As principais doenças e lesões sofridas por um cavalo de CCE
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As principais doenças e lesões sofridas por um cavalo de CCE
MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO AS PRINCIPAIS DOENÇAS E LESÕES SOFRIDAS POR UM CAVALO DE CCE Por 1° TEN CAV JUNIO BERNARDO CAIUBY Rio de Janeiro 2003 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO AS PRINCIPAIS DOENÇAS E LESÕES SOFRIDAS POR UM CAVALO DE CCE Por 1° TEM CAV JUNIO BERNARDO CAIUBY Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de instrutor de equitação, Curso de Instrutor de Equitação, da Escola de Equitação do Exército Brasileiro. Orientador: Cap Cav Eduardo Xavier Ferreira Migon Rio de Janeiro 2003 Á minha Esposa e Família, com todo carinho e amor. “ Deus primeiramente Criou o Homem e a Mulher. Depois criou o Cavalo, com a força do Homem e a beleza da Mulher.” “Onde encontrar no mundo beleza que não seja vaidade, nobreza que não seja arrogância, amizade que não seja inveja. Se no trabalho é lealdade, sua fidelidade não é jamais escrava. Se nós somos seus herdeiros, ele é a nossa única herança: O Cavalo” RESUMO O presente trabalho aborda as doenças que acometem os cavalos em geral, quando encontram-se estabulados e sobretudo as lesões sofridas por cavalos que praticam esportes, notadamente aqueles que participam do Concurso Completo de Equitação - CCE . Buscou enfatizar o esporte olímpico através do Concurso Completo de Equitação e o modelo ideal de cavalo. Observou-se as principais doenças que acometem os cavalos em geral, sobretudo aqueles que participam de CCE, ocasionadas pela estabulação incorreta, os problemas de saúde correlacionados ás lesões de membros locomotores de cavalos jovens e problemas musculoesqueléticos em cavalos de qualquer idade. Buscou-se sistematizar a temática específica das lesões em animais de Concurso Completo de Equitação - CCE objetivando, preveni-las e tratá-las com processos fisioterápicos adequados e assim, contribuir para esclarecer e incentivar este tipo de esporte na Escola de Equitação do Exército SUMÁRIO CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO......................................................................................... 1 CAPÍTULO II – AS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE ACOMETEM UM CAVALO ESTABULADO............................................................................................... 2 2.1. DOENÇAS CAUSADAS PELA ESTABULAÇÃO INCORRETA.......................... 2 2.2. CROPOFAGIA............................................................................................................. 3 2.3. SÍNDROME CÓLICA................................................................................................. 2.4. GEOFAGIA.................................................................................................................. 3 4 2.5. AEROFAGIA............................................................................................................... 4 2.6. HIGROMA DE CODILHO OU CODILHEIRA......................................................... 5 2.7. PODRIDÃO DA RANILHA........................................................................................ 5 2.8. DEFEITOS DE APRUMOS......................................................................................... 5 2.9. MANQUEIRA.............................................................................................................. 6 2.10. DESIDRATAÇÃO................................................................................................................. 7 CAPÍTULO III – LESÕES DOS MEMBROS LOCOMOTORES EM CAVALOS DE CCE 9 3.1. PROBLEMAS LOCOMOTORES TÍPICOS DO CAVALO JOVEM................................ 10 3.2. PROBLEMAS MUSCULOESQUELÉTICOS OCORRENDO EM CAVALO DE QUAL QUER IDADE...................................................................................................................... 12 3.3. PROBLEMAS ARTICULARES........................................................................................... 12 3.4. PROBLEMAS DE TENDÃO................................................................................................ 13 3.5. PROBLEMAS DOS LIGAMENTOS.................................................................................... 14 3.6. PROBLEMAS DO CASCO................................................................................................... 14 CAPÍTULO IV – MEDIDAS PREVENTIVAS E FISIOTERÁPICAS........................................ 15 4.1. O EXAME SUPERFICIAL DIÁRIO COMO PREVENÇÃO.............................................. 15 4.2. PREVENINDO A DESIDRATAÇÃO...................................................................................... 17 4.3. MEDIDAS FISIOTERÁPICAS........................................................................................................18 CAPÍTULO V – CONCLUSÕES................................................................................................ 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................... 24 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO O cavalo, assim como o homem, é considerado um animal de caráter gregário (que vive em grupos). As pessoas que criam ou trabalham com cavalos podem, com certeza, observar e interagir, comparando as diferenças existentes no comportamento de um cavalo solto, exclusivamente no pasto e um cavalo mantido estritamente sob o regime de estabulação. O presente trabalho objetiva abordar as doenças que acometem os cavalos em geral, quando encontram-se estabulados e sobretudo as lesões sofridas por cavalos que praticam esportes, notadamente aqueles que participam do Concurso Completo de Equitação - CCE - , uma modalidade olímpica tradicional, praticada por civis e militares. Para alcançar o objetivo proposto foi realizada pesquisa bibliográfica em bibliotecas especializadas e em “sites” da Internet, numa revisão de literatura pertinente ao assunto. Os dados coletados foram registrados na forma de fichamento, considerando-se os conceitos de diferentes autores, sobre o tema pesquisado. Este estudo encontra-se estruturado em cinco capítulos: a introdução, na qual destaca-se o objetivo da monografia, conclusão. O Capítulo II a apresentação dos demais capítulos e a aborda as principais doenças que acometem os cavalos ocasionadas pela estabulação incorreta , o Capítulo III aborda os problemas de saúde correlacionados ás lesões de membros locomotores de cavalos jovens, problemas musculoesqueléticos em cavalos de qualquer idade, problemas articulares, de tendões e ligamentos, que acometem os cavalos em geral, sobretudo aqueles que participam de CCE, O Capítulo IV aborda as medidas preventivas e os procedimentos fisioterápicos aplicados a cavalos de esporte, principalmente os de CCE e o Capítulo V encerra com uma breve conclusão. CAPÍTULO II AS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE ACOMETEM UM CAVALO ESTABULADO 2.1. DOENÇAS CAUSADAS PELA ESTABULAÇÃO INCORRETA Há muito tempo, o homem via no cavalo um animal belo, empolgante, atraente, útil e ainda com um bom valor comercial. A idéia de criar cavalos não é recente, porém as técnicas de manejo e criação vêm sendo aperfeiçoadas e modificadas, nem sempre resultando em maior bem-estar para o animal. Nos primórdios da humanidade , os cavalos viviam soltos, livres pelos campos, selvagens. Faziam seus próprios grupos, escolhiam os seus líderes e a seleção se dava por conta da natureza que, sempre de forma justa, permitia a sobrevivência daqueles que mereciam, criando obstáculos e dificuldades que somente os melhores conseguiam ultrapassar. 1º Ten Vet Helder Fallante (2003) Para o 1º Ten Vet Helder Fallante (2003), com o advento da eqüinocultura no mundo, o homem quebrou em parte, senão totalmente, este tipo de seleção natural. A eqüinocultura também chegou ao Brasil e ocupou grande parte do nosso território, principalmente com a raça Mangalarga Machador que, a cada dia, ganha mais adeptos. Atualmente, em nosso meio, é praticamente impossível criar cavalos selvagens, uma vez que se tornaram animais “frágeis”, cada vez mais dependentes dos cuidados humanos (Fallante (2003).. A estabulação, prática de se criar animais em estábulos, que a maioria dos criadores não têm como evitar, se não for bem acompanhada, pode prejudicar o animal. A seguir, algumas doenças comuns dos eqüinos, ocorridas em virtude da estabulação incorreta. 2.2. CROPOFAGIA A cropofagia é o ato vicioso que os animais adquirem de comer suas próprias fezes. Em potros recém-nascidos é muito comum este hábito, pois estão formando naturalmente sua flora intestinal quando comem as fezes dos animais adultos, apesar da contra-indicação de estarem contraindo larvas e ovos de vermes. Em animais adultos acarreta conseqüências como a Síndrome Cólica (Fallante, 2003). 2.3. SÍNDROME DE CÓLICA Para Cicco (2003) as cólicas são resultantes de doenças do aparelho digestivo ou de outros órgãos e, são classificadas como verdadeiras e falsas. As cólicas verdadeiras são causadas por doenças dolorosas do estômago e intestinos, com defecação anormal. As falsas cólicas são oriundas de enfermidades do peritônio, baço, rins, órgãoes internos, assim como de doenças infectuosas ou intoxicações alimentares. Como o cavalo tem um estômago pequeno, que exige rações frequentes e pouco volumosas, a maioria dos casos de cólicas tem origem em uma irregularidade na alimentação. Os ataques de cólicas surgem como conseqüência de alterações bruscas na qualidade de alimentos, irregularidade na distribuição da ração, alimentos finamente moídos, refeição imediatamente antes da entrada no trabalho e abeberamento depois da refeição e alimentos deteriorados ( Cicco, 2003). Segundo Cicco (2003) existem dois tipos de cólica: a espamódica e a flatulenta. Espamódica - a dor é contínua, de maneira que, entre os ataques, o cavalo pode mostrar aparência normal. Durante o ataque, os principais sintomas são os seguintes: o animal deita-se e levanta-se; retorce-se no solo; dá cabeçadas na barriga; dá patadas e transpira profundamente; apresenta a boca seca e conjuntiva injetada; à medida que o mal progride, os períodos de calma vão se tornando mais curtos e os espasmos mais intensos. Flatulenta - que resulta da distensão do estômago ou intestino pelos gases produzidos em excesso pela fermentação dos alimentos, mostra estes sintomas: dor contínua, porém, pouco intensa; o abdome apresenta-se distendido e o animal muda constantemente de posição, com vontade de deitar-se mas com medo de fazê-lo. O tratamento da cólica, de acordo com Cicco (2003) é feito com a finalidade de eliminar a causa e aliviar a dor. O animal deve ser colocado numa baia, sem comida. Em seguida o médico veterinário deve ser comunicado para que possa aplicar a medicação correta. No Regimento Escola de Cavalaria (REsC), unidade onde são registrados em média mais de 200 casos de síndrome cólica por ano, a casuística desta síndrome vem sendo acompanhada. (Cap QCO/Vet José Roberto Pinho de Andrade Lima, 2003). A síndrome cólica é muito complexa, sendo que os fatores determinantes são, entre outros, o clima, o regime alimentar e o regime de trabalho dos eqüinos. Estas conclusões são o fruto das observações já realizadas e concordam com as publicações mais recentes sobre o tema. A prevenção e o controle desta enfermidade dependem de profundas mudanças estruturais, assim como da participação efetiva de todos os agentes envolvidos. Cap QCO/Vet José Roberto Pinho de Andrade Lima, 2003). 2.4. GEOFAGIA A Geofagia é o hábito adquirido pelo animal de comer terra, areia ou cama da baia. Também poderá causar a Síndrome Cólica (Fallante, 2003). 2.5. AEROFAGIA A aerofagia é o vício adquirido pelo eqüino de engolir ar. Este processo faz com que o animal apoie os incisivos em superfícies duras, causando hiperplasia das primeiras critas palatinas (céu da boca), formando assim uma superfície mais alta do que a mesa dentária, o que também é chamado de travagem. Com isso o animal é impedido de se alimentar normalmente, causando sérios prejuízos a sua saúde, como o emagrecimento progressivo e a cólica gasosa. A colocação de coleiras permanentes pode amenizar. Em casos mais graves a aerofagia só é controlada com a cirurgia, com a qual os músculos do pescoço do animal são seccionados, impossibilitando-o de engolir ar (Fallante, 2003). 2.6. HIGROMA DE CODILHO OU CODILHEIRA A higroma de codilho ou codilheira é uma afecção que aparece quando o animal vive em baias com cama não apropriada e/ou usa ferraduras que possam traumatizar a região do codilho quando o animal se deita. Com o traumatismo leve e freqüente nessa região há uma irritação crônica. Geralmente não causa claudicação do membro afetado. O tratamento é simples e o prognóstico é favorável quando o problema é detectado no início. (Fallante, 2003). 2.7. PODRIDÃO DA RANILHA As baias úmidas e sujas podem ser meio favorável ao cultivo de fungos e bactérias causadores dessa enfermidade. Essa afecção causa prejuízo à performance do cavalo e perda da função da ranilha, que é muito importante para a vida do casco. O uso de produtos adequados e o combate à causa podem solucionar o problema (Fallante, 2003). 2.8. DEFEITOS DE APRUMOS O aprisionamento intensivo, principalmente em animais em fase de crescimento, traz graves defeitos de aprumos, uma vez que os exercícios diários são fundamentais, não só para os problemas de aprumos como para todo o organismo. Todo animal deve passar uma boa parte do dia solto, de preferência pela manhã, quando os raios solares são benéficos. Os animais mais velhos, que não servem mais para o trabalho, reprodução, esporte ou qualquer outra atividade eqüestre, também não devem ser confinados em baias. (Fallante, 2003). 2.9. MANQUEIRA Segundo Silva et al (1995) a manqueira é um dos mais graves problemas que acometem o cavalo, por isto, tem merecido uma grande atenção ao longo dos anos, tanto por médicos veterinários quanto por cavaleiros e criadores, e por pessoas que se apaixonaram por estes belos animais. Para Silva et al. (1995), mundialmente, no campo da pesquisa científica, tem-se procurado veementemente razões convincentes para os males relacionados às extremidades dos membros anteriores e posteriores do cavalo. Estas investigações, Silva et al. (1995) sempre deram maior atenção às estruturas do aparelho locomotor como o casco, as articulações, os tendões e os ligamentos, principalmente dos joelhos e do jarrete para baixo. A partir de 1980, iniciou-se na Vila Militar do Rio de Janeiro uma nova era de pesquisa relacionada às investigações do sistema circulatório, fato este que culminou na elaboração de trabalhos científicos publicados e apresentados em congressos. Isto se deu ao grande estímulo dado pelo mestre professor Lazzere, quando nos ministrou o curso de podologia elaborado pelo Exército. Nesta época, fizemos várias avaliações do sistema circulatório dos cavalos que apresentavam manqueiras, e constatamos clinicamente que alguns destes animais apresentavam falhas deste sistema. (Silva et al. 1995) Com o avanço de nossos estudos, começamos a desenvolver técnicas especiais capazes de visualizar os vasos sanguíneos através de radiografias, denominadas angiografias. Nestes estudos, pudemos constatar que muitos dos cavalos que apresentavam manqueira tinham seus vasos obstruídos, principalmente entupimentos dos vasos que levam o sangue para o corpo, as artérias. Os exames angiográficos requerem, inicialmente, a indicação do médico veterinário e constituem-se da injeção de meio contrastante em um determinado vaso sangüíneo que foi previamente cateterizado (cateterismo), podendo-se, então, fazer tomadas radiográficas daquela parte do corpo submetida ao estudo, visualizando-se, assim, a passagem do contraste nos vasos normais e detectando-se as alterações encontradas. (Silva et al. 1995 2.10. DESIDRATAÇÃO Conforme Ricardo Ávila (1999),Água, a molécula mais abundante no corpo, representa aproximadamente 98,4% da composição molar do corpo, o que significa entre 65% e 70% da massa total do cavalo.A água corpórea (ACT) pode variar entre as espécies, com a idade, sexo, estado nutricional, e fatores ambientais.Num cavalo saudável 50% da água está dentro das células, 15% está no espaço intersticial (área entre as células) e 5% no plasma. Não menos que 1% das moléculas do corpo são eletrólitos, e somente 0,3% das moléculas são sais de Sódio e Potássio São três os principais mecanismos que o cavalo usa para se libertar do excesso de calor produzido durante o exercício físico (mecanismos termoreguladores): 1. a respiração rápida 2. a redistribuição da circulação sanguínea para a pele 3. transpiração. a Nos cavalos a respiração contribui para a libertação de apenas cerca de 20% do calor total, sendo a transpiração e a redistribuição sanguínea os principais mecanismos de dissipação de calor. A perda de água por sudorese pode variar durante a prova devido a vários fatores: distância, velocidade, relevo, clima e a individualidade do cavalo. A combinação desses fatores é determinante para o sucesso ou para o fracasso numa prova. Baseando-se na produção de calor metabólico durante uma prova de intensidade moderada, e na eliminação desse calor pelo resfriamento causado pelo suor, estima-se uma necessidade de 15 litros de água por hora, para dissipar o calor produzido. Cavalos em provas com temperaturas elevadas podem perder essa quantidade, ou mais, em uma hora de competição. Em condições menos estressantes, essa perda pode variar entre 6 e 12 litros por hora. É lógico que, se a prova for de longa duração, a perda por sudorese não irá continuar na mesma razão. Porém, há casos de déficit acima de 40 litros (10% do peso). É muito importante não subestimar a rapidez com que ocorre a perda de fluidos. Sinais clínicos de desidratação começam a aparecer num nível de 4% a 5% de peso perdido (representando de 16 a 20kg para um cavalo de 400kg). Se um cavalo de CCE, por exemplo, perde 15 litros de água em uma hora, sob calor, então o nível de desidratação de 4% a 5% pode ser esperado em uma hora. Se a prova continuar por mais 1 hora, este cavalo entrará num quadro de desidratação severa (9% - 10%). Portanto, nos casos de provas prolongadas, principalmente no calor, os fluidos precisam ser repostos a cada 2 horas no máximo. A composição eletrolítica do suor do cavalo é difícil de ser mensurada. Com a perda de suor, a perda de eletrólitos depende da individualidade do cavalo e das condições em que está ocorrendo esta perda. Contudo, a maioria das pesquisas disponíveis indicam que o suor do cavalo é hipertônico em relação ao plasma, ou seja, tem maior concentração de minerais do que o plasma sangüínea, sendo o Cloro e Sódio o principais responsáveis por esta hipertonicidade. O principais eletrólitos perdidos com suor são o Sódio, Potássio e Cloro; em menores quantidades temos o Magnésio e o Cálcio. É importante ressaltar que, na perda de eletrólitos pelo suor, o déficit de Cloro é tão grande quanto o de Potássio e Sódio. Esta perda de Cloro pode resultar numa hipocloremia (deficiência de cloro no sangue) durante a prova. A hipocloremia está associada ao desenvolvimento de alcalose metabólica (desequilíbrio do pH, que fica mais alcalino do que o normal), que é o distúrbio mais comum em provas prolongadas. Embora a perda de Sódio seja grande no suor, isto não altera substancialmente sua concentração no plasma, porque a diferença entre eles é discreta (não quer dizer que o Sódio não deva ser reposto!). Mesmo que a concentração de Sódio e Cloro no suor esteja entre 10% e 50% maior que no plasma respectivamente, a concentração de Potássio é muito maior. A perda de Potássio durante provas prolongadas resulta numa hipokalemia, (deficiência de potássio no sangue), que pode ser o resultado da perda de suor e da mobilização de Potássio intracelular devido à alcalose metabólica. No CCE (eventos de 3 dias) a hiper hidratação pode ser benéfica no início do 2º dia de prova. A hiper hidratação pode ser feita com soluções hipotônicas ou isotônicas num volume por volta de 4% do peso, 90 minutos antes do início da prova. A ração pode ajudar na reposição de eletrólitos e no mecanismo que dispara a sede. Quando for possível, deve-se encorajar o cavalo a beber fluidos isotônicos ou, quando não, a utilização da via nasogástrica é uma alternativa viável. CAPÍTULO III LESÕES DOS MEMBROS LOCOMOTORES EM CAVALOS DE CCE Os eqüinos modernos possuem impressionante capacidade de se adaptar aos diversos ambientes e situações impostos pelo homem. A figura do cavalo, que anteriormente estava associada às necessidades do homem, está hoje muito mais ligada aos esportes e ao lazer, principalmente em países desenvolvidos, e como o cavalo confere status e ostentação ao seu proprietário, esta situação deve permanecer por muito tempo. Para Lewis (1985) , face à sua inter-relação com o ser humano, os eqüinos ficam sujeitos aos caprichos do homem que, alterando seu habitat e modo de viver, acaba por provocar problemas comportamentais que muitas vezes são irreversíveis. Estas modificações podem ocorrer por causas psicológicas, fisiológicas e como conseqüência da seleção genética. O comportamento de um animal é determinado pelas particularidades de construção do seu organismo e está intimamente relacionado com a capacidade funcional do sistema nervoso central, dos órgãos sensoriais, das glândulas endócrinas, do aparelho locomotor e do sistema digestivo. O desempenho dos diversos sistemas e com isto as peculiaridades comportamentais ligadas à espécie são determinados em grande parte geneticamente, mas podem ser modificados até certo grau pelo meio ambiente. (Lewis, 1995, p. 23) Em virtude de determinadas atividades que são levados a praticar, e também em função da alimentação e da própria constituição física (genética) os cavalos em geral e, sobretudo os cavalos de CCE podem sofrer lesões dos membros locomotores. A seguir serão apresentados os problemas relativos aos membros locomotores de cavalos jovens, cavalos de qualquer idade, problemas articulares, problemas de tendão, ligamentos e cascos, segundo os estudos de Leschonski (1999). 3.1. PROBLEMAS LOCOMOTORES TÍPICOS DO CAVALO JOVEM 1. Deformidades angulares dos membros: são causadas por crescimento desigual dos membros. Tratamento por casqueamento ou cirurgia, dependendo do caso. Para a normalização, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível. 2. Epifisite: é o aumento da placa de crescimento dos ossos longos, geralmente associado a alimentação excessivamente rica. 3. Fraqueza dos tendões flexores: presente nos recém-natos, pode envolver os quatro membros ou apenas os posteriores. Geralmente tem resolução espontânea. 4. Deformação congênita do aparelho flexor: os potros são incapazes da extensão completa da articulação afetada; pode ser congênita: secundária ao mal posicionamento do feto na gestação, ou a predisposição genética. Deformação adquirida: é derivada de dor crônica que leva a menor apoio do membro; a dor pode ser causada por Epifisite ou doenças infecciosas, entre outras. Pode exigir terapia, tal como colocação de aparelhos ortopédicos ou mesmo cirurgia. 5. Ruptura do tendão extensor digital comum: presente no parto, nem sempre reconhecida, manifestando-se por inchaço na parte cranial do corpo. Costuma se resolver com tratamento ortopédico. 6. Lesões da epífise: são traumas na placa de crescimento dos ossos longos, podendo resultar em irregularidade no crescimento daquele osso, resultando em claudicação crônica. 7. Artrite/epifisite infecciosa: infecção bacteriana de uma ou mais articulações, por vezes secundária à contaminação do coto umbilical. Pode resultar em septicemia (infecção generalizada) e morte do potro. 8. Osteocondrose: é a disfunção da cartilagem de crescimento, podendo resultar em osteocondrite dissecante (OCD), provavelmente relacionada a fatores nutricionais 9. Ossificação incompleta do carpo e/ou tarso: são fatores de deficiência nutricional ou predisposição individual podem resultar em deformidades angular ou de flexionamento em carpo ou tarso, que mais tarde resultam em deficiência de aprumo acompanhada ou não de claudicação (ex.: jarrete de vaca). Pode ser corrigido por medidas ortopédicas. 10. Exostose hereditária múltipla: é a presença de sobreossos múltiplos nos diversos ossos do corpo. Condição hereditária, nem sempre associada a claudicação, porém prejudicial do ponto de vista estético e às vezes funcional, dependendo da localização do sobreosso. Não há tratamento conhecido. 3.2. PROBLEMAS MÚSCULOESQUELÉTICOS OCORRENDO EM CAVALOS DE QUALQUER IDADE 1. Osteíte, osteomielite, sequestro ósseo: são condições inflamatórias do osso, geralmente provocada por infecção secundária a trauma (contaminação). Exige tratamento local e as vezes sistêmico. Se evoluir para osteomielite, o prognóstico passa a ser reservado. 2. Osteodistrofia fibrosa (cara inchada): é a disfunção generalizada causada pela deficiência de cálcio associada ao excesso de fósforo na dieta, levando à desmineralização óssea. 3. Fraturas: geralmente causam claudicação e edema do membro afetado. Tratamento c cura dependem da idade do animal, localização da fratura, presença de comprometimento articular, bem como diagnóstico e tratamento precoces. Existem inúmeros tipos de fraturas, cuja gravidade e tratamento depende do osso onde ocorrem, região afetada do mesmo, e causa da fratura. 3.3. PROBLEMAS ARTICULARES 1. Ovas: é o aumento crônico de volume da articulação, de etiologia exata desconhecida porém geralmente associada a atividade intensa. Pode ter relação com deficiência de conformação. Geralmente não ocorre manqueira. 2. Sinovite traumática: são consequências de traumatismo articular, geralmente em carpo e boletode cavalos de corrida jovens. Pode estar associada a aumento de volume ósseo. Corresponde bem a uma combinação de repouso, tratamento típico e fisioterapia. 3. Entorses e luxações: causa traumática. Entorse é a ruptura total ou parcial dos ligamentos de uma articulação; na luxação, ocorre o deslocamento total ou parcial dos componentes da articulação. No deslocamento parcial (subluxação), o tratamento pode ser conservativo, enquanto que nas luxações completas, o tratamento é geralmente cirúrgico. 4. Doença articular degenerativa: é a deterioração progressiva cartilagem articular, acompanhada de proliferação óssea na região. Origem infecciosa ou traumática, neste caso, pode ser aguda ou crônica (desgaste acumulado). 3.4. PROBLEMAS DE TENDÃO 1. Tendinite: é inflamação do tendão, secundária a exercício excessivo ou trauma. Mais frequente no tendão flexor digital superficial em cavalos de atividade intensa. Corresponde a uma ruptura das fibrilas do tendão, que pode ser parcial ou total. 2. Tenosinovite: é inflamação da membrana que reveste o tendão, podendo ser ideopática (sem causa definida), aguda, crônica ou infecciosa. 3. Laceração da bainha do tendão: traumatismo rompendo a bainha que envolve o tendão. O tratamento pode exigir imobilização por gesso, além de medicação para evitar infecção secundária. 4. Luxação do tendão: é o deslocamento do tendão flexor digital superficial do posterior, geralmente secundária a traumatismo do jarrete. Requer tratamento cirúrgico. 5. Ruptura traumática do tendão: é mais comum no membro posterior. Requer repouso completo e às vezes correção cirúrgica 6. Ruptura degenerativa do tendão: as diversas causas degenerativas que podem comprometer os tendões incluem infecção, complicações do mal do navicular, ou secundária à neurectomia. O tratamento nem sempre é bem sucedido. 7. Corte do tendão: o trauma cortante é bastante comum, geralmente causado por arame. Limpeza completa e frequente ‚ necessária junto com repouso e administração de medicamentos. A cirurgia às vezes é necessária. É muito importante que sutura ou cirurgia sejam feitas o mais rápido possível após o acidente. 3.5. PROBLEMAS DOS LIGAMENTOS 1. Desmite do ligamento suspensório: secundária a esforço excessivo durante o treinamento. Treinamento similar ao das tendinites. 2. Esparavão: inflamação e espessamento do ligamento plantar, que é quem envolve o osso calcêno do jarrete. Pode haver formação de sobreosso nos casos crônicos. O grau de claudicação depende da conformação. 3. Ruptura do aparelho suspensor: ocorre ruptura de uma ou mais das estruturas de suspensão do boleto, geralmente em cavalos de corrida e as vezes nos de salto. O tratamento exige imobilização imediata e cirurgia, e o prognóstico é reservado. 4. Desmite do ligamento sesamóide distal: ocorre secundária a entorses ou fraturas, levando a manqueira aguda. Pode haver sobreossos nos casos crônicos. A reconvalescença é demorada e a reincidência elevada. 3.6. PROBLEMAS DO CASCO 1. Laminite: inflamação das laminas do casco, que ligam a Falange a parede do casco. Pode ter uma variedade de causas, desde traumáticas a processos tóxicos. Atinge geralmente os anteriores, e vai se agravando progressivamente, se não diagnosticada e tratada a tempo. É, uma condição muito dolorosa, que exige tratamento de emergência para evitar a rotação da falange. 2. Doença do Navicular: uma das causas mais comuns de claudicação intermitente dos anteriores. Degeneração do osso navicular, geralmente causada por conformação deficiente aliada a trabalho intenso. Tratamento apenas paliativo, com a neurectomia sendo o recurso extremo. 3. Fratura do Navicular: ocorre raramente, devido a fratura ou secundária a doença do navicular. A cura completa ‚ muito difícil, limitando a utilização futura do animal. 4. Talões rebaixados: colapso do tecido entre os talões, causado pelo desequilíbrio do casco devido a casqueamento e ferrageamento inadequados. Os sinais clínicos podem ser similares a doença do navicular. O tratamento é centrado no reequilíbrio dos talões através de um casqueamento correto. 5. Osteíte podal: vascularização e desmineralização da terceira falange, geralmente causada pela inflamação resultante de concussão repetida. Pode estar associada a doença navicular. O tratamento inclui o ferrageamento com palmilhas, bem como a eliminação da causa do problema (ex.: trabalho em piso duro). 6. Fraturas de terceira falange: problema raro, geralmente resultando do exercício em piso duro. Diagnóstico confirmado por radiografia. A recuperação pode levar até um ano, porém a recuperação é boa, desde que a fratura não tenha envolvido a articulação. 7. Casco encastelado: considerado uma forma avançada de artrite degenerativa, causada por crescimento ósseo na região do processo extensor da terceira falange. Pode ser secundário a fratura, inflamação, ou a outros traumas. A claudicação depende da intensidade do encastelamento. A terapia depende da causa, e o prognóstico é reservado quanto a ausência de claudicação a longo prazo. CAPÍTULO IV MEDIDAS PREVENTIVAS E FISIOTERÁPICAS 4.1.O EXAME SUPERFICIAL DIÁRIO COMO PREVENÇÃO Torres (1989), Cita que diversas partes do corpo do cavalo servem de referências para um exame superficial ou mais minucioso. Esta prática, quando rotineira, pode ser vital para o cavalo, tendo em vista que qualquer alteração será facilmente identificada e prontamente tratada, evitando um mal maior. 1. Cascos: À exceção dos momentos de descanso, um cavalo saudável sempre apóia seu peso sobre todos os cascos. A muralha externa deve estar lisa, sem sulcos horizontais ou verticais. Na superfície plantar, a parede deve estar íntegra; os talões na posição correta (talões escorridos ou contraídos devem ser corrigidos); a sola côncava; a ranilha em forma de V, consistente, sem sinais de podridão. 2. Boca e narinas: O cavalo tem boca muito sensível. Pode rejeitar alimentos ou a embocadura em decorrência de ferimentos, travagem, pontas de dentes, muda. Nas narinas, a presença de corrimento pode ser sinal de alteração clínica. 3. Olhos: O normal é que estejam com brilho, sem secreções. 4.Orelhas: Sempre móveis, demonstrando que o cavalo está alerta, ativo. Quando flácidas, é sinal de descanso, dor, ou doença. 5.Cauda: Quando agitada com freqüência, é sinal de inquietação. Pelo incomodo das moscar ou algum processo doloroso. 6. Fezes e urina: As fezes devem estar consistentes, isentas de forragens ou ração concentradas mal digeridas. Quando muito duras e secas, é sinal de dificuldades na digestão. Quando pastosas, moles, também indicam distúrbios na digestão. Verifique se a alimentação foi alterada. A urina normal tem coloração amarela-escura. 7. Temperatura: É tirada no ânus, sendo a normal em torno de 38,5 graus. 8. Batimento cardíaco: Não dispondo de um estetoscópio, coloque o dedo na artéria do maxilar e conte o numero de batimentos por minuto. Para cavalos em descanso, o normal são 30 batidas/minuto. Para cavalos em trabalho intenso, o limite normal de batidas pode atingir 60. 9. Respiração: A taxa respiratória normal de um cavalo em descanso é em torno de 14 a 16 ciclos por minuto. Cada inspiração e expiração de ar (movimentos de subida e descida das costelas) representa um ciclo respiratório. 4.2.PREVENINDO A DESIDRATAÇÃO 1.Antes da prova - hiper hidratação: Os dados disponíveis sobre hiper hidratação antes da prova são limitados. Isto dificulta no presente avaliar a eficiência desta prática. Em humanos tem se mostrado benéfica em provas prolongadas; ocorre um aumento no volume plasmático, com ritmo cardíaco controlado, temperatura interior baixa e aumento do volume do suor. Estas respostas também são desejáveis para cavalos atletas. Entretanto, a hiper hidratação, embora ofereça alguns benefícios, não é bem aceita no meio eqüestre. Diferente dos humanos, cavalos não ingerem grandes quantidades de fluido voluntariamente, principalmente se houver eletrólitos neste fluido. Portanto, isso deve ser feito via sonda nasogástrica. 2. Durante a prova- A administração de fluidos durante a prova é extremamente importante para manter o status hídrico adequado. Durante a prova, muitos competidores deixam o cavalo beber água quanto quiserem. Isto é benéfico em se tratando do déficit hídrico. Porém, o déficit de eletrólitos não deve ser desprezado. Um consumo excessivo de água durante a prova pode causar uma concentração plasmática de eletrólitos anormal. Para reparar esta falha, a utilização de concentrados eletrolíticos na forma de pasta tem se tornado uma prática comum. No entanto, ainda faltam trabalhos concisos quanto aos benefícios promovidos por este tipo de produto e é preciso prestar atenção na composição dos elementos que os compõem. 3. Após a prova- A administração de fluido após a prova é tão importante quanto a administração durante, principalmente em provas longas, em que os cavalos entram no 2º (cross) ou 3º(salto) dia de prova já desidratados. Quando chegam ao final da prova, não ingerem água por várias horas. Isto é causado por uma reposição inadequada de eletrólitos durante a prova. A reposição de fluido sem eletrólitos resulta numa hiponatremia (deficiência de sódio no sangue), que se mantém por várias horas, caso o Sódio não seja reposto. A hiponatremia impede o estímulo da sede. Este fenômeno é conhecido como síndrome da desidratação involuntária, que pode durar até 24 horas após a prova. 4.3.MEDIDAS FISIOTERÁPICAS Segundo Marta Monina (2003),grande parte das modalidades de Fisioterapia Humana ( Laser Terapêutico, Ultra-som Terapêutico,Cinesioterapia, Crioterapia, Termoterapia Superficial,Acupuntura, Massagem e Alongamento) podem ser utilizadas nos cavalos de esporte, pois estes, assim como os atletas humanos, também são freqüentemente acometidos por lesões traumáticas, tendinites / desmites, lesões articulares, fraturas e distensões musculares. Nestes casos, a associação da fisioterapia ao tratamento clínico convencional, reduz o tempo de recuperação e pode melhorar a qualidade da cicatrização. Por exemplo, em muitos casos, o grau de mobilidade articular ou de alongamento de uma musculatura a. redução na síntese de prostaglandina pós um tratamento de fisioterapia é maior do que o grau que ficaria num tratamento convencional. E a redução no tempo de recuperação é extremamente importante para qualquer tipo de atleta que têm um calendário de competições. 1.LaserTerapêutico: A radiação Laser é constituída por ondas eletromagnéticas, que ao atravessarem os tecidos, interagem com os mesmos. Há aparelhos utilizados para cirurgias (neurocirurgias, oftalmologia, coagulação de hemorragias, etc.) e aparelhos utilizados com finalidade terapêutica devido aos efeitos bioestimulantes. reduzindo o limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos e da velocidade de condução do estímulo da dor pela fibra nervosa, estimulando a liberação de betaendorfinas, o estímulo à microcirculação favorece a remoção de substâncias ácidas ou outras conseqüentes da fagocitose que sensibilizam os receptores nervosos estímulando à microcirculação: maior aporte de elementos nutricionais e defensivos para a região. lesada estímulo à microcirculação: melhora as condições de drenagem do edema. ação fibrinolítica: desfaz o isolamento provocado pela coagulação do plasma aumento da produção de ATP: acelera a velocidade da divisão celular estimula a formação de novos vasos à partir dos pré-exixtentes estimula a produção de colágeno estimula fagocitose.Indicado para feridas abertas, inflamações agudas e crônicas, alívio da dor 2. Ultra-Som Terapêutico:Aparelho que converte energia elétrica em energia mecânica através de um transdutor que emite as ondas. Estas ondas ao atravessarem os tecidos podem produzir efeitos térmicos e não térmicos. Efeitos Térmicos: O ultra-som eleva a temperatura dos tecidos profundos em até cinco graus. As principais vantagens dessa aplicação de calor são: vasodilatação local: aumento do fluxo sangüíneo redução de espasmo muscular. redução de edema. aumento do grau de extensibilidade do colágeno, favorecendo assim, a recuperação da mobilidade articular e a extensão de tendões e ligamentos. Efeitos Não Térmicos: micromassagem: que também estimula a circulação nos vasos sangüíneos e linfáticos ultrassonoforese: capacidade de carregar substâncias com a passagem das ondas através da pele Indicações: . tendinites e desmites. edemas e hematomas. espasmos musculares sobreossos. Cicatrizes Contra-indicações: . epífises abertas fraturas instáveis. implantes metálicos.tumores. infecções. veias inflamadas. prenhez: útero. coração. fase aguda 3. Crioterapia:No caso de uma lesão traumática no tecido, uma batida, por exemplo, ocorrem os seguintes efeitos na região: acúmulo de líquido nos tecidos devido à ruptura de vasos sangüíneos locais, aumento do fluxo sangüíneo, elevação de temperatura e dor. A aplicação do gelo após a batida faz com que haja uma constrição dos vasos sangüíneos, assim, com o fluxo diminuído, a perda de sangue para os tecidos será menor e haverá menos líquido acumulado nos tecidos para ser reabsorvido durante o processo de recuperação, que conseqüentemente, será mais rápido. O gelo também age no alívio da dor pela diminuição da velocidade de condução do estímulo doloroso pelas fibras nervosas e por estimular a produção de endorfinas. No local da inflamação, o frio diminue a atividade metabólica das células lesadas e a atividade das enzimas que provocam dor por irritarem as terminações nervosas e fazem com que a inflamação persista. O gelo é mais eficaz que o calor na redução de espasmos musculares. Ele causa diminuição da velocidade de condução de estímulos nas fibras nervosas motoras – que causam a contração muscular, e nas fibras nervosas sensitivas – que levam a mensagem de dor para o cérebro, diminuindo também a dor. Indicações traumas agudos inflamações agudas espasmos musculares Tempo de Aplicação: Os efeitos biológicos citados atingem seu auge ao redor de 10 a 15 minutos. As aplicações não devem exceder os 20 minutos e nas fases agudas podem ser repetidas várias vezes ao dia. Os efeitos do gelo tem a duração de 60 a 90 minutos. Métodos de Aplicação gelo picado em saco plástico gelo em bolsa de pano bolsas de gelo comerciais imersão em balde de gelo com água ligas tipo pólo imersas em água com gelo antes de serem colocadas massagem com gelo 4.TermoterapiaSuperficial: As principais fontes de calor superficial utilizadas nos eqüinos são o infravermelho e as compressas quentes/bolsas de água quente. Efeitos: aumento do metabolismo loca.vasodilatação de capilares superficiais e aumento da permeabilidade dos mesmos na inervação sensitiva o calor brando tem efeito sedante relaxamento muscular Indicações:artrites.contraturas musculares.rigidez articular.abscessos toda dor na fase crônica de origem não infecciosa do aparelho músculo esquelético Contra-indicações: distúrbios de sensibilidade,traumasagudos,neoplasia 5.Massagem: As técnicas de massagem permitem o relaxamento muscular, o aumento da circulação, o fortalecimento do tônus muscular, o auxílio na drenagem linfática e a prevenção e eliminação de aderências. Durante a sessão, o contato prolongado com o animal permite também, à percepção de pontos de tensão ou dor. 6. Alongamento:Há exercícios que são realizados visando a extensão total do comprimento de um músculo/tendão. Isso permite que estas estruturas fiquem mais elásticas e com mais agilidade. Pode ser realizado antes de competições (mas após o aquecimento) com a finalidade de melhorar a performance e prevenir lesões ou com a finalidade terapêutica: ajudar no alinhamento das fibras de um tendão ou resolver a contratura de uma face. No entanto há algumas regras básicas para o alongamento: sempre fazer o aquecimento antes do alongamento . não forçar o músculo além do ponto máximo do alongamento, caso contrário poderá haver rupturas microscópicas que resultarão em fibrose e perda de elasticidade. . realizar o alongamento somente com a musculatura relaxada. 7.Acupuntura: Seu mecanismo de ação se baseia tanto na liberação de endorfinas quanto no fechamento do portão de dor. Pode ser associada com corrente elétrica, potencializando sua ação, passando a ser denominada Eletroacupuntura. CAPÍTULO V CONCLUSÕES Com base na literatura utilizada neste trabalho pode-se concluir que a temática específica ao acometimento de doenças e lesões sofridas por cavalos de equitação, mormente aqueles que participam do CCE, segundo literatura já existente, Verificamos ao longo de nosso trabalho quais são as principais lesões sofridas por um cavalo de esporte, enfocando os de CCE, que em virtude de sua imensa carga de treinamentos e competições está mais propenso a se lesionar. Com exames diagnósticos, podemos constatar e propor de maneira eficiente tratamentos preventivos em cavalos de CCE. A fim de reduzir e evitar lesões neste animais Ao citar os tratamentos para recuperação dos animais vítimas de lesões, podemos verificar quais se adaptam e tornam-se mais eficientes e viáveis dentro da nossa realidade (Exército Brasileiro). Finalmente, procuramos conciliar os trabalhos de recuperação com o treinamento dos cavalos de CCE. Através de fisioterapia e atentando para detalhes no manejo, diminuiremos muitos os índices de lesões em animais de esporte, principalmente nos de CCE. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CICCO, Lúcia Helena Salvetti de. Doenças e Afecções - Cólica Eqüina. Disponível em <http://www.saudeanimal.com.br/colica.htm. Acesso em: 10/06/2003 Comportamento animal. Disponível em: < http://www.geocities.com/SoHo/1880/hipismo/comportamento.html> Acesso em: 08/07/2003 FALLANTE, 1º Ten Vet Helder. Estabulação incorreta. Disponível em http://www.exercito.gov.br/06OMs/Escolas/eseqex/indice.htm Acesso em 08/09/2003 LESCHONSKI, Cláudia. Locomotores. Revista Horse Business. Edição 49 Maio/99 São Paulo, 1999. LEWIS, L. D. Alimentação e Cuidados do Cavalo. São Paulo: Roca,1985. LIMA, Cap QCO/Vet José Roberto Pinho de Andrade Lima , MSc . Síndrome Cólica. Exército. Disponível em http://www.exercito.gov.br/06OMs/Escolas/eseqex/indice.htm Acesso em 06/07/2003 MEYER, H. Alimentação de cavalos. São Paulo: Varela, 1995. PEREIRA, M.G. Epidemiologia, teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. SANTOS, Ricardo de Figueiredo.- Eqüideocultura . São Paulo: J. M. Varela Editores, 1981 SILVA, Antonio Carlos. Manqueiras. A arteriografia como novo método de exame Revista Equitação, número 3, 1995. TORRES, A. Di Paravicini e Jardim, Walter R. Criação de Cavalos e outros eqüinos. São Paulo: Nobel, 1987