Relatorio do Projeto

Transcrição

Relatorio do Projeto
Uma pedra no meio do caminho
Gabriel di Stasio Corrêa
Projeto conclusão em Mídia Digital - 2011.1
Professores:
Marcelo Pereira
Leonardo Cardarelli
Nilton Gamba Jr.
Maria das Graças Chagas
Orientação : Maria Cláudia Bolshaw
Agradecimentos
Gostaria de inicar este relatório agradecendo
pessoas que foram muito importantes para que meu
projeto chegasse ao nivel que se encontra. Agradeço
aos meus pais, Marcos e Angela, pelo apoio e
condições para o estudo, ao André Ramos pela orientação no projeto 7 e Cláudia Bolshaw no projeto
8, ao Marcelo Pereira pela condução da disciplina e
soluções de projeto, a minha tia Regina pela aproximação e vivência em relação ao tema e a todos os
outros professores presentes na disciplina como
Maria das Graças Chagas, Leonardo Cardarelli e
Nilton Gamba Jr. Outras pessoas com contribuição
de destaque no projeto foram meus colegas de faculdade pelas críticas e apoios durante o período e a
todas as pessoas que trabalham e frequentam a associação solidaria Betânica, que possibilitaram uma
aproximação e colaboração sobre o tema trabalhado.
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Sumário
Capitulo 1
Reumo
Tema e Justificativa
Levantamento de dados
Analise de similares
Técnicas de animação
Recorte do Tema
Bases de validação acadêmicas
Por que o crack ?
Pesquisa de campo
Capitulo 2
Produto
Personalidades
Argumento
Storyboard
Gráfico de tensáo
Concept Art
Linguagem
Apresventação de Personagens
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7
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33
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46
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59
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Cenários
Detalhamento de Cenários
Animatic 3D
Identidade Visual
Desenvolvimento da Logo
Desenvolvimento da Capa
Interface de depoimentos
Edição
Sonorização
Capitulo 3
Experimentação
Distribuição
Planejamento de Trabalho
Cronograma
Planejamento de Cenas
Tabela de Ajustes
Conclusão
Bibliografia
Lista de imagens
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Resumo
O projeto tem como tema o uso da mídia
digital para questões sociais e irá tratar da prevenção do crack, droga com índices de crescimento assustadores. Como produto, resulta uma animação
voltada para o público jovem. A técnica utilizada é
a produção de uma animação com uma abordagem
contrária as tendência utilizadas da sociedade, que
tendem a focar o dependente em tom agressivo,
distorcendo a realidade com cenas muito distantes
do cotidiano, afastando dessa forma o público alvo
e perdendo o objetivo. Assim, a animação Uma pedra no meio do caminho tem como narrativa uma
história muito comum para que as pessoas possam
conhecer a realidade de um dependente químico,
sem a linguagem já utlizada nas campanhas existentes, podendo se identificar com os fatos demonstrados e procurar o melhor caminho para a recuperação, as clínicas especializadas.
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Tema e Justificativa
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Imagem 1 - Nuvem de palavras
Uso da mídia digital para questões sociais
O tema se mostra bastante pertinente pois
cada vez mais os consumo de drogas aumenta entre os jovens. Aliado a isso o afastamento em relação
as campanhas propostas também é crescente, assim
proponho uma nova forma de abordar o tema. Após
a definição do tema de meu interesse, uma pesquisa
sobre a oportunidade de projeto foi iniciada. Uma
afirmação recorrente encontrada nas pesquisas é
de que as campanhas sobre drogas são ineficientes.
A pesquisadora e professora de Ciências Sociais da
PUC-PR, Arlene Sant´Anna faz essa afirmação e
ainda, liga ao fato dessas peças utilizarem um tom
agressivo e opressor ao usuário de drogas, ou ainda
se utilizam da metáfora para fazer o papel da droga,
o que afasta o usuário da realidade tornando a campanha menos verossímil. Neste projeto proponho ir
contra essa linha de abordagem já utilizada nas campanhas, buscando assim maior credibilidade pelo
público alvo, retratando situações contidianas desse
tipo de vida.
Levantamento de dados
Eu,Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída...
Eu Christiane F, 13 anos, drogada e prostituida é
um livro escrito pela própria Christiane, personagem protagonista do livro que conta sua história de vida e como
chegou às drogas. Esse objeto foi aproveitado como estudo
para um melhor entendimento dos questionamentos, das
dificuldades e situações vividas pelo dependente químico.
Imagem 3 - Livro Christiane
Autora: Christiane Vera Felscherinow
Ano: 1978
Imagem 2 - Livro Eu, Christiane F.
7
Profissão repórter
8
Imagem 3 - Imagem do programa Profissão Repórter
Programa exibido em junho de 2009 pela
TV Globo abordando o uso do crack. Foram
mostradas histórias do consumo da droga presente na vida de pessoas de diferentes classes sociais e seu ambiente de propagação, as chamadas
“cracolândias”. A reportagem serve de inspiração ao conhecimento e vivência do cotidiano de
usuários do crack.
Ano : 2009
Elite da Tropa
O livro trata da tropa de elite da policia do
Rio de Janeiro o BOPE. São abordadas diversas situações verídicas na história. O livro foi usado para
conhecer melhor o tráfico de drogas, a violência e
sua relação com a cidade do Rio de Janeiro.
Autores: Luiz Eduardo Soares, André Batista,
Rodrigo Pimentel
Ano:2006
Imagem 4 - Livro Elite da Tropa
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Falcão meninos do trafico
Documentário produzido pela TV Globo que
mostra a realidade das crianças da favela, seus dilemas
em relação ao futuro, motivações para
usar a droga e entrar no tráfico.
O documentário é bastante útil para entender o pensamento de um jovem que se sente seduzido pelo tráfico,
seu valores e suas motivações para entrar no mundo
do crime. Muitos por falta de opção, outros pela busca
de status; todos acabam cometendo infrações e se envolvendo com substâncias ilícitas .
Ano: 2006
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Imagem 5 - Capa do documentário Falcão, meninos do trafico
Acionistas do nada
Livro do delegado Orlando Zaccone desenvolvido em sua tese de mestrado que fala sobre a
questão da lotação carcerária, onde ele defende que
as principais prisões feitas no rio de janeiro, que são
as dos chamados “ aviõezinhos” não ocorram mais.
Pois
essas, só servem para lotar as cadeias e os bandidos
perigosos, ou estão na favela ou são mortos em confronto.
Imagem 6 - Livro Acionistas do nada
Autor : Orlando Zaccone
Ano: 2007
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Filme cortina de fumaça
Documentário que trata das questões químicas da droga, criticando a forma inadequada como as
discussões são feitas atualmente.
Imagem 7 - Filme Cortina de Fumaça
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Direção: Rodrigo MacNiven
Ano: 2010
Meninos do Crack
O livro da jornalista Ana Paula Nonnenmacher possui relatos de usuários de crack. Essas
histórias são muito úteis para podermos observar
pontos em comum na vida das pessoas que se envolvem com a droga.
Autora: Ana Paula Nonnenmacher
Ano: 2010
Imagem 8 - Livro Meninos do crack
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Analise de similares
Crack nem pensar
Campanha que reforça o tabu existente sobre o assunto. É evidente que a intenção é nem pensar em usar a droga, mas analisando mais profundoamente, pode surgir a discussão nem pensar no
assunto. O que é errado, devemos pensar e refletir
sobre o assunto de maneira consciente e com muita
responsabilidade.
Imagem 9 - Camapanha Crack nem Pensar
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Crack , quando pega alguém da sua família
todos sofrem.
A propaganda aborda o assunto familiar,
mostrando que o crack causa impactos também nas
pessoas que convivem com o usuário, o que é pouco
explorado nas campanhas que temos em veinculação.
Imagem 10- Campanha Crack , quando pega alguém da sua família todos sofrem.
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Crack Dunga
Uma campanha que demonstra o uso de
humor no assunto. Esse tipo de propaganda parece atingir mais as pessoas que não estão dispostas a utilizar as substancias, não alcançando o seu
objetivo.
Imagem 11 - Outdoor contra o crack
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Crack Cadeia ou Caixão
Campanha curta e grossa que cria
um distanciamento com o leitor
em relação ao assunto.
Imagem 12 - Camapnha crack é cadeia ou caixão
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Viver sem drogas
Animação mostrando o percurso de um
jovem que se depara com algumas situações em
que são lhe oferecidas as drogas. Nesse momento
ocorre uma representação interessante em que
mostra os dois lados da escolha, sempre terminando com a escolha por ficar longe das drogas.
Porém, a animação trata a droga como monstro
afastando demais a realidade
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Imagem 13 - Animação viver sem drogas
Crack nem pensar – RBS
A propaganda reforça a mentalidade adotada atualmente, com tom agressivo e apontando
o usuário como culpado, sendo um ser inferior.
Porém, termina convidando o espectador a não
fechar o os olhos para a realidade do crack.
Imagem 14 - Camapanha Crack nem Pensar-RBS
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Crack ignorar é seu vicio?
A campanha propõe uma ideia inovadora.
Criticando a alienação e defendendo a discussão
do assunto em diversas áreas de conhecimento
para uma profusão de idéias. Porém a maneira
que essa proposta é executada, através de pessoas
falando suas idéias de forma monótona, desestimulando o jovem.
Imagem 15 - Campanha Crack,Ignorar é seu vício?
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O monstro - Fernando Busch (2009)
Animação que mostra de forma subjetiva os
efeitos do crack na sua vida, separando as fases por
“fumadas” em que vão sumindo gradativamente os
amigos, família até ele próprio. A animação possui
uma linguagem interessante pois convida o espectador a entender a subjetividade ligando com os fatos
da vida.
Imagem 16 - Animação o monstro
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Decupagem do Documentário “ilha das
flores”
Um bom exemplo de projeto audiovisual
que utiliza o gênero escolhido é o curta ilha das
flores, que faz uma dura crítica a sociedade de
forma ácida e dramática, com inserções de humor.
Assim foi feito uma decupagem do vídeo afim de
entender como essa informação é passada.
É possível notar através da representação gráfica
feita, que o documentário começa com um tom
mais ameno, com algumas provações e esse tom vai
se alterando passando para maioria d provocações
mais fortes com algumas inserções de humor, ao
final temos uma virada para o espectador refletir
sobre o assunto.
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23
Para um feedback dos jovens, público alvo
do projeto, sobre suas reações em relação as campanhas, 9 dos similares analisados foram mostrados
para 31entrevistados. Como resultado temos uma
grande diversidade de respostas com uma média de
48% das campanhas consideradas indiferentes, 24%
consideradas simpáticas e 28%
geraram repulsa. De todas as apresentadas a única
que obteve 31 respostas com a mesma reação foi
uma campanha internacional contra metanfetamina que utilizada a mãe como alvo do dependente
químico.
Uma outra pesquisa foi desenvolvida para
observar as vontades e motivações dos jovens, com
perguntas diretamente ligadas a isso. As respostas
variam em sua gradação para uma percepção mais
delicada sobre elas. Como o público alvo são pessoas de baixa renda e escolaridade, meu resultado
foi focado na resposta dessa parcela. Como síntese,
podemos observar que a grande maioria inicia seu
contato com as drogas por dramas familiares.
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Indiferença
Simpatia
Repulsa
Imagem 17 - Gráfico sofre pesquisa realizada
Como resultado da pesquisa de levantamento
de dados quanto de similares , podemos observar
essa relação das drogas com a mãe foi a que gerou
maior protesto e impacto, o que é muito valioso para
a criação do projeto.
Imagem 18 - Camapanha internacional contra metantetamina
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Técnicas de animação
Imagem 19- Filme UP!
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UP! - Pixar (2009)
Up é um filme de animação que possui uma
estética caracteristica dos filmes da Pixar, que influenciaram a produção de diversas animações
3d. Esse estilo possui personagens caricaturados e
cenários com textura e renderização próximos ao
real.
Prince of Persia: Ghosts of the Past (2008)
Jogo eletrônico de aventura sobre a serié “
Prince of Persia” que utiliza técnicas semelhantes as
que serão utlizadas no projeto. A estética apresenta
uma combinação entre o Cel-Shading e a texturização com detalhes realisticos. Essa composição tem
como resultado o estilo apresentado na imagem ao
lado, que não é uma imagem fotorealistica mas também não se apresenta como um cartoon clássico.
Imagem 20 - Jogo Prince of Persia: Ghosts of the Past
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The Simpsons Game - EA Sports (2007)
The Simpsons Game é um jogo sobre a famosa série de TV. O estilo gráfico utilizado é conhecido como Cel-Shading, onde é utlizado texturas
muito simples, de cores chapadas e um contorno da
forma de cada objeto.
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Imagem 21 - The Simpsons Game
Meet Buck (2010)
Meet Buck é uma animação que serviu de inspiração para criação formal dos personagens, além
da ambientação usada nos cenários da produção.
Imagem 22 - Animação Meet Buck
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9 A Salvação (2009)
Filme de animação e ficcção científica que
foi observado pela sua boa composição entre figura
e fundo
Imagem 23 - Filme 9, A salvação
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Sintese
Em minha pesquisa de similares sobre a
estética de animação e jogos 3d procurei escolher
exemplos que demonstrassem as duas extremidades
que junto na minha animação, além de um outro
similar que se aproxima bastante da estética adotada
para o projeto. Como diferencial, utilizo linhas de
contorno com espessura variada para os personagens, transmitindo a tensão do tema.
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Alternativas de suporte
Foi feita uma tabela com características de
cada mídia para uma relação com o que pretende
com o projeto e assim chegar a uma alternativa
que melhor atinja ao público alvo.
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Para tratar das drogas é interessante tirar a
passividade do usuário como apenas receptor de
informações e provocá-lo a agir. Essa ação porém
precisa ser de um modo que gere a reflexão buscada no projeto.
Recorte do tema
Criminal
Para falar sobre o crack é necessário a
base de três aspectos especificos para a validação
do projeto, são eles: medicina, criminal e social.
Medicina
Drogas psicotrópicas - É preciso entender o processo que ela gera no corpo humano, agindo no sistema
nervoso central, alterando seu funcionamento.
Efeitos de uso - Quais as sensações o usuário tem ao
usar.
Dependência - Quais os motivos que transformam o
crack em uma droga extremamente viciante.
Tráfico - Movimentação do mercado das drogas e o
que isso gera na sociedade.
Violência - Comportamento violento do usuário de
crack e seus efeitos no dia a dia das pessoas a sua
volta.
Lotação carcerária - A forma como a polícia do Rio
de Janeiro prende os “avioezinhos” e não os traficantes.
Social
Perfil do usuário - Entender quem é o principal
usuário do crack.
Questão familiar - Questão muito importante da
relação da família com o dependente químico.
Crackolândia - O que são e como afetam a sociedade e os dependentes químicos.
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História da cocaína
•
Há mais de 4.500 anos as folhas de coca são
utilizadas por índios da América do Sul, principalmente em rituais religiosos.
•
No século XVI surge o primeiro relato europeu datados de 1.499, por Américo Vespúcio, o qual descrevia alguns efeitos da
planta mascada pelos índios. Também nesse século, a cocaína foi introduzida na Europa para
fins medicamentosos, entretanto, não se difundiu.
Consumo
•
1856 – Albert Nieman isolou o extrato
de cocaína, e criou o termo “cocaína”. Nesse
experimento também encontrou outras substâncias
como nicotina e cafeína.
•
1863 – Ângelo Mariani, criou uma mistura de vinhos e folhas de coca, o qual denominou de Vin Mariani, bastante utilizado
por pessoas importantes como Papas e Reis.
• 1884 – Freud publica o livro “Uber coca” (sobre
a coca), listando seus efeitos benéficos e de bastante Tempo
importância para a terapia da depressão.
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Imagem 24 - Gráfico história da cocaína
Consumo
• 1884 – Karl Koller descobre que o uso da cocaína
torna o olho insensível a dor, tornando-se o pai da
anestesia local.
•
1885 - A indústria farmacêutica Parke-Davis,
descobre a maneira de refinar a cocaína e começa
apresentar ao mercado diversas formas de consumo.
• A Coca-cola é criada, em 1886, por John Styth
Peberton, sendo uma bebida isenta de álcool, que
utilizava na composição noz de cola e folhas de
cocaína. Era consumida pelas classes menos favorecidas para problemas gástricos, dores de cabeça,
cansaço, entre outros. Só em 1906, que as folhas de
coca da formulação foram substituídas por cafeína e
folhas de coca descocainizadas.
• A partir da primeira guerra mundial os efeitos
da cocaína começaram a tornar-se mais evidentes,. Tempo
Em 1914, os Estados Unidos pública o Harrison Act,
proibindo o uso da cocaína pela população.
Imagem 24 - Gráfico história da cocaína
35
• 1921, no Brasil, o Decreto-Lei Federal n°4.292
de 06 de julho de 1921 restringe o uso de cocaína.
• Década de 80 – o consumo de cocaína passa a
ser feitos em “binges”, ocasionando o uso abusivo
e a dependência. Em 1985, surge o “crack”, pedra
de cocaína fumada (inalada). O processo é realizado através do aquecimento com bicarbonato de
sódio, amoníaco e água.
• Atualmente os numeros do consumo continuam aumentando. Existe ainda o surgimento de
novas drogas derivadas da cocaina, como por exemplo o OXI . Droga feita da mistura de cocaina
e combustivel.
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Consumo
•Década de 70 – cocaína ressurge para uso
“recreacional”.
Tempo
Imagem 24 - Gráfico história da cocaína
Bases de validação acadêmicas
Imagem 25 - Bases de validação acadêmicas
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Por que o crack?
Para tratar a questão proposta, é necessário
escolher um tipo de droga específica, pois cada categoria tem suas peculiaridades, como efeitos, causas
e oportunidades de contato.
O crack foi escolhido por ser uma droga recente e ter efeitos muito devastadores viciando mais
rápido que a cocaína e com efeitos piores para organismo. Por ser uma droga muito recente existe pouco
material para a prevenção, o que esta começando a
ser feito agora, muitas vezes é produzido de forma
equivocada com o foco já explicado.Assim, existe
uma grande oportunidade de projeto nessa lacuna.
A droga teve origem na cocaína, por isso foi
feito um estudo através de uma linha do tempo da
história da cocaina
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Pesquisa de campo
Para uma vivência mais real sobre o tema
inicializei uma pesquisa de campo na associação
solidária amigos da Betânia, abrigo para recuperação
de depentes químidos e moradores de rua localizado
na Freguesia - Rio de Janeiro. No local foram acompanhados os relatos de 11 dependentes químicos. A
seguir a história de cada um deles. Por motivos éticos
não serão usados os nomes reais.
Sr. E.
Tem problema com a justiça.
Vai cumprir 4 meses em regime semiaberto e não se encaixa no perfil da Casa
de Betânia.
Sr. A.
48 anos, solteiro, carioca pedreiro. Último emprego formal em 1981. Trabalhou
em uma firma prestadora de serviço para a TV Globo. Pai falecido, quatro irmãos, cursou até a primeira série e diz só saber escrever o nome.
Ficou detido por um período de quatro anos e meio e relata estar quite com a
justiça.
Diz estar na rua a muito tempo e que chegou até a instituição através de um
“amigo” que também é morador de rua. Não tem contato com ninguém da família, nem mesmo com os filhos, inclusive um deles nem chegou a conhece. Abandonou a mulher grávida.
Usa álcool com o dinheiro da venda de “latinhas” e “velas”. Relata que foi acusado de um crime que não cometeu, mas que a vítima o reconheceu como sendo
a pessoa que o assaltou. Diz ter apanhado muito dos policiais, inclusive sendo
torturado.
Em todas as fases de sua vida, ao relatar os fatos ocorridos sempre conta um
episódio de cunho religioso onde é “salvo” por um anjo ou por Deus. Seus relatos
em relação a esses episódios parecem fantasiados e teatrais.
A assistente social interrompeu a entrevista, alegando que o acolhido parecia
estar comprometido psicologicamente.
Sr. Ed.
Dezoito anos, mãe falecida, tinha 12 anos quando a mãe morreu.
Pai que o criou . Sua mãe era dependente química e fazia uso de cocaína.
Quando a mãe faleceu, foi morar com o pai, ficou mais ou menos três meses e
fugiu, alegando que era agredido.
Foi para a casa da madrinha e depois para a casa da irmã. Numa ocasião, quando
estava na casa dessa irmã, “mexeu na bolsa” de uma amiga dela e a irmã pro-
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curou o conselho tutelar. Ele foi colocado no abrigo Raul Seixas e foi transferido depois para outro local. Usou drogas pela primeira vez no abrigo, com
16 anos, maconha. O abrigo fechou e aos 17 anos foi para a família acolhedora, ficou lá por cinco meses e diz ter dado certo.
Nessa época, fez parte do projeto Jovem Aprendiz. Freqüentava o projeto de
dia e estudava à noite. Recebia R$ 280,00 no projeto, mas foi excluído por
não comparecer a escola durante três meses. Voltou a morar com a irmã,
mas não se adaptou e fugiu novamente. Voltou a usar drogas, maconha e
crack. Ficou um mês na casa de um amigo. Fez nova tentativa de morar com
a irmã, mas já estava envolvido com o tráfico local. Foi detido por policiais,
apanhou muito e ficou detido no camburão. Os traficantes pagaram para que
os policiais o soltassem. Teve problemas com o tráfico e foi acusado de ter
entregue o local das drogas e foi ameaçado de morte.
Não quis voltar para a casa da irmã temendo por sua vida e pela dela. Foi
para a Central do Brasil, onde dormiu uma noite e foi encaminhado para a
Casa de Betânia.
Sr. M.
Chegou na ASAB, em 27/08/09, trazido por Sr. E. , dentista voluntário, aposentado. Apresentando-se muito debilitado com um enorme ferimento no
pé direito e com quadro de desorientação.
Não tem contato com os filhos há muito tempo. Os filhos moram no bairro
de Realengo. Foi levado para emergência do hospital psiquiátrico Jurandyr
Hanfredine.
Sr. R.
31 anos, relata ter tido uma infância “perfeita”, até a morte do pai que ocorreu quando ele estava com dez anos de idade. Sua mãe, sete meses após a
morte do marido “colocou outra pessoa em seu lugar”, o que não foi bem
aceito por ele, nem pelo seu irmão.
Começou a beber aos 10/11 anos e com 14/15 usou maconha e cocaína.
Estudou até a sétima série e foi pai com 15 anos, ocasião em que deixou a
companheira que era 10 anos mais velha que ele. Sua filha esta hoje com 16
anos. Há três anos estão sem contato. Não registrou a menina . Tem mais
dois filhos de 6 e 11 anos registrados de um segundo relacionamento que
durou oito anos.
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Começou a trabalhar cedo e serviu o comando militar do leste, onde foi
paraquedista militar por 4 anos, 4 meses e 2 dias. Nunca deixou as drogas,
usava mesmo nesse período. Ficou muito decepcionado com a baixa, pois
gostava muito do que fazia e queria seguir carreira, porém, por ter parado os
estudos não conseguiu. Dois anos após a baixa, separou-se.
Morou com uma outra pessoa por três anos, mas também não conseguiu
sustentar o relacionamento. Diz que com o uso das drogas “detonava tudo”,
inclusive teve um acidente de moto por estar drogado.
Achou melhor a moça voltar para a casa dos pais, enquanto ele iria tentar se
recuperar e vencer. Não conseguiu e em meio às dificuldades foi procurar a
mãe e o padrasto que não o auxiliaram. “Fecharam as portas” e ele foi para
as ruas, em 2007.
Foi para a cidade de Cabo Frio. Trabalhou como garçom, mas não resistiu
ao vício. Perdeu o emprego, dormiu em beco. Enquanto estava trabalhando
conseguiu tirar documentos e começou um curso. Foi roubado e perdeu
tudo enquanto durmia em um beco.
Voltou para o Rio de Janeiro e nas ruas soube da Casa de Betânia, porém lá
não tinha vaga e foi para o Emaus, outra instituição para recuperação dos
acolhidos, localizada, em Votuporanga - São Paulo, “Muito bom, porém rola
droga”. Como ele queria se curar, saiu e voltou para tentar uma nova vaga na
Casa de Betânia. Foi transferido para outra unidade.
Sr. Ax.
18 anos, usuário de drogas, ultimamente crack, já passou por três instituições e esta nas ruas há uma semana.
Disse que precisa de ajuda, caso contrário vai acabar no tráfico. Procurou a
mãe, mas ela negou ajuda.
Sr. An.
49 anos , casado no civil, natural de Porto Alegre. Estudou até a 4 série. Lê
pouco e escreve bem.
Profissão trocador de ônibus. Pai vivo, mãe falecida. A esposa mandou que
ele fosse embora por causa do vício. Eles tem um filho de 19 anos que mora
com a tia e duas filhas. A ex-esposa hoje está casada e também tem filhos
desse relacionamento. Ele tem uma irmã que não vê desde 1976. O Pai mora
em Magé, mas ele consegue fazer contato. Nunca passou por nenhuma casa
de recuperação antes, mas reconhece que é dependente químico.
Sr. C.
40 anos. Estudou ate 8 série e é solteiro.
Sua infância foi tranqüila, junto de seus pais que sempre cuidaram dele e não
tinham vicio. Aos 12 foi morar com a irmã que casou-se e foi para capital. Seus
pais concordaram com sua ida.
Saiu da casa da irmã quando casou-se com L. Nesse relacionamento nasceu sua
filha A.C., hoje com seis anos. Começou a usar cocaína mais ou menos ao 36
anos quando seu relacionamento começou a apresentar problemas.
Em conseqüência do uso das drogas, seu relacionamento se desgastou e terminou. Antes das drogas ,segundo seu relato, seu relacionamento não apresentva
problemas.
Em São Paulo fez tratamento de dependência química num centro de reabilitação
para dependentes químos. Veio para o Rio de Janeiro e ficou nas ruas , no bairro
do Maracanã. Fez “biscates” como guardador de carros e passou a usar crack. O
Sr. C. Mostrou-se lúcido durante a entrevista.
Sr. Ad.
Relata que teve uma infância “tranqüila” com pais atenciosos, mas com condições
econômicas limitadas.
Começou a usar maconha aos 14 anos, sem o conhecimento dos pais e aos 17
parou de estudar e entrou para o tráfico. Foi morar com outros rapazes. Ficou
devendo ao tráfico e teve que abandonar o local e por não ter mais para onde ir,
foi morar nas ruas, perto do Baixo Méier. Ficou fora das ruas durante um período
em que trabalhou como ajudante de pedreiro, em uma obra na Rua Barão do
Bom Retiro, no bairro do Engenho Novo, porém com o término da obra voltou
para a rua.
Relata que abordou uma senhora na rua para pedir dinheiro para “comer” e ela
conversou com ele sobre a instituição, se oferecendo para leva-lo até la.
Relata ter um coágulo na cabeça originário de uma pedrada que levou, não lembra o nome da medicação que estava usando.
Sr. M.A.
36 anos, não fez relatos específicos sobre sua infância. Contou que teve uma vida
normal, foi criado pela mãe e conviveu com os irmãos. Trabalhou com o tio em
Ipanema.
Começou a usar cocaína, álcool e tabaco após a morte da mãe e se desentendeu
com a família e com sua companheira.
Teve um relacionamento com F,, mãe de seus dois filhos, por mais ou menos oito
anos. Durante esse período, conseguiu ficar limpo por nove meses. Na época,
disse estar freqüentando igreja e não sabe porque da sua recaída. Foi para as ruas
quando sua companheira o mandou embora, mas não perdeu o contato com ela,
nem com os filhos. Ressalta que F. quer sua recuperação e aceitaria sua volta para
casa. M.A. mostra preocupação inclusive com o fato de F. não saber onde ele se
encontra e pede para avisá-la.
Conclusão
Somado a isso foram coletadas outras histórias
nos documentários vistos e do livro Meninos do
Crack, totalizando uma observação de 34 pessoas.
Com isso podemos observar uma recorrência nas
histórias apresentadas:
65%, 22 pessoas, dos usuários observados perdem o
apoio da família exatamente na hora que mais precisam, quando estão dependente da droga.
Já 78%, 26 pessoas, iniciam a dependência química
por atritos na família, como a morte ou abandono de
algum parente próximo ou alguma crise no lar.
Com essa consideração, podemos observar
que a maior parte do público alvo entrevitado e do
projeto são de pessoas de baixa escolaridade e renda.
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Produto
Assim foi feito um estudo dos principais gênerosmação do projeto.
Romance ( Amor - Compaixão)
Uma pedra no meio do caminho
Como produto, o projeto irá gerar uma animação 3D de aproximadamente 3 minutos e 40 segundos que tem como título: Uma pedra no meio do
caminho.
A opção encontrada é uma combinação das
características de diferentes mídias, que em conjunto
podem suprir a necessidade levantada. Uma narrativa
audiovisual passa a informação com um potencial ainda não explorado na prevenção das drogas. A internet, a TV interativa permitem uma participação do
espectador. Juntando essas peculiaridades podemos
chegar animação onde o usuário é instigado a pensar
diferente da grande massa imposta pela mídia atual, e
assim pode colaborar como forma de um movimento
na internet em redes sociais e site do projeto. Através
do design essa reflexão será gerada pela emoção e a
interação com o produto.
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Terror ( Aflição - Apreensão)
Ação ( Agitação - Energia )
Suspense ( Apreensão - Surpresa -Tensão)
Humor Satírico ( Provocação - Reflexão - Cômico)
Paródia (Comédia)
Drama ( Reflexão – Tensão - Sofrimento) Essa analise aponta como melhor gênero para o projeto, o drama pois contem seu peso e seriedade para a
informação, gerando a reflexão sobre o assunto com
a carga dramática. Porém em combinação ocorre algumas quebras e provocações ao sistema e ao comportamento humano. Nessa quebra é buscada uma
reflexão crítica sobre o tema, forçando o espectador a
criar um movimento ativo em relação ao projeto
Personalidades
e Lineide tiveram sua personalidade mais detalhada antes de sua criação.
Personagens
A animação contém a presença de dois
personagens principais, Isolino e Lineide.
Como personagens secundários estão presentes:
Maicon, amigo de Lino ; Tuca, traficante ; Cardoso, policial e Odete ; uma velhinha.
Por serem os dois personagens principais Isolino
Isolino
18 anos, introvertido, mais conhecido por Lino, é
um carioca que nunca teve uma vida de regalias,
mas com o esforço e o dinheiro suado arrecadado pela sua mãe, conseguia sobreviver. Porém,
sempre almejou vôos maiores como os vistos na
televisão. Nunca conheceu o seu pai, quando pergunta para Lineide, diz apenas que foi morar em
outro estado, mas não fez mais contato. Sempre
estudou em escola pública
e conseguia notas razoáveis para sua aprovação.
Desde pequeno sempre teve boa relação com sua
mãe, com quem se afastou após o uso das drogas.
Lino entrou nesse caminho através de um drama
de um grande amigo seu que possuía uma vida estável, porém, após a morte de seu pai, perdeu seu
rumo e buscou na cocaína uma saída para sua depressão. Influenciado pelo drama do amigo, Lino
começou a utilizar a droga quando estava em sua
companhia. Devido as suas condições financei43
ras e buscas por maiores efeitos passaram a utilizar
o crack.
Na chamada “pedra maldita” Lino se afundou e foi
morar nas ruas conseguindo dinheiro às vezes de s
bicos ou de pequenos furtos, sempre vivendo em função da próxima pedra.
Lineide
Mãe solteira de 53 anos, Lineide é costureira e sustenta as despesas da casa onde mora com seu filho.
Seu marido a largou quando descobriu da gravidez,
se mudando para outro estado subitamente sem deixar noticias e manter contato. Lineide largou a escola
no segundo ano do primário, quando sua família passava grandes dificuldades financeiras. Assim precisou
começar a trabalhar em tempo integral, para sobreviver. Mesmo sem ter completado o segundo grau a
mãe sabe que o caminho para um bom sucesso na
vida é o estudo, por isso sempre incentivou e buscou
dar condições para que Lino sempre estivesse em
uma escola. Atualmente, a costureira passa grande
parte dos meses sem a companhia do filho que passou a viver nas ruas e volta em casa esporadicamente
para pedir mais dinheiro e sustentar a dependência.
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A vida de Lineide se resume em costurar e conversar
com suas amigas da vizinhança procurando alguma
notícia do filho pelas ruas.
Argumento
O curta inicia com uma tomada rápida dentro de uma
casa com a mão de Lineide segurando um porta retrato com a
foto de um jovem feliz e bem cuidado. Essa era a antiga aparência
de Lino. O corte é feito para uma cena agitada na cidade onde
Lino pratica mais um furto em busca de algum dinheiro para
sustentar sua dependência. Após o furto, o menino troca o dinheiro conseguido por algumas pedras e se senta para usar. Entrando, sob efeito do crack, Lino fica elétrico e incia uma nova
corrida para mais um assalto, que dessa vez é práticado sobre
uma velhinha que esperava para atravessar o sinal. Após o roubo,
Lino empurra cruelmente a idosa e corre largando a bolsa para
trás, até encontrar um policial que o revista truculosamente
e leva suas pedras de crack. Reclamando sobre o modo que o
sistema é feito o policial deixa Lino ir embora. Desolado e sem
sua droga, o jovem senta nas ruas e começa a refletir sobre o que
fazer e como chegou naquela situação. Assim, pega um papel em
seu bolso onde vê o endereço de um antigo amigo.
Nesse momento, entra um slide show com uma voz em off contanto como a história de Lino chegou a esse ponto. Amigo de infância Maicon sempre foi um jovem muito companheiro até que
um dia perdeu seu pai, pela violência da cidade. A partir desse
dia, não suportando a dor da perda, Maicon começou a usar a
cocaína para curar sua depressão. Vendo o amigo naquela situação e sem suportar a dor, Lino acabou entrando nessa também.
Por questões financeiras e buscando novos efeitos os meninos
testaram o uso do crack. E foi assim que pela violência, Lino acabou entrando para a própria. Nesse momento o menino volta a
realidade e joga o papel com o telefone fora e começa a caminhar.
As tomadas agora alternam entre a caminhada de Lino e as ações
de Lineide dentro da casa, mostrando que o menino se dirige
para o seu lar. Chegando em casa a mãe se surpreende ao vê-lo e
corre para abraça-lo. Lino empurra a mãe que acaba caindo no
chão, sem se importar ele revira a casa em busca de dinheiro,
revoltado o jovem inicia uma serie de ações violentas quebrando
a casa até o momento que se depara com um porta retratos com
uma foto antiga sua. Nesse momento, o menino se choca com a
realidade e percebe o estado que chegou. Lino pega seu retrato
e compara com sua imagem atual no espelho, se irritando com
a realidade o porta retrato é jogado longe que bate em sua mãe.
Fragilizado pela situação Lino corre para abraçá-la no chão.
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Storyboard
Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 26 - Storyboard
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Imagem 27 -Gráfico de tensão
Gráfico de Tensão
Para uma visualização gráfica do andamento da história foi feito um gráfico da tensão pelo
tempo da animação.
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Concept Art
Esboços
Os esboços foram trabalhados até
atingir uma linguagem adequada para a familia de personagens.
Imagem 28 - Esboços
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Imagem 28 - Esboços
Síntese
Foram feitas variações na forma e na aplicação de sombras e linhas. A linguagem que melhor se adaptou a animação é com o rosto marcado
e linhas retas. O rosto ao lado foi utilizado como
base para o processo de modelagem 3d.
Porém, antes foi feito um estudo de cor em
cima do modelo escolhido.
Feito esse primeiro esboço na coloração
de Lino, o rascunho foi levado para o computador
para um estudo formal. No ambiente 3D computadorizado foram feitas 19 variações em cima de uma
cabeça modelo, baseado na ilustração ao lado.
Imagem 29 - Esboço colorido
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Imagem 30 - Estudo formal 3D - Visão Frontal
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Sintese formal
Os modelos feitos foram trabalhados de
forma que fossem o mais diferents entre si, justamente para achar um caminho da linguagem
futuramente escolhida para a animação.
Após uma analise dos modelos foram
escolhidos os números 14 para a forma de Lino
e o número 13 para a cabeça de maicon. A diferença entre os amigos ficará bem evidenciada
devo aos cabelos aplicados. Ambas apresentam
linhas marcadas, porém a de Lino tem caracteristicas com o queijo e nariz mais fino do que
Maicon, que possui traços que demonstram um
comportamento mais bruto e castigado.
Imagem 31 - Estudo formal 3D - Visão 3/4
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Linguagem
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Imagem 32 - Cidade Cartoon
Para a animação foi utilizada a mistura
de duas técnicas do universo 3d. Uma conhecida
como Cel-Shading, com características “cartoon”,
de cores chapadas, personagens caricaturados e um
contorno marcado em volta dos objetos. Já a outra
com detalhes de uma estética convencional que
busca o realismo formal e o uso de texturas fotorealisticas e ressaltos de relevos , chamados de normal maps. Além dessa composiçao no contoruno
dos personagens foi feita uma linha irregular, transimitindo a tensão do tema. Com essa composição
obtive o resultado apresentado.
Essa composição foi feita por uma adequação ao
público jovem, através dos personagens caricatos
porém com elementos e composição reais, aumentando a carga dramática da narrativa. Aliado
a isso, o tema pede um embasamento real do cotidiano das cidades. Por isso as refências de fotos
e o próprio mundo real são as mais adequadas ao
tema.
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Apresentação de Personagens
Imagem 33 - Lino Drogado -Visão Frontal
Lino dependente químico
Personagem com aspecto desleixado e
roupas simples. Apenas uma bermuda e uma camisa amassada compõem o figurino do personagem
principal. Seu cabelo sofreu uma alteração no concept origianl, grande e descuidado, conseqüência
do seu estilo de vida nos últimos meses.
Imagem 34 - Lino Drogado-Visão 3/4
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Imagem 35 -Lino Drogado- Corpo inteiro
Imagem 36 - Lino Drogado - Paleta de cor
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Imagem 37 - Lino -Visão Frontal
Lino
O personsonagem tem um visual mais cuidado, ainda não maltratado pelas ruas, seu cabelo é
curto e arrumado.
Imagem 38 - Lino -Visão 3/4
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Imagem 39 -Lino - Corpo inteiro
Imagem 40 - Lino - Paleta de cor
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Imagem 41 - Lineide - Visão Frontal
Lineide
Dona de casa cabelos curtos, utiliza um
simples vestido e sandália rasteirinha. Seu rosto
apresenta sinais de tristeza e preocupação pela
vida. Sua concepção original era magra, porém não
passava o espirito maternal buscado na animação.
A versão final trabalha uma silhueta maior e acrescenta um lenço na cabeça, traços de sua vida do lar.
Imagem 42 - Lineide - Visão 3/4
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Imagem 43 - Lineide - Corpo Inteiro
Imagem 44 - Paleta de Cores - Lineide
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Imagem 45 - Maicon Visão Frontal
Maicon
Jovem de traços fortes tem aparência castigada pela vida. Cabelos curtos e roupas do mesmo
tipo das de Lino. Jovem que perdeu o pai, teve sua
vida desviada do caminho natural.
Imagem 46 - Maicon Visão 3/4
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Imagem 47 - Maicon Corpo Inteiro
Imagem 48 - Paleta de Cores Maicon
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Imagem 49 - Tuca Visão Frontal
Tuca
Traficante que faz a venda das drogas na reagião. Utiliza apenas uma bermuda e armas e um
tom agressivo e ameaçador com seus “clientes e
comparsas”.
Imagem 50 - Tuca Visão 3/4
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Imagem 51 - Tuca Corpo inteiro
Imagem 52 - Tuca Paleta de Cores
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Imagem 53 - Cardoso Visão Frontal
Cardoso
Policial que aborda lino porém não pode
detê-lo por ser usuário e não revendedor da droga.
Carodoso tem uma abordagem truculenta, retem a
droga e deixa Lino seguir sua vida.
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Imagem 54 - Carodoso Visão 3/4
Imagem 55 - Cardoso Corpo inteiro
Imagem 56 - Cardoso Paleta de Cores
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Imagem 57 - Odete Visão Frontal
Odete
Odete é uma senhora calma e destraida
que enquanto espera para atravessar a rua é
atacada por Lino em um momento de fúria e
busca por dinheiro
Imagem 58 - Odete Visão 3/4
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Imagem 59 - Odete Corpo inteiro
Imagem 60 - Odete Paleta de Cores
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Cenários
Imagem 62- Cenário Rua Paleta de Cores
Imagem 61 - Cenário Rua Versão 1
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Cenário externo, se
passa em uma cidade situada
entre prédios e a favela. É
onde acontece as ações de
Lino em busca da droga.
Cidade
Imagem 63 - Cenário Rua Versão 2
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Flashback
Imagem 65 - Flashback Paleta de Cores
Imagem 64 - Flashback
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Flashbacks sao usados
para explicar como Lino iniciou
sua dependencia química . Nessa
parte da animação é usado um
tratamento próximo a sépia para
passar a informação de fotos
antigas.
Casa
Imagem 67 - Casa Lineide Paleta de Cores
Imagem 66 - Casa Lineide Versão 1
O fim da história se ambienta dentro da casa de Lineide,
possuí uma iluminação fraca
e alguns sinais de desgaste nas
paredes.
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Imagem 68 - Casa Lineide Versão Atual
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Detalhamento dos Cenários
Imagem 69 - Cenário Versão 1
O processo de detalhemento nos cenários
foi feito em etapas. De acordo com o tempo disponivel eram desenvolvidas novas versões, algumas
focando no conceito dos objetos, outras em textura
e iluminação
Imagem 70 - Cenário Versão 2
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Imagem 71 - Cenário Casa Lineide Versão Atual
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Animatic 3d
Após a produção de um primeiro animatic
com as imagens do storyboard. Foi preciso produzir
uma nova versão, agora já com os modelos 3D e
cenários esquematizados. Os movimentos não são
refinados mas já informam o timing da animação.
Nessa etapa foram feitos os ajustes de timming da
animação, possuindo um ritmo mais acelerado no
início e e desacelarando no final.
Através desse novo animatic foi possível
perceber a necessidade de novas tomadas para que
a comunicação fosse feita com clareza e a emoção
intensificada.
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Imagem 72 - Animatic 3D
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Identidade Visual
Paleta de cores
O processo da criação da identidade
visual foi iniciado com uma prancha com todas
as tomadas da animação. Assim obtive a paleta de
cores apresentada. O titulo produzido na parte de
pesquisa estava muito extenso e com leitura prejudicada, por isso foram feitos novos estudos até o
resultado de uma nova forma, mais compacta que
passa melhor a mensagem da animação.
Imagem 73 - Prancha de Cenas
Imagem 74 - Paleta de cores título
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Desesenvolvimento da logo
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Imagem 75 - Estudo de Logos
O logo atual passa o desequilibrio
em sua forma, coma base menor que o
topo e com inserções remetendo a desordem. A pedra é escrito em uma posição
formal com referncia ao objeto sobre o
caminho da vida. Esse caminho que é influênciado pela pedra, se encontra em uma
aparente ordem com pequenos desvios, até
a chegada da pedra.
Imagem 76 - Logo Final
As cores escolhidas foram as que
apresentaram melhor legibilidade e aplicação podendo variar dentro da paleta de
cores apresentada dependendo do suporte.
91
Desenvolvimento da capa
Imagem 77 - Capa 1
A primeira versão da capa apresentava
um arranjo de elementos pouco integrados
entre si, além de imagens pequenas e de dificil
reconhecimento.
Variação de cores da primeira capa.
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Imagem 78 - Capa 2
Imagem 79 - Capa 3
Imagem 80 - Capa 4
Novo modelo explorando uma melhor
visualização e outras fotos priorizando a legibilidade.
Outra versão que mistura a visiblidade
buscada na capa anterior porém acrescentando elementos para um ambiente mais caótico,
se aproximando do conceito da animação.
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94
Ultima versão trabalhada com pequenas alterações da última capa explicada.
Imagem 81 - Capa Atual
Interface de Depoimentos
Imagem 83 - Depoimento Wilton Jackson
Imagem 82 - Tabela de Depoimentos
Inicalmente pensado para ser parte da
animação, depoimentos de histórias reais foram
gravados para acrescentar um fator verídicto à
história apresentada. Após a animação, uma tela
com a foto de cada pessoa aparece e o usuário
pode escolher qual depoimento assistir. Assim o
Imagem 84 - Depoimento Claivander
projeto adquiri um caracter mais abrangente, podendo ser alimentado por pessoas que assistirem
a narrativa e se identificarem com a história. Para
isso, basta o envio de seu depoimento filmado e ele
será catalogado e inserido junto aos já presentes.
95
Edição
Após muitas horas de render, foram feitos
os ajustes e afeitos na edição. Essa etapa foi
responsavel principalmente pelo efeito distorcido e confuso gerado no momento do uso da
droga.
Imagem 85 - Visão Distorcida
96
Sonorização
A parte sonora foi desenvolvida separada em
três partes : Efeitos, fala e trilha. A fala, incialmente
gravada para fazer parte do animatic, foi aprovada
e elogiada pelo público alvo, sendo adotada como
definitiva. A trilha sonora é composta de musicas
livres visando amplificar o sentimento desejado em
cada cena.
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Experimentação
Através da experimentação na casa de
recuperação Associação Solidaria Amigos da
Betânia foi possivel um feedback de pessoas
que vivênciaram histórias parecidas com a do
projeto. Inicialmente pensada uma realização de
entrevistas sobre a animação, foi feita uma roda
de debates e os cinco internos além de duas assistentes sociais, debateram sobre o assunto com
foco na animação.
Em geral o resultado foi muito positivo, a fidelidade da história e o momento da alucinação
foram os pontos mais elogiados, com destaque
também para a fala . Um ponto comum que
todos sentiram falta, foi alguma demonstração
que a dependência começou no alcool além de
no final do curta, ficar mais explicito que Lino
pediu ajuda para a mãe.
Imagem 86 - Experimentação
98
Distribuição
NO MEIO DO CAMINHO
Post 1
Imagem 87 - Mídias Sociais
Com a implementação coloaborativa
dos depoimentos, a distribuição tem papel
fundamental para o sucesso do projeto. Essa
divulgação será feita através das redes sociais
com o auxilio de um blog que documenta
as etapas da produc’ão do projeto.Todas elas
com possiblidade de receber novos depoimentos dos espectadores.
O curta também será inscrivo em
diversos concursos, buscando uma maior
visibilidade
99
Planejamento de Trabalho
O fluxo de trabalho segue a ordem
apresentada nos documentos de planejamento.
Primeiro é olhado no cronograma a tarefa
referente ao dia, feito isso as tarefas necessárias
para a tomada são olhadas no planejamento
de cenas. Após a geração de um render em
baixa qualidade são anotados as modificações
na tabela de ajustes.
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Cronograma
Imagem 88 - Cronograma
Imagem 88 - Cronograma
101
Imagem 88 - Cronograma
Imagem 88 - Cronograma
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Planejamento de Cenas
Imagem 89 - Planejamento de Cenas
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Imagem 90 - Detalhes da Tomada
Para uma noção da quantidade de trabalho que seria necessário para concluir o projeto, foi feito
um planejamento de produção. Esse documento separa a animação em cenas e tomadas junto a um quadro
que informa todas as ações presentes na tarefa: sons , animações, texturas iluminação e um tag que indica a
emoção pretendida na tomada.
104
Tabela de Ajustes
Imagem 91 - Tabela de Ajustes
Depois da produção de uma cena é feita uma tabela que lista as mudanças a serem feitas, se ja foi renderizada e o tempo necessário para o render.
105
Conclusão
Sempre tive um desejo de realizar um curta e agora estou podendo atingir esse objetivo passando por
todas as etapas do processo, aprendendo bastante sobre novas metodologias que ainda não eram naturais em
meu processo de projeto. Ao fim dessa jornada me sinto extremamente satisfeito com o resultado e o tempo
dedicado ao produto. Posso dizer que me doei ao máximo para retribuir toda colaboração de orientação, professores e todas as outras pessoas envolvidas com o projeto. Por ter vivido tão intensamente essa conclusão de
curso, afirmo que foi o momento que mais aprendi desde que entrei na faculdade. Uma das experiências únicas
que tive nesse período foi a possiblidade de trabalhar em conjunto com uma realidade tão diferente da minha,
e poder aprender e contruibir com esse grupo. Até o momento não tinha realmente projetado para alguém,
hoje posso perceber a diferença de um projeto que passa por uma etapa de experimentação, agregando valores
e tendo seu trabalho aprovado e validado. Desde a concepção da ideia tinha total dimensão da dificuldade do
projeto, e o planejamento foi fundamental para que o andamento acontecesse como o estipulado. Imprevistos
acontecem, mas precisam ser previstos. Precisei mudar a rotina muitas vezes para que o objetivo fosse atingido,
mas hoje posso olhar e ter certeza que faria tudo novamente, com a mesma disciplina. O projeto tem potêncial
para expansão além da disciplina trabalhando a questão da interação, onde pessoas que se identificam com a
questão abordada se sentem motivadas a colaborar passando sua experiência adianta. Com muitas pessoas
aderindo ao movimento, essa causa ganha força podendo chegar a meios de comunicação de massa como a
televisão.
Gostaria de terminar agradecendo novamente a todas as pessoas que fizeram parte desse processo,
pois sem esse trabalho em conjunto, o resultado obtido não seria possível.
106
Bibliografia
FELSCHERINOW, Christiane Vera. Eu, Christiane F, 13 anos Drogada e Prostituída.
44 ed . Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006
SORARES, L. E. ;PIMENTEL, R ; BATISTA, A. Elite da Tropa.
Rio de Janeiro:Objetiva,2006.
ZACCONE, Orlando. Acionistas do Nada.Rio de Janeiro:Revan,2007.
Disponível em: < http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/11/267202.shtml >
Acesso em 05/08/2010 às 15:30h
Disponível em: <http://www.antidrogas.com.br/prevencao.php>
Acesso em 04/08/2010 às 19:30h
Disponível em: < http://www.meninosdocrack.com.br>
Acesso em 10/08/2010 às 19:00h
Disponível em: < http://www.historiadetudo.com/crack.html>
Acesso em 20/09/2010 às 15:00h
Disponível em: <http://observer.guardian.co.uk/drugs/story/0,,686503,00.html >
Acesso em 20/09/2010 às 16:30h
Disponível em: < http://www.historiadetudo.com/drogas.html>
Acesso em 20/09/2010 às 15:00h
Disponível em: < http://www.brasilescola.com/drogas/crack.htm>
Acesso em 5/09/2010 às 19:00h
107
Lista de imagens
Imagem 1 - Nuvem de palavras
Imagem 2 - Livro Eu, Christiane F.
Imagem 3 - Imagem do programa Profissão Repórter
Imagem 4 - Livro Elite da Tropa
Imagem 5 - Capa do documentário Falcão,
meninos do trafico
Imagem 6 - Livro Acionistas do nada
Imagem 7 - Cortina de Fumaça
Imagem 8 - Livro Meninos do crack
Imagem 9 - Camapanha Crack nem Pensar
Imagem 10 - Campanha Crack ,
quando pega alguém da sua família todos sofrem.
Imagem 11 - Outdoor contra o crack
Imagem 12 - Camapnha crack é cadeia ou caixão
Imagem 13 - Animação viver sem drogas
Imagem 14 - Camapanha Crack nem Pensar-RBS.
Imagem 15 - Campanha Crack,ignorar é seu vício?
Imagem 16 - Animação o monstro
Imagem 17 - Gráfico sofre pesquisa realizada
Imagem 18 - Camapanha contra metantetamina
Imagem 19 - Filme UP!
Imagem 20 - Jogo Prince of Persia
Imagem 21 - The Simpsons Game
Imagem 22 - Animação Meet Buck
Imagem 23 - Filme 9, A salvação
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Imagem 24 - Gráfico história da cocaínas
Imagem 25 - Bases de Validação Acadêmica
Imagem 26 - Storyboard
Imagem 27 - Gráfico de Tensão
Imagem 28 - Esboços
Imagem 29 -Esboço colorido
Imagem 30 - Estudo formal 3D - Visão Frontal
Imagem 31 - Estudo formal 3D - Visão 3/4
Imagem 32 - Cidade Cartoon
Imagem 33 - Lino Drogado-Visão Frontal
Imagem 34 - Estudo formal 3D - Visão 3/4
Imagem 35 - Lino Drogado - Corpo Inteiro
Imagem 36 - Lino Drogado - Paleta de cor
Imagem 37 - Lino -Visão Frontal
Imagem 38 - Lino - Visão 3/4
Imagem 39 - Lino - Corpo inteiro
Imagem 40 - Lino - Paleta de cor
Imagem 41 - Lineide - Visão frontal
Imagem 42 - Lineide - Visão 3/4
Imagem 43- Lineide - Corpo Inteiro
Imagem 44 - Lineide - Paleta de cor
Imagem 45- Maicon - Visão frontal
Imagem 46- Maicon - Visão 3/4
Imagem 47- Maicon - Corpo inteiro
Imagem 48 -Maicon - Paleta de cor
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Imagem 49- Tuca - Visão frontal
Imagem 50 - Tuca - Visão 3/4
Imagem 51 - Tuca - Corpo Inteiro
Imagem 52 - Tuca - Paleta de cores
Imagem 53 - Cardoso - Visão frontal
Imagem 54 - Cardoso - Visão 3/4
Imagem 55 - Cardoso - Corpo inteiro
Imagem 56 - Cardoso - Paleta de cores
Imagem 57 - Odete - Visão frontal
Imagem 58 - Odete - Visão 3/5
Imagem 59 - Odete - Corpo inteiro
Imagem 60 - Odete - Paleta de cores
Imagem 61 - Cenário Rua versão 1
Imagem 62 - Cenário Rua paleta de cores
Imagem 63 - Cenário Rua versão 2
Imagem 64 - Flashback
Imagem 65 - Flashback paleta de cores
Imagem 66 - Casa Lineide versão 1
Imagem 67 - Casa Lineide paleta de cores
Imagem 68 - Casa Lineide versao 2
Imagem 69 - Cenário versão 1
Imagem 70 - Cenário versão 2
Imagem 71 - Cenário Casa Lineide Versão atual
Imagem 72 - Animatic 3D
Imagem 73 - Prancha de Cenas
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Imagem 74 - Paleta de cores título
Imagem 75 - Estudo de Logos
Imagem 76 - Logo final
Imagem 77 - Capa 1
Imagem 78 - Capa 2
Imagem 79 - Capa 3
Imagem 80 - Capa 4
Imagem 81 -Capa Atual
Imagem 82 - Tabela de depoimentos
Imagem 83 -Depoimento Clayvander
Imagem 84 - Depoimento Wilton Jackson
Imagem 85 -Visão Distorcida
Imagem 86 - Experimentação
Imagem 87 - Mídias Sociais
Imagem 88 - Cronograma
Imagem 89 - Planejamento de cenas
Imagem 90 - Detalhes da tomada
Imagem 91 - Tabela de ajustes
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