Análise do Potencial de Integração Produtiva e

Transcrição

Análise do Potencial de Integração Produtiva e
Análise do Potencial de Integração Produtiva e
Desenvolvimento de Serviços Logísticos de Valor
Agregado de Projetos da IIRSA (IPrLg)
Aplicação ao Grupo 5 de Projetos do Eixo de
Integração e Desenvolvimento Interoceânico
Central
Novembro 2009
www.iirsa.org
Análise do Potencial de
Integração Produtiva
e Desenvolvimento de Serviços Logísticos
de Valor Agregado
Grupo de Projetos 5
Eixo Interoceânico Central
Novembro 2009
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Índice
Índice .............................................................................................................................. 2
Lista de participantes da aplicação................................................................................. 4
1. Área de influência do GP5 do Eixo Interoceânico Central ....................................... 8
1.1
Estado atual dos projetos do grupo ........................................................... 8
1.2
Critérios utilizados para a delimitação da área de influência ................... 10
1.3
A área de influência ................................................................................. 10
1.3.1
Bolívia ...................................................................................................... 11
1.3.2
Chile ......................................................................................................... 12
1.3.3
Peru ......................................................................................................... 13
2. Caracterização geral da área de influência ........................................................... 14
2.1
Características sociodemográficas .......................................................... 14
2.1.1
Dados sociodeomográficos da região boliviana da área de influência .... 16
2.1.2
Dados sociodeomográficos da região chilena da área de influência ....... 16
2.1.3
Dados sociodeomográficos da região peruana da área de influência ..... 17
2.2
Indicadores da atividade econômica........................................................ 18
2.2.1
Região boliviana da área de influência .................................................... 18
2.2.2
Região chilena da área de influência ....................................................... 39
2.2.3
Região peruana da área de influência ..................................................... 58
2.3
Infraestrutura existente na área de influência .......................................... 70
2.3.1
Infraestrutura viária boliviana ................................................................... 72
2.3.2
Infraestrutura viária chilena...................................................................... 72
2.3.3
Infraestrutura viária peruana .................................................................... 73
2.3.4
Infraestrutura ferroviária boliviana ........................................................... 74
2.3.5
Infraestrutura ferroviária chilena .............................................................. 75
2.3.6
Infraestrutura ferroviária peruana ............................................................ 75
2.3.7
Rede fluvial boliviana ............................................................................... 77
2.3.8
Portos marítimos da área de influência ................................................... 79
2.3.9
Aeroportos da área de influência ............................................................. 82
2.3.10 Zonas francas e centros de exportação, transformação, indústria,
comercialização e serviços (CETICOS)................................................... 83
2.3.11 Projetos de plataformas logísticas ........................................................... 86
3. Setores econômicos considerados na análise ...................................................... 89
3.1
Fornecedores de serviços e insumos para a mineração ......................... 90
3.2
Plataforma logística e de serviços para o comércio internacional ........... 91
3.3
Açúcar (Bolívia) – biscoitos (Peru)........................................................... 91
3.4
Algodão (Bolívia) – fiações (Peru) ........................................................... 91
3.5
Sucata (Bolívia) – arames (Peru)............................................................. 95
3.6
Torta de soja (Bolívia) – alimentos balanceados (Peru) .......................... 99
3.7
Couro (Bolívia) – artesanatos e manufaturas (Peru) ............................. 105
3.8
Leite (Bolívia) – laticínios (Peru) ............................................................ 106
3.9
Madeira (Bolívia) – móveis (Chile) ......................................................... 108
3.10
Especiarias e azeitonas (Chile-Peru)..................................................... 111
3.11
Outros setores analisados ..................................................................... 115
4. Impacto do grupo de projetos, recomendações e plano de ação indicativo ........ 117
4.1
Integração produtiva .............................................................................. 117
4.2
Desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado .................. 120
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Introdução
No contexto do treinamento e aplicação da metodologia para a análise do potencial de
integração produtiva (IPr) e de desenvolvimento de serviços logísticos de valor
agregado (SLVA) da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sulamericana (IIRSA), técnicos dos Governos da Bolívia, Chile e Peru foram convocados
para realizarem uma aplicação piloto sobre o grupo de projetos 5 (GP5) do Eixo
Interoceânico Central (Figura 1).
A partir de um primeiro workshop realizado em Lima em dezembro de 2008, as
equipes técnicas elaboraram relatórios caracterizando a área de influência (AI)
beneficiada pelos projetos IIRSA correspondentes a cada um dos três países.
Acompanhando as diretrizes da metodologia, estes relatórios informam os critérios
utilizados para a delimitação da área de influência, descrevem a área do ponto de vista
socioeconômico, produtivo e de infraestrutura e reúnem informações relevantes sobre
os setores com potencial de integração produtiva que foram selecionados para a
análise durante o workshop de Lima. Os resultados preliminares da caracterização
foram apresentados e analisados em um segundo workshop realizado em Arica no
mês de abril de 2009, e o trabalho de campo foi preparado sobre essa base.
Após um trabalho de campo que consistiu na realização de entrevistas junto a atores
chave dos setores selecionados, em junho de 2009, em Santa Cruz de la Sierra, as
equipes nacionais dos três países elaboraram conclusões sobre o potencial de IPr e
desenvolvimento de SLVA derivado do grupo de projetos.
O presente documento é uma consolidação do trabalho realizado por cada uma das
equipes nacionais e o resultado do workshop de Santa Cruz de la Sierra. Este
documento visa a oferecer uma visão unificada da área de influência em sua
totalidade, as conclusões sobre o potencial de IPr e desenvolvimento dos SLVA e
enunciar recomendações sobre um plano de ação para a promoção da IPr e do
desenvolvimento dos SLVA.
Cabe mencionar que os relatórios e apresentações realizados pelas equipes nacionais
contêm maior grau de detalhe sobre os temas tratados e aspectos particulares de
cada país. Estes documentos podem ser consultados em www.iirsa.org/iprlg.asp.
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Lista de participantes da aplicação
Equipe Nacional da Bolívia
Alfredo Calasich Canaviri
William Torres Montano
Emilio Rodas
Ciro Rodriguez Lozano
Daniela Pilar Zambrana
Chavarria
Guillermo Rubin de Celis Telleria
Alberto Luis Aguilar Calle
Walter Apaza
José María Arancibia Maldonado
María Esther Hinojosa Garcia
Coordenador da equipe - Responsável pelas Políticas de
Transporte, Ministério das Obras Públicas, Serviços e
Habitação
Especialista em Processos Produtivos
Diretor Geral de Transporte Terrestre, Fluvial e Lacustre,
Ministério das Obras Públicas, Serviços e Habitação
Especialista em Desenvolvimento Rural, Representante de
Unidade de Planejamento do Instituto Nacional de Inovações
Agropecuárias e Florestais (INIAF)
Setorialista de Transporte, Ministério de Planejamento do
Desenvolvimento
Especialista em Infraestrutura, Ministério das Obras
Públicas, Serviços e Habitação
Prefeito e Comandante Geral do Departamento de Oruro
Técnico Responsável pelo Projeto "Oruro Puerto Seco"
Técnico Supervisor do Estudo Projeto "Oruro Puerto Seco"
Assistente de pesquisa
Equipe Nacional do Chile
Christian López Gárnica
Jaime Román Castillo
María Francisca Zapata Olivares
Ximena Krause Monsalve
Gabriel Araneda González
Carlos Roberto Behnke
Gutiérrez
Gloria Muñoz
Francisco Concha
Róbinson Gallardo
Guillermo Reyes
Roberto Herrera
Roxana Belaúnde
Jaime Valdés Castro
Coordenador da equipe, Chefe do Departamento de Estudos
- Direção Nacional de Planejamento, Ministério das obras
Públicas (DIRPLAN-MOP)
Especialista em Logística, Ministério de Transportes e
Telecomunicações
Especialista em Cadeias Produtivas, Direção Geral das
Relações Econômicas Internacionais, Ministério das
Relações Exteriores
Especialista em Infraestrutura, Chefe do departamento de
Planos de Infraestrutura Viária, Direção Viária, MOP
Divisão de Estudos e Desenvolvimento, Ministério de
Transportes e Telecomunicações
Engenheiro Civil, DIRPLAN-MOP
Responsável pelo SIG, Direção Viária, MOP
Diretor Regional de Planejamento, Região de Arica e
Parinacota, DIRPLAN-MOP
Chefe de Projeto Corredores Internacionais, Direção Viária,
MOP
Coordenador da Agência Regional de Desenvolvimento
Produtivo, Região de Arica e Parinacota
Executivo de Projetos CORFO (Corporação de Fomento da
Produção), Região de Arica e Parinacota
ProChile Região de Arica e Parinacota
Assistente de Pesquisa
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Equipe Nacional do Peru
Jorge Bayona
Coordenador Nacional IIRSA Peru, Ministério das Relações
Exteriores
Henry Zaira Rojas
Coordenador da equipe, Ministério de Transportes e
Comunicações (MTC)
Omar Linares Quiroz
Especialista em Logística, Assessor do Escritório Geral de
Planejamento e Orçamento, MTC
Adrián Lazo Díaz
Especialista em Processos Produtivos, Diretor do Escritório
de Planejamento, MTC
Juan Cárdenas Fernández
Especialista em Infraestrutura, Assessor do Escritório Geral
de Planejamento e Orçamento, MTC
Gabriela Mendoza Azpur
Equipe de Logística e Transporte, MTC
Carolina Loo Arancibia
Equipe de Logística e Transporte, MTC
Vicente Gutiérrez Mendoza
Equipe de Logística e Transporte, MTC
Gladys Villanueva Reyes
Equipe de Logística e Transporte, MTC
Consultores
Marcel Barceló
Rinaldo Barcia Fonseca
Especialista em Logística
Especialista em Processos Produtivos
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Definições
Os conceitos de integração produtiva e serviços logísticos de valor agregado podem
ter diversas acepções. Para efeitos da aplicação da metodologia de avaliação do
potencial de IPr e desenvolvimento de SLVA derivado dos grupos de projetos IIRSA,
são estabelecidos os significados a seguir:
A integração produtiva regional 1 (IPr) é definida como o processo de maior
especialização produtiva dos países integrados. Esta se produz mediante a criação e o
fortalecimento de vínculos produtivos para trás e/ou diante em cadeias produtivas
cujos elos estão situados em dois ou mais países da região.
A implantação de infraestruturas que aumentam ou facilitam o contato entre os países
pode estimular a integração produtiva, porquanto aproxima espaços econômicos,
reduz barreiras físicas ao comércio e alarga a dimensão dos mercados.
Encadeamentos produtivos são as relações comerciais permanentes que se
estabelecem entre duas ou mais unidades produtivas localizadas em diferentes
países, especializadas em diferentes fases de uma cadeia produtiva que gera uma
família de bens.
Serviços Logísticos de Valor Agregado (SLVA) são o conjunto de operações que
adicionam valor comercial, sem alterar a natureza do produto, e que vão além do
transporte e da armazenagem. Por exemplo, consolidação e desconsolidação de
cargas, rotulagem, classificação, controle de qualidade, montagem e desmontagem,
fracionamento, embalagem e acondicionamento, preparação de encomendas do
varejo, preparação de documentação, etc.
Entende-se por SLVA quando as operações mencionadas não são consubstanciais
com a cadeia produtiva (logística individualizada) e são aplicadas a diferentes famílias
de produtos que dividem infraestruturas e serviços (logística diversificada).
"Logística individualizada" refere-se a matérias-primas, produtos semielaborados e
inclusive produtos acabados, de origem mineral (ferro, carvão, alumínio, cimento, etc.)
ou vegetal (soja, cereais, madeira, etc.) que são mobilizados como granéis ou
semigranéis, para os quais existe um tratamento logístico dedicado e uma estrutura da
cadeia relativamente simples, com poucos atores ao longo de seu desenvolvimento, e
escassas integrações com outras cadeias; neste caso, a cadeia coincide
completamente com a família logística, independente de que em um mesmo corredor
intervenham múltiplos agentes produtores ou transformadores do produto.
Para a logística diversificada, é relevante que a função logística seja independente da
produção e que constitua um negócio de interesse para operadores especializados.
Os exemplos neste último caso podem ser muito variados, com destaque, em virtude
de sua complexidade, para as cadeias associadas aos setores têxtil e de calçado,
1
Em geral, a bibliografia refere-se à integração produtiva como uma ferramenta de competitividade baseada na
complementação de especialidades de diferentes empresas ou operadores econômicos através da integração dos
processos produtivos. Para efeitos desta metodologia, interessa especialmente que diferentes etapas dos processos
produtivos sejam desenvolvidas em diferentes países vinculados através de projetos de infraestrutura do portfólio
IIRSA.
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automotivo, de alimentos e não duráveis em geral, químicos, produtos de consumo
massivo e domésticos, e papel, entre outros.
Figura 1 - Grupos de projetos do Eixo Interoceânico Central
Grupo 5: Conexões do Eixo ao
Pacífico: Ilo-Matarani-DesaguaderoLa Paz + Arica - La Paz + Iquique Oruro-Cochabamba-Santa Cruz
Grupo 4: Conexão
Santa Cruz-Cuiabá
Grupo 1: Conexão ChileBolívia-Paraguai-Brasil
Grupo 3: Conexão Santa
Cruz-Puerto Suárez-Corumbá
Grupo 2: Otimização do
corredor Corumbá-São PauloSantos-Rio de Janeiro
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1. Área de influência do GP5 do Eixo Interoceânico Central
1.1 Estado atual dos projetos do grupo
Os projetos que integram o Grupo 5 do Eixo Interoceânico Central são apresentados
na Figura 2. Quanto à última atualização dos mapas de projetos disponíveis em
www.iirsa.org/proyectos, três novos projetos foram adicionados, para os quais ainda
não foram realizadas as correspondentes fichas:



Concessão do aeroporto de Iquique;
Plataforma logística em Arequipa (área de distribuição);
Construção de dupla faixa concessionada: aeroporto Diego Aracena-Iquique.
Em junho de 2009, o estado de execução dos projetos do GP5 é o seguinte:
Tabela 1 - Estado de execução dos projetos do GP5
Etapa Projetos
Montante (em US$)
Concluído 4 50.000.000 Em execução
6 222.000.000 Pré‐execução
4 943.100.000 Perfil 4 234.300.000 Sem dados 3 0 Total geral 21 1.449.400.000 2
Figura 2 - Projetos do GP5 do Eixo Interoceânico Central
2
Não são incluídos os montantes dos projetos IOC 69 e IOC 71 que não se encontram atualizados no site da IIRSA.
Os montantes mencionados na Tabela 2 foram contribuição da equipe nacional chilena.
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Pavimentação
Tacna- CandarabeHumajalzo
Reabilitação da
Estrada de Ferro AricaLa Paz (trecho chileno)
Melhoria do
Aeroporto de Tacna
Reabilitação Rodovia
Arica-Tambo Quemado
Reabilitação Panamericana Sul
(terremoto)
Projeto Âncora:
reabilitação do
trecho El Sillar
Melhoria do Porto de
Matarani
Reabilitação Ponte
da Amistad (Ponte
Eisenhower)
Reabilitação Ilo-Matarani
(Costanera Sul)
Estrada de Ferro
Aiquile-Santa Cruz
Pavimentação antiga
rodovia Santa CruzCochabamba
Modernização do
Porto de Ilo
Melhoria do
Aeroporto de Ilo
Melhoria do
Porto de Arica
Rodovia
Toledo-Pisiga
Concessão do
Aeroporto de
Arica
Melhoria do
Porto de Iquique
Reabilitação da
Rodovia IquiqueColchane
Passo de Fronteira
Pisiga-Colchane
Tabela 2 - Estado atual dos projetos do Grupo
Código Nome do Projeto IOC31 Reabilitação do trecho El Sillar IOC32 Rodovia Toledo – Pisiga IOC33 Passo de fronteira Pisiga – Colchane
IOC34 Montante (US$) Etapa Financiamento Última atualização
Out‐08
120.000.000
Pré‐execução
Não iniciado 92.000.000
Em Execução
Em execução Set‐08
2.000.000
Concluído
Finalizado Abr‐08
Concessão do aeroporto de Arica 10.000.000
Concluído
Finalizado Maio‐08
IOC35 Melhoria do porto de Arica 50.000.000
Em execução Em execução Jun‐09
IOC36 Reabilitação da rodovia Iquique ‐ Colchane 29.000.000
Em execução Em execução Maio‐08 IOC37 Estrada de Ferro Aiquile ‐Santa Cruz
700.000.000
Pré‐execução
Não iniciado Set‐08
IOC38 Reabilitação da antiga rodovia Santa Cruz – Cochabamba Reabilitação Ponte da Amizade (ponte Eisenhower) Ampliação e melhoria da rodovia Arica ‐
Tambo Quemado Pavimentação: Tacna ‐ Tarara ‐ Candarabe ‐ desvio: Humajalso/Tarata ‐ Capazo ‐ Mazocruz Reabilitação e melhoria da rodovia Camaná ‐ Matarani – Ilo Não existem dados.
Em execução Em execução Set‐08 3.000.000
Concluído Finalizado Set‐08 50.000.000
Em execução Em execução Maio‐08 80.000.000
Perfil Não iniciado Out‐08 97.000.000
Pré‐execução Não iniciado Set‐08 IOC39 IOC40 IOC41 IOC42 3
IOC44 Melhoria do Aeroporto de Ilo 4.300.000
Perfil
Não iniciado Out‐08
IOC61 Modernização do porto de Ilo 100.000.000
Perfil
Não iniciado Out‐08
IOC62 Melhoria do porto de Matarani 35.000.000
Concluído
Finalizado Out‐08
IOC65 Melhoria do porto de Iquique 25.000.000
Em execução
Em execução Set‐08
IOC66 Reabilitação e concessão da estrada de ferro Arica ‐ La Paz (trecho chileno)
26.000.000
Em execução Em execução Nov‐08 3
Informações fornecidas pela equipe nacional do Chile. A ficha de projeto na web site da IIRSA não está atualizada na
data de elaboração do presente relatório.
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IOC67 Melhoria do aeroporto de Tacna 26.100.000
IOC69 Concessão do aeroporto de Iquique IOC70 Plataforma logística em Arequipa (área de Não existem dados. distribuição) IOC71 Construção de dupla faixa concessionada aeroporto Diego Aracena‐Iquique 1.2
4.600.000
160.000.000
Pré‐execução
Concluído Em estudo
Não iniciado Out‐08
Finalizado Jun‐09
Não existem dados. Jun‐09
4
5
Critérios utilizados para a delimitação da área de influência
Os critérios utilizados são os seguintes:
 Distância aos projetos do grupo e a rede viária que os conecta. Estabeleceu-se
um primeiro limite aproximado de entre 100 e 150 quilômetros a ambos os
lados da rede viária principal ou estruturante que atravessa o território e
conecta os projetos do grupo.
 Rede de cidades e pólos produtivos próximos ao GP. Considera-se a influência
que possam ter importantes centros de consumo ou produção na economia da
área de influência.
 Limites administrativos e fronteiras.
 Nível de agregação das informações disponíveis. A aproximação dada pela
distância aos projetos, cidades e pólos produtivos foi delimitada por
departamentos, regiões, províncias, comunas ou prefeituras, conforme a
divisão administrativa de cada país.
1.3
A área de influência
Figura 3 - Área de influência do GP5 do Eixo Interoceânico Central
4
5
Idem nota 3.
Idem nota 3.
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Figura 1 - Rede de cidades da área de influência
Juliaca
El Callao
Lima
Ica
Riberalta
Guayaramerin
Puno
La Paz
Desaguadero
Arequipa
Puerto Villarroel
Moquegua
Matarani
Ilo
Tacna
Patacamaya
San
Montero Matías
Cochabamba
Paso
Visviri
Oruro
Santa Cruz
Aiquile
Chacalluta / Santa Rosa
Tambo Quemado
Puerto
Suárez
Arica
Colchane /
Pisiga
Cidades principais
Passos de fronteira
Huara
Portos
Iquique
1.3.1
Bolívia
A Bolívia conta, como eixo central de integração, com a rodovia Puerto Suárez-Santa
Cruz-Cochabamba-La Paz (Figura 3) para saída e entrada do comércio internacional,
ficando definida a área de influência pelos departamentos de La Paz, Oruro,
Cochabamba, Beni, Chuquisaca, Santa Cruz e o norte do Departamento de Potosí.
Ficam excluídos da área de influência os departamentos de Tarija e Pando.
Quanto à tipologia das regiões compreendidas dentro da área de influência, cabe dizer
que no território boliviano existem três zonas geográficas predominantes:
 Zona andina;
 Zona subandina;
 Zona das planícies.
A zona andina abrange 25% do território nacional. Sua extensão estimada é de
274.645 quilômetros quadrados (106.048 milhas quadradas). Na zona andina se
distinguem a Cordilheira Ocidental ou Vulcânica e a Cordilheira Oriental, e entre as
duas cordilheiras encontra-se o planalto altiplânico. Nesta zona se localizam os
departamentos de La Paz, Oruro e Potosí. As temperaturas registradas são as mais
baixas do país e podem chegar aos 20 graus centígrados abaixo de zero. A
temperatura média é de 10 graus centígrados. O planalto altiplânico encontra-se a
uma altura média de 3.555 metros sobre o nível do mar.
A zona subandina, de clima temperado cálido, abrange 16% do território,
aproximadamente 175.772 quilômetros quadrados (67.871 milhas quadradas), com
férteis vales. Registra uma temperatura média de 16 a 20 graus centígrados. Nesta
zona encontramos os departamentos de Cochabamba, Chuquisaca, Tarija e parte do
Departamento de Santa Cruz. Estas zonas, localizadas no centro do país, possuem
alturas de entre 1.000 e 3.000 metros sobre o nível do mar.
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Aos pés da Cordilheira Central ou Real, no seu lado nororiental, abrem-se as planícies
orientais de clima cálido tropical do nordeste, este e sudeste, que cobrem entre 60% e
64% do território nacional, isto é, 659.149 quilômetros quadrados (254.516 milhas
quadradas), e registram uma temperatura média anual de 22 graus centígrados a 25
graus centígrados. Esta zona abrange o norte do Departamento de La Paz, a parte
oriental do Departamento de Cochabamba, Santa Cruz e os departamentos do Beni e
Pando.
1.3.2
Chile
No caso do Chile, a rede que vincula os projetos do grupo corresponde às rodovias 11
CH, Arica-Tambo Quemado, que liga a cidade de Arica com a fronteira com a Bolívia,
e a rodovia 15 CH, Huara-Colchane, que conecta a cidade de Iquique, passando por
Huara, também com a fronteira boliviana (Figura 3).
Traçando uma reta perpendicular a essas rodovias, de uma longitude de 100
quilômetros, pode ser alcançado o limite com o Peru a partir da 11 CH no extremo
norte e o limite da Região de Tarapacá com a de Antofagasta a partir da 15 CH no
extremo sul.
A área de influência inclui as duas principais cidades presentes nesta porção do
território nacional: Arica, no extremo norte, e Iquique, no extremo sul. Cada uma
destas cidades concentra, respectivamente, 98% e 97% da população de suas regiões
e se corresponde com os principais pólos de atividade econômica das mesmas.
Do ponto de vista político-administrativo, o Estado chileno é organizado em 15 regiões,
subdivididas em províncias, e estas, por sua vez, em um amplo espectro de prefeituras.
Sob esta organização, a porção do território chileno onde se localiza a infraestrutura
do Grupo de Projetos 5 definido para o Eixo Interoceânico Central corresponde à XV
Região de Arica e Parinacota, no extremo norte, e a I Região de Tarapacá, no extremo
sul. Por sua vez, os limites fronteiriços desta área de influência são o Oceano Pacífico
ao oeste, Bolívia ao leste, Peru ao norte e a II Região de Antofagasta ao sul.
Em coincidência com a divisão e organização político-administrativa do Estado chileno
antes apresentada, as informações disponíveis em grande parte dos bancos de dados
são organizadas sob estes mesmos referentes, sendo, em alguns casos, mais gerais e
abrangendo uma região, ou alcançando níveis mais específicos a nível de prefeituras.
Cabe mencionar que, até o ano de 2007, existia apenas a I Região de Tarapacá, que
incluía a atual XV Região de Arica e Parinacota. A partir desse ano, é criada esta
última e instalada toda a estrutura de governo e gestão, fato que favoreceu a produção
de estatísticas próprias desta nova região, bem como de muitos outros instrumentos
próprios de planejamento e gestão pública. Por conseguinte, grande parte das
análises e algarismos utilizados corresponderá à antiga I Região de Tarapacá, fato
que, de certa forma, favorece uma análise mais agregada, dado que essa antiga
região se corresponde exatamente com a área de influência.
Aplicados todos os critérios antes mencionados, a equipe chilena estabeleceu como
área de influência a porção do território nacional composta pelas regiões XV de Arica e
Parinacota, no extremo norte, e I de Tarapacá, no extremo sul. Essa área envolve uma
superfície de 59.101 quilômetros quadrados e representa os principais e únicos pontos
de conectividade terrestre com o Peru e com a Bolívia.
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1.3.3
Peru
Em território peruano foi delimitada uma área de influência de 150 quilômetros a
ambos os lados das rodovias Ilo-Desaguadero, Costanera (Ilo-Matarani) e TacnaCandarave-Humajalso, permitindo a identificação dos departamentos de Tacna,
Moquegua, Puno e Arequipa como parte da área de influência dessas rodovias (Figura
3).
Dentro desses departamentos estão também localizados os principais pólos de
produção e de consumo do sul deste país, entre os que podemos mencionar Arequipa,
Ilo, Juliaca e Tacna. Também foram identificados os portos de Matarani e Ilo, os quais
têm grande importância no desenvolvimento da importação e exportação de produtos.
Após analisar a dinâmica econômica e comercial da área, considera-se importante a
inclusão de Lima dentro da área de influência dos projetos, em virtude da
transcendência que tem para o intercâmbio comercial no sul do país e, principalmente,
da sua importância para o desenvolvimento de cadeias logísticas de valor agregado
dentro do eixo IIRSA em estudo. Por outro lado, foi também considerado o
departamento de Ica, devido a que, dentro desta dinâmica comercial, funciona como
nexo entre Lima e o sul do país. No entanto, Lima tem sua própria dinâmica comercial,
fato que levou à decisão de considerar Lima e Ica como uma área de influência
externa.
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2. Caracterização geral da área de influência
2.1
Características sociodemográficas
Tabela 1 – População, superfície, PIB e desenvolvimento da área de influência
População (hab) Região AI boliviana Santa Cruz Beni Cochabamba Chuquisaca La Paz Oruro Potosí AI chilena XV de Arica Parinacota I de Tarapacá AI peruana Arequipa Moquegua Puno Tacna Superfície (km2) 8.901.349 2.388.799 e Total Densidade (hab/km2) PIB
(milhões de US$) IDH População urbana Pobreza 997.131
8,9
8.194
0,739
62,8% 58,5%
370.621
6,5
1.484
0,759
32,7% 38,1%
406.982 213.564
1,9
877
0,717
4,9% 76,0%
1.671.680 55.631
30,1
1.218
0,765
18,1% 55,0%
601.823 51.524
11,7
957
0,704
4,8% 70,1%
2.630.381 133.985
19,6
1.212
0,730
30,5% 66,2%
433.481 53.588
8,1
1.512
0,720
4,5% 67,8%
768.203 118.218
6,5
934
0,701
4,5% 428.594 59.101
189.644 16.875
7,3 3.960 0,731 11,2
3.960
0,731
94,1% 79,7%
14,8% 93,2% 18,6%
238.950 42.226
5,7
94,8% 11,7%
2.871.058 167.454
17,1
3.690
0,604
72,3% 42,7%
1.152.303 63.645
18,2
1.823
0,646
90,6% 23,8%
161.533 15.734
10,3
309
0,644
84,6% 25,8%
1.268.441 71.999
17,6
981
0,547
49,7% 67,2%
288.781 16.076
18,0
577
0,669
91,3% 20,4%
12.223.329 1.223.686
10,0
15.812
0,71
66,2% 42,7%
População: Bolívia ano 2005, Chile ano 2003, Peru ano 2008
PIB: em milhões de US$, Bolívia ano 2007, Chile ano 2006, Peru ano 2008
IDH: Bolívia ano 2004, Chile ano 2003, Peru ano 2008
População urbana: Bolívia ano 2001, Chile ano 2002, Peru ano 2008
Pobreza: Bolívia ano 2008, Chile ano 2006, Peru ano 2008
Tabela 2 - PIB por setores econômicos na área de influência (milhões de US$)
Região AI boliviana Santa Cruz Beni Cochabamba Chuquisaca La Paz Oruro Potosí AI chilena XV de Arica e Parinacota I de Tarapacá AI peruana Arequipa Moquegua Puno Tacna Total Agricultura Mineração Manufatura Serviços 1.214 557 110 163 88 209 22 64 22 978 199 13 145 84 131 129 276 1.418 1.421 518 60 364 71 335 48 24 306 2.368 609 67 439 141 854 128 131 1.842 22 1.418 306 1.842 2.103 1.263 113 585 142 2.117 906 528 281 402 3.054 1.882 551 431 190 3.691 1.824 309 981 577 3.339 4.500 4.780 7.888 Bolívia ano 2007, Chile ano 2006, Peru ano 2008.
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 2 - Índice de desenvolvimento humano da área de influência
Figura 3 - Índice de pobreza da área de influência
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 4 – Densidade de população na área de influência
2.1.1
Dados sociodeomográficos da região boliviana da área de influência
Na Bolívia, o índice de pobreza se manteve invariável desde 2000 a 2004, e foram
registradas diminuições importantes nos anos 2004 e 2008.
O índice de pobreza é maior na área rural, onde 80% da população são pobres,
enquanto que, na área urbana, 50% da população são pobres. Esse índice diminuiu
nos departamentos de Cochabamba e Santa Cruz, mas se manteve em níveis altos
em La Paz, Beni, Oruro e Potosí.
O país ainda experimenta um crescimento rápido de sua população, que é de 2,74%
anual. A população menor de 15 anos representa 41% do total e a idade média é de
20,3 anos (31,2% se encontram na faixa etária de 10 a 24 anos). A população de
adultos maiores é de 4%.
2.1.2
Dados sociodeomográficos da região chilena da área de influência
A região chilena da área de influência tem uma densidade populacional de 7,3
habitantes por quilômetro quadrado, número baixo se comparado com a média
nacional, que é de 20 habitantes por quilômetro quadrado.
Ao desagregar a área de influência nas duas regiões que a integram, observam-se
comportamentos dessemelhantes: a Região de Arica e de Parinacota tem uma
densidade populacional de 11,2 habitantes por quilômetro quadrado. Ao ano 2020, a
população desta região, segundo projeções efetuadas pelo Instituto Nacional de
Estatísticas (INE), atingiria 164.933 habitantes, devido a uma taxa de crescimento
negativa de sua população situada em torno de -2,05%. Por sua parte, a região vizinha
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
de Tarapacá possui uma densidade de 5,7 habitantes por quilômetro quadrado, inferior
em 46% à densidade de Arica e Parinacota. Ao ano 2020, sua população se situaria
em 385.457 habitantes, como reflexo de uma taxa de crescimento positiva média de
3,1%.
A respeito do emprego e segundo dados de 2008, a força de trabalho da Região de
Tarapacá supera em 50% a de sua vizinha Arica e Parinacota, o qual constitui um fator
que tem incidência no maior dinamismo econômico que a primeira destas regiões
apresenta. O desemprego, por sua vez, mostra-se consideravelmente maior em Arica
e Parinacota, com um valor anual médio de 11%, notavelmente superior aos 6%
apresentados por Tarapacá.
Quanto ao índice de desenvolvimento humano (IDH) e segundo dados disponíveis
para o período 1994-2003, a Região de Tarapacá, que envolvia a atual de Arica e
Parinacota nessa data, ocupava posições de avançada: o segundo lugar para o ano
1994, apenas ultrapassada pela Região Metropolitana, cuja capital é Santiago; para o
ano 2003 desceu levemente para a terceira posição do ranking.
Da análise no âmbito das prefeituras, destaca-se a diminuição do IDH das prefeituras
de Arica e Putre, que se encontravam em posições muito mais altas na década
passada, o qual, acrescido da diminuição da população experimentada por estas
prefeituras e pela região nos últimos anos, poderia ser interpretado como sinal de
estagnação e retrocesso desta subárea da área de influência.
2.1.3
Dados sociodeomográficos da região peruana da área de influência
A população do Peru é de 27,4 milhões de pessoas; deste total, 10% fazem parte dos
quatro departamentos incluídos no âmbito de estudo, somando um total de 2,9 milhões
de pessoas.
A taxa de analfabetismo no Peru é de 7,1%. O Departamento de Puno apresenta uma
taxa superior à da média peruana: 12,2%. Já os outros departamentos apresentam
taxas inferiores à media: Arequipa, 4,1%; Moquegua, 4,7%, e Tacna, 3,7%.
O índice de pobreza médio da zona de estudo é de 34%, inferior à média nacional,
cujo valor é de 39,1%. Só o Departamento de Puno superou esta média, com uma
taxa de 69%; os outros três departamentos estão por baixo dessa taxa.
Em geral, no Peru a população desempregada representa uma baixa percentagem do
total da população economicamente ativa. Na região de estudo existem 1,8 milhões de
pessoas economicamente ativas, das quais 76 mil (4,22%) estão desempregadas.
Esta região se encontra 2,3 pontos acima da média do país, que é de 4,5%. O
departamento com maior taxa de desemprego é Moquegua, seguido por Puno, Tacna
e Arequipa.
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
2.2
Indicadores da atividade econômica
Figura 8-Distribuição do PIB na área de influência
2.2.1
Região boliviana da área de influência
Produto interno bruto
Os principais indicadores da economia boliviana continuam mostrando melhorias ao
longo dos últimos anos. O crescimento do PIB em 2007 foi de 4,56%, e em 2008
atingiu 6,7%, a taxa mais alta dos últimos 30 anos. Pela primeira vez, a Bolívia supera
os cinco pontos percentuais de crescimento.
Figura 5 – Evolução do PIB a preços de mercado (dólares)
Fonte: Elaboração com base na taxa de câmbio média do BCB
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 6 – PIB per capita a preços de mercado (dólares)
Fonte: Elaboração própria com base em dados do INE
Tabela 5 – Participação no PIB departamental dos principais setores econômicos
PRODUTO INTERNO BRUTO
100% 100%
1. Agricultura, Silvicultura, Caça e
38%
21%
Pesca
2. Extração de minas e canteiras
2%
10%
100%
100%
100% 100%
Santa
Cruz
100%
12%
8%
5%
10%
22%
7%
6%
30%
40%
6%
3. Indústrias manufatureiras
17%
17%
24%
19%
13%
5%
25%
4. Eletricidade, gás e água
1%
2%
2%
3%
2%
1%
3%
5. Construção
4%
3%
3%
3%
5%
5%
3%
ATIVIDADE ECONÔMICA
6. Comércio
7. Transporte, armazenagem e
comunicações
8. Estabelecimentos financeiros,
seguros, bens imóveis e outros
serviços
9. Serviços da prefeitura, sociais,
pessoais e domésticos
10. Restaurantes e hotéis
11. Serviços da Administração
Pública
Serviços bancários imputados
Beni
Chuquisaca Cochabamba La Paz
Oruro Potosí
11%
8%
9%
12%
8%
9%
9%
4%
12%
17%
12%
13%
8%
12%
8%
9%
13%
20%
8%
8%
12%
3%
4%
6%
7%
3%
2%
5%
3%
2%
3%
4%
3%
2%
3%
10%
14%
9%
14%
11%
11%
7%
-2%
-2%
-4%
-6%
-1%
-1%
-5%
Fonte: Elaboração própria com base em dados do INE
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 6 – Participação no PIB departamental dos principais setores econômicos
Região
Agricultura
Mineração
Manufatura
Serviços
financeiros
Bolívia
Santa Cruz
Beni
Cochabamba
Chuquisaca
La Paz
Oruro
Potosí
TOTAL AI
1.307,02
557,42
109,60
163,33
88,27
209,33
21,50
64,30
1.213,75
1.604,15
199,22
12,67
145,18
84,07
131,01
129,00
276,40
977,57
1.490,29
518,31
60,39
364,38
70,61
334,86
48,24
24,17
1.420,96
1.126,76
329,29
26,61
186,56
40,20
404,73
37,86
45,12
1.070,37
Serviços
da
Administração
Pública
1.439,15
280,17
40,10
252,17
100,66
448,98
89,67
85,62
1.297,36
Fonte: Elaborado com base na taxa de câmbio média do Banco Central da Bolívia (BCB)
Nota: Nem todos os setores são incluídos; só os principais foram considerados.
Desde o ano 2000, o desemprego se situou entre 8% e 12%, e ficou nivelado entre
2006 e 2008 em 8%.
Tabela 7 – População empregada segundo principais atividades econômicas (censo 2001)
Região
Agricultura,
pecuária, caça
e silvicultura
Exploração
de minas e
canteiras
Indústria
manufatureira
Eletricidade,
gás e água
Comércio
Transporte e
comunicações
Serviços
financeiros
Serviços
da adm.
pública
Santa Cruz
150.000
5.839
84.656
2.976
146.924
48.773
4.983
13.536
Beni
38.936
400
15.850
527
15.265
7.319
322
4.029
Cochabamba
171.584
1.394
57.211
1.962
80.341
28.198
2.167
10.713
Chuquisaca
57.479
292
19.326
450
17.709
6.335
614
3.616
La Paz
249.186
11.509
104.829
2.072
149.733
53.084
5.586
29.286
Oruro
52.289
5.135
12.346
375
22.114
7.182
426
3.323
Potosí
113.245
11.455
21.856
559
21.889
6.662
396
3.613
Total AI
832.719
36.024
316.074
8.921
453.975
157.553
14.494
68.116
Fonte: Elaboração própria com base em dados do INE
Nota: O quadro acima mostra os dados da população empregada de acordo com as principais atividades econômicas
escolhidas para a área de influência; outras atividades não foram consideradas.
O salário mínimo nacional (SMN) na Bolívia durante os anos 2003, 2004 e 2005 se
manteve constante em Bs 440. Na gestão 2006, o SMN ascendeu a Bs 500, e em
2007, a Bs 525, com um aumento associado de 14% e 5%, respectivamente. Na
presente gestão 2009, o SMN é de Bs 647.
O índice de preços ao consumidor (IPC) na Bolívia durante a gestão 2008 registrou as
variações observadas a seguir:
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 11 – Variações do IPC e do salário mínimo nacional – Bolívia
700
120
600
100
80
400
60
300
Indice
Bs
500
40
200
20
100
0
0
2003
2004
2005
2006
2007
Salario Minimo Nacional
Salário Mínimo Nacional
2008
IPC
Tabela 8 – Principais produtos de exportação da República da Bolívia
2000
2001
2002
2003
2004
2005(p)
2006
2007
Principais produtos de exportação
(em milhões de US$)
1.475,0 1.352,8
1.375,2
1.676,7
2.265,2
2.948,1
4.231,6
4.859,3
Estanho
76,5
56,1
58,2
74,6
147,1
125,8
145,3
216,3
Prata
74,0
53,9
68,5
75,9
91,2
92,4
171,1
225,3
Zinco
170,6
118,9
112,1
124,2
151,7
200,8
548,4
692,7
Antimônio
1,7
1,8
3,3
6,5
8,6
18,8
26,8
21,2
Chumbo
4,8
4,1
4,6
4,4
9,5
10,9
14,9
61,3
Ouro
88,0
92,2
89,7
72,1
34,3
78,7
127,2
123,1
Gás natural
121,4
239,3
266,2
389,6
619,7
1.086,6
1.667,8
1.971,2
Gado
0,2
0,7
0,1
0,0
1,0
0,0
Soja
299,2
275,0
318,6
369,8
425,6
346,6
356,0
388,0
Café sem torrar
10,4
5,8
6,2
6,4
9,4
11,3
13,9
13,7
Açúcar
7,2
10,0
15,8
23,7
31,0
18,7
18,5
32,3
Madeiras
57,7
41,0
41,1
42,8
56,1
67,6
87,3
98,9
Couros
22,8
23,0
24,5
21,8
23,6
21,7
32,3
36,9
Nozes do Brasil
34,1
27,7
27,4
37,9
53,4
75,0
70,2
76,8
Algodão
10,6
4,6
3,6
3,7
5,3
5,1
4,9
4,9
Joalheria
31,8
28,0
41,5
41,5
44,5
49,3
51,2
53,4
Roupas, adubo e tingido de peles
16,5
15,0
13,6
22,5
39,8
35,1
33,4
26,6
Produtos alimentícios
52,1
57,2
45,2
36,1
49,7
46,5
77,6
112,2
Produtos têxteis
29,5
25,5
17,3
28,9
28,0
32,6
34,3
41,9
Subtotal
1.109,1 1.079,1
1.158,1
1.382,5
1.828,5
2.323,5
3.482,1
4.196,7
Outros
365,9
217,1
294,2
436,7
624,6
749,5
662,6
273,7
Fonte: INE
O valor das exportações de minérios no ano 2007 aumentou com relação ao
registrado em 2006, resultado do bom ambiente de preços reinante no mercado
internacional de metais, mas também do aumento na exportação de minérios e dos
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
maiores volumes de produção devidos ao início do projeto San Cristóbal em meados
do terceiro trimestre de 2007.
Além disso, o aumento das exportações de gás natural para o Brasil e a Argentina
esteve associado aos preços mais altos.
As principais exportações da Bolívia para as repúblicas do Peru e do Chile, segundo
via de saída, são apresentadas na tabela a seguir.
Tabela 9 - Exportações bolivianas ao Chile e Peru, segundo aduana de saída, ano 2007
Produto
Origem
Peso bruto (kg)
Principais exportações ao Peru via Desaguadero
Cacau
Cochabamba
Tarija
Açúcar
Santa Cruz
Chuquisaca
Couros
La Paz
Santa Cruz
La Paz
Madeiras
Cochabamba
Santa Cruz
La Paz
Algodão
Santa Cruz
Soja
Cochabamba
Totais ao Peru via Desaguadero
10.160
5.953.954
42.672.364
17
62.815
102.710
1.040
40.520
7.311.553
53.627
1.455.103
1.089.087
210.252.473
Valor FOB (US$)
21.080
2.073.050
13.673.740
870
53.279
402.349
1.541
14.182
2.575.539
28.187
2.204.224
1.028.004
53.865.623
Principais exportações ao Chile via Iquique-Pisiga-Bella Vista
Couros
Cochabamba
La Paz
Madeiras
Cochabamba
Santa Cruz
La Paz
Outros Minérios
Cochabamba
La Paz
Cochabamba
Outros
Oruro
11
38.226
17.053
129.516
15.123
6.000
10.188
105.769
249.624
1.887
34.077
8.193
66.083
2.209
501
1.502
19.183
231.627
Santa Cruz
Totais ao Chile via Iquique-Pisiga-Bella Vista
14.430
585.940
2.304
367.566
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 9 - Exportações bolivianas ao Chile e Peru, segundo aduana de saída, ano 2007
- Exportações bolivianas ao Chile e Peru, segundo aduana de saída, ano 2007 (continuação)
Principais exportações ao Chile via Arica-Charaña-Tambo Quemado
Café
La Paz
160
Cacau
La Paz
1.959
Açúcar
Santa Cruz
278.598
La Paz
1.835.204
Bebidas
Cochabamba
2.121.244
Borrachas
La Paz
30
La Paz
48.217
Couros
Cochabamba
162.317
Santa Cruz
190.106
La Paz
1.450.496
Cochabamba
87.391
Madeira
Santa Cruz
586.014
Beni
90.969
Algodão
Santa Cruz
23.985
Cochabamba
1.877.004
Soja
Santa Cruz
48.643.810
La Paz
7.259
Estanho
Oruro
56.483
La Paz
1.605.719
Cochabamba
76.600
Outros/Minérios
Oruro
732.966
Potosí
78.713
Santa Cruz
928
Chuquisaca
634
La Paz
1.658.003
Cochabamba
18.556.871
Outros
Oruro
24.544
Potosí
42.958
Santa Cruz
52.837.193
Antimônio
Santa Cruz
6.174
Chumbo
Potosí
19.663
Totais ao Chile via Arica-Charaña-Tambo Quemado
133.102.212
Total Exportações ao Peru - Chile
343.940.625
900
770
90.460
625.418
692.624
51
112.433
372.009
1.613.627
1.404.073
209.065
455.471
48.658
43.400
1.717.889
11.199.988
56.430
875.137
730.319
9.504
272.568
33.334
100
2.421
3.550.703
7.698.307
25.910
40.225
11.925.979
27.687
58.655
43.894.115
98.127.304
Fonte: Aduana Nacional da Bolívia
É importante salientar o incremento das exportações dos produtos não tradicionais,
especialmente a madeira, a castanha, o açúcar, a joalheria, os palmitos em conserva e
o calçado.
Atividades econômicas relevantes
a) Açúcar
A indústria açucareira boliviana se concentra no Departamento de Santa Cruz, onde
ficam localizados quatro engenhos privados (Guabirá, La Bélgica, San Aurelio e
Unagro) com uma área plantada de 75.000 hectares. A segunda zona em importância
é a região de Bermejo, no Departamento de Tarija, local onde se encontra o engenho
de propriedade do Estado e são plantados aproximadamente 10.000 hectares.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A época da colheita é entre os meses de maio e novembro.
A colheita de cana é realizada tanto de forma manual (50%) como semimecanizada
(40%) e colheita integral (10%). A maior parte da área de canaviais se encontra a 20
quilômetros de distância média entre o plantio e o engenho açucareiro, e são utilizadas
carretas de alta tonelagem para o transporte. A capacidade instalada para a moagem
é de quatro milhões de toneladas métricas ao ano.
Figura 12 - Zonas de produção de açúcar e portos de comercialização
40000 0
80000 0
8 8000 00
r
i
l
UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E
UNIDAD
DE PRODUCTIVIDAD Y
COMPETITIVIDADE
COMPETITIVIDAD
MUNICIPIOS
PRODUCEN
CAÑA
AZUCAR
PREFEITURASQUE
PRODUTORAS
DE CANA
DEDE
AÇÚCAR
B
Puerto Siles
r
San Joaquín
a
z
i l
P e
r u
Huacaraje
840 0000
8 4000 00
16000 00
San Buenaventura
San Javier
Apo lo
Trinidad
880 0000
B
a
z
12000 00
Urubicha
Chuma
Coroico
El Puente
Irupana
San Pedro
Fernandez Alonso
Independencia
San Miguel de Velasco
Portachuelo
8 0000 00
800 0000
Warnes
Coto ca
Comarapa
Samaipata
Pasorapa
Cabezas
l e
C h i
Vallegrand e
Lagunillas
P a r a g u a y
7 6000 00
760 0000
Villa S an Lorenzo
Entre Rios (La Moreta)
Padcaya
A r g e n t Bermejo
i
na
40000 0
80000 0
Mapa
de de
Mapa
Localização
Ubicación
B
r
a z
i l
a z
i l
16000 00
Produção
de Cana
de Açúcar
Producción
de Caña
de Azucar
(Superfície
Plantada
Ha.)
(Superfi
cie Cultiva
Ha.)
Fuente :
Fonte:
Estructura
politico Administrativa
Estrutura político-administrativa
(Limites
Departamentales
y Municipal es)
(Limites Departamentais e Municipais)
Unidad
de
Limites
MDS.
2004
Unidade de Limites MDS.
2004
Poblados:
Instituto
Nacional
Estadui stica,
Povoações:
Instituto
Nacional de
de Estatística,
2001 2001
Proyeccion
UTM
- WGS
Projeção UTM
- WGS
84 84
5 - 240
240 - 800
800 - 5000
5000 - 15000
15000 - 25000
i l e
P
e
r u
Br
12000 00
N
a y
C h
P a r a g u
Ar ge nt i
Limite Departamental
Limite Municipal
n a
200
0
24 / 121
200 Kim.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
b) Algodão
Na Bolívia, o algodão é produzido a nível comercial desde 1950, principalmente por
sua fibra, que é utilizada como matéria-prima pela indústria têxtil. No entanto, também
outros elementos do algodão são utilizados pela indústria. O algodão semente é a
segunda fonte de óleo vegetal no mundo e a torta de algodão semente é muito
prezada pelo seu alto conteúdo protéico.
A semente de algodão, na Bolívia chamada de "pepa", contém 24% de proteína,
principal componente da torta de algodão, a qual é utilizada como alimento para
animais e como fertilizante. O óleo constitui 15% da "pepa" de algodão, e por ser não
saturado, é utilizado para a cozinha, a fabricação de sabão e outros produtos. A
semente de algodão contém, em condições normais, um pigmento conhecido como
"gossipol", que é tóxico para os animais não ruminantes; porém, com o processo
adequado, pode se elaborar farinha de algodão, rica em proteína de alta qualidade e
também apta para o consumo humano.
O setor produtivo algodoeiro da Bolívia está situado no Departamento de Santa Cruz.
A área plantada diminui drasticamente nos últimos anos, devido à queda dos preços
internacionais e aos maus lucros agrícolas obtidos.
A tecnologia aplicada na produção do algodão ficou diminuída competitivamente face
a países como o Brasil, Argentina e Estados Unidos. Na Bolívia não se desenvolveu
uma cultura de pesquisa genética de variedades que permita semear melhor material,
mais resistente aos efeitos climáticos e com características de fibra para um mercado
nas indústrias nacionais e, por sua vez, com maior valor agregado nos mercados
internacionais.
Os produtores de algodão recebem financiamento das empresas descaroçadoras de
algodão, que entregam sementes, agroquímicos, diesel e dinheiro para atividades
produtivas. Este financiamento é geralmente realizado com recursos próprios das
empresas ou de outros, como os revendedores de agroquímicos.
Os descaroçadores extraem alguns subprodutos do algodão, como pepita e pluma,
comercializadas no mercado local, embora a comercialização de fibra seja a atividade
de maior lucratividade. As empresas descaroçadoras possuem máquinas que, na sua
maioria, tem um nível tecnológico antigo se comparadas com as de indústrias
instaladas em países altamente competitivos, como o Brasil.
A produção é estocada nas descaroçadoras, que exportam aproximadamente 95% da
produção para os mercados do Peru e da Colômbia, enquanto que ao mercado local
são destinados 5%, principalmente para atender à demanda de fiação de títulos6 para
tecido plano.
As fiações nacionais, em sua maior parte, têm máquinas antigas, que não
acompanham o desenvolvimento tecnológico moderno; muitas delas são fornecidas
com algodão estrangeiro, sendo o Brasil, o Peru e os Estados Unidos seus principais
fornecedores. A produção de todas elas atende ao mercado local de tecido plano,
embora algumas, como Santa Mónica Cotton, exportem sua produção a mercados do
grupo andino. Outras, como a AMETEX, integrou fiações modernas ao processo,
porém, visando o fornecimento de fios para seus tecidos e confecções finais.
6
O "título" do fio refere-se à grossura.
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As tecelagens da Bolívia não estão preparadas para a elaboração de tecidos de
qualidade para as confecções nacionais; estes tecidos são importados para suprir a
matéria-prima das empresas de confecção.
A cadeia de produção do algodão e têxteis na Bolívia
Na Bolívia, o algodão apresenta duas cadeias de produção que é necessário detalhar
pela importância econômica que podem vir a ter. A primeira está ligada à produção da
semente de algodão como matéria-prima para óleos, e a segunda, à produção de fibra
de algodão para os processos de fiação e confecção. A segunda cadeia, de maior
agregação econômica, é integrada da seguinte maneira:
Na Bolívia, o plantio se desenvolve apenas no Departamento de Santa Cruz (embora o
Departamento de Tarija possa ter condições), atualmente, nas prefeituras de Pailón,
San Julián, La Guardia, Cotoca e, em áreas muito pequenas, na prefeitura de
Charagua, Província Cordillera.
A diminuição da área plantada, embora tivesse como causa a depressão dos preços
internacionais, foi também efeito das crises econômicas na Bolívia e do
estrangulamento bancário ao qual foi submetido o setor algodoeiro, de forma que, até
hoje, as instituições bancárias não registram em seu portfólio nenhuma operação no
ramo de produção de fibra de algodão.
Segundo a FAO, a Bolívia diminuiu seus lucros em comparação com a média mundial,
de forma que seu número de lucro está por baixo de outros países, como os do
MERCOSUL, com 1,9 toneladas métricas por hectare, e os do NAFTA, com 1,8
toneladas métricas por hectare.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 13 - Áreas de produção de algodão
40000 0
80000 0
8 8000 00
a
z
UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E
UNIDADCOMPETITIVIDADE
DE PRODUCTIVIDAD Y
COMPETITIVIDAD
PREFEITURAS
PRODUTORAS
DE ALGODÃO
MUNICIPIOS QUE PRODUCEN
ALGODON
r
a
z
i
l
P
840 0000
e r
u
B
8 4000 00
16000 00
880 0000
B
r
12000 00
i l
Cuatro Canadas
8 0000 00
800 0000
War nes
Pailón
l e
C h i
Cabezas
760 0000
7 6000 00
P a r a g u a y
Ar gen ti
40000 0
na
80000 0
Mapa
de de
Mapa
Localização
Ubicación
B
r
a z
i l
a z
i l
i l e
P
e
ru
Br
Ar g e n t i
16000 00
Produção dede
Algodão
Producción
Algodón
(Superfície Plantada
Ha.)
(Superficie
Cultiva Ha.)
Fuente
Fonte: :
Estructura
Administrativa
Estruturapolitico
político-administrativa
(Limites
Departamentales
Muni cipal es)
(Limites
Departamentais e y
Municipais)
Unidad
MDS.2004
2004
Unidadede
deLimites
Limites MDS.
Poblados:
Instituto
Nacional
Estaduistica,
Povoações:
Instituto
Nacional de
de Estatística,
20012001
Proyeccion
UTM
- WGS
Projeção UTM
- WGS
84 84
500
500 - 800
800 - 1000
1000 - 2200
2200 - 3000
N
a y
C h
P a r a g u
12000 00
Limite Departamental
Limite Municipal
n a
200
0
200 Kim.
c) Cacau
No contexto nacional, a produção de cacau é principalmente localizada no norte do
Departamento de La Paz, seguido por Beni, Santa Cruz, Cochabamba e Pando.
A área total plantada de cacau a nível nacional é de 4.865 hectares, com um volume
de produção de 2.237 toneladas.
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As exportações de cacau e seus derivados no período 2001-2003 superaram o milhão
de dólares, com um volume de 363 mil quilos de produção de cacau e derivados de
cacau.
O comportamento das vendas da indústria manufatureira do cacau sofreu uma queda
de US$3 milhões para US$2 milhões em um período de 10 anos, e o principal
mercado desta indústria continua sendo o local, que absorve mais de 80% do produto
acabado.
As exportações de cacau para a República do Peru durante a gestão 2007 foram de
10.160 quilogramas, por um valor de US$21.080, correspondendo a 2% do total da
exportação da Bolívia para o mundo.
d) Soja
Os principais números que caracterizam o setor são:







representa 90% do complexo oleaginoso;
contribui com 2,5% do PIB nacional;
constitui 27,18% das exportações nacionais, sendo o segundo setor em
importância após a mineração;
representa 30% do PIB do Departamento de Santa Cruz;
a farinha de soja foi o primeiro produto de exportação da Bolívia no ano 2000,
com US$167 milhões;
75% das exportações têm como destino os mercados andinos;
74% da exportação de oleaginosa utilizam a Hidrovia Paraná-Paraguai.
A exploração agrícola de maior importância é a soja. O principal derivado desta
produção é o óleo de soja. As áreas de plantio mais extensas estão localizadas no
Departamento de Santa Cruz de la Sierra, onde são plantados entre 93% e 97% de
toda a produção nacional.
O crescimento da produção de soja foi causado pela crescente demanda deste
produto por parte das olearias e, especialmente, pela demanda internacional.
O aproveitamento da soja na Bolívia se limita praticamente à obtenção de farinhas,
óleo comestível e lecitina de soja. O principal subproduto da indústria do óleo é a
chamada "torta de soja" ou farinha de soja. Nos últimos anos tem se registrado um
importante crescimento, especialmente motivado pelas possibilidades de exportação
de óleo cru. Na tabela a seguir, mostra-se o destino das exportações nos últimos anos.
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Tabela 10 - Exportações de óleo de soja em bruto (em milhares de US$)
País de destino
Argentina
Barbados
Brasil
Colômbia
2007
-
2008/ 3M
16.914
491
-
1.979
-
42.756
5.100
Chile
-
30
Equador
1.883
-
Malásia
3.810
-
Peru
2.683
3.067
53.457
2.213
107.059
27.324
Venezuela
Total
Nota: os dados da tabela correspondem ao item tarifário 1507.10.00
A torta de soja é o mais importante dos derivados da soja no comércio exterior e
recebe as maiores receitas por vendas. Os destinos e volumes de exportação são
mostrados na tabela a seguir.
Tabela 11 - Exportações de óleo de soja (em milhares de US$)
Co-partícipe
2007
2008/ 3M
Argentina
5.113
27.156
Colômbia
45.136
3.149
Chile
14.465
3.215
Equador
Estados Unidos
Peru
5.465
-
0
-
19.509
8.094
Venezuela
137.963
16.858
Total
227.651
58.472
Nota: os dados da tabela correspondem ao item tarifário 2304.00.00
Por Desaguadero saiu a totalidade do exportado para o Peru e pouco mais de 10% do
exportado para o Chile.
Durante o ano 2007, também foram exportados para o Peru via Desaguadero US$21,3
milhões de farinha de soja, o que equivale a aproximadamente 75,3 toneladas.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 14 - Áreas de produção de soja
40000 0
80000 0
8 8000 00
r
z
UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E
UNIDADCOMPETITIVIDADE
DE PRODUCTIVIDAD Y
COMPETITIVIDAD
PREFEITURAS PRODUTORAS DE SOJA
MUNICIPIOS QUE PRODUCEN SOYA
r
a
z
i l
840 0000
P e
r u
B
8 4000 00
16000 00
880 0000
B
a
12000 00
i l
Concepción
El Puente
San Pedro
Yapacaní
Santa Rosa del Sara
San An tonio de Lomerio
Cuatro Canadas
Buen a Vista
La Guardia
800 0000
8 0000 00
San Carlos
Pailón
San Jose de Chiquitos
Cabezas
l e
C h i
Charagua
Puerto Suarez
Villa Vaca Guzmán (Muyupampa)
Monteag udo
P a r a g u a y
Machareti
760 0000
7 6000 00
Entre Rios (La Moreta)
Villamontes
Tarija
Yacuiba
Ar gen ti
40000 0
na
80000 0
Mapa de
Mapa de
Localização
Ubicación
B
r
a z
i l
a z
i l
i l e
P
e
r u
Br
12000 00
Fonte:
Fuente:
Estrutura político-administrativa
Estructura
pol itico Administrativa
(Limites Departamentales
Departamentais e Municipais)
(Limites
y Municipales)
Unidad de
deLimites
LimitesMDS.
MDS.2004
2004
Unidade
Poblados: Instituto
Nacionalde
deEstatística,
Estadística,
2001
Povoações:
Instituto Nacional
2001
Proyeccion
UTM
WGS
Projeção UTM - WGS 84 84
27 - 2000
2000 - 5000
5000 - 12000
12000 - 20000
20000 - 350000
N
P a r a g u a y
C h
16000 00
Produção
Produccide
ónSoja
de Soya
(Superfície Plantada
Ha.)
(Superficie
Cultiva Ha.)
Limite Departamental
Limite Municipal
Ar g e n t i
n a
200
0
200 Kim.
e) Leite
A produção nacional de leite tem aumentado desde há mais de dez anos, com
pequenos altos e baixos produzidos por situações meteorológicas de exceção. A
grande importância que o estado das pradarias de sequeiro das regiões do sul tem na
alimentação das vacas leiteiras faz com que a produção de laticínios apresente
oscilações conjunturais que não guardam relação com a situação econômica da
atividade leiteira.
No que diz respeito aos laticínios, sofre-se o monopólio da Industrias Gloria, que
absorve aproximadamente 60% da produção. As outras indústrias atingem 20%, e o
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
resto é diretamente comercializado ao consumidor como leite fresco ou outros
subprodutos de fabricação caseira.
Em 2007 foram exportados ao Peru US$8,3 milhões de laticínios (partida 0402 da
NANDINA), o que equivale a aproximadamente 3.000 toneladas.
Figura 15 - Áreas de produção de leite
40000 0
80000 0
B
12000 00
16000 00
r
a
P e
r u
Beni
La Paz
840 0000
8 4000 00
880 0000
8 8000 00
UNIDADEDE
DEPRODUCTIVIDAD
PRODUTIVIDADE EYCOMPETITIVIDADE
UNIDAD
COMPETITIVIDAD
PREFEITURASQUE
PRODUTORAS
DELECHE
LEITE
MUNICIPIOS
PRODUCEN
Achacachi
Batallas
Pucaran i
Guaqui
Laja
Palca
Viacha
Cochabamba
Quillacollo
Sica S ica
800 0000
8 0000 00
Ayo Ayo
Sacaba
Sip e Sipe
Punata
Capinota
e
h i l
40000 0
Mapa
de de
Mapa
Localização
Ubicación
B
r
a z
i l
Pando
Br
a z
i l
e r
u
Beni
P
LaPa z
760 0000
7 6000 00
Oruro
Chuquisaca
80000 0
12000 00
16000 00
Producción
deLeite
Leche
Produção de
(Produccion
Kg/Año.)
(Produção kg/ano)
Fuente:
Fonte:Administrativa
Estructura politico
Estrutura
político-administrativa
(Limites
Departamentales
y Municipales)
Unidad
de Limites MDS.
2004
(Limites
Departamentais
e Municipais)
Poblados: Unidade
Instituto
de Estadística,
2001
deNacional
Limites MDS.
2004
Proyeccion
UTM
WGS
84
Povoações: Instituto Nacional de Estatística,
2001
1189.07
1393.64
2366.03
3149.78
4138.41
Projeção UTM - WGS 84
Sant aC u
r z
-
1393.64
2366.03
3149.78
4138.41
5226.45
Cochabam ba
i l e
C h
Oruro
N
Chuqui saca
P a r a g u
a y
Pot osi
Limite Departamental
Tarij a
Ar ge nt i
Limite Municipal
n a
200
0
200 Kim.
f) Couros
A cadeia produtiva do couro abrange um amplo conjunto de atividades produtivas
integradas entre si e, desse modo, aumentam o nível de transformação. O subproduto
do abate, isto é, a pele (de bovinos, ovinos, caprinos e camelídeos), é a principal
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
matéria-prima do setor dos curtumes. Estes, por sua vez, fornecem a indústria da
confecção e a manufatura do insumo principal.
Produção agrícola e industrial
A nível criação e abate
A zona de maior produção de gado bovino é o oriente do país, com mais de 50% do
total nacional. A taxa de extração (número de sacrifícios/número de cabeças) a nível
nacional está em torno dos 13,5%. A região ocidental do país (La Paz, Oruro e Potosí)
concentra a maior população de camelídeos e ovinos, com 71% do total nacional.
A nível curtume
Distinguem-se dois tipos de curtimento: o mineral, que utiliza sais de cromo, e cujos
principais produtos são a napa, a oscaria, a camurça, e o nobuck, e o curtimento
vegetal, que utiliza tanantes naturais, e cujos principais produtos são a sola e a
vaqueta. Não há registro sobre o número de peles processadas em curtume para
nenhuma das espécies tratadas.
A nível manufatura
Existem três subsetores importantes: o de confecções de roupas, o de sapataria e
outros artigos de couro. Sua produção apresenta uma tendência crescente.
Comércio exterior
As exportações manufatureiras de couro são de origem artesanal e com baixo valor
agregado pelo sistema de comercialização, que é mais bem aproveitado pelos
intermediários que pelos produtores.
Em 2007, a exportação de todas as partidas analisadas foi de quase US$8,2 milhões,
sendo os principais destinos a Itália, Brasil e Hong Kong, como se detalha na seguinte
tabela.
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 12 - Exportações de couro, ano 2007 (em milhares de US$)
Destino
Itália
Peso bruto
Valor FOB (US$) Participação (%)
(kg)
2.597.963
13.022.688
40,65%
Brasil
810.545
3.349.989
10,46%
Hong Kong
602.976
3.163.281
9,87%
2.135.810
2.839.957
8,87%
Zona franca
Índia
329.240
2.030.616
6,34%
Espanha
419.878
1.672.660
5,22%
Chile
197.505
1.145.763
3,58%
China
393.750
1.001.936
3,13%
45.527
996.441
3,11%
791.072
661.071
2,06%
Coréia do Sul
98.268
572.304
1,79%
Argentina
76.116
406.082
1,27%
Alemanha
Peru
México
367.217
379.609
1,18%
Paraguai
123.204
308.950
0,96%
1.134
93.129
0,29%
França
Uruguai
15.579
66.002
0,21%
Tailândia
22.679
59.512
0,19%
979
56.877
0,18%
64.855
57.590
0,18%
1.359
52.236
0,16%
806
48.142
0,15%
Paquistão
16.000
44.000
0,14%
África do Sul
10.260
5.757
0,02%
9.122.722
32.034.599
100,00%
Japão
Portugal
Estados Unidos
Outros
Total
Fonte: Aduana Nacional da Bolívia
g) Madeira
As florestas naturais da Bolívia abrangem uma área de aproximadamente 53 milhões
de hectares, que representam 48% da superfície do país, concentradas na porção
oriental (Santa Cruz, Beni, La Paz e Pando). Isto constitui quase 10% das florestas
tropicais existentes na América do Sul.
Além das florestas naturais, a Bolívia conta com 30.000 hectares de plantios florestais.
Existem seis grandes regiões produtoras florestais no país (Baixo Paraguá,
Chiquitania, El Choré, Guarayos, Preandino-Amazônico e a Amazônia), que totalizam
uma área de aproximadamente 29 milhões de hectares.
Os principais estoques de madeira se encontram na Amazônia, El Choré e o
Preandino-Amazômico, tal como pode se observar no seguinte quadro.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 13 - Regiões florestais produtoras e estoque de madeira existente
Região produtora
3
Área
Volume (m /ha)(1)
Milhão ha %
1
2
3
4
5
6
Total
Baixo Paraguá
3,8
13
1,2
16,84
9,67
6,3
11,17
5,71
50,89
Chiquitanía
6,3
22
3,55 23,63
7,92
0,64
7,2
0,45
43,39
El Choré
1,6
6
0,68 43,55
18,81
12,79
8,35
4,34
88,52
Guarayos
4,2
15
0,45 24,99
10,42
3,03
6,04
2,23
47,16
Preandino-Amazônico 4,1
14
2,18 30,62
14,76
7,77
15,77
5,99
77,09
2,13 21,92
16,7
14,45
33,72
26,62
115,54
-
-
-
-
Amazônia
8,8
30
Total
28,8
100 -
-
Notas: 1- Espécies muito valiosas, 2- Espécies valiosas, 3- Espécies pouco valiosas, 4- Espécies potenciais,
5- Espécies sem valor conhecido, 6- Espécies não maderáveis
Fonte: Superintendência Florestal
A Bolívia possui 700 mil hectares de florestas tropicais certificadas, que respondem
por mais de 10% das florestas em produção existentes no país. Este fato levou a
Bolívia à primeira posição do mundo quanto a área de florestas tropicais certificadas,
garantindo internacionalmente a sustentabilidade dos recursos florestais do país, além
de abrir excelentes perspectivas de negócios.
Segundo informações oficiais, a produção atual de toros na Bolívia está na ordem dos
500 mil metros cúbicos ao ano, com o Departamento de Santa Cruz como principal
produtor, seguido por Beni, Cochabamba e Pando.
Em torno de 200 espécies são efetivamente aproveitadas na Bolívia. Nos últimos anos
tem se observado uma redução na concentração de espécies aproveitadas. Em 1995,
as cinco principais espécies representavam 56%, caindo a 43% em 1999, reflexo da
diminuição do aproveitamento seletivo e da ampliação do aproveitamento de espécies
alternativas.
A indústria florestal boliviana é quase exclusivamente baseada em produtos de
madeira sólida. Predominam empresas de pequeno e médio porte. O parque industrial
florestal boliviano é basicamente composto por serrarias, indústria de lâminas e
contraplacados, indústria de tabuleiros reconstituídos e indústria de produtos de maior
valor agregado. Assim, os produtos elaborados pela indústria florestal da Bolívia são,
em termos relativos, muito diversificados.
A indústria florestal boliviana se concentra principalmente nos departamentos de Santa
Cruz, Cochabamba e La Paz. A capacidade instalada das indústrias florestais
bolivianas é muito reduzida com relação ao potencial representado pelos recursos
florestais existentes no país.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
3
Tabela 14 - Capacidade instalada da indústria florestal (m /ano)
Produto
Indústrias
Madeira Serrada
Lâmina
 Faqueada
 Torneada
Compensado
Capacidade instalada(1)
Total
Média
308
1.500.000
4.900
3
2
8.400.000
61.000
2.800.000
30.500
2
41.000
20.500
Aglomerado
1
30.000
30.000
Chapa de fibra dura
Produtos de maior valor
agregado (PMVA)(2)
1
45.000
45.000
700
220.000
315
(1) Operação em dois turnos
(2) Capacidade de processamento de serrados
Fonte: Superintendência Florestal e OIMT
Atualizado e adaptado pela STCP
Em 2007, o total de exportações florestais ao Peru foi de US$2,6 milhões,
correspondendo a 7.311 toneladas.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 16 - Áreas de produção florestal
40000 0
80000 0
z
8 8000 00
Porvenir
l
UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E
UNIDADCOMPETITIVIDADE
DE PRODUCTIVIDAD Y
COMPETITIVIDAD
MUNICIPIOS
CON
FORESTAL
PREFEITURAS
COMINFORMACION
INFORMAÇÕES FLORESTAIS
(Superfície
Produtiva Plano
Geral
(Superficie
Productiva
Plan General
de
Manejo
Florestal)
de Manejo Forestal)
a Nuevo Manoa (Nueva E speranza)
r
Guayaramerín
Puerto Rico
16000 00
880 0000
B
i
12000 00
Riberalta
El Sena
B
r
a
z
San Joaquín
i l
P e
r u
840 0000
8 4000 00
Reyes
San Buenaventura
San Javier
Rurrenabaq ue
Trinidad
San Borja
San Andrés
Palo s Blanco s
Loreto
Caranavi
Guanay
La Asunta
Chimore
Villa Tunari
San Julián
San Juan
Tiraque
San Carlos
8 0000 00
Buena Vista
800 0000
Pojo
Pailón
Samaipata
Rob ore
Cabezas
Carmen Rivero Torrez
Vallegrand e
Charagua
l e
C h i
Villa Serrano
Tarvita (Villa Arias)
Monteag udo
P a r a g u a y
Villa Azurd uy
Machareti
Culpin a
7 6000 00
760 0000
Entre Rios (La Moreta)
Tarija
Uriondo
Yacuiba
Padcaya
A r g e n t Bermejo
i
na
40000 0
80000 0
Mapa
de de
Mapa
Localização
Ubicación
B
r
a z
i l
a z
i l
e
r u
Br
12000 00
16000 00
Información
Forestal
Informações Florestais
(Superficie
Ha.PGM
PGMF)
(SuperfícieProductiva
Produtiva Ha.
F)
Fuente:
Fonte:
E structura politico Administrativa
Estrutura político-administrativa
(Limites Departamentales y Municipales)
(Limites
Departamentais
e Municipais)
Unidad de Limites MDS.
2004
Unidade de
Limites MDS.
2004
Poblados: Instituto
Nacional
de Est
adística, 2001
Povoações:
Instituto
Nacional
de
Estatística,
2001
Proyeccion UTM - WGS
84
5 - 1990
1990 - 8273.57
8273.57 - 27850
27850 - 46544
46544 - 88010.45
l e
C h i
P
Projeção UTM - WGS 84
N
P a r a g u a y
Ar g e n t i
n a
200
0
200 Kim.
Limite Departamental
Limite Municipal
h) Carne
O Departamento do Beni foi, ao longo de sua história, o principal produtor de gado
bovino a nível nacional. Para o ano 2004 concentrava em torno de 50% da atividade
pecuária do país, e sua produção de gado bovino representava mais de 25% do
produto bruto interno agropecuário a nível departamental. O ramo da pecuária aglutina
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
mais de 5.800 pecuaristas benianos entre grandes, médios e pequenos, e é um dos
principais geradores de emprego da região.
A taxa de extração anual, de acordo com informações da Federação de Pecuaristas
do Beni (FEGABENI, segundo sua sigla em espanhol), estima-se em 13%,
significando que Beni fornece anualmente ao mercado nacional mais de 350 mil
cabeças.
Das existências totais de gado bovino do Departamento do Beni, 19% estão
localizados na Província Ballivián. Em ordem de importância, vêm na sequência as
províncias de Yacuma e Cercado, com 18% e 17%, respectivamente; seguem Moxos,
Mamoré, Marbán e Iténez, com participações similares, de entre 10% e 11%. A
Província Vaca Díez, com pouco mais de 2%, conta com menor existência de gado no
departamento. Apesar de a pecuária ser a principal atividade econômica do Beni, seu
desenvolvimento foi precário e, até hoje, sua exploração obedece antes a um critério
de crescimento vegetativo em condições quase naturais que a um critério de
exploração planejada, criando sistemas de produção marcadamente extensivos que,
ao longo dos anos, tem tido muito poucos avanços em termos de tecnologização. A
atual relação de desenvolvimento de rebanhos é fruto da baixa evolução tecnológica,
com uma relação de carga animal de quatro a cinco hectares por cabeça de gado se
comparado com sistemas de produtividade inferiores a dois hectares por cabeça de
gado registrados em outros países, como Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, e até
em propriedades do Departamento de Santa Cruz.
No entanto, o negócio da produção pecuária beniana tem enfrentado, ao longo dos
últimos anos, uma depressão em seu poder de compra que, mesmo dada a
precariedade tecnológica em relação com a produção como tal, colocou o produtor
pecuarista em uma posição econômico-financeira muito fraca, sendo vítima de
comercializadores e intermediários presentes nos processos de comercialização
oligopólicos, o que produziu, em grande medida, a merma do potencial de crescimento
do setor e colocou esses produtores em um alto nível de risco face a outros produtores
similares, tanto nacionais como internacionais.
A precária infraestrutura e o escasso desenvolvimento do setor pecuário, junto com o
crescimento das exigências do mercado internacional, limitaram as possibilidades
comerciais do produtor beniano ao mercado doméstico, principalmente à relação
comercial com os departamentos do eixo troncal (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz).
Os mecanismos de comercialização variam conforme a região: vende-se gado pronto
para o abate aos departamentos de La Paz e Santa Cruz, e gado em processo de
crescimento ao Departamento de Santa Cruz.
Um aspecto importante na análise do mercado bovino beniano se apresenta na
relação existente entre o Departamento de Santa Cruz e os comercializadores
cruzenhos, que fecham o ciclo produtivo de grande parte do gado que sai em pé do
Beni. Para o produtor cruzenho, o valor genético do gado é de grande importância, e
supõe-se que ele está disposto a pagar um preço mais alto com a expectativa de um
maior lucro em quilogramas por cabeça de gado. No entanto, os métodos de
comercialização utilizados não possuem parâmetros de medição exatos que permitam
determinar valores genéticos e potencial produtivo das cabeças de gado
comercializadas.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Características do sistema de produção pecuária beniano
O Departamento do Beni está dividido em duas regiões produtivas claramente
identificáveis: a primeira região, no sudoeste do departamento, caracteriza-se pela
existência de terras altas aptas para a geração de sistemas produtivos com base em
pastagens plantadas ou semi-intensivas, nas quais é possível completar o ciclo de
produção de gado; e a savana úmida do leste do rio Mamoré, caracteriza-se por ser
uma área de baixadas e ter uma tendência à especialização nos processos de criação
de gado, fato pelo qual diminuem os estabelecimentos dedicados à realização do ciclo
completo de produção, gerando comércio de gado de um ou dois anos para ser
acabado nas zonas de engorda do Departamento de Santa Cruz.
Tabela 15 - Sistemas de produção
Sistema
melhorado
5 ha/cabeça
3,55 ha/cabeça
Descrição
Sistema tradicional
Carga animal
Peso no gancho
170 kg
210 kg
0,55
0,7
32-36 meses
28-32 meses
0,13
0,18
Natalidade
Idade de abate
Taxa de extração
Fonte: FEGABENI 2004
Tabela 16 - Custos de produção
Desenvolvimento machos
Sanidade
Manutenção
Genética
Reprodução
Total
Bezerro
3,60%
4,9%
9,25%
26,52%
44,32%
Novilhos de 1 ano
3,60%
9,9%
5,00%
0,00%
18,51%
Novilhos de 2 anos
3,60%
11,5%
5,00%
0,00%
20,14%
Novilhos de 3 anos
3,60%
9,9%
5,00%
0,00%
18,48%
Novilhos para engorda
3,60%
9,9%
5,00%
0,00%
18,48%
Total
17,98%
46,18%
29,25%
26,52%
119,94%
Percentagem do custo total
15,0%
38,5%
24,4%
22,1%
100,0%
Fonte: FEGABENI 2004
Comércio interno do gado de carne na Bolívia
O mercado doméstico boliviano pode ser dividido em dois braços fundamentais que se
concentram, principalmente, nos departamentos do eixo troncal (La Paz, Cochabamba,
Santa Cruz). A produção de carne se concentra nas regiões leste e oeste do país, e é
afetada conforme o destino do produto. O Departamento de La Paz é considerado o
centro principal da região oeste, e demanda produto acabado e envia gado de forma
direta para o abate. A demanda do Departamento de La Paz concentra 22% da
produção nacional e é fundamentalmente abastecida pela região noroeste do Beni.
A região leste inclui principalmente a cidade de Santa Cruz, que alimenta de forma
parcial a cidade de Cochabamba e o resto do país, e concentra 78% do consumo
nacional. Esta região se caracteriza pela geração de dois tipos de comércio: um
comércio final de gado acabado e pronto para o abate e um comércio intermediário de
gado em processo de engorda, o qual é acabado em pastagens cruzenhas e
concentra grande parte da comercialização pecuária beniana.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A concentração da produção de gado bovino coloca o Departamento do Beni como
principal produtor da Bolívia, com uma produção próxima aos 50% do total do país.
Em segundo lugar, posiciona-se Santa Cruz, cuja produção (27% do total do país) não
abastece sua demanda doméstica de carne. A terceira posição é ocupada pelo
Departamento de Chuquisaca, com 8,4% da produção nacional. Os restantes 18,6%
concentram-se nos outros departamentos do país, os quais, com exceção do
Departamento de Tarija, são majoritariamente deficitários em relação a sua produção
e consumo domésticos.
No ano 2007, as exportações de carne ao peru foram de US$2 milhões, isto é, umas
762 toneladas saídas via Desaguadero.
i) Turismo na Bolívia
A Bolívia é um país com muito potencial turístico. Alguns locais foram tombados pela
UNESCO e são hoje Patrimônio da Humanidade.
Sítios naturais na Cordilheira dos Andes, parques nacionais, cidades históricas, ruínas
incaicas, riquezas arqueológicas, missões jesuíticas, e tantos outros lugares de
interesse, produziram um crescimento turístico no país.
2.2.2
Região chilena da área de influência
Produto interno bruto
O PIB da área de influência chilena registrou uma tendência permanente de
crescimento com uma taxa média em torno dos 13% no período 2003-2006, conforme
é mostrado na Tabela 17. Para esse período, os números indicam uma percentagem
aproximada aos 3,5% do PIB nacional e um valor nominal de US$3,960 bilhões para o
ano 2006.
Tabela 17 - Produto interno bruto a preços constantes, 2003-2006 (em milhões de dólares)
Região
2003
2004
2005
2006
I de Tarapacá (área de influência)
2.763
3,7
3.261
3,7
3.506
3,4
3.960
3,5
73.990
88.998
102.297
112.674
% sobre o total nacional
Produto interno bruto nacional
Fonte: Banco Central do Chile
Na Tabela 18 mostra-se a composição desse PIB, e nela se destaca a alta
participação da mineração, que representa 35,8% do mesmo. Outros setores
relevantes estão constituídos pelo comércio, restaurantes e hotéis, que contribuem
com 16,6%,7 os serviços pessoais, com 8,1%, e transportes e telecomunicações, com
8,0%. A atividade agrícola e a silvicultura ocupam o último lugar da contribuição, com
um exíguo 0,57%; da mesma forma, a pesca constitui apenas 2,9% do total.
7
O turismo está integrado a esta categoria segundo a classificação do Serviço de Impostos Internos.
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Tabela 18 - Produto interno bruto por classe de atividade econômica, Região de Tarapacá (1)
(em milhões de US$ de 2006)
Atividade
2006
Mineração
%
1.418
35,8
Comércio, restaurantes e hotéis
656
16,6
Serviços pessoais (2)
315
8,1
Transporte e comunicações
329
8,0
Indústria manufatureira
306
7,8
Administração pública
250
6,4
Serviços financeiros e empresariais (3)
214
5,5
Construção
153
3,9
Propriedade de habitação
149
3,8
Pesca
114
2,9
Eletricidade, gás e água
78
2,0
Agropecuário-silvícola
22
0,57
(45)
(1,2)
3.960
100
Menos: imputações bancárias
PIB da área de influência
Fonte: Banco Central do Chile
As informações correspondem à antiga I Região de Tarapacá que
incluía a atual XV de Arica e Parinacota.
(2) Inclui educação e saúde, pública e privada, e outros serviços.
(3) Inclui serviços financeiros, seguros, aluguel de imóveis e serviços
prestados a empresas.
Estes números caracterizam bem o conjunto da área de influência, especialmente a
Região de Tarapacá, porém, cabe mencionar que as regiões que a conformam têm
particularidades, em especial a recentemente criada Região de Arica e Parinacota,
que tem nos setores comércio, serviços e turismo, indústria e setor público uma
concentração de 76,8% do PIB regional, como pode se observar na Tabela 19.
Contrariamente, a mineração —que neste caso se trata de mineração não metálica—
participa apenas com 4,2% do PIB. Os setores de agricultura e pesca aparecem, da
mesma forma que na Região de Tarapacá, nas últimas posições.
A mesma tabela indica a relação entre o PIB e a capacidade de geração de emprego,
e salienta que os três primeiros setores concentram também a geração de 73,9% do
emprego. A mineração, por sua vez, com um papel secundário nesta região, tem a
menor contribuição à geração de emprego, com apenas 1,8%. A agricultura, embora
seja um setor retrasado quanto a sua contribuição ao PIB, tem uma participação de
6,1% do emprego, o que pode ser explicado pela alta demanda de mão-de-obra dos
plantios tradicionais presentes na região.
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Tabela 19 - Distribuição por setores econômicos do PIB e o emprego associado na Região de Arica e Parinacota
Setor
% do PIB regional
% de emprego
Comércio, serviços e turismo
34,3
38,9
Indústria
22,6
8,2
Setor público
19,9
26,8
Transporte
8,9
10,9
Construção
5,4
5,5
Mineração
4,2
1,8
Agricultura
3,1
6,1
Pesca
1,7
1,8
Fonte: “Relatório Nº 1, Caracterização”, Agência Regional de Desenvolvimento Produtivo (ARDP), 2008
Atividades econômicas relevantes
Nesta seção, apresentam-se aquelas atividades econômicas que foram relevadas
como prioritárias para o desenvolvimento da área de influência, bem como das regiões
envolvidas. Estas definições foram fundamentalmente estabelecidas no contexto da
discussão e de acordos público-privados das Agências Regionais de Desenvolvimento
Produtivo,8 iniciativa promovida sob o Governo da presidente Michelle Bachelet e que
se instala transversalmente em todas as regiões do Chile. Fundamentalmente, esta
ideia visa a atingir uma visão consensual entre o setor público e o setor privado sobre
o desenvolvimento produtivo de cada uma das regiões do Chile, com o fim de construir
uma Agenda Regional de Desenvolvimento Produtivo e, ao mesmo tempo, selecionar
pelo menos três setores para a execução de programas de melhoria da
competitividade (PMC). Embora a análise de uma intervenção sob o Grupo de Projetos
5 do Eixo Interoceânico Central da iniciativa IIRSA não finalize neste ponto, este
processo, com uma ampla base de consenso político e empresarial, outorga
legitimidade às decisões adotadas e resulta relevante em virtude de que uma parte
importante do investimento público e privado será orientada a partir destas definições.
a) Mineração
A atividade mineira tem características e importâncias diversas conforme a região em
que se localize. Na Região de Arica e Parinacota, corresponde essencialmente à
mineração não metálica, representada pela exploração de jazidas de borato, diatomita
e bentonita. Além disso, o setor tem baixo peso dentro das atividades econômicas
regionais e representa apenas 4,2% do PIB, além de gerar 1,8% do emprego, segundo
se observa na Tabela 19. Embora seja assinalado9 que existem importantes jazidas de
minérios metálicos, três fatores inerentes ao setor e à realidade própria da região
poderiam explicar o escasso desenvolvimento da mineração:10 a baixa pureza de suas
jazidas, que, associada aos baixos preços atuais, desencorajaria o investimento; as
leis e medidas protecionistas que impedem o acesso a recursos em áreas sobrepostas
com zonas protegidas por suas características e valor ambiental, e, finalmente, a
pouca clareza das concessões segundo o regime legal que as rege no Chile.
8
Outros exercícios de planejamento regional, como a Estratégia Regional de Desenvolvimento da antiga Região de
Tarapacá do período 2001-2006, a Estratégia para o Desenvolvimento da Infraestrutura das Regiões de Tarapacá e
Arica e Parinacota, promovidas pelo Ministério das Obras Públicas, ou a Visão 2020, também promovida por esse
Ministério, coincidem em identificar setores estratégicos iguais ou quase idênticos para o desenvolvimento das regiões
envolvidas.
9
Fundação para o Desenvolvimento, Universidade de Tarapacá, “Informe Nº 1 de caracterización regional”, 2008,
encomendado pela Agência Regional de Desenvolvimento Produtivo da Região de Arica e Parinacota.
10
“Síntesis económica, Región de Arica y Parinacota: Propuesta de ejes estratégicos de desarrollo para la nueva
región de Arica y Parinacota”, SEREMI de Economia, sem data.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Em contraste com isto, a antiga Região de Tarapacá tem na mineração o setor mais
importante de sua economia, que representa 35,8% do PIB, como é apresentado na
Tabela 18, e um número quase idêntico de investimento estrangeiro (35,6%). Por outra
parte, este setor ocupa a primeira posição das exportações regionais, com 78,6%,
sendo o cobre o principal produto.11 Segundo estudos realizados que se orientam à
identificação de clusters regionais encomendados pelo ProChile, a mineração é
identificada como um dos setores de maior potencial, já que está conformada por uma
complexa e desenvolvida rede de grandes, médias e pequenas empresas situadas nos
segmentos da exploração ou do provimento de serviços e equipamento para o
desenvolvimento da atividade.
b) Atividade portuária
Na área de influência chilena encontram-se os portos de Arica e Iquique, ambos
localizados em meio às cidades do mesmo nome. Estes ícones da atividade
econômica de ambas as regiões e cidades constituem a articulação do comércio para
o Chile e os países vizinhos da América do Sul, bem como a porta de saída para a
região da Ásia-Pacífico.
A posição estratégica de ambas as instalações no extremo norte do país e sua
condição de porta de entrada e saída das mercadorias bolivianas —em especial, o
porto de Arica— determinam que a projeção dos portos sempre seja feita
considerando este parceiro comercial, além de outros parceiros potenciais, como o
Brasil, no Eixo Interoceânico Central.
O porto de Arica é administrado pela Empresa Portuária Arica (EPA), fica a 2.051
quilômetros ao norte de Santiago e dispõe de conexões viárias e ferroviárias para a
Bolívia e o Peru.
Este porto dá apoio ao atendimento dos acordos internacionais com Peru e Bolívia. No
caso do Peru, o Chile se comprometeu a manter à sua disposição um cais, o Nº 7, e
no caso da Bolívia, a proporcionar armazenagem gratuita por um período de 60 dias
para as mercadorias a serem exportadas e um ano para as que entram na Bolívia.
A transferência histórica do porto de Arica é apresentada na Figura 17, e nela mostrase o progressivo aumento das transferências, que já estão em torno dos 2 milhões de
toneladas.
11
"Identificación de clusters exportadores en la Región de Tarapacá", Paris Salgado, 2006. Estudo encomendado pelo
ProChile.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 17 - Volume geral de transferências mobilizadas através do porto de Arica (em milhares de toneladas)
2.000
1.800
1.600
1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
0
1.800
1.529
1.352 1.313
1.245 1.306
861
1991
1.025 1.009 1.087
986
1.017
979
2001
2002
1.092 1.093 1.153
1.250
839
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Fonte: EPA, 2008
Na Figura 18 apresenta-se a evolução da carga boliviana mobilizada, a qual, sem
dúvida, é consequência da importância atribuída a este porto no contexto dos acordos
internacionais já citados. Desta forma, segundo os números proporcionados pela EPA
ao ano 2008, 67% da carga mobilizada por Arica corresponde à Bolívia.
Figura 18 - Volume de transferências de carga boliviana mobilizadas através do porto de Arica (em milhares de
toneladas)
1.400
1.206
1.200
1.001
1.000
859
748
800
600
549
500
588
495
487
568
799
620
627
607
593
621
2001
2002
2003
2004
803
806
2005
2006
400
200
0
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2007
2008
Fonte: EPA, 2008
Segundo os antecedentes oferecidos pela mesma fonte, ao se comparar a carga
boliviana mobilizada pelos portos de Arica, Iquique, Antofagasta e Matarani, pode se
observar a transcendência do primeiro para o comércio internacional da Bolívia, já que
70% da carga total mobilizada por este conjunto de portos em serviço a essa nação é
operada através de Arica. Esta tendência vai aumentando, já que no ano 2007 este
número alcançava 58%. Os portos de Matarani no Peru e de Antofagasta do lado
chileno, porém, tiveram suas operações para este cliente diminuídas.
No contexto acima apresentado, as principais cargas mobilizadas pelo porto de Arica
correspondem a cargas bolivianas: farinha de soja, madeira, óleo, açúcar, torta de
girassol, produtos mineiros, produtos comestíveis, além de trigo, milho, produtos
industriais, farinha de peixe, minerais (ulexita) e veículos. A transferência histórica
segundo grandes famílias de movimento de mercadorias é a que pode se observar na
tabela abaixo.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 20 - Transferências históricas de carga no porto de Arica segundo tipo
Ano
Tipo (toneladas métricas)
Total
Geral
Contêineres
Granel
1997
251.412
746.656
246.450
1.244.527
1998
282.782
706.089
267.089
1.305.090
1999
314.629
766.560
331.119
1.352.308
2000
354.107
672.829
286.266
1.313.202
2001
140.565
595.706
280.591
1.016.862
2002
150.886
620.820
207.774
979.480
2003
114.303
675.823
301.872
1.091.998
2004
76.514
737.490
278.591
1.092.595
2005
68.027
729.130
356.332
1.153.489
Fonte: EPA
Finalmente, a lista de grandes famílias de produtos embarcados e descarregados no
porto de Arica com relação a diversos destinos é apresentada na Tabela 21.
Tabela 21 - Famílias de produtos embarcados e desembarcados no porto de Arica, ano 2005
Embarque
Peixes e frutos do mar
Frutas, hortaliças e legumes
Farinha de peixe e outras
Sal
Minerais, metalurgias e escórias
Salitre e adubos
Madeiras, toros e chips
Papel e celulose
Cobre metálico
Outras mercadorias
Total
Ton. mét.
2.116
21.832
179.817
63
127.549
42
31.524
42
440
780.818
1.144.243
Desembarque
Frutas, hortaliças e legumes
Ton. mét.
2.020
Cereais e farinhas
62.780
Combustíveis sólidos e líquidos
14.291
Produtos químicos em geral
17.539
Adubos
6.535
Materiais plásticos e borracha
33.066
Materiais têxteis
15.363
Metais e manufaturas
30.487
Veículos
15.536
Outras mercadorias
140.402
Total
338.019
Fonte: “Infraestrutura para a competitividade, regiões de Arica-Parinacota e Tarapacá”, Direção de Planejamento,
Ministério das Obras Públicas, Governo do Chile, 2007
Por outra parte, as principais cargas mobilizadas no Porto de Iquique correspondem
a produtos industriais, principalmente importados para a zona franca, bem como às
exportações de cátodos de cobre das companhias de mineração Cerro Colorado,
Quebrada Blanca e Doña Inés de Collahuasi, e a farinha e o óleo de peixe. As
transferências históricas de cargas em toneladas métricas deste porto são
apresentadas na seguinte tabela.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 22 - Transferências históricas de carga no porto de Iquique segundo tipo
Ano
Tipo (toneladas métricas)
Total
Geral
Contêineres
Granel
1997
381.004
726.647
119.433
1998
475.142
708.555
67.789
1.251.486
1999
691.882
341.711
138.648
1.172.241
2000
351.616
814.567
167.094
1.333.277
2001
396.009
833.237
143.645
1.372.891
2002
394.539
916.966
241.073
1.552.578
2003
401.535
1.163.400
214.809
1.779.744
2004
354.080
1.295.290
234.694
1.884.064
2005
368.136
1.627.178
231.137
2.226.451
1.227.084
Fonte: “Infraestrutura para a competitividade, regiões de Arica-Parinacota e Tarapacá”, Direção de
Planejamento, Ministério das Obras Públicas, Governo do Chile, 2007
A lista de produtos embarcados e descarregados no porto de Iquique durante o ano
2005 é apresentada na tabela a seguir.
Tabela 23 - Produtos embarcados e desembarcados no porto de Iquique, ano 2005
Embarque
Peixes e frutos do mar
Frutas, hortaliças e legumes
Farinha de peixe e outras
Ton. mét.
1.284
890
228.228
Desembarque
Frutas, hortaliças e legumes
Cereais e farinhas
Ton. mét.
8.414
6.076
Combustíveis sólidos e líquidos
121.232
Sal
1.600
Produtos químicos em geral
61.679
Minerais, metalurgias e escórias
7.404
Adubos
56.698
Salitre e adubos
25.698
Materiais plásticos e borracha
67.597
Madeiras, toros e chips
3.438
Materiais têxteis
145.568
Papel e celulose
Metais e manufaturas
70.733
Cobre metálico
243.356
291
Veículos
188.393
Outras mercadorias
118.912
Outras mercadorias
Total
631.101
Total
375.522
1.101.912
Fonte: “Infraestrutura para a competitividade, regiões de Arica-Parinacota e Tarapacá”, Direção de
Planejamento, Ministério das Obras Públicas, Governo do Chile, 2007
c) Atividade em zonas francas
Há 32 anos surgiu na I Região de Tarapacá a Zona Franca de Iquique, mediante
promulgação do Decreto Lei Nº 1.055, que determinou isenções tributárias e
alfandegárias às empresas e mercadorias que permanecessem sob esse regime.
Originalmente, essa zona franca era administrada por uma Junta de Administração e
Vigilância, a qual cessou em suas funções com a promulgação de uma nova lei no ano
1989, que ordenou á fazenda e, em especial, à Corporação de Fomento da Produção
(CORFO) constituir uma sociedade anônima denominada "Zona Franca de Iquique
S.A." (ZOFRI S.A.), regida desde então pela lei de sociedades anônimas abertas. A
esta nova empresa foi outorgada uma concessão por 40 anos da zona franca contra o
pagamento de um valor anual equivalente a 15% das receitas brutas, as quais iriam
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em benefício de todas as prefeituras da região,
exclusivamente a projetos de investimento.
12
que devem destiná-las
Considerando o caráter de sociedade anônima da ZOFRI, sua propriedade acionária
corresponde em 71,27% a CORFO, entidade do estado chileno, 16,12% a um grupo
de 11 acionistas privados, e um saldo acionário de 12,6% em poder de 725 acionistas
privados minoritários.
A atividade da ZOFRI se situa fundamentalmente em torno dos terrenos
concessionados de Iquique, Alto Hospicio e Arica.
Em Iquique é administrado e explorado comercialmente um terreno de 175 hectares
no qual existem 1.000 locais alugados a clientes que funcionam com seus
almoxarifados, um centro logístico de 16.000 metros quadrados para aqueles clientes
que não dispõem de almoxarifados e delegam na ZOFRI a gestão de suas
mercadorias, e um mall de vendas ao varejo com 400 lojas e 33.000 metros quadrados
de superfície. Na mesma cidade, mas em outra prefeitura, Alto Hospicio, atualmente
está sendo construído um local destinado a desembaraçar as atuais instalações.
Na cidade de Arica, a ZOFRI S.A. é também depositária da concessão do Parque
Industrial de Chacalluta, local destinado à atividade comercial e industrial com mais de
123 hectares.
Os negócios e, portanto, a atividade comercial da ZOFRI S.A. são os seguintes:

Uma área imobiliária destinada ao aluguel de terrenos para a construção de
galpões e showrooms para venda de mercadorias por atacado. Este segmento de
negócio está localizado no denominado "recinto amuralhado" de Iquique, como
também no bairro industrial da mesma cidade, ou na ampliação projetada nos
novos 128,7 hectares localizados na prefeitura de Alto Hospicio, orientados
fundamentalmente ao negócio automotivo. A este negócio imobiliário vem se juntar
a gestão do parque industrial de Chacalluta na cidade de Arica.

O mall ZOFRI, que também opera sob o conceito de imobiliária, proporciona lojas
em aluguel a seus mais de 400 estabelecimentos comerciais.

Serviços logísticos, que se ocupam da operação física e da gestão da
documentação das mercadorias daqueles clientes que não contam com
almoxarifados próprios. O centro é um dos mais modernos da macrorregião,
contando com serviços de gestão remota e controle de inventários em tempo real,
além de ser totalmente automatizado. Este centro de 16.000 metros quadrados
tem uma capacidade de armazenagem de 35.000 metros cúbicos, os quais, no ano
2007, foram ocupados em 98,2%.

Visto remoto, serviço provido pela ZOFRI, mediante o qual as empresas usuárias
se conectam com um sistema computacional central e obtêm a aprovação da
documentação necessária das autoridades de controle para o ingresso de suas
mercadorias.

Portal ZOFRI, www.zofri.cl, site destinado ao encontro dos clientes e usuários com
as diversas áreas da empresa. No ano 2007, o site recebeu 776.000 visitas, sendo
quase 50% orientadas à área do mall.
12
Hoje, esses benefícios são destinados tanto às prefeituras da I Região de Tarapacá como às da nova Região XV de
Arica e Parinacota.
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Segundos os resultados da gestão do ano 2007,13 os principais mercados da ZOFRI
correspondem ao Chile, com 50% das vendas, Bolívia com 28%, Peru com 9% e
Paraguai com 8%. As vendas nacionais, que ascenderam a US$1.309.600.000, foram
distribuídas em 73,5% entre as regiões I e XV e em 26,5% para o resto do Chile. As
vendas internacionais, que ascenderam a US$1.334.000.000, foram principalmente
distribuídas à Bolívia, que concentra 56% das mesmas, Peru, com 18%, e Paraguai,
com 16%.
As compras dos usuários da zona franca correspondem fundamentalmente à China
(42%) e outros países asiáticos, como Hong Kong, Taiwan e Japão. De modo global, o
mercado asiático abastece em 63% as compras dos usuários da ZOFRI; seguido pelo
bloco de países da América Latina, que abastece em 18%, América do Norte com 13%,
e finalmente o bloco europeu com 4% das compras.
d) Turismo
O turismo, do mesmo modo que em muitas outras regiões do Chile, é salientado como
um dos setores estratégicos para o desenvolvimento. Tanto em Arica e Parinacota
como na Região de Tarapacá, os respectivos Conselhos Estratégicos das Agências
Regionais de Desenvolvimento Produtivo selecionaram o turismo como um de seus
eixos de desenvolvimento.
Segundo a SEREMI de Economia da Região de Arica e Parinacota,14 este destino tem
condições para o desenvolvimento do turismo de interesses especiais como atividade
produtiva emergente e inovadora, com ênfase no meio natural, através de suas
paisagens e atividades associadas aos atrativos de seus ecossistemas, bem como na
cultura indígena, através de suas expressões arqueológicas e a cultura viva em seus
costumes locais.
Por outra parte, o destino Região de Tarapacá concentra sua oferta em um turismo de
caráter patrimonial ligado a um passado mineiro representado pelas numerosas
instalações salitreiras abandonadas e hoje monumentos nacionais; há, também, uma
crescente oferta de turismo de litoral, onde se concentram investimentos no setor
hoteleiro, imobiliário e de restaurantes, bem como outros de caráter público no setor
viário e embelezamento desse litoral.
De um modo comum a ambas as regiões, toda a faixa altiplânica apresenta uma série
de Parques Nacionais e Áreas Silvestres Protegidas estatais que preservam valiosos
recursos naturais, representados por sistemas de lagos, lagoas, salinas e lamaçais,
como também uma importante fauna e avifauna, composta por vicunhas, veados e
flamingos, entre outros.
e) Agricultura
Segundo os antecedentes oferecidos pelo VII Censo Nacional Agropecuário e
Florestal realizado no ano 2007,15 a área de influência apresenta uma superfície total
de cultivos de 10.129 hectares, distribuídos em 34% na Região de Tarapacá e 66%
em Arica e Parinacota (Tabela 24). Esta primeira constatação revela a existência de
duas regiões com um potencial diferente em matéria de atividade agrícola e, portanto,
13
Memória anual da Zona franca de Iquique, ZOFRI S.A., 2007.
“Síntesis Económica, Región de Arica y Parinacota, Propuesta de ejes estratégicos de desarrollo para la nueva
región de Arica y Parinacota”, SEREMI de Economia, sem data.
15
Instituto Nacional de Estatística, INE, http://www.ine.cl.
14
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dentro dos limites oferecidos por este setor econômico, com maiores ou menores
possibilidades de desenvolvimento.
De modo específico, a agricultura na área de influência está representada por quatro
grandes tipos de cultivos, que correspondem, em ordem de importância, a hortaliças,
com 36,28%, pomares, com 21,93%, plantas forrageiras, com 17,01%, e, finalmente,
cereais, com 13,73%.
Tabela 24 - Superfície semeada ou plantada por principais grupos de cultivos
hectares)
Cultivos
I Região de Tarapacá
(1)
, área de influência do Chile (em
XV Região de Arica
e Parinacota
Total área
de
influência
% sobre
o total
Hortaliças
Total
582,8
%
16,92
Total
3.092
%
46,25
3.674
36,28
Pomares
393,2
11,41
1.828
27,35
2.221
21,93
Plantas forrageiras
154,2
4,48
1.569
23,48
1.723
17,01
Cereais
1.378,7
40,02
12
0,18
1.391
13,73
Plantações florestais
825,2
23,95
11
0,16
836
8,25
Outros
110,8
3,22
173
2,58
284
2,80
3.445,0
100,00
6.684
100,00
10.129
100,00
Total
Fonte: VII Censo Nacional Agropecuário e Florestal, INE 2007
(1) Elaboração própria a partir da fonte citada
Ao se particularizar a análise da agricultura em cada uma das regiões que fazem parte
da área de influência, é possível salientar que Tarapacá concentra seus cultivos na
categoria de cereais, com 40,02% da superfície e, de acordo com a fonte, esta
corresponde em mais de 90% ao cultivo de quinoa; na sequência, o cultivo de
hortaliças, com 16,92%, e, finalmente, os pomares, essencialmente cítricos,
mangueiras e oliveiras, com 11,41%. A esta região vem se acrescentar uma
importante plantação florestal de tamarugos (espécie de alfarrobeira) que ocupa
23,95% do total cultivado.16
A região vizinha a Arica e Parinacota concentra grande parte de seus cultivos em
hortaliças (46,25%), com predomínio do milho e do tomate para consumo fresco; os
pomares, com predomínio absoluto de oliveiras, seguidas por uma área relevante de
pradarias e espécies forrageiras (23,48%).
Os diversos diagnósticos efetuados para este setor mostram alguns grandes desafios
para seu desenvolvimento: a água, com relação à quantidade e tecnologização da
rega, bem com a concorrência pelo recurso para outros usos (mineração, água potável,
entre outros); a tecnologização dos cultivos no avanço para a denominada "agricultura
tecnológica"; a transformação das atuais culturas tradicionais em outras de maior valor,
e, finalmente, uma ação concertada e associativa dos agricultores.
Na perspectiva de uma integração produtiva com o Peru e com a Bolívia, esta poderia
se orientar à geração de uma oferta de maior volume e, idealmente, com maior valor
agregado de cultivos, como oliveiras na relação com Peru, ou quinoa, com a Bolívia.
Porém, estas possibilidades, dado o baixo peso que a agricultura tem no PIB da área
de influência (último lugar), requerem de um estudo pormenorizado e, principalmente,
de um acordo de integração com um ou outro país.
16
VII Censo Nacional Agropecuário e Florestal, 2007, Instituto Nacional de Estatísticas, http://www.ine.cl.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Mercado exterior
As exportações da área de influência concentram-se, atualmente, em produtos
derivados da atividade mineira. Da Tabela 3 - Principais exportações da área de
influência(1)
se deduz que 11 dos 16 itens, que representam 94,04% das exportações verificadas
durante o primeiro quadrimestre do ano 2008, concentraram-se em produtos minérios
metálicos e não metálicos. Aprofundando a análise, 88,06% desta cesta exportadora
correspondem a produtos metálicos e, entre eles, dois concentram a maior
percentagem: minérios de cobre e seus concentrados, como também cátodos e
seções de cátodos de cobre. Também sobressai a inexistência de produtos agrícolas
nesta cesta exportadora.
Segundo os antecedentes do PIB de ambas as regiões, pode se inferir que desta
cesta exportadora parte dos itens que correspondem a caminhonetes, minérios não
metálicos, farinha de peixe, óleos combustíveis e destilados, corresponderia à Região
de Arica e Parinacota.
Tabela 3 - Principais exportações da área de influência
(1)
Exportações, abril 2008
(US$ FOB)
Itens Resumidos
%
Minérios de cobre e seus concentrados
684.672.835
44,31
Cátodos e seções de cátodos
669.907.105
43,35
Iodo
56.991.312
3,69
Farinha de peixe
49.603.748
3,21
Ácidos bóricos
16.221.811
1,05
Sal gema, sal de salinas, sal marinha
13.364.530
0,86
Caminhonetes
4.287.689
0,28
Resíduos e detritos de alumínio, o resto
4.196.991
0,27
Cátodos e seções de cátodos, o resto
3.441.609
0,22
Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel)
3.257.280
0,21
Concentrados sem torrar
2.734.443
0,18
Carbonatos de lítio
Produtos para a correção de escritos de densidade
inferior a 0,94
Nitratos com conteúdo de nitrato de potássio inferior
ou igual a 98%
Matérias minerais naturais ativadas
2.496.259
0,16
2.364.638
0,15
1.938.445
0,13
1.041.193
0,07
275.042
0,02
Ulexita natural
Outros
Total
28.433.167
1,84
1.545.280.825
100,00
Fonte: Serviço Nacional de Aduanas, 2008
(1) O quadro é de elaboração própria e apresenta aquelas partidas que registram, no mínimo, números superiores a
US$1.000.000.
Considerando a importância do conhecimento das exportações para todos os destinos,
especialmente para os países limítrofes que fazem parte do Grupo de Projetos 5 do
Eixo Interoceânico Central da IIRSA, estimou-se conveniente detalhar as mesmas
segundo sua origem em cada uma das regiões que integram a área de influência em
território chileno.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Assim, nos quadros apresentados a seguir, informam-se os dez itens principais
exportados por região, os dez destinos principais e os dez itens principais exportados
tanto para a Bolívia quanto para o Peru.
Da Tabela 26, depreende-se que os três itens principais da cesta exportadora de Arica
e Parinacota são os ácidos bóricos, os óleos combustíveis destilados e os minérios de
cobre e seus concentrados, que entre todos somam 67,17% do total.
Tabela 26 - Dez principais produtos exportados pela XV Região de Arica e Parinacota a todos os destinos
Exportações,
ano 2008
(US$ FOB)
57.287.794
% sobre o
total
exportado
39,20
Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) (2)
27.538.810
18,84
Minérios de cobre e seus concentrados (2)
Outros depósitos, barris, tanques, bidões, vasilhas, caixas e
recipientes similares, de alumínio, para qualquer matéria (com
exceção do gás comprimido ou liquidificado), de capacidade
inferior ou igual a 300 l, sem dispositivos mecânicos nem térmicos
(1)
Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior ou igual a
66% mas inferior ou igual a 68% em peso (prime) (1)
Matérias minerais naturais ativadas (1)
Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior a 68% em
peso (super prime) (1)
Outros resíduos e detritos, com exceção de aparas de torno,
lascas, esquírolas, limalhas (1)
Cerejas frescas (2)
Farinhas siliciosas fósseis (por exemplo: «kieselguhr», trípoli,
diatomita) e outras terras siliciosas análogas, de densidade
aparente inferior ou igual a 1, mesmo calcinadas (1)
13.341.040
9,13
10.867.993
7,44
5.507.025
3,77
4.533.648
3,10
3.220.387
2,20
3.145.204
2,15
2.808.553
1,92
1.698.705
1,16
Total 10 principais
129.949.163
88,92
Total regional
146.146.622
100,00
Itens Resumidos
Ácidos bóricos (1)
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
Nota: (1) Produtos elaborados na XV Região de Arica e Parinacota; (2) Produtos não elaborados na Região de Arica
e Parinacota. Comunicação verbal da Direção Regional do ProChile.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Na Tabela 27 são apresentados os principais destinos, entre os quais sobressai a
participação da Bolívia e do Peru, nas duas primeiras posições, seguidos pelas
exportações para China, Estados Unidos e Alemanha, todos os países e blocos com
os quais Chile possui tratados de livre comércio, o que mostra o potencial para a
integração de esforços, especialmente com a Bolívia, para conquistar estes mercados.
Tabela 27 - Dez principais destinos das exportações da XV Região de Arica e Parinacota
País
Bolívia
Exportações, ano 2008
(US$ FOB)
29.714.698
% sobre o total
regional
20,33
Peru
22.890.021
15,66
China
22.223.216
15,21
Estados Unidos
14.778.204
10,11
Alemanha
13.098.052
8,96
Brasil
11.838.498
8,10
Japão
6.486.686
4,44
Colômbia
3.485.384
2,38
Itália
2.569.778
1,76
Malásia
2.228.739
1,53
Total 10 principais
129.313.279
88,48
Total regional
146.146.622
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Na Tabela 28 são apresentados os principais itens exportados para a Bolívia da
Região de Arica e Parinacota, entre os quais é salientada a importância dos óleos
combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel), que atingem 92,68% do total exportado
para essa nação. De todos estes produtos, só as matérias minerais naturais ativadas
são produzidas na região; o resto corresponde a mercadorias elaboradas em outras
regiões ou nacionalizadas, as quais são objeto de algumas transformações menores e
depois exportadas para a Bolívia. Sobre elas, segundo comunicação verbal da Direção
Regional do ProChile, não existem estatísticas que permitam conhecer a traçabilidade
do processo.
Tabela 28 - Dez principais produtos exportados para a Bolívia pela XV Região de Arica e Parinacota
Itens Resumidos
Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel)
Matérias minerais naturais ativadas (1)
Tratores de rodovia para carretas semi-reboques, com
motor diesel de potência superior a 200 hp
Motoniveladoras
Caminhões para transporte de mercadorias, com
motor de êmbolo (pistão), de ignição por compressão
(diesel ou semidiesel), com capacidade de carga útil
superior a 2000 quilos
Carregadores frontais
Exportações, ano
2008 (US$ FOB)
27.538.810
% do total
exportado
92,68
808.525
2,72
232.108
0,78
208.000
0,70
98.803
0,33
65.500
0,22
Semi-reboques planos
63.589
0,21
Outros, chicletes e gomas de mascar
Outras fibras sintéticas descontinuas, cardadas,
penteadas ou transformadas de outro modo para
fiação
Bulldozers frontais, de esteira
54.270
0,18
41.947
0,14
38.000
0,13
Total 10 principais
29.149.554
98,10
Total regional exportado a Bolívia
29.714.698
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
Nota: (1) Produtos elaborados na XV Região de Arica e Parinacota.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Por último, nesta análise das exportações da Região de Arica e Parinacota,
apresentam-se na Tabela 29 os principais itens exportados ao Peru, entre os quais
ocupam o primeiro lugar os minérios de cobre e seus concentrados, com 58,28% do
total exportado, seguidos de produtos essencialmente de tipo metal-mecânico.
Tabela 29 - Dez principais produtos exportados ao Peru pela XV Região de Arica e Parinacota
Exportações, ano
2008 (US$ FOB)
Itens Resumidos
Minérios de cobre e seus concentrados (1)
Outros resíduos e detritos, com exceção de aparas de
torno, lascas, esquírolas, limalhas (2)
Acumuladores, elétricos de chumbo que funcionem com
eletrólito líquido, drenados, em desuso, inservíveis (1)
Outros resíduos e detritos, de aços ligados (2)
Farinhas siliceosas fósseis (por exemplo: «kieselguhr»,
trípoli, diatomita) e outras terras siliciosas análogas, de
densidade aparente inferior ou igual a 1, mesmo
calcinadas (2)
Embutidos e produtos similares de carne, despojos ou
sangue; preparações alimentícias com base nestes
produtos (2)
Outros depósitos, barris, tanques, bidões, vasilhas, caixas
e recipientes similares, de alumínio, para qualquer matéria
(com exceção do gás comprimido ou liquidificado), de
capacidade inferior ou igual a 300 l, sem dispositivos
mecânicos nem térmicos (2)
Motores de êmbolo (pistão) de ignição por compressão
(motores diesel ou semidiesel) para veículos da partida
87.04 (1)
Garrafas para bebidas de capacidade superior a 0,33 l mas
inferior ou igual a 1 l (1)
Matérias minerais naturais ativadas (2)
13.341.040
% sobre o total
exportado ao
Peru
58,28
3.028.020
13,23
1.444.785
6,31
675.000
2,95
591.525
2,58
464.988
2,03
382.382
1,67
350.360
1,53
335.550
1,47
292.047
1,28
Total 10 principais
20.905.697
91,33
Total regional
22.890.021
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
Nota: (1) Produtos não elaborados na XV Região de Arica e Parinacota; (2) Produtos elaborados na Região de Arica e
Parinacota. Comunicação verbal da Direção Regional do ProChile.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 30 - Dez principais produtos exportados pela Região de Tarapacá a todos os destinos
Exportações, ano
2008 (US$ FOB)
2.012.471.400
Itens Resumidos
Minérios de cobre e seus concentrados
Cátodos e seções de cátodos de cobre refinado
% sobre o total
exportado
44,40
1.828.424.485
40,34
Iodo
Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior ou
igual a 66% mas inferior ou igual a 68% em peso (prime)
Sal gema, sal de salinas, sal marinha
159.399.466
3,52
101.400.176
2,24
68.766.109
1,52
Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) (1)
Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior a
68% em peso (super prime)
Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior a
66% em peso (padrão)
Caminhonetes com motor de êmbolo (pistão), de ignição
por faísca, com capacidade de carga útil superior a 500
quilos mas inferior ou igual a 2000 quilos, de peso total
com carga máxima inferior ou igual a 5 t (1)
Óleo de peixe, cru
47.192.628
1,04
40.474.636
0,89
32.185.910
0,71
26.640.533
0,59
20.381.101
0,45
Total 10 principais
4.337.336.444
95,70
Total regional
4.532.370.997
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
Nota: (1) Produtos não elaborados na I Região de Tarapacá.
A Tabela 30 apresenta os principais itens exportados pela Região de Tarapacá, com
especial destaque para a mineração cuprífera, que concentra 84,74% do total
exportado. Embora não com a potência exportadora do passado, salienta também a
presença dos produtos derivados de peixes, quatro do total, que concentram 4,29% do
valor exportado neste ranking.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Quanto aos principais destinos das exportações, estes são apresentados em ordem
descendente na Tabela 31. Segundo os antecedentes, os países do bloco asiático
concentram 52,38% das exportações, com a China como principal destino, com
22,20%. Neste ranking não aparecem nem Bolívia nem Peru, que ocupam as posições
12 e 18 respectivamente.
Tabela 31 - Dez principais destinos das exportações da I Região de Tarapacá
País
China
Exportações, ano 2008
(US$ FOB)
1.006.327.992
% sobre o total
regional
22,20
Japão
586.306.367
12,94
Itália
584.146.650
12,89
Alemanha
341.388.800
7,53
Índia
312.083.989
6,89
Holanda
310.486.045
6,85
Taiwan
281.730.422
6,22
Espanha
225.610.087
4,98
Coréia do Sul
187.157.337
4,13
Estados Unidos
107.114.501
2,36
Total 10 principais
3.942.352.190
86,98
Total regional
4.532.370.997
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
As exportações da I Região de Tarapacá à Bolívia, da mesma forma que as da Região
de Arica e Parinacota, têm em primeiro lugar o item de óleos combustíveis destilados
(gasóleo, óleo diesel), revelando a importância destes produtos na relação comercial
com ambas as nações da área de influência. Os itens restantes correspondem a
máquinas e equipamentos, o que revela a necessidade deste tipo de produtos para a
nação boliviana.
Tabela 32 - Dez principais produtos exportados para a Bolívia pela I Região de Tarapacá
Itens Resumidos
Exportações, ano
2008 (US$ FOB)
% sobre o total
exportado à Bolívia
47.192.628
63,27
10.642.845
14,27
7.213.292
9,67
2.076.000
2,78
1.000.000
1,34
839.214
1,13
455.735
0,61
419.811
0,56
389.042
0,52
Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo
diesel)
Escavadeiras, cuja superestrutura pode girar 360
graus
Bulldozers frontais, de esteira
Outras máquinas, aparelhos e material de
preparação ou fabricação de clichês, pranchas,
cilindros ou outros elementos para impressão
Outros motores de êmbolo (pistão) de ignição por
compressão (motores diesel ou semidiesel),
estacionários
Caminhonetes com motor de êmbolo (pistão), de
ignição por faísca, com capacidade de carga útil
superior a 500 quilos mas inferior ou igual a 2000
quilos, de peso total com carga máxima inferior ou
igual a 5 t
Outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico
não celular e sem reforço, estratificação nem
suporte, de polímeros de etileno, de densidade
inferior a 0,94
Outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico
não celular e sem reforço, estratificação nem
suporte, de polímeros de etileno, de densidade
inferior a 0,94
Carregadores frontais
Motoniveladoras
286.893
0,38
Total 10 principais
70.515.460
94,53
Total regional
74.593.370
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A Tabela 33 informa sobre os principais itens exportados ao Peru, entre os que
sobressaem os óleos de peixe, em primeiro lugar, com 24,07%, seguidos do nitrato de
potássio, com 9,56% do total exportado para essa nação.
Tabela 33 - Dez principais produtos exportados para o Peru pela I Região de Tarapacá
Itens Resumidos
Óleo de peixe, cru
Nitrato de potássio, com conteúdo (nitrato de potássio)
inferior ou igual a 98% em peso
Outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico não
celular e sem reforço, estratificação nem suporte, de
polímeros de etileno, de densidade inferior a 0,94
Outros resíduos e detritos, com exceção de aparas de
torno, lascas, esquírolas, limalhas
As outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico não
celular e sem reforço, estratificação nem suporte, de
polímeros de etileno, de densidade inferior a 0,94
Aviões de passageiros, com capacidade superior a 8
assentos, de peso em vazio superior a 2000 kg mas
inferior ou igual a 15000 kg
Jurel (Trachurus murphyi) inteiro, fresco ou resfriado, com
exceção dos fígados, ovas e sêmen
Outros aparelhos receptores de televisão a cores, de LCD
(Display de Cristal Líquido)
Caminhonetes com capacidade de carga útil superior a
500 quilos, mas inferior ou igual a 2000 quilos
Redes para pesca, de matéria têxtil sintética
Total 10 primeiros
Total regional
Exportações,
ano 2008
(US$ FOB)
6.557.000
% sobre o total
exportado ao
Peru
24,07
2.603.153
9,56
2.007.973
7,37
1.911.895
7,02
1.635.010
6,00
1.600.000
5,87
946.962
3,48
938.113
3,44
769.900
707.754
19.677.760
27.239.820
2,83
2,60
72,24
100,00
Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009
Mercado interno
Se analisado o PIB da antiga Região de Tarapacá, que incorpora as duas regiões
atuais e, portanto, toda a área de influência, pode se concluir que três categorias dão
origem a produtos comercializáveis com o resto do país: o comércio, a indústria
manufatureira e a agricultura.
O comércio, excetuando aquele que se verifica no interior da área de influência,
derivaria principalmente das vendas produzidas pela Zona Franca de Iquique, que,
conforme os antecedentes proporcionados por seus administradores, atingiriam o
montante de US$347.100.00 C.I.F. ao resto das regiões do Chile.
Em relação ao mercado nacional, a agricultura se orienta a atender à demanda de
produtos contra-sazonais originada na zona central do Chile e também nas cidades
próximas, como Antofagasta e Calama. Os produtos destinados ao mercado nacional
são basicamente hortaliças, entre as quais salientam o tomate para consumo fresco,
que ocupa 17% da superfície plantada de hortaliças da área de influência, as cebolas
e os alhos. Deve se lembrar que a produção agrícola desta natureza é
fundamentalmente originada na XV Região de Arica e Parinacota.
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Quanto à indústria manufatureira, os antecedentes informados pela Região de Arica e
Parinacota 17 assinalam que se encontra em um processo complexo, devido, entre
outras coisas, ao recente fechamento da planta da General Motors, o que provocou
uma brusca queda do índice de atividade econômica regional (INACER) que teve um
retrocesso de 15,1%. Contudo, poderia se inferir, embora seja necessário verificar esta
hipótese com um estudo mais pormenorizado das estatísticas, que a indústria fabril se
orienta a mercados de exportação, dado que as empresas localizadas na região lá se
instalam para aproveitar as vantagens da zona franca.
2.2.3
Região peruana da área de influência
Produto interno bruto e outros indicadores
As variáveis tomadas em consideração para a mensuração do estado da economia do
país são a inflação, o PIB e as importações e exportações.
O PIB nacional reflete que os setores mais representativos são serviços, manufaturas,
agrícola e mineração; na região em estudo, o setor de serviços contribui com 8%, o
setor de manufaturas com 11%, o setor agrícola com 15% e o setor mineiro com 21%;
pode se observar que o setor agrícola e o mineiro são eixos importantes de produção
na região.
Tabela 34 - PIB departamental por principais atividades econômicas (em US$)
Principais atividades
econômicas
Arequipa
Moquegua
Puno
Tacna
45.293.631
Agricultura, caça e silvicultura
402.135.350
35.859.554
186.261.783
Pesca
16.948.408
14.355.414
4.631.847
9.004.777
Mineração
288.472.930
168.020.701
89.444.268
127.904.140
Manufatura
599.270.701
175.369.427
137.373.567
60.507.643
Eletricidade e água
49.271.019
52.799.363
21.685.669
5.131.529
Construção
295.071.953
85.418.961
60.771.330
58.831.136
Comércio
418.274.522
36.089.490
140.688.217
101.162.102
Transportes e comunicações
246.838.535
22.238.535
122.837.580
95.871.975
Restaurantes e hotéis
78.211.783
7.571.338
29.851.911
25.186.943
Serviços governamentais
115.610.828
28.937.898
121.248.408
46.685.032
Outros serviços
PIB total
465.168.153
69.364.650
191.070.701
136.985.032
2.975.274.183
696.025.330
1.105.865.279
712.563.939
Fonte: Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI) - ano 2008
No ano 2006, o Peru ocupou a 59a posição no ranking mundial de países exportadores.
Os principais produtos de exportação são o ouro em bruto, os catodos, os minérios de
cobre e a farinha de peixe; esta última é majoritariamente comercializada pela região
sul. Nesta região, as exportações chegam a ter um valor de US$7,542 bilhões; é a
segunda região exportadora, já que o centro duplica este número.
As importações do país cresceram 52,1% no último ano, lideradas pelos bens de
capital e os materiais para a construção, as matérias-primas e os produtos
intermediários. Em nível regional, o centro do país continua liderando com suas
importações, que, em 2007, superaram os US$17 bilhões, enquanto que no sul
chegaram a US$1,396 bilhões, e um valor similar tiveram as do norte, com US$1,156
17
Plano de Infraestrutura para a Competitividade, 2007-2012. Região de Arica e Parinacota. DIRPLAN, MOP, 2009.
58 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
bilhões. O índice de exportação do sul do país é quase cinco vezes maior que o de
importação, enquanto que, no centro, as importações ultrapassam as exportações.
Em geral, vale salientar que o Peru se posiciona como o primeiro produtor mundial de
farinha de peixe, aspargos e páprica, o segundo produtor mundial de alcachofras e o
sexto produtor mundial de café. Em mineração, ocupa a segunda posição como
produtor mundial de prata, a quarta como produtor mundial de cobre, zinco e chumbo,
e a quinta como produtor mundial de ouro, além de contar com grandes jazidas de
ferro, estanho, manganês e petróleo e gás. É, por outro lado, o primeiro produtor
mundial de lã de alpaca e o mais importante exportador de artigos têxteis de algodão
da América Latina.
O índice de preços ao consumidor (IPC) é um indicador do crescimento contínuo e
generalizado dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias, que, para o
caso do Peru, teve uma média de 7,1% no último ano (fevereiro de 2008 - janeiro de
2009). Na área de influência, o valor é maior à média: 8,54% em Arequipa, 8,47% em
Moquegua, 6,16% em Puno e 9,32% em Tacna.
Atividades econômicas relevantes
Devido às características diversas de cada departamento que integra a área de
influência, analisaremos as condições econômicas de cada um deles.
a) Arequipa
As principais atividades econômicas do departamento são a agricultura e a mineração.
Sobressaem o plantio de alhos, alfafa, cebolas, ginja, limão doce, sorgo grão, cenoura,
tangelo e sabugueiro, bem como a extração (expressa como percentagem do total
nacional) de chumbo (0,3%), prata (7,1%), zinco (0,1%), ouro (9,3%) e cobre (9,7%).
O PIB de Arequipa representa 5,9% do PIB nacional; trata-se do segundo
departamento com o PIB mais alto. Sua composição é principalmente baseada no
setor serviços, com 61%, seguido pela manufatura, com 20% e, em terceiro lugar, a
agricultura, com 11%.
Este departamento é o primeiro em termos de PIB gerado pelo setor agropecuário.
Mesmo assim, sua extensão de superfície agrícola é de 5,7%, o que demonstra a
notável produtividade das áreas plantadas. Mantém a liderança regional a partir de
extrações de minérios e da produção industrial.
O valor agregado do departamento é composto por diversos ramos; o principal é a
manufatura, com 20%, e o de menor representatividade é o da eletricidade e água,
com 1,9%, embora o departamento conte com a central hidrelétrica de Charcani, que
aproveita as águas do rio Chili.
59 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 19 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)
1,718,423
Manufatura
Manufactura
1,881,710
1,365,059
1,460,628
Outros
Otros Serviços
Servicios
1,226,260
1,313,382
Comércio
Comercio
2006
1,169,438
1,262,705
Agricultura,
Caça
ey
Silvic.
Agricultura,
Caza
Silvic.
2007
755,094
926,526
Construção
Construcción
418,570
Minería
Mineração
905,805
654,316
775,073
Transportes
Transportesy eComunicaciones
Comunicações
358,651
363,018
Servicios
ServiçosGubernamentales
Governamentais
225,024
245,585
Restaurantes
Restaurantes y
e Hoteles
Hotéis
156,845
154,711
41,056
53,218
Electricidade yÁgua
Agua
Eletricidade
Pesca
Pesca
0
400000
800000
1200000
1600000
2000000
2400000
Fonte: Compêndio Estatístico 2008 – INEI. Elaboração própria.
Figura 7 - Estrutura percentual do valor agregado bruto
Año: 2007
Ano:
2007
:
Agricultura,
Agricult
ura, Caza
Caça e Silvic.
y Silvic.
Pesca
7.0
0.7
Outros
Ot ros
Mineração
Minerí a
42.8
13.4
Manuf
act ura
Manufatura
20.0
20.0
Ser
vicios
Serviços
Governamentais
Gubernament
ales
4.4
4.4
Const rucción
Construção
11.7
11.7
Fonte: Compêndio Estatístico 2008 – INEI. Elaboração própria.
Exportações18
As exportações deste departamento representam 7,4% das exportações nacionais do
Peru. As exportações regionais são fundamentalmente baseadas na extração de
minérios e suas manufaturas (59% do total exportado).
18
Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.
60 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Quanto à composição das exportações, sobressaem as extrações de minérios e suas
manufaturas, bem como as atividades relacionadas com a metalurgia. No setor
industrial, os têxteis e os couros lideram as exportações, seguidos pelo setor de
alimentos e bebidas.
Tabela 35 - Principais produtos de exportação de Arequipa
Setor
Valor FOB (US$)
Peso líquido
(ton.)
US$/ton.
Minérios metalíferos
1.201.379.750
701.602
1.712
Cobre e suas manufaturas
528.455.289
74.080
7.134
Farinha de peixe
81.947.693
88.104
930
Lã e pelo fino ou ordinário
65.018.613
5.921
10.981
Fundição, ferro e aço
33.684.486
48.200
699
Roupas e acessórios de malha
25.509.200
499
51.121
Café
19.595.508
8.650
2.265
Preparação de hortaliças, frutas
10.717.946
6.301
1.701
Químicos (derivados da indústria do cobre)
10.490.783
22.640
463
Hortaliças, plantas frescas
10.213.077
8.149
1.253
Peles e couros
9.107.966
1.971
4.621
Outros
Total Arequipa
73.902.491
104.406
2.070.022.802
1.070.523
82.881
Fonte: ALG
Ao se analisar o posicionamento relativo dos principais produtos de exportação, pode
se observar que as roupas e acessórios de malha possuem menor volume (toneladas
líquidas) e, porém, são os produtos de maior valor (US$ por tonelada), contrariamente
aos produtos químicos, a farinha de peixe e os minérios metalíferos.
Figura 21 - Matriz de posicionamento relativo dos principais produtos de exportação
Densidade de valor (US$/tN, escala logarítmica)
100,000
Roupas e acessórios
de malha
Lã e pêlo fino
ou ordinário
10,000
Peles e couro
Café
1,000
Preparação de Hortaliças, frutas
Hortaliças, plantas frescas
Cobre e suas
manufaturas
Minérios Metalíferos
(cobre)
Farinha de Peixe
Fundição, ferro e aço
Químicos (derivados da
indústria do cobre)
100
100
1,000
10,000
100,000
Volume (toneladas líquidas, escala logarítmica)
61 / 121
1,000,000
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
b) Moquegua
Moquegua tem uma participação de 1,4% do PIB nacional. A principal atividade do
departamento é a mineração (extração de prata, ouro e cobre), que representa 24% do
PIB do departamento. É importante a exploração de cobre em Cuajones (mina
explorada pela Southern Copper Peru, igualmente que a de Toquepala, no
departamento de Tacna), localizada a 30 quilômetros da cidade de Moquegua. A
manufatura é outro setor que gera uma boa parte do PIB do departamento (20%),
enquanto que a agricultura gera apenas 9%.
Dentro do setor agropecuário, merecem destaque os plantios de oliveiras de Ilo, de
abacate de Samegua e a produção de pomares (limão, lima e damascos) de Omate. O
gado bovino é criado na região serrana, junto com o pastoreio de gado ovino e lanar,
que também constitui uma importante atividade. Também merecem destaque
importante as salinas da área litoral do departamento.
Na composição do valor agregado bruto, a mineração lidera, com 43,1% do total,
seguida pelas manufaturas, com 24,2%. Embora a agricultura seja a principal atividade
em termos de emprego de população no Departamento de Moquegua, seu valor
agregado é um dos menores: 1%.
Figura 22 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)
683,683
Manufatura
Manufactura
550,660
529,353
527,585
Minería
Mineração
232,841
268,216
Construção
Construcción
2006
199,116
217,805
Outros
Otros Serviços
Servicios
2007
174,774
165,790
Eletricidade
Electricidade yÁgua
Agua
Comércio
Comercio
106,446
113,321
Agricultura, Caça
Agricultura,
Cazae ySilvic.
Silvic.
108,389
112,599
86,643
90,865
ServiçosGubernamentales
Governamentais
Servicios
63,421
69,829
Transportes
e Comunicações
Transportes
y Comunicaciones
41,524
45,076
Pesca
Pesca
21,770
23,774
RestaurantesyeHoteles
Hotéis
Restaurantes
0
200000
400000
Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.
62 / 121
600000
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 8 - Estrutura percentual do valor agregado bruto
Año: 2007
Ano:
2007
Agricultura,
Caça e Silvic.
Agricult ura, Caza y
Servicios
Serviços
Ot ros
Outros
17.6
17.6
Gubernament ales
Governamentais
Silvic.
1.0
Pesca
1.5
Mineração
Minerí a
3.1
3.1
43.1
Const rucción
Construção
9.6
9.6
Manuf act ura
Manufatura
24.2
24.2
Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.
Exportações19
A alta proporção de produtos exportados de alto valor agregado fazem de Moquegua o
segundo departamento em função das exportações da região. Moquegua tem uma
participação de 8,6% nas exportações nacionais, concentradas na metalurgia (62%) e
nos produtos minerais e seus derivados (32%).
Outros produtos de grande importância em termos de exportação são os derivados da
atividade pesqueira, como as farinhas e os óleos, embora seus valores médios por
tonelada estejam entre os menores: US$961 por tonelada e US$772 por tonelada,
respectivamente. O porto de Ilo, por sua vez, é um importante centro de comércio, e lá
está situada a maior fábrica de farinha e óleo de peixe do país.
Tabela 36 - Principais produtos de exportação de Moquegua
Valor FOB (US$)
Peso líquido
(ton.)
Cobre e suas manufaturas
Minérios metalíferos (cobre, molibdênio)
Farinha de peixe
Químicos (derivados da indústria do cobre)
Graxas e óleos de peixe
Peixes, crustáceos e moluscos
Outros
1.478.825.066
758.454.712
86.394.731
38.671.489
14.987.217
2.330.365
1.772.833
202.278
325.461
89.929
424.517
19.420
1.145
2.991
7.311
2.330
961
91
772
2.035
Total Moquegua
2.381.436.413
1.065.741
2.235
Setor
Fonte: ALG
19
Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.
63 / 121
US$/ton.
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 24 - Matriz de posicionamento dos principais produtos de exportação
Densidad
de valor
( US$/tn,
escala
Densidade
de valor
(US$/tn,
logaritmica)
escala
logarítmica)
10,000
Cobre ye sus
Cobre
suas
manufacturas
manufaturas
Mineralesmetalíferos
metalíferos
Minérios
(cobre,
molibdeno)
(cobre,
molibdênio)
Peixes, crustáceos
Pescados,
crustáceos
moluscos
ye moluscos
1,000
Grasa
y aceites
Graxa
e óleosde
pescado
de peixe
Químicos
Químicos (derivados
(derivadosde
dala
indústria
de cobre)
industria
de cobre)
100
10
1,000
Harina de
Farinha
dePescado
Peixe
10,000
100,000
1,000,000
Volume (Toneladas
escalalogaritmica)
logarítmica)
Volumen
(Toneladaslíquidas,
netas, escala
Fonte: ALG
c) Puno
A participação no PIB nacional do departamento de Puno é de 1,6%. O setor serviços
gera 67% do PIB departamental; a agricultura é o segundo setor, com 18%, e seus
principais plantios são a batata, favas, cevada e quinua. Os setores de menor PIB são
a pesca e a mineração.
O setor agropecuário é a principal atividade do departamento e o que maior
quantidade de população emprega. Conta com um valor agregado bruto de 11%. A
atividade agrícola apresenta excessiva fragmentação da terra, utilização de tecnologia
obsoleta e predomínio de plantios em terras áridas por causa da existência de poucos
projetos de irrigação, apesar de haver abundantes recursos hídricos (lato Titicaca).
A produção mineira inclui produtos como estanho, prata e ouro, e seu valor agregado
bruto é de 14%. Este departamento é o primeiro produtor de ovinos e auquenidos
(camelídeos americanos) em nível nacional e, portanto, de lã. O turismo é uma
atividade economicamente importante, especialmente na zona de Puno e do lago
Titicaca. A energia do departamento é gerada pela central hidrelétrica de San Gabán.
64 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 25 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)
559,430
Otros
Servicios
Outros
Serviços
599,962
589,327
584,862
Agricultura,
y Silvic.
Agricultura,
CaçaCaza
e Silvic.
412,821
441,761
Comercio
Comércio
2006
390,557
431,353
Manufactura
Manufatura
2007
324,327
Transportes
y Comunicaciones
Transportes
e Comunicações
385,710
363,510
380,720
Servicios
Gubernamentales
Serviços
Governamentais
239,369
280,855
Minería
Mineração
170,281
190,822
Construcción
Construção
85,644
93,735
Restaurantes
Hoteles
Restaurantes
e yHotéis
67,193
68,093
Electricidad
y Agua
Eletricidade
e Água
10,862
14,544
Pesca
Pesca
0
200000
400000
600000
Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.
Figura 9 - Estrutura percentual do valor agregado bruto
Año:
Ano: 2007
2007
Agricult
ur a, Caza y
Agricultura,
Caça
e Silvic.
Silvic.
11.3
Pesca
0.5
Outros
Ot ros
45.8
Mineração
Miner
ía
14.1
Manuf
act ur a
Manufatura
9.7
9.7
Const rucción
Construção
Ser vicios
Serviços
5.9
5.9
Guber
nament
ales
Governamentais
12.7
12.7
Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.
Exportações20
As exportações do departamento de Puno estão ligadas quase em sua totalidade à
extração de minérios (95%). Fora os minérios metalíferos, encontra-se uma importante
exportação de café e de lãs.
20
Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.
65 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
O Departamento de Puno mantém vínculos comerciais com a Bolívia através do passo
de fronteira de Desaguadero. Na região da floresta, a falta de uma adequada rede
viária impossibilita uma comunicação ágil e econômica dos centros de produção aos
de consumo.
O café é o produto de exportação com maior peso líquido (2 mil toneladas), embora
seu valor por tonelada seja de US$3 mil, enquanto que as roupas e acessórios de
malha contam com 27 toneladas exportadas, mas com um valor de US$18 mil por
tonelada.
Tabela 37 - Principais produtos de exportação de Puno
Valor FOB (US$)
Peso líquido
(ton.)
Metais preciosos (ouro)
112.265.115
6
18.710.853
Minérios metalíferos (chumbo, zinco, cobre,
ouro)
26.410.961
14.150
1.866
Café
3.025
Setor
US$/ton.
6.089.818
2.013
Lã e pelo
797.934
465
1.716
Roupas e acessórios de malha
484.655
27
17.950
Outros
241.623
80
146.290.106
16.741
Total Puno
8.738
Fonte: ALG
Figura 27 - Matriz de posicionamento dos principais produtos de exportação
Densidad de
Densidade
de valor
valor (US$/tn,
(US$/tn, escala
escala
logaritmica)
logarítmica)
100,000,000
Metalespreciosos
Preciosos
Metais
(Oro)
(ouro)
10,000,000
1,000,000
100,000
Prendas
vestir y
Roupas de
e acessórios
accesorios
de malha de punto
10,000
Café
Cafe
Minerales
Metaliferos
Minérios
Metalíferos
(plomo,zinco,
zinc, cobre)
cobre)
(chumbo,
Lã ey pêlo
Lana
pelo
1,000
1
10
100
1,000
10,000
100,000
Volumen
(toneladas
netas, escala logaritmica)
Volume
(Toneladas
líquidas,
logarítmica)
Fonte: ALG
d) Tacna
A participação percentual do Departamento de Tacna no PIB nacional é de 1,4%. O
PIB do departamento é composto principalmente pelo setor serviços, com 59% do total,
66 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
seguido pela mineração, com 22%. O setor manufatureiro e o agrícola têm baixa
representatividade (8% e 4%, respectivamente).
O Departamento de Tacna possui uma estrutura econômica centrada no setor primário,
embora as atividades comerciais estejam aumentando sua participação na economia.
O desenvolvimento do departamento está fortemente condicionado pela escassez de
recursos hídricos e, por conseguinte, a capacidade de produção de energia elétrica é
limitada: 95% é gerada pelas centrais hidrelétricas de Aricota I e II, e o resto, através
da central térmica de Calana.
A mineração é o setor que tem o mais elevado valor agregado bruto (38,5%), e é
significativa a extração de cobre a céu aberto na mina de Toquepala, posteriormente
refinado em Ilo para sua exportação. Esta mina é uma das duas exploradas pela
empresa Southern Copper Peru.
A agricultura -com um valor agregado bruto de 4,4%- nos vales de Tacna e Tarata é
orientada aos plantios de videira, cana de açúcar, batata, algodão, trigo, alfafa, alhos e
pomares. Nos últimos anos, o plantio de oliveira tem sobressaído: o departamento
produz 53% das azeitonas do país. Também é plantado milho amiláceo e orégão.
Figura 28 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)
431,319
Minería
Mineração
401,619
397,374
430,133
Servicios
OutrosOtros
Serviços
294,468
317,649
Comercio
Comércio
2006
254,102
Transportes
y Comunicaciones
Transportes
e Comunicações
2007
301,038
161,168
189,994
Manufactura
Manufatura
152,610
142,222
Agricultura,
Caça e
Silvic.
Agricultura,
Caza
y Silvic.
158,422
184,730
Construção
Construcción
143,288
146,591
Serviços
Governamentais
Servicios
Gubernamentales
72,080
79,087
Restaurantes
e Hotéis
Restaurantes
y Hoteles
17,793
Eletricidade
e Água
Electricidad
y Agua
16,113
28,938
28,275
Pesca
Pesca
0
100000
200000
Fonte: ALG
67 / 121
300000
400000
500000
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 10 - Estrutura percentual do valor agregado bruto
Año:
Ano: 2007
2007
Agricultura,
Caçay
Agricult
ura, Caza
eSilvic.
Silvic.
Pesca
4.4
1.3
Outros
Ot ros
37.1
Miner í a
Mineração
38.5
Servicios
Serviços
Gubernament ales
Governamentais
5.45.4
Const rucción
Construção
7.2
7.2
Manuf act ura
Manufatura
6.1
6.1
Fonte: ALG
Exportações21
Da mesma forma que na maioria dos departamentos do sul do Peru, em Tacna, as
principais exportações estão relacionadas com a extração e manufatura do cobre e de
outros minérios (69%); a metalurgia ocupa o segundo lugar, com 24%, e o setor
agropecuário tem apenas 4% do total.
Os minérios metalíferos, como o cobre e o molibdênio, são os produtos exportados
pelo departamento de maior valor FOB (US$527 milhões) e maior peso líquido
(113.428 toneladas). Acontece o contrário com o selênio, que tem um valor FOB de
US$1,6 milhões e exporta 28 toneladas, embora, como pode se observar no gráfico a
seguir, é o setor de melhor posição relativa, já que o valor por tonelada exportada é o
mais alto de todos os produtos, com US$56 mil por tonelada.
21
Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.
68 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 30 - Matriz de posicionamento dos principais produtos de exportação
Densidad de
Densidade
devalor
valor(US$/tn,
(US$/tn,escala
escala
logarítmica)
logaritmica)
100,000
Produtos
químicos
inorgânicos
(selênio)
Productos
químicos
inorgánicos
(selenio)
Preparaciones
de
Preparações de
peixes
ou de
pescado
o de
crustáceos
crustáceos
Roupasye accesorios
acessórios de
Prendas
de
malha
punto
Especias
Espécies(Páprika)
(Páprica)
10,000
Pescados
Peixes
e y
crustáceos
crutáceos
sus manufacturas
Cobre ey suas
manufaturas
Minerales
metaliferos
Minérios metalíferos
(Molibdênio, cobre)
(Molibdeno,
Semillas ye frutos
(Oregano
Sementes
frutos oleaginos
oleaginosos
(Orégão)
Preparaciones
hortalizas
Preparações
dede
hortaliças
e y
frutas (azeitonas)
(aceitunas)
1,000
Hortaliças frescas
Hortalizas
frescas(azeitonas
(aceitunase y
cebolas)
cebollas)
100
10
100
1,000
10,000
100,000
1,000,000
Volumen
(tn,escala
escalalogarítmica)
logaritmica)
Volume
(Tn,
Tabela 38 - Principais produtos de exportação de Tacna
Setor
Valor FOB (US$)
Peso líquido
(ton.)
US$/ton.
Minérios metalíferos (molibdênio, cobre)
527.245.016
113.428
4.648
Cobre e suas manufaturas
184.489.512
26.361
6.999
Peixes e crustáceos
17.020.755
3.306
5.148
Preparação de hortaliças e frutas (azeitonas)
7.719.539
5.270
1.465
Sementes e frutos oleaginosos (orégão)
4.983.534
2.236
2.229
Roupas e acessórios de malha
4.324.414
1.165
3.712
Hortaliças frescas (azeitonas e cebolas)
3.627.515
12.558
289
Preparações de peixe ou de crustáceos
2.728.373
415
6.574
Produtos químicos inorgânicos (selênio)
1.600.578
28
57.164
Especiarias (páprica)
1.396.152
686
2.035
Outros
6.235.994
4.810
761.371.382
170.263
Total Tacna
69 / 121
4.472
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
2.3
Infraestrutura existente na área de influência
Figura 11 - Infraestrutura viária, ferrovias, portos e aeroportos da área de influência
Figura 12 – Padrão da rede viária na área de influência
70 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 13 – Estado da rede viária na área de influência
Figura 14 - Fluxo de carga por rodovias
71 / 121
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
2.3.1
Infraestrutura viária boliviana
Dentro do desenvolvimento da infraestrutura, encontra-se como prioridade a
infraestrutura viária e logística, com ênfase nos encadeamentos produtivos e na
consolidação dos corredores de exportação.
A Bolívia apresenta importantes brechas em sua interconexão de transporte interno.
Várias regiões não contam com interconexões rápidas e seguras e estão praticamente
isoladas do resto do país, o que gera uma maior relação econômica com países
vizinhos antes que com o resto da Bolívia. Este relativo isolamento de certas regiões
atenta contra o desenvolvimento de clusters (encadeamentos produtivos) competitivos
dentro da Bolívia. Isto obedece aos maiores custos com transporte implícitos e aos
mais demorados tempos de resposta entre elos nacionais da própria cadeia.
Tabela 4 – Rede viária boliviana por tipo de rodovia
Descrição
Pavimento
Rípio
Terra
Total
Rede Viária Fundamental
4.513
6.455
5.060
16.028
Rede Departamental
207
11.102
8.739
20.048
Rede Municipal
61
10.325
26.680
37.066
Total
4.781
27.882
40.479
73.142
Estrutura percentual por tipo de rede
Rede Fundamental
28%
40%
32%
100%
Rede Departamental
1%
55%
44%
100%
Rede Municipal
0%
28%
72%
100%
A Rede Viária Fundamental, gerenciada pelo Governo nacional através da
Administradora Boliviana de Rodovias, conta com os corredores de integração
nacional, que permitem o fluxo de pessoas e a troca de bens e serviços,
nomeadamente:




Corredor Leste-Oeste: liga Bolívia com Peru, Chile e Brasil;
Corredor Oeste-Norte: liga Bolívia com Brasil e Peru;
Corredor Norte-Sul: liga Bolívia com Paraguai;
Corredor Oeste-Sul: liga Bolívia com Peru, Chile e Argentina.
As redes departamentais são gerenciadas pelas prefeituras departamentais através
dos Serviços Departamentais de Caminhos. As redes municipais, por sua vez, são
responsabilidade dos municípios, conforme sua jurisdição territorial.
2.3.2
Infraestrutura viária chilena
A rede viária chilena da área de influência equivale a um total de 5.346 quilômetros, dos
quais 2.140 quilômetros estão pavimentados (incluídos 722 quilômetros de caminhos
com solução à base de tratamento de sal ou bischofita), 477 quilômetros de caminhos de
rípio e 2.729 quilômetros de caminhos de terra.
72 / 121
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A rede viária estruturante é conformada por quatro grandes rodovias: a Rodovia 5 ou
Longitudinal Norte, que atravessa a região de sul a norte; a Rodovia 1, que liga a cidade
de Iquique com a II Região de Antofagasta pelo litoral, e as rodovias que ligam com a
Bolívia, rodovia 11 CH, Arica-Tambo Quemado, e rodovia 15 CH, Huara-Colchane.
A Rodovia 11 CH, Arica-Tambo Quemado, começa na interseção com a Rodovia 5 ou
Longitudinal Norte, Trevo de Lluta (quilômetro zero), e se estende paralela à Quebrada
do Rio Lluta e pelo Planalto até chegar ao lago Chungará, Passo de Fronteira Chungará
(quilômetro 192).
Atualmente, está pavimentada com camada asfáltica de diferentes espessuras e larguras
de calçada e plataforma. Define-se com uma largura mínima de calçada de sete metros e
bermas de largura variável. Para finais do ano 2009, projeta-se um estado de
conservação da rodovia de nível bom; porém, existem vários trechos qualificados como
maus, embora em estado de restauração.
Existem também vários projetos em desenvolvimento, relacionados principalmente
com iniciativas de conservação com estabelecimento de camadas de base granular
asfáltica niveladora, construção de bermas e segurança viária, entre outros. Os
projetos futuros correspondem a estudos de engenharia, reposições e conservações.
Entre eles merece destaque a construção do trecho quilômetro 170 – quilômetro 192
até a fronteira com a Bolívia. O investimento total planejado é de US$80.325.926
distribuídos em US$9.435.185 para projetos em desenvolvimento e US$70.890.741
para futuros investimentos.
A Rodovia 15 CH, Huara-Colchane, começa na interseção com a Rodovia 5 ou
Longitudinal Norte, localidade de Huara (quilômetro zero), e se estende até o Planalto,
até chegar à localidade de Colchane, passo de fronteira para a Bolívia (quilômetro 163).
Em sua condição atual, apresenta um caminho com diferentes características
geográficas e de pavimentação ao longo de seus 163 quilômetros. As soluções de
pavimentação são variadas, de camada asfáltica e selos superficiais (TSS ou tratamento
superficial simples e DTS ou duplo tratamento superficial) até trechos sem pavimentação
(terra), situação que será resolvida a partir do ano 2010, em virtude dos projetos
atualmente em desenvolvimento.
Os projetos em desenvolvimento para a rodovia 15 CH correspondem
fundamentalmente a iniciativas de reposição por uma extensão de 48 quilômetros,
enquanto que os projetos futuros correspondem a iniciativas de conservação. O
investimento total planejado é de US$64.083.333, distribuídos em US$39.990.741
para projetos em desenvolvimento e US$24.092.593 para futuros investimentos.
2.3.3
Infraestrutura viária peruana
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A Rede Viária Nacional do Peru, conforme o novo classificador, tem 23.965
quilômetros de rodovia, dos quais 11.423 quilômetros estão asfaltados. Na área de
influência em estudo, 2.849 quilômetros são asfaltados, representando 58% do total.
Tabela 5 – Tipo de acabamento da rede viária na região peruana da área de influência
Departamento
Asfaltado
Pavimentado
Sem
pavimentar
Bitola
Total
Arequipa
1.020,48
644,19
28,59
101,94
1.795,21
Moquegua
394,84
73,31
179,91
Puno
1.015,38
611,53
86,47
110,16
1.823,53
Tacna
418,46
90,80
114,58
14,60
638,44
Total AI
2.849,16
1.419,83
409,54
226,70
4.905,24
Total Peru
11.423,05
7.569,48
2.946,14
2.026,68
23.965,35
648,06
Elaboração própria.
A infraestrutura rodoviária da Região Sul mostra que os departamentos têm boa
proporção de caminhos pavimentados e partes das rodovias com condições de
circulação complicadas. Esta variação nas condições dos caminhos faz com que
algumas localidades tenham dificuldades no transporte de suas mercadorias para os
portos ou centros de consumo.
Ao se classificar a rede viária atual segundo o tipo de superfície de rodagem, observase que o Departamento de Arequipa apresenta melhores condições em termos de
infraestrutura rodoviária, com 1.021 quilômetros de rodovias asfaltadas. O
Departamento de Puno também conta com mais de mil quilômetros de rodovias
asfaltadas, devido à recente melhoria da rodovia interoceânica.
Os fluxos de carga dentro da Região Sul estão concentrados na Rodovia Panamericana Sul até a cidade de Arequipa e no trecho Arequipa-Juliaca; trata-se da
principal via de fornecimento de todos os mercados do sul do país, tanto para as
importações como para a forte produção de Lima. É também a via de saída das cargas
de exportação da região que utilizam o porto do Callao.
Outro eixo principal de fluxos de carga é o trecho Arequipa-Juliaca, que concentra as
cargas entre estas cidades e a carga entre Juliaca-Puno e Lima. Merece destaque a
diferença de fluxos entre este corredor principal e as outras rodovias, em particular nas
rodovias da serra.
2.3.4
Infraestrutura ferroviária boliviana
O sistema ferroviário boliviano é composto por duas redes que não estão
interconectadas: a rede andina e a rede oriental.
A rede andina tem uma extensão de 2.274 quilômetros e conecta os departamentos de
La Paz, Oruro, Potosí, Chuquisaca e Cochabamba. Tem conexões com as linhas
ferroviárias de países vizinhos que chegam aos portos de Matarani no Peru, Arica e
Antofagasta no Chile, e Rosario e Buenos Aires na Argentina. Esta rede tem quatro
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nós, dos quais os mais importantes são Oruro e Viacha; também conta com serviços
para La Paz, Cochabamba, Sucre e Potosí e para as fronteiras com a Argentina e
Chile em Villazón, Abaroa e Charaña.
A rede oriental conta com 1.424 quilômetros de extensão e conecta os departamentos
de Chuquisaca, Tarija e Santa Cruz. Apresenta um nó ferroviário em Santa Cruz e
outras duas estações de importância, por serem passos de fronteira com a Argentina e
o Brasil, em Yacuiba e Columba.
Em finais do ano 1995, foi capitalizada a Empresa Nacional de Ferrovias (ENFE); em
inícios de 1996 todos os ativos da ENFE foram transferidos para operadores privados,
especialmente o material rolante, o equipamento de comunicação e o estoque de
peças de reposição da ex-empresa estatal.
Tabela 41 - Características do sistema ferroviário boliviano
Detalhe
Rede andina
Longitude de trilhos em operação (km)
1.868
Nº de locomotivas em operação
2.3.5
1.253
8
28
500
750
450.000
1.000.000
Nº de vagões, carros, etc.
Nº de toneladas transportadas
Rede oriental
Infraestrutura ferroviária chilena
A estrada de ferro que liga Arica com La Paz (FCALP) é uma das mais altas do mundo,
surgida com o Tratado de Paz, Amizade e Comércio assinado entre os governos do
Chile e da Bolívia a 20 de outubro de 1904. Tem uma longitude total de
457quilômetros, dos quais 206 quilômetros correspondem ao trecho chileno. Em
novembro de 2005, foi declarada a falência do FCALP e as máquinas ficaram sob
custódia da Empresa Portuária Arica, à espera para sua transferência para um
operador privado através de concorrência pública. Atualmente, a Empresa Portuária
Arica, conjuntamente com o Governo Regional e o Ministério das Obras Públicas,
estão desenvolvendo a reabilitação desta estrada de ferro, que deveria estar em
condições operacionais em dezembro de 2011.
2.3.6
Infraestrutura ferroviária peruana
A rede ferroviária do Peru conta com 2.020 quilômetros e sua infraestrutura está
integrada por dois sistemas principais: a Estrada de Ferro Central e a Estrada de Ferro
do Sul, que abrange os departamentos de Arequipa, Puno e Cusco. No âmbito de
estudo existem três sistemas ferroviários: Estrada de Ferro do Sul, Southern Peru e a
linha Tacna-Arica. Southern Peru é completamente privada.
A Estrada de Ferro do Sul é a principal dentro da região, por sua maior extensão e
importância para o transporte de carga e de passageiros. A estrada de ferro da
Southern Peru é propriedade desta empresa mineira e é unicamente destinada ao
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transporte do minério próprio da empresa entre suas minas e a fundição, localizada
em Ilo.
Existe uma linha que liga o porto de Arica com a cidade de Tacna, hoje em
funcionamento para o transporte de passageiros e de cimento. A linha liga o
atracadouro peruano dentro do porto de Arica com o centro da cidade de Tacna, com
perspectivas de também se conectar com a ZOFRATACNA através da construção de
um novo desvio e de um parque de descarga.
Estrada de Ferro do Sul (Transandino)22
A estrada de ferro Ferrocarril Transandino S.A. é propriedade da Orient-Express
Hotels Ltd. (50%) e da Peruval Corp. S.A. (50%), empresa peruana de capitais
privados. É operada pela PeruRail S.A., que também pertence à Orient-Express Hotels
Ltd. e à Peruval Corp. S.A.
O contrato de concessão, assinado em 1999 entre o Ministério dos Transportes e
Comunicações e a empresa Ferrocarril Transandino S.A. abrange um período de 30
anos prorrogável por períodos de 5 anos, até um máximo de 60 anos.
Esta malha ferroviária conta com dois trechos:
 Trecho Sul: para transporte de passageiros, abrange as rotas entre Arequipa e
Cusco. Os principais mercados relevantes nesta malha são os da rota CuscoJuliaca/Puno (338 quilômetros) e Juliaca/Puno-Cusco.
 Trecho Sul-Oriente: opera entre Cusco e Machu Picchu com, aproximadamente,
160 quilômetros. Esta é a via de acesso principal a Machu Picchu para os turistas.
A Estrada de Ferro do Sul é a principal em termos de transporte de carga e
passageiros dentro da Região Sul. O traçado começa no porto de Mollendo, avança
para Arequipa, para depois atingir a cidade de Juliaca, onde se bifurca em um ramal
para Puno, sobre o lago Titicaca, e em outro ramal para a cidade de Cusco.
As maiores receitas percebidas pelo seu operador provêm do transporte de
passageiros (79,7%), especialmente em sua rota turística Cusco-Machu Picchu, e os
restantes 20,3% procedem do transporte de carga. A empresa PETROPERÚ, principal
cliente desta estrada de ferro, concentra a maior parte do transporte de carga,
especialmente no fornecimento de produtos petrolíferos ao Cusco (75%) e Juliaca
(25%) do porto de Matarani. A IASA, o segundo cliente, exporta a soja plantada na
Bolívia pelo porto de Matarani para o exterior.
Estrada de Ferro da Southern Peru23
Esta linha ferroviária foi construída para atender às necessidades da mineira Southern
Peru Copper Corporation, oitava produtora mundial de cobre. É privada e exclusiva, e
têm funções específicas na logística desta empresa de mineração.
22
23
Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.
Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A linha une o porto de Ilo (fundição e refinação de cobre) com as minas de Toquepala
e Cuajone. Utiliza uma bitola padrão de 1.435 milímetros com uma longitude de 215
quilômetros de linha, e consta de, aproximadamente, 240 quilômetros de trilhos e
cinco túneis. O seu ramal Ilo-Toquepala foi construído entre 1956 e 1959, e o ramal El
Sargento-Cuajone, entre 1970 e 1975. O material rolante inclui 30 locomotivas
fabricadas em 1975 e 709 vagões.
Para o transporte de elementos especiais, arma-se um trem adicional, com
características e operação conforme as necessidades. Devido a que esta estrada de
ferro é especializada no transporte de minério de cobre entre as minas e a fundição da
zona, o volume de carga depende diretamente das exportações deste minério. Este
volume oscilou nos últimos sete anos, e, em 2006, foi de 5,2 milhões de toneladas. O
ponto mais alto de carga transportada por quilômetro foi de 700 mil toneladas no ano
de 2004.
Tabela 42 - Passageiros e carga mobilizados, por empresa ferroviária
Rede ferroviária
Passageiros
Carga (Toneladas)
2007
2008
2007
2008
Tacna-Arica
42.037
57.899
-
884
Matarani-Cusco
23.878
25.684
Southern Peru Copper Corp.
Total Peru
1.654.975
1.638.688
108.624
98.874
5.393.779
5.935.560
8.306.895
9.114.913
Fonte: Ministério dos Transportes e Telecomunicações
2.3.7
Rede fluvial boliviana
A bacia amazônica boliviana é rica em sua rede fluvial, com rios e afluentes muito
importantes para a navegação comercial que desembocam no rio Amazonas. Está
composta por aproximadamente 5.000 quilômetros de rios comerciais, navegáveis e
uma vasta rede de afluentes menores ou secundários que permitem unir extensas
zonas aptas para a produção de cereais, cana de açúcar, bananeiras e tubérculos e,
principalmente, as grandes savanas ricas em pastarias para a criação extensiva de
bovinos.
Os principais rios comercialmente navegáveis são, por um lado, o rio Beni e o rio
Madre de Dios, que se unem na cidade de Riberalta e chegam com o nome de rio Beni
até Villa Bella, e por outro, o Ichilo-Mamoré e o Iténez, que se unem em Villa Bella
com o rio Beni para formar o rio Madera, nome com o qual entram no Amazonas.
Estes rios, principalmente o Ichilo-Mamoré, eram o único meio de comunicação e
transporte para chegar ao norte e ao noroeste da Bolívia, partindo dos principais
centros de produção (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz, Sucre, etc.).
Atualmente, em virtude da expansão dos mercados asiáticos, os produtores,
industriais e exportadores do Brasil se orientam para esses centros de consumo,
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havendo, portanto, uma enorme necessidade de contar com saídas para o oceano
Pacífico com baixos custos de transporte, através de corredores de exportação que
permitam a obtenção de resultados econômicos positivos e um mercado seguro para
sua produção.
Existe a possibilidade de utilizar o território boliviano como corredor de exportação
com muito poucas exigências econômicas. Essa possibilidade consiste em utilizar a
hidrovia Ichilo-Mamoré de Guajará-Mirim (estado de Rondônia) até Puerto Villarroel,
no coração da Bolívia, e de Puerto Villarroel até o litoral do Pacífico por via terrestre.
As cidades de Guajará-Mirim (Rondônia, Brasil) e Guayaramerin (Bolívia) estão
localizadas em plena área de influência dos estados brasileiros produtores de soja,
bovinos, madeira e outros produtos.
A hidrovia Ichilo-Mamoré é operável 80% do ano com embarcações de calado médio
de 1,80 metros, o que significa uma carga de, aproximadamente, 500 a 600 toneladas
por embarcação, e tem uma longitude de 1.380 quilômetros de Guajará-Mirim até
Puerto Villarroel.
De Puerto Villarroel até o litoral do Pacífico contamos com uma rodovia asfaltada de
aproximadamente 953 quilômetros, tomando como ponto de referência o porto de
Arica.
Atualmente, a produção brasileira -principalmente de soja- destinada aos mercados
asiáticos tem um percurso aproximado de 3.140 quilômetros de transporte terrestre de
Porto Velho (capital do estado de Rondônia) até o porto marítimo de Santos, no
oceano Atlântico sul, de onde, por via marítima, é transportada para os mercados
asiáticos, com um percurso aproximado de 12.500 milhas náuticas, quer pelo Estreito
de Magalhães, quer pelo Canal do Panamá.
Porém, de Arica ou outro porto marítimo do Peru ou Chile até os mercados asiáticos, o
percurso por via marítima é de apenas 8.500 milhas náuticas, o que também evita as
conhecidas despesas econômicas pela utilização do Canal do Panamá ou a passagem
pelo Estreito de Magalhães.
Por conseguinte, a proposta apresentada pelo Serviço de Melhoramento da
Navegação Amazônica (SEMENA) oferece alternativas que significarão uma economia
substancial no transporte terrestre e outra muito significativa no transporte marítimo,
ao mesmo tempo em que o tempo geral de transporte teria uma redução significativa.
Atualmente, a hidrovia Ichilo-Mamoré conta com dois terminais portuários, um em
Puerto Villarroel e outro na cidade de Guayaramerin, com equipamento básico para o
manuseio de mercadorias divisíveis e cereais, áreas de armazenagem descoberta,
almoxarifado coberto para mercadorias que requerem de cuidado especial, balança de
alta capacidade para a pesagem de caminhões e outros equipamentos, como
guindastes, esteiras transportadoras, monta-cargas, etc.
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Há um estaleiro com equipamentos e máquinas para a construção de embarcações
em aço de construção naval, administrado por profissionais e técnicos treinados na
Bélgica e no interior do país, com a cooperação do governo amigo do Reino da
Bélgica e o Tesouro Geral da Nação.
Para a reparação de embarcações, existe uma doca seca flutuante, que consiste em
um pontão construído em aço, dotado de equipamentos necessários para afundá-la e
içá-la conforme as necessidades dos transportadores fluviais.
2.3.8
Portos marítimos da área de influência
Tabela 43 - Portos marítimos da área de influência
Matarani
Ilo
Arica
Iquique
Carga geral (ton/ano)
721.763
98.343
1.771.635
3.018.361
Granel sólido (ton/ano)
1.996.829
51.702
416.686
230.472
Granel líquido (ton/ano)
447.540
691
-
-
Contêineres (TEU/ano)
10.736
34.860
58.221
263.451
Longitude amarrações (m)
583
580
1.224
1.144
Calado máximo (m)
9,8
11
10,3
9,3
24.246
10.174
28.456
10.590
84.830
38.360
185.445
50.800
Guindastes móveis
1 guindaste Gottwald
HMK-280 com
capacidade de
descarga de 63
toneladas
Não dispõe
2 guindastes
Gottwald HMK-300E
mais spreaders
automáticos para
cada um deles, com
capacidade de 100
toneladas c/u
1 guindaste móvel
Demag com
capacidade de 50
toneladas a 13m e 12
toneladas a 38m, mais
2 guindastes Gottwald
de última geração
Equipamentos
para
movimento de materiais
2 torres pneumáticas
de absorção de
grãos com
capacidade de 400
t/h e uma esteira
transportadora
tubular de 1.200 t/h
com zero emissões
7 tratores, 11
elevadores de
forquilha, 2
portacontêiner, 4
tratores trailers
e 33 troles
Esteiras
transportadoras de
minérios, 1000 t/h
Três esteiras
transportadoras de
granéis
2
Áreas cobertas (m )
2
Áreas descobertas (m )
Toneladas, ano 2008
Contêineres Arica e Iquique, ano 2007, fonte: CEPAL
Matarani, Ilo ano 2008, fonte: equipe nacional peruana
Tabela 6 – Importações, exportações e trânsitos em portos da área de influência (toneladas)
Importações
Exportações
Trânsitos e
transbordos
Toneladas totais
Matarani (1)
1.291.250
1.942.386
115.728
3.349.364
Ilo (1)
Arica (2)
100.312
152.969
334.069
134.935
256
1.299.082
1.586.986
Iquique (2)
1.549.312
974.481
153.646
2.677.439
Total
3.093.843
3.385.871
1.568.712
8.048.426
434.637
(1) Fonte: equipe nacional peruana
(2) Fontes: Empresa Portuária Arica (EPA), 2009, em www.puertoarica.cl, e Empresa Portuária Iquique (EPI), 2009, em
www.epi.cl
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
O porto de Arica é administrado pela Empresa Portuária Arica (EPA), e foi por esta
concessionado a um grupo empresarial chileno-peruano integrado pelas empresas
Ultramar, SAAM e Agunsa, da parte chilena, e RANSA, da parte peruana, as quais,
segundo esta concorrência, operam o porto por um prazo de 30 anos a partir de
outubro de 2004.
O porto conta com conexões viárias e ferroviárias para Bolívia e Peru. Por estrada de
ferro estava conectado com a Bolívia pela rota Arica-La Paz (em 2010 será iniciado o
processo de reabilitação), e para o Peru utiliza a rede de ferrovias que unem as
cidades de Arica e Tacna. No caso da rede viária, o porto se conecta com a rodovia 5
Norte. Além disso, conta com conexões para diferentes passos de fronteira: pela
rodovia 11 CH se conecta com o passo de Chungará-Tambo Quemado, que o liga
com Bolívia; por essa mesma rodovia se conecta também com o Mato Grosso, no
Brasil (Corredor Bioceânico Norte), e pela rodovia 5 Norte se conecta com o Peru,
através do passo de fronteira de Chacalluta.
O porto é operável 97% do tempo; por outras palavras, há condições adequadas para
atracação e desatracação, no mínimo, 354 dias ao ano. Conta com 30.456 metros
quadrados de áreas de armazenagem cobertas e semicobertas e 139.695 metros
quadrados de áreas descobertas.
O porto de Iquique, administrado pela Empresa Portuária Iquique, situa-se frente à
cidade de Iquique, 1.857 quilômetros ao norte de Santiago. Sua localização favorece a
proximidade dos países que fazem parte do cone central da América do Sul e facilita,
através de suas instalações, um importante intercâmbio de produtos entre essa região
do sul do continente americano e os países que integram a chamada "bacia do
Pacífico". Iquique tem acessos através de trânsito aéreo e terrestre. O aeroporto serve
como meio de conexão com o porto, além ter acesso direto à rodovia 5 Norte. Com a
Região II se conecta através da estrada litorânea, que o une ao porto de Tocopilla;
também tem acessos aos países limítrofes, particularmente à Bolívia, pela rodovia 15
CH, através do passo de fronteira de Colchane.
Quanto aos locais de atracação, existem dois terminais no porto de Iquique: o terminal
N° 1, chamado "Molo", administrado pela Empresa Portuária Iquique (EPI) e cujos
serviços são fornecidos sob a modalidade multi-operador; e o terminal N° 2, chamado
"Espigón", operado sob a modalidade mono-operador pela empresa Iquique Terminal
Internacional (ITI).
O porto conta com 12.088 metros quadrados de áreas de armazenagem cobertas e
semicobertas e 226.960 metros quadrados de áreas descobertas.
Vale salientar que nesta região, onde a mineração é a principal atividade econômica,
foram também construídos quatro portos privados estabelecidos, respectivamente,
pelas mineradoras Escondida, Candelaria, Collahuasi e Los Pelambres, as quais
somam uma capacidade de embarque nominal de 6.000 toneladas por hora.
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O porto de Ilo está localizado no distrito e Província de Ilo, Departamento de
Moquegua, ao longo do litoral sul do Pacífico. A área de influência do porto inclui os
departamentos de Puno, Tacna, Moquegua, Arequipa e Cusco, bem como a República
da Bolívia. O porto se encontra a 47 quilômetros da Rodovia Pan-americana.
Este porto conta com um cais público da ENAPU e o cais privado da Southern Peru
Copper Corporation, entre outros atracadouros. As instalações do terminal consistem
em um cais principal de 302 metros de longitude com quatro atracadouros com
calados máximos entre 36 e 16 pés. Também há um atracadouro Ro-Ro.
Conta com um almoxarifado de 1.560 metros quadrados com uma área coberta para
armazenagem de carga e capacidade de 9.000 toneladas. Há seis áreas de
armazenagem descoberta para a carga geral e contêineres cheios e vazios, com uma
superfície total de aproximadamente 28.000 metros quadrados e capacidade total de
aproximadamente 100.000 toneladas. A área 5 é utilizada para manuseio e
armazenagem de carga perigosa, e a área 6 conta com uma superfície de 10.000
metros quadrados para expansão.
As principais mercadorias manejadas no porto de Ilo são exportações de minérios
(cátodos de cobre), farinha de peixe, carga geral e equipamentos. Também é
manejado aço, veículos, peças sobressalentes e acessórios destinados à Bolívia,
importações de carga geral, equipamentos para mineração, veículos, açúcar e
minérios.
O porto de Matarani fica no distrito e Província de Islay, no Departamento de
Arequipa. Sua área de influência se estende aos departamentos de Moquegua, Puno e
Cusco, além de se relacionar com a vizinha República da Bolívia. O porto se conecta
com a Rodovia Pan-americana por um desvio de 54 quilômetros. Além disso, existe
uma conexão ferroviária direta para Arequipa, que depois conecta o porto com Juliaca,
Puno e Cusco.
É o único porto concessionado a um grupo privado e o segundo em movimento de
carga em nível nacional. Conta com um terminal de 163 hectares localizado na baía de
Matarani, protegido por dois quebra-mares. As instalações portuárias incluem um cais
marginal de 583 metros com três cais para atracação e um cais Ro-Ro. O terminal do
Porto de Matarani foi privatizado em 1999, quando a concessão foi adjudicada ao
TISUR (Terminal Internacional del Sur S.A.).
Para a carga geral fracionada são utilizados elevadores e guindastes móveis, os
granéis líquidos são transportados através de tubulações e a carga seca a granel é
manuseada com uma esteira transportadora. O porto tem, no total, seis armazéns para
carga fracionada, dos quais o número 6 é destinado a carga perigosa. Os armazéns 1,
2 e 3 estão diretamente localizados atrás dos três cais.
Há cinco áreas de armazenagem descoberta para a carga fracionada e os contêineres.
Os silos de concreto e metal foram construídos para armazenagem de carga seca a
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granel (principalmente de grãos). Os silos têm capacidade de armazenagem
combinada de aproximadamente 75.000 toneladas.
Os principais produtos que utilizam o porto de Matarani como nó de transbordo são:


Importação: grãos, fertilizantes, carvão a granel, ácido sulfúrico, veículos;
Exportação: concentrados de minérios a granel, cátodos de cobre, farinha de peixe
e farinha de soja.
O cais de atracação peruano do porto de Arica fica no Terminal 7, bem ao sul da
fronteira peruana e no limite norte do deserte de Atacama. O porto atende a vários
países e sua área de influência no Peru é a área sul, que inclui as cidades de Tacna,
Moquegua, Arequipa, Cusco e Puno.
O cais para atracação peruano do porto de Arica reativou suas operações com a
alteração na lei da ZOFRATACNA e o início das operações de feeder da empresa
naval Transmares.
O cais, construído sobre pilotis de concreto, tem uma longitude de 215 metros e uma
largura de 58 metros. A profundidade do cais é de 28 pés e sua longitude útil, de 185
metros. A capacidade operacional do terminal é de 20.000 DWT.
Para a realização das operações, o operador portuário dos terminais chilenos do porto
(TPA) aluga equipamento. O serviço até o cais é prestado pelo navio Colca, da
empresa Transmares, parte do grupo chileno Ultramar. Este navio presta serviço de
feeder entre Iquique e Callao para o cais. O movimento de carga teve uma queda de 5
mil toneladas em 2005, enquanto que em 2006 cresceu novamente, até chegar, em
2007, a mais de 25 mil toneladas.
As importações no cais permaneceram estáveis desde 2004 até 2006, com
aproximadamente 15 mil toneladas, atingindo, em 2007, mais de 25 mil toneladas.
2.3.9
Aeroportos da área de influência
A Região de Arica e Parinacota conta também com o Aeroporto Internacional de
Chacalluta, localizado na cidade de Arica e equipado para o transporte de passageiros.
Recentemente, obras de habilitação foram finalizadas, com um investimento de
US$2,5 milhões, considerando escadas rolantes e pontes de embarque (mangas),
entre outros serviços de alta tecnologia. O aeroporto se encontra a 51 metros acima
do mar e tem uma pista de asfalto de 2.170 metros de longitude e uma largura de 45
metros.
A Região de Tarapacá conta com o Aeroporto Diego Aracena, localizado nas
proximidades da cidade de Iquique. Está equipado para movimento de carga e de
passageiros. Está localizado a 49 metros acima do mar e tem uma pista de asfalto de
3.350 metros de longitude e uma largura de 45 metros.
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No Peru, Arequipa apresenta a maior população dentro da Região Sul e constitui um
mercado amplo para os voos domésticos nacionais não turísticos, embora o
crescimento do turismo nos últimos anos também tenha contribuído para o aumento
do número de passageiros.
A maior demanda de serviços de transporte de passageiros, promovida pelo mercado
interno e pela afluência de turistas, faz com que as principais cidades do sul do país
sejam servidas por aviões Boeing ou Airbus com alta capacidade de carga. Embora
exista capacidade disponível no compartimento de carga em voos de passageiros,
esta não é utilizada por causa da pouca competitividade dos preços. Estes
compartimentos de carga poderiam ser aproveitados para o transporte de carga a
preços atraentes, embora, geralmente, esta estratégia não seja considerada por causa
de o transporte terrestre, com maiores frequências e empresas muitas vezes informais,
oferecer preços muito baixos para o transporte a Lima, tornando os serviços de frete
aéreo pouco competitivos.
Por outro lado, as restrições apresentadas pelo transporte aéreo, como a entrega da
mercadoria uma hora e meia antes da saída do voo, restam flexibilidade às operações,
outro aspecto considerado pelos carregadores, embora o fator determinante seja o
preço.
2.3.10 Zonas francas e centros de exportação,
comercialização e serviços (CETICOS)
transformação,
indústria,
CETICOS Ilo
CETICOS Ilo tem natureza de zona primária aduaneira de tratamento especial,
destinada a promover investimentos nacionais e estrangeiros e a apoiar as
exportações de produtos com valor agregado e a geração de empregos, que pretende
incluir atividades logísticas.
Está localizado na região de Moquegua, na Rodovia Costanera Sul, a 7,6 quilômetros
da cidade de Ilo. Conta com uma extensão de 163,5 hectares, dos quais 16 hectares
estão habilitados completamente.
Visa contribuir com o desenvolvimento econômico e social da região por meio da
promoção e captação de investimento privado nacional e estrangeiro e a implantação
de uma plataforma logística de serviços, como também procurar o acesso da produção
regional ao mercado externo.
As atividades que podem ser realizadas em CETICOS Ilo incluem a manufatura ou
produção, maquila, montagem, armazenagem, reparação e/ou recondicionamento de
veículos usados, maquinaria e equipamentos, agroindústria, agroexportação e
atividades de serviços (montagem, embalagem, rotulagem, classificação de
mercadorias para as atividades de manufatura ou produção) sob o abrigo de um
regime de isenções tributárias e tarifárias e benefícios aduaneiros, entre outros.
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CETICOS Matarani
CETICOS Matarani é uma zona primária aduaneira de tratamento especial com
autonomia de gestão. Tem a faculdade de garantir a estabilidade dos investimentos
atuais e futuros na zona especial de desenvolvimento alocada, que atinge um total de
354 hectares (15 deles habilitados).
Está localizado no distrito y Província de Islay, Departamento de Arequipa, sobre a
rodovia Matarani-Mollendo. Limita com o segundo principal porto do Peru e será um
dos escoadouros ao oceano Pacífico da rodovia interoceânica.
O Estado peruano, a partir do ano 1989, sentou as bases para a promoção do
desenvolvimento socioeconômico de áreas fora de sua abrangência mediante o apoio
ao desenvolvimento industrial, em virtude do qual foi criada a Zona Franca Industrial
de Matarani (ZOFRAMA), sendo a área adjudicada de 354,48 hectares transferida,
primeiramente, ao Governo Regional e, em um segundo momento, à Junta de
Administração da ZOFRAMA.
Atualmente, CETICOS Matarani, tendo consolidado os benefícios e atribuições do que
representou a ZOFRAMA, e tendo se constituído como um CETICOS (com autonomia
administrativa, técnica, econômica, financeira e operacional), permite a exportadores,
importadores, fornecedores de serviços logísticos, companhias de mineração,
empreiteiros e outros atores do setor privado terem a oportunidade de investir com
vantajosas condições tributárias, aduaneiras, de proximidade e capacidade do porto,
bem como de entrada e saída de Arequipa, da região sul do Peru, do centro e do
sudoeste do Brasil e de toda a Bolívia.
ZOFRATACNA
A ZOFRATACNA está localizada na Rodovia Pan-americana Sul, a 9,5 quilômetros da
cidade de Tacna e a 3 quilômetros do Aeroporto Internacional Coronel FAP Carlos
Ciriani Santa Rosa. A Zona Franca de Tacna é um recinto fechado, e conta com uma
superfície total de 390 hectares, dos quais 120 estão totalmente habilitados com todos
os serviços, tais como fibra óptica, eletricidade, água, drenagem, pistas, calçadas,
estacionamentos, áreas verdes, etc. É uma área de tratamento especial com
destacada experiência e desenvolvimento no país e fortemente vinculada ao comércio.
Na ZOFRATACNA podem ser realizadas atividades industriais, agroindustriais e de
maquila, bem como reparação e manutenção de máquinas e equipamentos para a
atividade mineira. As atividades de serviços incluem a armazenagem e a distribuição
de mercadorias, montagem, desembalagem, embalagem, empacotado, rotulagem,
etiquetado, divisão, exibição e classificação de mercadorias.
Com 18 anos de antiguidade, conta com vantagens comparativas e competitivas para
o desenvolvimento de atividades industriais, comerciais e de serviços, com certos
benefícios tributários e aduaneiros. Sua missão é o desenvolvimento de uma
plataforma de serviços competitivos que gerem valor para os negócios de seus
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usuários, e sua visão é se tornar um centro de oportunidades de negócios líder na
América Latina, através da geração de vantagens competitivas para seus usuários.
Parque Industrial Chacalluta, Província de Arica
Criado em 1994 pela ZOFRI S.A., o Parque Industrial Chacalluta, localizado na
Província de Arica, é uma área que oferece a investidores nacionais e estrangeiros
123 hectares com benefícios e franquias especiais para o desenvolvimento de
atividades industriais, tais como armação, ensambladura, montagem, acabamento,
integração manufatureira e transformação industrial.
Localizada nas proximidades do Aeroporto Internacional de Chacalluta e da Rodovia
Pan-americana ou Rodovia 5 Norte, permite uma conexão rápida com Peru, Bolívia e
o resto do Chile.
O Parque oferece locais com superfícies de 1.500 a 10.000 metros quadrados
completamente urbanizadas, com o valor agregado de uma moderna infraestrutura de
serviços para o desenvolvimento de atividades industriais, além de diversos benefícios
que geram renda para o investimento e favorecem sua atividade, entre os quais
merecem destaque as isenções da Lei de Zonas Francas (Decreto com Força de Lei
341-1977), a Lei Arica, os subsídios CORFO e os incentivos para a Província de Arica,
como os estabelecidos pelo Decreto Lei 889 (subsídio à mão-de-obra) e pelo Decreto
com Força de Lei 15 (subsídio ao investimento).
Porém, a Lei de Zonas Francas, em conjunto com a lei Arica I e II, autoriza a que toda
a província de Arica seja usuária da condição de zona franca, causa pela qual a
ZOFRI S.A. não apenas administra o Parque Industrial, mas também as franquias de
toda a província.
ZOFRI Iquique
Na Região de Tarapacá, Província de Iquique e em plena cidade capital de Iquique,
está localizada a Zona Franca ZOFRI, empresa constituída sob a forma de uma
sociedade anônima na qual o Estado chileno controla 71,2% das ações.
A atividade da ZOFRI é circunscrita aos terrenos que possui em Iquique, Alto Hospicio
e na Província de Arica, onde, como foi acima mencionado, é operadora do complexo
industrial Chacalluta e das franquias de toda a província.
Em Iquique, possui terrenos por uma superfície de 175 hectares, onde existem mais
de 1.000 locais alugados a clientes que armazenam produtos que, posteriormente,
vendem a diferentes clientes da América do Sul.
Em paralelo, dentro desses 175 hectares, funciona o mall ZOFRI, que tem uma
superfície de 33.000 metros quadrados e mais de 400 lojas, e um Centro Logístico que
conta com cinco almoxarifados e mais de 16.000 metros quadrados, os quais atendem
à demanda de clientes que não tem armazéns próprios; além disso, há um pátio de
veículos e o edifício corporativo.
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Os terrenos de Alto Hospicio têm uma superfície de 128,7 hectares e, neles, um
anteporto está em pleno processo de habilitação.
2.3.11 Projetos de plataformas logísticas
Na área de influência, existem também três projetos relevantes para a implantação de
plataformas logísticas, um em Oruro (Bolívia), outro em Arica (Chile) e o terceiro em
Arequipa (Peru).
Os projetos estão apenas na fase inicial de estudo, com diferente nível de avanço.
Puerto Seco Oruro, Bolívia
O projeto Puerto Seco Oruro (terminal marítimo) é uma infraestrutura interior
especializada na prestação de serviços de comércio nacional e internacional de
ruptura da cadeia no uso de contêineres para o transporte de mercadorias por mar e
terra, onde se torna necessário concentrar atividades convencionais de consolidação,
manuseio, armazenagem, etc., ao mesmo tempo em que se outorga valor agregado
através do gerenciamento de estoque, a embalagem e o controle de qualidade, entre
outros. De lá podem ser posteriormente distribuídas as mercadorias por transporte
terrestre, ferroviário, aéreo e marítimo em contêineres e outros elementos de
transporte e embalagem conforme as normas nacionais e internacionais vigentes.
Contempla ainda a realização de outras atividades próprias de sua natureza e
essência.
As principais vantagens do Puerto Seco de Oruro são as seguintes:
1. Uma infraestrutura logística de última geração no Departamento de Oruro;
2. Grande facilidade de modulação e expansão de plataformas logísticas, núcleo
nevrálgico de comunicações e ponto de troca intermodal;
3. Amplas vias de acesso e os últimos avanços tecnológicos e de
telecomunicações, como também de serviços;
4. Otimização da organização, gestão e coordenação com as empresas de
transporte e distribuição;
5. Grandes possibilidades para a oferta de serviços de armazenagem,
consolidação, desconsolidação e manuseio de mercadorias e sua posterior
distribuição, bem como outras atividades possíveis.
Plataforma logística da Região de Arica e Parinacota, Chile
A estratégia de desenvolvimento produtivo regional para a Região de Arica e
Parinacota definiu como um de seus eixos estratégicos de desenvolvimento a
instalação de uma plataforma de serviços logísticos.
Desta forma, procura-se a inserção da economia regional em mercados internacionais
e a facilitação do comércio como eixos fundamentais de uma política de
desenvolvimento empresarial, razão pela qual o desenvolvimento de serviços
logísticos deve ser promovido como estratégia competitiva geradora de maior valor
agregado para os produtos nacionais e internacionais que transitam pelo território de e
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para o porto de Arica, visando aproveitar as vantagens tributárias e tarifárias derivadas
das características próprias de uma zona franca industrial e o acesso a mercados
mediante os acordos comerciais disponíveis.
Objetivo geral
Posicionar a região como plataforma de serviços logísticos e indústrias de agregação
de valor para a carga, com uma oferta preferencial para seu contexto territorial, e
potencializar a troca de bens e de matérias-primas e a criação de processos industriais
e de comércio internacional.
Objetivo territorial específico
Desenvolver diferentes infraestruturas de movimento de cargas existentes (porto,
aeroporto, ferrovias e rodovias) em Arica e apoiar sua função como centro logístico
atendendo aos tratados internacionais, mediante o fortalecimento de todas as
atividades relacionadas com o intercâmbio, armazenagem, deslocamento e
reconversão de carga, tanto em seu processo de entrada como de saída.
Neste sentido, é importante salientar que foi alocado um Projeto de Assistência
Técnica Internacional para o desenho, instalação e operação da plataforma logística
para a Região de Arica e Parinacota, através de sua Agência Regional de
Desenvolvimento Produtivo e em coordenação com o Ministério das Obras Públicas e
a CORFO. Mediante uma linha de cooperação com verbas concursáveis outorgadas
através da Agência de Cooperação Internacional do Chile (AgCI), este programa cofinanciado por verbas oriundas da própria região tem um horizonte de trinta meses
para sua execução.
Plataforma de distribuição urbana de Arequipa (Peru)
Visando a promoção do desenvolvimento de infraestruturas logísticas no Peru, o
Ministério dos Transportes e Telecomunicações do Peru e o Banco Interamericano de
Desenvolvimento estão liderando o "Estudo de localização, factibilidade e desenhos
de esquemas de gestão de plataformas logísticas no sul do Peru".
O projeto tem como objetivo a elaboração de todos os estudos de factibilidade
necessários ao desenvolvimento da primeira plataforma logística da região sul do Peru,
na qual serão prestados serviços de valor agregado e promovida a diversificação da
oferta de serviços. Neste sentido, são incluídos estudos de localização para
determinar qual o nó com melhores condições para o desenvolvimento de
infraestrutura logística no curto prazo, estudos de pré-investimento para a alternativa
selecionada e uma proposta de projeção da plataforma, bem como estudos legais e
institucionais requeridos para definir o esquema de promoção do investimento mais
adequado para o provimento de infraestrutura e serviços associados.
A conclusão mais importante do estudo de localização é que o Departamento de
Arequipa apresenta maiores potencialidades para o desenvolvimento, no curto prazo,
de uma plataforma logística orientada à distribuição urbana de mercadorias, em
virtude de reunir altos níveis de produção e de consumo, além de contar com uma
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base logística em consolidação, redes de infraestrutura e disponibilidade de terrenos.
Ainda, o desenvolvimento de uma plataforma logística de suporte à consolidação de
cargas de exportação —a maior parte delas produzidas nos pampas arequipenhos— é
identificado como uma oportunidade de investimento no médio prazo. Em terceiro
lugar, o nó de Tacna tem volumes interessantes para pensar o desenvolvimento de um
centro de apoio em fronteira.
CURTO PRAZO
1
Plataforma orientada à distribuição urbana de mercadorias em Arequipa
MÉDIO PRAZO
2
Plataforma para a consolidação de cargas de exportação,
especialmente agrícolas, no departamento de Arequipa
3
Plataforma de apoio em fronteira em Santa Rosa (Tacna)
Com base no resultado do estudo de mercado, a distribuição urbana de mercadorias
se apresenta como a principal orientação funcional objetivo da plataforma. Os usuários
potenciais relacionados com o desenvolvimento deste tipo de atividade são os
distribuidores de produtos de consumo massivo, as cadeias de supermercados, os
operadores logísticos e as empresas de transporte.
A segunda orientação funcional objetivo da plataforma é a distribuição regional. Os
usuários potenciais são, também neste caso, os distribuidores, os supermercados, os
operadores logísticos e as empresas de transporte, e a eles vêm se acrescentar
grandes produtores locais, principalmente de produtos de consumo massivo.
A terceira orientação funcional identificada para a plataforma, embora não considerada
como prioritária, é a consolidação de exportações de produtos da cidade de Arequipa,
em particular, têxteis, artesanatos, materiais para construção, laticínios, etc.
A demanda identificada para a plataforma foi estimada a partir de entrevistas e atinge,
em uma primeira fase, uns 10,7 hectares de parcelas que são complementares à
oferta de um truck center e de um centro de serviços com o objetivo de facilitar a
instalação de empresas que prestem suporte ao setor logístico (agentes de carga,
transportadores, agências de trabalho temporário, bancos, seguros, etc.).
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3. Setores econômicos considerados na análise
A seleção de setores econômicos a serem considerados na análise foi realizada com
base em três critérios fundamentais, independentemente de se tratar de uma análise
orientada à integração produtiva ou aos serviços logísticos de valor agregado. Esses
critérios são:
i)
O setor selecionado é beneficiário do Grupo de Projetos 5 do Eixo
Interoceânico Central da IIRSA;
ii) O setor é importante para o desenvolvimento da área de influência;
iii) O setor é efetiva ou potencialmente importante para a integração econômica
dos países que fazem parte do grupo de projetos.
De acordo com todos os antecedentes acima apresentados, os seguintes setores
foram identificados, de forma prévia, para a realização do trabalho de campo:











Fornecedores de serviços e suprimentos para a mineração;
Plataforma logística e de serviços para o comércio internacional;
Açúcar-biscoitos;
Algodão-fiação;
Sucata-arame;
Soja-alimentos balanceados;
Couro e suas manufaturas;
Leite e derivados;
Madeiras-móveis;
Especiarias e azeitonas;
Joalheria.
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Figura 15 - Mapa produtivo da área de influência
Gado, Trutas, Batatas,
Cimento, Leite
Hortaliças, Alfafa, Tecidos,
Manufaturas, Cimento, Aços,
Boro, Farmacêuticos, Laticínios
Cana de Açúcar, Florestal,
Pecuária
Cana de Açúcar,
Florestal, Cacau
Pesca,
Farinha de Peixe
Uva, Abacate, Mineração, Cobre,
Farinha e Óleo de Peixe, Pesca
Azeitona, Azeite, Mineração,
Farinha, Macarrões, Tijolos
Florestal, Leite
Pimentões
Cana de Açúcar,
Algodão, Florestal,
Soja, Leite, Pecuária
Mineração
Azeitonas
Mineração
Mineração
A seguir, apresenta-se um resumo do resultado da análise e do trabalho realizado
pelas equipes nacionais no workshop efetuado em Santa Cruz de la Sierra em junho
3.1
Fornecedores de serviços e insumos para a mineração
Este setor é liderado por um grupo de PMEs localizadas principalmente na cidade de
Iquique, e foi identificado com potencial de integração produtiva com base em estudos
anteriores encomendados pelo ProChile, nos quais se descreviam o que deu em
chamar-se de "clusters exportadores regionais". 24 Desde o ano 2005 tem sido
promovido um processo associativo apoiado pela Associação de Industriais de Iquique.
As empresas desse grupo são fornecedoras de suprimentos e serviços para a grande
mineração, e o objetivo da associatividade é a exportação desses produtos. Vale
salientar que na cidade de Iquique foram identificadas outras 63 empresas
fornecedoras de suprimentos e serviços e mais cinco em Arica.
O grande desenvolvimento da mineração no Chile, posicionado como um dos países
líderes do mundo nesta atividade, permite supor a existência de fornecedores que
abastecem as grandes companhias de equipamentos, suprimentos e serviços de todo
tipo relacionados com esse setor.
Sem dúvida, isto é efetivo, mas conforme as evidências coletadas nas entrevistas, não
é possível inferir que existam clusters consolidados de empresas fornecedoras de
serviços e suprimentos para a mineração, mas antes de um conjunto de agentes
24
"Identificación de clusters exportadores en la Región de Tarapacá", Paris Salgado, 2006.
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econômicos que, de forma individual, ocupam o mercado com sua oferta. Não há
presença permanente nem consolidada no Peru, e ainda menos na Bolívia, e as
tentativas de consolidar este fluxo de suprimentos e serviços foram isoladas e não
bem-sucedidas.
Cabe salientar, então, o potencial de integração produtiva neste campo e, portanto,
deve ser considerado como um setor emergente.
3.2
Plataforma logística e de serviços para o comércio internacional
O setor se refere aos serviços oferecidos a partir dos projetos de infraestruturas
logísticas apresentados no ponto 2.3.11.
3.3
Açúcar (Bolívia) – biscoitos (Peru)
Peru importa da Bolívia entre 40 e 50 toneladas de açúcar, representando
aproximadamente 20% das importações peruanas deste produto (o primeiro
fornecedor do Peru é a Colômbia, com 50%) e 30% das exportações bolivianas. Chile
tem uma participação marginal nas exportações da Bolívia. Quase a totalidade da
exportação boliviana ao Peru foi através de Desaguadero.
Apesar deste importante fluxo comercial entre ambos os países, a maior parte do
açúcar boliviano que chega ao Peru não se integra a um processo produtivo, mas é
destinada ao consumo. Os principais importadores são as empresas Distribuidora
Alimentaria S.A. e Corporación de Alimentos do Peru, distribuidoras voltadas para a
venda por atacado de alimentos, bebida e fumo, ambas com sede principal na cidade
de Arequipa. A exceção é a Corporación José R. Lindley, que tem plantas de
elaboração de bebidas refrigerantes em Arequipa e Cusco.
Por tudo isto, não se identifica potencial de integração produtiva neste setor.
3.4
Algodão (Bolívia) – fiações (Peru)
O algodão boliviano é produzido e estocado na zona de Pailón, no Departamento de
Santa Cruz. De lá é transportado através da rodovia 4 até a cidade de La Paz,
passando por Cochabamba. Ingressa no Peru pelo passo de fronteira de Desaguadero
e tem como ponto final as plantas de produção de fiações localizadas na cidade de
Lima; parte desta produção é posteriormente exportada à Bolívia. Peru representa
43% das exportações bolivianas de algodão.
No ano 2008, o Peru importou cerca de 52.029 toneladas de algodão por um valor CIF
de US$94.030.974; os Estados Unidos foram o maior exportador, com 48.919
toneladas e uma participação de 94,0%. A seguir, embora com grande diferença,
91 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Burkina Fasso, com 1.614 toneladas (3,1%) e Bolívia, com 1.234 toneladas (2,4%). A
densidade de valor médio das importações de algodão foi de US$1.766 por tonelada.
Tabela 45 - Origem das importações peruanas de algodão em 2008
País de origem
Valor CIF
Volume
%
US$
kg
ton.
Estados Unidos
89.040.057
48.919.229
48.919
94,0%
Burkina Fasso
2.589.596
1.613.740
1.614
3,1%
Bolívia
1.901.257
1,234,148
1.234
2,4%
342.629
Colômbia
193.911
194
0,4%
Espanha
157.071
67.970
68
0,1%
Chile
363
234
0
0,0%
Total
94.030.974
52.029.232
52.029
100,0%
Fonte : Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Densidade
de valor
US$/ton
1.820
1.605
1.541
1.767
2.311
1.553
1.766
Por outra parte, das 1.234 toneladas de algodão exportadas pela Bolívia para o Peru,
100% ingressaram através de Desaguadero em direção aos centros de produção de
Lima.
Do total de 1.234 toneladas importadas através do passo de fronteira de Desaguadero,
58,4% (720 toneladas) foram importados pela empresa Fábrica Tejidos Pisco S.A.C.
A seguir, e em ordem de importância, a empresa La Colonial Fábrica de Hilos S.A.,
que importou cerca de 289 toneladas no ano 2008 e, assim, ficou com 23,4% do total
de importações de algodão boliviano. Finalmente, a empresa Tejidos Jorgito S.R.L. foi
responsável pela importação de 225 toneladas, ficando com 18,2% de participação no
mercado de importação de algodão da Bolívia. As três empresas têm suas plantas de
produção em Lima.
Tabela 46 – Importadores peruanos de algodão da Bolívia em 2008
Peso líquido
Valor CIF
US$
kg
ton.
Fábrica de Tejidos Pisco S.A.C.
1.122.569
720.237
720
La Colonial Fábrica de Hilos S.A.
488.728
288.818
289
Tejidos Jorgito S.R.L.
289.960
225.093
225
1.901.257
1.234.148
1,234
Total
Fonte : Elaborado pela equipe Peru com base em dados de aduanas
Importador
%
58,4%
23,4%
18,2%
100,0%
O algodão importado é utilizado como matéria-prima para a elaboração de fiações de
algodão.
O Peru exportou, em 2008, 6.474 toneladas de fiações de algodão por um valor FOB
de US$38.889.532. O destino da exportação de fiações de algodão é muito
diversificado, com o Brasil liderando como comprador de fiações de algodão peruano,
com 749 toneladas (11,6% do total), seguido pela Venezuela (10,9%), Chile (10,8%) e
Bélgica (10,1%). O resto dos países tem uma participação menor a 10%. No caso da
Bolívia, foram exportadas 163 toneladas por um valor FOB de US$878.369. A
densidade de valor médio das fiações de algodão exportadas foi de US$6.238 por
tonelada.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 47 – Destino das exportações peruanas de fiações de algodão em 2008
País de destino
Valor FOB
Volume
US$
kg
ton.
5.777.955
749.104
749
Brasil
1.752.416
707.967
708
Venezuela
Chile
1.966.365
699.484
699
5.113.466
654.779
655
Bélgica
2.985.895
412.665
413
Hong Kong
2.945.485
402.308
402
Holanda
1.546.925
352.724
353
Equador
Taiwán
2.222.174
335.671
336
Argentina
2.242.797
335.170
335
2.070.130
333.308
333
Colômbia
1.595.993
315.165
315
Espanha
3.078.966
314.269
314
Itália
Alemanha
1.923.112
274.284
274
878.369
162.800
163
Bolívia
Japão
537.458
78.836
79
Reino Unido
442.773
62.678
63
316.100
62.245
62
Suécia
Outros países
1.493.154
220.247
220
TOTAL
38.889.532
6,473,704
6,474
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
%
11,6%
10,9%
10,8%
10,1%
6,4%
6,2%
5,4%
5,2%
5,2%
5,1%
4,9%
4,9%
4,2%
2,5%
1,2%
1,0%
1,0%
3,4%
100,0%
Densidade
de valor
US$/ton.
7.713
2.475
2.811
7.809
7.236
7.321
4.386
6.620
6.692
6.211
5.064
9.797
7.011
5.395
6.817
7.064
5.078
6.779
6.238
Das 163 toneladas de fiações de algodão exportadas para a Bolívia, 35,4% foram
exportados pela Empresa Algodonera S.A., cuja planta principal está localizada em
Lima. Em segundo lugar, está a empresa Textiles del Sur S.A.C., também com uma
planta industrial na cidade de Lima, que fica com 25,3% da exportação de fiações de
algodão para a Bolívia. Ainda sobressaem as exportações realizadas pelas empresas
La Colonial Fábrica de Hilos S.A. (12,9%) e Unifi S.A.C. (12,3%). O resto das
empresas têm uma participação menor a 5%.
Tabela 48 – Exportadores peruanos de algodão para a Bolívia em 2008
Peso líquido
Valor FOB
US$
kg
ton.
Empresa Algodonera S.A.
238.538
57.606
58
Textiles del Sur S.A.C.
208.010
41.267
41
La Colonial Fábrica de Hilos S.A.
133.894
2.,008
21
Unifi S.A.C.
58.000
20.000
20
Cia. Ind. Textil - Trutex S.A.A.
49.638
8.097
8
Hilandería de Algodón Peruano S.A.
24.845
4.375
4
52.237
3.891
4
Textil El Amazonas S.A.
Cortextil E.I.R.L.
76.548
3.191
3
25.661
1.960
2
Inca Tops S.A.A.
Industria Textil Piura S.A.
8.973
1.150
1
Perú Naturtex Partners E.I.R. Ltda
2.026
255
0
878.369
162,800
163
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Exportador
%
35,4%
25,3%
12,9%
12,3%
5,0%
2,7%
2,4%
2,0%
1,2%
0,7%
0,2%
100,0%
A seguir, vale salientar que das 163 toneladas de fiações de algodão exportadas à
Bolívia, 85 toneladas (52,5%) foram exportadas através do porto do Callao, 41
toneladas (25,3%), através do porto de Pisco, e 31 toneladas (19,3%) saíram pelo
passo de fronteira de Desaguadero.
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 49 – Alfândega de saída das exportações de fiações de algodão peruano para a Bolívia em 2008
Peso líquido
Valor FOB
US$
kg
Tn
Porto do Callao
435.784
85.472
85
Porto de Pisco
207.507
41.167
41
Desaguadero
154.985
31.368
31
Aeroporto do Callao
74.934
4.456
4
Arequipa
5.158
336
0
878.369
162.800
163
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Ponto de saída
%
52,5%
25,3%
19,3%
2,7%
0,2%
100,0%
Finalmente, podemos mencionar que 91,4% do total de fiações de algodão exportadas
pelo Peru para a Bolívia teve como destino a região de La Paz, seguida, embora com
grande diferença, por Arica, com 7,0% do total.
Tabela 50 – Alfândega de saída e destino das exportações de fiações de algodão peruano para a Bolívia em 2008
Destino
CochaTotal
Origem
Arica
La Paz
Outros
bamba
ton.
ton.
ton.
ton.
kg
Aeroporto do Callao
0
2
3
0
4
Arequipa
0
0
0
0
0
0
30
1
31
Desaguadero
0
0
74
0
85
Porto do Callao
11
0
0
41
0
41
Porto de Pisco
11
2
149
1
163
Total
7,0%
1,0%
91,4%
0,5%
100,0%
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
%
2,7%
0,2%
19,3%
52,5%
25,3%
100,0%
A partir das informações anteriores, podemos construir a estrutura logística atual do
setor econômico do algodão (Bolívia) e das fiações de algodão (Peru).
Figura 16 – Cadeia produtiva algodão-fiação de algodão
Outros
Fornecimento
Produção
Distribuição
94 / 121
Vendas
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Figura 17 – Mapa da cadeia produtiva algodão-fiação de algodão
Bolívia é, para o Peru, um fornecedor e um destino marginal das importações de
algodão e das exportações de fiações, respectivamente. Além disso, o algodão
boliviano não está sendo atualmente usado dentro da área de influência.
No entanto, há um potencial de integração produtiva devido à capacidade instalada
das indústrias de produção de fiações localizadas na área de influência
(especialmente em Arequipa).
Essa potencialidade cresce com base em uma eventual melhoria da qualidade do
produto, passando pela melhoria genética das sementes e a melhoria dos sistemas de
produção agrícola. Além disso, percebe-se uma oportunidade na melhoria das
rodovias municipais para facilitar o acesso aos mercados da produção do algodão.
O transporte de algodão para o Peru e de fiações para a Bolívia utiliza infraestruturas
que fazem parte do portfólio de projetos IIRSA, ainda que o uso desta infraestrutura
por esta cadeia não seja relevante (5.200 toneladas anuais, ou aproximadamente 170
carretas de 30 toneladas ao ano). Vale mencionar que o trânsito para Lima deveria ser
realizado pela rodovia Ilo-Desaguadero; porém, o transporte por esta rodovia
apresenta o problema da falta de serviços aos transportadores, e, por causa disso, é
utilizada uma estrada alternativa.
3.5
Sucata (Bolívia) – arames (Peru)
A sucata de aço ou ferro oriunda da Bolívia é empregada como matéria-prima para a
elaboração de arames de aço ou de ferro no Peru, e parte desta produção é depois
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
exportada para a Bolívia. Quase 90% das exportações bolivianas de sucata tem como
destino o Peru, e menos de 5% ingressam no Chile.
No ano 2008, o Peru importou cerca de 166.735 toneladas de sucata por um valor CIF
de US$82.405.329; os Estados Unidos foram o maior exportador, com 110.214
toneladas e uma participação de 66,1%. A seguir, o Chile, com 28.950 toneladas
(17,4%) e a Bolívia, com 25.479 toneladas (15,3%). A densidade de valor médio das
importações de sucata foi de US$435 por tonelada.
Tabela 51 - Origem das importações peruanas de sucata em 2008
País de origem
Valor CIF
Volume
kg
ton.
US$
Estados Unidos
60.251.361
110.214.052
110.214
28.949.855
28.950
Chile
13.426.978
7.460.875
25.479.370
25.479
Bolívia
1.231.082
1.945.490
1.945
Brasil
35.034
Equador
146.610
147
82.405.329
166.735.377
166.735
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
%
66,1%
17,4%
15,3%
1,2%
0,1%
100,0%
Densidade
de valor
US$/ton.
547
464
293
633
239
435
Das 25.479 toneladas de sucata exportadas por Bolívia ao Peru, cerca de 20.474
toneladas (80,4%) provêm da região de La Paz, seguida pela região de Santa Cruz,
com 4.955 toneladas (19,4%). A exportação de Cochabamba para o Peru não e
quantitativa. A densidade de valor médio da carga exportada pela Bolívia ao Peru foi
de US$230 por tonelada no ano 2008.
Tabela 52 - Origem na Bolívia das importações peruanas de sucata em 2008
Lugar de produção
Valor CIF
Volume
US$
kg
ton.
La Paz
5.809.836
20.474.330
20.474
Santa Cruz
1.647.326
4.955.280
4.955
49.760
50
Cochabamba
3.713
7.460.875
25.479.370
25.479
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
%
80,4%
19,4%
0,2%
100,0%
Densidade
de valor
US$/ton.
284
332
75
230
Do total de 25.479 toneladas de sucata exportadas pela Bolívia para o Peru, 100%
ingressaram através de Desaguadero em direção aos centros de produção de
Arequipa. Quase a totalidade das mesmas (99,8%) foi importada pela empresa
Corporación Aceros Arequipa S.A., que tem duas plantas de produção, uma em Pisco
e outra em Arequipa. A empresa Maxant Import S.A.C. importou 50 toneladas em 2008,
representando 0,2% do total de importações de sucata oriunda da Bolívia.
Tabela 53 – Importadores peruanos de sucata boliviana em 2008
Peso líquido
Valor CIF
US$
kg
ton.
Corporación Aceros Arequipa S.A.
7.457.162
25.429.610
25.430
Maxant Import S.A.C.
3.713
49.760
50
Total
7.460.875
25.479.370
25.479
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Importador
96 / 121
%
99,8%
0,2%
100,0%
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A sucata é reciclada e processada para a elaboração de arames de aço ou de ferro. A
produção de arames de ferro ou aço ocorre principalmente na planta industrial de
Aceros Arequipa S.A., localizada na cidade de Arequipa.
Peru exportou, em 2008, 4.338 toneladas de arames de ferro ou aço por um valor FOB
de US$5.998.414. O principal destino da exportação de arames foi Bolívia, com 3.821
toneladas (88,1% do total), seguida pelos Estados Unidos (3,5%) e a Nova Zelândia
(3,3%). O resto dos países tem uma participação menor a 2%. A densidade de valor
médio dos arames foi de US$1.455 por tonelada.
Tabela 54 - Destino das exportações peruanas de arame em 2008
Densidade
de valor
kg
ton.
US$/ton
US$
5.274.701 3.821.250
3.821 88,1% 1.380
Bolívia
Estados Unidos
244.127
149.709
150
3,5% 1.631
Nova Zelândia
164.593
145.236
145
3,3% 1.133
Equador
79.489
66.824
67
1,5% 1.190
87.556
51.915
52
1,2% 1.687
Jamaica
República Dominicana
49.527
39.785
40
0,9% 1.245
Guatemala
29.785
16.775
17
0,4% 1.776
12.683
10.100
10
0,2% 1.256
Venezuela
Honduras
12.991
8.621
9
0,2% 1.507
Espanha
9.474
7.797
8
0,2% 1.215
Panamá
13.317
7.332
7
0,2% 1.816
Porto Rico
9.781
6.640
7
0,2% 1.473
México
10.390
6.490
6
0,1% 1.601
Austrália
9.710
5.654
6
0,1% 1.717
Portugal
10.875
5.550
6
0,1% 1.960
Reino Unido
7.867
5.394
5
0,1% 1.458
Costa Rica
4.591
2.586
3
0,1% 1.775
Nicarágua
2.973
1.825
2
0,0% 1.629
Itália
3.237
1.675
2
0,0% 1.933
Colômbia
1.847
1.375
1
0,0% 1.343
Antilhas Holandesas
1.705
925
1
0,0% 1.843
Chile
1.375
670
1
0,0% 2.053
Alemanha
38
3
0
0,0% 13.446
5.998.414 4.338.474
4.338 100,0% 1.455
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
País de destino
Valor FOB
Volume
%
Das 3.821 toneladas de arames de aço ou ferro exportadas para a Bolívia, 97,1%
foram exportados pela empresa Prodac S.A., cuja planta principal está localizada na
Rodovia Néstor Gambetta, no Callao. Em segundo lugar, está a empresa Corporación
Aceros Arequipa S.A., com uma planta industrial na cidade de Arequipa, que fica com
2,9% da exportação de arames de ferro ou aço para a Bolívia.
Tabela 55 – Exportadores de arame peruano para a Bolívia em 2008
Peso líquido
Valor FOB
US$
kg
Tn
Prodac S.A.
5.131.098
3.710.734
3.711
Corporación Aceros Arequipa S.A.
140.612
109.600
110
2.991
916
1
Trading Colchonera S.A.C.
5.274.701
3.821.250
3.821
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Exportador
97 / 121
%
97,1%
2,9%
0,0%
100,0%
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Além disso, cabe salientar que das 3.821 toneladas de arame de ferro ou aço
exportadas à Bolívia, 3.556 toneladas (93,1%) foram exportadas através da cidade de
Arequipa e 274 toneladas (6,9%) através do passo de fronteira de Desaguadero.
Tabela 56 – Alfândega de saída das exportações peruanas de arame para a Bolívia em 2008
Peso líquido
Valor FOB
US$
kg
ton.
Arequipa
4.965.100
3.555.917
3.556
Desaguadero
306.610
264.417
264
Porto do Callao
2.991
916
1
5.274.701
3.821.250
3.821
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Ponto de saída
%
93,1%
6,9%
0,0%
100,0%
Finalmente, podemos mencionar que 46,3% do total de arames de ferro ou aço
exportados para a Bolívia teve como destino a região de Santa Cruz, seguida pela
região de La Paz, com 38,5% do total.
Tabela 57 – Origem e destino das exportações peruanas de arame para a Bolívia em 2008
Destino
Santa
CochaTarija
La Paz Oruro Potosí
Arica
Cobija
Cruz
bamba
ton.
ton.
ton.
ton.
ton.
ton.
ton.
ton.
Arequipa
0
20
325
1.394
28
9
1.627
153
Desaguadero
0
6
20
75
0
2
142
20
Porto do Callao
1
0
0
0
0
0
0
0
Total
1
26
345
1.470
28
11
1.768
173
0,0%
0,7%
9,0% 38,5%
0,7%
0,3% 46,3%
4,5%
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Origem
Total
kg
3.556
264
1
3.821
100,0%
%
93,1%
6,9%
0,0%
100,0%
A partir das informações anteriores, podemos construir a estrutura atual do setor
econômico da sucata de ferro ou aço (Bolívia) e dos arames de ferro ou aço (Peru).
Figura 18 – Cadeia produtiva sucata-arames
Fornecimento
Produção
Distribuição
98 / 121
Vendas
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A produção de barras de ferro e arame em Arequipa utiliza como suprimento sucata
oriunda da Bolívia e do Chile. A sucata boliviana é principalmente estocada em La Paz
e passa ao Peru por Desaguadero. A sucata chilena se concentra em Arica, sendo
oriunda da região, para depois ser transportada a Tacna e de lá a Arequipa.
Grande parte da produção de barras de ferro e arame é exportada para a Bolívia
(85%). Há exportações para o Chile, mas haveria algum tipo de entrave relacionado
com a vistoria das importações pelo Chile, dificultando a operação.
O transporte pela rodovia Ilo-Desaguadero apresenta o problema de falta de serviços
aos transportadores.
O transporte de sucata para o Peru e de ferro e arame para a Bolívia utiliza
infraestruturas que fazem parte do portfólio de projetos IIRSA.
Embora esta cadeia produtiva possa resultar marginal em relação ao total do comércio
da região, o fluxo de produtos associado à cadeia sucata-ferro-arame divide
infraestruturas de transporte e passos de fronteira com uma quantidade maior de
produtos, motivo pelo qual a execução dos projetos do grupo em estudo terá um efeito
sobre a dinâmica do comércio em geral e sobre este setor em particular.
Caso os controles pré-importação de ferro por parte do Chile possam ser adequados
mediante a aplicação de normas reconhecidas internacionalmente em lugar dos atuais
controles lote a lote, o comércio de ferro do Peru ao Chile poderia se intensificar,
aumentando a demanda de suprimentos e matérias-primas para a produção e,
portanto, também o fluxo de sucata de Bolívia ao Chile para Arequipa.
A dinâmica deste setor depende da demanda gerada pelo setor da construção da
Bolívia e, eventualmente, do norte do Chile.
3.6
Torta de soja (Bolívia) – alimentos balanceados (Peru)
A torta de soja é um subproduto resultante do processo de extração do óleo dos grãos
de soja, utilizando solvente. Tem valor protéico (a maior fonte de proteína vegetal) e
extraordinário equilíbrio aminoacídico, especialmente em lisina. Possui elevado valor
nutricional e energético. É a fonte de proteína mais econômica e de maior qualidade,
utilizada na formulação de alimentos balanceados para todo tipo de animais
monogástricos e ruminantes.
Em 2008, Bolívia exportou ao Peru cerca de 124.097 toneladas de torta de soja, e a
região de Santa Cruz gerou o maior excedente, com cerca de 63.797 toneladas
(51,4%) É importante mencionar que a produção de Arica é oriunda da Bolívia, mas foi
embarcada através do porto de Arica. A densidade de valor médio da carga importada
da Bolívia foi de US$385 por tonelada.
99 / 121
GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Tabela 58 – Origem das exportações bolivianas de torta de soja para o Peru em 2008
Lugar de
produção
Valor FOB
Volume
%
US$
kg
ton.
24.142.579
63.797.120
63.797
51,4%
Santa Cruz
Otros
11.538.706
30.722.891
30.723
24,8%
Arica
9.640.938
18.457.880
18.458
14,9%
5.474.797
11.017.240
11.017
8,9%
San Lorenzo
92.200
92
0,1%
Oruro
39.379
1.095
9.860
10
0,0%
La Paz
Total
50.837.495
124.097.191
124.097
100,0%
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Densidade de
valor
US$/ton.
378
376
522
497
427
111
385
Do total de 124.097 toneladas de torta de soja exportadas pela Bolívia para o Peru,
76% (94.266 toneladas) ingressaram através da alfândega de Desaguadero em
direção aos centros de produção de Lima e Arequipa. Da mesma forma, sobressai a
passagem de 17.492 toneladas (14,1%) através do porto de Salaverry, no
Departamento de La Libertad, e de 6.509 toneladas (5,2%) através do porto do Callao.
Tabela 59 – Passos de fronteira das exportações bolivianas de torta de soja para o Peru em 2008
Peso líquido
Valor CIF
kg
ton.
US$
Arequipa
10.444
55.852
56
Desaguadero
32.336.653
94.266.219
94.266
Porto do Callao
2.740.142
6.508.650
6.509
300.000
300
Porto de Matarani
116.400
2.580.428
5.474.300
5.474
Porto de Pisco
8.167.715
17.492.170
17.492
Porto de Salaverry
45.951.782
124.097.191
124.097
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Lugar de destino
%
0,0%
76,0%
5,2%
0,2%
4,4%
14,1%
100,0%
A matriz origem-destino das importações de torta de soja mostra que o fluxo principal
se produz entre a região de Santa Cruz e outras regiões da Bolívia e a cidade de
Desaguadero, seguido pelo fluxo entre o porto de Arica e a região de San Lorenzo e o
porto de Salaverry.
Tabela 60 – Origem e destino das exportações bolivianas de torta de soja para o Peru em 2008
Destino
Desagua- Porto do
Porto de Porto de Porto de
Origem
Arequipa
dero
Callao
Matarani
Pisco
Salaverry
ton.
ton.
ton.
ton.
ton.
ton.
Santa Cruz
56
63.741
0
0
0
0
0
30.423
0
300
0
0
Outros
Arica
0
0
0
0
5.474
12.984
0
0
6.509
0
0
4.509
San Lorenzo
0
0
0
0
Oruro
0
92
La Paz
0
10
0
0
0
0
56
94.266
6.509
300
5.474
17.492
Total
0,0%
76,0%
5,2%
0,2%
4,4%
14,1%
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Total
ton.
63.797
30.723
18.458
11.017
92
10
124.097
100,0%
%
51,4%
24,8%
14,9%
8,9%
0,1%
0,0%
100,0%
Igualmente, do total de 94.266 toneladas importadas através de Desaguadero, 32,6%
(30.728 toneladas) foram importados pela empresa Romero Trading (propriedade do
Grupo Romero), com sede na cidade de Lima, que distribui e vende a torta de soja a
produtores de alimentos balanceados. A multinacional Adm-Sao Perú S.A. fica com
100 / 121
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ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
11,4% (10.723 toneladas) do total de torta de soja, que é transportada para sua
unidade de distribuição na cidade de Lima. Por sua parte, a empresa Emcoper E.I.R.L.
atua como vendedor atacadista, tem sua sede na cidade de Arequipa e possui uma
participação de 15,3% na importação de torta de soja boliviana. Finalmente,
sobressaem também as empresas La Semilla de Oro S.A.C. e Agersa S.R.L., as quais
também atuam como distribuidoras voltadas para a venda atacadista de torta de soja.
Ambas as empresas estão localizadas na cidade de Lima. A empresa Montana S.A.
merece especial atenção por ter o controle da totalidade da cadeia logística da
produção de alimentos balanceados, da importação de torta de soja até a produção,
distribuição, exportação e venda de alimentos balanceados.
Tabela 61 – Importadores de torta de soja peruanos pelo passo de fronteira de Desaguadero em 2008
Peso líquido
Valor CIF
US$
kg
ton.
Romero Trading S.A.
11.343.945 30.728.382
30.728
Adm-Sao Perú S.A
3.437.757
10.722.955
10.723
Emcoper E.I.R.L.
4.534.878
14.403.930
14.404
La Semilla de Oro S.A.C.
4.371.208
13.084.441
13.084
Agersa S.R.L.
3.348.232
10.228.098
10.228
Montana S A
1.697.148
5.052.420
5.052
3.603.483
10.045.993
10.046
Outros
Total
32.336.651 94.266.219
94.266
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Importador
%
32,6%
11,4%
15,3%
13,9%
10,9%
5,4%
10,7%
100,0%
A torta de soja, como já foi mencionado, é utilizada como insumo para a elaboração de
alimentos balanceados para animais. Peru exportou, em 2008, 89.016 toneladas de
alimentos balanceados por um valor de US$61,5 milhões. O principal destino foi
Colômbia, com 42,1% do total, seguida por Equador (27,1%) e Honduras (10,6%).
Foram exportadas 520 toneladas de alimentos balanceados para Bolívia,
representando 0,6% do total das exportações. A densidade de valor médio dos
alimentos balanceados é de US$6.540 por tonelada.
Tabela 62 – Destino das exportações torta de soja peruana em 2008
País de destino
Valor FOB
Volume
US$
kg
ton.
Colômbia
25.920.272
37.453.478
37.453
Equador
16.368.848
24.119.027
24.119
Honduras
5.716.094
9.419.900
9.420
Guatemala
5.218.491
8.251.175
8.251
Nicarágua
2.291.338
3.480.000
3.480
Venezuela
2.616.051
2.859.900
2.860
Costa Rica
2.120.725
2.780.000
2.780
Bolívia
1.006.256
520.064
520
Panamá
144.005
106.162
106
Estados Unidos
20.608
23.346
23
Chile
87.061
1.575
2
Paraguai
1.760
1.000
1
Zonas Francas de Peru
9.430
500
1
61.520.942
89.016.127
89.016
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
%
42,1%
27,1%
10,6%
9,3%
3,9%
3,2%
3,1%
0,6%
0,1%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
100,0%
Densidade de
valor
US$/ton.
692
679
607
632
658
915
763
1.935
1.356
883
55.277
1.760
18.861
6.540
Das 520 toneladas de alimentos balanceados exportados para a Bolívia, 65,5% foram
exportados pela empresa Rinti S.A., cuja planta principal está localizada no quilômetro
17,5 da Rodovia Central, na cidade de Lima. A empresa IIender Perú S.A., localizada
101 / 121
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
na cidade de Lima, fica com 33,5% da exportação de alimentos balanceados para a
Bolívia.
Tabela 63 – Exportadores peruanos de torta de soja para a Bolívia em 2008
Peso líquido
Valor FOB
%
kg
ton.
US$
Rinti S A
227.763
340.664
341
65,5%
174.400
174
33,5%
Ilender Perú S.A
771.244
7.250
5.000
5
1,0%
Montana S A
1.006.256
520.064
520
100,0%
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
Exportador
Por outra parte, cabe mencionar que das 520 toneladas de alimentos balanceados
exportadas para Bolívia, 280 toneladas (53,9%) foram exportadas através de
Desaguadero e 239 toneladas (46,0%), através do porto do Callao.
Finalmente, podemos mencionar que 66,5% do total de alimentos balanceados
exportados para a Bolívia teve como destino a região de Cochabamba, seguida pela
região de La Paz, com 27,7% do total.
No Chile, a torta de soja é utilizada para consumo direto pelo setor avícola na área de
influência (Arica) e como insumo para a preparação de alimentos balanceados na
zona centro-sul. Os alimentos balanceados são consumidos localmente, de
preferência pela indústria do salmão no sul do Chile, e, em certa proporção,
exportados para a Bolívia.
A partir das informações anteriores, podemos construir a estrutura atual do setor
econômico da torta de soja (Bolívia) e dos alimentos balanceados (Peru).
Figura 19 – Cadeia produtiva torta de soja-alimentos balanceados
Fornecimento
Produção
Distribuição
102 / 121
Vendas
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Figura 20 – Mapa da cadeia produtiva torta de soja-alimentos balanceados
O plantio de soja em Santa Cruz concentra-se em duas zonas principais. A primeira
compreende aproximadamente 380.000 hectares plantados por médios e grandes
produtores, embora também os pequenos produtores estejam concentrados nos
municípios de San Julián e Cuatro Cañadas. Nesta área se concentra a grande
maioria dos centros de estocagem (silos) e das plantas de processamento. A segunda
abrange 300.000 hectares e reúne pequenos produtores camponeses que somam
aproximadamente 8.000.
A maior percentagem da exportação de torta de soja da Bolívia vai ao Atlântico pelas
hidrovias, e a percentagem restante chega ao Chile pelo corredor interoceânico e ao
Peru por Desaguadero.
Quanto ao transporte terrestre, na Bolívia é utilizada a rodovia Santa CruzCochabamba-La Paz, onde se divide para Desaguadero para as cargas destinadas ao
Peru, e para Tambo Quemado, para as destinadas ao Chile, utilizando os trechos do
Eixo Interoceânico Central.
Em Desaguadero há problemas com o desembaraço aduaneiro no passo de fronteira
e na rodovia Ilo-Desaguadero, problemas por falta de serviços aos transportadores.
A ausência de máquinas agrícolas e as contínuas chuvas registradas em Santa Cruz
dificultaram a colheita de soja, arroz e outros plantios da campanha de verão.
O setor da soja atravessa momentos difíceis devido a que as chuvas afetaram 180.000
dos 700.000 hectares semeados de soja em 2009.
103 / 121
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A péssima condição dos caminhos nas áreas produtivas é uma outra preocupação
para os sojicultores. Os trechos San Pedro-Peta Grande (na zona norte) e Pailón-El
Tinto (lado leste) se encontram intransitáveis.
O Decreto 29.460 refere-se de forma direta à proibição de exportar óleos e manteigas
vegetais. O Congresso deveria analisar também os prejuízos que sofre todo o setor
agroindustrial a partir da paralisação de exportações de outros produtos. Contudo, o
maior impacto negativo recai sobre a produção de soja, a qual, conforme dados da
Associação de Produtores de Oleaginosas e Trigo (ANAPO), corresponde a 65% de
uma campanha agrícola normal em Santa Cruz.
As pragas que afetam os plantios elevam os custos de produção.
Outra barreira é a capacidade de estocagem em épocas de produção, já que os silos
ficam lotados e, por causa das condições de umidade e temperatura do trópico
boliviano, não é possível armazenar a soja fora dos silos.
Há ausência de normativa e de estudos de equilíbrio energético para a industrialização
dos agrocombustíveis, visando evitar as importações de carburantes.
Além disso, há falta de capacitação no uso e manejo de agentes de controle biológico
e de agroquímicos de alta toxicidade, bem como de regulamentações ambientais e
planos de uso de solos (rotação de culturas).
O fluxo de produtos associados à cadeia torta de soja-alimentos balanceados divide
infraestrutura de transporte e passos de fronteira, como Tambo Quemado e
Desaguadero, e as rodovias correspondentes. É possível que, na área de influência
estudada, o total comercial entre os países não se apresente como uma percentagem
de comércio importante; apesar disso, é incluído na análise de potencial de integração
produtiva por duas razões importantes: sua relevância local e o uso de infraestrutura.
104 / 121
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3.7
Couro (Bolívia) – artesanatos e manufaturas (Peru)
Figura 21 – Mapa da cadeia produtiva couro-manufaturas de couro
A maior parte do couro provém da zona pecuária do Beni e é processada em Santa
Cruz e Cochabamba. Os couros curtidos são exportados principalmente para a Europa,
Canadá, Japão e Estados Unidos através dos portos de Iquique e Arica.
Chile e Peru são destinos marginais da exportação de couros boliviana, com uma
participação de 3,6% e de 2,1%, respectivamente. As exportações de couro ao Chile
não são processadas na área de influência. No caso do Peru, embora a Bolívia seja,
junto com o Equador, um de seus principais fornecedores, com 37% de participação, a
maior parte da industrialização é realizada em Lima, fora da área de influência.
A exportação é majoritariamente realizada por Desaguadero, e uma parte menor é
processada em artesanatos na zona de Puno e Arequipa.
Na Bolívia há capacidade instalada para processar maior número de peles; no entanto,
a quantidade ofertável no mercado não atende à demanda. As maiores empresas
podem adquirir a matéria-prima dos abatedouros municipais e privados, de acordo
com contratos e cotas estabelecidas.
A disponibilidade de couros crus como matéria-prima para a produção de couros
semiprocessados e acabados é limitada e determinada pelo número de animais
abatidos para a produção de carne. Também, evidencia-se a ausência de estratégia
empresarial para a produção e comercialização de couro e peles de maior qualidade.
105 / 121
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As deficientes técnicas de abate e o mau tratamento dos couros crus afetam a
qualidade do produto acabado.
Outro dos problemas de competitividade do setor está associado aos altos custos dos
reativos químicos importados para o processamento do couro, devido aos elevados
fretes de importação por via marítima.
Por outra parte, as instituições responsáveis pela atenção aos exportadores estão
dispersas, provocando demoras no desembaraço da exportação.
Há também contrabando de couros crus e salgados ao Peru, curtumes informais
clandestinas com deficiências tecnológicas e meio ambientais e uma má articulação
entre os curtumes e os elos da cadeia produtiva.
Levando em consideração que a indústria nacional deste setor é principalmente
fornecida de pele bovina e que a área rural da Bolívia é suficientemente extensa,
recomenda-se apoiar os produtores voltados para a criação de animais com
programas adequados à realidade de cada região, pesquisar sobre o modo de
melhorar raças e a produção conforme cada tipo de gado e região do país, adequar a
infraestrutura para o abate de animais, melhorar os processos de estocagem e
transporte das peles, promover o investimento em tecnologia que melhore a
produtividade e diminua o impacto ambiental da indústria do curtume, bem como
promover programas de despoluição e certificações meio ambientais nos curtumes.
Por outra parte, e de acordo com o manifestado pelos entrevistados, é necessário
implantar uma normativa concertada entre o Governo nacional e o setor privado, que
permita combater o contrabando aberto, o contrabando técnico, o subfaturamento de
produtos e a informalidade no setor do couro e suas manufaturas, roupas e calçado.
3.8
Leite (Bolívia) – laticínios (Peru)
A produção boliviana de leite fresco se concentra principalmente nos departamentos
de Santa Cruz, Cochabamba e La Paz. Uma vez estocada pela empresa líder do setor,
a PIL Andina, essa produção é industrializada para produzir diferentes tipos de leite:
leite em pó na planta da empresa em Santa Cruz, leite "longa vida" na planta de
Cochabamba e leite com saborizante na planta de La Paz. As produções destas duas
últimas plantas são destinadas quase totalmente ao consumo interno.
106 / 121
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Figura 22 – Mapa da cadeia produtiva leite-laticínios
O leite em pó boliviano é requerido como insumo na produção de leite evaporado do
Peru, representando US$4,6 milhões (aproximadamente 1.357 toneladas). É
exportado em sua totalidade através do passo de fronteira de Desaguadero pela
empresa PIL Andina S.A., para seu posterior uso nas plantas de processamento de
leite evaporado localizadas em Arequipa e Lima. Peru exportou 60.126 toneladas de
leite evaporado, sendo a Bolívia o sexto destino, com 4,5% do total exportado.
Tabela 64 - Destino das exportações peruanas de leite evaporado em 2008
País de destino
Valor FOB
Volume
US$
kg
ton.
Haití
32.915.322
23.114.191
23.14
8.745.605
7.525.060
7.525
Trinidad e Tobago
Nigéria
7.358.020
3.533.676
3.534
Bahamas
4.411.490
2.926.288
2.926
4.370.693
2.913.661
2.914
Gâmbia
Bolívia
3.657.466
2.716.128
2.716
Guinea
2.536.837
1.639.918
1.640
2.701.611
1.530.872
1.531
Gana
Mauritânia
2.468.254
1.506.532
1.507
1.755.486
1.394.500
1.395
Venezuela
Costa do Marfim
1.760.725
1.288.674
1.289
Chile
1.476.533
1.213.493
1.213
Santa Lucía
1.643.753
1.069.244
1.069
Togo
1.705.627
1.041.762
1.042
Resto de países
9.912.448
6.712.163
6.712
87.419.869
60.126.162
60.126
Total
Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas
107 / 121
%
38,4%
12,5%
5,9%
4,9%
4,8%
4,5%
2,7%
2,5%
2,5%
2,3%
2,1%
2,0%
1,8%
1,7%
11,2%
100,0%
Densidade de
valor
US$/ton.
1.424
1.162
2.082
1.508
1.500
1.347
1.547
1.765
1.638
1.259
1.366
1.217
1.537
1.637
1.477
1.498
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Um dos problemas detectados foi a falta de capacitação dos produtores para melhorar
a produtividade, bem como a escassa manutenção dos caminhos municipais que
conectam aos centros de estocagem e de produção. Por último, o tema da cadeia de
frio resulta relevante para promover a atividade.
O transporte de leite em pó para o Peru e de leite evaporado para a Bolívia utiliza
infraestruturas que fazem parte do portfólio de projetos IIRSA, embora seu uso por
esta cadeia seja marginal.
3.9
Madeira (Bolívia) – móveis (Chile)
Figura 23 – Mapa da cadeia produtiva madeira-móveis
As florestas naturais da Bolívia abrangem uma área de aproximadamente 53 milhões
de hectares, que representam 48% da superfície do país, concentradas na região
oriental da Bolívia (Santa Cruz, Beni, La Paz, Cochabamba e Pando). As principais
espécies em ordem de importância são o acaju, o carvalho, o açacu, o cedro e o
cumaru.
Além das florestas naturais, a Bolívia conta com plantios florestais.
Já extraída, a madeira das florestas passa por um processo de corte, do qual se
obtém as tábuas. As empresas agroindustriais têm concessões florestais nos
departamentos do Beni e Pando, de onde movimentam a madeira para o
Departamento de Santa Cruz para seu processamento. Neste departamento estão as
serrarias e os fornos para secagem. A madeira é exportada dos departamentos de
Santa Cruz, Cochabamba e La Paz.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
A maior percentagem de exportações de madeira da Bolívia tem como destino o Chile,
o resto do mundo, e o Peru, embora em menor percentagem. Porém, na área de
influência detectou-se uma única empresa (INCOMAT), localizada em Arica, cujas
perspectivas de médio prazo são de decrescimento.
Esta empresa iniciou sua atividade em Arica há mais de seis anos. Originalmente,
projetava desenvolver um negócio de fabricação de móveis finos orientados ao
mercado chileno, que utilizasse madeiras nobres oriundas da Bolívia, como aracaju e
cedro. Com efeito, essa empresa se instalou, não com poucas dificuldades 25 neste
processo, usufruindo das vantagens da zona franca industrial e das facilidades
concedidas para o investimento na então I Região de Tarapacá.
Atualmente, esta indústria está em um processo de reconversão para a fabricação de
móveis de tipo funcional que utilizam aglomerados e contraplacados de origem chilena,
destinados fundamentalmente ao equipamento e hospedagem dos novos edifícios
construídos, principalmente, na vizinha cidade de Iquique. Porém, ainda mantém a
fabricação de móveis finos feitos a partir de madeiras nobres bolivianas.
A seguir, são apresentados os encadeamentos produzidos a partir de uma atividade
que, embora esteja em retrocesso, ainda persiste:





Extração e serração de florestas nos departamentos do Beni e Santa cruz, Bolívia;
Exportação e transporte de madeira serrada úmida para o Chile;
Secagem ao ar livre ou natural das madeiras na cidade de Arica. O fabricante
considera que uma secagem natural conserva de melhor forma as características
da matéria-prima, e só em casos de pressa é submetida a secagem artificial na
Bolívia.
Fabricação de móveis finos segundo desenhos pré-estabelecidos ou por
encomenda do cliente. Também são fabricados batentes, janelas e portas;
Comercialização dos produtos elaborados no mercado nacional chileno. O
fabricante não exporta já que, segundo ele, não há garantia de fornecimento de
matérias-primas bolivianas que permita atender e assegurar demandas grandes de
seus produtos. Também não comercializa através de grandes retailers nacionais,
devido à escassa margem de renda que isto lhe proporcionaria.
25
A pessoa entrevistada é libanesa, radicada na Bolívia por várias décadas. Na entrevista, ele mencionou de forma
insistente que teve dificuldades para se instalar, as quais vão da nula acolhida do sistema bancário a um estrangeiro
até barreiras de ordem cultural que lhe impediam compreender o sistema econômico e normativo chileno.
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Na seguinte figura é apresentado um esquema que permite visualizar as diversas
fases desta integração produtiva.
Figura 44 – Esquema de integração produtiva na indústria de madeiras e manufaturas de madeira, baseado no caso da
empresa INCOMAT, do Chile
Concessões
Centro
de Estocagem
Serraría
Secador
Exportação
Florestas
comunitárias
Secagem
Natural
Móveis
Finos
Mercado
Chile
Processo
Industrial
INCOMAT
Chile
Portas
Batentes
Janelas
Mercado Arica
Secagem
artificial
Madeira
Segundo os antecedentes informados pelo entrevistado, sua indústria decresceu de
um nível de vendas de aproximadamente US$700.000 ao ano em seus primeiros anos
de produção para US$250.000 no ano 2008, como reflexo do impacto da crise
econômica global que também afeta o Chile, bem como a vontade de reorientar sua
indústria para o móvel funcional, de maior demanda, com menores complicações
tecnológicas e maior disponibilidade de mão-de-obra, dado que em Arica não há
trabalhadores especializados na manufatura de móveis finos.
Como conclusão sobre este setor, confirma-se a existência de integração produtiva
com escassas possibilidades de expansão de escala. Embora esta atividade persista,
deve empreender um intenso trabalho em matéria de reabertura de novos mercados e
aperfeiçoamento de sua rede de fornecedores.
O fluxo de produtos associados à cadeia divide infraestrutura de transporte e passos
de fronteira, como Tambo Quemado, Pisiga e Desaguadero. A rodovia principal é
Santa Cruz-Cochabamba-La Paz, aonde os caminhões que vão para Desaguadero e
Tambo Quemado e Pisiga se dividem.
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As dificuldades atravessadas por estes empresários são principalmente os controles
fitossanitários por parte do Chile, como também outras barreiras tarifárias que sempre
vão aumentando nos países latino-americanos.
3.10 Especiarias e azeitonas (Chile-Peru)
Há na área de influência uma produção agrícola tradicional que aproveita as
vantagens climáticas e que consiste nos plantios de, entre outros, orégão e pimentão.
No caso das azeitonas, trata-se de uma indústria consolidada na Região de Arica e
Parinacota, com décadas de funcionamento, especialmente no Vale de Azapa,
localidade que deu seu nome a umas das variedades de azeitona.
As evidências achadas na entrevista realizada junto à empresa TRUFFA S.A. situam
esta indústria em uma fase de aumento de escala com claro encadeamento a
montante. Porém, trata-se de um setor complexo, 26 com a participação de grande
número de agricultores de pequeno porte e uns poucos de maiores dimensões, entre
os quais está a empresa TRUFFA S.A.
A integração produtiva estabelece-se na medida em que os empresários chilenos
compram azeitonas na zona sul do Peru, as importam pré-processadas em salmoura,
incorporam a seu processo produtivo e as comercializam no mercado nacional, e,
especialmente, internacional, sob a denominação de "azeitonas do Vale de Azapa".
Os passos específicos desta integração produtiva são os seguintes:








Agricultores chilenos e peruanos cultivam diversas variedades de azeitonas;
As empresas líderes, entre elas a TRUFFA S.A., estabelecem preços de compra
em virtude de seu poder comprador de matéria-prima (azeitonas) tanto no Chile
quanto no Peru;
A compra de matéria-prima da empresa chilena é verificada no Peru através de
agentes intermediários, os quais recebem uma referência por quilograma. Eles têm
seu lucro a partir da obtenção de preços menores no mercado peruano;
A compra de matéria-prima é verificada no Chile mediante acordos com cada
agricultor-fornecedor. A compra da colheita é geralmente realizada em verde, mas
isto varia conforme a abundância de azeitonas, já que, em anos de escassez, os
agricultores têm maior poder de renegociação dos preços;
As azeitonas adquiridas no Peru são enviadas para a planta da TRUFFA, situada
na cidade de Tacna, Peru, para serem submetidas ao processamento preliminar;
Por motivos estratégicos inerentes à gestão da empresa, esta toma a decisão de
completar o processamento em Tacna e exportar dali, ou de exportar o produto
com um processo preliminar para a planta de Arica;
Em Arica completa-se o processamento e o produto é empacotado em recipientes
para consumo de atacadistas;
Os produtos acabados são exportados em formatos de 15, 25 e 55 quilogramas.
26
Estudos prévios ("Identificación de clusters exportadores en la Región de Tarapacá", Paris Salgado, 2006, estudo
encomendado pelo ProChile) evidenciam a complexidade deste setor caracterizado por problemas de ordem
associativa, de mercados agronômicos, entre outros.
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Na seguinte figura é apresentado um esquema que permite visualizar as diversas
fases desta integração produtiva.
Figura 24 – Cadeia agroindustrial da azeitona, baseada no caso da empresa TRUFFA do Chile
Planta processo
TRUFFA TACNA
Mercado Nacional
Exportação para o Chile
Pequenos
agricultores
Compradores
a granel
PERU
Exportações
Aduana Chacalluta
CHILE
+
Pequenos
Agricultores
Mercado
nacional
Culturas
Próprias
Planta processo
TRUFFA CHILE
Exportação
A partir dos antecedentes apresentados, confirma-se a existência de integração
produtiva no caso da indústria da azeitona, que se encontra em fase de expansão de
escala com integração a montante, em virtude da relação consolidada existente com
os fornecedores da cadeia de produção.
O pimentão, no que diz respeito à cultura de páprica, está localizado em Arequipa e é
estocado em Tacna para sua exportação ao Chile. O pimentão destinado à produção
de conservas e massas para o processamento no Chile é localizado, estocado e préprocessado em Tacna, Peru.
Neste setor há integração produtiva com claros encadeamentos a montante e com
altas probabilidades de expansão de escala. Verifica-se o relacionamento de
fornecedores, agregadores de valor e distribuidores a partir da participação de agentes
econômicos no Peru e no Chile.
Isto foi constatado mediante entrevista realizada junto à empresa processadora de
alimentos RILA, localizada na cidade de Arica. Esta empresa se instalou na região no
ano 1997, usufruindo as franquias da zona franca industrial da então I Região de
Tarapacá. Em um primeiro momento, sua ideia foi trabalhar fundamentalmente com o
processamento e posterior exportação de azeitonas, mas a complexidade do meio e
em especial dos agricultores fez com que seus donos explorassem outras conservas
elaboradas, e atualmente produz um conjunto de produtos alimentícios, entre os quais
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salienta o pimentão, cuja matéria-prima, com um nível de processamento primário, é
cultivada e elaborada no Peru.
O encadeamento produzido em torno da fabricação de elaborados derivados do
pimentão tem uma densidade de atores que o tornam um caso interessante a ser
analisado:








As sementes com que se cultiva o pimentão são produzidas em sementeiras dos
Estados Unidos;
Estas sementes são exportadas para a Alemanha, país com facilidades para
reexportá-las ao Chile com baixos controles fitossanitários;27
As sementes importadas da Alemanha pela RILA são exportadas para o Peru e
cultivadas por agricultores peruanos, os quais foram procurados devido à
impossibilidade de se realizarem estas culturas com agricultores chilenos;28
Os pimentões são colhidos e submetidos a um processamento primário no Peru,
para depois serem exportados ao Chile;
Os pimentões são submetidos ao processo final na planta RILA de Arica,
embalados e empacotados. Nessa planta trabalham atualmente 40 pessoas,
principalmente mulheres e jovens;
Os produtos acabados são exportados diretamente pela RILA, especialmente para
a Alemanha, onde a empresa tem uma relação comercial consolidada com uma
cadeia de supermercados;
Participam também dos componentes logísticos desta integração produtiva
empresas de transporte locais que mobilizam a matéria prima do Peru ou os
produtos acabados devidamente embalados em contêineres para o porto de Arica;
As operações de exportação acontecem nas proximidades do porto de Arica, e
nelas intervêm a Aduana, que efetua a fiscalização, os agentes da Aduana, que
realizam o desembaraço de exportação, os operadores portuários —neste caso,
representados pelo operador privado do Porto de Arica, TPA— e as companhias
de navegação que mobilizam esta carga para outras latitudes.
A figura a seguir ilustra as diversas fases deste encadeamento.
27
Para a importação de sementes dos Estados Unidos para o Chile, o Serviço Agrícola Pecuário (SAG, segundo sua
sigla em espanhol) chileno exige a fumigação com brometo de metila, afetando sua qualidade. As sementes
importadas da Alemanha não têm essa exigência.
28
A RILA é uma empresa de matriz alemã, que pretendeu desenvolver, inicialmente, fortes vínculos com agricultores
chilenos, aproveitando também as vantagens da zona franca e de investimento oferecidas pela então I Região de
Tarapacá. Os primeiros esforços por estabelecer esses vínculos com olivicultores e, posteriormente, com produtores de
orégão e, finalmente, pimentão, fracassaram, levando-os a procurarem em outras latitudes relações de confiança e
fidelidade.
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Figura 46 – Cadeia produtiva do pimentão e seus derivados, baseada no caso da empresa RILA
Alemanha
Agricultores
peruanos
Exportação Sementes
Distribuição
produto final
Planta Préprocesso
Peru
Exportação para a Alemanha
PERU
Aduana
Porto
Compra Sementes
EUA
Aduana
Chacalluta
CHILE
Exportação Produto Final
Solicitação de Compra
RILA CHILE
Planta processo final
ARICA
No caso da indústria RILA foram identificados, no mínimo, dois componentes da
integração produtiva na área de influência, segundo a metodologia IIRSA:


Incremento do valor agregado: o produto acabado envolve uma semente
produzida nos Estados Unidos, cultivada e pré-processada no Peru e acabada no
Chile, de onde é exportado, principalmente para a Alemanha.
Fortalecimento dos encadeamentos produtivos a montante: 29 este aspecto
resulta talvez o mais valioso do caso, devido a que, progressivamente, foi se
configurando no sul do Peru um grupo de pequenos agricultores especializados
capazes de produzir pimentão sob os padrões requeridos pela indústria líder e,
junto com eles, uma indústria de processamento primário que pré-processa o
pimentão para ser reexportado ao Chile. O encadeamento a montante se manteve
no tempo, em virtude de que a empresa RILA acompanha este processo com a
assistência técnica necessária para seus requerimentos segundo padrões
específicos.
Considerando os antecedentes antes apresentados, confirma-se a hipótese de
integração produtiva, que é situada em uma fase de aumento de escala da rede de
fornecedores de matérias-primas. Confirma-se também a hipótese de integração a
montante devido à relação consolidada existente com fornecedores da cadeia de
produção.
Entre os entraves mais significativos, identifica-se a atomização dos pequenos
produtores de azeitonas e especiarias, que representam um escasso nível de
organização e são afetados pela intermediação, para o qual se sugere o
29
A denominação "a montante" significa uma localização para o final da cadeia, isto é, nas empresas focadas na
agregação de valor e distribuição.
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desenvolvimento da cadeia de fornecedores mediante projetos que promovam e
fortaleçam as associações de produtores, a incorporação tecnológica aos processos
produtivos e a capacitação em matéria de normativas fitossanitárias que favoreçam os
processos de exportação e sua divulgação.
A materialização das obras de infraestrutura do GP5 do Eixo Interoceânico Central da
IIRSA, como a melhoria do porto de Arica e a reabilitação e melhoria da rodovia
Camaná-Matarani-Ilo (Costanera), terá um efeito positivo sobre o processo produtivo e
de comercialização destes setores.
3.11 Outros setores analisados
A partir das definições de setores econômicos nos quais potencialmente existiria
integração produtiva, os atores públicos nacionais da área de influência competentes
em matérias de desenvolvimento produtivo e promoção empresarial 30 foram
consultados sobre a existência de integração produtiva em outros setores identificados.
A seguir, apresentam-se os resultados destas investigações:
Tortas de soja. A soja sob a forma de grão ou em tortas, que corresponderia a
derivados da indústria de extração do óleo, só é movimentada em trânsito através do
território chileno correspondente à área de influência. Não há indústria de agregação
de valor em Arica ou Iquique, e o produto ou abastece a indústria de salmão localizada
no extremo sul do Chile ou é exportado a outros países consumidores. A dinâmica
deste setor foi mais profundamente conhecida a partir da entrevista com a empresa
SOPRODI, operador logístico, não produtor, que realiza o serviço de estocagem e
despacho de soja em grãos para a indústria do salmão chilena. A hipótese de
integração produtiva é recusada.
Apesar disso, existe clara evidência de que as importações chilenas de tortas de soja
oriundas da Bolívia que entram pela aduana de Chungará, localizada na XV Região de
Arica e Parinacota, estão voltadas em grande medida à produção de frangos da planta
de Ariztía, localizada na cidade de Arica. Não foi possível corroborar essa hipótese de
integração produtiva, como também não conhecer o nível de integração que possa
existir.
Couro e derivados. Segundo os antecedentes trazidos pelo ProChile e os executivos
da CORFO de ambas as regiões, não existem indústrias desse tipo na área de
influência. Caso existam importações de couro da Bolívia ou do Peru, estas seriam
destinadas a outras regiões do Chile e, portanto, só haveria um trânsito através da
área de influência. A hipótese de integração produtiva é recusada.
Jóias. Segundo antecedentes proporcionados pelas mesmas agências públicas de
fomento, como ProChile e CORFO, não há indústrias que vinculem, na lógica de
30
As consultas foram realizadas ao ProChile, CORFO e DIRPLAN. Ao mesmo tempo, cabe salientar que a equipe
chilena realizou uma rodada de entrevistas preliminares em ambas as regiões com o fim de identificar os potenciais
setores de integração produtiva.
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integração produtiva, empresários chilenos com peruanos e/ou bolivianos. A hipótese
de integração produtiva é recusada. Estima-se, no entanto, que é um setor com bom
potencial, sobre o qual foram formuladas várias questões e explorações primárias por
empresários dos três países separadamente.
Têxtil. Os antecedentes outorgados pelas agências públicas não contemplam a
integração produtiva neste setor. Existe uma indústria, CONTEX, que fabrica têxteis,
mas no regime de zona franca e com matérias-primas importadas de países asiáticos.
A hipótese de integração produtiva é recusada.
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4. Impacto do grupo de projetos, recomendações e plano de ação
indicativo
4.1
Integração produtiva
Da caracterização dos setores econômicos selecionados e, principalmente, da
contribuição realizada pelos atores entrevistados, conclui-se que não existe uma
relação nítida que vincule o grupo de projetos com o potencial de integração produtiva
e desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado. Pelo contrário, está
relação é complexa por vários motivos.
A análise da informação coletada permite compreender a lógica por trás da
interdependência entre atividades econômicas e infraestrutura, bem como identificar o
modo em que a presença ou ausência de projetos complementares, a concretização
ou não de oportunidades de negócio e a solução ou permanência de entraves ao
comércio ou ao fluxo de bens podem promover ou inibir esta interdependência, quer
alimentando um círculo virtuoso em que a infraestrutura facilita o desenvolvimento da
integração produtiva e esta incrementa a demanda sobre as infraestruturas,
viabilizando a ampliação e melhoria das mesmas ou, pelo contrário, afetando a
produtividade e competitividade das atividades econômicas, o que restringe o fluxo de
produtos e serviços e "esvazia", assim, as infraestruturas.
Para avaliar, então, o impacto do grupo de projetos sobre o potencial de integração
produtiva e desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado, propõe-se
definir um conjunto articulado de projetos, atividades econômicas, oportunidades de
negócios e entraves, a partir do qual seja possível identificar uma sucessão de
eventos interligados que gerem demandas, as quais constituam oportunidades de
negócios que possam originar investimentos. Estas oportunidades, atendidas por
investimentos adequados em montante e tempo, aumentam a eficiência do conjunto.
Assim, por exemplo, se a rede terciária de caminhos da Bolívia for melhorada, os
setores da madeira, couro, algodão, laticínios e soja e outros grãos serão beneficiados,
tornando-os mais competitivos, e isto, com certeza, acarretará uma maior participação
nos mercados, requerendo investimentos para ampliar a produção e, por sua vez, a
necessidade de mais e de melhores infraestruturas.
Na atualidade, o maior grau de integração produtiva na área de influência se
apresenta entre a Bolívia e o Peru; a Bolívia tem, fundamentalmente, o papel de
fornecedor de produtos primários de baixo valor agregado, e o Peru desempenha o
papel de "processador" ou agregador de valor. As cadeias que participam deste
processo são as seguintes:


Soja (Bolívia) – rações animais (Peru), com ramificações para Lima fora da área de
influência;
Sucata (Bolívia) – arames (Peru), com ramificações para Lima fora da área de
influência;
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


Algodão (Bolívia) – fiações e tecidos (Peru), com ramificações para Lima fora da
área de influência;
Leite (Bolívia) – laticínios (Peru), vinculados quase exclusivamente à atividade de
uma empresa;
Couro (Bolívia) – artesanatos (Peru), com menor intensidade.
Entre o Peru e o Chile, a integração produtiva se reduz a setores muito específicos
(especiarias e azeitonas) relacionados com a atividade de poucas empresas
concentradas em torno da fronteira, próximas a Tacna e a Arica. Sobre este eixo
(Tacna-Arica) há um importante fluxo comercial e de pessoas, o que facilitaria
processos de integração. De fato, no caso das azeitonas, as mesmas empresas têm
atividades de um e outro lado da fronteira.
Entre a Bolívia e o Chile existe uma integração fraca na área de influência, com
escasso potencial, no setor de madeira e móveis.
Porém, a participação do Chile neste processo de integração está mais relacionada ao
desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado, como será explicado a
seguir. As medidas indicadas para agilizar o fluxo de bens e potencializar o
desenvolvimento da plataforma logística de Arica também beneficiariam qualquer
processo de integração produtiva entre os três países.
Mas em relação específica com a integração produtiva, um apoio ao processo de
clusterização identificado no setor de fornecedores de serviços e equipamentos para a
mineração poderia consolidar esta atividade ainda incipiente. Neste sentido, sugere-se
que as instâncias de fomento e as exportações chilenas promovam uma campanha no
Peru das empresas prestadoras de serviços, insumos e equipamento para a
mineração, atendendo ao forte aumento dessa atividade no país vizinho. Embora se
tenham notícias de que existem ações desta natureza em desenvolvimento, a
magnitude do crescimento mineiro peruano e as evidências de escassa ou nula
integração produtiva neste setor merecem aumentar os esforços.
Por outra parte, recomenda-se aproveitar a experiência das instituições de fomento
chilenas em matéria de desenvolvimento de fornecedores para melhorar a qualidade
das matérias primas para a agroindústria em setores como o processamento de
azeitonas, pimentões e madeiras finas bolivianas, visando intensificar os processos de
integração observados.
Para tal, é imperativo recomendar a todas as partes envolvidas que realizem um
esforço por materializar aquelas obras que foram elevadas à categoria de projetos do
portfólio IIRSA, o que mostrará a seus vizinhos uma clara vontade de integração.
Todos os setores mencionados são usuários, em menor ou maior grau, das
infraestruturas do grupo de projetos. Os projetos mais requeridos são a reabilitação do
trecho El Sillar e da rodovia 7 Santa Cruz-Cochabamba, bem como o centro binacional
de atendimento em fronteira (CEBAF) Desaguadero, incluído no grupo 8 do Eixo
Andino. Em segundo lugar, estão a estrada de ferro Aiquile-Santa Cruz, a reabilitação
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da rodovia Puno-Juliaca (também pertencente ao GP8 do Eixo Andino) e a reabilitação
do trecho Juliaca-Santa Lucía (GP1 do Eixo Peru-Brasil-Bolívia).
Em menor medida, demandam-se a ampliação e a melhoria da rodovia Arica-Tambo
Quemado, a melhoria do porto de Arica, a reabilitação e concessão da estrada de ferro
Arica-La Paz (trecho chileno), a melhoria do porto de Iquique e a reabilitação da
rodovia Iquique-Colchane, embora estes projetos estejam mais relacionados com a
facilitação do comércio exterior boliviano (e potencialmente com a saída de
exportações brasileiras) e, portanto, com o desenvolvimento de serviços logísticos de
valor agregado, que com a integração produtiva.
É possível supor, então, que o desenvolvimento destas infraestruturas terá um impacto
favorável nos processos de integração. Porém, como já foi mencionado, existem
outros fatores de maior peso que inibem os processos de integração, como será
explicado a seguir.
Com exceção do caso da soja, a Bolívia não é o principal fornecedor do Peru nas
cadeias apontadas, podendo-se, então, supor que existiria um potencial de maior
participação das matérias-primas bolivianas nos processos industriais peruanos. Ao se
analisarem as causas da limitada participação das matérias-primas provenientes da
Bolívia na indústria do Peru, identificam-se a qualidade e o atendimento a
especificações como os principais problemas.
A qualidade do algodão foi degradada pela ressemeadura sem incorporação de
espécies controladas e especialmente desenvolvidas para a zona atendendo aos
requerimentos do mercado. No caso do gado leiteiro, também não existe uma melhoria
genética, e os lucros estão muito por baixo das médias mundiais. No caso do couro, a
diminuição da qualidade se produz por inadequado manejo do gado e do processo de
abate, devido à falta de capacitação e de integração do processo do couro com toda a
cadeia pecuária.
Peru também é um mercado importante para o açúcar boliviano, mas este setor não
foi contemplado na análise, devido a que o açúcar boliviano não é utilizado na
indústria, mas para consumo final. É possível que o açúcar boliviano seja excluído
desse mercado em virtude das especificações técnicas requeridas nos processos
produtivos.31
A rotação de culturas e um uso adequado de agroquímicos não são uma prática
habitual, por isso também está se vê comprometida a produtividade futura da soja, do
algodão e de outros produtos agrícolas. Da mesma forma, estes setores apresentam
muito baixa mecanização ou tecnologização dos processos, fator que diminui as
produtividades.
31
Este comentário é uma hipótese formulada pelos autores, mas não foi levantado nem verificado durante as
entrevistas.
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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
No caso da madeira, um dos problemas levantados é a falta de capacitação no que diz
respeito a normas fito-zoossanitárias e a sua difusão, o que dificulta os processos de
exportação.
Quanto às infraestruturas, a principal fraqueza se mostra na qualidade da rede viária
terciária boliviana e na escassa eletrificação rural. A melhoria da rede terciária de
caminhos impacta em uma melhor colheita de grãos, algodão e madeira, no transporte
da produção de leite e no deslocamento de gado. A eletrificação rural permitirá, entre
outras coisas, ampliar a cadeia de frio para a produção de leite. Para o caso da soja,
também se requere uma ampliação da capacidade de armazenagem em silos.
Desta forma, é possível compor um conjunto integrado pelos projetos IIRSA
mencionados, os entraves relacionados com a baixa qualidade e produtividade e a
ampliação e melhoria da rede viária terciária e a eletrificação rural na Bolívia, que
atuaria da seguinte maneira:

As melhorias na rede terciária de caminhos, uma ampliação da eletrificação rural, a
implementação de regulamentações e treinamento a produtores para melhor uso
dos solos e dos agroquímicos, o aperfeiçoamento genético e tecnológico do plantio
de algodão e a produção leiteira, e a capacitação sobre exigências regulamentares
para o comércio exterior nos setores identificados, permitiriam um aumento da
produtividade e da qualidade da produção boliviana, promovendo, assim, a
integração produtiva entre estes países.

O maior fluxo de matérias-primas bolivianas para o Peru, resultante destas
melhorias, significaria uma maior demanda para o uso do trecho El Sillar, da
rodovia 7, entre Santa Cruz e Cochabamba, do passo de fronteira de Desaguadero
e da ferrovia entre Aiquile e Santa Cruz, entre outros projetos. A concretização
oportuna destes investimentos favorecerá os setores econômicos mencionados e
alimentará o círculo virtuose integração produtiva-infraestrutura.
É importante frisar que a sequência de ações e eventos que desencadearia uma maior
participação de matérias-primas bolivianas na indústria peruana pode se produzir de
forma incremental, à medida que os investimentos forem sendo realizados, já que as
infraestruturas envolvidas (rede viária terciária, eletrificação viária, silos para grãos)
são de caráter divisível.
4.2
Desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado
O desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado depende
fundamentalmente da concretização dos projetos em Arica e em Oruro, o primeiro
para dar suporte à atividade portuária, oferecendo espaços de armazenagem, serviços
de consolidação e desconsolidação de importações e exportações e manuseio de
mercadorias em trânsito, e o outro como ponto de ruptura de carga de importações e
exportações bolivianas, facilitando o trânsito de mercadorias para o Pacífico e
otimizando o fornecimento e a distribuição de produtos na Bolívia.
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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL
ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO
DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO
Estes projetos podem ter um impacto favorável na eficiência do transporte de
importações e exportações bolivianas, e, em potencial, brasileiras, pelo porto de Arica,
facilitando o planejamento do fluxo de mercadorias, consolidando oportunamente os
embarques em um e em outro sentido e diminuindo as demoras nos terminais. Um
transporte mais eficiente certamente aumentará a demanda e, portanto, o uso das
infraestruturas principais para o acesso ao Pacífico, tais como:









Trecho El Sillar;
Rodovia 7 Santa Cruz-Cochabamba;
Passo de fronteira em Desaguadero;
Estrada de ferro Aiquile-Santa Cruz;
Rodovia Puno-Juliaca;
Trecho Juliaca-Santa Lucía;
Rodovia Arica-Tambo Quemado;
Ferrovia Arica-La Paz;
Rodovia Iquique-Colchane.
Fora um eventual desenvolvimento da plataforma logística de Arica, hoje se apresenta
a necessidade de desenvolver projetos complementares em infraestrutura e melhoria
da gestão para facilitar o trânsito de mercadorias de e para a Bolívia, os quais,
provavelmente, irão favorecer o desenvolvimento da plataforma e, eventualmente,
potencializar a integração produtiva.
Em primeiro lugar, aponta-se a necessidade de integração eletrônica dos agentes que
intervêm nas importações e exportações, com inclusão dos serviços de Aduana da
Bolívia, Chile e Peru; aqui é especialmente relevante o vínculo com a Bolívia,
atendendo ao volume de carga desse país mobilizado por portos chilenos.
Sugere-se ainda estudar e fornecer as medidas que permitam superar as limitações
enquanto a infraestrutura, equipamento e pessoal do Serviço de Aduanas e do Serviço
Agrícola Pecuário (SAG, segundo sua sigla em espanhol) do Chile, especialmente
naqueles passos de fronteira de zonas extremas (Chungará e Colchane), na base de
estudos dos fluxos (e tipos) de carga e nos horários em que estes se produzem, com
projeção de uma situação de incremento das transações.
Quanto à infraestrutura, recomenda-se o estabelecimento e rápida operação de
anteportos que dêem suporte à gestão dos portos de Arica e Iquique. De forma
complementar à criação de anteportos, recomenda-se o estudo, desenho e construção
de novas vias de acesso aos portos de Arica e Iquique. Nesse mesmo sentido,
requere-se a reabilitação e melhoria dos padrões de rodovias, para o qual se
recomenda, em uma primeira fase, reabilitar aqueles trechos que hoje estão em
condições ruins e, em uma segunda fase de médio prazo, estudar as transformações
necessárias para elevar seus padrões e poder mobilizar cargas como as esperadas da
Bolívia e, especialmente, do Brasil.
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