Mãos à Obra - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta
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Mãos à Obra - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta
Mãos à Obra Mãos à Obra Veículo Oficial de Divulgação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa | Ano X | nº 69 | Janeiro/Fevereiro 2010 Escassez de profissionais prejudica obras A falta de mão de obra qualificada tem seguido na contramão do bom período que passa a construção civil. No ano passado, 600 empresas do setor chegaram a gerar cerca de 5 mil empregos formais. P. 8 e 9 Revista terá 2ª edição no mês de abril Christopher Eudes 12 |Janeiro/Fevereito 2010 Catástrofes naturais causam preocupação em PG Ponta Grossa e região não conseguiram seguir ilesas às catástrofes naturais registradas nos dois primeiros meses do ano. O excesso de chuva provocou deslizamentos e alagamentos. Treze famílias tiveram as residências interditadas. A Defesa Civil de Ponta Grossa continua monitorando 17 áreas de risco. O engenheiro Hudson da Cunha Zanoni lembra que o profissional de engenharia tem a obrigação de estar atento à segurança e adequação ambiental. “A prevenção de catástrofes começa no projeto de uma obra, inclusive antevendo as piores possibilidades”, assinala. P. 10 e 11 A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) prepara para abril o lançamento da segunda edição da Revista de Engenharia e Tecnologia. A publicação terá cerca de 10 artigos científicos sobre diversas áreas da engenharia. P. 3 Jantar reúne engenheiros e arquitetos Um jantar dançante marcou a homenagem da AEAPG pela passagem do Dia do Engenheiro e Arquiteto, em dezembro. Durante o evento, foram homenageadas empresas, profissionais e associados que se destacaram no ano de 2009. P. 6 e 7 Mãos à Obra ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DE PONTA GROSSA DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE Engº Civil Sérgio Augusto Wosgrau VICE-PRESIDENTE Engº Civil Michel João Haddad Neto 1º SECRETÁRIO Engº Civil Acylino Luiz Chemin 2º SECRETÁRIO Engª Civil Ana Luiza Kubiak Tozetto 1º TESOUREIRO Engº Civil Helmiro Roberto Bobeck 2º TESOUREIRO Engº Civil Luiz Bobeck COMISSÕES CULTURAL E SERVIÇOS Engº Civil Paulo Roberto Domingues SOCIAL Engº Civil Osvaldo Thibes C. de Oliveira OBRAS Engº Civil Paulo Roberto Lacava ÉTICA Engº Civil Jairo Amado Amin PATRIMÔNIO Engº Civil Sedinei Rodrigues Ferreira ESPORTE Engº Civil Anderson Francisco Sikorski MEIO AMBIENTE Engª Civil Margolaine Giacchini RELAÇÕES PÚBLICAS Engº Eletricista João Luiz Kovaleski RELAÇÕES ESTUDANTIS Engº Civil Marcelo De Julio ASSESSORIA JURÍDICA Engº Civil Michel João Haddad Neto SEGURANÇA NO TRABALHO Engº Civil Celso Augusto Sant’Anna IMPRENSA Engº Civil Marco Aurélio Wilt CASA FÁCIL Engº Civil João Kovalechyn SECRETARIA EXECUTIVA Solange Lima dos Santos EXPEDIENTE O jornal “Mãos à Obra” é um veiculo de comunicação oficial de divulgação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa . www.aeapg.org.br Edição nº 69 – Janeiro / Fevereiro/2010 Ano X Circulação dirigida Responsável: ABC Projetos Jornalista: Alessandra Bucholdz MTB 3581/14/10v Fotos: Giovani Gouveia Tiragem: 2.000 exemplares Contato: (42) 3222-6652 e-mail: [email protected] Editorial O setor da indústria da construção civil foi um dos que menos sofreu com a última crise econômica e o que mais rápido retomou o crescimento. As perspectivas são favoráveis a um avanço ainda maior este ano, principalmente com o projeto governamental Minha Casa, Minha Vida e logo depois com as obras de infraestrutura para os mega eventos esportivos Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016. Apesar do cenário promissor, um antigo problema que sempre afligiu os construtores volta a aflorar: a carência de mão de obra qualificada. A construção civil sempre foi Mãos à Obra Engenheiros atuam na prevenção Preocupação com a segurança está no cerne da engenharia civil. População pode ajudar a reconhecer áreas de risco O problema da mão de obra Para determinados serviços – como acabamentos – o cenário já pode ser considerado grave vista pelos trabalhadores como uma válvula de escape para a solução de um problema imediato, de poder ter um trabalho sem qualificação. Não existem cursos de formação para profissionais da construção e muitos daqueles antigos profissionais que eram qualificados se aposentaram ou migraram para outros ramos de atividades devido à estagnação do setor por vários anos. Para determinados serviços, em especial os de acabamento, como instalação de pisos e revestimentos, o cenário já pode ser considerado grave. Em alguns casos tem ocorrido atrasos na entrega das obras, gerando transtornos para as construtoras e para os clientes. O setor empresarial e os poderes constituídos precisam tomar atitudes para que os trabalhadores, desde o servente de obras até o engenheiro, se sintam novamente atraídos pela construção civil. Nesse sentido, o investimento em qualificação e profissionalização, além de melhor remuneração e adequadas condições de trabalho, é ponto fundamental. Caso contrário, corre-se o risco de se gerar uma demanda sem ter condições de atendê-la. Artigo > Gerson Luiz Carneiro, engenheiro civil As catástrofes e a missão dos engenheiros R elembrando os vários desastres naturais que ocorreram no mundo nesses últimos anos, iniciando pelo Tsunami ocorrido em dezembro de 2004, originado por um terremoto no Oceano Índico com 8,9 pontos na Escala Richter, que devastou a Indonésia e mais 14 países; o Furacão Katrina em agosto de 2005, que chegou a categoria 5 na escala Saffir-Simpsom, com ventos acima de 280 km/h, e mais recentemente em janeiro deste ano o terremoto no Haiti que atingiu 7 graus na escala Richter e destruiu parte do País; fazem os brasileiros pensarem em que maravilhoso país estamos em que não somos atingidos por estas catástrofes. Nem sabemos corretamente o que representam estas escalas que acabamos de citar, porém no Brasil estamos afetos imediatamente a outros acidentes naturais que merecem a relevância dos notici- Janeiro/Fevereiro 2010 | 11 ários internacionais: em novembro de 2008 tivemos as enchentes no Estado de Santa Catarina, onde o caos e o desespero tomaram a população tanto quanto os eventos citados; nas primeiras horas deste ano, também devido a chuvas, ocorreu outro desastre envolvendo deslizamentos e soterramentos em Angra dos Reis; e, muito próximo, numa parte da região dos Campos Gerais, tivemos as enchentes em Sengés e Tomazina, também com um saldo grande de desabrigados e de imóveis inservíveis. Estas recordações são apenas para nos advertir que estamos afeto a uma série de eventos naturais que, com ou sem aviso prévio, podem transformar nossas vidas de uma hora para outra, sem distinção de classe social, sexo, credo, etc. Para que estes eventos desagradáveis não sejam por demais impactantes é que devemos nos preparar e auxiliar o poder público para que o mais rápido possível a vida volte ao curso normal. Uma forma de auxílio, principalmente dirigida aos profissionais de engenharia, é estarem sintonizados com as ações da Defesa Civil do Município e do Estado. A Defesa Civil é responsável pelo conjunto de ações preventivas, de socorro, assistencial e reconstrutiva, destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social. Cabe aos componentes da Defesa Civil, profissionais ou voluntários, o socorro e assistência às localidades atingidas por catástrofes ou eventos dos mais diversos, sejam causados por eventos naturais ou não. O profissional de engenharia tem papel importante tanto na ação emergencial no que tange a avaliações de risco de estruturas, solo, instalações, transportes, etc., como na avaliação de prejuízos e obras a executar como também em ações posteriores que venham a prevenir os acontecimentos já ocorridos, com estudos dos impactos ocorridos e ações minimizadoras dos subseqüentes acontecimentos similares. Não temos ainda terremotos no Brasil, porém estudos já determinam esta possibilidade, então matérias relacionando este fato com cálculos e materiais, são necessários para prevenir que edificações possam resistir. A obrigação do profissional de engenharia vai além da edificação confortável e funcional. É nosso dever projetar e executar com segurança e de forma a garantir proteção ou fácil abandono do usuário. Podemos ser responsáveis além da segurança das edificações, também dos usuários e das equipes de emergências que os atendem. P ara o engenheiro civil Hudson da Cunha Zanoni é obrigação do profissional de engenharia estar atento à segurança e adequação ambiental. “A prevenção de catástrofes começa no projeto de uma obra, inclusive antevendo as piores possibilidades”, assinala. Ele ressalta que após esta análise inicial o engenheiro iráelaborarosprojetosjácontemplando a questão da segurança, solicitar autorizações necessárias para a construção e, inclusive, firmar parceria com profissionais especializados. É tarefa do engenheiro também identificar áreas de risco e indicar as modificações que precisam ser feitas para que o terreno possa abrigar uma construção, seja ela residencial ou comercial. Para Zanoni, a segurança de uma obra não se resume à sua estrutura. “O local deve ser adequado e o entorno da construção deve ser observado para garantir a tranqüilidade de todos”, afirma. Segundo ele a preocupação com segurança é crescente. “O engenheiro precisa ter a competência de enxergar que em um determinado local existe a possibilidade de catástrofes”. A segurança está no cerne da engenharia e cada vez mais os profissionais estão incorporando a questão à sua rotina profissional. Mapa da destruição Nos dois primeiros meses de 2010 boa parte dos dias foram chuvosos em Ponta Grossa. Os maiores volumes de chuvas foram registrados de 10 a 14 de janeiro, e nos dias 09 e 10 de fevereiro. Ao todo, 13 famílias tiveram suas residências interditadas e sofreram perdas de grande valia. Nas áreas de maior risco houve alagamentos, deslizamento de terra e queda de muros. As principais regiões atingidas foram Sabará, Vila Mariana, Rio Verde, Vila Nova, Vila Santo Antônio, Vila DER, Vila Cristina, Bonsucesso e Santa Paula (parte velha). Foto: Christopher Eudes 2 | Janeiro/Fevereiro 2010 Mapeamento de áreas de risco e indicação de modificações em terrenos são medidas imprescindíveis Associação Brasileira divulga manifesto Ao final de 2009, foram realizados, simultaneamente, em Curitiba, o 1º Seminário Brasileiro sobre Catástrofes Naturais e Antropogênicas e o 1º Seminário Brasileiro de Engenharia Civil Emergencial. O evento, organizado pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis, reuniu profissionais para discutir as principais medidas de prevenção. Análise das causas de ocorrências recentes em diversos estados brasileiros, conceitos e prática de mapeamentos de risco e, principalmente, a apresentação de soluções foram alguns dos temas discutidos durante o Seminário sobre Catástrofes. Já no Seminário sobre Engenharia Civil Emergencial foram abordados aspectos práticos da qualificação profissional para este tipo de situação e sugestões para atendimento eficaz em catástrofes ou desastres. Após o término dos Seminários seus participantes divulgaram o Manifesto da Associação Brasileira de Engenheiros Civis sobre Prevenção de Catástrofes e Melhorias do Atendimento Emergencial. O documento traz em seu texto alertas referentes à necessidade de medidas preventivas e eficazes, indicação do mapeamento das áreas de risco, criação de um banco de dados e efetiva fiscalização municipal na expansão urbana, entre outros assuntos direcionados às administrações federal, estaduais e municipais. Preocupada também com a prevenção de catástrofes, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná disponibilizou em sua página oficial na Internet, uma lista de cuidados para que o cidadão possa se antecipar a diferentes situações, dentre elas, chuvas, enchentes, raios e a doenças como leptospirose. Cuidados De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Edmir de Paula, a população também pode auxiliar na identificação de áreas de risco. “Se os moradores prestarem atenção no escoamento da água no terreno, nas rachaduras da casa e sinais de deslizamento de terra muitos acidentes podem ser evitados”, diz. As pessoas também podem ajudar a prevenir alagamentos destinando o lixo corretamente, não deixando restos de construção civil em frente ao imóvel e podando as árvores. Quando deixados na rua estes resíduos entopem bueiros e impedem a vazão da água das chuvas. Mãos à Obra 10 | Janeiro/Fevereiro 2010 Mãos à Obra Catástrofes deixam rastro em PG Excesso de chuvas registrado no início do ano provocou deslizamentos de terra e alagamentos em vários pontos da cidade Christopher Eudes T sunamis, furacões, terremotos, avalanches e outras catástrofes tem destruído cidades inteiras e causado comoção mundial. Exemplo disso é o terremoto que devastou o Haiti deixando mais de 230 mil mortos em janeiro deste ano. Embora Ponta Grossa não tenha sido assolada por nenhum evento de grandes proporções também é vítima deste tipo de fenômeno. As principais catástrofes registradas no município são o deslizamento de terra e alagamentos em decorrência das chuvas. Nos meses de janeiro e fevereiro fortes chuvas castigaram a região prejudicando aproximadamente 120 pessoas, segundo estimativa da Defesa Civil do Município. “O diferencial destas precipitações é que elas se concentraram em alguns poucos bairros”, comenta o coordenador da entidade, Edmir de Paula. Ele explica que com o volume e a força da chuva condensados num único local, muitas casas foram destelhadas e houve queda de muros. Ao todo são 17 áreas que exigem o monitoramente constante, entre eles os bairros Santa Lúcia, Santa Marta, Sabará e Santa Paula. “Nestes locais existem encostas de morro onde a vegetação não con- O volume de chuvas em janeiro e fevereiro chegou a dificultar o tráfego pelas ruas da cidade Causas e conseqüências As catástrofes podem ser classificadas como naturais ou antropogênicas, isto é, causadas pela ação do homem. A combinação destes dois fatores pode ser desastrosa. Estes fenômenos já destruíram cidades, estados e até países inteiros com a sua força. Além de levar muitas vidas, as catástrofes podem abalar a estrutura socioeconômica de um país. Nos dias de hoje, o aqueci- ANIVERSÁRIOS JANEIRO 05/01 Edilson Sebastião Roth Batista 09/01 Jarbas Goes 12/01 Gerson Luiz Carneiro 12/01 Paulo Roberto de Oliveira Júnior 12/01 Konstanty Horodyski 16/01 Célio Augusto Stadler 18/01 Douglas Fanchin Taques Fonseca 19/01 Valdenir José Mandryk 22/01 Loriney Aparecida Voigt Machado de Souza 24/01 Jairo Amado Amin 29/01 Fernando Shigueo Horie 29/01 Marcos Francisco Tozetto 31/01 José Carlos da Silveira FEVEREIRO 01/02 Flávia Andrea Modesto 01/02 Olimar Carlos de Souza 02/02 03/02 04/02 04/02 06/02 10/02 valho 10/02 11/02 11/02 12/02 13/02 13/02 15/02 19/02 20/02 21/02 23/02 27/02 28/02 Klaus Werner Wedel Jonas Isidoro Schafranski Carlos Augusto Wosniacki João Luiz Kovaleski Luiz Antonio Krelling Rosângela Aparecida Tozetto CarRafael Gustavo Mansani Mário Augusto Ribas Mário Roberto Stinghen Hugo Marcelo Carneiro João Kovalechyn Moisés Remus Luiz Flávio de Moraes Barros Zoroastro Alves de Mello Neto Mário Barszcz Arnaldo Schasiepen Neto Roberto Frederico Merhy Plínio Vivan Filho Fernando Gutmann Egg mento global, a quantidade de lixo produzido e destinado de forma incorreta e a ocupação irregular de áreas consideradas de risco são os grandes vilões responsáveis por engrossar os números negativos destes fenômenos. Durante a 15ª edição da Conferência das Partes, realizada na Capital de Genebra, Copenhagen, no início de dezembro do ano passado, alguns dados expostos deixaram a opinião pública alarmada. Segundo Margareta Wahlstrom, responsável máxima pela Estratégia Internacional para Redução de Catástrofes (ISDR) das Nações Unidas, mais de 90% dos eventos registrados em 2009 estavam relacionados com o clima e afetaram 55 milhões de pessoas. O levantamento também apontou para um prejuízo econômico de US$ 15 bi lhões, mais de R$ 25 bilhões. segue mais conter a água das chuvas e o perigo de desabamento é grande”, conta Edmir. O coordenador relata ainda que cerca de 50 casas, localizadas nas proximidades, estão em estado de alerta. No momento a Defesa Civil está acompanhando oito famílias que residem em zona de alto risco. “Eles já estão conscientes de que precisam deixar suas casas em dias de chuva forte e só retornar quando o tempo melhora”, esclarece Edmir, salientando que esta não é a situação ideal. Para o coordenador da Defesa Civil, uma das maiores dificuldades é conscientizar a população que o local onde fixaram residência não é adequado. “Muitas vezes as pessoas não desejam se mudar para outros bairros e mesmo quando são desalojadas acabam retornando para sua moradia. O problema também é abordado pelo major Fernando Luiz Grunnt, do Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa. “Durante as chuvas algumas famílias foram retiradas devido ao perigo de alagamento, entretanto retornam ao local quando a situação volta à normalidade”, ressalta. Ele comenta que a situação é uma constante na proximidade de arroios e olhos d’água, como é o caso do bairro da Ronda. Revista eletrônica tem 2ª edição Lançamento acontecerá em abril, reunindo 10 artigos científicos Maria Salete: “a ideia é produzir publicações focadas em engenharia aeroportuária, ambiental e de produção” A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) lança no mês de abril a segunda edição da Revista de Engenharia e Tecnologia. A publicação compreende cerca de 10 artigos científicos sobre diversas áreas da engenharia. Com isso, a AEAPG espera contribuir para tornar as pesquisas realizadas nesta área do conhecimento acessíveis a toda comunidade. Maria Salete Vaz, coordenadora editorial da revista, explica que já existem diversos artigos selecionados para a publicação, inclusive para as próximas edições. “Além de estarmos recebendo uma grande quantidade de material, os artigos que chegam até nós são de alta qualidade”, comemora. Para o ano de 2010 estão programados outros dois volumes da Revista de Engenharia e Tecnologia. Além disso, Maria Salete salienta que estão sendo viabilizadas edições especiais. “A ideia é produzir publicações focadas em engenharia aeroportuária, ambiental e de produção”, ressalta. Embora estas edições ainda não possu- am uma data definida, a equipe editorial já possui artigos selecionados para elas. “A revista procura fugir de termos técnicos e do linguajar cientifico para que o conteúdo possa ser compreendido pelo público leigo”, reforça Maria Salete. Ela destaca que a quantidade de emails que a equipe editorial recebe comentando os artigos é prova de que este objetivo vem sendo alcançado. De acordo com ela, outra preocupação constante é manter o enfoque multidisciplinar da publicação. A Revista de Engenharia e Tecnologia é uma publicação eletrônica de periodicidade quadrimestral. A primeira edição foi lançada em novembro do ano passado contendo artigos sobre engenharia civil, agronômica, da computação e ambiental. O seu conteúdo pode ser acessado através do site www.revistaret.com.br. Para a viabilização do projeto, a AEAPG conta com o apoio de Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e diversas instituições de ensino superior brasileiras. Janeiro/Fevereiro 2010 | 3 Mãos à Obra 4 | Janeiro/Fevereiro 2010 Mãos à Obra AEAPG elege novos conselheiros O engenheiro civil Michel João Haddad Neto tomou posse em janeiro no Conselho do CREA/PR representando a entidade A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) escolheu seu novo representante para o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) do Paraná. Michel João Haddad Neto encabeçou chapa única e, juntamente com seu suplente, Paulo Roberto Domingues, foi avaliado e reconhecido pelos colegas como o representante legal da AEAPG no CREA. O engenheiro Jairo Amado Amin, representando a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), também assumiu uma cadeira no Conselho. Seu suplente é o engenheiro civil Ítalo Sérgio Grande. Os novos conselheiros toma- Michel João Haddad Neto representa a AEAPG Humor Jairo Amin é representante da UEPG no conselho ram posse no dia 11 de janeiro e devem permanecer no cargo por três anos. Para o engenheiro civil Michel João Haddad Neto é uma honra ser conduzido à condição de conselheiro titular. “Sabemos que a tarefa de conselheiro é árdua, mas nos dispusemos a esta missão e faremos todos os esforços necessários para que os objetivos traçados sejam atingidos”, salienta. Ele reforça que espera contar com o apoio dos colegas neste desafio e considera bemvindas todas as críticas e sugestões. Uma das maiores preocupações do novo conselheiro é com o fortalecimento da classe. “Temos como meta seguir buscando sempre a valorização da profissão, para que tenhamos profissionais aptos a atenderem as necessidades da sociedade”, destaca. Ele defende que a busca pela evolução técnica não se restringe a aqueles que já estão exercendo suas atividades nos diversos campos das engenharias, mas também nas escolas de formação para que os novos profissionais já adquiram esta capacitação. A cadeira da Associação no CREA foi ocupada nos dois últimos anos pelo engenheiro civil João Kovalechyn. “Ele demonstrou muita dedicação, competência e disposição no desempenho da função”, elogia Michel. Ele reforça que a atuação do antigo conselheiro é um exemplo a ser seguido. A eleição dos novos conselheiros aconteceu no dia 2 de dezembro e movimentou parte dos 314 associados da AEAPG. A proclamação do resultado aconteceu na mesma data. Os conselheiros tem como principal atribuição participar das discussões sobre fiscalização e acompanhamento de obras nas câmaras técnicas do CREA. Jairo Amin destaca integração entre CREA e AEAPG Jairo Amin, que também é diretor de Ética da AEAPG, reforça que a principal função do Conselho é fiscalizar o desempenho das atividades profissionais, relativas à categoria. O conselheiro apresenta como objetivo primordial a permanente manutenção da ligação entre a universidade e o Conselho, mantendo-a informada e levando as reivindicações, propostas e sugestões. Outra tarefa destacada por ele é o contato permanente com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa, bem como com a Inspetoria Regional do Conselho, lutando pela integração dessas entidades. Como desafios a serem enfrentados, o engenheiro aponta a valorização profissional através da luta constante pelos valores éticos e morais dentro da categoria. “Pretende-se ainda que estes conceitos e valores sejam trabalhados dentro do próprio sistema discente da instituição que representamos, nos diversos cursos que integram o sistema, objetivando a formação de uma geração de profissionais compromissados com a ética e com a manutenção da vida e do meio ambiente”, acrescenta. Janeiro/Fevereiro 2010 | 9 Sem qualificação custos aumentam Estimativa é que obras fiquem até 10% mais caras quando trabalhadores não tem preparo e profissionalismo adequado S egundo o gerente da Agência do Trabalhador, Antônio Laroca Neto, grande parte dos profissionais da construção civil atuantes no município são fruto de um aprendizado empírico, no qual se aprende o que os mais experientes ensinam. Para Laroca, tal atitude pode acarretar um prejuízo considerável à empresa. “Quando se utiliza mão de obra não qualificada, estima-se que 10% do valor investido na obra pode ser considerado de perda, desperdício de material, entre outros”, acrescenta. Como saída para tal situação, Laroca ressalta a importância do trabalho em conjunto entre o poder público e as empresas que atuam no setor. “A construção civil, assim como tantos outros O que mais empregou em 2009 SEGMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUANTIDADE Servente de obras 1440 Pedreiro 578 Auxiliar geral de conserv. de vias permanentes (exceto trilhos) 156 Eletricista de Instalações 151 Carpinteiro 117 Mestre de Obras (construção civil) 84 Trabalhadores de serv. de man. de edifícios e logradouros 80 Motorista de Caminhão 64 Pintor de Obras 58 Encanador 51 O que mais demitiu em 2009 SEGMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUANTIDADE Servente de obras 1255 Pedreiro 553 Auxiliar geral de conserv. de vias permanentes (exceto trilhos) 112 Carpinteiro 103 Eletricista de Instalações 99 Mestre de Obras (construção civil) 80 Motorista de Caminhão 71 Pintor de Obras 49 Pedreiro de Edificações 46 Trabalhadores de serv. de man. de edifícios e logradouros 43 Dados do Ministério do Trabalho segmentos, é uma balança. De um lado está a oferta, do outro, a procura. No centro encontram-se o poder público e privado, cujas ações devem estar em sintonia para que se atinja o equilíbrio necessário para a saúde do mercado”, complementa. Para o engenheiro civil Helmiro Roberto Bobeck, as parcerias são buscadas, mas a postura do profissional dificulta investimentos unilaterais por parte da empresa, pois ao proporcionar qualificação profissional ao trabalhador não se tem por parte deste, a garantia da fidelidade com a empresa. “Eles começam aprendendo a função do auxiliar e quando chegam ao cargo de pedreiro, abandonam a obra. Geralmente eles contam o tempo e as horas para receberem o seguro (desemprego) e no ins-tante que alcançam seus objetivos, partem para o trabalho autônomo” ilustra. Com 22 anos de experiência no setor, Bobeck acredita que tal postura está atrelada à possibilidade de um aumento na renda do empregado, mas também deixa clara a condição imposta às construtoras em função da falta de mão de obra qualificada. “Conheço casos de trabalhadores que já voltaram cinco vezes para a empresa. Eles preferem ganhar um pouco mais, sem a segurança do reistro profissional e por isso, se afastam para trabalhar por conta própria, porém, quando acaba o serviço, voltam para a construtora que, aqui em Ponta Grossa, tem insistido na política da porta aberta”, comenta. Mãos à Obra 8 | Janeiro/Fevereiro 2010 Falta de mão de obra gera transtorno Empresas não conseguem profissionais qualificados para trabalhar na construção civil. Muitos preferem o mercado informal N a contramão de uma crise que assombrou países e diversos segmentos da economia mundial, a construção civil, com estrutura de aço e muito concreto, seguiu sólida. Investimentos das mais altas cifras foram feitos na área e o país não parou de crescer, porém, empresários do setor com trabalhos em andamento na cidade de Ponta Grossa se queixam de um problema que vem sendo enfrentado há anos: a falta de mão de obra qualificada. De acordo com dados da Agência do Trabalhador durante o ano de 2007, aproximadamente 5 mil pessoas conquistaram um emprego no segmento da construção civil. A má notícia é que no mesmo ano, mais de 3,5 mil pessoas se afastaram do emprego. Isso significa que a diferença entre as admissões e os desligamentos é de apenas 1,5 mil em um mercado carente. Desta forma, as vagas abertas na construção civil acabam não sendo preenchidas. Tal fato é agravado pelo alto índice de evasão de funcionários. No ano seguinte, a situação pi- Em 2009 foram registradas mais de 5 mil vagas de trabalho na construção civil Admissões em 2009 DESCRIÇÃO Primeiro emprego Reemprego Reintegração Contrato de trabalho por tempo determinado Transferências TOTAL NUMERO DE TRABALHADORES 195 3123 0 64 0 3382 Desligamentos em 2009 DESCRIÇÃO Dispensados sem justa causa Dispensados com justa causa A pedido Término do Contrato Aposentadoria Morte Término do contrato de prazo determinado Transferências TOTAL NUMERO DE TRABALHADORES 1721 40 611 478 2 11 160 0 3023 Dados do Ministério do Trabalho orou. Em 2008, aproximadamente 3 mil pessoas foram contratadas. Em contrapartida, outras 2,5 mil deixaram o emprego. Os dados de 2009 são ainda mais alarmantes. Pouco mais de 3,3 mil foram admitidos em trabalhos na construção civil e cerca de 3 mil perderam o emprego. É possível perceber que o número de trabalhadores que se desligaram dos seus empregos na construção civil nos últimos anos é crescente. Entretanto, o número de contratações não apresenta o mesmo fôlego, pois existe falta de profissionais neste segmento. Em janeiro de 2009 existiam em Ponta Grossa pouco mais de 5 mil vagas de empregos formais na construção civil geradas por cerca de 600 empresas. A escassez da mão de obra é consequência de inúmeros fatores, dentre eles os mais relatados são a falta de qualificação e a própria postura do profissional. Neste setor é recorrente a história de trabalhadores que preferem buscar uma renda maior através do “bico” e de empregos temporários à estabilidade do trabalho com carteira assinada. Mão de obra feminina pode representar a solução O número de empregados no segmento da construção civil está escasso e parece ser consenso a necessidade de investir em qualificação profissional. Uma das soluções apontada pelo gerente da Agência do Trabalhador, Antonio Laroca Neto, é criação de cursos profissionalizantes com o objetivo de colocar no mercado trabalhadores capacitados. “Para isso é necessário haver a integração entre as construtoras e o poder público”, ressalta. O uso de mão de obra feminina na construção civil é outra possibilidade apontada por Laroca. Ele ressalta que para isso é preciso que estas profissionais estejam atentas ao mercado. “Acredito muito que ainda devo encontrar mulheres contribuindo com sua força de trabalho no segmento, principalmente em funções que exijam mais capricho, atenção e menos força braçal, porém, elas precisam se articular em sair em busca da qualificação”, Laroca. O engenheiro civil Paulo Domingues, proprietário da Construtora Esfinge, concorda que seja necessário recorrer ao segmento feminino para suprir a demanda. Ele cita como exemplos de serviços que podem ser executados pelas mulheres a instalação de azulejos, rejunte ou até mesmo, assentamento de blocos e tijolos. “Também acredito que a qualificação de mulheres para a construção civil seja benéfica para o setor, pois elas são mais caprichosas, atentas aos detalhes e é por isso que eu tenho certeza que seriam uma opção interessante”, declara Paulo. Mãos à Obra Janeiro/Fevereiro 2010 | 5 6 | Janeiro/Fevereiro 2010 Mãos à Obra Mãos à Obra Dia do Engenheiro e Arquiteto U m belíssimo jantar dançante marcou a homenagem da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa pela passagem do Dia do Engenheiro e Arquiteto, em 11 de dezembro. O evento aconteceu na sede da entidade e, como já é tradicional, foram homenageadas as empresas, profissionais e associados que se destacaram no ano de 2009. A VB Construção Civil Ltda., foi a Empresa Destaque. O engenheiro civil Nelson Luiz Madalozzo foi homenageado como Profissional Destaque. A professora Maria Salete Marcon Gomes Vaz é a Associada Honorária e o engenheiro civil Affonso Alves de Camargo Neto recebeu o título de Associado Honorário. O evento também prestou uma homenagem especial aos Associados Remidos 2009: engenheiros civis Mauro Oscar Ribas, Nelson Luiz Madalozzo, Ozires Alberti, Pedro Wosgrau Filho e Valfrido Antonio Martins, além do engenheiro químico Olimar Carlos de Souza. Uma homenagem especial foi prestada aos Associados Remidos 2009: Pedro Wosgrau Filho, Mauro Oscar Ribas e Nelson Luiz Madalozzo, com o presidente da Associação, Sérgio Augusto Wosgrau, Paulo Domingues e Helmiro Roberto Bobeck Margolaine Giacchini e a professora Maria Salete Marcon Gomes Vaz, homenageada como Associada Honorária José Ribamar Kruger, com a filha e a esposa Luciane Kruger, e Rosane e Helmiro Roberto Bobeck João Luiz Kovaleski fez a entrega da homenagem ao Associado Honorário, Affonso Camargo Tânia e Michel João Haddad Neto, com o Profissional Destaque, Nelson Madalozzo, e Josiane Madalozzo A VB Construção Civil Ltda., de Ylson de Britto Filho, foi homenageada como Empresa Destaque. O presidente da AEAPG, Sérgio Augusto Wosgrau, fez a entrega do troféu Elisabete e Jairo Amado Amin, com José Roberto e Iolanda Osnara e João Carlos Gomes, reitor da UEPG, a professora Maria Salete Marcon Gomes Vaz, que foi homenageada, e Vânia e Carlos Luciano Santana Vargas, vice-reitor da UEPG Silvianara Buss Laroca e Antônio Laroca Neto Janeiro/Fevereiro 2010 | 7
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