Operações I (2002 - rev. 2011)
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Operações I (2002 - rev. 2011)
FOReA AEREA BRASllEIRA ESCOlA DE ESPECIAllSTAS DE AERONAuTICA BER90 DOS ESPECIALISTAS OPERA<;OES I (MODULO UNICO) SGS CFS IMPRESSO NO SETOR GRAFICO DA EEAR SERVICO PUBLICO FEDERAL ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONA.UTICA ENSINO INDIVIDUALIZADO DISCIPLINA: OPERACOES I MODULO iJNJco I OPER..A<;OESI ELABORACAO: EQUIPE DE INSTRUTORES DO GALPAO - SGS 12002 REVISAO: EQUIPE DE INSTRUTORES DO GALPAO - SGS 12011 I DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DA EEAR Todos os Direitos Reservados Nos termos da legislayao sobre direitos autorais, e proibida a reproduyao total ou parcial deste documento, utilizando-se de qualquer forma ou meio eletronico ou mecanico, inclusive processos xerograficos de fotoc6pias e de gravayao, sem a permissao, expressa e por escrito, da Escola de Especialistas de Aeronautica - Guaratingueta - SP. 2 SUMARIO pAG. Introdu~ao ................................................................................................................................ 04 Texto 1- CONHECIMENTOS OPERACIONAIS I ................................................................. 05 Texto 11- CONHECIMENTOS OPERACIONAIS II .............................................................. 64 Referencia ............................................................................................................................... 114 3 INTRODUCAO Caro aluno! Vai iniciar urn trabalho de fundamental importancia na sua profissao de sargento de Guarda e Seguranya, conhecimentos operacionais. A assimilayao deste conhecimento e0 principio; e associado com a pnitica dara condiyoes ao Sargento realizar operayoes reais, se preciso for, em condiyoes adversas. Enfun, vai aprender que 0 fator decisao e primordial numa situayao de guerra e que para decidir e necessano conhecer. Lembre-se: "E necessano estar preparado para quando ver a cor dos olhos do fecM-los". 4 inimigo, saber TEXTOI CONHECIMENTOS OPERACIONAIS 1- CAMUFLAGEM INDIVIDUAL, DE VIATURAS E DE AERONAVES 1.1- CONCEITO A camuflagem e 0 ardil utilizado pelo combatente para surpreender, iludir e confundir 0 inimigo. A camuflagem compreende: Ocultac;ao, Artificios, Simulac;oes, Observac;ao visual e Aparencias falsas, tudo visando surpresa. 1.1.1- Elementos da observacao . A fim de que se possa efetuar uma boa camuflagem deve-se, principalmente, furtar-se-a observa~ao inimiga, para isto e necessario que 0 combatente conhec;a os principais elementos da observac;ao, sao eles: • brilho: E 0 reflexo da luz em uma superficie lisa; • cor: T odo material utilizado cuja cor contraste com 0 fundo e facilmente identificavel, tomando-se visivel 0 objeto; • forma: Todos os objetos confeccionados possuem um contomo regular, apresentando uma forma definida e peculiar. Estes objetos se contrastam com 0 terreno de formas irregulares; • movimento: Todo objeto que se move toma-se urn alvo, pois chama a atenc;ao para 0 que estava desapercebido; • matiz: E 0 resultado da mistura de luz, penumbra e cor; • posic;ao: E a situac;ao do objeto em relac;ao ao fundo; • textura: E a grande rugosidade do terreno. (A textura lisa facilita a observac;ao). Os materiais utilizados na camuflagem podem ser de dois tipos distintos: • naturais: Sao aqueles encontrados e aproveitados do proprio terreno. Exemplos: vegetac;ao verde (folhagem, leiva, galhos, etc.), vegetac;ao seca (folhas, mato, galhos, etc.) e escombros e entulhos (terra, barra, pedra, etc.). As vantagens do emprego e uso dos materiais naturais e que eles sao eficientes contra as fotografias aereas, coincidem com as caracteristicas do terreno e sao economicos em relac;ao a quantidade a ser empregado. Apresentam como principal desvantagem 0 fato de nao poder ser preparado com antecedencia, necessitar de substituic;ao diana (24 em 24 h) e de uma camuflagem disciplinada; • artificiais: Sao aqueles materiais fabricados pelo homem, abrangem uma imensidade de tipos. Exemplo: redes de malha, redes de arame, arames, tintas, cortinas, etc. As principais vantagens do emprego do material artificial e que eles podem ser empregados em posic;oes permanentes, dificilmente necessitam de substituic;ao e podem ser preparados com antecedencia. As desvantagens sao a necessidade de transporte e a dificuldade de ocultac;ao nas substitui96es. 1.2- PROCESSOS DE CAMUFLAGEM Sao tres os processos: dissimulac;ao, mascaramento e simulac;ao. 1.2.1- Dissimulacao Consiste em alterar a forma e sombra do objeto confundindo-o com ambiente, sem alterar 0 aspecto normal do terreno (Fig. 01). 5 0 meio 1.2.2- Mascaramento Consiste em ocultar urn objeto por meio de uma cortina ou mascara, que pode ou nao ser facilmente distinguido (Fig. 02). Figura 01- DISSIMULA~AO Figura 02- MASCARAMENTO 1.2.3- SimuIaf;ao Consiste no emprego de falsos materiais (simulacros) dando a impressao de verdadeiros e, ainda, dar aos objetos reais caracteristicas de outros sem importancia. 1.3- CAMUFLAGEM INDIVIDUAL Tern 0 objetivo de iludir 0 observador inimigo, tanto 0 aereo como 0 terrestre. Na camuflagem individual 0 fundo e 0 principal elemento a ser levado em considerayao, devendo, pois 0 combatente camuflar a pele do corpo descoberta, 0 uniforme, 0 equipamento e 0 armamento. 1.3.1- PeIe o combatente deve pintar 0 rosto, pescoyo e as maos, evitando a tonalidade clara, utilizando-se de graxa preta para calyados, rolha queimada, carvao ou lama. No rosto deve-se disfaryar as linhas do nariz, face, cavado dos olhos e linhas do queixo; pode-se utilizar, tambem uma rede tipo mosquiteiro, devidamente escurecida em tinta corante (cafe forte) (Fig. 03). Figura 03 6 1.3.2- Uniforme o uniforme deve ser adaptado ao terreno em que se va atuar, para isto ha necessidade de alterar a cor do traje utilizando-se de corantes, graxa ou lama. Ha, porem, uniformes para diversos tipos de terreno, tais como: neve, selva, rochedo, deserto, etc. 1.3.3- Eguipamento 1.3.3.1- Capacete A forma curva de capacete e bern familiar e por esta razao e facilmente identificavel, exigindo, portanto, uma imediata transforma<;ao de seu feitio como uma garantia de vida para 0 combatente. Para que isso ocorra, varios processos sao empregados: • pinta-se 0 capacete com tintas de varias cores opacas disfar<;ando-se a tonalidade primitiva; • passa-se uma tira (elastica) em volta do capacete onde se prende folhagem igual a da regiao em que se esta combatendo; • cobre-se 0 capacete com uma rede de pequenas malhas e cobre-se a rede com vegeta<;ao; • faz-se uma capa de pano, pintada em cores variadas, e coloca-se sobre 0 capacete (Fig. 04 e 05). Figura 04 Figura 05 1.3.3.2- Equipamento de Lona Escurece-Io com graxa, lama tinta, carvao ou rolha queimada. 1.3.4- Armamento Sendo 0 formato do fuzil facilmente reconhecido, ele deve tambem ser disfar<;ado. Para isso 0 fuzil deve ser pintado, mas e conveniente enfaixa-Io com fitas de pano, 0 que 7 modificara sua forma e facilitara 0 emprego de material natural. A colocayao de material natural ou artificial de camuflagem no fuzil nao deve impedir seu emprego como arma de fogo. Observa~ao: normalmente os objetos brilhantes emitem reflexos por causa das superficies polidas, razao pela qual devem tambem ser disfaryados, tomando-se precauyoes maximas. Assim, reles, aneis, blissolas, etc. devem ficar no bolso e as marmitas devidamente escondidas. 1.4- CAMUFLAGEM DE VIATURAS 1.4.1- Nos estacionamentos Deve-se estaciona-Ias aproveitando-se, ao maxImo, das cobertas existentes no terreno como, por exemplo, sob a sombra de urna arvore. Evitar 0 brilho das partes com vidros, espelhos retrovisores e partes cromadas colocando-se sobre as mesmas urna rede, ou entao, cobri-Ias com folhagem. A noite devera ser utilizada a disciplina de escurecimento. 1.4.2- Em movimento AIem dos cuidados normais de evitar 0 brilho, a sombra e a forma, deve-se camuflar os sulcos deixados pel as rodas, cujas trilhas denunciam a posiyao, principalmente para o observador aereo. Observa~ao: a pintura de camuflagem para viaturas pode ser simples ou variada. Pintura simples e aquela em que s6 utilizamos urna cor e variada quando usamos varias cores. 1.5- CAMUFLAGEM DE AERONAVES As aero naves devem ser pintadas visando ao seguinte: Na parte superior da fuselagem com tintas de cores variadas e opacas, dando 0 efeito de sombreamento e matiz, para que, quando estacionadas, possam ser confundidas com a vegetayao ou outros tipos de terreno. Na parte inferior com tintas de cor branca ou outra tonalidade clara, para que se tome menos visivel a urn observador terrestre. Para a camuflagem das aeronaves sao utilizados, tambem, os abrigos contra produtos quimicos REVEMENTS, os quais tern capacidade para tres avioes de combate e devem ser distanciados de cerca de 50 metros uns dos outros. Nao e aconselhavel que os avioes protegidos pelos abrigos sejam dispostos em linhas retas. Deve-se, tambem tomar cuidado com as partes das aeronaves que refletem brilho. E de importancia capital em urn aer6dromo a existencia de areas de dispersao para as aeronaves. A area de dispersao a nosso ver, e a principal medida para a proteyao das aeronaves no solo. As areas de dispersao devem reunir as seguintes condi~oes: • possuir acessos rapidos as pistas de decolagem; • os pontos de dispersao devem distar, entre si, 0 suficiente para que 0 ataque a urn nao afete os demais; • nao devem existir mais de dois pontos de dispersao no mesmo eixo; • deve ser aproveitado ao maximo 0 efeito de camuflagem natural (mores); • deve ser aproveitado ao maximo 0 efeito de camuflagem entre 0 Centro de Operayoes Aereas (COA) do aer6dromo e os pontos de dispersao; • os acessos aos pontos de dispersao deverao possuir balizamento notumo; e • os pontos de dispersao deverao possuir, no minimo, 02 (duas) vias de acesso as pistas de decolagem. Observa~ao: as unidades sediadas nestes aer6dromos deverao possuir pessoal suficiente para operar em area de dispersao, pois este tipo de operayao exige muito mais meios em pessoal e equipamento que em urna operayao normal. 8 Avioes estacionados necessitam de muita proteyao e esta proteyao e obtida atraves de uma excelente camufiagem, lembre-se que na hist6ria das guerras muitas Foryas Aereas tiveram seus avioes destruidos no solo. Cores padronizadas usadas na camuflagem de aer6dromos: Branco Areia do deserto Verde-terra Marrom-escuro Verde-oliva Verde-floresta Preto Amarelo-terra Tabela 01 2- MANEABILIDADE 2.1- FINALIDADES A finalidade da "Maneabilidade" individual e proporcionar ao combatente condiyoes para receber e assimilar os movimentos ou exercfcios que ira realizar por ocasiao de situayoes adversas, seja na instruyao ou no teatro de operayoes, atraves de urn conjunto de exercfcios coletivos que objetivam 0 desenvolvimento de tecnicas e Procedimentos necessanos it execuyao do combate. o combate, complexo de ordens e movimentos, de situayoes e condutas, de imprevistos e atitudes, de engenhos e operadores, exige, no seu desenrolar em busca da vit6ria, conjuntos perfeitos, ajustados e de grande rendimento. A guerra e uma sucessao de combates, onde 0 homem e 0 elemento basico. Em combate, apreciando urna operayao, assistimos it ayao das unidades; cada unidade e constituida por subunidades, estas por unidades elementares e estas ultimas, finalmente, sao formadas por homens, cada qual com urna missao definida a curnprir. Apesar do desenvolvimento dos engenhos de guerra, do aperfeiyoamento da tecnica, do aumento da capacidade ofensiva do atual armamento, 0 homem continua sendo 0 fator essencial no combate, que dele depende para 0 completo sucesso. Por isso, precisa agir s6, devendo ter sempre em mente a ideia de que trabalha para urn conjunto, que faz parte de urn todo que tern em vista, em ultima instancia, urn resultado comurn. 2.2- CONCEITO BA.SICOS 2.2.1- Coluna Dispositivo adotado por urna tropa de modo que seus elementos se escalonem em Profundidade, quaisquer que sejam suas formayoes e as distancias entre eles. 2.2.2- Desdobramento Fracionamento de urna coluna em vanas outras, em pro fundi dade, em largura ou em ambas, orientadas por vias de acesso ou itineranos definidos, tendo em vista seu pr6ximo emprego em combate. 2.2.3- Desenvolvimento Articulayao de urna tropa no terreno, tomando 0 dispositivo de combate, com a finalidade de anular ou reduzir a eficacia da observayao e dos fogos inimigos, particularmente de suas armas de "tiro tenso" (tiro de trajet6ria reta). 2.2.4- Dispositivo Modo particular pelo qual sao dispostos, numa situayao, os elementos de uma forca. 9 2.2.5- Distancia Espa90 compreendido entre dois elementos (homem, viatura, fr39oes) de uma tropa que esteja em coluna. 13 expressa em metros ou passos, contados a partir da cauda do elemento imediatamente it frente. 2.2.6- Escaloes Os elementos sucessivos de urna tropa que esteja disposta em profundidade 2.2.7- Formacao Arranjo dos elementos de urna for9a terrestre, segundo maneira prescrita. 2.2.8- Homem base ou unidade base Homem (ou unidade) pelo (a) qual os demais elementos se orientam para manter uma detelminada dire9ao, forma9ao ou velocidade de marcha. 2.2.9- Intervalo E0 espa90 entre dois elementos (homens, viaturas, fra90es) colocados na mesma fileira e contados em passos ou metros, paralelamente it frente. 2.2.10- Lanco Progressao de homem ou de tropa de urn ponto a outro ou de urna linha a outra. 2.2.11- Linha Dispositivo adotado por urna tropa de modo que seus elementos se escalonem em largura, quaisquer que sejam suas forma90es e intervalos. 2.2.12- Objetivo A parte da posi9ao inimiga ou a linha que deve ser atingida ou conquistado por tropa. E, tambem, a area nsica atribuida para a aplica~ae des tires de arma. 2.2.13- Profundidade Espa90 compreendido entre a testa do primeiro elemento de urna tropa e a cauda do ultimo. 2.2.14- Progressio Deslocamento de tropa desdobrada na dire<;ao geral estabelecida. 2.2.15- Rodizio Troca de posi9ao ou mudan9a de fun90es entre os homens de urn mesmo elemento. 2.2.16- Tropa em posicio Tropa que esteja com suas armas instaladas no terreno, tendo em vista 0 curnprimento de urna missao. 2.2.17- Unidade justapostas Dispositivo de urna tropa cujos elementos, parados ou em progressao, estejam colocados uns ao lade dos outros, sem obedecer a intervalos e forma90es e independentemente de alinhamento. 2.2.18- Unidades sucessivas Dispositivo de uma for9a cujos elementos estejam colocados uns atnis dos outros, sem obedecer a distancias ou forma90es, parados ou progredindo na mesma dire9ao ou em dire90es paralelas pouco afastadas. 10 2.3- COMANDOS Os comandos, em "Maneabilidade", poderao ser transmitidos por urn dos seguintes modos: • voz; • gestos; • sinais convencionais (otic os ou acusticos); • ordens (verbais ou escrita); • exemplo. Os comandos constam, geralmente, de: • advertencia: e urn alerta dado atropa, prevenindo-a para 0 comando, que sera transmitido; • comando propriamente Dito: Tern por finalidade indicar 0 movimento ou ac;ao a ser realizado; e • execuc;ao: determina 0 momenta em que 0 movimento ou ac;ao deve ter inicio. 2.3.1- Comando a voz A voz e 0 modo de comando mais empregado e mais eficiente, embora sofra restric;5es em func;ao da distancia, do vento e dos ruidos do combate. Os comandos a voz deverao ser transmitidos de forma a serem ouvidos por toda a tropa comandada. Os comandos a voz poderao ser formais ou informais. Esta apostila trata, exclusivamente, dos comandos formais. Os comandos formais, aqui apresentados, devem ser usados na instmc;ao e no adestramento das frac;5es; quando estas estiverem bern adestradas ou em situac;5es de combate, deverao ser usados comandos informais ou apenas ordens curtas e simples. Entretanto, estes comandos ou ordens devem fomecer aos homens os elementos indispensaveis a urna c~rreta execuc;ao. 2.3.2- Comando por gesto Os comandos por gestos substituirao os comandos a voz quando a distancia, 0 vento, os midos ou qualquer outra circunstancia impedir que 0 comandante se fac;a ouvir. Sao empregados nas pequenas frac;5es quando desenvolvidas ou nas maiores quando reunidas. Deverao ser transmitidos de local visivel a toda tropa comandada ou, pelo menos, a todos os comandantes interessados. Sao prejudicados em condic;5es de fraca visibilidade. Devem ser evitadas combinaC;5es de gestos. Apos cada gesto deve-se aguardar que a ordem correspondente seja curnprida, para, so entao, transmitir-se 0 gesto seguinte. Os comandos por gestos, comurnente usados, sao os que se seguem nas proximas paginas. 2.3.2.1- Aten~io Levantar 0 brac;o direito na vertical, com a mao espalmada e voltada para frente. Observa~ao: todos os comandos por gestos devem ser precedidos pelo gesto de "atenc;ao" (Fig. 06). 11 Figura 06 2.3.2.2- Alto Colocar a mao direita espalmada e voltada para frente seguida, estender 0 bras:o vivamente na vertical (Fig. 07). a altura do ombro; em Figura 07 2.3.2.3- Acelerado (Apressar 0 pas so, aumentar a velocidade, Marche-Marche!) Colocar 0 punho direita cerrado a altura do ombro; em seguida, erguer e abaixar 0 bras:o varias vezes, verticalmente (Fig. 08). 1 Figura 08 12 2.3.2.4- Aumentar distancias (ou intervalos) Elevar os brayos verticalmente sobre a cabeya, com as maos espalmadas juntas, em seguida, abaixa-los lateralmente ate a posiyao horizontal. Repetir 0 movimento vanas vezes (Fig. 09). Figura 09 2.3.2.5- Cessar fogo Voltar a frente para quem 0 gesto sera dirigido e colocado os antebrayos na horizontal, de forma que as maos, espalmadas e voltadas para frete, fiquem na altura do rosto; em seguida, mover altemadamente os antebrayos na frente do rosto, ate que as maos atinjam, ora a altura do capacete, ora altura do peito. Repetir 0 movimento vanas vezes (Fig. 10). I . il '1 . b. I "~ L.J',\. ~. I t 'I.1 • t ~ , ,( Figura 10 2.3.2.6- Em coluna Elevar 0 brayo direito verticalmente, com a mao espalmada voltada para frente, girando-se em seguida para tras, descrevendo circulos no plano vertical (Fig. 11). \. " Ii 1 t Figura 11 13 2.3.2.7- Comigo Estender 0 brayo direito na direyao da pessoa para quem 0 gesto e feito, apontando-se com 0 dedo indicador; em seguida, com a palma da mao voltada para tnis e todos os dedos unidos e distendidos, rebater 0 antebrayo trazendo a mao ate a altura do rosto (Fig. 12). Figura 12 2.3.2.8- Em cunha Estender os brayos ao lado do corpo, com as maos espalmadas voltadas para frente, abaixo dos ombros, formados com estas, angulos de, aproximadamente, 45 0 (Fig. 13). Figura 13 2.3.2.9- Desembarcar Estender os brayos ao lado do corpo, com as maos espalmadas voltadas para baixo, acima da linha dos ombros, formando com esta, angulos de, aproximadamente, 45 0 ; em seguida, abaixar os brayos lateralmente ate 0 plano horizontal (Fig. 14). _~'_.'______ I ... '.:.\.::~~':\ \. ~ !:~~. 'J ~ " ~ : -.:\ 1 ': . Figura 14 14 2.3.2.10- Diminuir distancias (ou interval os) Estender os brayos lateralmente no plano horizontal, maos espalmadas voltadas para cima; em seguida, eleva-los sobre a cabeya, ate que as palmas das maos se toquem. Repetir o movimento varias vezes (Fig. 15). Figura 15 2.3.2.11- Em escalao Com as maos espalmadas voltadas para baixo, estender os brayos ao lado do corpo, formando com este uma linha oblfqua. 0 brayo que estiver mais elevado indica se 0 escalao eadireita ou aesquerda (Fig. 16). Figura 16 2.3.2.12- Embarcar Estender os brayos lateral mente no plano horizontal, com as maos espalmadas voltadas para cima; em seguida, eleva-los para a vertical (Fig. 17). Figura 17 15 2.3.2.13- Em frente Estender 0 brayo direito verticalmente, com a mao espalmadas voltada para frente; em seguida, abaixa-Io na direyao de marcha, ate a horizontal (Fig. 18). Figura 18 2.3.2.14- Esta pronto? (estou pronto!) Estender 0 brayo direito da pessoa para quem gesto e feito, mao levantada, dedos distendidos e unidos, palma voltada para frente (Fig. 19). . Figura 19 2.3.2.15- Fogo Estender 0 brayo direito verticalmente, com a mao espalmada para frente; em seguida, abaixa-Io energicamente ate 0 lade do corpo (Fig. 20). Figura 20 16 2.3.2.16- Por fra~oes justaposta Elevar os bra~os verticalmente, com as mao espalmadas para frente, girando-os em seguida para tras, descrevendo circulos no plano vertical (Fig. 21). Figura 21 2.3.2.17- Por fra~oes sucessivas Estender 0 bra~o na horizontal na frente do corpo, com a mao espalmadas voltadas para baixo; em seguida, abaixar 0 bra~o ate 0 lade do corpo (Repetir varias vezes 0 movimento) (Fig. 22). I Figura 22 2.3.2.18- Inimigo a vista Empunhando a arma com as maos, eleva-Io na horizontal, acima da estendendo os bra~os (Fig. 23). Figura 23 17 cabe~a, 2.3.2.19- Em linha Estender os bra~os lateralmente no plano horizontal, com as maos espalmadas voltadas para baixo (Fig. 24). Figura 24 2.3.2.20- Em losango Colocar os antebra~os na horizontal, de forma que as maos, espalmadas, fiquem na altura da nuca, com a palma da mao direita sobre as costas da esquerda (Fig. 25). Figura 25 2.3.2.21- Nio visto (nio entendido) Voltar a frente para quem 0 gesto e dirigido e colocar os antebra~os na horizontal, de forma que a mao, espalmada e voltada para frente, fique na altura do rosto (Fig. 26). Figura 26 18 (Repetir 0 2.3.2.22- Preparar para desembarcar o mesmo gesto usado para 0 "Desembarcar", feito apenas com movimento varias vezes.) (Fig. 27). 0 brayo direito. Figura 27 (Repetir 0 2.3.2.23- Preparar para embarcar o mesmo gesto usado para 0 "Embarcar", feito apenas com movimento varias vezes.) (Fig. 28). 0 brayo direito. Figura 28 2.3.2.24- Reunir Voltar a frente para quem 0 gesto e dirigido e levantar 0 brayo direito na vertical, com a mao espalmadas voltada para frente; em seguida, girar 0 brayo, descrevendo pequenos circulos com a mao, plano horizontal (Fig. 29). Figura 29 19 2.3.2.25- Suspender fogo o mesmo gesto usado para 0 "Cessar Fogo", feito apenas com 0 bravo dire ito (Fig. 30). Figura 30 2.3.2.26- intima forma V oltar a frente para quem 0 gesto e dirigido, elevar os bravos acima da cabeva, antebravos cruzados, maos espalmadas voltadas para frente; em seguida, mover os antebravos, levando-os ate a vertical e retomando Ii posivao inicial (Repetir 0 movimento varias vezes.) (Fig. 31). Figura 311 2.3.2.27- Em cunha invertida (em "V") Estender os bravos ao lade do corpo, com as maos espalmadas voltadas para frente, acima da linha dos ombros, formando com esta urn angulo de, aproximadamente, 45° (Fig. 32). Figura 32 20 2.3.2.28- Grnpo de combate Brac;o direito estendido Ii frente do corpo, voltadas para baixo, descrevendo pequenos circulos. a altura do ombro, maos espalmadas 2.3.2.29- Pelotao Os dois brac;os estendidos descrevendo circulos ao lade do corpo. 2.3.2.30- Sitna~ao com refem Dedos indicados e medios da mao direita sobrepostos. 2.3.2.31- Invasao on assalto (ordem para) Mao direita aberta, dedos unidos, pressionados pela outra mao fechada em forma de soco. 2.3.2.32- Solicita~ao de cobertnra on apoio Mao direita espalmada para baixo descrevendo movimentos circulares sobre a cabec;a. Observa~ao:"dependendo da necessidade, outros gestos poderao ser previamente convencionados" . 2.3.3- Comandos por sinais convencionados Sinais das mais diversas naturezas (6ticos ou acusticos), constitui-se em modos auxiliares de comando e serao usados, normalmente, como advertencia ou para indicac;ao do momento de execuc;ao de qualquer comando. Serao convencionados pelo CMT da frac;ao e deverao ser do conhecimento de todos os seus integrantes; poderao ser transmitidos por meio de apito, buzina, sirene, tiro, fumigeno, luzes, etc. Podem ser percebidos pelo inimigo e sofrerem restric;oes devido as condic;oes de visibilidade ou ruidos do combate. 2.3.4- Comando por ordens e pelo exemplo Quando nao for possivel usar outro modo, serao expedidas ordens, as quais poderao ser emitidas verbalmente ou por escrito, e transmitido pessoalmente ou por outro meio de comunicac;ao. 0 comando por ordens e mais comumente empregado nos escalOes superiores ao pelotao. Em alguns casos, os comandantes poderao determinar que sejam imitados seus movimentos e, a partir de entao, passarao a comandar pelo exemplo. 2.4- EXERCicIOS INDIVIDUAlS DE VIVACIDADE 2.4.1- Finalidade Os exerClClOS individuais de vivacidade tern por objetivo dar aos homens condic;oes para receberem e assimilarem, rapidamente, os exercicios que irao realizar por ocasiao da instruc;ao individual propriamente dita. 2.4.2- Tipos de exercicios Os exercicios individuais de vivacidade sao os seguintes: marchar, correr, ajoelhar, deitar, engatinhar, rastejar, rolar, levantar e mudar de frente. As tecnicas de cada urn deles devem ser conhecidas e praticadas por todos os, combatentes, ate a obtenc;ao dos reflexos necessarios. 21 2.4.2.1- Marchar 2.4.2.1.1- Durante 0 dia A voz de "marche!", 0 homem progride no passo sem cadencia, com a arma a tiracolo, em bandoleira ou suspensa (na mao). 2.4.2.1.2- Durante a noite o homem marcha como foi descrito acima devendo, porem, levantar bern a perna que estiver no momento Ii frente do corpo a tim de nao se embarayar na vegetayao rasteira ou nao tropeyar. A marcha devera se feito com toda a cautela e silencio. 0 deslocamento, Ii noite, e mais fatigante e de menor rendimento. 2.4.2.2- Marche-marche Ao comando de "marche-marche!" 0 homem iniciara a cOlTida tomando 0 cui dado de manter 0 busto erguido, com a inclinayao necessaria a velocidade exigida. 0 fuzil sera transportado pela mao direita na posiyao de "arma na mao". 2.4.2.3- Ajoelhar Ao comando de "Ajoelhar", 0 homem parara e ajoelhara, colocando direito no solo, a arma segura pela mao direita na vertical. 0 joelho 2.4.2.4- Deitar 2.4.2.4.1- Durante 0 dia Ao comande de "Deitar", 0 homem lanyar-se-a vivamente ao solo, da maneira mais conveniente, tendo e cuidado para que as pernas nao sejam atiradas para cima ao cairo Qualquer urn dos processos seguintes e de facil execuyao: 0 • 1 Processo- durante a execuyao do lanyo, 0 homem conduiindo a arma na mao dire ita, deitar-se-a rapidamente da seguinte ffifuieira: Passo 1- ao colocar 0 pe esquerdo no solo, dobrara a perna direita e assentara 0 joelho direito no chao; Passo 2- com a velocidade do movimento, 0 corpo tendera a ir para frente, momento em que se apoiara sobre 0 joelho esquerdo e amortecera a queda com 0 auxilio da mao e brayo esquerdo; Passo 3- a parte anterior da arma vira cair sobre 0 antebrayo esquerdo, ficando 0 homem em condiyoes de empunha-la para 0 tiro (Fig. 33 - 34 - 35 - 36). Figura 33 22 Figura 34 I~ Figura 35 ~I Figura 36 • 2° Processo- 0 homem sahara de maneira a ficar com os pes, em linha, afastados cerca de 60 cm. Ao saltar, tendo 0 fuzil na mao direita segura pelo centro de gravidade, ajoelhar-se-a sobre os dois joelhos. Em seguida: Passo 1- Caira para frente suportando 0 peso do corpo com a mao esquerda; estendera mao direita a frente, para ajudar 0 brac;o esquerdo a suportar 0 corpo; evitara bater com a boca do cano da arma no solo; Passo 2- As pernas serao distendidas para tras, 0 brac;o esquerdo para frente, ficando 0 homem, em conseqtiencia, na posiC;ao de bruc;os (Fig. 37 - 38 - 39 - 40). Figura 37 Figura 38 23 Figura 39 Figura 40 2.4.2.4.2- Durante a noite o homem deixar-se-a cair lentamente sobre 0 joelho direito, sustentando 0 corpo com a mao esquerda, segurando 0 fuzil com a mao direita. Movem cuidadosamente a perna esquerda para tras e colocara a perna direita junta a esquerda. Tomara a posil;ao para 0 tiro e manter-se-a colado ao solo. 2.4.2.5- Rastejar e engatinhar Estes Processos de progressao sao lentos e fatigantes, portanto devem ser usados apenas para pequenos deslocamento. Ao comando de "Rastos" ou "Engatinhar", 0 homem deslocar-se-a confonne prescrito a seguir: 2.4.2.6- Rastejar • 10 Processo- Apoiara 0 corpo sobre 0 joelho e antebrayo. Levantam ligeiramente 0 busto e conservara 0 corpo a pouca altura do solo, for9ando a cabeya e quadris para baixo. Os joelhos deverao ficar sempre para tras dos quadris; avanyara 0 corpo pela trayao alternada dos cotovelos e joelhos. 0 cotovelo esquerdo avanyam ao mesmo tempo em que 0 joelho direito; em seguida, alternara com 0 cotovelo direito e 0 joelho esquerdo, e assim sucessivamente. 0 fuzil sera transportado nos brayos, de modo que nao penetre sujeira na boca do cano (Fig. 41 - 42 - 43). Figura 41 Figura 42 24 Figura 43 • 2° Processo - Este processo e mais lento e mais fatigante que 0 anterior, mas diminui a exposic;ao do homem. Partindo da posic;ao deitada de bruc;os (decubito ventral), levar as maos it frente da cabec;a, conservando os cotovelos no solo. Encolher uma das pemas e com ela empurrar 0 corpo para frente, com auxilio da trac;ao das maos e antebrac;os. A arma podera ser conduzida de dois modos: Passo 1: a mao direita empunhara a arma pelo centro de gravidade, alavanca de manejo para baixo, boca para frente e a conduzira sempre it frente do corpo, elevando-a ligeiramente do solo, a cada avanc;o da mesma. Passo 2: a arma sera segura pela bandoleira pr6xima it brac;adeira do zarelho anterior, entre 0 polegar e demais dedos, ficando 0 guarda-mao apoiado na curva do brac;o e 0 antebrac;o introduzido entre a bandoleira e 0 guarda-mao. Isso evita que a boca da arma se enterre no chao. Ao avanc;ar, 0 fuzil sera conduzido it frente pela mao direita (Fig. 44 - 45 - 46). Figura 44 Figura 45 I~ Figura 46 • 3°Processo- Apoiara 0 corpo sobre as pemas e cotovelos, levantara ligeiramente 0 alisto, conservara 0 corpo rente ao solo, forc;ando a cabec;a e quadris para baixo. Avanc;ara 0 corpo pel a trac;ao dos cotovelos e impulsao dos pes simultaneamente. A arma sera levada atravessada, no angulo formado pelos brac;os e antebrac;os. Este processe sera utilizado quando se desejar evitar que 0 fuzil toque 0 solo (Fig. 47). 25 Figura 47 2.4.2.7- Rastejar durante a noite o processo e muito semelhante ao usado durante 0 dia. Os movimento, porem deverao ser lentos e compass ados pel a necessidade de completo silencio. 2.4.2.8- Engatinhar 2.4.2.8.1- Durante 0 dia o homem tomani a posiQao de "quatro", distribuindo 0 peso do corpo pelas maos e joelhos e progredinl ora com a mao e joelho direitos, ora com a mao e joelho esquerdos. A arma podeni ser conduzida a tiracolo ou na mao direita, com a boca para frente. 2.4.2.8.2- Durante a noite Engatinhara como de dia, porem com os seguintes cuidados: colocara 0 fuzil no solo, Ii direita, boca para frente e alavanca de manejo para baixo e com a mao esquerda procurara urn lugar que nao tenha pedras, ramos, etc. Ii frente do joelho esquerdo. Mantera a mao esquerda onde esta e deslocara 0 joelho esquerdo para 0 lugar escolhido. Repetira 0 movimento com a mao e joelho direitos. Quando necessario, escolhera urn lugar para 0 fuzil e leva-Io-a para frente. 2.4.2.9- Rolar o homem procedeni da seguinte maneira: deitado, em decubito dorsal, prendera a coronha do fuzil entre as pernas, segurando a arma junto ao corpo com as duas maos, uma das quais envolve 0 quebra-chamas; 0 carregador devera estar com, a maior superficie paralela ao corpo; nesta situaQao, rolara para 0 lado que desejar, bastando, para isso, impulsionar 0 corpo com 0 auxflio da perna e do pe contrario ao sentido do movimento (Fig. 48). Figura 48 2.4.2.10- Levantar Ao comando de "levantar", 0 homem procedera da seguinte maneira:Estando de joelhos, apoiar-se-a na arma, na perna avanQada e levantar-se-a. Estando deitado, encolhera os braQos, erguer-se-a apoiando-se nas maos e nas pontas dos pes; levara a perna direita Ii frente e, com urn impulso desta, levantar-se-a (Fig. 49 - 50 - 51 - 52 - 53). Figura 49 26 Figura 50 Figura 51 Figura 52 Figura 53 2.4.2.11- Mudar de frente Parad.o .oU em m.oviment.o; mudar de frente e v.oltar a frente d.o C.orp.o para a direita, esquerda, retaguarda .oU para urn P.ont.o indicad.o. A.o c.omand.o de "Frente para a Direita" (esquerda, retaguarda .oU P.ont.o indicad.o), .0 h.omem v.olta-se vivamente para a direryao indicada, c.ontinuand.o parad.o .oU em m.oviment.o. An.oite, a rapidez na.o deve prejudicar .0 silenci.o. 2.4.2.12- Deslocamentos Os desl.ocament.os Sera.o feit.os P.or pr.ocess.os de vel.ocidade variavel ist.o e, andand.o, c.orrend.o, rastejand.o .oU roland.o. Os lanry.os .oU pequenas pr.ogress5es de urn P.ont.o a.o .outro, devera.o ter preferencialmente .0 inici.o e .0 fim em urna c.oberta .oU abrig.o. 2.4.2.13- Prepara~ao para Para executar urn lanry.o, procurand.o resP.onder seguintes perguntas: • para .onde V.ou? 0 lan~o .0 h.omem preparar-se-a pnmelf.o mentalmente, 27 • por onde you? • como you? • quando you? As respostas a estas perguntas irao capacita-Io a obter todas as vantagens que 0 terreno, a situayao e outros fatores puderem proporcionar. Para a execuyao do lanyo, 0 homem devera atender, entre outras, as seguintes regras para a ocultayao: • evitar deslocamentos desnecessarios; • escolher um lugar coberto para onde ir; • escolher 0 processo de progressao mais adequada para nao atrair a atenyao do inimigo; • aproveitar valetas, cercas, orlas de mato e dobras do terreno; • quando estiver em terreno limpo, deslocar-se-a com a maxima rapidez a fim de ficar exposto 0 minimo possivel as vistas do inimigo; • ao termino do lanyo, esforyar-se-a para reiniciar 0 seguinte de ponto diferente do atingido anteriormente; • aguardar 0 momento oportuno para executar 0 lanyo. Erros a evitar na execuyao dos lanyos. • Preparayao do lanyo perceptivel pelo inimigo. • Partida 000 simultanea dos homens de uma frayao que deve executar num so bloco. • Partida de uma frayao antes do momento oportuno, estando a precedente ainda no curso do lanyo. • Excesso de escalonamento no ambito de uma frayao. • Homens muito proximos uns dos outros. ;0 Aproveitfuilentos incorretos do terreno, deixando de ocupar cobertas ou abrigos . disponiveis. 2.5- GRUPO DE COMBATE (GC) 2.5.1- Objetivo Preparar os homens para se comportarem no ambito do GC, com acerto e presteza no atendimento aos comandos recebidos. Da aos comandantes a oportunidade de se exercitarem no comando, de modo a adquirirem rapidez e flexibilidade de raciocinio. Os comandos dados serao influenciados basicamente pelas formas de terrenos e devem ser c1aros, precisos e concisos e, ainda mais, prenderem a atenyao dos homens. Para habilitar os homens a conhecerem perfeitamente as funyoes de seu escalao, e impositivo que sejam treinados atraves do rodizio, no exercicio de todas elas. 1sto proporcionara maior eficiencia, da equipe e aumentara 0 interesse pela instruyao. 2.5.2- Organiza~ao o GC, que e comandando por um 3°Sargento, e constituido por 02 (duas) Esquadras, perfazendo um total de 09 (nove) elementos (Fig. 54). A 1aEsquadra e composta por: • cabo auxiliar - cmt. da 1a esquadra e armado com fuzil; • soldado 1° esc1arecedor - armado com fuzil; • Soldado 2° Esc1arecedor - Armado Com Fuzil; • Soldado atirador - armado com fuzil e pistola. A 2a Esquadra e composta por: • soldado 3° esc1arecedor - cmt da 2a esquadra e armado com fuzil; • soldado 4° esc1arecedor - armado com fuzil; 28 • soldado 5° esc1arecedor - armado com fuzil com alya para lanyamento de granadas; • soldado atirador - armado com fuzil e pistola. LEGENDA: G C .."duGC ESQuadra OCbAuxmAr E - Sd Eselara:.edor A - Sd Atlrndor Figura 54 2.5.3- Atribuicoes dos componentes • Sargento Comandante do GC - e 0 responsavel pelo emprego, controle, conduta de tiro e manobra do seu grupo. • Cabo Auxiliar e Soldado 3°Esclarecedor - sao os comandantes de Esquadras; auxiliam 0 Cmt do GC no controle, iniciando as ayoes e dando 0 exemplo dentro de suas Esquadras. Conduzem, alem do seu material, 02 (dois) carre gadores para os fuzis. • Soldados Esc1arecedores e Atiradores, sao instruidos e exercitados para 0 combate individual e coletivo e devem estar em condiyoes de realizar rodizio de funyoes. • 0 Soldado 5°Esc1arecedor tem tambem a funyao de granadeiro; e • Os Soldados Atiradores operam os fuzis, identificam os objetivos e apontam as armas. 2.5.4- Enunciar fun(:oes A enunciayao de funyoes e 0 processo por meio do qual 0 Cmt do GC verifica se todos os homens estao presentes e sabem a funyao que vao exercer. E cabivel em todas as situayoes, particularmente nas seguintes: • antes de urn exercicio; • ap6s movimento que dispersem muito 0 GC; • ap6s um exercicio ou uma ayao de combate; • Depois de efetuado urn rodizio. Execuyao - ao comando de !lGmpo, Atenyao! Enunciar funyoes!", cada homem, na sequencia mostrada na organizayao do GC anteriormente, em voz alta, a partir do Cmt do GC, dim sua graduayao e funyao. Para isto, urn a um, tomarao a posiyao de sentido e levantarao energicamente 0 brayo direito (esquerdo quando 0 direito estiver ocupado) com a mao espalmada voltada para frente, dedos unidos, a medida que se identificarem. 0 comando devera ser dado de urn local do qual 0 Cmt possa ver toda a sua frayao. 29 2.5.5- Formacoes do GC A fonnayao a ser adotada e as distancias e intervalos entre os homens e esquadras sao em funyao da situayao e do terreno, aMm de outros fatores. No entanto, considerar como nonnais as distancias e intervalos de (dez) passos entre os homens e de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) metros entre as esquadras. Nas fonnayoes escalonadas em profundidade, a primeira esquadra sera a base a frente; nas escalonadas em largura, sera a base a esquerda. o adequado aproveitamento do terreno e mais importante do que a posiyao exata que cada homem deva ocupar no dispositivo; 0 Cmt do GC, alem de incutir em seus homens a importancia desta priori dade deve ele, tambem, observa-Ia; colocando-se onde melhor nossa controlar sua frayao. Para a fonnatura do GC, os homens entrarao em fonna em "coluna por um", distancia de um brayo entre eles, na ordem indicada anterionnente. 2.5.5.1- Em coluna fonnayao adotada pelo GC para 0 movimento em terreno que restrinja 0 emprego de uma fonnayao mais dispersa (trilhas, passagens estreitas, etc.) ou em condiyoes de pouca visibilidade (escuridao, nevoeiro, etc.). Facilita 0 controle e proporciona rapidez de movimento, mas oferece pouca dispersao. As Esquadras deverao adotar, obrigatoriamente, a fonnayao em coluna. As distancias entre os homens sao de 10 (dez) passos e entre as Esquadras de 20 (vinte) metros. (ver figura) (Fig. 55). Ea -- --, I I I ~ Esquadra Figura 55 2.5.5.2- Por esquadras sucessivas mais comumente adotada pelo GC; qualquer outra fonnayao sera usada por imposiyao da situayao ou do terreno e, logo que cessem tais imposiyoes, 0 grupo retomara a fonnayao por Esquadras Sucessivas. Adequada aos reconhecimentos, a aproximayao e sempre que haja necessidade de uma Esquadra apoiar a outra durante 0 deslocamento. Proporciona boa dispersao, born controle, born volume a frente enos flancos, grande flexibilidade e apoio mutuo entre as Esquadras. Cada Esquadra devera adotar a sua fonnayao basica, que e uma cunha, s6 a modificando temporariamente por imposiyao da situayao e do terreno. 0 Cmt. de Esquadra e 0 vertice da cunha, 0 que the pennite servir de base, entre os homens a distancias sao da ordem de 1O(dez) passos e entre as Esquadras de 20(vinte) a 50(cinquenta) metros (Fig. 56). E a fonnayao 30 /9 t;;<. 10p_os ~ - - -1111-EiqUfldra --a ----e---- 50m ..1 e Figura 56 2.5.5.3- Por esquadras justapostas E a fonna~ao adotada pelo grupo para a progressao quando a localiza~ao do inimigo for conhecida e se deseja born volume de fogos it frente. Proporcionam born grau de controle, seguran~a em todas as dire~oes, boa dispersao e born volume de fogos it frente. Cada Esquadra devera adotar as suas fonna~oes basicas, que e em cunha, so a modificando temporariamente e por imposi~ao da situa~ao e do terreno. As distancias entre os homens sao da ordem, de 10 (dez) passos e 0 intervalo entre as Esquadras e de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) metros. Quando as restri~oes impostas pelo terreno ou pela visibilidade 000 forem tao grandes que exija a ado~ao da fonna~ao em coluna, 0 GC podera adotar uma fonna~ao por Esquadras Justapostas modificada, que e a coluna por dois (ver figura 58 ). Nonnalmente, essa forma~ao sera adotada quando 0 movimento estiver sendo realizado em uma trilha larga ou estrada. Proporciona grande facilidade de controle e rapidez de movimento, porem com potencia de fogo limitada it frente (Fig. 57 - 58). 0 , u, p11tI>:I .I 0 3 l} I r 0)I 6) (0 I r 1 ,8 I I I (0 1.... ___».5OJ!. __ -trIt l~i~ ~~ Figura 57 31 0 Para observar, os homens deverao ter 0 cuidado de manter a dire~ao de progressao, nao sendo necessario efetuar paradas. De acordo corn 0 terreno, percorrerao uma determinada distancia observando os setores respectivos, voltando~se para frente primitiva nos interval os entre as observa~oes. Durante os altos, seni feita nos mesmos mol des da observa~ao ern movimento perto do inimigo. 0 controle continuara a cargo do Cmt do GC, que podera exerce-Io pela vista ou atraves da enuncia~ao de fun~oes. 2.5.7- Fogos de assalto o assalto s6 sera realizado se conseguir superioridade local de fogos sobre 0 inimigo. Enquanto este se mantiver forte, a abordagem de sua posi~ao tera que ser feita mediante o emprego de fogo e movimento. Para realizar 0 assalto, 0 GC devera adotar a forma~ao ern linha e 0 deslocarnento dos homens devera ser em passo vivo. ' Durante 0 assalto, os componentes do GC executarn seus fogos tao rapidarp,ente quanto possfveis. No entanto, nao devem atirar a esmo; antes de cada disparo, 0 homem deve apontar a arma, usando a tecnica do tiro de a~ao reflexa, corn a arma apoiada no ombro ou, ern alguns casos, na cintura. 0 registro de seguran~a do fuzil devera estar assinalando "tiro intermitente". Para fins de adestrarnento, ensina-se aos horn ens armados corn fuzil a disparar 01 (um) tiro cada vez que 0 pe esquerdo tocar 0 solo (para os atiradores, 01 rajada de 2 a 3 tiros). Durante 0 combate pode nao ser praticavel disparar corn esta freqiiencia, mas deve-se faze-lo tao freqiientemente quanto seja possive!. Os comandantes de Esquadra e esclarecedores atirarn contra as posi~oes inimigas localizadas nas partes do objetivo que correspondem as suas posi~oes na forma~ao. Os atiradores atirarn contra as posi~oes inimigas localizadas nos setores de suas Esquadras, dando prioridade as armas automaticas inimigas. 2.5.7.1- Mecanismos para a execu~ao dos fogos Vma vez ern posi~ao, 0 GC desencadeara seus fogos mooiante urn comando que contem os elementos seguintes: • advertencia: Serve para fazer corn que os homens fiquem alerta para receber instru~oes. 0 Cmt do GC pode alertar todo 0 grupo ou parte dele; • dire~ao: Cmt do GC indica, a dire~ao geral do alvo; ern alguns casos, podera indicar a localiza~ao exata. Alem dis so, derme as extremidades e 0 centro dos objetivos ern largura ou'-em profundidade; • distancia (al~a): Dada ern metros; 0 Cmt do GC deve enuncia-la por algarismos. • natureza do alvo: Descri~ao sumaria do alvo; tipo de alvo. Sendo bastante nftido, nao precisa ser descrito; • condi~oes de execu~ao: Incluem os dados necessarios para assegurar 0 lan~arnento de fogo eficaz sobre todo 0 alvo. constarn da designa~ao dos membros do ~po que vao atirar e 0 consumo de muni~ao (Obs. Regime de tiro e a rela~ao entre 0 tempo consumido na execu~o das rajadas e 0 tempo de repouso entre as mesmas num espa~o de urn minuto. pode ser: lento rajadas de 4 a 5 tiros, sendo um carregador por minuto. normal rajadas de 9 a 11 tiros, sendo dois carregadores por minuto. rapido - rajadas de 20 tiros, sendo quatro carregadores por minuto, somente aconselhado ern situa~oes criticas.) Se os homens que vao atirar forem os mesmos colocados ern alerta, 0 Cmt do GC nao precisa dizer quem atira; • execu~ao: Comando para que os homens iniciem os disparos. 2.5.7.2- Exemplos de comandos de tiro: Exemplo: Grupo, Atenyao! (Advertencia) Vmahora! (Dire~ao) 33 Dois - Cinco - Zero! Tropa em Linha! Cinco Tiros! Ao meu comando! Fogo! (Distancia) (Natureza do Alvo) (Condi~oes de Execu~ao) (Fazer uma Pausa) (Execu~ao) Exemplo: Grupo, Atens:ao! Frente, referencia casa branca, direita, dois dedos! Tres - Zero - Zero! Anna Autornatica! Atiradores, urn carregador! Porque sornente os atiradores vao atirar Fogo! (Advertencia) (Dire~ao e Natureza do Alvo) (Distancia) (Condi~oes de Execu~ao) (Condi~oes de Execu~ao) (Execu~ao) Os comandos de tiro, em principio, devem conter todos os elementos. No entanto, eles 'nao precisam ser formais; dependendo do grau de adestramento do GC e da imaginayao de sei, Cmt, qualquer processo utilizado e valido, desde que cumpra a finalidade. Um comando informal pode ser: "Observem 0 meu trayante! Todo Grupo! Cinco Tiros!". 3- FORTIFICACAO EM CAMPANHA 3.1- CONCEITUA<;AO E ESPECIFICA<;AO Esta apostila comporta informayao minuciosa sobre a construyao de entrincheiramento improvisado, espaldoes, abrigos sumarios, redes e obstaculos e apresenta as ferramentas necessarias para esses trabalhos, comporta, ainda, dados sobre certos trabalhos semipermanentes, que podem ser construidos quando houver disponibilidade de tempo e de material e 0 contato com 0 inimigo for remoto. 3.2- EMPREGO DAS FORTIFICA<;OES OS trabalhos de fortificayoes de campanha sao realizados em contato com 0 inimigo, quando este contato for iminente, na organizayao de posiyoes defensivas, posiyoes iniciais ou sucessivas de retardamento, durante a consolidayao de urn objetivo conquistado, antes da montagem de uma ofens iva ou contra-ofensiva; durante uma ayao de flanco-guarda ou retaguarda. Embora a construyao de fortificayoes seja, principalmente, tarefa das unidades combatentes, 0 conhecimento da tecnica de fortificayao e essencial a todas as tropas. Na guerra modema, qualquer tropa esta sujeita a ayao inimiga, podendo sua destruiyao ou neutralizayao causar serios embarayos ao cumprimento da missao. As decisoes sobre a ocupayao ou nao de uma posiyoo e 0 grau de organizayao a atingir sao assuntos de natureza tatica, que ultrapassam a finalidade deste manual. 3.3- CLASSIFICA<;AO DAS FORTIFICA<;OES Fortificayoes de campanha sao os trabalhos realizados em contato com 0 inimigo ou quando este e iminente. Geralmente, consistem na limpeza de campos de tiro; na escavayao de espaldoes para armas; de posiyoes para pessoal; no lanyamento de campos de minas AC e AP e de redes de arame farpado; no agravamento de obstaculos e na escolha de PC e PO. Fortificayoes permanentes sao as criadas, partindo das fortificayoes de campanha. Comportam enmncheiramento permanentes fossos AC; obstaculos de madeira, concreto ou ayO; espaldoes reforyados para as armas, redes reforyados de arame farpado, abrigos para pessoal a prova de tiro de artilharia e das intemperies, sistema de comunicayoes, PC e PS a prova de gas. 34 3.4- ORGANIZAC;AO DO TERRENO Os trabalhos de organizac;ao do terreno (OT) sao grupados em fortificac;oes de campanha e camuflagem. A extensao dos trabalhos e limitada pelo tempo e recursos disponiveis. A protec;ao e obtida disseminando-se os trabalhos de fortificac;ao de campanha. Ao ocupar uma posic;ao, qualquer unidade organiza a sua defesa, limpando os campos de tiro, construindo abrigos para os homens, espaldoes para as armas e obstaculos. Os trabalhos e medidas de camuflagem devem ser realizados simultaneamente com a execuc;ao dos trabalhos de fortificac;ao. 0 Comandante da unidade determina as prioridades normais dos trabalhos de OT que estao fixadas no item seguinte. 3.4.1- Seqiiencia normal A fixac;ao das prioridades nao impede 0 trabalho simultaneo em vanas tarefas. Ap6s a localizac;ao geral das posic;oes de combate, a prioridade normal dos trabalhos e a seguinte: • limpeza dos campos de tiro e remoc;ao dos objetos que dificultam a observac;ao; • instalac;ao dos sistemas de comunicac;oes e observac;ao; • lanc;amento de campos de minas, areas minadas e preparac;ao das destruic;oes mais importantes; • construc;ao de abrigos individuais e locais para as armas; • preparac;ao dos obstaculos e destruic;oes secundarias. 3.4.2- Planejamento da camuflagem As Obras de fortificac;ao de campanha devem ser localizadas de forma a permitir sua facil camuflagem. A considerac;ao deste fator, desde 0 inicio, economizara, mais tarde, muito trabalho na realizac;ao de uma boa camuflagem. A construc;ao de objetos e posic;6es simuladas, demais artificios para iludir 0 inimigo, bem como outras medidas de camuflagem sao realizadas, simultaneamente, com 0 trabalho de fortificac;ao de campanha. Estas posic;oes simuladas exigem, da mesma forma, uma localizac;ao cuidadosa, para dar a impressao de que todo conjunto e real. 3.4.2.1- Constru~ao Os tipos de fortificac;oes de campanha, descritos nesta fonte de consuita" ja provaram seu valor em combate e foram selecionados, principalmente, pela praticabilidade, simplicidade e facilidade deconstruc;ao. A maioria deles e adaptavel a construc;ao por meio de explosivos e equipamentos mecanicos. 3.4.2.1.1- Tropa em geral As fortificac;oes' de campanha sao construiras pelas tropas que ocupam a posic;ao, independente de sua natureza. Por isso, os trabalhos devem ser tao simples e praticos quanto exijam 0 tempo, a experiencia, 0 equipamento, 0 material disponivel, e principalmente a situac;ao tatica. A modificac;ao dos trabalhos defensivos, para adapta-Ios a evoluc;ao da situac;ao, e normal em combate. Para auxiliar a construc;ao, devera fazer-se, sempre que possivel, 0 maximo emprego de ferramentas pneumaticas e equipamentos pesados ou explosivos. 3.4.2.1.2- Tropas especiais Nas operac;oes de grande envergadura, as unidades de engenharia de escaloes superiores a divisao cabem as missoes mais pesadas e os trabalhos de fortificac;ao da area de. retaguarda. A engenharia executa trabalhos que exijam equipamento e tecnica especializamos fornece equipamentos e suprimentos de engenharia e proporciona sugestoes e assistencia tecnica. 3.4.2.1.3- Espaldoes para armas As obras permanentes sao suplementadas por fortificac;oes de campanha. A missao de fogo destas posi~oes engloba a protec;ao das seteiras fiadas. Em um sistema defensivo permanente, as fortificac;oes de campanha devem permitir 0 prosseguimento do combate quando 35 as posic;oes deste sistema tiverem sido neutralizadas e ainda proporcionar posic;oes de tiro para 0 contra-ataque das reservas. Sao preparadas posic;oes de muda para todas as armas, exceto para as fixas. As posic;oes expostas ao fogo direto inimigo podem ser ligadas por sapas e trincheiras, com ou sem teto, camufladas. 4- EMBARQUE E DESEMBARQUE OPERACIONAL EM VIATURAS 4.1- GENERALIDADES o combatente, muitas vezes, podeni encontrar situac;oes onde se faz necessario urn deslocamento motorizado, sem que, no entanto, Ihe seja permitido 0 embarque e 0 desembarque da viaturas da maneira normal, isto e parada. Estas situac;oes poderao ser planejadas no cumprimento de urna mlssao, ou imprevisto quando a tropa tiver que fazer usa do desembarque em movimento para fazer face a urna situac;ao de emergencia, como uma emboscada, etc. Assim sendo, vimos que 0 adestramento da tropa nesse sentido e muito importante. Todos os combates devem estar habilitados para tal, pois amanha quando esta tropa for chamada a intervir em operac;oes dessa natureza, nao de vantagem de saida ao inimigo, causando baixas em suas pr6prias forc;as, pela falta de preparo dos hom ens, em trabalhar com a viatura em movimento. Apenas como urn alerta aos coma.l1dantes que preparam operac;oes desse tipo, chamados a atenc;ao para 0 controle dos homens ap6s 0 desembarque. A dispersao depende da velocidade da viatura, principalmente nas operac;oes noturnas, pode criar embarac;o ao comandante. Para tanto, urn born planejamento e urn melhor ensaio sao condic;oes basicas para 0 exito da missao. 4.2- PREPARACAO DA VIATURA • • • • FUilcionru-nento mecanico perfeito. Sem toldo e cajados. Tampa traseira aberta. Bancos levantados. 4.3- 0 DESEMBARQUE Partindo do principio de que dos movimentos iguais e de sentidos contrarios se anulam, assim se saltarmos da viatura como se fOssemos saltar em dist8.t"lcia, imprimindo Ulna velocidade igual, e contraria a esta, cairemos em pe. Esta explicac;ao se faz necessario tendo em vista que muitos receiam em dar impulso ao saltar; preferindo to car no solo 0 mais pr6ximo da viatura, como se isso lhes proporcione mais seguranc;a. Se assim ocorrer, 0 militar recebe a velocidade de deslocamento da viatura chocando-se violentamente com 0 solo, podendo inclusive bater a cabec;a. Se 0 impulso que 0 homem der, ao saltar; nao for suficiente para anular o movimento da viatura, ele recebera ainda urna parte desse movimento para tras, mas desta vez bern menor e possivel de amortecimento. Devera entao oferecer ao solo 0 lado do corpo, colocando fortemente 0 queixo no peito, desta forma tocara no chao como urn "mata-borrao", com 0 lado da perna, lado da coxa e lado das costas, evitando 0 choque de partes contundentes do corpo hurnano. A arma, que ao saltar estava cruzado frente do corpo, devera ser afastada esticando-se os brac;os e evitando-se que ela venha bater no rosto. De urna forma geral ai esta toda a ciencia do desembarque de uma viatura em movimento, consistindo apenas em se saltar, procurando anular 0 movimento desta viatura. . Ha quem preconize 0 desembarque fazendo urna aterragem tipo para-quedista. Entretanto achamos que 0 homem ficara exposto a contusoes e escoriac;oes desnecessaria, podendo curnprir a mesma missaocaindo de pe e pronto para atuar (Fig. 60). 36 \ 1 ~ /~ "M'.~ ~-', ~.~-.....-.!I t! '- .• ." , -.::::":" Figura 60 4.4- 0 EMBARQUE Para 0 embarque os homens se distribuem ao longo da estrada (dois a dois) e procederao da seguinte maneira: Os dois homens a embarcar estao com a arma a tiracolo. Com urna das maos apoiasse num ponto fixo da viatura e com a outra dar-se-ao as maos em gancho, tracionando-as e formado urn fixo de apoio entre si; a partir dai dao urn impulso para cima da viatura. Em seguida, ficarao em condi~oes de auxilio os pr6ximos. Os seguintes, dois a dois, urn de cada lado da viatura com a arma na mao, oferecerao suas armas (travadas) aos companheiros que ja subiram para que sejam puxados para dentro da viatura. Assim e feito 0 embarque, com os homens sub indo e auxiliando 0 seguinte, puxando-o pela arma. Observa~ao: a velocidade usada na opera~ao dependeni do adestramento da tropa. Nao e conveniente que se ultrapasse urn limite de medio de 24 Km/h (velocidade normal para se cair de pe), sob a pena de se arriscar em acidente, que poderao prejudicar 0 ex ito da missao. Alem da finalidade do uso em opera~oes, 0 exercicio de embarque e desembarque de viatura de viatura em movimento constitui em excelente treinamento para tropa combatente, dando-lhe maior rusticidade, agressividade e confian~a. As normas de controle e tatica, em geral serao arbitradas pelo comandante, de acordo com os treinamento ou opera~oes. Para os treinamentos e conveniente que se comece a sal tar de velocidades minimas, aurnentando-se gradativamente de acordo com a assimila~ao e confian~a de cada urn. Lembramos, finalmente que 0 risco de urn acidente faz parte de nossos cruculos. Entretanto de acordo com a sua natureza e gravidade, podeni ter conseqiiencia danosas no estado moral da tropa, prejudicando frontal mente todo 0 trabalho realizado. Nao devemos esquecer que os instruendos para a realiza~ao desta instru~ao deverao estar sempre com corpo bern aquecido (pemas, bra~os, pesco~o, etc.) (Fig. 61). Figura 61 37 4.5- MATERIAL NECESSARIO Empregar 0 nfunero de viatura de acordo como 0 nUmero de instruendos; a pratica nos mostra que 0 ideal sera 20 (vinte) homens por viatura. Salientamos a importancia de estar sempre presente it instru9ao 0 servi90 medico da unidade, com ambulancia; medico e equipe de enfermeiros com padiola e medicamento. o ideal para esse tipo de instru9ao sera urn local plano e gramado, com dimensoes semelhantes a urn campo de futebol, onde 0 instrutor ao centro, tera melhor visao de todo 0 desenrolar do embarque e desembarque da tropa, com os monitores nas viaturas observando outros detalhes. 0 interessante sera ao mesmo tempo, 02 (duas) viaturas estarem em a9ao ao redor do campo: acompanhado pela figura abaixo teremos: A viatura 1 (urn), partindo de A, seguindo do trajeto AB realiza 0 desembarque da tropa I, faz 0 contomo BC e ao iniciar 0 trajeto CD realiza 0 embarque da tropa II; enquanto isto a viatura 02 (dois), partindo de C, seguindo 0 trajeto CD realiza 0 desembarque da tropa II, faz 0 controle DA e ao iniciar 0 trajeto AB embarque da tropa I e assim sucessivamente (Fig. 62). _ \,Tfl 2 ---------.,.. ~ /'" 0 C ' ~ ,, ~t l(, \ I \' , ,J A " , 8 ""'"'----------- / / IITR J - Figura 62 5- MARCHAS A PE 5.1- GENERALIDADES Deve dispensar-se aos pes, como e 16gico, todos os cuidados possiveis. A limpeza permanente e as unhas devidamente cortadas, 0 uso de meias perfeitas e de cal9ados de boa qualidade e 0 pronto curativo dos ferimentos sao medidas que, assegurando 0 born estado dos pes, influem decisivamente para 0 sucesso das marchas. 5.2- HIGIENE E TRATAIVIENTO DOS PES Antes e depois das marchas, deve-se ter 0 cuidado de lavar os pes, enxuga-lo cuidadosamente, dedo a dedo, e pulveriza-Ios com urn p6 adequado. Antes da marcha, verificar 0 tratamento das unhas e, se for 0 caso, corta-Ias reto, isto e, sem aparar os cantos, usando urna tesoura ou outro instrumento pr6prio. Unhas cortadas corretamente evitam as dolorosas unhas encravadas. Caso nao se disponha de agua, deve-se, antes de usar 0 p6, friccionar vigorosamente os pes com pano seco (Fig. 63). As medidas preventivas constituem a melhor prote9ao contra os ferimentos dos pes..Dai deve 0 homem precaver-se contra as bolhas d'agua, os calos, as frieiras e outras doen9as que atacam os pes. As bolhas d'agua sao causadaS, geralmente, por meias e ca19ados mal ajustados ou estragados. Como tratamento deve-se lava-las com agua e sabao, tendo 0 cuidado de nao rompe las; fura-Ias em seguida com alfinete ou outro instrumento pontiagudo, previamente esterilizado, e finalmente, sem remover a pele cobri-Ias ate as bordas, com gaze e esparadrapo. Se surgir a infec9ao, procurar 0 medico. Todo e qualquer ferimento, arranhaduras e irritac;:oes, ap6s terem sido convenientemente limpos, devem ser cobertos de modo identico ao recomendado para as bolhas d'agua. 38 Os calos sao causados por calc;ado mal ajustado ou por; ma formac;ao do pe, que obriga a uma pressao forte num lugar improprio. Para alivio temporario, colocar em volta do calo um ane1 de feltro ou coisa seme1hante. Para prevenc;ao e correc;ao, usar calc;ado sempre bem ajustado. 0 "pe de atleta" e uma infecc;ao provocada por cogumelos. Evita-se a mesma, mantendo os pes, as meias e 0 calc;ado sempre limpo e seco. Obtem-se rapido alfvio pela lavagem da parte irritada, na qual, depois de seca, aplica-se 0 po especial. 0 tratamento depende de cuidados medicos. Quando os pes permanecem por longo tempo sob a ac;ao do frio e da umidade, pode-se adquirir a infe~c;ao denominada "pe de trincheira", terrive1 molestia, que chega a provo car, pe1a gangrena, a perda dos artelhos e dos pr6prios pes (Fig. 64 - 65 - 66 - 67). Figura 63 Figura 64 Figura 65 Abriro cldo d'~, fuzVia()·o mt.l:1Ja pw mzm'i ~ Figura 66 39 Co.rirc9",,,M,,,,,. "'l'=dn»> Figura 67 5.3- MEIAS E CAL<;ADOS 5.3.1- As meias As meias sao consideradas em boas condiyoes de uso quando calyadas ajustam-se bern, sem comprimir os pes. Quando novas, devem oferecer pequena folga. Meias muito folgadas molestam os pes e pequenas demais dificultam a circulayao do sangue. Quando usar dois pares de meias, a meia que ficar por fora devera ser 112 ponto maior que a outra. As meias devem ser mudadas diariamente, pois meias limpas aquecem mais. No frio, usar mais de urn par de rneias completamente secas e, se possivel, previamente aquecidas. 0 calor do proprio corpo pode servir para aquece-las. 5.3.2- 0 calcado o comando deve verificar se os homens esmo com os calyados bern ajustados. Para isso determina que fiquem de pe e· com 0 peso distribuido em ambos os pes, depois de corretamente calyados (Fig. 68). A diversidade de eli rna, como e natural, requer diversos tipos de calyados; os quais chegam ate a caracterizar os trajes de determinadas regioes. No nosso clima, entre quente e temperado, os borzeguins e os coturnos, feitos de couro, sao os tipos mais indicados. o calcrado deve ser conservado limpo e engraxado, e so deve ser usado nas marchas longas depois de "amansado". 2-A atlicula",iio entre 0 dorso e os dedos deve assentar. na parte mais largada sola. 1.. Verificar 0 ajustamenio sob 0 ar.co: NAb DEVE HAVER ENRUGAMENTO 3- Verificar se 0 sapato esta .101ga(lo ou apertado: 0 couro d6saPllio NAO deve apertar 0 penem 1iear 10lgado. 3- Veri1icar 0 tamenho do saPlliO: dev~ haver uma 10lga de·1cm entre aponta do dedo maior .eilextremidade do sapato Figura 68 5.4- SITUA<;OES EM QUE ATROPA MARCHA A PE Atropa marcha a pe quando: • 0 deslocamento e curto; • a situacrao exige; • nao dispoe de viaturas organicas ou nao pode utiliza-Ias; • visa 0 comando exercita-la (march as de treina..rnento). 40 5.4.1- Tipos de marchas ape As marchas a pe denominam-se TATICAS ou PREPARATORIAS, conforme exista, ou nao, possibilidades de contato com 0 inimigo. 5.4.2- Sucesso na marcha Diz-se que uma tropa fez marcha bern sucedida, quando ela chega no seu destino no tempo previsto e em condiyoes de cumprir a missao recebida. Para 0 sucesso de qualquer marcha, concorrem, aMm de sua preparayao: • 0 grau de instruyao, 0 moral e 0 vigor fisico dos executantes; • a disposiyao da tropa; • a observancia da disciplina de marcha; • 0 estado das estradas itinerarias; • a confianya no comando; • 0 espirito de corpo; • as condiyoes fisico-Iocais. 5.5- FATORES QUE INFLUENCIAM NAS MARCHAS As marchas sofrem influencias ditadas pelos fatores terreno, c 1ima e tempo, pelos fatores relacionados as funyoes fisiologicas e por fatores psicol6gicos. 5.5.1- Fator terreno Terreno que se apresenta mais favonivel a realizayao das marchas e 0 terreno plano ou levemente acidentado, visto nao apresentar obstaculos ao rendimento das mesmas. Ao contrario, 0 piso nao adequado e a falta de estradas das regioes arldas, os ac1ives e declives das regioes montanhosas, 0 terreno coberto das selvas e 0 terreno impermeavel dos pantanos, prejudicam-nas grandemente, em virtude da falta de apoio que oferecern e pela diversidade de cadencias que obrigam. Quando, porem, nessas regioes, existirem estradas em condiyoes de utilizayao, chega-se a obter nelas rendimentos de marcha bastante razoaveis. 5.5.2- Fator clima o clima frio e seco e 0 ideal para a execuyao das marchas. A temperatura demasiado baixa afeta 0 rendimento, pois a necessidade de utilizayao de agasalhos mais pesados, . sobrecarrega 0 homem e diminui-Ihe a capacidade fisica. Da mesma forma, 0 calor excessivo e funido reduz 0 rendimento pelo cansayO prematuro que provoca ao homem. Entretanto, mesmo nessas condiyoes adversas, prevalecem os mesmos principios basicos, que regulam as marchas sob condiyoes normais. o uso de fardamento adequado ao c1ima, certos cuidados com 0 equipamento e 0 consumo controlado da agua, constitui medidas que devem ser prescritas a tropa que marcha sob clima desfavoravel. 5.5.3- Fator tempo o tempo born nao apresenta dificuldades a execuyao das marchas, enquanto que 0 mau tempo prejudica 0 rendimento delas. o vento forte, aMm da poeira que levanta, desequilibra 0 homem; a chuva toma mais pesado 0 equipamento e intransitaveis as estradas; 0 nevoeiro reduz a. visibilidade, imobilizando por vezes a tropa. 5.5.4- Fator fisiol6gico o estado sanitario da tropa tern influencia decisiva no sucesso da marcha. Este manual por isso prescreve medidas especiais referentes a sua alimentayao, ao seu fardamento e equipamento, principais fatores relacionados a certas funyoes fisiologicas, como a digestao e a circulayao, cuja normalidade deve ser mantida em todo 0 decorrer da marcha. 41 5.5.4.1- Alimenta~ao Antes dela ser iniciada deve-se dar it tropa uma refei<;ao quente, porem leve. A fim de evitar miuseas, diimbras e insola<;ao; somente permitir que a agua seja bebida mediante determinadas prescri<;5es. Nao e aconselhavel beber agua de uma so vez em grande quantidade, pois 0 organismo nao a assimila. Embora sob as mesmas condi~5es, as exigencias dos organismos humanos variam individualmente. Em uma marcha, com tempo quente e umido, dez litros de agua sao suficientes para cada homem, incluindo 0 gasto no preparo de seus alimentos. A transpira~ao abundante elimina uma quantidade de sal maior que a ingerida com os alimentos. Compensa-se esta perda dissolvendo-se sal na agua a ser ingerida e nas seguintes propor<;oes: • 0,5 quilos de sal para 400 litros de agua; • 0,15 quilos de sal para cada saco "Lyster" (140 litros); • 114 de colher de cha ou 2 pastilhas de sal por cantil. Deve ser proibido 0 consumo de agua cuja pureza nao tenha sido verificada pelo medico ou nao tenha sido por ele tratada. Quando, porem, isso nao for possivel, devem empregar-se as pastilhas de "HALAZONE", cuja solu~ao somente pode ser ingerida meia-hora apos a sua prepara<;ao. 5.5.4.2- Fardamento e equipamento o fardamento inadequado ao clima da regiao onde marcha a tropa altera as fun<;5es fisiologicas, podendo levar os homens, por vezes, ao congelamento ou insola<;ao. 0 equipamento pesado e mal ajustado prejudica a respira<;ao, a circula~ao, a digestao e muitas vezes produz ferimentos. Evitam-se estes inconvenientes preparando e ajustando com cuidado 0 equipamento desde a vespera da marcha, dispensando particular aten<;ao ao aperto das al<;as, it coloca<;ao do cinto e ao equilibrio e posi~ao da mochila. 0 homem nao deve, em principio, carregar ruais de 1/3 do seu proprio peso. A carga total aconselhada e de 18 quilos e 0 limite nao deve exceder de 22. 5.5.5- Fatores psicol6gicos 5.5.5.1- Confian~a o homem modemo, acostumado a utilizar no seu transporte meios motorizados, andando pouco e apenas em curtas distiincias, duvida da sua capacidade de efetuar carninhada longa. Constituindo as marchas a pe uma necessidade de ordem militar e mister e imperioso que se de ao homem, instru<;ao e treinamento da execu~ao das mesmas, tomando-o resistente e confiante na sua capacidade em executa-las. A par de um treinamento progressivo deve-se procurar estimular-lhe 0 amor proprio e desenvolver-lhe 0 espirito de corpo pela uniao da equipe. Nas marchas preparatorias, 0 homem, deve receber com antecedencia de urn dia (de uma semana nas primeiras instru~5es) informa~oes completas sobre as mesmas nao Ihe abrandando ou exagerando as dificuldades. Nas marchas taticas deve-se dizer-Ihe das raz5es de seguran~a que Ievam a nao utiliza~ao dos transportes. Com essas informa~oes preserva-Ihe nao so a confian~a nos chefes e em si mesmo, como nas proprias marchas. 5.5.5.2- Moral o rendimento da marcha de uma tropa cai de modo sensivel quando sofre eia qualquer abatimento moral. A queda do moral pode ser evitada pelas seguintes medidas: • entrada em forma da tropa somente nos uitimos momentos que precedem 0 inicio da marcha; 42 • elimina9ao das demoras, que mantenham a tropa parada e em pe; • fiscaliza9ao minuciosa da ajustagem do equipamento e do uniforme prescritos; • nao utiliza9ao de mas estradas, quando pode dispor-se de melhores, salvo quando se tern em vista exercitar a tropa na marcha e em condi90es dificeis; • regulavao do transito de viaturas no itinenirio, de maneira a impedir deslocamento em velocidade excessiva ao lado da coluna; • manuten9ao das distancias prescritas entre as fra90es da coluna; • exigencia da disciplina e do rendimento da marcha; • estimula9ao do born humor dos homens pel a utiliza9ao de todos os meios disponiveis, no senti do de despreocupa-Ios do esfor90 da marcha; • estimula9ao pelo exemplo, como chefe, marchando com a tropa infatigavel e bern humorado. 5.6- NORMAS GERAIS 5.6.1- Formacao A forma9ao normal de marcha das unidades e a coluna por dois (uma coluna de cada lado da estrada). Quando, porem, as circunstancias e a propria estrada permitem, 0 comandante pode determinar curta forma9ao (coluna por urn, por dois ou por tres), fixando, entao 0 lado da estrada a ser palmilhado. E aconselhavel, quando nao for empregar a forma9ao normal (coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada) determinar que a tropa marche na outra mao, (lado esquerdo da estrada) face ao respectivo transito, a fim de diminuir 0 risco para a mesma. 5.6.2- Organizacao As unidades devem marchar conservando a sua organiza9ao t<itica. Em principio, o Batalhao de Infantaria constitui urn grupamento de marcha e as suas companhias, as unidades demarcha. Quando 0 terreno nao permite que 0 comandante de companhia controle com eficiencia a sua subunidade, 0 que ocorre geralmente nos terrenos montanhosos e nas selvas, 0 pelotao pode constituir uma unidade de marcha. A coluna de marcha e organizada pela passagem sucessiva de seus elementos organicos por um ponto predeterminado, facilmente identificavel, no inicio do itinerano. Este ponto, chamado ponto inicial (PI), deve ficar num local amplo e desembara9ado. A coluna e desfeita num outro ponto de caracteristicas identicas as do PI, chamado ponto regulador (PR), escolhido 0 mais perto possivel das zonas previstas para 0 estacionamento dos diferentes elementos da coluna e onde funciona 0 posto de Controle final (PCF). 5.6.3- Cadencia Denomina-se cadencia 0 numero de passos que um homem da por minuto. 0 passo normal e de 75 em para velocidade tambem normal de 4 Km por 50 minutos. A constancia da velocidade faz que cada homem tenha uma cadencia propria, com a qual se habitua a marchar. A modifica9ao desta cadencia acarreta fadiga prematura. o comprimento da passada varia com a inclina~o e a consistencia do terreno, 0 que motiva flutua90es na coluna em deslocamento. No prever-se a cadencia deve-se levar em conta, portanto a natureza do terreno. 5.6.4- Velocidade Para determina9ao da velocidade a ser empregada deve ser levado em considera9ao alem dos fatores que influenciam as marchas, 0 efetivo da tropa e a situa9ao tatica, sendo esta 0 fator preponderante. 43 5.6.5- 0 regulador da marcha o regulador da marcha desloca-se 5 a 10 passos na frente da unidade de marcha, a fim de dar-lhe ritmo uniforme e a velocidade prescrita. Em principio deve ser ele urn graduado, de estatura media e com passo aferido. 0 Oficial marcha atesta da coluna, fiscaliza-lhe a cadencia para mante-la uniforme (Fig. 69 - 70). Figura 69 Figura 70 5.6.6- Distancia entre os homens A distancia normal entre os homens e de 1 m. 0 comando pode considerando a visibilidade, 0 piso da estrada e as etapas a cobrir, determinar urna distancia maior, cujo limite nao deve ultrapassar de 4,5 m a fim de nao impossibilitar 0 controle. 5.6.7- Distancias entre as fra£oes As distancias entre os diferentes elementos da coluna nas marchas preparat6rias sao, quando nao determinados pelo comando, de: • 100 m entre os batalh5es; • 50 m entre as companhias; • 20 m entre os pelot5es; Essa distancia e aproveitada pelos comandos respectivos para reduzir as flutuay5es, evitar os choques e permitir que as viaturas ultrapassem a coluna. 5.6.8- Flutua£oes As flutuayoes da coluna em marcha sao limitadas pela velocidade constante, pela conservayao das distancias entre as suas frayoes, pela utilizayao de boas estradas e pela manutenyao da disciplina de marcha. 44 Quando for necessario aumentar ou diminuir velocidade, deve-se faze-Io de rnoct gradativo, prevenindo-se antes a tropa. ~ Vma mudan9a de velocidade faz com que a coluna permane9a ou alongue. As pequenas flutua90es ocorridas na frente da coluna chegam a sua cauda bastan aumentada. t:~ E de interesse, pois modificar periodicamente a ordem em que marchatn fra90es, tendo em vista evitar que os mesmos homens marchem sempre na cauda e, portan:-~ sujeitos permanentemente a flutua90es. ~ 5.6.9- Altos A fim de proporcionar a tropa descanso e tempo para reajustagem do equiPatnent e satisfa9ao das necessidades fisiologicas sao feitos altos periodicos e intervalos regulares. <:::) Em condi90es normais, 0 primeiro alto e feito 45 minutos apos 0 inicio da march e tem a dura9ao de 15 minutos. Outros se sucedem apos cada 50 minutos de marcha Com a dura9ao de 10 minutos. a Estes altos denominam-se "altos horarios". Os altos devem ser feitos em loca' que ofere9am abrigos ou cobertas. IS Para atender tais condi90es pode ser alterada a hora prevista para 0 alto horano. As zonas de popula9ao densa e os terrenos sujeitos a observa9ao e aos tiros d () inimigo devem ser evitados. As fra90es de uma mesma unidade de marcha iniciam a marcha e fazem alto ao mesmo tempo. Ao comando de alto, os homens saem de forma para 0 lado. E aconselhflvel qUe s deixem apoiando os pes sobre pedras, troncos ou saliencias do terreno, para mante-Ios elevadoe . descongestlOna. Ios. s e, asslm Os altos sao aproveitados para 0 reajustamento dos cal9ados e dos equipamento e tambem para satisfa9ao das necessidades fisiologicas. s" Durante os altos os comandos inteiram-se pessoalmente do estado de seus homen e 0 pessoal de saude socorre os estropiados. s 5.6.10- Duracao das marchas A tropa so em emergencia deve marchar mais de 8 horas por dia. o RI e unidades menores, em condi90es normais marcham 24 Km por dia, podendo a velocidade em dist§ncias pequenas atingir ate 6 KIn por hora. . As marchas for9adas reduzem de muito a eficiencia do combatente e, por iss somente deverao ser realizadas excepcionalmente. 0 Elas sao caracterizadas por uma dura9ao alem do normal e nao pela velocidade que nao deve ser aumentada. Em marcha for9ada a tropa, no maximo, percorre 56 Km em horas, 96 KIn em 48 horas e 128 KIn em 72 horas. A dosagem nestes dias sucessivos de marcha for9ada, e da responsabilidade do comando e feita tendo-se em vista a missao a cumprir e os fatores que influenciam as marchas. As marchas for9adas, por exigirem grande esfor90 , requerem para a tropa descanso longo e para 0 comando, uma previsao de elevado numero de estropiados. 24 5.6.11- Doentes e feridos Os homens somente podem sair de forma, ou afastar-se do local do alto, mediante autoriza9ao. No caso do afastamento se dar por doen9a que requeira cuidados medicos, deve 0 homem se munido de uma permissao, que 0 autorize a aguardar 0 medico, fora do seu lugar na coluna. o medico que normalmente desloca-se na cauda determina, conforme 0 caso 0 seu recolhimento pela ambul§ncia ou, apenas, que seja aliviado, total ou parcialmente, das ~as e do equipamento, que serao, entao, recolhidos pel a viatura destinada a tal fim. 45 Apos 0 conveniente tratamento, nos casos simples de doenya ou ferimento, homem retorna ao seu lugar na coluna. 0 6- TRANSPOSICAo DE CURSOS DE AGUA Da necessidade constante de transpor obstaculos para curnprir as missoes que recebemos, vemos a importancia do conhecimento dos processos de flutuayao de emergencia, pois muitas vezes encontramos cursos de agua em nossos itinerarios e nao podemos parar ou desbordar. Nesta instruyao faremos demonstrayoes; em seguida urna pratica individual e coletiva dos diversos processos de flutuayoes de emergencia, usando os proprios meios e tambem a construyao de artificios tais como: jangadas, balsas etc, pelos meios de fortuna. Outros processos podem existir, fruto da capacidade incentiva de cada urn, desde que atinja 0 proposito, que e flutuar para transpor 0 curso de agua. 6.1- DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO 6.1.1- Flutua£80 fardado Quando houver necessidades de cair na agua estando 0 homem fardado e equipado, ele devera abandonar tudo 0 que possa dificultar-Ihe os movimentos. Devera tirar 0 calyado; conservar as meias, as calyas e a gandola abotoando todos os botoes e colocando as bocas das pernas dentro das meias. Caso a flutuayao se faya dificil, pela rna condiyao do nadador do combatente, ele devera inspirar profundamente, boiar de cocoras, fazer com as maos urna abertura na gandola entre 0 segundo e terceiro botao e soprar para dentro da mesma impedindo a saida de ar tampando a abertura. Quando voltar a posiyoo normal, urn bolsao de ar estara formado entre 0 corpo e a camisa auxiliando sua flutuayao. Caso ainda assim a dificuldade persista e seja necessario despir-se dentro d'agua, o homem devera adotar tun des precedimentos abaixo ielacionados: • inspirar profundamente, flutuar com a face imersa e, calmamente tirar a roupa, voltando a tona para renovar 0 ar dos pulmoes quantas vezes for necessarias, tendo 0 cuidado de faze-Io com toda a calma e sem precipitayoes. Os bons nadadores usam esse processo com facilidade. • inspirar profundamente, flutuar com 0 abdomen 'para cima e calmamente desabotoar a camisa, sem precipitayoes retira-Ia, tendo 0 cuidado de desembarayar urn brayo de cada vez. Os nadadores regulares preferem esse processo. • caso queira, urna vez retirada it calya, podeni fazer uso del a para auxiliar a sua flutuayao, devera dar no em cada uma das pernas, na altura das caneIas, abotoar o barguilha e segurar as calyas pelas pernas, com os brayos metidos dentro delas; em seguida retirar os brayos rapidamente, puxando a cintura das calyas para baixo. Com isso as pernas das mesmas se encherao de ar, 0 que permitinl urna boa flutuayao. Devera colocar uma perna das calyas debaixo de cada brayo e boiar de frente. Se as calyas nao estiverem suficientemente cheias, devera enche-Ias com a boca, inflado-as entre os botoes submers~s. 6.1.2- Utilizaft80 da gandola ao saltar Uma gandola convenientemente preparada antes de saltar, pode prestar grande auxilio. Para isto e necessario abotoa-Ia completamente, retira-Ia de dentro das calyas e manter suas extremidades afastadas do corpo com auxilio dos brayos estendidos. Isto possibilitara 0 homem cair com uma velocidade menor dentro da agua e voltar rapidamente it superficie auxlliado pelo ar retido entre a camisa e 0 corpo. Dentro da agua devera segurar a barra da gandola com as maos mantendo 0 ar preso nas costas da mesma (Fig. 71 - 72 - 73). 46 Figura 71 Figura 72 Figura 73 6.1.3- Utilizacao da calca Depois de retirar a ca19a abotoar convenientemente a barguilha, dar urn no em cada urna das pernas, separar a ca19a pela cintura e joga-la para tras por sobre a cabe9a. Antes de entrar na agua levar os bra90s para. frente, lan9ando a cal9a por cima da cabe9a, 0 que faz com que as pernas se encham de ar, facilitando 0 retorno asuperficie. A base da ca19a devera ser fechada rapidamente com uma das maos. As pernas da ca19a ficarao abaixo dos bra90s, deixando-os livres. Esse processo ajuda urn elemento completamente desequipado na travessia de percursos ate 300m ou mais, se 0 individuo possuir descontra9aO e capacidade pulmonar bastante para reinflar as pernas da ca19a, soprando-as por baixo (Fig. 74 - 75 - 76 - 77 - 78). Figura 74 47 Figura 75 Figura 76 Figura 77 Figura 78 6.1.4- Utiliza£ao do saco de lona Molhar ou umedecer 0 saco de lona e proceder como no caso das cal<;as. Com auxilio das moos 0 homem deve prender 0 ar dentro do saco de lona, mantendo a boca do mesmo para baixo. A propor~ao que 0 saco for esvaziando, inspirar profundamente, mergulhar a cabe~ embaixo dele e soltar 0 ar dentro do seu bojo (Fig. 79 - 80 - 81). Figura 79 48 Figura 80 ./~ Figura 81 6.1.5- B6ia de cantis Processo simples pennitindo 6tima flutua~ao. Reimem-se todos os cantis da patrulha, prendendo-os vazios no cinto "NA". 0 outro meio a utilizar e amarrar todos os cantis vazios pelo gargalo a urn cabo solteiro e coloca-Ios abaixo dos bra~os deixando-os livres (Fig. 82 - 83). Figura 82 Figura 83 6.1.6- B6ia com talo de bnriti on bambn Pennite excelente flutua~ao e e de material facilmente encontrado. Os talos secos, de cerca de 50 em sao eortados na quanti dade que pennita envolver 0 troneo do eombatente. 49 6.1.7- Pelota Excelente recurso para travessias longas de pessoas e materiais, para dois homens. Colocar estendido no chao urn pano de barraca em boas condiyoes de vedayao com ajanela voltada para cima ou entao ponchos, amarrando-se antes 0 capuz do mesmo. Juntar grande quantidade de folhas, de tal forma que encha completamente urn pano de barraca ja carregado com os equipamentos dos combatentes e com as armas em diagonal. Envolver 0 primeiro pano com 0 segundo pano, colocando-se a junyao das extremidades frontalmente ao corpo do outro pano de barraca, visando-se desta maneira, aurnentar a vedabilidade. o material podem ser posto em cima, bern amarrado ou dentro do fardo junto com as folhas, sendo a primeira linha de ayao a mais segura. Prender urn cantil vazio, a guisa de b6ia, com urn cordel comprido, para facilitar 0 resgate caso a balsa va ao fundo. 7- ORIENTACAo 7.1- DlRECAo, ORIENTACAO E LOCALIZACAo COM BUSSOLA 7.1.1- Direcao base. A direyao entre dois pontos e expressa por urn angulo, do qual urn dos lados e uma direyao base. Existem tres direyoes bases, a saber: as do norte verdadeiro ou geogrMico, norte magnetico e norte da quadricula, representados, respectivamente, por NG ou NV, NM e NQ. 7.1.1.1- Dire~ao do norte verdadeiro ou geografico A direyao do Norte Verdadeiro ou GeogrMico e empregada em levantamentos, quando se deseja grande precisao e, normalmente, nao e empregada em campanha. Os l11eridianos de uma cruia representrun direyoes do norte e do suI verdadeiros. 7.1.1.2- Dire~ao do norte magnetico A direyao do norte magnetico e indicada pela ponta N da agulha da bussola. e comurnente empregada nos trabalhos de campo, porque pode ser determinada com a bussola comurn. 7.1.1.3- Dire~ao do norte da quadricula o norte da quadricula e indicado pelas verticais das quadriculas, geralmente feito nas cartas militares. 7.1.2- Declinacao magnetica Os angulos, formados pelas direyoes do norte verdadeiro com as do norte magnetico e norte da quadricula, sao chamados, respectivamente, declinayao magnetica e convergencia de meridianos. E 0 angulo horizontal, formado pelas direyoes: norte verdadeiro e norte magnetico. Nos locais, onde a ponta da agulha da bussola estiver a leste do norte verdadeiro, a declinayao sera leste. Onde a ponta da agulha estiver a oeste do norte verdadeiro, a declinayao sera oeste. Nos locais, onde 0 norte verdadeiro e norte magnetico coincidirem, a declinayao senft zero. As linhas que ligam pontos na superflcie terrestre, onde a declinayao magnetica e zero, chamam-se linhas agonas. As linhas que ligam pontos que tern a mesma declinayao magnetica sao chamadas linhas is6gonas. A declinayao magnetica, em qualquer lugar, esta sujeita a uma variayao, cujo valor e dado em tabelas, como as do Anuario do Observat6rio Nacional (Fig. 84). 50 Figura 84 NM NG NQ a. a.~ ~+a. NORTE MAGNETICO NORTE GEOGRAFICO NORTE DA QUADRrCULA DECLINACAo MAGNETICA CONVERGENCIA DE MERIDIANOS ANGULO QM 7.1.3- Azimute Detenninamos a posiyao de urn ponto em relayao a outro, na carta ou no terreno, por meio de azimutes. Os azimutes sao angulos horizontais, medidos no sentido do movimento dos ponteiros do rel6gio, a partir do norte magnetico, do norte verdadeiro ou do norte da quadricula. 7.1.3.1- Azimute magnetico o azimute magnetico de urna direyao e 0 angulo horizontal, medido no sentido do movimento dos ponteiros do rel6gio, partindo do norte magnetico, ate a direyao dada 7.1.3.2- Azimute verdadeiro o azimute verdadeiro de urna direyao e 0 angul0 horizontal, medido no sentido do movimento dos ponteiros do re16gio, partindo do norte verdadeiro ate a direyao dada. 7.1.3.3- Azimute da quadrfcnla on lan~amento Lanyamento de urna direyao e 0 angul0 horizontal, medido no sentido dos ponteiros do re16gio, partindo do norte da quadricula ate a direyao dada. 7.1.4- Relaeao entre 0 azimute magnetico eo laneamento No campo, os azimutes magneticos sao lidos por meio da bussola. Se 0 operador possuir urn transferidor, a direyao do norte magnetico podera ser trayada facilmente na carta. Caso contrano, converte-se a leitura da bussola em lanyamento, antes de marca-Ia na carta. A diferenya entre 0 lanyamento e 0 azimute magnetico e 0 angulo QM. Quando 0 norte magnetico esta a leste do norte da quadricula: Lanyamento = azimute + angulo QM. Quando 0 norte magnetico esta a oeste do norte da quadricula: Lanyamento azimute Magnetico - angulo QM. 7.1.5- Contra-azimute Ea direyao oposta ao azimute. 0 contra-azimute, de uma direyao, e 0 seu azimute mais 180°, quando este for menor de 180°; quando 0 azimute for maior de 180°, 0 contra azimute sera 0 azimute dado menos 180°, Exemplo: se 0 azimute de uma direyao e 50°, 0 contra azimute e 50°, mais 180°, igual a 230°; se 0 azimute e 310°,0 contra-azimute sera 310°, menos 180°, igua1130°. 51 7.1.6- Rumo Sao empregados para exprimir dire<;oes por meio dos quadrantes das bussoIas, em geral de 0° a 90°.0 rumo e 0 menor angulo horizontal de duma dire9ao norte-suI, nunca excede de 90°. Se os rumos sao magneticos os azimutes sao tambem magneticos (Fig. 85). N ,. ."."Figura 85 7.1.7- Diagramas de orientas:ao As cartas militares tern um diagrama de orienta<;ao impresso na margem. tal diagram a contem tres dire<;oes, indicando 0 norte verdadeiro, 0 norte da quadricula e 0 norte magnetico. Os anguIos, entre essas dire<;oes, sao tra<;adas com precisao e podem ser utilizadas para trabalhos graticos na carta. Pelos motivos dados a seguir, antes de ser utilizado para esse fim, em cartas, em que a declina<;ao ou a convergencia e muito pequena, 0 diagrama tern tamanho exagerado. Nas cartas do Servi<;o geognifico do Exercito, os angulos de declina<;ao e convergencia sao referidos em graus, portanto, e de toda conveniencia, ao trabalho com milesimos, fazer a transforma<;ao do valor desses angulos e anotar 0 diagrama. 7.1.8- Angulo QM o angulo entre as dire<;oes do norte da quadricuia e do norte magnetico e chamado angulo QM. 0 angulo e oeste, quando 0 norte magnetico esta a oeste do norte da quadricula; e leste, quando 0 norte magnetico esta a leste do norte da quadricula. Urn aumento, na declina<;ao magnetica anual, acarretara aumento ou diminui<;ao do angulo QM. Se as dire<;oes do norte magnetico e do norte da quadricula se aproximam, 0 angulo QM diminui; se eles se afastam, 0 angulo QM aumenta. 7.1.9- Bussola E um instrumento, destinado a medida de angulos horizontais e orienta9ao da carta e orienta<;ao no terreno. A bussola e urn instrumento goniometro, no qual a origem de suas medidas e determinada por uma aguIha imantada que indica, por principio da Fisica terrestre, uma dire<;ao aproximadamente constante do norte magnetico. Comumente, uma bussola compoe-se de uma caixa de madeira ou de metal, em cujo interior existe um limbo graduado. No fundo e no centro desta caixa, existe urn pine de a<;o, denominado Quicio, sobre 0 qual gira uma agulha imantada. A bussola possui ainda uma alavanca destinada a imobilizar a agulha imantada quando se deseja uma leitura mais precisa ou quando nao se acha em uso. A agulha e de alto imantado e apresenta suas extremidades em pontas sendo uma delas, a que se diiige para 0 norte, assinalada, geralmente em vermelho. 52 Quando as bussolas possuem a agulha independente do limbo, isto e 0 limbo se movimenta quando giramos 0 aparelho, sao chamadas de limbo move 1. As que apresentam a agulha solidaria ao limbo (sofrendo este as conseqUencias da imantayao da agulha, ficam numa posiyao constante, quando movimentamos a bussola), sao chamadas limbo fixo. 7.1.9.1- Gradua~ao Os limbos das bussolas podem ser graduados em graus, miIesimos, grados, seguidamente da esquerda para a direita, no sentido dos ponteiros do relogio, isto e, no sentido NESO, ou da direita para a esquerda no sentido NOSE, ou entao graduados em quadrantes. 7.1.9.2- Aferi~ao Para que urna bussola possa ser empregada, deve satisfazer um conjunto de condiyoes, as quais devem ser verificadas previamente, por meio de operayoes preliminares: 7.1.9.2.1- Centra gem Verifica-se esta condiyao, lendo-se as graduayoes, indicada pelas duas pontas da agulha sobre diversas partes do limbo. A diferenya entre essas leituras deve ser constante e igual a 180°, 3200'" ou 200 grados. Caso contrario, 0 instrumento estara mal centrado e teremos que foryar ligeiramente 0 Quicio, a fim de retorna-Io it posiyao normal. 7.1.9.2.2- Sensibilidade Comprova-se esta circunstfulcia, aproximando-se um objeto imantado e afastando o. Nota-se que a agulha sofrera urn desvio e voltara a sua posiyao, apos algumas oscilayoes, da ordem de 25°. 7.1.9.2.3- Equilibrio Uma bussola esta em prefeito equilibrio, quando colocada na posiyao horizontal, a agulha conserva-se nessa posiyao. Caso umas das pontas da agulha fique mais baixa, nao permitindo sua livre rotayao sobre 0 quicio, e necessario por urn contrapeso, procurando 0 equilibrio da agulha. 7.1.10- Determinacao de um azimute A leitura de urn azimute, com a bussola depende do tipo deste aparelho: se limbo movel, se limbo fixo. E mais, do senti do de sua graduayao: NESO ou NOSE. 7.1.10.1- Com uma biissola de limbo fIxo Graduayao NESO 0 azimute e igual it divisao do limbo, apontada pelo indice da caixa. NOSE 0 azimute e igual a 360 0 ou 6400 111 , menos a graduayao indicada pelo indice da caixa. (medida inversa). 7.1.10.2- Com biissola de limbo movel Graduayao NESO 0 azimute e igual a 360 0 ou 6400"', menos a graduayao NOSE 0 azimute e igual it graduayao, indicada pela ponta N da agulha imantada (medida direita). Do exposto acima, conclui-se que nas bussolas de limbo fixo, a leitura e indicada pelo indice da caixa do aparelho e nas de limbo movel, pela ponta N da agulha imantada. Entretanto uma regra pratica resolve todos os problemas criados pelo diversos tipos de aparelhos, excluindo possiveis duvidas: qualquer que seja a bussola, giramos a sua graduayao para a direita; se a graduayao aurnenta, ela nos da 0 azimute diretamente; caso contrario, 0 valor do azimute sera igual a 360° ou 6400"', menos a graduayao lida. 53 7.1.11- Determina~ao do azimute de uma direcao Visa-se esta dire9ao com 0 visor da bussola, tendo antecipadamente liberado a agulha; 0 valor do azimute correspondente a esta visada, sera a dire9ao que se procura. faz-se parar a agulha nesta posi¢o e toma-se 0 valor do azimute, conforme a regra enunciada. 7.1.12- Determinacao, no terreno, de uma dire.;ao correspondente a um azimute dado Libera-se a agulha e registra-se, na bussola, 0 valor correspondente ao azimute dado. com 0 aparelho nesta situa9aO, executa-se urna visada, procurando baliza-Io no terreno, amarrando-a a pontos bem nitidos. 7.1.13- Orientacao na carta Coloca-se a linha de visada da bussola (ou urn lado de sua caixa paralelo a essa), justaposta a urna das verticais do quadriculado da carta. em seguida fazemos girar 0 conjunto carta btissola ate que se tenha marcado, com a agulha imantada, um angulo igual a divisao da declina9io. 7.1.14- Medida de angulos horizontais Vern a ser a diferen9a de azimute de duas ou mais dire90es previamente determinadas. 7.1.15- Precaucoes no emprego e conservacao da bussola AIem da varia9ao causada pela declina9ao magnetica uma bussola e afetada pela presen9a de ferro, magnetos, fios conduzindo eletricidade e aparelhos eletricos ligados. Certas areas geograficas possuem depositos de minerios (tal como 0 de ferro) que podem tomar imprecisa uma bussola, situada proximo deles. Conseqiientemente, toda a massa visivel de ferro ou campos eIetricos, deve ser evitada, quando se emprega a bussola. 7.1.15.1- Distancias minimas de seguran~a Li!1_1J.as de for~a de alta tensao 60 m Canhlio de campanha 20 m Viatura ou carro de combate 20 m Linhas telegraficas 20 m 10m Arame farpado Arma automatica 03 m 01 m Capacete ou fuzil 7.1.15.2- Outras precau~oes devem ser tomadas • Nio friccionar a tampa de vidro da bussola com 1en90, flanela, etc., isto porque a agulha cola-se atampa. • Visar sempre pontos bern definidos e notaveis do terreno, nas visadas mais longas, sobretudo deixar parar bem a agulha, apoiando, sempre que possivel, a bussola. • Executar urna visada inversa, sempre que se pretender uma opera9ao com resultados mais apurados. • Prender a agulha ap6s 0 termino de urn trabalho. • Nao conservar a bussola em ambientes limidos. • Evitar choques violentos. • Limpar de vez em quando as partes externas. • Nunca desmontar 0 aparelho, 0 que s6 deve ser feito por pessoal especializado. o assunto tratado aplica-se genericamente aos diversos tipos de bussolas em uso. Convem, entretanto ao se empregar uma bussola, consultar as instru90es respectivas. 54 7.2- DlRE<:AO ORIENTA<:AO E LOCALIZA<:AO SEM BUSSOLA 7.2.1- Pelo rel6gio Para usar este processo nas regi5es do suI do equador, depois de acertar 0 relogio pela hora legal da localidade, deve-se coloca-lo horizontalmente, com 0 mostrador par cima, de modo que a linha 6-12 fique na dire9ao do sol; a bissetriz do angulo menor, formada pela linha 6 - 12 com 0 ponteiro das horas, indicara 0 Norte. Tirando-se uma visada nesta dire9ao, escolhe-se urn objetivo destacado no terreno, para servir de referencia (Fig. 86). Nas regiOes do Norte do equador, dirige-se 0 ponteiro das horas para 0 sol; a bissetriz do angulo menor, formada por esse ponteiro com a linha 6 - 12, assinalara a dire9ao suI. OB = BISSElRlZ " 'NORTE Figura 86 7.2.2- Pelas estrelas 7.2.2.1- Cruzeiro do sui No hemisferio austral, a constela9ao conhecida pelo nome de Cruzeiro do suI permite ao esc1arecedor orientar-se a noite. a Localiza9ao do polo suI e obtida com uma aproxima9ao de 50°, determinando a interse9ao do prolongamento do bra90 maior do cruzeiro com a perpendicular ao meio da linha que une duas estrelas chamadas ponteiros. Esta interse9ao dista cerca de 4 112 vezes 0 comprimento do proprio cruzeiro, a partir do pe da cruz. E preciso muita aten9ao, a fim de se evitar a utiliza9ao do falso cruzeiro e determinar a interse9ao com muito cuidado (Fig. 87). -:..-- _._-" -. Figura 87 7.2.3- Pelo sol Baseando-se, na posi9ao do Sol, as diferentes horas do dia, a saber: • as 06:00 h, 0 Sol esta a leste; • as 09:00 h, 0 Sol esta anordeste; • as 12:00 h, 0 Sol esta a norte; • as 15:00 h, 0 Sol esta a noroeste; • as 18:00 h, 0 Sol esta aoeste (Fig. 88). 55 Assim sendo, 0 observador as 06:00 h, para determinar a dire<;ao norte, coloca-se de frente para 0 Sol e executa, a seguir, esquerda volver. Tent a sua frente a dire<;ao norte. Determinam-se facilmente os pontos cardeais, sabendo-se que, quando esta de frente para 0 norte, dar-se-a: • 0 ponto suI (S) a retaguarda; • 0 ponto oeste (W) a esquerda; • 0 ponto leste (E) a direita; • 0 ponto nordeste (NE) em frente a direita; • 0 ponto noroeste (NW) em frente a esquerda; • 0 ponto sudoeste (SW) a retaguarda a esquerda; • 0 ponto sudeste (SE) a retaguarda a direita (Fig. 89). Figura 88 Figura 89 7.3- EXERCicIO DE ORIENTA<;AO 7.3.1- Introdueao Procuraremos nesta nota de aula, dar ao aluno, futuro Sargento, condi<;oes de organizar exercicios de orienta<;ao. Nao e demais lembrar neste tipo de exercicio, como nos demais, 0 organizador devera come<;ar 0 seu trabalho muito tempo antes do seu inicio. 7.3.2- Providencias preliminares o organizador do exercicio devera preocupar-se inicialmente com 0 planejamento onde devera levantar as necessidades de material e pessoal. lnicialmente devera procurar uma area que atenda perfeitamente as necessidades do exercicio e em seguida escolher no terreno, locais para posterior coloca<;ao dos pontos de controle. Isto feito verificara 0 melhor processo de loca<;ao dos pontos do terreno na carta. Como exemplo citamos alguns: interse<;ao avante, interse<;ao are, por inspe<;ao, atraves do levantamento topografico, etc. 56 7.3.3- Formas de exercicio Um exerciciQ de QrientayaQ PQde ser QrganizadQ SQb as mais diferentes fQrmas. pQde ser diurna QU nQturna, em alguns caSQS PQde ate durar mais de urn dia. QuantQ it realizayaQ dQ percursQ, PQde ser feitQ individualmente QU SQb a fQrma de patrulhas. 7.3.4- Caracteristicas do exercicio A pista de QrientayaQ e um exerciciQ Qnde .os instruendQs cQIQcaraQ em pnitica .os conhecimentQs de tQPQgrafia elementar, sQbre a utilizayaQ da bussQla, da carta, IQcayaQ de PQntQs dQ terrenQ em urna carta, etc. A pista e cQmpQsta de variQS percurSQS CQm passagem Qbrigat6ria nQS PQntQs de contrQle. As distancias dQS percursQs variam de aCQrdQ CQm .0 tempQ previstQ para a instruyaQ. Os instruendQs aQ chegarem nQS PQntQs de cQntrQle, deveraQ anQtar nQ cartaQ de contrQle .0 c6digQ encQntradQ; nQrmalmente .0 c6digQ e cQmpQstQ de duas letras. Os PQntQs de cQntrQle saQ materializadQs PQr prismas triangulares CQm as faces pintadas metade na CQr vermelha, metade na cor branca. 0 prisma devera ter a altura de 30 a 40 em de altura PQr 25 a 30 cm de ladQ, PQdendQ ser cQnfecciQnadQ de lata, alurniniQ, madeira, etc. o percurSQ sera cQnhecidQ pelQs instruendQs na hQra da partida, varia maneiras existem para se dar aQ instruendQ .0 cQnhecimentQ dQ percurSQ, citaremQs algumas CQmQ exemplQ: • .0 percurSQ e marcadQ na carta; • .os PQntQs de cQntrQle saQ dadQs atraves de azimutes e distancias; • .0 cartaQ de cQntrQle e urn dQcurnento Qnde .0 cQmbatente devera anQtar .os c6digQS encQntradQs nQS prismas, alem dQ espayQ para .0 c6digQ, nUmero dQ PQntQ, prQcessQ de IQcayaQ dQS PQntQs, devera existir tambem uma cQluna para descriyaQ dQ PQntQ de cQntrole. 7.3.5- Organizacao e seguranca . Para se Qrganizar urna pista de QrientayaQ deve se levar em conta .0 prQblema da seguranya, para tal a mesma deve ser Qrganizada de tal fQrma que se cQnsiga, de preferencia, que em cada PQntQ de cQntrQle haja urn elementQ a fim de cQQrdenar e cQntrolar a passagem da patrulha pelQ respectivQ PQntQ. Este elementQ devera ficar pr6ximQ aQ PQntQ sem, nQ entantQ, ser vistQ. Outra medida e a ligayaQ destes elementQs CQm .0 QrganizadQr geral dQ exerciciQ atraves de radiQ QU QutrQ meiQ de cQmunicayaQ qualquer. TQdQ percursQ devera ser patrulhadQ pelQs instrutQres durante a execuyaQ do exerciciQ. 7.3.6- Montagem do percurso Na perfeiyaQ dQ trabalhQ realizadQ nesta fase, reside a maiQr parte dQ suceSSQ dQ exerciciQ. Os elementQs encarregad.os de mQntar .0 percursQ deverao cQnsiderar .0 item pernas. Chama-se perna, a linha imaginaria entre dQis p.ont.os de cQntrQle cQnsecutivQs. Em geral, qualquer area permite enCQntrar mais facilmente bQns cQntrQles dQ que bQas pernas, dai, .0 principal problema para quem mQnta .0 percursQ, PQis .0 fatQr mais impQrtante para a qualidade e prQpriedade d.os percurs.os e a perna. QuantQ mais .0 patrulheirQ fQr fQryadQ a se Qrientar, lendQ a carta, checandQ direyoes e distancias, cQrrend.o, Qbrigad.o a pensar e se cQncentrar, mais .0 percursQ se aprQximara dQ ideal. TantQ quantQ .0 PQssivel, .os QrganizadQres na.o devem incluir fatQres que simplifiquem a leitura da carta, CQmQ PQr exemplQ, passagem PQr estradas, beiras de bQsques, ri.os QU gruPQS de acidentes facilmente identificavel nQ terren.o. 57 Deve ser evitado que pemas paralelas estejam muito proximas ou que duas pemas se cruzem em angulo muito fechado, possibilitando aos instruendos atravessar a mesma parte do terreno mais uma vez. Urn percurso podera ser de boa qualidade apesar da interseyao de pemas, desde que esta interseyao aproxime-se de um angulo reto e se de 0 mais proximo possfvel do meio delas. o organizador, apos montar 0 percurso deve percorre-Io verificando todas as pemas, observando os pontos perigosos do terreno, possibilidades de acesso, etc. 7.3.7- Considera\7oes gerais Alem das qualidades mencionadas acima, um born percurso deve ser examinado como urn todo. Urn aspecto importante de um born percurso e 0 grau de dificuldade dos controles, pemas e escolha de itinerarios; tudo relacionados com 0 myel de instruyao dos executantes. 8- ARMADILHAS 8.1- GENERALIDADES Urn dos aspectos mais importantes da Instruyao Basica do Combatente e sem duvidas, 0 aprendizado de armadilhas, particularmente em se tratando de combate em regioes selvaticas, urn dos mais dificeis e versateis que encontramos na atualidade. Toma-se necessario, portanto, conhecer alguns recursos que, embora ja utilizado na Idade Media, serao de grande valia no terreno selvatico, pela facilidade em se fazer a sua camuflagem. Valendo-se de nossa imaginayao e engenhosidade, podemos improvisar verdadeiros obstaculos it progressao do inimigo, abatendo seu moral e criando um estado de panico que podera nos levar it vitoria. o emprego judicioso das armadilhas primitivas e improvisada e urna arma poderosa de que dispoe 0 combatente na selva, para aurnentar seu poder de destruiyao, substituindo pessoal e material ao cumprimento de outras missoes. 8.2- MATERIAL EMPREGADO Para a confecyao de armadilhas primitivas e improvisadas usa-se normalmente, pedayo de madeira, cipos e, eventual mente peyas do equipamento. Usam-se, em quase todas as armadilhas, as estacas PANJI de tamanho variado, dependendo da finalidade. As estacas panji deverao possuir as seguintes caracteristicas: • confeccionada com funago de madeira dura; • pontiaguda; • temperada; • infectada. A tempera e dada levando-se a parte pontiaguda da estaca ao fogo e, quando se inicia a carbonizayao da madeira, raspa-se com urn objeto cortante qualquer. Deste modo, a ponta da estaca fica mais resistente, adquirindo maior poder de penetrayao. Uma vez levada a tempera, coloca-se a estaca em contato com uma substancia infecciosa qualquer, para toma-Ia mais mortifera: excremento humano, veneno empregado pelos nativos da regiao, agentes qufmicos, etc. 8.3- EMPREGO Os locais mais adequados para colocayao de armadilhas primitivas e improvisadas sao: 58 • • • • • • trilhas; pontes e pontilhoes; locais de provaveis passagens de tropa; estacionamentos e clareiras; abrigos abandonados; locais de emboscada. 8.4- COMO EVITAR ARMADILHAS Alguns cuidados e medidas devem ser tornados, quando operamos em areas de selva e outras que se apresentem com caracteristicas propicias, a fim de evitar que sejamos surpreendidos por armadilhas, 0 que refletiria seriamente no moral da nossa tropa. Desconfiar sempre de pontes, trilhas e locais em que a progressao e faciL Observar indicios denunciadores de colocayao de armadilhas, tais como: vegeta<;ao pisada, cip6s tensos, rastros hurnanos, cortes em arvores, arvores caidas ou materiais abandonados. Ao descobrir armadilhas, procure neutraliza-las e observar qual 0 tipo mais utilizado, pois isto aurnentara a confian<;a de seus homens. Em clareiras, estacionamentos ou bases, antes de se deslocar ou iniciar algum trabalho, verifique cuidadosamente onde esta pisando ou tocando, procurando possiveis armadilhas. 8.5- TIPOS DE ARMADILHAS Nao temos a pretensao de apresentar todos os tipos de armadilhas. Isto seria impossivel, porque, como ja foi dito anteriormente, elas dependem da imagina<;ao e da engenhosidade de quem as constr6i. Lembramos apenas que a simplicidade e fator muito importante para que se obtenham resultados positivos na utiliza<;ao de urna armadilha. A seguir, estaremos descrevendo alguns dos tipos mais comuns de armadilhas de selva. Procure conhecer detalhes da instala<;ao, neutralizayao e acionamento de cada urn, 0 que pode ser facilmente alcan<;ado na prMica constante. 8.5.1- Atirador de tocaia - trilha com estacas laterais o atirador procura urn local fora da trilha, de onde possa, atraves de urn tUnel de tiro observar certo trecho da trilha. Cava 0 seu abrigo individual, faz a cobertura, camuflando-o com folhas de palmeira, varas finas, cip6s, folhagem, etc. Faz urn orificio nesta coberta para a passagem da arma. Deve, tambem, preparar urn itinenmo para a fuga, para 0 caso de ser descoberto. 0 trecho da trilha a ser batido pelo fogo de sua arma ten! nas laterais uma dupla . fileira de pequenas estacas P ANJI encoberta pela vegetayao. 8.5.2- Pedra com estacas P ANJI Uma pedra e armada com estacas PANJI voltadas para baixo. 0 conjunto e suspenso por urn cip6 passado sobre urn galho de arvore, em local que permita a camuflagem. 0 conjunto sera acionado por urn cordel de tropeyo atravessando a trilha, ligado a urn gatilho (Fig. 90). 59 Figura 90 8.5.3- Arco e flecha Urn conjunto arco e flecha, do tipo empregado pelos indios, e atado a urna more, enfiando urna trilha. Desta maneira a flecha ao ser acionada, percorrera uma trajetoria no sentido longitudinal da trilha, com maior probabilidade de atingir urn alvo que se desloque sobre a mesma. 0 acionamento tambem e feito atraves de urn cordel de tropeyo ligado a urn gatilho (Fig. 91). Figura 91 8.5.4- Grades com estacas PANJI E a mesma armadilha descrita no niunero 2 acima, com a substituiyao do conjunto pedra-estaca PANJI por urna armayao de madeira roliya com estacas PANJI. Embora possa apresentar a desvantagem do peso menor, sem dlividas e bastante vantajosa quanto a area de ayao (Fig. 92). Figura 92 60 8.5.5- Cerca corn estacas PANJI Uma anna9aO de madeira roli9a, no formato de paralelepipedo, com as estacas PANJI voltadas para uma das laterais e para cima sao utilizada para dificultar a passagem, com 0 objetivo de refor9ar a defesa de um estacionamento ou de canalizar 0 inimigo para uma emboscada. 8.5.6- Passagem com estacas PANJI E cavado um fosso raso no sentido longitudinal da trilha. Uma tAbua com aproximadamente 1,50 m de comprimento e annada com estacas PANJI em uma das extremidades. Urn toco de arvore e colocado transversalmente a trilha, para obrigar 0 inimigo a transpo-Io com um pulo (Fig. 93 - 94). Figura 93 Figura 94 8.5.7- Ponte com piso falso Uma parte do piso de urn pontilhao de madeira e substituida por um piso falso, sustentado apenas por urnas frageis travessas, que nao suportara 0 peso de uma pessoa. No local onde a pessoa provavelrnente vai cair sao colocadas algumas estacas P ANJI voltadas para cima (de preferencia dentro d agua) (Fig. 95). Figura 95 61 8.5.8- Armadilhas com armas Duas armas sao colocadas paralelas, bern amarradas, enfiando a trilha. Uma vara de madeira bastante rigida e atravessada pelo guarda-mato de ambas as armas. A frente desta vara e flexionado urn pequeno tronco de arvore ainda preso no chao. Ao ser liberado, por a9ao do inimigo urn cordel de tropeyo atado a urn gatilho, 0 tronco volta violentamente a sua posiyao normal (ereto), inclinando-se sobre a vara de madeira, a qual vao acionar os gatilhos de ambas as armas (Fig. 96). Figura 96 8.5.9- Fosso com estacas PANJI Urn fosso e cavado nurna trilha, de preferencia ap6s urn obstaculo natural. Colocar no fundo algumas estacas PANJI, camuflando a cobertura do fosso, de modo que 0 inimigo sinta-se seguro ao saltar ou transpor 0 obstaculo (Fig. 97). Figura 97 8.5.10- Portio malaio Confecciona-se urn portao com bambus ou galhos de arvores, com flexibilidade suficiente para ser curvado horizontalmente sobre urna estrada ou trilha, na altura do peito do combatente. Na extremidade livre, do portao, colocam-se estacas PANJI (Fig. 98). Figura 98 62 8.5.11- Laco armadilhado Utilizando uma arvore com flexibilidade suficiente para ser curvado sobre a trilha, amarrar na sua extremidade urn layo aberto e camuflado e, sob este, urn gatilho que, ao ser acionado, libera a arvore, permitindo a mesma voltar a sua posiyao normal (ereta), arrastando preso ao layo aquele que acionou 0 gatilho (Fig. 99). Figura 99 8.5.12- Cartaz armadilhado Colocar urn cartaz afixado nurna arvore com dizeres que atraiam 0 combatente e 0 sugestionem a retira-Io do local. Por tras do cartaz, escavado na arvore pode ser colocado explosivo, granada de mao ou outro tipo. 8.5.13- Mundeu Funcionamento semelhante aos nfuneros 2 e 4 aClma. bastante pesado que caira sobre a trilha. 63 E utilizado urn tronco TEXTOII CONHECIMENTOS OPERCIONAIS II 1- SILENCIAMENTO DE SENTINELA Vejamos entao, 0 que vern a ser "silenciamento de sentinelas". A palavra silenciar, tern 0 significado de calar. Para nos militares silenciamento quer dizer: calar a sentinela para que possamos penetrar no quartel, no acampamento, nas instalayoes, a fim de facilitar 0 curnprimento das missoes, como por exemplo, a destruiyao de urn paiol de muniyoes, de viaturas e depositos de combustiveis, captura de chefes inimigos, assaltos a locais de acampamentos, etc. A primeira providencia e saber que a melhor hora do ataque e a noite. Depois, 0 militar devera fazer a sua preparayao individual, ou seja, portar 0 equipamento mais leve possivel. Retirar to do 0 material que pode causar barulho, tais como: cantil caneco, marmita, etc., retirar 0 material que possa causar brilho, tal como: relogio, aneis, peyas metalicas, capacete de fibra, etc. Apos, devera providenciar a sua camuflagem, pas sando graxa de sapato ou rolha queimada nas partes claras do corpo e que ficam expostas, ou seja, maos, rosto e pescoyo. Veremos a partir de agora, a tecnica do silenciamento. Vanos sao os processos e meios para realizar 0 silenciamento. Veremos os seguintes processos: • do capacete; • do brayo; • do sabre; • da faca; • da coronha; • do porrete; • do garrote. Passaremos aver cada urn deles realizando inicialmente a demonstra~ao lentamente. 1.1- PROCESSO DO CAPACETE Este processo so e possivel quando a sentinel a estiver com a jugular do capacete passando por baixo do queixo, 0 que e verificado por ocasiao do estudo da situa~ao. o atacante partira para a mesma observando os cuidados apresentados anteriormente e pela retaguarda. Com a mao esquerda segurara a sentinel a pela gola da camisa na altura do pescoyo, com firmeza empurrando-a para frente. Com a mao direita, pas sando por cima da cabeya da sentinela, segura com firmeza a borda da frente do capacete. Em seguida com for~a e rapidez, puxara para tras e para baixo 0 capacete. Pela forya aplicada, e com 0 tempo a sentinela perdera a respirayao, estrangulada pela jugular, ficando seu corpo mole tendendo a cairo Com a mao esquerda, segurando firme na gola da camisa nao deixara asentinela cair, levando-a ate 0 solo para que nao fa~a barulho na queda (Fig. 100 - 101 102-103). 64 F~u~100 65 1.2- PROCESSO DOS BRA<;OS Neste processo, sao principalmente utilizados os brayos. o atacante partini para a sentinela com rapidez e pela retaguarda, observando todos os cuidados vistos anteriormente. o brayo esquerdo passa pelo pescoyo da sentinela, pressionando-o enquanto que com a mao direita, firma 0 punho esquerdo auxiliando no pressionamento. Com 0 joelho colocado na altura do coccix, foryara a sentinela a deitar, sem cair e auxiliando 0 estrangulamento. Em vez do joelho, e dependendo da altura da vitima, pode-se utilizar os pes. Coloca-se urn deles na altura do joelho, foryando-a a deitar. A sentinela depois de silenciada deve ser colocada no solo sem fazer barulho. 1.3- PROCESSO DO SABRE A progressao ate a sentinela e a me sma apresentada, chegando ate a mesma com rapidez e garra. o atacante, ja com 0 sabre colocado na arma anteriormente, leva seu pe esquerdo a frente para urn born apoio e aponta 0 mesmo para as costas da sentinela perfurando-a com energia. Em seguida com a mesma forya empregada retira 0 sabre do corpo e rapidamente segura a sentinel a para que nao caia no chao. Este processo, sempre que possivel deve ser evitado, pois havera quase sempre urn gemido por parte do atacado. Por isso nao devera ser empregado, quando houver proximo ao visado, outros elementos que possam ser alertados. 1.4- PROCESSO DA F ACA Como nos anteriores, 0 procedimento inicial de aproximayao devera ser sempre observado cuidadosamente. Chega-se nurn lanche rapido ate a sentinela, pela retaguarda. Com a mao esquerda, tampa-se a boca do visado, com forya, puxando-o para triis, com energia. Com forya, faz-se com que a faca, segura pela mao direita penetre nas costas da sentinela. Retire a faca e apos a operayao leve 0 morto ate 0 solo evitando barulho na queda. 1.5- PROCESSO DA CORONHA Os cuidados e preparayao individual sao identicos aos anteriores. o atacante devera avanyar para a sentinela, estando ela de costa, com rapidez, colocando urn dos pes a frente para aurnentar a forya da pancada e para dar maior equilibrio. A arma devera estar com a coronha v.oltada para 0 pescoyo da sentinela, aonde sera dada a pancada. Este processo como 0 do sabre, devera ser usado somente quando se sabe que 0 gemido e 0 barulho da queda do atingidQ, nao chamara a atenyao de outros sentinelas ou elementos. 1.6- PROCESSO DO PORRETE Porrete e qualquer pedayo de madeira ou galho de arvore, de no minimo 50 cm sendo, porem de boa qualidade. As medidas para aproximayao ate 0 local da sentinela sao as mesmas citadas anteriormente, bern como a preparayao individual. Segura-se 0 porrete com as duas palmas das maos voltadas para cima Parte-se para a sentinela, estando a mesma de costa e com rapidez, passa-se 0 porrete pelo pescoyo foryando-o para triis. Coloca-se 0 pe esquerdo a frente para dar maior equilibrio. 66 Depois de colocado 0 porrete no pesco~o do atacado, coloca-se os cotovelos nas costas for~ando para frente, e com 0 joelho direito da-se urna pancada na altura do coccix, fazendo com que 0 atingido flexione 0 corpo. o corpo devera ser colocado no solo, evitando 0 barulho da queda. 1.7- PROCESSO DO GARROTE Garrote e urn meio auxiliar de estrangulamento, utilizado em silenciamento de sentinelas, composto de dois peda~os de tocos de madeira ou dois peda~os fortes de galhos de arvore, amarrados pelo centro por urna corda, por urn arame ou por urn flo de nylon. No emprego do garrote, inicialmente procede-se como nos seis, outros processos apresentados anteriormente. Parte-se para a sentinela nurn lan~ rapido. Com a mao esquerda, contendo uma das pontas do garrote, segura tambCm a gola da camisa da sentinela. Com a mao direita na outra ponta da urna volta no pesco~o da sentinela, passando pela frente de sua garganta e voltando para as costas novamente. Completada a volta puxe os bra~os repentinamente em dire~oes opostas, apertando 0 la~o e estrangulando 0 inimigo. A rapida aplica~ao deste processo evita do inimigo gritar (Fig. 104 - 105 -106 107). Figura 104 Figura 105 Figura 106 67 Figura 107 1.8- OUTROS PROCESSOS DE SILENCIAMENTO Atinja 0 inimigo na espinha com urn objeto tosco, estontear e atingi-Io com urn objeto para mata-Io. Utilize-se de urn "blackjaclC', ou seja, urna meia com urna determinada quantidade de areia. Annas naturais: Atinja 0 inimigo na base do cranio com urna cutelada ou com 0 punho da mao fechada. Ataque com faca: Furar 0 rim com a faca; furar 0 lado do pescoyO ou cortar a garganta. 2- PRISIONEIRO DE GUERRA Por constituir-se numa rica fonte de informes os prisioneiros de guerra (PG) exigem observancia de cuidados especiais em seu interrogat6rio, guarda e evacuayao. 0 tratamento a ser dispensado ao PG e regulado por acordos intemacionais. Logo ap6s a captura 0 PG sera revistado de urn modo rapido e completo. Annas, muniyao, equipamentos, objetos de uso pessoal que poderao facilitar a fuga, cartas docurnentos, fotografias, etc serae retirados do PG ensacados e entregue ao Cmt da escolta. 0 PG conservara consigo somente a roupa do corpo, capacete, mascara contra gases, placas de identificayao, insignias e condecorayoes e docurnentos da cruz vermelha. Os objetos de uso pessoal ser-Ihe-ao devolvidos posteriormente. Oficiais, prayas, desertores, civis, mulheres e politicos serao separados em grupos. Assim evitam-se a fuga coletiva e a orientayao de superiores os subordinados para interrogat6rios. A pe ou transportados, os PG sao evacuados da frente de combate ate 0 P Col PG o mais rapido possfvel. Nao se permitira conversa, sendo tambem vedado distrlbuir alimento, agua ou cigarro antes de interrogados. Os PG serao protegidos ate serem conduzidos a salvo, para a retaguarda. Nao esquecer de ensinar aos PG os significados das palavras Altos, Em Frente, Sentar e outros comandos que poderao ser usados durante a evacuayao. 2.1- A REVISTA DO PRISIONEIRO DE GUERRA 2.1.1- Regras gerais para a revista • Indique pOf meios de palavras ou gestos que voce tern 0 dominio da situayao e abrira fogo se necessano. • Nao permita que 0 prisioneiro fale, mova os brayos, olhe para tras ou de qualquer outro modo distraia sua atenyao. • Nunca reviste urn prisioneiro que nao esteja em equilfbrio instavel. • Nao se movimente dentro do alcance dos brayos de urn prisioneiro equilibrado. 68 • Quando houver urn auxiliar, mante-Io fora da linha de fogo de sua arma. Enquanto urn revista 0 outro permanece atento e afastado. • Se armado com uma pistola, segure-a a altura de seus quadris, em condiyoes de disparar. Se armado com fuzil encoste a boca do cano nas costas do PO, na altura dos rins. No primeiro caso procurar encostar a pistola no PO. • Mesmo depois de concluida a revista, nao relaxe a seguranya. 2.1.2- Tecnicas de revista • E atraves do tato, apalpando 0 PO, que se consegue descobrir armas e objetos escondidos. 0 PO deve ser revistado detalhadamente, nao deixando nenhurna parte do corpo sem ser examinada. Especial atenyaO deve ser dada as axilas, virilhas, pernas e brayos. Revistar cuidadosamente todas as dobras de sua roupa, ao redor da cintura, t6rax, cobertura e a parte superior do coturno. • Ap6s a revista inicial, urna revista mais detalhada sera feita quando 0 PO for conduzido para a area de retaguarda, obrigando-o, enta~, a tirar toda a roupa e revista-Io cuidadosamente, bern como examinar todo 0 seu corpo; • Quando 0 PO nao entender nossa lingua os comandos deverao ser dados por gestos. 2.1.3- Processos de revista 2.1.3.1- Captor com fuzil- PG deitado Na posiyao deitado 0 PO deve ficar em decubito ventral, brayos esticados no chao e acima da cabeya, com as maos juntas, pernas abertas, com 0 dedo no gatilho, ponha a boca do cano na parte central das costas do PO, na altura dos rins. A posiyao da revista deve ser sempre do lado da mao que apalpa. Evitar trocar de mao na arma. Esta e a melhor maneira para revista do PO na frente de combate (Fig. 108). Figura 108 2.1.3.2- Captor com fuzil- PG de joelhos o PO ajoelha-se, entrelaya as maos e as coloca atras da cabeya, com 0 corpo inclinado para frente. Revistando 0 lado esquerdo do PO, a arma ficara na mao direita, com a boca do cano encostada nas suas costas. A perna esquerda do captor ficara entre as pernas do PO, com 0 joelho encostado as suas nadegas, de maneira que possa derruba-Io ao pressentir qualquer movimento estranho. A revista do lado direito e feita com a arma na mao esquerda (Fig. 109). Figura 109 69 2.1.3.3- Captor com fuzil- varios PG de joelhos A posi~ao e a mesma para urn PO. Colocar os PO ajoelhados em uma coluna, com urna separ~o de 1,5 m entre eles. Em primeiro lugar e revistado 0 ultimo PO, ordenando-o que se desloque para a testa da coluna depois de concluida a revista (Fig. 110). Figura 110 2.1.3.4- Captor com pistola- PG em pc e apoiado o PO nesta situ~ao fica inclinado contra uma parede, arvore, cerca, viatura ou qualquer outro objeto vertical. Suas maos estao cruzadas, uma sobre a outra e apoiadas na parede. Seus pes estao cruzados e 0 maximo possivel afastados para a retaguarda, mantendo-o em equilibrio instavel. Para revistar 0 lado esquerdo, por 0 pe esquerdo em frente aos pes do PO. A qualquer movimento do PO, chute os seus pes para a retaguarda derrubando-o. Para revistar 0 lado direito, empunhar a pistola com a mao esquerda e por 0 pe direito em frente aos pes do PO. Quando 0 captor estiver de urn lado (direito ou esquerdo) 0 pe de apoio do prisioneiro sera 0 correspondente ao lado (direito ou esquerdo). 2.1.3.5- Captor com pistola- PG em pc Fazer com que 0 PG abra as pernas, ma..'1tendo-as bem afastadas. Suas maos deverao estar entrela~adas sobre a cabe~a. Nesta posi~ao, devera ser feita a revista na parte das costas do PO. A arma deve ser afastada do prisioneiro. Quando tiver que ser revistada a frente do prisioneiro, aproximar-se do mesmo com cautela e por 0 pe contra 0 seu tornozelo, tendo 0 cuidado de girar 0 corpo para 0 lado, a fim de proteger a virilha (Fig. 111). Figura 111 2.1.3.6- Captor com pistola- varios PG em pc e apoiados Sempre que for revistar mais de urn PO, mantenha todos sob vigilancia constante nao se distraindo e nem olhando para 0 lado. Neste caso manter a pistola na mao direita e revistar o lado esquerdo do primeiro prisioneiro. Ap6s revistar 0 primeiro prisioneiro ordenar que 0 mesmo se desloque para 0 lado do ultimo prisioneiro a ser revistado, tomando a mesma posiya,o em que estava. 70 Conc1uida a revista do lade esquerdo do ultimo PG este nao precisa deslocar-se. E iniciada a revista do lade direito do PG, no outro extremo da linha. A pistola devera ser passada para a mao esquerda, durante a revista do lade direito (Fig. 112). Figura 112 2.1.3.7- Dois captores Em qualquer dos processos, quando for urna dupla de captores, a revista deve ser feita por urn, enquanto 0 outro faz a vigil§ncia. Para mudar de lado, aquele que revista afasta-se do PG, para que 0 que faz a seguranya possa mudar de posiyao, de modo a conservar a linha de fogo desimpedida. 2.2- A IMOBILIZACAO DO PG Sao varios os processos de imobilizayao do PG. 2.2.1- Utilizando 0 cordao do coturno do PG Para esta imobilizayao, ordena-se que 0 PG retire os cordoes dos coturnos. As maos do prisioneiro deverao ser postas para tras com as costas das maos encostadas urna na outra, observando os pulsos que deverao estar juntos urn do outro. Pega-se urn dos cordoes retirados do coturno, enrola-se varias vezes ao redor dos pulsos, devendo ser deixado urn pedayo livre nas extremidades. Pega-se as partes livres e enrola se entre as maos, por cima das outras, fazendo com que a primeira seja apertada pela Segunda. Amarra-se as pontas com qualquer tipo de no. Apos esta operayao, com outro cordao, amarra-se os dedos minimos do PG. Passa-se 0 restante do cordao entre 0 corpo do PG e as maos, por cima da outra amarrayao e amarra-se entao os polegares. Certifica-se, antes de amarrar os polegares, que nao ha folga entre eles. Podera ser feito com as maos do PG para frente (Fig. 113). Figura 113 2.2.2- Cordada do PG Urn cabo solteiro ou dois cordoes de cotumos sao necessarios para esta imobilizayao. Fazer com que 0 prisioneiro deite em decubito ventral, maos para tras eo rosto no chao. Amarrando suas maos atras das costas, forya-se os brayos para cima, na direyao do 71 pescotyo. Passa-se enmo a corda pelo pescotyo, tao curta quanto possivel, a fim de obriga-lo a manter os bratyos fortyados para cima ou enmo sentira a garganta fortyada pela corda. 0 PG podera ser dominado facilmente, bastando puxar a extremidade livre da corda, que 0 fortyara a levantar os bratyos para nao ser estrangulado (Fig. 114). Figura 114 2.2.3- Com cinto do PG Retirar 0 cinto do PG e ordenar que 0 mesmo deite-se em decubito ventral. Os bratyos deverao estar para tras, cruzados na altura dos rins. Colocar 0 cinto por baixo dos dois pulsos, tendo 0 cuidado de deixar a fivela logo ap6s 0 bratyo que estiver mais abaixo. A outra extremidade do cinto permanecera livre. Pega-se a extremidade livre do cinto e enrol a algumas vezes no pulso do bratyo de baixo. Repete-se a operatyao para outro pulso. Ap6s os do is pulsos estarem bern enrolados, apertados quando possivel e juntos, passa-lhes a extremidade livre do cinto pela fivela, prendendo-a firmemente. Deve-se entao se certificar que os bratyos estao 0 maximo possivel juntos e a amarratyao bern apertada (Fig. 115). Figura 115 2.2.4- Poste Ap6s exercicios para as pemas do prisioneiro, coloca-Io num poste ou pau, cujo difunetro seja proporcional ao biotipo do prisioneiro. Suas pemas serao entrelatyadas ao tronco de tal forma que a direita fique sobre a esquerda e a ponta do pe direito passe por tras do tronco, quando 0 prisioneiro devera sentar-se nessa posityao. Se possivel, ap6s a tomada de posityao fazer peso sobre os joelhos do prisioneiro. Suas maos podem ficar livres. Este processo nao deve ser usado por longos periodos ou quando haja possibilidade de se empregar outro processo (fig. 116). 72 Poste Figura 116 2.2.5- Pacote de PG Amarrar 0 pnslOneiro como no processo cordada de PG, dobrar suas pemas, levando os calcanhares contra as ruidegas, amarrando os tomozelos com a extremidade livre da corda. Qualquer esfoT<;o ou movimento do PG resultara no estrangulamento do mesmo (Fig. 117). Figura 117 2.3- 0 AMORDA<;AMENTO DO PG o amorda~amento de urn PG tern por finalidade evitar que urn prisioneiro fale com os outros prisioneiros ou mesmo grite, 0 que viria a atrapalhar 0 processamento ou evacua~o do PG. 2.3.1- Mordaca com len~o Em primeiro lugar deve-se encher 0 interior da boca do PG com urn pano, capim ou qualquer material disponivel. Feito isto, amarrar urn len~ ao redor da boca do prisioneiro, certificando-se que 0 mesmo ficou bern apertado (Fig. 122). 2.3.2- Mordaca com pedaco de pau Quando nao se disp6e de urn pano, pode-se amorda,(ar 0 PG com urn peda'(o de pau. Primeiro encher sua boca com urn pano ou capim; colocar urn ped~o de pau, atravessado em sua boca, preso em seus dentes e amara-Io por tras do pesco'(o com uma corda qualquer (Fig. 122). 2.3.3- Amorda~amento com esparadrapo Neste processo basta colocar vanos peda'(os de esparadrapo fechando a boca do prisioneiro, juntamente com urn enchimento de algodao, pano ou folhas. Ao colocarmos 0 enchimento na boca do PG, nao devemos nos impressionar com suas rea~6es e sim verificarmos se colocamos material suficiente para se produzir 0 efeito desejado. 0 amorda,(amento com esparadrapo possui restri~6es quanto ao emprego quando se pretender que 0 PG fique calado por muito tempo, pois 0 esparadrapo cede com 0 tempo. o prisioneiro estara sempre com as maos imobilizadas (fig. 118). 73 Esparadrapo Figura 118 2.4- A CONDUl.;AO DO PG (A PE) 2.4.1- Pan de arara Colocar 0 PO sentado com as pernas encolhidas. Amarrar-Ihe os tornozelos e os puis os e logo ap6s colocar urn peda~o de pau por tras das pernas (altura dos joelhos) e por cima dos bra~os (na altura do biceps). Para conduzir sao necessarios dois homens que erguerao 0 PO, urn segurando de cada lado (ou ponta) do pau. E urn processo que tambem serve para imobilizar o PO (Fig. 119). Pau de anua Figura 119 2.4.2- Mao de porco o bra~o e enfiado por baixo do PO que e dobrado e fica com 0 cotovelo sob as axilas do condutor. Dobra-se a mao do PO e mantem-se pressao na mesma, de forma a doer. Processo para ser usado em areas bern controladas pela tropa captora. 0 captor deve livrar sua arma (Fig. 120). 2.4.3- Tortao de braco Coloca-se 0 bra~o do PO em suas costas, dobrado; enfiar 0 bra~o de modo a apoiar a mao no ombro do PO e 0 cotovelo Ter condi~oes de fazer pressao para cima ate doer. Processo para ser usado em areas bern controladas pela tropa captora. 0 captor deve livrar sua arma (Fig. 120). 2.4.4- Ton,ao de braco e pesco£o Alem da tor~ao de bra~o, puxa-se 0 queixo do PO para tnis, torcendo 0 pesco~o. Processo para pequenos deslocamentos em area control ada. E mais segura que os dois anteriores (Fig. 120). Figura 120 74 2.4.5- Carrinho de PG Fazer 0 PG dobrar 0 tronco e enfiar urn bravo entre suas pemas. 0 condutor puxa para tnls 0 bravo que esta entre as pemas e com a outra mao solta 0 PG mantendo-a sobre as costas do PG e empurra-o para desequilibra-Io (Fig. 121). Figura 121 2.4.6- Cassetete Colo car os bravos do PG para tras, enlayar seus pulsos e pressionar com cassetete (Fig. 122). Figura 122 2.4.7- Fileira de PG Para se conduzir dois ou mais prisioneiros e por grandes distfulcias. Imobilizar as maos do PG; passar no pescoyo de cada urn, urna corda enlayando-o (no de azelha ou outro seguro), assim sucessivamente ate 0 ultimo. Cada PG deve ser colocado bern proximo do que estiver it sua frente, de forma a que a corda fique 0 mais curta possivel entre os dois. Uma ponta comprida, de mais de cinco metros deve ficar livre para a retaguarda para utilizayao pelo condutor. A ligayao dos PG e 0 layo em tomo de seus pescoyos devem estar de tal forma que qualquer tentativa de correr ou ate mesmo a queda de urn prisioneiro aperte 0 layo em tomo do pescoyo do que the antecede e que fica a sua retaguarda. 2.5- CONDUTA COMO PG 2.5.1- Captura 2.5.1.1- Codigo de conduta codigo de conduta e aplicavel a cada membro das Foryas Armadas. 0 treinamento militar na aprendizagem deste Codigo tern como primeiro objetivo aurnentar a vontade de combater dos homens, e estende-se aos prisioneiros de guerra. Ele assegura que: • mesmo como prisioneiro de guerra, voce continua a ser de especial interesse para 0 Brasil, a nao sera esquecido; o 75 • todos os meios serao empregados para estabelecer contato consigo, para apoia 10 e para auxiliar sua libertavao; • as leis do Brasil fomecerao a subsistencia e cuidarao de seus dependentes, durante os periodos em que voce for mantido como prisioneiro de guerra, ou estiver detido num Pais estranho. 2~5.2- PreveDfyaocontra captura A captura usualmente nao e desonrosa, nem her6ica. De vez em quando e inevitavel, muitas vezes e resultante de um ferimento. A experiencia mostra, todavia, que a maioria dos militares que cairam prisioneiros, poderiam te-lo evitado se aplicassem as tl.iticas basicas de evasao. A hist6ria revela que muitos soldados nao fizeram tentativa alguma para evitar a captura, ou em algumas ocasioes, abandonaram suas posi90es taticas e foram capturados. Se capturado, empenhe-se em desenvolver e executar urn plano de fuga. Esse principio esta expresso c1aramente no artigo II do c6digo de conduta. 2.5.3- Prisioneiro de guerra manejado por comunista Durante a 23 Guerra Mundial, os comunistas na Europa deslocavam os prisioneiros para retaguarda, em terreno tao aberto quanto possiveL Inicialmente, os PG eram reunidos (P Col pr6ximos ao Posto de Comando do Regimento, para serem posteriormente agrupados pr6ximos ao quartel General. Os regulamentos comunistas proibiam a reuniao de prisioneiros em densos bosques. Quando da evacua9ao para a retaguarda, dois guardas com 0 comandante da escolta guiavam a coluna, enquanto a maioria dos guardas cobria a retaguarda. Os prisioneiros nao tinham permissao para atrasar a coluna ou falar aos guardas, civis, ou outros prisioneiros. Esses procedimentos para lidar com os prisioneiros sao tipicos e provavelmente serao usados contra qualquer futuro inimigo convencional. 2.5.4- Campo de concentracao A menos que os prisioneiros se organizem corretamente dentro do campo de concentravao, mantel1do a discipiina, estado sanitario e espirito de resistencia, havera dificuldades para sobrevivencia, resistencia a doutrina9ao inimiga e fuga. 2.5.4.1- Organiza~ao aberta 2.5.4.1.1- 0 mais antigo em comando militar mais antigo das For9as Armadas Brasileiras, em um campo de prisioneiros, continua com suas responsabilidades e autoridade. 0 Oficial mais antigo dentre os prisioneiros do campo de concentra9ao ou area de trabalhos devera assumir 0 comando. Se nao houver oficiais, 0 mais antigo graduado assume 0 comando. 0 C6digo de Conduta dA a responsabilidade de comando ao militar mais antigo. Na determina9ao da pessoa que e a mais antiga em comando, capelaes, medicos e mulheres normal mente sao excluidos. o 2.5.4.1.2- Representante dos prisioneiros A Conven9ao de Genebra de 1949 0 Tratamento de Prisioneiros de Guerra, definiu as responsabilidades dos prisioneiros para com seus representantes. 2.5.4.1.3- Seleyao do representante dos prisioneiros A sele9ao ou designa9ao do representante dos prisioneiros e feita do seguinte modo: • em campos onde nao ha Oficial, 0 representante dos prisioneiros devera ser eleito pelos prisioneiros, a cada 6 meses, em vota9ao secreta. 0 representante eleito escolhe seus auxiliares; • em campos mistos, as pra9as tambem elegerao assistentes para 0 representante dos prisioneiros; 76 • ern campos de trabalho, onde os Oficiais estao incluidos apenas para realizar tarefas, de administrayao de campo, 0 representante dos prisioneiros sera eleito. Oficial podera concorrer it e1eiyao. o 2.5.4.1.4- Deveres do representante dos prisioneiros o representante dos prisioneiros tern 0 dever de promover 0 bem-estar fisico, espiritual e intelectual dos prisioneiros. Ele representa os prisioneiros perante as autoridades militares da Potencia Captora, da Potencia Protetora, do Comite Intemacional da Cruz Verrnelha e de qualquer organizayao exterior que tenha finalidade de socorrer os prisioneiros. Para realizar essa funyao, os representantes dos prisioneiros e auxiliares deverao fundar urna organizayao eficiente e funcional, capaz de assegurar as melhores condiyoes possiveis de subsistencia para os prisioneiros. A organizayao devera tambcm estabelecer programas para manter elevado 0 estado mental e fisico dos homens. o mais antigo ern coman do e 0 representante dos prisioneiros. Eprovavel que 0 inimigo esteja a par do C6digo de Conduta do Brasil, bern como dos deveres e responsabilidades do membro mais antigo de nossas FA, prisioneiros ern urn campo de concentrayao, ou outra area onde existem prisioneiros de guerra. 0 inirnigo podera tentar tolher a moral e enfraquecer a organizayao do prisioneiro, procurando impor urn prisioneiro de sua escolha (geralmente urn elemento que esta cooperando) como 0 representante dos prisioneiros, aIem disso, ern campos onde nao ha Oficiais presentes, e1es poderao recusar aceitar que urn homem fraco seja selecionado. Essas taticas sao empregadas para diminuir 0 controle intemo, dos prisioneiros, de modo que e1es se tomem mais d6ceis a colaborayao. Ern qualquer caso, 0 homem mais antigo tera a responsabilidade do comando, e outros prisioneiros brasileiros deverao curnprir suas ordens. Sobreviver como prisioneiro requer urna organizayao forte que fomeya: urn Hder, disciplina e unidade de esforyo. Se tal organizayao nao puder ser alcanyada abertarnente, ela devera ser obtida secretamente. 2.5.4.1.5- Deveres do prisioneiro mais antigo o prisioneiro mais antigo e seus auxiliares deverao estabelecer urna eficiente organizayao, capaz de nao somente garantir as melhores condiyoes de vida para os prisioneiros, como tambcm mante-Ios ern boas condiyoes fisicas e morais. A necessidade de organizayao c predominante, 0 prisioneiro tern toda uma s6lida estrutura de vida para ajuda-Io a erguer-se sobre o nivel da mera sobrevivencia. Ele devera ser responsavel por algucm ou por algurna coisa. Portanto, varios Comites deverao ser montados para ativar a administrayao de campo, e todas as possiveis facilidades deverao ser aproveitadas para organizayao de grupos de estudos, esportes e outras atividades recreativas. Nenhurna regra definida po de ser feita ern relayao as delegay5es de deveres, porcm os exemplos abaixo, fomecem as bases gerais para estudo e planejamento da organizayao. 2.5.4.2- Atividades de beneficencia Este tipo de atividade tern por fmalidade manter os prisioneiros moderadamente felizes. A atenyao aos seguintes detalhes ajudara a manter 0 moral. 2.5.4.2.1- Rancho Toda oportunidade devera ser usada para melhorar 0 padrao das rayoes e os metodos de cozinhar. As etapas, ou qualquer outro tipo de alimentayao devera ser distribuido igualmente. 2.5.4.2.2- Cartas e rurnores falsos A importancia do Correio na manutenyao do moral dos hornens nao deve ser superestimada. De vez em quando eia podera Ter efeito contrario. Os prisioneiros precisam ser advertidos para nao confiar nos boatos e rurnores sobre suas esposas ou noivas, e contra as interpretayoes erradas das cartas. Quando alguns de nossos elementos nao estao recebendo cartas regulamentares, c necessario alerta-lo que 0 inimigo pode estar retendo-as, com a fmalidade de 77 abater 0 moral desses homens. 0 Correio muitas vezes e urna fonte de informayoes para 0 inimigo. Os prisioneiros deverao ser instruidos a limitar suas cartas ao tema "estou vivo e bern», pois 0 inimigo podera usar 0 que ele escrever para fazer interrogatorios ou propagandas. 2.5.4.2.3- Conselhos Os prisioneiros deverao ser encorajados a falar sobre a familia e outros problemas, com seus companheiros e chefes. Tais reunioes deverao ser informais, e 0 problema olhado com interesse e simpatia. Os serviyos do Capelao de Campo, se existir urn, serao inestimaveis em assuntos dessa natureza. 2.5.4.2.4- Ressentimentos Alguns homens poderao estar ressentidos com a guerra, ou contra a falta de apoio que recebe de seus familiares. Deverao ser feitas tentativas para atenuar esses ressentimentos, atraves de conversa com os prisioneiros, sobre os problemas normais da guerra e as possiveis razoes para a ausencia de apoio de casa. Os prisioneiros poderao sorrir as explicayoes e olhar cinicamente. Porem, geralmente, as palavras nao serao desperdiyadas. 0 cinismo e freqiientemente urna reayao superficial, e em seu intima os homens sentirao que existem razoes que eles nao admitiam ou nao queiram admitir. Embora, provavelmente, eles continuem a alardear seus ressentimentos, urn pouco de mordacidade tera side removida. 2.5.4.3- Continuidade e flexibilidade de opera~oes abertas A organizayao administrativa de urn campo de concentrayao, ou suas subdivisoes estao sujeitas constantemente, a subitas interrupyoes, que podem ser causadas pela localizayao de grupos de fuga, pelo afastamento ou morte do comandante, ou pelas autoridades da prisao, arbitrariamente dispensando as organizayoes abertas e apontando os lideres de sua escolha. 0 comandante e seus auxiliares em todos os niveis da organizayao aberta deverao estar preparados para este rompimento, pela nomeayao de urn novo representante, ou pela indiciayao de novos assistentes. Se as autoridades captoras tentarem apontar os lideres sem consultar os prisioneiros, os comandantes, em todos os r.iveis, deverao protestar contra tai fato. E 0 dever de todos os prisioneiros demonstrar sua lealdade aos lideres depostos e requerer, em todas as oportunidades, sua reintegrayao. 2.5.4.4- Codigo de honra do campo A melhor explicayao e 0 c6digo de conduta que existiu em urn dos mais notaveis campos de concentrayao organizado durante a 23 Guerra Mundial. Impeya a briga. Voce nao esta fora da guerra. Voce ainda e, potencialmente, urn combatente efetivo. Tenha fe em voce, sua Patria e as Foryas Armadas que voce representa. Mantenha-se em born estado f'isico e mental. Seja tolerante voce podera estar faminto, sujo, mal tratado e vivendo sob condiyoes de maior desconforto, porem, de igual modo estao os outros prisioneiros. Nao brigue com os outros, reserve suas energias para 0 inimigo, seja cooperativo em todas as medidas para seus camaradas e faya tudo em seus poder para trabalhar para 0 bern comum. Acima de tudo, nao tenha pena de voce, voce ficara surpreendido de quae isto e para lembrar os dias negros, quando voce chegar em casa. Somente os incidentes divertidos virao a mente. Voce ainda pertence a urna grande Nayao e voce esta ainda lutando. A reputayao das Foryas Armadas e seu Pais dependem de voce. 2.5.4.5- Potencias protetoras As potencias protetoras sao paises neutros, os quais sao designados pela Potencia Captora para determinar se a Convenyao de Genebra esta sendo seguida e, para salvaguardar os interesses dos paises participantes do conflito. Prisioneiros suportando maus tratos como puniyao disciplinar, contudo, tern direito de queixar-se aos representantes da Potencia Protetora sobre as condiyoes de seu cativeiro. 78 2.5.4.6- Sobrevivencia no campo de concentra~io 2.5.4.6.1- A vontade de sobreviver Nao ha nada mais importante para a sobrevivencia do que avontade de sob reviver e resistir. Independente do local, das pobres condiyoes de vida, das brutalidades que as autoridades possam impor, se voce decidir a suportar isto, sera bern sucedido. Suas chances de sobrevivencia como um prisioneiro ou como um evasor serao maiores se: • exercer as responsabilidades de lideranya; • conservar a disciplina militar e a sua propria; • manter a moral individual e a do grupo; • participar completamente de atividades do grupo de sobrevivencia; • reconhecer e controlar 0 medo; • comer tudo que for comestivel; • manter 0 senso de humor; • praticar a sobrevivencia, primeiros socorros e medicina preventiva; • conservar 0 desejo de sobreviver. 2.5.4.6.2- 0 plano para sobrevivencia Desde que as condiyoes em vanos paises e campos de concentrayao sao diferentes, e impossivel fornecer-se um plano especifico para cada situayao. Urn plano, to davia, e necessario, para que se possa fazer 0 melhor. 0 E-A-C (Economize - Armazene - Cuide-se) e um plano que tern sido testado com sucesso. a- Economize o que voce pode economizar num campo de concentrayao! Tudo: vestuano, peyas de metal, pano, papeis, cordao. Urn pedayo de barbante podera significar sucesso ou fracasso quando se aproximar a hora para a fuga. Esconda esses artigos debaixo do assoalho ou em buracos no chao, se eles forem descobertos, poderao parecer inofensivos e voce devera receber pequena ou nenhuma puniyao. Use menos roupas possiveis. Economize seus sapatos, roupas de baixo, camisas, blusoes e outros artigos de vestuario que irao proporcionar-Ihe proteyao contra a natureza, quando voce comeyar a viagem de volta. Economize qualquer comida nao deterionivel que e fornecida pela Cruz Vermelha ou seus captores. Doce, por exemplo, vern a calhar como rapida fonte de energia quando se movendo. Se nao ha nenhum outr~ doce disponivel, economize cada pedayo de ayucar dado pelo inimigo. Quando suficiente e possivel reduzi-Io a um doce compacto e economiza-Io como suprimento. Comida enlatada e ideal para armazenamento. Se 0 inimigo fura os enlatados, todavia, para prevenir acumulayao, voce pode ainda conservar a comida lacrando a conserva com lacre ou outro expediente de campanha. Podera ser possivel economizar esta comida tornando a cozinha-Ia e mudando sua forma. Outros suprimentos a estocar para 0 dia da fuga sao: sebo, carne cozida, nozes e pao. Economize peyas de metal independentemente de quae insignificantes elas possam parecer. Pregos e grampos podem servir como botoes e prendedores. Velhas latas de conserva sao excelentes para improvisar facas, xicaras ou depositos de comidas. Se voce tern uma lamina de barb ear, guarde-a e use-a somente para se barbear. Planeje maneiras de amola-Ia, tais como: esfregando-a em vidro, pedra ou alguma superflcie dura. A barba bern feita levanta a moral. Economize sua forya, mas mantenha-se ativo, atraves de caminhadas no interior do campo ou de calistenia suave, para manter os musculos tonificados. Durma bastante, porque voce nilo podera descansar muito no seu caminho de volta. b- Armazene Use sua engenhosidade. Selecione aqueles itens que voce pode obter e suplemente-os. Por exemplo: rayoes. Alguns comestiveis podem ser encontrados dentro em torno 79 do recinto para prisioneiro, procure comida nativa, comurn na area. Se possivel, aurnente essas buscas levando grama, folhas, cascas e insetos para seu esconderijo de fuga. Eles 0 manterao vivo quando nenhuma outra comida for obtida. Roupas deverao ser suplementadas de tal modo que as pe~as mais duniveis estejam em bom estado quando voce escapar. Um bloco de madeira e urn peda~o de pano dao bons mocassins e voce economiza os cotumos. Trapos podem substituir luvas; palhas podem ser tran~adas para fazer chapeus. c- Cuide-se Provavelmente a parte mms importante de qualquer plano de sobrevivencia e a fase "cuide-se". Conserve 0 que voce tem. Nao haveni nenhurna substitui~ao quando os sapatos acabarem ou se 0 seu casaco for perdido. Etambem manter a boa saude do que recupenl-Ia. Ponha alguma roupa no seu esconderijo de fuga. Conserte os primeiros sinais de uso, com material improvisado, se for necessario. Uma agulha feita de urn espinho unha ou lasca, e fio de linha feito com urn pano desfiado, pode remendar urna cal~a rasgada. Madeira, lona, ou papelao destinados as solas de sapatos economiza-Io-ao. 0 papel sera sempre eficiente como palmilha de refor~o de seus sapatos. Boa saude fisica e essencial para a sobrevivencia, em qualquer circunstancia. E especialmente importante, num campo de concentra~ao, onde as condi~oes de vida sao apertadas e a comida e abrigos inadequados. Todos os meios deverao ser empregados para mante-Io bem. Agua e sabao sao a medic ina preventiva basica; mantendo-se limpo. Se a agua e escassa, colha agua da chuva, use 0 orvalho, ou simplesmente esfregue-se diariamente com urn pano ou com suas maos nuas. Preste aten~ao as areas do corpo que sao sensiveis it erup~ao e fungo infeccioso- entre os dedos, entre as pemas e 0 couro cabeludo. A regra de asseio e tambem aplicada as vestimentas. Lave-as sempre que possivel com agua e sabao. Pendure, quando possivel, as roupas ao sol e ao ar. Examine as costuras das roupas e 0 couro cabeludo, onde se encontram freqiientemente os piolhos e seus ovos. A molestia '.f.' A por plO•• • Ib O pode causar a morte. I T' • • lfi"ecclOsa causaaa uma manelra para conseguu-se serv'190 de lavanderia, ou mesmo banho, e dizer ao guarda que voce esta infestado de piolhos, quer isto seja verdade ou nao. As autoridades da prisao, temendo que 0 piolho em prisioneiros possa causar uma revolta ou transmitir doen~as de piolhos entre a popula~ao civil, poderao fomecer esses servi~os. Se voce ticar doente, informe sua possibilidade de receber ajuda vale a tentativa. condi~ao as autoridades de campo. A 2.5.4.7- Interrogatorio inimigo 2.5.4.7.1- Finalidade Este capitulo estuda as experiencias vividas em interrogat6rios inimigos e sugere tecnicas para enfrentar essas situa~oes. 2.5.4.7.2- Conduta do prisioneiro durante 0 interrogat6rio A primeira linha de defesa contra 0 interrogat6rio e a posterior doutrina~ao e a paciencia, 0 silencio e a fe em voce, no Exercito, no seu pais e na sua religiao. Os seguintes pontos ajudarao a resistir ao interrogat6rio inimigo: • de somente nome, posto, ntimero de identidade e data de nascimento; • seja respeitoso durante 0 interrogat6rio, mas nao deixe 0 inimigo confundir polidez com a vontade de cooperar. Tal ideia, urna vez implantada na mente do interrogador, podera prolongar 0 interrogat6rio; • tinja ignofllncia das informa~oes que possam ser uteis para 0 inimigo; • tenha cuidado com os delatores e pessoal medico do campo de concentra~ao" que serao usados tambem para colher informa~oes; 80 • se voce conhecer a lingua do inimigo, crescerao suas chances de ser bern sucedido na fuga. Nao revele nem admita esta habilidade durante 0 interrogatorio; • nao acredite nas informafi:oes do inimigo de que outros prisioneiros tenham falado. Isto e urn procedimento comum em interrogatorios, com a finalidade de pega-Io desprevenido e encoraja-lo a falar; • evite olhar 0 interrogador diretamente nos olhos. Isso podera revelar a informa~ao sem uma resposta direta. Escolha um ponto entre os olhos do interrogador ou sobre sua testa e concentre-se ali; • quando for interrogado, seja polido, firme na recusa de dar informafi:0es. Cumprimente militarmente a todos os oficiais interrogadores mais antigos que voce; • nunca de informafi:0es sobre outros prisioneiros. Se 0 nome de um camarada prisioneiro e mencionado no interrogatorio, informa tal fato e as circunstfincias em que ele se deu, a seu superior: este individuo podera estar sobre vigilfincia e obrigado (como por forfi:a hipnotica) a relatar todas as conversas que escutar; • tenha cuidado com a tenta~o de gabar-se, com 0 interrogador de proezas verdadeiras ou inventadas; • nao se deixe enganar, preenchendo questionanos aparentemente inocentes, ou escrevendo declarafi:oes onde, conste mais que nome, posto, nfunero de identidade e data de nascimento; • nao tente enganar 0 inimigo com falsas informafi:oes. Vm habil interrogador sera capaz de extrair a informafi:ao que ele precisa, antes de voce comefi:ar a falar sobre 0 assunto. 2.5.4.8- Doutrina~ao inimiga o proposito desse capitulo e discutir 0 metodo de doutrina~ao inimiga com prisioneiro de guerra, e como podemos resistir a essa doutrina~ao. Os metodos descritos sao baseados em experiencias vividas por prisioneiros dos EVA nas maos dos comunistas. 2.5.4.8.1- Programa de doutrinacao comunista A maior parte das forfi:as comunistas, aMm de seus objetivos militares, tern a missao de fazer com que os prisioneiros acreditem na sua forma de govemo. Eles tentam perturbar 0 espirito dos prisioneiros, fazendo-os desacreditar em seus govemos e, mais tarde, acreditar que a forma de govemo comunista e a melhor. A missao de doutrinafi:ao esta bern amparada por um disciplinado e organizado programa de ensino e instru~ao. Ela e bern planejada e administrada por pessoas treinadas, algumas delas educadas nos EVA. 2.5.4.8.2- Objetivos Basicamente 0 programa de doutrinafi:ao tern dois objetivos principais: completar a doutrina~o de um pequeno e seleto grupo de prisioneiros, na teoria e pratica do comunismo, como uma forma ideal de govemar; debilitar nos demais a fe e a confian~a dos prisioneiros em seu pais, seu govemo e seus lideres politicos, mesmo que nao consigam converte-Ios. Para atingir 0 primeiro objetivo, os comunistas selecionaram prisioneiros nos quais eles sentiram que podiam confiar, dando-Ihes tratamento especial. Isso esta de acordo com a concep~ao comunista de que urn pequeno e seleto e disciplinado grupo devera guiar a massa. Como incentivo, foram prometidas posi~oes de Comando nos EVA, depois da revolu~ao comunista "que substituira a atual forma de govemo". Para atingir 0 segundo objetivo, os comunistas procuraram denegrir os EVA, pela deturpa~ao de pequenas falhas em suas institui~oes politicas e economicas. A discussao de principios verdadeiros do govemo dos EVA nao foi permitida. Concomitantemente, os comunistas lan~aram ataque sobre ataques contra estadistas Norte-americanos, citando-os pelo nome, e alardeando serem eles as causas principais da guerra e do desconforto do prisioneiro. 81 Os comunistas sabiam que, se fossem bern sucedidos em subverter a lealdade dos pnsloneiros, eles seriam menos anticomunistas depois de repatriado para os EUA, mais simpaticos a qualquer conspirayao comunista. Parte de seus pIanos era usar os prisioneiros doutrinados depois de sua volta aos EUA, para assumir a lideranya na subversao de ex prisioneiros, e incita-Ios a sustentar uma conspirayao comunista ou do partido comunista. 2.5.4.8.3- Outros objetivos Para auxiliar esses grandes objetivos gerais, foram criados objetivos especificos. Para facilitar 0 controle intemo dos prisioneiros, os comunistas organizaram uma rede de informantes que mantinha as autoridades do campo informadas sobre as atividades dos outros prisioneiros. Atraves desses informantes, os comunistas conseguiram dissolver algumas tentativas de fuga. Os informantes eram tambem instruidos para fomecer dados sobre os prisioneiros que estavam resistindo energicamente adoutrinayao. Urn outro objetivo foi recrutar colaboradores para ajudar no programa de doutrinayao. Esses colaboradores faziam leituras de propagandas, escreviam artigo e tentavam convencer outros prisioneiros a assinar petiyao de paz, folhetos, e outros tipos de propaganda. Ainda um outro objetivo foi recrutar agentes potenciais para executar atividades de espionagem ou subversao para os comunistas, depois de repatriados. Durante 0 conflito da Coreia, alguns prisioneiros que haviam concordado com esta trama, depois de repatriados viram, que haviam sido iludidos e relataram 0 fato as autoridades americanas. 2.5.4.8.4- Fases da doutrina9ao o programa de doutrinayao foi executado em duas fases gerais: a preparayao e a execuyao. a- Fase preparateria A fase de amolecimento ou de condicionamento constitui em uma serie de leituras sobre as imperfeiyoes do govemo americano. 0 govemo, e seus sistemas politicos e economicos, sao os alvos principais de todas as leituras. Durante esta fase os EUA foram acusados de causarem a guerra. b- Fase de execuyao Nesta fase, a doutrinayao procurava fazer crescer aos prisioneiros que 0 "modus vivendi" comunista e superior ao democratico. os comunistas usaram uma velha tecnica durante esta fase: comparar urn com 0 outro, chamando atenyao para os aspectos favoraveis do comunismo e dando enfase aos tao chamados defeitos da democracia. 0 inimigo retratou 0 Estado Comunista como utopia, onde cada homem mulher e crianya vivem uma vida de felicidade, livre da pobreza e da discriminayao de classes. 2.5.4.8.5- Tecnicas usadas a- Repetiyao Essa tecnica foi usada contra todos os prisioneiros durante seu cativeiro. Alguns prisioneiros foram submetidos a pressoes, obrigados a memorizar certos assuntos questionados e examinados sobre eles durante dias, semanas ou meses. Eles eram obrigados constantemente, a responder perguntas; foram escolhidos ainda para ler, incessantemente, a propaganda comunista. Pela repetiyao, os comunistas obrigaram alguns prisioneiros, especialmente aqueles que possuiam educayao primana, a decorar longos trabalhos sobre comunismo e economia. Como resultado dessa tecnica, alguns prisioneiros de pouca cultura, tornaram-se capazes de recitar longos ensaios sobre comunismo e suas teorias economicas e politicas, sem entender 0 conteudo do material. b- Perseguiyao Essa tecnica, como a repetiyao, foi empregada sem variayao, dia apes dia, semana a semana, mes ames. Seu propes ito foi criar urn estado de ansiedade capaz de manter 0 82 prisioneiro tenso e constantemente inseguro. A persegui9ao foi geralmente baseada em falsas acusa<;5es contra os prisioneiros, que variavam desde pequenas infra90es ate faltas graves, tal como golpear urn oficial inimigo. c- Humilha9ao A humilha9ao foi usada contra prisioneiros que demonstraram uma grande dose de orgulho pessoal. Seu objetivo foi derrubar seu orgulho pessoal, ridicularizando-os aos olhos dos outros prisioneiros, para provocar vergonha e embara90. Para assegurar sua eficacia, ela era feita em presen9a dos outros presos. d- Resultados gerais Os resultados da doutrina9ao comunista deverao ser estimados a luz de seus objetivos. Os comunistas nao tentaram converter todos os prisioneiros. Eles quiseram instruir e selecionar uns poucos, nos quais podiam confiar e que aceitariam 0 comunismo como uma maneira de vida. Eles, mais tarde, poderiam vir a ser revolucionarios comunistas. Primeiramente os comunistas quiseram destruir, ou ao menos reduzir a hostilidade sentida pelos prisioneiros acerca da causa comunista. Eles plantaram a semente da duvida, fazendo os prisioneiros ver ambos os lados, encontrando portos bons aqui e hi. Os comunistas esperam que, aMm disso, doutrinando alguns prisioneiros, eles farao os outros verem meritos em alguns aspectos do comunismo, e nao visualizem 0 comunismo como amea9a as institui90es politicas e a democracia. Defesa contra a doutrina9ao A regra para defesa contra interrogat6rio inimigo, aplica-se igualmente bern na defesa contra a doutrina9ao. Se 0 interrogat6rio nao pode induzi-Io a dizer mais que nome, posto, nlimero de identidade e data de nascimento, obviamente a doutrina9ao sera possive!. Nao cooperando voce sera considerado material podre para a doutrina900. A confian9a em voce, sua familia, seu Exercito, seu Pais e sua Religiao, servirao como defesa afetiva contra a doutrina9ao. Acima de tudo, 0 desejo de sobreviver devera ser mantido. 2.5.5- C6digo de conduta do prisioneiro de guerra • Art I-RESISTIR Nao colabore com 0 inimigo. Tente resistir. • Art II- ESCAPAR • Procure fugir em todas as ocasioes. • Art III- NAO NEGOCIAR Nao fa9a nenhum favor, nem neg6cios com 0 inimigo. • Art IV- AME SEU IRMAO Nao fa9a nada que possa prejudicar um companheiro, nao fale nada. • Art V- ESTABELE<;A UMA LIDERAN<;A Se the couber assuma 0 comando. Fa9a sempre 0 que 0 elemento em comando mandar. 3- FUGA E EVASAO 3.t-FUGA Ha numerosas razoes para evitar ser capturado e, quando isto ocorrer, fugir, sobreviver e evadir-se. Algumas delas sao: • razoes humanitarias: qualquer pessoa com conhecimento do tratamento de prisioneiro de guerra pelos comunistas, nao tern ilusoes it cerca dos horrores da prisao por eles. basta lembrar-se dos exemplos da Coreia, do Carnboja, do Vietna e dos campos da Siberia; 83 • influencia benefica no moral de nossas proprias foryas: moral de uma unidade eleva-se com 0 retorno de urn de seus homens depois de ser considerado como morto; • preservar 0 potencial hurnano: em nossos dias a guerra e conduzida por especialistas altamente treinados. Muito tempo, esforyo e dinheiro e gasto no preparo do combatente. Sua captura significa que seu pais perdeu 0 serviyo de urn homem bern treinado, mais importante, no entanto, ea recuperayao do soldado como ser hurnano; • salvaguardar informayoes milltares: os dois principais beneficios que 0 inimigo recebe da captura dos nossos soldados sao a reduyao em nfunero de combatentes oponentes e a possibilidade de obtenyao de informayoes militares; • trazer informayoes sobre 0 inimigo: unidades inimigas em contato ou reserva, equipamento, atividades de qualquer natureza que indique 0 curso de urna ayao, instalayoes militar e moral do inimigo. estas informayoes prestadas pelos nossos homens que se evadem ou fogem das linhas inimigas sao de grande valor. 3.1.1- Fuga antecipada do campo de concentracao 3.1.1.1- Vantagens das tentativas de fuga antecipada E seu dever tentar escapar tao cedo quanto possivel, se capturado. As possibilidades de urna fuga bern sucedida sao grandes nesse perfodo inicial, devido aos seguintes fatores: Na epoca da captura, voce estara mais perto das linhas amigas do que em qualquer outro momento. Voce estara orientado e sabera onde as foryas ami gas estao localizadas. Se nao estiver ferido, voce estara na sua melhor forma fisica. . Como 0 pessoal inimigo, na zona avanyada de comb ate, geralmente nao esta tao bern treinado como os guardas regulares de prisioneiros, existirao muitas oportunidades para fugir. 0 perigo de ser atingido pelo urn guarda, imediatamente depois da captura, e maior na zona de frente de comb ate, porque as tropas de combate estao estimuladas para lutar com intensidade e poderao disparar it menor provocayao. 3.1.1.2- Oportunidades para antecipar a fuga As oportunidades para a fuga durante os deslocamentos sao freqiientes, tanto se movendo a pe como transportado em viaturas. 0 sucesso da fuga dependera de urna estimativa rapida e de pronta ayao, para tirar proveito das seguintes situayoes: • tiros de morteiro, artilharia e ataques aereos, os quais criam confusao em massa os guardas muitas vezes se abrigarao, dando oportunidades para voce escapar; • os prisioneiros geralmente marcham it retaguarda da coluna. os guardas poderao ser feridos sem condiyoes de se locomover para serem evacuados e nao serem treinados para guardar prisioneiros. na primeira oportunidade procure deitar-se fora da coluna; • se for evacuado por caminhao, urn ataque aereo amigo, podera fazer parar 0 caminhao, assim criando urna chance de cair fora. se os guardas nao estiverem alerta, voce devera ser capaz de pular quando os caminhoes reduzirem a velocidade para subir uma colina. os movimentos motorizados, numa zona de combate, geralmente sao feitos it noite e debaixo de escuridao. as condiyoes de pouca visibilidade, tais como escuridao, chuva, nevoeiro ou nuvens de poeira sao uteis para a fuga; • se evacuado por trem, voce geralmente sera transportado em vagoes de carga e devera estar pronto para fugir pelas janelas ou fazendo urn buraco no chao. se viajar em vagao de passageiros, a fuga sera possivel quebrando-se 0 vidro da janela e pulando quando 0 trem diminuir a velocidade. tais tern sido bern sucedidas em casos onde urn grupo de prisioneiros procura distrair os guardas, 84 enquanto os outros escapam. um plano para subjugar os guard as carro a carro, ou assurnir a direyao de todo 0 trem, e viavel se os guardas estao descansando ou sao poucos. 3.1.1.3- Importancia da vigilancia Pennaneya alerta a todas as oportunidades de fuga, porque cada uma podeni ser a ultima. E sua responsabilidade ajudar os outros a escapar, mesmo que isto signifique puniyao para voce. Fugas bern sucedidas tern variado desde as mais simples as mais complexas. Alguns dos melhores pIanos de fuga tern sido muito simples. Quanto mais cedo for a tentativa de escapar, mais simples podeni ser 0 plano. Tentativa antecipada tern maior chance de serem bern sucedidas 3.1.2- Tecnicas de fuga de campo de concentracao A organizayao secreta de prisioneiros tern grande importancia em qualquer tentativa de fuga. E improvavel que voce possa sair se bern pelos seus proprios esforyos. Para a fuga ser bern sucedida, vArios aspectos deverao ser providenciados, tais como,: docurnentos, dinheiro, bussolas e alimentayao. Estas sao providencias tipicas da organizayao dos prisioneiros de guerra. Perfurar urn tUnel como um meio de fuga e dificil e requer algumas condiyoes favoraveis. Primeiro de tudo, alguns prisioneiros, por precisarem trabalhar muito e em horas dificeis, tornar-se-ao incapazes de conservar condiyoes fisicas necesslirias para fuga. Segundo, a construyao do tUnel leva muito tempo, 0 que aumenta os riscos de descoberta. Terceiro, a construyao de urn tUne1 e geralmente, se nao sempre, a ocupayao de um grupo de homens. Urn grande nlimero de pessoas tern conhecimento de sua existencia. Quarto e virtual mente impossivel cavar tlineis em certos tipos de terreno, tal comopantanos, terra congelada ou solo extremamente arenoso. 0 maior problema dos tlineis e a distribuiyao da terra, pois, na maioria dos casos a terra removida e de cor diferente da superficie. Para distribui-Ia, misture-a cuidadosamente com a terra da superficie e espalhe-a por todos os lados. A terra podera ser escondida em paredes de edificios, porem, devem ser tornados cuidados para evitar filtrayao de poe ira atraves das fendas, 0 que podera conduzir a sua descoberta. Se possivel, rem ova a terra do tUnel para fora do campo. Esse trabalho devera ser feito por partes, retirando-se a mistura diariamente. Ultrapassagem de muros e obstaculos de arame: As fonnas usual mente utilizadas para ultrapassar muros e obstaculos de arame sao extremamente dificeis. Tern sido usadas varas, escada desmontavel ou a tentativa de arremessar 0 companheiro alem do muro. Tal fuga requer plano cuidadoso, condiyoes fisicas quase perfeitas e surpresa. 0 melhor modo de atravessar um muro ou cerca eo portao. Existem muitos ardis que poderao ser usados para deixar 0 campo de concentrayao dessa fonna. A habilidade para "blefe" e 0 primeiro deles. 0 disfarce devera ser perfeito e, alem disso, urn certo senso de oportunidade e necessario. Uma olhadela errada ou urn andar apressado quando chamado, podera resultar em fracasso. 3.1.3- Burla das revistas Uma vez que a fuga tenha sido feita, as chances de sucesso sao grandemente aumentadas se a guarda nao tiver conhecimento dela. A melhor hora para a fuga e a noite, logo depois da ultima revista. Isto da ao prisioneiro algumas horas, antes dos guardas descobrirem a fuga. Se for possivel encobrir a ausencia por alguns dias, melhor ainda. Se a ausencia nao for notada e a seguranya e as foryas de policia locais nao estiverem alertadas, esta vantagem podera ser aproveitada em muitas situayoes, tais como 0 cruzamento de pontes e pontos de passagem obrigatorios ou para apanhar "carona" em trens, nas proximidades do campo. Encobrir a fuga pennite ainda a outros prisioneiros usar 0 mesmo plano de fuga. BurIar a chamada devera ser considerado como parte do plano de fuga. Se isto falhar. A fuga podera malograr. 85 3.1.3.1- Metodos de burla o metodo usado para encobrir uma fuga pode variar de acordo com as condiyoes existentes. A substituiyao e 0 meio mais comumente empregado, mas pode-se ainda conseguir encobrir esta fuga por curtos espayos de tempo, criando.-se confusao na contagem durante a chamada, particularmente em grandes Campos. Alguns ardis que tenham provado born exito no passado poderao ser utilizados. Se a chamada e feita por fileiras ao ar livre, podeni ser possivel a mudanya de fileira de um prisioneiro que ja tenha sido contado. Se 0 mau tempo foryar a chamada para dentro dos alojamentos e a contagem for feita oomodo por comodo, podera ser possivel que prisioneiros mudem de comodo. Urn alyapao devera ser construido entre os comodos com esse fim. A descoberta da fuga durante a fiscalizayao de camas, algumas vezes podera ser evitada pela colocayao de um boneco. Epossivel a substituiyao entre dois individuos dentro de um campo, se a chamada noo e feita simultaneamente, e se a passagem entre os comodos for possivel. Certos individuos pessoais de Rancho ou Hospital e pacientes de Hospital que estoo normalmente livres de controle rigido podem tomar 0 lugar do fugitivo por horas e horas. o Comite de Fuga podera tambem adotar outra linha de ayao para encobrir a operayao. Como cobertura por substituiyOO nao pode ser feita sempre, ha outros meios de enganar 0 inimigo, pelo menos temporariamente. Alguns meses antes da fuga, pode-se de vez em quando se encobrir alguma falta, para colocar 0 dispositivo inimigo em alerta. Os faltosos deverao esconder-se em locais que s6 sejam achados muitas horas depois. Depois de algumas vezes, 0 inimigo provavelmente, passara a nao mais alertar suas foryas de seguranya. Entao, a hora da fuga real, os evadidos terao muitas horas de relativa liberdade, antes que a fuga seja descoberta. 3.2- EVASAO. 3.2.1- Conceito de evasio A evasao e a providencia que se toma quando isolado em territ6rio inimigo, para evitar cair em suas maos e retornar as nossas linhas. Po de ser classificada como de longo ou curto percurso. Curto percurso e quando ocorre dentro ou perto da zona de combate. E 0 retorno ao territ6rio amigo pode ser executado dentro de um espayo de horas ou dias. Esta situayao podera ocorrer logo em seguida a um isolamento, quando 0 evasor tern comida e roupas adequadas e, quando esta orientado quanto it direyao, distancia e terreno a percorrer. Na evasao de longo percurso, como por exemplo, a de urn pHoto abatido ou prisioneiro de guerra evadido, 0 evasor precisara deslocar-se em terreno completamente estranho, possivelmente por longos periodos de tempo, e com pouca ou nenhuma comida ou equipamento. 3.2.2- Principios basicos de evasao o exito na evasao depende principalmente da habilidade para: • preparar urn plano detalhado, abrangendo; evasao da area inimiga, sobrevivencia e retorno ao territ6rio amigo; • observar os principios da instruyao tatica individual: progressao, camufiagem, coberta e abrigos; • nao se apressar: correr quando viajando aumenta a fadiga e diminui a vigilancia. paciencia, preparayao e determinayao, sao palavras chave em evasao; • utilizar comida em conserva; • conservar tanta energia quanto possivel para os periodos criticos; • descansar e dormir sempre que possivel. 86 3.2.3-Tecnicas de evasao 3.2.3.1- A~ao inicial Voce se toma urn evadido quando e isolado em areas hostis, incapaz de continuar a missao determinada e impedida de retomar a sua unidade. Para evitar ser morto ou capturado pelas foryas inimigas que esquadrinham as zonas de combate, deixe as areas pr6ximas 0 mais rapido possivel, e escolha urn lugar para abrigar-se a urna distancia livre de perigo. Este tempo de isolamento devera ser usado para recuperar as foryas e para avaliar os problemas da evasao a sua frente. Plano e linhas de ayao altemativas deverao ser desenvolvidos para enfrentar tanto imprevisto quanto possivel. Nao perea tempo escrevendo romances, planeje e execute. 3.2.3.2- Itinenirios de evasao Como regra, 0 caminho mais seguro e evitar grandes estradas e areas povoadas, embora isto tome mais tempo e energia. Uso maximo devera ser feito das cobertas e da camuflagem. Como evadido, voce devera avaliar a conveniencia do disfarce. Usar trajes civis na expectativa de passar por urn nativo e perigoso e devera ser exc1uido quando suas caracteristicas, raciais e etnicas, forem diferentes daquelas do povo na area de evasao. Em areas onde nao haja diferenyas raciais e etnicas, a maneira de andar, comer, fumar, e 0 idioma, poderao rapidamente despertar suspeitas, levando a investigayoes e sua possivel captura. 3.2.3.3- Dia versus noite Quando possivel, mova-se protegido pela escuridao. Se de qualquer maneira voce suspeitar que sua localizayao e de conhecimento do inimigo ou civis locais saia imediatamente. Sempre que possivel, 0 terreno a ser cruzado durante a noite devera ser observado a luz do dia. Esteja particularmente atento as cobertas para onde voce ira deslocar-se, e aos obstaculos a que voce ira ultrapassar. 3.2.3.4- Cartas Quaisquer cartas da area em seu poder nao deverao ser marcadas. Uma carta marcada nas maos do inimigo pode comprometer pessoas e local onde a ajuda foi dada. Nao marque, acidentalmente, a carta. Por exemplo: dedos manchados marcarao tao nitidamente quanto urn lapis. 3.2.3.5- RefUgio Existem rerugios, como casa abandonada, celeiros, cavemas, pilhas de feno e estruturas semelhantes que deverao ser evitadas. Tais estruturas chamam normalmente a atenyao do inimigo que procurao evadido. 3.2.3.6- Progressao A progressao no terreno e medida na escala de pontos atingidos. Rapidez e distiincia sao de secundaria importancia. 3.2.4- Obshiculos Em toda evasao, muitos obstaculos podem ser encontrados. Esses obstAculos podem ser divididos em: obstaculos naturais -tais como rios, arroios ou montanhas, obstaculos artificiais - tais como: guardar fronteiras, ou tropas inimigas. 3.2.4.1- Obstaculos naturais 3.2.4.1.1- Rios e arroios Para cruzar rios e arroios, voce raramente podera utilizar pontes ou boieiros, pois que 0 inimigo geralmente estabelece guarda nestes locais. Isso the deixa a escolha de vadear, nadar, atravessar de barco ou usar de algurn expediente improvisado de campanha. 87 3.2.4.1.2- Montanhas Em areas montanhosas, a sobrevivencia devera ser maior preocupa<;ao. Podera ser necessario permanecer em lugar por muito tempo, talvez ate esperar a chegada da Primavera, antes de mover-se. Muitas areas montanhosas, todavia, sao abrigos com agua, comida e baixa densidade de popula<;ao. Tambem sao maiores as chances de receber ajuda de individuos em areas onde casa e fazendas sao separadas por grandes distancias. 3.2.4.2- Obsbiculos artificiais 3.2.4.2.1- Cercas eletrificadas Como indica<;ao de eletrifica<;ao, observe: animais mortos, isoladores no arame, brilho no arame que ocorre em caso de curto-circuito ou tempestade. Para determinar se urn arame esta eletrificado: Aproxime-se cuidadosamente do arame, MO fazendo nenhurn movimento brusco para nao toca-Io acidentalmente. Encoste urna raiz de capim ou uma vareta funida no arame, se 0 arame estiver eletrificado, voce recebera urn choque suave, que nao the sera prejudicial. 3.2.4.2.2- Areas contaminadas o problema de areas contaminadas pode surgir como resultado de opera<;oes OBN amigas ou inimigas. Contamina<;oes quimicas podem ser suspeitadas quando for observado 0 seguinte: buracos com Ifquido no fundo, goticulas Ifquidas na vegeta<;ao, agua com "camada fina" na superficie, morte inexplicavel de animais e descolora<;ao da vegeta<;ao. Sem vestes protetoras, evite essas areas. 3.2.4.2.3- Cruzamento de fronteira o cruzamento de fronteiras apresenta geralmente problemas. Em areas onde nao existem caracteristicas de terreno definidas para identificar a fronteira, obstaculos feitos pelo homem, tais como cerca de arame eletrificado ou farpado. Aurnentado com arames de disparo, mina a..'1tipessoal, artificios de sinalizavao, podem ser encontrados. Areas abertas podem ser patrulhadas por homens ou caes. Ou ambos, particularmente durante as horas de escuridao. Em terreno aberto, 0 inimigo pode empregar holofotes e viaturas tipo trator, como ajuda para descobrirem evadidos. o plano para cruzar a fronteira, devera ser formulado para tirar vantagem de mau tempo momentaneo ou areas onde destacamentos de seguran<;a estao espalhados. Essas areas sao geralmente encontradas onde existem obstaculos. As travessias deverao, quando possivel, ser feitas a noite. Se for necessario atravessar durante a luz do dia, selecione urn ponto de travessia que ofere<;a maior prote<;ao e cobertura. Entao mantenha a area sob observa<;ao, secretamente, por varios dias, para determinar. o numero de guardas, a maneira de substitui<;ao do posto, patrulha aerea e sua freqUencia, os limites das areas patrulhadas. Localizayao de minas, artificios de sinaliza<;ao e arame de trope<;o. 3.2.4.3Cruzamento da frentes de combate 3.2.4.3.1- Geral Em qualquer situa<;ao e urna tarefa dificil tentar cruzar a frente de combate pelos fiancos. Se voce for incapaz de determinar a dire<;ao geral para as linhas amigas, permane<;a na posi<;ao e observe os movimentos das foryas militares ou de abastecimento inimigas, 0 ruido e c1aroes da zona de combate e a dire<;ao de tiro daartilharia inimiga. Selecione urn itinerario e as caracteristicas de terreno pel as quais voce podera guiar-se quando estiver deslocando-se.Com a cobertura da escuridao, para posi<;oes amigas. 3.2.4.3.2- Patrulhas amigas Espere por patrulhas amigas. Permane<;a em posi<;ao e espere a patrulha aproxime se. Quando a patrulha estiver perto 0 suficiente para reconhece-Io, desfralde urn pano branco e 88 evoque urna sauda<;ao clara e inconfundivelmente de origem brasileira. E imperativo que, no tempo de contato, exista luz suficiente para a patrulha identifica-Io. No caso de nao conseguir estabelecer contato, voce devera, se possivel, observar seu itinerario e aproximar-se das linhas ami gas pelo mesmo. Isso 0 possibilitara evitar campos minados e armadilhas. 3.2.4.3.3- Postos avancados amigos Se nao for possivel manter contato com urna patrulha amiga, a tinica altemativa sera fazer a aproxima<;ao direta atraves das posi<;5es de linha de frente. Isso requerera rastejar atraves de posi<;5es avan<;adas amigas. Essa a<;ao devera ser executada durante as horas de escuridao. Uma vez perto das linhas amigas, to davia, nao tente fazer contado ate a luz ser suficiente para voce ser reconhecido. Quando estabelecer 0 contato com 0 Posto Avan<;ado Amigo, evoque algurna coisa tipicamente brasileira e desfralde urna bandeira branca. 3.2.4.3.4- Salvamento por aeronave Se voce for avistado por helicopteros ou aviao, use 0 codigo standard de pedido de SOS e os sinais "terra-ar". Os paineis de sinaliza<;ao ''terra-ar'' deverao ser arranjados de tal maneira que eles possam ser removidos no momenta em que qualquer aviao inimigo voar sobre sua area. 3.2.5- Evasao de curto percurso 3.2.5.1- Aspectos especiais da evasao de curto.percurso A Evasao de curto percurso geralmente e feita relativamente perto das areas amigas, como resultado do isolamento das unidades, fra<;5es ou individuos. Os principios e tecnicas ja apresentados sao aplicaveis as evas5es de curto percurso 3.2.5.2- Seqiiencia das a~oes Quando a unidade ou fra<;ao e isolada, alguns aspectos a serem considerados sao: • curnprir a missao originalmente determinada; • defender a presente posi<;ao; • rompimento para as areas sob controle amigo; • evasao por infiltra<;ao; • combina<;ao de todos os itens. 3.2.5.3- Defesa da presente posi~ao Defesa da presente posi<;ao deve ser adotada quando se ocupa ou se pode deslocar para urna boa posi<;ao defensiva e refazer 0 contato 0 mais cedo possivel com for<;as amigas. A decisao de defender ou se evadir depende do escalao superior. Se nao ha comunica<;ao com escalao superior, a decisao deve ser tomada pelo mais antigo presente. 3.2.5.4- Rompimento para as areas sob controle amigo o rompimento do cerco e apropriado quando a oposi<;ao que as for<;as inimigas fazem e relativamente pequena. Urn plano concebido apressadamente e agressivamente executado, pode, em alguns casos, ser mais eficiente que urn plano elaborado que nao seja oportuno. 0 rompimento devera se, possivel, ser feito tirando-se proveito da cobertura da escuridao ou de condi<;5es de tempo adversas. 3.2.5.5- Evasao por infiltra~ao Uma altemativa para 0 rompimento do cerco e a evasao por infiltra<;ao. Devera ser executada por grupos de nao mais de quatro homens, com urn homem no comando de cada grupo. Este pequeno grupo reduz a possibilidade de descoberta pelo inimigo, permite deslocamentos e controle mais livres, e aumenta a confian<;a atraves do uso de elementos com boas rela<;5es individuais. 89 3.2.5.6- Outras alternativas Qualquer outra linha de a<;ao tomada para evitar a captura e justificada, desde que ela nao viole regras existentes de conduta de guerra. Voce esta sujeito a julgamento como urn criminoso de guerra, se tais regras forem violadas. Por exemplo, se urn refem, 0 qual nao e mais necessario para 0 fim de evasao ou fuga, for morto, ou se 0 emblema da Cruz Vermelha for empregado para obter prote<;ao para a qual voce nao esta autorizado. A combina<;ao de qualquer das alternativas pode ser a solu<;ao cada situayao. 3.2.5.7- Evasao isolada Quando se evadindo sozinho controle 0 panico, supere 0 pavor e pense antes de agir. Recorde todas as instru<;oes finais, seu adestramento e procure uma linha de a<;ao que 0 ajude no retorno ao territ6rio amigo. A valie as desvantagens, ante: sua situa<;ao, terreno inimigo, distancia, etc, antes de tomar uma decisao. Nao entre em contato com ninguem, exceto no casu especial de tentar comunicar-se com pessoal de auxilio na rede de auxilio it fuga e evasao. Os principios e tecnicas ja discutidos deverao ser seguidos nesse ponto. 3.2.5.8- Evasao em areas amarelas A natureza geral das opera<;oes de equilibrio em areas amarelas, onde ha apenas pequena distin<;ao entre territ6rio amigo e 0 inimigo, requer urn varia<;ao de tecnicas de evasao. 3.2.5.8.1- Vantagens Nesse caso, as for<;as ami gas poderao estabelecer medidas de seguran<;a por toda a regiao. Portanto, as distancias a serem percorridas poderao ser mais curtas que em outros tipos de teatro de guerra. o risco envolvido para entrar-se em contato com a popula<;ao devera ser considerado cuidadosamente. Quando se evadindo com pessoas nativas amigas, 0 contato com os nativos do lugar e facil. Conhecimentos do meio ambiente, lingua, costumes grupos etnicos e peculia...';'dade dos diversos locais faz 0 caminho e contato mais fadl e mais seguro. Voce po de ser orientado em rela<;ao a sua posi<;ao presente, posi<;ao das unidades inimigas e a situa<;ao tatica corrente. 3.2.5.8.2- Desvantagens distinguir 0 povo rebelde do amigo. Outrossim, considerando-se que as foryas governamentais podem empregar urna for<;a para-militar nao uniformizada contra a for<;a rebelde, e possivel tomar pessoas ami gas por rebeldes e vice-versa. Deve-se esperar pequena ou nenhurna assistencia de locais neutros, porque a maior parte da popula<;ao vive com medo das for<;as rebeldes. Ocasionalmente, e vantajoso para as for<;as rebeldes fazer prisioneiros selecionados para fins de propaganda; porem, normalmente, uma unidade rebelde nao pode permitir-se deixar os prisioneiros interferirem em seus movimentos. Sempre que fizerem prisioneiros, as for<;as rebeldes, que nunca ouviram falar das clausulas da Conven<;ao de Genebra, nao dispensarao aos mesmos 0 tratamento devido. E dificil 3.2.5.9- Evasao de longo percurso 3.2.5.9.1- Aspectos especiais da evasao de longo percurso A evasao de longo percurso difere da evasao de curto percurso em diversos aspectos: • distancia das fon;as amigas e grande, medindo-se em centenas de quilometros; • it vontade de sobreviver e 0 conhecimento das tecnicas de sobrevivencia torna se mais importante; • sao frequentes as restri<;oes de viagens, os pontos de controle e outras medidas de seguranya do inimigo; 90 • a economia do material a ser usado tera que ser planejada e praticada artigos tais como sapatos, vestimenta e provisao, precisam ser cuidados para garantir 0 maximo rendimento. Na evasao de longo percurso, fa~a urna cuidadosa e judiciosa analise de todas as possibilidades de sua linha de a~ao, antes de abandonar a relativa seguran~a de urna posi~ao, para se dirigir a outra e possivel que 0 inimigo possa estar informado de sua existencia e tenha iniciado urna opera~ao visando captura-Io. 3.2.5.9.2- Evasao de longo percurso As evasoes deste tipo deve ser efetuadas por pessoal proveniente de aviao abatido, pessoal extraviado em opera~oes aeroterrestres e prisioneiros de guerra fugitivos. A partir de longo curso e unidades aerotransportadas, as quais, com freqiiencia, penetram profundamente em territorio hostil, sao tambem evasores de longo percurso em potencial 3.2.5.9.3- Sugestoes para sobrevivencia e evasao de voce ter que mover centenas de quilometros num periodo de alguns meses podera desencoraja-Ios. Logo, so urn forte sobrevivera e a habilidade para resistir a priva~ao e sobrepujar os obstaculos sao obrigatorios. A determina~ao para sobreviver devera ser mantida em alto grau, pois sabemos que alguns obstAculos a ser sobrepujados serao mais mentais do que fisicos. o fato 3.2.5.9.4- Manutenyao da vontade de sobrevivencia Alguns fatos e condi~oes que poderao ajuda-Io a manter a vontade de sobreviver sao: • senso de responsabilidade, lealdade ao pais e obediencia militar; • la~os de familia, desejo de retornar ao lar e a familia; • controle do panico ajudando a resolver os problemas; • planejamento de urn plano que se apoie em todos os recursos utilizaveis; • paciencia e disposi~ao para esperar; • resistencia a fadiga e 0 desconforto. dores, desconforto e outras condi~oes desagradaveis deverao ser aceitas como normais e suportaveis; • 0 forte deve encorajar 0 fraco, em urn grupo, encorajar aqueles que querem sucurnbir. ajudar a vencer seus temores pela calma, e a dar 0 melhor de si; • preserva~ao pessoal. urn lider de grupo, possuidor de grande fe e elevado desejo de preserva~ao pessoal, acentua a chance de sobrevivencia 3.2.5.9.5- Considerayoes sobre evasao de longo percurso Os tres maiores fatores a considerar em urna evasao de longo percurso sao: aonde ir, atitude da popula~ao e sobrevivencia. 3.2.5.9.6- PIanos para uma evasao de longo percurso Se capturado, os pIanos para as fases da evasao deverao ser feitos simultaneamente com os de fuga. As informa~oes disponiveis pelos Comites de Fuga, poderao ser bastantes completas em rela~ao as medidas de seguran~a, restri~oes de percurso, costumes do povo e informa~oes concernentes as Areas onde as guerrilhas garantidas pelas tropas legais poderao estar operando. Em certas ocasioes, cartas da regiao poderao ser utilizadas. Alem disso, cartas razoavelmente precisas poderao ser confeccionadas atraves das informa~oes recebidas de outros prisioneiros e de guardas bondosos ou descuidados. Falta de informa~oes concernentes as medidas de seguran~a empregadas pelo inimigo nas regioes pr6ximas a Area de confinamento, poderao resultar numa rapida recaptura. 91 3.2.5.9.7- Evasao por infiltracao Vsualmente, a infiltrayao e a linha de ayao que maior vantagem apresenta para individuos ou pequeno grupo evadindo-se em areas hostis. Em algumas areas tais como 0 mico ou regioes deserticas, torna-se necessario it ajuda de nativos para sobreviver; todavia, isto so devera ocorrer em ultimo caso, e com mais chances se soubermos que em uma determinada area esmo sendo realizadas operayoes nao convencionais. Ai, os contatos poderao ser tentados com as foryas guerrilheiras patrocinadas pelas foryas amigas. 3.2.5.9.8- Evasao com disfarce Em algumas partes do mundo, e impossivel mover-se sem entrar em contato com os civis. A evasao com dis farce e necessaria nestas circunstfulcias. 0 disfarce deve ser usado com a cobertura de uma historia que explique sua presenya na area. A evasao com disfarce e, talvez, 0 mais dificil tipo de evasao a ser feito. 3.2.5.9.9- Combinacao de linha de acao As circunstfulcias podem ditar a combinayao de divers as linhas de ayao. A primeira fase da evasao pode ser consumada sem a ajuda de ninguem, empregando as taticas de infiltrayao para 0 abandono da regiao. As fases posteriores poderao requerer 0 usc do disfarce, ao se atravessar areas povoadas. Pese todos os fatos antes de tomar uma decisao. 3.2.5.9.10- Coletando informas;oes do inimigo Por sua formayao e treino militar, os Oficiais da 23 Seyao classificarao voce como uma fonte segura de informayao. Nao ponha, contudo, em risco sua seguranya pessoal com 0 prop6sito especifico de coletar informayao. Faya, contudo, observayoes e memorize, tanto quanto possivel detalhes como: efetivo, localizayao, disposiyao, organizayao e movimentos do inimigo. Nao descreva coisa alguma. Qualquer informayao podera condena-Io por espionagem. 3.2.5.10- Evasio auxiliada Voce podeni estar aprisionado em uma l1ayao hostil ao inimigo ou em uma cidade ocupada que nao esta satisfeita com as condiyoes de ocupayao. Essas circunstfulcias facilitam os movimentos de resistencia. Vma das funyoes dos tais movimentos podera ser explorayao de sistemas de fuga e evasao. As Foryas Especiais podem tambem organizar e operar os mecfulismos de fuga e evasao em areas de operayoes de Guerra Revolucionaria. 3.2.5.10.1- Redes de auxilio it fuga e evasao Rede de auxilio it fuga e evasao e urn sistema de um ou mais grupos secretos, organizados para 0 contato, seguranya, e quando possivel evacuayao do pessoal amigo. Bern organizadas, as redes de apoio podem providenciar os seguintes tipos de ajuda: • abrigo temporario, comida e equipamento para a proxima fase de evasao; • vestimentas e credenciais aceitaveis na area a ser cruzada; • informayoes acerca das medidas de seguranya do inimigo na rota de evasao; • moeda local e transportes; • tratamento medico; • guias nativos de confianya. 3.2.5.11- Contato com a rede Durante as operayoes de combate, 0 Comandante do Teatro podera fornecer as foryas de combate, informayoes gerais das areas sob 0 controle inimigo, onde os mecanismos de fuga e evasao estejam estabelecidos. Ele podera convencionar sinais que ajudem no reconhecimento dos evadidos pelos membros de uma RAFE ( Rede de Auxilio a fuga e evasao). Depois de ter sido recolhido por uma RAFE, voce se movimentara sob 0 controle deste mecanismo para 0 territorio amigo, ou para uma area de resgate, onde serao tomadas as providencias para salvamento pol' ar ou mar. 0 responsavei por uma rede em territorio amigo 92 ocupado pelo inimigo, normalmente montara urn sistema de observadores para combate-Ios e assisti-Io. Esses contatos estarao especialmente ativos na fase inicial da fuga, quando a policia e organiza95es de contra-informay5es estarao agindo. Por esta razao, certas precauy5es deverao ser observadas por ocasiao do contato. 3.2.5.12- Aproxima~ao Quando se aproximar de alguem, ou de algurna casa, e importante nao fazer a aproximayao na presenya de testemunhas. Vma pessoa podera recusar-se a ajuda-Io por pensar que alguem 0 tenha visto aproximar-se para pedir ajuda. 3.2.5.13- Fazendo contato Contatos com os nativos sao desaconselhaveis, ate que a observayao mostre que eles estao satisfeitos com as autoridades locais, ou se previamente 0 seu serviyo de informayeies haja indicado que a populayao e amiga. Permaneya em area de confianya, onde os arranjos para os contatos serao desenvolvidos. Se a RAFE for bern montada, ela sabera que voce estli presente e revistara a area imediata, fazendo visitas freqiientes para designar pontos de contato. Sinais de identificayao e senhas, se existirem, serao inclufdos nas instruyoes finais antes de sua partida para 0 cumprimento da missao. Raramente e aconselhavel fazer-se 0 primeiro contato em urna cidade ou vila. Estranhos sao suspeitos de dia, e poderao existir 0 toque de recolher e outras medidas de seguranya durante as horas de escuridao. A hora do contato deverli ser no fmal da luz do dia ou pouco depois disso. A escuridao aurnentara suas possibilidades de escapar, se provado que 0 contato nao era amigo, mas podera ser desvantajosa para 0 contato providenciar ajuda adicional. 3.2.5.14- Procedimento depois do contato Quando 0 contato e feito, podera ser-Ihe dito para dirigir-se para urna casa ou outro local nas proximidades, usado pel a RAFE como area de controle. 13 preciso que voce decida nesta hora, se confia ou nao no contato. Se estiver em duvida, procure fugir rapidamente. Voce tera duas escolhas: sair e continuar a fuga sozinho, ou permanecer na rede. Se tomar a decisao de permanecer, siga as instruyoes. 13 interessante acrescentar que, algumas vezes, seu contato podera tomar atitudes que the pareyam suspeitas, tais como estar em bons termos com as autoridades locais, para poder manter sua organizayao na clandestinidade. 3.2.5.15- Estabelecendo a identidade Sera feita a verificayao de identidade, antes da rede aceita-Io. Esteja preparado para fomecer provas de identidade ou nacionalidade. Nunca de urn nome falso. Fomeya seu nome exato, patente, n. 0 de serviyo e data do nascimento. 0 melhor e falar 0 minimo indispensavel. 3.2.5.16- Medidas de seguran~ na rede Seria urn abuso de confianya e seguranya discutir, em qualquer ponto na rede, 0 estagio anterior da evasao. Por razoes de seguranya e para proteger a compartimentayao da rede, nenhurna informayao devera ser revel ada. 13 tambem, inutil perguntar onde a rede comeya e como eventualmente alcan9afa 0 territ6rio amigo. Nao tente aprender ou memorizar nomes e endereyos, e acima de tudo, nao anote estes, ou quaisquer outros dados. De a impressao de nao ter tido assistencia dos habitantes locais. 3.2.5.16.1- Viagens com guias Se voce estiver viajando com urn guia, nao deixe que estranhos 0 percebam. Em urn veiculo coletivo, por exemplo, nunca fale ou mostre conhecer 0 guia. 1sso diminuira a possibilidade de ambos serem presos, se urn causar suspeita. Sempre sera possivel para 0 guia desconhecer voce, se ele se meter em dificuldades. Quando apanhado, siga 0 guia a urna distancia de seguranya, preferencialmente it sua retaguarda. 93 3.2.5.16.2- Falando com estranhos Nunca fale com estranhos, se isto puder ser evitado. Em ultimo recurso, finja ser surdo e mudo ou meio lento. Esse plano tern muitas vezes dado certo. Para desencorajar conversas em transporte publico, finja ler ou dormir. 3.2.5.16.3- Habitos e artigos pessoais Nao exiba em publico objetos que possam mostrar sua origem nacionaL Isto se refere a artigos tais como: cachimbos, cigarros, tabaco, f6sforos, canetas, lapis, rel6gio e pulseira. Observe seus habitos pessoais; por exemplo: nao cantarole ou assobie musica popular ou pronuncie blasfemia. Tambem em restaurante, olhe e imite os costumes no uso de facas, garfos e outras maneiras a mesa. 3.2.5.16.4- Pagamentos de auxilios Numa rede de evasao, nao se ofere~a para pagar refei~oes, pousadas ou outros servi~os prestados pela rede. Esses assuntos serao acertados depois por aqueles que estarao dirigindo e financiando a rede. Se de posse de urn equipamento ou mochila de sobrevivencia, mantenha-os como reserva para emergencia. Se voce nao tern reservas de comida, tente fazer urn pequeno estoque, para 0 caso de ser for~ado a abandonar a rede. 4-0FIDISMO 4.1- ANIMAlS PE<;ONHENTOS E VENENOSOS 4.1.1- Pe\'onha Na selva ha inUmeros animais que poderao atuar como inimigo do homem, se este nao estiver capacitado a evitli-Ios ou a debelar os maleficios que poderao decorrer da sua pe~onha ou do seu veneno . .Animal peyonhento: E aquele que segrega substancias i6xicas com 0 fim especial de serem utilizadas como arma de ca~a ou de defesa. Apresentam 6rgaos especiais para inoculayao. Portanto, para que haja urna vitima de animal pe~onhento, e necessario que a p~onha seja introduzida por este 6rgao especializado, dentro do organismo da vitima. Animal venenoso: E aquele que, para produzir efeitos prejudiciais ou letais, exige contato fisico extemo com 0 homem ou que seja por este digerido. Como exemplo de animais venenosos existem 0 sapo cumru e 0 peixe baiacu. 4.1.1.1- Fun~ao da pe~onha Possui urna dupla a~ao: paralisante e digestiva. Em virtude da reduzida mobilidade das serpentes, elas necessitam de urn meio para deter os movimentos da sua vitima, de modo a poder ingeri-Ia. Dai a fun~ao paralisante da peyonha. A digestao nos ofidios faz-se por putrefa~ao, acelerada pela pe~onha inoculada na vitima. 4.1.1.2- A~ao patogenica da pe~onha Varios fatores interferem na ayao da peyonha. Sera de acordo com estes fatores que havera maior ou menor gravidade para urna vitima de empeyonhamento. • Local da picada. • Agressividade. • Quantidade inoculada. • Toxidez da peyonha. • Receptividade do animal picado. • Peso do animal picado. 94 4.2- OFiDIOS Entre os animais peyonhentos, sao os ofidios aqueles que mais chamam a atenyao, quer pelas dimensoes avantajadas que podem alcanyar, quer pela quantidade de peyonha que podem inocular e, conseqiientemente, pelo grande numero de acidentes fatais que a sua picada pode motivar. 4.2.1- Classificacao Sistema animal: No Brasil, temos c1assificadas como principais, dentro da sistematica animal 4(quatro) generos ofidios: 4.2.1.1- Genero Crotalus (crotalico) - cascavel-Encontrada em todo Brasil, nao sendo comum no Amazonas (Fig. 123). Brothrops (brot6pico) - urutu do rabo de porco, urutu cruzeiro - Encontrada no PR, SC, RS, MG, MS. Jararaca - Encontrada em todo 0 Brasil. Cotiara, Jararaca da barriga preta - Encontrada no RS, SC, PR, SP (Fig. 124 - 125). Lachesis (laquetico) - Surucucu, Sumantinga, Surucucu pi co de jaca - Encontrada no RS e norte da AM (Fig. 126). Micrurus-corais verdadeiras encontradas em todo 0 BrasiL Figura 123 Figura 124 Figura 125 95 Figura 126 4.2.1.2- Disposi.;ao dentaria Os ofidios podem ainda ser classificados quanto a disposiyao dentirria, cujo conhecimento e importante, porquanto permite reconhecer se 0 animal e ou nao peyonhento (Fig. 127). .I 2 AGlIFA OPISTOGLIFA -.....----..- o 3 PROTEROGllFA 4 Figura 127 • 4.2.1.2.1- Aglifas Todos os seus dentes sao iguais, inclusive os maxilares, maciyos e retrogrados, servindo para auxiliar a impelir a presa para tnis. Sao consideradas nao peyonhentas. 4.2.1.2.2- Opistoglifas Possuem urn ou mais pares de dentes bern salientes e chanfrados longitudinalmente, localizados na parte posterior da arcada dentana superior. Apesar do aparelho inoculador ser mais aperfeiyoado que nas aglifas, sua localizayao e ranhura nao muito perfeita dificultam a inoculayao e favorecem a dispersao da peyonha, sendo raros os casos de acidentes hurnanos com esta especie. Exemplo das falsas corais. 4.2.1.2.3- Proteroglifas Apresentam urn ou mais pares de dentes bastante aurnentados e profundamente chanfrados, localizados na parte anterior do maxilar superior. Seu sistema inoculador ja e bern mais perfeito que 0 das anteriores. Sao perigosas, corais verdadeiras. 4.2.1.2.4- Solenoglifas Possuem urn ou mais pares de dentes maxilares grandes, moveis, por estar sua inserc;ao revestida por uma mucosa, possuindo urn canal interior. Seu aparelho inoculador e 96 perfeito, ficando pronta a introduzir a peyonha na vitima, qual agulha de injeyao, indo as presas it frente quando 0 ofidio abrir a boca. exemplo; familia viperidae ( urutu, jararaca). 4.2.2- Caracteristicas dos Ofidios 4.2.2.1- 6rgaos Sensoriais 4.2.2.1.1- Visao A visao dos ofidios e fraca durante num raio correspondente ao seu comprimento. 0 dia, sao miopes, atingindo precisao no bote 4.2.2.1.2- 01fato E utilizado pelos ofidios para perseguir suas presas e para reproduyao, it procura do par para acasalamento. 4.2.2.1.3- Detentores termicos Em alguns ofidios sao identificados certos detentores termicos, denominados fossetas labiais, como na familia boidae, e fossetas loreais, como na familia viperidae, servindo ainda para captar vibrayoes do ar. 4.2.2.2- Movimentos Podem os ofidios realizar os seguintes movimentos: deslizar; saltar; escalar alturas em pIanos inclinados ou verticais; mergulhar tanto na agua como na areia; nadar. 4.2.2.3- Vivenda Os ofidios podem ter habitos: • subterraneos - micrurus (corais); • terrestres - crotalus (cascavel); • aquaticos - (serpentes marinhas); • arboricolas - (jararacas); e • terrestre, aquaticas e arboricolas - (sucuri). Nas selvas as serpentes nao sao encontradas tao facilmente, como popularmente se admite. Cumpre lembrar que elas surgem em maior nfunero numa determinada area, em decorrencia do aparecimento do proprio homem que, depois de instalado, trata de prover a subsistencia mediante 0 cultivo do milho, da macaxeira, da batata e etc. Procurando alimentos, virao em consequencia os roedores, cutias, mucuras, cotiaras e pacas, que, por sua vez, atrairao os ofidios. Dai, a incidencia destes nos campos e cerrados (Fig. 128). As jararacas respondem por quase 90% dos acidentes ofidicos. 97 PEC()NHENTClS NAo PECONHENTOS ... Cabe9<'estreita alongada mal destaoada Cabe9a. ohata triangUl:at" bem destaoada ~ Olhos grandesoom pupila olroular fosseta laorimal ausente Olhos. pequenos com 'pupila em fen~ vertioal efossetalaorimal entre os olhos eas narinas ::~!?'"~~:F:~;~ ~~~~i;?~ Esoamado corpo alongada com carena dando ao tatouma impres:s:ao de _pereza Esoama do corpo aohatada sem oarena dando aatatouma.lmpresAo de liso esoorregadlo Cabe..,,.,- com esoarml pequen:a semelhante ado corpo e::. Cauda longa afln:ando gradual mente Cauda curtaafinadabrusoamente Quando per_guida foge Quando perseguldatoma :atltude de :ataque enrolando-se Figura 128 4.2.2.4- Reprodu~ao Verifica-se geralmente a uniao sexual nos fins do inverno ou inicio da primavera. 4.2.2.5- Maneiras OViparas: colocam ovos em local timido e quente fora do alcance dos ralOS solares. Em geral abandonam os ovos, com exces:ao da sucuri e da coral. Ovoviviparas: Os filhotes se desenvolvem quase que inteiramente dentro dos ovidutos, no proprio ventre. Os filhotes ja nascem com todos os instintos e ja tern capacidade de inocular pequenas quantidades de veneno (mortal). 4.2.3- Picada As serpentes pes:onhentas em geral, nao sao agressivas, picando apenas quando molestadas, numa atitude de defesa. Algumas se mostram mais violentas como a sucuri, capazes ate mesmo de perseguir 0 homem ou similar. A cascavel anuncia a sua presens:a com 0 guizo e a coral verdadeira e relativamente d6cil, procurando fugir quando perseguida. 98 4.2.3.1- Bote E considerado proporcional a 1/3 do comprimento da cobra, mas pode atingir a 4/5, como ocorre com a surucucu. Podem ainda picar sem dar 0 bote, quando esmo nadando. A direyao do bote it noite e orientada pela captayao da temperatura do estranho atraves do sistema termo receptor da fosseta loreal. A picada teoricamente deveria ser representada por dois orificios paralelos no local atingido. A pratica mostra que se apresentam simplesmente como urn arranhao ou como um ponto hemomigico isolado. Convem assinalar que a cascavel, jararaca, urutu, surucucu,etc.; nao mordem, apenas batem a boca, introduzindo suas presas como se fossem duas agulhas de injeyao. Ja a coral verdadeira tem que morder para inocular seu veneno. 4.2.4- Sintomatologia 4.2.4.1-Botr6picos (urutu, surucucu, cai~ara, jararacu~u) • Dor local com aumento progressivo. • Ayao coagulante no sangue. • Inchamento gradativo. • Manchas r6seas ou azuladas e ap6s aparecem bolhas. • Febre e infecyao secundaria. • Vomitos biliosos e sangiiineos nos casos graves. • Prostrayao, surdez e desmaios nos casos graves. • Hemorragia pelo nariz, gengivas, unhas e couro cabeludo. • Urina turva. • Sangue incoagulavel ap6s 30 a 60 minutos. 4.2.4.2- Crotalico (cascavel) • Nao provoca dor local. • Ayao neur6tica (sistema nervoso). • Adormecimento e formigamento no 6rgao afetado. • Dores musculares na nuca (30 a 60 minutos ap6s). • Diminuiyao e perda da visao (paIpebras tipo - "pesada"). • Tonturas. • Urina marrom e escura (cor de coca-cola ). • Vomitos. • Insuficiencia renal (aguda). 4.2.4.3- Elapidico (coral verdadeira) • Nao causam dor ou reayao local. • Formigamento e adormecimento da regiao. • Ap6s 30 a 60 minutos focos neur6ticos (visao dupla e caimento das palpebras). • Salivayao grossa. • Dificuldade de engolir e falar. • Paralisia respirat6ria. Observa~ao: controle estatistico (dez anos nenhum caso - Butanta -SP). 4.2.4.4- Laquetico (sucuri) • Os mesmos sintomas dos botr6picos e alterayao na visao. • Serpentes nao venenosas. • Nao provocam manifestayoes gerais. • Alterayoes locais. • Dor moderada. • Discreta inchayao. 99 CI Aparecimento de colorayao avermelhada. 4.2.5- Providencias iniciais em caso de acidente Muitos procedimentos, embora nao recomendados sao ainda amplamente empregados como medidas visando retardar a absolviyao do veneno. Boa parte deles pode, na verdade contribuir para ocorrencia de complicayoes no local da picada. 4.2.5.1- Quando Pica do • Identificar ou apreender a cobra facilitarli com isto a aplicayiiO do soro. • NAO perfurar 0 local em que foi tomada a picada para fazer a sangria; alguns venenos podem inclusive causar hemorragia. • NAO provocar a sangria local,colocando urn garrote acima do local picado e NAO fazer pressao na area interessada. • NAO fazer sucyao com a boca. • NAO utilizar 0 garrote no membro do acidentado. • Manter a viti rna calma e em repouso absoluto. • Evitar caminhadas e esforyos fisicos. • Remover 0 acidentado para urn local de recurso. • Se possuir 0 soro, aplique conforme indicayao na ampola ou se nao a dose total e procurar recurso. • A aplicayao deveria ser subcutanea, em casos mais graves recomenda-se a aplicayao endovenosa. A mesma deve ser feita na parte nao afetada.Picada na perna esquerda, aplicayao na perna direita. • A vida do acidentado dependera principalmente da rapidez com que fizer 0 tratamento pelo soro. • Lavar 0 local da picada somente com ligua. • Procurar 0 serviyo medico. 4.2.5.2- Soros • Soro antiofidico polivalente: neutraliza 0 veneno do genero botrops Gararaca urutu) eo crotalus (cascavel). • Soro antibotr6pico: neutraliza 0 veneno do genero botrops Gararaca - urutu). • Soro anticrotaIico: neutraliza 0 veneno da cascavel. • Soro antielapidico: neutraliza veneno da coral verdadeira. 4.2.5.3- Cuidados Nao andar descalyo, 0 emprego de botas pode evitar grande nfunero de acidentes. Nao introduzir as maos em buracos no chao, como tocas de tatu, cupinzeiros, oco de arvores, etc. Olhar com atenyao por onde anda e se desejar apanhar pequenos objetos, ou ate mesmo sentar em sujos e satisfayao das necessidades fisiol6gicas. Ter cuidados em especial com matagais, capim, mato e montes de folhas. Evitar 0 manuseio de serpentes vivas. Sempre que possivel, ter a mao seringa, agulha e ampolade soro antiofidico quando em missao. 4.2.6- Inimigos naturais das serpentes Sao inimigos naturais das serpentes: 0 homem, 0 cao, a raposa, 0 gaviao, 0 ganso, o lagarto, 0 avestruz, e ate mesmo a MUyurana (come especies venenosas, mesmo sendo urna especie nao venenosa). 100 4.3- ESCORPIOES 4.3.1- Caracteristicas Possuem no ultimo segmento da cauda urn ferrao por onde inocula 0 veneno, urn par de pinc;as que serve para segurar suas presas e quatro pares de pemas. 4.3.1.1- Reprodu~ao e alimenta~ao Sao ovoviviparos e ao nascerem tern urna cor esbranquic;ada. A Femea e capaz de produzir urna ninhada por ano, de seis ate mais de trinta filhotes, sendo que sua vida oscila de 3 a 5 anos. Sao carnivoros e alimentam-se geralmente de animais vivos como aranhas, baratas e outros insetos, podendo ficar sem alimento por urn ano. Tern pouca visao, nao cac;am propriamente, aguardam a aproximaC;30 da viti rna, percebendo-a atraves dos pelos sensoriais. 4.3.1.2- Genero No Brasil, os escorpioes de importancia medica sao os do genero TITYUS. Tityus Serrulatos: Tronco marrom escuro. Pedipalpo (brac;o) e patas amarelados com cerca de 07(sete) cm de comprimento urn par de serrilhas dorsal nos dois ultimos segmentos que origina 0 seu nome, mancha escura no lado central da vesicula (base do ferrao). Tityus Bahiensis: Tronco marrom escuro, patas com manchas escuras, pedipalpos(brac;o) com manchas escuras. Com cerca de 07 (sete) centimetros de comprimento. (Fig. 129) Figura 129 Tityus stigmurus: Tronco amarelo-escuro, apresentando urn triangulo negro no cefalot6rax (dorso da cabec;a),uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais eseuras nos tergitos. (segmentos do troeo, total de 07 (sete)-dorso). Tityus cambridgei: Tronco e pemas escuros quase negros. Comprimento aproximadamente 8,5 em. Eseorpiao preto. Tityus metuendus: Tronco vermelho escuro, quase negro com manchas confluente amarelo avermelhado; patas com manchas amareladas, cauda da mesma cor do tronco apresentando urn espessamento dos ultimos dois articulos. Comprimento aproximadamente 07(sete) cm. 4.3.1.3- Habitat Nao agressivos, picando apenas para defender-se, sao animais de vida notuma, ficando sobre troncos, em fresta de muros e sob pedras, sendo que alguns preferem lugares aridos, pedregosos e outros preferem 0 mato e os campos. 4.3.2- Sintomatologia Os acidentes por tityus serrulatos sao mais graves que os produzidos por outras especies de tityus no Brasil. A dor local, urna constante no escorpionismo, pode ser acompanhada por parestesias (desordem nervosa caracterizada por sensac;oes anormais e 101 alucinayoes sensoriais). Nos acidentes moderados e graves, observados principalmente em crianyas, apos intervalo de minutos ate poucas horas (2-3 horas), podem surgir manifestayoes sistemicas (ataca vados componentes do sistema). Algumas sao: hipo ou hipertermia, sudorese, miuseas, vomito, dor abdominal, diarreia, arritmias cardiacas, taquipneia, agitayao, sonolencia, confusa mental, tremores e etc ... Com base nas manifestayoes clfnicas, os acidentes podem ser inicialmente classificados como: • leves: apresentam apenas dor no local da picada e, as vezes, parestesias; • moderados: caracterizam-se por dor intensa no local da picada e manifestayoes sistemicas do tipo sudorese discreta, nauseas, vomitos ocasionais, taquicardia, taquipncia e hipertensao leve; • graves: aMm dos sinais e sintomas ja mencionados, apresentam uma ou mais manifestayoes como sudorese profusa (abundancia), vomitos incoerciveis, salivayao excessiva, altemancia de agitayao com prostrayao (grande debilidade), bradicardia (ritmo cardiaco com menos de 60 batimentos por minuto), insuficiencia cardiaca, edema pUlmonar, choque, convulsoes e coma. A aplicayao do soro antiaracnideo polivalente ou antiescorpionico, alcm de usar analgcsico para combater as manifestayoes dolorosas. A imersao em agua quente pode ser util em tais situayoes. 4.4- ARANHAS Ha vanas especles descritas, praticamente todas elas possuem glandulas de veneno e urn par de inoculador, sendo por isso temida e respeitada por todos. Sua visao c adaptada tanto para 0 dia como para a noite, possuindo de zero a oito olhos, tendo ferroes e pinyas inoculadoras de veneno e dividida em cefalot6rax e abdomen, quatro pares de pemas e dois polpos (Fig. 130). Figura 130 4.4.1- Reprodu£3o e alimenta£3o Sao oviparas, sendo seu nfunero variavel de dezenas e centenas (mais de mil) de filhotes, sendo que sua postura e em media ocorrida uma vez por ano. As aranhas vivem alguns meses, ja algumas vivem por anos, sendo 0 caso das grandes caranguejeiras que demoram de 3 a 4 anos para atingir a fase adulta e podem viver ate 20 anos (laboratorios). Alimentam-se de animais vivos, sendo carnivoras, geralmente de insetos, conforme seu tamanho, pequenos roedores (camundongos recem nascidos). Para captura utilizam suas presas e digestao e veneno. As venenosas constroem ou nao suas teias irregulares, e as nao venenosas teias regulares. 4.4.2- Genero 4.4.2.1- Aranba armadeira- pboneutriz responsavel pela maioria de acidentes, medindo as femeas cerca de 5 centimetros 0 corpo e 8 centimetros total, sendo que os machos sao menores com as pemas mais compridas. Nos machos 0 ventre c alaranjado e nas femeas e negro. Nao constroem teias e imobilizam suas vitimas com veneno (paralisante). Quando molestadas erguem as patas E 102 dianteiras apoiadas nas traseiras e saltam por cima das vitimas, chegando a saltar ate 30 centimetros. Durante 0 dia ficam em lugares escuros e umidos, saindo ao escurecer para ca~ar. Tern 8 olhos, 4 pares de pemas e dois polpos. 4.4.2.2- Aranha marrom- loxosulos Nao e agressiva, somente pica quando nao ha possibilidade de fuga. 0 corpo da remea mede cerca de urn centimetro e tern cor uniforme, marrom-esverdeada, enquanto que as pemas sao finas e longas. Sua teia e irregular, parecendo fios de algodao e emaranhados, servindo para captura de insetos que sao seu alimento. Tern habitos notumos, sendo encontrada em pilhas de tijolos ou de telhas, na natureza em barracos, tendo seis olhos. 4.4.2.3- Tarantula-aranha de grama- Jycosa A femea mede tres centimetros de corpo e 5 centimetros total, sendo que os machos tern corpo menor e pemas mais longas. Possuem no dorso do abdomen urn desenho em forma de ponta de lan~a preta, enquanto que 0 ventre e negro. Nao constroem teias e os filhotes podem chegar a mais de 600 e permanecem no abdomen da mae ate a pr6xima muda de pelo. Vivem em gramados e ate em jardins bern tratados. Tentam fugir quando molestadas. 4.4.2.4- VUiva negra-Iatrodutus Epequena e tern como caracteristicas na regiao ventral uma ampulheta vermelha. Mede cerca de 1 centimetro as femeas e os machos sao menores. Constroem teias irregulares em pequenos arbustos. No litoral sao agressivas e quando molestadas caem no chao e simulam estarem mortas. 0 macho tern vida eremera ap6s 0 acasalamento de onde vern a origem do seu nome popular. 4.4.3- Habitat Em geral nao sao agressivas picando apenas quando molestadas. A maioria vive sobre 0 solo, procurando abrigos sob folhas caidas, pedras ou em ocos de tronco de arvores..Outras preferem arbustos flores, cavando tUneis. Seus inimigos naturais sao: 0 homem, as pr6prias aranhas, sapos, passaros, lagartixas e similares. 4.4.3.1- Sintomatologia-(efeitos no homem) 4.4.3.1.1- Aranha armadeira Ayao neurot6xica (sistema), dor no local, em casos graves quedas de temperatura, miuseas, vomitos, morte, por colapso periferico e precedida de Coma. 4.4.3.1.2- Aranha marrom Destruiyao do tecido (necrose), mancha roxa, sangue pisado, necrose eventual, sempre menor que 1 centimetro, em casos graves- dor intensa, febre, mal estar, nauseas do 2° ao 5° dia a urina apresenta-se com uma cor de coca-cola, sindrome renal e, ate a morte. 4.4.3.l.3- Aranha tarantula Provoca necrose local sem outras conseqUencias. 4.4.3.1.4- Aranha viuva negra Sao neurot6xicas semelhantes as Armadeiras. Medidas preventivas para combater aranhas e escorpiOes: • cuidados ao se tocar em locais suspeitos (sapatos, roupas); • manter os jardins e quintais limpos; • a grama sempre aparada, sem restos de materiais e construyao (tijolos, telhas, madeiras, etc.); • nao plantar bananeiras ou folhagem pr6ximos as residencias. 103 4.4.3.1.5- Soro Soro antiaracnideo polivalente-neutraliza 0 veneno dos escorpioes do genero tityus e das aranhas Armadeiras marrons Tarantulas. Soro antilacoselico-neutraliza 0 veneno das Aranhas marrons. No Brasil, apenas 03(tres) farnilias de aranhas silo consideradas perigosas: aranha armadeira (phoneutriz), aranha marrom (loxosulos) e viuva negra (latrodutus). 5- PATRULHAS Patrulha e urn grupo de elementos destacados por uma unidade com a finalidade de cumprir uma missao de reconhecimento, de combate ou uma combinayao de arnbas. 5.1- TIPOS DE PATRULHAS 5.1.1- Patrulba de reconbecimento 5.1.1.1- Organiza~ao Vma patrulha de reconhecimento e usualmente pequena, seu efetivo e 0 estritarnente necessario ao curnprimento da missilo. Sao levemente armadas e equipadas; tern menor efetivo. Evitarn 0 combate desnecessario e tern como missao principal obter inforrnes em tempo uti! para ser utilizado. 5.1.1.2- Equipamento Os membros da patrulha sao armados e equipados de acordo com a missilo. Pelo menos uma arma automatica e usualmente levada. A patrulha devera levar binoculos, alicates, bussolas, relogios e equiparnento especial (alicate para cortar ararne). Durante 0 dia a patrulha devera levar uma maquina fotognifica, lapis, papel, etc. 5.1.1.3- Conduta da patrulba Combate apenas se isso tomar necessano, a fim de cumprir sua missilo ou com 0 objetivo de defender-se. 5.1.1.4- A~oes no objetivo o comandante da patrulha faz alto e protege a patrulha proxima do objetivo (prpo) ponto de reuniao perto do objetivo, enta~ realiza seu reconhecimento preliminar, a fim de plotar o objetivo e confirrnar seu plano. Regressa a patrulha e os grupos de seguranya e reconhecimento e reconhece 0 objetivo. Quando 0 reconhecimento e completado, 0 comandante da patrulha reune-se a cada membro e troca inforrnayoes a respeito do que viu ou ouviu. Cada homem contribui com qualquer fato que tenha observado. A patrulha entao regressa e faz urn relatorio completo. 5.1.2- Patrulba de combate 5.1.2.1- Organiza~ao As patrulha de combate tern maior efetivo, silo mais fortemente armadas e mais equipadas, tern como missao secundaria obter inforrnes. 5.1.2.2- Equipamento Em adiyao ao equiparnento comum a todas as patrulhas, ela usualmente conduz uma alta proporyao de armas automaticas. 0 sucesso da missao pode depender de urn correto pedido de apoio de fogos. 104 5.1.2.3- Missoes As patrulhas de combate cumprem missao diversas, advindo dai seus nomes especificos: patrulha de incursao, patrulha de seguran9a, patrulha de combate, patrulha de economia de for9as, patrulha de emboscada, etc. 5.1.2.4- Conduta da patrulha Uma patrulha de combate, da mesma forma que uma patrulha de reconhecimento, procura atingir seu objetivo sem ser descoberta. 5.1.2.5- A~oes no objetivo o Comandante da patrulha faz alto e a protege pr6ximo ao objetivo (PRPO). Entao realiza seu reconhecimento preliminar, a fim de plotar 0 objetivo e confrrmar seu plano. Regressa ao PRPO, confirma ou modifica seu plano com os comandantes de escalao, de acordo com a situa9ao. Em seguida posiciona os grupos de seguran9a, logo ap6s os de apoio de fogos e por fim os grupos integrantes do escalao de assalto. A urn sinal do comandante da patrulha 0 ataque e iniciado, os grupos de apoio de fogo auxiliados pelo escalao de assalto saturam 0 objetivo com fogo pesado ate que a patrulha tenha conseguido uma supremacia de fogo. Entao os grupos de assalto tomam 0 objetivo. Ap6s a conquista do objetivo enquanto 0 grupo de tarefas especiais desenvolve sua atividade, os grupos de assalto auxiliam os grupos de seguran9a na seguran9a da patrulha. Terminado 0 trabalho do grupo de tarefas especiais, este retrai para 0 PRPO, seguido pelos grupos de assalto, escalao de apoio de fogo e por fim pelos grupos de seguran9a. Quando no PRPO 0 comandante da patrulha faz a contagem de seus elementos, reagrupa-os e se prepara para partir. Uma chamada preliminar pelo radio e feita, se possivel. A patrulha entao regressa e faz urn relat6rio completo. 5.2- PLANEJAMENTO E FORMA<;AO DE PATRULHAS A autoridade que determina 0 envio da patrulha planeja a saida da mesma, atraves da ordem de opera95es. 5.2.1- Escolha do comandante da patrulha Quando na ordem de opera95es for determinada a fra9ao que saira em missao, 0 comandante dessa patrulha sera cmt. dessa fra9ao. Quando 0 escalao superior escolher 0 comandante da patrulha cabe a este a escolha dos comandantes subordinados e a de todos os patrulheiros. 5.2.2- Informa£oes a patrulha A autoridade que determina 0 envio da patrulha fomece ao comandante da mesma todas as informa95es relativas a sua missao. Tais informa95es constam do seguinte: • missao da patrulha; • itinerarios gerais a serem seguidos; • local das sentinelas; • local para 0 envio das mensagens; • senha e contra senha; • hora da partida; • hora do regresso; • instru95es para quando fizer prisioneiros. 5.2.3- Recebimento da ordem Ao receber a ordem, 0 comandante da patrulha anota todos os pontos importantes e, ap6s isto, faz perguntas sobre os pontos que MO ficaram elaros. 105 5.3- PLANEJAMENTO E PREPARACAO DA PATRULHA o planejamento da patrulha compreende urn planejamento preliminar e urn planejamento detalhado. A Sequencia do planejamento pode variar de acordo com a disponibilidade de pessoal para coordenar e do tempo disponivel. 0 planejamento preliminar consiste em elaborar a ordem preparat6ria e 0 planejamento detalhado em elaborar a ordem da patrulha. 5.3.1- Normas de coman do Sao todas as atividades do comandante da patrulha compreendidas desde 0 final do recebimento da ordem ate a partida para 0 curnprimento da missao. 0 seu planejamento devera obedecer it sequencia abaixo: • estude a missao e planejamento; • planeje como utilizar 0 tempo disponivel; • estude 0 terreno e a situa~ao; • organize a patrulha; • selecione os homens, armamento e equipamento; • transmita a ordem preparat6ria; • coordene (do inicio ao fim); • faya 0 reconhecimento; • faya a complementa~ao do planejamento; • transmita a ordem it patrulha; • inspecione a tropa e seu material; • faya 0 ensaio e exerya a supervisao; • curnpra a missao. 5.3.2- Estudo e planej amento da missao o comandante da patrulha estuda detalhadamente a missao recebida, identifica a tarefa e 0 prop6sito da missao, como ira cumpri-la e de que modo empregara os meios disponiveis. 5.3.3- Planejamento da utilizacao do tempo disponivel Quando e recebida a ordem, 0 comandante utiliza a tecnica chamada de planejamento do fim para 0 principio. esta Mcnica consiste em rememorar todas as atividades que a patrulha vai ter antes da partida e distribuir essas atividades no tempo disponivel. 0 quadro que se segue e urn exemplo: i o QUE? QUANDO? 21:30 18:45 as 21:00 18:30 as 18:45 17:45 as 18:30 17:30 as 17:45 17:00 as 17:30 16:30 as 17:00 15:15 as 16:30 Partida Inspey8.o final Ensaio notumo Rancho Inspe9ao Ensaio Transmissao da ordem de patrulha Completar 0 planejamento 15:00 as 15:15 Transmitir a ordem preparat6ria 14:15 as 15:00 13:00 as 14:15 13:00 Planejamento Reconhecimento Reconhecimento da ordem ONDE? Porto 1 Area proxima do Pel. Area alfa Refeit6rio Area proxima ao PC Area alfa Area proxima ao Pel. PC do Pel. Area pr6xima ao PC do PeL PC do Pel. Area alfa e posto 1 PC daCia Tabela 02 106 QUEM i Toda a Patrulha Toda a Patrulha Toda a Patrulha Toda a Patrulha Toda a Patrulha Toda a Patrulha Toda a Patrulha Cmt. Patr. 20 Cmdo. Toda a Patrulha Cmts. Escal5es Cmt. Patr. 20 Cmdo. emt. Da Patrulha I I 5.3.4- Estudo da situas:io o comandante da patrulha faz urn estudo completo do terreno no qual a patrulha ira operar. 0 terreno nas proximidades do objetivo influencia a organizayao da patrulha, 0 modo pelo qual 0 comandante da patrulha conduzira seu reconhecimento e a direyao do assalto. 0 terreno no qual a patrulha ira passar tambem influencia no efetivo, organizayao e equipamento. o comandante da patrulha estuda as situay6es das foryas ami gas e inimigas e determina os efeitos que a disposiyao das tropas, efetivo e possibilidades possam ter na sua missao. Estes fatores influenciam 0 itinermo, efetivo, organizayao, armamento e equipamento da patrulha. 5.3.5- Selecio de hom ens, armamentos e eguipamentos 5.3.5.1- Membros da patrulha A seleyao usualmente e feita mantendo a integridade do grupo de combate, sempre que possivel. 5.3.5.2- Armamento o comandante da patrulha perguntara a si mesmo, de que eu necessito para curnprir a missao. Ele mede a adequabilidade de determinado armamento em relayao a dificuldade de conduzi-Io. 5.3.5.3- Equipamento o comandante da patrulha deve escolher equipamento para emprego no objetivo durante os deslocamentos, controle da patrulha, agua e rayao para toda a missao, e equipamento comum a todos os elementos da patruIha. 5.3.6- Transmissio da ordem preparatoria Assim que for possivel, 0 comandante da patrulha transmite urna ordem prep aratoria a todos os membros da patrulha. Urn formato para transmitir esta ordem esm mostrado a seguir. ORDEM PREPARATORIA Nome 1 - Breve relato das foryas inimigas e amigas 2 -Missao 3 - Instruyoes gerais Cadeia de Comando Organiza~ao Armamento Equipamento Muniyao I 4-Rayoes, agua, equipamento especial, hora e uniforme para a Ordem it patrulha. 5-No reconhecimento do Cmt, da Patrulha ele sera acompanhado por...................... 6-..................... supervisionar as atividades durante a ausencia do Cmt. Da Patrulha. i Tabela 03 5.3.7- Coordenacio o comandante da patrulha efetua todas as coordenayoes posslveis, antes de deixar o local onde ele recebeu a ordem de operayoes. 107 5.3.8- Reconhecimento o comandante da patrulha faz urn reconhecimento, enquanto os membros da patrulha se preparam. Urn reconhecimento visual prove informaf):oes que nao poderao ser obtidas de urna carta. 5.3.9- Complementacao do planejamento Deveres especificos dos elementos, equipes e individuos. 0 comandante da patruIha define as responsabilidades dos integrantes, itinenmos e regresso. A selef):ao do itinemrio para uma patrulha requer consideraf):ao cuidadosa e devera ser 0 resultado do estudo de cartas, das fotografias aereas, da consulta aos homens que ja estiveram na area e do reconhecimento. 0 melhor itinerario e aquele que oferece cobertas e abrigos, onde pouca ou nenhuma oposif):ao inimiga e esperada e ainda apresenta urn minimo de obstaculos a patrulha e mostrado aos membros da patrulha por: indicaf):ao do itinermo da carta ou no calco; designaf):ao de objetivos e pontos de reuniao. o comandante da patruIha estabelece: • formaf):ao e ordem de movimento; • partida e entrada nas areas ami gas; • pontos de reuniao e af):oes nos pontos de reuniao; • af):oes em contato com 0 inimigo; • af):oes em zonas perigosas; • af):oes no objetivo. Se nao houver urn procedimento padrao na unidade para prisioneiros e feridos a Ordem de Patrulha inclui estas instruf):oes. Os sinais usados sao planejados. Todos os detalhes de comunicaf):ao (freqUencia, hora das chamadas, nome, codigo e seguranf):a) sao estabelecidos.Em adif):ao a senha e contra senha determinada pelo escalao superior, 0 comandante da patrulha planeja outra senha e contra senha para ser usada internamente, dentro da patrulha. 5.3.10- Transmissao da ordem it patrulha o comandante da patruIha transmite sua ordem, de forma clara e concisa. Segue 0 formato padrao a seguir 5.3.10.1- Ordem it patrulha 5.3.10.1.1- Situa\?ao FOff):aS iuimigas (quantos, onde estao, 0 que fazem, localizaf):ao da sua Base, etc.). Terreno e Condif):oes Meteorologicas (tip os de terreno, vegetaf):ao, Iua, previsao de chuva). Forf):as amigas (missao do pelotao, outras patrulhas, apoio de fogo). 5.3.10.1.2- Missao Explanaf):ao sobre a missao exercida na ordem de operaf):ao. 5.3.10.1.3- Execu\?8.0 Como sera feito para a 'patrulha curnprir a missao: • Detalhes especificos dos escaloes e dos grupos; • Instruf):oes de coordenaf):ao (hora de partida, formaf):ao de movimento, itinenirio de ida e de volta, pontos de reuniao, af):oes de contato com 0 inimigo, reorganizaf):ao apos dispersao af):oes no objetivo). 5.3.10.1.4- Administrayao e logistica • Raf):oes e Agua (quanti dade e consumo). • Armamento e munif):ao. • Uniforme e equipamentos. 108 • Tratamento de prisioneiros e feridos. • Localizac;:ao da base de patrulha. 5.3.10.1.5- Comando e comunicasroes Comunicac;:ao (sinais e gestos, indicativos radios, frequencias principais e secundanas, horarios de chamada, c6digo de chamada, senha e contra senha). Cadeia de comando Agora sao X horas, acertem seus re16gios. 5.3.11- Inspecao A inspec;:ao da patrulha e efetuada mesmo que os seus componentes e comandante sejam experientes em patruIhas. A inspec;:ao determina 0 estado de prontificac;:ao fisica e mental. Deve ser realizada antes do ensaio a fim de assegurar a prontificac;:ao dos uniformes e equipamentos. 0 comandante da patrulha assegura-se, atraves de perguntas, se seus homens conhecem a missao, a func;:ao de cada membro da patrulha, senha, contra senha, frequencia, horas de chamadas e outras informac;:oes pertinentes. 5.3.12- Ensaio Ensaios asseguram a proficiencia operacional da patrulha. 0 Cmt. da patrulha verifica a adequabilidade do equipamento. Os pIanos "checados" e sao feitas as necessanas mudanc;:as. E atraves dos ensaios que os componentes da patrulha se tomam familiarizados com as ac;:oes que eles executarao durante a patrulha. Se a patrulha vai operar durante a noite, conduzir ensaios durante 0 dia e noite. Use terrenos semelhantes aqueles em que a patrulha ira operar. 5.4- FORMA<;AO E ORGANIZA<;AO PARA 0 MOVIMENTO o Cmt. da patrulha precisa determinar a formac;:ao na qual a patrulha deslocar-se-a para a area do objetivo. Ele tambem determina a Iocalizac;:ao dos elementos, das equipes e dos individuos na formac;:ao. Isto e chamado de Organizac;:ao para Movimento. As formac;:oes do GC estudadas em maneabilidade, sao adaptaveis a uma patrulha de qualquer efetivo. A patrulha pode mudar de uma formac;:ao para outra de acordo com a situac;:ao. A mais importante considerac;:ao na organizac;:ao para 0 movimento e a ac;:ao a ser tomada em caso de contato com 0 inimigo. Tanto quanto possivel, a patrulha e organizada mantendo a integridade do(s) Escalao(oes) e dos (s) Grupo (s). Isto facilita no controle, seguranc;:a, emprego no objetivo e no contato com 0 inimigo. 5.5- PARTIDA E ENTRADA EM AREAS AMIGAS o Cmt. da patrulha precisa entrar em contato com as posic;:oes pr6ximas ou atraves das quais ele passara a fim de coordenar seus movimentos na partida e no regresso. 5.6- PONTOS DE REUNIAO Um Ponto de Reuniao e um local onde a patrulha se reooe mediante ordem, ou no caso de dispersao. Estes pontos devem ser facilmente identificaveis, cobertos, abrigados e atingiveis por mais de um itinerano. Todos os Pontos de Reuniao sao designados como tentativa, ate que eles sejam atingidos e verificadas a adequabilidade. 5.6.1- Tipos de pontos de reuniao • Pontos de reuniao inicial (localizado dentro da area amiga). • Ponto de reuniao de itinerano (localizado entre a area amiga e 0 objetivo). • Ponto de reuniao pr6ximo ao objetivo (onde a patrulha se organiza ap6s cumprir a missao). 109 5.6.2- Emprego dos pontos de reuniao o Cmt. da patrulha deve fazer todo 0 esforyo a fim de manter 0 controle e evitar a repetiyao do uso dos Pontos de Reuniao iniciais e dos Pontos de Reuniao intermediarios, com 0 proposito de afastar a possibilidade, de emboscadas ou armadilhamento desses pontos, pelo lDlmlgo. Se a patrulha e dispersada entre os Pontos de Reuniao intermediarios, os membros da patrulha regressam para 0 ultimo Ponto de Reuniao ou avanyam para 0 proximo Ponto de Reuniao (tentativa). 0 Cmt. da patrulha deve tomar esta decisao para 0 sucesso do regresso da patrulha. Apos as ayoes no objetivo os componentes da patrulha devem reunir-se num ponto de reuniao permanente escolhido. Esse ponto e denominado Ponto de Reuniao do Objetivo e e fundamental para 0 sucesso do regresso da patrulha. Ayoes nos Pontos de Reuniao - 0 Cmt. da patrulha planeja as ayoes que serao tomadas nos Pontos de Reuniao e adestra a patrulha convenientemente. A fim de cobrir a possibilidade de uma ausencia do Cmt, ele planeja para. Esperar ate que urn determinado nu.mero de homens se reuna e entao continuar na missao. E 0 caso de uma patrulha de Reconhecimento; e A patrulha esperar por urn periodo especifico ao fim do qual, 0 mais antigo da patrulha, determinara as ayoes a serem tomadas, baseado no pessoal e no equipamento disponiveis. Este poderia a ser 0 plano quando urn nu.mero minimo de homens ou certos itens de equipamentos sao essenciais, a fim de cumprir a missao. 5.7- NAVEGACAO DA PATRULHA Consiste no progredir da patrulha no terreno seguindo uma direyao atraves de urn azimute Equipe de Navegayao da Patrulha: Homem bussola - E 0 encarregado de tirar visadas no terreno por onde a patrulha se deslocar. Homem ponto - E 0 encarregado de balizar 0 terreno para 0 homem - bussola quando nao existirem pontos de referenda. Homem carta - Auxilia a manutenyao do itinerario para a patrulha pela utilizayao da carta. Homem passo - Sua funyao e atraves de seu passo aferido transformar distancias em passos e vice-versa. A equipe de navegayao da patrulha sera composta por elementos indicados pelo comandante, que possuam habilidade para isso e que na organizayao da patrulha para a ayao no objetivo poderao pertencer a qualquer Escalao ou Grupo. 5.7.1- Seguranca A organizayao para 0 movimento prove alguma seguranya, mas patrulha toma medidas adicionais, a fim de manter seguranya completa. 0 Cmt. da 5.7.1.1- Durante 0 dia A patrulha e dispersada de acordo com 0 controle, visibilidade e outros fatores. Edesignado pessoal de seguranya para frente, fiancos e retaguarda. A patrulha deve evitar areas expostas e utilizar todas as cobertas e abrigos disponfveis. 5.7.1.2- Durante a noite Empregam-se as tecnicas do periodo diumo, modificando quando necessario. Os homens sao mantidos mais proximos um do outro. Da-se enfase ao silencio no movimento. A velocidade do movimento e reduzida. 110 5.7.2- Altos 5.7.2.1- Alto de seguran~a Quando 0 Cmt. da patrulha fizer 0 sinal cada homem ficani imovel em seu lugar mantendo silencio absoluto, observando e escutando. Faz alto de seguran'Ya: • para observar atividades inimigas; • depois de partir de areas amigas; • antes de entrar em areas amigas. 5.7.2.2- Alto guardado Considerando a necessidade de urn alto mais prolongado 0 Cmt. da patrulha escolheni uma area coberta que ofere'Ya condi'Yoes favoniveis de defesa e estabeleceni seguran'Ya em todas as direc;oes. Faz alto guardado: • para enVlar mensagens; • para fazer refei'Yoes; • para descansar; • para certificar-se da dire'Yao; • para fazer reconhecimentos; • ao chegar proximo do objetivo. 5.8- TECNICAS DE PATRULHAMENTO 5.8.1- Procedimento individual 5.8.1.1- Prepara~ao do homem e do seu equipamento Camuflar a face, milos, pesco'Yo e equipamentos. Colar as plaquetas de identific3'Yao acorrente com fita adesiva. Colar ou passar fita adesiva nos itens de equipamento folgados. 5.8.1.2- Movimento Deslocar-se por lances, fazer alto, ouvir, observar e deslocar-se novamente. Selecionar a proxima parada e a rota para a ela antes deixar uma posi'Yao coberta. Permanecer parado e observar brevemente se os passaros ou animais estao alarmados. Seus VQOS e movimentos podem atrair a atenc;ao do inimigo. Tirar vantagem da distrac;ao causada pelos ruidoso Atravessar estradas ou trilhas onde houver mais cobertura; atravesse rapido e sem barulho. 5.9- ORGANIZA<;AO DAS PATRULHAS PARA A A<;AO NO OBJETIVO As patrulhas possuem as seguintes organiza'Yoes: Organizac;ao geral, especial e individual. 5.9.1- Organizacao geral • Grupo de comando. • Escalao de seguranc;a. • Escalao de assalto (patrulha de combate). • Escalao de reconhecimento (patrulha de reconhecimento). o grupo de comando e constituido do pessoal que da 0 apoio a toda patrulha, tais como: enfermeiro, radio-operador, guia e interprete. 5.9.2- A organizacao especial Organizar 0 Escalao em tantos grupos quantos forem necessarios ao cumprimento da missao. Esses grupos sao assim denominados: grupos de seguran'Ya n. 0 1,2,3, etc. Da mesma maneira, procede-se com 0 escalao de assalto. Normalmente, numa missao de combate, 111 organiza-se um grupo de tarefa especial. Excepcionalmente podeni haver um escaUio de apoio de fogo. Exemplos de grupos de tarefas especiais que poderao fazer parte do escalao de assalto: • grupo de res gate (para retirar 0 pessoal amigo); • grupo de captura (para capturar 0 inimigo); • grupo de demolic;ao (para destruir instalac;oes inimigas); • grupo de silenciamento de sentinela (para eIiminar as sentinel as inimigas). o Escalao de reconhecimento obedece amesma organizac;ao dos demais. No caso de uma patrulha de reconhecimento com um efetivo pequeno nao sera organizado comando. 0 grupo de 5.9.3- A organizacao individual Consiste em dar atribuic;oes a todos os patrulheiros para 0 cumprimento da missao ate 0 objetivo. 5.10- INFORMACOES E RELATORIOS o comandante da patrulha providencia para que todos os membros de sua patrulha informem-se sobre qualquer fato relacionado com 0 inimigo, terreno, estradas desconhecidas, trilhas e pantanos. 5.10.1- Envio de informacoes As mensagens, orais ou escritas, precisam ser claras, concisas e completas. Todas as mensagens devem responder as perguntas: 0 que, onde e quando. 5.10.2- Documentos capturados Todas as patrulhas devem procurar nos mortos inimigos e em suas instalac;oes por carta, mensagens, diarios, etc. Os documentos devem ser marcados com data e local da captura. 5.10.3- Relatorio da patruiha No regresso 0 comandante da patrulha confecciona 0 relat6rio da patrulha em que expoem sobre 0 cumprimento da missao, baixas, ayoes desenvolvidas e informayoes de combate. 6- ASSALTO E EMBOSCADA 6.1- ACOES EM CONTATO COM 0 INiMiGO 6.1.1-Tipos de contato 6.1.1.1- Contato fortuit9 Num contato fortuito, a patrulha precisa romper possivel e continuar a missao. 0 contato tao rapido quanto 6.1.1.2- Emboscada Numa emboscada, a patrulha necessita reagir rapidamente, a fim de sobrepujar a vantagem da surpresa e a superioridade inicial dos fogos inimigos. A mais importante ayaO e todo 0 pessoal disponfvel devolver 0 fogo tao rapido quanto possivel. Se 0 efetivo da patrulha e adequado, 0 envolvimento e usualmente 0 melhor metodo de ataque. Fogo e movimento e ou fogo e manobra podem tambem ser usados, a fim de romper 0 contato. PIanos de ayao imediata sao preparados e ensaiados. 112 6.2- A<;OES EM AREAS PERIGOSAS Uma area perigosa e qualquer area onde a patrulha seja vulneravel aos fogos e observac;ao do inimigo. 0 comandante da patrulha planeja a travessia de todas as areas perigosas e inclui estes pIanos em sua Ordem aPatrulha. 6.2.1- Evitando emboscada Seguranc;a apropriada e reconhecimento sao as melhores medidas contra emboscadas. 113 REFERENCIA • COMANDO DO EXERCITO: Manual de Campanha - Marchas ape C 21-18.19931 Leitura de Cartas e Fotografias Aereas C 21-26. • ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS. Apostila do Estagio de Instru9iio Basica do Combatente. 1996. • MINISTERlO DA SAUDE Manual de Diagnostico e tratamento de Acidentes por Animais Pe90nhentos. 1998 • ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONAUTICA. Opera90es de Campanha. 2000. 114 REFERENCIA • COMANDO DO EXERCITO: Manual de Campanha - Marchas ape C 21-18. 1993/ Leitura de Cartas e Fotografias Aereas C 21-26. • ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS. Apostila do Estagio de Instrur;iio Bcisica do Combatente.1996. • MINISTERIO DA SAUDE Manual de Diagn6stico e tratamento de Acidentes por Animais Per;onhentos. 1998 • ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONAuTICA. Operar;oes de Campanha. 2000. 115