Mãos à Obra - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta

Transcrição

Mãos à Obra - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta
Mãos à Obra
Mãos à Obra
Veículo Oficial de Divulgação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa | Ano X | nº 69 | Janeiro/Fevereiro 2010
Escassez de
profissionais
prejudica obras
A falta de mão de obra qualificada
tem seguido na contramão do bom
período que passa a construção
civil. No ano passado, 600
empresas do setor chegaram a
gerar cerca de 5 mil empregos
formais. P. 8 e 9
Revista terá
2ª edição no
mês de abril
Christopher Eudes
12 |Janeiro/Fevereito 2010
Catástrofes naturais causam
preocupação em PG
Ponta Grossa e região não conseguiram seguir ilesas às catástrofes naturais registradas nos dois primeiros
meses do ano. O excesso de chuva provocou deslizamentos e alagamentos. Treze famílias tiveram as residências
interditadas. A Defesa Civil de Ponta Grossa continua monitorando 17 áreas de risco. O engenheiro Hudson
da Cunha Zanoni lembra que o profissional de engenharia tem a obrigação de estar atento à segurança e
adequação ambiental. “A prevenção de catástrofes começa no projeto de uma obra, inclusive antevendo as piores
possibilidades”, assinala. P. 10 e 11
A Associação dos Engenheiros
e Arquitetos de Ponta Grossa
(AEAPG) prepara para abril o
lançamento da segunda edição
da Revista de Engenharia e
Tecnologia. A publicação terá
cerca de 10 artigos científicos
sobre diversas áreas da engenharia. P. 3
Jantar reúne
engenheiros
e arquitetos
Um jantar dançante marcou a
homenagem da AEAPG pela
passagem do Dia do Engenheiro e Arquiteto, em dezembro. Durante o evento, foram
homenageadas empresas,
profissionais e associados que
se destacaram no ano de 2009.
P. 6 e 7
Mãos à Obra
ASSOCIAÇÃO DOS
ENGENHEIROS E
ARQUITETOS DE
PONTA GROSSA
DIRETORIA EXECUTIVA
PRESIDENTE
Engº Civil Sérgio Augusto Wosgrau
VICE-PRESIDENTE
Engº Civil Michel João Haddad Neto
1º SECRETÁRIO
Engº Civil Acylino Luiz Chemin
2º SECRETÁRIO
Engª Civil Ana Luiza Kubiak Tozetto
1º TESOUREIRO
Engº Civil Helmiro Roberto Bobeck
2º TESOUREIRO
Engº Civil Luiz Bobeck
COMISSÕES
CULTURAL E SERVIÇOS
Engº Civil Paulo Roberto Domingues
SOCIAL
Engº Civil Osvaldo Thibes C. de Oliveira
OBRAS
Engº Civil Paulo Roberto Lacava
ÉTICA
Engº Civil Jairo Amado Amin
PATRIMÔNIO
Engº Civil Sedinei Rodrigues Ferreira
ESPORTE
Engº Civil Anderson Francisco Sikorski
MEIO AMBIENTE
Engª Civil Margolaine Giacchini
RELAÇÕES PÚBLICAS
Engº Eletricista João Luiz Kovaleski
RELAÇÕES ESTUDANTIS
Engº Civil Marcelo De Julio
ASSESSORIA JURÍDICA
Engº Civil Michel João Haddad Neto
SEGURANÇA NO TRABALHO
Engº Civil Celso Augusto Sant’Anna
IMPRENSA
Engº Civil Marco Aurélio Wilt
CASA FÁCIL
Engº Civil João Kovalechyn
SECRETARIA EXECUTIVA
Solange Lima dos Santos
EXPEDIENTE
O jornal “Mãos à Obra” é um veiculo
de comunicação oficial de divulgação
da Associação dos Engenheiros e
Arquitetos de Ponta Grossa .
www.aeapg.org.br
Edição nº 69 – Janeiro /
Fevereiro/2010
Ano X
Circulação dirigida
Responsável: ABC Projetos
Jornalista: Alessandra Bucholdz
MTB 3581/14/10v
Fotos: Giovani Gouveia
Tiragem: 2.000 exemplares
Contato: (42) 3222-6652
e-mail: [email protected]
Editorial
O
setor da indústria da
construção civil foi um
dos que menos sofreu
com a última crise econômica
e o que mais rápido retomou o
crescimento. As perspectivas são
favoráveis a um avanço ainda
maior este ano, principalmente
com o projeto governamental
Minha Casa, Minha Vida e logo
depois com as obras de infraestrutura para os mega eventos
esportivos Copa do Mundo de
Futebol em 2014 e Jogos
Olímpicos em 2016. Apesar do
cenário promissor, um antigo
problema que sempre afligiu os
construtores volta a aflorar: a
carência de mão de obra
qualificada.
A construção civil sempre foi
Mãos à Obra
Engenheiros atuam na prevenção
Preocupação com a segurança está no cerne da engenharia civil. População pode ajudar a reconhecer áreas de risco
O problema da
mão de obra
Para determinados serviços
– como acabamentos –
o cenário já pode ser considerado grave
vista pelos trabalhadores como
uma válvula de escape para a
solução de um problema imediato,
de poder ter um trabalho sem
qualificação. Não existem cursos
de formação para profissionais
da construção e muitos daqueles
antigos profissionais que eram
qualificados se aposentaram ou
migraram para outros ramos de
atividades devido à estagnação do
setor por vários anos.
Para determinados serviços,
em especial os de acabamento,
como instalação de pisos e
revestimentos, o cenário já pode
ser considerado grave. Em alguns
casos tem ocorrido atrasos na
entrega das obras, gerando
transtornos para as construtoras e
para os clientes.
O setor empresarial e os
poderes constituídos precisam
tomar atitudes para que os
trabalhadores, desde o servente
de obras até o engenheiro, se
sintam novamente atraídos pela
construção civil. Nesse sentido, o
investimento em qualificação e
profissionalização, além de melhor
remuneração e adequadas condições de trabalho, é ponto fundamental. Caso contrário, corre-se
o risco de se gerar uma demanda
sem ter condições de atendê-la.
Artigo > Gerson Luiz Carneiro, engenheiro civil
As catástrofes e a missão dos engenheiros
R
elembrando os vários
desastres naturais que
ocorreram no mundo
nesses últimos anos, iniciando pelo
Tsunami ocorrido em dezembro de
2004, originado por um terremoto
no Oceano Índico com 8,9 pontos
na Escala Richter, que devastou a
Indonésia e mais 14 países; o
Furacão Katrina em agosto de
2005, que chegou a categoria 5 na
escala Saffir-Simpsom, com ventos
acima de 280 km/h, e mais recentemente em janeiro deste ano o
terremoto no Haiti que atingiu 7
graus na escala Richter e destruiu
parte do País; fazem os brasileiros
pensarem em que maravilhoso país
estamos em que não somos atingidos por estas catástrofes.
Nem sabemos corretamente o
que representam estas escalas que
acabamos de citar, porém no Brasil
estamos afetos imediatamente a
outros acidentes naturais que
merecem a relevância dos notici-
Janeiro/Fevereiro 2010 | 11
ários internacionais: em novembro
de 2008 tivemos as enchentes no
Estado de Santa Catarina, onde
o caos e o desespero tomaram a
população tanto quanto os eventos
citados; nas primeiras horas deste
ano, também devido a chuvas,
ocorreu outro desastre envolvendo
deslizamentos e soterramentos em
Angra dos Reis; e, muito próximo,
numa parte da região dos Campos
Gerais, tivemos as enchentes em
Sengés e Tomazina, também com
um saldo grande de desabrigados e
de imóveis inservíveis.
Estas recordações são apenas
para nos advertir que estamos afeto
a uma série de eventos naturais
que, com ou sem aviso prévio,
podem transformar nossas vidas de
uma hora para outra, sem distinção
de classe social, sexo, credo, etc.
Para que estes eventos
desagradáveis não sejam por
demais impactantes é que devemos
nos preparar e auxiliar o poder
público para que o mais rápido
possível a vida volte ao curso
normal. Uma forma de auxílio,
principalmente dirigida aos
profissionais de engenharia, é
estarem sintonizados com as ações
da Defesa Civil do Município e do
Estado.
A Defesa Civil é responsável
pelo conjunto de ações preventivas,
de socorro, assistencial e
reconstrutiva, destinadas a
evitar ou minimizar os desastres,
preservar o moral da população e
restabelecer a normalidade social.
Cabe aos componentes da
Defesa Civil, profissionais ou
voluntários, o socorro e assistência
às localidades atingidas por
catástrofes ou eventos dos mais
diversos, sejam causados por
eventos naturais ou não.
O profissional de engenharia
tem papel importante tanto na
ação emergencial no que tange a
avaliações de risco de estruturas,
solo, instalações, transportes, etc.,
como na avaliação de prejuízos e
obras a executar como também
em ações posteriores que venham
a prevenir os acontecimentos
já ocorridos, com estudos dos
impactos ocorridos e ações
minimizadoras dos subseqüentes
acontecimentos similares.
Não temos ainda terremotos
no Brasil, porém estudos já
determinam esta possibilidade,
então matérias relacionando este
fato com cálculos e materiais, são
necessários para prevenir que
edificações possam resistir.
A obrigação do profissional de
engenharia vai além da edificação
confortável e funcional. É nosso
dever projetar e executar com
segurança e de forma a garantir
proteção ou fácil abandono do
usuário. Podemos ser responsáveis
além da segurança das edificações,
também dos usuários e das equipes
de emergências que os atendem.
P
ara o engenheiro civil Hudson
da Cunha Zanoni é obrigação
do profissional de engenharia
estar atento à segurança e adequação
ambiental. “A prevenção de catástrofes começa no projeto de uma obra,
inclusive antevendo as piores possibilidades”, assinala. Ele ressalta que
após esta análise inicial o engenheiro
iráelaborarosprojetosjácontemplando a questão da segurança, solicitar
autorizações necessárias para a construção e, inclusive, firmar parceria
com profissionais especializados.
É tarefa do engenheiro também
identificar áreas de risco e indicar as
modificações que precisam ser feitas
para que o terreno possa abrigar uma
construção, seja ela residencial ou
comercial. Para Zanoni, a segurança
de uma obra não se resume à sua estrutura. “O local deve ser adequado e
o entorno da construção deve ser observado para garantir a tranqüilidade
de todos”, afirma.
Segundo ele a preocupação
com segurança é crescente. “O engenheiro precisa ter a competência
de enxergar que em um determinado local existe a possibilidade de
catástrofes”. A segurança está no
cerne da engenharia e cada vez mais
os profissionais estão incorporando
a questão à sua rotina profissional.
Mapa da destruição
Nos dois primeiros meses de 2010 boa parte dos dias foram chuvosos
em Ponta Grossa. Os maiores volumes de chuvas foram registrados
de 10 a 14 de janeiro, e nos dias 09 e 10 de fevereiro. Ao todo, 13
famílias tiveram suas residências interditadas e sofreram perdas de
grande valia. Nas áreas de maior risco houve alagamentos, deslizamento de terra e queda de muros. As principais regiões atingidas foram Sabará, Vila Mariana, Rio Verde, Vila Nova, Vila Santo Antônio,
Vila DER, Vila Cristina, Bonsucesso e Santa Paula (parte velha).
Foto: Christopher Eudes
2 | Janeiro/Fevereiro 2010
Mapeamento de áreas de risco e indicação de modificações
em terrenos são medidas imprescindíveis
Associação Brasileira
divulga manifesto
Ao final de 2009, foram realizados, simultaneamente, em Curitiba, o 1º Seminário Brasileiro sobre Catástrofes Naturais e Antropogênicas
e o 1º Seminário Brasileiro de Engenharia Civil
Emergencial. O evento, organizado pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis, reuniu
profissionais para discutir as principais medidas
de prevenção.
Análise das causas de ocorrências recentes
em diversos estados brasileiros, conceitos e
prática de mapeamentos de risco e, principalmente, a apresentação de soluções foram alguns
dos temas discutidos durante o Seminário sobre
Catástrofes. Já no Seminário sobre Engenharia
Civil Emergencial foram abordados aspectos
práticos da qualificação profissional para este
tipo de situação e sugestões para atendimento
eficaz em catástrofes ou desastres.
Após o término dos Seminários seus participantes divulgaram o Manifesto da Associação
Brasileira de Engenheiros Civis sobre Prevenção
de Catástrofes e Melhorias do Atendimento
Emergencial. O documento traz em seu texto
alertas referentes à necessidade de medidas preventivas e eficazes, indicação do mapeamento
das áreas de risco, criação de um banco de dados e efetiva fiscalização municipal na expansão
urbana, entre outros assuntos direcionados às
administrações federal, estaduais e municipais.
Preocupada também com a prevenção de
catástrofes, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná disponibilizou em sua página
oficial na Internet, uma lista de cuidados para
que o cidadão possa se antecipar a diferentes
situações, dentre elas, chuvas, enchentes, raios
e a doenças como leptospirose.
Cuidados
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Edmir de Paula, a população também pode
auxiliar na identificação de áreas de risco. “Se os moradores prestarem atenção no escoamento da água no terreno, nas rachaduras da casa e sinais de deslizamento de terra muitos
acidentes podem ser evitados”, diz.
As pessoas também podem ajudar a prevenir alagamentos destinando o lixo corretamente,
não deixando restos de construção civil em frente ao imóvel e podando as árvores. Quando
deixados na rua estes resíduos entopem bueiros e impedem a vazão da água das chuvas.
Mãos à Obra
10 | Janeiro/Fevereiro 2010
Mãos à Obra
Catástrofes deixam rastro em PG
Excesso de chuvas registrado no início do ano provocou deslizamentos de terra e alagamentos em vários pontos da cidade
Christopher Eudes
T
sunamis, furacões, terremotos, avalanches e outras
catástrofes tem destruído
cidades inteiras e causado comoção
mundial. Exemplo disso é o terremoto que devastou o Haiti deixando mais de 230 mil mortos em
janeiro deste ano. Embora Ponta
Grossa não tenha sido assolada
por nenhum evento de grandes
proporções também é vítima deste
tipo de fenômeno. As principais
catástrofes registradas no município são o deslizamento de terra e
alagamentos em decorrência das
chuvas.
Nos meses de janeiro e fevereiro
fortes chuvas castigaram a região
prejudicando aproximadamente
120 pessoas, segundo estimativa
da Defesa Civil do Município. “O
diferencial destas precipitações é
que elas se concentraram em alguns poucos bairros”, comenta o
coordenador da entidade, Edmir
de Paula. Ele explica que com o volume e a força da chuva condensados num único local, muitas casas
foram destelhadas e houve queda
de muros.
Ao todo são 17 áreas que exigem o monitoramente constante,
entre eles os bairros Santa Lúcia,
Santa Marta, Sabará e Santa Paula.
“Nestes locais existem encostas de
morro onde a vegetação não con-
O volume de chuvas em janeiro e fevereiro chegou a dificultar o tráfego pelas ruas da cidade
Causas e conseqüências
As catástrofes podem ser classificadas como naturais ou antropogênicas, isto é, causadas pela
ação do homem. A combinação
destes dois fatores pode ser desastrosa. Estes fenômenos já destruíram cidades, estados e até
países inteiros com a sua força.
Além de levar muitas vidas, as
catástrofes podem abalar a estrutura socioeconômica de um país.
Nos dias de hoje, o aqueci-
ANIVERSÁRIOS
JANEIRO
05/01 Edilson Sebastião Roth Batista
09/01 Jarbas Goes
12/01 Gerson Luiz Carneiro
12/01 Paulo Roberto de Oliveira Júnior
12/01 Konstanty Horodyski
16/01 Célio Augusto Stadler
18/01 Douglas Fanchin Taques Fonseca
19/01 Valdenir José Mandryk
22/01 Loriney Aparecida Voigt Machado
de Souza
24/01 Jairo Amado Amin
29/01 Fernando Shigueo Horie
29/01 Marcos Francisco Tozetto
31/01 José Carlos da Silveira
FEVEREIRO
01/02 Flávia Andrea Modesto
01/02 Olimar Carlos de Souza
02/02
03/02
04/02
04/02
06/02
10/02
valho
10/02
11/02
11/02
12/02
13/02
13/02
15/02
19/02
20/02
21/02
23/02
27/02
28/02
Klaus Werner Wedel
Jonas Isidoro Schafranski
Carlos Augusto Wosniacki
João Luiz Kovaleski
Luiz Antonio Krelling
Rosângela Aparecida Tozetto CarRafael Gustavo Mansani
Mário Augusto Ribas
Mário Roberto Stinghen
Hugo Marcelo Carneiro
João Kovalechyn
Moisés Remus
Luiz Flávio de Moraes Barros
Zoroastro Alves de Mello Neto
Mário Barszcz
Arnaldo Schasiepen Neto
Roberto Frederico Merhy
Plínio Vivan Filho
Fernando Gutmann Egg
mento global, a quantidade de lixo
produzido e destinado de forma
incorreta e a ocupação irregular
de áreas consideradas de risco são
os grandes vilões responsáveis por
engrossar os números negativos
destes fenômenos. Durante a 15ª
edição da Conferência das Partes,
realizada na Capital de Genebra,
Copenhagen, no início de dezembro
do ano passado, alguns dados expostos deixaram a opinião pública
alarmada.
Segundo Margareta Wahlstrom,
responsável máxima pela Estratégia Internacional para Redução
de Catástrofes (ISDR) das Nações
Unidas, mais de 90% dos eventos registrados em 2009 estavam
relacionados com o clima e afetaram 55 milhões de pessoas. O levantamento também apontou para um
prejuízo econômico de US$ 15 bi
lhões, mais de R$ 25 bilhões.
segue mais conter a água das chuvas e o perigo de desabamento é
grande”, conta Edmir. O coordenador relata ainda que cerca de 50 casas, localizadas nas proximidades,
estão em estado de alerta.
No momento a Defesa Civil
está acompanhando oito famílias
que residem em zona de alto risco.
“Eles já estão conscientes de que
precisam deixar suas casas em dias
de chuva forte e só retornar quando
o tempo melhora”, esclarece Edmir,
salientando que esta não é a situação ideal. Para o coordenador da
Defesa Civil, uma das maiores dificuldades é conscientizar a população que o local onde fixaram
residência não é adequado. “Muitas vezes as pessoas não desejam se
mudar para outros bairros e mesmo
quando são desalojadas acabam retornando para sua moradia.
O problema também é abordado pelo major Fernando Luiz
Grunnt, do Corpo de Bombeiros
de Ponta Grossa. “Durante as
chuvas algumas famílias foram retiradas devido ao perigo de alagamento, entretanto retornam ao
local quando a situação volta à normalidade”, ressalta. Ele comenta
que a situação é uma constante na
proximidade de arroios e olhos
d’água, como é o caso do bairro da
Ronda.
Revista eletrônica
tem 2ª edição
Lançamento acontecerá em abril, reunindo 10 artigos científicos
Maria Salete: “a ideia é produzir publicações focadas em engenharia
aeroportuária, ambiental e de produção”
A
Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG)
lança no mês de abril a segunda
edição da Revista de Engenharia e Tecnologia.
A publicação compreende cerca de 10 artigos
científicos sobre diversas áreas da engenharia.
Com isso, a AEAPG espera contribuir
para tornar as pesquisas
realizadas nesta área do
conhecimento acessíveis a
toda comunidade.
Maria Salete Vaz, coordenadora editorial da revista,
explica que já existem diversos
artigos selecionados para a publicação, inclusive para as próximas edições. “Além de estarmos
recebendo uma grande quantidade
de material, os artigos que chegam
até nós são de alta qualidade”, comemora.
Para o ano de 2010 estão programados outros dois volumes da Revista de Engenharia e
Tecnologia. Além disso, Maria Salete salienta
que estão sendo viabilizadas edições especiais.
“A ideia é produzir publicações focadas em engenharia aeroportuária, ambiental e de produção”,
ressalta. Embora estas edições ainda não possu-
am uma data definida, a equipe editorial já possui
artigos selecionados para elas.
“A revista procura fugir de termos técnicos e
do linguajar cientifico para que o conteúdo possa ser compreendido pelo público leigo”, reforça
Maria Salete. Ela destaca que a quantidade de emails que a equipe editorial
recebe comentando os artigos é prova de que este objetivo vem sendo alcançado. De acordo com ela, outra
preocupação constante é manter
o enfoque multidisciplinar da publicação.
A Revista de Engenharia e
Tecnologia é uma publicação
eletrônica de periodicidade
quadrimestral. A primeira
edição foi lançada em novembro do ano passado
contendo artigos sobre engenharia
civil, agronômica, da computação e ambiental.
O seu conteúdo pode ser acessado através do
site www.revistaret.com.br. Para a viabilização
do projeto, a AEAPG conta com o apoio de Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG),
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR) e diversas instituições de ensino superior brasileiras.
Janeiro/Fevereiro 2010 | 3
Mãos à Obra
4 | Janeiro/Fevereiro 2010
Mãos à Obra
AEAPG elege novos conselheiros
O engenheiro civil Michel João Haddad Neto tomou posse em janeiro no Conselho do CREA/PR representando a entidade
A
Associação dos Engenheiros
e Arquitetos de Ponta Grossa
(AEAPG) escolheu seu novo
representante para o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) do Paraná. Michel João
Haddad Neto encabeçou chapa única
e, juntamente com seu suplente, Paulo
Roberto Domingues, foi avaliado e reconhecido pelos colegas como o representante legal da AEAPG no CREA. O
engenheiro Jairo Amado Amin, representando a Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG), também assumiu uma cadeira no Conselho. Seu suplente é o engenheiro civil Ítalo Sérgio
Grande. Os novos conselheiros toma-
Michel João Haddad Neto
representa a AEAPG
Humor
Jairo Amin é representante da
UEPG no conselho
ram posse no dia 11 de janeiro e devem
permanecer no cargo por três anos.
Para o engenheiro civil Michel João
Haddad Neto é uma honra ser conduzido à condição de conselheiro titular.
“Sabemos que a tarefa de conselheiro é
árdua, mas nos dispusemos a esta missão e faremos todos os esforços necessários para que os objetivos traçados
sejam atingidos”, salienta. Ele reforça
que espera contar com o apoio dos
colegas neste desafio e considera bemvindas todas as críticas e sugestões.
Uma das maiores preocupações
do novo conselheiro é com o fortalecimento da classe. “Temos como meta
seguir buscando sempre a valorização da profissão, para que tenhamos
profissionais aptos a atenderem as
necessidades da sociedade”, destaca.
Ele defende que a busca pela evolução
técnica não se restringe a aqueles que
já estão exercendo suas atividades nos
diversos campos das engenharias, mas
também nas escolas de formação para
que os novos profissionais já adquiram
esta capacitação.
A cadeira da Associação no CREA
foi ocupada nos dois últimos anos pelo
engenheiro civil João Kovalechyn. “Ele
demonstrou muita dedicação, competência e disposição no desempenho
da função”, elogia Michel. Ele reforça
que a atuação do antigo conselheiro é
um exemplo a ser seguido. A eleição
dos novos conselheiros aconteceu no
dia 2 de dezembro e movimentou parte dos 314 associados da AEAPG. A
proclamação do resultado aconteceu
na mesma data. Os conselheiros tem
como principal atribuição participar
das discussões sobre fiscalização e
acompanhamento de obras nas câmaras técnicas do CREA.
Jairo Amin destaca
integração entre
CREA e AEAPG
Jairo Amin, que também é diretor de Ética da AEAPG, reforça que
a principal função do Conselho é fiscalizar o desempenho das atividades
profissionais, relativas à categoria. O
conselheiro apresenta como objetivo
primordial a permanente manutenção da ligação entre a universidade e
o Conselho, mantendo-a informada e
levando as reivindicações, propostas
e sugestões. Outra tarefa destacada
por ele é o contato permanente com a
Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa, bem como com
a Inspetoria Regional do Conselho,
lutando pela integração dessas entidades.
Como desafios a serem enfrentados, o engenheiro aponta a valorização
profissional através da luta constante
pelos valores éticos e morais dentro da
categoria. “Pretende-se ainda que estes
conceitos e valores sejam trabalhados
dentro do próprio sistema discente da
instituição que representamos, nos diversos cursos que integram o sistema,
objetivando a formação de uma geração de profissionais compromissados
com a ética e com a manutenção da
vida e do meio ambiente”, acrescenta.
Janeiro/Fevereiro 2010 | 9
Sem qualificação custos aumentam
Estimativa é que obras fiquem até 10% mais caras quando trabalhadores não tem preparo e profissionalismo adequado
S
egundo o gerente da
Agência do Trabalhador,
Antônio Laroca Neto,
grande parte dos profissionais
da construção civil atuantes
no município são fruto de um
aprendizado empírico, no qual se
aprende o que os mais experientes ensinam. Para Laroca,
tal atitude pode acarretar um
prejuízo considerável à empresa.
“Quando se utiliza mão de obra
não qualificada, estima-se que
10% do valor investido na obra
pode ser considerado de perda,
desperdício de material, entre
outros”, acrescenta.
Como saída para tal situação,
Laroca ressalta a importância
do trabalho em conjunto entre o
poder público e as empresas que
atuam no setor. “A construção
civil, assim como tantos outros
O que mais empregou em 2009
SEGMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
QUANTIDADE
Servente de obras
1440
Pedreiro
578
Auxiliar geral de conserv. de vias permanentes (exceto trilhos)
156
Eletricista de Instalações
151
Carpinteiro
117
Mestre de Obras (construção civil)
84
Trabalhadores de serv. de man. de edifícios e logradouros
80
Motorista de Caminhão
64
Pintor de Obras
58
Encanador
51
O que mais demitiu em 2009
SEGMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
QUANTIDADE
Servente de obras
1255
Pedreiro
553
Auxiliar geral de conserv. de vias permanentes (exceto trilhos)
112
Carpinteiro
103
Eletricista de Instalações
99
Mestre de Obras (construção civil)
80
Motorista de Caminhão
71
Pintor de Obras
49
Pedreiro de Edificações
46
Trabalhadores de serv. de man. de edifícios e logradouros
43
Dados do Ministério do Trabalho
segmentos, é uma balança. De
um lado está a oferta, do outro, a
procura. No centro encontram-se
o poder público e privado, cujas
ações devem estar em sintonia
para que se atinja o equilíbrio
necessário para a saúde do mercado”, complementa.
Para o engenheiro civil Helmiro
Roberto Bobeck, as parcerias
são buscadas, mas a postura
do profissional dificulta investimentos unilaterais por parte
da empresa, pois ao proporcionar qualificação profissional ao
trabalhador não se tem por parte
deste, a garantia da fidelidade
com a empresa. “Eles começam
aprendendo a função do auxiliar
e quando chegam ao cargo de
pedreiro, abandonam a obra.
Geralmente eles contam o tempo
e as horas para receberem o
seguro (desemprego) e no ins-tante
que alcançam seus
objetivos, partem para o trabalho
autônomo” ilustra.
Com 22 anos de experiência
no setor, Bobeck acredita que
tal postura está atrelada à possibilidade de um aumento na
renda do empregado, mas também
deixa clara a condição imposta às
construtoras em função da falta de
mão de obra qualificada. “Conheço
casos de trabalhadores que já voltaram cinco vezes para a empresa.
Eles preferem ganhar um pouco
mais, sem a segurança do reistro
profissional e por isso,
se afastam para trabalhar por conta
própria, porém, quando acaba o
serviço, voltam para a construtora
que, aqui em Ponta Grossa, tem insistido na política da porta aberta”,
comenta.
Mãos à Obra
8 | Janeiro/Fevereiro 2010
Falta de mão de obra gera transtorno
Empresas não conseguem profissionais qualificados para trabalhar na construção civil. Muitos preferem o mercado informal
N
a contramão de uma crise
que assombrou países e diversos segmentos da economia mundial, a construção civil, com
estrutura de aço e muito concreto,
seguiu sólida. Investimentos das
mais altas cifras foram feitos na área
e o país não parou de crescer, porém,
empresários do setor com trabalhos
em andamento na cidade de Ponta
Grossa se queixam de um problema
que vem sendo enfrentado há anos: a
falta de mão de obra qualificada.
De acordo com dados da Agência do Trabalhador durante o ano de
2007, aproximadamente 5 mil pessoas conquistaram um emprego no
segmento da construção civil. A má
notícia é que no mesmo ano, mais de
3,5 mil pessoas se afastaram do emprego. Isso significa que a diferença
entre as admissões e os desligamentos é de apenas 1,5 mil em um mercado carente. Desta forma, as vagas
abertas na construção civil acabam
não sendo preenchidas. Tal fato é
agravado pelo alto índice de evasão
de funcionários.
No ano seguinte, a situação pi-
Em 2009 foram registradas mais de 5 mil vagas de trabalho na construção civil
Admissões em 2009
DESCRIÇÃO
Primeiro emprego
Reemprego
Reintegração
Contrato de trabalho por tempo determinado
Transferências
TOTAL
NUMERO DE TRABALHADORES
195
3123
0
64
0
3382
Desligamentos em 2009
DESCRIÇÃO
Dispensados sem justa causa
Dispensados com justa causa
A pedido
Término do Contrato
Aposentadoria
Morte
Término do contrato de prazo determinado
Transferências
TOTAL
NUMERO DE TRABALHADORES
1721
40
611
478
2
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Dados do Ministério do Trabalho
orou. Em 2008, aproximadamente 3
mil pessoas foram contratadas. Em
contrapartida, outras 2,5 mil deixaram o emprego. Os dados de 2009 são
ainda mais alarmantes. Pouco mais
de 3,3 mil foram admitidos em trabalhos na construção civil e cerca de 3 mil
perderam o emprego. É possível perceber que o número de trabalhadores
que se desligaram dos seus empregos
na construção civil nos últimos anos
é crescente. Entretanto, o número de
contratações não apresenta o mesmo
fôlego, pois existe falta de profissionais neste segmento.
Em janeiro de 2009 existiam em
Ponta Grossa pouco mais de 5 mil
vagas de empregos formais na construção civil geradas por cerca de 600
empresas. A escassez da mão de obra
é consequência de inúmeros fatores,
dentre eles os mais relatados são a falta de qualificação e a própria postura
do profissional. Neste setor é recorrente a história de trabalhadores que
preferem buscar uma renda maior
através do “bico” e de empregos temporários à estabilidade do trabalho
com carteira assinada.
Mão de obra feminina
pode representar a solução
O número de empregados no segmento da
construção civil está escasso e parece ser consenso a necessidade de investir em qualificação
profissional. Uma das soluções apontada pelo
gerente da Agência do Trabalhador, Antonio
Laroca Neto, é criação de cursos profissionalizantes com o objetivo de colocar no mercado trabalhadores capacitados. “Para isso é necessário
haver a integração entre as construtoras e o poder público”, ressalta.
O uso de mão de obra feminina na construção civil é outra possibilidade apontada por
Laroca. Ele ressalta que para isso é preciso que
estas profissionais estejam atentas ao mercado.
“Acredito muito que ainda devo encontrar mulheres contribuindo com sua força de trabalho
no segmento, principalmente em funções que
exijam mais capricho, atenção e menos força
braçal, porém, elas precisam se articular em sair
em busca da qualificação”, Laroca.
O engenheiro civil Paulo Domingues, proprietário da Construtora Esfinge, concorda que
seja necessário recorrer ao segmento feminino
para suprir a demanda. Ele cita como exemplos de serviços que podem ser executados pelas
mulheres a instalação de azulejos, rejunte ou até
mesmo, assentamento de blocos e tijolos. “Também acredito que a qualificação de mulheres
para a construção civil seja benéfica para o setor,
pois elas são mais caprichosas, atentas aos detalhes e é por isso que eu tenho certeza que seriam
uma opção interessante”, declara Paulo.
Mãos à Obra
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Mãos à Obra
Mãos à Obra
Dia do Engenheiro e Arquiteto
U
m belíssimo jantar dançante marcou a homenagem da Associação
dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa pela passagem
do Dia do Engenheiro e Arquiteto, em 11 de dezembro. O evento
aconteceu na sede da entidade e, como já é tradicional, foram homenageadas as empresas, profissionais e associados que se destacaram no ano de
2009. A VB Construção Civil Ltda., foi a Empresa Destaque. O engenheiro
civil Nelson Luiz Madalozzo foi homenageado como Profissional Destaque.
A professora Maria Salete Marcon Gomes Vaz é a Associada Honorária e o
engenheiro civil Affonso Alves de Camargo Neto recebeu o título de Associado Honorário. O evento também prestou uma homenagem especial aos
Associados Remidos 2009: engenheiros civis Mauro Oscar Ribas, Nelson
Luiz Madalozzo, Ozires Alberti, Pedro Wosgrau Filho e Valfrido Antonio
Martins, além do engenheiro químico Olimar Carlos de Souza.
Uma homenagem especial foi prestada aos Associados Remidos 2009: Pedro Wosgrau Filho, Mauro
Oscar Ribas e Nelson Luiz Madalozzo, com o presidente da Associação, Sérgio Augusto Wosgrau,
Paulo Domingues e Helmiro Roberto Bobeck
Margolaine Giacchini e a professora Maria Salete Marcon
Gomes Vaz, homenageada como Associada Honorária
José Ribamar Kruger, com a filha e a esposa
Luciane Kruger, e Rosane e Helmiro Roberto Bobeck
João Luiz Kovaleski fez a entrega da homenagem
ao Associado Honorário, Affonso Camargo
Tânia e Michel João Haddad Neto, com o Profissional
Destaque, Nelson Madalozzo, e Josiane Madalozzo
A VB Construção Civil Ltda., de Ylson de Britto Filho, foi
homenageada como Empresa Destaque. O presidente da
AEAPG, Sérgio Augusto Wosgrau, fez a entrega do troféu
Elisabete e Jairo Amado Amin, com José Roberto e Iolanda
Osnara e João Carlos Gomes, reitor da UEPG, a professora
Maria Salete Marcon Gomes Vaz, que foi homenageada, e
Vânia e Carlos Luciano Santana Vargas, vice-reitor da UEPG
Silvianara Buss Laroca e Antônio Laroca Neto
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