Publicação Plano de Trabalho para Enchentes
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Publicação Plano de Trabalho para Enchentes
PLANO DE TRABALHO PARA SITUAÇÕES DE INUNDAÇÃO NO BRASIL - RESPOSTA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE DURANTE A FASE DE IMPACTO Revisão de 22 de abril de 2004. Preparado por Steven Ault, OPAS/OMS Brasil com dados de Alejandro Santander, PED/OPAS/OMS Equador. Revisado em 06/03/04 por: Dulce Fátima Cerutti (CGVAM/SVS), Sebastiana A. Silva (CGVAM/SVS), Mônica Rebouças (CGAH/SAS), Maria Ângela de A. Nogueira (ANVISA) e Alessandra Reis Garcia (CGVAM/SVS) 2 Plano de Trabalho para Situações de Inundação no Brasil Resposta do Ministério da Saúde durante a Fase de Impacto OBJETIVOS: a) Atender aos problemas de saúde da população dos albergues e das comunidades diretamente afetadas e prevenir a ocorrência de surtos e enfermidades transmitidas pela água e alimentos contaminados pelas inundações; b) Consolidar o controle epidemiológico das enfermidades que tiveram aumento nas taxas de morbidade e mortalidade durante o período de chuvas; Atores Envolvidos: I – Nível Federal • • Comitê Gestor das Ações Federais de Emergência – coordenado pelo Ministério de Integração Nacional e Comitês Gestores das Ações Federais de Emergência nos Estados, ambos instituídos pela Resolução Nº 08 de 12 de fevereiro de 2004 – DOU de 13 de fevereiro de 2004 (Anexo I); Grupo de Trabalho no âmbito do Ministério da Saúde, coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, instituído pela Portaria Nº 284 de 27 de fevereiro de 2004 – DOU de 1º de março de 2004 (Anexo II). II – Colaboradores • • • • • OPAS/OMS representação do Brasil Núcleos do Ministério da Saúde nas UF; CORES/FUNASA Secretarias Estaduais de Saúde; Secretarias Municipais de Saúde; Subsídios Técnicos de Referência: • • Plano de Contingência para Enchentes da FUNASA/MS - versão 2002; Documentos e manuais de guia sobre enchentes no site do Ministério da Saúde disponível para uso dos Estados e Municípios. 2 3 Ações Típicas em Emergências: GERENCIAL: • Atender às demandas dos Estados e Municípios relacionadas à Engenharia de Saúde Pública, Assistência Farmacêutica, Vigilância Epidemiológica e Ambiental e Assistência Hospitalar e Ambulatorial; • Obter e analisar dados e informações relativos à situação de emergência nos estados e municípios atingidos pelas inundações; • Mapeamento da área afetada com a utilização de croquis; • Delegar responsabilidades às instâncias competentes em tempo hábil; • Gerar relatórios periódicos da situação emergencial; • Elaborar notas técnicas em função das demandas específicas; • Preparar orçamentos e liberar verbas; • Promover reuniões periódicas dos atores envolvidos para acompanhar e ajustar as ações; • Promover articulação entre os diversos níveis do SUS: Federal, Estadual e Municipal, para o efetivo desenvolvimento das ações. LOGÍSTICAS: • Adquirir, encaminhar e distribuir os kits de medicamentos, equipamentos e insumos; • Disponibilizar recursos para deslocamento dos técnicos aos locais atingidos; • Identificar recursos humanos capacitados. COMUNICAÇÃO: INTERNA E EXTERNA • Promover o intercâmbio de informação entre os órgãos de atendimento à emergência; • Preparar informes para a mídia (TV, rádio, imprensa, Internet); • Selecionar um interlocutor para atuar em situações de emergência. 3 4 Metas do Plano de Trabalho: Respostas durante a Fase de Impacto 1 Planejamento nas três esferas: federal, estadual e municipal. 1.1 Assegurar que o Sistema Único de Saúde (SUS) esteja preparado para atender às emergências; 1.2 Estabelecer um Comitê Gestor, com acesso à Sala de Situação, com toda a infraestrutura e logística necessária; 1.3 Divulgar alertas para controle e prevenção de danos; 1.4 Reunir periodicamente para discutir a situação emergencial, sob demanda; 1.5 Preparar um plano de contingência com os seguintes elementos: 1.5.1 Identificação e mapeamento das populações atingidas (municípios e terras indígenas); 1.5.2 Medidas preventivas contra inundações (previsão do tempo e monitoramento das águas pluviais e fluviais); 1.5.3 Resposta para comunidades atingidas por inundações; 1.5.4 Implantação de serviço de saúde nos albergues; 1.5.5 Avaliação técnica pós-inundações (ambiental e epidemiológica); 1.5.6 Prover, com insumos, a rede de laboratórios para atendimento à situação emergencial; 1.6 Desenvolver os cenários possíveis de evolução do desastre (incluindo os casos extremos); 1.7 Preparar kits de emergência com medicamentos, soros, insumos médicohospitalares e hipoclorito de sódio. 2 Controle e prevenção de doenças agudas e redução de feridos nas comunidades e pessoas atingidas. 2.1 Promover o controle e a prevenção das doenças transmissíveis ou não de relevância: leptospirose, doenças diarréicas agudas (DDAs), tétano, hepatite tipo A, malária, febre tifóide, dengue, infecções respiratórias agudas, faringites, amigdalites, asma/bronquites, infecções de pele, conjuntivites, e outros; 2.2 Promover a vigilância ativa e passiva das doenças transmissíveis de relevância na comunidade; 2.3 Promover a vigilância ativa e passiva das condições de saúde dos albergados incluindo os problemas de saúde mental (desordens mentais pós-trauma) e a violência; 2.4 Promover a prevenção de ferimentos e acidentes com animais (picadas por cobras, escorpiões, mordedura de ratos e outros) nas populações atingidas. 3 Assegurar a atenção integral à saúde e emergencial contínua às comunidades e pessoas atingidas por meio do sistema público e privado. 3.1 Abastecer as comunidades com medicamentos e insumos médico-hospitalares e outros; 3.2 Prestar cuidados aos feridos (mordidas por animais e traumas físicos); 3.3 Prestar atendimento às pessoas com enfermidades transmissíveis e orientar a comunidade quanto à prevenção e controle; 3.4 Prestar atendimento às pessoas com problemas de saúde mental por meio de trabalhos preventivos e de atenção à saúde. 4 Assegurar a provisão de outros serviços relacionados à saúde pública como: saneamento básico, ações ambientais e outros 4.1 Água 4.1.1 Monitorar a qualidade da água por meio de análise microbiológica; 4.1.2 Providenciar o tratamento e desinfecção da rede de distribuição da água; 4.1.3 Disponibilizar kits para medir cloro residual; 4 5 4.1.4 Vistoriar as estações de tratamento; 4.1.5 Suspender o uso de água de poços, se necessário, e indicar novas alternativas. 4.2 Resíduos sólidos e entulhos 4.2.1 Fazer a coleta e acondicionamento seguro nas comunidades atingidas; 4.2.2 Viabilizar o destino final em locais apropriados (aterros); 4.2.3 Orientar a separação e reciclagem de entulhos (madeira e outros) quando possível. 4.3 Excretas ou Esgotamento Sanitário 4.3.1 Providenciar coleta e disposição segura de excretas humanas; 4.3.2 Provisionar latrinas ou banheiro químico portátil; 4.3.3 Vistoriar as redes de esgoto e estações de tratamento. 4.4 Alimentos 4.4.1 Realizar vistoria e controle de qualidade dos alimentos distribuídos e a segurança dos produtos armazenados e comercializados. 4.5 Medicamentos 4.5.1 Vistoria e controle das farmácias, depósitos de distribuidoras, postos de distribuição, indústrias e outros atingidos. 4.6 Animais 4.6.1 Providenciar a captura e guarda dos animais nas comunidades; 4.6.2 Coletar e dar destino final aos animais mortos e carcaças. 4.7 Vetores e roedores 4.7.1 Viabilizar a prevenção e o controle de vetores em áreas potenciais como: reservatórios, acampamentos, abrigos e áreas com adensamento populacional. 4.8 Riscos químicos 4.8.1 Avaliar se a inundação afetou áreas industriais, depósitos de produtos químicos, ou estabelecimentos que comercializam agrotóxicos ou outros produtos químicos, gerando riscos químicos; 4.8.2 Monitorar a água para risco de contaminantes químicos (agrotóxicos, metais pesados, etc.) caso a inundação atinja áreas industriais, depósitos ou estabelecimentos comerciais que possam armazenar estes produtos; 4.8.3 Indicar a utilização de fontes alternativas de abastecimento no caso de contaminação das fontes de água por substâncias perigosas. 4.8.4 Identificar e relacionar equipe técnica especializada no manejo de resíduos químicos para facilitar o contato e a convocação em situações de emergência; 4.8.5 Monitorar, em conjunto com o setor ambiental, o processo de limpeza e recuperação das áreas afetadas, considerando a utilização de equipamentos de proteção individual para evitar acidentes toxicológicos. É conveniente lembrar que algumas substâncias químicas reagem com a água e formam gases e vapores tóxicos, sem cor nem odor, mais densos que o ar, que se acumulam nas zonas baixas onde as pessoas respiram; 4.8.6 Levar em conta a identificação das substâncias químicas. As etiquetas ou embalagens fornecem informações sobre o tipo de produto que está sendo manipulado. Se as substâncias químicas não forem identificadas 5 6 convenientemente, deve-se evitar o contato e conseqüente manejo. 4.8.7 Manter o controle dos acessos nas áreas de risco químico; 4.8.8 Vistoriar as áreas de risco relacionadas com a produção, armazenamento, acondicionamento e transporte de produtos perigosos; 4.8.9 Prevenir e controlar acidentes com produtos perigosos. 4.9 Educação em saúde 4.9.1 Viabilizar a educação continuada aos envolvidos; 4.9.2 Disponibilizar a informação da situação contínua e homogênea das ações. 5 Albergues ou Abrigos Coletivos 5.1 Identificar locais adequados para instalação dos abrigos coletivos. 5.2 Avaliar a compatibilidade quanto à área física e ao número de pessoas a serem albergadas; 5.3 Viabilizar o ambiente com ventilação e iluminação proporcional ao número de albergados; 5.4 Monitorar a qualidade da água, o acondicionamento e destino dos resíduos e dejetos; 5.5 Controlar o preparo e conservação dos alimentos; 5.6 Providenciar acompanhamento a saúde integral dos albergados; 5.7 Solicitar vistoria da vigilância sanitária para controle e prevenção dos riscos. 6 Assegurar o funcionamento das unidades de saúde 6.1 Avaliar os recursos humanos disponíveis para desenvolver os trabalhos; 6.2 Identificar as unidades danificadas e destruídas; 6.3 Avaliar os danos quanto à estrutura física e equipamentos; 6.4 Providenciar estudo da área de localização da unidade de saúde em relação ao risco de novos eventos adversos; 6.5 Viabilizar as reformas ou reconstrução das unidades destruídas. 6 7 7