Enterocolite necrosante (nec) recorrente em pré
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Enterocolite necrosante (nec) recorrente em pré
Enterocolite necrosante (nec) recorrente em pré- termo com hemorragia intra-ventricular – relato de caso. E.C.R. Araújo12 F. Rambauske3 J. V. Vasconcelos4 Rafael de Paula e Souza - Maternidade Leila Diniz Introdução A enterocolite necrosante (NEC) consiste em um distúrbio gastrointestinal agudo, que acomete neonatos prematuros em unidades neonatais, de etiologia ainda desconhecida, com patogenia complexa e multifatorial. Objetivo Relatar um caso de um prematuro que apresentou enterocolite necrosante recorrente, correlacionando fatores predisponentes com o prognóstico. Método Relato de caso mediante análise de prontuário e revisão bibliográfica. Relato de caso Fº de N.S.P nascido de parto vaginal, Apgar 3/5/6; t.br=2 horas; ballard: 26 28 semanas; peso de nascimento: 990gr.Permaneceu 20 dias em IMV, 13 dias em CPAP nasal (onde foi iniciada aminofilina, profilática à apneia pós extubação), e 48 horas em HOOD;10 dias de cateterismo arterial umbilical. Com 2 semanas de vida evoluiu com aumento de perímetro cefálico, onde após realização de USTFN foi feito diagnóstico de hemorragia intracraniana grau IV. Com 58 dias de vida, mediante análise do coagulograma para colocação de válvula ventrículo peritoneal (DVP), apresentou aumento do PTT, seguindo clinicamente com distensão abdominal, resíduo gástrico bilioso, enterorragia microscópica e pneumatose intestinal, caracterizando o primeiro episódio de NEC. Foi tratado com vancomicina, [email protected] plantonista da unidade neonatal (MLD) 3Médica plantonista da unidade neonatal (MLD) 4Presidente do centro de estudos da Maternidade Leila Diniz e coordenador da residência médica em neonatologia da maternidade Leila Diniz. 1 2Médica ceftazidime e Metronidazol. Com 72 horas de terapêutica, foi substituído por amicacina e ciprofloxacin em virtude da piora clínica, o qual foi realizado por 14 dias. Com a melhora clínica, foi reintroduzida a dieta enteral, inicialmente com colostro e após, complementada com fórmula láctea hiperosmolar.Com 72 dias de vida, após o primeiro episódio de NEC, foi realizado USTFN evidenciando piora da HIC grau IV, com aumento da ectasia ventricular.Com 91 dias de vida, após 24 dias de colocação de DVP, evoluiu com sepse, com hemocultura e cultura de líquor evidenciando Staphilococcus aureus (MARSA) e infecção na base da DVP (região parietal craniana), a qual foi retirada, reinstalada a derivação ventricular externa (DVE) e tratado com vancomicina.Com a melhora clínica, iniciou-se a dieta enteral com colostro, a qual sendo tolerada, progrediu-se com fórmula láctea hiperosmolar.Com 108 dias de vida,18 dias de DVE,apresentou novo episódio de distensão abdominal,após queda súbita gástrico bilioso, enterorragia compatível com de saturação, acompanhado de resíduo microscópica, plaquetopenia, e padrão radiológico pneumatose intestinal, NEC.Iniciado como terapêutica nesta ocasião ciprofloxacin e metronidazol.Com 120 dias de vida, mantendo quadro clínico-radiológico, apesar de terapêutica instituída, e sem caracterizando o 2º episódio de condições hemodinâmicas de intervenção cirúrgica,evoluiu com óbito. Contribuição à saúde Este trabalho tem como enfoque principal alertar quanto aos fatores que podem facilitar na fisiopatogenia da enterocolite necrosante, dentro da evolução natural de um prematuro internado na unidade neonatal, os quais podem contribuir de forma desfavorável para o mau prognóstico. Conclusão A prematuridade, asfixia perinatal, hemorragia intraventricular relacionada diretamente ao grau de hipóxia, infecções (sepse, meningite), cateterismo umbilical, fórmulas lácteas hiperosmolares, uso de xantinas, mostraram-se evidentes como fatores de risco para o desenvolvimento de enterocolite necrosante. Apesar da baixa incidência no serviço, a enterocolite necrosante recorrente contribuiu para o mau prognóstico do caso, constituindo uma das principais causas de complicação tardia de enterocolite necrosante. Referência Bibliográfica 1. 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