- Revista Mercado Rural

Transcrição

- Revista Mercado Rural
DEZEMBRO - 2015 • Nº 17
Nacional do Cavalo
Campolina Marchador
Paint Horse
Zika Vírus
Seringueira
Entrevista: Daniel Borja,
novo presidente da ABCCMM
Bovinos:
Simental e Simbrasil
Seção Pet:
Gatos
Caprivama
Destaque da caprinocultura leiteira completa
25 anos priorizando genética e criação
D E Z E M B R O - 2015
E D I TO R IAL
Redação
Unique Comunicação e Eventos
Tel.: (31) 3063-0208
[email protected]
Diretor Geral
Marcelo Lamounier
[email protected]
Diretor Comercial
Marcelo Lamounier
[email protected]
Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522
Jornalista responsável
Tatiana Vieira - MTB 14.525/MG
[email protected]
Direção de Arte
Otávio Vieira Lucinda
[email protected]
Assinaturas
Unique Comunicação e Eventos
Periodicidade
Trimestral
Tiragem
5.000 exemplares
Impressão
Gráfica Del Rey
www.revistamercadorural.com.br
Comemoramos, nesta 17ª edição, o quarto ano da Mercado Rural. Só temos a agradecer: aos nossos anunciantes, que acreditam no retorno da revista e estiveram conosco, aos
leitores, que apoiam nosso projeto, e aos nossos amigos, familiares e colaboradores, que
nos incentivam continuamente. Seguimos empenhados em fazer um veículo de qualidade, com conteúdo diversificado, reportagens interessantes e diagramação atrativa.
Nossa matéria de capa é sobre o Capril Caprivama, que vem, há 25 anos, desenvolvendo um trabalho de excelência na criação de cabras leiteiras. Conversamos com o proprietário, Pedro Paulo Vasconcellos Leite, que falou sobre o negócio, seus diferenciais, a
produção de queijos finos, o manejo das cabras leiteiras e o mercado.
Na seção de entrevista, conversamos com o novo presidente da ABCCMM, Daniel Borja,
sobre os seus planos e projetos para o mandato. Já na editoria de equinos, abordamos o Paint
Horse, raça de cavalos considerada entre as mais belas do mundo. Conversamos com o criador Rodrigo Guedes, do Haras Horizonte, em Itapecerica-MG, que falou tudo sobre o equino.
Sobre bovinos, tratamos do novo Sumário de Touros, das raças Simental e Simbrasil. Abordamos, ainda, o uso de drones na agropecuária e a imunocastração de bovinos de corte, tema
do artigo assinado pelo pesquisador da Embrapa, Rodrigo da Costa Gomes. Também trazemos o artigo dos mestres Gustavo Monteiro e Josiane dos Santos, da UFLA, sobre a suplementação de bovinos durante a fase de recria. A seção Dicas da Agrosid traz a terapia da vaca seca.
Trazemos, ainda, matérias sobre temas de grande destaque em 2015, como o Zika
Vírus e a Tragédia em Mariana-MG. Outros assuntos presentes na edição são a extração
de óleos da Amazônia, o sucesso das associações comunitárias, novas pragas da safra
2015/2016, o Programa Balde Cheio, dentre outros temas relevantes.
Na seção Personagem, conversamos com a criadora de gatos sem pelos, Ana Luiza
Martins. Os animais também foram tema da seção Pet, que ganhou uma página adicional
sobre a raça Siberiana e Neva Masquera. Na seção Exóticos, o destaque é a aranha caranguejeira. Na editoria de Turismo, apresentamos o hotel
fazenda Canto da Siriema, e na seção Bebidas, trazemos
tudo sobre o chimarrão e o tereré.
Esses e outros assuntos estão presentes na primeira
edição da revista Mercado Rural de 2016, feita com muito carinho para todos os leitores e parceiros. Boa leitura!
Abraços,
A Revista não se responsabiliza
por conceitos ou informações contidas
em artigos assinados por terceiros.
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Mercado Rural
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Ficou ótima a revista, já recebi!!! Linda!!!
Parabéns!!! Obrigada!!!
Maria Eliza Hass - Belo Horizonte, MG
Já li a revista. Ficou muito boa...
Parabéns!
Fábio Lopes Ferreira - Belo Horizonte, MG
Marcelo Lamounier
Grande Marcelo Lamounier,
Uma boa revista!
Um grande Diretor!
Um bom amigo do bem.
Um abraço!
Juvenal Perestrelo São Paulo, SP
Parabéns a toda a equipe da Revista
Mercado Rural, pela qualidade do material
produzido. As matérias abordam assuntos
interessantes e apresentam um conteúdo
enriquecedor para produtores e profissionais
do agronegócio. Muito sucesso para vocês!
Felipe Athayde - Vassouras, RJ
4
Entrevista:
DANIEL BORJA,
presidente da ABCCMM
6
Usos do DRONE no campo
8
PERSONAGEM: Ana Luiza Martins
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COMO FAZER: Bonsai
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O PERIGO DOS RAIOS: Época de
tempestades requer cuidados especiais no campo
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ZIKA VÍRUS: Entenda mais sobre a
relação com a microcefalia, os sintomas
do contágio, diagnóstico e prevenção
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SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS
durante a fase de recria
18
Simental e Simbrasil lançam
18º SUMÁRIO DE TOUROS
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FARINHA DE BANANA VERDE:
Alimento equilibra o Intestino, aumenta a
Imunidade, previne o diabetes e o câncer de cólon
OVOS: Setor espera mercado
mais firme em 2016
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IMUNOCASTRAÇÃO de bovinos de corte
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PAINT HORSE: Conheça a raça
equina que cuja pelagem é como uma
impressão digital, característica que
lhe confere uma beleza única
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INFESTAÇÃO DE CARRAPATOS
BOVINOS aumenta nesta época do ano
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SUCESSO DAS ASSOCIAÇÕES
COMUNITÁRIAS: Agremiações
promovem a qualificação do trabalho
e a melhoria da vida no campo
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Os potenciais dos ÓLEOS DA
AMAZÔNIA: Extrativismo de óleos
naturais garante a renda de muitas famílias
e fortalece a sustentabilidade da floresta
Ataques de ABELHAS
E MARIMBONDOS
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ABCCMM: Grandes projetos
e números expressivos
40
BALDE CHEIO:
Projeto da Embrapa incentiva o manejo
profissional das produções leiteiras
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35ª NACIONAL DO CAVALO
CAMPOLINA MARCHADOR
58
Pesquisadores da Universidade Federal
do Amazonas desenvolvem
TELHA SUSTENTÁVEL
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DICAS DA AGROSID:
Terapia da vaca seca
60
ANILHAS CAPRI: Empresa brasileira se
destaca por oferecer produtos personalizados
e alinhados às novas tecnologias
61
RECEITA: Pernil assado ao molho de hortelã
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BEBIDAS: Chimarrão e Tereré
64
TURISMO:
Fazenda Lazer Canto da Siriema
66
AUTOMÓVEIS: Fiat Toro chega em 2016
reforçando a nova tendência das picapes
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SESSÃO PET:
Siberiana e Neva Masquerade
70
SESSÃO PET: Gatos sem pelos
72
CRIAÇÕES EXÓTICAS:
Aranhas caranguejeiras
74
EVENTO:
Rações Futura brinda mais um ano de conquistas
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EVENTO: VII Marchador Fest
77
EVENTO: Cia do Nado faz confraternização
de Natal - Haras JHR reúne amigos e criadores
78
GIRO RURAL
80
AGENDA RURAL
CAPRIVAMA
44
Vantagens da CAPRINOCULTURA
no Brasil
45
LEITE DE CABRA e derivados
48
SESSÃO MEIO AMBIENTE:
O Mar de lama - Tragédia sem precedentes
50
SESSÃO ECONOMIA:
FAEMG divulga balanço do agronegócio
mineiro em 2015 e expectativas para 2016
52
SERINGUEIRA: Aumento da demanda
pelo látex enaltece a importância econômica
da árvore nativa da Amazônia
54
NOVAS PRAGAS da safra 2015/2016
REVISTA MERCADO RURAL
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ENTREVISTA
Daniel Borja
Presidente eleito da ABCCMM fala sobre
os desafios do cargo, as prioridades de
sua gestão e como pretende fortalecer
o Mangalarga Marchador no Brasil
vez mais, começando a pegar gosto, ver
leilões, ler revistas especializadas de cavalo
e fui aprofundando meus conhecimentos
sobre o Mangalarga Marchador. E assim,
ainda jovem, dei início à minha criação.
A Associação Brasileira dos Criadores do
Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM)
conta com uma nova diretoria, empossada
no dia 5 de janeiro e que assume o mandato
por três anos. À frente do grupo está o criador e empresário, Daniel Figueiredo Borja,
eleito diretor presidente. Daniel tem 43 anos,
é casado e tem dois filhos. O novo presidente da ABCCMM atua na área de hotelaria e
construção civil, mas já vem, há mais de 20
anos, dedicando-se ao cavalo Mangalarga
Marchador. Confira a entrevista exclusiva
que Daniel concedeu à Mercado Rural:
MR: Quando iniciou a sua relação
com a raça Mangalarga Marchador? O
interesse por cavalos é uma herança
familiar?
Daniel Borja: Eu comecei a criar o cavalo Mangalarga Marchador com dezenove anos, mas eu já tenho contato com fazenda desde criança. Meu pai criava gado
Girolando e eu tinha o costume de buscar
os animais no pasto quando era menino,
entre oito e dez anos de idade. E eu sempre amei cavalo. Fui me interessando cada
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DEZEMBRO 2015
MR: Como você encara o desafio
de assumir a presidência da ABCCMM?
Pretender dar continuidade ao trabalho que já vem sendo desenvolvido
nos últimos anos?
Daniel Borja: Na verdade, eu me estruturei para enfrentar, assumir e dar continuidade ao trabalho da diretoria. Há um
ano e meio venho me estruturando, em
termos de empresa e de família, para que
eu pudesse começar essa empreitada. Vamos dar continuidade nas coisas boas do
cavalo: existem vários projetos do Magdi e
sua equipe que nós temos total interesse
em continuar. Mas, com certeza nós vamos
inovar em vários aspectos e uma deles vai
ser a parte de mídia, o marketing da Associação. Nós vamos criar uma estrutura que
possa divulgar o Mangalarga Marchador
dentro do Brasil. Eu quero focar, especialmente, no estados do Mato Grosso, Pará,
Tocantins e Maranhão, e também nas regiões Sul e Nordeste.
MR: Como você vê o atual cenário
do Mangalarga Marchador? Acredita
que assume a presidência da ABCCMM
em um bom momento da raça?
Daniel Borja: Eu acho que a raça cresceu e se consolidou. Nós temos uma média de trezentos leilões por ano. A raça é
muito aquecida e, dentro do nosso objetivo, nós queremos montar uma Cooperativa Nacional do Mangalarga Marchador. Vão
ser produtos agropecuários, veterinários,
rações, ferraduras, enfim, vamos oferecer
uma série de produtos para que o criador
possa entrar no nosso site e ter acesso direto a essa cooperativa, para comprar com
preços diferenciados e, assim, continuar
aumentando a tropa e fomentando a raça
Mangalarga Marchador.
MR: Como você pretende atuar
para fortalecer ainda mais marca Mangalarga Marchador nacional e internacionalmente?
Daniel Borja: Nós vamos fazer, em
nível internacional, uma estrutura de divulgação, mas, nesses três anos, nós vamos
focar grande parte do nosso recurso e da
nossa estrutura para ações dentro do Brasil.
Nós queremos, na realidade, reforçar cada
vez mais a marca Mangalarga Marchador,
já conhecida nacionalmente como a maior
raça na América Latina. Ou seja, nós pretendemos dar continuidade a esse crescimento dentro do território brasileiro.
MR: Quanto às parcerias, como irá
atuar para fortalecer as atuais e buscar
novas alianças para a Associação?
Daniel Borja: Dentro da nossa visão de
marketing, nós vamos fazer uma parceria e
buscar no mercado cinco empresas master
para apoiar a produção de impressos da Associação, e essas cinco marcas terão acesso à
entidade. De maneira simplificada, todo material que nós iremos produzir contará com
cinco patrocinadores principais, que vão ser
parceiros da Associação e vão estar sempre
com a gente. E esses patrocinadores, na
verdade, vão estruturar com verbas diferenciadas para que possamos fazer premiações
dentro do Mangalarga Marchador. Tanto na
Nacional quanto no CBM, nós vamos fazer
premiações nunca vistas na raça.
fomentar a raça, aumentar o número de criadores e elevar as vendas no mercado. Então,
nós vamos buscar uma aproximação imediata com os seus presidentes. Nós vamos fazer
reuniões trimestrais e trazê-los para dentro
da ABCCMM, de modo que possamos, junto
com eles, fazer exposições, copas de marcha,
feiras e leilões, fortalecendo a raça pelo país.
MR: Em linhas gerais, como será a
atuação nas áreas de Eventos e Social?
Daniel Borja: Na área de Eventos,
além da parceria com os presidentes de
núcleos, nós vamos ter a Exposição Nacional, em julho, e o CBM, em outubro, ambos
com muita estrutura e muita premiação,
exatamente para fomentar a raça, ajudar
no seu crescimento e trazer novos criadores. A nível social, nós vamos aumentar,
MR: Você pretende ter uma gestão
participativa, com o apoio dos presidentes de núcleos regionais?
Daniel Borja: Esse é, talvez, um dos
conceitos mais importantes para nós,
da raça Mangalarga Marchador. Nós
vamos fazer uma união dos núcleos e eu, como representante da Associação,
pretendo apoiá-los
com muita força. Eu
entendo, de uma
forma muito participativa, que os
núcleos são a
continuidade da
Associação para
com muita intensidade, o projeto Marchadores Pela Vida. Eu entendo esse projeto
como uma ação solidária, em que a gente
tem a oportunidade de fazer o bem, e os
criadores do cavalo Mangalarga Marchador
já aderiram à iniciativa com muita vontade
e disposição. No ano que vem, nós vamos
fazer um leilão com quarenta animais selecionados dos melhores planteis do Brasil,
vendendo 50% em um leilão beneficente.
E essa verba será direcionada para ajudar
pessoas necessitadas, com deficiências e
problemas de saúde.
MR: Deixe uma mensagem para os
associados e também para os demais
criadores da raça Mangalarga Marchador no Brasil.
Daniel Borja: Nós estamos assumindo a gestão de uma raça forte e consolidada, em que a diretoria que sai a deixa com
muita estrutura para que a gente possa
dar continuidade. Nós estamos muito animados e dispostos a trabalhar em prol da
raça, colaborando com o seu crescimento
e sempre pensando em fomentar o Mangalarga Machador dentro do Brasil. Esse
vai ser realmente o nosso
maior incentivo para desenvolver um trabalho
de excelência, com uma
equipe bastante participativa.
Juliana, Daniel e Bernardo Borja
A Unique Comunicação e Eventos atua há 8 anos no
agronegócio, prestando com excelência e qualidade seus
serviços. Atenta à crescente demanda do setor, a empresa
especializou-se no ramo de organização de leilões e divulgação
de projetos voltados para o agronegócio.
Contato: (31) 3063-0208 • 9198-4522
Marcelo Lamounier
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REVISTA MERCADO RURAL
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TECNOLOGIA PODE DESEMPENHAR DIVERSAS FUNÇÕES NA FAZENDA,
ALÉM DE FACILITAR O MONITORAMENTO DE GRANDES ÁREAS
USOS DO
NO
drone
campo
Análise de plantação: os drones registram imagens aéreas de toda a plantação,
sendo capazes de detectar pragas e doenças,
falhas no plantio, excesso de irrigação, etc.
Demarcação do plantio: com a
captação das imagens do alto, é possível
verificar quais as melhores áreas da fazenda para a realização da semeadura.
Acompanhamento da safra:
pode-se utilizar o drone com frequência (semanalmente, por exemplo) para
sobrevoar a lavoura e acompanhar o seu
desenvolvimento. As imagens são analisadas cronologicamente.
Pulverização: esta função ainda
está em desenvolvimento, porém já existem protótipos que conseguem embarcar
até 18 litros de químicos. A vantagem do
uso do drone está em sua capacidade de
aproximação das plantas e na sua segurança, já que não tem piloto embarcado.
Acompanhamento de pastagem:
através das imagens aéreas captadas pelo
drone, é possível verificar quais pastos
necessitam de reforma e quais estão bons
para o uso. Caso seja necessário uma aná-
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DEZEMBRO 2015
Há quem diga que os olhos do dono não são suficientes para
monitorar toda a sua propriedade. E, para isso, ele já conta com
uma tecnologia que tem gerado bons resultados e permitido o
mapeamento de lavouras e de criações inteiras, ajudando na
detecção de problemas e em sua rápida resolução. Esses “olhos
mecânicos” são os drones, pequenas aeronaves comandadas por
controle remoto e que possuem uma câmera capaz de registrar
imagens em vários ângulos e altitudes.
A pequena aeronave não tripulável tem conquistado muitos
agricultores, pecuaristas, além de profissionais do setor de agronegócio. Quem já experimentou a tecnologia, garante que a sua
versatilidade compensa o investimento. Confira os seus variados
usos no campo:
lise detalhada, pode-se identificar pontos
estratégicos para fazer uma coleta do solo
para posterior análise em laboratório.
Controle do desmatamento:
com a visão ampla de lugares mais distantes e de difícil acesso, é possível constatar
quais as áreas que estão sendo devastadas
e, assim, combater o desmatamento.
Localização de nascentes, descoberta e abertura de novas estradas:
como algumas nascentes podem se localizar em matas fechadas, através do uso de
drones é possível descobrir a origem da
água. Assim também, é possível constatar
do alto quais as melhores coordenadas
para abrir novas estradas.
Vigilância: os drones podem ser utilizados para vigiar as divisas da propriedade.
Localização de focos de incêndio:
os drones conseguem sobrevoar incêndios, podendo descobrir o foco do fogo
para que seja feito o controle.
Telemetria: é possível medir as
propriedades utilizando imagens de alta
qualidade captadas pelo drone.
Contagem da boiada e
localização de animais perdidos:
através das imagens aéreas, é possível
contar o rebanho sem a necessidade
de deslocar um peão para a tarefa.
Os drones também podem ser utilizados
para encontrar um animal que tenha
se desgarrado dos demais.
Fonte: SENAR / Globo Rural
REVISTA MERCADO RURAL
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PERSONAGEM
Gatos:
um amor
por toda
a vida
Conheça a trajetória
da criadora de gatos,
Ana Luiza Martins,
e sua paixão pelos
felinos pelados
Em uma rápida conversa com ela, já se
percebe que o amor que sente por gatos é
de uma pureza e verdade que encantam.
Sua grande afeição pelos felinos a impulsionou na concretização de um sonho. A personagem de nossa revista, a advogada Ana
Luiza de Rezende Martins, 43, é dona de um
criatório de gatos de raças peladas no Rio de
Janeiro, o Gatil Suryanamaskar. O empreendimento é fruto de uma paixão que começou
em 1996 e se concretizou a partir de 2003.
A criadora herdou o apreço pelos animais da família. Seu pai era filho de um
fazendeiro do Rio Grande do Sul, e a mãe
sempre estimulou os filhos no amor pelos
animais. Ana Luiza conta que o primeiro
contato que teve com gatos pelados foi
com um exemplar da raça Sphynx. “Eu vi a
foto de um Sphynx na internet e me apaixonei. Passei noites sem dormir, pensando
naquele gatinho, totalmente sem pelos, e
aquela visão se tornou uma obsessão”, re-
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DEZEMBRO 2015
lembra. Na época, só existiam três criadores
da raça no Brasil, sendo que dois deles não
criam atualmente. Ana Luiza, então, não
hesitou em se tornar mais uma criadora
brasileira desses gatos exóticos e comprou
o seu primeiro casal. “A primeira ninhada eu
perdi, mas não desisti. Comprei outra fêmea, me mudei para uma casa e foi ali que
percebi o quanto aqueles gatos transformaram a minha vida para melhor”, salienta.
A CRIAÇÃO
Depois da primeira experiência com os
gatos Sphynx, Ana viajou até a Rússia para
aprender mais sobre os felinos e a criação.
Lá ela conheceu outra raça que também
tem a caraterística da ausência de pelos:
o Bambino. “Achei o Bambino tão adorável
que trouxe três fêmeas da raça para criar”,
conta. Há dois anos, uma terceira raça pelada encantou a criadora: a Elf. Desde a
primeira aquisição até hoje, já se passaram
mais de dez anos e Ana Luiza ressalta que
sua admiração pelos felinos só cresce. “Eu
nem penso em parar com a minha criação que, atualmente, já faz parte do meu
cotidiano. É uma dedicação exclusiva, um
amor que transcende qualquer outro sentimento, sempre para melhor”, defende.
Para cuidar do Gatil Suryanamaskar,
Ana conta com o apoio do marido e de três
funcionários, os quais ela relata que se tornaram grandes amigos pessoais e amantes
dos felinos. “A Nívia eu digo que é a babá
das minhas crianças, o Luís se tornou um
apaixonado pelos nossos bichanos”, brinca.
A criadora ressalta que o gatil conta também com o apoio de veterinários. “Temos
um especialista em felinos, além daqueles
especializados em cardiologia, oftalmologia, ultrassonografia, anestesista e cirurgia,
que também fazem parte da nossa equipe”,
pontua.
COMPARTILHANDO AMOR
Algo que Ana Luiza faz questão de frisar
é que o seu negócio é movido pelo amor e
respeito aos animais. Ela conta que, desde
que iniciou a criação, sua ideia sempre foi a
de compartilhar os bons sentimentos que
os gatos lhe passavam. “Quando vendo um
gatinho meu, não penso em dinheiro, só
penso em dividir o prazer que ele me proporciona. Eu não sou vendedora de gatos,
eu faço amigos, e os animais são mágicos,
curativos. Então, acho que, no meu caso, tenho como missão compartilhar com os outros aquilo que eu sinto”, destaca. A criadora
completa dizendo que sempre se diverte
ao ver os animais brincando. Além disso, se
emociona quando recebe um carinho dos
felinos ou quando eles interagem com ela.
“É muito agradável e bem diferente”, diz.
Quando questionada sobre os segredos do sucesso, Ana Luiza afirma imediatamente: “compartilhar amor”. Para ela,
quando há um sentimento de apreço e
também a dedicação aos animais, o resultado é surpreendente. A criadora cita,
ainda, a amizade com seus clientes. “Meus
gatos são vendidos para apaixonados pela
raça e a minha relação é de amizade. Não
tenho um comportamento meramente
comercial, sou muito afetiva, seja com seres humanos ou animais. Cada um novo
pai ou mãe que tem um bichinho meu,
passa a fazer parte da minha vida e se torna um membro de uma grande família. Eu
sempre gosto de dizer: ‘seja bem-vindo
à família Suryanamaskar, porque é exatamente assim que eu me sinto”.
PERSISTÊNCIA
MOTIVADA PELA PAIXÃO
maior conforto possível, ela diz que não
consegue se ver longe da atividade. “Eu
defino a minha paixão por gatos como
algo incondicional, um amor à primeira
vista e que se tornou eterno. Os felinos
são a razão da minha vida. Hoje não
conseguiria viver sem eles”, diz. A criadora afirma também que não costuma
fazer planos para o futuro, mas já tem
uma certeza: não teria outro hobby em
sua vida, a não ser criar seus gatos com
muito carinho e amor.
Ping Pong
Família: Todo mundo tem uma, não
importa a origem ou como ela acontece!
Viagem: Conhecimento
Um lugar: Minha casa
Uma companhia: Meu marido e meus gatos
Música: Encontros e Despedidas,
de Milton Nascimento
Filme: Cidade dos Anjos
O que te distrai: Observar
Embora Ana Luiza tenha enfrentado
dificuldades para estabelecer o gatil em
uma cidade grande, em especial, para
encontrar um espaço que fosse adequado para criar os felinos e oferecer-lhes o
Felicidade: Amor
Tristeza: Perdas
Cavalos: Lindos!
Gatos: Amor incondicional
REVISTA MERCADO RURAL
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COMO FAZER
Bonsai
O termo “bonsai” significa, em japonês, “árvore de bandeja” ou “árvore num vaso”.
A técnica de miniaturização de plantas, mantendo suas características e a morfologia, foi desenvolvida
na China e reconstruída sob a influência do zen-budismo japonês. Tudo isso aconteceu há mais de mil anos
atrás. Hoje, muitos são fãs e admiradores dos bonsais e utilizam a técnica para paisagismo e decoração.
A Revista Mercado Rural traz, em detalhes, dicas para você criar o seu. Confira:
Materiais:
Planta; vaso de cerâmica para bonsai; substrato; tela de drenagem; arame; hashi; raque; tesoura para poda; enraizador (hormônio para
estimular o crescimento de raízes).
Como plantar:
1. Coloque uma tela de drenagem no fundo do vaso, para impedir que, além do excesso de água, o substrato da planta também
seja eliminado.
2. Passe o arame pelos buracos no fundo do vaso, de maneira que suas pontas saiam na parte de dentro (com tamanho razoável para
que a planta seja amarrada posteriormente).
3. Coloque uma pequena quantidade de substrato no vaso para acomodar as raízes.
4. Com o auxílio da espátula do raque, afrouxe a terra que se encontra nas laterais da muda (ainda dentro do pote ou plástico onde se
encontra), evitando tocar as raízes para não danificá-las. Em seguida, vire a planta de cabeça para baixo e retire-a com cuidado.
5. Retire cuidadosamente a terra que envolve as raízes, fazendo movimentos leves com o raque da base do tronco para a parte de baixo do torrão. (Deve ser retirado 1/3 da terra). Em seguida, pode cuidadosamente as raízes, retirando 1/3 delas. Lembre-se de manter tanto ramificações
finas como grossas, pois cada uma tem um papel diferente e importante para o vegetal. As finas alimentam a planta e as grossas sustentam-na.
6. Coloque a planta no vaso, fazendo movimentos circulares para a esquerda e para a direta para espalhar e acomodar as raízes no fundo.
7. Coloque o restante do substrato no vaso, preenchendo-o e cobrindo as raízes finas. Depois, fixe o
tronco com os arames.
8. Utilize um hashi para compactar o substrato no vaso, de forma que o solo tenha contato
direto com as raízes.
9. Fixe a planta no vaso com os arames de fixação. Esse procedimento ajuda na recuperação das raízes.
10. Em uma bacia, acrescente dois litros de água e junte uma tampinha e meia
do enraizador, dissolvendo-o. Em seguida, coloque lentamente o bonsai na
bacia com água. Você verá bolhas de ar saindo do bonsai, mas isso é normal.
Deixe imerso por 15 minutos. Depois, retire o vaso e deixe a água escorrer.
11. Borrife água na parte externa da planta, limpe o vaso e retire o excesso de
substrato. Seu bonsai está pronto!
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DEZEMBRO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
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O PERIGO
dos raios
O Brasil é o país com a maior concentração de raios do mundo, atingindo a marca de 57 milhões por ano, de acordo com
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). Em dias de tempestades mais fortes, podem ocorrer cerca de 20 descargas elétricas por minuto. E os danos não
são apenas materiais. Além de causarem
R$ 1 bilhão de prejuízos ao ano, segundo o
INPE, os raios provocam no Brasil cerca de
130 vítimas fatais e 200 feridos anualmente, além da morte de milhares de animais.
Durante o verão, quando acontece
70% dos raios, a precaução deve ser redobrada. No campo, em especial, é importante se informar sobre as formas de proteção,
visto que aqueles que têm o costume de
estar mais ao ar livre estão mais propensos
a serem atingidos por raios (80% das mortes por raio no Brasil ocorrem no campo).
Em geral, as descargas atmosféricas
tendem a incidir preferencialmente nos
pontos mais altos do relevo, uma vez que
há menor distância entre a nuvem e a terra.
No entanto, também é bastante comum
a ocorrência de raios em locais descampados. Assim, é recomendada a implantação de sistemas de proteção contra raios,
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DEZEMBRO 2015
ÉPOCA DE TEMPESTADES
REQUER CUIDADOS
ESPECIAIS NO CAMPO
PARA A PROTEÇÃO DE
PESSOAS, DOS ANIMAIS
E DAS EDIFICAÇÕES
especialmente em locais onde pessoas e
animais podem estar presentes.
SISTEMAS DE PROTEÇÃO
CONTRA RAIOS
Existem três tipos de sistema de proteção contra raios que podem ser utilizados nas edificações. O sistema tipo
Franklin (para-raios de pontas) é instalado
próximo ou sobre o imóvel, criando uma
região imaginária de proteção. Já o sistema de aterramento localizado permite
a difusão das correntes dos raios para o
solo, evitando danos na edificação. Vale
destacar que pessoas e animais não devem ficar próximos a esse sistema para
não serem atingidos pelas correntes superficiais. O sistema Gaiola de Faraday
(sistema de blindagem), por sua vez, é utilizado principalmente onde se deseja preservar a estética da edificação ou não foi
possível instalar o para-raios tipo Franklin.
PERIGOS E RECOMENDAÇÕES
Especialistas recomendam às pessoas
que estão no campo terem um cuidado es-
pecial quando inicia a tempestade. Ao ouvir
o barulho do trovão, o que significa que um
raio caiu por perto (numa área de 15 km), é
importante buscar um abrigo: dentro de um
carro fechado ou residência próxima. Caso
não se tenha opções de se abrigar, deve-se evitar estar próximo a objetos metálicos,
como uma cerca, trator, moto, torre de celular, enxada, pá, etc. Também deve-se afastar
de locais com água e de árvores.
Em relação ao gado, é recomendado
criar uma área cercada de madeira, sem
arame farpado (ou qualquer outro tipo de
metal) e árvores, para que os animais sejam
alojados no mesmo quando a tempestade
se iniciar. Dessa forma, reduzem-se os ricos
de serem atingidos por raios.
PRIMEIROS SOCORROS
Em caso de incidência de raios, as vítimas
devem ser submetidas a um socorro médico
urgente, utilizando técnicas de reanimação
cardiorrespiratória. Após a reanimação, deve-se verificar a extensão das queimaduras
(principalmente internas), pois a corrente
elétrica do raio pode causar essa anomalia e
outros danos a diversas partes do corpo.
REVISTA MERCADO RURAL
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Zika Vírus
Um vírus até então desconhecido entre
os brasileiros tem sido motivo de temor entre a população, especialmente as mulheres grávidas, e também de uma insistente
busca por desvendá-lo, ação que tem sido
desempenhada por médicos e cientistas. O
zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti e originário da Floresta de Zika, na
Uganda, foi descoberto em 1947 e, até então, não havia chegado ao Brasil. Tudo mudou quando foi identificado em abril deste
ano e, especialmente, após o registro de
vários casos de microcefalia (má-formação
cerebral, onde o cérebro se apresenta em
tamanho menor) em recém-nascidos e a
suspeita de que sua causa estaria no contágio das gestantes.
Até o final de novembro, foram registrados no Brasil 1.248 ocorrências de microcefalia e sete mortes, fato que motivou o
Ministério da Saúde a decretar, pela primeira vez no país, estado de emergência em
saúde. No mesmo mês, o órgão confirmou
a relação entre o zika vírus e a má-formação
cerebral, ao constatar a presença do vírus
em um recém-nascido acometido pela microcefalia, em exame realizado pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará. Outro forte in-
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DEZEMBRO 2015
dício da relação é o fato de Pernambuco, o
primeiro estado do país a registrar a presença do vírus, ser também o que conta com
o maior número de casos de microcefalia.
Algo que chama a atenção de pesquisadores é que a manifestação do zika
vírus em pessoas contagiadas é branda,
apresentando sintomas como febre baixa,
coceira, lesões na pele e dores musculares.
Além disso, somente 18% dos indivíduos
que têm o vírus apresentam os sintomas,
os quais não duram mais que uma semana. Por esses motivos, torna-se ainda
Confira medidas de
prevenção do contágio
pelo zika vírus:
• Eliminar qualquer foco de água parada, local
onde os mosquitos se reproduzem
• Usar roupas que diminuem a exposição da pele
• Utilizar os repelentes DEET ou Icaridina.
• Instalar telas nas janelas da casa para evitar a
entrada do mosquito e mosquiteiros na cama.
Em caso da detecção de focos de mosquito que o
morador não possa eliminar, é importante acionar
a Secretaria Municipal de Saúde do município
ENTENDA
MAIS SOBRE A
RELAÇÃO COM
A MICROCEFALIA,
OS SINTOMAS
DO CONTÁGIO,
DIAGNÓSTICO E
PREVENÇÃO
mais difícil seu diagnóstico, em especial,
nas mulheres grávidas que podem transmiti-lo ao bebê, ocasionando a microcefalia.
Não existe um exame padrão para a
detecção do zika vírus. Até o momento,
utiliza-se a técnica de PCR, que é complexa e
somente é realizada por três unidades da Fiocruz, além do além do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
O que os médicos mais recomendam
é buscar a prevenção, evitando qualquer
contato com o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus, o mesmo que transmite a dengue. Por enquanto, não existe vacina que
previne a infecção pelo vírus zika.
REVISTA MERCADO RURAL
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Suplementação de bovinos
durante a fase de recria
Por Gustavo Reis Monteiro
e Josiane Pereira dos Santos*
Criar bezerros mais saudáveis e pesados é um desafio do pecuarista brasileiro.
A escassez do boi magro no mercado de
reposição tem resultado na valorização
do bezerro, e, por isso, conseguir uma boa
engorda no momento da recria pode apresentar uma alternativa rentável.
O período pós-desmama é uma fase bastante importante, visto que a categoria está
passando pelo estresse da desmama e geralmente deixando o período das águas, onde
a oferta de alimento é maior e de melhor
qualidade. Portanto, esses animais estão muito suscetíveis a apresentarem uma queda na
produção, ou seja, um ganho de peso reduzido ou até mesmo a perda de peso. Animais
recém-desmamados apresentam uma maior
exigência em proteína verdadeira, demanda
esta que a pastagem na época da seca não
é capaz de suprir, ainda que esteja apresentando um bom volume de massa seca. Nesse
caso, uma suplementação de proteína verdadeira, à base de farelos proteicos, torna-se
necessária para fazer com que animais recém-desmamados tenham um bom desempenho durante sua primeira seca, reduzindo
o tempo de recria e otimizando os índices
zootécnicos da propriedade.
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DEZEMBRO 2015
Um animal recém-desmamado suplementado apenas com mineral durante
todo o ano levará aproximadamente 36
meses para chegar ao peso de abate. Por
outro lado, aquele que recebe uma suplementação proteica na seca e mineral nas
águas, para atingir o mesmo peso, levará
aproximadamente 24 meses, ou seja, um
ano a menos. À medida que esses animais
passam a receber um suplemento energético também nas águas ou a suplementação
proteico-energética durante o ano todo,
esse período pode ser reduzido gradativamente, podendo chegar em até 15 meses
entre a desmama e o abate, o que se chama
de produção de novilhos precoces, gerando
um retorno financeiro ainda mais superior.
A fórmula e quantidade do suplemento fornecido variam de acordo com o plano nutricional de cada propriedade. Como
base de suplementação na seca, adota-se
o provimento de nitrogênio para a microbiota ruminal, a qual fornece a maior parte
da proteína metabolizada pelos ruminantes. A suplementação pode variar desde
o nitrogênio não proteico, como a ureia,
ao suplemento com diferentes fontes de
proteína verdadeira, como o farelo de soja.
Planos nutricionais devem ser elaborados de acordo com o plano de metas de
cada propriedade, respeitando a genética
animal e o custo de produção. Outro fator que deve ser considerado é o manejo
do animal, mantendo o equilíbrio entre a
taxa de lotação (definida de acordo com a
disponibilidade de forragem) e a taxa de
acúmulo de massa forrageira. A pastagem
deve proporcionar a maior quantidade de
massa aliada à máxima qualidade.
É importante ressaltar que a lucratividade da suplementação tem que ser calculada com base não apenas no ganho
de peso do período, mas sim utilizando
índices zootécnicos de todo sistema, como
índice de prenhes, intervalo de partos e
taxa de desfrute. Dessa forma, o produtor
começará a enxergar de forma mais clara
a sua importância. Estabelecer uma meta
para a atividade e executar um plano nutricional condizente com a meta e a avaliação econômica do projeto certamente
permitirão ao pecuarista uma tomada de
decisão mais precisa. Assim, para justificar
o valor investido na criação/aquisição bezerro e agregar valor no momento da venda/engorda, é primordial uma recria bem
executada. Qualquer erro na recria, poderá
apagar o benefício da cria e comprometer
o resultado na engorda/terminação.
* Gustavo e Josiane são Zootecnistas e
Mestres em Produção e Nutrição de Ruminantes
pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).
REVISTA MERCADO RURAL
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PRINCIPAL FERRAMENTA
DE AVALIAÇÃO DE
REPRODUTORES, O
SUMÁRIO CONTÉM
RESULTADOS DE
PESQUISAS REALIZADAS
NOS ÚLTIMOS
18 ANOS EM MAIS
DE 90 MIL ANIMAIS
Simental e Simbrasil lançam
18º Sumário de Touros
A Associação Brasileira de Criadores das
Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS) lançou
a 18ª edição do Sumário de Touros das Raças Simental e Simbrasil - Anuário de valores
genéticos 2015, sob a coordenação e análise de dados dos professores Luiz Fernando
Aarão Marques (UFES/CCA – ES) e Henrique
Nunes de Oliveira (UNESP/Jaboticabal – SP).
A base da avaliação genética são informações obtidas dos serviços de Genealogia e de Controle de Desenvolvimento
Ponderal da ABCRSS, que resultou em
89.149 animais de ambas as raças. De acordo com o professor Aarão, a cada anuário,
mais criadores aderem ao programa de
melhoramento da ABCRSS, aumentando a
base de dados a cada safra de novos touros
e criadores associados. “Em reforço a este
quantitativo, a Pesquisa e o Desenvolvimento (P & D) permitiram incluir nas últimas análises os animais provenientes de TE
(Transferência de Embriões), o que incrementou o número de animais no arquivo
de produção, principalmente o peso à desmama. Houve um crescimento substancial
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na base de dados analisada, resultando em
maior número de grupos contemporâneos
e progênies mais numerosas, para todos os
touros. Em consequência, foram aumentadas as Acurácias (Acc), dando maior confiabilidade às DEPs”, completa.
Nesta edição do Sumário de Touros, foram incluídos os Líderes Genéticos do Peso
à Desmama Maternal (PDM), que é a DEP
indicativa de reprodutores que transmitem
para as suas filhas genes para a capacidade
materna do peso à desmama.
O professor explica que a 18ª edição
destaca o trabalho de seleção de diversos
criadores por meio de seus touros jovens,
os quais, em tenra idade, já dispõem de
progênies numerosas, o que lhes garante
alta confiabilidade (Acurácias) nas Diferenças Esperadas de suas Progênies (DEPs). “O
uso intensivo de reprodutores jovens traz
consequências formidáveis para o Melhoramento Genético das Raças porque reduz
o intervalo entre as gerações, garantindo o
ganho genético em menos tempo. Com a
redução da idade de abate, garante lucro
ao produtor de gado comercial”.
O sumário é ferramenta primordial e
fundamental para administração, seleção e
acasalamento nos rebanhos. Com a aplicação racional dos dados, é possível aumentar a lucratividade do rebanho pela otimização do uso de reprodutores.
Interessados em adquirir o
catálogo na versão impressa
devem solicitar à ABCRSS, pelo
telefone (28) 3521-5666
ou e-mail
[email protected]
REVISTA MERCADO RURAL
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ALIMENTO EQUILIBRA O
INTESTINO, AUMENTA A
IMUNIDADE, PREVINE
O DIABETES E
O CÂNCER
DE CÓLON
FARINHA DE
banana verde
Ninguém se imagina comendo uma
banana verde, bem verdinha... Ao mesmo
tempo, pouca gente deve saber que a fruta
nesse estágio traz inúmeros benefícios ao
organismo. Para que o seu consumo seja
feito sem causar estranheza no paladar,
pesquisadores desenvolveram a farinha de
banana verde, que possui sabor neutro e
pode ser adicionada em vários tipos de alimentos. Mas por que inclui-la na dieta? Estudos recentes descobriram que a banana
verde possui uma substância que turbina
a imunidade, equilibra o trânsito intestinal,
previne o câncer no intestino e, até mesmo, reduz a produção da insulina. Além
de todos esses pontos positivos, a farinha
pode auxiliar no emagrecimento.
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São
Paulo (USP) estudaram a banana verde e
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DEZEMBRO 2015
descobriram que um de seus componentes, o amido resistente, é um grande aliado
do bom funcionamento do organismo. Ao
ser ingerido, ele passa direto pelo intestino
delgado, sem ser digerido, absorvido ou
mesmo transformado em glicose. Quando
chega ao intestino grosso, o amido é então
digerido pelas bactérias que ali existem, as
quais produzem substâncias benéficas tanto ao intestino grosso como ao organismo
de uma maneira geral.
Muitos especialistas associam o amido resistente a uma “esponja”, porque, ao
entrar no corpo, ele passa fazendo uma
limpeza, agregando a si moléculas de triglicérides e colesterol. Com isso, tem-se a
redução do colesterol do sangue. A substância também evita picos de glicemia
após a refeição, prevenindo a ocorrência
do diabetes tipo 2.
Outro grande papel do
amido resistente no organismo é a sua função como prebiótico, um
alimento para a flora bacteriana intestinal.
O componente da banana verde equilibra
a flora, melhora a saúde da mucosa do intestino e ainda beneficia o trânsito intestinal, diminuindo o risco do câncer de cólon.
Especialistas afirmam que a substância é
indicada tanto para quem sofre de desequilíbrios no intestino quanto para casos
de constipação. Além disso, o amido resistente influencia no aumento da imunidade,
pois 60% das imunoglobinas são produzidas pelo intestino e, quando o órgão está
funcionando bem, o nosso corpo fica mais
protegido. A banana verde, consumida na
forma de farinha, ainda oferece mais vantagens ao organismo. Segundo os pesquisadores da USP, o amido resistente, por ter
uma digestão mais lenta, promove sensação de saciedade e, por isso, pode ajudar na
perda de peso.
COMO CONSUMIR
O consumo diário da farinha banana
verde indicado pelos nutricionistas é de
uma a duas colheres de sopa por dia. A
farinha pode ser consumida adicionando-a a iogurtes, salpicando nas refeições
ou até mesmo, misturando com água.
Não existem contraindicações para o seu
consumo equilibrado. A farinha de banana verde pode ser encontrada em lojas
de suplementos naturais, supermercados, ou em lojas virtuais.
Ovos: Setor espera mercado mais firme em 2016
O setor avícola de postura brasileiro espera um cenário mais promissor para 2016.
Os preços dos ovos devem iniciar o novo
ano a patamares superiores aos do início
de 2015 – vale lembrar que os valores foram sustentados ao longo de praticamente
todo o segundo semestre de 2015, quando
tendem a cair com força.
A produção deve se manter praticamente estável, com aumento de até 2%,
segundo dados da ABPA (Associação Bra-
sileira de Proteína Animal), o que pode
contribuir para sustentar as cotações. Do
lado da demanda, projeções de baixo
crescimento da economia brasileira favorecem o consumo de proteínas mais
baratas, como o ovo, ainda que seus
preços se elevem. Segundo cálculos do
Cepea, a elasticidade-renda do ovo é
menor que para os cortes mais nobres
das carnes bovina e suína.
Para 2015, a ABPA já havia estimado sal-
to no consumo per capita de ovos no Brasil, para 191 unidades, 4,8% superior ao total de 2014, de 182 unidades, e um recorde.
Para 2016, a Associação ainda não divulgou
estimativas. Tais fundamentos poderão, inclusive, amenizar os efeitos da típica retração das vendas de início de ano. Com as
férias escolares, a procura pelo produto
para merendas cai e a rotina alimentar da
população também se altera.
Fonte: Cepea
REVISTA MERCADO RURAL
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IMUNOCASTRAÇÃO DE
bovinos de corte
Por Rodrigo da Costa Gomes*
A castração dos machos é uma prática tradicional na pecuária corte. Seu intuito é eliminar os efeitos dos hormônios
produzidos nos testículos, deixando o
animal mais dócil e facilitando o manejo.
Mais um benefício da castração é que o
animal castrado possui maior facilidade
de depositar a gordura de acabamento
de carcaça, que recobre e protege os cortes comerciais de carne, como contra filé,
coxão mole e picanha, preservando a sua
qualidade. Se o animal não é castrado,
ele sofre mais estresse no período que
antecede o abate (durante o transporte até o frigorífico, por exemplo), o que
muitas vezes resulta em uma carne dura
e escura, fato que acontece menos com
animais castrados.
Recentemente, uma nova tecnologia revolucionou a prática da castração.
Chamada de imunocastração, ela consiste na aplicação de uma vacina, de forma
semelhante ao que é feito com a vacina
de febre aftosa, por exemplo, substituindo a castração cirúrgica tradicional. Ao
eliminar a necessidade de cirurgia, a imunocastração é muito favorável do ponto
de vista de bem estar animal, pois evita o
seu sofrimento. Do ponto de vista econômico, também pode ser vantajosa, pois
no período após a castração cirúrgica,
o animal perde peso, enquanto que na
imunocastração isso não acontece. Além
disso, existe o risco de perdas por morte
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DEZEMBRO 2015
na castração cirúrgica e também gastos
com medicamentos, como cicatrizantes
e anti-inflamatórios. Já na imunocastração, o único custo é o da própria vacina.
A vacina para imunocastração é facilmente encontrada em casas veterinárias,
mas o pecuarista deve estar muito atento
ao seu modo de utilização. Existem dois
protocolos de uso da vacina, sendo um
para animais que serão terminados em
confinamento e outro para animais que
serão terminados a pasto. Nos dois protocolos, existe a necessidade de se aplicar
duas doses da vacina, sendo que apenas
após a segunda dose (reforço) o animal
estará realmente castrado. No protocolo
para confinamento, o período entre a primeira e a segunda dose é de 28 dias e,
após a segunda dose, o animal permanecerá castrado por 90 dias. No protocolo
para animais a pasto, o período entre a
primeira e a segunda dose é de 90 dias
e o animal permanecerá castrado por
150 dias. Caso o animal não seja abatido
dentro do período de ação da vacina (90
dias para confinamento e 150 dias para
pasto), há necessidade de se aplicar uma
nova dose, pois a ação é temporária, ou
seja, não se garante a imunocastração
após os períodos indicados.
Importante destacar que os protocolos devem ser seguidos à risca e que,
para isso, o produtor deve ter planejamento, prevendo a época de abate do
lote de animais e adotando o cronograma correto de aplicação da vacina. Im-
portante também chamar a atenção do
produtor de que a vacina “não faz mágica” e por isso ele não pode esperar que
ela faça com que o seu boi fique adequadamente “acabado” (com cobertura
de gordura de acabamento de carcaça
desejado) de um dia para o outro. Nesse
ponto, a imunocastração é semelhante à
castração tradicional, havendo a necessidade de o boi ser submetido a uma boa
nutrição por um tempo considerável,
para que ele então consiga depositar a
gordura de acabamento de carcaça desejada. Isso é especialmente importante
para animais terminados a pasto e, portanto, recomendamos que junto com a
imunocastração, o produtor disponibilize
pastagens de ótima qualidade e realize
uma suplementação adequada, de acordo com a época do ano.
* Rodrigo da Costa Gomes é pesquisador
da Embrapa Gado de Corte, especialista
em Nutrição Animal. Possui graduação em
Zootecnia, mestrado e doutorado em Qualidade
e Produtividade Animal, e pós-doutorado em
Melhoramento Animal, todos na USP
REVISTA MERCADO RURAL
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Paint Horse
CONHEÇA A RAÇA EQUINA CUJA PELAGEM É COMO UMA IMPRESSÃO
DIGITAL, CARACTERÍSTICA QUE LHE CONFERE UMA BELEZA ÚNICA
Eles são conhecidos por sua grande
exuberância e beleza. À primeira vista, já
encantam por uma pelagem peculiar. Em
contato mais próximo com eles, sua docilidade também chama a atenção. Os Paint
Horses, cujo nome faz alusão à cobertura
de pelos mesclada em cores, têm, nos últimos 20 anos, conquistado muitos criadores brasileiros. Atualmente, já são mais de
35 mil exemplares da raça registrados no
país e os mesmos estão distribuídos em,
pelo menos, sete mil haras.
Um dos criadores que se diz apaixonado pelo Paint Horse é Rodrigo Guedes, do
Haras Horizonte, localizado em Itapecerica-MG. Rodrigo afirma que, além da beleza
inquestionável (tanto pela pelagem quanto pela morfologia) e do comportamento
dócil, admira a raça também a sua versatilidade. “O Paint Horse pode ser utilizado
tanto para uma cavalgada de lazer, quanto
para qualquer esporte que necessite de explosão muscular e a inteligência para lidar
com o gado (cow sense), o que o torna um
animal completo”, defende.
O Paint Horse chegou ao Brasil na década de 90, trazido dos Estados Unidos por alguns criadores de Brasília-DF, os quais fundaram uma associação nacional do Paint Horse
(ABCPaint). Entretanto, a raça não foi muito
difundida na época e, em 1995,
um outro criador de Bauru-SP, Or-
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DEZEMBRO 2015
lando Lamonica Junior, resolveu investir no
Paint Horse, devido a sua funcionalidade,
docilidade e beleza. “Ele conseguiu transferir
a sede da associação para Bauru, onde investiu na divulgação da raça e na promoção
de provas para poder mostrar aos demais
criadores a funcionalidade do cavalo Paint
Horse”, explica o criador Rodrigo.
De lá pra cá, a raça foi se tornando cada
vez mais conhecida, ganhando espaço em
eventos e competições. Os animais Paint
Horse participam, atualmente, de provas de
apartação, team penning, laço (em todas
as suas variações), rédeas, três tambores,
vaquejada, dentre outras modalidades. De
acordo com Rodrigo, nas categorias citadas,
tem sido constatado um crescimento muito grande na participação dos cavalos Paint
Horse em todos os estados do Brasil. “Isso
acaba por nos motivar e nos deixar cada vez
mais animados com a nossa criação”, destaca.
CARACTERÍSTICAS
O porte do cavalo Paint Horse varia
muito conforme a sua linhagem, ou seja, a
aptidão para o trabalho. O criador Rodrigo
explica que existem animais de diferentes
linhagens, as quais são direcionadas, através de cruzamentos, para a melhoria nas
qualidades e aptidões à modalidade esportiva escolhida.
Quanto à pelagem do Paint Horse, a
mesma é determinada de acordo com o
gene para padrão de branco que o animal
carrega, resultando em uma grande variedade de manchas e pintas que tornam
os equinos dessa raça únicos. “Um cavalo
Paint Horse nunca será igual ao outro; sua
pelagem é, praticamente, uma impressão
digital, tornando a criação
fascinante e praze-
rosa. Temos pelagens desde animais com
pouco branco distribuído em seu corpo a
pelagens quase que totalmente brancas,
animais com olhos azuis ou castanhos”,
afirma Rodrigo. Segundo o criador, a combinação de todas essas características faz
com que a raça atenda a diversos tipos de
exigências e gostos.
A nomenclatura da pelagem do Paint
Horse será sempre baseada, primeiramente, na cor do animal, seguida de seu padrão,
que é classificado de acordo com a distribuição do branco em seu corpo. “É importante ressaltar que a mancha ou pinta não
é o branco e sim a outra parte que possui
cor. A parte branca é a área onde não houve a pigmentação e que é ordenada pelo
gene para padrão de branco que o animal
carrega”, detalha Rodrigo. Conforme esclarece o criador, existem quatro grupos de
padrões dentro da classificação usada pela
ABCPaint: Tobiano, Overo, Tovero e Sólido.
O Tobiano caracteriza-se pelas partes
brancas que cruzam a sua linha de dorso,
mantendo um padrão de mancha vertical, em qualquer ponto entre as orelhas
e o rabo. Na cabeça predomina a cor escura, podendo apresentar também estrela ou listra brancas. Os olhos geralmente
são marrons, mas podem ser azuis ou parcialmente azuis. A crina e a cauda, com
frequência, têm duas cores. “A cor de
base da pelagem pode ser qualquer outra que não seja branca e, normalmente,
se mantém no peito, como um escudo,
e nas laterais do corpo, podendo a pelagem ser predominantemente escura ou
branca”, ressalta Rodrigo.
O Overo é caracterizado pela presença de partes brancas de formatos irregulares que se espalham ao longo do corpo
e nunca cruzam a linha do dorso entre a
cernelha e a cauda, sempre mantendo um
padrão de mancha horizontal. De acordo
com o criador, equinos Paint Horse dessa
categoria apresentam a crina, o rabo e,
pelo menos três dos membros, de uma só
cor. Além disso, as marcas brancas na cabeça pode ser bem abertas ou marcas normais. A cor dos olhos pode ser castanha,
azul ou parcialmente azul.
Já o Tovero apresenta características de
ambos padrões, tanto do Tobiano quanto
do Overo. E o Solido é o animal que não
apresenta na extensão de seu corpo nenhuma parte branca, predominando sua
pelagem básica, podendo apresentar calçados nos membros que não ultrapassam
os joelhos e jarretes, e a cabeça pode ter ou
não marcações simples.
MANEJO E REPRODUÇÃO
Conforme afirma o criador Rodrigo, o
manejo do Paint Horse é bem semelhante aos demais equinos. “Como em qual-
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MERCADO
quer outra raça, um animal Paint Horse
ingere, diariamente, cerca de 3 - 4% do
seu peso vivo. Basicamente, o animal
precisa ter acesso a uma boa fonte de
água e a um bom volumoso. Além disso,
a dieta pode ser complementada com
ração, de acordo com a necessidade do
animal em função de sua atividade física
diária”, explica. Ainda segundo Rodrigo,
esse volumoso pode ser disponibilizado
através de uma boa pastagem, devidamente adubada para fornecer a grande
maioria dos nutrientes necessários à sua
manutenção, ou através do fornecimento de feno de boa qualidade, o qual pode
ser de Tifton, Coast Cross, Alfafa, dentre
outros. “O criador deve manter o animal
vacinado, vermifugado e se preocupar
com a manutenção do casco. É indicado
que cada propriedade tenha um veterinário responsável que possa assessorar
com sugestões para a melhoria no manejo alimentar e no tratamento clínico
do animal”, completa.
Nos casos de reprodutores, especialmente os que são muito utilizados na
estação de monta, é recomendável que
se aumente o arraçoamento e faça uma
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DEZEMBRO 2015
suplementação com vitaminas e minerais
específicos para a melhoria da qualidade
do sêmen. Quanto aos cavalos de competição, o criador certamente deverá suplementar a alimentação do cavalo atleta
com produtos que irão melhorar a energia, proteger as articulações, o casco, etc.
“Os produtos devem ser recomendados
pelo veterinário que acompanha o animal, pois é o mais indicado por conhecer
as particularidades do equino”, diz.
A reprodução do Paint Horse, como
em qualquer outra raça, pode ser por
monta natural ou inseminação artificial.
De acordo com Rodrigo, os criadores de
Paint Horse já estão bastante criteriosos
quanto à seleção por genótipo e fenótipo
e têm investido bastante em transferências de embrião, compra de coberturas
de criatórios variados e importação de
animais dos Estados Unidos, a fim de melhorarem o seu plantel. “O mercado hoje
é crescente, tanto entre os criadores que
têm como foco o melhoramento genético
e a competição nas variadas modalidades,
quanto em relação aos usuários finais que
desejam ter um animal versátil, competitivo e bonito”, salienta o criador.
Para Rodrigo, o mercado de equinos no Brasil tem crescido em todas as
raças, tanto em número de criatórios,
competidores e, principalmente, no
número de usuários que utilizam o animal apenas como lazer. E, com o Paint
Horse não está sendo diferente. “Como
criador tenho percebido que o número
de usuários está crescendo acima da
capacidade de produção dos criatórios.
No meu caso, tenho cerca de 35 produtos anualmente e poucos completam
um ano no haras, pois são vendidos
ainda novos”, diz. De acordo com a ABCPaint, os valores da raça são muito favoráveis, tanto para quem adquire o Paint
Horse quanto para quem vende. Ainda
segundo a entidade, a liquidez em quase
todos os leilões da raça é de 100%.
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REVISTA MERCADO RURAL
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Infestação de carrapatos bovinos
aumenta nesta época do ano
EMBRAPA ALERTA PECUARISTAS SOBRE AS DOENÇAS QUE OS PARASITAS
PODEM TRANSMITIR E OS CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS
A Embrapa vem chamando a atenção
dos pecuaristas quanto aos cuidados para
que evitem a infestação de carrapatos bovinos (Rhipicephalus microplus), pois esta
época do ano, com temperaturas acima de
27°C e alta umidade do ar, favorece a multiplicação dos mesmos.
Segundo a veterinária Márcia Cristina
de Sena Oliveira, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, condições ambientais
propícias, como nesta época de chuva e calor, facilitam a eclosão de larvas provenientes dos ovos de carrapatos colocados nas
pastagens. Ainda de acordo com Márcia,
os prejuízos produzidos pelo parasita são
significativos e difíceis de serem calculados.
“Os gastos no controle são representativos,
como construção de banheiros de aspersão,
compra de acaricidas, pagamento dos serviços, medicamentos, redução da natalidade,
entre outros. Além disso, os tratamentos podem gerar resíduos na carne e no leite e, ainda, contaminar o meio ambiente”, destaca.
Outra preocupação é com a saúde e
bem estar dos animais. Os carrapatos se
alimentam de sangue. Cada fêmea pode
ingerir até 0,5 ml. Eles transmitem hemoparasitas para os bovinos, microrganismos
que produzem doenças hemolíticas graves,
conhecidas como a tristeza parasitária bovina (TPB). Os principais sintomas da TPB são
apatia, prostração, mucosas oculares pálidas
ou amareladas, febre acima de 40°C, desidratação e urina escura. Podem apresentar
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também sinais neurológicos, principalmente relacionados à coordenação motora.
De uma forma geral, a infestação de carrapatos nos bovinos pode provocar perda de
peso, diminuição na produção de leite, danos
no couro, anemia, entre outros malefícios.
CONTROLE
Os métodos de controle devem incluir
ações para reduzir o número de parasitas
no gado e nas pastagens. O controle estratégico, conforme a pesquisadora, deve ser
realizado com um acaricida que apresente
mais de 90% de eficácia e ser iniciado na
primavera, com intervalos de 21 dias, até
que se consiga uma infestação baixa no
rebanho (cerca de 20 carrapatos/animal).
É importante que os acaricidas sejam
usados nas concentrações indicadas pe-
los fabricantes, em dias secos, para que a
chuva não lave o medicamento. A rotação
de pastagens também é recomendada,
dando um descanso maior de 90 dias para
os piquetes. Outra dica é usar animais com
suscetibilidade reduzida, o que irá diminuir
a necessidade de tratamentos e a quantidade de parasitas nas pastagens.
As altas taxas de carrapatos em alguns
sistemas de criação de bovinos é resultado da grande infestação presente nas
pastagens, abrigo de cerca de 90% desses
parasitas. A redução dessa população só
ocorre quando as condições ambientais
não forem mais propícias ao desenvolvimento das larvas nas pastagens, ou seja, no
período seco e frio. Porém, a larva pode se
manter viável por períodos de até 200 dias
nas pastagens, o que dificulta o controle.
Fonte: Embrapa
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O SUCESSO DAS
associações
comunitárias rurais
AGREMIAÇÕES PROMOVEM A QUALIFICAÇÃO DO
TRABALHO E A MELHORIA DA VIDA NO CAMPO
As associações comunitárias de trabalhadores do campo têm sido cada vez mais
incentivadas pelo governo e órgãos de
fomento, devido ao fato de trazerem inúmeros benefícios à população rural, como
a geração e manutenção de empregos, a
redução da migração para a zona urbana, a
geração de renda, a melhoria da qualidade
de vida e a diminuição da pobreza. A ideia
do associativismo rural é unir esforços para
atingir objetivos. Em linhas gerais, produtores rurais e suas famílias se associam com o
intuito de buscar a solução de problemas
comuns a todos, como, por exemplo, nas
áreas da produção e comercialização de
alimentos e produtos artesanais.
Os resultados desse trabalho se revelam benéficos com a melhoria da produtividade e a redução de riscos. Isso acontece
porque, em geral, uma associação pode,
em conjunto, comprar insumos, máquinas
e equipamentos para uso coletivo, agregar
valor à produção através da seleção, classificação, embalagem e industrialização,
construir locais comunitários para a venda
34
DEZEMBRO 2015
dos produtos, além de fortalecer a comercialização. Muitas delas também incrementam as atividades incentivando a produção
de peças artesanais e confecções, o que
auxilia na renda familiar.
BENEFÍCIOS À COMUNIDADE
E não é só com o trabalho que a associação comunitária se preocupa. Esse tipo
de agremiação procura incentivar o lazer e
a cultura através da realização de eventos
e atividades que fortalecem os laços entre
a família e também entre os produtores.
Além disso, o Manual de Orientação para a
Criação e Estabelecimento de Associações
Comunitárias, disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento, destaca que “os produtores organizados em associações possuem mais
força para reivindicar do Governo o apoio
à construção e à manutenção de postos
de saúde, escolas, estradas, etc”. Como esses agrupamentos não têm fins lucrativos,
eles são vistos como de interesse público
e, por isso, são beneficiados por diversos
programas de fomento.
Um exemplo é a Associação Comunitária Lagoa da Prata e Capoeira do Milho,
de Várzea da Roça-BA. Produtores da região se uniram para qualificar a produção
da mandioca e conseguiram desenvolver
uma agricultura sustentável, através do
plantio agroecológico e a redução do uso
de agrotóxicos. Hoje, a associação produz
farinha de mandioca para ser comercializada, além de aproveitar os restos para
alimentação do gado. O grupo de produtores criou também a “Casa do Biscoito”,
onde são produzidas e comercializadas
quitandas feitas com a farinha. A associação, que já tem mais de 20 anos de existência, tornou-se, hoje, um exemplo de
sustentabilidade e criatividade na geração
de renda no campo.
Assim como essa, diversas outras associações existem no Brasil com a finalidade de transformar o trabalho e a vida
na zona rural. O Ministério da Agricultura,
Agropecuária e Abastecimento, através
da Secretaria de Defesa Agropecuária,
elaborou um manual para a elaboração
das associações comunitárias rurais, com
todas as informações referentes à inscrição, legislação e estrutura administrativa.
O documento pode ser acessado no site
do órgão: www.agricultura.gov.br.
REVISTA MERCADO RURAL
35
OS POTENCIAIS
DOS
óleos da
Amazônia
EXTRATIVISMO DE ÓLEOS NATURAIS GARANTE A RENDA DE MUITAS
FAMÍLIAS E FORTALECE A SUSTENTABILIDADE DA FLORESTA
A Amazônia está investindo em novas
formas de extrativismo que garantem o
aproveitamento das riquezas biológicas da
floresta sem prejudicá-la. Tudo isso promovendo o desenvolvimento rural e gerando
renda a várias famílias que ali residem. Este é
o caso da extração de óleos naturais que têm
demonstrado grande potencial na indústria
de cosméticos e perfumaria. Plantas como a
andiroba, copaíba, cumaru, pau rosa e murumuru estão ganhando maior reconheci-
36
DEZEMBRO 2015
mento tanto na indústria da beleza nacional
como também no cenário internacional.
De acordo com o Instituto Amazônia, o
uso de óleos a partir de raízes, sementes, frutos e folhas é, na verdade, uma tradição que
ultrapassou séculos na região. Porém, de alguns anos para cá, esses produtos passaram
a ser valorizados por grandes empresas de
cosméticos e perfumaria, as quais utilizam
os óleos como ingredientes para a produção
de perfumes, xampus, sabonetes e hidratantes. Com essa nova fase, foram desenvolvidos projetos variados que visam a melhoria
da qualidade de vida de famílias da região.
Muitas cooperativas têm sido formadas com
o intuito de organizar a extração, mantendo
seu perfil sustentável e, ao mesmo tempo,
fortalecendo a atividade, de modo de que
as famílias que trabalham no meio possam
contar com essa renda complementar.
Um exemplo é o município amazonense de Manicoré, mais precisamente, a comunidade de Lago do Atininga. Lá a extração
do óleo de copaíba, utilizado para a produção de sabonetes, xampus, cremes e perfumes, tem crescido e se destacado. Segundo
o Instituto Amazônia, o manejo é realizado
com todo o cuidado para não prejudicar a
saúde da árvore. Para retirar o óleo, é feito
um buraco no caule que depois é tampado
com madeira. Em cerca de um ano, a copaibeira recupera o mesmo volume de óleo.
Já a comunidade de Monte Alegre, no
município de Bragança, nordeste do Pará,
a extração do murumuru, oléo oriundo do
fruto da palmeira, tem melhorado a vida
de muitas famílias carentes da região. O
óleo é conhecido por seu potencial hidratante e sua extração na localidade é feita
através de um trabalho coletivo e planejado. Outro exemplo de melhoria de renda
a partir da extração de óleo vegetal é na
Ilha de Marajó, no município de Salvaterra.
Lá os moradores estão complementando
seu ganho com a extração do oléo retirado
da semente da andiroba, utilizada como
matéria-prima de produtos para o cabelo.
Algumas grandes indústrias de cosméticos brasileiras e internacionais firmaram
parcerias com as cooperativas, promovendo uma troca que beneficia a todos. Elas
oferecem cursos de qualificação e incentivam a sustentabilidade, além de desenvolverem ações de responsabilidade social
com as famílias envolvidas. Outras instituições também tem apoiado a atividade,
como universidades, ONGs e institutos de
proteção ambiental.
ATAQUES DE
abelhas e marimbondos
Uma picada de uma abelha ou marimbondo pode causar uma dor instantânea e
pequenos hematomas para alguns, entretanto, para quem tem alergia, número estimado em 5% da população, o contato com
o veneno que inoculam pode até levar à
morte. A gravidade do caso tem relação
com o grau da alergia ou com o número
de insetos que atacaram.
Segundo os especialistas, no caso
mais grave, na reação inicial são constatadas urticárias, edemas nas pálpebras,
língua ou lábio, vômitos, hipotensão, difi-
culdade respiratória, rouquidão, desorientação e perda da consciência. Porém, essa
manifestação pode evoluir, chegando ao
estágio de anafilaxia, o que pode comprometer os órgãos e levar a óbito. Para investigar se o organismo é alérgico a picadas
de abelhas e marimbondos, é recomendado verificar o histórico familiar e fazer uma
pesquisa IGE, um exame que determina o
nível alérgico. Caso seja descoberta a presença da alergia, é possível fazer o tratamento através de vacinas que induzem a
produção de novos anticorpos.
Ao ser picado por uma abelha ou
marimbondo, coloque uma compressa
fria no local. Além disso, recomenda-se
observar a evolução do hematoma e
retirar o ferrão raspando-o. As reações
brandas, em geral, são localizadas. Se
elas se espalharem, é importante buscar
assistência médica imediatamente. Aos
alérgicos, é recomendado que sempre
tenham em mãos um kit de emergência, com medicamentos especiais, como
adrenalina, corticoide e antiestamínico,
todos sob prescrição médica.
REVISTA MERCADO RURAL
37
ABCCMM
GRANDES PROJETOS E NÚMEROS EXPRESSIVOS
O presidente Magdi Shaat termina os
dois mandatos (2008/2011 - 2011/2015)
com a sensação de dever cumprido junto à
Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) e seus
associados. Todos os principais projetos assumidos em 2008 foram realizados, especialmente aqueles voltados ao fomento da
raça, e possibilitaram quase quadruplicar o
número de sócios nesse período. A entidade fecha 2015 com 11.400 associados.
Durante as duas gestões, foram diversos os empreendimentos concluídos. Destaque para a criação do Museu Nacional do
Mangalarga Marchador, em Cruzília-MG, o
primeiro de uma única raça nas Américas,
que possibilitou à Associação resgatar os
200 anos de história do Marchador.
VALORIZAÇÃO DA MARCA
Houve ainda grandes investimentos em
tecnologia para acelerar procedimentos e
também na divulgação da marca Mangalarga Marchador. “Não adianta ter um produto
extraordinário, como o nosso cavalo, se ele
fica guardado na gaveta”, sempre comentava o presidente. Nesse sentido, a Diretoria
criou o programa “Mangalarga Marchador
TV” e houve também a participação da raça
no Carnaval do Rio de Janeiro, em 2013.
Ambos os esforços foram fundamentais
para dar visibilidade ao Marchador.
Além disso, a parceria firmada com a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) permitiu divulgar a raça nos Estados Unidos e na
Europa. “Começaram a admirar nossos ani-
38
DEZEMBRO 2015
mais em razão da docilidade, comodidade
e beleza que eles têm, ou seja, descobriram
o nosso cavalo lá fora”, ressaltou Magdi.
Atualmente, o Marchador conta com
490 mil animais vivos. Ao todo, são 67
núcleos regionais espalhados por todo o
Brasil e quatro Sucursais no exterior: Associação Americana (Arizona), Associação
Europeia (Alemanha), Associação Italiana
(Tagliacozzo/Região de Abruzzo) e Associação Argentina (Buenos Aires).
NÚMEROS RELEVANTES
E SATISFATÓRIOS
Outro motivo de grande satisfação
para a atual Diretoria é o fato de ela ter
conseguido disseminar o conhecimento
técnico com os projetos “Mangalarga Marchador para Todos”, voltado para os criadores, sobretudo os iniciantes, e o “Formação
por Competência”, visando a formação de
mão de obra especializada.
A atual Diretoria fecha 2015, até o momento, com 198 eventos realizados em 18
estados participantes, envolvendo 12.301
expositores. No total, foram inscritos para
as exposições 24.138 animais.
Já a Exposição Nacional, maior evento
da raça, realizado pela ABCCMM, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte-MG,
envolveu a participação de 1.366 animais,
de 417 expositores.
Em se tratando de negócios, em 2015,
a ABCCMM chancelou 271 leilões, contra
259 em 2014 e 196 em 2013. A média por
produto (animais, embriões, óvulos) tem
girado em torno de R$ 20.166,86. Os nú-
meros e as realizações nas duas gestões
são bastante favoráveis.
No dia 5 de janeiro de 2016, foi empossada a nova Diretora da ABCCMM, a
qual passa a ser presidida pelo empresário e criador Daniel Borja. Nesse sentido,
o presidente Magdi Shaat deseja sucesso
aos membros da nova gestão na condução da ABCCMM e da raça.
REVISTA MERCADO RURAL
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BALDE
Cheio
Um projeto que tem como missão trazer o conhecimento para dentro da propriedade rural, fomentando a produtividade e melhorando a vida no campo. É com
essa ideia que o programa Balde Cheio, idealizado pela Embrapa há 17 anos, vem desenvolvendo os seus trabalhos em propriedades rurais de onze estados brasileiros. O
objetivo é a capacitação de técnicos que
possam dar todo o suporte aos proprietários na condução da atividade leiteira.
O projeto funciona da seguinte forma:
técnicos extensionistas de órgãos públicos,
privados, cooperativas ou autônomos são
tutoreados por instrutores da Embrapa
durante uma média de quatro anos. Esse
aprendizado acontece em uma propriedade rural, geralmente de agronegócio
familiar, onde o técnico adquire os conhecimentos e já começa a aplicá-los naquele
negócio. Assim, os profissionais adquirem,
na prática, conhecimentos sobre formas
adequadas de manejo do rebanho, produção do leite, genética animal e administra-
PROJETO DA EMBRAPA
INCENTIVA O MANEJO
PROFISSIONAL DAS
PRODUÇÕES
LEITEIRAS
ção. De acordo com o coordenador nacional do projeto Balde Cheio e pesquisador
da Embrapa, Arthur Chinelato, não existe
uma metodologia fixa que será transmitida ao técnico. “Nós ensinamos o técnico a
escutar cada produtor e a promover a mudança mais adequada para aquele negócio
em específico”, explica.
Para Chinelato, a propriedade que participa do Balde Cheio acaba se destacando
pelo aumento de sua produtividade e geração de renda e, com isso, chama a atenção dos proprietários vizinhos, que, muitas
vezes, manifestam interesse em receber a
visita do técnico extensionista. E a produção intensiva fomentada pelo projeto traz
resultados extremamente benéficos ao
negócio. “Temos o exemplo de uma propriedade da região Sul, de setenta hectares
de extensão e que, em três a quatro anos
de trabalho do Balde Cheio, dobrou a sua
produção leiteira, isso usando apenas dez
hectares. O produtor pôde, então, reflorestar vinte hectares e alugar os quarenta
2.500
400
propriedades
já participaram
do projeto
Aumento médio da
produção leiteira nas
propriedades participantes:
40
DEZEMBRO 2015
hectares restantes, o que contribuiu não
apenas para o cumprimento da legislação
ambiental como também para o aumento
de sua renda”, explica Arthur.
Esse é um dos vários exemplos de propriedades que conseguiram produzir mais
em um espaço menor, através do manejo
profissional incentivado pelo Balde Cheio.
Para o coordenador do projeto, o melhor retorno que a Embrapa e a equipe recebe é ver
o progresso do produtor. “Nós, que trabalhamos em uma empresa pública, temos a missão que devolver à população o investimento
que ela faz. Por isso, é muito gratificante ver o
produtor crescer e o seu negócio prosperar.
Acredito que o Balde Cheio é um exemplo de
iniciativa que trouxe maior autoestima e entusiasmo ao empresário do campo”, diz.
Para participar do projeto Balde Cheio,
o produtor deve identificar em sua região
um técnico extensionista credenciado pela
Embrapa ou motivar o profissional de sua
confiança a buscar o contato com o órgão
para a sua participação no projeto.
técnicos capacitados /
em capacitação
(em média)
20.500
1.500 litros por hectare/ano
de
para
11
estados de atuação:
SC, MG, RJ, SP, ES, BA,
MA, PE, PI, RO e AC
após uma média
de quatro anos
no projeto
REVISTA MERCADO RURAL
41
Caprinocultura
bem sucedida
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO
DO CAPRIL
Para chegar a esse patamar distinto,
o proprietário Pedro Paulo Vasconcellos
Leite, conta que a tradição e a experiência
42
DEZEMBRO 2015
COM MAIS 25 ANOS DE ATIVIDADE,
CAPRIL CAPRIVAMA É REFERÊNCIA
DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL COM
QUALIDADE E EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
Fotos: Guilherme Macedo
O Brasil figura, hoje, entre os países
com maior potencial de crescimento da
caprinocultura no mundo. E não é por menos. A atividade vem evoluindo a passos
largos nos últimos dez anos, com o ingresso de novos criadores e beneficiadores dos
derivados, ambos focados na eficiência e
lucratividade do setor. Para se ter uma ideia
desse avanço, atualmente, segundo dados
do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, o país conta com um rebanho de caprinos estimado em 14 milhões
de cabeças, distribuído em 436 mil estabelecimentos agropecuários. Por esses motivos, o Brasil ocupa a 18ª posição no ranking
mundial de exportações.
Uma atividade que vem se destacando
na caprinocultura nacional é a produção de
derivados do leite e queijos finos. Cada vez
mais, os produtores têm investido em sistemas de criação modernos, animais com
genética diferenciada e uma produção de
derivados lácteos com uma qualidade única. Exemplo disso é o Capril Caprivama, localizado no Rancho Ivama, em Alfenas-MG
e que chama a atenção por seus padrões
ecologicamente corretos, o bem estar de
animais produtivos e longevos, com alta
sanidade úbere e fertilidade.
fizeram a diferença. Há 27 anos, ele ingressou na atividade agropecuária, criando
vacas de leite, com uma produção diária
média de 500 litros. Pouco tempo depois,
ele percebeu que precisava aumentar a
produção, uma vez que, com as margens
diminuindo, a solução vista era elevar o volume. “Como nossa propriedade é pequena, resolvemos buscar algo que pudesse se
adequar ao nosso espaço, agregando mais
valor aos produtos. Foi quando descobrimos as cabras leiteiras”, salienta.
De lá pra cá, a criação de cabras no Racho Ivama foi se especializando e qualificando. Hoje, toda a família de Pedro Paulo
está envolvida na atividade, a qual produz
mais de 10 mil litros de leite de cabra por
mês, beneficiando 90% em queijos finos e
especiais. “Em nosso capril predominam
as raças Saanen e Alpinas e nosso sistema
de criação é do tipo confinamento com
um free stall, com animais que chegam a
produzir oito litros de leite por dia e média
de seis litros diários”, explica o criador. O
Capril Caprivama conta com um plantel
estabilizado, com 500 animais de várias
idades, de mamando a caducando. “Nós
pretendemos, nos próximos meses, aumentar ainda mais a nossa produção, superando nossa diária atual, que fica em
torno de 400 litros por dia, até chegar a
1.000 litros por dia, nossa meta”, diz.
NUTRIÇÃO E
MELHORAMENTO GENÉTICO
Para conseguir a alta produtividade,
Pedro Paulo investe em uma dieta balanceada e rica em nutrientes para os caprinos. “A base de alimentação dos animais é
silagem de milho e ração de acordo com a
produção, na mesma proporção das vacas.
Para os animais jovens, oferecemos feno
e capim picado”, diz. Outra preocupação
é com a reprodução, visto que os animais
leiteiros devem, sempre que possível, estar
em gestação. De acordo com o criador, o
Capril Caprivama faz três estações de monta por ano, de modo a facilitar o manejo de
criação de filhotes. “Usamos até 50 % de
inseminação artificial em nossos animais
para reprodução, com o intuito garantir
uma qualidade genética especial”, destaca
Pedro Paulo.
No quesito de melhoramento genético, o Capril Caprivama demonstra expertise. E, para isso, conta com o suporte do
veterinário Ivan da Silveira Leite, Inspetor
de Registro Genealógico de Caprinos da
Caprileite/Accomig e da Associação Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC). O
especialista é responsável pelo controle
zootécnico do rebanho, avaliando o desempenho de cada animal, com o objetivo de promover a melhoria das espécies
e do padrão de raça. No Capril Caprivama
também é feita a coleta de embriões de
suas matrizes para comercialização. Atualmente, são dez reprodutores em centrais
de coleta de sêmen.
Segundo o proprietário, Pedro Paulo
Vasconcellos Leite, a preocupação com
o aprimoramento genético dos animais
deve-se à busca pelo aumento na produção de leite e sólidos (proteína e gordura),
fundamentais na produção dos queijos.
“Também entendemos que uma genética
diferenciada é sinônimo de eficiência econômica, sanidade e bem estar do animal,
por isso, priorizamos ações que possam
garantir um aprimoramento contínuo
das raças e espécies”, defende o criador.
Os animais do Capril Caprivama, registrados em PO, fazem parte do programa
de melhoramento genético estabelecido
através de convênio entre a Caprileite e
a Emprapa. Esses caprinos participam do
controle leiteiro oficial e teste de protênie
de reprodutores, os quais vêm fechando,
em média, lactações de 305 dias de produção, acima de 1.500 litros.
MERCADO ANIMAIS
Questionado sobre o mercado de
caprinos, Pedro Paulo afirma que o setor está bem aquecido, com uma busca
maior por animais melhoradores, devidamente registrados e com produção comprovada. “Acredito que essa mudança de
postura dos criadores tem feito a diferença. Ninguém quer um animal mediano.
Hoje, exige-se produtos diferenciados,
principalmente os estados do Nordeste,
que vêm produzindo leite de cabra para
atender os programas do governo que
encaminham o leite para a merenda escolar. Temos recebido em nossa propriedade
vários criadores nordestinos em busca de
reprodutores e matrizes da região Sudeste
para a melhoria genética”, ressalta.
Quanto aos benefícios da caprinocultura, em especial, a produção de leite,
Pedro Paulo destaca que o leite de cabra
tem sido descoberto nos últimos anos por
consumidores ávidos por produtos diferenciados, orgânicos, funcionais e de boa
procedência. “O leite de cabra e os seus
derivados têm representado uma ótima
opção a esse público, pois é mais digestivo, com 20% a mais de cálcio e propriedades que tornam o seu queijo um produto
único, com sabor e qualidade”, afirma. Devido a esses diferenciais, o criador acredita
que investir no ramo, com comprometimento e buscando um aprimoramento
constante, traz resultados satisfatórios.
ASSESSORIA TÉCNICA
E PRÊMIOS
Por sua ampla experiência na caprinocultura, o Capril Caprivama oferece capacitação e assessoria técnica relacionada à
instalação e manejo, reprodução, inseminação e análise de viabilidade econômica
para a atividade do criadouro.
O resultado do trabalho eficaz desempenhado no criatório é percebido em exposições premiadas, onde a marca Caprivama
se destacou, tais como: a premiação na Fapija-Expocapri, em São Paulo (2005/2006),
o bicampeonato de melhor expositor e
criador na Super Agro 2006/2007, em Belo
Horizonte; o campeonato Cabrito Feinco
(2007), em São Paulo; e a premiação como
melhor criador e expositor na Exposição
Nacional de Cabras Saanen (2007), em Poços de Caldas-MG, com onze premiações.
PRODUÇÃO DE QUEIJOS
O Capril Caprivama conta com a atividade paralela de produção de lácteos,
cumprindo normas e exigências dos órgãos reguladores para a configuração de
sua cadeia produtiva. A propriedade possui metodologias e práticas especiais para
a sua atividade de laticínios, produzindo
leite de cabra pasteurizado e queijos finos,
como o tipo chevrotin ou o feta, todos feitos artesanalmente.
REVISTA MERCADO RURAL
43
Caminhos da
caprinocultura
leiteira no Brasil
Muitos produtores rurais brasileiros
devem se perguntar: criar cabras leiteiras é
vantajoso? Quem acredita que o negócio
pode dar mais trabalho do que trazer benefícios engana-se. A atividade tem crescido no país exatamente pelas vantagens
que demonstra, até mesmo em relação à
criação de vacas.
De acordo com Pedro Paulo Vasconcellos Leite, proprietário do Capril Caprivama, localizado em Alfenas-MG, além de
serem animais dóceis, inteligentes e perspicazes, os caprinos possuem grande capacidade produtiva no decorrer dos anos.
“Proporcionalmente ao peso e alimentação, as cabras são mais eficientes na produção de leite que as vacas. Além disso, elas
têm alta conversão alimentar, e o que chama a atenção é que seis cabras consomem
a mesma quantidade de alimento que uma
única vaca”, explica o criador.
Outra vantagem destacada por Pedro
Paulo é quanto à reprodução dos caprinos,
visto que apresentam um ciclo reprodutivo
44
DEZEMBRO 2015
mais curto que o dos bovinos. “A gestação da
cabra é de cinco meses e a cria geralmente
é de dois filhotes”, salienta. O ciclo curto também facilita a evolução do rebanho por meio
de seleção para melhoramento genético.
A caprinocultura é uma boa opção
para pequenos produtores ou produtores
da agricultura familiar, pois em um pequeno espaço podem ser criadas muitas
cabras, o que viabiliza a criação para esses
proprietários. “No Nordeste, temos exemplos do benefício em criar cabras intensivamente, onde o comum era criá-las a pasto. Dessa forma, consegue-se aumentar a
produção de leite por animal para atender
às demandas governamentais”, destaca Pedro Paulo. Ainda de acordo com o proprietário do Capril Caprivama, muitos criadores
nordestinos têm demonstrado uma maior
preocupação com o melhoramento genético de seu rebanho, algo pouco explorado
há alguns anos atrás. “Para aprimorarem a
sua produção com animais de genética
diferenciada, muitos deles têm vindo ao
Sudeste buscar caprinos da região”, afirma.
Pedro Paulo ressalta que a grande dificuldade do pequeno produtor de caprinos
é conseguir mercado para a venda do seu
leite. “Para atuar com derivados, por exemplo, é necessário um volume maior para
viabilizar a atividade”, explica. O criador
acrescenta que já têm sido desenvolvidos
projetos de laticínios regionais que servem
de base-satélite para pequenos produtores,
agregando volume e transportando produtos acabados para os grandes centros.
Questionado sobe como tornar a
produção de caprinos leiteiros viável, o
proprietário do Capril Caprivama sugere
a busca por animais produtivos, a atualização aos novos sistemas de criação e o melhoramento genético. O criador recomenda, ainda, que os animais sejam criados, de
preferência, em sistema de confinamento.
“Acredito que o produtor de caprinos deve
se preocupar em oferecer sempre bons alimentos ao seu rebanho e na quantidade
necessária, além de garantir o bem estar
do animal e, atentar-se, principalmente, ao
manejo, buscando a eficiência produtiva e
a qualidade do leite”, finaliza.
Leite de cabra e derivados
CONHEÇA SEUS DIFERENCIAIS QUE VÊM
CONQUISTANDO NOVOS CONSUMIDORES
Atualmente, vivemos uma fase em
que os consumidores estão mais atentos
e preocupados em incluir em sua dieta alimentos que promovam saúde e bem estar.
Muitos buscam alternativas viáveis aos produtos convencionais. E é nesse contexto
que o leite de cabra tem conquistado cada
vez mais espaço e aderência.
A justificativa para a escolha do leite
de cabra em substituição ao leite de vaca
é que o primeiro possui maior facilitação
digestiva. Pesquisas concluíram que a
proteína do leite de cabra coalha de uma
forma mais suave. Além disso, sua gordura contém uma maior proporção de ácidos graxos curtos e médios e, com isso,
as enzimas do intestino são capazes de
digeri-la mais facilmente. Tais benefícios
fazem do leite de cabra uma ótima alternativa de alimentação para quem precisa
da rápida absorção de nutrientes, como
crianças em crescimento, idosos e debilitados fisicamente.
E os benefícios do leite de cabra
não se limitam a essas qualificações.
Machèvre l’huille
O produto também é considerado
completo em termos nutricionais,
possuindo 20% mais cálcio que o
leite de vaca e uma alta concentração de fósforo, sendo, portanto,
um alimento que ajuda na
formação e manutenção
dos ossos, auxiliando no
crescimento saudável
de crianças e evitando
a desnutrição. Além disso, também é recomendado para idosos e mulheres
em menopausa, atuando na prevenção
da osteoporose.
De acordo com o proprietário do
Capril Caprivama, Pedro Paulo Vasconcellos, antigamente o consumo do leite
de cabra e seus derivados era restrito
porque havia uma falsa crença de que
eram mais fortes, com um odor diferente
dos demais leites. “Na verdade, o leite de
cabra tem um aroma e sabor próprios e
isso faz toda a diferença na qualidade de
seus derivados”, explica. Ainda segundo o criador,
com o programa dos
governos nordestinos
de incluir o leite nas
merendas escolares,
houve uma desmistificação desses antigos
conceitos. “Hoje eu
acredito que o consumo do leite de cabra
só não é maior por falta de oferta e logística
de distribuição e transporte”, defende Pedro Paulo.
Chevrotin
DERIVADOS
Os queijos produzidos a partir do leite
de cabra também têm conquistado um
número crescente de consumidores especiais: os admiradores de queijos finos
e de produtos orgânicos. Conhecido por
seu sabor diferenciado, os queijos de cabra
contam com outros diferenciais, como os
benefícios do leite (seu principal ingrediente) para a saúde, sua boa procedência e o
fato de serem produzidos artesanalmente.
Conforme ressalta Pedro Paulo, os
produtos importados e a qualidade dos
queijos de cabra produzidos no Brasil têm
contribuído muito para o aumento do consumo do alimento no país. “Por ser considerado um produto gourmet, o queijo de
cabra, que hoje conta diversos tipos e sabores, tem sido muito utilizado em ocasiões especiais”. O criador completa dizendo
que novos investidores vêm contribuindo
para uma melhoria constante da cadeia
produtiva de queijos de cabra no Brasil, o
que beneficia ainda mais a atividade.
REVISTA MERCADO RURAL
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DEZEMBRO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
47
O “MAR
DE LAMA”
O dia 05 de novembro de 2015 ficou marcado com a ocorrência de um dos maiores desastres ambientais já registrados no Brasil.
Com o rompimento da barragem Fundão, localizada em Mariana-MG e pertencente à mineradora Samarco, 62 mil metros cúbicos de
lama foram despejados morro abaixo, quantidade suficiente para encher 25 mil piscinas olímpicas, segundo especialistas. O deslizamento deixou pelo menos dezessete mortos, quatro desaparecidos e mais de 600 desabrigados. E a tragédia não se findou aí. O Rio Doce foi
duramente afetado pela lama e sua sobrevivência está ameaçada. Além disso, a lama já chegou ao oceano Atlântico, no litoral capixaba.
Muitas informações e notícias foram divulgadas diariamente após a tragédia, e a Mercado Rural traz um levantamento dos principais
números referentes ao desastre (estimados no final de 2015) e suas implicações. Confira no infográfico abaixo:
663
É o número de
barragens existentes
no Brasil, sendo 445
delas localizadas
em Minas Gerais
e 35 consideradas
inseguras.
200
É o número
estimado de
famílias que
tiveram suas
casas destruídas
pela invasão da
lama de rejeitos.
11
toneladas
É a quantidade
de peixes
mortos: 8
toneladas em
Minas Gerais
e 3 no Espírito
Santo.
250
milhões
48
DEZEMBRO 2015
879
quilômetros
10
anos
80
É a extensão da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce,
que conta com uma área
de drenagem de 86.715
quilômetros quadrados,
dos quais 86% estão no
Leste mineiro e 14% no
Nordeste do Espírito Santo.
3,5
milhões
É o tempo mínimo estimado
para a recuperação da bacia do
Rio Doce, segundo o governo
federal. Entretanto, a presença de
elementos tóxicos como o zinco e o
arsênio traz prejuízos que podem
ser irreversíveis à fauna, flora e ao
abastecimento de água potável.
É o número de espécies de
peixes apontadas como nativas
da Bacia do Rio Doce antes
da tragédia. Dessas, 11 são
classificadas como ameaçadas
de extinção e 12 são endêmicas
do Rio Doce.
É o valor total das multas aplicadas
pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), à empresa
Samarco, pelos danos causados.
É o número de habitantes
da população estimada
da Bacia do Rio Doce,
distribuída em 228
municípios, sendo 202
mineiros e 26 capixabas.
Desses, mais de 220 foram
afetados pela tragédia.
16
milhões
de m3
11mil
É a quantidade
de lama que
está sendo
levada para o
mar, chegando
ao litoral do
Espírito Santo.
É o número de
ribeirinhos que
dependem do
Rio Doce para o
seu sustento.
* Fontes de pesquisa: Agência Brasil, Comitê da
Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH Doce).
REVISTA MERCADO RURAL
49
FAEMG divulga balanço do agronegócio
mineiro em 2015 e expectativas para 2016
CRESCIMENTO INEXPRESSIVO DEMONSTRA QUE O
AGRONEGÓCIO TAMBÉM FOI IMPACTADO PELA CRISE
O balanço anual do desempenho do
agronegócio em Minas Gerais, realizado
pelo Sistema FAEMG, apontou um pequeno
crescimento no faturamento de 2014 para
2015, na ordem de 0,65%, fechando em R$
R$ 164,2 bilhões. De acordo com a entidade,
o agronegócio, um dos setores mais resistentes da economia brasileira, também fechará
2015 amargando efeitos da crise. Produtores descapitalizados enfrentaram o aumento
nos custos de
produção e os
prejuízos de pelo menos dois anos
consecutivos de estiagem, o que impactou
nos ganhos. O resultado em Minas Gerais foi
avaliado como um dos piores desempenhos
do setor na última década.
Para o presidente do Sistema FAEMG,
Roberto Simões, a perspectiva para 2016 é
ainda pior, e o momento deve ser de cautela para os produtores rurais. “Deve ser um
ano de perdas maiores, com fenômenos climáticos mais vigorosos, conjuntura econômica desfavorável, aumento muito maior
dos custos, com mais impacto da alta do
dólar e, por fim, um mercado consumidor
muito mais descapitalizado. Nossa orienta-
50
DEZEMBRO 2015
ção é que se foquem na gestão dessa nova
safra, e que contenham investimentos”.
Ele destacou ainda outros desafios para
o setor, como a falta de segurança no campo,
a necessidade de adequação dos produtores
à legislação ambiental e problemas de infraestrutura. Lembrou também a importância
do acesso dos produtores à tecnologia, uma
vez que, para aumentar a produção sem
expansão horizontal, será preciso
maior produtividade e sustentabilidade, alcançadas através de pesquisa e assistência
técnica aos produtores.
Por outro lado, destacou que alguns setores podem ser beneficiados pela abertura de novos
mercados: “Carne e leite têm
boas perspectivas de negociações com importantes mercados, como a Rússia, China, Estados
Unidos e Arábia Saudita. A questão
cambial é muito favorável às exportações
brasileiras. Pode estar aí uma oportunidade
para o setor, desde que o Governo saiba aproveitá-la com mais agilidade nas negociações,
privilegiando acordos bilaterais e efetivação
de remessas aos principais compradores”.
O documento produzido pela entidade com o balanço geral da agropecuária
mineira em 2015 e os detalhes de cada
uma das principais cadeias produtivas já
está disponível no portal Sistema FAEMG.
Fonte: Sistema FAEMG.
REVISTA MERCADO RURAL
51
AUMENTO DA
DEMANDA PELO
LÁTEX ENALTECE
A IMPORTÂNCIA
ECONÔMICA DA
ÁRVORE NATIVA
DA AMAZÔNIA
Seringueira
Natural da região Amazônica, a seringueira é conhecida pela sua capacidade
de produção do látex, matéria-prima da
borracha natural. A planta, do gênero Hevea e família Euphorbiaceae, conta com
onze espécies, sendo a Hevea Brasiliensis
a mais importante no país, dada a sua a
diversidade genética e alta produtividade
do látex. Além de estar presente no Brasil,
a seringueira também é bastante comum
na Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela,
Peru, Suriname e Guianas.
Com um ciclo de vida longo, a planta
desenvolve-se especialmente em solos
argilosos e férteis, próxima às margens de
rios e lugares inundáveis de mata de terra
firme. A seringueira é bastante influenciada
pela temperatura e umidade relativa do ar.
Ao plantar a semente, por exemplo, recomenda-se um cuidado especial para que
os terrenos não sofram inundações. As mudas recebem terra, areia e serragem, com o
objetivo de protegê-las e também manter
a umidade em seu nível adequado. Indica-se, ainda, o plantio das mudas em áreas
planas, mais propícias para a implantação
e exploração dos seringais.
52
DEZEMBRO 2015
CARACTERÍSTICAS
A seringueira é uma espécie arbórea e
pode atingir até 30 metros de altura. A espessura de seu tronco varia de 30 a 60 centímetros. Aos quatro anos, a planta inicia a
produção de sementes e a extração do látex
acontece a partir dos 7 ou 8 anos, quando a
seringueira atinge a altura mínima de 1,5m
e 45cm de espessura. Seu fruto tem a forma
de uma cápsula grande e costuma abrigar
três sementes grandes, com formato oval e
superfície ligeiramente achatada. A coloração da madeira é próxima ao branco, mas
pode também apresentar-se em tom marrom claro ou amarelo. A frutificação da seringueira acontece entre novembro e fevereiro,
mês em que há a queda dos frutos e a extração da semente para o posterior plantio. Seu
cultivo é chamado de heveicultura.
MERCADO
Entre as últimas décadas do século XIX
e início do século XX, o Brasil foi o maior
produtor mundial de borracha natural.
Atualmente, os países da Ásia lideram o
ranking de exportação do produto. Com
uma demanda crescente e o mercado em
alta, muitos brasileiros têm investido na
produção de mudas e no plantio da árvore
para um futuro que aponta ser promissor.
As regiões Centro-Oeste e Sudeste se destacam no cenário atual.
O látex, extraído através do corte diagonal na casca da seringueira, processo
conhecido como “sangria”, produz uma
borracha diferenciada. Embora já existam
versões sintéticas, a borracha natural tem
uma série de qualificações, como a elasticidade, termoplasticidade, resistência à
abrasão e à corrosão, impermeabilidade e
isolamento elétrico. Em geral, cada árvore
produz 1 litro de látex por mês e a extração acontece durante dez meses do ano.
Especialistas estimam que em 2020, o consumo de borracha natural pode chegar a
9,71 milhões de toneladas, por isso a preocupação com o plantio de novas mudas e
a renovação dos seringais.
REVISTA MERCADO RURAL
53
Novas pragas
da safra 2015/16
FAEMG CHAMA A ATENÇÃO PARA
PRAGAS CONSIDERADAS EXÓTICAS
VISTAS EM TRÊS ESTADOS
E QUE PODEM CHEGAR EM
OUTRAS REGIÕES
A Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado de Minas Gerais (FAEMG) enviou
comunicado aos sindicatos de produtores
rurais alertando sobre as principais doenças e espécies invasoras que podem prejudicar a safra 2015/16. O objetivo é promover a identificação precoce das pragas,
exterminando-as antes que se espalhem
pelo país e causem danos às lavouras e
prejuízos aos agricultores.
Um dos alertas feito pelo órgão é quanto à Ferrugem Asiática da Soja, que já está
presente no país e pode ter ocorrência
intensificada se houver aumento da umidade, trazida pelo El Niño. A FAEMG também chama a atenção para novas pragas,
que, até então, eram consideradas exóticas
no Brasil, em especial, dois insetos e uma
planta daninha que já foram vistas no Mato
Grosso, Ceará e Rio Grande do Sul e que podem chegar às outras regiões produtoras.
A planta daninha é o Amaranthus palmeri, presente há anos nos Estados Unidos.
Estudos apontam que uma elevada população dessa invasora pode gerar queda na
produtividade em até 91% para o milho,
79% na soja e 77% no algodão, por exemplo.
Já quanto às pragas, uma das preocupações é a Helicoverpa punctigera, prima da Helicoverpa armigera, lagarta que
causou enormes prejuízos quando surgiu
no país em 2013. A nova praga pode reduzir a produtividade em até 16 sacas por
hectare de soja, 54 sacas no milho e até
76 sacas no algodão.
Outro problema que foi visto nos campos brasileiros é a Melanagromyza sp, conhecida como “mosca-da-haste da soja”.
Encontrada no Rio Grande do Sul, segundo
alguns pesquisadores, ela pode gerar perdas de até 30% na produtividade da oleaginosa, repetindo estragos registrados na
Austrália, Argentina e Paraguai.
A FAEMG destaca que a atenção dos
agricultores deve ser redobrada nessa nova
safra e, em caso de qualquer suspeita, órgãos de defesa, como o Instituto Mineiro
de Agropecuária (IMA) e o Ministério da
Agricultura (MAPA), devem ser notificados,
além da própria FAEMG. Vale salientar que
o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é ferramenta fundamental para o controle e que,
quando bem feito, resulta em uma lavoura
vigorosa e produtiva.
O Sistema FAEMG oferece, por meio do
SENAR, cursos de capacitação com foco no
MIP e recomenda a utilização adequada
de defensivos agrícolas na condução das
lavouras. Mais informações são disponibilizadas no site do órgão.
Fonte: FAEMG
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DEZEMBRO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
55
35ª Nacional do Cavalo
Campolina Marchador
EVENTO REALIZADO EM BARBACENA CONTOU COM A
PARTICIPAÇÃO DE CERCA DE 550 ANIMAIS E 120 EXPOSITORES
Entre os dias 09 e 17 de outubro de
2015, a cidade de Barbacena recebeu um
dos mais importantes eventos equestres
do país: a Semana Nacional do Cavalo
Campolina Marchador, em sua 35ª edição.
O evento reuniu cerca de 550 animais, entre cavalos e éguas dos melhores plantéis
do país, além de 120 expositores de nove
estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo,
Alagoas, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará e Distrito Federal.
Tradicionalmente realizado no Parque
da Gameleira, em Belo Horizonte, a exposição migrou para o interior do estado,
através de parceria entre a Prefeitura de
Barbacena e a Associação Nacional dos
Criadores do Cavalo Campolina. Durante
toda a semana, o que se presenciou foi
um show de beleza e técnica, tornando os
concursos ainda mais acirrados. A edição
de 2015 consagrou os melhores da raça,
com destaque para o Grande Campeão da
Raça: Destroyer do Santo Antônio (campeão) e Abdala da Dona Flor (reservado
campeão) e a Grande Campeã da Raça:
Udachi do R. N. (campeã) e Lambada do
Barulho (reservada campeã). Na categoria
Grande Marchador – Marcha Batida: os
machos Jack de Luanda (campeão) e Vero
da Água Santa (reservado campeão), e as
fêmeas Khrisna da Ibipeba (campeã) e Jady
Lalomax (reservada campeã).
Além dos julgamentos e exposições, a
35ª Nacional do Cavalo Campolina contou
com leilões chancelados, com a comercialização de 33 lotes, sendo 31 animais, um
embrião e uma cobertura. O evento foi
também uma oportunidade para os criadores fazerem negócios, trocarem informações e fomentarem o crescimento do
Campolina Marchador no país.
Segundo a assessoria da Prefeitura Municipal de Barbacena, durante a preparação para a realização da Semana do Cavalo
Campolina, o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Getúlio Feres, destacava que “a expectativa era de ter durante
o evento um bom volume de negócios”.
Ao terminar o evento, o secretário resumiu:
“correspondeu todas as expectativas!”
SOBRE A RAÇA
A raça Campolina foi trazida para o Brasil
no final do século 19, por Cassiano Campolina. Desde então, vem sendo aperfeiçoada
e já conta com cerca de 1,2 mil criadores
em todo o país. A raça é reconhecida por
seu porte único, marcha tradicional, grande
comodidade, e também pela docilidade.
Fotos: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Barbacena
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DEZEMBRO 2015
REVISTA MERCADO RURAL
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Erico Xavier Agencia Fapeam
Pesquisadores da Universidade
Federal do Amazonas
desenvolvem telha sustentável
A partir do reaproveitamento de resíduos de olarias locais, pesquisadores
da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam), com apoio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Amazonas (Fapeam), estão
desenvolvendo ecotelhas – telhas sustentáveis, produzidas com argamassa e fibras
vegetais da Amazônia.
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DEZEMBRO 2015
Segundo o subcoordenador da pesquisa, o doutor em engenharia João de
Almeida Melo Filho, essa composição dá
mais resistência ao material e pode melhorar a sensação térmica nas residências localizadas nas regiões mais quentes do país.
“Além de ter menos cimento em sua constituição, ela tem também areia, que se torna um material mais barato, além das fibras
naturais. A matriz que utiliza o cimento é
muito frágil e as fibras naturais é que vão
dar a verdadeira resistência a esse material.
O conjunto que a gente chama de ‘material compósito’ vai produzir um produto
com maior resistência mecânica e que tem
maior desempenho térmico, devido ao
uso de resíduos cerâmicos”, garantiu.
O pesquisador informou que o protótipo da ecotelha deve ficar pronto em
12 meses. Após esse processo, ele disse
que será necessário um patrocínio para
adquirir o maquinário destinado à produção em larga escala. O projeto recebe
o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas.
Fonte: Fapeam / Agência Brasil
DICAS DA AGROSID
Terapia da
vaca seca
CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DO
USO DE ANTIBIÓTICO DURANTE A
FASE DE SECAGEM DA VACA
O período seco pode considerado uma
necessidade fisiológica da vaca leiteira, visto que tem relação com a saúde da glândula mamária, a prevenção de doenças e
também com a produção do leite. Esse período deve ter início quando as vacas estão
em fase adiantada de lactação e com prenhez confirmada. Vale destacar que o mesmo não significa o fim da lactação, mas sim
o preparo para o início da próxima.
Durante essa fase, vaca precisa realizar
algumas tarefas importantes, como o desenvolvimento de 2/3 do feto. Por isso, para
manter a sua saúde e também a da futura
cria, são necessários procedimentos especiais, entre eles, o uso de antibióticos, práti-
ca conhecida como a terapia da vaca seca.
Através desse procedimento, tem-se
o controle da mastite, uma das doenças
que mais prejudicam a produção leiteira
no Brasil, além da redução da contagem
de células somáticas no rebanho. A técnica
consiste na aplicação de antibiótico específico em cada uma das tetas da vaca, no
dia da secagem. O medicamento é próprio
para a fase seca, tendo ação de 40 a 50 dias
na glândula mamária.
Pode-se dizer que a ação do antibiótico tem dois objetivos principais: extinguir
as infecções subclínicas adquiridas durante a lactação anterior e proteger contra
contaminações que possam ocorrer no
período seco, época em que a vaca fica
mais susceptível a sofrer com tais infecções. Para se ter uma ideia, durante as primeiras semanas do período seco, a taxa de
ocorrência de novas infecções pode ser de
40% do total, podendo chegar até a 60%
das infecções intramamárias.
Por fim, fica a recomendação de, quinze dias antes do parto, manter as vacas em
piquete limpo e seco, de forma a garantir a
prevenção contra infecções. Além disso, é
importante ressaltar que, ainda que o rebanho tenha atingido um bom nível de controle da mastite contagiosa, é indicada a terapia
da vaca seca para manter uma taxa reduzida
de infecções durante o período seco.
REVISTA MERCADO RURAL
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Anilhas para aves
EMPRESA BRASILEIRA SE DESTACA POR
OFERECER PRODUTOS PERSONALIZADOS
E ALINHADOS ÀS NOVAS TECNOLOGIAS
O anilhamento de pássaros silvestres,
exóticos ou domésticos é um processo
de extrema importância para a ave e também para o próprio criador. Com a anilha,
é possível identificar individualmente cada
pássaro para que se possa ter um controle
de saúde, reprodução, desenvolvimento,
genético ou veterinário. Além disso, caso
o pássaro escape e seja encontrado por alguém, a anilha irá proporcionar o possível
contato com dono desse animal.
No caso dos pássaros silvestres criados
em ambiente doméstico, o anilhamento é
obrigatório e deve seguir as orientações e
regras dos órgãos ambientais reguladores.
Vale destacar ainda que existem anilhas
específicas para cada espécie, com o tamanho correto que garanta conforto ao
pássaro durante toda a sua vida. O material
e o sistema de gravação devem garantir a
durabilidade necessária para que o pássaro
nunca perca a sua identificação.
No Brasil, umas das empresas pioneiras
no anilhamento e que se destaca em tecnologia é a Anilhas Capri, com sede em São
Paulo. A fábrica de anilhas foi fundada em
1947, por um militar apaixonado por pássaros. “Em 1960, a empresa já atendia todo
o mercado brasileiro de aves domésticas.
Na década de 70, deu início à fabricação
de anilhas para pássaros silvestres controlados pelo IBDF (atual IBAMA) e, na déca-
60
DEZEMBRO 2015
da seguinte, começou a fornecer anilhas e
identificadores para animais em geral, para
a linha de conservação no meio ambiente
através do CEMAVE. Dez anos depois, já tinha uma linha completa para identificação
de qualquer tipo de animal”, destaca o diretor da empresa, Alexandre Gallaro. Atualmente, a Anilhas Capri conta com um polo
fabril amplo e moderno, exportando 30%
da sua produção para os Estados Unidos e
alguns países da Europa.
Para Alexandre, a maior satisfação em
trabalhar nesse ramo é saber que está
contribuindo para a conservação da fauna. “Em todo o nosso processo produtivo,
buscamos respeitar o meio ambiente. A
fábrica não utiliza nenhum material toxico
e conta sistema de separação de seus resíduos para reciclagem. Além disso, a Anilhas
Capri apoia e patrocina alguns projetos de
conservação, como o Projeto Adote um Ninho do Instituto Arara Azul”, completa.
A preocupação com o conforto do
animal também se reflete no desenvolvimento de anilhas personalizadas para cada
cliente. “Trabalhamos com pedidos por
encomenda, buscando orientar o cliente
quanto à melhor anilha para o seu animal.
Também em casos de lesão na pata e necessidade de troca de anilha, contamos
com um cadastro de veterinários especializados para indicar aos clientes, garantindo,
assim, o bem estar e a segurança da ave”,
destaca Alexandre.
De acordo com o diretor da empresa,
um dos diferenciais da Anilhas Capri é a sua
preocupação em inovar, mantendo a referência de qualidade e durabilidade, segurança e conforto para os animais. Entre os
produtos de destaque da empresa, estão a
anilha AFA, com garantia Anti-Adulteração
e Anti-Falsificação, o que inibe o tráfico de
animais silvestres; a anilha eletrônica RFID,
com leitura digital e alta capacidade de armazenamento de dados; e nanomicrochip,
um microchip ainda menor que o convencional para garantir maior conforto na aplicação dos animais maiores e proporcionar
a utilizações em pequenos animais como
pássaros, anfíbios ou repteis.
Para este ano, está previsto o lançamento de uma nova tecnologia. Segundo
Alexandre, a empresa está desenvolvendo uma anilha eletrônica que não exigirá
manuseio dos pássaros para a leitura das
informações. “A leitura será através de um
smartphone, o qual terá um sistema on-line que funcionará através de aplicativo
ou pela internet para verificação de todo
histórico do pássaro Através desse sistema,
o criador ou pesquisador poderá consultar
e cadastrar informações do pássaro, como
árvore genealógica, histórico de saúde ou
desenvolvimento”, finaliza.
RECEITA
Pernil assado
ao molho
de hortela
Quando o assunto é reunião de família,
sempre tem aquele prato especial,
unanimidade na preferência. Para
ocasiões como essa, a Mercado Rural
traz uma receita especial, que se destaca
por seu aroma dotado de frescor e sabor
incrível. Veja como preparar o pernil
assado ao molho de hortelã, prato que
une tradição e requinte.
Ingredientes
• 01 peça de pernil
• 01 garrafa de vinho branco
• Sal, pimenta do reino e
alecrim a gosto
Para o molho:
• 3 copos de iogurte natural
• 01 cebola picada
• Sal, hortelã picada e pimenta do reino a gosto
Modo de preparo
• Deixe o pernil marinando (de molho) com o vinho, o sal, a pimenta do
reino e o alecrim por, no mínimo, seis horas. Em seguida, asse o pernil
coberto com papel alumínio por 4 horas ou até dourar e reserve. Para o
molho, misture todos os ingredientes de forma homogênea (se preferir,
bata no liquidificador). O pernil e o molho podem ser apresentados
separadamente na mesa e servidos juntos em cada prato.
Sugestão de acompanhamentos: arroz branco e farofa de uva passa.
REVISTA MERCADO RURAL
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BEBIDAS
Chimarrão
BEBIDAS FEITAS A
PARTIR DA ERVA-MATE
SÃO CONHECIDAS
POR REUNIR AMIGOS
E PELA TRADIÇÃO
QUE ULTRAPASSA
GERAÇÕES
Quando se fala em chimarrão, é impossível não fazer alusão direta aos gaúchos.
No Rio Grande do Sul, ele reina absoluto e
tem uma simbologia especial. Chimarrão é
sinônimo de amigos ou família reunida. Por
lá, a “roda de mate” já atravessa gerações e
estima-se que 11 milhões de gaúchos se
unam na paixão pela bebida.
A tradição vem dos índios da América do Sul (quíchuas, aimarás e guaranis)
e, para preparar a bebida, utiliza-se água
morna e erva-mate moída, seu principal ingrediente. A bebida é alojada em uma cuia
e apreciada com o auxílio de uma bomba
ou bombilha, em cuja extremidade inferior
há uma pequena peneira do tamanho de
uma moeda. Quem entende bem de chimarrão alerta: quanto mais fresca for a erva,
melhor o sabor da bebida.
Além do chimarrão, outra bebida também
feita com a erva-mate e bastante consumida
no Mato Grosso do Sul é o tereré. A diferença
está na temperatura da água (o tereré é preparado com a infusão em água fria) e na textura da erva (a erva de tereré é feita com folhas
mais grossas e gravetos e a erva do chimarrão
é muito bem triturada, quase em forma de pó).
BENEFÍCIOS
Consumida com moderação, a erva-mate pode trazer vários benefícios ao
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DEZEMBRO 2015
e tereré
organismo, como combater o envelhecimento (por conter substâncias antioxidantes), controlar a pressão arterial
(por ser diurética) e estimular o organismo (devido à presença da mateína,
um estimulante com ação semelhante à
cafeína). A erva-mate contém vitaminas
do complexo B, ferro, cálcio e magnésio. Pesquisas recentes da Universidade
Federal de Santa Catarina associaram
seu consumo ao combate do colesterol
e à absorção de gorduras. Além disso,
um estudo realizado pelo Instituto Pasteur, em Paris, atribui à erva-mate a função de regeneração celular.
Por serem estimulantes, o chimarrão
ou tereré evitam a depressão, como também a fadiga mental ou física. Especialistas
afirmam, ainda, que a erva-mate não proporciona os efeitos colaterais que a cafeína
produz, como irritabilidade e insônia.
DICAS
Para fazer um bom chimarrão, é importante se atentar à temperatura da água. Ela
não pode ultrapassar os 70º, uma vez que
acima dessa temperatura, queima a erva e
pode, além de prejudicar o sabor da bebida, trazer danos ao organismo. Ao fervê-la,
recomenda-se observar o barulho na chaleira. Quando esta começa a chiar, é hora
de desligar o fogo e começar o preparo.
A erva deve ser colocada na cuia até o
seu pescoço. Em seguida, usa-se um aparador, prato ou as mãos para tampar a cuia,
incliná-la e abrir um espaço em uma das
laterais para despejar a água. A água deve
ser despejada vagarosamente e, ao inserir a
bomba, deve-se tampar o seu bocal com o
dedão. Pronto! O chimarrão pode ser apreciado com uma boa prosa para deixar o
seu sabor ainda mais especial!
REVISTA MERCADO RURAL
63
TURISMO RURAL
Fazenda Lazer
Canto da Siriema
Em 1994, nasceu uma ideia que
se transformou em sinônimo de
tranquilidade e aconchego. Com
esses conceitos, foi idealizada a Fazenda de Lazer Canto da Siriema,
nome que alude ao som das seriemas,
aves que circulam em seus arredores.
E não é só o canto delas que torna o
lugar um cantinho especial. Rodeado
por uma bela paisagem natural, o hotel, localizado em Jaboticatubas/MG, a 50 km de
Belo Horizonte, traz a ideia de uma grande
fazenda repleta de atrações, lugar perfeito
para quem mora em agitadas cidades e
quer desfrutar da paz do campo com várias
opções de lazer, além da oportunidade de
realizar eventos empresariais.
No início, o local era uma fazenda e a
casa sede foi utilizada pelo proprietário para
reunir amigos e famílias em uma boa roda
de prosa e, claro, sem faltar o famoso frango
caipira no fogão à lenha, prato tipicamente
mineiro. O aconchego da fazenda era tão
elogiado que surgiu, então, a ideia de compartilhar a sua boa energia com todos, sendo criada a Fazenda Lazer Canto da Siriema.
A tradição da culinária servida no local
perdurou por muito tempo e se transformou
em mais um diferencial que a fazenda tinha.
Com o tempo e o sucesso do empreendimento, o hotel cresceu e foi se modificando
aos poucos, ganhando novas estruturas. Ao
todo, são oito blocos, uma sede e o centro
de convenções que, juntos, mantém a essência do Canto da Siriema, com forte apelo
ao aconchego, conforto e tranquilidade.
EMPREENDIMENTO REÚNE A
RUSTICIDADE E TRANQUILIDADE
DO CAMPO PARA ATIVIDADES DE LAZER
E EVENTOS EMPRESARIAIS
LAZER E GASTRONOMIA
Algo que chama a atenção no hotel fazenda, além de sua paisagem natural e do cuidado em manter os jardins e áreas verdes bem
preservados, são as várias opções de lazer oferecidas. Lá é possível desfrutar de um parque
aquático com piscinas climatizadas, andar de
pedalinhos e pescar na represa, praticar esportes nos campos e quadras e curtir o salão de
jogos. Para quem quer sentir ainda mais de
perto a energia da fazenda, o Canto da Siriema
oferece curral com leite ao pé da vaca, onde
todo mundo pode viver um dia de fazendeiro.
O hotel conta também com trilhas ecológicas e playground para crianças, sem falar
de sua gastronomia que enche os olhos: café
da manhã tipicamente mineiro, com um café
quentinho regado a queijos, geleias caseiras,
biscoitos e pães de queijo, além de almoço
e jantar com comida mineira e saladas. Tudo
isso servido em um restaurante cercado de
uma exuberante paisagem natural.
O Canto da Siriema oferece pacotes e promoções exclusivas. Informações
completas podem ser acessadas no endereço: www.cantodasiriema.com.br
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DEZEMBRO 2015
NEGÓCIOS
A tranquilidade oferecida no Canto da
Siriema também pode ser aproveitada para
a realização de eventos empresariais e, para
isso, o local conta com um estrutura completa, com um centro de convenções equipado
com dezesseis salões com ar condicionado,
áudio e vídeo, internet banda larga wi-fi e
gerador próprio de energia elétrica. É oferecido, ainda, um centro de apoio com funcionários à disposição, além de salão equipado
com computador, impressora e xerox.
Outro destaque do hotel é o serviço
Adventure, oferecido para empresas. São
realizadas atividades guiadas por profissionais especializados que estimulam os
participantes no trabalho em equipe, superação de limites, compartilhamento de
lideranças, planejamento e estratégias,
tomadas de decisão, dentre outras competências. O serviço oferece, ainda, circuito
aéreo, tirolesa sobre o lago, trilha com obstáculos, trekking orientado, quadras para
atividades ao ar livre, lago para construção
de balsa e outras atividades aquáticas.
REVISTA MERCADO RURAL
65
AUTOMÓVEIS
Fiat Toro
Em 2016, chega ao Brasil a nova picape
da Fiat. O nome e o design já foram revelados: a Fiat Toro segue a nova proposta do
segmento de picapes, a médio-compacta,
maior que as compactas, como a Fiat Strada. Segundo a montadora, o modelo terá
quase cinco metros de comprimento e
capacidade para levar até uma tonelada.
A Toro contará também com espaço para
levar cinco pessoas (no modelo cabine dupla) e a montadora promete “conforto de
automóvel de luxo” para a picape.
Ainda segundo a Fiat, a Toro apresentará acabamento e mecânica semelhantes
aos do Renegade. A picape usará as mesmas formas de painéis e revestimentos do
SUV, com um detalhe: serão trocadas todas
as menções ao universo Jeep por emblemas da Fiat e logos estilizados com o nome
da picape, onde a letra T deverá evocar a
figura de um touro. No caso do modelo cabine dupla, a acomodação nos bancos deverá seguir o padrão de carros de passeio,
que oferecem maior conforto.
Haverá uma opção mais básica, voltada
ao trabalho, com motor 1.8 flex (Etorq, 132
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DEZEMBRO 2015
cv) e câmbio manual (fala-se apenas no
seis marchas). Todas as demais intermediárias usarão o seis marchas automático, enquanto as opções mais sofisticadas estarão
equipadas com o 2.0 turbodiesel (Multijet
2, 170 cv), câmbio automático ZF de nove
marchas e tração integral 4x4 selecionável.
FORÇA E VISUAL ATRATIVO
Todas as opções da Toro irão contar
com suspensão independente nas quatro
rodas e os freios traseiros serão a tambor.
De acordo com a montadora, a estabilidade e a tração, bem como o auxílio em
MODELO
DESENVOLVIDO
COM BASE NO
JEEP RENEGADE
CHEGA EM 2016
REFORÇANDO
A NOVA
TENDÊNCIA
DAS PICAPES
rampas, estarão garantidos. Outro destaque da picape é o seu visual, bastante atrativo, com frente em três níveis com luzes
de posição, iluminação diurna no topo
do conjunto e filetes de LEDs nas versões
topo de gama. Nas demais, o formato permanecerá, mas com lâmpadas halógenas
e materiais reflexivos para criar o mesmo
efeito. Na traseira, lanternas usarão LEDs. A
tampa da caçamba é bipartida e se abrirá
como portas de armário, com duas folhas
independentes de acionamento elétrico
fracionado. A ideia é fugir das tampas tradicionais, facilitando a colocação de carga.
PREÇOS
Com versões a gasolina e diesel, a estimativa é que os preços da Toro variem de
R$ 70 a R$ 115 mil.
REVISTA MERCADO RURAL
67
SEÇÃO PET
Gatos
sem
pelos
Alliva Suryanamaskar - Raça: Elf
CONHEÇA TRÊS RAÇAS DE “GATOS PELADOS” CONHECIDAS PELA
EXTREMA DOCILIDADE, INTELIGÊNCIA E PERFIL BRINCALHÃO
Muitos dizem que os gatos são os pets
do futuro. Tranquilos, amigos e fiéis aos
donos, esses animais têm conquistado espaço em muitas casas. E para quem não
gosta de pelos espalhados por todo canto,
existem as espécies “peladas”, que se destacam por mais uma característica: são extremamente amorosos. Quem confirma isso é
a criadora Ana Luiza de Rezende Martins,
apaixonada pelas espécies sem pelos, das
raças Sphynx, Bambino e Elf.
Os gatos das três raças são de porte
pequeno: as fêmeas não costumam ultrapassar 3,5kg e os machos chegam a 6 kg,
se não forem castrados. Apesar da estatura
menor, esses animais são musculosos, fortes
e bastante ativos. De acordo com Ana Luiza,
possuem ótimo temperamento e podem
chegar aos 18 anos de idade com qualidade de vida. Apesar de serem considerados
68
DEZEMBRO 2015
“gatos pelados”, não são completamente
sem pelos: eles possuem uma camada de
pelo muito fina, que se parece com uma camurça curta, quase imperceptível a olho nu.
PECULIARIDADES
Os gatos da raça Sphynx são bastante
afetuosos com o dono e também brincalhões, além de serem considerados muito
inteligentes e, por isso, de fácil adestramento. A raça também é chamada de
“esfinge” e, por incrível que pareça, não é
fruto de uma miscigenação. Ela surgiu a
partir de um gene recessivo que produz o
que os especialistas chamam de “alopecia
hereditária”, o que confere a característica
da ausência de pelos. A criadora Ana Luiza
considera os Sphynxs como adolescentes.
“São felinos adoráveis, divertidos, com es-
pírito aventureiro e grudentos”, destaca.
Eles requerem atenção e muitos mimos,
recebendo o dono de maneira alegre e
sempre pedindo um carinho.
Os gatos Bambinos são de porte bem
pequeno, permanecendo no tamanho
de filhotes de, no máximo, cinco meses.
O nome da raça, que em italiano significa
“criança” ou “menino”, não foi por acaso. Esses animais permanecem brincalhões a vida
toda. “Os Bambinos são como os bebês, exigem a sua atenção e passam o dia todo andando atrás da gente”, diz Ana Luiza. A raça
surgiu a partir de gatos pelados de pernas
curtas, nascidos ocasionalmente. Eram frutos de acasalamentos entre dois pioneiros
da gatofilia: Sphynx, primeira raça de gato
sem pelos aceita pela grande criação organizada, e Munchkin, primeiro felino de pernas curtas reconhecido pelo segmento.
Já os Elfs possuem as orelhas viradas
para trás, como se fossem “elfos” ou “fadas”. Eles são fruto do cruzamento da raça
Sphynx com a American Curl (que possui
orelhas curvadas). Esses gatos são considerados inteligentes e amáveis, dando-se
bem com outros animais. “Os Elfs são como
os jovens universitários, mais tranquilos,
doces, ternos e também grudentos, mas,
se por algum motivo você precisa se ocupar, eles respeitam o seu espaço e desgrudam de você”, brinca Ana Luiza.
REPRODUÇÃO
A reprodução desses gatos se dá de
maneira natural. Na criação de Ana Luiza, as
fêmeas cruzam uma vez por ano e, após 30
dias, é confirmada a gravidez com o exame
de ultrassonografia feito por um veterinário
especializado. O nascimento ocorre, normalmente, depois de 65 dias de gestação.
MANEJO
Por se tratar de felinos dóceis, o manejo
desses gatos é simples. “Os cuidados merecem um pouco mais de atenção, pois, por
não possuírem pelos, precisam de protetor
solar e não podem pegar muito sol. Os banhos são quinzenais, as unhas devem estar
sempre aparadas para não se arranharem
Fotos cedidas
por Gatil
Suryanamaskar
Britney Suryanamaskar - Raça: Sphynx
e as orelhas limpas com frequência por
causa da oleosidade”, explica Ana Luiza. Ela
completa afirmando que são raças tranquilas de lidar, mas exigem atenção.
A criadora defende também que quem
deseja criar uma das três raças precisa ter
tempo para se dedicar aos animais, visto
que eles requerem carinho e atenção do
dono. “Costumo dizer que o criador deve
ter um coração forte. Como são seres vivos, os gatos possuem momentos de dor
e tristeza e não conseguem manifestá-las,
como, por exemplo, quando estão doentes. Por isso, o dono precisa ter tempo para
se dedicar a eles, oferecendo-lhes qualidade de vida”, salienta.
Outra
recomendação é contar com
o suporte de um
Suspiro Suryanamaskar - Raça: Bambino
veterinário especializado. “Os donos precisam buscar o apoio de um especialista
em felinos que oriente sobre os cuidados
para garantir a sua saúde do animal, envolvendo não apenas a higiene e a qualidade
do ambiente em que vive, como também
uma boa alimentação”, ressalta Ana Luiza.
CUIDADOS ESPECIAIS
Além dos cuidados citados, é importante evitar mudanças de temperatura:
a exposição do gato ao sol por períodos
muito longos pode causar queimaduras
em seu corpo, a umidade pode provocar a
proliferação de fungos em sua pele, e o frio
excessivo deve ser evitado. Para os banhos,
recomenda-se o uso de shampoos especiais para gatos sem pelos.
Na alimentação, sugere-se uma dieta rica em calorias e proteínas, nutrientes
que ajudam na manutenção
da temperatura corporal. Existem rações preparadas especialmente para gatos dessa raça. Por fim,
para oferecer um conforto maior a esses felinos, sugere-se uma caminha forrada com
mantos macios, para que eles não raspem a
pele na cama, causando feridas e alergias.
REVISTA MERCADO RURAL
69
Siberian
Soul Sophia
SEÇÃO PET
Siberiano e
Neva Masquerade
GATOS DE APARÊNCIA
SELVAGEM SÃO
CONHECIDOS POR SUA
DOCILIDADE E GRANDE
SOCIABILIDADE
As raças de gatos Siberiano e Neva Masquerade, originárias da Rússia, estão entre as
mais admiradas no universo de pets felinos.
Isso porque, além de sua inteligência e natureza animada e forte, são animais que adoram
aventuras e brincadeiras, ou seja, são vistos
como ótimas companhias para quem quer um
animal de estimação para interagir e divertir-se.
De acordo com a proprietária do gatil
Winter Soul, localizado em Santo André-SP,
Rubia Guedes, a diferença entre as duas raças está essencialmente no padrão de cor. “O
Neva Masquerade é o Siberiano que possui o
que chamamos de padrão de cor ponteado
ou ‘colorpoint’, que se diferencia das outras cores por apresentar um tom mais escuro da cor
nas extremidades do corpo (rosto, orelhas, paBibinka Sweet Darling
tas e cauda) e mais claro no restante. Esse padrão de cor normalmente é conhecido como
sendo a cor do gato Siamês”, explica. A empresária, especializada na criação das duas raças,
acrescenta que o Neva Masquerade também
deve possuir, obrigatoriamente, olhos azuis.
O Siberiano e o Neva Masquerade são
gatos de grande porte, musculosos e com
pelagem semi longa. Eles apresentam uma
aparência mais selvagem. São bastante fortes, ágeis e elegantes em seus movimentos.
“Como durante a sua evolução, a natureza
os preparou para viver em regiões de clima
frio e floresta, eles são ótimos escaladores e
gostam de ver o mundo ‘por cima’”, destaca
Rubia. Além disso, possuem pelagem impermeável e uma camada de subpelos espessos que funciona como isolante térmico.
SOCIABILIDADE E DOCILIDADE
Segundo Rubia, o Siberiano e o Neva Masquerade criam um vínculo muito forte com os
seus donos e comportam-se de forma semelhante a um cão. “Eles adoram espaços abertos
e de liberdade, mas ao mesmo tempo, adaptam-se facilmente à vida em um apartamento,
por exemplo”, diz. Além dessas qualidades, a
criadora destaca que as duas raças são hipoalergênicas, ou seja, produzem menor reação
às pessoas alérgicas a gatos. Sua longevidade
costuma ser de 15 anos, em média.
70
DEZEMBRO 2015
Fotos: Osvaldo Mota
CUIDADOS
Quanto aos cuidados que esses felinos
requerem, além da atenção básica que todo
animal de estimação precisa, como alimentação e água de qualidade, visitas regulares
ao veterinário e manutenção da vacinação e
vermifugação, Rubia ressalta que é necessário cuidar da pelagem, com escovações que
podem ser semanais. O Siberiano e Neva
Masquerade trocam de pelos duas vezes por
ano. No caso de gatis maiores, é importante
também zelar pela saúde e bem estar das
matrizes, especialmente das fêmeas, acompanhando-as desde o início da gestação até
o nascimento dos filhotes e durante todo o
período de lactação. Também é importante
manter sempre o local limpo e higienizado.
A criadora recomenda, ainda, estimular
a inteligência e a curiosidade desses felinos
com brincadeiras, proporcionar um ambiente com opções de lugares para escalar e, principalmente, “fornecer muito amor e carinho
em retribuição ao companheirismo deles”.
MERCADO
A proprietária do Gatil Winter Soul
destaca que, atualmente, o mercado de
gatos anda bastante aquecido. “Nos últimos anos, a escolha do gato como animal
de estimação vem aumentando, em parte
pela popularização das moradias verticais,
habitações menores e novos estilos de
vida”, defende. Ela acrescenta que nesses
casos, os gatos acabam tendo uma resposta mais positiva do que os cães, por não
necessitarem de passeios externos, não
atrapalhar os vizinhos com relação ao barulho e pela facilidade de higienizar o local
de suas necessidades básicas.
REVISTA MERCADO RURAL
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SEÇÃO EXÓTICA
Aranhas caranguejeiras
À primeira vista, elas podem causar
certa aversão pela sua aparência ou mesmo pela falsa crença de são perigosas. Mas
a verdade é que as aranhas caranguejeiras,
conhecidas como as maiores aranhas do
mundo, são animais dóceis e calmos. Elas
são praticamente inofensivas ao homem,
produzindo uma toxina que só causa maio-
res problemas em pessoas alérgicas. Pelo
seu visual exótico, atraem admiradores de
todo o mundo e são criadas em cativeiro,
em especial, nos Estados Unidos e Europa.
Também conhecidas como tarântulas,
as aranhas caranguejeiras possuem mais
de 900 espécies e, em média, têm um
porte de 20 centímetros, podendo chegar
a 30 centímetros de comprimento. Elas
possuem oito patas e o corpo dividido em
duas partes, o cefalotórax e o abdômen. Os
machos apresentam o corpo menor e pernas mais longas. À medida que vai crescendo, esse aracnídeo precisa trocar o seu esqueleto, localizado na parte externa de seu
corpo. Ele abandona o antigo exoesqueleto e desenvolve um novo posteriormente.
HÁBITOS E REPRODUÇÃO
As aranhas caranguejeiras possuem
hábitos noturnos e vivem de forma solitária. Na natureza, constroem suas tocas per-
72
DEZEMBRO 2015
to de raízes de árvores e de pedras. Cavam
um buraco no chão e revestem com suas
teias. Em cativeiro, vivem em terrários amplos, que devem conter um substrato de
terra misturada a vermiculita e pó ou fibra
de coco. No caso das espécies arborícolas,
ou seja, que vivem sobre árvores, é recomendado inserir galhos no terrário para
que elas possam se locomover e formar
suas teias. Também devem ser colocados
uma telha de barro, pedaços de vidro quebrado ou pedaços de madeira para que sejam usados como a toca da aranha.
A reprodução das aranhas caranguejeiras se dá por acasalamento. Os machos
introduzem o esperma na fêmea e elas
chegam a produzir de 50 a 200 ovos. Ao
nascerem, os filhotes abandonam a toca e
passam a viver de maneira independente.
Vale destacar que os machos morrem após
o acasalamento, geralmente com idade
entre 5 e 7 anos. As fêmeas, por sua vez,
podem viver de 25 a 30 anos.
ALIMENTAÇÃO E
MANEJO EM CATIVEIRO
As aranhas caranguejeiras alimentam-se
basicamente de insetos e pequenos animais
ou neonatos (filhotes de ratos). Elas podem
ficar vários dias sem comer, alimentando-se, geralmente, a cada cinco dias. Para os
casos de criação em cativeiro, deve-se ter
um biotério para criar insetos como grilos
ou baratas, de modo a oferecer o alimento
para a aranha.
O manejo das aranhas caranguejeiras
em cativeiro é bastante fácil. Esses animais
não gostam de serem manuseados, por isso, são indicados para
os criadores interessados em apreciar o
animal sem tocar muito nele e, caso seja
manuseado, recomenda-se o mínimo
movimento com as mãos para que esses
aracnídeos não se assustem. Embora não
sejam venenosos, a substância urticante
que liberam através dos pelos pode causar
ardência e coceira. A picada dessas aranhas
também é tida como dolorosa.
Outra recomendação para quem tem
uma aranha caranguejeira de estimação é
evitar mexer no terrário, pois o aracnídeo
tece suas teias dentro da estrutura para,
entre outros motivos, mapear a área e o
que tem nela. Assim, ao romper com as
teias, é como se a aranha ficasse cega, o
que causa stress no animal e pode reduzir
seu tempo de vida.
As aranhas são comercializadas com
idade entre três e cinco anos. No Brasil,
é proibida a captura, criação e comercialização desses animais. Os interessados
em criar uma tarântula devem comprar
um exemplar importado e que já esteja
bem adaptado. As fêmeas são mais indicadas para a criação, pois tem
maior longevidade.
REVISTA MERCADO RURAL
73
EVENTO / CONFRATERNIZAÇÃO
Rações Futura brinda mais
um ano de conquistas
No dia 4 de dezembro de 2015, o diretor presidente
da Rações Futura, Isnei Faria, realizou a sua tradicional
confraternização de final de ano, em Martinho
Campos-MG. A festa contou com a presença de vários
criadores, funcionários e pessoas ligadas ao agronegócio.
Durante o evento, foram prestadas homenagens aos
criadores de destaque do ano.
74
Walmer Silva, Antonio Matoso, João Capanema, Guilherme Capanema,
Elísio Capanema e Circeia Vasconcelos
Daniel Lobo, Pulino Gontijo, Gustavo Gontijo e Fernando Andrade
Adriano Torres, João Lisboa, Lucas Moreira e Viviane Moreira
Marco Paulo, Luciano Ferraz, Márcio Ferraz e José Luiz
Sandra Marli, Dalton Arilton, Isnei Faria e Wilson Carlos
Salvio Fonseca, Cláudia Fonseca, Nelma Araujo, João Martinho,
Karine Cardoso e Ulane Teixeira
Fábio Campos, Lara Brandão, José Flávio e Rafael Drumond
Cléber Borges, Débora Borges, Júnia Martins e Rock Falcão
Angelina Medeiros, Fernando César e Paulo César
DEZEMBRO 2015
Fotos: Marcelo Lamounier
Eliane Costa e José Monteiro
Sérgio Melo, Milene Silva, Isnei Fária, Hélcio Miranda e Aline Souza
Walkiria Bertelli, Cristiane Lopes, Rogério Vidal, Wilton Teixeira e Sérgio Miranda
Rejane Medeiros, Juliana Cançado e Cristiane Paula
Naiza Nerliana, Marcos Jeovane, Priscila Karen, Ana Clara e Renata Batista
Higor Assumpção, Walkiria Fernandes, Paulo Fernandes e Yon Araujo
Lucas Macedo, Eduardo Carneiro, Rejane Medeiros, Diego Morais e Cristiane Paula
Elessandra Santos, Hernani Faria e Isnei Faria
Elizabete Macedo, Libério Costa e Maria Soares
Geraldo Otacílio, Karlla Menezes, Janice Vasconcelos, Ricardo Alves e Elessandra Santos
Paulo César, Pedro Henrique e Rogério Vidal
Marcos Feorane, Naiza Nerliana, Olimpio Moura e Juliana Cançado
REVISTA MERCADO RURAL
75
EVENTO / MANGALARGA MARCHADOR
Fotos: Roberto Pinheiro
VII Marchador Fest
No dia 07 de novembro de 2015, foi
realizada a sétima edição do Marchador Fest,
considerado o “Oscar da raça Mangalarga
Marchador”. O evento aconteceu no Windsor
Barra Hotel, no Rio de Janeiro, e premiou
os melhores do Ranking da ACCCMM, bem
como as pessoas que se destacaram no
último ano equestre. Foram, ainda, prestadas
Antônio Sérgio, Domingos Lollobrigida,
homenagens em reconhecimento àqueles
Oraldo Ricci, Tiziana Ricci e Magdi Shaat
que têm contribuído para o crescimento
e fortalecimento da raça Mangalarga
Marchador no país.
Daniel Borja e Adolfo Géo
José Ferraz, Ethel França, Elder Grossi
e Kênia Marques Grossi
Agenor Eduardo, Ana Marquito,
Magdi Shaat, e Victor Marquito
Catarina Caliman, Carina Caliman e Marcelo Castro
Carlos Augusto Karam, Mônica Vaz,
Antônio Michelini e Maria das Graças
Gládima Engler , Yuri Semansky Engler,
Maria Eduarda e Yuri Engler Filho
Sheila Neves, Georgina Penna Costa e Agenor Eduardo Souza
Maurício Zacarias, Yuri Engler, José Luiz, Rina Gazzinelli e Paulo Leite
76
DEZEMBRO 2015
Ana Flávia e Breno Patrus
Maria Helena Cazzani e José Luiz
EVENTO/CONFRATERNIZAÇÃO
Cia do Nado faz confraternização de Natal
Fotos: Marcelo Lamounier
No dia 07 de dezembro de 2015, o restaurante Boi Vitório recebeu a turma da Cia do Nado para a
sua confraternização de Natal. Durante a festa, foi realizado um amigo oculto divertido e animado.
João Neto, Tânia Gempel, Regina Monteiro
e Andreia Mattozinhos
Jorge Augusto, Marcus Oliveira,
Janice Oliveira e Elisa Maciel
Ana Carolina, Fernando Nasser, Nadia Mansur,
Gabriel Rocha, Flávia Guimarães e Neide Caixeta
Mauricio Santos, Sara Santos,
Elisa Maciel e José Geraldo
Marcelo Lamounier, Gabriel
Rocha e Fernando Nasser
Em 24 de dezembro de 2015, seguindo o costume
anual, Dr. Henrique Salvador e José Henrique
receberam amigos e criadores no Haras JHR, em
Confins-MG. Durante o encontro, foram apresentados
os destaques da tropa. Os convidados foram servidos
José Henrique e Henrique Salvador
com um delicioso churrasco.
Fabiano Tolentino, Rodrigo Costa,
Denis Fagundes e Antônio Helvécio
Fernando Vilela e Oci Nogueira
Fotos: Marcelo Lamounier
Haras JHR reúne amigos e criadores
Denis Fagundes e Jorge Salum
Henrique Salvador, Flávio Hermany,
Fabiano Tolentino, Marcelo Lamounier e José Henrique
Fabiano Tolentino, Marcelo Patrus e Henrique Salvador
Adelton Moraes e Adriana Moraes
NOVO ENDEREÇO
Av.
Afonso
Pena,RURAL
4374 77
REVISTA
MERCADO
Bairro Cruzeiro - Belo Horizonte / MG
GIRO RURAL
Linha AllEquus comemora
um ano de existência
Um dos grandes sucessos da empresa AllNova Fanton, a Linha AllEquus completou, em
novembro de 2015, um ano de existência e com uma repercussão positiva entre os clientes.
Segundo a empresa, a linha foi desenvolvida por nutricionistas com base nos mais avançados conceitos em nutrição equina. Ao todo, são 16 produtos para todas as fases de produção.
Ainda de acordo com a empresa, produtos especializados
como a ração AllEquus Extremus, destinada aos animais
em esforço físico intenso, ou a AllEquus Natus, para potros recém-nascidos, são alguns dos que têm ajudado
a AllNova Fanton, marca pertencente ao grupo norte-americano H.J. Baker, a conquistar clientes em função
de sua eficácia comprovada. Muitos treinadores ficaram
impressionados ao avaliar a diferença de performance
e resistência apresentadas por seus animais após iniciarem o uso dos produtos da linha.
O assistente técnico responsável pela linha, o MSc.
Jean Martins, completa afirmando que “toda a linha foi
desenhada focando em uma nutrição balanceada, de
modo que a tropa venha a apresentar o máximo de seu
potencial genético, desde o desenvolvimento de potros
até o máximo potencial atlético de equinos nos treinamentos e durante as provas”.
FAEMG tem
nova sede
O Sistema FAEMG já está funcionando em novo endereço. A
sede fica localizada na Avenida do
Contorno, 1771, no bairro Floresta, em Belo Horizonte-MG. O novo
prédio, com sete andares, distribuídos em 4.991 metros quadrados, foi
idealizado levando-se em conta a
necessidade do órgão de expandir
suas atividades e facilitar o atendimento ao público.
Em seus 65 anos de existência,
este é o 4º endereço da FAEMG.
Os números de telefones de todos
os setores e e-mails institucionais
permanecerão os mesmos. Funcionarão no prédio as entidades que
compõem o Sistema: FAEMG, Senar
Minas e INAES.
78
DEZEMBRO 2015
Cerveja para cães
e ração integral
são destaques
da Vet Expo
Realizada na capital paulista, entre 31 de
agosto a 02 de setembro de 2015, a Vet Expo
reuniu mais de 120 expositores e confirmou
a força do segmento de Pet Food. O evento
aconteceu simultaneamente com o 13º Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – CONPAVEPA. Foram várias
novidades apresentadas e, entre os destaques,
estão a ração integral e a cerveja para cães.
De acordo com assessoria do evento, 80%
dos expositores de Pet Food lançaram rações integrais, produzidas com grãos e também o frango Korian, que não leva anabolizantes em seu
desenvolvimento. Outra atração foi a cerveja para
cães, petisco líquido embalado como uma cerveja, que atraiu os olhares de curiosos. Além desses
lançamentos, diversos outros produtos foram
apresentados na exposição, como os brinquedos
funcionais lançados pela Pet Games; o aplicativo
de controle da vida do pet, da Pet Book Life; a torneira MagiCat, apresentada pela Catmypet; roupas pós-cirúrgicas para cães e gatos (Pet Med); a
linha homeopática “Homeo Pet” (Real H); e o ativo
inovador para dermatite atópica (DrogaVet).
Segundo a COMAC (Comissão de Animais
de Companhia), em 2015, o Brasil deve lucrar R$
16,6 bilhões com o incremento das indústrias
de Pet Food (alimentos), Pet Care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza), e-commerce Pet Vet (produtos veterinários)
e Pet Serv (serviços e cuidados com os animais).
Aplicação de vacina contra febre
aftosa requer atenção
O Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS) tem
feito um trabalho intenso de conscientização quanto aos cuidados na aplicação da vacina
contra a febre aftosa. Segundo o órgão, é importante zelar pelo manejo do gado e o acondicionamento das doses.
O delegado do Simvet/RS, João Junior, explica que apesar de a aplicação da vacina ser
uma prática simples, é preciso ter alguns cuidados. Primeiramente, na compra das doses em
locais autorizados e no acondicionamento das mesmas em temperaturas adequadas. “É importante manter os frascos em temperatura entre 2º e 8º, pois tanto o calor quanto o frio intenso podem inutilizar a vacina e causar reações aos animais no local de aplicação”, ressalta.
A troca de agulhas a cada dez lotes de animais vacinados também ajuda a evitar contaminações. Outro ponto destacado por Junior é a necessidade de evitar o estresse dos
animais, o qual pode prejudicar a resposta imunológica da vacina. “É importante a participação de um médico veterinário para aconselhar sobre a maneira correta de manejo,
forma de aplicação e o fluxo do gado dentro da mangueira”, explica.
Sobre o local de aplicação, o delegado do Simvet/RS afirma que ela pode ser feita de
forma subcutânea ou intramuscular. “O local mais adequado é a tábua do pescoço até por
ser mais prático e ser uma carne de menor valor para que, caso haja alguma reação, não se
tenha prejuízos. A única via que não pode ser administrada é a endovenosa”, alerta.
Novo presidente da
ABQM toma posse
em São Paulo
Fábio Pinto da Costa é o novo presidente da
Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto
de Milha (ABQM). O empresário, que cria e importa
animais da raça há mais de 30 anos, encabeçou uma
chapa única para o período de 2015 a 2019. A votação ocorreu no dia 27 de outubro de 2015, durante
Assembleia Geral em São Paulo. Gestão será pautada
na busca de uma associação mais moderna e que
atenda com eficácia as necessidades dos quartistas.
Marco Livrão
NCCCGBH tem nova presidente
O Núcleo dos Criadores do Cavalo Campolina da Grande BH tem nova diretoria. Roberto Salum, Vice Presidente de Eventos, e Adriana Moraes, Presidente,
assumiram os cargos com mandato de 2 anos, para o período de 2015 a 2017.
DrogaVET tem
novo endereço
A DrogaVET Belo
Horizonte iniciou o ano
de 2016 com uma novidade: está em novo
endereço, com uma estrutura preparada para
o crescimento do negócio. O novo espaço,
localizado na Avenida do Contorno, nº 7449, no bairro Santo Antônio, conta com laboratórios e equipamentos de última geração e
atendimento setorizado. Além disso, a loja oferece estacionamento
próprio e uma equipe qualificada para atender os parceiros.
REVISTA MERCADO RURAL
79
GIRO RURAL
Fabiano Lopes Ferreira é
homenageado pela Câmara de BH
No dia 18 de dezembro de 2015, Fabiano Lopes Ferreira, presidente da Multimarcas Consórcios, recebeu o título de “Cidadão Honorário” de Belo Horizonte. A homenagem foi concedida pela Câmara Municipal da capital mineira, sendo aprovada por
unanimidade, em resposta à proposição do vereador Ronaldo Gontijo. A mesa da solenidade teve a presidência do vereador Heleno de Abreu Oliveira, e foi composta pelo
vereador Omar Fonseca Siqueira, presidente da Câmara Municipal de Itapecerica-MG,
cidade natal do homenageado, pelo desembargador Irmar Ferreira Campos e pelo
vereador Ronaldo Gontijo. Também estiveram presentes na mesa Vitor Bonvino, presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) e Paulo Rossi,
presidente executivo da mesma entidade de classe.
Raça Ponei em
confraternização
de fim de ano e
2º Leilão Virtual
Haras Dois Irmãos
Paulo Miranda, Fabrício Borges,
André Aparecido e Mendelson Vasconcelos
A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo
Ponei reuniu, em 20 de dezembro de 2015, criadores
e amigos na casa do Criador, na Gameleira, em Belo
Horizonte, em sua festa de final de ano. Durante o encontro, ocorreu o 2º Leilão Virtual Haras Dois Irmãos
que, mais uma vez, foi um sucesso de vendas.
AGENDA RURAL
JANEIRO
16/01/16
FEVEREIRO
Festa do Figo 2016
Valinhos
SP
20/01/16 a 22/01/16
Showtec 2016
Maracaju
MS
26/01/16 a 29/01/16
Belasafra 2016
Cambé
PR
27/01/16
Coopershow 2016
Cândido Mota
SP
27/01/16
Itaipu Rural Show 2016
Pinhalzinho
SC
27/01/16
XXXII Feovelha – Feira e Festa Estadual da Ovelha 2016
Pinheiro Machado
RS
28/01/16 a 31/01/16
8º Exposição Inéditos em Pista do Cavalo Mangalarga Marchador
Betim
MG
01/02/16 a 05/02/16
Show Rural Coopavel 2016
Cascavel
PR
17/02/16 a 19/02/16
Tecnoeste – Show Tecnológico Rural do Oeste Catarinense
Concórdia
SC
17/01/16 a 21/02/16
V Exposição Especializada do Cavalo Mangalarga Marchador
Avaré
SP
08/03/16
Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura 2016
Araguari
MG
Dinapec 2016 – Dinâmica Agropecuária
Campo Grande
MS
MARÇO
09/03/16 a 11/03/16
Feipesca – Feira Internacional de Pesca Esportiva 2016
São Paulo
SP
16/03/16 a 17/03/16
10/03/16
Tecnoagro 2016
Chapadão do Sul
MS
21/03/16 a 23/03/2016
Expoagro Afubra 2016
Rio Pardo
RS
Showsafra 2016
Lucas do Rio Verde
MT
56ª Exposição Estadual de Minas Gerais do Cavalo Mangalarga Marchador
Uberlândia
MG
29/03/16
28/03/16 a 03/04/16
80
DEZEMBRO 2015

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