custo de abastecimento de água dos - MANERA

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custo de abastecimento de água dos - MANERA
CUSTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DOS BEBEDOUROS
EM SISTEMA DE PASTEJO ROTACIONADO
DRINKING FOUNTAIN WATER SUPPLY COST
IN ROTATION PASTURE SYSTEM
J.L. ZOCOLER1; L.M.M. MELO2; A. F. BERGAMASCHINE3;
PALAVRAS-CHAVE: investimento, custo anual, consumo energético.
RESUMO
Neste trabalho, avaliou-se o custo de abastecimento de água dos bebedouros em sistema de
pastejo rotacionado numa propriedade rural, bem como se efetuou uma simulação do consumo
energético por Unidade Animal (UA) para deslocamento até o bebedouro. A área de pastagem
atendida pelos sistemas de abastecimento perfaz 1020.58 ha, com expectativa de comportar
4538.75 UA/ano (4.5 UA/ha.ano). O investimento inicial para abastecimento foi US$ 36.73/ha,
sendo o custo anual total de US$ 6.29/ha, considerando os custos fixos e variáveis, o que
representa o custo de US$ 0.073/m3 de água aduzida e de US$ 1.40/ano para cada Unidade
Animal. A simulação mostrou que, em terreno plano, o deslocamento exclusivo para beber água
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Prof. Livre-Docente – Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira UNESP - Av. Brasil , 56 - centro - Ilha Solteira (SP) - CEP: 15.385-000 . E-mail: [email protected].
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Prof. Livre-Docente – Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira FEIS/UNESP.
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Prof. Livre-Docente – Departamento de Zootecnia e Biologia da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – FEIS/UNESP.
João Luis Zocoler
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de 102.50 m/UA.dia envolve o consumo energético 43.77 MJ/UA.ano, representando uma perda
de peso vivo de 1.016 kg/UA.ano, cujo custo equivale ao anual total do abastecimento por UA.
ABSTRACT
In this work, the cost of water supply was evaluated for a rotation pasture system in a field
property, as well it was done a simulation of the energy consumption per Animal Unit (AU) for
displacement until the water-supply. The pasture surface supplied by the systems match 1020.58
ha, with expectation of holding 4538.75 AU/year (4,5 AU/ha.year). The initial investment for
supply was US$ 36.76/ha, being the total annual cost of US$ 6.29/ha, considering the fixed and
variable costs, which represents the cost of US$ 0.073/m3 of adduced water and of US$ 1.40/year
for each Animal Unit. The simulation showed, in plane land, the exclusive displacement to watertrough of 102.50 m/AU.day involves the energy consumption 43.77 MJ/AU.year, representing a
loss of live weight of 1.016 kg/AU.year, whose cost is equal to the total annual supply.
INTRODUÇÃO
O Brasil apresenta condições muito favoráveis à exploração de bovinos em sistemas de
pastagem uma vez que são muito grandes as disponibilidades de solo, água e energia solar.
Estima-se que a pastagem ocupe cerca de 76% da área agrícola, o que corresponde a 20% da área
total do país (Faria et al, 1996). Contudo, apesar do imenso rebanho bovino (cerca 163.1 milhões,
DBO Rural, 2001) a convivência prolongada dos sistemas de produção animal com índices
zootécnicos extremamente baixos é altamente prejudicial e determina forte resistência dos
empresários rurais e dos técnicos às mudanças nos procedimentos de manejo das pastagens.
Conforme Corsi (1986), é pouco provável o estabelecimento de índices de lotação animal ao
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redor de 6 UA/ha e 600 kg de carcaça/ha, quando as médias do país são, respectivamente, 0.5
UA/ha e 55 kg de carcaça/ha.
As gramíneas tropicais têm potencial produtivo de matéria seca pelo menos duas vezes
maior que as de clima temperado sendo, portanto, esperado que esse potencial elevado de
produtividade fosse explorado com elevada lotação das pastagens. Nesse sentido, a adoção de
técnicas como a irrigação no período seco e no final do período úmido, bem como a do pastejo
rotacionado, podem elevar tais índices aos valores desejados.
Maraschin (1986) cita que em pastagens nativas no Brasil e no mundo, o sistema
rotacionado chega a ser 8.2% superior em ganho líquido/ha.ano, comparado ao contínuo. O autor
afirma que o pastejo rotacionado não supera o contínuo no ganho por animal, mas tem condições
de manter uma lotação maior.
Em trabalhos realizados na Nova Zelândia, McMeekan (1960), citado por Simão Neto
(1986), Barreto (1976) e Aguiar (1997), comparou o pastejo rotacionado com o contínuo para o
gado leiteiro. Quando a taxa de a lotação subiu 25% a produção animal subiu 13% com o pastejo
rotacionado.
No Brasil, Aguiar (1997), cita exemplos de fazendas no Mato Grosso do Sul, Goiás e
Minas Gerais, nas quais foram obtidos aumentos que variaram de 17 a 39% (25% em média) na
lotação animal com a adoção do pastejo rotacionado. Estes aumentos na lotação estão muito
próximos dos dados da literatura, que variam de 8.2% em pastagens nativas, a até 50% em
pastagens cultivadas, dando uma média de 24%. É importante lembrar, também, que a maioria
dos trabalhos foi realizada com forrageiras do gênero Brachiaria, sendo que com o uso das
espécies Panicum maximum (colonião, principalmente) e Andropogon gayanus se tem
conseguido aumentos de até 50% em 4 anos. Segundo Rodrigues & Reis (1997), espécies
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cespitosas, de porte alto, adaptam-se melhor no pastejo rotacionado, enquanto que espécies de
porte baixo, prostadas ou estoloníferas, são mais apropriadas para o pastejo contínuo.
Contudo, no pastejo rotacionado há necessidade maior de investimentos na construção de
cercas e de bebedouros, sendo que a água oferecida ao rebanho normalmente é bombeada até um
reservatório elevado, que, por sua vez, é distribuída por gravidade para os módulos.
A quantidade de água ingerida e a freqüência de ingestão variam com a composição do
alimento, com as características inerentes aos próprios animais e com as condições climáticas.
Trabalhos mostrando o efeito da temperatura do ar no consumo de água são freqüentes.
Winchester e Morris, 1956, citados por Costa & Cromberg (1997), relatam que até 26°C os
bovinos tendem a beber água com mais freqüência em torno do meio dia, no final da tarde e à
noite; acima de 32°C o tempo ingerindo água tende a ficar mais curto e os animais aumentam a
freqüência de bebida, fazendo-o pelo menos a cada 2 horas. Assim, pelo menos em climas
quentes, o acesso à água deve ser contínuo.
A topografia, distância da água e a vegetação (presença de árvores e arbustos) têm sido
identificados como fatores que afetam a distribuição do rebanho nas pastagens e, em
conseqüência, o uso do espaço. Em pastos intensivamente manejados não há distribuição
equilibrada dos animais, todavia, a utilização ao final do período de ocupação, geralmente, é
uniforme, existindo padrões temporais de pastejo, que podem ser descritos como ondas de
desfoliação, começando perto da água e afastando-se dela. A seletividade por áreas perto da água
não é removida pelo aumento na densidade de animais, é apenas mascarada pela velocidade com
que a onda de desfoliação avança, ou seja, a redução no tamanho do pasto, diminuindo as
distâncias até a água pode mellhorar a distribuição do pastejo. De acordo com Gillen et al.
(1984), citados por Costa & Cromberg (1997), o gado preferiu se alimentar em áreas até 200 m
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da água e evitou áreas a mais de 600 m. Irving et al (1995), também citados por Costa &
Cromberg (1997), mostraram que os bovinos só passaram a utilizar a forragem a mais de 1600 m
da água quando 40 a 50% da forragem mais próxima havia sido consumida. É provável que isso
ocorra pela freqüência com que os animais utilizam esse recurso.
Neste trabalho, avaliou-se o custo do abastecimento de água dos bebedouros em uma
propriedade rural, bem como se efetuou uma simulação do consumo energético por Unidade
Animal (UA) e, consequentemente, o custo do deslocamento em terreno plano, quando este for
exclusivo para beber água.
MATERIAIS E MÉTODOS
A avaliação foi realizada na Fazenda Menina, Município de Itapura (SP), que possui uma
área total de 5203 ha, tendo como atividade principal a pecuária de corte, sendo,
aproximadamente, 1700 ha de pastagem irrigada por sistema de aspersão tipo pivô central (em
implantação) e 2450 ha de pastagem não irrigada. São pastagens de alta produção em sistemas de
pastejo rotacionado, tendo lotação média de 7.0 UA/ha.ano nas áreas irrigadas e 4.5 UA/ha.ano
nas áreas não irrigadas.
Nas áreas irrigadas a adubação aplicada anualmente em cada hectare é de 420 kg de N, 120
kg de P2O5 e 240 kg de K2O; enquanto nas áreas não irrigadas são aplicados anualmente 160 kg
de N e 60 kg de P2O5, não sendo necessária a aplicação de Potássio, devido ao alto valor de
saturação de bases, que chega até a 93%. Nas áreas não irrigadas os módulos possuem em média
50 ha, sendo divididos em 8 piquetes com permanência de pastagem de 4 dias e intervalo de 28
dias. As gramíneas utilizadas nestes são gênero Panicun (Mombaça, Tanzânia e Colonião).
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Nos módulos não irrigados que não dispõem de bebedouros naturais, o abastecimento de
água para os animais é feito através de sistemas ramificados de tubulações, distribuídos em 4
setores. A Figura 1 mostra uma planta dos módulos não irrigados e do sistema de abastecimento
dos mesmos.
No primeiro setor são atendidos 6 módulos, totalizando 296.96 ha. A água é bombeada 75
m acima do reservatório da Hidrelétrica de Jupiá até um reservatório R1 de 500 m3, percorrendo
uma distância de 1888 m (1615 m numa adutora de aço de 700 mm de diâmetro, que abastece um
reservatório denominado “Piscinão”, feito para suprir 7 sistemas pivôs centrais da área irrigada, e
273 m numa adutora de PVC de diâmetro 100 mm e classe de pressão – PN 40, derivada da
adutora de aço). Do reservatório R1 a água é distribuída por gravidade para os bebedouros dos
módulos através 3810 m de tubos de PVC, cujos diâmetros variam de 40 a 100 mm e classes de
pressão 40, 60 e 80. Os módulos atendidos neste setor são: M01 (48.05 ha), M02 (52.58 ha), M07
(63.92 ha), M08 (32.45 ha), M09 (48.84 ha) e M11 (51.12 ha). A Figura 2 mostra a disposição
dos módulos e do sistema de abastecimento neste setor.
No segundo setor (Figura 3) são atendidos 4 módulos (M03 – 46.37 ha; M04 – 46.37 ha;
M05 – 51.85 ha; M06 – 51.85 ha) e uma área extra de 20.07 ha, totalizando 216.51 ha. A água é
bombeada de um poço profundo até o reservatório R2 de 250 m3 situado sobre o mesmo na cota
375 m, sendo, então, distribuída por gravidade através de 2940 m de tubos de PVC de diâmetros
de 32, 40 e 50 mm e classes de pressão 40 e 60.
Nos terceiros e quartos setores (Figuras 4 e 5, respectivamente) são atendidos 9 módulos,
totalizando 507.11 ha (234.25 ha no setor 3 e 272.86 ha no setor 4). A água é bombeada 66.5 m
acima do reservatório da Hidrelétrica de Jupiá até o reservatório denominado “Piscinão”,
percorrendo 2746 m através da adutora de aço de 700 mm de diâmetro. Do “Piscinão, é elevada
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27 m até um reservatório R3 de 350 m3, percorrendo mais 2848 m numa tubulação de PCV de
100 mm de diâmetro e classe de pressão 40, percorrendo, ao todo, 5594 m. Do reservatório R3 a
distribuição é feita por gravidade para os 4 módulos do setor 3 (M14 – 66.30 ha; M15 – 53.04
ha; M16 – 53.04; M18 – 49.90 ha; e área extra de 11.97 ha) e para o reservatório R4 de 200 m3
que atende o setor 4, através de 3792 m de tubos de PVC de diâmetros que variam de 25 a 100
mm e classes de pressão 40 e 60. Do reservatório R4, também por gravidade, a distribuição é
feita para os 5 módulos restantes (M19 – 77.12 ha; M20 – 49.90 ha; M21 – 41.42 ha; M22 –
39.20 ha; e M23 – 65.22 ha), através de 3348 m de tubos de PVC de diâmetros que variam de 32
a 100 mm e classes de pressão 40 e 60.
O dimensionamento das tubulações do sistema de abastecimento foi realizado para a
condição de máxima lotação (7.0 UA/ha no verão), considerando-se que cada Unidade Animal
(UA) consome 0.0525 m3/dia, ou seja, 19.16 m3/ano.
A avaliação dos custos (fixo, bombeamento, manutenção e reparos) e do investimento
inicial para abastecimento dos bebedouros realizou-se conforme Zocoler et al. (1999), sendo
considerada a tarifa horo-sazonal verde para o cálculo dos custos de bombeamento. Os custos são
referentes ao mês de janeiro de 2001 (R$1.94/US$). Somente não foram efetuados os custos do
setor 2, cuja água é proveniente do aquífero confinado que possui estrutura de extração em
operação a alguns anos, além do fato que essa estrutura atende também outras edificações da
fazenda.
Na simulação do consumo energético por UA para o deslocamento até os bebedouros,
utilizaram-se as fórmulas e índices da AFRC (1993), que considera o consumo energético de 2.6
J/kgPV.m (PV – peso vivo do bovino) para deslocamento do animal em terreno horizontal. A
eficiência de utilização da energia da forrageira para ganho de peso foi considerada 0,4. O
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deslocamento total médio Dm (em km) percorrido por UA até o bebedouro, localizado em um dos
vértices de uma área retangular plana, durante um ano foi estimada pela seguinte equação:
⎤
⎡ I J 5000 10000 2 2
. i + j − i − j ⎥.2.n
+
⎢∑∑
L
L
i =1 j=1
⎦
Dm = ⎣
1000.A.L
(
)
sendo: L – lotação da pastagem (UA/ha);
i – múltiplo de (10000/L)0.5, sendo I o seu maior valor;
j – múltiplo de (10000/L)0.5, podendo ser igual ou não a i, sendo J o seu maior valor;
n – número de vezes que cada UA vai até o bebedouro por ano (considerada 730, ou seja,
duas em média por dia);
A – área de cada piquete (ha), que deve ser igual numericamente a I.J/L.
Finalmente, fez-se a simulação do custo, por UA, do deslocamento exclusivo para beber
água em piquetes de forma retangular com o bebedouro localizado num dos vértices, ou seja, o
custo da conversão do peso vivo em energia para o deslocamento. Considerou-se que o
rendimento de carcaça foi 52% e que seu preço foi US$ 1,38/kg.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 são apresentados o investimento inicial e o custo anual fixo e de manutenção e
reparos dos componentes dos sistemas de abastecimento de água para dos setores 1, 3 e 4
simultaneamente, considerando um período de amortização de 15 anos. Verifica-se que o
investimento inicial nos sistemas foi de US$ 36.73/ha, sendo que a maior fração deste custo foi
atribuída às tubulações de recalque e gravidade, que mesmo possuindo diâmetros relativamente
pequenos, devido à vazão diminuta quando comparada a de um sistema de irrigação, cobriram
longas distâncias na área devido à ramificação do sistema.
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Na Tabela 2 são apresentados, para os sistemas de abastecimento de água dos setores 1 e 34, os custos anuais: fixo, de manutenção e reparos, de bombeamento e total considerando uma
condição de máxima lotação de pastejo. Também são apresentados o custo anual total por hectare
de área abastecida, o custo do metro cúbico de água aduzida e o custo de abastecimento de água
para cada UA. Apesar do custo anual de bombeamento ter sido maior para os setores 3 e 4 (maior
elevação e trajeto nas tubulações em relação ao setor 1), o custo anual total unitário foi menor
devido ao menor custo fixo unitário destes, explicado pelo menor investimento com a construção
dos reservatórios, uma vez que no setor 1 existe um reservatório de 500 m3 para uma área 296.96
ha, enquanto nos setores 3 e 4 os dois reservatórios somam 550 m3 para uma área de 507.11 ha.
Todavia, esta diferença é de apenas 3.2%. O custo da água entregue nos bebedouros foi, em
média, US$ 0,073/m3, representando um custo de abastecimento de US$ 1,40/UA.ano.
Na Tabela 3 são apresentadas as simulações do deslocamento médio, do consumo
energético, da conversão de peso em energia, do custo do deslocamento e sua relação com o
custo anual de abastecimento, todos por UA, para algumas áreas que variaram, também, na forma
do retângulo (alongamento). Verifica-se que, na lotação de 4.5 UA/ha, as áreas de 10.89 e 14.22
ha, cujas larguras são iguais aos comprimentos, o deslocamento médio foi inferior ao da área de
10.67 ha devido à última ser mais alongada que as primeiras, compensando com sobra seu menor
valor. Consequentemente, foi maior consumo energético, conversão de peso vivo e custo do
deslocamento até o bebedouro. Tal raciocínio vale também para as áreas cuja lotação foi 7.0
UA/ha. Verifica-se, também, através da comparação entre as áreas de 10.67 e 10.71 ha que a
lotação do piquete não influi no deslocamento médio.
Finalmente, as simulações mostraram que, em terreno plano, o deslocamento médio
(considerado exclusivo para beber água) de 102.50 m/UA.dia envolve o consumo energético de
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43.77 MJ/UA.ano, representando uma perda de peso vivo de 1.017 kg/UA.ano, valor este
equivalente ao do custo anual total unitário do abastecimento calculado para a propriedade em
questão. Também se pode interpretar que se a forma ou tamanho do piquete obrigar cada UA
caminhar mais que 102.50 m/dia para beber água, a perda de peso vivo custará mais que o
abastecimento de água.
CONCLUSÕES
Com base nos objetivos propostos e para as condições consideradas, pode-se concluir que:
-
o investimento inicial para abastecimento foi US$ 36.72/ha;
-
o custo anual total foi US$ 6.43/ha, considerando os custos fixos e variáveis, o que
representa o custo de US$ 0,073/m3 de água aduzida e de US$ 1.40/ano para cada UA;
-
em terreno plano, o deslocamento médio de 102.50 m/UA.dia envolve o consumo
energético de 43.77 MJ/UA.ano, representando uma perda de peso vivo de 1.017
kg/UA.ano, cujo custo equivale ao anual total do abastecimento por UA.
AGRADECIMENTO: À Pecuária Damha, através de seus profissionais Fábio Forli, Marcos
Sousa Bertani e Natalino Cuissi Sobrinho pela presteza das informações e apoio a essa e outras
pesquisas desenvolvidas em suas dependências, dando exemplo de
universidade.
integração empresa-
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Tabela 1. Investimento inicial (InIn), investimento inicial unitário (InInU), custo anual fixo
(CAF) e custo anual de manutenção e reparos (CAMR) dos componentes dos sistemas
de abastecimento de água dos setores 1,3 e 4 simultaneamente.
Itens dos Sistemas
InIn
(US$)
(1)
(2)
InInU
CAF (US$)
CAMR
(US$/ha) Deprec.(1) Remun.(2)
Total
(US$)
Tubulações
16186.38
20.13
390.77
1524.32
1915.09
80.93
Bombas e motores elétricos
936.30
1.16
22.60
88.18
110.78
32.46
Comandos de partidas
994.14
1.24
24.00
93.62
117.62
19.88
Reservatórios e bebedouros
9601.48
11.94
231.79
904.20
1135.99
192.03
Acessórios
1811.68
2.25
43.74
170.61
214.35
9.06
Total
29529.98
36.72
712.90
2780.93
3493.83
334.36
Depreciação - valor anual da depreciação calculada pelo método do fundo de amortização;
Remuneração - valor anual da remuneração do capital investido;
Tabela 2. Custo anual fixo (CAF), custo anual de manutenção e reparos (CAMR), custo anual de
bombeamento (CABO), custo anual total (CAT), custo anual total unitário (CATu),
custo unitário da água (Cua) e custo anual de abastecimento por unidade animal (Caa)
para os setores 1 e 3-4.
CAF
CAMR
CABO
CAT
CATu
(US$)
(US$)
(US$)
(US$)
(US$/ha)
1
1240.00
141.84
525.04
1906.88
6.42
0.0745
1.43
3e4
2253.83
192.52
819.31
3265.66
6.44
0.0722
1.38
Total
3493.83
334.36
1344.35
5172.54
6.43
0.0730
1.40
Setor
Cua
Caa
(US$/m3) (US$/UA)
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Tabela 3. Área, comprimento e largura do piquete, lotação, deslocamento médio total por ano
por UA para ir até o bebedouro (Dm), energia consumida no deslocamento (Ed), peso
vivo convertido em energia no deslocamento (PVd), custo anual do deslocamento por
UA (Cad) e relação custo anual de abastecimento/custo anual do deslocamento
(Caa/Cad).
Área
Compr.
Largura
Lotação
Dm
Ed
PVd
Cad
(ha)
(m)
(m)
(UA/ha)
10.89
329.98
329.98
4.5
367.95
430.52
10.00
7.16
19.55
14.22
377.12
377.12
4.5
420.70
492.22
11.44
8.19
17.10
10.67
565.68
188.56
4.5
452.43
529.35
12.30
8.80
15.91
10.71
566.95
188.98
7.0
453.82
530.97
12.34
8.83
15.86
11.57
340.20
340.20
7.0
379.59
444.12
10.32
7.39
18.94
(km/UA) (MJ/UA) (kg/UA) (US$/UA)
Caa/Cad
(%)
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LEGENDA
Tubulação
Bebedouro
Limite do módulo
Área de várzea
Irrigação pivô central
Figura 1. Detalhes do sistema de abastecimento de água dos bebedouros de todos os módulos não irrigados da propriedade.
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João Luis Zocoler
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LEGENDA
Tubulação
Bebedouro
Limite do módulo
Área de várzea
Irrigação pivô central
Figura 2. Detalhes do sistema de abastecimento de água dos bebedouros dos módulos M1, M2, M7, M8, M9 e M11, pertencentes ao setor 1.
João Luis Zocoler
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LEGENDA
Tubulação
Bebedouro
Limite do módulo
Área de várzea
Irrigação pivô central
Figura 3. Detalhes do sistema de abastecimento de água dos bebedouros dos módulos M3, M4, M5, M6 e área extra pertencentes ao setor 2.
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LEGENDA
Tubulação
Bebedouro
Limite do módulo
Área de várzea
Irrigação pivô central
Figura 4. Detalhes do sistema de abastecimento de água dos bebedouros dos módulos M14, M15, M16, M18 e área extra pertencentes ao setor 3.
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LEGENDA
Tubulação
Bebedouro
Limite do módulo
Área de várzea
Irrigação pivô central
Figura 5. Detalhes do sistema de abastecimento de água dos bebedouros dos módulos M19, M20, M21, M22 e M23 pertencentes ao setor 4.