- Revista Mercado Rural

Transcrição

- Revista Mercado Rural
SETEMBRO - 2015 • Nº 16
Nacional Mangalarga
Marchador e Pampa
Expointer
Semana Internacional do Café
Festa do Peão de Barretos
Entrevista: Roberto Simões,
presidente da FAEMG
Bovinos:
Charolês e Galloway
Haras Capim Santo
Garanhões Trilho da Zizica e Lobo da Pedra Verde
são destaques na tropa
REVISTA MERCADO RURAL
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S E T E M B R O - 2015
E D I TO R IAL
Redação
Unique Comunicação e Eventos
Tel.: (31) 3063-0208
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Diretor Geral
Marcelo Lamounier
[email protected]
Diretor Comercial
Marcelo Lamounier
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Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522
Jornalista responsável
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Direção de Arte
Otávio Vieira Lucinda
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Assinaturas
Unique Comunicação e Eventos
Periodicidade
Trimestral
Tiragem
5.000 exemplares
Impressão
Gráfica Del Rey
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A Revista não se responsabiliza
por conceitos ou informações contidas
em artigos assinados por terceiros.
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Mercado Rural
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MARÇO 2015
Chegamos à 16ª edição da Revista Mercado Rural e estamos muito satisfeitos com
o produto final que oferecemos aos nossos leitores. A cada edição, temos nos dedicado
e esforçado para produzir um conteúdo de qualidade e bem diversificado, que busque
atender aos vários ramos do agronegócio.
Atravessamos um momento conturbado, com uma crise generalizada que tem afetado
a economia brasileira. Entretanto, o agronegócio está, cada dia mais, se mostrando com
grande força nessa conjuntura, destacando-se e crescendo em diversos setores. Gostaria de
agradecer aos anunciantes e parceiros da revista, pela confiança em nosso trabalho e por
estampar a sua marca e divulgar os seus produtos na Mercado Rural. Estamos todos juntos,
superando esse momento difícil, pois acreditamos no mercado do agronegócio brasileiro.
O destaque desta edição é o Haras Capim Santo, que tem como principal cartão de visitas o
cavalo Trilho da Zizica, um dos maiores nomes da raça Mangalarga Marchador no Brasil. O haras,
que se sobressai na venda de coberturas, potros, potras, matrizes e doadoras, também conta
com outros animais de genética diferenciada, como o Lobo da Pedra Verde e o Nilo Sarimar. Na
nossa matéria de capa, falamos sobre o empreendimento e os principais garanhões da tropa.
Também abordamos a raça de equinos Crioulos e a sua expansão em Minas Gerais. No ramo
dos bovinos, falamos do gado Charolês, famoso por sua fácil adaptação, rusticidade e carne
de qualidade, e do gado Galloway, considerado o bovino mais bonito do mundo. Abordamos,
ainda, os principais eventos do agronegócio que aconteceram no segundo trimestre de 2015.
Na seção Como Fazer, damos dicas de como montar um cerca elétrica rural, e na editoria Meio Ambiente, trazemos detalhes sobre o carvão ecológico. Além disso, apresentamos matérias sobre o plantio direto, o controle biológico da mosca-da-fruta, as vantagens
da agroindústria familiar e dicas sobre o crédito rural.
Na Seção Pet, falamos sobre as mini galinhas, e as iguanas ganharam as páginas da
editoria Exóticos. No Turismo Rural, apresentamos o Zorah Beach, um incrível hotel com
decoração asiática no litoral cearense. A bebida de destaque é o aluá, considerado o primeiro refrigerante natural
brasileiro. Já a receita vem da tradição alemã no Rio Grande do Sul, a cuca crocante de banana com farofa.
Esses e outros assuntos foram selecionados e apurados com todo o rigor para que a nossa revista continue
como referência em informação atual e de qualidade.
Aproveite bastante esta nova edição! Boa leitura!
Parabéns pela revista.
Está cada vez melhor...
Celso Fernando Dias - Pelotas, RS
Recebi a revista aqui em casa...
Muito obrigado e parabéns pelo
excelente trabalho de vocês!
Igor Torres Dutra - Trindade, GO
Marcelo Lamounier
Marcelo, recebi a revista
e essa edição está
maravilhosa! A Mercado
Rural está cada dia melhor!
Parabéns à você
e à equipe!
Amanda Ribeiro Belo Horizonte, MG
A revista chegou, muito obrigada! Como sempre
impecável e com matérias interessantes... Parabéns!
Gabriella Rabelo - Bebedouro, SP
Recebi a revista, cada edição é melhor que a outra,
sempre maravilhosas! Parabéns a toda equipe,
principalmente pelas matérias sobre o Marchador,
raça que é uma das minhas paixões. Parabéns!
Kamila Neves - Angelândia, MG
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Entrevista: ROBERTO SIMÕES,
presidente da FAEMG
PERSONAGEM: Luciana Maluf
COMO FAZER:
instalação de cerca elétrica rural
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR:
empreendimento garante emprego e
renda à população do campo e reduz
as migrações para o meio urbano
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Controle biológico da
MOSCA-DA-FRUTA
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O PLANTIO EFICAZ DA SOJA:
cuidados no pré-plantio garantem
uma boa safra
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GADO CHAROLÊS:
raça diferencia-se por sua rusticidade,
fácil adaptação e carne de qualidade
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PORTAL DE CONSULTAS
FITOSSANITÁRIAS GRATUITAS
contribui para uso correto de defensivos agrícolas
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GALLOWAY: destaque na fazenda
vacaquá, raça bovina é conhecida
como a mais bonita do mundo
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FEIJÃO-DE-CORDA: leguminosa típica
do Norte e Nordeste brasileiros possui alto
valor nutritivo e pouca exigência para o cultivo
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Componente do SORO DO LEITE
pode trazer benefícios à saúde
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MEIO AMBIENTE: Carvão ecológico
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Nacional do
MANGALARGA MARCHADOR
movimenta R$ 11 milhões
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PLANTIO DIRETO:
sistema garante boa cobertura e
proteção do solo, além de reduzir os
impactos ambientais e os custos de produção
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CAVALOS CRIOULOS
ganham espaço em Minas Gerais
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RECEITA: Cuca crocante
de banana com farofa
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ENAPAMPA 2015:
a festa do cavalo Pampa
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BEBIDAS: Aluá - bebida originária
dos índios da Amazônia é feita a partir
da fermentação da casca do abacaxi,
do milho ou do arroz
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GESSO ajuda no aumento da
PRODUÇÃO DE MEL
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HARAS CAPIM SANTO:
Garanhões Trilho da Zizica e Lobo
da Pedra Verde são destaques na tropa
AUTOMÓVEIS: Duster Oroch - novo
modelo da Renaut reúne a versatilidade
de uma picape e o conforto interno
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TURISMO: Zorah Beach empreendimento que une a exuberância
da Ásia às belezas do litoral cearense
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SEÇÃO PET: Mini galinhas
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CRIAÇÕES EXÓTICAS: Iguana
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EVENTO: Marcelo Lamounier comemora
seu aniversário no restaurante Boi Vitório
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GIRO RURAL
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AGENDA RURAL
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EXPOINTER 2015 encerra
com R$ 1,70 bilhão em negócios
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60ª FESTA DO
PEÃO DE BARRETOS
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ECONOMIA:
Crédito Rural 2015/2016 - crise, alta do dólar
e seca impõem dificuldades aos produtores
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INDÚSTRIA PET ALIMENTÍCIA
crescerá dois dígitos em 2015
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3ªª SEMANA INTERNACIONAL
DO CAFÉ: evento estimula
desenvolvimento da cadeira cafeeira
REVISTA MERCADO RURAL
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ENTREVISTA
Roberto Simões
Presidente da FAEMG fala sobre a sua atual gestão, estratégias para a melhoria
da produção agropecuária e os desafios futuros do agronegócio mineiro
Atual presidente da FAEMG (Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas
Gerais), Roberto Simões é natural de Paraopeba. Formou-se engenheiro agrônomo em
1965, na UFV (Universidade Federal de Viçosa) e, em 1970, obteve o título de Magister
Scientiae em Economia Rural, também pela
UFV. Roberto iniciou sua vida profissional na
Secretaria de Estado de Agricultura de Minas
Gerais, como diretor-geral do Centro de Estudos Rurais, entre 1966 e 1974. De lá pra cá,
ocupou outros cargos de destaque, sendo
eleito, em 2005, para presidir a FAEMG. Ao
mesmo tempo, assumiu a presidência do
Sebrae-MG (Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas de Minas Gerais). Reelegeu-se para a presidência da Federação, para
os períodos 2008-2011 e 2012-2014; e do
Sebrae-MG, para o biênio 2009-2010. Atualmente, além de presidir o SISTEMA FAEMG,
é vice-presidente da CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil). A Mercado
Rural conversou com Roberto sobre diversos
temas relevantes para a agropecuária em
Minas Gerais e no país e também sobre a sua
gestão. Acompanhe a entrevista.
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MARÇO 2015
MR: Neste novo mandato do senhor enquanto presidente da FAEMG
(triênio 2014/2017), quais tem sido as
suas prioridades?
Roberto Simões: Estamos atuando
prioritariamente na consolidação de ações
visando o aumento da produção, com
preservação ambiental, mais tecnologia
e inovação para elevar a competitividade
dos produtores rurais e a busca pela modernização da legislação trabalhista. Temos
focado esforços no fortalecimento dos Sindicatos e o atendimento das necessidades
regionais. Outra prioridade é o fortalecimento dos nossos bem-sucedidos programas Balde Cheio e Café Forte, na continuidade do Soja Plus e no novo programa
Nosso Ambiente. O fortalecimento
das nossas entidades Senar Minas e INAES também continua
pautando nosso trabalho, com a
ampliação dos programas de capacitação do homem do campo,
seus familiares e empregados e
de pesquisa para o desenvolvimento da agropecuária.
MR: Atualmente, o Brasil
vive um momento de crise de
confiança generalizada, também sentida pelo meio rural.
Como a FAEMG tem atuado nesta
fase e quais as medidas que a entidade tem cobrado do governo?
Roberto Simões: Estamos sistematizando, por meio dos nossos sindicatos, a
identificação de problemas locais, produzindo e encaminhando análises técnicas
às esferas de decisão. Temos trabalhado
muito na aproximação, especialmente
este ano, com a Secretaria de Agricultura
e Pecuária e entidades vinculadas, e com
a Comissão de Política Agropecuária e
Agroindustrial da ALMG, para mostrarmos
os problemas que têm impactado o setor,
como os desdobramentos da seca, a insegurança no campo, e questões de crédito
e renegociação. Também temos trabalhado no diálogo com o governo federal, via
CNA, levando continuamente o posicionamento de Minas sobre os mais diversos
temas. Exemplos este ano têm sido o encaminhamento sobre a necessidade de repactuação das dívidas e o pleito pela adequação do sistema mineiro do Cadastro
Ambiental Rural - CAR e compatibilização
com sistema nacional.
MR: Muito se fala sobre a importância de uma política agrícola de longo prazo. Como seria a implementação
dessa política e quais seriam as suas
principais peculiaridades?
Roberto Simões: Países desenvolvidos reconhecem a importância de planejar e fortalecer ações de fomento e estabilidade para a produção de alimentos. Nos
EUA, a legislação agrícola conhecida como
Farm Bill tem duração de cinco anos. Na
União Europeia, a PAC (Política Agrícola
Comum) vale por período ainda maior,
O produtor
rural mineiro
tem cumprido
seu papel
com grande
eficiência,
apesar das
dificuldades que
encontramos.
oito anos. Por aqui, um dos mais fortes e
expressivos setores da economia, o agronegócio tem índices de crescimento que
– na falta de uma política agrícola – se sustentam quase que por vontade própria. É
preciso consolidar como prioridades (e de
fortalecimento contínuo) os investimentos em infraestrutura, os programas de
garantia de renda e políticas anticíclicas
(previsibilidade, para tentar reduzir a níveis
suportáveis os riscos da agricultura), seguro agrícola eficiente, créditos compatíveis
com a atividade, investimentos em logística, rotas de exportação, transportes e armazenamento da produção, em pesquisa
aplicada e inovação e, finalmente, assistência técnica competente.
MR: Como a FAEMG tem atuado
para garantir que a produção agropecuária em Minas seja ambientalmente
sustentável?
Roberto Simões: O carro-chefe destes
novos tempos é o programa Balde Cheio,
criado pela Embrapa e implantado pela FAEMG no estado há sete anos. Com a orientação dos técnicos e implantação de medidas
bastante simples, o produtor passa a produzir muito mais leite em área menor, o que
reduz a pressão ambiental, os custos e aumenta os lucros. Em alguns casos, o ganho
de produtividade chega a 1.000%. Também
estamos estruturando programa semelhante voltado à pecuária de corte e, progressivamente, a outras atividades agropecuárias.
Exemplo é o Soja Plus, que implantamos
no estado ano passado, em parceria com
a Abiove. Além disso, lançamos em junho
o programa Nosso Ambiente, uma agenda
contínua de projetos e ações de fortalecimento do desenvolvimento agropecuário
sustentável em um grande programa. Os
produtores também são orientados através
das capacitações, tanto nos programas da
FAEMG que acabamos de lembrar, como
nos diversos cursos e ações promovidas
pelo Senar Minas em todo o estado.
MR: A produção do café encerrou a
safra recentemente e já deve desenvolver
estratégias para a colheita seguinte. Quais
serão os desafios para a próxima safra?
Roberto Simões: A safra atual foi marcada por forte aumento nos custos de produ-
A Unique Comunicação e Eventos atua há 8 anos no
agronegócio, prestando com excelência e qualidade seus
serviços. Atenta à crescente demanda do setor, a empresa
especializou-se no ramo de organização de leilões e divulgação
de projetos voltados para o agronegócio.
Contato: (31) 3063-0208 • 9198-4522
Marcelo Lamounier
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REVISTA MERCADO RURAL
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ção e problemas climáticos. O longo período
sem chuva e a temperatura muito acima da
média histórica resultaram na ocorrência de
grãos miúdos, com perda em quantidade e
qualidade. Ao final do processo, os produtores ainda amargaram queda nos preços pela
saca. Diante desse cenário, os principais desafios serão: administrar, de forma estratégica, o
escoamento da produção, realizar uma gestão otimizada do caixa e ainda planejar e investir na próxima safra. É importante que ele
elenque prioridades e alternativas rentáveis,
como a produção de cafés especiais.
MR: No mês passado, o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou a abertura do mercado chinês para o leite brasileiro. Como
superar as dificuldades para que o produto chegue ao mercado internacional
com preços competitivos?
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MARÇO 2015
Roberto Simões: A abertura de novos mercados é fundamental, mas precisamos resolver gargalos antes de ampliar
a produção. É necessário que se invista
em melhorias da qualidade, produtividade e gestão para que o produto chegue
ao mercado externo com preços competitivos frente aos demais países produtores. Outro desafio é ampliar o volume de
sólidos no leite, já que exportaremos leite
em pó, queijos e leite condensando. Enquanto no Brasil são gastos em média 8,5
litros para produzir um quilo de queijo,
na Nova Zelândia são necessários apenas
7,5 litros, o que torna o produto brasileiro
mais caro. E o Ministério da Agricultura
precisa dar condições de trabalho aos fiscais federais, garantindo a questão da sanidade para que possamos permanecer
nos mercados já conquistados e avançar
em novos mercados.
MR: Ao seu ver, qual o principal desafio da produção agropecuária mineira neste momento?
Roberto Simões: O produtor rural mineiro tem cumprido seu papel com grande eficiência, apesar das dificuldades que
encontramos. Mas, claro, podemos ir além.
Precisamos manter o crescimento que viemos conquistando, capacitando o produtor e lhe dando condições para que possa,
cada vez mais, se adequar às diversas situações que vierem. Possibilitar que ele mantenha-se no campo, contratando pessoas,
produzindo cada vez mais e melhor, com
mais tecnologia, preservando e recuperando áreas pelo manejo adequado do solo
e da agua. E vamos continuar atentos aos
pontos que ainda não foram solucionados
pelo governo, nas áreas de segurança no
campo, marcos jurídicos, infraestrutura e
logística. Tudo isso são grandes desafios.
REVISTA MERCADO RURAL
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PERSONAGEM
A persistência
como chave
para o
sucesso
Conheça a trajetória da empresária Luciana Prata Maluf, os desafios
enfrentados e como ela chegou à plena realização pessoal e profissional
Charles Chaplin já dizia: “o mundo pertence àquele que se atreve”. Abraçar a vida
e as oportunidades com paixão faz toda a
diferença na construção de um sonho. E foi
desta forma que a empresária Luciana Prata Maluf, 43, mãe de três filhos pequenos,
escreveu sua história de sucesso: herdando
a paixão pelo agronegócio, presente em
três gerações de sua família – bisavô, avô
e pai –, enfrentando as dificuldades que
o destino impôs e apostando em persistência e criatividade. Hoje, ela possui duas
propriedades, a Fazenda Riachão da Três
Marias, em Felixlândia/MG, e a Fazenda
Perobas, em Comendador Gomes/MG. Sua
principal aposta de negócio é o mogno
africano, cultivado e extraído com um zelo
especial ao meio ambiente. Prova disso é
a sua empresa de Consultoria Ambiental, a
Respira Mais, que enaltece a preocupação
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MARÇO 2015
de Luciana em desenvolver um trabalho de
respeito e preservação da natureza.
Tudo começou ainda na infância. A
empresária conta, com orgulho, que “tem
o pé vermelho”, pois cresceu em uma família que sempre acreditou na terra e nos
negócios dela decorrentes. Para permanecer em contato com as fazendas, Luciana
teve que percorrer uma trajetória inicial
repleta de desafios. O pai faleceu em um
acidente de carro, em 1997, deixando ela e
os irmãos, com idades entre 20 e 25 anos,
com a missão de dar continuidade ao trabalho no campo. “Na época, o caminho
mais fácil teria sido vender a fazenda, mas a
paixão é algo mesmo inexplicável! Sequer
pensamos nesta possibilidade”, diz. Ela e os
irmãos assumiram o trabalho das fazendas e, paralelamente a isso, a empresária
trabalhava em uma multinacional, o que
exigiu-lhe um empenho ainda maior para
manter vivo o sonho de seu pai.
Luciana conta que, algum tempo depois, a parceria com os irmãos se desfez
naturalmente. Ela reconhece que já admirava muito seus irmãos, mas os anos de sociedade e, principalmente, a “cisão”, foram
fundamentais para que pudesse os conhecer e amar ainda mais.
Após a divisão das terras, Luciana e o
marido resolveram vender o gado e investir
no plantio de eucalipto, cujo mercado era
atrativo e o futuro promissor. “Por ser um investimento de longo prazo, esta nova atividade não arcava com os custos mensais da
fazenda. Então, resolvemos investir em um
viveiro de mudas clonais de mogno africano”, relembra. Naquele momento, Luciana
não imaginava que daria um importante
passo rumo ao sucesso de seu negócio e à
sua realização pessoal e profissional. Foi assim que surgiu o Viveiro Origem, há cinco
anos consolidado no mercado de mudas
clonais. Para a empresária, o investimento
nesse ramo foi mais que uma estratégia
de negócio; ela e o marido apostaram em
algo que realmente acreditavam: o plantio
de árvores de ciclo longo e que contribuísse para a redução do aquecimento global.
Luciana relata com grande entusiasmo
que, recentemente, estabeleceu uma parceria com o professor Ítalo Falesi, precursor
do mogno africano no Brasil e uma das
maiores referências no assunto. A proposta
é fazer um clone diferenciado das melhores
e mais antigas matrizes do país, cujas árvores estão sob os cuidados do professor des-
de que foram plantadas, há quase 40 anos.
“Certamente, estes clones produzirão excelentes exemplares de mogno africano kaya
ivorensis e conquistarão o mercado”, aposta.
Um forte princípio que Luciana sempre
priorizou é a sustentabilidade. A empresária, que investe no reaproveitamento de
água e redução desperdícios, idealizou, há
dois anos, um novo projeto, o qual julga
“ainda mais desafiador e mais apaixonante”.
Através da empresa Respira Mais Consultoria Ambiental, Luciana desenvolve planos
ambientais e sociais que visam o reaproveitamento de resíduos para artesanato
de qualidade e plantios monitorados para
neutrocarbonização das emissões de CO2
de seus clientes. Segundo a empresária, o
novo empreendimento “já nasceu abençoado”, dado os seus compromissos agregados: “Respira Carbono Neutro, Respira
Solidariedade e Respira Dignidade”.
Hoje, Luciana se considera realizada
pessoal e profissionalmente, embora mantenha uma rotina bastante agitada. Além
das duas empresas que administra, ela cursa Direito e é associada a um grande escritório de advocacia na área de consultoria
tributária. No campo pessoal, a empresária
celebra contar com um tempo de qualidade para seus três filhos e o marido. “Sempre
fui uma pessoa sonhadora e empreendedora, e este ritmo não me assusta! Sou feliz
por estar trabalhando em meu próprio negócio, fazendo minhas escolhas e, principalmente, podendo me dedicar às minhas
paixões”. E ela faz questão de repassar esse
entusiasmo aos filhos. “Nada me deixa mais
feliz que vê-los livres e sujos na fazenda,
longe dos eletrônicos que tanto ‘roubam’ a
infância das nossas crianças”, finaliza.
Ping Pong
Família: Essência de tudo
Viagem: Praia sem celular
Comida: A que meu marido cozinha
Um lugar: Minha fazenda.
Considero um lugar abençoado
Uma companhia: Meu marido e filhos
Música: Relicário (Nando Reis)
Filme: Cidade dos Anjos
O que te distrai: Uma mesa com bons
amigos, boa bebida e boa comida
Felicidade: Fazer o bem
Tristeza: Ver o Brasil sendo
mal administrado e a educação
sem boas perspectivas
Cavalos: Paixão de criança e
grandes planos para o futuro.
Assim que meu filho menor crescer
um pouco mais, farei aula de
hipismo rural com todos eles.
REVISTA MERCADO RURAL
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COMO FAZER
INSTALAÇÃO DE
cerca elétrica rural
A instalação de uma cerca elétrica na propriedade rural requer cuidados especiais
para evitar acidentes, bem como para que a mesma funcione corretamente.
A Revista Mercado Rural selecionou algumas dicas que ajudam no procedimento. Confira:
ELETRIFICADOR
Opte por uma marca de qualidade e que atenda aos padrões internacionais de segurança. Lembre-se
de respeitar a capacidade do aparelho quanto à quilometragem e à distância máxima de eletrificação.
ISOLADORES
Exija sempre isoladores próprios para cerca elétrica, que possuem proteção contra os raios ultravioleta.
ARAME
Utilize arame próprio para cerca elétrica, pois os mesmos conduzem melhor a eletricidade
(se comparados aos arames para cerca convencional) e não oxidam com facilidade.
ATERRAMENTO
Ao fazer o aterramento, utilize os materiais adequados. As hastes, cantoneiras, canos e mourões
precisam ser galvanizados para que não enferrujem. Evite o uso de haste “cobreada” e faça o aterramento principal (do eletrificador) com, no mínimo, três hastes que devem ser enterradas próximas ao aparelho, preferencialmente, em local úmido. Essas hastes precisam estar interligadas com
o mesmo arame da cerca e devem ter, no mínimo, dois metros de comprimento ou o necessário
para chegarem até a parte úmida do solo.
PROTEÇÃO E MANUTENÇÃO
Instale um protetor para diminuir a incidência de raios sobre o eletrificador. Existem, ainda, sistemas que direcionam parte da descarga elétrica para o solo, via aterramento, o que evita que a
mesma chegue ao eletrificador com carga total.
Quanto à manutenção da cerca, deve-se avaliar o seu funcionamento periodicamente. Faça vistoria para
checar se os isoladores estão intactos, retirar os vegetais que possam estar em contato com o arame eletrificado e medir a voltagem da cerca com um voltímetro. A voltagem deve ser entre 5.000 e 9.500 volts.
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MARÇO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
13
Agroindústria familiar
EMPREENDIMENTO GARANTE EMPREGO E RENDA À POPULAÇÃO
DO CAMPO E REDUZ AS MIGRAÇÕES PARA O MEIO URBANO
Embora o país esteja enfrentando um
período de crise, o governo tem investido
cada vez mais no agronegócio, o que pode
ser uma boa oportunidade para famílias
que vivem no campo e desejam melhorar
a sua renda. Entre as atividades que são incentivadas está a agroindústria familiar, um
modelo de negócio que traz benefícios
que vão além do retorno financeiro.
Através do empreendimento na propriedade rural, são gerados novos postos
de trabalho e, com isso, evita-se o êxodo
dos moradores do campo para as grandes
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MARÇO 2015
cidades. Em diversos casos, todos os membros da família trabalham juntos e, com
o empenho, tornam o negócio cada vez
mais estável e lucrativo. De acordo com
uma pesquisa realizada em 2004 pelo Ministério da Integração Nacional, em 74%
das agroindústrias brasileiras não ocorreu
nenhuma migração do membro da família
para o meio urbano. E, em 37% delas, aconteceu exatamente o contrário: os filhos e os
parentes retornaram para a sede da indústria, no setor rural, para auxiliar suas famílias
no desenvolvimento da atividade.
Um dos estados brasileiros que se destaca no ramo da agroindústria familiar é o
Rio Grande do Sul. Dados do Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
revelam que o estado conta com mais de
80 mil empreendimentos desta natureza,
sendo que quase 40% dos seus proprietários declaram ter renda com a atividade, o
que resultou, no ano de 2007, em um valor
bruto de produção superior a R$ 230 milhões. Devido a isso, a atividade é bastante
incentivada também pelo governo estadual, que vê na agroindústria familiar uma
oportunidade de garantir emprego e renda para a população rural.
O principal suporte que o produtor
recebe do governo federal para a agroindústria vem do Pronaf (Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar),
administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Só no ano passado,
os recursos destinados ao programa ultrapassaram R$ 24 bilhões, destinados para a
agroindústria e também para outros fins
da agricultura familiar. Além do Pronaf, o
governo federal conta com programas que
apoiam a comercialização da produção,
que incluem até a compra dos alimentos
produzidos pelas agroindústrias para destinar às instituições de ensino da rede pública e outras entidades de assistência social.
Para pleitear os recursos do Pronaf destinados à agroindústria, o produtor deve
procurar o seu Sindicato Rural ou a Emater,
onde precisa preencher a Declaração de
Aptidão ao Pronaf (DAP), a qual será emitida de acordo com a renda anual do requerente (até R$ 360 mil na safra 2014/2015)
e conforme a atividade que ele pretende
explorar no ramo da agroindústria familiar.
Vale ressaltar que também é possível fazer um cadastro em conjunto com outros
associados, caso se tenha a pretensão de
criar uma agroindústria familiar coletiva.
REVISTA MERCADO RURAL
15
Controle biológico da mosca-da-fruta
CONHEÇA A TÉCNICA DA ESTERILIZAÇÃO DO MACHO QUE TEM GERADO
RESULTADOS SATISFATÓRIOS EM CULTURAS FRUTÍFERAS DO BRASIL
A mosca-da-fruta é um inseto que
causa grande preocupação em muitos
agricultores brasileiros. Conhecida como
a praga de culturas frutíferas, chega a causar até US$ 120 milhões em prejuízos por
ano no país, entre perdas de produção,
custos de controle, processamento e comercialização. Diversas entidades de apoio
ao produtor rural, e incluindo o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), têm se mobilizado na busca pelo
controle a praga que, além do dano direto
causado na polpa dos frutos, é responsável
por barreiras quarentenárias impostas por
países importadores de frutas frescas. Entre
as formas de conter a atuação da mosca-da-fruta está o controle biológico através
da esterilização dos machos, técnica que
tem gerado resultados satisfatórios em algumas culturas.
A esterilização dos machos acontece
através da incidência de radiações gama
Cobalto 60 sobre os insetos em estágio de
pupa. Objetiva-se, com isso, soltá-los na área
cultivada para que os mesmos possam competir com os machos selvagens, reduzindo,
assim, os acasalamentos férteis e a população da praga a cada ciclo. Um benefício dessa técnica é que ela pode ser aplicada em
áreas amplas, sem a contaminação do meio
ambiente e com um alto grau de eficiência.
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MARÇO 2015
Em geral, o processo de controle biológico acontece da seguinte forma: a cada semana, libera-se na área cultivada uma população de machos estéreis no mínimo nove
vezes maior que a de machos selvagens.
Assim, o macho estéril acaba tendo mais
chances de copular com a fêmea selvagem,
impedindo a geração de descendentes.
BIOFÁBRICA NO BRASIL
Juazeiro, na Bahia, foi a cidade pioneira no uso da técnica. O município
conta com uma biofábrica para a produção dos machos estéreis, a primeira do
país e do mundo escolhida pela Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA)
para utilizar a técnica de esterilização dos
insetos através de raios-X. A biofábrica,
uma Organização Social reconhecida
pelo MAPA e pelo Governo da Bahia, está
presente também em outros estados
brasileiros, em parceria com as Agências
Estaduais de Defesa Agropecuária. A organização foi criada para combater espécie Ceratitis capitata, que ataca principalmente os pomares de goiaba, acerola,
manga e pêssego.
A técnica da esterilização do macho
da mosca-da-fruta é usada em vários
países como uma política pública e, em
muitas localidades já conseguiu reduzir
em até 70% a população dessa praga na
área cultivada. Vale destacar que ela não
implica na abolição total do uso de produtos químicos, mas reduz consideravelmente as pulverizações nos pomares e
conta com mais uma vantagem: é aceita
sem restrição pela legislação fitossanitária internacional.
REVISTA MERCADO RURAL
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O plantio eficaz da soja
CUIDADOS NO PRÉ-PLANTIO GARANTEM UMA BOA SAFRA
A soja tem um papel importante no
desenvolvimento da economia brasileira.
A safra de 2013/2014 no Brasil, o segundo
maior produtor mundial do grão, contou
com a produção de mais de 85 milhões de
toneladas. Segundo o Ministério da Agricultura, o cultivo da soja já corresponde a 49%
da área plantada em grãos do país. Tudo
isso só tem sido possível devido ao constante aprimoramento na produção, seja
tecnológico, no manejo ou na eficiência
dos produtores. Para alcançar bons resultados, é necessário uma atenção no pré-plantio, garantindo os cuidados necessários.
Um dos aspectos mais relevantes para
garantir uma boa safra, é preparar a terra
para o plantio. É importante fazer uma
análise química do solo a fim de verificar
se há a necessidade de fertilizantes ou de
corretivos, como o gesso ou o calcário.
Além disso, a avaliação permite monitorar
como o solo está em termos dos nutrientes manejados na cultura, como o potássio,
o fósforo, o enxofre, dentre outros. Após a
ocorrência do vazio sanitário, ou seja, o pe-
18
MARÇO 2015
ríodo de ausência total de plantas vivas de
soja, excluindo-se as áreas separadas para
pesquisa ou produção de semente genética, é recomendado aguardar que as chuvas cheguem a um nível de 80 a 100mm.
Outro fator que merece atenção é a
escolha da semente. O produtor precisa
tomar muito cuidado ao verificar no catálogo das empresas fornecedoras se as
sementes são adaptáveis à região em que
será feito o plantio. Se a semente escolhida
tiver a tecnologia RR2, que apresenta resistência às lagartas e ao herbicida glifosato,
é fundamental que se respeite o refúgio,
ou seja, deve-se separar pelo menos 20%
da área plantada para o cultivo de outra
variedade convencional.
Quanto ao maquinário, deve-se escolher o disco ou a peneira ideal, adequado
ao tamanho da semente que será plantada. É válido também verificar o estado de
conservação da botinha ou facão (parte
da máquina onde o adubo é distribuído).
A máquina precisa, portanto, estar bem regulada para garantir o resultado desejado.
Não se pode esquecer também da lubrificação e das rodas de profundidade, que
precisam estar ajustadas para a distribuição
dos grãos com a mesma nivelação.
PÓS-PLANTIO:
ATENÇÃO ÀS PRAGAS
Muitos especialistas acreditam que
a tendência futura é o aumento da tolerância da soja às variações do clima, mas,
para isso, é fundamental o investimento
em tecnologia, de maneira a reduzir as
perdas e aumentar a produtividade. Para
tanto, além de outros fatores relacionados
a técnicas de cultivo modernas e eficientes, é fundamental uma atenção especial
às pragas, buscando todas as formas de
evitá-las. Isso já é um passo para o pós-plantio, mas fica a recomendação de um
monitoramento constante da lavoura, verificando se há a presença de mariposas
ou lagartas, ainda pequenas, para que haja
tempo hábil de intervenção.
* Informações do Projeto Soja Brasil
REVISTA MERCADO RURAL
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Gado Charolês
RAÇA DIFERENCIA-SE POR SUA RUSTICIDADE,
FÁCIL ADAPTAÇÃO E CARNE DE QUALIDADE
Um bovino que se destaca por seu
porte grande e ampla massa muscular com
adequada camada de gordura. É forte, com
alta capacidade de locomoção e adapta-se
bem a todo tipo de clima e vegetação. Tais
características, que revelam um animal de
qualidade diferenciada, são atribuídas ao
gado de corte Charolês, raça que chegou
ao Brasil há mais de 100 anos e vem conquistando amplo espaço no mercado.
O gado Charolês é considerado uma
das raças mais antigas que se tem registro
no mundo. O animal é originário da França, mais especificamente do Distrito de
Charolles. No Brasil, o primeiro rebanho
de Charolês chegou ao Rio Grande do Sul
no ano de 1885. Gradativamente, o número de cabeças cresceu e se espalhou por
outras regiões, em especial, Paraná e São
Paulo, além do primeiro estado que recebeu o animal. Existem também registros de
utilização da raça no Norte do país. Todo
esse crescimento do gado Charolês no
20
MARÇO 2015
Brasil proporcionou a criação de uma entidade representativa nacional, a Associação
Brasileira de Criadores de Charolês (ABCC).
De acordo com Wilson Borges, presidente da ABCC, em um recente trabalho
científico realizado no Pará, o Charolês
apresentou desempenho superior comparado ao Nelore puro e a outras cruzas em
todos os indicadores zootécnicos, em termos de ganho de peso, conversão alimentar, peso ao abate e rendimento de carcaça.
“No cálculo final do resultado financeiro, a
cruza Charolês x Nelore foi 7% mais rentável que o Nelore puro e 4% mais rentável
que o cruzamento com outra raça europeia muito difundida atualmente”, destaca.
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
De fato, a raça tem ganhado grande
visibilidade devido aos seus diferenciais,
em especial, à palatibilidade de sua carne, considerada saborosa, macia e com
adequada camada de gordura, desde que
oriunda de carcaças de animais jovens e
bem acabados. No caso brasileiro, houve
um meticuloso trabalho de seleção genética ao longo dos anos, o que tem propiciado funcionalidade e produtividade aos
bovinos charoleses do país.
Segundo Wilson, a formação da linhagem no Brasil se deu essencialmente com
o padrão francês (maior massa muscular) e
britânico (de grande porte). Hoje, tem-se
preconizado um modelo de Charolês de
porte moderado, mais precoce e adaptado à realidade do país, sem abrir mão das
grandes qualidades de ganho de peso e
rendimento da carcaça. “Podemos considerar que foi muito importante a liberação,
em meados da década passada, do uso de
touros de origem americana em rebanhos
puro de origem, que contribuíram decisivamente na seleção de animais com facilidade de parto, boa produção de leite e
maior aptidão para deposição de gordura,
acelerando o processo de terminação do
gado para abate” acrescenta Wilson.
MERCADO
O mercado do Charolês é, atualmente,
fortalecido pela valorização crescente de
sua carne. Conforme explica o presidente
da ABCC, até o momento, o comércio da
carne é feito em nível nacional, porém a
entidade está trabalhando com o projeto
“Carne Charolês Certificada”, o que pode
contribuir para a abertura de mercados.
Outro destaque da raça é a grande procura existente por animais cruzados com
Charolês para a exportação de gado em pé.
“Há uma preferência declarada de boa parte dos importadores de outros países por
animais com a genética da raça justamente por ela apresentar uma melhor resposta
nos confinamentos, que é o regime dos
navios e, posteriormente, quando chegar
ao seu destino”, destaca Wilson.
MANEJO E REPRODUÇÃO
Por se tratar de um animal bastante
dócil, seu manejo é facilitado, permitindo
a aplicação dos princípios de bem estar
animal com tranquilidade e segurança. O
presidente da ABCC, Wilson Borges, chama
a atenção para um cuidado especial que
se deve ter no caso de criações do Norte
do Paraná e regiões acima. “Deve-se ficar
atento à ocorrência de ectoparasitas, principalmente o carrapato, pois, assim como
as demais raças europeias, o Charolês apresenta uma menor tolerância e resistência
comparado às raças zebuínas”, adverte.
A reprodução do Charolês se dá de
maneira semelhe às demais raças bovinas.
Vale o destaque para a capacidade reprodutiva dos machos e para o fato de as fêmas apresentarem alta fertilidade, serem
sexualmente precoces e com grandes habilidades maternas.
VISIBILIDADE E FUTURO
A raça participa de diversas exposições
do país, sendo as ranqueadas as mais importantes, onde criadores e expositores são
pontuados de acordo com a premiação de
seus animais e com a quantidade dos animais expostos (o ranking pode ser acompanhado no site www.charoles.org.br).
Segundo Wilson, a ABCC pretende ampliar
o número de eventos como este. “A realização de uma exposição ranqueada sempre
motiva o criador a participar com o que
tem de melhor, tornando-a uma grande
vitrine da genética da raça e valorizando a
mostra do município que a sedia”, destaca.
Quanto aos demais projetos da associação, destacam-se a busca de maior
aproximação com o setor acadêmico, o
contato direto com Centrais de Inseminação e o incentivo aos criadores de participarem do Programa de Melhoramento de Bovinos de Corte (PROMEBO). “Com
este programa, pretendemos identificar
touros geneticamente superiores tanto
para inseminação quanto para monta
à campo, gerando uma evolução e melhoria progressiva no Charolês. Paralelamente, é possível identificar as melhores
matrizes do rebanho, possibilitando um
sistema de seleção prévio ao acasalamento”, finaliza Wilson.
REVISTA MERCADO RURAL
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Portal de consultas
fitossanitárias gratuitas
CONTRIBUI PARA USO CORRETO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
A Agrotis Agroinformática lançou recentemente o Receituário Online, portal
que oferece consultas fitossanitárias gratuitas sobre alternativas de controle às pragas,
doenças e plantas daninhas de mais de 230
culturas de interesse econômico. O objetivo
da ferramenta é auxiliar na utilização correta de defensivos, evitando desperdícios.
Criado há 25 anos pela empresa, o banco de dados sobre o controle fitossanitário
e o registro de defensivos disponibilizado
no portal é o mais completo do Brasil, sendo utilizado por mais de três mil agrôno-
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MARÇO 2015
mos em todo o país. Além disso, as informações são atualizadas frequentemente
por uma equipe especializada e que mantém contatos regulares com os fabricantes
e órgãos responsáveis pelos registros.
EMISSÃO DE RECEITA
Para os usuários agrônomos e técnicos
agrícolas que necessitarem emitir uma receita fitossanitária, o portal também oferece a alternativa mediante a aquisição
de créditos pré-pagos. Para isso, basta se
cadastrar no site e adquirir os créditos de
forma online e emitir a receita.
A emissão também pode ser feita via
desktop, versão criada pela Agrotis. Neste
caso, não é necessário conexão com a web
e as receitas são ilimitadas. Para empresas
que possuem um sistema de ERP, a versão
webservice é a mais indicada, pois ela se
integra ao sistema.
O site está no ar no link:
www.receituarioonline.com.br.
Fonte: Centro de Comunicação
REVISTA MERCADO RURAL
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Galloway
A Fazenda Vacaquá, localizada em Rosário do Sul/RS e de propriedade de Pedro
Paulo Gonçalves, conta com uma criação
especial: o rebanho de Galloway, considerada a raça bovina mais bonita do mundo.
O animal, de porte médio e semelhante ao
Alberdeen Angus, possui uma cobertura
peculiar, com pelagem preta e uma faixa
branca ao redor do corpo, destaque que
enaltece sua beleza e exuberância.
O Galloway é originário da Escócia,
onde existe em estado puro desde o século
XIX. A raça está presente em países como a
Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Na América do Sul, possui exemplares no Brasil, mais especificamente, no Rio
Grande do Sul, Argentina e Uruguai.
A introdução da raça na Fazenda Vaca-
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DESTAQUE NA
FAZENDA VACAQUÁ,
RAÇA BOVINA É
CONHECIDA COMO
A MAIS BONITA
DO MUNDO
quá aconteceu na década de 80. Em 1983,
a pecuarista Shirlei Kroeff importou um
touro e dez vacas da Escócia. Poucos anos
depois, ela vendeu a maioria da criação
para Pedro Paulo, que já atuava no ramo
pecuário desde 1960. Segundo o criador,
a decisão por adquirir e criar o Galloway
em sua propriedade foi motivada pela be-
leza e rusticidade do animal. Atualmente,
a Fazenda Vacaquá conta com quase 300
exemplares da raça, número que conferiu
a Pedro Paulo a posição de maior criador
do Galloway no Brasil e na América Latina.
Entre as características do Galloway,
estão a fertilidade, facilidade de parto, rusticidade, qualidade da carne, alto valor do
couro para tapetes, além de maior resistência à mosca do chifre. De acordo com o pecuarista Pedro Paulo, o manejo do Galloway
é o mesmo empregado nos outros gados
de origem europeia. Algo que ele destaca
como um diferencial do animal é a sua valorização extra no mercado devido à beleza. Além disso, a carne do Galloway é semelhante à do Alberdeen Angus, considerada
a melhor carne vermelha do mundo.
REVISTA MERCADO RURAL
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Feijão-de-corda
O feijão é uma leguminosa de preferência praticamente unânime no Brasil, sendo o
país o seu maior produtor mundial. Presente
na mesa da maioria da população, possui
espécies variadas e, uma delas, conhecida
como feijão-de-corda, feijão-fradinho ou feijão-caupi, se destaca pelo seu alto valor protéico, facilidade de absorção de nitrogênio e
pouca exigência em fertilidade do solo.
O feijão-de-corda tem sua origem na
África e chegou ao Brasil no porão das
caravelas, trazido pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Desembarcado na
Bahia, foi ganhando o Norte e o Nordeste
do país, dada à sua fácil adaptação a climas quentes e semiáridos. Assim como os
outros tipos de feijão, o feijão-de-corda é
rico em fibras, ferro e vitaminas, e, segundo
uma pesquisa realizada pela Universidade
de São Paulo (USP) no ano de 2009, esta
espécie de leguminosa tem um desempenho ainda mais satisfatório que os demais
feijões no controle do colesterol.
Devido ao seu valor nutritivo, o feijão-
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LEGUMINOSA TÍPICA DO NORTE E NORDESTE
BRASILEIROS POSSUI ALTO VALOR NUTRITIVO
E POUCA EXIGÊNCIA PARA O CULTIVO
-de-corda é cultivado principalmente para
a produção de grãos, secos ou verdes, para
o seu consumo humano em forma de conserva ou desidratado. Além disso, a leguminosa é utilizada como forragem verde,
feno, ensilagem, farinha para alimentação
animal e, ainda, como adubação verde e
proteção do solo.
No Nordeste do Brasil, o vegetal ainda
tem uma importância maior: é cultura de
subsistência de vários pequenos agricultores, por apresentar ciclo curto e maior
tolerância ao estresse hídrico. O feijão-de-corda pode ser cultivado em quase todos
os tipos de solos, desenvolvendo-se, em
geral, em solos com quantidade razoável
matéria orgânica, leves, profundos e arejados. Geralmente, são solos dotados de média a alta fertilidade, no entanto, é possível
cultivar o feijão-de-corda em solos com
baixa fertilidade, desde que se faça o uso
de fertilizantes químicos ou orgânicos.
A melhor época para o plantio do feijão-de-corda, seguindo o seu ciclo médio (de
71 a 90 dias) é no meio do período chuvoso
de cada região. Já para os ciclos super precoces (55 a 60 dias), recomenda-se o plantio
cerca de dois meses antes do término do período chuvoso. A colheita acontece quando
a planta atinge a sua maturidade fisiológica,
com a mudança de cor das vagens e grãos.
Outra vantagem do feijão-de-corda,
além do fato de ser tolerante à seca, é
a resistência que possui contra pragas,
como a mosca-branca. O vegetal também
não necessita de fungidas ou fertilizantes
quando cultivado em áreas velhas de cultivo de soja ou algodão.
REVISTA MERCADO RURAL
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Componente do soro do leite
pode trazer benefícios à saúde
PESQUISA DESCOBRE QUE PROTEÍNAS DO SUBPRODUTO
LÁCTEO AUXILIAM NO COMBATE À HIPERTENSÃO
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Embrapa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trouxe
uma descoberta que pode ser uma grande
notícia para quem sofre de hipertensão: a
proteína encontrada no soro do leite pode
ajudar no controle da doença, com efeito
semelhante ao de medicamentos.
A pesquisa foi feita analisando-se pequenas partes de proteína (peptídeos)
encontradas no soro do leite e aplicadas
em cobaias. Testes in vitro indicaram que
houve a vasodilatação das artérias das cobaias, entre 80% a 100%. De acordo com
a coordenação da pesquisa, o diferencial
deste estudo foi o processo tecnológico de
preparo e fracionamento do soro de leite
desenvolvido pela Embrapa, o que proporcionou um produto de alto valor agregado.
Até o momento, a pesquisa analisou o efeito nas aortas de cobaias, mas já estão sendo preparadas as próximas etapas, quando
serão realizados testes em humanos.
Antes de chegar a esse índice de vasodilatação das artérias, os pesquisadores fizeram dez testes de amostras, até chegarem
na composição ideal. Para a realização do
estudo, o soro do leite foi concentrado por
utrafiltração e as suas proteínas foram parcialmente hidrolisadas, quebradas em molé-
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culas menores, os peptídeos. Após a separação dos peptídeos, foi simulado o processo
de funcionamento do sistema digestivo
humano para avaliar as possíveis alterações
químicas e biológicas no trato gastrointestinal. Posteriormente, esses peptídeos foram
secados por atomização para gerar um produto em pó, que poderá ser incorporado
pela indústria alimentícia, nutracêutica ou
farmacêutica, caso confirmada a sua eficácia.
Os pesquisadores já realizaram um primeiro teste sensorial para avaliar se o amargor resultante dos peptídeos após a hidrólise pode inviabilizar o seu uso pela indústria
alimentícia. Na experiência, realizada com a
adição do produto a uma sobremesa láctea, os resultados foram satisfatórios, com
a preferência maior dos provadores pela
sobremesa com o ingrediente funcional.
A ideia é continuar realizando testes com
outros produtos alimentícios.
O aproveitamento do soro do leite é
uma das iniciativas da Embrapa para promover a redução do impacto ambiental. Estima-se que o Brasil produz cerca de quatro
bilhões de litros de soro de leite por ano, sendo a metade descartada no meio ambiente.
Vale destacar que o soro de leite como suplemento alimentar é legislado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fonte: Embrapa
REVISTA MERCADO RURAL
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Fernando Ulhoa
Nacional do Mangalarga Marchador
movimenta R$ 11 milhões
“Nunca vi o Parque da Gameleira tão
cheio como desta vez”. Este foi um dos comentários mais frequentes durante a 34ª
Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador,
que teve público acima de 150 mil pessoas.
A exposição reuniu 1.500 animais, de 940
expositores de 16 estados brasileiros. Marcaram presença neste, que é um dos maiores eventos equestres da América Latina,
exemplares provenientes de MG, RJ, BA, SP,
DF, PE, ES, GO, PR, SC, AL, CE, RS, RN, SE e PA.
Realizada de 15 a 25 de julho de 2015, em
Belo Horizonte, a Nacional teve como tema
central “Marchadores pela Vida”, numa alusão
ao novo projeto social da entidade que visa
arrecadar fundos destinados a instituições
que atendem crianças portadoras de câncer
e dependentes químicos. Só o leilão de doações bateu a casa dos R$ 813 mil. Durante os
onze dias de realização foram movimentados
R$ 11 milhões em negócios ocorridos nos
leilões presenciais e on-lines, shoppings de
animais e vendas diretas entre os criadores.
PROGRAMAÇÃO PARALELA
Também foram muito prestigiadas
pelo público as Provas Funcionais. Elas
aconteceram na pista de areia do parque
e receberam, no total, a inscrição de 413
conjuntos (cavalo/cavaleiro). As competições de 5 e 3 Tambores, provas que são individuais, contaram respectivamente, com
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MARÇO 2015
EDIÇÃO DE 2015 REUNIU 1.500 ANIMAIS
E CONTOU COM 150 MIL VISITANTES
50 e 66 inscrições. A Apartação de Curral,
com 80 inscritos, foi realizada com 40 duplas, e o Team Penning foi disputado por
21 trios. Também feitas individualmente, as
competições de Maneabilidade e 6 Balizas
tiveram 67 e 53 participantes. A prova de
Laço foi prestigiada por 35 competidores.
Já o Test Ride do Mangalarga Marchador, atividade oferecida pela ABCCMM ao
público visitante, possibilitou que crianças,
jovens e adultos conhecessem o andamento e a docilidade do cavalo MM. Ao
todo, 2.000 pessoas puderam comprovar
as qualidades da raça.
Durante a 34ª Nacional também ocorreu o I Congresso de Equoterapia, nos dias
23, 24 e 25 de julho, com renomados profissionais do segmento, fato que gerou grande interesse daqueles que trabalham com
esta terapia, tais como médicos, psicólogos,
psicoterapeutas, equitadores, dentre outros. Diversas palestras, conferências, mesas
redondas foram marcadas nos três dias.
ENTRETENIMENTO
A Casa do Criador foi uma das atrações
desta Nacional, sobretudo, para as mulheres.
A programação, coordenada por Ana Cristi-
na Marquito, esposa do presidente da ABCCMM, Magdi Shaat, foi bem planejada e teve
atividades intensas. Destaque para as palestras, bazares, o Dia da Beleza, exposições
artísticas, gastronomia e a presença especial
do estilista Victor Dzenk, que trouxe para o
evento parte de sua coleção lançada em
novembro de 2014, no São Paulo Fashion
Week, além de peças criadas exclusivamente para serem comercializas na Nacional.
ENCERRAMENTO
Compromissos profissionais fora do
país fizeram com que o presidente Magdi
Shaat não pudesse estar presente na solenidade de encerramento do evento, última
Nacional de seu mandato. Ele agradeceu
na véspera, dia 24/7, a presença dos expositores, criadores, corpo técnico e funcionários, e lembrou das eleições para a nova
Diretoria, em 11 de dezembro. Também
deixou uma mensagem de boa sorte para
aqueles que disputariam a grande final. O
vice-presidente Antônio Sérgio encerrou
os trabalhos da 34ª Nacional, no dia 25 de
julho, reafirmando que ela tinha sido a melhor de todos os tempos, e que a diretoria
tinha cumprido a sua missão.
REVISTA MERCADO RURAL
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Plantio direto
O plantio direto é uma técnica que
tem sido bastante empregada nas últimas
décadas, substituindo, em muitos casos,
o método de cultivo tradicional (50% calagem, aração, 50% calagem, gradagem
e plantio). Entre as vantagens proporcionadas, tem-se a contenção dos processos
erosivos, a diminuição dos custos de produção, a redução do impacto ambiental e
a maior retenção de água no solo.
De acordo com o Engenheiro Agrônomo e doutorando de Fitotecnia/Agronomia da Universidade Federal de Lavras
(UFLA), Ranieri Laredo, a técnica do plantio
direto consiste na não remoção do solo e
na manutenção das palhadas das culturas
anteriores, as quais irão se decompor e se
transformar em matéria orgânica. “A palhada na superfície amortece o impacto da
chuva, evita a exposição do solo ao meio
ambiente, aumenta a fase viva do solo, ou
seja, a presença de microorganismos, e
mantém a temperatura do solo mais amena”, afirma. Além disso, a decomposição
dessa matéria orgânica possibilita a liberação de nutrientes para a solução do solo.
Ranieri explica que o ideal é fazer, inicial-
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MARÇO 2015
Confira os passos
para antes, durante e
após o plantio direto:
1. Análise do solo
2. Calagem
3. Abertura da terra
4. Elevação do teor de matéria orgânica
(*um mês antes do plantio)
5. Adubações corretivas
6. Plantio da cultura
7. Tratos culturais (capina, adubação e
tratamentos fitossanitários)
8. Colheita (recomenda-se a mecanizada para
que sejam mantidos os restos culturais na lavoura)
9. Escolha do herbicida ideal
10. Sistema de plantio direto
11. Rotação de culturas
mente, o cultivo mínimo, sistema no qual
há uma menor mobilização do solo. “Geralmente, faz-se a gradagem, calagem (total),
subsolagem, outra gradagem e o plantio. O
SISTEMA GARANTE
BOA COBERTURA
E PROTEÇÃO
DO SOLO, ALÉM
DE REDUZIR
OS IMPACTOS
AMBIENTAIS E
OS CUSTOS DE
PRODUÇÃO
uso do subsolador ajuda a descompactar e
arejar o subsolo, de maneira que a infiltração
de água seja mais eficiente”, ressalta. Nos
anos seguintes, já pode ser adotado o plantio direto. “Quanto mais revolvemos o solo,
pior é, pois há a oxidação da matéria orgânica, com a perda de carbono”, diz.
Um ponto importante relacionado
ao plantio direto é a importância em se
fazer a rotação de culturas, pois a mesma
ajuda no controle de pragas e de plantas
daninhas, já que certas culturas liberam
substâncias que inibem o crescimento e o
desenvolvimento de outras plantas (efeito
alelopático). Além disso, quando as raízes
de uma cultura morrem, com o tempo,
elas se decompõem e arejam o solo para
a próxima cultura.
Quanto ao uso de herbicidas, deve ser
realizado com cuidado. “No pré-plantio, o
primeiro passo é descobrir o princípio ativo
do herbicida e seu mecanismo de ação na
planta alvo (planta daninha). É fundamental também que se saiba o efeito residual
do produto no solo, pois dependendo das
implicações, pode prejudicar as plantações subsequentes”, defende Ranieri.
Por fim, fica a orientação de, antes de
iniciar o plantio direto, buscar a ajuda de um
especialista, uma vez que a sua implantação
requer uma observação das condições climáticas de cada região e do tipo de solo.
REVISTA MERCADO RURAL
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MARÇO 2015
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Cavalos Crioulos ganham
espaço em Minas Gerais
EMPRESÁRIO DA REGIÃO
DE ITAPECERICA INVESTE
NA RAÇA E DESTACA AS
QUALIDADES DO ANIMAL
A paixão pelos cavalos Crioulos tem, a
cada dia, ultrapassado as fronteiras do Rio
Grande do Sul e chegado a outras regiões
do Brasil. O motivo é a fácil adapatação do
animal, sua rusticidade, docilidade e força.
Quem conhece e cria a raça defende sua
multifuncionalidade e eficiência. Em Minas
Gerais, o Crioulo vem se destacando com o
aumento gradativo do plantel, graças ao trabalho de criadores que apostam nos diferenciais do animal. Um deles é Sidnei Carvalho,
que possui um Centro de Treinamento em
Lamounier, município de Itapecerica/MG.
Sidnei é natural de Itapecerica e empresário no ramo do comércio varejista. Ele relata que sua criação de cavalos Crioulos começou em fevereiro de 2014 e que sempre
contou com o apoio da família nesse proje-
ranhão. As principais atividades são a venda
de coberturas, além da comercialização de
potros e potras. Um dos animais da propriedade já conquistou o 1º lugar na prova de
custeio em Itapecerica. Sidnei defende que,
para alcançar sucesso no negócio, é necessário ter planejamento, gostar do que faz e ser
dedicado. Além disso, segundo o empresário, é fundamental garantir o bem estar dos
animais. “Na minha criação de Crioulos, procuro manejá-los da forma mais natural possível para que eles se sintam bem”, ressalta.
Questionado sobre o que mudou em
sua vida após iniciar a criação dos Crioulos,
Sidnei destaca os novos contatos e aprendizados. “No ramo do cavalo, o que mais me
gratifica é que todos os dias você faz amizades e adquire mais conhecimentos”.
to: seu pai, Sr. Zeferino Soares de Carvalho,
sua mãe, Sra. Marina Teixeira de Carvalho,
esposa, Daniele Alves Barros Enes, e seu filho, Henrique Barros de Carvalho. O criador
destaca também que esse era um sonho
antigo, desde o ano de 2006. “A oportunidade de concretizá-lo surgiu quando dois amigos, Dr. Onelcides Garcia e Amiltom Diniz,
me incentivaram e me ajudaram a aquirir
um garanhão e seis éguas”, afirma. Sidnei
acrescenta que seu interesse pela raça vinha
desde a infância. “Optei por criar o cavalo
Crioulo porque na nossa região não tínhamos o animal e também por ser um cavalo
dócil, bonito e de porte mediano”, diz.
O Centro de Treinamento do empresário possui uma área de nove hectares e sua
tropa se mantém com seis éguas e um ga-
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Enapampa 2015:
a festa do cavalo Pampa
Fotos: Waldyr Ribeiro
MAIS DE 500 ANIMAIS PARTICIPARAM DA 22ª EXPOSIÇÃO NACIONAL
DO CAVALO PAMPA, O MAIOR EVENTO DA RAÇA NO PAÍS
Babilônia do Caballú: Campeã das Campeãs da categoria Marcha Batida
O ano de 2015 marcou mais um sucesso da Exposição Nacional do Cavalo
Pampa, a Enampa, que está em sua 22ª
edição. O evento aconteceu entre os dias
23 e 30 de agosto, no Centro Hípico Sapucaia, na serra fluminense. Vitrine da apurada genética do plantel do cavalo Pampa
selecionado oficialmente no Brasil há 23
anos, a Enapampa contou com participação de planteis dos Estados do Rio de
Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito
Santo, Bahia e Goiás.
Em pista, machos e fêmeas de seis a 36
meses foram apresentados puxados, e os
animais com idade acima de 36 meses, puxados e montados. Durante seis dias, os animais desfilaram perante um rigoroso time
de 12 juízes para serem avaliados em sua
morfologia e andamentos. Separados por
quatro tipos de andamento – Marcha Batida, Marcha de Centro, Marcha Picada e Marcha Progressiva – os animais disputaram a
faixa de campeão nas categorias de idade e
definida na soma das notas dos julgamen-
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Aramis do São Gonçalo: Campeão dos Campeões da categoria Marcha Picada
tos de Morfologia e de Andamentos.
Os campeões acima de 36 meses de
idade concorreram em suas categorias de
andamento aos títulos de Campeão dos
Campeões e Campeã das Campeãs. Ao
todo, oito animais, quatro machos e quatro fêmeas, foram contemplados. O plantel
paulista faturou quatro deles, seguido do
Rio de Janeiro com três e a Bahia com um.
MELHORES CRIADORES
E EXPOSITORES
Em cada uma das quatro categorias de
andamentos, também foram eleitos o Melhor Criador e o Melhor Expositor, conquistas divididas entre paulistas e fluminenses.
Mas, feito e tanto mesmo foi faturar estes
mesmos títulos no cômputo geral da Enapampa. A disputa é sempre acirrada e quem
levou o troféu nas duas categorias em 2015
foi o Haras Lagoinha, de Jacareí (SP). O mais
premiado plantel de Mangalarga Pampa do
país continua imbatível, confirmando em
pista a excelência da apurada e pioneira seleção da raça que vem sendo realizada há
mais de vinte anos pelo casal Paulo Eduardo Corrêa da Costa e Marisa Iório.
Um dos mais importantes selecionadores de Mangalarga Marchador de
marcha picada no Estado de São Paulo,
Antônio Gil de Faria, do Haras Enseada,
de Cerqueira César/SP, ocupou o 2º lugar
no ranking de Melhor Criador e 3º como
Melhor Expositor. O plantel de Alexandre
Todeschini, da Fazenda São Francisco de
Paula, de Sapucaia/RJ, também fez bonito
ao ocupar a vice-liderança de Melhor Expositor e o 3º lugar no de Melhor Criador.
RESULTADOS POR CATEGORIA
A classificação geral, com todas categorias e seus destaques, pode ser acessada
no site da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Pampa (ABCPampa), no link:
http://www.abcpampa.org.br/2015/09/04/
resultados-nacional-2015/
REVISTA MERCADO RURAL
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Gesso ajuda no
aumento da
produção de mel
USO DO MATERIAL COMO REVESTIMENTO DE COLMEIAS
MELHORA A PRODUTIVIDADE DAS ABELHAS
O gesso é um material conhecido pela
sua função de regulador térmico. Utilizado para diversas finalidades, agora conta
com mais uma aplicabilidade, uma nova
descoberta que pode trazer benefícios aos
apicultores. Um experimento realizado em
Pernambuco no ano passado constatou
que, quando a colmeia é revestida por chapas de gesso, as abelhas tendem a produzir
uma quantidade maior de mel.
O projeto, pioneiro no mundo, foi desenvolvido pelo pesquisador e apicultor
pernambucano Edgar Oliveira, em parceria com uma empresa produtora de gesso. Após a realização de várias análises, foi
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MARÇO 2015
detectado que as abelhas ficavam mais
agitadas durante o dia e, à noite, quando
se acalmavam, produziam uma quantidade maior de mel. Edgar, então, passou a
testar vários materiais para o revestimento das colmeias, de maneira que se simulasse o ambiente noturno para as abelhas
e, consequentemente, provocasse a produção de mais mel.
Antes de descobrir o gesso como
o material ideal para o revestimento da
colmeia, o apicultor testou o concreto
e o isopor. No entanto, o gesso foi o que
apresentou os melhores resultados, tanto
em termos da garantia de bem estar e lon-
gevidade das abelhas, como em relação à
produção do mel, a qual constatou-se um
aumento significativo.
As chapas de gesso utilizadas na pesquisa têm a peculiaridade de dissiparem
melhor o calor. Durante a fase final da
pesquisa, Edson observou que, com o uso
do gesso, há um controle maior da temperatura no interior da colmeia, o que faz
com que as abelhas vivam melhor e por
um período maior de tempo. Além disso,
o material, mais resistente, impede que a
colmeia seja danificada pela umidade, fator que proporciona uma moradia de longo prazo aos insetos.
REVISTA MERCADO RURAL
43
PHD Pace Hospital
comemora 15 anos de fundação e inaugura
serviço de Ortopedia e Cirurgia Bucomaxilofacial
O PHD Pace Hospital comemora os
seus 15 anos de fundação inaugurando o
Serviço de Ortopedia, afinado com o que
existe de mais avançado na área, somando-se às outras especialidades atendidas
pela instituição hospitalar, sempre com
qualidade e tratamento humanitário,
características do PHD Pace. A Diretoria
do hospital é composta pela Senhora
Lourdes Prata Pace, Presidente; Dr. Walter
Pace, Vice-Presidente; Dr. Bernardo Pace,
Diretor Clínico; e Dra. Ângela Pace, Diretora Administrativa.
De acordo com a Sra. Lourdes Pace,
é mais um desafio enfrentado pela instituição. “Digo para os funcionários do PHD
que cada paciente é um desafio, que deve
ser encarado com a seriedade que nossa
profissão exige. Assim entendo também o
Serviço de Ortopedia”, destaca.
O vice-presidente, Dr. Walter Pace,
feliz com a inauguração dessa nova área,
ressalta que o PHD Pace, numa proposta
de crescimento, dando mais um passo em
relação ao futuro, inaugura o Serviço de
Ortopedia dentro dos mesmos princípios
que orientaram a concepção do hospital,
de sempre zelar pela excelência, fazendo
da instituição a primeira a obter a certificação ISO de Minas Gerais. “Estamos
sempre na busca incessante pela qualidade, tratamento carinhoso e familiar e,
suponho, que conseguimos fazer do PHD
Pace, uma casa voltada para o tratamento humanitário”, defende.
Já Dr. Bernardo Pace, Diretor Clínico,
salienta que “o PHD Pace Hospital tem o or-
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MARÇO 2015
gulho de apresentar a toda população de
Belo Horizonte e Minas Gerais e aos colegas médicos, o novo Serviço de Ortopedia
composto por profissionais de formação
científica e técnica inovadora, todos com
grande conceito na área médica”.
SERVIÇO DE ORTOPEDIA
Á frente do Serviço está o ortopedista
e médico do esporte Rodrigo Otávio Dias
de Araújo. Dr. Rodrigo Otávio traz consigo,
além da experiência de mais de 20 anos
de profissão, todo o know-how adquirido
como chefe dos Serviços de Ortopedia
dos hospitais São Francisco e Santa Lúcia.
“Conseguimos unir dois aspectos que entendo como imprescindíveis para a prática
da boa medicina: equipamentos e instrumentais de ponta e a credibilidade do PHD
Pace Hospital. Esse casamento já nasce
com tudo para dar excelentes frutos. Esta é
a nossa expectativa e é com esse objetivo
em mente que iremos atuar com o máximo de cuidado, atenção e comprometimento”, enfatiza.
DIFERENCIAIS DO ATENDIMENTO
Segundo Dr. Rodrigo Otávio, um dos
principais diferenciais do Serviço de Ortopedia do PHD Pace Hospital é sua infraestrutura, de primeiro mundo. “O investimento realizado em sua implantação vai
além da questão monetária. Conseguimos
instalar, dentro da estrutura do PHD Pace,
equipamentos de ponta, como o Intensificador de Imagens, além do que há de mais
inovador em instrumentais, como aqueles
para artroscopia. Isso faz toda a diferença
para que possamos oferecer um atendimento diferenciado e de qualidade para
nossos pacientes”.
Todas as subespecialidades da Orto-
INFORME PUBLICITÁRIO
Dr. Rodrigo Otávio , Dra. Ana Luiza Cerqueira, Dra. Angela Pace e Sra. Lourdes Pace Dr. Bernardo Pace, Dr. Rodrigo Otávio e Dr. Walter Pace
Equipe de Ortopedia e Cirurgia Bucomaxilofacial
Dr. Bernardo Pace, Dr Rodrigo Otávio, Dra. Ana Luiza,
Dra. Angela Pace, Dra. Bárbara Pace, Sra Lourdes Pace e Dr. Walter Pace
Dra. Rayssa Villafort, Dr. Rodrigo Otávio e Dra. Luiza Lamounier
Dr. Bernardo Pace, Dr. Rodrigo Otávio, Sra. Lourdes Pace e Dr. Walter Pace
pedia integram o Serviço de Ortopedia
do PHD Pace Hospital, tais como cirurgia
de mão, coluna, cirurgia de quadril, joelho,
pé e tornozelo, ombro e traumatologia
esportiva. Este é outro ponto importante,
destaca o Dr. Rodrigo Otávio. “Por estarmos
atuando na mesma estrutura, podemos realizar diagnósticos diferenciados, através da
consulta e de análises multidisciplinares”.
MEDICINA ESPORTIVA E DANÇA
Além de todo o suporte ambulatorial,
de consultas e cirurgias ortopédicas, o Serviço também agrega um diferencial: cuidados
de medicina esportiva. Isso se deve à carreira do Dr. Rodrigo Otávio, que atuou por
mais de 10 anos no Minas Tênis Clube. Ou-
tra novidade é a ortopedia ligada à dança e
o PHD Pace está preparado para atender às
necessidades de tratamento dos bailarinos.
CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL
O novo Serviço de Ortopedia do PHD
Pace Hospital conta com as cirurgiãs-dentistas Luiza Carvalho Lamounier e Rayssa
Nunes Villafort, graduadas em Odontologia
e especialistas em Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial. “Trata-se de uma ótima
novidade para a população da capital mineira e região”, ressalta a Dra. Luiza Lamounier. Segundo ela, o número de pacientes,
vítimas de trauma da face vem aumentando a cada dia. Na maioria das vezes, o
trauma da face está associado a lesões em
outras partes do corpo, principalmente
em membros superiores e inferiores. Ela
ainda explica que a especialidade Cirurgia
e Traumatologia Bucomaxilofacial é uma
área da Odontologia que diagnostica e trata o trauma, a patologia bucal e as malformações faciais na região. A especialidade
vem complementar o Serviço de Ortopedia no PHD Pace Hospital para que o paciente possa ser atendido como um todo,
em um só serviço.
Serviço de Ortopedia do
PHD Pace Hospital
Rua Conde Linhares, 20
Cidade Jardim
Belo Horizonte
Telefone: 31 3343-6615
Site: www.phdpacehospital.com.br
REVISTA MERCADO RURAL
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Haras Capim Santo
CRIATÓRIO SE DESTACA PELOS DOIS CONSAGRADOS
GARANHÕES DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR:
TRILHO DA ZIZICA E LOBO DA PEDRA VERDE
Um case de sucesso, alcançado com
crescimento e aprendizado acelerados
e rápido ajuste de rumos. Este é o Haras
Capim Santo, que estreou na criação de
cavalos Mangalarga Marchador há quase
três anos e já tem grandes nomes entre
os garanhões da tropa, como o famoso
equino e pai de grandes campeões, Trilho
da Zizica, e o Lobo da Pedra Verde, um dos
mais premiados filhos de Favacho Único. A
criação dos animais divide-se em duas propriedades em Minas Gerais: Fazenda Nossa
Senhora da Saúde, no município de Engenheiro Navarro, Norte do estado, e Fazenda
Califórnia, no município de Florestal, a 55
km de Belo Horizonte.
Tudo começou no início de 2013, na
Fazenda Nossa Senhora da Saúde, a qual
tinha como atividade principal o plantio
de Mogno Africano irrigado. Observadas
as suas ótimas condições para a criação de
gado e de cavalos, além de sua bela paisagem, com vastas pastagens, várzea de rio
e vista para a serra, dois dos seus sócios,
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MARÇO 2015
José Felipe Diniz e Marcelo Martins Araújo,
decidiram iniciar a criação do Mangalarga
Marchador, considerado por Marcelo Araújo um “animal dócil e de excelente cômodo”. Tão logo introduziram cavalos da raça
na propriedade, convidaram mais um dos
sócios da Fazenda, José Rosinei Silva, para
fazer parte da atividade.
E, assim, os objetivos e metas começaram a se firmar: alcançar a qualidade da
marcha e boas linhagens. Com a ajuda de
amigos e de profissionais especializados, a
busca pela constituição de um bom plantel de animais começou e vem se ajustando. De acordo com Marcelo Araújo, uma
das estratégias do trio de sócios foi a aquisição de garanhões que pudessem ser a
base da criação. “No curso da 32ª Exposição Nacional, adquirimos Lobo da Pedra
Verde e Trilho da Zizica. Formamos uma
grande parceria com os Haras Muralha
de Pedra, Bavaria e Sarimar. Desde então,
tivemos novos parceiros, aquisições de
doadoras, matrizes, embriões, potras e po-
tros, sempre buscando as orientações iniciais de qualidade da marcha e linhagens
selecionadas”, destaca.
NOVO CRIATÓRIO E
NOVAS ATIVIDADES
No final de 2014, Marcelo e José Rosinei decidiram adquirir uma nova base para
ampliar e melhorar ainda mais a criação do
Haras Capim Santo. Foi escolhida a Fazenda Califórnia, em Florestal/MG. Tal escolha
teve como princípio oferecer um local de
fácil acesso para a apresentação da tropa,
bem como dos animais à venda. Segundo Marcelo, o objetivo é promover, com
frequência, eventos para a exposição dos
animais aos amigos e clientes. Além disso,
afirma que o Haras Capim Santo está aberto a visitações programadas.
Atualmente, a criação divide-se entre
as duas fazendas e as centrais de embriões.
Os embriões produzidos, logo que liberados, são encaminhados para a Fazenda
Nossa Senhora da Saúde. Lá os animais são
criados em vasta pastagem, irrigada, onde
ficam, pelo menos, até o desmame.
Outra atividade que vem sendo desenvolvida pelo Haras Capim Santo é a doma
racional. “Estamos investindo e evoluindo
com nossos profissionais para a execução
de um trabalho dedicado e cada vez mais
forte, com um adestramento que respeite
a integridade dos nossos animais”, ressalta
Marcelo. De acordo com o sócio proprietário, tudo é feito para que os equinos estejam bem preparados para as pistas.
DIVULGAÇÃO E VENDA
Durante a edição deste ano da Exposição Nacional do Mangalarga Marchador,
o Haras Capim Santo esteve presente, fazendo um intenso trabalho de divulgação, o qual, segundo Marcelo, teve um
resultado muito satisfatório. “Foi um desafio interessante e que funcionou muito
bem. Não foi fácil convencer os criadores
a deixarem o parque para passar grande
parte do dia em visita a um haras. Tivemos um menor movimento nos primeiros
dias e chegamos a cerca de 60 visitantes
nos últimos. O balanço foi muito positivo, muita divulgação, novos amigos, bons
contatos e, ainda, um ótimo resultado de
venda direta”. Na oportunidade, foram
disponibilizados para a venda éguas cobertas por Trilho da Zizica e Lobo da Pedra Verde, potras, potros e doadoras filhos
de animais com genética de excelência.
Também foram oferecidas coberturas e
embriões dos três garanhões de destaque do haras (Trilho da Zizica, Lobo da
Pedra Verde e Nilo Sarimar).
Marcelo afirma que o grupo de sócios
do Haras Capim Santo está sempre aberto a novos formatos de venda e parcerias.
“Estamos em fase final de preparação para
podermos vender animais para pequenos
e/ou novos criadores que querem criar,
mas têm dificuldade com local e estrutu-
Claudio Augusto, Clelio Rodrigues e Marcelo Araújo
ra adequados. O formato permitirá que o
interessado compre o animal ou parte dele
e o deixe sob os cuidados do Haras Capim
Santo. Outro trabalho que temos estrutura
para fazer é o de reprodução para terceiros
e hospedagem de receptoras”, explica.
DESTAQUE
Até o momento, os garanhões Trilho
da Zizica e Lobo da Pedra Verde têm sido,
juntos, o principal cartão de visitas do
Haras Capim Santo. No entanto, a criação
já conta com Nilo Sarimar e tem iniciado
novos garanhões, como Quaruzo Bavária (Trilho da Zizica x Angaí Tatuagem) e
Quiosque Bavária (Fogo das Minas Gerais x
Sapoti do Aeroporto). O haras possui também doadoras que já produziram grandes
produtos (Preciosa da Santa Esmeralda,
Quadra da Santa Esmeralda, Baliza do Secretário, Tiroleza do Colorado, Raça Elfar,
Fênix do Marmelo, dentre outras).
Para Marcelo, o intenso trabalho realizado nos últimos anos já rendeu ótimos
resultados. “Hoje já estamos, orgulhosamente, colhendo os frutos da criação Capim Santo, com a produção das primeiras letras do nosso sufixo. E nossa busca
pela evolução da criação vai continuar,
no sentido da melhoria da qualidade do
nosso plantel”, salienta.
REVISTA MERCADO RURAL
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Conheça os três principais
garanhões do Haras Capim Santo:
TRILHO DA ZIZICA
Cavalo de destaque do Haras Capim Santo, Trilho da Zizica é um dos maiores nomes da
raça Mangalarga Marchador no Brasil. Nas competições que participou, o equino de pelagem alazã sempre esteve entre os primeiros lugares do ranking. Hoje, possui mais de cinquenta títulos de marcha, entre eles, três Nacionais: em 1999 e 2000, foi Reservado Campeão
Nacional de Marcha e, em 2001, Campeão Nacional de Marcha, ficando em terceiro lugar no
grande campeonato. Trilho da Zizica também foi Campeão dos Campeões em Exposições
importantes que, na época, reuniam mais de 300 cavalos. O equino conquistou o 1ª lugar na
XVI Exposição Especializada do Cavalo Mangalarga, realizada em 2001, em Caxambu/MG, com a participação de 390 animais, e também foi
campeão da II Exposição Especializada do Cavalo Mangalarga Marchador, no Rio de Janeiro, que aconteceu em 2000 e reuniu 331 animais.
Trilho da Zizica nasceu em 1992, na Fazenda Morro Grande da Zizica, em Baependi/MG. O animal é filho do garanhão Caruzo J.D.
(Ouro Preto do Porto x Rosada J.D.) e da égua Gigi do Morro Grande (Truc do Morro Grande x Palma do Morro Grande). Trilho foi testado
na lida, nas caçadas e cavalgadas. Entre as qualidades demonstradas de andamento, boca e resistência, uma se destaca: o seu temperamento. Qualquer pessoa monta o cavalo sem dificuldade, em qualquer local ou horário. Trilho tem todo garbo e libido de um garanhão,
mas quando arreado, apresenta-se dócil e disciplinado.
O Haras Capim Santo adquiriu Trilho da Zizica em 2013 e, de lá pra cá, tem celebrado as grandes conquistas dos filhos do equino. Trilho já se consagra como o cavalo com maior número de filhos campeões nacionais e estaduais, tendo como destaque Athos do Conforto,
eleito este ano como o Campeão dos Campeões Nacional de Marcha Adulto, Hotrilho da Figueira, Campeão Nacional de Marcha Cavalo
2015, e Galante do Expoente, Campeão dos Campeões Nacional de Marcha 2011. Em 2010, o animal conquistou o título de 4º Reprodutor do Ranking, em 2011, ficou em 6º lugar e, em 2012, ocupou a 5ª colocação. Trilho da Zizica também está inscrito no livro Elite MM-7.
LOBO DA PEDRA VERDE
Lobo da Pedra Verde nasceu em 2007 e é filho do famoso Favacho Único e da égua
Soraia da Pedra Verde. Lobo é um dos mais premiados filhos de Favacho Único, cavalo que
desde que iniciou sua carreira nas pistas, conquistou mais de cinquenta títulos. Entre as
principais premiações recebidas pelo equino, destacam-se Reservado Campeão Nacional
Cavalo Júnior de Marcha, em 2010, e Reservado Campeão Cavalo Júnior de Marcha, no
Campeonato Brasileiro de Marcha, em Varginha/MG, no ano de 2010.
Uma das características marcantes do Lobo da Pedra Verde é sua fama como um reprodutor que passa muita beleza zootécnica e uma marcha de extrema qualidade. Lobo tem vários filhos premiados, os quais se sobressaem Johnnie
Walker do Quelé, atual Campeão Nacional Cavalo Júnior Maior, Itaenga Orlândia, Gesso da Muralha Preta e Pegada da Pedra Verde.
NILO SARIMAR
Filho do garanhão Favacho Quociente e Nata da Piuma, Nilo Sarimar é considerado um
exímio marchador, cavalo de gesto e montada rara. Além de cômodo e franco, seu temperamento também chama a atenção. Nilo é irmão do consagrado Favacho Estanho e já conquistou diversos prêmios nas pistas mineiras, entre eles: Reservado Campeão dos Campeões de
Marcha e Campeão Cavalo Júnior de Marcha, em Divinópolis/MG, no ano de 2013, e Campeão
Cavalo Júnior, em Oliveira/MG, também em 2013.
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REVISTA MERCADO RURAL
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MARÇO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
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BALANÇO EXPOINTER 2015
VENDA DE ANIMAIS
TEVE AUMENTO
DE 23,79% EM
RELAÇÃO A 2014
com
Expointer encerra
R$ 1,70 bilhão
2015 em negócios
A 38ª Expointer, realizada em Esteio/RS,
entre os dias 29 de agosto e 06 de setembro, encerrou com volume de negócios
batendo na casa dos R$ 1,70 bilhão. Na coletiva realizada na Central de Imprensa do
Governo do Estado, o governador José Ivo
Sartori destacou que a feira – considerada
uma das maiores mostras agropecuárias da
América Latina – “foi uma experiência exitosa, otimista e feita com os pés no chão”.
Durante o evento, o Parque de Exposições
Assis Brasil foi visitado por mais de 509 mil
pessoas.
Diante de um cenário de retração
econômica, taxas de juros maiores que a
dos últimos anos e preços mais elevados,
o segmento de máquinas e implementos
agrícolas teve redução de 37,4%, totalizando R$ 1,69 bilhão em negócios encaminhados. Segundo o presidente do sindicato do
setor, Claudio Bier, o número é reflexo da
economia nacional. Bier destaca que para
o próximo ano a área de máquinas e implementos no parque estará maior e com mais
empresas expositoras.
Já a venda de animais teve incremento de 23,79% em relação ao ano de 2014.
O volume chegou a R$ 15.389.240,00. Os
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leilões da raça Crioula e a comercialização
de coberturas puxaram, mais uma vez, a
venda de animais, alcançando R$ 10,98
milhões. A venda de bovinos de corte e
mistos atingiu R$ 2.687.520,00 – aumento
de 60% em relação a 2014, quando o desempenho foi de R$ 1.671.910,00.
AGRICULTURA FAMILIAR
Um dos espaços mais concorridos na
feira, o Pavilhão da Agricultura Familiar, bateu novo recorde neste ano. A venda das
agroindústrias nos nove dias chegou a R$
2.200.504,99, incremento de 12,67% em
comparação a 2014. Nesta edição de 2015,
o número de agroindústrias familiares presentes na Expointer também aumentou,
em 17%, contando com 239 expositores.
Para o próximo ano, de acordo com
a organização do evento, há a previsão
de construção de um novo pavilhão para
ampliar a área da agricultura familiar. O
vice-presidente da Fetag, Nestor Bonfanti,
afirmou que a Expointer 2015 foi a melhor
de todos os tempos. “A feira agrofamiliar esgotou os estoques de muitos expositores.
Chegou a faltar espaço para outras agroindústrias interessadas, mas poderemos ter
um novo e mais amplo para o próximo
ano”, finalizou Bonfanti.
Já no artesanato, o faturamento ficou em
R$ 960.090,25, com a venda de 28.631 peças
expostas na área que reuniu 282 expositores
cadastrados no Programa Gaúcho do Artesanato (PGA) da Fundação Gaúcha do Trabalho
e Ação Social (FGTAS). Houve queda de 30%
em relação ao ano anterior, quando o faturamento fechou em R$ 1,4 milhão.
Fonte: Imprensa Expointer
REVISTA MERCADO RURAL
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60ª Festa do Peão de Barretos
revela campeões e supera expectativas
Foto: André Monteiro
Depois de 11 dias de uma agenda repleta de shows e com as principais competições do país, a 60ª
Festa do Peão de Barretos terminou
no dia 30 de agosto com um saldo
favorável. O evento contou com cerca de 900 mil visitas e expectativas
superadas, de acordo com o presidente de “Os Independentes”, Jeronimo Luiz Muzetti.
“O público foi muito bom, nos
surpreendeu em alguns dias como
no sábado, dia 29, quando reunimos
mais de 105 mil pessoas no Parque do
Peão”, declarou. A receita também foi
positiva, segundo o presidente.
O evento reuniu mais de 100 artistas nos palcos, além de 500 competidores, 3 mil animais e apresentações
culturais. No encerramento da festa, a
organização já anunciou a data da 61ª
edição, em 2016: 18 a 28 de agosto.
Confira os campeões do 23º Barretos International Rodeo, a principal
competição do evento, cuja premiação total atingiu R$ 800 mil:
Campeão Sela Americana
MONTARIA EM TOURO (23º BARRETOS INTERNATIONAL RODEO)
Campeão: Kaique Pacheco, de Itatiba/SP
Melhor Touro: Relíquia da Cia. João Paulo
Melhor boiada: animais do proprietário Juliano Domingos
PROVA DOS TRÊS TAMBORES
Campeã: Fatiana Ferreira Pignanelli, de Guaíra/SP, montando o cavalo Exclusive Moon
RODEIO CUTIANO
Campeão: Paulo Henrique Baesso, de Bálsamo/SP,
montando o cavalo Brasileiro, da Tropa Galego Guaraçaí
BAREBACK
Campeão: Leandro Medeiros, de Terra Roxa/SP,
montando o cavalo Big Gun, da Companhia Pro Horse
SELA AMERICANA
Campeão: Leandro Baldissera, de Campão Bonito/SP
TEAM PENNING
Campeões: Lucas Andrade de Oliveira, Gustavo Andrade de Oliveira
e Antônio César Gumieiro, de Uberaba/MG
RODEIO JÚNIOR
Campeão: Weslen de Oliveira Bonfim, de Álvaro de Carvalho/SP,
montando o touro Gole Seco, da Companhia Osmar Marchi
RODEIO EM CARNEIROS
Campeão: Gabriel Pita, de Barretos/SP
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MARÇO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
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Crédito Rural 2015/2016
CRISE, ALTA DO DÓLAR E SECA IMPÕEM DIFICULDADES AOS
PRODUTORES. FINANCIADORAS ESTÃO MAIS EXIGENTES
O ano de 2015 tem sido de bastante
cautela aos produtores rurais, em especial,
aos agricultores. Devido a fatores como a
crise política e econômica, a alta do dólar,
os prejuízos das últimas secas e a indefinição quanto à previsão de chuvas, muitos
estão receosos quanto aos investimentos
para a próxima safra. Para esse fim, o produtor pode contar com o crédito rural. Porém,
ainda que seja objeto de política pública, as
instituições financeiras estão mais exigentes
neste ano-safra quanto às garantias, o que
pode dificultar na contratação do crédito.
De acordo com a coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG, Aline Veloso, as
exigências dos bancos aumentaram porque
o período pelo qual o país passa não está
favorável à economia. Segundo a especialista, os impactos das secas recorrentes na
região Centro-Sul do país, em especial em
Minas Gerais, afetaram a capacidade de
pagamento do produtor. Além disso, devido à situação econômica adversa, houve
uma redução dos depósitos à vista, fator
que influencia diretamente na quantidade
de recursos disponíveis nas instituições financeiras, os chamados recursos livres. “Os
recursos obrigatórios, aqueles orçados pelo
Governo Federal, com recursos do Tesouro,
foram anunciados, inclusive, em volume
maior no Plano Agrícola e Pecuário 2015/16,
porém, a redução da disponibilidade de recursos nos bancos afeta o volume oferecido
para o crédito rural e há também a concorrência na aplicação em produtos financeiros, mais rentáveis”, explica Aline.
Outro fator que também tem preocu-
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MARÇO 2015
pado os produtores, bem como as instituições que apoiam a classe, é a não liberação,
neste ano, do crédito para o pré-custeio. De
acordo com Aline, os recursos disponibilizados para o período que antecipa a safra,
são fundamentais para que o produtor
consiga se planejar para a safra e adquirir
insumos a preços menores. Como as instituições financeiras não liberaram o recurso,
muitos produtores buscaram outras soluções, seja através da troca de produtos ou
da venda antecipada, o que, muitas vezes,
acarreta em aumento dos custos de produção.
O CRÉDITO
Ainda que as dificuldades se apresentem, o crédito rural continua sendo
um suporte de extrema importância para
que o produtor consiga resultados favoráveis em seu negócio. Para contratar o
crédito, é necessário apresentar uma lista
de documentos à instituição financeira,
incluindo um projeto técnico, contendo
o orçamento com a estimativa de custos.
Conforme Aline, o produtor pode buscar
apoio de profissionais para a elaboração
do projeto, como engenheiros agrônomos, zootecnistas, técnicos agrícolas ou
veterinários, dentre outros profissionais,
consultoria que pode ser disponibilizada
via Emater, Sindicatos, ou através de contratos privados. “Às vezes, nem é necessário
apresentar um projeto estruturado, como
nos casos de crédito para custeio, mas um
bom orçamento e o planejamento da ativi-
dade são de extrema importância”, afirma.
Além disso, deve-se buscar uma instituição
financeira com a qual o produtor já tenha
um bom relacionamento. “A contratação
do crédito é uma relação de confiança e,
certamente, quando o banco já conhece o
contratante e tem o histórico de sua produção, tende a analisar e liberar os recursos
com mais facilidade”, defende Aline.
A coordenadora da Assessoria Técnica
da FAEMG explica, ainda, que caso haja
quebra da safra ou prejuízos de qualquer
ordem, o Manual do Crédito Rural (MCR),
elaborado pelo Banco Central do Brasil,
garante ao produtor a possibilidade de renegociação da dívida. “Para que ele consiga
renegociar, é necessário apresentar documentos e laudos técnicos que comprovem
a situação ocorrida. Outra dica é sempre
buscar essa renegociação antes do vencimento da parcela, protocolando o pedido
em duas vias”, ressalta.
Aline recomenda aos produtores que
busquem superar o momento de crise
através de um bom planejamento e organização. “A tomada de decisões deve ser
bem pensada e todos os passos organizados previamente”. Quanto ao apoio do governo, a especialista defende que a classe
agropecuária merece um olhar especial. “O
agronegócio é um dos principais pilares
da nossa economia e é o único setor que
ainda tem resultados positivos atualmente. Por isso, a classe rural deve contar com
todo o suporte dos governos estaduais e
federal para garantir uma atividade competitiva e produtiva”, finaliza.
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Indústria pet alimentícia
crescerá dois dígitos em 2015
Apesar da crise econômica atual, o setor
industrial de alimentos pet já demonstrou
que o faturamento do ano de 2015 tende a
alcançar crescimento na margem de dois dígitos, superando a marca de R$ 16,6 bilhões
registrados no ano passado. O valor, estimado
pela COMAC – Comissão de Animais de Companhia do Sindicato Nacional da Indústria de
Produtos para Saúde Animal, inclui os lucros
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MARÇO 2015
obtidos por diferentes segmentos, como os
de Pet Food (alimentos), Pet Vet (produtos
veterinários), Pet Serv (serviços e cuidados
com os animais) e Pet Care (equipamentos,
acessórios e produtos para higiene e beleza).
Entre os destaques do ano de 2015 está
o segmento Pet Food, que tem alavancado
as vendas do mercado. Muitos fabricantes
têm apostado em rações integrais, com o
uso de grãos e até mesmo do frango orgânico Korin, que não leva anabolizantes para
seu desenvolvimento. Tal investida tem
como princípio a ideia da saudabilidade dos
animais de estimação, que cada vez mais
tem ganhado espaço no ambiente familiar.
No ano passado, o faturamento registrado pela indústria pet alimentícia consolidou
o Brasil como o segundo colocado no ranking
mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. Outro destaque está na população brasileira de
animais de estimação, que, até o final de 2014,
já era de aproximadamente 106 bilhões, sendo
mais da metade composta por cães e gatos.
Quanto à produção de alimentos para
os animais pet, em 2014, estima-se que mais
de 2,3 milhões de toneladas tenham sido
produzidas. Deste total, a grande maioria foi
voltada à nutrição de cães, principalmente
as rações secas, mas incluindo também os
insumos úmidos, semi-úmidos e os snacks.
REVISTA MERCADO RURAL
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3ª Semana Internacional
do Café movimenta
EVENTO ESTIMULA DESENVOLVIMENTO DA CADEIRA CAFEEIRA
A 3ª edição da Semana Internacional
do Café (SIC), realizada entre os dias 24 e
26 de setembro, no Expominas, em Belo
Horizonte, movimentou cerca de R$ 25 milhões em negócios. O evento, considerado
o maior encontro do setor no país e um
dos principais do mundo, contou com 13
mil visitantes, número que superou a edição de 2014. Entre o público, cafeicultores,
torrefadores, classificadores, exportadores,
compradores, fornecedores, empresários,
baristas, proprietários de cafeterias e apreciadores de todo o mundo.
Muitos empresários e produtores do
setor cafeeiro buscam no evento uma
oportunidade de divulgar seus produtos,
compartilhar aprendizados e experiências,
conhecer novas tecnologias, além de expandir e fortalecer seus negócios. O evento
é também uma forma de o Brasil mostrar
aos mercados nacionais e internacionais
que não produz apenas quantidade, mas
também grãos de alta qualidade.
62
MARÇO 2015
Conforme defende Roberto Simões,
presidente da Faemg, uma das entidades
organizadoras do evento, os cafés brasileiros e, em especial, os produzidos em Minas, já têm se consolidado como referência
mundial. “A Semana Internacional do Café
é especialmente importante como oportunidade para que o produtor apresente o resultado deste bem sucedido trabalho que
vem desenvolvendo em sua propriedade e
da qualidade alcançada, fazendo bons negócios”, ressalta.
Mariana Proença, diretora de conteúdo da Café Editora, idealizadora do evento,
afirma que este ano as expectativas foram
superadas, tanto em relação ao número de
visitantes quanto em qualidade. “Vieram
pessoas de todo o Brasil em busca de cafés
especiais, de novidades e inovação”, conta.
Ela acrescenta que esta edição foi sustentável e muito produtiva.
Priscilla Lins, gerente de Agronegócios
do Sebrae, outra entidade que está à frente
da realização da SIC, ressalta que esta edição
consolidou a estratégia de ter Minas Gerais
como centro das atenções na cadeia do
café. “Os eventos técnicos foram grandes
sucesso de público e de qualidade. O produtor pôde ver que ele é a razão do negócio
do café, que movimenta tanta gente, gera
emprego e renda e, ainda, tem milhões de
consumidores pelo mundo”, salienta.
A SIC reuniu mais de 200 profissionais
do mercado de café, cerca de 100 expositores e 150 marcas. Durante os três dias de intensas atividades, os visitantes também participaram de cursos, palestras, workshops,
rodadas de negócios e sala de cupping. No
total, foram 30 ações simultâneas e 60 palestrantes, sendo 10 deles internacionais. O
público conferiu mais de 65 temas, distribuídos em 280 horas de conteúdo.
E a quarta edição da Semana Internacional do Café já tem data marcada em Belo
Horizonte: 22 a 24 de setembro de 2016, no
Expominas.
REVISTA MERCADO RURAL
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MEIO AMBIENTE
Carvão ecológico
ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL DE PRODUÇÃO DO CARVÃO VEGETAL
PRIORIZA O ZELO AO MEIO AMBIENTE E A SAÚDE DO TRABALHADOR
Boa parte do carvão produzido nas áreas ameaçadas de desertificação no Brasil é
feita artesanalmente em carvoarias precárias. Muitas delas funcionam de maneira
clandestina, utilizando madeiras extraídas
ilegalmente. Devido a esses fatores, a produção do carvão vegetal tem sido associada ao desmatamento e à desertificação.
Como solução para este grave problema
ambiental, uma nova forma de produzir o
carvão foi criada, focando na eficiência e
no respeito ao meio ambiente. O carvão
ecológico é um modelo sustentável que
gera lucros e não causa danos à natureza
ou ao ser humano.
Na verdade, o carvão ecológico é o
carvão produzido de forma ecologicamente correta, ou seja, em todas as etapas do
processo de produção tem-se um cuidado
para não agredir o meio ambiente. Tudo
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MARÇO 2015
começa com a obtenção da matéria prima
(lenha), extraída de maneira legal e autorizada pelos órgãos fiscalizadores. Outro diferencial está na carbonização da lenha, feita por um maquinário com maior eficiência
energética. Tais equipamentos reduzem
consideravelmente o consumo de madeira
necessária para processar o carvão, baixando a emissão de gases na atmosfera e evitando resíduos no pátio de produção.
Além de todos esses benefícios, o modelo de produção do carvão vegetal também tem um cuidado especial com a mão
de obra. O trabalhador está sempre ao ar
livre, sem exposição ao pó do carvão, diferente do que acontece no sistema tradicional, no qual o funcionário entra no forno
de barro, com o interior a 70º C, temperatura que ameaça sua saúde.
Na região do Semiárido brasileiro, a
produção do carvão vegetal já tem despontado como uma opção promissora,
pois consegue promover a convivência
sustentável com a semiaridez e assegura a
participação da biomassa entre as matrizes
energéticas da região. Só no Nordeste, os
biocombustíveis sólidos (lenha e carvão)
correspondem a 30% de toda a matriz
energética do estado. Com esse novo modelo, pode-se garantir o suprimento do
carvão sem agredir o meio ambiente, com
baixos custos e ainda priorizando o capital
humano que participa da produção.
Atualmente, o principal mercado para
o carvão vegetal é a indústria de ferro gusa,
matéria prima básica do aço. Nesta produção, o carvão entra também na liga do
ferro, ou seja, não é utilizado apenas uma
fonte de calor, mas também como um
componente do produto.
REVISTA MERCADO RURAL
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RECEITA
Cuca crocante de banana com farofa
Quem visita o Rio Grande do Sul, acaba voltando encantado com uma especiaria típica do estado. A cuca,
como é conhecida nas terras gaúchas, é o que os alemães chamam de bolo Kuche. Sua receita também
costuma variar de família para família. Umas são mais molhadinhas, outras mais macias, amanteigadas...
Mas todas tem algo em comum: o toque especial da tradição alemã que perdura por muitos anos
na região. A Revista Mercado Rural selecionou uma receita especial para você preparar em casa e
surpreender a família no café da manhã ou lanche da tarde: a cuca crocante de banana com farofa.
Ingredientes
• 1 ovo
• 2 xícaras de farinha de trigo
Massa da cuca: • 1 xícara de leite
• 8 colheres (sopa) de açúcar
Farelo da cuca:
• 5 colheres (sopa) de farinha de trigo
• 5 colheres (sopa) de açúcar
• 2 colheres (sopa) de manteiga
• 2 colheres (sopa) de fermento biológico
• 8 bananas-prata cortadas em fatias
• 1 pitada de sal
• 3 a 4 colheres (sopa) de manteiga
• Canela em pó
Modo de preparo
Massa da cuca:
• Misture o ovo com o açúcar, a manteiga e o sal como se fosse uma gemada.
Depois acrescente a farinha, o fermento e o leite e mexa bastante para não empelotar.
Unte uma forma, coloque a massa e coloque as fatias de banana em cima da massa.
Farelo da cuca:
Misture todos os ingredientes com as mãos até formar uma farofa. Espalhe por cima das
bananas dispostas sobre a massa. Deixe crescer por 30 minutos e leve ao forno por 40 minutos.
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REVISTA MERCADO RURAL
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BEBIDAS
Aluá
Você já ouviu falar no aluá? Bastante
conhecido nas regiões Norte e Nordeste,
o aluá, ou aruá, é uma bebida concebida
por muitos como o primeiro refrigerante
brasileiro. Há quem diga que o aluá veio
de Portugal, de uma versão adicionada de
bagaceira, a cachaça feita de uva. Na época
do Império, foi uma das bebidas mais consumidas pela corte. Outras vertentes defendem que o nome vem de “ao luar”, pois os
escravos consumiam a bebida à noite. No
entanto, uma das receitas que permanece
até os dias atuais foi criada pelos índios da
Amazônia, a partir da fermentação da casca do abacaxi, e por isso, quando se fala em
aluá, faz-se uma referência direta à tradição
indígena.
VARIAÇÕES
O aluá pode ser produzido a partir da fermentação da casca do abacaxi, do milho ou
do arroz, e possui baixo teor alcoólico. Geralmente, costuma ser servido em celebrações tradicionais, como as festas juninas ou festejos religiosos. O preparo
da bebida costuma variar de região
para região, cada uma utilizando um
ingrediente específico, porém todos
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BEBIDA ORIGINÁRIA DOS ÍNDIOS
DA AMAZÔNIA É FEITA A PARTIR
DA FERMENTAÇÃO DA CASCA DO
ABACAXI, DO MILHO OU DO ARROZ
incluindo produtos típicos do Brasil.
No Acre e na Amazônia, costuma-se
usar o milho triturado ou a farinha de milho. Na capital Manaus e arredores, utiliza-se a casca do abacaxi, raízes de gengibre,
milho, açúcar, cravinho e erva doce. No
Pará, a bebida também é preparada a partir
da casca do abacaxi, adicionando-se raiz
de gengibre ralada ou esmagada, açúcar
ou caldo de cana e sumo de limão.
As variedades do aluá não param por
aí. No Ceará, existe uma versão feita com
pão branco seco, cravo-da-índia, gengibre,
erva doce e rapadura preta. Em Minas Gerais, no sertão do estado, a bebida marcou
tradição. Também chamada de “gasosa”, é
feita a partir da casca do abacaxi.
PREPARO
O aluá pode ser preparado em casa e
a receita tradicional não tem mistérios. A
versão feita a partir
da casca do abacaxi requer cascas de dois
abacaxis maduros, dois litros de água filtrada, uma xícara de açúcar mascavo, seis
cravos-da-índia e uma colher de chá de
gengibre ralado. Para preparar, deve-se colocar as cascas de abacaxi em uma tigela
grande e com a água, cobrindo com um
pano e deixando descansar por um dia.
Durante esse período, a casca da fruta é fermentada e a bebida já começa a se formar.
No dia seguinte, são adicionados os demais
ingredientes e a mistura fica mais 24 horas
“descansando”. Já no terceiro dia, o aluá estará pronto para ser servido. Deve-se coar
a mistura e deixar gelar para que a bebida
seja apreciada como um refrigerante natural e saudável.
REVISTA MERCADO RURAL
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AUTOMÓVEIS
Duster Oroch
NOVO MODELO DA RENAUT REÚNE A VERSATILIDADE
DE UMA PICAPE E O CONFORTO INTERNO DE UM SUV
O principal lançamento da Renaut
2015 tem despertado a curiosidade dos
amantes das picapes. A nova Duster Oroch, que deve chegar este mês ao Brasil,
combina design moderno, robustez e
inovação. Com um porte intermediário
entre as picapes compactas e as médias,
o conceito principal do modelo é oferecer
o conforto de um carro de passeio aliado à
versatilidade de um utilitário.
Um destaque da nova Duster Oroch é
o seu espaço. A caçamba de 1,35 m su-
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MARÇO 2015
porta 650 kg e, com o seu extensor, que
será vendido como acessório, o comprimento diagonal pode chegar a 2m e 300L
extras, espaço suficiente para o transporte de todo tipo de equipamento, até
mesmo motos. A nova picape da Renaut
vem equipada de série com protetor de
caçamba, oito pontos de fixação e porta
que fecha com chaves.
E se o espaço externo já chama a atenção, o interno também apresenta vantagens. O modelo tem cabine dupla, em uma
referência à plataforma Duster. São quatro
portas com cinco lugares confortáveis. Segundo informações do portal Autoesporte,
a picape terá 4,7 metros de comprimento,
1,8 m de largura e 1,69m de altura.
A suspensão traseira multilink da nova
Duster Oroch é baseada na linha Duster
4x4. O modelo é equipado com motores
1.6 16V de 110/115 cv e 2.0 16V de 143/148
cv, ambos flex, além de pneus de uso misto. A picape contará também com um pacote de equipamentos que inclui sensor
de ré, ar-condicionado, direção hidráulica,
vidros e travas elétricas, protetor de caçamba, piloto automático e o sistema Media
Nav Evolution, que recebe atualizações das
redes sociais, oferece seus canais de música e GPS integrado.
A nova Duster Oroch está sendo fabricada no Brasil e sairá para as concessionárias direto da fábrica de São José dos
Pinhais, no Paraná.
REVISTA MERCADO RURAL
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TURISMO RURAL
Zorah Beach
Um cenário paradisíaco. Lugar para deixar o estresse de lado e desfrutar de belíssimos cenários naturais que proporcionam
paz e tranquilidade. Trairi, no Ceará é o destino. A cidade, localizada a cerca de 130 km
de Fortaleza guarda em si grandes tesouros, a começar pelas águas em coloração
verde-esmeralda, areias brancas e coqueirais. E para deixar tudo ainda mais peculiar,
imagine-se curtindo o litoral cearense em
um ambiente que lembra a exuberância
de Bali, na Indonésia, ou a Índia... A praia do
Guajiru conta com um local exatamente
assim, a união harmônica entre o Brasil tropical e a exótica Ásia: o Zorah Beach.
A escolha da localidade para a instalação
do empreendimento não foi por acaso. Assim
como as ilhas asiáticas oferecem praias privativas e com belezas surpreendentes, Guajiru
é como se fosse um lugar ainda intocado do
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MARÇO 2015
litoral brasileiro, com
sua praia de águas
calmas e mornas e piscinas naturais na maré
baixa. Para completar
o cenário, areias límpidas que formam
desenhos com o vento e coqueiros por todos
os lados. O vilarejo, habitado por cerca de 800
pessoas, dá o tom ainda mais aconchegante.
No interior do Zorah Beach, faz-se uma
viagem ao outro lado do mundo, com os
lustres e luminárias em bronze e vidro típicos da Turquia e do Marrocos, estátuas,
vasos e jarros feitos de uma pedra branca
especial pelas mãos de um artesão de Bali,
na Indonésia, além de peças de bronze e
metal do premiado artista indiano M Khane, e de porcelanas exclusivas da escola
Jaipur Blue Pottery, feitas a mão, e que
contam com a assinatura do artista que foi
o responsável pela restauração da arte na
Índia, o Kripal Singh.
A decoração típica da Ásia também
inspirou a criação das acomodações. No
Zorah Beach é possível encontrar bangalôs, como se vê nas regiões turísticas da
Indonésia ou Tailândia, por exemplo, além
de uma vila com traços do Oriente. E, assim
como muitos hotéis do litoral asiático, a
proximidade com o mar confere o sossego
necessário para um descanso merecido.
Somando-se a isso, tem-se a gastronomia
CONHEÇA O
EMPREENDIMENTO
QUE UNE A
EXUBERÂNCIA DA
ÁSIA ÀS BELEZAS
ÚNICAS DO
LITORAL CEARENSE
que une ingredientes regionais a pratos típicos da Ásia, harmonizando com uma carta de vinhos exclusiva e cervejas artesanais
produzidas em diferentes países.
Para quem curte esporte, a região oferece aventuras de buggy e quadriciclos,
passando por trilhas, dunas, lagoas e pelo
interior rural. Outro destaque é o passeio de
Catamarã pelo rio Mundaú e os passeios a
cavalo pela praia. Os profissionais e iniciantes
das práticas de Kite Surf, windsurfe, surf e SUP
também podem aproveitar as condições
perfeitas oferecidas pela região. As dunas
contam com locais ideais para o sandboard.
COMO CHEGAR
Para visitar a bela região de Trairi, que
foi descrita minuciosamente por José de
Alencar no romance “Iracema”, é recomendado ir até Fortaleza, alugar um carro ou
contratar um transfer. Se for dirigir, escolha
a rodovia CE-085, conhecida como Estrutural ou Estrada do Sol Poente, ladeada por
cajueiros, carnaúbas e coqueiros. O trecho
encontra-se em bom estado.
REVISTA MERCADO RURAL
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Nagazaki
SEÇÃO PET
Mini galinhas
As mini galinhas são originárias de ramos genealógicos distintos, bem como de
diferentes países. Em geral, correspondem
a 1/5 do tamanho das galinhas de tamanho standard (grandes) e apresentam aparências e cores variadas. As principais raças
são a Sebrigth, Nagazaki, Mini Cochin, Belgian, OldEnglish Game, Rosecomb, dentre
outras.Apesar de terem um porte menor,
a criação dessas galinhas é praticamente
a mesma que as demais, exigindo apenas
algumas adaptações.
Mini Cochin
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MARÇO 2015
As mini galinhas, comparadas às espécies
de tamanho normal, se alimentam de uma
quantidade menor de milho, ração ou verduras. No caso da ração, por exemplo, é recomendado que se dê a metade do que é oferecido às galinhas de porte normal, as quais
geralmente comem 120g a 150g por dia.
CRIAÇÃO E MANEJO
As mini galinhas são criadas em uma
área delimitada, na qual há total controle
Sebright
produtivo, nutricional e sanitário. Neste
tipo de criação, as aves são separadas em
piquetes de acordo com a idade e lote
(inicial, crescimento/engorda, cria e recria).
Além disso, são vacinadas periodicamente
e a alimentação é balanceada.
O local para a instalação do galpão do galinheiro deve ser seco, livre
de inundações e, de preferência, com
proteção natural contra a incidência de
ventos fortes. O piso, de terra batida ou
concretado, deve ser ligeiramente inclinado para facilitar a limpeza e a desinfecção. Para melhor aproveitamento
da incidência do sol, sugere-se seguir a
direção leste/oeste. Já com relação aos
piquetes, os mesmos devem ser rotacionados para facilitar a recuperação da
cobertura vegetal.
A alimentação das mini galinhas no
modelo de criação não industrializado precisa de uma atenção especial. A ração deve
ser mesclada com outros alimentos que
fornecem energia para o animal, como o
milho, legumes ou o capim. A água também precisa ter um controle rígido, pois
muitas doenças são transmitidas via água
Belgian
contaminada. Além disso, a cada dois meses, é recomendável acrescentar um pouco
de vermífugo específico para galinhas na
água para que todas estejam protegidas
contra verminoses.
REPRODUÇÃO
A reprodução das mini galinhas segue
o mesmo procedimento que a das galinhas de porte normal. A galinha bota o ovo
dentro de 24 horas após a sua ovulação, independente da fertilização ocorrer. A incubação natural de um ovo leva 21 dias, embaixo das penas quentes da fêmea, até o
pintinho se desenvolver, quebrar a casca e
nascer. A incubação também pode ser feita
através de chocadeiras elétricas.
Confira algumas raças de mini galinhas
e as suas características principais
RAÇA
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Sebright
De origem inglesa. Os ovos têm casca branca. Os olhos são grandes e expressivos,
os tarsos finos e cinza-azulados. A cabeça é pequena de crista rosa. A raça pode
ter três cores: amarelo-limão, dourada e prateada.
Mini Cochin
De origem chinesa. Ave de penas fofas desde as pernas até os pés e com cauda
curta. O Cochin é um frango resistente, amigável e dócil. A raça pode se apresentar
em 18 cores diferentes. A pele sob as pernas é amarela e a cor do ovo é marrom.
Nagazaki
Raça originária da Ásia. Possuem cristas grandes, asas grandes que tocam o chão.
As penas da cauda são grandes e arqueadas. As pernas são curtas e os galos
atingem, no máximo, 30cm de altura do chão até a crista. Necessitam de pouca
alimentação e pouco espaço para locomoção.
Belgian
Raça originária da Bélgica. Apresentam postura baixa, um pescoço curto bem
desenvolvido e uma cauda bastante aberta. Sua crista é simples e as penas
podem se apresentar em várias cores. É conhecida por ser uma ave calma. Os seus
ovos são notoriamente pequenos e com coloração creme.
MERCADO
O mercado de mini galinhas oferece
diversas oportunidades. Elas podem ser
comercializadas como aves ornamentais,
além de oferecerem ovos e carne com a
mesma qualidade que as outras, porém o
tamanho do ovo é um pouco menor. Além
da venda como alimento, os ovos podem
ser comercializados galados (fecundados),
direcionados a outros criatórios.
REVISTA MERCADO RURAL
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SEÇÃO EXÓTICA
Iguana
Nativa das regiões tropicais da América, a iguana é um dos répteis criados em
cativeiro mais encontrados no mundo. De
fácil adaptação, seu temperamento, embora não seja interativo, é considerado dócil
se comparado aos demais animais da classe que pertence. Apesar de se apresentar
em mais 700 espécies diferentes, no Brasil
ocorre somente uma: a iguana-verde, encontrada no Norte, Nordeste e Pantanal.
A aparência da iguana é bastante peculiar, com escamas de coloração esverdeada, patas fortes, unhas compridas e longa
cauda, além de uma crista que vai da nuca
até a cauda e de um saco dilatável na garganta. Seu comprimento pode chegar até
1,8 m, sendo que a cauda ocupa 2/3 de seu
corpo. Um diferencial na fase adulta é o
surgimento de linhas escuras nas escamas,
as quais perdem um pouco a tonalidade
verde intensa, típica dos mais jovens.
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MARÇO 2015
CARACTERÍSTICAS GERAIS
As iguanas possuem hábitos diurnos
e gostam de viver nas copas das árvores,
utilizando seus longos dedos e garras para
se deslocarem entre os galhos. Na fase jovem, alimentam-se preferencialmente de
insetos e, quando adultas, de vegetais e
frutas. Durante o inverno, quando há uma
queda no seu metabolismo, esses répteis
costumam diminuir consideravelmente a
quantidade de comida ou mesmo passar
algum tempo sem comer nada. E, por serem herbívoros, não podem ingerir carnes,
pois como seu estômago não consegue
digeri-las, pode ocasionar o entupimento
de seu intestino, levando até à morte.
Em estado selvagem, as iguanas habitam florestas tropicais e savanas. Geralmente, vivem sozinhas, no entanto, é
possível encontrar várias delas em uma
mesma árvore, em diferentes alturas. Uma
curiosidade é que as iguanas dominantes
costumam ficar nos galhos mais altos, ao
passo que as mais jovens se posicionam
nos ramos mais próximos do chão. Estes
animais contam com uma excelente visão,
podendo enxergar objetos a grandes distâncias. Normalmente, as iguanas comunicam-se umas com as outras através de
sinais visuais. Sua expectativa de vida é de
cerca de 15 anos.
REPRODUÇÃO
As iguanas são animais ovíparos, ou
seja, a forma de reprodução inclui o depósito de ovos no meio externo. No caso da
iguana verde, sua maturidade sexual é atingida entre 3 e 4 anos de idade. A reprodução acontece no período seco do ano, de
maneira que a eclosão das crias ocorra na
época mais úmida, quando há maior disponibilidade de alimento. Durante o coito,
macho sobe na fêmea e, às vezes, lhe morde o pescoço. Cerca de dois meses após o
acasalamento, a fêmea colocará entre 10 e
30 ovos, cavando um buraco em terra úmida para inseri-los, assim, são incubados naturalmente. O nascimento acontece entre
65 e 115 dias depois.
CRIAÇÃO EM CATIVEIRO
As iguanas podem ser criadas em ambiente doméstico, desde que autorizadas
pelos órgãos ambientais especializados e
com alguns cuidados especiais. Como é um
animal de grande comprimento, o terrário
deve ser amplo, alto e com galhos e trocos
para que o réptil possa se exercitar. Esse habitat pode ser construído em madeira por
todos os lados, com exceção da frente, que
deve ser em vidro para permitir a visualização. É necessário fazer pequenos
cortes nas laterais para que haja
a circulação de ar. Além disso,
é importante instalar lâmpadas para ajudar no aquecimento deste animal de
“sangue frio”, bem
como lâmpadas do tipo UV-A e UV-B específicas para répteis, de modo a auxiliá-lo na
sintetização de cálcio e vitamina B, além de
ajudar na manutenção de sua pele em boas
condições.
O habitat original das iguanas é úmido,
por isso, outro fator que deve ser priorizado em sua criação doméstica é a inserção
no terrário de um hidrômetro que garanta
uma umidade entre 70 e 80%. Também é
recomendado fazer borrifações de água
por, pelo menos, duas vezes ao dia, para
o animal se refrescar. Quanto à temperatura, as iguanas precisam de ambientes
com 29ºC durante o dia e 22ºC durante a
noite, por isso, é importante colocar um
termômetro no interior do terrário, de
maneira a acompanhar as
variações térmi-
cas. Caso sejam acostumadas desde cedo,
as iguanas podem fazer passeios fora do
terrário, mas sempre com muito cuidado.
Uma dica dos especialistas é nunca
colocar dois machos e uma fêmea no mesmo ambiente, pois os machos costumam
se tornar agressivos e territoriais quando
atingem a maturidade sexual. Além disso, a
junção de uma iguana macho com fêmea
deve ser feita apenas na época do acasalamento, pois, se deixados juntos durante
todo o ano, o macho poderá agredir a fêmea para tentar acasalar.
REVISTA MERCADO RURAL
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EVENTO / ANIVERSÁRIO
Marcelo Lamounier
comemora seu aniversário
no restaurante Boi Vitório
No dia 13 de agosto, o Diretor Geral da revista
Mercado Rural recebeu amigos e familiares para
comemorar o seu aniversário. Na ocasião, estiveram
presentes criadores de diversas raças para brindar
com o amigo Marcelo mais um ano de vida.
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Laura, Luiza, Marcelo, Conceição e Marcelo Lamounier
Candido Lamounier, Soraya Celeste,
Gloria Lamounier e Rosana Barcelos
Marcela Santos, Matheus Caporal e Celio Santos
Antônio Hilário, Marcelo Malaquias e Eder Santos
Carolina Lamounier e Robinson Santos
Mauro Garcia e Maria Amélia
Paula Apgaua e Flávio Brito
MARÇO 2015
Leonardo Motta, Axel Sorensen e Marcelo Lamounier
Rodrigo Dias e Amanda Ribeiro
Luiza Lamounier e Marcelo Cardoso
Bernardo Papini e Laura Lamounier
Conceição Lamounier, Katia Lamounier,
Debora Santos e Luzia Lamounier
Frederico Salgado, Fabrício Lana, Antônio Hilário,
Marcelo Lamounier, Teodoro Lamounier e Axel Sorensen
José Geraldo, Regina Monteiro,
Sara Santos e Maurício Santos
Marlene e Murilo Torres
Teodoro Lamounier, Antônio Hilário, Frederico Salgado e Rodrigo Denis
NOVO ENDEREÇO
Av.
Afonso
Pena,RURAL
4374 79
REVISTA
MERCADO
Bairro Cruzeiro - Belo Horizonte / MG
GIRO RURAL
GTPS participa
de ação de
sustentabilidade
na Expo Milão
Nos dias 22 e 23 de setembro, o Grupo de
Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) participou de uma ação de sustentabilidade, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na
Expo Milão, Itália. O evento tem como missão
apresentar ao mundo o cenário brasileiro das
iniciativas inovadoras e soluções sustentáveis
que respondam aos desafios globais da sociedade quanto à segurança alimentar.
Na ocasião, foram apresentados estudos
técnicos que analisam setores para os quais
o Brasil emerge como uma potência econômica e ambiental, tendo como foco a economia de baixo carbono. Além disso, o evento
também compartilhou as práticas que vêm
sendo adotadas por setores econômicos brasileiros estratégicos para reduzirem a emissão
de carbono e tornarem-se referência na transição para uma economia mais sustentável.
A Expo Milão contou com a presença de
compradores internacionais, empresas comerciais exportadoras, formuladores de opinião europeus, representantes de governo
brasileiros e europeus, jornalistas brasileiros
e estrangeiros, representantes de universidades e instituições de pesquisa, organizações
não governamentais, entre outros.
Cachaça Batista conquista, mais uma
vez, selo de qualidade do INMETRO
A fábrica mineira de aguardente, Cachaça Batista, acaba de conquistar
novamente o Selo de Certificação da Qualidade pelo INMETRO. O selo é o
mais importante existente no Brasil oferecido órgão regulador. Para manter a
certificação da qualidade, é necessária a visita anual dos auditores do INMETRO, realizada, neste ano, no mês de setembro.
Na auditoria, são verificados todos os parâmetros relacionados à produção, desde o canavial até o estoque do produto acabado. Avaliam-se as
instalações, equipamentos, segurança, meio ambiente, documentos e anotações de controle de cada setor. Com a certificação, é possível oferecer
ao consumidor dados de rastreabilidade da cachaça engarrafada, ou seja,
pelo nº do lote é possível saber, por exemplo, quais tanques ou barris foram
utilizados no preparo do lote.
Apesar de não ser uma certificação obrigatória, a cachaça Batista optou
por ser auditada anualmente, de maneira que possa garantir a qualidade em
sua produção. A auditoria ocorreu 100%, ou seja, sem nenhum tipo de não
conformidade nos mais de 100 itens avaliados.
Produção de ração cresce impulsionada
por maior venda de carnes
Com as atividades pecuárias “resistindo à crise”, conforme defende o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a indústria de rações deverá elevar a sua produção em
2015. Os representantes da entidade acreditam
que o aumento poderá chegar a 3,2%, na comparação com 2014, para 67,1 milhões de toneladas.
Segundo o Sindirações, no primeiro semestre, houve um incremento de 2,2%, com reflexo
sobre o uso de milho e farelo de soja em ano
de produção recorde. Além disso, neste mesmo
período, somente a produção de rações para o
segmento de aves demandou 18,7 milhões de
80
MARÇO 2015
toneladas, 3,4% a mais do que no mesmo intervalo do ano anterior, graças ao impulso das
exportações de carne de frango.
Já para atender a indústria de carne suína,
que responde pela maior parte da demanda por
ração no Brasil, a produção cresceu perto de 3%
no acumulado do ano até junho, para 7,4 milhões
de toneladas. Conforme o Sindirações, o aumento dessa demanda deve-se ao alívio no custo do
milho e do farelo de soja utilizados na nutrição
animal, à recuperação das exportações da carne
suína e à maior procura do consumidor por causa
do alto preço da carne bovina.
Projeto inovador de
biodigestor com Cipageo é
desenvolvido em frigorífico
O frigorífico Cowpig, instalado em uma propriedade de 250 hectares na cidade de Boituva/SP, desenvolveu uma nova tecnologia com a
adoção de um biodigestor revestido com Cipageo®, geomembranas de PVC produzidas pela fabricante de revestimentos sintéticos de Cerquilho/
SP, a Cipatex®. Idealizado pelos irmãos Sebatiani, fundadores do Cowpig, o projeto é inovador ao reduzir impactos ambientais, possibilitar 20% a
mais em geração de biogás e reduzir gastos com a manutenção do equipamento em cerca de 50%.
Além de receber restos de alimentos e dejetos dos animais, o biodigestor tem o diferencial de fazer o tratamento das águas das linhas verde
e vermelha do frigorífico, relacionadas à lavagem das vísceras, rúmen e sangue de bovinos, suínos, ovinos e búfalos. A estrutura interna utilizada
no novo equipamento permite que a geração de biogás seja ainda mais eficiente. Devido à função de agitação, o sistema produz cerca de 20% a
mais de biogás em comparação ao biodigestor tradicional. Outro diferencial é a estrutura interna que conta com bombas e encanamentos para
evitar o acúmulo de sólidos no fundo do equipamento, evitando manutenção frequente.
O equipamento tem 50 metros de comprimento, 17 metros de largura e 5 metros de profundidade. O biodigestor é uma câmara totalmente
fechada, onde os resíduos dos animais entram em um processo de fermentação anaeróbia. Dessa forma, é possível reaproveitar detritos para gerar
adubo e gás, também chamados de biofertilizantes e biogás. De acordo com a Cowpig, a instalação do biodigestor garante à propriedade uma
economia entre R$ 20 e 30 mil por mês com energia.
Expovelha 2015 sediará
Nacional Dorper e White Dorper
Entre os dias 10 e 18 de outubro, o Recinto de Exposições “José Oliveira Prado”,
em Lençóis Paulista/SP, sediará a 9ª Exposição Nacional das raças Dorper e White
Dorper 2015. O evento será realizado durante a 28ª edição da Exposição e Feira de
Ovinos do Estado de São Paulo (Expovelha), a mais tradicional da ovinocultura paulista.
Criadores das regiões Norte e Nordeste confirmaram participação, e a
meta é, no mínimo, repetir o número de inscrições do evento anterior, realizado em Salvador (BA), que contou com 700 animais. Outros destaques
da programação serão o 15º Seminário Paulista de Ovinocultura e 2º Con-
REVISTA MERCADO RURAL
81
GIRO RURAL
Seleção do programa Leite Saudável começa em 15 de outubro
A seleção dos 80 mil produtores que serão contemplados pelo programa Leite Saudável terá
início em 15 de outubro. Até 2019, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) investirão R$ 387 milhões no programa,
contemplando os cinco principais estados produtores de lácteos do país: Goiás, Minas Gerais, Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os agricultores selecionados terão de atender a critérios técnicos, como produzir ao menos 50 litros de leite por dia, e apresentar estrutura mínima para receber
assistência técnica, cursos de gestão e pacote tecnológico, como inseminação artificial. Os laticínios
e as cooperativas locais, juntamente com o Sebrae e o Senar, auxiliarão na seleção desses produtores.
AGENDA RURAL
06 e 07/10
I Encontro de Ecotoxicologia e Ética em Experimentação Animal da Embrapa Meio Ambiente
Jaguariúna
SP
08 a 12/10
31º Hortishow - Encontro Estadual Hortigranjeiros
Santa Rosa
RS
08 a 18/10
77ª Exposição-Feira de de Animais e Produtos Derivados
Santana do Livramento
RS
09 a 17/10
35ª Semana Nacional do Cavalo Campolina
Barbacena
MG
Leilão Genética Lins & Convidados – Girolando
Lins
SP
9ª Exposição Nacional das raças Dorper e White Dorper
Lençóis Paulista
SP
Leilão beneficente em Prol do Hospital do Câncer de Barretos – Senepol PO
Barretos
SP
18 a 20/10
Pork Expo
Foz do Iguaçu
PR
20 a 23/10
17º Congresso Nacional da Associação Brasileira dos Veterinários Especialistas em Suínos
Campinas
SP
20 a 24/10
Agroleite 2015
Castro
PR
21 e 22/10
BeefExpo 2015
Foz do Iguaçu
PR
Encontro sobre Inovações Tecnológicas na Produção de Plantas Hortícolas
São Paulo
SP
41º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras
Poços de Caldas
MG
30/10 a 01/11
V SIMLEITE - Simpósio Nacional de Bovinocultura Leiteira
Viçosa
MG
30/10 a 02/11
42º CONBRAVET - Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária
Curitiba
PR
6º Leilão Virtual MAAB Fazenda Mula Preta - Muares
Canal Rural
10/10
OUTUBRO
10 a 18/10
11/10
24/10
27 a 30/10
DEZEMBRO
NOVEMBRO
04/11
82
05/11
Leilão Virtual Embriões Genetropic
Canal do Boi
07/11
VII Marchador Fest
Rio de Janeiro
RJ
07 a 21/11
ESPM - Agronegócio em Tempos de Crise Econômica: Cenários e Oportunidades
Porto Alegre
RS
08 a 13/11
XXV CONIRD – Congresso Nacional e Irrigação e Drenagem
Aracaju
SE
11 e 12/11
29ª Reunião Anual do CBNA: Aditivos na Alimentação Animal - Aves e suínos
Campinas
SP
17 a 20/11
IX Congresso Brasileiro de Turismo Rural
Joinville
SC
22 a 27/11
XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos
Brasília
DF
24 a 26/11
XIII Seminário Nacional Milho Safrinha 2015
Maringá
PR
02 e 03/12
14º Seminário sobre Produtividade e Redução de Custos na Agroindústria Canavieira
Ribeirão Preto
SP
04 a 06/12
3ª Exposição Nacional de Orquídeas
Itu
SP
07 a 11/12
Encontro Nacional da Agroindústria – ENAG
Bananeiras
PB
10/12
10 a 12/12
MARÇO 2015
V Seminário de Indicadores Econômicos do Setor Sucroenergético
Piracicaba
SP
V SIM - Simpósio de Agronegócio e Gestão
São Paulo
SP
2
MARÇO 2015

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