ATA da XII Reunião realizada em Piracicaba, SP

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ATA da XII Reunião realizada em Piracicaba, SP
ATA DA XII REUNIÃO SUL - BRASILEIRA SOBRE PRAGAS DE SOLO
SESSÃO DE ABERTURA - Aos vinte e cinco dias do mês de setembro de dois mil e onze, às
vinte horas, no Auditório do Hotel Bristol em Piracicaba, SP, após o período de inscrições e
entrega de materiais, ocorreu a abertura da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo. O
mestre de cerimônias, Eng. Agro. Reinaldo Silva de Oliveira da Universidade Federal de
Uberlândia apresentou os organizadores do evento, e em nome da Comissão Organizadora
agradeceu o apoio da FUNDAG (Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola), CAPES
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e FAPESP (Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), bem como a presença de todos os parceiros,
empresários, dirigentes de entidades e demais autoridades presentes. Em seguida, o mestre de
cerimônias passou a palavras para o Presidente da Comissão Organizadora da XII Reunião Sul Brasileira Sobre Pragas de Solo, professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ESALQ/USP, Dr. José Maurício Simões Bento, para a abertura do evento. O Presidente deu as
boas vindas aos participantes e falou que desde a abertura da Reunião Sul - Brasileira Sobre
Insetos de Solo em 1988 no RS o evento é uma referência na área. O Presidente informou sobre a
edição do “Programa e Livro de Resumos da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo”,
entregue aos participantes na abertura do evento. Quanto aos Anais e Ata da Reunião, o
Presidente avisou que seriam enviados posteriormente aos participantes. O Presidente aproveitou
para agradecer a Comissão Científica que sugeriu os temas apresentados, e a Vice - presidente
Eng. Agro. Cristiane Nardi. Agradeceu também aos colegas do Departamento de Entomologia e
Acarologia da ESALQ que contribuíram para a realização do evento. Em seguida, o Presidente
Prof. José Maurício Simões Bento apresentou os membros da Comissão Organizadora: Ana Lia
Parra - Pedrazzoli, Aline Cristiane Kamiya, Ana Cristina Pellegrino, André Signoretti, Angela
Aparecida de Lima, Arodí Prado Favaris, Eliane Grisoto, Fernando Ribeiro Sujimoto, Franciele
Santos, Kelly Jaqueline Alves, Lívia Pereira Franco de Souza, Lucila Wadt, Luiza Cristiane
Fialho Zazycki, Rejane Cristina Roppa Kuss Roggia, Renata Morelli de Andrade, Reinaldo Silva
de Oliveira, Rizia da Silva Andrade, Vitor Cesar Sarto, Viviane Santos e Weliton Dias da Silva.
Após as boas vindas, o Prof. José Maurício Simões Bento pediu a atenção dos presentes para
passar alguns avisos sobre transporte dos hotéis credenciados nos horários divulgados no site do
evento e no folder. Em seguida, desejou um bom coquetel de abertura a todos, e pediu a
colaboração para o inicio pontual das atividades programadas durante o evento. Após convidou a
todos para se dirigirem à área externa do auditório para o coquetel de abertura da XII Reunião
Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo, e desejou um bom evento a todos.
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SESSÃO TÉCNICA - A sessão técnica da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo
teve início aos vinte e seis dias do mês de setembro de dois mil e onze, às oito horas, no
Auditório do Pavilhão da Engenharia da ESALQ/USP, em Piracicaba, SP. O Eng. Agro. João
Roberto Spotti Lopes, professor e Chefe do Departamento de Entomologia e Acarologia da
ESALQ/USP, fez a abertura da sessão técnica dando as boas vindas aos participantes. Falou da
satisfação do Departamento de Entomologia e Acarologia e da ESALQ/USP em sediar a XII
Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo, que já é um evento tradicional na área, que já está
na 12ª edição, e que com certeza terão várias edições, porque pragas de solos estão entre os
principais problemas na agricultura e representam um gargalo na produção de muitas culturas,
seja pelos danos causados que são severos, seja pelas dificuldades de controle, e porque são
pragas que não se tem muitos métodos eficientes de manejo. Complementou ainda, que esta
Reunião, com os especialistas presentes, seria muito produtiva no sentido de trazer novos
conhecimentos em diversas áreas críticas, como manejo, ecologia, comportamento e biologia,
que vão aprimorar a forma de se lidar com estes problemas. Lembrou também que, além da
questão técnica, esta Reunião possibilita reunir profissionais para trocar idéias e discutirem a
possibilidade de futuros estudos e colaborações, e aproveitou para convidar os participantes a
visitarem o Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP e reverem os colegas
deste Departamento. Parabenizou o Prof. José Maurício Simões Bento pela iniciativa de trazer
este evento para a ESALQ/USP. Por fim, salientou sobre a qualidade da programação e dos
palestrantes, e desejou um bom evento e boa estadia aos participantes do evento em Piracicaba.
Diagnóstico
da
situação
atual
-
PRAGAS
DE
SOLO:
PROBLEMÁTICA
E
ATUALIDADES - Em seqüência, dando abertura ao tema “Pragas de Solo: Problemática e
Atualidades”, ocorreu a sessão de relatos onde foram apresentadas palestras seqüenciais de 20
minutos de duração sobre o diagnóstico da situação de pragas de solos nos estados de São Paulo
com o Eng. Agro. Marcos Doniseti Michelotto da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios, Pólo Regional Centro Norte de Pindorama (APTA - Centro Norte), Rio Grande
do Sul com o Eng. Agro. Dori Edson Nava da Embrapa Clima Temperado de Pelotas, Santa
Catarina com o Eng. Agro. José Maria Milanez da Epagri de Videira, Paraná com o Eng. Agro.
Rodolfo Bianco do Iapar de Londrina, Mato Grosso do Sul com o Eng. Agro. Gilmar Vieira
Coutinho da UFGD de Dourados. Os assuntos abordados em cada relato estão publicados no
“Programa e Livro de Resumos da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo” da página
15 a 42, exceção às sugestões e questionamentos que estão registrados nesta ATA. Errata do
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“Programa e Livro de Resumos da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo”: na página
36, Tabela 2, onde lê-se 2009, leia-se 2011; onde lê-se 33,3, leia-se 37,3; onde lê-se 37,3, leia-se
33,3. Ao final dos relatos dos cinco estados, ocorreu a sessão de debates de 15 minutos, com os
relatores acima citados compondo a mesa. A primeira pergunta foi feita pelo Eng. Agro. Luis
Garrigós Leite sobre a distribuição da broca-gigante da cana em SP, mais especificamente se esta
continuava restrita ao município de Limeira. Marcos Doniseti Michelotto responde que segundo
levantamento realizado a broca-gigante da cana não está mais restrita ao município de Limeira.
Pelas informações que teve, esta praga tem ocorrido em Ribeirão, e parece que fica nas áreas
mais a leste do Estado, sendo que na área mais a oeste ainda não tem sido verificada a
ocorrência. Citou o caso de Ribeirão onde áreas tiveram que ser destruídas em função do ataque
desta praga. Em seguida o Eng. Agro. José Roberto Salvadori cumprimenta os relatores pelo
esforço para fazer o diagnóstico, e perguntou para o Eng. Agro. Rodolfo Bianco como ele vê a
situação de lesmas e de caracóis, de moluscos de forma geral, no Paraná, uma vez que não
apareceu no diagnóstico, e apareceu apenas no projeto institucional da Embrapa Soja. Também
pediu que fosse explicado o que aconteceu na área mostrada na palestra com os piolhos-decobra. Rodolfo Bianco chama a atenção para o fato de ter sido apresentado em seu diagnóstico as
cinco principais pragas ou grupos de pragas, e por isso, lesmas e caracóis não foram
apresentadas. Mas que, existe sim o problema de lesmas e caracóis no estado do Paraná,
principalmente em anos com maiores precipitações e em áreas onde a palhada é mais abundante.
Segundo Dr. Rodolfo Bianco, estes moluscos estão bastante relacionados a áreas de soja e feijão.
As reclamações são maiores nestes dois cultivos, que em milho, no qual este grupo não tem
causado problemas muito sérios, além de alguns danos, mas se verifica que a planta de milho
tem tolerado. A dificuldade de controle de lesmas e de caracóis é que o controle tem sido feito
em momento inadequado. Muitas vezes o controle é feito depois que aparece algum dano,
independente de levar em consideração a situação climática. Lesmas e caracóis apenas se
consegue controlar após dias de chuva, pois estes se alimentam e se movimentam depois de dias
chuvosos. Em condições de seca elas ficam paradas e não são vistas, e às vezes, são detectadas
depois que aparece o dano. Então é bom ter o cuidado de só colocar iscas depois de dias de
chuva, ressalta Rodolfo Bianco. A respeito da área mostrada na palestra com ataque de piolhode-cobra em Palmeiras/PR na safra 2008/09, Rodolfo Bianco explica que o que aconteceu na
área foi uma conjugação de fatores: era uma área com azevém que foi usada para pastejo, com
um pastejo muito intenso que deixou pouca massa de cobertura, e que em seguida foi alugada
para semeadura de milho. O produtor de milho não levou em consideração a possibilidade de
algum problema com praga de solo, e semeou na área com pouca matéria orgânica, e se sabe que
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o piolho-de-cobra sobrevive em base de matéria orgânica e de restos culturais. Então, esse foi um
prato cheio: densidade populacional alta de piolho-de-cobra na área, aliado a temperaturas altas
no começo do processo de germinação e início do desenvolvimento das plântulas de milho, e
compactação do solo devido ao excesso de carga animal, o que levou o piolho-de-cobra a se
abrigar onde passou a linha de cultivo, onde o solo estava mais solto. Foi na linha de cultivo
onde ele encontrou alimento e por isso danificou tanto o cultivo, como pôde ser visto na
apresentação. Essa severidade de ataque foi em conseqüência da junção de fatores, pois
normalmente o que se tem encontrado de dano de piolho-de-cobra em milho é em torno de 3 a
5% de perdas de plantas ou sementes danificadas. No caso da soja, o dano pode ser maior, pois já
se encontrou áreas de soja que tiveram que ser replantadas em função do ataque de piolho-decobra, explicou Rodolfo Bianco. Em seqüência, o Eng. Agro. José Ednilson Miranda da
Embrapa Algodão parabenizou os palestrantes e fez duas perguntas, a primeira dirigida ao Eng.
Agro. Gilmar Vieira Coutinho sobre a existência de informações sobre o efeito do gossipol sobre
besouros Scarabaeidae. Gilmar Vieira Coutinho responde que tem um artigo seu publicado na
Revista Neotropical Entomology, no qual fizeram um experimento em parcelas com cultivo de
girassol, soja, algodão e milho, nas quais fizeram um levantamento de corós, onde não foram
encontradas larvas de Scarabaeidae nas parcelas com algodão. O Eng. Agro. Rodolfo Bianco
complementou a informação, lembrando um trabalho realizado pela Dra. Lenita Jacob de
Oliveira onde ela mostrou que em algodão e crotalária a viabilidade das larvas reduzia muito,
pois elas não conseguiam completar o ciclo. Na seqüência, o Eng. Agro José Ednilson Miranda
faz a sua segunda pergunta dirigida ao Eng. Agro. Rodolfo Bianco sobre um experimento feito
pelo relator sobre controle da lagarta-elasmo com dois eventos de milho Bt, onde não foi
verificado mortalidade de plantas. E questionou se a injúria para a alimentação inicial da lagarta
pode causar redução de plântulas ou de produtividade. Rodolfo Bianco responde que nesse
trabalho não foi medida a produtividade, e o mesmo foi conduzido em casa-de-vegetação.
Esclareceu também, que sabe-se que a lagarta-elasmo causa um pequeno dano que, se não estiver
associado com doença de colo, a planta provavelmente tenha recuperação. Relatou também que
neste ensaio foi avaliado o peso seco da planta com 21 dias, e naquelas plantas nas quais teve a
recuperação da injúria, houve uma pequena redução de matéria seca, o que pode equivaler a um
prejuízo para o desenvolvimento total da planta. O relator chamou a atenção para o fato de que,
mesmo com certa injúria, aparentemente na primeira avaliação, metade das plantas ficaram
prejudicadas, e depois elas recuperaram, o que quer dizer que o Bt tem possibilidade de matar
uma lagarta de tamanho maior. O próximo questionamento foi feito pelo Eng. Agro. Jerson V.
Carús Guedes sobre como tem sido feita a identificação dos grupos taxonômicos e como tem
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sido adotada a confirmação das espécies relatadas durante os diagnósticos, e quais os caminhos
para melhorar a identificação com relação a corós, a curculionídeos, a migdolus e a grupos como
estes que tem muitos representantes ocorrendo na região de abrangência da Reunião. O Eng.
Agro. José Maria Milanez diz que essa é uma preocupação e que têm recorrido a colegas que
trabalham e conhecem mais os grupos e que tem enviado material para estes, e para centros de
identificação que possam ajudar. Complementando esta idéia, o Eng. Agro. Rodolfo Bianco
perguntou sobre a possibilidade de manutenção no site do evento, ou na página da Sociedade, de
informações sobre grupos de pesquisa que estejam trabalhando com pragas de solo. O Eng.
Agro. Gilmar Vieira Coutinho fala que a questão de identificação de corós é complicada pelo
seguinte: identificar um adulto é relativamente fácil, mas quando se tenta relacionar uma larva a
um adulto, é necessário fazer a criação dela em laboratório para conseguir acompanhar seu
desenvolvimento. No entanto, quando chega na fase adulta, é possível associar as características
daquela larva e saber de que espécie se trata, mas isso é um desafio porque corós são difíceis de
criar em laboratório. Gilmar Vieira Coutinho citou que em seu mestrado, identificou quatro
espécies em campo e uma espécie foi enviada para um taxonomista e este identificou como do
gênero Anomonyx, mas não era Anomonyx uruguayensis que é a única espécie descrita no
gênero. E eles observaram que esse inseto, nunca caiu em armadilha luminosa em 10 anos de
coleta. Mas quando coletaram larvas no campo e criaram em laboratório, conseguiram ter o
adulto e chegaram a conclusão de que era uma espécie nova e que não tinha atração pela luz, ao
contrário de outros Scarabaeidae. O Eng. Agro. Dori Edson Nava complementou a resposta
dizendo que quando o problema é pontual até se consegue resolver enviando para um
taxonomista, mas quando se tem grupos com grandes quantidades de espécies se torna mais
difícil a identificação, e aliado a isso se tem uma certa dificuldade para enviar insetos para outras
instituições devido as exigências do Ibama, uma das quais é a necessidade de ter contrato entre
as instituições para os insetos poderem ser enviados, tanto nacional quanto internacional.
Segundo Dori Edson Nava, para resolver isso, uma forma seria associar-se com taxonomistas
brasileiros, e formar grupos de pesquisa dentro do Brasil. Após o debate, o mestre de cerimônias
pediu aos participantes para enviarem possíveis questionamentos para os relatores por e-mail, ou
então fazê-los durante o intervalo para o coffee-break. Em seqüência, o mestre de cerimônias
agradeceu aos relatores pela presença na mesa para o debate; e informou aos participantes a
disponibilidade dos certificados de participação no evento na secretaria. Em complemento,
avisou sobre o horário de retorno dos participantes do coffee-break para a sessão de palestras.
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Palestras - PRAGAS DE SOLO: PROBLEMÁTICA E ATUALIDADES - Logo após o
retorno do coffee-break teve início a sessão de palestras “Pragas de solo: problemática e
atualidades”. O mestre de cerimônias avisou sobre o transporte dos participantes do local do
evento para o restaurante dos docentes na ESALQ/USP após o encerramento das atividades ao
meio-dia. Em seqüência, o mestre de cerimônias apresentou o Dr. Samuel Martinelli da
Monsanto, São Paulo-SP a palestrar sobre o “Uso de plantas transgênicas no manejo de pragas
de solo”. A segunda palestra foi proferida pela pesquisadora do Corpoica da Colômbia Dra.
Nancy Barreto Triana para falar sobre a “Estratégia de Pesquisa da Corpoica para o Manejo
Integrado das principais pragas da batata (Solanum tuberosum) na Colômbia”.
Apresentações orais - PRAGAS DE SOLO: PROBLEMÁTICA E ATUALIDADES - Na
seqüência das duas primeiras palestras proferidas depois do coffee-break, teve início a sessão de
apresentações orais dentro do tema “Pragas de Solo: Problemática e Atualidades” com o Eng.
Agro. da EPAGRI/SC, Eduardo R. Riegel com o assunto “Atratividade de adultos de
Oryzophagus oryzae (Coleoptera: Curculionidae) por luzes de diferentes comprimentos de
onda”. A segunda apresentação oral foi feita pelo Eng. Agro. Jerson V. Carús Guedes da UFSM
de Santa Maria/RS falando sobre o “Primeiro registro de ocorrência de espécies de Liogenys
(Coleoptera, Melolontidae) associadas a culturas de inverno no RS”. A terceira apresentação oral
foi proferida pela Bióloga Ana Carolina Pires Veiga da UNESP de Jaboticabal/SP sobre
“Ocorrência de Massospora cicadina (Entomophthorales: Entomophthoraceae) em Quesada
gigas (Hemiptera: Cicadidae)”. A quarta apresentação oral foi proferida pelo Biólogo Fabio
Silber Schmidt do Instituto Biológico de Campinas/SP sobre “Ocorrência de Sphenophorus
brunnipenis (Coleoptera: Dryophthoridae) em cultivo comercial de grama esmeralda no
Município de Pindamonhangaba-SP”. A quinta apresentação oral foi apresentada pelo Eng.
Agro. Maurício Bigolin da UFSM de Santa Maria/ RS sobre “Abundância e diversidade de
Corós (Coleoptera: Melolontidae) em áreas cultivadas do Planalto do RS”. A última
apresentação oral dentro do tema foi apresentada pela Eng. Agro. Débora M. F. Canuto da UFAL
de Arapiraca/AL sobre “Resistência de diferentes cultivares de cana-de-açúcar a broca-gigante
sob cultivo orgânico no agreste alagoano”. Em seguida, o mestre de cerimônias agradeceu a
todos os palestrantes que deixaram sua contribuição e ao público participante e frisou novamente
sobre os locais para almoço e sobre o horário de retorno para dar seqüência à programação do
evento.
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Palestras - INTERAÇÕES NO AMBIENTE SUBTERRÂNEO vs MANEJO DE PRAGAS
DE SOLO - A partir das quatorze horas, teve início a sessão de palestras “Interações no
Ambiente Subterrâneo vs Manejo de Pragas de Solo”. O mestre de cerimônia chamou o Biólogo
Odair Correa Bueno da UNESP de Rio Claro/SP para palestrar sobre “Interação Formiga vs
Pragas de Solo”. Em seguida o Eng. Agro. Charles Martins de Oliveira da Embrapa de BrasíliaDF falou sobre “Métodos de controle de corós rizófagos: interações no ambiente subterrâneo”, e
frisou sobre a mudança de título da palestra prevista na programação como “Influência dos
métodos de manejo sobre a fauna edáfica de solo” para a palestra apresentada “Métodos de
controle de corós rizófagos: interações no ambiente subterrâneo”. Na sessão de perguntas após a
palestra, a Eng. Agro. Cristiane Nardi perguntou ao palestrante se este encontrou parasitóides do
gênero Tiphia nas populações estudadas. O Eng. Agro. Charles Martins de Oliveira, falou que
em uma única oportunidade encontrou um Hymenoptera, mas não identificou porque em pelo
menos oito anos que faz amostragem destes corós esta foi a única vez que encontrou um
parasitóide. Outro questionamento foi feito para o palestrante relacionado aos ensaios de
inseticidas apresentados pelo palestrante, mais especificamente sobre quais foram os inseticidas
utilizados? O Eng. Agro. Charles Martins de Oliveira responde que para o tratamento de
sementes usou Fipronil e para a aplicação no sulco de semeadura usou clorpirifós. A última
palestra do tema foi proferida pela Eng. Agro. Cristiane Nardi da ESALQ/USP de Piracicaba-SP
sobre “Estudos comportamentais sobre Pragas de Solo: inovações, desafios e perspectivas”. Em
seguida foi aberta sessão para perguntas. O Eng. Agro. José Roberto Salvadori parabenizou a
palestrante pelo trabalho e informou quanto a pergunta anterior sobre ocorrência de Tiphia em
corós, que ele tem encontrado vespas das famílias Tiphiidae e Sphecidae em corós, e que é
comum no RS. Em seqüência, pergunta como foi definida a distância da arena para os testes
apresentados na palestra, visto que antes não havia trabalhado com raio X. A Eng. Agro.
Cristiane Nardi, responde que os insetos de solo tem restrição grande quanto a sua locomoção no
solo, e relembrou que a larva se locomoveu durante nove horas apenas 2 mm. Então, relata que o
trabalho de Rasmann e Turlings (2008) deu suporte a sua metodologia, e que queriam saber se na
mesma distância testada por estes autores (20 cm), as larvas de Diabrotica speciosa poderiam
detectar o β-cariofileno. O Eng. Agro. Eduardo R. Hickel pergunta se havia ar forçado no
olfatômetro? Cristiane Nardi responde que não havia ar forçado no olfatômetro, e que o mesmo
parte do princípio de que no interior do solo os compostos podem se locomover por difusão no ar
ou na água presente no solo. Eduardo R. Hickel questiona com relação ao dano, se a indução nas
raízes e nas folhas, leva a liberação dos mesmos compostos ou se pode haver liberação de
compostos diferentes. Cristiane Nardi esclarece que já existem estudos respondendo essa questão
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e que foram feitos por um grupo de pesquisadores da Suiça, e que o comportamento padrão é que
quando a planta é atacada na folha, em geral diminuem a quantidade de compostos que estariam
sendo liberados nas raízes, e teoricamente ela direcionaria as defesas para a parte área. E que
apenas a indução das larvas nas raízes leva a liberação do β-cariofileno. O Eng. Agro. José Maria
Milanez pergunta como a larva identifica essa substância? Cristiane Nardi responde que as larvas
têm receptores químicos, além dos tricobótrios e outras estruturas que reconhecem características
de textura do solo. O Eng. Agro. Rodolfo Bianco pergunta se quando são colocadas diferentes
plantas no solo na parte central do olfatômetro, com dano nas raízes ou sem, é um composto
apenas que está sendo liberado ou pode ter uma mistura de mais compostos neste meio. Cristiane
Nardi esclarece que, o que se conhece até o momento, é que o único composto de milho que
afeta a localização no solo é o β-cariofileno. Então, quando as larvas são expostas a estes
tratamentos a hipótese é que o β-cariofileno estaria influenciando. Ressalta que ainda não são
conhecidos outros compostos, mas que poderiam ocorrer e estar em quantidades muito pequenas
que talvez não tenha permitido a sua identificação no sistema de cromatografia analisado. Em
seguida, o mestre de cerimônias agradece a palestrante e encerra a sessão de palestras
anunciando o intervalo para o coffee-break e para a sessão de pôsteres. Os trabalhos
apresentados na sessão de pôsteres estão apresentados no “Programa e Livro de Resumos da XII
Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo” da página 179 a 250.
Apresentações orais - INTERAÇÕES NO AMBIENTE SUBTERRÂNEO vs MANEJO DE
PRAGAS DE SOLO - Após o retorno do intervalo o mestre de cerimônia apresentou a Bióloga
Viviane Santos da ESALQ/USP de Piracicaba/SP que falou sobre a “Suscetibilidade de larvas de
Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) ao nematóide entomopatogênico
Heterorhabditis sp. RSC01 em condições de casa de vegetação”. A próxima apresentação oral
foi proferida pelo Eng. Agro. Murilo Gaspar Litholdo do IUML de Ribeirão Preto/SP sobre
“Desequilíbrio causado por inseticidas e controle biológico sobre coleópteros de superfície do
solo associados à cultura do milho safrinha”. A Eng. Agro. Mirian Maristela Kubota da UNESP
de Jaboticabal/SP apresentou sobre “Duração do período ninfal de Quesada gigas (Hemiptera:
Cicadidae) em plantas de cafeeiro, inoculadas artificialmente”. A Eng. Agro. Angela Aparecida
de Lima da ESALQ/USP de Piracicaba/SP apresentou sobre “Eficiência do fungo Metarhizium
anisoplinae GR no controle da cigarrinha-das-raízes, Mahanarva fimbriolata, em cana-de-açúcar
em São Paulo”. O graduando de Agronomia Bruno Marin Arroyo da IUML de Ribeirão Preto/SP
apresentou sobre o “Impacto de Inseticidas e do controle biológico sobre ortópteros de superfície
do solo na cultura da soja”. O Eng. Agro. Charles Martins de Oliveira da Embrapa, Brasília-DF
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apresentou sobre “Sítios preferenciais de oviposição de Phyllophaga capillata (Coleoptera:
Melolonthidae) no Cerrado do Brasil Central”. As perguntas relacionadas a cada apresentação
oral foram realizadas logo após o final de cada apresentação. Por fim, depois das apresentações
orais, o tema “Interações no ambiente subterrâneo vs manejo de pragas de solo” foi encerrado
pelo pesquisador Dr. Marcos Botton da Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves/RS com a
palestra “Insetos praga de solo e sua relação com doenças de raízes na fruticultura”. Em
seqüência foi aberto um momento para perguntas. O Eng. Agro. Dori Edson Nava pergunta qual
é a estratégia em videira, já que quando se pensa em fitopatologia se tenta resolver o problema
com resistência de plantas (porta-enxerto). Marcos Botton responde que ele pensa que será
necessário um grupo multidisciplinar para tentar resolver o problema com um enfoque integrado.
Por exemplo, teria que ter um fitotecnista que entenda de manejo de planta para fazer o manejo
geral da cultura, um fitopatologista para trabalhar o uso de Trichoderma sp. no solo ou o uso de
plantas supressoras, e um profissional que coordene a parte de resistência de plantas. Não tendo
mais questionamentos, o mestre de cerimônias agradeceu a participação dos apresentadores e dos
ouvintes encerrando as atividades do dia.
Palestras - AVANÇOS E DESAFIOS NO MANEJO DE PRAGAS DE SOLO - Aos vinte e
sete dias do mês de setembro de dois mil e onze, às oito horas e seis minutos, no Auditório do
Pavilhão da Engenharia da ESALQ/USP em Piracicaba, SP, teve início a sessão de palestras
“Avanços e desafios no manejo de pragas de solo”. O mestre de cerimônia desejou um bom dia
de atividades a todos, e em seqüência chamou o Eng. Agro. Luis Garrigós Leite do Instituto
Biológico de Campinas/SP para apresentar a palestra “Nematóides e microorganismos
entomopatogênicos como alternativa no manejo de pragas de solo”. Ao final da palestra o Eng.
Agro. Jerson V. Carús Guedes pergunta sobre os resultados mostrados pelo palestrante para a
população de Steinernema braziliense, aplicado para Galleria sp. em cana-de-açúcar, que
reduziu sua população no ambiente ao longo do período de avaliação enquanto a população de
Heterorhabditis amazonensis nativo crescia, e questionou se esse comportamento seria esperado
e bom para a indústria, visto que seria um produto que não se manteria. Luis Garrigós Leite
explica que estes resultados sugerem que houve uma competição entre os dois nematóides, com
vantagem para o Heterorhabditis amazonensis nativo. Ressalta que, provavelmente a aplicação
de Steinernema braziliense estimulou o Heterorhabditis amazonensis a atuar mais rapidamente.
Frisou também, que estes resultados foram encontrados em uma condição de alta infestação de
Heterorhabditis amazonensis nativo, mas que na situação de menor densidade populacional
deste, a persistência de Steinernema braziliense foi maior. Em seqüência, O Eng. Agro. José
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Ednilson Miranda pede para que o palestrante fale sobre a experiência do que está sendo feito no
Brasil com Steinernema braziliense e Heterorhabditis amazonensis. O palestrante responde que
a partir de 2000 houve mais investimentos financeiros para esta área, e são basicamente três
grupos se dedicando a este assunto. Fala que esperavam que os resultados evoluíssem mais
rapidamente, mas que é natural uma certa demora até que os produtos cheguem ao mercado,
devido a dificuldade que é trabalhar com nematóides entomopatogênicos, uma vez que se
trabalha com nematóide e com bactéria ao mesmo tempo. Mas de qualquer forma, está havendo
um grande avanço nestes produtos no Brasil; e existe a Biocontrole que é bastante motivada a
lançar o produto no mercado e o Instituto Biológico que tem conseguido grandes avanços na
produção em meio de cultura líquido, o que pode trazer benefícios para viabilizar a produção
comercial. A segunda palestra sobre o tema foi proferida pelo Prof. José Roberto Postalli Parra
da ESALQ/USP de Piracicaba/SP sobre “Parasitóides e predadores para o controle de pragas de
solo”. Ao final da palestra, o Eng. Agro. Eduardo R. Hickel pergunta ao palestrante como vencer
a possibilidade de que os inimigos naturais sejam raros para pragas de solo. O palestrante
acredita que hoje a população de inimigos naturais de pragas de solo deve ser pequena, em
função da aplicação sistemática de agrotóxicos, que controlam as pragas e juntamente matam os
inimigos naturais. Considerando-se que atualmente a maioria do controle de pragas é feito com
químicos, teria-se que explorar aquelas fases que são expostas, por exemplo, os ovos, os adultos.
E com relação a pouca diversidade de espécies ressaltada por Eduardo R. Hickel, responde que
como é difícil fazer a amostragem, é difícil encontrar a praga e conseqüentemente o inimigo
natural, mas que se começarem a ser feitos trabalhos de levantamento de inimigos naturais em
diferentes regiões, talvez se verifique que há diferenças regionais de espécies de inimigos
naturais, e que talvez venha-se a encontrar diversidade de espécies. Na seqüência, o Eng. Agro.
Jerson V. Carús Guedes relata que no trabalho por ele apresentado no dia anterior, no qual
mostra os resultados de um estudo em 23 locais, em área com e sem cultivos agrícolas, não
encontraram parasitóides e predadores visivelmente agindo em corós; e nestes corós, na fase
larval encontraram fungos, bactérias e nematóides. Acredita então, que isto possa ser um
indicativo de que predadores e parasitóides importantes estejam em outras fases do ciclo não
focadas pelo referido trabalho. O palestrante esclarece que talvez o maior número de agentes não
esteja mesmo nas fases mais expostas, mas a luz dos conhecimentos atuais e da forma como é
feito o controle, sobram estes. Então talvez uma forma de reduzir a população é trabalhar com
estes, e não necessariamente que estes sejam as fases que tem o maior número de agentes de
controle biológico. Então, cita dois pontos para elucidar a questão dos inimigos naturais de
pragas de solos: a primeira seria fazer trabalhos, desde o começo até o fim com controle
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biológico, e não se limitar a estudar apenas um aspecto de controle biológico sem ter uma
seqüência de estudos. A segunda questão seria estudar a praga e o inimigo natural de forma
associada, sem desvincular os dois estudos. O Eng. Agro. José Roberto Salvadori comenta que
um dos entraves encontrados para dar continuidade aos estudos, no caso de corós é a manutenção
das colônias em laboratório, pois não se tem métodos e técnicas de criação. E isso é mais um
gargalo para estudos com parasitóides. Com relação a isto, o palestrante José Roberto Postalli
Parra acredita que o mais importante é ter pessoas estudando estes assuntos. Deu o exemplo da
criação de Diabrotica speciosa e Cerotoma arcuata, os quais tiveram métodos de criação
estabelecidos em laboratório e bem sucedidos. Acredita que se tiverem mais pessoas estudando
biologia de insetos e se dedicando a isto como foco principal e não apenas com um adendo de
seus trabalhos, seja possível viabilizar a criação de pragas de solo em laboratório. Em seqüência
o Eng. Agro. Enrico de Beni Arrigoni do Centro de Tecnologia Canavieira de Piracicaba/SP
palestrou sobre “Manejo integrado das pragas de solo da cana-de-açúcar”. Na seqüência, o Prof.
Gilberto Moraes da ESALQ/USP de Piracicaba/SP proferiu a palestra “Perspectivas para o uso
de ácaros predadores para o controle de pequenos artrópodes de solo”. O Eng. Florestal Ariclenis
Ballarotti da Itaforte Bioprodutos de Itapetininga/SP palestrou sobre “A empresa Itaforte e sua
contribuição para o controle de pragas de solo”. Ao final, o mestre de cerimônias encerrou a
primeira etapa das palestras da manhã e anunciou o intervalo coffee-break. Após o retorno do
coffee-break, o mestre de cerimônias retomou a sessão de palestras com a apresentação da Eng.
Agro. Nilza Maria Martinelli da UNESP de Jaboticabal/SP que proferiu a palestra sobre “O
controle comportamental de cigarras do cafeeiro”. Em seqüência, o Eng. Agro. Paulo Marçal
Fernandes da UFG de Goiânia/GO palestrou sobre o “Manejo de cupins”. Ao final, o Eng. Agro.
Eduardo R. Hickel pergunta se nas áreas monitoradas há um acompanhamento daquelas que não
recebem inseticida em determinado ciclo para saber se vai receber no próximo, ou seja, onde não
há aplicação de inseticidas há um aumento da população ou essa população se mantêm estável. O
palestrante responde que têm como referência as áreas orgânicas, onde sempre tem muitos
cupins, mas raramente causam problemas. Nas áreas convencionais, as quais foram tratadas com
fipronil tem um controle eficiente. E salienta que a preocupação é nas áreas que nunca foram
tratadas, essas são acompanhadas, mas mesmo nessas, quando as condições são favoráveis para a
cana-de-açúcar, os cupins não causam problemas.
Apresentações orais - AVANÇOS E DESAFIOS NO MANEJO DE PRAGAS DE SOLO –
Na seqüência das atividades sobre o tema “Avanços e Desafios no Manejo de Pragas de Solo”,
teve início a sessão de apresentações orais com a Eng. Agro. Lucila Wadt da ESALQ/USP de
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Piracicaba/SP apresentando sobre o “Aprimoramento de dieta artificial para Telchin licus (Drury,
1773) (Lepidoptera: Castniidae)”. Em seqüência, Vinícius F. Canassa da UNESP de Botucatu/SP
apresentou sobre a “Incidência de Mahanarva fimbriolata (Hemiptera: Cercopidae) em cana-deaçúcar irrigada por gotejamento com diferentes doses de N-fertilizante”. Eduardo R. Hickel da
EPAGRI de Itajaí/SC apresentou sobre a “Adubação nitrogenada para recuperação de
produtividade de arroz irrigado em áreas infestadas por Oryzophagus oryzae (Coleoptera:
Curculionidae)”. A bióloga Viviane Santos da ESALQ/USP apresentou sobre “Potencial de
nematóides entomopatogênicos (Rhabditida: Steinernematidae e Heterohabididae) para o
controle de Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidade)”. O graduando em
Agronomia André Luiz da Silva da UEL de Londrina/PR apresentou sobre a “Eficiência do novo
inseticida durivo aplicado no sulco de semeadura da soja para controle de coró Liogenys fuscus
(Coleoptera: Melolonthidae) no estado de Goiás”. A última apresentação oral do dia foi proferida
pela Eng. Agro. Lucia Madalena Vivan da Fundação MT/MT que apresentou sobre a “Eficácia
de inseticidas aplicados nas sementes de soja no controle da lagarta Elasmopalpus lignosellus
(Lepidoptera: Pyralidae)”. Ao final, o mestre de cerimônias abriu para perguntas e após este
período encerrou a sessão para o intervalo para o almoço.
Palestras – CONTROLE QUÍMICO DE PRAGAS DE SOLO – Às quatorze horas do dia 27
de setembro de 2011, o mestre de cerimônia deu abertura ao ciclo de palestras “Controle
Químico de Pragas de Solo”, e apresentou o palestrante Eng. Agro. Jerson V. Carús Guedes da
UFSM de Santa Maria/RS com a palestra “Manejo das pragas de solo através do controle
químico”. Ao final, o Eng. Agro. José Maria Milanez comenta sobre o fato de Diabrotica
speciosa ser uma praga potencial para o milho no Brasil e relata um caso no oeste de Santa
Catarina com alta infestação de Diabrotica speciosa em milho e plantas mostrando sintomas de
ataque. No entanto, neste local era feito consórcio milho x feijão x soja, e como se sabe o adulto
se alimenta em feijão, talvez isso justifique a maior população e pressão desta praga neste local
segundo José Maria Milanez. A segunda palestra do tema foi proferida pelo Eng. Agro.
Alexandre de Sene Pinto da Instituição Universitária Moura Lacerda de Ribeirão Preto/SP sobre
“Impacto da aplicação de inseticidas sobre organismos não-alvo de superfície de solo”. Ao final
da palestra, o Eng. Agro. José Ednilson Miranda pergunta sobre um trabalho desenvolvido pelo
palestrante com produtos químicos e controle biológico. Questionou que o controle biológico às
vezes variava entre Metarhizium sp., Bacillus thuringiensis, e Trichogramma sp., e porque não
foi desmembrado estes agentes para verificar o impacto isolado de cada um deles. O palestrante
responde que muitos desses inseticidas tinham impacto em lagarta e em percevejo, no caso da
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soja, e o biológico não teria um agente só que funcionasse para as duas pragas, por isso, foi feito
um pacote. Mas, esclarece que como não estava avaliando especificamente estes organismos, e
que na literatura existem trabalhos que mostram que eles não têm impacto, optou então por fazer
um tratamento como se fosse uma segunda testemunha, para verificar se havia um favorecimento
de algum organismo como foi verificado em aranhas. O Eng. Agro. Celso Luiz da Silva da
Nufarm Indústria Química e Farmacêutica S/A: proferiu a última palestra do tema sobre
“Controle de Sphenophorus levis (gorgulho-rajado) com o inseticida Nuprid, no momento de
plantio da Cana de Açúcar”. Em seguida foi feito o intervalo para o coffee-break e apresentação
de pôsteres das quinze às dezesseis horas no Hall do Pavilhão da Engenharia da ESALQ/USP.
Os temas dos pôsteres, que são de inteira responsabilidade do(s) autor(es), estão publicados
como resumos expandidos no “Programa e Livro de Resumos da XII Reunião Sul - Brasileira
Sobre Pragas de Solo” da página 179 a 250.
Apresentações orais - CONTROLE QUÍMICO DE PRAGAS DE SOLO - No retorno do
coffee-break foi feito o sorteio de camisetas do evento e de livros editados pela ESALQ.
Posteriormente, dando abertura ao tema “Controle químico de pragas de solo” foi chamado o
Eng. Agro. Samuel Roggia da Embrapa Soja de Londrina/PR para apresentar sobre “Controle
químico de adultos de Sternechus subsignatus (Coleoptera: Curculionidae) em soja”. Em
sequência, o Eng. Agro. Fernando A. de Albuquerque da UEM de Maringá/PR apresentou sobre
“Eficácia de durivo aplicado no sulco de plantio no controle de piolho-de-cobra, Julus hesperus
(Diplopoda) em soja”. Na seqüência, o mesmo palestrante apresentou o tema “Controle de
Agrotis ipsilon e Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) em soja com durivo aplicado
no sulco de plantio”. O biólogo Caio Barbosa Prates da Syngenta de São Paulo/SP apresentou
sobre “Avaliação da eficácia de inseticidas aplicados via tratamento de sementes em soja, no
controle do coró Phyllophaga capillata (Coleoptera: Melolonthidae)”. Para o fechamento das
sessões técnicas da Reunião, o mestre de cerimônia chama o Eng. Agro. José Roberto Salvadori
da UPF de Passo Fundo/RS para palestrar sobre “Estudos sobre pragas de solo no Brasil: novos
rumos a seguir". Após o encerramento da palestra o Eng. Agro. Eduardo R. Hickel sugere de se
ter uma sistemática definida para convite para coordenadores e líderes de pós-graduação para ter
uma disseminação maior dessas informações e do tipo de estudos que podem ser gerados. O
palestrante concorda com a idéia, ressaltando que esta seria mais uma estratégia de agregar
novos estudantes interessados ao processo de estudo de pragas de solos, e diz que naturalmente o
tempo foi fazendo isso, pois a atual Reunião já está em um centro que tem tradição em ensino e
pesquisa, mas que poderiam para as próximas Reuniões, passar a convidar coordenadores e
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líderes de pós-graduação de forma sistemática e rotineira. O Eng. Agro. Luis Garrigós Leite
pergunta como é feita uma comparação do controle químico com o controle biológico em sua
palestra, sendo que um tem um efeito mais imediato e outro mais à longo prazo, e com relação a
fungos pergunta se têm viabilidade de uso para corós, além de nematóides. José Roberto
Salvadori responde que colocando em uma escala de importância, colocaria nematóides em
primeiro lugar para controle biológico de corós, mas que não descartaria completamente fungos.
Pois as dificuldades que os fungos apresentam para serem efetivos, vão desde aspectos de
produção, aspecto de grande dependência em relação a condições ambientais, especialmente
umidade. Mas uma vez desenvolvidos produtos com estabilidade e bem padronizados, e que haja
o direcionamento para serem aplicados em uma determinada condição, não haveria problema.
Com relação a comparar o controle químico com o controle biológico, o palestrante comenta que
é a velha e antiga situação que se enfrenta: o imediatismo de ter soluções rápidas, frente a uma
alternativa que não é tão rápida. E quem acaba escolhendo uma forma de controle ou outra, no
caso o produtor, normalmente tem a tendência de optar por aquilo que oferece mais rapidez. No
entanto, sempre existem nichos para o controle biológico, visto que o mesmo é eficiente.
Ressalta que existem vários casos de sucesso do controle biológico no Brasil. Relembra o
sucesso do controle biológico do pulgão do trigo a mais de trinta anos quando os pulgões
perderam o status de praga que tinham nos anos 70. E, complementou que se forem buscar uma
explicação para isso, foi o Programa de Controle Biológico Aplicado da Embrapa Trigo, o
responsável pela resolução dos problemas com esta praga. Luis Garrigós Leite questiona os
benefícios do plantio direto e a relação com corós. José Roberto Salvadori esclarece que o
plantio direto deve ser visto como um processo de produção mais abrangente e mais amplo que o
controle de pragas, e que ele trás conservação do solo, sustentabilidade e rentabilidade para o
processo produtivo. O palestrante relata que no RS já se passou por fases que se não fosse o
plantio direto os sojicultores poderiam ter quebrado. Acrescenta também, que o plantio direto
representa economia de combustível, mão-de-obra e conservação do solo. O palestrante coloca o
plantio direto como uma técnica que trás muitos benefícios, e que o desafio que se tem é resolver
problemas que decorrem do plantio direto, e que são menores do que a perda de solo por erosão.
Afirma que corós são resultado da não movimentação do solo durante vários e vários anos, e que
os corós são beneficiados pelo plantio direto, e frente a isso, o desafio é encontrar soluções para
estes problemas. Por outro lado, o controle biológico, embora não esteja bem quantificado e
medido, é um sistema mais estável, mais rico e menos simplificado, e por tanto, as chances de
que a relação de pragas com inimigos naturais se reequilibre mais facilmente são maiores, pois o
plantio direto é um sistema que oferece mais abrigo para os inimigos naturais. Ao final, o mestre
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de cerimônias agradeceu ao palestrante pela apresentação e esclarecimentos, e anunciou a sessão
de encerramento.
SESSÃO DE ENCERRAMENTO – Após o encerramento das sessões técnicas, o mestre de
cerimônias chamou o Presidente do evento Prof. José Maurício Simões Bento e a VicePresidente Cristiane Nardi, ambos da ESALQ/USP, Lúcia Madalena Vivan da Fundação MT e o
Eng. Agro. José Roberto Salvadori da UPF para comporem a mesa para a sessão de
encerramento da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo. O Presidente agradece a
participação de todos e relata a participação de 123 inscritos no evento, destes, tendo inscritos do
Brasil, Bolívia e Colômbia, com a participação de 11 estados brasileiros, 59 instituições de
pesquisa, ensino, assistência técnica e empresas. Agradeceu a FAPESP e a Capes pelo apoio
financeiro. Comentou sobre o balanço financeiro do evento (entradas e saídas). Em seguida,
passou a palavra ao Eng. Agro. José Roberto Salvadori que falou sobre a possibilidade de
alterações de regimento e definição da instituição que sediará a próxima Reunião. A mesa propôs
que a Reunião passe a deixar de ter abrangência Sul e passe a ser de todo o país, sugerindo que
os locais de realização sejam os locais onde ocorrem pragas de solo. Esta proposta foi posta em
votação e aprovada por unanimidade e deverá fazer parte do regimento. Em função desta
abertura, e conforme vem sendo articulado desde 2009, Lúcia Vivan da Fundação MT se dispôs
a levar a Reunião para o MT. Lúcia confirmou e disse que vem amadurecendo a idéia e que a
Fundação MT aceitou, e falou que decidirão qual o melhor local e citou a possibilidade da
realização da Reunião em Rondonópolis, mas citou que ainda será discutido e decidido, e que
aguardam a todos para o evento. Lúcia também falou de colocarem algumas informações no site
da Fundação MT, e que conta com a ajuda de todos para conseguirem desenvolver bem esta idéia
nos próximos dois anos. O presidente José Maurício Simões Bento agradece a participação de
todos e anuncia o novo título da Reunião que passou a ter abrangência nacional, passando a
chamar-se “REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE PRAGAS DE SOLO”. Não havendo mais nada a
tratar, Eu, Rejane Cristina Roppa Kuss Roggia, Pós-Doutoranda em Entomologia pela
ESALQ/USP, na condição de secretária, lavro a presente ATA, que foi submetida à condição de
anuência da Comissão Organizadora da XII Reunião Sul - Brasileira Sobre Pragas de Solo.
Piracicaba, 14 de novembro de 2011.
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