Infecções das partes moles

Transcrição

Infecções das partes moles
Infecção das Partes
Moles
Mª Francisca Castro
Mª João Balsa
Marlene Andrade
Mónica Pereira
Patrícia Tavares
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Raquel Duro
Cirurgia 4º ano
21 de Setembro de 2006
Turma B
Introdução
• A infecção das partes moles é uma das principais
causas de morbilidade em hospitais e na comunidade;
• Normalmente têm origem em lesões cutâneas mas
ocasionalmente podem surgir como manifestação de
uma infecção mais generalizada, como uma
endocardite;
• Possuem etiologia variada, diversas manifestações
clínicas e diferentes graus de intensidade;
• O diagnóstico precoce é essencial pois sem tratamento
estas infecções possuem uma mortalidade elevada.
Infecção das partes moles
Superficiais
Circunscritas/
Locais
Abcesso
Foliculite
Furúnculo
Carbúnculo
Hidradenite supurativa
Impétigo
Ectima
Ectima gangrenosa
Linfangite
Linfadenite
Profundas
Outras
Difusas
Celulite
Erisipela
Fasceíte necrosante
Miosite necrosante
Úlcera de pressão
Úlcera de estase
venosa
Pé diabético
Doença Pilonidal
Infecção do Local
Cirúrgico (ILC)
Infecção das partes moles
Superficiais
Circunscritas/
Locais
Abcesso
Foliculite
Furúnculo
Carbúnculo
Hidradenite supurativa
Impétigo
Ectima
Ectima gangrenosa
Linfangite
Linfadenite
Abcesso
• Colecção circunscrita de exsudado
purulento causada por:
– sedimentação
profunda
de
organismos piogénicos num tecido
– infecções secundárias a focos
necróticos.
Abcesso
• Etiologia
– Agentes responsáveis:
• Anaeróbios
• Staphylococcus aureus
• Factores de risco
•
•
•
•
Processo inflamatório adjacente;
Foliculite, furúnculo, carbúnculo, impétigo, celulite;
Catéteres intravenosos;
Imunodeprimidos.
Abcesso
• Sinais e sintomas
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Centro necrótico e edema periférico;
Tumefacção;
Flutuação;
Inflamação supurativa;
Dor;
Descarga purulenta;
Linfadenopatia regional;
Febre;
Mal-estar;
Arrepios.
Abcesso
• Exames complementares de diagnóstico:
–
–
–
–
Cultura do exsudado purulento;
Rx;
Ecografia;
TC.
Abcesso
• Tratamento
– Incisão e drenagem;
– Tratamento da infecção primária com antibióticos.
• Complicações
– Extensão local da infecção;
– Extensão da infecção à corrente sanguínea;
– Gangrena.
Foliculite
• Consiste na infecção e inflamação de um folículo piloso.
Foliculite
• A foliculite crónica é rara, excepto na acne
vulgar.
• A foliculite
situações:
difusa
ocorre
em
duas
– Provocada por Pseudomonas aeruginosa
– Provocada por parasitas: Schistosoma
Foliculite
• Etiologia:
– Organismo geralmente responsável:
• Staphylococcus aureus
– Pode envolver organismos Gram- negativos:
• Pseudomonas aeruginosa (após depilação e por
contacto com água contaminada).
Foliculite
• Sinais e sintomas:
–
–
–
–
–
Prurido;
Eritema;
Dor;
Pápulas/vesículas/pústulas;
Queda do pêlo.
• Diagnóstico:
– Clínico
Foliculite
• Tratamento:
– Compressas quentes;
– Limpeza com antisséptico;
– Antibióticos locais.
• Complicações:
– Furúnculo.
Furúnculo
Lesão mais dolorosa e extensa que a foliculite que tende a
ocorrer nas regiões pilosas e húmidas do corpo e propagarse a partir dos folículos pilosos, formando um abcesso
propriamente dito com uma área purulenta central. Afecta a
zona profunda do folículo piloso (não ultrapassa a derme). É
frequente a drenagem espontânea à superfície da pele.
Furúnculo
• Locais mais afectados:
– pescoço, cara, dorso, axilas e região glútea
• Factores de risco:
– Imunodeprimidos (Diabetes, corticoterapia, obesidade).
• Agentes responsáveis:
– Staphylococcus aureus (o mais frequente)
Furúnculo
• Sinais e sintomas:
– Nódulo profundo e adjacente
ao folículo piloso;
– Centro necrótico e flutuante;
– Prurido;
– Dor;
– Eritema e endurecimento em
torno da lesão;
– Aumento dos gânglios
linfáticos regionais.
Furúnculo
• Diagnóstico diferencial
Quando as lesões estão localizadas próximo a articulações,
sobre a tíbia ou estão amplamente distribuídas, consideramse diagnósticos diferenciais como: nódulos reumatóides,
gota, bursite, sinovite, eritema nodoso, infecções por fungos,
alguns tumores benignos ou malignos de pele e cistos
sebáceos ou cistos epiteliais de inclusão inflamados.
Furúnculo
• Tratamento:
– Incisão e drenagem;
– Antibióticos (se afectar a cara ou houver manifestações
sistémicas)
Furúnculo
• Complicações:
–
–
–
–
–
–
–
–
Furúnculo recorrente;
Carbúnculo;
Flebite purulenta;
Trombose venosa central no cérebro;
Celulite;
Gangrena;
Fasceíte necrosante;
Hidradenite supurativa.
Carbúnculo
São lesões que estão localizadas, mais
frequentemente, na região inferior do pescoço, são
mais graves e mais dolorosas que os furúnculos e
resultam da infecção profunda de um grupo de
folículos contíguos.
Carbúnculo
• Agentes responsáveis:
– Staphylococcus aureus
– Bacillus anthracis
Carbúnculo
• Sinais e sintomas:
– Lesão de trajectos fistulosos entre folículos pilosos infectados
situada profundamente;
– Eritema e flutuação;
– Febre;
– Dor;
– Aumento dos gânglios linfáticos regionais.
Carbúnculo
• Tratamento:
– Incisão e drenagem cirúrgica;
– Antibioterapia.
• Complicações:
– Flebite purulenta;
– Septicemia
Hidradenite supurativa
Grave infecção cutânea da axila, virilha ou períneo,
consistindo em múltiplos abcessos das glândulas
sudoríparas apócrinas.
• Etiologia
Suspeita-se que possa envolver um defeito do epitélio
folicular terminal que conduz ao bloqueio das glândulas
apócrinas, que secundariamente ficam infectadas.
Hidradenite supurativa
• Sinais e sintomas
– Acumulação purulenta nas glândulas apócrinas
– Dor
• Diagnóstico
– É diferenciado da furunculose por biópsia da pele,
que mostra o envolvimento típico das glândulas
sudoríparas apócrinas.
– Suspeita-se de hidradenite se os abcessos se
concentram em áreas de glândulas apócrinas
(axilas, virilhas e períneo)
Hidradenite supurativa
• Tratamento
– Evitar desodorizantes e antitranspirantes
adstringentes.
Situação aguda:
– Antibióticos.
– Aplicação de compressas quentes.
Situação crónica:
– Incisão e drenagem do abcesso.
– Se a consolidação não ocorrer prontamente após a drenagem,
deve pensar-se em infecção por fungos.
– Se o tratamento falhar, a pele portadora de glândulas sudoríparas
apócrinas deve ser removida e se necessário pode-se recorrer a
enxertos de pele.
Hidradenite supurativa
• Complicações
– Flebite purulenta (quando localizada na proximidade
das grandes veias)
– Diminuição da qualidade de vida
Impétigo
Infecção bacteriana superficial comum, cuja lesão
primária é uma pústula superficial que se rompe,
formando uma crosta típica cor-de-mel.
Existe nas formas bolhosa e não bolhosa.
• Etiologia
– Staphylococcus aureus
– Streptococcus pyogenes (impétigo não bolhoso)
• Factores de risco
– Queimaduras, picadas de insecto, humidade e
más condições de higiene
Impétigo
• Sinais e sintomas
Impétigo não bolhoso
Impétigo bolhoso
• Vesículas transitórias que
evoluem para lesões exsudativas
com crostas amareladas
• Eritema
• Atinge preferencialmente face e
membros
• Frequente em crianças
• Bolhas com ruptura, deixando
crostas superficiais
• Eritema
• Atinge preferencialmente face e
membros
• Crianças e adultos
Impétigo
• Diagnóstico
– Clínico
– Enviar amostras para cultura, para
identificar a presença de estreptococos
Grupo A potencialmente implicados em
glomerulonefrite.
• Tratamento
– Cuidados higiénicos
– Antibioterapia
– Desbridamento cirúrgico
Impétigo
• Complicações
–
–
–
–
Celulite
Linfangite; linfadenite
Sépsis
Outras (Glomerulonefrite, Síndrome de Lyell)
Ectima
Infecção cutânea caracterizada por pústulas que se tornam
rapidamente ulcerosas; circundadas por eritema.
• Etiologia
– Streptococcus
– Staphilococcus aureus
Mais frequentes nas pernas de doentes imunodeprimidos;
pode surgir no contexto de uma infecção secundária
• Sinais e sintomas
–
–
–
–
Lesão pustular com centro necrótico
Eritema circundante
Libertação de exsudado purulento
Tumefacção
Ectima
• Diagnóstico
– Clínico – morfologia das lesões
– Exame histológico – exclusão de outras patologias
• Tratamento
– Antibioterapia
• Prognóstico
– Resolução lenta
– Cicatriz
Ectima gangrenoso
Infecção cutânea caracterizada por vesículas
hemorrágicas circundadas por eritema.
• Etiologia
– Idiopático (50%)
– Mecanismos imunológicos
• Sinais e sintomas
–
–
–
–
Vesículas hemorrágicas circundadas por eritema
Libertação de exsudado purulento e hemorrágico
Febre
Mialgias e artralgias
Ectima gangrenoso
• Tratamento
–
–
–
–
–
Glicocorticóides
Antibioterapia
Imunossupressores
Imunoglobulinas
Desbridamento
Linfangite
Infecção dos vasos linfáticos que se manifesta por eritema
linear
que ascende nos membros até aos gânglios linfáticos
regionais
• Etiologia
– Staphilococcus
– Streptococcus β hemolíticos
Origina-se geralmente numa área de celulite
próxima de uma ferida aberta.
Linfangite
• Sinais e sintomas
– Extensas faixas avermelhadas no sentido dos gânglios
regionais
– Gânglios linfáticos regionais aumentados e dolorosos
– Dor
– Febre e arrepios
– Taquicardia
– Mal estar geral
Linfangite
• Diagnóstico
–Culturas de sangue e de ferida
Diagnóstico diferencial
–Tromboflebite superficial:
localizada num único segmento venoso,
com frequência com um cordão palpável
–Celulite:
eritema de características distintas
(não linear)
Linfangite
• Tratamento
–
–
–
–
Elevação do membro
Aplicação de compressas quentes
Analgesia e antibioterapia
Exame cuidadoso da ferida e avaliação da
necessidade de desbridamento, incisão ou
drenagem de um abcesso
• Complicações
– Sépsis e morte.
• A instituição agressiva de antibioterapia
apropriada e dos cuidados com a ferida,
geralmente, controlarão a infecção
dentro de 48 a 72 horas.
Linfadenite
Inflamação dos gânglios linfáticos.
Pode ser supurativa.
• Etiologia
– Staphilococcus
– Streptococcus
• Sinais e sintomas
– Aumento significativo dos gânglios linfáticos, que podem
permanecer aumentados e firmes por períodos prolongados ou
supurar.
Linfadenite
• Complicações
– Pode provocar celulite e edema nos tecidos circundantes.
• Diagnóstico
Uma linfadenite de evolução lenta, que nem se
resolve, nem forme abcesso, pode ser confundida com:
– Linfadenite granulomatosa
– Linfoma
– Tumor metastático
É necessária uma biópsia excisional para diferenciar
estas lesões. Após várias semanas, pode haver redução
do tamanho e da firmeza da adenite piogénica,
especialmente depois de iniciada a antibioterapia.
Linfadenite
• Tratamento
– Fase aguda – antibióticos
– Abcesso – incisão e drenagem
Infecção das partes moles
Superficiais
Circunscritas/
Locais
Abcesso
Foliculite
Furúnculo
Carbúnculo
Hidradenite supurativa
Impétigo
Ectima
Ectima gangrenosa
Linfangite
Linfadenite
Profundas
Outras
Difusas
Celulite
Erisipela
Fasceíte necrosante
Miosite necrosante
Úlcera de pressão
Úlcera de estase
venosa
Pé diabético
Doença Pilonidal
Infecção do Local
Cirúrgico (ILC)
Infecção das partes moles
Superficiais
Difusas
Celulite
Erisipela
Celulite
• Situação aguda e inflamatória da pele caracterizada por
dor localizada, calor, eritema e tumefação que pode
envolver a epiderme, a derme e o tecido celular
subcutâneo. Membros, face e região perianal são os locais
mais afectados.
• Agentes responsáveis
–
–
–
–
S. pyogenes (2/3);
S. aureus (1/3);
P. aeruginosa (mãos e pés);
H. influenzae (face de crianças);
Celulite
• Factores de risco
– Lesões cutâneas (traumas, queimaduras, picadas de
insectos…);
– Corpos estranhos (catéteres, próteses…);
– Imunodeprimidos (Diabetes, Obesidade, Alcoolismo);
– Gravidez;
– Alterações da drenagem venosa ou linfática;
– Micoses;
Celulite
• Sinais e sintomas
–
–
–
–
–
–
–
Eritema;
Edema;
Febre;
Dor;
Adenomegalias;
Linfangite;
Abcesso;
• Diagnóstico
– Exame cultural de amostras
sanguíneas ou de material
aspirado de bolhas ou
pústulas com TSA;
– Biópsia para exame
histopatológico;
Celulite
• Tratamento
–
–
–
–
–
• Possíveis
complicações
Antibioterapia (oral ou I.V.);
Elevação da área atingida;
Descanso;
Internamento hospitalar;
Tentar elevar a temperatura •
da área atingida;
– Vigilância, de modo a detectar
abcessos “mascarados” ou
outros agentes envolvidos;
– Linfangite e linfadenite;
– Septicemia;
Diagnóstico diferencial
– Tromboflebite
– Alergias
– Fasceíte necrosante
Erisipela
• É uma forma de celulite de origem estreptocócica e como
tal é também uma doença infecciosa aguda da pele.
Ocorre com mais frequência na face e extremidades
inferiores de crianças e idosos.
• Agentes responsáveis
– S. pyogenes;
• Factores de risco
– Lesões cutâneas;
– Imunodeprimidos;
– Insuficiência vascular;
Erisipela
• Sinais e sintomas
–
–
–
–
–
–
–
–
–
Progressão rápida;
Aparecimento de bolhas surpeficiais;
Dor localizada;
Eritema, calor;
Edema;
Descamação da área envolvente;
Adenomegalias;
Febre, arrepios;
Extensão rara aos tecidos profundos;
Erisipela
• Diagnóstico
– Clínico;
• Tratamento
– Antibioterapia (penicilina oral ou I.V.);
– Internamento.
• Possíveis complicações
– Toxicidade sistémica.
Infecção das partes moles
Superficiais
Circunscritas/
Locais
Abcesso
Foliculite
Furúnculo
Carbúnculo
Hidradenite supurativa
Impétigo
Ectima
Ectima gangrenosa
Linfangite
Linfadenite
Profundas
Outras
Difusas
Celulite
Erisipela
Fasceíte necrosante
Miosite necrosante
Úlcera de pressão
Úlcera de estase
venosa
Pé diabético
Doença Pilonidal
Infecção do Local
Cirúrgico (ILC)
Infecção das partes moles
Profundas
Fasceíte necrosante
Miosite necrosante
• Infecção de progressão rápida com extensa destruição dos tecidos
moles.
Factores de risco
• Indivíduos imunodeprimidos:
–
–
–
–
–
–
–
–
–
Diabetes mellitus;
Má-nutrição;
Obesidade;
Alcoolismo crónico e abuso de outras drogas;
Uso de corticosteróides;
Síndrome de deficiência auto-imune;
Neoplasias malignas;
Insuficiência renal;
Cirrose;
• Doença vascular periférica;
• Traumatismos cutâneos, cirurgias e outras portas de
entrada;
• Úlceras isquémicas e de decúbito.
Classificação
• plano tecidual afectado e extensão da invasão;
• local anatómico;
• agente patogénico responsável.
Fasceíte Necrosante
• Rápida e extensa infecção da
fáscia em profundidade até ao
tecido adiposo.
• Proliferação de bactérias
aeróbias e/ou anaeróbias.
• Comprometimento da função
leucocitária pela hipóxia.
• Necrose dos tecidos
envolventes.
Fasceíte Necrosante
•
•
•
•
•
•
•
•
Streptococcus pyogenes grupo A
Staphylococcus aureus
Enterococcus
Bacteroides
Peptostreptococcus
Enterobacteriaceae
Enterobacter
Bacteroides fragilis
Fasceíte Necrosante
• As infecções dos tecidos moles não
têm sinais patognomónicos.
• Existem alguns sinais que devem ser
tidos em conta no diagnóstico de
infecção dos tecidos moles.
Fasceíte Necrosante
• Pele:
–
–
–
–
–
–
–
–
Eritema
Edema
Calor
Drenagem pela lesão
Vesiculas
Necrose
Úlcera
Crepitação
• Dor:
– Dor que se estende para além
das margens da lesão
– Dor que parece desproporcional
com os achados do exame físico
– Diminuição da dor ou anestesia
numa fase mais avançada
• Achados gerais:
–
–
–
–
Febre
Diaforese
Taquicardia
Delírio tóxico
Fasceíte Necrosante
• Dor e edema sobre
lesão inicial
• Pode não apresentar
outros sintomas
associados
Fasceíte Necrosante
• Dor evolui para anestesia
• Área eritematosa
expansiva
• Bordos mal definidos
• Mal estar geral
Fasceíte Necrosante
• Pele azulada, acastanhada
ou enegrecida
• Necrose
• Incisões revelam fáscia
com aspecto verde
amarelado
• Progressão muito rápida
• Produção de gás com
presença de crepitações
Fasceíte Necrosante
• Diagnóstico diferencial:
•
•
•
•
•
•
•
•
Celulite não-necrosante
Lesões da pele estafilocócicas
Erisipela
Impétigo
Furúnculo
Carbúnculo
Foliculite
Mordeduras de insectos ou outros animais
Fasceíte Necrosante
• Exames complementares de diagnóstico:
• Estudo analítico
• Imagiologia (TAC e RM)
• Biópsia tecidular
Fasceíte Necrosante
• Tratamento:
– Estabilização dos
sinais vitais
– Antibioterapia de largo
espectro
– Desbridamento
cirúrgico dos tecidos
necróticos
Fasceíte Necrosante
• Complicações:
•
•
•
•
•
•
•
Cicatrizes inestéticas
Amputação
Falência renal
Colapso cardiovascular
Falência Multi-orgânica
Choque séptico
Morte
Gangrena de Fournier
• Forma específica de fasceíte necrosante abrupta
rapidamente progressiva, gangrenosa que envolve a
genitália externa e períneo.
Miosite Necrosante (gangrena
gasosa)
• É menos comum que a
fasceíte necrosante atingindo
inicialmente os músculos e
depois os tecidos moles
adjacentes.
Miosite Necrosante (gangrena
gasosa)
Clostridium perfringens
Clostridium septicum
Clostridium bifermentans
outros
• Tecido muscular com massa
desvitalizada (cirurgia, trauma)
• Colonização por Clostridium
• Produção de toxinas
• Necrose tecidular
Miosite Necrosante (gangrena
gasosa)
Febre ligeira
• Apatia
•
Dor
• Edema e exsudação serohemática
• Pele adquire tonalidade azul/negra
• Vesículas e bolhas hemorrágicas
• Crepitações
• Odor adocicado
•
Taquicardia pouco coerente com
temperatura corporal
• Hipotensão
• Falência renal
• Melhoria paradoxal do estado de
consciência
• Choque cardiogénico
• Hemólise
•
Miosite Necrosante (gangrena
gasosa)
• Exames
complementares de
diagnóstico:
• Estudo analítico
• Imagiologia ( Rx e TAC)
• Exploração cirúrgica
Miosite Necrosante (gangrena gasosa)
o Tratamento
•
Estabilização dos sinais vitais
•
Antibioterapia de largo espectro
•
Desbridamento cirúrgico
o Complicações
•
Amputação
•
Hemólise generalizada
•
Coagulação vascular disseminada
•
Falência renal
Síndrome de insuficiência
respiratória aguda
•
•
Choque séptico
•
Morte
Infecção das partes moles
Superficiais
Circunscritas/
Locais
Abcesso
Foliculite
Furúnculo
Carbúnculo
Hidradenite supurativa
Impétigo
Ectima
Ectima gangrenosa
Linfangite
Linfadenite
Profundas
Outras
Difusas
Celulite
Erisipela
Fasceíte necrosante
Miosite necrosante
Úlcera de pressão
Úlcera de estase
venosa
Pé diabético
Doença Pilonidal
Infecção do Local
Cirúrgico (ILC)
Infecção das partes moles
Outras
Úlcera de pressão
Úlcera de estase
venosa
Pé diabético
Doença Pilonidal
Infecção do Local
Cirúrgico (ILC)
Úlceras de pressão
• São provocadas pela pressão prolongada nos tecidos moles
sobre proeminências ósseas que conduz a necrose
isquémica.
Úlceras de pressão
• São frequentes em doentes paraplégicos, idosos imóveis e
em toxicodependentes que, após uma overdose,
permaneçam imóveis durante horas. A maioria destes
doentes está desnutrida.
• As úlceras variam em profundidade, estendendo-se desde a
pele até uma proeminência óssea como o grande trocanter e
o sacro.
Úlceras de pressão
• Tratamento (difícil e prolongado):
– Requer o alívio da pressão através da utilização de almofadas
especiais e camas com sistemas de flutuação.
– O tecido necrótico deve ser removido assim como a proeminência
óssea. Os espaços infectados devem ser drenados.
– As feridas superficiais poderão cicatrizar espontaneamente. As mais
profundas requerem desbridamento cirúrgico.
– Nutrição adequada.
Úlceras de pressão
• A recorrência é comum.
• A maioria pode ser prevenida através da vigilância
das
áreas
mais
susceptíveis
e
do
reposicionamento dos doentes paralisados.
Úlceras de estase venosa
• São secundárias a insuficiência das válvulas
venosas que conduz a estase local e edema.
• Correspondem a cerca de 70% das úlceras
crónicas do membro inferior, sendo que a
incidência aumenta com a idade. A prevalência na
população adulta é de cerca de 1-2%.
Úlceras de estase venosa
• Características:
– Forma irregular mas bordos bem
definidos;
– Localizada nas extremidades inferiores,
especialmente sobre o maléolo medial;
– Exsudado amarelado na base da úlcera;
– Presença de edema na extremidade
inferior da perna e no pé;
– Pele que rodeia a úlcera normalmente
acastanhada
(pela
deposição
de
hemossiderina),
eritematosa
e
hiperpigmentada;
– Hipertensão venosa da extremidade
inferior da perna;
Úlceras de estase venosa
• Tratamento (difícil e de resolução lenta):
– O material necrótico da úlcera deve ser removido com
desbridamento cirúrgico cuidadoso. A ferida deve ser
coberta com um curativo compressivo semipermeável.
– Não aplicar glicocorticóides pois retardam a cicatrização.
– As
infecções
secundárias
devem
adequadamente com antibióticos orais.
ser
tratadas
– Tratamento da doença circulatória subjacente, por
exemplo através de procedimentos cirúrgicos que
eliminem os vasos insuficientes.
– O doente beneficia do repouso com o membro elevado e
do uso rotineiro de meias compressivas.
Úlceras de estase venosa
• Prevenção:
– Protecção da perna contra lesões, incluindo as provocadas
pelo acto de coçar;
– Controlo do edema crónico.
Pé diabético
• As úlceras do pé diabético são a
principal causa de morbilidade e
mortalidade nos pacientes com
diabetes mellitus.
• Cerca de 135 milhões de pessoas
a nível mundial têm diabetes
– Cerca de 60 a 70% têm uma
neuropatia
periférica
(que
predispõe para a amputação do
membro inferior);
– Cerca de 15% vão apresentar
úlceras no pé.
Pé diabético
• Etiologia:
– Neuropatia induzida pela diabetes
– Doença
vascular
induzida
pela
diabetes
Isquemia
Pé diabético
• Características:
– A espessura da ferida está normalmente
rodeada por uma calosidade provocada
pela compressão dos tecidos moles
contra uma saliência óssea;
– Presença de neuropatia diabética;
– Elevado risco de infecção.
Pé diabético
• A avaliação sistemática e pormenorizada
das úlceras ajuda na escolha do
tratamento apropriado.
– Deve ser detectada a presença de
osteomielite (a falha nesse diagnóstico
resulta na não cicatrização da ferida) assim
como a presença e extensão de celulite.
– Na presença de exsudados purulentos
deve efectuar-se culturas aeróbias e
anaeróbias.
– A perfusão deve ser sempre avaliada pois
a isquemia resulta num mau prognóstico.
Pé diabético
• Tratamento:
–
–
–
–
–
Repouso, elevação do membro afectado e alívio da pressão;
Correcção da isquemia;
Desbridamento do tecido necrótico;
Controlo da infecção com antibioterapia de largo espectro;
Terapia com insulina, controlo da glicose sanguínea e aumento
da actividade anabólica;
– Adição de componentes da matriz e de factores de crescimento.
– A presença de infecção profunda com abcesso, celulite,
gangrena ou osteomielite é indicativa de hospitalização e de
drenagem cirúrgica.
Pé diabético
• Prevenção:
–
–
–
–
Evitar traumatismos;
Uso de calçado terapêutico que alivia a pressão;
Inspecção e higiene diária dos pés;
Cirurgia electiva para a correcção de deformidades ósseas que
não possam ser acomodadas pelo calçado terapêutico.
– A educação do doente desempenha uma papel central.
Doença Pilonidal
• Abcesso crónico recorrente ou orifício fistuloso crónico de
drenagem, que surge nas regiões sacro-coccígea ou perianal.
•Apresenta uma incidência superior em
indivíduos caucasianos do sexo masculino
(razão homem:mulher de 3:1).
•Entre os 15 e os 40 anos (com pico de
incidência dos 16 aos 20 anos).
Doença Pilonidal
• Etiologia:
– Infecção adquirida dos folículos
pilosos do sulco internadegueiro,
que se tornam distendidos e
obstruídos, e que rompem para os
tecidos subcutâneos, formando um
abcesso pilonidal.
– Este abcesso eventualmente drena
para a superfície, produzindo um
orifício fistuloso que se localiza
lateralmente à linha mediana.
Doença Pilonidal
• Etiologia:
– Os pêlos da pele circundante são
puxados para o interior da cavidade
do abcesso pela fricção gerada
pelos glúteos durante a marcha,
desencadeando uma reacção de
corpo estranho.
– Os doentes são normalmente
homens com hirsutismo e que
transpiram com facilidade.
Doença Pilonidal
• Sinais e sintomas:
– Pequenos abcessos ou fendas na linha
mediana perto do coccix ou sacro, com
drenagem purulenta e dor.
• Diagnóstico:
– O exame físico é, normalmente, suficiente.
– Diagnóstico
diferencial:
hidradenite
supurativa; furúnculo e actinomicose.
• Complicações:
– Se não tratada, poderá resultar em múltiplos
orifícios fistulosos de drenagem com
abcessos crónicos recorrentes e, raramente,
infecções necrosantes ou degeneração
maligna.
Doença Pilonidal
• Tratamento:
– Não cirúrgico:
• Com cuidados meticulosos de
higiene e shaving da região
afectada; reduz em muito a
necessidade de cirurgia, mas
apresenta
maior
taxa
de
recorrência.
– Cirúrgico:
• Drenagem: com extracção de
tecido de granulação e de pêlos .
• Excisão
conservadora
das
fossas medianas com remoção
dos pêlos e shaving semanal no
pós-operatório: 90% de cura.
Doença Pilonidal
• Prognóstico:
– Pós-cirurgia: Excelente.
– 0 a 15% de recorrência ou
doença
persistente
(muitas
vezes por excisões ou higiene no
pós-operatório inadequadas).
Infecção do local cirúrgico
• Resulta da contaminação bacteriana durante ou após o
procedimento cirúrgico.
• Terceira causa mais frequente de
infecção em doentes hospitalizados (14 a
16%) e a mais frequente em doentes
cirúrgicos (38%).
Infecção do local cirúrgico
• Tipos de infecções do local
cirúrgico:
• Incisionais:
– Superficial: pele e tecido
subcutâneo;
– Profunda: planos profundos
da incisão (aponevrose e
músculo);
• Órgão/Espaço: qualquer local
que tenha sido manipulado
durante a intervenção com
excepção da incisão.
Infecção do local cirúrgico
• A maioria das feridas cirúrgicas é
contaminada por incapacidade de manter uma
assépsia total.
• A infecção raramente se desenvolve se:
• a contaminação for mínima;
• a lesão for pequena (danos tecidulares mínimos
indispensáveis);
• houver boa perfusão e oxigenação do tecido
subcutâneo;
• não houver espaço morto.
Infecção do local cirúrgico
• Risco de Infecção:
– Grau de contaminação:
–
–
–
–
Limpa (1,5%);
Limpa-contaminada (2-5%);
Contaminada (5-30%);
Infectada.
– Susceptibilidade do hospedeiro:
– Diabetes, tabagismo, terapêutica com
esteróides, estado nutricional.
– Virulência do microrganismo.
Infecção do local cirúrgico
• Prevenção:
– Cirurgia cuidadosa e limpa;
– Redução da contaminação;
– Promover as defesas do doente
(incluindo uso criterioso de
antibióticos profiláticos);
– Suturas.
Infecção do local cirúrgico
• Clínica:
– Aparecem geralmente entre o 5º e o 10º dia;
– Primeiro sinal: Febre (febre no pós-operatório obriga a
uma inspecção da ferida cirúrgica);
– Dor e edema da ferida cirúrgica.
Infecção do local cirúrgico
• Tratamento:
• Abertura e drenagem da ferida cirúrgica;
• Uso de antibióticos reservado a casos de
infecções invasivas.
• Realização de culturas e TSA.
• Prognóstico
Conclusões Gerais
• Obter (história clínica e exame físico) os elementos chave para
determinar a potencial causa da infecção;
• Avaliar (exame físico) a profundidade e a severidade da
infecção (local, regional, sistémica);
• Ter em conta que certas terapias e comorbilidades podem
alterar o quadro clínico clássico/inicial;
• Realizar testes laboratoriais para caracterizar e determinar a
etiologia da infecção, e guiar a antibioterapia;
• Reconhecer os dados clínicos/laboratoriais de toxicidade
sistémica;
• Reconhecer que as infecções das partes moles possuem
etiologia variada e podem ser confundidas com doenças não
infecciosas.
Caso clínico
Caso Clínico
• Identificação:
– Indivíduo do sexo masculino, 56 anos, raça caucasiana.
• Antecedentes pessoais:
–
–
–
–
–
–
Negou diabetes;
Negou corticoterapia;
Negou hábitos etílicos marcados;
Negou traumatismos e cirurgias;
Negou problemas vasculares;
Realiza regularmente acupunctura por razões osteoarticulares.
• Antecedentes familiares:
– Negou antecedentes de relevo.
Caso Clínico
• Recorreu ao Serviço de Urgência por:
• Tonturas
• Astenia
• Febre
História da doença actual
• No dia do internamento:
•
•
•
•
•
•
CCO
TA: 88/62 mmHg
FC: 110 bpm
FR: 36 ciclos/min
T: 38,6ºC
Pulso radial palpável, amplo, simétrico e rítmico,
bilateralmente
• Edema bilateral dos membros inferiores
• Diminuição da amplitude dos movimentos e da força
muscular dos membros inferiores
Evolução
• O doente evoluiu para choque séptico com falência
multi-orgânica sem causa aparente, tendo sido feita
antibioterapia de largo espectro.
• Ao terceiro dia de internamento, o doente apresentou
eritema difuso, com endurecimento da pele e do
tecido subcutâneo nos membros inferiores.
Exames complementares de
diagnóstico
•
•
•
•
Hemoglobina
Leucócitos
Neutrófilos
PCR
16,3 g/dl
52,2X10^9/l
84,5%
50,97 mg/dl
(12-16)
(4-11X10^9/l)
(54-70%)
(<3)
• Exame Cultural: MSSA
• Ecografia das partes moles revelou conteúdo
líquido nos planos mais profundos.
Hipóteses de Diagnóstico
Diagnóstico
Fasceíte Necrosante
Tecido fascial extensamente necrosado exposto após desbridamento cirúrgico.
Tratamento
Desbridamento Cirúrgico
Antibioterapia dirigida

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