Anais VIII Jornada

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Anais VIII Jornada
ANAIS DA VIII JORNADA
ACADÊMICA DA
FACULDADE
LUTERANA RUI
BARBOSA – FALURB
COMISSÃO DE TRABALHO
PROFESSORES
Albert Henke Xavier
Alcivando Andrade
Aloísio Immich
Ana Maria Valoto
Carli Freitag
Cláudio Metzner
Elisa Mara Ribeiro da Silva Dochorn
Gercinei Gomes Ramos
Gilberto Chmulek
Gilnei Saurin
Janaina Kriguer
Jerri Antonio Langaro
Lílian Navrotzki Riedner
Luciano Lizzoni
Luis Carlos Cielo
Marcio Andrei Rauber
Marcelo Afonso Riedi
Maria Marta da Rosa Silveira
Mônica Abboud Gerke
Paulo Gilberto Giron
Sandra Richter
Sergio Becker da Silveira
Silvia Cristina Bender
Valdemir Aleixo
Vilson Schwantes
TRABALHOS TÉCNICOS
Gesuíno Antônio Lizzoni
Lídia Agnes Glitz Sander
Micheli Deisiana Tavares Spaniol
JERRI ANTONIO LANGARO
::: Organizador :::
ANAIS DA VIII JORNADA
ACADÊMICA DA
FACULDADE LUTERANA RUI
BARBOSA – FALURB
>> 14 a 19 de maio de 2012 <<
Realização:
Curso de Administração
Curso de Ciências Contábeis
Marechal Cândido Rondon, PR
2013
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
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Coordenação do Curso de Administração
GESUÍNO ANTONIO LIZZONI
Coordenação do Curso de Ciências Contábeis
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Coordenação Pedagógica
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Secretária Financeira
MICHELI DEISIANA TAVARES SPANIOL
Ouvidoria
REV. SERGIO BECKER DA SILVEIRA
Capelania
SUMÁRIO
ARTIGOS
A IMPLANTAÇÃO DE CONTROLES INTERNOS EM UMA AGÊNCIA DE TURISMO
Rubens Dias de Souza e Loreni dos Santos Braum ........................................................08
DIAGNÓSTICO SOBRE A CONSTRUÇÃO E OS ASPECTOS AMBIENTAIS
EXISTENTES NO EDIFÍCIO DA EMPRESA QUATRO RODAS VENLOCAR DE
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
Maico Pfeifer e Valdemir Aleixo ......................................................................................29
ESPIRITUALIDADE AGREGANDO VALORES NA ORGANIZAÇÃO: Uma questão de
endomarketing
Sergio Becker da Silveira ..................................................................................................42
LEVANTAMENTO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM DOIS
FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL NO OESTE DO
PARANÁ
Tiago Birck e Anderson Carlos Elger ..............................................................................51
PREDAÇÃO DE NINHOS ARTIFICIAIS DE AVES EM FRAGMENTOS URBANO E
SUBURBANO, NA CIDADE DE TOLEDO, PARANÁ
Tiago Birck e Alexandre Vogliotti....................................................................................62
PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO PARA O NOVO COLABORADOR
DA EMPRESA COPAGRIL
Daiane Vanessa Prediger e Jonas Leocir Vorpagel........................................................78
PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE E RENTABILIDADE DE CUSTOS DA
PRODUÇÃO DE GRÃOS VERSUS PRODUÇÃO DE EUCALIPTO NA PROPRIEDADE
RURAL DE SERGIO SUSKI
Maico Pfeifer, Marcia Bloedorn Schmidt, Zuleica Caroline Suski e Claudio Marcos
Metzner...............................................................................................................................93
COMUNICAÇOES APRESENTADAS
APRENDER, PRATICAR E SOLUCIONAR: Você aprende à medida que pratica e deve
solucionar à medida que o mundo exige
Alan Patrick de Moura Roscamp..................................................................................... 110
ARTIGOS
7
A IMPLANTAÇÃO DE CONTROLES INTERNOS NA GESTÃO DE UMA
AGÊNCIA DE TURISMO
Rubens Dias de Souza
Loreni Maria dos Santos Braum
RESUMO
O objetivo do artigo é verificar em que medida os controles internos de uma agência de
turismo fornecem informações úteis para a gestão administrativa de uma agência turismo.
A fundamentação teórica aborda assuntos pertinentes ao tema como: gestão empresarial,
contabilidade e a gestão e importância dos controles internos no processo decisório. A
metodologia utilizada foi a pesquisa exploratória, por meio de um estudo de caso realizado
em uma agência de turismo localizada na cidade de Toledo, no Estado do Paraná. Os
resultados da pesquisa revelaram que a empresa possui problemas no que se refere a seus
controles internos, não havia documentação hábil formal e ainda, faltavam dados históricos
para gerenciamento, comparativos, controles e fixação de metas a serem cumpridas. Com a
implantação dos primeiros controles internos com a utilização de planilhas foi possível
identificar que os dados destes controles possibilitam melhoria em termos de
gerenciamento.
Palavras-Chave: Controles Internos. Gestão Empresarial. Agências de Turismo.
1 INTRODUÇÃO
A complexidade e a dinamicidade do mercado apresentam desafios a serem
superados a todo momento em todos os setores econômicos, incluindo neste contexto, o
setor de turismo, agências de viagens e empresas de pequeno porte que contam com a
participação de familiares do fundador ou empresário em sua administração. Em um mundo
globalizado onde as distâncias são facilmente superadas pelos modernos meios de
transportes a mobilidade humana é característica evidente. É esta mobilidade “que acarreta
novas formas de comportamento, ampliam horizontes culturais e injetam novo dinamismo a
sociedade” (BENI,1998, p. 74).
Dentro desta realidade o setor de turismo ganha importância. Para Beni (1998, p.
36) “Pode-se identificar no campo acadêmico, nas empresas e nos órgãos governamentais
três tendências para a definição de Turismo: a econômica, a técnica e a holística”. Dentre as
8
definições econômicas Beni (1998, p. 36) cita a definição da Ansett Airlines of Australia,
de 1977.
Turismo refere-se à provisão de transporte, alojamento, recreação,
alimentação e serviços relacionados para viajantes domésticos e do
exterior. Compreende a viagem para todos os propósitos, desde
recreação até negócios.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2009, p.
29) “Em 2006, as atividades características do turismo atingiram o valor da produção, a
preços correntes, de R$ 149,642 milhões, apontando um crescimento de 11,5% em relação
ao ano anterior”. Destaca ainda que o setor vem apresentando números crescentes ano após
ano ganhando destaque no cenário econômico nacional.
Diante desta perspectiva de
evolução e franca expansão as agências de viagem e turismo passam a ter maior
importância para a consolidação deste segmento de mercado.
Uma pesquisa setorial realizada pela Associação Brasileira de Agências de
Viagem – ABAV revelou que em 2006 havia um total de 3034 Agências em todo o país,
sendo 1467 (48,3%) na região sudeste, 688 (22,7%) na região nordeste, 375 (12,3%) na
região sul, 299 (9,9%) na região centro-oeste e 205 (6,8%) na região norte.
Este segmento possui estrutura que abrange todo território nacional e para ratificar
a importância do setor em setembro de 2008 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sancionou a Lei 11.771/08, chamada Lei Geral do Turismo, que “Dispõe sobre política
Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento,
desenvolvimento e estímulo ao setor turístico [...]”, tratando das agências de turismo no
capítulo V.
Sendo este primeiro marco regulatório deste setor o Capítulo V (quinto) que trata
dos prestadores de serviços turísticos e a subseção III (três) especificamente “Das Agências
de Turismo”.
Tendo em vista as perspectivas de crescimento e a importância econômica deste
setor no cenário nacional, questiona-se: Como ocorrem os controles internos de uma
agência de turismo com sede na cidade de Toledo – Paraná fornecem informações
necessárias para a gestão empresarial?
9
O objetivo é verificar em que medida os controles internos de uma agência de
Turismo localizada na cidade de Toledo - PR fornecem informações suficientes para a
gestão da empresa.
Considerando que o empresário está encontrando dificuldades para gerenciar a
empresa por falta de uma sistematização dos controles internos, este estudo revelou-se
importante por oportunizar a verificação da existência destes controles e a forma de
otimizar sua utilização para a tomada de decisões.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Este tópico apresenta a fundamentação teórica apresentando conceitos de empresa,
empresa quanto ao porte, empresas familiares, gestão empresarial e a utilização de
informações contábeis na gestão empresarial.
2.1 Empresa
O Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa - SEBRAE (2003, p. 41)
conceitua empresa da seguinte forma:
O que caracteriza uma empresa como tal, não é o porte (tamanho) nem o que ela
produz ou vende, mas sim a condição de transacionar bens ou serviços entre
partes interessadas. Ela funciona como transformadora e intermediária de
recursos – matérias-primas, dinheiro, crédito, tecnologia, conhecimentos,
produtos e serviços – entre si e os usuários destes recursos.
Para a contabilidade a empresa é tratada como entidade. Iudicibus (1991, p.78)
destaca que “para a contabilidade a entidade é um organismo vivo que irá viver por um
longo período de tempo até que sujam fortes evidências em contrário.”
De acordo com Beni (1998) a empresa existe para suprir as necessidades do
mercado, dispondo de um número limitado de recursos para satisfazer um número ilimitado
de necessidades individuais e coletivas. Neste aspecto, conceitua a relação de mercado e
empresa da seguinte maneira:
A primeira idéia é de uma troca de produtos ou valores – o comércio. Analisando
um pouco mais, vemos que se estabelece uma relação entre oferta e a demanda de
10
bens, serviços e capitais. Portanto, todas as pessoas e empresas que oferecem ou
demandam tais bens, serviços e capitais determinam o surgimento organizado e
as condições de troca. Pode-se então falar de mercados específicos que formam a
estrutura das trocas em nível nacional e internacional (BENI, 1998, p.141).
2.2.1 Empresas quanto ao Porte
Os critérios para classificação das empresas quanto ao porte nem sempre são os
mesmos, um exemplo disso é a Lei Complementar nº123 de 14 de dezembro de 2006
chamada “Lei das Microempresas” que traz uma forma de classificação mais abrangente
existindo assim a forma adotada pelo SEBRAE e, ainda, a usada pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Social – BNDES.
A Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006 em seu artigo 3 Incisos I
e II define microempresa e empresa de pequeno porte da seguinte forma:
Artigo 3.Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a
sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art.
966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no
Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que:
I - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$
240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II - no caso das empresas de pequeno
porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada anocalendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil
reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil
reais).
O SEBRAE (2003) adota a classificação segundo o número de empregados ou
força de trabalho utilizada conforme se apresenta no Quadro 1.
Empreendimentos
Microempresa
Pequena empresa
Média empresa
Grande empresa
FORÇA DE TRABALHO
Empregados
No comércio até 09
No comércio de 10 a 49
No comércio de 50 a 99
No comércio acima de 99
Quadro 1 - Classificação das Empresas
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2003, p. 51)
A classificação de porte de empresa adotada pelo BNDES leva em conta o
faturamento e é aplicável à indústria, comércio e serviços, como se demonstra no Quadro 2.
11
Empreendimentos
Microempresa
Pequena empresa
Média empresa
Grande empresa
RECEITA BRUTA OPERACIONAL
Faturamento
Até R$ 2,4 (dois milhões e quatrocentos mil reais)
Entre R$ 2,4 milhão e R$ 16 milhões
Entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões
Acima de R$ 300 milhões
Quadro 2 – Classificação das Empresas
Fonte: Adaptado de BNDES (2011)
De acordo com dados apresentados pelo SEBRAE (2003) 98,5% dos
empreendimentos existentes no país estão enquadrados como microempresa ou pequena
empresa, tomando por base a força de trabalho. Classificadas por categorias representam
95% do setor industrial, 99,1% do comércio e 99% no setor de serviços.
As empresas entendidas como uma atividade econômica organizada e exercida
profissionalmente pelo empresário vem por meio dos tempos reforçando a sua importância
de caráter social e assumindo este papel de forma cada vez mais evidente.
2.2.2 Empresas Familiares
“Durante a geração pioneira, a empresa é, na maioria das vezes, pessoal – ou seja,
pertencente ao fundador e empreendedor – e não familiar” (RICCA, 1998, p. 10) Assim, a
empresa somente passa a ter características de empresa familiar quando da segunda geração
em diante. O ponto essencial para a caracterização de uma empresa em ser familiar é a
sucessão do fundador por um membro da família.
A administração de uma empresa familiar geralmente não se baseia em regras
formais.
A estrutura familiar é essencialmente hierárquica, sem levar em conta o lado
funcional da organização, evitando uma administração que tenha conhecimentos
especiais ou treinamento em uma área específica de trabalho. [...] O
relacionamento entre administrador e a pessoa de mais baixo nível hierárquico
não esta baseado em regras formais. Muitas vezes existem trocas de opiniões e
conversas individuais, e o administrador toma suas decisões baseado em opiniões
pessoais, formadas a partir de seu relacionamento com os empregados (RICCA,
1998, p. 18).
Sobre a sobrevivência da empresa familiar, Ricca (1998, p. 18) faz o seguinte
comentário: “[...] a diferença entre sucesso e o fracasso da empresa familiar está localizada
12
principalmente no fato de a família entender, ou não, que os objetivos pessoais podem ser
alcançados através do sucesso a longo prazo da empresa.
Um complemento que reforça este pensamento é o que diz o SEBRAE (2011) que
“apesar da família se dedicar à operação da empresa, isso não significa que o
empreendimento conseguirá sustentá-la. Por isso, é necessário administrar corretamente os
recursos do negócio”.
2.2 Gestão Empresarial
Segundo Shimizu (2006) com frequência as organizações se deparam com
situações que exigem tomadas de decisões rápidas e precisas. Ao contrário das pessoas
físicas que diante deste fato podem decidir sobre suas questões informalmente, as empresas
necessitam de participação de mais pessoas, como também de formalidade, transparência e
detalhamento nas suas decisões.
Cabe destacar que para alcançar seus objetivos os gestores devem estar cientes
que:
a) é preciso assegurar as realizações da empresa compatíveis com sua razão de
ser;
b) a conduta praticada deve corresponder aos padrões culturais aceitos pela
sociedade;
c) os clientes precisam ser identificados, as utilidades precisam ser levadas ate
eles e sua satisfação deve ser permanentemente assegurada;
d) os recursos precisam ser dimensionados, obtidos, alocados e usados
produtivamente;
e) o empreendimento precisa operar com eficiência;
f) é preciso criar oportunidades capazes de atrair, desenvolver e manter talentos;
g) as pessoas precisam assumir seus papeis e responsabilidades, devem estar
motivadas e ser orientadas a trabalhar coletivamente;
h) é preciso atenção, esforço e criatividade para a compatibilização da satisfação
das necessidades e objetivos individuais com a realização das finalidades
empresariais;
i) é preciso assegurar um lucro razoável capaz de remunerar os riscos e
investimentos dos empreendedores [...] (ARANTES,1998, p.86)
Seguindo esta definição Arantes (1998) conceitua a gestão como uma
atividade de execução gerencial para que a empresa alcance os resultados que atendam as
suas expectativas.
13
2.3 A Utilização de Informações Contábeis na Gestão Empresarial
Um dos estudos que mostram a importância do conhecimento e do uso de
informações que a contabilidade pode fornecer foi o realizado pelo SEBRAE (2004) que
pesquisou de forma profunda sobre as causas da descontinuidade das empresas, constatando
que:
Encontram-se em primeiro lugar entre as causas do fracasso questões
relacionadas à falhas gerenciais na condução dos negócios, expressas nas razões:
falta de capital de giro (indicando descontrole de fluxo de caixa), problemas
financeiros (situação de alto endividamento), ponto inadequado (falhas no
planejamento inicial) e falta de conhecimentos gerenciais. (SEBRAE, 2004,
p.14).
Segundo o Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo – CRC-SP (1998)
as informações geradas pela contabilidade devem ser elaboradas focando os seguintes
pontos:
1 - Que levem em conta o ambiente competitivo; É necessário que se obtenham
informações sobre clientes, fornecedores, concorrentes, distribuidores, situação
da economia, [...]. 2 - Que reduzam a burocracia e estimulem a flexibilidade;
Uma das principais características de um sistema de administração, que estimula
a criatividade, promovendo a participação de todos os funcionários da empresa na
busca de melhorias [...]. 3-Que apresentem informações financeiras e não
financeiras; Sempre objetivando obter vantagem competitiva torna-se necessária
à realização de análises que enfoquem a qualidade, produtividade, inovação
tecnológica, [...]. 4 - Que sejam orientadas em longo prazo, para facilitar decisões
estratégicas e seu controle a posteriori; Para que se alcance essa finalidade,
torna-se necessário o uso de técnicas de simulação, para que se possa prever o
impacto das decisões estratégicas [...]”. (CRC/SP, 1998, p. 60).
Segundo relatório do SEBRAE (2004) o sucesso empresarial liga-se a habilidade
gerencial e a capacidade de interpretar os resultados da empresa.
2.4 A Importância dos Controles Internos na Gestão Empresarial
Os controles administrativos estão ligados diretamente ao plano de organização da
empresa, incluindo todos os métodos e procedimentos operacionais como também a política
de atuação da empresa. Os controles contábeis envolvem os registros das transações
efetuadas pela empresa tornando-se importante meio de fonte de informações para
administração. Por estes controles a administração pode desenvolver planos de negócio,
14
estabelecer políticas de atuação e também verificar a eficiência de suas operações (ATTIE,
1984).
Sobre os controles contábeis Basso (1989, p. 162) destaca “[...] Compreendem o
plano de organização e os procedimentos de registros relacionados com a salvaguarda dos
ativos e fidedignidade dos registros financeiros, sendo conseqüentemente destinados a
propiciar segurança mínima nas transações”.
Ao tratar de controles internos Pereira (2004, p. 6) esclarece.
É, pois, evidente que o controle interno apresenta objetivos, em última análise,
alinhados às metas empresarias, no qual o lucro desempenha meta prioritária.
Logo, os objetivos do controle interno contemplam:
a) dotar a empresa de uma base informativa confiável e tempestiva; b) induzir
comportamento focado em resultados; c) salvaguardar o potencial de geração de
riqueza (patrimônio); d) garantir, subsidiariamente, observância de regulação
aplicável à firma.
Sá (1989, p. 110) relata que para qualquer avaliação ou plano de trabalho
em uma empresa os controles internos são de fundamental importância. “Quanto melhor o
controle, mais segurança para o trabalho”.
3 METODOLOGIA
Utilizou-se a pesquisa exploratória, por meio de um estudo de caso, com
abordagem qualitativa.
3.1 Quanto aos objetivos
Trata-se de uma pesquisa exploratória que tem por base a literatura existente.
Segundo Gil (2008) as pesquisas exploratórias servem como base de estudos para
formulação de problemas existentes ou como base para levantamento de hipóteses
pesquisáveis em estudos posteriores.
De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no
planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e
documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de
amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente
aplicados nestas pesquisas. (GIL, 2008, p.27).
15
3.2 Quanto aos procedimentos
Utilizou-se o procedimento de estudo de caso que segundo Yin (2005, p.32 apud
Gil 2008, p.58) “o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual
dentro do seu contexto de realidade [...]”.
Segundo Gil (1989, p. 60-61), o estudo de caso apresenta vantagens em diversas
situações e dentre estas estão “o estimulo a novas descobertas, a ênfase na totalidade, a
simplicidade dos procedimentos”. Mas como em outros métodos de pesquisa o estudo de
caso apresenta limitações. “A mais grave refere-se à dificuldade de generalização dos
resultados obtidos. Pode ocorrer que a unidade escolhida para investigação seja bastante
anormal em relação às muitas de sua espécie.”
3.3 Quanto à abordagem do problema
Foi utilizada a abordagem qualitativa tanto na coleta quanto na análise dos dados.
As pesquisas que se utilizam de abordagem qualitativa possuem a facilidade de
poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema,
analisar a interação de certas variáveis compreender e classificar processos
dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no
processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e
permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos
comportamentos ou atitudes dos indivíduos. (OLIVEIRA, 2000, p.117).
3.4 Coleta e análise dos dados
A coleta dos dados se deu por meio da aplicação de um questionário estruturado,
com questões abertas cujo objetivo foi identificar em que medida os controles internos
existentes e utilizados pela agência de viagens, no processo decisório, bem como pela
observação direta da rotina diária da empresa.
Com base nas respostas obtidas foi elaborado um plano de trabalho para a
implantação sistematizada de controles internos capazes de suprirem as necessidades do
proprietário em termos de informações para a tomada de decisões.
16
3.5 Limitação do estudo
Por se tratar de um estudo de caso em uma empresa específica os resultados
obtidos somente poderão ser destinados a empresa pesquisada, não cabendo generalização.
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este tópico apresenta o estudo de caso realizado proposto neste trabalho.
4.1 Aspectos Sobre a Rotina Diária da Empresa
Para identificar aspectos importantes sobre para a implantação de controles
internos na empresa Décius Tur foram utilizadas as questões apresentadas no Quadro 3.
Questão 1 – Que conhecimentos técnicos a gerência possui para a implantação dos
controles internos?
Questão 2 – Que conhecimentos técnicos os funcionários possuem para executar as rotinas
de controles?
Questão 3 – Quais os critérios de contratação para cargos específicos na empresa? (Ex:
Departamento Financeiro, Vendas)?
Questão 4 – Como é organizada a rotina de recebimento de numerários, lançamentos e
conferência?
Questão 5 – Qual o procedimento de encaminhamento adotado com relação aos
documentos referentes a recebimentos e as vendas?
Questão 6 – Como é realizado a escrituração dos documentos e conferência com o
numerário existente no movimento de caixa?
Questão 7 – Como é realizado o registro de contas a pagar referente despesas fixas?
Questão 8 – Como é realizado o registro de fornecedores a pagar?
Questão 9 – Qual é o procedimento de pagamento aos fornecedores?
Questão 10 – Existe registro atualizado de saldo de clientes a receber?
Questão 11- Existe controle de recebimentos em aberto referente a clientes?
(Inadimplência).
Questão 12 – Como é organizado internamente a responsabilidade de pagamentos e
recebimentos?
Questão 13 – O controle da movimentação financeira é realizado de modo centralizado?
Questão 14 – Qual o procedimento para registro histórico do faturamento da empresa?
Quadro 3 – Questionário sobre controles internos
Fonte: Elaborado pelo autor. (2011)
17
Com relação ao questionário aplicado constatou-se que a função de gerência é
exercida pelo sócio administrador, sendo que este não possui conhecimento técnico para
implantação de rotinas de controles internos e que alguns funcionários por estarem focados
nas vendas como função principal, também não demonstraram ter conhecimentos sobre o
assunto.
No momento da contratação o sócio administrador, com base em sua experiência
empírica no comércio, procura avaliar os conhecimentos e características de vendedor dos
candidatos. O foco das contratações recaem sobre vendedores visto que, no momento, não
existem candidatos a vaga com o perfil da
função especificamente voltada para
recebimentos, lançamentos e conferências.
Pela observação direta na empresa constatou-se que todos os empregados vendem,
recebem, fazem lançamentos, devendo posteriormente repassar os documentos e os
numerários ao administrador, ficando ele responsável pelo registro das transações,
realizando-as de acordo com sua disponibilidade de tempo.
O registro de caixa existente é defasado com relação, pelo fato de alguns
documentos serem entregues com atraso e o gerente alegar que não tem disponibilidade de
tempo para efetuar os registros. A conferência dos saldos dos registros lançados com o
numerário não existe.
Com relação aos registros das despesas fixas não há escrituração para controle das
mesmas. Os pagamentos são realizados de acordo com os vencimentos e a disponibilidade
de recursos em caixa.
Os fornecedores são pagos no momento das transações, ou seja, quando se
realizam as vendas o pagamento é repassado para as companhias, cabendo ressaltar que o
prazo de repasse para as companhias pode chegar a até 40 dias. Entretanto, pelo fato de os
pagamentos serem realizados desta maneira não existe pendências de pagamentos a
fornecedores.
No que se refere aos clientes não existe uma carteira organizada com saldo
atualizado. Apesar de serem poucas vendas realizadas a prazo o controle de inadimplência
não existe.
Ressalta-se que nesta empresa não há segregação de funções, pois os
recebimentos são descentralizados e todos os funcionários podem fazer acertos e receber
18
numerários, prestando conta posteriormente para a gerência, que realiza os registros
pertinentes.
Constatou-se também que o administrador tem dificuldade em entender a
diferença entre a movimentação financeira da empresa com o faturamento real, uma vez
que considera como faturamento, todo o dinheiro que entra com as operações de vendas e
não a comissão recebida. Sendo assim, não existe nenhum registro do faturamento ou das
comissões que a empresa recebe.
4.2 Elaboração do Plano de Trabalho
A implantação dos controles internos na empresa não poderia ocorrer de um dia
para outro, pois é necessário primeiramente investigar como são as rotinas diárias, para
tanto, foram realizadas visitas e observação direta no local da pesquisa.
Primeiramente foi necessário elaborar um plano de trabalho ou plano de ação
onde as etapas de implantação estivessem apresentadas.
Pela observação direta das rotinas diárias da empresa e com base nos dados do
questionário, foi elaborado um plano de ação para a implantação dos controles internos de:
Caixa, Bancos, Fornecedores, Clientes, Vendas, Registro de Faturamento e Despesas, cujos
passos são apresentados no Quadro 4.
Etapa
1
2
3
4
Ação
Determinação de funções que cada funcionário tem dentro da empresa,
elaborando um organograma administrativo da empresa especificando as
responsabilidades que recaem sobre cada um.
Treinamento dos funcionários encarregados pelo setor financeiro para dar
base ao processo de registro e operacionalização dos controles a serem
implantados, principalmente de caixa e rotinas financeiras.
Determinação de quais controles internos seriam implantados, e em que
ordem.
Treinamentos para padronização dos procedimentos referente a vendas em
suas particularidades como venda à vista, vendas a prazo, encargos
financeiros, descontos concedidos. Ficando convencionado que após cada
venda os documentos devem ser repassados ao departamento financeiro para
recebimento e registro.
Quadro 4 – Plano de ação para implantação dos controles internos.
Fonte: Elaborado pelo autor (2011).
19
Depois dos treinamentos foram estruturados modelos de controles internos para
serem utilizados na empresa com o uso de planilhas do software excel.
4.3 Modelos de Controles Internos
O primeiro controle implantado foi o de caixa com a aferição do total dos
numerários em espécie existente em caixa e o registro do saldo inicial.
Para controle bancário apresentou-se uma planilha semelhante a do caixa, o saldo
registrado em conformidade com saldo existente em banco e, a partir deste ato, todas as
movimentações bancárias deverão ter suporte documental.
Os controles internos
implantados em ordem de importância definidos pela
empresa foram os seguintes:
a) Controle de Caixa;
b) Controle de Movimentação de Bancos;
c) Controles de Fornecedores e Contas a Pagar;
d) Controles de Contas e Receber;
e) Controle de Movimentação de Clientes;
f) Controle de Faturamento da Empresa por períodos.
Para a implantação de controle de caixa foi utilizada uma planilha elaborada no
software excel com registro do saldo inicial e campos para movimentação de entradas e
saídas, conforme se apresenta no Quadro 5.
MOVIMENTAÇÃO DE CAIXA
EMPRESA:
DATA:
CAIXA:
DATA
CHEFE:
DESCRIÇÃO
ENTRADAS
SAIDAS
SALDO FINAL
RESUMO DIÁRIO DE CAIXA
I- DINHEIRO
QUANTIDADE NOTAS DE
TOTAL
20
TOTAL
SALDO
ACUMULADO
MOEDAS
I I- CHEQUES
DATA
EMISSÃO
EMITENTE
N. DO DOCUMENTO
VALOR
VALOR TOTAL
Quadro 5 – Movimentação de caixa
Fonte: Adaptado Sá (1989)
Da mesma forma utilizou-se planilha excel para controle de movimentação
bancária, tendo como base de lançamentos os documentos comprobatórios de
movimentação como recibos de depósitos, boletos pagos com cópia de cheques ou
comprovantes de débito em conta corrente além do próprio extrato bancário como fonte de
conferencia. A planilha de movimentação bancária utilizada é apresentada no Quadro 6.
MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA
EMPRESA:
DATA:
BANCO:
DATA
C/C
DESCRIÇÃO
DEBITO
CREDITO
SALDO
DEPÓSITOS
BLOQUEADOS
SALDO
FINAL
Quadro 6 – Movimentação de caixa
Fonte: Adaptado Sá (1989)
Para controles de contas a pagar, fornecedores, contas a receber e movimentação
de clientes foram elaboradas fichas individuais no software excel, conforme se apresenta no
Quadro 7.
21
DATA
FICHA DE MOVIMENTAÇÃO PARA FORNECEDORES OU CLIENTES
DESCRIÇÃO
ENTRADAS
SAIDAS
SALDO
Quadro 7 – Movimentação de caixa
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para facilitar o preenchimento as fichas individuais podem ser impressas e depois
de preenchidas serem digitadas na planilha.
Para o controle do faturamento também foi elaborada uma planilha na qual o
registro deverá a ser diário com somatório mensal com todos os meses individualizados,
conforme se apresenta no Quadro 8.
CONTROLE DE FATURAMENTO
VALOR
DATA
FATURAMENTO
VARIAÇÃO %
TOTAL
Quadro 8 – Controle de Faturamento
Fonte: Elaborado pelo autor (2011)
4.4 Acompanhamento Mensal dos Controles Implantados
O principal controle implantado na empresa foi o de caixa. Como este controle
não existia, realizou-se treinamento sobre a importância do mesmo nas atividades da
empresa. Em seguida, adotou-se a planilha de controle com a implantação de saldo inicial
pela aferição do montante efetivamente existente em caixa, conforme demonstra Quadro 9.
EMPRESA:
DATA:
CAIXA:
DATA
01/06/2011
MOVIMENTAÇÃO DE CAIXA
DECIUS TUR
01 DE JUNHO DE 2011
Maria da Silva
CHEFE:
Ana Cristina
DESCRIÇÃO
Saldo Inicial
ENTRADAS
SALDO FINAL
22
SAIDAS
SALDO
Xxxxxxx
QUANTIDADE
RESUMO DIÁRIO DE CAIXA
I- DINHEIRO
NOTAS DE TOTAL
TOTAL ACUMULADO
20,00
MOEDAS
I I- CHEQUES
DATA
EMISSÃO
Xxx
EMITENTE
xxx
N. DO DOCUMENTO
xxx
VALOR
xxx
VALOR TOTAL
Quadro 9 – Movimentação de caixa
Fonte: Adaptado Sá (1989)
Com algumas dificuldades nos primeiros dias em relação aos lançamentos, este
controle a partir do segundo mês realizou-se de forma acurada e eficiente. O caixa está
sendo fechado diariamente com conciliação de saldos e documentos.
A implantação do controle de movimentação bancária seguiu os mesmos passos
do controle de caixa, com o acréscimo de uma dificuldade que era a de separar os
movimentos da pessoa física e jurídica na conta bancária da empresa.
Superada esta barreira realizou-se a conciliação de saldo bancário e a implantação
do mesmo no documento de controle no mês posterior a implantação do controle de caixa,
que pode ser visualizado no Quadro 10.
MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA
EMPRESA: DECIUS TUR
DATA:
01 de Junho de 2011
BANCO:
Banco do Brasil
C/C
9999-9
DATA
01/06/2011
DESCRIÇÃO
Saldo Mês Anterior
DEBITO
DEPÓSITOS
BLOQUEADOS
SALDO FINAL
CREDITO
SALDO
xxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxx
Quadro 10 – Movimentação bancária
Fonte: Adaptado Sá (1989)
23
O controle de movimentação efetua-se com a planilha elaborada e a conciliação
com os extratos bancários, os quais são realizados diariamente por consulta da web
homepage bancária e por impressão mensal dos extratos para serem anexados às planilhas
como forma de verificação e controle. Com estes dois mecanismos implantados as despesas
passaram a ser documentadas. Com isso, além de valores se tornou possível um
acompanhamento individual de cada gasto através da alimentação de uma planilha própria
para este finalidade, apresentada no Quadro 11.
CONTROLE DE DESPESAS
DESCRIÇÃO DA
VLR
DATA
DESPESA
VALOR ACUMULADO
01/06/2011 Água
xxxxx
xxxxx
02/06/2011 Luz
xxxxx
xxxxx
.
.
.
30/06/2011
xxxxx
xxxxx
CAIXA/BANCO
xxxxx
xxxxx
xxxxx
Quadro 11 – Controle de Despesas
Fonte: Elaborada pelo autor (2011)
A compilação dos dados referentes ao faturamento e às despesas da empresa
possibilitou a elaboração de uma Demonstração de Resultado - DRE que apresenta o lucro
ou prejuízo do período. Os resultados da empresa no mês de junho de 2011 conforme se
apresenta no Quadro 12.
APURAÇÃO RESULTADO OPERACIONAL
RECEITA OPERACIONAL
BRUTA
Receita Operacional Bruta
VALOR
16.121,40
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA
BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Inc. sobre Vendas
(=) RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA
15.154,12
(-) CUSTOS COM VENDAS
Salários e Ordenados
(2.488,63)
24
(967,28)
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Gerais
Despesas Administrativas
(4.126,07)
(-) DESPESAS FINANCEIRAS
LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
Juros
(301,98)
(15,00)
(-) OUTRAS DESPESAS FINANCEIRAS
(=) RESULTADO OPERACIONAL
8.222,44
Quadro 12 – Apuração do Resultado Operacional
Fonte: Adaptado Sá (1989)
Cabe destacar que os controles internos estão sendo implantados gradativamente e
analisando os primeiros meses de utilização destes controles há de se ressaltar que estão
sendo utilizados de forma eficiente.
Os funcionários e a direção da empresa passaram reconhecer que os controles
auxiliam de forma bastante significativa na tomada de decisões, bem como no
planejamento da empresa.
Mesmo com este reconhecimento ainda se tem um caminho longo a ser percorrido.
Um exemplo claro é a dificuldade que está sendo percebida na implantação dos controles
de contas a pagar (fornecedores) e contas a receber (clientes). Pelo fato de a empresa
efetuar os repasses aos fornecedores na maioria das vezes no momento em que a venda é
realizada este controle está sendo deixado de lado. Porém, quando este repasse não ocorre a
empresa perde o controle de vencimento da obrigação e do valor a ser pago.
Fato semelhante acontece com os clientes onde os documentos apresentam valores,
mas não há informações sobre vencimentos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com uma demanda crescente as empresas deste segmento de mercado necessitam
se organizarem de forma bastante eficiente. O objetivo do artigo foi verificar em que
25
medida os controles internos forneciam informações para a gestão de uma agência de
turismo localizada na cidade de Toledo - PR.
Observar os controles internos e ao mesmo tempo se eles dão suporte de
informações a seus gerentes e funcionários foram a proposta que delineou este trabalho.
Para atender esta proposta foi elaborado um questionário a fim de investigar
informações sobre a empresa e os controles internos, além de visitas para observação in
loco das rotinas diárias.
Com a obtenção das respostas do questionário e da observação in loco das rotinas
da empresa foi elaborado um plano de trabalho para a implementação de controles internos
que pudessem subsidiar as decisões do gestor.
No mês de julho de 2011 foi iniciada a utilização das planilhas para controle de
caixa; bancos; fornecedores; clientes e despesas.
Cabe destacar que por “vícios” adquiridos dentro da empresa e por falta de
segregação de funções há dificuldades por parte de alguns empregados em aceitar as
mudanças que estão acontecendo.
Mesmo assim, quando analisados os controles internos que a empresa utilizava
antes do estudo de caso e os que ela passou a adotar verificou-se uma melhora considerável.
Um exemplo disto foram os controles de caixa, bancos e das despesas fixas que passaram a
ser registrados eficazmente.
- Os pagamentos foram descentralizados para um responsável pela movimentação
financeira, com controle de pagamentos feito por meio de visto de autorização da gerência.
Esta sendo implantado o registro de faturamento para fins de formação de um
banco de dados para análises comparativas futuras.
Estão sendo conciliados os saldos das contas fornecedores e clientes para
posteriormente serem registrados diariamente no momento em que as transações ocorrerem.
Em resposta à questão problema, se observou que a empresa não possuía controles
internos suficientes para gestão empresarial. Os controles existentes eram ineficazes como
fonte de dados, a empresa não possuía registros escritos para consultas, assim
consequentemente as decisões eram tomadas sem suporte de documentos.
26
REFERÊNCIAS
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Micro, Pequenas e Médias empresas. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br>
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GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1989.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de pesquisa Social. 6.ed. São Paulo: Atlas,
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OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica. 2.ed. São Paulo:
Pioneira, 2000.
OLIVIO, Silvio. Como entender o mundo dos negócios: o empreendedor, a empresa, o
27
mercado / Silvio Olivo, André R. Hayashi, Hélio Eduardo Silva. 2.ed. ver. e amp. Brasília:
SEBRAE, 2003.
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Empresa.
Congresso
USP:2004
Disponível
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www.congressousp.fipecafi.org/artigos12004/36.pdf > Acesso em 15 de abril de 2011.
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SHIMIZU, Tamio. Decisão nas Organizações. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2006.
28
DIAGNÓSTICO SOBRE A CONSTRUÇÃO E OS ASPECTOS AMBIENTAIS
EXISTENTES NO EDIFÍCIO DA EMPRESA QUATRO RODAS VENLOCAR DE
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
Maico Pfeifer1, Valdemir Aleixo2
RESUMO
Este trabalho tem a intenção de informar o desenvolvimento da pesquisa de analise dos
aspectos ambientais utilizados na construção do edifício. Construído entre 2008 a 2011, no
município de Marechal Cândido Rondon, PR. O qual apresenta tendência á sustentabilidade
e busca minimizar os custos tanto de utilização de recursos naturais, como também
minimizar os gastos com as contas de consumo, tratando os efluentes gerados visando
menor impacto ao ambiente e reutilizando quando possível. A pesquisa foi desenvolvida
como um estudo da estrutura edificada, que contempla a utilização de cisterna, ralos e
tubulação para captação de resíduos dos serviços com tratamento de esgoto e destino
correto, iluminação natural, o qual já contou com a redução de resíduos durante a sua
construção. Há uma tendência de que o edifico do modo que foi projetado, sirva como
referência no segmento de sustentabilidade para isso necessitasse utilizar todas as áreas do
local e implementar os sistemas existentes. Mantendo a manutenção periódica do imóvel e
das áreas naturais, destinando de forma correta todos os resíduos gerados e conservando os
aspectos que visem sua sustentabilidade.
Palavras-chave: Economia. Recursos. Sustentabilidade.
1
Bacharel em Administração com Ênfase em Gestão Ambiental e Pós-Graduando em MBA Executivo em Meio Ambiente, Faculdade
Luterana Rui Barbosa, FALURB, Marechal Cândido Rondon, PR, [email protected].
2
Biólogo, Mestre e Doutorando em Agronomia, PPGA, Unioeste, Campus de Marechal Cândido Rondon, PR. Professor de Gestão
Ambiental, Faculdade Luterana Rui Barbosa, FALURB.
- Pesquisa concluída, não tendo sido essas informações submetidas a outra publicação.
29
INTRODUÇÃO
O conceito de Construção Sustentável vem ganhando grande importância em todo o
mundo em função dos enormes benefícios que ele oferece. Uma Construção Sustentável é
aquela que é ambientalmente responsável, lucrativa e um lugar saudável para viver e
trabalhar. A indústria da construção civil enfrenta hoje o desafio de incorporar aos seus
produtos as técnicas descritas como ecológicas e de preservação do clima na Terra. Existem
inúmeras opções construtivas as quais podem variar desde o emprego de fontes de energias
alternativas até a seleção de materiais fabricados com resíduos urbanos, todas incorporando
os ditames da bioarquitetura, isto é, voltadas para a preservação da qualidade de vida no
nosso planeta (FERNANDES, 2012).
A construção sustentável faz uso de materiais ecologicamente mais
corretos e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom uso e a economia
de recursos finitos (materiais, água e energia não renovável), a redução da poluição e a
melhoria da qualidade do ar no ambiente interno e o conforto de seus moradores e usuários
(RÖDEL, 2011).
Para Junior (2012) o Projeto da Vila Olímpica, em Sidney, na Austrália, elaborado
pelo Greenpeace, em 1992. Construções que utilizaram energia solar passiva, sistemas
integrados de redução de dejetos comerciais e domésticos, utilização de materiais de
construção ecologicamente apropriados e uso de sistemas inovadores de conservação de
água. Destaca-se nesta atuação o caráter pontual das inovações propostas, parece não ter
havido grande preocupação em inseri-las em um sistema que garantisse sua propagação em
outros locais.
Schorr (2011) define os recursos naturais são elementos da natureza com utilidade
para o homem, com o objetivo do desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto
da sociedade em geral. Pode ser renovável como a energia do Sol e do vento. Já a água, o
solo e as árvores que estão sendo considerados limitados, são chamados de potencialmente
renováveis. E ainda não renováveis, como o petróleo e minérios em geral.
30
A energia solar que é captada pela luz do sol, sendo depois, utilizada de forma
activa ou passiva. Associação bandeira azul da Europa (2012) uma utilização activa passa
pela transformação dos raios solares em energia térmica ou elétrica. A utilização passiva
pressupõe o aproveitamento da energia para aquecimento de edifícios ou prédios, a partir de
concepções e estratégias que passam pela orientação das janelas, escolha de materiais
construtivos de acordo com o nível de incidência solar adequando assim os edifícios às
condições climatéricas, otimizando assim a gestão energética.
Segundo Flórez (2012) o coletor solar plano, utilizado desde princípios do século
para aquecer a água até temperaturas de 80 graus centígrados, é a aplicação mais comum da
energia térmica do sol. Países como Alemanha, Áustria, Japão, Israel, Chipre ou Grécia tem
instalados vários milhões de unidades. Sendo os elementos básicos de um coletor solar
plano: a coberta transparente de vidro e uma placa absorvente, pela qual circula a água ou
outro fluido calor-portador.
Outros componentes do sistema são: o isolamento, a caixa protetora e um depósito
acumulador. Cada metro quadrado de coletor pode produzir anualmente uma quantidade de
energia equivalente a 80 kg de petróleo.
As aplicações mais utilizadas são: a geração de água quente para casas, piscinas,
hospitais, hotéis, industriais e a calefação, empregada em regiões de baixas temperaturas,
que requerem aquecimento e que podem chegar a representar mais de uma décima parte do
consumo.
A diferença das tecnologias convencionais para aquecer a água, os investimentos
iniciais são elevados e requerem um período de amortização compreendido entre 5 e 7
anos, se bem, como é fácil deduzir, o combustível é gratuito e os gastos de manutenção são
baixos.
As árvores e os animais são um bom exemplo de recursos renováveis biológicos. Os
recursos hídricos são outro exemplo de recursos renováveis. Existe ainda outro tipo de
recursos renováveis, que inclui as fontes de energia alternativas, como a energia solar e a
eólica (vento).
31
Para Pimentel (2012) a escassez e o mau uso dos recursos hídricos fizeram com que
a ONU considerasse a água o principal tema do século 21 e declarasse 2003 o ano
internacional da água. A proteção da água potável deve ser assegurada para garantir que ela
não se torne, num futuro próximo, um produto de luxo e, por isto, a UNESCO propõe que a
década de 2005 a 2015 seja dedicada à busca de soluções.
A captação da água da chuva é uma prática muito difundida em países como na
Austrália e a Alemanha, aonde novos sistemas vêm sendo desenvolvidos, permitindo a
captação de água de boa qualidade de maneira simples e bastante eficiente em termos de
custo-benefício (FERNANDES, 2012).
Conforme a Secretaria De Estado De Planejamento E Gestão (2012) a utilização de
água de chuva traz várias vantagens:
Redução do consumo de água da rede pública e do custo de fornecimento da
mesma;
Evita a utilização de água potável onde esta não é necessária, como por exemplo, na
descarga de vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc.;
Os investimentos de tempo, atenção e dinheiro são mínimos para adotar a captação
de água pluvial na grande maioria dos telhados, e o retorno do investimento ocorre a partir
de (2,5) dois anos e meio;
Faz sentido ecológica e financeiramente não desperdiçar um recurso natural escasso
em toda a cidade, e disponível em abundância em todos os telhados;
Ajuda a conter as enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada para
galerias e rios;
Encoraja a conservação de água, a auto-suficiência e uma postura ativa perante os
problemas ambientais da cidade.
No Brasil, algumas cidades já transformaram a captação da água pluvial em lei.
32
Conforme a Lei Municipal de Curitiba-Paraná nº. 10785 de 18 de setembro de 2003
diz que:
Cria no Município de Curitiba, o programa de conservação e uso racional da água
nas
edificações
-
PURAE.
Art. 1º O Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações PURAE tem como objetivo instituir medidas que induzam à conservação, uso
racional e utilização de fontes alternativas para captação de água nas novas
edificações, bem como a conscientização dos usuários sobre a importância da
conservação da água.
Art. 6º As ações de Utilização de Fontes Alternativas compreendem:
I - a captação, armazenamento e utilização de água proveniente das chuvas e,
II - a captação e armazenamento e utilização de águas servidas.
Art. 7º A água das chuvas será captada na cobertura das edificações e encaminhada
a uma cisterna ou tanque, para ser utilizada em atividades que não requeiram o uso
de água tratada, proveniente da Rede Pública de Abastecimento, tais como:
a) rega de jardins e hortas,
b) lavagem de roupa;
c) lavagem de veículos;
d) lavagem de vidros, calçadas e pisos.
Art. 8º As Águas Servidas serão direcionadas, através de encanamento próprio, a
reservatório destinado a abastecer as descargas dos vasos sanitários e, apenas após tal
utilização, será descarregada na rede pública de esgotos.
Segundo Vanelli (2012) Por definição entende-se por reaproveitamento ou o reúso
da água como sendo o processo pelo qual a água, tratada ou não, é reutilizada para o
33
mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta ou indireta, decorrente de ações
planejadas ou não. Para fins industriais empregam-se três formas de reúso: indireto
planejado, direto planejado e a reciclagem.
Entendendo-se por reúso indireto não planejado da água, conforme a Universidade
da Água (2012) que quando a água, utilizada em alguma atividade humana, é descarregada
no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não
intencional e não controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a
mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição, autodepuração). Reúso
indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes, depois de tratados são
descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para
serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico. O
reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um controle sobre as
eventuais novas descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente tratado
estará sujeito apenas a misturas com outros efluentes que também atendam ao requisito de
qualidade do reuso objetivado.
Conforme Campos e Costa (2012) A reciclagem de água de modo eficiente é
preciso manter um controle rígido e eficaz que garanta o perfeito funcionamento do
tratamento anterior a estação de reciclagem de água. Isto é obtido pelo adequado estudo de
tratamento, dimensionamento das instalações e emprego de tecnologias avançadas de
purificação.
MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido no período compreendido entre Outubro de 2011 a
Abril de 2012. A pesquisa bibliográfica teve como objetivo apurar dados e informações
teóricas e existenciais a serem discutidas no decorrer da análise. Há pesquisa foi
desenvolvida no município de Marechal Cândido Rondon, extremo oeste do estado do
Paraná. Foram realizadas visitas técnicas “in loco” para avaliação, elaboração de um
diagnóstico do edifício da empresa, análise e coleta de dados. O edifício escolhido abriga as
instalações da empresa Quatro Rodas Venlocar, a elaboração da pesquisa ocorre devido o
mesmo ser projetado e a execução com vista à sustentabilidade, recursos ambientalmente
34
corretos, com redução de custos com energia elétrica, água, esgoto, investimento em
tratamentos dos resíduos. Apontar como pode se utilizar as instalações do edifício da
melhor forma, a contribuir com redução dos custos, visando à melhor eficiência dos
ambientes e instalações do edifício.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
O edifício em pesquisa e analise (figura 01), da empresa Quatro rodas Venlocar
veículos, do segmento de comércio de veículos, um edifício novo e moderno com
planejamento em vista a sustentabilidade, ou seja, edificado em área aproximada de 1.700
m2 utilizando vidros altos na fachada frontal, lateral e de apartamentos, acesso de luz
natural ao subsolo, pavimentação em blocos de paver, ajardinamento com blocos de
cimento são alguns dos inúmeros recursos ambientais empregados no local de modo a
reduzir os gastos e consumo de energia elétrica. A edificação composta ainda de salas
comerciais, apartamentos, área de eventos e subsolos com vista a investimentos futuros na
área de mecânica.
Figura 01 – Foto do edifício da Empresa Quatro rodas Venlocar
35
Os recursos ambientais existentes neste edifício pode se apurar que 70 % destes são
utilizados, sendo assim que os demais 30 % não estão em uso devido há não utilização
comercial do subsolo. Existindo outros recursos que possam vir a ser criados.
Quanto aos recursos já utilizados podemos citar: Externa (calçamento de paver,
ajardinamento no entorno parte desse composto em bloco de concreto, paisagismo, solo
com fácil absorção de resíduos, calhas para recolha da águas fluviais, pintura da fachada
clara). Interna (Fachada frontal e lateral em vidro com facilidade nas disponibilidades dos
produtos, havendo varias aberturas, circulação de ar natural, drenagem de águas,
reutilização nas áreas de serviço, depositórios para resíduos, teto em gesso e foro de PVC).
Quanto aos recursos não utilizados podemos citar: Cisterna para coleta de águas da
chuva, canaletas para coleta de resíduos, central de resíduos, destinação correta dos
resíduos á serem gerados.
Os recursos existentes que são utilizados no edifício em vista ao objetivo que foram
criados que são de diminuir os gastos e consumo de energia e recursos naturais. São bem
empregados na edificação, limpos e na maior parte há sua manutenção periódica. A falta de
utilização comercial de todas as dependências do edifício pode se apontado como um dos
motivos que leva a falta de utilização dos demais recursos (cisterna e tratamento de
resíduos), por outro lado pode se apurar que mesmo não havendo atividade comercial neste
local, poderia se houvesse a ligação dos recursos instalados como a cisterna ao tratamento
de resíduos nas áreas de limpeza e sanitários. Obteria com isso não total utilização dos
recursos, mas, todos os envolvidos nas atividades, como não há resíduos sólidos na área do
subsolo não há porque usar as canaletas de drenagem para coleta desses resíduos.
Quanto aos recursos que podem ser implantados: Coleta de águas excedentes,
rampas de acessibilidade, calçadas em braile.
36
Figura 02 – Foto da calçada lateral do edifício da Empresa Quatro rodas Venlocar
Uma das necessidades apuradas durante a pesquisa é a manutenção do
ajardinamento e áreas verdes do entorno do edifício conforme a figura 03, o calçamento em
paver e plantio de grama especialmente em blocos de cimento, Conforme o plano diretor do
município que prevê que do total de área do terreno urbano 30 % deste seja deixado livre
sem edificação, de preferência em terra ou com grama. Neste caso aqui, optou se pelo
plantio de grama e o calçamento de paver o qual é permitido pela lei municipal. Sendo essa
técnica além de facilitar o escoamento e absorção das águas da chuva pelo solo, ainda
sendo bem cuidado causa uma excelente aparência no visual de edificação.
Coleta de águas excedentes estimasse que em uma chuva a água que não é
absorvida imediatamente pelo solo através da superfície, escorra na maior parte do terreno
para lateral da via e por subseqüente as galerias pluviais, ao invés deste recurso a instalação
de grades ao redor dos gramados poderiam fazer se translado ate as galerias, evitando assim
o acumulo da água.
37
Figura 03 – Foto de gramado em bloco de cimento
Uma técnica existente hoje, que há dois anos quando o projeto foi desenvolvido não
se existia sua utilização era a de lajotas em braile, lajotas essas que vem a facilitar o
deslocamento de pessoas portadores de deficiência visual, a qual neste momento já é mais
comum a sua utilização em obras publicas e grandes edifícios, lembra o arquiteto da obra
que na época pouco se falava em utilização desta existia 1 ou 2 empresas na cidade que
utilizavam e também porque não existia uma lei municipal que obrigação a utilização.
Hoje, são outros tempos a acessibilidade a todas as pessoas é mais do que uma obrigação,
um ato de cuidado ao seu próximo, podendo ele ser um cliente futuro.
As rampas de acessibilidade, já são mais difundidas na questão legal, na esfera
municipal projetos englobam a adoção delas, obras municipais já as utilização visto pela
obrigatoriedade em vista a empréstimos firmados entre governo e bancos públicos. Porem
devesse haver uma maior conscientização, verificar as reais necessidades dos seus usuários
e não só quando houvesse cobrança de uma esfera superior.
CONCLUSÃO
O trabalho desenvolvido propôs a apresentar um estudo sobre a construção e os
aspectos ambientais utilizados na edificação. Abordando os conceitos teóricos e analise
38
técnica em edifício moderno com vistas a sustentabilidade, verificando a existência de
aspectos sustentáveis, contribuição na redução dos gastos com contas de consumo e
preservação dos recursos naturais. A utilização de recursos sustentáveis na construção e no
uso diário das instalações do local contribui diretamente para uma melhor utilização dos
recursos (água e energia) sendo economizados ainda em numa escala baixa, em relação a
todos os recursos construídos. No referido estudo analisado podemos constatar que ele se
apresenta como uma obra sustentável pelo fato desta ter sido projetada e finalizada,
apresentando aspectos ambientais, com redução dos gastos, tanto de recursos como
financeiro. Podendo empregar mais atividades a empresa, gerando novas economias e
utilizando o marketing como ferramenta de apresentação a sociedade local das atividades
sustentáveis idealizadas.
39
REFERÊNCIAS
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40
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Acesso em: 15 jan 2012.
41
ESPIRITUALIDADE AGREGANDO VALORES NA ORGANIZAÇÃO:
Uma questão de endomarketing
Sergio Becker da Silveira
INTRODUÇÃO
Toda virada do século traz consigo uma série de indagações, questionamentos,
preocupações, angústias e crenças sobre o futuro, quanto mais uma virada de milênio. A
história traz experiências tanto positivas como negativas e muitas vezes catastróficas para a
humanidade como as guerras, desastres naturais, avanços na tecnologia, medicina e outros.
O homem do século XX não é mais o mesmo do século XIX, da década de 60, 70,80 e não
será mais o mesmo neste final de século devido às transformações que aconteceram e que
certamente acontecerão através do processo globalizante que confronta diretamente com as
convicções já formadas.
O ser da virada do milênio necessita mudar, transformar os velhos paradigmas,
precisa inovar e não somente inovar, mas usar a criatividade para fugir da derrota e do
fracasso daqueles que ainda crêem que não é hora de mudar e se mantém firmes em seus
discursos e práticas caducas que certamente os induzirão a derrocada final.
Não desprezando a importância da tecnologia, dos processos organizacionais de
produção e comércio e da qualidade total, mas levando em conta as constantes
transformações globalizantes e de “isonomia” dos produtos e sua respectiva
comercialização, será que no futuro
(mais próximo possível) poderíamos dizer que os
mesmos estabelecerão a competitividade e a liderança de uma empresa?
No futuro não muito longínquo (quem sabe em curto prazo), todas
as empresas serão unânimes de uma vez por todas que, sem a
cooperação e o comprometimento efetivo dos seus empregados,
mesmo estando elas calcadas naquele binômio de forma exposto
(qualidade-teconologia), será extremamente difícil abarcar fatia
ainda maior do mercado ou até de manter os atuais clientes.
(RIBEIRO. RHEVISÃO, GESTÃO ES ESTRATÉGIA, 1999).
42
Na realidade, as pessoas bem treinadas e devidamente selecionadas representam
o potencial de crescimento das empresas e o seu principal capital.
1 VALORIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO
Valorizar o empregado, através de incentivos financeiros ou não, é abrir portas
para uma posição de destaque no mercado e real efetivação nos negócios.
Pessoas
valorizadas
e
motivadas
estão
potencialmente
realizadas
e
consequentemente inclinadas e satisfeitas, prontas para atender o cliente e a sua empresa.
A mentalidade, o trabalho interno de uma empresa, sua cultura, a forma de agir de
seus funcionários e a compreensão de sua função social, são fatores importantes na
permanência da empresa no mercado. E para que isso seja uma realidade, há necessidade
de incentivar e reforçar constantemente o comportamento positivo no dia a dia do
funcionário.
“Murray diz: um motivo divide-se usualmente em dois importantes componentes:
impulso e objetivo. O termo impulso refere-se a um processo interno que incita a pessoa à
ação. Um motivo termina ao ser atingido um objetivo.” (Bergamini. Desenvolvimento de
recursos humanos. p.47).
Este conceito afirma que a motivação dentro do clima organizacional tem de ser
contínua permanente. Um processo em desenvolvimento visando o melhor do funcionário,
do clima cultural e da empresa.
Segundo Alkíndar de Oliveira (T&D. Julho de 1999), a empresa só teria o seu
pessoal motivado se, primeiro, procurasse evitar a insatisfação entre seus funcionários e,
segundo, se fizesse com que o serviço executado por cada um proporcionasse prazer a ele.
Fazer com que o funcionário sinta prazer naquilo que faz é o elemento
motivacional mais importante numa empresa.
As pessoas só se motivam quando
percebem claramente a possibilidade de prazer naquilo que fazem.
Segundo Gooch e McDowell, a motivação é uma força que se encontra no
interior do indivíduo e nenhuma pessoa pode jamais motivar outra. E toda a motivação é e
43
sempre será própria do indivíduo, que pode ou não encontrar as condições para satisfazêla, permitir ou não que o indivíduo sinta prazer na atividade que está realizando.
2 ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Frederico Herzberg disse que a motivação implica em fazer aquilo que é muito
significativo para o profissional. É necessário transcender o conhecimento do ser humano
e descobrir que o mesmo tem a tendência a desenvolver certas forças motivacionais como
produto do ambiente cultural no qual vive, afetando a maneira pela qual as pessoas
percebem e encaram suas vidas.
Pesquisas desenvolvidas por David C. McClelland da universidade de Harvard
destacam três das forças mais dominantes, demonstrando sua importância para a
motivação.
Seus estudos revelaram que as forças motivacionais das pessoas “refletem
elementos da cultura na qual eles cresceram- família, escola, religião e livros”.
Com base nessa premissa surge o binômio espiritualidade/organização, uma linha
alternativa e vista como cultura nova no Brasil, no entanto, bastante difundida em países da
Europa e nos Estados Unidos.
Algumas experiência e pesquisas apontam para a busca da espiritualidade para
amenizar o confronto: humano - tecnologia – qualidade e restituir ao ser humano aquele
“algo mais” que estava faltando em sua vida pessoa e consequentemente profissional.
O hospital do coração da cidade de São Paulo acaba de concluir uma pesquisa
que revela o perfil psicológico dos doentes cardíacos. O levantamento realizado com 200
pacientes revela que mais de 70% das pessoas que sofrem enfartes são estressadas e 53%
apresentam características como perfeccionismo, centralização do poder, metodismo,
introspeção e ausência de vida familiar. O estudo revela ainda que 62% dos cardíacos
estão na faixa etária entre 40 e 59 anos. Além disso, 61% são impacientes e, apesar de a
competitividade no trabalho preocupar 62% dos entrevistados, 58% não sentem motivação
para realizar as tarefas. (in ‘Sinais de alerta, o estado de São Paulo on line, caderno 2 ).
Estudos da faculdade de medicina da Geórgia (EUA) mostram que a meditação
ajuda a combater doenças cardiovasculares, pois dilata os vasos sangüíneos, diminuindo a
44
hipertensão um de seus principais fatores de risco. (Revista “isto é” on line , 11 de Agosto
de 1999)
Thomas Oxman, da faculdade de medicina de Dartmouth, nos EUA Queria
descobrir qual a influência que sentimentos e práticas religiosas poderiam exercer sobre
um grupo de 232 pacientes com mais de 55 anos que se submeteriam a uma cirurgia no
coração. Oxman chegou a um resultado intrigante: a taxa de mortalidade foi três vezes
maior entre os descrentes. ( Revista “Isto é” on line de 03 de Junho de 1998). Já o
cardiologista Herbert Benson, professor da faculdade de Harvard, no EUA informou: “Nos
últimos cinco anos, as pesquisas sobre o assunto andaram rápidas”.
Entre outros
resultados, constatou-se também que algum tipo de crença aumenta a sobrevida em 89%. (
Revista “Isto é” on line de 03 de Junho de 1998).
Andrew Newberg, pesquisador da Universidade da Pensilvânia, participa de
estudos que tentam revelar as mudanças ocorridas no cérebro associadas à Fé religiosa e às
atitudes positivas. (Revista “Isto é” on line de 03 de Junho de 1998). Estes e tantos outros
estudos e pesquisas estão trazendo a tona uma alternativa milenar de saúde mental, física e
social.
Empresas como a Tec-Toy, Lachmam no Rio, Aços Vilares, BankBoston,
Mitsucom Tecnologia S/ª, Computer associates no Brasil, Mercedes Benz no ABC Paulista
e tantas outras aderiram ou estão aderindo a esta alternativa “motivacional” no pressuposto
que trabalhar a espiritualidade é um objetivo de algumas empresas de olho na maior
produtividade de seus funcionários.
A espiritualidade cria um espaço interior no indivíduo capaz de melhorar a
satisfação e a felicidade no trabalho. A rotina continua existindo, mas as pessoas
conseguem eliminar o stress, viver melhor e agir melhor. A espiritualidade auxilia no
confronto com os obstáculos do dia a dia. Uma pesquisa realizada pelo centro de estudos e
pesquisa em administração da UFRGS sobre a religiosidade na região metropolitana
constatou que 94,4% dos entrevistados( diversas faixas etárias e níveis de escolaridade )
que acreditam na superação das dificuldades com o auxilio da religião.
Dalai Lama, chefe espiritual budista, em visita ao Brasil e apresentação na
“’opera de Arame” em Curitiba afirmou que cada pessoa neste planeta é responsável por
45
tornar o mundo melhor e isto deve começar por reformar o próprio íntimo da pessoa.
Teceu o seguinte comentário: “quando nos voltamos para os nossos conflitos internos e
para a luta contra o egoísmo e pela compaixão, vemos que há muitas coisas a fazer.
Podemos nos tornar mais felizes, criar famílias mais felizes e, da mesma forma,
comunidades, países, um mundo melhor.”( Reforma nos corações. Revista “Isto é” on line,
14.04. 1999).
O Segredo está na espiritualidade, nas bases sólidas do cristianismo onde
encontraremos outro binômio chamado “amor – ação”. Este leva o indivíduo a uma vida
voltada para dentro de si, para a família, para a escola, trabalho e meio social que vive.
Ajuda-o a enfrentar os obstáculos, as condições não favoráveis dentro do clima
organizacional, a insatisfação e a rotina do dia a dia. Cria novas expectativas (realização
pessoa), posturas positivas ( satisfação e prazer naquilo que faz) e o insere na sociedade em
que vive como alguém responsável e comprometido com aquilo que faz, pensa e age em
favor daqueles que estão a seu redor.
E longe do ascetismo pregado por Max Weber em sua obra (ética protestante e o
espírito do capitalismo), o profissional do terceiro milênio será mais espiritual porque a sua
realização não se restringirá ao sucesso profissional, conseqüência natural de sua atuação
na empresa.
Ao promover a transformação interna através da espiritualidade, os indivíduos se
tornam mais produtivos e passam a Ter acesso ao seu verdadeiro potencial criativo. Desta
forma, a empresa ganha em eficiência, competitividade e produtividade. Por tabela a
empresa participa e garante o seu mercado de atuação.
O papel que cabe a empresa é garantir um clima de confiança e camaradagem.
Às pessoas, por sua vez, cabe buscar uma conexão entre seus objetivos pessoais, os valores
e o trabalho que executa. “Hoje a sociedade entendeu que a ciência não basta e é preciso se
voltar para a espiritualidade” (LÍSIA NOGUEIRA NEGRÃO, PROFESSOR DE
SOCIOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, USP).
46
3 METODOLOGIA E PESQUISA APLICADA
A partir de fontes primárias apresentadas anteriormente com respeito à
importância da espiritualidade na vida e cultura das pessoas realizou-se uma pesquisa para
verificação dos dados bibliográficos até então elaborados. Foi realizada uma entrevista
junto a chefes de setores com a finalidade de obter informações a respeito do assunto
proposto e para diagnóstico do questionário a ser respondido. Concomitante a entrevista
junto aos chefes de setores foi aplicado um questionário a funcionários de organizações
públicas e privadas com a presença do pesquisador para dirimir dúvidas e auxiliar no
preenchimento para aqueles elementos semi alfabetizados ou analfabetos.
Diante do que foi realizado neste trabalho em termos de pesquisa
bibliográfica, pesquisas, questionários e entrevistas (tabuladas e analisadas) foi possível
chegar as seguintes conclusões:
As pessoas são motivadas pelos mais diversos motivos. As organizações por
sua vez tem por objetivo, entre outros, incentivar pessoas e equipes a trabalhar da melhor
maneira, através da construção de um ambiente favorável que propicie o desenvolvimento
dos seus talentos e competências.
É possível identificar algumas organizações consideradas competitivas como
aquelas cujo foco está na valorização dos seus recursos humanos, na motivação e estímulo
do seu quadro de funcionários e cujos esforços estão concentrados na busca da qualidade
total e seu aperfeiçoamento contínuo.
No entanto, um funcionário para sentir-se realizado e frequentemente
estimulado a participar de todo processo organizacional necessita por parte da mesma uma
série de incentivos possíveis para sua sensibilização e o endomarketing é o processo no
qual convergem todas as forças necessárias da organização para a implantação de uma
estratégia que vise à qualidade total, a melhoria no clima organizacional, do ambiente de
trabalho e desempenho do funcionário.
No desenvolvimento deste trabalho percebeu-se que motivação implica em
fazer aquilo que tem um significado especial para o profissional. É necessário, portanto,
conhecer este ser humano e descobrir que o mesmo tem a tendência de desenvolver certas
47
forças motivacionais como produto do ambiente cultural em que vive, ou seja, seus valores
e suas crenças.
Dentre estas crenças, a espiritualidade ocupa um espaço decisivo no processo
de formação moral e ética do indivíduo como foi apresentado neste trabalho.
A mesma
cria um espaço interior capaz de melhorar sensivelmente a satisfação e a realização no
trabalho. As pessoas procuram eliminar ou amenizar conflitos e tentam viver e agir melhor
dentro do ambiente organizacional que se encontram.
Tendo em vista que o papel do endomarketing entre tantos outros é
proporcionar uma melhoria constante no clima interno da organização e com isto aumentar
o grau de satisfação, realização e alegria tanto dos clientes internos como externos da
organização é possível admitir a inclusão de um programa que inclua a espiritualidade
dentro das muitas estratégias de endomarketing.
A espiritualidade pode vir a ser um grande auxílio neste processo. Tanto o
endomarketing como a espiritualidade têm como fundamento comum a cultura existente e
local.
E a cultura por sua vez, é a maneira como as pessoas se comportam diante das
mensagens que estão recebendo, assim como seus valores, ambiente organizacional e os
estímulos e incentivos que certamente influenciarão nas relações tanto pessoais como
profissionais.
Seria importante que as organizações repensassem esta alternativa de trabalho
em seu meio e incluíssem a espiritualidade nos mais diversos programas de
aperfeiçoamento, desenvolvimento, capacitação e motivação oferecidos pela gestão de
recursos humanos, gestão de qualidade total e gestão do endomarketing.
48
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Szmecsányi e Tamás Szmrecsányl, trads.. São Paulo, Livraria Pioneira, 1994
50
LEVANTAMENTO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM DOIS
FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL NO OESTE DO
PARANÁ
Tiago Birck1; Anderson Carlos Elger2
Resumo: A diversidade de mamíferos no Brasil é considerada uma das maiores do mundo
com 688 espécies. Deste total, 250 espécies estão presentes na Mata Atlântica, sendo 55
endêmicas. A fauna de mamíferos da Mata Atlântica está ameaçada devido ao intenso
desmatamento desde a época colonial até os tempos atuais. Hoje, esse bioma é considerado
um dos mais ameaçados do planeta restando pequenas manchas de vegetação que abrigam
animais ameaçados de extinção. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um
levantamento da fauna de mamíferos de médio e grande porte em dois fragmentos de
Floresta Estacional Semidecidual de 20 ha, localizados nos municípios de Marechal
Cândido Rondon e Nova Santa Rosa, no oeste do Paraná. As amostragens de campo foram
realizadas nos meses de março a junho de 2011, com duração total de 20 dias. Foram
amostradas trilhas e estradas no interior e no entorno dos fragmentos. As espécies foram
detectadas através de visualizações, pegadas e fezes. Foram registradas 13 espécies de
mamíferos: Didelphis albiventris (Gambá-de-orelha-branca), Dasypus novemcinctus (Tatugalinha), Cebus nigritus (Macaco-prego), Puma yagouaroundi (Gato-mourisco), Cerdocyon
thous (Cachorro-do-mato), Eira Barbara (Irara), Nasua nasua (Quati), Procyon
cancrivorus (Mão-pelada), Guerlinguetus ingrami (Esquilo), Hydrochoerus hydrochaeris
(Capivara), Cuniculus paca (Paca), Sphiggurus villosus (Ouriço) e Myocastor coypus
(Ratão-do-banhado). As espécies registradas são generalistas no uso do habitat e
amplamente distribuídas pelo bioma, ocorrendo inclusive em ambientes alterados.
Considera-se que a manutenção da diversidade observada nas áreas é decorrente do
mosaico de ambientes que proporcionam uma maior variedade e diversidade de recursos,
como abrigo e alimento.
Palavras-chave: Mata Atlântica; fragmentação; mamíferos.
51
INTRODUÇÃO
Reduzida a cerca de 7% de sua cobertura original, a Mata Atlântica sobrevive
dispersa em vários fragmentos, a maioria dos quais relativamente pequenos, isolados e
bastante alterados pela ação antrópica (HARRIS; PIMM, 2004).
A história da devastação da Mata Atlântica foi detalhado por Dean (1997). Além da
severa perda e fragmentação de hábitats, os remanescentes florestais continuam a sofrer
impactos, tais como o corte seletivo de árvores e a ação de caçadores (CHIARELLO, 2000;
CULLEN JR.; BODMER; VALADARES-PADUA, 2000).
A situação é extremamente preocupante na sub-região biogeográfica denominada
Florestas do Interior, originalmente a maior das divisões reconhecidas e da qual atualmente
restam três por cento da cobertura de vegetação nativa (SILVA; CASTELETI, 2005).
Essa região se estende do nordeste de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul e o tipo
predominante de vegetação é a Floresta Estacional Semidecidual. Segundo Silva e Casteleti
(2005) as Florestas do Interior podem ser consideradas como um largo cinturão de transição
entre a Mata Atlântica e os biomas adjacentes e, como tal, podem ser caracterizadas pela
interação complexa entre biotas com historias evolutivas distintas.
As aves e os primatas são relativamente bem conhecidos, incluindo espécies
endêmicas ao bioma Mata Atlântica e consideradas internacionalmente ameaçadas de
extinção (MARTINS, 2003; ANTUNES, 2005). Carvalho (1980) relatou a presença do
tatu-de-rabo-mole (Cabassous tatouay), duas espécies de porco-do-mato Tayassuidae e da
onça-parda (Puma concolor). São praticamente inexistentes as informações publicadas
sobre outros grupos zoológicos da área (MARTINS, 2003). Em decorrência disso, foi
considerada prioritária para o inventario de mamíferos (KIERULFF, 2008).
Mamíferos de médio e grande porte são fundamentais para a manutenção da
estrutura e do funcionamento dos ecossistemas (COTE, 2004).
Foi estimado que apenas 21% da superfície terrestre ainda mantém faunas
completas de mamíferos (MORRISON, 2007). A maior parte dos remanescentes de Mata
Atlântica pesquisados, incluindo varias Unidades de Conservação de Proteção Integral,
52
apresentam populações de algumas espécies bastante diminuídas e até mesmo extintas
localmente (GALETTI, 2009).
Neste contexto o objetivo do presente trabalho foi fazer um levantamento e uma
avaliação ecológica das espécies de mamíferos de médio e grande porte em dois fragmentos
de Floresta Estacional Semidecidual no oeste do Paraná nas cidades de Marechal Cândido
Rondon e Nova Santa Rosa.
DESENVOLVIMENTO
REVISÃO LITERÁRIA
A fauna de mamíferos que ocorre no Brasil ultrapassa 688 espécies, fato que coloca
o país como o mais rico em diversidade de mamíferos do mundo, seguido pela Indonésia
com 515 espécies e o México com 500 espécies (REIS et al., 2011).
Os estudos com mamíferos terrestres em campo particularmente os de médio e
grande porte exigem o uso de diversas técnicas que permitam ao pesquisador tomar
informações sobre a presença dos animais, mesmo não os visualizando.
Essa complexidade nos trabalhos em campo ocorre porque os mamíferos silvestres
brasileiros são em sua maioria animais de hábitos noturnos ou crepusculares/aurorais,
possuem hábitos bastante discretos, tamanho corporal médio ou pequeno e habitam
florestas fechadas, diferentemente dos mamíferos silvestres africanos, os quais possuem
grande porte em sua maioria, são diurnos e habitam campos abertos.
Tais características dos mamíferos neotropicais restringem em muito a visualização
destes em campo, obrigando os pesquisadores a lançarem mãos de variados recursos para
estudá-los (PARDINI at al. 2003).
Os mamíferos terrestres de médio e grande porte podem ser identificados de forma
direta (visualizações e audições em campo) ou de forma indireta, através de vestígios
deixados pelos mesmos no meio ambiente, como (pegadas, fezes, pelos, restos alimentares,
carcaças, tocas, marcas em árvores, etc), segundo Dotta (2005).
As principais metodologias utilizadas nos estudos de mamíferos de médio e grande
porte são as observações de pegadas de animais (PARDINI et al., 2003), a utilização do
53
censo visual em transectos lineares que permite uma análise quantitativa mais precisa da
população ou comunidade (BOVENDORP; GALETTI, 2007) e a colocação de armadilhas
fotográficas que fornecem registros irrefutáveis da presença das espécies (TOMAS;
MIRANDA, 2003).
Embora haja vários trabalhos utilizando o censo visual como técnica de
levantamento da mastofauna, o uso de pegadas parece fornecer respostas mais rápidas,
ainda que com algumas restrições (PARDINI et al., 2003; DOTTA, 2005).
A utilização de parcelas de areia (“Armadilhas de pegadas”) no interior de
ambientes florestais é uma alternativa a pouca ou nenhuma capacidade de se visualizar
rastros dos animais no solo, devido á presença de serrapilheira nestes locais (PARDINI et
al., 2003).
Entretanto, cuidados rigorosos devem ser tomados quanto na observação das
pegadas nas parcelas. Fatores como o padrão de deslocamento, tamanho das áreas de vida e
outras características dos mamíferos podem fornecer resultados tendenciosos, se não forem
bem interpretados (DOTTA, 2005; PARDINI et al., 2003).
Os mamíferos neotropicais de médio e grande porte particularmente os de hábitos
terrestres, têm sido pouco abordados em estudos ecológicos, especialmente no tocante a
composição, estrutura e dinâmica de suas comunidades. Tal fato pode ocorrer devido aos
hábitos predominantemente noturnos, as áreas de vida relativamente grandes e as baixas
densidades populacionais dessas espécies em sua maioria que dificultam os estudos em
campo com este grupo (PARDINI et al., 2003).
Dotta (2005) estudando uma área composta por um mosaico de ambientes, no
estado de São Paulo verificou uma grande diversidade de mamíferos de médio e grande
porte. Ela pesquisou a frequência de ocorrência e a abundância relativa das espécies a fim
de verificar a utilização que os animais fazem de quatro tipos de ambientes presentes na
região, sendo elas: pastagens, plantações de cana de açúcar, plantios de eucaliptos e um
fragmento de mata estacional semidecidual. De maneira geral, seus resultados mostraram
que o canavial foi o ambiente que apresentou a maior frequência de ocorrência de
mamíferos, enquanto o pasto foi o ambiente que apresentou a menor frequência de
ocorrência e menor riqueza de espécies. A comunidade de mamíferos de médio e grande
54
porte presente na região do estudo é característica de ambientes instáveis, com o
predomínio de espécies de hábitos generalistas, segundo a pesquisadora.
Tozetti (2002) estudando a diversidade e padrões de atividade de mamíferos de
médio e grande porte em três fisionomias (campo cerrado, campo sujo e campo úmido) no
cerrado, este verificou uma relação positiva entre a estrutura da vegetação e o uso do
ambiente pelos mamíferos. Ele sugere que há seleção por parte dos mamíferos por
ambientes com estrutura de vegetação semelhantes, uma vez que o pesquisador observou
que o campo cerrado e campo sujo apresentaram diversidade e abundância de mamíferos
diferentes do campo úmido.
METODOLOGIA
Os fragmentos florestais estudados apresentam 20 ha e localiza-se nos municípios
de Marechal Cândido Rondon e Nova Santa Rosa no estado do Paraná, entre as
coordenadas 24º 35' 29, 01'' S 54º 03' 42, 35'' O e 24º 25' 18, 42'' S 54º 03' 40, 11'' O
respectivamente.
O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo subtropical úmido
mesotérmico com verões quentes e geadas pouco frequentes, com tendência de
concentração de chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida. As médias térmicas
anuais são em torno de 23,1°C e os totais pluviométricos variam entre 1500 a 1600 mm
(TRESSI et al., 2006).
Localmente os remanescentes estudados podem ser considerados de pequeno porte.
Estes fragmentos estão isolados de outros fragmentos, mais próximo cerca de 500 m de
distância.
Além disso, no entorno ocorrem fragmentos ainda menores de 10 ha, distante 3 km
das áreas de estudo e outros remanescentes bem menores em áreas de preservação
permanentes. Todos os fragmentos florestais estão inseridos numa paisagem onde
prevalecem áreas de culturas agrícolas e pastagens.
A floresta nos fragmentos é do tipo estacional semidecidual, predominando áreas de
vegetação secundaria nos estádios médio e avançado de sucessão ecológica.
55
O período de coleta de dados em campo foi realizado nos meses de março a junho
de 2011, correspondendo ao total de 20 dias de amostragem.
O principal método utilizado para a coleta dos dados foi à busca visual,
considerando os registros diretos e indiretos da presença de espécies de mamíferos de
médio e grande porte (SANTOS et al., 2008). A amostragem direta correspondeu às
visualizações e a amostragem indireta a vestígios como pegadas e fezes.
As buscas foram realizadas percorrendo trilhas e áreas fora das trilhas a pé em
horários variados, desde o amanhecer até a noite e com duração variada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram obtidos registros de 13 espécies de mamíferos silvestres de médio e grande
porte pertencentes a 12 famílias e cinco ordens: um
Didelphiomorpha,
um Xenarthra, um
Primates, cinco Carnivora e cinco Rodentia (Tabela 1), sendo que uma espécie está
ameaçada de extinção em âmbito estadual (MIKICH; BÉRNILS, 2004). A lista apresentada
neste estudo foi composta por espécies detectadas, principalmente por observações
indiretas (como pegadas e fezes), com 10 espécies, seguido de vestígios diretos
(visualizações), com 7 espécies (Tabela 1).
Tabela 1. Lista das espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas nos dois fragmentos de
Floresta Estacional Semidecidual entre os meses de março a junho de 2011, de acordo com sua categoria de
dieta (REIS et al., 2011), forma de registro e status de conservação estadual (MIKICH; BÉRNILS, 2004).
Taxón
Nome comum
Dieta1
Forma de registro2
Status
PR3
Didelphiomorpha
DIDELPHIDAE
Didelphis albiventris
Gambá-de-orelha-branca
On
Vi
Xenarthra
DASYPODIDAE
Dasypus novemcinctus
Primates
CEBIDAE
Cebus nigritus
Carnivora
FELIDAE
Herpailurus yaguarondi
CANIDAE
Cerdocyon thous
MUSTELIDAE
Eira Barbara
Tatu-galinha
On
Vi
-
Macaco-prego
On
Vi-Pe
-
Gato-mourisco
Ca
Pe
-
Graxaim-do-mato
On
Pe
-
Irara
On
Pe
-
56
PROCYONIDAE
Nasua nasua
Quati
Procyon cancrivorus
Mão-pelada
Rodentia
SCIURIDAE
Guerlinguetus ingrami
Esquilo
CAVIIDAE
Capivara
Hydrochoerus hydrochaeris
CUNICULIDAE
Cuniculus paca
Paca
ERETHIZONTIDAE
Ouriço
Sphiggurus villosus
MYOCASTORIDAE
Myocastor coypus
Ratão-do-banhado
Legenda:
1. Dieta: onívoro (On), carnívoro (Ca) e herbívoro (He);
2. Forma de registro: visualização (Vi) e pegadas (Pe).
3. Status de conservação: em perigo (EN).
Fonte: O autor, 2011
Ca
On
Pe-Vi
Vi
-
He
Vi
-
He
Pe-Fe
-
He
Pe
EN
He
Vi
-
He
Pe-Fe
-
A ordem Carnivora e Rodentia correspondeu com maior riqueza, confirmando
estudos realizados no Cerrado OLIVEIRA et al. (2009) e na Mata Atlântica (NEGRÃO;
VALLADARES-PÁDUA, 2006). Sendo também destacado por Reis et al. (2011) que a
ordem Rodentia apresenta sempre um número expressivo de espécies em levantamentos,
demonstrando a grande diversidade desta ordem, que constitui-se em uma das mais diversas
mundialmente.
Os dois fragmentos juntos apresentam uma riqueza de espécies relativamente
elevada, pois, comparando com um trabalho realizado em áreas de Floresta Atlântica no
Espírito Santo, Chiarello (1999) registrou em duas reservas de tamanho médio (1.504 e
2.400 ha) 30 espécies de mamíferos em cada. Resultados obtidos com pequenos mamíferos
não-voadores indicam que Cerrado e Floresta Atlântica são similares quanto à riqueza de
espécies de fauna (BONVICINO et al., 2002).
Conforme observado por Chiarello (1999), em reservas de Floresta Atlântica o
número de espécies de mamíferos cresce consideravelmente com o aumento do tamanho
das reservas. No entanto, distúrbios causados por seres humanos são considerados como o
principal fator que determina diferenças na riqueza e abundância de mamíferos no leste da
Amazônia (LOPES; FERRARI, 2000).
Não foram observados cães ferais nem errantes em ambos os fragmentos estudados,
mas, devido à proximidade de habitações, o estabelecimento ou o uso eventual do
57
fragmento por esses animais pode ocorrer. O impacto desses cães para a fauna de
mamíferos de fragmentos florestais pode ser expressivo (GALETTI; SAZIMA, 2006).
A riqueza da comunidade de mamíferos e a necessidade de estudos mais detalhados
ficaram evidentes no presente estudo, corroborando a importância dos fragmentos para a
conservação da biodiversidade paranaense (MARTINS, 2003).
Restam pouquíssimos fragmentos de tamanhos similares no interior dos municípios
de Marechal Cândido Rondon e Nova Santa Rosa. Para que a biodiversidade que ainda
resiste neles possa ser preservada, é urgente que haja fiscalização para coibir a caca, o corte
seletivo de árvores e uma serie de outras medidas para evitar intervenções antrópicas
deletérias e que sejam implementadas ações de manejo que reduzam os efeitos da
fragmentação florestal, da presença de estradas e de espécies exóticas.
CONCLUSÃO
Apesar de pequenos, os fragmentos estudados desempenham um importante papel
para a manutenção da mastofauna na região oeste do Paraná. Assim, funciona como área de
refúgio, já que a maioria das áreas de entorno foi transformada em pastagem exótica, para a
criação de gado e culturas agrícolas.
Recomendam-se novos estudos de longa duração com mamíferos, visando
monitorar flutuações populacionais e taxas de extinção e ou incremento de espécies.
58
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60
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Ecologia de Agrossistemas.
61
PREDAÇÃO DE NINHOS ARTIFICIAIS DE AVES EM FRAGMENTOS URBANO
E SUBURBANO, NA CIDADE DE TOLEDO, PARANÁ
Tiago Birck1; Alexandre Vogliotti2
Resumo: Experimentos com ninhos artificiais podem auxiliar na identificação de possíveis
fatores ambientais que influenciam na predação de ninhos naturais, tendo grandes
implicações para a conservação e manejo de áreas verdes em ambientes urbanizados. O
objetivo deste trabalho foi comparar a predação de ninhos artificiais em fragmento urbano e
suburbano, situados na cidade de Toledo, Paraná – Brasil. Neste experimento foram
distribuídos 20 ninhos no solo e 20 ninhos aéreos na borda e no interior de cada fragmento,
espaçados aproximadamente 20 metros um do outro, nos meses de março e abril de 2011.
Os ninhos continham dois ovos de codorna-japonesa (Coturnix coturnix Linnaeus, 1758,
Phaseanidae) para simular a predação. Para analisar a taxa de predação, os ovos foram
deixados 15 dias nos ninhos. Sendo monitorados em intervalos de 5 dias para a detecção de
predação. Foram considerados predados os ninhos que possuíram ovos desaparecidos,
perfurados ou em pedaços. Através do teste Qui-Quadrado verificamos que a taxa de
predação total dos 80 ninhos artificiais distribuídos foi significativamente maior no
fragmento urbano (χ2 = 14,53, GL= 1, p = 0,0001), atingindo (70%, N= 30) dos ninhos em
comparação com o fragmento suburbano (30%, N=13). Concluímos que as aves que
nidificam no fragmento urbano sofrem uma grande pressão predatória, influenciando
diretamente no sucesso reprodutivo das mesmas.
Palavras-chave: Ninhos artificiais; predação de ninhos; sucesso reprodutivo.
62
INTRODUÇÃO
Avaliar o sucesso reprodutivo da avifauna é de extrema importância para se
compreender os aspectos relacionados ao seu processo evolutivo, viabilidade de
determinadas populações, efeitos das alterações ambientais e para inferir-se planos de
manejo para a conservação das aves (MARTIN; JORON, 2003).
O sucesso reprodutivo das aves pode ser verificado através das observações diretas
dos ninhos naturais, dividindo o número de ninhos com sucesso pelo número de ninhos
observados. No entanto, alguns tipos de ninhos naturais são difíceis de serem localizados,
principalmente em florestas tropicais onde a densa vegetação torna-os obscuros (FRANÇA;
MARINI, 2009). O esforço necessário para a localização, monitoramento e a carência de
um número razoável de ninhos naturais, para aplicar testes estatísticos apropriados, fez com
que alguns pesquisadores utilizassem métodos alternativos como o uso dos ninhos
artificiais para avaliar o sucesso reprodutivo das aves (LOISELLE; HOPPES, 1983).
O uso de ninhos artificiais tornou-se popular pela facilidade de manipulação e pelo
controle de vários fatores, desde a facilidade na condução dos estudos até a possibilidade de
aumentar o número de ninhos utilizados (BARBINI; PASSAMANI, 2003).
Mas os questionamentos do uso de ninhos artificiais estão na diferença entre os
padrões de predação em condições naturais e artificiais. Ou seja, as taxas relativas de
predação dos ninhos artificiais não podem ser diretamente inferidas para os ninhos naturais
(BURKE et al., 2004). Por outro lado, muitos trabalhos que compararam a taxa de predação
entre os ninhos naturais e artificiais não apresentaram resultados conclusivos (BULER;
HAMILTON, 2000; FRANÇA; MARINI, 2009). Há muitas hipóteses levantadas sobre as
possíveis diferenças nas taxas de predação, que incluem desde problemas metodológicos,
ausência de cuidado parental do ninho artificial e até a possibilidade dos ninhos artificiais
serem predados por diferentes predadores dos ninhos naturais.
O importante é que muitas suposições relacionadas à teoria de predação são
provenientes de experimentos com ninhos artificiais, principalmente em regiões temperadas
da América do Norte e Europa. Entretanto, em áreas tropicais esses estudos ainda são
escassos e os poucos trabalhos conhecidos são provenientes principalmente do Panamá,
Austrália e Brasil. Considerando os impactos antrópicos e a ocupação humana nos países
63
tropicais, os dados gerados sobre o funcionamento de comunidades naturais são cada vez
mais necessários (ALVAREZ; GALETTI, 2007).
Neste sentido este trabalho teve como objetivo comparar as taxas relativas de
predação de ninhos artificiais em dois fragmentos de mata, tendo como objetivos
específicos: 1) Avaliar a variação da predação de ninhos artificiais entre os dois
fragmentos; 2) Avaliar o efeito do local de nidificação sobre a predação relativa dos ninhos
artificiais; e 3) Avaliar se os níveis de predação de ninhos artificiais são maiores nas bordas
do que no interior das matas.
DESENVOLVIMENTO
REVISÃO LITERÁRIA
A avifauna está sendo constantemente ameaçada por perturbações ambientais
causadas pelo homem como a fragmentação, perda e degradação de habitat, caça e
introdução de espécies exóticas (GALETTI, 2001; GALETTI et al., 2009; BORGES;
MARINI, 2010). Consequentemente essas perturbações podem influenciar na estrutura das
comunidades de aves e dos predadores de ninhos, afetando o sucesso reprodutivo da
avifauna (FRANÇA; MARINI, 2009). De fato, a predação de ninhos naturais vem sendo
sugerida como uma das principais causas de declínio de populações de aves (BORGES;
MARINI, 2010).
Alguns pesquisadores argumentam que compreender de uma forma efetiva a relação
entre as perturbações ambientais e o risco de predação é fundamental para a conservação da
avifauna (MARTIN, 1993). Porém, outros questionam a falta de estudos em áreas naturais,
onde a estrutura do habitat e das comunidades dos predadores não foi afetada pela atividade
humana (ONIKI, 1986).
O uso de ninhos artificiais tornou-se um rápido instrumento para avaliar a situação
através das frequências de predação, a partir das limitações logísticas no estudo com ninhos
naturais (LOISELLE; HOPPES, 1983). Os resultados dos experimentos de predação podem
variar, principalmente de acordo com o método aplicado (MAJOR; KENDAL, 1996), com
64
a estrutura da vegetação (MARTIN; JORON, 2003) e com a comunidade de predadores
(WILCOVE, 1985; KEYSER; HILL; SOEHREN, 1998).
O uso de ninhos artificiais também apresenta algumas limitações, tais como: a
ausência de cuidado parental no ninho artificial e sobre a possibilidade de haver outros
predadores para ninhos artificiais que não sejam aqueles associados aos ninhos naturais
(BURKE et al., 2004).
O estudo da predação de ninhos de aves a partir de experimentos com ninhos
artificiais exige cuidados metodológicos, assim como a escolha das dimensões temporais e
espaciais corretas para evitar que os resultados indiquem falsos diagnósticos
(STRATFORD; ROBINSON, 2005). Apesar dessas limitações, muitas hipóteses sobre a
influência da predação de ninhos sobre a comunidade de aves só puderam ser elaboradas
com base nesses estudos (STRATFORD; ROBINSON, 2005).
A intensidade de predação pode variar de acordo com a posição e a aparência dos
ninhos (SÖDERSTRÖM, 1999). Os pesquisadores têm utilizado diferentes tipos de ninhos
artificiais que podem ser desde os ninhos comerciais de sisal para canários (ALVAREZ;
GALETTI, 2007), ninhos confeccionados com feixes de gramíneas (MELO; MARINI,
1997), até os ninhos naturais de diferentes espécies, abandonados pelos pais após o período
reprodutivo (KING et al., 1999). Em relação aos ninhos do solo, muitos colocam os ovos
diretamente sobre as folhas ou gravetos (ALVAREZ; GALETTI, 2007), em depressões,
cavidades ou dentro de cestinhas (MAIER; DEGRAFF, 2000).
Muitos tentam camuflar os ninhos artificiais com musgos, liquens ou com barro
para imitar o aspecto dos ninhos das espécies estudadas (MARTIN; JORON, 2003).
Diferentes modelos de ovos são utilizados nos experimentos de predação
destacando-se: os ovos de codorna (de fácil aquisição em supermercados ou lojas
veterinárias) (ALVAREZ; GALETTI, 2007), ovos de galinha (ESTRADA; RIVEIRA;
COATES-ESTRADA, 2002), ovos de mandarim (MAIER; DEGRAAF, 2000), ovos de
pardal (KING et al., 1999) e ovos de canário (de difícil aquisição e alta facilidade de
quebra) e ainda os ovos sintéticos feitos de massa de modelar, que se mostram bons
substitutos de ovos de codorna (ALVAREZ; GALETTI, 2007).
É importante destacar que os ovos de codorna são utilizados frequentemente como
substitutos dos ovos de passeriformes apesar de apresentarem medidas, coloração e
65
resistência da casca diferentes daquelas pequenas aves silvestres (ROPER, 1992;
HASKELL, 1995). Entretanto, a diferença entre o tamanho dos ovos vem sendo
questionada devido às respostas diferentes nas taxas de predação (ROPER, 1992;
HASKELL, 1995).
Por exemplo, alguns estudos sugeriram que pequenos mamíferos como os esquilos
(Tamias striatus) e os roedores (Peromysus sp.) seriam incapazes de quebrar a casca dos
ovos de codorna, apesar de serem considerados efetivos predadores de ninhos (ROPER,
1992; HASKELL, 1995). Sendo assim, os resultados destes estudos poderiam causar uma
subestimativa de predação quando comparado com os ninhos naturais (HASKELL, 1995).
Para minimizar os erros associados aos ovos de codorna, muitos pesquisadores
utilizam ovos de massa de modelar. Os ovos sintéticos podem representar os ovos naturais
no formato, tamanho e na cor, entretanto o seu odor e a sua consistência podem influenciar
na predação de pequenos mamíferos (HASKELL, 1995).
Apesar disso, esses ovos são utilizados para identificar os potencias predadores que
deixam cicatrizes nos ovos predados. Outras formas de identificar os predadores são a partir
do uso de armadilhas de pelos (BAKER, 1980), armadilhas de pegadas (PADILHA, 2009)
e armadilhas fotográficas (ALVAREZ; GALETTI, 2007).
O tempo de exposição dos ninhos artificiais também pode variar de acordo com o
objetivo do trabalho, muitos estudos expõem os ninhos por um tempo arbitrário, podendo
variar de dois dias a meses, enquanto outros determinam o tempo às condições logísticas
(MAJOR; KENDAL, 1996). O monitoramento dos ninhos para averiguar a sobrevivência
dos ovos durante o período pode ser a cada 2, 3 ou 5 dias. Dependendo do caso, os ninhos
são apenas vistoriados e retirados do local após 7 dias de exposição (ALVAREZ;
GALETTI, 2007).
A presença do pesquisador durante o monitoramento dos ninhos pode alterar
(WHEWLAN et al., 1994) ou não (KING et al., 1999) a frequência de predação, já que
alguns predadores se orientam pelo cheiro, como os mamíferos, que podem ser atraídos ou
repelidos pelo odor humano.
66
METODOLOGIA
Os experimentos foram realizados em dois fragmentos de mata localizados na
cidade de Toledo, situada na região oeste do Paraná, nas coordenadas, 24o 42’ 50” S, 53o
44’ 34” O, com uma altitude que varia entre 457 a 580 metros.
O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo subtropical úmido
mesotérmico com verões quentes e geadas pouco frequentes, com tendência de
concentração de chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida. As médias térmicas
anuais são em torno de 23,1°C e os totais pluviométricos variam entre 1500 a 1600 mm
(TRESSI et al., 2006).
A vegetação do município representa uma transição entre a Floresta Ombrófila
Mista e Floresta Estacional Semidecidual (CASTELLA; BRITEZ, 2004), a qual se encontra
atualmente restrita a poucos fragmentos em meio a áreas urbanas e áreas destinadas a
culturas agrícolas.
As duas áreas amostrais foram selecionadas com base na sua distância em relação à
ocupação humana na cidade de Toledo. A distância entre as duas áreas amostradas é de
aproximadamente 2,5 Km e receberam neste trabalho os nomes de “Jardim Zoobotânico” e
“Fragmento PUCPR”.
Em cada fragmento foi estabelecido um transecto de 400 metros na borda e um
transecto de 400 metros no interior da floresta. Foram considerados ninhos de borda
aqueles dispostos aproximadamente a um metro da borda do fragmento e ninhos de interior,
aqueles localizados a aproximadamente 50 metros em direção ao interior dos fragmentos.
Para avaliar o impacto dos predadores na reprodução das aves nos ninhos aéreos, foi
realizado o experimento utilizando ninhos naturais abandonados de pomba-de-bando
(Zenaida auriculata).
Para a determinação das posições dos ninhos aéreos, foi feito um levantamento dos
substratos e alturas utilizadas pelas aves e determinada assim a escolha das posições dos
ninhos utilizados no experimento com base naquelas que apresentaram uma maior
frequência.
Durante toda a preparação dos experimentos e inclusive no campo foram utilizadas
botas e luvas de borracha para minimizar o efeito do odor humano, para não influenciar no
67
comportamento dos predadores (BURKE et al., 2004). Ao final dos experimentos, todos os
ninhos, restos de ovos e ovos remanescentes foram removidos das áreas amostrais.
Foram adotadas duas posições de ninhos, variando a altura (solo e aéreo = 2 a 3
metros). Os ninhos do solo foram confeccionados manualmente com material botânico
disponível (folhas secas e gravetos) (MAIER; DEGRAAF, 2000) e os ninhos aéreos foram
amarrados em galhos com linha de costura da cor marrom para evitar a queda dos mesmos.
Foram distribuídos 20 ninhos em cada transecto, demarcados a cada 20 metros com
hastes de bambu para facilitar a localização. Através de sorteio foi definido a localização do
ninho (aéreo ou solo) em relação ao ponto da trilha.
Para estimar a taxa de predação foram colocados dois ovos de codorna japonesa
(Coturnix coturnix) em cada ninho. Os ninhos com os ovos foram expostos à predação por
15 dias, tempo médio de incubação das aves da região (SICK, 1997). Os ninhos foram
checados em relação ao seu conteúdo (predado ou intacto) após 5, 10 e 15 dias de
exposição.
Os ninhos foram considerados predados quando os ovos estivessem desaparecidos,
perfurados ou em pedaços.
ANÁLISE DOS DADOS
As taxas de predação foram comparadas nos diferentes níveis de combinações
possíveis. Esta abordagem teve um caráter exploratório, buscando encontrar diferentes
relações entre as variáveis.
Nas comparações em que o número total de frequências foi igual ou superior a 40,
as frequências observadas de predação foram comparadas através do teste de Qui-quadrado
(χ2) em tabelas de contingência (2x2). Quando o total das frequências comparadas foi
inferior a 40 e/ou quando foram observadas frequências inferiores a cinco para algumas das
variáveis, foi utilizado o teste exato de Fisher.
Todas as análises estatísticas foram realizadas no programa Statistica 7.0.,
adotando-se um nível de significância de 5% para todos os testes.
68
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A taxa de predação total dos 80 ninhos artificiais distribuídos entre março e abril de
2011 foi significativamente maior no Jardim Zoobotânico (χ2 = 14,53, GL = 1, p = 0,0001)
atingindo 70% dos ninhos (n = 30) em comparação com o Fragmento PUCPR, no qual
foram predados 30% (n = 13) (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Taxa de predação (%) de ninhos artificiais em março e abril de 2011.
Fonte: O autor, 2011
Em relação aos estratos não foram observadas diferenças significativas nas taxas de
predação em nenhum nível de comparação, ou seja: entre o total de ninhos por estrato, entre
os estratos de cada fragmento ou entre os estratos dos diferentes ambientes (interior ou
borda) de cada fragmento (Gráfico 2).
Por outro lado, quando comparada a predação total entre os ambientes (interior e
borda) dos dois fragmentos, observou-se que houve diferença significativa (χ2 = 8,50, GL =
1, p = 0,0036). Também foi observada significância quando se comparou a taxa de
predação entre os ambientes no interior do Jardim Zoobotânico (p = 0,00324) e do
Fragmento PUCPR (p = 0,0204). Em todos os casos, a predação dos ninhos de interior foi
sempre maior que nos das bordas (Gráfico 2).
Na comparação das taxas de predação dos ninhos de um mesmo ambiente entre
fragmentos distintos observamos também diferenças significativas, tanto em ambientes de
69
interior (p = 0,0069) quanto de borda (p = 0,0040), sendo que o Jardim Zoobotânico
apresentou as maiores taxas de predação em ambas as situações (Gráfico 2).
Para a predação de ninhos de um mesmo estrato e ambiente entre fragmentos
distintos, foram observadas diferenças significativas apenas para os ninhos de solo do
interior (p = 0,0163) e os ninhos aéreos de borda (p = 0,0286). Mais uma vez, o Jardim
Zoobotânico apresentou taxas maiores de predação em ambos os casos (Gráfico 2).
Gráfico 2- Taxa de predação (%) de ninhos artificiais em relação ao estrato e o
ambiente utilizado.
Fonte: O autor, 2011
Os resultados demonstraram que o Jardim Zoobotânico é mais vulnerável a
predação de ninhos artificiais do que o Fragmento PUCPR. De fato, muitos trabalhos com
ninhos artificiais associaram as elevadas taxas de predação em fragmentos urbanos, à
ocupação humana, o turismo e à presença de predadores típicos de ambientes alterados,
principalmente as aves como os corvos e gralhas (JOKIMÄKI; HUHTA, 2000;
BLACKBURN et al., 2004; LÓPEZ-FLORES; FORS; SCHONDUBE, 2009). Porém no
presente estudo, grande parte dos vestígios das cascas de ovos não foi encontrada,
sugerindo que os quatis, gambás e os teiús foram os prováveis predadores dos ninhos.
O tamanho do fragmento pode influenciar na predação de ninhos (WILCOVE,
1985; GIBBS, 1991). Por outro lado, Melo e Marini (1997) ressaltam que a predação em
matas não é determinada exclusivamente pelo tamanho do fragmento, mas também por
70
outros fatores, tais como a densidade e a diversidade de predadores ou as características da
vegetação. Os fragmentos do presente estudo possuem tamanhos semelhantes, portanto a
densidade e a diversidade de predadores e as características da vegetação que circundam o
ninho podem ser os fatores que influenciaram na predação entre os fragmentos (BARBINI;
PASSAMANI, 2003; ALVAREZ; GALETTI, 2007)
Dentre as várias causas sugeridas por alguns autores para justificar a perda de
espécies de aves em fragmentos de florestas, a mais importante tem sido as elevadas taxas
de predação de ninhos. Na ilha de Barro Colorado, Loiselle e Hoppes (1983) também
encontraram que os ninhos sofreram elevadas taxas de predação. Neste caso, a hipótese da
“liberação de mesopredadores” justificaria esse padrão, provocando um crescimento
populacional dos predadores intermediários, devido à ausência dos predadores de topo
(SIEVING, 1992). São conhecidos ainda na literatura, casos onde algumas populações de
aves sofreram declínio ou foram extintas, devido à introdução de espécies
(WANDERWERF, 2001; BLACKBURN et al., 2004).
Diferente da hipótese de liberação dos mesopredadores, a população de quatis
reintroduzida no Jardim Zoobotânico se beneficia basicamente do fornecimento de
alimentação artificial suplementar, da proteção fornecida pelo Parque e, principalmente, da
falta de medidas de controle populacional. Esta situação estaria expondo a avifauna local a
taxas muito mais elevadas de predação.
No Fragmento PUCPR, por outro lado, é muito provável que o ambiente não seja
capaz de manter uma população natural de quatis, a qual deve ter sido localmente extinta no
processo de ocupação agrícola da região e atualmente não dispõe de fontes populacionais
capazes de recolonizar este fragmento.
Segundo Clark e Shutler (1999), as características da vegetação ao redor do ninho
podem ajudar a minimizar o risco da predação por dificultar a visualização do ninho pelo
predador, bem como prejudicar o movimento do mesmo. Portanto, as características da
vegetação ao redor do ninho podem comprometer a eficiência de forrageamento do
predador.
Espécies vegetais de um determinado habitat possuem estruturações diferentes, às
quais estão relacionadas com altura, presença de espinhos e a densidade de galhos e
folhagens, somando fatores que afetam a visibilidade dos predadores (FILLIATER et al.,
71
1994). Deste modo, as características do habitat terão enorme influência sobre o sucesso de
nidificação das aves (LI; MARTIN, 1991). Acredita-se que este resultado possa também ser
atribuído a este estudo, já que o Fragmento PUCPR apresenta maiores opções de substrato
para nidificação mais protegidos em relação ao Jardim Zoobotânico, onde foi observada
uma maior predação.
Considerando-se a predação total por estrato, não observamos diferenças
significantes, conforme mostrou o teste aplicado, o que corrobora com os resultados de
Melo e Marini (1997) e Duca; Gonçalvez e Marini (2001), que não suportaram a hipótese
de taxas diferenciais de predação de acordo com o estrato (solo e aéreo).
Marini; Robinson e Heske (1995) também não encontraram diferenças significativas
nas taxas de predação entre os ninhos do solo e os ninhos aéreos, mas levantaram
evidências de que diferentes tipos de ninhos do solo e aéreos podem ser afetados
desigualmente por predadores nos locais de borda e interior de florestas.
Por outro lado, Santos e Tellería (1991) encontraram uma influência significante da
posição do ninho na incidência de predadores. Neste estudo, a predação foi mais baixa nos
ninhos do solo do que nos ninhos aéreos, possivelmente indicando uma menor incidência
de mamíferos do que em outro estudo, onde a tendência oposta foi detectada (YAHNER;
MORREL; RACHAEL, 1989).
Degraaf; Maier e Fuller (1999), ao realizarem um estudo para comparar a predação
em ninhos artificiais utilizando ovos de pardais (Passer domesticus) dispostos perto da
borda e no interior da floresta e entre solo e aéreo, verificaram que as taxas de predação dos
ninhos do solo com ovos de pardal foram significativamente mais altas que os ninhos
aéreos na borda e no interior. Análises de regressão indicaram um efeito de posição do
ninho altamente significativo. Neste estudo, as diferenças na frequência de captura das seis
espécies mais comuns de pequenos mamíferos entre a borda da floresta e o interior não
foram significativas.
De forma geral, a predação de ninhos artificiais foi maior no interior dos fragmentos
que ao longo das bordas. Estes resultados não suportam a hipótese de maiores taxas de
predação ao longo das bordas, proposto por Paton (1994). Também não concordam com os
resultados de dois trabalhos realizados no Brasil Central, que demonstraram que ninhos
72
localizados no interior e ninhos localizados na borda não apresentam diferenças
significativas (MELO; MARINI, 1997; DUCA; GONÇALVES; MARINI, 2001).
Lahti (2001) revisando 55 trabalhos que propunham a existência do efeito de borda
na predação de ninhos, publicados entre 1978 e 1998, encontrou que 58% não
apresentavam efeito de borda significativo e 18% apresentaram resultados mistos, em que
pelo menos um dos tratamentos não foi significativo. Com esses dados, ele ressalta que a
generalização do efeito de borda na predação não deve ser feita para todos os ambientes.
No entanto, não houve análise estatística para avaliar seus resultados.
De fato, muitos estudos têm revelado que a predação de ninhos realmente diminui
perto de bordas (DIJAK; THOMPSON, 2000; MILLER; HOBBS, 2000). Estes autores
ressaltam que muitos fatores podem influenciar nas menores taxas de predação de ninhos
nas bordas de fragmentos, que seria devido a fatores como a alta atividade humana próximo
ao fragmento e animais domésticos, que poderiam afugentar os predadores de ninhos. Outra
hipótese levantada por Pescador e Peris (2007) seria que os predadores não concentrassem
suas atividades de forrageamento ao longo de bordas adjacentes a estradas com tráfego de
automóveis, o que pode indicar as baixas taxas de predação de ninhos localizados nas
bordas dos fragmentos estudados.
CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que a predação de ninhos artificiais no Jardim Zoobotânico
foi maior que no Fragmento PUCPR, tanto na predação total de ninhos, quanto na dos
ninhos de ambientes iguais. A diferença da predação entre os fragmentos parece estar
associada à presença dos quatis no Jardim Zoobotânico e às características da vegetação
herbáceo-arbustiva no Fragmento PUCPR.
Os ambientes de interior de ambos os fragmentos foram mais predados que os
ambientes de borda em todas as situações avaliadas.
73
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77
PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO PARA O NOVO
COLABORADOR DA EMPRESA COPAGRIL
Daiane Vanessa prediger 1 Jonas Leocir Vorpagel 2 Lilian Navrotzki Riedner3
Resumo: este artigo foi realizado na área de ARH (Administração de Recursos Humanos),
com ênfase na subárea de recrutamento e seleção, e teve como objetivo descrever e analisar
as técnicas de recrutamento e seleção para os novos colaboradores. A pesquisa foi realizada
na Cooperativa Agroindustrial Copagril, instalada na Rua 09 de Agosto, nº 700, Centro de
Marechal Cândido Rondon, estado do Paraná. Foi realizada uma pesquisa exploratória com
levantamento bibliográfico de autores da área de Recursos Humanos, onde foi possível
perceber que o profissional de RH (Recursos Humanos) tem a finalidade de gerir os
colaboradores para alcançar os objetivos da organização. Estes precisam se aperfeiçoar,
para serem capazes de recrutar e selecionar os melhores profissionais disponíveis no
mercado de pessoas. Assim, o recrutamento é um processo em que a organização atrai
candidatos para suprir o seu processo produtivo. Já a seleção avalia os candidatos a fim de
classificar os melhores indivíduos, através de uma comparação entre os dados obtidos e o
perfil da vaga existente. Após a admissão, o novo funcionário precisa conhecer a
organização onde irá trabalhar, recebendo as informações necessárias são repassadas
através do programa de integração ou socialização, principal método de aculturamento dos
novos participantes. Através de entrevistas e observações e, após a verificação da análise
dos dados coletados, foi possível constatar que o setor de RH ainda não possui um
programa informatizado para cadastramento dos currículos e um manual de integração para
novos funcionários. Além disso, a empresa possui uma avaliação do período de
experiência, porém esta é precária. A análise dos dados teve como suporte o material
obtido através de livros, artigos científicos e apostilas contidas na fundamentação teórica,
ferramenta essencial para o alcance do objetivo proposto.
Palavras-chave: Recursos Humanos, Recrutamento, Seleção.
1
Bacharel em Administração. [email protected]
2
Bacharel em Administração. [email protected]
3 Lilian
Navrotzki Riedner. Pedagoga, Administradora, Especialista em Gestão de Pessoas e Mestranda em
Desenvolvimento Rural Sustentável pela Unioeste.
78
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, com o surgimento de várias inovações tecnológicas, e com o
próprio desenvolvimento intelectual do homem, é necessário muito mais do que apenas a
intuição e percepção das oportunidades. Neste sentido, a administração necessita de um
vasto conhecimento e de uma aplicação correta dos princípios até então formulados,
combinando assim meios e objetivos com eficiência e eficácia.
Um grande desafio empresarial é a gestão de pessoas. Ela tem por finalidade gerir
os colaboradores contribuindo assim para alcançar os objetivos das organizações. Tem
como objetivo alinhar sua política com a estratégia da organização.
As principais dificuldades encontram-se no trabalho com as pessoas e seus
conflitos, por elas serem instáveis, sentimentais e bastante racionais. No contexto atual, o
sistema de RH (Recursos Humanos) deve ter a capacidade de gerenciar as pessoas com
critérios bem definidos, como o subsistema de provisão de pessoas que é responsável pelo
recrutamento e seleção.
Para se beneficiarem com a utilização desse subsistema as empresas muitas vezes
optam por contratar profissionais específicos da área, como gestores de RH, psicólogos e
consultores especializados. Essas pessoas necessitam cada vez mais se aperfeiçoar, para
serem capazes de recrutar e selecionar os melhores profissionais disponíveis no mercado de
pessoas a fim de desempenhar da melhor forma as tarefas das vagas em aberto.
A função desses profissionais é buscar candidatos através do recrutamento e
seleção, ou seja, tem a finalidade de atrair novos colaboradores para a organização, onde
serão selecionados através de entrevistas, testes e questionários para obter assim o
candidato que melhor se enquadra para a vaga.
Partindo dessas necessidades, foi realizada uma pesquisa qualitativa com
levantamento bibliográfico, tendo por finalidade reunir dados sobre recrutamento e seleção.
2 ORGANIZAÇÕES E PESSOAS
Chiavenato (1999) afirma que uma organização existe quando as pessoas são
capazes de se comunicarem estando dispostas a contribuir com ação conjunta para
79
alcançarem um objetivo comum. O ser humano é um ser social que não vive isolado,
necessitando de convívio e relacionamento com os seus semelhantes. Sendo assim devem
cooperar entre si para alcançar seus objetivos.
Chiavenato (2000) também afirma que as pessoas passam um grande tempo de vida
nas organizações, pois elas almejam o sucesso pessoal, e sendo assim elas dependem das
empresas para atingir seus objetivos. As organizações também são dependentes das
pessoas, pois são elas que operam, produzem bens e serviços, atendem seus clientes.
Segundo Lacombe (2005, p. 8, grifo do autor) as organizações são constituídas de
pessoas, sendo que elas agem e tomam decisões. Não acontece nada se as pessoas não
agirem. São as empresas que executam as atividades e representam um dos elementos da
sociedade moderna. O autor também afirma que para haver uma organização devem existir
“objetivos comuns, divisão de trabalho, fonte de autoridade e relações entre as pessoas”.
Portanto, são as pessoas que formam a essência da empresa, sendo elas que
gerenciam a tomada de decisões. É por meio das pessoas que as empresas alcançam seus
objetivos e cumprem suas missões.
Milkovich e Boudreau (2000, p.19) complementam dizendo que por Administração
de Recursos Humanos (ARH) “entende-se uma série de decisões integradas que formam as
relações de trabalho; sua qualidade influencia diretamente a capacidade da organização e de
seus empregados em atingir seus objetivos”.
Sendo assim, as pessoas precisam das organizações e vice-versa, sendo que elas
buscam elementos para suprir suas necessidades dando em troca a sua força de trabalho.
Numa relação empregatícia as pessoas conhecem novas pessoas, resultando assim em
interação com os demais.
3 RECRUTAMENTO
Segundo Milkovich e Boudreau (2000, p.162) “Recrutamento é o processo de
identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns
para posteriormente serem contratados para o emprego”.
Araujo (2008) complementa que o recrutamento não é simplesmente atrair pessoas,
e sim suprir as necessidades da empresa, enquanto que Lacombe (2005) acredita que antes
80
de recrutar o candidato é necessário descrever o cargo. Também é necessário conhecer a
empresa, seus costumes, prioridades, e a quem o candidato se reportará. Caso o candidato
não tenha um perfil condizente provavelmente não se adaptará a organização.
Nota-se que é necessário recrutar e selecionar com qualidade, caso contrário, a
empresa arcará com as conseqüências, podendo surgir a necessidade de realizar
treinamentos específicos aos novos integrantes da organização, quando o ideal seria que
pudesse utilizar o mesmo que é oferecido para qualquer outro cargo da empresa, para
reduzir custos de treinamentos.
Para Chiavenato (2000), o recrutamento é realizado a partir de necessidades
presentes e futuras de recursos humanos na organização, ou seja, é uma atividade que atrai
candidatos, dentre os quais alguns serão selecionados para serem futuros participantes.
Araujo (2008) aponta algumas técnicas de recrutamento: contratar assessorias de
recursos humanos, contratar head hunters (caçadores de cabeças, caça talentos ou caçador
de talentos), indicação por pessoas da organização, fazendo uso da internet, utilizando
currículos pré-cadastrados, ativando os meios de comunicação, e vinculando-se a outras
instituições.
Após verificar qual a melhor maneira de recrutar o pessoal, Dessler (2003) comenta
que após a autorização de preenchimento do cargo deve ser formado um grupo de
candidatos utilizando recrutamento interno ou fontes externas de recrutamento, sendo que,
quanto maior a quantidade de pessoas poderá haver mais seletividade no momento da
seleção.
Segundo Milkovich e Boudreau (2000) independente da fonte do recrutamento os
candidatos precisam saber da vaga disponível, e cabe a empresa avaliar qual a melhor
técnica a ser utilizada.
O recrutamento interno é realizado quando a empresa pretende preencher uma vaga
remanejando os seus empregados, que podem ser promovidos ou transferidos. Esta forma
de recrutar exige que o departamento do recrutamento esteja integrado com os outros
setores da empresa, conforme Chiavenato (2000).
Para Marras (2000), esta técnica privilegia os recursos da empresa. Sua divulgação é
informada por meio de comunicação como memorandos, cartazes e quadro de avisos onde
81
constam as informações sobre as características do cargo, sendo que os interessados devem
se candidatar e enviar os seus dados para análise ao setor especializado.
Chiavenato (2000) ensina que o recrutamento externo é realizado quando são
chamados candidatos de fora da empresa para compor o quadro de funcionários, sendo que
as principais técnicas de recrutamento externo são: consulta aos arquivos de candidatos,
candidatos apresentados por integrantes da organização, anúncios em jornais e revistas,
agências de recrutamento, e outras formas são anúncios na portaria da empresa, contratos
com empresas do mesmo ramo e viagens de recrutamento em outras cidades.
Segundo Chiavenato (2000) o recrutamento externo oferece as vantagens de trazer
novas experiências para a organização, enriquecer o capital intelectual dos recursos
humanos da empresa além de aproveitar os treinamentos efetuados por outras empresas.
4 SELEÇÃO
Conforme Lacombe (2005), a seleção é um processo que escolhe os candidatos mais
adequados para a vaga, ou seja, aquele que tem um bom desempenho, boas condições para
a empresa e principalmente o perfil mais indicado. A seleção faz a triagem em busca do
candidato que possui o melhor potencial. Para que se tenha uma boa seleção deve-se levar
em conta candidatos que tenham habilidades, atitudes e comportamentos que são difíceis de
adquirir por meio de treinamento.
Para Milkovich e Boudreau (2000), seleção é um processo de coleta e utilização de
informações de candidatos para escolher qual receberá a proposta de emprego. É feita por
meio de triagem, pois identifica e separa os melhores e elimina aqueles que não possuem
qualificações adequadas.
Segundo Chiavenato (2000), seleção é uma atividade optativa, de escolha, de opção
e decisão, de filtragem da entrada, de classificação e, portanto restritiva.
Portanto seleção é um procedimento que classifica as pessoas que melhor se
enquadram no cargo disponível, e rejeita aqueles que não possuem as características
desejáveis.
Lacombe (2005) cita os principais métodos utilizados para a seleção de pessoal:
triagem preliminar de currículos, entrevista na unidade de seleção, informações de pessoas
82
confiáveis, testes técnico-profissionais, testes psicológicos, dinâmica em grupo, entrevistas
pelas chefias futuras, informações de empregos anteriores, informações cadastrais e exame
médico.
Sendo assim “O êxito de uma empresa no futuro depende de sua habilidade em
selecionar hoje as pessoas com potencial para terem desempenhos com alto nível de
qualidade.” (FLORY,1965 apud LACOMBE, 2005, grifo do autor).
5 ROTATIVIDADE E ABSENTEÍSMO
As empresas precisam recrutar e selecionar pois nota-se que elas possuem índices
de rotatividade e absenteísmo, sendo que segundo Marques (2011), a rotatividade de
pessoal é expressada através do percentual de admissões e dos desligamentos em relação à
quantidade média de participantes da organização, em certo período de tempo. Muitas
vezes é expressa em índices mensais ou anuais para fazer comparações e diagnósticos, a
fim de promover providências preventivas.
Conforme Milkovich e Boudreau (2000, p.123), “absenteísmo é a freqüência e/ou
duração do tempo perdido de trabalho, quando os empregados não vêm trabalhar”, ou seja,
é o período em que o funcionário está ausente na organização, prejudicando as atividades
que ocorrem na empresa.
Segundo Marques (2011), absenteísmo é a ausência do funcionário no
serviço, é um problema crucial para as organizações e administradores, pois suas causas
estão ligadas a muitos fatores de difícil gerenciamento.
6 METODOLOGIA
Esta pesquisa classifica-se quanto à natureza em resumo de assunto pois não se
limita a copiar idéias, sendo pesquisa fundamentada em trabalhos mais avançados que
foram publicados por autoridades no assunto, sendo que não dispensa o rigor científico
(ANDRADE, 2001). Esta pesquisa busca analisar e interpretar os fatos, utilizando
metodologia adequada.
83
Segundo Silva e Menezes (2005, p. 20) este trabalho classifica-se em pesquisa
aplicada, pois “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.” Também se classifica quanto
ao ponto de vista da abordagem do problema como qualitativa, pois é uma pesquisa
descritiva, sendo que os dados coletados não podem ser traduzidos em números.
Quanto aos objetivos classifica-se em exploratória já que esta pesquisa proporciona
uma maior familiaridade com o assunto, tendo como objetivo aprimorar idéias ou a
descoberta de intuições (GIL, 1999).
Quanto os procedimentos técnicos utilizados esta pesquisa pode ser classificada
segundo Gil (1999) como bibliográfica pois foi desenvolvida com base em material já
elaborado, sendo principalmente de livros e artigos científicos.
Andrade (2001) complementa dizendo que são fontes secundárias, sendo de livros e
outros documentos bibliográficos.
Esta pesquisa utilizou a entrevista como meio de coleta de dados, sendo focalizada,
pois apesar de ser livre enfoca tema bem específico, sendo que o entrevistador deve
esforçar-se para fazer o entrevistado retornar ao assunto após comentar sobre o mesmo.
(GIL, 1999).
Outra etapa do processo foi a realização de visitas junto à empresa. No decorrer
destas visitas, buscaram-se conhecimentos gerais do RH na prática vivenciada nos
procedimentos do dia-a-dia neste setor. Foram realizadas entrevistas estruturadas com uma
das pessoas responsáveis pela área de RSTD (Recrutamento, Seleção, Treinamento e
Desenvolvimento), atendo-se somente as questões relativas a este setor, sendo realizado um
tratamento desses dados.
Também foi realizada a observação subjetiva na empresa o que permitiu maior
acesso a dados e situações habituais que ocorrem na empresa.
7 DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL
A Cooperativa Agroindustrial Copagril é uma sociedade de pessoas, de natureza
civil, tendo como objetivo social a congregação dos seus sócios para o exercício de suas
84
atividades econômicas, sem o objetivo de lucro. A entidade é regida pela Lei nº 5.764 de 16
de dezembro de 1971, que regulamenta o sistema cooperativista do país.
Razão Social: Cooperativa Agroindustrial Copagril
CNPJ: 81.584.278/0046-57
Endereço: Rua 09 de agosto nº 700, Centro, Marechal Cândido Rondon - PR
Atualmente conta com Ricardo Sílvio Chapla como diretor presidente, Elói Darci
Podkowa como diretor vice-presidente e Márcio Buss como diretor secretário.
Este trabalho foi realizado baseando-se somente nas informações repassadas pelo
setor de RH da empresa, abordando apenas as questões relativas ao recrutamento e a
seleção de funcionários.
Sabendo que a Copagril possui dificuldades em conseguir mão-de-obra para alguns
setores, foi realizada uma entrevista com uma das responsáveis pela área de RH verificando
como se encontra este setor na empresa.
O RH encontra-se no setor administrativo da Cooperativa, sendo que é dividido em
quatro grandes áreas: a de gestão de pessoas que aborda o recrutamento, seleção,
treinamento e desenvolvimento (neste trabalho foi chamado de RSTD), sendo que nessa
área trabalham 4 funcionários; área de administração de pessoal, que engloba a área de
rotinas trabalhistas onde trabalham 6 pessoas; área de segurança e medicina que trabalham
3 pessoas; e a área de serviços que engloba a zeladoria, onde trabalham 3 pessoas. O setor
conta também com um chefe. As áreas são distintas, mas se necessário os outros setores
auxiliam os demais.
Sendo assim a área de foco deste trabalho é a de recrutamento, seleção, treinamento
e desenvolvimento (RSTD), composta por 4 pessoas.
Os currículos são recebidos em todas as unidades de atendimento da empresa,
inclusive no mercado, e são repassados a área responsável. Também são recebidos via email e SINE (Sistema Nacional de Emprego), que é um parceiro da Copagril no processo de
recrutamento. Os currículos são arquivados conforme a área de interesse do candidato. Para
as pessoas que chegam até a Cooperativa sem um currículo a empresa disponibiliza um
modelo de ficha de cadastro a ser preenchido onde constam informações pessoais,
documentação pessoal, situação social perante a Copagril, situação familiar e profissional.
85
O primeiro passo antes de recrutar é o preenchimento da requisição interna, onde
estão descritas as aptidões e o perfil desejado no candidato, sendo que tais informações são
repassadas pelo gerente da área. Após o recebimento desta requisição a área de RSTD
busca em seu banco de dados os currículos que apresentam profissionais que se enquadram
na vaga ofertada e agendam entrevistas com este pessoal.
Ao analisar o perfil da vaga é verificado se internamente existem pessoas que
possuam as habilidades necessárias para assumir o cargo. Em vagas específicas e falta de
pessoas capacitadas internamente para assumir o cargo a empresa opta pelo recrutamento
externo. Em caso de procurar externamente busca-se preferencialmente pessoas da região
para trabalhar pois há dificuldade em oferecer transporte para pessoas de localidades mais
distantes. A empresa possui convênios para busca de pessoal com o SINE, e também
divulga as vagas em aberto por rádio, revistas, panfletos e cartazes.
A primeira entrevista com os candidatos é realizada pelo pessoal de RSTD onde são
feitas perguntas relacionas aos dados pessoais do candidato, histórico familiar,
relacionamento interpessoal, histórico educacional e histórico profissional, sendo que nas
áreas do frigorífico as perguntas são mais superficiais. Geralmente as entrevistas são
marcadas para um dia em que também seja possível realizar alguns testes com os
candidatos.
Algumas vagas mais técnicas como agrônomos, veterinários e zootecnistas, bem
como para as áreas administrativas, necessitam de testes de avaliação psicológica e
dinâmicas de grupos. No supermercado estas práticas não são muito utilizadas, pois são
cargos mais operacionais.
Após os testes é agendada uma entrevista com o gerente da área responsável e com
aqueles que melhor se enquadram a vaga, sendo que é o gerente quem dá o parecer final
sobre a contratação ou não, do profissional.
Logo depois da contratação do profissional são realizados os exames médicos, e o
seu currículo é cadastrado no sistema Senior Rubi. Neste momento é aberta uma ficha onde
o currículo é arquivado juntamente com os demais dados do candidato.
Atualmente a Copagril conta com o Sistema Senior Rubi que é um sistema utilizado
para controle da folha de pagamentos e cartão ponto, não possuindo um módulo de
recrutamento e seleção.
86
Para integrar os novos funcionários, a organização utiliza o PINF (Programa de
Integração de Novos Funcionários), que é realizado uma vez ao mês. Esta integração é
composta por um treinamento de aproximadamente quatro horas onde são abordados
diversos assuntos de interesse do novo colaborador como normas da empresa, benefícios,
segurança no trabalho e assuntos gerais.
A Copagril utiliza como prática a avaliação de desempenho no período de
experiência, onde são analisados critérios como produtividade, qualidade, pontualidade,
disciplina, comprometimento, criatividade e potencial do candidato. Esta avaliação é
realizada pelo encarregado da área que conversa com o funcionário, sendo repassado um
feedback para o colaborador.
Uma dificuldade encontrada pelo pessoal da área de RSTD é o conhecimento
exigido para preencher as vagas em aberto, pois o setor precisa contratar pessoas de
diversas áreas, e ter conhecimentos de cursos específicos daquela profissão, sendo que na
maioria das vezes os candidatos não possuem os conhecimentos necessários para assumir o
cargo. Também encontram dificuldades em encontrar mão-de-obra para o setor operacional,
como também para trabalhar na manutenção das máquinas e equipamentos por exigir mão
de obra mais especializada.
A empresa busca no mercado profissionais que queiram vestir a camisa, se
comprometam com o trabalho e realmente desejem se fixar na empresa. A Copagril oferece
possibilidades de crescimento e desenvolvimento profissional, sendo que atualmente a
empresa conta com pessoas que trabalham há mais de 20 anos nela. Procuram pessoas que
realmente queiram crescer dentro da empresa, oferecendo estabilidade profissional, que não
sejam aventureiras em busca somente de questões financeiras, que tenham base no
cooperativismo, que consigam trabalhar em equipe e se relacionar bem com os clientes
tanto internos como externos. Nesta busca pelo profissional qualificado, verifica-se que
ainda existem pessoas que não conseguem trabalhar em equipe.
No momento da análise dos candidatos, é analisado o perfil psicológico apresentado
pelo candidato. As indicações de candidatos para preencher as vagas, realizadas por
funcionários e conhecidos, são geralmente bem vistas pela empresa. Além disso, a
indicação de parentes de associados também tem um ponto de vantagem no currículo, no
entanto, isso não caracteriza protecionismo em relação a estes, uma vez que, sendo
87
contratados necessitam mostrar o seu potencial para se manter na empresa, da mesma forma
que os demais funcionários da Cooperativa.
Desde o momento da requisição da vaga até a contratação de uma pessoa leva-se
uma média de tempo de uma semana a uma semana e meia, dependendo de quantas vagas
estão abertas, sendo que geralmente há em torno de 15 vagas a serem preenchidas. Algumas
vezes acaba demorando um pouco mais, pois é feito um feedback para o gerente, já que
nem sempre ele consegue fazer a avaliação, ou tem dificuldade em achar pessoas
capacitadas. Por isso o gerente da área deve se programar com antecedência, pois se abrir
uma vaga vai ser necessário um tempo disponível para o recrutamento e seleção, para que
estes tenham qualidade.
Durante todo o processo não é comentado com os candidatos sobre o salário a ser
pago, somente são indagados sobre qual o salário pretendido, sendo que isto é repassado
para a pessoa na contratação.
Até algum tempo atrás a organização repassava aos seus novos funcionários uma
cartilha contendo normas e procedimentos da empresa, mas segundo informações recebidas
esta prática acabava onerando muito o processo de contratação, e por isso não é mais
utilizada.
8 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Durante o período da pesquisa foram colhidas várias informações na empresa,
através de entrevistas, participação em socializações e e-mails, com a intenção de
diagnosticar dificuldades e/ou problemas nas áreas de recrutamento e seleção da Copagril.
Além disso, paralelamente, foi desenvolvida também uma pesquisa bibliográfica para
buscar maiores conhecimentos sobre o assunto e poder confrontar a teoria com a prática do
dia-a-dia com o intuito de propor sugestões para os problemas encontrados.
Durante as entrevistas realizadas no setor, observou-se que o departamento de
RSTD não possui um sistema informatizado para fazer a seleção e cadastramento de novos
candidatos. Com isso o processo fica mais lento, levando mais tempo para repor os
funcionários nas vagas em aberto.
88
O setor de Recursos Humanos é subdividido em 4 sub-setores que são:
Administração de pessoal, responsável pelas rotinas administrativas; SESMT (Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), responsável pela
segurança e medicina do trabalho; Gestão de pessoas, responsável pelo recrutamento,
seleção, treinamento e desenvolvimento, bem como pela remuneração e benefícios sociais;
e finalmente o sub-setor de Serviços, responsável pela zeladoria, comunicação, segurança
patrimonial e almoxarifado.
O pessoal de RSTD realiza várias tarefas, como recrutamento, seleção, treinamento,
desenvolvimento e socialização de novos funcionários, ocasionando desta forma pouco
tempo para realizar pesquisas nos currículos enviados na hora de seleção.
Neste sentido, sugere-se a implementação de um sistema informatizado, em que o
candidato pode acessar o site da Copagril via internet e se cadastrar, ou até mesmo dirigirse até a empresa onde estejam disponíveis alguns computadores para cadastramento dos
currículos.
Durante o período de coleta de dados foram buscados programas que agilizassem o
processo de seleção, sendo que o grupo de estudo encontrou o sistema SC Vitae, que é um
programa gratuito, estando disponível em mais de uma versão, e também o sistema
TmEmp, sendo que este possui um sistema gratuito para cadastro de até 30 currículos, mas
possui site pelo qual pode ser adquirido o módulo completo.
Implantando este sistema a empresa poderá escolher através de filtros os candidatos
que melhor se enquadrem na vaga disponibilizada, possibilitando assim uma seleção mais
aprofundada, ou ainda realizar pesquisa referente aos dados do currículo do candidato nos
seus empregos anteriores. Além de disponibilizar mais tempo ao pessoal de RSTD para que
estes possam realizar outras tarefas, como uma seleção mais aprofundada ou inda verificar
a veracidade dos dados nos currículos dos candidatos. Também eliminará os papéis dos
currículos, que muitas vezes acabam nem sendo vistos, pois acarreta em muito tempo de
pesquisa para o setor de RSTD.
Observou-se que a empresa não possui um manual interno de normas, direitos e
deveres. Neste sentido, foi desenvolvido um modelo simples de Manual do Funcionário da
Copagril para servir de exemplo na empresa. Nele são contidos a missão, os valores, a
política social e da qualidade, um breve histórico, os seus produtos, os benefícios que são
89
oferecidos ao funcionário, o que é esperado do funcionário e algumas normas como cartão
ponto, jornada de trabalho e algumas informações como faltas, horas extras, salário
maternidade, recomendações sobre segurança no trabalho, normas da CIPA, obrigações do
empregador e do empregado em relação a EPI’s.
Para que esse manual não gere um custo a mais para a empresa sugere-se que seja
enviado via e-mail ao novo colaborador da Copagril. A adoção dessa prática gera um
compromisso assinado por parte do funcionário, de que o mesmo recebeu o treinamento e a
socialização e está informado dos seus direitos e deveres, pois a última página do mesmo
deverá ser impressa e assinada pelo colaborador, que declara estar ciente das informações e
normas contidas no manual, propondo-se a segui-las e respeitá-las. Esta página impressa
deve ser arquivada na pasta do funcionário, juntamente com os demais documentos
pessoais do mesmo.
Na empresa é realizada a avaliação do período de experiência nos 45 dias e 90 dias.
No entanto, verificou-se que esta prática poderia ser simplificada com a adoção de um
único formulário para realizar as duas avaliações necessárias no período de experiência. O
modelo atualmente utilizado é aplicado em folhas separadas, o que pode implicar na perda
de dados da avaliação anterior. É possível observar também que são avaliados poucos
requisitos dos funcionários, o que pode induzir a erros de interpretação e a mascarar dados
e informações por parte do funcionário avaliado.
Para aprimorar esse sistema de avaliação do período de experiência, sugerimos que
as duas avaliações sejam feitas na mesma folha, onde assim poderá se perceber as
evoluções dos funcionários no período de experiência, além de sugerirmos mais perguntas
que seriam interessantes para a empresa saber, como cooperação entre funcionários,
conhecimento do trabalho, facilidade de apreender, receptividade as ordens, sociabilidade,
normas e segurança no trabalho, além da qualidade do trabalho, produção e rendimento,
criatividade/iniciativas e pontualidade que já estão sendo aplicadas na empresa.
9 CONCLUSÃO
A realização desta pesquisa proporcionou aos acadêmicos a possibilidade de
confrontar na prática, a teoria estudada em sala de aula durante a realização do curso de
90
Administração. Este contato direto com a empresa, especialmente com o setor de Recursos
Humanos, proporcionou agregação de conhecimentos valiosos aos integrantes deste grupo
de estudo.
Através do levantamento de dados e também pela observação direta e conversas
informais foi possível concluir que a empresa Copagril, e principalmente o RH, está bem
estruturado, pois possui alguns controles relativos a recrutamento e seleção, que são
utilizados nos procedimentos internos. Porém, com o intuito de auxiliar, foram apontadas
algumas sugestões de melhoria para facilitar e simplificar o processo atual.
Depois de efetuado o estudo foi possível verificar que a organização não possuía um
sistema de cadastro de currículos, o que acarretava maior tempo para realização deste
processo. Este sistema tornaria o procedimento mais rápido. Tal fato ocorreu devido à
empresa ainda não possuir um módulo de sistema de recrutamento e seleção. Outro aspecto
abordado foi o fato de a empresa não possuir um manual de normas internas, sendo esta
uma das sugestões propostas neste trabalho.
De acordo com os dados obtidos, foram atingidos os objetivos propostos no presente
trabalho, pois foi possível verificar os meios utilizados pela empresa para recrutar e
selecionar, bem como descrever como o processo está sendo realizado e efetuar sugestões.
Foi possível também demonstrar as vantagens e benefícios que a Copagril poderá
obter ao implementar um sistema de cadastro de currículos, bem como também na
avaliação de desempenho no período de experiência adotado pelo RH, sendo que este pode
ser aprimorado com mais informações.
Foi sugerido também que a empresa em estudo adotasse métodos que facilitassem a
padronização da seleção realizada, o que, além de proporcionar melhorias em toda a área de
RH da empresa, resultará em mais tempo disponível para verificação de outras questões
relativas ao processo de recrutamento e seleção e o setor como um todo.
Finalmente, cabe um agradecimento especial à pessoa do RH, que se dispôs a
receber o grupo, que explicou o processo executado pela empresa e permitiu a presença dos
integrantes para observação das rotinas da empresa.
91
REFERÊNCIAS
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ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999.
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2000.
DESSLER, Gary. Administração de recursos humanos. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2003.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. 8. reimp. São Paulo:
Atlas, 2006.
LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: princípios e tendências. São
Paulo: Saraiva, 2005.
MARQUES, Wagner Luis. Recursos humanos. Disponível em: <http://books.
google.com.br/books?id=tw4aXem6qAIC&pg=PA25&dq=rotatividade&hl=pt-BR&ei=sXi
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wBA#v=onepage&q=rotatividade&f=false>. Acesso em 10 out. 2011.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao
estratégico. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000.
MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de recursos humanos.
São Paulo: Atlas, 2000.
SILVA, Edna Lucia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e
elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005.
92
PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE E RENTABILIDADE DE CUSTOS
DA PRODUÇÃO DE GRÃOS VERSUS PRODUÇÃO DE EUCALIPTO NA
PROPRIEDADE RURAL DE SERGIO SUSKI
Maico Pfeifer1, Marcia Bloedorn Schmidt, Zuleica Caroline Suski2, Claudio Marcos
Metzner3.
RESUMO: A propriedade rural hoje vem enfrentando muitas dificuldades em seu meio
ambiente, porém busca novos conhecimentos, tecnologias e novas culturas, para alcançar
bons lucros com as suas produções. Com o aumento freqüente nos custos de produção, e a
diminuição da lucratividade, o agricultor precisa certificar que seu capital está sendo
investido da melhor forma possível. Diante disso, o objetivo deste estudo foi analisar o
custo e a rentabilidade do processo produtivo de grãos anual, comparado ao cultivo de
eucalipto, pois a escassez de madeira tornou-se algo comum e a preocupação com a
preservação vem se tornado cada vez mais importante. A avaliação do novo cultivo na
propriedade teve como objetivo principal, demonstrar se o plantio de eucalipto poderá ser
considerado uma atividade exclusiva ou apenas complementar, e avaliar se o investimento
trará retorno financeiro ou não. Para ser possível a obtenção dos resultados, a metodologia
empregada foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica e coleta de dados na
propriedade rural. Depois de efetuados os cálculos necessários, foi possível verificar que a
cultura do eucalipto, por se tratar de uma cultura com períodos distintos para colheita,
retornará o investimento inicial no último corte da madeira (18 anos), enquanto com o
mesmo horizonte de planejamento as culturas anuais não retornam o investimento,
demonstrando assim a grande importância desta pesquisa ao produtor, bem como a todos os
agricultores.
PALAVRAS-CHAVE: Agricultura, Culturas anuais, Eucalipto.
1
Bacharel em Administração com Ênfase em Gestão Ambiental e Pós-Graduando em MBA Executivo em Meio Ambiente, Faculdade
Luterana Rui Barbosa, FALURB, Marechal Cândido Rondon, PR, [email protected].
2
Bacharel em Administração com Ênfase em Gestão Ambiental, Faculdade Luterana Rui Barbosa, FALURB, Marechal Cândido
Rondon, PR.
3
Especialista em Administração, Professor de Administração, Faculdade Luterana Rui Barbosa, FALURB, Marechal Cândido Rondon,
PR.
- Pesquisa concluída, não tendo sido essas informações, submetidas à outra publicação.
93
INTRODUÇÃO
As propriedades rurais eram muito diversificadas, produziam várias culturas e
diferentes animais, necessários a sobrevivência da família. Mas também eram comuns as
propriedades que integravam as
atividades primárias com agroindustriais, ex:
beneficiamento do leite. Por isso, qualquer referencia a “agricultura” relacionava-se a todo
o conjunto de atividades desenvolvidas no meio rural, das mais simples às mais complexas.
(ARAÚJO, 2007, p. 15).
Com o passar do tempo devido os avanços tecnológicos o que mudou a fisionomia
das propriedades rurais, Mendes e Padilha (2007, p. 45, grifo do autor) afirmam que a
chamada industrialização da agricultura, a qual tem gerado crescente dependência da
agropecuária com relação ao setor industrial, como resultado das grandes transformações
tecnológicas experimentadas pelo setor rural, levou a uma radical mudança de concepção
sobre a agricultura.
O agronegócio brasileiro tem grande potencial de crescimento além de ser bastante
diversificado quanto aos produtos exportados, “destacando-se o complexo soja (soja em
grãos, farelo de soja e óleo de soja), carnes, madeira, papel e celulose, sucro-alcooleiro,
milho entre outros”. (OCEPAR, 2008, p. 13)
As plantas anuais têm um ciclo de produção curto, considerado que há vários fatores
que podem tornar-se determinantes no resultado produtivo. De acordo com Mendes e
Padilha (2007, p. 168), a produção agrícola, por sua natureza biológica, é de difícil previsão
por causa dos fatores incontroláveis (clima) ou controláveis (pragas e doenças). Essas duas
características (grande número de produtores e fatores de difícil controle) fazem com que a
produção e a oferta agrícola sejam instáveis, com conseqüências adversas para os
agricultores.
Originaria do Extremo Oriente, a soja foi domesticada pelos chineses há cerca de
cinco mil anos. Já em 1882, a soja era plantada no Brasil, no estado da Bahia, e foi
introduzida oficialmente no Rio Grande do Sul em 1.914. Mas é a partir da década de
1.960, que a soja se estabeleceu como cultura economicamente importante para o Brasil
(GAMEIRO, 2006).
O milho foi ao longo dos séculos, alimentação básica de vários povos. Pereira
(2010) o milho é a mais importante planta comercial com origem nas Américas. Há
94
indicações de que sua origem tenha sido no México, América Central ou Sudoeste dos
Estados Unidos. Logo depois do descobrimento da América, foi levado para a Europa, onde
era cultivado em jardins, até que seu valor alimentício tornou-se conhecido.
Em busca de um futuro sustentável, com menos agressão ao meio ambiente e a vida
humana, se criou um novo conceito de agricultura, o da agricultura permanente. Segundo
Silva, Pereira e Vieira (2010, p. 3) o conceito foi desenvolvido nos anos 70 por Bill
Mollison e David Holmgren, o termo Permacultura originou-se da fusão de dois conceitos,
“agricultura e permanente”. Inicialmente a Permacultura dedicou esforços no planejamento
de ecossistemas agrícolas produtivos no sentido de permitir estabilidade, diversidade e
flexibilidade aos mesmos à semelhança dos ecossistemas naturais.
O eucalipto, segundo Lerayer (2010), é uma árvore nativa da Austrália, do Timor e
da Indonésia, sendo considerada exótica em todas as outras partes do mundo. Os primeiros
plantios de eucalipto ocorreram no início do século XVIII, na Europa, na Ásia e na África.
No século XIX, o plantio desta planta passou a ser cultivada na Espanha, Índia, Brasil,
Argentina e Portugal.
Schiel (2010) as florestas tropicais são importantes ecossistemas pela sua
biodiversidade, além de outros fatores tais como, a manutenção de um regime
pluviométrico e temperatura das vastas regiões na qual ocorrem. Sendo a floresta
Subtropical ocorre na região Sul do Brasil, principalmente no interior dos estados do
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, margeando a bacia do Rio Uruguai.
Lerayer (2010, p. 4) as principais espécies cultivadas atualmente no Brasil incluem
o Eucalyptus grandis, o Eucalyptus camaldulensis, o Eucalyptus saligna e o Eucalyptus
urophylla, entre outras. Além disso, foram desenvolvidos cruzamentos entre as espécies,
resultando em híbridos, como é o caso do Eucalyptus urograndis (E. grandis X E.
urophylla).
Silva, Pereira e Vieira (2010 p. 7), O eucalipto sem dúvida, é o gênero
potencialmente mais apropriado para as condições brasileiras, em função das suas inúmeras
vantagens.
As medidas da madeira são originadas dos fatores de medida em st (metro estéreo) e
m3 (metro cúbico) como afirma Batista e Couto apud Barros (2009, p. 22), o st é o volume
de uma pilha de madeira roliça, em que, além do volume sólido, estão incluídos os espaços
95
vazios normais entre as toras. Assim, um st é a quantidade de madeira roliça empilhada em
um espaço com as dimensões de 1 m x 1 m x 1m, cujas toras variam em área seccional,
curvatura e forma.
Para Schaitza (2010), a madeira representa o segundo produto de exportação no
Agronegócio do Estado do Paraná (23% em 2005). Embora tenha área, tecnologia e clima
extremamente favoráveis para a produção florestal, estudos apontam para a necessidade de
plantio anual de aproximadamente 54.000 hectares de florestas para atender à demanda
existente no Estado, além do que já vem sendo plantado, sem considerar o índice de
crescimento anual médio do setor na ordem de 7,7%.
Segundo o portal do Agronegócio (2010), a produtividade média por hectare do
eucalipto, é maior e o custo de produção é inferior em relação a outras espécies. O custo da
produção de um metro cúbico de madeira está em torno de 18 reais, contra 35 reais, do
pinus. Sendo que o primeiro corte do eucalipto se dá por volta dos sete anos, enquanto o de
pinus leva até 20 anos para a primeira produção. O custo de produção para a formação de 1
hectare de eucalipto, até aos dois anos, oscila entre R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil, dependendo do
tipo de eucalipto a ser cultivado.
Sociedade Brasileira de Silvicultura (2010), o manejo de floresta de Eucalyptus
grandis, com produção de madeira para celulose e / ou chapas de fibra, com receitas nos 6º
e 12º anos, apresentou TIR – Taxa Interna de Retorno – de 18,88% ao ano e VPL - Valor
Presente Líquido – de R$ 1.085,94 / ha reflorestado. E assim também, o manejo da floresta
para desdobro em serraria visando produção de madeira para construção civil, carrocerias e,
em certos casos, para móveis, com receitas no 3º, 6º, 9º e 13º anos, proporcionou uma TIR
de 31,84% ao ano e um VPL de R$ 5.741,02 / ha.
Conforme Medrado (2010), “há aproximadamente, no Brasil cerca de 530 milhões
de hectares de Florestas Nativas e 4,8 milhões de hectares de Florestas Plantadas com
eucalipto”.
O termo Administração é aquele visto como um processo integrativo fundamental,
(CHIAVENATO, 2003, p. 5) é fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e
eficaz de modo que as pessoas trabalham em conjunto para conseguir objetivos comuns
depende diretamente da capacidade daqueles que exercem função administrativa.
96
A administração rural deve ser considerada como uma empresa onde, (BATALHA
et al, 2007a, p. 635) Os princípios econômicos sejam aplicados às diversas atividades
industriais e comerciais também são válidos para o setor rural. Todavia, a gestão dos
empreendimentos rurais enfrenta dificuldades específicas que precisam ser consideradas
durante a sua execução. Tais dificuldades estão relacionadas principalmente às variações
climáticas, à sazonalidade da produção, à perecibilidade dos produtos, ao ciclo biológico
dos animais e vegetais e ao desempenho natural alcançado no empreendimento.
As políticas agrícolas possibilitam ao governo intervir nas condições e variáveis
específicas ao setor, por exemplo, uma taxa de juros diferente da taxa de juros “de
mercado” estabelecida pela política monetária. (BATALHA et al, 2007b).
Ao vender sua produção é descontado o Funrural de 2,3%, pois é o INSS (Instituto
Nacional de Serviço Social) do produtor rural para fins de poder se aposentar.
A administração financeira diz respeito às responsabilidades do administrador
financeiro numa empresa, sua função compreende um conjunto de atividades relacionadas
com a gestão de recursos movimentados por todas as áreas da empresa. Segundo Groppelli
e Nikbakht (2006, p. 3), “finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos e
financeiros objetivando a maximização da riqueza da empresa e do valor de suas ações.
Segundo Braga (1989), o lucro ou prejuízo de cada período resulta da confrontação
de receitas e despesas, observando-se o regime de competência de exercícios., o lucro
apenas indica o excedente das receitas sobre os custos e despesas incorridos.
“As decisões de investimento irradiam-se por toda a economia, pois provocam
novas encomendas junto aos fornecedores, aumentam direta e indiretamente o nível de
empregos, ampliam a oferta de bens e serviços, e assim por diante.” (BRAGA, 1989, p.
277).
Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Prazo de Retorno
(Payback), são os métodos de orçamento de capital mais utulizados pelas empresas, o VPL
e o TIR embora apresentar limitações, são mais precisos por considerar o valor do dinheiro
no tempo, o Payback é simples e direto.
De acordo Groppelli e Nikbakht (2006, p.134) TIR (taxa interna de retorno) é a taxa
de desconto que torna o valor presente líquido de um projeto igual a zero, VPL (taxa média
de retorno) é o valor presente de um fluxo de caixa futuro de um projeto menos o seu
97
investimento inicial, e o PAYBACK (período de recuperação do investimento) é o período
de tempo necessário para recuperar o investimento inicial de um projeto.
De acordo com Groppelli e Nikbaknt (2006), o Valor Presente Líquido possui três
vantagens importantes.
a) Primeira, ele usa os fluxos de caixa em vez dos lucros líquidos.
b) Segunda reconhece o valor do dinheiro no tempo. Quanto maior o tempo, maior
o desconto.
c) Terceira, aceitando projetos somente com VPL positivos, aumentará o valor da
companhia, tanto no preço das ações ou na riqueza dos acionistas.
Gitman (1997, p. 327), quando o payback é usado em decisões de aceitar-rejeitar, o
critério de decisão é o seguinte: se o período de payback for menor que o período de
payback máximo aceitável, aceita-se o projeto; se o período de payback for maior que o
período de payback máximo aceitável, rejeita-se o projeto.
(CREPALDI, 2006, p. 20) A contabilidade é uma atividade fundamental na vida
econômica. Mesmo nas economias mais simples, é necessário manter a documentação dos
ativos, das dívidas e das negociações com terceiros”.
Segundo Crepaldi (2006, p. 87), “o custeio representa um elemento essencial das
atividades de contabilidade gerencial de uma empresa”, pois faz parte de todo o conjunto de
atividades da empresa, que inclui todas as despesas de comercialização e administrativa.
Custeio direto (custeio variável) se ocupa exclusivamente aos custos diretos. Esse
tipo de custeio é considerado eficaz para as decisões a curto prazo em fases de produtos em
maturidade e de declínio muito curtas, o que reduz o impacto do custo variável (SAKURAI,
1997, p. 94).
O sistema de custeio baseado em atividades não se diferencia do sistema de custeio
baseado em volume apenas pela mudança das bases de alocação de custos, mas também
pela identificação que faz dos custos por atividades e da maneira como aloca os custos aos
produtos através de maior número de bases. (NAKAGAWA, 1991, p. 38).
Conforme Nakagawa (1991), o sistema ABC utiliza bases específicas de orçamentos
de custos para cada atividade, esse sistema vem permitindo mensurar com mais propriedade
e quantidade de recursos consumidos por cada produto durante o processo de sua
manufatura.
98
“No custo ABC, a atividade se torna o fulcro do processo de custo. Os custos são
levados de uma atividade aos produtos determinando-se a parcela da atividade dedicada a
cada produto” (SAKURAI, 1997, p. 99).
Despesas ou Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de
aumento ou diminuição da produção. Independem portanto, do nível de atividade,
conhecidos também como custo de estrutura. (ZANLUCA, 2010)
Custos variáveis são como os custos que variam em função da variação do volume
de atividade, ou seja, da variação da quantidade produzida no período (DUTRA, 1986).
Custos ou despesas variáveis são aqueles que variam proporcionalmente de acordo
com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamnete do volume
produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período. (ZANLUCA, 2010).
Os custos podem ser classificados quanto a apuração em custos diretos e custos
indiretos.
Segundo Dutra (1986. p. 35), ”custo direto, é aquele que pode ser diretamente
apropriado a cada tipo de bem ou orgão, no momento da sua ocorrência, ou seja, está ligado
a cada tipo de bem ou função de custo”. Já o “custo indireto é aquele que não se pode
apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento da sua
ocorrência”.
Os custos indiretos são apurados no final do período, pelo total de cada um deles,
sem atribuição a cada produto ou função de custo diferente (DUTRA, 1986, p. 102).
MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido no período compreendido entre Abril de 2010 a
Dezembro de 2010. A pesquisa bibliográfica teve como objetivo calcular e comparar os
custos do processo produtivo da produção anual de grãos (safra 2009/2010 e safrinha 2010)
da propriedade, e a produção de eucaliptos, analisando a rentabilidade e viabilidade
econômica das culturas, a fim de perceber qual a mais rentável no oeste do Paraná. Há
pesquisa foi desenvolvida no distrito de Margarida pertencente ao município de Marechal
Cândido Rondon, extremo oeste do estado do Paraná. Sendo utilizado para isso visitas
técnicas “in loco” para coleta de dados, levantamento dos dados das safras 2009/2010,
99
elaboração de planilhas financeiras, comparativos com os índices regionais, cálculos
através de ferramentas financeiras, como TIR, VPL e payback, analisando a viabilidade do
retorno dos investimentos e demonstrando o potencial financeiro das culturas.
Assim como as propriedades rurais de hoje devem buscar formas de diversificação
da produção e rentabilidade. A propriedade do Sr. Sergio Suski conta com 89,7 ha próprio e
mais 26 ha arrendados na região, nos quais cultiva a soja e o milho em rotação de culturas.
Busca por novas tecnologias, na qual planeja investir em novas culturas e ou atividades,
pois em um ambiente de alta competitividade, em que as margens de lucro no setor
primário, são cada vez menores, a profissionalização e a busca de novos padrões de
qualidade (conhecimento) por parte do produtor é uma necessidade constante.
Figura 1 – Propriedade do agricultor
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
DISCUSSÃO E RESULTADOS
A primeira cultura a ser avaliada foi à cultura da soja que totalizou durante seu
ciclo produtivo gasto total, com os insumos de R$ 657,82 (seiscentos e cinqüenta e sete
reais e oitenta e dois centavos) os quais se referem aos gastos com semente, adubo,
tratamento de semente, inseticidas, herbicidas, fungicida, adubo foliar e inoculastes. Os
serviços totalizaram R$ 244,85 (duzentos e quarenta e quatro reais e oitenta e cinco
100
centavos), sendo que este item é composto pelos serviços de hora máquina que inclui a
dessecação, o plantio, e a 4 (quatro) aplicações de defensivos. O transporte de insumos até a
lavoura. A colheita tem-se um cálculo em percentual, sendo de 7% (sete por cento) do total
colhido por hectare. O frete teve um custo de R$ 0,60 (sessenta centavos) por saco. Para o
plantio, o produtor contratou um diarista, somando-se R$ 3,00 (três reais) por hectare. A
safra de soja totalizou uma produção de 38 (trinta e oito) sacas por hectare, com base no
valor comercializado no dia da colheita, de R$ 32,50 (trinta e dois reais e cinqüenta
centavos).
Desta forma obteve-se uma receita bruta de R$ 1.235,00 (um mil duzentos e trinta e
cinco reais), da qual se fez ainda os referidos descontos. Deduzindo-se os 2,1% para o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 0,2%, para o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (SENAR), e 2% para royalties (taxa cobrada pela Monsanto pelo uso
de sementes transgênicas), obteve-se a receita líquida de R$ 1.181,89 (um mil cento e
oitenta e um reais e oitenta e nove centavos). Sendo, descontando a receita líquida, os
custos da produção de R$ 902,67 (novecentos e dois reais e sessenta e sete centavos),
apurou-se a rentabilidade de R$ 279,22 (duzentos e setenta e nove reais e vinte e dois
centavos) por ha. A produção foi afetada, por dias de sol muito forte, que “queimou” as
plantas, antecipando seu ciclo de produção e diminuindo quase que pela metade a produção
da lavoura.
Posteriormente foi avaliada a cultura do milho, sendo que houve despesas com
insumos no valor de R$ 401,71 (quatrocentos e um reais e setenta e um centavos). Os
custos com serviços, R$ 143,35 (cento e quarenta e três reais e trinta e cinco centavos).
Sendo que o cultivo do milho safrinha totalizou a produção de 41 (quarenta e uma) sacas
por hectare, como na cultura da soja utilizando-se o preço da saca no dia da colheita, no
valor de R$ 14,20 (quatorze reais e vinte centavos), que perfez uma receita bruta de R$
582,20 (quinhentos e oitenta e dois reais e vinte centavos). Sendo descontando-se 2,1%
(dois vírgula um por cento) de INSS e 0,2% (zero vírgula dois por cento), para o SENAR,
obteve-se uma receita líquida de R$ 568,81 (quinhentos e sessenta e oito reais e oitenta e
um centavos). Descontando-se da receita líquida o custo de produção obteve uma
rentabilidade de R$ 23,75 (vinte e três reais e setenta e cinco centavos) por hectare. A baixa
101
produção, segundo o produtor, houve um atraso no plantio da safra de soja, devido ao
excesso de chuvas na época do plantio, atrasando o plantio.
As culturas produzidas geraram rentabilidade por há, conforme vemos na
tabela 1.
Tabela 1 - Rentabilidade anual por ha na propriedade de Sérgio Suski 2009/10
Cultura
Rentabilidade
Soja
Milho
R$
R$
279,22
23,75
TOTAL / ha
R$
302,97
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Desta forma, o resultado apurado no ano, obteve um lucro liquido de R$ 302,97 por
hectare. Como a produção do agricultor não atingiu a média regional por hectare nas
culturas produzidas, e o resultado de apenas um ano base, é insuficiente para comparações,
buscou-se informações de resultados da média de safras anteriores, conforme a Tabela 2.
Tabela 2 – Média produção agrícola núcleo regional de Toledo
Safra
2006/2007
2007/2008
2008/2009
2009/2010
Média scs / ha
Quant. média de sacas por há
Soja verão
Milho 2ª safra
49,3
78,7
52,2
61,1
27,9
51,0
57,7
82,5
46,8
68,3
Fonte: Adaptado SEAB / DERAL (2010)
Verifica-se a média em quatro anos analisados, de 46,8 e 68,3 sacas por hectare para
a produção de soja e de milho, respectivamente.
Conforme o objetivo do estudo, para a avaliação dos custos para a implantação da
cultura do eucalipto, a qual possui fluxo de caixa diferente das culturas anuais e precisa de
maiores investimentos nos três primeiros anos de plantio. Os custos até o terceiro ano da
cultura estão inclusas as despesas. As quais totalizam R$ 2.949,94 (dois mil novecentos e
quarenta e nove reais e noventa e quatro centavos) por hectare.
102
Na Tabela 3, podem-se verificar os demais custos decorrentes no cultivo do
eucalipto, referente à condução da rebrota depois do 1º e 2º corte, além das despesas com o
corte, empilhamento e transporte da madeira. Também o volume da produção (m³/ha) e
rentabilidade (R$).
Tabela 3 – Previsão de produção e renda de um hectare
Operações
1º desbaste - lenha
2º desbaste - lenha
Corte Final - lenha
MARGEM BRUTA
Implantação e manutenção
Condução de Rebrota
Corte + Empilhamento
Transporte (50 Km)
VALOR LÍQUIDO
RENDA (R$) HECTARE / ANO
Idade
6º ano
12º ano
18º ano
-
m3/há
444 m3
400 m3
364 m3
1.207 m3
-
-
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$ Total/há
28.847,11
25.962,81
23.652,89
78.462,81
2.949,94
2.020,66
21.727,27
13.880,17
37.884,77
2.104,71
Fonte: Adaptado dados da pesquisa Emater / Faep (2010)
Conforme a tabela 3, a renda bruta R$ 78.462,81(setenta e oito mil quatrocentos e
sessenta e dois reais e oitenta e um centavos), e subtraindo as despesas do projeto (R$
39.878,04), chega-se ao valor líquido de R$ 37.884,77 (trinta e sete mil oitocentos e oitenta
e quatro reais e setenta e sete centavos) no período de dezoito anos, ou seja, lucro por ha de
R$ 2.104,71 (dois mil cento e quatro reais e setenta e um centavos) por ano.
O método do VPL reflete o retorno mínimo que obtemos no projeto, com o
investimento inicial, o valor da terra no município no ano de 2010, é de R$ 16.618,00 por
ha, conforme fonte da SEAB/DERAL. A taxa fixada como parâmetro para os cálculos foi
de 10% a. a., ou seja, a taxa mínima esperada de retorno de capital.
Cultura
Indicadores
Valor
Soja e milho (anuais)
VPL
R$ (3.937,97)
Eucalipto (permanente)
VPL
R$ 3.327,37
Quadro 1 – VPL dos projetos
Fonte: Dados da pesquisa
103
Com o resultado do VPL para as culturas, verifica se que o valor atual líquido
apresentado no Quadro 1, é negativo para o projeto das culturas anuais, sendo menos que a
taxa mínima de 10% a. a. Sendo para a cultura do eucalipto, um resultado positivo. Ou seja,
o projeto retornará mais que se aplicado a taxa de 10% de retorno a.a. em outro
investimento. A TIR, é torna o VPL uma oportunidade de investimento igual à zero,
apresentado as culturas, conforme o quadro 2, os resultados bem distintos para as culturas
em análise.
Cultura
Indicadores
Valor
Soja e milho (anuais)
TIR
6,75%
Eucalipto (permanente)
TIR
11,62%
Quadro 2 – TIR dos projetos
Fonte: Dados da pesquisa
Analisa, a cultura de soja e do milho apresenta TIR de 6,75%, ou seja, menor que a
taxa mínima de retorno do investimento (10%). Já para a cultura permanente, pode-se ver
que no período, a cultura retornará 11,62% a.a, mostrando-se mais rentável que a TMA
esperada.
O Payback refere-se ao tempo necessário para que a empresa recupere seu
investimento em um projeto.
Para calcular o payback do projeto foi utilizado o fluxo de caixa descontado, ou
seja, utilizando como base a TMA de 10% ao ano, todos os fluxos de caixa foram trazidos
para os valores atuais. Como pode-se verificar na Tabela 14, o saldo no fim do projeto (ano
18), é igual ao valor do VPL.
Tabela 4 – Payback projeto culturas anuais
0
6
12
18
R$
R$
R$
R$
Payback descontado
(16.618,00)
863,43
642,20
477,65
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
104
R$
R$
R$
R$
(16.618,00)
(11.566,07)
(7.191,58)
(3.937,97)
Conforme a tabela 4 demonstra, o payback do projeto das culturas anuais, não
acontecerá nem até o ultimo ano do projeto, demonstrando que estas culturas precisam de
tempo superior ao analisado, para retornar o valor inicial investido.
O retorno do investimento com a cultura do eucalipto (Tabela 5), por se tratar de
uma cultura com entradas em três períodos distintos (aos 6, 12 e 18 anos), o retorno total do
investimento ocorrerá com o último corte da madeira, aos 18 anos.
Tabela 5 – Payback projeto cultura eucalipto
0
6
12
18
Payback descontado
R$
(16.618,00)
R$
11.194,85
R$
7.487,74
R$
5.078,43
R$
R$
R$
R$
(16.618,00)
(8.047,56)
(1.242,96)
3.327,37
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Assim, pode-se observar que ambas as culturas precisam de um tempo
relativamente longo para retornar o valor do investimento inicial. Sendo que pode concluir
que a cultura do eucalipto trará melhores resultados no período analisado.
CONCLUSÃO
O presente Trabalho objetivou apresentar um estudo para a possível implantação de
eucaliptos e analisar sua viabilidade e rentabilidade, comparando-a com a produção de
grãos relativos à safra e safrinha 2009/10 na propriedade do Sr. Sérgio Suski. Com base no
comparativo das culturas, observa-se que a cultura do eucalipto é mais rentável do que as
culturas anuais, representando 11,62% de taxa interna de retorno, além de apresentar menos
riscos na sua produção, já que possui ciclo de produção mais longo. Porém possui entradas
em apenas três períodos (6, 12, 18 anos), obrigando o produtor há encontrar recursos para
manter-se nos anos onde não houver entradas.
Também pode-se verificar que a taxa de retorno para a culturas anuais representam
um valor baixo (6,75% a.a.), se comparado ao rendimento da poupança (6% a.a.), podendose afirmar que diante das incertezas enfrentadas na produção agrícola seria mais seguro
investir o valor do investimento do hectare de terra na poupança. Contudo a terra é um bem
imobilizado que não sofre depreciação, o valor dela poderá ser o mesmo, ou até maior, após
105
os 18 anos do projeto. Outro fator importante é o prazo de retorno do investimento
baseando no valor venal da terra, pois o retorno do investimento para a cultura do eucalipto
ocorre no décimo oitavo ano, no entanto o mesmo não ocorre com as culturas anuais.
Podemos analisar que tal pesquisa mostra-se de grande importância não só para a
propriedade, mas, para as demais propriedades, pois demonstrou ao produtor a viabilidade e
rentabilidade de ambas as culturas.
106
REFERÊNCIAS
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florestas plantadas com espécies exóticas e nativas usadas como fonte energética no
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108
COMUNICAÇÕES
109
APRENDER, PRATICAR E SOLUCIONAR:
Você aprende à medida que pratica e deve solucionar à medida que o mundo exige
Alan Patrick de Moura Roscamp.
Estudei gradativamente mais para o ramo administrativo e corporativo, foi quando
em 2009 ministrei a primeira palestra no Colégio Estadual Professor João Loyola, na cidade
de Curitiba, sobre o assunto "economia e finanças". Logo após esta palestra fui convidado a
palestrar sobre assuntos diversos para jovens do ESPRO PR, onde fundei o projeto "alegria
na melhor idade", projeto que leva alegria a idosos de casas de repouso.
Este projeto me rendeu o 1º lugar do Prêmio Rotário de Liderança Juvenil
(RYLA),na cidade de Campos do Jordão (SP), onde recebi o troféu de melhor projeto de
ação social apresentado neste evento do sul do país. Iniciei no ano de 2010 fui convidado a
ser voluntário da Cruz Vermelha Brasileira – Filial do Paraná – Onde sou voluntário
permanente; atuei como voluntário na “casa lar” apoiando crianças esquecidas pela
sociedade.
Em 2011, fui convidado pela Guarda Mirim de Marechal Cândido Rondon, Paraná,
para ser professor voluntário nas disciplinas de Serviço Bancário e Sistema Financeiro
Brasileiro. Minha vida profissional começou com um estagio de 6 meses na câmara de
Vereadores de Curitiba e logo após 2 anos como aprendiz de técnicas bancárias no HSBC
bank S/A. Uma nova fase se iniciou com a mudança de cidade, onde continuei a vida
profissional na Credicoamo cooperativa agro industrial da cidade de Nova Santa Rosa onde
permaneci como estagiário dois meses e fui convidado a trabalhar na cooperativa de crédito
de livre admissão do Oeste – SICREDI Oeste Paraná, onde iniciei as atividades como caixa,
logo após fui promovido a assistente de atendimento e devido o trabalho realizado ter
alcançado os objetivos estipulados pela cooperativa fui novamente promovido a Assistente
de Negócios pessoa física, sendo até o presente momento.
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