Kriolidadi 14 - 2

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Kriolidadi 14 - 2
A Semana - Sexta-Feira, 17 de Dez. 2004
2
KRIOLIDADI
TCHOTA SUARI
Música
o inovador
“Tchota Suaris é um inovador tanto no que toca à melodia como no que tange ao ritmo e à composição. São ritmos e melodias que
brotam como o estado de alma e as emoções de um homem que é produto do campo” - define assim Kaká Barbosa, o tocador de gaita,
que será homenageado amanhã, 18, no Palácio da Cultura Ildo Lobo, a partir das 16 horas.
A distinção ao músico de 71 anos, cujo nome civil é Félix Lopes Monteiro, será animada com muita música, arte à qual se dedica
Tchota Suari desde os 12 anos, graças aos ensinamentos do seu pai, também ele tocador e afinador de gaita. Os seus primeiros espectáculos deu-os ainda na adolescência, nos festivais de música tradicional que se realizavam pelos quatro cantos da ilha de Santiago, e
fizeram dele, na visão de Kaká Barbosa, “um trovador popular, radicalmente diferente de qualquer outro do meio urbano”.
No entanto, o músico, tido como um dos mais exímios intérpretes da gaita, só com a entrada do novo milénio, conseguiria gravar, em parceria com Chando Graciosa, o seu primeiro disco. “Valor sem favor”. Uma absoluta
escassez e demora que se deverá, segundo Barbosa, ao facto de Tchota Suaris ser “reservado na sua
maneira de ser e de estar na música”. Tanto assim é que, “enquanto Sema Lopi e Codé di Dona
gostam de cantar e tocar para agradar ao público, Tchota, apesar de ser um exímio afinador
e tocador de gaita, não tem essa preocupação”.
Daí a justiça da homenagem, cujo programa começa com a projecção dos documentários “Omis di Gaita” e “Vida e Obra de Nácia Gomi”. Logo a seguir, as Batucadeiras de Monteagarro e do Tarrafal fazem música para dar as boas-vindas ao
homenageado. O elogio a Tchota Suari será feito por Kaká Barbosa, acto
que será acompanhado quer por uma mensagem de louvor de um
representante do Ministério da Cultura, quer pela colocação da
fotografia do compositor na sala onde figuram outros importantes nomes dos mais diferentes géneros musicais
cabo-verdianos.
E é aqui que surge um dilema: em qual
dos estilos musicais melhor se enquadra
Tchota Suari? É que, embora o homenageado seja tido como tocador de
funaná, Kaká Barbosa alega que
“Tchota Suaris não se reconhece como
tal”. “Ele toca de tudo, desde morna, valsa, coladeira, samba, marcha, géneros que
quando interpretados por Tchota Suaris
e por meio de um instrumento como
o acordeão, e não pelo violão, acabam por ter uma melodia fora do
quadro normal”.
A homenagem encerra com um
concerto pelas Batucadeiras de Monteagarro, Djodje Marta, Batucadeiras
de Chão Bom, Petural e FerroGaita. Aliás, o grupo de Eduíno e
Bino Branco já gravou temas de
Tchota Suaris, entre eles “E si propi”, que faz parte do repertório de
“Bandera Liberdadi”, o terceiro disco dos Ferro-Gaita - e que é um dos maiores êxitos do conjunto praiense.
Não surpreende, por isso, a intensidade dos elogios de Eduíno ao
Tchota Suaris: “É um grande músico, que tive o prazer de conhecer apenas
há cinco anos, mas que já admirava”. É que para o vocalista dos Ferro-Gaita, “Tchota
é inteligente e tem um estilo de tocar muito próprio e bastante rápido”. Uma admiração que foi
além das palavras, pois foi Eduíno quem elaborou a maquete que deverá servir de base ao próximo
disco do músico natural do Tarrafal. Um projecto e um disco que esperam na gaveta uma mão
financiadora e um ouvido receptivo que tornem possível o segundo CD do Tchota Suari. Mas até
lá Tchota Suari vai cumprindo a sua sina, a de grandes músicos cabo-verdianos que continuam na
fila à espera… Mesmo que Eduino, Ferro e Gaita e o projecto discográfico, que Tchota Suari
deverá gravar com o filho, seu acompanhante habitual, que ainda não se concretizou por falta do
necessário financiamento, Kaká Barbosa não gostem. Porque Tchota Suaris, Sema Lopi e Codé di
Dona são os verdadeiros repositórios da cultura de uma época importante da história da nossa
música cujo trabalho merece ser registado e passado às gerações mais jovens.
Teresa Sofia Fortes
A Semana - Sexta-Feira, 17 de Dez. 2004
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Sem África, que Brasil? Esta é a pergunta que fica ao
percorrermos a exposição Brasil Terra e Gente. Inicia-
conferências do Hotel Praia-Mar. Integrado na progra-
tiva do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e
mação cultural do Simpósio Internacional Amíl-
da Embaixada do Brasil em Cabo Verde,
car Cabral, a obra reúne entrevistas feitas por
a exposição está aberta ao público, du-
aquele jornalista com personalidades de Cabo
rante duas semanas, na Biblioteca Naci-
Verde, Portugal e Brasil, entre as quais o presi-
onal. A exposição é um reflexo, em ter-
dente Pedro Pires, o ex-presidente Mário Soa-
mos de imagem, da aposta do governo
res, Almeida Santos, José Leitão da Graça,
Lula da Silva em levar o Brasil a conhe-
Onésimo Silveira, etc. Os temas andam à volta
cer África e vice-versa. Só assim o continente e o país
de descolonização, cultura, economia e globa-
continente, podem realmente se aproximar, transfor-
lização etc. A apresentação de “A explicação do mun-
mando o Atlântico numa ponte.
do” estará a cargo de José Pedro Castanheira, reputado
Mário Lúcio Sousa (foto) actua no próximo dia 15,
quarta-feira, no Quintal da Música,
Integrada também no Simpósio Internacio-
para cantar o seu primeiro CD a solo,
nal Amílcar Cabral, decorre desde ontem no
“Mar e Luz”. A programação habitual
saguão da Assembleia Nacional e no hotel
desse espaço prossegue com Batuca-
Praia-Mar, uma amostra dos pintores Amân-
deiras de Taiti (1ª parte) e Kiff e ami-
dio Oliveira, Nelson Lobo e Péricles Barros.
gos, quarta-feira, Nhelas e amigos,
quinta-feira, Tropical Som, sexta-feira, e Vulcão do
No antigo restaurante do Praia-Mar decorre uma expo-
Fogo, sábado.
sição-venda de livros africanos. Mais uma iniciativa enquadrada no Simpósio Internacional
Amílcar Cabral, que amanhã conhecerá o seu
momento alto com uma noite de gala musi-
Russel Hamilton, académico e estudioso da literatura
cabo-verdiana, tendo colaborado no número 8 da prestigiada revista Portuguese Literary &
cal, no anfiteatro da Assembleia Nacional.
Cultural Studies, dedicada a Cabo VerTrottino Clowns, 10, Leo Bassi, 11, e Pris-
de: Língua, Literatura e Música, esta-
cila Camargo, 12, são os três grandes desta-
rá no Auditório do ISE, Palmarejo. A
ques deste fim-de-semana, no Mindelact
palestra que Hamilton vai proferir ver-
2004. Três opções diferentes - comédia, hu-
sa sobre Germano Almeida, que, tam-
mor negro e contos tradicionais - que simboli-
bém, vai estar presente nessa activi-
zam o melhor dos artistas internacionais pre-
dade. Um encontro marcado para a próxima segun-
sentes no certame.
da-feira, 13/9, das 15 às 16 H.
E
jornalista português do semanário “Expresso”.
E
R
“A explicação do mundo”, o mais novo livro de José
Vicente Lopes, é lançado hoje, às 19 horas, na sala de
B
V
AGENDA CULTURAL
S
KRIOLIDADI
— Tito Paris vai estar nos próximos
dias 15 e 24 de Setembro, na Holanda, para
dois
espectáculos.
Roterdão é a cidade escolhida, pela agência
promotora de Paris (Praça das Flores), para ser
palco dos concertos do
homem-dos-suspensórios.
— “Sweet Honey”, o mais recente
single de Gil Semedo, é a única
canção cabo-verdiana
que faz parte do Top 10
do canal televisivo holandês especializado em
música, The Box. O tema
de Gil Semedo, que ocupa o 9º lugar, é o único
zouk entre canções pop,
rock, rap e hip-hop em inglês e holandês.
— Os vencedores do Prémio Amílcar
Cabral, promovido pelo Instituto
das Comunidades, serão conhecidos até ao final da semana, no âmbito do
Simpósio “Pensar pelas
nossas próprias cabeças”,
que acontece na Praia,
até 12 de Setembro. Um
prémio a que podiam
concorrer, nas duas vertentes do concurso (literatura e
artes plásticas), apenas descendentes de cabo-verdianos residentes no exterior.
CINEMA
Eden Park - MINDELO - “Ong Bak - O Guerreiro”
PRAIA - “Era uma vez ... um pai”
“Ong-Bak - O Guerreiro” é um filme de artes marciais, produzido e realizado
Ollie Trinke (Ben Affleck) é um calmo e bem sucedido
na Tailândia, que conta as aventuras de Ting, um jovem guerreiro, especialista em
publicista de Manhattan, que parece ter tudo. Quando me-
Muay Thai, arte antiga de boxe, que decide deixar a sua pacata aldeia para ir até
nos espera a sua vida perfeita é tragicamente alterada com
a capital Banguecoque em perseguição do ladrão do mais precioso bem do seu
vilarejo - o buda sagrado Ong Bak. E, na cidade grande, terá que enfrentar o
bandido e seus comparsas com o único recurso que tem - o seu dom para a luta.
Imperdível para quem gosta do género. Ficha técnica: Realizador: Prachya Pinkaew
Actores: Phanom Yeerum e Petchtai Wongkamlao Género: Acção/ Aventura; Produção: Tailânida; Ano: 2004.
Bairro - “Homicídios Ocultos”
a morte da sua mulher - deixandoo no papel de pai solteiro, sem qualificações para desempenhar bem
a sua função. Para piorar as coisas, Ollie perde o emprego e é obrigado a regressar à sua terra natal
e viver com o seu pai nos subúrbios de Nova Jersey. Agarrado a um
emprego desinteressante, ele não
vê saída nem maneira de regres-
Jessica Shepard, personagem que conta com uma boa interpretação de
sar à vida que antes amava. Mas,
Ashley Judd, é uma agente policial, recentemente promovida, que se torna a
certo dia, ao ir pela milionésima vez
principal suspeita dos crimes que está a investigar. filha de um serial killer,
descobre que as vítimas são ex-namorados seus. O comissário de Polícia John
Mills (Samuel L. Jackson), pressionado para retirar a agente do caso, tem al-
com a filha ao cinema ver o seu filme favorito, Ollie conhece Maya
(Liv Tyler), que desafia as suas prioridades e perspectivas. Ficha Téc-
gumas dificuldades em gerir a situação, tal como o actual companheiro de
nica: Título Original: Jersey Girl; Re-
Jessica (Andy Garcia). “Homicídios Ocultos”, realizado por Philip Kaufman, é
alização: Kevin Smith; Intérpretes: Ben Affleck, Liv Tyler,
um thriller de suspense onde estão presentes ingredientes como desejo, peri-
George Carlin, Raquel Castro, Jason Biggs, Jennifer Lopez,
go, atracção e morte.
Stephen Root, Mike Starr e Will Smith.
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As crianças descendentes de cabo-verdianos e de outros países da África
lusósona, e não só, são os convidados especiais de um concerto que Gilyto
promove amanhã, 18, em Mem Martins, concelho de Sintra, Portugal. Para os
graúdos, o compositor e intérprete de “Actriz Principal” reservou um espectáculo de fim de ano, exactamente no dia 31, no Casino Velho de Vilamoura,
no Algarve.
Prossegue até 31 de Dezembro, no Centro Cultural Francês da Praia a
exposição de artesanato africano intitulada “D’ une Afrique à l’ autre”.
Uma mostra feita de obras, desde peças de tapeçaria, mobiliário, escultura e olaria africanas, da colecção particular do marchand francês Mathias Lafont, dos séculos XIX e XX.
Os Amigos, grupo de São Vicente, actua hoje, 17, no Quintal da Música. Amanhã acontece a Noite da Juventude com TC, Dangerous, NCL, Kady, Sara Alhinho, dentre outros jovens músicos.
Até 22 de Dezembro, estará patente no Auditório do Hotel PraiaMar, uma exposição de artes plásticas, em celebração dos 25 anos da
empresa nacional de combustível, Enacol. Além de telas de Kiki Lima
e do pintor português Álvaro Macieira, a mostra inclui trabalhos das
Manufacturas de Tapeçarias de Portugal, feitas com base em obras de
Graça Morais, Júlio Resende, Armando Alves, Júlio Pomar, Eduardo
Nery, Rogério Ribeiro, Jorge Martins e Manuel Cargalheiro.
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Tradição e modernidade num só CD
Música
Eduíno apresenta amanhã, 18, no
largo da Capela, em Achada Santo António, o projecto musical que acalenta
há quatro anos - “Mininos di Rua Og
nôs tradison”. Um disco que experimenta uma ousada fusão de géneros
tradicionais de Santiago e a batida e
trova pós-moderna do rap da dupla Og
com a música de Nando Rasta.
Gravado parcialmente no Kapital
Estúdio, na Praia, e na Torre de Controle dos irmãos Mendes, Estados
Unidos, “Mininos di rua Og nôs tradison” foi feito à imagem de Eduíno.
Além das funções de produtor e arranjador, o líder dos Ferro-Gaita é
neste disco vocalista, tocador de gaita e kobel e o autor da maioria das
composições. Diki di Ano Nobu e
Nando Rasta também contribuíram
para o repertório, que inclui um total
de oito músicas.
Dentre estas, Eduíno, em conversa com Kriolidade, destaca o tema
que dá nome ao disco, escrito e cantado por ele mais o Delidel Touch - grupo
holandês de reggae formado por descen-
dentes de cabo-verdianos -, os músicos do
Ferro-Gaita e os Og - dupla de rap forma-
da por Tim e Leo. Mas é uma faixa em
estilo tabanca a que inspirou o videoclip
de divulgação do disco, que já está a
passar na Televisão de Cabo Verde.
Eduíno abre também as portas
neste disco ao Nando Rasta, cantor
que, apesar de nunca ter gravado, é
uma presença frequente nos palcos
dos eventos musicais da capital e da
ilha de Santiago. Assim, além de dar
um tema a gravar, Nando Rasta canta em dueto por duas vezes com Eduíno no “Mininos di rua Og nôs tradison”. A dupla de rappers, oriunda de
Achada Santo António, também faz
duetos com Eduíno.
“100 por cento acústico porque não
gosto de trabalhar com computadores”, diz Eduíno, o disco simboliza os
novos caminhos da música cabo-verdiana, que passam pela fusão dos géneros tradicionais - como tabanka, funaná, batuco, morna - com estilos universais como o reggae, rap e pop. “Espero que as pessoas gostem, pois investi muito e durante quatro anos nesse disco”, Eduíno expressa assim as
suas expectativas.
Teresa Sofia Fortes
LURA NO MIDEM 2005
A 24 de Janeiro de 2005, Lura abrirá uma nova porta de
oportunidades para a sua ascendente carreira musical,
quando subir ao palco do Palais des Congrès, em Cannes,
sul de França, para apresentar ao vivo “Di Korpu ku Alma”,
o seu terceiro álbum a solo, aos participantes da 39ª edição do Midem.
Evento que dura cinco dias, 23 a 27 de Janeiro, o Midem é um dos mais importantes mercados mundiais da
música, um espaço de reunião de produtores, importadores e exportadores, editoras independentes e artistas onde,
além de concertos ao vivo, podem nascer parcerias e acordos importantes.
Pelas estimativas, nove mil pessoas, provenientes de
94 países deslocar-se-ão, em Janeiro próximo, ao Palais
des Congrès - o mesmo palco que todos os anos acolhe
o Festival Internacional de Cinema de Cannes.
Daí ser esta uma oportunidade soberana para Lura con-
Artistas clandestinos
Vivem na clandestinidade, por isso ninguém
lhes quer dar crédito. Mas os autodenominados
“artistas clandestinos” querem sair do anonimato, nem que seja na sua zona ou, quem sabe, na
ilha de S. Vicente.
Por iniciativa própria, um núcleo composto por quatro pessoas resolveu promover um
espectáculo em Chã de Alecrim, onde vai imperar a morna e a coladeira. A grande particularidade deste evento é que vários dos temas
que vão ser interpretados no dia 19 de Dezembro são obras assinadas por alguns dos próprios intérpretes.
O show começa por volta das 17 horas mas
não tem hora marcada para terminar. Isto porque, segundo Pirila, muitas pessoas terão a oportunidade de subir ao palco e interpretar uma ou
outra canção ou então um solo de guitarra. A
ideia, diz este compositor clandestino, é não só
animar a localidade por altura do Natal, mas fundamentalmente criar uma oportunidade para que
venham a surgiu novos talentos. Aliás, um produtor musical radicado nos EUA já mostrou interesse em acompanhar o evento, na expectativa
de descobrir novos intérpretes e quiçá tocadores
de violão para eventuais projectos.
Caso as coisas venham a correr como previsto, Pirila, tido como um “compositor autêntico”, terá a chance de lançar o seu nome no mundo da música. Este jovem tem na gaveta 19 composições inéditas que são particularmente apreciadas no seio dos amigos de convivência. Aliás,
uma das músicas predilectas deste ex-trompetista dos grupos Grito de Mindelo e Progresso
chama-se exactamente Artistas Clandestinos. E
tudo indica que o espectáculo será encerrado
com esta melodia.
Kim-Zé Brito
quistar novos mercados com “Di Korpu ku alma”, pois,
entre os espectadores, estarão os representantes dos gigantes BMG, Sony Music, Universal, Warner Music, Dreamworks, dentre outras importantes editoras mundiais.
Mas o Midem não é apenas um fórum para excelentes
oportunidades de negócios. Os organizadores estão também a preparar acções de formação para artistas e outros
profissionais da música, entre elas vários seminários sobre música electrónica, imagem, vídeo e DVD, etc.
No que toca a figuras destacáveis, este ano, a homenagem principal é dirigida a Bruce Ludvall, o presidente
da divisão de música clássica e jazz da EMI, nos Estados
Unidos. Esse executivo será distinguido num jantar, 24 de
Janeiro, o mesmo dia em que Lura, uma das cantoras que
mais pontos marcou junto do público em 2004, actuará no
concerto de gala, no Palais des Congrès.
TSF
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KRIOLIDADI
A S T R O L O G I A
4a Semana de Dezembro
CARTA DA SEMANA: 3 de Paus, que significa Iniciativa.
CARTA DA SEMANA: Cavaleiro de Espadas,
que significa Guerreiro, Cuidado.
AMOR: Percorra a sua agenda telefónica e
contacte aquele ente querido que não vê há muito
tempo.
AMOR: Opte por uma relação cautelosa, não
avance sem certezas. Seja prudente!
SAÚDE: Levante a sua auto-estima, tudo irá
SAÚDE: Apesar se sentir com muita energia,
lembre-se que outros dias virão. Controle-se.
DINHEIRO: A sua alegria e simpatia contagia-
acabar bem.
CARTA DA SEMANA: 9 de Copas, que signi-
ca Rapidez.
AMOR: Arranje mais tempo para si mesmo. Vai
DINHEIRO: Não deixe que a sua vida profissional manipule outros sectores da sua vida.
Número da Sorte: 62
os objectivos propostos.
SAÚDE: Procure melhorar o seu humor.
rebro.
DINHEIRO: Período favorável a investimentos
DINHEIRO: Cuidado com o excesso de disciplina perante os colegas, poderão não aprovar essa
de maior amplitude.
Números da Semana: 11, 18, 19, 20, 21, 33.
Número da Sorte: 30
Números da Semana: 1, 2, 9, 27, 30, 48.
fica Vitória.
AMOR: Seja feliz. Com dedicação, alcançará
ver que valerá a pena.
SAÚDE: Tome vitaminas para revigorar o cé-
rão todos os seus companheiros de trabalho.
Número da Sorte: 25
CARTA DA SEMANA: 8 de Paus, que signifi-
atitude.
Número da Sorte: 45
Números da Semana: 8, 10, 22, 47, 48, 49.
Números da Semana: 12, 14, 30, 35, 38, 41.
CARTA DA SEMANA: 7 de Copas, que signiCARTA DA SEMANA: 8 de Copas, que significa Concretização, Felicidade.
fica Sonhos Premonitórios.
AMOR: Período favorável para realizar o seu
AMOR: Para que a sua relação seja duradoura aposte no romantismo.
grande sonho. Lute por isso.
CARTA DA SEMANA: Ás de Paus, que signi-
SAÚDE: Não esteja tão angustiado, isso só
SAÚDE: Beba mais leite, o cálcio é importante
para os ossos.
contribuirá negativamente para o seu bem-estar.
DINHEIRO: Ainda não ocorreu o momento ideal
DINHEIRO: Tenha cuidado com a forma como
canaliza os seus rendimentos.
para mostrar o que vale, mas esse dia está mais
perto do que julga por isso mantenha-se atento.
Número da Sorte: 44
Número da Sorte: 43
Números da Semana: 11, 20, 24, 25, 29, 32.
Números da Semana: 3, 15, 18, 22, 30, 45.
CARTA DA SEMANA: 2 de Espadas, que significa Afeição, Falsidade.
fica Energia, Iniciativa.
AMOR: Não se preocupe com as aparências
nem com o que os outros dizem. Se ama, invista!
AMOR: Valorize mais as verdadeiras amizades não se deixe enganar por falsos interesses.
SAÚDE: Dê umas boas gargalhadas, ajuda a
SAÚDE: Proteja-se do frio.
DINHEIRO: Ouça os conselhos do seu chefe,
resolver muitos problemas físicos e psicológicos.
DINHEIRO: Para concretizar os seus objecti-
poder-lhe-ão ser muito úteis.
Número da Sorte: 23
vos deve esforçar-se mais.
Número da Sorte: 52
Números da Semana: 18, 22, 35, 39, 44, 45.
Números da Semana: 3, 12, 14, 18, 19, 22.
CARTA DA SEMANA: 6 de Ouros, que significa Generosidade.
CARTA DA SEMANA: Valete de Copas, que
significa Lealdade, Reflexão.
AMOR: Tente não questionar as atitudes do
seu par, seja mais compreensivo e confie nele.
SAÚDE: Evite beber bebidas alcoólicas.
DINHEIRO: Gaste dinheiro em algo que o deixe feliz.
AMOR: Se escutar o seu coração, certamente, vai encontrar a resposta que procura.
SAÚDE: Dê especial atenção aos sinais que
os seus pulmões lhe concedem.
DINHEIRO: Saiba aproveitar as oportunidades
Número da Sorte: 70
que a vida lhe concede.
Números da Semana: 5, 19, 32, 36, 39, 42.
Número da Sorte: 47
Números da Semana: 11, 17, 20, 29, 33, 36.
CARTA DA SEMANA: 3 de Ouros, que signi-
CARTA DA SEMANA: Rei de Copas, que significa Poder de Concretização, Respeito.
fica Poder
AMOR: Se aquela pessoa que ama ainda não
AMOR: Seja mais generoso com a sua cara-
reparou em si, não se preocupe, é uma questão de
metade. Não prejudique a sua relação devido à sua
tempo.
teimosia.
SAÚDE: Seja mais exigente com o que come
SAÚDE: Não seja tão guloso. Modere o consumo de doces.
para que possa viver melhor.
DINHEIRO: Algumas mudanças positivas po-
DINHEIRO: Resista à tentação, não gaste mais
do que tem projectado.
derão surgir brevemente.
Número da Sorte: 67
Número da Sorte: 50
Números da Semana: 1, 3, 7, 20, 28, 34.
Números da Semana: 7, 17, 24, 28, 48, 49.
A Semana - Sexta-Feira, 17 de Dez. 2004
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KRIOLIDADI
Literatura
ONÉSIMO
SILVEIRA
apresenta os “socialismos africanos”
“África ao Sul do Sahara Sistemas de Partidos e Ideologias de Socialismo” é o título da
obra de história política, da autoria de Onésimo Silveira, que
a África Debate, associação internacional de investigadores
que pesquisam sobre África, sediada em Lisboa, no Instituto
Superior de Ciências Sociais e
Políticas (ISCTE), acaba de editar. O livro, que consiste na tese
de doutoramento em Ciências
Políticas do actual embaixador
de Cabo Verde em Lisboa, é, na
análise de Isabel Lopes Ferreira, presidente do África Debate, “um legado de grande qualidade de um intelectual africano
e contemporâneo da realidade
que analisa, para a História de
África, tão raramente escrita e
discutida pelos próprios filhos
deste continente”.
Em “África ao Sul do Sahara - Sistemas de Partidos e Ideologias de Socialismos”, livro que
deverá ser apresentado em Cabo
Verde em meados de Janeiro de
2005, o antigo presidente da Câmara Municipal de São Vicente
analisa o conceito de poder dos
líderes africanos no contexto das
ideologias e dos sistemas de partidos durante o período pós-colonial, mais precisamente a década de 70, momento histórico de
renascimento e reformatação dos
Estados africanos.
Uma análise feita com base
em casos paradigmáticos, como o de Sékou
Touré, da Guiné-Conacri, o de Léopold Senghor, do Senegal, o de Julius Nyerere, da Tanzânia e o de Jomo Kenyatta, do Quénia. Assim, começa por traçar a génese do multipartidarismo em África, reportando-a à Europa
colonial, e segue a sua evolução até à institucionalização do sistema de Partido Único para
estudar, em simultâneo, a interacção entre
África e Europa, durante a colonização e no
período pós-colonial.
Entre essas ideias e conclusões expressas
no livro, cuja edição conta com o apoio financeiro da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e da
Fundação Portugal África (FPA), Isabel Lopes
Ferreira destaca a apreciação do multipartida-
rismo e a descentralização do poder.
Conforme explica a presidente do África
Debate, Onésimo Silveira avalia que o multipartidarismo estava previsto para o período pósindependência. Mas, pelo contrário, evoluiu para
sistemas de Partido Único, segundo o ex-presidente do PTS, “pela inter-relação de factores,
que emergiram tanto de pressões europeias
como de realidades africanas”.
Para o investigador, a consequente “supressão da oposição política e dos interesses sectoriais foi feita em nome da unidade nacional”,
mas o “poder, embora monista, não era complementado pela legitimidade e, portanto, reduziu-se à sua substância legal-constitucional”.
Facto que ditou “a fragilidade do Partido Único”, sendo o protagonismo político das Forças
Armadas um facto ilustrativo desta perspectiva.
CINEMA
Eden Park MINDELO - “Homem em fuga”
Denzel Washington, operacional do governo, é uma espécie de soldado da fortuna que já
desistiu de muita coisa na sua vida. Um dia, decide aceitar um emprego na cidade do México
que consiste em proteger uma criança (Dakota Fanning), cujos pais são constantemente
perturbados com ameaças de rapto. O agente governamental torna-se amigo próximo da
criança, um relacionamento que desperta o seu espírito para as coisas belas da vida. E
quando a menina é raptada, ele dirige toda a sua fúria contra aqueles que ele julga culpados
pelo sucedido e não se deixa deter por nenhum dos obstáculos que lhe surgem na sua luta
para resgatar a criança.
Silveira considera ainda que
a centralização do poder, que caracterizou a época pós-colonial,
se deveu ao receio da atomização daquele e ao “facto de os líderes socialistas [...] encararem
a Política mais em termos de
unanimidade do que de diversidade”. O autor defende por isso
que existia, por parte dos líderes,
uma forte crença num crescimento económico rápido, resultante
da também forte crença dos mesmos na modernização através da
industrialização.
Desta forma, ao analisar as
várias interpretações de “socialismo africano”, Silveira chega à
conclusão de que não existia na
época, “uma teoria unificada de
socialismo africano”, mas sim
“traços comuns aos esforços
[dos] líderes para construção de
uma ideologia original”.
Esses aspectos comuns eram,
dentre outros, segundo a perspectiva do autor, “a rejeição de qualquer filiação nas interpretações
europeias do socialismo científico marxiano”, o facto de o “socialismo africano” conter componentes capitalistas e socialistas e o de o “socialismo africano” desvalorizar “as classes sociais e a luta de classes, que ocupam uma posição central no socialismo marxiano”. Com base
nessas características, o investigador considera o “socialismo
africano” ambivalente, na medida em que pretendia erradicar o capitalismo mas,
simultaneamente, reter a componente de investimento privado.
Por outro lado, alega Isabel Lopes Ferreira,
o investigador distingue dois momentos diferentes do “socialismo africano”: o momento inicial, que foi o da articulação de ideias e crenças,
pela elite nacionalista, sem que existisse uma
base social extensa. E o segundo momento, que
resultou do envolvimento com a realidade, constituída por factores como “desenvolvimento económico, integração nacional e desenvolvimento da consciência política das massas”. Ideias
que fazem deste livro de quase 500 páginas uma
ferramenta “fundamental para todo o investigador desta área e não pode deixar de ser conhecida pelas futuras gerações de africanos e
de investigadores”.
Teresa Sofia Fortes
Concurso de
arte para jovens
da Macaronésia
Banda desenhada, fotografia, desenho,
escultura, curta-metragem de ficção, documentário e vídeo, roteiro para curta-metragem, conto, poesia, música folclórica, poprock e música electrónica são as modalidades do concurso de artes que o Atelier Mar,
o Instituto Açoriano de Cultura e o Cabildo
de Lanzarote, Canárias, abre para todos os
jovens artistas dos arquipélagos que habitam o espaço da Macaronésia desde que
tenham nascido entre 1975 e 1990.
Intitulado “Certame Macaronésico para
Jovens Artistas”, o concurso, cujo prazo
para inscrição vai até 20 de Junho de 2005,
oferece a cada vencedor um prémio de dois
mil euros, cerca de 220 mil escudos. Para
amealhar essa maquia, os concorrentes terão que obter classificação excepcional junto do júri do concurso, que será constituído
pelo Conselheiro da Juventude e Desportos de Lanzarote e por pessoas especialistas em cada uma das modalidades.
Ao prémio pecuniário junta-se a possibilidade de expor as obras vencedoras em
lugar e data a designar. Os trabalhos premiados tornam-se propriedade do Serviço Insular de Juventude do Cabildo de Lanzarote, que se reserva o direito de as utilizar ou
de as ceder nas condições que entender
adequadas, respeitando o direito de propriedade intelectual dos seus autores.
No domínio da Banda Desenhada, poderão apresentar-se historietas e capas inéditas, tanto em preto e branco como a cores, sobre temas e técnicas livres. Quanto
aos candidatos para a área de fotografia têm
duas categorias à disposição: fotografia individual e série fotográfica. Aos desenhistas coloca-se o desafio de criar um cartaz
sobre a próxima edição do Certame Macaronésico. Para a modalidade de escultura,
o regulamento exige a apresentação de
obras originais e inéditas, podendo haver,
tal como nas outras categorias acima citadas, dois prémios de consolação além da
compensação financeira.
Curta-Metragem de Ficção, Curta-Metragem Documental e Vídeo Criação são as três
categorias da área de cinema a que podem
concorrer os jovens artistas macaronésicos,
sendo permitido mostrar a obra, que deve
durar no máximo 15 minutos, no suporte que
o autor considere mais adequado. Quanto
à escrita de roteiro, exige-se um trabalho original e inédito, em português ou espanhol,
quer sob o formato de documentos quer de
obras de ficção. Para os aspirantes a contistas são duas as categorias: júnior (nascidos entre 1 de Janeiro de 1983 e 1 de Janeiro de 1990) e sénior (nascidos entre 1 de
Janeiro de 1975 e 31 de Dezembro de 1982).
As obras, inéditas, serão escritas em espanhol ou em português. Exigências essas que
se estendem à categoria de poesia.
Os grupos participantes na área de pop
rock/música electrónica e música folclórica
deverão remeter uma maqueta, original e
inédita, em DAT, CD Áudio (maqueta), disco
ou vídeo, gravados recentemente, com a
maior qualidade possível, com quatro temas
musicais. Os candidatos do pop rock/música electrónica podem apresentar qualquer
estilo e variações, enquanto aos concorrentes da área de música folclórica se exige a
interpretação de géneros tradicionais. Em
ambas as categorias, o júri seleccionará,
através da audição prévia das maquetas,
quatro concorrentes, os quais participarão
num concerto público, organizado pelo Governo Insular de Lanzarote. Depois o júri designará o vencedor.
TSF