estes serviços são o futuro - CAP - Confederação dos Agricultores
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estes serviços são o futuro - CAP - Confederação dos Agricultores
SAA CAP - TESTEMUNHO FRANCISCO PALMA DAR O EXEMPLO NA AABA “ESTES SERVIÇOS SÃO O FUTURO” Revista do Agricultor - O que o levou a aderir ao SAA CAP? Francisco Palma - Como Presidente da AABA, organização associada da CAP, desde 2009 que tinha conhecimento do SAA CAP. A partir do momento em que a Direção da AABA decidiu ser parceira da CAP neste projeto, em 2012, pelo interesse que este tipo de serviços tem para o agricultor, entendi que devia aderir. Quando tomei essa decisão, já conhecia razoavelmente os trâmites do Serviço e sabia que havia um apoio que me ajudava a suportar o custo associado. O facto de ter aderido e ter sido a “cobaia” da AABA também me permite hoje falar com conhecimento de causa e dar o meu testemunho do Serviço a outros agricultores: Todos os agricultores que se candidatem a ajudas deviam aderir ao SAA CAP, já que de outra forma, dificilmente conhecerão as normas a que estão obrigados em termos de condicionalidade. O SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO AGRÍCOLA DA CAP É O RESULTADO DA ESTREITA COLABORAÇÃO ENTRE OS TÉCNICOS DA CONFEDERAÇÃO, AS ORGANIZAÇÕES DE AGRICULTORES E OS AGRICULTORES SEUS ASSOCIADOS. CONTINUAMOS A RONDA PELOS PROPRIETÁRIOS E TÉCNICOS QUE COM O SEU TESTEMUNHO TRADUZEM A EXPECTATIVA E O BALANÇO DO TRABALHO DESENVOLVIDO COM A CAP, NA PERSPETIVA DO MAIOR BENEFICIÁRIO, QUE É O AGRICULTOR. Francisco Calheiros Lopes de Seixas Palma é um agricultor responsável por uma exploração de cerca de 300 ha, com duas Unidades de Produção, sendo que uma delas se dedica à exploração orizícola e a outra à produção de cereais de sequeiro. Concluiu em Inglaterra, no período de 1990-1994, o curso “Agriculture and Farm Management” no Royal Agricultural College e mais recentemente, em 2010, um Programa Doutoral em ”Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável” Está à frente desta exploração desde 1994, tendo introduzido a técnica da sementeira direta, com reflexos diretos ao nível de redução de custos, especialmente relevantes em termos de mão de obra e manutenção de máquinas, gestão do risco e conservação do solo. Membro da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA) desde 1994 e Presidente desta 40 AGRICULTOR Organização há quase uma década, desde 2004, tem procurado dinamizar a sua atuação, promovendo a capacitação técnica da Associação e a promoção de serviços que criem valor para as explorações agrícolas, cujo âmbito se tem vindo a alargar desde o plano técnico, económico, e social. Nesta lógica a adesão da AABA ao Serviço de Aconselhamento Agrícola da CAP foi uma decisão natural. Defensor de que o conhecimento é o recurso mais importante em qualquer profissão ou negócio seja esse conhecimento de natureza explicita ou tácita, e que em qualquer fase da vida pessoal ou do negócio a aprendizagem de novos conhecimentos e experiencias deve ser uma constante, acredita igualmente que o desenvolvimento tecnológico e o progresso científico são a chave para a sustentabilidade económica e ambiental do setor agrícola. Como segue o princípio de que o exemplo deve vir de cima, foi o primeiro sócio da AABA a aderir ao SAA CAP. RA - E que testemunho pode dar do SAA CAP? FP - O trabalho correu muito bem. A “radiografia” à exploração foi minuciosa, gostei das visitas de campo, da apresentação do diagnóstico e do relatório. Não posso dizer que tenha ficado espantado, mas fiquei positivamente agradado. Apesar de me considerar um agricultor bem informado, hoje há muita legislação que os agricultores têm de cumprir e há algumas coisas das quais os agricultores tendencialmente se esquecem, não ligam, consideram pormenores. Por exemplo, a limpeza das nossas explorações hoje em dia, não tem nada a ver com a apresentação das nossas explorações há 20 anos atrás. Assim é importante que o apoio técnico das Organizações de Agricultores alerte para as regras que temos de cumprir. O controlo não se compadece com esquecimentos. Há agricultores que julgam que têm direito às ajudas porque sim, que há o dever de lhes serem pagas essas ajudas. Acontece que as ajudas são dinheiro público, a sua atribuição obriga os agricultores a respeitarem uma série de normas, que garantam a prática de uma agricultura sustentável, respeitadora do ambiente, do Bem-estar animal, que promovem a segurança alimentar. O agricultor é corresponsabilizado pelo dinheiro que recebe e tem de fazer a sua parte. Tem de estar informado. O SAA CAP diz-nos quais as normas a cumprir e dá-nos as indicações necessárias para cumprirmos com as nossas obrigações. Por outro lado, também “retoquei” os limites de algumas parcelas e algumas ocupações culturais. Os agricultores que, de forma geral, ignoram o SAA CAP, deviam olhar para ele como uma forma de proteger as suas ajudas, pois caso não cumpram as normas da condicionalidade, o pagamento das suas ajudas fica em risco. RA - O que valorizou mais no SAA CAP? FP - A visita à exploração. O facto de todas as parcelas da exploração serem visitadas e “in loco” haver logo uma discussão com os técnicos da associação sobre o que estava bem ou mal feito e, em caso de incumprimentos, analisarmos a melhor forma de cumprir com as regras em vigor, foi muito importante para mim. Não tenho a pretensão de saber tudo. Ainda estou na fase em que acho que posso aprender e por isso não olho para possíveis incumprimentos como pontos fracos, mas como pontos em que ainda posso melhorar, ainda posso fazer melhor. Julgo que os agricultores podem beneficiar, muito, deste olhar crítico externo e é uma boa oportunidade para corrigirem situações menos conformes. Houve um outro aspeto que considerei muito positivo e com o qual fiquei surpreso: a rapidez com que o IFAP pagou. De facto, desde que formulei o pedido de pagamento até ser reembolsado pelo IFAP decorreu um curto período. Na minha ótica este serviço foi uma boa aquisição. Não vejo o que paguei como saída de dinheiro do meu bolso, mas como uma mais-valia, que me permite estar mais confiante. RA - Que recomendações para o futuro? FP - Eu julgo que este tipo de serviços é, no fundo, o futuro. Toda a legislação e pressão que os agricultores vão ter para cumprir normas ambientais, de rastreabilidade, bem estar animal, … são de tal forma vastas e complexas que, inevitavelmente, irão necessitar de assessoria. Essa assessoria deve ser garantida pelas OA, que têm de se preparar para estar à altura do desafio e deverão ser capazes de apoiar os agricultores nas vertentes normativa, de apoio técnico e económico. SAA CAP - TESTEMUNHO A ASSOCIAÇÃO DO BAIXO ALENTEJO E O SAA CAP O que é a Condicionalidade? A Condicionalidade é um elemento da PAC que pretende garantir que o agricultor pratica uma agricultura que respeita o ambiente, preserva a saúde e bem-estar animal e promove a segurança alimentar e, simultaneamente, visa assegurar a manutenção das terras em boas condições agrícolas e ambientais, impedindo o abandono das terras agrícolas, num regime de apoios desligado da produção. A palavra às técnicas Patrícia Guerreiro e Olga Bento A Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA) foi fundada em 1976. Mas foi em 2005 que a AABA iniciou uma reflexão sobre a sua atuação presente e futura. Esta reflexão visou adaptar o modelo e as funções que a AABA deve ter perante as novas oportunidades e desafios que estão a ser colocados ao setor agrícola, pretendendo contribuir para um setor agrícola forte, inovador, tecnologicamente apetrechado, reativo à mudança e sustentável do ponto de vista económico, ambiental e social. A AABA presta aos seus associados um variadíssimo leque de serviços que vão desde a formalização de candidaturas ao SIGC, ao apoio técnico no âmbito das Medidas Agroambientais, à promoção de cursos de formação, incluindo-se entre os serviços mais recentes o do aconselhamento agrícola que resulta de uma parceria estabelecida com a CAP. Os técnicos da AABA associados ao Serviço de Aconselhamento Agrícola são Patrícia Guerreiro e Olga Patanita Bento. A sua experiência permite-lhes afiançar que existe um défice de conhecimento, por parte dos agricultores, relativo à Condicionalidade, quer em termos do conjunto de obrigações que tem de cumprir, uma vez que recebem ajudas/prémios, quer em termos das consequências do incumprimento dessas obrigações: diminuição no montante das ajudas que recebem. De um modo geral, os agricultores ficam satisfeitos com o serviço prestado pelos técnicos, que se traduz numa maior proximidade com o agricultor. Por seu turno, os técnicos passam a conhecer “fisicamente” essa exploração, o que se torna numa mais-valia no apoio aos agricultores quer quando, por exemplo, da formalização do Pedido Único ou do preenchimento dos cadernos de campo associados aos modos de Produção Integrada e Biológico. Este Serviço permite ao agricultor não só um acompanhamento em termos da Condicionalidade, mas permite-lhe também corrigir limites de parcelas e ocupações culturais, quando Assim, os agricultores que beneficiem de: - Ajudas diretas: RPU, prémios específicos,… - Medidas Agroambientais, Medidas Silvo-Ambientais, Apoio à Manutenção da Atividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas, Apoio à Primeira Florestação de Terras Agrícolas; - Apoio à Reestruturação e Reconversão das Vinhas ou do Prémio ao Arranque da Vinha (ao abrigo da nova OCM vitivinícola), têm de satisfazer as obrigações impostas pela Condicionalidade, ou seja têm de cumprir os Requisitos Legais de Gestão (obrigações em matéria de ambiente, saúde pública e animal, fitossanidade e bem estar animal) e as Boas Condições Agrícolas e Ambientais (BCAA) em todas as atividades agrícolas* ou superfície agrícola da exploração. Em caso de incumprimento, da responsabilidade do agricultor, o montante total dos pagamentos referidos do ano em causa, é reduzido ou, mesmo totalmente suprimido. *Atividade agrícola: a produção, criação, ou cultivo de produtos agrícolas, incluindo a colheita, ordenha, criação de animais para fins de produção, ou a manutenção das terras em BCAA da visita de campo a todas as parcelas da exploração. Por fim, sendo este Serviço pago pelo agricultor, a adesão traduz a sua vontade em configurar a exploração com os aspetos normativos exigidos. Ainda assim, neste momento existe um apoio de 80% do valor orçamentado, que tem por limite os 1200 euros de apoio, e que de facto é muito aliciante já que grande número de agricultores poderão ter uma “fotografia” detalhada da sua exploração, com um esforço financeiro diminuto. O SAA é de extrema importância para os agricultores e também para os técnicos. Organizações de agricultores parceiras da CAP reconhecidas pelo MAMAOT ENTRE-DOURO E MINHO: AGRESTA; Associação dos Jovens Agricultores do Vale do Sousa; LEICAR; Terras do Minho; VALDELIMA; VESSADAS; CIR TRÁS OS MONTES: C. G. de Empresas Agrícolas Vimiosense; AFUVOPA; ANCABRA; ANCSUB; A. A. Terras do Barroso e Alto Tâmega; C. G. Agrícola de Valpaços; C. G. da Empresa Agrícola do Barroso; Mútua de Basto/Norte; OPP Vinhais; Associação Florestal de Ribeira de Pena; AOTAD; APPITAD; A. A. do Vale Da Vilariça; Associação de Fruticultores do Concelho de Armamar; A. A. do Planalto Mirandês; C. G. Agrícola do Cima Corgo; C. G. da Empresa Agrícola do Marão; C. G. do Entre Douro e Coa; C. G. do Vale do Tua; SILVIDOURO; ANCRAS; ARATM; ACRIGA; AMÊNDOACOOP; Associação e Centro de Gestão dos Produtores de Leite do Planalto Mirandês; Bons e Valentes - Associação Criadores de Gado; CIR VISEU: APIDÃO; CIR SAA CAP Em 2005, a CAP iniciou os trabalhos de desenvolvimento do SAA CAP, no âmbito da condicionalidade. Esse trabalho permite hoje à CAP, em colaboração com as OA suas parceiras, prestar um serviço que se pretende distinguir pela sua qualidade e garantir um esclarecimento integrado de várias matérias relevantes para o agricultor. O SAA CAP assenta numa parceria ativa entre a CAP e as OA suas parceiras, dispondo de uma equipa pluridisciplinar formada para o efeito e que procura reforçar o diálogo, o entendimento e a confiança existente entre os agricultores e suas Organizações, contribuindo desta forma para fortalecer o associativismo. A condicionalidade, objetivo central do aconselhamento, traduz-se numa série de regras que, todos os agricultores ao receber ajudas têm de cumprir. Caso essas regras não sejam cumpridas, o montante dessas ajudas é reduzido. Todavia, apesar do âmbito direto deste serviço ser a condicionalidade, as suas vantagens vão mais além, já que: - muitas das regras a cumprir na condicionalidade são condição de elegibilidade para outros prémios a que os agricultores se candidatam como, por exemplo, os prémios animais e - todas as parcelas da exploração são visitadas, sendo então identificadas as ocupações culturais e corrigidos os limites das mesmas, o que permite a formalização de um Pedido Único mais correto e consequentemente diminuir as penalizações nas ajudas do agricultor. 42 AGRICULTOR GUARDA: AAPIM; ACRIALMEIDA; ACRIGUARDA; Associação dos Produtores Florestais do Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo; CELFLOR; CIR CASTELO BRANCO: APPIZÊZERE; AGRI; AFLOBEI; APABI; OLIVISICÓ; OVIBEIRA; ACRIPINHAL; CIR SANTARÉM: BENAGRO; CIR TORRES VEDRAS: AATV; APAS; A. A. da Região de Alcobaça; Associação de Viticultores de Alenquer; Cooperativa Agrícola de Alcobaça; Centro de Gestão da Empresa Agrícola de Óbidos; CIR ÉVORA: AJASUL; APORMOR; A. A. de Alcácer do Sal; Associação de Beneficiários do Lucefecit; ANCPA; A. A. do Distrito de Portalegre; Adega Cooperativa de Portalegre; Associação de Criadores de Bovinos Mertolengos; CIR LISBOA: AVIPE; CIR BEJA: A.A. do Concelho de Serpa; Cooperativa Agrícola de Beringel; Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos; Associação de Jovens Agricultores de Moura; AABA; ACOS; Associação de Criadores do Porco Alentejano; CIR AGRICULTOR 43