1 Influência da conformação física sobre o desempenho do cavalo

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1 Influência da conformação física sobre o desempenho do cavalo
Influência da conformação física sobre o desempenho do cavalo de esporte.
O cavalo de hoje é resultado não só da seleção natural, como também das exigências do
homem. Seu valor é determinado pelas estruturas física e psicológica, que vão interferir diretamente
na sua capacidade de utilização, ou seja, na dinâmica da locomoção.
É importante perceber que a dinâmica da locomoção dos eqüinos é influenciada por uma
miríade de fatores, como a saúde do animal, nutrição, treinamento, forma física e conformação
musculoesquelética. A conformação é o único fator que não pode ser alterado significativamente, visto
que é herdada. Por exemplo: uma conformação ruim dos membros contribui para certas claudicações
e pode, na realidade, ser sua causa.
Ao avaliarmos a conformação de um cavalo, existem fatores que tornam difícil fazê-lo com
precisão. Diz-se que “a melhor conformação de um cavalo é a aptidão ao trabalho específico” e
naturalmente a aptidão é importante. Se o cavalo é apto, mas possui má conformação, está destinado
a ser um cavalo de competição por um curto período de tempo. Outro fator é o chamado disposição.
Isto pode ser mais adequadamente chamado de “vontade”, e alguns cavalos tem, definitivamente,
mais senso de competição que outros. A melhor de todas as combinações é boa conformação, aptidão
e disposição.
1) Conformação física dos eqüinos.
1.1) Conformação do Corpo.
Equilíbrio.
Para avaliar o equilíbrio, o corpo do cavalo é dividido em três partes iguais traçando-se uma
linha vertical da ponta do cotovelo ao topo da cernelha e outra do tubérculo coxal até a face cranial
da soldra. Estas linhas devem ser perpendiculares à superfície do solo e dividirem, grosseiramente, o
corpo em cabeça, pescoço e membros dianteiros; corpo; e membros traseiros respectivamente. Uma
linha traçada da ponta do ombro ao centro da soldra deve ter uma posição relativamente paralela ao
solo. O alinhamento axial do tronco também é importante. Quando vista de cima, uma linha traçada
da cernelha através do centro de dorso deve dividir grosseiramente o corpo do cavalo em duas
metades.
Como a cabeça e o pescoço agem como braço de equilíbrio para o corpo, a cabeça é
considerada o contrapeso da ponta do pescoço. Devido a esta relação, é mais interessante ter um
cavalo com pescoço longo e delgado de que um curto e grosso. A cabeça não deve ser
excessivamente grande, pois faria muito peso na ponta do braço de equilíbrio.
Centro de Gravidade.
O centro de gravidade depende da postura corporal, e num animal em estação e em
equilíbrio, está situado pouco atrás do processo xifóide, entre o terço médio e inferior do tronco.
Devido a localização do centro de gravidade ser mais cranial, os membros anteriores suportam de 60
a 65% do peso do corpo. Isto provoca uma força maior nos membros anteriores, resultando em uma
maior incidência de claudicação nestes membros. O cavalo que possui a garupa mais alta que a
cernelha tem uma desvantagem adicional, pois o seu centro de gravidade é deslocado mais para
frente. Além disso, cavalos com dorso longo podem adquirir um balanço no andar que altera
substancialmente a movimentação dos membros. Tais cavalos estão propensos a terem problemas no
dorso devido a esforços musculares ou ligamentosos. Cavalos com dorso muito curto e membros
muito longos em relação ao corpo podem estar propensos a “alcançarem-se”, ferindo os membros
anteriores e posteriores, e a problemas na coluna vertebral. O corpo deve ser bonito, estar em
equilíbrio com os membros e bem proporcionado.
1.2) Conformação dos Membros.
Para avaliar a conformação dos membros, o cavalo deve ser observado à distância, assim
como de perto. Os membros devem ser estudados em repouso e em movimento. Os membros devem
ser adequados à altura, espessura e comprimento do corpo. O impulso dos membros posteriores afeta
os anteriores, portanto, uma conformação geral harmônica é muito importante.
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Uma má conformação dos membros não é, por si só, uma doença; todavia, pode ser
considerado um aviso ou sinal de fraqueza, e predispõe o cavalo a muitos tipos de claudicação, que
não ocorreriam se ele tivesse nascido com boa conformação.
Ao estudar a conformação dos membros dos cavalos, é importante não formar opiniões
precipitadas, baseadas apenas na observação do cavalo em estação. O cavalo deve ser observado em
movimento sobre uma superfície dura, para que as patas possam ser estudadas quando deixam o
solo, em suspensão, e quando voltam ao solo.
1.2.1) Membros Torácicos
Vista frontal
Ambos os membros devem ser retos e suportar igualmente o peso do corpo. Desvios de um
membro ereto irão provocar esforços nos ligamentos colaterais das articulações móveis no membro
dianteiro. As articulações cárpicas devem ser equilibradas e não devem aproximar-se ou afastar-se
uma da outra. O osso da canela deve ser centralizado sob o carpo e não desviado lateralmente.
Vista lateral
O carpo não deve desviar-se para frente ou para trás. A musculatura do antebraço deve ser
bem desenvolvida e equilibrar o membro. A parede do casco deve inclinar-se no mesmo angulo que a
quartela.
O comprimento e o ângulo da escápula e do úmero, em relação ao corpo, devem ser tais que
permitam elevação máxima, avanço do membro e absorção da concussão. Em geral quanto mais reto
o ombro, menos concussão será absorvida. Uma conformação muito reta do ombro leva um aumento
no estresse, esforço e concussão no membro, enquanto um ombro mais inclinado causará menos
esforço e concussão nos membros anteriores. Outra característica da articulação escápulo-umeral
digna de ser mencionada é que ela é toda apoiada pelos músculos e tendões que a rodeiam. Este
suporte puramente muscular permite à articulação uma liberdade de movimentos, durante a
suspensão da pata. Devido a este apoio muscular ser tão importante, os cavalos devem ter os
músculos desta região bem desenvolvidos.
O ângulo formado pela articulação úmero-radioulnar deve estar entre 120 e 150°. Uma
conformação mais reta desta articulação resulta em um andar curto e entrecortado, e num aumento
da concussão no membro.
O membro deve formar uma coluna reta da articulação do cotovelo até o boleto. Esta
conformação vai distribuir as forças compressivas axiais igualmente em todas as superfícies ósseas.
Se os ossos não estão alinhados, as forças compressivas axiais se concentram de um lado e forças de
tensão são criadas no lado oposto, resultando em aumento do estresse e do esforço.
O carpo é uma articulação composta que se interpõe entre dois ossos longos. Suas funções
principais são: 1. flexão; 2.absorção da concussão; 3. extensão. Devido a estas exigências, é
importante que os ossos cárpicos estejam em bom alinhamento axial com o rádio e ulna e com o
terceiro osso metacarpiano. Também devem ter um tamanho adequado à força exercida sobre eles.
Como a flexão e a extensão são funções importantes do carpo, os músculos do antebraço devem ser
bem desenvolvidos para suportar estas funções.
O ângulo da falange proximal com o terceiro osso metacarpiano deve ser suficiente para
fornecer uma boa absorção de choques (125 a 135°). O ângulo entre a superfície do solo e o eixo da
podo-falângico é de aproximadamente 45 a 50°. Em geral, quanto mais curtas e retas forem as
quartelas, maiores serão as forças compressivas axiais distribuídas na pata.
A pata deve ser grande o suficiente, com formato adequado e consistência apropriada, para
suportar o peso corpóreo e absorver a concussão. Para isso é que a pata deve impelir o animal,
resistir ao desgaste provocado pelo exercício contínuo e bombear o sangue para cima.
Defeitos de conformação dos membros torácicos.
Aberto de frente.
Conseqüência: Há uma sobrecarga óssea do lado interno e uma hipertensão ligamentosa do
lado externo. Ao separar os membros do plano médio do corpo, a marcha se torna lenta devido ao
aumento de separação da coluna de sustentação.
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Alterações patológicas: Bursites na articulação do boleto (sinovite/capsulite idiopática),
exostose interfalângica medial e ossificação da cartilagem medial são condições patológicas comuns
que resultam desta conformação.
Fechado de frente.
Conseqüências: Há sobrecarga da metade externa do pé, da coroa e do boleto e agressão dos
ligamentos internos. Por isso, a parte externa da pata e do membro estará sujeita a um esforço
maior. Nesta má formação, os animais se tocam com facilidade ao andar. O equilíbrio se torna
instável, o que favorece a velocidade.
Alterações patológicas: Bursites na articulação do boleto, ossificação das cartilagens laterais
da falange distal, exostose interfalângica lateral e escoriações nos talões são condições patológicas
comuns resultantes desta conformação.
Plantado, acampado de frente.
Conseqüências: Os membros posteriores se recolhem debaixo do corpo, prejudicando assim
os jarretes e os rins, que se vêem sobrecarregados (posição de sob si de trás). A estabilidade dos
membros anteriores aumenta, o que diminui a velocidade da marcha. A quartela aumenta de
inclinação e portanto, o tendão flexor superficial e o ligamento suspensor do boleto estão expostos a
agressões.
Debruçado, sobre si de frente.
Conseqüência: O trem anterior se aproxima do centro de gravidade, sobrecarregando os
membros dianteiros. Os passos são mais curtos e rápidos, o arco de suspensão da pata é baixo e a
pata é levada muito rente ao solo, predispondo o animal a tropeços. Além disso, a espádua torna-se
mais vertical o que reduz também a velocidade do deslocamento. Os flexores, especialmente o
perfurante, encontram-se submetidos a esforços permanentes que terminam por provocar
inflamações ou rupturas. Os membros posteriores se situam debaixo do corpo para distribuir melhor a
sobrecarga de peso. Na região do casco, o peso não se distribui de forma uniforme, estando
sobrecarregadas as regiões anteriores, pinças e muralhas, o que as predispõe a desgastes e
rachaduras.
Alterações patológicas: De um modo geral, causa fadiga e desgaste excessivo dos ossos,
tendões e ligamentos.
Carpo Varo, desvio lateral da articulação do carpo, aberto de joelho.
Observa-se um desvio para fora das articulações do carpo, podendo ser acompanhado da
conformação fechado de frente e estevado.
Conseqüências: Aumento das pressões sobre os ligamentos colaterais laterais do carpo,
superfície medial de todas as articulações, nos ossos mediais do carpo e a parte externa da cápsula
articular.
Carpo Valgo, desvio medial do carpo, joelho cambaio.
O desvio angular medial dos joelhos pode resultar de anormalidades da cartilagem epifisária
(placa de crescimento) distal e da epífise distal do rádio, ou de desenvolvimento e alinhamento
anormal dos ossos cárpicos e dos pequenos ossos metacarpicos, ou de lassidão da articulação. É uma
alteração de origem congênita.
Conseqüência: Como resultado deste desvio, um esforço de tensão aumentado é exercido nos
ligamentos colaterais mediais do carpo, com um aumento da compressão na superfície lateral do
carpo.
Alterações patológicas: Sobrecarga do aparelho suspensor do boleto, porção medial da
cápsula articular e ligamentos colaterais mediais do carpo, parte lateral dos ossos do carpo e
exostoses intermetacarpianas mediais.
Arqueado, desvio anterior da articulação do carpo.
Deve se à retração dos músculos flexores do carpo, ou seja, o ulna lateral, flexor carpo-ulnar
e flexor carpo-radial. Com freqüência esta alteração já está presente no nascimento, mas se não é
grave, desaparece perto dos seis meses. As formas congênitas são quase sempre bilaterais.
Conseqüências: A alteração provoca uma sobrecarga de pressões sobre os ossos sesamóides,
o tendão do flexor superficial das falanges, extensor carpo-radial e ligamento suspensório.
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Transcurvo, desvio posterior da articulação do carpo.
Conseqüências: O desvio para trás da articulação do carpo é uma conformação debilitante e o
membro que a possui, quando é submetido a trabalhos intensos, não tarda muito a se lesionar.Esta
conformação aumenta as pressões sobre os ligamentos do carpo e acessórios radiais, a porção palmar
da capsula articular e aumenta a compressão na face dorsal dos ossos cárpicos.
Alterações patológicas: São muito comuns as fraturas em pequenos fragmentos dos ossos
carpo-radial, intermédio e terceiro carpiano, não sendo raras fraturas semelhantes na epífise proximal
do rádio.
Esquerdo, pinças para fora.
Conseqüências: Quando vistas de frente, as pinças apontam para longe uma da outra. Este
problema é normalmente congênito e em geral, devido a membros desviados a partir de sua origem.
Em alguns casos, todavia, a condição é agravada por uma torção no boleto. O membro em suspensão
descreve um arco para dentro quando avança e pode chocar-se com o membro dianteiro oposto.
Quando as pinças apontam para fora em uma conformação tipo fechado de frente, é muito provável
que haja choques entre os membros e que o animal coloque as patas uma na frente da outra.
Alterações patológicas: Contusões, fraturas do sesamóide interno ou do metacarpiano rudimentar
interno, exostose na face anterior da canela e artrite da articulação metacarpo falangeana e desmite
do ligamento lateral interno do boleto. Na extremidade distal do membro, se produz exostose na
quartela, sobreosso na segunda articulação interfalangeana ou cortes na face interna do casco.
Estevado, pinças para dentro.
Conseqüências: É congênita e o membro pode estar torto desde a sua origem no peito ou
apenas do boleto para baixo. Quando os cavalos afetados estão em movimento, há uma tendência a
“remar” com as patas. A complicação de uma conformação do tipo fechado de frente e com as pinças
para dentro pode fazer com que as patas se choquem com o membro oposto, especialmente na
articulação do boleto, causando danos ao osso sesamoideo medial.
Alterações patológicas: Há uma sobrecarga dos elementos ósseos e articulares que se
encontram por dentro do eixo do membro. Além disto, permite a distensão dos ligamentos laterais
externos da articulação, porque esta tenderá a deslocar-se para fora de seus limites naturais.
Parado de quartela e longo.
Conseqüências: Este estado predispõe a lesões da articulação metacarpo-falangeana e da
bolsa podotroclear. Na maioria dos casos, as pressões que a bolsa podotroclear suporta são
aumentadas pelos ferradores ao tentar uma angulação normal da parede do casco, o que produz uma
ruptura do eixo entre as falanges e o pé, no bordalete coronário.
Alterações patológicas: Neste tipo de alteração são freqüentes as artrites traumáticas e a
podotrocleite, entidades que podem coexistir. Os esforços aos quais são submetidas essas estruturas
são semelhantes aos que ocorrem nos animais curtos e parados de quartela, ainda que não seja tão
comum a patologia da articulação interfalangeana proximal.
Parado de quartela e curto.
Conseqüências: A quartela curta e vertical aumenta o efeito da concussão na articulação do
boleto, na articulação interfalângica proximal e no osso navicular.
Alterações patológicas: Um cavalo com esta conformação tem uma predisposição aumentada às
artrites traumáticas da articulação metacarpo-falangeana, exostoses do boleto, exostoses
interfalângica da articulação interfalângica proximal e doença do navicular.
Baixo de quartela.
Conseqüências: As reações são suaves, mas este aprumo provoca um desgaste prematuro da
mola tendinosa que sustenta o boleto. A alteração pode dar-se tanto no membro anterior como no
posterior e como conseqüência produz sobrecarga de pressão sobre os tendões flexores, ossos
sesamóides e ligamentos suspensórios, podendo também lesionar o tendão do extensor digital
comum.
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1.2.2) Membros Pélvicos.
Visto por trás, o membro deve ter uma aparência agradável e bem equilibrada. Os jarretes
devem ser grandes o suficiente para suportar o peso do animal, mas lisos e afilando-se levemente em
sentido distal. A musculatura do interior da coxa deve continuar no lado medial da perna, de modo
que a região da tíbia não pareça muito magra.
Visto de perfil, o membro deve ter uma aparência bem equilibrada. A musculatura não deve
terminar abruptamente na articulação da soldra, e sim continuar pela tíbia, afilando-se gradualmente
até o jarrete. O ângulo da soldra e do jarrete não deve ser muito reto ou muito angulado.
Defeitos de conformação dos membros pélvicos.
Aberto de trás.
Conseqüências: Este defeito faz com que o animal balance ao andar, o que diminui a
velocidade.
Fechado de trás.
Conseqüência: Isto é mais freqüente em cavalos muito musculosos, onde se percebe uma
excessiva tensão sobre os ossos, ligamentos e articulações da face lateral.Neste defeito, os membros
convergem na extremidade e reduzem a base de sustentação, o que os expõe a golpear-se e cair
devido a excessiva aproximação dos membros. Quando um animal tem boa conformação dos
membros anteriores e é fechado de trás, pode apresentar muitos tipos de interferência entre os
membros anteriores e os posteriores.
Fechado de jarrete, jarrete de vaca.
Parece ser uma tendência natural dos membros posteriores a adotar esta posição anatômica.
Conseqüências: O membro balança ao andar, o que se nota muito claramente no vértice do
jarrete. O animal perde firmeza no apoio e retarda a marcha.
Alterações patológicas: desgaste prematuro no lado medial da articulação, os toques,
alcances, desmites, hidrartrose e podendo levar ao esparavão ósseo.
Plantado, acampado de trás.
Conseqüência: A anca desce, a região dorso-lombar fica desprovida da sustentação necessária
e se debilita. O animal é pobre de rins e sua resistência diminui. O angulo do jarrete se abre, o passo
encurta e as pressões do peso do corpo sobrecarregam as pinças do casco. Esta alteração muitas
vezes se associa a quartelas paradas nos membros posteriores.
Sobre si de trás, debruçado.
Conseqüência: O jarrete se dobra e a quartela se inclina; os talões do pé sofrem um excesso
de pressão. Produz se uma rápida fadiga muscular. O trem posterior aproxima se em demasia do trem
anterior e o animal se alcança, fere os talões dos cascos anteriores e a quartela do trem posterior. A
garupa se eleva e sustenta com energia os rins, mas a escassa abertura do angulo articular do jarrete
e a excessiva pressão sobre os talões, predispõe a formação de jarda no jarrete e a exostose na
quartela.
Direito de jarrete, reto de trás.
Conseqüências: Esta escassa angulação do jarrete sobrecarrega a parte anterior da capsula
articular, o que se traduz em irritação e distensão crônica com sinovite. Este tipo de membro se
lesiona facilmente quando se submete a trabalho intenso. Em geral nestes casos as quartelas são
demasiadamente paradas.
Alterações patológicas: hidrartrose do tarso e enganche rotuliano.
Sentado de jarrete, jarrete em foice.
Conseqüências: A face plantar do tarso está submetida a grande pressão, em especial o
ligamento plantar, a qual predispõe às inflamações deste ligamento.
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1.3) Conformação dos cascos.
Para que o pé tenha uma boa conformação, o cavalo deve tê-la também no membro, dado
que o pé reflete os defeitos de conformação dos membros. É preferível um casco pigmentado do que
casco branco, por que este é menos resistente à desidratação e se fratura com maior facilidade.
O apoio do pé no solo se deve realizar por todo seu bordo solar, sem que haja sobrecarga de
pressões em nenhuma das regiões do casco.
Eixo podal e falângico.
O angulo normal do eixo podal no membro anterior deve ser de 45 a 50º, ao passo que no
posterior de 50 a 55o. Se o eixo podal e falângico estão demasiadamente aumentados ou
diminuídos, podem desenvolver-se alterações patológicas. Teoricamente, quando se observa o
membro de perfil, a inclinação do eixo falângico e da muralha deve ser idêntica. Se o eixo podal e
falângico são demasiadamente inclinados ou empinados, mas seus ângulos são idênticos e aparecem
como uma linha única, o casco não deve ser desbastado ou ferrado para trocar estes ângulos. As
modificações radicais destinadas a levar o pé e as falanges a um eixo teoricamente normal, não farão
mais do que favorecer ao aparecimento de transtornos patológicos. Ao contrário, se os ângulos
falângicos e podal não são idênticos, a correção por meio do desbaste ou ferrageamento está indicada
com o objetivo de fazer coincidir ambos ângulos.
Defeitos de conformação dos cascos.
Estendido, achinelado.
Este defeito vem acompanhado geralmente de outros como cascos grandes, baixos de talões
e sola plana ou ligeiramente convexa.
Conseqüências: Pela exagerada obliqüidade das pinças, ficam predispostos a se alcançarem.
No deslocamento apóia no solo toda a palma de uma vez. A face solar resulta em uma verdadeira
prancha. Se o solo é de consistência lodosa, o pé na marcha desliza lateralmente, dificultando o
deslocamento. Além disso, ao tocar o solo em um só tempo, origina hiperestesia da sola,
especialmente nas altas velocidades ou ao saltar, o que provoca claudicação de apoio.
Encastelado, topino.
Este pode ser um defeito congênito ou adquirido através de ferrageamentos deficientes ou de
enfermidades do pé. Quando esse transtorno é unilateral, produz-se quase com certeza por alguma
lesão que impediu o uso normal do pé.
O encastelamento sempre é uma conseqüência de uma falta de pressão sobre a ranilha, o que
pode dever-se a ferragem deficiente que evita o contato da ranilha com o solo. As lesões dolorosas
em qualquer parte do membro podem fazer com que o animal não apóie o casco sobre o solo com a
força suficiente e resultar em encastelamento por falta de trabalho da ranilha. A desidratação
excessiva do casco pode ser um fator predisponente ao encastelamento.
Conseqüências: O centro de pressão desloca se para frente, traumatizando a região das pinças,
predispondo à formação de fendas e tumores córneos (queratofilocele).
Nos casos de encastelamento de longa data, a terceira falange chega a deformar-se perdendo
sua forma circular, e a almofada plantar se atrofia e perde sua elasticidade. Isto neutraliza sua ação
protetora na zona do osso navicular e tendão flexor profundo e poderia ser um fator coadjuvante no
desenvolvimento da podotrocleite.
Geralmente esse defeito se acompanha de retração dos tendões do músculo flexor superficial
das falanges e, ocasionalmente, também com a retração do tendão do flexor profundo e do ligamento
suspensório. Deficiências nutricionais nos animais jovens podem produzir essa alteração.
1.4) Estudo comparativo dos defeitos de aprumos.
Quando se está avaliando a qualidade de um cavalo deve-se decidir se as boas qualidades
superam as más ou vice-versa. Devemos também atentar para a finalidade do animal. Em um animal
destinado a velocidade ou salto, os desvios laterais constituem um defeito absoluto, mas em se
tratando de um animal de tiro, podemos considerar um defeito relativo.
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Esquerdo x Estevado.
No esquerdo, a projeção do membro em movimento, se fará de fora para dentro, para o plano
médio, descrevendo um arco mais ou menos pronunciado, de modo variável segundo a gravidade do
defeito esquerdo.
No estevado, as pinças viram para dentro, na última fase de apoio. O arco que descreve o
membro em movimento se afasta do plano médio na primeira metade do lance, para voltar a ele na
segunda metade, com o que as pinças viram para dentro. A velocidade de deslocamento diminui,
porque o movimento não é paralelo ao plano médio do corpo.
Fechado de frente e estevado.
Apesar deste tipo de conformação não ser bom, não é tão ruim quanto a conformação de
esquerdo. Este tipo de conformação provoca um excesso de pressão sobre os ligamentos colaterais
laterais da articulação do boleto e da quartela, nas porções externas das articulações, na cartilagem
complementar lateral da terceira falange e articulação interfalângica proximal. As bursites articulares,
exostoses interfalângicas lateral e a ossificação da cartilagem complementar lateral da terceira falange
são alterações patológicas que se associam com freqüência a este tipo de conformação. Esta
conformação provoca um movimento do pé em arco de convexidade externa (remando) e não
provoca transtornos por contato entre os membros.
Fechado de frente e esquerdo.
Esta associação é um dos piores tipos de alteração da conformação dos membros anteriores e
provoca os maiores transtornos da locomoção do que outros tipos de conformação anormal. A pouca
distância que existe entre os pés, agravada por sua tendência de mover-se em arco para dentro,
devido à posição de esquerdo, com freqüência provoca interferências entre os membros. É evidente
que o membro afetado alcança o solo quase à frente do membro oposto. Cavalos com esta
conformação raramente suportam o esforço do trabalho pesado.
Devido a esta interferência, podem produzir-se com certa freqüência lesões sobre a face
medial do terceiro metacarpiano, possíveis fraturas do segundo metacarpiano, fraturas da segunda
falange e do sesamóide medial por causa dos traumatismos provocados pela muralha do membro
oposto, o que faz com que este tipo de conformação seja muito pouco desejável.
Aberto de frente e esquerdo.
Quando o animal é aberto de frente, a parte medial do membro suporta as maiores pressões,
produzindo uma sobrecarga de pressões nos ligamentos colaterais mediais das articulações
metacarpofalangianas e interfalangiana proximal. Com este tipo de defeito de conformação o pé em
movimento continua efetuando uma inflexão para dentro, o que possibilitaria alguns contatos entre os
membros com resultados semelhantes aos anunciados para os fechados de frente e esquerdo. Apesar
do que este tipo de alteração também predispõe a interferências no andar, a base de sustentação
mais ampliada, ao atuar como separação mecânica mantém os pés mais separados. Danos à face
medial do terceiro osso metacárpico, exostoses interfalângicas mediais, ossificação da cartilagem
complementar medial da terceira falange e fraturas do segundo osso metacárpico ocorrem com esta
conformação, devido ao choque entre os membros dianteiros.
Aberto de frente e estevado.
Este tipo de conformação é raro, mas pode aparecer esporadicamente. No aberto de frente se
sobrecarrega as faces internas dos membros, com as mesmas conseqüências patológicas que o aberto
de frente e esquerdo. Na maioria dos casos de animais com esta conformação, o avanço do pé
percorre um arco para fora (“rema”), apesar de romper o passo com a parte interna da muralha e
volta a apoiar com a mesma parte.
Desvio anterior da articulação do carpo (corvo).
Quando o desvio do carpo para diante é leve e bilateral, geralmente deve-se a retração dos
flexores do carpo ocorrida em potro. Se o transtorno é leve, só provoca um pequeno esforço do
membro. Ao contrário, se a alteração é marcada, a situação é grave, devido a que o esforço se faz
muito importante. Se o desvio anterior é unilateral será também indesejável dado que é provável que
tenha sido produzida a partir de alguma alteração patológica do membro. Comparativamente, o
desvio anterior leve do carpo não é tão grave como o desvio posterior.
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Desvio posterior da articulação do carpo (transcorvo).
Esta é urna conformação muito má devido à tendência a produzir fraturas dos ossos do carpo
quando o membro é submetido a esforços. É mais negativo que a alteração anterior.
Carpo Valgo, desvio medial do carpo, joelho cambaio.
Este tipo de conformação é indesejável, pois tende a aumentar a possibilidade de sobrecanas
mediais. Pressões desiguais nos ossos cárpicos também estão presentes.
Membro posterior direito.
Esta alteração predispõe a hidrartrose do tarso e ao enganche rotuliano. Este transtorno é
menos indesejável que o sentado de jarrete.
Sentado de jarrete.
Os animais que padecem deste transtorno estão mais predispostos a sofrer esparavão ósseo,
podendo produzir, além disso, inflamações do ligamento plantar devido a excessiva angulação do
tarso. Com freqüência, esta alteração se associa ao fechado de jarrete (jarrete de vaca), constituindo
esta associação o defeito de conformação mais grave do membro posterior.
Fechado de jarrete (jarrete de vaca).
Aparece na maioria dos cavalos. Quando é leve e não se acompanha de outras alterações
inconvenientes, em geral não constituem um sério problema, mas quando a alteração é excessiva, e
sobre tudo quando se associa com jarretes sentados, é muito negativo.
2) Selecionando o Cavalo de CCE.
O Concurso Completo de Equitação (CCE) é assim chamado porque cada fase da competição
como um todo, possui desafios diferentes ao cavalo, ao cavaleiro, e ao treinador. Os eventos são de
dois tipos básicos. No Concurso Combinado, o cavalo executa uma Prova de Adestramento, uma
Prova de Exterior, que consiste em saltar obstáculos em percursos através do campo, e uma Prova de
Salto. No CCE, o cavalo executa uma Prova de Adestramento no primeiro dia de competição. No
segundo dia, participa de uma Prova de Fundo que consiste em uma prova de velocidade e resistência
composta por quatro fases sucessivas: Estradas e caminhos (percorrendo uma distância fixa em um
tempo determinado) ou fase A; “Steeplechase” (fase B); Estradas e caminhos (fase C); e Cross
Country (fase D). Não há pausas entre as fases, com exceção de uma parada obrigatória de 10
minutos, entre C e D. Durante este tempo, os cavalos são examinados por um veterinário para
determinar se os animais estão em condições para iniciar a fase D. No terceiro dia o cavalo participa
de uma Prova de Salto.
As fases do CCE têm objetivos bem definidos. Na Prova de Adestramento busca-se o
"desenvolvimento harmonioso do organismo e habilidade do cavalo". Como resultado, torna o cavalo,
descontraído e flexível e também confiante e atento, alcançando assim perfeito entendimento com o
cavaleiro. O cavalo dá a impressão de fazer por si só o que é requerido dele. A Prova de Fundo é
projetada para "evidenciar a velocidade, a resistência, e aptidão para o salto do verdadeiro cavalo de
exterior”. A Prova de Salto não é um concurso hípico comum. Seu objetivo é provar que, os cavalos
mantêm energia e obediência necessárias para continuarem em serviço depois de um teste severo de
resistência.
O CCE oferece vários níveis de dificuldades em sua competição e é aberto a cavaleiros e
amazonas de todas as idades e habilidades. A escolha de um cavalo de CCE é largamente dependente
do nível de competição para a qual o cavalo é solicitado. Contudo, os cavalos de CCE têm certos
atributos comuns.
Sanidade.
Sanidade é a condição básica para o treinamento proveitoso do cavalo de CCE. Lesões nos
membros (tendinite, desmite do suspensório) são particularmente perigosas porque o cavalo pode cair
quando galopando no terreno variado ou lamacento. Manqueiras crônicas dos anteriores (doença do
navicular, laminite, osteíte podal, e artrite) são agravadas com devido ao impacto do galope e do
salto. Um cavalo com membros doloridos pode tropeçar, cair ou refugar.
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Sanidade sistêmica é tão importante quanto sanidade músculo-esquelético. Evite qualquer
cavalo com história de "atamento". Murmúrios cardíacos ou arritmias cardíacas normalmente
desqualificam o cavalo; porém, alguns murmúrios e arritmias são benignos. O exame do cavalo por
um cardiologista veterinário é essencial para a compra. Tosse crônica ou descarga nasal é sugestiva
de doença pulmonar obstrutiva crônica e limita a tolerância ao exercício. Cavalos com histórico de
disfunção gastro-intestinal periódica, podem ter cólica quando estressados por treinamento, viagem,
ou competição severa. Em essência, é aconselhado um exame completo por veterinário antes de
compra de qualquer cavalo para provas de CCE.
Disposição (Vontade).
Um temperamento calmo e atento é uma grande qualidade a um cavalo de CCE. O
treinamento de um cavalo para CCE requer grande equilíbrio de exigências antagônicas. Por exemplo,
o adestramento requer tranqüilidade e obediência. O mesmo cavalo tem que demonstrar iniciativa e
coragem no segundo dia e se aproximar dos obstáculos da prova de salto com sobriedade e
segurança. Estas exigências adversas impõem muita tensão ao cavalo. Portanto, cavalos com um
temperamento esquivo ou imprevisível devem ser evitados, a menos que se tenha a compensação de
talentos superlativos.
Cavalos para Estreantes.
Para cavaleiros iniciantes no CCE, o melhor cavalo é um cavalo já experiente. O tamanho do
cavalo deve ser adequado ao cavaleiro; porém, um cavalo com cerca de 1,65 m é o ideal. Embora
cavalos de todas as raças possam competir nos níveis mais fracos do CCE, Árabes e cavalos de passo
(como Saddle-horses, Tennessee Walkers e Mangalarga) podem ter menor aptidão para o salto e
galope do que outras raças. Meio sangue é freqüentemente uma excelente escolha.
O cavalo deve ter três andaduras razoáveis, mas não necessitam de movimentação
espetacular. Evite cavalos que remam ou se alcançam porque a insalubridade pode ser o resultado do
constante trauma auto-infligido. O cavalo deve saltar com segurança e boa vontade; não deve
pendurar os anteriores ou deixar os posteriores.
Cavalo de Nível Superior.
Os cavalos devem ter cinco anos antes de participar das competições iniciais. Os cavalos mais
promissores são os Puros-sangues ou 3/4 a 7/8. Quarter Horses, Morgans, e outros cavalos de sangue
quente ou frio não têm força ou velocidade para competição de nível superior. Cavalos excepcionais
aparecem em todas as raças, porém, nenhum cavalo deve ser discriminado com base nas linhas de
sangue.
Nos níveis mais altos, o adestramento é um fator preponderante no resultado da prova. Para
ser competitivo, o cavalo tem que ter um passo excelente. Ao passo, o posterior deve atingir o solo
pelo menos 15 cm na frente da impressão do anterior. No trote, o cavalo deve mostrar um tempo de
suspensão entre o apoio das diagonais, cobrir bastante terreno e leve flexão do joelho, ao invés de
"andadura picada". No galope, as pernas de trás devem vir bem debaixo do ventre e os anteriores
devem se lançar bem à frente. Muitos cavalos com andaduras excepcionais são pobres saltadores e
estes cavalos são bastante insatisfatórios para CCE.
Embora uma conformação excelente não assegure um excelente resultado, o desempenho é
normalmente dependente da conformação, e certas características que são desejáveis nos cavalos de
CCE.
Em geral, o cavalo deve parecer simétrico e proporcional. A distância do topo da cernelha ao
externo, medida perpendicularmente, deve ser mais longa que a distância do externo ao chão. A
garupa do tubérculo coxal ao tubérculo isquiático, como também a distância da ponta do jarrete para
o chão, deve ser tão longa quanto a cabeça. A distância do topo da cernelha ao encontro do ombro,
deve ser tão longo quanto a cabeça do cavalo.
O cavalo usa sua cabeça e pescoço para equilíbrio. O pescoço deve ser bastante longo e
dirigido aproximadamente a 45° da horizontal quando o cavalo está atento. O pescoço deve unir-se
suavemente a uma cernelha proeminente. A linha superior deve descer gradualmente da cernelha ao
dorso e deve continuar quase horizontalmente ao topo da garupa. A cernelha deve ter 2,5 cm ou mais
que o topo da garupa para melhor equilíbrio. O lombo (entre a última costela e o topo da garupa)
deve ser curto e bem musculado. A distância da cernelha ao tubérculo coxal deve ser curta em
relação à distância entre o encontro do ombro e o flanco.
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O cavalo deve ter uma cavidade de torácica grande (profunda e larga) para acomodar os
pulmões e coração. Ao considerar o tórax do cavalo, devemos preferir uma maior profundidade que
uma maior largura (maior capacidade cardiovascular).O ombro deve se inclinar de 60 a 55° ou menos
com o plano horizontal. O ombro deve se unir a um úmero longo e bastante reto. Um úmero vertical
tem movimento para frente extenso, permitindo movimento livre para galopar e saltar. O antebraço
(rádio) deve ser longo em comparação com o metacarpo permitindo um passo longo. O carpo junto
com o rádio e metacarpo, deve ser perpendicular ao chão (vertical). O cavalo não deve ter os joelhos
cortados para trás, cambaio, ou arqueados. A quartela (absorvente de choque) deve ser de
comprimento médio e deve se inclinar a aproximadamente 60° com o horizontal no membro anterior
e 65° no posterior. O casco deve ter talões largos, com ranilhas duras e grandes; as solas devem ser
côncavas. A parede do casco deve ser paralela ao eixo da quartela.
A garupa do cavalo deve ser longa, larga e musculosa, inclinada a 25° da horizontal da linha
superior. O fêmur deve ser reto (perto de perpendicular) e longo, permitindo passos longos. A patela
deve estar perto do abdômen e virada ligeiramente para fora, na mesma altura do cotovelo. A tíbia
deve ser mais longa que o metatarso e inclinar-se ligeiramente para a parte traseira, de forma que os
jarretes não estejam para trás do cavalo. Os jarretes devem ter um ângulo aberto de cerca de 160°
na face anterior. O cavalo deve ter articulações fortes e ossos grandes para prover a fixação dos
músculos e tendões. Cavalos com ossos finos não são desejáveis.
O olhar do cavalo deve ser límpido e tranqüilo, revelando aceitação inquestionável da
presença humana. Sem ser “invertido”, o cavalo deve parecer ligeiramente alto na frente. Uma
cernelha proeminente, claramente definida, é uma marca de beleza e uma boa indicação visual de
habilidade de saltar.
Um cavalo de dorso um pouco mais longo, não deve ser penalizado muito severamente, pois
pode saltar largura mais facilmente nos níveis mais altos. Quando visto de trás, o cavalo deve
apresentar uma forma de "osso da sorte", com uma grande distância do quadril a garupa.
O tamanho ótimo de um cavalo de CCE é um ponto muito polêmico. Alguns cavalos pequenos
tiveram êxito no CCE, embora tenham algumas desvantagens. Atualmente os competidores parecem
preferir cavalos maiores mesmo não sendo tão atléticos.
Avaliação do talento inato para saltar é um processo altamente subjetivo. Um cavalo com
talento saltar qualquer obstáculo com facilidade, aparentando confiança, graça, e determinação. O
animal ao saltar deve descrever um arco, com seu ponto mais alto centrado sobre o ponto mais alto
do obstáculo. Não deve mostrar nenhuma hesitação no ponto de batida, e nenhuma perda de
equilíbrio na recepção. No pico do arco, os antebraços devem estar horizontais ou acima e, junto com
o metacarpo e quartela, deveria parecer formar um triangulo. Os jarretes devem estar no mesmo
nível, e os posteriores devem retrair e estender com um movimento natural, fluente, em ritmo com o
esforço de salto do cavalo. A andadura na abordagem do obstáculo deve permanecer regular, sem
precipitação.
Todo o cavalo deve ser julgado como um indivíduo. Avaliar completamente a habilidade do
cavalo é quase impossível até que seja submetido a um programa de treinamento sistemático.
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