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internacional
março 2015
Diálogo Social Setorial Europeu na Educação
FNE DEBATE EM BRUXELAS UMA
ALIANÇA EUROPEIA PELAS APRENDIZAGENS
Agnes Roman
CSEE
A FNE representou mais uma vez
Portugal no encontro do grupo
de trabalho do Diálogo Social
Setorial Europeu na Educação,
que envolve representantes de
sindicatos europeus do CSEE
(Comité Sindical Europeu da
Educação), da federação dos
empregadores europeus (EFEE) e
da Comissão Europeia (CE),
realizado no Centro de
Sigve Bjorstad
Comissão Europeia
Conferências Albert Borschette
da Comissão Europeia, em
Bruxelas, no dia 9 deste mês, sob
o lema Educação em prol do
emprego.
Da agenda de trabalhos constou
o debate sobre qual é o papel dos
parceiros sociais europeus da
educação no que respeita à
Aprendizagem - Apprenticeship -
Bianka Stege
EFEE
um sistema de formação baseado na experiência de uma
atividade profissional, com
formação no local de trabalho e
também em contexto de sala de
aula. Esta aprendizagem dual
permite ainda aos profissionais
de várias áreas validarem a sua
formação, conferindo-lhes graus
reconhecidos a nível europeu,
regulamentando a profissão.
1
O ponto de partida foi dado por
Sigve Bjorstad, da unidade de
Educação e Formação Vocacional
da CE, que introduziu o tema,
referindo o ponto de situação
atual, os desafios que temos pela
frente e ainda a questão fulcral
da criação de uma Aliança
Europeia pelas Aprendizagens.
Para Bjorstad, esta aliança é
urgente, muito mais se tivermos
em conta o desemprego no
segmento jovem entre os 15 e os
24 anos, que está nos 22 %. Neste
momento a europa tem 5
milhões de jovens desempregados, um em cada três no desemprego de longa duração e 7.5
milhões de jovens NEET's (NEM
NEM, em português – jovens que
nem estão no mercado de
trabalho, nem na educação, nem
em formação), o que corresponde a uma percentagem de 40 %
na Croácia, Espanha, Itália e
Grécia e 10 % na Alemanha,
Áustria e Países Baixos.
2
Por sua vez, Agnes Roman, do
CSEE, abordou o tema da
cooperação entre a educação
vocacional, a formação e o
mercado de trabalho, mencionando o importante papel dos
sindicatos e evocando o relatório
do CES (Confederação Europeia
de Sindicatos), de 13 de janeiro
deste ano, que trata da criação
dum quadro para uma aprendizagem de qualidade e onde esta
organização sindical teve a
participação do CSEE e da EFEE. O
relatório do CES aborda diversas
questões sobre como melhorar a
qualidade das aprendizagens,
como utilizar as ferramentas da
União Europeia (EU), avaliação
das aprendizagens, o melhoramento das condições de ensino e
de formação destes cursos
profissionalizantes, a formação
inicial de professores e formadores ou o desenvolvimento da
carreira profissional dos professores do ensino vocacional. Em
janeiro, CSEE e EFEE comprometeram-se a aprofundar este
tema, objetivo que foi alcançado
nesta reunião do diálogo social
setorial da educação.
Desenvolvimentos futuros serão
anunciados em breve. Mas a
discussão vai já continuar entre
14 e 17 de abril próximo, no
programa de formação Melhorar
as Competências de Professores
e Formadores de Educação e
Formação Vocacional, organizado pelo ETUI (Instituto Europeu
Sindical) e com encontro marcado para a cidade de Barcelona.
Os parceiros sociais europeus da
educação debateram ainda a
iniciativa da CE Abrindo a
Educação, referente à
Aprendizagem Digital 2020,
tentando abrir caminhos de
futuro nesta área. Neste particular, a FNE fez uma apresentação
oral sobre dois casos práticos de
sucesso na educação digital
portuguesa, um de uma escola
pública de Ponte de Lima, outro
de um estabelecimento de
ensino particular do 1º ciclo de
Carnaxide, ambos premiados
internacionalmente.
Para a FNE, é importante que a
Escola seja um espaço de
conhecimento, mas também de
partilha, de colaboração, de
experiências significativas e de
descoberta. Só é possível
promover a Inovação com uma
Escola Inovadora. Os professores
devem assim ter consciência de
que a tecnologia deve servir a
aprendizagem e não tomar
aquela como apenas um fim a
alcançar.
O último ponto da ordem de
trabalhos incluiu um debate
sobre o Apoio A Uma Nova
Geração de Educadores, Foco na
Área da Educação e Formação
2020, versando alíneas como o
desenvolvimento da carreira de
professores e líderes escolares,
uma efetiva educação inicial de
professores, o apoio a professores em início de carreira ou o
estímulo ao desenvolvimento de
comunidades de aprendizagem.
É ainda estratégico valorizar o
aluno como detentor de conhecimento, valorizar sobremaneira o
conhecimento informal e alterar
os ambientes de aprendizagem.
Deste modo, a questão essencial
não é sempre uma questão
digital. Quanto a nós, a inovação,
embora esteja intrinsecamente
ligada à utilização das TIC, deve
centrar-se na mudança de
mentalidades, numa mudança
de paradigmas.
O Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nos
artigos 151 a 155, consagra o
Diálogo Social como um instrumento vital da democracia e do
progresso. O Diálogo Social
Setorial Europeu na Educação foi
criado em 11 de junho de 2010 e
foi desde o início impulsionado
pela FNE e pelos seus sindicatos.
O representante da FNE nesta
reunião foi Joaquim Santos.
3
Defesa do direito à greve celebrada em todo o mundo
A jornada mundial em defesa do
direito à greve, celebrada a 18 de
fevereiro, foi um sucesso. Foram
reportadas à Confederação
Sindical Internacional (CSI) mais
de uma centena de atividades
realizadas nos quatro cantos do
mundo. Os sindicatos de mais de
60 países organizaram uma série
de iniciativas, beneficiando do
apoio, em muitos casos, de
responsáveis políticos, de
organizações de defesa dos
direitos humanos e de outras
organizações.
4
Sharan Burrow, secretária-geral
da CSI, declarou: “ os trabalhadores e trabalhadoras assim como
as suas comunidades estão
unidos na defesa do direito à
greve e contra as ações concertadas que pretendem acabar com
os direitos dos trabalhadores”.
Reconhecido internacionalmente há mais de 50 anos em
aproximadamente 90 países, o
direito à greve tem sido cada vez
mais questionado na
Organização Internacional do
Trabalho (OIT) por representantes dos empregadores.
De acordo com a Internacional
de Educação (IE), entidade que
representa organizações de
professores e trabalhadores de
educação em todo o mundo, a
própria base jurídica do direito e
sua transposição para a legislação nacional tem sido frequentemente questionada pelos
empregadores, que se mostram
determinados a encontrar
maneiras de suprimir o direito à
greve, e evitar que os tribunais
nacionais exerçam a jurisprudência da OIT.
Em causa oportunidades de aprendizagem na Europa
Educação e formação de adultos devem ter acesso
mais alargado
A Comissão Europeia e o EURYDICE acabam de publicar o mais recente relatório sobre a educação e formação
de adultos na Europa, na sequência da apresentação dos primeiros resultados do inquérito sobre
Competências dos Adultos, pilar central do Programa de Avaliação Internacional das Competências dos
Adultos – PIACC, que foram divulgados no relatório Skills Outlook 2013, da OCDE.
O relatório intitulado “Educação e formação de
adultos na Europa: alargar o acesso às oportunidades
aprendizagem“ lembra que perto de 25% dos adultos
entre os 24 e os 64 anos no seio da União Europeia –
que totalizam cerca de 70 milhões de pessoas – não
frequentaram qualquer ciclo de educação para além
do ensino básico. Cerca de 6,5% destes indivíduos
abandonaram o sistema educativo no final do 1º
ciclo.
No capítulo do financiamento o relatório revela que
na Alemanha, na Estónia, nos Países Baixos e na
Noruega os adultos com baixas qualificações não
conseguem pagar cursos de formação. Em simultâneo, adultos com elevadas qualificações em
Portugal, Bélgica, Dinamarca, Malta e Polónia não
têm condições financeiras para investir em formação.
O documento, divulgado no final do mês de fevereiro
passado, reafirma a importância do papel dos
professores em todo o processo de aprendizagem, ao
mesmo tempo que divulga bons exemplos em que os
governos e as organizações sindicais contribuíram
para o aumento das competências nos adultos.
5
Sindicato alemão de professores quer aumento salarial
de 5,5%
envolvendo 800 mil trabalhadores do setor público
alemão. Cerca de um quarto destes trabalhadores
públicos trabalham numa escola pública ou numa
universidade pública. Nestas negociações está o GEW,
sindicato dos professores e membro do CSEE, que
reclama um aumento salarial de 5,5%.
Na mesa das negociações está uma proposta dos
empregadores que faz depender o acordo salarial da
aceitação, por parte dos sindicatos, de alguns cortes no
atual regime de pensões do setor público.
Em meados do passado mês de fevereiro, Berlim,
encetou negociações salariais com os sindicatos,
O GEW definiu como objetivo a elaboração de um
acordo coletivo sobre o nível de remunerações dos
professores.
ETUCE incentiva à assinatura da Carta Europeia do
Investigador
positiva contida na Carta Europeia, nomeadamente
para garantir a estabilidade e permanência do emprego,
o equilíbrio de género, o desenvolvimento da carreira, o
valor da mobilidade e os direitos de propriedade
intelectual para os investigadores na Europa.
Apesar destes aspetos positivos, o CSEE acrescenta que
há muito caminho a percorrer, nomeadamente quanto a
uma efetiva aplicação desta Carta, uma vez que apenas
uma minoria das instituições europeias subscreveram o
documento.
Assinalou-se no passado dia 3 de março o 10º
aniversário da Carta Europeia do Investigador e do
Código de Conduta para o recrutamento de
Investigadores com a realização de uma conferência
intitulada Uma Década a Promover Carreiras de
Investigação Atraentes. Por esta ocasião, o Comité
Sindical Europeu da Educação (CSEE), braço Europeu da
Internacional da Educação, assinalou a mensagem
6
Deste modo, o CSEE incentiva as instituições de ensino
superior e de investigação a assinar a Carta e o Código de
Conduta para o Recrutamento de Investigadores.
Além disso, o CSEE recomenda à Comissão Europeia que
preste o apoio financeiro às instituições de ensino
superior e de investigação, de forma a que seja viável o
desenvolvimento dos trabalhos destas instituições no
âmbito desta Carta Europeia.
Parlamento Europeu quer Educação fora do TTIP
Rømer, diretor europeu do CSEE, manifestou forte
apreensão relativamente ao teor deste acordo. Romer
alerta para os potenciais riscos para as políticas
educativas, para as instituições e para professores e
alunos de uma total liberalização de serviços prevista na
atual proposta.
Num apelo à plena transparência, a porta-voz do
Parlamento Europeu para as negociações do Acordo de
Comércio e Serviços deixou claro que os serviços
públicos, incluindo a educação, não estão à venda e por
isso devem ficar de fora destas negociações. Viviane
Reding sugere um acordo pequeno mas forte,
sublinhando a necessidade de excluir o setor da
Educação destas negociações.
Também o Comité Sindical Europeu para a Educação
(CSEE) identificou possíveis problemas graves que o
setor da educação pode vir a enfrentar na sequência
deste acordo atualmente em discussão.
Numa carta enviada ao responsável pela Unidade de
Comércio e Serviços da Comissão Europeia, Martin
Na missiva, Romer alerta a Comissão Europeia para as
consequências desastrosas caso a Educação venha a
estar integrada neste acordo e encoraja a CE a resistir às
pressões e implementar as medidas necessárias para
proteger o setor da Educação.
Com a oitava ronda de negociações terminada em
fevereiro, o TTIP tem encontrado um pouco por toda a
Europa entraves à sua concretização.
Também a FNE tem alertado, em diversas ocasiões, para
o conteúdo das negociações em curso sobre a parceria
transatlântica entre a União Europeia e os Estados
Unidos, onde a Educação aparece, para já, como um
bem comercializável e sujeito às normas gerais que
regulam a circulação de bens. A FNE rejeita inteiramente
esta possibilidade, considerando que o Governo
português, quando intervier sobre esta matéria, adote
posição idêntica.
Educação esbate as desigualdades de género
formação; garantir a igualdade no acesso à formação e
educação e caminhar no sentido de aumentar o poder
das mulheres no seio da União Europeia através da
educação.
Os oradores, provenientes de diversas partes da Europa,
enfatizaram a aprendizagem ao longo da vida para as
mulheres mais velhas e a importância de um sistema de
educação inclusivo que permita a igualdade de
oportunidades em todas as áreas.
Por ocasião das comemorações do Dia Internacional da
Mulher, o Parlamento Europeu sublinhou a importância
da Educação para mulheres e raparigas. A reunião no PE
centrou-se em três questões essenciais: a importância
de eliminar a desigualdade de género na educação e
O crescimento do acesso às novas tecnologias de
informação e comunicação nas escolas foi igualmente
apontado como fator determinante para diminuir as
desigualdades de género.
7
Conferência de Amesterdão debateu liderança escolar
A exigência feita às escolas de uma prestação de
contas rigorosa está a prejudicar a autonomia
profissional e a qualidade da educação. Esta foi a
mensagem principal deixada na conferência da
Internacional da Educação (IE) sobre Liderança
Escolar, realizada no início de março, em
Amesterdão.
Os participantes foram narrando, ao longo da
conferência, de que forma uma abordagem
restritiva da Educação, baseada em regimes de
prestação de contas e de controle, está a prejudicar
a autonomia das escolas e a autonomia profissional
de diretores e professores, desviando os
profissionais para aspetos burocráticos e
descurando outros tão ou mais importantes. Foram
d e re sto a p re s e nta d o s a l g u n s e st u d o s
comparativos onde estes fatores foram analisados
com mais pormenor. Os resultados de pesquisas
comparativas de Malta, Países Baixos e Reino Unido
revelaram que os atuais regimes deixam pouco
espaço à autonomia profissional, graças ao alto
nível de controlo dos respetivos governos.
Dennis Sinyolo, coordenador da IE para a Educação
e o Emprego, apresentou uma proposta baseada no
princípio de uma liderança inclusiva, colegial e
sustentada no trabalho de equipa. A proposta foi
bem acolhida pelos participantes nesta
conferência.
Os participantes salientaram o facto de todos os
diretores de escola serem professores, pelo que
devem ter acesso a formação profissional em
liderança. Da conferência saiu ainda um apelo aos
diversos governos, no sentido de garantirem que o
processo de recrutamento de dirigentes escolares
seja baseado num sistema transparente e com
critérios objetivos.
8
Congresso Mundial da IE vai premiar os melhores
Um dos momentos mais
esperados em cada
C o n gres s o Mu n d ial d a
Internacional da Educação é
a apresentação dos Prémios
IE, onde são homenageados
indivíduos excecionais. O
Congresso Mundial da IE
agendado para o próximo
mês de julho, em Otava, no
Canadá, não será exceção.
O Prémio Shanker Albert é habitualmente
atribuído a um professor ou trabalhador não
docente em reconhecimento pelo seu trabalho em
prol da Educação. O Prémio Mary Hatwood Futrel
para os Direitos Humanos e Sindicais é atribuído a
um líder sindical nacional ou local, ou a um ativista,
que se tenha destacado na defesa dos direitos
humanos e sindicais.
Os premiados são nomeados pelas organizações
membros da IE no ano anterior ao congresso e os
escolhidos são selecionados pelo Conselho
Executivo da IE, em reunião prévia ao Congresso.
9
Faleceu Alain Mouchoux
Alain Mouchoux, o ex-secretário-geral do CSEE,
faleceu na manhã de 22 de fevereiro, aos 77 anos
de idade. A FNE lamenta profundamente a perda de
um amigo e de um importante representante da
educação e do movimento sindical.
Como inspetor da escola primária Alain Mouchoux
tornou-se um membro ativo da união do inspetores
escolares nacionais (SNIDEN), antes de ser eleito
em 1982 como Secretário Nacional de Educação da
Fédération de l'Éducation Nationale (FEN).
Mouchoux também conduziu o trabalho internacional da sua organização e desempenhou um papel
ativo na criação da Internacional da Educação. Até
1994, foi presidente da "Comité sindical francófono
da educação e da formação (CSFEF)", uma organização que representa os sindicatos de educação
francófonos filiados na IE.
Foi eleito secretário-geral do Comité Sindical
Europeu para a Educação, em 1994, cargo que
ocupou até a liderança do CSEE em 2002.
Após a sua aposentação, em 2002, Mouchoux
continuou a trabalhar, tanto a nível nacional como
internacional. Na França, ajudou a criar os
Professores Sem Fronteiras, uma organização que
mobiliza os educadores para passar as suas férias a
ajudar a construir escolas em países em desenvolvimento, e que desempenha um papel ativo no
movimento para a proteção da educação pública e
do secularismo, “Solidarité laïque". Enquanto isso,
continuou a representar a Internacional Educação
no Conselho da Europa como Vice-Presidente da
Conferência de organizações não-governamentais
internacionais (ONG's).
10
Um amigo da FNE e de Portugal
Alain Mouchoux manteve ao longo do seu percurso
sindical uma relação muito estreita com Portugal, e
em particular com a FNE. Mouchoux esteve
presente, por diversas ocasiões, no nosso país e
participou em iniciativas promovidas pela
Federação. Em Outubro de 1990 Mouchoux
presidia ao Comité Executivo do SPIE e escolheu
Lisboa para a realização de uma reunião ao mais
alto nível e que reuniu na capital portuguesa
dirigentes sindicais de 17 países da Europa. Pela
primeira vez, desde a queda dos regimes totalitários marxistas, estariam juntos à volta de uma mesa
com os seus companheiros dos países da Europa
Central e de Leste para, em conjunto, discutirem os
grandes problemas dos jovens e da Educação.
Em 1992 Alain Mochoux regressa a Portugal, desta
vez para participar no 3º Congresso da FNE, onde
deixou uma mensagem de apoio aos sindicatos de
professores e sublinhou a importância dos sindicatos da FNE no seio do CSEE.
Aliás, e por diversas vezes, Alain Mochoux fez
questão de marcar presença nas iniciativas da FNE
e dos seus sindicatos. Já em 98, por altura do nosso
5º Congresso, Mochoux, na qualidade de secretário-geral do Comité Sindical Europeu da Educação,
reforçava, no seu discurso, os laços entre as duas
organizações. “Estou particularmente feliz por
trazer ao 5º Congresso da FNE as saudações
fraternais do CSEE e da Internacional da Educação.
O CSEE está também particularmente feliz por
poder saudar a FNE após a sua filiação direta na IE e
no CSEE, em substituição e no lugar dos seus
sindicatos com os quais trabalhámos ao longo de
numerosos anos”, afirmou o sindicalista no
discurso de saudação aos congressistas.
A FNE sempre considerou Alain Mochoux como um
amigo e um incomparável defensor da Educação. A
sua morte representa uma perda irreparável para o
sindicalismo mundial. O seu trabalho deixou uma
importante marca, impossível de esquecer.
11
IE partilha visão alternativa à privatização da educação
A Internacional da Educação desmantelou, peça a
peça, a estratégia do Banco Mundial para a
privatização do setor da Educação. A visão
alternativa a esta estratégia do Banco Mundial foi
apresentada no passado mês de fevereiro, em
Washington, durante as reuniões regulares entre
os sindicatos, o Fundo Monetário Internacional e o
Banco Mundial. No encontro estiveram presentes
os representantes da Internacional da Educação,
da Confederação Internacional de Sindicatos e
outras organizações.
Entre os temas abordados durante as reuniões
estiveram: as políticas de austeridade; as
instituições financeiras internacionais (IFI) e o
envolvimento no mercado de trabalho e outras
12
reformas estruturais. As ações da IFI, em resposta à
desigualdade e os impactos das mudanças
climáticas e as políticas da IFI, em relação à criação
de emprego e ao respeito pelas normas
internacionais do trabalho, foram também temas
em discussão.
Esta reunião constituiu ainda uma oportunidade
para o Banco Mundial apresentar os seus planos
para o investimento privado em educação. Fred
Van Leeuwen, secretário-geral da IE aproveitou
para revelar uma longa lista de problemas quando
o setor privado toma conta da educação,
lembrando a dura realidade dos alunos e das suas
famílias quando não têm capacidade financeira
para pagar propinas.
Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto das
Mulheres instada a ser mais ativa
sociedade civil tiveram pouca ou
nenhuma contribuição sobre o
conteúdo da declaração. Em
resposta, cerca de 1.000 representantes dos direitos das mulheres,
com base na comunidade na
sociedade civil emitiram uma
declaração de protesto, denunciando a falta de transparência; as
Federações Sindicais Mundiais
subscreveram esta declaração.
Os sindicatos participantes na 59ª
Sessão da Comissão das Nações
Unidas sobre o Estatuto das
Mulheres (CSW59) em Nova York,
exigiram um maior compromisso
dos governos com a capacitação
económica das mulheres, com o
direito à educação e com a qualidade dos serviços públicos prestados a
mulheres e crianças, de forma a criar
uma sociedade mais justa e
inclusiva.
plena, eficaz e acelerada da
Plataforma de Ação de Pequim
(PAP)".
Num a ruptura surpreendente do
método habitual de trabalho do
CSW, as centenas de mulheres
representantes dos sindicatos e da
As delegações na CSW59 divulgaram
ainda um comunicado chamando os
Estados Membros a fazer um
compromisso mais forte e mais claro
para a execução do PAP, especificamente em relação à capacitação
económica das mulheres, a garantir
o direito à educação de qualidade e
à prestação de serviços públicos a
raparigas.
A Internacional da Educação (IE), em
parceria com as delegações dos
outros sindicatos globais, a
Confederação Sindical Internacional
(CSI) e a Public Services
International (PSI), juntaram-se a
organizações não governamentais
representativas de mulheres para
protestar contra a sua exclusão do
processo de negociação na CSW.
No primeiro dia da sessão, 9 março
de 2015, os Estados-membros da
ONU aprovaram uma declaração
política para assinalar o 20º
aniversário da Quarta Conferência
Mundial sobre a Mulher. Nesta
declaração, os governos comprometeram-se a "tomar novas medidas
concretas para garantir a aplicação
13
REINO UNIDO
NUT e NASUWT: razões eleitorais por detrás da
recusa do governo em publicar a revisão sobre o
amianto nas escolas.
“Tendo aceite garantias do
governo de que os resultados
atrasados da sua revisão às
escolas com amianto seriam
publicados no início de 2015, a
NUT considera agora que o
Governo agiu de má-fé e que não
há nenhuma intenção de
publicar antes da campanha préeleitoral "purdah”, período
começa a 30 de março", disse
Christine Blower, secretáriageral do Sindicato Nacional dos
Professores Ingleses (NUT).
Christine Blower é também a
presidente regional da
Internacional da Educação e
membro do Comité Europeu
para a Educação (CSEE).
Explicou que os funcionários da
escola e os pais estão a sentir-se
traídos por esta tentativa cínica
de impedir que o problema do
amianto nas escolas se torne um
14
problema durante a campanha
eleitoral.
Durante o período de nove
meses desde que a revisão
deveria ter sido publicada,
(junho de 2014 foi o prazo
inicialmente dado), é inevitável
que alguns funcionários e
crianças tenham sido desnecessariamente exposto às fibras de
amianto, colocando-os em risco
de futuras doenças relacionadas
com o amianto. Em termos reais
confirma-se que 22 professores
morreram de mesotelioma, em
2012.
Na mesma linha de ação, Chris
Keates, Secretária-Geral da
National Association of
Schoolmasters Union of Women
Teachers (NASUWT) também
escreveu ao Secretário de
Estado, Nicky Morgan, lamentan-
do que "o contínuo atraso da
publicação sobre este tema seja
impulsionado por considerações
de ordem política, tendo prioridade sobre a saúde e o bemestar das crianças e dos jovens,
bem como dos trabalhadores da
educação”. Sublinhou que este é
um assunto sério de saúde,
segurança e bem-estar das
crianças, dos jovens e da força de
trabalho nas escolas, insistindo
que o amianto é mortal e que
aqueles que aprendem e
trabalham nas escolas enfrentam riscos diários de exposição.
Estudantes em Cabo Verde marcharam contra a violência
Cerca de uma centena de
estudantes da Universidade
Pública de Cabo Verde (Uni-CV)
marcharam no passado dia 11 de
março pelas ruas da Cidade da
Praia em protesto contra a
violência e criminalidade no país
e exigiram medidas do Governo
cabo-verdiano.
Além do protesto contra a
violência e criminalidade, a
marcha, organizada pela
Associação Académica dos
Estudantes da Escola de
Negócios e Governação (ENG) da
Uni-CV, serviu para os estudantes
homenagearem um colega,
Danielson Gonçalves, que foi
assassinado no dia 10 de fevereiro num dos bairros da Cidade da
Praia.
Durante o percurso, acompanhado por alguns professores e
funcionários da ENG, os estudantes, vestidos maioritariamente
de branco e laranja, empunhavam cartazes com frases como
"violência para quê?", "caminho
para a violência a 0% é justiça a
100%", "nós universitários
queremos a paz", "o futuro está
sendo destruído" ou "a sociedade clama por justiça".
"O nosso objetivo é sensibilizar
as pessoas, sobretudo os jovens,
para prestarem atenção na
quantidade de vidas que estamos perdendo devido à violência", afirmou, dizendo que,
“apesar das dificuldades, com
esforço, dedicação e trabalho,
consegue-se algo melhor em
Cabo Verde”, afirmava Sílvia dos
Reis, membro da Associação de
Estudantes da ENG.
Os estudantes, que gritavam
ainda por "mais paz e menos
violência" e "queremos justiça",
pediram ainda o fim da morosidade da justiça, considerado o
maior constrangimento do setor
no país.
A marcha arrancou em Achada
Santo António, o bairro mais
populoso da Cidade da Praia e de
Cabo Verde e onde funciona a
ENG, percorreu algumas ruas e
terminou no Plateau, centro
histórico da capital caboverdiana, com uma paragem em
frente ao Palácio da Justiça.
15