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EDIÇÃO MENSAL | Nº 19 | Fevereiro de 2015 | Distribuição Dirigida para Indústrias e Usinas | Circulação regional Jorge Innocêncio Ele é especialista em propriedade industrial e agronegócio. Conheça Água x alimento A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco também a oferta de alimentos Empresa amiga Alta do dólar Mesmo elevando o custo da produção, preço da moeda americana pode alavancar exportações brasileiras O agronegócio está nas redes sociais A principal intenção de uma comunicação eficiente nas redes sociais é utilizar o público como disseminadores da marca. Mas no Brasil as empresas de agronegócio ainda aproveitam pouco os benefícios das ferramentas online. O segmento investe menos de 1% de seu orçamento em marketing digital arte guto gaspar Mercado competitivo A terceirização é um fenômeno irreversível que garante eficiência e competitividade às indústrias Saber usar A capacitação dos produtores é primordial para que o uso da água na agricultura seja mais sustentável adaptação Ferramentas de baixo custo podem oferecer bom retorno quando bem aplicadas Opinião Fevereiro de 2015 Cidade S/A editorial divulgação Espera e soluções Agora o ano deve começar pra valer. O carnaval já passou e o mercado precisa se aprumar. Muita gente ainda espera por medidas, resoluções e soluções que podem demorar a vir, se é que virão. O setor de cana-de-açúcar continua desanimado à medida que o mercado de grãos enxerga uma luz, ainda que pequena, no fim do túnel. A escassez de água é assunto recorrente desde meados de 2014 e ainda não começou a chover pra valer. A produção de alimentos em algumas regiões pode ficar comprometida mas é possível, respeitando algumas medidas, produzir sem abusar dos recursos hídricos já que os segmentos agrícolas utilizam em torno de 70% do consumo de água no Brasil. E respeitar o meio ambiente também é a preocupação da Fundecitrus, que lançou e está certificando parceiros com o selo Empresa Amiga do Citricultor, incentivando ações de sustentabilidade para o controle de doenças, como manejo conjunto entre citricultores e educação fitossanitária. Garantir competitividade e eficiência é o que toda indústria almeja e isso pode ser alcançado com a terceirização na produção. E o mercado já enxergou isso. Uma pesquisa da CNI aponta que 69,7% das empresas industriais utilizam serviços terceirizados. Outra tendência, porém ainda incipiente, é o uso das redes sociais no campo. Será que esse tipo de interação combina com o agronegócio? Com certeza. É só saber usar. E mais um mês decorre e cada vez mais o agricultor espera dos céus ou da terra, de alguém, que a safra melhore, que a planta nasça, que ele possa investir, para que a indústria ganhe, que tenha emprego. E mais uma vez, ele segue plantando e esperando para colher. Assim como todos nós. Diretora de Jornalismo pesquisas Testes em condições reais de campo para cana “seca“ estão previstos para 2016. No laboratório estão sendo desenvolvidas mais duas linhas de pesquisa de engenharia genética com cana-de-açúcar: uma para aumento de conteúdo de biomassa e outra para modificação da parede celular, que favoreceria produção de etanol celulósico Artigo Cana tolerante à seca Jorge Innocencio da Costa* | AI Abag Que venham os ajustes O Show Rural Coopavel realizado de ajustes profundos, porém não de todos os anos em Cascavel no Paraná catástrofes como era temido desde o é importante para agricultura brasi- fim das eleições. Talvez o único hiato leira por uma série de fatores. O prin- que exista neste ano seja a cana-de- cipal deles é que por ser o primeiro -açúcar e toda a sua cadeia, uma vez evento de agronegócio do ano, ele é que os fabricantes de máquinas para tido por especialistas como um ter- este segmento, igualmente aos usi- mômetro sobre como será o desem- neiros, parecem estar encurralados, penho do setor no ano. salvo se houver uma grande inter- Em 2015, apesar de todos os reve- venção estatal. ses da economia o evento sinalizou Mesmo esquecidos pela falta de bons ventos para o setor, em especial política, os fabricantes brasileiros nota-se uma demanda por equipa- de máquinas agrícolas e os agricul- mentos que provêm uma agricultura tores tentam a duras penas manter mais tecnificada, com uso mais ra- a vocação agrícola do país. Estamos cional dos insumos e uma integração longe de termos os subsídios dos maior da lavoura, pecuária e floresta. Grain Belts e Corn Belts dos Estados Segundo alguns fabricantes, mesmo Unidos, onde o governo fornece ge- com a alta nos juros das linhas de nerosos subsídios aos agricultores e crédito do BNDES a procura pelos fabricantes, mas se sem essas benes- financiamentos foi semelhante a do ses somos considerados o celeiro do mesmo período do ano passado. mundo, imagine se tivéssemos um Assim, mais uma vez o agronegócio brasileiro visualiza um ano Jornalista responsável Ingrid Alves - MTB: 0070761/SP [email protected] Diretor Comercial Felipe Bambozzi Veasey [email protected] financeiro Carolina M. Gandolfi [email protected] pouco menos de obstáculos... * Consultor técnico A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está desenvolvendo uma variedade de cana tolerante à seca. O objetivo é minimizar o impacto da menor disponibilidade hídrica na produção de cana-de-açúcar através de modificação genética. A informação foi divulgada pelo site canaonline. Para o engenheiro agrônomo e coordenador do Departamento Técnico – Detec da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Vamberto de Freitas, o projeto é extremamente importante para a cultura da cana no Nordeste, embora os resultados em campo só devam ser vistos mais adiante. O setor sucroenergético precisa de variedades mais tolerantes à seca, até porque as diagramação Luiz Gustavo Gementi Gaspar novas áreas de expansão da cultura têm problemas de estiagem prolongada ou chuvas irregulares. “Esse tipo de variedade é importante porque nos dá mais opções. Isso diminuiria também nossa área de renovação porque teríamos uma cana mais tolerante”, comentou Vamberto, frisando que a pesquisa é algo mais demorado por causa da necessidade de observação do comportamento da variedade. Em função da complexidade da tolerância à seca, os pesquisadores da Embrapa estão utilizando um gene que codifica proteínas reguladoras de diversos outros genes. “A tolerância à seca é uma característica que está sendo trabalhada biologicamente pela Embrapa e isso envolve vários mecanismos. Por isso é que devemos esperar mais um pouco para ver os resultados”, disse Vamberto, elogiando a ação. “Precisamos de mais pesquisas nesse sentido. A Embrapa está de parabéns pela iniciativa, até porque vem sendo publicado que estudos indicam que a cana apresenta aumento no teor de sacarose e da taxa de brotação”, continuou o engenheiro agrônomo. Os testes em condições reais de campo estão previstos para começar em 2016. Na Embrapa Agroenergia, há ainda duas outras linhas de pesquisa de engenharia genética com cana-de-açúcar: uma para aumento de conteúdo de biomassa e outra para modificação da parede celular. Esta última visa a facilitar o acesso aos açúcares do bagaço e palha, o que favoreceria a produção de etanol celulósico (2G) e outros produtos de alto valor agregado O Jornal Cidade S/A é uma publicação da ASSISTEnte de produção Mariluci Schiavetto Projeto Gráfico Inpacto Propaganda Av. Siqueira Campos, 960 - Centro CEP: 15 990 150 - Matão SP. Impressão Full Graphics serviço de atendimento ao cliente 16 3394 1381 | 16 9 9711 5146 * Indústrias - raio de 150km / usinas - raio de 280km (a partir da cidade de matão) Personagem Jorge Innocêncio da Costa | ingrid alves A cultura de proteção à propriedade intelectual no Brasil tem sido crescente. Muitas vezes, a patente ou a marca é para uma empresa pequena ou média a única forma de se proteger da concorrência voraz das multinacionais. E é esse suporte, para que a empresa tenha uma proteção mais adequada de seus ativos imateriais, a especialidade do matonense Jorge Roberto Innocêncio da Costa, de 35 anos. Formado em Direito, ele tem cursos de especialização em Propriedade Industrial pela WIPO e em Propriedade Industrial e Agronegócio pela Universidade Federal de Santa Catarina. “Eu comecei a trabalhar ainda garoto, por volta dos quatorze anos. Aos 19 fui convidado para trabalhar na Marchesan [Implementos Agrícolas] para ser assessor de marcas e patentes. Lá tive os primeiros contatos com essa área; como envolvia muita engenharia mecânica eu sempre fui um entusiasta deste ramo, aprendi o funcionamento das principais máquinas agrícolas existentes no mercado”, conta Jorge. Atualmente, ele faz todo o processo administrativo junto ao INPI, órgão do governo responsável por conceder as proteções. A patente, mais especificamente, é um documento técnico em que se descreve o que existe no mercado, que é chamado de estado da técnica, e o que a invenção proposta vai melhorar. Ele também atua com credenciamento de empresas junto ao BNDES. “Hoje o processo de credenciamento demanda uma apresentação bastante detalhada do ciclo de produção e vida do produto que visa vender através das linhas de créditos do respectivo banco, desta forma assisto as principais empresas do setor metalmecânico nessa necessi- dade”, explica Jorge. O profissional começou a trabalhar bem cedo para os atuais padrões. Foi office-boy, trabalhou em gráficas e agências de publicidade e ainda adolescente sempre teve a expectativa de ingressar em uma grande empresa da cidade até que foi trabalhar na Marchesan aos 19 anos. Lá ele ficou por cinco anos e teve os primeiros contatos com a literatura e prática do agronegócio. Depois foi para a Baldan, onde trabalhou como coordenador de marcas e patentes até 2009. “Vendo a crescente demanda do mercado por serviços relacionados às áreas em que atuava resolvi abrir uma empresa de consultoria, a Alberto e Innocêncio. Seis anos se passaram e tenho a satisfação de ter atendido algumas das mais importantes empresas da América Latina, bem como de ser procurado por alguns dos escritórios de maior renome do país para auxiliar ou revisar processos de patente”, orgulha-se. Para Jorge, a sua geração tinha uma satisfação cada vez mais rara para os dias de hoje, a vontade de aprender e ser desafiado. Quando ele ingressou em uma empresa de grande porte era um garoto em termos profissionais, mas ele conta que foi modelado no mais clássico estilo italiano pelas empresas que passou. “Éramos continuamente desafiados a melhorar. Nesses anos pude aprender três novos idiomas, conceitos de mecânica, eletrônica e acima de tudo como ter postura profissional”, revela. “Hoje tenho a certeza que os ensinamentos lá de trás me serviram como uma base sólida, pois quando estou diante de alguma decisão ou de um problema por certo me recordo de alguma frase que ouvi de algum diretor ou dono dessas empresas e isso me faz prosseguir sempre”, ensina Jorge. 3 Sustentável Fundecitrus lança selo “Empresa Amiga do Citricultor” 4 Iniciativa valoriza empresas que apoiam ações coletivas de manejo de doenças e conscientização dos citricultores | AI Fundecitrus O Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus lançou o selo “Empresa Amiga do Citricultor” para reconhecer as empresas ligadas à cadeia de citros que incentivam ações de sustentabilidade para o controle de doenças, como manejo conjunto entre citricultores e educação fitossanitária. As empresas de defensivos Bayer Cropscience, FMC, Ihara e Syngenta receberam o selo pelo apoio prestado ao sistema de Alerta Fitossanitário, criado para incentivar o manejo regional do greening (huanglongbing/HLB) e estimular os citricultores a trabalharem em conjunto com seus vizinhos para reduzir a população de psilídeo, inseto que transmite a doença. O programa prevê ainda encontros e reuniões com produtores para a multiplicação de boas práticas e medidas mais racionais nas pulverizações contra o inseto. Para a Syngenta, uma das primeiras empresas a dar apoio ao programa, a parceria irá trazer resultados importantes. “Acreditamos no manejo regional e no uso correto e seguro dos produtos. O caminho é esse”, afirma o Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta, Thales Barreto. Para o consultor de desenvolvimento de mercado da Ihara, Rodrigo Naime Salvador, o alerta fitossanitário é uma oportunidade do setor citrícola se unir para o controle da pior doença da ci- tricultura. “Neste momento de busca de novas tecnologias e um novo modelo de produção, toda a cadeia produtiva deve estar unida pelos objetivos comuns: contra o HLB e pela viabilidade da citricultura. A proposta do Fundecitrus de fomentar o controle regional do psilídeo, levando os produtores a tomarem ações eficazes em harmonia com toda região é uma solução viável”, declara. A Bayer CropScience tem apoiado este e outros programas e pesquisas do Fundecitrus apostando na sustentabilidade. “Buscamos a sustentabilidade da citricultura por meio do apoio a projetos e ações que promovam o desenvolvimento da cultura”, afirma o gerente de Cultura Citrus, Ricardo Baldassari. A sustentabilidade também é o foco da FMC. “O Alerta Fitossanitário coordenado pelo Fundecitrus junto com os associados é uma grande iniciativa que está promovendo a sustentabilidade da cadeia citrícola no estado de São Paulo na ação coletiva para controle da praga”, afirma o gerente de Marketing, Flavio Mitsuru Irokawa. O sistema do Alerta Fitossanitário monitora a população de psilídeo em mais de 125 mil hectares de citros por meio de 14,9 mil armadilhas adesivas amarelas georreferenciadas. Todos os citricultores têm acesso gratuito aos resultados do programa e podem participar com o envio de informações sobre a situação da praga em seu pomar. Mais informações podem ser obtidas e o cadastramento pode ser feito no site http://www.fundecitrus.com.br/alerta-fitossanitario. CONCESSIONÁRIA G.R.A. Amigo produtor rural, venha e confira nossas condições especiais em serviços, peças genuínas, lubrificantes, filtros e a linha mais completa de tratores trato do BRASIL. Descalvado - (19) 3583 1563 Araraquara - (16) 3301 5655 Ibitinga - (16) 3352 7788 Filtros Lubrificantes 5 Tecnologia 6 O uso das redes sociais na agricultura Setor aproveita pouco os benefícios das ferramentas online para se relacionar com clientes divulgação vantagem Conteúdo deve ser desenvolvido com foco no relacionamento com o público | Mariluci Schiavetto As redes sociais são usadas cada vez mais por empresas de varejo que observam aumento nas vendas e melhora no relacionamento com os clientes. Mas no Brasil as empresas de agronegócios ainda aproveitam pouco os benefícios das ferramentas online. O segmento investe menos de 1% de seu orçamento em marketing digital, o que pode se tornar um problema já que comunicação é essencial e qualquer setor precisa se integrar para melhorar seus processos de exposição. O estudo Agronegócios 2.0 da consultoria brasileira TerraForum demonstra que há um grande espaço para o crescimento do uso de ferra- mentas web dentro da cadeia do agronegócio. O resultado deve ser sentido pelo consumidor com a oferta de melhores produtos e preços e pelos produtores com o fortalecimento do relacionamento entre os públicos-alvo que atuam nas diversas redes de negócios permitindo um trabalho mais globalizado, troca de experiências e dinamismo. Para as empresas, a vantagem de se usar as mídias sociais é que elas permitem uma resposta mais rápida, além da interação entre cliente e empresa. Assim, fica fácil saber o que os seus clientes pensam de seus produtos. É certo que um fato que ganha repercussão vai direto para os canais de comunicação da internet e recebe comentários de outros usuários, que querem expressar seu conhecimento sobre o tema ou mesmo comentar o seu atendimento por determinada empresa. A maior parte dos bons exemplos de uso de redes sociais por membros da cadeia do agronegócio está no exterior, como é o caso das unidades da AGCO e da Monsanto nos Estados Unidos, a bolsa Tecnologia de mercadorias de Chicago e também uma coalizão de produtores rurais do estado americano do Maine. Mas o estudo também avalia investidas brasileiras, como as da Secretaria de Agricultura de São Paulo, da Rede de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária e da Brasil Foods, entres outras. A Marchesan, uma das maiores empresas fabricante de implementos agrícolas do mundo, utiliza o Facebook e o Youtube para se comunicar e atender às necessidades dos agricultores e, segundo o analista de marketing da empresa, Luís Varella, o feedback por parte dos usuários é crescente e positivo. “O Youtube é um grande canal para difusão de vídeos explicativos, comerciais e demonstrações de produtos, com ele é possível fazer chegar a informação ao agricultor de forma menos invasiva e mais incisiva. Pensando no lado financeiro, é possível colher bons resultados com 7 um orçamento menor, pois a publicação é gratuita e não demanda altos investimentos em veiculação como as de mídias tradicionais. Já o Facebook é um canal de maior contato. Os usuários o utilizam com maior frequência para sanar dúvidas e fazer comentários. O utilizamos também para fazer as coberturas dos eventos, onde os usuários verificam o que está acontecendo e sendo apresentado no stand” explica Luis. Para o analista de marketing, este é um canal de duas vias, em que além de fornecer informações, a empresa recebe o feedback por parte dos consumidores.”Este feedback ajuda na elaboração de novos produtos e a conhecer melhor as reais necessidades diárias dos agricultores. Mas de nada adianta estar presente na rede e não dar a devida atenção. Para conectar-se com os consumidores através das redes sociais é necessário profissionais qualificados e acima de tudo pronta-respos- ta “, diz. O publicitário Denis Pupin, da agência Arena, de São Carlos, esclarece que existem perfis diferentes de empresas presentes nas redes sociais e maneiras distintas de atuarem em relação a comunicação. “A eficiência do resultado é proporcional ao grau de profissionalismo dedicado ao desenvolvimento do trabalho. As marcas que utilizam a plataforma como forma de relacionamento conquistam maior destaque e presença da marca junto ao público”, salienta. A principal intenção de uma comunicação eficiente nas redes sociais é utilizar o público como disseminadores da marca. Para Denis, as pessoas acreditam mais na opinião de outras do que nas mensagens divulgadas pelas empresas. Segundo ele, todos com acesso a tecnologia ganharam poder de decisão. As marcas precisam entender que a dinâmica da comunicação mudou e que não estão lidando simplesmente com consumidores, mas com pessoas que possuem sentimentos, razões e emoções. Para as empresas do setor agrícola e até mesmo produtores rurais obterem vantagens e gerar negócios por meio das redes sociais, o publicitário afirma que trabalhar o conteúdo com intenção de venda direta e momentânea pode ser invasivo e ineficiente. Outro fator que merece atenção é o alcance do conteúdo, pois algumas plataformas o limitam fazendo com que a sua mensagem nem sempre atinja o objetivo almejado sendo necessário o investimento em links patrocinados para aumentar a fre- quência. “Acreditamos que desenvolver conteúdo com foco em se relacionar com o público alvo é o caminho mais vantajoso para gerar bons negócios. Planejar a médio e longo prazo com o equilíbrio de um bom conteúdo e alcance significativo é fundamental para obter bons resultados e otimizar o investimento”, completa Pupin. Economia 8 Alta do dólar beneficia as exportações Lado negativo é o alto custo na produção Divulgação 2014: Exportações na região O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou em meados de janeiro o saldo comercial por município do Estado de São Paulo referente ao ano de 2014. Com base nessas informações, o Depecon e o Derex/Fiesp-Ciesp elaboraram uma análise do comércio exterior de cada uma das 39 Diretorias Regionais (DR) do Ciesp. No âmbito agregado, o saldo da Balança Comercial do Estado de São Paulo foi deficitário em US$ 27,1 bilhões no acumulado do ano de 2014. As exportações somaram US$ 57,8 bilhões, registrando que- da de 8,2% em relação ao mesmo período de 2013. Por sua vez, as importações acumularam US$ 84,9 bilhões, uma queda de 5,5% em relação ao acumulado do ano de 2013. Para efeito de comparação, o saldo da Balança Comercial do Brasil no acumulado do ano de 2014 foi deficitário em US$ 4,0 bilhões, ante um superávit de US$ 2,3 bilhões no mesmo período em 2013. As exportações brasileiras atingiram no ano de 2014 US$ 225,1 bilhões, uma queda de 7,0% em relação ao mesmo período de 2013. Já as importações acumularam US$ 229,1 bilhões, uma queda de 4,5% em relação ao acumulado do ano de 2013. Variação (Jan-Dez 2014 / Jan-Dez 2013) Diretoria regional Exportação Importação RIBEIRÃO PRETO -13,0% -3,3% ARARAQUARA -37,1% 12,6% SERTÃOZINHO -23,7% 35,1% MATÃO -10,1% -9,3% SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 29,0% 43,2% Divulgação alta Estimativa é exportar mais e reduzir o déficit da balança comercial em 2015 |Da Redação Entre as previsões para o ano que se inicia, uma é certa: o dólar continuará com tendência de alta durante todo o período. O patamar de R$ 2,80 para a moeda norte-americana previsto pela FCStone para o segundo semestre foi atingido logo no início de fevereiro. Segundo Francisco Matturro, vice presidente da Abag (Associação Brasileira de Agronegócio), o dólar não subirá livremente, o Governo deve fazer intervenções pontuais com o propósito de controlar a inflação. “O movimento cambial no início de janeiro registrou baixas. O governo deve fazer intervenções pontuais utilizando as reservas internacionais para equilíbrio da balança de pagamentos e controle de inflação”, explica Matturro. O lado negativo da alta do dólar é a pressão no nível de preços, na compra de insumos e nos custos de produção, que serão mais elevados neste ano. Não só pelo efeito do dólar, como também por consequência do aumento da energia elétrica, combustíveis e salário mínimo. A consultoria FCStone aponta que o lado positivo da alta do dólar é a competitividade que ela proporciona às exportações brasileiras. Estima-se exportar mais este ano e reduzir o déficit da balança comercial. Além do momento delicado que vive a economia brasileira, que faz o real desvalorizar frente ao dólar, o cenário internacional também beneficia essa tendência altista. A economia dos Estados Unidos está em recuperação, enquanto potências como a União Europeia, China e Japão dão sinais de desaceleração de suas economias. Em 2014, a balança comercial brasileira – que é a diferença entre exportações e importações - teve um déficit de US$ 3,93 bilhões, o primeiro desde o ano 2000 e o pior resultado desde 1998. Aparecido Sidnei Candido, gerente de exportação da Baldan Implementos Agrícolas, explica que uma das maneiras de o Brasil estimular sua competitividade é depreciar o real em relação ao dólar (perda do valor do real frente a outras moedas). A alta do dólar alavanca as exportações das indústrias, tornando vários setores mais competitivos e também ajuda na capitalização das empresas. “É importante lembrar que a desvalorização da moeda pode ser algo bom para a economia do Brasil, uma vez que uma moeda mais fraca gera uma taxa de câmbio mais desvalorizada, o que certamente estimularia a produção industrial e consequentemente as exportações e o emprego. Isso certamente geraria um crescimento econômico no país”, acredita Sidnei. Na segunda semana de fevereiro, o dólar turismo passou os R$ 3. Agora é esperar para ver a que preço a moeda americana chegará e como a indústria se beneficiará com isso. 9 Mercado 10 Água e agricultura: como será 2015? Para não comprometer mais o abastecimento, recurso deve ser usado com racionalidade Divulgação limpa Agricultura toma a água emprestada da natureza e grande parte dela, depois de utilizada, volta para a atmosfera |Mariluci Schiavetto A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco não só o abastecimento de água nas cidades, mas também a oferta de alimentos nos mercados do país. O conhecimento científico gerado nas últimas décadas comprova ser possível utilizar água na produção vegetal e criação animal com racionalidade e sem desperdício. Diante da crise hídrica em regiões importantes do Brasil, é fundamental que a sociedade tenha acesso a este conhecimento. O crescimento das áreas urbanas e industriais influenciou diretamente no aumento da demanda pela água dos mananciais. Outro setor sobrecarregado com isso é o de energia elétrica que passou a exigir um maior parque gerador de energia, que por sua vez, trouxe a necessidade de aproveitamentos hidrelétricos. Numa ação em cadeia, surgiu a demanda por crescimento na produção de alimentos, que encontrou na agricultura irrigada o canal apropriado para se satisfazer. Dados do Programa Mundial de Levantamento sobre a Água da ONU informam que os segmentos agrícolas utilizam em torno de 70% do consumo. No Brasil, cerca de 72% das vazões disponíveis iriam para a agricultura - em especial a irrigada - 11% matam a sede dos rebanhos, 9% são distribuídos para as cidades e 1% abastece as áreas rurais. Esses números são muito difundidos, mas não consideram a qualidade da água retornada ao rio no caso da indústria e do setor urbano, e também a quantidade de água evaporada nas barragens que se destinam à produção elétrica. É preciso também considerar que a agricultura utiliza a água no estado natural e não água tratada, a custos muitas vezes substanciais. É preciso relativizar a afirmação que “a agricultura é o maior usuário de água no mundo”, já que a agricultura simplesmente toma a água emprestada da natureza. Gran- de parte da água utilizada pelo setor volta para a atmosfera, pela evaporação da água presente nas camadas superficiais do solo, pela transpiração que ocorre nas folhas das plantas, pela água que drena e recarrega os aquíferos e que escoa para as fontes. É o que se chama de ciclo hidrológico, que nada mais é que a contabilização da água que entra e sai da atmosfera, da crosta terrestre e dos corpos de água (lagos, reservatórios, rios, mares, oceanos). Práticas de intensificação sustentável da agropecuária, nas quais o Brasil tem se destacado, terão grande impacto no ciclo hidrológico, com maior recarga de aquíferos e com a melhor regularização do fluxo hídrico ao longo do ano. A Integração Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF) é também outra opção por se tratar de uma estratégia que proporciona a produção sustentável integrando atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área. Em cultivo consorciado, em suces- são ou rotacionado à adoção do ILPF leva a uma substancial proteção do solo e da água. São práticas que, além de ajudar o agricultor a elevar a produtividade e a lidar com o desafio de descarbonizar a agricultura, reduz a pressão sobre os recursos solo e água. Hoje temos cerca de 60 milhões de hectares de pastagem degradadas no Brasil que poderão ser ocupadas por sistemas integrados, futuros produtores de água limpa. Otimizar a utilização da água na agricultura é possível utilizando infraestrutura e tecnologias já disponíveis. Fonte Inmet médias Precipitação prevista para fevereiro/março/abril de 2015 Mercado Na agricultura irrigada temos que evitar perdas nas tubulações e canais que conduzem a água de uma fonte até a área agrícola, na sua distribuição dentro de uma área e na aplicação de água e também utilizando a quantidade que a cultura necessita, de acordo com conhecimento técnico e equipamentos recomendados. Na agricultura de sequeiro ou dependente de chuva, existem práticas agrícolas que ajudam a conservar a água pluvial, como o plantio direto e a utilização de curvas de nível na área a ser plantada. Perdas Este ano, para a agricultura, os dados disponíveis não demonstraram situações graves ou de alarme generalizado. Pelas informações disponíveis até o momento, não se prenuncia uma situação de perdas significativas na safra 2014/2015, já que os veranicos de 20 a 25 dias são comuns e têm ocorrido sistematicamente a cada 4 a 5 anos sem afetar drasticamente a produção agrícola brasileira. Há, no entanto, situações localizadas de maior escassez, especialmente no entorno das grandes cidades da região Sudeste. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os principais produtores de hortaliças do país. Folhosas, cenoura e 11 Divulgação tomate e boa parte das hortaliças consumidas no Norte e no Nordeste do Brasil provêm desses três estados. Há, portanto, necessidade de acompanhar com atenção situações de escassez de água de irrigação no entorno da região Sudeste, em especial durante o inverno de 2015, quando o suprimento de hortaliças poderá ser afetado. Dificuldades A agricultura pode enfrentar melhor as dificuldades relativas à crise hídrica com a promoção da reservação – que nada mais é do que construir reservatórios para armazenar água e utilizá-la para irrigação, e se possível, para outros fins – com a ampla disseminação de práticas de conservação do solo e da água e a construção de pequenas e médias barragens na parte baixa das nascentes nas microbacias que compõem as principais bacias hidrográficas. É importante incentivar o plantio direto e a construção de terraços nas áreas de produção de grãos e terraceamento nas áreas destinadas à produção de fruteiras, florestas plantadas e pastagens. Essa ação garantiria a “produção” de água nas fazendas, com intensificação da infiltração de água no solo, o que elevaria os níveis dos aquíferos e do lençol freático, permitindo alimentos Agricultura irrigada surgiu com o crescimento da demanda a regularização dos fluxos dos cursos de água durante o ano e, ainda, reduzindo o volume do fluxo instantâneo causador de enchentes após a ocorrência de chuvas intensas. Considerando a precipitação média anual no Brasil e a efetivação dessas ações de “produção” e reservação de água, teríamos à disposição água suficiente para o abastecimento humano e animal, para a produção de energia e para aumentar significativamente as áreas irrigadas no país. Com a implementação do novo Código Florestal inicia-se um processo massivo de recomposição de APPs, com reflorestamento de matas ciliares que evitarão o assoreamento dos corpos d’água e possibilitarão mais fluidez dos cursos de água das bacias hidrográficas. Boa utilização de água Existe uma série de critérios técnicos que podem ser utilizados pelos produtores para uma boa utilização da água, sem eventuais desperdícios. Tem-se o exemplo do uso da cobertura morta, que pode ajudar na conservação de água no solo, e o exemplo da medição por meio de sensores da quantidade de água que está no solo e das condições meteorológicas, que auxiliam a definir a quantidade de água a ser aplicada por um sistema de irrigação, e que também vai depender da fase em que a cultura se encontra, ou seja, de muita ou pouca exigência de água. Isso varia em função da região, cultura e do sistema de produção agrícola que está sendo utilizado. Em resumo, o produtor precisa utilizar critérios técnicos para a água que utilizará na irrigação. A capacitação dos produtores é primordial para que o uso da água na agricultura seja mais sustentável, principalmente quando a irrigação for utilizada. A gestão eficiente dos recursos hídricos passa pelos vários usos exigindo atenção na busca de soluções para se garantir suficiência do recurso. É importante reservar água para a agricultura e, se possível, também para outros fins, como a geração de energia e abastecimento de cidades e indústrias, o que implica a necessidade de uma gestão integrada dos recursos hídricos. *Com informações: Embrapa Tendência 12 Terceirização garante eficiência e competitividade na indústria Tendência está cada vez mais em alta em todos os setores da produção industrial Gabriel Nogueira Gabriel Nogueira diferencial Empresa especializada em industrialização de terceiros tem mão de obra qualificada e investe em maquinários |Ingrid Alves O cenário das grandes empresas com imensos barracões com áreas segmentadas que produz desde o parafuso até a montagem da máquina final está cada vez mais raro. Visando diminuir custo e garantir prazo e eficiência, e com isso maior competitividade, cada vez mais as indústrias estão terceirizando a linha de produção. E isso em todos os setores. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada em meados de 2014, aponta que 69,7% das empresas industriais – de transformação, extrativas e construção civil – utilizam serviços terceirizados e 84% das companhias que terceirizam pretendem manter ou ampliar a utilização do recurso nos próximos anos. Na avaliação da CNI, a terceirização é um fenômeno irreversível, reflexo da divisão do trabalho moderno num contexto produtivo globalizado. A divisão de etapas produtivas para prestadores de serviços terceirizados é instrumento essencial para acesso a melhores técnicas, tecnologias e eficiência, com reflexo direto no custo do produto nacional. Diego Augusto Cappi, daTechnolaser, empresa especializada em industrialização de terceiros com corte a laser, diz que a terceirização agiliza o processo e, muitas vezes, diminui o custo, já que tira a produção da fábrica diminuindo a responsabilidade sobre funcionários e maquinário. “Uma empresa especializada em industrialização de terceiros tem mão de obra qualificada, prédio adequado e investe em bons maquinários, itens com os quais a indústria não precisa se preocupar porque não é o foco”, ressalta. De acordo com dados da CNI, dos quatro principais serviços terceirizados, três estão ligados à estratégica produtiva: montagem e manutenção de equipamentos industriais (56,2%), logística e transportes (54,7%) e serviços de consultoria técnica (47,3%). Outras atividades estratégicas delegadas a prestadores de serviços incluem pesquisa e desenvolvimento, etapas na cadeia de suprimentos, tecnologia e segurança da informação e SAC e/ou telemarketing. Na visão da CNI, a pesquisa mostra que a terceirização é a forma moderna de organização empresarial que promove a integração de empresas no fornecimento de bens e serviços. A redução do tempo de produção, aliás, é o principal fator para a decisão de terceirizar serviços na indústria, à frente da redução de gastos com pessoal. Entre as empresas entrevistadas, 87,9% consideram o ganho de tempo como fator importante ou muito importante para terceirizar. A redução de custos é fundamental para o sucesso de um empreendimento, mas vale destacar que a economia de tempo, associada à melhora da qualidade de serviços e o acesso a tecnologias, afeta positivamente a competitividade das empresas. “O processo de industrialização terceirizado é visto como mais confiável porque a empresa contratada é especializada naquilo”, explica Die- pesquisa 69,7% das indústrias utilizam serviços terceirizados go. Mas ele diz que algumas empresas ainda são ‘conservadoras’ e acham que manter uma linha de produção dentro do pátio é vantajoso. Só que muitas vezes elas não fazem contas e o cálculo é simples. “Há gastos com equipamento, manutenção, mão de obra, matéria prima e alguns outros. Aqui a peça sai pronta”, diz. Para as empresas que prestam esse serviço, é necessário também observar o mercado e enxergas oportunidades. A Technolaser atua na produção de peças para a área agrícola, civil e automotiva. Gabriel Nogueira vantagem Redução do tempo de produção é o principal fator para decisão de terceirizar serviços na indústria