crescimento crescimento - Frecuencia Latinoamérica
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crescimento crescimento - Frecuencia Latinoamérica
Ano 9 - Nº 69 - Outubro/Novembro 2005 Edição em PORTUGUÊS Latinoamérica www.frecuenciaonline.com SERVIÇOS CONVERGENTES IMPÕEM MUDANÇAS INDÚSTRIA DEBATE FUTURO DA MOBILIDADE MIGUEL MENCHÉN, CRESCIMENTO diretor geral da Telefónica México, revela em entrevista que a operadora se prepara para ganhar mercado, mas sem perder o foco na rentabilidade SUSTENTÁVEL FRECUENCIA LATINOAMÉRICA REALIZA CONFERÊNCIA SOBRE GSM NO MERCADO MEXICANO ISSN 1555-855X Frecuencia COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA 3G CDMA2000 e WCDMA (UMTS) O carisma da 3G Localização Carisma—ou você tem ou não tem. As redes celulares 3G têm. Olhe em volta e você verá as pessoas sendo atraídas pela grande variedade de recursos e aplicativos de dados com o padrão CDMA2000 e WCDMA (UMTS) das redes 3G. Com as redes 3G, você não só pode falar com outras pessoas, como também pode acessar a Internet, os serviços de localização e de e-mail, além de baixar músicas e jogos, toques personalizados e protetores de tela. Para conhecer melhor o carisma das redes 3G, visite o site www.qualcomm.com/brasil ainda hoje! © 2005 QUALCOMM Incorporated. Todos os direitos reservados. Frecuencia Latinoamérica EDITORIAL Nº 69 Outubro/Novembro 2005 MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 203 Coral Gables, FL 33134-5756 Tel: 1 305 567 2492 / Fax: 1 305 448 5067 DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva [email protected] EDITORA EXECUTIVA Ana Paula Lobo [email protected] EDITORA MÉXICO Fabiola González [email protected] CORRESPONDENTES Argentina - Elías Tarradellas Chile - Antonio Alvarado Colombia - Marcelo Ivan Ruiz Equador - Jaime Yumiseva Peru - Marco Villacorta GERENTE FRECUENCIA LATINOAMÉRICA MÉXICO Victor Hugo Ortiz [email protected] Tel: 52.55.2876.3199 Cel: 04455.1231.5858 CIRCULAÇÃO Carmen Burgos [email protected] DISTRIBUIÇÃO / BRASIL Sarlete Strobel [email protected] WEBMASTER Danilo Bilbao [email protected] TRADUTORAS Ana Cristina Gonçalves Barbara Sipe ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS Carmen Luz Yumiseva ESCRITÓRIOS REGIONAIS REDAÇÃO FRECUENCIA - MÉXICO Calle Once # 102-202 Col. Espartaco Del. Coyoacán C.P. 04870 - México D.F. Tel: 52 55 53 515302 ITP EDITORIAL - REGIÃO ANDINA Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel Quito – Equador Tel: 593-22-422-568 / Fax: 593-22-424-871 REDAÇÃO FRECUENCIA - BRASIL Av. Dr. Cardoso de Melo, 146 / 44 Vila Olímpia - São Paulo CEP: 04578-000 Telefone/Fax: 55-11-3045-3481 IMPRESSÃO DirectPress EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO PUBLICIDADE Pedro R Costa [email protected] AMÉRICA LATINA, EUA E EUROPA GERENTE de MARKETING & PUBLICIDADE [email protected] Sara Astoul 475 Biltmore Way, Suite 203 - Coral Gables, FL - USA Tel: 305-567-2492 EUA OESTE [email protected] Jordan Sylvester 1715 Mtn. Ridge CT NE - Albuquerque, NM 87112 Tel: 505-480-5109 ÁSIA [email protected] Ben Sanosi interAct Group 10 Anson Road - No. 11-17 International Plaza - Singapore Tel/Fax: +65 68770418 FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula oito vezes no ano e é distribuída às empresas e executivos do mercado de telecomunicações sem fio. Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 35. Europa e Ásia: 60 Euros. Brasil R$ 50. México: $ 250 Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e não necessariamente a da ITP Editorial. www.frecuenciaonline.com Um olhar para o futuro T ratar a América Latina como uma região, respeitando ao mesmo tempo as particularidades de cada país, é um de nossos desafios à frente da direção editorial da FRECUENCIA LATINOAMÉRICA. Há dois anos, por exemplo, para atender à demanda do leitor brasileiro, retomamos o projeto da revista em português. Agora, em virtude da crescente importância do México no mercado de comunicação sem fio, FRECUENCIA LATINOAMÉRICA passa a ter também uma edição voltada especialmente para esse país. Para marcar esta nova etapa, contamos com a colaboração de renomados especialistas da área de telecomunicações sem fio do México. Eles serão palestrantes no primeiro evento patrocinado pela ITP Editorial – o GSM México 2005 – e, nesta edição, antecipam em artigos os temas mais relevantes a serem debatidos no seminário, que reunirá na capital mexicana as principais operadoras, fabricantes e estudiosos do setor. O GSM México 2005 é o primeiro de uma série de novos eventos com o selo da IPT Editorial. Entre outros, estaremos à frente, em março de 2006, de um seminário sobre conteúdo móvel, que acontecerá em Miami, nos Estados Unidos. Nesta edição, a equipe editorial da FRECUENCIA LATINOAMÉRICA traz ainda um panorama do que foi apresentado e debatido em eventos importantes ocorridos na América Latina, mais precisamente no Brasil, especialmente, o Telecom Americas, realizado no início de outubro, em Salvador, na Bahia. Nele foi possível constatar que, apesar de suas características peculiares e distintas, os países da região têm a mesma percepção do atual momento do setor. Ou seja, uma revolução tecnológica está a caminho e o modelo regulatório precisa ser revisto para conciliar os interesses dos consumidores, fabricantes e operadoras. As agências regulatórias não têm tempo a perder. Serviços que já começam a conquistar os assinantes, como Voz sobre IP e a distribuição de conteúdo pelo telefone celular, demandam novas regras e uma reformulação na relação cliente/operadora/órgão regulador. As discussões têm sido apaixonadas, como costuma acontecer na região, e uma conclusão se impõe: a América Latina ingressa com extrema velocidade em uma nova era da comunicação sem fio. FRECUENCIA LATINOAMÉRICA está atenta a esse movimento para trazer a vocês, nossos leitores, todos os seus aspectos. Boa leitura e até a próxima! Ana Maria Yumiseva - Diretora Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 3 ÍNDICE NOTÍCIAS NOTÍCIAS CAPA 6 As 238 empresas concessionárias do serviço de TV a cabo no México esperam que a Comissão Federal de Telecomunicações (Cofetel) defina, ainda este ano, se irá ou não permitir que elas ofereçam serviços de telefonia e Internet pela sua infra-estrutura. 8 Pesquisa divulgada pela DMR Consulting coloca o Chile como o país mais bem classificado no ranking de uso de Tecnologia da Informação e Telecomunicações na América Latina, no segundo trimestre deste ano. 9 Nos últimos três meses, o setor de telecomunicações do país tem estado agitado, com anúncios de alianças e fusões. Briga pelo controle da Colombia Telecomunicaciones, operadora fixa estatal do país, segue acirrada. OPINIÃO 34 A capa da revista The Economist do dia 17 de setembro proclamou a morte do serviço telefônico em função da Internet. Tendo em vista o desaparecimento dos negócios de longa distância e de suas respectivas operadoras, é difícil discordar do artigo. Entretanto, a The Economist erra ao acreditar que as operadoras móveis passarão, nos próximos anos, por momentos ainda piores do que os vividos pelas operadoras fixas. Por Carlos Ponce de León. A Telefónica Móviles México tem diante de si um panorama complexo. Com o desafio de alcançar o ponto de equilíbrio na subsidiária e começar a mostrar um crescimento rentável, a empresa decidiu trazer um executivo que já demonstrou ter a perícia necessária para atingir o objetivo: Miguel Menchén, que FRECUENCIA LATINOAMÉRICA entrevistou com exclusividade. PÁGINA Objetivo: RENTABILIDADE REGULAMENTAÇÃO 24 ESPECIAL GSM 21 a 23 de novembro, a FRECUENCIA 10 DeLATINOAMÉRICA realizou o GSM México Summit 2005, na cidade do México. Para marcar a entrada da ITP Editorial na área de eventos, a revista convidou representantes da indústria de comunicação móvel – operadoras, fabricantes, consultores, analistas, provedores de serviços e órgãos reguladores – para discutirem o futuro da telefonia celular não apenas no México, mas em toda a região. 4 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 18 Impulsionado pela convergência, o setor vive um momento decisivo. Há uma necessidade urgente de reformular os conceitos adotados até agora para a prestação de serviços, até para preservar os direitos dos consumidores nessa nova era da comunicação que se desenha. Mudar os atuais marcos regulatórios é tema atual de todos os atores desse emergente mercado. TENDÊNCIAS 28 Ter órgãos reguladores mais preocupados em entender a realidade de seus países a seguir tendências globais, como consolidação e convergência, poderiam disparar o desenvolvimento das indústrias dos serviços móveis na região latinoamericana, dizem empresas e analistas que participaram do III Foro Ibero-Americano Ahciet Móvil, realizado em setembro, na Cidade do México. www.frecuenciaonline.com Cambiar a HSDPA sólo cuesta un pequeño paso. Pero el efecto es enorme. ¿Está buscando una fácil actualización para mejorar su rendimiento de red? Siemens Communications Mobile Networks está preparado para ofrecer una solución HSDPA completa de gran potencia: ¡Desplegando acceso a Internet de alta velocidad, videostreaming, teletrabajo, gaming y mucho más – disfrute de un nuevo mundo completo de servicios móviles. www.siemens.com/mn NOTÍCIAS NOTÍCIAS Da Espanha para a América Latina Fabiola V. González Cidade do México, México Especializada na oferta de serviços para plataformas de SMS e MMS, a espanhola Latinia comemora os bons resultados obtidos na América Latina. Em entrevista à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, o diretor de desenvolvimento corporativo da empresa, Oriol Rios, disse que o mercado da região apresenta claros sinais de amadurecimento, apesar de ainda ter problemas com serviços de interconexão, principalmente na área de MMS (distribuição de imagens via celular) e no que se refere à repartição de receita entre as teles. “O assinante latino-americano gosta de novidades e de praticidade. O serviço de SMS é o grande responsável, nas operadoras móveis, pela receita proveniente de dados, embora isto ainda tenha pouco peso na receita total”, afirma o diretor da Latinia. “O MMS também será responsável por um incremento significativo, mas, para isso, as operadoras precisam negociar’, acrescenta. A expectativa da Latinia quanto às operações na América Latina é tão grande que o executivo não hesita em afirmar que, de cada cinco oportunidades de negócios da empresa, pelo menos duas vêm de países como México, Argentina, Colômbia, Venezuela e Chile, onde as operadoras querem ampliar a rentabilidade por assinante com novos serviços de dados. O grande entrave para a explosão de novos negócios na área de dados está no Acesso pela tomada Os planos da Comissão Federal de Eletricidade (CFE) de fornecer acesso à Internet e serviços de telefonia a partir da infra-estrutura de distribuição de energia elétrica estão cada vez mais próximos de se concretizarem. Segundo o diretor geral da instituição, Alfredo Elías Ayub, os testes que verificam a capacidade da rede elétrica para o transporte de serviços de telecomunicações estão bem adiantados. Caberá agora ao governo decidir se o serviço será prestado pela própria CFE ou se haverá licitação para escolha de uma operadora tradicional de telecomunicações. Os pilotos com a tecnologia PLC (Power Line Communication) já estão em andamento em algumas cidades mexicanas, onde os serviços de acesso à Internet e telefonia começarão a ser disponibilizados para os moradores já em janeiro de 2006. Para Alfredo Ayub, essa nova opção trará maior competitividade ao mercado e redução nos preços aos consumidores. 6 FRECUENCIA Latinoamérica fato de os participantes do processo – operadoras e provedores de serviços – ainda não terem definido como o modelo irá funcionar. “Os acordos de repartição de receita ainda são desfavoráveis para os provedores de conteúdo. As operadoras terão de rever os seus modelos de negócios, se quiserem, de fato, explorar melhor o potencial desse mercado”, destaca o diretor da Latinia. Outro ponto desfavorável para a região é a falta de acordo em relação ao MMS. As operadoras, destaca Oriol Rios, não podem demorar a selar uma parceria de interconexão, como já acontece, hoje, com o envio de SMS. TVs a cabo à espera do triple play As 238 empresas concessionárias do serviço de TV a cabo no México esperam que a Comissão Federal de Telecomunicações (Cofetel) defina, ainda este ano, se irá ou não permitir que elas ofereçam serviços de telefonia e Internet pela sua infra-estrutura. Até o momento, a agência reguladora tem adotado uma postura muito cautelosa quanto a abrir essa frente, sob a alegação de que as operadoras de telefonia, que investiram no país, têm direitos adquiridos. A Cofetel também vive um dilema semelhante ao de outros órgãos reguladores da região. Ela ainda não conseguiu estabelecer uma regra de consenso, com todos os players do setor, no que se refere à portabilidade numérica. Um acordo nessa área parece distante, uma vez que as operadoras de telefonia não cogitam a hipótese de perder assinantes para as entrantes. Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com O logotipo Nokia é marca registrada da Nokia Corporation, Finlândia. Cada casa é especial. A vida em casa não é mais a mesma. Com voz e internet juntas, trabalho e lazer estão cada vez mais próximos, integrando residências e pequenos negócios. E, com o parceiro certo, você pode ser o primeiro a aproveitar esse mercado promissor, que está sempre exigindo novas soluções. Para isso, é só contar com a gente. A Nokia oferece mais do que idéias e serviços. Ela é a única que dispõe de uma solução completa dentro do mercado de comunicação com mobilidade. Por isso, está preparada para acompanhar de perto as suas necessidades e as dos seus clientes. Então, vamos olhar para o futuro juntos? Let’s network. www.nokia.com.br NOTÍCIAS Reinado absoluto Pesquisa divulgada pela DMR Consulting coloca o Chile como o país mais bem classificado no ranking de uso de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, no segundo trimestre de 2005. O Chile obteve nota 5,5 numa escala de 1 a 10, à frente do Brasil (4,2), do México (3,3) e da Argentina (3,8), no que se refere ao uso de telefonia móvel, de computadores e acesso à Internet. A pesquisa ressalta ainda que o Chile está à frente dos demais países latino-americanos em aspectos macroeconômicos como renda por habitante, taxa de desemprego, infra-estrutura e desenvolvimento de novos negócios. No país, registra ainda o estudo, 353 de cada mil habitantes possuem acesso à Internet. No México, esse índice cai para 175; na Argentina, para 152; e, no Brasil, para 147. Na média, a América Latina tem 144 internautas para cada grupo de mil habitantes. A pesquisa da DRM Consulting destaca também o crescimento obtido pelo setor no México: o índice foi de 30%, em relação ao mesmo período de 2004, o maior registrado na região. Governo negocia renovação dos contratos O Poder Executivo equatoriano se prepara para renegociar os contratos de concessão das operadoras Porta, controlada pela América Móvil, do empresário Carlos Slim, e Movistar, do grupo Telefónica. A renegociação deverá ser finalizada até agosto de 2006, para que entre em vigência em 2008, quando se encerram os contratos firmados durante a privatização, ocorrida em 1993. O processo de renegociação será conduzido por uma comissão de técnicos nomeada pelo Ministério das Comunicações e pela Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), entidade reguladora do Equador. A comissão será responsável pela contratação de uma consultoria independente, que terá como principal missão estabelecer o valor a ser cobrado das duas operadoras pela renovação da concessão. A Otecel (Movistar) iniciou as operações no Equador em 29 de novembro de 1993; seu contrato de concessão termina, portanto, em 29 de novembro de 2008. Já a Conecel (Porta) começou as suas atividades no dia 26 de agosto de 1993 e poderá utilizar a freqüência até 26 de agosto de 2008. Telefonia móvel cresce 300% Autoridade cobra redução de tarifa O procurador responsável pela defesa dos consumidores na área de serviços públicos do Peru, William Postigo, criticou a postura do governo em relação à demora das operadoras fixas e móveis de chegarem a um consenso em relação à redução da tarifa de interconexão de rede. O órgão regulador peruano deu às operadoras prazo até janeiro de 2009 para chegarem a uma tarifa de US$ 0,12, considerada ideal para os custos de interconexão. O valor, que representa quase a metade do cobrado atualmente, permitirá, de acordo com a agência reguladora, a oferta de serviços com preços mais em conta para os consumidores. O procurador público contesta as informações do órgão regulador. Segundo Postigo, o prazo concedido às operadoras é muito longo, se levado em conta o interesse dos assinantes peruanos. 8 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 O Presidente de Honduras, Ricardo Maduro, ressaltou a importância do setor de telecomunicações nos resultados obtidos pelo país na área de desenvolvimento econômico/ social. O destaque ficou com a telefonia móvel. De acordo com o presidente, a oferta do serviço celular cresceu de 238 mil linhas ativas, em 2001, para mais de um milhão de linhas, em outubro deste ano. Na telefonia fixa, as linhas passaram de 500 mil para 1,5 milhão, no mesmo período. O presidente da República destacou a importância da telefonia celular nos projetos de inclusão social do país. O setor, afirmou Ricardo Maduro, apresentou um crescimento de 300%, nos últimos quatro anos. Segundo dados da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), até dezembro, o número de linhas móveis ativadas no país deverá superar 1,2 milhão, com uma teledensidade de 16 telefones celulares para cada grupo de 100 habitantes. www.frecuenciaonline.com Longe da linha de chegada Nos últimos meses, o setor de telecomunicações da Colômbia tem estado agitado, com anúncios de alianças e fusões. Ao primeiro movimento, do pré-acordo entre a Telmex e a Colombia Telecomunicaciones, seguiram-se os da ETB e EPM. Mas por enquanto o processo de consolidação das operadoras continua indefinido Marcelo Ruiz Colômbia Na Colômbia, os movimentos rumo à consolidação se iniciaram com o pré-acordo entre a Telmex e a Colombia Telecomunicaciones, pelo qual a gigante mexicana assumiria a operação e a administração do negócio, com 51% de participação. De sua parte, a Colombia Telecomunicaciones ficaria encarregada de obter recursos financeiros, know-how e tecnologia para investimentos em novas redes, especialmente em banda larga e Internet, e também para o fundo de pensão de seus funcionários. E, o mais importante, teria acesso ao serviço de telefonia celular por meio de uma aliança com a Comcel (América Móvil). O anúncio do pré-acordo fez com que as operadoras ETB – Empresa de Telecomunicaciones de Bogotá e EPM – Empresas Públicas de Medellín se movimentassem rapidamente na busca de alianças e parceiros internacionais estratégicos, como a Telefônica, da Espanha. Esta, por sua vez, já manteve contatos com as duas operadoras nacionais colombianas. Mas a corrida pela consolidação das telecomunicações na Colômbia já registra alguns revezes e iniciativas. O primeiro revés foi a ruptura do pré-acordo entre a Colombia Telecomunicaciones www.frecuenciaonline.com e a Telmex. A escolha do COTA DE MERCADO 2005 (até junho 2005) parceiro da Colombia FATIA DE Telecomunicaciones foi OPERADOR MÓVEL ASSINANTES MERCADO adiada para o ano que Comcel (America Móvil) 9.174.469 59% vem, em função da análiMovistar (Telefônica) 4.756.506 31% se do pré-acordo feita OLA (EPM-ETB) 1.650.414 11% pela Controladoria Geral. Em seu estudo, a ControTotal 15.581.389 100% ladoria destaca diversos Fonte: Ministério das Comunicações pontos: riscos para o ções. A aliança não descarta acordos com patrimônio público, falta de transparênparceiros externos. Cabe destacar que cia no processo e avaliação apressada ambas as empresas já contam com um da empresa, além da ausência de uma acordo estratégico para a prestação de disputa verdadeira pela Colombia serviços de telefonia celular com a Telecomunicaciones, assim como de gaColombia Móvil (OLA). rantias sobre o pagamento dos benefíO que fica claro é que estas intenções cios do fundo de pensão. de acordos e alianças não se concretizaParalelamente, os conselhos de adrão a curto prazo. Ainda há providências ministração da ETB e da EPM aprovainternas a serem tomadas, no caso da ram uma parceria visando a prestação EPM. E, quanto à Colombia Telecomuniconjunta de serviços de telecomunicacaciones, ainda há muito para ser definido, o que levará algum tempo. Se e COMPETIÇÃO quando as negociações forem conclu2003 Penetração: Total ídas, as telecomunicações da Co14% de assinantes lômbia passarão a operar em remóveis/ Total da 2005 gime de duopólio, em que esta2004 população 39% rão presentes a concorrência e a 23% guerra de tarifas que tem marcado o setor nos últimos anos. Es2005 pera-se, ainda, mais pacotes de até junho Fonte: Ministério das 34% serviços, além de investimentos mais Comunicações altos e avanços tecnológicos. Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 9 ESPECIAL GSM O dono DO JOGO De 21 a 23 de novembro, a FRECUENCIA LATINOAMÉRICA realizou o GSM México Summit 2005, na cidade do México. Para marcar a entrada da ITP Editorial na área de eventos, a revista convidou representantes da indústria de comunicação móvel – operadoras, fabricantes, consultores, analistas, provedores de serviços e órgãos reguladores – para discutirem o futuro da telefonia celular não apenas no México, mas em toda a região. O GSM demarcou um território sem igual na América Latina. Nada menos do que 80% das operadoras móveis celulares optaram pela tecnologia no momento que foi preciso deixar a infra-estrutura TDMA para trás. Os investimentos nessa migração não foram pequenos. Agora, as operadoras almejam criar ofertas de serviços que tragam rentabilidade, especialmente na área de dados. No pré-pago, a modalidade mais adotada na telefonia, a ordem é criar serviços que permitam ampliar o ARPU (receita média por usuário). Com a evolução tecnológica batendo à porta, órgãos reguladores e operadoras discutem o melhor modelo e o momento para programar a chegada da Terceira Geração na região. Nesse cenário tão especial para o mercado móvel, FRECUENCIA LATINOAMÉRICA convidou analistas do setor no México a apontar as tendências próximas e futuras na telefonia celular. Seus artigos são uma prévia do que foi o GSM México Summit 2005. A cobertura integral do evento estará na próxima edição. 10 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com Um novo ço se difundiu mais no ambiente corporativo. Alguns dos principais analistas estimam que, em 2008, a receita com o uso de mensagens instantâneas deverá alcançar US$ 413 bilhões, mundialmente. Com tal força, era claro que o produto despontasse na comunicação empresarial. Até porque, hoje, cada vez mais corporações utilizam sistemas de mensagens instantâneas para facilitar a comunicação entre seus funcionários, permitindo inclusive a realização de chamadas de longa distância com uma qualidade muito alta (Skype). Nesse cenário, todo o setor deverá estar atento ao novo lançamento do Microsoft Office Live Communications Server 2005, atualmente em versão Beta, e o seu posicionamento dentro das empresas. Será um evento que marcará novas tendências de comunicação sincrônica e assincrônica, não somente entre os empregados de uma empresa, mas também entre verdadeiras comunidades de trabalho, onde colaboram provedores, clientes e parceiros do negócio. Outra tendência em evolução muito representativa da passagem dos serviços de Internet para a rede móvel são os Blogs, fenômeno em crescente aceitação na rede fixa (em maio deste ano, existiam 70 milhões de blogs no mundo). Eles já causam impacto nas redes celulares gerando FotoBlogs e a possibilidade imediata de publicar textos através de mensagens MMS e SMS. Definitivamente, esta série de serviços posicionados para interrelacionar comunidades de jovens permitirá tirar proveito das seguindo características: Comunicação Assincrônica (correio e agenda de grupo compartilhada) Planos de preços adaptados (mensagens e chamadas mais baratas para os membros do grupo) Comunicação sincrônica com contatos (IM móvel) Comunicação sincrônica anônima (chat com filtro) Segmentação de catálogo de conteúdo, segundo o perfil da comunidade Sistemas de criação de blogs móveis para usuários e grupos Como é possível observar, os novos serviços combinados com a integração unificada para os usuários fazem desta área uma realidade extremamente atraente para as operadoras. Basta alinhar os planos de negócios de forma adequada. MUNDO O mercado de serviços móveis não pára de crescer. OS SERVIÇOS DE INTERNET SOBRE REDES CELULARES SÃO, ENTRE TODAS AS OPÇÕES, OS MAIS PROCURADOS Por Rodrigo Miranda Dentro da ampla gama de produtos de valor agregado a serem ofertados aos assinantes da rede celular, a tendência mais em voga é a transferência de serviços tipicamente de Internet para a infra-estrutura móvel. Dois exemplos são bastante significativos: e-mail e chat/ mensagem instantânea (IM). Neste artigo abordo os serviços relacionados com as comunidades de usuários, sobretudo os orientados ao segmento jovem, assim como, para a convergência dos serviços de Internet em direção à rede celular. Nesse sentido, a tendência será a utilização do chat móvel (comunicação sincrônica entre usuários anônimos) por assinantes da própria operadora e a interconexão dos principais serviços de IM (mensagens instantâneas) com a rede celular, para gerar a IM Celular (comunicação sincrônica entre usuários conhecidos). Já existe um movimento na indústria para fechar acordos de interconexão entre AOL, Google Messenger, ICQ, MSN e Yahoo, com as principais operadoras celulares. É claro que esta funcionalidade terá seu maior auge quando todos puderem se conectar com todas as operadoras celulares de um país. Enquanto isso, porém, se percebe que a convergência de provedores de IM está a caminho: recentemente, o Yahoo e o MSN anunciaram sua interconexão, com a qual somarão 44% do mercado mundial, com 275 milhões de usuários. Por sua rapidez e facilidade, o uso deste tipo de serviwww.frecuenciaonline.com • • • • • • RODRIGO MIRANDA é gerente regional da mCentric. Seu e-mail de contato é [email protected] Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 11 ESPECIAL GSM Dinamismo prego, o aumento da receita e, portanto, um maior poder aquisitivo dos usuários de serviços de telecomunicações). A atividade econômica incide sobre o tráfego telefônico de tal forma que o aumento de 1,5% no IGAE (Índice de Atividades Econômicas), ocasionará um aumento no tráfego de 0,5%, no mês seguinte, de 0,9%, dois meses depois e outra vez de 0,5% , durante o terceiro mês. Por outro lado, empregam-se as variáveis como o preço, o número de usuários, o custo dos equipamentos, o preço de serviços substitutos (como a troca da telefonia fixa pela móvel) ao setor das TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). O próprio dinamismo ou crescimento inercial do setor constituem condições suficientes, ao menos em curto prazo, para explicar seu crescimento. Neste segundo grupo, encontram-se também a cobertura geográfica, as funcionalidades dos serviços (além da transmissão de voz e dados básicos), a portabilidade numérica, a localização de pontos de venda e o impacto da publicidade. Com respeito a este último item, aliás, sabe-se que ele gera para as agências de propaganda do México ganhos superiores a US$ 400 milhões. Os gastos dos anunciantes superam a casa dos US$ 5 bilhões. Os efeitos da publicidade influenciam, sim, na conquista de novos consumidores. Isto explica o empenho da Movistar em redefinir globalmente sua denominação para ganhar uma unidade na região e o de concentrar sua atuação junto ao segmento jovem. Já a Nextel projeta sua inovação tecnológica, complementada por um enfoque em serviços de alta qualidade e uma cobertura geográfica crescente. E a Telcel continua com sua campanha intensa, reativa e estável ao longo do tempo, refletindo seu enfoque vertical no mercado de todos os níveis socioeconômicos. CONSTANTE Sem dúvida, GSM e iDEN são os principais responsáveis pelo CRESCIMENTO DO MERCADO MÓVEL NO MÉXICO Por Ernesto Piedras Ao final de 2005, o número de linhas móveis (celulares e terminais de trunking) no México irá superar os 45 milhões, índice superior às expectativas dos próprios analistas do setor. Efetivamente, o mercado de serviços móveis baseados em todas as tecnologias disponíveis aumentou de 26 milhões (final de 2003) para 43,8 milhões no mês de setembro deste ano; ou seja, quase 18 milhões de linhas adicionais, em pouco mais de dois anos e meio. Praticamente a totalidade dessas novas adições ao mercado são oriundas das empresas que operam com tecnologias GSM e iDEN, ou seja, Telefónica Móviles, Telcel e Nextel. Será por acaso um problema de tecnologia que deixa para trás a Iusacell e a Unefon? Definitivamente a respostas é não. O CDMA demonstrou em outros países da América Latina, a sua capacidade de penetração de mercado, rentabilidade e satisfação dos usuários. Ainda assim, no México, são as outras duas tecnologias que dominam o mercado. No entanto, a pergunta se mantém: de que depende a demanda? Suas determinantes principais dividem-se em dois grupos. O primeiro é representado pelas variáveis demográficas e macroeconômicas. Elas são condições essenciais para o crescimento dos negócios. Este é o dinamismo da economia, que se traduz em demanda por equipamentos e novos serviços. As variáveis que representam tal desempenho macroeconômico são os níveis de atividade econômica e de produção medidos pelo PIB (cujo efeito é positivo, já que o crescimento amplia a oferta de em- 12 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 ERNESTO PIEDRAS, economista pela London School of Economics e pelo ITAM, é diretor geral da The Competitive Intelligence Unit (www.the-ciu.net). Seu e-mail de contato é [email protected] www.frecuenciaonline.com ESPECIAL GSM radores o acesso às freqüências da maneira mais econômica, simples e sensata possível. A regulamentação exerce um papel extremamente importante neste processo, já que ao definir as regras do jogo, pode fomentar ou inibir o desenvolvimento da indústria das telecomunicações. O mercado dos Estados Unidos é um exemA América Latina precisa plo atual de fomento ou inibição dos serviços alinhavar uma estratégia única de telecomunicações sem fio. Originalmente, em meados dos anos noventa, durante o leilão para a nova etapa da telefonia de freqüências de PCS 1900, foram pagas celular. NO PROCESSO DE quantias exorbitantes pelas freqüências. Essa TOMADA DE DECISÃO, O PAPEL estratégia fez com que muitas operadoras se DOS REGULADORES SERÁ, MAIS descapitalizassem e praticamente desistissem do negócio. Situação semelhante aconteceu UMA VEZ, PRIORITÁRIO com os leilões de freqüências no México, onde algumas empresas atrasaram o pagamento ao governo Por Raúl Lúcido de la Parra por vários meses e, por fim, tiveram suas capacidades Na Europa, a telefonia celular teve início na décade investimento na aquisição de equipamento e de amda de 80, convertendo-se num dos mercados mais mapliação da cobertura afetadas. duros do mundo. É possível identificar esse fenômeno O importante é que a lição foi absorvida. Tanto é lembrando que há países onde o índice de penetração que, hoje em dia, novas tecnologias, como o Wi-Fi e o da telefonia celular é praticamente igual ao do númeWiMAX estão sendo desenvolvidas em freqüências ro de habitantes. No final da década de noventa, coonde não é preciso haver atribuição por parte do remeçou a febre da terceira geração (3G) de telefonia gulador, nem leilão; um exemplo palpável de recocelular. O movimento reaqueceu a economia e o mernhecimento tácito aos erros cometidos anteriormente cado de telecomunicações de tal maneira que as opecom a distribuição de freqüências. Por tudo isso, o radoras pagaram quantias exorbitantes pelas freqüêncontinente americano enfrentará grandes decisões cias exigidas para o serviço. para definir sua estratégia em direção à terceira geraCom uma visão histórica, podemos afirmar que ção de telefonia celular. essa busca incessante – somada à ruptura da bolha Ao não contar com o mesmo plano de freqüências da Internet – determinou a crise que envolveu o meradotado na Europa, Ásia, África e Oceania, a América cado mundial de telecom por mais de quatro anos. Latina está correndo o risco de se transformar em uma Desse período de baixa, as principais lições apreenpequena ilha, como também se não forem levadas em didas foram que a melhor maneira de fomentar o conta as economias de escala necessárias para se poder desenvolvimento dos serviços é outorgando aos operealmente implementar, no futuro, o serviço 3G. O custo dos terminais é o fator-chave do “Ao não contar com o mesmo plano de êxito. Que os atores do processo saibam esfreqüências adotado na Europa, Ásia, África e colher as tecnologias e freqüências que garantam, hoje e amanhã, o acesso às melhores Oceania, a América Latina está correndo o risco economias de escala. de se transformar em uma pequena ilha, como 3G Rumo à também se não forem levadas em conta as economias de escala necessárias para se poder realmente implementar, no futuro, o serviço 3G” 14 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 RAÚL LÚCIDO DE LA PARRA é vice-presidente executivo da Associación Nacional de Telecomunicaciones de México (Anatel). Seu e-mail de contato é [email protected] www.frecuenciaonline.com Why is this cable titan focused on WIRELESS? DayOneKeynote Glen Britt, Chairman & CEO Time Warner Cable The Most Important Technology Event of the Year! April 5-7, 2006 Las Vegas Convention Center Las Vegas, NV USA LOOK FOR SCHEDULES CO-LOCATED CONFERENCES EDUCATION HOUSING @ WWW.CTIA.ORG ESPECIAL GSM Dever de CASA Por que a retenção de clientes NÃO É PRIORIDADE PARA AS OPERADORAS MÓVEIS? Por Hugo Riveroll A explosão de consumidores nos últimos anos concentrou a atenção das operadoras para a captação de novos assinantes, sem uma preocupação maior em manter aqueles que já estavam na carteira. Em 1999, o crescimento anual do número de assinantes foi de 67%, cifra que caiu para 27%, no final de 2004. Nesse mesmo período, o faturamento com o serviço mais do que duplicou. Para o segundo trimestre de 2005, o índice de crescimento foi estimado em 16%. Trata-se de um percentual significativo, sobretudo se comparado com o aumento total da economia mundial. No entanto, os números não são tão animadores agora. Para 2005 e 2006, o crescimento previsto é de 19% e 12%, respectivamente, com uma tendência de queda de 6%, no faturamento médio por usuário (ARPU), enquanto que, em termos de faturamento por minuto (RPM), a cifra cai ainda mais, para menos de 12%. Diante de tal prognóstico, seria aconselhável que Uma operadora com 10 milhões de assinantes, com uma taxa de crescimento anual de 24% e um churn médio de 3% ao mês, perderia 300 mil assinantes. Essa prática exigiria a aquisição de 500 mil novos usuários para repor a perda determinada pela troca de provedora. Mas se essa operadora decidir manter seus clientes e reduzir o churn para 2%, poderia deixar de subsidiar 100 mil assinantes. 16 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 as operadoras retomassem o conceito da retenção de clientes e o implementasse o quanto antes, para evitar a perda de clientes de alto valor. Em outro nível, porém estreitamente ligado a esse, está o custo de aquisição de novos clientes (SAC), que se refere principalmente a fatores como o esforço de promoção em campanhas de publicidade e marketing e ao subsídio de aparelhos telefônicos para os novos assinantes, empreitada que consome a maior parte dos recursos das operadoras e impacta de forma significativa a economia dos distribuidores. Sua relação com o CHURN (percentual do total de clientes que abandonam uma operadora por mês) é muito próxima. No segundo trimestre de 2005, o CHURN mensal médio foi de 2,2%. No México, o percentual cresceu 2,9% no mesmo período. Isso significa que, em 12 meses, cerca de 40% dos assinantes no país trocaram de provedor de serviço. É inegável que o alto índice de usuários de pré-pago influi intensamente no CHURN alto, e no México, 94% dos consumidores se encaixaram nesta modalidade. Hoje, apenas 6% dos usuários de pós-pago representam 35% a 40% do faturamento total. Definir as estratégias de retenção de clientes é missão das operadoras. E na opinião do autor deste artigo, usuário de pós-pago por mais de dez anos, seria interessante experimentar algumas iniciativas existentes. A) MUDANÇA DE PLANO. Com freqüência, as operadoras oferecem planos melhores e mais atrativos para os novos usuários, mas nunca ampliam o convite aos usuários atuais, para que se incorporem de maneira simples e rápida a eles. B) PRIVILÉGIOS DE "USUÁRIO FREQÜENTE". Este é, possivelmente, o único ponto em que as operadoras fizeram algo de fato, oferecendo atualmente pontos que podem ser trocados por um telefone novo ou outros artigos. C) PRIVILÉGIOS DE "ASSINANTE FIEL". Quem é assinante há muitos anos deveria ter privilégios, como por exemplo, atendimento especial nos centros de atendimento. Uma operadora sul-americana já ofereceu aos seus assinantes fiéis uma mensagem de felicitação, via SMS, na data de aniversário do cliente, além de tornar gratuitas todas as ligações locais realizadas nesse dia. HUGO RIVEROLL, é vice-presidente de Vendas e Marketing da ZTE Corporation do México. Seu e-mail de contato é [email protected] www.frecuenciaonline.com CAPA A Telefónica Móviles México tem diante de si um panorama complexo. Com o desafio de alcançar o ponto de equilíbrio na subsidiária e começar a mostrar um crescimento rentável, a operadora decidiu trazer um executivo que já demonstrou ter a perícia necessária para atingir o objetivo: MIGUEL MENCHÉN, QUE FRECUENCIA LATINOAMÉRICA ENTREVISTOU COM EXCLUSIVIDADE Objetivo: RENTABILIDADE Fabíola V. González Cidade do México, México A nomeação de Miguel Menchén para a direção geral da Telefónica Móviles México não é gratuita. Além de uma longa carreira dentro da operadora espanhola (27 anos), a última atuação de Menchén, no Marrocos, foi decisiva para que, em setembro passado, ele fosse colocado à frente de uma das subsidiárias da empresa onde o ponto de equilíbrio ainda não foi alcançado, e cuja principal meta é o crescimento rentável. Não apenas isso. A subsidiária mexicana é uma das bases em que a operadora pretende apoiar seu crescimento futuro, e é necessário demonstrar que os fortes investimentos feitos no país finalmente darão frutos. Menchén esteve, durante cerca de um ano e meio, à frente da Médi Telecom, a subsidiária marroquina que a companhia espanhola divide com a Portugal Telecom. Nas palavras do executivo, que também é membro da Junta Diretora da Open Mobile Alliance (OMA) e do conselho da IBM Persuasive Computing, durante sua gestão, a MédiTel tornou-se "uma empresa moderna". Entre mar- 18 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com MIGUEL MENCHÉN diretor geral da Telefónica Móviles México www.frecuenciaonline.com Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 19 CAPA ço de 2004 e março de 2005, a operadora acelerou consideravelmente seu ritmo de crescimento: aumentou em mais de 56% o número de assinantes (chegando a 3,2 milhões de clientes) e incrementou o faturamento em cerca de 25%, alcançando também um EBITDA positivo de 154 milhões de euros. Miguel Menchén está encarregado de fazer com que a empresa alcance crescimento rentável no México, assim como nas quatro operações que a Telefóni- ca tem na América Central, ou seja, na Guatemala, El Salvador, Panamá e Nicarágua. Com certeza, a subsidiária mexicana é a de maior peso, considerando que é responsável por grande parte do faturamento da empresa na região centro-americana e que o país é um dos mercados-chave da companhia e de todo o setor de telecomunicações no continente americano. A seguir, um resumo da entrevista exclusiva de Menchén à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA. “O DESAFIO MAIS IMPORTANTE É O CRESCIMENTO RENTÁVEL. COMO ATINGI-LO? AUMENTANDO O FATURAMENTO E REDUZINDO OS GASTOS. PARECE COMPLICADO, MAS NEM TANTO: AUMENTAREMOS O FATURAMENTO AMPLIANDO O NÚMERO DE CLIENTES, E PARA REDUZIR GASTOS É PRECISO APLICAR AS MELHORES PRÁTICAS DE GESTÃO QUE SEJAM POSSÍVEIS, ALÉM DE MINIMIZAR OS CUSTOS DE MANUTENÇÃO E RETENÇÃO DE CLIENTES” Qual o seu principal objetivo à frente da Telefónica Móviles México e que estratégia irá adotar? O desafio mais importante é alcançar o objetivo determinado pela companhia, que é o crescimento rentável. Como atingi-lo? Aumentando o faturamento e reduzindo os gastos. Parece complicado, mas nem tanto: aumentaremos o faturamento ampliando o número de clientes, e para reduzir gastos é preciso aplicar as melhores práticas de gestão que sejam possíveis, além de minimizar os custos de manutenção e retenção de clientes. Nesse sentido, o mais difícil será reduzir o churn, ou taxa de abandono, pois o mercado mexicano, com 3,9%, é um dos que tem, nesse quesito, os mais altos índices do mundo. O porquê é algo que não entendo. Acredito que seja pela inexistência de políticas de retenção de clientes móveis, tanto da Telcel como da Movistar, Unefon, Iusacell, de todas. Uma das peçaschave para atingir essa redução será, sem dúvida, a melhoria do atendimento ao assinante. Outro objetivo é a conquista de clientes. O México representa para nós um mercado com uma taxa de cres- 20 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 cimento muito acelerada nessa questão, e isso está sendo conseguido com base em políticas de captação muito agressivas, que pressupõem custos muito altos para as operadoras, tanto por subsídios como por pagamento de comissões ao canal de distribuição. Não é o primeiro país do mundo a passar por uma fase de crescimento tão acelerado com estas características. Em etapas posteriores, a rentabilidade aparece. Finalmente, há que se levar em consideração que nem todos os clientes são iguais, nem consomem a mesma coisa, nem dedicam quantias iguais à telefonia móvel. Por isso, outro desafio das operadoras é adaptar os custos de captação e manutenção do cliente ao valor específico de cada um deles. Ou seja, se avançamos no crescimento do número de clientes de poder aquisitivo mais baixo (classe D ou E), temos que reduzir os custos de aquisição e fidelização desses clientes. Em matéria de regulamentação, como vê a situação do México no segmento das comunicações móveis, considerando a tendência www.frecuenciaonline.com pierda más tiempo y promocione 8 anos deNocompromisso com a América Latina su compañía en el número de Frecuencia Latinoamérica Cobertura única e analítica da indústria de comunicação sem fio e de TI. CAPA global da convergência de serviços, portabilidade numérica e outros temas? A convergência de serviços está clara dos pontos de vista tecnológico e de mercado. A questão é que as regras que são aplicadas hoje no mercado fixo e móvel são diferentes. Existe um desequilíbrio competitivo que faz com que, tanto no nicho fixo como no móvel, exista um gigante com fatia de mercado de mais de 70%, e isso não é bom. Precisamos de concorrência saudável, equilibrada, que beneficie todas as partes e traga vantagens para o cliente no que se refere a melhores tarifas, serviços, etc. A Telefónica Móviles quer se colocar no México e nos demais países do continente como essa concorrência útil e necessária para melhorar o serviço ao cliente e acabar com o antigo monopólio. “PORTABILIDADE, PARA MIM, É UM TEMA VITAL NESTE PAÍS. É UMA GRANDE VANTAGEM PARA OS USUÁRIOS, COMO JÁ FOI DEMONSTRADO NA EUROPA E NA AMÉRICA DO NORTE. A REGULAMENTAÇÃO NO MÉXICO DEVERIA IR NESSA DIREÇÃO E FAVORECER O CLIENTE EM PONTOS COMO ESTE” Portabilidade, para mim, é um tema vital neste país. Com ela, os clientes, se não estiverem satisfeitos, poderem mudar de operadora sem ter de mudar o número do telefone. É uma grande vantagem para os usuários, como já foi demonstrado na Europa e na América do Norte. A regulamentação no México deveria ir nessa direção e favorecer o cliente em pontos como este. O número de telefone deve estar associado ao usuário, e não à operadora. A regulamentação é muito importante em todos os países, porque estabelece as regras do jogo. A concorrência, por exemplo, é um valor de tal magnitude que acredito que os órgãos reguladores deveriam tentar favorecê-la, já que promove serviços de qualidade para os usuários a preço menor e nas melhores condições possíveis. Se uma operadora dorme em serviço e não satisfaz, se tivermos a portabilidade, então o usuário pode passar para outra. A regulamentação deveria criar o marco para que isso fosse possível. 22 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 Qual o patamar dos investimentos previstos pela empresa para o México e a América Central, e para onde serão direcionados, sobretudo no México? Para 2006, o investimento previsto na região que comando é de 200 milhões de euros. Dos cinco países, o México responderá por 80%, cabendo os 20% restantes à Guatemala, El Salvador, Panamá e Nicarágua. Praticamente todo o investimento CAPEX (sigla de capital expenditure) será destinada a melhorar e ampliar a cobertura e a capacidade; ou seja, para o aspecto tecnológico, e uma parte importante dele estará voltada a plataformas de serviços de valor agregado. No aspecto comercial, haverá custos de aquisição de clientes, o que não se considera investimento. O objetivo de tais investimentos é, com certeza, continuar absorvendo fatias de mercado da Telcel, mas não posso revelar cifras a esse respeito. A Telcel é líder indiscutível, ainda que se reconheça o rápido avanço da Telefónica em poucos anos. A prioridade é continuar expandindo o número de assinantes ou tentar aumentar o ARPU, que continua muito baixo na maioria das operadoras móveis do país? Em que pé está o fortalecimento em direção à Terceira Geração? A prioridade é ampliar a base de assinantes, mas não a qualquer preço. Tem que ser um crescimento rentável. São duas estratégias, e elas podem ser utilizadas ao mesmo tempo.Assim será feito, de fato, mas espero mais do aumento da base de assinantes do que do faturamento. Para ampliar a base, temos que acrescentar clientes e diminuir o número dos que perdemos, utilizando para isso políticas de fidelização, como campanhas e outras. Enquanto isso, para incrementar o ARPU, temos que fortalecer a oferta de serviços de valor agregado, como SMS, MMS, acesso a correio eletrônico, etc. Tecnologicamente, as redes estão prontas para oferecer serviços já lançados em outros países, como Japão ou outros lugares da Europa. Na Espanha, por exemplo, já temos serviços corporativos em que a tecnologia móvel é empregada nos processos de negócio, mediante aplicações bancárias e de localização via celular, gestão de frotas e de força de vendas, entre outras. Para os consumidores individuais, os serviços mais inovadores seriam o download de jogos, música, acesso a informações selecionadas, envio de fotos, etc. No mercado espanhol, este tipo de aplicação aumentou significativamente o ARPU. Segundo nossos resultados mais recentes, o ARPU é de 34 euros e 20 www.frecuenciaonline.com centavos, e trata-se de um país em que os serviços de dados superam os 15% do total. Sobre o fortalecimento rumo à 3G, honestamente, não é algo sobre o qual tenha refletido no pouco tempo que estou à frente da região. Prefiro aguardar a implementação efetiva da Terceira Geração na Europa e conhecer casos de sucesso antes de lançar a operadora, no México, em um processo de investimento nessa direção. Hoje temos GPRS/ EDGE e podemos oferecer muitas aplicações. Qual a situação financeira atual da Telefónica no México, depois de ter registrado margens negativas de EBITDA? Estamos em uma situação complexa; ainda não alcançamos o ponto de equilíbrio e temos um EBITDA negativo. De janeiro a setembro, nosso faturamento aumentou quase 22% e o EBITDA mais do que esse índice, mas no México continua negativo, está em menos de 130 milhões de euros. No terceiro trimestre de 2005, trimestre por trimestre, o faturamento aumentou 33%, e o EBITDA, 34,5%. No nível regional, o crescimento do faturamento no período foi de 62%. O que nos atingiu mais foi a diminuição do faturamento de interconexão, porque o governo decidiu baixar essas tarifas em 10%. A mesma repercussão teve a decisão dos reguladores para a caixa de mensagens de voz, porque não se gera nenhum faturamento com uma decisão mal definida. do que o previsto. Existe uma tendência em direção ao download de TV por celular, mas ainda não se tem um modelo e um caso de negócio claro para este tipo de serviço. Outro ponto a se considerar é a falta de licitação de UMTS no México. Ainda não começamos a discutir o assunto, e acredito que não seria problema adiar a discussão por mais um ano, porque aí teríamos informação confiável sobre a situação, por exemplo, na Europa, o que nos dará uma visão mais ampla. O que já está decidido é que não apostaremos em CDMA, ainda que hoje em dia tenhamos um milhão de clientes nessa plataforma. Quando chegar a hora, entraremos na Terceira Geração com o UMTS, seguindo uma trajetória de evolução do GSM para UMTS. Só no Brasil e na Venezuela a empresa continua apostando em CDMA; em ambos os casos, por meio das operadoras com quem trabalha e porque já havia infra-estrutura pronta. Quais são os planos a curto, médio e longo prazos para UMTS, como via para chegar à 3G? Para quando podemos esperar que a Terceira Geração seja uma realidade no México? Qual seria o roteiro para chegar à 3G? E em que lugar estaria o México com relação a outros países da América Latina em termos do início da estratégia? Para o México, o UMTS é uma forma racional de se chegar à 3G; foi lançado em quase todos os países da Europa. Os serviços de vídeo e acesso rápido à Internet mais sofisticados que oferece estão sendo bem aceitos no continente, o que está ajudando também a diminuir a lacuna digital, ao permitir que as pessoas acessem de qualquer local. Nesse sentido, vejo uma oportunidade para o México, pois o país continua muito atrasado no que se refere a acesso à Internet. Outras aplicações pensadas para o UMTS são o vídeo e o telefone com vídeo, mas estão avançando mais lentamente www.frecuenciaonline.com Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 23 REGULAMENTAÇÃO Muito POR FAZER 24 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com O setor de telecomunicações vive um momento decisivo, impulsionado pela convergência e, conseqüentemente, pela necessidade de reformular procedimentos adotados até agora. Para que os consumidores tenham seus direitos assegurados nessa nova era da comunicação, em que despontam serviços como VoIP, IPTV e redes celulares de alta velocidade, são necessárias mudanças na legislação. NESSA ESTRADA QUE COMEÇA A SER PAVIMENTADA, A AMÉRICA LATINA, EM FUNÇÃO DOS BONS RESULTADOS OBTIDOS NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS, E TAMBÉM DEVIDO A SEU IMENSO POTENCIAL DE CRESCIMENTO, CONTINUA UM BOM ALVO PARA OS INVESTIDORES. A QUESTÃO É FORMULAR AS REGRAS ADEQUADAS PARA CONQUISTAR OS RECURSOS FINANCEIROS QUE PODEM REDUZIR O GAP DA REGIÃO, EM TERMOS DE ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS, EM RELAÇÃO AOS PAÍSES DO PRIMEIRO MUNDO Ana Paula Lobo São Paulo, Brasil Os serviços oriundos da evolução da infra-estrutura de telecomunicações, entre eles, a oferta de televisão via rede de telefonia fixa (IPTV) e os produtos multimídia na rede móvel, como a TV no celular e o MMS, ainda estão distantes da maior parte dos consumidores da América Latina, mas já começam a desenhar um novo cenário. Essa nova onda implica uma transformação significativa na gestão do setor, não apenas do ponto de vista dos órgãos reguladores, como também por parte das operadoras e fabricantes. Este, pelo menos, foi o tema das palestras e dos corredores nos dois maiores eventos de telecomunicações realizados recentemente na região, mais precisamente no Brasil. O primeiro deles foi o Telecom Americas, organizado pela União Internacional de Telecomunicações, em Salvador, na Bahia, no início de outubro, cinco anos depois da edição anterior, e o outro foi o Futurecom, que aconteceu no final do mesmo mês, em Florianópolis, Santa Catarina. Em ambos, ficou evidente que os países latinoamericanos compartilham a mesma dúvida: como lidar com as transformações e assegurar a oferta de serviços para todas as camadas da população? PAVIMENTAÇÃO Foram bons os resultados colecionados pela região nos últimos cinco anos, especialmente na telefonia móvel. Dados do estudo “American Telecommunications Indicators 2005”, divulgado pela UIT, durante o Telewww.frecuenciaonline.com com Americas, revelam que a base de assinantes na telefonia móvel na região cresceu de forma expressiva. Ela praticamente triplicou em cinco anos, passando de 128 milhões para 374 milhões. Em que pesem os números, ainda há muito a se conquistar nesse segmento, uma vez que apenas o Chile, exceção à regra na região, possui um índice de penetração do serviço móvel próximo dos 70%. Brasil, México e Argentina, considerados cruciais para a oferta de serviços, estão muito distantes dessa marca, apresentando, respectivamente, índices de 44%, 42% e 40%, o que significa uma oportunidade concreta de novos negócios. Nos demais países, as chances multiplicam-se, pois, em sua maioria, tais índices estão abaixo dos dois dígitos. O novo presidente mundial da Nokia, Olli-Pekka Kallasvuo, reconhece a força da região. A expectativa da fabricante, líder de vendas na AL, é que até 2009 a base de assinantes cresça em mais 125 milhões. O otimismo não é à toa. No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, o aumento na região foi de 37%, o maior percentual em termos mundiais. A China, hoje menina dos olhos de todos os fabricantes, registrou uma expansão de 25%. “Essa é a prova de que a América Latina é um grande mercado a ser conquistado, e nela vamos focar nossas ações para manter a liderança. Sem a AL, nossos planos podem não se concretizar”, destacou o CEO da Nokia ao ser apresentado aos jornalistas da região, em uma videoconferência realizada na Cidade do México. Mundialmente, a fabricante estima que cerca de 780 milhões Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 25 REGULAMENTAÇÃO de terminais serão comercializados até o final deste ano. O otimismo dos fornecedores com o potencial do mercado tem o seu contraponto. A base de assinantes cresceu e mantém um ritmo constante, mas ainda há muito por fazer para, de fato, ampliar o acesso às comunicações. Durante o Telecom Americas, o vice-secretário geral da UIT, Roberto Blois, lembrou que ele ainda é incipiente em muitos países. Na Bolívia, por exemplo, apenas 7% da população têm acesso à telefonia fixa. Na Nicarágua, 3% da população usam a Internet. Em Honduras, somente um em cada 10 habitantes possui um terminal móvel. “Esses dados refletem os contrastes do continente quanto Crescimento da indústria de países emergentes Expectativa de crescimento de assinantes móveis de 2004 a 2009 Mundo Oriente Médio África América Latina e Caribe Ásia/Pacifico Europa oriental EUA/Canadá Europa ocidental 56% 166% 137% 80% 65% 58% 32% 20% Fonte: EMC Mobile Subscribers Forecast, 2004 aos serviços de comunicação. O nosso dever é reduzir essa desigualdade”, disse o executivo. De qualquer forma, há na região uma clara vantagem dos serviços móveis, e algumas peculiaridades merecem destaque. Apesar de a maior parte da base de assinantes estar concentrada na modalidade pré-pago, os latino-americanos são adeptos da inovação. Por esse motivo, serviços como MMS e TV no celular, embora ainda estejam reservados aos consumidores de maior poder aquisitivo, começam a movimentar os bastidores. No caso do MMS, ou transmissão de imagens multimídia pelo celular, além de incrementar as vendas de terminais com câmeras fotográficas ou capazes de transmitir música, as operadoras da região precisam costurar, com urgência, acordos de interoperabilidade. Isto para evitar repetir a perda de tempo que tiveram com o SMS, campeão absoluto na preferência dos assinantes e principal fator de rentabilidade nos serviços de dados. Por enquanto, apenas usuários de uma mesma operadora podem trocar fotos. Mas o quadro começa a mudar. O primeiro país a deflagrar uma parceria nacional foi o Brasil. As operadoras móveis contrataram a VeriSign para desenhar uma plataforma comum, mas o serviço ainda não está disponível. Capítulo À PARTE TV no celular ganha força, MAS REGULAMENTAÇÃO DIVIDE REGIÃO Que as novidades na telinha do celular cativam o assinante, as operadoras não têm mais dúvida. Paralelamente, a evolução das redes celulares, com a crescente capacidade para transmissão de dados e imagens em alta velocidade, começa a incomodar mercados tradicionais, especialmente, o de TV. As emissoras reclamam da invasão e pregam respeito às leis atuais. No Brasil, por exemplo, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, é favorável à cobrança de imposto na veiculação de conteúdo pelo celular, e recebe críticas das operadoras. O ministro alega que é preciso proteger não apenas as emissoras, mas também os profissionais de conteúdo. A saída para uma convivência pacífica é estabelecer uma regulamentação clara e transparente, mas alterar a atual Lei Geral de Telecomunicações não será tarefa fácil. A questão não é debatida apenas no Brasil. Ela está em pauta em todos os países da região. No Uruguai, por exemplo, as quatro operadoras do país, que juntas têm um índice de penetração de 17%, entregaram formalmente um do- 26 Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica cumento ao órgão regulador, a Conatel Comissão Nacional de Telecomunicações, solicitando uma alteração no artigo 32 da Lei Geral do país. Segundo as operadoras, o artigo registra que as teles não podem prover serviços de audiotexto, por serem inerentes às empresas de radiodifusão. As operadoras celulares querem a revogação deste artigo, sob o argumento que a tecnologia atualmente possibilita a entrega de serviços de dados e imagens e, portanto, a legislação precisa acompanhar essa evolução. Problemas semelhantes estão fomentando o debate em outros órgãos regulatórios da região. Até o momento, não houve nenhuma decisão oficial que pudesse ser considerada como referência ou, ao menos, ponto de partida. www.frecuenciaonline.com TENDÊNCIAS A caminho de uma INDÚSTRIA MÓVEL Ter órgãos reguladores mais preocupados em entender a realidade de seus países e seguir tendências globais, como consolidação e convergência, PODERIAM DISPARAR O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DOS SERVIÇOS MÓVEIS NA REGIÃO LATINO-AMERICANA, DIZEM EMPRESAS E ANALISTAS Fabiola V. González Cidade do México, México A conclusão deixada pelo III Foro Ibero-americano AHCIET Móvil, realizado no final de setembro na Cidade do México, é de um panorama positivo recheado de oportunidades, mas também de desafios, especialmente o de modificar o jogo regulatório que, segundo as operadoras e representantes de associações de telecomunicações, só tem servido para colocar obstáculos na dinâmica que deveria – e poderia – tomar conta do mercado. No fórum, que teve o patrocínio da Associação Hispano-americana de Centros de Pesquisa e Empresas de Telecomunicações (AHCIET - Asociación Hispanoamericana de Centros de Investigación y Empresas de Telecomunicaciones), operadoras, provedores de serviços móveis, analistas e órgãos reguladores se reuniram com o objetivo de definir o papel da mobilidade na Ibero-América como elemento-chave para a inclusão social e os serviços avançados de telecomunicações. Apesar dos entraves, trata-se de uma indústria em circunstâncias positivas: no México, segundo Abel Hibert, membro do comitê da Área Geral de Planejamento e Análise Econômica da Comissão Federal de Telecomunicações (Cofetel), o setor de telecomunicações cresceu 21,5% no segundo trimestre de 2005, com relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o índice de expansão da economia em geral ficou em 3,1%. “Grande parte deste crescimento deve-se ao compor- 28 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com TENDÊNCIAS “É um crescimento explosivo, que traz consigo um perigo em termos regulatórios, caso exista a idéia de regulamentar a indústria móvel como se fosse fixa. Essa expansão aconteceu livremente e em um ambiente de concorrência, e temos que ficar atentos para que essas condições sejam mantidas” Luis Di Benedetto, presidente da AHCIET tamento do segmento móvel", destaca Hibert. Mesmo assim, as principais operadoras daquele país, a Telefónica Móviles e a América Móvil, solicitaram aos encarregados da regulamentação dos serviços móveis não criar impedimentos ao rumo dos negócios sob o argumento de uma suposta proteção ao usuário. De acordo com as operadoras, colocar obstáculos a estra- tégias e iniciativas que poderiam desenvolver a indústria põe em risco os investimentos privados e deixa a América Latina ainda mais atrasada em relação a outras regiões mais maduras em matéria de telecomunicações. COMPLEXIDADE CRESCENTE Segundo Luis Di Benedetto, presidente da AHCIET, a evolução da indústria de comunicações móveis – que, longe de se restringir à voz, inclui Internet, vídeo, diversos formatos de mensagens e uma série de serviços em torno das redes celulares – torna o segmento cada vez mais complexo do ponto de vista de investimentos e de regulamentação. “É um crescimento explosivo, que traz consigo um perigo em termos regulatórios, caso alguém tenha a idéia de regulamentar a indústria móvel como se fosse fixa”, observa. “Essa expansão aconteceu livremente e em um ambiente de concorrência, e temos que ficar atentos para que essas condições sejam mantidas.” Responsável pela comercializaçao de infra-estrutura de Terceira Geração na Nokia Networks, Petri Reijonen, acredita que os serviços que combinam voz e dados vão atrair cada vez mais assinantes na região, mas acredita O QUE ESPERA A INDÚSTRIA DE SERVIÇOS MÓVEIS? OS DESAFIOS • Oferecer serviços que melhorem a experiência no uso das redes de dados • Contar com uma estrutura que permita fornecer um serviço ágil, eficiente e inovador, sem perder de vista as opções simples, confiáveis e econômicas • Preparar o terreno para a consolidação e a convergência, incluindo alianças com provedores de conteúdo e demais serviços de valor agregado • Conseguir crescer em ARPU (Average Revenue per user, ou receita média por usuário), a curto e a longo prazos • Aumentar a base de assinantes e de redes no ritmo exigido pela demanda AS TENDÊNCIAS • Convergência de redes móveis e fixas • Serviços IP e multimídia (GPS, videoconferência e TV no celular, entre outros) • E-serviços (banco móvel, comércio móvel e governo eletrônico) • Roaming e interoperabilidade entre redes GSM e CDMA2000 1X (tanto em voz quanto em dados) • Terceira Geração • Next Generation Networks (NGN) 30 FRECUENCIA Latinoamérica Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com TENDÊNCIAS que a migração das operadoras GSM para a nova infraestrutura será gradual, de acordo com a possibilidade de receita. Para o executivo, Brasil e Argentina deverão ser os primeiros países a implementarem redes WCDMA na AL. Mas ainda assim, destaca o diretor de vendas da Nokia, os serviços de voz continuarão sendo o fiel da balança na rentabilidade das operadoras. "Dados são atraentes, mas levarão um tempo para alcançarem um equilíbrio com o produto voz. Falar em movimento ainda é o grande atrativo do serviço celular", completa. Purificación Carpintero, responsável pela área de Vendas Corporativas da Telefónica Movistar, garante que a convergência finalmente está acontecendo, incluindo a dos serviços móveis com os fixos. “Hoje falamos de aplicações construídas sobre redes fixas e/ou móveis, que se incorporam ao dia-a-dia para torná-lo mais produtivo”, comenta. “Isto representa uma grande oportu- nidade para as operadoras ajustarem planos estratégicos e determinarem o novo caminho a seguir, com o objetivo de enfrentar a demanda crescente, tanto de consumidores individuais quanto do nicho corporativo”. Ainda de acordo com a executiva, “os órgãos reguladores devem ficar de fora e permitir que as operadoras façam novos negócios, e que a tecnologia atenda a todos.” Na opinião dos analistas da indústria, os países latinoamericanos, respeitadas suas peculiaridades e diferentes níveis de evolução, estão começando a trilhar o longo caminho em direção à liberalização. Ainda que seja o início de um processo que levará muito tempo para ser concluído, os analistas apontam que na América Latina são poucos os países com monopólio estatal . “Na África, por exemplo, somente 28 dos 57 países privatizaram o setor”, compara Rob Stephens, executivo da Divisão de Políticas de TI e Comunicações Globais do World Bank Group. A VOZ DOS ESPECIALISTAS uma aplicação, é preciso uma operadora que ofereça acesso, e essa operadora é móvel” “Na América Latina, aproximadamente 95% do mercado, incluindo todas as operadoras, estão na modalidade pré-pago, mas o póspago gera 45% do faturamento das empresas” Carlos Silva, diretor de Serviços de Dados da Iusacell (México) Vicente Seoane, diretor de Desenvolvimento de Produtos e Serviços da Telefónica Movistar no México “O mundo móvel está crescendo de uma maneira excepcional, o que fica claro nos milhões de assinantes. No entanto, o faturamento médio por usuário, hoje, é de US$ 29, e este valor cai cinco por cento ao ano” Raúl Lucido de la Parra, presidente da Anatel México (associação das empresas de telecomunicações) e presidente da ZTE Corporation no México “O WCDMA, na América Latina, chegará primeiro a países como Argentina e Brasil. A verdade é que a receita dos serviços móveis na região continuará vindo do produto voz, pelo menos, até 2009” Petri Reijonen, diretor de vendas de WCDMA da Nokia América Latina “Estamos caminhando cada vez mais em direção à mobilidade e às redes de pacotes. Nesse cenário de redes abertas, onde a voz é mais que 32 FRECUENCIA Latinoamérica “O segmento móvel está diante de uma crescente pressão regulatória: nivelação, custos, carga tributária, problemas de instalação de redes...Tudo isso pode impedir a expansão” Pablo Marzilli, secretário da Comissão de Móveis da AHCIET “A indústria celular é o segmento mais dinâmico do mundo das telecomunicações. O número de linhas celulares é maior que o de fixas desde 2001 em toda a América Latina. É preciso estabelecer novos indicadores de teledensidade que incluam as linhas móveis, para evitar a informação parcial” Enrique Melrose, consultor de telecomunicações “O entorno regulatório deve procurar dar segurança e apoio ao trabalho das empresas, permitindo que o mercado encontre as soluções adequadas para continuar crescendo, e promovendo a penetração mais que o uso, visando evitar os efeitos da concentração de faturamento e beneficiar os que têm menos” Ernesto Flores, diretor de Marketing da Telefónica Móviles México Outubro/Novembro 2005 www.frecuenciaonline.com EVENTOS ANUNCIANTES COMPANHIA WEBSITE Qualcomm www.qualcomm.com Siemens www.siemens.com Página 5 Nokia www.nokia.com Página 7 Latinia www.latinia.com Página 9 CMA www.frecuenciaonline.com Páginas 13 Frecuencia Online www.frecuenciaonline.com Página 15 CTIA PÁGINA Capa 2 Página 21 Idea Valley www.ideavalley.com.br Página 27 Expocomm México www.expocomm.com/mexico Página 29 GSM Summit 2005 www.frecuenciaonline.com Página 31 CSG Systems www.csgsystems.com Capa 3 Lucent www.lucent.com Capa 4 Assine e gerencie sua assinatura em tempo real Para servir melhor aos leitores, Frecuencia Latinoamérica simplifica o modelo de assinatura. O cupom impresso foi extinto. A partir de agora, o processo é on-line se baseia em três itens: Rapidez Simplicidade Objetividade NOVEMBRO GSM México Summit 2005 Novembro 21-23 Cidade do México, México www.frecuenciaonline.com/espanol/eventos 6 a Exposição de software espanhol Novembro 21 - 23 Cidade do México, México XII Encontro de Auditoria Interna da AHCIET Novembro 21 - 22 Montevidéu - Uruguai XVIII Reunião Iberoamericana de Tráfico Internacional da AHCIET Novembro 23 - 28 Buenos Aires - Argentina VI Encontro Iberoamericano de Cidades Digitais da AHCIET Novembro 30 e Dezembro 1 - 2 Rio de Janeiro - Brasil DEZEMBRO Redes de Dados Corporativas Dezembro, 14-17 Centro Banamex Cidade do México FEVEREIRO 2006 Expocomm México Fevereiro, 14-17 Centro Banamex Cidade do México MARÇO 2006 Se voce já é leitor registrado no FrecuenciaOnline, basta clicar em "minha conta" e, em tempo real, gerencie e administre todo o processo de inscrição para receber a revista impressa. CEBIT 2006 Feria Internacional do Setor de Empresas de Tecnologia da Informação e de Comunicações Março 9-15 Organização: Deutsche Messe AG Hannover http://www.cebit.de/homepage Se ainda não está registrado, aproveite o novo modelo! Ingresse em www.frecuenciaonline.com/subscribe Forneça os dados solicitados e faça uma assinatura de forma simples, ágil e objetiva. Contenido Móvil Americas 2006 Março 15-17 Miami, FL, EUA www.frecuenciaonline.com/espanol/eventos As assinaturas para a revista impressa podem ser feitas através do site: www.frecuenciaonline.com www.frecuenciaonline.com Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 33 OPINIÃO A morte da telefonia móvel? realidade (em 2007?), as tecnologias celulares de banda larga terão completado quase cinco anos no mercado, e mais tempo passará até que apareçam dispositivos Wi-Max semelhantes a um handset celular. 3. A PRINCIPAL FONTE DE INOVAÇÃO NO Por Carlos Silva Ponce de León A capa da revista The Economist do dia 17 de setembro deste ano proclamava a morte do negócio da telefonia pelas mãos da Internet. Tendo em vista o desaparecimento do negócio de longa distância e suas respectivas operadoras, é difícil discordar do artigo. Entretanto, a The Economist erra ao acreditar que as operadoras móveis passarão, nos próximos anos, por momentos ainda piores do que os vividos pelas fixas. A intenção deste artigo é demonstrar o porquê. Primeiro, o fato. A revista The Economist parte da opinião de uma empresa de investimentos, segundo a qual a maior parte do faturamento das operadoras celulares – 80%, pelo menos – depende dos serviços de voz, o que as tornaria particularmente vulneráveis em um mundo onde a voz será uma aplicação quase gratuita, transportada sobre redes de dados como a Internet. Sim, o percentual está correto, mas a conclusão é falsa: a indústria de telefonia móvel foi, e continuará sendo, mais ou menos imune ao processo de "comoditização" sofrido pelos serviços fixos, pelos seguintes motivos: 1. AS REDES CELULARES AINDA SÃO DONAS DE 2. O WI-MAX NÃO É CAUSA, APENAS MAIS SEUS DESTINOS E CONTINUARÃO A SER POR ALGUNS ANOS. Diferentemente das operadoras fixas, que sofreram a ameaça das empresas de cabo ou de serviços como Vonage/Skype, as operadoras móveis praticamente não tiveram ameaça externa significativa a seus modelos de negócios. Se na Europa algumas empresas celulares entraram em disputa, foi por conta própria, ao superestimarem o valor das freqüências de terceira geração, e não devido à entrada de uma pontocom que tenha derrubado os preços. Durante anos, o que poderia ser a única ameaça real, o WiMax, não deixou de ser algo mais do que belos sonhos descritos em arquivos Powerpoint ou reportagens na imprensa. UMA CONSEQÜÊNCIA DA REVOLUÇÃO DA QUAL AS OPERADORAS CELULARES JÁ SÃO PROTAGONISTAS. É provável que em alguns anos o Wi-Max seja visto como o grande responsável pela ruptura da rede celular tradicional, e isto será um erro, assim como hoje é errado considerar empresas como a Vonage a origem de uma nova revolução. A Vonage e a Skype são apenas algumas das conseqüências da adoção do IP como protocolo universal para as telecomunicações. É exatamente esse movimento universal a favor do IP que gera efeitos como o interesse pelo Wi-Max. Entretanto, quando o Wi-Max móvel for uma 34 Outubro/Novembro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica MERCADO MÓVEL... CONTINUA SENDO A OPERADORA MÓVEL. Há anos as empresas celulares vêm investindo em redes 3G e serviços de dados. As operadoras fixas investiram em DSL apenas como resposta à ameaça do cabo ou buscando faturamento que originalmente pertencia a ISPs independentes, como a AOL, nos Estados Unidos; a Tiscali, na Europa; e a UOL, no Brasil. Para concluir, o acesso será predominantemente móvel. De acordo com a The Economist (e este é o grande erro de juízo do artigo), em um mundo IP só as operadoras fixas que contam com linhas DSL estarão em condições de sobreviver. Sim, a tendência em direção à adoção das redes IP pode relegar as operadoras móveis a simples provedores de acesso. Mas a The Economist esquece que hoje os usuários estão substituindo as linhas de telefonia fixa por linhas móveis. Se o mundo da telefonia tradicional é predominantemente móvel, por que motivo pensar que o mundo das telecomunicações IP será dominado por linhas DSL? Ou pior ainda, por que declarar a morte do operador móvel? Em seu exercício de análise, a revista The Economist parece ter ignorado estas questões. Carlos Silva Ponce de León,do México, é especialista no setor de telecomunicações. Tem 12 anos de experiência na indústria e realizou trabalhos de pesquisa sobre o mercado em diversas instituições acadêmicas. O e-mail de contato é: [email protected] www.frecuenciaonline.com