.928 10.374 13.445 13.365 12.341 14.954 17.927 Fonte: Mato Grosso (2010b). Em 2009 o Estado de Mato Grosso ocupava o 14º lugar no ranking nacional. Os maiores PIB do Brasil, 2009. São Paulo R$ 911,3 bilhões Rio de Janeiro R$ 301,5 bi Minas Gerais R$ 252,3 bi Rio Grande do Sul R$ 188,9 bi Paraná R$ 166,3 bi Bahia R$ 121,4 bi Distrito Federal R$ 116,4 bi Santa Catarina R$ 113,3bi Goiás R$ 75,5 bi Pernambuco R$ 67,3 bi Ceará R$ 58,1 bi Espírito Santo R$ 54,1 Pará R$ 52,4 bi Mato Grosso R$ 51,1 bi Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010). 2. Finanças públicas Finanças Públicas abrangem a captação de recursos pelo Estado, sua gestão e seu gasto para atender as necessidades da coletividade e do próprio Estado. A partir da promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal os estados ficaram obrigados a manter metas fiscais previamente anunciadas e a determinar garantias para sua implementação, mesmo que para isso seja necessário restringir a oferta de políticas sócias básicas, sob pena de sofrer sansões financeiras e bloqueio das transferências federais. Como instrumento normativo podemos destacar três importantes componentes: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) (Mato Grosso, 2010b). A arrecadação tributária guarda uma correlação com o nível de atividade econômica predominante. Por esta razão os municípios com maiores PIB se configuram como os maiores arrecadadores de tributos do Estado. 271 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O principal tributo era o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que representa 92% da receita tributária total. Em 2004 o Estado apresentou um superavit orçamentário de aproximadamente R$ 494 milhões, em decorrência do acréscimo de arrecadação do ICMS em 12,7%, como também pelo acréscimo das transferências constitucionais provenientes do Fundo de Participação dos Estados em 30,9%. Como reflexo houve aumento da receita orçamentária arrecadada em relação ao PIB (Mato Grosso, 2006). Receita orçada e arrecadada no Estado de Mato Grosso Ano 2001 2002 2003 2004 Receita orçada R$ Receita arrecadada Diferença 2.613.644.845 2.872.740.013 3.428.507.755 4.301.788.536 2.710.381.000 3.189.867.563 3.984.960.816 4.796.453.605 96.736.155 317.127.550 556.453.061 494.665.069 PIB em R$ milhões 14.453 17.889 22.615 26.157 % receita arrecada/PIB 18,75 17,83 17,85 18,34 Fonte: Mato Grosso (2006). O Índice de Participação dos Municípios, institucionalmente serve como parâmetro para a distribuição municipal da Cota Parte dos 25% da receita gerada pelo principal tributo estadual, que é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, do Estado de Mato Grosso. Estes índices decorrem da exigência que dispõem a Constituição Federal de 08/10/88, nos seus artigos 59 e 158, a qual procurou dar aos poderes locais maiores responsabilidades e autonomia para gerir os recursos tributários necessários para a execução das políticas públicas e do desenvolvimento municipal (Mato Grosso, 2005). Em 1990, a Lei Federal Complementar nº. 63 de 11/01/90 determinou através do art.3º que 25% do produto de arrecadação do Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços e Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação seriam creditados, pelos Estados, aos respectivos municípios, obedecendo aos critérios: 1. ¾ no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas a circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; 2. até ¼, de acordo com o que dispuser a lei estadual ou,no caso de territórios, lei federal. Em 2000, a Lei Complementar nº. 73 de 07/12/2000, no art.2º, determinou que a parcela de receita do produto da arrecadação do Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços e Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do art. 157 da Constituição Estadual fosse de 25%, distribuída conforme os seguintes critérios: Receita Própria, População, Área do Município, Cota Igual, Saneamento Ambiental e Unidade de Conservação/Terra Indígena. Atualmente está em vigor o seguinte percentual: Valor Adicionado - 75%; Receita Própria - 4%; População - 4%; Área do Município - 1%; Coeficiente Social - 11%; e Unidade de Conservação/Terra Indígena - 5%, de acordo com a Lei Complementar nº. 157 de 20/01/2004 (Mato Grosso, 2005). Na microrregião de Aripuanã os municípios de Brasnorte e Juína receberam as maiores cotas de participação no período 2004/2005. 272 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Índice da Cota Parte do Fundo de Participação dos Municípios, por portaria 2004/2005 Local Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Portaria 74/2004 a partir de 31/05/2004 0,674968 0,890011 0,202305 0,318285 0,423856 1,095471 0,239015 0,389177 Portaria 95/3003 sem liminar a partir de 13/09/2004 0,593224 1,083002 0,170646 0,225905 0,354401 1,144114 0,200740 0,338900 Portaria 95/2003 com liminar a partir de 11/10/2004 0,589821 1,076790 0,169667 0,224609 0,352368 1,137551 0,199589 0,336956 Portaria 139/2004 a partir de 29/11/2004 0,616977 0,920832 0,197633 0,265195 0,374753 1,113212 0,211973 0,392353 Portaria 154/2004 Portaria 038/2005 2005 2006 0,660661 0,805344 0,211680 0,361380 0,398991 0,996551 0,222186 0,412053 0,617608 0,903972 0,223126 0,316625 0,389740 0,983795 0,215922 0,426801 Fonte: Mato Grosso (2005). O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é uma transferência constitucional (CF, Art. 159, I, b), composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo o número de habitantes. São fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. O mínimo é de 0,6 para municípios com até 10.188 habitantes e o máximo é 4,0 para aqueles acima 156 mil. Os critérios atualmente utilizados para o cálculo dos coeficientes de participação dos municípios estão baseados na Lei n.º. 5.172/66 (Código Tributário Nacional) e no Decreto-Lei N.º 1.881/81. Do total de recursos 10% são destinados aos municípios das capitais, 86,4% para os demais Municípios e 3,6% para o fundo de reserva para os municípios com população superior a 142.633 habitantes (coeficiente de 3.8), excluídas as capitais (Mato Grosso, 2006). As maiores arrecadações de ICMS, por atividade econômica em 2004, no Estado de Mato Grosso foram: 22,12% do comércio, 9,46% da comunicação, 9,39% de energia elétrica, 4,41% dos transportes, 4,16% da agricultura (Mato Grosso, 2006). Na área da microrregião de Aripuanã em 2004, o tributo estadual de arrecadação mais significativa em todos os municípios foi o ICMS, seguido do IPVA. Os maiores valores foram do município de Juína, seguido de Aripuanã. O menor valor total de todos os tributos estaduais foi obtido pelo município de Castanheira (Mato Grosso, 2007). Arrecadação de tributos estaduais em 2005 Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia ICMS 7.171.657,87 4.778.408,96 812.042,23 5.891.834,83 2.477.004,61 14.191.212,47 1.700.269,44 1.954.945,53 IPVA 536.902,89 260.534,86 150.365,67 141.562,20 170.530,83 1.643.955,40 210.560,73 9.598,24 ITCD 9.479,20 10.727,56 195,01 75,01 119.588,21 44.479,52 7.581,59 23.555,15 Taxas 156.867,63 180.193,88 26.585,94 119.649,36 65.901,92 313.580,44 65.581,81 49.594,06 Outros 166.346,83 190.921,44 26.780,95 119.724,37 185.490,13 358.059,96 73.163,40 73.149,21 Total 7.874.907,59 5.229.865,26 989.188,85 6.153.121,40 2.833.025,57 16.193.227,83 1.983.993,57 2.037.692,98 273 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Mato Grosso (2007). Na microrregião de Aripuanã a maior arrecadação de tributos federais (R$) no ano de 2005 foi do município de Juína, seguido de Aripuanã. O município com o menor valor arrecadado foi Rondolândia (Mato Grosso, 2007). Arrecadação de tributos federais, 2005. Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia ll 50.095,24 3,88 1.150,44 - lE - lPl 291.476,24 10.790,56 10.317,21 9.606,02 635,64 110.853,89 1.733,61 - lR 618.064,89 47.549,84 18.430,24 274.100,351340.371,39 2.056.813,49 130.763,03 75.959,13 lOF 91.446,71 - ITR 259.925,24 34.271,07 55.586,10 3.497,97 5.443,80 12.641,77 23.241,14 3.882,34 Fonte: Mato Grosso (2007). ll – Imposto de importação; lE – Imposto de exportação; IPI – Imposto sobre produtos industrializados; lR – Imposto de renda total; IOF – Imposto sobre operações financeiras; ITR – Imposto territorial rural. Arrecadação de tributos federais em 2005 Município CPMF COFINS PIS CSLL Total Aripuanã 668.846,66 278.922,94 345.857,58 2.463.093,55 Brasnorte 139.245,12 218.525,05 136.216,98 586.598,62 Castanheira 32.429,04 60.278,70 38.275,69 215.316,98 Colniza 232.574,74 179.641,07 164.159,82 913.675,21 Cotriguaçu 26.813,18 92.571,34 214.264,59 680.103,82 Juína 4.315.842,23 1.286.937,44 526.183,26 1.118.807,30 9.519.526,09 Juruena 103.417,97 29.726,64 98.773,67 388.806,50 Rondolândia 88.630,07 50.904,69 61.355,30 280.731,53 Fonte: Mato Grosso (2007). CPMF – Contribuição provisória sobre movimentação financeira; COFINS – Contribuição para o financiamento da seguridade social; PIS – programa de integração social; CSLL – Contribuição social sobre o lucro líquido. O sistema bancário no município contava em 2008 com o Banco do Brasil; Banco Bradesco, que era atendido nas instalações dos Correios e Telégrafos; além da Caixa Econômica Federal, que era atendida em casas lotéricas. Em 2011 o município contava com uma agência do Banco do Brasil, um posto do Bradesco, Caixa Econômica Federal,que é atendida dos postos do correio e uma agência do Banco Sicredi. Receita arrecadada, confrontada com a prevista, participação no PIB, MT 2007-2009. Ano 2007 2008 2009 Receita prevista R$ milhões 6.188 7.040 8.099 Fonte: Mato Grosso (2006). Receita arrecadada Diferença 7.027 8.398 8.873 839 1.358 774 PIB em R$ milhões 42.687 53.747 - % receita arrecada/PIB 16,46 15,63 - 274 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2008 a maior arrecadação de tributos federais foi devido ao recolhimento de Imposto de renda total (R$ 9.163.952,02) que representou 34,9% do montante (R$ 26.256.198,36). A maior arrecadação de todos os impostos ficou a cargo do município de Juína, que contribuiu com 46,22% (R$ 12.136.140,09) do arrecadado na região. Seguido de Brasnorte com 17% (R$ 4.589.916,91) e em terceiro lugar Aripuanã com 16,54% (R$ 4.324.669,08). O município com a menor arrecadação foi Castanheira que contribuiu com 1,56% (R$ 402.103,78) do total de impostos federais da região (Mato Grosso, 2010a). Arrecadação de tributos federais, 2008 Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia ll 70,30 31,81 232,79 1.728,41 549,81 - lE 15,59 135,64 15,49 - lPl 227.108,27 41,00 234,27 788,77 873,86 739,29 233,96 lR lOF 1.557.078,27 107,90 1.342.876,06 86.879,03 629.798,05 139,80 627.867,17 4.598.051,78 2.002.898,71 265.217,82 273,91 56.183,84 - ITR 475.632,26 526.344,11 69.302,52 80.175,70 81.663,69 128.338,52 62.085,16 65.420,85 Fonte: Mato Grosso (2010a). ll – Imposto de importação; lE – Imposto de exportação; IPI – Imposto sobre produtos industrializados; lR – Imposto de renda total; IOF – Imposto sobre operações financeiras; ITR – Imposto territorial rural. Arrecadação de tributos federais em 2008 Município CPMF COFINS PIS/PASEP CSLL Total Aripuanã 866.490,89 477.752,81 720.427,66 4.324.699,08 Brasnorte 1.514.822,52 522.666,52 683.175,89 4.589.916,91 Castanheira 102.195,23 86.577,65 56.859,97 402.103,78 Colniza 512.108,00 373.912,29 412.620,46 2.008.988,57 Cotriguaçu 352.276,05 213.439,31 266.118,50 1.542.289,13 Juína 182.373,69 2.434.745,57 1.197.851,51 1.589.262,55 12.136.140,09 Juruena 40.178,95 149.674,12 89.654,78 608.370,84 Rondolândia 373.664,97 107.267,54 40.948,80 643.719,96 Fonte: Mato Grosso (2010a). CPMF – Contribuição provisória sobre movimentação financeira; COFINS – Contribuição para o financiamento da seguridade social; PIS – programa de integração social; CSLL – Contribuição social sobre o lucro líquido. Em 2008 o município de Juína era responsável por 40% da arrecadação de tributos estaduais, seguido de Aripuanã (16,7%) e Colniza (13,7%). O Imposto sobre Operações Relativas a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é um imposto estadual, ou seja, somente os governos dos estados do Brasil e do Distrito Federal têm competência para instituí-lo (conforme o art. 155, II, da Constituição de 1988). Representava o maior volume de arrecadação da área de estudo. O Imposto de Transmissão causa mortis e doação (ITCD) é um imposto brasileiro de competência estadual, devido por toda pessoa física ou jurídica quando da transmissão de bens ou direitos como herança, diferença de partilha ou doação. É o segundo imposto estadual na área estudada em volume de arrecadação (Mato Grosso, 2010a). Arrecadação de tributos estaduais, 2008. 275 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Município Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia ICMS 8.035.144,53 5.923.625,79 921.151,58 6.924.170,93 3.143.907,60 19.367.578,82 1.986.606,11 2.053.113,28 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 IPVA 852.652,51 470.221,31 203.967,48 393.362,32 274.864,87 2.481.954,11 280.828,09 22.442,94 ITCD 30.441,11 66.377,04 7.075,00 2.523,80 20.093,09 1.775,67 2.280,40 Taxas 138.113,40 97.223,80 29.863,98 139.605,88 69.003,99 220.711,24 46.385,62 53.722,62 Total 9.056.351,55 6.557.447,94 1.162.058,04 7.457.139,13 3.490.300,26 22.090.337,26 2.315.595,49 2.131.559,24 Fonte: Mato Grosso (2010a). Parte substancial dos impostos federais recolhidos aos cofres do Tesouro Nacional encontravamse previamente destinada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, por força de dispositivos da Constituição Federal. Cabe a Secretaria do Tesouro Nacional efetuar as transferências desses recursos aos beneficiários, nos prazos legalmente estabelecidos, atividade que a coloca como intermediária da movimentação financeira que alimenta o funcionamento das administrações públicas federal, estaduais e municipais. As principais transferências constitucionais são o Fundo de Participação dos Estados - FPE, Fundo de Participação dos Municípios - FPM (art. 159 da Constituição Federal), Imposto Territorial Rural - ITR, Imposto Sobre Operações Financeiras/Ouro - IOF-Ouro, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF e o Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados - FPEX. Repasses (R$) da União aos municípios, dos fundos constitucionais (FPE e FPMP), 2008 Regional 41.994.457,97 Aripuanã 6.145.530,36 Brasnorte 5.121.275,39 Castanheira 3.072.765,39 Colniza 7.169.785,38 Cotriguaçu 5.121.275,39 Juína 9.218.295,28 Juruena 3.072.765,39 Rondolândia 3.072.765,39 Em 2011, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) apresentou comportamento muito bom, seguindo a recuperação da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre produtos industrializados (IPI), que compõem o fundo. O Fundo cresceu 14 % em relação ao ano de 2010. Ao todo, foram distribuídos R$ 50,3 bilhões, já descontada a parcela de 20 % para o Fundeb. Apesar do crescimento, o FPM apresentou forte variação sazonal, uma característica desse fundo, que acompanha o comportamento da arrecadação do IR e do IPI ao longo do ano. Também o Fundo de Participação dos Estados (FPE) apresentou o mesmo crescimento de 14% em 2011. O FPE distribuiu R$ 48 bilhões aos estados, já descontada a parcela destinada ao Fundeb. Pela norma vigente, 85% deste montante são destinados aos estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste. O FPE é formado pelos mesmos impostos que o FPM, portanto os 276 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 percentuais de variação também são os mesmos. O FPM e o FPE são transferências constitucionais compostas pela arrecadação líquida de IR e IPI, 22,5% e 21,5% respectivamente. A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo o número de habitantes. São fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. Do total de recursos, 10% são destinados as capitais, 86,4% para os demais municípios e os 3,6% restantes vão para um fundo de reserva que beneficia os municípios com população superior a 142.633 habitantes, excluídas as capitais. O critério de distribuição do FPE é fixo, sendo destinado um percentual determinado para cada Unidade da Federação. V. INFRA-ESTRUTURA 1. Energia Energia elétrica é uma forma de energia baseada na geração de diferenças de potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos. Mediante a transformação adequada é possível obter que tal energia mostre-se em outras formas finais de uso direto, em forma de luz, movimento ou calor, segundo os elementos da conservação da energia. É uma das formas de energia que o homem mais depende e utiliza na atualidade, graças a sua facilidade de transporte, baixo índice de perda energética durante conversões. As principais formas de aquisição da energia elétrica são através de termoelétricas, usinas hidrelétricas, usinas eólicas e usinas termonucleares. O primeiro programa federal para expansão de energia elétrica no Estado de Mato Grosso foi “Luz no Campo”, lançado em 1999. Ocorreu em um momento que se buscava a reestruturação do setor e teve como principal obstáculo a obrigatoriedade de participação financeira daqueles que almejavam ter o benefício. Havia financiamentos que variavam de cinco a dez anos, dependendo da região, mas muitos deixaram de solicitar o benefício em função do custo. O segundo programa “Luz para Todos” foi lançado depois da promulgação da Lei nº 10.438/2002, considerada o marco legal da universalização no Brasil, pois permitiu o acesso irrestrito e sem ônus ao serviço de energia elétrica. O programa priorizava o atendimento das populações de baixa renda em função do IDH de cada localidade, sem deixar de lado a necessidade de se criar condições econômicas para que estas populações se tornem autossustentáveis.O programa não se limitou apenas ao atendimento convencional via extensão de rede, mas abriu espaço para as fontes renováveis e alternativas (Mato grosso, 2010b). De acordo com informação da Prefeitura Municipal de Aripuanã, o município foi contemplado com 1.099 ligações do programa “Luz para Todos” no período de janeiro de 2009 a março de 2011. A produção de energia elétrica gerada no Estado de Mato Grosso no período de 1999 a 2004 apresentou um crescimento acumulado de 11,5%, sendo a maior elevação a de geração térmica com 5,7% contra a geração hidráulica que ficou com 3,44%. Houve um acréscimo de 24% de energia hidráulica, proveniente da implantação de usinas hidrelétricas, para suprir as demandas do setor industrial. O PIB real da atividade industrial no estado cresceu no período de 1999 a 2003 índices acumulados de 145% e a atividade de energia elétrica cresceu 130%. O consumo 277 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 industrial de energia foi o que mais cresceu, apresentando variação percentual de 95%, influenciado tanto pelo número de consumidores industriais de 99%, quanto pelo consumo industrial do Estado que foi de 95% (Mato Grosso, 2006). O consumo de energia elétrica na última década foi bastante relevante. Partiu de uma base em 1999 onde se consumia 2.853.648.304 KWh para 4.978.332.075 KWh em 2009. Ocorreu um acréscimo em termos percentuais de 74,45%. No que tange ao consumo os percentuais apresentados no período foram 34,40% no segmento residencial; 82,76% no industrial; 78,3% no comercial; 321,85% no rural e 82,82% em outros segmentos. O crescimento apresentado na área rural continua sendo devido aos programas “Luz no Campo” e “Luz para Todos”. Esta universalização estava prevista para ser concluída em 2008, passou para 2010 e talvez não tenha terminado em 2011 (Mato Grosso, 2010b). Consumo de energia elétrica em Mato Grosso, por classe, (em KWh) 1999-2009 Anos Total 1999 2.853.648.303 2000 3.152.965.428 2001 3.017.463.224 2002 3.298.366.954 2003 3.644.817.592 2004 3.864.704.933 2005 3.980.266.856 2006 3.951.778.454 2007 4.313.389.349 2008 4.747.453.516 2009 4.978.331.075 Fonte: Mato Grosso (2010b). Residencial 1.169.911.940 1.204.344.570 1.069.543.593 1.109.817.845 1.155.321.622 1.197.448.012 1.285.183.244 1.319.301.269 1.397.479.241 1.485.780.581 1.595.717.238 Industrial 580.747.985 689.582.114 749.862.875 851.610.810 966.370.099 976.253.646 848.170.792 762.285.797 895.959.722 1.055.195.138 1.061.365.347 Comercial 615.809.214 676.505.291 639.732.778 693.913.351 760.489.504 825.299.493 902.330.175 913.316.510 973.229.281 1.049.124.680 1.098.439.899 Rural 138.963.765 181.405.213 184.778.498 225.687.791 297.611.540 365.996.793 413.484.545 411.123.489 484.806.911 550.784.862 586.218.883 Outros 348.215.399 401.128.240 373.545.480 417.337.157 465.024.827 499.706.989 531.098.100 545.751.389 561.914.194 606.568.256 636.590.708 O número total de consumidores na última década foi bastante expressivo, ou seja 84,05% o que confere uma média de 8,4% ao ano. Algumas classes consumidoras tiveram tiveram um crescimento maior. A classe comercial foi a que apresentou o menor desempenho no péríodo ficando com 49,66%. A classe residencial ficou com 70,09% e outros com 79,9%. As classes industrial e rural apresentaram 162,85% e 380,91% respectivamente. A classe rural apresentou um crescimento de 18,39% em 2009 em relação a 2008 (Mato Grosso, 2010b). Crescimento anual por percentual de consumo de energia elétrica, MT 2000-2008. Anos Total 2000 10,49 2001 -4,30 2002 9,31 2003 10,50 2004 6,03 2005 2,99 2006 -0,74 2007 9,18 2008 10,06 Fonte: Mato Grosso (2010b). Residencial 2,94 -11,19 3,77 4,10 3,65 7,33 2,65 5,93 6,32 Industrial 18,74 8,74 13,57 13,48 1,02 -13,12 -10,23 17,67 17,77 Comercial 9,86 -5,44 8,47 9,59 8,52 9,33 1,22 6,56 7,80 Rural 30,54 1,86 22,14 31,87 22,98 12,97 -0,57 17,92 13,61 Outros 15,20 -6,88 11,72 11,43 7,46 6,68 2,76 2,96 7,95 278 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A energia elétrica do município de Aripuanã em 2007 era fornecida pela REDE/CEMAT – Centrais Elétricas Matogrossense, com geração de 800 KW, em usina local e compra de 2.200 KW de uma usina pertencente a madeireira Faxinal, também localizada no município, que tem capacidade geradora de 9.000 KW. O consórcio Odebrecht estava construindo uma usina hidrelétrica de 261Mega watts, que gerou em torno de 1.200 empregos durante 3 anos (Prefeitura Municipal de Aripuanã). Produção de energia em Aripuanã, 2005. Usina Potencia kW Destino energia Faxinal I 2.788,00 APE Aripuanã 800,00 SP Aripuanã 4.173,00 SP Faxinal II 10.000,00 PIE Proprietário 100% para Madeireira Faxinal Ltda 100% para Juruena Energia S/A 100% para Centrais Elétricas MT/SA 100% para Centrais Elétricas Salto de Dardanelos S/A Localização usina Aripuanã Aripuanã Aripuanã Aripuanã Fonte: Mato Grosso, 2006. Legenda: SP: Serviço Público; APE – Autoprodução de Energia; PIE – Produção Independente de Energia Usina da Cemat Fotógrafo – Júnior Coelho Usina Faxinal A capacidade instalada efetiva disponível (kW) de energia térmica em Aripuanã, do sistema REDE-CEMAT em 2001 era de 2.000 kW; em 2002 de 3.500 kW; em 2004 de 3.500 e em 2005 de 3.500 kW (Mato Grosso, 2007). O número de consumidores de energia elétrica em 2005, segundo as classes, na microrregião de Aripuanã somavam 25.187. Eram 19.934 consumidores residenciais; 433 industriais; 2.319 comerciais; 2.111 rurais; 336 poder público; 9 iluminação pública; 19 serviços públicos e 26 próprios (Mato Grosso, 2007). O município com maior número de consumidores residenciais era Juína (8.647), seguido de Aripuanã (2.881). O município com maior número de consumidores industriais era Juína (174), seguido de Aripuanã. O que tinha o maior número de consumidores 279 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 comerciais era Juína (902), seguido de Colniza (390). Com maior número de consumidores rurais era Juína (1.223), seguido Brasnorte (242). O maior número de consumidores do poder público era Juína (112), seguido de Aripuanã (53). O maior número de consumidores de serviços públicos estava em Aripuanã (5) e Brasnorte (5). O Município com maior serviço próprio se encontrava em Aripuanã (9) (Mato Grosso, 2007). Tomada de água da Usina Faxinal Fotógrafo – Júnior Coelho Consumidores de energia elétrica em 2005 Aripuanã Residencial 2.881 Industrial 78 Comercial 349 Rural 91 Poder público 53 Iluminação 1 pública Serviço 5 público Próprio 9 Total 3.467 Fonte: Mato Grosso (2007). Brasnorte 1.899 47 230 242 41 1 Castanheira 1.164 17 121 208 22 1 Colniza 2.583 63 390 12 29 1 Cotriguaçu 1.265 29 149 184 29 1 Juina 8.647 174 902 1.223 112 2 Juruena 1.262 20 139 96 32 1 Rondolând 233 5 39 55 18 1 5 2 2 1 2 2 - 1 2.466 1 1.536 2 3.082 2 1.660 8 11.070 2 1.554 1 352 Em 2005 o consumo de energia elétrica (kWh) segundo as classe, na microrregião de Aripuanã foi de 105.512.700 kWh. O maior consumo foi residencial (37.286.166 kWh) seguido do consumo industrial (25.508.681 kWh). O município com maior consumo de energia foi Juína (44.271.530 kWh) seguido de Aripuanã (20.767.581 kWh). O menor consumo total foi do município de Rondolândia (939.749 kWh) (Mato Grosso, 2007). Consumo de energia elétrica (kWh) em 2005 Residencial Industrial Comercial Rural Poder público Iluminação pública Serviço público Aripuanã 6.807.867 7.435.380 3.624.400 316.279 774.696 938.601 752.006 Brasnorte 3.936.887 2.192.864 3.771.486 2.155.142 867.052 511.392 274.526 Castanheira 1.564.561 195.778 754.231 318.290 182.796 254.532 213.532 Colniza 5.211.865 3.738.710 2.995.999 39.049 424.236 311.193 42.079 Cotriguaçu 2.247.518 215.286 1.068.899 427.504 366.753 153.648 1.251 Juina 1.824.360 11.448.909 9.696.202 2.607.489 1.830.723 1.492.596 1.098.407 Juruena 2.363.887 261.430 1.320.625 330.136 351.318 179.892 133.115 Rondolândia 329.221 20.324 185.925 72.584 177.429 139.929 - 280 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Próprio Total 118.352 20.767.581 10.984 13.720.333 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 4.550 3.488.118 53.778 12.816.909 44.520 4.525.379 1.272.844 44.271.530 42.698 4.983.101 14.337 939.749 Fonte: Mato Grosso (2007). A produção de energia elétrica hidráulica e térmica (MWh), pelo grupo REDE-CEMAT entre 2000 – 2005, no município de Aripuanã apresentou um aumento de geração no período, principalmente da energia térmica (Mato Grosso, 2007). Geração de energia, MT entre 2000 e 2005. Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Mato Grosso (2007). Hidráulica 6.339 6.677 6.465 6.719 6.743 6.869 Térmica 942 2.952 5.198 6.142 3.655 Usinas e Centrais Geradoras, potência (kW), destino da energia e proprietário, 2008. Município Aripuanã Brasnorte Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Usina Faxinal I Aripuanã Faxinal II Dardanelos Madeireira Nortão Sacre 2 Bocaiúva Córrego Santa Cruz Guariba Cotriguaçu Juína Juruena Egídio Rondolândia Potencia (kW) 2.788,00 800,00 10.000,00 261.000,00 600,00 30.000,00 30.000,00 1.000,00 Destino APE SP PIE PIE REG PIE PIE REG Proprietário 100% Madeireira Barra Grande Ltda 100% Juruena Energia S/A 100% centrais Elétricas Salto dos Dardanelos 100% Energética Águas da Pedra S/A 100% madeireira Nortão Ltda - EPP 100% Brasil Central Energia S/A 100% Cravari Geração de Energia S/A 100% Hidroelétrica Córrego Santa Cruz Ltda. Localização 1.448,00 2.282,00REG 2.650,00 3.826,82 2.000,00 1.598,00 REG REG SP SP REG REG 100% Centrais Elétricas Matogrossenses S/A 100% Centrais Elétricas matogrossenses S/A 100% Juruena Energia S/A 100% Centrais Elétricas Matogrossenses S/A 100% Serraria Egídio Ltda. 100% Centrais Elétricas Matogrossenses S/A Colniza Cotriguaçu Juína Aripuanã Brasnorte Juruena Rondolândia Fonte: Mato Grosso (2010a). Legenda: SP: Serviço Público; PIE: Produção Independente de Energia; Em 2011 a Cemat possuía apenas seis usinas térmicas movidas a óleo diesel em funcionamento no Estado de Mato Grosso. Elas eram responsáveis pelo abastecimento de municípios isolados, que não tinham outra fonte de energia, eram eles: Comodoro, Cotriguaçu, Guariba, Juruena, Paranaíta e Rondolândia. Em 2011 as usinas de Apiacás, Nova Bandeirantes e Nova Monte Verde já deixaram de operar e em dezembro de 2012 existe a previsão de desativar as usinas térmicas de Juruena e Cotriguaçu. Com isso milhões de litros de óleo diesel deixaram de ser queimados por ano, trazendo um grande benefício para o meio ambiente. De acordo com informação recebida, em março de 2011 teve inicio um racionamento de energia com o objetivo de economizar o óleo diesel que supria a usina térmica responsável por atender o distrito de Guariba, localizado no município de Colniza. Devido as fortes chuvas, as estradas que levavam a Colniza e Guariba foram inundadas. No caso específico de Guariba, a queda de pontes impediu a passagem dos caminhões que transportavam as cargas de óleo e outros suprimentos 281 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 para a localidade. Diante dessa situação, o racionamento foi a única saída para evitar o desabastecimento, até que uma balsa fosse disponibilizada pela Defesa Civil para fazer a travessia do rio. Guariba é uma das localidades de Mato Grosso que ainda são abastecidas por usinas térmicas, no sistema isolado. A previsão da Cemat é que essas localidades sejam incorporadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até o fim do ano de 2012, o que permitirá a desativação das usinas a diesel. Capacidade instalada efetiva disponível (kW) de energia térmica, sistema REDE-CEMAT Município 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Aripuanã 2.000 3.500 3.500 3.500 3.000 Brasnorte 2.500 3.500 3.500 Castanheira 1.250 Colniza 830 1.500 2.700 4.425 4.425 4.950 750 1.000 Cotriguaçu 1.150 1.375 1.375 1.625 1.925 1.850 1.900 2.000 Juína 7.000 11.500 12.400 12.375 12.375 11.475 Juruena 1.680 1.725 3.725 3.725 3.725 2.720 2.500 2.750 Rondolândia 450 505 505 505 625 725 1.250 2008 1.810 4.177 4.522 1997 Fonte: Mato Grosso (2010a). Na área de estudo em 2008 o maior número de consumidores de energia elétrica era a classe residencial com 25.064 unidades (73,6%), seguido da classe rural com 5.214 unidades (15,3%) e em terceiro lugar a classe comercial com 2.674 unidades (7,85%). Dentre os municípios Juína tinha o maior número de consumidores (36,9%) ficando Aripuanã em segundo lugar (14,6%) (Mato Grosso, 2010a). Nº de consumidores de energia elétrica, segundo a classe, MT/2008. Município Residenci al Industri al Comerci al Rura l Aripuanã Brasnorte Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína 3.883 2.322 1.338 3.884 1.871 9.697 113 69 19 71 40 248 481 274 146 431 205 925 Juruena Rondolândi a 1.711 358 30 5 176 36 449 596 662 72 737 1.56 0 702 436 Poder públic o Iluminaçã o publica 67 56 37 53 39 139 4 3 1 2 2 4 Serviç o públic o 5 5 2 2 1 3 40 26 2 1 2 0 Própri o 3 2 1 1 2 2 2 1 Total 5.005 3.327 2.206 4.516 2.897 12.57 8 2.665 863 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2010 os municípios de Colniza e Cotriguaçu apresentavam 28% da população que ainda não tinha acesso a energia elétrica. Os municípios com o maior percentual eram Juruena, onde somente 2,6% da população não tinha energia elétrica e Juína com 2,74% da população sem energia (IBGE - Censo Demográfica, 2010). Existência de energia elétrica, 2010 282 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Município Total Tinham Aripuanã 5.372 Brasnorte 4.393 Castanheira 2.513 Colniza 7.640 Cotriguaçu 4.297 Juína 11.930 Juruena 3.184 Rondolândia 970 5.051 4.016 2.285 5.490 3.076 11.597 3.099 906 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Existência de energia elétrica Tinham - de Tinham - de Tinham - de Tinham companhia companhia Não companhia de outra distribuidora - com distribuidora - sem tinham distribuidora fonte medidor medidor 4.749 4.723 26 302 321 3.700 3.690 10 316 377 2.252 2.225 27 33 228 5.019 4.946 73 471 2.150 2.924 2.865 59 152 1.221 11.421 11.394 27 176 333 3.074 3.063 11 25 85 746 716 30 160 64 Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010). A empresa Guaçu Geração de Energia S.A., empresa de geração termoelétrica, com construção em andamento, tem planos para iniciar suas operações em 2013. A previsão é produzir 30 mw/h para distribuição. A origem da biomassa utilizada dessa produção será oriunda da doação dos resíduos de todas as madeireiras do município, por um prazo de 15 anos. O acordo para sua utilização está firmado com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA/MT. Atualmente esses resíduos são incinerados, causando poluição com danos a saúde da população, além de riscos de incêndios, havendo desperdício de recursos. Está ainda previsto para o controle de poluição desse sistema de geração energética o uso de filtros para a fumaça. Com o tempo a energia produzida pode entrar no linhão. Escritório da termoelétrica Depósito de resíduos para combustível De acordo com relatos de moradores do município de Aripuanã, após a ligação da energia produzida pela Usina de Águas da Pedra com o linhão (rede geral), existe uma oscilação de energia diária e falta durante várias horas do dia. Durante o período de trabalho de campo, ficamos sem energia elétrica por 12 horas seguidas. Transtorno que ocasionou a perda de vários gêneros alimentícios nos supermercados da cidade. 283 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2. Segurança pública Considera-se segurança pública o afastamento, por meio de organizações próprias, de todo perigo ou de todo mal que possa afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da liberdade ou dos direitos de propriedade de cada cidadão. A segurança pública, assim, limita a liberdade individual, estabelecendo que a liberdade de cada cidadão, mesmo em fazer aquilo que a lei não lhe veda, não pode turbar a liberdade assegurada aos demais, ofendendo-a. A polícia militar no município de Aripuanã em 2005, sob o comando CR-VII, contava com 25 policiais efetivos, sendo 24 operacionais e 1 administrativo. A polícia civil tinha, na delegacia municipal, 1 delegado, 1 escrivão e 3 agentes (Mato Grosso, 2007). O município não tinha efetivo da Polícia Federal ou Polícia Rodoviária, nem Corpo de Bombeiro. O município conta com representação do CIRETRAN, EMPAER, INDEA e IBAMA (Prefeitura de Aripuanã). Em 2005 os procedimentos da polícia judiciária no município foram: 177 inquéritos instaurados, 258 concluídos; 25 cartas precatórias expedidas, 56 recebidas e 34 cumpridas; 0 flagrantes de prisão, 0 mandato, e 0 prisão temporária; 301 mandatos de prisão e 15 cumpridos; e 215 ordens de serviço cumpridas (Mato Grosso, 2007). O número de documentos de identificação emitidos pela Secretaria de Segurança de Aripuanã em 2005 foram 436 primeiras via, 20 segundas via e 10 AA. (Mato Grosso, 2007). Em dezembro de 2005 a capacidade carcerária da unidade prisional de Aripuanã era de 16 indivíduos, sendo que estava com uma população de 66 indivíduos, gerando um deficit de 44 vagas prisionais (Mato Grosso, 2007). A Lei Complementar nº 51 de 21/12/1998 criou a Comarca de Aripuanã, instalada em 06 de agosto de 2004. Contava com uma Juíza e um Promotor de Justiça. O município tinha uma Junta de Serviço Militar (Prefeitura de Aripuanã). A atividade forense, da Corregedoria Geral da Justiça em 2005, no município de Aripuanã foi de 3.988 processos anteriores a 2005; 2.465 ações distribuídas em 2005; 16 processos desarquivados; 2.317 processos arquivados, devolvidos e remetidos a outros juízos; totalizando 4.152 processos transferidos para 2006 (Mato Grosso, 2007). Em 2008 a policia militar no município de Aripuanã estava sob o comando da CR-VIII, com um efetivo de 24 policiais, 21 operacionais e 3 administrativos. Que representava 1 policial para cada 1.173,88 km² da área territorial do município e 1 policial para cada 949 habitantes do município (Mato Grosso, 2010a). A partir de junho de 2005 Aripuanã passou a comarca instalada com cadeia. Dezembro 2005 Cap. Pop. Saldo 16 60 -44 Dezembro 2006 Cap. Pop. Saldo 64 42 22 Dezembro 2007 Cap. Pop. Saldo 64 46 18 Dezembro 2008 Cap. Pop. Saldo 64 65 -1 284 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Mato Grosso (2010a). Cap.: capacidade; Pop.: população. No ano 2008 a policia civil tinha uma Delegacia Municipal Distrital em Aripuanã, com 2 delegados, 2 escrivães e 8 investigadores. A proporção entre área e policia judiciária civil na ocasião era de 1/ 2.054 km² e de 1 policial judiciário civil para cada 1.661 habitantes (Mato Grosso, 2010a). Foram os seguintes procedimentos da policia judiciária civil no ano de 2008 em Aripuanã: 150 inquéritos instaurados, 194 concluídos e 304 não concluídos; 20 cartas precatória expedidas, 42 recebidas e 15 cumpridas; efetuaram 85 prisões em flagrante, 28 preventivas e 5 temporárias; receberem 64 mandatos de prisão, cumprindo 26; tiveram 170 ordens de serviço cumprido e 89 termos circunstanciados de ocorrência. O município conta com um posto conveniado da Secretaria de Segurança que em 2008 emitiu 897 documentos de identificação(Mato Grosso, 2010a). Em 2008 as atividades forenses (corregedoria geral), de primeira instância em Aripuanã foram: 3.930 processos anteriores a 2008; 1.497 ações distribuídas em 2008; 132 processos desarquivados; 1.741 processos arquivados, devolvidos e remetidos a outros juízes; e 3.818 processos transferidos para 2009 (Mato Grosso, 2010a). Conforme informação recebida durante trabalho de campo em 2008, mesmo com aumento populacional, pelo fluxo de trabalhadores e familiares, não houve incremento do contingente de policiais. Há informações de presença de policiais militares em festividades e eventos sociais, sem que retirem desses ambientes, pessoas menores de idade. Nesta pesquisa, foram vistas, seguramente, menores de idade, em casa de eventos. Em 2008, pessoas inquiridas sobre incremento de violência na cidade, com o aumento populacional decorrente da chegada de trabalhadores do empreendimento hidroelétrico, referem que houve aumento de furtos e de brigas em festas. O número de homicídios em Aripuanã é elevado. Com 10 assassinatos ocorridos em 2009, o índice de homicídios foi de 49 homicídios por mil habitantes. Diminuiu apenas 2% em relação a 2008. Em 2002 este índice era 115. Caiu rapidamente nos anos seguintes ate 32, o menor índice no período entre 2001 e 2009. Desde então mantém-se em torno de 50, com leve tendência de declínio. Este índice é muito alto, tratando-se de uma cidade do interior com aproximadamente 20 mil habitantes (Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/ASIS-SIM). Nº de homicídios/100.000 habitantes/ano Ano Brasil Mato Grosso 2001 27,8 38,0 2002 28,5 36,4 2003 28,9 34,2 2004 27,0 31,6 2005 25,8 32,5 2006 26,3 31,3 2007 25,2 30,5 Aripuanã 40,2 115,4 98,2 70,6 32,5 51,6 49,6 285 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] 2008 2009 25,6 - 30,9 - Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 50,2 49,0 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/ASIS-SIM Em 2008 a violência em Aripuanã era 21% pior que a média da regional de Juína. O município era o terceiro mais violento, só perdendo para Colniza que tinha índice de homicídio de 79 e Juruena de 52. A violência em Aripuanã era 19% maior que na capital Cuiabá; quase 40% maior que no Estado de Mato Grosso e na Região Centro-oeste; quase 50% maior que no Brasil e, superava a das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Índices de homicídios, 2008. Local nº de homicídios /100.000 hab/ano 2008 Brasil 25 São Paulo 15 Rio de Janeiro 29 Mato Grosso 30 Centro-oeste 30 Cuiabá 40 Regional Juína 39 Aripuanã 50,2 Brasnorte 20 Castanheira 25 Colniza 79 Cotriguaçu 20 Juína 15 Juruena 52 Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Aripuanã, MS/SVS/ASIS-SIM Em 2011 a Policia Militar de Aripuanã fazia parte do Comando Regional VIII, da Região Noroeste do Estado e estava subordinada a Juína. No município estava localizado a sede do Xº Comando Independente da Policia Militar. Seu contingente era composto por 1 Capitão da Policia Militar e 10 policiais. A partir de setembro de 2011 foram contratados mais 8 policiais recém formados. Segundo informação, o ideal para a região seriam 50 policiais. Estavam equipados com 2 viaturas novas, 1 caminhonete Ranger, 1 palio weekend e 1 moto twister. A sua estrutura física era pequena e necessitavam, de mais espaço para alojamentos. Havia necessidade de aquisição de equipamentos para logística e um aumento de verbas, proporcional ao aumento do contingente. Os policiais residiam na cidade e se queixavam da dificuldade de arrumar casas para mora e do valor dos aluguéis (Comando da Policia Militar, Aripuanã). Para melhor atendimento a população seria necessário a instalação de um posto avançado no Bairro Planalto, local de maior número de ocorrências. Fomos informados que as obras de construção da cadeia pública já tinham começado. As ocorrências mais frequentes registradas eram embriaguês, Lei Maria da Penha, infração de trânsito e agressões. Com instalação da Usina Águas da Pedra registraram um aumento de furto 286 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 nas residências e no tráfego de drogas. Relataram o fechamento de 6 “bocas de fumo” na sede, mas sabiam que outras eram abertas imediatamente. Durante o ano de 2011 o Exército ficou 4 meses sediado no município em operações para combate ao desmatamento e retirada clandestina de madeira (com suporte do IBAMA e SEMA). Neste mesmo ano foi preso na cidade um pedófilo, caso que se tornou público e teve grande repercussão entre a população, gerando outras denúncias (Comando da Policia Militar, Aripuanã). Polícia militar Polícia civil A Delegacia Municipal da Polícia Civil de Aripuanã pertence ao Pólo Regional de Juína. Durante o trabalho de campo em 2011 contava com 1 delegado, 1 escrivão e 6 investigadores. A partir de janeiro de 2012 teriam mais 5 investigadores recém contratados. O ideal seria pelo menos mais 1 escrivão e mais 2 investigadores além dos novos contratados. Segundo informações, o prédio da Delegacia necessita de adequações e reformas. Recentemente a fiação elétrica e a caixa de força do prédio foram trocados com verba proveniente do Conselho de Segurança da cidade. O prédio esta vinculado a cadeia pública. É necessário a construção de uma nova delegacia e de uma cadeia (já em inicio de construção). As ocorrências mais atendidas eram em relação ao tráfego de drogas, proveniente de Rondônia e Cuiabá. Haviam prendido 4 grandes traficantes de crack, mas sabiam que estes postos seriam ocupados rapidamente. Já executavam na cidade desde 2007 a Operação “Cidade Limpa”, um esforço para conter o incentivo e consumo de drogas. Tinham registros de pequenos furtos e crimes familiares relativos a Lei Maria da Penha. Desde 2004 com a vinda do Fórum para a cidade havia caído o número de homicídios, mas mesmo assim ainda era grande. Atendiam a chamados de crimes sexuais (abuso de menores) mas como geralmente eram cometidos por pessoas próximas, ficava difícil comprovar. Relataram outras situações que eram da competência da Policia Federal, pois não tinham estrutura para realizar tal tarefa. Eram o tráfego ilegal de madeira e os bloqueios ocorridos nos últimos 3 anos na Usina Águas da Pedra, decorrente de manifestações indígenas (Delegacia Municipal de Policia Civil). 287 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3. Indústria Indústria é toda atividade que através do trabalho, transforma matérias-primas em outros produtos, que podem ser ou não comercializados e que possuem em geral, maior valor agregado. Pela tecnologia na produção e a quantidade de capital necessário, a atividade industrial pode ser artesanal, manufatureira ou fabril. Ao conjunto de indústrias, deu-se o nome de setor secundário, em oposição à agricultura (primário) e ao comércio e serviços (terciário). Também se usa o termo indústria, para empresas que usam um método comum de gerar dividendos, embora não sejam do segundo setor, tais como a indústria bancária ou mesmo a agroindústria. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Fazenda, em 2000 a indústria de Mato Grosso possuía 6.007 estabelecimentos, passando em 2003 para 7.332, um crescimento de 27%. Deste total 25%, ou seja, 2.287 são unidades locais que possuem cinco ou mais pessoas ocupadas, demonstrando que o perfil da maioria dos estabelecimentos industriais do Estado é microindustrial (Mato Grosso, 2006). A indústria de transformação foi entre 1994 e 2002 a quarta atividade de maior índice de crescimento acumulado no Estado, pela expansão da agroindústria. Em 2003 a indústria representava 11,7% do PIB do Estado e 0,47% do PIB nacional. Com estímulos do Fundo Constitucional do Centro-oeste e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, e de programas locais como o incentivo à cotonicultura (Proalmat – isenção de 75% do ICMS), e de desenvolvimento industrial e comercial (Prodeic – adiamento em até 15 anos do pagamento do ICMS) (Mato Grosso, 2006). Estabelecimentos industriais de Mato Grosso 2003/2004 Atividade econômica 2003 2004 variação % Mato Grosso Indústria extrativista minerais Indústria de transformação Fabricação produtos alimentícios e bebidas Fabricação de produtos têxteis Confecção artigos do vestuário e acessórios Preparação de couro e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados Fabricação produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Edição, impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool Produtos químicos Fabricação de artigos de borracha e plásticos Fabricação de produtos minerais não metálicos Fabricação de produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de móveis e indústrias diversas outras Fonte: Mato Grosso (2007). 7.332 251 7.081 1.623 174 412 59 8.455 307 8.148 1.693 170 455 - 1,15 1,22 1,15 1,04 0,98 1,10 - 2.175 30 429 12 2.731 30 472 14 1,26 1,0 1,10 1,17 211 164 528 134 67 404 154 277 184 600 180 77 487 146 1,31 1,12 1,14 1,34 1,15 1,21 0,95 288 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2003 a indústria de transformação do Estado de Mato Grosso representava 98% contra apenas 0,2% da indústria extrativista. Os principais segmentos representados de acordo com o faturamento foram: indústria de produtos alimentícios (67%), fabricação de produtos de madeira (8,4%), fabricação de coque, combustíveis e produção de álcool (6,7%), fabricação de produtos químicos (5,9%), minerais não metálicos (2,7%) e outros (Mato Grosso, 2006a). Em 2005 o Estado de Mato Grosso tinha 6.642 indústrias extrativistas e de transformação. Na microrregião de Aripuanã nesse ano o número total de indústrias era 562, que representam 8,46% do montante estadual. Aripuanã tinha 105 unidades, ou 1,6% do total do Estado e 18,7% das indústrias extrativistas e de transformação da microrregião de Aripuanã (Mato Grosso, 2007). Em 2004 Aripuanã contava com as seguintes indústrias extrativistas e de transformação, pelo cadastro de atividades econômicas da SEFAZ/MT: 2 de extração de minerais não metálicos; 10 de fabricação de produtos alimentícios e de bebidas; 1 de fabricação de produtos têxteis; 96 de fabricação de produtos de madeira; 4 de edição, impressão e reprodução de gravações; 2 de fabricação de borracha e produtos plásticos; 5 de fabricação de produtos minerais não metálicos; 7 de fabricação de produtos metal – exclusive máquinas e equipamentos; 1 de fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias e 3 de fabricação de móveis e indústrias diversas, totalizando 131 estabelecimentos (Mato Grosso, 2006). Em 2005 o Aripuanã contava com as seguintes indústrias extrativistas e de transformação, segundo a SEFAZ/MT: 9 de fabricação de produtos alimentícios e de bebidas; 1 de fabricação de produtos têxteis; 83 de fabricação de produtos de madeira; 3 de edição, impressão e reprodução de gravações; 1 de fabricação de borracha e produtos plásticos; 2 de fabricação de produtos minerais não metálicos; 3 de fabricação de produtos metal – exclusive máquinas e equipamentos; 1 de fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias e 3 de fabricação de móveis e indústrias diversas, totalizando 105 estabelecimentos (Mato Grosso, 2006). Houve uma redução de 26 unidades industriais ao final de 2005, reflexo da operação Currupira da Polícia Federal, vinculada a extração de madeira. Indústrias extrativistas e de transformação em Aripuanã, 2005/2004 Atividades Extração de minerais não metálicos Fabricação produtos alimentícios e bebidas Fabricação de produtos têxteis Fabricação produtos de madeira Edição, impressão e reprodução de gravações Fabricação de artigos de borracha e plásticos Fabricação de produtos minerais não metálicos Fabricação de produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de móveis e indústrias diversas Total de Aripuanã Total da Microrregião de Aripuanã Total do Estado de Mato Grosso Fonte: Mato Grosso (2006a) Mato Grosso (2007). 2005 9 1 83 3 1 2 3 2004 2 10 1 96 4 2 5 7 1 1 1 2 105 562 6.642 3 131 - 289 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 De acordo com informações fornecidas pela Prefeitura de Aripuanã, em 2007 o município contava com as seguintes indústrias: 107 madeireiras, 1 indústria de conservas alimentícias, 2 cerâmicas, 7 marcenarias, 1 indústria de pré-moldados de cimento e 2 indústrias de torrefação e moagem de café, totalizando 122 unidades. Transporte de tábuas Madeireira Torrefadora de café Cerâmica Frigorífico Sistema de tratamento de 290 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 água do frigorífico O município de Aripuanã contava com um frigorífico, distante 3,5 quilômetros da cidade. A carne para consumo na região era submetida a fiscalização da Prefeitura através do Sistema de Inspeção Municipal (SIM). Possuía nas suas instalações água proveniente de poço artesiano, tratada em usina própria. Uma caldeira era abastecida com restos de madeira e serragem das madeireiras da cidade e lagoas de decantação para limpeza da água pós uso. A carne ficava estocada em câmaras de resfriamento e levada diariamente para a cidade em caminhões refrigerados. No final do dia os ossos eram recolhidos na cidade e incinerados. Os couros dos animais eram salgados e vendidos para um curtume. Em 2008, o frigorífico tinha capacidade de abater até 150 animais/dia e podia fornecer carne para fora do município. Para tanto era necessário construir uma câmara de congelamento (info. pess.). Há a aquisição de bovinos no município para abate em frigoríficos de outros municípios. Como a região tinha pouca engorda de bovinos, sendo área preferencial de cria e recria, as categorias mais comercializadas para abate eram vacas e novilhas. O Estado de Mato Grosso passou por um processo de industrialização nos últimos anos, principalmente na área de alimentos, beneficiando grãos e carne, produzidos no próprio Estado. Em 2007 havia 2.405 unidades locais e em 2008 este número passou para 2.559. Em 2007 este segmento já ocupava 82.543 trabalhadores e em 2008 85.183, que equivale a um aumento de 3,2%. Mesmo com a falência de várias instituições financeiras multinacionais no final de 2008, os investimentos industriais no Brasil não diminuíram (Mato Grosso, 2010b). Em 2008 a indústria de produtos alimentícios era responsável por 48% da ocupação de mão de obra no Estado, enquanto a indústria da madeira ocupava 17% e 6% era ocupado na fabricação de produtos minerais não metálicos. Considerando o custo das operações industriais houve um aumento de 20% entre 2007 e 2008, enquanto o valor bruto da produção industrial aumentou 25,6% e o valor da transformação industrial cresceu 40,6%. Dentre as atividades industriais, a industria de alimentos contribuiu com 58% do valor de transformação, seguido dos produtos de madeira (9%) e produtos químicos (9%) (Mato Grosso, 2010b). Existe há 20 anos na cidade de Aripuanã o beneficiamento de café, com sua torrefação. A matéria prima era em parte adquirida na região (70%) e os restantes (30%) eram adquiridos de outras regiões brasileiras. Isso se devia a menor qualidade do produto local. O mercado para o produto tem sido regional, sendo atualmente comercializado até Brasnorte. A produção situavase entre 10.000 e 12.000 quilos por mês, com potencial de expandir a 30.000 quilos (essa expansão significava que parte da atividade da empresa seria desenvolvida em outro município – Juína). O problema maior para a manutenção da atividade continuava sendo o transporte, que encarecia o preço final e perdia competitividade no mercado regional. Em 2008 o Estado de Mato Grosso representou 1,9% do consumo nacional de cimento e 1,7% da sua produção. Neste ano o consumo foi de 995 mil toneladas, representando 18,2% do consumo da Região Centro-oeste (Mato Grosso, 2010b). Em 2012 encontrava-se em funcionamento uma indústria de extração e beneficiamento de palmito. Consideram entretanto que Aripuanã não era o local mais apropriado para sediar a 291 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 indústria, por não ser área preferencial de consumo e nem de produção. O município de Juruena era considerado mais central e deve ser a sede futura do empreendimento. A má qualidade das estradas era um importante fator dessa decisão, pois gerava perdas durante o transporte, que ficava mais caro, pela posição marginal do município. O palmito era adquirido nos municípios de Juruena. Cotriguaçu, Juína, Monte Verde, Bandeirantes, Colniza e, Nova União. A produção mensal situava-se em 1.500 caixas e o mercado era 70% no Estado e 30% em Mato Grosso do Sul e São Paulo. A maior demanda situava-se entre setembro e novembro. Para a produção de babaçu há o aproveitamento de limpeza das pastagens da região, com a projeção de elevar a produção em 60%. Para a produção de pupunha e açaí havia o cultivo por 50 famílias, empregando 12 pessoas em caráter permanente. Transporte de madeira Pátio de madeireira Em 2011 o setor madeireiro em Aripuanã era responsável por 80% do mercado de trabalho no município, empregando diretamente em torno de 3.000 pessoas, sendo que a grande maioria tinha a sua situação trabalhista regulamentada. Algumas empresas tinham reserva própria de madeira e grandes fazendas onde investiam no manejo florestal. Existiam pelo menos 15 planos de manejo no município. A maioria deles encontrava-se na região de Conselvan. As empresas produziam materiais acabados como tacos para piso, portas, decks e compensados. Existia produção de móveis de madeira que supria apenas o município. A produção para exportação, mesmo que para mercado interno no Estado e Brasil, dependia da melhoria das estradas de acesso a cidade. 292 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fabricação artesanal de móveis Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fábrica de móveis Atualmente existem cerca de 20 projetos de exploração sustentável madeireira (Plano de Manejo Florestal) no município. A exploração madeireira contava com 33 associados (info. pess.). Os produtos são compensados, madeira para piso, decks e fabricação de móveis, que têm mercado local. Até o momento o grande entrave para o maior desenvolvimento do município tem sido a logística de transporte, que facilitaria a instalação de novas unidades industriais bem como o escoamento da produção. Com a chegada de novos empreendimentos, existem os desafios ambientais em relação ao impacto sobre o meio ambiente e sobre os resíduos gerados e quais tratamentos e destinos devem receber. A importância do setor industrial se deve ao fato de agregar valor a produção e ao PIB estadual, bem como exigir uma maior qualificação de mão-de-obra, aumentando a escolaridade dos trabalhadores. O aumento de tributos gerados, se utilizados adequadamente, refletiriam em mais recursos para o desenvolvimento de políticas públicas que atendam a demanda da sociedade. 4. Comércio O comércio baseia-se na troca voluntária de produtos, que podem ter lugar entre dois parceiros (comércio bilateral) ou entre mais do que dois parceiros (comércio multilateral). Os comerciantes costumam negociar com o uso de um meio de troca indireta, o dinheiro. Como consequência, podemos separar a compra da venda. A maioria dos economistas aceita a teoria de que o comércio beneficia ambos os parceiros, porque se um não fosse beneficiado ele não participaria da troca e, rejeitam a noção de que toda a troca tem implícita a exploração de uma das partes. O comércio, entre locais, existe principalmente porque há diferenças no custo de produção de um determinado produto comerciável em locais diferentes. Como tal, uma troca aos preços de mercado entre dois locais beneficia a ambos. O comércio pode estar relacionado a economia formal, legalmente estabelecido, com firma registrada, dentro da lei e pagando impostos, ou pode ainda estar relacionado à economia informal, que são as atividades a margem da formalidade, sem firma registrada, sem emitir notas fiscais, sem pagar imposto. A Pesquisa Anual de Comércio estimou para Mato Grosso em 2003, um total de 23.463 empresas com atividade principal em comércio. Essas empresas faturaram R$ 14,6 bilhões em receita bruta de revenda, ocuparam cerca de 100 mil pessoas e pagaram R$ 533 milhões em remunerações, o que significa um salário médio de R$ 409,11 mensais (Mato Grosso, 2006b). Entre 2002 e 2003 o segmento do comércio varejista teve a maior representação em número de empresas, pessoal ocupado e número de estabelecimentos. Entretanto em termos de receita bruta de revenda e margem de comercialização, o comércio atacadista gerou a maior parcela do total. 293 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As atividades do comércio varejista (incluídas as de comércio de combustíveis) registraram a maior parcela de pessoal ocupado, do comércio em geral (68,24%). Dados de comércio MT, 2003. Categoria do Estabelecimento comércio com receita de revenda Atacado 8,60 Varejista 80,03 Veículos, peças e 11,37 motocicletas Pessoal ocupado em 31/12/2003 18,34 68,24 Salários, retiradas e remunerações 28,43 56,26 Receita bruta de revenda Margem de comercialização 59,49 30,12 47,62% 38,15% 13,42 15,31 10,39 14,23% Fonte: Mato Grosso (2006). Por ser atividade desenvolvida por estabelecimentos de pequeno porte, o comércio varejista reuniu em 2003, 80,03% do total de empresas com atividade comercial no estado. O comércio por atacado, foi responsável por 8,60% do total de estabelecimentos e 18,34% do pessoal ocupado, mas responde pela maior parcela de faturamento do comércio em geral (59,49%). Quanto as remunerações, as empresas do comércio varejista participaram com 56,26% do total dos salários e outras remunerações, no período 2002/2003. As empresas atacadistas atingiram 28,43% deste total e as revendedoras de veículos, peças e motocicletas 15,31% do total. O município de Aripuanã contava em 2004 com 279 estabelecimentos comercias, segundo o cadastro da SEFAZ/MT, divididos entre comercio atacadista e varejista (Mato Grosso, 2006a). Em 2005 este número caiu para 229, havendo uma redução de 50 estabelecimentos, que representaram 17,9% a menor (Mato Grosso, 2007). Comércio atacadista e varejista em Aripuanã, 2004-2005 Atividade comercial 2004 2005 Com. a varejo e para atacado veículos automotores Manutenção e reparação de veículos automotores Varejo e atacado de peças e acess. para veículos automotores Manutenção e reparação de motocicletas, parte, peças, acessor. Varejo de combustíveis Intermediários do comércio Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo Atacado de artigos uso pessoal e doméstico Atacado prod. Intermediários não agropecuários, resíduos e sucata Atacado maq. aparelhos e equip. p/ uso agrop., comercial, escritório, industrial, técnico e profissional Atacado de mercadorias em geral, não compreendidas anteriormente Varejo não especializado Varejo de prod alimentícios, bebida, fumo em lojas especializadas Varejo calçados, tecidos, vestuário, armarinho e lojas especializadas Varejo de produtos em outras lojas especializadas Reparação de objetos pessoais e domésticos 3 10 34 12 8 5 5 1 10 9 3 4 27 7 7 3 6 11 6 2 50 6 42 79 3 2 42 5 36 68 2 294 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Total Fonte: Mato Grosso (2006a), Mato Grosso (2007). 279 229 De acordo com informação fornecida pela Prefeitura de Aripuanã, em 2007 o município contava com os seguintes estabelecimentos comerciais: 6 papelarias, 23 bares, 2 restaurantes, 2 vídeolocadoras, 4 bazares, 12 lanchonetes, 1 perfumaria, 33 lojas de roupas e confecções, 3 autopeças, 4 comércios de gás, 3 comércios de produtos de informática, 4 lojas de eletrodomésticos, 6 comércios de produtos veterinários, 3 comércios de pneus, 2 comércios de embalagens, 5 comércios de madeiras, 6 farmácias, 32 mercados, 4 padarias, 2 bancas de revista, 25 marcenarias, 1 distribuidora de bebidas, 2 comércios de materiais elétricos, 10 hotéis e 5 sorveterias, totalizando 200 estabelecimentos. No comparativo de empresas constituídas e extintas, segundo a JUCEMAT no ano de 2005, no município de Aripuanã foram constituídas as seguintes empresas: 20 agropecuárias; 2 extração vegetal; 2 indústria extrativa; 3 de construção civil; 52 varejistas e atacadista; 3 de transporte, 2 de comunicação; 26 de serviços e 1 instituição financeira, totalizando 111 novas empresas. Os cancelamentos/distratos sociais foram: 6 agropecuárias; 1 indústria extrativista; 1 construção civil; 9 do comércio varejista e atacadista; e 3 de serviços, totalizando 20 empresas canceladas (Mato Grosso, 2007). O município de Aripuanã em 2008 tinha 1 feira livre, que funcionava há 14 anos. Estava localizada em um barracão de alvenaria, construído há 5 anos pela prefeitura, e tinha no seu interior 80 boxes. Os sitiantes residentes nas localidades ao redor da sede do município levavam a sua produção para comercialização na cidade, nas quartas-feiras a tarde, sábado a tarde e domingo de manhã. Eram vendidas frutas cultivadas e nativas, verduras, hortaliças, doces caseiros, arroz, feijão, milho, soja, amendoim, café, etc. Stand da Feira Cupuaçu Cada localidade tinha um produto de maior produção: Conselvan plantava mais arroz; as localidades de Lontra e Rio Branco plantavam mais frutas; Vale do Sonho produzia feijão, hortaliças, tomate, pepino, cenoura, beterraba, etc. 295 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Conforme relato oral a cidade passou por um período bastante crítico, depois da intervenção da polícia federal, com a Operação Currupira (extração indevida de madeira) e Operação Rio Pardo (grilagem e desmatamento de terra indígena). Com a comercialização da madeira suspensa, muitas empresas fecharam e outras foram embora da cidade. O comércio ficou paralisado. Transporte de madeira Com a construção da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, houve um aquecimento nos negócios da cidade. O comércio não estava preparado para receber o empreendimento, tendo que se adaptar a nova situação. As lojas melhoraram seus produtos em variedade e qualidade, mudaram o visual e o atendimento para atender as novas exigências do mercado. Na Associação Comercial ocorreu um aumento na demanda de cursos de qualificação, principalmente da população mais jovem, que estavam preocupados em melhorar o curriculum para conseguir emprego (segundo grau já não era suficiente). Houve uma grande procura para cursos de gestão de pessoal; como vender mais e melhor (SEBRAE); como iniciar uma reunião e saber o horário de terminar; empreendedorismo; atendimento ao cliente; técnicas de negociação (SEBRAE e SENAI); curso de informática (8 meses de duração); secretariado, entre outros. Referiu que a cidade tinha carência de profissionais, como mão de obra especializada em informática; engenheiros eletricista e civil; eletricistas; técnico em eletrônica; professores de inglês; técnico em RX; entre outros. Na ocasião existia carência de estabelecimentos comerciais como panificadoras bem montadas; escolas de inglês; supermercados maiores e com maior variedade de produtos; farmácia 24 horas; restaurantes, etc. 296 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Com o aumento da população na cidade e a possibilidade da vinda de novo empreendimento, existia a necessidade de investimento na educação, com a criação de cursos técnicos nas áreas de manuseio de madeira e minério; e o aumento do número de salas de aula do ensino médio e fundamental que, em 2008, estavam no limite da capacidade. O atendimento de saúde na cidade já se encontrava deficitário. O prédio onde estava instalado o hospital foi reformado em 2005, mas necessitava ser ampliado para atender ao fluxo de pacientes que aumentou. Era preciso construir um novo hospital planejado e com uma planta adequada. Existia carência de médicos e pessoal técnico na área da saúde. Em 2008, fatores sociais mereciam atenção como o aumento da prostituição, principalmente infantil; o crescimento de mães solteiras e gestação na adolescência; o aumento do alcoolismo e do consumo de drogas; de roubos e furtos; e do número de brigas em festas. Na ocasião, um representante da Associação Comercial e Empresarial de Aripuanã acreditava que os compromissos firmados com empreendimentos que quisessem se fixar no município, pela contrapartida em benefício da sociedade, deviam ser bem definidos e, que as ações praticadas para o bem da população tivessem visibilidade. As atividades deviam ser concretas e práticas, para que a comunidade tivesse confiança nos empreendimentos. Entendia que esta postura devia ser adotada por qualquer empreendimento que pretendesse se estabelecer em Aripuanã. Em 2008 a atividade comercial começou a se recuperar da crise de 2006. Na Região centro-oeste o estado de Mato Grosso teve o segundo melhor desempenho em receita bruta de revenda e em número de estabelecimentos comerciais. A margem de comercialização, as remunerações pagas e o número de pessoal ocupado no comércio tiveram o terceiro lugar no Centro-oeste (Mato Grosso, 2010b). A receita bruta passou de R$ 27,3 bilhões em 2007 para R$ 33,7 em 2008, um crescimento de 23,5%. A nível regional este crescimento foi de 20,97% e nacional 20,09%. A segmento de veículos e peças apresentou o maior crescimento com 47,24%. O comércio varejista cresceu 21,7%. O menor percentual de crescimento coube ao comércio por atacado com 55,5% (Mato Grosso, 2010b). Houve em 2008 um aumento de 8% no número de pessoal ocupado no comércio. O total passou de 142,6 mil em 2007 para 153,7mil em 2008. O segmento de veículos e peças teve o melhor desempenho com contratação de 23,83%, seguido do comércio atacadista com 20,18% e o varejo contratou 1,97%. O varejo foi o segmento do comércio que obteve o pior desempenho em 2008, influenciando o resultado final do setor. Em 2005 o município de Aripuanã contava com 229 estabelecimentos comerciais. Em 2008 ocorreu uma redução de 32, representando 13,9% a menos. Na ocasião o município tinha 14 estabelecimentos atacadistas (Mato Grosso, 2010a). Comércio atacadista e varejista, segundo cadastro SEFAZ, Aripuanã/2008. Cadastro da SEFAZ Comércio de veículos automotores 451 2008 2 297 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Cadastro da SEFAZ 2008 Manutenção e reparação de veículos automotores 2 Comércio de peças e acessórios para veículos automotores 31 Comércio e reparação de motocicletas, peças e acessórios 6 Representantes comerciais e agentes do comércio, exceto de veículos automotores e motocicletas 1 Comércio atacadista de produtos não alimentar 1 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos, exceto de tecnologias de informação 1 e comunicação Comércio atacadista de madeira, ferragens, material elétrico e material de construção 4 Comércio atacadista não especializado 3 Comércio varejista não especializado 37 Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo 10 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores 7 Comércio varejista de material de construção 16 Comércio varejista de equipamentos de informática e comunicação, equipamentos a artigos de uso 18 doméstico Comércio varejista de artigos culturais, recreativos e esportivos 7 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos, e artigos médicos, 16 ópticos e ortopédicos Comércio varejista de produtos novos não especializados anteriormente e de produtos usados. 35 Total 197 Fonte: Mato Grosso (2010a). Em 2008, 107 empresas foram constituídas em Aripuanã e 21 foram canceladas. O maior número de extinção ocorreu com empresas do comércio varejista e atacadista (Mato Grosso, 2010a). Comparativo de empresas constituídas e extintas, segundo JUCEMAT, Aripuanã/2008 Constituições 2008 Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 4 Indústrias extrativistas 4 Indústria de transformação 19 Construção 3 Comércio varejista e atacadista 65 Instituição financeira 1 Alojamento e alimentação 2 Artes, cultura, esporte e recreação 3 Educação 3 Outras atividades e serviços 3 Total 107 Cancelamentos/Distratos Sociais Industria de transformação Comercio varejista e atacadista Alojamento e alimentação Outras atividades e serviços Total Fonte: Mato Grosso (2010a). 5 12 2 2 21 De acordo com dados fornecidos pela Associação Comercial de Aripuanã, em 2011 o município de Aripuanã contava com 255 empresas que tinham 1.549 trabalhadores, sendo a grande maioria 298 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 com carteira assinada. Destas 110 eram associadas. O maior número de trabalhadores estavam empregado na indústria madeireira e em segundo lugar no agronegócio. Tinha ainda 267 empreendedores individuais, que eram as costureiras, pintores, vendedores de espetinho, etc.. Possuíam CNPJ, podiam ter até 1 funcionário e não precisavam pagar contador ou ter qualquer outra despesa. Empresas por ramo de atividade e número de funcionário, Aripuanã/2008 Ramo de atividade Número de empresas Número de funcionários Agroindústria 04 06 Bar e lanchonete 11 20 Loja de informática 03 15 Mineradora/extração 02 10 Provedor de internet 02 11 Indústria gráfica 01 07 Refrigeração 02 05 Auto escola 02 10 Consultório médico 03 11 Ótica 02 02 Loja de presentes 02 04 Serraria/madeireiras 25 539 Fazenda/pecuária 55 328 Escritório de contabilidade 04 29 Cerâmica 02 14 Usina hidroelétrica 01 15 Loja de móveis 04 35 Agropecuária 06 23 Farmácias 07 23 Supermercado/mercado 16 70 Posto de combustível 07 76 Papelaria 04 12 Hotel 07 15 Laboratório 03 06 Padaria 04 12 Loja moto/bicicletas 05 12 Material de construção 05 25 Auto peças e mecânica 13 80 Restaurantes 06 20 Loja de roupas/confecção 12 35 Lan house 01 01 Curso de informática 01 01 Livraria 01 01 Loja de alarmes 01 10 Loja de pneus 04 06 Foto 01 02 Revenda de automóveis 01 03 Tornearia 02 02 Cartório 02 06 299 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Ramo de atividade Consultório odontologia Placas Distribuidora de gás Retificadora Joalheria Serralheria Televisão Marcenaria Total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Número de empresas Número de funcionários 06 06 01 01 04 04 01 05 01 02 02 07 01 02 05 20 255 1.549 Fonte: Associação Comercial de Aripuanã (2011). Conforme dados coletados na cidade em 2011, comerciantes referiam o fechamento de muitos estabelecimentos comerciais após o término das obras da Usina, principalmente do comércio informal (bares e lanchonetes) e daqueles que tinham algum tipo de convênio com a construtora. A Associação Comercial estimava que aproximadamente 15 lojas fecharam, entre farmácias, lojas de roupas e material de construção. Observa-se várias lojas vazias na avenida principal e nas travessas próximas. Diversos comerciantes foram embora com a saída da construtora, mudando-se para o município de Paranaíta, onde está em construção outra hidroelétrica. Houve um aumento da inadimplência na cidade, com incremento de “notas frias”, cheques e duplicatas sem fundos. Os moradores constataram o aumento de imóveis desocupados e a redução de pessoas que entram nos bancos. Como a partir de janeiro de 2012 entrou em vigor a obrigatoriedade de uso de nota fiscal eletrônica (SPEED), acreditavam que o número de calotes iria diminuir. Por outro lado a atividade de construção civil, de casas de padrão elevado, cresceu na cidade. A justificativa era que são imóveis que pertenciam a madeireiros, que resolveram se fixar no município, pois tinham projetos de manejo floresta de longo prazo em andamento. Calculava-se que pelo menos 15 casas de luxo estavam em construção. 5. Meios de comunicação O termo meio de comunicação refere-se ao instrumento ou a forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional. Quando referido a comunicação de massa, pode ser considerado sinônimo de mídia. Entretanto, outros meios de comunicação, como o telefone, não são massivos e sim individuais (ou interpessoais). Podem ser: sonoro: telefone, rádio; escrita: jornais, diários e revistas; audiovisual: televisão, cinema; multimídia: diversos meios simultaneamente e hipermídia: NTICs, CD-ROOM, TV digital e internet, que aplica a multimídia (diversos meios simultaneamente, como escrita e audiovisual) em conjunto com a hipertextualidade (caminhos não-lineares de leitura do texto). 300 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Radio Navegantes Radio Alvorada TV Aripuanã No ano de 2005, Aripuanã tinha 1 canal de retransmissão de televisão (RTV) secundário, 1 estação de rádio licenciada e 2 rádios comunitárias. Contava com um jornal de tiragem diária (1.000 exemplares) o Jornal Zóia. Tinha 1 agência postal dos Correios, com um movimento anual de 471.744 unidades (Mato Grosso, 2007). Em 2008 o tráfego foi de 441.599 unidades, mostrando decréscimo (Mato Grosso, 2010). Em 2008 o município de Aripuanã contava com 2 rádios comunitárias e 1 canal RTV secundário (Mato Grosso, 2010). O município de Aripuanã contava em 2011 com 2 emissoras de rádio FM. A Rádio Navegantes (87.9) (homologada). Tratava-se de rádio comunitária que apresentava programação variada ao vivo, incluindo debates, participação social, música, entrevistas, notícias e cobertura jornalística ao vivo. A Rádio Alvorada (88.5) era uma rádio comercial inaugurada em 2011, apresentando alcance de 180 km. Tinha programação variada ao vivo entre 5 horas da manhã até a meia noite, incluindo musicais, noticiários, entrevistas e programas interativos. No restante do tempo possuia programação gravada antecipadamente. O alcance da Rádio Navegantes era de 50 quilômetros em linha reta. De acordo com dados fornecidos na Rádio Navegantes, existiam 3 rádios ilegais (piratas) no município: 1 na sede e 2 na localidade de Conselvan. Havia 1 canal de retransmissão de televisão da Rede Globo, via Rio/São Paulo. A TV Cidade Aripuanã canal 13 (afiliada rede Record) que iniciou a transmissão de conteúdo local em 1° de 301 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 junho de 2011. A produção local restringia-se ao telejornal “Jornal do Meio Dia”, que trazia informações sobre os acontecimentos do município, notícias do Estado do Mato Grosso e da região Norte do Estado. Veiculado de segunda a sexta-feira as 12h e 20 minutos (horário local) e reprisado as 19h. Por ser um canal de televisão local, as produções eram exibidas na grade de programação do canal 13 VHF, restringindo-se ao município de Aripuanã. Contava com cinegrafista, editor de vídeo, apresentador, comunicador social e administrador. Com estúdio próprio, utilizava a tecnologia HD para captação de conteúdo. Outros canais eram acessíveis mediante uso de antena parabólica. A existência das repetidoras propiciava uma aproximação identitária dos habitantes com o Estado de Mato Grosso, já que compartilhavam noticiários com a capital do Estado. Em Aripuanã existia a publicação de um jornal mensal, chamado “A Folha”. Os jornais de maior circulação eram o “Regional”, de Juína e o Semanaol, da mesma cidade, que tinha tiragem semanal de 7.500 exemplares. Antena da Embratel De acordo com dados colhidos durante o trabalho de campo em 2011, o município era servido pelas seguintes empresas de telefonia celular: TIM, VIVO, Claro e Brasil Telecom. Desde 2003 existia uma torre de transmissão de sinal da VIVO. A TIM estava na cidade há 3 anos. Uma das lojas de revenda de celulares, desde 2003 já habilitou em torno de 6.000 linhas (entre TIM, Claro e Brasil Telecom). A outra revenda de celulares no ano de 2007 habilitou 150 linhas da Brasil Telecom, 300 linhas VIVO e 1.170 linhas Claro. 6. Transporte Em 2003, da malha rodoviária do Estado de Mato Grosso apenas 5.193 km (16%) dos 33.196 km existentes eram pavimentados, o que significa dizer que 28.003 km não eram pavimentados. Desta mesma malha 4.962 km (14%) eram estradas federais, sendo considerada baixa em face da 302 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 dimensão do estado. Aproximadamente 19% do total eram constituídos de rodovias implantadas e em leito natural, ocasionando sérios problemas nos períodos das chuvas, acarretando elevados custos nas movimentações de cargas (Mato Grosso, 2006). O município apresentava cerca de 1.200 quilômetros de estradas de terra sob cuidados da municipalidade. Para a conservação de estradas em áreas indígenas, a prefeitura tinha desenvolvido parcerias com o Governo do Estado. Enquanto o PIB real acumulou no período de 2000 a 2003 a taxa anual de crescimento de 23%, a extensão da malha rodoviária de Mato Grosso cresceu 4%, permanecendo as pavimentadas federais e transitórias inalteradas, crescendo apenas as pavimentadas estaduais em 15%, entre 2003 e 2004 (Mato Grosso, 2006). Este fato pode ser justificado através do consórcio de agricultores municipais com o atual governo, através das Parcerias Público-Privadas (PPP). A frota de veículos com placa RENAVAM (três letras) por tipo no município de Aripuanã no ano 2005 era: 2.018 veículos de duas rodas; 379 automóveis; 2 micro-ônibus; 14 ônibus; 60 reboques e semi reboques; 54 camionetas; 221 caminhões; 7 caminhões trator; 371 caminhonetes e 2 outros veículos, com 3.128 veículos (Mato Grosso, 2007). Em 2008 a frota de veículos com placa RENAVAM em Aripuanã era a seguinte: 2.866 veículos com duas rodas; 642 automóveis; 7 micro-ônibus; 21 ônibus; 93 reboque e semi-reboque; 77 camionetes; 282 caminhões; 13 caminhões trator; 513 caminhonetes e 10 outros veículos, num total de 4.524 veículos. Uma frota 30% maior em relação a existente em 2005 (Mato Grosso, 2010a). Em 2008 o acesso terrestre a Aripuanã podia ser feito por Tangará da Serra/MT ou Vilhena/RO. Por Tangará da Serra a partir de Cuiabá, seguindo a rodovia MT- 170, asfaltada até a localidade de Campo Novo do Parecis, prosseguindo por estrada de terra até Juruena. A partir daí seguia, em estrada de terra, pela rodovia MT - 208 até Aripuanã. Distância total de Cuiabá 1.100 km. Há uma estarada vicinal entre Aripuanã e juína, passando pelas localidades de Cidade Morena e Filadélfia. Rodovia Aripuanã – Juína via Cidade Morena Cidade Morena 303 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Outro acesso, saindo de Cuiabá pela rodovia asfaltada BR – 364 até Vilhena e a partir daí, em estrada de terra, pela rodovia MT – 319 até Juína e de lá até Aripuanã pela MT – 170. Distância total de Cuiabá 1.257 km. Outra estrada de acesso era por Conselvan em direção a Rondônia, passando por estradas privadas que cortam fazendas. Para transitar era necessário pedir permissão aos donos das fazendas. As estradas do município somavam aproximadamente 2.000 quilômetros. Eram linhas: Cidade Morena, Nova União, Vale do Sonho, AR2, Milagrosa, Boião, Rio Branco, Puraquê, Conselvan (maior), Lontra e várias ramificações (Secretaria de Obras Públicas e Serviços Urbanos). Secretaria Municipal de Viação Obras Públicas e Serviços Urbanos No período das chuvas, essas estradas apresentam tráfego precário. Uma viagem até Juína podia demorar dez horas via Filadélfia e, até doze horas via Juruena, se não houver filas em atoleiros. Havia casos de dormir na estrada. Segundo informação colhida no trabalho de campo, após 1985 não houve uma adequada na manutenção da estrada que liga Aripuanã a Juína. As carretas de madeira e transporte de gado fechavam a passagem para outros carros, ao mesmo tempo em que aprofundavam a lama e marcas dos pneus, dificultando cada vez mais a passagem de carros menores e de outros caminhões. Algumas pessoas disseram que, na maioria dos pontos de estrangulamento do tráfego, não havia um trabalho de colocação de cascalho, havendo comumente na seca, apenas terraplanagem. Segundo eles, isso resolveria por alguns anos os atoleiros das rodovias. Ocorria muitos prejuízos aos veículos com as condições das estradas, segundo uma companhia de transporte intermunicipal. Os problemas mais comuns eram com as molas, pára-choques, rolamentos, cruzeta, pontas de eixo e diferencial, caixa de câmbio; além das reclamações pelos atrasos e estragos, que faziam com que ficassem parados na estrada, até o conserto e os maiores gastos de combustível para as empresas. Conforme fonte da Prefeitura em 2008, a cidade tinha cerca de 30% a 35% de suas ruas asfaltadas. Estavam em fase de implantação o manilhamento para extensão do asfalto em partes da cidade, como o prolongamento da Avenida 2 de dezembro, na Vila Nova (onde serão 304 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 asfaltados quatro quadras), e acesso a avenida Dardanelos. A manutenção das estradas na zona rural, como manutenção de pontes e bueiros era feita por 3 equipes; e o patrolamento das estradas executado por 2 equipes. Atoleiros – Foto – Antonieta Varaschin Conforme informação recebida em 2008 a Prefeitura pretendia asfaltar a Av. Osmar Demeneck, fazer um canal a céu aberto na Vila Operária e adquirir um caminhão prensa para a coleta de lixo (Secretaria de Infra-estrutura de Aripuanã). Os veículos para o desenvolvimento dos serviços urbanos eram 2 tratores de pneu, 4 carretas pequenas de coleta de entulho (serviço gratuito oferecido pela Prefeitura), 1 pá carregadeira, 1 caçamba truck, 1 caminhão toco, 1 caminhão prensa para coleta de lixo, e 1 caçamba truck para coleta de lixo. Para a manutenção das estradas municipais, existiam 4 equipes. Ponte no rio Aripuanã – Estrada para Conselvan Ponte em estrada vicinal O município não possuía em 2005 uma rede rodoviária no âmbito municipal. Não contava com transporte escolar urbano em Kombi, van, ônibus ou micro-ônibus,; nem empresa transportadora turística com registro na EMBRATUR (Mato Grosso, 2007). Em 2007 o município contava com 305 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2 empresas de transporte rodoviário e 1 empresa de transporte. As estradas que serviam o município não eram pavimentadas. Rodoviária As linhas de transporte rodoviário que serviam Aripuanã eram: pela Eucatur: Aripuanã – Juína – Vilhena – Sapezal; pela Tut: Aripuanã – Juína – Campo Novo do Parecis – Tangará da Serra – Cuiabá; Aripuanã – Filadélfia – Juína. Em Juína se pode fazer conexão para Cuiabá; para Vilhena, via Comodoro. Aripuanã – Castanheira – Juína, de onde se pode ter conexão para Cuiabá; Aripuanã – Conselvan; e, pela Colniza Tour pela Tut. Pista de pouso - 2008 Cartaz veiculado por empresa que tem linha aérea desativada Em 2008 o município contava com um aeroporto, com pista de terra. Estava em discussão o asfaltamento. Existia um entrave para a execução, pois se encontrava muito perto do aterro sanitário. Havia a possibilidade de retomada de linha regular de avião. Uma possibilidade apontada era a Companhia Trip, que sobrevoava a cidade, nas linhas de Vilhena e Ji-Paraná. 306 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Aeroporto -2011 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Pista de pouso do aeroporto - 2011 Em 2011 já contava com o asfaltamento da pista de pouso no aeroporto. Porém, como no hospital, o projeto foi mal elaborado e apresenta problemas para ser efetivamente utilizado pela população. A recepção foi instalada em posição errada e a pista ainda não se encontra homologada. Em dezembro de 2011 era oferecida a linha Cuiabá – Juara – Juína – Aripuanã – Juína, pela Asta Linhas Aéreas (América do Sul Taxi Aéreo Ltda.), entre segunda e sábado. Em 2011 o Estado de Mato Grosso possuía uma das maiores malhas viárias estaduais do país, onde predominava a modalidade rodoviária. Contava com 34.581,50 km de rodovias, sendo que mais de 28.000 km eram estaduais e 6.478,3 km são rodovias estruturais tronco federais, que cortam o Estado. Deste total, apenas 7.549,50 km são pavimentados, com 4.094,70 km de rodovias estaduais e 3.454,80 sob a jurisdição federal. Entre 2003-2009 apenas 21,83% das rodovias foram asfaltadas, sendo que a grande maioria das rodovias era constituída de rodovias implantadas e em leitos naturais (Mato Grosso, 2010b). Entre o projetos para ampliar e melhorar a infraestrutura estão a federalização e pavimentação das MT´s-242 e 100, que estão contidos no Programa Federal do PAC. Há também a mudança no traçado da BR-174, cuja rota, após várias reivindicações passou a incluir as cidades de Cáceres, Pontes e Lacerda, Comodoro, Juína, Castanheira, Juruena, Aripuanã e Colniza (Mato Grosso, 2010a). De acordo com informação da Secretaria de Obras, Viação e Serviços Urbanos de Aripuanã em março de 2011 foram adquiridos 1 patrola Volvo, 1 patrola Kaiser, 2 caminhões caçamba, 1 caminhão prancha para transportes de PC (pá carregadeira), 1 tanque de 18 mil litros e 1 moto niveladora. Conforme informação da Secretaria de Obras, durante todo o ano de 2011 foi realizada a operação “Tapa buracos” em toda a cidade, bem como a construção de lombadas em frente as creches e escolas. Foram implantadas caixas coletoras e bueiros e a fabricação de manilhas para facilitar o escoamento da rede de esgoto. 307 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Foram realizados serviços de recuperação de pontes, aterros e a construção de mais de 130 pontes (sendo três de bate estaca), conservação de estradas vicinais em diversos locais do município, mesmo em época de chuva. Os município de Conselvan, Morena e AR-2 foram beneficiados com construção de bueiros, pontes e encascalhamento de vias urbanas e melhoria das estradas do campo. A Secretaria de Obras referiu que serão construídas quatro pontes, cinco bueiros e mais de 30 km de patrolagem nas terras indígenas da tribo Arara (Secretaria de Obras). 7. Esporte Ginásio Esportivo Andorinhas O município de Aripuanã tinha a seguinte infra-estrutura desportiva em 2005: 2 piscinas privadas, 2 quadras não cobertas estaduais e 4 quadras não cobertas municipais (Mato Grosso, 2007). O município contava com 1 ginásio coberto, poliesportivo, o Ginásio Esportivo das Andorinhas, que oferecia escolinhas de diversas modalidades esportivas para a população e onde eram realizados vários campeonatos municipais. Os treinos dos diferentes esportes acontecia duas vezes por semana, e os alunos (masculino e feminino) recebiam uniformes para os treinos e jogos. Os alunos mais carentes ganhavam tênis. Três vezes por semana ocorriam aulas de aeróbica ao ar livre na Praça São Francisco. Nos jogos municipais os professores eram os árbitros. Durante os campeonatos regionais eles vinham de outras cidades. Calendário esportivo para 2008 no Ginásio Esportivo Andorinhas Janeiro Fevereiro Março Abril Férias das escolinhas Compra de materiais esportivos Contratação de professores IIº Bola murcha de futsal masc/fem. Ativação das escolinhas e equipes de treinamento (basquete, handbal, volei, futsal) IIª Copa Jarí de futebol society masculino adulto IIIº Jogos estudantis primeira etapa categoria nascidos em 1991 (futsal, handebal, basquete, vôlei) IIIº Jogos estudantis segunda etapa categoria nascidos em 1994 (futsal, handebal, basquete, vôlei) Compra de materiais esportivos IIIº campeonato municipal de futebol sub-15 Compra de uniformes 308 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Reforma do ginásio com recursos da prefeitura IIª Corrida rústica – 1º de maio (masculino, feminino) Realização do XX JAMA’s (Jogos abertos municipais de Aripuanã) Junho IIIª Copa União de Futebol de campo (adulto) IIIº Campeonato Municipal de futsal sub-15 (masculino, feminino) IIº Bola cheia de futsal masculino (idade livre) Julho Vº Jogos escolares regionais de 12 a 14 anos (Juara) IVº Jogos escolares regionais de 15 a 17 anos (Juara) Agosto IIº Campeonato Municipal de society veterano (acima 35 anos) Iª Taça Aripuanã de futsal masculino (idade livre) Setembro IIº Taça Aripuanã de futsal feminino (idade livre) IVº Campeonato de futsal perna de pau Outubro XXVIIº Jogos regionais estudantis (JOREM”s) Vº Jogos abertos regionais Novembro IIIº Basquetão masculilno e feminino (várias idades) IIª Premiação aos destaques na área esportiva Dezembro Encerramento das atividades Fonte: Secretaria do Ginásio Esportivo Andorinhas, Aripuanã. Maio A Corrida rústica foi uma corrida de rua e aconteceu no dia 1º de maio de 2008. A premiação masculina foi: 1º lugar R$ 600,00; 2º lugar R$ 400,00; 3º lugar R$ 300,00; 4ºlugar R$ 150,00 e 5º lugar R$ 100,00. A premiação feminina foi: 1º lugar R$ 400,00; 2º lugar R$ 300,00; 3º lugar R$ 200,00; 4ºlugar R$ 100,00 e 5º lugar R$ 100,00 (Secretaria do Ginásio Esportivo Andorinhas). No IV Campeonato de futsal perna de pau que ocorreu em outubro de 2008, teve como premiação uma moto para o 1º lugar e para o 2º lugar, R$ 1.000,00. Em 2007 foram inscritas 40 equipes neste campeonato (Secretaria do Ginásio Esportivo Andorinhas). Durante o trabalho de campo de 2008 recebemos a informação que algumas atividade programadas ainda não tinham uma data definida, eram: I Gincana de casais; I Gincana recreativa e provas de atletismo. As caminhadas eram atividades bastante frequentes na cidade. Exercícios aeróbicos eram oferecidos e esportes radicais praticados, como canoagem, arborismo, tirolesa, bóia cross, rappel e rafting (Secretaria do Ginásio Esportivo Andorinhas). De acordo com informação recebida na Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer, no ano de 2011 o município de Aripuanã passou a fazer parte do circuito de trilhas para caminhantes com a trilha “Caminho das águas de Aripuanã”. A iniciativa de inclusão do município no projeto “Caminhas na natureza – anda Brasil” foi da Prefeitura Municipal, com cadastramento de uma das trilhas junto a Secretaria Estadual de Desenvolvimento do Turismo do estado de Mato Grosso. A trilha utilizada foi reaberta, limpa e totalmente sinalizada, numa parceria com o exército e a Escola São Francisco de Assis, tudo sob orientação da SEDTUR. Os inscritos receberam camiseta e boné, além de uma carteirinha que tornou o caminhante inscrito nos circuitos de trilha de Mato Grosso. As crianças a partir de 10 anos puderam participar, acompanhadas dos pais. 309 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A etapa de Aripuanã ocorreu em outubro de 2011. A partida foi as 8 horas da manhã saindo do Mirante Salto das Andorinhas. O percurso tinha uma extensão aproximada de 5 km e passava pela cachoeira Dardanelos, Usina Faxinal, Mesa de Pedra, Cachoeira das Andorinhas, com horário previsto de chegada as 11 horas, no balneário Primavera, onde foi servido um almoço para todos os participantes. Caminho da Águas de Aripuanã- 2011 Caminho das Águas de Aripuanã - 2011 Os atletas aripuanenses se destacaram a nível estadual na modalidade de karatê e integraram a equipe que representou o Estado de Mato Grosso no campeonato brasileiro de Karate Shotokan na cidade de Natal/Rio Grande no Norte, em outubro de 2011. No campeonato brasileiro uma das menina (11 anos) integrante do PETI foi campeã juvenil de Katar e ficou em terceiro lugar em luta. E um dos meninos (15 anos), morador da casa transitória para crianças e adolescentes foi o quarto colocado e estava concorrendo a uma bolsa atleta. Uma das grandes dificuldade da Secretaria era ter verba para que estes jovens pudessem ter acesso aos campeonatos, pois necessitam de financiamento para transporte e acomodação. Equipe de karatê de Aripuanã - 2011 Foi realizado em 2011 um Concurso de Desenhos relacionados ao Rio Aripuanã, com o objetivo de fazer as crianças menores participem do Festival de Pesca, valorizando um dos maiores patrimônios do município, o Rio Aripuanã. O concurso atendeu as orientações da SEMA, que 310 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 determina a realização de atividades de Educação Ambiental no decorrer do Festival de Pesca. Puderam participar todas as crianças matriculadas da 3ª a 5ª série. Os vencedores foram escolhidos pelo voto da população e receberam a premiação junto com os vencedores da Competição de Pesca. A Secretaria de Esporte realizou o 7º Festival de Pesca de Aripuanã, em julho de 2011. Neste ano 80 equipes se inscreveram em busca de premiação. Os participantes vieram de outros Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás, 20 equipes do distrito de AR-2, Conselvan e Morena, dos municípios de Colniza, Cotriguaçu, Juína e Juruena. Participaram também 75 crianças com idade entre 5 e 13 anos. O objetivo era incentivar as crianças a descobrir o prazer pela pesca, valorizando os cuidados para com o rio, além de ser uma prática desportiva. 7º Festival de Pesca de Aripuanã Em 2011, segundo dados colhidos na Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Aripuanã, os recursos destinados ao esporte eram pequenos e precisavam ser divididos com as atividades de cultura e lazer (em torno de R$ 500.000,00/por ano). O ginásio de esportes da cidade precisava de consertos e a Secretaria aguardava recursos para que a praça ao lado do ginásio fosse reformada e recebesse as adequações necessárias. A cidade precisava de mais um ginásio, pois o existente estava pequeno para receber todos os alunos que buscavam atividades esportivas. Somente 200 alunos das categorias de base treinavam nas instalações (volley, basquete, futsal). O atendimento era feito somente para as crianças de 11 a 17 anos por falta de espaço. A Secretaria também era responsável pela manutenção do complexo esportivo do balneário Primavera que tinha 3 quadras poliesportivas, 1 quadra de tênis e 1 campo de futsal society. Os alunos do município participaram em 2011 do Primeiro Campeonato Regional, que aconteceu na cidade de Colíder e reuniu atletas de 9 cidades. Os jovens viajaram 24 horas no ônibus da Prefeitura para chegar. Os meninos (17anos) do basquete masculino ficaram com a 3ª colocação. É intenção do município a construção de um campo de futsal e uma quadra de volley de areia no bairro Planalto, um dos mais populosos e carentes da cidade. O município também não tinha uma 311 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 piscina ou pista de atletismo para desenvolvimento destes esportes. Quando era necessário a realização de musculação, para fortalecimento dos atletas, a Secretaria utilizava os aparelhos de uma academia de ginástica particular na cidade. A Secretaria de Esporte firmou uma parceria com o moto clube de Aripuanã para a realização de uma das etapas do campeonato de estadual de motocross aconteça no município. Campeonato estadual de motocross 8. Cultura Segundo fonte oral da secretaria local, culturalmente existe “pouca coisa de raiz”, mas há esforços de sensibilização para a reconstrução da cultural local. Sendo pequena a população amazônida, na época da colonização recente e, sendo o município fruto de miscigenação de diferentes origens, incluindo nordestinos, do Centro-sul e sulistas, entende a fonte oral, que a substituição de tradições originais locais, enfraqueceu o conteúdo e expressão das manifestações originais da região. Pode-se dizer que esse processo está em ação em todo o mundo, onde haja movimentos de uniformização cultural e internacionalização ou crescimento econômico. Porém, o que se discute atualmente na antropologia é que esse processo gera seu oposto, qual seja, o reforço de identidades locais. Percebe-se que não há no município um trabalho de reconhecimento desse viver local histórico ou tradicional, ou ainda peculiares. A valorização desses modos culturais pode vir a ser reforçada pela população como um todo. Entre os que são considerados tradicionais, como pessoas oriundas da região seringueira dos rios Guariba e Roosevelt, quando foram entrevistados para esta pesquisa, demonstraram uma integridade em sua identidade, sentindo-se orgulhosos de quem são e não se percebendo como fracos ou detendo cultura e modo de vida pouco interessante. A culinária dessa população é baseada em peixe e castanha do Brasil, com usos diferenciados e várias receitas. A culinária urbana atualmente está mais relacionada aos hábitos sulistas, sendo mais comum o churrasco e pratos baseados em carne bovina. Sociedades indígenas são encontradas na região. No município de Aripuanã, as etnias Arara e Cinta-larga estão representadas. A etnia Arara passou por processo de contato muito intenso, perdendo fortes elementos de sua cultura, como a língua. A etnia Cinta-larga permanecendo mais 312 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 distante do contato, se comparado com a etnia Arara, mantém muitas de suas referências culturais. Balneário Oásis – opção cultural noturna Eventos culturais que ocorrem na cidade são: o carnaval, festas juninas (todas as escolas fazem); a Festa das Nações, que congrega todas as escolas, agregando ainda manifestações folclórica e culinária; Festa da Pesca, com presença de 5.000 a até 7.000 pessoas. Outras festas são a de peão; exposição (a Expoagro ocorre em setembro); Feira de Ciências em julho (na Escola São Francisco); e festas da Assembléia de Deus e festas católicas de santos, como a de São Francisco, padroeiro da cidade, que foi escolhido pelos “beiradeiros”. Balneários, como o Oásis e o Primavera são atrações para a população local, como locais de banho, sendo o Oásis também uma opção noturna. Balneário Primavera Foto – Júnior Coelho Balneário Primavera 313 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Balneário Oásis Fotógrafo – Júnior Coelho Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Clube de Campo de Aripuanã Inaugurado em 9 de julho de 2010 o Centro de educação Continuada Dardanelos e foi construído como compensação pelos danos advindos da construção da usina hidrelétrica da Energética Águas da Pedra. Conta com um auditório com 400 lugares, utilizados para palestras, apresentação de filmes, teatro, formauras, etc. Há ainda 4 salas utilizadas para aulas variadas, incluindo computação e biblioteca. A sala de computação conta com 12 computadores cedidos pela empresa Águas da Pedra e 13 cedidos pela Unemat. Além dessas salas, há banheiros, sala de administração, cozinha, 2 camarins, sala de projeção, mesas de som com refrigeração, estacionamento, grupo gerador de 30 kwa. Porém, não há equalizador, o que dificulta ter uma boa qualidade sonora em eventos. O Cineclube Navegantes – Tem Brasil é um projeto na área audiovisual cujo objetivo foi proporcionar ao público de Aripuanã o que existe disponível na produção cinematográfica brasileira, não deixando de mostrar produções de outros países. As obras exibidas são voltadas para formas de cinema artístico, autoral e mais contestatório, saindo do padrão meramente comercial a que se está habituado a assistir na televisão. O projeto procurou variar suas exibições. Já foram projetados filmes clássicos como Tubarão (Steven Spielberg), O caçador de pipas (Marc Forster), Guerra nas estrelas (George Lucas), mas o objetivo principal é a exibição de cinema nacional. Após a exibição dos filmes, um pequeno debate é realizado e são discutidos temas voltados a cinematografia das obras exibidas. Um certificado de hora atividade é emitido pela Secretaria de Educação e Cultura para os participantes que acumularam o mínimo de 20 horas no transcorrer do ano. O Cineclube Navegantes recebeu do Ministério da Cultura através do Cine Mais Cultura e da Programadora Brasil, 36 DVDs contendo os mais variados gêneros, de diversas épocas da produção cinematográfica brasileira. A atividade cineclubista é difundida em vários locais do Brasil e do mundo. A intenção foi incluir Aripuanã nesse processo cultural. O projeto possui apoio permanente da Prefeitura de Aripuanã através das Secretarias de Educação e Cultura e da Secretaria de Turismo e Lazer. 314 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 9. Lazer e turismo O turismo é a atividade econômica que tem maior capacidade multiplicadora na economia, por gerar efeitos visíveis em várias áreas e por apresentar resultados imediatos em razão da horizontalidade da suas atividades em contribuição significativa para o aumento do PIB. O mercado turístico abrange um conjunto de relações dentro de um espaço geográfico que envolve consumidores reais ou potenciais, empresas, organizações, produtos e serviços. Considerando viagens de negócio, férias, lazer, exposições e conferências entre outros, o turismo é a atividade com maior dinamismo econômico. É responsável pela geração de 6% a 8% do total de empregos no mundo. Portanto é um fator de desenvolvimento em regiões onde a economia é pouco competitiva. Aripuanã é considerado um município com potencial turístico, uma atividade econômica que, convenientemente manejada e administrada, apresentará uma grande longevidade. A Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer informa que está desenvolvendo propostas para o turismo. Com presença na Feira Internacional do Pantanal, o stand do município teve cerca de 11.000 visitantes. O potencial maior da área situa-se na sua natureza. As cachoeiras das Andorinhas e Dardanelos são os maiores atrativos. Os programas de divulgação trarão substanciais aportes de visitantes. Além dessas cachoeiras, o turismo ecológico atrairá visitantes, particularmente por estar na região Amazônica. A observação de aves será responsável pela vinda do maior número de turistas, haja visto o fluxo que recebe o município de Alta Floresta, também em Mato Grosso. Entretanto, outros grupos animais, como mamíferos e répteis e também plantas, são de interesse. Mais informações desses grupos animais e botânicos podem ser encontrados em pesquisas especializadas. Eventos únicos, entretanto indicam possibilidades de roteiro e interesses pouco explorados. Há um tempo atrás, um grupo de americanos refez o trajeto do presidente Roosevelt, no rio que hoje leva seu nome, demonstrando que o caminho pode ser refeito muitas vezes. Centro de Artesanato Para o desenvolvimento do turismo na região, estruturas de sustentação precisam ser implantadas. Estradas em boa condição de tráfego, linhas aéreas permanentes, aeroporto, transporte urbano (só há um táxi na rodoviária), hotelaria (há 348 leitos em 2008, segundo informes locais) e serviços. Os pontos turísticos devem ser roteirizados e visualizáveis ao turista; será necessário construir passarelas e muretas de proteção nos acessos as cachoeiras; criar pontos de comercialização do artesanato local e ter guias locais treinados. 315 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Um dos entretenimentos da cidade era o “Forró” do Balneário Oásis que acontecia todo sábado no final da tarde. O acesso ao público era aberto e a lotação chegava até 1.000 pessoas. Dançavam as vezes até o dia amanhecer. Algumas famílias levavam os filhos. Os homens que vieram trabalhar na construção da usina compareciam em grande número. Observam-se também a presença de muitas mulheres da cidade, inclusive adolescentes desacompanhadas, menores de idade. Não existia um policiamento ostensivo no local para proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores. Calendário de eventos turísticos de Aripuanã em 2008 02 a 05/02 – 6º Carnaval de rua 4º Festival de música Gospell (municipal) / 21/03 – Paixão de Cristo / Março 22/03 – Baile de Aleluia – Paróquia de São Francisco / 23/03 Páscoa 19/04 – Festa do dia do Índio (regional) / Abril 21/04 – Tiradentes / Campeonato municipal de Karatê 01/05 – Dia do trabalho / 11/05 – festa do dia das mães – Paróquia São Francisco de Assis Maio (municipal) / 22/05 – Corpus Christi Junho III Festa Gastronômica do Piau (municipal) / 4ª Festa do Clube dos Vaqueiros (municipal) Campeonato Estadual de Karatê / Festa Junina – escola São Francisco de Assis / 25 a 27/07 – IV Julho PESCTUR e Etapa do V CEP-MT (estadual) Agosto Dia dos pais / 5ª Mostra Cultural dos Frutos da Amazônia 01/09 – TV Aripuanã / 07/09 – Independência do Brasil / III EXPONÃ – Exposição Agropecuária Setembro / XIX Festa do Peão Boiadeiro de Aripuanã e Torneio de Laço (regional) 03 a 07/10 – Festa de São Francisco de Assis (padroeiro de Aripuanã) (regional) / Outubro 05/10 – Eleições 2008 / 12/10 – Dia N. Sª Aparecida e Dia das Crianças 15/11 – Proclamação de República / 20 a 22/11 – 1ª FESCACHU- Festival de cachoeiras de Novembro Aripuanã / 14ª FESCANÃ – Festival da canção (regional) 25/12 – Natal / 31/12 – IV Reveilon de Aripuanã e 65 anos da cidade de Aripuanã e 23 anos de Dezembro administração política municipal Fonte: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Aripuanã (2008). Fevereiro Conforme informação a locatária do Balneário Oásis, já promoveu diversos eventos na cidade como shows com Felipe & Falcão; Banda Calypso do Pará; Banda Meu Xodó, entre outras. Outras atividades que foram realizadas em 2008: Festa Junina; em agosto Campeonato de Som; em setembro Campeonato de Motocross; e em outubro a Feira dos Frutos da Amazônia em parceria com a escolas da cidade. As dependências do balneário também eram utilizadas para festas de casamentos e aniversários, almoço do Clube dos Idosos, festas da APAE, etc. No inicio de 2011 a Secretaria de Turismo e Laser promoveu o Baile do “1º Grito de Carnaval” de Aripuanã. Durante o baile fora escolhidos e premiados o folião mais animado, a melhor fantasia do baile, o Rei Momo e a Rainha do Carnaval. Após o tradicional desfile de rua de carnaval, foram distribuídas premiações para o melhor bloco de rua, o bloco mais animado, o folião mirim de rua e a melhor fantasia do carnaval de rua. O total de premiações distribuído pela Secretaria para o baile e para o carnaval de rua somaram R$ 7.000,00 (Secretaria de Turismo). 316 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Baile “1º Grito de Carnaval” - 2011 O projeto “Mãos de Aripuanã”, um circuito de feiras de artesanato, foi realizado na cidade nos meses de abril, julho e novembro. A feira aconteceu na Travessa São Francisco de Assis, ao lado do centro de Apoio ao Turismo. Este foi o segundo ano de realização do projeto. Na ocasião foram expostos e comercializados produtos artesanais de toda a região. Durante o evento aconteceram apresentações culturais e musicais (projeto EDUCARTE, PETI, APAE). Foram oferecidos pratos apreciados na região como piau assado, tapioca e arroz com pequi. Em julho de 2011 foi realizado o “Luau da Águas” de Aripuanã, no Balneário Primavera. O projeto foi organizado pela Secretaria de Turismo e contou com apoio de empresários locais. A decoração do local foi temática e as mesas apresentavam arranjos de frutas. Foram apresentados shows regionais de musica MPB, servidas comidas típicas e coquetéis de frutas. A intenção da Secretaria foi de transformar esse evento como parte integrante do calendário municipal, tal qual acontece com o Festival de Pesca. 317 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Arranjo de frutas da mesa “Luau da Águas” O Poder Executivo Municipal de Aripuanã juntamente com o Poder Legislativo aprovou através da Lei nº 896/2010 de 1º de setembro de 2010, a mudança da data de comemoração do aniversário da cidade. A data de emancipação do município é dia 31 de dezembro, ocasião em que as comemorações do aniversário ficavam ofuscadas pelas comemorações de Reveilon. Esta era um reivindicação antiga dos aripuanenses: comemorar a data em período que não houvesse outras comemorações. Em 2011 a festa aconteceu no dia 25 de julho. Foi montado um palco ao lado da Praça Municipal onde a dupla de humoristas matogrossenses Nico & Lau e a Banda Atração do Estado do Paraná apresentaram um show para a população. 318 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Show de aniversário de Aripuanã No mês de novembro de 2011, foi realizada a “Marcha para Jesus”, evento que se repete há alguns anos em Aripuanã, organizado pelas Igrejas Evangélicas locais. Após o seu encerramento ocorreu o “Festival Gospel” de Aripuanã, que contou com a presença da Banda Viva e Voz de Cuiabá. Festival Gospel de Aripuanã Outras atividades de lazer são os pontos de encontros, como os bares, padarias e sorveterias, onde encontros sociais se confundem com experiências gastronômicas e as vezes jogos, como de bocha. Atividades de lazer também podem ser as esportivas, como jogos de bola, com grande público. A cidade tem uma danceteria frequentada por maiores de 18 anos, que abre todos os sábados a noite. Anualmente em setembro ocorre a festa do Peão. São quatro de dias de show e atividades de rodeio. 319 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Confeitaria Campo de bocha e lanchonete Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sorveteria Jogo de futebol Também em novembro de 2011 foi realizado curso de artesanato em parceria com o SENAR e o Sindicato Rural. Foram capacitados 12 artesãos, que aprenderam a confeccionar peças de crochê usando barbante. O curso foi ministrado no Centro de Apoio ao Turismo e forneceu certificado para os participantes que frequentaram 40 horas/aula. Os artesãos tiveram a oportunidade de comercializar seus produtos na Feira de Artesanato. Curso de artesanato de crochê Durante o ano também foi oferecido curso de bordado para a população. 320 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Para 2012 a Secretaria de Turismo e Lazer tem intenção de programar cursos para guias de turismo, voltados para as atividade que possam ser desenvolvidas na cidade, tais como as trilhas ao redor das cachoeiras. Pretende também trazer outros cursos de artesanato, em parceria com o SENAR, voltados principalmente para resíduos de madeira, utilização de palha, bambo e sementes. Quer cadastrar os artesãos como ME (micro empresas) para que possam levar seus produtos para fora do município, participando de feiras em outras localidades. Segundo informação recebida na Secretaria de Turismo, a maior dificuldade para que turistas venham a Aripuanã é o acesso. A rodovia é muito ruim e as passagens áreas muito caras. O Hotel Primavera, maior da cidade e com melhor infraestrutura, localizado em local privilegiado nas margens do rio está desativado desde o término de construção da Usina. A cidade também tem carência de mão-de-obra especializada em hotelaria: camareiras, recepcionista, etc. Seria preciso investimento para reativar o hotel e cursos de capacitação para a população, contando que haveria investimento federal e estadual para melhorar a estrada de acesso. VII. OUTROS ASPECTOS DE PRODUÇÃO As informações por atividades econômicas dos municípios permitem elaborar o ranking municipal para as diversas atividades, identificar a participação de cada município frente aos demais, bem como a sua vocação econômica, objetivando tomadas de decisão para políticas públicas estaduais e municipais. Nos últimos anos observou-se um crescente aumento da produção do setor agropecuário, em especial sua produtividade. Tal fato foi impulsionado pelas inovações tecnológicas decorrentes de pesquisas adotadas nas diversas áreas, uso intensivo do solo, através de plantio direto, emprego de novos implementos e máquinas, correções e adubações adequadas. Pode-se dizer também que o uso de sementes selecionadas e fiscalizadas, manejos de solo e pragas, melhoramento genético do gado, inseminação artificial são técnicas que uma vez adotadas e implementadas proporcionou grande salto na produção do setor. 321 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O Estado de Mato Grosso destaca-se no cenário nacional e internacional como grande exportador, na qual os principais produtos são algodão, milho, soja, açúcar, carne bovina, suína e aves, entre outros (Mato Grosso, 2010b). A pecuária, embora com menor intensidade apresentou crescimento. De 1998 a 2009 o rebanho bovino aumentou 63,31%. De 2004 a 2009 o Estado foi sempre o primeiro lugar no ranking dos maiores produtores bovinos no Brasil, participando com aproximadamente 13% do rebanho nacional e 30% do rebanho da Região Centro-oeste. Dentre os municípios da área de estudo Juína está em 6º lugar no ranking dos maiores produtores do Estado (Mato Grosso, 2010b). 1. Agricultura Os ciclos econômicos no município englobam os ciclos da borracha, do ouro, da madeira, estando em transição e em busca de alternativas. A diminuição populacional que houve após o término da construção da usina hidrelétrica causou queda de consumo e comercialização local. Para a comercialização na feira local semanal, a prefeitura oferece caminhão para transporte em alguns assentamentos, trazendo os feirantes com a produção até Aripuanã. Informaram fontes orais que o retorno para os sítios é pago. A qualidade das estradas dificulta gravemente a comercialização. Está havendo com o tempo um incremento da pequena produção no município. Com projetos de fomento, organização progressiva e construção de hábitos pelos produtores e população têm-se estabelecido uma linha de comércio regular, apesar das dificuldades. A agricultura familiar em geral produz espécies de utilização tradicional na região, como mandioca (a mais importante), banana, abóbora, além de frutas nativas como cupuaçu, cacau e outras adaptadas como melancia, acerola, café e horticultura como pepino, tomate, entre outros. Com incentivo do Ceplac, foram plantadas 20.000 mudas de cacau em Conselvan. As verduras são produzidas preferencialmente próximas da área urbana, já que há problemas no transporte e conservação dos produtos, quando vêm de maiores distâncias. Com a construção progressiva das linhas de eletrificação rural, como nos agrupamentos rurais de Conselvan, Milagrosa, Rio Branco, Lontra, a produção leiteira tem ampliado sua produção e importância. O comércio tem sido local e ainda levado para laticínio em Juruena. Parte do produto tem sido beneficiado e comercializado em Aripuanã. A Secretaria de Agricultura e a Empaer têm desenvolvido programas de melhoramento do rebanho leiteiro, com aquisição de plantéis com maior produção e vem tendo sucesso nesse empreendimento. Há no município cerca de 5.000 unidades produtivas rurais, frutos de ocupação desordenada iniciada a cerca de 20 anos. Somam 1.050 na área da Gleba Conselvan, com 3.658 pessoas em 2009 (Sistema de Informação de Atenção Básica); 498 na Medalha Milagrosa; 324 na Itaúba; 289 na Gleba Vale dos Sonhos; 199 na do rio Branco; 346 na Gleba Cafezal; 68 na AR-2; 238 lotes no assentamento chamado Lontra; 360 lotes na Morena; 50 no Nova União; e 67 chacareiros nas imediações da sede municipal. Há um grande problema quanto a regularização 322 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 fundiária na região. Isso gera situação irregular para os ocupantes das terras, que não podem ter acesso a linhas de crédito agrícolas e pecuários, por inexistência de documentação. A pior situação é do Assentamento da Milagrosa, que é iniciativa do INCRA. Porém, na maior parte das regiões do município, esse problema vem sendo minimizado. Um problema grave para essa regularização tem sido a não recuperação de áreas degradadas, o que impede de elaborar a Licença Ambiental Única e o Cadastro Ambiental Rural. Conforme fontes orais há 14 associações de produtores, sendo que uma delas é feminina e produz materiais de limpeza e higiene. Demonstram interesse em produzir farinha de babaçu, de mandioca, café e em pasteurizar o leite. Produzem açúcar mascavo e rapadura e também coletam castanha, que é exportada in natura para Rondônia. Há um Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável. A associação de feirantes engloba todas as comunidades. Secretaria Mun. de Agricultura e Empaer Indea A criação de linhas de ônibus escolares rurais muito contribuiu para o estabelecimento de populações rurais no Brasil. Antes dessa opção de transporte, a necessidade de escola para os filhos era uma causa grave de êxodo rural, com mudanças na forma de convivência, educação de filhos (muitas vezes com pais ausentes por longos períodos), organização de vida doméstica cotidiana e de produção. Em alguns casos, o ônibus escolar é a única forma de transporte público encontrado pela população dos assentamentos. Torna-se dessa forma, fonte de carona para todos que necessitam ir até a cidade. Porém, há relato de falta de ônibus escolar na linha, como no Assentamento Lontra. Há a proposição incorporada de propostas de instituições governamentais de buscar autosuficiência alimentar, de forma a oferecer a sustentação básica da família e incrementar finanças com outras atividades. Nessa percepção é desenvolvida a “unidade de subsistência familiar”, através do Projeto Vida Nova, em que um hectare é área passível de sustentar uma família. Parceiros do Governo do Município e Empaer, no desenvolvimento de projetos de produção agrária e sistemas agroflorestais têm sido o PNUD e o FNMA, contribuindo com recursos financeiros. Como exemplo de projeto desenvolvido com o apoio do PNUD está o projeto de coleta de castanha com os índios Arara e Cinta-larga. O Banco do Brasil desenvolve no município o Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável – PDRS. Há ainda o Projeto 323 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Pacto das Águas, fruto de ação interativa entre o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aripuanã, e o Programa Petrobrás Ambiental, da Petrobrás. De Aripuanã, são participantes do projeto os barranqueiros da reserva Extrativista Guariba - Roosevelt. O Projeto Arco Verde, com a Conab, vem equipando o município, com 4 tratores, caminhonete, 2 notebooks, 2 gps e o Prosol doou 2 caminhões para transporte da população que trabalha na feira e para assistência geral. Visa o Projeto Arco Verde implantar um viveiro, aquisição de sementes e propágulos, calcário para correção de solo e, sacos plásticos para mudas. Estão em desenvolvimento algumas cadeias produtivas no município, quais sejam: gado de leite, apicultura, fruticultura tropical, café, palmito de pupunha, pequenos animais, piscicultura e turismo. Outras atividades incluem a produção de farinha de mandioca, pecuária de corte e sistemas agroflorestais. Parque de Exposições Agropecuárias. FotoJúnior Coelho Viveiro. Acervo da Sec. da Agricultura Caixas de apicultura. Acervo da Sec. da Agricultura Peixes nativos 324 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Desmate, pastagem e fumaça de queimada Plantio de Teca Policultivo. Acervo da Sec. da Agricultura A apicultura vem sendo praticada no município, sendo outra atividade considerada compatível com a conservação ambiental. Já se encontra instalada no Pólo Industrial, na sede municipal, a Casa do Mel, que conta com equipamentos para a extração, beneficiamento e envasamento do produto. Os produtores trazem seus produtos e o beneficiam nessa estrutura. A variedade de abelha utilizada na produção é a européia, por estarem em fase inicial e com pouca experiência. A variedade africana é muito mais agressiva, ainda que seja mais produtiva, não é tão aconselhada em sistemas iniciais de produção. As caixas têm sido doadas pela prefeitura. A produção está voltada para a subsistência e a comercialização local. 325 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Capacitação em apicultura. Acervo Sec da Agricultura O plantio de frutas tropicais vem sendo incentivado pela prefeitura. O comércio mais relevante tem sido a venda para industrialização (Carpelo Alimentos, de Sinop). Entretanto, vem sendo pensada a implantação de uma despolpadora de frutas, como o abacaxi e o cupuaçu. A banana do município é um produto de grande qualidade. Está em processo a aquisição de propágulos de banana da Bahia. A variedade a ser importada é resistente ao Mal de Sigatoka Negra e Amarela e ao Mal do Panamá, doenças que muito abalam a produção da espécies. Abacaxi. Acervo da Sec. da Agric. O café, que continua sendo uma cultura reconhecida como adequada, foi uma das primeiras culturas agrícolas praticada na região. Há 500.000 plantas em produção atualmente, havendo a projeção de plantio de 1.500.000 novas plantas. Tem havido mobilizações para a organização de sistema de processamento, visando incrementar o lucro dos produtores. Essa espécie tem sido produzida inserida em sistemas agroflorestais. Um outra cadeia produtiva que vem sendo desenvolvida em Aripuanã é a da pupunha, que oferece palmito de boa qualidade, que é colhido a cada dois anos. Há outras espécies que oferecem palmito, como o açaí, mas não é tão produtivo. Existem 600 hectares de pupunha 326 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 atualmente em Aripuanã. Tem sido plantada em associação com o feijão-de-porco, evitando o uso de fertilizantes e venenos agrícolas. A atividade evita desmate progressivo (há quem não amplia seu desmate já por 5 anos), mas há falta de incentivo para a atividade e quem a desenvolve o faz com recursos e esforços próprios. Café. Acervo da Sec. da Agric. Açaí nativo (esq.) e plantado (a dir.) Plantio de pupunha Pupunha colhida 327 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Outra atividade econômica, esta de longo prazo, é a dos sistemas agroflorestais - SAFs, que visa a produção de outros produtos comerciais, como madeira, resinas, etc. Estão sendo plantados para a futura produção de madeira, a teca, cerejeira, ipê e mogno. Em consorciação com essas arbóreas, são plantados, entre outras espécies, o feijão-de-porco (como fixador de nitrogênio e formador de húmus), cupuaçu, café, banana, côco e pupunha. A experiência com o plantio de guaraná não deu certo no município. O plantio de cacau está em fase inicial, assim como o assafrão dourado, que possui mercado internacional.Também existe exploração madeireira, de espécies de madeira leve para caixotaria. Porém, estas espécies significam preços baixos, pois há competidores em todas as regiões do país. Sistemas agroflorestais Acervo da Secretaria da Agricultura 1.1. Lavouras permanentes Entende-se por cultura (lavoura) permanente a área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa duração, que após a colheita não necessitassem de novo plantio, produzindo por vários anos sucessivos. Produção de banana em Aripuanã, 1990-2005 Banana Ano Quantidade produzida (T) Área plantada (ha) Área colhida (ha) 1990 60 60 60 1995 250 250 250 2000 316 320 320 2005 350 50 50 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Produção de café em Aripuanã, 1990-2005 Café (beneficiado) Ano Quantidade produzida (T) Área plantada (ha) Área colhida (ha) 1990 660 550 550 1995 720 450 450 328 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Café (beneficiado) Ano Quantidade produzida (T) Área plantada (ha) Área colhida (ha) 2000 3.739 3.237 3.237 2005 440 1.100 1.100 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Produção de cacau em Aripuanã, 1990-2005 Cacau (em amêndoa) Ano Quantidade produzida (T) Área plantada (ha) Área colhida (ha) 1990 8 10 10 1995 12 15 15 2000 22 63 63 2005 15 43 43 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Produção de guaraná em Aripuanã, 1990-2005 Guaraná (semente) Ano Quantidade produzida (T) Área plantada (ha) Área colhida (ha) 1990 1 3 3 1995 4 10 10 2000 8 20 20 2005 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Observa-se que a área e a produção decresceram recentemente, com exceção da banana que mostrou incremento em produtividade. O desestímulo para a produção, falta de mercado consumidor, condições de produção e transporte fazem com que certas atividades sejam abandonadas, como mostra os dados sobre o guaraná, planta nativa da Amazônia e muito bem adaptada as condições locais. Produção de pimenta-do-reino em Aripuanã, 1990-2005 Pimenta-do-reino Ano Quantidade produzida (T) Área plantada (ha) Área colhida (ha) 1990 13 4 4 1995 21 7 7 2000 3 7 7 2005 12 25 25 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal A pimenta-do-reino mostra um incremento de área plantada, ainda que tímido, se comparado com o ano de 1995, quando era plantada em área duas vezes maior do que a atual. Ainda assim, como no caso da banana, o incremento em produtividade foi espantosamente grande. 329 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1.2. Lavouras temporárias Abrange as áreas plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano) e que necessitassem, geralmente de novo plantio após cada colheita, incluíram-se também nesta categoria as áreas das plantas forrageiras destinadas ao corte. Produção de arroz em Aripuanã, 1990-2010 Arroz (em casca) Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (hectares) 1990 2.000 1.000 1.000 1995 2.250 1.500 1.500 2000 10.838 4.700 4.700 2006 5.988 3.575 3.575 2007 1.200 1.000 1.000 2008 1.200 1.000 1.000 2009 1.200 1.000 1.000 2010 1.200 1.000 1.000 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal A flutuação da produtividade do arroz chama mais a atenção do que propriamente a flutuação da área plantada. Possivelmente causas ambientais interferiram mais na produção do que mudanças de tecnologia de produção. Produção de cana-de-açúcar em Aripuanã, 2006-2010 cana-de-açúcar Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (hectares) 2006 225 5 5 2007 225 5 5 2008 2009 1.160 20 20 2010 1.160 20 20 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Produção de feijão em Aripuanã, 1990-2010 Feijão (em grão) Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (hectares) 1990 158 250 250 1995 160 380 380 2000 660 1.200 1.200 2006 252 420 420 2007 300 500 500 330 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Feijão (em grão) Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (hectares) 2008 300 500 500 2009 300 500 500 2010 173 505 505 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Produção de mandioca em Aripuanã, 1990-2010 Mandioca Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (hectares) 1990 9.000 600 600 1995 9.750 650 650 2000 8.700 560 560 2006 3.000 200 200 2007 3.750 250 250 2008 3.750 250 250 2009 3.750 250 250 2010 3.750 250 250 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal O feijão e o milho acompanharam a tendência de diminuição de área plantada, mostrando um desaquecimento generalizado na produção agrícola em Aripuanã. Milho (já colhido) e pupunha Acervo da Sec. da Agricult. Produção de milho em Aripuanã, 1990-2010 Milho (em grão) Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (ha) 1990 2.520 1.200 1.200 331 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Milho (em grão) Ano Quantidade produzida (Toneladas) Área plantada (hectares) Área colhida (ha) 1995 3.400 1.700 1.700 2000 5.720 2.600 2.600 2006 8.064 4.480 4.480 2007 1.800 1.000 1.000 2008 1.800 1.000 1.000 2009 1.900 1.100 1.100 2010 1.805 1.003 1.003 Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal A produção de milho mostrou crescimento constante nos períodos acima mencionados, possivelmente por ser uma cultura com vários usos e mercado garantido. Dessa forma, mostra um vigor de produção que outras culturas não mantiveram. 2. Pecuária São considerados os efetivos de pecuária, pela pesquisa do IBGE, os bovinos, bubalinos, eqüinos, asininos, muares, suínos, ovinos e caprinos e aves de propriedade do produtor que estivessem no estabelecimento, ou em pastos comuns ou abertos localizados fora de estabelecimentos, e os de terceiros que estivessem arrendados, alugados ou cedidos ao produtor. Mudando de pastagem Ranking dos maiores produtores bovinos no Brasil 2000-2004 Estado MS MT MG GO RS SP Efetivo de rebanho (1.000 cabeças) 2000 2001 2002 2003 2004 22.205 22.620 23.168 24.984 24.715 18.925 19.922 22.184 24.614 25.919 19.975 20.219 20.559 20.852 21.623 18.399 19.132 20.102 20.179 20.420 13.601 13.872 14.371 14.582 14.670 13.092 13.258 13.701 14.046 13.766 Fonte: Mato Grosso (2006). 2000 1 3 2 4 5 6 2001 1 3 2 4 5 6 Ranking 2002 2003 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 2004 2 1 3 4 6 7 332 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ranking dos maiores produtores bovinos no Brasil 2005-2008 Efetivo de cabeça por ano Estado MT MS MG GO PR RS 2005 26.652 24.504 21.404 20.727 18.064 14.240 2006 26.064 23.726 22.203 20.647 17.502 13.975 2007 25.683.031 21.832.001 22.575.194 20.471.490 15.353.989 13.516.426 Classificação 2008 26.018.216 22.365.219 22.369.639 20.466.360 16.240.697 14.115.426 2005 1º 2º 3º 4º 5º 6º 2006 1º 2º 3º 4º 5º 6º 2007 1º 2º 3º 4º 5º 6º 2008 1º 2º 3º 4º 5º 6º Fonte: Mato Grosso (2010b). Mato Grosso mostra-se como uma área de expansão pecuária, tornando-se o primeiro rebanho de bovinos do país. Efetivo de rebanho no Estado de Mato Grosso, 1990-2009 Ano Bovino Suíno Ovino Equino Asininos 1990 9.041.258 1.034.107 67.277 169.622 2.853 2000 18.924.532 834.084 274.991 274.991 3.786 2004 25.918.998 1.315.443 275.873 311.598 4.146 2005 26.651.500 1.359.824 324.865 314.544 4.182 2006 26.064.332 1.439.626 349.383 312.219 4.589 2007 25.683.031 1.392.424 429.176 310.174 3.915 2008 28.018.216 1.620.061 439.689 307.900 3.775 2009 27.357.089 1.864.808 442.682 318.249 4.032 Muares 42.540 55.436 67.422 71.312 72.945 79.926 79.192 85.642 Caprinos 24.698 28.396 39.302 43.220 43.493 41.245 39.941 39.958 Bubalinos 28.696 23.706 14.297 14.297 20.543 18.120 15.508 18.152 Fonte: Mato Grosso (2010b). O rebanho no Estado mostrou um crescimento constante, com exceção dos suínos entre 1990 e 2000, por haver doença no rebanho e entre os bubalinos, que inicialmente se mostrou ser alternativa, mas com o tempo desaqueceu, por preconceito por parte de consumidores e certas dificuldades de manejo. Movimento bovino, 2006 Movimento pecuário de bovinos no ano 2006 Brasil e Município Nascidos Vitimados Abatidos Comprados Vendidos Brasil 1.328.592 720.961 426.387 419.394 757.623 Mato Grosso 58.716 36.697 22.449 14.416 37.293 Aripuanã 729 388 182 102 412 Brasnorte 191 52 88 47 105 Castanheira 786 424 170 117 404 Colniza 1.050 734 239 274 534 Cotriguaçu 723 378 244 178 432 Juína 1.155 625 386 247 757 Juruena 476 285 183 102 266 Rondolândia 208 165 105 30 132 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 333 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Rebanho em Aripuanã 1990- 2005 Rebanho Bovino Eqüinos Bubalinos Asininos Muar Suíno Caprino Ovino Galos, frangas, frangos, pintos Galinhas Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1990 54.142 1.273 136 35 812 9.186 1.61 243 73.150 90.029 1995 113.857 763 183 40 856 9.996 1.309 880 83.208 102.492 2000 226.161 868 33 645 14.525 703 417 52.217 61.785 2005 393.136 725 26 1.050 12.745 527 920 27.720 21.537 Fonte: IBGE – Censo Pecuário Municipal Efetivo animal, 2006 Brasil, Unidade Espécie de efetivo 2006 da Federação e Bovinos Bubalinos Equinos Asininos Muares Caprinos Ovinos Suínos Aves Município Brasil 2.673.176 13.279 1.407.816 394.709 366.413 286.675 438.623 1.496.107 2.713.390 Mato Grosso 81.374 272 58.393 1.149 9.767 1.184 8.106 37.277 65.508 Aripuanã 1.072 3 725 8 120 14 82 598 967 Brasnorte 307 222 2 23 6 41 78 182 Castanheira 998 863 15 157 7 81 432 710 Colniza 1.746 1.049 118 7 23 933 1.620 Cotriguaçu 1.441 6 737 2 34 8 45 1.002 1.375 Juína 1.616 1 1.309 28 242 38 154 707 1.309 Juruena 685 476 4 79 7 37 448 687 Rondolândia 315 236 13 52 2 17 125 293 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário A produção leiteira conta com uma associação de pequenos produtores, a Associação de Produtores do Vale do Arraia. Tem um potencial avaliado de produção de 30.000 litros por dia. Atualmente são produzidos 1.500 litros por dia, que são vendidos in natura no mercado local, ainda sem pasteurização. Há ainda a produção de queijo, voltada ao mercado regional. O rebanho leiteiro é formado principalmente por animais da raça Girolanda (5/8 Holandês e 3/8 Gir) e está estimado em 20.000 cabeças. Com a produção de 25.000 litros / dia, a ser alcançada no início de 2012, há a informação sobre a intenção do laticínio Juruena estabelecer no município. Para o ano de 2012 a projeção de produção é de 50.000 litros/dia. A pecuária de corte atualmente é desenvolvida também em pequenas propriedades (50 a 100 alqueires). Há cerca de 20 anos, apenas médias e grandes propriedades apresentavam essa atividade. O rebanho atual é de cerca de 400.000 cabeças, segundo informes orais locais. A raça predominante é a Nelore, sendo desenvolvida a cria, a recria e a engorda. O mercado é o 334 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 regional, sendo que o abate é procedido em Juara, Colniza, Juruena e também em Cuiabá. O abate realizado na cidade é basicamente para consumo interno. No final do ano em Aripuanã havia segundo o Indea, na campanha de vacinação, 413.571 bovinos no município, divididos nas categorias expostas na tabela a seguir. Faixa etária 0 a 4 meses 0 a 4 meses 4 a 12 meses 4 a 12 meses 12 a 24 meses 12 a 24 meses 24 a 36 meses 24 a 36 meses Mais de 36 meses Mais de 36 meses Sexo F M F M F M F M F M Subtotal 22.999 23.524 36.855 34.805 39.571 26.283 40.416 23.266 151.889 13.954 O Sindicato Rural de Aripuanã tem 60 associados. Segundo seu presidente, com a construção da usina hidrelétrica está cada vez mais difícil arranjar mão-de-obra temporária para trabalhar nas fazendas. Com o programa luz para todos, quase todas as propriedades tem energia, algumas inclusive através de energia solar ou de motor a diesel (Presidente do Sindicato Rural de Aripuanã). A criação de pequenos animais vem sendo colocada como uma outra cadeia produtiva local, o que inclui a ovinocultura deslanada e a caprinocultura. Também a piscicultura tem sido incentivada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Empaer. VIII. ÁREAS DE INFLUÊNCIA O empreendimento proposto está situado a noroeste da sede urbana de Aripuanã, na chamada Serra do Expedito. Sua Área de Influência Direta (AID) foi definida como englobando áreas de produção e outras envolvidas com a mesma, como espaços administrativos e de suporte, de tratamento de rejeitos industriais e humanos. Em seu interior há marcas de exploração madeireira, pecuária de corte e garimpeira, deixando esta última, áreas degradadas principalmente em várzeas, mas também no topo da Serra do Expedito. 335 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Guarita no empreendimento proposto Floresta na AID Degradação por garimpo na AID Pastagem na AID Engloba, em seu maior percentual espaços pertencentes a própria empresa empreendedora, havendo ainda propriedades em seu interior como a fazenda do Sr. Gentil e a do Sr. Gilberto. Em ambas é desenvolvida a pecuária, sendo que na do Sr. Gentil é produzido principalmente gado para corte, em sua fase de cria e na do Sr. Gilberto, gado para corte em sua fase de engorda. Mostra a organização de cada produção, forma diferente de ocupação da terra na região. O Sr. Gentil mora com a família na propriedade, havendo uma ocupação forte de mão-de-obra familiar na produção. Vendendo meio alqueire de terras no Paraná, veio com a esposa e os oito filhos, onde adquiriu inicialmente duzentos hectares. Toda a vida econômica da família na região foi desenvolvida na propriedade. Todos os filhos cresceram e colaboraram, havendo aqueles que 336 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ainda colaboram, na construção do atual patrimônio. Além da pecuária, forma econômica que é entendida como aquela que trás maior estabilidade financeira, a família produz outros animais domésticos de pequeno porte, para alimentação e comércio. Plantam roças, também para consumo e venda na cidade de Aripuanã. Atualmente, a propriedade conta com quase quinhentos hectares, sendo que noventa e quatro hectares são considerados reserva. Já teve problema com invasão de sua propriedade, na área de várzea, por garimpeiros da região. Propriedade do Sr. Gentil – reserva legal Pastagem na propriedade do Sr. Gentil Sede da propriedade do Sr. Gilberto Pastagem na propriedade do Sr. Gilberto No caso do Sr. Gilberto já mostra diferenças, morando na cidade de Aripuanã onde desenvolve outra atividade econômica. Em sua propriedade mora um trabalhador, encarregado de cuidar de seu gado de corte. Não há plantio de roças, sendo que todo o alimento consumido por esse trabalhador é adquirido na cidade e levado até o local pelo proprietário. A Área de Influência Indireta incorpora um espaço maior, envolvendo propriedades lindeiras ao empreendimento proposto, assim como, outras propriedades que apresentam certa proximidade, ainda que não se relacionem diretamente ao empreendimento. Engloba assim, propriedades que compartilham com a propriedade do empreendimento proposto, microbacias hidrográficas, que dessa forma podem ser monitoradas de forma integrada e resultar em manutenção da integridade e da saúde ambiental da região envolvida nessa produção. 337 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A ocupação regional baseia-se especialmente na pecuária de corte e extração de madeira, havendo manejo florestal em algumas propriedades da AII, havendo ainda, áreas sem uso atual. Em toda a região, já houve exploração florestal, estando em grande parte, mesmo as áreas não desflorestadas, com sua integridade danificada pelo corte seletivo de árvores, para extração de madeira. Em um passado recente, houve exploração garimpeira na região, que deixaram suas marcas nos espaços degradados. Placa de Plano de Manejo Florestal na AII Ao norte da Serra do Expedito, na Área de Influência Direta encontram-se propriedades que tiveram na extração de madeira seu principal uso econômico. Áreas de pastagem estão sendo abertas em algumas propriedades. Outras continuam sem uso econômico atual. Entre essas propriedades, está a do Sr. Cassol, com 300 hectares. . Nesta propriedade há criação de 350 cabeças de gado de corte e 40% da área é florestal. Está em busca de alternativas produtivas, tendo plantado cupuaçu e criado abelhas Sr. Cassol e cupuaçu Sr. Cassol e apicultura A propriedade do Sr. Kaipper encontra-se florestada, havendo segundo informe local, interesse em desenvolver manejo florestal. Na fazenda de “Zé do Torno” , com quase 600 hectares, há 338 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pastagem voltada para a pecuária de corte e piscicultura. Em torno de 50% da propriedade é florestal.A pecuária também é a atividade desenvolvida na propriedade do Sr. Luiz. “Zé do Torno” e pastagem Sr. Keipper e floresta Na década de 1990 houve garimpos nessa parte norte da atual Área de Influência Indireta. Eram chamados Garimpo do Guida e Garimpo do Puraqué. Ocupavam várzeas de córrego, mas no Puraqué houve exploração no topo da serra. Buraco de água do Garimpo do Guida Aspecto do Garimpo do Guida Outras propriedades vizinhas implantaram pastagens, mas foram vistos poucos animais durante este levantamento de campo. Além disso, áreas florestadas estão sendo conservadas. A área das propriedades é variada, havendo propriedades com 35 alqueires, 100 alqueires, como a Alvorada; 250 alqueires, como do Sr. Pedro Santin. Entre as propriedades que possuem pastagens 339 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 plantadas, algumas com parcelas mal conservadas, estão as áreas do Sr. Bigaton e do Sr. Chinikoski. Garimpo do Puraqué Pastagem do Sr. Bigaton Pasto do Pedro Ibiaçá Garimpo do Puraqué Pastagem do Sr. Chinikoski Pastagem de Pedro Ibiaçá 340 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Entrada do Espanhol Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Desmate recente Ao sul da Serra do Expedito, há uma maior ocupação econômica dos espaços. Continua a predominar a pecuária de corte, havendo pequenas roças e plantio de espécies como a pupunha. Entre as propriedades onde se destaca a pecuária de corte, estão as do Nego, Balbinoti, Rosseto, José de Nardi (Zequinha), Fazenda Massapé, do Rafael, do Gilmar, Thiago e Gabriel Gradonski. Nego – pastagem Nego – casa Sr. Balbinoti - pastagem Sr. Balbinoti – segunda área de pasto 341 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sr. Rosseto - pastagem Sr. José de Nardi – pastagem Fazenda Massapé Sr. Rafael – pastagem Sr. Thiago Gradonski – pastagem Sr. Thiago Gradonski - pupunha 342 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Sr. Gabriel Gradonski – casa Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sr. Gilmar - pastagem Há ainda na área, propriedades sem uso atual. Por problemas de saúde na família do proprietário, uma propriedade está desativada, sendo as pastagens invadidas pelas plantas arbóreas pioneiras nativas. Uma outra, sem esclarecimento do motivo, encontra-se também com as pastagens sem manutenção. Sr. Joaquim – pastagem invadida Sra. Raquel Mazurek – pastagem suja Sra. Mazurek – casa de um filho Sr. Mazurek - casa do patriarca 343 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Há ainda área utilizada para manejo florestal, do Sr. Hermes. Com cerca de mil hectares, essa área é vizinha a leste da Área de Influência Direta Área de manejo florestal ao fundo do Sr. Hermes IX. CONSIDERAÇÕES FINAIS As cidades se transformaram na expressão da sociedade atual. O espaço urbano se produz a partir de imensas contradições, que fazem com que a cidade conviva com o melhor e o pior da sociedade. Não se pode negligenciar que importantes questões ambientais ocorram nas cidades, pois aí estão as maiores concentrações de pessoas e atividades econômicas, com importantes desdobramentos para a vida urbana, como os impactos que ocorrem na infra-estrutura como rede de esgoto e água, vias públicas, loteamentos, arruamentos, enchentes, construções, etc. Condições relativas a qualidade de vida, enfocando a dimensão social e os impactos advindos das diferentes condições de acesso a saúde, educação, poluição e insalubridade. As políticas públicas e a gestão urbana devem ser colocadas de maneira que atendam os interesses e demandas da população. A sede municipal de Aripuanã, originada na margem direita do Rio Aripuanã, é classificada como um núcleo urbano de influência local restrita, com baixa oferta de infra-estrutura urbana, institucional e regional e está localizada a mais de 200 quilômetros de rodovia pavimentada. É um distrito com uma grande extensão territorial, sendo o terceiro maior em área geográfica do Estado de Mato Grosso. Onde encontramos apenas o distrito sede, existindo o que localmente são chamadas de localidades (aglomerações decorrentes de ocupação rural). Há no município duas terras indígenas, uma da etnia Arara e outra Cinta Larga. No período de 1991 a 1996 o município apresentou alta capacidade de atração de migrantes, com predominância da migração intraestadual (80%). Com baixo grau de urbanização, apresentou média taxa de crescimento da população urbana entre 1996 e 2000, cerca de 3% ao ano, 344 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 provavelmente por força do desmembramento municipal. Entre o ano 2000 e 2004 encontrava-se entre os 20 municípios do Estado que apresentaram a maior taxa geométrica de crescimento anual (6,06%). Durante o período de construção da Usina Hidroelétrica de Dardanelos ocorreu um aumento populacional na cidade, sendo que no pico da obra estavam empregados em torno de 1.500 trabalhadores. Entre os anos de 2007 e 2008, segundo moradores, a cidade “inflou”. Mas, com o término da obra, a cidade se esvaziou, sendo que alguns moradores (principalmente donos de comércios) e mão de obra especializada (eletricistas, soldadores, motoristas de máquinas pesadas) foram embora com a construtora, para se estabelecer no município de Paranaíta, onde outra hidroelétrica encontra-se em construção. O deslocamento desta população estava relacionado a busca de melhores empregos e salários. Em 2010 a população residente em Aripuanã era de 18.656 habitantes, sendo que 11.681 se encontravam na zona urbana e 6.975 na zona rural A densidade demográfica era de 0,76 hab/km². A distribuição entre população masculina e feminina era de 54% e 46% respectivamente. A variação de IDH no município de Aripuanã entre 1991 (0,640) e 2000 (0,704) foi de 1,10. Apresentava um IDH considerado médio. Na sua composição foram considerados renda, educação e longevidade. Desde o primeiro trabalho de campo, em 2008, verificou-se que o déficit habitacional de Aripuanã estava em torno de 350 moradias. Este número se mantinha em 2011, sendo este o número de pessoas inscritas no Cadastro Único. A Prefeitura de Aripuanã construiu em 2008, 50 casas para pessoas de baixa renda no Conjunto Habitacional Boa Esperança I. Neste ano estava em andamento um projeto para a construção de 160 casas para esta população. Eram moradias com uma sala, um quarto, cozinha e banheiro. Na ocasião, a cidade apresentava carência de casas para alugar e as disponíveis tinham valores de aluguel muito alto. Isto se devia a alta demanda ocasionada pela vinda dos trabalhadores para construção da Usina de Dardanelos. A empresa construiu 10 casas, de aproximadamente 100m², para seus funcionários mais graduados, que foram doadas a Prefeitura no término da obra. A Prefeitura pretendia vender estes imóveis. Em 2011, o que se observou na cidade foi uma grande quantidade de imóveis desocupados. O déficit habitacional se mantinha para a população de baixa renda. Muitas casas ocupadas por esta população eram de madeira e se encontravam em situação precária. É o que denominamos de déficit qualitativo, ou seja, moradias que apresentavam deficiência de infra-estrutura ou adensamento excessivo. Os moradores que preferencialmente ocupavam estas casas eram formados por mulheres chefes de famílias, geralmente com prole numerosa, ou cujo chefe da família era idoso. Pulverizados pela cidade encontravam-se 30 casas em fase de execução de obras para famílias que tinham terreno próprio. Também estavam para ser entregues 99 casas do Conjunto Habitacional Boa Esperança II. Para 2012 a Prefeitura tinha intenção de construir 120 casas em parceria com o programa “Meu Lar”. 345 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As casas de alvenaria se apresentavam em grande número e serviam de parâmetro para uma diferenciação social, visto que os materiais de construção vinham de fora e como o transporte se realizava com uso de caminhão, em estrada de má qualidade, o preço era elevado. Existia na cidade uma cerâmica fabricando telhas. Com a produção local esperava-se uma redução do preço deste material, pois segundo informação recebida durante o trabalho de campo, existia uma perda de 5% de telhas no transporte rodoviário, devido as condições das estradas. Outro agravante para o alto custo da construção civil em Aripuanã era que muitas empresas já tinham feito o requerimento de extensas áreas para a extração mineral e, os proprietários de lojas de material de construção não dispunham de local para retirada de areia. Em 2011 observou-se um aumento na construção de casas de alvenaria com utilização de material de padrão elevado. Pertenciam a madeireiros que resolveram se fixar na região, pois tinham projetos de áreas de manejo florestal de longo prazo. Os critérios para considerar os domicílios adequados, segundo o IBGE, são o acesso a rede de serviços urbanos, como coleta de lixo, rede de distribuição de água e esgotamento sanitário. No ano 2000, 54% dos domicílios de Aripuanã na zona urbana e 46% na zona rural, possuíam alguma forma de abastecimento de água. Nesta data o abastecimento se dava por captação superficial e não havia tratamento. Em 2006 o município tinha rede geral de distribuição de água com 49 km de extensão (60% da população atendida). A captação era superficial e recebia tratamento com adição de cloro. Em 2008 a cidade contava com dois pontos de captação de água (Córrego Frei Canuto e Rio Aripuanã). As águas eram tratadas através do método de cloração. Diariamente eram realizadas análises físico-químicas e amostras coletadas de diferentes pontos na cidade eram enviadas para análise bacteriológica em Cuiabá. A rede favorecia 90% da população urbana, não alcançando as casas mais distantes da periferia da cidade. O abastecimento de água se encontrava na sua capacidade limite. Na ocasião o município não conseguiria suprir um aumento de demanda sem aumentar a capacidade de captação. Em 2011 os pontos de captação do município de Aripuanã continuavam os mesmos. O tratamento ainda se mantinha na ETA Central e do Jardim Planalto. Ocorreu um aumento de captação de 10 m³/hora no córrego Frei Canuto. O setor industrial continuava recebendo água sem tratamento. A rede geral supria 97% da sede, sendo que o restante 3% era suprido com água proveniente de poços semi-artesianos (geralmente escolas, postos de combustível). A demanda de água tratada continuava sendo maior que a capacidade de distribuição, principalmente nos bairros mais afastados. Recebemos a informação que existia a intenção de concentrar a captação no Rio Aripuanã, pois existia a suspeita de contaminação no Córrego Frei Canuto. No ano 2000 o escoamento sanitário em Aripuanã era predominantemente constituído de fossa rudimentar, tanto na zona urbana como rural. Apenas 6 domicílios da zona urbana contavam com rede geral de esgoto ou pluvial. A cidade não tinha tratamento de esgoto. Na zona rural 90% dos domicílios não tinha banheiro. Em 2008 apenas 32 domicílios da sede tinham rede de esgoto instalada, mas a coleta ainda não estava sendo realizada por falta de documentação junto a SEMA. Os demais domicílios tinham 346 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 fossa séptica. Em torno de 50% da zona urbana tinha captação de águas pluviais. Lagoas de estabilização estavam construídas, mas não em funcionamento. Em 2010 a maioria dos domicílios em Aripuanã contava com banheiro de uso exclusivo servidos por fossa rudimentar. Mesmo assim existia uma carência de aproximadamente 100 banheiros instalados em contiguidade das casas. Para suprir esta necessidade a Prefeitura criou o fornecimento de material para a construção de um recinto com dimensão de 1,5 mts x 2,0 mts, de alvenaria, com fossa, pia, vaso sanitário e um ponto para chuveiro. Eram denominados “kit banheiros”. Na gestão anterior foram entregues 32 kits. Em caráter emergencial, no início do ano 2011, 20 casas do Conjunto Residencial Boa Esperança I receberam instalação de rede de esgoto. Em decorrência do volume de chuvas as fossas transbordaram, causando sérios problemas para a população. No ano 2000 o lixo coletado por serviço de limpeza na zona urbana de Aripuanã favorecia 60% dos domicílios. Podiam se encontrar residências onde eram queimados (33%), enterrado (2,16%) e jogado em terrenos baldios (4,4%). O lixo coletado era depositado no lixão. Em 2008 eram produzidos 100 toneladas de lixo por mês no município, depositados no mesmo lixão que ficava a 3 km da cidade. Na ocasião estava em estudo a construção de um aterro sanitário, mas a localização escolhida ficava muito próximo ao campo de aviação da cidade. O lixo hospitalar era depositado no mesmo local, em uma vala separada e queimado. A cidade tinha um incinerador de material biológico que foi fechado pela SEMA. Em 2011, 58% dos domicílios na zona urbana contavam com coleta de lixo por serviço de limpeza, 33% continuava queimando o lixo na propriedade, 1,6% enterrando e 2,5% jogando em terrenos baldios. Como parte da compensação social, ficou definido em audiência publica, que a empresa Energética Águas da Pedra construiria um aterro sanitário. A obra não se concretizou por que a Prefeitura de Aripuanã não conseguiu disponibilizar um terreno com documentação regularizada. Em 2011 o lixo continuava sendo depositado no lixão. Até 2014 todos os municípios do Estado de Mato Grosso devem ter aterros sanitários. Vale lembrar que um aterro sem tratamento adequado para o chorume derramado, infiltra no solo e chega aos lençóis freáticos e, nem todo lixo coletado está sob controle das autoridades públicas. Estes aterros podem poluir as águas, solo e o ar através de combustão espontânea, emitir gases para a atmosfera e degradar a paisagem. Foi criada em 2011 a Associação de Catadores de Lixo de Aripuanã. Tinha CNPJ e era reconhecida com certificado de utilidade pública. Contava com 15 sócios membros. Estava lotada em barracão emprestado onde eram armazenados pneus, latinhas, garrafas pet, papelão, plásticos e material ferroso. A associação participava de eventos para arrecadar fundos para a construção de sede própria e aquisição de equipamentos (prensa, veículos). A vinda de um novo empreendimento para Aripuanã vai requerer uma estratégia de planejamento de novas habitações e construção de redes de saneamento, além de transporte. A captação de água existente mal consegue suprir a demanda da população residente e terá que ser aumentada caso haja novo fluxo migratório para a cidade. Toda a área urbana requer a instalação de esgotamento sanitário e de águas pluviais. É preciso prestar atenção aos espaços onde as 347 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pessoas vivem. Existe uma ordem para a locação de recursos públicos para a construção dos artefatos que compõem as redes de infra-estrutura e para a implementação de serviços urbanos. É diferente se numa rua criamos primeiro a infra-estrutura ou se a asfaltamos; ou se criamos a rua asfaltada e depois melhoramos a infra-estrutura subterrânea. O resultado das combinações não é o mesmo. Entre 2005 a 2008 ocorreu um aumento de 14,0% (46 salas) no número de salas de aula no município, sendo o maior número na rede estadual (21 salas). Em 2008 na zona urbana existiam 2 escolas estaduais, 6 municipais e 3 da rede privada. Na zona rural existiam 3 escolas estaduais e 8 municipais. Aripuanã contava em 2011 com 14 instituições municipais de ensino. Na sede estavam 2 centros de educação infantil e 4 escolas municipais. Na zona rural 1 centro de educação infantil e 7 escolas municipais, com 6 salas anexas em locais de difícil acesso. Todas as escolas da sede possuíam atendimento especializado para portadores de necessidades especiais. Tinha ainda 5 escolas estaduais, sendo 2 na zona urbana, 1 na zona rural e 2 na área indígena. Em 2004 verificou-se um elevado percentual de reprovação e abandono de alunos na rede estadual e municipal de ensino fundamental, tanto na zona urbana como rural. Aripuanã apresentou índice de 81,8% de reprovação na rede estadual rural. A repetência e o abandono foram mais acentuados nas populações de menor poder aquisitivo e nas áreas rurais. Foram condicionados por fatores socioeconômicos e culturais e por problemas internos do sistema educacional. A repetência gera distorções no equilíbrio série-idade e fazem com que contingentes significativos da população de 15 a 19 anos desistam dos cursos regulares. Entre 2004 a 2009 era baixo o número de matrículas no ensino médio. O rendimento escolar destes alunos estava em torno de 70% de aprovação. O município de Aripuanã apresentou neste período um percentual de 18,4% de abandono escolar e 7,5% de reprovação. Em 2008 existiam 5 escolas estaduais no município, sendo 2 urbanas, 1 rural e 2 indígenas. Em 2010 a taxa de alfabetização no município de Aripuanã chegava a 90,9%. A economia brasileira vem sinalizando para uma qualificação de sua estrutura ocupacional, onde predominam requisitos cada vez mais elevados de escolaridade. O mercado de trabalho tem se tornado mais exigente em termo de educação formal e as empresas estão exigindo diplomas de nível cada vez mais elevado. Baixos níveis de escolaridade condicionam a escassez de pessoal com requisitos básicos para desempenho econômico. Entre 2004 e 2007 ocorreu uma diminuição no número de matrículas no ensino fundamental nas três dependências administrativas: estadual, municipal e privada. A partir de 2005 com a instalação da Operação Curupira, que desmantelou a retirada ilegal de madeira da região, várias madeireiras da cidade fecharam, acarretando um êxodo do município. Em 2007 chegou a 20% a evasão escolar nas séries finais do ciclo de 9 anos do ensino fundamental. A partir de 2006 o MEC ampliou para nove anos a duração do ensino fundamental com matricula de crianças de seis anos e idade. Na ocasião Aripuanã contava com 8 unidades municipais de ensino fundamental com 9 anos na sede e 2 unidades estaduais na zona rural. Entre 2008 a 2011 ocorreu um aumento de 43% no número de matriculas na educação infantil. A 348 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 cidade contava com três unidades específicas que recebiam estas crianças, bem como algumas instituições do ensino fundamental que ofereciam turmas de pré-escola. Em 2008 o transporte escolar do município era realizado utilizando-se 9 veículos da Prefeitura (que tinham manutenção) e 11 particulares (em situação precária). As linhas estavam superlotadas e as distâncias percorridas, por alguns ônibus, diariamente chegava a 150 km. Era frequente os carros quebrarem e as crianças não irem para a escola. Em 2011 ocorreu um aumento no número de veículos e no número de linhas do transporte escolar. A Secretaria recebeu 5 ônibus novos do Governo do Estado, que apresentam problemas de manutenção constante. Por terem mecânica mais moderna, com injeção eletrônica, não estavam adequados para trafegar nas estradas de terra e a lama danificava os seus componentes. A cidade não tinha disponível no comércio peças de reposição que precisavam vir de Cuiabá e as vezes, pela facilidade, de Rondônia. A Secretaria Municipal de Educação mantinha uma escola para a população de Ribeirinhos na região do Guariba. Para se chegar ao local eram necessárias 3 horas de viagem de caminhonete e mais 3 horas de viagem de barco. É uma comunidade carente e difícil acesso. Nesta escola os alunos eram divididos em turmas e compareciam as aulas em dias alternados. Eles ficam 8 horas em atividades e recebiam 3 refeições. Isto possibilitava que as crianças tivessem mais contato com seus familiares, evitando a perda de vínculos. Quando frequentavam a escola todos os dias, ficavam muito tempo dentro do ônibus. Em 2009 foi implantado pela Secretaria Municipal de Educação de Aripuanã o projeto EDUCARTE, que atendia 700 alunos com idade entre 8 a 11 anos. Era uma atividade artística no contra turno escolar. Proporcionava desenvolvimento de habilidades diversas, contribuindo para a redução da evasão, da reprovação e melhoria do rendimento escolar. É uma ação de política pública. Tinha uma lista de espera de alunos que queriam participar. Estava voltada para crianças em estado de vulnerabilidade, mantendo o aluno mais tempo na escola. Em 2011 o projeto ocupava um prédio alugado que tinha que ser devolvido até o final do ano. Mantinha-se com muita dificuldade. Em diversas ocasiões os professores faziam doações para que as atividades acontecessem e recolhiam cotas inclusive para o pagamento da energia do prédio. Até o final de nosso trabalho de campo em 2011, o destino do projeto era incerto. A Secretaria Municipal de Educação implantou um núcleo psico-fono-pedagógico para atender crianças com as mais variadas dificuldades de aprendizado. Todas as escolas municipais tinham um professor articulador capacitado para identificar estas crianças e se necessário conduzi-las ao núcleo. Nas escolas existiam salas multifuncionais com material didático para execução dessa proposta. A Secretaria também criou um programa de alfabetização municipal. Elaborou material para alunos com 6 anos de idade, de utilização universal na rede. A intenção era ensinar toda criança a ler. Elaborou também um sistema de avaliação diagnóstica para os alunos do ensino fundamental, para verificar o grau de aprendizagem de cada um. Após a avaliação eram traçadas metas para suprir as necessidades individuais. 349 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Com o término das obras da Usina de Águas da Pedra ocorreu uma redução de aproximadamente 500 alunos matriculados no ensino médio. Uma nova escola estadual estava em fase de finalização das obras. Quando pronta terá capacidade para receber 1.600 alunos. Ainda se discute o futuro da ocupação deste prédio, pois com a atual demanda de matrículas na cidade, muitas salas ficarão ociosas. Com a chegada na cidade do fluxo migratório para a construção da Usina Águas da Pedra, ocorreu um aumento nas matriculares escolares, em todos os níveis. As salas de aula estavam lotadas e para algumas séries faltaram vagas. Com a construção de mais uma escola estadual, se outro empreendimento se estabelecer na cidade, não haverá problema de vaga nas escolas, para ensino médio e fundamental. A educação infantil ainda em 2011 não atendia toda a população. A prioridade era dada a mães que trabalhavam fora de casa. Faltava espaço físico e profissionais para atender esta demanda. Em 2011 todas as escolas da rede municipal necessitavam de reforma e adequação de espaço físico. Não tinham instalações ou acesso adequado para alunos portadores de necessidades especiais. Precisavam de biblioteca e cobertura de suas quadras de esportes. A Escola Municipal São José Operário estava com telhado e várias estruturas danificadas, necessitando de reforma com urgência. A Secretaria tinha uma planta aprovada junto ao MEC para a construção de uma nova escola, no terreno em frete a da atual. O MEC solicitou uma imagem de satélite com a localização da nova escola e verificou que a escola seria vizinha de uma madeireira e o processo foi bloqueado. A educação especial no município era realizada pela APAE, que tinha em 2008 um total de 56 alunos. Durante a construção da Usina, a empresa reformou o seu espaço físico, construindo novas instalações de banheiros e cozinha. A empresa também doou uma Kombi para transporte das crianças. Em 2011 as instalações da APAE estavam novamente em reforma: uma cobertura foi acrescida na frente do prédio para permitir que as crianças pudessem executar atividades em área coberta. A cozinha passava por nova reforma. A APAE precisa de funcionários especializados que não eram encontrados no município. Bem como de equipamentos especiais para sala de estimulação precoce, para aumentar a chance de progressão destas crianças. A APAE recebe poucos recursos diretamente da Prefeitura precisando realizar constantemente eventos para arrecadar fundos. Em 2008 quatro instituições de ensino superior ofereciam cursos na cidade. No final de 2011, devido a uma portaria do MEC, todas as universidades que ofereciam curso a distância foram descredenciadas. Alunos que cursavam esta modalidade de ensino estavam aguardando as resoluções que seriam editadas em janeiro de 20112, para definir a sua situação. Em 2008 o recurso destinado a educação municipal era de R$ 13.000.000,00. No final de 2009 foi aprovado uma reposição salarial para os professores fixando o salário em R$ 1.312,00, para os iniciantes. Com a vinda dos trabalhadores e famílias para a construção da Usina Hidroelétrica, houve necessidade de contratação de mais profissionais para atender a educação. Com término das obras e a parada na geração de imposto, ocorreu um corte no orçamento destinado a educação, que em 2011 ficou em R$ 9.000.000,00. Mas o número de compromissos a cumprir 350 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 era maior que nos anos anteriores. O que fez com que a Secretaria “trabalhasse no limite”. O município optou por investir no profissional em detrimento das instalações. A saúde, como um dos componentes do bem-estar e consequentemente do nível de vida exige atenção crescente dos políticos e administradores e a mobilização cada vez mais acentuada de recursos humanos e materiais, tornando-se um dos setores mais complexo da sociedade. As necessidades derivadas da perda da saúde são maiores do que os recursos existentes para satisfazê-las. Em 2008 a Secretaria de Saúde de Aripuanã tinha gestão plena da atenção básica, mas não assumia todas as responsabilidades, mesmo com a assinatura do pacto. Na ocasião a Prefeitura disponibilizava 18,5% da receita líquida corrente para a saúde. Recebia também recursos da União para os Programas de Saúde da Família, Farmácia Básica, Agentes Comunitários da Saúde, Saúde Bucal, Controle de Endemia (malária/dengue), Vigilância Sanitária, Piso da Atenção Básica, Atenção Básica Indígena e Fração de Atendimento Especializado (RX, Laboratório e ultrasonografia). O governo do Estado também contribuía com vários programas. No ano de 2011 o município trabalhava com gestão plena da saúde. A atenção básica no município de Aripuanã, em 2008, estava organizada na estratégia da Saúde da Família, que contava com 4 equipes, sendo 3 na sede e 1 na localidade de Conselvan. Apenas o PSF Central tinha uma equipe de saúde bucal. Teoricamente faziam cobertura de 100% da cidade, mas na prática atingia 70% da população. Existia uma discrepância entre o número de famílias registradas e cadastradas, havendo subnotificação em algumas equipes. Contava também com um posto de saúde em cada uma das 6 localidades (Cidade Morena, Rio Branco, Lontra, Nova União, AR-2 e Vale do Sonho). Eram unidades com baixa resolutividade e instalações precárias. Em 2011 a estrutura continuava a mesma. Uma nova unidade de PSF estava em fase final de construção na sede, localizada no bairro Planalto. Cogitava-se a construção de mais uma unidade no bairro Vila Operária, que traria uma cobertura real de 100% da cidade. O município contava com uma casa de saúde indígena, onde em 2008 era mantido um PSF, com recursos da FUNASA. A casa recebia mensalmente R$ 72.800,00 de recursos federais. A atenção médico/hospitalar era fornecida pelo município. Os pacientes eram das etnias Arara e Cinta Larga. Em 2011 a casa era mantida pela ONG Missão Evangélica Kaiuá, de Mato Grosso do Sul. Os repasses eram feitos diretamente para a Secretaria de Saúde Indígena (Pólo Cacoal) e estavam desvinculados da FUNASA. A taxa de mortalidade infantil em 2005 era de 14,7/1.000 habitantes, considerada baixa, quando comparada as taxas de outras regiões do país. As causas apontavam, principalmente, para aquelas associadas a pobreza e as más condições sanitárias (doenças infecciosas e parasitárias, doenças imuno-preventivas, deficiências nutricionais). Em 2008, apesar de não haver uma redução geral das taxas de mortalidade no Estado (15,4), no município de Aripuanã ocorreu uma queda considerável, passando para 5,0. Em 2009 este coeficiente subiu para 7,7/1.000 habitantes. 351 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2005 o número de gestantes que realizaram mais de seis consultas durante o pré-natal foi de 70,0% e 30,0 % dessas gestantes tinha menos de 19 anos. Com a construção da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, ocorreu um aumento de adolescentes solteiras grávidas. Após o término, entre 2008 a 2011 o número de gestantes com menos de 19 anos caiu para 20%. Neste período o percentual de gestantes que realizaram as 6 consultas de pré-natal, todos os exames básicos e fizeram o teste de HIV chegava somente a 62%. Em Aripuanã no período entre 2007 e 2009 foram mais frequentes as mortes de adolescentes e adultos jovens. Mais de dois terços das causas externas de óbito acometeram adolescentes, destacando-se homicídios e acidentes de transporte. Entre os homicídios predominavam as agressões por arma de fogo e arma branca, muitas vezes passionais. Entre os acidentes predominavam os atropelamentos e os acidentes de moto. Este tipo de óbito era fator que impedia que indicadores de saúde da população atingissem níveis elevados de vida e desenvolvimento humano. A informação sobre a ocorrência das doenças, bem como dos fatores que a condicionam, orienta aos profissionais da saúde a decidirem sobre a execução de ações de controle dos agravos. O aparecimento de casos novos de uma doença, passíveis de prevenção e controle pelo serviço de saúde, indica que uma determinada população está em risco. A vigência de tal situação pode indicar falha na assistência a saúde e/ou medidas de proteção adequadas. Nos últimos 9 anos foram registrados 11 mil casos de doenças de notificação compulsória no município de Aripuanã. Em média eram registrados 1.200 casos por anos, ou 100 por mês, ou 3 por dia. A malária foi responsável por 56% das ocorrências, com quase 6 mil casos. Aripuanã é área endêmica de malária, leishmaniose cutânea, dengue e febre amarela silvestre. Em 2009 foram registrados 2.149 casos de doenças de notificação obrigatória, sendo que 72% dos casos eram de dengue (1.546). Foram identificadas formas graves da doença, sendo 11 pacientes removidos para Juína e o registro de 1 óbito. Ocorreu um aumento de 658% em relação a 2008. Os demais 28% estava distribuídos entre outras 17 doenças, principalmente malária (230) e varicela (157). Neste ano triplicou o número de casos de doenças de notificação compulsória em relação ao ano anterior. Dengue é uma doença do tempo chuvoso, mas o seu combate deve se desenvolver durante o ano todo. Em 2009 ocorreu uma mudança no comportamento do vetor, que passou a se proliferar em reservatórios de água de consumo humano. Uma ação intensificada de busca determinou a presença do vetor em 33% de caixas d’ água destampadas e 77% de depósitos de água no chão. A partir deste dado várias ações de busca ativa foram intensificadas, testes rápidos para diagnósticos aplicados, ciclos de nebulização, limpeza urbana, telagem das caixas d água, atualização dos médicos em manejo clínico e a aprovação de uma lei municipal que pune moradores que mantivessem ambientes propícios de proliferação do mosquito em suas residências. No final de 2011 a situação voltou a ficar delicada. Um grande número de casos de dengue estava sendo notificado na cidade. O município passou o ano com problemas de disponibilização de recursos e parte das verbas destinadas a Secretaria de Obras foram destinadas para outras 352 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Secretarias. Limpeza de terrenos baldios, manutenção de bueiros, água acumulada em buracos eram visões comuns na sede. Situações favoráveis para o desenvolvimento de larvas do mosquito. O município de Aripuanã era considerado hiperendêmico para hanseníase até 2005. A partir desta data a incidência vinha diminuindo. Em 2009 os índices voltam a crescer com registro de 19 novos casos diagnosticados. Este aumento foi decorrente de busca ativa e treinamento realizado com médicos e enfermeiras. De 2001 a 2009 foram registrados 161 casos, uma media de 18 casos por ano, 1 a cada 20 dias. A malária sempre foi a principal endemia em Aripuanã. Nos últimos 9 anos foram registrados mais de 6 mil casos, uma média de 700 por ano, 60 casos por mês ou 2 por dia. Em 2009 foram registrados 230 casos, ocorrendo uma redução de 20% em relação a 2008. O índice parasitário ficou em 11,2/1.000 habitantes, o melhor valor já alcançado, quase chegando ao nível de baixo risco de transmissão. Esta redução em 2009 foi resultado de um esforço concentrado nos períodos de maior transmissão durante o ano, com intensificação das medidas de combate. O município manteve uma equipe adequada, foram adquiridos equipamentos e insumos e oferecido apoio operacional de transporte. Apesar dos esforços para o controle da malária em Aripuanã, existe o risco de exacerbação da doença devido ao desaparelhamento do programa de controle, ocorrido após 2009. Em 2011 o programa não tinha nenhuma veículo para seu uso. Não é possível combater a malária sem uma viatura e pessoal treinado. Em 2008 o Hospital Municipal não apresentava estrutura física para a demanda populacional residente, piorando a situação com a chegada dos trabalhadores para a construção da usina.Carecia de profissionais capacitados para as distintas funções (médicos, enfermeiros, técnicos, etc.) e necessitava de aparelhagem adequada para a manutenção da vida dos pacientes. Os agravos de baixa e média complexidade eram solucionados na cidade, desde que não envolvesse procedimentos cirúrgicos que necessitasse de respiração assistida, pois a equipe médica não dispunha de anestesiologista. Precisava urgentemente de um pediatra e um ortopedista. O município contava com uma fisioterapeuta, uma psicóloga e tinha uma fonoaudióloga. Os médicos da cidade eram clínicos gerais e cirurgiões gerais. O pólo de referência em saúde era a cidade de Juína, que se encontrava a 240 quilômetros, distante por estrada de terra, que no período das chuvas se tornava intransitável. A remoção de pacientes, nestas ocasiões, exigia transporte aéreo, que demandava uma considerável quantidade de dinheiro. Os procedimentos de alta complexidade eram encaminhados para Cuiabá. Em 2010 foi inaugurado o novo Hospital Municipal, construído pela Energética Águas da Pedra. As instalações, apesar de novas, apresentavam irregularidades de construção, que encarecia muito a manutenção do prédio. A falta de profissionais qualificados e de equipamentos era a mesma de 2008. O panorama da saúde mudou pouco no período de 2008 a 2011. Desde 2005 o número de acidentes de trabalho caiu em Aripuanã, principalmente depois que várias madeireiras foram fechadas em decorrência da Operação Curupira. Os acidentes de 353 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 trabalho que ocorreram durante a construção da Usina foram atendidos no canteiro de obras. Sabe-se da ocorrência de 1 óbito durante a construção. A possível instalação da mina polimetálica da Votorantim em Aripuanã tem gerado grandes expectativas na população, que vislumbram um novo crescimento de mercado de trabalho. Entusiasmada com a vinda de uma nova empresa e suas oportunidades, em alguns casos, há um sentimento de adesão pela população a um novo empreendimento sem que seja esclarecido corretamente as consequências do mesmo, nos planos de educação, saúde, infra-estrutura e danos ambientais. O controle de danos ao meio ambiente e de proteção a saúde da população é prioritário. Deve-se esclarecer qual o benefício que um novo empreendimento traz para a área como um todo e qual o custo para o desenvolvimento. Devemos lembrar que há problemas decorrentes da exposição ocupacional a metais pesados e outros elementos de produção. Todas as formas de vida são afetadas pela presença de metais, dependendo da dose e da forma química. Dentre eles, o chumbo pode afetar processos biológicos, dependendo do nível e duração da exposição, atingindo quase todos os órgãos. As funções neurocomportamentais tornar-se debilitadas. Os principais sintomas são fraqueza, cansaço, irritabilidade, constipação, anorexia, desconforto abdominal, entre outros. A principal via de entrada desse metal no organismo é a respiratória, sendo que também ocorre absorção pela pele e via digestiva. Os tecidos mineralizados armazenam cerca de 95% da carga corporal total de chumbo no organismo. A meia vida do metal no sangue é de 25 dias, o que dificulta a comprovação de contaminação, uma vez que os trabalhadores que apresentam sintomatologia têm exposição ao metal de muitos anos (invisibilidade epidemiológica). Os efeitos tóxicos dos metais (cobre, zinco, cádmio e chumbo) sempre foram considerados como eventos de curto prazo, agudos e evidentes. Atualmente, ocorrências a médio e longo prazo são observadas e as relações causa-efeito são pouco evidentes, difíceis de serem distinguidos e perdem em especificidade. Podem afetar todo o organismo, alterando processos biológicos, moleculares e celular. Um dos problemas mais sérios que afetam o meio ambiente é a poluição química de natureza orgânica e inorgânica, decorrente de despejo residencial e industrial. Alguns metais pesados são substâncias altamente tóxicas e não compatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos de efluentes existentes. Os metais pesados reduzem a capacidade autodepurativa das águas. Caso a mina polimetálica venha a se instalar no município de Aripuanã, se faz necessário o estabelecimento de normas para o lançamento de efluentes. A poluição por metais pesados pode se concentrar nas cadeias alimentares, formando compostos que dificilmente serão degradados por processos químicos ou biológicos. Qualquer novo empreendimento que se instala em uma cidade deverá ter responsabilidades ambientais pactuadas para eliminação de detritos, recuperação de materiais e saneamento das águas poluidoras e assumir todas as consequências que poderão decorrer da contaminação do solo, das áreas vizinhas e/ou lençol freático, de modo a evitar ou reparar qualquer efeito nocivo, de prejuízo a natureza e as pessoas. 354 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Mesmo que muitas situações de risco pelas quais os trabalhadores passam sejam o resultado de decisões individuais, outras tantas resultam do modelo de desenvolvimento vigente, das políticas públicas e das leis que regem a sociedade. Os danos a saúde causados pelo trabalho ainda são compreendidos como simples expressões sobre os corpos dos trabalhares, de determinados riscos presentes nos ambientes de trabalho. Há um reducionismo naturalista e biologista da idéia de risco e dano. Durante o ano de 2011 A Secretaria de Ação Social de Aripuanã realizou uma série de ações e serviços destinados a população em geral e principalmente as famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade. Programas emergenciais foram acionados, a exemplo do que aconteceu no começo do ano, com atendimento a população ribeirinha que ficou ilhada devido a enchente do mês de janeiro. A Secretaria mantém uma casa de apoio para gestantes, outra para idosos e uma para crianças e adolescentes em situação de risco. No período de construção da usina não houve desemprego em Aripuanã. A mão de obra especializada ou não, foi incorporada pela empresa. A falta foi sentida pela população residente que não tinha serviços básicos disponíveis como eletricistas, encanadores, pedreiros, etc., e quando conseguia, o valor da remuneração era bem acima do praticado anteriormente. A falta de qualificação de mão de obra local vinha diminuindo lentamente, com a administração de cursos de capacitação. O SINE acusava forte procura de cursos nas áreas administrativas (especialmente informática), mecânica e eletricidade. A vinda desses cursos para a cidade nem sempre foi fácil, pois as distâncias de outras cidades e as dificuldades de acesso tornam Aripuanã pouco atraente. Faltavam cursos de informática, de línguas (inglês) e profissionalizantes. Existia procura de trabalhadores capacitados na área de serviços domésticos, informática, recepcionistas, secretárias, etc.. Com o término das obras da Energética Águas da Pedra houve uma evasão de trabalhadores da cidade. Muitos que vieram de outros Estados e municípios acompanharam a construtora para o município de Paranaíta, onde outra hidroelétrica está em construção. Vários moradores com maior capacitação também deixaram a cidade, bem como vários comerciantes que fecharam seu negócio em Aripuanã com a intenção de reabri-los em Paranaíta. Existe uma cobrança da população para a realização de cursos da rede SENAC/SENAN, mas que não se repita o que aconteceu com a vinda da hidroelétrica: cursos restritos as necessidades da empresa construtora. Em final de 2011 a permanência de cursos superiores na cidade estava incerta. Existia uma demanda muito grande local, devido ao isolamento da cidade. Eram requisitados cursos que fixassem os alunos na cidade após o seu término, tais como direito, enfermagem, profissões voltadas para o agronegócio, etc.. Com o crescimento da cidade e o fortalecimento econômico, a população passou a ser ouvida sobre as dificuldades de acesso pessoal e de bens de consumo ao município. As dificuldades de transporte ao longo do ano se intensificam nas chuvas, inviabilizando o transporte e/ou encarecendo o preço final dos produtos. O crescimento de economias locais exigem estradas com suficientes condições de escoamento da produção para os centros de consumo. 355 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A cidade é uma obra coletiva, concebida e constituída por múltiplas mãos. Os governantes e os políticos devem reconhecer o melhor para a cidade, assentados numa visão de futuro que diga não apenas o que deve ser feito, mas apoiar-se no como e com que meios. Assim um plano de gerenciamento urbano deve dirigir, mas também ser estratégico, abordando vários aspectos da condição urbana tais como drenagem, espaços verdes, habitação de interesse social, etc, com previsões elaboradas para as gestões dos próximos dez anos. A condição urbana assentada sobre uma concentração de indivíduos num dado espaço exige uma organização social, onde a materialidade física não agrida o suporte natural, garantindo uma harmonia entre a natureza e a sociedade. É difícil planejar e ordenar as cidades submetidas a rápidos ritmos de crescimento. O improvisado suplanta o planejado, resultando que o informal supera o formal, a partir da economia. Segundo informações de fontes orais, a partir do momento que iniciou o fluxo migratório de homens solteiros, vindos de outras regiões do estado e fora do estado, para trabalhar na construção da usina, aumentou o número de andarilhos na cidade. Houve um incremento no número de pequenos furtos e roubos, assim como de brigas em locais públicos. O número de assassinatos em Aripuanã é bastante elevado. A cidade mantém um índice de 50/100.000 habitantes (2009), valor muito alto para um município com 20 mil habitantes. A violência em Aripuanã é 19% maior que na capital Cuiabá, quase 40% maior que do Estado de Mato Grosso, quase 50% maior que do Brasil, e supera a das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. De acordo com dados coletados, já existia uma liberação em relação a expressão da sexualidade no município, sendo mais evidente nas regiões das cachoeiras e balneários. A prostituição sempre esteve presente, tendo períodos mais ou menos evidentes, condicionados pelos ciclos econômicos da cidade (garimpo e madeireiras). Com este novo contingente de homens solteiros, cresceu a prostituição principalmente de meninas menores de 15 anos de idade, aumentando o número de gestações na adolescência. Situação que havia decaído em função de trabalhos educativos realizados durante o ciclo de maior atividade das madeireiras. O consumo de drogas também tem aumentado, bem como o consumo de álcool entre adolescentes. O caráter coletivo da cidade como construção social e cidadã, como espaço político de negociação e decisão pode ser ameaçado por múltiplos interesses particulares que o permeiam. Esses interesses podem dirigir as prioridades e adequar as políticas públicas as suas necessidades. Usualmente, as empresas ao escolherem seus destinos, exigem uma adaptação política, fiscal e institucional, do município escolhido. Há uma “entrega” dos territórios, até mesmo nos seus pontos de articulações essenciais, comprometendo o poder econômico e político. Ocorre uma dilapidação das finanças públicas, abrindo mão da preservação ambiental e da articulação regional. Os investimentos em bens e serviços públicos são relegados, sob a alegação de escassez orçamentária. A isso se soma o descompromisso do mercado em intervir nas demandas sociais, tornando a sociedade cativa de suas prerrogativas. 356 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os municípios negociam com os novos empreendimentos de forma tímida, recebendo poucos benefícios em relação aos ganhos das empresas. Na época da audiência pública para a construção do Empreendimento Águas da Pedra, houve uma cisão entre diferentes visões da população local. As percepções de representantes do poder público e parcelas da sociedade se confrontaram, especialmente os representantes do comércio, estes favoráveis ao empreendimento. Entretanto dizem fontes orais, o que ficou decidido na ocasião entre o referido empreendimento e os comerciantes de Aripuanã não foi cumprido. Um pequeno exemplo foi a promessa informal de aquisição de produtos no comércio local. Referem que durante a construção da usina houve aquecimento das vendas, porém estas foram oriundas da aquisição de produtos pelas empresas terceirizadas de menor porte e pelos salários dos trabalhadores, temporariamente residentes ou do município. Várias fontes orais demonstravam preocupação quanto ao que aconteceria quando as obras fossem finalizadas. Informaram também que não estava sendo aplicados os R$ 36.000.000,00 acordados para o município, no prazo de três anos. Em 2008, estava sendo discutido a formação de uma comissão, com representantes de diferentes áreas da sociedade, para acompanhamento do processo, criando ao mesmo tempo uma “conexão” entre o poder público municipal, a sociedade civil e a empresa. Não é possível pensar a questão do desenvolvimento de forma desvinculada da questão ambiental. O desenvolvimento é um processo multidimensional, que só pode ser compreendido a partir de um enfoque capaz de englobar aspectos socioeconômicos, políticos, culturais e ambientais. Como resultado da urbanização intensiva, sem planejamento e controle, as cidades brasileiras são poluídas, caras, ineficientes, injustas e com ocupações ilegais. A urbanização crescente será acompanhada de pobreza e impactos sobre a ordem ambiental e social. Quanto ao desenvolvimento de alternativas econômicas sustentáveis para o município, em 2008 havia o interesse de empresas despolpadora de frutas, industrialização de palmito, farinha de mandioca, mas não havia condições para o estabelecimento, seja pelas condições de transporte de produtos, ou pela falta de desenvolvimento com suficiência de elos que produzissem matérias - primas, em certas cadeias produtivas e ainda, falta de estímulos financeiros. A indústria de palmito se instalou na cidade, mas em final de 2011 já planejava mudar para outro município. Conforme informações locais, os assentamentos e ocupações rurais na região, como em quase toda a Amazônia, eram irregulares. Essa situação impede que os colonos tenham acesso a fontes de financiamento e possam implementar projetos econômicos, incluindo aqueles de interesse conservacionista. Um instrumento de otimização do uso dos espaços estava em vias de implantação no Estado. O Zoneamento Socioeconômico e Ambiental podia ser minuciosamente detalhado e implantado em um plano municipal, trazendo ganhos para sua população e ambiente. Um plano de definição de políticas e legislação ambiental municipal vinham sendo discutido e era necessário. O Plano Diretor é um instrumento de normatização que prevendo as conseqüências do que podia ocorrer nas cidades, planejava sua expansão e evitava problemas que certamente ocorreriam se não fossem previamente controlados. Devia-se, no entanto, ter a 357 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 precaução de que o mesmo fosse elaborado por uma equipe técnica que tivesse conhecimento da realidade regional, ou ficaria fadado a permanecer na mesa dos gabinetes da prefeitura, sem finalidade. Trabalhos de compensação ambiental deveriam ser desenvolvidos com a população tradicional da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, que estavam sem condições de sustentação econômica, esperando atitudes que reforçassem as possibilidades de sobrevivência do agrupamento social e mantivesse suas formas de conservação ambiental, reconhecidas nos meios acadêmicos. Um projeto com a Petrobrás de coleta de castanha vem trazendo um alento para esta população. O desenho da Resex foi mal elaborado, deixando de fora várias populações. Além disso, estava sendo grilado. Existia, também, intenção da municipalidade de criar áreas de conservação no município, especialmente próximas da área urbana. Sendo uma região de grande interesse conservacionista, era importante a criação e implementação das unidades de conservação periféricas a área urbana e em outras áreas do município a serem definidas. Essas unidades estimulariam o turismo, que poderia ser uma importante economia municipal. Um dos pontos de estrangulamento para o estabelecimento de fluxo turístico no município e que estava em discussão no município desde 2008 era a viabilização da pista de pouso asfaltada e com melhor estrutura. As condições da pista não favoreciam a operação de linhas regulares de transporte aéreo. Um impasse que se apresentou foi a exigência de uma distância mínima entre a pista e o aterro sanitário do município, que estava com projeto em andamento. A área definida para esse aterro estava mais próxima do que o permitido pelas normas. Outra medida de reforço ao turismo, especialmente regional, era a manutenção em boas condições de trafegabilidade de estradas intermunicipais e pontes, seja com pavimentação asfáltica ou de terra. Em 2011 a pista de pouso estava asfaltada, mas para sua homologação era necessário a construção de uma cerca de alambrado ao seu redor, bem como a regularização de documentação. Segundo fomos informados o município não dispunha de recursos para a regulamentação. Estavam esperando a distribuição do dinheiro da Copa de 2014, para os municípios adequarem seus pontos turísticos, e assim terminar o aeroporto. As etnias que vivem no município de Aripuanã são os Arara e Cinta-larga. Grandes mudanças culturais se operaram nessas sociedades, fruto do contato com a sociedade nacional. No caso Arara, houve até mesmo a perda quase total da língua original. Trabalhos de valorização e reconstrução cultural podem ser instituídos na região. Vale lembrar que durante a construção da Usina e posteriormente, por mais de uma ocasião houve bloqueio de seu funcionamento através de ocupação do espaço pela etnia Cinta Larga, que refere que o empreendimento fora construído em solo sagrado e que pertences ancestrais foram retirados. O município de Aripuanã passa atualmente por um importante e violento processo de transformações socioeconômicas e culturais, englobando diferentes áreas da vida da população. A municipalidade não tem estrutura suficiente para dar suporte para essas novas demandas. Grandes esforços são necessários para sua adequação a esses processos, sob pena de entropizar e, 358 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 mesmo implodir, sob as pressões maiores do que sua capacidade de resolução de forma autônoma. Segundo moradores da cidade, estão vivendo na “ressaca” da Usina, chegando a mencionar que um “furacão passou” pelo município. Muitas promessas foram feitas, algumas realizadas em parceria com a Prefeitura. Mas o município precisa de empreendimentos que possam gerar impostos. A cidade precisa de fonte de renda que se sustente, independente fluxos temporários. A cidade precisou aguardar o início de funcionamento da usina para receber o CEFEM (Compensação Financeira de Extração Mineral), calculado em 1,5 milhões por ano, ad eternum, pelo uso das águas do rio. Este valor é significativo se considerar que a arrecadação total é de 35 milhões. O começo de seu funcionamento estava previsto para janeiro de 2011, mas como o “linhão” teve que atravessar terras indígenas, ocorreu um atraso. A usina só produz energia na época de chuva. Em dezembro de 2011 tinham recebido uma pequena parcela, proporcional a outubro de 2011. De acordo com funcionário da Secretaria de Administração, era preciso 1 ano de arrecadação para avaliar o impacto no orçamento. Segundo depoimentos orais, os moradores de Aripuanã acreditam que o futuro da cidade esteja no setor madeireiro e mineral. Mas é difícil falar sobre o futuro, saber o que vai acontecer. O município de Aripuanã terá que passar por transformações significativas que são lidar com o lixo, fornecimento de água, infra-estrutura de esgotos e rede pluvial. Produção de alimentos sem desperdício e de maneira sustentada. Vigilância sobre os rios, evitando que fiquem sujos e saturados. Viabilizar uma conexão terrestre que permita o tráfego de veículos de maneira adequada, em rodovia com qualidade (mesmo que de terra), para entrada e saída da população e da produção. Investir na população para que ela permaneça e se fixe no município, criando formas econômicas de sustentação, tornando-se independente de ciclos econômicos gerados por empreendimentos passageiros. X. BIBLIOGRAFIA Aguiar, M.R.M.P., Novaes, C.A. Remoção de metais pesados de efluentes industriais. Rio de Janeiro: Departamento de Ciências Naturais/Universidade do Rio de Janeiro, 2001. Bitoun, J. Impactos socioambientais e desigualdade social: vivências diferenciadas frente à mediocridade das condições de infra-estrutura da cidade brasileira: o exemplo do Recife. In: Mendonça, F. (org.) Impactos socioambientais urbanos. Curitiba: Editora UFPR, 2004. Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho. Manual de procedimentos para os serviços de saúde. 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