Operação de VANT - Login
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SEGURANÇA OPERACIONAL APLICADA A OPERAÇÃO DE VANT Luiz Alberto Munaretto - Cel R1 XMOBOTS/DCA-BR Palavras chave: Certificação, Segurança, UAV, VANT. BIOGRAFIA O autor é Coronel da reserva da FAB. Tem experiência como piloto de provas, com instrutor de vôo e como líder de esquadrilha de caça. Cursou engenharia elétrica e possui MBA em Gerenciamento de Projetos. Atualmente é consultor da XMOBOTS e Gerente de Programas da DCA-BR. RESUMO Este trabalho aborda os aspectos de segurança envolvidos com a operação de VANT (Veículo Aéreo Não-Tripulado), de uma forma geral e particularizada para o Brasil. A estrutura da apresentação é baseada nos pilares, ou seja, os aspectos mais importantes a serem considerados na operação de VANT ( projeto; fatores humanos; operação; aeronavegabilidade continuada; o tráfego aéreo e a infraestrutura aeroportuária). INTRODUÇÃO A operação de VANT introduziu novos paradigmas nas operações aéreas. Como evento peculiar, uma série de modificações e adaptações são necessárias nos padrões de certificação, de operação, de aeronavegabilidade continuada e de tráfego aéreo. No conteúdo desenvolvido neste trabalho serão discutidos os fundamentos da mudança de conceitos – os pilares – bem como aspectos adicionais que afetam a segurança de voo. O sistema VANT pode ser entendido a partir da Figura 1: Sistema VANT , onde se pode ver que existe um componente aéreo e outro no solo. A integração entre estes 2 componentes se dá, principalmente, via o sistema de comunicação de dados – o data link. Ao final são feitas considerações sobre as legislações brasileira e internacional . Abreviaturas utilizadas ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil ATC – Ait Trafic Control DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo NOTAM – Notice to Airmen VANT – Veículo Aéreo Não-Tripulado Figura 1: Sistema VANT Fonte: STANAG 4586 VHF – Very High Frequency - - - - - - - - - - Anais do 5º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2012) – Direitos Reservados - Página 1009 de 1112 - - - - - - - - - - CAPÍTULO 1 – OS PILARES Chamamos de pilares todos aqueles pontos que sustentam os aspectos de segurança operacional dentro do ciclo de vida da aeronave. Os pilares são os seguintes: • • • • • • O Projeto; Os Fatores Humanos; A Operação; A Aeronavegabilidade Continuada; O Tráfego Aéreo; A infraestrutura aeroportuária. Figura 3: Modelo em Cascata 1.1 PROJETO ► Embora o processo de desenvolver uma aeronave seja uma corrida contra o tempo e para conter custos, esses fatores não podem sobrepujar um bom planejamento e aplicação de metodologias de desenvolvimento – a engenharia de sistemas. Modelo utilizado em processos de risco. Incorpora o conceito 1.1.1 O Processo de Desenvolvimento A engenharia de sistemas prove alguns modelos de desenvolvimento como: o V, em cascata e o espiral. ► Modelo em Espiral de desenvolvimento continuo, baseado em feedback. Durante o processo de desenvolvimento só existe o avanço após a confirmação da fase anterior. Pode ser apoiada em vários protótipos. Na Figura 4: Modelo em Espiral pode-se observar o Modelo em Espiral. Modelo V É o modelo mais tradicional da Engenharia de Sistemas. A lateral esquerda da Figura 2: Modelo em V - contempla o estabelecimento de requisitos e o design, enquanto que na lateral direita está todo o processo de integração e a de verificação. Figura 4: Modelo em Espiral Figura 2: Modelo em V ► Modelo em Cascata Usado inicialmente para desenvolvimento de software. Um modelo similar pode dividir em 2: um para software e outro para hardware. Na Figura 3: Modelo em Cascata pode-se observar o Modelo em Cascata. 1.1.2 Requisitos Para aeronaves em geral, os requisitos de cliente estão focalizado no desempenho, na funcionalidade e nos custos. Porém, além desses requisitos básicos, outros são adicionados em um projeto de VANT, tais como: • • • • Comunicações (data link, entre os envolvidos na operação) e perda dela; Estação de controle; Confiabilidade; De certificação. - - - - - - - - - - Anais do 5º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2012) – Direitos Reservados - Página 1010 de 1112 - - - - - - - - - - 1.1.3 Comunicações As comunicações podem ser divididas em 4 níveis, os quais devem ser desenvolvidos em níveis de confiabilidade diferentes: • • • • Entre os envolvidos diretamente na operação (piloto, mecânicos, comandante da missão etc); Com os órgãos ATC (Ait Trafic Control ) - telefone, VHF (Very High Frequency), Transponder, Satélite) Data Link – dados de controle e monitoramento da plataforma; Data Link – dados de missão (sensores térmicos, radar e óticos; sistema de armas) 1.1.4 Estação de Controle Este novo elemento capaz de permitir o planejamento, o monitoramento e o controle do VANT é o elemento mais novo introduzido. 1.1.5 Confiabilidade A confiabilidade pode ser definida como a probabilidade de um item (motor, sistemas em geral, aeronave) vai desempenhar uma função requerida, sob condições especificadas, sem falha por período de tempo especificado. Quando falamos de um VANT além dos sistemas citados acima, devemos considerar também o data link a estação de solo e os sistemas de missão. 1.1.6 Certificação A partir de um Plano de Certificação, devem ser estabelecidos os requisitos a serem cumpridos da plataforma e de seus sistemas (norma de referência ), com o auxílio padrões aceitáveis para ensaios em voo, de funcionalidade, ambientais, de desenvolvimento de software e de hardware complexo, de análise de segurança de sistemas. seus operadores. Isso inclui a preparação da empresa, via estrutura organizacional, determinação de responsabilidades, existência de documentação operacional e a habilitação dos seus operadores (piloto, comandante de missão) segundo critérios estabelecidos. Na fase de desenvolvimento das operações, o planejamento e a execução requer a integração com outros elementos sincronizados (manutenção, trafego aéreo, meteorologia, transporte etc) 1.4 AERONAVEGABILIDADE CONTINUADA A aeronavegabilidade continuada visa manter durante a operação os padrões de segurança estabelecidos no projeto (e na certificação, quando for o caso). Isto inclui todos os procedimentos, documentação e registros de manutenção e o treinamento associado da equipe de manutenção. 1.5 TRÁFEGO AÉREO O desenvolvimento das operações em espaço segregado e de baixa densidade populacional aumenta a segurança de voo. No entanto, as demandas operacionais requerem o sobrevoo do VANT de cidades, áreas terminais, aerovias etc., operando de forma integrada com as demais aeronaves. No Brasil, no momento os VANTs operam em área segregada. Essa integração – VANT/demais aeronaves, é prometida para 2015, de forma pioneira, nos EUA. Os principais pontos que obstaculizam a integração são as comunicações e a capacidade do VANT em “detectar e evitar” outras aeronaves. CAPÍTULO 2 OUTROS ASPECTOS DE SEGURAÇA 2.1 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES 1.2 FATORES HUMANOS Um dos aspectos fundamentais e mais complexos da operação de VANT são os fatores humanos. Esses aspectos podem ser divididos em 2 outros: • O inter-relacionamento entre todos os envolvidos na operação (piloto, mecânicos, comandante da missão, tráfego aéreo) planejado e desenvolvido no projeto e atendido via procedimentos operacionais . • A interface homem máquina (piloto/estação de controle; mecânico/plataforma) - - planejado e desenvolvido no projeto e atendido via treinamento. 1.3 OPERAÇÃO Numa fase inicial, a operação de VANT requer o estabelecimento de uma organização habilitada, bem como Os processos e critérios ainda não estão claros para a investigação de acidentes de VANT (quando?, com que critérios?). 2.2 UTILIZAÇÃO PARA CRIMES Devido a facilidade de construção e montagem, os VANTs são muito vantajosos para atividades de transporte para atividades criminosas (drogas em geral, celulares e drogas para presídios, terrorismo etc). 2.3 CONTROLE DOS VANT EXISTENTES E EM OPERAÇÃO Devido a facilidade de construção e montagem, a quantidade de VANTs crescerá continuamente, muitos deles sem o - - - - - - - - - - Anais do 5º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2012) – Direitos Reservados - Página 1011 de 1112 - - - - - - - - - - conhecimento, pelas autoridades aeronáuticas, da sua existência e de que está utilizando o espaço aéreo. 4.2 – OPERAÇÃO CIVIL 2.4 VANT DE PEQUENO TAMANHO As iniciativas ainda são tímidas, exceto na Austrália que desde 2002 já implementou legislação para a operação civil de VANT (CASA, AC 101-1(0) JULY 2002). Devido a facilidade de construção, pequenos espaços para pouso e decolagem, esses VANTS podem se tornar uma ameaça a segurança quando operados por pessoas que não seguirem as instruções governamentais. CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO Além do exposto acima, existe a dificuldade prática em definir até que nível deve o governo atuar na regulamentação. Ex: operação in-door, VANT de 100 gramas etc. 2.5 INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA A integração completa dos VANTs no espaço aéreo irá requerer que os aeroportos estejam preparados para receber o pouso, táxi, o estacionamento, a manutenção, o reabastecimento e a decolagem desse tipo de aeronave. 2.6 POUSO EM PISTA ALTERNATIVA Vital para as operações de longo alcance, onde nem sempre será possível pousar no aeródromo de destino (meteorologia, pane do VANT, interdição do aeródromo de pouso etc). CAPÍTULO 3 - REGULAMENTAÇÃO DE VANT NO BRASIL O DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) publicou a IAC 21/10, 23 SEP 2010 que trata da obtenção de NOTAM (Notice to Airmen ) para voo de VANT. Em de 29 de novembro de 2011, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) publicou a Decisão nº 127, na qual autoriza a operação aérea de Aeronave Remotamente Pilotada do Departamento de Polícia Federal. Em maio de 2012, a ANAC colocou para consulta pública uma instrução de serviço (Instrução Suplementar sobre Emissão de Certificado de Autorização de Voo Experimental para Sistemas de Veículo Aéreo Não Tripulado) que abrange os requisitos apenas para os vôos experimentais. A inserção do VANTs no cenário das operações de voo, em vez de apenas ajustes requer que novos processos sejam criados. A visão global dos aspectos envolvidos (certificação, de operação, de aeronavegabilidade continuada e de tráfego aéreo) é essencial para a integração dos VANTs nas operações aéreas. Atualmente, as iniciativas para a integração para operação civil desses veículos são tímidas diante as possibilidades comerciais e operacionais. Na parte de uso governamental (militar e de segurança pública), em geral soluções ad hoc são estabelecidas, o que tem atendido as necessidades destes operadores. REFERÊNCIAS ANAC, Decisão 127, Autoriza a operação aérea de Aeronave Remotamente Pilotada do Departamento de Polícia Federal, 2011, 15p. ANAC, IS 21-002, Emissão de Certificado de Autorização de Voo Experimental para Sistemas de Veículo Aéreo Não Tripulado, 2012, 20 p. CASA, AC 101-1(0), Unmanned Aerial Vehicle (UAV) Operations, Design Specification, Maintenance and Training Of Human Resources, 2002, 28 p. DECEA, IAC 21/10, Veículos Aéreos Não Tripulados, 2010, 10 p. OTAN, STANAG 4671, Unmanned Aerial Vehicle Systems Airworthiness Requirements, 2009, 214 p. OTAN, STANAG 4586, Interfaces of UAV Control System (UCS) for Nato UAV Interoperability, 2007, 266 p. CAPÍTULO 4 - REGULAMENTAÇÃO DE VANT NO EXTERIOR 4.1 – OPERAÇÕES MILITARES E GOVERNAMENTAIS EM GERAL Nos países que estão em conflitos (ou em estado de) o VANTs, vem operando normalmente (EUA, Israel, Iraque, Afeganistão etc) segundo regras especificas de de Certificação do projeto (ex: STANAG 4671 ) e de Tráfego Aéreo. - - - - - - - - - - Anais do 5º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2012) – Direitos Reservados - Página 1012 de 1112 - - - - - - - - - -
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