Relatorio do Projeto
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Relatorio do Projeto
Uma pedra no meio do caminho Gabriel di Stasio Corrêa Projeto conclusão em Mídia Digital - 2011.1 Professores: Marcelo Pereira Leonardo Cardarelli Nilton Gamba Jr. Maria das Graças Chagas Orientação : Maria Cláudia Bolshaw Agradecimentos Gostaria de inicar este relatório agradecendo pessoas que foram muito importantes para que meu projeto chegasse ao nivel que se encontra. Agradeço aos meus pais, Marcos e Angela, pelo apoio e condições para o estudo, ao André Ramos pela orientação no projeto 7 e Cláudia Bolshaw no projeto 8, ao Marcelo Pereira pela condução da disciplina e soluções de projeto, a minha tia Regina pela aproximação e vivência em relação ao tema e a todos os outros professores presentes na disciplina como Maria das Graças Chagas, Leonardo Cardarelli e Nilton Gamba Jr. Outras pessoas com contribuição de destaque no projeto foram meus colegas de faculdade pelas críticas e apoios durante o período e a todas as pessoas que trabalham e frequentam a associação solidaria Betânica, que possibilitaram uma aproximação e colaboração sobre o tema trabalhado. 3 Sumário Capitulo 1 Reumo Tema e Justificativa Levantamento de dados Analise de similares Técnicas de animação Recorte do Tema Bases de validação acadêmicas Por que o crack ? Pesquisa de campo Capitulo 2 Produto Personalidades Argumento Storyboard Gráfico de tensáo Concept Art Linguagem Apresventação de Personagens 4 5 6 7 14 26 33 37 38 39 42 43 45 46 58 59 64 66 Cenários Detalhamento de Cenários Animatic 3D Identidade Visual Desenvolvimento da Logo Desenvolvimento da Capa Interface de depoimentos Edição Sonorização Capitulo 3 Experimentação Distribuição Planejamento de Trabalho Cronograma Planejamento de Cenas Tabela de Ajustes Conclusão Bibliografia Lista de imagens 80 85 87 89 90 92 95 96 97 98 99 100 101 103 105 106 107 108 Resumo O projeto tem como tema o uso da mídia digital para questões sociais e irá tratar da prevenção do crack, droga com índices de crescimento assustadores. Como produto, resulta uma animação voltada para o público jovem. A técnica utilizada é a produção de uma animação com uma abordagem contrária as tendência utilizadas da sociedade, que tendem a focar o dependente em tom agressivo, distorcendo a realidade com cenas muito distantes do cotidiano, afastando dessa forma o público alvo e perdendo o objetivo. Assim, a animação Uma pedra no meio do caminho tem como narrativa uma história muito comum para que as pessoas possam conhecer a realidade de um dependente químico, sem a linguagem já utlizada nas campanhas existentes, podendo se identificar com os fatos demonstrados e procurar o melhor caminho para a recuperação, as clínicas especializadas. 5 Tema e Justificativa 6 Imagem 1 - Nuvem de palavras Uso da mídia digital para questões sociais O tema se mostra bastante pertinente pois cada vez mais os consumo de drogas aumenta entre os jovens. Aliado a isso o afastamento em relação as campanhas propostas também é crescente, assim proponho uma nova forma de abordar o tema. Após a definição do tema de meu interesse, uma pesquisa sobre a oportunidade de projeto foi iniciada. Uma afirmação recorrente encontrada nas pesquisas é de que as campanhas sobre drogas são ineficientes. A pesquisadora e professora de Ciências Sociais da PUC-PR, Arlene Sant´Anna faz essa afirmação e ainda, liga ao fato dessas peças utilizarem um tom agressivo e opressor ao usuário de drogas, ou ainda se utilizam da metáfora para fazer o papel da droga, o que afasta o usuário da realidade tornando a campanha menos verossímil. Neste projeto proponho ir contra essa linha de abordagem já utilizada nas campanhas, buscando assim maior credibilidade pelo público alvo, retratando situações contidianas desse tipo de vida. Levantamento de dados Eu,Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída... Eu Christiane F, 13 anos, drogada e prostituida é um livro escrito pela própria Christiane, personagem protagonista do livro que conta sua história de vida e como chegou às drogas. Esse objeto foi aproveitado como estudo para um melhor entendimento dos questionamentos, das dificuldades e situações vividas pelo dependente químico. Imagem 3 - Livro Christiane Autora: Christiane Vera Felscherinow Ano: 1978 Imagem 2 - Livro Eu, Christiane F. 7 Profissão repórter 8 Imagem 3 - Imagem do programa Profissão Repórter Programa exibido em junho de 2009 pela TV Globo abordando o uso do crack. Foram mostradas histórias do consumo da droga presente na vida de pessoas de diferentes classes sociais e seu ambiente de propagação, as chamadas “cracolândias”. A reportagem serve de inspiração ao conhecimento e vivência do cotidiano de usuários do crack. Ano : 2009 Elite da Tropa O livro trata da tropa de elite da policia do Rio de Janeiro o BOPE. São abordadas diversas situações verídicas na história. O livro foi usado para conhecer melhor o tráfico de drogas, a violência e sua relação com a cidade do Rio de Janeiro. Autores: Luiz Eduardo Soares, André Batista, Rodrigo Pimentel Ano:2006 Imagem 4 - Livro Elite da Tropa 9 Falcão meninos do trafico Documentário produzido pela TV Globo que mostra a realidade das crianças da favela, seus dilemas em relação ao futuro, motivações para usar a droga e entrar no tráfico. O documentário é bastante útil para entender o pensamento de um jovem que se sente seduzido pelo tráfico, seu valores e suas motivações para entrar no mundo do crime. Muitos por falta de opção, outros pela busca de status; todos acabam cometendo infrações e se envolvendo com substâncias ilícitas . Ano: 2006 10 Imagem 5 - Capa do documentário Falcão, meninos do trafico Acionistas do nada Livro do delegado Orlando Zaccone desenvolvido em sua tese de mestrado que fala sobre a questão da lotação carcerária, onde ele defende que as principais prisões feitas no rio de janeiro, que são as dos chamados “ aviõezinhos” não ocorram mais. Pois essas, só servem para lotar as cadeias e os bandidos perigosos, ou estão na favela ou são mortos em confronto. Imagem 6 - Livro Acionistas do nada Autor : Orlando Zaccone Ano: 2007 11 Filme cortina de fumaça Documentário que trata das questões químicas da droga, criticando a forma inadequada como as discussões são feitas atualmente. Imagem 7 - Filme Cortina de Fumaça 12 Direção: Rodrigo MacNiven Ano: 2010 Meninos do Crack O livro da jornalista Ana Paula Nonnenmacher possui relatos de usuários de crack. Essas histórias são muito úteis para podermos observar pontos em comum na vida das pessoas que se envolvem com a droga. Autora: Ana Paula Nonnenmacher Ano: 2010 Imagem 8 - Livro Meninos do crack 13 Analise de similares Crack nem pensar Campanha que reforça o tabu existente sobre o assunto. É evidente que a intenção é nem pensar em usar a droga, mas analisando mais profundoamente, pode surgir a discussão nem pensar no assunto. O que é errado, devemos pensar e refletir sobre o assunto de maneira consciente e com muita responsabilidade. Imagem 9 - Camapanha Crack nem Pensar 14 Crack , quando pega alguém da sua família todos sofrem. A propaganda aborda o assunto familiar, mostrando que o crack causa impactos também nas pessoas que convivem com o usuário, o que é pouco explorado nas campanhas que temos em veinculação. Imagem 10- Campanha Crack , quando pega alguém da sua família todos sofrem. 15 Crack Dunga Uma campanha que demonstra o uso de humor no assunto. Esse tipo de propaganda parece atingir mais as pessoas que não estão dispostas a utilizar as substancias, não alcançando o seu objetivo. Imagem 11 - Outdoor contra o crack 16 Crack Cadeia ou Caixão Campanha curta e grossa que cria um distanciamento com o leitor em relação ao assunto. Imagem 12 - Camapnha crack é cadeia ou caixão 17 Viver sem drogas Animação mostrando o percurso de um jovem que se depara com algumas situações em que são lhe oferecidas as drogas. Nesse momento ocorre uma representação interessante em que mostra os dois lados da escolha, sempre terminando com a escolha por ficar longe das drogas. Porém, a animação trata a droga como monstro afastando demais a realidade 18 Imagem 13 - Animação viver sem drogas Crack nem pensar – RBS A propaganda reforça a mentalidade adotada atualmente, com tom agressivo e apontando o usuário como culpado, sendo um ser inferior. Porém, termina convidando o espectador a não fechar o os olhos para a realidade do crack. Imagem 14 - Camapanha Crack nem Pensar-RBS 19 Crack ignorar é seu vicio? A campanha propõe uma ideia inovadora. Criticando a alienação e defendendo a discussão do assunto em diversas áreas de conhecimento para uma profusão de idéias. Porém a maneira que essa proposta é executada, através de pessoas falando suas idéias de forma monótona, desestimulando o jovem. Imagem 15 - Campanha Crack,Ignorar é seu vício? 20 O monstro - Fernando Busch (2009) Animação que mostra de forma subjetiva os efeitos do crack na sua vida, separando as fases por “fumadas” em que vão sumindo gradativamente os amigos, família até ele próprio. A animação possui uma linguagem interessante pois convida o espectador a entender a subjetividade ligando com os fatos da vida. Imagem 16 - Animação o monstro 21 Decupagem do Documentário “ilha das flores” Um bom exemplo de projeto audiovisual que utiliza o gênero escolhido é o curta ilha das flores, que faz uma dura crítica a sociedade de forma ácida e dramática, com inserções de humor. Assim foi feito uma decupagem do vídeo afim de entender como essa informação é passada. É possível notar através da representação gráfica feita, que o documentário começa com um tom mais ameno, com algumas provações e esse tom vai se alterando passando para maioria d provocações mais fortes com algumas inserções de humor, ao final temos uma virada para o espectador refletir sobre o assunto. 22 23 Para um feedback dos jovens, público alvo do projeto, sobre suas reações em relação as campanhas, 9 dos similares analisados foram mostrados para 31entrevistados. Como resultado temos uma grande diversidade de respostas com uma média de 48% das campanhas consideradas indiferentes, 24% consideradas simpáticas e 28% geraram repulsa. De todas as apresentadas a única que obteve 31 respostas com a mesma reação foi uma campanha internacional contra metanfetamina que utilizada a mãe como alvo do dependente químico. Uma outra pesquisa foi desenvolvida para observar as vontades e motivações dos jovens, com perguntas diretamente ligadas a isso. As respostas variam em sua gradação para uma percepção mais delicada sobre elas. Como o público alvo são pessoas de baixa renda e escolaridade, meu resultado foi focado na resposta dessa parcela. Como síntese, podemos observar que a grande maioria inicia seu contato com as drogas por dramas familiares. 24 Indiferença Simpatia Repulsa Imagem 17 - Gráfico sofre pesquisa realizada Como resultado da pesquisa de levantamento de dados quanto de similares , podemos observar essa relação das drogas com a mãe foi a que gerou maior protesto e impacto, o que é muito valioso para a criação do projeto. Imagem 18 - Camapanha internacional contra metantetamina 25 Técnicas de animação Imagem 19- Filme UP! 26 UP! - Pixar (2009) Up é um filme de animação que possui uma estética caracteristica dos filmes da Pixar, que influenciaram a produção de diversas animações 3d. Esse estilo possui personagens caricaturados e cenários com textura e renderização próximos ao real. Prince of Persia: Ghosts of the Past (2008) Jogo eletrônico de aventura sobre a serié “ Prince of Persia” que utiliza técnicas semelhantes as que serão utlizadas no projeto. A estética apresenta uma combinação entre o Cel-Shading e a texturização com detalhes realisticos. Essa composição tem como resultado o estilo apresentado na imagem ao lado, que não é uma imagem fotorealistica mas também não se apresenta como um cartoon clássico. Imagem 20 - Jogo Prince of Persia: Ghosts of the Past 27 The Simpsons Game - EA Sports (2007) The Simpsons Game é um jogo sobre a famosa série de TV. O estilo gráfico utilizado é conhecido como Cel-Shading, onde é utlizado texturas muito simples, de cores chapadas e um contorno da forma de cada objeto. 28 Imagem 21 - The Simpsons Game Meet Buck (2010) Meet Buck é uma animação que serviu de inspiração para criação formal dos personagens, além da ambientação usada nos cenários da produção. Imagem 22 - Animação Meet Buck 29 9 A Salvação (2009) Filme de animação e ficcção científica que foi observado pela sua boa composição entre figura e fundo Imagem 23 - Filme 9, A salvação 30 Sintese Em minha pesquisa de similares sobre a estética de animação e jogos 3d procurei escolher exemplos que demonstrassem as duas extremidades que junto na minha animação, além de um outro similar que se aproxima bastante da estética adotada para o projeto. Como diferencial, utilizo linhas de contorno com espessura variada para os personagens, transmitindo a tensão do tema. 31 Alternativas de suporte Foi feita uma tabela com características de cada mídia para uma relação com o que pretende com o projeto e assim chegar a uma alternativa que melhor atinja ao público alvo. 32 Para tratar das drogas é interessante tirar a passividade do usuário como apenas receptor de informações e provocá-lo a agir. Essa ação porém precisa ser de um modo que gere a reflexão buscada no projeto. Recorte do tema Criminal Para falar sobre o crack é necessário a base de três aspectos especificos para a validação do projeto, são eles: medicina, criminal e social. Medicina Drogas psicotrópicas - É preciso entender o processo que ela gera no corpo humano, agindo no sistema nervoso central, alterando seu funcionamento. Efeitos de uso - Quais as sensações o usuário tem ao usar. Dependência - Quais os motivos que transformam o crack em uma droga extremamente viciante. Tráfico - Movimentação do mercado das drogas e o que isso gera na sociedade. Violência - Comportamento violento do usuário de crack e seus efeitos no dia a dia das pessoas a sua volta. Lotação carcerária - A forma como a polícia do Rio de Janeiro prende os “avioezinhos” e não os traficantes. Social Perfil do usuário - Entender quem é o principal usuário do crack. Questão familiar - Questão muito importante da relação da família com o dependente químico. Crackolândia - O que são e como afetam a sociedade e os dependentes químicos. 33 História da cocaína • Há mais de 4.500 anos as folhas de coca são utilizadas por índios da América do Sul, principalmente em rituais religiosos. • No século XVI surge o primeiro relato europeu datados de 1.499, por Américo Vespúcio, o qual descrevia alguns efeitos da planta mascada pelos índios. Também nesse século, a cocaína foi introduzida na Europa para fins medicamentosos, entretanto, não se difundiu. Consumo • 1856 – Albert Nieman isolou o extrato de cocaína, e criou o termo “cocaína”. Nesse experimento também encontrou outras substâncias como nicotina e cafeína. • 1863 – Ângelo Mariani, criou uma mistura de vinhos e folhas de coca, o qual denominou de Vin Mariani, bastante utilizado por pessoas importantes como Papas e Reis. • 1884 – Freud publica o livro “Uber coca” (sobre a coca), listando seus efeitos benéficos e de bastante Tempo importância para a terapia da depressão. 34 Imagem 24 - Gráfico história da cocaína Consumo • 1884 – Karl Koller descobre que o uso da cocaína torna o olho insensível a dor, tornando-se o pai da anestesia local. • 1885 - A indústria farmacêutica Parke-Davis, descobre a maneira de refinar a cocaína e começa apresentar ao mercado diversas formas de consumo. • A Coca-cola é criada, em 1886, por John Styth Peberton, sendo uma bebida isenta de álcool, que utilizava na composição noz de cola e folhas de cocaína. Era consumida pelas classes menos favorecidas para problemas gástricos, dores de cabeça, cansaço, entre outros. Só em 1906, que as folhas de coca da formulação foram substituídas por cafeína e folhas de coca descocainizadas. • A partir da primeira guerra mundial os efeitos da cocaína começaram a tornar-se mais evidentes,. Tempo Em 1914, os Estados Unidos pública o Harrison Act, proibindo o uso da cocaína pela população. Imagem 24 - Gráfico história da cocaína 35 • 1921, no Brasil, o Decreto-Lei Federal n°4.292 de 06 de julho de 1921 restringe o uso de cocaína. • Década de 80 – o consumo de cocaína passa a ser feitos em “binges”, ocasionando o uso abusivo e a dependência. Em 1985, surge o “crack”, pedra de cocaína fumada (inalada). O processo é realizado através do aquecimento com bicarbonato de sódio, amoníaco e água. • Atualmente os numeros do consumo continuam aumentando. Existe ainda o surgimento de novas drogas derivadas da cocaina, como por exemplo o OXI . Droga feita da mistura de cocaina e combustivel. 36 Consumo •Década de 70 – cocaína ressurge para uso “recreacional”. Tempo Imagem 24 - Gráfico história da cocaína Bases de validação acadêmicas Imagem 25 - Bases de validação acadêmicas 37 Por que o crack? Para tratar a questão proposta, é necessário escolher um tipo de droga específica, pois cada categoria tem suas peculiaridades, como efeitos, causas e oportunidades de contato. O crack foi escolhido por ser uma droga recente e ter efeitos muito devastadores viciando mais rápido que a cocaína e com efeitos piores para organismo. Por ser uma droga muito recente existe pouco material para a prevenção, o que esta começando a ser feito agora, muitas vezes é produzido de forma equivocada com o foco já explicado.Assim, existe uma grande oportunidade de projeto nessa lacuna. A droga teve origem na cocaína, por isso foi feito um estudo através de uma linha do tempo da história da cocaina 38 Pesquisa de campo Para uma vivência mais real sobre o tema inicializei uma pesquisa de campo na associação solidária amigos da Betânia, abrigo para recuperação de depentes químidos e moradores de rua localizado na Freguesia - Rio de Janeiro. No local foram acompanhados os relatos de 11 dependentes químicos. A seguir a história de cada um deles. Por motivos éticos não serão usados os nomes reais. Sr. E. Tem problema com a justiça. Vai cumprir 4 meses em regime semiaberto e não se encaixa no perfil da Casa de Betânia. Sr. A. 48 anos, solteiro, carioca pedreiro. Último emprego formal em 1981. Trabalhou em uma firma prestadora de serviço para a TV Globo. Pai falecido, quatro irmãos, cursou até a primeira série e diz só saber escrever o nome. Ficou detido por um período de quatro anos e meio e relata estar quite com a justiça. Diz estar na rua a muito tempo e que chegou até a instituição através de um “amigo” que também é morador de rua. Não tem contato com ninguém da família, nem mesmo com os filhos, inclusive um deles nem chegou a conhece. Abandonou a mulher grávida. Usa álcool com o dinheiro da venda de “latinhas” e “velas”. Relata que foi acusado de um crime que não cometeu, mas que a vítima o reconheceu como sendo a pessoa que o assaltou. Diz ter apanhado muito dos policiais, inclusive sendo torturado. Em todas as fases de sua vida, ao relatar os fatos ocorridos sempre conta um episódio de cunho religioso onde é “salvo” por um anjo ou por Deus. Seus relatos em relação a esses episódios parecem fantasiados e teatrais. A assistente social interrompeu a entrevista, alegando que o acolhido parecia estar comprometido psicologicamente. Sr. Ed. Dezoito anos, mãe falecida, tinha 12 anos quando a mãe morreu. Pai que o criou . Sua mãe era dependente química e fazia uso de cocaína. Quando a mãe faleceu, foi morar com o pai, ficou mais ou menos três meses e fugiu, alegando que era agredido. Foi para a casa da madrinha e depois para a casa da irmã. Numa ocasião, quando estava na casa dessa irmã, “mexeu na bolsa” de uma amiga dela e a irmã pro- 39 curou o conselho tutelar. Ele foi colocado no abrigo Raul Seixas e foi transferido depois para outro local. Usou drogas pela primeira vez no abrigo, com 16 anos, maconha. O abrigo fechou e aos 17 anos foi para a família acolhedora, ficou lá por cinco meses e diz ter dado certo. Nessa época, fez parte do projeto Jovem Aprendiz. Freqüentava o projeto de dia e estudava à noite. Recebia R$ 280,00 no projeto, mas foi excluído por não comparecer a escola durante três meses. Voltou a morar com a irmã, mas não se adaptou e fugiu novamente. Voltou a usar drogas, maconha e crack. Ficou um mês na casa de um amigo. Fez nova tentativa de morar com a irmã, mas já estava envolvido com o tráfico local. Foi detido por policiais, apanhou muito e ficou detido no camburão. Os traficantes pagaram para que os policiais o soltassem. Teve problemas com o tráfico e foi acusado de ter entregue o local das drogas e foi ameaçado de morte. Não quis voltar para a casa da irmã temendo por sua vida e pela dela. Foi para a Central do Brasil, onde dormiu uma noite e foi encaminhado para a Casa de Betânia. Sr. M. Chegou na ASAB, em 27/08/09, trazido por Sr. E. , dentista voluntário, aposentado. Apresentando-se muito debilitado com um enorme ferimento no pé direito e com quadro de desorientação. Não tem contato com os filhos há muito tempo. Os filhos moram no bairro de Realengo. Foi levado para emergência do hospital psiquiátrico Jurandyr Hanfredine. Sr. R. 31 anos, relata ter tido uma infância “perfeita”, até a morte do pai que ocorreu quando ele estava com dez anos de idade. Sua mãe, sete meses após a morte do marido “colocou outra pessoa em seu lugar”, o que não foi bem aceito por ele, nem pelo seu irmão. Começou a beber aos 10/11 anos e com 14/15 usou maconha e cocaína. Estudou até a sétima série e foi pai com 15 anos, ocasião em que deixou a companheira que era 10 anos mais velha que ele. Sua filha esta hoje com 16 anos. Há três anos estão sem contato. Não registrou a menina . Tem mais dois filhos de 6 e 11 anos registrados de um segundo relacionamento que durou oito anos. 40 Começou a trabalhar cedo e serviu o comando militar do leste, onde foi paraquedista militar por 4 anos, 4 meses e 2 dias. Nunca deixou as drogas, usava mesmo nesse período. Ficou muito decepcionado com a baixa, pois gostava muito do que fazia e queria seguir carreira, porém, por ter parado os estudos não conseguiu. Dois anos após a baixa, separou-se. Morou com uma outra pessoa por três anos, mas também não conseguiu sustentar o relacionamento. Diz que com o uso das drogas “detonava tudo”, inclusive teve um acidente de moto por estar drogado. Achou melhor a moça voltar para a casa dos pais, enquanto ele iria tentar se recuperar e vencer. Não conseguiu e em meio às dificuldades foi procurar a mãe e o padrasto que não o auxiliaram. “Fecharam as portas” e ele foi para as ruas, em 2007. Foi para a cidade de Cabo Frio. Trabalhou como garçom, mas não resistiu ao vício. Perdeu o emprego, dormiu em beco. Enquanto estava trabalhando conseguiu tirar documentos e começou um curso. Foi roubado e perdeu tudo enquanto durmia em um beco. Voltou para o Rio de Janeiro e nas ruas soube da Casa de Betânia, porém lá não tinha vaga e foi para o Emaus, outra instituição para recuperação dos acolhidos, localizada, em Votuporanga - São Paulo, “Muito bom, porém rola droga”. Como ele queria se curar, saiu e voltou para tentar uma nova vaga na Casa de Betânia. Foi transferido para outra unidade. Sr. Ax. 18 anos, usuário de drogas, ultimamente crack, já passou por três instituições e esta nas ruas há uma semana. Disse que precisa de ajuda, caso contrário vai acabar no tráfico. Procurou a mãe, mas ela negou ajuda. Sr. An. 49 anos , casado no civil, natural de Porto Alegre. Estudou até a 4 série. Lê pouco e escreve bem. Profissão trocador de ônibus. Pai vivo, mãe falecida. A esposa mandou que ele fosse embora por causa do vício. Eles tem um filho de 19 anos que mora com a tia e duas filhas. A ex-esposa hoje está casada e também tem filhos desse relacionamento. Ele tem uma irmã que não vê desde 1976. O Pai mora em Magé, mas ele consegue fazer contato. Nunca passou por nenhuma casa de recuperação antes, mas reconhece que é dependente químico. Sr. C. 40 anos. Estudou ate 8 série e é solteiro. Sua infância foi tranqüila, junto de seus pais que sempre cuidaram dele e não tinham vicio. Aos 12 foi morar com a irmã que casou-se e foi para capital. Seus pais concordaram com sua ida. Saiu da casa da irmã quando casou-se com L. Nesse relacionamento nasceu sua filha A.C., hoje com seis anos. Começou a usar cocaína mais ou menos ao 36 anos quando seu relacionamento começou a apresentar problemas. Em conseqüência do uso das drogas, seu relacionamento se desgastou e terminou. Antes das drogas ,segundo seu relato, seu relacionamento não apresentva problemas. Em São Paulo fez tratamento de dependência química num centro de reabilitação para dependentes químos. Veio para o Rio de Janeiro e ficou nas ruas , no bairro do Maracanã. Fez “biscates” como guardador de carros e passou a usar crack. O Sr. C. Mostrou-se lúcido durante a entrevista. Sr. Ad. Relata que teve uma infância “tranqüila” com pais atenciosos, mas com condições econômicas limitadas. Começou a usar maconha aos 14 anos, sem o conhecimento dos pais e aos 17 parou de estudar e entrou para o tráfico. Foi morar com outros rapazes. Ficou devendo ao tráfico e teve que abandonar o local e por não ter mais para onde ir, foi morar nas ruas, perto do Baixo Méier. Ficou fora das ruas durante um período em que trabalhou como ajudante de pedreiro, em uma obra na Rua Barão do Bom Retiro, no bairro do Engenho Novo, porém com o término da obra voltou para a rua. Relata que abordou uma senhora na rua para pedir dinheiro para “comer” e ela conversou com ele sobre a instituição, se oferecendo para leva-lo até la. Relata ter um coágulo na cabeça originário de uma pedrada que levou, não lembra o nome da medicação que estava usando. Sr. M.A. 36 anos, não fez relatos específicos sobre sua infância. Contou que teve uma vida normal, foi criado pela mãe e conviveu com os irmãos. Trabalhou com o tio em Ipanema. Começou a usar cocaína, álcool e tabaco após a morte da mãe e se desentendeu com a família e com sua companheira. Teve um relacionamento com F,, mãe de seus dois filhos, por mais ou menos oito anos. Durante esse período, conseguiu ficar limpo por nove meses. Na época, disse estar freqüentando igreja e não sabe porque da sua recaída. Foi para as ruas quando sua companheira o mandou embora, mas não perdeu o contato com ela, nem com os filhos. Ressalta que F. quer sua recuperação e aceitaria sua volta para casa. M.A. mostra preocupação inclusive com o fato de F. não saber onde ele se encontra e pede para avisá-la. Conclusão Somado a isso foram coletadas outras histórias nos documentários vistos e do livro Meninos do Crack, totalizando uma observação de 34 pessoas. Com isso podemos observar uma recorrência nas histórias apresentadas: 65%, 22 pessoas, dos usuários observados perdem o apoio da família exatamente na hora que mais precisam, quando estão dependente da droga. Já 78%, 26 pessoas, iniciam a dependência química por atritos na família, como a morte ou abandono de algum parente próximo ou alguma crise no lar. Com essa consideração, podemos observar que a maior parte do público alvo entrevitado e do projeto são de pessoas de baixa escolaridade e renda. 41 Produto Assim foi feito um estudo dos principais gênerosmação do projeto. Romance ( Amor - Compaixão) Uma pedra no meio do caminho Como produto, o projeto irá gerar uma animação 3D de aproximadamente 3 minutos e 40 segundos que tem como título: Uma pedra no meio do caminho. A opção encontrada é uma combinação das características de diferentes mídias, que em conjunto podem suprir a necessidade levantada. Uma narrativa audiovisual passa a informação com um potencial ainda não explorado na prevenção das drogas. A internet, a TV interativa permitem uma participação do espectador. Juntando essas peculiaridades podemos chegar animação onde o usuário é instigado a pensar diferente da grande massa imposta pela mídia atual, e assim pode colaborar como forma de um movimento na internet em redes sociais e site do projeto. Através do design essa reflexão será gerada pela emoção e a interação com o produto. 42 Terror ( Aflição - Apreensão) Ação ( Agitação - Energia ) Suspense ( Apreensão - Surpresa -Tensão) Humor Satírico ( Provocação - Reflexão - Cômico) Paródia (Comédia) Drama ( Reflexão – Tensão - Sofrimento) Essa analise aponta como melhor gênero para o projeto, o drama pois contem seu peso e seriedade para a informação, gerando a reflexão sobre o assunto com a carga dramática. Porém em combinação ocorre algumas quebras e provocações ao sistema e ao comportamento humano. Nessa quebra é buscada uma reflexão crítica sobre o tema, forçando o espectador a criar um movimento ativo em relação ao projeto Personalidades e Lineide tiveram sua personalidade mais detalhada antes de sua criação. Personagens A animação contém a presença de dois personagens principais, Isolino e Lineide. Como personagens secundários estão presentes: Maicon, amigo de Lino ; Tuca, traficante ; Cardoso, policial e Odete ; uma velhinha. Por serem os dois personagens principais Isolino Isolino 18 anos, introvertido, mais conhecido por Lino, é um carioca que nunca teve uma vida de regalias, mas com o esforço e o dinheiro suado arrecadado pela sua mãe, conseguia sobreviver. Porém, sempre almejou vôos maiores como os vistos na televisão. Nunca conheceu o seu pai, quando pergunta para Lineide, diz apenas que foi morar em outro estado, mas não fez mais contato. Sempre estudou em escola pública e conseguia notas razoáveis para sua aprovação. Desde pequeno sempre teve boa relação com sua mãe, com quem se afastou após o uso das drogas. Lino entrou nesse caminho através de um drama de um grande amigo seu que possuía uma vida estável, porém, após a morte de seu pai, perdeu seu rumo e buscou na cocaína uma saída para sua depressão. Influenciado pelo drama do amigo, Lino começou a utilizar a droga quando estava em sua companhia. Devido as suas condições financei43 ras e buscas por maiores efeitos passaram a utilizar o crack. Na chamada “pedra maldita” Lino se afundou e foi morar nas ruas conseguindo dinheiro às vezes de s bicos ou de pequenos furtos, sempre vivendo em função da próxima pedra. Lineide Mãe solteira de 53 anos, Lineide é costureira e sustenta as despesas da casa onde mora com seu filho. Seu marido a largou quando descobriu da gravidez, se mudando para outro estado subitamente sem deixar noticias e manter contato. Lineide largou a escola no segundo ano do primário, quando sua família passava grandes dificuldades financeiras. Assim precisou começar a trabalhar em tempo integral, para sobreviver. Mesmo sem ter completado o segundo grau a mãe sabe que o caminho para um bom sucesso na vida é o estudo, por isso sempre incentivou e buscou dar condições para que Lino sempre estivesse em uma escola. Atualmente, a costureira passa grande parte dos meses sem a companhia do filho que passou a viver nas ruas e volta em casa esporadicamente para pedir mais dinheiro e sustentar a dependência. 44 A vida de Lineide se resume em costurar e conversar com suas amigas da vizinhança procurando alguma notícia do filho pelas ruas. Argumento O curta inicia com uma tomada rápida dentro de uma casa com a mão de Lineide segurando um porta retrato com a foto de um jovem feliz e bem cuidado. Essa era a antiga aparência de Lino. O corte é feito para uma cena agitada na cidade onde Lino pratica mais um furto em busca de algum dinheiro para sustentar sua dependência. Após o furto, o menino troca o dinheiro conseguido por algumas pedras e se senta para usar. Entrando, sob efeito do crack, Lino fica elétrico e incia uma nova corrida para mais um assalto, que dessa vez é práticado sobre uma velhinha que esperava para atravessar o sinal. Após o roubo, Lino empurra cruelmente a idosa e corre largando a bolsa para trás, até encontrar um policial que o revista truculosamente e leva suas pedras de crack. Reclamando sobre o modo que o sistema é feito o policial deixa Lino ir embora. Desolado e sem sua droga, o jovem senta nas ruas e começa a refletir sobre o que fazer e como chegou naquela situação. Assim, pega um papel em seu bolso onde vê o endereço de um antigo amigo. Nesse momento, entra um slide show com uma voz em off contanto como a história de Lino chegou a esse ponto. Amigo de infância Maicon sempre foi um jovem muito companheiro até que um dia perdeu seu pai, pela violência da cidade. A partir desse dia, não suportando a dor da perda, Maicon começou a usar a cocaína para curar sua depressão. Vendo o amigo naquela situação e sem suportar a dor, Lino acabou entrando nessa também. Por questões financeiras e buscando novos efeitos os meninos testaram o uso do crack. E foi assim que pela violência, Lino acabou entrando para a própria. Nesse momento o menino volta a realidade e joga o papel com o telefone fora e começa a caminhar. As tomadas agora alternam entre a caminhada de Lino e as ações de Lineide dentro da casa, mostrando que o menino se dirige para o seu lar. Chegando em casa a mãe se surpreende ao vê-lo e corre para abraça-lo. Lino empurra a mãe que acaba caindo no chão, sem se importar ele revira a casa em busca de dinheiro, revoltado o jovem inicia uma serie de ações violentas quebrando a casa até o momento que se depara com um porta retratos com uma foto antiga sua. Nesse momento, o menino se choca com a realidade e percebe o estado que chegou. Lino pega seu retrato e compara com sua imagem atual no espelho, se irritando com a realidade o porta retrato é jogado longe que bate em sua mãe. Fragilizado pela situação Lino corre para abraçá-la no chão. 45 Storyboard Imagem 26 - Storyboard 46 Imagem 26 - Storyboard 47 Imagem 26 - Storyboard 48 Imagem 26 - Storyboard 49 Imagem 26 - Storyboard 50 Imagem 26 - Storyboard 51 Imagem 26 - Storyboard 52 Imagem 26 - Storyboard 53 Imagem 26 - Storyboard 54 Imagem 26 - Storyboard 55 Imagem 26 - Storyboard 56 Imagem 26 - Storyboard 57 Imagem 27 -Gráfico de tensão Gráfico de Tensão Para uma visualização gráfica do andamento da história foi feito um gráfico da tensão pelo tempo da animação. 58 Concept Art Esboços Os esboços foram trabalhados até atingir uma linguagem adequada para a familia de personagens. Imagem 28 - Esboços 59 60 Imagem 28 - Esboços Síntese Foram feitas variações na forma e na aplicação de sombras e linhas. A linguagem que melhor se adaptou a animação é com o rosto marcado e linhas retas. O rosto ao lado foi utilizado como base para o processo de modelagem 3d. Porém, antes foi feito um estudo de cor em cima do modelo escolhido. Feito esse primeiro esboço na coloração de Lino, o rascunho foi levado para o computador para um estudo formal. No ambiente 3D computadorizado foram feitas 19 variações em cima de uma cabeça modelo, baseado na ilustração ao lado. Imagem 29 - Esboço colorido 61 Imagem 30 - Estudo formal 3D - Visão Frontal 62 Sintese formal Os modelos feitos foram trabalhados de forma que fossem o mais diferents entre si, justamente para achar um caminho da linguagem futuramente escolhida para a animação. Após uma analise dos modelos foram escolhidos os números 14 para a forma de Lino e o número 13 para a cabeça de maicon. A diferença entre os amigos ficará bem evidenciada devo aos cabelos aplicados. Ambas apresentam linhas marcadas, porém a de Lino tem caracteristicas com o queijo e nariz mais fino do que Maicon, que possui traços que demonstram um comportamento mais bruto e castigado. Imagem 31 - Estudo formal 3D - Visão 3/4 63 Linguagem 64 Imagem 32 - Cidade Cartoon Para a animação foi utilizada a mistura de duas técnicas do universo 3d. Uma conhecida como Cel-Shading, com características “cartoon”, de cores chapadas, personagens caricaturados e um contorno marcado em volta dos objetos. Já a outra com detalhes de uma estética convencional que busca o realismo formal e o uso de texturas fotorealisticas e ressaltos de relevos , chamados de normal maps. Além dessa composiçao no contoruno dos personagens foi feita uma linha irregular, transimitindo a tensão do tema. Com essa composição obtive o resultado apresentado. Essa composição foi feita por uma adequação ao público jovem, através dos personagens caricatos porém com elementos e composição reais, aumentando a carga dramática da narrativa. Aliado a isso, o tema pede um embasamento real do cotidiano das cidades. Por isso as refências de fotos e o próprio mundo real são as mais adequadas ao tema. 65 Apresentação de Personagens Imagem 33 - Lino Drogado -Visão Frontal Lino dependente químico Personagem com aspecto desleixado e roupas simples. Apenas uma bermuda e uma camisa amassada compõem o figurino do personagem principal. Seu cabelo sofreu uma alteração no concept origianl, grande e descuidado, conseqüência do seu estilo de vida nos últimos meses. Imagem 34 - Lino Drogado-Visão 3/4 66 Imagem 35 -Lino Drogado- Corpo inteiro Imagem 36 - Lino Drogado - Paleta de cor 67 Imagem 37 - Lino -Visão Frontal Lino O personsonagem tem um visual mais cuidado, ainda não maltratado pelas ruas, seu cabelo é curto e arrumado. Imagem 38 - Lino -Visão 3/4 68 Imagem 39 -Lino - Corpo inteiro Imagem 40 - Lino - Paleta de cor 69 Imagem 41 - Lineide - Visão Frontal Lineide Dona de casa cabelos curtos, utiliza um simples vestido e sandália rasteirinha. Seu rosto apresenta sinais de tristeza e preocupação pela vida. Sua concepção original era magra, porém não passava o espirito maternal buscado na animação. A versão final trabalha uma silhueta maior e acrescenta um lenço na cabeça, traços de sua vida do lar. Imagem 42 - Lineide - Visão 3/4 70 Imagem 43 - Lineide - Corpo Inteiro Imagem 44 - Paleta de Cores - Lineide 71 Imagem 45 - Maicon Visão Frontal Maicon Jovem de traços fortes tem aparência castigada pela vida. Cabelos curtos e roupas do mesmo tipo das de Lino. Jovem que perdeu o pai, teve sua vida desviada do caminho natural. Imagem 46 - Maicon Visão 3/4 72 Imagem 47 - Maicon Corpo Inteiro Imagem 48 - Paleta de Cores Maicon 73 Imagem 49 - Tuca Visão Frontal Tuca Traficante que faz a venda das drogas na reagião. Utiliza apenas uma bermuda e armas e um tom agressivo e ameaçador com seus “clientes e comparsas”. Imagem 50 - Tuca Visão 3/4 74 Imagem 51 - Tuca Corpo inteiro Imagem 52 - Tuca Paleta de Cores 75 Imagem 53 - Cardoso Visão Frontal Cardoso Policial que aborda lino porém não pode detê-lo por ser usuário e não revendedor da droga. Carodoso tem uma abordagem truculenta, retem a droga e deixa Lino seguir sua vida. 76 Imagem 54 - Carodoso Visão 3/4 Imagem 55 - Cardoso Corpo inteiro Imagem 56 - Cardoso Paleta de Cores 77 Imagem 57 - Odete Visão Frontal Odete Odete é uma senhora calma e destraida que enquanto espera para atravessar a rua é atacada por Lino em um momento de fúria e busca por dinheiro Imagem 58 - Odete Visão 3/4 78 Imagem 59 - Odete Corpo inteiro Imagem 60 - Odete Paleta de Cores 79 Cenários Imagem 62- Cenário Rua Paleta de Cores Imagem 61 - Cenário Rua Versão 1 80 Cenário externo, se passa em uma cidade situada entre prédios e a favela. É onde acontece as ações de Lino em busca da droga. Cidade Imagem 63 - Cenário Rua Versão 2 81 Flashback Imagem 65 - Flashback Paleta de Cores Imagem 64 - Flashback 82 Flashbacks sao usados para explicar como Lino iniciou sua dependencia química . Nessa parte da animação é usado um tratamento próximo a sépia para passar a informação de fotos antigas. Casa Imagem 67 - Casa Lineide Paleta de Cores Imagem 66 - Casa Lineide Versão 1 O fim da história se ambienta dentro da casa de Lineide, possuí uma iluminação fraca e alguns sinais de desgaste nas paredes. 83 Imagem 68 - Casa Lineide Versão Atual 84 Detalhamento dos Cenários Imagem 69 - Cenário Versão 1 O processo de detalhemento nos cenários foi feito em etapas. De acordo com o tempo disponivel eram desenvolvidas novas versões, algumas focando no conceito dos objetos, outras em textura e iluminação Imagem 70 - Cenário Versão 2 85 Imagem 71 - Cenário Casa Lineide Versão Atual 86 Animatic 3d Após a produção de um primeiro animatic com as imagens do storyboard. Foi preciso produzir uma nova versão, agora já com os modelos 3D e cenários esquematizados. Os movimentos não são refinados mas já informam o timing da animação. Nessa etapa foram feitos os ajustes de timming da animação, possuindo um ritmo mais acelerado no início e e desacelarando no final. Através desse novo animatic foi possível perceber a necessidade de novas tomadas para que a comunicação fosse feita com clareza e a emoção intensificada. 87 Imagem 72 - Animatic 3D 88 Identidade Visual Paleta de cores O processo da criação da identidade visual foi iniciado com uma prancha com todas as tomadas da animação. Assim obtive a paleta de cores apresentada. O titulo produzido na parte de pesquisa estava muito extenso e com leitura prejudicada, por isso foram feitos novos estudos até o resultado de uma nova forma, mais compacta que passa melhor a mensagem da animação. Imagem 73 - Prancha de Cenas Imagem 74 - Paleta de cores título 89 Desesenvolvimento da logo 90 Imagem 75 - Estudo de Logos O logo atual passa o desequilibrio em sua forma, coma base menor que o topo e com inserções remetendo a desordem. A pedra é escrito em uma posição formal com referncia ao objeto sobre o caminho da vida. Esse caminho que é influênciado pela pedra, se encontra em uma aparente ordem com pequenos desvios, até a chegada da pedra. Imagem 76 - Logo Final As cores escolhidas foram as que apresentaram melhor legibilidade e aplicação podendo variar dentro da paleta de cores apresentada dependendo do suporte. 91 Desenvolvimento da capa Imagem 77 - Capa 1 A primeira versão da capa apresentava um arranjo de elementos pouco integrados entre si, além de imagens pequenas e de dificil reconhecimento. Variação de cores da primeira capa. 92 Imagem 78 - Capa 2 Imagem 79 - Capa 3 Imagem 80 - Capa 4 Novo modelo explorando uma melhor visualização e outras fotos priorizando a legibilidade. Outra versão que mistura a visiblidade buscada na capa anterior porém acrescentando elementos para um ambiente mais caótico, se aproximando do conceito da animação. 93 94 Ultima versão trabalhada com pequenas alterações da última capa explicada. Imagem 81 - Capa Atual Interface de Depoimentos Imagem 83 - Depoimento Wilton Jackson Imagem 82 - Tabela de Depoimentos Inicalmente pensado para ser parte da animação, depoimentos de histórias reais foram gravados para acrescentar um fator verídicto à história apresentada. Após a animação, uma tela com a foto de cada pessoa aparece e o usuário pode escolher qual depoimento assistir. Assim o Imagem 84 - Depoimento Claivander projeto adquiri um caracter mais abrangente, podendo ser alimentado por pessoas que assistirem a narrativa e se identificarem com a história. Para isso, basta o envio de seu depoimento filmado e ele será catalogado e inserido junto aos já presentes. 95 Edição Após muitas horas de render, foram feitos os ajustes e afeitos na edição. Essa etapa foi responsavel principalmente pelo efeito distorcido e confuso gerado no momento do uso da droga. Imagem 85 - Visão Distorcida 96 Sonorização A parte sonora foi desenvolvida separada em três partes : Efeitos, fala e trilha. A fala, incialmente gravada para fazer parte do animatic, foi aprovada e elogiada pelo público alvo, sendo adotada como definitiva. A trilha sonora é composta de musicas livres visando amplificar o sentimento desejado em cada cena. 97 Experimentação Através da experimentação na casa de recuperação Associação Solidaria Amigos da Betânia foi possivel um feedback de pessoas que vivênciaram histórias parecidas com a do projeto. Inicialmente pensada uma realização de entrevistas sobre a animação, foi feita uma roda de debates e os cinco internos além de duas assistentes sociais, debateram sobre o assunto com foco na animação. Em geral o resultado foi muito positivo, a fidelidade da história e o momento da alucinação foram os pontos mais elogiados, com destaque também para a fala . Um ponto comum que todos sentiram falta, foi alguma demonstração que a dependência começou no alcool além de no final do curta, ficar mais explicito que Lino pediu ajuda para a mãe. Imagem 86 - Experimentação 98 Distribuição NO MEIO DO CAMINHO Post 1 Imagem 87 - Mídias Sociais Com a implementação coloaborativa dos depoimentos, a distribuição tem papel fundamental para o sucesso do projeto. Essa divulgação será feita através das redes sociais com o auxilio de um blog que documenta as etapas da produc’ão do projeto.Todas elas com possiblidade de receber novos depoimentos dos espectadores. O curta também será inscrivo em diversos concursos, buscando uma maior visibilidade 99 Planejamento de Trabalho O fluxo de trabalho segue a ordem apresentada nos documentos de planejamento. Primeiro é olhado no cronograma a tarefa referente ao dia, feito isso as tarefas necessárias para a tomada são olhadas no planejamento de cenas. Após a geração de um render em baixa qualidade são anotados as modificações na tabela de ajustes. 100 Cronograma Imagem 88 - Cronograma Imagem 88 - Cronograma 101 Imagem 88 - Cronograma Imagem 88 - Cronograma 102 Planejamento de Cenas Imagem 89 - Planejamento de Cenas 103 Imagem 90 - Detalhes da Tomada Para uma noção da quantidade de trabalho que seria necessário para concluir o projeto, foi feito um planejamento de produção. Esse documento separa a animação em cenas e tomadas junto a um quadro que informa todas as ações presentes na tarefa: sons , animações, texturas iluminação e um tag que indica a emoção pretendida na tomada. 104 Tabela de Ajustes Imagem 91 - Tabela de Ajustes Depois da produção de uma cena é feita uma tabela que lista as mudanças a serem feitas, se ja foi renderizada e o tempo necessário para o render. 105 Conclusão Sempre tive um desejo de realizar um curta e agora estou podendo atingir esse objetivo passando por todas as etapas do processo, aprendendo bastante sobre novas metodologias que ainda não eram naturais em meu processo de projeto. Ao fim dessa jornada me sinto extremamente satisfeito com o resultado e o tempo dedicado ao produto. Posso dizer que me doei ao máximo para retribuir toda colaboração de orientação, professores e todas as outras pessoas envolvidas com o projeto. Por ter vivido tão intensamente essa conclusão de curso, afirmo que foi o momento que mais aprendi desde que entrei na faculdade. Uma das experiências únicas que tive nesse período foi a possiblidade de trabalhar em conjunto com uma realidade tão diferente da minha, e poder aprender e contruibir com esse grupo. Até o momento não tinha realmente projetado para alguém, hoje posso perceber a diferença de um projeto que passa por uma etapa de experimentação, agregando valores e tendo seu trabalho aprovado e validado. Desde a concepção da ideia tinha total dimensão da dificuldade do projeto, e o planejamento foi fundamental para que o andamento acontecesse como o estipulado. Imprevistos acontecem, mas precisam ser previstos. Precisei mudar a rotina muitas vezes para que o objetivo fosse atingido, mas hoje posso olhar e ter certeza que faria tudo novamente, com a mesma disciplina. O projeto tem potêncial para expansão além da disciplina trabalhando a questão da interação, onde pessoas que se identificam com a questão abordada se sentem motivadas a colaborar passando sua experiência adianta. Com muitas pessoas aderindo ao movimento, essa causa ganha força podendo chegar a meios de comunicação de massa como a televisão. Gostaria de terminar agradecendo novamente a todas as pessoas que fizeram parte desse processo, pois sem esse trabalho em conjunto, o resultado obtido não seria possível. 106 Bibliografia FELSCHERINOW, Christiane Vera. Eu, Christiane F, 13 anos Drogada e Prostituída. 44 ed . Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006 SORARES, L. E. ;PIMENTEL, R ; BATISTA, A. Elite da Tropa. Rio de Janeiro:Objetiva,2006. ZACCONE, Orlando. Acionistas do Nada.Rio de Janeiro:Revan,2007. Disponível em: < http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/11/267202.shtml > Acesso em 05/08/2010 às 15:30h Disponível em: <http://www.antidrogas.com.br/prevencao.php> Acesso em 04/08/2010 às 19:30h Disponível em: < http://www.meninosdocrack.com.br> Acesso em 10/08/2010 às 19:00h Disponível em: < http://www.historiadetudo.com/crack.html> Acesso em 20/09/2010 às 15:00h Disponível em: <http://observer.guardian.co.uk/drugs/story/0,,686503,00.html > Acesso em 20/09/2010 às 16:30h Disponível em: < http://www.historiadetudo.com/drogas.html> Acesso em 20/09/2010 às 15:00h Disponível em: < http://www.brasilescola.com/drogas/crack.htm> Acesso em 5/09/2010 às 19:00h 107 Lista de imagens Imagem 1 - Nuvem de palavras Imagem 2 - Livro Eu, Christiane F. Imagem 3 - Imagem do programa Profissão Repórter Imagem 4 - Livro Elite da Tropa Imagem 5 - Capa do documentário Falcão, meninos do trafico Imagem 6 - Livro Acionistas do nada Imagem 7 - Cortina de Fumaça Imagem 8 - Livro Meninos do crack Imagem 9 - Camapanha Crack nem Pensar Imagem 10 - Campanha Crack , quando pega alguém da sua família todos sofrem. Imagem 11 - Outdoor contra o crack Imagem 12 - Camapnha crack é cadeia ou caixão Imagem 13 - Animação viver sem drogas Imagem 14 - Camapanha Crack nem Pensar-RBS. Imagem 15 - Campanha Crack,ignorar é seu vício? Imagem 16 - Animação o monstro Imagem 17 - Gráfico sofre pesquisa realizada Imagem 18 - Camapanha contra metantetamina Imagem 19 - Filme UP! Imagem 20 - Jogo Prince of Persia Imagem 21 - The Simpsons Game Imagem 22 - Animação Meet Buck Imagem 23 - Filme 9, A salvação 108 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 24 25 26 27 28 29 30 Imagem 24 - Gráfico história da cocaínas Imagem 25 - Bases de Validação Acadêmica Imagem 26 - Storyboard Imagem 27 - Gráfico de Tensão Imagem 28 - Esboços Imagem 29 -Esboço colorido Imagem 30 - Estudo formal 3D - Visão Frontal Imagem 31 - Estudo formal 3D - Visão 3/4 Imagem 32 - Cidade Cartoon Imagem 33 - Lino Drogado-Visão Frontal Imagem 34 - Estudo formal 3D - Visão 3/4 Imagem 35 - Lino Drogado - Corpo Inteiro Imagem 36 - Lino Drogado - Paleta de cor Imagem 37 - Lino -Visão Frontal Imagem 38 - Lino - Visão 3/4 Imagem 39 - Lino - Corpo inteiro Imagem 40 - Lino - Paleta de cor Imagem 41 - Lineide - Visão frontal Imagem 42 - Lineide - Visão 3/4 Imagem 43- Lineide - Corpo Inteiro Imagem 44 - Lineide - Paleta de cor Imagem 45- Maicon - Visão frontal Imagem 46- Maicon - Visão 3/4 Imagem 47- Maicon - Corpo inteiro Imagem 48 -Maicon - Paleta de cor 34-36 37 46-57 58 59-60 61 62 63 64 66 66 67 67 68 68 69 69 70 70 71 71 72 72 73 73 Imagem 49- Tuca - Visão frontal Imagem 50 - Tuca - Visão 3/4 Imagem 51 - Tuca - Corpo Inteiro Imagem 52 - Tuca - Paleta de cores Imagem 53 - Cardoso - Visão frontal Imagem 54 - Cardoso - Visão 3/4 Imagem 55 - Cardoso - Corpo inteiro Imagem 56 - Cardoso - Paleta de cores Imagem 57 - Odete - Visão frontal Imagem 58 - Odete - Visão 3/5 Imagem 59 - Odete - Corpo inteiro Imagem 60 - Odete - Paleta de cores Imagem 61 - Cenário Rua versão 1 Imagem 62 - Cenário Rua paleta de cores Imagem 63 - Cenário Rua versão 2 Imagem 64 - Flashback Imagem 65 - Flashback paleta de cores Imagem 66 - Casa Lineide versão 1 Imagem 67 - Casa Lineide paleta de cores Imagem 68 - Casa Lineide versao 2 Imagem 69 - Cenário versão 1 Imagem 70 - Cenário versão 2 Imagem 71 - Cenário Casa Lineide Versão atual Imagem 72 - Animatic 3D Imagem 73 - Prancha de Cenas 74 74 75 75 76 76 77 77 78 78 79 79 80 80 81 82 82 83 83 84 85 85 86 88 89 Imagem 74 - Paleta de cores título Imagem 75 - Estudo de Logos Imagem 76 - Logo final Imagem 77 - Capa 1 Imagem 78 - Capa 2 Imagem 79 - Capa 3 Imagem 80 - Capa 4 Imagem 81 -Capa Atual Imagem 82 - Tabela de depoimentos Imagem 83 -Depoimento Clayvander Imagem 84 - Depoimento Wilton Jackson Imagem 85 -Visão Distorcida Imagem 86 - Experimentação Imagem 87 - Mídias Sociais Imagem 88 - Cronograma Imagem 89 - Planejamento de cenas Imagem 90 - Detalhes da tomada Imagem 91 - Tabela de ajustes 89 90 91 92 92 93 93 94 95 95 95 96 98 99 101 103 104 105 109