Aula 03
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Aula 03
INVASÕES BIOLÓGICAS: O PERIGO DA INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Eder Carvalho da Silva Perimar Espirito Santo de Moura Rodrigo Nogueira de Vasconcelos 1 Apis mellifera Quem é Apis mellifera? Abelha - ordem Hymenoptera, família Apidae; Alta sociabilidade Agressividade; Extremamente generalistas; Alimentação: Néctar e Pólen Apis mellifera 2 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 1 Apis mellifera 3 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera 4 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 2 Apis mellifera 5 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera 6 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 3 Apis mellifera 7 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera 8 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 4 Apis mellifera + 100.000,00 INDIVÍDUOS POR NINHO ! 9 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera 10 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 5 Apis mellifera 11 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera 12 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 6 Apis mellifera 13 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Período de Desenvolvimento (dias) Casta Rainha Operária Zangão Ovo 3 Larva Pupa Total 5 7 15 3 5 12 20 3 6,5 14,5 24 14 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 7 Apis mellifera IDADE FUNÇÃO 1º ao 5º dia Limpeza dos alvéolos e de abelhas recém-nascidas. 5º ao 10º Cuidam da alimentação das larvas e produção de geléia real. Produção de cera e construção de favos. 11º ao 20º dia 18º ao 21º dia Defesa da colméia e temperatura na colméia.. controle 22º dia até a morte Coleta de néctar, pólen, resinas e água. da 15 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) ) Apis mellifera Origem: Europa, Ásia e uma parte do norte do continente Africano; Distribuição atual: 16 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 8 Apis mellifera 17 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera RAÇA DISTRIBUIÇÃO Apis mellifera adami Creta Apis mellifera andansonii Costa Oeste da África Apis mellifera anatolica Turquia até Oeste do Irã Apis mellifera armenica Armênia Apis mellifera capennsis Sul da África do Sul Apis mellifera cecropia Sul da Grécia Apis mellifera cypria Mediterrâneo e Sudoeste da Europa Apis mellifera intermissa Líbia até Marrocos Apis mellifera jemenetica Somália, Uganda, Sudão Apis mellifera lamarckii Egito, Sudão e Vale do Nilo Apis mellifera litórea Costa Leste da África Apis mellifera macedonica Norte da Grécia Apis mellifera major Marrocos 18 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 9 Apis mellifera RAÇA DISTRIBUIÇÃO Apis mellifera meda Turquia até Oeste do Irã Apis mellifera nubica África Apis mellifera remipes Região caucasiana Apis mellifera sahariensis Argélia Apis mellifera siciliana Sicília - Itália Apis mellifera syriaca Palestina e Síria Apis mellifera unicolor Madagascar Apis mellifera yementica Yemen e Oman Apis mellifera litorea Costa Leste da África Apis mellifera monticola Tanzânia, em altitude 19 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Introdução no Brasil - 1956 Em 1956, o Ministério da Agricultura do Brasil importou da África do Sul rainhas Objetivo: criar por seleção e melhoramento genético, uma abelha que fosse melhor adaptada ao clima quente e úmido do país A abelha-africanizada Apis mellifera L. scutellata é um híbrido resultante do cruzamento entre linhagens européias e africanas Expansão de cerca de 450 Km/ano 20 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 10 Apis mellifera Abelha-Africanizada Abelha européia sem adaptação satisfatória em termos econômicos Abelha africana tentativa de melhor adaptação e produção 21 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Abelha européia Abelha africana 22 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 11 Apis mellifera Abelha-Africanizada 23 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Motivos do sucesso de Apis mellifera L. scutellata Ausência de predadores naturais; Ausência de competidores; Grande disponibilidade de alimentos encontrados nas culturas agrícolas e no ambiente natural; Elevada capacidade de adaptação a variados ambientes; Taxa reprodutiva superior à maioria das espécies nativas; 24 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 12 Apis mellifera Abelha-Africanizada Problemas relacionados Apis mellifera L. scutellata Economia: danos em culturas agrícolas; Desvalorização da meliponicultura ataques a animais de criação (cordeiros, aves e cães); 25 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Problemas relacionados a Apis mellifera L. scutellata Saúde: podem atacar pessoas e animais com violência, causando grave indução de reações alérgicas ou tóxicas ; 26 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 13 Apis mellifera Abelha-Africanizada Problemas relacionados a Apis mellifera L. scutellata Ecológicos: alteração de processos ecológicos; Extinção de espécies nativas 27 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Problemas relacionados a Apis mellifera L. scutellata ABELHA AFRICANIZADA ABELHAS NATIVAS SOBREPOSIÇÃO DE RECURSO FLORAL 28 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 14 Apis mellifera Abelha-Africanizada Problemas relacionados a Apis mellifera L. scutellata SOBREPOSIÇÃO DE RECURSO FLORAL REDUÇÃO DAS TAXAS DE VISITAÇÃO A FLORES POR ESPÉCIES NATIVAS REDUÇÃO DE RECURSO COLHIDO 29 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Problemas relacionados a Apis mellifera L. scutellata REDUÇÃO DE RECURSO COLHIDO REDUÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA E FECUNDIDADE REDUÇÃO DOS TAMANHOS POPULACIONAIS E EXTINÇÃO 30 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) 15 Apis mellifera Problemas relacionados a Apis mellifera L. scutellata 31 (Gisp, 2005; Paine, 2004; Wilms, et al, 1996) Apis mellifera Abelha-Africanizada Formas de Controle Não existem métodos comprovadamente eficientes. Alternativas: MELIPONICULTURA 32 (GRIFFEN, 1977; IBAMA/MMA, 2006) 16 Apis mellifera 33 (IBAMA/MMA, 2006) Cactoblastis cactorum Quem é Cactoblastis cactorum ? Mariposa - Ordem Lepidoptera, família Pyralidae; Este gênero possui cinco espécies: C. cactorum, C. bucyrus, C. mundelli, C. doddi , C. ronnai; Nativa da América do Sul; Planta hospedeira: Opuntia ssp. 34 (Hight, et all. 2002; Hight, et all.; 2003 Klein, et all; 2006 Habeck & Bennette, 2002) 17 Cactoblastis cactorum 35 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum CICLO DE VIDA 36 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 18 Cactoblastis cactorum Origem: Peru, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Argentina, Sudeste do Brasil ; Distribuição atual: 37 (Hight, et all. 2002; Hight, et all.; 2003 Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum 38 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) 19 Cactoblastis cactorum ROTAS DE INVASÃO 39 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum CONTROLE BIOLÓGICO 40 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) 20 Cactoblastis cactorum ROTAS DE INVASÃO 41 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum IMPACTOS 42 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) 21 Cactoblastis cactorum IMPACTOS 43 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum 44 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 22 Cactoblastis cactorum 45 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003 Klein, et all 2006 Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum 46 (Hight, et all. 2002; Hight, et all.; 2003 Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 23 Cactoblastis cactorum 47 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum 48 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 24 Cactoblastis cactorum 49 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum 50 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 25 Cactoblastis cactorum Uso de Opuntia spp. 51 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum Uso de Opuntia spp. 52 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 26 Cactoblastis cactorum CONTROLE 53 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum CONTROLE 54 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 27 Cactoblastis cactorum CONTROLE 55 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) Cactoblastis cactorum 56 (Hight, et all. 2002; Hight, et all. 2003; Klein, et all 2006; Habeck & Bennette, 2002) 28 57 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Quem é Achatina fulica? Conhecido caramujo Gigante Africano; Pode alcançar 20 cm de comprimento de concha e pesar 200g; Concha: mosqueada com tons de marrom claro e marrom escuro. Achatina fulica (Bowdich, 1822) 58 (Teles et al, 1997; Vasconcellos & Pile 2001) 29 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano 59 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Origem: África Oriental; 60 (Dorst, 1965) 30 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Chegou ao Brasil na década de 80; Como chegou? Oficialmente: Cidade de Curitiba - PA; Primeiros registros: 1988 Itariri-SP; Atualmente ocorre em 23 estados; 61 (Dorst, 1965; Vasconcellos & Pile, 2001; Teles et al, 2004.) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Distribuição espacial de Achatina fulica na Bahia 62 (Conquiliologistas do Brasil, 2006) 31 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Sucesso evolutivo relacionado com: Habito generalista; Pode se alimentar de, pelo menos, 500 espécies de plantas de culturas agrícolas de interesse comercial; Predador e canibal. 63 (Raut & Chose, 1981; Tomiyama & Miyashita, 1992; Raut & Barker, 2002; Teles et al, 2004.) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Elevado potencial reprodutivo; Hermafrodita protândrica com cópula recíproca; Capaz de armazenar esperma, a longo prazo; Um animal adulto realiza em média 5 a 6 oviposições por ano Podendo depositar até 400 ovos por postura; Maturidade: 4 à 8 meses; Longevidade: 3 a 5 anos; Em três anos a descendência potencial de um só individuo pode atingir 8 bilhões. 64 (Raut & Chose, 1981; Tomiyama & Miyashita, 1992; Tomiyama 1993 Raut & Barker, 2002; Teles et al, 2004.) 32 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Alta resistência a variáveis ambientais: Por terem evoluído em borda de florestas; Apresentam uma alta adaptação e resistência a fatores abióticos como temperatura e umidade; Confere-lhe uma vantagem competitiva com caramujos de tamanhos similares 65 (Raut & Chose, 1981; Tomiyama & Miyashita, 1992; Raut & Barker, 2002; Teles et al, 2004.) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Problemas relacionados a Achatina fulica Considerado pela IUCN como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras Agricultura: Devastação de plantações e lavouras comerciais; Destruição de grãos armazenados; Além de hortas e jardins em áreas domiciliares; 66 (Teles et al, 1997; Alowe et al, 2000; Vasconcellos & Pile, 2001) 33 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Problemas relacionados a Achatina fulica Saúde Pública: Envolvida na transmissão de nematódeos (Angiostrongylus sp); A. cantonensis (CHEN, 1935) A. costaricensis (MORERA meningite eosinofílica; e CÉSPEDES, 1971) angiostrongilíase abdominal. 67 (Bender, 2003) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Problemas relacionados a Achatina fulica Saúde Pública: 68 (Bender, 2003) 34 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Problemas relacionados a Achatina fulica Saúde Pública: Conchas viradas podem ser reservatórios de larvas de mosquito da dengue. 69 (IBH-CEDIC; Bender, 2003) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Problemas relacionados a Achatina fulica Meio Ambiente: Introdução de espécies exóticas: Perda de diversidade biológica; Competição por recursos; Muco causando letargia e morte. 70 (Vasconcellos e Pile, 2001; Raut e Barker, 2002) 35 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Formas de Controle Parecer nº 006/03, 17/01/2003 IBAMA Parecer nº 003/03, 20/01/2003 MAPA Erradicação Imediata da Espécie 71 (IBAMA, 2003; MAPA, 2003) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Formas de Controle Introdução de inimigos naturais Gonaxis sp Eugandina rosea 72 (Dorst, 1965; Vasconcellos e Pile, 2001; Raut e Barker, 2002) 36 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Formas de Controle Uso de moluscicidas: Origem química: causam grande impacto; Origem vegetal: timbó, cruapé, tingui, possuem atividade moluscicida; Uso justificado para pequenos focos. 73 (Dorst, 1965; Vasconcellos e Pile, 2001; Raut e Barker, 2002) Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Formas de Controle Coletas manuais - Medidas a serem obedecidas: Apenas adultos treinados devem recolher os caramujos; Recolher sempre utilizando luvas descartáveis; Os animais recolhidos devem ser incineradas; Os restos devem ser enterrados; Não deixe pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos, madeiras, lixos em geral espalhados no quintal. 74 (Dorst, 1965; Vasconcellos e Pile, 2001; Raut e Barker, 2002) 37 Achatina fulica Caramujo Gigante Africano Formas de Controle Coletas manuais; 75 (Dorst, 1965; Vasconcellos e Pile, 2001; Raut e Barker, 2002) Sus scrofa Javali Europeu Quem é Sus scrofa? Mamífero da ordem Artiodactyla, família Suidae; Robusto; Pelagem entre o cinza e o preto, com variações para o marrom ou o castanho escuro; Sus scrofa (Linnaeus 1758) Não ruminantes e onívoros; 76 (IBAMA/MMA, 2006) 38 Sus scrofa Javali Europeu 77 (IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu Origem: Europa, Ásia e uma parte do norte do continente Africano; Distribuição atual: 78 (Giuffra et al, 2000; IBAMA/MMA, 2006) 39 Sus scrofa Javali Europeu Introdução na América do Sul data de 1904 e 1906; Indivíduos trazidos da Europa para a Província de La Pampa na Argentina; Ano seguinte: primeiras populações asselvajadas; Entre 1920 e 1930, javalis cruzaram os Andes, invadindo o Chile; 1928 foram levados para o Departamento de Colônia, no Uruguai com propósitos cinegéticos. 79 (Jaksic, 1998; Jaksic et al. 2002; Merino & Carpinetti, 2003; IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu No Brasil: Primeiro: invadiram pela fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul com o Uruguai, motivados pela diminuição de alimento; Segundo: na década de 90, resultante dos animais oriundos de fugas ou solturas de criadouros (sul e sudeste do país); Atualmente: RS, SC, PR, SP, MG, MS, MT, GO e recentemente no sul da Bahia; Populações de javalis que ocorrem no Brasil são todos híbridos. 80 (Jaksic, 1998; Jaksic et al. 2002; Merino & Carpinetti, 2003; IBAMA/MMA, 2006) 40 Sus scrofa Javali Europeu No Brasil: 81 (Jaksic, 1998; Jaksic et al. 2002; Merino & Carpinetti, 2003; IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu Motivos do sucesso de Sus scrofa Ausência de predadores naturais; Grande disponibilidade de alimentos encontrados nas culturas agrícolas e no ambiente natural; Cruzamento com porcos domésticos e criação de híbridos; 82 (Choquenot, et al, 1996; Oliver & Brisbin, 1993; Issg, 2000; IBAMA/MMA, 2006) 41 Sus scrofa Javali Europeu Motivos do sucesso de Sus scrofa Possuem um faro muito apurado e aprendem rapidamente a evitar o homem e suas armadilhas; Elevada capacidade de adaptação a variados ambientes; Taxa reprodutiva superior à maioria ungulados silvestres; 83 (Choquenot, et al, 1996; Oliver & Brisbin, 1993; Issg, 2000; IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu Problemas relacionados a Sus scrofa Considerado pela IUCN como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras Economia: danos em culturas agrícolas; ataques a animais de criação (cordeiros, aves e cães); transmissão de doenças para animais (febre aftosa, cisticercose doenças dos cascos e da boca e raiva silvestre); Sindicato Rural de Herval-RS: R$ 4.320.000,00 o prejuízo anual. 84 (Choquenot, et al, 1996; Oliver & Brisbin, 1993; Issg, 2000; IBAMA/MMA, 2006) 42 Sus scrofa Javali Europeu Problemas relacionados a Sus scrofa Saúde: transmissão de doenças para humanos (a leptospirose, teníase, cisticercose e a raiva silvestre); podem atacar pessoas e animais com violência quando acuados, causando graves ferimentos ou até a morte; 85 (Choquenot, et al, 1996; Oliver & Brisbin, 1993; Issg, 2000; IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu Problemas relacionados a Sus scrofa Ecológicos: dispersão de plantas daninhas; alteração de processos ecológicos; impactos na regeneração de espécies ameaçadas como a araucária e a imbúia. 86 (Choquenot, et al, 1996; Oliver & Brisbin, 1993; Issg, 2000; IBAMA/MMA, 2006) 43 Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Não existem métodos comprovadamente eficientes. Alternativas: Caça realizada com o auxílio de cães treinados; Abate direto a partir de helicópteros; Envenenamento utilizando o composto 1080 (fluoro-acetato de sódio); Armadilhas e cercas tem sido utilizadas em parques nacionais e áreas remotas. 87 (GRIFFEN, 1977; IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Portaria Ibama no 7 de 26/01/1995: Autoriza a caça amadorista do javali, por 3 meses e meio, em caráter experimental em algumas cidades do RS. 26 javalis; Sem sucesso devido a falta de experiência na caça do javali; Portaria Ibama no 138 de 14/10/2002: Autoriza a captura e o abate do javali por um ano em municípios do RS. 510 javalis foram oficialmente abatidos na temporada; 88 (IBAMA/MMA, 2006) 44 Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Instrução Normativa Ibama no 25 de 31/03/2004: Autoriza o controle do javali, por meio da captura e do abate, pelo período de 1 ano, em municípios do RS. 827 javalis. Instrução Normativa Ibama no 71 de 04/08/2005: Autorizado o manejo do javali para o controle populacional em todo o Estado do Rio Grande do Sul, por tempo indeterminado. 89 (IBAMA/MMA, 2006) Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Implantação de normas especificas nos outros estados; Problemas: pessoas ou entidades ligadas aos movimentos de proteção dos animais; mercado informal voltado para as caçadas, que aumenta o interesse na manutenção do animal livre na natureza; depois de instalada, uma população de javalis dificilmente será erradicada. Será que vale controlar? (IBAMA) 90 (IBAMA/MMA, 2006) 45 Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Armadilhas com ceva Armadilhas com porca no cio 91 Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Caça com cães 92 46 Sus scrofa Javali Europeu Formas de Controle Abate: 93 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Características do Cerrado; Assentado sobre o Planalto Central Brasileiro; Clima tropical úmido (clima savânico); Solos apesar de serem quimicamente pobres e inférteis, possuem uma boa estrutura física; Relevo predominantemente plano ou suavemente ondulado; 94 (Walter 1986; Camargo 1971; Ab´Saber 1971; Pivello, 2005) 47 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Características do Cerrado; 95 (Walter 1986; Camargo 1971; Ab´Saber 1971; Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Características do Cerrado; Fisionomias do cerrado: sensu lato - campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado sensu stricto e cerradão; 96 (Coutinho 1978; Pivello, 2005) 48 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Características do Cerrado; Biodiversidade do Cerrado; Têm sido registradas mais de 6.000 espécies de plantas vasculares e cerca de 1.270 espécies de vertebrados terrestres; O alto grau de endemismo: 44% para plantas vasculares, 30% para anfíbios, 20% para répteis, 12% para mamíferos e 1,4% para aves; 97 (Mendonça et al. 1998; Myers et al. 2000; Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Ameaças ao Cerrado: Monoculturas e pecuária; Invasões Biológicas. Praticamente todas as unidades de conservação que visam a proteção do cerrado encontram-se atualmente invadidas por espécies exóticas. 98 (Mendonça et al. 1998; Myers et al. 2000; Pivello, 2005) 49 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Espécies de gramineas mais utilizadas nas pastagens Melinis minutiflora (Capim gordura); Hyparrhenia rufa (capim jaraguá); Panicum maximum (capim colonião); Brachiaria spp. (braquiárias). Invasoras mais agressivas do cerrado. 99 (Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Condições ecológicas semelhantes às de seus habitats de origem (savanas africanas); Biologia apropriada; Rápida re-colonização de áreas queimadas e/ou perturbadas; 100 (Pivello, 2005) 50 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Biologia das gramíneas: são heliófilas; possuem metabolismo C4, sendo adaptadas para colonizar áreas abertas e ensolaradas; têm alta eficiência fotossintética e na utilização dos nutrientes; sobrevivem em solos menos férteis; 101 (Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Biologia das gramíneas: apresentam altas taxas de crescimento, rebrotamento e regeneração. alta tolerância ao desfolhamento e à herbivoria; eficiência reprodutiva: ciclo reprodutivo rápido, intensa produção de sementes com alta viabilidade, alta capacidade de dispersão por sementes anemocóricas e por reprodução vegetativa, à alta capacidade de germinação; 102 (Pivello, 2005) 51 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Caracterizam um comportamento oportunista; Competir com vantagem e deslocar espécies nativas do cerrado; Impactam o ecossistema como um todo; 103 (Coutinho 1982; Baruch et al. 1985; D Antonio & Vitousek 1992; Freitas 1999; Pivello et al. 1999a; Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Problemas relacionados Perda direta da biodiversidade vegetal; Descaracterizam as fisionomias e modificando sua estrutura; Podem alterar o regime de fogo das áreas invadidas; Facilitando a ocorrência de grandes incêndios. Alteram processos vitais, como o ciclo de nutrientes. 104 (Hughes et al. 1991; D Antonio & Vitousek 1992; Asner & Beatty 1996; Pivello, 2005) 52 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Problemas relacionados A fauna também pode ser afetada: Por exemplo: patativa-verdadeira (Sporophila plumbea) - ave típica de beira de mata e vegetação ribeirinha; Come sementes de gramíneas, mas não das gramíneas invasoras; Encontra-se hoje em perigo de extinção local. 105 (Develey et al. (no prelo); Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Problemas relacionados 106 (Develey et al. (no prelo); Pivello, 2005) 53 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Problemas relacionados Ainda são escassas as pesquisas que diagnostiquem os efeitos dessas invasões biológicas no cerrado; Cerrado de Emas (Pirassununga, SP): Das 52 espécies herbáceas amostradas, duas gramíneas africanas - Melinis minutiflora e Brachiaria decumbens estiveram entre as quatro espécies mais freqüentes e abundantes na comunidade. 107 (Pivello et al. 1999a, 1999b) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Como lidar com as invasoras Os estudos até agora realizados com gramíneas africanas no Brasil tiveram o enfoque pecuarista. Com o objetivo de aumentar a produtividade e o vigor; O inverso dos objetivos conservacionistas. 108 (Pivello, 2005) 54 Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Como lidar com as invasoras Fazendo-se o manejo de populações e comunidades: desfavorecer a espécie invasora e/ou favoreçam as nativas; por meio de técnicas: mecânicas (arranquio, o corte raso, o sombreamento e a queima), químicas (herbicidas de baixo efeito residual), biológicas (parasitas (bactérias, vírus inoculados) ou insetos predadores; Gado (sobrepastejo)); 109 (Pivello, 2005) Gramíneas Africanas: As Grandes Vilãs dos nossos Cerrados Como lidar com as invasoras Por meio do manejo de habitats; onde são centrados esforços na recuperação do habitat afetado; Pelo manejo da paisagem; aplicando-se medidas que alterem os usos das terras ou as relações espaciais entre os elementos da paisagem; 110 (Pivello, 2005) 55 Melinis minutiflora 111 Hyparrhenia rufa 112 56 Panicum maximum 113 57